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Numero do processo: 16327.901223/2009-90    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Thu Mar 23 00:00:00 UTC 2017    
Data da publicação: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017    
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Exercício: 2006
COMPENSAÇÃO. ESTIMATIVA DE IRPJ. ALEGAÇÃO DE PAGAMENTO A MAIOR. RETIFICAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
Não se há de reconhecer direito creditório decorrente de alegado pagamento a maior de estimativa mensal de IRPJ na situação em que a interessada não comprova cabalmente a ocorrência do suposto erro na apuração da base de cálculo.
    
Numero da decisão: 1301-002.244    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha  Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Waldir Veiga Rocha.
    
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA    
    
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ARRENDAMENTO MERCANTIL) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Exercício: 2006 COMPENSAÇÃO. ESTIMATIVA DE IRPJ. ALEGAÇÃO DE PAGAMENTO A MAIOR. RETIFICAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Não se há de reconhecer direito creditório decorrente de alegado pagamento a maior de estimativa mensal de IRPJ na situação em que a interessada não comprova cabalmente a ocorrência do suposto erro na apuração da base de cálculo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Waldir Veiga Rocha. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 12 23 /2 00 9- 90 Fl. 190DF CARF MF Processo nº 16327.901223/200990 Acórdão n.º 1301002.244 S1C3T1 Fl. 191 2 SANTANDER LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL (nova denominação de REAL LEASING S.A. ARRENDAMENTO MERCANTIL), já devidamente qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I / SP, que indeferiu os pedidos veiculados através de manifestação de inconformidade apresentada contra a decisão da DEINF/SP. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento do processo em primeira instância, a seguir transcrito, em parte. Trata o presente processo da declaração de compensação nº 05439.733286.291105.1.3.04.5516, de pagamento de IRPJ, código de receita 2319, relativo a fevereiro de 2005, no valor de R$ 1.188.143,38, com débito de CSLL relativo ao mês de março do mesmo ano calendário. Em 16/02/2009 (fls. 15) foi emitido despacho decisório que não homologou a compensação declarada com base nos seguintes fundamentos: “Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 277.176,97 Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, foi constatada a improcedência do crédito informado no PER/DCOMP por tratarse de pagamento a titulo de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente pode ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (1RPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período.” Reproduzo quadro do despacho decisório em que são demonstradas as características do pagamento utilizado como direito creditório: A contribuinte protocolou manifestação de inconformidade tempestiva, alegando, em síntese, o seguinte: [...] Em resposta à intimação1 a impugnante alega o seguinte (fls. 41/49): a) Na competência de fevereiro/2005, o cálculo do IRPJ mensal foi efetuado com base no Balanço/Balancete Suspensão ou Redução, conforme DIPJ/2006. b) O que ensejou o recolhimento a maior do DARF foi a ausência do cômputo das exclusões das Provisões com Perdas em Opções para Incentivos Fiscais 1 Diligência determinada pelo Julgador em primeira instância  Resolução nº 16.000.306, fls. 30/33. Nota do Relator de segunda instância. Fl. 191DF CARF MF Processo nº 16327.901223/200990 Acórdão n.º 1301002.244 S1C3T1 Fl. 192 3 (Permanente/Investimento e Adições Temporárias) que foram adicionadas (oferecidas à tributação) no ano calendário de 2004 e 2005, conforme Parte A (págs. 23 e 25 do LALUR). c) De acordo com o LALUR: i) Provisão p Perdas Opções Inc Fiscais IR – conta interna 1886000050047678000761348 – foi adicionada no Lucro Real apurado no ano calendário de 2004, pelo valor de R$ 1.218.635,62 e continuou a ser adicionado em fev/2005, ao invés de ser excluído da apuração mensal do IRPJ (cálculo original); ii) Provisão p Perdas Opções Inc Fiscais – conta interna 213990060065331566529002 – foi escriturado na Parte B do Lalur do ano calendário de 2004 e adicionado e excluído da apuração do IRPJ mensal em fev/2005, pelo valor de R$ 1.230.364,49. d) Juntamos a presente, cópia das Fichas 9 e 12 da DIPJ/2006, apuração da base de cálculo do IRPJ fev/2005 e o balancete CADOC – Bacen 4010 de fev/2005. Assim que o balancete analítico e o Lalur completo do ano calendário 2005 forem emitidos, eles serão juntados ao presente PAF. A 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I / SP analisou a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte e, mediante o Acórdão nº 1653.985, de 02/01/2014 (fls. 128/133), indeferiu a solicitação, conforme ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA  IRPJ Data do fato gerador: 31/03/2005 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Não se reconhece o direito creditório quando o contribuinte não logra comprovar com documentos hábeis e idôneos que houve pagamento indevido ou a maior. Ciente da decisão de primeira instância em 28/01/2014, conforme documento de fl. 138, e com ela inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário em 11/02/2014 (registro de recepção à fl. 157, razões de recurso às fls. 158/165), mediante o qual oferece, em apertada síntese, os seguintes argumentos: No que se refere ao entendimento do acórdão recorrido de que não estaria provada a correção da modificação da base de cálculo da estimativa de IRPJ em fev/2005, a recorrente afirma o valor probatório do balancete de fls. 72/82 dos autos, que seria documento oficial da recorrente, exigido pelo Banco Central do Brasil. Acrescenta que: No presente caso, a receita originada da reversão da provisão de opções por incentivos fiscais, no valor de R$ 1.218.635,62 está devidamente registrado no Balancete CADOC 4010 de Fevereiro/2005 (fls. 72/82 do PAF). Isto porque no Saldo de R$ 522.272,41 da Conta 1.8.8.60.005, como evidencia o Razão Analítico do mês (Fev/2005), é composto por duas movimentações: (i) uma despesa de constituição de provisão, no valor de R$ 1.740.908,03; e (ii) uma receita de reversão da provisão em questão, no valor de R$ 1.218.635,62. Fl. 192DF CARF MF Processo nº 16327.901223/200990 Acórdão n.º 1301002.244 S1C3T1 Fl. 193 4 Está, portanto, comprovado o registro da receita de R$ 1.218.635,62 em Fev/2005, demonstrandose a regularidade da exclusão desta receita da base de cálculo do IRPJ e da CSLL mensal (apurados por balanço de suspensão ou redução), visto que já tinha sido tributada pelo IRPJ e CSLL quando adicionadas ao lucro real do anocalendário 2004. A recorrente tem, assim, por comprovado o indébito de R$ 277.176,96 levado à compensação ora discutida. Em adição aos argumentos acima, a recorrente lembra que IRPJ e CSLL pagos mensalmente por estimativa, seja por balanço seja por percentual da receita bruta, são meras antecipações do tributo devido no final do período de apuração anual. E prossegue (grifos no original): No presente caso, embora tenha recolhido uma estimativa de IRPJ (2319) de Fev/2005 no valor de R$ 1.188.143,38 (DARF de fl. 15), a Recorrente informou em sua DIPJ 2006 (AC 2005) ter feito neste mesmo mês um pagamento de apenas R$ 910.866,42 (Ficha 11, linha 12 da Discriminação de Fevereiro – fls. 26 do ePAF). Ao proceder desta forma, reconhecendo expressamente ter realizado um recolhimento a maior a título de estimativa, a Recorrente deixou de computar o recolhimento de R$ 277.176,96 (diferença entre o valor pago e o declarado) no saldo de IRPJ pago no encerramento do anocalendário de 2005 (Linha 12 da Ficha 12B da DIPJ 2006/2005), reduzindo o Saldo Negativo de IRPJ apurado no encerramento do anocalendário. Isto porque a Recorrente, após calcular a base de cálculo mensal (Fev/2005) mediante levantamento de balanço (art. 35 da Lei nº 8.981/95), a Recorrente constatou que não havia excluído da base de cálculo a receita de reversão de provisão de opção por incentivos fiscais, uma vez que já tinha sido adicionada ao lucro real à época da sua constituição, conforme determina a legislação. [...] Além disso, tanto a DCTF Retificadora/Ativa referente a Fev/2005 quanto o IRPJ apurado no encerramento do AnoCalendário 2005 foram devidamente homologadas pela Receita Federal do Brasil, não havendo o que se falar, neste momento, em comprovação da regularidade da base de cálculo (seja da estimativa mensal seja da base anual) do IRPJ apurado pela Recorrente. No entender da recorrente, a decisão a quo teria contrariado disposições basilares atinentes ao fato gerador e à base de cálculo do IRPJ, considerando que estimativas mensais representariam fatos geradores independentes da apuração anual. Colaciona jurisprudência administrativa no sentido da impossibilidade de lançamento de estimativas após o encerramento do período de apuração. A interessada acrescenta que, na pior das hipóteses (pedido subsidiário), o crédito de R$ 277.176,96 deveria ser acolhido como parte do saldo negativo de IRPJ do ano calendário 2005, extinguindose por compensação os débitos da DCOMP até o limite do crédito disponível. Em outra linha argumentativa, a recorrente protesta que o acórdão recorrido teria ido além da verificação objetiva da existência do pagamento indevido/a maior, Fl. 193DF CARF MF Processo nº 16327.901223/200990 Acórdão n.º 1301002.244 S1C3T1 Fl. 194 5 condicionando a validação da compensação à comprovação dos motivos pelos quais o débito informado na DCTF era inferior ao valor do DARF pago. Ao assim agir, a DRJ teria extrapolado sua competência e invadido a competência da DEINF (lavrar lançamento de ofício para constituir créditos tributários não confessados pelo contribuinte). O acórdão recorrido padeceria de vício insanável, por ter sido praticado por pessoa incompetente. É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. Gira a lide em torno do alegado direito creditório, a ser utilizado em compensação tributária, no montante de R$ 277.176,96, correspondente à diferença entre o valor recolhido em DARF (R$ 1.188.143,38, fl. 17) e o valor da estimativa mensal de IRPJ do mês de fevereiro de 2005. Sustenta a recorrente que o valor correto da estimativa seria R$ 910.866,42. Por outro lado, o total originalmente declarado em DCTF foi de exatos R$ 1.188.143,38, posteriormente retificado para R$ 910.866,42. A questão em discussão, como se vê, é qual seria o correto valor da estimativa de IRPJ de fevereiro de 2005. Inicialmente, foi negada homologação à compensação declarada, ao fundamento de que estimativas somente poderiam ser objeto de aproveitamento ao final do anocalendário, por ocasião do ajuste anual. Não se procedeu, naquele momento, a qualquer análise mais aprofundada do direito creditório, sendo a preliminar suficiente para a decisão então tomada. Essa preliminar foi superada já em primeira instância. A questão é atualmente pacífica, tanto no âmbito da Receita Federal quanto neste CARF, cabendo lembrar a Súmula CARF nº 84: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Nesta fase processual, não há mais qualquer litígio a esse respeito. No entanto, superada a questão preliminar ainda em primeira instância, a autoridade julgadora a quo avançou na análise do direito creditório, o que entendo correto. O reconhecimento do direito creditório para fins de homologação impõe o exame minucioso por parte da autoridade administrativa, não residindo aí qualquer nulidade. Ao contrário do que sustenta a recorrente, o que o julgador de primeira instância buscou, superada a preliminar, foi a comprovação da alegação de que teria havido erro na apuração da estimativa, a caracterizar pagamento a maior do que o devido. Não se trata, em absoluto, de lançamento de ofício para constituir créditos tributários não confessados pelo contribuinte, em invasão de competência de outro órgão da Receita Federal. Fl. 194DF CARF MF Processo nº 16327.901223/200990 Acórdão n.º 1301002.244 S1C3T1 Fl. 195 6 A realização de diligência evidenciou a origem da diferença entre o valor do IRPJ originalmente apurado pela contribuinte (R$ 1.188.143,38) e aquele a seguir tido por ela própria como correto (R$ 910.866,42). Tratase, supostamente, da falta de exclusão da receita de reversão de provisão de opção por incentivos fiscais, anteriormente adicionada ao lucro real à época de sua constituição. Ao descobrir o erro, a contribuinte teria promovido a devida retificação, com a exclusão do valor de R$ 1.218.635,62 da base de cálculo do IRPJ, conduzindo à diferença, para menos, no valor de estimativa a recolher. A decisão de primeira instância considerou insuficientes os documentos até então juntados aos autos, e indeferiu a manifestação de inconformidade. Confirase o seguinte excerto do voto condutor do acórdão recorrido (fl. 132): As provisões controladas na parte B do Lalur podem ser excluídas do lucro líquido para fins de determinação do lucro real quando forem revertidas contabilmente. Não há prova nos autos de que a provisão constituída (em 2003 ou 2004) tenha sido revertida em fevereiro de 2005. Para demonstrar a reversão da provisão, e consequentemente o registro contábil de uma receita a ser excluída do lucro líquido, bastaria anexar a escrituração contábil e fiscal relativa ao mês de fevereiro de 2005. Somente a escrituração contábil e fiscal é documento hábil a demonstrar a legitimidade da exclusão pretendida pela contribuinte. Em sede recursal, a recorrente reitera a correção de seu procedimento e faz juntar novo balancete, mais detalhado, com o que tem por comprovado o direito creditório pleiteado. Compulsando os autos, encontro, às fls. 83 e segs. cópias do LALUR do ano calendário 2004. À fl. 87, correspondente à parte A do Lalur, ajustes de dez/2004, verificase uma adição no valor de R$ 1.218.635,62, com o histórico Provisão p/ Perdas Opções Inc. Fiscais  Ir relativo ao Ano Calendário de 2004, lançado na conta cosif/conta interna/item 188600050047678000761348. Ainda na parte A, à fl. 89 essa adição integra a apuração do lucro real em dez/2004. À fl. 106 encontro a folha correspondente da parte B, evidenciando que uma parte (R$ 106.699,07) do montante adicionado veio de 2003 e uma outra parte R$ 1.123.665,42) veio de 2004. O balancete geral de dez/2004 (fls. 114 e segs.), juntado aos autos por ocasião da diligência, apresenta tão somente o saldo da conta 1.8.8.60.005 Opções por Incentivos Fiscais, no valor de R$ 522.272,41, não trazendo quaisquer informações sobre a movimentação dessa conta, ainda que apenas por totais de débitos e créditos. Não obstante, ainda que não tenha sido localizada nos autos a comprovação de que esse valor tenha constituído uma despesa no anocalendário 2004, admitase que se trate de despesa com provisão indedutível adicionada em 2004, quando de sua constituição. Alega a recorrente, desde a manifestação de inconformidade, que a provisão teria sido revertida contabilmente em fevereiro/2005. Essa reversão contábil implicaria um lançamento a crédito do resultado (receita), que poderia nesse momento ser excluído para fins de apuração do lucro real. O balancete geral de fev/2005 (fls. 72 e segs.), juntado aos autos por ocasião da diligência, não traz qualquer modificação em comparação com o balancete de dez/2004, Fl. 195DF CARF MF Processo nº 16327.901223/200990 Acórdão n.º 1301002.244 S1C3T1 Fl. 196 7 anteriormente mencionado: apresenta tão somente o saldo da conta 1.8.8.60.005 Opções por Incentivos Fiscais, no valor de R$ 522.272,41, não trazendo quaisquer informações sobre a movimentação dessa conta, ainda que apenas por totais de débitos e créditos. Foi diante disso que o julgador a quo considerou esses documentos insuficientes a comprovar a reversão contábil da provisão em questão. Esclareçase que não se tratou de negar fé a esse balancete, como parece ter compreendido a recorrente, mas sim de sua imprestabilidade para os fins propostos. Com o recurso voluntário, a interessada junta (fls. 179 e segs.) um balancete mais detalhado para o mês de fevereiro/2005, contendo saldo inicial, total de débitos, total de créditos e saldo final. A recorrente entende que, com isso, seria possível aferir a regularidade da exclusão por ela pretendida. O novo documento, apesar de mais detalhado, não conduz a conclusão diferente daquela esposada pelo julgador de primeira instância. Senão vejamos. À fl. 180, é possível verificar que a conta 1.8.8.60.005 (com o mesmo saldo anterior de R$522.272,41) é composta por duas subcontas, a saber: cód. 761347, que apresenta saldos inicial e final R$1.740.908,03; e cód. 761348, que apresenta saldos inicial e final R$1.218.535,52. A soma algébrica dos saldos das subcontas conduz ao saldo da conta principal. Mas, a exemplo da conta principal, também as duas subcontas apresentam total de débitos e total de créditos no período iguais a zero, ou seja, não há qualquer prova de que tenham sido movimentadas nesse mês. Em particular, não há prova de que tenha sido revertida contabilmente a provisão aqui discutida, cuja contrapartida seria, em tese, a crédito do resultado contábil. Com isso, permanece a impossibilidade de sua exclusão, para fins de apuração da base de cálculo da estimativa de IRPJ no mês de fevereiro. Tendo sido a estimativa de fevereiro de 2005 apurada originalmente (antes das retificações) e paga na forma prevista na legislação pertinente, não se há de reconhecer que a retificação pretendida pela interessada, sem a comprovação de sua regularidade, possa fazer surgir um pretenso indébito por pagamento a maior de estimativa mensal passível de compensação. Finalmente, cumpre acrescentar que não cabe falar em homologação de estimativas nem de DCTF. O que se homologa é o tributo devido ao final do período de apuração. E não há, nestes autos, qualquer notícia acerca do IRPJ apurado ao final do ano calendário 2005, a menos da cópia de algumas fichas da DIPJ, acostadas pela própria interessada às fl. 64/69, nem é aqui que se discute um eventual direito creditório decorrente de saldo negativo apurado naquele ano. Por esse mesmo motivo, o pedido subsidiário da interessada (acolhimento do crédito de R$ 277.176,96 como parte do saldo negativo de IRPJ do anocalendário 2005) se revela impossível de ser atendido. Tal pedido somente faria sentido no processo em que estivesse sendo analisado esse hipotético saldo negativo. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 196DF CARF MF Processo nº 16327.901223/200990 Acórdão n.º 1301002.244 S1C3T1 Fl. 197 8 Fl. 197DF CARF MF
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Numero do processo: 19515.721194/2014-12    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Mon Apr 10 00:00:00 UTC 2017    
Data da publicação: Mon May 08 00:00:00 UTC 2017    
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2010
OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. AUSÊNCIA DE REGULAR INTIMAÇÃO. TRANSFERÊNCIA ENTRE CONTAS DE MESMA TITULARIDADE DE FATO. LANÇAMENTO INSUBSISTENTE.
Incabível o lançamento fundado na presunção legal de omissão de receitas por depósitos bancários cuja origem não foi comprovada, na situação em que uma parte dos depósitos bancários não foi objeto de intimação individualizada para comprovação de origem e outra parte consistiu em meras transferências entre contas de mesma titularidade de fato.
    
Numero da decisão: 1301-002.268    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha  Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Waldir Veiga Rocha.
    
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA    
    
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E OUTROS ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA  IRPJ Exercício: 2010 OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. AUSÊNCIA DE REGULAR INTIMAÇÃO. TRANSFERÊNCIA ENTRE CONTAS DE MESMA TITULARIDADE DE FATO. LANÇAMENTO INSUBSISTENTE. Incabível o lançamento fundado na presunção legal de omissão de receitas por depósitos bancários cuja origem não foi comprovada, na situação em que uma parte dos depósitos bancários não foi objeto de intimação individualizada para comprovação de origem e outra parte consistiu em meras transferências entre contas de mesma titularidade de fato. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Waldir Veiga Rocha. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 11 94 /2 01 4- 12 Fl. 1042DF CARF MF Processo nº 19515.721194/201412 Acórdão n.º 1301002.268 S1C3T1 Fl. 1.043 2 Relatório ENGEPAR CONSTRUÇÕES LTDA. (contribuinte), CLÁUDIO TEIXEIRA, BENEDITO ACÁCIO LANG, NELSON RUIZ CONSENTINO e ENGEPAR HOLDING LTDA. (responsáveis tributários), já qualificados nestes autos, foram autuados e intimados a recolher crédito tributário no valor total de R$ 17.804.165,83, discriminado no Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário do Processo, à fl. 4. O ilícito tributário apontado foi omissão de receitas, caracterizada por depósitos bancários não contabilizados, de origem não comprovada, com base no art. 42 da Leinº 9.430/1996. Os fatos geradores de IRPJ e reflexos de CSLL, PIS e COFINS teriam ocorrido no anocalendário 2009 e a multa aplicada ao lançamento foi de 150%. Consta do Termo de Verificação Fiscal: [...] concluindo a análise da Movimentação Financeira da Pessoa do Sr. Nelson Ruiz Consentino, que gerou este procedimento fiscal; esta fiscalização forma convicção de que as contas correntes mencionadas acima são na verdade de propriedade da empresa Engepar Construções Ltda e prosseguimos na apuração de OMISSÃO DE RENDIMENTOS, caracterizada por valores creditados em contas de depósito ou de investimento, mantidas em instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme discriminado nos Demonstrativos de [sic] e resumido abaixo: [...] Os valores acima apurados serão tributados segundo o disposto no artigo 42 e seus parágrafos da Lei 9.430/96, e artigo 58, parágrafo 5º, da Lei 10.637/02. A multa punitiva foi agravada em face do previsto no § 1º do artigo 44 da Lei 9430/96: [...] A multa qualificada (de 150%) se justifica pelo fato da empresa ter agido, em tese, dolosamente com o franco intuito de impedir o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador de IRPJ e seus reflexos, mantendo conta corrente bancária em nome de interposta pessoa. As operações, na verdade, tratamse de simulação de negócio jurídico com o fim específico de omissão de rendimentos . [...] Considerando que as operações de mútuo não passam de artifício com vistas à sonegação de tributos, e com objetivo de acobertar os pagamentos efetuados pela fiscalizada ao Sr. Nelson Marangoni e conseqüentemente tais valores foram tratados como pagamento sem causa, com apuração dos tributos devidos. Os sujeitos passivos apresentaram impugnação em conjunto, ao fim do que formularam seus pedidos: Fl. 1043DF CARF MF Processo nº 19515.721194/201412 Acórdão n.º 1301002.268 S1C3T1 Fl. 1.044 3 128. Por todo exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência do auto de infração, requer: (i) preliminarmente, seja acolhida a nulidade parcial do auto de infração em razão de atuação fora dos limites do MPF expedido; e (ii) no mérito, requer seja acolhida a presente impugnação administrativa, reconhecendose a nulidade do auto de infração porquanto (ii.1) não haja indicação clara, precisa e individual dos depósitos supostamente injustificados; (ii.2) tenha havido demonstração suficientemente robusta no sentido de que todos os valores objeto de autuação foram devidamente lançados pela IMPUGNANTE, conforme livro Razão, DIPJ, Balancete e Balanço apresentados, sob pena de bis in idem; (ii.3) inexiste motivo que enseja a aplicação de multa majorada; (ii.4) não cabe a responsabilização da pessoa jurídica e demais pessoas físicas incluídas como devedores solidários na presente autuação. (iii) Caso seja julgue necessário, requer seja convertido o julgamento em diligência para produção das provas necessárias à demonstração da regularidade dos lançamentos efetuados pela empresa. Por meio do Despacho Decisório nº 188 (fls. 963/964), o julgador de primeira instância determinou a realização de diligência para que, quanto à matéria litigiosa, a autoridade competente: a) demonstre ter havido, no curso da ação fiscal, a regular intimação de que trata o art. 42 da Lei nº 9.430/96; b) aponte nos autos a localização do demonstrativo que discrimina os depósitos bancários que foram presumidos como receita omitida, com as respectivas justificativas para considerar a origem do depósito não comprovada; Às fls. 968/969 encontrase o Relatório Fiscal de Diligência, no qual a autoridade diligenciadora, em síntese, assim esclareceu: Em relação ao item a, informamos que o contribuinte foi intimado através do Termo de Início de Procedimento Fiscal, TIPF lavrado em 25/08/2014, constantes as fls 5 e 6 do presente processo, sendo a ciência dada através do edital 99/2014, fixado em 04/09/2014 e desafixado em 22/09/2014, edital constante a fls 7 do referido processo, em cumprimento ao artigo 23 item III & 1 item II do Decreto 70.235/72. Por oportuno salientamos que a empresa teve sua inscrição no CNPJ declarada inapta, através do Ato Declaratório 34 de 03/09/2014, publicado no DOU de 04/09/2014, com efeitos a partir de 12/08/2014. Quanto ao item b, informamos que o demonstrativo que discrimina os depósitos bancários que foram presumidos como receita omitida, localizamse as fls 5 e 6 do processo, integrante do Termo de Inicio de Procedimentos Fiscal TIPF. O contribuinte foi regularmente intimado a esclarecer a origem dos depósitos bancários ali discriminados, porem nada apresentou a esta fiscalização, tendo se mantido silente durante todo o período em que transcorreu o procedimento fiscal, conforme pode se observar através da leitura das 967 paginas que compõe o referido processo. Os interessados, então, aduziram contrarrazões argumentando, em resumo, o seguinte: Fl. 1044DF CARF MF Processo nº 19515.721194/201412 Acórdão n.º 1301002.268 S1C3T1 Fl. 1.045 4 12. É fácil, então, observar que (i) a D. Fiscalização JAMAIS intimou a IMPUGNANTE para justificar os depósitos "supostamente omitidos" e que vieram a ser objeto do auto de infração, o que viola o disposto no art. 42 da Lei n9. 9.430/1996 e conduz à nulidade da autuação; (ii) a D. Fiscalização nem mesmo no auto de infração indicou de forma clara, precisa e individual os depósitos supostamente não justificados, sendo apenas apresentado o resultado pronto de um somatório depósitos não justificados em cada um dos meses do ano de 2009 e separado por contas bancárias apenas (fls. 455); (iii) a intimação de fls. 5/6 (mencionada pela a D. Fiscalização) não guarda nenhuma relação com o documento de fls. 455 e muito menos individualiza quais seriam os depósitos de origem não comprovada que vieram posteriormente a ser lançados de ofício pela Autoridade Competente; (iv) o demonstrativo de fls. 5 se relaciona a depósitos REALIZADOS pela IMPUGNANTE e não a receitas omitidas, daí ele não servir para dar suporte a um auto de infração lavrado por presunção de omissão de receitas; (v) a D. Fiscalização não indicou as datas e valores de depósitos não justificados, mas simplesmente um resultado pronto o que impediu a IMPUGNANTE demonstrar, de maneira precisa, que os valores tidos por não justificados integraram, sim, o lançamento bancário descrito no livro razão. [...] 14. Portanto, ratificandose todos os termos da impugnação administrativa, não tendo sido demonstrado pela D. Fiscalização a intimação de que trata o artigo 42 da Lei ns. 9.430/1996 e tampouco a localização de demonstrativo que discrimina os depósitos bancários que foram presumidos como receita omitida, com as respectivas justificativas para considerar a origem do depósito não comprovada, requer seja reconhecida a improcedência e nulidade do auto de infração porquanto (i.1) não haja indicação clara, precisa e individual dos depósitos supostamente injustificados; (i.2) tenha havido demonstração suficientemente robusta no sentido de que todos os valores objeto de autuação foram devidamente lançados pela IMPUGNANTE, conforme livro Razão, DIPJ, Balancete e Balanço apresentados, sob pena de bis in idem; (i.3) inexiste motivo que enseje a aplicação de multa majorada; (i.4) não cabe a responsabilização da pessoa jurídica e demais pessoas físicas incluídas como devedores solidários na presente autuação. A 1ª Turma da DRJ em Juiz de Fora/MG analisou a impugnação apresentada pela contribuinte e, por via do Acórdão nº 0958.130, de 22/07/2015 (fls. 1016/1024), considerou improcedente o lançamento com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA  IRPJ Anocalendário: 2009 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITAS. REGULAR INTIMAÇÃO. Incabível o lançamento fundado na presunção legal de omissão de receitas por depósitos bancários cuja origem não foi comprovada, quando ausentes elementos essenciais para a formação dessa presunção, previstos no artigo 42 da Lei n° 9.430/96, inclusive a intimação do titular ou dos titulares das contas bancárias. TRIBUTAÇÃO REFLEXA OU DECORRENTE. CSLL. PIS/PASEP. COFINS. Fl. 1045DF CARF MF Processo nº 19515.721194/201412 Acórdão n.º 1301002.268 S1C3T1 Fl. 1.046 5 Aplicase às exigências decorrentes, o mesmo tratamento dispensado ao lançamento da exigência principal, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Como os sujeitos passivos foram exonerados de crédito tributário (principal e multas) em valor superior ao limite de alçada (R$ 1.000.000,00), a Turma Julgadora recorreu de ofício a este Colegiado. À época, esse procedimento era disciplinado pelo art. 34 do Decreto nº 70.235/1972, com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.532/1997, e, ainda, pela Portaria MF nº 3/2008. É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator Quanto à admissibilidade do recurso de ofício, devese ressaltar a modificação introduzida pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09/02/2017, publicada no DOU de 10/02/2017, a seguir transcrito: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. No caso em tela, ao somar os valores correspondentes a tributo e multa afastados em primeira instância (fl. 4), verifico que superam o limite de dois milhões e meio de reais, estabelecido pela norma em referência. Portanto, mesmo com a alteração do limite de alçada, o recurso de ofício permanece cabível, e dele conheço. Quanto ao mérito, a decisão recorrida afastou exigências tributárias incidentes sobre receitas omitidas, apuradas com base na presunção estatuída pelo art. 42 da Lei nº 9.430/1996, qual seja, depósitos bancários de origem não comprovada. Entendeu o julgador a quo que não teriam sido cumpridas as formalidades essenciais para a caracterização da presunção legal, a saber, o sujeito passivo não foi intimado a comprovar os depósitos/créditos em sua conta corrente bancária, de forma individualizada. Compulsando os autos, constato que a decisão recorrida se sustenta por seus próprios fundamentos, que peço vênia para transcrever a seguir (grifos no original): Fl. 1046DF CARF MF Processo nº 19515.721194/201412 Acórdão n.º 1301002.268 S1C3T1 Fl. 1.047 6 No mérito, cabe observar o disposto no art. 42 da Lei n.º 9.430/96, que fundamentou o lançamento: Art. 42. Caracterizamse também como omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. [...] §3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I  os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; [...]. [Grifei]. Consoante o dispositivo acima, o legislador estabeleceu de forma clara uma presunção legal e relativa de omissão de receita. À fiscalização cabe, então, a prova do fato indiciário, ou seja, que regularmente intimado o sujeito passivo não comprovou a origem dos valores creditados em suas contas bancárias. Além disso, os créditos devem ser analisados individualizadamente. Só então, quando comprovado o fato indiciário, temse a autorização para considerar ocorrido o fato gerador do imposto de renda e das contribuições1, presumindose que os recursos depositados traduzem receitas omitidas pelo sujeito passivo. Ao ensejo: [...] Na espécie, em sede de diligência, a fiscalização informou que a intimação, a que alude o art. 42 da Lei nº 9.430/96, e o demonstrativo, que discrimina os depósitos bancários presumidos como receita omitida, constam do Termo de Início de Procedimento Fiscal, às fls. 5/6. Entretanto, a intimação que consta do Termo de Início trata de: 1 – depósitos efetuados pela própria Engepar Construções Ltda na conta corrente do Sr. Nelson Ruiz Consentino; 2 – pagamentos efetuados pelo Sr. Nelson Ruiz Consentino. Na verdade, assim como o primeiro MPFF (fl. 2), o Termo de Início trata de “fiscalização do Imposto de Renda Retido na Fonte”, conforme consignado em seu próprio corpo. Talvez, por esse motivo, tenha constado no TVF a menção de “pagamento sem causa, com apuração dos tributos devidos”, indevidamente, conforme esclarecido no Relatório de Diligência, uma vez que o presente processo trata de omissão de receitas. Não é sem razão que a relação de depósitos constante do Termo de Início não guarda qualquer congruência com a “Tabela de Depósitos Não Justificados” constante do TVF (fl. 455), a qual não discrimina individualmente os depósitos considerados como receitas omitidas. Ressalto que na impugnação foi demonstrada, 1 Por força do § 2º do art. 24 Lei n.º 9.249/95, a omissão de receita apurada com base na legislação do imposto sobre a renda deve ser considerada na determinação da base de cálculo no lançamento das contribuições. Fl. 1047DF CARF MF Processo nº 19515.721194/201412 Acórdão n.º 1301002.268 S1C3T1 Fl. 1.048 7 por amostragem, a incompatibilidade da Tabela supracitada com extratos bancários das contas auditadas. Resta claro, assim, que não estão preenchidos os pressupostos essenciais para a formação da presunção legal, versada no art. 42 da Lei nº 9.430/96. A fiscalização não se desencumbiu de seu ônus probandi, qual seja, a comprovação do fato indiciário que leva à presunção legal de omissão de receita por depósitos bancários de origem não comprovada. Por conseguinte, não há como prosperarem os lançamentos de ofício. Fica prejudicada a análise dos demais argumentos aduzidos na impugnação. Por fim, a título ilustrativo, trago à colação pronunciamentos do CARF corroborando o acima exposto: INFORMAÇÃO ANTES DA AUTUAÇÃO. ORIGEM DOS DEPÓSITOS. PRESUNÇÃO. Para a utilização da presunção, determinada pelo Art. 42, da Lei 9.430/1996, com a caracterização de receita ou de rendimento dos valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, são necessários os seguintes requisitos: a) regular intimação; b) ausência de comprovação, por documentação hábil e idônea, da origem dos recursos utilizados nessas operações. No presente caso o sujeito passivo, antes da autuação, informou ao Fisco detalhados dados sobre os depósitos (Nome, CPF, CNPJ) e ao Fisco caberia a checagem dessas informações, na busca da verdade material. Recurso Especial do Procurador Negado. [Acórdão CSRF 9202002.408, de 13/03/2013]. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS CARACTERIZADA POR DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA TITULAR DAS CONTAS BANCÁRIAS FALECIDO ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL LANÇAMENTO LAVRADO CONTRA O HERDEIRO IMPOSSIBILIDADE. O artigo 42 da Lei n° 9.430/96 encerra uma presunção de omissão de rendimentos que se aplica quando o contribuinte, devidamente intimado, não comprova mediante documentação hábil e idônea a origem dos valores creditados em conta de depósito ou de investimento de que seja titular. Contudo, para a formação desta presunção de omissão de rendimentos, devem estar presentes todos os elementos previstos no caput do artigo 42 da Lei n° 9.430/96, inclusive a intimação do titular ou dos titulares (e não do espólio ou do responsável) das contas bancárias, a quem cabe, com exclusividade, o ônus probandi. No caso, em razão do falecimento do titular das contas bancárias em momento anterior ao início da ação fiscal, não pode prosperar o lançamento efetuado contra o herdeiro com fundamento no artigo 42 da Lei n° 9.430/96. Recurso especial negado. [Acórdão CSRF 9202002.047, de 21/03/2012]. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITAS. REGULAR INTIMAÇÃO. Incabível o lançamento fundado na presunção de omissão de receitas por depósitos bancários cuja origem não foi comprovada, se ausente a regular intimação para justificativa dos valores creditados em conta de depósito ou de Fl. 1048DF CARF MF Processo nº 19515.721194/201412 Acórdão n.º 1301002.268 S1C3T1 Fl. 1.049 8 investimento mantida junto a instituição financeira, conforme determina o artigo 42 da Lei n° 9.430/96. [...] TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. PIS. COFINS. Os lançamentos reflexos devem observar o mesmo procedimento adotado no principal, em virtude da relação de causa e efeito que os vincula. Recurso de ofício negado. [Acórdão 1401001.331, 21/10/2014]. OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PRÉVIA. Para a caracterização de omissão de receita a partir dos valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, o titular deve ser regularmente intimado para comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Ante a falta dessa intimação, não cabe ao Fisco lançar o imposto com base na presunção legal de omissão de receitas caracterizada por "depósitos bancários de origem não comprovada". LANÇAMENTO REFLEXO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO, PIS/FATURAMENTO E COF1NS. A tributação reflexa deve, em relação ao respectivo Auto de infração, acompanhar o entendimento adotado quanto ao principal, em virtude da íntima relação dos fatos tributados. [...] [Acórdão 1202000.840, 14/01/2013]. A omissão de receitas por presunção legal exige que todas as formalidades previstas em lei sejam cumpridas para que se possa afirmar a ocorrência da omissão de receitas. Em especial, o contribuinte há de ser regularmente intimado a comprovar a origem dos valores depositados/creditados em sua conta bancária, e a relação dos depósitos deve ser individualizada, bem assim a resposta e as justificativas e comprovações que eventualmente venham a ser apresentadas. No presente caso, ao analisar a movimentação financeira nas contas bancárias de titularidade do Sr. Nelson Ruiz Consentino, o Fisco firmou convicção de que os valores que ali transitaram seriam, de fato, pertencentes à pessoa jurídica Engepar Construções Ltda., vide Termo de Verificação Fiscal, item 2, fl. 454. Na sequência, o Fisco considerou os depósitos efetuados nessas contas (formalmente da titularidade do Sr. Nelson Ruiz Consentino) como receitas omitidas pela pessoa jurídica, com base no art. 42 da Lei nº 9.430/1996, mas não encontro nos autos a indispensável intimação prévia ao titular (ainda que titular de fato) para comprovação individualizada da origem dos depósitos bancários. Em cumprimento da diligência determinada pelo julgador de primeira instância, a unidade de origem informou que essa intimação prévia seria aquela que se encontra às fls. 5/6 dos autos, a saber, o Termo de Início de Procedimento Fiscal. A intimada, de fato, foi a pessoa jurídica Engepar Construções Ltda. Os itens da intimação que poderiam, por análise preliminar, consistir na buscada intimação individualizada para comprovação de origem seriam os itens 2 e 3, a seguir transcritos. 2. Quais as motivação e justificativa para os depósitos efetuados pela empresa em conta corrente do Sr. Nelson Ruiz Consentino CPF nº 088.830.54865conforme discriminado abaixo: [...] Fl. 1049DF CARF MF Processo nº 19515.721194/201412 Acórdão n.º 1301002.268 S1C3T1 Fl. 1.050 9 3. Quais as motivação e justificativa para os pagamentos efetuados pela pessoa física Sr. Nelson Ruiz Consentino CPF nº 088.830.54865, através de suas contas correntes, de obrigações da empresa tais como as discriminadas abaixo: [...] Quanto ao item 3, observase que se trata de pagamentos efetuados pelo Sr. Nelson Ruiz Consentino, ou seja, débitos (saídas) em contascorrentes bancárias de titularidade daquela pessoa física, valores que em hipótese alguma se enquadrariam na presunção legal de depósitos (entradas) bancários de origem não comprovada. Quanto ao item 2, a tabela relaciona valores depositados pela pessoa jurídica Engepar Construções Ltda2 nas contascorrentes bancárias de titularidade do Sr. Nelson Ruiz Consentino, buscando justificativa e motivação para tais operações. Efetivamente, os valores ali especificados são reproduzidos no Termo de Verificação Fiscal, item 6 (fls. 440/442, em duas tabelas que totalizam respectivamente R$ 11.367.124,00 e R$ 2.255.886,72) e podese constatar que consistem em parcela do total (R$ 19.503.461,35, fls. 455/456) que foi objeto de autuação. Até aqui, poderseia pensar que uma parte dos depósitos bancários nas contascorrentes do Sr. Nelson Ruiz Consentino foi objeto de intimação individualizada para comprovação de origem. Mas há aqui um vício insuperável. É que o Fisco concluiu que os valores movimentados nas contascorrentes do Sr. Nelson Ruiz Consentino pertenceriam, de fato, à pessoa jurídica Engepar Construções Ltda. Em assim sendo, os valores objeto de intimação (tabelas totalizando R$ 11.367.124,00 e R$ 2.255.886,72), depositados pela mesma Engepar Construções Ltda., nada mais seriam do que transferências entre contas de mesma titularidade (de fato), impondose a exclusão de tais valores dos montantes tributáveis, a teor do inciso I do § 3º do art. 42 da Lei nº 9.430/1996. Em assim sendo, seja porque uma parte dos depósitos bancários não foi objeto de intimação individualizada para comprovação de origem, seja porque outra parte consistiu em meras transferências entre contas de mesma titularidade de fato, o lançamento não pode subsistir, tal como decidiu o julgador a quo. Aos lançamentos reflexos aplicase o quanto decidido para o principal. Voto, assim, por negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha 2 De fato, a tabela especifica como depositante Engepar Engenharia Ltda., denominação anterior vigente até 17/06/2010 da mesma pessoa jurídica, que a partir dessa data passou a denominarse Engepar Construções Ltda. Vide Ficha Cadastral Completa, especialmente fls. 39 e 41 dos autos. Fl. 1050DF CARF MF Processo nº 19515.721194/201412 Acórdão n.º 1301002.268 S1C3T1 Fl. 1.051 10 Fl. 1051DF CARF MF
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Numero do processo: 18471.001525/2004-13    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Tue Mar 21 00:00:00 UTC 2017    
Data da publicação: Thu Apr 27 00:00:00 UTC 2017    
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2000
OMISSÃO DE RECEITAS.
Caracteriza-se omissão de receitas a falta de inclusão na base de cálculo do IRPJ da totalidade das receitas auferidas com prestação de serviços, as quais devem contabilizadas conforme as leis comerciais e fiscais.
A alegação de que parte das receitas omitidas refere-se serviços prestados por empresas ligadas, mediante ajustes verbais entre elas realizado, deve ser suportada pelo registro contábil dessas despesas e apresentação de documentação comprobatória da prestação dos serviços pelas empresas ligadas, bem assim, dos valores a elas repassados.
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA.
Não merece ser acolhida a alegação da recorrente de que, face ao disposto no art. 19 da Lei nº 9.430/96, estava desobrigada da apuração dos preços de transferência no ano-calendário de 2.000, posto que tal afirmação está desacompanhada de documentos comprobatórios.
CSLL - LANÇAMENTO REFLEXO.
Adoto a solução dada ao litígio principal, IRPJ, em razão do lançamento estar apoiado nos mesmos elementos de prova.
    
Numero da decisão: 1301-002.218    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha - Presidente
(assinado digitalmente)
Milene de Araújo Macedo - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Roberto Silva Junior e Waldir Veiga Rocha.
    
Nome do relator: MILENE DE ARAUJO MACEDO    
    
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Caracterizase omissão de receitas a falta de inclusão na base de cálculo do IRPJ da totalidade das receitas auferidas com prestação de serviços, as quais devem contabilizadas conforme as leis comerciais e fiscais. A alegação de que parte das receitas omitidas referese serviços prestados por empresas ligadas, mediante ajustes verbais entre elas realizado, deve ser suportada pelo registro contábil dessas despesas e apresentação de documentação comprobatória da prestação dos serviços pelas empresas ligadas, bem assim, dos valores a elas repassados. PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA. Não merece ser acolhida a alegação da recorrente de que, face ao disposto no art. 19 da Lei nº 9.430/96, estava desobrigada da apuração dos preços de transferência no anocalendário de 2.000, posto que tal afirmação está desacompanhada de documentos comprobatórios. CSLL  LANÇAMENTO REFLEXO. Adoto a solução dada ao litígio principal, IRPJ, em razão do lançamento estar apoiado nos mesmos elementos de prova. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha  Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 15 25 /2 00 4- 13 Fl. 470DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 471 2 (assinado digitalmente) Milene de Araújo Macedo  Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Roberto Silva Junior e Waldir Veiga Rocha. Relatório Tratase o presente de recurso voluntário contra acórdão da DRJ/RJOI que julgou procedente os autos de infração de IRPJ e CSLL, relativos ao anocalendário de 2000, lavrados para reduzir os saldos de prejuízos fiscais e base de cálculo negativa de CSLL, em virtude das infrações apuradas no curso da ação fiscal. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado pelo órgão julgador a quo, complementandoo ao final: "Trata o processo do auto de infração, com ciência em 25/10/2004, referente ao anocalendário de 2000, resultando na redução do prejuízo fiscal no valor de R$ 749.434,59. De acordo com o Termo de Verificação e de Constatação Fiscal, fls. 245/249, a redução do prejuízo fiscal decorreu das seguintes constatações: 1) Omissão de Receita no valor de R$ 596.310,25 Verificouse que não foram consideradas como receita, para efeito de cálculo do imposto de renda a pagar, as prestações de serviço contabilizadas nas contas 1.8.8.65.99.0.013  Outros Pagtos a Ressarcir; 4.9.9.85.00.7.200  Valores a Pagar Ligadas DBLABM e 4.9.9.85.00.7.203 Valores a Pagar Ligadas KB LTDA, totalizando R$ 991.067,05. Deste valor, foram deduzidas as despesas relativas a conta Outros Pagtos a Ressarcir no valor de R$ 394.756,80. Logo, a omissão de receita apurada foi no valor de R$ 596.310,25. Enquadramento Legal : artigo 24 da Lei n° 9.249/95, artigo 249, inciso II, 251 e § único, 278, 279, 280 e 288 do RIR/99. 2) Preço de Transferência  Operações de Exportação Não adição de parcela de receitas oriundas de exportações a pessoa vinculada no valor de R$ 153.124,34. De acordo com o Termo de Verificação e Constatação, a interessada apresentou planilha contendo a demonstração de que estaria dispensada da aplicação de um dos métodos para a apuração do preço de transferência. Entretanto, deixou de considerar as despesas com Participações de Empregados. Contabilizando tais despesas, a interessada operaria com prejuízo no ano de 2000, o que a obrigaria a utilizar um dos métodos previstos nos artigos 14 a 24 da IN SRF n° 38/97, para efeitos de arbitramento das receitas a serem computadas no cálculo do Lucro Real, base de cálculo do IR. Fl. 471DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 472 3 Cientificada, a interessada informou que utilizaria o método CAP  Custo Aquisição ou de Produção, mais a Tributo e Lucro, no qual a receita de exportação arbitrada é determinada como a média aritmética dos custos de serviços exportados acrescidos dos impostos e contribuições cobrados no Brasil, e margem de lucro de 15% sobre a soma dos custos mais impostos e contribuições. Apresentou memória de cálculo onde comprovaria que a receita arbitrada de exportação seria inferior à efetivamente auferida. Entretanto, constatouse que a interessada não contabilizava os custos, registrando todos os dispêndios como despesas. Portanto, procedeuse ao rateio como forma de levantar tais custos, apropriando as despesas às receitas. Das receitas contabilizadas, algumas foram desconsideradas, apurandose diferença nos valores relativos ao Mercado de Interno, Mercado Externo e Mercado Externo Vinculado. Quanto ao custo a ser considerado, para efeito do rateio, estes ficaram contabilizados conforme demonstrativo apresentado pela interessada, no valor total de R$ 14.108.056,91. Por fim, apurouse que o lucro deveria ser ajustado com a adição no valor R$ 153.124,34. Enquadramento Legal: artigo 240 do RIR/99. Considerando as infrações apuradas, a base de cálculo negativa da CSLL também foi reduzida no mesmo valor. Enquadramento Legal: art. 2o e §§ da Lei n° 7.689/88, arts. 19 e 24 da Lei n° 9.249/95, art. Io da Lei n° 9.316/96 e art. 28 da Lei n° 9.430/96. art. 6o da MP n° 1.858/99 e reedições. Inconformada, a interessada ingressou com impugnação, em 24/11/2004, de fls. 265/273, com as seguintes argumentações: 1) Quanto à omissão de receitas. a. De forma resumida, o agente autuante verificou que parcela dos valores recebidos pela interessada em razão da prestação de serviços, constantes das notas fiscais emitidas no anocalendário de 2000, não teria sido registrada como receita, sendo a comprovação de tal afirmativa o fato de que estes valores teriam sido oferecidos à tributação pelo ISS, PIS e COFINS. b. Entretanto, não haveria razão de a interessada omitir receita e, ao mesmo tempo, emitir nota fiscal, pagar ISS, PIS e COFINS, ainda mais considerando que se dispunha de prejuízo suficiente para compensar a totalidade do valor. c. Obviamente, quem omite receita não emite nota fiscal, não registra em sua contabilidade os ingressos referentes aos recursos omitidos, tampouco paga ISS, PIS e COFINS sobre tais valores. d. Os valores seriam devidos à empresa ligada à interessada pela execução de serviços. De fato, a interessada presta serviços de consultoria a diversas empresas utilizandose da experiência internacional de empresas ligadas no exterior, e viceversa. Ou seja, a interessada é remunerada pelos serviços executados para empresas ligadas no exterior, assim remunera as empresas ligadas. e. Contudo, o agente fiscal desprezou esta informação posto que nos contratos celebrados não constam cláusulas que estabeleçam que parte do pagamento efetuado à interessada se refere a serviço prestado por sua controladora, o que não autorizaria a contabilização da forma realizada. Fl. 472DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 473 4 f. Entretanto, os negócios jurídicos não carecem de forma específica, sendo válidas, inclusive, as avenças feitas de forma oral, nos termos do artigo 107 do Código Civil, regra também válida para os contratos de prestação de serviços. g. Verificase, portanto, que o agente fiscal esquivouse ao considerar que houve omissão de receitas, pelo simples fato de não haver cláusula específica nos contratos estabelecendo o repasse de valores às empresas ligadas. h. Mesmo admitindose que não houve, possivelmente, a contabilização dos valores nas mais estrita observância dos princípios contábeis, não pode o fiscal autuante, com base somente nessa premissa, desvirtuar a realidade dos fatos e determinar a inclusão de valores de terceiros na base de cálculo do IRPJ. i. Ademais, se tais valores fossem considerados, terseia também contabilizar as despesas na contratação de serviços de suas coligadas, plenamente dedutíveis. j. Logo, se tivesse a interessada reconhecido os valores em discussão como receita e, ato contínuo, deduzido os mesmos da base de cálculo do IRPJ, ao se materializaria a alegada omissão de receita. 2) Quanto a não adição de parcela de receitas oriundas de exportação a pessoa vinculada Preço de Transferência. a. Mais uma vez houve equívoco por parte do agente fiscal. b. Nos termos do artigo 240 do RIR/99, o arbitramento somente se aplica nos casos em que o preço médio nas operações com pessoas vinculadas seja inferior a 90% daquele praticado no mercado brasileiro. Ou seja, para que a pessoa jurídica seja compelida a aplicar os respectivos métodos de arbitramento da receita, é necessária a prévia demonstração de que os preços cobrados de empresas vinculadas não estejam de acordo com o limite de 90%. c. É somente nesta hipótese que se aplicam as regras de preços de transferência. d. Da simples leitura do Termo de Verificação de Constatação Fiscal constata se que em nenhum momento foi demonstrado que a interessada teria deixado de observar tal limite nos preços adotados nas operações realizadas com pessoas vinculadas localizadas no exterior. e. Se a condição primordial para fins de aplicação do arbitramento, nos moldes do art. 240 do RIR/99, é que o preço praticado não observe o limite de 90%, deveria o agente fiscal demonstrar a implementação de tal condição. f. Portanto, os procedimentos adotados pela fiscalização contrariam a legislação tributária, especificamente o próprio artigo 240 do RIR/99. Relativo ao lançamento da CSLL, a interessada também apresentou impugnação, fls. 306/314, apresentando os mesmos argumentos." No julgamento realizado em 10 de maio de 2007, a 7ª Turma da DRJ/RJOI considerou procedente o lançamento e prolatou o acórdão nº 1214.064, assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica  IRPJ Anocalendário: 2000 Fl. 473DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 474 5 Ementa: OMISSÃO DE RECEITA  IRPJ Cabível o lançamento quando se constata que a interessada deixou de considerar como receita, para efeito de cálculo do imposto de renda a pagar, as prestações de serviço contabilizadas nas contas 1.8.8.65.99.0.013  Outros Pagtos a Ressarcir; 4.9.9.85.00.7.200 Valores a Pagar Ligadas DBLABM e 4.9.9.85.00.7.203  Valores a Pagar Ligadas KB LTDA. PREÇO DE TRANSFERÊNCIA  RECEITA DE EXPORTAÇÕES Cabível o lançamento quando não há comprovação das alegações trazidas em sua defesa, cabendo o ônus da prova à interessada de que teria incorrido na situação prevista no caput do artigo 19 da Lei n° 9.430/96. DECORRÊNCIA  CSLL. Subsistindo o lançamento principal (IRPJ), igual sorte colhe o auto de infração lavrado por decorrência do mesmo fato apurado naquele. Lançamento Procedente Devidamente cientificado em 24/09/2007 (fls. 406), o sujeito passivo apresentou, tempestivamente, em 24/10/2007, o recurso voluntário de fls. 407 a 422, no qual repete os argumentos da impugnação. Com relação ao acórdão recorrido alega, resumidamente:  Para o relator, a procedência do lançamento seria justificada pelo fato dos valores supostamente omitidos não terem sido oferecidos à tributação do IRPJ e CSLL, o que pode ser comprovado pela comparação entre os valores constantes da linha 8, da ficha 06A da DIPJ/2001 e o Demonstrativo do Faturamento Anual, onde foram lançadas as notas fiscais emitidas no ano calendário. Entretanto, tal comparação não comprova absolutamente nada, visto que a própria recorrente reconhece que a parcela dos valores constantes nas notas fiscais referentes aos montantes que serão repassados a outras sociedades não são incluídos na receita para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ e CSLL;  A alegação de que se trata de "falta de oferecimento dos valores recebidos pela prestação dos serviços na apuração do imposto de renda a apagar" foi feita na tentativa de salvar o malsinado lançamento, pois o fato da recorrente ter contabilizado os ingressos pelo valor total, ter emitido notas fiscais pelos montantes globais e ter recolhido os tributos incidentes pelos montantes totais elimina qualquer possibilidade de se qualificar o procedimento da ora recorrente como omissão de receita;  Não se trata de "falta de oferecimento" como faz crer o julgador mas sim de procedimento contábil que absolutamente não modifica a apuração de IRPJ e da CSLL , visto que se tais valores fossem lançados como receitas, necessariamente deveriam ser efetuados lançamentos de despesas no mesmo montante dos valores repassados, sem resultar em modificações nas bases de cálculo dos referidos tributos;  Afirma que o julgador de primeira instância reconhece que o contrato verbal tem validade e eficácia, porém, para ele, tais efeitos estariam restritos às partes. Opõese a tal assertiva pois, para a recorrente, ou o contrato é valido e eficaz para todos os fins, inclusive tributários, ou não. Acrescenta que a existência dos contratos verbais pode ser constatada de diversas maneiras, entretanto, a fiscalização preferiu mencionar que os contratos entre a recorrente e seus clientes "não possuem cláusulas que estabeleçam que parte do pagamento efetuado à Fl. 474DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 475 6 contribuinte se refere a serviço prestado por sua controladora, o que não autoriza a contabilização da forma realizada.";  Com relação à afirmação do acórdão recorrido de que a recorrente teria deixado de apresentar documentos que comprovassem suas alegações, indaga se esses documentos seriam os contratos verbais ou a totalidade dos comprovantes dos lançamentos nas contas 1.8.8.65.99.0.013 — Outros Pagtos a Ressarcir, 4.9.9.85.00.7.200 — Valores a Pagar Ligadas DBLABM e 4.9.9.85.00.7.203 — Valores a Pagar Ligadas KB Ltda. Isso porque todos os documentos relativos à escrituração contábil da recorrente sempre estiveram à disposição da autoridade fiscal, que jamais lançou qualquer comentário ou dúvida quanto aos documentos referentes aos valores lançados nas referidas contas, limitandose a questionar a inexistência de cláusula contratual;  Na questão relativa à ausência da comprovação de despesas nos autos do processo, assim como da comprovação da não inclusão das mesmas na apuração do lucro real, citadas no acórdão recorrido, afirma que tais comprovações jamais foram requeridas e que o objeto do lançamento tributário em discussão é a suposta omissão de receitas e não a glosa de dedutibilidade de despesas. Caso o Agente Fiscal tivesse glosado a dedução de despesas, certamente tais comprovantes estariam anexos ao auto, entretanto, não é este o caso. Aliás, podese presumir que o Agente Fiscal verificou tais documentos, caso contrário não mencionaria as contas contábeis que serviram de registro para os mesmos e que foram objeto da suposta omissão de receitas (1.8.8.65.99.0.013 — Outros Pagtos a Ressarcir, 4.9.9.85.00.7.200 — Valores a Pagar Ligadas DBLABM e 4.9.9.85.00.7.203 — Valores a Pagar Ligadas KB Ltda.). Já a questão relativa às condições para a dedutibilidade das despesas incorridas, por se tratar de prestação de serviços de consultoria complementares aos serviços prestados pela recorrente a seus clientes, estão obviamente atendidas;  Sobre os ajustes dos preços de transferência, o acórdão de primeira instância demonstrou apenas que o ajuste dos preços de transferência baseouse da correção de planilha apresentada pelo próprio contribuinte e que a recorrente, nas respostas às intimações, jamais mencionara que não estava obrigada a fazer qualquer ajuste relativo aos preços de transferência em razão de suas vendas observarem o limite de 90%, previsto no artigo 19 da Lei n° 9.430/96;  O julgador limitouse à análise das respostas da recorrente às intimações e utilizouse de argumentos não jurídicos para julgar procedente o equivocado lançamento. Em momento algum, restou demonstrado que recorrente praticou vendas de serviços por valor inferior ao limite de 90% e, portanto, estava sujeita às regras de preço de transferência;  Na tentativa desesperada de salvar o improcedente lançamento, menciona que o ônus de provar que não está sujeita ao arbitramento é da recorrente, e que esta não logrou êxito em tal comprovação. Ora, se a autoridade fiscal alega erro na apuração do lucro real e na base da CSLL, em razão da inobservância das regras de preços de transferência, que seria um fato constitutivo do direito de efetuar um lançamento, obviamente quem tem o ônus de provar tal fato e, consequentemente, o direito, é a autoridade fiscal. 0 ônus da recorrente de provar a inexistência do direito pressupõe a comprovação pela autoridade fiscal de seu direito, o que não ocorreu.  Caso prevaleça o entendimento do acórdão de 1ª instância, quanto a quem cabe o ônus da prova, estaremos diante de uma situação típica de inversão do ônus de prova, em que a autoridade fiscal efetua o lançamento ao seu bel prazer deixando para o contribuinte a incumbência de desconstituir o lançamento tributário mal formulado, o que é inaceitável e contraria o disposto no artigo 142 do CTN. Fl. 475DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 476 7 Trazido para julgamento na sessão de 19/06/2009, perante esta turma ordinária, o julgamento foi convertido em diligência conforme a Resolução nº 130100.015 (fls. 432 a 437), de relatoria do I. Conselheiro Marcos Rodrigues de Mello, para as seguintes providências: "0 processo não se encontra em condições de decidido. Parcela do lançamento referese a falta de adição de parcelas de receitas oriundas de exportação a pessoa vinculada. Na impugnação e no recurso o recorrente não questiona o valor apurado, mas somente que o arbitramento (regras de ajuste do preço de transferência) somente se aplicam se cumprido o requisito previsto no art. 240 da RIR (art. 19 da Lei 9430/96). Realmente a fiscalização não prova que o requisito ficou demonstrado no caso concreto. A fiscalizada, por sua vez, não traz aos autos prova de que tenha praticado nas exportações com pessoas ligadas preços superiores a 90% dos valores praticados no mercado interno. Tornase necessário, portanto, baixar os autos em diligência para que a fiscalização verifique o cumprimento do requisito do art. 240. do RIR/99. Diante do exposto, voto no sentido de converte o julgamento em diligência para que se verifique se, nas exportações praticadas com pessoas vinculadas, a recorrente praticou preços superiores a 90% dos valores praticados no mercado interno." No "Termo de Encerramento de Diligência" (fls. 453 a 454), consta que a fiscalização teria intimado a recorrente a "Comprovar, mediante documentação hábil e idônea, que o preço médio dos serviços prestados para o exterior a pessoas vinculadas, no ano de 2000, foi superior a noventa por cento do preço médio praticado na prestação dos mesmos serviços, no mercado brasileiro, a pessoas não vinculadas, durante o mesmo período, em condições de pagamento semelhante.". Na resposta apresentada em 03/05/2012 (fls. 452), a recorrente afirmou que "em razão de a documentação tratar de fatos ocorridos no ano de 2000 e de já haver decorrido mais de 10 anos desde então, superando também os prazos decadencial e prescricional de cinco anos, a empresa não possui a documentação comprobatória solicitada na intimação em seus arquivos". É o relatório. Voto Conselheira Milene de Araújo Macedo, Relatora Considerando que a recorrente foi cientificada do Acórdão de Impugnação em 24/09/2007 (fls. 406) e o Recurso Voluntário foi apresentado em 24/10/2007 (fls. 407), o recurso é tempestivo e dele conheço. DA OMISSÃO DE RECEITAS Fl. 476DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 477 8 No Termo de Verificação e de Constatação Fiscal, anexo ao auto de infração, consta que, da comparação entre as informações prestadas pela recorrente na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica  DIPJ/2001, relativa ao anocalendário de 2000 (fls. 7 a 43), e a planilha denominada "Demonstrativo do Faturamento Anual e Contabilização" (fls. 291), com a relação das notas fiscais emitidas pela empresa no ano, a fiscalização verificou que não foram consideradas como receita, para efeito de cálculo do imposto de renda a pagar, as prestações de serviços contabilizadas nas contas 1.8.8.65.99.0.013  Outros Pagamentos a Ressarcir, 4.9.9.85.00.7.200  Valores a Pagar Ligadas DBLABM e 4.9.9.85.00.7.203  Valores a Pagar Ligadas KB Ltda. Na impugnação apresentada a recorrente alegou que a autoridade fiscal concluiu tratarse de omissão de receitas os valores por ela recebidos em razão do procedimento contábil adotado para o registro dos mesmos. Acrescentou que referidos valores foram contabilizados diretamente em contas de passivo por trataremse de serviços prestados por empresas ligadas, não se tratando de omissões de receitas. Além disso os valores supostamente omitidos foram contabilizados, foram emitidas notas fiscais pela recorrente e foram devidamente oferecidos à tributação pelo ISS, COFINS e PIS. Não assiste razão à recorrente. Como bem ressaltado no acórdão recorrido, a omissão apurada pela fiscalização não é caracterizada pela tentativa de "esconder" os valores recebidos, mas sim, pela não inclusão nas bases de cálculo do IRPJ e CSLL da totalidade dos valores recebidos pela prestação de serviços. De acordo com arts. 251 e 279 do Decreto nº 3.000/99  Regulamento do Imposto de Renda, os contribuintes devem escriturar a totalidade das receitas auferidas com a prestação de serviços, com observância das leis comerciais e fiscais: Art. 251. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 7º). Parágrafo único. A escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (Lei nº 2.354, de 29 de novembro de 1954, art. 2º, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 25). [...] Art. 279. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (Lei nº 4.506, de 1964, art. 44, e DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 12). Parágrafo único. Na receita bruta não se incluem os impostos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante, dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário. A Resolução CFC nº 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, na redação vigente à época dos fatos geradores, estabelecia que as receitas e as Fl. 477DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 478 9 despesas deveriam ser incluídas na apuração do resultado do período em ocorressem, sempre simultaneamente quando se correlacionassem: Art. 9° As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. § 1° O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. § 2° O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. § 3° As receitas consideramse realizadas: I  nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetiválo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados; II  quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; III  pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; IV  no recebimento efetivo de doações e subvenções. § 4° Consideramse incorridas as despesas: I  quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; II  pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; III  pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.” Verificase portanto, que os contribuintes devem registrar em sua contabilidade a totalidade das receitas auferidas, incluindoas na apuração da receita bruta e, consequentemente, na apuração do lucro real e na base de cálculo da CSLL, sobre os quais incidem o IRPJ e a CSLL. A fiscalização mencionou que inexistiam nos contratos de prestação de serviços celebrados pela recorrente, cláusulas estabelecendo que parte do pagamento a ela efetuado se referiam a serviços prestados por sua controladora. No recurso voluntário, a recorrente alega que inexiste lei que a obrigue a estabelecer nos contratos de prestação de serviços com seus clientes os valores que serão repassados a terceiros que a auxiliarão na prestação de tais serviços. Acrescenta que a realização de diversos negócios jurídicos não carecem de forma específica, sendo válidas, inclusive, as avenças feitas de forma verbal, nos termos do art. 107 do Código Civil. Fl. 478DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 479 10 De fato, assiste razão à recorrente quando afirma que os negócios jurídicos não carecem de forma específica, bem assim, que inexiste lei que a obrigue a estabelecer nos contratos de prestação de serviços os valores que serão repassados a terceiros que a auxiliarão na prestação de serviços. Todavia, para fins tributários, os contratos verbais assim como quaisquer outros, devem ser provados, não basta a mera alegação de sua existência, desacompanhada de quaisquer outros elementos de prova, tais como: descrição do serviço prestado, demonstrativo de cálculo dos valores repassados, comprovantes dos repasses, ou quaisquer outros documentos hábeis a comprovar a efetiva prestação do serviço por terceiros. O ônus da prova incumbe ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo, ou extintivo do direito do autor, consoante o art. 333, inciso I, do Código de Processo Civil, vigente à época dos fatos. Art. 333. O ônus da prova incumbe: I  ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II  ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, extintivo ou modificativo do direito do autor. No mesmo sentido, os arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/72, que rege o processo administrativo fiscal, estabelecem a necessidade de juntada à impugnação dos documentos em que ela se fundamentar: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Dessa forma, apesar de alegar que parte das receitas tributadas no auto de infração referemse a receitas de terceiros com os quais teria firmado contratos verbais, a recorrente não anexou à impugnação nenhuma prova documental da existência de referidos contratos. A recorrente alega ainda que se os valores relativos aos serviços prestados por terceiros fossem lançados como receitas, necessariamente, deveriam ser efetuados lançamentos de despesas no mesmo montante dos valores repassados, sem resultar em modificações nas bases de cálculo do IRPJ e da CSLL. Acrescenta que jamais foram requeridas comprovações dessas despesas Fl. 479DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 480 11 e que o lançamento tributário em discussão é a suposta omissão de receitas e não a glosa de dedutibilidade de despesas. De fato, nos termos do art. 299 do Decreto nº 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda  RIR), as despesas necessárias à atividade da empresa e à manutenção da fonte produtora são dedutíveis na apuração do lucro líquido: Art. 299. São operacionais as despesas não computadas nos custos, necessárias atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora (Lei n°4.506, de 1964, art. 47). § 1° São necessárias as despesas pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa (Lei n°4.506, de 1964, art. 47, § 1'). § 2° As despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações, operações ou atividades da empresa (Lei n° 4.506, de 1964, art. 47, § 2°). § 3º O disposto neste artigo aplicase também as gratificações pagas aos empregados, seja qual for a designação que tiverem. Entretanto, para serem dedutíveis, devem estar registradas em sua contabilidade e comprovadas por documentação hábil, nos termos do art. 923 do Decreto nº 3.000/99: Art. 923. A escrituração a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. Ainda no curso da ação fiscal, por meio do Termo de Intimação Fiscal nº 02/2004, nos itens 6 e 7, foi dada à recorrente a oportunidade de dedução de possíveis despesas não contabilizadas: 6. "Esclarecer a contabilização das notas fiscais emitidas em 2000, identificando, em relação aos montantes registrados nas contas "Valores a pagar a ligadas" e "Outros pagamentos a ressarcir", o desdobramento, a que se referem tais registros e o porquê de ser assim contabilizados;" 7. "Em relação às notas fiscais relativas a despesas incorridas, identificar as contrapartidas nas contas "Valores a pagar a ligadas" e "Outros pagamentos a ressarcir" e a ligação entre os valores debitados nessas contas com as notas fiscais emitidas;" De acordo com a resposta apresentada em 01/07/2004 (fls. 67 a 70), a recorrente limitouse a afirmar que a razão da contabilização na forma efetuada foi em cumprimento aos contratos firmados com suas coligadas e anexou cópia dos mesmos. No Termo de Intimação Fiscal nº 03/2004, a recorrente foi novamente intimada a "Identificar, em relação a cada serviço prestado e registrado na conta "Outros pagamentos a ressarcir", as despesas diretamente ligadas e contabilizadas na mesma conta. O demonstrativo deverá indicar, para cada prestação de serviço, o desembolso ocorrido, de forma individualizada." Na resposta apresentada em 12/09/2004, as despesas diretamente ligadas e contabilizadas na conta totalizaram R$ 394.756,80, valor este que foi excluído pela fiscalização do total de receitas a serem tributadas. Fl. 480DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 481 12 Na impugnação apresentada a ora recorrente alega que se a fiscalização tivesse considerado os valores das despesas incorridas na contratação dos serviços de suas coligadas, não teria se materializado a alegada omissão de receitas. O acórdão recorrido mencionou que fiscalização excluiu parte das despesas contabilizadas na conta "Outros Pagamentos a Ressarcir" no total de R$ 394.756,80, entretanto, não constavam dos autos documentos comprobatórios de que as demais despesas teriam ocorrido, bem assim, que não teriam sido computadas na apuração do prejuízo fiscal do período. No recurso voluntário apresentado a recorrente alega que estas comprovações jamais foram requeridas e, caso a fiscalização tivesse levantado qualquer dúvida quanto aos documentos que suportam os valores repassados às empresas ligadas teria mencionado no auto de infração. Não assiste razão à recorrente. Conforme por ela própria mencionado no recurso voluntário, o objeto da lide é o lançamento das omissões de receitas motivo pelo qual não foi feito qualquer menção à glosa de despesas. A recorrente é que, objetivando a desconstituição dos autos de infração, alega, genericamente, a existência de despesas incorridas com a prestação de serviços pelas pessoas ligadas, sem no entanto, identificar valores, beneficiários ou apresentar qualquer documentação comprobatória dos repasses. A recorrente afirma que é possível presumirse que a autoridade fiscal teria verificado os documentos que suportam os valores repassados às empresas ligadas, caso contrário não mencionaria as contas contábeis que serviram de registro para os mesmos e que foram objeto da suposta omissão de receitas (1.8.8.65.99.0.013 — Outros Pagtos a Ressarcir, 4.9.9.85.00.7.200 — Valores a Pagar Ligadas DBLABM e 4.9.9.85.00.7.203 — Valores a Pagar Ligadas KB Ltda.). Novamente equivocase a recorrente. Conforme já demonstrado, no curso da ação fiscal a fiscalização efetuou intimações objetivando a identificação dessas despesas, tendo excluído o montante de R$ 394.754,80 contabilizado diretamente na conta "Outros Pagamentos a Ressarcir". Com relação aos demais valores, não há como se presumir que foram verificados com base, unicamente, no fato de terem sido mencionadas as contas em que foram registradas as omissões não informadas na Declaração de Informações EconômicoFiscais  DIPJ/2011. Diante de todo o exposto, voto por julgar procedente o lançamento de ofício relativo à omissão de receitas, caracterizada pela não inclusão nas bases de cálculo do IRPJ da totalidade dos valores recebidos pela prestação de serviços. DOS AJUSTES AOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA A recorrente não questionou o cálculo do ajuste apurado pela fiscalização no valor de R$ 153.124,34, porém, alegou equívoco por parte da fiscalização que, em momento algum demonstrou a implementação da condição primordial para fins de aplicação do arbitramento, nos moldes previstos pelo art. 240 do RIR/99 (art. 19 da Lei nº 9.430/96), ou seja, que no preço praticado nas operações com empresas vinculadas não teria sido observado o limite mínimo de 90% do preço praticado nas prestações de serviços no mercado brasileiro: Art.240. As receitas auferidas nas operações efetuadas com pessoa vinculada (art. 244) ficam sujeitas a arbitramento quando o preço médio de venda dos bens, serviços ou direitos, nas exportações efetuadas durante o respectivo período de apuração da base de cálculo do imposto, for inferior a noventa por cento do preço médio praticado na venda dos mesmos bens, serviços ou direitos, no mercado brasileiro, durante o mesmo período, em condições de pagamento semelhantes (Lei nº 9.430, de 1996, art. 19). Fl. 481DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 482 13 Consta do Termo de Início de Fiscalização, de 10/11/2003, que a contribuinte foi intimada a justificar o motivo pelo qual não haviam sido efetuados os ajustes dos preços de transferência decorrentes das operações de exportação efetuadas para pessoas vinculadas e/ou para pessoas físicas ou jurídicas residentes em países com tributação favorecida, bem assim, a apresentar demonstrativo para apuração da não necessidade de utilização do preço parâmetro para a comparação com os preços praticados, conforme art. 19, da Lei n° 9.430/96: "8. Planilhas de cálculo, por serviço, demonstando o porquê de não terem sido efetuados os ajustes de preços de transferência decorrentes das operações de exportação efetuadas para pessoas vinculadas e/ou para pessoas físicas ou jurídicas residentes em países com tributação favorecida, no ano em epígrafe; 9. Na apuração dos preços praticados nas operações de exportação, os demonstrativos deverão ser separados por serviço, de forma a permitir a identificação de cada item. Cada demonstrativo deverá compreender todas as operações realizadas no ano calendário em análise e conter n° da Nota Fiscal de ;venda, nome e pais do adquirente, nome e pais do importador, descrição detalhada do serviço prestado, valor unitário em reais e em dólares americanos, bem como o preço médio ponderado praticado; 10. Para a apuração da não necessidade de utilização do preço parâmetro para a comparação com os preços praticados, conforme art. 19, da Lei n° 9.430/96, os demonstrativos deverão ser separados por serviço, de forma a permitir a identificação de cada item. Cada demonstrativo deverá compreender todas as operações realizadas, tanto no Brasil, como no exterior, no anocalendário em análise e conter n° da Nota Fiscal de venda, nome do adquirente, descrição detalhada do serviço prestado, unidade de medida comercial, quantidade na unidade de medida comercial, valor unitário em reais, valor total do item, valor do desconto incondicional concedido, valor do ICMS, ISS e das contribuições COFINS e PIS, dos outros encargos cobrados pelo Poder Público e do frete e seguro suportados pelo contribuinte;" Em atendimento à intimação, a recorrente reconheceu a necessidade de apuração dos ajustes de preços de transferência. Tal fato pode ser comprovado pela planilha de fls. 42, em que a recorrente menciona, expressamente, estar dispensada de comprovação nos termos do art. 33 da Instrução Normativa nº 38/97, vigente à época dos fatos geradores. De acordo com referida planilha, o lucro decorrente das receitas de vendas nas exportações para empresas vinculadas foi superior a 5% do total dessas receitas, motivo pelo qual poderia comprovar a adequação dos preços praticados nessas exportações, exclusivamente, com os documentos relacionados com a própria operação: Art. 33. A pessoa jurídica que comprovar haver apurado lucro líquido, antes da contribuição social sobre o lucro líquido e do imposto de renda, decorrente das receitas de vendas nas exportações para empresas vinculadas, em valor equivalente a, no mínimo, cinco por cento do total dessas receitas, poderá comprovar a adequação dos preços praticados nessas exportações, no mesmo período, exclusivamente com os documentos relacionados com a própria operação. A Instrução Normativa nº 38/97 dispõe sobre os preços de transferências a serem praticados nas operações de compra e venda de bens, serviços e direitos, efetuadas pelas pessoas jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil, com pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, consideradas vinculadas e sujeitas ao arbitramento, nos termos do art. 19 Fl. 482DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 483 14 da Lei nº 9.430/96. O art. 33 da Instrução Normativa nº 38/97, invocado pela recorrente, encontrase na Subseção VI  Dispensa de Comprovação, ou seja, tratase de hipótese de dispensa aplicável às empresas cujo preço médio dos serviços prestados, nas exportações a pessoas vinculadas efetuadas durante o respectivo período de apuração da base de cálculo do imposto, for inferior a noventa por cento do preço médio praticado nos serviços prestados no mercado brasileiro, durante o mesmo período, em condições de pagamento semelhantes. Assim, verificase que no curso da ação fiscal a própria recorrente admitiu a necessidade de arbitramento das regras de preços de transferência, porém afirmou que poderia comprovar a adequação dos preços com os documentos relacionados com a própria operação pois o lucro decorrente das receitas de vendas nas exportações para empresas vinculadas foi superior a 5% do total dessas receitas, nos termos do art. 33 da Instrução Normativa nº 38/97. Inclusive, após a fiscalização afastar a hipótese de dispensa por ela indicada, por meio do Termo de Intimação e de Constatação Fiscal nº 01/2004, foi intimada a apresentar esclarecimentos ou contestação, bem assim, a indicar o método a ser utilizado para apuração da receita arbitrada e, na resposta apresentada, limitouse a informar que o método escolhido seria o CAP  Custo de Aquisição ou de Produção mais Tributo de Lucro. Somente na impugnação a recorrente argumentou que o arbitramento é aplicável apenas nos casos em que o preço médio nas operações com pessoas vinculadas for inferior a 90% daquele praticado no mercado brasileiro, e que a fiscalização não demonstrou que a Dresdner Kleinwort Wasserstein do Brasil Ltda teria deixado de observar tal limite. O acórdão recorrido afirmou que a alegação da recorrente de que estaria dispensada da apuração de preços de transferência não estava alicerçada em documentos hábeis, pois não foram apresentados nem durante a fiscalização nem com a impugnação, documentação comprobatória e considerou procedente o lançamento. No recurso voluntário a recorrente opôsse ao acórdão recorrido afirmando que se a autoridade fiscal alegou um erro na apuração do lucro real e na base da CSLL em razão da inobservância das regras de preços de transferência, o que seria um fato constitutivo do direito de efetuar um lançamento, obviamente, quem teria o ônus de provar tal fato e, consequentemente, o direito, seria a autoridade fiscal. Acrescenta que o ônus da recorrente de provar a inexistência do direito pressupõe a comprovação pela autoridade fiscal de seu direito, o que não ocorreu e, a prevalecer o entendimento do acórdão recorrido, estaríamos diante de uma situação típica de inversão do ônus da prova. No julgamento do recurso voluntário realizado em 19/06/2009, esta Turma converteu o julgamento em diligência para que a fiscalização verificasse o cumprimento do requisito do art. 240 do Regulamento do Imposto de Renda  RIR/99. Durante o procedimento fiscal de diligência, a recorrente foi intimada a comprovar, mediante documentação hábil e idônea, que o preço médio dos serviços prestados para o exterior a pessoas vinculadas, no ano de 2000, foi superior a noventa por cento do preço médio praticado na prestação dos mesmos serviços, no mercado brasileiro, a pessoas não vinculadas, durante o mesmo período, em condições de pagamento semelhante. Na resposta apresentada, informou que "em razão de a documentação tratar de fatos ocorridos no ano de 2000 e de já haver decorrido mais de 10 anos desde então, superando também os prazos decadencial e prescricional de cinco anos, a empresa não possui a documentação comprobatória solicitada na intimação em seus arquivos.". Não há que se falar em inversão do ônus da prova, pois como bem ressaltado no acórdão recorrido, as perguntas 003 e 068 das orientações do Perguntas e Respostas relativo à legislação do imposto de renda, esclarecem que cabe à recorrente a comprovação de que os preços de transferência por ela praticados são adequados às regras da legislação tributária brasileira: Fl. 483DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 484 15 "003 Quem está obrigado pela legislação brasileira à observância das regras de preços de transferência? Estão obrigados pela legislação brasileira à observância das regras de preços de transferência: a) as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que praticarem operações com pessoas físicas ou jurídicas, residentes ou domiciliadas no exterior, consideradas vinculadas, mesmo que por intermédio de interposta pessoa. b) as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que realizem operações com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20% (vinte por cento), ou cuja legislação interna oponha sigilo relativo à composição societária de pessoas jurídicas ou à sua titularidade. [...] 068 A quem compete o ônus da prova de que os preços de transferência praticados pelo contribuinte são inadequados em função das regras da legislação brasileira? Cabe ao contribuinte a comprovação de que os preços de transferência por ele praticados são adequados às regras da legislação brasileira. Por outro lado, quando os documentos apresentados pelo contribuinte forem julgados insuficientes ou imprestáveis para formar a convicção quanto ao preço da operação, o AuditorFiscal poderá determinálo com base em outros documentos de que dispuser, aplicando um dos métodos discriminados pela legislação vigente. Conforme já demonstrado, no Termo de Início de Fiscalização, ao ser intimada a efetuar referida comprovação, a recorrente invocou o art. 33 da Instrução Normativa nº 38/97, que a dispensa da utilização dos métodos previstos no art. 19. § 3º da Lei nº 9.430/96 para apuração dos preços de transferência, deixando assim de comprovar que estaria desobrigada da apuração porque os preços por ela apurados seriam superiores a 90% do preço médio praticado na venda dos mesmos serviços no mercado brasileiro. No impugnação, assim como no recurso voluntário, apesar de alegar que o arbitramento das receitas de exportação apenas seria cabível quando o preço médio nas operações com pessoas vinculadas fosse inferior a 90%, a recorrente novamente deixou de apresentar documentação comprobatória de que estaria dispensada da apuração dos preços de transferência. Com objetivo de obter referida comprovação, foi determinada realização de diligência, entretanto, na resposta apresentada a recorrente reconhece expressamente a impossibilidade de efetuar referida comprovação. Deve ser ressaltado, novamente, que o ônus da prova incumbe ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo, ou extintivo do direito do autor , consoante o art. 333, inciso I, do Código de Processo Civil, vigente à época dos fatos. No mesmo sentido, os arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/72, estabelecem a necessidade de juntada à impugnação dos documentos em que ela se fundamenta. Dessa forma, não há como acolher as alegações da recorrente de que estaria Fl. 484DF CARF MF Processo nº 18471.001525/200413 Acórdão n.º 1301002.218 S1C3T1 Fl. 485 16 desobrigada da apuração dos preços de transferência quando tal afirmação está desacompanhada de qualquer documentação comprobatória. Com relação à resposta apresentada ao Termo de Diligência Fiscal, em que a recorrente afirma não mais possuir a documentação comprobatória objeto da intimação, em virtude dos fatos geradores terem superado os prazos prescricional e decadencial, deve ser observado o disposto no art. 264 do Regulamento do Imposto de Renda  RIR/99: Art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial. Assim, enquanto não for encerrado o processo administrativo fiscal, a recorrente tem o dever de guardar a documentação comprobatória que possa vir a modificar o crédito tributário já constituído. Diante de todo o exposto, não merece ser acolhida a alegação da recorrente de que, face ao disposto no art. 19 da Lei nº 9.430/96, estava desobrigada da apuração dos preços de transferência no anocalendário de 2000, posto que tal afirmação está desacompanhada de documentos comprobatórios. DA CSLL Quanto à exigência de CSLL, adoto a solução dada ao litígio principal, IRPJ, em razão do lançamento estar apoiado nos mesmos elementos de prova. CONCLUSÃO Em face de todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Milene de Araújo Macedo  Relatora Fl. 485DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.725049/2011-05    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Wed Feb 15 00:00:00 UTC 2017    
Data da publicação: Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017    
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009, 2010
Ementa:
DECADÊNCIA. OMISSÃO DA ANÁLISE DA DECADÊNCIA. Embargos conhecidos e não providos, mantendo-se a decisão embargada.
    
Numero da decisão: 1301-002.211    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento aos embargos.
(documento assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo e Amélia Wakako Morishita Yamamoto.
    
Nome do relator: MARCOS PAULO LEME BRISOLA CASEIRO    
    
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento aos embargos. (documento assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha - Presidente (documento assinado digitalmente) Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo e Amélia Wakako Morishita Yamamoto.
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OMISSÃO DA ANÁLISE DA DECADÊNCIA. Embargos conhecidos e não providos, mantendose a decisão embargada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento aos embargos. (documento assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha  Presidente (documento assinado digitalmente) Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro  Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo e Amélia Wakako Morishita Yamamoto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 50 49 /2 01 1- 05 Fl. 929DF CARF MF Processo nº 10980.725049/201105 Acórdão n.º 1301002.211 S1C3T1 Fl. 930 2 Cuida o presente processo de auto de infrações de IRPJ e CSLL referentes a glosa de amortizações de ágio, tendo sido também glosados os prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas da CSLL contabilizados no anocaledário de 2005. Em sede de recurso de voluntário, o contribuinte alegou que a glosa não poderia ter ocorrido em relação ao anocalendário de 2005 em função da decadência, nos termos do art. 150, parágrafo 4°, do CTN. Alega que a decadência ainda se operaria no caso de aplicação da contagem de prazo qüinqüenal nos termos do art. 173, I, do CTN, pois o Fisco tinha cinco anos para efetuar o lançamento contados a partir de 01/01/2006. Aduz o Embargante que o Acórdão proferido por este Colegiado foi omisso por ter se manifestado de forma genérica quanto à decadência, não havendo manifestação quanto ao argumento trazido pelo contribuinte de que teria decaído o direito do fisco de alterar a base de cálculo negativa e o prejuízo fiscal. Ainda, a pretexto do item 2.1.2 (fl. 785), a Recorrente alega que o Acórdão não endereçou a decadência em relação a existência de simulação, salientando que a partir do ano de 2010 o Fisco não mais poderia questionar suas operações praticadas, tendo em vista o transcurso do prazo decadencial de cinco anos entre o fato gerador e a lavratura dos autos de infração. Por sua vez, no Acórdão n° 1301001.350, este Colegiado se manifestou no que tange à decadência da seguinte forma: Esse tema já foi por mim apreciado em julgamentos anteriores, a exemplo do Acórdão nº 1301000.999, que também analisava amortização de ágio, e no qual expressei o seguinte entendimento: “Na análise da decadência envolvendo fatos pretéritos com repercussão futura, a primeira distinção a ser feita é quanto ao fato que está repercutindo, a fim de avaliar se o lançamento que está sendo efetuado (por repercussão do fato pretérito) implica alteração de resultado fiscal alcançado pela decadência. Sendo mais claro, não pode a fiscalização glosar compensação de prejuízo fiscal (ou base de cálculo de CSLL negativa) de período anterior, já alcançado pela decadência, porque isso implicaria em revisão de lançamento daquele período pretérito 1. No presente caso, o fato pretérito que está repercutindo no lançamento não é resultado fiscal de período anterior, mas reorganização societária que a fiscalização imputou artificiosa e simulada, para produzir uma despesa dedutível. E o que está sendo objeto de lançamento não são os atos societários, eis que a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por seus agentes, não valida ou invalida atos societários, mas analisa sua repercussão frente à legislação tributária e exige os tributos porventura deles decorrentes. (...) Assim, a decadência não tem por referência a data do fato registrado na contabilidade, mas sim, a data de ocorrência dos fatos geradores em que esse fato produziu o efeito de reduzir o tributo devido. Como a autoridade limitouse a lançar os tributos relativos aos períodos não alcançados pela decadência, rejeito a preliminar suscitada”. Fl. 930DF CARF MF Processo nº 10980.725049/201105 Acórdão n.º 1301002.211 S1C3T1 Fl. 931 3 De se ressaltar que a administração tributária não interfere nos registros contábeis dos contribuintes, interessandolhe, apenas, os efeitos dos fatos (qualquer que seja a forma do seu registro) na apuração do crédito tributário. Enquanto o fato registrado não repercutir na apuração do crédito, nada pode fazer o representante do fisco. Isto posto, rejeito a alegação de “preclusão”. Adiante o acórdão menciona que conforme jurisprudência pacífica, em caso de fraude ou simulação, o termo inicial para a decadência regese pelo art. 173, I, do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), o que coloca fora do alcance do instituto previsto no inciso V do art. 156 do CTN todos os fatos geradores objeto deste processo. Desse modo, o v. acórdão conclui que o fato gerador mais antigo ocorreu em 2005, o lançamento poderia ter sido efetuado em 2006, e o prazo fatal seria 31/12/2011, e tendo os autos de infração sidos cientificados ao contribuinte em 03/10/2011, não haveria a decadência para o fisco constituir o crédito tributário. Contra o v. acórdão, a contribuinte interpôs Embargos de Declaração para que seja reconhecida a omissão da decadência do direito do Fisco de glosar os prejuízos fiscais e a base de cálculo negativa da CSLL apurados no anocalendário de 2005, bem como da comprovação de existência, ou não, de simulação em relação ao ágio. É o relatório. Voto Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Relator Primeiramente, impende destacar que os embargos de declaração são cabíveis quando for constatada obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou caso seja omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma, nos termos do artigo 65, do Anexo II, do Regimento Interno. 1. TESMPESTIVIDADE. Os embargos de declaração são tempestivos, portanto, deles conheço. 2. DECADÊNCIA. DA OMISSÃO DA ANÁLISE DA DECADÊNCIA QUANTO A GLOSA DE SALDOS DE PREJUÍZOS FISCAIS E BASES NEGATIVAS DE CSLL A Embargante alega que os autos versam sobre duas acusações distintas, a saber: (i) decadência do direito do Fisco para efetuar glosa de despesas com a amortização do Fl. 931DF CARF MF Processo nº 10980.725049/201105 Acórdão n.º 1301002.211 S1C3T1 Fl. 932 4 ágio; e (ii) decadência de alterar prejuízo fiscal e base de cálculo negativa. A omissão da decisão reside na segunda acusação. Sustenta a Embargante que o lançamento em relação a glosa de saldos de prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL referentes ao anocalendário de 2005 estaria decaído, visto que o termo final seria em 31/12/2010, conforme aplicação do art. 150 § 4º do CTN. Reforçando sua argumentação, a Embargante aduz que a fiscalização aplicou a multa de 75% (fl. 620) para a compensação indevida de prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL, o que corrobora a aplicação do art. 150, § 4°, do CTN, para fins de contagem do prazo decadencial. Isto é, uma vez que não foi aplicada a multa qualificada não há que se falar na aplicação de outro artigo se não a do artigo em comento, pois esta parte da autuação não foi qualificada como simulação no Auto de Infração. Dessa maneira, conclui que o seu entendimento vai de encontro ao do v. acórdão, pois este optou por aplicar o art. 173, I, do CTN para ambas as acusações indicadas acima, não fazendo qualquer distinção das acusações para fins de prazo decadencial, o que resultou em um prazo final diverso da Embargante. Isto é, o prazo final pela contagem do v. acórdão foi em 31/12/2011, ainda dentro do prazo quinquenal, levando a conclusão de que o direito do fisco ainda não estaria decaído. No entanto, conforme inferese do auto de infração (fl. 597), a Embargante sofreu uma infração qualificada em 2005 relativa a prejuízo compensado, o que acarretou na redução de seu saldo de prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL, a que lhe fazia jus. Em 2006 foi realizada a glosa de prejuízos compensados indevidamente (fl. 608), por falta de saldo de prejuízos a compensar, justamente por conta da referida redução. Dessa maneira, verificase que a infração de prejuízo fiscal ocorreu em 2006 e não em 2005 como a Recorrente faz crer. Nesse ponto, entendo não haver omissão a ser sanada, tendo em vista que a glosa teve início no anocalendário de 2006. DA OMISSÃO DA ANÁLISE DA DECADÊNCIA PARA PROVAR A EXISTÊNCIA DE SIMULAÇÃO. No tocante a decadência para provar a existência de simulação, a embargante alega que o item “2.1.2” de seu Recurso Voluntário não foi apreciado pela decisão. No entanto, este argumento não prospera. Entendo que o v. acórdão se manifestou sobre a questão da simulação e dolo para fins de contagem decadencial, conforme trechos a seguir a decisão: “Contudo, a questão não deve ser enfrentada sob o prisma da estrita legalidade, mas sim, sob o ângulo da acusação fiscal, que foi de simulação: as reorganizações societárias teriam sido artificialmente conformadas apenas para possibilitar o aparecimento de uma despesa dedutível. Assim, não vem ao caso enfrentar cada um dos argumentos da Recorrente para demonstrar que sua atuação está conforme a lei (irrelevância de pagamento em dinheiro, inexistência de distinção, na lei, entre ágio gerado ente partes Fl. 932DF CARF MF Processo nº 10980.725049/201105 Acórdão n.º 1301002.211 S1C3T1 Fl. 933 5 independentes e ágio gerado entre partes ligadas, etc.). O que importa, no caso, é averiguar se a contribuinte utilizou artificiosamente institutos de reorganização societária com o fim único de se colocar dentro do alcance de um regime tributário mais benéfico criado pela legislação para atingir outras situações. (...) Algumas particularidades fáticas do caso concreto são relevantes para a formação da convicção quanto ao artificialismo do ágio. As reorganizações societárias praticadas para justificar as despesas contabilizadas (e glosadas) transcorreram entre os dias 23 e 29 de dezembro de 2004, e envolvem a empresa BRMDF Holding e duas empresas das quais, praticamente, era a única quotista, a Recorrente MDF Molduras e a IRZ 500 Holding. De fato, em 23 de dezembro de 2004 BRMDF Holding Ltda. era detentora de 99,97% do capital da Recorrente e de 99,99% do capital de IRZ 500 Holding. Nessa mesma data a BRMDF Holdings Ltda. integralizou aumento do capital da IRZ500 mediante a transferência das quotas do capital social da MDF Molduras Ltda., reavaliadas com base na expectativa de resultados futuros. Em função disso, IRZ 500 Holding registrou o ágio na aquisição de investimento em MDF. Seis dias após (em 29 de dezembro) a IRZ é extinta por incorporação pela MDF, e o ágio nela registrado é transferido para MDF como ativo diferido (amortizável como despesa). (...) A simulação é, pois, um vício da vontade, a vontade em desconformidade com o ato praticado. O elemento central na definição jurídica de simulação é “aparentar a realidade de uma intenção que não é a verdadeira, e que se disfarça por esse fingimento.” (De Plácido e Silva). A acusação de simulação envolve intenção de enganar. No caso concreto, enganar o fisco quanto à sinceridade na aquisição do investimento (quotas da MDF) por valor 100 vezes superior ao seu valor patrimonial, fundamentado na expectativa de resultados futuros. No caso concreto, o ágio não é verdadeiro, porque foi forjado pela BRMDF Holding mediante a “criação” e subsequente extinção da IRZ 500 Holding, sem qualquer justificativa negocial, impondose, portanto, a exigência fiscal.” Conforme excertos acima, resta evidenciado que não há qualquer omissão do v. acórdão em relação a questão suscitada pela Embargante. Deste modo, entendo que não há omissão a ser sanada neste ponto. CONCLUSÃO Ante todo o exposto, conheço dos embargos e, no mérito, negolhes provimento, mantendose a decisão proferida por este colegiado no Acórdão nº 1301001.350. É como voto. (documento assinado digitalmente) Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro Relator Fl. 933DF CARF MF Processo nº 10980.725049/201105 Acórdão n.º 1301002.211 S1C3T1 Fl. 934 6 Fl. 934DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.923690/2012-12    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Wed Nov 13 00:00:00 UTC 2019    
Data da publicação: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2020    
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA (IRPJ)
Ano-calendário: 2007
DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO. NÃO COMPROVAÇÃO.
A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos cabais de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação.
    
Numero da decisão: 1301-004.214    
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para suprimir o vício apontado, e ratificar o decidido no acórdão embargado.
(documento assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto  Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Rogerio Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
    
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO    
    
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA (IRPJ) Ano-calendário: 2007 DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO. NÃO COMPROVAÇÃO. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos cabais de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para suprimir o vício apontado, e ratificar o decidido no acórdão embargado. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto  Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Rogerio Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
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PAGAMENTO INDEVIDO. NÃO COMPROVAÇÃO. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos cabais de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para suprimir o vício apontado, e ratificar o decidido no acórdão embargado. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Rogerio Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Relatório O presente julgamento submete-se à sistemática dos recursos repetitivos, prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, Anexo II, do Regulamento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2019, e, dessa forma, adoto neste relatório excertos do relatado no Acórdão nº 1301-004.210, de 13 de novembro de 2019, que lhe serve de paradigma. Trata o presente processo de Despacho Decisório (DD) emanado pela Autoridade Administrativa que analisou a DCOMP em debate e não homologou a compensação declarada, pois a partir das características do DARF discriminado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados na DCOMP. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 92 36 90 /2 01 2- 12 Fl. 104DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 1301-004.214 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.923690/2012-12 A empresa apresentou Manifestação de Inconformidade. A decisão da autoridade de primeira instância julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte. Cientificado da decisão de primeira instancia, o contribuinte apresentou recurso voluntário, repisando os argumentos levantados em sede de manifestação de inconformidade, acrescentando razões para reforma na decisão recorrida. Em sessão de julgamento de 22 de novembro de 2018, este colegiado julgou por negar provimento ao recurso voluntário da contribuinte. A contribuinte apresentou embargos de declaração alegando omissão e contradição por parte da decisão embargada. É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator. Das razões recursais Como já destacado, o presente julgamento segue a sistemática dos recursos repetitivos, nos termos do art. 47, §§ 1º e 2º, Anexo II, do RICARF, desta forma reproduzo o voto consignado no Acórdão nº 1301-004.210, de 13 de novembro de 2019, paradigma desta decisão. Embargos de declaração Conforme despacho de admissibilidade, os embargos de declaração opostos foram tempestivos e admitidos no que refere à mencionada omissão. De fato, a referida DCTF retificadora foi apresentada antes da intimação do despacho decisório. Vale lembrar que o Despacho Decisório não homologou a compensação alegando que foram localizados um ou mais pagamentos, alegadamente já utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados na DCOMP. O que se entende é que houve, por parte das autoridades fiscais, uma espécie de compensação de ofício do crédito disponível com débito que ainda estava “em aberto” confessado pela contribuinte em DCTF. Conforme estabelece o artigo 156, inciso II do CTN, o crédito tributário pode ser extinto através da compensação. De acordo com o artigo 170 do CTN "A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos Fl. 105DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 1301-004.214 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.923690/2012-12 tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública". Em relação à compensação de ofício, o artigo 7.º, § 3.º, do Decreto n.º 2.287/86 já concedia o direito à Receita Federal a verificar se o contribuinte é devedor à Fazenda Nacional antes de proceder à restituição ou ressarcimento de tributos. A possibilidade de realizar a compensação de ofício abrange, portanto, os pedidos de restituição ou ressarcimento, não abarcando os pedidos de compensação realizados pelos contribuintes. Tendo em vista que o presente processo trata de pedido de compensação, sem maiores delongas, entendo que não caminhou bem o despacho decisório e decisão de primeira instancia quando não homologaram o pedido de compensação do contribuinte, sobretudo quando o débito cuja compensação de ofício foi atribuída encontra-se com a exigibilidade suspensa por conta do parcelamento mencionado pela Recorrente. Conclusão Desta forma, voto por ACOLHER dos Embargos de Declaração, sem efeitos infringentes, para, sanando o vício apontado, mantendo a não homologação do direito creditório por falta da comprovação da liquidez e certeza do mesmo. Conclusão Importa registrar que nos autos em exame a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada na decisão paradigma, de tal sorte que, as razões de decidir nela consignadas, são aqui adotadas. Dessa forma, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, reproduzo o decidido no acórdão paradigma, no sentido de em acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para suprimir o vício apontado, e ratificar o decidido no acórdão embargado. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 106DF CARF MF Documento nato-digital
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Numero do processo: 10855.901028/2008-24    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Thu Dec 12 00:00:00 UTC 2019    
Data da publicação: Wed Feb 12 00:00:00 UTC 2020    
Numero da decisão: 1301-004.295    
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. O julgamento deste processo seguiu a sistemática dos recursos repetitivos, aplicando-se o decidido no julgamento do processo 10855.900977/2008-97, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente  Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Sergio Abelson (suplente convocado), Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
    
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO    
    
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 19/07/2003 TRIBUTO RECOLHIDO APÓS O VENCIMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA INDEVIDA. O instituto da denúncia espontânea, previsto no artigo 138 do Código Tributário Nacional, exclui a responsabilidade pela infração e impede a exigência de multa de mora, quando o tributo devido for pago, com os respectivos juros de mora, antes do início do procedimento fiscal e em momento anterior à entrega de DCTF, de GIA, de GFIP, entre outros. Ademais, por força do artigo 62A do RICARF, aplica-se ao caso a decisão proferida pelo Egrégio STJ, sob o rito do recurso repetitivo, nos autos do REsp n° 1.149.022/SP. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. O julgamento deste processo seguiu a sistemática dos recursos repetitivos, aplicando-se o decidido no julgamento do processo 10855.900977/2008-97, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Sergio Abelson (suplente convocado), Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 10 28 /2 00 8- 24 Fl. 114DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 1301-004.295 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10855.901028/2008-24 Relatório O presente julgamento submete-se à sistemática dos recursos repetitivos, prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, Anexo II, do Regulamento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2019, e, dessa forma, adoto neste relatório a integra do relatado no Acórdão nº 1301-004.294, de 12 de dezembro de 2019, que lhe serve de paradigma. Trata-se de Recurso Voluntário interposto em face do Acórdão da DRJ, que, por unanimidade, julgou improcedente a manifestação. O valor do indébito com o qual o contribuinte declarou a compensação, objeto deste processo, seria originário de pagamento indevido ou a maior de imposto de renda retido na fonte. O Despacho Decisório da Delegacia de Origem não reconheceu qualquer direito creditório a favor do contribuinte e, por conseguinte, não homologou a compensação declarada nos autos, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação do débito informado. O contribuinte, por sua vez, em sede de manifestação de inconformidade, alega que o indébito é decorrente de erro no pagamento da multa de mora, à vista do instituto da denúncia espontânea, previsto no art. 138 do Código Tributário Nacional. Ao analisar suas razões, a DRJ competente entendeu por rejeitá-las, julgando improcedente a manifestação de inconformidade, sob o argumento, em apertada síntese, de que o instituto da denúncia espontânea seria inaplicável para o caso de multa de mora, por esta não possuir conteúdo próprio de sanção. Ciente do acórdão recorrido, e com ele inconformado, a recorrente apresentou recurso voluntário, tempestivamente, pugnando por seu provimento, onde apresenta os argumentos a serão a seguir analisados. É o relatório. Fl. 115DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 1301-004.295 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10855.901028/2008-24 Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator. Das razões recursais Como já destacado, o presente julgamento segue a sistemática dos recursos repetitivos, nos termos do art. 47, §§ 1º e 2º, Anexo II, do RICARF, desta forma reproduzo o voto consignado no Acórdão nº 1301-004.294, de 12 de dezembro de 2019, paradigma desta decisão. O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos regimentais de admissibilidade, portanto, dele conheço. Da Análise do Recurso Voluntário Trata-se de pleito compensatório, a título de pagamento indevido ou a maior de IRRF, onde se alega que o indébito é decorrente de erro no pagamento da multa de mora, à vista do instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138 do Código Tributário Nacional (CTN). O contribuinte, em síntese, argumenta o benefício da denúncia espontânea, nos termos do art. 138 do CTN. Por outro lado, a decisão recorrida rejeitou o argumento, sob o entendimento de inaplicabilidade de tal instituto à multa moratória, ainda que ocorra a hipótese descrita no art. 138. Pois bem. O instituto da denúncia espontânea encontra previsão no artigo 138 do CTN, a seguir transcrito: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Sob minha ótica, a denúncia espontânea exclui a responsabilidade pela infração e impede a exigência de multa de mora, quando o tributo devido for pago, com os respectivos juros de mora, antes do início do procedimento fiscal. O professor Eduardo Marcial Ferreira Jardim 1 dá a seguinte definição para “denúncia espontânea”: 1 Dicionário Jurídico Tributário, São Paulo: Saraiva, 1995, p. 31. Fl. 116DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 1301-004.295 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10855.901028/2008-24 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Representa fórmula excludente da responsabilidade por infrações, prevista no art. 138 do CTN, cujo comando deve ser conjugado com as disposições relativas ao processo administrativo tributário que verse sobre o tributo, objeto da denúncia. Segundo o Código, na hipótese de haver infração à legislação tributária, o contribuinte pode proceder à denúncia espontânea da infração, a qual deve ser necessariamente acompanhada do pagamento do tributo devidamente corrigido e dos juros moratórios, ficando a salvo de quaisquer penalidades, até mesmo a multa de mora, desde que essa providência seja tomada antes da instalação de qualquer procedimento fiscal relacionado com a infração. Por considerar que o Código correlaciona o instituto sob exame com a exclusão de multas, é óbvio que a multa de mora jaz nesse rol de supressões. (...). O saudoso mestre Geraldo Ataliba deixou as seguintes lições sobre o tema “denúncia espontânea”: Desde que o contribuinte tenha a iniciativa de cumprir seus deveres tributários, goza de exclusão da responsabilidade por infrações, e, em conseqüência, não arca com as respectivas sanções. (...) Segundo o CTN, havendo espontaneidade, não há penalidade alguma. Só juros moratórios e correção monetária, que não são penalidades. Nada mais. (“Espontaneidade no Procedimento Tributário”, in Revista do Direito Mercantil, ed. Revistas dos Tribunais, pág. 34) A multa de mora é uma sanção administrativa imposta aos contribuintes para coagi-los ao cumprimento de suas obrigações fiscais perante o Estado, tendo como finalidade única a punição. O debate acerca do caráter punitivo ou indenizatório da multa moratória foi dirimido pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal – STF a partir do julgamento do RE n° 79.625, cujo relator foi o Ministro Cordeiro Guerra, no qual ficou sedimentado que desde a edição do CTN não se justifica a distinção entre multas fiscais punitivas e multas moratórias, uma vez que ambas são sempre punitivas. Há longa data o Egrégio STF entende que deve ser afastada a multa moratória em casos como este, conforme se verifica na ementa do seguinte julgado: ISS. INFRAÇÃO. MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA. EXONERAÇÃO. O contribuinte do ISS, que denuncia espontaneamente ao fisco o seu débito em atraso, recolhendo o montante devido, com juros de mora e correção monetária, está exonerado da multa moratória, nos termos do art. 138 do CNT. Recurso Extraordinário não conhecido.” (STF, 1ª Turma, RE nº 106.0689 SP, Rel. Ministro Rafael Mayer, DJ de 23/08/85) Fl. 117DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 1301-004.295 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10855.901028/2008-24 No voto condutor do acórdão, o eminente Relator assim fundamentou a decisão: Entende o venerando acórdão, em confirmação da douta sentença, incidir, na espécie, o art. 138 do Código Tributário Nacional, para exonerar daquela imposição, uma vez que estão satisfeitos os pressupostos para a exclusão dessa responsabilidade. Esse entendimento é correto, contando com o endosso da boa doutrina. Decerto a multa moratória, imponível pela infração consistente no descumprimento da obrigação tributária no tempo devido, é sanção típica do direito tributário, compartilhando tanto do caráter repressivo, quanto do caráter compensatório (Hector Villegas, Elementos de Direito Tributário, p. 281). Ora a exoneração da responsabilidade pela infração e da conseqüente sanção, assegurada, amplamente, pelo art. 138 do CTN, é necessariamente compreensiva da multa moratória, em atenção e prêmio ao comportamento do contribuinte, que toma a iniciativa de denunciar ao Fisco a sua situação irregular, para corrigi-la e purgá-la, com o pagamento do tributo devido, juros de mora e correção monetária. O alcance da norma, na verdade, representa uma especificidade do princípio geral da purgação da mora, que tem valor de reparação e cumprimento. É o sentido consentâneo do dispositivo questionado, ao qual deu aplicação devida”. O caráter punitivo da multa moratória está estampado, inclusive, no Enunciado de Súmula n° 565 do Egrégio STF, segundo o qual “A MULTA FISCAL MORATÓRIA CONSTITUI PENA ADMINISTRATIVA, NÃO SE INCLUINDO NO CRÉDITO HABILITADO EM FALÊNCIA.” Após diversas alterações de posicionamento, a jurisprudência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça STJ firmou entendimento no sentido de que o pagamento do tributo devido, acrescido de juros de mora, antes do início de procedimento fiscal e em momento anterior à entrega de DCTF, de GIA, de GFIP, entre outros, caracteriza a denúncia espontânea e afasta a exigência de multa de mora. Ilustram este entendimento as ementas dos seguintes acórdãos: TRIBUTÁRIO – DENÚNCIA ESPONTÂNEA – TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO – PAGAMENTO DO PRINCIPAL, JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA ANTES DA ENTREGA DA DECLARAÇÃO PELO CONTRIBUINTE – CONFIGURAÇÃO DE DENÚNCIA ESPONTÂNEA – EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS, COM EFEITOS INFRINGENTES. 1. A Primeira Seção desta Corte pacificou o entendimento no sentido de que não configura denúncia espontânea a hipótese de declaração e recolhimento do débito, em atraso, pelo contribuinte, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do fisco, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação. Contudo, no presente caso, o recolhimento em atraso, acrescido de juros de mora e de correção monetária, se deu antes da entrega da DCTF, situação diversa da prevista na Súmula 360/STJ. 2. Conforme consignado no acórdão recorrido, "no caso dos autos, a impetrante apresentou, em 14.05.99 (fl. 32) DCTF relativa ao 1º Fl. 118DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 6 do Acórdão n.º 1301-004.295 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10855.901028/2008-24 trimestre de 1999, tendo pago, parcialmente, o tributo devido na data de seu vencimento (DARFS de fls.30/31) e parte em 30.04.99, esta última adicionada dos juros de mora correspondentes. Todos os pagamentos foram realizados com considerável antecedência a qualquer ação fiscal, vez que o Termo de Intimação de nº 9.742 foi lavrado somente em 23.03.2004" (fl.190). 3. Se é a declaração do contribuinte que elide a necessidade da constituição formal do crédito, a inexistência desta declaração, bem como de qualquer procedimento fiscal, não permite que o débito seja imediatamente inscrito em dívida ativa, razão pela qual, o pagamento em atraso, com os acréscimos legais e anterior ao procedimento de entrega da declaração do contribuinte, configura a denúncia espontânea. 4. Em outras palavras, se somente após o pagamento, com os devidos acréscimos legais, é que houve a transmissão da declaração pelo contribuinte, é conseqüência lógica que, diante da ausência de intervenção do fisco, inexiste, no caso, documento formal apto a inscrever o débito em dívida ativa. 5. Para configuração de pagamento parcelado exige-se, ainda que indiretamente, a intervenção da administração. Na espécie, pelo contrário, observa-se que não houve pagamento parcelado do débito, mas complementação eficaz de pagamento realizado a menor. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para dar provimento ao agravo regimental e, via de consequência, negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. (STJ, Segunda Turma, EDcl nos EDcl no AgRg no AgRg no REsp 943814/PR, Relator Ministro Humberto Martins, DJE de 02/06/2009) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. TRIBUTO SUJEITO À LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA PELA 1ª SEÇÃO, NO RESP 886462/RS, DJ DE 28/10/2008, JULGADO SOB O REGIME DO ART. 543-C DO CPC. ESPECIAL EFICÁCIA VINCULATIVA DESSE PRECEDENTE (CPC, ART. 543-C, § 7º), QUE IMPÕE SUA ADOÇÃO EM CASOS ANÁLOGOS. PAGAMENTO INTEGRAL ANTERIOR A QUALQUER AÇÃO FISCAL. CONFIGURAÇÃO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. 1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 886462/RS, Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 28/10/2008, sob o regime do art. 543-C do CPC, reafirmou o entendimento, que já adotara em outros precedentes sobre o mesmo tema, segundo o qual (a) a apresentação de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco, e (b) se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido, nos termos da Súmula 360/STJ. 2. Entretanto, conforme também registrado naquele precedente, não tendo havido prévia declaração pelo contribuinte, configura denúncia Fl. 119DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 7 do Acórdão n.º 1301-004.295 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10855.901028/2008-24 espontânea, mesmo em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, a confissão da dívida acompanhada de seu pagamento integral, anteriormente a qualquer ação fiscalizatória ou processo administrativo. 3. É vedado o reexame de matéria fático-probatória em sede de recurso especial, a teor do que prescreve a Súmula 07 desta Corte. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. (STJ, Primeira Turma, REsp 932.109/SC, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, DJE de 17/12/2008) Cumpre destacar, ainda, que o Egrégio STJ se pronunciou definitivamente a respeito do tema, afastando a multa de mora em face da denúncia espontânea, nos autos do REsp nº 1.149.022/SP, processado como Recurso Repetitivo e, portanto, de observância obrigatória por este Colegiado nos termos do artigo 62-A do RICARF. Eis a ementa do julgado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE DÉBITO TRIBUTÁRIO ACOMPANHADO DO PAGAMENTO INTEGRAL. POSTERIOR RETIFICAÇÃO DA DIFERENÇA A MAIOR COM A RESPECTIVA QUITAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retifica-a (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543-C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornando-se exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" (Resp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e Fl. 120DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 8 do Acórdão n.º 1301-004.295 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10855.901028/2008-24 quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): "No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, ano-base 1995 e prontamente recolheu esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." 6. Conseqüentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine. 7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008” (STJ, Primeira Seção, REsp n° 1.149.022/SP, Relator Ministro Luiz Fux, DJE de 24/06/2010) Por fim, não se pode deixar de destacar o teor do Ato Declaratório n° 04/2011 (DOU de 21/12/2011, p. 36), da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, através do qual se autorizou a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, “com relação às ações e decisões judiciais que fixem o entendimento no sentido da exclusão da multa moratória quando da configuração da denúncia espontânea, ao entendimento de que inexiste diferença entre multa moratória e multa punitiva, nos moldes do art. 138 do Código Tributário Nacional.”. Salvo melhor juízo, é exatamente este o caso em apreço. Conclusão Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para assegurar-lhe o direito de excluir a multa moratória na hipótese dos autos, aplicando o instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138, do CTN e, por conseguinte, reconhecer o crédito pleiteado, homologando as compensações até o limite do crédito reconhecido. Conclusão Importa registrar que nos autos em exame a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada na decisão paradigma, de tal sorte que, as razões de decidir nela consignadas, são aqui adotadas. Fl. 121DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 9 do Acórdão n.º 1301-004.295 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10855.901028/2008-24 Dessa forma, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, reproduzo o decidido no acórdão paradigma, no sentido de dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 122DF CARF MF Documento nato-digital
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Numero do processo: 10875.908007/2009-82    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Tue Dec 10 00:00:00 UTC 2019    
Data da publicação: Thu Jan 16 00:00:00 UTC 2020    
Numero da decisão: 1301-000.763    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora.
(documento assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Giovana Pereira de Paiva Leite - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Sérgio Abelson (Suplente convocado), Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
    
Nome do relator: GIOVANA PEREIRA DE PAIVA LEITE    
    
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente (documento assinado digitalmente) Giovana Pereira de Paiva Leite - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Sérgio Abelson (Suplente convocado), Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Relatório Trata o presente processo de manifestação de inconformidade em face de Despacho Decisório que indeferiu Pedido de Compensação Eletrônico – DCOMP, de pagamento indevido ou a maior. Aos presentes autos foram juntados por apensação os processos n. 10875.908010/2009-04, n. 10875.908009/2009-71, n. 10875.908008/2009-27, n. 10875.908011/2009-41que tratam de manifestações de inconformidade de teor semelhante, razão pela qual foram analisadas de forma conjunta neste processo denominado de principal. O pedido de compensação foi indeferido tendo em vista que os DARF indicados encontravam-se integralmente utilizados para a quitação de débitos do contribuinte. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 75 .9 08 00 7/ 20 09 -8 2 Fl. 96DF CARF MF Fl. 2 da Resolução n.º 1301-000.763 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10875.908007/2009-82 O contribuinte apresenta manifestação de inconformidade na qual declara que realizou recolhimentos a maior do IRPJ/CSLL, conforme comprovam os DARF, DIPJ e DCTF, portanto à luz dos arts. 156 e 170 do CTN a compensação deveria ser homologada. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, através de acórdão assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2009 RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A restituição, tal qual a compensação, pressupõe a existência de crédito do devedor para com o credor. No momento em que o sujeito passivo não retificou a DCTF antes da apreciação do pleito na DRF, não fez com que se materializasse junto à Administração Tributária o valor que alega ter recolhido a maior, cujo montante pretendia ver reconhecido. O contribuinte foi cientificado do acórdão em 08/10/2014, conforme Termo de Ciência fl.61. Em 22/10/2014 apresentou Recurso Voluntário, no qual, em síntese, alega que: - Os créditos tributários que deram origem a pretensão da Recorrente se referem ao pagamento indevido de IRPJ e CSLL do período de apuração do 4º trimestre de 2004, pagamentos estes efetuado no primeiro trimestre de 2005; - Oportunamente, dentro do prazo previsto na legislação, regularizou sua situação perante a Receita Federal do Brasil, procedendo com a retificação das declarações DIPJ e DCTF, demonstrando assim o erro e a correspondente correção das declarações anteriores; - A DRJ julgou improcedente a manifestação sob o argumento de que o contribuinte não teria retificado as DCTF para aflorar o direito creditório que pleiteava e que tal conclusão é dissociada dos fatos postos à análise do órgão julgador; - Em todos os processos administrativos recorridos houve as retificações da DIPJ e da DCTF e, referidos procedimentos, se deram anteriormente aos pedidos de compensação, o que, ao contrário do afirmado pelo Nobre Julgador, afloraram e materializaram o direito creditório; - Em seguida, a Recorrente esclarece a razão pela qual retificou os valores devidos a título de IRPJ e CSLL, qual seja, a exclusão de créditos de PIS e da COFINS apurados no regime de não cumulatividade da receita bruta auferida; Por fim, requer o provimento do recurso para reconhecer a procedência das compensações realizadas por meio das PER/DCOMP's elencadas, eis que o crédito utilizado nas mesmas decorre de pagamento a maior de IRPJ e CSLL, com a consequente extinção do processo de cobrança do débito tributário não compensado. É o relatório. Fl. 97DF CARF MF Fl. 3 da Resolução n.º 1301-000.763 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10875.908007/2009-82 Voto Conselheira Giovana Pereira de Paiva Leite, Relatora. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Conforme relatado, primeiramente a Recorrente questiona a decisão de piso uma vez que não teria observado as retificações das DCTF e concluiu pela falta de comprovação do direito creditório. Em seguida esclarece que enviou retificadoras de DCTF e DIPJ anteriormente ao envio das DCOMP, e que a redução dos valores informados de IRPJ e CSLL deveu-se à exclusão do total da receita bruta, de créditos de PIS e da COFINS apurados no regime não cumulativo. Compulsando os autos, constata-se que o despacho decisório (fl. 13) indeferiu o pedido de compensação porque o pagamento encontrava-se integralmente alocado ao débito de IRPJ referente ao 4º trimestre 2004: Às fls. 21-22, consta DIPJ 2005/AC 2004 retificadora enviada em 24/09/2008, portanto anterior à transmissão da DCOMP, que informa IRPJ a pagar referente ao 4º trimestre de 2004 , no valor de R$ 87.447,18, valor divergente em relação àquele constante do Despacho decisório. Às fls. 23-24, consta DCTF retificadora referente ao 1º semestre de 2005, enviada em 24/09/2008, portanto também anterior ao envio da DCOMP, que informa débito de IRPJ com período de apuração 4º trimestre de 2004, a ser pago em 3 cotas, no valor de R$ 87.447,18. Este valor está de acordo com aquele informado na DIPJ e divergente com o despacho decisório. Por sua vez, consta DARF recolhido no valor de R$ 109.300,68, em 28/02/2005 (fl. 14), que deveria ter sido alocado tão somente à segunda cota do IRPJ do 4º trimestre. Não resta claro para que débito os DARF informados foram alocados. Pelo conteúdo do despacho decisório, os pagamentos encontravam-se alocados, mas também não é possível saber que versões da DCTF e da DIPJ foram consideradas no momento da análise do pedido de compensação. O acórdão da DRJ não questiona o momento em que o contribuinte poderia retificar as declarações, apenas deixa consignado que no momento da apreciação do pleito pela Fl. 98DF CARF MF Fl. 4 da Resolução n.º 1301-000.763 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10875.908007/2009-82 DRF, não havia DCTF retificadora. Todavia, os documentos acostados aos autos demonstram que as retificadoras foram anteriores à transmissão da DCOMP. Outrossim, o envio da DCTF retificadora após a transmissão da DCOMP não impede a análise do direito creditório, desde que o contribuinte demonstre a legitimidade dos valores retificados, inclusive com apresentação de escrituração contábil e fiscal. Ressalto que os fatos relatados neste processo principal, aplicam-se aos processos n. 10875.908010/2009-04, n. 10875.908009/2009-71, n. 10875.908008/2009-27, n. 10875.908011/2009-41, guardando as devidas adaptações em relação às páginas do processo e ao tributo (CSLL). Sendo assim, voto por converter o julgamento em diligência para: - Verificar a existência de DCTF e DIPJ retificadoras e a procedência das retificações, inclusive no que concerne à adequação das retificações com a escrita contábil e fiscal; - Intimar o contribuinte para apresentar escrita contábil e todos os demais documentos que entender necessários a comprovar os valores retificados e declarados em DCTF e DIPJ; - Considerando que não há impedimento para que as declarações sejam retificadas após o envio da DCOMP, elaborar relatório conclusivo acerca da existência do direito creditório pleiteado neste processo principal e nos apensados (n. 10875.908010/2009-04, n. 10875.908009/2009-71, n. 10875.908008/2009-27, n. 10875.908011/2009-41) e dar ciência ao contribuinte do relatório da diligência para que, no prazo de 30 dias, o mesmo possa se manifestar conforme prescrito no art.35 do Decreto nº 7574/2011; (documento assinado digitalmente) Giovana Pereira de Paiva Leite Fl. 99DF CARF MF
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Numero do processo: 13227.720044/2006-41    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Wed Nov 13 00:00:00 UTC 2019    
Data da publicação: Mon Jan 27 00:00:00 UTC 2020    
Numero da decisão: 1301-000.760    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do redator designado. Vencidos os Conselheiros Fernando Brasil de Oliveira Pinto (relator), Roberto Silva Junior e Giovana Pereira de Paiva Leite que votaram por negar provimento ao recurso voluntário. Designado o Conselheiro Rogério Garcia Peres para redigir o voto vencedor.
(documento assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto  Presidente e Relator
(documento assinado digitalmente)
Rogério Garcia Peres  Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
    
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO    
    
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conteudo_txt : Metadados => date: 2020-01-16T02:05:04Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2020-01-16T02:05:04Z; Last-Modified: 2020-01-16T02:05:04Z; dcterms:modified: 2020-01-16T02:05:04Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2020-01-16T02:05:04Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2020-01-16T02:05:04Z; meta:save-date: 2020-01-16T02:05:04Z; pdf:encrypted: true; modified: 2020-01-16T02:05:04Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2020-01-16T02:05:04Z; created: 2020-01-16T02:05:04Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; Creation-Date: 2020-01-16T02:05:04Z; pdf:charsPerPage: 1296; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2020-01-16T02:05:04Z | Conteúdo => 0 S1-C 3T1 MINISTÉRIO DA ECONOMIA Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Processo nº 13227.720044/2006-41 Recurso Voluntário Resolução nº 1301-000.760 – 1ª Seção de Julgamento / 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 13 de novembro de 2019 Assunto DILIGÊNCIA Recorrente INDUSTRIA TRIANON DE RONDONIA Interessado FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do redator designado. Vencidos os Conselheiros Fernando Brasil de Oliveira Pinto (relator), Roberto Silva Junior e Giovana Pereira de Paiva Leite que votaram por negar provimento ao recurso voluntário. Designado o Conselheiro Rogério Garcia Peres para redigir o voto vencedor. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto – Presidente e Relator (documento assinado digitalmente) Rogério Garcia Peres – Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 32 27 .7 20 04 4/ 20 06 -4 1 Fl. 324DF CARF MF Fl. 2 da Resolução n.º 1301-000.760 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13227.720044/2006-41 Relatório INDÚSTRIA TRIANON DE RONDÔNIA recorre a este Conselho, com fulcro no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972, objetivando a reforma do acórdão nº 01-19.555 da 1ª Turma da Delegacia de Julgamento em Belém que julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada somente para reduzir a multa isolada por falta de recolhimento de estimativas de IRPJ de 75% para 50% em razão da aplicação do princípio da retroatividade benigna. Em resumo, a autoridade fiscal aplicou a multa isolada por falta de recolhimento de estimativas em razão de o contribuinte não ter apresentado, no curso do procedimento fiscal, a apresentação de balanços de suspensão ou redução referente ao ano-calendário de 2001. A base de cálculo adotada para aplicação da penalidade foi o IRPJ calculado mensalmente com base na receita bruta e acréscimos. Intimado, o contribuinte apresentou impugnação alegando, em resumo: - que a empresa sempre elaborou suas demonstrações contábeis de acordo com as leis comerciais e fiscais vigentes do país e está sendo tributada pelo IRPJ e CSLL, com base no lucro real; - a empresa apresentou prejuizos contábeis e fiscais mensais e anuais, conforme levantado apresentado para o fiscal e em anexo, razão que não houve fato gerador do IRPJ; - não há nenhuma previsão legal que obrigue a empresa de apresentar o balancete fisico de suspensão dentro do Livro Diário, motivo que a empresa transcreveu no livro diário o balancete, cópia em anexo, cumprindo assim a finalidade, além de ter observado o preceito do art. 230 do regulamento do Imposto de Renda/ 1999; - conforme o levantamento de balancetes mensais e que foram transcritos no Livro Diário e Balanço anual levantado, em anexo, demonstram que a referida empresa só obteve prejuizos nos exercícios fiscalizados e cobrados pelo fisco, tanto mensalmente quanto anualmente. Analisando a impugnação apresentada, a turma a quo julgou-a parcialmente procedente para reduzir a penalidade para 50% em razão da aplicação do princípio da retroatividade benigna em face da redução da penalidade prevista pela Lei nº 11.488/2007. O contribuinte foi intimado da decisão em 08 de fevereiro de 2011 (fl. 277), apresentando recurso voluntário de fls. 278-283 em 10 de março de 2011. Apresentou ainda documentos de fls. 284-322. Em resumo, reafirma os termos de sua impugnação, anexando cópia dos supostos balanços de suspensão e reconhecendo a correição da penalidade em relação aos meses de janeiro, fevereiro, março e julho de 2001, meses em que, reconhecidamente, auferiu lucro real. É o relatório. Fl. 325DF CARF MF Fl. 3 da Resolução n.º 1301-000.760 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13227.720044/2006-41 Voto Vencido Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator. 1 ADMISSIBILIDADE DO RECURSO O recurso voluntário é tempestivo e assinado pelo representante legal da empresa. Dele, portanto, tomo conhecimento, ressaltando, contudo, que o contribuinte expressamente reconhece a correição das penalidades aplicadas em relação aos meses de janeiro, fevereiro, março e julho de 2001. 2 MÉRITO A presente exigência diz respeito somente à aplicação de multas isoladas por falta de recolhimento de estimativas de IRPJ. Por oportuno, transcrevo a legislação de regência sobre o tema com base no disposto no Decreto nº 3.000/99 – RIR/99 vigente à época dos fatos geradores: Subseção I Pagamento por Estimativa Art. 222. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto e adicional, em cada mês, determinados sobre base de cálculo estimada (Lei nº 9.430, de 1996, art. 2º). Parágrafo único. A opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade, observado o disposto no art. 232 (Lei nº 9.430, de 1996, art. 3º, parágrafo único). Subseção II Base de Cálculo Art. 223. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observadas as disposições desta Subseção (Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 2º). [...] Suspensão, Redução e Dispensa do Imposto Mensal Art. 230. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso (Lei nº 8.981, de 1995, art. 35, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 2º). § 1º Os balanços ou balancetes de que trata este artigo (Lei nº 8.981, de 1995, art. 35, § 1º): Fl. 326DF CARF MF http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9430.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm#art232 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm#art232 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9430.htm#art3p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9249.htm#art15 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9430.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9430.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm#art35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9430.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9430.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm#art35%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm#art35%C2%A71 Fl. 4 da Resolução n.º 1301-000.760 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13227.720044/2006-41 I - deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no Livro Diário; II - somente produzirão efeitos para determinação da parcela do imposto devido no decorrer do ano-calendário. § 2º Estão dispensadas do pagamento mensal as pessoas jurídicas que, através de balanços ou balancetes mensais, demonstrem a existência de prejuízos fiscais apurados a partir do mês de janeiro do ano-calendário (Lei nº 8.981, de 1995, art. 35, § 2º, e Lei nº 9.065, de 1995, art. 1º). § 3º O pagamento mensal, relativo ao mês de janeiro do ano-calendário, poderá ser efetuado com base em balanço ou balancete mensal, desde que fique demonstrado que o imposto devido no período é inferior ao calculado com base nas disposições das Subseções II a IV (Lei nº 8.981, de 1995, art. 35, § 3º, e Lei nº 9.065, de 1995, art. 1º). § 4º O Poder Executivo poderá baixar instruções para aplicação do disposto neste artigo (Lei nº 8.981, de 1995, art. 35, § 4º, e Lei nº 9.065, de 1995, art. 1º). [...] Com base no poder regulamentar dado pelo§ 4º do art. 230 do RIR/99, a Receita Federal assim dispôs sobre o tema na IN SRF nº 93/97: SUSPENSÃO OU REDUÇÃO DO PAGAMENTO MENSAL Art. 10. A pessoa jurídica poderá: I - suspender o pagamento do imposto, desde que demonstre que o valor do imposto devido, calculado com base no lucro real do período em curso, é igual ou inferior à soma do imposto de renda pago, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado; II - reduzir o valor do imposto ao montante correspondente à diferença positiva entre o imposto devido no período em curso, e a soma do imposto de renda pago, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado. § 1º A diferença verificada, correspondente ao imposto de renda pago a maior, no período abrangido pelo balanço de suspensão, não poderá ser utilizada para reduzir o montante do imposto devido em meses subseqüentes do mesmo ano-calendário, calculado com base nas regras previstas nos arts. 3º a 6º. § 2º Caso a pessoa jurídica pretenda suspender ou reduzir o valor do imposto devido, em qualquer outro mês do mesmo ano-calendário, deverá levantar novo balanço ou balancete. Art. 11. O pagamento mensal, relativo ao mês de janeiro do ano-calendário, poderá ser efetuado com base em balanço ou balancete mensal, desde que neste fique demonstrado que o imposto devido no período é inferior ao calculado com base no disposto nos arts. 3º a 6º. Parágrafo único. Ocorrendo apuração de prejuízo fiscal, a pessoa jurídica estará dispensada do pagamento do imposto correspondente a esse mês. Art. 12. Para os efeitos do disposto no art. 10: I - considera-se período em curso aquele compreendido entre 1o de janeiro ou o dia de início de atividade e o último dia do mês a que se referir o balanço ou balancete; Fl. 327DF CARF MF http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm#art35%C2%A72- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9065.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9065.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm#art35%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9065.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm#art35%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9065.htm#art1 Fl. 5 da Resolução n.º 1301-000.760 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13227.720044/2006-41 II - considera-se imposto devido no período em curso, o resultado da aplicação da alíquota do imposto sobre o lucro real, acrescido do adicional, e diminuído, quando for o caso, dos incentivos fiscais de dedução e de isenção ou redução; III - considera-se imposto de renda pago, a soma dos valores correspondentes ao imposto de renda: a) pago mensalmente; b) retido na fonte sobre receitas ou rendimentos computados na determinação do lucro real do período em curso, inclusive o relativo aos juros sobre o capital próprio; c) pago sobre os ganhos líquidos; d) pago a maior ou indevidamente em anos-calendário anteriores. § 1º O resultado do período em curso deverá ser ajustado por todas as adições determinadas e exclusões e compensações admitidas pela legislação do imposto de renda, exceto, nos balanços ou balancetes levantados de janeiro a novembro, as seguintes adições: a) os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior; b) as parcelas a que se referem os arts. 18, § 7º; 19, § 7º e 22, § 3º da Lei Nº 9.430/96. § 2º O disposto no parágrafo anterior alcança, inclusive, o ajuste relativo ao lucro inflacionário realizado segundo o disposto no art. 6º. § 3º Para fins de determinação do resultado, a pessoa jurídica deverá promover, ao final de cada período de apuração, levantamento e avaliação de seus estoques, segundo a legislação específica, dispensada a escrituração do livro "Registro de Inventário". § 4º A pessoa jurídica que possuir registro permanente de estoques, integrado e coordenado com a contabilidade, somente estará obrigada a ajustar os saldos contábeis, pelo confronto com a contagem física, ao final do ano-calendário ou no encerramento do período de apuração, nos casos de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividade. § 5º O balanço ou balancete, para efeito de determinação do resultado do período em curso, será: a) levantado com observância das disposições contidas nas leis comerciais e fiscais; b) transcrito no livro Diário até a data fixada para pagamento do imposto do respectivo mês. § 6º Os balanços ou balancetes somente produzirão efeitos para fins de determinação da parcela do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro, devidos no decorrer do ano-calendário; Art. 13. A demonstração do lucro real relativa ao período abrangido pelos balanços ou balancetes a que se referem os arts. 10 a 12, deverá ser transcrita no Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR, observando-se o seguinte: I - a cada balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou redução do imposto de renda, o contribuinte deverá determinar um novo lucro real para o período em curso, desconsiderando aqueles apurados em meses anteriores do mesmo ano-calendário; II - as adições, exclusões e compensações, computadas na apuração do lucro real, correspondentes aos balanços ou balancetes, deverão constar, discriminadamente, na Fl. 328DF CARF MF Fl. 6 da Resolução n.º 1301-000.760 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13227.720044/2006-41 Parte A do LALUR, para fins de elaboração da demonstração do lucro real do período em curso, não cabendo nenhum registro na Parte B do referido Livro. Conforme se observa, o contribuinte tributado com base no lucro real anual deverá, em regra, fazer recolhimentos mensais baseados em pagamentos estimados sobre base de cálculo estimada em percentuais aplicados sobre a receita bruta auferida em cada mês, adicionando-se, com algumas exceções, demais receitas também auferidas no período. O contribuinte poderá suspender o pagamento mensal estimado caso demonstre que auferiu prejuízo fiscal ou que já recolheu mais imposto do que o devido até aquele mês, sempre levando- se em consideração o resultado apurado desde o início do período de apuração, ou ainda reduzir o pagamento mensal caso opte por complementar o pagamento até o valor do imposto devido calculado até aquele momento, considerando-se todos os recolhimentos realizados até então. Para tanto, deverá levantar balanços ou balancetes de suspensão ou redução e, segundo a IN SERF nº 93/97, também apurar o lucro real auferido até o respectivo mês do ano-calendário, transcrevendo-os no Lalur (Livro de Apuração do Lucro Real). Na hipótese de não recolhimento da estimativa mensal (art. 2° da Lei n° 9 430/96) dá-se ensejo à cominação de penalidade isolada, conforme previsto no art. 44, § 1°, inciso IV, da Lei nº 9 430/96, a seguir descrito: Art. 2° A pessoa jurídico sujeita à tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1” e 2° do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei n” 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei n” 9. 065, de 20 de junho de 1995. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I - de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte. [...] § 1° As multas de que trata este arii3o serão exigidas: [...] IV - isoladamente no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazê-lo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano-calendário correspondente; Destaca-se ainda que a Lei n° 11.488/2007 deu nova redação ao art. 44 da Lei n° 9 430/96, nos seguintes termos: Art. 14. O art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação, transformando-se as alíneas a, b e c do § 20 nos incisos I, II e 111: “Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; Fl. 329DF CARF MF Fl. 7 da Resolução n.º 1301-000.760 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13227.720044/2006-41 II - de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano-calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Convém ainda ressaltar que foi editada súmula sobre o tema, verbis: Súmula CARF nº 93: A falta de transcrição dos balanços ou balancetes de suspensão ou redução no Livro Diário não justifica a cobrança da multa isolada prevista no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, quando o sujeito passivo apresenta escrituração contábil e fiscal suficiente para comprovar a suspensão ou redução da estimativa. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Acórdãos Precedentes:Acórdão nº 9101-001.578, de 24/01/2013; Acórdão nº 9101-001.325, de 24/04/2012; Acórdão nº 101-95.977, de 26/01/2007; Acórdão nº 1103-00.277, de 04/08/2010; Acórdão nº 1201-00.732, de 07/08/2012) Dos precedentes que deram ensejo à edição da Súmula nº 93, extrai-se que a penalidade isolada é descabida se a razão se sua cominação baseia-se tão somente na simples falta de transcrição dos balancetes de suspensão no Livro Diário, principalmente quando o contribuinte apresenta sua escrita contábil e fiscal, incluindo os balancetes, à fiscalização, conforme decidido, por exemplo, no precedente 9101-001.578. No caso concreto somente na impugnação foram apresentados alguns demonstrativos que indicavam os resultados contábeis de forma absolutamente reduzida e incompleta (fls. 246-256), demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (fl. 245) e a demonstração do lucro real dos respectivos períodos mensais (fls. 257-263). E somente em sede de recurso voluntário foram anexados aos autos balancetes de suspensão (fls. 289-320, ainda que não transcritos no Livro Diário). Tal conduta do contribuinte impossibilitou que a Fiscalização analisasse as demonstrações contábeis a fim de averiguar sua exatidão, precluindo-se o direito de fazê-lo após a realização do lançamento, sob pena de sepultar o lançamento pela apresentação de documentação sonegada à autoridade administrativa durante o procedimento e fora do prazo fixado na legislação tributária, qual seja, até a data fixada para pagamento do imposto do respectivo mês (alínea “b” do § 5º do art. 12 da IN nº 93/97). Frisa-se que não está se propondo a manutenção da exigência da penalidade ao arrepio da Súmula CARF nº 93, muito pelo contrário, pois não estamos diante da mera não transcrição dos balancetes de suspensão no Livro Diário, mas sim da absoluta falta de apresentação, durante o curso do procedimento fiscal e com o prazo de confecção expirados, das demonstrações contábeis e fiscais aptas a demonstrar a suspensão do recolhimento das estimativas. Essa mesma exegese, no sentido de impossibilitar que o procedimento fiscal seja impedido pela não apresentação de escrituração e documentos, e que o lançamento realizado nessas condições seja simplesmente cancelado pela apresentação dos referidos documentos em sede de impugnação ou recurso, extrai-se da Súmula CARF nº 59, verbis: Fl. 330DF CARF MF Fl. 8 da Resolução n.º 1301-000.760 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13227.720044/2006-41 Súmula CARF nº 59: A tributação do lucro na sistemática do lucro arbitrado não é invalidada pela apresentação, posterior ao lançamento, de livros e documentos imprescindíveis para a apuração do crédito tributário que, após regular intimação, deixaram de ser exibidos durante o procedimento fiscal. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Assim sendo, a exigência deve ser mantida. 3 CONCLUSÃO Isso posto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Voto Vencedor Conselheiro Rogério Garcia Peres, Redator Designado. Trata-se de auto de infração cobrando multa isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais de IRPJ e CSLL do ano-calendário de 2001. A fiscalização adotou este procedimento pois a Recorrente informou em sua DIPJ que havia optado por antecipar o IRPJ e CSLL pelo método da receita bruta. Como a empresa informou como ZERO sua receita bruta durante todo o exercício de 2001, a fiscalização calculou as bases de IRPJ e CSLL com base na receita obtida nos balancetes mensais da empresa. Após apurar o IRPJ e CSLL devidos e como a empresa, ao fim do exercício, apurou prejuízo fiscal e base negativa de CSLL, a fiscalização calculou a multa isolada. Contudo, ao analisar o LALUR ficou evidente que a Recorrente apurou prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL nos meses abril, maio, julho a dezembro de 2001. Nessa situação é válido o princípio da verdade material, onde tal princípio busca a verdade dos fatos, sendo que no caso concreto a Recorrente preencheu incorretamente sua DIPJ, nos meses de abril, maio, julho a dezembro de 2001. O procedimento correto seria informar o valor do prejuízo fiscal e da base negativa de CSLL. Convém ainda ressaltar que foi editada súmula sobre o tema, verbis: Súmula CARF nº 93: A falta de transcrição dos balanços ou balancetes de suspensão ou redução no Livro Diário não justifica a cobrança da multa isolada prevista no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, quando o sujeito passivo apresenta escrituração contábil e fiscal suficiente para comprovar a suspensão ou redução da estimativa. Fl. 331DF CARF MF Fl. 9 da Resolução n.º 1301-000.760 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13227.720044/2006-41 (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Acórdãos Precedentes: Acórdão nº 9101-001.578, de 24/01/2013; Acórdão nº 9101-001.325, de 24/04/2012; Acórdão nº 101- 95.977, de 26/01/2007; Acórdão nº 1103-00.277, de 04/08/2010; Acórdão nº 1201-00.732, de 07/08/2012) Assim, não basta o Contribuinte alegar que tenha apurado prejuízo fiscal e base negativa para evitar a multa isolada é necessário apresentar uma escrita contábil e fiscal suficiente para comprovar a suspensão ou redução da estimativa. Desta forma, a diligência neste caso é cabível e imprescindível ao desenvolvimento da lide para que se verifique os balancetes da empresa relativos aos meses de abril, maio, julho a dezembro de 2001 se estão de acordo com o LALUR da Recorrente. (documento assinado digitalmente) Rogério Garcia Peres Fl. 332DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.721331/2012-57    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Wed Jan 22 00:00:00 UTC 2020    
Data da publicação: Wed Feb 26 00:00:00 UTC 2020    
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA (IRPJ)
Ano-calendário: 2008
GLOSA DE COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. AJUSTES.
Há de se reconhecer a necessidade de ajustes da compensação de prejuízos fiscais do ano-calendário em discussão em face de decisão administrativa definitiva proferida em processo administrativo distinto, que alterou prejuízo fiscal e base negativa da CSLL em anos anteriores.
    
Numero da decisão: 1301-004.337    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reduzir a glosa de compensação de prejuízo fiscal relativa ao ano-calendário de 2008, ajustando-o em face do provimento parcial conferido no processo administrativo nº 16561.000076/2008-85.
(documento assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Giovana Pereira de Paiva Leite - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Ricardo Antonio Carvalho Barbosa, Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça (suplente convocada), Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
    
Nome do relator: GIOVANA PEREIRA DE PAIVA LEITE    
    
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AJUSTES. Há de se reconhecer a necessidade de ajustes da compensação de prejuízos fiscais do ano-calendário em discussão em face de decisão administrativa definitiva proferida em processo administrativo distinto, que alterou prejuízo fiscal e base negativa da CSLL em anos anteriores. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reduzir a glosa de compensação de prejuízo fiscal relativa ao ano-calendário de 2008, ajustando-o em face do provimento parcial conferido no processo administrativo nº 16561.000076/2008-85. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente (documento assinado digitalmente) Giovana Pereira de Paiva Leite - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Ricardo Antonio Carvalho Barbosa, Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça (suplente convocada), Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Relatório Trata o presente processo de auto de infração de IRPJ, referente ao ano-calendário 2008, com acréscimos de multa de oficio e juros moratórios, decorrente da apuração de infração de compensação indevida de prejuízos fiscais. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 13 31 /2 01 2- 57 Fl. 554DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 1301-004.337 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 19515.721331/2012-57 Por bem descrever os fatos, valho-me em parte do relatório do acórdão n.1103- 001.049: Dos Fatos. Em procedimento de revisão interna referente ao ano-calendário 2008, constatou a autoridade fiscal que a contribuinte apurou o IRPJ pelo regime de tributação com base no lucro real anual nas seguintes situações: 1) na DIPJ/2008 – SITUAÇÃO ESPECIAL – CISÃO PARCIAL, relativa ao período de apuração 01/01/2008 a 01/02/2008; 2) na DIPJ/2009, referente ao período de 02/02/2008 a 31/12/2008. Constatou a Fiscalização que a contribuinte efetuou compensação de prejuízos fiscais em valores superiores ao valor registrado no sistema de acompanhamento da Receita Federal – SAPLI (Sistema de Acompanhamento de Prejuízo, Lucro Inflacionário e Cálculo Negativa da CSLL). Intimada a fiscalizada a se justificar, informou que havia promovido a compensação com base prejuízos fiscais apurados em anos-calendário anteriores. De acordo com a Fiscalização, a divergência ocorreu pelo fato de a contribuinte não ter retificado a conta-corrente de Prejuízo Fiscal, procedimento que deveria ter tomado em razão das autuações fiscais que sofreu referentes aos anos-calendário de 2003, 2006, 2007 e 2008, descritas no Termo de Verificação Fiscal de fls. 214/218: 1) Processo n° 16561.000076/2008-85. Autuação do IRPJ, com alteração do Lucro Real antes Compensação de -R$ 19.517.232,44 para R$ 116.703.500,81 (o contribuinte deixou de ter prejuízo fiscal de R$ 19.517.232,44) e de Compensação de Prejuízos Fiscais de período base anterior Atividade em Geral Períodos-base a partir de 1991 de 0,00 para R$ 35.011.050,24, no ano calendário 2003, número da declaração: 095504-8. 2) Processos n° 16561.000076/2008-85 e 16561.000083/2008-87. Autuações do IRPJ, com alteração na Compensação de Prejuízos Fiscais de período base anterior Atividade em Geral – Períodos-base a partir de 1991 de R$ 55.167.442,40 para R$ 38.877.066,88, no ano calendário 2006, número de declaração: 0217827. 3) Processo n° 16561.000086/2008-11.Autuação do IRPJ, com alteração na Compensação de Prejuízos Fiscais de período base anterior - Atividade Geral Períodos-base a partir de 1991 de R$ 11.696.539,52 para zero, no período de 03/01/2007 a 01/06/2007, CISÃO PARCIAL, número da declaração: 1431788. 4) Processo n° 16561.000087/2008-65. Autuação do IRPJ, com alteração na Compensação de Prejuízos Fiscais de período base anterior Atividade Geral Períodos-base a partir de 1991 de R$ 12.284.239,17 para zero, no período de 02/06/2007 a 31/12/2007, DECLARAÇÃO NORMAL, número da declaração: 0105349. Para o período-base de 01/01/2008 a 01/02/2008, procedeu-se com a glosa de R$1.250.273,39. Os presentes autos (19515.721331/2012-57) tratam da apuração do IRPJ referente ao ano-calendário de 2008, ocasião em que a Fiscalização promoveu a glosa das compensações de prejuízo fiscal efetuadas pela contribuinte, o que Fl. 555DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 1301-004.337 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 19515.721331/2012-57 resultou na lavratura dos autos de infração de IRPJ de fls. 219/223 (P.A. de 01/01/2008 a 01/02/2008) e 225/229 (P.A. de 02/02/2008 a 31/12/2008), cuja ciência foi dada em 13/06/2012. Ciente das autuações, o contribuinte apresentou impugnação através da qual alegou que o presente processo não poderia ser julgado e deveria restar suspenso até o deslinde final dos processos conexos, além do que alegou duplicidade de lançamento em relação ao IRPJ lançado referente ao evento de cisão. A DRJ julgou a impugnação procedente em parte ao reconhecer o lançamento em duplicidade no que diz respeito ao período de 01/01/2008 a 01/02/2008, e manteve o restante do crédito tributário. Declarou que não era caso de suspender o julgamento, uma vez que o resultado dos demais processos seria refletido neste, ao final do julgamento. O acórdão restou assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA-IRPJ Ano-calendário: 2008 PREJUÍZOS FISCAIS. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. LANÇAMENTO. SUSPENSÃO. Constando compensações indevidas, decorrentes de autuações anteriores, a autoridade fiscal deve efetuar o lançamento correspondente, mesmo que essas autuações estejam pendentes de confirmação, para prevenir a decadência. Desnecessária a suspensão do presente processo, visto que, caso a decisão administrativa final relativa às autuações anteriores seja favorável à contribuinte, a presente autuação deverá ser revista para se adequar à nova situação. DUPLICIDADE. EXONERAÇÃO PARCIAL. Constatada a duplicidade de parte do lançamento em relação a outro processo, exonera- se parcialmente a exigência. Em 26/03/2013, o contribuinte tomou ciência do acórdão da DRJ (Termo de fl.451). Ainda irresignado, em 11/04/2013 apresentou recurso voluntário, no qual argumenta que: - a controvérsia instaurada nos presentes autos é dependente da análise do saldo de prejuízo fiscal utilizado pela recorrente que se encontra em discussão em outros processos administrativos; - no processo nº 16561.000087/2008-65, relativo a apuração de Preços de Transferência nas operações de importação e de juros do ano-calendário de 2003, foi efetuado lançamento de ofício, que resultou na recomposição do saldo de prejuízos fiscais para os anos subsequentes, e teve como repercussão a lavratura de autos de infração formalizados nos processos 16561.000076/2008-85, 16561.000083/2008-87, 16561.000086/2008-11 e 16561.000087/2008-65; - ao processo nº 16561.000076/2008-85 foram apensados os processos 16561.000083/2008-87, 16561.000086/2008-11 e 16561.000087/2008-65, sendo que, submetido ao CARF para julgamento do Recurso Voluntário, já foi prolatado Acórdão pela Primeira Turma Fl. 556DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 1301-004.337 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 19515.721331/2012-57 Ordinária da Terceira Câmara, cuja decisão foi embargada pela recorrente e não transitou em julgado; - assim, depreende-se que a exigência dos presentes autos não poderá ser julgada até que sobrevenha a decisão final do processo administrativo que desencadeou a alteração do prejuízo fiscal, qual seja, de nº 16561.000087/2008-65; - o correto procedimento a ser tomado seria o de constituir o crédito tributário supostamente devido apenas para evitar a decadência e, sem seguida, determinar a imediata suspensão dos trâmites administrativos do presente feito; em inúmeros outros casos semelhantes o Conselho de Contribuintes reconheceu a existência da relação de causa e efeito entre o processo que se originou a glosa dos prejuízos fiscais e os decorrentes; Ao final, requereu o sobrestamento dos presentes autos até o julgamento definitivo do processo nº 16561.000076/2008-85. Em 06/05/2014, a 3ª Turma Ordinária da 1ª Câmara desta Primeira Seção de Julgamento decidiu declinar a competência para a 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, através do acórdão n. 1103-001.049. Redistribuído para o referido Colegiado, o processo foi convertido em diligência através da Resolução de n. 1301-000.230, que determinou que o presente feito seja anexado ao PAF n. 16561.000076/2008-85, devendo, assim, ser então apreciado após a decisão definitiva exarada naquele feito, por se tratar de lançamento diretamente decorrente daqueles outros mencionados. Apesar de o PAF n. 16561.000076/2008-85 não ter sido efetivamente juntado aos presentes autos, foram anexados os seguintes documentos constantes daquele processo: acórdão n. 1301-00.451 (fls. 500-515), acórdão n.9101-002.316 (fls. 516-537) e despacho de admissibilidade que rejeitou os embargos interpostos (fls. 538-549). É o relatório. Voto Conselheira Giovana Pereira de Paiva Leite, Relatora. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Conforme relatado, o lançamento constante dos presentes autos decorre de glosa de prejuízos fiscais no ano-calendário 2008, em consequência de ajustes do saldo de prejuízo fiscal realizados em anos anteriores, quais sejam, 2003, 2006 e 2007. Ao julgar a impugnação, a DRJ reconheceu lançamento em duplicidade em relação ao período de 01/01/2008 a 01/02/2008, referente ao momento anterior a evento de cisão Fl. 557DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 1301-004.337 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 19515.721331/2012-57 parcial, mas manteve o segundo auto de infração referente ao período de 02/02/2008 a 31/12/2008 (fls.225-29). O contribuinte interpõe recurso voluntário, alegando em síntese que o deslinde deste processo deveria aguardar o trânsito em julgado administrativo do processo n. 16561.000076/2008-85, ao qual foram juntados por apensação os processos n. n.16561.000083/2008-87, n.16561.000086/2008-11 e n.16561.000087/2008-65. Este Colegiado, com composição diversa, decidiu converter o julgamento em diligência e solicitou a juntada do processo n.16561.000076/2008-85 aos presentes autos. Apesar de não ter sido realizada a juntada efetiva daquele processo a este, a diligência aguardou a decisão administrativa definitiva do processo n.16561.000076/2008-85 e anexou as decisões neste processo. No que concerne ao processo n.16561.000076/2008-85, tem-se que: - Tratou de auto de infração relativo a preço de transferência e despesas com prestação de serviços técnicos. A Turma do CARF decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer a dedução no valor de R$ 103.925,90 referente à glosa de despesas com prestação de serviços (acórdão n.1301-000.451, de 15/12/2010); - O contribuinte ingressou com recurso especial, o qual foi conhecido, mas teve seu provimento negado (acórdão n.9101-002.316). Consta ainda que o sujeito passivo apresentou embargos de declaração, os quais não foram admitidos através de despacho de fls. 538-549. Após a decisão definitiva administrativa no processo n.16561.000076/2008-85, restou inalterada decisão proferida pela Turma do CARF que restabeleceu a dedução de glosa de despesas no valor de R$ 103.925,90 relativo ao ano-calendário 2003. A referida autuação alterou os valores que serviram de base de cálculo do IRPJ e da CSLL no ano-calendário de 2003, no montante de R$ 136.220.733,25, reduziram o prejuízo e a base de cálculo negativa da CSLL apurados pela empresa no período, assim como o saldo de períodos anteriores e posteriores. Em face do provimento parcial para restabelecer as despesas no valor de R$ 103.925,90 relativo ao ano-calendário 2003 na autuação constante do processo n.16561.000076/2008-85, o valor de compensação de prejuízo glosada nos presentes autos deve ser ajustado para refletir o provimento parcial concedido naquele processo. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, e no mérito, para DAR- LHE PARCIAL PROVIMENTO para reduzir a glosa de compensação de prejuízo fiscal relativo ao ano-calendário 2008, ajustando-o em face do provimento parcial conferido no processo administrativo n. 16561.000076/2008-85. (documento assinado digitalmente) Giovana Pereira de Paiva Leite Fl. 558DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 6 do Acórdão n.º 1301-004.337 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 19515.721331/2012-57 Fl. 559DF CARF MF Documento nato-digital
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Numero do processo: 16682.721735/2017-35    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Wed Dec 11 00:00:00 UTC 2019    
Data da publicação: Thu Jan 30 00:00:00 UTC 2020    
Numero da decisão: 1301-000.766    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(documento assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Rogério Garcia Peres - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Sergio Abelson (suplente convocado), Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
    
Nome do relator: ROGERIO GARCIA PERES    
    
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (documento assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente (documento assinado digitalmente) Rogério Garcia Peres - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Sergio Abelson (suplente convocado), Rogério Garcia Peres, Giovana Pereira de Paiva Leite, Lucas Esteves Borges, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 66 82 .7 21 73 5/ 20 17 -3 5 Fl. 1269DF CARF MF Fl. 2 da Resolução n.º 1301-000.766 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 16682.721735/2017-35 Relatório Trata-se de Auto de Infração, fls.16 a 27, lavrado contra a contribuinte, Oi Móvel S.A. - Em Recuperação Judicial. O citado auto combinado com o Termo Verificação Fiscal -TVF, fls. 29 a 45, exige o recolhimento do crédito tributário no montante de R$ 41.840.311,50, assim discriminado: No TVF, a Autoridade Fiscal apresenta a motivação dos lançamentos. Dele extraem-se as observações e argumentos resumidos adiante: A ação fiscal teve como objetivo verificar compensação de saldos de Prejuízo Fiscal e Base de Cálculo Negativa de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, nos anos-calendário 2012 e 2013 pela pessoa jurídica TNL PCS S.A., incorporada pela OI MÓVEL S.A.; Prossegue o Auditor, em 17/12/2012, a TNL PCS S.A. cindiu-se parcialmente, sendo que a parcela cindida foi incorporada pela Sumbe Participações S.A. Conforme Fichas 09A e 17 da DIPJ 2012/2012 (CISÃO) de número 0001592506 da empresa cindida TNL PCS S/A e Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR , o Lucro Real apurado quando do evento de cisão foi: R$ 2.672.279.303,97 referente ao IRPJ e R$ 2.518.949.666,94 para a CSLL. Ainda, afirma a Autoridade Fiscal que nos anos-calendário de 2011 e 2012, a pessoa jurídica incorporada foi submetida a procedimentos de fiscalização em relação aos anos- calendário de 2007 a 2010, tendo como resultado a redução e, conseqüentemente, retificação de ofício dos saldos de prejuízo fiscal e base negativa, conforme consta nos Processos Administrativos Fiscais nº 16682.721104/2011-21 e 16682.720351/2012-91, respectivamente. Salienta-se que, até a data de autuação, ambos aguardam decisão de recurso em 2ª instância. Com base na análise dos dados de saldos de Prejuízo Fiscal e Base de Cálculo Negativa extraídos do sistema SAPLI, já retificados de oficio em face aos Autos de Infração já citados, verificou-se compensação indevida na apuração das bases de cálculo do IRPJ / CSLL dos anos-calendário 2012 e 2013 por parte da empresa TNL PCS S.A, incorporada pela empresa Oi Móvel S.A em 01/02/2014. Finaliza o Auditor Fiscal informando que “não restam dúvidas de que a contribuinte, embora devidamente cientificada dos lançamentos de ofício que reduziram aqueles mesmos saldos e derem origem aos Processos Administrativos Fiscais de nº 16682.721104/2011-21 e nº 16682.720351/2012-91, não procedeu à retificação dos mesmos em seus controles fiscais (mais Fl. 1270DF CARF MF Fl. 3 da Resolução n.º 1301-000.766 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 16682.721735/2017-35 especificamente, no Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR), incorrendo desta forma na infração de compensação indevida de saldos de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa de CSLL de períodos anteriores na apuração do IRPJ e da CSLL relativo ao período de apuração correspondente ao ano-base de 2012, conforme demonstrado no Anexo I.” Irresignado com o lançamento do Auto de Infração, a contribuinte apresenta impugnação, fls. 217 a 234, com os argumentos sucintamente resumidos a seguir: Preliminarmente, sobre a“inexistência de perda de espontaneidade em relação às DIPJ’s retificadoras”, a impugnante alega: Em resumo, no entender da Impugnante é inaceitável a pretensão de desconsiderar a apuração do IRPJ e da CSLL indicada na DIPJ-retificadora ativa pelos seguintes motivos: (i) falta de previsão normativa; (ii) o presente caso não trata de denúncia espontânea; (iii) ainda que assim não fosse, a perda de espontaneidade ficaria restrita ao objeto do termo de fiscalização; (iv) a DIPJ-retificadora desconsiderada pelo TVF foi recebida e processada pelos sistemas da RFB e; (v) a fiscalização perdurou por quase 04 (quatro) anos, não sendo razoável que a Impugnante fique impedida de promover qualquer alteração em sua base de cálculo durante todo o lustro decadencial. Cita, para corroborar seu entendimento, art. 1º da IN SRF nº. 166/1999, art. 138 do CTN, art. 33, §2º do Decreto nº. 7574/2011 e doutrina. Ainda em preliminar, a impugnante argumenta sobre a nulidade do auto de infração por utilização de base de cálculo já retificada pelo contribuinte. Explica a impugnante. O Fisco, ao desconsiderar indevidamente a DIPJ-retificadora entregue pela Impugnante, retificou bases de cálculo do IRPJ e da CSLL referentes ao ano de 2012 que não mais subsistiam, por já terem sido alteradas. Isso deve se ao fato de que a Impugnante efetuou um trabalho de recomposição das despesas incorridas com depreciação, o que reduziu as bases de cálculo dos tributos, IRPJ e CSLL. Assim, em razão da correção dos critérios contábeis no reconhecimento das despesas com depreciação, os prejuízos verificados acumulados foram majorados no ano-calendário 2011. Como consequência, a Impugnante reduziu a base de cálculo do IRPJ e da CSLL referente ao ano-calendário autuado (2012), pois: (a) majorou as despesas com depreciação do próprio ano; e (b) dispunha de um saldo de prejuízos acumulados disponível em valor superior (por conta da majoração das despesas do ano anterior). Para melhor compreensão, segue abaixo tabela elaborada pela impugnante: Fl. 1271DF CARF MF Fl. 4 da Resolução n.º 1301-000.766 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 16682.721735/2017-35 Continua a impugnante, até agora em preliminares, afirmando que houve ilegal desconsideração de escrituração contábil e fiscal sem fundamento legal, infringindo portanto, o direito de defesa acarretando, portanto, a nulidade prevista no art. 59. inciso II, do Decreto nº. 70.235/1972. Já no mérito, a impugnante proclama que a redução do saldo de prejuízos fiscais e base negativa de CSLL decorrente das autuações (processos administrativos fiscais números 16682.721104/2011-21 e 16682.720351/2012-91) só poderia ser efetiva quando encerrada a discussão administrativa, com a manutenção dos respectivos lançamentos. Assim, os saldos de prejuízos fiscais e base negativa acumulados e devidamente registrados na escrita fiscal deverão permanecer válidos para todos os fins, até que sobrevenha decisão administrativa definitiva ou, ao menos, que esse auto permaneça sobrestado até julgamento definitivo dos recursos administrativos aviados nos autos já citados. Por último, a impugnante se insurge contra os juros moratórios, Selic, incidentes sobre a multa de ofício. Cita legislação e jurisprudência. Finaliza a impugnação, solicitando: (a) procedência da impugnação, a fim de que seja decretada a total insubsistência do Auto de Infração em referência; (b) subsidiariamente, requer o sobrestamento do presente processo administrativo até o julgamento definitivo dos recursos administrativos aviados nos autos dos processos administrativos n° 16682.721104/2011-21 e n° 16682.720351/2012-91. Contudo, a impugnação foi integralmente desprovida pela DRJ, em acórdão assim ementado: “SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Inexiste previsão legal para o sobrestamento do julgamento de processo administrativo. A Administração Pública tem o dever de impulsionar o processo, em respeito ao Princípio da Oficialidade. NULIDADE. Além de não se enquadrar nas causas enumeradas no artigo 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, e não se tratar de caso de inobservância dos pressupostos legais para lavratura do auto de infração, é incabível falar em nulidade do lançamento quando não houve transgressão alguma ao devido processo legal. JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A multa de ofício aplicada com base no art. 44, I, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, reveste-se também do caráter de débito para com a União decorrente de tributos e contribuições administrados pela RFB, pois como acessório segue o mesmo regime jurídico do principal. Sendo assim, a partir do seu vencimento incidem sobre as multas juros de mora determinados conforme a legislação. DECLARAÇÃO RETIFICADORA TRANSMITIDA DURANTE AÇÃO FISCAL. A autoridade administrativa poderá autorizar a retificação da Fl. 1272DF CARF MF Fl. 5 da Resolução n.º 1301-000.766 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 16682.721735/2017-35 declaração de rendimentos, quando comprovado erro nela contido, desde que sem interrupção do pagamento do saldo do imposto e antes de iniciado o processo de lançamento de ofício. CSLL. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Aplica-se à tributação reflexa idêntica solução dada ao lançamento principal, em face da estreita relação de causa e efeito entre ambos. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido.” Nada obstante as razões deduzidas no acórdão recorrido, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário alegando que o lançamento merece ser prontamente cancelado por este CARF, uma vez que: (i) recentemente foi dado provimento parcial aos recursos administrativos aviados contra os autos de infração objeto dos PTAs nº 16682.721104/2011-21 e nº 16682.720351/2012-91, de modo que não mais subsiste a causa da glosa de prejuízos; (ii) subsidiariamente, a Recorrente entende que o lançamento é nulo, na medida em que não observou a apuração do IRPJ e CSLL tempestivamente retificadas pelo contribuinte. É o relatório Fl. 1273DF CARF MF Fl. 6 da Resolução n.º 1301-000.766 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 16682.721735/2017-35 Voto Conselheiro Rogério Garcia Peres, Relator. Conforme explicado no relatório e no TVF, o presente processo cobra IRPJ e CSLL gerados por glosa de prejuízo fiscal e base negativa de CSLL ocorrida nos PAs nº 16682.721104/2011-21 e nº 16682.720351/2012-91. Conforme alega a Recorrente os referidos processos foram julgados na esfera administrativa. Desta forma, a diligência neste caso é cabível e imprescindível ao desenvolvimento da lide para que se verifique se após o encerramento dos processos administrativos citados restaria tributo a ser cobrado neste processo. Por essas razões, voto por converter o julgamento em diligência a fim de que a autoridade fiscal designada para sua realização possa: (i) verificar se efetivamente os PAs nº 16682.721104/2011-21 e nº 16682.720351/2012-91 foram julgados de forma definitiva pelo CARF; (ii) verificar se após análise do saldo de prejuízo fiscal e base negativa de CSLL levantados após o deslinde dos citados PAs seriam suficientes para quitar os débitos cobrados no presente processo; (iii) ao final, elabore Relatório de Diligência com as informações ora solicitadas, bem como, se em razão das verificações solicitadas nos itens “i” e ‘ii” desta diligência houver saldo de prejuízo fiscal e base negativa de CSLL ainda a ser compensada. Fl. 1274DF CARF MF Fl. 7 da Resolução n.º 1301-000.766 - 1ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 16682.721735/2017-35 Para tanto, e havendo necessidade, a autoridade fiscal poderá intimar o contribuinte a apresentar documentos complementares e esclarecimentos adicionais antes de elaborar o relatório ora requerido. Poderá ainda a autoridade fiscal apresentar os esclarecimentos que julgar necessários à melhor análise de tais fatos. Ao final, a Recorrente deverá ser cientificada do resultado da diligência, abrindo-se prazo de 30 dias para que, querendo, manifeste-se sobre seu conteúdo (art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574/2011). Após o cumprimento dos procedimentos ora requeridos, os autos devem retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento. É como voto. (documento assinado digitalmente) Rogério Garcia Peres Fl. 1275DF CARF MF
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