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Numero do processo: 10725.902979/2009-87
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Sep 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2000
CERCEAMENTO. DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Não há cerceamento ao direito de defesa, sendo a manifestação de inconformidade, o momento oportuno para apresentação da produção probatória.
Numero da decisão: 1201-002.553
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo nº 10725.902969/2009-41, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Gisele Barra Bossa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2000 CERCEAMENTO. DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não há cerceamento ao direito de defesa, sendo a manifestação de inconformidade, o momento oportuno para apresentação da produção probatória.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo nº 10725.902969/2009-41, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Gisele Barra Bossa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado.
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DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não há cerceamento ao direito de defesa, sendo a manifestação de inconformidade, o momento oportuno para apresentação da produção probatória. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo nº 10725.902969/200941, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Gisele Barra Bossa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro/RJ I que julgou AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 72 5. 90 29 79 /2 00 9- 87 Fl. 103DF CARF MF Processo nº 10725.902979/200987 Acórdão n.º 1201002.553 S1C2T1 Fl. 3 2 improcedente a manifestação de inconformidade para não reconhecer o direito creditório pleiteado. O crédito trazido no PER/DCOMP teria origem em pagamento indevido ou a maior de IRPJ visto que, segundo o sujeito passivo, apurou o imposto pelo regime do lucro presumido, aplicando o percentual de 32% sobre a receita bruta enquanto o correto, por se dedicar à prestação de serviços hospitalares diagnósticos por imagem seria o percentual de 8%, conforme previa o artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a" da Lei 9.249/95 c/c o art.25 da Lei 9.430/96. Pelo segundo despacho decisório, uma vez que o primeiro foi anulado pela DRJ por estar desprovido de fundamentação congruente, o crédito não foi reconhecido e a compensação não foi homologada. Protocolada a Manifestação de Inconformidade, foi julgada improcedente pelos seguintes fundamentos: o contribuinte não apresentou documentação hábil para justificar as informações constantes da DCTF retificadora, e, consequentemente, também não demonstrou a origem e a regularidade do crédito decorrente de tal retificação; a única DIPJ transmitida pela interessada não é compatível com as informações transmitidas pela DCTF retificadora e , ainda, por não ter sido a DIPJ alvo da devida retificação a fim de compatibilizála com a DCTF retificadora, a dita DIPJ demonstra débito correspondente ao valor recolhido e a inexistência do crédito; a decisão consignou que a DCTF retificadora foi apresentada fora de prazo, e, por essa razão, assiste razão ao fisco quando não considerou as informações registradas na DCTF retificadora. Foi manejado o Recurso Voluntário em que é alegado a nulidade do despacho decisório sob os seguinte fundamentos, verbis: Fl. 104DF CARF MF Processo nº 10725.902979/200987 Acórdão n.º 1201002.553 S1C2T1 Fl. 4 3 É o relatório. Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa, Relatora. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1201002.543, de 21/09/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10725.902969/2009 41, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1201002.543): "O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade. Assim, dele conheço. A Recorrente alega, como relatado anteriormente, que o segundo "despacho decisório" que voltou a negar a homologação da compensação foi proferido sem antes oportunizar a contribuinte a devida instrução probatória. Entende que sem a intimação/notificação do contribuinte dandolhe a oportunidade para demonstrar o seu crédito, a autoridade fiscal não poderia negar a homologação da compensação; porém, a fundamentação foi esculpida sem prévios esclarecimentos do contribuinte, contrariamente ao que foi expressamente determinado pela delegacia de julgamento, o que justifica novamente da nulidade da decisão ora recorrida, Quanto à apresentação da documentação, não se vislumbra qualquer cerceamento ao direito de defesa, pois Fl. 105DF CARF MF Processo nº 10725.902979/200987 Acórdão n.º 1201002.553 S1C2T1 Fl. 5 4 quando da prolação do despacho decisório, abrese prazo para manifestação de inconformidade, período o qual a contribuinte possui para fazer prova do seu direito 1. Entendo que o despacho decisório cumpre os requisitos legais e possui todo o escopo necessário ao exercício do contraditório e da ampla defesa pelo contribuinte. Nele encontrase a fundamentação da decisão, ficando claro que o interessado não comprovou a existência do crédito pleiteado. Ademais, como bem demonstrado no acórdão recorrido, cujo trecho do voto condutor reproduzo abaixo, o interessado deixou de apresentar provas que indicassem que era portador do crédito alegado, verbis: Discordo do interessado quando alega que não há prazo fixado em lei para a retificação de declaração (o art. 173 do CTN diz respeito ao prazo decadencial do fisco constituir o seu crédito). Da mesma forma que existe prazo para a Fazenda Pública examinar o conteúdo da DCTF ou da DIPJ, há, também, termo para o interessado retificar estas declarações, sob pena de se permitir alterações em favor do interessado, depois de esgotado o prazo para a Fazenda Pública examinar os dados nela contidos. Ainda, a mera retificação da DCTF, sem comprovação do erro, não é suficiente para demonstrar a existência de direito creditório. As informações sobre os fatos tributáveis devem estar lastreadas na escrituração contábilfiscal e na documentação do contribuinte. Se houve um erro de fato no preenchimento da DCTF, este deve ser comprovado, para que fique evidente que o interessado teria declarado em DCTF um montante maior do que o efetivamente devido. O interessado não juntou aos autos nenhum documento que comprovasse o pretendido erro, a ensejar a retificação da DCTF (.....). Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas a liquidez e a certeza pela autoridade administrativa. O Despacho Decisório recorrido deve ser mantido, por não ter o interessado comprovado a existência do crédito pleiteado. 1 Decreto nº 70.235, de 1972 Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10725.902979/200987 Acórdão n.º 1201002.553 S1C2T1 Fl. 6 5 Diante de todo o exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao Recurso Voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Fl. 107DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.906982/2012-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 23/03/2012
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO.
Verificada inexatidão material devida a erros de escrita no acórdão embargado, estes deverão ser admitidos para correção.
Numero da decisão: 3201-004.619
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, para corrigir os erros materiais perpetrados no interior do voto.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Larissa Nunes Girard (suplente convocado para substituir o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Ausente, justificadamente, o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo.
Nome do relator: PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA
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INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO. Verificada inexatidão material devida a erros de escrita no acórdão embargado, estes deverão ser admitidos para correção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, para corrigir os erros materiais perpetrados no interior do voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Larissa Nunes Girard (suplente convocado para substituir o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Ausente, justificadamente, o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 90 69 82 /2 01 2- 13 Fl. 626DF CARF MF Processo nº 10380.906982/201213 Acórdão n.º 3201004.619 S3C2T1 Fl. 627 2 Trata o presente processo de embargos de declaração opostos pela contribuinte, em face do Acórdão 3201003.715, prolatado por esta Turma na sessão de 24/05/2018. O acórdão embargado negou provimento ao recurso voluntário, cuja ementa foi assim redigida: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 23/03/2012 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. MATÉRIAS NÃO ALEGADAS. APRESENTAÇÃO DE PROVAS. PRECLUSÃO. MOMENTO PROCESSUAL A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazê lo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia. Consideramse preclusas as alegações não submetidas ao julgamento de primeira instância, apresentadas somente na fase recursal. DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO. DIREITO CREDITÓRIO A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posterior à emissão de despacho decisório, exige comprovação material a sustentar direito creditório alegado. VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. Cientificada da decisão, o contribuinte interpôs embargos de declaração sustentando: 1. Inexatidão material n voto quanto à repetição de expressões e incorreções em seu texto; 2. Omissão quanto às razões de decidir pela não apresentação de prova do direito alegado; 3. Contradição no enfrentamento da preclusão probatória no processo administrativo fiscal. No despacho de admissibilidade, o Presidente da Turma entendeu que a omissão e a contradição não foram comprovados; ademais, os vícios alegados caracterizamse Fl. 627DF CARF MF Processo nº 10380.906982/201213 Acórdão n.º 3201004.619 S3C2T1 Fl. 628 3 mero inconformismo do embargante, vez que expressamente enfrentado no acórdão embargado; assim, rejeitouos. Reconhecido, contudo, a inexatidão material consubstanciada nos erros de grafia no interior do voto, conforme demonstra: O erro material apontado pela Embargante procede, visto que há nos parágrafos destacados pela embargante um claro erro de digitação, conforme a seguir repisado: No caso dos autos, evidenciase que o recorrente não o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal2, o PAF e o CPC. (...)Destarte, mão é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação.(grifos não originis). É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, Relator Admitidos em parte os embargos, nos termos do relatado linhas acima, o processo foi a mim distribuído, o qual incluí em pauta de julgamento. Nos termos do art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a Turma. No art. 66 do RICARF há disposição quanto à possibilidade da correção das inexatidões materiais devido a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão: Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Erro material de escrita ou de cálculo é o engano ou inexatidão da decisão na manifestação da expressa ou transmissão de palavras, que se percebe pela simples leitura do texto em que se insere. Caracterizase pela contradição entre o real conteúdo dos autos e o que resultou da transmissão do ato decisório. Fl. 628DF CARF MF Processo nº 10380.906982/201213 Acórdão n.º 3201004.619 S3C2T1 Fl. 629 4 Confirmado o erro de escrita na digitação do texto do voto, é de se corrigilo, que na passa a ter o seguinte conteúdo: "(...) No caso dos autos, evidenciase que o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal, o PAF e o CPC. (...) Destarte, não é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação." Assim, corrigido os erros de escrita no conteúdo do voto mantémse a decisão exarada no Acórdão nº 3201003.715 que negou provimento ao Recurso Voluntário Conclusão Por todo exposto, voto por acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, e corrigir os erros materiais no interior do voto. (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Fl. 629DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.720587/2012-61
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 15/07/2004
COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. INCIDÊNCIA
A extinção do crédito tributário por compensação, efetuada após o vencimento do débito, configura a mora do contribuinte, sendo cabível a aplicação de multa moratória.
COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CONFIGURAÇÃO
A extinção do crédito tributário por meio de compensação está sujeita à condição resolutória da sua homologação. Como a compensação ainda depende de homologação, ela não se equipara ao pagamento para fins de aplicação do instituto da denúncia espontânea, por serem formas distintas de extinção do crédito tributário. Portanto, não se considera ocorrida a denúncia espontânea, quando o contribuinte compensa o débito mediante apresentação de DCOMP.
Numero da decisão: 3402-005.699
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Cynthia Elena de Campos, que lhe deram provimento integral. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Mineiro Fernandes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, substituída pelo conselheiro Renato Vieira de Ávila.
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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MULTA DE MORA. INCIDÊNCIA A extinção do crédito tributário por compensação, efetuada após o vencimento do débito, configura a mora do contribuinte, sendo cabível a aplicação de multa moratória. COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CONFIGURAÇÃO A extinção do crédito tributário por meio de compensação está sujeita à condição resolutória da sua homologação. Como a compensação ainda depende de homologação, ela não se equipara ao pagamento para fins de aplicação do instituto da denúncia espontânea, por serem formas distintas de extinção do crédito tributário. Portanto, não se considera ocorrida a denúncia espontânea, quando o contribuinte compensa o débito mediante apresentação de DCOMP. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Cynthia Elena de Campos, que lhe deram provimento integral. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 05 87 /2 01 2- 61 Fl. 322DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 323 2 Rodrigo Mineiro Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, substituída pelo conselheiro Renato Vieira de Ávila. Relatório Trata presente processo de análise de PER/DCOMP da Recorrente, originado de pagamento de COFINS alegadamente efetuado a maior. A PER/DComp 20447.60434.181007.1.3.042808 foi transmitida em 18/10/2007, e a compensação declarada não foi homologada pela Delegacia da Receita Federal em Belo Horizonte/MG, sob o argumento de que o pagamento havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação (Despacho Decisório eletrônico de 07/10/2009 à fl. 31). Depois da ciência do despacho decisório, o contribuinte retificou sua DCTF e apresentou sua manifestação de inconformidade, iniciando o litígio por meio do Processo nº 10680.935163/200901, alegando tratarse de um erro de fato na apuração da contribuição do período de apuração de junho de 2004 e que, por engano, deixou de retificar a DCTF do 2º trimestre de 2004 em tempo hábil, comprovando os argumentos com a retificação feita tempestivamente na DACON. Seus argumentos foram acatados pela 1ª Turma da DRJ/BHE que, por meio do Acórdão nº 0233.402, sessão de 11/07/2011, decidiu pela procedência da manifestação de inconformidade, reconhecendo o direito creditório no valor original de R$ 2.067.205,34 e determinando que a DRF operacionalizasse a compensação declarada até o limite do crédito reconhecido. Por meio do Termo de Ciência e Notificação de fl. 63, a DRF/BHE cientificou o contribuinte do Acórdão nº 0233.402, no qual informa que o saldo credor reconhecido pela DRJ no referido acórdão era insuficiente para fazer face à totalidade dos débitos declarados na DCOMP, gerando assim, saldo a pagar. Em 07/12/2011, o contribuinte apresentou sua inconformidade através de documento denominado “Recurso Voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais” (fls. 74 a 95), alegando, em síntese: (i) necessidade de revisão do ato administrativo realizado no PAF nº 10680.933167/200947, por cerceamento do direito de defesa; (ii) impossibilidade de incidência de multa pela inocorrência de mora; e (iii) exclusão da multa de mora pela denúncia espontânea. Com a apresentação da manifestação de inconformidade do contribuinte (documento denominado “Recurso Voluntário”), foi formalizado o presente processo para fins de julgamento, tendo em vista o encerramento do litígio do processo 10680.935.163/200901, cuja decisão final administrativa reconheceu o direito creditório ali analisado. Fl. 323DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 324 3 Em 22/08/2012, a Terceira Seção de Julgamento do CARF proferiu o Acórdão nº 3302001.772 (fls. 127 a 132), onde decidiu por não conhecer do Recurso Voluntário, com a orientação de que a petição fosse apreciada e decidida inicialmente pela autoridade da RFB de 1ª Instância. Regulamente cientificada do Acórdão 3302001.772, o contribuinte apresentou nova Manifestação de Inconformidade, em 05/06/2013, com os mesmos argumentos já apresentados no documento denominado “Recurso Voluntário”, em discordância à incidência de multa e juros de mora sobre os valores dos débitos informados na Dcomp, por não estar configurada a mora, e pela configuração da denúncia espontânea. Por meio do acórdão nº 0246.466, de 29 de julho de 2013 (fls. 269 a 274), a 1ª Turma da DRJ em Belo Horizonte, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, no que diz respeito à insuficiência do crédito para a compensação na DCOMP transmitida, em decorrência da incidência de multa de mora sobre os valores dos débitos informados na DCOMP transmitida anteriormente. O referido acórdão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 15/07/2004 COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. TRIBUTOS DA MESMA ESPÉCIE. O aproveitamento do pagamento a maior de um débito para extinção de outros débitos, ainda que do mesmo tributo, só se faz por compensação, incidindo, portanto, os acréscimos legais devidos na compensação após o vencimento do débito. COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Não se considera ocorrida a denúncia espontânea, quando o contribuinte compensa o débito mediante apresentação de DCOMP. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Regularmente cientificado, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário (fls.281 a 290), alegando a inexistência da mora e a configuração da denúncia espontânea pela compensação declarada. O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator. Fl. 324DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 325 4 O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. O julgador a quo julgou improcedente a manifestação de inconformidade, e confirmou a insuficiência de crédito para as compensações pleiteadas, em decorrência da incidência de multa de mora sobre os valores dos débitos informados em DCOMP transmitida posteriormente ao vencimento do débito; considerou, ainda, que a improcedência de denúncia espontânea, pela inexistência de pagamento, e sim, de compensação de débito mediante apresentação de DCOMP. Conforme relatado, a DRJ/BHE, por meio do Acórdão nº 0233.402, reconheceu o direito creditório no valor original de R$ 2.067.205,34, a título de COFINS recolhida em 15/07/2004. A DRF/BHE esclareceu que o valor reconhecido pela DRJ seria de R$2.247.607,98, que seria a diferença do DARF no valor de R$50.095.874,79 subtraído do débito informado em DCTF no valor de R$47.848.266,81. Tal valor foi utilizado para compensar os seguintes débitos: PER/DCOMP Crédito original utilizado Débito compensado 24101.82862.1711104.1.3.048080 180.402,64 188.971,77 33086.90672.310807.1.3.043904 1.186.818,45 193.101,02 900.935,09 20447.60434.181007.1.3.042808 880.386,89 1.301.299,80* TOTAL 2.247.607,80 2.805.797,18 * Extrato do processo 10680.937861/200933 à fl.69 As PER/DCOMPs 24101.82862.1711104.1.3.048080 e 20447.60434.181007.1.3.042808 foram apresentadas antes das datas de vencimento dos créditos tributários. A divergência entre os valores apurados pela Autoridade Fiscal e pela Recorrente referese à PER/DCOMP33086.90672.310807.1.3.043904, transmitida em 31/08/2007 (fls.250): enquanto a fiscalização utilizou o valor de R$1.186.818,45 para compensar os débitos informados, o contribuinte utilizou o valor de R$1.036.971,02. A Fl. 325DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 326 5 diferença seria o valor da multa de mora imputada à extinção do crédito tributário fora do prazo de vencimento. Transcrevo a ficha da PER/DCOMP 33086.90672.310807.1.3.043904, com a informação dos débitos a serem compensados, e as suas datas de vencimento originais (fls.254): Para verificar a mora, devemos identificar a data de vencimento do crédito tributário e a data que o mesmo foi pretensamente extinto. Enquanto a compensação não for declarada, o débito que se pretende compensar encontrase em aberto e, se a compensação se fizer depois do vencimento fixado em lei, a extinção do débito compensado terá sido com atraso. Sendo assim, para caracterizar a mora, há de se perquirir tão somente a data de vencimento do débito de COFINS compensado e a data da apresentação do PER/Dcomp. No presente caso, constatase que os débitos de COFINS informados na PER/DCOMP 33086.90672.310807.1.3.043904 já se encontravam vencidos (datas de vencimento 15/12/2004 e 15/01/2005) na data de transmissão da PER/DCOMP (31/08/2007). A extinção dos débitos compensados se fez, portanto, com atraso, sendo cabível a multa de mora. Dessa forma, o crédito original de R$2.247.607,98 não foi suficiente para compensar o débito informado na PER/DCOMP 20447.60434.181007.1.3.042808 de R$1.522.789,36, resultando num saldo a pagar de R$221.489,50, a ser acrescido de multa e juros. A Recorrente alega a caracterização da denúncia espontânea, visto que a compensação, assim como o pagamento, extingue o crédito tributário, sendo aplicável o instituto em ambos os casos. Nesse entendimento, estaria regular o procedimento adotado em relação ao PER/DCOMP 33086.90672.310807.1.3.043904, devendo ser excluída a multa moratória aplicada e homologada a compensação pleiteada. Fl. 326DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 327 6 Quanto à alegação de que teria ocorrido a denúncia espontânea, adoto como minhas razões de decidir os fundamentos do voto da lavra do i. Conselheiro Rodrigo Pôssas, no acórdão 9303006.011, de 29/11/2017, no sentido de não aplicar a denúncia espontânea para compensação, cujo inteiro teor abaixo transcrevo: A matéria a ser decidida neste julgamento, como já dito, é somente se compensação (via Declaração de Compensação) equivale ou não a pagamento, para fins de cabimento ou não da cobrança da multa moratória nos casos de transmissão da DCOMP a destempo, mas antes do início do procedimento fiscal. Para o pagamento, o tema não é mais passível de discussão no CARF (a teor do § 2º do art. 62 do seu Regimento Interno), haja vista que o Superior Tribunal de Justiça já decidiu a questão posta, no RE nº 1.149.022/SP (isto se o pagamento for realizado antes ou concomitantemente à confissão da dívida, conforme Súmula nº 360, também do STJ), em Acórdão submetido à sistemática dos recursos repetitivos, nos termos do artigo 543C da Lei nº 5.869, de 11/01/73, antigo Código de Processo Civil. Já para a compensação, não existe decisão judicial ou súmula que vincule este Colegiado. Como bem colocou a PGFN, pagamento e compensação são formas distintas de extinção do crédito tributário, conforme estabelece o Código Tributário Nacional (art. 156, I e II, já transcritos), recepcionado como lei complementar, a única capaz de estabelecer normas gerais sobre crédito tributário, como reza a nossa Constituição Federal (grifei): Art. 146. Cabe à lei complementar: (...) III estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: (...) b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; Vejamos o que o CTN estabelece sobre compensação: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Notese que, a lei ordinária – e até mesmo normas administrativas – , podem disciplinar o instituto da compensação. Sob a égide do art. 66 da Lei nº 8.383/91, a compensação só poderia ser efetuada “entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie”. Já, em sua redação original, o art. 74 da Lei nº 9.430/96 passou a permitir a compensação entre tributos de espécies diferentes, mediante requerimento à Secretaria da Receita Federal, sob a forma de Pedido de Compensação, inicialmente sem prazo para ser analisado. Com a mudança da redação do referido artigo 74, pela Lei nº 10.637/2002, a compensação passou a ser feita mediante Declaração de Compensação (in Fl. 327DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 328 7 casu, elaborada em meio eletrônico, via Sistema PER/DCOMP). Vejamos o que diz a Lei nº 9.430/96 (grifei): Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Alega o contribuinte, em suas Contrarrazões, que o pagamento, no caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação – como a própria denominação desta forma de constituição diz – também está sujeito à condição de sua ulterior homologação. Mas o CTN diz algo mais a respeito (grifei): Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. Assim, na compensação, é o valor confessado em DCOMP está sob condição resolutória de ulterior homologação, enquanto no pagamento, na realidade, é o que não foi quitado. Isto está claro na lei. O § 1º do art. 150 do CTN fala “sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento”, enquanto o § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430/96 fala em “sua ulterior homologação” Em termos simples: “pagou está pago”; se compensou, há cinco anos para a Administração decidir em que dimensão o crédito está extinto, até o limite compensado. Não se pode equiparar, então, homologação do lançamento com homologação da Declaração de Compensação. Fl. 328DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 329 8 Alguém poderia invocar o parágrafo único do art. 156 do CTN para dizer que é lei ordinária que determina estes efeitos. Vejamos o que prescreve o aludido dispositivo: Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I o pagamento; II a compensação; (...) Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. Pode haver irregularidade sobre o que foi efetivamente recolhido aos cofres públicos ?? Por óbvio que não, e se a lei assim dispusesse, seria frontalmente contrária ao prescrito no § 3º do art. 150 do CTN, que determina que o pagamento sempre será “abatido” do valor devido (o que poderia haver é a constatação de que o pagamento foi indevido ou a maior, o que gera, “independentemente de prévio protesto”, o direito à restituição desta parcela, conforme art. 165, também do CTN). Já no que tange à compensação, o caput do art. 170 claramente abre esta possibilidade, pois condiciona a compensação a que os créditos sejam líquidos e certos (o pagamento, naturalmente, é sempre líquido e certo). São formas de extinção distintas, com consequências distintas. Não há dúvida. Assim, não se pode aplicar a mesma jurisprudência de uma para a outra – ainda que o STJ já tenha feito isto, mas em decisão não vinculante (Resp nº 1.136.372/RS, citado pelo contribuinte). Por fim, invoca o contribuinte ainda, em suas Contrarrazões, outro dispositivo legal, dizendo que “restou demonstrado que a extinção do crédito tributário deuse antes de qualquer ato fiscalizatório, motivo pelo qual não há óbice para o reconhecimento da denúncia espontânea e, ainda que assim não fosse, deve ser aplicado o disposto no § 2º, do artigo 63 da Lei nº 9.430/96, pois o pagamento fora realizado dentro do prazo de 30 dias previsto na referida legislação”. Observese que ele mesmo fala em pagamento. Ainda, vejamos o que diz a norma em questão: Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. (...) § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. Não houve decisão judicial contrária à pretensão do contribuinte anteriormente à transmissão das DCOMP. Ele desistiu da ação, então não há que se falar nestes 30 dias, pois este prazo está a proteger a autora de uma incerteza que foge ao seu controle, e não de algo que ela mesmo optou por fazer. Fl. 329DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 330 9 No mesmo sentido decidiu a primeira turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, no Acórdão 9101002.969, de 05 de julho de 2017, da lavra do i. Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão: DENÚNCIA ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. A extinção do crédito tributário por meio de compensação está sujeita à condição resolutória da sua homologação. Caso a homologação, por qualquer razão, não se efetive, temse por não pago o crédito tributário declarado, havendo incidência, de consequência, dos encargos moratórios. Nessa linha, sendo que a compensação ainda depende de homologação, não se chega à conclusão de que o contribuinte ou responsável tenha, espontaneamente, denunciado o não pagamento de tributo e realizado seu pagamento com os acréscimos legais, por isso que não se observa a hipótese do art. 138 do CTN. (Jurisprudência das Primeira e Segunda Turmas do Superior Tribunal de Justiça STJ). A antiga 1ª Turma ordinária da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento também enfrentou o tema, aplicando o entendimento do STJ (AgRg no AREsp 174.514, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Turma, data de julgamento 04/09/2012) no sentido de que seria possível ao contribuinte sanar o inadimplemento de crédito tributário, ainda que a destempo, sem que haja aplicação da sanção legal, desde que mediante PAGAMENTO, não compensação (Acórdão nº 3101001.631, de 27 de março de 2014, Relator Conselheiro Luiz Roberto Domingo): COMPENSAÇÃO A DESTEMPO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA DEVIDA. A extinção do crédito tributário por meio de compensação está sujeita à condição resolutória da sua homologação. Caso a homologação, por qualquer razão, não se efetive, temse por não pago o crédito tributário declarado, havendo incidência, de consequência, dos encargos moratórios. Nessa linha, sendo que a compensação ainda depende de homologação, não se chega à conclusão de que o contribuinte ou responsável tenha, espontaneamente, denunciado o não pagamento de tributo e realizado seu pagamento com os acréscimos legais, por isso que não se observa a hipótese do art. 138 do CTN. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário do sujeito passivo. É como voto. (assinado com certificado digital) Rodrigo Mineiro Fernandes Fl. 330DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 331 10 Declaração de Voto Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. Em sessão, busquei evidenciar que a matéria controversa no presente processo já foi decidida de forma contrária ao entendimento externado pelo I. Conselheiro Relator. Com efeito, manifestações anteriores desta turma (no acórdão n. 3402.003.486, de 29/11/2016) e neste Conselho entendem pelo cabimento do instituto da denúncia espontânea por meio de compensação. Por bem elucidar a questão, adoto aqui as razões veiculadas pelo Conselheiro Luís Flávio Neto na Primeira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF, no Acórdão nº 9101003.689, em sessão de 07/08/2018, com fulcro no art. 50, §1º da Lei n. 9.784/99: "O presente caso exige que se compreenda a hipótese de incidência do art. 138 do CTN, especialmente quanto à exigência de extinção do crédito tributário por meio de “pagamento” ou de “compensação”. O art. 138 do CTN possui a seguinte redação: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. O núcleo da presente discussão consiste em saber se o termo “pagamento”, adotado pelo art. 138 do CTN (acima sublinhado), tem o sentido restritíssimo de “quitação em dinheiro” ou se contempla acepção mais ampla de adimplemento, abarcando, no caso, a compensação tributária. De início, é necessário observar que o legislador nem sempre utiliza o vocábulo “pagamento” no sentido de quitação em dinheiro, valendose deste em sua acepção mais ampla de adimplemento. É o que se verifica em variados exemplos colhidos tanto de leis ordinárias como de leis complementares, conforme se passa a analisar antes de adentrar ao mérito em si do art. 138 do CTN. Primeiramente, notese a redação do art. 150 do CTN: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Notese que o CTN utilizou a dicção “antecipar o pagamento” no sentido de antecipar o adimplemento sem prévio exame da autoridade administrativa. Não há dúvidas que o contribuinte, mediante declaração e compensação regularmente levadas a termo, irá consumar o típico “lançamento por homologação” tutelado pelo art. 150 do CTN. Nesse sentido, merecem destaque os seguintes julgados, proferidos pela Primeira e Segunda Turma do STJ, que consideram indiferente o adimplemento darse Fl. 331DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 332 11 mediante pagamento em dinheiro ou compensação tributária para a incidência do art. 150 do CTN: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ART. 74 DA LEI 9.430/96. MODIFICAÇOẼS LEGISLATIVAS: LEI 10.637/02 E LEI 10.833/03. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. NOV/1998. INDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO DA COMPENSAÇÃO. MAI/05. TRANSCURSO DE PRAZO SUPERIOR AO QUINQUÊNIO LEGAL. ART. 150, §4o, DO CTN. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. PAGAMENTO ANTECIPADO. 1. No caso concreto, o crédito tributário foi constituído na data do protocolo do pedido de compensação (10/11/1998), por força do §4o do art. 74 da Lei n. 9.430/96. Logo, como até maio de 2005, a Administração não havia se manifestado sobre o referido pleito, ocorreu a homologação tácita prevista no §4o do art. 150 do CTN. 2. Recurso especial provido. (STJ, REsp 1320994/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/10/2014, DJe 22/10/2014) TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ICMS. LANÇAMENTO SUPLEMENTAR. CREDITAMENTO INDEVIDO. PAGAMENTO PARCIAL. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. FATO GERADOR. ART. 150, § 4o, DO CTN. 1. O prazo decadencial para o lançamento suplementar de tributo sujeito a homologação recolhido a menor em face de creditamento indevido é de cinco anos contados do fato gerador, conforme a regra prevista no art. 150, § 4o, do CTN. Precedentes: AgRg nos EREsp 1.199.262/MG, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 07/11/2011; AgRg no REsp 1.238.000/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, SEGUNDA TURMA, DJe 29/06/2012. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1318020/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/08/2013, DJe 27/08/2013) Prosseguindo a análise ora empreendida, verificase que o mesmo se verifica, por exemplo, em relação ao art. 9o, § 2º, da Lei n. 9.532/97. Esse enunciado prescritivo estabelece, em seu caput, que, “à opção da pessoa jurídica, o saldo do lucro inflacionário acumulado, existente no último dia útil dos meses de novembro e dezembro de 1997, poderá ser considerado realizado integralmente e tributado à alíquota de dez por cento”. Para que essa opção fosse exercida, o legislador requereu a sua manifestação mediante o adimplemento do tributo correspondente, em quota única. Não há sinais de que o legislador procurou se referir a quitação em dinheiro, mas sim às hipóteses que legitimamente conduzam ao adimplemento da obrigação, como é o caso da compensação. Esse foi precisamente o entendimento adotado por esta 1ª Turma da CSRF, em julgamento recente sobre o tema: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2003, 2004 SALDO ACUMULADO DE LUCRO INFLACIONÁRIO. REALIZAÇÃO INTEGRAL EM COTA ÚNICA. COMPENSAÇÃO. À opção da pessoa jurídica, o saldo do lucro inflacionário acumulado, existente no último dia útil dos meses de novembro e dezembro de 1997, poderia ser considerado realizado integralmente e tributado à alíquota de dez por cento (Lei n. 9.532/1997, art. 9º). Exercício da opção mediante o adimplemento do valor correspondente. A regular compensação, assim como a regular quitação em dinheiro, era meio hábil para o exercício da opção. DECADÊNCIA. SÚMULA CARF n. 10 O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é contado do Fl. 332DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 333 12 período de apuração de sua efetiva realização. (CSRF, 9101002.352, 14/06/2016) Adentrando no mérito do presente recurso, verificase que, tal como se dá com os outros dispositivos citados, incluindo o art. 150 do CTN, embora o art. 138 do CTN, textualmente adote o termo “pagamento”, não procura restringir o instituto da denúncia espontânea às hipóteses de quitação em dinheiro, requerendo o adimplemento em sentido amplo, o que inclui a compensação tributária. A Nota Técnica n. 1 COSIT, de 18.01.2012, posteriormente cancelada pela Nota Técnica no 1 COSIT, de 12.06.2012, chegou a reconhecer de ofício, com o propósito de colocar fim aos litígios sobre a matéria, o sentido amplo de “pagamento”, para abranger hipóteses de adimplemento como a “compensação”, in verbis: “18. Com relação à aplicabilidade da denúncia espontânea na compensação de tributos, não se pode perder de vista que pagamento e compensação se equivalem; ambos apresentam a mesma natureza jurídica, seus efeitos são exatamente os mesmos: a extinção do crédito tributário. Como consequência, a compensação também é instrumento apto a configurar a denúncia espontânea. 18.1 Tanto é assim que o art. 28 da Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009, ao dar nova redação ao art. 6° da Lei no 8.218, de 29 de agosto de 1991, conferi à compensação o mesmo tratamento dado ao pagamento para efeito de redução das multas de lançamento de ofício. 18.2 Essa equiparação do pagamento e compensação na denúncia espontânea resulta da aplicação da analogia, prevista como método de integração da legislação pelo art. 108, I, do CTN. 18.3 Dessa forma, respondendo às indagações formuladas nas letras h e i do item 3 desta Nota Técnica: a) se o contribuinte não declara o débito na DCTF, porém efetua a compensação desse débito na Dcomp, sendo os atos de confessar e compensar concomitantes, aplicasse o mesmo raciocínio previsto no item 10, ou seja, neste caso resta configurada a denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN” O entendimento esposado pela Nota Técnica n. 1 COSIT, de 18.01.2012 não merece reparo. Vale observar que a compensação efetuada pelo contribuinte possui efeito de pagamento, sob condição resolutória. Significa dizer que, se porventura a compensação não vier a ser homologada, perderá a eficácia a denúncia espontânea, com a exigência do débito tributário com a multa. Não obstante tratarse de matéria controversa, seja neste Conselho ou no e. STJ, é importante observar as decisões deste Tribunal que se alinham ao entendimento que acolho no presente voto. A Primeira e a Segunda Turma do STJ apresentam precedentes em que aplicam a norma do art. 138 do CTN de forma que o termo “pagamento” assuma a acepção de “adimplemento”. Conforme a interpretação levada a termo nos julgados a seguir, há denúncia espontânea mediante o adimplemento integral do débito tributário antes da ação fiscal, independentemente deste se dar mediante pagamento em dinheiro ou compensação: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PRESENÇA DE OMISSÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS COM EFEITOS INFRINGENTES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. RECONHECIMENTO. TRIBUTO PAGO SEM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO ANTERIOR E ANTES DA ENTREGA DA DCTF REFERENTE AO IMPOSTO DEVIDO. 1. A decisão embargada afastou o instituto da denúncia espontânea, contudo se omitiu para o fato de que a hipótese dos autos, tratada pelas instâncias ordinárias, referese a tributo sujeito a lançamento por homologação, tendo os Fl. 333DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 334 13 ora embargantes recolhido o imposto no prazo, antes de qualquer procedimento fiscalizatório administrativo. 2. Verificase estar caracterizada a denúncia espontânea, pois não houve constituição do crédito tributário, seja mediante declaração do contribuinte, seja mediante procedimento fiscalizatório do Fisco, anteriormente ao seu respectivo pagamento, o que, in casu, se deu com a compensacã̧o de tributos. Ademais, a compensação efetuada possui efeito de pagamento sob condicã̧o resolutória, ou seja, a denúncia espontânea será válida e eficaz, salvo se o Fisco, em procedimento homologatório, verificar algum erro na operação de compensação. Nesse sentido, o seguinte precedente: AgRg no REsp 1.136.372/RS, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA, DJe 18/5/2010. 3. Ademais, inexistindo prévia declaração tributária e havendo o pagamento do tributo antes de qualquer procedimento administrativo, cabível a exclusão das multas moratórias e punitivas. 4. Embargos de declaração acolhidos com efeitos modificativos. (STJ, EDcl no AgRg no REsp 1375380/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/08/2015, DJe 11/09/2015) AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INOCORRÊNCIA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA OU PUNITIVA. POSSIBILIDADE. IMPROVIMENTO. 1. Fundada a decisão na jurispruden̂cia dominante do Tribunal, não há falar em óbice para que o relator julgue o recurso especial com fundamento no artigo 557 do Código de Processo Civil. 2. Caracterizada a denúncia espontânea, quando efetuado o pagamento do tributo em guias DARF e com a compensacã̧o de vários créditos, mediante declaracã̧o à Receita Federal, antes da entrega das DCTFs e de qualquer procedimento fiscal, as multas moratórias ou punitivas devem ser excluídas. 3. Agravo regimental improvido. (STJ, AgRg no REsp 1136372/RS, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/05/2010, DJe 18/05/2010) O mesmo entendimento tem sido adotado por este Tribunal administrativo, como se observa desta recente decisão da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3a Seção: CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO DECLARADO. DCOMP. COMPENSAÇÃO HOMOLOGADA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA CARACTERIZADA. EXCLUSÃO DA MULTA DE MORA. STJ. RECURSO REPETITIVO. REPRODUÇÃO NO CARF . Extinto, por meio de Declaração de Compensação homologada, Crédito tributário antes não declarado à administracã̧o tributária, resta caracterizada a denúncia espontânea prevista no art. 138 do Código Tributário Nacional, com exclusão da multa de mora segundo interpretacã̧o do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos, de aplicação obrigatória no âmbito do CARF. (Acórdão 3401002.706, Sessão de 21/08/2014) Nesse cenário, a norma do art. 138 do CTN não se aplica apenas às hipóteses de pagamento em dinheiro: a norma de denúncia espontânea incide igualmente em face de outras hipóteses em que haja equivalente adimplemento, como é o caso da regular compensação tributária. Não se trata de interpretação ampliativa ou restritiva, mas de reconhecimento do âmbito de incidência prescrito pelo Fl. 334DF CARF MF Processo nº 10680.720587/201261 Acórdão n.º 3402005.699 S3C4T2 Fl. 335 14 legislador. Não há que se falar, por conseguinte, de ofensa ao art. 111 do CTN." (grifei) Com fulcro nessas razões, voto no sentido de dar integral provimento ao Recurso Voluntário. É como declaro meu voto. (assinado digitalmente) Maysa de Sá Pittondo Deligne Fl. 335DF CARF MF
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Numero do processo: 10530.002878/2008-19
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1003-000.028
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que seja feita a juntada ao presente processo do Demonstrativo Analítico de Compensação - SAPO.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Bárbara Santos Guedes - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: BARBARA SANTOS GUEDES
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que seja feita a juntada ao presente processo do Demonstrativo Analítico de Compensação SAPO. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Bárbara Santos Guedes Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). RELATÓRIO Tratase de recurso voluntário contra acórdão de nº 1528.088, de 23 de agosto de 2011, da 1ª Turma da DRJ/SDR, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte, não conhecendo do direito creditório pleiteado. Aos 23/09/2003, a Recorrente formalizou Declaração de Compensação de de débitos de CSLL com créditos de saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2002, no montante de R$ 67.641,21. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 30 .0 02 87 8/ 20 08 -1 9 Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10530.002878/200819 Resolução nº 1003000.028 S1C0T3 Fl. 3 2 O suposto crédito de saldo negativo em análise neste processo foi analisado pelo Despacho Decisório de nº 802/2008 acostado aos autos (fls. 13 a 40). A autoridade fiscal para identificar a correção do crédito pleiteado verificou que na DIPJ e DCTF (anocalendário 2002) estimativas mensais foram pagas por compensação sem processo e, em razão disso, foi preciso recompor o saldo negativo do ano calendário 2001 e, por sua vez, para analisar o saldo negativo do ano calendário de 2001 precisou recompor o saldo negativo do ano calendário de 2000 e assim sucessivamente até o ano calendário de 1997, chegando a conclusão de saldo negativo de IRPJ e CSLL nos valores respectivos de R$ 95.067,97 e R$ 259,45. Conforme Despacho Decisório de nº 1580/2008 (fls. 50 a 52) a declaração de compensação em análise nesses autos não foi homologada, fundamentando que, conforme cópia do Despacho Decisório de nº 1562/2008 (processo nº 10530.002990/200841), o saldo credor foi utilizado para homologar em parte algumas DCOMPs que indicavam como crédito o saldo negativo em 31/12/2002. Após a execução de parte da compensação do processo nº 10530.002990/200841 o saldo credor reconhecido em favor da requerente foi totalmente exaurido, não restando mais crédito no processo nº 13508.000023/200314. A Recorrente apresentou manifestação de inconformidade requerendo que o presente processo seja julgado em conjunto com o processo de nº 13508.000023/200314, em razão de conexão. Defendeu a homologação tácita da declaração de compensação, a impossibilidade de retroagir a análise do crédito para verificar anos já alcançados pela decadência e, ainda, declarou ter havido equívoco por parte da autoridade administrativa que não considerou o anocalendário de 1996 no cálculo, quando a empresa já adotava o lucro real. A DRJ solicitou diligência para recompor o saldo credor do ano calendário 1996 e, se necessário, anos anteriores e, após realizada a recomposição, que seja informado o saldo negativo do contribuinte no ano calendário 2002 e, por fim, após todos os passos anteriores, verificar se há algum saldo negativo remanescente para compensar com os débitos neste processo. A autoridade fiscal respondeu ao pedido de diligência da DRJ informando que diligência parecida havia sido solicitado no processo de nº 13508.000023/200314 e, pela diligência realizada naquele processo, concluiuse que, em 31/12/2002, foram confirmadas estimativas pagas/compensadas no valor de R$ 64.508,30 que resultou no saldo negativo de CSLL de R$ 29.870,95. A DRJ/SDR julgou a manifestação de inconformidade improcedente e não reconheceu o direito creditório (fls. 89 a 94). Inconformada com a decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário que, em síntese, destacou: (i) Preliminarmente, a Recorrente defende que as planilhas apresentadas nos cálculos de compensação não merecem prosperar porque a autoridade fiscal não efetuou a atualização e correção dos cálculos apontados como devidos, os quais devem ser atualizados desde o ano de 1996; (ii) No mérito, alega que o prazo decadencial deve ser contado a partir da declaração original e não a partir da declaração retificadora, fundamentando que as Leis nºs 10.833/2003 e 10.637/2002 possuem vigência posterior ao início do requerimento em análise. Que o diploma legal vigente era a Lei nº. 9.430/1996, a qual não menciona ser o termo a quo Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10530.002878/200819 Resolução nº 1003000.028 S1C0T3 Fl. 4 3 para contagem do prazo decadencial a data da entrega da declaração de compensação retificadora; (iii) Aduz que a análise da certeza e liquidez do crédito, cuja declaração anual já tenha sido homologada tacitamente, revestese de verdadeiro auto de infração, o que é abuso do direito. O que estaria na competência do julgador seria a análise de outros requerimentos de compensação de tributos, cujo objeto seria o mesmo dessas ora guerreadas, em detrimento da materialidade das declarações; Por fim, requereu a revisão do julgamento realizado pela DRF em Feira de Santana para que ocorra a homologação das declarações de compensações entregues. É o Relatório. VOTO Conselheira Bárbara Santos Guedes, Relatora Conselheira Bárbara Santos Guedes, Relatora O recurso é tempestivo e cumpre com os demais requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual deles tomo conhecimento e passo a apreciar. Inicialmente, cumpre destacar que a Recorrente apresentou o mesmo recurso para os processos de nºs. 13508.000023/200314; 10530.002990/200841 e 10530.002878/200819. Esses processos estão apensados e serão julgados conjuntamente, tendo em vista a conexão existente entre eles. Preliminarmente, a Recorrente alega que os cálculos efetuados pela autoridade fiscal estão errados, pois deixaram de aplicar a atualização e correção dos valores durante todo o período analisado para investigar a liquidez e certeza do crédito. A valoração do crédito ocorre nos moldes do art. 66 da Lei nº 8.383/1991, em razão dessa norma tratar especificamente em relação ao pagamento a maior ou indevido, o Ato Declaratório SRF de nº 3, de 07 de janeiro de 2000, foi emitido para dispor sobre as regras de valoração em relação ao saldo negativo do IRPJ e da CSLL, e assim determinou: ATO DECLARATÓRIO SRFNº3,DE07 DE JANEIRO DE 2000 Dispõe sobre a restituição e compensação do saldo negativo do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real apurado anualmente. O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto no § 4o do art. 39 da Lei No 9.250, de 26 de dezembro de 1995, nos arts. 1o e 6o da Lei No 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e no art. 73 da Lei No 9.532, de 10 de dezembro de 1997, declara que os saldos negativos do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, apurados anualmente, poderão ser restituídos ou compensados com o imposto de renda ou a contribuição social sobre o lucro líquido devidos a partir do mês de janeiro do anocalendário subseqüente ao do encerramento do período de apuração, acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10530.002878/200819 Resolução nº 1003000.028 S1C0T3 Fl. 5 4 Custódia Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o mês anterior ao da restituição ou compensação e de um por cento relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. CLECY MARIA BUSATO LIONÇO EVERARDO MACIEL O início do período para fins de atualização é, portanto, o mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o mês anterior ao da compensação. No caso dos autos, estaríamos falando do ano calendário 2002, porém, para fins de análise da liquidez e certeza do crédito, foi necessário retroagir a anos anteriores. Ou seja, a autoridade fiscal retroagiu no tempo e analisou o encerramento do período de apuração de 1996 até 2002. Os valores encontrados em anoscalendário anteriores deve, igualmente, sofrer a atualização. Compulsando os autos, verificase que não há informação em relação à atualização dos créditos. Diante disso, entendo que assiste razão a preliminar ventilada pela Recorrente, devendo o processo retornar à origem para que a DRF colacione ao processo o Demonstrativo Analítico de Compensação SAPO, a fim de que seja possível verificar os parâmetros utilizados na atualização do valor discutido nestes autos. No caso dos presentes autos, a declaração de compensação não foi homologada, visto que o saldo credor identificado no processo nº 13508.000023/200314 foi utilizado para homologar as DCOMPs constantes no processo de nº 13508.000023/200314 e a parte remanescente foi utilizada para compensar algumas DCOMPs do processo de nº 10530.002990/200841, não restando créditos para o presente processo. Isto posto, voto em converter o processo em diligência para que os autos retornem à DRF para que seja feita a juntado aos presentes autos do Demonstrativo Analítico de Compensação SAPO; Após, que seja a Recorrente intimada para se manifestar especificamente quanto aos dados do Demonstrativo Analítico de Compensação SAPO. É como voto. (assinado digitalmente) Bárbara Santos Guedes Fl. 139DF CARF MF
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Numero do processo: 10882.001082/2003-36
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 1999
DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN, APENAS QUANDO EXISTIR PAGAMENTO PARCIAL.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 - SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação. No caso em questão, não há evidência de ter ocorrido recolhimento a título de antecipação da contribuição referente aos trimestres em litígio. Assim, aplicável a regra do art. 173, I, do CTN.
Numero da decisão: 9900-001.004
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Gerson Macedo Guerra, Ana Paula Fernandes, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargo Autran, que lhe negaram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama - Relatora
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior - Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei, Heitor de Souza Lima Junior, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gerson Macedo Guerra, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Marcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: Relator
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 1999 DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN, APENAS QUANDO EXISTIR PAGAMENTO PARCIAL. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação. No caso em questão, não há evidência de ter ocorrido recolhimento a título de antecipação da contribuição referente aos trimestres em litígio. Assim, aplicável a regra do art. 173, I, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Gerson Macedo Guerra, Ana Paula Fernandes, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargo Autran, que lhe negaram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 00 10 82 /2 00 3- 36 Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 252 2 conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Relatora (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei, Heitor de Souza Lima Junior, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gerson Macedo Guerra, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Marcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório Tratase de Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 0105.992 da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais que, por maioria de votos, negou provimento ao recurso especial, consignando a seguinte ementa: “Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Exercício: 1999 Ementa: DECADÊNCIA. Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, o termo inicial para a contagem do prazo quinquenal de Fl. 252DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 253 3 decadência para constituição do crédito é a ocorrência do respectivo fato gerador, a teor do art. 150, § 4º do CTN. Precedentes da CSRF. ” Insatisfeita, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Extraordinário contra o r. acórdão, trazendo, entre outros, em síntese, que: · A Câmara Superior deste Conselho, em outras oportunidades, já esboçou posicionamento no sentido de que o prazo para o lançamento de tributos não recolhidos, ainda que para estes tributos a legislação atribua ao contribuinte o dever de antecipar do pagamento, conforme o art. 150 do CTN, é aquele disposto no art. 173, I do CTN, que cuida do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário à esclarecido no decorrer deste processo administrativo; · No caso em análise, o auto de infração foi lavrado dentro do prazo disposto no art. 173, I do CTN, não ocorrendo, portanto, a decadência do direito de lançar. Com efeito, tendo em vista que os fatos geradores ocorreram no anocalendário 1998, o lançamento poderia ter sido efetuado até 31/12/2003. Assim, não há que se cogitar de decadência, pois o lançamento ocorreu no dia 24/04/2003 (noticiado às fls. 145). Requer, assim, que o presente recurso conhecido e provido, para que seja reformado o acórdão proferido pela C. Turma a quo, afastandose a preliminar de decadência no caso em exame, uma vez que efetuado dentro do prazo legalmente fixado (art. 173, inciso I, do CTN). Em Despacho às fls. 227/229, foi dado seguimento ao Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional. Foi enviada manifestação pelo sujeito passivo ao Presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: “[...] MEDIPLAN ASSISTENCIAL LTDA, devidamente qualificada nos autos em epígrafe, inscrita no CNPJ sob o n° 49.364.193/000159, via de seu Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 254 4 advogado e subscritor infraassinado, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, expor e requerer o que segue: 1. Conforme se verifica pelo extrato anexo, o processo em referência aguarda distribuição e sorteio a uma Turma Ordinária, para julgamento do Recurso interposto. 2. Ocorre que, o contribuinte desistiu parcialmente do recurso interposto, relativamente ao período cuja decadência não foi declarada em primeira instância, para fins de adesão do débito (não decaído) ao parcelamento oriundo da Lei n° 11.941/2009. 3. Sendo assim, o contribuinte teve consolidado no REFIS a integralidade do débito em questão, e vem recolhendo as parcelas devidas, incluindo os valores deste débito cuja decadência já foi reconhecida em primeira instância, e não foi alvo de seu pedido de desistência. 4. Em consulta, perante a Recita Federal do Brasil, o contribuinte foi informado de que, somente após análise do recurso e do pedido de desistência parcial pelo CARF é que será possível a consolidação efetiva dos débitos correlatos ao presente processo administrativo tributário no REFIS da Lei 11.941/2009. 5. Em razão do exposto, o contribuinte vem à presença de Vossa Excelência, requerer que seja determinada a prioridade na distribuição e no sorteio do recurso, sendo efetuados imediatamente, em razão dos danos que o contribuinte pode sofrer, em razão da demora motivada pelo excesso de recursos que assolam este Colando Tribunal Administrativo. ” É o relatório. Voto Vencido Conselheira Tatiana Midori Migiyama Relatora Depreendendose da análise do Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra Acórdão da CSRF 0105.992, entendo que devo conhecêlo, eis que Fl. 254DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 255 5 observados os pressupostos para a admissibilidade do r. recurso. O que concordo com a manifestação dada em Despacho às fls. 227/229. Eis que no cotejo do acórdão recorrido e do indicado como paradigma, constatouse a divergência, vez que, embora o acórdão recorrido e o paradigma digam respeito a tributos diferentes, a matéria abordada em ambos é o início da contagem do prazo decadencial. O acórdão recorrido esposou entendimento de que sendo o tributo sujeito a lançamento por homologação, o direito de a Fazenda constituir o crédito tributário extinguese com o transcurso do prazo de cinco anos contados do fato gerador e sujeitase às regras contidas no art. 150, § 4º, do CTN, independente de ter havido ou não pagamento, ao passo que o paradigma entendeu que mesmo sendo tributo sujeito a lançamento por homologação, a regra aplicada depende de ter havido ou não pagamentos. O que, no caso apreciado pela turma, por não ter ocorrido pagamento antecipado, entendeu que, mesmo sendo tributo sujeito a lançamento por homologação, este sujeitarseia às regras do artigo 173, inciso I, e não às do art. 150, § 4º, do CTN. Ventiladas tais considerações, passo a analisar o cerne da lide – qual seja, o prazo decadencial para a constituição de crédito tributário referente à CSLL. Primeiramente, importante trazer que o tema abrangente do prazo – se aplicável os dez anos ou cinco anos, à época, foi amplamente debatido no CARF. Não obstante, em virtude da Súmula Vinculante nº 08 do STF, houve clarificação dessa questão, ao afastar o art. 45 da Lei 8.212/1991. Restando, portanto, a priori, analisar se o termo inicial dos 5 anos previstos no CTN considera a da data da ocorrência do fato gerador, conforme preceitua o art. 150, § 4º ou o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia haver sido efetuado, nos termos do art. 173, inciso I. Quanto ao termo inicial de contagem do prazo fatal para a constituição do crédito tributário, em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, temse que Fl. 255DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 256 6 tal matéria encontrase pacificada com o entendimento expressado no item 1 da ementa da decisão do STJ, na apreciação do REsp nº 973.333SC, apreciado na sistemática de recursos repetitivos: “O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito”. Assim, nos termos da jurisprudência atual, o termo inicial para a contagem do prazo de decadência em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação será: I Em caso de dolo, fraude ou simulação: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN) ; I Nas demais situações: a) se houve pagamento antecipado ou declaração de débito: data do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN) ; b) se não houve pagamento antecipado ou declaração de débito: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN). Vêse, então, que essa discussão não poderia mais ser apreciada no CARF, pois os Conselheiros, por força do art. 62, § 2º, Anexo II, do Regimento Interno RICARF, estão vinculados ao que restou decidido no RESP 973.733. O que, regra geral, para os casos “comuns”, a discussão acerca da contagem para o prazo decadencial não poderia mais ser apreciada no CARF, pois os Conselheiros, por força do art. 62, § 2º, Anexo II, do Regimento Interno RICARF, estão vinculados ao que restou decidido no RESP 973.733. O que, por conseguinte, se o STJ decidiu que o pagamento antecipado ou declaração de débito são relevantes para caracterizar o lançamento por homologação, seria importante discorrer se no presente caso ocorreu efetivamente o pagamento ou a declaração do tributo em discussão. Fl. 256DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 257 7 Sendo assim, depreendendose da análise dos autos, recordase que o Auto de Infração lavrado em 24.4.03 pretendeu a cobrança da CSLL, relativa aos períodos de apuração dos 1º, 2º e 3º trimestre de 1998. E é de se verificar que o sujeito passivo entregou as declarações – DIPJs com a apuração da CSLL e o valor da base negativa da CSLL utilizada para se compensar nas DIPS´s dos três trimestres em discussão, independentemente de não ter encontrado nos autos comprovação de pagamento. O que, por conseguinte, em vista da declaração, já aplicaria o art. 150, § 4º, do CTN, mantendo a decisão recorrida. Sendo assim, é de se aplicar para fins de contagem do prazo decadencial a regra preceituada no art. 150, § 4º, do CTN, por ter havido declaração pelo sujeito passivo. Em vista do exposto, voto por conhecer o Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional e negarlhe provimento. É como voto. Tatiana Midori Migiyama Fl. 257DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 258 8 Voto Vencedor Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior Redator designado Com a devida vênia ao posicionamento esposado pela Relatora, ouso discordar quanto ao mérito do Recurso Especial de iniciativa da Fazenda Nacional. Também acedo aqui, para fins do deslinde da questão, inicialmente, á vinculação deste CARF às decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça quando submetidas ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, a partir do disposto no art. 62, §2o. do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho em vigor, aprovado pela Portaria MF no. 343, de 09 de junho de 2015: RICARF Art. 62. (...) (...) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, ainda que se admita que a questão relativa à contagem do prazo decadencial é bastante tormentosa (daí a adoção de diversas interpretações relativas à matéria no âmbito deste Conselho), de se reconhecer que o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, recentemente pacificou, sob a sistemática de recursos repetitivos, o entendimento no sentido de que a regra do art. 173, I, do CTN, deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo não antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação e inexista declaração prévia do débito. Reproduzse, a seguir, a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (Proc. 2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, devidamente submetido à sistemática prevista no art. 543C do Código de Processo Civil, sendo, assim, referido decisum, repitase, de observância obrigatória neste CARF, a partir do disposto no art. 62, §2o. do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho em vigor, aprovado pela Portaria MF no. 343, de 09 de junho de 2015. Reza a decisão : PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 258DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 259 9 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Desta forma, ao adentrar o mérito da questão, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733/SC supra, no sentido de que, quando houver previsão legal de pagamento antecipado, a regra do art. 173, I, do CTN, deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo não antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação e inexista declaração prévia do débito. Fl. 259DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 260 10 Assim, no caso em questão, uma vez afastada a hipótese de dolo, fraude ou simulação, devese se verificar se há pagamento realizado pelo contribuinte para os tributos objeto de lançamento, de forma a se concluir pela correção da aplicação ou não do art. 173, I, do CTN, para fins contagem do prazo decadencial. Quanto à declaração prévia do débito : a) Com a devida vênia a alguns Conselheiros deste CARF, em especial à nobre relatora, não comungo do entendimento que estabelece a possibilidade da declaração supracitada, ainda que confissão de dívida seja, mas sem a comprovação da existência de qualquer recolhimento e/ou depósito judicial não levantado, caracterizar pagamento antecipado para fins de contagem do prazo decadencial. Tratamse de institutos completamente diversos juridicamente (a declaração, nas hipóteses em que representa confissão de dívida, encontrase vinculada à etapa de constituição do crédito tributário, enquanto que o pagamento, a meu ver sinônimo de recolhimento e/ou depósito judicial não levantado, opera na etapa de sua extinção, não havendo, a meu ver, que se falar de homologação sem que se atinja esta última etapa). b) Ainda, entendo que a melhor leitura da ementa do Recurso Repetitivo citado, pode ser encontrada nos perfeitos esclarecimentos de natureza lógica realizados pelo Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, no âmbito do Acórdão 990000.275, deste mesmo Pleno, datado de 07/12/2011, verbis; (...) Esclarecimentos quanto ao Item “1” da Ementa do REsp Logo de início, fazse necessário esclarecer o sentido e alcance do disposto no item “1” da ementa antes reproduzida “1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito”. Para corretamente entender a complexa afirmação do item “1” é necessário apresentála na forma de implicação lógica: SE não houver previsão legal de pagamento antecipado da exação OU SE houver previsão legal de pagamento antecipado E não existir pagamento E não for constatado dolo, fraude ou simulação E não existir declaração prévia do débito ENTÃO o prazo decadencial é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado Fl. 260DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 261 11 Esclareçase que, em se tratando de implicações lógicas, se o antecedente ocorrer no mundo fenomênico, necessariamente o conseqüente deverá ocorrer. Vale dizer: (A) a inexistência de previsão legal de pagamento antecipado ou; (B) ainda, (i) a previsão legal de pagamento antecipado juntamente com (ii) a inexistência do pagamento, (iii) com a não constatação de dolo fraude ou simulação e (iv) com a inexistência de declaração prévia do débito; são condições suficientes para que (C) o prazo decadencial seja contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Em hipótese alguma poderá acontecer de, ocorrendo o antecedente (A ou B acima), não ser aplicável o conseqüente (C acima). Entretanto, caso o antecedente não ocorra, o conseqüente pode ou não ocorrer. Essa é uma regra básica de lógica dedutiva e facilmente verificável ao caso, pois: existindo previsão legal de pagamento antecipado com a inexistência de pagamento, porém com constatação de dolo, fraude ou simulação e com inexistência de declaração prévia do débito, sabemos que o prazo decadencial também é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Pior, ainda, é o equívoco em concluir – apressadamente – que se o antecedente não ocorrer, o conseqüente seria necessariamente a contagem do prazo decadencial a partir do fato gerador. Ora, no item “1” não há qualquer menção à contagem do prazo decadencial a partir do fato gerador, podendo o conseqüente lógico ser qualquer outro. Inclusive, já vimos, no parágrafo acima, que em situações diversas daquela descrita como condição antecedente, o conseqüente lógico pode ser o mesmo. Com esses esclarecimentos, podemos enfrentar agora a situação em que (a) há previsão legal de pagamento antecipado, (b) não há pagamento, (c) não há constatação de dolo, fraude ou simulação, porém, (d) existe declaração prévia do débito a ser lançado. Nesse caso, de acordo com o item “1” da ementa do RESP n° 973.733 – SC, não é necessário que se conte o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. Isso, por uma questão muito simples: a declaração a que se refere o item sob comento é aquela que tem a natureza de confissão de dívida e, com o débito confessado, é despiciendo qualquer lançamento, posto que ele pode ser imediatamente executado e, com essa declaração, iniciase o prazo prescricional de cobrança. Totalmente equivocado é tentar concluir que, não sendo necessário que o prazo decadencial se conte a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia Fl. 261DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 262 12 ser efetuado, aplicarseia como termo inicial da contagem do prazo decadencial o fato gerador. Maior confusão ainda é a de, frente à situação em que há declaração apenas parcial do débito, sem qualquer recolhimento, não aplicar como termo inicial da contagem do prazo decadencial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. Nessa situação, temos totalmente atendido o antecedente lógico (a) há previsão legal de pagamento antecipado, (b) não há pagamento, (c) não há constatação de dolo, fraude ou simulação e (d) não existe declaração prévia do débito a ser lançado. Assim, ocorrendo a condição antecedente lógica, é necessária a aplicação do conseqüente, com a contagem do prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. (...)" c) De se notar, também, que o entendimento acima alinhase perfeitamente com minha leitura do teor das Súmulas STJ nos. 436 e 555, que, a meu ver, estabelecem que o lançamento de débitos declarados (confessados) é ato despiciendo, mas não vedado. Assim, com a devida vênia a posicionamentos em contrário, não considero que a existência de débitos declarados (confessados), quando da inexistência de prova de recolhimento ou depósito judicial não levantado de qualquer monta, possa ser utilizada para fins de que se conclua pela utilização do art. 150, §4o. do CTN, em detrimento do art. 173, I do mesmo diploma, quando da contagem do prazo decadencial. Entendo, em verdade, a propósito, que a possibilidade de ocorrência de atividade homologatória pelo Fisco e da contagem pelo art. 150, §4o. do CTN está necessariamente atrelada à ocorrência de antecipação de pagamento (recolhimento ou depósito judicial não levantado), em linha com o disposto no caput do referido artigo. Feita tal digressão e, agora, atendome ao caso em questão, faço notar que permanecem em litígio somente os fatos geradores ocorridos no 1o. trimestre de 1998. Destarte, quanto à tal trimestre, devese buscar caracterizar se houve ou não pagamento antecipado para o fato gerador objeto de tributação, de forma a que se possa concluir pela forma de contagem a ser aplicada para fins de cômputo do prazo decadencial. A propósito, verifico que não há qualquer evidência de que tenha havido montante recolhido ou depositado não levantado de CSLL para o trimestre em litígio (vide efls. 03 a 08), sendo, desta forma, de se aplicar a contagem do prazo decadencial estabelecida na forma do art. 173, I do CTN. Ou seja, diante do exposto, voto por DAR provimento ao recurso da Fazenda Nacional, uma vez que constatada a inexistência de pagamento antecipado, a fim de que a contagem do prazo decadencial se dê consoante o art. 173, I do CTN, afastada a preliminar de decadência para o 1o. trimestre de 1998. Não há que se falar em retorno à instância a quo, uma vez tendo sido esgotadas as questões de mérito no âmbito do Acórdão 10516.275, de efls. 158 e ss. Fl. 262DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 263 13 È como voto. Heitor de Souza Lima Junior Fl. 263DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13855.003821/2008-54
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005, 2006
RECURSO ESPECIAL. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO.
Não se conhece do Recurso Especial quando não se demonstra divergência interpretativa em relação a todos dispositivos normativos que fundamentam o acórdão recorrido.
Numero da decisão: 9101-003.873
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros André Mendes de Moura, Viviane Vidal Wagner e Adriana Gomes Rêgo. Votaram pelas conclusões os conselheiros Cristiane Silva Costa Rafael Vidal de Araújo e Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado).
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Re^go - Presidente.
(assinado digitalmente)
Flávio Franco Corrêa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Luis Fabiano Alves Penteado, Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado para substituir o conselheiro Luis Flávio Neto), Caio César Nader Quintella (suplente convocado) e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: FLAVIO FRANCO CORREA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros André Mendes de Moura, Viviane Vidal Wagner e Adriana Gomes Rêgo. Votaram pelas conclusões os conselheiros Cristiane Silva Costa Rafael Vidal de Araújo e Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado). (assinado digitalmente) Adriana Gomes Re^go - Presidente. (assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Luis Fabiano Alves Penteado, Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado para substituir o conselheiro Luis Flávio Neto), Caio César Nader Quintella (suplente convocado) e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
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FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece do Recurso Especial quando não se demonstra divergência interpretativa em relação a todos dispositivos normativos que fundamentam o acórdão recorrido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros André Mendes de Moura, Viviane Vidal Wagner e Adriana Gomes Rêgo. Votaram pelas conclusões os conselheiros Cristiane Silva Costa Rafael Vidal de Araújo e Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado). (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente. (assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Luis Fabiano Alves Penteado, Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado para substituir o conselheiro Luis Flávio Neto), Caio César Nader Quintella (suplente convocado) e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 5. 00 38 21 /2 00 8- 54 Fl. 1286DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.286 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela PGFN em face do acórdão nº 140200.914, assim ementado: "Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2003, 2004, 2005, 2006 IRPJ. AGROINDÚSTRIA. CANADEAÇÚCAR. DEPRECIAÇÃO INCENTIVADA. Os recursos aplicados na formação da lavoura canavieira, integrados ao ativo imobilizado, podem ser apropriados integralmente como encargos do período correspondente a sua aquisição." De acordo com o voto condutor do acórdão recorrido: a) a recorrida é sociedade agrícola cujo objeto social é plantação e industrialização de canadeaçúcar; portanto, exerce atividade tipicamente rural, adequandose, pois ao artigo 22A da Lei nº 8.212/91, o qual define que agroindústrias são produtores rurais que industrializam e comercializam bens de sua propriedade ou de produção própria e adquirida de terceiros, podendo beneficiarse integralmente dos incentivos circunscritos à atividade rural; b) a tributação beneficiada dos resultados obtidos na atividade rural não é privativa apenas do setor primário da economia, uma vez que, nos termos da Medida Provisória nº 2.15970/2001, é possível a depreciação de ativo imobilizado quando da exploração da atividade rural; c) os custos do cultivo de canadeaçúcar são sujeitos à depreciação acelerada, e não à exaustão, diversamente do que afirmara a Fiscalização. Despacho de Encaminhamento à PGFN em 15/06/2012, à efl. 939. Recurso Especial da União (PGFN) interposto em 25/07/2012, à efl. 976. Nessa oportunidade, suscita divergência em relação aos acórdãos nº 10513.579 e 10318.812. No mérito, aduz o seguinte: a) o contribuinte exerce atividade agroindustrial (industrialização), não se enquadrando, por conseguinte, no conceito de atividade rural disposto no artigo 2°da Lei 8.023/1990; b) a atividade da recorrida implica transformação substancial da canade açúcar em açúcar cristal e álcool combustível, dentro de um processo que acarreta alteração da composição e das características do produto in natura; c) o contrato social da recorrida indica a natureza industrial do processo de transformação da canadeaçúcar; d) o objetivo da lei, ao prever o benefício da depreciação acelerada incentivada, foi estimular a atividade preponderantemente rural, como setor primário da economia, e não alcançar a atividade industrial, o que pode ser verificado pelo elenco dos requisitos exigidos para configurar a atividade rural; Fl. 1287DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.287 3 e) a sociedade recorrida exerce atividade de industrialização da canade açúcar para obtenção de açúcar e álcool destinados à venda no mercado interno e externo, assim caracterizando atividade industrial, e não meramente rural. Nesse contexto, a produção da canadeaçúcar se insere em uma das etapas do processo produtivo (não em sua atividade predominante), voltada à obtenção de milhões de litros de álcool e toneladas de açúcar; f) a autuada não utiliza equipamentos e utensílios usualmente empregados na atividade rural, mas, sim, maquinário sofisticado do parque industrial da usina (moendas e caldeiras, que não se assemelham aos moinhos empregados pelo produtor rural de açúcar mascavo), além de adquirir produtos de terceiros; g) a atividade da recorrida se afasta do rol das atividades rurais, motivo por que não pode se igualar a um empreendimento rural, já que a legislação tributária diferenciou o tratamento dado ao produtor rural e ao industrial, em observância ao princípio da capacidade contributiva; h) a equiparação da agroindústria ao produtor rural, em conformidade ao artigo 22A da Lei nº 8.213/1991, é expressa e taxativamente para fins previdenciários, não aplicável extensivamente ao imposto de renda; i) o artigo 314 do RIR/99 referese tão somente à depreciação, e o custo para a formação da lavoura canavieira está sujeita à exaustão, de modo que não se aplica ao caso concreto a depreciação acelerada incentivada prevista atualmente no artigo 6º da Medida Provisória nº 215970/2001; j) a decisão recorrida ignora a boa técnica ao considerar depreciação e exaustão intercambiáveis. Ademais, a lei é clara, expressa e taxativa ao conferir o benefício apenas a bens do ativo imobilizado sujeitos à depreciação; k) não há previsão legal para dedução integral dos valores aplicados na formação da lavoura canavieira, pois esta se sujeita à exaustão, e a lei não permite a dedução integral no cultivo de florestas, de bens sujeitos à exaustão; l) o custo de formação de florestas ou de plantações de certas espécies vegetais que não se extinguem com o primeiro corte, como é o caso da canadeaçúcar, e que voltam a produzir novos troncos ou ramos, de tal modo a possibilitar um segundo ou até um terceiro corte, deve ser objeto de quotas de exaustão, ao longo do período total de vida útil do empreendimento; Ante o exposto, requer seja dado provimento ao presente recurso, para que sejam mantidas as glosas de prejuízos compensados indevidamente. A recorrida foi intimada a apresentar contrarrazões por abertura do documento em 26/09/2014, conforme efl. 988. Contrarrazões apresentadas no dia 29/09/2014, à efl. 989. Nessa oportunidade, alega: 1) o Despacho de Admissibilidade do apelo fazendário tratou da depreciação acelerada incentivada do maquinário utilizado na atividade agroindustrial, ao passo que o objeto do referido recurso reportase à aquisição de maquinário e ao custo da lavoura da cana deaçúcar; Fl. 1288DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.288 4 2) a recorrida não se utilizou do benefício previsto no artigo 6º da Medida Proviória n° 2.15970/2001, em toda a atividade agroindustrial, mas apenas e tão somente naqueles bens utilizados na sua atividade rural; 3) a Fazenda Nacional não demonstrou a divergência exigível para fins de conhecimento do Recurso Especial, pois as conclusões que foram adotadas pelo prolator do despacho de admissão não constam do Recurso de Divergência apresentado pela Fazenda Nacional. Vale reparar que os acórdãos ofertados como paradigmas não tratam do benefício fiscal concedido ao setor agrícola com o intuito de estimular sua produção. 4) a recorrente discorreu sobre o que seria considerado atividade rural, sem, contudo, especificar o que tal significaria, devendose considerar que o acórdão n° 10513.579 nem sobre cultivo de cana tratou; 5) o segundo paradigma, acórdão n° 10318.812, apesar de analisar questão referente à lavoura de canadeaçúcar, não se reporta à matéria principal dos autos, qual seja, o benefício da depreciação acelerada incentivada, o que leva à inafastável conclusão de que os precedentes utilizados não configuraram o dissídio jurisprudencial; 6) o RICARF é cristalino ao exigir, expressamente, a transcrição integral das ementas, exigência esta ignorada pelo despacho de admissão, nem cumprida pela recorrente, bastando para isso que se verifique a peça recursal; 7) os §§ 4o e 6o do artigo 67 do RICARF (Portaria n° 256, de 22.06.2009) estabeleceram que o Recurso Especial não pode ser conhecido sem a demonstração analítica do dissídio jurisprudencial alegado, ou seja, não basta a indicação das ementas divergentes; é também necessário que o recorrente demonstre a similitude fática e indique os pontos dos acórdãos paradigmas que divergem do acórdão recorrido; 8) em outras palavras, a divergência só se caracteriza quando são adotadas soluções diversas para situações fáticas similares, o que depende da imprescindível análise das situações fáticas e jurídicas retratadas nos acórdãos recorrido e paradigma, assim como a demonstração de haver conclusão diversa para casos semelhantes, o que em momento nenhum foi demonstrado pela Fazenda Nacional em seu recurso; 9) a matéria objeto dos paradigmas não se identifica com a versada nestes autos, na medida em que nenhuma das ementas parcialmente citadas faz qualquer referência ao benefício trazido pelo artigo 6o da Medida Provisória nº 2.15970/2001. Nenhum dos precedentes citados pela recorrente aborda esta questão, nem poderia, haja vista os julgados paradigmas se relacionarem a processos administrativos de 1992 e 1998; 10) cumpre esclarecer que, com relação ao primeiro paradigma (acórdão n° 10513.579), sequer existe similitude fática entre as atividades exercidas pela empresa, naquele caso, e aquela da ora recorrida, visto que as atividades exercidas pelo contribuinte no acórdão paradigma eram atividades relacionadas ao abate de aves, enquanto a atividade da recorrida é o cultivo de canadeaçúcar; Fl. 1289DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.289 5 11) tais aspectos foram reconhecidos pelo acórdão recorrido e a ora recorrente não realizou qualquer análise entre o que restou julgado, nos acórdãos ofertados como paradigmas que divergiram do acórdão recorrido; 12) cabe, ainda, registrar que a recorrente também não comprovou que os acórdãos ofertados como paradigmas não foram reformados, posteriormente; 13) não bastasse a inexistência de análise do dissídio jurisprudencial supostamente instaurado pelo acórdão recorrido, frente a outras decisões proferidas pelo Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Recurso Especial da Fazenda Nacional também não deve ser admitido em razão da ausência da transcrição da íntegra das ementas dos acórdãos ofertados como paradigmas; 14) verificase às folhas 3 e 4 do Recurso Especial que foram colacionados apenas trechos das ementas dos acórdãos paradigmas, em franca violação ao disposto no §9° do artigo 67 do RICARF; 15) com efeito, não se pode sustentar que algumas poucas linhas sobre as supostas divergências entre o acórdão recorrido e aqueles ofertados como paradigmas se ajustem à exigência regimental. Isso porque os demais argumentos trazidos pela Fazenda Nacional, em seu Recurso de Divergência, apenas repisam os inseridos em suas contrarrazões ao recurso voluntário da recorrida e já rechaçados por este órgão administrativo; 16) a recorrente menciona em seu recurso que o acórdão recorrido entendeu que a recorrida desenvolve atividade agrícola, e que não haveria diferença contábil entre depreciação e exaustão. E que o primeiro acórdão ofertado como paradigma traria a descrição do que se configura atividade rural. Já com relação ao segundo paradigma, resume a informar que os recursos da lavoura em formação integram o ativo imobilizado, mas seus custos são absorvidos por quotas de exaustão. Tal não representa um cotejo analítico entre o acórdão recorrido e os paradigmas; 17) a situação fática do primeiro paradigma (acórdão n° 10513.579) é absolutamente diversa daquela ocorrida nestes autos. Em relação ao segundo paradigma, consta apenas a afirmação de que os custos do plantio da cana integram o ativo permanente, porém nenhum dos dois acórdãos paradigmas enfrenta a questão do benefício outorgado pela Medida Provisória n° 2.15970/2001, a qual serviu de base para a autuação fiscal e para a decisão de 1a Instância, assim como para o acórdão recorrido. Portanto, inexistente similitude fática entre os paradigmas e o acórdão recorrido a originar conclusão diversa deste; 18) elucidese, no mérito, que a lei que instituiu o benefício da depreciação incentivada teve como destinatários aqueles que desenvolvem atividade preponderantemente rural, mas, sim, aqueles que exercem atividade rural, porquanto pretendeu beneficiar todo o setor rural; 19) além disso, a recorrente sustenta que o cultivo de canadeaçúcar, e consequentemente, a produção de açúcar e álcool não se enquadram como atividade rural, o que chega às raias do absurdo; Fl. 1290DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.290 6 20) com efeito, é oportuna a referência ao artigo 22A da Lei n° 8.212/91, que é claro ao definir que agroindústrias são produtores rurais que industrializam e comercializam bens de sua propriedade ou de produção própria e adquirida de terceiros, podendo beneficiarse integralmente dos incentivos circunscritos à atividade rural; 21) é evidente que a recorrida é sociedade agrícola e exerce atividade tipicamente rural (e não preponderantemente rural), que compreende desde a preparação das terras destinadas às lavouras até a obtenção do produto final, no caso, açúcar e álcool, posteriormente comercializados no mercado interno e externo. Nesse sentido, para concretização de seu objeto social, a recorrida realiza a contratação de pessoas para prestação de serviços, bem como a aquisição de insumos, máquinas e equipamentos (tipicamente agrícolas) para a execução dos processos de plantio, cultivo e colheita da canadeaçúcar. Sua cadeia produtiva é verticalizada, porém, toda ela é voltada e dependente da canadeaçúcar in natura, base de sua existência social; 22) por exercer inequivocamente atividade rural, a recorrida faz jus ao benefício fiscal conhecido como depreciação acelerada, previsto na Medida Provisória n° 2.15970/2001; 23) contudo, entende a ora recorrente que a recorrida não seria elegível ao citado benefício em razão de exercer atividade agroindustrial, assim não se enquadrando no conceito de atividade rural disposto no artigo 2° da Lei 8.023/90. Todavia, o artigo 2o da Lei n° 8.023/90, com a redação dada pela Lei n° 9.250/95, trouxe disposições genéricas sobre a atividade rural, especificada na Medida Provisória nº 2.15970/2001, quando previu uma situação diferenciada e especial para a depreciação dos ativos, no exercício da atividade rural, como a que é exercida pela ora recorrida; 24) empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas. Ainda nesse conceito, "o campo de atividade das empresas rurais pode ser dividido em 3 (três) grupos distintos: a) produção vegetal atividade agrícola; (b) produção animal atividade zootécnica; c) indústrias rurais atividade agroindustrial". Ou seja, para todos os fins, legais e contábeis, não importa qual atividade seja especificamente desenvolvida: todas elas são rurais, independentemente de ser agrícola, animal ou agroindustrial, exatamente nos termos como determinado pelo artigo 6° da Medida Provisória n° 2.15970/2001; 25) vêse, portanto, ser equivocado o entendimento de que, uma vez que o objeto social da empresa também conteria atividades complementares de produção e comercialização de açúcar e álcool, o cultivo de lavoura de canadeaçúcar não poderia ser considerado como produção agrícola; 26) o artigo 26 da Medida Provisória nº 2.15979/2001 contém um benefício fiscal objetivo, específico, em função da atividade, e não subjetivo, como quer fazer parecer a Procuradoria da Fazenda Nacional. Por se tratar de disposição específica e objetiva, deve ser aplicada nos termos como nela dispostos, para atividade rural, sem qualquer distinção quanto a ser esta atividade exercida por pessoa física, jurídica, agrícola, agroindustrial, agropecuária ou qualquer outra diferenciação; Fl. 1291DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.291 7 27) referido preceito normativo não dispôs sobre nenhuma exceção ou especificação quanto à concessão do benefício, ou quanto à distinção entre as atividades rurais, além de não ter feito qualquer remissão à Lei n° 8.023/90. E mais: a análise objetiva comprova a intenção do legislador pátrio no sentido de conceder um benefício fiscal que objetiva impulsionar a atividade rural, mediante autorização para realização da depreciação acelerada, sem qualquer restrição quanto ao tipo de contribuinte ou quanto à própria atividade rural, o qual é reprodução do disposto no § 2° do art. 12, da Lei n° 8.023/90 (posteriormente revogado pela Lei n° 9.249/95); 28) este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais vem reconhecendo que as atividades exercidas por empresas com o mesmo objeto social da recorrida configuram atividade rural e, nesta circunstância, fazem jus ao benefício da depreciação acelerada, cuja única exigência é que os bens depreciados sejam utilizados na atividade rural, exatamente o caso da recorrida; 29) ou seja, não estão em discussão (i) as determinações da Lei n° 8.023/90; (ii) se ela seria aplicável a pessoa física ou jurídica; (iii) se o tamanho da empresa ou montante de faturamento diferenciaria o que é produção agrícola ou não. O que está em discussão é se o caso concreto se trata de exploração, ou não, de atividade rural, que, neste sentido, autorizaria a fruição do benefício previsto na medida provisória. E mais: o que define a atividade rural é a produção de produtos agrícolas, a partir da utilização do solo, no caso, pelo cultivo da terra, mediante a utilização de produtos naturais dela extraídos; 30) o que deve ser observado é que o benefício fiscal utilizado pela recorrida, retratado no artigo 6o da Medida Provisória n° 2.15970/2001, destinase a qualquer empresa exploradora de atividade rural, em sentido amplo, sem qualquer restrição de produto, faturamento, capital social, etc; 31) reforça o entendimento da recorrida a análise da Lei n° 10.256/2001. Esse diploma, cujo artigo 2o inseriu o artigo 22A na Lei n° 8.212/91, estabeleceu a modalidade de contribuição previdenciária a que se sujeita a agroindústria, assim compreendido o produtor rural pessoa jurídica cuja atividade econômica seja a industrialização de produção própria ou de produção própria e adquirida de terceiros; 32) importante que essa CSRF responda o seguinte questionamento: deveria o produtor desse segmento econômico ser tributado como produtor rural, pela contribuição social patronal sobre seu faturamento, arcando com o ônus que disso decorre, e não ser considerado produtor rural exclusivamente para fins de glosa de fruição de um regime diferenciado de depreciação? 33) no tocante ao debate em torno da depreciação acelerada incentivada, aduz o recurso especial que "... não existe previsão legal para dedução integral dos valores aplicados na formação da lavoura canavieira, pois esta se sujeita à exaustão, e a lei não permite a dedução integral no cultivo de florestas, de bens sujeitos à exaustão"; 34) a lavoura de canadeaçúcar nunca se esgota ou acaba. Para ser extinta, deve ser arrancada do solo e nova canadeaçúcar deve ser plantada novamente. Para garantir resultados satisfatórios nas colheitas, o produtor da canadeaçúcar, a exemplo de outras Fl. 1292DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.292 8 culturas, investe em melhorias do solo ao intento de garantir adequado suprimento nutricional à planta, o que é possível, em média, no caso da canadeaçúcar, em até cinco cortes, quando, então, a baixa qualidade se torna inevitável, finalizando o ciclo de produção, por incapacidade de retorno futuro do investimento; 35) é pacífica a classificação, no ativo permanentes, dos recursos aplicados na formação da cultura canavieira, devendo ser realizada a apropriação dos respectivos custos no decorrer dos períodos que contribuirão na geração de receitas, de acordo com os limites de sua vida útil econômica; 36) desde o princípio, o legislador foi direto e específico, ao definir que estarão sujeitos à exaustão e à depreciação APENAS os direitos cujos objetos sejam minerais ou florestais, e ao que se depreende do senso comum, não há na literatura relatos da existência de florestas de canadeaçúcar; 37) a linha entre estes dois institutos contábeis aparentemente é tênue, bastando, entretanto, a correta compreensão dos conceitos e dos princípios envolvidos para concluirse que, na depreciação, não há o desaparecimento da cultura, sendo que ela somente não poderá mais ser utilizada em decorrência de sua queda de qualidade. Já na exaustão, há o desaparecimento da cultura pela exploração; 38) os bens sujeitos a depreciação perdem seu valor econômico por força de desgaste, de uso efetivo, de seu emprego na atividade social. Por sua vez, os bens sujeitos a exaustão são aqueles que se esgotam com o curso do tempo, por força da exploração humana, perdendo as suas propriedades físicas. Embora ambos reflitam a perda da vida útil econômica do bem, no primeiro caso não há o desaparecimento físico do bem, diferentemente da segunda hipótese; 39) a formação da lavoura compreende o preparo do solo (destoca, aragem, adubação e criação de sulcos), a plantação dos toletes e o surgimento posterior das touceiras/soqueiras. Nesta cultura, os custos a serem imobilizados são os incorridos do preparo do solo até a cobertura dos toletes com terra, que originarão as touceiras/soqueiras; 40) estas últimas não são destinadas à venda pelo produtor, nem se caracterizam como matériaprima que, no caso em exame, podem ser representadas pelos colmos. De fato, a touceira/soqueira, como antes mencionado, é a parte subterrânea da cana deaçúcar que permanece viva, com suas raízes, corte após corte da planta, da mesma forma que uma árvore permanece viva após cada colheita de frutos e podas; 41) a touceira/soqueira, permanecendo viva, continua plantada no solo, não deixando de existir, nem sendo consumida pelo próprio solo ou pela retirada periódica dos colmos. Muito pelo contrário: ali permanece até que seja retirada fisicamente, quando se inicia o cultivo de nova lavoura, com novo plantio, tendo em vista que somente não poderá ser novamente utilizada em decorrência da perda da qualidade da sacarose; 42) o fato é que após quatro ou cinco cortes, a cultura da canadeaçúcar se torna economicamente inviável por força do desgaste, deterioração do uso e por ações da Fl. 1293DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.293 9 natureza de onde se destacam o empobrecimento do solo e a superficialização do sistema radicular da planta, que diminuem a qualidade da sacarose. A planta poderia, em tese, sofrer novos cortes, oferecer mais outras safras, tendo em vista que, fisicamente, no solo ela permanece o que de fato, em circunstâncias especiais, acontece no Brasil mas tal não gera, em regra, retorno do investimento para o produtor, pois a manutenção daquelas soqueiras se torna por demais custosa, de maneira que, embora vivas, perdem sua utilidade econômica, com conseqüente descarte daquela cultura, para se iniciar um novo ciclo; 43) o artigo 307 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/99 é claro ao prescrever que "podem ser objeto de depreciação todos os bens sujeitos a desgaste pelo uso ou por causas naturais ou obsolescência normal"; 44) além disso, ainda que se considerasse o fundamento contido no Recurso Especial no sentido de que, no caso concreto, tratarseia de cultura tipicamente florestal, a legislação pátria prevê a possibilidade de sua classificação como atividade rural, o que garante o direito à depreciação, no caso específico da canadeaçúcar, ex vi d o artigo 6o da Medida Provisória n° 2.15970/2001. Isso porque o artigo 59 da Lei n° 9.430/95, inserido na Seção III da referida lei, quando trata de "Normas Aplicáveis a Atividades Especiais", dispõe que se considera também como atividade rural o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização; 45) reforçando o entendimento da recorrida, vale salientar que a Receita Federal, em 1987, expediu a Solução de Consulta n° 33, portanto, em período anterior ao incentivo da depreciação integral, afirmando, com base no Parecer Normativo n° 18/79, que "o encargo a ser contabilizado pelas empresas que cultivam a canadeaçúcar, através de empreendimentos próprios, deve ser denominado depreciação"; 46) assim, subsomemse os fatos apresentados e ocorridos no caso concreto, integralmente, à hipótese contida no artigo 6o da Medida Provisória n° 215970/2001, que permite ao contribuinte depreciar aceleradamente, no próprio exercício em que os custos foram incorridos, os bens do ativo imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que explore a atividade rural, para uso nessa atividade. Diante de todo o exposto, postula o não conhecimento do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, por não haver preenchido os requisitos exigidos pelo artigo 67 do Regimento Interno do CARF, quanto à demonstração analítica do dissídio jurisprudencial alegado, bem assim quanto à reprodução integral das ementas dos acórdãos apontados como paradigmas. Todavia, caso seja conhecido o apelo requer seja negado provimento, tendo em conta o benefício previsto no artigo 6o da Medida Provisória n° 2.15970/2001. Posteriormente às contrarrazões, em Despacho de Saneamento às efls. 1.068/1.070, determinouse o retorno dos autos à Presidência da 4º Câmara/1ª Seção para complementação do exame de admissibilidade, no sentido de se apreciar a existência da divergência em relação à matéria indicada no acórdão paradigma nº 10318.812. Fl. 1294DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.294 10 Em Despacho de Admissibilidade de 11 de abril de 2017, às efls. 1.071/1.074, deuse seguimento ao Recurso Especial em relação à matéria indicada no acórdão paradigma nº 10318.812. Contribuinte cientificado do Despacho de Admissibilidade em 21/04/2017,à efl. 1.079. Contrarrazões adicionais apresentadas em 05/05/2017, conforme efls. 1.081. Nessa oportunidade, alega que, não obstante o novo Despacho de Admissibilidade, mais uma vez não houve manifestação em relação à divergência indicada no acórdão paradigma nº 103 18.812, o que acarreta a nulidade do Despacho. Todavia, reitera que a recorrente não demonstrou o suposto dissídio jurisprudencial. Na sessão de 5 de outubro de 2017, a 1ª Turma/CSRF resolveu converter o julgamento em diligência à Presidência da 4º Câmara/1ªSeção, a fim de que seja complementado o despacho de exame de admissibilidade original (efls. 982/984), no sentido de se apreciar a existência da divergência em relação à matéria indicada no acórdão paradigma nº 10318.812. Novamente, em Despacho de Admissibilidade de 17/11/2017, à efl. 1.1.58, deuse seguimento ao Recurso Especial em relação à matéria indicada no acórdão paradigma nº 10318.812. Em petição às efls. 1.64/1.168, a recorrida assevera que a Turma não poderia admitir o Recurso Especial fazendário, em face da falta cometida pela 4ªCâmara/1ª Seção, ao deixar de apreciar a matéria indicada no acórdão paradigma nº 10318.812. Nessa perspectiva, defende a nulidade do exame de admissibilidade complementar, uma vez inexistente nas normas legais e regimentais. O contribuinte foi formalmente cientificado da Resolução e do Despacho de Admissibilidade de efl 1.158 no dia 24/01/2018, por abertura de mensagem, conforme efl. 1.225. Contrarrazões complementares apresentadas em 08/02/2018, à efl. 1.226. Nessa oportunidade, reitera a nulidade do Despacho de Admissibilidade complementar, bem como os argumentos já exibidos nas contrarrazões anteriores. O processo foi levado a novo sorteio por meio do Despacho de 27 de abril de 2018, à efl. 1.281, em razão do afastamento do relator original, Conselheiro André Mendes de Moura. Em 07/06/2018, por sorteio, o processo foi distribuído ao Conselheiro Flávio Franco Corrêa. É o relatório. Voto Conselheiro Flávio Franco Corrêa, Relator. Fl. 1295DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.295 11 Anoto que os autos retornaram ao CARF após o cumprimento da Resolução nº 9101000.033, às efls. 1.149/1.155, na relatoria do Conselheiro André Mendes de Moura. No entanto, o ilustre Conselheiro afastouse do serviço em razão do gozo de licença capacitação, motivo por que os autos foram levados a sorteio para nova distribuição, conforme Despacho de 27 de abril de 2018, à efl. 1.281. Finalmente, vieram à minha carga no dia 7 de junho deste ano, sorteado regularmente. Nesse sentido, não há razão para desconsiderar o ato jurídico do sorteio e, consequentemente, da distribuição, na forma do artigo 50, § 3º, do RICARF: O presente Recurso Especial é tempestivo. Todavia, a recorrida traz ao debate questões relevantes ao conhecimento do apelo fazendário. Para responder às questões expostas nas contrarrazões, mostrase relevante o quadro fático retratado nos autos, bem como as infrações apontadas pela Fiscalização. De plano, trazse à colação a resposta à intimação consignada no Termo de Início de Fiscalização, por meio da qual a recorrida declarou que, “sob o ponto de vista jurídico e econômico, classificase como Agroindústria do Setor Sucroalcooleiro (art.22A da Lei n.°8.212/91), dedicandose, inicialmente, ao cultivo da lavoura de canadeaçúcar, como atividade essencialmente agrícola, e à industrialização dessa matériaprima, como atividade industrial, para fabricação do açúcar e do álcool.” E disse mais: “Essas atividades compõem um só negócio empresarial uno e indivisível. Dessa forma, o produto de sua atividade agrícola (canadeaçúcar) não é faturado em termos técnicos, não gerando, assim, receita da atividade agrícola propriamente dita, uma vez que a canadeaçúcar oriunda das lavouras cultivadas, é consumida no processo industrial, gerando, a final, uma receita única, vinculada a uma atividade agroindustrial. A empresa, para realizar os seus lançamentos contábeis e gozar dos benefícios fiscais legalmente previstos, orientouse pelo disposto no artigo 2° da Lei n° 8023/90, que determina quais as atividades classificadas como atividade rural podem ter a depreciação acelerada. A empresa efetivamente exerce a atividade rural prevista no inciso Ill de seu estatuto, que define seu objeto social. 3) Conforme comentado anteriormente, a empresa não aufere receita de vendas de produtos agrícolas, já que produz a canadeaçúcar com a finalidade de utilizála no processo produtivo do açúcar e do álcool. Dessa forma, não há segregação dos custos e despesas utilizados na apuração do lucro real. 4) As exclusões sob a rubrica "depreciação / amortização acelerada incentivada" referemse a valores de aquisição ou formação de ativo imobilizado utilizado na atividade rural da empresa, conforme pode ser constatado na relação das aquisições apresentada no item 5. Tendo em vista o disposto no artigo 314 do Regulamento do Imposto de Renda, que autoriza as pessoas jurídicas que explorem a atividade rural a gozarem dos benefícios da depreciação acelerada, a ora Requerente aplicou tal dispositivo aos seus resultados. Fl. 1296DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.296 12 Por outro lado, sendo a exploração de lavouras de canadeaçúcar entendida como atividade rural (artigo 58 do mesmo regulamento), esta empresa, constituida como uma agroindústria, tem o direito de gozar do beneficio. 5) Os valores utilizados como exclusão, bem como aqueles adicionados à apuração do Lucro Real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido, constam de planilha anexa na qual informamos os valores mês a mês, de forma sintética. Para cada um dos meses há um relatório analítico que compõe os valores adicionados e excluídos.” Ao final dos trabalhos de auditoria, a Fiscalização efetuou lançamentos de ofício para a constituição de créditos de IRPJ e CSSL, que teriam sido suprimidos pela recorrida em razão de práticas configuradoras das seguintes infrações fiscais: A) IRPJ: 1) exclusão indevida do lucro líquido de depreciação incentivada, nos anos calendário de 2003 a 2006, sem que fossem observados os requisitos legais concernentes à atividade rural; 2) compensação indevida de prejuízos fiscais, que foram revertidos após a glosa das exclusões acima. B) CSLL: 1) exclusão indevida do lucro líquido de depreciação incentivada, sem que fossem observados os requisitos legais concernentes à atividade rural; 2) compensação indevida de bases de cálculo negativas, que foram revertidas após a glosa as exclusões acima. Em Relatório Fiscal, a Fiscalização apresentou as conclusões abaixo, que emprestaram fundamento aos lançamentos de ofício efetuados: 1) de acordo com estatuto social, o objeto social da fiscalizada é "a exploração, produção, industrialização, comércio e exportação de produtos da agricultura e pecuária em geral, e, especificamente, a cultura e industrialização da canadeaçúcar, para a produção de açúcar e álcool e sua comercialização e exportação, podendo ainda dedicarse a outras operações, que direta ou indiretamente estejam ligadas a estas atividades"; 2) as usinas de açúcar e álcool, como a fiscalizada, dedicamse quase com exclusividade à venda destes produtos. Tratase da chamada atividade agroindustrial, em que predomina a produção na visão industrial, própria do segundo setor da economia. Do que foi apurado no processo produtivo da usina, a produção de canadeaçúcar é própria do setor primário, enquanto a sequência e finalização do processo pertencem ao setor secundário. Em verdade a produção da cana é tão somente uma das etapas para a obtenção do álcool combustível e do açúcar cristal; Fl. 1297DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.297 13 3) compulsada a base legal da atividade rural, seria de se esperar que a atividade desempenhada fosse a produção agrícola ou a transformação de produtos decorrentes da atividade rural. A empresa realiza venda de óleo diesel e "outras mercadorias", mas o que prepondera é a atividade de transformação em que produz açúcar e álcool; 4) na atividade preponderante, a da transformação da produção agrícola, exige a lei outras condições, a saber: a) que não sejam alteradas a composição e as características do produto in natura; b) sejam utilizados equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais; c) a transformação seja efetivada pelo próprio agricultor ou criador; d) que seja utilizada matériaprima exclusivamente produzida na área rural; 5) a limitação imposta atinge a fiscalizada, eis que, na produção de açúcar cristal e álcool combustível, há nítida alteração das características do produto in natura. Consta inclusive da Instrução Normativa n° 81/2001, art. 2°, VI, alínea b, item 2, que a atividade permitida como rural é a de moagem de canadeaçúcar para produção de açúcar mascavo, melado, rapadura. A normativa permite a produção deste açúcar devido à manutenção das características e composição, ao ensejo de que da transformação do produto não derive produto de outra espécie; 6) no caso sob análise, o açúcar fabricado em nada se aproxima do açúcar mascavo. Portanto, para ter seus resultados tributados como atividade rural, a usina não poderia produzir açúcar e álcool, mas tão somente açúcares como o mascavo, que mantém as características e composição do derivado em bruto da canadeaçúcar. No presente, o açúcar cristal produzido não mantém a característica, nem a composição do açúçar mascavo. Nos balanços contábeis dos custos da produção, resta clara a utilização de produtos químicos para fabricar o açúcar e o álcool, de molde a alterar a composição e as características do açúcar fabricado; 7) quanto ao álcool combustível fabricado, maior a distância entre o legislado e o produzido pela usina. Impossível esconder a alteração das características e composição da canadeaçúcar, quando se transforma em álcool combustível. Sendo assim, claro está que também a transformação para o álcool descaracteriza a atividade como rural; 8) quanto à exigência de que sejam utilizados equipamentos e utensílios usualmente empregados na atividade rural, evidente é que em nada se assemelham as enormes moendas e caldeiras encontradas no processo produtivo da usina para produzir açúcar e álcool com o moinho usado na atividade do produtor rural de açúcar mascavo. Também dos balancetes contábeis aferese a alta complexidade e grandiosidade do maquinário utilizado no processo industrial, quando identificadas as contas de custos de produção sob a rubrica "manutenção de equipamento". Claro está que não é usual que seja encontrado na atividade rural um parque industrial como o produtor de açúcar e álcool; 9) ainda na descaracterização de que a usina executa atividade rural, a diferença do processo desta com a do produtor rural é também Fl. 1298DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.298 14 quantitativa. Tratase de processo industrial o verificado nas usinas, eis que a quantidade produzida de milhões de litros de álcool e de toneladas de açúcar cristal requer manejo industrial. Não pode, nem foi pensado na lei tributária, um tratamento em bases iguais do produtor rural com o industrial que se utilize de insumos agrícolas. Suas dimensões os desigualam, inclusive no que tange à capacidade contributiva. Nestes termos dispõe o art. 3°, inciso I, da IN n° 257/02, ao vedar expressamente a inclusão na atividade rural das atividades de industrialização, como as implementadas pela auditada; 10) a última, mas não menos importante condição da atividade rural é de que o produtor utilizese somente de matériaprima produzida na área rural de sua exploração. Impedido está o produtor rural de adquirir produtos de terceiros para que os transforme. Evitase, com mais esta restrição, que haja comercialização da produção de produtores rurais e possível concentração na produção rural. 11) no caso em tela, a usina não industrializa apenas o que planta. Também compra canadeaçúcar de terceiros, uma vez que sua atividade lucrativa é a venda de açúcar e álcool, independendo se tenha que adquirilos de fornecedores ou parceiros. Verificase pela DIPJ que cerca de 27% do insumo canavieiro empregado advêm de fornecedores. A empresa compra o insumo destes diretamente; 12) estão equivocadas as linhas de interpretações que admitem as atividades da usina como a de um produtor rural. Quer naquela em que se adequa ao artigo 2°, inciso I, da Lei n° 8.023/1990, como agricultor a cultivar cana deaçúcar, ou ao considerar que executa as atividades de transformação previstas no artigo 2°, inciso V, da mesma lei; 13) instada a justificar a conceituação como atividade rural através do Termo de Intimação Inicio de Ação Fiscal, aduziu que explora a atividade rural como atividade meio com o cultivo da cana. Traz para tanto o conceito esculpido no ordenamento jurídico previdenciário, qual seja, o art. 201A do Decreto n° 3.048/99. Esta definição só atinge a fiscalizada em seus efietos previdenciários; 14) não há outra conclusão que não a de que é descabivel tratar uma usina pertencente aos prósperos negócios da agroindústria como os produtores rurais albergados pelos benefícios fiscais da atividade rural. Impossível destacar artificialmente a atividade de produção da cana da sua etapa no amplo processo produtivo do açúcar e álcool, e considerála como pertencente à atividade rural. No caso em discussão, a usina não industrializa apenas o que planta. Também compra canadeaçúcar de terceiros, uma vez que sua atividade lucrativa é a venda de açúcar e álcool, independendo se tenha que adquirilos de fornecedores ou parceiros. Verificase por pela DIPJ que cerca de 27% do insumo canavieiro empregado advém de fornecedores. A empresa compra o insumo destes diretamente. Fl. 1299DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.299 15 15) as receitas da venda de canadeaçúcar são da atividade rural, mas não menos evidente que não se pode aceitar as receitas da venda de açúcar e álcool como sendo da atividade rural. Ou, mais absurdo ainda, considerar que, quanto à atividade rural, basta que oss custos sejam próprios da atividade rural, sem que as receitas decorrentes desta produção também estejam conceituadas como pertencentes à atividade rural; 16) em síntese, a atividade rural envolve os custos e as receitas. A indústria açucareira simplesmente por produzir a cana, utilizada como insumo no processo industrial, não pode se aproveitar dos benefícios da atividade rural, para a produção do açúcar e álcool. A previsão legal é da tributação do resultado como um todo da atividade rural, não quando as receitas de venda envolvem produtos não considerados da atividade rural; 17) reza o artigo 314 do RIR/99 que os bens do ativo permanente imobilizado utilizados na atividade rural podem ser depreciados integralmente no próprio ano de aquisição. Para tanto, podesem efetuar uma exclusão na apuração do lucro real, no valor do bem quando imobilizado, com as posteriores adições, nos anos subseqüentes, à medida que a quota de depreciação for sendo incorrida; 18) por meio do Livro de Apuração do Lucro Real ( LALUR ), constatase que assim foi feito, pela usina. Considerando que a conceituação da fiscalizada, como exercente de atividade rural em sua totalidade, está errada, os efeitos fiscais na apuração do lucro real devem ser desfeitos; 19) nos anoscalendário 2003, 2004, 2005 e 2006, constam no LALUR, como exclusões, os valores das aquisições ocorridas no período. Nesta rubrica de exclusões, aparece o maquinário adquirido para o trato da canadeaçúcar, o maquinário adquirido para o transporte da cana, os custos incorridos na formação da lavoura sob a rubrica "cana formação", tais como mãodeobra dos trabalhadores rurais, encargos previdenciários e trabalhistas, assim como os custos das prestadoras de serviços; 20) a fiscalizada utilizouse deste beneficio não apenas para o maquinário, mas também para a exclusão dos custos da cana em formação. É bom que se explique que a cana em formação cuida do plantio das mudas de cana deaçúcar plantadas em cada ciclo de cinco anos de produção. Neste qüinqüênio, a planta é apenas podada, mas não replantada. Logo, neste processo produtivo, os custos de formação da lavoura canavieira estão sendo ativados, para depois serem depreciados; 21) o contribuinte contabiliza em conta do Ativo Permanente Imobilizado (Canaviais em Formação) os custos apropriados para a formação da lavoura canavieira, amortizando contabilmente os custos desta conta na taxa de 20%, ao ano, mediante lançamentos de depreciação acumulada bens operação. O contribuinte entende que, por ser uma pessoa jurídica que explora atividade rural (nos termos do art. 58, inciso VI, do Decreto n° 3.000/99 — RIR/99), teria direito ao beneficio fiscal previsto nos artigos 307, II, e 314 do RIR/99, podendo depreciar integralmente, no Fl. 1300DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.300 16 próprio período de apuração, todos os custos incorridos com a formação da lavoura canavieira, registrados na conta Lavoura em Formação; 22) a fiscalizada excluiu, integralmente, nos ajustes do Lucro liquido do período (Parte A do Livro de Apuração do Lucro Real — LALUR), os custos da Lavoura em Formação. Em contrapartida, o custo excluído é adicionado nos próximos 60 (sessenta) meses, ou seja, nos próximos 5 anos, nos ajustes do Lucro liquido do período, no LALUR; 23) não bastassem as conclusões acima expostas quanto à incompatibilidade entre as atividades praticadas pelo contribuinte e os benefícios da atividade rural, restam outras questões fiscais a serem enfrentadas. Por primeiro, inexiste previsão legal para a dedução integral dos valores aplicados na formação da lavoura canavieira, vez que a lei não permite a dedução integral no cultivo de florestas, bens sujeitos ã exaustão. Ao segundo, a lei rural permite exclusivamente a dedução integral da depreciação, e no caso versado deparase com quotas de exaustão; 24) os bens ativados sob a rubrica "canaviais em formação" não podem ser qualificados como utilizados na atividade rural, uma vez que são compostos por mãodeobra e custos trabalhistas, os quais são diferentes das máquinas e equipamentos propriamente usados na atividade rural. Diante, pois, de todo o quadro fático e dos argumentos da Fiscalização, pode se avançar aos quesitos da recorrida, primeiramente em sede de preliminares. Inicialmente, a recorrida salienta que o RICARF é cristalino ao exigir, expressamente, a transcrição integral das ementas dos acórdão ofertados como paradigmas, exigência esta que teria sido ignorada pelo despacho de admissão, nem cumprida pela recorrente, bastando, para tanto, que se verifique a peça recursal. Ocorre que o artigo 67, § 111, do RICARF, com a redação dada pela Portaria MF nº 329/2017, autoriza “a reprodução parcial da ementa desde o que trecho omitido não altere a interpretação ou o alcance do trecho reproduzido.” Não foi outra a opção da recorrente, que preferiu ser econômica na reprodução das ementas, selecionando apenas as partes nas quais se evidencia a decisão adotada quanto à matéria objeto do Recurso Especial. Reparese a manifestação da PGFN no apelo interposto: “A tese consubstanciada no r. acórdão recorrido diverge do entendimento firmado nos acórdãos n.º 10513.579, e n.º10318.812, da Quinta e Terceira Câmaras do Primeiro Conselho de Contribuintes, respectivamente, e que ora são invocados como paradigmas. Segue a ementa dos referidos julgados: “ATIVIDADE RURAL. FRIGORÍFICO DE AVES ‑ O abate de aves para ser caracterizado com o atividade rural deve ser feito pelo próprio produtor rural, 1 "Art. 67 .... ....... § 11. As ementas referidas no § 9º poderão, alternativamente, ser reproduzidas, na sua integralidade, no corpo do recurso, admitindose ainda a reprodução parcial da ementa desde que o trecho omitido não altere a interpretação ou o alcance do trecho reproduzido. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017)" Fl. 1301DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.301 17 com equipamento e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matériaprima produzida na unidade rural explorada, e não com utilização de equipamentos típicos da atividade industrial, conforme art. 2, inc. V, da Lei nº 8.023, de 1990. IMPOSTO DE RENDA‑ PESSOA JURÍDICA ‑ FORMAÇÃO DE LAVOURA CANAVIEIRA ‑ A aplicação de recursos na formação de lavoura canavieira, por não se extinguir com o primeiro corte, e por voltarem a produzir, permitindo um segundo ou terceiro corte, deverá ser classificada no grupo do ativo imobilizado da pessoa jurídica, para que seus custos sejam absorvidos através de quotas de exaustão.” (grifos no original) Como já se pôde perceber, a União suscitou a existência de dissídio entre o acórdão recorrido e os acórdãos nº 10513.579 e 10318.812, oferecidos como paradigmas. Examinemolos: No voto condutor do acórdão nº 10513.579 consta o seguinte: “Apresento a seguir, de forma sucinta, os argumentos adotados pelo julgador singular na decisão recorrida, com os quais concordo e considero mais relevantes para o deslinde do caso em exame: a autuada alega que sua atividade é totalmente rural, no entanto, conforme cláusula Primeira do Contrato Social, consolidado em 02 de outubro de 1996 (fl. 23), o objetivo social da sociedade é a "produção, industrialização, comércio nacional e internacional de produtos avícolas, vinícolas, suínos, rações, concentrados e suplementos, ingredientes para a alimentação animal, sabão industrial e demais subprodutos derivados, importação e exportação de cereais e de condimentos". como se percebe pelo objetivo social da autuada, nem todas as atividades se caracterizariam como atividades rurais, sendo que o cerne da questão está em se definir se a atividade de abate de aves, o resfriamento, o congelamento, a elaboração de embutidos (nota fiscal à fl. 33) e a sua comercialização no mercado nacional e internacional, não estariam fora dessa caracterização. alega ainda a contribuinte que o abate de aves constituise em atividade rural, conforme o art. 2° da Lei n.o 8.023, de 1990, incluindose, ainda, a transformação de produtos que não implique na alteração da composição e características do produto in natura, pois requer simples procedimento rudimentar que não se caracteriza como industrialização. com relação a alegação de que sob o aspecto da legislação do IPI, o abate de aves, mesmo que divididas em partes e embaladas para comercialização, não caracteriza operação de transformação, podendo ser considerada como atividade rural, destaca que, no âmbito do imposto de renda, para que se caracterize como atividade rural, não basta que não haja transformação, é preciso que sejam atendidas, ainda, as demais condições do inc. V do art. 2° da Lei 8.023, de 1990, como a utilização de equipamentos e utensílios usualmente empregados na atividade rural. chama a atenção para o caso específico da autuada, pelo seu porte econômico, evidenciado pelos valores lançados na sua declaração de rendimentos, por suas atividades de comercialização no mercado interno e externo, é por demais lógico que um processo rudimentar não abrigaria tal nível de atividade Fl. 1302DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.302 18 econômica, senão pelo emprego de modernos equipamentos próprios do setor industrial. rebate as alegações baseada nas exclusões citadas no art. 3° da Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal 125/92N visto entender que as mesmas não esgotam todas as atividades; sendo meramente exemplificativas, e que para caracterização da atividade rural devese considerar que o inc. V1 do art. 2° o qual dispõe que " a transformação de produtos agrícolas ou pecuários, sem que sejam alteradas a composição e as características do produto "in natura" e não configure procedimento industrial, feita pelo próprio produtor rural, com equipamento e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matériaprima produzida na unidade rural explorada...", o que não é o caso da autuada” Comparando a situação sub examine com a que está retratada no acórdão nº 10513.579, deparase com a existência de similitude fática. Entendo que se deve refutar a alegação de que a diferença entre as atividades reveladas, quando se coloca o acórdão recorrido visàvis o acórdão nº 10513.579, seria o bastante para repelir a semelhança fática exigível, porquanto o ponto de conexão entre os julgados está no porte econômico dos contribuintes, na utilização de equipamentos e utensílios compatíveis com processos mais rudimentares e nos procedimentos empregados que não impliquem transformação, assim compreendida qualquer alteração na composição e nas características do produto in natura. A recorrente alude, por sua vez, ao acórdão nº 10318.812 com a pretensão de comprovar a similitude fática e o dissídio interpretativo quanto à sujeição dos custos aplicados na formação de lavoura canavieira a encargos de exaustão, e não a encargos de depreciação, distintamente do que restou assentado no acórdão recorrido, como se constata no seguinte trecho do Recurso Especial, à efl. 960: “O segundo acórdão paradigma (10318.812) indica que os recursos aplicados na formação de lavoura canavieira são classificados no grupo de ativo imobilizado da pessoa jurídica, para que seus custos sejam absorvidos através de quotas de exaustão. Por outro lado, o acórdão recorrido despreza a diferença técnica entre exaustão e depreciação, de maneira que o fato de lavouras em formação estarem sujeitas à exaustão não obsta o gozo do benefício.” (grifos no original) Podese ver, no acórdão ofertado como paradigma, de nº 10318.812, que a decisão tomada efetivamente diverge daquela que foi proferida pela Turma a quo, verbis: “Quanto ao item 1 Contabilização Indevida como Despesa do valor de Cz$ 25.637.697,72, correspondente a aplicação de recursos na formação de lavoura canavieira., consoante o art.15 do Decretolei n°1.598/777 e Parecer Normativo CST n°18/79, os custos de formação de culturas que não se extinguem com o primeiro corte, voltando a produzir novos ramos ou troncos, permitindo um segundo ou terceiro corte, deverão ser classificados no grupo do ativo imobilizado, para que seus custos sejam absorvidos, através de quotas de exaustão à medida e na proporção em que seus recursos forem sendo exauridos.” (grifos no original) Portanto, é inquestionável, também aqui, a similitude fática e o dissídio interpretativo, uma vez que, no acórdão ofertado como paradigma, deliberouse no sentido de Fl. 1303DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.303 19 que os custos aplicados na lavoura canavieira sujeitamse a quotas de exaustão, e não a quotas de depreciação, como afirmado no acórdão recorrido. Também não é verdade que o Recurso Especial da PGFN não tenha analisado as distintas situações fáticas e jurídicas referentes aos acórdãos ofertados como paradigmas e o recorrido. Observese a esse respeito o que disse o órgão de defesa da Fazenda Nacional, em sua irresignação: “Em primeiro lugar, o contribuinte exerce atividade agroindustrial (industrialização), não se enquadrando no conceito de atividade rural disposto no art. 2° da Lei 8.023/90. A legislação conceitua a atividade rural, conforme se segue: Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990 Art. 2º Considerase atividade rural: (...) [...] A IN SRF nº 257, de 2002: Art. 2º [...] Diante da definição legal ora apresentada, temse que o contribuinte não desenvolve atividade rural. Sua atividade implica transformação substancial da cana deaçúcar em açúcar cristal e álcool combustível, em um processo que acarreta alteração da composição e características do produto in natura. Além disso, o próprio contrato social da empresa indica a natureza industrial o processo de transformação da canadeaçúcar. Confira‑ se: ... a exploração, produção, industrialização, comércio e exportação de produtos da agricultura e pecuária em geral, e, Insta esclarecer que o objetivo da lei, ao prever o benefício da depreciação acelerada incentivada, foi incentivar a atividade preponderantemente rural, como setor primário da economia, e não alcançar a atividade industrial, o que pode ser verificado pelo elenco dos requisitos para ser configurada a atividade como rural. O acórdão paradigma 10513.579 assevera a necessidade de cumulatividade dos requisitos que caracterizam a atividade como rural. Tais requisitos estão dispostos no inc. do V do art. 2º da Lei nº 8.023 de 1990, verbis: “... a norma que define o que se considera “atividade rural”, para fins da apuração do IRPJ, é unicamente aquela constante no inciso V do art. 2º da Lei nº 8.023, de 1990, que estabelece cinco condições a serem preenchidas pela pessoa jurídica para enquadramento do exercício de “atividade rural”: 1. “a transformação dos produtos decorrentes da atividade rural”; 2. “sem que sejam alteradas a composição e as características do produto “in naturaʹ ʹ ; 3. ʺ feita pelo próprio agricultor ou criadorʺ ; 4. ʺ com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades ruraisʺ ; 5. ʺ utilizando exclusivamente matéria‑ prima produzida na área rural explorada.ʺ Fl. 1304DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.304 20 A sociedade recorrente exerce atividade de industrialização da canadeaçúcar para obtenção de açúcar e álcool e à venda destes produtos no mercado interno e externo, configurando atividade industrial, e não meramente rural, sendo a produção da canadeaçúcar uma das etapas do processo produtivo, e não sua atividade predominante, para obtenção de milhões de litros de álcool e toneladas de açúcar. [...] Podese verificar, portanto, que descaracterizada a atividade rural, nos termos do que está definido no inciso V, art. 2, da Lei nº 8.023/90, a autuada se aproveitou indevidamente do benefício fiscal. Subsidiariamente, convém firmar que o art. 314 do RIR, referese tão somente à depreciação, e o custo para a formação da lavoura canavieira está sujeita à exaustão, de modo que não se aplica a depreciação acelerada incentivada prevista atualmente no art. 6º da MP 215970/2001. art. 6º da MP n° 2.15970, de 24 de agosto de 2001: [...] Apenas podem ser realizados integralmente no próprio ano de aquisição os bens do ativo imobilizado da pessoa jurídica que explore atividade rural sujeitos à depreciação no sentido estrito. [...] Não existe previsão legal para dedução integral dos valores aplicados na formação da lavoura canavieira, pois esta se sujeita à exaustão, e a lei não permite a dedução integral no cultivo de florestas, de bens sujeitos à exaustão. A jurisprudência do CARF confirma esse entendimento. O acórdão paradigma n.º10318.812 trata de situação fática idêntica à que se examina nos presentes autos. Naquela ocasião, o colegiado entendeu que lavouras de cana em formação são bens sujeitos à exaustão. Eis a ementa: [...]” (grifos no original) Assim, está claro que o apelo fazendário expôs a situação do caso concreto para cotejála com acórdão ofertado como paradigma nº 10513.5792, a fim de demonstrar a existência de divergência de interpretação sobre a caracterização, no rol das atividades rurais de que trata a Lei nº 8.023/1990, da atividade de agroindústria que opera com transformação. Já em outra passagem, a Fazenda Nacional destacou que os custos empregados na lavoura canavieira não se sujeitam a encargos de depreciação, diversamente do que reconhecera o acórdão recorrido. Em suporte a essa tese, cotejou o caso concreto em que a recorrida realiza o plantio de canadeaçúcar, comparandoo com situação similar retratada no acórdão ofertado como paradigma nº 10318.812. Todo o esforço da recorrente foi direcionado à demonstração de que a recorrida não atende ao disposto no artigo 2º da Lei nº 8.023/1990, com o intuito de sustentar que a recorrida não é uma empresa rural. Todavia, o Recurso Especial fazendário falece no ponto em que não ofereceu paradigma em contraposição ao entendimento de que o artigo 22A da Lei nº 8.212/1991 é o suficiente a suportar a decisão de que as agroindústrias exercem atividade rural, a teor do que ficou consignado no voto condutor do acórdão recorrido: Fl. 1305DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.305 21 Tanto a fiscalização quanto a DRJ de Ribeirão Preto, argumentam que a recorrente não faz jus ao benefício da depreciação acelerada por não exercer atividade tipicamente rural, o que desqualificaria a pretensão do requerente. Todavia esses argumentos estão equivocados, uma vez que a Usina Batatais é sociedade agrícola cujo objeto social é: a plantação e industrialização de canade açúcar, e, portanto, exerce atividade tipicamente rural. O artigo 22A da Lei nº 8.212/91 é claro ao definir que Agroindústrias são produtores rurais que industrializam e comercializa bens de sua propriedade ou de produção própria e adquirida de terceiros, podendo beneficiarse integralmente dos incentivos circunscritos à atividade rural. (grifei) Esse entendimento foi ratificado por esta mesma Turma no Acórdão 140200.271, assim ementado: ATIVIDADE RURAL. COMPATIBILIDADE COM EQUIPAMENTOS USUALMENTE EMPREGADOS NA ATIVIDADE EQUIPAMENTOS DE ALTA TECNOLOGIA – A lei prevê como condição para caracterizar a atividade como rural, a transformação de produtos, feita pelo próprio produtor, sem que haja alteração da composição e das características do produto in natura, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matériaprima produzida na área rural explorada. O emprego de equipamentos de alta tecnologia, não é vedado pela lei 8.023/1990. ATIVIDADE RURAL. FRIGORÍFICO DE AVES. Comprovado que a empresa atende todos os pressupostos do art. 2º. da Lei 8.023/1990 para fins de enquadramento na atividade rural, cancelase a exigência. Recurso de Oficio Negado. Recurso Voluntário Provido Equivocamse tanto a fiscalização quanto a DRJ de Ribeirão Preto/SP, ao desconsiderar a atividade rural da Recorrente ao argumento de que: “a regra é clara ao exigir que a pessoa jurídica explore atividade rural” e “ademais, não procede a alegação impugnante no sentido de que sua atividade deve ser qualificada como rural”, tese essa que teria amparo no artigo 2º, da Lei nº 8.023/90, com a redação dada pela Lei nº 9.250/95. A tributação beneficiada dos resultados obtidos na atividade rural, não é privativa apenas do setor primário da economia. Nos termos da Medida Provisória nº 2.15970/2001, e é possível a depreciação de ativo imobilizado quando da exploração da atividade rural.” Tenhase em conta que o Recurso Especial limitouse a afirmar que o artigo 22A da Lei nº 8.212/1991 só tem efeitos previdenciários. Diante da insuficiência recursal, não se pode conhecer do Recurso Especial da União. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 1306DF CARF MF Processo nº 13855.003821/200854 Acórdão n.º 9101003.873 CSRFT1 Fl. 1.306 22 Flávio Franco Corrêa Fl. 1307DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.726139/2016-13
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MAIOR DE 65 ANOS. LIMITE.
A isenção de imposto de renda para maiores de 65 anos sujeita-se a limite legal, devendo o excesso ser declarado como rendimento tributável.
Numero da decisão: 2001-000.780
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e redator designado
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), José Ricardo Moreira, José Alfredo Duarte Filho e Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2013 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MAIOR DE 65 ANOS. LIMITE. A isenção de imposto de renda para maiores de 65 anos sujeita-se a limite legal, devendo o excesso ser declarado como rendimento tributável.
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score : 1.0
Numero do processo: 10980.724631/2010-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1201-000.637
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento do processo até 29/12/2018, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa; ausentes justificadamente José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: EVA MARIA LOS
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decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento do processo até 29/12/2018, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa; ausentes justificadamente José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado.
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(assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa; ausentes justificadamente José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. 1 Relatório Trata o processo de autos de infração, págs. 12.180/1.216, que exigem Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ no montante de R$141.983.916,02 e fatos geradores em 31/12/2005, 31/12/2006, 31/12/2007 e 31/12/2008, devido à contabilização de subvenções para custeio, como subvenções para investimento e Multas Isoladas devido às falta de recolhimento de estimativas mensais, de 01/2005 a 31/12/2008, exigidas no montante de R$68.049.027,02; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, no montante de R$51.114.209,77 sobre os mesmos fatos geradores e Multas Isoladas devido à falta de recolhimentos de estimativas RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .7 24 63 1/ 20 10 -6 5 Fl. 2479DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 3 2 mensais, exigidas no montante de R$24.500.529,72, fatos geradores de 31/12/2005 a 31/12/2008; às págs. 1.254/1.268, Termo de Verificação e Encerramento da Ação Fiscal que descreve os procedimentos de fiscalização e motivos da autuação: Do exame da relação de lançamentos extraídos do livro razão, da conta Subvenções para Investimentos, (...), constatase que a empresa contabilizava as receitas oriundas de benefícios fiscais do ICMS diretamente na conta de patrimônio líquido, sem transitar pelas contas de resultado, no período de 01/01/05 a 31/12/07. (...), a partir de 01/01/08 os valores passaram a transitar pelas contas de resultado: 302130 ICMS dedução de receita e 302134 ICMS Subvenção para Investimento, sendo que os valores escriturados nesta última conta fizeram parte das exclusões (adição com sinal negativo) para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, cujo demonstrativo se encontra às fls. 211. Conforme se constata no demonstrativo, foi excluído o valor de R$190.637.682.23 (adição com sinal negativo) e adicionado o valor de R$17.000.000,00, donde se conclui que deixou de ser tributado, no ano de 2008, o valor de R$ 173.637.682,23. 2. E explicou que, conforme definição no Parecer Normativo CST nº 112, de 1978, Subvenções para Investimento se destinam à aplicação específica em bens ou direitos para implantar ou expandir empreendimentos econômicos e não para auxiliar a empresa em suas despesas correntes, e que: Do exame do Parecer constatase que os recursos que a fiscalizada auferiu, a titulo de crédito presumido de ICMS, não se enquadram no conceito de subvenção para investimento, pois não foram aplicados especificamente em bens ou direitos para Implantar ou expandir empreendimento econômico, que é característica essencial das subvenções para investimentos. 3. Cientificado, o contribuinte apresentou a impugnação de págs. 1.269/1.306, julgada pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Curitiba/PR DRJ/CTA, que proferiu o Acórdão nº 0631.231, de 14/04/2011, págs. 2.713/2.752, julgada procedente em parte, pois reconheceu a decadência de parte das multas isoladas; desta decisão recorreu de ofício, tendo sido o valor das multas canceladas R$ 2.121.414, 10: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008 IRPJ. SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. REQUISITOS. Como regra geral, as Subvenções para Investimento são tributáveis; apenas podem ser excluídas da base de cálculo caso cumpridos os seguintes requisitos: a. recursos oriundos de pessoas jurídicas de direito público; b. possuírem destinação específica para investimentos em implantação ou expansão do empreendimento econômico projetado; c. sincronismo entre a intenção do subvencionador com a ação do subvencionado; d. o beneficiário da subvenção deve ser a pessoa jurídica titular do Fl. 2480DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 4 3 empreendimento econômico; e, antes da vigência da Lei nº e. deve ser registrada contabilmente a conta de reserva de capital que poderá somente ser utilizada para absorver prejuízos ou ser incorporada ao capital social. IRPJ. SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. APLICAÇÃO EM ATIVO IMOBILIZADO. NECESSIDADE. O art. 443 do RIR/99 determina, para que sejam excluíveis da base de cálculo, que as subvenções sejam destinadas à “implantação ou expansão de empreendimentos econômicos”; Na esteira do que determinam os pareceres normativos da RFB, já referidos, e levando em conta a noção econômica de investimentos, a aplicação dos recursos precisa ser feita em bens do ativo imobilizado, com as observações já expendidas no item 24, supra. 4. O contribuinte foi cientificado em 12/05/2011, pág. 1.641, e apresentou Recurso Voluntário, de págs. 1.642/1.702, tempestivo, em 10/06/2011, e a Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou Contrarrazões, págs. 1.913/1.841. 5. Foi pronunciado o Acórdão nº 110100.661 de 31/01/2012, pelo CARF, que deu provimento ao recurso voluntário e negou ao recurso de ofício: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008 SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTO. CARACTERIZAÇÃO. CRÉDITOS PRESUMIDOS DE ICMS. As subvenções para investimento – in casu, correspondentes a créditos presumidos de ICMS – diferenciamse das subvenções de custeio, tão somente, na medida em que as primeiras são concedidas com o fito de estimular investimentos regionais ou setoriais, operados mediante instalação ou expansão – inclusive qualitativa – de empreendimentos econômicos. Ao contrário do quanto aduzido pelo Parecer Normativo CST nº 112/78, a caracterização de dado benefício fiscal como subvenção para investimento não pressupõe a aplicação direta e exclusiva das cifras subvencionadas a projeto predeterminado. No mais, para tais fins, irrelevante é a análise das contrapartidas impingidas ao contribuinte, postas, pelo ente outorgante, como précondições à fruição da benesse. 6. A PFN interpôs Recurso Especial, que foi admitido, tendo o contribuinte apresentado Contrarrazões. 7. A CSRF pronunciou o Acórdão de Recurso Especial nº 9101002.393, de 13/07/2016, nos seguintes termos: Assunto: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Fl. 2481DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 5 4 Ano calendário: 2005, 2006, 2007, 2008 SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO A TÍTULO DE CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ. REQUISITOS. A União estabelece critérios próprios para dispor sobre a concessão de benefício aplicável ao IRPJ e à CSLL, tributos sob sua competência. A mera "intenção" do legislador estadual não é suficiente para caracterizar a subvenção recebida como subvenção para investimento, na acepção do §2º do artigo 38 do DecretoLei nº 1.598/1977, e não implica na fruição automática de benefício fiscal na esfera federal. A operação de subsunção às condições previstas no referido dispositivo legal não ocorre automaticamente. As subvenções para investimento que podem ser excluídas na determinação do lucro real são aquelas concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos. Afastado o fundamento do acórdão recorrido, que entendeu desnecessário o exame dos dispositivos da legislação estadual que vinculassem as subvenções a investimentos, e que levou em conta apenas a finalidade geral e abstrata da concessão da subvenção pelo ente federado, os autos devem retornar à turma a quo para exame de matérias cuja análise o colegiado entendeu que não estava em condições de julgamento (parte da causa não estava madura). (...) Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial, determinando o retorno dos autos à turma a quo para: (1) apreciar as aplicações a titulo de pesquisa e desenvolvimento, (i) na própria empresa e (ii) em convênios, para verificar se podem ser considerados investimentos na acepção do §2° do artigo 38 do DecretoLei n* 1598, de 1977; (2) caso mantida a autuação fiscal parcial ou integralmente, apreciar as demais matérias; (2.1) multa isolada sobre insuficiência de estimativa mensal e (2.2) juros de mora sobre multa de ofício. 8. O Acórdão sofreu embargos de declaração pelo contribuinte, que foram acolhidos, tendo sido proferido o Acórdão de Embargos nº 9101003.035, de 10/08/2017: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2005, 2006, 2007, 2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO A TÍTULO DE CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ. REQUISITOS. Acolhese os embargos da contribuinte para fins de sanar os vícios de obscuridade, omissão e contradição contidos no Acórdão nº 9101002.393. Ao afastar o fundamento que embasava a decisão de segunda instância administrativa e devolver os autos para reexame das questões relativas à subvenção, este Fl. 2482DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 6 5 colegiado não procurou restringir o exame das matérias abordadas no recurso voluntário, tampouco prejudicar o exame das alegações sobre o atendimento das exigências de cumprimento do Processo Produtivo Básico PPB. Uma vez afastada a possibilidade de decidir apenas em razão da intenção ou objetivo do legislador estadual, caberá a turma a quo analisar de forma ampla as contrapartidas que, segundo a contribuinte, caracterizariam os créditos presumidos de ICMS como subvenção para investimento. (...) Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para, reratificando o Acórdão nº 9101002.393, de 13/07/2016, sanar a omissão, contradição e obscuridade apontadas, com efeitos infringentes, nos termos do voto do relator,(...) 9. Em 06/12/2017, a recorrente anexou Petição: Não obstante, em 23 de novembro de 2017 foram decretadas e promulgadas as partes originalmente vetadas da Lei Complementar nº 160/2017, acrescentando os §§4º e 5º ao artigo 30 da Lei nº 12.973/2014, que esclareceram que os incentivos fiscais de crédito presumido são considerados subvenções para investimento, de forma que, uma vez observados os requisitos da norma – registro em reserva de lucros a ser utilizada para absorção de prejuízos, quando já totalmente absorvidas as demais reservas de lucros, com exceção da reserva legal, ou aumento de capital social –, não há que se falar em seu computo no lucro real. (...) Do dispositivo transcrito depreendese que a norma introduzida, esclarecendo que os incentivos fiscais de ICMS, dentre eles os de crédito presumido do imposto, consistem em subvenção para investimento, tem cunho interpretativo, aplicandose inclusive, conforme expressamente previsto no §5º, aos processos administrativos e judiciais em curso. Dessa feita, consoante o artigo 106, I, do Código Tributário Nacional – CTN, abaixo reproduzido, devem os §§4º e 5º, do artigo 30, da Lei nº 12.973/2014, serem aplicados aos fatos pretéritos, logo, aos anos calendários 2005 a 2008 em discussão nos presentes autos: (...) Em face do exposto, uma vez incontroversa a configuração dos créditos presumidos usufruídos pela Requerente como subvenção para investimento, e sendo ainda incontroverso o atendimento aos requisitos da norma para a não tributação do incentivo fiscal pelo IRPJ e pela CSLL, requer sejam os Autos de Infração julgados improcedentes. 10. Em 21/05/2018, nova Petição, para que os autos sejam julgados improcedentes ou, quando menos, que receba tratamento análogo ao da Resolução nº 9.101000.039, em que foi Fl. 2483DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 7 6 determinado o sobrestamento do processo e remessa dos autos à unidade de origem, para intimar o contribuinte em 29/12/2018 para comprovar o cumprimento dos requisitos tratados pelas Cláusulas 2ª, 3ª e 4ª do Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017". 2 Voto. Conselheira Eva Maria Los, Relatora 11. Trata o processo da discussão se incentivo fiscal de crédito presumido de ICMS, concedido pelo Estado do Paraná, por meio do Decreto (estadual) nº 5.375, de 28 de fevereiro de 2002, art. 3º, e dos termos de Acordo nº 3396/04, 3655/06 e 3878/07, à Recorrente, se trata de subvenção de custeio ou de investimento. 12. A Lei Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975, que dispõe sobre os convênios para a concessão de isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, e dá outras providências, determinou que: Art. 1º As isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias serão concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal, segundo esta Lei. Parágrafo único O disposto neste artigo também se aplica: (...) III à concessão de créditos presumidos; 13. Foi editada a Lei Complementar nº 160, de 7 de agosto de 2017, que dispõe sobre convênio que permite aos Estados e ao Distrito Federal deliberar sobre a remissão dos créditos tributários, constituídos ou não, decorrentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeirofiscais instituídos em desacordo com o disposto na alínea "g" do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal e a reinstituição das respectivas isenções, incentivos e benefícios fiscais ou financeirofiscais; e altera a Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, que passou a ter a seguinte redação: Art. 30. As subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e as doações feitas pelo poder público não serão computadas na determinação do lucro real, desde que seja registrada em reserva de lucros a que se refere o art. 195A da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que somente poderá ser utilizada para: (Vigência) I absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente absorvidas as demais Reservas de Lucros, com exceção da Reserva Legal; ou II aumento do capital social. § 1o Na hipótese do inciso I do caput, a pessoa jurídica deverá recompor a reserva à medida que forem apurados lucros nos períodos subsequentes. § 2o As doações e subvenções de que trata o caput serão tributadas caso não seja observado o disposto no § 1o ou seja dada destinação diversa da que está prevista no caput, inclusive nas hipóteses de: Fl. 2484DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 8 7 I capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de doações ou subvenções governamentais para investimentos; II restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, nos 5 (cinco) anos anteriores à data da doação ou da subvenção, com posterior capitalização do valor da doação ou da subvenção, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitada ao valor total das exclusões decorrentes de doações ou de subvenções governamentais para investimentos; ou III integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios. § 3o Se, no período de apuração, a pessoa jurídica apurar prejuízo contábil ou lucro líquido contábil inferior à parcela decorrente de doações e de subvenções governamentais e, nesse caso, não puder ser constituída como parcela de lucros nos termos do caput, esta deverá ocorrer à medida que forem apurados lucros nos períodos subsequentes. § 4o Os incentivos e os benefícios fiscais ou financeirofiscais relativos ao imposto previsto no inciso II do caput do art. 155 da Constituição Federal, concedidos pelos Estados e pelo Distrito Federal, são considerados subvenções para investimento, vedada a exigência de outros requisitos ou condições não previstos neste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 160, de 2017) § 5o O disposto no § 4o deste artigo aplicase inclusive aos processos administrativos e judiciais ainda não definitivamente julgados. (Incluído pela Lei Complementar nº 160, de 2017) (Grifouse.) 14. Como visto, a LC supra determinou que são considerados subvenções para investimento os incentivos e benefícios relativos ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS (art. 155, II, caput da CF, de 1988), que é o presente caso. 15. Contudo, a LC nº 160, de 2017, determinou também: Art. 3o O convênio de que trata o art. 1o desta Lei Complementar atenderá, no mínimo, às seguintes condicionantes, a serem observadas pelas unidades federadas: I publicar, em seus respectivos diários oficiais, relação com a identificação de todos os atos normativos relativos às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeirofiscais abrangidos pelo art. 1o desta Lei Complementar; II efetuar o registro e o depósito, na Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), da documentação comprobatória correspondente aos atos concessivos das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeirofiscais mencionados no Fl. 2485DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 9 8 inciso I deste artigo, que serão publicados no Portal Nacional da Transparência Tributária, que será instituído pelo Confaz e disponibilizado em seu sítio eletrônico. § 1o O disposto no art. 1o desta Lei Complementar não se aplica aos atos relativos às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeirofiscais vinculados ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) cujas exigências de publicação, registro e depósito, nos termos deste artigo, não tenham sido atendidas, devendo ser revogados os respectivos atos concessivos. § 2o A unidade federada que editou o ato concessivo relativo às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeirofiscais vinculados ao ICMS de que trata o art. 1o desta Lei Complementar cujas exigências de publicação, registro e depósito, nos termos deste artigo, foram atendidas é autorizada a concedêlos e a prorrogálos, nos termos do ato vigente na data de publicação do respectivo convênio, não podendo seu prazo de fruição ultrapassar: (...) Art. 10. O disposto nos §§ 4o e 5o do art. 30 da Lei no 12.973, de 13 de maio de 2014, aplicase inclusive aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeirofiscais de ICMS instituídos em desacordo com o disposto na alínea ‘g’ do inciso XII do § 2o do art. 155 da Constituição Federal por legislação estadual publicada até a data de início de produção de efeitos desta Lei Complementar, desde que atendidas as respectivas exigências de registro e depósito, nos termos do art. 3o desta Lei Complementar.” (Grifouse.) 16. E a alínea ‘g’ do inciso XII do § 2o do art. 155 da Constituição Federal, de 1988 determina: Art. 1o Mediante convênio celebrado nos termos da Lei Complementar no 24, de 7 de janeiro de 1975, os Estados e o Distrito Federal poderão deliberar sobre: I a remissão dos créditos tributários, constituídos ou não, decorrentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro fiscais instituídos em desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2o do art. 155 da Constituição Federal por legislação estadual publicada até a data de início de produção de efeitos desta Lei Complementar; Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) II operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Fl. 2486DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 10 9 § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: XII cabe à lei complementar: g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. 17. Por oportuno, reproduzse excerto da Resolução 9101000.039 da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, prolatada em 18 de janeiro de 2018: Ocorre que foi recentemente aprovada a Lei Complementar nº 160/2017, que alterou a Lei nº 12.973/2014, inserindo os §4º e §5º ao artigo 30. O artigo 30 restou assim expresso em sua integralidade: Art. 30. As subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e as doações feitas pelo poder público não serão computadas na determinação do lucro real, desde que seja registrada em reserva de lucros a que se refere o art. 195A da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que somente poderá ser utilizada para: I absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente absorvidas as demais Reservas de Lucros, com exceção da Reserva Legal; ou II aumento do capital social. § 1º Na hipótese do inciso I do caput, a pessoa jurídica deverá recompor a reserva à medida que forem apurados lucros nos períodos subsequentes. § 2º As doações e subvenções de que trata o caput serão tributadas caso não seja observado o disposto no § 1º ou seja dada destinação diversa da que está prevista no caput, inclusive nas hipóteses de: I capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de doações ou subvenções governamentais para investimentos; II restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, nos 5 (cinco) anos anteriores à data da doação ou da subvenção, com posterior capitalização do valor da doação ou da subvenção, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitada ao valor total das exclusões decorrentes de doações ou de subvenções governamentais para investimentos; ou III integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios. § 3º Se, no período de apuração, a pessoa jurídica apurar prejuízo contábil ou lucro líquido contábil inferior à parcela decorrente de doações e de subvenções governamentais e, nesse caso, não puder ser constituída como parcela de lucros Fl. 2487DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 11 10 nos termos do caput, esta deverá ocorrer à medida que forem apurados lucros nos períodos subsequentes. § 4 º Os incentivos e os benefícios fiscais ou financeiro fiscais relativos ao imposto previsto no inciso II do caput do art. 155 da Constituição Federal, concedidos pelos Estados e pelo Distrito Federal, são considerados subvenções para investimento, vedada a exigência de outros requisitos ou condições não previstos neste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 160, de 2017) § 5 º O disposto no § 4º deste artigo aplicase inclusive aos processos administrativos e judiciais ainda não definitivamente julgados. (Incluído pela Lei Complementar nº 160, de 2017) (grifamos) As novas regras, estabelecidas pela Lei Complementar nº 160, portanto, tem efeitos retroativos para aplicação aos processos administrativos pendentes, para que se considerem subvenções para investimento os benefícios concedidos pelos Estados e Distrito Federal, na forma do artigo 155, II, da Constituição Federal, sem a exigência de requisitos não previstos no próprio artigo 30. Remanesce, quando concedido benefício na forma do artigo 155, II, a exigência de cumprimento dos requisitos do caput do artigo 30, quais sejam: (i) intenção do Estado da em estimular a implantação e expansão de empreendimentos (ii) registro em reserva de lucros. Vale lembrar, ainda, a previsão do artigo 155, II, §2º, inciso XII, alínea g, da Constituição Federal: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (...) § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) XII cabe à lei complementar: (...) g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Ademais, a Lei Complementar estabeleceu a aplicação das regras dos §§ 4º e 5º, do artigo 30, aos benefícios anteriormente concedidos, em desacordo com o artigo 155, desde que atendidas exigências de registro e depósito de novo Convênio entre os Estados, nos termos dos artigos 10 e 3º: Fl. 2488DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 12 11 Art. 10. O disposto nos §§ 4º e 5º do art. 30 da Lei no 12.973, de 13 de maio de 2014, aplicase inclusive aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro fiscais de ICMS instituídos em desacordo com o disposto na alínea ‘g’ do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal por legislação estadual publicada até a data de início de produção de efeitos desta Lei Complementar, desde que atendidas as respectivas exigências de registro e depósito, nos termos do art. 3º desta Lei Complementar.” Art. 3º O convênio de que trata o art. 1º desta Lei Complementar atenderá, no mínimo, às seguintes condicionantes, a serem observadas pelas unidades federadas: I publicar, em seus respectivos diários oficiais, relação com a identificação de todos os atos normativos relativos às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro fiscais abrangidos pelo art. 1o desta Lei Complementar; II efetuar o registro e o depósito, na Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), da documentação comprobatória correspondente aos atos concessivos das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro fiscais mencionados no inciso I deste artigo, que serão publicados no Portal Nacional da Transparência Tributária, que será instituído pelo Confaz e disponibilizado em seu sítio eletrônico. § 1º O disposto no art. 1º desta Lei Complementar não se aplica aos atos relativos às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro fiscais vinculados ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) cujas exigências de publicação, registro e depósito, nos termos deste artigo, não tenham sido atendidas, devendo ser revogados os respectivos atos concessivos. § 2 º A unidade federada que editou o ato concessivo relativo às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro fiscais vinculados ao ICMS de que trata o art. 1º desta Lei Complementar cujas exigências de publicação, registro e depósito, nos termos deste artigo, foram atendidas é autorizada a concedêlos e a prorrogálos, nos termos do ato vigente na data de publicação do respectivo convênio, não podendo seu prazo de fruição ultrapassar: I 31 de dezembro do décimo quinto ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto àqueles destinados ao fomento das atividades agropecuária e industrial, inclusive agroindustrial, e ao investimento em infraestrutura rodoviária, aquaviária, ferroviária, portuária, aeroportuária e de transporte urbano; II 31 de dezembro do oitavo ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto àqueles destinados à manutenção ou ao incremento das atividades portuária e Fl. 2489DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 13 12 aeroportuária vinculadas ao comércio internacional, incluída a operação subsequente à da importação, praticada pelo contribuinte importador; III 31 de dezembro do quinto ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto àqueles destinados à manutenção ou ao incremento das atividades comerciais, desde que o beneficiário seja o real remetente da mercadoria; IV 31 de dezembro do terceiro ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto àqueles destinados às operações e prestações interestaduais com produtos agropecuários e extrativos vegetais in natura; V 31 de dezembro do primeiro ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto aos demais. § 3º Os atos concessivos cujas exigências de publicação, registro e depósito, nos termos deste artigo, foram atendidas permanecerão vigentes e produzindo efeitos como normas regulamentadoras nas respectivas unidades federadas concedentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro fiscais vinculados ao ICMS, nos termos do § 2o deste artigo. § 4º A unidade federada concedente poderá revogar ou modificar o ato concessivo ou reduzir o seu alcance ou o montante das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro fiscais antes do termo final de fruição. § 5º O disposto no § 4o deste artigo não poderá resultar em isenções, incentivos ou benefícios fiscais ou financeiro fiscais em valor superior ao que o contribuinte podia usufruir antes da modificação do ato concessivo. § 6º As unidades federadas deverão prestar informações sobre as isenções, os incentivos e os benefícios fiscais ou financeiro fiscais vinculados ao ICMS e mantêlas atualizadas no Portal Nacional da Transparência Tributária a que se refere o inciso II do caput deste artigo. § 7º As unidades federadas poderão estender a concessão das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro fiscais referidos no § 2º deste artigo a outros contribuintes estabelecidos em seu território, sob as mesmas condições e nos prazos limites de fruição. § 8º As unidades federadas poderão aderir às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro fiscais concedidos ou prorrogados por outra unidade federada da mesma região na forma do § 2º, enquanto vigentes. Diante de tais exigências, foi editado o Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017, que estabelece procedimento para a remissão, a anistia e a reinstituição regrada pelo convênio: Fl. 2490DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 14 13 Cláusula segunda. As unidades federadas, para a remissão, para a anistia e para a reinstituição de que trata este convênio, devem atender as seguintes condicionantes: I publicar, em seus respectivos diários oficiais, relação com a identificação de todos os atos normativos, conforme modelo constante no Anexo Único, relativos aos benefícios fiscais, instituídos por legislação estadual ou distrital publicada até 8 de agosto de 2017, em desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal; II efetuar o registro e o depósito, na Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Política Fazendária CONFAZ, da documentação comprobatória correspondente aos atos concessivos dos benefícios fiscais mencionados no inciso I do caput desta cláusula, inclusive os correspondentes atos normativos, que devem ser publicados no Portal Nacional da Transparência Tributária instituído nos termos da cláusula sétima e disponibilizado no sítio eletrônico do CONFAZ. § 1º O disposto nos incisos I e II do caput estendem se aos atos que não se encontrem mais em vigor, observando quanto à reinstituição o disposto na cláusula nona. § 2º Na hipótese de um ato ser, cumulativamente, de natureza normativa e concessiva, devese atender ao disposto nos incisos I e II do caput desta cláusula. § 3º A Secretaria Executiva do CONFAZ responsabilizase pela guarda da relação e da documentação comprobatória de que trata o inciso III do § 2º da cláusula primeira e deve certificar o registro e o depósito. O prazo para o atendimento aos requisitos está tratado pela Cláusula Terceira do Convênio: Cláusula terceira A publicação no Diário Oficial do Estado ou do Distrito Federal da relação com a identificação de todos os atos normativos de que trata o inciso I do caput da cláusula segunda deve ser feita até as seguintes datas: I 29 de março de 2018, para os atos vigentes em 8 de agosto de 2017; II 30 de setembro de 2018, para os atos não vigentes em 8 de agosto de 2017. Parágrafo único. O CONFAZ pode, em casos específicos, observado o quórum de maioria simples, autorizar que o cumprimento da exigência prevista no caput desta cláusula seja feita até 28 de dezembro de 2018, devendo o pedido da unidade federada requerente se fazer acompanhar da identificação dos atos normativos objeto da solicitação, na forma do modelo constante no Anexo Único. Cláusula quarta O registro e o depósito na Secretaria Executiva do CONFAZ da documentação comprobatória Fl. 2491DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 15 14 correspondente aos atos concessivos dos benefícios fiscais de que trata o inciso II do caput da cláusula segunda, devem ser feitas até as seguintes datas: I 29 de junho de 2018, para os atos vigentes na data do registro e do depósito; II 28 de dezembro de 2018, para os atos não vigentes na data do registro e do depósito. (Negritouse.) Parágrafo único. O CONFAZ pode, em casos específicos, observado o quórum de maioria simples, autorizar que o cumprimento da exigência prevista no caput desta cláusula seja feita até 28 de dezembro de 2018, devendo o pedido da unidade federada requerente se fazer acompanhar da documentação comprobatória correspondente aos atos concessivos dos benefícios fiscais. Após a publicação dos atos normativos no diário oficial do Estado, como prevê o inciso I, da Cláusula Segunda, e o registro destas normas perante o CONFAZ, como estabelece o inciso II, a publicação será disponibilizada pelo próprio Portal Nacional da Transparência Tributária no prazo de 30 dias, como estabelece a Cláusula Quinta: Cláusula quinta A publicação no Portal Nacional da Transparência Tributária de que trata o inciso II do caput da cláusula segunda deve ser realizada pela Secretaria Executiva do CONFAZ até 30 (trinta) dias após o respectivo registro e depósito. Os citados prazos ainda não decorreram com relação ao benefício fiscal ora analisado (Desenvolve). Ademais, pondero que não há notícias de registro e disponibilização das normas relacionadas ao citado benefício fiscal no sítio do CONFAZ. Não obstante isso, há regras claras sobre a aplicação da Lei Complementar aos processos em curso e, ainda, definidora de prazos para publicação das normas (pelo Estado) e registro perante o CONFAZ até 28/12/2018. Nesse contexto, após debates entre os componentes do Colegiado, a maioria ponderou pelo sobrestamento do processo até 29/12/2018, dia seguinte ao prazo para registro referido. Com efeito, a providência revelase cautelosa, na medida em que a própria Lei Complementar nº 160/2017 prevê a sua aplicação aos processos em curso. Assim, é razoável aguardar as providências pelos Estados da Federação para, desta forma, assegurar a aplicação regular das disposições da Lei Complementar e Convênio ICMS acima citados, A despeito da falta de previsão expressa para suspensão do processo administrativo no Decreto nº 70.235/1972 e RICARF (Portaria MF 343/2015), o sobrestamento é autorizado pelo Código de Processo Civil, verbis: Art. 313. Suspendese o processo: (...) V quando a sentença de mérito: Fl. 2492DF CARF MF Processo nº 10980.724631/201065 Resolução nº 1201000.637 S1C2T1 Fl. 16 15 a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; Diante disso, voto pelo sobrestamento do processo e remessa dos autos à unidade de origem, que deve intimar o contribuinte em 29/12/2018 para que comprove o cumprimento dos requisitos tratados pelas Cláusulas 2ª, 3ª e 4ª do Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017. Conclusão Por tais razões, voto pelo conhecimento do recurso e sobrestamento até 29/12/2018, intimandose o contribuinte para que comprove o cumprimento dos requisitos tratados pelas Cláusulas 2ª, 3ª e 4ª do Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa À vista do exposto, cabe sobrestar o julgamento do presente processo, para que até a data de 29 de dezembro de 2018, o contribuinte, devidamente intimado, comprove o cumprimento dos requisitos tratados pelas Cláusulas 2ª, 3ª e 4ª do Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017. 3 Conclusão. Voto por conhecer do recurso voluntário e SOBRESTAR o julgamento em virtude dos efeitos da Lei Complementar nº 160/2017 e art. 10 do Convênio Confaz nº 190 de 15 de dezembro de 2017, até a data de 29 de dezembro de 2018, intimandose o contribuinte para que comprove o cumprimento dos requisitos tratados pelas Cláusulas 2ª, 3ª e 4ª do Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Fl. 2493DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19679.720037/2014-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3302-000.913
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Vinícius Guimarães (Suplente convocado) que negava provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho não participou da votação em razão do voto definitivamente proferido pelo Conselheiro Vinícius Guimarães.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Deroulede - Presidente e Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Vinícius Guimarães (suplente convocado), Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1904; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19679.720037/201417 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3302000.913 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 23 de outubro de 2018 Assunto COMPENSAÇÃO Recorrente CCB CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Vinícius Guimarães (Suplente convocado) que negava provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho não participou da votação em razão do voto definitivamente proferido pelo Conselheiro Vinícius Guimarães. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede Presidente e Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Vinícius Guimarães (suplente convocado), Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de não homologar a compensação declarada, relativa a suposto crédito da contribuição não cumulativa (PIS/Cofins), por falta de comprovação de recolhimento a maior e/ou indevido. Segundo a autoridade administrativa, no que tange à apuração das contribuições ao PIS e à Cofins, o contribuinte desempenhava concomitantemente atividades sujeitas aos regimes cumulativo e não cumulativo. No Dacon, conforme relato, o método de determinação dos créditos se dera pela “INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA SOBRE RECEITA PARCIAL E/OU RECEITA DE EXPORTAÇÃO COM RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 96 79 .7 20 03 7/ 20 14 -1 7 Fl. 494DF CARF MF Processo nº 19679.720037/201417 Resolução nº 3302000.913 S3C3T2 Fl. 3 2 BASE NA PROPORÇÃO DOS CUSTOS DIRETAMENTE APROPRIADOS”, pressupondo, tal opção, a existência de um sistema de contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração que possibilitasse a verificação do percentual de cada nota fiscal destinado à atividade sujeita ao regime cumulativo (serviços de concretagem) e à atividade não cumulativa (vendas de cimento, argamassa etc.). No Despacho, foi ressaltada uma característica importante na atividade de serviço de concretagem, relativamente à utilização da matériaprima principal, o cimento produzido pelo próprio contribuinte, que estava sujeito ao regime da não cumulatividade. Nesse caso, quando o contribuinte adquiria insumo para produção do cimento, apenas parte poderia ser aproveitada como crédito, a outra parte não. Nas planilhas apresentadas pelo contribuinte, todas as notas ali elencadas estavam com a totalidade dos valores classificados como crédito, por isso foram solicitadas informações mais específicas dos bens e serviços utilizados como insumos e fretes contratados, com a indicação do processo produtivo e o cálculo de rateio. Não havendo atendimento por parte da interessada concluiuse que as informações prestadas não eram aptas a comprovar a liquidez e certeza dos créditos alegados. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte confirmou que desempenhava, concomitantemente, atividades sujeitas ao regime cumulativo e não cumulativo, realizando serviços de concretagem enquadráveis como ‘execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil’, cujas receitas se sujeitavam ao regime cumulativo, enquanto todas as demais receitas eram tributadas pelo regime não cumulativo. Segundo ele, equivocadamente, oferecera à tributação das contribuições (PIS/Cofins), na sistemática não cumulativa, a totalidade de suas receitas, inclusive a de prestação de serviços de concretagem, sujeita ao regime cumulativo, aplicando a alíquota de 7,6% e apropriando todos os créditos de insumos e serviços tomados no âmbito de sua atividade. Posteriormente, entretanto, refizera a apuração e retransmitira todas as respectivas obrigações acessórias para (i) desfazer a apropriação dos créditos de insumos e serviços de concretagem e (ii) fazer incidir sobre as receitas do regime cumulativo a correta alíquota de 3%, o que resultou em recolhimentos superiores aos valores realmente devidos, que foram objeto das declarações de compensação apresentadas. Contestou a decisão da autoridade fiscal, ressaltando que, se não houvera a comprovação da apropriação dos créditos pelo método direto dos custos, como destacado no despacho decisório, deveria ter sido utilizado o método da proporcionalidade, legitimando o rateio de custos entre as atividades sujeitas aos regimes cumulativo e não cumulativo (apresentou o cálculo de rateio dos insumos a partir da proporcionalidade da receita bruta que, segundo ele, encontravase de acordo com o previsto no § 8º do art. 3ª da Lei nº 10.833, de 2003). Salientou que o Despacho Decisório não fizera qualquer menção à imposição de juros e multa, presumindose daí que eles não estavam sendo exigidos, tornandose nula uma possível cobrança a esse respeito, em razão da impossibilidade de se defender. Admitiu que, no caso, tratavase de mero erro formal, sem qualquer lesão ao fisco, uma vez que não houvera redução do valor do montante tributável, não tendo sido logrado qualquer benefício, o que demonstrava que a não homologação da compensação Fl. 495DF CARF MF Processo nº 19679.720037/201417 Resolução nº 3302000.913 S3C3T2 Fl. 4 3 pretendida deflagrava um rigor excessivo, incompatível com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como com a verdade material prevalecente no âmbito do processo administrativo tributário. A Delegacia de Julgamento (DRJ) julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, sob fundamento de falta de comprovação da existência do direito creditório, por meio de documentos fiscais e/ou escrituração contábil hábeis, e por considerar que a aplicação do cálculo de rateio dos créditos a partir da proporcionalidade não podia ser considerada antes que se comprovasse o montante dos créditos informados no Dacon. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário e reiterou os argumentos utilizados na Manifestação de Inconformidade, ressaltando o seguinte: a) o fornecimento de argamassa preparada em betoneiras no trajeto até a obra é prestação de serviços, razão pela qual refez a apuração da contribuição; b) ao verificar estarem as receitas decorrentes de prestação de serviço de concretagem sujeitas ao regime cumulativo, refez sua apuração, constatando que os recolhimentos outrora efetivados foram superiores aos valores realmente devidos; c) houve indevida desconsideração do método de apuração adotado; d) defendeu a busca pela verdade material. É o relatório Voto Paulo Guilherme Deroulede, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido na Resolução nº 3302000.901, de 23/10/2018, proferida no julgamento do processo nº 19679.720027/201481, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3302000.901): A Recorrente reformulou sua escrituração contábil com o objetivo de refazer a sua apuração de COFINS com o escopo de tributar as receitas relativas às atividades de "concretagem" no regime CUMULATIVO, eis que originalmente o havia feito sob a sistemática NÃO CUMULATIVA. A Recorrente insurgese contra o fato da autoridade fiscal haver deixado de reconhecer o controle elaborado por ela, mormente diante de planilhas com identificação individual de cada nota fiscal de entrada dos insumo de forma separada em relação à atividade sujeita à sistemática cumulativa e não cumulativa. Requer seja acatada ao menos a COFINS apurada de forma cumulativa referente à mesma competência do crédito que deveria ter sido compensada, eis Fl. 496DF CARF MF Processo nº 19679.720037/201417 Resolução nº 3302000.913 S3C3T2 Fl. 5 4 que entende tratarse de mera reclassificação de receita, seja segundo o método de apropriação direta ou pelo método do rateio proporcional. Vale destacar que originalmente a Recorrente apresentou DACON pela sistemática NÃO CUMULATIVA, apropriandose de todos os insumos adquiridos, mas apurando COFINS a uma alíquota de 7,6%. Contudo, retificou a declaração para adequarse à sistemática CUMULATIVA, sujeitandose à alíquota de 3%. A fiscalização, contudo, entendeu por bem desconsiderar o controle de custos da Recorrente para fins de repartição dos créditos de insumos passíveis de apropriação. Argumenta a Recorrente que a não homologação da DCOMP em discussão implicaria exigência em duplicidade da COFINS da competência de setembro de 2008. Aduz ainda que a fiscalização tinha o dever de empregar o método alternativo da proporcionalidade (rateio proporcional) previsto no § 8º do artigo 3º da Lei 10.833/2003, e não simplesmente deixar de reconhecer qualquer pagamento a título de COFINS cumulativa. Não obstante os argumentos esposados pela Recorrente é de se notar que ao prestar o "serviço de concretagem" ela utiliza como principal matéria prima o CIMENTO por ela mesmo produzido e sujeito ao regime não cumulativo. Como da aquisição dos insumos para a fabricação do cimento apenas uma parte foi destinado ao serviço utilizado na operação de concretagem, apenas uma parte dos créditos poderia ter sido utilizado. Foi por esta razão que a Autoridade Fiscal entendeu que os créditos apresentados não possuiriam a liquidez e certeza necessários ao seu aproveitamento aos fins almejados pela Recorrente. "Entretanto, como constatado pela autoridade fiscal, as planilhas apresentadas em 26/06/2015 não contemplavam os dados solicitados no TIF 12/2015, não trazendo a informação individualizada de cada nota fiscal: rubrica correspondente do Dacon, mês em que o valor foi apropriado, número da nota fiscal, dia de emissão, número do CFOP da operação, código NCM da mercadoria, descrição detalhada da mercadoria, CNPJ/CPF do fornecedor, nome do fornecedor, valor da nota, valor da base de cálculo para fins de crédito e indicação a qual processo produtivo cada um dos bens pertence (cimento, argamassa, concreto etc). Concluindo, dessa maneira, que as informações prestadas pela contribuinte não estavam aptas a comprovar a liquidez e certeza dos créditos alegados." (efls. 482) Se por um lado é verdade que a Recorrente possui o direito de utilizarse dos créditos tributários, por outro é necessário que tais créditos sejam dotados da liquidez e certeza necessários à compensação. Em sede de Recurso Voluntário, é de competência deste colegiado aferir, em grau recursal, se a documentação apresentada é suficiente à demonstração do direito ao crédito. A negativa do fisco, que foi acompanhada pela DRJ, é no sentido de que a Recorrente, mesmo intimada, deixou de apresentar todas as informações relevantes à aferição da liquidez e da certeza dos créditos, merecendo destaque a rubrica correspondente do DACON, mês de apropriação, número da nota, dia de emissão, número do CFOP da operação, código NCM da mercadoria, descrição Fl. 497DF CARF MF Processo nº 19679.720037/201417 Resolução nº 3302000.913 S3C3T2 Fl. 6 5 detalhada, CNPJ ou CPF do fornecedor, nome do fornecedor, valor da nota, valor da base de cálculo para fins de crédito e indicação a qual processo produtivo cada um dos bens pertence, o que levou ao fisco a entender que o crédito não era dotado dos predicados imprescindíveis à sua compensação. No entanto, pela análise do processo é possível aferir que muitas destas informações estão contidas na documentação trazida aos autos pela Recorrente, havendo indícios de que podem existir créditos a serem aproveitados. Neste cenário, proponho converter o julgamento em diligência, à unidade de origem, para que a fiscalização, após a Recorrente indicar o processo produtivo no qual o insumo comum foi empregado, apure o real valor dos créditos pelo emprego do método do rateio proporcional com base na receita bruta, conforme a legislação aplicável, ocasião em que a fiscalização poderá exigir novos documentos. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Contribuição para o PIS. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência à unidade de origem, para que a fiscalização, após a Recorrente indicar o processo produtivo no qual o insumo comum foi empregado, apure o real valor dos créditos pelo emprego do método do rateio proporcional com base na receita bruta, conforme a legislação aplicável, ocasião em que a fiscalização poderá exigir novos documentos. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede Fl. 498DF CARF MF
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Numero do processo: 10783.906588/2012-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3301-000.890
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, á Unidade de Origem, para que elabore relatório onde se demonstre o critério de rateio adotado para os créditos a serem descontados.
assinado digitalmente
Winderley Morais Pereira - Presidente.
assinado digitalmente
Ari Vendramini - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini (Relator)
Nome do relator: ARI VENDRAMINI
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, á Unidade de Origem, para que elabore relatório onde se demonstre o critério de rateio adotado para os créditos a serem descontados. assinado digitalmente Winderley Morais Pereira - Presidente. assinado digitalmente Ari Vendramini - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini (Relator)
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Por bem descrever os fatos, adoto os dizeres do Relatório do Acórdão nº 09 49333, exarado pela 2ª Turma da DRJ/JUIZ DE FORA : O interessado transmitiu os Pedidos de Ressarcimento (PER) e/ou Declarações de Compensação (Dcomp) relacionados no Despacho Decisório, RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 83 .9 06 58 8/ 20 12 -4 2 Fl. 1884DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.884 2 visando a compensação dos débitos nelas declarados, com crédito oriundo de PIS/Pasep nãocumulativo referente ao 4º trimestre de 2008; A DRFVitória/ES emitiu Despacho Decisório, no qual reconhece parcialmente o direito creditório e homologa as compensações pleiteadas até o limite do crédito reconhecido; A empresa apresenta manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese que : a) em preliminar: a.1) da imprecisão da apuração fiscal; a.2) da legitima desconsideração de negócios jurídicos. Da ausência de previsão legal para os procedimentos adotados pela fiscalização; b) do mérito: b.1) dos fundamentos jurídicos de validade e correção dos créditos de PIS e Cofins não cumulativos auferidos pela impugnante; b.2) da insubsistência das provas apresentadas pela fiscalização; b.3) da ausência de comprovação por parte da fiscalização, acerca da participação conjunta da impugnante com as empresas laranjas citadas nos itens II.4 e II.5, do Parecer Fiscal; b.4) a contabilidade (aquisições devidamente registradas) como meio de prova em favor da impugnante – a essência sobre a forma; b.5) da patente contradição do fisco frente a atuação pretérita e atual; b.6) das diligências efetuadas sob a denominação “Operação tempo decolheita”. Da ausência de nexo de casualidade para com as operações realizadas pela recorrente; b.7) da impossibilidade de extensão em face da impugnante dos efeitos dos atos praticados no âmbito da denominada “Operação Broca”; b.8) do entendimento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento sobre a possibilidade do creditamento integral do PIS e da Cofins nas aquisições de cooperativas; b.9) sem dúvida, um dado curioso; b.10) da precariedade do trabalho fiscal – prova produzida pela impugnante; b.11) do restabelecimento integral dos créditos informados pela impugnante; É o breve relatório. 4. Assim restou ementada a decisão da DRJ/JUIZ DE FORA, materializada no retrocitado Acórdão : Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2008 NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Incabível anular decisão sem que haja fatos ofensivos ao direito de ampla defesa, ao contraditório ou às normas que definem competência. PIS/PASEP COFINS.NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. ILEGITIMIDADE. PESSOA JURÍDICA IRREGULAR. A realização de transações com pessoas jurídicas irregulares, com fortes indícios de terem sido inseridas na cadeia produtiva com único propósito de gerar crédito na sistemática da não cumulatividade, compromete a liquidez e certeza do pretenso crédito, o que autoriza a sua glosa, sendo insuficiente para afastála, nesse caso, a prova do pagamento do preço e do recebimento dos bens adquiridos. Fl. 1885DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.885 3 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido 5. Irresignada com tal decisão, a empresa interpôs Recurso Voluntário, tempestivamente, onde, em suas razões de defesa, repisa os argumentos expendidos na impugnação como segue : 01 – FATO RELEVANTE a) aquisições de fornecedores b) aquisições de cooperativas 02 – PRELIMINARES a) da nulidade absoluta do procedimento fiscal, face ao inequívoco cerceamento ao direito de defesa da recorrente b) da descaracterização dos negócios jurídicos – situação tributária de todas as pessoas envolvidas 03 – DO MÉRITO a) da insubsistência das provas apresentadas pela fiscalização b) da contabilidade (aquisições devidamente registradas) como meio de prova em favor da recorrente – a essência sobre a forma c) da patente contradição do Fisco frente á atuação pretérita e atual d) das diligências realizadas sob a denominação “ Operação Tempo de Colheita”. Da ausência de nexo de causalidade para com as operações realizadas pela recorrente e) da impossibilidade de extensão em face da recorrente dos efeitos dos atos praticados no âmbito da denominada “Operação Broca” f) do entendimento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento sobre a possibilidade do creditamento integral do PIS e da COFINS nas aquisições de cooperativas g) sem dúvida, um dado curioso h) da precariedade do trabalho fiscal – prova produzida pela recorrente i) do restabelecimento integral dos créditos informados pela recorrente 04 – CONCLUSÃO se contornadas a s questões anteriores, o que se cogita apenas como argumento, entende a Recorrente que deve ser dado provimento integral ao presente recurso, visto que de todo corretos os seus procedimentos, em especial, pelos seguintes motivos : Fl. 1886DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.886 4 É o relatório. Voto Conselheiro Ari Vendramini Relator 6. Peço vênia para reproduzir alguns excertos do voto do julgador da DRJ, constante do processo administrativo nº 15586.720765/201326, ao qual este se encontra apenso, que bem sintetizou as complexas operações envolvidas na autuação Os autos de infração foram lavrados tendo em vista que a empresa apurou créditos indevidos para as contribuições em Fl. 1887DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.887 5 comento e usou parte desses créditos como dedução do valor a pagar no mês respectivo. A autoridade administrativa glosou parte dos citados créditos e indeferiu o pedido de ressarcimento respectivo e/ou não homologou as compensações correspondentes. Assim, as contribuições devidas foram declaradas a menor na DCTF relativa ao mês de apuração tendo em vista as deduções efetuadas com os créditos glosados. Essas diferenças foram lançadas nos autos de infração ora em análise. Registrase que os PER/Dcomps que deram origem às citadas glosas, constam dos processos abaixo;. PROCESSO CONTRIBUIÇÃO PERÍODO 10783.906589/201297 COFINS NÃO CUMULATIVA 4º TRIMESTRE/2008 10783.906590/201211 COFINS NÃO CUMULATIVA 1º TRIMESTRE/2009 10783.906593/201255 COFINS NÃO CUMULATIVA 2º TRIMESTRE/2009 10783.906594/201208 COFINS NÃO CUMULATIVA 3º TRIMESTRE/2009 10783.906597/201233 COFINS NÃO CUMULATIVA 4º TRIMESTRE/2009 10783.906599/201222 COFINS NÃO CUMULATIVA 1º TRIMESTRE/2010 10783.906601/201263 COFINS NÃO CUMULATIVA 2º TRIMESTRE/2010 10783.906603/201252 COFINS NÃO CUMULATIVA 3º TRIMESTRE/2010 10783.906605/201241 COFINS NÃO CUMULATIVA 4º TRIMESTRE/2010 10783.906588/201242 PIS NÃO CUMULATIVO 4º TRIMESTRE/2008 10783.906591/201266 PIS NÃO CUMULATIVO 1º TRIMESTRE/2009 10783.906592/201219 PIS NÃO CUMULATIVO 2º TRIMESTRE/2009 10783.906595/201244 PIS NÃO CUMULATIVO 3º TRIMESTRE/2009 10783.906596/201299 PIS NÃO CUMULATIVO 4º TRIMESTRE/2009 10783.906598/201288 PIS NÃO CUMULATIVO 1º TRIMESTRE/2010 10783.906600/201219 PIS NÃO CUMULATIVO 2º TRIMESTRE/2010 10783.906602/201216 PIS NÃO CUMULATIVO 3º TRIMESTRE/2010 10783.906604/201205 PIS NÃO CUMULATIVO 4º TRIMESTRE/2010 As manifestações de inconformidade apresentadas pela empresa em face dos processos acima, foram julgadas nesta mesma sessão de julgamento tendo sido prolatados acórdãos que as consideraram improcedentes, conforme voto deste mesmo relator (fls. 1.611 dos autos digitais) ............................................................................................................... Desde a implantação do regime de apuração nãocumulativa doPIS/Pasep e da Cofins, temos notícias de que grandes empresas do ramo cafeeiro vêm realizando operações irregulares com o objetivo de apurar e acumular créditos das citadas contribuições que poderão ser ressarcidos e/ou usados em compensação se o produto for exportado. A estratégia adotada passa pela criação de empresas intermediárias,caracterizadas como agroindústrias. O café adquirido por essas empresas tem origem em produtores rurais (pessoas físicas) ou em cerealistas que ao vender seus produtos conferem ao adquirente o direito de descontar créditos presumidos com percentual de 3,238% do valor das aquisições, ou seja, 35% do crédito ordinário (normal). Posteriormente, empresas exportadoras e/ou grandes atacadistas adquirem o café dessas empresas intermediárias, apurando créditos no Fl. 1888DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.888 6 montante de 9,25% (1,65% + 7,6%) de PIS/Pasep e Cofins nãocumulativa. Até este momento, pelo menos aparentemente, não existe nenhuma ilegalidade. O grande problema está no fato de que essas “empresas intermediárias”, criadas com a conivência de grandes exportadoras e/ou grandes atacadistas, são, em regra, constituídas por interpostas pessoas, e não pagam os tributos devidos (muitas delas sequer apresentam as declarações a que estão sujeitas). Significa dizer: são empresas de fachada ou empresas laranjas. Em geral, essas empresas de fachada apresentam algumas características em comum. A saber: não possuem estrutura física condizente com as atividades que dizem exercer, visto que o mínimo que se espera de uma empresa atacadista de café é a existência de áreas de armazenagem além de estrutura que a capacite movimentar grandes volumes de café; os endereços que fornecem como sendo o de sua sede, quando existem, não passam de simples “portas de garagem” e não raro os vizinhos nunca ouviram falar de tal empresa; seus sócios, quando encontrados, não possuem capacidade econômica financeira para serem proprietários de empresa deste porte. Muitas vezes não possuem sequer qualificação profissional e/ou intelectual para tal;incompatibilidade entre volume financeiro movimentado e total de tributos recolhidos, acompanhado de situação de omissão contumaz. Quando apresentam as declarações exigidas pela legislação muitas delas declaram não estar em atividade ou apresentam todos os quadros zerados. Resumindo, são empresas criadas unicamente com o objetivo de gerar créditos indevidos sem pagar os tributos correspondentes. A aplicação do regime de apuração nãocumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e Cofins no setor agropecuário é complexa. A maior parte das operações com o café é multifásica. A primeira fase ocorre quando um produtor (pessoa física) vende seus produtos a uma pessoa jurídica (comercial atacadista, comercial varejista, agroindustrial ou cooperativa). Se a pessoa jurídica adquirente dos produtos estiver submetida ao regime de apuração nãocumulativa, deveria ter direito de apurar e deduzir os créditos do PIS/Pasep e da Cofins, que corresponderão, via de regra, às mesmas contribuições pagas na fase anterior. Ocorre que o produtor rural (pessoa física) não é contribuinte, e sendo assim não havia pagamento de contribuições que permitisse apurar crédito a ser descontado na fase posterior. Portanto, as compras de produtos e mercadorias de pessoas físicas não geravam o direito de creditamento. A aplicação do regime da forma acima relatada provocava uma distorção no mercado agropecuário. As pessoas jurídicas desse setor, que estivessem inseridas no regime de apuração nãocumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, rejeitavam a aquisição de produtos e mercadorias diretamente dos produtores pessoas físicas, porque estas aquisições provocavam um aumento do custo tributário de suas operações. Para tentar corrigir essas distorções, o art. 25 da Lei nº 10.684/2003, inseriu os § 10 e 11 no art. 3º da Lei nº 10.637/2002, instituindo crédito presumido para o setor agropecuário. Ao criar este tipo de crédito, o legislador buscou equilibrar,ou pelo menos reduzir, as pressões mercadológicas produzidas pelo novo regime de apuração. Esse Fl. 1889DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.889 7 crédito presumido foi aperfeiçoado quando da publicação da Lei nº 10.833/2003, cujo § 5º do art. 3º possibilitava a apuração destes créditos também em relação à Cofins. Por fim, a Lei nº 10.925/2004 revogou os dispositivos acima mencionados, e em seus arts. 8º e 9º disciplinou a matéria, verbis: Art. 8º As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (Vigência) (Vide Lei nº 12.058, de 2009) § 1º O disposto no caput deste artigo aplicase também às aquisições efetuadas de: I cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) II pessoa jurídica que exerça cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; e III pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção agropecuária.(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2o O direito ao crédito presumido de que tratam o caput e o § 1o deste artigo só se aplica aos bens adquiridos ou recebidos, no mesmo período de apuração, de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País, observado o disposto no § 4o do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. § 3o O montante do crédito a que se referem o caput e o § 1o deste artigo será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a: (Vide Medida Provisória nº 582, de 2012) (Vide Medida Provisória nº 609, de 2013) I – (...) II – (...) III 35% (trinta e cinco por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os demais produtos (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) § 4o É vedado às pessoas jurídicas de que tratam os incisos I a III do § 1o deste artigo o aproveitamento: Fl. 1890DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.890 8 I do crédito presumido de que trata o caput deste artigo; II de crédito em relação às receitas de vendas efetuadas com suspensão às pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo. § 5o (...) § 6o Para os efeitos do caput deste artigo, considerase produção, em relação aos produtos classificados no código 09.01 da NCM, o exercício cumulativo das atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). § 7o O disposto no § 6o deste artigo aplicase também às cooperativas que exerçam as atividades nele previstas. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). § 8o (...) Art. 9º A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I de produtos de que trata o inciso I do § 1o do art. 8o desta Lei, quando efetuada por pessoas jurídicas referidas no mencionado inciso; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II de leite in natura, quando efetuada por pessoa jurídica mencionada no inciso II do § 1o do art. 8o desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) III de insumos destinados à produção das mercadorias referidas no caput do art. 8o desta Lei, quando efetuada por pessoa jurídica ou cooperativa referidas no inciso III do § 1o do mencionado artigo. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1o O disposto neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) I aplicase somente na hipótese de vendas efetuadas à pessoa jurídica tributada com base no lucro real; e (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II não se aplica nas vendas efetuadas pelas pessoas jurídicas de que tratam os §§ 6o e 7o do art. 8o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2o A suspensão de que trata este artigo aplicarseá nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) O citado art. 9º suspendeu a incidência da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos relacionados no art. 8º, quando efetuada por:cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM pessoas jurídicas que exerçam cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; ou pessoas jurídicas que desenvolvam atividades agropecuárias e cooperativas de produção agropecuária, nas vendas de insumos para produção das mercadorias mencionadas no caput do art. 8º. Fl. 1891DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.891 9 Em conseqüência, a possibilidade de apuração e desconto dos créditos presumidos foi expandida para as aquisições efetuadas com a suspensão de incidência estabelecida pelo art. 9º.Vale ressaltar o fato de que o crédito presumido, além de ser em valor inferior ao chamado crédito ordinário, não pode ser objeto de ressarcimento e nem de compensação, sendo especificamente destinado à dedução com débitos tributários da mesma espécie contributiva apurados em fases posteriores. Este entendimento foi formalizado por meio do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 15/2005, cujos arts 1º e 2º não permitem a compensação ou ressarcimento. Uma vez que o crédito presumido, além de ser em valor menor que o normal, não pode ser ressarcido e nem compensado, a exportação dos produtos adquiridos com esse tipo de crédito deixa de oferecer a possibilidade de ressarcimento ou compensação que ocorre em relação aos créditos normais, e, assim, ao final, os grandes prejudicados são o pequeno produtor rural e a pessoa jurídica que vende produtos com suspensão de incidência. Assim sendo, as grandes empresas exportadoras passaram à prática de adquirir produtos e mercadorias de empresas “intermediárias” (que na sua grande maioria, como já se disse, são empresas de fachada) porque essas são (em tese) contribuintes da do PIS/Pasep e da Cofins em relação às receitas de vendas desses produtos e mercadorias. E as contribuições que deveriam ser pagas por essas “intermediárias”, na fase anterior, geram o crédito ordinário de 9,25% ao invés do crédito presumido de 3,238% sobre o valor das aquisições. Os pequenos produtores, para não ficar fora do mercado, são compelidos a vender para estas “intermediárias”, cuja única finalidade é produzir créditos apurados com base no percentual de 9,25%, os quais serão ressarcidos nas exportações. No ramo do café, onde as exportações atingem um grande percentual da produção, este fato produz montantes realmente muito elevados de créditos que podem ser ressarcidos e/ou compensados. Os expedientes até aqui descritos trazem para as empresas que deles se valem duas vantagens cumulativas: além da majoração indevida do crédito gerado, permitem a burla da restrição à compensação e ao ressarcimento imposta aos créditos presumidos. Outra estratégia usada consiste no fato de se adquirir o café de cooperativas e cerealistas como se fossem para revenda. Assim, nos termos da legislação de regência, as vendas devem ser efetuadas sem a suspensão das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins prevista no art. 9º acima, ou seja, o vendedor fica obrigado ao pagamento dessas contribuições. No entanto, a empresa vendedora (muitas vezes uma cooperativa), mesmo informando na nota fiscal que efetuou a venda “sem suspensão”, ao preencher o Dacon respectivo considera a venda como se fosse “com suspensão”, ou seja, como se fosse para industrialização e não para revenda, não pagando a contribuição devida. Quando questionada por uma autoridade fiscal ela simplesmente responde que errou ao emitir a nota fiscal. A questão é que esse fato se repete em praticamente todas as notas fiscais emitidas para um determinado grupo de empresas, todas elas grandes exportadoras, o que induz a se acreditar na existência de acordo escuso entre vendedores e compradores no sentido de se produzir ilegalmente créditos a serem ressarcidos, o que gera enorme prejuízo aos cofres públicos. Fl. 1892DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.892 10 Tais conclusões ultrapassam a condição de meras conjecturas na medida que as irregularidades apuradas demonstram no caso concreto semelhante modus operandi ao constatado em esquema de vantagens tributárias ilegais entre empresas comerciantes, exportadoras e torrefadoras de café do Espírito Santo (ES) e em Minas Gerais (MG). Esquema desvendado por operações deflagradas pela Receita Federal, Ministério Público Federal e Polícia Federal (Tempo de Colheita e Broca), amplamente divulgado na mídia conforme excerto abaixo, extraído da Revista Cafeicultura, reportagem de 02/06/2010 (http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=3284 3): Na manhã desta terçafeira (1º), foi deflagrada uma operação, no Espírito Santo, baseada em investigações que sobre um esquema de obtenção de vantagens tributárias ilícitas por parte de empresas especializadas na exportação e na torrefação de café. A fraude teria resultado em um prejuízo aos cofres públicos de R$ 280 milhões. Documentos, computadores e armas foram apreendidos. As investigações apontam 39 empresas exportadoras, ao menos 23 atacadistas laranjas envolvidas no esquema. Na operação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão em 74 locais. Já foram 25 prisões na operação até o momento, dos 32 mandados expedidos Sete pessoas ainda não foram encontradas. Buscas foram realizadas em 74 endereços entre empresas e residências dos investigados, nos municípios de Colatina, Domingos Martins, Linhares, São Gabriel da Palha, Viana, Vila Velha Vitória e também em Manhuaçu (MG). Cerca de 20 homens foram ao Palácio do Café, na Enseada do Suá, em Vitória, de onde a operação foi desdobrada para outros dois prédios, o Arábica e o Conilon, também na Enseada. No Palácio do Café oito salas foram vistoriadas. Por volta das 9h agentes saíram com dois malotes contendo documentos apreendidos. A operação, denominada \"Broca\", conta com 337 homens da Polícia Fedral, com apoio de agentes de outros estados, além de 107 fiscais da Receita Federal Esquema. As firmas de exportação e torrefação envolvidas no esquema utilizavam empresas laranjas como intermediárias fictícias na compra do café dos produtores. As empresas beneficiárias da fraude eram as verdadeiras compradoras da mercadoria, mas formalmente quem aparecia nessas operações eram as empresas laranjas, que na verdade tinham como única finalidade a venda de notas fiscais, o que garantia a obtenção ilícita de créditos tributários. As empresas exportadoras conseguiam, por meio de criação de empresas laranjas, créditos de Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Essas empresas de exportação e torrefação usavam esses créditos para quitar seus próprios débitos tributários ou até mesmo para pedir ressarcimento junto ao Fisco. As empresas fictícias, no entanto, não recolhiam esses impostos, até porque não tinham lastro econômico para isso, uma vez que eram laranjas, criadas somente para \"guiar\" com suas notas fiscais o café para os verdadeiros compradores e gerar os créditos tributários. O creditamento para exportadores e torrefadores, portanto, era indevido, Fl. 1893DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.893 11 já que eram ressarcidos de valores que jamais entraram nos cofres públicos. As empresas, apesar de registradas como atacadistas, não tinham armazéns e funcionavam em pequenas salas. Para o Ministério Público Federal (MPF), está claro que as empresas exportadoras não só tinham conhecimento da fraude, mas também ditavam suas regras. Ao todo existem 300 empresas no Espírito Santo registradas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) como atacadistas de café. Segundo a delegada da Receita Federal, Laura Gadelha, grande parte delas foi criada para o esquema de fraudes. Algumas, inclusive, com vida útil em torno de um ano. ................. Crimes seriam praticados desde 2003 As investigações, realizadas em conjunto pela Delegacia da Receita Federal em Vitória, pelo MPF e pela PF, começaram em outubro de 2007 com a deflagração da Operação Tempo de Colheita, quando auditores fiscais da Receita fiscalizavam o setor de comércio de café, inicialmente em empresas localizadas nas regiões Noroeste e Norte do estado. A prática criminosa, ainda segundo o MPF, vem ocorrendo desde 2003. Há indícios consistentes da existência dos crimes de formação de quadrilha, crime contra a ordem tributária, falsidade ideológica e estelionato. Mais recentemente, foi desencadeada a operação denominada de “Robusta”, que culminou na prisão de sete empresários, tendo em vista que “as investigações do MPES e da Receita Estadual apontam que empresas utilizavam notas fiscais irregulares e simulavam a compra de café de outras 25 empresas de fachadas, localizadas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro”. (notícia extraída do Portal G1/RJ de 09/04/2013). Ao constatar o tamanho da evasão de divisas em funçãonesse tipo de esquema fraudulento, e, segundo noticiado pela imprensa nacional, a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), e visando acabar com essas operações de geração de créditos irregulares foi editada a Medida Provisória nº 545/2011,convertida na Lei 12.599/2012 que introduz nova sistemática de apuração de créditos do PIS/Pasep e da Cofins nos casos de exportação de café. Reportagem sobre a citada MP nº 545/2011 publicada no jornal Valor Econômico, edição de 10/02/2012, de autoria de Carine Ferreira, relata que “segundo os defensores do novo regime, como a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a tributação anterior gerava fraudes, irregularidades e favoreciam algumas poucas empresas”. Quando autuadas pela Receita Federal do Brasil ou quando o pedido de ressarcimento dos créditos apropriados indevidamente é indeferido, via de regra, as beneficiárias apresentam defesa nas quais alegam basicamente as mesmas razões: são compradoras de boa fé; não tinham conhecimento que as vendedoras eram “laranjas” e não podiam apurar esse fato; e a operação mercantil foi realizada. Ora, mesmo tendo em mente a presunção de boa fé das adquirentes, causa profunda estranheza o fato de, ao comprar café de fornecedores estabelecidos em cidades não muito grandes, essas empresas não saibam que aquelas das quais compram grande parte do café que exportam são empresas de fachada. Afinal, Fl. 1894DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.894 12 considerando o volume das operações efetuadas, para se concretizar a compra seus dirigentes precisariam ir até a sede da vendedora quando e onde certamente constatariam a precariedade ou inexistência de suas instalações. Da mesma forma teriam que se relacionar com os funcionários dessas “laranjas” e se cientificariam de que na verdade não existem. Também, é de se supor, iriam querer ter contato com os sócios das intermediárias e poderiam certamente ver que, quando encontrados, são pessoas sem as mínimas qualificações necessárias para atuar na direção de uma empresa. ................................................................................................................... ......................... Pelo contrário; no presente caso, a autoridade fiscal demonstra, por meio do PARECER FISCAL GAB903/ DRF/VIT/ES nº 007/2013 anexo, que a manifestante adquiriu o café que exporta de empresas que se enquadram perfeitamente na descrição das empresas de fachadas acima. ................................................................................................................. No entanto, como a autoridade fiscal explica no citado PARECER FISCAL GAB903/ DRF/VIT/ES nº 007/2013, “entre os documentos que fundamentam o presente Parecer estão aqueles carreados ao longo da investigação TEMPO DE COLHEITA .– como declarações prestadas a termo por produtores rurais/maquinistas, corretores, sócios e pessoas ligadas às empresas de fachada. 7. Tanto nas preliminares da sua impugnação, como nas suas razões recursais a recorrente alega que " a autoridade fazendária não trouxe aos autos os elementos necessários para demonstrar como foram apurados os ‘rateios’ dos valores por ela discriminados nas Tabelas constantes do referido Parecer, os quais foram utilizados pela mesma como base para a aplicação dos percentuais das glosas sobre as aquisições efetuadas pela Impugnante, falha esta que a prejudica em seu regular e legítimo direito de defesa, inclusive impossibilitando a de infirmar com precisão os supostos débitos indicados pela fiscalização 8. Verificando o Parecer Fiscal GAB903/DRF/VIT/ES nª 007/2013, (fls. 1.095 a 1.344 dos autos digitais do processo 15586.72765/201326), encontramos ás fls.1.331 o item II.6.4 RECOMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO CRÉDITO A DESCONTAR APÓS GLOSAS EFETUADAS PELA FISCALIZAÇÃO, E ÁS FLS. 1.333 encontramos a LETRA (G) RATEIO DO CRÉDITO PASSÍVEL RESSARCIMENTO, onde os Auditores Fiscais esclarecem ; " o rateio dos créditos a descontar da linha (F) foi efetuado com base na proporção da receita de vendas de bens e serviços : receita mercado interno (tributada) e receita de exportação" 9. Ás fls. 1.077 do processo 15586.72765/201326 encontrase o Demonstrativo PIS NÃOCUMULATIVO DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DOS CRÉDITOS A DESCONTAR , com os quadros F e G respectivamente F) TOTAL DE CRÉDITOS APURADO NO MÊS SUJEITO AO RATEIO VALOR AJUSTADO PELA FISCALIZAÇÃO Rateio apenas Crédito Integral e (G) Rateio do crédito a descontar com base na proporção da Receita Bruta auferida Receita de Vendas de Mercadorias no Mercado interno (tributada) , Receita de Vendas de Mercadorias p/ o Mercado Externo (Exceto Compra Fim Específio Exportação) Créditos vinculados às operações no Mercado interno , Créditos vinculados às operações no Mercado Externo . Fl. 1895DF CARF MF Processo nº 10783.906588/201242 Resolução nº 3301000.890 S3C3T1 Fl. 1.895 13 10. Entendemos assistir razão á recorrente quando afirma não estar claro o critério utilizado pela fiscalização para o rateio dos créditos a serem descontados, pois que examinando os quadros citados não se vislumbra o critério adotado de forma clara detalhadamente demonstrada, o que pode ser interpretado pela recorrente como um cerceamento de defesa, pois esta alega que teria dificuldade em entender tal rateio. 11. Diante destas considerações, proponho que os autos sejam encaminhados á DRF/VITÓRIA/ES para que, em diligência fiscal : a) seja elaborado relatório onde se demonstre o critério de rateio adotado para os créditos a serem descontados, especificando os detalhes de como foram encontrados os valores do demonstrativo Demonstrativo PIS NÃOCUMULATIVO DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DOS CRÉDITOS A DESCONTAR , com os quadros F e G respectivamente F) TOTAL DE CRÉDITOS APURADO NO MÊS SUJEITO AO RATEIO VALOR AJUSTADO PELA FISCALIZAÇÃO Rateio apenas Crédito Integral e (G) Rateio do crédito a descontar com base na proporção da Receita Bruta auferida Receita de Vendas de Mercadorias no Mercado interno (tributada) , Receita de Vendas de Mercadorias p/ o Mercado Externo (Exceto Compra Fim Específio Exportação) Créditos vinculados às operações no Mercado interno , Créditos vinculados às operações no Mercado Externo . b) seja dada ciência deste relatório á recorrente, facultandolhe manifestação em até 30 dias da data da ciência 12. Após, sejam os autos retornados a este CARF para julgamento dos recursos voluntários apresentados neste e nos processos em apenso. 13. É como voto. Assinado digitalmente Ari Vendramini Relator Fl. 1896DF CARF MF
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