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Numero do processo: 17220.000384/2010-59
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 05/07/2007, 15/07/2009
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NORMAS PROCESSUAIS. AÇÃO JUDICIAL E ADMINISTRATIVA CONCOMITANTES. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 01.
A propositura pelo contribuinte contra a Fazenda Nacional de ação judicial com o mesmo objeto importa em desistência do processo na esfera administrativa.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3803-003.650
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
ALEXANDRE KERN - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JORGE VICTOR RODRIGUES - Relator.
EDITADO EM: 26/11/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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NORMAS PROCESSUAIS. AÇÃO JUDICIAL E ADMINISTRATIVA CONCOMITANTES. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 01. A propositura pelo contribuinte contra a Fazenda Nacional de ação judicial com o mesmo objeto importa em desistência do processo na esfera administrativa. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) ALEXANDRE KERN Presidente. (Assinado digitalmente) JORGE VICTOR RODRIGUES Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 22 0. 00 03 84 /2 01 0- 59 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 26/11/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por ALEXANDRE KERN 2 EDITADO EM: 26/11/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues Relatório Por descrever de forma objetiva e didática os fatos e elementos contidos nos autos a permitir a sua compreensão peço vênia aos pares para adotar o relatório do acórdão recorrido. Trata o processo dos autos de infração lavrados para a constituição das contribuições COFINSImportação e PIS/PASEPImportação, acrescidas dos juros de mora calculados até 30.04.2010, incidentes na operação de importação das mercadorias submetidas a despacho pelas declarações de importação (DI) n° 07/08775327 e 09/09034537, constituindo o crédito tributário no valor de R$ 71.882,81 (fls. 01 a 30). A autoridade lançadora, ao descrever os fatos que ensejaram a autuação, evidencia que em decorrência das liminares concedidas nos mandados de segurança de que tratam os processos judiciais 2007.71.08.0086833 e 2009.71.08.0050422, em que se discute o cálculo das contribuições para a Cofins e para o Pis/Pasep incidentes na importação, prescrito na forma do art. 7° da Lei n° 10.865/2004, a epigrafada deixou de efetuar os respectivos recolhimentos, motivando os lançamentos em apreço, notadamente com o objetivo de prevenir o crédito tributário dos efeitos da decadência (fl. 10). Intimada da exação (fl. 32), a autuada apresentou, às fls. 33 a 38, impugnação acompanhada dos documentos de fls. 39 a 71, em que contesta a exigência. Em síntese, esclarece que as referenciadas ações judiciais carecem do transito em julgado; uma porque o julgamento foi sobrestamento até que sobrevenha decisão do STF e a outra porque ainda aguarda decisão do TRF da 4a Regido. No mérito, manifestase pela inaplicabilidade da incidência do ICMS e das próprias contribuições, na base de calculo do PIS/COFINS Importação, na medida em que o legislador federal instituidor destas novas contribuições, ao assim proceder, contrariou a legislação que conceitua valor aduaneiro e, por conseguinte, o art. 110 do CTN e o art. 149, inciso III, alínea "a" da CF, na medida em que não é faculdade deste redefinir o conceito de valor aduaneiro para o fim de ampliar a base de cálculo constitucionalmente limitada e, inclusive, disciplinada na Instrução Normativa SRF n° 327/2003. Ante o exposto, requer o cancelamento dos autos de infração, quer pelo fundamento de sua inaplicabilidade por decisão judicial anterior, quer pela aplicação do entendimento unânime dos Tribunais, que declararam a inconstitucionalidade do conceito o art. 7º, I da Lei n° 10.865/2004; e, por conseguinte, a extinção da exigência do crédito tributário, • inclusive da multa e dos juros. Conclusos foram os autos remetidos para julgamento pela 2a Turma da DRJ/FNS que, em sessão realizada em 25/11/2011, proferiu decisão por meio do acórdão nº 0726.817, cuja ementa transcrevese adiante: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 05/07/2007, 15/07/2009 AÇÃO Fl. 104DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 26/11/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 17220.000384/201059 Acórdão n.º 3803003.650 S3TE03 Fl. 9 3 JUDICIAL. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. EXIGIBILIDADE SUSPENSA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. A existência de ação judicial não obsta a lavratura de auto de infração, uma vez que o lançamento constitui ato vinculado inerente à formalização do crédito tributário, cuja competência é privativa da autoridade administrativa fiscal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 05/07/2007, 15/07/2009 AÇÃO JUDICIAL E IMPUGNAÇÃO. REPERCUSSÃO DIRETA E DEPENDENTE. FATO SUPERVENIENTE. Em face do principio constitucional de unidade de jurisdição, a existência de impugnação em que se discute matéria cujo objeto, além de idêntico, tem repercussão direta no resultado da ação judicial movida pela impugnante importa renúncia as instancias administrativas, sendo de se aplicar o que for definitivamente decidido no âmbito do poder judiciário. A alegação embasada em suposta circunstancia ou evento superveniente e incerto, em face de decisão judicial não transitada em julgado, não tem o condão de instaurar o litígio administrativo. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS. Data do fato gerador: 05/07/2007, 15/07/2009 JUROS DE MORA. NATUREZA. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Os juros de mora não têm natureza punitiva e a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não suspende sua fluência. Impugnação Improcedente. No que atine à simultaneidade da discussão judicial acerca da constitucionalidade do artigo 7o da Lei nº 10.865/2004, vale dizer do cabimento ou não da exclusão dos valores consignados a título de ICMS e das próprias contribuições sociais da base de cálculo do PIS e da Cofins incidentes na importação de mercadorias, bem como da proposição na via administrativa com o mesmo objeto, o aresto recorrido assim se pronunciou: O disposto no art. 1°, § 2° do DecretoLei n° 1.737, de 1979 e no art. 38, § único da Lei n° 6.830, de 1980 é suficiente para infirmar mencionada pretensão, citados comandos legais asseveram que a opção pela via judicial impõe a renúncia da autuada em impugnar a exigência no âmbito administrativo quanto a matéria levada à discussão na esfera judicial. Assunto igualmente disciplinado na Receita Federal por meio da edição do Ato Declaratório (Normativo) COSIT n° 3/1996, que esclarece que "a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial por qualquer modalidade processual antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, importa renúncia as instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto". (...). Fl. 105DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 26/11/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por ALEXANDRE KERN 4 Nesse sentido, não conheço dos argumentos de caráter meritórios trazidos pela impugnante acerca da improcedência dos lançamentos em razão da ilegalidade e/ou inconstitucionalidade da exigência do crédito tributário lançado de oficio, que asseguraria o direito de não incluir na base de cálculo do valor aduaneiro das mercadorias os montantes referentes ao PIS, a COFINS e ao ICMS, todos incidentes na importação. E vai além o voto condutor do acórdão hostilizado ao tratar dos acréscimos moratórios. Vejamos: Noutra vertente a impugnante contesta a exigência dos acréscimos moratórios, que no caso sob exame diz respeito tão somente aos juros de mora. Em relação aos acréscimos moratórios, é sabido de todos que o Código Tributário Nacional, em seu art. 161, outorga A. lei a faculdade de estipular os juros de mora incidentes sobre os créditos não integralmente pagos no vencimento, estabelecendo o parágrafo 1° desse artigo, que os juros serão calculados à taxa de 1% ao mês, se a lei não fixar outra taxa. Portanto, nos termos do CTN, ocorrendo a falta de pagamento integral, seja qual for o motivo, os respectivos juros serão devidos. Esse entendimento já foi pacificado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão n° 0104.444. A conclusão do acórdão recorrido é pelo não conhecimento da impugnação quanto a matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário e pela improcedência da impugnação quanto aos acréscimos moratórios. Ciente do teor do acórdão retromencionado em 04/01/12 por meio do AR RM 927319163BR, o sujeito passivo interpôs recurso voluntário em 01/02/12, conforme atesta o protocolo do órgão preparador, na ocasião reiterando de forma minudente as mesmas razões de defesa contidas na exordial, quais sejam: questões atinentes ao conceito específico de valor aduaneiro, com fulcro no artigo 110 do CTN, e acerca da inconstitucionalidade do artigo 7o, I, da Lei nº 10.865/2004, que autorizou a ampliação desse conceito específico, por conseguinte permitindo o alargamento da base de cálculo das contribuições sociais para o PIS e Cofins/importação. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Victor Rodrigues O recurso voluntário interposto é tempestivo. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 26/11/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 17220.000384/201059 Acórdão n.º 3803003.650 S3TE03 Fl. 10 5 A matéria devolvida a este juízo para apreciação circunscrevese tão somente à abrangência da definição acerca da expressão “valor aduaneiro”, para fins de incidência tributária e composição da base de cálculo das contribuições sociais para o PIS e Cofins na importação de mercadorias estrangeiras/prestação de serviços do exterior, em face de fatos geradores ocorridos em 05/07/07 e 15/07/09, decorrente dos registros das DI’s nºs 07/0877532 7 e 09/09034537, respectivamente, por conseguinte de pagamento de tributo a menor, uma vez que segregados da composição da base de cálculo foram os valores correspondentes ao ICMS e das próprias contribuições. Cumpre assinalar que a Lei nº 10.865/2004 que instituiu as contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na importação de produtos estrangeiros ou serviços – PIS/PASEPImportação e para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior – COFINSImportação, no inciso I de seu artigo 7º1, ao definir a base de cálculo desses tributos, mencionou o valor que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, na hipótese de o fato gerador ser proveniente da entrada de bens estrangeiros no território nacional. De outra parte a Recorrente, por entender que da base de cálculo dessas contribuições devem ser excluídos os valores apurados a título de ICMS e das próprias contribuições, manejou duas ações judiciais (2007.71.08.0086833 e 2009.71.08.0050422), nas quais postulou pela inconstitucionalidade do artigo 7o, I, da Lei nº 10.865/2004, por afrontar dispositivos contidos nos arts. 149, § 2o, III, ‘a’ e 110 do CTN. De antemão, em homenagem ao princípio da unicidade de jurisdição, que tem por finalidade evitar a concorrência de conflitos de competência entre os Poderes harmônicos da União Federal, coube ao Poder Judiciário firmar a coisa julgada que não poderá ser objeto de reforma no processo administrativo. Nesse sentido, o Poder Executivo através do § 2º do art. 1º do DecretoLei nº 1.737/79 e do art. 38 da Lei nº 6830/80, dispôs sobre a matéria, disciplinada por meio da alínea “a” do ADN/SRF/COSIT N º 03/96 e do art. 26 da Port. MF nº 258/01, que a propositura pelo contribuinte contra a Fazenda Nacional de ação judicial com o mesmo objeto importa a desistência do processo. No caso em comento existem duas ações de autoria da Recorrente tramitando perante o Poder Judiciário (2007.71.08.0086833 e 2009.71.08.0050422), onde se discute acerca da constitucionalidade do artigo 7o da Lei nº 10.865/2004. Ocorre que também há uma demanda administrativa da qual a Recorrente é parte interessada, cujo fundamento da causa de pedir é o mesmo daquele pretendido na ação judicial. 1 Art. 7o A base de cálculo será: I o valor aduaneiro, assim entendido, para os efeitos desta Lei, o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, na hipótese do inciso I do caput do art. 3o desta Lei Fl. 107DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 26/11/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por ALEXANDRE KERN 6 Ora, sendo a Recorrente parte interessada tanto na ação judicial quanto na demanda administrativa, coincidindo também o mesmo propósito entre eles, resta mais que caracterizada a concomitância, pela simultaneidade de tramitação de ações propostas nos âmbitos judicial e administrativo. Em desfavor do contribuinte encontrase o contido no parágrafo único do artigo 38 da Lei nº 6.830/80 (LEF), o qual estabelece que a propositura, pelo contribuinte, de ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto. No mesmo sentido, foi expedido o Ato Declaratório Normativo (ADN) nº 3, de 14/02/1996, da CoordenaçãoGeral do Sistema de Tributação (COSIT), publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 15/02/1996, que dispõe sobre o tratamento a ser dispensado ao processo fiscal que esteja tramitando na fase administrativa quando o contribuinte opta pela via judicial, cujas regras abaixo se transcreve: a) a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial por qualquer modalidade processual , antes ou posteriormente a autuação, com o mesmo objeto, importa a renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto; b) conseqüentemente, quando diferentes os objetos do processo judicial e do processo administrativo, este terá prosseguimento normal no que se relaciona a matéria diferenciada (p. ex.: aspectos formais do lançamento, base de cálculo, etc.); c) no caso da letra “a” a autoridade dirigente do órgão onde se encontra o processo não conhecerá de eventual petição do contribuinte, proferindo decisão formal, declaratória da definitividade da exigência discutida ou da decisão recorrida, se for o caso, encaminhando o processo para a cobrança do débito, ressalvada a eventual aplicação do disposto no art. 149 do CTN; d) na hipótese da alínea anterior, não se verificando a ressalva ali contida, procederseá a inscrição em dívida ativa, deixandose de fazêlo, para aguardar o pronunciamento judicial, somente quando demonstrada a ocorrência do disposto nos incisos II (depósito do montante integral do débito) ou IV (concessão de medida liminar em mandado de segurança), do art. 151, do CTN; é irrelevante, na espécie, que o processo tenha sido extinto, no Judiciário, sem julgamento do mérito (art. 267 do CPC).” Ante todo o exposto, não conheço do recurso voluntário interposto. É assim que voto. (Assinado digitalmente) Jorge Victor Rodrigues, Relator Fl. 108DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 26/11/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 17220.000384/201059 Acórdão n.º 3803003.650 S3TE03 Fl. 11 7 Declaração de Voto Ministério da Fazenda Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Terceira Seção Terceira Câmara TERMO DE ENCAMINHAMENTO Fl. 109DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 26/11/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por ALEXANDRE KERN 8 Processo nº:17220.000384/201059 Interessada: CEDIL – CENTRO DE ESTUDOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM LTDA. TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 4o do art. 63 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, fica o recorrente intimado a tomar ciência do Acórdão nº 3803003.650, de 24 de outubro de 2012, da 3a. Turma Especial da 3a. Seção e demais providências. Brasília DF, em 24 de outubro de 2012. [Assinado digitalmente] Alexandre Kern 3a Turma Especial da 3a Seção Presidente Fl. 110DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 26/11/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 15504.005938/2010-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Dec 28 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2401-000.243
Decisão: RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Elias Sampaio Freire Presidente
Igor Araújo Soares Relator
Participaram do presente Julgamento os Conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araujo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: IGOR ARAUJO SOARES
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Elias Sampaio Freire – Presidente Igor Araújo Soares – Relator Participaram do presente Julgamento os Conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araujo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 04 .0 05 93 8/ 20 10 -0 1 Fl. 111DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 13/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15504.005938/201001 Resolução nº 2401000.243 S2C4T1 Fl. 112 2 RELATÓRIO Tratase de recurso de voluntário interposto por COLETIVOS VENDA NOVA LTDA, em face do acórdão de fls. 85 , por meio do qual foi mantida a integralidade da multa lançada no Auto de Infração n. 37.268.8217, por ter a recorrente apresentado GFIP sem a informação de todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias a que estava sujeita. O relatório fiscal aponta que a recorrente deixou de informar em GFIP todos os pagamentos efetuados a segurados empregados nas competências de 06/2006, 07/2006, 10/2006 e 13/2006. A ciência do contribuinte acerca do lançamento foi efetivada em 03/05/2010 (fls. 01). Em seu recurso sustenta que os valores apontados pela Autoridade Lançadora não retratam a realidade, por incluírem parcelas relativas ao abono de férias instituído por intermédio de Convenção Coletiva de Trabalho, portanto, parcelas de natureza indenizatória. Acresce que de acordo com diversos julgados do STJ, o abono de férias concedido em virtude de acordo coletivo, efetivado sob a égide do artigo 144 da CLT , não integra o salário de contribuição, desde que não excedente a 20 dias de salário. Aduz, que além do auto tributar indevidamente o abono de férias, as cópias das guias devidamente quitadas, que junta à impugnação, demonstram a improcedência do lançamento. Defende que a multa aplicada não pode exceder o valor da obrigação principal, de acordo com o art. 412 do código Civil Brasileiro, que deve ser aplicado ao presente caso. Por fim, sustenta a ocorrência de bis in idem, pelo fato de ter sido autuada pelo mesmo fundamento em outro auto de infração, qual seja pelo não recolhimento do FGTS de seus funcionários. Sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, vieram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 13/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15504.005938/201001 Resolução nº 2401000.243 S2C4T1 Fl. 113 3 VOTO Conselheiro Igor Araújo Soares Relator Conforme já relatado, tratase da imposição de multa pela apresentação da GFIP nas quais foram omitidos fatos geradores de contribuições previdenciárias que foram objeto de lançamento em algum dos demais Autos de Infração lavrados pela fiscalização, conforme resta indicado no TEAF de fls. 15. De todos os Autos de Infração indicados no TEAF, sejam relativos a obrigações principais ou acessórias, não foi possível descobrirse o paradeiro de todos eles, especialmente nos quais foram lançadas as contribuições previdenciárias cujos fatos geradores não foram informados em GFIP e que originaram a multa objeto deste Auto de Infração. Se o lançamento principal conexo vier a ser anulado, concluise, por óbvio, que não havia a obrigatoriedade da recorrente informar os fatos geradores em GFIP, o que elidiria a aplicação da multa lançada no presente Auto de Infração, que tem estreita ligação e é acessório ao deslinde dos Autos de Infração nos quais foram lançadas a obrigações principais. Por tais motivos, tenho que o julgamento do presente Auto de Infração deve se dar somente em conjunto com o Auto de Infração correlatas, ou, quando este já esteja definitivamente julgado. Assim sendo, voto no sentido de que o presente julgamento seja CONVERTIDO EM DILIGÊNCIA, para que os autos do presente processo passem a tramitar em conjunto com os relativos ao lançamento da obrigação principal. É como voto. Igor Araújo Soares Fl. 113DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 13/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 10945.001126/2010-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Sun Aug 26 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. MATÉRIA DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUDICIÁRIO. SÚMULA CARF Nº 2.
Nos termos da Súmula CARF nº 2, de 2009, este Conselho Administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, como a alegação de ofensa ao princípio do não-confisco.
AUTOS DE INFRAÇÃO CONTENDO IDENTIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS TRIBUTADAS E ENQUADRAMENTOS LEGAIS. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE.
Não resta caracterizada a preterição do direito de defesa, a suscitar a nulidade do lançamento, quando os autos de infração atendem ao disposto no art. 10 do Decreto nº 70.235/72, identificam a matéria tributada e contêm os enquadramentos legais correlatos.
Recurso não conhecido e negado no restante.
Numero da decisão: 3401-001.973
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso quanto à alegação de inconstitucionalidade e, na parte conhecida, negar provimento, nos termos do voto do Relator.
Júlio César Alves Ramos Presidente
Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. MATÉRIA DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUDICIÁRIO. SÚMULA CARF Nº 2. Nos termos da Súmula CARF nº 2, de 2009, este Conselho Administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, como a alegação de ofensa ao princípio do não-confisco. AUTOS DE INFRAÇÃO CONTENDO IDENTIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS TRIBUTADAS E ENQUADRAMENTOS LEGAIS. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. Não resta caracterizada a preterição do direito de defesa, a suscitar a nulidade do lançamento, quando os autos de infração atendem ao disposto no art. 10 do Decreto nº 70.235/72, identificam a matéria tributada e contêm os enquadramentos legais correlatos. Recurso não conhecido e negado no restante.
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SOLICITAÇÃO DE NULIDADE DAS AUTUAÇÕES. Recorrente EMÍLIO BERWANGER & CIA LTDA Recorrida CURITIBAPR ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. MATÉRIA DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUDICIÁRIO. SÚMULA CARF Nº 2. Nos termos da Súmula CARF nº 2, de 2009, este Conselho Administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, como a alegação de ofensa ao princípio do nãoconfisco. AUTOS DE INFRAÇÃO CONTENDO IDENTIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS TRIBUTADAS E ENQUADRAMENTOS LEGAIS. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. Não resta caracterizada a preterição do direito de defesa, a suscitar a nulidade do lançamento, quando os autos de infração atendem ao disposto no art. 10 do Decreto nº 70.235/72, identificam a matéria tributada e contêm os enquadramentos legais correlatos. Recurso não conhecido e negado no restante. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso quanto à alegação de inconstitucionalidade e, na parte conhecida, negar provimento, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 00 11 26 /2 01 0- 75 Fl. 157DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10945.001126/201075 Acórdão n.º 3401001.973 S3C4T1 Fl. 158 2 Júlio César Alves Ramos – Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos. Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão da 3ª Turma da DRJ deu provimento parcial à impugnação para reduzir a multa de ofício de 150 % para 75%, lançada em dois autos de infração – um do PIS, outro da Cofins. As autuações devemse à ausência de recolhimento e de declaração das duas Contribuições. Impugnando as exigências, a contribuinte alega o seguinte, conforme o relatório da DRJ que reproduzo: ... trazendo as argumentações em relação ao PIS e à Cofins, especificamente quanto à cobrança da multa de oficio de 150%, por flagrante desrespeito ao principio constitucional tributário da proibição de confisco, uma vez que o seu capital social atualizado em 1° de outubro do corrente ano perfaz R$ 83.989,20, cujo valor é insuficiente para fazer frente à multa exigida. Cita a respeito, doutrina acerca do art. 150, IV, da Constituição Federal e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a proibição constitucional do confisco em matéria tributária e da fixação de valores para a multa. Contesta a alegada omissão de exibição dos livros contábeis, que entende ter sido a motivação do lançamento dos anos calendário de 2007 e 2008, já que deixaram de ser exibidos única e exclusivamente por não existirem, e requer seja declarado nulo o crédito tributário. No recurso voluntário, tempestivo, é requerida seja “reformada a decisão pare reconhecer a nulidade do crédito tributário, e, afastada a aplicação da multa, por flagrante ofensa ao princípio constitucional do nãoconfisco em matéria tributária.” Considera que a DRJ cometeu equívoco, ao entender incabível a análise do caráter confiscatório da multa nesta esfera administrativa, arguindo que o art. 142 do CTN referese à atividade de lançamento, e não ao Processo Administrativo Fiscal, arguindo em seguida que o Decreto nº 70.235/72 “não proíbe a autoridade fazendária julgadora de apreciar matéria flagrantemente inconstitucional como in casu”. Também afirma o seguinte, antes de transcrever trecho do acórdão recorrido: “Há que se observar ainda que, referida Turma entendeu que houve confissão de dívida e que a mesma não fora impugnada, ao afirmar à fl. 145”. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10945.001126/201075 Acórdão n.º 3401001.973 S3C4T1 Fl. 159 3 Quanto à nulidade “do crédito tributário que remanesceu após o julgamento da Turma” da DRJ, reputa necessária “vez que, a autuação se procedeu sob a justificativa da não entrega dos livros contábeis pela Recorrente depois de regularmente intimada para tal, cujo ato era impossível de ser praticado dada a inexistência dos referidos livros, que restou reconhecido pela referida Turma não serem obrigatórios em determinadas situações.” Em relação à parte provida parcialmente não coube recurso de ofício, por ser a soma dos valores exonerados nos dois lançamentos inferior ao limite de alçada. É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado. Voto O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos do Processo Administrativo, pelo que é conhecido, exceto no que argúi a inconstitucionalidade da multa de ofício (reduzida de 150% para 75% pela DRJ, sem remessa de ofício). Como já assentado no acórdão recorrido, que não merece qualquer reparo, o suposto caráter confiscatório da penalidade não pode ser analisada neste processo administrativo, porque somente o Judiciário é competente para tanto, a teor do que dispõe a Constituição Federal, nos seus arts. 97 e 102, I, “a”, III e §§ 1º e 2º deste último. Neste sentido, inclusive, a Súmula CARF nº 2, de 21/12/2009, segundo a qual “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Na parte conhecida, rejeito a alegação de nulidade dos lançamentos. Os autos de infração demonstram com clareza a falta de recolhimento apurada, enquanto o Termo de Verificação Fiscal que o acompanha é detalhado (ver fl. 72, frente e verso). Diferentemente do que afirma a peça recursal, as autuações não estão fundamentadas simplesmente na não entrega dos livros contábeis. Afinal, a fiscalização evidenciou não ter havido recolhimentos das duas Contribuições nem declaração à administração tributária, não sendo contestada pela contribuinte. Outrossim, os Autos atendem plenamente ao disposto no art. 10 do Decreto nº 70.235/72. Foram lavrados por servidor competente, possuem todos os elementos exigidos, identificam as matérias tributadas e contêm os enquadramentos legais correlatos. Por fim, observo que a Recorrente parece ter feito confusão na leitura do acórdão recorrido, quando afirma que o Colegiado de piso “entendeu que houve confissão de dívida e que a mesma não fora impugnada”, referindose ao trecho abaixo repetido: Portanto, resta evidente que a motivação das exigências está no fato de a empresa ter auferido receita nos anoscalendário de 2007 e 2008, sem que houvesse efetuado qualquer recolhimento a titulo de PIS e de Cofins ou mesmo declarado em DCTF, que constitui confissão de divida, e quanto a isso, digase, não há contestação por parte da contribuinte. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10945.001126/201075 Acórdão n.º 3401001.973 S3C4T1 Fl. 160 4 Uma leitura mais atenta do texto acima permite concluir que a DRJ apenas observou o que é cediço: a DCTF constitui confissão de dívida. Além disso, considerou que a contribuinte nem efetuou qualquer recolhimento nem declarou os valores do PIS e Cofins em DCTF, e que essa ausência de recolhimentos e de declaração não foi contestada. Pelo exposto, não conheço do recurso no que argúi inconstitucionalidade e, na parte conhecida, nego provimento. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 160DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 13971.720802/2009-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2006
ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE.
Considera-se área de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação situadas nas regiões definidas no art. 2o do Código Florestal, assim como aquelas florestas e demais formas de vegetação natural previstas no art. 3o do mesmo código, para as quais exista ato do Poder Público declarando-as como de preservação permanente. A existência das primeiras deve ser comprovada por meio de Laudo de Constatação (ou Vistoria), elaborado por profissional habilitado, que descreva e quantifique objetivamente as áreas de acordo com a classificação estabelecida no Código Florestal.
VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO COM BASE NO SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT). UTILIZAÇÃO DO VTN MÉDIO DECLARADO.
O VTN médio declarado por município extraído do SIPT, obtido com base nos valores informados na DITR, não pode ser utilizado para fins de arbitramento, pois notoriamente não atende ao critério da capacidade potencial da terra, contrariando a legislação que rege a matéria.
Numero da decisão: 2202-002.178
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para restabelecer o Valor da Terra Nua VTN declarado pela recorrente.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann Presidente
(Assinado digitalmente)
Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga - Relatora
Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Odmir Fernandes, Antonio Lopo Martinez, Guilherme Barranco de Souza, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rafael Pandolfo.
Nome do relator: MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA
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ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. Considerase área de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação situadas nas regiões definidas no art. 2o do Código Florestal, assim como aquelas florestas e demais formas de vegetação natural previstas no art. 3o do mesmo código, para as quais exista ato do Poder Público declarandoas como de preservação permanente. A existência das primeiras deve ser comprovada por meio de Laudo de Constatação (ou Vistoria), elaborado por profissional habilitado, que descreva e quantifique objetivamente as áreas de acordo com a classificação estabelecida no Código Florestal. VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO COM BASE NO SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT). UTILIZAÇÃO DO VTN MÉDIO DECLARADO. O VTN médio declarado por município extraído do SIPT, obtido com base nos valores informados na DITR, não pode ser utilizado para fins de arbitramento, pois notoriamente não atende ao critério da capacidade potencial da terra, contrariando a legislação que rege a matéria. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para restabelecer o Valor da Terra Nua – VTN declarado pela recorrente. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 08 02 /2 00 9- 41 Fl. 94DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 13971.720802/200941 Acórdão n.º 2202002.178 S2C2T2 Fl. 95 2 (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Relatora Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Odmir Fernandes, Antonio Lopo Martinez, Guilherme Barranco de Souza, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rafael Pandolfo. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 13971.720802/200941 Acórdão n.º 2202002.178 S2C2T2 Fl. 96 3 Relatório Contra a contribuinte acima qualificada foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 1 e 2, pela qual se exige a importância de R$12.666,06, a título de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, exercício 2006, acrescida de multa de ofício de 75% e juros de mora, relativo ao imóvel rural denominado Fazenda 15 Lotes, cadastrado na Secretaria da Receita Federal sob no 5.441.2919, localizado no município de Santa Terezinha/SC. DA AÇÃO FISCAL O procedimento fiscal decorre do trabalho de revisão da DITR/2006 no qual foi solicitado à contribuinte apresentar, dentre outros documentos (fls. 3 e 4): (a) Ato Declaratório Ambiental ADA requerido dentro do prazo legal junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama; (b) Laudo Técnico emitido por engenheiro agrônomo/florestal, que comprovem as áreas de preservação permanente declaradas, detalhando a localização e dimensão das áreas declaradas a esse título, previstas nos termos das alíneas “a” até “h” do art. 2o da Lei no 4.771, de 1965; (c) certidão do órgão público competente, caso o imóvel ou parte dele esteja inserido em área declarada como de preservação permanente, nos termos do art. 3o da Lei no 4.771, de 1965, acompanhado do ato do poder público que assim a declarou; e (d) Laudo de Avaliação do Valor da Terra Nua do imóvel emitido por engenheiro agrônomo ou florestal, para comprovar o valor declarado. Em consulta à Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fl. 1 verso, não havendo a contribuinte se manifestado quanto aos documentos solicitados, foram apuradas as seguintes infrações: Área de Preservação Permanente: glosa total, por falta de comprovação da isenção da área declarada; Valor da Terra Nua: o valor arbitrado com base no Sistema de Preços de Terra da Secretaria da Receita Federal – SIPT, uma vez que não foi apresentado Laudo de Avaliação, observando o disposto nas normas da ABNT. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 11 a 14, instruída com os documentos de fls. 15 a 30, cujo resumo se extraí da decisão recorrida (fl. 35): A interessada apresentou a impugnação de f. 11/14. Em síntese, alega que declarou a área de 310 ha do imóvel como de preservação permanente para se prevenir de possíveis invasões. Argumenta que, em exercícios posteriores, passou a declarar a área como inexplorada. Afirma que o valor da terra nua deve ser reduzido, em função do aumento do valor das benfeitorias (reflorestamento). Informa que a entrega do ADA será regularizada a partir de 2010. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Fl. 96DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 13971.720802/200941 Acórdão n.º 2202002.178 S2C2T2 Fl. 97 4 Apreciando a impugnação apresentada, a 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Campo Grande (MS) manteve integralmente o lançamento, proferindo o Acórdão no 0424.031 (fls. 33 a 37), de 01/04/2011, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2006 ÁREA DE RESERVA LEGAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ADA. AVERBAÇÃO. Por exigência de Lei, para ser considerada isenta, a área de reserva legal deve estar averbada na Matrícula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis e ser reconhecida mediante Ato Declaratório Ambiental ADA, cujo requerimento deve ser protocolado dentro do prazo estipulado. O ADA é igualmente exigido para a comprovação das áreas de preservação permanente. VALOR DA TERRA NUA. O valor da terra nua, apurado pela fiscalização, em procedimento de ofício nos termos do art. 14 da Lei 9.393/96, não é passível de alteração, quando o contribuinte não apresentar elementos de convicção que justifiquem reconhecer valor menor. DO RECURSO Cientificada do Acórdão de primeira instância, em 19/05/2011 (vide Intimação no 002/2011 fl. 46), a contribuinte apresentou, em 14/06/2011, tempestivamente, o recurso de fls. 49 e 50, no qual, reitera os termos de sua impugnação e aduz, em síntese, os seguintes argumentos. 1. Em nenhum momento foi solicitada a averbação da área de reserva legal, alegando que, embora exigida por lei, teria sido prorrogada para 11/12/2011 a sua obrigatoriedade, e que teria providenciado o levantamento da área para fins de averbação. 2. Em relação ao ADA, informa que somente a partir de 31/05/2011 deu entrada na documentação necessária no Cartório de Registro de Imóveis da cidade de Rio do Campo SC, para regularizar o registro da área, embora a escritura seja de 1978, tendo em vista as dificuldades encontradas. 3. Argumenta que a fiscalização não poderia por em dúvida a preservação da área declarada, visto que não houve qualquer verificação in loco e, portanto, os valores exigidos nas notificações fiscais seriam absurdamente altos. 4. Por fim, alega que a empresa encontrase com suas atividades totalmente paralisadas, portanto sem receitas, apelando para o bom senso dos Senhores Julgadores para que observem nossa boa vontade de cuidar do meio ambiente, incentivandonos e não penalizandonos pelo excesso de zelo. DA DISTRIBUIÇÃO Fl. 97DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 13971.720802/200941 Acórdão n.º 2202002.178 S2C2T2 Fl. 98 5 Processo que compôs o Lote no 13, distribuído inicialmente para esta Conselheira na sessão pública da Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais de 28/11/2011. DA DILIGÊNCIA Na sessão de 15/05/2012, esta Câmara decidiu converter o julgamento em diligência, por meio da Resolução no 220200.211 (fls. 52 a 56) para que a autoridade preparadora anexasse o documento que embasou o arbitramento do VTN. Em atendimento à solicitação deste Colegiado, a autoridade fiscal elaborou o Relatório de Diligência Fiscal de fl. 67, anexando o extrato do sistema SIPT de fl. 69. Cientificado do relatório fiscal, a contribuinte apresentou Carta de Esclarecimento de fls. 73 e 74. Os autos retornaram de diligência, vindo digitalizados até à fl. 931. 1 Processo digital. Numeração do eprocesso. O processo físico foi numerado até a fl. 39 (fl. 45 da digitalização). Fl. 98DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 13971.720802/200941 Acórdão n.º 2202002.178 S2C2T2 Fl. 99 6 Voto Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. 1 Área de preservação permanente É certo que cabe ao fisco ônus da prova da infração imputada ao contribuinte, demonstrando e comprovando a ocorrência do fato gerador diretamente vinculado à obrigação fiscal exigida. Não se pode olvidar, entretanto, que em se tratando de imunidade ou isenção compete ao contribuinte comprovar que atende às condições e requisitos que a lei impõem para fruição do benefício fiscal. No caso dos autos, tratase de lançamento de ITR, tributo sujeito ao lançamento por homologação, ou seja, cabe ao contribuinte a apuração e o pagamento do imposto devido, “independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior” (art. 10 da Lei no 9.393, de 1996). Assim, as informações que serviram de base para apuração do imposto devido devem estar amparadas em documentação hábil e idônea, podendo a autoridade fiscal solicitar os esclarecimentos que julgar necessários e exigir a apresentação dos mesmos, pois, muito embora a juntada de tais documentos seja dispensada quando da entrega da declaração, deve o contribuinte mantêlos em boa guarda para sua apresentação quando solicitada (art. 40 do Decreto no 4.382, de 2002, que regulamentou a fiscalização do ITR). Como se sabe, considerase área de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação situadas nas regiões definidas no art. 2o da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal), assim como aquelas florestas e demais formas de vegetação natural previstas no art. 3o da mesma lei, para as quais exista ato do Poder Público declarandoas como de preservação permanente. As áreas de preservação permanentes descritas no art. 2o do Código Florestal podem ser comprovadas por meio de Laudo de Constatação (ou Vistoria), elaborado por profissional habilitado. Conforme consignado na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fl. 1 verso), a área de preservação permanente declarada foi glosada, pois, a contribuinte regularmente intimada, não apresentou documentação comprobatória da isenção. Compulsandose os autos, verificase que, em sua impugnação a contribuinte alegou que teria declarado 310 ha como área de preservação permanente para se prevenir de possíveis invasões, esclarecendo que, em exercícios posteriores, passou a declarála como área inexplorada. Em sede de recurso, menciona uma área de reserva legal para a qual estaria providenciando o levantamento para fins de averbação. Entretanto, cientificada do relatório fiscal de fl. 67, volta a reconhecer “o erro de preenchimento das DITRs 2005 e 2006 e que nos anos seguintes retificamos, passando a Área de Preservação Permanente para Área Fl. 99DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 13971.720802/200941 Acórdão n.º 2202002.178 S2C2T2 Fl. 100 7 Inexplorada, nos exercícios de 2007, 2008 e 2009, enquadrandose para o futuro e obedecendo as regras ambientais, como área passível de supressão e/ou exploração.” (fl. 73). Acrescenta, ainda, que (fl. 74): Nos exercícios de 2011 e 2012 (declarações anexas), nos preenchimentos das DITRs, toda a área declarada antes como Inexplorada, passou então a ser declarada com Área Coberta por Florestas Nativas, recurso esse por nós utilizados, visto ainda não termos ultimado os trabalhos de mapeamento da área total do imóvel do qual foi solicitado os laudos ao que os processos se referem. A conclusão dos trabalhos de medição elaborados por profissionais habilitados estão evoluindo de acordo com nossa capacidade financeira, visto ser um trabalho oneroso para nossa empresa, desativada e sem receitas. Como se vê, nada foi juntado para comprovar a existência das áreas de preservação permanente, ao contrário, a própria recorrente admitiu que a área informada como de preservação permanente era, de fato, uma área inexplorada, que, a partir de 2011 foi informada como área de coberta por florestas nativas, mesmo sem a conclusão dos trabalhos de mapeamento da área total do imóvel. Convêm lembrar que as áreas “cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração” (art. 10, §1o, inciso II, alínea “e”, da Lei no 9.393, de 19 de dezembro de 1996) passaram a ser excluída das área tributável para fins de ITR com o advento da Lei no 11.428, 22 de dezembro de 2006, vigorando a partir do exercício 2007. No caso em questão, tratase do exercício 2006 e, portanto, ainda que a contribuinte demonstrasse a existência de áreas cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, o que não ocorreu, tais áreas seriam tributáveis. Concluise, assim, que a contribuinte não logrou comprovar sequer a existência material da área de preservação permanente e, portanto, não poderia usufruir do benefício da isenção. Assim sendo, mantémse a glosa da área de preservação permanente efetuada pela fiscalização. 2 Valor da terra nua A fiscalização arbitrou o valor da terra nua, uma vez que a contribuinte, regularmente intimada, não apresentou Laudo Técnico para corroborar o valor por ela declarado. Inicialmente, importa transcrever o art. 14, caput e §1o, da Lei no 9.393, de 19 de dezembro de 1996, que autorizou a Receita Federal, no caso de falta de entrega de declaração ou de subavaliação, a arbitrar o valor da terra nua (VTN) com base em sistema por ela instituído: Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de subavaliação ou prestação de informações inexatas, Fl. 100DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 13971.720802/200941 Acórdão n.º 2202002.178 S2C2T2 Fl. 101 8 incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por ela instituído, e os dados de área total, área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização. §1o As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos no art. 12, § 1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios. Por sua vez, cabe trazer a colação o art. 12, §1º, inciso II , da Lei no 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, com a redação vigente à época da edição da Lei no 9.393, de 1996: Art. 12. Considerase justa a indenização que permita ao desapropriado a reposição, em seu patrimônio, do valor do bem que perdeu por interesse social. §1o A identificação do valor do bem a ser indenizado será feita, preferencialmente, com base nos seguintes referenciais técnicos e mercadológicos, entre outros usualmente empregados: I valor das benfeitorias úteis e necessárias, descontada a depreciação conforme o estado de conservação; II valor da terra nua, observados os seguintes aspectos: a) localização do imóvel; b) capacidade potencial da terra; c) dimensão do imóvel. [...] Conjugando os dispositivos acima transcritos, inferese que o sistema a ser criado pela Receita Federal para fins de arbitramento do valor da terra nua deveria observar os critérios estabelecidos no art. 12, 1o, inciso II, da Lei no 8.629, de 1993, quais sejam, a localização, a capacidade potencial da terra e a dimensão do imóvel, assim como considerar os levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios. Nesse contexto, foi aprovado o Sistema de Preços de Terras da Secretaria da Receita Federal – SIPT, pela Portaria SRF no 447, de 28 de março de 2002, alimentado com os valores de terras e demais dados recebidos das Secretarias de Agricultura ou entidades correlatas, e com os valores da terra nua da base de declarações do ITR (art. 3o da Portaria SRF no 447, de 2002). Para se contrapor ao valor arbitrado com base no SIPT, deve o contribuinte apresentar Laudo Técnico, com suficientes elementos de convicção, elaborado por engenheiro agrônomo ou florestal, acompanhado de ART, e que atenda às prescrições contidas na NBR 146533, que disciplina a atividade de avaliação de imóveis rurais. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 13971.720802/200941 Acórdão n.º 2202002.178 S2C2T2 Fl. 102 9 Conforme relatado, esta Turma converteu o julgamento em diligência, por meio da Resolução no 220200.211, de 15/05/2012 (fls. 52 a 56) para que a autoridade lançadora informasse a origem dos dados e os critérios utilizados para chegar à apuração do valor atribuído como VTN no SIPT, posteriormente utilizado no lançamento. Atendendo à solicitação deste Conselho, foi juntado o Relatório de Diligência Fiscal de fl. 67, no qual a autoridade autuante esclarece que: O extrato do SIPT que serviu de base para o arbitramento encontrase dentro do Sistema de Grande Porte da RFB, do qual extraímos o extrato que ora estamos juntando aos autos, e que comprova que o valor SIPT para o VTN de imóvel rural localizado no município de Santa Terezinha (SC), é de R$ 1.023,60 para o Exercício de 2006. Entendo que a utilização dos valores constantes do SIPT são válidos para fins de arbitramento do VTN, sempre que o contribuinte não apresente laudo técnico capaz de comprovar o valor por ele declarado e desde que os dados que alimentaram o sistemas atendam aos requisitos exigidos pela legislação, como, por exemplo, o VTN médio por hectare por aptidão agrícola, apurado nas avaliações realizada pelas Secretarias Estaduais de Agricultura, em que os preços de terras são determinados levandose em conta de existência de lavouras, campos, pastagens, matas etc. Ressaltese, entretanto, que o fato de para um determinado município não existirem informações dos órgãos estaduais ou municipais que permitam estimar o VTN/médio por hectare por aptidão agrícola, não autoriza o fisco a utilizar o VTN médio informado nas DITR do mesmo município. Isto porque o VTN médio declarado por município, obtido com base nos valores informados na DITR, constitui um parâmetro inicial, mas não pode ser utilizado para fins de arbitramento, pois notoriamente não atende ao critério da capacidade potencial da terra. Isso porque esta informação não é contemplada na declaração, que contém apenas o valor global atribuído a propriedade, sem levar em conta as características intrínsecas e extrínsecas da terra que determinam o seu potencial de uso. Dessa forma, embora a contribuinte não tenha apresentado laudo técnico, uma vez que o arbitramento foi feito utilizandose o VTN médio declarado pelos contribuintes do mesmo município (vide extrato de fl. 69), valor este que não encontra amparo na legislação, e, portanto, há que se restabelecer o valor originalmente declarado. 3 Conclusão Diante do exposto, voto por DAR provimento PARCIAL ao recurso para restabelecer o valor do VTN declarado. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Fl. 102DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 13971.720802/200941 Acórdão n.º 2202002.178 S2C2T2 Fl. 103 10 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 27/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA
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Numero do processo: 13896.000058/2007-42
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/08/2006
Ementa:
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DE ICMS.
Na sistemática da não cumulatividade, o valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep.
AFASTAMENTO ADMINISTRATIVO DE NORMA INCONSTITUCIONAL. HIPÓTESES EXCEPCIONAIS DE AUTORIZAÇÃO.
Há vedação ao afastamento administrativo de norma por inconstitucionalidade (art. 26-A do Decreto no 70.235/1972 e Súmula CARF no 2). Excepcionalmente, a norma inconstitucional pode ser administrativamente afastada nas hipóteses referidas no § 6o do art. 26-A do Decreto no 70.235/1972.
Numero da decisão: 3403-001.774
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em, negar provimento ao recurso.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Rosaldo Trevisan - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Marcos Tranchesi Ortiz, Ivan Allegretti e Domingos de Sá Filho.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DE ICMS. Na sistemática da não cumulatividade, o valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep. AFASTAMENTO ADMINISTRATIVO DE NORMA INCONSTITUCIONAL. HIPÓTESES EXCEPCIONAIS DE AUTORIZAÇÃO. Há vedação ao afastamento administrativo de norma por inconstitucionalidade (art. 26A do Decreto no 70.235/1972 e Súmula CARF no 2). Excepcionalmente, a norma inconstitucional pode ser administrativamente afastada nas hipóteses referidas no § 6o do art. 26A do Decreto no 70.235/1972. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em, negar provimento ao recurso. Antonio Carlos Atulim Presidente. Rosaldo Trevisan Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 00 00 58 /2 00 7- 42 Fl. 113DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Marcos Tranchesi Ortiz, Ivan Allegretti e Domingos de Sá Filho. Relatório Versa o presente processo sobre pedido de restituição e compensação referente a contribuições para o PIS/Pasep, que entende a recorrente ter recolhido indevidamente no período de outubro de 2004 a agosto de 2006, em virtude de inclusão do ICMS na base de cálculo da referida contribuição. A análise do pedido foi efetuada pelo Parecer SEORT/DRF/OSA no 74/2007 (fls. 37 a 45), no qual não se reconheceu o direito creditório e não se homologou quaisquer compensações feitas pelo contribuinte, sustentandose que: (a) o montante relativo ao ICMS compõe o faturamento, ou, digase, receita bruta da empresa, e dessa forma integra a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep; (b) se fosse aceita a tese da exclusão do ICMS da base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep, estarseia alterando o conceito de faturamento para algo próximo ao conceito de lucro, transgredindo o exigido pelo art. 110 do CTN, que veda a alteração da definição, do conteúdo ou alcance dos institutos, conceitos e formas do direito privado utilizados na Constituição; (c) o pedido de restituição/compensação deve ser desconsiderado pois o contribuinte não utilizou o Programa PER/DCOMP para formulação (arts. 31 e 76 da IN SRF no 600/2005); e (d) a contribuição para o PIS/Pasep é tributo cujo encargo financeiro é transferido para terceiros (art. 166 do CTN), e que inexiste documento comprobatório de que a interessada assumiu o encargo financeiro relativo à contribuição, ou de que está expressamente autorizada por quem assumiu o referido encargo. Cientificado da decisão em 13/02/2007 (AR às fls. 47), o contribuinte apresenta manifestação de inconformidade (fls. 48 a 65) em 08/03/2007, pedindo a suspensão da exigibilidade dos débitos objeto das declarações de compensação anexadas aos autos e alegando, em síntese, que: (a) o fato gerador da contribuição para o PIS/Pasep é o faturamento e este deve ser restrito àquilo que o contribuinte fatura, não podendo ser ampliado o conceito para incluir o faturamento obtido por outra pessoa, como é o caso do ICMS que é faturado pelo Estado; Fl. 114DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 13896.000058/200742 Acórdão n.º 3403001.774 S3C4T3 Fl. 113 3 (b) admitir que o ICMS faça parte da base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep fere o princípio da capacidade contributiva e tem efeito confiscatório; (c) não pode a lei que instituiu a contribuição para o PIS/Pasep alterar o conceito de faturamento utilizado expressamente na Constituição Federal, conforme previsão do art. 110 do CTN; (d) fere o direito de petição previsto no art. 5o, XXXIV, “a”, da Constituição Federal, a desconsideração do pedido de restituição/compensação pela não utilização do programa PERD/COMP (art. 31 e 76 da IN SRF no 600/2005); e (e) contribuição para o PIS/Pasep é tributo direto, ao qual não se aplica o disposto no art. 166 do CTN. A manifestação de inconformidade foi apreciada em 23/10/2007, pela DRJ/Campinas (fls. 76 a 78), que não reconheceu o direito creditório em litígio e não homologou a compensação, mantendo a integralidade dos débitos, asseverando que: (a) a suspensão da exigibilidade dos débitos objeto do presente pleito independe de manifestação administrativa, posto que decorre de disposição legal; (b) apesar de o Parecer SEORT/DRF/OSA no 74/2007 ter proposto a desconsideração do pedido de restituição/compensação feito em desconformidade com a IN SRF no 600/2005, o Despacho Decisório de fls. 43/44 não fez referência a essa questão, indeferindo no mérito o pleito de restituição, e não homologando a compensação; (c) o contribuinte tem legitimidade para pedir a repetição de indébitos referentes à contribuição para o PIS/Pasep, pois essa contribuição não é um tributo que comporte, por sua natureza, transferência jurídica do respectivo encargo financeiro; (d) a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o faturamento, correspondente à receita bruta da pessoa jurídica, entendida esta como a totalidade das receitas auferidas, sendo irrelevantes o tipo de atividade exercida e a classificação contábil adotada (Leis no 9.718/1998, no 10.637/2002, e no 10.833/2003); (e) a Lei no 9.718/1998 expressamente permite a exclusão do ICMS Substituição da base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep, deixando claro, a contrario sensu, que o ICMS devido pela interessada compõe a base de cálculo da referida contribuição; e (f) é defeso aos órgãos administrativos apreciar a inconstitucionalidade de lei, ainda que sob o pretexto de deixar de aplicála ao caso concreto. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN 4 Cientificada da decisão de primeira instância em 28/10/2008 (fls. 86), a empresa apresenta Recurso Voluntário em 27/11/2008 (fls. 90 a 98), sustentando basicamente os mesmos argumentos expressos na Manifestação de Inconformidade, e defendendo a possibilidade de a administração pública deixar de aplicar legislação que afronte a Constituição Federal. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Após o julgamento de primeira instância, restam contenciosos o tema principal deste processo (se a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep engloba o ICMS) e um tema que o circunda: a possibilidade de afastamento pelo julgador administrativo de norma que afronte a Constituição Federal. Da base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep Em relação à inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep, é de se destacar que a Lei que regula a matéria (no regime não cumulativo, que é o tratado nos autos) é a de no 10.637/2002, que dispõe em seu art. 1o: “Art. 1º A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2º A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput. § 3º Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: (...) III auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; (...) VII decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de Fl. 116DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 13896.000058/200742 Acórdão n.º 3403001.774 S3C4T3 Fl. 114 5 créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” (grifo nosso) O texto normativo apresenta a base de cálculo no § 2o de seu art. 1o, a partir do conceito de faturamento do caput, detalhado no § 1o. E no § 6o são relacionadas as exclusões, entre as quais não se encontra menção ao ICMS pago (apesar de haver menção expressa de exclusão à transferência onerosa a terceiros de ICMS originado de operações de exportação). Assim, por ausência de previsão legal, descabe a exclusão do ICMS da base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep. Entender de forma diversa da expressa na lei, face a princípios de ordem constitucional, implicaria análise administrativa de constitucionalidade que, como se informará adiante (no tópico intitulado “do afastamento administrativo de norma inconstitucional”), não é passível de execução na hipótese dos presentes autos. E, também, entender de forma diversa da expressa na lei com fundamento em jurisprudência relativa ao regime cumulativo não se afigura pertinente, como se trata a seguir. A contribuição para o PIS/Pasep sujeitase ao regime cumulativo (disciplinado pela Lei no 9.718/1998 e pela Medida Provisória no 2.15835/2001), ao regime não cumulativo (tratado nas Leis no 10.637/2002, no 10.833/2003, no 10.864/2004, e no 10.925/2004), ou ainda a regimes especiais (v.g., com bases de cálculo e/ou alíquotas diferenciadas ou substituição tributária, estabelecidos por legislação específica). Observandose a situação exposta e os documentos apresentados neste processo (v.g., os documentos de fls. 10 a 12), reiterase que se está aqui a tratar do regime não cumulativo. Descabe, assim, analisar a questão sob o prisma da legislação e dos entendimentos jurisprudenciais relacionados ao regime cumulativo da Lei no 9.718/1998. Aliás, assim já entendeu unanimemente esta mesma turma, há alguns meses: “A leitura do inteiro teor da sentença (fls. 154 a 157) e do acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (fls. 158 a 162) revela que, conquanto o mandado de segurança tenha sido ajuizado em 29/11/2006, seu objeto restringese à exclusão do ICMS das bases de cálculo das contribuições ao PIS e Cofins apuradas no regime cumulativo, ou seja sob a égide da Lei nº 9.718/98 O RE nº 574.706 está submetido ao regime do art. 543B do CPC, conforme revela pesquisa efetuada na página sobre repercussão geral do STF (tema 69). Esta pesquisa revelou que a questão constitucional que será decidida tanto o RE nº 240.785, quanto no RE nº 574.706, versa sobre a inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições no regime cumulativo. É evidente que os limites objetivos deste mandado de segurança não abrangem a apuração das bases de cálculo do PIS e Cofins no regime não cumulativo, que é o caso dos autos. A empresa não poderá utilizar a norma individual e concreta emanada desta decisão judicial para excluir o ICMS das bases de cálculo das contribuições apuradas sob o regime das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN 6 (...)1” (grifos no original) Do afastamento administrativo de norma inconstitucional A possibilidade de afastamento pelo julgador administrativo de norma que afronte a Constituição Federal é excepcionalmente reconhecida no § 6o do art. 26A do Decreto no 70.235/1972, com a redação conferida pela Lei no 11.941/2009, para as hipóteses ali relacionadas (que, destaquese, não se fazem presentes neste processo). Contudo, a regra geral é pela vedação de apreciação administrativa de constitucionalidade, como se percebe na redação do caput do referido artigo 26A: “Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (...) § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; II – que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.” (grifo nosso) Impendese informar derradeiramente que neste CARF a matéria já está totalmente pacificada: “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Rosaldo Trevisan 1 CARF, Acórdão 340301.480, 3a Seção, 4a Câmarea, 3a Turma Ordinária, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânime, Sessão de 21.mar.2012. Fl. 118DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 13896.000058/200742 Acórdão n.º 3403001.774 S3C4T3 Fl. 115 7 Fl. 119DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 14/10/2012 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 13864.000073/2010-63
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2005 a 31/12/2005
ALIMENTO FORNECIDO IN NATURA. NÃO INSCRITO NO PAT.
Não deve incidir a contribuição previdenciária quando a empresa fornece a alimentação in natura, por meio de empresa que fornece a venda de refeições, mesmo que não esteja inscrita no PAT.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2403-001.733
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos Marcelo Magalhães Peixoto, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Carolina Wanderley Landim.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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NÃO INSCRITO NO PAT. Não deve incidir a contribuição previdenciária quando a empresa fornece a alimentação in natura, por meio de empresa que fornece a venda de refeições, mesmo que não esteja inscrita no PAT. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos Marcelo Magalhães Peixoto, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Carolina Wanderley Landim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 86 4. 00 00 73 /2 01 0- 63 Fl. 235DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12 /2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário em face de Acórdão proferido pela DRJ/CPS que manteve crédito tributário lançado por meio do Auto de Infração 37.221.480 0, no importe de R$ 88.128,74 (oitenta e oito mil cento e vinte e oito reais e setenta e quatro centavos). A autuação se deu por ter, segundo a fiscalização, fls. 13/17, deixado a empresa de recolher contribuições administradas e arrecadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e destinadas à Seguridade Social relativa a Contribuição devida a outras entidade e fundos (Salário Educação, INCRA e Fundo Aeroviário). Os fatos e fundamentos para apuração do crédito previdenciário foram especificados pelo auditor autuante que os descreveu da seguinte maneira: 3.1. Constatouse no período fiscalizado que a empresa forneceu alimentação a seus empregados por mera liberalidade, sem o cadastro junto ao Programa de Alimentação ao Trabalhador – PAT, considerando, portanto como salário in natura, incidentes contribuição previdenciária conforme Lei 6.321 de 14/04/1976 e Lei 8.212/91, art. 28, Inciso I e § 9o., ‘’c’’;, a empresa apresentou Notas Fiscais mercantis da empresa Sodexho do Brasil Comercial Ltda – CNPJ 49.930.514/000135 relativa a venda de refeições. 3.1.1. Apurouse os valores pagos relativo a Refeição através da conta contábil Benefícios a Empregados Restaurante – 0051130211. Após solicita através de TIF, a empresa apresentou Notas Fiscais mercantis da empresa Sodexho do Brasil Comercial Ltda – CNPJ 49.930.514/000135 relativa a venda de refeições. 3.1.2. Através da rubrica Alimentação em Folha de Pagamento apurouse os trabalhadores que usufruíram deste beneficio conforme planilha Salário Alimentação – Anexo I. 3.1.3. Para apurarmos os valores relativos ao salário alimentação , apurou se o índice do desconto de alimentação de cada trabalhador em relação ao desconto total da rubrica alimentação, por competência, e aplicouse o mesmo índice sobre o valor mensal das vendas de refeições apuradas na contabilidade, devidamente demonstrado no Anexo I. 3.1.4. Para efetuar estes lançamentos de fatos geradores de contribuição previdenciária criouse o seguinte levantamento: AL1 – Salário Alimentação. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou o presente Auto de Infração por meio do instrumento de fls. 151/171. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da Recorrente, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas (SP) – 8ª Turma DRJ/CPS, prolatou Acórdão de fls. 221/231, julgando procedente o lançamento, conforme ementa que abaixo se transcreve, verbis: Fl. 236DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12 /2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13864.000073/201063 Acórdão n.º 2403001.733 S2C4T3 Fl. 3 3 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2005 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DESTINADAS A TERCEIROS. OBRIGAÇÃO DO RECOLHIMENTO. A empresa é obrigada a recolher, nos prazos definidos em lei, as contribuições a seu cargo, devidas a Terceiros, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados a seu serviço. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. Não cabe às autoridades que atuam no contencioso administrativo proclamar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em vigor, pois tal competência é exclusiva dos órgãos do Poder Judiciário. INSCRIÇÃO NO PAT. FALTA DE COMPROVAÇÃO. FORNECIMENTO DE REFEIÇÕES. CONTRIBUIÇÕES. INCIDÊNCIA. O fornecimento de refeições para os empregados, por empresa que não comprovou estar inscrita no Programa de Alimentação do Trabalhador, sujeitase ás contribuições previdencidrias. CONTRIBUIÇÕES NÃO RECOLHIDAS. JUROS. E MULTA EXIGIBILIDADE. As contribuições previdencidrias não recolhidas ficam sujeitas à multa e aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC, ambos de caráter irrelevável, não podendo a autoridade fiscal deixar de aplicar a legislação de regência, sob pena até de responsabilidade funcional. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido DO RECURSO Inconformada, a empresa interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário de fls. 203/218, requerendo a reforma do Acórdão, com os seguintes argumentos, em suma: Ao aplicarse o entendimento tanto do Superior Tribunal de Justiça quanto do Supremo Tribunal Federal ao caso concreto, não há como sustentar a validade dos lançamentos guerreados eis que o fato sobre o qual a Autoridade Fiscal aplicou a regra de tributação supostamente adequada, não se subsume aos delineamentos da base de cálculo da contribuição previdenciária, SEJA ELA A PARCELA DO EMPREGADO E/OU DO EMPREGADOR, sob pena de afronta a Constituição em sua totalidade normativa; Não subsistem os lançamentos impugnados em sua totalidade por desnecessidade de inscrição no PAT para exclusão dos valores incorridos para prestação de alimentação in natura aos empregados da Recorrente, uma vez que não se trata da hipótese prevista no artigo 29, parágrafo nono, alínea `c`, da Lei 8.212/91, mas sim de afronta aos limites constitucionais impostos à tributação previdenciária da remuneração, que não permitem sua incidência sobre valores que não configuram salário ou outro tipo de remuneração, conforme delineado pelo art. 195, inciso II, e 201, parágrafo 11, ambos da CF/88; Fl. 237DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12 /2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 Em que pese a suposta violação assinalada, tendo em vista a licituda da conduta da Recorrente, cumpre à Autoridade Fiscalizadora aplicar multa em percentual plausível (20% a 30%) que não represente confisco e não seja desproporcional, sob pena de enriquecimento ilícito do Fisco, razão pela qual se faria necessário cancelamento da penalidade imputada, ou ao menos, a sua redução; Deve ser reconhecida a irregularidade de atualização monetária pela taxa SELIC, sob pena de violação frontal ao art. 161 do CTN, dentre outros. É o relatório. Fl. 238DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12 /2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13864.000073/201063 Acórdão n.º 2403001.733 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE De acordo com o documento de fl. 234, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO MÉRITO DA NÃO INCIDÊNCIA SOBRE O FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO IN NATURA SEM A COMPROVAÇÃO DE INSCRIÇÃO NO PAT A Recorrente foi autuada por não incluir na base de cálculo da contribuição previdenciária os valores referentes ao alimento in natura (por meio de empresa que fornece a venda de refeições, fl. 14), sem estar inscrita no PAT, nos termos da Lei n. 6.321/76. A DRJ, no seu r. acórdão, julgou procedente o lançamento no que se refere a essa autuação, por entender que a inscrição no PAT é condição essencial para que tais verbas possam ser excluídas do conceito de remuneração. É pacífica a jurisprudência do Colendo STJ, no sentido de que o fornecimento do alimento in natura, mesmo sem a inscrição no PAT, não deve integrar a base de cálculo da Contribuição Previdenciária, verbis: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ALIMENTAÇÃO FORNECIDA PELO EMPREGADOR. PAGAMENTO IN NATURA. NÃO INCIDÊNCIA DA TRIBUTAÇÃO. INSCRIÇÃO NO PAT. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. 1. Caso em que se discute a incidência da contribuição previdenciária sobre as verbas recebidas a título de auxílioalimentação in natura, quando a empresa não está inscrita no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. 2. A jurisprudência desta Corte pacificouse no sentido de que o auxílio alimentação in natura não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Precedentes: EREsp 603.509/CE, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJ 8/11/2004; REsp 1.196.748/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 28/9/2010; AgRg no REsp 1.119.787/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 29/6/2010. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 5.810/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/06/2011, DJe 10/06/2011) (grifo nosso) Fl. 239DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12 /2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 Da análise do recente acórdão, verificase que o Tribunal Superior aplicou a Súmula 83 do STJ, verbis: NÃO SE CONHECE DO RECURSO ESPECIAL PELA DIVERGÊNCIA, QUANDO A ORIENTAÇÃO DO TRIBUNAL SE FIRMOU NO MESMO SENTIDO DA DECISÃO RECORRIDA. Em outras palavras, por ser matéria pacífica, o STJ nem conhece Recursos em sentido contrário. Nesse diapasão, em 20 de dezembro de 2011, a própria ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional editou o Ato Declaratório n. 03/2011 autorizando “a dispensa de apresentação de contestação de interposição de recursos, bem como a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: ‘nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in natura do auxílioalimentação não há incidência de contribuição previdenciária.’” Razão pela qual, não deve incidir contribuição previdenciária em relação ao fornecimento de alimento in natura, por meio de empresa que fornece a venda de refeições. CONCLUSÃO Do exposto, conheço do recurso para dar provimento ao recurso. Marcelo Magalhães Peixoto Fl. 240DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12 /2012 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10680.004080/2007-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Feb 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004, 2005, 2006
CESSÃO DE CRÉDITO. RENDIMENTO TRIBUTÁVEL.
A cessão de crédito efetuada sem custo para cessionário, representa acréscimo patrimonial, fato gerador do imposto de renda pessoa física. Não podendo ser classificado como rendimento isento ou não tributável.
DOAÇÃO. DESCARACTERIZAÇÃO. RENDIMENTO TRIBUTÁVEL.
Demonstrado nos autos que a doação não se deu de forma gratuita, ao contrário, evidenciada a existência de restrições claramente impostas aos donatários e que a doação estava vinculada a outras operações tributáveis que envolviam doador e donatário, legítima a tributação dos bens recebidos a como proventos de qualquer natureza.
Numero da decisão: 2202-002.051
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Odmir Fernandes (Relator), Rafael Pandolfo e Pedro Anan Junior, que proviam o recurso. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann Presidente
(Assinado digitalmente)
Odmir Fernandes Relator
(Assinado digitalmente)
Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Redatora Designada
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004, 2005, 2006 CESSÃO DE CRÉDITO. RENDIMENTO TRIBUTÁVEL. A cessão de crédito efetuada sem custo para cessionário, representa acréscimo patrimonial, fato gerador do imposto de renda pessoa física. Não podendo ser classificado como rendimento isento ou não tributável. DOAÇÃO. DESCARACTERIZAÇÃO. RENDIMENTO TRIBUTÁVEL. Demonstrado nos autos que a doação não se deu de forma gratuita, ao contrário, evidenciada a existência de restrições claramente impostas aos donatários e que a doação estava vinculada a outras operações tributáveis que envolviam doador e donatário, legítima a tributação dos bens recebidos a como proventos de qualquer natureza.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Odmir Fernandes (Relator), Rafael Pandolfo e Pedro Anan Junior, que proviam o recurso. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 16; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2059; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 2 1 1 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.004080/200707 Recurso nº 999 Voluntário Acórdão nº 2202002.051 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 16 de outubro de 2012 Matéria IRPF Recorrente MARIO ANTONIO MAFRA MACEDO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004, 2005, 2006 CESSÃO DE CRÉDITO. RENDIMENTO TRIBUTÁVEL. A cessão de crédito efetuada sem custo para cessionário, representa acréscimo patrimonial, fato gerador do imposto de renda pessoa física. Não podendo ser classificado como rendimento isento ou não tributável. DOAÇÃO. DESCARACTERIZAÇÃO. RENDIMENTO TRIBUTÁVEL. Demonstrado nos autos que a doação não se deu de forma gratuita, ao contrário, evidenciada a existência de restrições claramente impostas aos donatários e que a doação estava vinculada a outras operações tributáveis que envolviam doador e donatário, legítima a tributação dos bens recebidos a como “proventos de qualquer natureza”. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Odmir Fernandes (Relator), Rafael Pandolfo e Pedro Anan Junior, que proviam o recurso. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes – Relator (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga – Redatora Designada AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 40 80 /2 00 7- 07 Fl. 1458DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. Fl. 1459DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário da decisão da 5ª Turma de Julgamento da DRJ de Belo Horizonte/MG, que manteve a autuação do Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF, exercício de 2004, 2005 e 2006, sobre omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas, sem vínculo empregatício e rendimentos classificados incorretamente como isentos e não tributáveis na DIRPF. Auto de Infração a fls. 04 a13. Termo de verificação Fiscal a fls. 38 e segts. Conforme consta dos autos a autuação decorre do seguinte constatação fiscal: “ omissão de rendimentos tributáveis recebidos das pessoas jurídicas Clinica Nefrológica de Minas Gerais Ltda. CLINEMGE, Centro Nefrológico de Minas Gerais Ltda. CENEMGE, e NEFRON Ltda.. Os rendimentos referemse a pagamentos efetuados pelas clinicas dos créditos recebidos pelo contribuinte em cessão onerosa de créditos em que o cedente RTS Comercial e Administração Ltda., atribuiu encargos aos cessionários. As "cessões de créditos" podem ser entendidas como um pagamento As pessoas físicas dos sóciosmédicos pelas condições impostas pelo cedente, que limitam o livre exercício empresarial e comercial dos sóciosmédicos durante 5 anos. As remunerações recebidas não foram informadas como rendimentos tributáveis nas declarações de ajuste anual dos exercícios 2004 a 2006. classificação incorreta dos rendimentos como isentos e não tributáveis na declaração de ajuste anual. 0 contribuinte recebeu doação onerosa em que o doador RTS Comercial e Administração Ltda., atribui encargos ao donatário. A prova de que a doação é onerosa ou modal está circunstanciada na cláusula 5° dos Instrumentos Particulares de Cessão de Credito e Doação de Equipamentos. Nela está expressamente previsto que os donatários assumem pessoalmente todos os ônus e encargos que eventualmente decorrerem das transações, na forma prevista no art. 553 do Código Civil. O Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda, RIR11999, considera como isenta a doação desde que não exista contraprestação por parte do donatário. As doações e cessões de créditos podem ser entendidas como pagamento aos sóciosmédicos pelas condições impostas pelo doador e cedente, que limitam o livre exercício empresarial e comercial dos sóciosmédicos pelo prazo de 5 anos.” Decisão recorrida (fls. 117/127), com ciência em 24.08.2011 (AR fls. 955), manteve a autuação sob o fundamento de a doação isenta deve ser liberalidade do doador e não houve comprovação da inexistência de encargo para admitir a isenção. Recurso Voluntário a fls. 957 a 979 alega em síntese, que o objeto da autuação, a omissão de rendimentos (item I) e a reclassificação de rendimentos (item II) decorrem de doação pura, sem encargo ou contraprestação, feita pela empresa RTS, não sujeita ao imposto de renda, tanto que a doação sofreu tributação pelo ITCMD. Fl. 1460DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 5 4 Para justificar a doação, sustenta que a doadora – TRS é uma multinacional, fabricante de equipamentos médicos renais, firmou contrato de prestação de serviços com três clinicas médicas, a Clinemge, Cenemge, e Nefron, do qual o Recorrente é um dos sócios. Fato público, diz, ocorreu na cidade de Caruaru, Pernambuco com o surto de doenças renais pela contaminação da água, com diversos óbitos, obrigando o Ministério da Saúde a editar Portaria para disciplinar a matéria e servir de referencia nacional. Com isso as clinicas experimentaram a enormes prejuízos inviabilizandoas razão da doação. Fl. 1461DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 6 5 Voto Vencido Conselheiro Odmir Fernandes Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. A decisão recorrida esta assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Exercício: 2004, 2005, 2006 RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. O imposto de renda incide sempre que houver aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda e de proventos de qualquer natureza. São tributáveis os rendimentos recebidos na forma de bens ou direitos, avaliados em dinheiro, pelo valor que tiverem na data da percepção. ISENÇÃO. DOAÇÃO De acordo com o art. 538, do Código Civil, considerouse doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. A isenção do imposto de renda diz respeito ao valor recebido do doador por estrita liberalidade. Cuidase de autuação do imposto de renda pessoa física, com dois itens, conforme consta da autuação: I – Omissão de rendimentos tributáveis recebidos das pessoas jurídicas Clinica CLINEMGE, CENEMGE, e NEFRON Ltda. Os rendimentos referemse a pagamentos efetuados pelas clinicas dos créditos recebidos pelo contribuinte em cessão onerosa de créditos em que o cedente RTS Comercial e Administração Ltda., atribuiu encargos aos cessionários. As "cessões de créditos" podem ser entendidas como um pagamento As pessoas físicas dos sóciosmédicos pelas condições impostas pelo cedente, que limitam o livre exercício empresarial e comercial dos sóciosmédicos durante cinco anos. As remunerações recebidas não foram informadas como rendimentos tributáveis nas declarações de ajuste anual dos exercícios 2004 a 2006. II Classificação incorreta dos rendimentos como isentos e não tributáveis na declaração de ajuste anual. O contribuinte recebeu doação onerosa em que o doador RTS Comercial e Administração Ltda., atribui encargos ao donatário. Fl. 1462DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 7 6 A prova de que a doação é onerosa ou modal está circunstanciada na cláusula 5ª dos Instrumentos Particulares de Cessão de Credito e Doação de Equipamentos. Nela está expressamente previsto que os donatários assumem pessoalmente todos os ônus e encargos que eventualmente decorrerem das transações, na forma prevista no art. 553 do Código Civil. O Decreto n° 3.000, de 1999, RIR11999, considera como isenta a doação desde que não exista contraprestação por parte do donatário. As doações e cessões de créditos podem ser entendidas como pagamento aos sóciosmédicos pelas condições impostas pelo doador e cedente, que limitam o livre exercício empresarial e comercial dos sóciosmédicos pelo prazo de cinco anos. O fato decorre da doação de equipamentos e cessão do direito de crédito a titulo gratuito com a reclassificação dos rendimentos declarados não sujeitos ao imposto. Entendeu a autuação e a decisão recorrida que a doação ocorreu com encargo, sem liberalidade e não houve comprovação da inexistência do encargo para admitir a isenção dos rendimentos declarados. A decisão recorrida manteve a autuação com base no relatório de fiscalização: “A prova de que a doação é onerosa ou modal está circunstanciada na cláusula 5° dos Instrumentos Particulares de Cessão de Crédito e Doação de Equipamentos”. A Cláusula 5ª do Contrato de cessão de crédito e doação de equipamentos, firmado pelo Recorrente para a empresa RTS (fls. 202), esta assim redigida: “Cláusula 5°. Os cessionários/donatários assumem pessoalmente todos os ônus e encargos que eventualmente decorrem das transações acima na forma prevista no art. 553, do Código Civil, inclusive as de natureza fiscal, obrigandose a reportar adequadamente às autoridades no que se fizer necessário " (grifamos). Ao Recorrente sustenta que a doação se fez sem encargo e, ainda que fosse com encargo, haveria isenção do imposto porque a lei não faz distinção entre doação com e sem encargo, tanto que se sujeitou ao Imposto estadual sobre doação ITCMD. A questão aqui é saber se a doação se fez com ou sem encargo, sendo com encargo pode ser sujeitar ao imposto de renda? Para responder a essas questões devemos examinar as condições do contrato firmado, a lei tributária e a lei civil (Código Civil). O Relatório de fiscalização no item 29 (fls. 23), destaca: A comprovação de que a doação foi onerosa ou modal está consubstanciada na cláusula 5ª dos "INSTRUMENTOS Fl. 1463DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 8 7 PARTICULAR DE CESSÃO DE CRÉDITOS E DOAÇÃO DE EQUIPAMENTOS" que expressamente estipulou: Cláusula 5ª. 5ª. Os cessionários/donatários assumem pessoalmente todos os ônus e encargos que eventualmente decorrem das transações acima na forma prevista no Art. 553 do Código Civil, inclusive as de natureza fiscal, obrigandose a reportar adequadamente ás autoridades no que se fizer necessário. (grifo do original). Observase pela referida Cláusula 5ª do contrato que se trata de doação onerosa, de previsão expressa dessa condição: “Os cessionários/donatários assumem pessoalmente todos os ônus e encargos que eventualmente decorrem das transações... inclusive as de natureza fiscal,..”, Reafirmase a existência de doação com encargo ao citar expressamente o art. 553, do Código Civil, que possui a seguinte redação: Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. Com a disposição contratual expressa impossível admitir a tese do Recorrente no sentido de que a doação se fez sem encargo. Agora, o encargo desnatura a doação? Deixa de ser doação e todo o negócio passa a se sujeitar ao imposto de renda? Para responder a essas questões, devemos examinar, além do contrato firmado, a lei tributária e a lei civil (Código Civil). Vamos ao exame da legislação do imposto de renda. Lei n° 7.713, de 1988: "Art. 6° Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: ........ XVI o valor dos bens adquiridos por doação ou herança;" RIR/99: Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: ....... XV o valor dos bens adquiridos por doação ou herança, observado o disposto no art. 119 (Lei n° 7.713, de 1988, art. 6°, inciso XVI, e Lei n° 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 23 e parágrafos); A decisão recorrida manteve a autuação sob o fundamento de o art. 538, do Código Civil e do Manual de Perguntas e Respostas, denominado no jargão de O Perguntão, da Receita Federal, excluírem a doação com encargo pela falta de prova do encargo. Fl. 1464DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 9 8 O Perguntão está assim redigido: ENCARGO DE DOAÇÃO MODAL 208 — Os valores recebidos em razão do encargo estipulado em doação modal de bens ou direitos são tributáveis? Sim. A doação modal ou onerosa é aquela que traz consigo um encargo para o donatário. Os valores recebidos em função desse encargo estão sujeitos ao recolhimento mensal (carne ledo), se recebidos de pessoa física ou, na fonte, se pagos por pessoa jurídica, e na declaração de ajuste. (http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoafisica/IRPF/2006/perg untas/RendimentosTributaveisOutros.htm). O Manual é expresso em fixar que os valores recebidos em razão do encargo estipulado em doação modal de bens ou direitos são tributáveis. Explica, doação modal ou onerosa é aquela que traz consigo um encargo para o donatário. Completa a explicação: Os valores recebidos em função desse encargo estão sujeitos ao recolhimento mensal (carneledo), se recebidos de pessoa física ou, na fonte, se pagos por pessoa jurídica, e na declaração de ajuste. Os arts. 538 e 540, do Código Civil (Lei n° 10.406, de 2002), possuem a seguinte redação: Art. 538. Considerase doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. O Código Civil deixa claro que a doação pode ser feita com encargo e esta condição –o encargo – não desnatura a doação. WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO, leciona “Espécie de doação: Em essência a doação é contrato benéfico, inspirado no propósito que anima o doador de contemplar o donatário com uma liberalidade. Ela é pura e simples, ou típica (vera et absoluta), quando restrição alguma se impõe ao beneficiário amplamente desfrutado pelo donatário, sem qualquer limitação. Mas, pode ser efetuada com encargo, hipótese em que se denomina de modal ou onerosa (donatione sub modo). Encargo é incumbência cometida ao donatário pelo doador, em favor deste, de terceiro, ou do interesse geral (art. 1.180); por exemplo, doação feita com a obrigação de construir o donatário, no terreno objetivado pela liberalidade, edifício para escola ou Fl. 1465DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 10 9 hospital,” (Curso de direito civil, Direito das obrigações, 2ª parte, Ed Saraiva, 15ª ed. , 1980, SP, p. 122). MARIA HELENA DINIZ, ensina: A doação modal ou com encargo é aquela em que no doador impõe ao donatário uma prestação em seu beneficio, em proveito de terceiros ou no interesse social (...). Na parte que exceder o valor do encargo haverá liberalidade, e, se houver equivalência entre o objeto doado e o valor do encargo, o contrato será oneroso (Código Civil Anotado, Ed. Saraiva, 16ª ed. 2012, SP, p. 461, destacamos). WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO explica ainda “Outra espécie de doação é a remuneratória, que tem por escopo recompensar serviços ou favores prestados ao doador, sendo este o motivo determinante, é claro que, na parte correspondente retribuição dos serviços, o ato, em verdade, não é doação mas pagamento; só haverá doação quanto a parte que exceder o valor dos serviços” (op.cit, Curso, p. 123). Na doação modal, onerosa ou com encargo, o donatário fica com a incumbência de cumprir uma obrigação sem descaracterizar o ajuste. O encargo não é doação, conforme prevê a parte final do art. 540, do CC. O Manuel de Perguntas e Respostas da Receita Federal expressa esse entendimento ao fixar: “os valores recebidos em função desse encargo estão sujeitos ao imposto”. Não sendo o encargo doação pode ser tributado como rendimento ou receita pelo imposto de renda. Notese, não é a totalidade da doação que pode ser tributada, apenas o valor equivalente ao encargo. O excedente ao encargo é liberalidade, é doação pura, isenta do imposto de renda, mas sujeito ao ITCMD, conforme sustenta o Recorrente. Temos assim que conceito de doação aplicável ao imposto de renda é aquele do Código Civil, a teor dos arts. 109 e 110, do CTN, e pode ser onerosa, com encargo, sem que isso a descaracterize a doação. A decisão recorrida entendeu haver tributação apenas do encargo, ao fixar: Assim, são isentos o valor recebido na doação pura ou típica ou o valor que exceda o dos serviços remunerados ou o encargo imposto, nas doações remuneratória e modal, respectivamente. No entanto, por entender que a prova do excesso – parte tributada cabia ao contribuinte admitiu a tributação da totalidade: “No caso, o contribuinte não comprovou que, em se tratando de encargo, haveria valor que o exceda e, por conseguinte, parcela isenta do imposto.” Percebese claramente pelo procedimento fiscal adotado que a doação foi descaracterizada pela falta de prova do encargo pelo autuado. O ônus dessa prova é do contribuinte? Fl. 1466DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 11 10 O lançamento – autuação – é ato constitutivo do direito ao crédito, segundo a qual “compete privativamente a autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento e determinar a matéria tributável”, a teor do art. 142, do CTN. Saber o valor do encargo, parte tributada na doação, é tarefa da autuação na constituição do crédito tributário. A prova é ônus da fiscalização, jamais do autuado. Para tributar a totalidade da doação, como fez a autuação, seria necessário descaracterizar o contrato de doação, não se cogitou, mas foi o que se fez com o falso entendimento da ausência de prova do encargo sob a responsabilidade do contribuinte. Não houve inversão o ônus da prova e nem seria permitido de o contribuinte fazer a comprovação e, na falta, presumir a incidência sobre a totalidade da doação. Mesmo onde existe a inversão do ônus da prova, a exemplo do depósito bancário, o sujeito passivo é instado a comprovar fato contrário, extintivo ou modificativo do direito, para que se operar a presunção no plano do direito material. Poderia ser descaracterizada a doação se o encargo fosse equivalente ou superior a doação. Nesta situação, o contrato seria oneroso, não se tratando de doação, mas compra, venda ou prestações de serviços. Tocante a cessão do direito de crédito realizada a titulo gratuito, sem ônus, salvo o encargo. A cessão de direito a titulo gratuito equiparase a doação. Possui a denominação de cessão de direitos por se tratar de contato nominado com nomes no Código Civil, nada mais. Grosso modo, se não houvesse no direito positivo a cessão de direitos por certo seria doação. Caso não existisse a doação no Código, seria compra e venda a titulo gratuito. Em essência material não há distinção entre doação e cessão de direito a titulo gratuito. Havendo encargo, como há, poderia e deveria ser tributada a parcela, jamais a totalidade, como fez a autuação. Conforme vemos, a autuação e a decisão recorrida não agiram com o costumeiro acerto na apuração da materialidade da incidência com a tributação da totalidade da doação e da cessão de direito a titulo gratuito, quando caberia apenas incidência da parcela encargo. Ante o exposto, pelo meu voto, conheço e dou provimento ao recurso para reformar a decisão recorrida e cancelar a autuação. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator Fl. 1467DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 12 11 Voto Vencedor Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Redatora Designada Em que pese o merecido respeito a que faz jus o Ilustre Relator, peço vênia para dele discordar. Quanto à doação dos equipamentos recebidos pelo contribuinte, não se discorda que a aquisição de bens por doação, a princípio, se enquadra na isenção prevista no art. 6o, inciso XVI, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Contudo, importa perquirir se a doação se deu de forma onerosa ou não. Não se pode olvidar que são tributáveis todos os rendimentos produto do trabalho, do capital, ou da combinação de ambos, bem como os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados, que não estiverem contemplados nas hipóteses de isenção (art. 3o, §1o, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988) e que tributação dos rendimentos independe de sua denominação, bastando que fique demonstrado o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título (art. 3o, §4o, da Lei no 7.713, de 1988). O fato de constar do Instrumento de Cessão de Crédito e Doação de Equipamentos que a doação teria sido feita sem qualquer condição ou ônus, conforme trecho transcrito pelo relator vencido, não é, por si só, suficiente para que a doação em discussão seja considerada isenta nos termos da lei. Para o deslinde da questão importa analisar os Instrumentos de Cessão de Crédito e Doação de Equipamentos em conjunto com os Contratos de Locação de Equipamentos e Prestação de Serviços firmados entre RTS Comercial e Administração Ltda. (doadora) e as empresas das quais o contribuinte era sócio, assim como as respectivas rescisões contratuais. Nesse aspecto, fazse oportuno transcrever parte do Termo de Verificação Fiscal em que o autuante examinou tais documentos (fls. 18 a 23): 9. Analisandose os Contratos de Locação de Equipamentos, celebrados em 24/11/1997, entre a empresa RTS COMERCIAL E ADMINISTRAÇÃO LTDA e as empresas CLÍNICA NEFROLÓGICA DE MINAS GERAIS LTDA CLINEMGE, CENTRO NEFROLÓGICO DE MINAS GERAIS LTDA CENEMGE e NEFRON LTDA, constatamos tratarse de locação de equipamentos de hemodiálise da RTS às clínicas, cujo prazo de locação era de 15 (quinze) anos, com início em 01/01/1998 e término em 01/01/2013, renovável automaticamente por períodos iguais e sucessivos de 15 anos. O valor da locação não foi determinado de forma objetiva, visto que na cláusula 5ª ficou convencionado que as Clínicas ou Centro pagariam pontualmente à RTS um aluguel igual ao custo da RTS (incluindo depreciação) para manter em seu ativo o equipamento. Ficou convencionado, ainda, que as clínicas reembolsariam à RTS todas as despesas com manutenção e conserto do equipamento. Os contratos previam, ademais, que rescisão contratual não eximiria as partes de qualquer obrigação subsistente na data da rescisão (Anexo II); Fl. 1468DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 13 12 10. Já os Contratos de Serviços, celebrados em 24/11/1997, entre a empresa RTS COMERCIAL E ADMINISTRAÇÃO LTDA e as empresas CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON, são contratos de prestação administrativos e não clínicos pela RTS às Clínicas ou Centro, cujo prazo da prestação de serviços era de 15 (quinze) anos, com início em 01/01/1998 e término em 01/01/2013, renovável automaticamente por períodos iguais e sucessivos de 15 anos. Os pagamentos pelos serviços prestados pela RTS também não foram definidos de forma objetiva, haja vista que, pelos serviços prestados, a RTS receberia mensalmente das clínicas o reembolso das despesas efetivamente associadas aos serviços e mais 75% dos lucros ajustados antes do imposto de renda das clínicas ou centros (reembolso de despesas e honorários de serviços). Os contratos previam, ademais, que rescisão contratual não eximiria as partes de qualquer obrigação subsistente na data da rescisão (Anexo II); 11. Registrese, a propósito, que os sóciosquotista das empresas CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON são as mesmas pessoas, ou seja, os médicos Leidson Durães de Alkmim, Geraldo Darcy dos Santos, Eduardo Roberto da Silveira, Mário Antônio Mafra Macedo e Roberto Eduardo Salum; 12. Em 30 de Setembro de 2003 ocorreu a rescisão contratual por mútuo acordo do contrato de serviços, consoante "INSTRUMENTO PARTICULAR DE DISTRATO E TRANSAÇÃO COM QUITAÇÃO GERAL DO CONTRATO DE SERVIÇOS FIRMADO EM 24 DE NOVEMBRO DE 19997" celebrado entre a RTS e CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON, tendo como intervenientes anuentes, os médicos Leidson Durães de Alkmim, Geraldo Darcy dos Santos, Eduardo Roberto da Silveira, Mário Antônio Mafra Macedo e Roberto Eduardo Salum (Anexo II); [...] 16. Outra particularidade que se observa é que as clínicas CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON manifestaram suas irrevogáveis concordâncias a uma possível cessão, a qualquer tempo, dos créditos da RTS para os próprios sócio médicos da CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON, Srs. Leidson Durães de Alkmim, Geraldo Darcy dos Santos, Eduardo Roberto da Silveira, Mário Antônio Mafra Macedo e Roberto Eduardo Salum, mantida a obrigação firme da CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON de efetuar os pagamentos aos cessionários na forma pactuada (cláusula 3ª); 17. Não é necessário muito esforço para inferir que, presumivelmente, os sóciomédicos da CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON já sabiam de antemão que a RTS cederia seus créditos contra as clínicas (CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON) para os próprios sóciomédicos, isto é, eles receberiam em cessão onerosa o créditos da RTS com a obrigação de implementar os compromissos assumidos durante o prazo de 5 (cinco) anos; 18. De fato, depois de decorridos menos de dois meses dos distratos dos contratos de serviços, ou seja, em 26 de Novembro de 2003, ocorreu a cessão de créditos e doação de equipamentos aos sóciomédicos da CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON, conforme “INSTRUMENTO PARTICULAR DE CESSÃO DE CRÉDITOS E DOAÇÃO DE EQUIPAMENTOS (Anexo II); 19. Na mesma esteira do contrato de serviços, em 30 de Setembro de 2003 ocorreu a rescisão contratual por mútuo acordo do contrato de locação de equipamentos de hemodiálise, consoante “INSTRUMENTO PARTICULAR DE Fl. 1469DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 14 13 DISTRATO E DE TRANSAÇÃO COM QUITAÇÃO GERAL DO CONTRATO DE LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS FIRMADO EM 24 DE NOVEMBRO DE 1997", celebrado entre a RTS e CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON (Anexo II); [...] 23. Registrese que, idêntico ao que ocorreu com o contrato de serviços, as clínicas CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON manifestaram suas irrevogáveis concordâncias a uma possível cessão, qualquer tempo, dos créditos da RTS para os próprios sóciomédicos da CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON, Srs. Leidson Durães de Alkmim, Geraldo Darcy dos Santos, Eduardo Roberto da Silveira, Mário Antônio Mafra Macedo e Roberto Eduardo Salum, mantida a obrigação firme da CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON de efetuar os pagamentos aos cessionários na forma pactuada (cláusula 4ª); 24. As clínicas CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON deveriam devolver à RTS os equipamentos objetos da locação resilida em perfeito estado de funcionamento para os fins a que se destinam. Todavia, os sóciomédicos da CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON, presumivelmente, já sabiam de antemão que receberiam os equipamentos a serem restituídos em doação onerosa ou modal, ou seja, receberiam a doação onerosa dos equipamentos com a obrigação de implementar o compromisso assumido durante o prazo de 5 (cinco) anos; 25. Em 26 Novembro de 2003, ocorreu a cessão de créditos e doação de equipamentos aos sóciomédicos da CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON, conforme "INSTRUMENTO PARTICULAR DE CESSÃO DE CRÉDITOS E DOAÇÃO DE EQUIPAMENTOS (Anexo II); 26. Nestes instrumentos a RTS doa, com encargos, equipamentos aos médicos Leidson Durães de Alkmim, Geraldo Darcy dos Santos, Eduardo Roberto da Silveira, Mário Antônio Mafra Macedo e Roberto Eduardo Salum, bem como cede aos médicos os direitos creditícios da RTS contra as clínicas CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON, tendo como intervenientes anuentes as próprias clínicas; 27. Observese que os "INSTRUMENTOS PARTICULAR DE CESSÃO DE CRÉDITOS E DOAÇÃO DE EQUIPAMENTOS" estão intrinsecamente vinculados, de forma implícita, aos "INSTRUMENTOS PARTICULAR DE DISTRATO" tanto de serviços como de locação, haja vista que os médicosdonatários e cessionários, bem como os intervenientes anuentes (clínicas) ficaram sujeitos ao adimplemento da obrigação, no prazo estipulado, qual seja, durante 5 (cinco) anos os médicos donatários comprometeram a: a) não investir, associarse ou participar da propriedade, administração, operação ou controle de qualquer empresa que detenha, administre ou venda produtos ou serviços para clínicas prestadoras de serviços na área de terapia renal; b) não transferir qualquer direito de participação das clínicas (CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON) para quaisquer terceiros que detenham, administrem ou vendam produtos ou serviços para clínicas prestadoras de serviços na área de terapia renal; c) não fazer com que suas clínicas (CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON) transfira qualquer licença, alvará ou autorização relevante à operação das clínicas (CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON) a qualquer terceiro que detenha, administre ou venda produtos ou serviços para clínicas prestadoras de sérvios na área de terapia renal; Fl. 1470DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 15 14 d) os médicos intervenientes anuentes se comprometem a revogar todas as procurações que tenham sito outorgadas, por instrumento público ou particular, aos empregados da RTS para consecução do objeto social do Contrato de Serviços, arcando com os custos de tais revogações; e) manter sigilo e não divulgar a terceiros as informações relativas às operações e atividades que conjuntamente desenvolveram durante a vigência do Contrato de Serviço e Locação, bem como dos termos e condições do distrato; 28. Portanto, tratase de doação onerosa ou modal de equipamentos em que o doador atribuiu encargos aos donatários; 29. A comprovação de que a doação foi onerosa ou modal está consubstanciada na cláusula 5ª dos "INSTRUMENTOS PARTICULAR DE CESSÃO DE CRÉDITOS E DOAÇÃO DE EQUIPAMENTOS" que expressamente estipulou: Cláusula 5ª “5. Os cessionários/donatários assumem pessoalmente todos os ônus e encargos que eventualmente decorrem das transações acima na forma prevista no Art. 553 do Código Civil, inclusive as de natureza fiscal, obrigandose a reportar adequadamente às autoridades no que se fizer necessário.” (grifo nosso) Como se percebe, o autuante logrou comprovar a vinculação entre as rescisões contratuais e as doações de equipamentos, demonstrando que desde a formalização dos distratos entre a RTS e as empresas de propriedade do contribuinte já estava previsto, como de fato ocorreu, a cessão dos créditos e a doação dos equipamentos, condicionada às restrições impostas pela cedente e/ou doadora. Entendo, assim, que não de trata de doação gratuita, feita por mera liberalidade, mas de um rendimento tributável, classificado como “proventos de qualquer natureza” e, portanto, tributável, da mesma forma que foram tributados os créditos cedidos. No que se refere à cessão do direito de crédito, aplicase tudo quanto foi dito em relação a doação dos equipamentos, eis que formalizada no mesmo instrumento (“Instrumento de Cessão de Crédito e Doação de Equipamentos”), com as mesmas restrições acima mencionadas, representou acréscimo patrimonial a descoberto para os cessionários, classificandose como proventos de qualquer natureza sujeitos a incidência do imposto de renda. O autuante com muita propriedade afirma que (fls. 27 e 28): 45. Como os "INSTRUMENTOS PARTICULAR DE CESSÃO DE CRÉDITOS E DOAÇÃO DE EQUIPAMENTOS" estão intrinsecamente vinculados, de forma implícita, aos "INSTRUMENTOS PARTICULAR DE DISTRATO" tanto de serviços como de locação, haja vista que os médicosdonatários e os intervenientes anuentes ficaram sujeitos ao adimplemento da obrigação, no prazo estipulado, qual seja, se comprometeram a cumprir diversas condições que limitam o exercício da livre iniciativa empresarial durante 5 (cinco) anos. Portanto, estamos diante de um fato jurídico de condição resolutiva e por via de conseqüência ocorreu o fato gerador do imposto de renda, devendose cobrar o imposto devido; 46. Pugnase fazer um comentário sucinto sobre os créditos cedidos pela RTS. Ora, se a RTS recebesse os créditos das clínicas, estes seriam receita tributável da Fl. 1471DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 16 15 RTS, compondose a base de cálculo para o IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. Não se admite, ou não há previsão legal no sentido de que quando do recebimento de créditos cedidos, o cessionário ficar isento do pagamento do imposto de renda sobre tais recursos recebidos, pois, houve acréscimo patrimonial para os cessionários. Se a tese da não tributação prosperar, tornarseia uma balbúrdia e muito fácil de se burlar a legislação tributária. Senão vejamos: qualquer empresa que tem créditos a receber, e sabendose que quando receber os créditos os valores serão tributados, tenderia, para escapar da tributação, a ceder os créditos para um terceiro, para que o terceiro não seja tributado, ou combinar com o terceiro da seguinte forma: cedolhe créditos, mas o terceiro cessionário se compromete a pagar uma dívida da empresa cedente ou darlhe outro benefício quando receber os créditos cedidos, e, assim nunca ocorrer a tributação dos créditos da empresacedente; 47. Em outras palavras, recebimentos de créditos decorrentes de prestação de serviço e de locação de equipamentos são receitas tributáveis, e sua natureza jurídica não se transmuda pelo simples fato de serem cedidos a terceiros. Portanto, deve o cessionário oferecêlos à tributação; 48. As cessões de créditos consubstanciadas nos "INSTRUMENTOS PARTICULAR DE CESSÃO DE CRÉDITOS E DOAÇÃO DE EQUIPAMENTOS" estão devidamente escriturados nos livros Diário e Razão das clinicas CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON, da seguinte forma: Passivo Circulante, conta 2.1.01.01, denominação "Fornecedor a Pagar", subcontas 2.1.01.01.0002, denominação "Fornecedor RTS/Clínicas", 2.1.01.01.0004, denominação "Alugueis a Pagar RTS", 2.1.01.01.0005 — "Gestão Adm. Pagar RTS", 2.1.01.01.0006 — "Reembolso Pagar RTS", 2.1.01.01.0007 — Gestão Especial Pagar" e conta 2.1.01.11, denominação "Títulos a Pagar Curto Prazo", sub conta 2.1.01.11.001, denominação "Finan. RTS/Outras Clínicas". Verificamos, ainda, que as sobrecitadas subcontas foram zeradas e seus valores transferidos em contrapartidas de lançamentos para a, conta, de Passivo 2.1.01.07 "Credores Diversos", subcontas 2.1.01.07.0001 — Leidson Durães de Alkmim", 2.1.01.07.0002 — "Geraldo Darcy dos Santos", 2.1.01.07.0003 — "Eduardo Roberto da Silveira", 2.1.01.07.0004 — "Mário Antônio Mafra Macedo" e 2.1.01.07.0005 — "Roberto Eduardo Salum". Os históricos de lançamentos das sobrecitadas subcontas é "Valores Transferidos Conforme Contrato de Doação em 26/11/2003, como se afere das cópias dos livros Diário e Razão Analítico de 01/Novembro a 31/Dezembro de 2003 (Anexo I); 49. Verificamos, ainda, que a partir de 30/04/2005 houve a transferência das obrigações de pagamentos das clínicas CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON para com os sóciomédicos, de passivo de curtoprazo para o Passivo de Longo Prazo, ou seja, transferência para Passivo Exigível a Longo Prazo (Obrigações a Longo Prazo), conta 2.2.01.02 "Credores Diversos", subcontas 2.2.01.02.0001 —Leidson Durães de Alkmim", 2.2.01.02.0002 — "Geraldo Darcy dos Santos", 2.2.01.02.0003 — "Eduardo Roberto da Silveira", 2.2.01.02.0004 — "Mário Antônio Mafia Macedo" e 2.2.01.02.0005 — "Roberto Eduardo Salum", cujo histórico lançamento é "transferência para nova nomeclatura", vide Razão Analítico referente ao ano calendário de 2005 (Anexo I); 50. Procedemos à análise dos lançamentos contábeis dos fatos jurídicos e verificamos que os pagamentos dos créditos aos sóciosmédicos foram efetuados pelas clínicas CLINEMGE, CENEMGE e NEFRON através da conta corrente n° 3014/6656501, de titularidade da CLINEMGE, conta corrente n° 30147/6656110, de titularidade da CENEMGE e conta corrente n°30147/6651151, de titularidade Fl. 1472DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10680.004080/200707 Acórdão n.º 2202002.051 S2C2T2 Fl. 17 16 da NEFRON, ambas contas correntes mantidas no Banco Brasil S/A, consoante cópias dos livros Diário e Razão Analítico (Anexo I); Pelos fundamentos expostos, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Fl. 1473DF CARF MF Impresso em 08/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por ODMIR FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 10830.903182/2008-19
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2000 a 31/07/2000
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. REGÊNCIA. VERDADE MATERIAL. SUBSISTÊNCIA EM FACE DA PRECLUSÃO DA PROVA.
O processo Administrativo Fiscal rege-se pelo princípio da verdade material, quanto aos fundamentos fáticos que o sustentam. A identificação de fato que configure de forma clara e pontual a duplicidade de confissão e extinção do crédito tributário resgata a verdade material que não pode ser elidida sob o argumento de preclusão da prova.
Processo Anulado
Sem Crédito em Litígio
Numero da decisão: 3803-003.592
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para anular o processo ab initio, cancelando a(s) Declaração(ões) de compensação controvertida(s), nos termos do voto vencedor. Vencidos o relator, que negou provimento ao recurso, e o Conselheiro Hélcio Lafetá Reis, que não o conheceu. Designado o Conselheiro Belchior Melo de Sousa para a redação do voto vencedor.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente e Relator
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa Redator designado
Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: ALEXANDRE KERN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/2000 a 31/07/2000 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. REGÊNCIA. VERDADE MATERIAL. SUBSISTÊNCIA EM FACE DA PRECLUSÃO DA PROVA. O processo Administrativo Fiscal rege-se pelo princípio da verdade material, quanto aos fundamentos fáticos que o sustentam. A identificação de fato que configure de forma clara e pontual a duplicidade de confissão e extinção do crédito tributário resgata a verdade material que não pode ser elidida sob o argumento de preclusão da prova. Processo Anulado Sem Crédito em Litígio
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para anular o processo ab initio, cancelando a(s) Declaração(ões) de compensação controvertida(s), nos termos do voto vencedor. Vencidos o relator, que negou provimento ao recurso, e o Conselheiro Hélcio Lafetá Reis, que não o conheceu. Designado o Conselheiro Belchior Melo de Sousa para a redação do voto vencedor. (assinado digitalmente) Alexandre Kern - Presidente e Relator (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Redator designado Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2000 a 31/07/2000 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DÉBITO CONFESSADO EM DUPLICIDADE. ERRO DE FATO. CANCELAMENTO. A existência de pendência fiscal da Contribuinte na Receita Federal do Brasil, de contribuição tempestivamente paga, enseja o cancelamento da declaração de compensação transmitida no intuito de saneála, denotando duplicidade na confissão e extinção do débito, uma vez comprovada a identidade dos débitos, por meio da escrita contábil, regular em seus requisitos formais. Em situação tal, devese obedecer os princípios da legalidade e da moralidade que regem a Administração Pública Federal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2000 a 31/07/2000 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. REGÊNCIA. VERDADE MATERIAL. SUBSISTÊNCIA EM FACE DA PRECLUSÃO DA PROVA. O processo Administrativo Fiscal regese pelo princípio da verdade material, quanto aos fundamentos fáticos que o sustentam. A identificação de fato que configure de forma clara e pontual a duplicidade de confissão e extinção do crédito tributário resgata a verdade material que não pode ser elidida sob o argumento de preclusão da prova. Processo Anulado Sem Crédito em Litígio Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 31 82 /2 00 8- 19 Fl. 68DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN 2 ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para anular o processo ab initio, cancelando a(s) Declaração(ões) de compensação controvertida(s), nos termos do voto vencedor. Vencidos o relator, que negou provimento ao recurso, e o Conselheiro Hélcio Lafetá Reis, que não o conheceu. Designado o Conselheiro Belchior Melo de Sousa para a redação do voto vencedor. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente e Relator (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa – Redator designado Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues. Relatório BARROS PIMENTEL ENGENHARIA LTDA.transmitiu o PER/Dcomp nº 21150.16190.030904.1.3.047011, com vistas a extinguir débito de Cofins, do período de apuração de jul/2000, no valor de R$ 25.000,00, pela via de sua compensação com direito creditório advindo de indébito de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. A Delegacia da Receita Receita Federal do Brasil competente para analisar o pleito, por meio de Despacho Decisório Eletrônico, indeferiuo integralmente porque o pagamento invocado estava totalmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados na Dcomp. Em Manifestação de Inconformidade, o declarante alegou ter sido induzido ao erro por informação prestada pelo servidor público que o atendeu e que a presente DCOMP foi declarada para possibilitar a emissão de Certidão Negativa de Débito – CND requerida e que não teve intenção de se compensar em duplicidade. A 7ª Turma da DRJ/CPS julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente. O Acórdão nº 05037.527, de 4 de abril de 2012, fls. 26 a 30, teve ementa vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2000 a 31/07/2000 COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. CERTEZA. LIQUIDEZ. COMPROVAÇÃO. A compensação de indébito fiscal com créditos tributários vencidos e/ou vincendos, está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. Somente podem ser objeto de compensação créditos líquidos e certos, cuja comprovação deve ser efetuada pelo contribuinte, sob pena de não ter seu crédito reconhecido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 69DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10830.903182/200819 Acórdão n.º 3803003.592 S3TE03 Fl. !Configuração não válida de caractere 3 Cuidase agora de recurso voluntário contra a decisão da 7ª Turma da DRJ/CPS. O arrazoado de fls. 37 a 40, após síntese dos fatos relacionados com a lide, explica que calculou o valor da contribuição em causa com base na estimativa do faturamento do período de competência, entretanto, o valor do faturamento foi inferior ao estimado. Apontado o débito, o contador da recorrente compareceu ao plantão da Delegacia da Receita Federal de Campinas, expôs os fatos suprarreferidos e foi orientado a fazer uma PER/DCOMP, compensandose o débito que foi recolhido a maior com o valor realmente devido. Reconhece, no entanto, que não há meios de se comprovar o comparecimento ao plantão e a resposta dada pela consulta formulada ao Fiscal plantonista. Inobstante a ausência de meios de comprovação, a orientação dada ao contador da recorrente foi que fizesse um PER/DCOMP, compensando o débito recolhido a maior com o devido. Assim foi que, seguindo a orientação obtida pelo plantonista da Receita, a recorrente procedeu à elaboração do PER/DCOMP nº 21150.16190.030904.1.3.047011, compensando o valor que havia apurado por estimativa com o valor realmente devido. Por via de consequência, a situação fática acima exposta levou à presunção de que a contribuição que serviu de base para a compensação já havia sido compensada. Acusa a ocorrência de erro material no julgamento de primeira instância, se ao considerar que a contribuição que serviu de base para a compensação já havia sido compensada. Destaca, na folha do Livro Diário acostados aos autos juntamente com a peça recursal, que o valor referente à contribuição em foco no mês de competência de julho de 2000 era de R$ 13.601,73; porém, o recolhimento, feito com base no valor estimado do faturamento, foi de R$ 25.000,00, conforme comprovaria a guia DARF que diz juntar ao recurso. Ainda, na DIPJ Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica do ano base de 2000 (recibo de n 2507227082), o valor da Cofins da competência de julho de 2000 é de R$ 13.601,73. Daí a razão de o sistema da Receita acusar a falta de recolhimento da Cofins no valor de R$ 13.601,73, concernente à competência de julho de 2000, evidenciandose que a cobrança do débito está sendo feita em duplicidade. Pede provimento para o fim de ver cancelada a cobrança do débito. O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração estabelecida no processo eletrônico. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Alexandre Kern, Relator Fl. 70DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN 4 Presentes os pressupostos recursais, a petição de fls. 37 a 40 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJCPS7ª Turma nº 05037.527, de 4 de abril de 2012. De pronto, julgo conveniente esclarecer ao recorrente que o pagamento indigitado como sendo a maior, no valor de R$ 25.000,00, foi totalmente absorvido para a quitação dos débitos de Cofins (cód. 2172) do PA jul/2000 (R$ 13.457,07) e do PA ago/2000 (R$ 11.542,93). Tratandose de pagamento alocado a débito(s) espontaneamente confessado(s), não há falar em pagamento a maior. O atributo de irretratabilidade da confissão espontânea de dívida somente pode ser afastado mediante prova cabal de erro na declaração, consoante o art. 214 do Código Civil – CC Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 . Tal prova, no entanto, não existe nos autos. Os documentos que instruem A decisão recorrida não acolheu a exceção de erro na apuração da contribuição social, nem a simples retificação da DIPJ para efeito de alterar valores originalmente declarados, porque o declarante, em sede de reclamação administrativa, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia. No recurso voluntário, o interessado aporta aos autos novos documentos, que não haviam sido oferecidos à autoridade julgadora de primeira instância. A possibilidade de conhecimento desses novos documentos, não oferecidos à instância a quo, deve ser avaliada à luz dos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal. O PAF, assim dispõe, verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...] Art. 16. A impugnação mencionará: [...] III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 71DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10830.903182/200819 Acórdão n.º 3803003.592 S3TE03 Fl. !Configuração não válida de caractere 5 [...] Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997).’ De acordo com as normas processuais, com aplicação analógica determinada pelo § 4º do art. 66 da Instrução Normativa RFB no 900, de 30 de dezembro de 2008, é no momento processual da reclamação que a lide é demarcada e o processo administrativo propriamente dito tem início, com a instauração do litígio, não se permitindo, a partir daí, a abertura de novas teses de defesa ou a apresentação de novas provas, a não ser nas situações legalmente excepcionadas. A este respeito, Marcos Vinícius Neder de Lima e Maria Tereza Martínez López1 asseveram que “a inicial e a impugnação fixam os limites da controvérsia, integrando o objeto da defesa as afirmações contidas na petição inicial e na documentação que a acompanha”. Antônio da Silva Cabral, no seu livro “Processo Administrativo Fiscal” (Ed. Saraiva: São Paulo, 1993, p. 172), assim se manifestou sobre o assunto: ‘O termo latino é muito feliz para indicar que a preclusão significa impossibilidade de se realizar um direito, quer porque a porta do tempo está fechada, quer porque o recinto onde esse direito poderia exercerse também está fechado. O titular do direito achase impedido de exercer o seu direito, assim como alguém está impedido de entrar num recinto porque a porta está fechada.’ Na página seguinte, o mesmo autor, reportandose aos órgãos julgadores de segunda instância, completa: ‘Se o tribunal acolher tal espécie de recurso estará, na realidade, omitindo uma instância, já que o julgador singular não apreciou a parte que só é contestada na fase recursal.’ Cintra, Grinover e Dinamarco, no livro Teoria Geral do Processo, assim se posicionam sobre a preclusão: ‘o instituto da preclusão ligase ao princípio do impulso processual. Objetivamente entendida, a preclusão consiste em um fato impeditivo destinado a garantir o avanço progressivo da relação processual e a obstar o seu recuo para as fases anteriores do procedimento. Subjetivamente, a preclusão representa a perda de uma faculdade ou de um poder ou direito processual; as causas dessa perda correspondem às diversas espécies de preclusão[..]’ Ensinam, também, estes doutrinadores que: ‘A preclusão não é sanção. Não provém de ilícito, mas de incompatibilidade do poder, faculdade ou direito com o 1 Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado. São Paulo: Dialética, 2002, p. 67. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN 6 desenvolvimento do processo, ou da consumação de um interesse. Seus efeitos confinamse à relação processual e exauremse no processo.’ As alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituemse em verdadeiro ônus processual, porquanto, embora o ato seja instituído em seu favor, não sendo praticado no tempo certo, surgem para a parte conseqüências gravosas, dentre elas a perda do direito de fazêlo posteriormente, pois operase, nesta hipótese, o fenômeno da preclusão, isto porque o processo é um caminhar para a frente, não se admitindo, em regra, ressuscitar questões já ultrapassadas em fases anteriores. De acordo com o § 4º do art. 16 do PAF, supratranscrito, só é lícito deduzir novas alegações em supressão de instância quando: 1) relativas a direito superveniente; 2) competir ao julgador delas conhecer de ofício, a exemplo da decadência; ou 3) por expressa autorização legal. O § 5º do mesmo dispositivo legal exige que a juntada dos documentos deve ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. No caso desses autos, o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal: o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, segundo o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC): Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. O recorrente tampouco comprovou a ocorrência de qualquer das hipóteses das alíneas “a” a “c” do § 4º do art. 16 do PAF, que justificasse a apresentação tão tardia dos referidos documentos. Desta forma, deixo de considerálos no julgamento da presente lide. A propósito dos documentos que instruem a peça recursal (cópia da Dcomp nº 21150.16190.030904.1.3.047011, cópia de 1 (uma) folha do livro e de balancete de verificação, cópia do DARF representativo do pagamento apontado como a maior e cópia da Ficcha 19A da DIPJ do anocalendário de interesse), devese sublinhar que os mesmos não são suficientes para atestar liminarmente a liquidez e a certeza do crédito oposto na compensação declarada e demandariam a reabertura da dilação probatória, o que, de regra, como já visto, não se admite na fase recursal do processo. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) no caso concreto deveria ter sido efetuada mediante apresentação de documentos contábeis e/ou fiscais que Fl. 73DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10830.903182/200819 Acórdão n.º 3803003.592 S3TE03 Fl. !Configuração não válida de caractere 7 patenteassem que o valor da contribuição do período de apuração de interesse (01/07/2000 a 31/07/2000) não atingiu o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado em DCTF retificadora (que no presente caso sequer foi apresentada) e na DIPJ retificadora, de caráter meramente informativo. Como tal documentação não foi juntada no momento processual oportuno, quedou sem comprovação a certeza e liquidez dos créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN. Com essas considerações, nego provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 23 de outubro de 2012 Alexandre Kern Voto Vencedor Com a devida vênia para o registro, tenho em conta que o voto do d. Relator foi norteado por um equívoco na sua percepção dos fatos que subjazem neste processo, pela apreciação inadequada da prova e pelo aspecto formal de sua preclusão, nos termos do art. 16, § 4º, do PAF. A verdade real dos fatos se pronunciam já dos próprios registros constantes destes autos. Primeiro, reprisese, o despacho decisório certifica o pagamento de Cofins, código de receita 2172, do período de apuração (PA) julho de 2000, no valor R$ 25.000,00, arrecadado em 15/08/2000. Segundo, que o SIEF fora gravado pela informação prestada na DIPJ/2001 e efetivamente alimentado com o débito de Cofins, código de receita 2172, referente ao mês de julho de 2000, em igual valor, R$ 13.457,07, conforme o atesta o sistema da RFB “Informações de Apoio para Emissão de Certidão, fl 58, anexo do recurso voluntário, nele constando este quantum como Valor Original (do débito) e como Saldo Devedor Original. O documento da Administração Tributária está datado de 03 de agosto de 2004, às 9:40h. Ele está a informar que até essa data, três anos e sete meses depois, nenhum pagamento fora alocado ao débito confessado, não obstante existir, desde 15 de agosto de 2000, no sistema de pagamento da RFB, um DARF pago de R$ 25.000,00, código de receita 2172, para o débito deste PA. Disso, se dessume que o pagamento estava, então, disponível. A solução simples, apenas de alocação manual, foi complicada com a transmissão da DComp utilizandose o pagamento que estava disponível. Se, de fato, houve a orientação de servidor para a compensação via DComp, segundo afirma a Recorrente reconhecendo a dificuldade de poder proválo, ela foi despropositada. Só não contavam, nem servidor nem a Contribuinte, que a DComp estava gerando um novo débito para o dito PA. A alocação manual foi, enfim, procedida e a diferença, R$ 11.542,93, alocada ao débito do mês Fl. 74DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN 8 de agosto/2000, extinguindoo no valor desta parcela, em um tempo entre a pesquisa de situação fiscal e o despacho decisório, que assim pôde informar que o pagamento fora totalmente utilizado. Notese que a DComp foi transmitida em 03 de setembro de 2004, após a pesquisa de situação fiscal obtida pela Contribuinte na Unidade de origem, fl. 58, anexa ao recurso voluntário. Essa sequência de eventos torna patente que o intuito da transmissão da DComp foi o de suprimir a pendência da Contribuinte perante a RFB, não de reconhecer um novo débito e constituir um crédito tributário. Este intuito é atestado, ainda, pelo fato de a Contribuinte não fazer incindir sobre o débito multa de mora nem, sobretudo, os juros. Como se não bastasse para firmar esta convicção, importa perceber que o débito conduzido na DComp é de mesmo valor do que está registrado nas “Informações de Apoio para Emissão de Certidão” e do qual foi deduzido o pagamento de R$ 25.000,00. Não há nenhum nexo apreenderse do procedimento da Contribuinte que ela pretendeu reconhecer e confessar outra parcela da Cofins de julho de 2000, de igual valor, quase quatro anos depois, e, nessa senda, em contrassenso, agir ilegalmente sem fazer incidir sobre o débito os acréscimos legais, ou, minimamente, os juros. Não introduzir os acréscimos reforça a conclusão de que pretendera extinguir por compensação o débito mesmo que estava pendente no sistema. O relatório e o voto identificam, entre os documentos anexados no recurso, cópia do Livro Diário, como se vê do excerto abaixo: A propósito dos documentos que instruem a peça recursal (cópia da Dcomp nº 21150.16190.030904.1.3.047011, cópia de 1 (uma) folha do livro e de balancete de verificação, cópia do DARF representativo do pagamento apontado como a maior e cópia da Ficcha 19A da DIPJ do anocalendário de interesse), devese sublinhar que os mesmos não são suficientes para atestar liminarmente a liquidez e a certeza do crédito oposto na compensação declarada e demandariam a reabertura da dilação probatória, o que, de regra, como já visto, não se admite na fase recursal do processo. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) no caso concreto deveria ter sido efetuada mediante apresentação de documentos contábeis e/ou fiscais que patenteassem que o valor da contribuição do período de apuração de interesse (01/07/2000 a 31/07/2000) não atingiu o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado em DCTF retificadora (que no presente caso sequer foi apresentada) e na DIPJ retificadora, de caráter meramente informativo. Como tal documentação não foi juntada no momento processual oportuno, quedou sem comprovação a certeza e liquidez dos créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN.[sublinhado aqui] No entanto, o d. Relator não faz a correta valoração ao aduzir que não houve apresentação de documentos contábeis e/ou fiscais que patenteassem que o valor da contribuição do período de apuração de interesse ... não atingiu o valor informado em DCTF...”. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10830.903182/200819 Acórdão n.º 3803003.592 S3TE03 Fl. !Configuração não válida de caractere 9 Contrariamente a sua percepção, vejo a prova está presente nos autos. Distintamente dos demais processos, neste há uma residual diferença entre o débito confessado e o escriturado no Livro Diário, doc. 3, fls. 49/50 e 53, com Termo de Abertura e Termo de Encerramento. Neste, consta (no meio da página) “COFINS ... 24106 COFINS... 31/07 vr. ref. Cofins de julho ... 13.601,73”, enquanto foi confessado R$ 13.457,07. Esta diferença deixou aberta a oportunidade de o Fisco lançar os R$ 144,66 não declarados. O valor registrado de Cofins neste livro, de escrituração obrigatória, está em conformidade com o Balancete de Verificação, fls. 51, cópia de documento da época; todas autenticadas em 21 de maio de 2012. Não obstante o débito confessado, pago com a importância de R$ 25.000,00, e também posteriormente compensado, circunscrevase ao valor de R$ 13.457,07, certo é que o débito do mês, conforme escriturado, é de R$ 13.601,73, não mais. A prova é contundente, posto ser singela, conclusa, que não depende de qualquer apuração numérica ou de confirmação adicional de existência, de autenticidade ou de validade por parte da Unidade de origem, fazendo sobrelevar dos elementos destes autos a verdade material. É consabido que, sem prejuízo do princípio da preclusão, positivado na Ordem Jurídica Brasileira, a verdade material é princípio que rege o Processo Administrativo Fiscal. Nestes autos a prova salta plena de suficiência. Pelos atributos indicados que ela reúne, sopesando ambos os princípios, entendo que se deve homenagear este último e acolhêla, para que cumpra o desiderato que lhe é próprio no âmbito do processo. Isso, porque, ante tudo o que está demonstrado, podese atribuir a ocorrência de erro de fato substancial da Contribuinte no ato de transmitir DComp com débito já extinto pelo pagamento, servindose deste próprio pagamento, imaginando estar suprimindo a pendência constante no sistema da RFB. Tratase de erro que “interessa ao objeto principal da declaração...”, o débito que a Contribuinte confessa e extingue, segundo os termos do art. 139, do Código Civil, ao definir o erro de fato substancial. Erro de fato substancial, na lição de Francisco Amaral “é aquele de tal importância que, sem ele, o ato não se realizaria. Se o agente conhecesse a verdade, não manifestaria vontade de concluir o negócio jurídico.” 2 Não se olvida que a vontade não é elemento existencial do ato jurídico strictu senso (diferentemente do que o exige o negócio jurídico), uma vez que os seus efeitos são aqueles préestabelecidos na lei. No dizer de Antonio Junqueira de Azevedo ela é incorporada e absorvida pela declaração, e pode, depois, influenciar a validade do ato e às vezes também a eficácia. Segundo essa vertente da doutrina, temos, no caso, comprometida a DComp no seu plano de eficácia, eis que consubstancia uma confissão de dívida em que esteve vulnerada a manifestação de vontade da Contribuinte, presente o vício de consentimento, por ausente o seu objeto: a Contribuinte não queria fazer o que o documento que emitiu “diz” que ela fez. 2 Amaral Francisco. Direito Civil. São Paulo: Renovar, 2003, p. 500. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN 10 Já da lição de Fabiana Del Padre Tomé3, no excerto abaixo, deduzemse afetados os planos de existência e de validade da declaração: O raciocínio é claro: se confissão é declaração de vontade, e se essa vontade é viciada, a confissão não tem objeto. E declaração sem objeto é o mesmo que declaração inexistente. Essa assertiva ainda mais se avulta em Direito Tributário: se a obrigação tributária decorre da concretização, no mundo fenomênico, daquele fato abstratamente previsto na norma jurídica (hipótese de incidência), a confissão somente tem validade na medida em que efetivamente corresponder ao fato. Em não havendo essa correlação, a declaração viciada de vontade em nada interessa ao Direito Tributário. Na intrepidez do seu ensino a Professora vai inda mais adiante, em demonstrar que não só o erro de fato, mas, também, o erro de direito enseja a revogabilidade da confissão: Por regra geral o erro de direito, isto é, sobre os efeitos jurídicos do ato, não motiva a revogação da confissão, porque não impede que o fato seja certo; mas se o erro de direito conduz à confissão de uma obrigação que não existe ou ao negar a existência de um direito que se tem, apresentase, também, em última instância, como um erro de fato, e, por conseguinte, aquele é apenas a causa deste, que autoriza sua revogação. Se o erro de fato serve para revogar a confissão, não importa que se origine a partir de um erro de direito.) Moacyr Amaral dos Santos4, corroborao quando leciona acerca da revogação da confissão, por faltarlhe objeto, na hipótese de erro fundado na falsidade do fato confessado: Dado que o confitente, por engano, narre o fato de forma diversa daquela por que se passou, há erro e, como tal, a confissão pode ser revogada, desde que o erro seja essencial. A confissão é o reconhecimento da verdade de um fato; se o fato confessado é falso, a confissão não tem causa, faltalhe objeto. Quem admite um fato, devido a erro, na realidade não confessa: non fatetur qui errat. Com esta orientação converge também Américo Masset Lacombe5, ao afirmar que “a confissão pode, pois, ser revogada se houver erro de fato.” 3 TOMÉ, Fabiana Del Padre. Defesa e Provas no Processo Administrativo Tributário Federal: Momento para sua produção, espécies probatórias possíveis e exame de sua admissibilidade. In: Processo Administrativo Tributário Federal e Estadual. Organizadores: Marcelo Vianna Salomão e Aldo de Paula Júnior. São Paulo: MP Editora, 2005, p.1579. 4 SANTOS, Moacyr Amaral. Comentários ao Código de Processo Civil. V. IV. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994, p.111. 5 LACOMBE, Américo Lourenço Masset. A caracterização do parcelamento para fins tributários e criminais (novação da dívida ou mera confissão de fatos): a jurisprudência do STJ. In: Revista Internacional de Direito Tributário da ABRADT. Vol. VI. Belo Horizonte: Del Rey, 2007, p.2356. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10830.903182/200819 Acórdão n.º 3803003.592 S3TE03 Fl. !Configuração não válida de caractere 11 Repisese sucintamente: o Livro Diário e o balancete provam, de forma cabal, que o débito escriturado foi pago, inexistindo a sua duplicata constante da DComp. Assim, o conflito sob exame deve ser resolvido pelo cancelamento da declaração de compensação, sob pena de ferir, igualmente, além da verdade material que exsurge do que está provado nos autos e ora demonstrado, os princípios da legalidade e da moralidade, que devem ser obedecidos pela Administração Pública Federal, segundo o ditame do art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, a impedir, no caso, que se exija da Contribuinte tributo que já está pago, decorrente do ato de não homologação da DComp sob análise. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso para anular o processo ab initio, cancelando a declaração de compensação examinada. Sala das sessões, 23 de outubro de 2012 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 78DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 10830.000036/2004-14
Turma: Segunda Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1993
PROGRAMA DE DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO. ISENÇÃO.
A isenção de rendimentos recebidos quando da rescisão de contrato de trabalho somente é concedida quando restar comprovado nos autos que o empregador instituiu programa de desligamento voluntário e que o contribuinte aderiu ao mesmo.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-002.403
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Giovanni Christian Nunes Campos Presidente
Assinado digitalmente
Núbia Matos Moura Relatora
EDITADO EM: 27/11/2012
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Eivanice Canário da Silva, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho.
Matéria: IRPF- restituição - rendim.isentos/não tributaveis(ex.:PDV)
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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ISENÇÃO. A isenção de rendimentos recebidos quando da rescisão de contrato de trabalho somente é concedida quando restar comprovado nos autos que o empregador instituiu programa de desligamento voluntário e que o contribuinte aderiu ao mesmo. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora EDITADO EM: 27/11/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 00 36 /2 00 4- 14 Fl. 123DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 04/12/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10830.000036/200414 Acórdão n.º 2102002.403 S2C1T2 Fl. 124 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Eivanice Canário da Silva, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Relatório O contribuinte ISMAEL SILVA apresentou pedido de restituição de imposto de renda retido na fonte, que incidiu sobre verbas recebidas quando da rescisão do contrato de trabalho junto à empresa Rockwell Braseixos SA. Entende o contribuinte que as verbas recebidas enquadramse no conceito de verbas indenizatórias auferidas em decorrência de adesão a Plano de Demissão Voluntária (PDV). Superada a questão decadencial do pedido de restituição, conforme Acórdãos 10248.871, de 07/12/2007, fls. 26/32, e 920200.607, de 10/03/2010, fls. 50/52, a Delegacia da Receita Federal em Campinas indeferiu o pedido de restituição sob a seguinte fundamentação, extraída do Despacho Decisório SEORT/DRF/CPS nº 2096, de 09/09/2010, fls. 81/82: Da análise dos documentos acostados ao processo, verificouse que o contribuinte não apresentou cópia completa do Plano de Demissão Voluntária e do Termo de sua Adesão. Assim, não conseguiu comprovar que a empresa realizou um PDV e muito menos que seu desligamento se deu por adesão ao referido plano. Mais ainda, intimada, a Arvin Meritor do Brasil Sistemas Automotivos Ltda, sucessora da Rockwell Braseixos S/A, apresentou os documentos juntados às fls. 132/150 e informou que o interessado foi demitido sem justa causa, mediante acordo firmado entre a empresa e os empregados para encerramento das atividades fabris de sua unidade localizada no município de Hortolândia. Referido "Acordo de Consolidação da Fábrica de Sumaré" foi recebido pelo INSS e Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas. Esclarece ainda que embora previsto na cláusula 23 do referido acordo a hipótese de demissão por interesse dos funcionários, não foi estabelecido Programa de Demissão Voluntária, uma vez que o Acordo foi realizado para encerramento das atividades de Hortolândia e consolidação dos negócios em Osasco, podendo o empregado aceitar ou não a transferência para Osasco. O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, que se encontra assim resumida no Acórdão DRJ/SP2 nº 1748.335, de 09/02/2011, fls. 91/97: Entende o contribuinte que a indenização auferida em decorrência de dispensa sem justa causa não é alcançada pela tributação do imposto de renda, por ter a natureza de ressarcimento e compensação pela perda do emprego e assegurar a subsistência do empregado e de sua família durante certo período. Argumenta que o termo PDV é utilizado por Fl. 124DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 04/12/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10830.000036/200414 Acórdão n.º 2102002.403 S2C1T2 Fl. 125 3 analogia pelas empresas privadas, posto que a demissão incentivada não tem nada de voluntária, já que, se não houver adesão ao incentivo, fatalmente haverá uma dispensa unilateral. Afirma que a lei isenta do imposto de renda as verbas indenizatórias, quer seja a dispensa motivada ou imotivada, conforme interpretação que faz do disposto no artigo 22, inciso II, do Decreto n° 85.450/1980. Alega que, por ser irrelevante para qualificar a natureza do rendimento a denominação e outras características adotadas pela lei, a teor do artigo 4º do CTN, não se desfigura a natureza de mera indenização por despedida a circunstância de o programa que estimulou a rescisão dos contratos de trabalho ter denominado a verba de "indenização especial", de "indenização complementar adicional" ou outra qualquer. Assevera que toda e qualquer importância recebida em decorrência da perda de emprego tem caráter indenizatório, é mera compensação pela perda da capacidade profissional para a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica, não acrescendo senão provisoriamente o patrimônio. A DRJ São Paulo II julgou, por unanimidade de votos, improcedente a manifestação de inconformidade. Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 27/03/2011, Aviso de Recebimento (AR), fls. 106, o contribuinte apresentou, em 11/04/2011, recurso voluntário, fls. 107, no qual traz as seguintes alegações: que as duas condições para atender o pleito do contribuinte – existência de plano de demissão voluntária e adesão do empregado a esse plano – estão atendidas pelo Acordo de Consolidação da Fábrica de Sumaré e pela Comissão de Fábrica, que representava 92,7% dos empregados. que as Portarias, CTN, Pareceres Normativos, Instruções Normativas e Atos Declaratórios, que normatizam o PDV, deveriam passar pelo crivo do Poder Legislativo para adquirir eficácia legal. que a estabilidade de emprego há muitas décadas deixou de existir na prática, pois quando os candidatos se apresentam para assinar o contrato de trabalho, a empresa apresentalhes o termo de opção pelo FGTS e que ninguém seria louco de não assinar o referido termo. É o relatório. Fl. 125DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 04/12/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10830.000036/200414 Acórdão n.º 2102002.403 S2C1T2 Fl. 126 4 Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Cuidase de pedido de restituição de imposto de renda retido na fonte, que incidiu sobre verbas recebidas quando da rescisão do contrato de trabalho junto à empresa Rockwell Braseixos SA. Entende o contribuinte que as verbas recebidas enquadramse no conceito de verbas indenizatórias auferidas em decorrência de adesão a Plano de Demissão Voluntária (PDV). Para o exame da questão transcrevese a seguir a legislação que rege a matéria: Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999): Art. 39 (...) XIX o pagamento efetuado por pessoas jurídicas de direito público a servidores públicos civis, a título de incentivo à adesão a programas de desligamento voluntário (Lei nº 9.468, de 10 de julho de 1997, art. 14);(grifei) (...) § 9º O disposto no inciso XIX é extensivo às verbas indenizatórias, pagas por pessoas jurídicas, referentes a programas de demissão voluntária. Instrução Normativa SRF nº 165, de 31 de dezembro de 1998: Art. 1º Fica dispensada a constituição de créditos da Fazenda Nacional relativamente à incidência do Imposto de Renda na fonte sobre as verbas indenizatórias pagas em decorrência de incentivo à demissão voluntária. Art. 2º Ficam os Delegados e Inspetores da Receita Federal autorizados a rever de ofício os lançamentos referentes à matéria de que trata o artigo anterior, para fins de alterar total ou parcialmente os respectivos créditos da Fazenda Nacional. (...) Da legislação acima transcrita inferese que somente são isentas do imposto de renda as verbas recebidas, pelo contribuinte, em função de adesão a programas de desligamento voluntário, sendo certo que para usufruir o benefício, o contribuinte deve comprovar a existência de programa de desligamento voluntário instituído por seu empregador e a sua adesão ao mencionado programa. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 04/12/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10830.000036/200414 Acórdão n.º 2102002.403 S2C1T2 Fl. 127 5 No presente caso, o contribuinte afirma em seu recurso que o Acordo de Consolidação da Fábrica de Sumaré e a Comissão de Fábrica, que representava 92,7% dos empregados, atenderiam ao disposto na legislação. Ou seja, segundo o entendimento do contribuinte o Acordo de Consolidação da Fábrica de Sumaré seria equivalente a um plano de demissão voluntária e que a comprovação de sua adesão a tal plano estaria comprovada em razão da existência de Comissão de Fábrica, que representava 92,7% dos empregados. De imediato, cumpre dizer que a empregadora do contribuinte, intimada a esclarecer a natureza dos rendimentos em questão, assim se pronunciou (resposta, fls. 62): 3. A causa do desligamento em 27 de novembro de 1992 do empregado foi por Dispensa sem Justa Causa, conforme cópia do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho e da respectiva carta de Aviso Prévio Indenizado; 4. Para o período de 19 de outubro de 1987 a 22 de setembro de 1992 e muito embora as atividades oficiais da empresa foram encerradas em 31 de dezembro de 1995, a empresa firmou acordo com os empregados para encerramento das atividades fabris e respectiva consolidação dos negócios daquela fábrica em Osasco, conforme acordo anexo e cópia do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho; 5. Referido Acordo de Consolidação da Fábrica de Sumaré foi recebido pelo INSS e Sindicato representativo dos empregados metalúrgicos de Campinas e região, conforme cópias anexas; 6. Está previsto na cláusula 23 do referido Acordo de Consolidação a hipótese de demissão por interesse dos funcionários, contudo, não podemos falar em Programa de Demissão Voluntário, uma vez que o Acordo foi realizado para encerramento das atividades em Hortolândia e conseqüente consolidação dos negócios em Osasco, podendo o empregado aceitar ou não a transferência para Osasco; Como se vê, o próprio empregador nega a existência de Plano de Demissão Voluntária, sendo certo que da leitura do Acordo de Consolidação da Fábrica de Sumaré, fls. 72/80, resta evidenciado que todos os empregados seriam demitidos, havendo a possibilidade de aproveitamento, mediante recontratação, na fábrica de Osasco, conforme se infere da cláusula 25 do referido acordo: 25) APROVEITAMENTO DE MÃO DE OBRA/RESCISÃO CONTRATUAL Desde já fica garantido que todos os funcionários terão os seus contratos encerrados, com o pagamento de todas as verbas rescisórias e da “Gratificação Especial”. O aproveitamento da mão de obras será efetuado dentro dos seguintes critérios: a) Mão de obra direta (operacional) Ficam garantidas vagas em Osasco para todos os interessados. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 04/12/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10830.000036/200414 Acórdão n.º 2102002.403 S2C1T2 Fl. 128 6 b) Mão de obra indireta e mensalistas (especializados e suporte) Para todas as vagas geradas em Osasco, será dada preferência de preenchimento aos funcionários de Sumaré, mediante convites individuais. NOTA: Fica esclarecido desde já que a Empresa não fornecerá transporte aos readmitidos. (grifei) Logo, o Acordo de Consolidação da Fábrica de Sumaré não pode ser tomado com Plano de Demissão Voluntária, posto que não havia a possibilidade de o empregado permanecer no emprego, sendo certo que as indenizações recebidas pelo contribuinte são tributáveis, por ausência de previsão legal para enquadrálas como isentas do imposto de renda. No que tange à alegação do recorrente de que a legislação que cuida da isenção dos valores recebidos em razão de adesão à Plano de Demissão Voluntária devia passar sobre o crivo do Poder Legislativo, cumpre destacar que tais dispositivos legais estão em conformidade com o estabelecido no art. 100 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), que dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Por fim, no que concerne à afirmação do contribuinte de que a estabilidade de emprego há muitas décadas deixou de existir em nada socorre a defesa, posto que a estabilidade do emprego nos moldes em que mencionado na decisão recorrida permanece vigente, sendo certo que a indenização por quebra de estabilidade de emprego recebida pelo contribuinte não se caracteriza como recebida em razão de adesão a PDV, como visto acima, sendo, portanto, tributável, nos termos do disposto no art. 3º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Ante o exposto, VOTO no sentido de NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 128DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 04/12/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 11030.900488/2009-82
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/09/1998 a 30/09/1998
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA.
Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA
Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional.
CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS, SÚMULA CARF N°2.
O controle das constitucionalidades das leis é prerrogativa do Poder Judiciário, seja pelo controle abstrato ou difuso, O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 3801-001.231
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontos - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
EDITADO EM: 03/10/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, José Luiz Bordignon, Paulo Sérgio Celani, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl (Relator)
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/09/1998 a 30/09/1998 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional. CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS, SÚMULA CARF N°2. O controle das constitucionalidades das leis é prerrogativa do Poder Judiciário, seja pelo controle abstrato ou difuso, O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontos - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. EDITADO EM: 03/10/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, José Luiz Bordignon, Paulo Sérgio Celani, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl (Relator)
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1774; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 50 1 49 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11030.900488/200982 Recurso nº 26 Voluntário Acórdão nº 3801001.231 – 1ª Turma Especial Sessão de 22 de maio de 2012 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente AUTO COMERCIAL PAJÉ LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/1998 a 30/09/1998 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional. CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS, SÚMULA CARF N°2. O controle das constitucionalidades das leis é prerrogativa do Poder Judiciário, seja pelo controle abstrato ou difuso, O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontos Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. EDITADO EM: 03/10/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 03 0. 90 04 88 /2 00 9- 82 Fl. 56DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 11/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, José Luiz Bordignon, Paulo Sérgio Celani, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl (Relator) Fl. 57DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 11/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11030.900488/200982 Acórdão n.º 3801001.231 S3TE01 Fl. 51 3 Relatório Trata o presente processo administrativo de pedido de compensação realizado através de PER/DCOMP transmitida em 27/12/2005 (fls.1/3), com base em suposto pagamento a maior a título de PIS/PASEP referente ao periodo de apuração de setembro de 1998, por meio de guia DARF cujo recolhimento se deu em 26/12/2005, no valor total de R$ 1.087,11, com débitos de COFINS dos períodos de apuração de abril e maio de 2005, tendo sido objetivada compensação no montante total de R$ 2.500,25. A DRF de origem proferiu despacho decisório (fls. 04) não homologando a compensação sob o fundamento de que o pagamento informado em PER/DCOMP, por meio de guia DARF, não foi localizado, culminando na cobrança dos valores que se objetivou compensar acrescidos de multa e juros. Inconformado, apresentou o contribuinte manifestação de inconformidade às fls. 11/18, sustentando, em síntese, que a origem do seu crédito decorre das diversas alterações legislativas referentes ao PIS e declaradas inconstitucionais, discorrendo desde a edição da Medida Provisória nº 1.212/95 até as Leis nº 9.715/98 e 9.718/98, alegou, ainda, ser a multa lançada no despacho decisório inconstitucional. A DRJ em Porto Alegre – RS, por sua vez, apesar de discorrer sobre o mérito do suposto direito creditório, julgou improcedente a manifestação de inconformidade ofertada pelo contribuinte através do acórdão de fls. 28/29, considerando a ausência de comprovação do direito ao credito objeto da compensação materializada na PER/DCOMP. Devidamente intimado para tanto (fls. 31), interpôs o contribuinte o presente Recurso Voluntário de fls. 32/49 em 12/09/2011, e que se vale basicamente dos mesmos argumentos perpetrados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 11/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e reúne os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. Independentemente de toda a alegação quanto a origem do crédito apontada pela Recorrente, tenho que o presente processo se resolve por conta da inexistência de documentação que prove o direito da contribuinte. É importante ressaltar que estamos diante de um pedido de compensação e que cabe ao contribuinte apresentar as provas do seu direito creditório. Tratase de postulado do Código de Processo Civil, subsidiariamente aplicável ao PAF, vejamos: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados aprovarlhe as alegações. No processo administrativo fiscal, temse como regra que cabe àquele que pleiteia o direito, provar os fatos, prevalecendo o princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. Portanto, no caso em apreço, compete ao sujeito passivo. À ora Recorrente, a comprovação de que preenche os requisitos para fruição do ressarcimento. Ademais, do mesmo modo que o Decreto nº 70.235/1972 estabelece, em seu artigo 9°, a obrigatoriedade da autoridade fiscal traduzir por provas os fundamentos do lançamento, também atribui ao contribuinte, no inciso III do artigo 16, o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Em verdade, este dispositivo legal apenas transfere, para o processo administrativo fiscal, o sistema adotado pelo Código de Processo Civil, que, em seu artigo 333, ao repartir o ônus probandi, o faz inadmitindo a mera alegação e a negação geral. Assim, na hipótese de ressarcimento pleiteado, recai sobre a interessada o ônus de provar a pretensão deduzida. Logo, é imprescindível que as provas e argumentos sejam carreados aos autos, no sentido de refutar o procedimento fiscal, se revistam de toda força probante capaz de propiciar o necessário convencimento e, conseqüentemente, descaracterizar o que lhe foi imputado pelo fisco. Do exame desse litígio administrativo, verificase que a Recorrente, apesar de ter apresentado Recurso Voluntário muito bem redigido, não apresentou sequer um demonstrativo de cálculo do seu crédito, de que sorte o pedido de compensação nos moldes requeridos não deve prosperar. Fl. 59DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 11/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11030.900488/200982 Acórdão n.º 3801001.231 S3TE01 Fl. 52 5 Consignese que o artigo 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional) estabelece como requisito para compensação que o crédito seja líquido e certo. No caso em discussão, o direito creditório não se apresentou líquido e certo, pois a requerente não comprovou por meio de demonstrativos, da escrituração fiscal e dos lançamentos contábeis ou quaisquer outros documentos o valor de seu crédito. Quanto à desproporcionalidade da multa aplicada, ante os argumentos expendidos, que abrangeram somente a discussão da inconstitucionalidade por conta de entender a Recorrente ser confiscatória, é defeso a esse conselho apreciar tal argumento pois o controle de constitucionalidade das leis é prerrogativa do Poder Judiciário, seja pelo controle abstrato ou difuso. Neste sentido, o art. 26A do Decreto nº 70.235/72, assim dispõe: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)(grifouse) § 6º. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; II que. fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts, 18 e 19 da Lei n° 10,522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, Vale observar que, no caso em tela, não ocorreu nenhuma das exceções previstas no §6° do artigo acima transcrito. Outrossim, essa discussão já se encontra pacificada no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), conforme o disposto na Súmula 2: Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Nesse sentido, voto por negar provimento ao presente recurso voluntário. Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 60DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 11/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 6 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 10/10/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 11/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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