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Numero do processo: 13982.000691/2009-23
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 24 00:00:00 UTC 2013
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2008
COFINS. COOPERATIVA. ATO COOPERADO. NÃO INCIDÊNCIA.
Ato cooperado é aquele praticado entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais (artigo 79 da Lei n° 5.764/1971). A não incidência
de COFINS restringe se a atos cooperados praticados entre
a cooperativa e seus associados.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-000.896
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso voluntário.
Ausente momentaneamente a conselheira Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: Gilberto de Castro Moreira Junior
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ATO COOPERADO Recorrente COOPERATIVA DOS TRANSPORTADORES DE CARGA DA REGIÃO DE TANGARÁ COOTRATAN Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2008 COFINS. COOPERATIVA. ATO COOPERADO. NÃOINCIDÊNCIA. Ato cooperado é aquele praticado entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais (artigo 79 da Lei n° 5.764/1971). A nãoincidência de COFINS restringese a atos cooperados praticados entre a cooperativa e seus associados. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Ausente momentaneamente a conselheira Tatiana Midori Migiyama. Irene Souza da Trindade Torres – Presidente. Gilberto de Castro Moreira Junior Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 2. 00 06 91 /2 00 9- 23 Fl. 371DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 365 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (DRJ/FNS), que julgou improcedente a impugnação da Recorrente. Para descrever os fatos, e também por economia processual, transcrevo o relatório constante do acórdão da DRJ/REC, verbis: Tratase de Auto de Infração relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e para o Programa de integração Social (PIS) e de formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), referente ao período 01/2005 a 11/2008. A empresa em epígrafe tratase de uma cooperativa de transporte rodoviário de carga. Em procedimento fiscal relativo ao período em questão foram verificadas as DCTF — Declaração de Créditos e Débitos Tributários Federais, onde se apurou não ter havido qualquer declaração ou apuração de valores devidos a título de PIS/Pasep e de Cofins. A base de cálculo considerada pela fiscalização foi o faturamento, correspondente à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas pelas sociedades cooperativas, independentemente da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a escrituração das receitas. Das deduções relativas ao período de 01/01/2005 a 30/11/2005, não foi considerado o valor informado a título de sobras líquidas. Concluiu a autoridade fiscalizadora que no período em questão não existiram sobras líquidas pelo fato de não ter havido a contabilização de valores nas contas de Reserva Legal e FATES, sendo que, conforme o art. 28 da Lei n° 5.764/71 estas reservas são constituídas por 10% e 5%, respectivamente, da sobra líquida. Salienta, ainda, que o valor informado referese ao resultado contábil total da empresa — atos cooperados e não cooperados — sendo que o art. 87 da Lei n°. 5.764/71 exige que o contribuinte apure em separado o resultado dos atos cooperados (sobras) e os resultados dos atos não cooperados. A partir de 01/12/2005, foram excluídos do cálculo: os ingressos decorrentes de atos cooperativos, entendendose como tal as parcelas repassadas aos associados, quando decorrentes de serviços de transporte rodoviário de cargas por estes prestados à cooperativa; a dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício (12/2005), antes da Fl. 372DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 366 3 destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates). A COFINS e o PIS/Pasep foram apurados nas planilhas de fls. 75/76 e informados nos autos de infração de fls. 002 /022 (Cofins) e fls. 23/43 (PIS). A juízo da autoridade fiscal, a autuada adotou conduta que teve por fim impedir o conhecimento por parte da administração tributária do total das exações devidas pela mesma durante o período de 2005 a 2008, em razão de não ter informado em DCTF qualquer valor devido a título de PIS e de Cofins. Acrescenta que o contribuinte entregou os Demonstrativos das Contribuições (Dacon) do período em questão, demonstrando as receitas obtidas da intermediação dos serviços de fretes, mas considerando que todas as receitas seriam decorrentes de ato cooperado, embora soubesse que grande parte era decorrente de ato não cooperado. Devido à inércia e à omissão do contribuin ,e,, bem como ao fato de que a conduta adotada abrangeu todo o período fiscalizado, o fisco entendeu que não houve um um erro de fato, mas sim que o autuado incorreu no disposto nos artigos 71 e 72 da Lei n°. 4.502 de 30 de novembro de 1964, os quais definem a conduta de sonegação e fraude. Por este motivo, aplicou a multa prevista no § 1 0. do artigo 44 da Lei n°. 9.430/96, com a redação dada pela Lei n°. 11.488/2007. Em sua defesa, a contribuinte alega, inicialmente, que todas as prestações de serviços realizadas pela ora impugnante foram feitas por cooperados, pelo que a cobrança do PIS/Cofins oriunda de ato cooperado é indevida. Remete à Lei n°. 11.196 de 2005, que, através do seu art. 46 alterou o art. 30 da Lei n°. 11.051/2004, onde passou a reconhecer o direito das sociedades cooperativas de crédito e de transporte rodoviário de cargas de exclusão da base de cálculo de ingressos decorrentes do ato cooperado na apuração dos valores devidos a título de Cofins e PIS — faturamento. Cita o art. 79 da Lei n°. 5.764/71 e argumenta que os resultados devem ser obrigatoriamente repassados aos cooperados, posto que as cooperativas não podem visar lucros, motivo pelo qual a sociedade cooperativa não pode ser tributada por receitas que não são suas. Esclarece que realiza somente atos cooperados, prestando serviços a terceiros com veículos de cooperados e somente com estes, que o resultado positivo desses atos pertence, proporcionalmente, a cada um dos cooperados, e que inexiste faturamento resultante de atos cooperativos que possa ser titularizado pela sociedade. Por fim, requer: a) que se declare nulo o auto de infração; b) a concessão de produção de todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente a documentos inclusa, bem como as demais que se fizerem necessária; c) que todas as intimações relativas à presente defesa sejam encaminhadas aos advogados que esta subscrevem. Fl. 373DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 367 4 Em sua decisão, a DRJ/FNS, por unanimidade, houve por bem julgar improcedente a impugnação. A ementa do acórdão foi assim formulada: COFINS. CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. COOPERATIVAS DE TRABALHO. A Cofins cumulativa devida pelas sociedades cooperativas de trabalho será calculada com base no seu faturamento mensal, assim entendido como a receita bruta definida no art. 3º da Lei n.° 9.718, de 1998, da qual podem ser excluídos somente os valores autorizados pela legislação de regência. Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2008 Inconformada com a decisão da DRJ/RPO, a Recorrente interpôs o presente recurso voluntário, onde repisa os argumentos apresentados anteriormente. É o relatório. Voto Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior, Relator. O recurso é tempestivo, atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A questão central dos autos cingese ao conceito de ato cooperativo (ou cooperado) para fins de incidência ou não da COFINS. A Lei n° 5.764/1971 assim dispõe sobre o ato cooperativo: “Art. 79. Denominamse atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. (...) Art. 86. As cooperativas poderão fornecer bens e serviços a não associados, desde que tal faculdade atenda aos objetivos sociais e estejam de conformidade com a presente lei. Art. 87. Os resultados das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, serão levados à conta do "Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social" e serão contabilizados em separado, de molde a permitir cálculo para incidência de tributos. Fl. 374DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 368 5 Art. 88. Poderão as cooperativas participar de sociedades não cooperativas para melhor atendimento dos próprios objetivos e de outros de caráter acessório ou complementar (redação dada pela MP no 2.15835/ 2001). (...) Art. 111. Serão considerados como renda tributável os resultados positivos obtidos pelas cooperativas nas operações de que tratam os artigos 85, 86 e 88 desta Lei. O artigo 6° da Lei Complementar 70/1991, por sua vez, dispunha que: Art. 6° São isentas da contribuição: I – as sociedades cooperativas que observarem ao disposto na legislação específica, quanto aos atos cooperativos próprios de suas finalidades. Posteriormente, a Medida Provisória n° 1.8586, de 29 de junho de 1999, e suas reedições (culminando na MP n° 2.15835, de 2001), revogou expressamente, a partir de 30 de junho de 1999, a isenção da Cofins quanto aos atos cooperativos próprios das finalidades das cooperativas, prevista no artigo 6°, inciso I, da Lei Complementar n° 70/1991. Tal revogação, a meu ver, é possível, já que não há obrigatoriedade de edição de lei complementar para disciplinar a matéria em voga. Com o advento da Lei n°. 11.196/2005, alterando o artigo 30 da Lei n° 11.051/2004, é que se passou a reconhecer o direito das sociedades cooperativas de crédito e de transporte rodoviário de cargas excluírem, na apuração dos valores devidos a titulo de PIS e Cofins, os ingressos decorrentes do ato cooperativo, verbis: Art. 30. As sociedades cooperativas de crédito e de transporte rodoviário de cargas, na apuração dos valores devidos a título de Cofins e PIS faturamento, poderão excluir da base de cálculo os ingressos decorrentes do ato cooperativo, aplicandose, no que couber, o disposto no art. 15 da Medida Provisória n° 2. /5835, de 24 de agosto de 2001, e demais normas relativas às cooperativas de produção agropecuária e de infraestrutura. Vêse, portanto, que, até o mês de novembro de 2005, as cooperativas estavam sujeitas à tributação pelo PIS e COFINS sobre a totalidade de suas receitas, sendo que, após esse período, passou a ser possível a exclusão dos ingressos decorrentes do ato cooperado. Conforme se infere da decisão recorrida, “O disposto na legislação acima descrita foi observado pela autoridade fiscalizadora e embasa o lançamento. Primeiramente foi verificado o faturamento da cooperativa, correspondente à totalidade das receitas auferidas e, em seguida, foram excluídos do cálculo as deduções permitidas em lei, conforme o período. No caso dos ingressos decorrentes de atos cooperativos, a exclusão do cálculo se deu apenas a partir de 01/12/2005, conforme expressa previsão legal em vigor”. A fiscalização (fls. 276), até o mês de novembro de 2005, considerou: Fl. 375DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 369 6 ... como a sendo a única dedução específica admitida para as cooperativas de transporte rodoviário de cargas a dedução da base de cálculo do valor das sobras apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício, destinadas à constituição do Fundo de Reserva (Reserva Legal) e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates), previstos no art. 28 da Lei ng 5.764/71, de acordo com o disposto na Lei n 10.676/03 art. 12, § 22, com efeitos retroativos a 1 2/11/99, e IN SRF n 635/06, art. 10. Compulsando as planilhas apresentadas pelo contribuinte adunados as fls. 063 a 074, não identificamos a contabilização de valores nas contas Reserva Legal e FATES. (contas contábeis n° 2445— 2.4.01.05.01 e 2442— 2.4.01.05.02). Desta forma, se considerarmos que conforme o artigo 28 da Lei n° 5.764/71 estas reservas são constituídas por 10 % e 5 %, respectivamente, da sobra líquida, há de se concluir que no período em questão não existiram sobras líquidas a serem deduzidas da base de cálculo em análise. A partir de dezembro de 2005, a fiscalização passou a excluir, corretamente, da base de cálculo da COFINS, os ingressos decorrentes do ato cooperativo (fls. 277). Entretanto, o seguinte trecho do Termo de Verificação e Encerramento de Ação Fiscal apontou a divergência entre o entendimento da fiscalização e o do Recorrente: Percebese pelos preenchimentos das planilhas pelo contribuinte (fls. 063 a 073), que o mesmo inadvertidamente computou como "ato cooperado" toda a sua prestação de serviços e/ou receitas, ou seja, muito embora possua grande parcela de sua receita advinda da prestação de serviços por intermédio de terceiros NÃO cooperados, considerouos como se cooperados fossem. Ora, a legislação anteriormente mencionada limita os atos cooperativos aos praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. Correto, portanto, o entendimento da fiscalização neste tema. Diferente não é o que prega o Superior Tribunal de Justiça e o CARF, senão vejamos: TRIBUTÁRIO – LEI N. 5.764/71 – ATOS COOPERATIVOS TÍPICOS – NÃOINCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA – ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL. 1. A controvérsia essencial dos autos restringese à incidência de contribuição social, no caso, PIS e COFINS, sobre a receita oriunda dos atos cooperativos típicos de sociedades de cooperativas de crédito. 2. A questão debatida nos autos foi amplamente examinada pelo Superior Tribunal de Justiça. O posicionamento até então majoritário consignava que Fl. 376DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 370 7 a decretação ou não da incidência de contribuição social sobre atos cooperativos próprios das embargantes encontrava óbice constitucional. Entendiase que o Tribunal de origem firmarase em matéria de natureza constitucional; logo intransitável o recurso especial, porquanto esbarrava na competência atribuída pela Constituição da República ao STF, pela via do recurso extraordinário, na forma do art. 102, inciso III. 3. Esse entendimento jurisprudencial, todavia, sofreu alteração. O STJ atualmente declara que a prática de atos cooperativos, realizados na forma descrita na Lei n. 5.764/71, não configura a hipótese de incidência da COFINS ou do PIS, caracterizandose, conseqüentemente, indevida. Destarte, frisese, in casu, a nãoincidência de contribuição social nos atos cooperados, compreendidos a captação de recursos de cooperados, os empréstimos a cooperados e as aplicações financeiras. 4. A nãoincidência do PIS e da COFINS, nos termos da jurisprudência dominante do STJ, em casos de cooperativas, restringese a atos cooperados praticados, exclusivamente, entre a cooperativa e seus associados. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, exclusivamente para determinar indevida a incidência tributária, in casu, COFINS e PIS, sobre atos cooperativos típicos realizados pelas embargantes, praticados conforme dispõe a Lei n. 5.764/71, nos termos deste voto. (EDcl no REsp 778.420MG, rel. Ministro Humberto Martins) PIS/COFINS. COOPERATIVAS DE SERVIÇOS MÉDICOS. ATO COOPERATIVO. FALTA DE PERTINÊNCIA COM O FATURAMENTO OU RECEITA BRUTA. Ato cooperativo é aquele praticado entre a cooperativa e seus cooperados, destinado à consecução dos objetivos sociais da entidade. Apenas se o ato cooperativo se configurasse em relação aos pagamentos que a cooperativa recebe ou seja, em relação à receita é que se poderia cogitar de alguma implicação em relação à incidência de PIS/Cofins, sendo, no entanto, indiferente para tal incidência, o fato de o ato cooperativo vir a se configurar em relação aos pagamentos que a cooperativa realiza. (Acórdão 3403001.916, rel. Conselheiro Ivan Allegrette) Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Gilberto de Castro Moreira Junior Fl. 377DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 371 8 Fl. 378DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10920.003731/2004-11
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1994
RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO.
Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. [...]. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando-se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005 (STF - Repercussão Geral).
RESTITUIÇÃO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO.
Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador (Súmula CARF nº 91).
Numero da decisão: 9101-002.498
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em dar-lhe provimento parcial com retorno dos autos à DRF de origem. As conselheiras Cristiane Silva Costa e Lívia De Carli Germano (suplente convocada em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) declararam-se impedidas.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em Exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Demetrius Nichele Macei (suplente convocado). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente) e Daniele Souto Rodrigues Amadio.
Nome do relator: MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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(sucedida por WHIRLPOOL S.A.) Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1994 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. [...]. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005 (STF Repercussão Geral). RESTITUIÇÃO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO. Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador (Súmula CARF nº 91). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em darlhe provimento parcial com retorno dos autos à DRF de origem. As conselheiras Cristiane Silva Costa e Lívia De Carli Germano (suplente convocada em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) declararamse impedidas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 00 37 31 /2 00 4- 11 Fl. 379DF CARF MF Processo nº 10920.003731/200411 Acórdão n.º 9101002.498 CSRFT1 Fl. 379 2 (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em Exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Demetrius Nichele Macei (suplente convocado). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente) e Daniele Souto Rodrigues Amadio. Relatório Por bem descrever os fatos, reproduzo o relatório da decisão recorrida (destaques do original): Tratase de recurso voluntário interposto por EMPRESA BRASILEIRA DE COMPRESSORES S.A. em face de acórdão proferido pela 4ª TURMA DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO DE FLORIANÓPOLIS SC, assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1994 REPETIÇÃO. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. DECADÊNCIA. A apuração de saldo negativo de IRPJ, ao final do exercício, confere ao contribuinte o direito à repetição, que deve, entretanto, ser exercido em cinco anos. Decai o direito à repetição se transcorrerem mais de cinco anos entre o momento em que a repetição poderia ser pleiteada e a data da apresentação do pedido. Solicitação indeferida. O caso foi assim relatado pela Delegacia Regional de Julgamento recorrida, verbis: “Por meio do documento à folha 01, formulou a contribuinte acima qualificada pedido de restituição da quantia de R$ 1.562.054,73, referente a recolhimentos que teriam sido indevidamente efetivados a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ em relação ao anocalendário de 1994. Em seu pedido, assim dispõe a contribuinte: Valores pagos a maior no AnoCalendário de 1995, baseados no entendimento extraído da decisão da 8ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes junto ao processo nº 10920.002291/200131, recurso nº 133.858, no qual o contribuinte é parte (doc. 1). Tal decisão determinou o afastamento da tributação do IRPJ sobre o Lucro da Exploração, tendo em vista que o contribuinte, ao ser admitido como cosolidário em Programa Especial de Fl. 380DF CARF MF Processo nº 10920.003731/200411 Acórdão n.º 9101002.498 CSRFT1 Fl. 380 3 Exportação BEFIEX já existente, figura na mesma condição jurídica do beneficiário original, seja quanto à responsabilidade dos tributos devidos desde o início do programa (1988), seja pelos benefícios que possam auferir (isenção do IRPJ sobre o Lucro da Exploração). Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal em Joinville/SC pelo seu indeferimento (Despacho Decisório às folhas 62 a 66), fazendoo com base na assertiva de que o pedido de restituição seria intempestivo, posto que, com base no conteúdo do inciso I do artigo 168 e inciso I do artigo 165 do Código Tributário Nacional, o prazo para restituição do indébito tributário seria de cinco anos, com termo inicial na data em que o pagamento indevido poderia ser objeto de pedido de restituição ou de compensação (nos termos do inciso II do artigo 28 da Lei nº 8.541/1992). Assim, como em relação ao exercício de 1995 (anocalendário de 1994), a entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica se deu em 31/05/1995, a contribuinte poderia ter solicitado a restituição a partir de 01/06/1995, o que fez com que o direito à restituição, que só foi exercitado em 30/12/2004, já tivesse decaído. Irresignada com tal indeferimento, encaminhou a contribuinte, por meio de seu procurador mandato à folha 95 a manifestação de inconformidade às folhas 68 a 94, na qual alega que ‘o direito à restituição, na verdade, abrange o período de 10 anos anteriores ao pagamento indevido, mediante a interpretação conjunta dos arts. 165 e 168 do CTN, conforme já amplamente reconhecido pelo E. Conselho de Contribuintes e Superior Tribunal de Justiça’ (folha 69). Defende a tese de que a extinção do crédito tributário, no caso dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, ocorre com a homologação do lançamento, fato este que se dá, de forma tácita, com o transcurso do prazo de cinco anos previsto no parágrafo 4º do artigo 150 do CTN; assim, apenas depois desta homologação é que se teria o termo inicial do prazo decadencial indicado no inciso I do artigo 168 do CTN. Deste modo, adota o entendimento de que, nos casos que versem sobre tributos lançados por homologação, o prazo para restituição é de dez anos, ou seja, cinco anos depois do decurso do prazo previsto para a Fazenda efetuar a homologação do lançamento. Alega a contribuinte, também, que, em face dos artigos 2º e 5º do Decreto nº 2.346/1997, as orientações do Superior Tribunal de Justiça devem ser seguidas pela Administração Pública. Assim, quanto ao prazo decadencial para a repetição do indébito tributário, deveria a autoridade fiscal adotar aquele que seria o entendimento já reiterado daquela Corte. A seguir, apresenta a contribuinte as razões pelas quais entende estar comprovada a existência do indébito tributário. Tais razões não serão aqui minudentemente relatoriadas, em face daquilo que se prolatará nesta decisão.” O acórdão acima ementado manteve em parte o despacho de indeferimento do pedido de restituição/compensação proferido pela DRF/Joinville/SC, sob o fundamento de ter ocorrido a Fl. 381DF CARF MF Processo nº 10920.003731/200411 Acórdão n.º 9101002.498 CSRFT1 Fl. 381 4 decadência do direito da Recorrente de pleitear ressarcimento de valores relativos a recolhimentos ocorridos antes de 01.06.1995, considerada a data da formulação do pedido de restituição (30.12.2004) e o prazo decadencial quinquenal estabelecido pelo CTN para tal fim (art. 165 c/c art. 168, I). Em sede de recurso voluntário, a Recorrente reitera as razões de sua manifestação de inconformidade, em especial no que se refere à inocorrência de decadência de seu direito de pleitear a compensação de valores recolhidos a maior ao erário público. Ao julgar o recurso, a Terceira Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes proferiu o Acórdão nº 10323.355, de 23 de janeiro de 2008, cujas ementa e decisão transcrevo, respectivamente: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Exercício: 1995 Ementa: TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTO INDEVIDO. RESSARCIMENTO. DECADÊNCIA. Conforme entendimento firmado nesta Corte Administrativa, o prazo quinquenal decadencial para pleitear o ressarcimento de valores recolhidos espontânea e indevidamente pelo contribuinte tem início a partir da data do pagamento que se considera indevido (extinção do crédito tributário). Esse termo não se altera em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, eis que, nesse caso, o pagamento extingue o crédito sob condição resolutória. Decadência reconhecida Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interpostos por EMPRESA BRASILEIRA DE COMPRESSORES S.A., ACORDAM os membros da TERCEIRA CÂMARA DO PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Inconformado, o contribuinte apresenta recurso especial por divergência, argumentando, em síntese: a) que o termo inicial para a contagem do prazo em questão é a data da extinção do crédito tributário, a qual, no caso dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, se dá apenas após o decurso do prazo de cinco anos contados a partir da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional; b) que, consequentemente, o prazo para pleitear a restituição do IRPJ em questão é de cinco anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais cinco anos; e c) que a Lei Complementar nº 118, de 2005, não se aplica aos pedidos de restituição apresentados anteriormente à sua entrada em vigor. Fl. 382DF CARF MF Processo nº 10920.003731/200411 Acórdão n.º 9101002.498 CSRFT1 Fl. 382 5 O recurso especial foi admitido pela presidente da Segunda Câmara da Primeira Seção do CARF. Devidamente cientificada, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, a seguir resumidas: a) que o direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data do pagamento do tributo indevido; b) que o prazo de 5 (cinco) anos foi ultrapassado, sem que a contribuinte pleiteasse a restituição das quantias pagas a maior; c) que a interpretação acima exposta tem inconteste amparo legal no art. 3º da Lei Complementar nº 118, de 2005, que se aplica, inclusive, a ato ou fato pretérito, nos termos do art. 106, inciso I, do CTN, conforme preceitua o seu art. 4º; e d) que é inaplicável a tese dos “cinco mais cinco”. É o Relatório. Voto Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão Relator O recurso é tempestivo, entendo que a divergência restou comprovada e, por isso, conheço do especial. Dispõe o art. 62, § 2º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015 (grifouse): Art. 62. [...]. [...]. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Relativamente à questão do prazo prescricional para o sujeito passivo pleitear a restituição/compensação do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, é o seguinte o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), na sistemática de Repercussão Geral (art. 543B do CPC/1973): DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE Fl. 383DF CARF MF Processo nº 10920.003731/200411 Acórdão n.º 9101002.498 CSRFT1 Fl. 383 6 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. (RE 566621, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011, DJe195 DIVULG 10102011 PUBLIC 11102011 EMENT VOL0260502 PP00273). Fl. 384DF CARF MF Processo nº 10920.003731/200411 Acórdão n.º 9101002.498 CSRFT1 Fl. 384 7 Considerando que, no presente caso, o pleito de restituição foi protocolado em 30/12/2004, não procede a preliminar de prescrição do IRPJ em relação aos fatos geradores ocorridos dentro do período de 10 (dez) anos anteriores à protocolização do pedido de restituição, objeto destes autos (anocalendário de 1994), arguida pela DRF de origem. Menciono, ainda, a Súmula CARF nº 91, de seguinte teor: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso especial do contribuinte, para que, superada a preliminar de prescrição, analise a DRF de origem o mérito do pedido de restituição. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Fl. 385DF CARF MF
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Numero do processo: 10980.934221/2009-97
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003
PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º, DA LEI Nº 9.718/98, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC Nº 20/98.
A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).
Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, b, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.760
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer a juridicidade do crédito vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. Recorrente BRASILSAT LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º, DA LEI Nº 9.718/98, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC Nº 20/98. A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer a juridicidade do crédito vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 93 42 21 /2 00 9- 97 Fl. 48DF CARF MF Processo nº 10980.934221/200997 Acórdão n.º 3402003.760 S3C4T2 Fl. 0 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório 1. Tratase de processo administrativo decorrente da apresentação de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que não homologou compensação declarada pelo contribuinte. 2. Segundo consta dos autos, o contribuinte alega possuir um crédito tributário decorrente do pagamento a maior de COFINS, nos termos exigidos pelo art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98, o qual foi julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, por intermédio do RE n. 357.950, afetado por repercussão geral. 3. Referida manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pela DRJCuritiba nos termos do que se depreende da ementa abaixo transcrita, na parte de interesse ao presente julgamento: ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS. O julgador da esfera administrativa deve limitarse a aplicar a legislação vigente, restando, por disposição constitucional, ao Poder Judiciário a competência para apreciar inconformismos relativos à sua validade ou constitucionalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. 4. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs recurso voluntário alegando, em suma, o que segue: (i) nulidade da decisão atacada, uma vez que ao pretexto de não poder analisar constitucionalidade de norma, a decisão vergastada deixou de analisar outros fundamentos jurídicos desenvolvidos pelo recorrente e que seriam autônomos e suficientes para a procedência do seu pleito; e, ainda (ii) que o crédito vindicado pelo contribuinte seria legítimo, nos termos da já citada decisão Pretoriana, a qual apresentaria caráter vinculativo para este CARF, conforme previsto no então vigente art. 62A do RICARF. 5. É o relatório. Fl. 49DF CARF MF Processo nº 10980.934221/200997 Acórdão n.º 3402003.760 S3C4T2 Fl. 0 3 Voto Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.723, de 24 de janeiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10980.933424/200966, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.723): "6. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. I. Da nulidade da decisão atacada 7. Não há nulidade da decisão atacada. Conforme se observa da própria manifestação de inconformidade do contribuinte, o pano de fundo a originar seu crédito para a contribuição em apreço é a inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98, reconhecida pelo STF. É o que se observa do seguinte trecho da sua manifestação: O contribuinte extinguiu o débito da COFINS, apurada conforme acima e declarada em DCTF, com DARF, período de apuração 28/02/2003, código de receita 2172, recolhido em 14/03/2003. Posteriormente, com a Declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.718/98 surgiu para o contribuinte o crédito tributário oponível ao Fisco referente a COFINS incidente sobre as receitas financeiras no valor de R$ 18.459,40. 8. A decisão recorrida, por sua vez, partiu do pressuposto que a questão em apreço tocava a análise quanto à (in)constitucionalidade de normas, o que não seria passível de apreciação na instância administrativa, nos exatos termos da Súmula CARF no 2. 9. Assim, uma vez reconhecida a sua incompetência para a questão de fundo e cuja análise seria essencial para o deslinde da questão debatida, a DRJ não poderia seguir adiante na análise da manifestação de inconformidade proposta pelo contribuinte. 10. Todavia, ainda que se considere que a decisão recorrida apresenta uma mácula, o que se afirma aqui a título de obiter dicta, mesmo assim tal fato não seria impediente para a análise do recurso voluntário interposto, haja vista o disposto no art. 59, Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10980.934221/200997 Acórdão n.º 3402003.760 S3C4T2 Fl. 0 4 §3º do Decreto m. 70.235/721, motivo pelo qual passo a análise de mérito do presente recurso. II. Do mérito da compensação perpetrada 11. Superada a questão preliminar, não há dúvida que, nos mérito, a juridicidade do crédito do contribuinte deve ser reconhecida, haja vista que a origem do citado crédito decorre da reconhecida inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98, assim reconhecida pelo STF quando do julgamento do RE nº 357.950, afetado por repercussão geral, e que restou assim ementado: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (STF; RE 390840, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/11/2005, DJ 15082006 PP 00025 EMENT VOL0224203 PP00372 RDDT n. 133, 2006, p. 214215) 1 "Art. 59. São nulos: (...). § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (...)." Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10980.934221/200997 Acórdão n.º 3402003.760 S3C4T2 Fl. 0 5 12. Referida decisão vincula este órgão julgador, nos termos art. 62, § 2º, do RICARF, in verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (...). § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) 13. Assim, o crédito do contribuinte é juridicamente válido, cabendo à fiscalização tão somente apurar se o montante aproveitado pelo contribuinte efetivamente retrata o aludido crédito. Dispositivo 14. Diante do exposto voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, reconhecendo o direito ao crédito por ele vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do quantum compensado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dou provimento ao recurso voluntário, para reconhecer a juridicidade do crédito por ele vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do quantum compensado. assinado digitalmente Antonio Carlos Atulim Fl. 52DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.726455/2009-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Nov 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2002
EMBARGOS INOMINADOS. INEXATIDÕES MATERIAIS.
Constatado erro material no acórdão, são cabíveis embargos inominados para correção do vício, passando esse acórdão a ter as seguintes ementa e decisão:
Ementa:
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano calendário:2002
COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE RECONHECIDO.
Homologa-se a compensação até o limite do direito creditório reconhecido.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL
COMPROVAÇÃO PARCIAL DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE RECONHECIDO.
Homologa-se a compensação até o limite do direito creditório reconhecido.
Recurso Voluntário Procedente em Parte
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar total provimento ao recurso quanto ao reconhecimento do crédito de R$32.299.022,19, relativamente ao Saldo Negativo de IRPJ, e pelo seu parcial provimento em relação ao Saldo Negativo de CSLL, cujo crédito reconhecido é de R$4.779.272,69, ambos do ano calendário de 2002, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Numero da decisão: 1402-002.333
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos inominados para sanar o erro material cometido na formalização do acórdão recorrido, retificando a ementa, a decisão e o dispositivo nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2002 EMBARGOS INOMINADOS. INEXATIDÕES MATERIAIS. Constatado erro material no acórdão, são cabíveis embargos inominados para correção do vício, passando esse acórdão a ter as seguintes ementa e decisão: Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano calendário:2002 COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE RECONHECIDO. Homologa-se a compensação até o limite do direito creditório reconhecido. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL COMPROVAÇÃO PARCIAL DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE RECONHECIDO. Homologa-se a compensação até o limite do direito creditório reconhecido. Recurso Voluntário Procedente em Parte Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar total provimento ao recurso quanto ao reconhecimento do crédito de R$32.299.022,19, relativamente ao Saldo Negativo de IRPJ, e pelo seu parcial provimento em relação ao Saldo Negativo de CSLL, cujo crédito reconhecido é de R$4.779.272,69, ambos do ano calendário de 2002, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos inominados para sanar o erro material cometido na formalização do acórdão recorrido, retificando a ementa, a decisão e o dispositivo nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto - Presidente (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone.
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INEXATIDÕES MATERIAIS. Constatado erro material no acórdão, são cabíveis embargos inominados para correção do vício, passando esse acórdão a ter as seguintes ementa e decisão: Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário:2002 COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE RECONHECIDO. Homologase a compensação até o limite do direito creditório reconhecido. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL COMPROVAÇÃO PARCIAL DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE RECONHECIDO. Homologase a compensação até o limite do direito creditório reconhecido. Recurso Voluntário Procedente em Parte Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar total provimento ao recurso quanto ao reconhecimento do crédito de R$32.299.022,19, relativamente ao Saldo Negativo de IRPJ, e pelo seu parcial provimento em relação ao Saldo Negativo de CSLL, cujo crédito reconhecido é de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 72 64 55 /2 00 9- 91 Fl. 3292DF CARF MF Processo nº 10880.726455/200991 Acórdão n.º 1402002.333 S1C4T2 Fl. 3.293 2 R$4.779.272,69, ambos do ano calendário de 2002, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos inominados para sanar o erro material cometido na formalização do acórdão recorrido, retificando a ementa, a decisão e o dispositivo nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone. Fl. 3293DF CARF MF Processo nº 10880.726455/200991 Acórdão n.º 1402002.333 S1C4T2 Fl. 3.294 3 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pelo DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO EM SÃO PAULO em face do Acórdão nº 1402 001.785, proferido em 27/08/2014. O processo diz respeito a PER/DCOMP cujos créditos tem origem em saldos negativos de IRPJ e CSLL, nos valores de R$32.299.022,19 e 4.789.054,59 respectivamente. O referido acórdão adotou a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 COMPROVAÇÃO PARCIAL DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE RECONHECIDO. Homologase a compensação até o limite do direito creditório reconhecido. Recurso Voluntário Procedente em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a existência de saldo negativo da CSLL no ano calendário de 2002 no valor de R$ 4.779.272,69 nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Segundo o embargante a decisão teria sido formalizada com inconsistências que estariam impedindo a sua implementação. Assim, com fulcro no art. 66, caput, do Regimento Interno do CARF (Anexo II), aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, propôs os presentes embargos, exposando os seguintes argumentos: 1) A ementa do acórdão indica como assunto o IRPJ, mas a decisão prolatada se refere à CSLL; 2) Enquanto o crédito reconhecido de saldo negativo de CSLL, referente ao ano calendário de 2002, no valor de R$4.779.272,69, consta expressamente consignado na parte dispositiva do acórdão, nada foi dito em relação ao saldo negativo de IRPJ do mesmo período, que era, igualmente, objeto de litígio; 3) Inobstante esteja constando do acórdão que a decisão foi tomada "nos termos do relatório e voto", que integram o julgado, verificase às fls. 3.181 que o Relator expressamente conclui que "resta confirmado o Saldo Negativo do IRPJ 2002 no valor de R$32.299.022,19. Portanto, teria faltado consignar no acórdão o reconhecimento do mencionado crédito. Os autos foram então encaminhados ao Presidente desta Turma, que admitiu os embargos, devolvendome para relato. É o relatório. Fl. 3294DF CARF MF Processo nº 10880.726455/200991 Acórdão n.º 1402002.333 S1C4T2 Fl. 3.295 4 Voto Conselheiro LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONÇALVES, Relator. Os embargos são tempestivos, já que opostos dentro do prazo regimental. Conforme relatado, tratase de se verificar a ocorrência de eventual erro contido no dispositivo e na ementa do Acórdão nº 1402001.785, que teriam sido silentes quanto à decisão da Turma Julgadora relativamente ao reconhecimento do crédito de IRPJ, no importe de R$32.299.022,19, também objeto do recurso voluntário. Segundo o recorrente, a ementa do acórdão indica como assunto o IRPJ, mas a decisão prolatada se refere à CSLL; além disso nada consta da parte dispositiva do acórdão em relação ao saldo negativo de IRPJ do mesmo período, que era, igualmente, objeto de litígio. Conheço dos embargos interpostos recepcionados como embargos inominados de que trata o art. 66 do RICARF/2015. Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Conforme acima relatado, constatase nos presentes autos erro material, passível de correção pela via dos presentes embargos. Da análise do voto condutor do acórdão recorrido, extraímos os seguintes trechos para subsidiar nossa decisão (v. efls. 3.179/3.181): Saldo Negativo de IRPJ 2002 A Recorrente apurou um saldo negativo de IRPJ 2002 no montante de R$ 32.299.022,19, valor representado pela soma das antecipações do Imposto de Renda no valor de R$ 38.145.637,39, com IRRF de R$ 18.990.092,79, deduzida do imposto devido (R$ 24.836.707,99). A autoridade fiscal terminou por reduzir o saldo negativo de IRPJ 2002, de R$ 32.299.022,19 para R$ 5.676.064,37, uma vez que (i) do valor total das antecipações declaradas no ano (R$ 38.145.637,39), apenas o valor de R$ 10.782.452,65 (Saldo de 2001 atualizado como compensações sem processo) foi admitido, e (ii) haveria um valor deduzido a menor de IRRF pelo interessado, de R$ 740.226,92 (= R$ 19.730.319,71 existentes menos R$ 18.990.092,79 deduzidos pelo interessado). A não aceitação (de R$ 26.622.957,82) de parte das antecipações teria ocorrido porque (i) não constaria nos sistemas da RFB o pagamento do IRPJ estimativa de 12/2002, de R$ 5.592.206,43 (crédito referente a saldo negativo de IRPJ 2006), (ii) teria sido indeferido o valor de R$ 1.443.513,54 no PA 11610.001857/200174 (crédito referente a saldo negativo IRPJ 2000), (iii) teria Fl. 3295DF CARF MF Processo nº 10880.726455/200991 Acórdão n.º 1402002.333 S1C4T2 Fl. 3.296 5 havido insuficiência de créditos no montante de R$ 13.754.546,71 (= R$ 24.536.999,36 utilizados menos R$ 10.782.452,85 reconhecidos),referentes a saldo negativo de IRPJ 2001, utilizado em compensações sem processo; e, (iv) o interessado teria utilizado o valor de R$ 5.832.691,15 (= R$ 6.572.918,07 menos R$ 740.226,92 acima mencionados) de IRRF do ano (para pagamento de IRPJ estimativa de 09/2002), sem oferecer as correspondentes receitas financeiras à tributação. Primeiramente, importa notar que o crédito de saldo negativo de IRPJ 2006 no valor de R$ 5.592.206,43 foi pleiteado na DCOMP (fls. 447, 449 e 455) que, no entanto, não foi integralmente homologada, conforme despacho decisório no processo administrativo de crédito nº. 10880.962787/201151 (fls. 2312/2316). Nesse passo, tenhase em mente que, do crédito total pleiteado no valor de R$ 29.071.325,92, foi homologado o montante de R$ 28.986.140,87. Portanto, o débito compensado (de R$ 5.592.206,43) poderá ser quitado até o limite do crédito homologado. Quanto aos demais valores não reconhecidos, referentes a crédito de saldo negativo de períodos anteriores, tais também devem ser homologados, já que foram confirmados – conforme tópicos acima os saldos negativos de IRPJ dos anos calendário 2000 e 2001. Por fim, no que toca ao valor de R$ 5.832.691,15 de IRRF, é necessário tecer alguns esclarecimentos. Com relação ao IRRF, a Recorrente apurou o montante de R$ 25.563.010,86 (no sistema DIRF da RFB consta R$ 25.818.865,99) enquanto que a fiscalização considerou apenas o montante de R$ 19.730.319,71, pois, conforme entendimento da fiscalização, a empresa não teria tributado a totalidade das receitas financeiras que geraram o IRRF. A Recorrente sustenta que a totalidade das receitas financeiras foram contabilizadas e tributadas e evidencia tal fato, segregando seus argumentos entre IRRF sobre aplicações financeiras de renda variável e renda fixa. IRRF – Renda Variável A Recorrente afirma que o IRRF (R$ 22.530.862,60) é decorrente do rendimento de operações de swap no valor total de R$ 112.654.313,23. Esclarece que na DIPJ do AC 2002 – Ficha 6, Linha 21 – constou o valor de R$ 87.094.048,02, uma vez que esse seria o valor líquido apurado (receitas despesas), conforme balancetes que apresenta. Reforçando a argumentação, a Recorrente apresenta novos documentos e esclarecimentos, detalhando a forma como foram contabilizadas as receitas financeiras de renda variável que geraram as retenções de IR efetuadas em setembro e novembro de 2002. IRRF – Renda fixa A Recorrente esclarece que os rendimentos obtidos em operações de renda fixa foram contabilizados e tributados em sua integralidade, conforme regime de competência; ou seja, efetuandose a retenção do IR no momento do resgate do título. Fl. 3296DF CARF MF Processo nº 10880.726455/200991 Acórdão n.º 1402002.333 S1C4T2 Fl. 3.297 6 Assim, como parte da receita financeira demonstrada nos informes de rendimento foi contabilizada e tributada em exercícios anteriores ao da retenção do IR, a fiscalização não teria identificado a contabilização da totalidade da receita financeira na DIPJ do AC 2002. Nesse passo, a Recorrente apresentou diversos documentos que comprovariam a efetiva contabilização, conforme regime de competência, de todas as receitas financeiras obtidas em operações de renda fixa. Portanto, para confirmação da legitimidade do IRRF sobre aplicações financeiras de renda fixa e variável, e, conseqüentemente, do valor glosado de R$ 5.832.691,15, foram cuidadosamente analisados, na diligência realizada pela DIORT/DEINF, os relatórios contábeis, razões, balancetes e demais documentos apresentados pela Recorrente (fls. 538/640, 642/690 e docs. 8 a 13 do recurso voluntário, fls. 1478/1585). Com efeito, nesse ponto, a autoridade fiscal autuante analisou os documentos anexados ao recurso voluntário, a fim de verificar se a totalidade das receitas financeiras de renda fixa e variável obtidas no anocalendário 2002 foi devidamente submetida à tributação, permitindo que o IRRF decorrente de tais rendimentos fosse considerado na formação do saldo negativo de IRPJ 2002. Nesse sentido, o relatório de diligência concluiu que os documentos anexados ao recurso voluntário comprovaram que os rendimentos de aplicações em renda fixa e variável informados foram oferecidos à tributação, conforme exposto no fragmento abaixo: "42. Do acima exposto, concluise que os rendimentos de aplicações em renda fixa e variável informados pelas fontes pagadoras, em nome do interessado, para o anocalendário 2002 foram oferecidos à tributação e, portanto, o IRRF então decorrente, no montante de R$ 25.563.010,86, poderia ser computado como antecipação do IRPJ devido no ajuste, restando convalidado o Saldo Negativo do IRPJ, de R$ 32.299.022,19, conforme informado na DIPJ/2003." Portanto, resta confirmado o Saldo Negativo do IRPJ 2002 no valor de R$ 32.299.022,19. Para alicerçar seu voto, o Conselheiro Carlos Pelá afiançouse no Relatório de Diligência de efls. 3.141/3.149, elaborado a partir da Resolução nº 1402000.180, v. efls. 2.691/2.708. Resta evidente da leitura do Acórdão nº 1402001.785 que houve erro na sua formalização ao não incluir, tanto na decisão quanto no dispositivo, as conclusões tomadas pela Turma de Julgamento relativamente ao saldo negativo de IRPJ, também objeto de litígio e fartamente abordado pelo Relator em seu voto (v. efls. 3.179/3.181). Assim, restou constatada a existência de erro material na formalização do acórdão, razão pela qual proponho seja proferido novo decisum para retificar tanto o dispositivo quanto a sua ementa, adequandoo ao decidido na Sessão de Julgamento de 27 de agosto de 2014. O dispositivo seria redigido conforme a proposta abaixo: Pelo exposto, voto por dar total provimento ao recurso quanto ao reconhecimento do crédito de R$32.299.022,19, Fl. 3297DF CARF MF Processo nº 10880.726455/200991 Acórdão n.º 1402002.333 S1C4T2 Fl. 3.298 7 relativamente ao Saldo Negativo de IRPJ, e pelo seu parcial provimento em relação ao Saldo Negativo de CSLL, cujo crédito reconhecido é de R$4.779.272,69, ambos do ano calendário de 2002, homologandose as compensações realizadas até o limite dos créditos reconhecidos. Já a ementa deverá ser assim redigida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE RECONHECIDO. Homologase a compensação até o limite do direito creditório reconhecido. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2002 COMPROVAÇÃO PARCIAL DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE RECONHECIDO. Homologase a compensação até o limite do direito creditório reconhecido. Recurso Voluntário Procedente em Parte Por derradeiro, a decisão do julgado ficaria assim redigida: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar total provimento ao recurso quanto ao reconhecimento do crédito de R$32.299.022,19, relativamente ao Saldo Negativo de IRPJ, e pelo seu parcial provimento em relação ao Saldo Negativo de CSLL, cujo crédito reconhecido é de R$4.779.272,69, ambos do ano calendário de 2002, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Isso posto, voto por acolher os embargos inominados para sanar o erro material cometido na formalização do acórdão recorrido, retificando a ementa, a decisão e o dispositivo conforme os respectivos textos acima propostos. Em 05 de outubro de 2016. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves – Relator Fl. 3298DF CARF MF Processo nº 10880.726455/200991 Acórdão n.º 1402002.333 S1C4T2 Fl. 3.299 8 Fl. 3299DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10725.720568/2012-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Sep 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2008
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. DESPESAS COM AÇÃO JUDICIAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO.
Na hipótese de rendimentos recebidos acumuladamente em ação trabalhista, é admitida a dedução do valor das despesas com honorários advocatícios comprovadamente pagas pelo contribuinte, necessárias ao recebimento dos rendimentos tributáveis.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2401-004.451
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, dar-lhe provimento parcial, para restabelecer a dedução com despesas de advogados no valor de R$ 61.621,00, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins e Andréa Viana Arrais Egypto.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULAMENTE (RRA). DESPESAS COM AÇÃO JUDICIAL. Recorrente MARIEL LIMA DE OLIVEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2008 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. DESPESAS COM AÇÃO JUDICIAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. Na hipótese de rendimentos recebidos acumuladamente em ação trabalhista, é admitida a dedução do valor das despesas com honorários advocatícios comprovadamente pagas pelo contribuinte, necessárias ao recebimento dos rendimentos tributáveis. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, darlhe provimento parcial, para restabelecer a dedução com despesas de advogados no valor de R$ 61.621,00, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 72 5. 72 05 68 /2 01 2- 71 Fl. 65DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/09/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI Processo nº 10725.720568/201271 Acórdão n.º 2401004.451 S2C4T1 Fl. 66 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins e Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/09/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI Processo nº 10725.720568/201271 Acórdão n.º 2401004.451 S2C4T1 Fl. 67 3 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 21ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro (DRJ/RJ1), cujo dispositivo tratou de considerar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Transcrevo a ementa do Acórdão nº 1248.659 (fls. 44/47): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2008 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. A dedução do honorário advocatício está condicionada à comprovação de que este foi pago em decorrência da Ação Trabalhista na qual o Contribuinte recebeu os rendimentos. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA PARTE DA OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Consolidase administrativamente o crédito tributário relativo à matéria não impugnada, na forma do art. 17 do Decreto 70.235/72. Impugnação Improcedente 2. Em face do contribuinte foi emitida a Notificação de Lançamento nº 2009/421855596483048, relativa ao anocalendário 2008, decorrente de procedimento de revisão de Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF), em que foi apurada omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica decorrentes da Ação Trabalhista nº 310 199428101009, em tramitação na 1ª Vara de Trabalho de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro (fls. 31/34). 2.1 A Notificação de Lançamento alterou o resultado de sua Declaração de Ajuste Anual (DAA), exigindo o Fisco imposto suplementar, acrescido de juros de mora e multa de ofício. 3. Cientificado da notificação por via postal em 17/4/2012, às fls. 36, o contribuinte impugnou a exigência fiscal (fls. 2/5). 4. Intimado em 13/8/2012, por via postal, da decisão do colegiado de primeira instância, às fls. 50/52, o recorrente apresentou recurso voluntário no dia 12/9/2012 (fls. 53/54). Fl. 67DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/09/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI Processo nº 10725.720568/201271 Acórdão n.º 2401004.451 S2C4T1 Fl. 68 4 4.1 Expõe, em síntese, os seguintes argumentos de fato e de direito: (i) que para o recebimento dos valores reconhecidos na Reclamação Trabalhista nº 310199428101009 contratou os serviços de 3 (três) advogados, com escritórios em Campos dos Goytacazes (1ª instância), Rio de Janeiro (2ª instância) e Brasília (3ª instância); (ii) a fiscalização não aceitou as seguintes despesas com advogados, por não haver a inequívoca vinculação com a ação trabalhista: a) Nota Fiscal nº 0925, emitida por Waldir Nilo Passos Advogados Associados S/C, no valor de R$ 35.946,00 (trinta e cinco mil, novecentos e quarenta e seis reais); e b) Nota Fiscal nº 0574, emitida por Ferraz e Passos Advocacia e Consultoria Sociedade Simples, no valor de R$ 25.675,00 (vinte e cinco mil, seiscentos e setenta e cinco reais); (iii) com relação ao escritório Waldir Nilo Passos Advogados Associados, anexase uma declaração da pessoa jurídica, confirmando o recebimento dos honorários em decorrência da autuação no Processo nº 003100012.1994.5.01.0281, atual numeração definida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ); (iv) já quanto ao escritório Ferraz e Passos, a declaração semelhante não chegou a tempo para a juntada no recurso voluntário, porém é trazido aos autos cópias de fls. do processo judicial em que se comprova a participação do escritório como patrono da causa junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST); e (v) de qualquer modo, ainda que possa ter havido omissão, a retenção do imposto sobre a renda na fonte incidente sobre o total de rendimentos recebidos na ação judicial implica cumprida a obrigação tributária relativa ao anocalendário 2008, exercício 2009. É o relatório. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/09/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI Processo nº 10725.720568/201271 Acórdão n.º 2401004.451 S2C4T1 Fl. 69 5 Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator Juízo de admissibilidade 5. Uma vez realizado o juízo de validade do procedimento, verifico que estão satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário e, por conseguinte, dele tomo conhecimento. Mérito 6. Ainda que o valor do imposto retido pela fonte pagadora tenha tomado como parâmetro o montante informado na Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), equivalente a R$ 537.533,39, o contribuinte na sua DAA 2009/2008 declarou como rendimentos tributáveis um valor inferior, igual a R$ 376.273,37, pleiteando a restituição do imposto sobre a renda em excesso (fls. 20/26). 6.1 Logo, não se pode falar em improcedência da revisão fiscal da declaração entregue pelo contribuinte, com fundamento apenas na realização da retenção do imposto pela fonte pagadora no momento em que foram disponibilizados os recursos financeiros ao beneficiário. 7. Quanto às despesas com advogados, o art. 12 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, vigente à época dos fatos geradores, autorizava a dedução das despesas com a ação judicial necessárias ao recebimento de valores, tais como honorários advocatícios pagos pelo beneficiário dos rendimentos. Art. 12. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. 7.1 A autoridade lançadora acatou o pagamento de R$ 76.262,00, conforme Nota Fiscal nº 578, emitida por Rangel e Oliveira Advogados Associados S/C, deduzindo da base de cálculo do imposto a despesa paga ao escritório de advocacia (fls. 7 e 13). 8. Passo, na sequência, a analisar as demais notas fiscais apresentadas pelo recorrente. No que se refere à Nota Fiscal nº 0925, emitida por Waldir Nilo Passos Advogados Associados S/C, no valor de R$ 35.946,00, o documento não faz alusão, de fato, ao processo trabalhista supracitado ou a qualquer outro (fls. 15). Fl. 69DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/09/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI Processo nº 10725.720568/201271 Acórdão n.º 2401004.451 S2C4T1 Fl. 70 6 9. Inobstante tal omissão, a própria decisão de piso, em consulta ao andamento do processo no sítio da Justiça do Trabalho, identificou que Waldir Nilo Passos Filho atuou como patrono da causa trabalhista (fls. 42), 9.1 Adicionalmente, juntouse uma declaração do escritório Waldir Passos que confirma o recebimento dos honorários registrados na Nota Fiscal nº 925, relativos ao Processo nº 003100012.1994.5.01.0281 (fls. 55). 9.2 Além disso, como mais um elemento de convicção, a data de emissão da documento fiscal, em 30/9/2008, é compatível com a liberação da parcela incontroversa dos créditos trabalhistas ao reclamante (fls. 11/12). 9.3 Entendo, portanto, comprovado o pagamento da despesa de R$ 35.946,00, em decorrência da ação trabalhista em apreço. 10. No tocante ao pagamento relativo à Nota Fiscal nº 0574, emitida por Ferraz e Passos Advocacia e Consultoria Sociedade Simples, no valor de R$ 25.675,00, existe menção no corpo do documento que o desembolso está associado aos "Honorários advocatícios referente ao Processo E RR 47336/1998.9" (fls. 14). 11. Na verdade, tratase dos Embargos no Recurso de Revista (ERR) nº 475336/1998.9, que tramitou no TST, com origem no Processo nº 15118/19950 junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, conforme se percebe do conteúdo do ato de transferência de poderes pelo advogado principal da causa, bem como das cópias da petição e do despacho judicial colacionados aos autos pelo recorrente (fls. 56/58). 11.1 As informações podem ser corroboradas mediante acesso à consulta pública disponível no sítio do TST (http://www.tst.jus.br/web/guest/processosdotst), cuja numeração atual do Processo é 47533683.1998.5.01.5555:1 1 A Reclamação Trabalhista nº 310199428101009 foi proposta em face da Caixa Econômica Federal, com formação de litisconsórcio ativo facultativo, identificado no processo por César Ferreira de Araújo e outros. O Sr. Mariel Lima de Oliveira, ora recorrente, é um dos litigantes (fls. 11, 16 e 42). Fl. 70DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/09/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI Processo nº 10725.720568/201271 Acórdão n.º 2401004.451 S2C4T1 Fl. 71 7 11.2 Assim, estou convencido da possibilidade de dedução da despesas com advogados no valor de R$ 25.675,00, correspondente à Nota Fiscal nº 0574, na medida em que decorrente da ação trabalhista em análise. 12. Dessa feita, relativamente ao montante dos rendimentos tributáveis omitidos, sou favorável a exclusão da importância total de R$ 61.621,00, a título de despesas vinculadas à Ação Trabalhista nº 310199428101009, conforme Notas Fiscais nº 0925 e 0574 (fls. 14/15). Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do recurso voluntário e, no mérito, DAR LHE PROVIMENTO PARCIAL para reconhecer a dedução com despesas de advogados no valor de R$ 61.621,00 (sessenta e um mil, seiscentos e vinte e um reais), reduzindo o montante da omissão de rendimentos apurada pela fiscalização. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 71DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/09/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
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Numero do processo: 16327.721415/2012-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 06 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1401-000.408
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Por unanimidade de votos, RESOLVEM os membros converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
ANTONIO BEZERRA NETO - Presidente.
(assinado digitalmente)
GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ANTONIO BEZERRA NETO (Presidente), LIVIA DE CARLI GERMANO, GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, LUIZ RODRIGO DE OLIVEIRA BARBOSA, LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, MARCOS DE AGUIAR VILLAS BOAS, RICARDO MAROZZI GREGORIO e AURORA TOMAZINI DE CARVALHO.
Nome do relator: GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES
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Por unanimidade de votos, RESOLVEM os membros converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) ANTONIO BEZERRA NETO Presidente. (assinado digitalmente) GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ANTONIO BEZERRA NETO (Presidente), LIVIA DE CARLI GERMANO, GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, LUIZ RODRIGO DE OLIVEIRA BARBOSA, LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, MARCOS DE AGUIAR VILLAS BOAS, RICARDO MAROZZI GREGORIO e AURORA TOMAZINI DE CARVALHO. RELATÓRIO Em relação às peças iniciais do presente feito, sirvome do relatório da autoridade a quo: Tratase de ação fiscal realizada na empresa em epígrafe com a lavratura de auto de infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 27 .7 21 41 5/ 20 12 -1 0 Fl. 540DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 16327.721415/201210 Resolução nº 1401000.408 S1C4T1 Fl. 541 2 (fls. 106123) referente aos anoscalendário 2007, 2008 e 2009, com os enquadramentos legais e valores a seguir discriminados: (...) DA AUTUAÇÃO De acordo com o Termo de Verificação Fiscal – TVF (fls. 96105), a empresa Itaú Vida e Previdência S/A, cujo nome empresarial anterior era UNIBANCO Vida e Previdência S/A, tem como objeto a exploração de seguros de pessoas, além de instituir planos privados de concessão de pecúlio ou de rendas de previdência privada aberta, conforme consta de seu Estatuto Social. Da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) A autoridade fiscal destaca que a Constituição Federal, em seu art. 7º, estabelece os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, dentre os quais destaca: “Art.7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II segurodesemprego, em caso de desemprego involuntário; III fundo de garantia do tempo de serviço; (...) VIII décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; (...) XVI remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XXI aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;" Afirma que os citados direitos pertencem somente aos empregados, pois prestadores de serviço sem vínculo empregatício, bem como os diretores não empregados, não possuem estes direitos. Fl. 541DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 16327.721415/201210 Resolução nº 1401000.408 S1C4T1 Fl. 542 3 Aduz que o art. 218, §4º, da Constituição Federal ratifica esse entendimento, especialmente em relação à participação nos lucros ou resultados, deixando claro que o constituinte, no art. 7º, ao falar em trabalhador, referiuse à espécie empregado. De acordo com a fiscalização, a regulamentação do art. 7º, inciso XI, da CF/88 ocorreu com a edição da Medida Provisória n° 794, de 29/12/1994, reeditada até sua conversão na Lei n°10.101/2000, que regulamenta a matéria: Art. 3º A participação de que trata o art. 2º não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. § 1° Para efeito de apuração do lucro real, a pessoa jurídica poderá deduzir, como despesa operacional as participações atribuídas aos empregados nos lucros ou resultados, nos termos da presente Lei, dentro do próprio exercício de sua constituição. No mesmo sentido, dispõem os arts. 359 e 462, inciso III, do Decreto n°3.000, de 26/03/1999. Já para os dirigentes ou administradores aplicamse os arts. 249, inciso I, 303 e 463 do Decreto n° 3.000/99. Dos fatos Conforme consta do Estatuto Social, no período fiscalizado, o contribuinte era administrado por uma Diretoria a quem competia administrar e gerir amplamente os negócios e atividades da Companhia, cabendo à Assembleia Geral a eleição da diretoria e a fixação da remuneração dos administradores. A autoridade fiscalizadora analisou o tratamento tributário das Participações nos Lucros atribuídos pela empresa a três diretores que receberam participações no período de 2007 a 2009, através do Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) celebrado entre a empresa e o Sindicato dos Empregados (em Empresas de Seguros Privados e de Capitalização, de Agentes Autônomos de Seguros Privados e de Crédito em Empresas de Previdência Privada no Estado de São Paulo), baseado em metas e resultados. Os pagamentos ocorreram semestralmente na rubrica PLR Bônus, com fundamento na Lei 10.101/2000, que regula as participações dos empregados. Os programas de PLR dos anos 2007 a 2009 e a ata da assembleia que atribui PLR aos diretores encontramse às fls. 2242. Dois dos mencionados diretores são: Antonio Eduardo M. F. Trindade e Alexandre Gonçalves de Vasconcellos, que eleitos pela assembleia da companhia, possuíam todas as características de administradores: eleição e destituição do cargo por assembleia; atribuição de gerir e administrar amplamente os negócios da empresa; contrair obrigações. Fl. 542DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 16327.721415/201210 Resolução nº 1401000.408 S1C4T1 Fl. 543 4 Porém, nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP, foram declarados na categoria 1 Empregados. Constatou a fiscalização que estes diretores não possuíam vínculo empregatício com o contribuinte, conforme as atas de eleição das assembleias da companhia (fls.4358). O terceiro diretor fiscalizado foi Luiz Fernando Butori Reis Santos, que exerceu o cargo de diretor, conforme informações do próprio contribuinte, folhas de pagamento de salário e folhas de PLR. Afirma o auditorfiscal que este diretor começou a receber a remuneração na competência de 11/2008 e que Luiz Fernando Butori Reis Santos não possuía vínculo empregatício com a empresa e nem tampouco foi eleito diretor por assembleia, embora na GFIP tenha sido declarado como segurado empregado. Sobre os pagamentos das participações dos administradores não houve incidência de contribuições previdenciárias. Houve diminuição do Imposto de Renda a pagar, pois a empresa deduziu estas despesas. Ressalta a autoridade autuante que tanto (i) os diretores eleitos pela assembleia, como (ii) o diretor de outras empresas do grupo, prestando serviços para o contribuinte com funções de diretor, são, tanto na essência quanto na forma, verdadeiramente administradores. Destaca, ainda, que não foram registrados na empresa Itaú Vida e Previdência S/A como empregados, não mantendo vínculo empregatício com a empresa. O simples fato de o contribuinte remunerar seus diretores como empregados e assim declarálos na GFIP, quando de fato e de direito são administradores sem vínculo empregatício, não concede à empresa o direito de usufruir da dedução permitida, pela Lei nº 10.101/2000, somente aos empregados. Para os administradores aplicase a legislação anteriormente citada, que determina a adição ao lucro líquido do período de apuração das participações atribuídas aos administradores, para efeito de determinar o lucro real. De acordo com a fiscalização, os valores dos pagamentos das Participações foram registrados na conta de despesa 392000000 Participações no Lucro, conforme Demonstrativo e Folha de Pagamento das Participações dos diretores, fornecidos pelo contribuinte, e registro contábil da despesa (fls. 8091). Os valores (em reais) encontramse a seguir demonstrados: (...) Da Compensação indevida de Prejuízo Operacional Afirma a autoridade fiscal que o sujeito passivo compensou prejuízos operacionais em montante superior ao saldo disponível, conforme detalhamento na planilha de compensação de prejuízos (fls. 119121) e DIPJ dos anoscalendário 2007, 2008 e 2009, com compensações de prejuízos (fls.9294). Fl. 543DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 16327.721415/201210 Resolução nº 1401000.408 S1C4T1 Fl. 544 5 No anocalendário 2009 o contribuinte possuía saldo de prejuízo fiscal no montante de R$1.287.386,34, conforme Demonstrativo de Compensação de Prejuízos Fiscais, porém, compensou R$23.348.979,64. A compensação indevida seria de R$22.061.593,30. No entanto, em virtude dos lançamentos de ofício contidos no presente Auto de Infração, aumentando o lucro real nos anos de 2007 e 2008, o saldo de prejuízo fiscal no anocalendário 2009 totalizou R$368.931,64. Portanto, a compensação indevida passou a ser: R$23.348.979,64 () R$368.931,64 = R$22.980.048,00. DA IMPUGNAÇÃO O contribuinte foi cientificado da autuação em 05/12/2012 (fl.107) e apresentou, em 04/01/2013, a impugnação de fls.129138, acompanhada dos documentos de fls.139314, cujas alegações se resumem a seguir. I. Da Nulidade do Lançamento Alega o impugnante que a autoridade fiscal consignou ter havido compensação indevida de prejuízo operacional, argumentando que o saldo apurado de prejuízo fiscal do impugnante se mostrou insuficiente, sem apontar os motivos que a levaram a essa conclusão. Ressalta que o impugnante não foi intimado a prestar qualquer tipo de esclarecimento acerca do prejuízo fiscal supostamente compensado a maior. A autoridade fiscal se limitou a consignar os valores dos prejuízos fiscais sem trazer qualquer observação analítica do valor encontrado, que, no caso, diverge do montante apurado pelo impugnante, em flagrante desatendimento dos requisitos para a formalização do auto de infração em referência. Argumenta que a ausência da descrição detalhada dos fatos, bem como de qualquer documentação/prova que dê suporte às alegações do Fisco, importa na nulidade do auto de infração, uma vez que implica no cerceamento de defesa do impugnante, que se encontra impossibilitado de conhecer por completo os motivos que levaram a autuação. O artigo 10 do Decreto n° 70.235/72 dispõe sobre os requisitos essenciais do auto de infração, que também deixou de atender ao disposto no artigo 9º do mencionado Decreto. Afirma o interessado que o lançamento fiscal também é nulo por não atender os requisitos do artigo 142 do CTN, pois a autoridade fiscal deveria ter fundamentado a glosa dos prejuízos fiscais e que geraram a compensação indevida. II. Da Indevida Glosa de Prejuízo Fiscal Fl. 544DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 16327.721415/201210 Resolução nº 1401000.408 S1C4T1 Fl. 545 6 Aduz o impugnante que por não saber os motivos da glosa do prejuízo fiscal, não tem condições de se defender de forma circunstanciada e específica de qualquer suposta irregularidade. A autoridade fiscal parte de um saldo de prejuízo fiscal de R$36.333.883,88, o que diverge do montante apurado pelo impugnante, conforme mapa de apuração do prejuízo fiscal, cujos valores encontramse devidamente comprovados pela documentação anexada à impugnação: (...) Conforme informado na DIPJ do anocalendário de 2007, o saldo de prejuízo fiscal ali apurado era de R$34.584.177,28. Esse saldo de prejuízo fiscal, assim como o saldo de prejuízo de anoscalendário anteriores a 2007 já não podem ser impugnados, haja vista o transcurso do prazo de 5 anos após a entrega das declarações, levando à homologação tácita a que se refere o art. 150, §4° do CTN. Afirma o impugnante que, no início de 2008, o saldo de prejuízo fiscal era de R$34.584.177,28. Ao longo desse ano de 2008, foram realizadas compensações no montante total de R$11.596.173,72 (docs.04 e 05), de modo a restar, para o anocalendário de 2009, o saldo de R$22.988.003,56. III. Da Dedutibilidade das Despesas de Pagamentos de Participação nos Lucros e Resultados aos Diretores Empregados Ressalta o impugnante que os diretores mantinham, à época, contrato de trabalho regido pela CLT. Ou seja, eram diretores empregados. Esse fato, que é incontroverso e reconhecido pela autoridade fiscal, já é suficiente para cancelar o lançamento. O art. 3º, §1° da Lei 10.101/00, reproduzido no art. 359 do RIR, é expresso ao consignar que a pessoa jurídica poderá deduzir como despesa operacional as participações atribuídas aos empregados nos lucros ou resultados. Argumenta que nenhuma incompatibilidade existe entre o exercício da posição de diretor e a manutenção do contrato de trabalho. A Lei 8.036/90, em seu artigo 16, reconhece a figura do diretor não empregado, possibilitando à empresa que o equipare aos demais trabalhadores. Assim, a contrario sensu, o diretor empregado é trabalhador para todos os efeitos. Portanto, o diretorempregado permanece na qualidade de "trabalhador", para os fins e efeitos da Constituição Federal, da legislação trabalhista (CLT), da legislação do FGTS e da legislação tributária. Sustenta ser vazia de conteúdo e sustentação a alegação da autoridade fiscal de que a eleição em assembleia de um diretor se sobrepõe a existência de vínculo empregatício. Alega que o cumprimento dos requisitos da Lei 10.101/00 para o pagamento da participação nos resultados não foi questionado pelo fiscal, de modo que se torna fato incontroverso. IV. Da Não Incidência de Juros sobre Multa de Ofício Fl. 545DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 16327.721415/201210 Resolução nº 1401000.408 S1C4T1 Fl. 546 7 O impugnante aduz, ainda, que o Fisco não poderá exigir juros de mora sobre o valor da multa de oficio. A Lei 9.430/96 prevê que os débitos de tributos e contribuições serão acrescidos de multa de mora (art. 61, caput), e que, sobre aqueles débitos, incidirão juros de mora (art. cit., §3º). Ou seja, os débitos de tributos e contribuições é que se sujeitam aos juros de mora, e não o valor da multa de mora. Se os juros de mora não incidem sobre a multa de mora, por iguais razões não cabe aplicar tais juros sobre a multa de ofício. Se a multa de ofício estivesse compreendida na referência (feita pelo caput do art. citado) aos débitos de tributos e contribuições, chegarseia ao absurdo de concluir que o §3º do artigo prevê a incidência de multa de mora sobre a multa de oficio. Alega que o artigo 164 do CTN confirma essa conclusão quando, ao tratar de crédito tributário, separa claramente os conceitos de crédito, juros de mora e penalidades. A mesma clara distinção ocorre no art. 161, caput, do CTN. Por consequência, também não são aplicáveis à multa de ofício os juros de 1% ao mês, referidos no § 1o do art. 161 do CTN. Se, para argumentar, fossem cabíveis, seriam aplicáveis apenas juros moratórios à taxa Selic, limitados a 1%. DA DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU A decisão recorrida (fls. 365 a 385) negou provimento à impugnação pelas razões abaixo expostas. 1) Nulidade da autuação. O auto de infração foi lavado por autoridade competente e o contraditório e ampla defesa foram assegurados ao contribuinte por meio da impugnação. Ademais, a argumentação da defesa revela ter compreendido a acusação e a autoridade fiscal descreveu o fato e a motivação de forma clara. 2) Compensação de prejuízos fiscais. No demonstrativo da fiscalização (fls. 119121) o saldo de prejuízos fiscais acumulados até o anocalendário de 2006 é de R$ 36.333.883,88 e está de acordo com o SAPLI. Já o interessado apresenta um demonstrativo com um saldo de R$ 58.034.501,10. As divergências são as que se seguem. 2.1) Houve Malha Fazenda para o anocalendário de 1995, que resultou na glosa do prejuízo do período de R$ 1.042.596,61 para lucro real positivo. 2.2) No anocalendário de 1996, também houve alterações por meio da malha fazenda, que aumentaram o lucro real do período. 2.3) No anocalendário de 2004, a constituição de prejuízos fiscais de R$ 20.658.416,40, a título de "ajustes de anos anteriores" não constam das cópias do LALUR apresentadas nos autos e não foram apresentados documentos comprobatórios que justifiquem a sua constituição. Fl. 546DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 16327.721415/201210 Resolução nº 1401000.408 S1C4T1 Fl. 547 8 2.4) Decadência em relação aos prejuízos glosados. Tratase de prejuízos que já haviam sido glosados anteriormente. 3) PRL de diretores. A legislação do imposto de renda (arts. 303, 359 e 462 do RIR/99) só permite a dedução de trabalhadores e proíbe a de administradores e dirigentes. Ademais, pelos elementos do processo, concluiu que não havia diretores empregados no período. 4) Juros sobre a multa de ofício. Dentre outras razões, cita jurisprudência do CARF pela manutenção dos juros. Do recurso voluntário Contra a decisão de primeiro grau, foi oferecido recurso voluntário tempestivo às fls. 391411. Na referida peça, aduz as seguintes razões. 1) Preliminar de nulidade do auto de infração com as mesmas razões apresentadas na impugnação. Adita, porém, que foi somente com a decisão da DRJ que obteve algum conhecimento acerca das causas que ensejaram a autuação. Ainda assim, não teve conhecimento das razões da malha fazenda e, mesmo assim, as informações consignadas pela DRJ deveriam constar já do auto de infração, pois o órgão julgador não pode inovar a autuação. 2) Mérito: é seguro o vínculo empregatício dos diretores. Os diretores possuíam contrato de trabalho regido pela CLT. 2.1) Em relação ao Diretor Alexandre Vasconcelos, as GFIPs comprovam que foi empregado da recorrente durante todo o período. Ademais, provase que já era empregado antes de ser eleito diretor estatutário. 2.2) O Diretor Antônio Trindade foi empregado da recorrente, de 03.08.1992 a 01.09.2009, conforme comprovam Carteira de Trabalho, Termo de Rescisão e GFIPs. Ademais, provase que já era empregado antes de ser eleito diretor estatutário. 2.3) O Diretor Luiz Santos foi empregado da recorrente, de 01.02.1996 a 01.09.2009, conforme comprovam Carteira de Trabalho, Termo de Rescisão e folhas de pagamento. Ademais, jamais ocupou a posição de diretor estatutário da recorrente. Ocupou apenas a diretoria de outra empresa e em período posterior ao da autuação. 3) Mérito: os diretores não possuíam liberdade plena de para agir. O poder de gestão pertence à assembleia geral. O papel da diretoria é apenas o de desenvolver condutas concretas para atender as diretrizes da assembleia. 4) Mérito: não houve abuso de forma ao se contratar os diretores com vínculo empregatício. Não faz sentido acatar a figura do diretor empregado, para fins previdenciários, e não o admitir para o IRPJ. 5) Mérito: decadência em relação à glosa de prejuízos fiscais. O prazo decadencial para a glosa de prejuízos fiscais é definido em função do ano em que foi apurado e não em que foi aproveitado. Fl. 547DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 16327.721415/201210 Resolução nº 1401000.408 S1C4T1 Fl. 548 9 6) Mérito: falta de comunicação das modificações em prejuízos anteriores. Não consta dos autos a prova de que a Receita Federal promoveu modificações nos anos de 1995, 1996 e 2004. 7) Mérito: dos ajustes no ano de 2004. Os "ajustes de anos anteriores" decorreram de uma reorganização societária. Com o ingresso de um novo acionista controlador, adotouse uma postura mais conservadora nas contingências e, assim, foram apropriadas provisões, conforme quadro apresentado. A dedução de tais provisões está amparada pelo art. 404 do RIR/99. Assim, se tais provisões tivessem sido apropriadas ao seu tempo, teriam apurado uma base menor de IRPJ e CSLL nesses exercícios. Assim, nada mais correto que incluir tais valores no anocalendário de 2004. Ademais, tais valores foram registrados na parte B do seu LALUR e na DIPJ AC 2004, conforme documentação que junta aos autos. 8) Mérito: incidência de juros de mora sobre a multa punitiva. Reitera, de forma similar, argumentos já aduzidos na impugnação. É o relatório do essencial. VOTO A defesa aduz que a ausência de descrição detalhada dos fatos, bem como de qualquer documento que suporte as alegações do Fisco, torna o auto de infração nulo por cerceamento do direito de defesa. Com efeito, o demonstrativo a que a DRJ faz referência que teria sido confeccionado pela autoridade fiscal não possui o detalhamento para identificar os lucros acumulados, ano a ano, como fez a própria autoridade julgadora. Nada obstante, não podemos perder de vista que a atividade fiscal desenvolvese segundo um procedimento inquisitório; às vezes, até secreto. Isso é necessário para o cumprimento da sua missão. Do contrário, seria muito fácil ao sujeito passivo evadirse da exigência tributária. A jurisprudência administrativa é farta nesse sentido. Abaixo, reproduzo três acórdãos recente sobre o tema: NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. O contraditório e a ampla defesa só se instauram após a lavratura do auto de infração; antes, tratase de procedimento inquisitório (AC 1102001.079, de 08/04/2014). PRELIMINAR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Por se amoldar a efetivo e próprio caráter inquisitório, a atuação dos agentes da fiscalização fazendária não se submetem à necessária observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa, sendo esta reservada para a chamada fase litigiosa do procedimentos, nos termos, inclusive, especificamente apontados pelas disposições do Decreto 70.235/72 (AC 1301001.563, de 04/06/2014). Fl. 548DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 16327.721415/201210 Resolução nº 1401000.408 S1C4T1 Fl. 549 10 PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO. CONTRADITÓRIO. AMPLA DEFESA. É no processo administrativo fiscal que estão contidas as garantias constitucionais do contraditório e ampla defesa e não no procedimento inquisitório de preparação do lançamento. O processo formase pela instauração da fase litigiosa com a impugnação da exigência (AC 1102001.032, de 11/03/2014). É bem verdade que esse preceito guarda determinadas moderações. É necessário que o contribuinte entenda o conteúdo da acusação. Todavia, isso consta da autuação, uma vez que a autoridade fiscal informou, nos demonstrativos de fls. 119121, que o valor compensado pelo contribuinte era superior ao valor acumulado e controlado pela Fazenda Pública. Diante disso, poderia se defender (como o fez, digase) por meio da demonstração do valor acumulado que entende fazer jus. Não há, pois, nulidade a ser reconhecida relativamente à autuação. No tocante à decisão de primeiro grau, foi mantida a autuação sob o fundamento de ter havido, em anos anteriores, a modificação dos prejuízos fiscais em razão de malha fazenda em dois anoscalendário, ou seja, 1995 e 1996, bem como a constituição de prejuízos fiscais de R$ 20.658.416,40, no anocalendário de 2004, a título de "ajustes de anos anteriores", que não encontrariam respaldo nas cópias do LALUR apresentadas nos autos e sem documentos comprobatórios que justifiquem a sua constituição. Pois bem, como havia dito, essas duas razões surgiram apenas na decisão de primeiro grau. Em relação à primeira, uma vez que o recorrente alegou que nunca teve ciência das malhas fazendas, é necessário elucidar essa questão por meio de diligência, Quanto à segunda, é salutar que também, em sede de diligência, se apure esse ponto. Isso posto, voto por baixar o feito em diligência para que a autoridade local: a) traga ao feito a prova da ciência das malhas fazenda dos anoscalendário de 1995 e 1996, que ensejaram a redução do prejuízo fiscal acumulado e que está aqui em litígio; b) intime o contribuinte para demonstrar "os ajustes de anos anteriores" que teriam repercutido para a constituição de prejuízos fiscais no valor de R$ 20.658.416,40 no ano de 2004; nesta tarefa, deve proceder as verificações que considerar pertinentes à espécie; c) elabore relatório circunstanciado com a composição "analítica" dos prejuízos fiscais acumulados para os anoscalendário de 2007 a 2009, e dê ciência ao contribuinte do referido relatório para que apresente eventual peça contraditória no prazo de 30 dias. Por fim, devolvase o feito ao CARF. É como voto. (assinado digitalmente) GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES Relator. Fl. 549DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO
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Numero do processo: 11080.007867/2003-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 30 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3402-000.848
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório O presente processo tem por objeto auto de infração relativo à COFINS tendo em vista não terem sido confirmadas as informações prestadas em DCTF de que os débitos declarados estariam extintos por compensação com créditos oriundos dos processos 11080.007471/98-54 e 11080.008325/98-28. Fl. 467DF CARF MF Processo nº 11080.007867/2003-11 Resolução nº 3402-000.848 S3-C4T2 Fl. 467 2 O lançamento foi impugnado (fl. 2) sob a alegação de que o débito de COFINS referente ao período 09/1998 teria sido compensado com base no crédito relativo ao pedido de ressarcimento no processo 11080.007471/98-54, e que os débitos dos períodos novembro e dezembro de 1998 teriam sido compensados com base no crédito relativo ao pedido de ressarcimento no processo 110880.008325/98-28. A DRJ/POA, em 17/11/2008 (fl. 11), baixou o processo em diligência para que o órgão local jurisdicionante da então impugnante se manifestasse "confirmando ou não a homologação das compensações informadas em DCTF com base na análise dos processos 11080.007471/98-54 e 11080.008325/98-28". À fl. 17, foi exarado o seguinte despacho, em 03/02/2010, pela DRF/POA: Às fls. 57/58, relatório de diligência da DRF/ITJ, concluindo o seguinte: Acerca dessa diligência, intimada, a empresa (fls. 68/73), em 18/05/2010, ratificou os termos de sua impugnação, acrescendo que na ocasião da declaração das compensações em DCTF os referidos processos de ressarcimento "não haviam sido autuados administrativamente e por esta razão não possuíam número de processo disponível", o que veio a fazer na impugnação. Acresce que no PA 11080.008325/98-28 foi pleiteado ressarcimento de crédito presumido de IPI no valor de R$ 2.258.178,41, "sendo deferido apenas o montante de R$ 304.853,90", o qual, à época, estava pendente de decisão administrativa definitiva (fl. 120). Pediu que o crédito reconhecido naquele processo fosse utilizado para homologar as compensações em debate. A DRJ/POA julgou (fls. 123/126) parcialmente procedente a impugnação, apenas excluindo a multa de ofício com arrimo no art. 106, II, c, do CTN. O saldo devedor remanescente consta à fl. 128. Irresignada, a empresa, em 10/08/2010, interpôs recurso voluntário (fls. 138/149), no qual, em suma, alega que no PA 11080.008325/98-28 requereu Fl. 468DF CARF MF Processo nº 11080.007867/2003-11 Resolução nº 3402-000.848 S3-C4T2 Fl. 468 3 ressarcimento de crédito presumido de IPI no valor original de R$ 2.258.178,41, relativo ao 3º trimestre de 1998, sendo que posteriormente nos autos daquele PA "foram apresentadas declarações de compensação para o fim de compensar débitos de PIS e COFINS das competências de novembro e dezembro de 1998". Parte do pedido foi objeto de glosa, alegando a empresa que "a parcela mais relevante referiu-se à aquisição de insumos de não contribuintes de PIS e COFINS", referente às aquisições pessoas físicas e cooperativas, e que afastada a glosa haverá crédito suficiente para homologar as compensações sob litígio. Pede, alfim, que sejam canceladas as exigências de COFINS relativas aos meses de setembro, novembro e dezembro de 1998 com base no que foi decidido pela CSRF, em 22/01/2007, no referido processo onde se discutia crédito presumido de IPI. Mas, então, ainda não fora cientificada desse resultado. Às fls. 246/252, cópia do acórdão 202-14.691, de 15/04/2003, nos autos do processo 11080.008325/98-28, que deu parcial provimento ao recurso voluntário para excluir a glosa dos valores referentes às aquisições de pessoas físicas e cooperativas, mantendo, porém, a glosa dos valores das aquisições de energia elétrica e combustíveis. O recurso especial da PFN quanto à parte provida foi admitido e o da empresa na parte sucumbida foi negado. Em 10/08/2012, a recorrente peticiona (fls. 317/318) informando que em 29/05/2012 foi cientificada do resultado do julgamento do recurso especial da Fazenda Nacional no processo 11080.008325/98-28, julgado em 22/01/2007 e negado, conforme decisão que anexa (fls. 321/328). Conclui que, havendo crédito suficiente, devem as homologações serem compensadas. Na petição de fls. 341/343, de 22/01/2014, a recorrente desiste do recurso interposto em relação ao débito de COFINS da competência de setembro de 1998 Vieram-me os autos por sorteio em 21/06/2016. É o relatório. VOTO Exsurge do relatado, que o debate ainda pendente nestes autos é o reconhecimento de crédito suficiente para homologar as compensações de débitos de COFINS dos meses de novembro e dezembro de 1998, uma vez ter a recorrente desistido do recurso em relação ao débito de setembro daquele ano. Alega a empresa que o valor do crédito reconhecido no processo 11080.008325/98-28 (crédito presumido de IPI relativo ao 3º trimestre de 1998) seria suficiente para homologar tais compensações, assim como as compensações de débitos de PIS controvertidas nos autos 11080.007866/2003-76, também em julgamento na presente sessão de julgamento. Contudo, a empresa não teve reconhecido todo o crédito pleiteado, pois a decisão definitiva no processo de crédito presumido não reconheceu os valores relativos à energia elétrica e combustíveis. Tampouco se tem notícia nestes autos do montante total do crédito que foi reconhecido. Igualmente, para que as compensações controvertidas possam aproveitar eventual crédito reconhecido, devem estar anexadas no processo de reconhecimento do crédito presumido de IPI (11080.008325/98-28) as DCOMP de PIS/COFINS dos meses de novembro e dezembro, como então determinava a legislação. Fl. 469DF CARF MF Processo nº 11080.007867/2003-11 Resolução nº 3402-000.848 S3-C4T2 Fl. 469 4 Em face de tal, decido converter o julgamento do presente processo e do processo 11080.007866/2003-76, para que a DRF/Porto Alegre quantifique o montante do crédito resultante da decisão definitiva nos autos do processo 11080.008325/98-28, e informe o seguinte: 1 - Se nesse processo de reconhecimento do crédito presumido de IPI do 3º trimestre de 1998 a empresa postulou pedido de compensação de débitos de PIS e COFINS relativamente aos períodos novembro e dezembro de 1998, e se eventual crédito já foi pago à empresa ou utilizado em outras compensações, e; 2 - Constatando que a empresa postulou as compensações de débitos de PIS/COFINS dos meses de novembro e dezembro de 1998 no referido processo, calcule o montante do crédito presumido de IPI remanescente (não aproveitado para outras compensações ou pagos a recorrente), atualizado monetariamente, nos termos da decisão definitiva no referido processo (11080.008325/98-28), e ateste, de forma circunstanciada, se o valor calculado é suficiente para quitar as compensações daquelas contribuições de novembro e dezembro de 1998 para este processo e para o processo 11080.007866/2003-76. DÉBITOS COMPENSADOS PIS (processo 11080.007866/2003-76): 11/98 = R$ 178.000,00 e 12/98 = R$ 248.000,00 COFINS (processo 11080.007867/2003-11): 11/98 = R$ 245.146,10 e 12/98 = R$ 765.000,00 Após, retornem os autos a esta Turma. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 470DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13854.720298/2014-82
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Nov 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2009, 2010, 2011, 2012, 2013
RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE.
A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial.
Recurso especial conhecido e negado.
Numero da decisão: 9202-004.531
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial. Recurso especial conhecido e negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em Exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 4. 72 02 98 /2 01 4- 82 Fl. 190DF CARF MF 2 Relatório Trata de Recurso Especial, interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão n° 2202003.195, em que o colegiado, por maioria de votos deu provimento do Recurso Voluntário do contribuinte. Originalmente, o contribuinte realizou Pedido de Restituição relativo ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Física Retido na Fonte, incidente sobre o 13º salário dos anoscalendário 2009 a 2013, por entender serem isentos tais rendimentos em virtude de moléstia grave. O Pedido foi indeferido por despacho decisório da autoridade preparadora, que entendeu não ter restado comprovado que (a) o contribuinte seria portador de moléstia considerada grave para fins de isenção do imposto de renda, nem (b) os rendimentos seriam provenientes de reforma/aposentadoria . Irresignado, o contribuinte interpôs Manifestação de Inconformidade, cujo provimento foi negado por decisão da Delegacia Regional de Julgamento em Salvador (BA), por entender tratarse de (a) oficial da reserva, portanto os rendimentos não seriam provenientes de reforma, e (b) a moléstia, cegueira de um olho não estaria no rol taxativo das moléstias consideradas graves para fins de isenção do Imposto de Renda. Mais uma vez irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, que foi apreciado pela 2a Turma Ordinária da 2a Câmara da 2a Seção de Julgamento do CARF. Na referida decisão, o colegiado, por maioria de votos, entendeu que: embora a Lei n° 7.7113, de 1988 utilize apenas as expressões "aposentadoria" e "reforma", o CARF ao sumular a matéria, entendeu que a isenção se aplica igualmente à reserva, nos termos da Súmula CARF n° 63; e a cegueira está arrolada no inciso XIV da Lei n° 7.713, de 1988, entre as moléstias graves passíveis de gerar direito à isenção do Imposto de Renda, sem distinção entre cegueira total ou parcial. Portanto, foi dado provimento do Recurso Voluntário, em decisão consubstanciada no acórdão 2202003.195, nos termos da ementa a seguir reproduzida: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário:2009, 2010,2011,2012,2013 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial. Recurso Voluntário Provido." Cientificada da decisão, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, alegando divergência jurisprudencial e requerendo a reforma do acórdão. Argumenta que, no acórdão indicado como paradigma, de n° 2802002.795, a 2a Turma Especial da 2a Seção de Julgamento do CARF Fl. 191DF CARF MF Processo nº 13854.720298/201482 Acórdão n.º 9202004.531 CSRFT2 Fl. 854 3 interpretou de maneira diferente a legislação relativa à questão da aplicação da isenção de imposto de Renda por moléstia grave a portador de cegueira parcial: enquanto, no paradigma, afirmouse que, para fins da isenção prevista na Lei n° 7.713/1988, cegueira é um conceito pericial, ao qual não se subsume o caso de ausência de um olho; no acórdão recorrido entendeuse que a cegueira parcial é situação em se aplica a Lei n° 7.713/1988, com o consequente deferimento da isenção. Em sede de contrarrazões, o contribuinte requer que o Recurso Especial da Fazenda Nacional não seja provido. É o relatório. Fl. 192DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Verifico que o litígio cingese à questão da aplicabilidade da isenção prevista na Lei n° 7.713, de 1998, ao caso de cegueira parcial, de apenas um olho. A matéria, no que tange aos requisitos para o usufruto da isenção em tela, já se encontra sumulada no CARF, de forma genérica: Súmula CARF nº 63. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Assim, são duas as condições necessárias: (a) rendimentos de aposentadoria, pensão, reforma ou reserva e (b) moléstia passível de isenção. Quanto à primeira, não há qualquer discussão, visto que a decisão a quo entendeu que os rendimentos referirseiam a rendimentos referentes à reserva remunerada e não houve recurso da Fazenda Nacional quanto a isso. No que tange à segunda condição, qual seja, o acometimento de moléstia passível de isenção, o art. 6º, inciso XIVda Lei nº 7.713, de 1988, com a redação da Lei nº 11.052, de 2004, faz referência à cegueira, com base em conclusão da medicina especializada, nos seguintes termos: "Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma." (grifei) Como se pode constatar, a cegueira consta do rol das moléstias graves, sem qualquer ressalva ou restrição, que possa conduzir ao entendimento no sentido de que somente usufruiriam da isenção os portadores de cegueira nos dois olhos. Assim, se o legislador não fez Fl. 193DF CARF MF Processo nº 13854.720298/201482 Acórdão n.º 9202004.531 CSRFT2 Fl. 855 5 essa distinção, não caberia ao intérprete fazêlo, de sorte que o portador de cegueira monocular, no entender deste Conselheiro, deve beneficiarse da isenção, desde que atendidas as demais condições previstas na legislação e já sumuladas no CARF. Nesse mesmo sentido é a Súmula 88, do TRF 4: O art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713/1988, norma que deve ser interpretada na sua literalidade, não faz distinção entre cegueira binocular e monocular, para efeito de isenção de Imposto sobre a Renda. Além disso, a Súmula STJ 377 assim estabeleceu: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes. E a Súmula AGU 45: Os benefícios inerentes à Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência devem ser estendidos ao portador de visão monocular, que possui direito de concorrer, em concurso público, à vaga reservada aos deficientes. Mais recentemente, tendo em vista a aprovação, pelo Ministro da Fazenda, do Parecer PGFN/CRJ/nº 29/2016, o posicionamento ora esposado orientou a edição do Ato Declaratório Executivo PGFN nº 3, de 30/03/2016 (DOU de 08/04/2016), que assim dispõe: “nas ações judiciais fundadas no entendimento de que a isenção do Imposto de Renda prevista no art. 6º, incisos XIV e XXI, da Lei 7.713, de 1988, abrange os valores recebidos a título de aposentadoria, reforma ou pensão, quando o beneficiário for portador do gênero patológico “cegueira”, seja ela binocular ou monocular, desde que devidamente caracterizada por definição médica”. No caso, o Contribuinte possui cegueira monocular, moléstia que foi enquadrada como passível da isenção ora tratada. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso especial da Fazenda Nacional para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 194DF CARF MF 6 Fl. 195DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.003274/2009-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006
Ementa:DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. GLOSA.
Cabe ao sujeito passivo a comprovação, com documentação idônea, da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual. A falta da comprovação e a ausência de previsão legal permitem o lançamento de ofício do imposto que deixou de ser pago.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SOCIEDADE DE ADVOGADOS. TRIBUTAÇÃO NA PESSOA JURÍDICA.
As sociedades de advogados, a exemplo das demais sociedades de pessoas, caracterizam-se pela prestação de serviços em caráter personalíssimo, o que torna natural que serviços prestados por um ou mais sócios, isolados ou em conjunto, resultem em receitas oferecidas à tributação pela pessoa jurídica.
RECLASSIFICAÇÃO DE RECEITA TRIBUTADA NA PESSOA JURÍDICA PARA RENDIMENTOS DE PESSOA FÍSICA. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS PAGOS NA PESSOA JURÍDICA.
Devem ser compensados na apuração de crédito tributário os valores arrecadados sob o código de tributos exigidos da pessoa jurídica, cuja receita foi desclassificada e convertida em rendimentos de pessoa física, base de cálculo do lançamento de oficio.
MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE.
Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430/96), quando em concomitância com a multa de oficio (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
Numero da decisão: 2201-003.302
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para: i) restabelecer a dedução da despesa médica no valor de R$ 3.660,00 (três mil seiscentos e sessenta reais); ii) excluir do lançamento a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica; e iii) excluir a aplicação da multa isolada. Realizou sustentação oral, pelo Contribuinte, a Drª. Patrícia Fogaça, OAB/SC nº 14.857.
Assinado digitalmente.
CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente.
Assinado digitalmente.
ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ - Relatora.
EDITADO EM: 06/09/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA (Suplente convocado), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE E ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ.
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2004, 2005, 2006 Ementa:DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. GLOSA. Cabe ao sujeito passivo a comprovação, com documentação idônea, da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual. A falta da comprovação e a ausência de previsão legal permitem o lançamento de ofício do imposto que deixou de ser pago. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SOCIEDADE DE ADVOGADOS. TRIBUTAÇÃO NA PESSOA JURÍDICA. As sociedades de advogados, a exemplo das demais sociedades de pessoas, caracterizam-se pela prestação de serviços em caráter personalíssimo, o que torna natural que serviços prestados por um ou mais sócios, isolados ou em conjunto, resultem em receitas oferecidas à tributação pela pessoa jurídica. RECLASSIFICAÇÃO DE RECEITA TRIBUTADA NA PESSOA JURÍDICA PARA RENDIMENTOS DE PESSOA FÍSICA. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS PAGOS NA PESSOA JURÍDICA. Devem ser compensados na apuração de crédito tributário os valores arrecadados sob o código de tributos exigidos da pessoa jurídica, cuja receita foi desclassificada e convertida em rendimentos de pessoa física, base de cálculo do lançamento de oficio. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430/96), quando em concomitância com a multa de oficio (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para: i) restabelecer a dedução da despesa médica no valor de R$ 3.660,00 (três mil seiscentos e sessenta reais); ii) excluir do lançamento a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica; e iii) excluir a aplicação da multa isolada. Realizou sustentação oral, pelo Contribuinte, a Drª. Patrícia Fogaça, OAB/SC nº 14.857. Assinado digitalmente. CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente. Assinado digitalmente. ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ - Relatora. EDITADO EM: 06/09/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA (Suplente convocado), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE E ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ.
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DEDUÇÃO. GLOSA. Cabe ao sujeito passivo a comprovação, com documentação idônea, da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual. A falta da comprovação e a ausência de previsão legal permitem o lançamento de ofício do imposto que deixou de ser pago. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SOCIEDADE DE ADVOGADOS. TRIBUTAÇÃO NA PESSOA JURÍDICA. As sociedades de advogados, a exemplo das demais sociedades de pessoas, caracterizamse pela prestação de serviços em caráter personalíssimo, o que torna natural que serviços prestados por um ou mais sócios, isolados ou em conjunto, resultem em receitas oferecidas à tributação pela pessoa jurídica. RECLASSIFICAÇÃO DE RECEITA TRIBUTADA NA PESSOA JURÍDICA PARA RENDIMENTOS DE PESSOA FÍSICA. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS PAGOS NA PESSOA JURÍDICA. Devem ser compensados na apuração de crédito tributário os valores arrecadados sob o código de tributos exigidos da pessoa jurídica, cuja receita foi desclassificada e convertida em rendimentos de pessoa física, base de cálculo do lançamento de oficio. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430/96), quando em concomitância com a multa de oficio (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 32 74 /2 00 9- 11 Fl. 1912DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 2 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para: i) restabelecer a dedução da despesa médica no valor de R$ 3.660,00 (três mil seiscentos e sessenta reais); ii) excluir do lançamento a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica; e iii) excluir a aplicação da multa isolada. Realizou sustentação oral, pelo Contribuinte, a Drª. Patrícia Fogaça, OAB/SC nº 14.857. Assinado digitalmente. CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Presidente. Assinado digitalmente. ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ Relatora. EDITADO EM: 06/09/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA (Suplente convocado), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE E ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão primeira instância que julgou procedente em parte a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Nesta oportunidade, utilizome do relatório produzido em assentada anterior, eis que aborda de maneira elucidativa os fatos objetos dos presentes autos, nos termos seguintes: Mediante auto de infração de folhas 1671 a 1679, integrado pelos demonstrativos de fls. 1658 a 1670 e pelo Termo de Verificação Fiscal de fls. 1644 a 1657, exigese do interessado o Imposto de Renda Pessoa Física IRPF de R$1.687.007,33 mais o Imposto sobre ganho liquido em operações de renda variável de R$4.295,61 (R$2.295,69, de 2004, fl. 1.658, R$1.192,80 de 2005, v. fl. 1660, e R$807,12 de 2006, v. tl. 1665), acrescidos da multa de ofício de 75% e juros de mora, bem como a Multa Exigida Isoladamente no montante de R$102.889,04, correspondente aos exercícios 2005 a 2007, anoscalendário 2004 a 2006. Fl. 1913DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 3 3 Da Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is), às folhas 1673 a 1678, verificase que a autuação é decorrente das seguintes infrações apuradas pela autoridade fiscal: 1) omissão de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoa física no anocalendário 2006, no valor de R$748.666,00; 2) omissão de ganhos líquidos no mercado de renda variável, obtidos em operações na Bolsa de Valores de São Paulo, nos meses de setembro a dezembro de 2004, setembro, novembro e dezembro de 2005 e janeiro e fevereiro de 2006; 3) dedução indevida de despesas médicas, nos anoscalendário 2004 a 2006, nos valores de R$7.472,50, R$3.156,88 e R$6.149,65, respectivamente; 4) dedução indevida de despesas escrituradas em Livro Caixa, no anocalendário 2006, no valor de R$2.880,00; 5) omissão de rendimentos (honorários advocatícios) recebidos da Brasil Telecom S.A., relativos ao processo n° 824/1984, no anocalendário 2004, no montante de R$5.366.247,00 (R$2.046.340,00 em fevereiro/2004, R$2.984.157,00 em abril/2004 e R$335.750,00 em dezembro/2004). Do TVF à fl. 1655 consta: _ 2.6 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA Omissão de rendimentos (honorários advocatícios) recebidos de Brasil Telecom S/A, CNPJ 76.535. 764/032266, decorrentes de honorários advocatícios devidos ao Sr. Norberto Silveira de Souza pelos autores do processo em que a citada empresa foi demandado (n° 824/1984). O pagamento foi efetuado pela Brasil Telecom S/A em virtude de acordos celebrados 013. 1092 a 15 74), apesar de se referirem a serviços prestados aos autores do processo n° 824/2004, em que a empresa foi demandada. Observese que as procurações apresentadas relativas ao citado processo (fls. 1112 a 1393) demonstram claramente que os contratados pelos autores do processo foram as pessoas físicas dos Srs. Orlando A. Capella Fernandes e Norberto Silveira de Souza. Destaquese ainda que o processo citado é de 1984 e, conforme o próprio contribuinte escreveu em recibo por ele assinado Úls. 19), este ano é anterior à constituição de empresa pelo Sr. Norberto Siveira de Souza, sendo então rendimentos da pessoa física. 6) falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão, nos anoscalendário 2005 e 2006. A fundamentação legal consta do referido auto de infração. O Serviço de FscalizaçãoSEFIS da DRF em Florianópolis juntou os documentos de fls. 1.682 a 1.739, apresentados pelo Fl. 1914DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 4 contribuinte em 02/07/2009, em atendimento à intimação durante à ação fiscal, conforme informação à fl. 1.681. lnconformado, em parte, com o lançamento, o contribuinte apresenta, mediante procurador habilitado (v. procuração e substabelecimento às folhas 30 e 1.745), a impugnação de folhas 1747 a 1774, na qual expões suas razões de contestação. Explica, inicialmente, que não está sendo impugnada, em razão do pagamento, a parte do crédito tributário relativa: 1) à omissão de rendimentos recebidos de pessoa fisica, 2) ao ganho líquido no mercado de renda variável, 3) parte da glosa das despesas médicas e 4) à glosa das despesas de livro caixa. Junta, à fl. 1776, planilha demonstrativa do crédito não impugnado. Às fls. 1749 a 1751 o contribuinte argúi o descabimento da multa isolada cumulada com a multa de oficio. Argumenta que a autoridade fiscal apurou imposto sobre rendimentos recebidos de pessoas físicas no anocalendário 2006, bem 'como sobre ganho líquido em operações de renda variável no ano de 2005, tendo exigido ambos com multa de oficio de 75% e juros SELIC e que, além disso, constituiu a multa isolada sobre os mesmos fatos, o que teria culminado em dupla penalização, desrespeitando, assim, o artigo 44 da Lei n° 9.430/1996. Cita em seu beneficio acórdãos da CSRF. Diz que não há previsão legal para a exigência da multa de oficio juntamente com a multa isolada. Ressalta que o IRPF e a correspondente multa de oficio, oriundos dos mesmos fatos geradores das multas isoladas serão quitados, visto que se trata de matéria não impugnada. Requer, assim, o cancelamento da multa isolada. Às fls. 1751 a 1757 0 impugnante contesta os argumentos da autoridade fiscal em relação às glosas de despesas médicas, pleiteando que sejam restabelecidas as seguintes deduções: (...). Argúi, em relação aos R$4.410,00 pagos à fisioterapeuta Luciana Trompowisk Ávila, no anocalendário 2006, que todos os recibos foram apresentados e encontramse às fls. 263 a 267 dos autos. invocando o artigo 80 do RIR/1999, argúi que a norma determina que poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados no anocalendário a fisioterapeutas sem impor restrição de natureza procedimental. Destaca que todo o tratamento foi realizado sob recomendação médica, por profissional registrada no respectivo Conselho sob n° 30778F. Anexa esclarecimentos da profissional sobre as sessões de fisioterapia (doc. 03) e transcreve questão 340 do “Perguntas e Respostas”. Conclui que a glosa não se sustenta, tendo em vista os comprovantes de pagamentos às fls. 263 a 267, a indicação médica para o tratamento (doc 02), a declaração da fisioterapeuta, devidamente registrada no Órgão de classe, confirmando os serviços prestados e esclarecendo a finalidade dos mesmos (doc. O3). Em relação à despesa com vacinas, no anocalendário 2004, no valor de R$190,00, argúi o contribuinte que, conforme o artigo 80 do RIR/1999, são dedutíveis os gastos com médicos e hospitais, aí incluídas as clínicas médicas, e que não há distinção quanto à especialidade nem finalidade do gasto desde que ligado à saúde. Transcreve questão 356 do “Perguntas e Fl. 1915DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 4 5 Respostas” argüindo que permite a dedução com medicamentos dede que o produto esteja vinculado ao serviço hospitalar. Argumenta que não é permitido aos cidadãos comprar as vacinas por conta própria, que o serviço de aplicação e triagem faz parte do preço pago e deve ser realizada por pessoa habilitada, exclusivamente se o destinatário estiver dentro do público alvo do medicamento. Conclui que resta claro que o que se contrata é o serviço médico de vacinação e não exclusivamente a venda do medicamento, devendo ser permitida a dedução do gasto. No que pertine às glosas efetuadas pela autoridade revisora sob o argumento de que para os beneficiários listados na declaração de ajuste anual de 2005 para os quais somente foram apresentados comprovantes de que houve ressarcimento parcial da despesa, mas não foram apresentados comprovantes das despesas propriamente ditas (recibo ou Nota Fiscal) (***), o contribuinte argúi que o fiscal rejeitou os comprovantes de ressarcimento, ou seja a relação detalhada do plano de saúde (fls. 240, 260 e 262) e do TST (fls. 229, 241 e 261) contendo a descrição dos reembolsos, os gastos líquidos, fixandose exclusivamente nos recibos/notas fiscais, e que para que ocorresse o reembolso de parte dos gastos foi necessária a remessa dos documentos para a seguradora e lá ficaram retidos, conforme declaração firmada pela Golden Cross e informação do TST que intermediava a contratação do plano de saúde. Aduz que os demonstrativos elaborados pela Golden Cross contém o nome do beneficiário (médico/hospital/clínica), o valor total do recibo, o montante reembolsado e a parcela dedutível para o IRPF, sendo esses dados suficientes para comprovar a dedução pleiteada. Quanto à omissão de rendimentos de pessoa jurídica, fls. 1757/1766, o contribuinte alega que os valores foram recebidos pela sociedade de advogados Silveira de Souza & Jorge Associados da qual faz parte. Aduz que as afirmações que levaram a autoridade fiscal a considerar os valores recebidos pela pessoa jurídica como omitidos pela pessoa física, ou seja, de que a prestação do serviço de advocacia foi realizada pessoalmente por ele e de que os honorários decorrem de serviços prestados em momento anterior à constituição da sociedade de advogados da qual faz parte, não se sustentam, pois é advogado e integra 0 quadro societário da Silveira de Souza & Jorge Associados, sociedade civil de advogados, constituída nos termos da Lei n° 8.906/ 1994 A Estatuto da OAB. Argúi, ainda, que os advogados podem organizarse sob a forma de pessoas jurídicas, mas a prestação do serviço é sempre de caráter pessoal, mediante prova do mandato concedido individualmente ao advogado, nunca à sociedade da qual faz parte. Prossegue argumentando que a prestação dos serviços pela pessoa física que integra o quadro societário de sociedade de Fl. 1916DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 6 advogados é circunstância legalmente imposta e, nesse contexto, foi a ele outorgada procuração por empregados da Telecomunicações de Santa Catarina S.A., posteriormente incorporada pela Brasil Telecom S.A., para defender, em juizo, seus interesses. Assim, em razão das procurações, atuou como um dos patronos na Reclamatória Trabalhista n° 824/1984, que tramitou na Justiça do Trabalho de Florianópolis. Pelos serviços prestados fez jus a 50% por cento dos honorários sucumbenciais, conforme contrato celebrado entre os advogados da causa (fls. 1096/1097), parcela esta que foi recebida e tributada pela sociedade de advogados da qual faz parte no momento em que recebida, mediante a emissão de notas fiscais contra a Brasil Telecom. Aduz que a Lei n° 9.430/1996, em seu artigo 55, determina que as sociedades civis de profissão regulamentada, como é o caso da Silveira de Souza & Jorge Associados, sejam tributadas da mesma fomia que as demais pessoas jurídicas e, desta forma, os honorários recebidos em decorrência da prestação de serviços de profissão regulamentada integram a receita dessas sociedades e serão tributados na pessoa juridica. Cita, em sua defesa, acórdãos do Primeiro Conselho de Contribuintes e decisão do STJ, concluindo que a tributação dos valores na pessoa jurídica encontra amparo legal na Lei n° 8.906/94 (estatuto da OAB), no artigo 10 da Lei n° 9.249/95, artigo 55 da Lei n° 9.430/1996, além do artigo 146, § do RIR/1999 e artigo 45 do CTN. Argúi, ainda, que não tem razão a fiscalização em seu argumento de que os serviços foram prestados em momento anterior à constituição da sociedade Silveira de Souza e Jorge Associados, posto que não houve fato gerador do imposto até o momento da disponibilização dos valores para o escritório de advocacia, o que ocorreu em 2004 e 2006. A sociedade Silveira de Souza e Jorge Associados iniciou suas atividades em 01/12/2003, data anterior à celebração dos acordos entre os demandantes da ação judicial (clientes do impugnante) e a Brasil Telecom e, portanto, à disponibilidade dos numerários em questão. Aduz que os créditos de honorários decorrentes de atuações anteriores à constituição da sociedade Silveira de Souza & Jorge Associados foram a esta cedidos no momento de sua constituição, conforme o parágrafo único da cláusula V do documento firmado em 14/11/2003 e registrado na OAB/SC em 01/12/2003 (doc. 06 e 07). Assim, a cessão de direitos em data anterior à homologação das sentenças e percepção dos honorários, poria fim à discussão acerca da possibilidade de recebimento dos honorários pela Silveira de Souza & Jorge Associados. Cita decisão do Regional Federal da 4” Região. V Requer, assim, que seja reconhecida a nulidade do lançamento, uma vez que os valores tidos como omitidos foram recebidos e tributados por Silveira de Souza & Jorge Associados , sociedade civil de profissão regulamentada a qual integra como sócio. No item “c.l) Da compensação dos tributos Fl. 1917DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 5 7 recolhidos na pessoa jurídica” o contribuinte requer, caso seja mantida a tributação em nome da pessoa física, que sejam considerados os recolhimentos realizados em nome da pessoa jurídica e ajustada a cobrança apenas sobre a diferença, tendo em vista que os valores das notas fiscais às fls. 1585 a 1587, de 06/02/2004, 07/04/2004 e 09/12/2004, foram tomados como rendimentos do contribuinte, sem que fossem levados em consideração os valores recolhidos pela sociedade de advogados da qual faz parte. Destaca a impossibilidade de enriquecimento ilícito do Estado, argüindo que no caso em pauta pretendese exigir a totalidade de créditos mesmo com parcela já recolhida. Cita, em sua defesa, acórdãos do Primeiro Conselho de Contribuintes, invoca o principio constitucional da razoabilidade e diz: “não se levante a argumentação absurda de que a pessoa fisica deveria recolher a totalidade dos tributos enquanto a pessoa jurídica procederia a instauração de novo processo administrativo para ser ressarcida”. Repisa que se deve exigir apenas a diferença não recebida pelo Fisco, realizandose a compensação de oficio dos valores recolhidos em nome da pessoa juridica sobre os fatos geradores exigidos da pessoa física. Ressalta, ao final, que é equivocada a informação contida no relatório de fl. 1.642, tendo sido recolhido todo o tributo declarado em DCTF referente ao anocalendário 2006, conforme comprovaria a CND em anexo (doc. 08). Assim, requerse 'ajuntada aos autos de extrato de pagamentos do sistema da RFB, nos termos do art. 37 da Lei n° 9.784/99. Às fls. 1770 a 1773, contesta a impugnante a utilização da taxa SELIC como juros de mora, tecendo alegações de variada ordem tendentes, todas, à demonstração da ilegalidade/ inconstitucionalidade desta exigência. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis julgou procedente em parte a impugnação, restando mantida parcialmente a notificação de lançamento, conforme a seguinte ementa: Assumo: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004, 2005, 2006 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Para que a tributação do imposto de renda sobre os honorários advocatícios, recebidos em razão de decisão judicial, seja efetuada sobre a pessoa jurídica da sociedade de advogados, devem ser observados os requisitos constantes do § 3° do art. 15 da Lei n° 8.906/1994, bem como haver contrato firmado entre o autor da ação e a sociedade de advogados, ou, que conste dos autos do processo judicial o substabelecimento da causa para a pessoa jurídica (sociedade de advogados) pelo advogado da Fl. 1918DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 8 causa (não se confundindo com a cessão de créditos, pois, neste caso não se altera a natureza jurídica do valor cedido). DESPESAS MÉDICAS. DEDUTIBILIDADE. COMPROVAÇÃO. As despesas médicas pagas pelo contribuinte, relativas ao seu próprio tratamento e/ou de seus dependentes para efeitos tributários são dedutíveis quando devidamente comprovadas. Restabelecese parte da glosa, à vista dos documentos apresentados. Assuntoo: NQRMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005, 2006 MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO CARNÊ LEÃO. APLICABILIDADE. A constatação do não recolhimento do carnê leão impõe a aplicação da multa isolada, concomitante com a multa de oflcio sobre o imposto suplementar apurado no ajuste anual, por serem penalidade que têm por origem fatos distintos. JUROS DE MORA UTILIZAÇÃO DA TAXA SELIC. Compete à autoridade administrativa aplicar e exigir o cumprimento das disposições contidas em lei, sob pena de responsabilidade funcional. A cobrança de juros de mora em percentual equivalente à taxa Selic está prevista em lei. MATÉRIAS NÃO IMPUGNADAS. Consideramse não impugnadas as matérias que não tenham sido expressamente contestadas, sendo definitiva a exigência no que se refere a esta parte do lançamento na esfera administrativa. Assunto: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004, 2005, 2006 ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTANCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas por Conselhos de Contribuintes não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. Fl. 1919DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 6 9 É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais contrárias à disposição literal de lei, quando não comprovado que o contribuinte figurou como parte na referida ação judicial. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Posteriormente, dentro do lapso temporal legal, foi interposto recurso voluntário, no qual a contribuinte sustenta, em síntese: a) o descabimento da multa isolada cumulada com a multa de ofício; b) o restabelecimento da dedução das despesas médicas efetuadas com a Dra. Luciana Trompowisk Ávila (fisioterapeuta), no ano calendário de 2006; c) o restabelecimento da dedução das despesas com a aplicação de vacina (Clínica de Vacinas e Pediatria Pequeno Príncipe Ltda.), no anocalendário de 2004; d) o restabelecimento da dedução das despesas médicas reembolsada pelo plano; e) o restabelecimento das despesas médicas glosadas em virtude da não apresentação dos recibos/NF, apesar de constar na declaração do plano de saúde informando todos os dados necessários f) acerca dos honorários advocatícios, que o recorrente fazia jus a 50% dos honorários sucumbenciais, conforme contrato celebrado entre os advogados da causa, sendo que a parcela do contribuinte foi recebida e tributada pela sociedade de advogados da qual fazia parte, no momento em que foi recebida, mediante emissão das notas fiscais anexas aos autos; g) caso superados os argumentos sustentados, o contribuinte requer que sejam considerados os recolhimentos realizados em nome da pessoa jurídica e ajustada a cobrança apenas sobre a diferença; h) a ilegalidade de inserção dos juros previstos na Lei n.º 8.981/95 e da Taxa Selic. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Fl. 1920DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 10 Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. 1. Das glosas das despesas médicas 1.1. Despesas médicas efetuadas com a Dra. Luciana Trompowisk Ávila (fisioterapeuta) Acerca das referidas despesas, consta do Termo de Verificação Fiscal a justificativa para a glosa no sentido de que as sessões de Pilates (ginástica e/ou alongamento), não têm previsão legal para a dedução. Apesar do entendimento mencionado, cumpre esclarecer que o Regulamento do Imposto de Renda (art. 80 do Decreto 3.000/99) não restringe as despesas realizadas com profissionais da área de fisioterapia, conforme se extrai do dispositivo abaixo transcrito: Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias Assim, observas que consideramse despesas médicas ou de hospitalização os pagamentos efetuados a médicos de qualquer especialidade, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, hospitais, e as despesas provenientes de exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. A decisão de primeira instância considerou os argumentos sobre a ausência de restrição quanto às despesas com fisioterapeuta, mas, conforme alega o contribuinte, inovou na fundamentação do auto, ao manter a glosa por outro fundamento: Quanto aos pagamentos à fisioterapeuta Luciana T. Ávila, de fato, no anocalendário 2006, o contribuinte apresenta, às fls. 263 a 267, recibos no montante de R$3.660,00, e não R$4.410,00 como argüido (três recibos são iguais, de 4/11/2006); às fls. 1778 a 1781 (doc.02) indicações médicas de fisioterapia e às fls. 1783 a 1787 (doc. 03) declaração da profissional confirmando a realização bem como o objetivo das sessões de fisioterapia, ficha de avaliação e prospecto da clínica de fisioterapia. Tem razão o contribuinte em seu argumento de que a legislação para a dedução de valores pagos a fisioterapeutas não limita a especialidade do atendimento. Entretanto, compulsando os autos, à fl. 264, consta pedido do contribuinte à Dra. Conceição, para encaminhamento de indicação médica a Golden Cross para fins de reembolso. E não há nos autos prova do valor reembolsado e, por conseguinte, daquele que foi efetivamente ônus do contribuinte para que possa ser dedutível. Mantémse, portanto, a glosa desses valores. Sobre a controvérsia, o recorrente manifestase no sentido de que os recibos foram juntados aos autos e não há nas declarações da Golden Cross referência ao reembolso dos valores, não podendo ser exigida prova negativa do contribuinte, mediante inovação da fundamentação do lançamento. Fl. 1921DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 7 11 Compulsandose os autos, verificase que o lançamento teve como fundamento exclusivamente o entendimento do fiscal de que a despesa não era dedutível pela sua natureza (fisioterapia com a técnica de pilates). Tal fundamento foi afastado pela decisão de piso, mas foi mantida a glosa por fundamento diverso (existência de suposto reembolso). Não obstante a impossibilidade de inovação do lançamento, verificase que o documento referido, fl. 264, não é apto para a comprovação do efetivo reembolso, pois se trata de um documento escrito à mão, pelo contribuinte, no qual solicita à indicação médica para posterior pedido de reembolso para a Golden Cross, de modo não há documento que demonstre a ocorrência do pedido. Desse modo, diante do exposto, restabeleço a dedução do valor de R$ 3.660,00 (três mil seiscentos e sessenta reais), que foi o valor efetivamente comprovado por meio dos recibos de fls. 263 a 267, inclusive salientando que o recorrente não se insurgiu a respeito da discrepância do valor deduzido e do valor comprovado identificada pela decisão a quo. 1.2. Das despesas com vacinas A decisão recorrida afastou a possibilidade de dedução das despesas com vacinas sob os seguintes fundamentos: “Em relação à despesa com vacinas, ainda no anocalendário 2004, no valor e R$190,00, conforme Nota Fiscal à fl. 232, não podem aqui ser acatados os argumentos do impugnante. Fato é que somente são dedutíveis da base de cálculo do IR de pessoa física as despesas expressamente previstas na legislação. Despesas relativas à aquisição de medicamentos ou vacinas não são dedutíveis. Algumas despesas, como as com medicamentos, enfermeiros etc. só podem ser deduzidas a título de despesas médicas se integrarem a conta (a fatura) emitida pelo estabelecimento hospitalar." Apesar dos argumentos dispostos pela recorrente no sentido de que há direito a dedução das despesas com vacinas; tendo em vista que são dedutíveis os gastos médicos em hospitais, incluídas nestes conceitos as clínicas médicas; não lhe assiste razão, diante da ausência de previsão legal, nos termos do acórdão recorrido. Portanto, mantenho a glosa em análise. 1.3. Das despesas médicas reembolsadas pelo plano Alega o recorrente que, mesmo diante do fornecimento de relação detalhada do plano de saúde (fls. 240, 260 e 262) e do TST (fls. 229, 241 e 261) contendo a descrição dos reembolsos, os gastos líquidos (valor total menos o reembolso) da parte dos beneficiários não foram considerados pela fiscalização. Ademais, aduziu o contribuinte que o fiscal rejeitou os comprovantes de ressarcimentos e considerou imprescindíveis os recibos e notas fiscais, mesmo diante da declaração firmada pela Seguradora de Saúde (fls. 240,0260 e 262), no seguinte sentido; Fl. 1922DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 12 “Declaramos para os devidos fins, que o(a) Sr.(a) NORBERTO SILVEIRA DE SOUZA nos entregou recibos g comprovantes de pagamentos de Honorários Médicos/Despesas Hospitalares abaixo discriminados totalizando o valor de R$ 1.470,00 sendo lhe restituído valor de RS 624,00, cujos cálculos foram efetivados com base na tabela mencionada em seu contrato.” Corroborando o exposto, o Tribunal Superior do Trabalho, que intermediava a contratação da Golden Cross, assim informou: “Atendendo a solicitação de V. Exa., comunico que os recibos originais de atendimentos médicos ou hospitalares, utilizados para efeitos de reembolso, relativos aos exercícios de 2004, 2005 e 2006, quando este Tribunal mantinha contrato com o plano de saúde Golden Cross, foram remetidos àquela empresa e lá se encontram. lnformo que enfrentamos dificuldades para obter os originais, visto que dependemos da citada empresa, que não mais mantém contrato com o TST.” (grifouse) Dessa forma, para que o contribuinte fizesse jus ao reembolso pelo plano, foi necessário o envio das notas e recibos para a Seguradora, de modo que tais documentos não estavam seu poder. A decisão recorrida fundamentou a manutenção da glosa da seguinte forma: Quanto aos demais beneficiários informados (Enilton Sérgio T. do Egito e Luiz Gonzaga Novaes Guimarães), mantémse a glosa conforme efetuada pela autoridade fiscal, uma vez que o contribuinte não logrou trazer aos autos os comprovantes e, conforme explicitado pela autoridade fiscal, a declaração de despesas médicohospital emitida pela Golden Cross, anexada à fl. 240, de que o Sr. Norberto Silveira de Souza entregou os recibos e comprovantes de despesas médicohospitalares, discrimina os valores e o prestador de serviço, não faz, entretanto, menção a quem foram prestados os serviços, se ao Sr. Norberto ou a outrem, para que se pudesse apurar a dedutibilidade das despesas para efeitos tributários." O contribuinte destacou que devem ser aceitas as informações prestadas pela Golden Cross e TST que fazem menção expressa ao seu contrato, sendo que a veracidade das informações prestadas pela Golden Cross ficou demonstrada pelos inúmeros recibos juntados aos autos e não há razão para dar tratamento diferenciado aos beneficiários. A legislação do imposto de renda da pessoa física permite a dedução de despesas médicas do referido imposto, nos termos do art. 8º, II, alínea “a” e § 2º, da Lei nº. 9.250/95, assim disposta: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...) II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas Fl. 1923DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 8 13 ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; O artigo 73 § 1° do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/1999, aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999, assim estabelece: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 11 § 3°) § 1° Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a anuência do contribuinte. (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 11 § 4°) Conforme depreendese dos dispositivos supracitados, o direito à dedução das despesas médicas na declaração está sempre vinculado à comprovação prevista em lei e restringese, por sua vez, aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Portanto, apesar das alegações descritas, não assiste razão ao contribuinte, tendo em vista que não há como identificar o beneficiário dos serviços prestados, mediante a análise da documentação acostada, sendo relevante para fins tributários a mencionada identificação. 2. Da Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica O lançamento se referese aos valores recebidos pela sociedade de advogados "Silveira de Souza & Jorge Associados" da empresa Brasil Telecom, em razão da ação trabalhista n.º 842/1984. A fiscalização desconsiderou o recebimento desses valores pela pessoa jurídica, tributandoas na pessoa física, com os seguintes argumentos: Fl. 1924DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 14 Omissão de rendimentos (honorários advocatícios) recebidos de Brasil Telecom S/A, CNPJ 76.535.764/032266, decorrentes de honorários advocatícios devidos ao Sr. Norberto Silveira de Souza pelos autores do processo em que a citada empresa foi demandada (n° 824/1984). O pagamento foi efetuado pela Brasil Telecom S/A em virtude de acordos celebrados (fls. 1092 a 1574), apesar de se referirem a serviços prestados aos autores do processo n° 824/1984, em que a empresa foi demandada. Observese que as procurações apresentadas relativas ao citado processo (fls. 1112 a 1393) demonstram claramente que os contratados pelos autores do processo foram as pessoas físicas dos Srs. Orlando A. Capella Fernandes e Norberto.Silveira de Souza. Destaquese ainda que o processo citado é de 1984 e, conforme o próprio contribuinte escreveu em recibo por ele assinado (fls. 19), este ano é anterior à constituição de empresa pelo Sr. Norberto Silveira de Souza. sendo então rendimentos da pessoa física. Ao analisar a impugnação apresentada pelo sujeito passivo, a Delegacia Regional manteve o lançamento, nos termos seguintes: “Entretanto, para que a sujeição passiva tributária recaia sobre a pessoa juridica da sociedade de advocaticia, haveria de serem cumpridos os seguintes requisitos formais: 1) Existência de contrato entre o autor da ação judicial e a sociedade de advogados; 2) Procuração “ad judicia”, inserta nos autos do processo, feita individualmente ao advogado, e nela constar a sociedade a que pertence o advogado, conforme o §3° do artigo 15 do EOAB (...); 3) Caso o contrato de prestação de serviço advocatício tenha sido feito com pessoa física (advogado), é necessário que haja nos autos o substabelecimento desta para a sociedade de advogados. Ressaltase que não é o caso de cessão de crédito, pois, por tal instituto não é alterada a natureza jurídica do crédito a ser recebido. Observase que os créditos de honorários do recorrente, decorrentes de atuações anteriores à constituição da sociedade, foram a esta cedidos, no momento de sua constituição, conforme parágrafo único da cláusula V do documento firmado em 14/11/2003 e registrado na OAB/SC em 01/12/2003 (doc. 06 e 07 da impugnação): “Cláusula V (...) Parágrafo único i Processos anteriores, defendidos pelos sócios passam a integrar a sociedade ora constituída. (...)” Salientase que a cessão de direitos disposta nos atos constitutivos da sociedade foram assinados e registrados em data anterior à homologação das sentenças e percepção dos honorários. Além disso, os pagamentos foram efetuados diretamente pela Brasil Telecom à Sociedade, mediante a emissão de notas fiscais (fls. 1585, 1586 e 1587). Fl. 1925DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 9 15 É matéria incontroversa que os serviços que originaram os honorários se iniciaram antes da constituição da pessoa jurídica. Entretanto, é do mesmo modo incontroverso que as receitas somente se realizaram quando já constituída a pessoa jurídica. Vale dizer, em momento no qual a atividade profissional já se desenvolvia mediante sociedade de advogados. Destacase que as sociedades de advogados a exemplo das demais sociedades de pessoas, caracterizamse pela prestação de serviços em caráter personalíssimo, o que torna natural que serviços prestados por um ou mais sócios, isolados ou em conjunto, resultem em receitas oferecidas à tributação pela pessoa jurídica. Irrelevante, ao meu ver, a existência de contrato entre o autor da ação e da sociedade e de procuração ou substabelecimento à sociedade. O que importa é que a receita foi auferida após a constituição da Sociedade, obedecendo aos termos do contrato social e lastreada em nota de serviços cujo resultado foi devidamente oferecido à tributação. No caso em julgamento, o fato gerador do imposto de renda se deu após a constituição da pessoa jurídica, portanto, nada mais lógico que a receita decorrente desses honorários tivesse sido oferecido à tributação como resultado operacional da sociedade de advogados da qual o recorrente é um dos sócios, de modo que a situação em análise não se subsume ao disposto no artigo 123 do Código Tributário Nacional. Assim, quanto à omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, dou provimento ao recurso. 3. Do reajuste do lançamento pela compensação dos tributos recolhidos na pessoa jurídica Mesmo diante do acolhimento dos argumentos do contribuinte sobre a "omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica", apenas pela eventualidade, apreciarei a o pedido do recorrente no que se refere à consideração dos recolhimentos realizados em nome da pessoa jurídica. Entendo que assiste razão ao Recorrente, uma vez que não seria razoável reclassificar as receitas da sociedade para rendimentos da pessoa física, e obrigar que a pessoa solicite uma restituição ou uma compensação posterior, sofrendo o ônus de eventual decadência do direito creditório e principalmente da exigência da multa de ofício lançada no presente processo, quando já se sabe que houve pagamento parcial dos tributos sobre tais rendimentos, ora reclassificados. Desse modo, caso fosse considerado devido o imposto referente ao recebimento de pessoa jurídica, a exigência deveria ser apenas da diferença não recebida pelo fisco, realizandose a compensação de ofício dos valores recolhidos em nome da pessoa jurídica sobre os fatos geradores que deram ensejo à exigência da pessoa física. 4. Da multa isolada cumulada com a multa de ofício Em se tratando de aplicação de penalidades, aplicase, aqui, a lógica do princípio penal da consunção. Pelo critério da consunção, ao se violar uma pluralidade de normas, passandose de uma violação menos grave para outra mais grave, como sucede no caso em análise, prevalece a norma relativa à penalidade mais grave, que absorve as demais. Fl. 1926DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 16 Nessa linha de raciocínio, descabe a aplicação da multa isolada por falta de recolhimento mensal do imposto de renda devido a título de carnêleão concomitantemente com a multa de ofício decorrente da apuração de omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas. Cobrase apenas esta última, no percentual de 75% sobre o imposto devido. Acrescento que a cobrança da multa isolada referente aos rendimentos sujeitos ao carnêleão, concomitantemente com a multa de ofício de 75%, penaliza o contribuinte duplamente, em face da identidade das bases de cálculo de ambas. A jurisprudência deste Conselho é pacífica em relação a não imputação de dupla penalidade pecuniária ao contribuinte em decorrência da omissão de rendimentos recebidos de pessoa física. Nesse sentido, a Câmara Superior de Recursos Fiscais já se manifestou, nos seguintes termos: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2001 MULTA ISOLADA E DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. BASE DE CÁLCULO IDÊNTICA. Em se tratando de lançamento de oficio, somente deve ser aplicada a multa de oficio vinculada ao imposto devido, descabendo o lançamento cumulativo da multa isolada pela falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão, pois as bases de cálculo das penalidades são as mesmas. Recurso especial negado. (Câmara Superior de Recursos Fiscais, Segunda Turma, Acórdão 9202003.552, sessão de 28/01/2015) Em resumo: a denominada "multa isolada" do art. 44, II, “a” da Lei nº 9.430/1996 apenas deve ser aplicada aos casos em que não possa ser a multa exigida em conjunto com o tributo devido (Lei nº 9.430/1996, I), não havendo que se cogitar do cabimento concomitante das multas de ofício e isolada. 5. Da aplicação da taxa SELIC No que diz respeito ao argumento da indevida aplicação da SELIC como juros de mora, entendo que o mesmo não procede, uma vez que o artigo 13, da Lei n° 9.065, de 20 de junho de 1995 prevê a sua aplicação sobre os tributos em atraso: Art. 13. A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a alínea c do parágrafo único do art. 14 da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, com a redação dada pelo art. 6º da Lei nº 8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo art. 90 da Lei nº 8.981, de 1995, o art. 84, inciso I, e o art. 91, parágrafo único, alínea a.2, da Lei nº 8.981, de 1995, serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente. Desta forma, como a cobrança em auto de infração dos juros de mora (calculados pela Taxa SELIC) decorre da aplicação de dispositivos legais vigentes e eficazes na época de sua lavratura. Em decorrência dos princípios da legalidade, os referidos Fl. 1927DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 10 17 dispositivos são de aplicação compulsória pelos agentes públicos, até a sua retirada do mundo jurídico. Além disso, tendo em vista o Enunciado de Súmula n° 04 do CARF, a aplicação da SELIC é devida aos débitos administrados pela Receita Federal do Brasil: Súmula 1º CC nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais Desta forma, não procede o argumento apresentado pelo contribuinte no que diz respeito a essa matéria. 6. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para: i) restabelecer a dedução da despesa médica no valor de R$ 3.660,00 (três mil seiscentos e sessenta reais); ii) excluir do lançamento a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica; e iii) excluir a aplicação da multa isolada. Assinado digitalmente. Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Fl. 1928DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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Numero do processo: 13804.001204/99-68
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Sat Aug 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999
IPI. CRÉDITOS. PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT).
A exportação de produtos NT não gera direito ao aproveitamento do crédito presumido do IPI, Lei nº 9.369/96, por não estarem os produtos dentro do campo de incidência do imposto.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-003.462
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. Os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. Os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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CRÉDITOS. PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT). A exportação de produtos NT não gera direito ao aproveitamento do crédito presumido do IPI, Lei nº 9.369/96, por não estarem os produtos dentro do campo de incidência do imposto. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. Os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 4. 00 12 04 /9 9- 68 Fl. 1551DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.552 2 Relatório Tratase de recurso especial interposto pelo contribuinte em face ao acórdão de nº 330101.435, o qual, por voto de qualidade, deu parcial provimento ao recurso voluntário, mantendo as glosas sobre as aquisições de insumos utilizados em produtos não tributados (NT) pelo IPI, por entender que as matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, aplicados na fabricação dos produtos exportados não industrializados, ou seja, aqueles considerados como produtos não tributados “NT” pela TIPI, não integram o cálculo do crédito presumido de IPI, conforme ementa a seguir, na parte que trata da matéria: “INSUMOS. CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS NT. As matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, aplicados na fabricação de produtos NT não geram créditos presumidos de IPI.” Inconformado, o contribuinte interpôs recurso especial de divergência, alegando, em síntese, que o acórdão utilizado como paradigma, entendeu que a Lei nº 9.363/96, ao instituir o benefício do crédito presumido de IPI, ao referirse a "mercadorias" abrangeu o gênero, sendo incabível ao intérprete restringilo aos produtos industrializados. Em despacho de fls. 1531/1535, foi dado seguimento parcial ao recurso especial do contribuinte no que se refere ao direito de apurar créditos presumidos de IPI sobre aquisições de insumos utilizados em produtos NT. Regularmente intimada, a Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões às fls. 1541/1548, requerendo a manutenção do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O recurso interposto pelo contribuinte é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele conheço. A matéria objeto da divergência apontada pelo sujeito passivo diz respeito à questão do direito ou não ao crédito presumido de IPI, como forma de ressarcimento do PIS e da COFINS nas exportações de produtos que constam da TIPI com a notação NT (não tributados). Realmente é uma matéria divergente como demonstrou o contribuinte em seu Recurso Especial. Assim, conheço o recurso e passo a análise do mérito. Visando incentivar as exportações de produtos industrializados, de alto valor agregado, a União criou o crédito presumido de IPI como uma forma de ressarcimento das contribuições sociais do PIS e COFINS, incidentes sobre as aquisições, no mercado interno Fl. 1552DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.553 3 (nacionais), de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, utilizados no processo produtivo de bens exportados. Tal crédito presumido foi criado pela Lei 9.363/96, que adveio da MP 948/95 e reedições. Para o cumprimento do objetivo a lei criou o ressarcimento ao produtor e exportador do pagamento das contribuições PIS e COFINS, incidentes no processo de produção da mercadoria a ser exportada. Tal discussão tem resultado em interpretações divergentes no Poder Judiciário o no próprio CARF. A depender das composições dos tribunais, tanto administrativos quanto judiciais, o resultado dos julgamentos tem dado soluções divergentes, ora permitindo, ora negando, o direito ao creditamento previsto na referida lei. Isso causa uma insegurança jurídica nos contribuintes. Já é hora de tentar pacificar a questão, mesmo sabendo que não é uma tarefa fácil. Até porque os nossos tribunais superiores ainda não se manifestaram a respeito. Porém já percebemos uma certa tendência dos Tribunais Regionais Federais de negar o aproveitamento do créditos nos casos em que as mercadorias exportação não são consideradas industrializadas (NT). Podemos citar como exemplos de decisões que negaram o aproveitamento do crédito: TRF da 3ª Região, Apelação em MS 309.564/MS, Processo 2005.61.00.0013479, Rel. Juiz convocado Des. Federal Roberto Jeuken, 3ª T., julg. 04/12/2008, DJ 20/01/2009. Apelação cível 1.245.945/MS, processo 1999.61.00.0019753, Rel. Des. Federal Cecília Marcondes, 3ª T., julg. 27/11/2008, DJ 09/12/2008. TRF da 5ª Região, AMS 89.109/PE, Processo 000236988.2003.4.058308, Rel. Des. Federal Francisco Barros Dias, 2ª T., julg. 18/08/2009, DJ, 11/09/2009. Apelação em MS93782/PE, Processo 000992245.2005.4.05.8300/03, Rel. Des. Federal Rivaldo Costa, 3ª T., DJ 28/08/2007. Como já dissemos, os Tribunais Superiores ainda não se manifestaram diretamente sobre o tema. Para continuarmos a discorrer sobre o tema, é essencial ao deslinde da demanda, determinar se os produtos com a classificação “NT” na TIPI, que trata de produtos em que não há a incidência do IPI, por não serem industrializados e, portanto, não estarem no campo de incidência do imposto, podem se caracterizar como produtos originários de empresa produtora e exportadora descrita no art. 1º da Lei 9.363/96, transcrito abaixo. A lei, muita das vezes, apesar de não ser o meio ideal, deve dar definições aos institutos. Tal conduta do legislador serve para dar contornos precisos a alguns termos usados, como por exemplo o conceito de produto industrializado. A lei assim o faz. E mais. A Legislação complementar é de suma importância, quando traz a tabela TIPI com informações de quais produtos seriam NT e que tais produtos estariam forma do campo de incidência do IPI, não sendo considerados, portanto, produtos industrializados. O benefício fiscal chamado “Crédito Presumido de IPI Exportações” consiste em um crédito adicional de IPI para sociedades industriais que diretamente ou Fl. 1553DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.554 4 indiretamente exportam seus produtos industrializados ao mercado internacional. Tem como objetivo principal desonerar a cadeia produtiva dos produtos a serem exportados do custo econômico da COFINS e do PIS, conforme podemos notar pelo texto do art. 1º da Lei 9.363/96: “Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo”. “Parágrafo Único O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior”. Considerandose, então, que o artigo 1° da Lei 9.363/96 autoriza a fruição do beneficio do crédito presumido do IPI às empresas que satisfaçam, cumulativamente, dentre outras, a duas condições — ser produtora e ser exportadora —, não resta dúvida quanto à total impossibilidade de existência e aproveitamento de crédito do IPI para os estabelecimentos cujos produtos fabricados são classificados como NT na TIPI. Isso porque os estabelecimentos que produzem mercadorias NT não são considerados como produtor, para efeitos da legislação fiscal. Com efeito, se nas operações relativas aos produtos não tributados a empresa não é considerada como produtora, ela não satisfaz, por conseguinte, a uma das condições imposta pelo beneficio em análise, qual seja, o de ser produtora. Esta condição está intimamente relacionada à própria natureza do crédito presumido. Ser industrializado o produto exportado é característica essencial da finalidade da lei: estimulo às empresas para que destinem seus produtos com maior valor agregado à exportação, melhorando nossa balança comercial e reduzindo a taxa de desemprego. São justamente os produtos industrializados que agregam mais fatores de produção, sobretudo mãodeobra. São eles que possuem cadeia produtiva mais extensa e, portanto, de maior influência para o desenvolvimento econômico. Não é a exportação de produtos primários que se procurou estimular, já que esta sempre foi a vocação do país ao longo de toda a sua história. Com efeito, cabe aos intérpretes das leis, trazer o real e correto significado das normas nela contidas. Se a norma é dúbia cabe aos operadores do direito a sua correta interpretação, conforme as técnicas da ciência da Hermenêutica Jurídica, e não fazer a interpretação de modo aleatório e intuitivo. Nem mesmo uma interpretação literal do art. 1º da referida lei poderia levar concluir que a empresa produtora e exportadora também abarcaria àquelas que não são contribuintes do imposto. Porém, como já dito, esse seria o pretenso resultado de uma interpretação meramente literal. Esse tipo de análise somente pode ser feito quando a lei expressamente determinar. Pelo contrário, qualquer tipo de interpretação nos levaria ao mesmo resultado, como acontece com os texto legais bem elaborados. Fl. 1554DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.555 5 Deve, neste caso, fazer uma interpretação sistemática, que consiste em harmonizar a presente norma de um modo contextualizado com todo o texto da mesma lei e com o arcabouço legal pátrio, principalmente na área tributária. Teremos de fazer a nossa análise em conjunto com toda a legislação que rege o IPI. Em um estudo da lei incentivadora, nos artigos posteriores ao 1º, o legislador já deixa mais claro que a delimitação do benefício se daria somente em relação aos produtos industrializados. Isso nos remete à matriz legal do IPI. A Lei nº 4.502/64 é muito precisa na definição do que seja estabelecimento produtor quando preceitua em ser art. 3º que “considerase estabelecimento produtos todo aquele que industrializar produtos sujeitos ao imposto”. Assim fica claro que tanto na acepção econômica quanto jurídica, não há como se enquadrar empresas não sujeitas ao IPI como estabelecimento industrial ou estabelecimento produtor. É pacífico que os produtos classificados na TIPI como "NT" não estão incluídos no campo de incidência do IPI, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 2° do RIPI/98. Decreto 2.637, de 25/06/98 "Art. 2° Parágrafo Único O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação NT (nãotributado) (Lei n.° 9.493, de 10 de setembro de 1997, art. 13 )” Logo, quem produz esses produtos, ainda que sob uma das operações de industrialização previstas no artigo 4° do Regulamento do IPI não é considerado, à luz da legislação de regência desse imposto, como estabelecimento produtor ou industrial, de acordo com o artigo 8° do RIP1/98, que prescreve: Art. 8° Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações referidas no art. 4°, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (Lei n.° 4.502, de 1964, art. 3°). Estabelecimento produtor ou industrial é aquele que executa qualquer das operações definidas na legislação do imposto como de industrialização; da qual, cumulativamente, resulte um produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento. Ora, de fato, seu beneficiário necessariamente deve produzir industrializados sujeitos à incidência do PI e exportálos, diretamente ou através de empresa comercial exportadora, para que lhe seja reconhecido o direito ao crédito presumido, conforme a sistemática instituída pela Lei n° 9.363/96. Se o benefício fosse estendido a todas as empresas produtoras exportadoras, sem a delimitação de ser contribuinte do imposto algumas questões ficariam sem uma solução prevista na lei, como por exemplo, como se daria a escrituração dos créditos para a futura compensação? Não existe previsão de livro registro de apuração do IPI para não contribuintes. Fl. 1555DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.556 6 Todos sabemos que a apuração do imposto a pagar ou dos créditos devem ser escriturados no referido livro. Ademais a lei não contém palavra inúteis. Se fosse para abarcar os exportadores que não fossem produtores porque a lei traria e expressão “produtora e exportadora”. Bastaria o uso da palavra “exportadora”. Está claro, dessa forma, que há que se interpretar a linguagem legislativa contida no art. 1º da Lei 9.363/96 e cabe a nós, desse tribunal administrativo, elucidar e resolver o presente caso concreto ora apresentado a essa corte. È da interpretação que cuida a hermenêutica jurídica. Primeiramente cabe esclarecer o conceito de hermenêutica “que provém do latim hermeneutica (que interpreta ou explica), é empregado na técnica jurídica para assinalar o meio ou modo por que se devem interpretar as leis, a fim de que se tenha delas o exato ou o melhor sentido. Na hermenêutica jurídica, assim, estão encerrados todos os princípios e regras que devam ser judiciosamente utilizados para a interpretação do texto legal. E esta interpretação não se restringe ao esclarecimento de pontos obscuros, mas toda elucidação a respeito da exata compreensão da regra jurídica a ser aplicada aos fatos concretos. É o que faz a hermenêutica jurídica, interpreta as leis. Deixo claro também que não se trata de lacuna na lei. Caso assim fosse, teríamos que fazer uma integração legislativa e não a interpretação. Mais abaixo deixaremos claro que mesmo àqueles que consideram que a lei é omissa e que há que se fazer a integração,também chegaremos à mesma conclusão: A exportação de produtos NT não gera direito ao aproveitamento do crédito presumido do IPI, lei nº 9.369/96, por não estarem os produtos dentro do campo de incidência do imposto. Podemos concluir que tanto em uma análise econômica quanto jurídica não há como se interpretar o art. 1º da Lei 9.363/96, a ponto de considerar que a empresa produtora e exportadora ali mencionada abarcaria até mesmo àquelas não contribuintes do IPI, ou seja, somente os estabelecimentos industriais é que podem compensar os créditos presumidos de IPI nos casos de exportação. Economicamente falando, não há porque se incentivar, com desoneração tributária, a produção de produtos não industrializados, como por exemplo, as comodities, pois todos sabem que o Brasil tem expertise nesta área, sendo um dos maiores exportadores mundiais. Em se tratando de uma interpretação meramente jurídica, se fosse a intenção do legislador, a lei teria de ser muito clara, e não deixar nenhuma margem de dúvida quanto à extensão do benefício, conforme preceitua o CTN e várias outras leis tributárias e financeiras. Além do mais a lei que trata de qualquer tipo de exoneração tributária deve ter a sua interpretação restritiva, para abarcar somente os caso expressamente permitidos. É necessária a autorização legislativa para a concessão do beneficio em face do principio da legalidade. Como se sabe, o Princípio Constitucional da Legalidade impõe como dever aos agentes públicos que não somente proceda em consonância com as leis, mas também que Fl. 1556DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.557 7 somente atue quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Melhor dizendo, não tem a liberdade de fazer o que lhe convém apenas pela ausência de norma proibitiva, mas somente fazer o que a lei autoriza ou determina. O princípio da legalidade vale tanto para a exação quanto para a isenção. Sabemos que o crédito presumido é um tipo de isenção parcial. È indiscutível que a lei que trata de isenção deve descrever, pormenorizadamente, todos os elementos da norma jurídica tributária. A descrição deve ser exaustiva para a própria segurança jurídica dos contribuintes. Não pode haver subjetivismos ou interpretações não jurídicas. O art. 1º da lei isentiva faz exatamente isso. Descreve minuciosamente os contornos de quem tem o direito ao crédito presumido para evitar que o intérprete ou aplicador da lei tenha entendimentos contraditórios, gerando incerteza e insegurança para o contribuinte. Com efeito não há outra conclusão que não a constatação que crédito presumido de IPI somente poderá ser efetuado pela empresa exportadora ou, no caso de exportação indireta, pelo fornecedor da comercial exportadora, levandose em conta apenas os insumos adquiridos no mercado interno utilizados na industrialização de bens destinados à exportação. Para corroborar e elucidar todo o exposto, por ser de uma precisão ímpar, trago o Presidente Henrique Pinheiro Torres, no Acórdão nº 20216.066: “A questão envolvendo o direito de crédito presumido de IPI no tocante às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagens utilizados na confecção de produtos constantes da Tabela de Incidência do IPI com a notação NT (Não Tributado) destinados à exportação, longe de estar apascentada, tem gerado acirrados debates na doutrina e na jurisprudência. No Segundo Conselho de Contribuintes, ora prevalece a posição do Fisco, ora a dos contribuintes, dependendo da composição das Câmaras. A meu sentir, a posição mais consentânea com a norma legal é aquela pela exclusão dos valores correspondentes às exportações dos produtos não tributados (NT) pelo IPI, já que, nos termos do caput do art. 1º da Lei 9.363/1996, instituidora desse incentivo fiscal, o crédito é destinado, tãosomente, às empresas que satisfaçam, cumulativamente, dentre outras, a duas condições: a) ser produtora; b) ser exportadora. Isso porque, os estabelecimentos processadores de produtos NT, não são, para efeitos da legislação fiscal, considerados como produtor. Isso ocorre porque, as empresas que fazem produtos não sujeitos ao IPI, de acordo com a legislação fiscal, em relação a eles, não são consideradas como estabelecimentos produtores, pois, a teor do artigo 3º da Lei 4.502/1964, considerase estabelecimento produtor todo aquêle que industrializar produtos sujeitos ao impôsto. Ora, como é de todos sabido, os produtos constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Fl. 1557DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.558 8 Industrializados – TIPI com a notação NT (Não Tributados) estão fora do campo de incidência desse tributo federal. Por conseguinte, não estão sujeitos ao imposto. Ora, se nas operações relativas aos produtos não tributados a empresa não é considerada como produtora, não satisfaz, por conseguinte, a uma das condições a que está subordinado o beneficio em apreço, o de ser produtora. Por outro lado, não se pode perder de vista o escopo desse favor fiscal que é o de alavancar a exportação de produtos elaborados, e não a de produtos primários ou semielaborados. Para isso, o legislador concedeu o incentivo apenas aos produtores, aos industriais exportadores. Tanto é verdade, que, afora os produtores exportadores, nenhum outro tipo de empresa foi agraciada com tal benefício, nem mesmo as trading companies, reforçandose assim, o entendimento de que o favor fiscal em foco destinase, apenas, aos fabricantes de produtos tributados a serem exportados. Cabe ainda destacar que assim como ocorre com o crédito presumido, vários outros incentivos à exportação foram concedidos apenas a produtos tributados pelo IPI (ainda que sujeitos à alíquota zero ou isentos). Como exemplo podese citar o extinto crédito prêmio de IPI conferido industrial exportador, e o direito à manutenção e utilização do crédito referente a insumos empregados na fabricação de produtos exportados. Neste caso, a regra geral é que o benefício alcança apenas a exportação de produtos tributados (sujeitos ao imposto); se se referir a NT, só haverá direito a crédito no caso de produtos relacionados pelo Ministro da Fazenda, como previsto no parágrafo único do artigo 92 do RIPI/1982. Outro ponto a corroborar o posicionamento aqui defendido é a mudança trazida pela Medida Provisória nº 1.50816, consistente na inclusão de diversos produtos no campo de incidência do IPI, a exemplo dos frangos abatidos, cortados e embalados, que passaram de NT para alíquota zero. Essa mudança na tributação veio justamente para atender aos anseios dos exportadores, que puderam, então, usufruir do crédito presumido de IPI nas exportações desses produtos. Diante de todas essas razões, é de se reconhecer que os produtos exportados pela reclamante, por não estarem incluídos no campo de incidência do IPI, já que constam da tabela como NT (não tributado), não geram crédito presumido de IPI”. Também, colaciono parte do voto do Conselheiro Gilson Rosemburg Filho, em voto recentemente proferido neste plenário: Por outra parte, é cediço que os produtos classificados na TIPI como “NT” não estão incluídos no campo de incidência do IPI. Logo, quem fabrica tais produtos, mesmo sob uma das operações de industrialização previstas no Regulamento do IPI (no caso, as operações dispostas no art. 3º, caput e incisos, do Regulamento Fl. 1558DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.559 9 aprovado pelo Decreto nº 87.981, de 23/12/1982 – RIPI/82), não é considerado, à luz da legislação de regência desse imposto, como estabelecimento industrial. Isso porque, de acordo como o art. 8º do RIPI/82 (abaixo transcrito), estabelecimento industrial é o que industrializa produtos sujeitos à incidência do IPI, ou seja, é aquele estabelecimento que executa qualquer das operações definidas na legislação do imposto como “de industrialização”, da qual, cumulativamente, resulte um produto “tributado”, ainda que de alíquota zero ou isento. Ao contrário, não é estabelecimento industrial para fins de IPI aquele que elabora produtos classificados na TIPI como nãotributado (NT), bem como quem realiza operação excluída do conceito de industrialização dado pelo RIPI. “Art. 8º Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações referidas no artigo 3º, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (Lei nº 4.502, art. 3º).” Neste diapasão, Raimundo Clóvis do Valle Cabral em “Tudo sobre o IPI”, 4ª edição, São Paulo, Ed. Aduaneiras, págs. 54/55 e 57, assim assevera: “Estabelecimento Industrial é o que industrializa produtos sujeitos à incidência do imposto, ou seja, aquele que executa operações definidas na legislação do IPI como de industrialização (transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento/reacondicionamento e renovação/recondicionamento) e da qual resulte um produto tributado, ainda que de alíquota zero, ou isento. Tem por base legal o artigo 3º da Lei nº 4.502, de 1964, alterado pelo artigo 12 do DL nº 34/66, que tem o seguinte texto: ‘Considerase estabelecimento industrial todo aquele que industrializar produtos sujeitos ao imposto’(art. 8º). As expressões ‘fábrica’ e ‘fabricante’ são equivalentes a ‘estabelecimento industrial’, como definido acima (art. 487II). Se o produto por ele industrializado corresponde uma alíquota positiva (diferente de zero) estará ele obrigado a destacar o imposto na nota fiscal emitida, observando as demais obrigações concernentes à escrituração fiscal e ao recolhimento do imposto, assumindo o real papel de contribuinte – sujeito passivo de obrigação principal, salvo se optante pela inscrição no Simples (art. 20I, 23II e 107). Se o produto industrializado estiver sujeito à alíquota zero, ou for isento, embora não haja imposto a ser destacado nem recolhido, ele estará obrigado a emitir nota fiscal e proceder às demais obrigações relativas à escrituração fiscal prevista no Ripi, pois está definido como sujeito passivo de obrigações acessórias (art. 21). Contrario sensu, chegase à conclusão de não ser estabelecimento industrial, para fins do IPI, aquele que elabora produtos classificados na Tipi como NT (nãotributados), bem Fl. 1559DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.560 10 assim os resultantes de operações excluídas do conceito de industrialização pelo artigo 5º do RIPI.” O texto reproduzido acima traduz a essência da expressão “NT” aposta na TIPI ao lado dos produtos excluídos do campo de incidência do IPI, qual seja: o estabelecimento que dá saída a produtos nãotributados, não se classifica, nessas operações, para fins de incidência do imposto, como estabelecimento industrial, ou seja, como contribuinte do IPI. E o aproveitamento de créditos do IPI está intimamente ligado ao conceito do que seja estabelecimento industrial para a legislação desse imposto, no sentido de que não ser um estabelecimento de tal espécie implica o nãoreconhecimento da existência de créditos ou débitos de IPI, impossibilitando o aproveitamento dos primeiros (dos créditos) ou o surgimento da obrigação tributária principal decorrente dos segundos (dos débitos). Nessa linha, merece citar, especificamente no tocante ao crédito presumido do IPI objeto de análise no presente processo, o preceito do art. 1º combinado com o do parágrafo único do art. 3º, ambos da Lei nº 9.363/96: “Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus ao crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (...). Art. 3º (...). Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação (...) do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento (...) dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, (...).” Lógico que “produção” conformase na atividade do “produtor". E, nos termos da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, matriz legal de grande parte da legislação do IPI, “estabelecimento produtor” é aquele que industrializa produtos sujeitos ao imposto. Estabelece o art. 3º da aludida lei: “Art. 3º Considerase estabelecimento produtor todo aquele que industrializar produtos sujeitos ao imposto.” Considerandose, então, que o art. 1º da Lei nº 9.363/96 autoriza a fruição do crédito presumido do IPI ao “estabelecimento produtor e exportador”, e que o art. 3º da Lei 4.502/64 é a matriz do Regulamento do Imposto de Produtos Industrializados, não resta dúvida quanto à total impossibilidade de existência e, conseqüentemente, de aproveitamento de crédito do IPI para os estabelecimentos cujos produtos fabricados são classificados como “NT” na TIPI. Pelos fundamentos expostos, é possível arrolar as seguintes conclusões: Fl. 1560DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.561 11 O estabelecimento industrial é aquele que industrializa produtos sujeitos à incidência do imposto, ou seja, aquele que executa as operações definidas na legislação do IPI como de industrialização e da qual resulta um produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento. Portanto, os produtos exportados que não se encontram no campo de incidência do IPI, por constar da tabela como NT (não tributado), não geram crédito presumido de IPI; A legislação que trata do específico benefício do crédito presumido do IPI determina que as “mercadorias” devam decorrer de “estabelecimento produtor”, o qual, à luz da legislação do IPI, é somente o que industrializa produtos tributados por essa exação. Assim não há que se falar em questões fáticas, mas meramente jurídicas. Por isso toda a análise se absteve de ilações de fato, mas argumentações meramente jurídicas, como aliás devem ser todas as questões trazidas a interpretação pelos tribunais.. Também não há discussão acerca de os produtos que não tributados – NT, estarem, ou não, no campo de incidência do IPI. Senão teríamos de fazer uma longa explanação sobre outros institutos tributários como isenção, imunidade, não incidência, lançamento, fato gerador, dentre outros. Podemos concluir que tanto em uma análise econômica quanto jurídica não há como se interpretar o art. 1º da Lei 9.363/96, a ponto de considerar que a empresa produtora e exportadora ali mencionada abarcaria até mesmo àquelas não contribuintes do IPI, ou seja, somente os estabelecimentos industriais é que podem compensar os créditos presumidos de IPI nos casos de exportação. Economicamente falando, não há porque se incentivar, com desoneração tributária, a produção de produtos não industrializados, como por exemplo, as comodities, pois todos sabem que o Brasil tem expertise nesta área, sendo um dos maiores exportadores mundiais. Em se tratando de uma interpretação meramente jurídica, se fosse a intenção do legislador, a lei teria de ser muito clara, e não deixar nenhuma margem de dúvida quanto à extensão do benefício, conforme preceitua o CTN e várias outras leis tributárias e financeiras. Dessa forma, o crédito presumido de IPI somente poderá ser ressarcido pela empresa exportadora ou, no caso de exportação indireta, pelo fornecedor da comercial exportadora, levandose em conta apenas os insumos adquiridos no mercado interno, onerados pelo PIS e COFINS, e utilizados na industrialização de bens destinados à exportação. Mesmo para aqueles que entendem que existe omissão legal e que pretendem fazer a integração prevista no art. do CTN, in verbis: Interpretação e Integração da Legislação Tributária Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo. Fl. 1561DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.562 12 Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: I a analogia; II os princípios gerais de direito tributário; III os princípios gerais de direito público; IV a eqüidade. § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. § 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizamse para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção; III dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. A ordem de integração é obrigatória, como determina a lei. Podemos usar a analogia com o caso dos créditos básicos e assim chegarmos à conclusão que não geram direito ao crédito a exportação de produtos NT. Neste caso existe até uma súmula do CARF: Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Porém podemos passar também para o segundo critério de integração. Trata se de usarmos os princípios gerais de Direito Tributário. O princípio mais específico em relação ao IPI é o princípio constitucional da não cumulatividade do IPI, transcrito abaixo: Art. 153, § 3º: “O imposto previsto no inciso IV: I será seletivo, em função da essencialidade do produto; Fl. 1562DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13804.001204/9968 Acórdão n.º 9303003.462 CSRFT3 Fl. 1.563 13 II – será não cumulativo, compensandose o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores”. Fica claro aqui também que tem que haver tributo devido para que possamos aplicar o princípio. Se o produto final não é tributado, não há que se falar em aproveitamento de crédito. Obviamente a lei pode excepcionar e permitir o aproveitamento do crédito, já que não há óbice constitucional como ocorre com o ICMS. Mas, como dito acima a lei tem que ser clara ao permitir o creditamento nessas situações especiais o que não ocorre in casu. O próprio TRF da 3ª Região tem exarado decisões que vedam o direito ao incentivo da Lei 9.363/96 quando não há o recolhimento do IPI na cadeia de industrialização da mercadoria a ser exportada. O Direito Pátrio não autoriza o aproveitamento do crédito presumido de IPI em relação a mercadorias exportadas que figurem como NT na tabela do IPI TIPI. Essa é a única conclusão juridicamente aceitável ao interpretarmos, por todas as técnicas existentes, os diplomas legais do crédito presumido – Lei 9.363/96, em cotejo com as demais legislações do IPI. Àqueles que defendem que a lei instituidora do incentivo é lacunosa, podemos fazer a integração nos moldes permitidos pelo CTN e chegaremos à mesma conclusão acima exposta. Diante de todo o exposto, voto pelo não provimento do Recurso Especial interposto pelo contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 1563DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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