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Numero do processo: 13660.000035/2003-78
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 30/04/2002 a 30/06/2002 Ementa: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS. As aquisições de energia elétrica e combustíveis apenas geram direito ao crédito presumido de IPI no regime alternativo previsto na Lei nº 10.276/01. Aplicação ao caso da Súmula CARF no. 19, segundo a qual “não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei no. 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário”. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. TRANSFERÊNCIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA PRÓPRIA PESSOA JURÍDICA. INSUMOS. EXTRAÇÃO MINERAL. As transferências de insumos entre estabelecimentos da pessoa jurídica não geram direito ao crédito presumido de IPI, uma vez que ausentes operações de “aquisição” de mercadorias, nos termos do artigo 1º, da Lei nº 9.363/96. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES PARA SIMPLES REVENDA. A aquisição de mercadorias para simples revenda, em relação às quais não houver processo de industrialização pela pessoa jurídica destinatária, não confere direito ao crédito presumido de IPI. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ACRÉSCIMO DE TAXA SELIC. De acordo com precedente do E. STJ submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e aplicável ao processo administrativo fiscal por força do artigo 62- A, do RICARF (REsp no. 1.035.847), o ressarcimento de créditos de IPI está sujeito a acréscimo da Taxa SELIC entre as datas do protocolo do pedido e aquela em que o postulante fruir efetivamente o direito.
Numero da decisão: 3403-001.651
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito à correção do ressarcimento pela Taxa Selic a partir da data de formalização do pedido.
Nome do relator: MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 30/04/2002 a 30/06/2002 Ementa: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS. As aquisições de energia elétrica e combustíveis apenas geram direito ao crédito presumido de IPI no regime alternativo previsto na Lei nº 10.276/01. Aplicação ao caso da Súmula CARF no. 19, segundo a qual “não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei no. 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário”. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. TRANSFERÊNCIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA PRÓPRIA PESSOA JURÍDICA. INSUMOS. EXTRAÇÃO MINERAL. As transferências de insumos entre estabelecimentos da pessoa jurídica não geram direito ao crédito presumido de IPI, uma vez que ausentes operações de “aquisição” de mercadorias, nos termos do artigo 1º, da Lei nº 9.363/96. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES PARA SIMPLES REVENDA. A aquisição de mercadorias para simples revenda, em relação às quais não houver processo de industrialização pela pessoa jurídica destinatária, não confere direito ao crédito presumido de IPI. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ACRÉSCIMO DE TAXA SELIC. De acordo com precedente do E. STJ submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e aplicável ao processo administrativo fiscal por força do artigo 62 A, do RICARF (REsp no. 1.035.847), o ressarcimento de créditos de IPI está sujeito a acréscimo da Taxa SELIC entre as datas do protocolo do pedido e aquela em que o postulante fruir efetivamente o direito. Fl. 384DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito à correção do ressarcimento pela Taxa Selic a partir da data de formalização do pedido. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Raquel Motta Brandão Minatel, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim. Relatório Tratase de pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI, relativo ao 2º trimestre/2002, formulado em 28.01.2003, sob o amparo da Lei n° 9.363/96. A ele, vincularamse declarações de compensação, visando compensar débitos de IRPJ e de CSLL relativos ao 1º trimestre de 2003. Por meio de despacho decisório, a DRF/VarginhaMG, tendo por base o trabalho fiscal, deferiu em parte o direito creditório e homologou também em parte a compensação declarada. Para tanto, salientou a DRF que, para o trimestre considerado: (a) nem todas as notas fiscais que a recorrente foi intimada a exibir, a fim de comprovar a aquisição de insumos aplicados na industrialização, foram entregues; (b) parte das notas fiscais exibidas para análise se referia a bens não catalogáveis como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem, cuja aquisição, salienta a fiscalização, não proporciona direito de crédito. Cientificada, a recorrente apresentou inconformidade, de cujos argumentos se extrai o seguinte: (a) nem todas as notas fiscais aptas a comprovar a aquisição de alegados insumos teriam sido analisadas pela fiscalização, embora estivessem disponíveis para tanto na sede da pessoa jurídica; a recusa da auditoria em considerálas macularia o procedimento de nulidade; Fl. 385DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13660.000035/200378 Acórdão n.º 340301.651 S3C4T3 Fl. 2 3 (b) entre as notas fiscais supostamente negligenciadas pela auditoria estariam aquelas emitidas para documentar transferências de insumos entre estabelecimentos da própria recorrente; (c) entre as notas fiscais entregues pela recorrente ao exame da fiscalização porém não admitidas para o creditamento, estariam algumas destinadas a documentar a aquisição de energia elétrica consumida nas máquinas de beneficiamento e das próprias pedras de “São Tomé” e ardósia, seus principais insumos industriais; e (d) seria aplicável atualização monetária aos créditos oriundos de pedidos de ressarcimento, conforme precedentes deste Órgão Julgador. Em 27 de abril de 2007, a DRJ/Juiz de ForaMG proferiu acórdão julgando improcedente a inconformidade. Sobre a aquisição de energia elétrica, ponderou que apenas os contribuintes optantes pelo regime da Lei nº 10.276/01 fariam jus ao crédito e, sobre as “pedras de São Tomé”, considerou que referidos materiais não teriam se sujeitado a processo industrial no estabelecimento da recorrente, tendo sido adquiridos somente para revenda. No mais, ratificou a aplicabilidade do Parecer Normativo CST 65/79 e afirmou que caberia ao recorrente o ônus probatório de trazer aos autos as notas fiscais supostamente não analisadas pela auditoria. Apresentouse voluntário, no qual o recorrente reforça os argumentos já expostos e traz aos autos as notas fiscais de transferências de insumos entre seus estabelecimentos. Em 4 de dezembro de 2008, o julgamento foi convertido em diligência, com o intuito de que o órgão de origem esclarecesse, em síntese, o processo de industrialização efetuado pelo recorrente. Em resposta à diligência, a DRJ esclarece que: (a) a recorrente promove transferências de pedras brutas extraídas de sua filial estabelecida em São Tomé das LetrasMG para beneficiamento em sua matriz, em BeapendiMG; (b) as notas fiscais de transferência entre estabelecimentos não autorizam a apropriação de crédito presumido de IPI, uma vez que o regramento tipificado pela Lei nº 9.363/96 exige que tenha havido a aquisição dos insumos; (c) não há elementos que comprovem que as “pedras de São Tomé” e as ardósias adquiridas de terceiros sofreram beneficiamento em estabelecimentos da recorrente. As NFs descrevem transações com produtos já beneficiados e cujos CFOPs (5.12 e 6.12) sugerem que as compras foram efetuadas para comercialização; e (d) em torno de 95% dos produtos comercializados pela empresa (seja decorrente de produção própria, seja decorrente de compra para revenda) são destinados ao mercado externo, conforme comprovam o DCP – Demonstrativo de Crédito Presumido, as DCTFs e o livro Registro de Saídas. É o relatório. Fl. 386DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 Voto Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz O recurso é tempestivo e, observadas as demais formalidades aplicáveis, dele conheço. O recorrente se insurge no voluntário contra a glosa de supostos créditos presumidos de IPI decorrentes de: (i) aquisição de energia elétrica, óleo diesel e GLP; (ii) transferências de insumos entre estabelecimentos próprios; (iii) aquisição das pedras de São Tomé e ardósia que, segundo sustenta, seriam seus principais insumos. Requer ainda que o montante do direito creditório reconhecido seja remunerado pela Taxa Selic. Antes, porém, de adentrarmos ao exame individual das espécies de crédito debatidas no recurso, convém dizer algo acerca do procedimento de análise empreendido pela fiscalização, na origem. Ao término das verificações tendentes ao exame do ressarcimento reivindicado, a auditoria propôs o deferimento apenas parcial do pedido. De início, limitouse a reconhecer somente o direito creditório documentado pela recorrente por meio das notas fiscais comprobatórias das respectivas aquisições. Aí reside o primeiro motivo do descontentamento da recorrente, para quem não apenas as notas fiscais, mas também os livros fiscais destinados à escrituração das operações de entrada e apuração do IPI seriam idôneos à documentação do direito de crédito. Dizendo, ainda, que a fiscalização teve pleno acesso à sua contabilidade comercial e fiscal durante a auditoria, argumenta que a própria autoridade poderia ter trazido aos autos a complementação documental para os créditos cujas aquisições deu por incomprovadas. Observo, neste particular, que a exigência imposta pela fiscalização quanto à exibição das notas fiscais pertinentes às aquisições dos insumos não foi, in casu, fortuita. Com efeito, ainda durante o procedimento de auditoria, a autoridade chamava à atenção para as irregularidades formais e defeitos materiais encontrados no Livro Registro de Apuração do IPI, a exemplo da inexistência de registro no órgão fazendário, da falta de escrituração das operações de saída e, ainda, da suspensão da escrituração das operações de entrada a partir de julho de 2001. Nesse contexto, tenho que andou bem o v. acórdão recorrido no que, argumentando com a inconsistência dos livros exibidos pela recorrente, deu guarida ao procedimento seguido pela fiscalização. Vejase: “O contribuinte também menciona que muitas das notas fiscais de aquisições não foram analisadas pela fiscalização que teve à disposição toda a documentação fiscal e contábil (...). Pois bem, na cópia do Livro Registro de Apuração do IPI, às fls. 05/11, a contribuinte relaciona montantes de compra para industrialização em valores totalmente discrepantes tanto com Fl. 387DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13660.000035/200378 Acórdão n.º 340301.651 S3C4T3 Fl. 3 5 a Apuração do Crédito Presumido informada na DCTF, às fl. 61, Linha 13, quanto no Livro Registro de Apuração do ICMS, às fls. 35/41. Na computação da base de cálculo do crédito presumido, a contribuinte apresentou valores que mais se aproximam daqueles constantes do Livro Registro de Apuração do ICMS. Em suma, aos livros fiscais apresentados não se pode dar fé. Entretanto, se escrituração destes devese respaldar nas respectivas notas fiscais para que tenham valor probatório, optou o auditor fiscal por analisálas deixando de lado os livros apresentados. Se nessa verificação vários documentos estiveram ausentes, caberia a contribuinte, então, no momento da manifestação de inconformidade apresentálos.” Nenhum vício, portanto, acomete o despacho decisório no que, ante as imperfeições constatadas nos livros fiscais da recorrente, condicionou o reconhecimento do crédito à exibição das notas fiscais que documentassem as aquisições dos insumos geradores do direito. A rigor, aliás, ainda que a escrituração estivesse revestida das formalidades exigíveis, nada impediria que o órgão de origem se debruçasse também sobre as notas fiscais, a fim de conferir a exatidão dos lançamentos que encontrasse no livro. Se, contudo, diante de irregularidades constatadas, como in casu, o contribuinte não reage exibindo os documentos que tenham dado suporte ao que consignou nos livros, aí sim nasce um motivo relevante a que o direito não seja reconhecido senão para aqueles lançamentos com correspondência documental. Nesta situação – de aquisições sequer comprovadas por notas fiscais e em relação às quais mantenho a glosa – se encontra a pretensão ao creditamento por insumos que a recorrente alega terem sido comprados diretamente por suas filiais. Isso posto, passemos à análise das aquisições cuja ocorrência está bem documentada nos autos, agora a fim de concluir sobre se qualificamse ou não como insumos os respectivos bens, considerando o regime de apuração do crédito presumido disciplinado pela Lei no. 9.363/96, pelo qual optou a ora recorrente. Inicio pela pretensão à apropriação do crédito presumido sobre aquisições de energia elétrica, óleo diesel e GLP. Sob o regime da Lei no. 9.363/96 – o v. acórdão recorrido já o disse bem – é inadmissível o creditamento sobre estas rubricas, o que só veio a se modificar com o advento da sistemática alternativa, instituída pela Lei no. 10.276/01. Colaciono abaixo os dispositivos legais pertinentes: Lei nº 9.363/96: “Art. 1º. A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.” Fl. 388DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 6 Lei nº 10.276/01: “Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. § 1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matérias primas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo;” Nesse sentido, inclusive, é pacífica a jurisprudência neste Órgão Administrativo de julgamento, tanto que, a respeito, vigora a Súmula no. 19, de observância obrigatória a teor do artigo 72, do Anexo II, do Regimento Interno, do seguinte teor: “Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei no 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria prima ou produto intermediário.” Daí porque não vislumbro motivo a justificar a reforma do julgado de Primeiro Grau, neste particular. No capítulo seguinte de seu recurso voluntário, prossegue a recorrente deduzindo pretensão ao crédito presumido de IPI sobre o valor das transferências de insumos praticadas entre diferentes estabelecimentos seus. De pronto, consigno que as notas fiscais que documentam as remessas em questão somente vieram aos autos por ocasião da interposição do recurso voluntário, quando nenhuma razão aparentemente explica não terem sido produzidas já com a interposição da manifestação de inconformidade. Já por este aspecto, por imposição do artigo 16, §4o do Decreto no. 70.235/72, seria o caso de se desprover a pretensão, precluso que está o direito à produção da prova. Os obstáculos ao acolhimento do pleito, entretanto, não se encerram aí. É que, ao tratar do fato gerador do direito de crédito, a Lei no. 9.363/96 textualmente refere à “aquisição” de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem para emprego no processo produtivo. É a “aquisição” dos insumos que proporciona ao industrial direito ao crédito presumido. E “aquisição” denota quaisquer espécies de negócios jurídicos aptos a produzir a transferência, de um sujeito de direito a outro, da propriedade sobre a coisa. Este requisito que, a meu ver, subordina a apropriação do direito, claramente não se faz presente nos atos de mera transferência dos insumos entre unidades distintas da mesma pessoa jurídica. Tais ocorrências implicam movimentação geográfica do bem, sem importar, todavia, modificação de titulação jurídica. Fl. 389DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13660.000035/200378 Acórdão n.º 340301.651 S3C4T3 Fl. 4 7 Não é sem sentido que seja assim, digase de passagem. Estamos a falar do ressarcimento, via escrituração do IPI, do PIS e da COFINS incidentes nas etapas de circulação econômica que antecedem a produção e a exportação da mercadoria ao exterior. Estamos a falar, portanto, de tributos incidentes sobre a receita, cuja existência pressupõe a prática de um negócio jurídico oneroso, versando a transferência do insumo para o estabelecimento produtor. Desde o advento da Lei no. 9.779/99, aliás, a apuração do crédito presumido do IPI é centralizada na matriz da pessoa jurídica (art. 15), a significar que, de então em diante, o produtorexportador aproveitaria créditos presumidos sobre aquisições realizadas por quaisquer de seus estabelecimentos, ainda que o processo industrial ou a exportação sejam concluídas exclusivamente em um deles. O importante, aqui, é prevenir o aproveitamento do benefício em duplicidade quanto a um mesmo insumo, o que, a rigor, poderia resultar aqui caso as transferências entre os estabelecimentos fossem admitidas como geradoras do direito. É verdade que, no passado, o Conselho de Contribuintes acolheu em algumas oportunidades pretensão análoga. Isso se deu, porém, enquanto a apuração descentralizada do crédito presumido ainda era legalmente possível e em ocasiões em que o Órgão pôde certificar que o aproveitamento não se daria duas vezes, isto é, no estabelecimento adquirente e no estabelecimento destinatário do insumo. Vejase: “IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. INSUMOS. TRANSFERÊNCIAS. O valor dos insumos adquiridos e posteriormente transferidos a outro estabelecimento da mesma empresa, o qual postula o ressarcimento, desde que não aproveitado por aquele que transfere, entra no calculo do beneficio a que alude a Lei 9.363/96, uma vez comprovada sua utilização nos produtos exportados. (...) Como esclarecido pelo ilustre Relator, o estabelecimento que transferiu os insumos não exportava e o estabelecimento postulante do beneplácito fiscal efetivamente realizou as exportações, portanto, não dando margem à dúvida de que haveria aproveitamento duplo do valor daqueles no cômputo do beneficio. Demais disso, controvérsia não há que, desde a edição da MP n° 1.48427, de 22.11.96, o beneficio sob discussão aplicase a "empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais". Portanto, pouco importando qual estabelecimento que adquiriu os insumos. O importante é que a matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, comprados por algum estabelecimento da empresa, tenham sido efetivamente empregados em produto industrializado pelo estabelecimento exportador, e que não tenha sido aproveitado no cálculo de outro beneficio a gerar duplicidade (...)” (2º C.C., 1ª Câmara, processo nº 13971.000366/9721, acórdão nº 20176.160, j. em 19.06.2002) “IPI — CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DE PIS E COFINS — INSUMOS ADQUIRIDOS POR Fl. 390DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 8 TRANSFERÊNCIA DE OUTRO ESTABELECIMENTO DA MESMA EMPRESA. No caso de apuração descentralizada do beneficio, o estabelecimento produtorexportador poderá incluir no cálculo do crédito presumido o valor dos insumos adquiridos por transferência de outro estabelecimento da mesma empresa”. (2º C.C., 2ª Câmara, processo nº 13877.000131/9636, acórdão nº 20214.833, j. em 10.06.2003) No caso dos autos, de acordo com o relatório fiscal elaborado por ocasião da diligência, outra peculiaridade fragiliza os argumentos do recorrente. É que as transferências em questão são, todas elas, de minerais extraídos, pelo próprio estabelecimento remetente, de jazidas pertencentes à própria empresa. Daí porque, como sequer o estabelecimento de onde partem as transferências para a matriz adquiriu os respectivos insumos, não vejo, por mais este motivo, como reconhecer o direito de crédito. Na sequência, notas fiscais trazidas aos autos documentam a aquisição, junto a terceiros, de “pedras de São Tomé” e de “ardósia”, às quais, não obstante, a fiscalização recusou o creditamento, no que foi acompanhada pelo v. acórdão recorrido. Sustentam a autoridade de origem e o Órgão de Primeiro Grau se tratar da compra de materiais já previamente submetidos a beneficiamento e simplesmente comercializados pela recorrente. Concorrem para a conclusão não somente a descrição dos produtos conforme as respectivas notas fiscais, mas também os códigos CFOP nelas utilizado para identificar a espécie de operação envolvida (5.120 e 6.120, indicativas da inexistência de qualquer processo industrial subseqüente). Como, diante destas evidências muito bem notadas pelas autoridades recorridas, a recorrente nada produziu em contrário, não vejo como solucionar a controvérsia senão admitindo se tratar, de fato, de atividade de mera revenda, sem aplicação de atividade industrial. O pleito final do voluntário, enfim, respeita à atualização monetária (ou à remuneração) do crédito presumido reivindicado nos autos por meio da Taxa SELIC. Recordo, nesse particular, que originalmente a pretensão fora formulada sob a forma de pedido de ressarcimento de saldos credores (em 28.01.2003), seguida, depois, de declaração de compensação por meio da qual a recorrente aplicou a totalidade do direito de que se diz titular na extinção de obrigações tributárias a seu cargo (em 22.05.2003). Em outras palavras, semanas depois de requerer o ressarcimento em pecúnia, a recorrente consumiu por inteiro seu suposto crédito em compensação realizada com valores devidos à Fazenda Nacional. Sobre o tema, este Colegiado da Quarta Câmara da Terceira Seção do CARF decidiu recentemente, sob inspiração do acórdão prolatado pelo E. STJ no recurso especial no. 1.035.847, julgado sob o rito do artigo 543C do CPC, que o postulante ao ressarcimento de créditos tributários têm direito à remuneração do principal a partir da data em que formaliza sua pretensão perante a administração tributária. Reportome ao votovencedor do Conselheiro Robson José Bayerl no acórdão no. 340301.569: “(...), em minha opinião, o fundamento para o reconhecimento do direito à atualização monetária não reside especificamente no óbice ao aproveitamento do crédito, caracterizado pela oposição de ato estatal ou vedação à sua utilização, mas sim no indesejado enriquecimento sem causa por parte do Estado, quando ocorrente tais hipóteses, como restou demarcado no voto Fl. 391DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13660.000035/200378 Acórdão n.º 340301.651 S3C4T3 Fl. 5 9 condutor do REsp 1.035.847/RS, citado no REsp 993.164/MG, cujo excerto transcrevo: ‘Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco.’ Em meu sentir, a oposição de ato estatal ou vedação à percepção do direito creditório pode se concretizar tanto de forma comissiva, pela expedição de ato administrativo que restrinja o direito, como de forma omissiva, pela inércia em examinar o pleito formulado em prazo razoável. (...) Não se está aqui a defender o direito à correção monetária de créditos escriturais registrados extemporaneamente, mas, na esteira do raciocínio engendrado pelo STJ, a necessária atualização monetária do crédito requerido e garantido por lei a partir do protocolo do pedido junto à RFB, quando então passaria a Administração Tributária a incorrer em mora perante o contribuinte. Mais uma vez, o obstáculo à fruição de um direito assegurado pela lei pode se verificar tanto por um “fazer o que não é devido” (comissão), como um “não fazer o que é devido” (omissão), de modo que qualquer destes comportamentos, adotados a partir do protocolo do pedido, enseja o direito à atualização monetária. Importante acentuar que o caso concreto examinado no REsp 1.035.847/RS, paradigma do recurso repetitivo (art. 543C do Código de Processo Civil), envolvia ressarcimento de saldo credor de IPI, requerido com lastro no art. 11 da Lei nº 9.779/99. Demais disso, aquela corte judicial deferiu a correção monetária desde a data de apuração do saldo até a sua utilização, do que se depreende que, com maior razão, deverá ser admitido para aquelas hipóteses em que o reajuste do valor tenha como dies a quo a formulação do pedido. Em conclusão, deve ser admitida a atualização do valor a ser ressarcido pela taxa selic, não porém a partir da apuração, pois até então a Fazenda Nacional não estaria em mora, por assim dizer, mas sim, como marco inicial, o protocolo do pedido administrativo, podendo, daí, configurar o obstáculo no reconhecimento do direito, seja pela oposição de ato estatal, seja pela inação em prontamente examinar o pleito, até a data da utilização por compensação ou, no caso de ressarcimento em espécie, até a sua efetivação.” Partilhando das conclusões acima, aplicoas à hipótese em análise para assegurar à recorrente o direito ao acréscimo da Taxa SELIC sobre o crédito que lhe foi Fl. 392DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 10 reconhecido nestes autos, contada a aplicação do índice da data de protocolo do pedido (28.01.2003) até a data em que extinto o direito em virtude de compensação (22.05.2003). Isto posto, voto pelo provimento parcial do recurso para reconhecer à recorrente, exclusivamente, o direito à remuneração dos créditos que lhe foram reconhecidos nas instâncias anteriores, observados os limites temporais traçados acima. Marcos Tranchesi Ortiz Relator Fl. 393DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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Numero do processo: 19515.002283/2008-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2004 a 30/09/2004
Ementa:
COMPETÊNCIA DO AUDITOR FISCAL
Súmula n.º 08 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador.
AUTODEINFRAÇÃO.
GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES.
Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91.
RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 449.
REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória nº 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei nº 8.212.
Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase
a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe
comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2302-001.654
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32-A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32-A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 30/09/2004 Ementa: COMPETÊNCIA DO AUDITOR FISCAL Súmula n.º 08 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. AUTODEINFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES. Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória nº 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei nº 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 30/09/2004 Ementa: COMPETÊNCIA DO AUDITOR FISCAL Súmula n.º 08 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. AUTODEINFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES. Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte Fl. 96DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991. Marco Andre Ramos Vieira Presidente. Liege Lacroix Thomasi Relatora. EDITADO EM: 20/03/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Marco Andre Ramos Vieira (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Liege Lacroix Thomasi, Eduardo Augusto Marcondes de Freitas, Manoel Coelho Arruda Junior, Adriana Sato Fl. 97DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 19515.002283/200818 Acórdão n.º 230201.654 S2C3T2 Fl. 2 3 Relatório Trata o presente de autodeinfração, lavrado em 12/06/2008, em desfavor do sujeito passivo acima passivo acima identificado, com ciência em 17/06/2008, em virtude do descumprimento do artigo 32, inciso IV, §5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, com multa punitiva aplicada conforme dispõe o artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, por não ter informado nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP’s do período de 01/2004 a 09/2004, todos os valores pagos ao segurados empregados, conforme planilhas de fls. 15 a 28. A recorrente impugnou a autuação e Acórdão de fls. 62/66, julgou o lançamento procedente. Ainda inconformada, a recorrente apresentou recurso tempestivo, arguindo em síntese: a) que não houve registro dos pagamentos porque eles inexistiram; b) que não houve dolo ou intenção de fraudar o fisco e por isso o arbitramento é inaceitável, resultando num valor exorbitante; c) que as multas,juros e correção monetária são incabíveis; d) que o auto de infração só tem validade se lavrado por profissional contador e o fiscal não comprovou ser contador; e) que o auto deveria trazer o valor originário da dívida, sem o que temse um vício insanável; f) que não pode ser aplicada a taxa SELIC. Requer a reforma da decisão de primeira instância para declarar a improcedência do lançamento, ou a incorreção das impropriedades no que tange a multa e a Selic. É o relatório. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheira Relatora Liege Lacroix Thomasi Cumprido o requisito de admissibilidade frente à tempestividade, documento de fls. 73, conheço do recurso e passo ao seu exame. Da Preliminar É inócuo o argumento de que o Auditor Fiscal não tem competência para efetuar o lançamento em virtude de não estar credenciado junto ao CRC – Conselho Regional de Contabilidade, porque tal competência é decorrente de lei, não se sujeitando a qualquer habilitação em curso superior específico ou ao requisito de registro junto ao CRC. Nesse sentido já se posicionou o STJ por meio do Agravo Regimental no Recurso Especial n ° 291937, cujo Relator foi o Ministro Francisco Falcão, publicado no DJ em 27 de agosto de 2001, com a seguinte ementa: ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. FISCAL DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – INSCRIÇÃO EM CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DESNECESSIDADE. "O fiscal de contribuições previdenciárias prescinde de inscrição em Conselho Regional de Contabilidade para desempenhar suas funções, dentre as quais a de fiscalização contábil das empresas. Recurso improvido."(REsp 218.406/RS, Relator Ministro Garcia Vieira, D.J.U 25.10.1999, Pág. 63.) Agravo regimental improvido. E, no mesmo sentido firmou entendimento o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, por meio da Súmula de n ° 8, publicada no DOU de 22/012/2009, nestas palavras: Súmula CARF No 8 O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. Do Mérito Referese o auto de infração ao descumprimento de obrigação acessória, qual seja a falta de informação em GFIP de toda a remuneração paga aos segurados empregados da recorrente, que constavam das folhas de pagamento da recorrente. A obrigação acessória surge do descumprimento de dever instrumental a cargo do sujeito passivo, consistindo numa prestação positiva (fazer), que não seja o recolhimento do tributo, ou negativa (não fazer). Descumprida obrigação acessória (obrigação de fazer/não fazer) possui o Fisco o poder/dever de lavrar o AutodeInfração. A penalidade pecuniária exigida dessa forma convertese em obrigação principal, na forma do § 3º do art. 113 do CTN. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 19515.002283/200818 Acórdão n.º 230201.654 S2C3T2 Fl. 3 5 No presente caso, a obrigação acessória corresponde ao dever de informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, por intermédio de documento definido em regulamento (GFIP), TODOS os dados relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias e outras informações de interesse do INSS. Ao não informar todo os valores relativos aos pagamentos efetuados aos emprega, a recorrente infringiu o artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, pois é obrigada a informar, mensalmente, ao INSS, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações do interesse do Instituto, sendo que a apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada. É totalmente improcedente a alegação quanto à impropriedade do arbitramento e de que inexistiram pagamentos, eis que não houve arbitramento e o relatório fiscal de fls. 13 e 14, diz que os valores não declarados em GFIP constavam das folhas de pagamento elaboradas pela recorrente, as planilhas de fls. 19 a 26, trazem todos os segurados cujas remunerações não foram declaradas e nas folhas 27 e 28, consta a relação dos segurados informados nas GFIP’s, conforme Sistema GFIPWEB, o que permite a perfeita compreensão da autuação e a recorrente poderia facilmente ter confrontado os valores apontados como não declarados com as GFIP’s e folhas de pagamento. A multa referente ao descumprimento da obrigação acessória, que originou este auto de infração, está contida no artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99: Art.284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do art. 225 sujeitará o responsável às seguintes penalidades administrativas: I valor equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no caput do art. 283, em função do número de segurados, pela não apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, independentemente do recolhimento da contribuição, conforme quadro abaixo: 0 a 5 segurados ½ valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo Fl. 100DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo II cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores, seja em relação às bases de cálculo, seja em relação às informações que alterem o valor das contribuições, ou do valor que seria devido se não houvesse isenção ou substituição, quando se tratar de infração cometida por pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social em gozo de isenção das contribuições previdenciárias ou por empresa cujas contribuições incidentes sobre os respectivos fatos geradores tenham sido substituídas por outras; e (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003) III cinco por cento do valor mínimo previsto no caput do art. 283, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. § 1º A multa de que trata o inciso I, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue, sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração. § 2º O valor mínimo a que se refere o inciso I será o vigente na data da lavratura do autodeinfração. Deverá ser considerado, por competência, o número total de segurados da empresa, para fins do limite máximo da multa, que será apurada por competência, somandose os valores da contribuição não declarada, e seu valor total será o somatório dos valores apurados em cada uma das competências. A aplicação de penalidade por descumprimento de obrigação acessória constante da Lei n.º 8.212/91, não foi enquinada de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, estando totalmente válida e devendo ser obedecida pela via administrativa, vez que está dentro dos pressupostos legais e constitucionais. São inócuas as assertivas da recorrente quanto aos juros, taxa Selic e correção monetária, posto que não são assuntos pertinentes a esta autuação que se refere à falta de informação em GFIP de todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, cuja multa foi aplicada de acordo com a legislação vigente, não contendo juros tampouco correção monetária.. Por derradeiro, há que se observar a retroatividade benigna prevista no art. 106, inciso II do CTN. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212, já na redação da Lei n.º 11.941/2009, nestas palavras: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou Fl. 101DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 19515.002283/200818 Acórdão n.º 230201.654 S2C3T2 Fl. 4 7 omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Assim, no caso presente, há cabimento do art. 106, inciso II, alínea “c” do Código Tributário Nacional. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial do recurso, devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do artigo 32A, inciso I, da Lei n.º 11.941/2009. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 102DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 13433.001720/2008-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ
Ano calendário:2003, 2004, 2005
Ementa:
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
Nos termos do disposto no Decreto nº 70.235, aliado ao RI_CARF, o prazo para interposição de recurso voluntário para O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é de 30 dias contatos da ciência da decisão proferida pela DRJ.
Numero da decisão: 1401-000.779
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, em face da intempestividade.
Nome do relator: ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário:2003, 2004, 2005 Ementa: RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Nos termos do disposto no Decreto nº 70.235, aliado ao RI_CARF, o prazo para interposição de recurso voluntário para O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é de 30 dias contatos da ciência da decisão proferida pela DRJ.
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Numero do processo: 11060.720506/2008-14
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2801-000.129
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora. Assinado digitalmente Antonio de Pádua Athayde Magalhães Presidente Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Sandro Machado dos Reis, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Walter Reinaldo Falcão Lima e Eivanice Canário da Silva. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Luiz Claudio Farina Ventrilho. RELATÓRIO Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 1ª Turma da DRJ/CGE/MS. Por bem descrever os fatos, reproduzse abaixo o relatório da decisão recorrida: “Trata o presente processo de Notificação de Lançamento (f.01/05), mediante a qual se exige a diferença de Imposto Territorial Rural — ITR, Exercício 2005, no valor total de R$ 31.868,00, do imóvel rural inscrito na Receita Federal sob o n° 1.031.0282, localizado no município de São Gabriel RS. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/08/201 2 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALH A Processo nº 11060.720506/200814 Resolução n.º 2801000.129 S2TE01 Fl. 98 2 Na descrição dos fatos, o fiscal autuante relata que foi apurada a falta de recolhimento do ITR, decorrente de glosa da área declarada como de preservação permanente. Houve alteração do valor da terra nua, em adequação aos valores constantes do SIPT. Em conseqüência, houve aumento da base de cálculo, da alíquota e do valor devido do tributo. A interessada apresentou a impugnação de f.28/35. Preliminarmente, levanta preliminar de nulidade do lançamento. Argumenta que as áreas de preservação permanente existem, de fato, no imóvel, conforme comprovado em Laudo. Alega que a legislação não obriga que o contribuinte comprove previamente o que foi declarado como área isenta. Aduz que a maior parte do imóvel não pode ser explorada economicamente. Alega que apresentou o ADA junto ao IBAMA. Anexa cópia de ADA protocolado em 29 de outubro de 2007. Questiona o valor da terra nua atribuído no lançamento, que afirma não corresponder As características do imóvel e a realidade de mercado da região. Afirma que deve ser aceito o valor veiculado por Laudo de Avaliação que apresentou. Solicita a realização de perícia.” A impugnação foi julgada improcedente, conforme Acórdão de fls. 71/79, que restou assim ementado: ÁREAS ISENTAS. PRESERVAÇÃO PERMANENTE. RESERVA LEGAL. REQUISITOS. Por exigência de Lei, para ser considerada isenta, a área de reserva legal deve estar averbada na Matricula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis e ser reconhecida mediante Ato Declaratório Ambiental ADA, cujo requerimento deve ser protocolado dentro do prazo estipulado. O ADA é igualmente exigido para a comprovação das áreas de preservação permanente. VALOR DA TERRA NUA. O valor da terra nua, apurado pela fiscalização, em procedimento de oficio nos termos do art. 14 da Lei 9.393/96, não é passível de alteração, quando o contribuinte não apresentar elementos de convicção que justifiquem reconhecer valor menor. Regularmente cientificada daquele Acórdão em 02/03/2010 (AR fl. 82), a interessada, representada por seus advogados (fl. 36), interpôs o recurso de fls. 83/93, em 31/03/2010. Em sua defesa, pretende seja considerada a área de preservação permanente declarada na DITR sob exame, tendo em vista o Cadastro Técnico Federal, o Certificado de Regularidade e o Recibo do Ato Declaratório Ambiental ADA, relativo ao período de 2001 a 2007, que foi protocolado em 29 de outubro de 2007, bem como o Laudo Técnico contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites do imóvel rural georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e o Memorial Descrito da área em questão. Também aduz, que o Laudo Técnico apresentado, apesar de não ter sido realizado de acordo com a NBR 14.6533, e sim de acordo com a NBR 8.79985, exibe uma tabela com mais de cinco valores de mercado, coletados na data da base de cálculo do ITR, onde resta demonstrado vários valores de terra nua (hectares) de propriedades localizadas na mesma região do imóvel rural em questão. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/08/201 2 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALH A Processo nº 11060.720506/200814 Resolução n.º 2801000.129 S2TE01 Fl. 99 3 É o relatório. VOTO Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. O lançamento cuida de glosa da Área de Preservação Permanente e alteração do Valor da Terra Nua (VTN) declarado. Quanto à alteração procedida pela fiscalização do VTN, verificase que não constam dos autos as informações disponíveis no SIPT, para o exercício em análise e o município de localização do imóvel, que foram utilizadas pela autoridade fiscal para proceder o arbitramento contestado pela recorrente. Dessa forma, proponho a conversão do julgamento em diligência, para que a autoridade competente anexe aos autos as informações do SIPT, para o exercício em análise e o município de localização do imóvel, que embasaram o procedimento fiscal em apreço. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 107DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/08/201 2 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALH A
score : 1.0
Numero do processo: 10480.015443/2002-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 05 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1999
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO. PRESSUPOSTOS.
As obscuridades, dúvidas, omissões ou contradições contidas no acórdão podem ser saneadas por meio de Embargos de Declaração, previstos no art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Não demonstrando a embargante a ocorrência de imperfeições no acórdão, rejeitam-se os embargos opostos.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO DE EXCLUSÃO DO SIMPLES. VÍCIO FORMAL. INEXISTÊNCIA.
Os vícios formais são aqueles que não interferem no litígio propriamente dito, ou seja, correspondem a elementos cuja ausência não impede a compreensão dos fatos que baseiam as infrações imputadas. Circunscrevem-se a exigências legais para garantia da integridade do lançamento como ato de ofício, mas não pertencem ao seu conteúdo material. A ausência da notificação ao contribuinte do ato declaratório excludente do SIMPLES caracteriza vício substancial, não permitindo a contagem do prazo especial para decadência previsto no art. 173, II, do CTN.
Embargos Rejeitados.
Numero da decisão: 1202-000.938
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos opostos.
(Documento assinado digitalmente)
Nelson Lósso Filho Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Luis Tadeu Matosinho Machado, Geraldo Valentim Neto, Orlando José Gonçalves Bueno e Nelson Lósso Filho.
Matéria: CSL - ação fiscal (exceto glosa compens. bases negativas)
Nome do relator: NELSON LOSSO FILHO
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1999 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO. PRESSUPOSTOS. As obscuridades, dúvidas, omissões ou contradições contidas no acórdão podem ser saneadas por meio de Embargos de Declaração, previstos no art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Não demonstrando a embargante a ocorrência de imperfeições no acórdão, rejeitamse os embargos opostos. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO DE EXCLUSÃO DO SIMPLES. VÍCIO FORMAL. INEXISTÊNCIA. Os vícios formais são aqueles que não interferem no litígio propriamente dito, ou seja, correspondem a elementos cuja ausência não impede a compreensão dos fatos que baseiam as infrações imputadas. Circunscrevem se a exigências legais para garantia da integridade do lançamento como ato de ofício, mas não pertencem ao seu conteúdo material. A ausência da notificação ao contribuinte do ato declaratório excludente do SIMPLES caracteriza vício substancial, não permitindo a contagem do prazo especial para decadência previsto no art. 173, II, do CTN. Embargos Rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos opostos. (Documento assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 01 54 43 /2 00 2- 73 Fl. 323DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 324 2 Nelson Lósso Filho – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Luis Tadeu Matosinho Machado, Geraldo Valentim Neto, Orlando José Gonçalves Bueno e Nelson Lósso Filho. Relatório Retornam os autos para exame do pedido formulado pela embargante, com base no § 2º do art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, denominado de “Embargos de Declaração”, por entender o peticionário existir contradição e omissão no Acórdão nº 120200.695, fls. 305/316, prolatado na sessão de 17 de janeiro de 2012, apresentando em seu arrazoado de fls. 320/321 o seguinte: “A União (Fazenda Nacional), por sua procuradora, com amparo no art. 65 do RICARF, vem apresentar EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, pelos motivos a seguir aduzidos: Pela análise do acórdão 120200.695, verificase que a 2a Turma Ordinária da 2a Câmara da Ia Seção de Julgamento do CARF deu provimento ao recurso voluntário para cancelar o auto de infração por cerceamento ao direito de defesa. Entretanto, a existência de cerceamento do direito de defesa é causa de nulidade do auto de infração, conforme determina a legislação de regência do processo administrativo fiscal (Decreto n° 70.235/72, art. 59), verbis: "Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1° A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 9/12/93)" Portanto, convém destacar que esse julgado incorreu em omissão, pois inobservou o disposto no art. 59 do Decreto n" 70.235/72. Fl. 324DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 325 3 Resta também contraditório o acórdão, tendo em vista que o argumento ligado ao cerceamento do direito de defesa enseja a nulidade por vício formal do lançamento e não o seu cancelamento. Nesse sentido: Acórdão 30131801: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. VÍCIO FORMAL. O descumprimento de requisitos essenciais do lançamento como omissão dos fundamentos pelos quais estão sendo exigidos os tributos e aplicadas as multas e acréscimos legais, além da falta da prévia intimação estabelecida na legislação específica, tudo em contradição ao disposto no art. 142, do CTN e nos art. 1 1 e 59, do Decreto 70.235/72, autorizam a declaração de nulidade desse lançamento por vício formal. PRECEDENTES: Ac. 30329972, 30296334 e 30129966. RECURSO DE OFÍCIO NEGADO". (Grifos nossos) Acórdão 30134449; Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2002 a 30/10/2002 AUTO DE INFRAÇÃO. VÍCIO FORMAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. A omissão no enquadramento legal do auto de infração, impossibilitando caracterizar com clareza o ilícito imputado ao sujeito passivo, implica descumprimento de formalidade essencial exigida por lei e configura cerceamento do direito de defesa que macula o lançamento de vício insanável, impondose a decretação de sua nulidade. RECURSO DE OFÍCIO NEGADO". Acórdão n°. 30333365: ITR/1999. VÍCIO FORMAL. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DO LANÇAMENTO. Constatada insuficiência na descrição dos fatos e no enquadramento legal é de se reconhecer A NULIDADE DO LANÇAMENTO POR VÍCIO FORMAL e cerceamento ao direito de defesa. A imprecisão do lançamento é particularmente notada na identificação do sujeito passivo, na caracterização do imóvel sobre o qual deve recair o lançamento, e na descrição da motivação e respectivo enquadramento legal para a autuação. Recurso de oficio negado". Para ratificar esse entendimento, destacase a doutrina de Leandro Paulsen (Direito Tributário Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. 9a ed. pág. 1112): "Vício formal x vício material. Os vícios formais são aqueles atinentes ao procedimento e ao documento que tenha formalizado a existência do credito tributário. Vícios materiais são os relacionados à validade e à incidência da lei". Fl. 325DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 326 4 Convém destacar que é indispensável o saneamento dessa questão para que não haja prejuízo ao disposto no art. 173 do CTN: Art. 173 — 0 direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: (...) II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. (Grifos nossos) Em face do exposto, requer a União (Fazenda Nacional) o conhecimento provimento do presente recurso para que essa e. Turma sane a contradição apontada.” No julgamento do mérito, deliberou a Turma “por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.”, como consta registrado naquela ata de julgamento, traduzida na folha de rosto do acórdão embargado, fls. 305. É o Relatório. Voto Conselheiro Nelson Lósso Filho Vieramme os autos para que seja examinado o pedido manifestado pela embargante às fls. 320/321, que vislumbrou ter ocorrido omissão e contradição no voto, conforme consta do Relatório. Rejeito os embargos opostos, em virtude de não restar configurada a irregularidade apontada. O posicionamento adotado pela decisão do acórdão embargado foi resumido pela seguinte ementa: “CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. CIÊNCIA DE ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO EXCLUDENTE DO SIMPLES. PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Configura cerceamento ao direito de defesa a falta de notificação regular ao contribuinte do Ato Declaratório Executivo excludente do SIMPLES, na forma do art. 23 do Decreto nº 70.235/72, não bastando para tal apenas a publicação desse ato no Diário Oficial da União. Recurso Voluntário Provido.” Da leitura do Acórdão nº 120200.695, vejo que o voto proferido na sessão de 17/01/2012 foi no sentido de dar provimento ao recurso voluntário em virtude da falta de Fl. 326DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 327 5 notificação ao contribuinte de sua exclusão do SIMPLES, como se observa do excerto que extraio: “Retorna o processo para continuidade do julgamento nesta Turma, após o cumprimento da diligência determinada pela Resolução nº 120200.028, da sessão de 26/01/2010. Em seu recurso, ao se defender do auto de infração para a exigência de tributo, a contribuinte sustenta ter ocorrido cerceamento ao direito de defesa, em virtude de não ter tido ciência regular do ato declaratório excludente do regime beneficiado, dele não se defendendo, não podendo o lançamento fiscal prosperar. Pela análise do Relatório da Diligência, constato que cabe razão à recorrente em sua afirmativa de que não teria sido intimada regularmente do Ato Declaratório Executivo excludente do SIMPLES por uma das formas previstas no artigo 23 do Decreto nº 70.235/72, ocorrendo apenas, como confirma a diligência, a sua publicação no Diário Oficial da União, acarretando o cerceamento ao direito de defesa. Com efeito, a ciência aos contribuintes dos ADE de exclusão do Simples, deve ser efetivada na forma prevista no artigo 23 do Decreto nº 70.235/72, com a redação dada pelos artigos 67 da Lei nº 9.532/97, e 113 da Lei nº 11.196/2005: pessoalmente, por via postal, ou telegráfica ou qualquer outro meio, ou por meio eletrônico. Quando um dos meios acima citados, previstos no referido artigo 23 do Decreto nº 70.235/72, resultar improfícuo, poderá ser feita essa notificação via publicação de edital em dependência do órgão local da Receita Federal do Brasil ou em órgão de imprensa oficial local. Inexiste na legislação tributária federal previsão para que o Ato Declaratório Executivo de exclusão de empresa do Simples seja publicado no DOU. Mesmo quando se tornar improfícuo a ciência regular ao contribuinte e se optar pela publicação de edital para ciência da pessoa jurídica, o Diário Oficial da União não se presta para tanto, haja vista não ser órgão de imprensa oficial local. Assim sendo, em respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa, constato a inexistência de intimação regular da empresa do Ato declaratório Executivo que a excluiu do SIMPLES, tendo sido cerceado seu direito de defesa. Portanto, restando não cientificada regularmente da exclusão do SIMPLES, com a possibilidade de abertura de litígio quanto a essa exclusão, não poderia a contribuinte ter seu lucro arbitrado, pois a empresa mantinha a condição de tributação simplificada à época da lavratura do auto de infração, com exigência de tributos em nova sistemática de apuração de lucro tributável. Fl. 327DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 328 6 Pelos fundamentos exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer a ocorrência do cerceamento do direito de defesa, pela falta de notificação da exclusão do SIMPLES, e cancelar a exigência fiscal.” Após analisar as argumentações anteriormente expostas e confrontálas com as alegações apresentadas pela Fazenda Nacional, concluo que não restou provada nenhuma imperfeição no voto proferido, não há omissão, dúvida, inexatidão ou contradição no julgado, que pudesse justificar o embargo aqui analisado. Não posso concordar com os fundamentos do embargante no sentido de que esteja caracterizado um vício de forma que possibilite a lavratura de outro auto de infração, conforme o disposto no art. 173, II, do CTN. O vício formal a que se refere o artigo 173, II, do CTN, ao admitir a contagem de prazo especial para decadência do direito de a Fazenda Nacional efetivar o lançamento, diz respeito a erros quanto à caracterização do auto de infração, como por exemplo: inexistência de data, nome da autoridade competente, matrícula, local de lavratura do auto, assinatura do autuante, autorização para nova lavratura de auto de infração, ou quaisquer outros erros que comprometam a forma do ato do lançamento. Luiz Henrique Barros de Arruda, em seu livro Processo Administrativo Fiscal, 2ª edição 1994, Editora Resenha Tributária Ltda., assim se manifesta às fls. 81 a respeito de vício formal: “Vício Formal A expressão vício formal, por seu turno, compreende as incorreções e omissões de forma do ato (artigos 10 e 11 do Decreto nº 70.235/72), assim como as falhas ou omissões quanto a Formalidades que devem ser respeitadas na feitura do lançamento. Para as finalidades do artigo 173, inciso II do CTN, essas formalidades necessitam ser essenciais à legalidade do ato, pois, somente essas ensejam a revisão de ofício do lançamento e autorizam a realização de um novo, em consonância com o artigo 149, inciso IX, “in fine”, do CTN, que estatui: “Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I a VIII – omitidos; IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade essencial.” O vício formal se caracteriza, segundo De Plácido e Silva, in Vocabulário Jurídico Editora Forense, pp. 865, como o defeito, ou a falta, que se anota em um ato jurídico, ou no instrumento, em que se materializou, pela omissão de requisitos, ou desatenção à solenidade, que se prescreve como necessário à sua validade ou eficácia jurídica. Fl. 328DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 329 7 Assim, numa visão geral sobre o Lançamento Tributário, cabe destacar as disposições do Código Tributário Nacional e do Decreto n° 70.235/72 acerca da competência para a constituição do crédito tributário, dos elementos essenciais ao lançamento e da validade dos atos praticados por servidor. O artigo 142 do Código Tributário Nacional traça as linhas gerais a respeito da competência para a constituição do crédito tributário. “Art. 142 Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.” Por sua vez, prescreve o Decreto nº 70.235/72, respectivamente, as regras sobre o procedimento e os elementos indispensáveis ao lançamento: “Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: I o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificando o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; II a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; III o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. § 1° O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. § 2° Para os efeitos do disposto no § 1º, os atos referidos nos incisos I e II valerão pelo prazo de sessenta dias, prorrogável, sucessivamente, por igual período, com qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos. Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; Fl. 329DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 330 8 VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.” Buscando apoio na doutrina, encontrei inúmeras referências ao tema em questão, principalmente no livro Processo Administrativo Fiscal, São Paulo, Editora Saraiva, 1993, pág. 531/534 do exConselheiro Antonio da Silva Cabral, do qual extraio os ensinamentos a seguir: “5. Efeitos da nulidade. (omitido) O julgador deverá sanar o processo, determinando, inclusive, se repitam os atos posteriores àquele que foi declarado nulo. Acontece, entretanto, que o efeito do ato do julgador é “ex tunc”. Deste modo, o ato nulo pode, até, tornarse ato insanável. Suponhase que um processo chegue a julgamento no Conselho de Contribuintes após sete anos da lavratura do auto de infração que o motivou e o Conselho apure ter ocorrido erro na identificação do sujeito passivo. O erro seria insanável, pois se a repartição quisesse proceder ao lançamento contra o verdadeiro sujeito passivo verseia impossibilitada (pela decadência.)” Pela leitura do excerto acima, resta claro que o autor considera o erro na identificação do sujeito passivo como sendo um vício substancial e não um vício formal, porque no seu exemplo existe a hipótese da caducidade do direito de a Fazenda Nacional efetuar novo lançamento. Prossegue o ilustre exConselheiro do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes com os seguintes ensinamentos: “4. O vício formal. O art. 173 do CTN diz que o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Um dos motivos da declaração de nulidade, portanto, é o chamado vício formal, antes mencionado. O art. 642 do RIR/80 também determina que os auditores fiscais procederão ao exame dos livros e documentos de contabilidade dos contribuintes e realizarão diligências e investigações necessárias para apurar a exatidão das declarações, balanços e documentos apresentados etc. Acrescenta o § 2º desse artigo que, em relação ao mesmo exercício, só é possível um segundo exame mediante ordem escrita do superintendente, do delegado ou do inspetor da Receita Federal. Se, após terminada a ação numa empresa, o fiscal aí reaparecer e tornar a examinar documentos sem a devida autorização, poderá ter o respectivo auto de infração, que porventura vier a lavrar, totalmente anulado por vício de forma, isto é, por não ter obedecido à formalidade necessária, que era a autorização do superior. Esta foi a tese confirmada pela CSRF, no Ac. CSRF/010.538, de 2351985. Tratavase de caso em que o lançamento foi anulado, por vício formal, uma vez que a escrita do contribuinte já havia Fl. 330DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 331 9 sido anteriormente examinada pela fiscalização relativamente ao mesmo exercício, e faltava, no novo lançamento, a autorização determinada pela lei. A Câmara recorrida entendeu que ocorrera a decadência, pois tendo sido anulado o lançamento, o segundo lançamento foi feito quando já ocorrera o período decadencial. A questão estava em saber se o início da decadência deveria ter sido contado a partir da decisão que anulara o lançamento primitivo. O núcleo da questão estava em saber se houve vício formal no lançamento. O acórdão valeuse da doutrina da Marcelo Caetano (Manual de direito administrativo, 10. Ed., Lisboa, 1973, t. I), que lecionou: “O vício de forma existe sempre que na formação ou na declaração da vontade traduzida no ato administrativo foi preterida alguma formalidade essencial ou que o ato não reveste a forma legal”. Mais adiante Marcelo Caetano esclarece: “Formalidade é, pois, todo ato ou fato, ainda que meramente ritual, exigido por lei para segurança da formação ou da expressão da vontade de um órgão de uma pessoa coletiva”. O acórdão também mencionou o ‘Vocabulário jurídico (2. Ed., 1967, v. 4, p. 1651), de De Plácido e Silva: ‘Vício de Forma. É o defeito, ou a falta, que se anota em um ato jurídico, ou no instrumento, em que se materializou, pela omissão de requisito, ou de desatenção à solenidade, que se prescreve como necessária à sua validade ou eficácia jurídica’. No v. 3 (p. 712/3), De Plácido e Silva assinalou: ‘Formalidade – Derivado de forma (do latim ‘formalitas’), significa a regra, solenidade ou prescrição legal, indicativas da maneira por que o ato deve ser formado’. O relator da matéria continuou na citação: ‘Neste sentido, as ‘formalidades’ constituem a maneira de proceder em determinado caso, assinalada em lei, ou compõem a própria forma solene para que o ato se considere válido ou juridicamente perfeito. As ‘formalidades’ mostramse prescrições de ordem legal para a feitura do ato ou promoção de qualquer contrato, Quando as formalidades atendem à questão de ‘forma material’ do ato, dizemse ‘extrínsecas’. Quando se referem ao ‘fundo’, condições ou requisitos para a sua eficácia jurídica, dizemse ‘intrínsecas’ ou ‘viscerais’, “...”. À vista de tudo isto, finalizou o relator: ‘Vejo a autorização do § 2º do art. 642 do RIR/80 como ato preliminar e indispensável à formação do lançamento como formalidade essencial, cuja inobservância vicia o ato de modo a determinar sua anulabilidade, mas não a nulidade. Nestas condições, merece ser reformado o acórdão recorrido. A ilustre Maioria detevese em questão preliminar, respeitante ao prazo decadencial. Na medida em que entendeu não ter havido vício de forma, afastou a aplicabilidade da regra do inciso II do art. 173 do CTN, e, por via de conseqüência, declarou a decadência do direito de lançar, apegada ao qüinqüênio normal. Pelo que se ensaiou de Fl. 331DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 332 10 demonstrar acima, entendo caracterizado o vício formal, devendo incidir o citado inciso II do art. 173 do CTN’. Há um pormenor de suma importância no voto citado, qual seja, a distinção feita por ele entre ato ‘nulo’ e ato ‘anulável’. Conforme se salientará mais adiante, a diferença está, entre outras muitas, no fato de que o ato anulável continua a produzir efeitos, enquanto não for anulado. Na verdade, vício de forma é ato anulável, exceto, é claro, quando a forma for da essência do ato e imprescindível para a sua própria validade e não apenas para a sua eficácia.” Em monografia intitulada O Vício Formal no Lançamento Tributário, apresentada no Curso de Especialização em Direito Tributário da Faculdade de Direito do Recife, da Universidade Federal de Pernambuco, o ilustre exConselheiro Manoel Antonio Gadelha Dias, estudou com maestria o assunto, ao qual peço vênia para extrair de seu trabalho o esclarecedor excerto: “Conforme destacamos em capítulo anterior, o lançamento tributário é ato administrativo consistente em documento escrito, produzido pela Administração Pública, com vistas a exigir do contribuinte o pagamento do tributo devido. Por sua vez, para que o lançamento possa produzir os seus efeitos, nele deverão estar presentes todos os seus elementos e pressupostos. Atendidos tais requisitos, o lançamento será ato perfeito e acabado, produzindo efeitos jurídicos, ainda que eivados de vícios e imperfeições. Consoante ensina Aurélio Pitanga Seixas Filho “A desconformidade do ato administrativo com seus pressupostos legais não impede a produção dos efeitos jurídicos que lhe são próprios, que somente serão interrompidos ou suspensos em um procedimento administrativo posteriori para invalidação ou modificação desses efeitos jurídicos.” Por outro lado, a ausência ou deficiência dos requisitos pode levar à invalidação do ato do lançamento, com conseqüências distintas em razão da natureza da imperfeição. À luz do Código Tributário Nacional, fonte de direito material nacional, e do Decreto nº 70.235/72, fonte de direito formal de âmbito restrito à União, entendemos que os requisitos do lançamento podem ser divididos em dois grandes grupos: 1º) o dos requisitos fundamentais ou estruturais, e 2º) o dos requisitos complementares ou formais. Se o defeito no lançamento disser respeito a requisito fundamental, estaremos diante de vício substancial ou vício essencial, que macula o lançamento, ferindoo de morte, pois impede a concretização da formalização do vínculo obrigacional entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. Fl. 332DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 333 11 Os requisitos fundamentais são aqueles intrínsecos ao lançamento e dizem respeito à própria conceituação do lançamento insculpida no art. 142 do CTN, qual seja a valoração jurídica do fato tributário pela autoridade competente, mediante a verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação, a determinação da matéria tributável, o cálculo do tributo e a identificação do sujeito passivo. Assim, a valoração jurídica equivocada do fato tributário, a lavratura de auto de infração por agente incompetente ou a indicação errada do sujeito passivo da obrigação tributária levam à nulidade do lançamento, cabendo à Administração Tributária, uma vez declarada a nulidade por decisão administrativa ou judicial, se for o caso, sanar o vício mediante a formalização de outro lançamento, agora sem o defeito apontado, desde, é claro, que a Fazenda Pública não tenha ainda decaído do direito de fazêlo. Nessa hipótese, a decretação da nulidade do lançamento não tem o condão de interromper ou suspender o prazo de decadência. Em verdade, para fins da contagem do lapso decadencial para outro lançamento, deve a administração tributária considerar como inexistente o lançamento declarado nulo e observar a regra geral de decadência contida no art. 173, I, ou a regra própria prevista para os casos disciplinados pelo art. 150, § 4º, ambos do CTN, ou ainda regra específica estabelecida na legislação de determinados tributos. Já se o vício estiver presente no que denominamos de requisitos complementares do lançamento, ou seja, naqueles que devem compor a linguagem para a comunicação jurídica, consistente na notificação ao sujeito passivo, estaremos falando de vício formal. Os requisitos complementares ou formais são aqueles exigidos por lei para o momento da edição do ato, por isso dão denominados requisitos extrínsecos ao lançamento. O aludido inciso II do art. 173 do CTN, ao prescrever a anulação do lançamento na hipótese de existência de vício formal, por certo está se referindo apenas às aludidas formalidades extrínsecas, ou seja, aquelas que dizem respeito apenas à forma como o ato se exterioriza. À toda evidência, o Código Tributário Nacional adotou a concepção restrita de forma, pois não haveria nenhuma razão lógica para o legislador de 1966, ao tratar do vício formal no lançamento, ter também nele incluído o defeito decorrente de inobservância de formalidades intrínsecas (aquelas que se apresentam como requisitos necessários à validade do ato), se tal vício leva à mesma conseqüência do vício substancial, qual seja, à decretação da nulidade do lançamento. Com efeito, o alegado privilégio atribuído à Fazenda Pública pelo CTN só alcança os denominados defeitos menores, ocorridos em momento posterior à aplicação da norma Fl. 333DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 334 12 tributária material, quando corretamente identificados, pela autoridade competente, o fato jurídico tributário e a relação jurídica obrigacional. Portanto, a regra especial de decadência contida no art, 173, II, do CTN, possibilita que a Fazenda Pública promova novo lançamento, na hipótese em que o anterior deixou de observar certas formalidades, mas que já permitia ao sujeito passivo conhecer claramente a obrigação tributária. Nas palavras de Ives Gandra da Silva Martins, o novo lançamento, nessa hipótese, visa a preservar “um direito já previamente qualificado, mas inexeqüível pelo vício de forma declarado”. Em última análise, conforme conclui Antonio Airton Ferreira, a aplicação da comentada regra especial de decadência impede que questão de forma prevaleça sobre questão de fundo. Os mencionados requisitos complementares ou formais do lançamento, no âmbito da União, estão previstos no Decreto nº 70.235/72, que rege a determinação e exigência dos tributos federais e prevê a formalização do lançamento por meio de auto de infração lavrado por auditorfiscal ou por notificação de lançamento a ser expedida pelo órgão que administra o tributo”. Conforme consta do voto do acórdão original, “restando não cientificada regularmente da exclusão do SIMPLES, com a possibilidade de abertura de litígio quanto a essa exclusão, não poderia a contribuinte ter seu lucro arbitrado, pois a empresa mantinha a condição de tributação simplificada à época da lavratura do auto de infração, com exigência de tributos em nova sistemática de apuração de lucro tributável”, ou seja, não cientificada a empresa da sua exclusão do SIMPLES, permanecia ela dentro da sistemática de tributação privilegiada, não se admitindo a motivação para os lançamentos fiscais. A ausência de notificação ao contribuinte de sua exclusão do SIMPLES traduzse em um vício material, que também vicia o lançamento decorrente dessa exclusão, e tem efeitos distintos do vício formal na possibilidade futura de renovação do mesmo. Não vislumbro que o fato apontado pela Procuradoria da Fazenda Nacional seja caracterizador da nulidade dos lançamentos por vício formal, geraria, isto sim, a nulidade absoluta das exigências, não lhes sendo aplicada a regra especial de contagem do prazo de decadência previsto no art. 173, II, do CTN. Assim sendo, tendo em vista a inocorrência de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão combatido, entendo devam ser rejeitados os embargos opostos. (Documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Relator Fl. 334DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10480.015443/200273 Acórdão n.º 1202000.938 S1C2T2 Fl. 335 13 Fl. 335DF CARF MF Impresso em 23/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 p or NELSON LOSSO FILHO
score : 1.0
Numero do processo: 10580.002851/2005-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Exercício: 2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO PARA FINS DE INTIMAÇÃO. ENDEREÇO CADASTRAL FORNECIDO PELO CONTRIBUINTE.
Para fins de intimação, o domicílio tributário do sujeito passivo é, regra geral, aquele por ele fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal.
Não é obrigação da Receita Federal buscar as informações sobre o
falecimento dos contribuintes, e atualizar, de ofício, sua base de dados. Esse é um ônus do sujeito passivo por meio de seus representantes, que deve arcar com as consequências de não ter atualizado as informações cadastrais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2101-001.084
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO
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DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO PARA FINS DE INTIMAÇÃO. ENDEREÇO CADASTRAL FORNECIDO PELO CONTRIBUINTE. Para fins de intimação, o domicílio tributário do sujeito passivo é, regra geral, aquele por ele fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal. Não é obrigação da Receita Federal buscar as informações sobre o falecimento dos contribuintes, e atualizar, de ofício, sua base de dados. Esse é um ônus do sujeito passivo por meio de seus representantes, que deve arcar com as consequências de não ter atualizado as informações cadastrais. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Presidente. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator. EDITADO EM: 16/05/2011 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage, José Evande Carvalho Araujo (convocado), José Raimundo Tosta Santos, Odmir Fernandes (convocado) e Walter Reinaldo Falcão Lima (convocado). Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 20 a 26, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2002, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$12.827,84, acrescido de multa de ofício e juros de mora. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o recorrente apresentou impugnação (fl. 1 a 15). Alegou, consoante relatório do acórdão de primeira instância (fl. 92), que “o contribuinte falecera em 2003; que a impugnação fora encaminhada ao endereço do falecido, quando se deveria notificar o inventariante, que reside em São Paulo; que a esposa do contribuinte, que residia no mesmo endereço, havia também falecido; que a Receita Federal tem conhecimento da morte dos contribuintes através das informações de diversos órgãos, como o INSS, Cartório de Registro Civil, etc., por isso não poderia utilizar o endereço antigo.” ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento não conheceu da impugnação, por considerála intempestiva, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 91 a 92): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2001 IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. Não se aprecia o mérito de impugnação intempestiva. Impugnação não Conhecida O julgador de 1a instância fundamentou sua decisão da seguinte maneira (fl. 92): O endereço utilizado para a notificação fora aquele eleito pelo espólio e informado em suas declarações do imposto de renda. Não caberia à Receita Federal desatender esta informação e notificar o responsável em endereço diverso, mesmo que estivessem disponíveis informações de outros órgãos quanto à morte do contribuinte, como argumenta o interessado. Nada impede que o espólio tenha endereço diverso do endereço do inventariante. Concluise que foi regular a notificação em 23/02/2005, e que a impugnação foi apresentada intempestivamente 06/04/2005, não cabendo a análise das questões de mérito. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10580.002851/200580 Acórdão n.º 210101.084 S2C1T1 Fl. 143 3 RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificado da decisão de primeira instância em 26/02/2008 (fl. 140), o contribuinte apresentou, em 13/03/2008, o recurso de fls. 97 a 139, onde reafirma: a) que, como o contribuinte já tinha falecido por ocasião da ciência do auto de infração, a intimação deveria ter sido dirigida para o endereço da inventariante, que representava o espólio, o responsável pelo tributo; b) que o auto de infração foi enviado para a antiga residência do autuado, onde residia sua esposa, que também veio a falecer em 24/03/2005; c) que foi nula a intimação não enviada para o domicílio tributário do sujeito passivo; d) que a Receita Federal tem o conhecimento do falecimento dos contribuintes por informações de outros órgãos. Após acrescentar a defesa referente ao mérito da autuação, pugna para que se reconheça a tempestividade da impugnação e se retornem os autos para apreciação do mérito pelo julgador de 1a instância, ou que se aprecie de imediato o mérito do recurso e se julgue improcedente o auto de infração. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 141, que também trata do envio dos autos ao então Primeiro Conselho de Contribuintes. É o Relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. O recorrente fundamenta seu recurso na alegação de que o domicílio tributário do espólio é o do inventariante, e que somente a intimação efetuada na pessoa do inventariante seria válida. O Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regulamenta o processo administrativo fiscal, traz as regras para a intimação em seu art. 23, abaixo transcrito: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, Fl. 3DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: (...) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) (...) Assim, para fins de intimação, o domicílio tributário do sujeito passivo é, regra geral, aquele fornecido por ele ou seu representante, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal. Verifico que, neste processo, todos os extratos de sistema, tanto os da época da autuação (fl. 70), quanto aqueles emitidos por ocasião do julgamento de 1a instância (fl. 95), contém o mesmo endereço da autuação, o que demonstra que nunca se alterou o endereço do sujeito passivo nas bases de dados da Receita Federal. Equivocase o recorrente ao atribuir à Receita Federal a obrigação de buscar as informações sobre o falecimento dos contribuintes, e atualizar, de ofício, sua base de dados. Esse é um ônus do sujeito passivo por meio de seus representantes, que deve arcar com as consequências de não ter atualizado as informações cadastrais. Desta forma, reputo válida a intimação do auto de infração dirigida ao endereço cadastral do contribuinte, e, por consequência, considero irreparável o julgamento de 1a instância que não conheceu da impugnação por sua intempestividade. Diante do exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 4DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10580.002851/200580 Acórdão n.º 210101.084 S2C1T1 Fl. 144 5 Fl. 5DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 36160.001547/2006-31
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/03/1997 a 31/10/2005
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS - TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - DIFERENÇAS LANÇADAS - DECADÊNCIA. As contribuições previdenciárias são tributos sujeitos ao regime do denominado lançamento por homologação, sendo que, na visão deste julgador, exceto para as hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial para a constituição de créditos tributários é de cinco anos contados do fato gerador, que ocorre em cada competência. Ultrapassado esse lapso temporal, sem a expedição de lançamento de ofício, opera-se a decadência, a atividade exercida pelo contribuinte está tacitamente homologada e o crédito tributário extinto, nos termos do artigo 150, § 4° e do artigo 156, inciso V, ambos do CTN.
Contudo, por força do artigo 62-A do RICARF, este Colegiado deve reproduzir a decisão proferida pelo Egrégio STJ nos autos do REsp n° 973.733/SC, ou seja, “O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.”
No caso, relativamente ao período em apreço, a aplicação de tal regra é inquestionável, pois há pagamento de contribuições previdenciárias, sendo que a notificação fiscal de lançamento de débito envolve apenas diferenças e não os valores integrais eventualmente devidos pela empresa, inexistindo acusação pela fiscalização de dolo, fraude ou simulação.
Lançamento atingido pela decadência quanto aos fatos geradores ocorridos até a competência 08/2001, inclusive.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-002.285
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: GONCALO BONET ALLAGE
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1997 a 31/10/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DIFERENÇAS LANÇADAS DECADÊNCIA. As contribuições previdenciárias são tributos sujeitos ao regime do denominado lançamento por homologação, sendo que, na visão deste julgador, exceto para as hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial para a constituição de créditos tributários é de cinco anos contados do fato gerador, que ocorre em cada competência. Ultrapassado esse lapso temporal, sem a expedição de lançamento de ofício, operase a decadência, a atividade exercida pelo contribuinte está tacitamente homologada e o crédito tributário extinto, nos termos do artigo 150, § 4° e do artigo 156, inciso V, ambos do CTN. Contudo, por força do artigo 62A do RICARF, este Colegiado deve reproduzir a decisão proferida pelo Egrégio STJ nos autos do REsp n° 973.733/SC, ou seja, “O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.” No caso, relativamente ao período em apreço, a aplicação de tal regra é inquestionável, pois há pagamento de contribuições previdenciárias, sendo que a notificação fiscal de lançamento de débito envolve apenas diferenças e não os valores integrais eventualmente devidos pela empresa, inexistindo acusação pela fiscalização de dolo, fraude ou simulação. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.698 2 Lançamento atingido pela decadência quanto aos fatos geradores ocorridos até a competência 08/2001, inclusive. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage – Relator EDITADO EM: 14/08/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Alexandre Naoki Nishioka, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Em face de SS Administração e Serviços Ltda., CNPJ n° 01.635.956/0001 22, foi lavrada a notificação fiscal de lançamento de débito n° 35.595.3544 (fls. 01207), para a exigência de contribuições previdenciárias incidentes sobre valores constantes em folhas de pagamento e GFIP, valores constantes em folhas e não em GFIP, abono assiduidade, aferição indireta relativa às anotações de responsabilidade técnica, aferição indireta da remuneração dos sóciosgerentes e aferição indireta em folhas de pagamento, relativamente a fatos ocorridos entre as competências 03/1997 e 10/2005. A ciência do lançamento se deu em 01/09/2006 (fls. 339, Volume II). A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém (PA) considerou o lançamento procedente em parte (fls. 4.1084.127, Volume XVI). Apreciando o recurso voluntário interposto pela contribuinte e o recurso de ofício apresentado pela DRJ, a Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF proferiu o acórdão n° 2301 00.155, que se encontra às fls. 4.4984.512 (Volume XVII), cuja ementa é a seguinte: Fl. 2DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.699 3 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS,. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n ° 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n° 8.212 de 1991. As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4° do CTN. Havendo, então o pagamento antecipado, observarseá a regra de extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN. Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. PERÍCIA. INDEFERIMENTO. POSSIBILIDADE. De acordo com os princípios basilares do direito processual, cabe ao autor provar fato constitutivo de seu direito, por sua vez, cabe à parte adversa a prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. A Previdência Social provou a existência do fato gerador, com base nas folhas de pagamento, elaboradas pela própria recorrente. No presente caso, a perícia é despicienda; pois toda a matéria probatória já consta nos autos. E como afirmado, caberia à parte adversa, no caso o contribuinte, a contraprova. REMUNERAÇÃO SÓCIOSGERENTES. ARBITRAMENTO. Conforme previsto no art. 201, parágrafo 3 ° do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n ° 3.048, não havendo comprovação dos valores pagos ou creditados aos segurados sóciosgerentes, em face de recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a contribuição da empresa referente a esses segurados será de vinte por cento sobre o saláriode contribuição do segurado nessa condição; a maior remuneração paga a empregados da empresa; ou o salário mínimo, caso não ocorra nenhuma das hipóteses anteriores. Recurso de Ofício Negado Recurso Voluntário Provido em Parte. A decisão recorrida acordou, “por maioria de votos, com fundamentos nos artigos 173, I e 150, §4° do CTN, conforme os levantamentos, acatar a preliminar de Fl. 3DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.700 4 decadência de parte do período a que se refere o lançamento para provimento parcial do recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior e Edgar Silva Vidal que aplicavam para todos os fatos geradores o artigo 150, §4° e no mérito, por unanimidade de votos, manter os demais valores lançados, nos termos do voto do relator e por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício, no termos do voto do relator.” A decadência foi reconhecida para todos os fatos ocorridos até a competência 11/2000 e parcialmente para os fatos lançados entre as competências 12/2000 e 07/2001 (considerouse a existência de pagamentos antecipados por rubrica lançada). Intimada do acórdão em 29/06/2010 (fls. 4.520, Volume XVII), a empresa, devidamente representada, interpôs recurso especial às fls. 4.5234.538, acompanhado dos documentos de fls. 4.5394.679 (Volume XVIII), cujas razões podem ser assim sintetizadas: a) Tratase de autuação que teve início na então Secretaria da Receita Previdenciária, apontando uma série de equívocos de recolhimento das contribuições previdenciárias pela empresa ora recorrente, utilizandose larga e inadequadamente de aferição indireta, promovendo múltiplas lesões às garantias constitucionais, especialmente ao direito de defesa; b) Tamanho foi o disparate da lavratura da NFLD que, já em 1ª instância administrativa, a autuação que superava R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) foi reduzida a cerca de R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais). Ou seja: pouco mais de 2 % (dois por cento); c) Posteriormente, já após a edição da Súmula Vinculante n° 08, do Supremo Tribunal Federal, foi reconhecida a decadência parcial do direito de lançar, afastando mais uma parte da exigência. d) A decisão recorrida considerou que, nada obstante se tratar de tributo sujeito ao lançamento por homologação, onde em regra se aplica, para fins de contagem do prazo decadencial, o disposto no art. 150, §4°, do CTN, “se não houver pagamento antecipado (...) há que ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN”; e) Tal interpretação é divergente da que foi dada, ao mesmo tema, pela Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, nos acórdãos nos 10196.733, 10196.712, 10196.696 e 10196.582; f) Deve ser aplicada no caso concreto a regra do art. 150, §4°, do CTN, para contagem do prazo decadencial. Isto porque a exigência fiscal refletida nestes autos é de contribuição previdenciária. Tal sorte de tributo está sujeita ao lançamento por homologação, razão pela qual se lhe aplica, expressamente, o regramento apontado; g) Não é despiciendo recordar que não se pode compreender a aplicação do art. 150 do CTN apenas nos casos em que ocorreu o pagamento do tributo; h) O pagamento, vejase, é irrelevante para caracterizar a natureza do lançamento. O que se homologa não é o simples pagamento, mas toda a Fl. 4DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.701 5 atividade desenvolvida pelo contribuinte, sejam as operações comerciais, sua contabilização e o cálculo do tributo; i) Então, se a autuação diz respeito a tributos e os mesmos se submetem à modalidade de lançamento por homologação, cabe ao contribuinte exercer a atividade de determinar a matéria tributável, o cálculo do imposto e pagamento do quantum devido, independente de notificação, sob condição resolutória de ulterior homologação; j) A ausência de recolhimento do imposto, repitase, não altera a natureza do lançamento, vez que o contribuinte continua sujeito aos encargos decorrentes da obrigação inadimplida (atualização, multa, juros a partir da data do vencimento originalmente previsto, ressalvado o disposto no art. 106 do CTN); k) Em verdade, a definição imposta pelo Código Tributário Nacional é deveras simples: não é a atuação do contribuinte que determina qual será a regra de contagem do prazo prescricional a se aplicar. A regra de incidência do tributo, in abstrato, define a sistemática do seu lançamento. E a contagem da caducidade se dará conforme for a sistemática de lançamento; l) Não há subjetividade. A definição é objetiva: aplicarseá a regra do art. 150 ou do art. 173 do CTN segundo a forma de lançamento do tributo. E esta está previamente prevista em lei. Logo, não há espaço para considerações sobre a ação do contribuinte, que se torna desimportante para esse fim; m) Requerse, então, seja parcialmente reformado o Acórdão recorrido, para que se aplique o prazo decadencial, na forma do art. 150, § 4°, do CTN, em todas as hipóteses destes autos; n) Outrossim, no plano técnico, cumpre protestar e requerer a retificação dos pretensos débitos lançados sob a rubrica FPG — FOLHA DE PAGAMENTOS. Isso porque há registro e prova de que os valores foram retidos na fonte por terceiros, gerando o direito à compensação, pela Recorrente, do excesso de retenção. Admitido o recurso, no que se refere à decadência, por meio do despacho n° 2300006/2011 (fls. 4.6824.684), a Fazenda Nacional foi intimada e apresentou contrarrazões às fls. 4.6884.696 (Volume XVIII), onde defendeu, fundamentalmente, a necessidade de manutenção do acórdão recorrido. É o Relatório. Voto Conselheiro Gonçalo Bonet Allage, Relator Fl. 5DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.702 6 O Recurso Especial da contribuinte cumpre os pressupostos de admissibilidade e deve ser conhecido, com relação à decadência. Reitero que o acórdão proferido pela Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do CARF, por unanimidade de votos, acolheu a decadência para os fatos ocorridos até a competência 11/2000 e, por maioria de votos, para parte dos fatos ocorridos até a competência 07/2001, sendo que os Conselheiros vencidos entenderam que todos os fatos lançados até a competência 07/2001 estavam atingidos pela decadência. Nas demais questões, negou provimento aos recursos voluntário e de ofício, por unanimidade de votos. A insurgência da recorrente está relacionada à decadência e sua pretensão é no sentido de que se aplique ao caso da regra do artigo 150, § 4°, do Código Tributário Nacional. Eis a matéria em litígio. Segundo a legislação e de acordo com a jurisprudência pacífica desta Corte Administrativa, as contribuições previdenciárias em apreço são tributos sujeitos ao regime do chamado lançamento por homologação, já que cabe aos contribuintes a apuração das suas base de cálculo e o recolhimento dos montantes devidos, submetendo, posteriormente, esse procedimento à autoridade administrativa, que deverá, homologar ou não, expressa ou tacitamente, a atividade exercida pelo obrigado. A homologação expressa, para os tributos sujeitos ao regime do lançamento por homologação, deve se dar no prazo de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador, que ocorre em cada competência. Ultrapassado esse prazo, sem ter sido lavrado lançamento de ofício pela autoridade administrativa, considerase homologada tacitamente a atividade exercida pelo contribuinte e extinto o crédito tributário, nos termos do artigo 150, § 4°, do CTN, que prevê: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4°. Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. O decurso do prazo de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador, implica na homologação tácita da atividade exercida pelo contribuinte e, em razão do instituto da decadência, previsto no artigo 156, inciso V, do CTN, extingue o crédito tributário. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.703 7 Considerando que o caso em apreço envolve fatos geradores ocorridos nas competências compreendidas entre 03/1997 e 10/2005 e diante do fato de que o sujeito passivo da obrigação tributária tomou ciência da notificação fiscal de lançamento de débito em 01/09/2006 (fls. 339, Volume II), concluo que a decisão recorrida não pode ser confirmada, pois a decadência impede a manutenção do lançamento para os fatos ocorridos até a competência 08/2001. Na visão deste julgador, como não se imputou à empresa as condutas de dolo, fraude ou simulação, inexiste fundamento legal que justifique a contagem do prazo decadencial da forma prevista no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Entendo que para o início da contagem do prazo decadencial relativamente aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a existência ou não de pagamento antecipado é irrelevante. A homologação é da atividade e não do pagamento. Esta é a minha posição a respeito da matéria. Contudo, por força do que determina o artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, não posso deixar de reproduzir aqui o julgamento proferido pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça – STJ nos autos do REsp n° 973.733/SC, cuja ementa tem o seguinte teor: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos Fl. 7DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.704 8 ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ, Primeira Seção, REsp n° 973.733/SC, Relator Ministro Luiz Fux, DJE de 18/09/2009) Portanto, segundo o Egrégio STJ, para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quando inexistir pagamento antecipado o prazo decadencial qüinqüenal contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, sendo que “O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o ‘primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado’ corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, ...”. Dessa forma, tornase importante analisar a comprovação quanto à existência ou não de pagamento de contribuições previdenciárias no período em apreço. Fl. 8DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.705 9 O Relator do acórdão recorrido, Conselheiro Marco André Ramos Vieira, apreciou a questão da seguinte forma (fls. 4.507, Volume XVII): Na hipótese concretizada, houve pagamento antecipado, ainda que parcial, sobre algumas rubricas, conforme relatório fiscal, uma vez que foram apuradas somente as diferenças não recolhidas. Assim, para os levantamentos DAL, FNG, FP, FPG aplicase o previsto no art. 150, parágrafo 4 ° do CTN; desse modo, a contar dos fatos geradores, a fiscalização federal teria o prazo de cinco anos para efetuar o lançamento fiscal. Para tais rubricas encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial todos os fatos geradores apurados pela fiscalização ocorridos anteriormente à competência julho de 2001, inclusive esta. Por seu turno para os levantamentos ABA, AFA, APR; não houve pagamento antecipado, logo deve ser aplicado o disposto no art. 173, inciso I di o CTN. Para essas competências encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial os fatos geradores apurados pela fiscalização ocorridos anteriormente A competência novembro de 2000, inclusive esta. A competência dezembro de 2000 não decaiu, pois o crédito somente poderia ser constituído após o vencimento, data em que se exigia o pagamento antecipado, ou seja em 2 de janeiro de 2001; assim o prazo de decadência, para tal competência, possui corno termo de início o primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, o dia 1° de janeiro de 2002, a qual findaria em 10 de janeiro de 2007. Portanto, salvo melhor juízo, a decisão recorrida admite que houve pagamentos parciais, de determinadas rubricas (levantamentos DAL, FNG, FP e FPG), para os fatos ocorridos até a competência 07/2001. Observando o Discriminativo Analítico de Débito – DAD, às fls. 20, 33, 34, 39, 40 e 41, constatase a existência de pagamentos parciais de contribuições previdenciárias nas competências compreendidas entre 12/2000 e 08/2001 (a ciência do lançamento ocorreu em 01/09/2006). A existência de pagamento antecipado, portanto, é inquestionável. Portanto, o ensinamento jurisprudencial do Egrégio STJ não dá sustentação ao acórdão de segunda instância. Sendo assim, a decadência fulminou os fatos geradores ocorridos até a competência 08/2001, de modo que a decisão recorrida deve ser reformada. Ressalto, por fim, que este Colegiado não tem competência para apreciar a questão do crédito/compensação alegada pela recorrente, pois tal matéria não foi devolvida à apreciação da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso especial da contribuinte, para reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário relativo às competências até 08/2001, inclusive. Fl. 9DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.706 10 (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage Fl. 10DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE
score : 1.0
Numero do processo: 10945.000611/2010-21
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2007 PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO Não se conhece do recurso voluntário cujo protocolo ocorra posteriormente a 30 dias contados da ciência da decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, conforme art. 33 do Decreto 70.235/72 c/c art. 210 do Código Tributário Nacional - CTN.
Numero da decisão: 1802-001.245
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestivo. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa- Presidente.
Nome do relator: JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestivo. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Gilberto Baptista, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho. Fl. 395DF CARF MF Impresso em 25/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/06/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10945.000611/201021 Acórdão n.º 180201.245 S1TE02 Fl. 2 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Curitiba/PR, Acórdão nº 0635.145, de 06/01/2012, com a seguinte ementa: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Período de apuração: 01/01/2007 a 30/06/2007 MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. INSUFICIÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RECEITAS. Correto o lançamento fundado na insuficiência de comprovação da origem dos depósitos bancários, por constituirse de presunção legal de omissão de receitas, expressamente autorizada pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996, dispositivo este que se aplica inclusive para as microempresas e empresas de pequeno porte. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Período de apuração: 01/07/2007 a 31/12/2007 MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RECEITAS. Correto o lançamento fundado na ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários, por constituirse de presunção legal de omissão de receitas, expressamente autorizada pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996. ARBITRAMENTO DO LUCRO. FALTA DE ESCRITURAÇÃO DE CONTAS BANCÁRIAS. A falta de escrituração de contas bancárias torna a contabilidade imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, autorizando o arbitramento do lucro PIS. COFINS. CSLL. DECORRÊNCIA. LANÇAMENTO REFLEXO. Versando sobre as mesmas ocorrências fáticas, aplicase ao lançamento reflexo alusivo ao PIS, à Cofins e à CSLL o que restar decidido no lançamento do IRPJ. Impugnação Improcedente Fl. 396DF CARF MF Impresso em 25/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/06/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10945.000611/201021 Acórdão n.º 180201.245 S1TE02 Fl. 3 3 Crédito Tributário Mantido A ciência desta decisão pela Contribuinte ocorreu em 19/01/2012, e o recurso voluntário foi apresentado em 29/02/2012. Entre estas datas, foi lavrado Termo de Perempção, que se encontra acostado aos autos. Este é o relatório. Fl. 397DF CARF MF Impresso em 25/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/06/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10945.000611/201021 Acórdão n.º 180201.245 S1TE02 Fl. 4 4 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. Realmente, não há condição para se conhecer do Recurso. O prazo para sua apresentação é de 30 dias, nos termos do art. 33 do Decreto 70.235/72, mas a Contribuinte o protocolizou depois de esgotado esse prazo. A ciência da decisão proferida pela Delegacia de Julgamento ocorreu em 19/01/2012, uma quintafeira, e o último dia para a apresentação do recurso seria 23/02/2012, quintafeira após os feriados de carnaval, conforme as regras do art. 210 do Código Tributário Nacional. Todavia, o recurso só foi apresentado em 29/02/2012, portanto, a destempo. Assim, não estando preenchido o requisito de apresentação no prazo legal, voto no sentido de não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 398DF CARF MF Impresso em 25/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/06/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 11442.000092/2010-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do Período de Apuração: 01/10/1995 a 29/02/1996 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
Ausência de julgamento de primeira instância.
Recurso não conhecido por supressão de instância.
Numero da decisão: 3201-000.865
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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ementa_s : Contribuição para o PIS/Pasep Data do Período de Apuração: 01/10/1995 a 29/02/1996 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Ausência de julgamento de primeira instância. Recurso não conhecido por supressão de instância.
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SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Ausência de julgamento de primeira instância. Recurso não conhecido por supressão de instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño,Adriene Maria de Miranda Veras e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausência justificada de Marcelo Ribeiro Nogueira. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 Relatório A Prefeitura de Assis solicitou através do Pedido de Restituição de fl. 02, protocolado em 04/06/2010, a restituição de crédito que alega ter no montante de R$ 7.152.525,00, correspondente a valores pagos indevidamente, a titulo de contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PASEP, recolhidos a maior no período de 1995 a 1999, com base na decisão do STF no Recurso Extraordinário n° 232.896 3/PA, que declarou a inconstitucionalidade do artigo 15 da Medida Provisória n.° 1.212, de 28/11/95, e suas reedições, convertida na Lei 9.715/98, artigo 18. Juntamente com o pedido, protocolou a comunicação de fl. 01, onde alega que não foi possível efetuar o pedido de restituição através do programa PER/DCOMP, pois para isso seria necessário o n° do processo administrativo protocolizado na Receita Federal do Brasil e, na impossibilidade de utilização do programa PER/DCOMP, utilizou o formulário Pedido de Restituição, conforme art. 3°, § 2° da Instrução Normativa RFB n° 900/2008, de 30 de dezembro de 2008. O pleito foi analisado conforme Despacho Decisório n° 2010/346, de 29/06/2010, onde considera não formulado o Pedido de Restituição de fl. 02, uma vez que não será considerada impossibilidade de utilização do programa PER/DCOMP, a restrição nele incorporada em cumprimento ao disposto na legislação tributária, nos termos do artigo 39, § 10 c/c art. 98, § 5° da IN RFB n° 900/2008, porquanto o direito de solicitar restituição de crédito relativo aos pagamentos realizados entre os anos de 1995 a 1999, relativos a contribuição ao PIS/PASEP, extinguiuse com o transcurso do prazo de 5 anos da data de extinção do crédito tributário, nos termos do art. 168 da Lei n° 5.172, de 1966 (CTN). Consta comunicação à interessada que não cabe manifestação de inconformidade contra a decisão exarada no aludido despacho, nos termos do art.66, § 8° da IN RFB n° 900/2008 e facultase interposição de recurso hierárquico. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o relatório. Voto Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim Como relatado, consta nos autos, o pedido de restituição, o despacho decisório e finalmente a comunicação que não cabe a manifestação de inconformidade e sim a interposição de recurso hierárquico. Foi quando o processo no CARF foi a mim distribuído. Logo, a meu ver sem a apreciação da impugnação, defesa, argumentos, manifestação da interessada não inaugurou a fase litigiosa do processo administrativofiscal, nos termos do Decreto n.º 70.235/1972, de 06/03/1972, arts.14 e 15, com a redação dada pela Lei n.º 8.748, de 09/12/1993. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 11442.000092/201025 Acórdão n.º 320100.865 S3C2T1 Fl. 2 3 Consta, nos autos, a defesa, logo, impedindo, que a autoridade julgadora de segunda instância adentre no mérito sem a análise dessas alegações veiculadas nessa peça, pela primeira instância, por supressão da mesma. De qualquer sorte, dispõem os inciso I e o II do art. 25 do Dec. 70.235/72, verbis: “Art. 25 – O julgamento do processo de exigência de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal compete: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) I – em primeira instância, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento, órgãos de deliberação interna e natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal (redação da MP nº 2.15835/01); (Destaquei). .......................................... II – em segunda instância, ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com atribuição de julgar recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)” (Destaquei). Nesse passo, o art. 1º do Regimento Interno dos Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – , estabelece que “O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, tem por finalidade julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial, que versem sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.” (Destaquei). Logo, a inexistência de julgamento de primeira instância impede Este Conselho de se pronunciar a respeito da matéria, inteligência do art. 25, I e II, do Dec. 70.235/72 e do art. 1º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Ante o exposto, inclusive em homenagem ao princípio da supressão de instância, deixo de conhecer do recurso voluntário. Em assim sendo, retornem os autos para a Delegacia de julgamento para efetuar o devido julgamento. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 83DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 13886.000024/2008-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2004
IRPF. ISENÇÃO. CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA.
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.(Súmula CARF no. 63). Recurso provido.
Numero da decisão: 2202-001.659
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: ANTONIO LOPO MARTINEZ
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ISENÇÃO. CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.(Súmula CARF no. 63). Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Fl. 48DF CARF MF Impresso em 30/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 25/05/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/05/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente justificadamente o Conselheiros Helenilson Cunha Pontes. Fl. 49DF CARF MF Impresso em 30/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 25/05/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/05/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 13886.000024/200858 Acórdão n.º 220201.659 S2C2T2 Fl. 2 3 Relatório Em desfavor da contribuinte, MARLENE GALANTE SPAGNOL, foi lavrado NL relativo ao IRPF, ano calendário 2003, que alterou o resultado da Declaração de Ajuste de imposto a restituir de R$ 6.750,56 para R$ 1.468,99, com saldo de imposto a restituir ajustado de R$ 1.127,08, tendo em vista imposto já restituído de R$ 341,91. O lançamento foi decorrente de omissão de rendimentos tributáveis recebidos da Prefeitura Municipal de Americana, CNPJ 45.781.176/000166, no valor de R$ 43.009,18. A filha da contribuinte, Regina Célia Galante Spagnol, tornou ciência do lançamento em 11/01/2008, via postal, conforme fl. 07, e ingressou com a impugnação (fl. 01), em 17/01/2008, na qual alega, em síntese, que não concorda com a notificação de lançamento, uma vez que o relatório médico entregue constava a doença na qual dá direito ao gozo da isenção do rendimento, porém com palavras técnicas usadas nos meios médicos. Apresenta novo relatório médico comprovando a doença como consta na lei. A DRJ ao apreciar os argumento do recorrente, julgou o lançamento procedente, tendo em vista que não estaria comprovado que os rendimentos seriam decorrentes de aposentadoria. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FíSICA IRPF Anocalendário: 2003 PORTADORA DE MOLÉSTIA GRAVE ISENÇÃO Para a contribuinte portadora de moléstia grave ter direito à isenção são necessárias duas condições concomitantes, urna é que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, reforma ou pensão, c sua complementação, e a outra é que seja portadora de urna das doenças previstas no texto legal. Impugnação Improcedente Insatisfeita a contribuinte interpõe recurso voluntário reiterando suas razões e fazendo acostar aos autos os documentos de fls.51, onde visa demonstrar a natureza de sua enfermidade. É o relatório. Fl. 50DF CARF MF Impresso em 30/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 25/05/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/05/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator O recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. A discussão no presente processo cingese à exigência de crédito tributário decorrente do imposto de renda pessoa física, relativo ao exercício de 2004. O recorrente considerou como isento os rendimentos da Prefeitura Municipal de Americana. Segundo a autoridade recorrida não estaria demonstrado que os rendimentos seriam decorrentes de aposentadoria. O inciso XXXIII do artigo 39, do Decreto n.o 3000/99, assim dispõe: "Art. 39 Não entrarão do cômputo do rendimento bruto: XXXIII os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira ... " No que se refere a moléstia grave, essa estava devidamente comprovada.Entretanto o que não estava claro, é se a recorrente encontravase aposentada. Segundo o documento de fls.34 e 35, efetivamente estava aposentada, fazendo jus a isenção prescrita em lei. Cabe registrar a posição sumulada sobre essa matéria, tal como se depreende a seguir: Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda. (Súmula CARF Nº 43). Ante o exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 51DF CARF MF Impresso em 30/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 25/05/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/05/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
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