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Numero do processo: 11080.001802/2005-23
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu May 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/1991 a 31/10/1994
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.INEXISTÊNCIA.
Deixa-se de acolher os embargos de declaração apresentados pelo embargante, quando não comprovada a existência do alegado vício de omissão no Acórdão embargado.
Numero da decisão: 3302-005.395
Decisão: Embargos Rejeitados
Direito Creditório Não Reconhecido.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração.
[assinado digitalmente]
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
[assinado digitalmente]
Maria do Socorro Ferreira Aguiar - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Raphael Madeira Abad e Walker Araújo.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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OMISSÃO.INEXISTÊNCIA. Deixase de acolher os embargos de declaração apresentados pelo embargante, quando não comprovada a existência do alegado vício de omissão no Acórdão embargado. Embargos Rejeitados Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. [assinado digitalmente] Paulo Guilherme Déroulède Presidente. [assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Raphael Madeira Abad e Walker Araújo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 00 18 02 /2 00 5- 23 Fl. 867DF CARF MF 2 Trata o presente processo de Embargos opostos pela contribuinte em face do acórdão nº 3403002.943, de 24/04/2014, sob o alegado vício de omissão. Conforme veiculado no Despacho de Admissibilidade: Segundo a embargante houve uma discussão no processo judicial 2002.71.00.0034710/RS que envolveu apenas a base de cálculo do PIS e não a alíquota aplicável. Afirma que desde o início deste processo vem alegando que a autoridade fiscal está "interpretando" a decisão judicial transitada em julgado, ao passo que deveria unicamente cumprila. Em síntese, o contribuinte entende que por força da decisão judicial específica para seu caso, teria direito de calcular o PIS usando a base de cálculo da LC nº 7/70 e a alíquota de 0,65%, prevista nos DecretosLeis nº 2.445 e 2.449, ambos de 1988. O contribuinte alegou que houve omissão na análise do seu argumento quanto a fazer valer a decisão judicial proferida no processo nº 2002.71.00.0034710/RS. Também alegou omissão quanto à aplicação da Resolução do Senado nº 49/95 ao caso concreto, pois sua ação judicial específica se refere a períodos de apuração anteriores à publicação e à vigência do ato senatorial. Com base nas razões aduzidas no despacho de fls. 864/865, com fundamento no art. 65, do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF 259/2009 (RICARF/2009), o presidente da Quarta Câmara, desta 3ª Seção de Julgamento admitiu os embargos de declaração opostos pelo sujeito passivo, nos seguintes termos: Confrontando o acórdão embargado e o recurso voluntário do contribuinte, constatei a existência de omissão, pois o acórdão está inteiramente fundamentado na Resolução do Senado nº 49 e não fez menção alguma ao processo judicial específico do contribuinte. A meu ver caberia ao colegiado ter se manifestado sobre o conteúdo da decisão judicial específica obtida pelo contribuinte. É preciso que o colegiado diga se o Poder Judiciário autorizou ou não o cálculo do PIS de uma forma híbrida, ou seja, com a utilização da base de cálculo da LC nº 7/70 e com a aplicação da alíquota de 0,65% dos DecretosLeis nº 2.445 e 2.449, ambos de 1985.(grifei). É o relatório. Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: Dos requisitos de admissibilidade Uma vez cumpridos os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento dos presentes embargos de declaração, para análise do alegado vício de omissão. Fl. 868DF CARF MF Processo nº 11080.001802/200523 Acórdão n.º 3302005.395 S3C3T2 Fl. 342 3 Da análise do Acórdão 3403002.943, de 24/04/2014, verificase não assistir razão à embargante, pelos fundamentos a seguir aduzidos. Destaca a embargante: Portanto, não houve discussão acerca da alíquota aplicável (0,65% versus 0,75%2), mas tãosomente quanto à base de cálculo (Lei Complementar nº 7/70 versus diplomas legais editados até a Medida Provisória nº 1.212/95) estritamente quanto aos períodos compreendidos entre janeiro de 19923 e outubro de 1994, antes, portanto, da vigência da Resolução nº 49 de 101095 do Senado Federal que deu efeitos ex nunc à decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no RE nº 148.754/RJ. (...) De um lado, o Acórdão objeto do Recurso Voluntário afirmou que “aos inconstitucionais decretos não é dado o poder de modificar ou revogar a Lei Complementar 7/70, o que tem como consequência a manutenção desde diploma legal como norma reguladora da matéria em foco, durante o período considerado”, embora reconhecendo que a contribuinte, perante o Juízo Federal de Porto Alegre, tenha requerido apenas a aplicação da base de cálculo positivada na Lei Complementar nº 7/70, e não a alíquota. (...) A recorrente, agora embargante, por outro lado, sustenta que desde o início deste expediente administrativo defende que a autoridade fiscal está a interpretar a decisão judicial transitada em julgado, ao passo que deveria única e exclusivamente cumprila de modo a aplicar a alíquota dos DecretosLei (0,65%) à base de cálculo exposta na Lei Complementar nº 7/70 (faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária) e, com isso, chancelar as compensações declaradas. (grifei). Portanto, o escopo do Recurso Voluntário é fazer valer a decisão judicial transitada em julgado no Processo nº 2002.71.00.0034710/RS, fundamento que não foi enfrentado na decisão aqui embargada. (...) Diante dessas circunstâncias, foi afirmado pela recorrente que não cabe à Fazenda fazer juízo de valor a respeito do que fora discutido judicialmente porque a decisão transitada em julgado não mandou aplicar a alíquota de 0,75%, sendo esta, como reconhecido pela própria decisão recorrida, uma inferência do que fora decidido judicialmente. O acórdão embargado em sua fundamentação, de forma bastante objetiva assim delineia a questão meritória: Fl. 869DF CARF MF 4 Tenho que não merece acolhida a irresignação, e a decisão recorrida merece ser mantida pelos seus próprios fundamentos. É de sabença geral com o afastamento do ordenamento jurídico dos Decretosleis nºs 2.445 e 2.449, ambos de 1988, pela Resolução nº 49/95 do Senado Federal decorrente de decisão do STF, vigorou a Lei Complementar nº 7/70 e nº 8, de 3 de dezembro de 1970, instrumento jurídico que nunca perdeu a eficácia, e, estipulava alíquota de 0,75%, vigente até edição da Medida Provisória nº 1.212/95. (grifei). Os diplomas legais considerados inconstitucionais fixaram alíquota de 0,65%, perdendo a eficácia, alíquota é aquela prevista pela Lei Complementar nº 7/70, dúvida não há. Portanto, intocável a decisão que mantém a apuração do crédito para o PIS à alíquota de 0,75%. Observase que o ponto fulcral da lide reside na aplicação de alíquota de alíquota de 0,75%, que na visão da embargante, não foi discutida judicialmente, cabendo à autoridade fiscal apenas cumprir a decisão judicial transitada em julgado, aplicando a alíquota dos DecretosLei (0,65%) à base de cálculo exposta na Lei Complementar nº 7/70. Ocorre que a fundamentação do acórdão embargado tem como fundamento inicial decisório, os fundamentos declinados na decisão de piso, haja vista que expressamente assim se reporta, como já acima destacado: [Tenho que não merece acolhida a irresignação, e a decisão recorrida merece ser mantida pelos seus próprios fundamentos.] Portanto ao expressamente enfatizar que a decisão de piso deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos, podese inferir que o voto condutor adota na íntegra tais fundamentos e ao visitarmos o texto da referida decisão, podese constatar que toda a matéria embargada foi minudentemente tratada na citada decisão, como se exemplifica pelos excertos a seguir transcritos, entre os quais estão transcrições da sentença, fls. 637/646, proferida nos autos da Ação Ordinária nº 2002.71.00.0034710/RS e do acórdão prolatado pelo TRF da 4ª Região, fls. 343/349 ao julgar a remessa oficial e as apelações interpostas pela União Federal e pela autora, ora embargante: No relatório da decisão judicial de fls. 272 o juízo de primeiro grau resume o pleito: Renner Sayerlack S/A, empresa sediada neste Estado, intenta a presente ação ordinária contra União Federal, visando à restituição dos valores recolhidos a maior a título de PIS, no período compreendido entre os meses de janeiro de 1992 e outubro de 1994. Sustenta que as alterações introduzidas pelos Decretosleis nºs 2.445 e 2448 na legislação complementar majoraram significativamente os valores recolhidos mensalmente pela autora, afrontando os princípios constitucionais então vigentes, conforme já reconheceu o Egrégio Supremo Tribunal Federal, por não ser o decretolei instrumento hábil para alterar validamente uma lei complementar. Outrossim, menciona que o Egrégio STF manifestouse no sentido da inconstitucionalidade dos referidos decretosleis, tendo o Senado Federal suspendido a execução dos diplomas legais (Resolução n° 49/95). Afirma que até o advento da Medida Provisória n° 1.212/95, nenhuma modificação válida foi introduzida, corroborando a ausência de Fl. 870DF CARF MF Processo nº 11080.001802/200523 Acórdão n.º 3302005.395 S3C3T2 Fl. 343 5 previsão legal autorizadora de correção monetária da base de cálculo do PIS. Alega ser fato gerador do tributo o valor do faturamento obtido no sexto mês anterior, conforme art. 6° da Lei Complementar n° 7/70. Pede, ao final, a procedência da ação com as cominações legais. [...] Como se depreende da leitura do relato da MM Juíza, assim como pela leitura da peça inicial à ação, a contribuinte pretendeu o reconhecimento à restituição do PIS pago a maior com base nos citados DecretosLeis, alegando que, por serem inconstitucionais não produziram modificações válidas e neste ponto há de se entender quer no tocante à modificação da base de cálculo, quer no que respeita à alíquota. É importante destacar que, uma vez declarada a inconstitucionalidade de ato legal, este dever expungido do ordenamento como se nunca tivesse força jurídica, como de fato nunca teve. (...) Desta forma, a declaração de inconstitucionalidade privou os Decretosleis 2.445 e 2.449/88 de todos os seus efeitos, desde o seu surgimento, como se eles nem mesmo houvessem existido. Sendo assim, aos inconstitucionais decretos não é dado o poder de modificar ou revogar a Lei Complementar 07/70, o quê tem como consequência a manutenção deste diploma legal como norma reguladora da matéria em foco, durante o período considerado. (...) Aliás foi nesse sentido o entendimento da MM Juíza ao fundamentar sua decisão (fls. 275/276): Assim, afastadas as modificações introduzidas pelos Decretos leis antes citados (alteração da base de cálculo e alíquota), permanecem válidas as disposições contidas na Lei Complementar n° 7/70, as quais devem ser observadas pela Autora relativamente à contribuição ao PIS. Isto porque, reputadas inconstitucionais face aos termos da Constituição Federal anterior (e não apenas em relação à nova Carta Magna), as mencionadas normas legais não tiveram o condão de produzir efeitos (inclusive relativamente à dispensa de pagamento do tributo) e, portanto, de revogar a legislação anterior. Nessa linha, não há que se cogitar aqui de repristinação de lei derrogada (art. 2°, § 3° da LICC), mas de aplicação de lei que jamais perdeu sua eficácia, sendo despiciente a edição de nova lei complementar. [...] Não destoou desse posicionamento o acórdão prolatado pelo TRF da 4ª Região (fls. 343) ao julgar a remessa oficial e as apelações interpostas pela União Federal e pela autora contra a decisão de primeiro grau: Fl. 871DF CARF MF 6 O Colendo Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do RE 148.7542, consolidou o entendimento de que era incabível a alteração da contribuição do PIS pela via do decretolei. Entendeu a Corte Suprema que a contribuição social do PIS não era tributo no regime da Emenda Constitucional 8/77, nem podia ser enquadrada como matéria atinente às finanças públicas, caracterizandose, assim, a inconstitucionalidade formal das alterações da exigência tributária, porquanto havia previsão na Emenda Constitucional de 69 da reserva qualificada das matérias suscetíveis de serem reguladas por aquela espécie normativa. Os já mencionados DecretosLeis foram suspensos pelo Senado Federal, pela Resolução n° 49/95, de 10/10/9. A questão encontrase pacificada nesta Corte, sendo objeto da Súmula 28: São inconstitucionais as alterações introduzidas no Programa de Integração Social (PIS) pelos DecretosLeis 2.445/88 e 2.449/88. A inconstitucionalidade dos DecretosLeis, contudo, não afasta a exigibilidade do PIS nos termos estatuídos nas LCP 7/70 a 17/73, pois a contribuição social foi recepcionada pela CF/88, no art. 239. Dessarte, os recolhimentos efetivados nos moldes dos Decretos Leis foram a maior, devendo ser restituída a diferença entre a exação assim calculada e a devida nos termos das Leis Complementares 7/70 e 17/73. Assim como na decisão de primeiro grau, a questão da alíquota não foi abordada, mesmo porque não levada ao exame do Poder Judiciário. Porém o único entendimento possível diante de ambas as decisões judiciais é que no período de origem dos pagamentos reclamados como feitos a maior o PIS deve ser apurado integralmente segundo a Lei Complementar nº 07, de 1970, diploma que nunca perdeu sua eficácia, tanto na fixação da base de cálculo, como da alíquota.(grifei) (...) Como se discutiu até aqui a alíquota aplicada nos novos cálculos, qual seja a de 0,75%, é a que de fato deve aplicada para fins de apuração do PIS devido nos moldes da LC n º 7, de 1970, uma vez afastados os DL nº 2.445 e 2.449, de 1988, por inconstitucionalidade.(grifei). Assim, conforme os excertos acima destacados, verificase que não procede a alegação de omissão suscitada pela Embargante, visto que o Relator do acórdão embargado ao considerar mantida na íntegra os fundamentos da decisão de piso, a qual teve como suporte decisório as decisões judiciais proferidas na Ação Ordinária nº 2002.71.00.0034710/RS, a matéria então considerada omissa foi minudentemente retratada. Ad Argumentandum Tantum, é importante ainda ressaltar que também não se sustenta o argumento da embargante de a autoridade fiscal está a interpretar a decisão judicial transitada em julgado, ao passo que deveria única e exclusivamente cumprila de modo a aplicar a alíquota dos DecretosLei (0,65%) à base de cálculo exposta na Lei Complementar nº 7/70 (faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária), haja vista que em Fl. 872DF CARF MF Processo nº 11080.001802/200523 Acórdão n.º 3302005.395 S3C3T2 Fl. 344 7 momento algum da sentença, seja na fundamentação ou no dispositivo, a seguir transcrito, há a determinação para aplicar a alíquota dos DecretosLei (0,65%) à base de cálculo exposta na Lei Complementar nº 7/70. ISTO POSTO e considerando tudo mais que consta dos autos, afasto a prejudicial de decadência, e, no mérito, julgo PROCEDENTE a ação, para declarar ilegal a cobrança do PIS, na forma os Decretosleis nºs 2.445188 e 2.449/88, reconhecendoo devido nos termos da Lei Complementar n° 7/70 e alterações posteriores válidas, devendo ser restituídos os valores pagos a maior a titulo da exação supra aludida no período compreendido entre janeiro de 1992 e outubro de 1994, conforme guias acostadas às fls. 23/72 dos autos, nos termos da fundamentação supra.(grifei). Ao fim e ao cabo, observase pelos argumentos aduzidos nos embargos que na realidade, a questão nuclear suscitada como vício de omissão reside no campo meritório da matéria embargada, questão essa já dirimida no acórdão em exame, conforme acima demonstrado, logo se a intelecção do Embargante quanto à sentença judicial impetrada, diverge das conclusões do colegiado, cuja fundamentação tem como suporte principal, referida decisão judicial, esse fato não pode ser caracterizado como omissão. Com base nessas razões, fica evidenciado que no acórdão embargado, não foi demonstrado o vício de omissão quanto à matéria suscitada pela Embargante, o que confirma a higidez do mencionado julgado. Diante do exposto, rejeito os presentes embargos, por não restar configurada a omissão suscitada. [Assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Fl. 873DF CARF MF
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Numero do processo: 13976.000267/2005-34
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Apr 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2002
SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO.
Não sendo possível afirmar-se, com base no CNAE ou nos atos constitutivos pessoa jurídica, se a atividade por ela exercida impede a opção pelo sistema simplificado, cabe ao Fisco o ônus de provar por outros elementos o suposto impedimento.
Numero da decisão: 9101-003.568
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura e Adriana Gomes Rêgo.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
Gerson Macedo Guerra - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: GERSON MACEDO GUERRA
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2002 SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO. Não sendo possível afirmar-se, com base no CNAE ou nos atos constitutivos pessoa jurídica, se a atividade por ela exercida impede a opção pelo sistema simplificado, cabe ao Fisco o ônus de provar por outros elementos o suposto impedimento.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura e Adriana Gomes Rêgo. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Presidente (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
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ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO. Não sendo possível afirmarse, com base no CNAE ou nos atos constitutivos pessoa jurídica, se a atividade por ela exercida impede a opção pelo sistema simplificado, cabe ao Fisco o ônus de provar por outros elementos o suposto impedimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura e Adriana Gomes Rêgo. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 6. 00 02 67 /2 00 5- 34 Fl. 96DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela PGFN, em face do acórdão nº 30335.792, onde se cancelou exclusão ao SIMPLES perpetuada no âmbito da Lei 9.137/96, pela constatação de que a prestação de serviços de organização de eventos ou assemelhados não encontra óbice â opção pela sistemática do SIMPLES. O processo tem origem no Ato Declaratório n. 556.432, de 02/08/2004., determinando a exclusão do interessado do regime do SIMPLES, em razão da constatação de a sociedade exercer atividade vedada, qual seja instalação. reparação e manutenção de outras máquinas e equipamentos. Tal conclusão foi originada da análise do CNAE da contribuinte. O contribuinte ingressou com Solicitação de Revisão da Execução da Opção pelo Simples, mas a Delegacia indeferiu seu pleito, ao argumento de que qualquer atividade relativa a reparo ou manutenção de máquinas e equipamentos está inserida na competência dos engenheiros mecânicos, caracterizando a prestação de serviço profissional de engenharia ou assemelhados e de outras profissões que dependem de habilitação profissional legalmente exigida. Apresentada manifestação de inconformidade, sobreveio decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, indeferindo a solicitação do contribuinte, alegando que o Ato Declaratório Normativo Cosit n" 04/2000, consignou que "não podem optar pelo Simples as pessoas jurídicas que prestem serviços de montagem e manutenção de equipamentos industriais, por caracterizar prestações de serviço profissional de engenharia". Apresentado Recurso Voluntário, a Turma a quo a ele deu provimento, conforme ementa abaixo: " ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO. Não sendo possível afirmarse, com base no CNAE ou nos atos constitutivos pessoa jurídica, se a atividade por ela exercida impede a opção pelo sistema simplificado, cabe ao Fisco o ônus de provar por outros elementos o suposto impedimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso." Cientificada da decisão, a Fazenda Nacional apresentou Recurso Especial de divergência alegando que a atividade exercida pela contribuinte ("fabricação de máquinas") é Fl. 97DF CARF MF Processo nº 13976.000267/200534 Acórdão n.º 9101003.568 CSRFT1 Fl. 97 3 de competência de engenheiro legalmente habilitado, e que, por isso, agiu com acerto a autoridade administrativa na origem. Fundamentouse na Resolução CONFEA n. 9 218/73. O Recurso da Fazenda foi conhecido, conforme despacho de admissibilidade. Intimado do Recurso da Fazendo o contribuinte não apresenta contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Gerson Macedo Guerra, Relator Sobre a admissibilidade do Recurso, entendo não haver reparos a serem feitos no despacho de admissibilidade, portanto, dele conheço. Sobre o mérito da questão, entendo, que não merece prosperar a pretensão fazendária. Inicialmente, importante destacar que a decisão recorrida trata ta possibilidade de inclusão no SIMPLES das atividades de (i) fabricação de máquinas e equipamentos; (ii) prestação de serviço de torno em geral, e; (iii) conserto e reforma de máquinas. Em relação às atividades (ii) e (iii), entendeu a Turma a quo ser aplicável a súmula CARF 57, de modo a admitilas como passíveis de ingresso e permanência no SIMPLES. Sobre esse ponto não houve recurso da Fazenda. Portanto, discute a Fazenda, apenas, a possibilidade de pessoa jurídica que realiza atividade de fabricação de máquinas e equipamentos se valer do regime do SIMPLES regulamentado pela Lei 9.137/96. Pois bem. Como visto, alega a Fazenda que a atividade de fabricação de máquinas exercida pelo contribuinte é exclusiva de engenheiro, calçando sua afirmação na resolução CONFEA 218/73. Tal Resolução, em seu artigo 1º, designa diversas atividades para fins de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, nos seguintes termos: Art. 1º Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: Atividade 01 Supervisão, coordenação e orientação técnica; Atividade 02 Estudo, planejamento, projeto e especificação; Atividade 03 Estudo de viabilidade técnico econômica; Fl. 98DF CARF MF 4 Atividade 04 Assistência, assessoria e consultoria; Atividade 05 Direção de obra e serviço técnico; Atividade 06 Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; Atividade 07 Desempenho de cargo e função técnica; Atividade 08 Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; Atividade 09 Elaboração de orçamento; Atividade 10 Padronização, mensuração e controle de qualidade; Atividade 11 Execução de obra e serviço técnico; Atividade 12 Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13 Produção técnica e especializada; Atividade 14 Condução de trabalho técnico; Atividade 15 Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16 Execução de instalação, montagem e reparo; Ativida de 17 Operação e manutenção de equipamento e instalação; Atividade 18 Execução de desenho técnico. Nos artigos subsequentes, tal norma especifica, para cada especialidade profissional, quais das atividades contidas na lista do artigo 1º lhe competem, dentro de seu ramo de atuação. Como exemplo, vale a transcrição do artigo 2º, que trata dos arquitetos, vejamos: Art. 2º Compete ao ARQUITETO OU ENGENHEIRO ARQUITETO: I o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores; planejamento físico, local, urbano e regional; seus serviços afins e correlatos. Pois bem. A Fazenda pretendeu demonstrar em seu recurso, ao sublinhar as atividades 13 e 14, da lista do artigo 1º retro, que a atividade de fabricação de máquinas estava ali compreendida. Importante destacar que as referidas atividades sublinhadas foram: (i) Produção técnica e especializada; e (ii) Condução de trabalho técnico. Fl. 99DF CARF MF Processo nº 13976.000267/200534 Acórdão n.º 9101003.568 CSRFT1 Fl. 98 5 Apenas para exemplificar, a Fazenda colaciona o artigo 22, da mesma Resolução, que especifica para o engenheiro de operações, quais das atividades contidas na lista do artigo 1º lhe competem, dentro de seu ramo de atuação, nos seguintes termos: De forma exemplificativa, confirase o teor do art. 22º daquela Resolução, que trata especificamente das atribuições do engenheiro de operação: "Art. 22 Compete ao Engenheiro de Operação: I o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 19 desta Resolução, circunscritas ao âmbito das respectivas modalidade profissionais (...)" Ao fim, concluiu a Fazenda que os dispositivos acima transcritos não deixam dúvida de que a atividade exercida pela recorrida ("fabricação de máquinas") é de competência de engenheiro legalmente habilitado, e que, por isso, agiu com acerto a autoridade administrativa na origem. Não compreendo da mesma maneira. Não entendo que a norma regulamentadora da atividade de engenharia seja tão clara ao incluir a fabricação de máquinas como atividade exclusiva de engenheiro. A elaboração do projeto que desenvolva um novo produto talvez até o seja, mas daí a querer ampliar a elaboração do projeto para a atividade de fabricação não carece de respaldo legal. A atividade de fabricação de máquinas e equipamentos, a meu ver, pode ser realizada de forma a apenas se "copiar" produto já desenvolvido, de modo a não compreender qualquer elaboração de projeto precedente. Nesse contexto, entendo que não restou demonstrado pela Fazenda que a atividade de fabricação de máquinas e equipamentos é exclusiva de engenheiros, para fins de tratála como semelhante para impossibilitar a utilização do regime do SIMPLES aos contribuintes que a exerciam. Nesse contexto, voto por negar provimento ao Recurso da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Fl. 100DF CARF MF 6 Fl. 101DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13609.902385/2013-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 28 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1201-000.404
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos da voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos da voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rafael Gasparello Lima.
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(assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rafael Gasparello Lima. Relatório Tratase de PER/DCOMP em que a recorrente requer a compensação de débito com crédito referente a pagamento indevido ou a maior, de IRPJ, relativo ao período de apuração de 31/08/2010. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório eletrônico de não homologação da compensação, fundamentando sua decisão na alocação integral do pagamento a outros débitos, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificada desse despacho, a interessada apresentou sua manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: (i) houve pagamento a maior de IRPJ; (ii) procedeu à retificação da DCTF alterando o valor do débito declarado para o valor efetivamente devido e RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 36 09 .9 02 38 5/ 20 13 -7 7 Fl. 150DF CARF MF Processo nº 13609.902385/201377 Resolução nº 1201000.404 S1C2T1 Fl. 3 2 informado na DIPJ; (iii) as cópias da documentação anexadas comprovam o direito ao crédito do saldo não aproveitado e legitimam a compensação do débito. O processo foi encaminhado para o julgamento em primeira instância e, por unanimidade de votos, a Manifestação de Inconformidade foi considerada improcedente. A DRJ/SPO não acatou os argumentos da recorrente, em síntese, sob o fundamento de que não foram trazidos aos autos documentos comprobatórios da existência de pagamento indevido ou a maior que o devido e, a retificação da DCTF não dispensa a apresentação dessas provas. Cientificada da decisão de primeira instância, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário reiterando as razões já expostas em sede de Manifestação de Inconformidade e reforçando que: (i) houve recolhimento a maior de IRPJ referente ao mês de 31/08/2010; (ii) diante das provas trazidas aos autos (LALUR, balancete e balanço patrimonial referentes ao período e DIPJ) não há duvidas acerca da certeza e liquidez do crédito pleiteado. É o relatório. Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa Relatora. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1201000.399, de 10.04.2018, proferida no julgamento do Processo nº 13609.902382/201333, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. No processo paradigma o contribuinte solicitou a compensação de débitos com crédito relativo a pagamento indevido ou a maior que o devido de IRPJ, do período de apuração de 31/08/2010, nos presentes autos, o contribuinte solicita a compensação de débito com crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior que o devido de IRPJ do período de apuração de 31/08/2010. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1201000.399), adequandoa ao caso concreto: "5. O recurso é tempestivo e cumpre os demais requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciar. 6. Em primeiro lugar, há de se ressaltar a plausibilidade jurídica do pleito da Recorrente, haja vista o tema ser alvo de súmula no âmbito desta Corte Administrativa, a saber: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação A questão controvertida é se há ou não prova de alegado pagamento a maior de estimativa mensal de IRPJ em agosto de 2010. 7. De acordo com a jurisprudência deste Egrégio Conselho, em caso de recolhimento a maior de estimativa mensal de IRPJ na situação em que Fl. 151DF CARF MF Processo nº 13609.902385/201377 Resolução nº 1201000.404 S1C2T1 Fl. 4 3 trata de débito declarado em DCTF não retificada ou retificada após a ciência do Despacho Decisório, cabe ao contribuinte comprovar a ocorrência do suposto erro na apuração da base de cálculo. 8. É certo que, o descumprimento da obrigação de retificar a DCTF ou a retificação em momento posterior ao Despacho Decisório não enseja a perda do direito creditório, desde que o verdadeiro valor devido possa ser confirmado pela autoridade fiscal através da DIPJ e elementos da escrituração fiscal e contábil que corroborem o valor declarado/confessado. 9. E, por mais que a DIPJ não constitua confissão de dívida, nem represente instrumento hábil para a exigência do crédito tributário nela informado (Súmula CARF nº 82), deve ser considerada instrumento probatório legítimo, juntamente com outros elementos, para fins de demonstrar a ocorrência de suposto erro no preenchimento de outras obrigações acessórias, como é o caso da DCTF. 10. Reforçando essas diretrizes, transcrevo as seguintes ementas: "COMPENSAÇÃO. ESTIMATIVA DE IRPJ. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Não se há de reconhecer direito creditório decorrente de alegado pagamento a maior de estimativa mensal de IRPJ na situação em que se trata de débito declarado e confessado em DCTF e em DIPJ, não retificadas, e a interessada não comprova cabalmente a ocorrência do suposto erro na apuração da base de cálculo." (Processo nº 16327.901219/200921, Acórdão nº 1301 002.241, 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária / 1ª Seção, Sessão de 23.03.2017, Relator: Waldir Veiga Rocha) "ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DCTF. DECLARAÇÕES RETIFICADORAS. COMPROVAÇÃO. CRÉDITO RECONHECIDO. Comprovado que o débito confessado em estava equivocado mediante apresentação de declaração retificadora, DIPJ e elementos da escrituração contábil que corroboram o valor declarado/confessado nessa declaração retificadora, reconhecese o direito de crédito homologandose as compensações pleiteadas até esse limite." (Processo nº 13971.901692/201131, Acórdão nº 1402002.379, 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária / 1ª Seção, Sessão de 26.01.2017, Relator: Fernando Brasil de Oliveira Pinto) "ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DCTF. VALOR CORRETO DECLARADO EM DIPJ. INTIMAÇÃO. OCORRÊNCIA. O descumprimento da obrigação de retificar a DCTF não enseja a perda do direito creditório, desde que o verdadeiro valor devido possa ser confirmado pela fiscalização através de outros meios que estivessem à disposição da Fiscalização e após intimação regular da interessada para realizar retificação de suas declarações. O nãoatendimento pelo contribuinte desta intimação, gera a nãohomologação da compensação declarada. DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE. Ao indicar como crédito um pagamento indevido, destacando, inclusive, as informações constantes do DARF pleiteado, sem proceder a qualquer retificação, embora intimada a fazer, não há como transmudar a vontade expressa na Fl. 152DF CARF MF Processo nº 13609.902385/201377 Resolução nº 1201000.404 S1C2T1 Fl. 5 4 Dcomp transmitida, sendo desnecessária a diligência.” (Processo nº 10860.903213/200965, Acórdão nº 1301002.410, 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária / 1ª Seção, Sessão de 15.05.2017, Relator: José Eduardo Dornelas Souza) 11. Tendo essas premissas em mente, passamos à análise do caso concreto. 12. A Recorrente apresentou três DCTF relativas a agosto de 2010: (i) a original, em 21/10/2010, (ii) a primeira retificadora, em 13/09/2011, e (iii) a segunda retificadora, em 06/09/2013 (ou seja, após a ciência do Despacho Decisório). Nas duas primeiras, foi informado débito de R$ 107.366,77. Na última, débito de R$ 65.525,58. 13. Foi confirmado o recolhimento de R$107.366,77, referente ao código 5993, período de apuração agosto de 2010, efetuado em 30/09/2010. 14. A Recorrente, em sua DIPJ/2011 (AC 2010), entregue em 30/06/2011, efetuou balancete de suspensão/redução em todos os meses do AC 2010, tendo informado débito de R$ 65.525,58 de IRPJ apurado por estimativa, em relação ao mês de agosto (fls. 22). 15. A partir da análise da Parte A do LALUR (fls. 105/113), no período de agosto de 2010, o lucro real foi exatamente de R$ 977.952,24, ou seja, a mesma base de cálculo informada na DIPJ/2011 (fls. 22). 16. A priori, a documentação fiscal e contábil trazida pela Recorrente cumpre o disposto no artigo 923 do RIR1 e é capaz de viabilizar o reconhecimento do direito creditório do contribuinte. 17. Contudo, há que se proceder à verificação quanto à liquidez e certeza do crédito, no que se refere aos demais períodos não incluídos nos presentes autos, considerandose, mutatis mutandis, o contido nas conclusões do Parecer Normativo Cosit nº 2/2015: a) as informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no § 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário; b) não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010; 1 "Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais." Fl. 153DF CARF MF Processo nº 13609.902385/201377 Resolução nº 1201000.404 S1C2T1 Fl. 6 5 c) retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo; 18. Em face do exposto, voto pela conversão do presente julgamento em diligência, para que a unidade da Receita Federal da circunscrição da contribuinte: (i) verifique as DCTFs retificadoras apresentadas, efetuando a apuração do crédito relativo a cada um dos meses, observandose, no que couber, as disposições da IN RFB nº 1.110/2010; (ii) faça o cotejamento desses créditos com as Dcomps relativas a pagamento a maior de estimativa de IRPJ do anocalendário em questão, procedendo à valoração para fins de verificação de suficiência destes, considerandose, inclusive, alguma Dcomp porventura já homologada; (iii) se refaçam as apurações das estimativas mensais dos anos calendário em pauta, para verificar se as estimativas quitadas foram ou não computadas nas apurações dos meses subsequentes e na apuração anual; 19. Para fins dessa verificação, a contribuinte poderá ser intimada a apresentar livros e documentos. 20. Após a conclusão da diligência, a autoridade fiscal responsável deverá elaborar Relatório Conclusivo, com posterior ciência à Recorrente, para que, se assim desejar, se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias e na seqüência retornem os autos ao E. CARF para julgamento. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, converto o julgamento em diligência, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Fl. 154DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.721494/2006-59
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ÁREA DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. NÃO EXIGÊNCIA. ORIENTAÇÃO DA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL. PARECER PGFN/CRJ Nº 1.329/2016.
Para fins de exclusão da tributação relativamente às áreas de preservação permanente e de reserva legal, é dispensável a protocolização tempestiva do requerimento do Ato Declaratório Ambiental (ADA) junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), ou órgão conveniado. Tal entendimento alinha-se com a orientação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para atuação dos seus membros em Juízo, conforme Parecer PGFN/CRJ nº 1.329/2016, tendo em vista a jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça, desfavorável à Fazenda Nacional.
ÁREA DE RESERVA LEGAL. FALTA DE AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL RURAL.
A averbação à margem da inscrição da matrícula do imóvel é requisito formal constitutivo da existência da área de reserva legal. Para fins de exclusão da base de cálculo, a área de reserva legal deverá estar averbada até a data de ocorrência do fato gerador do imposto.
VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO. SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT).
O VTN atribuído de ofício pela fiscalização, com base no SIPT, consistiu no valor médio apurado a partir das declarações fiscais processadas para o município de localização do imóvel rural, relativas ao ano a que se refere o lançamento, sem considerar a sua aptidão agrícola, conforme determina a legislação de regência. Nesse contexto, cabe acolher o VTN apurado em Laudo Técnico de Avaliação ofertado pelo contribuinte.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. SÚMULA CARF Nº 11.
Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal.
(Súmula Carf nº 11)
Numero da decisão: 2401-005.484
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário. No mérito, por maioria, dar-lhe provimento parcial para: a) restabelecer a Área de Preservação Permanente de 1.045,5 ha; e b) acolher o Valor da Terra Nua (VTN) de R$ 55,69/ha, apurado no Laudo de Avaliação apresentado pelo contribuinte. Vencidos os conselheiros Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e José Luiz Hentsch Benjamin Pinheiro, que davam provimento parcial em menor extensão para manter a glosa da Área de Preservação Permanente.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro e Matheus Soares Leite.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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Recorrente JOSÉ CARLOS SARTORI Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2004 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ÁREA DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. NÃO EXIGÊNCIA. ORIENTAÇÃO DA PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL. PARECER PGFN/CRJ Nº 1.329/2016. Para fins de exclusão da tributação relativamente às áreas de preservação permanente e de reserva legal, é dispensável a protocolização tempestiva do requerimento do Ato Declaratório Ambiental (ADA) junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), ou órgão conveniado. Tal entendimento alinhase com a orientação da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para atuação dos seus membros em Juízo, conforme Parecer PGFN/CRJ nº 1.329/2016, tendo em vista a jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça, desfavorável à Fazenda Nacional. ÁREA DE RESERVA LEGAL. FALTA DE AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL RURAL. A averbação à margem da inscrição da matrícula do imóvel é requisito formal constitutivo da existência da área de reserva legal. Para fins de exclusão da base de cálculo, a área de reserva legal deverá estar averbada até a data de ocorrência do fato gerador do imposto. VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO. SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT). O VTN atribuído de ofício pela fiscalização, com base no SIPT, consistiu no valor médio apurado a partir das declarações fiscais processadas para o município de localização do imóvel rural, relativas ao ano a que se refere o lançamento, sem considerar a sua aptidão agrícola, conforme determina a legislação de regência. Nesse contexto, cabe acolher o VTN apurado em Laudo Técnico de Avaliação ofertado pelo contribuinte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 72 14 94 /2 00 6- 59 Fl. 302DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 303 2 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. SÚMULA CARF Nº 11. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula Carf nº 11) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário. No mérito, por maioria, darlhe provimento parcial para: a) restabelecer a Área de Preservação Permanente de 1.045,5 ha; e b) acolher o Valor da Terra Nua (VTN) de R$ 55,69/ha, apurado no Laudo de Avaliação apresentado pelo contribuinte. Vencidos os conselheiros Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e José Luiz Hentsch Benjamin Pinheiro, que davam provimento parcial em menor extensão para manter a glosa da Área de Preservação Permanente. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro e Matheus Soares Leite. Fl. 303DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 304 3 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande (DRJ/CGE), por meio do Acórdão nº 0415.675, de 24/10/2008, cujo dispositivo considerou procedente o lançamento, mantendo o crédito tributário (fls. 152/170): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2004 PRESERVAÇÃO PERMANENTE/ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA. A exclusão das áreas declaradas como preservação permanente e de utilização limitada da Area tributável do imóvel rural, para efeito de apuração do ITR, está condicionada ao reconhecimento delas pelo Ibama ou por órgão estadual competente, mediante Ato Declaratório Ambiental (ADA), e/ou comprovação de protocolo de requerimento desse ato àqueles órgãos, no prazo de seis meses, contado da data da entrega da DITR a que se referir. A área de reserva somente poderá ser excluída da tributação se devidamente averbada à margem da inscrição da matricula do imóvel à época do fato gerador do ITR. VALOR DA TERRA NUA VTN O lançamento que tenha alterado o VTN declarado, utilizando valores de terras constantes do Sistema de Pregos de Terras da Secretaria da Receita Federal SIPT, nos termos da legislação, é passível de modificação, somente, se na contestação forem oferecidos elementos de convicção, como solicitados na intimação para tal, embasados em Laudo Técnico, elaborado em consonância com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT. Lançamento Procedente 2. Em face do contribuinte foi emitida a Notificação de Lançamento nº 01301/00528/2006, decorrente de procedimento de revisão de Declaração de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), relativa ao exercício de 2004, vinculada ao imóvel denominado "Fazenda Eldorado", localizado no município de Juara (MT), com área total de 24.800,0 ha e cadastro fiscal sob o nº 2.387.0060 (fls. 02/08). Fl. 304DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 305 4 2.1 A autoridade tributária considerou não comprovada a isenção das seguintes áreas declaradas pelo sujeito passivo (fls. 04/07 e 70/82): (i) Área de Preservação Permanente: 1.045,5 ha; e (ii) Área de Reserva Legal: 19.840,0 ha. 2.2 Ademais disso, o agente fazendário procedeu também ao arbitramento do Valor da Terra Nua (VTN), com base nas informações do Sistema de Preços de Terras (SIPT). 2.3 A Notificação de Lançamento alterou o resultado de sua Declaração Anual, exigindo o Fisco imposto suplementar, acrescido de juros de mora e multa de ofício (fls. 70/82). 3. O contribuinte foi cientificado da autuação por via postal, em 29/12/2006, e impugnou a exigência fiscal no dia 29/01/2007 (fls. 16/17, 22/34 e 148). 4. Intimado em 22/12/2008, também por via postal, da decisão do colegiado de primeira instância, o contribuinte apresentou recurso voluntário no dia 21/01/2009, em que faz considerações a respeito da validade do acordão recorrido e repisa os argumentos de impugnação, a seguir resumidos (fls. 174/178 e 182/190): (i) é descabida a exigência do Ato Declaratório Ambiental (ADA) relativamente às áreas declaradas de preservação permanente e de reserva legal, cuja exclusão da base de cálculo tributável do imposto advém diretamente do texto de lei; (ii) há uma contradição no lançamento, porquanto na declaração do ITR/2003 foi aceita a dedução de 1.045,5 ha e 12.400,1 ha, respectivamente, a título de área de preservação permanente e de reserva legal, assim como nos exercícios anteriores; e (iii) o valor atribuído à terra nua, em desprezo ao laudo oferecido pelo recorrente, é totalmente desproporcional às condições das terras existentes no imóvel, localizado na Amazônia Legal, e da possibilidade de exploração pelo proprietário. 5. Por meio do Resolução nº 2101000.187, de 03/12/2014, a 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento converteu o julgamento em diligência para que fossem prestados esclarecimentos pelo Cartório de Registro de Imóveis a respeito das certidões de matrícula e respectivas averbações de áreas de utilização limitada juntadas aos autos (fls. 84/126 e 226/229). 6. A diligência foi cumprida, por intermédio de resposta do 1º Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Juara (MT). O órgão de registro localizou, com vinculação ao imóvel denominado de "Fazenda Eldorado", as matrículas nº 1.905 e 1.906. Quanto às matrículas que instruem o processo administrativo, sob o nº 5.330, 5.322, 5.329, 4.837 e 4.387, não têm como proprietário o Sr. José Carlos Sartori, ora recorrente, nem dizem respeito ao imóvel rural "Fazenda Eldorado" (fls. 237/238). Fl. 305DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 306 5 7. Dada ciência do resultado da diligência, o recorrente protocolou petição em 07/06/2016, assinada por seu advogado, onde consta (fls. 251/269): (i) como matéria de ordem pública, o pedido de reconhecimento da prescrição intercorrente do processo administrativo, em virtude da paralisação por mais de cinco anos sem qualquer movimentação. O recurso voluntário foi enviado para análise em 27/03/2009, enquanto o seu julgamento, com conversão em diligência, deuse somente em 03/12/2014; e (ii) o reforço argumentativo sobre a ilegalidade da exigência de apresentação do ADA, para fins de exclusão das áreas de preservação permanente e reserva legal. 8. Por fim, tendo em vista que Turma de origem foi extinta, assim como a relatora originária não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, foi realizado novo sorteio e distribuição deste processo administrativo para o julgamento do recurso voluntário apresentado pelo contribuinte. É o relatório. Fl. 306DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 307 6 Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator Juízo de admissibilidade 9. Uma vez realizado o juízo de validade do procedimento, verifico que estão satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário e, por conseguinte, dele tomo conhecimento. Questão Prejudicial 10. Argúi o recorrente, em petição às fls. 251/269, a prescrição intercorrente do processo administrativo, matéria considerada de ordem pública, ante a inércia administrativa, por mais de cinco anos, no julgamento do recurso voluntário. 11. Nada obstante, o pleito do recorrente encontrase óbice expresso no enunciado da Súmula nº 11 deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), cuja observância é obrigatória pelos conselheiros: Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Mérito a) Área de Preservação Permanente e Área de Reserva Legal 12. A autoridade fiscal efetivou a glosa das áreas declaradas pelo recorrente a título de preservação permanente e reserva legal, equivalentes, respectivamente, a 1.045,5 ha e 19.840,0 ha, sob a justificativa de que, após regularmente intimado, deixou de comprovar o cumprimento dos requisitos para usufruir da isenção tributária sobre as áreas de conservação ambiental do imóvel (fls. 110/112). 13. Quanto a essas áreas do imóvel rural, o recorrente assevera que a apresentação do ADA não é condição necessária e obrigatória para a fruição da redução do valor a pagar do imposto. 14. Pois bem. Verifico do acórdão recorrido que manteve a exigência da protocolização tempestiva do ADA para exclusão das áreas de reserva legal e de preservação permanente, além da averbação da área de reserva legal à margem da matrícula do imóvel rural, até a data de ocorrência do fato gerador do imposto. Fl. 307DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 308 7 15. As áreas de preservação permanente e de reserva legal estão excluídas da tributação pelo ITR, segundo previsto na alínea "a" do inciso II do § 1º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Reproduzo a redação do dispositivo de lei na redação vigente à época do fato gerador: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: (...) II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; (...) 16. Nada obstante, para fins de afastar a tributação no tocante às áreas não tributáveis a que alude a lei, inclusive de preservação permanente e de reserva legal, é necessária, como regra geral, a informação tempestiva da respectiva área ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por intermédio do ADA, a cada exercício, nos prazos definidos na legislação infralegal. 16.1 Nesse escopo interpretativo, o texto expresso do inciso I do § 3º do art. 10 do Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de 2002, que regulamenta o ITR: Art. 10. Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso II): I de preservação permanente (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 Código Florestal, arts. 2º e 3º, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, art. 1º); II de reserva legal (Lei nº 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 24 de agosto de 2001, art. 1º); (...) § 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17O, § 5º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000); e Fl. 308DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 309 8 II estar enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos I a VI em 1º de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador do ITR. (...) (GRIFEI) 17. Em nível de lei ordinária, a apresentação do ADA para efeito de redução da área tributável, antes opcional, passou a ser obrigatória com o advento da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000, que alterou a redação do § 1º do art. 17O da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981: Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. § 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. (...) (GRIFEI) 18. A exclusão da tributação de determinadas áreas de interesse de preservação e de caráter limitado quanto ao seu aproveitamento econômico ficou condicionada à informação tempestiva ao Ibama, permitindo o controle e a verificação delas pelo órgão nacional responsável pela proteção ambiental. 19. Segundo o ponto de vista pessoal, o § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996, revogado pela Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, não quis tornar inexigível a apresentação do ADA para o reconhecimento das áreas não tributáveis, em detrimento ao conteúdo do § 1º do art. 17O da Lei nº 6.938, de 1981: Art. 10 (...) § 7º A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1º, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis 19.1 A meu ver, o texto do § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996, cuidou de explicitar apenas que o ITR é um tributo sujeito ao lançamento por homologação, ficando dispensada, no momento da entrega da declaração, a comprovação da informação da área em ADA. 20. Como argumento de reforço, sublinho que a interpretação da lei acima está alinhada com o entendimento dado pelo Poder Executivo quando da regulamentação da matéria, por meio do inciso I do § 3º do art. 10 do Decreto nº 4.382, de 2002, antes reproduzido. Fl. 309DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 310 9 21. Nada obstante, a despeito da opinião acima, é mister dizer que o Poder Judiciário tem inúmeros precedentes, aplicáveis a fatos geradores anteriores à Lei nº 12.651, de 2012, a qual aprovou o Novo Código Florestal, no sentido da dispensa da apresentação do ADA para reconhecimento da isenção das áreas de preservação permanente e de reserva legal, com vistas a afastálas da tributação do ITR, a partir de um determinado viés interpretativo para o § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996. 21.1 Com essa finalidade, inclusive, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão responsável pela defesa em juízo do crédito tributário da União, elaborou o Parecer PGFN/CRJ nº 1.329/2016, em que dispensa o Procurador da Fazenda Nacional, relativamente a fatos geradores anteriores à Lei nº 12.651, de 2012, de contestar e recorrer nas demandas judiciais que versem sobre a necessidade de apresentação do ADA para fins do reconhecimento do direito à isenção do ITR em área de preservação permanente e de reserva legal. 21.2 Tal orientação foi incluída no item 1.25, "a", da Lista de dispensa de contestar e recorrer, tendo em vista a jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça, desfavorável à Fazenda Nacional (art. 2º, incisos V, VII e §§3º a 8º, da Portaria PGFN nº 502/2016). 22. À vista disso, embora o entendimento não tenha caráter vinculante no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a falta de ADA não deve ser considerada impeditiva à exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, mantendo, desse modo, coerência com a conduta que seria adotada pela Procuradoria da Fazenda Nacional caso a questão controvertida fosse levada à apreciação do Poder Judiciário. 23. Acrescento que o imóvel rural está situado na Amazônia Legal e possui uma área total de 24.800,0 ha, em um região com as características que lhe são próprias, incluindo inúmeros rios, afluentes, córregos e suas nascentes, com florestas primitivas no entorno, pelo qual me parece perfeitamente plausível a quantificação declarada pelo contribuinte para a área de preservação permanente (fls. 36/69). 24. Desse modo, cabe restabelecer a Área de Preservação Permanente de 1.045,5 ha declarada pelo sujeito passivo. 25. Quanto à área de reserva legal, entretanto, a solução é distinta. É que a alínea "a" do inciso II do § 1º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996, alhures reproduzida, reportase expressamente às disposições da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, à época o Código Florestal brasileiro. Por sua vez, o art. 16 do Código Florestal disciplinava características da área de reserva legal. Transcrevo o § 8º desse artigo: Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (...) § 8º A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos Fl. 310DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 311 10 casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (...) (GRIFEI) 26. É de verse do texto de lei em destaque que, diferentemente da área de preservação permanente, a legislação traz a obrigatoriedade da averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel, a fim de fazer prova formal da área preservada destinada à reserva legal. 26.1 O ato de averbação é dotado de eficácia constitutiva, condicionante do direito de usufruir a isenção fiscal. Para escapar à incidência tributária é indispensável a prévia averbação da área de reserva legal à margem da inscrição da matrícula do imóvel. 26.2 Em outros dizeres, a averbação deverá ocorrer até a data da ocorrência do fato gerador do imposto como prova da existência da área de reserva legal. Senão vejamos, o § 1º do art. 12 do Decreto nº 4.382, de 2002: Art. 12. São áreas de reserva legal aquelas averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, nas quais é vedada a supressão da cobertura vegetal, admitindose apenas sua utilização sob regime de manejo florestal sustentável (Lei nº 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001). § 1º Para efeito da legislação do ITR, as áreas a que se refere o caput deste artigo devem estar averbadas na data de ocorrência do respectivo fato gerador. (...) 27. Contudo, dos documentos que instruem os autos, não houve qualquer comprovação da averbação da área de reserva legal, ou seja, inexistente a prova da anotação de reserva legal à margem da inscrição das respectivas matrículas, sob o nº 1.905, 1.906 e 2.789, do imóvel rural objeto do lançamento fiscal. 28. É importante deixar claro, até porque corroborado pela análise efetuado pelo 1º Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Juara (MT), em resposta à diligência fiscal, que as matrículas dos imóveis juntadas às fls. 84/126 não dizem respeito ao imóvel rural do contribuinte. 28.1 Em verdade, tal documentação referese tão somente à comprovação de operações de alienações de imóveis realizadas na região para fins de justificação do valor da terra nua atribuído pelo laudo técnico elaborado a pedido do recorrente (ver relação de propriedades, às fls. 56). 29. Ressalto também que a lei, no momento da declaração fiscal, dispensa a prova da averbação da reserva legal no registro de imóveis. Todavia, não desobriga a posterior comprovação da averbação, desde que solicitado, em procedimento de fiscalização ou no contencioso administrativo tributário. Fl. 311DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 312 11 30. Ainda com base na legislação copiada, o fato de existir limitação em lei da utilização econômica de parcela dos imóveis rurais situados em área de floresta localizada na Amazônia Legal, não dispensa, por outro lado, a averbação da reserva legal na matrícula do imóvel, como condição para considerála como área não tributável (art. 16, inciso I c/c § 8º, da Lei nº 4.771, de 1965). 31. Por fim, a notícia da aceitação das áreas declaradas pelo contribuinte a título de preservação permanente e de reserva legal para os exercícios fiscais anteriores ao ano de 2004 não tem a relevância que o recorrente pretende dar aos fatos. 31.1 O resultado do procedimento fiscal depende, necessariamente, do grau de aprofundamento da auditoria realizada e das provas apresentadas ao agente fazendário no curso da investigação. 31.2 Em qualquer caso, a exigência fiscal com relação ao exercício de 2004, no que tange à comprovação da averbação tempestiva da área de reserva legal para só então considerá la livre da incidência de tributação, é medida que encontra fundamento na legislação alhures reproduzida, o que lhe dá fundamento de validade. b) Valor da Terra Nua (VTN) 32. No que pertine ao VTN declarado, foi alterado, com base nas informações do SIPT, por falta de comprovação por meio de Laudo de Avaliação com os requisitos estabelecidos na NBR 14.653 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 33. Pois bem. O VTN será declarado pelo contribuinte e deve corresponder ao valor de mercado das terras na data do fato gerador, conforme prescreve o § 2º do art. 8º da Lei nº 9.393, de 1996: Art. 8º O contribuinte do ITR entregará, obrigatoriamente, em cada ano, o Documento de Informação e Apuração do ITR DIAT, correspondente a cada imóvel, observadas data e condições fixadas pela Secretaria da Receita Federal. § 1º O contribuinte declarará, no DIAT, o Valor da Terra Nua VTN correspondente ao imóvel. § 2º O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro do ano a que se referir o DIAT, e será considerado autoavaliação da terra nua a preço de mercado. (...) (GRIFEI) 34. Na hipótese de arbitramento do VTN, é obrigatório considerar o critério de aptidão agrícola do imóvel rural para avaliação do preço da terra, nos termos do § 1º do art. 14 da Lei nº 9.393, de 1996: Fl. 312DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 313 12 Lei nº 9.393, de 1996 Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por ela instituído, e os dados de área total, área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização. § 1º As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos no art. 12, § 1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios. (...) (GRIFEI) Lei nº 8.629, de 1993, (com a redação da Medida Provisória nº 2.18356, de 24 de agosto de 2001) Art. 12. Considerase justa a indenização que reflita o preço atual de mercado do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais, matas e florestas e as benfeitorias indenizáveis, observados os seguintes aspectos: I localização do imóvel; II aptidão agrícola; III dimensão do imóvel; IV área ocupada e ancianidade das posses; V funcionalidade, tempo de uso e estado de conservação das benfeitorias. § 1º Verificado o preço atual de mercado da totalidade do imóvel, procederseá à dedução do valor das benfeitorias indenizáveis a serem pagas em dinheiro, obtendose o preço da terra a ser indenizado em TDA. § 2º Integram o preço da terra as florestas naturais, matas nativas e qualquer outro tipo de vegetação natural, não podendo o preço apurado superar, em qualquer hipótese, o preço de mercado do imóvel. § 3º O Laudo de Avaliação será subscrito por Engenheiro Agrônomo com registro de Anotação de Responsabilidade Técnica ART, respondendo o subscritor, civil, penal e administrativamente, pela superavaliação comprovada ou fraude na identificação das informações. Fl. 313DF CARF MF Processo nº 10880.721494/200659 Acórdão n.º 2401005.484 S2C4T1 Fl. 314 13 35. O VTN utilizado pelo agente fazendário para o cálculo do imposto foi extraído do SIPT, igual a R$ 224,47/ha, todavia não levou em conta a aptidão agrícola, consistindo no valor médio apurado com base nas declarações fiscais processadas no exercício de 2004 para o município de localização do imóvel (fls. 150). 36. Ao deixar de considerar a capacidade potencial da terra do imóvel, sem plena observância dos requisitos legais, o VTN arbitrado é genérico e acaba por relevar ao segundo plano as características de exploração do imóvel rural, com imposição de um valor potencialmente despido de confiabilidade da realidade da terra. Além disso, os imóveis rurais podem ter valores absolutamente diferentes, dependendo da sua localização dentro do município. 37. Por outro lado, o recorrente apresentou uma Laudo Técnico de Avaliação elaborado por engenheiro agrônomo, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), por meio do qual foi apurado um VTN equivalente a R$ 55,69/ha, o qual levou em conta a predominância de terras fracas e arenosas, de baixa fertilidade, com difícil acesso ao imóvel pela distância e a existência de estradas de chão, estimandose o valor a partir de pesquisa de 13 (treze) operações na região de comercialização de propriedades rurais (fls. 36/69). 38. Entendo que o laudo apresentado, para o fim que se destina, é satisfatório do ponto de vista dos fundamentos técnicos para conferir um VTN diferente ao declarado pelo contribuinte, o que corrobora a ideia de uma subavaliação, porém em patamar significativo abaixo do arbitrado pelo agente lançador. 39. É razoável, assim, acolher o valor apurado em Laudo de Avaliação apresentado pelo contribuinte, igual a um VTN de R$ 55,69/ha, mais próximo de espelhar, ao que tudo indica, a avaliação do preço de mercado da terra nua em 01/01/2004. 40. Deixo esclarecido, por derradeiro, que a alíquota correspondente aplicada sobre o VTN leva em consideração o grau de utilização do imóvel, que é a relação entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável, segundo os parâmetros mantidos no lançamento de ofício (art. 10, inciso VI, c/c art. 11, e Anexo, da Lei nº 9.393, de 1996). Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário e, no mérito, DOULHE PROVIMENTO PARCIAL para: (i) restabelecer a Área de Preservação Permanente de 1.045,5 hectares; e (ii) acolher o Valor da Terra Nua (VTN) de R$ 55,69/ha, apurado no Laudo de Avaliação apresentado pelo contribuinte. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 314DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 17437.720394/2012-31
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/03/2009
CRÉDITO BÁSICO. IPI VINCULADO À IMPORTAÇÃO. LANÇAMENTO POR AUTO DE INFRAÇÃO. PROVA.
Em uma situação em que é exigida a diferença de IPI vinculado à importação mediante lançamento do crédito tributário por auto de infração, decorrente de reclassificação fiscal em revisão aduaneira, a confirmação da existência do auto, combinada com a prova de sua quitação, seja pela apresentação do Darf do pagamento, seja pela homologação expressa da compensação, configura prova suficiente do direito ao crédito básico previsto no inciso V do art. 226 do Decreto nº 7.212, de 2010.
Numero da decisão: 3002-000.101
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Carlos Alberto da Silva Esteves, Diego Weis Junior e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
Nome do relator: LARISSA NUNES GIRARD
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2009 a 31/03/2009 CRÉDITO BÁSICO. IPI VINCULADO À IMPORTAÇÃO. LANÇAMENTO POR AUTO DE INFRAÇÃO. PROVA. Em uma situação em que é exigida a diferença de IPI vinculado à importação mediante lançamento do crédito tributário por auto de infração, decorrente de reclassificação fiscal em revisão aduaneira, a confirmação da existência do auto, combinada com a prova de sua quitação, seja pela apresentação do Darf do pagamento, seja pela homologação expressa da compensação, configura prova suficiente do direito ao crédito básico previsto no inciso V do art. 226 do Decreto nº 7.212, de 2010.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2009 a 31/03/2009 CRÉDITO BÁSICO. IPI VINCULADO À IMPORTAÇÃO. LANÇAMENTO POR AUTO DE INFRAÇÃO. PROVA. Em uma situação em que é exigida a diferença de IPI vinculado à importação mediante lançamento do crédito tributário por auto de infração, decorrente de reclassificação fiscal em revisão aduaneira, a confirmação da existência do auto, combinada com a prova de sua quitação, seja pela apresentação do Darf do pagamento, seja pela homologação expressa da compensação, configura prova suficiente do direito ao crédito básico previsto no inciso V do art. 226 do Decreto nº 7.212, de 2010. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Carlos Alberto da Silva Esteves, Diego Weis Junior e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 43 7. 72 03 94 /2 01 2- 31 Fl. 78DF CARF MF Processo nº 17437.720394/201231 Acórdão n.º 3002000.101 S3C0T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o processo de pedido de ressarcimento de IPI vinculado à importação no valor de R$ 40.877,02, relativo ao imposto devido em importações realizadas no 1º trimestre/2009 e lançado por meio de auto de infração em 2010. O pedido foi formalizado em novembro/2012 (fl. 2). Ao invés de utilizar o programa Per/Dcomp, o contribuinte apresentou um formulário, sob a alegação de que os valores a compensar não constavam de notas fiscais, mas haviam sido identificados em procedimento fiscal, que constatou erro na classificação da mercadoria, e foram exigidos mediante auto de infração, situação essa que gerou erro impeditivo de transmissão do PER. O pedido foi instruído com documentos de identificação/procuração e contrato social (fls. 3 a 14), Auto de Infração/Processo nº 11041.000869/201074 – juntado na parte que relativa ao montante deste processo (fls. 15 a 22), Despacho Decisório DRF/PEL Saort nº 313/2012 (fls. 23 e 24), tela de Aviso de Erro do Per/Dcomp (fl. 25). Por meio do Relatório de Verificações Fiscais e do Despacho Decisório IRF/BG nº 17/2013 (fls. 35 a 40), a Delegacia da Receita Federal em Bagé decidiu pela denegação do pedido de ressarcimento, por entender tratarse de uma solicitação de restituição de valores já utilizados em compensação, o que significaria utilização em duplicidade dos créditos, não prevista em legislação. A recorrente apresentou manifestação de inconformidade na qual alegou que o ressarcimento que solicitava era relativo à diferença de IPI exigida por meio de auto de infração e “paga” com créditos de IPI que havia pedido anteriormente. Uma vez que essa diferença era relativa a importações de folhas para a fabricação de latas, e que o produto acabado era vendido com suspensão de IPI para uma empresa exportadora, entendia que tinha direito ao ressarcimento do IPI (fl. 47). Instruiu sua manifestação de inconformidade com identificação e contrato social (fls. 48 a 58). A Delegacia de Julgamento em Ribeirão Preto proferiu o Acórdão nº 14 48.835 (fls. 66 a 69), por meio do qual decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade, tendo em vista que a recorrente falhou em provar que não estava requerendo ressarcimento em duplicidade, nos termos da ementa a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 ÔNUS DA PROVA. Cabe à defesa o ônus da prova dos fatos que fundamentam o pedido de ressarcimento. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 79DF CARF MF Processo nº 17437.720394/201231 Acórdão n.º 3002000.101 S3C0T2 Fl. 4 3 Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte tomou ciência do Acórdão proferido pela DRJ em 14/03/2014, conforme ciência pessoal na Comunicação nº 2/037/2014 constante à fl. 74, e protocolizou seu recurso voluntário em 15/04/2014, conforme carimbo do protocolo no Recurso à fl. 75. Em seu recurso voluntário a recorrente repisa os mesmos argumentos da manifestação de inconformidade (fl. 75). É o relatório. Voto Conselheira Larissa Nunes Girard O recurso voluntário é tempestivo, preenche os requisitos formais de admissibilidade, inclusive quanto à competência das Turmas Extraordinárias e, portanto, dele tomo conhecimento. O cerne deste julgamento consiste em definir se o contribuinte solicitou ressarcimento de um crédito que já havia utilizado em uma compensação, ou seja, se ele tenta usar o mesmo crédito uma segunda vez e, para tanto, fazse necessário recompor a cronologia dos eventos a partir das informações de que se dispõe neste processo. O contribuinte realizou diversas importações de tampas de folha de flandres para a fabricação de latas de conserva para o acondicionamento de alimentos com alíquota menor do que a devida, acarretando um recolhimento a menor de IPI, PIS e Cofins. Para fins de lançamento no auto de infração, foram consideradas as importações realizadas entre 01/01/2007 e 31/07/2009. O valor do IPI devido para todo o período, sem considerar juros e multa, foi de R$ 126.752,58. O procedimento de revisão aduaneira iniciouse em outubro/2010, com a devida ciência do contribuinte. Entretanto, anteriormente ao início dessa revisão, no ano de 2009, o contribuinte entrou com um pedido de ressarcimento de IPI (PER nº 34797.31655.090609 1.1.016094). Não se sabe a data de registro desse PER6094, sabese apenas que foi em 2009 pelo número do processo ao qual está vinculado (processo nº 11041.000306/200942). Do Despacho Decisório DRF/PEL Saort nº 313/2012 (fl. 23), proferido em resposta ao PER6094, destacamos: (...) RECONHEÇO o direito creditório no valor de R$ 223.516,65 (duzentos e vinte e três mil, quinhentos e dezesseis reais e sessenta e cinco centavos) a título de ressarcimento de IPI referente ao 1º trimestre de 2009, solicitado através do Pedido de Ressarcimento nº 34797.31655.090609.1.1.016094, havendo uma glosa de R$ 319,83 (trezentos e dezenove reais e oitenta e três centavos) do valor solicitado e HOMOLOGO a compensação de débitos constantes das Declarações de Compensação nº 31986.51404.210111.1.3.010991 e 18048.9833.210111.1.3.010316, conforme demonstrativo abaixo, restando após compensação das declarações saldo Fl. 80DF CARF MF Processo nº 17437.720394/201231 Acórdão n.º 3002000.101 S3C0T2 Fl. 5 4 credor de R$ 41.557,66 (quarenta e um mil, quinhentos e cinquenta e sete reais e sessenta e seis centavos): (grifado) Desse parágrafo extraemse informações que nos permitem fazer algumas inferências sobre o caso. Primeiro, o PER6094, que já sabemos ter sido registrado antes do início da revisão aduaneira, referiase exclusivamente a um crédito do 1º trimestre/2009, confirmando que não guardava, portanto, relação com o que se apurou no auto de infração. Segundo, foi solicitada a compensação do débito exigido por auto de infração com o crédito de IPI reconhecido no PER6094 – naturalmente que essa solicitação foi posterior à ciência do auto de infração, por uma questão de lógica. Essa compensação foi declarada por meio da DCOMP nº 31986.51404.210111.1.3.010991. Assim, temos o PER 6094 registrado em 2009 e a DCOMP0991 registrada em algum momento após a ciência do auto de infração e o ano de 2012, quando é proferida decisão sobre os pedidos. Partindo agora para o Relatório de Verificações Fiscais que embasou o Despacho Decisório IRF/BG nº 17/2013 (fls. 35 a 40), que denegou o PER s/nº que inaugura o presente processo, vemos que a Delegacia reconheceu a procedência da alegação de que foi lançada a diferença de IPI vinculado à importação e de que tal débito foi extinto com créditos do PER6094, sendo tal compensação expressamente homologada pela Delegacia em Pelotas: De fato, analisandose o auto de infração do processo nº 11041.00869/201074 anexado aos autos, verificase que o contribuinte à época beneficiouse da alíquota de 5% de IPI até 12/05/2008 e de 0% a partir de 13/05/2008, tendo em vista erro de classificação fiscal das mercadorias importadas. Através deste auto de infração, foi feito o lançamento dos valores devidos após as autoridades fiscais constatarem que a alíquota correta seria a de 10%. Não tendo sido apresentado o correspondente recurso, tal lançamento foi definitivamente constituído na esfera da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Estes valores inicialmente lançados no processo nº 11041.00869/201074 foram compensados na PERDCOMP nº 31986.51404.210111.1.3.01 0991 sendo tal compensação homologada pelo Despacho Decisório DRF/PEL SAORT nº 31, de 28 de maio de 2012, todos anexados aos autos. (grifado) Estes valores pleiteados pelo contribuinte foram compensados com o IPI do 1º Trimestre de 2009, conforme consta neste documento. (grifado) Todavia, a partir desse ponto, percebese um equívoco no raciocínio desenvolvido. Apontase para a exata correspondência entre os débitos compensados na DCOMP0991 e os créditos para os quais se solicita ressarcimento no presente processo, concluindo que seriam pedidos em duplicidade: Em anexo a este relatório consta um resumo deste PERDCOMP nº 31986.51404.210111.1.3.01 – 0991 onde verificase a exata correspondência dos valores trimestrais declarados com aqueles da tabela constante no item 1 deste relatório. Fl. 81DF CARF MF Processo nº 17437.720394/201231 Acórdão n.º 3002000.101 S3C0T2 Fl. 6 5 Logo, concluise que todos os pedidos de ressarcimento tratados são na realidade solicitações de restituição de valores compensados. E estas solicitações não se enquadram em nenhuma hipótese previstas no art. 165 da Lei nº 5.172/66 (CTN) repetidas no art. 2º da Instrução Normativa RFB nº 900/08, em vigor à época do protocolo destes pedidos: (...) Em outras palavras, o contribuinte solicita “ressarcimento” de valores provenientes de auto de infração compensados com o IPI do 1º Trimestre de 2009, resultando na duplicidade deste crédito já usado, caso isto fosse possível. Ademais, não se pode esquecer que a declaração de compensação, e aqui referese a PERDCOMP nº 31986.51404.210111.1.3.01 – 0991, constituise confissão de dívida, conforme § 6º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, incluído pela Lei 10.833/03:(...) Entendo que não há duplicidade. Em um primeiro momento, esses valores aparecem como débitos na DCOMP0991, a serem compensados com os créditos do PER 6094. Em um segundo momento, após a homologação da compensação, tais valores passam a representar IPI pago e, por esse motivo, são informados como créditos no PER s/nº que inaugura o presente processo. É claro que são os mesmos valores, mas com uma natureza diferente: o débito de IPI transformase em crédito após a compensação – e ele foi compensado com um crédito que não guarda relação com o auto de infração. Vejamos o Demonstrativo de Apuração do auto de infração (fls. 18 a 21). Há 3 colunas: imposto devido (calculado com a alíquota correta, após a reclassificação fiscal), imposto recolhido (imposto pago no momento do registro da declaração de importação) e diferença apurada (valor de IPI lançado pela fiscalização e que foi compensado por meio da DCOMP0991, homologada expressamente). Seguem os valores totais do período: Imposto Devido Imposto Recolhido Diferença Apurada 71.888,40 31.011,38 40.877,02 Em suma, o que o contribuinte pleiteia é que se reconheça o direito ao crédito da “diferença apurada”, no que, entendo, lhe cabe razão. A Delegacia de Julgamento tomou a mesma direção da unidade de origem, acrescentando como motivação a falta de prova, como se vê no trecho a seguir do Acórdão DRJ: Destarte, se a fiscalização, após exame da documentação apresentada pelo contribuinte conclui que o pedido de ressarcimento foi feito em duplicidade, caberia a defesa contrapor provas contra tal conclusão, a simples alegação de que o IPI pago na importação confere direito ao crédito não é suficiente para afastar o fundamento do Despacho Denegatório. (grifado) Em relação ao ônus da prova, entendo ter o contribuinte se desincumbido de sua tarefa, pois juntou à manifestação de inconformidade cópia do auto de infração, que é a Fl. 82DF CARF MF Processo nº 17437.720394/201231 Acórdão n.º 3002000.101 S3C0T2 Fl. 7 6 origem do imposto, e a homologação expressa da compensação, que é a prova da quitação do débito. Tais documentos, considerados conjuntamente, demonstram que o IPI decorria da importação de matériaprima para industrialização e que o crédito tributário exigido foi extinto por meio de compensação, configurando hipótese para creditamento prevista no RIPI/2010: Art.226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados poderão creditarse: (...) V do imposto pago no desembaraço aduaneiro; É certo que a diferença apurada em revisão aduaneira não foi paga no desembaraço aduaneiro, mas incorporase ao que foi pago originalmente, é a diferença que faltou pagar quando do desembaraço e foi exigida em procedimento de revisão aduaneira. Neste caso, dadas as suas particularidades, não há que se falar na exigência de nota fiscal ou de livro contábil para demonstração do direito creditório. Concluise que a recorrente demonstrou o seu direito ao crédito relativo à diferença de IPI exigida em auto de infração, excluídos a multa e os juros de mora, condicionado o ressarcimento à verificação pela unidade de origem da quitação de impostos e contribuições federais do interessado. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário e reconhecer o direito creditório. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Relatora Fl. 83DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10746.904251/2012-47
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2010 a 31/07/2010
EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL.
A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrando-se que a norma faculta a apresentação destes em papel.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3301-004.330
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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PIS/COFINS. Recorrente JOÃO ALVES DE ALMEIDA GOIANO EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2010 a 31/07/2010 EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL. A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrandose que a norma faculta a apresentação destes em papel. Recurso Voluntário Provido em Parte Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 74 6. 90 42 51 /2 01 2- 47 Fl. 1692DF CARF MF Processo nº 10746.904251/201247 Acórdão n.º 3301004.330 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 03052.899, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília. Por meio de Despacho Decisório foi indeferido o pleito constante do Per/DComp transmitido pela contribuinte, em razão da realização de pagamento a maior. A fiscalização contrapondose ao alegado pela parte interessada, constatou a existência de um ou mais débitos, havendo o crédito declarado sido integralmente utilizado para a liquidação desses débitos, resultando na insuficiência de saldo credor para a realização da compensação pretendida. Manifestando a sua inconformidade, consubstanciada no art. 165, I, do CTN, a contribuinte deduziu a sua discordância ao despacho decisório, de acordo com as seguintes razões de defesa: (a) o despacho decisório foi emitido antes da retificação da DCTF e da DACON; (b) a partir da retificação desses documentos tornouse possível a Receita localizar o crédito alegado; e (c) demonstrado a existência do crédito aludido nos moldes de planilha contida na exordial, restou o direito à restituição correspondente. A título de comprovação de direito alegado fez colação aos autos das DCTF e DACON, bem assim de suas respectivas retificadoras e da cópia do DARF pago a maior, para postular pelo acolhimento de sua manifestação e pela insubsistência do aludido despacho. A 4ª Turma da DRJ/BSB julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório sob o fundamento, em síntese, que não foi comprovada a liquidez e certeza de direito creditório contra a Fazenda Nacional passível de restituição. Em razão do indeferimento de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte protocolou recurso voluntário e, para demonstrar o seu direito ao direito alegado, colacionou aos autos documentação comprobatória, e no que atine ao mérito reiterou os termos expendidos na exordial para requerer pelo provimento do seu recurso. Encaminhado o processo para julgamento por este Carf, a 3ª Turma Especial desta Terceira Sessão decidiu pela conversão daquele em diligência, por meio da Resolução 3803000.624. Consta dos autos despacho proferido por autoridade administrativa da SAORT/DRFB em Palmas/TO, em cumprimento ao procedimento de Diligência Fiscal, através da Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO, no qual foi realizado o confronto entre as informações provenientes de Declarações da requerente armazenadas nos sistemas de controle da RFB e as constantes nos documentos fiscais apresentados (planilhas e notas fiscais), onde propôs o deferimento parcial do Pedido de Restituição, reconhecendo assim o direito creditório em favor do requerente no montante ali expresso. Fl. 1693DF CARF MF Processo nº 10746.904251/201247 Acórdão n.º 3301004.330 S3C3T1 Fl. 4 3 Cientificada do resultado da diligência, a contribuinte declarou que está de acordo com os valores propostos pela autoridade fiscal perante o CARF, conforme Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.279, de 20 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10746.904178/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.279): "A recorrente bem coloca a discussão, no recurso voluntário que apresentou: A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade por entender que, para se comprovar a existência de crédito supostamente decorrente de pagamento a maior, a simples entrega de declarações retificadoras não é bastante e que "é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração", ônus este, da contribuinte. Em seu recurso a esta decisão de primeira instância, a contribuinte juntou livros contábeis e fiscais, além de notas fiscais. Fl. 1694DF CARF MF Processo nº 10746.904251/201247 Acórdão n.º 3301004.330 S3C3T1 Fl. 5 4 Sucederamse então exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação da documentação. Registrese que a norma faculta a apresentação desta em papel. Tal questão fora ultrapassada por resolução de Turma desta CARF, a qual determinou que se baixassem os autos em diligência, em apreço ao princípio da verdade material, "com vistas à apuração e pronunciamento acerca da existência de direito creditório, e se o mesmo é o bastante suficiente (sic) para a liquidação dos débitos indicados no Per/DComp transmitido", o que fez acertadamente, a meu ver. A norma em pauta, Lei nº 10.833/03, artigos 58A e 58B (revogados em 2015, mas vigentes à época dos fatos), de fato, dá direito à redução 0% as alíquotas do PIS e da Cofins em relação às receitas auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas, decorrentes da venda dos produtos lá especificados, o que fora verificado em sede de diligência A recorrente traz indevidamente tal questão como preliminar. Seguem os dispositivos legais referidos: Por fim, ultrapassada a relatada questão da apresentação de documentos, o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo "deferimento parcial do PER sob nº 01179.52590.291210.1.2.046407, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original de R$ 14,76" (grifos do original), com o que concordo. Fl. 1695DF CARF MF Processo nº 10746.904251/201247 Acórdão n.º 3301004.330 S3C3T1 Fl. 6 5 Assim, por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo o deferimento parcial do PER apresentado, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original expresso na Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos, com o que concordo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 1696DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11052.001312/2010-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu May 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Ano-calendário: 2008
CIDE - REMESSAS AO EXTERIOR. ROYALTIES. DIREITOS AUTORAIS. ART. 22 DA LEI Nº 4.506/64.
A Lei n° 10.332/2001 ampliou campo de incidência da CIDE para "serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes" e "royalties, a qualquer título". Se o art. 22 da Lei nº 4.506/64, classifica como "royalties" os rendimentos decorrentes da exploração direitos autorais, sobre estes incide a contribuição.
O fato de não estarem os direitos autorais entre os tipos de contratos arrolados no art. 10 do Decreto nº 4.195/2002 não os retira do campo de incidência da CIDE, este definido em Lei. Não pode norma infra-legal ampliar ou restringir campo de incidência de tributo, que só pode ser determinado por lei, em função da tipicidade tributária.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-004.631
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por maioria qualificada, foi negado provimento ao Recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Valcir Gassen, Semíramis de Oliveira Duro, Rodolfo Tsuboi e Marcelo Costa Marques D'Oliveira, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS DA COSTA CAVALCANTI FILHO
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ROYALTIES. DIREITOS AUTORAIS. ART. 22 DA LEI Nº 4.506/64. A Lei n° 10.332/2001 ampliou campo de incidência da CIDE para "serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes" e "royalties, a qualquer título". Se o art. 22 da Lei nº 4.506/64, classifica como "royalties" os rendimentos decorrentes da exploração direitos autorais, sobre estes incide a contribuição. O fato de não estarem os direitos autorais entre os tipos de contratos arrolados no art. 10 do Decreto nº 4.195/2002 não os retira do campo de incidência da CIDE, este definido em Lei. Não pode norma infralegal ampliar ou restringir campo de incidência de tributo, que só pode ser determinado por lei, em função da tipicidade tributária. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por maioria qualificada, foi negado provimento ao Recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Valcir Gassen, Semíramis de Oliveira Duro, Rodolfo Tsuboi e Marcelo Costa Marques D'Oliveira, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 05 2. 00 13 12 /2 01 0- 21 Fl. 656DF CARF MF 2 José Henrique Mauri Presidente (assinado digitalmente) Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 1259.559, proferido pela 15ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I. O presente processo administrativo traz lançamento de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE Remessas ao Exterior, acrescido de multa de ofício e juros de mora. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório constante do acórdão recorrido, em parte: A autoridade tributária explicou no Termo de Verificação Fiscal (TVF – fls. 366368) que a finalidade da auditoria consistia na verificação do correto recolhimento da CIDEREMESSAS referente ao ano de 2008. Em análise aos autos, verificouse que o contribuinte foi intimado, através do Termo de Início de Fiscalização (fl. 3), a apresentar darfs recolhidos sob o código 0422, a título de royalties e assistência técnica remetidos ao exterior (utilizados na apuração de IRRF), bem como contratos/documentos e contabilidade referentes a estes pagamentos. O contribuinte apresentou contrato de cambio, demonstrativo dos registros contábeis da operação e, após nova intimação, o contrato comercial que deu origem a remessa vinculada ao contrato de cambio (fls. 29199). Em análise aos documentos apresentados, a autoridade fiscal constatou que a remessa ocorreu a título de pagamento de royalties decorrentes de direitos autorais e congêneres. Deste modo, intimou o contribuinte para esclarecer a ausência de recolhimento da CIDE, e, na hipótese de ser contribuinte da CONDECINE, esclarecer também a ausência de recolhimento desta contribuição (fls. 200201). Em resposta, o contribuinte explicou que a remessa ocorreu a título de pagamento de direitos autorais decorrentes da exploração de obras musicais, Fl. 657DF CARF MF Processo nº 11052.001312/201021 Acórdão n.º 3301004.631 S3C3T1 Fl. 656 3 logo, não haveria incidência da CONDECINE, haja vista que esta contribuição “tem como fato gerador a veiculação, produção, licenciamento ou distribuição de obras cinematográficas e videofonográficas com fins comerciais....”. Quanto à CIDE, explicou que não haveria incidência sobre a remessa em questão, pois o contrato comercial que ensejou o pagamento de direitos autorais não prevê a transferência de conhecimentos tecnológicos ou de tecnologia que viesse a justificar o recolhimento desta. A autoridade tributária discordou deste entendimento, alegando que “uma vez que o contribuinte, ao interpretar que apenas os contratos de transferência de tecnologia são objeto de incidência da CIDE, restringe a incidência da CIDE a certos fatos geradores que a Lei n. 10.168/2000, após as alterações feitas pela Lei n. 10.332, de 19.12.2001, não restringiu.” Em seguida, a autoridade fiscal transcreveu no TVF o art. 2º da Lei nº 10.168/2000, destacando o §2º deste artigo, e prosseguiu em seus argumentos, conforme segue: E concluiu: Diante de tais constatações, efetuou os lançamentos ora em litígio. Inconformado, o interessado apresentou impugnação tempestiva contestando os lançamentos efetuados, [...] O citado acórdão decidiu pela improcedência da impugnação, assim ementado: Fl. 658DF CARF MF 4 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Anocalendário: 2008 CIDEROYALTIES. REMESSA DE ROYALTIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000. Para que a contribuição seja devida, basta que qualquer dessas hipóteses seja concretizada no mundo fenomênico. O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior royalties, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual, seja qual for o objeto do contrato, faz surgir a obrigação tributária referente a essa CIDE. DIREITO AUTORAL. ROYALTIES. Os rendimentos decorrentes da exploração de direito autoral classificamse como royalties, exceto nos casos em que pagos diretamente ao autor ou criador da obra (Art. 22, alínea “d” da Lei nº 4.506/1964). Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada com decisão de primeira instância, a contribuinte apresentou recurso voluntário, em 16/10/2015, repetindo parte dos argumentos da peça impugnatória, insurgindose contra a ampliação do campo de incidência da contribuição trazida pela Lei por Lei n° 10.332/2001, por ser inconstitucional e por violar a legislação tributária, não se trata de remessa de royalties, não constar do campo de incidência da CIDE constante do Decreto n° 4.195/2002. Ao final, pugna pela reforma da decisão recorrida. Foime distribuído o presente processo para relatar e pautar. É o relatório. Fl. 659DF CARF MF Processo nº 11052.001312/201021 Acórdão n.º 3301004.631 S3C3T1 Fl. 657 5 Voto Conselheiro Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Relator. Preliminar Tempestividade No eprocesso, consta TERMO DE REGISTRO DE MENSAGEM NA CAIXA POSTAL, em 09/09/15 (fl. 557). Depois, TERMO DE CIÊNCIA POR ABERTURA DE MENSAGEM, que se deu em 15/09/2015 (fl. 558). Na sequencia, há novo TERMO DE REGISTRO DE MENSAGEM NA CAIXA POSTAL, igual ao primeiro, mas com nova data, 16/09/15 (fl. 559). Para esta mesma data, constam dois TERMOs DE ABERTURA DE DOCUMENTO COMUNICADO (fl. 580 e 581). Para o mesmo dia, há novo TERMO DE CIÊNCIA POR ABERTURA DE MENSAGEM, igual ao primeiro, mas com nova data, 16/09/15 (fl. 582). A mesma situação torna a se repetir com a emissão os mesmos TERMOS: DE ABERTURA DE DOCUMENTO e DE CIÊNCIA POR ABERTURA DE MENSAGEM, agora com data (fls 583 e 584, respectivamente). Todos os registros se referem ao presente processo, contribuinte e ao acórdão de impugnação. O recurso voluntário em pauta fora protocolado em 16/10/2015 (fl. 566). Em seu recurso, a contribuinte se manifesta sobre tempestividade: E E fez juntar ao processo eletrônico o seguinte documento: Fl. 660DF CARF MF 6 Tal mensagem faz menção ao número do processo sob julgamento e vai ao encontro à terceira das três ciência antes mencionadas. Segundo os registros no eprocesso, o contribuinte foi portanto cientificado três vêzes, em 15, 16 e 17/09/17. Tendo levado, na sessão de 24 de outubro de 2017, voto pela conversão do julgamento em diligência, para investigar a razão para a tripla ciência, ao concordar com o argumento de que as três ciências eram válidas, dou pela tempestividade do recurso voluntário. Mérito O recurso voluntário apresentado é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. Conforme relatado, a recorrente, intimada a esclarecer a ausência de recolhimento da CIDE, "explicou que não haveria incidência sobre a remessa em questão, pois o contrato comercial que ensejou o pagamento de direitos autorais não prevê a transferência de conhecimentos tecnológicos ou de tecnologia que viesse a justificar o recolhimento desta". Ora, os rendimentos de qualquer espécie decorrentes da exploração de direitos autorais é classificados como royalties, nos termos da Lei nº 4.506/64: Art. 22. Serão classificados como "royalties" os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: (Vide DecretoLei nº 1.642, de 1978) (Vide DecretoLei nº 2.287, de 1986) [...] d) exploração de direitos autorais, salvo quando percebidos pelo autor ou criador do bem ou obra. E, pelo o art. 2°, §2°, da Lei n° 10.168/2000, a remessa de royalties, a qualquer título, a beneficiários no exterior faz incidir a CIDE, a partir de 1o de janeiro de 2002, inovação trazida pela Lei n° 10.332/2001: Fl. 661DF CARF MF Processo nº 11052.001312/201021 Acórdão n.º 3301004.631 S3C3T1 Fl. 658 7 Art. 2o Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. (Vide Decreto nº 6.233, de 2007) (Vide Medida Provisória nº 510, de 2010) § 1o Consideramse, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. § 2o A partir de 1o de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. (Redação dada pela Lei nº 10.332, de 2001) A recorrente se insurge a ampliação do campo de incidência da contribuição trazida por essa inovação legislativa, por, no seu entender: 1) ser inconstitucional, por não guardar a cobrança sobre "direito autoral de obras musicais", qualquer relação com "o desenvolvimento tecnológico proposto pelo Fundo criado para justificar a incidência da CIDE instituída pela Lei n° 10.168/2000"; 2) violar a legislação tributária, pois: a) "não se trata de remessa de royalties"; e b) não consta do campo de incidência da contribuição no Decreto n° 4.195/2002. A recorrente traz em seu socorro ao fato de que os contratos sob os quais fez as remessas autuadas não tratam de transferência de tecnologia. Tal alegação não afasta a autuação, faz posto que esse requisito só se aplica à uma das duas hipóteses firmadas no caput do mesmo art. 2º da Lei n° 10.168/2000: i) pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos; e ii) signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior, contratos estes definidos no § 1o do mesmo artigo: os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. Não se aplica à inovação da Lei n° 10.332/01, esta a norma de incidência em pauta, a qual ampliou as hipóteses de incidência na lei, agora sem referência a necessidade de transferência de tecnologia. Quando à alegada inconstitucionalidade, defende a recorrente que "a CIDE, quando legalmente instituída pela União, tem sua receita destinada ao financiamento, subsídio ou criação de Fundo em benefício ao setor econômico que está sendo tributariamente onerado"; que o critério material da contribuição "deve ter conexão com a finalidade perseguida" e que seus sujeitos passivos deverão estar relacionados ao fato gerador". Fl. 662DF CARF MF 8 O que poderia ou não fazer o legislador ao criar normas é matéria constitucional, que foge á competência deste Conselho (Súmula CARF nº 2 e art. 62 do RICARF, Portaria MF nº 343/2015). Ademais, o art. 4o da mesma Lei prevê que a contribuição em foco será "destinada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT, criado pelo DecretoLei no 719, de 31 de julho de 1969, e restabelecido pela Lei no 8.172, de 18 de janeiro de 1991", atendendo ao objetivo prescrito. Quanto à alegada violação da legislação tributária, igualmente não assiste razão à recorrente. Como já exposto, a Lei nº 4.506/64 considera direitos autorais como royalties. Já o fato não estarem os direitos autorais entre os tipos de contratos arrolados no art. 10 do Decreto n° 4.195/2002 não os retira do campo de incidência da CIDE, este definido em lei. Não pode norma infralegal ampliar ou restringir campo de incidência de tributo, que só pode ser determinado por lei, em função da tipicidade tributária. Acrescentese que, a IN SRF nº 252/2002 determina de forma clara que incide a CIDE sobre remessas decorrentes do pagamento a título de royalties vinculado à exploração de direitos autorais: Art. 17. As importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a pessoa jurídica domiciliada no exterior a título de royalties de qualquer natureza e de remuneração de serviços técnicos e de assistência técnica, administrativa e semelhantes sujeitamse à incidência do imposto na fonte à alíquota de quinze por cento. § 1º Para fins do disposto no caput: I classificamse como royalties os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: [...] d) exploração de direitos autorais, salvo quando recebidos pelo autor ou criador do bem ou obra; Ademais, há decisões do CARF, inclusiva na Câmara Superior, no sentido da incidência da CIDE sobre os direitos autorais: CIDE ROYALTIES. REMESSAS AO EXTERIOR. ROYALTIES. A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) incide sobre o valor de royalties, a qualquer título assim entendido como aqueles decorrentes de qualquer exploração de direito autoral, de propriedade industrial ou intelectual que a pessoa jurídica pagar, creditar, entregar, empregar ou remeter, a residente ou domiciliado no exterior. (CARF, 3ª Seção, 4ª Câmara, 1ª Turma Ordinária, Ac. 3401003.804, de 25/05/2017, rel. Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida Redator do voto vencedor). CIDEROYALTIES. REMESSA DE ROYATIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são Fl. 663DF CARF MF Processo nº 11052.001312/201021 Acórdão n.º 3301004.631 S3C3T1 Fl. 659 9 hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000. Para que a contribuição seja devida, basta que qualquer dessas hipóteses seja concretizada no mundo fenomênico. O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior royalties, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual, seja qual for o objeto do contrato, faz surgir a obrigação tributária referente a essa CIDE. Recurso Especial do Procurador Provido. (CARF, 3ª Turma, CSRF, Ac. 9303004.864, de 02/03/2012, rel. Henrique Pinheiro Torres). CIDE X CONDECINE INEXISTÊNCIA DE DUPLA TRIBUTAÇÃO. CIDE ora exigida é muito mais específica do que a CONDECINE. Enquanto aquela contribuição somente incide sobre os royalites remetidos ao exterior em decorrência da comercialização dos direitos autorais relativos às obras intelectuais e criativas, já CONDECINE, por sua vez, incide sobre os pagamentos devidos em razão da aquisição ou importação de tais obras, a preço fixo, ou seja, possui um âmbito de incidência muito mais amplo e genérico do que a CIDEroyalties. (CARF, 3ª Turma, CSRF, Ac. 9303004.899, de 23/03/2017, rel. Conselheiro Conselheiro Demes Brito Redator Designado). Assim, no mérito, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Conclusão Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho Relator Fl. 664DF CARF MF 10 Fl. 665DF CARF MF
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Numero do processo: 19515.003489/2005-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1302-000.540
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
ROGÉRIO APARECIDO GIL - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca, Flavio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Relatório
Trata-se de Embargos de Declaração (fls. 1367) opostos por TELEFÔNICA BRASIL S.A contra o Acórdão n° 1302.002.337 (fls. 1340), de 15/08/2017, por meio do qual o colegiado negou provimento ao recurso voluntário, por unanimidade de votos.
A TELEFÔNICA BRASIL S/A é a nova denominação de TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S/A - TELESP, sucessora por incorporação de VIVO PARTICIPAÇÕES S/A, sucessora de TELESP CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A.
Naquela ocasião foi adotada a seguinte ementa:
ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2000
Ementa:
DESPESA A TÍTULO DE DISTRIBUIÇÃO DE JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. DEDUTIBILIDADE
Somente serão dedutíveis na determinação do lucro real e na base de cálculo da contribuição social quando, observado o regime de competência, os juros sobre o capital próprio forem pagos ou creditados individualmente a titular, sócios ou acionistas da pessoa jurídica, bem como efetuada a retenção e recolhimento do IRRF correspondente.
DESPESA NÃO DEDUTÍVEL
O imposto de renda na fonte incidente sobre os juros sobre o capital próprio deveria ser recolhido no prazo de 15 dias contados a partir da data do encerramento do período-base em que os juros foram reconhecidos, sob pena de tomar não dedutível a despesa com os juros.
Nos termos do Despacho de Admissibilidade de fl., os Embargos de Declaração da contribuinte são tempestivos e preenchem os requisitos regimentais para sua admissão. Assim, foram conhecidos.
O processo tem origem em ação fiscal em que foi verificado que o contribuinte: (i) ao apurar o lucro real do ano 2000, deduziu despesa com juros sobre o capital próprio, considerada indedutível e (ii) ao apurar o imposto devido no ano 2000, compensou IRRF e estimativas mensais, considerados não comprovados. Em consequência, foram lavrados autos de infração para exigir IRPJ e CSLL (fls. 259) devidos e os correspondentes gravames moratórios.
O julgamento de primeira instância manteve integralmente o crédito tributário exigido (fls. 600), o que deu ensejo a recurso voluntário.
Antes de o colegiado apreciar o feito, foi determinada a realização de diligência fiscal (fls. 917), a qual foi atendida por meio da informação fiscal de fls. 1067. O julgamento do recurso voluntário foi levado a efeito por meio do acórdão ora embargado pelo contribuinte
(fls. 1340).
O embargante opõe-se ao referido acórdão em face de alegadas omissões e obscuridade. Todavia, os Embargos foram admitidos somente no que diz respeito os seguintes pontos:
Por todo o exposto, entendo que o autor logrou demonstrar a existência de omissão no acórdão recorrido apenas em relação à compensação de estimativas mensais (item 1) e ao pedido de diligência (item 2), bem como logrou demonstrar a existência de obscuridade em relação à ementa do acórdão (item 4), razão pela qual admito em parte os embargos de declaração em tela, nos termos do artigo 65, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 2015.
É o relatório.
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente (assinado digitalmente) ROGÉRIO APARECIDO GIL - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca, Flavio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório Trata-se de Embargos de Declaração (fls. 1367) opostos por TELEFÔNICA BRASIL S.A contra o Acórdão n° 1302.002.337 (fls. 1340), de 15/08/2017, por meio do qual o colegiado negou provimento ao recurso voluntário, por unanimidade de votos. A TELEFÔNICA BRASIL S/A é a nova denominação de TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S/A - TELESP, sucessora por incorporação de VIVO PARTICIPAÇÕES S/A, sucessora de TELESP CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A. Naquela ocasião foi adotada a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2000 Ementa: DESPESA A TÍTULO DE DISTRIBUIÇÃO DE JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. DEDUTIBILIDADE Somente serão dedutíveis na determinação do lucro real e na base de cálculo da contribuição social quando, observado o regime de competência, os juros sobre o capital próprio forem pagos ou creditados individualmente a titular, sócios ou acionistas da pessoa jurídica, bem como efetuada a retenção e recolhimento do IRRF correspondente. DESPESA NÃO DEDUTÍVEL O imposto de renda na fonte incidente sobre os juros sobre o capital próprio deveria ser recolhido no prazo de 15 dias contados a partir da data do encerramento do período-base em que os juros foram reconhecidos, sob pena de tomar não dedutível a despesa com os juros. Nos termos do Despacho de Admissibilidade de fl., os Embargos de Declaração da contribuinte são tempestivos e preenchem os requisitos regimentais para sua admissão. Assim, foram conhecidos. O processo tem origem em ação fiscal em que foi verificado que o contribuinte: (i) ao apurar o lucro real do ano 2000, deduziu despesa com juros sobre o capital próprio, considerada indedutível e (ii) ao apurar o imposto devido no ano 2000, compensou IRRF e estimativas mensais, considerados não comprovados. Em consequência, foram lavrados autos de infração para exigir IRPJ e CSLL (fls. 259) devidos e os correspondentes gravames moratórios. O julgamento de primeira instância manteve integralmente o crédito tributário exigido (fls. 600), o que deu ensejo a recurso voluntário. Antes de o colegiado apreciar o feito, foi determinada a realização de diligência fiscal (fls. 917), a qual foi atendida por meio da informação fiscal de fls. 1067. O julgamento do recurso voluntário foi levado a efeito por meio do acórdão ora embargado pelo contribuinte (fls. 1340). O embargante opõe-se ao referido acórdão em face de alegadas omissões e obscuridade. Todavia, os Embargos foram admitidos somente no que diz respeito os seguintes pontos: Por todo o exposto, entendo que o autor logrou demonstrar a existência de omissão no acórdão recorrido apenas em relação à compensação de estimativas mensais (item 1) e ao pedido de diligência (item 2), bem como logrou demonstrar a existência de obscuridade em relação à ementa do acórdão (item 4), razão pela qual admito em parte os embargos de declaração em tela, nos termos do artigo 65, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 2015. É o relatório.
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OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. IRRF. PAGAMENTO SEM CAUSA. JCP. EMPRESA NO EXTERIOR. CERCEAMENTO DE DEFESA. NECESSIDADE DE JUNTADA DE CD ROM GUARDADOS EM PROCESSO EM MEIO FÍSICO Embargante TELEFÔNICA BRASIL S.A (Sucessora da TELESP CELULAR) Interessado FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente (assinado digitalmente) ROGÉRIO APARECIDO GIL Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca, Flavio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório Tratase de Embargos de Declaração (fls. 1367) opostos por TELEFÔNICA BRASIL S.A contra o Acórdão n° 1302.002.337 (fls. 1340), de 15/08/2017, por meio do qual o colegiado negou provimento ao recurso voluntário, por unanimidade de votos. A TELEFÔNICA BRASIL S/A é a nova denominação de TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S/A TELESP, sucessora por incorporação de VIVO PARTICIPAÇÕES S/A, sucessora de TELESP CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A. Naquela ocasião foi adotada a seguinte ementa: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 03 48 9/ 20 05 -1 2 Fl. 1435DF CARF MF Processo nº 19515.003489/200512 Resolução nº 1302000.540 S1C3T2 Fl. 3 2 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000 Ementa: DESPESA A TÍTULO DE DISTRIBUIÇÃO DE JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. DEDUTIBILIDADE Somente serão dedutíveis na determinação do lucro real e na base de cálculo da contribuição social quando, observado o regime de competência, os juros sobre o capital próprio forem pagos ou creditados individualmente a titular, sócios ou acionistas da pessoa jurídica, bem como efetuada a retenção e recolhimento do IRRF correspondente. DESPESA NÃO DEDUTÍVEL O imposto de renda na fonte incidente sobre os juros sobre o capital próprio deveria ser recolhido no prazo de 15 dias contados a partir da data do encerramento do períodobase em que os juros foram reconhecidos, sob pena de tomar não dedutível a despesa com os juros. Nos termos do Despacho de Admissibilidade de fl., os Embargos de Declaração da contribuinte são tempestivos e preenchem os requisitos regimentais para sua admissão. Assim, foram conhecidos. O processo tem origem em ação fiscal em que foi verificado que o contribuinte: (i) ao apurar o lucro real do ano 2000, deduziu despesa com juros sobre o capital próprio, considerada indedutível e (ii) ao apurar o imposto devido no ano 2000, compensou IRRF e estimativas mensais, considerados não comprovados. Em consequência, foram lavrados autos de infração para exigir IRPJ e CSLL (fls. 259) devidos e os correspondentes gravames moratórios. O julgamento de primeira instância manteve integralmente o crédito tributário exigido (fls. 600), o que deu ensejo a recurso voluntário. Antes de o colegiado apreciar o feito, foi determinada a realização de diligência fiscal (fls. 917), a qual foi atendida por meio da informação fiscal de fls. 1067. O julgamento do recurso voluntário foi levado a efeito por meio do acórdão ora embargado pelo contribuinte (fls. 1340). O embargante opõese ao referido acórdão em face de alegadas omissões e obscuridade. Todavia, os Embargos foram admitidos somente no que diz respeito os seguintes pontos: Por todo o exposto, entendo que o autor logrou demonstrar a existência de omissão no acórdão recorrido apenas em relação à compensação de estimativas mensais (item 1) e ao pedido de diligência (item 2), bem como logrou demonstrar a existência de obscuridade em relação à ementa do acórdão (item 4), razão pela qual admito em parte os embargos de declaração em tela, nos termos do artigo 65, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 2015. É o relatório. Voto Conselheiro Rogério Aparecido Gil Relator Fl. 1436DF CARF MF Processo nº 19515.003489/200512 Resolução nº 1302000.540 S1C3T2 Fl. 4 3 Os Embargos de Declaração foram parcialmente admitidos nos termos do Despacho de Admissibilidade de fls. Entre os pontos admitidos, há a omissão (segunda reclamação) em relação ao critério jurídico utilizado nos autos de infração. O embargante afirma que a acusação fiscal, pela qual foi glosada a despesa com JCP, teve como único fundamento a divergência entre as informações contidas na DIPJ e na DIRF correspondentes. Afirma ainda que a decisão embargada adotou outro fundamento, relativo à falta de comprovação do pagamento do IRRF. Com isso, alega que a decisão omitiuse em relação ao fundamento original e deixou obscura a fundamentação adotada para decidir. Transcrevese trecho da petição de embargos (fls. 1369): Ou seja: a despesa em lume foi glosada por apresentar valores discrepantes entre a DIPJ/2001 e respectiva Dirf. Assim, todo o contencioso administrativo que se instaurou desde a lavratura do auto de infração girou em torno da comprovação da despesa com JCP, o seu valor, individualização etc. Em suma: toda a documentação exigida desde 2005 da empresa autuada, inclusive em sede de diligência, visava à comprovação da ocorrência despesa com JCP, vez que havia conflito entre as declarações que prestou ao Fisco. [...] Ocorre que para a surpresa da Embargante o acórdão recorrido altera totalmente o fundamento do lançamento ao dispor à fl. 1349 o seguinte: "Nesse sentido, com o intuito de verificar a imprescindibilidade da análise do conteúdo do CDRom, analisei os fundamentos do TVF e verifiquei que os lançamentos foram efetuados, essencialmente, pela falta de comprovação do recolhimento e omissão de declaração na DCTF do IRRF, correspondente à Receita de Juros sobre o Capital Próprio (cód. 5706)." (destacamos) Todavia, equivocase o acórdão, com a devida vénia, quanto aos fundamentos da autuação e, ao omitirse sobre os fatos que ensejaram a sua lavratura, termina por alterar o critério jurídico adotado inicialmente. E fêlo apenas para justificar o fato de que estava indeferindo a baixa dos autos em diligência para avocar provas apresentadas pela empresa incorporada em sede de diligência fiscal, mas que constam em autos físicos não remetidos ao Carfjuntamente ao presente processo. [...] Em resumo, solicita a Embargante que seja aclarado o seguinte ponto omisso do acórdão: para esta Turma (fl. 1349), o fundamento essencial da glosa da despesa com JCP foi apenas e tão somente o não recolhimento/declaração do IRRF respectivo? Isto é: a comprovação da ocorrência e individualização da despesa computada pela empresa autuada é desnecessária? Ora, caso a resposta às questões seja "sim", necessariamente deverá ser reconhecida a alteração do critério jurídico do lançamento, vedada pelo art 146 do CTN, e o auto de infração impugnado extinto relativamente à glosa, por não ter logrado êxito em discriminar o ponto. Caso seja "não", os autos deverão baixar obrigatoriamente em diligência a fim de que se promova a juntada aos autos da relação individualizada dos beneficiários do JCP naquele ano. A leitura do acórdão embargado, juntamente com a petição de fls. 1322, deixa claro que o trecho do voto atacado no presente tópico não está decidindo sobre o mérito da exigência tributária, mas apenas sobre a alegada necessidade de adiamento do julgamento para que os Conselheiros apreciassem o conteúdo dos CDs juntados no processo físico n° 19515.000859/201370. A decisão adotada foi no sentido de que o estudo do conteúdo dos CDs apontados não era imprescindível para o deslinde do processo, nos seguintes termos (fls. 1349): Fl. 1437DF CARF MF Processo nº 19515.003489/200512 Resolução nº 1302000.540 S1C3T2 Fl. 5 4 Nesse sentido, com o intuito de verificai' a imprescindibilidade da análise do conteúdo do CD Rom, analisei os fundamentos do TVF e verifiquei que os lançamentos foram efetuados, essencialmente, pela falta de comprovação do recolhimento e omissão de declaração na DCTF do IRRF. correspondente à Receita de Juros sobre o Capital Próprio (cód. 5706). Verifiquei que. não obstante as deduções e compensações registradas em DIPJ, a Recorrente não confessou os débitos nas respectivas DCTF, nem mesmo formalizou a referida compensação, por meio do sistema PER/DCOMP. A Fiscalização também registrou a falta de comprovação de pagamento de antecipações por estimativa mensais de IRPJ e de CSLL. Nesse contexto, entendo, com a devida vênia, que os referidos dados analíticos sobre os nomes e valores dos beneficiários do pagamento de JCP; e as informações prestadas pelas instituições financeiras que intermediaram tal distribuição de resultados, não seriam imprescindíveis para a apreciação das razões de recurso. Pois, na forma realçada pela Recorrente os dados permitiriam identificar os beneficiários e os valores que teria pago a título de JCP, mas não comprovariam os recolhimentos e não supririam a falta de registros em DCTF e PER/DCOMP. Pelo exposto, entendo que os autos contemplam informações e documentos suficientes para a apreciação das razões de recurso voluntário, podendose dispensar a requisição dos dados gravados em CDRom, mantidos no referido processo físico na DRF. Assim, nos termos do Despacho de Admissibilidade, verificouse que a decisão que negou a diligência requerida está claramente voltada para a acusação de compensação indevida de IRRF e estimativas. Todavia, entendeuse que não restou claro, no texto do voto, a razão pela qual as informações trazidas nos CDs não seriam importantes para a decisão sobre a indedutibilidade do pagamento de JCP, mormente diante da alegação que estes CDs conteriam os valores e os beneficiários de todos os pagamentos realizados. Diante de tais apontamentos da embargante e do despacho de admissibilidade, entendo que para sanar as três referidas omissões/contradições, há a necessidade de requisitar à DRF de origem, os referidos autos físicos (Proc. 19515.000859/201370), nos quais estão arquivados dois CDROMs nos quais a embargante sustenta que há cópias de documentos essenciais para a comprovação de suas alegações. Assim, voto por converter o julgamento dos embargos de declaração da contribuinte em diligência, determinando o envio do presente a DRF de origem para que esta encaminhe ao CARF os autos físicos do Proc. 19515.000859/201370 para entrega ao relator para prosseguimento deste julgamento. (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Fl. 1438DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15586.000523/2008-55
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PRIVADA. DESPESAS MÉDICAS. NÃO INCLUSÃO DE APENAS 02 DIRIGENTES. EXTENSÃO A TODOS OS EMPREGADOS. ESCOLHA POR PARTE DO EMPREGADO. DISPONIBILIDADE.
A necessidade de, ser extensivo à totalidade dos empregados e dirigentes, para que não incida contribuições previdenciárias sobre tais verbas é característica única. O fato de o empregado ter que optar pelo plano de previdência privada ou assistência médica, em norma posta através de acordo coletivo, não agride a legislação, vinculando-a ao conceito de salário de contribuição, uma vez que há a disponibilidade a todos os empregados. A escolha é momento posterior à disponibilidade.
MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO.
Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, deve-se cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelece-se como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%.
Numero da decisão: 9202-006.521
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009, vencidos os conselheiros Heitor de Souza Lima Júnior e Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), que lhe deram provimento integral. Votaram pelas conclusões as conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Maria Helena Cotta Cardozo. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Patrícia da Silva - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
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DESPESAS MÉDICAS. NÃO INCLUSÃO DE APENAS 02 DIRIGENTES. EXTENSÃO A TODOS OS EMPREGADOS. ESCOLHA POR PARTE DO EMPREGADO. DISPONIBILIDADE. A necessidade de, ser extensivo à totalidade dos empregados e dirigentes, para que não incida contribuições previdenciárias sobre tais verbas é característica única. O fato de o empregado ter que optar pelo plano de previdência privada ou assistência médica, em norma posta através de acordo coletivo, não agride a legislação, vinculandoa ao conceito de salário de contribuição, uma vez que há a disponibilidade a todos os empregados. A escolha é momento posterior à disponibilidade. MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO. Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, devese cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelecese como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 00 05 23 /2 00 8- 55 Fl. 1522DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009, vencidos os conselheiros Heitor de Souza Lima Júnior e Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), que lhe deram provimento integral. Votaram pelas conclusões as conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Maria Helena Cotta Cardozo. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório A Fazenda Nacional, inconformada com o decidido no Acórdão nº 2403 02.163, proferido pela 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF em 17/07/2013, interpôs recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais. Segue abaixo a ementa do acórdão recorrido: “VALE TRANSPORTE. INCIDÊNCIA A parcela paga a título de Vale Transporte, quando não descontada do empregado, deve ser tributada apenas da parcela que o empregador deveria descontar, 6%. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PRIVADA. DESPESAS MÉDICAS. NÃO INCLUSÃO DE APENAS 02 DIRIGENTES. EXTENSÃO A TODOS OS EMPREGADOS. ESCOLHA POR PARTE DO EMPREGADO. DISPONIBILIDADE. A necessidade de, ser extensivo à totalidade dos empregados e dirigentes, para que não incida contribuições previdenciárias sobre tais verbas é característica única. A exigência de outros pressupostos, como a necessidade de planos idênticos à todos os empregados, é de cunho subjetivo do aplicador/intérprete da lei, extrapolando os limites da legislação específica. O fato de o empregado ter que optar pelo plano de previdência privada ou assistência médica, em norma posta através de acordo coletivo, não agride a legislação, vinculando a ao conceito de salário de contribuição, uma vez que há a disponibilidade a todos os empregados. A escolha é momento Fl. 1523DF CARF MF Processo nº 15586.000523/200855 Acórdão n.º 9202006.521 CSRFT2 Fl. 1.523 3 posterior à disponibilidade. O fato de dois dirigentes, em um conjunto de diversos empregados, não terem sido abrangidos pelos benefícios não desnatura a exceção ao conceito de salário de contribuição dos pagamentos realizados a titulo de previdência privada e assistência médica. Do contrário há ferimento ao princípio da razoabilidade. ABONO. CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. O "abono único", concedido aos empregados em atividade, mediante convenção coletiva de trabalho, não ostenta caráter salarial, mas, sim, indenizatório, algrado o disposto no § 1º do artigo 457 da Consolidação das Leis do Trabalho, na linha da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (Orientação Jurisprudencial 346 da Seção de Dissídios Individuais I). Recurso Voluntário Provido em Parte.” Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para: I) excluir da autuação os valores cobrados a título de previdência privada e auxílio saúde, Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. II) Excluir a tributação sobre o abono. Vencido o conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari.Votaram pelas conclusões os conselheiros Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Ivacir Julio de Souza. III) determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Na origem, cuidase de Recurso Voluntário interposto em face do Acórdão nº. 1224.476, que julgou o lançamento procedente para manter a integralidade das imputações dispostas na autuação fiscal, representadas no DEBCAD 37.160.8716 (PARTE PATRONAL), no valor de R$ 67.764,69 (sessenta e sete mil, setecentos e sessenta e quatro reais e sessenta e nove centavos). Segundo o fiscal, os fatos geradores não foram informados em GFIP. O Mandado de Procedimento Fiscal compreendeu as competências de Janeiro a Dezembro de 2004. As exigências fiscais se referem ao fato de ter o contribuinte efetuado pagamentos a seus empregados de Plano de Saúde, Previdência Privada, Vale Transporte e Abonos, todos em desconformidade com a Lei. A Fazenda Nacional recorre quanto: 1. Previdência Privada: acórdão 230200.074 e 2. Assistência Médica: acórdão 2302.01.710 3. Abono (convenção coletiva):acórdão 2401002.500 4. Multa: acórdão 2401002.453 Fl. 1524DF CARF MF 4 NÃO FOI ADMITIDA A MATÉRIA RELACIONADA AO ABONO. Em contrarrazões a contribuinte pugna pela manutenção do a quo. É o relatório Voto Conselheira Patrícia da Silva Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. QUANTO À PREVIDÊNCIA PRIVADA E ASSISTÊNCIA SAÚDE: Afirma o fiscal que da análise dos documentos apresentados, em especial a Convenção Coletiva de Trabalho (fls. 198 e ss.), na qual ficou acordado que o empregado poderia optar entre o plano de previdência privada e o plano de saúde, ofertados pelo empregador. Por este motivo, afirma que esta condição – opção pelo empregado entre os dois benefícios, fere o requisito da ‘totalidade dos empregados e dirigentes da empresa’, por entender ser uma restrição a que todos usufruíssem em igualdade de condições aos benefícios. Outrossim, afirma que os dirigentes da empresa não foram contemplados com os benefícios da previdência privada ou da assistência médica. A Lei 8.212/91 em seu art. 22, I trás a contribuição à cargo da empresa de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título durante o mês: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: I vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termosda lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). No entanto, o art. 28, parágrafo 9º trás as exclusões do conceito de salário de contribuição, excetuando assim a incidência de contribuição previdenciária, in verbis: Art. 28. Entendese por salário de contribuição: (...) Fl. 1525DF CARF MF Processo nº 15586.000523/200855 Acórdão n.º 9202006.521 CSRFT2 Fl. 1.524 5 § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97); q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) O recorrente afirma que obedeceu ao estabelecido na convenção e que, com relação aos dirigentes (Antônio José Ferreira Abikair e Rosângela Pádua Miranda Abikair), não houve o fornecimento dos benefícios da previdência privada e do plano de saúde para não afrontar o art. 150, VI, C da CF e o art. 14 do CTN. requisito de IMUNIDADE. Com relação à oferta, ambos, o plano de saúde e a previdência privada, foram disponibilizados a todos os empregados. O fato de o empregado ter que tomar um decisão para escolha de qual o benefício que ele irá gozar não afasta a exceção da norma. Está caracterizada a disponibilidade. Em momento algum há diferenciação entre categorias que gozarão de um benefício ou de outro. Repitase a norma positiva que deverá estar disponibilizado à totalidade dos empregados, de sua abrangência. Não cabe ao interprete incluir palavras onde o legislador não o fez. Com relação ao fato de os dirigentes Não terem sido contemplados pelo plano de previdência bem como o plano de saúde, fere a razoabilidade, art. 2º da Lei 9.784/99, a autuação por essa razão. Tratase apenas de 02 (duas) pessoas, que ocupam um alto cargo na pessoa jurídica, diferenciados dos demais colaboradores, que ensejariam a presente autuação. Analisando a legislação, em especial as hipóteses legais de exclusão do conceito de salário de contribuição, art. 28, parágrafo 9º da Lei 8.212/91, percebese que as exclusões visam beneficiar as empresas, mediante isenções, quando busquem tratar de forma equânime os empregados, bem como sócios e dirigentes, que estariam em uma posição mais privilegiada, adequando assim, a forma de participação e de custeio da seguridade social. Fl. 1526DF CARF MF 6 A partir do momento que a pessoa jurídica oferece tais benefícios aos empregados, buscando outras pessoas jurídicas para viabilizar o valor pago a título de prêmio, mensalidade, prestação, seja qual for o nome dado; age ela em conjunto com o Estado, viabilizando a concretização dos direitos de segunda dimensão. Neste aspecto NEGO PROVIMENTO ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. MULTA Já quanto ao mérito, este colegiado tem se debruçado frequentemente e o entendimento tem sido unânime, motivo pelo qual, trago a colação o constante do Acórdão 9202006.247, da lavra do ilustre colega Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior Feita tal digressão, aqui sob análise a Lei no. 8.212, de 1991, cujos dispositivos de interesse aplicáveis à análise do recurso, são abaixo reproduzidos, abrangendo se as redações anterior e posterior à edição da Medida Provisória no. 449, de 2008: Lei 8.212, de 1991 (Antes da edição da MP 449/08) Lei 8.212, de 1991 (Após a edição da MP 449/08) Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) § 1º O Poder Executivo poderá estabelecer critérios diferenciados de periodicidade, de formalização ou de dispensa de apresentação do documento a que se refere o inciso IV, para segmentos de empresas ou situações específicas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 2º As informações constantes do documento de que trata o inciso IV, servirão como base de cálculo das contribuições devidas ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, bem como comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 3º O regulamento disporá sobre local, Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; (Redação dada pela MP nº 449, de 2008). (...) § 1o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o A declaração de que trata o inciso IV constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário, e suas informações comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §4o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §5o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §6o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de Fl. 1527DF CARF MF Processo nº 15586.000523/200855 Acórdão n.º 9202006.521 CSRFT2 Fl. 1.525 7 data e forma de entrega do documento previsto no inciso IV. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 4º A não apresentação do documento previsto no inciso IV, independentemente do recolhimento da contribuição, sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente a multa variável equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 92, em função do número de segurados, conforme quadro abaixo: (Parágrafo e tabela acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 0 a 5 segurados 1/2 valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 6º A apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa de cinco por cento do valor mínimo previsto no art. 92, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitadas aos valores previstos no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela 2008). §7o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §8o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 9o A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV ainda que não ocorram fatos geradores de contribuição previdenciária, aplicando se, quando couber, a penalidade prevista no art. 32A. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV impede a expedição da certidão de prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3o; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 1528DF CARF MF 8 Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 7º A multa de que trata o § 4º sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 8º O valor mínimo a que se refere o § 4º será o vigente na data da lavratura do auto de infração. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 9º A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV, mesmo quando não ocorrerem fatos geradores de contribuição previdenciária, sob pena da multa prevista no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV é condição impeditiva para expedição da prova de inexistência de débito para com o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 11. Os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa durante dez anos, à disposição da fiscalização. (Parágrafo renumerado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; § 2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008.: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). (...) Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 1996. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). III – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 1529DF CARF MF Processo nº 15586.000523/200855 Acórdão n.º 9202006.521 CSRFT2 Fl. 1.526 9 (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cem por cento, após o ajuizamento da a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 4o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 1530DF CARF MF 10 execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). § 1º Na hipótese de parcelamento ou reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos. § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar. § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo. § 4o Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado documento, a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Notese permanecer em litígio, no caso sob análise, somente o recálculo mais benéfico de multa perpretado pela autoridade julgadora recorrida, que optou por aplicar a multa de mora nos termos do artigo 32A da Lei 8.212, de 1991. Com a devida vênia ao entendimento esposado no recorrido, entendo, a propósito, que, em verdade, o art. 35, da Lei no. 8.212, de 1991, regrava, anteriormente à sua alteração promovida pela MP no. 449, de 2008, duas multas de natureza diferenciada, a saber: a) em seu inciso I, o dispositivo regulamentava a aplicação de multa de natureza moratória, decorrente do recolhimento espontâneo efetuado pelo contribuinte a destempo, sem qualquer procedimento de ofício da autoridade tributária e mantida aqui a espontaneidade do contribuinte; b) em seu inciso II, o referido art. 35 estabelecia a aplicação de multa para o caso de lavratura de Notificação de Lançamento pela autoridade fiscalizadora, neste caso se tratando, aqui, de multa de ofício. Ainda, de se notar a possibilidade de aplicação, já anteriormente à edição da MP no. 449, de outras espécies de multa (também de ofício), quando da constatação, também em sede de ação fiscal, de descumprimento das obrigações acessórias, na forma preconizada Fl. 1531DF CARF MF Processo nº 15586.000523/200855 Acórdão n.º 9202006.521 CSRFT2 Fl. 1.527 11 pelos §§4o. e 5o. do art. 32 da Lei no. 8.212, de 1991, convertendose, nesta hipótese, a obrigação acessória em principal. Cediço em meu entendimento que, o que se passou a ter agora, a partir do advento da MP no. 449, de 2008, foi a existência de um dispositivo único a regrar a aplicação das multas aplicáveis em sede de ação fiscal, abrangendo a constatação, através de procedimento de ofício, tanto de falta de pagamento como a de falta de declaração (ou de declaração a menor) em GFIP de fatos geradores ocorridos/contribuições devidas, a saber, o art. 35A daquela mesma Lei no. 8.212, de 1991, acrescentado pela referida MP. Este também é o entendimento majoritário esposado por esta Câmara Superior, conforme excertos dos seguintes votos constantes dos Acórdãos CSRF 9.202 003.070 e 9.202003.386, os quais se adotam, aqui, como razões de decidir. Acórdão 9.202003.070 – Voto do Conselheiro Marcelo Oliveira “ (...) Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar. nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. (...) Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamento de ofício (grifos no original), com penalidade aplicada quando o sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora (grifos no original). Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora (grifos no original), que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Fl. 1532DF CARF MF 12 Esclarecemos aqui que a multa de lançamento de ofício (grifos no original), como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício (grifos no original). É também fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício (grifos no original). Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não tem caráter punitivo e a sua finalidade primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício (grifos no original) e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter comparado a penalidade determinada pelo II, Art. 35 da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original)), antiga redação, com a penalidade determinada atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício (grifos no original)). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas. (...)” Fl. 1533DF CARF MF Processo nº 15586.000523/200855 Acórdão n.º 9202006.521 CSRFT2 Fl. 1.528 13 Acórdão 9.202003.386 – Voto do Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos "(...) Verifico, assim, que, ainda que a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora”, independentemente da denominação que tenha se dado à penalidade, não resta dúvida de que estavam ali descritas duas diferentes espécies de multas: a) as multas de mora e b) as multas de ofício. As primeiras eram cobradas com o tributo recolhido espontaneamente. As últimas, cobradas nos lançamentos de ofício e através de notificação fiscal de lançamento de débito, ou, posteriormente, após a fusão entre a SRP e RFB, através de auto de infração (lançamento de obrigação principal) e auto de infração (no caso de obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambas por força de ação fiscal, tal como ocorria com os demais tributos federais. Ainda, quanto às multas de ofício, estas duas situações supra elencadas se encontravam, respectivamente, regradas na forma dos antigos arts. 35, II (multa referente à obrigação principal constituída através de NFLD ou AI) e 32, IV, §4o. ou §5o. (ambos referindose à obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambos da Lei nº 8.212, de 1991, sendo que, com a alteração legislativa propugnada no referido diploma, passaram a estar regradas conjuntamente na forma de seu art. 35A. Assim, entendo que a penalidade a ser aplicada não pode ser aquela mais benéfica a ser obtida pela comparação da antiga “multa de mora” estabelecida pela anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991, com a do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, agora referida pela nova redação dada ao mesmo art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, pela Lei nº 11.941, de 2009 e que, notese, pressupõe a espontaneidade, inaplicável à situação fática em tela. A propósito, entendo que, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deva comparar àquela antiga multa regrada na forma da anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991 (repetindose, indevidamente denominada como “multa de mora”, nos casos de lançamento por força de ação fiscal), quando somada à multa aplicada no âmbito dos AIs conexos, lavrados de ofício por descumprimento de obrigação acessória (na forma da anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o ou 5o da Lei nº 8.212, de 1991), a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício,consoante disposto no art. 35 A, da Lei nº 8.212, de 1991. Fl. 1534DF CARF MF 14 Assim, aplicandose o entendimento aqui adotado agora ao caso sob análise, entendo que se deva manter a cobrança das penalidades lançadas no presente auto de obrigação acessória, bem como aquelas aplicadas no âmbito do auto de obrigação principal vinculado, limitado o somatório de ambas ao patamar estabelecido pelo art. 44 da Lei no. 9.430, de 1996 (75%), na forma propugnada pela Fazenda Nacional. O percentual de 75% (quando da inexistência de agravamento ou qualificação de multa) é o limite atual para sanções pecuniárias, decorrente de lançamento de ofício, quando de falta de declaração ou de declaração inexata, conforme previsto no art. 44, I da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e referenciado no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991, aplicável aqui a retroatividade da norma, caso benéfica, em plena consonância, inclusive, com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, sistemática esta também expressa na Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, de forma a que se aplique a retroatividade benéfica em consonância com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, sistemática esta também expressa na Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009. Assim, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Especial da Fazenda Nacional para que a multa seja calculada conforme o constante da Portaria Conjunta PGFN/RFB n.º 14/2009. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva. Fl. 1535DF CARF MF Processo nº 15586.000523/200855 Acórdão n.º 9202006.521 CSRFT2 Fl. 1.529 15 Declaração de Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. A presente declaração tem por escopo apenas esclarecer a motivação do acompanhamento da relatora pelas conclusões, tendo em vista que a tese por ela defendida quando da análise pontual das matérias em outros julgados, apresentase diferente da por mim defendida. De acordo com o previsto no art. 28 da Lei n ° 8.212/1991, para o segurado empregado entendese por saláriodecontribuição a totalidade dos rendimentos destinados a retribuir o trabalho, incluindo nesse conceito os ganhos habituais sob a forma de utilidades, nestas palavras: Art.28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) Existem parcelas que não sofrem incidência de contribuições previdenciárias, seja por sua natureza indenizatória ou assistencial, tais verbas estão arroladas no art. 28, § 9º da Lei n ° 8.212/1991, nestas palavras, especificamente em relação à prevideência complementar e assistência médica: Art. 28 (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médicohospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; Fl. 1536DF CARF MF 16 Ou seja, resta claro que a lei exige tanto para o fornecimento de previdência complementar como para o de assistência médica a extensão a totalidade dos empregados e dirigentes, sendo que para a assistência médica no meu entender, exige ainda a mesma cobertura. Todavia, no presente caso, vale destacar os termos do relatório fiscal para melhor entendermos os limites da autuação: Também em razão de cláusulas constantes nas Convenções Coletivas de Trabalho, SINPRO/ES e SAAE/ES, a empresa concedeu aos segurados planos de assistência médica e previdência privada complementar. Entretanto, tal concessão está condicionada a uma opção do empregado entre os dois benefícios. Ou seja, o empregado tem direito ou a plano de saúde ou a plano de previdência privada complementar. 5.1. Convêm esclarecer que, a principio, as contribuições a pianos de previdência privada complementar e de saúde/assistência médica não integram a remuneração para fins previdenciários, desde que observados determinados pressupostos legais, como estabelece o art. 28, §9°, "p" e "q" da Lei n° 8.212, de 1991. Contudo, trouxe a relatora informação que, no meu entender, torna diferenciada a análise do cumprimento da lei. No caso, foi apresentado que a disponibilização de previdência privada ou assistência médica não foi uma opção do empregador, mas da observância de Convenção Coletiva, que digase é instrumento de negociação coletiva de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. Dessa forma, a empresa, em observância a lei e a Convenção coletiva, deve dar acesso a todos os empregados e dirigentes aos benefícios por ele escolhidos, o que, pelo que foi trazido pela ilustre relatora foi observado pelo contribuinte. Face essa colocações, no caso concreto, não é possível atribuir ao sujeito passivo o descumprimento legal quanto à extensão a todos os empregados e dirigentes, pois a escolha de qual benefício deseja usufruir fica a cargo do próprio trabalhador, sem qualquer ingerência da empresa, tendo em vista que ambos estão disponíveis, e o mesmo é livre para optar pelo que melhor lhe aproveitar. Face o exposto, acompanho a relatora pelas conclusões aqui descritas. (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 1537DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15940.000296/2007-09
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007
PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCLUSÃO.
O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, não se constitui em receita do contribuinte e, portanto, não é tributável pelo PIS no regime da não cumulatividade.
PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. PESSOAS JURÍDICAS INEXISTENTES. IMPOSSIBILIDADE.
Correta a glosa dos créditos quando a fiscalização comprova a inexistência de fato das pessoas jurídicas e, além disso, demonstra com efetividade a inexistência da relação negocial de aquisição das mercadorias, ante a falta de comprovação dos pagamentos. Cumpre à pessoa jurídica comprovar de maneira inequívoca o seu direito creditório.
REP Negado e REC Negado
Numero da decisão: 9303-006.387
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencida a conselheira Tatiana Midori Migiyama, que lhe deu provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Rodrigo da Costa Pôssas, que lhe deram provimento.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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RESSARCIMENTO. Recorrentes VITAPELLI LTDA. EM RECUPERACAO JUDICIAL E FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCLUSÃO. O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, não se constitui em receita do contribuinte e, portanto, não é tributável pelo PIS no regime da não cumulatividade. PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. PESSOAS JURÍDICAS INEXISTENTES. IMPOSSIBILIDADE. Correta a glosa dos créditos quando a fiscalização comprova a inexistência de fato das pessoas jurídicas e, além disso, demonstra com efetividade a inexistência da relação negocial de aquisição das mercadorias, ante a falta de comprovação dos pagamentos. Cumpre à pessoa jurídica comprovar de maneira inequívoca o seu direito creditório. REP Negado e REC Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencida a conselheira Tatiana Midori Migiyama, que lhe deu provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Rodrigo da Costa Pôssas, que lhe deram provimento. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 94 0. 00 02 96 /2 00 7- 09 Fl. 2444DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratamse de recursos interpostos pelo sujeito passivo e pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 3102001.482, da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 EMPRESA INAPTA. Aquisição de insumos junto a empresas inaptas por inexistência de fato. Art. 82 da lei n° 9.430/96. Não comprovada a eletiva operação. Os documentos emitidos por pessoa jurídica declarada inexistente de fato são inidôneos desde a paralisação das atividades da pessoa jurídica ou desde sua constituição, nos termos do art. 43 § 3º, IV da IN n° 200 de 2002. CESSÃO DE CRÉDITO. PAGAMENTO A TERCEIROS. Não caracterizada relação jurídica negocial. RESSARCIMENTO PIS/COFINS. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI não integra a base de cálculo da Cofins e do PIS. PIS E COFINS NÃO CUMULATIVA. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS. INCIDÊNCIA DE JUROS. VEDAÇÃO LEGAL. Dada a expressa determinação legal vedando a atualização de créditos do PIS e da Cofins não cumulativos é inadmissível a aplicação de correção monetária e incidência de juros aos créditos objeto de pedido de ressarcimento. ” Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial contra o r. acórdão na parte em que houve reconhecimento pelo Colegiado a quo da não incidência de PIS/Cofins sobre o crédito presumido de IPI. Mediante Despacho do Presidente da Primeira Câmara da Terceira Seção do CARF foi dado seguimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Contrarrazões ao recurso foram apresentadas pelo sujeito passivo, defendendo que o crédito presumido de IPI não possui natureza de receita. Fl. 2445DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 4 3 Insatisfeito, o sujeito passivo também interpôs Recurso Especial contra o acórdão nº 3102001.482 na parte desfavorável, requerendo o afastamento das glosas de créditos das contribuições relativos às aquisições efetuadas perante fornecedores inexistentes de fato e a correção dos créditos pela Selic. Mediante Despacho do Presidente da Primeira Câmara da Terceira Seção do CARF foi dado seguimento parcial ao recurso interposto pelo sujeito passivo, apenas quanto à discussão acerca das aquisições perante fornecedores inexistentes de fato. O Despacho de Reexame de Admissibilidade manteve, na íntegra, o Despacho do Presidente de Câmara. Contrarrazões ao recurso foram apresentadas pela Fazenda Nacional, requerendo que seja negado provimento ao recurso do contribuinte, mantendose a decisão recorrida nesse ponto. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303006.324, de 20/02/2018, proferido no julgamento do processo 10835.000067/200689, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão, quanto à admissibilidade e quanto ao mérito (Acórdão 9303006.324): Da Admissibilidade "Depreendendose da análise dos recursos interpostos pela Fazenda Nacional e pelo sujeito passivo, entendo que devo conhecêlos – eis que atendidos, para tanto, os pressupostos constantes do art. 67 do RICARF/2015 – Portaria MF 343/2015 com alterações posteriores. Para melhor elucidar, importante recordar que, quanto ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, houve insurgência da discussão acerca da incidência ou não de PIS/Cofins sobre as receitas referentes a crédito presumido de IPI. O acórdão recorrido entendeu que o crédito presumido do IPI não integra a base de cálculo da contribuição, por não ter natureza de receita, mas de recuperação de custos. Enquanto, o acórdão indicado como paradigma decidiu que “o valor correspondente ao benefício fiscal instituído pela Lei 9.363/96, receita que é, inclui se naquela base”. Fl. 2446DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 5 4 Sendo assim, no que tange ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, entendo que devo conhecêlo, vez que comprovada a divergência suscitada. Quanto ao recurso interposto pelo sujeito passivo que, por sua vez, suscitou divergências em relação às aquisições perante fornecedores inexistentes de fato, vêse que o acórdão recorrido considerou como não comprovada a operação de aquisição de insumos junto as empresas inaptas por inexistência de fato. Argumenta que os documentos emitidos por pessoa jurídica declarada inexistente de fato são inidôneos desde a paralisação das atividades da pessoa jurídica ou desde sua constituição, nos termos do art. 43 § 3º, IV da IN nº 200 de 2002. Enquanto, o acórdão indicado como paradigma firma entendimento diverso, ao tratar das aquisições junto as pessoas jurídicas fornecedoras inexistentes de fato, considerando que a inidoneidade de documentos fiscais, originadores de créditos, emitidos pelas pessoas jurídicas declaradas inidôneas, com fundamento na inexistência de fato, nas circunstâncias presentes, geraria efeitos a partir da publicação do Ato Declaratório Executivo. Em vista do exposto, é de se conhecer o recurso especial interposto pelo sujeito passivo. Do Mérito Ventiladas tais considerações, passo a discorrer sobre a discussão trazida em Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional – qual seja, sobre a incidência ou não de PIS/Cofins sobre o crédito presumido de IPI. Em relação a essa discussão, antecipo meu entendimento de que tais créditos não conferem a natureza de receita. Para melhor elucidar, importante trazer os ensinamentos de ALIOMAR BALEEIRO no livro “Uma introdução é Ciência das Finanças” ao tratar o conceito de receita: "Receita pública é a entrada que, integrandose no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, MI, acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo.” Frisese também o entendimento de Aires Barreto em seu artigo “A nova Cofins: primeiros apontamentos” contemplado na saudosa Revista Dialética de Direito Tributário: "receita é [...] a entrada que, sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, se integra ao patrimônio da empresa, acrescendoo, incrementandoo”. Cabe trazer que em consonância com o entendimento de que o conceito de receita bruta independe do que está classificado contabilmente como receita, além do referido precedente do STF – firmado sob a sistemática do artigo 543B do CPC – a jurisprudência pacífica de ambas as Turmas de Direito Público do Superior Tribunal de Justiça, como inclusive ressaltado pelos Ministros Teori Albino Zavascki e Luiz Fux ao proferirem seus votos (Grifos meus): “CRÉDITO PRESUMIDO. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO FISCAL. RESSARCIMENTO DE CUSTOS. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". LC Nº 118/2005. APLICAÇÃO RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 2447DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 6 5 I "Sobre a prescrição da ação de repetição de indébito tributário de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a jurisprudência do STJ (1ª Seção) assentou o entendimento de que, no regime anterior ao do art. 3º da LC 118/05, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação – expressa ou tácita – do lançamento. Assim, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo de dez anos a contar do fato gerador. A norma do art. 3º da LC 118/05, que estabelece como termo inicial do prazo prescricional, nesses casos, a data do pagamento indevido, não tem eficácia retroativa. É que a Corte Especial, ao apreciar Incidente de Inconstitucionalidade no Eresp 644.736/PE, sessão de 06/06/2007, declarou inconstitucional a expressão "observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional", constante do art. 4º, segunda parte, da referida Lei Complementar. (REsp nº 890.656/SP, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 20/08/07). II O Estado do Rio Grande do Sul concedeu benefício fiscal às empresas gaúchas, por meio do Decreto Estadual nº 37.699/97, para que pudessem adquirir aço das empresas produtoras em outros estados, aproveitando o ICMS devido em outras operações realizadas por elas, limitado ao valor do respectivo frete, em atendimento ao princípio da isonomia. III Verificase que, independentemente da classificação contábil que é dada, os referidos créditos escriturais não se caracterizam como receita, porquanto inexiste incorporação ao patrimônio das empresas industriais, não havendo repasse dos valores aos produtos e ao consumidor final, pois se trata de mero ressarcimento de custos que elas realizam com o transporte para a aquisição de matériaprima em outro estado federado. IV Não se tratando de receita, não há que se falar em incidência dos aludidos créditospresumidos do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. V Recurso especial improvido.” (Grifouse) (RESP nº 1.025.833 / RS, 1ª Turma do STJ, Rel. Min. Francisco Falcão, Publicado no DJe do dia 17.11.2008)” Consoante esse entendimento, disse o Ministro Luiz Galloti no julgamento do RE 71.758: “Se a lei pudesse chamar de compra e venda o que não é compra, de exportação o que não é exportação, de renda o que não é renda, ruiria todo o sistema tributário inscrito na Constituição”. Sendo assim, temse claro que o conceito de receita bruta independe do que está classificado contabilmente como receita, se subvenção ou recuperação de custo. A discussão, de per si, gira em torno da abrangência dos conceitos de receita e faturamento para fins de base de cálculo do PIS e da COFINS e, no caso dos créditos presumidos de IPI. Para melhor compreensão e por não considerar tal crédito presumido como receita, podese ainda aproveitar para decompor a norma tributária que trata da incidência do PIS e da Cofins, invocando a Regra Matriz de Incidência Tributária: 1. 1ª Regra Matriz – relação obrigacional Autoridade Fazendária/Contribuinte: 1.1. Hipótese: Fl. 2448DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 7 6 Critério Material: auferir receita. Critério Espacial: perímetro nacional; Critério temporal: mensal 1.2. Consequente: Critério Pessoal: (i) sujeito ativo, Estado – via “autoridade fazendária”; (ii) sujeito passivo – quem aufere receita bruta. Critério Quantitativo: alíquota de 3,65% sobre a receita bruta 2. 2ª Regra Matriz – dever de lançamento pela Administração: Hipótese: Critério Material: ser autoridade fazendária Critério Espacial: perímetro nacional; Critério Temporal: até o último dia útil da primeira quinzena subsequente ao de ocorrência dos correspondentes fatos geradores. Consequente: Critério Pessoal: Estado – autoridade fazendária Critério Prestacional: realizar o lançamento 3. 3ª Regra matriz: sancionadora do não pagamento Hipótese: Critério material: não pagar a importância devida; Critério Espacial: perímetro nacional Critério temporal: até o último dia útil da primeira quinzena subsequente ao de ocorrência dos correspondentes fatos geradores Consequente: Critério pessoal: Estado – autoridade fazendária e pessoa jurídica que aufere receita bruta Critério Prestacional: pagar com multa e juros de mora. Depreendendose da análise da regra matriz de incidência, é possível identificar que o critério material constante da 1ª Regra Matriz de Incidência Tributária somente se satisfaz para quem efetivamente aufere receita. Portanto, crucial afastar o r. crédito da tributação das contribuições, pois não se configura juridicamente como tal, independentemente do registro contábil adotado ou adotável. O que, na hipótese dos autos não se deve chegar ao questionamento de que a lei não previu sua exclusão e que, portanto, deverseia tributar o referido crédito pelo PIS e Cofins pois de receita auferida não se trata, tampouco de um ingresso que configuraria recomposição do patrimônio, até então decomposto pelo custo arcado com o pagamento do tributo. Indiscutível que seu efeito econômico não caracteriza nova riqueza, comportando somente a recomposição do patrimônio anteriormente desfalcado ou recomposição da mesma disponibilidade preexistente. Sendo assim, o crédito presumido de IPI não ostenta natureza de receita ou faturamento, mas mera recomposição do patrimônio, não integrando, portanto, a base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. Vêse que a operação de obtenção dos créditos, considerando até mesmo a essência contábil e sua primazia, deve ocorrer com a escrituração na contabilidade da empresa para posterior utilização. O que, por consequência, constatase que os créditos não utilizados se constituem em meros direitos. Fl. 2449DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 8 7 E, em respeito à Regra Matriz de incidência das contribuições ao PIS e Cofins, bem como a análise da essência do r. crédito, não há que se falar em tributação, pois forçoso se tributar tais direitos pelas r. contribuições. Nesse ínterim, é de se ressurgir com o conceito trazido pelo CPC 30: “Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período observado no curso das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto os aumentos de patrimônio líquido relacionados às contribuições dos proprietários. ” O que, por conseguinte, facilmente constatável que contabilmente tais créditos também não conferem natureza de receita. Frisese ainda tal entendimento o acórdão 9303005.495 de nossa turma, que consignou a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006 COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCLUSÃO. O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, não se constitui em receita do contribuinte e, portanto, não é tributável pela Cofins no regime da não cumulatividade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006 PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCLUSÃO. O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, não se constitui em receita do contribuinte e, portanto, não é tributável pelo PIS no regime da não cumulatividade. ” O que, para melhor elucidar o entendimento desse Colegiado acerca da matéria, peço licença para transcrever parte do voto vencedor escrito pelo ilustre ex Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas: [...] No mérito, entendo que o crédito presumido previsto na Lei nº 9.363/96 não representa receita nova. É uma importância para corrigir o custo. O motivo da existência do crédito decorre dos insumos utilizados no processo de produção, em cujo preço foram acrescidos os valores do PIS e COFINS, cumulativamente, os quais devem ser devolvidos ao industrial exportador. A exigência do Fisco centrase no argumento de que a Lei nº 9.718/98 ampliou a base de cálculo de ambas as contribuições, constituindo regra a inclusão de qualquer receita auferida, inclusive os valores em questão, considerados como outras receitas operacionais, e exceção apenas as exclusões expressamente previstas na Lei. Assevera que, apesar de o crédito instituído pela Lei nº 9.363/96 ter como objetivo o ressarcimento do PIS e da COFINS incidentes sobre matérias Fl. 2450DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 9 8 primas, produtos intermediários e material de embalagem aplicados em produtos exportados, o ressarcimento em si é meramente presumido, não havendo como assemelhálo a uma restituição de tributos, porque não houve pagamento indevido de PIS e COFINS. Conclui afirmando que o crédito é receita nova, decorrente de benefício concedido, e não recuperação de custos. Em relação ao crédito presumido, o legislador, dentro da máxima econômica de que 'não se exportam tributos, buscou dar incentivo às exportações, ressarcindo as contribuições de PIS e COFINS, embutidas no preço das matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos pelo fabricante para a industrialização de produtos exportados, concebendo um benefício fiscal consubstanciado no crédito presumido de IPI, para ser lançado na escrita fiscal contra o próprio IPI. Ou seja, o produtorexportador se apropria de créditos do IPI que serão descontados, na conta gráfica da empresa, dos valores devidos a título de IPI. Entretanto, a seguir a dicção da Lei, o incentivo não se direciona precipuamente ao imposto em comento, senão que o intento primeiro foi exonerar o pagamento das exações previstas nas Leis Complementares nº 7 e 8/70 e 70/91. Daí que a perspectiva adotada pelo criador da norma não pode ser distorcida de modo a colocar na base de cálculo do PIS e da COFINS importâncias que derivam, em última análise, da dispensa do pagamento das próprias contribuições. Isso implicaria diminuir o benefício fiscal, fazendo com que a desoneração pretendida ocorra de forma parcial. Do ponto de vista econômicofinanceiro e contábil, o incentivo instituído pela Lei nº 9.363/96, na verdade, não constitui receita, mas um valor retificador de custo. O que efetivamente gera o crédito presumido são os insumos comprados pelo industrial, em cujo preço foram adicionados os valores do PIS e COFINS, de forma cumulativa. Se a legislação oferecesse a esses tributos o mesmo tratamento jurídico dado ao IPI, a conta de insumos refletiria apenas o custo efetivo da matériaprima, produtos intermediários e materiais de embalagem, pois dele seriam expungidas as contribuições ao PIS e à COFINS, cujos valores seriam lançados na conta contábil pertinente, para posterior recuperação. Logo, ainda que o PIS e a COFINS a recuperar constituíssem um direito da empresa contra o Fisco, não representam ingresso de receita, seja na acepção contábil, seja na econômicofinanceira. Cumpre assinalar que esse raciocínio fundase na teleologia da norma inserta na Lei nº 9.363/96, uma vez que não há que falar, obviamente, em nãocumulatividade de PIS e COFINS, antes do advento da Lei nº 10.637/2002. Há que terse em vista a finalidade a ser atingida pelo incentivo às exportações. Se o crédito presumido receber o mesmo tratamento jurídico de rendimentos obtidos em aplicações financeiras, por exemplo, a empresa, na prática, pagará PIS e COFINS sobre os insumos consumidos no processo de industrialização, os quais são a causa da existência do crédito. Concordo que o crédito presumido não se equipara a restituição de tributos, mas também não entendo que seja equiparado a uma receita de venda, para fins contábeis e tributários. Na análise contábil, se a aquisição do insumo utilizado na industrialização de produtos exportados não estivesse onerada de PIS e COFINS, o valor lançado à conta de "Estoque de MatériaPrima" estaria livre de tributos e, consequentemente, o valor apurado na conta "Custo dos Produtos Vendidos" seria menor. Fl. 2451DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 10 9 Melhor explicando, o valor do crédito presumido apurado, dentro do mês de competência a que se referem as exportações, não transitaria por conta de resultado a título de receita, mas sim como recuperação de custo, creditandose o valor do crédito presumido apurado na conta "Custo dos Produtos Vendidos" e debitandose na conta "IPI a recuperar". Lançamento: IPI a Recuperar a Custo dos Produtos Vendidos Supondose, no entanto, que os contribuintes devessem incluir na base de cálculo do PIS e da COFINS sobre o faturamento o valor do crédito presumido em questão, então, estarseia pagando PIS e COFINS sobre insumos aplicados no processo industrial de fabricação dos produtos exportados, quando foi justamente esta a razão da criação deste crédito: desonerar o custo de produção dos produtos exportados. De qualquer modo, o referido crédito presumido é ressarcimento de custo e ressarcimento de custo não é receita. Desse modo, se o objetivo da norma é desonerar as exportações, é irracional qualquer pretensão de exigir tais contribuições justamente sobre o benefício fiscal instituído para incentivar tais operações. O acórdão recorrido também traz que as próprias Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, ao disporem no §3º sobre as receitas que integram a base de cálculo, conferem natureza de receita às reversões de provisões e às recuperações de crédito baixados como perda, que foram expressamente excluídas da base, indicando a abrangência da definição de receita e a necessidade de a lei definir expressamente as exclusões. Também não concordo com tais argumentos, pois só haveria sentido que as Leis citadas previssem expressamente a exclusão do crédito presumido do conceito de receita se, em algum momento de todo o histórico normativo sobre o tema, as normas tivessem o considerado como receita, o que não me parece ter ocorrido.” Em vista de todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional." (...)1 "Com a devida venia à ilustre conselheira relatora, mas divirjo do seu entendimento nas matérias relativas a ambos recursos. Porém fui designado para redigir o voto vencedor somente em relação ao recurso especial interposto pelo contribuinte, já que restei vencido quanto ao recurso especial apresentado pela Fazenda Nacional. A matéria do recurso especial do contribuinte referese à possibilidade de aproveitamento de créditos de PIS, da não cumulatividade, nas aquisições efetuadas de pessoas jurídicas inexistentes de fato. Antes de adentrar o mérito, é importante registrar que o contribuinte obteve provimento judicial em agravo de instrumento nos seguintes termos, conforme noticia os documentos de efls. 4345/4431: 1 Deixouse de transcrever, do voto da relatora do processo paradigma, a parte que tratou das glosas dos créditos de aquisições efetuadas perante fornecedores inexistentes de fato, pois seu entendimento foi vencido, não se aplicando na solução do litígio dos presentes autos. A íntegra do voto encontrase no Acórdão 9303006.324 (processo 10835.000067/200689 paradigma). Fl. 2452DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 11 10 (...) Ante o exposto, julgo prejudicado o agravo interno e, com fulcro no art. 932, V, "b", do Código de Processo Civil, dou provimento ao agravo de instrumento, para reformar a r. decisão agravada e determinar à parte agravada que aprecie no prazo máximo de 30 dias os processos de ressarcimento de PIS e COFINS protocolados há mais de 360 dias pela agravante, bem como que o faça com observância do decidido pelo E. STJ no REsp repetitivo n° 1.148.444/MG. (efl. 4353) (...) Portanto, transcrevese abaixo a ementa do que foi decidido pelo STJ no REsp nº 1.148.444/MG: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. CRÉDITOS DE ICMS. APROVEITAMENTO (PRINCÍPIO DA NAO CUMULATIVIDADE). NOTAS FISCAIS POSTERIORMENTE DECLARADAS INIDÔNEAS. ADQUIRENTE DE BOAFÉ. 1. O comerciante de boafé que adquire mercadoria, cuja nota fiscal (emitida pela empresa vendedora) posteriormente seja declarada inidônea, pode engendrar o aproveitamento do crédito do ICMS pelo princípio da nãocumulatividade, uma vez demonstrada a veracidade da compra e venda efetuada, porquanto o ato declaratório da inidoneidade somente produz efeitos a partir de sua publicação (Precedentes das Turmas de Direito Público: EDcl nos EDcl no REsp 623.335/PR , Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 11.03.2008, DJe 10.04.2008; REsp 737.135/MG , Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 14.08.2007, DJ 23.08.2007; REsp 623.335/PR , Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 07.08.2007, DJ 10.09.2007; REsp 246.134/MG , Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, julgado em 06.12.2005, DJ 13.03.2006; REsp 556.850/MG , Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.04.2005, DJ 23.05.2005; REsp 176.270/MG , Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 27.03.2001, DJ 04.06.2001; REsp 112.313/SP , Rel. Ministro Francisco Peçanha Martins, Segunda Turma, julgado em 16.11.1999, DJ 17.12.1999; REsp 196.581/MG , Rel. Ministro Garcia Vieira, Primeira Turma, julgado em 04.03.1999, DJ 03.05.1999; e REsp 89.706/SP , Rel. Ministro Ari Pargendler, Segunda Turma, julgado em 24.03.1998, DJ 06.04.1998). 2. A responsabilidade do adquirente de boafé reside na exigência, no momento da celebração do negócio jurídico, da documentação pertinente à assunção da regularidade do alienante, cuja verificação de idoneidade incumbe ao Fisco, razão pela qual não incide, à espécie, o artigo 136, do CTN, segundo o qual "salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato" (norma aplicável, in casu , ao alienante). 3. In casu , o Tribunal de origem consignou que: "(...) os demais atos de declaração de inidoneidade foram publicados após a realização das operações (f. 272/282), sendo que as notas fiscais declaradas inidôneas têm aparência de regularidade, havendo o destaque do ICMS devido, tendo sido escrituradas no livro de registro de entradas (f. 35/162). No que toca à prova do pagamento, há, nos autos, comprovantes de pagamento às empresas cujas notas fiscais foram declaradas inidôneas (f. 163, 182, 183, 191, 204), sendo a matéria incontroversa, como admite o fisco e entende o Conselho de Contribuintes ." Fl. 2453DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 12 11 4. A boafé do adquirente em relação às notas fiscais declaradas inidôneas após a celebração do negócio jurídico (o qual fora efetivamente realizado), uma vez caracterizada, legitima o aproveitamento dos créditos de ICMS. 5. O óbice da Súmula 7/STJ não incide à espécie, uma vez que a insurgência especial fazendária reside na tese de que o reconhecimento, na seara administrativa, da inidoneidade das notas fiscais opera efeitos ex tunc , o que afastaria a boafé do terceiro adquirente, máxime tendo em vista o teor do artigo 136, do CTN. 6. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Como percebese tal decisão segue o rito dos recursos repetitivos previstos no art. 543C, do CPC, e, seu entendimento deve ser obrigatoriamente seguido no âmbito dos julgamentos deste colegiado. Portanto era desnecessário o contribuinte ter obtido provimento judicial neste sentido. O que necessitamos então é verificar se a situação fática do presente processo encaixase ao ditame do que foi decidido no âmbito do citado repetitivo. Observemos então que a tese firmada pelo próprio STJ em relação a este julgamento é a seguinte: O comerciante de boafé que adquire mercadoria, cuja nota fiscal (emitida pela empresa vendedora) posteriormente seja declarada inidônea, pode engendrar o aproveitamento do crédito do ICMS pelo princípio da não cumulatividade, uma vez demonstrada a veracidade da compra e venda efetuada, porquanto o ato declaratório da inidoneidade somente produz efeitos a partir de sua publicação.(Tema 272 do STJ) Na minha avaliação, a tese firmada pelo STJ é perfeita e visa proteger o adquirente de boa fé, que adquire a mercadoria e comprova a veracidade da compra e venda efetuada. Mas, com a devida venia, os fatos minuciosamente levantados pela fiscalização no presente processo demonstram que o contribuinte, além de não agir de boa fé, não comprovou a veracidade da compra e venda efetuada. Penso que tal situação está inequivocamente demonstrada nos presentes autos. Referida fiscalização teve início em 16/01/2006, para análise dos créditos relativos ao período de outubro/2002 a junho/2007. Importante registrar que no TVF a justificativa para as glosas não foram a existência de Atos Declaratórios de Inaptidão da Pessoa Jurídica, mas sim as diligências realizadas nos supostos fornecedores, as quais comprovaram a impossibilidade de ter havido a transação comercial, quer pela inexistência destes, quer pela falta de comprovação do pagamento. Podese ver que no item "10. Das Glosas", efl. 1933, seu item "10.1 Diligências a empresas fornecedoras" seu conteúdo demonstra que a razão das glosas foram as diligências realizadas pela fiscalização. Transcrevo abaixo excertos retirados do Termo de Verificação Fiscal TVF (efls. 1916/1949), no qual consta todas as evidências que justificaram a glosa dos referidos créditos: (...) Após análise das notas fiscais de compras, e pesquisas aos Sistemas Corporativos da Receita Federai do Brasil, bem como do Sintegra, na internet, constatouse que parte dos fornecedores encontramse em situações irregulares, tais como: empresa inexistente de fato, empresa inativa, empresa não cadastrada na Secretaria da Fazenda do Estado (não habilitada no Sintegra), empresa omissa na entrega de declarações, etc. Diante de tal situação, foram realizadas diligências em várias empresas fornecedoras, sendo que o resultado da maioria delas foi a constatação de inexistência de fato, com Representação Fiscal propondo a Inaptidão das mesmas. As empresas que se encontram nesta situação estão relacionadas abaixo: Fl. 2454DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 13 12 (...) Tal fato demonstra que a fiscalização somente emitiu os ADE DE INAPTIDÃO após comprovar a inexistência das pessoas jurídicas, ou seja, ditos atos declaratórios não foram o ponto de partida para a glosa. Seguimos com mais excertos do TVF: (...) No decorrer da ação fiscal, foram analisados pagamentos relativos às notas fiscais de fornecimento de couro das empresas acima à empresa fiscalizada. Foram constatados diversos pagamentos realizados a terceiras pessoas, através de autorização do fornecedor por via de "Cessão de Crédito". Ato contínuo, intimamos os beneficiários de tais pagamentos a confirmarem a relação comercial com a empresa "Vitapelli Ltda". As respostas às intimações foram, quase na totalidade, as mesmas, ou seja, as pessoas intimadas não reconhecem qualquer relação comercial com a empresa "Vitapelli Ltda". Diante deste fato, fica descaracterizada a operação comercial amparada pelas notas fiscais. Anexamos cópias das intimações e respostas aos autos. Posto isto, efetuamos as glosas de créditos do PIS/COFINS, referentes às aquisições das empresas supracitadas, visto que as mesmas nunca existiram de fato. Conseqüentemente, haverá lavratura de auto de infração para constituição dos créditos tributários, bem como representação fiscal para fins penais. (...) Também efetuamos glosas de créditos do PIS/COFINS referentes a aquisições de empresas representadas pela Delegacia Regional Tributária 10 (Presidente Prudente), relacionadas através de Ofício proveniente do Delegado Regional Tributário. As empresas, bem como os motivos para a glosa, estão relacionadas abaixo: a) Frigorífico São Matheus, nome fantasia da empresa CARD ALIMENTOS LTDA, CNPJ n° 02.987.722/000107. A data de início da situação é 03/10/2002. Os motivos descritos na representação são: Simulação da existência do estabelecimento e Simulação da realização de operações comerciais. Portanto, podese concluir pela inexistência de fato da empresa a partir de 03/10/2002, glosando os créditos solicitados a partir desta data. Além disso, houve diligência à referida empresa, conforme item 10.1. b) Comércio e Transportes Castelo de Serpa Ltda, CNPJ n° 04.842.983/000164. O motivo da representação é a inidoneidade de documentos fiscais. No presente caso, a empresa estava na condição "não habilitada" no Sintegra desde 11/03/1999. Portanto, não estava autorizada a emitir notas fiscais a partir da data em tela. A glosa dos créditos deverá ocorrer a partir das notas fiscais emitidas posteriormente à data em questão. (...) A empresa Vitapelli Ltda em vez de efetuar pagamento diretamente ao fornecedor efetuou pagamentos para outras empresas através de Cessão de Créditos a terceiros com autorização do fornecedor. Para subsidiar a fiscalização foram selecionadas, por amostragem, algumas empresas abaixo relacionadas, que receberam tais créditos, e estas foram intimadas a responderem alguns quesitos, conforme abaixo, in verbis: (...) Após esse trecho segue o relato da investigação em diversos cessionários de crédito e não se conseguiu comprovar a operação de pagamento. Os que a fiscalização obteve êxito em encontrálos, todos negaram relação negocial com o contribuinte. Alguns que não foram encontrados comprovouse que sequer tinham movimentação bancária no período como no exemplo a seguir: (...) 11.2. Fábio Benvindo Freitas Maia Fl. 2455DF CARF MF Processo nº 15940.000296/200709 Acórdão n.º 9303006.387 CSRFT3 Fl. 14 13 A pesquisa no sistema Dossiê Integrado da SRF revela que a referida empresa não apresentou nenhuma movimentação financeira nos anoscalendário de 2002, 2003, 2004 e 2005, e apresentou DIPJ na condição de "INATIVA" nos anoscalendário de 2002 a 2005. (...) Em conclusão, a razão principal das glosas não foi em decorrência de procedimentos formais nos quais a inexistência da relação comercial dáse por presunção, como são os casos decorrentes da simples existência de atos declaratórios de inaptidão da pessoa jurídica. Ao contrário, como visto, a fiscalização efetuou um minucioso trabalho de investigação e demonstrou a inexistência de relação negocial entre o contribuinte e vários de seus supostos fornecedores. Tal fato, afasta todo o argumento do voto vencido e do contribuinte de que as glosas só poderiam realizarse a partir da data de emissão dos atos declaratórios de inaptidão das pessoas jurídicas. Cumpre destacar que o contribuinte teve todo direito de defesa, com apresentação de impugnação, recurso voluntário e agora o presente recurso especial. Poderia ter se dedicado mais a descontruir as provas da fiscalização, comprovando de forma inequívoca a regularidade de seus créditos. Porém não obteve sucesso e tenta afastar as glosas utilizando, a meu ver, indevidamente, com apego a aspectos meramente formais, o que foi decidido pelo STJ no julgamento do REsp 1148444, definitivamente não aplicável ao presente caso. Além de tudo o que já foi exposto, é importante ressaltar que estamos diante de um pedido de ressarcimento decorrentes de créditos de PIS e Cofins, no qual cumpre ao contribuinte, de maneira inequívoca, comprovar a certeza e liquidez do seu direito creditório, nos termos do art. 170 do CTN, abaixo transcrito: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial do contribuinte." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, os recursos especiais da Fazenda Nacional e do contribuinte foram conhecidos e, no mérito, o colegiado negoulhes provimento. assinado digitalmente Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 2456DF CARF MF
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