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Numero do processo: 10907.001486/2009-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005, 01/06/2005 a 31/07/2005, 01/09/2005 a 31/12/2005
COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO.
Os créditos da não cumulatividade utilizados na compensação dos débitos da própria contribuição cumulativa necessitam de comprovação.
Numero da decisão: 3401-004.441
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan- Presidente
(assinado digitalmente)
Leonardo Ogassawara De Araújo Branco - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), André Henrique Lemos, Robson José Bayerl, Tiago Guerra Machado, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Marcos Roberto da Silva (suplente convocado em substituição à Conselheira Mara Cristina Sifuentes).
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. Os créditos da não cumulatividade utilizados na compensação dos débitos da própria contribuição cumulativa necessitam de comprovação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara De Araújo Branco Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice presidente), André Henrique Lemos, Robson José Bayerl, Tiago Guerra Machado, Renato Vieira de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 00 14 86 /2 00 9- 90 Fl. 264DF CARF MF 2 Ávila (suplente convocado), Marcos Roberto da Silva (suplente convocado em substituição à Conselheira Mara Cristina Sifuentes). Relatório 1. Tratase de auto de infração, lavrado em 11/08/2009, lavrado com a formalizar a exigência de PIS não cumulativo dos períodos de apuração de fevereiro, junho, julho e setembro a dezembro de 2005, acrescida de multa de ofício de 75% e acréscimos legais, no valor histórico de R$ 313.403,99. 2. Conforme de depreende da leitura da descrição dos fatos e enquadramentos legais, a autuação teve por base procedimento fiscal que apurou, por meio da auditoria em livros e documentos contábeis da autuada, divergências entre os valores declarados em DCTF e os valores escriturados na contabilidade da empresa ora recorrente. 3. Cientificada do lançamento em 11/08/2009, a contribuinte apresentou, em 10/09/2009, impugnação. 4. Em 10/10/2012, a 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) prolatou o Acórdão DRJ nº 0638.144, de relatoria do Auditor Fiscal José Ricardo Zilli, que julgou, por unanimidade de votos, por não acolher a argüição preliminar de nulidade, indeferir o pedido de perícia e julgar parcialmente procedente o lançamento tributário, de modo a cancelar as exigências tributárias relativas às contribuições dos meses de fevereiro, julho, setembro, novembro e dezembro, e manter a exigência de R$ 17.211,97 de PIS não cumulativo, relativa aos meses de junho e outubro, bem como as correspondentes parcelas relativas à multa de ofício de 75% e aos acréscimos legais, constantes do Auto de Infração contestado, nos termos da ementa que abaixo se transcreve: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005, 01/06/2005 a 31/07/2005 e 01/09/2005 a 31/12/2005 NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Ensejam a nulidade apenas os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. Indeferese o pedido de perícia cuja realização revela ser prescindível para o deslinde da questão. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005, 01/06/2005 a 31/07/2005 e 01/09/2005 a 31/12/2005 DUPLICIDADE DE LANÇAMENTO. CANCELAMENTO. Por configurar duplicidade, devese cancelar o lançamento da contribuição que foi anteriormente constituída em outro auto de infração. Fl. 265DF CARF MF Processo nº 10907.001486/200990 Acórdão n.º 3401004.441 S3C4T1 Fl. 265 3 COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. Os créditos da não cumulatividade utilizados na compensação dos débitos da própria contribuição cumulativa necessitam de comprovação inequívoca, a qual deve ser realizada mediante documentos fiscais e contábeis. IMPUGNAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao próprio sujeito passivo o ônus de provar as alegações contidas na impugnação apresentada. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte 5. A contribuinte, intimada via postal da decisão em 10/07/2013, em conformidade com o aviso de recebimento situado à fl. 239, interpôs, em 02/08/2013, recurso voluntário, situado às fls. 241 a 257, no qual reiterou as razões de sua impugnação quanto à parte do crédito mantida. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Relator 6. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele conheço. 7. Remanesce controversa a exigência de R$ 17.211,97 de PIS não cumulativo, relativa aos meses de junho e outubro, bem como as correspondentes parcelas relativas à multa de ofício de 75% e aos acréscimos legais, bem como o pedido de realização de perícia. Argumenta a contribuinte que a autoridade fiscal teria desconsiderado as compensações com créditos de insumos apurados pelo regime nãocumulativo, o que foi facultado à empresa recorrente com a edição da Solução de Consulta nº 46/2005, que a autorizou a não recolher tais contribuições sobre receitas oriundas da prestação de serviços aos armadores estrangeiros. Fl. 266DF CARF MF 4 8. De fato, a autuada formulou, em 15/10/2004, perante a 9ª Região Fiscal, consulta a respeito dos serviços de movimentação de contêineres do navio para o cais e do cais para o navio, assim denominados "box rate", que integram o custo do transporte marítimo internacional e são arcados pelos transportadores marítimos ("armadores") que, conforme esclarece, em sua maioria são pessoas jurídicas domiciliadas no exterior. O pagamento feito por tais empresas ao Terminal de Contêineres prestador de serviços, ora recorrente, constituiria, portanto, ingressos de divisas não submetidos à incidência do PIS e da Cofins: Lei nº 10.637/2002 Art. 5o A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: (...) II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas. Lei nº 10.837/2003 Art. 6o Art. 6o A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: (...) II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas. 9. A dicção legal acima transcrita foi ecoada pela Solução de Consulta n° 46/2005, cuja ementa abaixo se transcreve: Solução de Consulta SRRF/9ª RF/DISIT n° 046, de 31/01/2005 Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Ementa: EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS. NÃO INCIDÊNCIA. As receitas auferidas em decorrência de serviços prestados a transportador estrangeiro, cujo pagamento represente ingresso de divisas para o país, estão fora do campo de incidência da COFINS. Dispositivos Legais: Lei n° 10.833/2003, art. 6°, com a redação da Lei n° 10.865/2004, ar t. 21; CartaCircular BACEN nº 2.297/2002, Cap. IV, VI e VII. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ementa: EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS. NÃO INCIDÊNCIA. As receitas auferidas em decorrência de serviços prestados a transportador estrangeiro, cujo pagamento represente ingresso de divisas para o país, estão fora do campo de incidência do PIS/PASEP. Dispositivos Legais: Lei n° 10.637/20023, art. 5°, com a redação da Lei n° 10.865/2004, art. 37; CartaCircular BACEN nº 2.297/2002, Cap. IV, VI e VII. 10. Recortase, ainda, abaixo, trecho das razões da Solução de Consulta: Fl. 267DF CARF MF Processo nº 10907.001486/200990 Acórdão n.º 3401004.441 S3C4T1 Fl. 266 5 "12. No caso em questão, conforme já exposto, a prestação de serviços é feita para pessoa jurídica situada no exterior, que é o transportador estrangeiro. Esse fato é reconhecido pela Carta Circular BACEN n° 2.297, de 1992, na medida em que o Capítulo V trata do "pagamento de obrigações pelo transportador estrangeiro no país". 13. Quanto ao pagamento representar ingresso de divisas, a mesma CartaCircular BACEN, em seu Capítulo VII, item 3, reconhece que a transferência de divisas ao exterior será feita pelo valor líquido, isto é, descontandose as despesas de responsabilidade da transportadora, incorridas no Brasil, do frete a ser cobrado pelo transporte. Essa operação permite concluir que o valor referente às despesas portuárias é considerado ingresso de divisas, para fins de atendimento à legislação do PIS/PASEP e da COFINS. 14. O fato de o pagamento ser efetuado por pessoa diferente do transportador estrangeiro não inibe a norma de produzir seus efeitos, visto que não é requisito desta que o pagamento seja realizado pela mesma pessoa a quem o serviço foi prestado. O que se exige é um nexo de conexão entre o pagamento que representa o ingresso de divisas e a prestação de serviços a pessoa situada no exterior. Esse nexo é evidenciado pela própria CartaCircular BACEN, que autoriza esse tipo de transação. CONCLUSÃO 15. À vista do exposto, concluise que as receitas auferidas em decorrência de serviços prestados a transportador estrangeiro, cujo pagamento represente ingresso de divisas para o pais, estão fora do campo de incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS" 11. A contribuinte esclarece que, até a edição da Solução de Consulta em referência, realizava a apuração das contribuições em comento sobre a totalidade de suas receitas, com exclusão das receitas financeiras, mas que, a partir de então, recalculou os débitos de PIS e Cofins de modo a excluir de sua base de cálculo as receitas de serviços prestados a transportadores marítimos estrangeiros, vindo a apurar saldo credor de valores recolhidos a maior desde o ano de 2003, sobretudo a se ter em vista que a norma insculpida na Lei nº 10.637/2002 e na Lei nº 10.833/2003 apenas repete e reitera o preceptivo normativo veiculado pelo §1º, inciso III do Art. 14 da Medida Provisória nº 2.15835/2001 e do inciso I do § 2º do art. 149 da Constituição Federal: Medida Provisória nº 2.15835/2001 Art.14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: (...) III. Dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas (...) §1º São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. Fl. 268DF CARF MF 6 Constituição Federal Art. 149. (...). § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I. Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação 12. Aduz, ainda, que, durante a revisão de sua escrita fiscal, constatou que o valor acumulado dos créditos de insumos, apurados pelo regime nãocumulativo, seria suficiente para liquidar os débitos de COFINS e PIS apurados sobre as receitas de mercado interno, até mesmo com sobras de créditos. 13. No entanto, o que se depreende da leitura dos documentos que instruem o presente processo é que tal diferença foi constatada, no curso do procedimento de fiscalização, do cotejo do Livro Diário juntado ao processo, dos demonstrativos elaborados pela fiscalização e dos Demonstrativos (DCTF e Dacon) da própria contribuinte ora recorrente. Reproduzo abaixo as razões adotadas pela decisão recorrida para manter o lançamento: "Não assiste razão, no entanto, a reclamação da interessada quanto a desconsideração da compensação declarada por meio da DCOMP 10194.27585.150705.1.3.047374. O valor lançado no mês de junho de 2005 foi de R$ 1.133,77 e não de R$ 15.482,84, conforme se pode verificar no “Demonstrativo de Apuração” do Auto de Infração, na coluna “Valor a Recolher”, bem como no “Demonstrativo de Cotejo das Informações Contábil Fiscais”, na coluna “Crédito Tributário Lançado”. Portanto, o valor de R$ 14.349,07, declarado como débito em DCTF, e compensado por meio da DCOMP mencionada, foi considerado pela fiscalização, uma vez que o lançamento foi efetuado na exata diferença (R$ 1.133,77) do valor apurado nos registros contábeis (R$ 15.482,84) e o valor declarado/compensado (R$ 14.349,07). Por último, analisandose os documentos juntados aos autos, verificase que a alegação de que a autoridade administrativa desconsiderou as “compensações dos débitos de PIS com créditos de insumos apurados pelo regime não cumulativo” também não pode ser aceita. Primeiramente, porque o lançamento dos créditos tributários contestados, no momento em que foi realizado, encontrava suporte nos Livros Contábeis da empresa e na ausência de confissão (em DCTF) e /ou pagamento dos mesmos, conforme se verifica na cópia do Livro Diário juntado ao processo, nos demonstrativos elaborados pela fiscalização e nos Demonstrativos (DCTF e Dacon) relativos aos períodos lançados. Em segundo lugar, porque a informação do crédito nos Demonstrativos de Apuração de Contribuições Sociais – DACON, bem como a sua demonstração nas planilhas de apuração apresentadas, por si só, não são suficientes para comprovar de forma efetiva a existência do mesmo. E em terceiro, porque a contribuinte não trouxe ao processo documentos contábeis suficientes para demonstrar inequivocamente a existência do suposto crédito e, tampouco, o Fl. 269DF CARF MF Processo nº 10907.001486/200990 Acórdão n.º 3401004.441 S3C4T1 Fl. 267 7 reconhecimento contábil do mesmo e da realização da compensação com os todos os débitos lançados. Para as referidas comprovações, a interessada deveria ter juntado aos autos, além dos documentos apresentados, cópia dos registros (Diário e Razão) e documentos contábeis que os demonstrassem de forma inconteste. Ressaltese que, no presente caso, o ônus da prova cabe à contribuinte, pois a legislação pátria adotou o princípio de que a prova compete ou cabe à pessoa que alega o fato constitutivo, impeditivo ou modificativo do direito. Citada interpretação pode ser depreendida da leitura do artigo 16, III, do Decreto n° 70.235/72, que regulamenta o processo administrativo fiscal no âmbito federal, e do artigo 333, do Código de Processo Civil" (seleção e grifos nossos). 14. Quanto ao pedido de perícia formulado pela contribuinte, manifestase da seguinte forma a decisão ora objurgada: "Por fim, suscita a interessada a realização de perícia contábil, nos termos do art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, por entender que o auto de infração desconsiderou os créditos da não cumulatividade, oriundos da aplicação da Solução de Consulta nº 46/2005, bem como as compensações desse crédito com as contribuições objeto do lançamento contestado. Em síntese, a interessada solicita que a perícia refaça a apuração das contribuições dos anos de 2003 a 2005, considerando as exclusões das receitas atingidas pela mencionada solução de consulta, e verifique se os créditos da não cumulatividade acumulados nos períodos anteriores são suficientes para quitar, por compensação, os valores dos débitos lançados. Pelo que ficou assente no presente voto, tornase prescindível a realização de perícia para a solução da lide, já que, como visto, não se trata de matéria que exija conhecimento técnico específico diverso da competência da própria autoridade administrativa. Notese, como visto acima, que a apuração dos débitos foi realizada com base na escrituração contábil da contribuinte fornecida à época do procedimento fiscal. Na hipótese de existir (sic) créditos anteriores, não comprovados ou demonstrados durante a fiscalização, a reversão da presunção de veracidade depende da apresentação de documentos comprobatórios, que demonstrem inequivocamente a existência dos mesmos (sic), fato que não se encontra nos autos. Estando, pois, comprovados os valores constantes do auto de infração pelas planilhas apresentadas, cujos valores correspondem ao efetivamente escriturado nos livros contábeis da empresa, conforme afirmado pela fiscalização, na descrição Fl. 270DF CARF MF 8 dos fatos, e não tendo a contribuinte, em sua defesa, juntado documentação que demonstrasse os supostos créditos, o lançamento deve ser mantido." 15. Os dois sentidos da presunção de veracidade/legitimidade dos registros contábeis emergem de legislação de caráter nacional, conforme se depreende da leitura do art. 417 da Lei nº 13.105/2015, o novo Código de Processo Civil, segundo o qual "os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos". Assim, tendo a autoridade fiscal tomado como ponto de partida para a sua interpretação do direito a escrita contábil e fiscal da contribuinte, não apenas se presume verdadeiro o quanto declarado (art. 408) como também se prova o não questionado (art. 428), pois, como se extrai do art. 419, a escrituração é una, tanto para o favorável como para o desfavorável: Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil) Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade. 16. Assim, não tendo as partes apresentado novos argumentos ou razões de defesa perante esta segunda instância administrativa, propõese a confirmação e adoção da decisão recorrida, nos termos da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), com a alteração da Portaria MF nº 329, de 04/06/2017, que acrescentou o § 3º ao art. 57 da norma regimental: Portaria MF nº 343, de 09/06/2015 (RICARF) Art. 57. Em cada sessão de julgamento será observada a seguinte ordem: I verificação do quorum regimental; II deliberação sobre matéria de expediente; e III relatório, debate e votação dos recursos constantes da pauta. § 1º A ementa, relatório e voto deverão ser disponibilizados exclusivamente aos conselheiros do colegiado, previamente ao início de cada sessão de julgamento correspondente, em meio eletrônico. § 2º Os processos para os quais o relator não apresentar, no prazo e forma estabelecidos no § 1º, a ementa, o relatório e o voto, serão retirados de pauta pelo presidente, que fará constar o fato em ata § 3º A exigência do § 1º pode ser atendida com a transcrição da decisão de primeira instância, se o relator registrar que as partes não apresentaram novas razões de defesa perante a segunda instância e propuser a confirmação e adoção da decisão recorrida" (seleção e grifos nossos). Fl. 271DF CARF MF Processo nº 10907.001486/200990 Acórdão n.º 3401004.441 S3C4T1 Fl. 268 9 17. Assim, voto por conhecer e negar provimento ao recurso voluntário interposto. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara De Araújo Branco Relator Fl. 272DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.902329/2008-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon May 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003
COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DO CRÉDITO PARA EXTINGUIR A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. PROSSEGUIMENTO DA COBRANÇA DA DIFERENÇA.
Não obstante inexistir oposição ao direito a restituir/compensar o crédito tributário, os valores efetivamente apurados a título de crédito detido pelo sujeito passivo contra a Fazenda Pública são insuficientes para compensar com o crédito, devendo-se prosseguir a cobrança da diferença, nos termos da Informação DRF/CXL/Seort nº 38, de 04/09/2014.
Numero da decisão: 3401-005.007
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado,por unanimidade de votos, em conhecer e, no mérito,dar provimento parcial ao recurso,para acolher o resultado da diligência, devendo a unidade prosseguir na cobrança da diferença devida e não extinta com a compensação.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Robson Josá Bayerl, Tiago Guerra Machado, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Lázaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003 COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DO CRÉDITO PARA EXTINGUIR A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. PROSSEGUIMENTO DA COBRANÇA DA DIFERENÇA. Não obstante inexistir oposição ao direito a restituir/compensar o crédito tributário, os valores efetivamente apurados a título de crédito detido pelo sujeito passivo contra a Fazenda Pública são insuficientes para compensar com o crédito, devendo-se prosseguir a cobrança da diferença, nos termos da Informação DRF/CXL/Seort nº 38, de 04/09/2014.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado,por unanimidade de votos, em conhecer e, no mérito,dar provimento parcial ao recurso,para acolher o resultado da diligência, devendo a unidade prosseguir na cobrança da diferença devida e não extinta com a compensação. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Robson Josá Bayerl, Tiago Guerra Machado, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Lázaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente).
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INSUFICIÊNCIA DO CRÉDITO PARA EXTINGUIR A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. PROSSEGUIMENTO DA COBRANÇA DA DIFERENÇA. Não obstante inexistir oposição ao direito a restituir/compensar o crédito tributário, os valores efetivamente apurados a título de crédito detido pelo sujeito passivo contra a Fazenda Pública são insuficientes para compensar com o crédito, devendose prosseguir a cobrança da diferença, nos termos da Informação DRF/CXL/Seort nº 38, de 04/09/2014. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado,por unanimidade de votos, em conhecer e, no mérito,dar provimento parcial ao recurso,para acolher o resultado da diligência, devendo a unidade prosseguir na cobrança da diferença devida e não extinta com a compensação. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Robson Josá Bayerl, Tiago Guerra Machado, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Lázaro Antonio AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 23 29 /2 00 8- 51 Fl. 528DF CARF MF Processo nº 11020.902329/200851 Acórdão n.º 3401005.007 S3C4T1 Fl. 529 2 Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (VicePresidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório 1. Adoto, por fidedigno, o relatório da decisão recorrida, abaixo transcrito: Tratase de processo de DCOMP Eletrônico por pagamento a maior ou indevido de PIS, tendo o contribuinte, em 13/05/2004, enviado à Receita Federal a Declaração de Compensação de nº 20238.76251.130504.1.3.048934 (fls. 1 a 3). Em tal DCOMP alega um crédito original de R$ 10.408,59, referente à competência de setembro de 2003 (data da arrecadação em 15/01/2004, ou seja, recolhida com atraso, e, portanto, incidindo acréscimos legais – ou seja, o valor do principal era R$ 8.413,71, que com multa e juros totalizou R$ 10.408,59) que atualizado pela Selic acumulada chegou à importância de R$ 11.305,81. Nessa DCOMP o contribuinte estaria se compensando do valor de R$ 11.305,81 a título de PIS relativo à competência de abril de 2004. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório não homologando a DCOMP sob a alegação de que o valor já teria sido utilizado para quitar débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação do débito informado nessa DCOMP. Em tal despacho consta também a informação que do DARF recolhido de R$ 10.408,59 teria sido integralmente utilizado para a quitação do PIS de setembro de 2003. A ciência do Despacho Decisório ocorreu em 26/08/2008 (fl. 22). O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 23/09/2008, à fl. 4. Em tal manifestação a empresa alega que por um lapso não teria informado o crédito na respectiva DCTF correspondente ao período de apuração. Por isso enviou retificação da DCTF, posterior ao despacho decisório, mais precisamente em 12/09/2008. Por fim, requer com base na retificação da DCTF que seja feita a apropriação do crédito para fins de baixa do débito devido. 2. Em 26/03/2014, foi proferida a Resolução CARF nº 3401000.803, de relatoria do Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça, convertendo, por unanimidade de votos, o julgamento em diligência nos seguintes termos: Fl. 529DF CARF MF Processo nº 11020.902329/200851 Acórdão n.º 3401005.007 S3C4T1 Fl. 530 3 "A Recorrente pretende o ressarcimento de valor recolhido a maior, mas o pedido foi negado em razão de o pagamento localizado ter sido utilizado para quitar outro débito. A Recorrente alega que cometeu erro no preenchimento da DCTF, por isso não foi localizado seu crédito. Como a DCTF retificadora foi apresentada após a emissão do despacho decisório, as matérias a serem apreciadas são as seguintes: validade da retificação e existência do crédito. 1. Da retificação da DCTF A DCTF retificadora foi transmitida em 12/09/2008 (fl.67), depois da emissão do despacho decisório, que se deu em 12/08/2008 (fl.08). Em um exame frio da letra legal, chegarseia à conclusão de que a Recorrente não tem direito de ver seu crédito reconhecido, pois o § 1o, do art. 147, do CTN, dispõe que a retificação da declaração deve ocorrer antes da notificação do lançamento. Como a declaração de compensação é confissão de dívida, nos termos do § 6o, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, o lançamento, no caso, seria a homologação por meio do despacho decisório, ou seja, a Recorrente deveria apresentar a retificação antes da emissão do despacho decisório. Não obstante, este Conselheiro e esta Câmara vêm entendendo que essa regra deve ser flexibilizada, pois ela busca inibir erros dolosos na declaração, com o fim de ludibriar o fisco (PAFs nº 10983.901056/200886 e nº 16707.004367/200689). No caso em tela, verificase que o suposto erro na DCTF foi prejudicial à Recorrente, e não à Fazenda, o que evidencia a falta de vontade de fraudar a arrecadação, visto que ninguém comete fraude para prejudicar a si mesmo. Na DACON transmitida em 29/03/2004, antes mesmo da transmissão da PER/DCOMP, existe a informação de que o valor devido a título de COFINS no mês de setembro de 2003 era de R$ 365.410,20 (fl. 78). As fl. 65 e 66 demonstram que houve dois DARFs pelos quais foram recolhidos o PIS do período de apuração de setembro de 2003, o primeiro em 15/10/2003, no valor de R$ 379.466,51, e o segundo, fundamento do pedido deste processo, em 15/01/2004, no valor de R$ 10.408,59. Portanto, se a retificação está correta, a Recorrente realmente tem direito ao crédito. Todavia, os elementos presentes nos autos, apesar de serem fortes indícios do Direito da Recorrente, não são suficientes para provar o direito creditório. Diante disso, proponho a diligência para que os autos retornem à delegacia de origem, a fim de que sejam analisados os documentos já constantes nos autos, bem como outros, inclusive livros de entrada e de saída, que podem ser requeridos à Contribuinte, a fim de que sejam respondidas as seguintes questões: Fl. 530DF CARF MF Processo nº 11020.902329/200851 Acórdão n.º 3401005.007 S3C4T1 Fl. 531 4 1. Qual o valor era devido a título de PIS pela Recorrente no período de apuração de setembro de 2003? 2. Qual valor foi pago? 3. Restou crédito a ser ressarcido em relação ao DARF apontado na PER/DCOMP objeto deste processo? 4. O crédito restante é suficiente para realizar a compensação declarada da PER/DCOMP objeto deste processo? 5. Incluir informações que julgue necessárias. Depois de realizada a diligência, deverá ser elaborado um relatório conclusivo, com as respostas aos quesitos acima, do qual a Recorrente deve ser intimada a se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias". 3. Em 04/09/2014, foi exarada a Informação DRF/CXL/Seort nº 38, prestada pelo Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil Valdir Pedro Lazzari, que informou a insuficiência de crédito para realizar a compensação declarada na PE/DCOMP objeto do presente processo. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Relator 4. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. 5. Reproduzse, abaixo, o conteúdo da diligência efetuada: 1. Por intermédio da Resolução nº 3401000.803, de 26 de março de 2014, 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária do CARF, o processo em epígrafe foi encaminhado a esta Delegacia para serem respondidas as seguintes questões: 1) Qual o valor era devido a título de PIS pela Recorrente no período de apuração de setembro de 2003? 2) Qual valor foi pago? 3) Restou crédito a ser ressarcido em relação ao DARF apontado na PER/DCOMP objeto deste processo? 4) O crédito restante é suficiente para realizar a compensação declarada da PER/DCOMP objeto deste processo? 5) Incluir informações que julgue necessárias. Fl. 531DF CARF MF Processo nº 11020.902329/200851 Acórdão n.º 3401005.007 S3C4T1 Fl. 532 5 2. Inicialmente, cumpre registrar que antes da apresentação, em 13/05/2004, da declaração de compensação em questão, o Dacon apresentado pela empresa, em 29/03/2004, já registrava um PIS a pagar em nome da empresa de R$ 365.410,20, relativo a setembro de 2003, e a primeira DCTF do período, apresentada em 14/11/2003, informava um PIS a pagar, referente a esse mês, de R$ 373.765,42. Posteriormente, as DCTFs retificadoras apresentadas em 14/06/2004, 24/01/2007 e 12/09/2008 registraram idêntico valor ao do Dacon. 3. Feito esse registro, passo a responder os questionamentos efetuados pelo CARF, considerando as informações constantes dos sistemas eletrônicos deste Órgão e a resposta e os documentos apresentados pela interessada em cumprimento à Intimação DRF/CXL/Seort nº 124, de 1º/08/2014: Questão 1 O valor do PIS a pagar, concernente ao mês de setembro de 2003, era de R$ 365.410,20. Questão 2 Por conta dessa contribuição e período, a contribuinte efetuou os pagamentos constantes das telas de consultas anexadas às fls. 119 e 120, ou seja: R$ 379.466,51, realizado em 15/10/2003, e R$ 10.408,59, efetuado em 15/01/2004. Questão 3 – Sim, restou um crédito a restituir de R$ 10.408,58, um centavo a menos do que o valor pago, inclusive atualmente esse valor consta como reservado para este processo no sistema Sief, conforme demonstra a tela de consulta anexada aos autos à fl. 519. Questão 4 – Não, porque a empresa atualizou incorretamente o seu crédito. Em vez de utilizar para atualizar o seu crédito a taxa selic acumulada de 4,64, usou a taxa de 8,62. A planil 6. Reproduzse, ainda, a planilha de fls. 521: Fl. 532DF CARF MF Processo nº 11020.902329/200851 Acórdão n.º 3401005.007 S3C4T1 Fl. 533 6 7. Considerando que o valor do crédito, depois da aplicação da taxa Selic (R$ 10.822,85), não alcança o valor do débito compensado (R$ 11.305,81), há de ser reconhecida a extinção até o limite do crédito a compensar, nos exatos e precisos termos da informação prestada. Assim, voto por conhecer e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário, unicamente para acolher o resultado da diligência, devendo a unidade prosseguir na cobrança da diferença devida e não extinta com a compensação. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Fl. 533DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11060.900754/2013-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3301-004.562
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Antonio Cavalcanti Filho, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado) e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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PIS/COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. Recorrente Dona Francisca Energética S/A Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2012 COMPENSAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. Se transmitida a PER/Dcomp sem a retificação ou com retificação após o despacho decisório da DCTF, por imperativo do princípio da verdade material, o contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito. NÃOCUMULATIVIDADE. ENERGIA ELÉTRICA. REVENDA. CREDITAMENTO.Os gastos com energia elétrica adquirida para revenda dão direito ao desconto de crédito de PIS e da COFINS, apurado no regime nãocumulativo, nos termos do art. 3º, I das Leis n° 10637/2002 e 10.833/2003. Recurso Voluntário provido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Antonio Cavalcanti Filho, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado) e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 0. 90 07 54 /2 01 3- 04 Fl. 286DF CARF MF Processo nº 11060.900754/201304 Acórdão n.º 3301004.562 S3C3T1 Fl. 3 2 Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior e aproveitar esse crédito com débito de outro tributo. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Santa Maria RS pela não homologação da compensação declarada, fazendoo com base na constatação da inexistência do crédito informado, uma vez que o valor recolhido já havia sido integralmente utilizado para extinção do débito relativo ao período de apuração a que se referia, não restando crédito disponível para compensação dos valores informados na Dcomp. Inconformada com a não homologação da compensação, a contribuinte apresenta manifestação de inconformidade na qual alega que o crédito declarado é legítimo, decorrente de pagamento a maior, não sendo utilizado para quitação de outros débitos. Explica a interessada que, em razão de sua atividade, por estar sujeita ao regime cumulativo e não cumulativo, faz jus aos créditos previstos no artigo 3º, inciso I, da Lei nº 10.637/2002 e artigo 3º, inciso I, da Lei nº 10.833/2003, podendo, assim, descontar créditos, relativos às operações de compra e aquisição de energia revendida, do valor apurado a título de débito de PIS e de Cofins, respectivamente, escriturandoos conforme determinam as normas aplicáveis nos campos próprio do Dacon. E que, nos períodos de apuração compreendidos entre junho de 2011 e outubro de 2012, realizou apuração dos débitos das contribuições sociais sem o desconto dos créditos permitidos na legislação tributária. Entretanto, posteriormente, decidiu pelo exercício extemporâneo de seu direito, retificando a apuração do período, para o fim de apropriar os créditos no mês de competência em que deveriam ter sido apropriados; para tanto, retificou e transmitiu o Dacon correspondente, em 29 de janeiro de 2013, acompanhado da respectiva DCTF, também retificadora. Em tópico específico – Princípio da verdade material – a contribuinte argumenta que, em razão dos princípios da estrita legalidade, da verdade material e do inquisitório na investigação dos fatos tributários, a negativa de homologação de compensação deve irrestrita obediência à lei. Desta forma, entende que o Fisco tem o dever jurídico de investigação, em busca da verdade material, mesmo nas hipóteses de compensação. A contribuinte solicita, ainda, a reunião dos processos que relaciona, para que tramitem em conjunto e sejam objeto de um único julgamento ou para que as decisões proferidas, ainda que separadamente, sejam todas no mesmo sentido, em atenção ao princípio da economia e eficiência processual e ao princípio da segurança, a fim de evitar a existência de decisões conflitantes ou divergentes sobre a mesma matéria e pressupostos fáticos e jurídicos. Por fim, a contribuinte requer que, para evitar a ciência por edital, as intimações sejam encaminhadas ao endereço do escritório administrativo, que menciona. A Recorrente apontou os seguintes motivos que legitimam o recolhimento indevido do PIS/COFINS: · Suas atividades estatutárias envolvem a geração, comercialização e transmissão de energia elétrica. Para tanto, realiza operações de venda e comercialização de energia originária de seu próprio processo de geração ou adquirida de outras geradoras para revenda. Fl. 287DF CARF MF Processo nº 11060.900754/201304 Acórdão n.º 3301004.562 S3C3T1 Fl. 4 3 · Para as operações de revenda, o regime de apuração do PIS e COFINS é o não cumulativo. · Sustenta que o contrato de compra e venda de energia elétrica foi celebrado entre a Recorrente e a Gerdau em 03 de maio de 2011. · Então faz jus aos créditos do art. 3º, I da Lei n° 10.637/2002 e art. 3º, I da Lei n° 10.833/2003. · Todavia, nos períodos de apuração compreendidos entre junho de 2011 e outubro de 2002, a empresa apurou PIS e COFINS, sem o abatimento dos créditos referentes a aquisição e energia elétrica para revenda. · Em seguida, ao constatar que a existência de créditos de PIS e COFINS não apropriados, retificou sua apuração nos meses de competência (aproveitamento extemporâneo). · No presente caso, anexou a nota fiscal de aquisição de energia elétrica, sobre a qual incidiriam PIS e COFINS passíveis de creditamento. · Após a reapuração os novos e menores débitos de PIS e COFINS foram devidamente informados em DACON retificadora transmitida em 29/01/2013. Foi feita a retificação da DCTF posteriormente. A 4ª Turma da DRJ/FNS negou provimento à manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 07037.016. Em seu recurso voluntário, a Recorrente: · Em preliminar, requer a vinculação e julgamento em conjunto deste processo com outros 33 recursos voluntários contra acórdãos idênticos da DRJ de Florianópolis, uma vez que os processos decorrem dos mesmos pressupostos de fato e direito; · Reitera os fundamentos de sua impugnação; · Acosta novas provas; · Afirma que o Direito à restituição via compensação decorre do pagamento indevido, e não da declaração do crédito em DCTF; · Assevera que, por imposição do princípio da verdade material, a análise quanto à existência do crédito deve se sobrepor à declaração formal do mesmo (em DCTF) ao tempo da apresentação da DCOMP; · Ataca a decisão da DRJ, ao defender que deixou de verificar a procedência do crédito para fazer análise meramente formal quanto à existência do crédito em DCTF ao tempo da transmissão da DCOMP; · Sustenta que a prova produzida é suficiente para atestar a existência do crédito; · Por isso, requer que o próprio CARF ateste a veracidade do crédito, considerandose a suficiência da prova já apresentada; ou, alternativamente, que baixe o processo em diligência para que a DRF o faça. Em petição datada de janeiro de 2016, a empresa pugna pela aplicação do Parecer Normativo COSIT nº 02/2015. Esta turma de julgamento converteu o feito em diligência, Resolução n° 3301000.419, de 28 de junho de 2017, para que a unidade de origem analisasse a documentação apresentada pela Recorrente em sua manifestação de inconformidade e no recurso voluntário, com vistas a esclarecer a existência do crédito passível de ser utilizado na Fl. 288DF CARF MF Processo nº 11060.900754/201304 Acórdão n.º 3301004.562 S3C3T1 Fl. 5 4 compensação pretendida. Assim, foi solicitado à autoridade que: a) aferisse a procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; b) informasse se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; c) esclarecesse se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada e d) elaborasse relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados. A diligência foi realizada, cujo despacho segue acostado nos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.545, de 17 de abril de 2018, proferido no julgamento do processo 11060.900738/201311, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.545): "O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Creditamento sobre a aquisição de energia elétrica para revenda Dispõem os art.3º, I das Leis n° 10637/2002 e 10.833/2003 que: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: A energia elétrica adquirida para revenda subsomese à previsão normativa de creditamento sobre “bens adquiridos para revenda”, porquanto a energia elétrica foi equiparada no sistema constitucional à mercadoria (art. 155, parágrafo 2º, X, alínea “b” e parágrafo 3º, CF/88). Diante disso, observase que há suporte legal que legitima o crédito de PIS sobre a energia elétrica adquirida para revenda. Fl. 289DF CARF MF Processo nº 11060.900754/201304 Acórdão n.º 3301004.562 S3C3T1 Fl. 6 5 Dessa forma, com razão a Recorrente ao pleitear o creditamento no regime da nãocumulatividade. Fundamentação do acórdão da DRJ Como relatado, a Recorrente apresentou DCOMP em 30/01/2013 para compensar débito de IRPJ com crédito de pagamento indevido de PIS, decorrente da aquisição de energia elétrica para revenda. A DACON foi retificada em 29/01/2013 e a DCTF retificada em 05/09/2013. A DRJ ao julgar improcedente a manifestação de inconformidade o fez com fundamento único: antes da apresentação da DCOMP, a empresa deveria ter retificado regularmente a DCTF. Entendo que assiste razão à Recorrente, quando afirma que a compensação via PER/DCOMP não está vinculada à retificação de DCTF. Isso porque o indébito tributário decorre do pagamento indevido, nos termos dos art. 165 e 168 do CTN, a retificação da DCTF não “cria” o direito de crédito. Nesse sentido, o CARF já se manifestou: Acórdão n° 3403002.370, 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária: DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO (DDE). NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO (DCOMP). RETIFICAÇÃO POSTERIOR DE DADOS DA DCTF. A retificação da DCTF, para demonstrar a diferença entre valor confessado e recolhido, não é condição prévia para a transmissão da DCOMP, nem é ato que, por si mesmo, cria o direito de crédito do contribuinte. A existência do indébito depende da demonstração, por meio de provas, pelo contribuinte. Recurso provido. Ademais, o Parecer Normativo COSIT nº 02/2015, publicado no DOU de 01/09/2015, esclarece: Assunto. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Fl. 290DF CARF MF Processo nº 11060.900754/201304 Acórdão n.º 3301004.562 S3C3T1 Fl. 7 6 As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/nãohomologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. Fl. 291DF CARF MF Processo nº 11060.900754/201304 Acórdão n.º 3301004.562 S3C3T1 Fl. 8 7 O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Assim, discordo da decisão de piso que manteve a não homologação da compensação sobre o argumento de que a DCTF retificadora deveria ter sido transmitida antes da Dcomp. Por conseguinte, se transmitida a PER/Dcomp sem a retificação ou com retificação após o despacho decisório da DCTF, por imperativo do princípio da verdade material, o contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito. Ônus da prova – recolhimento indevido No presente caso, a interessada trouxe elementos fiscais e societários para comprovar o valor pleiteado: estatuto social no qual consta a atividade de comercialização de energia elétrica; cópia do contrato de fornecimento de energia elétrica, celebrado em 03/05/2011, com a destinatária da energia nas operações de revenda; cópia da nota fiscal de compra de energia; DCTF e DACON retificadoras. Ressalta a empresa que o contrato de compra e venda de energia elétrica, que revendeu energia adquirida por meio da Nota Fiscal acostada aos autos, é suficiente para comprovação do direito de crédito de PIS. Em seu recurso voluntário, objetivando comprovar que a energia elétrica adquirida foi objeto de revenda, anexou: 1 planilha demonstrativa dos volumes comprados, que equivalem exatamente aos volumes vendidos; 2 o Relatório CCEE demonstrando que o balanço de energia elétrica negociada pela recorrente apresenta volumes idênticos na posição de compradora e vendedora e 3 as notas fiscais de venda de energia elétrica com os mesmos volumes apresentados nos demonstrativos. Além disso, acosta aos autos a DACON original para demonstrar que o crédito objeto da nota fiscal referida não havia sido considerado na apuração da contribuição originalmente. As DACON e DCTF retificadoras (acostadas na manifestação de inconformidade) se voltam a comprovar que o crédito calculado sobre a Fl. 292DF CARF MF Processo nº 11060.900754/201304 Acórdão n.º 3301004.562 S3C3T1 Fl. 9 8 energia adquirida através da nota fiscal apresentada, gerou a apuração de PIS com valor inferior ao recolhimento do DARF, representando pagamento indevido. Toda a documentação da Recorrente foi analisada em diligência fiscal, tendo a autoridade despachado o seguinte: 7. A contribuinte apresentou cópia dos registros contábeis, livro razão e Diário, fls. 314/382388/428, onde consta registro da compra de energia elétrica, com creditamento de PIS, com base no art. 3º, inciso I, da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. Com resumo dos lançamentos contábeis à folha 429. 8. Conforme NFE série 1, nº 189, de 21/03/2012, fl. 53, ou no portal da Nota Fiscal Eletrônica, fls. 383/387, foi adquirido energia elétrica pela Dona Francisca Energética S.A – RS da Gerdau Aços Longos S.A., CNPJ 07.358.761/005632, localizada no município de Cachoeira Alta – GO, dentro do sistema integrado de energia, valor R$ 2.684.844,00 com destaque de PIS em R$ 44.299,93. 9. Declaração de compensação com base legal no art. 170 da Lei nº 5.172, de 25.10.1966 (CTN); art. 74 da Lei nº 9.430, de 27.12.1996; art. 49 da Lei nº 10.637, de 30.12.2002; art. 17 da Lei nº 10.833, de 29.12.2003; art. 4º da Lei nº 11.051, de 29.12.2004; art. 30 da Lei nº 11.941, de 27.05.2009; IN RFB nº 1.300, de 20.11.2012; IN RFB nº 1.717, de 17.07.2017. 10. Crédito acrescido de juros equivalentes à taxa referencial SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia para títulos federais, nos termos do artigo 39, § 4º da Lei n.º 9.250, de 26.12.1995 e do artigo 73 da Lei nº 9.532, de 10.12.1997, e conforme inc. V do art. 143 da IN RFB nº 1.717, de 17.07.2017. 11. De acordo com o art. 6º da Lei nº 10.593, de 06 de dezembro de 2002; com o art. 142 da Lei nº 5.172, de 25.10.1966; Portaria RFB nº 1.453, de 29.09.2016; com a Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012 e o art. 241, inc. I do Regimento da SRFB, foi constatado que a DACON retificadora de março de 2012, está em conformidade com os registros contábeis e amparada em documentação, sendo confirmado crédito de PIS não cumulativo, código 6912, pago a maior em 25/04/2012, no valor de R$ 44.299,92 e conforme indicado pela contribuinte, o valor de R$ 42.126,22 (quarenta e dois mil, cento e vinte e seis reais com vinte e dois centavos), com o acréscimo da taxa Selic acumulada, foi lançado em planilha de cálculo SAPO junto com o débito, que foi satisfeito, fls. 430/433. A diligência confirmou o crédito pleiteado e, ao cotejar com o débito apontado, reconheceu que foi suficiente para a sua satisfação, logo deve ser homologada a compensação. Fl. 293DF CARF MF Processo nº 11060.900754/201304 Acórdão n.º 3301004.562 S3C3T1 Fl. 10 9 Conclusão Do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado tanto à COFINS quanto à Contribuição para o PIS/Pasep. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 294DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10315.900422/2011-58
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri May 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2008 a 30/09/2008
RESSARCIMENTO. FABRICAÇÃO DE PRODUTOS NÃO-TRIBUTADOS (NT).
O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei n° 9.779, de 1999, do saldo credor de IPI decorrente da aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização de produtos, isentos ou tributados à alíquota zero, não alcança os insumos empregados em mercadorias não-tributadas (N/T) pelo imposto.
Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-004.114
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Renato Vieira de Avila (Suplente), Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2008 a 30/09/2008 RESSARCIMENTO. FABRICAÇÃO DE PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT). O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei n° 9.779, de 1999, do saldo credor de IPI decorrente da aquisição de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização de produtos, isentos ou tributados à alíquota zero, não alcança os insumos empregados em mercadorias nãotributadas (N/T) pelo imposto. Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Renato Vieira de Avila (Suplente), Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 5. 90 04 22 /2 01 1- 58 Fl. 404DF CARF MF Processo nº 10315.900422/201158 Acórdão n.º 3301004.114 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de pedido de ressarcimento do saldo credor do IPI, apurado no período em destaque, para ser utilizado na compensação dos débitos declarados. A autoridade competente, por meio de Despacho Decisório, indeferiu o pedido em razão do produto que a empresa produz e comercializa ser, exclusivamente, água mineral natural (sem gás) classificada como NT (nãotributado) na TIPI, não podendo portanto creditarse do IPI referente a aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem empregados na produção de tal produto. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade na qual alegou, em síntese, que tem direito ao ressarcimento por força do princípio da nãocumulatividade previsto no artigo 153,§ 3º, II, da Constituição Federal e que o direito pleiteado encontra amparo na Lei nº 9.779, de 1999, art. 11, conforme doutrina e julgados que cita. A DRJ em Ribeirão Preto/SP, em primeira Decisão, julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Ao apreciar Recurso Voluntário, o Colegiado do Carf, em primeira assentada, deliberou por anular a decisão de primeiro grau, nos seguintes termos: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PREMISSA FÁTICA EQUIVOCADA. NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. Nula a decisão que adota como premissa fática produto final diferente daquele objeto do direito creditório pleiteado. Ao considerar que o contribuinte é produtor de livros, ao invés de água mineral, a decisão recorrida contém vício material insanável, devendo haver novo julgamento que considere os fatos efetivamente ocorridos, sob pena de se configurar cerceamento de defesa. Decisão de primeira instância anulada. O processo retornou à primeira instância. A manifestação de inconformidade foi reapreciada e novamente julgada improcedente, como segue: RESSARCIMENTO. FABRICAÇÃO DE PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT). O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei n° 9.779, de 1999, do saldo credor de IPI decorrente da aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização de produtos, isentos ou tributados à alíquota zero, não alcança os insumos empregados em mercadorias nãotributadas (N/T) pelo imposto. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido" Fl. 405DF CARF MF Processo nº 10315.900422/201158 Acórdão n.º 3301004.114 S3C3T1 Fl. 4 3 Novo recurso voluntário foi interposto, contendo, resumidamente, o seguinte: i) o direito ao crédito está fundado na princípio constitucional da não cumulatividade, não podendo ser limitado por normas infraconsitucionais, tais como a Lei n° 9.779/99 e a IN n° 31/99, que a regulamentou; ii) o texto constitucional restringiu os créditos de ICMS, não admitindo o aproveitamento, quando a operação subsequente for beneficiada por isenção ou não incidência, o que não ocorreu com o IPI; e iii) a Lei n° 9.779/99 não prevê qualquer ressalva ao direito à manutenção dos créditos, em razão de saídas de produtos não tributados, e, ao contrário do que aduziu a decisão da DRJ, não instituiu crédito presumido em favor de industriais, porém disciplinou a utilização do saldo credor do IPI, inclusive em casos de produtos isentos ou alíquota zero. É o relatório, na essência do que interessa ao julgamento. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.105, de 25 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10315.900419/201134, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.105): "O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. A contenda resumese à pretenso direito aos créditos previstos na Lei nº 9779, de 1999, art. 11, pelas entradas de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem (MP, PI e ME), utilizados na produção de mercadorias nãotributadas (NT) pelo IPI. 1. Do Crédito de IPI Produto NT Assim dispõe o art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, resultante da conversão da Medida Provisória nº 1.788, de 30 de dezembro de 1998: Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal SRF, do Ministério da Fazenda. Fl. 406DF CARF MF Processo nº 10315.900422/201158 Acórdão n.º 3301004.114 S3C3T1 Fl. 5 4 Em atenção à prerrogativa disposta no final do art. 11, suso transcrito, a RFB, então SRF, publicou a IN SRF nº 33, de 1999, disciplinando a apuração e a utilização de créditos do IPI, na espécie. Posteriormente o Decreto nº 4.544/2002 (RIPI/2002) consolidou e ratificou o entendimento constante da IN/SRF nº 33/99, no sentido de que, a partir de 01/01/1999, os estabelecimentos industriais passaram a ter direito ao crédito do IPI relativo às MP, PI e ME empregados na industrialização de produtos imunes, isentos e tributados à alíquota zero, excetuandose somente os produtos nãotributados. E mais, o mesmo RIPI de 2002, art. 164, inciso I, replicado no Decreto nº 7212/2010 (RIPI/2010), art. 226, inciso I, estabeleceu duas condições para o creditamento do IPI, relativamente a MP, PI e ME: (i) deter a natureza de estabelecimento industrial ou equiparado e (ii) o produto resultante da industrialização deve ser tributado: Art. 226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados poderão creditarse: I do imposto relativo a matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; [...] Do trabalho fiscal realizado, consubstanciado em informações colhidas relativas aos anos de 2006 a 2009, restou concluso que a atividade da empresa é a produção exclusivamente de água mineral, sem gás, classificada na TIPI como "NT". Isso é incontroverso. A própria recorrente declarou que os produtos de sua fabricação limitamse a quatro itens, todos referentes a água mineral natural, sem gás: (i) Garrafão de 20 L. (ii) Garrafão de 10 L, (iii) Garrafas de 500 ML e (iv) Garrafas de 1.500 ML. Ademais, à exceção dos Garrafões (10L e 20L) que são incorporados ao Ativo Permanente da empresa, os demais produtos adquiridos com incidência de IPI são utilizados como insumos na fabricação de água mineral natural. Portanto, resta concluso que a recorrente não atende às condições necessárias para o creditamento, posto que os "insumos" são integralmente destinados a fabricação de produtos "NT". Assim, se a recorrente sequer realiza operação com tributação do IPI não poderá apurar creditamento do imposto, por óbvio. Não por outra razão, dispõe o Decreto nº 7.212/2010 (RIPI), art. 251, § 1º, repetindo o texto constante do Decreto nº 4.544/2002, art. 190, § 1º: Art. 251. Os créditos serão escriturados pelo beneficiário, em seus livros fiscais, à vista do documento que lhes confira legitimidade: [...]. Fl. 407DF CARF MF Processo nº 10315.900422/201158 Acórdão n.º 3301004.114 S3C3T1 Fl. 6 5 § 1o Não deverão ser escriturados créditos relativos a matéria prima, produto intermediário e material de embalagem que, sabidamente, se destinem a emprego na industrialização de produtos não tributados compreendidos aqueles com notação “NT” na TIPI, os imunes, e os que resultem de operação excluída do conceito de industrialização ou saídos com suspensão, cujo estorno seja determinado por disposição legal. [...] Por derradeiro, pondo uma pá de cal na celeuma, o Carf publicou a Súmula CARF n° 20, nos seguintes termos: "Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT." 2. Constitucionalidade de Lei Sustenta a recorrente, em exaustivas divagações, que o indeferimento de seu direito aos créditos de IPI, além de fundamentarse em Decreto que entende inconstitucional, afronta aos princípios constitucionais da não cumulatividade, seletividade e isonomia. Já pacificado em nossa jurisprudência, as alegações e os pedidos alternativos com base na ofensa aos princípios da capacidade contributiva, da legalidade, da razoabilidade e do não confisco, não podem ser analisadas no julgamento do processo administrativo fiscal. Nessa sede não se julgam argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade da legislação. Tratase, na verdade, de entendimento há tempo consagrado no âmbito dos tribunais administrativos, já sumulada nesse conselho: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Ademais o Regimento Interno do Carf, art. 62, veda ao conselheiro afastar a aplicação de Lei ou Decreto, conforme tenta impingir o recorrente. Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. No mais, o Acórdão recorrido deve ser integralmente preservado, sejam pelos fundamentos suso expostos ou por seus próprios fundamentos, nos termos da Portaria MF nº 343, de 2015 (Ricarf), art. 27, § 3º, com a redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017. 3. Dispositivo Ante o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário." Fl. 408DF CARF MF Processo nº 10315.900422/201158 Acórdão n.º 3301004.114 S3C3T1 Fl. 7 6 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 409DF CARF MF
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Numero do processo: 10882.000245/2007-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2002
COFINS. DEFESA GENÉRICA. DEMANDA POR EXCLUSÃO DE OUTRAS RECEITAS DA BASE DE CÁLCULO, NÃO ESPECIFICADAS. IMPROCEDÊNCIA.
Não merece prosperar a defesa genérica, que demanda, a pretexto da inconstitucionalidade do § 1o do art. 3o, da Lei 9.718/1998, a exclusão de outras receitas, que sequer detalha, ou aponta na autuação, quais são.
Numero da decisão: 3401-005.083
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), André Henrique Lemos, Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Cássio Schappo e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: Rosaldo Trevisan
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DEFESA GENÉRICA. DEMANDA POR EXCLUSÃO DE OUTRAS RECEITAS DA BASE DE CÁLCULO, NÃO ESPECIFICADAS. IMPROCEDÊNCIA. Não merece prosperar a defesa genérica, que demanda, a pretexto da inconstitucionalidade do § 1o do art. 3o, da Lei 9.718/1998, a exclusão de outras receitas, que sequer detalha, ou aponta na autuação, quais são. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), André Henrique Lemos, Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Cássio Schappo e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 00 02 45 /2 00 7- 97 Fl. 283DF CARF MF 2 Versa o presente sobre auto de infração, lavrado em 02/02/2007 (fls. 2, e 30 a 37, com ciência em 28/02/2007 fl. 30)1 para exigência de COFINS, de janeiro a dezembro de 2002, acrescida de juros de mora e multa de 75%, perfazendo total de R$ 264.160,00, decorrente de diferenças apuradas em cotejo entre DIPJ e DCTF (valores escriturados, mas com DCTF “zerada”), cf. tabela de fl. 31. A autuação congênere, referente à Contribuição para o PIS/PASEP, como se percebe às fls. 110/111, foi lavrada no processo administrativo no 10882.000246/200731, tratando ainda o procedimento fiscal de IRPJ e CSLL (fls. 112 a 116). A empresa, intimada, reconheceu, em 11/01/2007 (fl. 15), que os dados de sua DCTF estão incorretos, devendo prevalecer o declarado nas DIPJ. Ainda assim, apresentou impugnação ao Auto de Infração (fls. 42 a 73), sustentando que: (a) não faz parte da base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS a parcela referente ao ISS ou ao ICMS; (b) a empresa possui créditos pela exclusão do ICMS/ISS da base de cálculo, “que deverão ser motivo de levantamento para apurarse o valor do ressarcimento”; (c) é ilegal a cobrança de juros de mora à Taxa SELIC, e sua capitalização; (d) a multa aplicada é confiscatória; e (e) a falta de recolhimento dos impostos é decorrente do não recebimento de valores pendentes junto à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM. Há várias peças repetidas, no processo, e cópias de elementos do processo no 10882.000246/200731, não havendo, em análise inicial, nem vestígio da decisão de piso nas peças digitalizadas. No entanto, consta às fls. 216 a 219 a Resolução no 3201001.109, de 23/10/2012, sobrestando o recurso por força de previsão regimental existente à época, em função da discussão travada no STF sobre a inclusão de ICMS na base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS (RE no 574.706). Em tal resolução, o relator reproduz excertos do relatório e da decisão da DRJ (Decisão DRJ/CPS no 26.696, de 04/09/2009), ausente no estágio atual dos autos. Com a extinção da previsão regimental de sobrestamento, o processo voltou ao relator original em 17/02/2014, para seguimento (fl. 220), havendo um registro de pedido de cópia do processo em 04/01/2016 (fl. 223), no qual se indicava que os autos tinham 220 folhas. Nenhum outro andamento processual consta no sistema eprocessos, cabendo destacar que o processo foi distribuído a este relator, por sorteio, em 30/11/2017. Solicitada a complementação da digitalização do processo, esta foi atendida no CARF, retornando os autos a este relator, já com 276 folhas (correspondendo as folhas 231 a 276 a volume faltante, que contém extratos do processo, a decisão de piso – fls. 240 a 247, e a ciência da recorrente – fl. 265, e o recurso voluntário interposto – fls. 267 a 271, com tempestividade atestada no envio ao CARF, à fl. 276), permitindo a complementação do relatório. Na decisão da DRJ (fls. 240 a 247), de 04/09/2009, a impugnação é considerada improcedente, por unanimidade, entendendo o julgador de piso que: (a) não cabe às instâncias administrativas a análise de constitucionalidade; (b) a base de cálculo da COFINS inclui ISS e ICMS; (c) a aplicação da Taxa SELIC decorre expressamente de lei, não podendo ser afastada administrativamente; e (d) a perícia, no caso, é prescindível. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 284DF CARF MF Processo nº 10882.000245/200797 Acórdão n.º 3401005.083 S3C4T1 Fl. 278 3 Ciente da decisão de piso em 03/11/2009 (AR à fl. 265), a empresa interpôs recurso voluntário em 27/11/2009 (fls. 267 a 271), alegando, basicamente, que deve ser afastada a autuação no que extrapola o conceito de faturamento, restrito à receita de venda de mercadorias e serviços e não à totalidade da receita da empresa. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O recurso voluntário atende os requisitos de admissibilidade, e, portanto, dele se toma conhecimento, tendo sido a admissibilidade já efetuada quando do sobrestamento. Aliás, há que se efetuar, já de início, aparas quanto ao sobrestamento, visto que não se identifica, no recurso voluntário apresentado, contestação específica sobre a inclusão de ICMS na base de cálculo da COFINS. A discussão inicial, em sede de impugnação (fls. 43 a 50) enfrenta especificamente o tema da inclusão do ICMS e do ISS na base de cálculo da COFINS, ainda que sob o título “Da indevida inclusão do ISS na base de cálculo do tributo”, mas deixa claro que a empresa não excluiu tais valores da base de cálculo (ou seja, que não foi essa a razão da autuação), ao demandar perícia para que tais créditos (que, digase, seriam dela próprios) fossem levantados (fl. 50): Além disso, a impugnação discute apenas a legalidade da aplicação da taxa SELIC a título de juros de mora (fls. 50 a 56), matéria hoje já assentada, e, inclusive sumulada neste tribunal administrativo (Súmula no 4), a eventual confiscatoriedade da multa aplicada, tema igualmente pacificado nesta corte (principalmente em função da súmula CARF no 2)., e que a falta de recolhimento da contribuição se devia ao não recebimento de valores da Companha Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM (o que, além de constituir verdadeira confissão de dívida, não constitui, notoriamente, escusa válida para a falta de pagamento de tributo). Eis as razões inaugurais de defesa, e que foram enfrentadas e rechaçadas individualmente pela DRJ no julgamento de piso (fls. 240 a 247), que, digase, não estava entre as peças originalmente digitalizadas no processo. Fl. 285DF CARF MF 4 Ao que me parece, o relator da Resolução no 3201001.109, de 23/10/2012, que sobrestou o recurso por foça de previsão regimental existente à época, em função da discussão travada no STF sobre a inclusão de ICMS na base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS (RE no 574.706), sequer percebeu que não havia digitalização da decisão de piso e do recurso voluntário, ou dedicou pouca atenção a eles, contentandose em sobrestar o julgamento em função de discussão que entendeu presente no processo ao verificar a impugnação, em voto, que pela pouca extensão, merece ser aqui integralmente transcrito (fl. 219): Mais preciso seria o voto se iniciasse afirmando: “Como vemos do processo, o contribuinte buscava, em sua impugnação, dentre outros, ...”. Isso porque o recurso voluntário apresentado, no caso, constituiu peça verdadeiramente autônoma, e que discutiu somente um tema, sequer suscitado na instância de piso: a inconstitucionalidade do § 1o do art. 3o, da Lei 9.718/1998. Denominado pela empresa de “recurso ordinário”, o sintético documento de fls. 268 a 271 inicia com tópico denominado “dos fatos” (fl. 269), onde afirma que o recurso é tempestivo e delimita o que lhe foi negado pela DRJ (por ele descrito como “pedido de perícia para excluir da base de cálculo o ICMS”). Depois, no tópico II (“Do Direito”), às fls. 267 a 271, expressa a defesa que a Lei no 11.941/2009 revogou o § 1o do art. 3o, da Lei 9.718/1998, certamente por ter tal dispositivo sido declarado inconstitucional pelo STF, afirmando que (fl. 270): E afirma que, mesmo não sendo a base de cálculo a totalidade das receitas, tomou o fisco tal totalidade na autuação, havendo excesso de valor lançado (que ensejaria o cancelamento do lançamento), o que culmina em seu pedido (fl. 271): Fl. 286DF CARF MF Processo nº 10882.000245/200797 Acórdão n.º 3401005.083 S3C4T1 Fl. 279 5 Vejase, portanto, que a matéria objeto de recurso não tem nenhum ponto de intersecção com a matéria impugnada, absolutamente diversa. Incorreta, assim, a nosso ver, a decisão pelo sobrestamento, a menos que houvesse sido justificada como decisão de ofício da autoridade julgadora, o que não ocorreu, no presente processo. O Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343/2015, obriga o colegiado a reexaminar decisão não definitiva do tribunal administrativo (como a tomada por resolução), como se percebe do art. 63, § 1o de tal regimento: “Art. 63. As decisões dos colegiados, em forma de acórdão ou resolução, serão assinadas pelo presidente, pelo relator, pelo redator designado ou por conselheiro que fizer declaração de voto, devendo constar, ainda, o nome dos conselheiros presentes e dos ausentes, especificandose, se houver, os conselheiros vencidos e a matéria em que o foram, e os impedidos. (...) § 5o No caso de resolução ou anulação de decisão de 1ª (primeira) instância, as questões preliminares, prejudiciais ou mesmo de mérito já examinadas serão reapreciadas quando do julgamento do recurso, por ocasião do novo julgamento.” (grifo nosso) Portanto, a eventual incorreção da decisão anterior pode aqui ser sanada. É o que se propõe, tendo em vista que o recurso voluntário sequer discute especificamente a matéria que ensejou o sobrestamento. Assim como a impugnação foi genérica, ao sequer calcular os valores efetivamente devidos (a partir dos valores da própria contabilidade da empresa), para contestar o que estaria sendo indevidamente exigido, o recurso voluntário, que traz tese nova, igualmente é calcado em alegações genéricas, não mostrando um exemplo sequer de que a autuação tenha efetivamente tomado em conta valores que seriam, por exemplo “receita de variação cambial ou juros próprios”, rubricas trazidas exemplificativamente na peça recursal. Pelo exposto em relação à instância de piso, restou patente que a defesa busca delegar seu papel à perícia, ao solicitar que esta apurasse valores eventualmente recolhidos de forma indevida, ou apurasse créditos que a empresa sequer escriturou. Fl. 287DF CARF MF 6 Confunde a empresa sua incumbência de afastar as alegações de autuação, estas sim específicas, com a demanda pericial, que se presta a esclarecimento de dúvidas do julgador, ou verificação de aspectos técnicos (obviamente, não os contábeis). De longa data já se sumulou neste tribunal administrativo que “...O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador” (Súmula CARF no 8). Recordo, por fim, para sepultar as discussões sobre a novel alegação recursal, que a autuação foi lavrada por simples divergências entre o escriturado e o declarado em DCTF, divergência essa jamais justificada nestes autos pela defesa. E acrescento, em nome da verdade material, que, em verificação à DIPJ (fls. 17 a 28), não encontrei vestígios de registro de receitas financeiras ou outra que fosse afetada pela citada inconstitucionalidade do § 1o do art. 3o, da Lei 9.718/1998. Considerando o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 288DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11040.901116/2014-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2014
DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA INEQUÍVOCA. ERRO ALEGADO NÃO COMPROVADO. DENEGAÇÃO DO CRÉDITO PRETENDIDO.
Não se reconhece o crédito pretendido, referente a pagamento indevido ou a maior, fundamentado exclusivamente em DCTF retificadora apresentada após o despacho decisório, quando o contribuinte deixa de apresentar elementos de prova materiais, capazes de, cabalmente, comprovar erro supostamente cometido no preenchimento da declaração original.
Numero da decisão: 1402-003.101
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA INEQUÍVOCA. ERRO ALEGADO NÃO COMPROVADO. DENEGAÇÃO DO CRÉDITO PRETENDIDO. Não se reconhece o crédito pretendido, referente a pagamento indevido ou a maior, fundamentado exclusivamente em DCTF retificadora apresentada após o despacho decisório, quando o contribuinte deixa de apresentar elementos de prova materiais, capazes de, cabalmente, comprovar erro supostamente cometido no preenchimento da declaração original. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 90 11 16 /2 01 4- 11 Fl. 113DF CARF MF Processo nº 11040.901116/201411 Acórdão n.º 1402003.101 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra v. Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento a quo, que negou provimento à Manifestação de Inconformidade apresentada pela Contribuinte, mantendo o r. Despacho Decisório que deixou de homologar a compensação pretendida, denegando a existência do crédito declarado em DCOMP, por não ter sido constatada qualquer monta de recolhimento a maior ou indevido. Em sua Manifestação de Inconformidade, em suma, alegou a ora Recorrente que teria havido recolhimento a maior de IRPJ e CSLL, fato este que teria sido percebido apenas após auditoria contábil externa. Assim, procedeu a Contribuinte a inúmeras compensações, valendose de tal valor. A Recorrente também esclarece que não foi reconhecida a existência do crédito pela Unidade Local pois apenas veio a retificar sua DCTF após a prolatação r. decisório de piso, corrigindo, então, suposto erro na declaração originalmente transmitida. Ao seu turno, a DRJ a quo proferiu o v. Acórdão, ora recorrido, negando provimento à defesa, por não ter a Contribuinte logrado êxito na comprovação da sua pretensão creditória, estando ausente nos autos qualquer demonstração ou prova de erro que justificaria a retificação procedida na DCTF. Diante de tal revés, a Contribuinte interpôs o Recurso Voluntário, agora sob análise, em suma, repetindo as suas alegações da Manifestação de Inconformidade, apontando expressamente para os motivos de reforma do v. Acórdão recorrido, afirmando ter constituído prova eficaz do seu direito. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Fl. 114DF CARF MF Processo nº 11040.901116/201411 Acórdão n.º 1402003.101 S1C4T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.112, de 11/04/2018, proferido no julgamento do Processo nº 11040.901104/2014 97, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.112): "O Recurso Voluntário é manifestamente tempestivo e sua matéria se enquadra na competência desse N. Colegiado. Os demais pressupostos de admissibilidade igualmente foram atendidos. Ausentes alegações preliminares, passase ao mérito da demanda. Como relatado, a Recorrente alega ter recolhido valores de IRPJ e CSLL maiores do que aquilo efetivamente devido no período. Uma vez constatado tal excesso no adimplemento fiscal, prontamente procedeu a compensações via DCOMP. Contudo, apenas veio a retificar a DCTF correspondente posteriormente à prolatação do r. Despacho Decisório, motivo pelo qual a Autoridade Fiscal não teria reconhecido a existência de tal crédito naquela oportunidade. Restou firmado no v. Acórdão da DRJ que, ainda que retificada a DCTF, validando o cálculo da monta da pretensão creditícia da Contribuinte, não houve a comprovação da existência de erro na primeira declaração ou a prova de qualquer outro motivo que justificasse tal alteração. Em Recurso Voluntário a Recorrente afirma que possui a plena prerrogativa de proceder à retificação da sua DCTF e o fez regularmente, em momento adequado, dentro do prazo concedido pelas normas que regem a matéria em tela. Alega que denegar o crédito implicaria em enriquecimento ilícito da Fazenda Nacional. Ora, é certo que a Contribuinte tem a prerrogativa de retificar suas declarações, inclusive a DCTF. Todavia, os efeitos de tal correção não são automáticos e absolutos, para todos os fim tributários, quando envolvida a percepção de crédito em favor do contribuinte após tal manobra. Fl. 115DF CARF MF Processo nº 11040.901116/201411 Acórdão n.º 1402003.101 S1C4T2 Fl. 5 4 Nesse sentido, a Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010, aplicável ao presente caso, é clara ao regular o tema em seu artigo 9º: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU;ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o crédito tributário. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.177, de 25 de julho de 2011) § 4º Na hipótese do inciso II do § 2º, havendo recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal, em valor superior ao declarado, a pessoa jurídica poderá apresentar declaração retificadora, em atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro de Fl. 116DF CARF MF Processo nº 11040.901116/201411 Acórdão n.º 1402003.101 S1C4T2 Fl. 6 5 fato, sem prejuízo das penalidades calculadas na forma do art. 7º. § 5º O direito de o contribuinte pleitear a retificação da DCTF extinguese em 5 (cinco) anos contados a partir do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte ao qual se refere a declaração. § 6º A pessoa jurídica que apresentar DCTF retificadora, alterando valores que tenham sido informados: I na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), deverá apresentar, também, DIPJ retificadora; ehttp://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/anexoOutro s.action?idArquivoBinario=0 II no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon), deverá apresentar, também, Dacon retificador. (destacamos) Extraise de tal dispositivo que, promovida a alteração após a prolatação de r. Despacho Decisório, deveria a Contribuinte ter trazidos prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração original, demonstrando que os valores originalmente inseridos na declaração primeiramente transmitida não refletiam os fatos e eventos efetivamente apurados na mensuração das obrigações lá constituídas. Sobre isso, a Recorrente alegou que teria trazido aos autos sua DIPJ, dando o necessário respaldo probante ao seu direito. Ocorre que apenas foram juntadas Fichas isoladas da DIPJ do período. Nenhum elemento de prova material, relacionado à contabilidade ou mesmo às atividades da Contribuinte, foi acostado ao processo. Frisese que a DIPJ, ainda que integralmente considerada, regularmente preenchida e transmitida, tem caráter informativo, sendo confeccionada unilateralmente pelo contribuinte, sem a necessidade de instrução direta com documentos. Assim, mesmo que as informações inseridas na linhas das Fichas da Declaração acostada guardassem identicidade com aquilo trazido na DCTF retificadora, tal encontro de dados guarda valor probante extremamente relativo, não se revestindo de prova inequívoca. Nos casos referente a restituição e compensação, regulados pelo art. 74 da Lei nº 9.430/96, o ônus probatório do crédito alegado recai sobre contribuinte. Por fim, o entendimento acima professado possui pleno respaldo na jurisprudência atual desse E. CARF. Ilustrando, confirase o Acórdão nº 1301002.103, proferido pela C. 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara dessa mesma 1ª Seção, de relatoria do I. Fl. 117DF CARF MF Processo nº 11040.901116/201411 Acórdão n.º 1402003.101 S1C4T2 Fl. 7 6 Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, publicado em 23/08/2016: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007 PROCEDIMENTO DE COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EXISTÊNCIA DE OUTROS IMPEDIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE Não há impedimento para que a DCTF seja retificada após o despacho decisório, desde que sejam respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010, e alterações posteriores. Necessidade de análise das restrições através do exame de documentação juntada ao processo, o que foi impossível, ante a não juntada de documentos pela interessada, sendo seu dever o ônus de provas. INDÉBITO.COMPROVAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ. A comprovação da certeza e liquidez dos créditos deve ocorrer pelo exame de documentação hábil e apta, cujo ônus de juntar a documentação pertinente pertence a parte que requer o reconhecimento do direito creditório. Ainda, na mesma esteira decidiuse no Acórdão nº 3402 004.849, prolatado pela C. 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção dessa C. Corte Administrativa, de relatoria do I. Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, publicado em 02/02/2018: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Data do fato gerador: 29/07/2005 NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO. FALTA DE MOTIVAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA Não ocorre a nulidade do feito fiscal quando a autoridade demonstra de forma suficiente os motivos pelos quais o lavrou, possibilitando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa ao contribuinte e sem que seja comprovado o efetivo prejuízo ao exercício desse direito. DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EFEITO. A retificação da DCTF após a ciência do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de compensação não é suficiente para a comprovação do crédito, sendo indispensável a comprovação do erro em que se funde. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 11040.901116/201411 Acórdão n.º 1402003.101 S1C4T2 Fl. 8 7 PROVA. RETIFICAÇÃO DE DCTF. REDUÇÃO DE DÉBITO. APÓS CIÊNCIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Compete ao contribuinte o ônus da prova de erro de preenchimento em DCTF, consubstanciada nos documentos contábeis que o demonstre. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. JUNTADA DE PROVAS. Deve ser indeferido o pedido de diligência, quando tal providência se revela prescindível para instrução e julgamento do processo. Recurso Voluntário Negado. Diante de todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendose o v. Acórdão recorrido." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 119DF CARF MF
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Numero do processo: 11040.901117/2014-66
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2014
DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA INEQUÍVOCA. ERRO ALEGADO NÃO COMPROVADO. DENEGAÇÃO DO CRÉDITO PRETENDIDO.
Não se reconhece o crédito pretendido, referente a pagamento indevido ou a maior, fundamentado exclusivamente em DCTF retificadora apresentada após o despacho decisório, quando o contribuinte deixa de apresentar elementos de prova materiais, capazes de, cabalmente, comprovar erro supostamente cometido no preenchimento da declaração original.
Numero da decisão: 1402-003.102
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA INEQUÍVOCA. ERRO ALEGADO NÃO COMPROVADO. DENEGAÇÃO DO CRÉDITO PRETENDIDO. Não se reconhece o crédito pretendido, referente a pagamento indevido ou a maior, fundamentado exclusivamente em DCTF retificadora apresentada após o despacho decisório, quando o contribuinte deixa de apresentar elementos de prova materiais, capazes de, cabalmente, comprovar erro supostamente cometido no preenchimento da declaração original. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 90 11 17 /2 01 4- 66 Fl. 124DF CARF MF Processo nº 11040.901117/201466 Acórdão n.º 1402003.102 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra v. Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento a quo, que negou provimento à Manifestação de Inconformidade apresentada pela Contribuinte, mantendo o r. Despacho Decisório que deixou de homologar a compensação pretendida, denegando a existência do crédito declarado em DCOMP, por não ter sido constatada qualquer monta de recolhimento a maior ou indevido. Em sua Manifestação de Inconformidade, em suma, alegou a ora Recorrente que teria havido recolhimento a maior de IRPJ e CSLL, fato este que teria sido percebido apenas após auditoria contábil externa. Assim, procedeu a Contribuinte a inúmeras compensações, valendose de tal valor. A Recorrente também esclarece que não foi reconhecida a existência do crédito pela Unidade Local pois apenas veio a retificar sua DCTF após a prolatação r. decisório de piso, corrigindo, então, suposto erro na declaração originalmente transmitida. Ao seu turno, a DRJ a quo proferiu o v. Acórdão, ora recorrido, negando provimento à defesa, por não ter a Contribuinte logrado êxito na comprovação da sua pretensão creditória, estando ausente nos autos qualquer demonstração ou prova de erro que justificaria a retificação procedida na DCTF. Diante de tal revés, a Contribuinte interpôs o Recurso Voluntário, agora sob análise, em suma, repetindo as suas alegações da Manifestação de Inconformidade, apontando expressamente para os motivos de reforma do v. Acórdão recorrido, afirmando ter constituído prova eficaz do seu direito. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Fl. 125DF CARF MF Processo nº 11040.901117/201466 Acórdão n.º 1402003.102 S1C4T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.112, de 11/04/2018, proferido no julgamento do Processo nº 11040.901104/2014 97, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.112): "O Recurso Voluntário é manifestamente tempestivo e sua matéria se enquadra na competência desse N. Colegiado. Os demais pressupostos de admissibilidade igualmente foram atendidos. Ausentes alegações preliminares, passase ao mérito da demanda. Como relatado, a Recorrente alega ter recolhido valores de IRPJ e CSLL maiores do que aquilo efetivamente devido no período. Uma vez constatado tal excesso no adimplemento fiscal, prontamente procedeu a compensações via DCOMP. Contudo, apenas veio a retificar a DCTF correspondente posteriormente à prolatação do r. Despacho Decisório, motivo pelo qual a Autoridade Fiscal não teria reconhecido a existência de tal crédito naquela oportunidade. Restou firmado no v. Acórdão da DRJ que, ainda que retificada a DCTF, validando o cálculo da monta da pretensão creditícia da Contribuinte, não houve a comprovação da existência de erro na primeira declaração ou a prova de qualquer outro motivo que justificasse tal alteração. Em Recurso Voluntário a Recorrente afirma que possui a plena prerrogativa de proceder à retificação da sua DCTF e o fez regularmente, em momento adequado, dentro do prazo concedido pelas normas que regem a matéria em tela. Alega que denegar o crédito implicaria em enriquecimento ilícito da Fazenda Nacional. Ora, é certo que a Contribuinte tem a prerrogativa de retificar suas declarações, inclusive a DCTF. Todavia, os efeitos de tal correção não são automáticos e absolutos, para todos os fim tributários, quando envolvida a percepção de crédito em favor do contribuinte após tal manobra. Fl. 126DF CARF MF Processo nº 11040.901117/201466 Acórdão n.º 1402003.102 S1C4T2 Fl. 5 4 Nesse sentido, a Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010, aplicável ao presente caso, é clara ao regular o tema em seu artigo 9º: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU;ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o crédito tributário. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.177, de 25 de julho de 2011) § 4º Na hipótese do inciso II do § 2º, havendo recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal, em valor superior ao declarado, a pessoa jurídica poderá apresentar declaração retificadora, em atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro de Fl. 127DF CARF MF Processo nº 11040.901117/201466 Acórdão n.º 1402003.102 S1C4T2 Fl. 6 5 fato, sem prejuízo das penalidades calculadas na forma do art. 7º. § 5º O direito de o contribuinte pleitear a retificação da DCTF extinguese em 5 (cinco) anos contados a partir do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte ao qual se refere a declaração. § 6º A pessoa jurídica que apresentar DCTF retificadora, alterando valores que tenham sido informados: I na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), deverá apresentar, também, DIPJ retificadora; ehttp://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/anexoOutro s.action?idArquivoBinario=0 II no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon), deverá apresentar, também, Dacon retificador. (destacamos) Extraise de tal dispositivo que, promovida a alteração após a prolatação de r. Despacho Decisório, deveria a Contribuinte ter trazidos prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração original, demonstrando que os valores originalmente inseridos na declaração primeiramente transmitida não refletiam os fatos e eventos efetivamente apurados na mensuração das obrigações lá constituídas. Sobre isso, a Recorrente alegou que teria trazido aos autos sua DIPJ, dando o necessário respaldo probante ao seu direito. Ocorre que apenas foram juntadas Fichas isoladas da DIPJ do período. Nenhum elemento de prova material, relacionado à contabilidade ou mesmo às atividades da Contribuinte, foi acostado ao processo. Frisese que a DIPJ, ainda que integralmente considerada, regularmente preenchida e transmitida, tem caráter informativo, sendo confeccionada unilateralmente pelo contribuinte, sem a necessidade de instrução direta com documentos. Assim, mesmo que as informações inseridas na linhas das Fichas da Declaração acostada guardassem identicidade com aquilo trazido na DCTF retificadora, tal encontro de dados guarda valor probante extremamente relativo, não se revestindo de prova inequívoca. Nos casos referente a restituição e compensação, regulados pelo art. 74 da Lei nº 9.430/96, o ônus probatório do crédito alegado recai sobre contribuinte. Por fim, o entendimento acima professado possui pleno respaldo na jurisprudência atual desse E. CARF. Ilustrando, confirase o Acórdão nº 1301002.103, proferido pela C. 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara dessa mesma 1ª Seção, de relatoria do I. Fl. 128DF CARF MF Processo nº 11040.901117/201466 Acórdão n.º 1402003.102 S1C4T2 Fl. 7 6 Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, publicado em 23/08/2016: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007 PROCEDIMENTO DE COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EXISTÊNCIA DE OUTROS IMPEDIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE Não há impedimento para que a DCTF seja retificada após o despacho decisório, desde que sejam respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010, e alterações posteriores. Necessidade de análise das restrições através do exame de documentação juntada ao processo, o que foi impossível, ante a não juntada de documentos pela interessada, sendo seu dever o ônus de provas. INDÉBITO.COMPROVAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ. A comprovação da certeza e liquidez dos créditos deve ocorrer pelo exame de documentação hábil e apta, cujo ônus de juntar a documentação pertinente pertence a parte que requer o reconhecimento do direito creditório. Ainda, na mesma esteira decidiuse no Acórdão nº 3402 004.849, prolatado pela C. 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção dessa C. Corte Administrativa, de relatoria do I. Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, publicado em 02/02/2018: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Data do fato gerador: 29/07/2005 NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO. FALTA DE MOTIVAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA Não ocorre a nulidade do feito fiscal quando a autoridade demonstra de forma suficiente os motivos pelos quais o lavrou, possibilitando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa ao contribuinte e sem que seja comprovado o efetivo prejuízo ao exercício desse direito. DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EFEITO. A retificação da DCTF após a ciência do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de compensação não é suficiente para a comprovação do crédito, sendo indispensável a comprovação do erro em que se funde. Fl. 129DF CARF MF Processo nº 11040.901117/201466 Acórdão n.º 1402003.102 S1C4T2 Fl. 8 7 PROVA. RETIFICAÇÃO DE DCTF. REDUÇÃO DE DÉBITO. APÓS CIÊNCIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Compete ao contribuinte o ônus da prova de erro de preenchimento em DCTF, consubstanciada nos documentos contábeis que o demonstre. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. JUNTADA DE PROVAS. Deve ser indeferido o pedido de diligência, quando tal providência se revela prescindível para instrução e julgamento do processo. Recurso Voluntário Negado. Diante de todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendose o v. Acórdão recorrido." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 130DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18186.000079/2007-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Ano-calendário: 2006
RECURSO DE OFÍCIO. CONHECIMENTO. SUMULA CARF Nº 103.
Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
Numero da decisão: 2201-004.370
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em não conhecer do recurso de ofício.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Ano-calendário: 2006 RECURSO DE OFÍCIO. CONHECIMENTO. SUMULA CARF Nº 103. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
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CONHECIMENTO. SUMULA CARF Nº 103. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 18 6. 00 00 79 /2 00 7- 98 Fl. 2357DF CARF MF 2 O presente processo trata de recurso ofício em face do Acórdão nº 1616.499 11ª Turma da DRJ/SPOI, fl. 1929 a 1939, de cujo conteúdo podem ser destacas as informações abaixo: Relatório DA AUTUAÇÃO Tratase de Auto de Infração (AI) lavrado pela fiscalização, contra a empresa em epígrafe, por infração ao disposto no artigo 32, inciso IV, parágrafo 5° da Lei n.° 8.212, de 24/07/1991, na redação da Lei n.° 9.528, de 10/12/1997, e no artigo 225, inciso IV e parágrafo 4° do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto n.° 3.048, de 06/05/1999, tendo em vista que de acordo com o Relatório Fiscal da Infração, fls.04, a empresa elaborou e apresentou Guias de Recolhimentos do FGTS e Informações a Previdência Social GFIPs com dados não correspondentes a todos os fatos geradores das contribuições previdenciárias. (...) O Relatório Fiscal da Aplicação da Multa, às fls. 05/07, informa que a empresa não possui antecedentes e não houve circunstancias agravantes. De acordo com este Relatório e Planilhas, às fls.08 a 11, foi aplicada a multa no valor de R$ 1.613.307,79 (um milhão, seiscentos e treze mil, trezentos e sete reais e setenta e nove centavos), conforme o disposto no artigo 284, inciso II do Regulamento da Previdência Social — RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99, combinado com o artigo 32, inciso IV, parágrafo 5°, da Lei n° 8.212/91, conforme demonstrado nas respectivas Planilhas Anexos 01 a 06. DA IMPUGNAÇÃO A autuada conforme despacho de fls. 1600, dentro do prazo regulamentar, apresentou impugnação, fls. 60/70, anexando várias cópias de GFIPs entregues via conectividade social, de folhas de pagamento, de anexos deste AI e também de procuração e documentos societários, às fls. 71/1599. (...) DA DILIGÊNCIA FISCAL Considerando as alegações da Autuada, bem como a documentação anexa; Considerando que a empresa alega ter corrigido parcialmente a falta e solicita a relevação da multa aplicada; Diante do exposto, os autos foram convertidos em diligência para que a fiscalização se manifestasse conclusivamente a respeito das alegações da empresa, informando ainda para quais itens houve a correção da falta, possibilitando assim, se fosse o cas,o a relevação parcial da multa aplicada. Como resultado da diligência a fiscal autuante elaborou a Informação Fiscal de fls. 1609/1623, de 25/05/2007, retificando os valores da presente Autuação, considerando as correções procedidas pela empresa, detalhando minuciosamente item por item, o porquê das retificações efetuadas. Faz juntada, às fls.1624 a 1730, dos anexos que fazem parte desta Informação. Fl. 2358DF CARF MF Processo nº 18186.000079/200798 Acórdão n.º 2201004.370 S2C2T1 Fl. 2.357 3 De acordo com a Informação Fiscal às fls. 1614, considerando as correções procedidas pela empresa, o valor final da multa aplicada passa a ser de R$ 55.890,76(cinqüenta e cinco mil, oitocentos e noventa reais e setenta e seis centavos), como segue: (...) DA ABERTURA DE PRAZO PARA MANIFESTAÇÃO Considerando o pronunciamento do fiscal autuante no sentido de retificar a presente autuação, tendo em vista as correções procedidas pela empresa; (...) ... foi enviada cópia do resultado da diligência à empresa e aberto prazo de dez dias para sua manifestação. Conforme despacho de fls.2.282, a empresa não se manifestou. Porém, ao tomar ciência, em 24105/2007, do MPFC relativo à diligência para saneamento deste processo, a empresa em 25/05/2007, apresenta novas GFIP's declarando os valores relativos à remuneração dos segurados contribuintes individuais e a contribuição previdenciária de 15% incidentes sobre as notas fiscais emitidas por cooperativas de • trabalho. Em 08/06/2007, apresenta manifestação, anexando as GFIP's retificadas e requerendo que os valores lançados a título de remuneração aos segurados contribuintes individuais e da contribuição previdenciária de 15% sejam também excluídas da base de cálculo da multa aplicada. Todavia, esta manifestação só foi anexada aos Autos, em 13/11/2007, fls. 1741, posteriormente ao despacho n° 0053/2007, de 06/09/2007, acima citado, motivo pelo qual foi novamente aberto o prazo para manifestação da empresa. Em 13/07/2007 e 29/11/2007, a empresa novamente se manifesta, anexando cópias de GFIPs datadas de 25/06/2007, declarando os valores referentes às reclamatórias trabalhistas, das competências de 03/2003 e 04/2005, alegando que a Auditora Fiscal não analisou esta documentação e, solicitando que estes valores também sejam excluídos da base de cálculo da multa aplicada. Informamos ainda, que estes documentos só foram recebidos nesta DRJ/SPOI em 23/0112008, anexados aos autos às f1s.228412312. É o relatório Voto. (...) Portanto, de acordo com o artigo 32, inciso IV, 5º da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela Lei n° 9.528/97 e o artigo 284, inciso II, do RPS, inicialmente foi aplicada a multa no valor de R$ 1.613.307,79 (um milhão, seiscentos e treze mil, trezentos e sete reais e setenta e nove centavos), conforme demonstrado no Relatório Fiscal da Aplicação da Multa, fls. 05/07 e Planilhas de fls. 08/11, que traz o discriminativo da multa aplicada por competência, observandose o limite previsto no artigo 32, inciso IV, parágrafo 4° da Lei n° 8.212/91. (...) Fl. 2359DF CARF MF 4 Diante do exposto, tendo em vista que a Autuada apresentou pedido de relevação da multa aplicada dentro do prazo legal de defesa, é primaria, corrigiu totalmente a falta e não ocorreu nenhuma circunstância agravante, cumprindo assim todos os requisitos exigidos pelo § 1º do art . 291 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo decreto 3048/99, a multa total aplicada será relevada. Ademais não deve ser atendido o pedido da Impugnante, de suspensão/sobrestamento do curso do processo relativo ao presente AI, até o julgamento definitivo da NFLD n° 37.017.7363, pois os dois processos administrativos fiscais são autônomos e já foram fornecidas todas as informações necessárias para o julgamento deste Auto. (...) Assim, não devem ser, aqui, atendidos os pedidos da impugnante de declaração de nulidade ou improcedência da exigência fiscal consubstanciada no presente Auto de Infração, não tendo sido este crédito alcançado pela decadência, sendo este AI lavrado de acordo com o disposto no artigo 293, caput do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto n.° 3.048, de 06/05/1999. Todavia, será atendido o seu pedido de relevação da multa aplicada, pois, foram cumpridos todos os requisitos exigidos pelo §1° do art. 291 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo decreto 3048/99. Contra a Decisão acima, foi interposto recurso de ofício, em virtude de o crédito tributário exonerado ser superior ao limite de alçada previsto no Decreto nº 70.235/72, art. 34, I, c/c artigo 1º da Portaria do Ministro da Fazenda nº 3, de 07/01/2008. Cientificada da decisão da DRJ, o contribuinte não se manifestou. É o relatório necessário. Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator Conforme descrito no Relatório supra, a Decisão de 1ª Instância resultou em uma desoneração de crédito tributário no montante de R$ 1.613.307,79, da qual a Turma de Julgamento recorreu de ofício, de acordo com o artigo 366, inciso II, parágrafos 2° e 3°, do • Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto n.° 3.048, de 06/05/1999, na redação dada' pelo Decreto nº 6.224, de 04/10/2007, combinado com o a rtigo 1º % da Portaria do Ministério 'a Fazenda (MF) n ° 03, de 03/01/2008, publicado no DOU, em 07 /01 /2008. A desoneração em comento está estritamente ligada ao provimento do pleito de relevação da penalidade, nos termos vigentes à época da lavratura do Auto de Infração e contidos no § 1º do art. 291 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99. A Súmula CARF nº 103 prevê que, para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. A Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, assim dispõe: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de Fl. 2360DF CARF MF Processo nº 18186.000079/200798 Acórdão n.º 2201004.370 S2C2T1 Fl. 2.358 5 ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. Portanto, deixo de conhecer a matéria em razão dos novos limites impostos para interposição de Recursos de Ofício pelas DRJ. Conclusão Assim, tendo em vista tudo que consta nos autos, bem assim na descrição e fundamentos legais que integram o presente, voto por não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Fl. 2361DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 35226.001838/2006-54
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001
RECURSO VOLUNTÁRIO RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIDO.
O recurso voluntário apresentado, por protocolo ou via postal, fora do prazo legal de 30 (trinta) dias a contar da intimação da decisão de primeira instância administrativa é considerado intempestivo, não preenchendo os requisitos de admissibilidade, nos termos do artigo 33 do Decreto nº 70.235/72. Não podendo ser conhecido.
Numero da decisão: 2301-005.246
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
João Bellini Junior - Presidente
(assinado digitalmente)
Andrea Brose Adolfo - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Júnior (Presidente).
Nome do relator: ANDREA BROSE ADOLFO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001 RECURSO VOLUNTÁRIO RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIDO. O recurso voluntário apresentado, por protocolo ou via postal, fora do prazo legal de 30 (trinta) dias a contar da intimação da decisão de primeira instância administrativa é considerado intempestivo, não preenchendo os requisitos de admissibilidade, nos termos do artigo 33 do Decreto nº 70.235/72. Não podendo ser conhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) João Bellini Junior - Presidente (assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Júnior (Presidente).
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NÃO CONHECIDO. O recurso voluntário apresentado, por protocolo ou via postal, fora do prazo legal de 30 (trinta) dias a contar da intimação da decisão de primeira instância administrativa é considerado intempestivo, não preenchendo os requisitos de admissibilidade, nos termos do artigo 33 do Decreto nº 70.235/72. Não podendo ser conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) João Bellini Junior Presidente (assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Júnior (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 22 6. 00 18 38 /2 00 6- 54 Fl. 647DF CARF MF 2 Relatório Tratase de lançamento de contribuições previdenciárias parte segurados incidentes sobre a remuneração de segurados comissionados que constaram das folhas de pagamento Lotação 11 Assessores Especiais cujos salários de contribuição não foram declarados em GFIP. O lançamento abrangeu o período janeiro de 2001 e novembro de 2004, com valor do crédito constituído, consolidado em 28/10/2005, de R$ 218.366,16 Após pedido de diligência pela unidade julgadora, foi emitido relatório fiscal complementar, que concluiu pela necessidade de retificação nas bases de cálculo incluídas na NFLD, com ciência ao contribuinte. A DRJ em Fortaleza julgou o lançamento procedente em parte, remanescendo o crédito tributário de R$ 214.410,32, conforme Acórdão nº 0812.878 (efls. 618/626), nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2001 a 30/11/2004 DIREITO PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO (NFLD). SERVIDORES PÚBLICOS EXCLUSIVAMENTE COMISSIONADOS. CONTRIBUIÇÕES NÃO DESCONTADAS. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DA EMPRESA. RELATÓRIO FISCAL COMPLEMENTAR. REABERTURA DO PRAZO EXORDIAL. ADITAMENTO À DEFESA. REABILITAÇÃO DE PETIÇÃO INTEMPESTIVA. FATO SUPERVENIENTE. REVISÃO DE OFÍCIO. DO REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. JUNTADA DE DOCUMENTOS. PRECLUSÃO TEMPORAL. Os ocupantes de cargos exclusivamente comissionados são segurados do regime geral de previdência social, na categoria de empregados. O desconto das contribuições devidas pelos segurados empregados é responsabilidade tributária da empresa. A confecção de relatório fiscal complementar enseja reabertura de prazo inaugural. A apresentação de aditamento à defesa toma hábil defesa dantes declarada intempestiva. Fatos comprovados após o encerramento da ação fiscal ensejam revisão de oficio do crédito tributário. A autoridade julgadora de primeira instância indeferirá a realização de perícia considerada prescindível. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que seja demonstrada uma das restritas hipóteses autorizadoras. Fl. 648DF CARF MF Processo nº 35226.001838/200654 Acórdão n.º 2301005.246 S2C3T1 Fl. 648 3 Lançamento Procedente em Parte Cientificada da decisão de 1ª instância em 12/03/2008, conforme AR à efl. 634, apresentou Recurso Voluntário (efls. 637/640), protocolado em 14/04/2008, alegando em síntese: a) nulidade do lançamento, por cerceamento de defesa, pela falta de indicação precisa de quais trabalhadores estariam, sujeitos ao Regime Geral de Previdência Social; b) subsidiariamente, a necessidade de realização de diligências perante os Institutos próprios de Previdência do Município de Teresina, do Estado do Piauí e da União para verificar se os servidores que foram considerados como sendo segurados obrigatórios do Regime Geral de Previdência estão, ou estiveram durante o período fiscalizado, vinculados a regimes próprios de previdência. É o relatório. Voto Conselheira Andrea Brose Adolfo Relatora TEMPESTIVIDADE Analisando os autos e conforme relatado acima, a ciência do acórdão da DRJ ocorreu no dia 12/03/2008 (efl. 634) e o recurso voluntário foi protocolado no dia 14/04/2008, conforme documentos de efls. 636. O prazo para interposição do recurso voluntário do contribuinte é de 30 dias da ciência da decisão de 1ª instância, nos termos do artigo 33 do decreto nº 70.235/72: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Ultrapassado este prazo, o recurso é considerado intempestivo. Verificase que da data da ciência da decisão de 1ª instância até a protocolização do recurso voluntário pelo contribuinte transcorreram 33 dias, contrariando o disposto no artigo 33 do Decreto nº 70.235/72. Consta dos autos despacho de intempestividade às efls. 643. Assim, não preenchendo os requisitos de admissibilidade, o recurso voluntário não pode ser conhecido. É como voto. Andrea Brose Adolfo Fl. 649DF CARF MF 4 Fl. 650DF CARF MF
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Numero do processo: 16095.720148/2015-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012
AÇÃO JUDICIAL. EFEITOS. CONCOMITÂNCIA.
A propositura de qualquer ação judicial anterior, concomitante ou posterior a procedimento fiscal, com o mesmo objeto do lançamento, importa em renúncia ou desistência à apreciação da mesma matéria na esfera administrativa. Assim, o apelo interposto pelo sujeito passivo não deve ser conhecido no âmbito administrativo.
As matérias diferenciadas entre o processo judicial e o processo administrativo e impugnadas devem ser apreciadas no âmbito administrativo, desde que não tenham influência quanto ao mérito do objeto litigado judicialmente.
Numero da decisão: 3302-005.456
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Fenelon Moscoso de Almeida, Vinícius Guimarães, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior.
Nome do relator: WALKER ARAUJO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Fenelon Moscoso de Almeida, Vinícius Guimarães, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior.
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EFEITOS. CONCOMITÂNCIA. A propositura de qualquer ação judicial anterior, concomitante ou posterior a procedimento fiscal, com o mesmo objeto do lançamento, importa em renúncia ou desistência à apreciação da mesma matéria na esfera administrativa. Assim, o apelo interposto pelo sujeito passivo não deve ser conhecido no âmbito administrativo. As matérias diferenciadas entre o processo judicial e o processo administrativo e impugnadas devem ser apreciadas no âmbito administrativo, desde que não tenham influência quanto ao mérito do objeto litigado judicialmente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Fenelon Moscoso de Almeida, Vinícius Guimarães, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 72 01 48 /2 01 5- 87 Fl. 5167DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever a realidade dos fatos, adoto e transcrevo o relatório da decisão de piso de fls. 5.0805.0901: Contra a contribuinte acima identificada foram formalizados lançamentos tributários, por meio dos quais restaram exigidos créditos nos valores de R$ 37.314.851,88 e de R$ 7.915.271,62, acrescidos de multa de ofício de 75% e de juros de mora, devidos a título, respectivamente, de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins e de Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS. A teor da “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal”, constante dos dois autos de infração, os lançamentos se deram por conta da “insuficiência de recolhimento” das referidas contribuições sociais, nos períodos de apuração incluídos nos anoscalendário de 2011 e 2012. No “Termo de Verificação e Constatação de Irregularidades Fiscais” TVF, que se refere aos dois lançamentos tributários, estão expostas as circunstâncias que embasaram as exigências fiscais, a seguir sintetizadas. De início, informa a autoridade fiscal que a contribuinte é uma pessoa jurídica de direito privado, que atua na extração, produção, fabricação, comércio, importação e exportação de medicamentos, cosméticos, produtos agrícolas, produtos químicos e correlatos; e que, nesta condição, se aproveita do regime especial de utilização de crédito presumido da Cofins e do PIS, de que trata o artigo 3.º da Lei n.º 10.147/2000 (regime este disciplinado pela Instrução Normativa SRF n.º 247, de 21/11/2002). Em face do uso do referido regime, a autoridade fiscal intimou a contribuinte a apresentar o Ato Declaratório Executivo (ADE), previsto no parágrafo 1.º do artigo 63 da IN SRF n.º 247/2002 como requisito para o gozo do regime especial do artigo 3.º da Lei n.º 10.147/2000. Em resposta, a contribuinte apresentou o ADE Corat n.º 111, de 21/10/2002, por meio do qual lhe foi reconhecido o direito de utilização do regime especial de crédito presumido. Entretanto, a autoridade fiscal, compulsando os autos do processo administrativo no qual o ADE foi formalizado (processo n.º 10168.001775/2001 32), constatou que, posteriormente à edição do ADE Corat n.º 111/2002, havia sido prolatado o ADE Corat n.º 03, de 21/01/2004, publicado no DOU em 23/01/2004, excluindo a contribuinte do regime. Constatou a autoridade fiscal, ainda nos autos do mesmo processo administrativo n.º 10168.001775/200132, que a contribuinte, irresignada com sua exclusão do regime especial, havia impetrado dois mandados de segurança (de n.os 2008.61.19.0090017 e 2004.61.00.0006768), por meio dos quais se insurgia não apenas contra a validade do ato de exclusão (o ADE Corat n.º 03/2004), mas também contra o ato que, previamente, já havia suspendido temporariamente a fruição do regime (o ADE Corat n.º 79/2003). Especificamente no âmbito do Mandado de Segurança n.º 2004.61.00.000676 8, esclarece a autoridade fiscal que a contribuinte “requereu a aplicação de efeito suspensivo a recurso administrativo protocolado na RFB [recurso hierárquico] Fl. 5168DF CARF MF Processo nº 16095.720148/201587 Acórdão n.º 3302005.456 S3C3T2 Fl. 3 3 referente ao Ato Declaratório Executivo CORAT n° 79/2003 ou alternativamente afastar o próprio Ato Declaratório. Requereu ainda que fosse determinada à autoridade impetrada que se abstivesse de exigir os créditos tributários relativos ao PIS e COFINS de forma distinta do que dispunha a Lei n° 10.548/2002”. Ainda de acordo com o relato da autoridade fiscal, “a sentença julgou extinto o processo sem resolução do mérito quanto ao pedido de suspensão da exigibilidade do tributo na pendência do recurso administrativo [em razão de ter havido o julgamento do recurso hierárquico, mesmo que não provido] e concedeu a segurança quanto ao pedido alternativo, para determinar à autoridade impetrada que se abstenha de exigir o tributo decorrente da suspensão do regime especial de tributação instituído pela Lei 10.147/00, desde a edição do ato CORAT 79/03 que suspendeu o gozo do benefício para regularização de pendências até a edição do ato CORAT n° 03/04 que excluiu a impetrante do referido regime”. Na seqüência, a contribuinte/impetrante interpôs embargos de declaração, que foram acolhidos para modificar a parte dispositiva da sentença, nos termos a seguir postos (transcrição feita a partir do relatório fiscal): Dito isso, julgo extinto o processo sem resolução do mérito, com fulcro no art. 267, VI do CPC quanto ao pedido de suspensão da exigibilidade do tributo na pendência do recurso administrativo e concedo a segurança quanto ao pedido alternativo, para determinar à autoridade impetrada que se abstenha de exigir o tributo decorrente da suspensão do regime especial de tributação instituído pela lei 10.147/00, anulandose os efeitos do ato executivo CORAT 79/03 que suspendeu o gozo do benefício para regularização de pendências e do ato CORAT n° 03/04 que excluiu a impetrante do referido regime. Em face da decisão de primeira instância favorável à contribuinte, a União apelou, tendo o Tribunal Regional Federal da 3.ª Região negado provimento tanto à remessa oficial, quanto à apelação da União. A seguir, a União interpôs recurso especial que, conforme consulta ao site do TRF da 3.ª Região, está atualmente aguardando exame de admissibilidade. Para fins de compreensão do conteúdo e da extensão da decisão favorável obtida pela contribuinte no TRF da 3.ª RF (e prolatada nos autos do MS n.º 2004.61.00.0006768), transcrevese a seguir a ementa e parte do voto unânime do decisum (tais transcrições foram feitas a partir do próprio site do TRF da 3.ª RF). Primeiro, a ementa: ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. EXCLUSÃO DA IMPETRANTE DE REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO SEM PRÉVIA INTIMAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Agravo retido não conhecido, pois a matéria nele discutida confundese com o mérito a ser analisado no julgamento do apelo. Rejeitada a preliminar aduzida em contrarrazões quanto ao não conhecimento do apelo da União Federal por falta de impugnação específica da sentença, porque o recurso contém os fundamentos de fato e de direito pelos quais se postula a reforma da decisão. Em mandado de segurança, a competência do Juízo é definida pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede funcional, sendo irrelevante a natureza do ato impugnado. Fl. 5169DF CARF MF 4 Ausente interesse de recorrer da União Federal quanto à discussão sobre a possibilidade de concessão de efeito suspensivo ao recurso administrativo, uma vez que o magistrado processante julgou tal tópico extinto sem exame do mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC, não merecendo conhecimento a apelação nesta específica porção. Nos termos da Instrução Normativa SRF nº 247/2002, com a redação original, i.e, antes das alterações promovidas pela IN SRF nº 464/2004, vigente quando praticados os atos em comento, tãosomente se admite a suspensão e posterior exclusão do regime especial se, regularmente intimada a pessoa jurídica, transcorrido o prazo de trinta dias, não houver esta sanado as irregularidades. A demandante não foi intimada, vindo a tomar ciência espontaneamente da intimação nº 993/2003, após sua suspensão do regime especial de tributação, em flagrante ofensa ao disposto nos artigos 63 e 65 da IN SRF nº 247/2002, bem como aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, que devem reger também o processo administrativo, nos termos do art. 5º, LV, da Constituição Federal, e do art. 2º, parágrafo único, inciso X, da Lei nº 9.784/99, mostrandose, assim, eivado de nulidade o ADE CORAT nº 79/2003, que determinara a suspensão. Acresçase que, ao tomar ciência da referida intimação, a impetrante apresentou, em 18/12/2003, a documentação solicitada pela Secretaria da Receita Federal em Guarulhos, ou seja, ainda dentro do prazo disposto no art. 63 da IN SRF 247/2002. O Decreto nº 3.803/2001 dispõe acerca da necessidade de comprovação da regularidade fiscal para fruição do regime especial de crédito presumido; entretanto, a apuração de supostas irregularidades deve ser feita em processo devidamente regido pelos princípios do contraditório e da ampla defesa, com fulcro no art. 5º, LV, da Constituição Federal e no art. 2º, parágrafo único, inciso X, da Lei nº 9.784/99. No tocante ao ADE CORAT nº 03/2004, que terminou por excluir a demandante do regime especial, o mesmo também se encontra eivado de nulidade. Isto porque foi ele proferido em 21/1/2004 (fls. 602 apenso), quando ainda se encontrava pendente de julgamento o recurso administrativo (fls. 552/560), ao qual fora atribuído efeito suspensivo pela liminar concedida neste mandamus. Referido recurso só foi julgado em 11/9/2008 (fls. 1.056/1.064). Agravo retido não conhecido. Matéria preliminar deduzida em contrarrazões rejeitada. Remessa oficial e apelação da União, na parte em que conhecida, improvidas. (grifouse) Já do voto, colhese os seguintes excertos: Vêse, do relatório, que objetiva o presente mandamus evitar a suspensão do regime especial de crédito presumido para recolhimento de PIS/PASEP e COFINS, previsto na Lei nº 10.147/2000, com a redação dada pela Lei nº 10.548/2002, atribuindose efeito suspensivo ao recurso protocolado na Secretaria da Receita Federal ou, alternativamente, afastando o Ato Declaratório Executivo CORAT nº 79/2003, o qual determinara suspensão, mantendose os efeitos do regime especial de recolhimento dos tributos em referência, bem como determinar à autoridade impetrada que se abstivesse de exigir os créditos tributários em comento de forma distinta do que dispõe a Lei nº 10.548/2002. [...] Fl. 5170DF CARF MF Processo nº 16095.720148/201587 Acórdão n.º 3302005.456 S3C3T2 Fl. 4 5 No mérito, urge introdutoriamente esclarecer que a impetrante, desde 23/10/2002, vinha utilizandose de regime especial de crédito presumido da contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS, nos termos em que previsto na Lei nº 10.147/2000, com a redação dada pela Lei nº 10.548/2002, e Instrução Normativa SRF nº 247/2002, conforme deferido pelo Ato Declaratório Executivo CORAT nº 111/2002 (fls. 75). Em 11/12/2003, a demandante foi comunicada por meio do Diário Oficial acerca de sua suspensão, pelo prazo de trinta dias, do referido regime, conforme Ato Declaratório Executivo CORAT nº 79/2003 (fls. 238). Em consulta ao processo administrativo nº 10168.001775/200132, a impetrante teve então ciência da Intimação nº 993/2003, em 15/12/2003, pela qual a Delegacia da Receita Federal em Guarulhos solicitava a regularização de pendências a fim de assegurar a manutenção no regime especial, quais sejam: DITR exercícios de 1998 a 2002; processo 10875002.617/200385, referente ao PIS em cobrança final; DIRF exercício 2000 e saldo devedor referente ao PIS 03/1994 (fls. 232). Cumpre, nesse ponto, tecer algumas observações. Inicialmente, a Intimação nº 993/2003 não chegou a ser encaminhada à ora impetrante antes do ADE CORAT nº 79/2003; ao contrário, esta só tomou conhecimento de sua existência em 15/12/2003 e, conforme consta do mandado de segurança 2008.61.19.0090017, ora apensado, em 19/12/2003 foi recebida carta com aviso de recebimento relativa à intimação (fls. 566 do feito em apenso). A própria Secretaria da Receita Federal, no relatório do despacho decisório nº 243/2008, proferido no processo administrativo, admite que: "De fato, tal ato [ADE nº 79/03] foi expedido antes mesmo que o contribuinte tivesse tido ciência das irregularidades detectadas em seu nome, e, por conseguinte, antes mesmo que apresentasse suas alegações e que essas fossem apreciadas" (fls. 909 processo em apenso). Notese que a própria intimação indica como fundamentos de validade a Lei nº 10.147/2000 e o art. 65 da IN SRF nº 247/2002. [...] Como se depara, tãosomente se admite a suspensão e posterior exclusão do regime especial se, regularmente intimada a pessoa jurídica, transcorrido o prazo de trinta dias, não houver esta sanado as irregularidades. Ora, in casu, a demandante não foi intimada, vindo a tomar ciência espontaneamente da intimação nº 993/2003, após sua suspensão do regime especial de tributação, em flagrante ofensa ao disposto nos artigos 63 e 65 da IN SRF nº 247/2002, bem como aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, que devem reger também o processo administrativo, nos termos do art. 5º, LV, da Constituição Federal, e do art. 2º, parágrafo único, inciso X, da Lei nº 9.784/99. [...] Mostrouse, assim, eivado de nulidade o ADE CORAT nº 79/2003, determinante da suspensão da empresa do regime especial de tributação antes mesmo de intimála a fim de que suprisse as irregularidades, conforme determinava a IN SRF nº 247/2002. Fl. 5171DF CARF MF 6 [...] Acresçase que, ao tomar ciência da referida intimação, a impetrante apresentou, em 18/12/2003, a documentação solicitada pela Secretaria da Receita Federal em Guarulhos, ou seja, ainda dentro do prazo disposto no art. 63 da IN SRF 247/2002. Nem se alegue que procede a justificativa formulada pela Secretaria da Receita Federal no sentido de que, segundo a NE COSAR nº 2/2001, a qual disciplinava Fl. 5085 SC FLORIANOPOLIS DRJ a suspensão e exclusão dos regimes especiais, a mera constatação da existência de irregularidades acarretaria, por si só, a possibilidade de suspensão. Não se discute que o Decreto nº 3.803/2001 dispõe acerca da necessidade de comprovação da regularidade fiscal para fruição do regime especial de crédito presumido; entretanto, a apuração de supostas irregularidades deve ser feita em processo devidamente regido pelos princípios do contraditório e da ampla defesa, com fulcro no art. 5º, LV, da Constituição Federal e no art. 2º, parágrafo único, inciso X, da Lei nº 9.784/99. Por fim, cumpre tecer considerações acerca do Ato CORAT nº 03/2004, que terminou por excluir a demandante da fruição do regime especial. De pronto, esclarecemos que, em nosso juízo, a sentença, ao aquilatar tal temática, não incorreu em julgamento ultra petita embora a exordial do mandamus tenha abordado, somente, o Ato nº 79/2003, que, como vimos, ordenou a suspensão da promovente daquele regime. Deveras, o Ato CORAT nº 03/2004 é umbilicalmente dependente do Ato nº 79/2003, a teor das disposições do art. 65, I, "a", da IN SRF nº 247/2002, uma vez que a exclusão do regime especial resulta, sempre, de conversão de uma suspensão anteriormente imposta. Assim, temse que a invalidade do ADE CORAT nº 03/2004 é corolário lógico da infirmação do ADE SRF nº 79/2003. Ou, por outra: não há como remanescer a exclusão do regime especial, se a suspensão que lhe deu origem restou textualmente invalidada na via judicial. Acresçase que o Ato nº 03/2004 foi proferido em 21/1/2004 (fls. 602 processo em apenso), quando ainda se encontrava pendente de julgamento recurso administrativo voltado contra a suspensão do regime especial (fls. 552/560), ao qual fora atribuído efeito suspensivo pela liminar concedida neste mandamus. Referido recurso só foi julgado em 11/9/2008 (fls. 1.056/1.064). Tal constatação reforça a necessidade de pronunciamento judicial, nesta via, acerca do Ato nº 03/2004, cuja prolação, de certa feita, derivou de desatendimento a provimento preambular reportado nesta sede. E acentua a própria ilegitimidade do mencionado ato administrativo, que, à luz da liminar dantes outorgada, sequer poderia ser validamente exarado. Assim, força é concluir que durante o período em que esteve suspenso o regime especial por força do ADE SRF nº 79/2003, de rigor o recolhimento do PIS/PASEP e da COFINS nos termos da Lei nº 10.147/2000, com a redação dada pela Lei nº 10.548/2002, razão assistindo à sentença, também, no pertinente à Fl. 5172DF CARF MF Processo nº 16095.720148/201587 Acórdão n.º 3302005.456 S3C3T2 Fl. 5 7 declaração de invalidade do ADE nº 03/2004, pela relação de causa e efeito com o ato arredado nesta sede, como já asseveramos. Ante o exposto, não conheço do agravo retido, rejeito a matéria preliminar deduzida em contrarrazões, e nego provimento à remessa oficial e à apelação da União, na parte em que conhecida. [...] (grifouse) Assim, como se percebe em especial das partes grifadas da ementa e do voto, o TRF da 3.ª Região, em apreciação da remessa oficial e da apelação, entendeu de considerar eivados de nulidade tanto o ADE Corat n.º 79/2003 (que suspendeu temporariamente a fruição do regime especial), quanto o ADE Corat n.º 03/2004 (que excluiu a contribuinte do regime especial). Não obstante as decisões judiciais favoráveis à contribuinte, a autoridade fiscal formalizou os dois lançamentos que dão objeto do presente processo, fazendo o com base na ainda inexistente decisão judicial definitiva acerca da nulidade dos acima referidos ADE Corat. Assim, foram lançados os valores que seriam devidos na hipótese de reversão das decisões judiciais favoráveis à contribuinte, ou seja, calculados com base na não fruição do regime especial pela contribuinte. E tais lançamentos foram efetuados com a expressa menção à suspensão da exigibilidade dos créditos que lhes são respectivos, bem como com a adição da multa de ofício. Irresignada com os lançamentos de ofício, a contribuinte apresentou impugnação, na qual, depois de relatoriar o quadro de fato (tópicos II e III), expõe suas razões de irresignação, que em grande parte se resumem ao relato das decisões judiciais que já lhe foram favoráveis e na reafirmação da necessidade imperiosa de se declarar nulos tanto o ADE Corat n.º 79/2003, quanto o ADE Corat n.º 03/2004 (tópico IV da impugnação). Elenca razões de discordância quanto à validade dos ADE, que se confundem ou são absorvidas pela discussão já levada a cabo no âmbito judicial. Tais segmentos não serão aqui, entretanto, minudentemente relatoriados, em face daquilo que se prolatará no voto deste acórdão. Mas traz a impugnante, ainda, uma outra alegação, esta sim não associada ao litígio judicial (tópico V da impugnação). Tratase da discordância quanto ao lançamento da multa de ofício em relação a créditos tributários que estão com sua exigibilidade suspensa em face de provimento judicial prolatado nos autos do MS n.º 2004.61.00.0006768. Ancora sua alegação nos termos do artigo 63 da Lei n.º 9.430/1996. Por fim, resume a contribuinte seus pleitos (tópico VI da impugnação): cancelamento dos autos de infração em face das razões postas no tópico IV da impugnação ou, subsidiariamente, o cancelamento da multa de ofício por conta das alegações postas no tópico V da impugnação. Em 24 de junho de 2016, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a impugnação, afastando a multa de ofício aplicada e declarando a definitiva, em sede administrativa, das parcelas referentes às contribuições devidas e aos juros de mora, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012 Fl. 5173DF CARF MF 8 DISCUSSÃO CONCOMITANTE NAS ESFERAS ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. RENÚNCIA À VIA ADMINISTRATIVA. DEFINITIVIDADE DA EXIGÊNCIA TRIBUTÁRIA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. A propositura pelo contribuinte de ação judicial de qualquer espécie contra a Fazenda Pública, em qualquer momento, com o mesmo objeto (mesma causa de pedir e mesmo pedido) ou objeto maior, implica renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso de qualquer espécie interposto. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012 CONDUTA DO CONTRIBUINTE LASTREADA EM DECISÃO JUDICIAL NÃO DEFINITIVA, MAS PASSÍVEL DE IMPLEMENTAÇÃO IMEDIATA. INAPLICABILIDADE DE MULTA DE OFÍCIO QUANDO DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO DESTINADO A PREVENIR A DECADÊNCIA. Para além dos provimentos judiciais expressamente listados nos incisos IV e V do artigo 63 da Lei n.º 9.430/1996 (liminar em mandado de segurança ou tutela antecipada em outras ações judiciais), também são aptas ao afastamento da aplicação da multa de ofício a que se refere aquele dispositivo legal, aquelas decisões judiciais que, apesar de não definitivas, são passíveis de implementação imediata (sentença em mandado de segurança, relativa a matéria sem vedação à concessão de liminar, e decisão de segundo grau contra a qual cabe apenas recurso sem efeito suspensivo, como o recurso especial). Essas decisões, por concederem ao contribuinte proteção de pelo menos igual teor àquela concedida pelas liminares e tutelas antecipadas, servem à afirmação de que quem com base nelas age, não age contra a lei, não podendo, portanto, ser punido. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Intimada da decisão em 02.09.2016 (fls.5.109), a Recorrente interpôs recurso voluntário em 03.10.2016 (fls. 5.1125.144), apresentado inicialmente um histórico sobre o regime especial de créditos presumidos e sua cassação e, meritoriamente, se insurge contra a concomitância aplicada pela decisão combatida e consequentemente contra o lançamento fiscal. Exonerado crédito superior ao limite de alçada, recorrese de ofício ao Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, nos termos do artigo 1º, da Portaria MF nº, de 03 de janeiro de 2008, vigente à época do julgamento do processo em primeira instância administrativa. É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo Relator I Tempestividade Fl. 5174DF CARF MF Processo nº 16095.720148/201587 Acórdão n.º 3302005.456 S3C3T2 Fl. 6 9 A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 23.05.2016 (fls.2.712) e protocolou Recurso Voluntário em 21.06.2016 (fls. 2.7152.741) dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. Nos termos do artigo 1º, da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, haverá recurso de ofício sempre que a decisão de primeiro grau exonerar o contribuinte do pagamento de tributos e encargos da multa, em valor superior a R$ 2.500.000,002. No presente caso, o recurso de ofício deve ser conhecido, considerando que o crédito exonerado pela decisão "a quo" perfaz o montante originário de R$ 32.438.479,22. Desta forma, considerando que os recursos preenchem os requisitos de admissibilidade, deles tomo conhecimento. Recurso Voluntário II Mérito Alega a Recorrente que a decisão combatida, ao decidir pela concomitância, deixou de considerar importante fundamento trazido aos autos, que evidencia a improcedência da lançamento fiscal, qual seja, o pleno atendimento da finalidade da norma tributária instituidora do benefício, em especial o seu nítido fim social de redução e estabilização dos preços de medicamento em prol da população consumidora e, seu atendimento pela Recorrente, que já repassou o benefício aos preços praticados. E continua: "..., o Auto de Infração objetiva a cobrança dos valores que deixaram de ser recolhidos a título de contribuições em razão do registro e utilização do crédito presumido em questão. Entretanto, em virtude da própria sistemática e escopo legal do regime especial, referidos valores não podem ser exigidos do Impugnante, já que foram devidamente refletidos nos preços dos medicamentos, sendo, como consequência, repassado o benefício aos consumidores finais". Tece comentários sobre o regime especial sob análise e, conclui: "Ademais, não tem qualquer relação com a discussão judicial em curso, sendo os procedimentos do Recorrente irreparáveis e irreversíveis qualquer desfecho na esfera judicial". Inicialmente, de se verificar que o mérito da autuação, em relação a exclusão da Recorrente do regime especial de utilização de crédito presumido da Cofins e do PIS, de que trata o artigo 3º, da Lei nº 10.147/2000, foi levado pelo contribuinte à apreciação pelo Poder Judiciário. É o que se extrai do relatório do acórdão carreado às fls.582585, nos autos do processo nº 2008.61.19.0090017/SP: 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. 2 Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Fl. 5175DF CARF MF 10 Cuidase de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado por ACHÉ LABORATÓRIOS FARMACÊUTICOS S/A em face de ato do Sr. Delegado da Receita Federal em Guarulhos, visando a concessão de efeito suspensivo a recurso interposto no processo administrativo nº 1068.001775/200132, no qual se discute a suspensão e exclusão da impetrante do regime especial de utilização de crédito presumido da contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS, por força dos Atos Declaratórios Executivos CORAT nºs 79/03 e 03/04, garantindose que, até o julgamento final do recurso, nenhum ato será praticado pela autoridade coatora tendente a exigir os créditos tributários em comento de forma distinta do que dispõe a Lei nº 10.147/00, com a redação dada pela Lei nº 10.548/2002. Portanto, houve a renúncia de sua discussão no âmbito administrativo, conforme disposto no art. 1º, §2º, do Decretolei nº 1.737/1979 e no art. 38, parágrafo único, da Lei nº 6.830/1980. Em face dessa opção, o tratamento a ser dispensado ao presente processo no âmbito administrativo quanto ao mérito da questão é o previsto no Parecer Normativo (PN) Cosit n.º 07, de 22/08/2014, o qual conclui que, in verbis: Conclusão 21. Por todo o exposto, concluise que: a) a propositura pelo contribuinte de ação judicial de qualquer espécie contra a Fazenda Pública, em qualquer momento, com o mesmo objeto (mesma causa de pedir e mesmo pedido) ou objeto maior, implica renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso de qualquer espécie interposto, exceto quando a adoção da via judicial tenha por escopo a correção de procedimentos adjetivos ou processuais da Administração Tributária, tais como questões sobre rito, prazo e competência; b) por conseguinte, quando diferentes os objetos do processo judicial e do processo administrativo, este terá prosseguimento normal no que concerne à matéria distinta; c) a renúncia às instâncias administrativas abrange os processos de constituição de crédito tributário, de reconhecimento de direito creditório do contribuinte (restituição, ressarcimento e compensação), de aplicação de pena de perdimento e qualquer outro processo que envolva a aplicação da legislação tributária ou aduaneira; d) a decisão judicial transitada em julgado, seja esta anterior ou posterior ao término do contencioso administrativo, prevalece sobre a decisão administrativa, mesmo quando aquela tenha sido desfavorável ao contribuinte e esta lhe tenha sido favorável; e) a renúncia às instâncias administrativas não impede que a Fazenda Pública dê prosseguimento normal aos seus procedimentos, a despeito do ingresso do sujeito passivo em juízo; proferirá, assim, decisão formal, declaratória da definitividade da exigência discutida ou da decisão recorrida, e deixará de apreciar suas razões e de conhecer de eventual petição por ele apresentada, encaminhando o processo para a inscrição em DAU do débito, quando existente, salvo a ocorrência de hipótese que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, nos termos dos incisos II, IV e V do art. 151 do CTN; f) o mesmo raciocínio se aplica, no que couber, aos processos administrativos em que não se discuta a exigibilidade do crédito tributário lançado de ofício, mas envolvam quaisquer outras matérias de interesse do sujeito passivo, que ele opte por Fl. 5176DF CARF MF Processo nº 16095.720148/201587 Acórdão n.º 3302005.456 S3C3T2 Fl. 7 11 submeter ao exame do Poder Judiciário (nestes casos, de igual modo, o curso do processo administrativo não será suspenso, ressalvada decisão judicial incidental determinando sua suspensão); g) a competência para declarar a concomitância de instâncias e seus efeitos é da autoridade competente para decidir sobre a matéria na fase processual em que se encontra o processo administrativo, qualquer que seja o rito a que esteja submetido; h) se, no ato da impugnação do lançamento, da manifestação de inconformidade ou da interposição de qualquer espécie de recurso, o interessado não informar que a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, em desobediência ao disposto no inciso V do art. 16 do Decreto n° 70.235, de 1972, e ficar constatada a concomitância total ou parcial com processo judicial, deverá o Delegado ou o InspetorChefe da RFB negar o seguimento da impugnação ou da manifestação quanto ao objeto coincidente; i)é irrelevante, na espécie, que o processo judicial tenha sido extinto sem resolução de mérito, na forma do art. 267 do CPC, pois a renúncia às instâncias administrativas, em decorrência da opção pela via judicial, é definitiva, insuscetível de retratação; j) a definitividade da renúncia às instâncias administrativas independe de o recurso administrativo ter sido interposto antes ou após o ajuizamento da ação; k) o disposto neste Parecer aplicase de igual modo a qualquer modalidade de processo administrativo no âmbito da RFB, ainda que sujeito a rito processual diverso do Decreto n° 70.235, l) a configuração da concomitância entre as esferas administrativa e judicial não impede a aplicação do disposto no art. 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002, c/c a Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 1. de 12 de fevereiro de 2014; m) ficam revogados o Parecer MF/SRF/COSIT/GAB n° 27, de 13 de fevereiro de 1996 e o ADN Cosit n° 3. de 14 de fevereiro de 1996.(grifei) (destaquei) Este é, inclusive, o entendimento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, conforme Súmula CARF n° 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Verificase que o disposto na alínea “a” do referido Parecer Normativo estabelece a renúncia ou desistência às instâncias administrativas, quando da propositura de ação judicial pelo contribuinte com o mesmo objeto da autuação. No presente caso, em razão de parte dos argumentos ofertados na peça de defesa, temse caracterizada a situação de que trata a alínea “a” da conclusão do Parecer Normativo Cosit n.º 07, de 22/8/2014. Já em relação ao fundamento atinente aos repasses do benefício fiscal ao preço dos medicamentos, ainda que tal matéria não tenha sido levada expressamente à Fl. 5177DF CARF MF 12 apreciação do Poder Judiciário pela interessada, entendo que seu acolhimento depende diretamente da decisão final no âmbito do processo judicial em referência. Isto porque, não há como manter a Recorrente no regime especial sob o fundamento de que houve o atendimento da finalidade da norma tributária instituidora do benefício, se houver decisão judicial mantendo sua exclusão do regime por entender eficaz os Atos Declaratórios Executivos CORAT nº 79/03 e 03/04. Deste modo, correta a decisão de primeira instância que não conheceu da impugnação apresentada pela Recorrente. III Recurso de Ofício A matéria de ofício diz respeito a exigência da multa de ofício exigida nos dois lançamentos objeto do processo. A decisão de primeira instância assim decidiu a matéria: Para além da contestação referente às contribuições devidas, traz a impugnante uma outra alegação, esta sim não associada ao litígio judicial (tópico V da impugnação). Tratase da discordância quanto ao lançamento da multa de ofício em relação a créditos tributários que estão com sua exigibilidade suspensa em face de provimento judicial prolatados nos autos do MS n.º 2004.61.00.0006768. Ancora sua alegação nos termos do artigo 63 da Lei n.º 9.430/1996. Em análise do argüido, há que se dizer que tem razão a contribuinte. Com efeito, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não apenas é atestada pela própria autoridade fiscal no “Termo de Verificação e Constatação de Irregularidades Fiscais” (“Isso posto, efetuaremos o lançamento de ofício do crédito tributário mediante Auto de Infração, com exigibilidade suspensa, [...]”), como resulta, também, dos provimentos judiciais formalizados durante o curso da ação judicial. De se ver. No TVF, a autoridade fiscal expressamente ressalta a decisão favorável que detém a ora impugnante desde o ano de 2009, em sede de mandado de segurança, no âmbito da qual foi determinado à autoridade impetrada que se abstivesse de exigir “o tributo decorrente da suspensão do regime especial de tributação instituído pela lei 10.147/00, anulandose os efeitos do ato executivo CORAT 79/03 que suspendeu o gozo do benefício para regularização de pendências e do ato CORAT n° 03/04 que excluiu a impetrante do referido regime”. Como se percebe, desde 2009 (portanto, bem antes dos anos em relação aos quais foram efetuados os lançamentos ora contestados, 2011 e 2012) já detinha a impugnante decisão judicial que lhe era favorável e que, apesar de sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição (parágrafo 1.º do artigo 14 da Lei n.º 12.016/2009), já podia ser executada provisoriamente (parágrafo 3.º do artigo 14 da Lei n.º 12.016/2009). Tal decisão, por ter expressamente afastado os atos que suspenderam o gozo do benefício previsto na Lei n.º 10.147/2000, se conforma como provimento judicial apto a escudar a conduta da impugnante, consistente em manter a apuração do PIS e da Cofins como se no regime do benefício estivessem. Em outras palavras, não se pode dizer que, no caso concreto que aqui se tem, a contribuinte tenha agido unilateralmente e em detrimento das normas Fl. 5178DF CARF MF Processo nº 16095.720148/201587 Acórdão n.º 3302005.456 S3C3T2 Fl. 8 13 jurídicas. Não, o fez porque detinha provimento judicial, passível de implementação provisória, com isso se colocando dentro da moldura posta pelo artigo 63 da Lei n.º 9.430/1996, como a seguir se expõe. O artigo 63 da Lei n.º 9.430/1996 dispõe acerca da não imposição da multa de ofício nos casos que indica. Tal dispositivo, está assim redigido: Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. Como se percebe, o dispositivo determina a não imposição da multa de ofício quando do lançamento de ofício, naqueles casos em que o contribuinte, por deter um provimento jurisdicional, mesmo que temporário ou ainda não definitivo (dentre aqueles indicados nos incisos IV e V do artigo 151 do CTN), adota uma conduta contrária ao entendimento da Administração Tributária. À evidência, por detrás do dispositivo está a idéia de que aquele contribuinte que age com base em provimento judicial (mesmo que temporário ou resultante de cognição sumária), não age à margem das normas jurídicas. Com base nisso, há que se ter como incluída dentro dos limites do dispositivo, não apenas as situações especificamente postas nos incisos IV e V do artigo 151 do CTN (a concessão de medida liminar em mandado de segurança e a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial), mas também a decisão em mandado de segurança (sentença) que reconhece o direito pleiteado pelo sujeito passivo. E dizse isso, como já antes se ressaltou, porque não se pode dizer que esteja agindo unilateralmente e em detrimento das normas jurídicas, aquele que pauta sua conduta em provimento judicial passível de adoção imediata (como é o caso, em regra, da sentença em mandado de segurança). Diante deste quadro, há que se concluir, portanto, que a contribuinte, ao tempo das autuações, já detinha provimento judicial que lhe autorizava – mesmo que precariamente a agir como agiu e que, portanto, se colocou sob a proteção do comando expresso no artigo 63 da Lei n.º 9.430/1996. A não ser assim, se estaria dando a um provimento provisório e precário (a liminar em mandado de segurança), uma importância maior que a dada a um provimento produzido com cognição ampla e exauriente (a sentença em mandado de segurança, passível de implementação imediata), o que seria completamente ilógico e destoante do espírito embutido dentro do referido artigo 63 da Lei n.º 9.430/1996. É assim, diante disso, que se impõe o afastamento da exigência da multa de ofício exigida nos dois lançamentos aqui discutidos. Apenas a título de complementação, é de se dizer que a decisão judicial favorável à impugnante em sede de apreciação do recurso de apelação proposto pela União, apesar de ser posterior aos anos a que se referem os fatos geradores que aqui importam, apenas referendaram a sentença, mantendo o decisum incólume e agora sujeito à revisão apenas em sede de recurso especial, remédio esse que, como se sabe, não tem efeito suspensivo (o que serve à preservação integral dos efeitos da sentença). Fl. 5179DF CARF MF 14 Por concordar com os argumentos utilizados na decisão de primeira instância, o adoto para afastar do lançamento fiscal a multa de ofício, o que faço com base nos artigos 50, §1º, e 64, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 19993. III. Conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso de ofício e não conhecer do voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo 3 Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...) § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. *** Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Fl. 5180DF CARF MF
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