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Numero do processo: 10880.991925/2011-18
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008
VIA POSTAL. AUSÊNCIA DO "AR". ENVELOPE. CARIMBO DOS CORREIOS. RECURSO TEMPESTIVO. CONHECIMENTO.
No que se refere à tempestividade, se conhece do recurso voluntário interposto no prazo de trinta dias, contados da ciência da decisão de primeira instância.
Na hipótese de remessa do recurso por via postal, na ausência da cópia do aviso de recebimento "AR", será considerada como data da apresentação aquela constante do carimbo aposto pelos Correios no envelope que contiver a remessa, quando da postagem da respectiva correspondência.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008
DEFESA. ALEGAÇÕES. GENÉRICAS E IMOTIVADAS.
O sujeito passivo, ao se opor de maneira genérica, sem explicitar de forma pormenorizada seu inconformismo, em verdade, não realiza a contestação jurídica à qual estava incumbido de fazê-lo, na medida que não especifica quais incorreções estariam presentes no ato administrativo combatido.
Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008
RECURSO VOLUNTÁRIO. ADOÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA REPRODUÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO.
Tendo o Relator consignado na decisão de segunda instância que as partes não apresentaram, relativamente à matéria conhecida, novas razões de mérito perante o Carf, propondo, por consequência, a adoção da decisão recorrida como fundamento para decidir a controvérsia apresentada, é suficiente a transcrição dos termos da decisão da primeira instância.
Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008
COMPENSAÇÃO. RESTITUIÇÃO, RESSARCIMENTO. POSSIBILIDADE. LIMITE DO CRÉDITO EXISTENTE.
É de se efetuar a compensação do débito tributário, a restituição e o ressarcimento do indébito até no limite do crédito existente, dado que destas hipóteses pressupõe-se a existência de créditos para o encontro de contas débitos versus créditos.
Numero da decisão: 3001-000.591
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Francisco Martins Leite Cavalcante e Marcos Roberto da Silva.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 VIA POSTAL. AUSÊNCIA DO "AR". ENVELOPE. CARIMBO DOS CORREIOS. RECURSO TEMPESTIVO. CONHECIMENTO. No que se refere à tempestividade, se conhece do recurso voluntário interposto no prazo de trinta dias, contados da ciência da decisão de primeira instância. Na hipótese de remessa do recurso por via postal, na ausência da cópia do aviso de recebimento "AR", será considerada como data da apresentação aquela constante do carimbo aposto pelos Correios no envelope que contiver a remessa, quando da postagem da respectiva correspondência. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 DEFESA. ALEGAÇÕES. GENÉRICAS E IMOTIVADAS. O sujeito passivo, ao se opor de maneira genérica, sem explicitar de forma pormenorizada seu inconformismo, em verdade, não realiza a contestação jurídica à qual estava incumbido de fazê-lo, na medida que não especifica quais incorreções estariam presentes no ato administrativo combatido. Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 RECURSO VOLUNTÁRIO. ADOÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA REPRODUÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO. Tendo o Relator consignado na decisão de segunda instância que as partes não apresentaram, relativamente à matéria conhecida, novas razões de mérito perante o Carf, propondo, por consequência, a adoção da decisão recorrida como fundamento para decidir a controvérsia apresentada, é suficiente a transcrição dos termos da decisão da primeira instância. Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 COMPENSAÇÃO. RESTITUIÇÃO, RESSARCIMENTO. POSSIBILIDADE. LIMITE DO CRÉDITO EXISTENTE. É de se efetuar a compensação do débito tributário, a restituição e o ressarcimento do indébito até no limite do crédito existente, dado que destas hipóteses pressupõe-se a existência de créditos para o encontro de contas débitos versus créditos.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 VIA POSTAL. AUSÊNCIA DO "AR". ENVELOPE. CARIMBO DOS CORREIOS. RECURSO TEMPESTIVO. CONHECIMENTO. No que se refere à tempestividade, se conhece do recurso voluntário interposto no prazo de trinta dias, contados da ciência da decisão de primeira instância. Na hipótese de remessa do recurso por via postal, na ausência da cópia do aviso de recebimento "AR", será considerada como data da apresentação aquela constante do carimbo aposto pelos Correios no envelope que contiver a remessa, quando da postagem da respectiva correspondência. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 DEFESA. ALEGAÇÕES. GENÉRICAS E IMOTIVADAS. O sujeito passivo, ao se opor de maneira genérica, sem explicitar de forma pormenorizada seu inconformismo, em verdade, não realiza a contestação jurídica à qual estava incumbido de fazêlo, na medida que não especifica quais incorreções estariam presentes no ato administrativo combatido. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 RECURSO VOLUNTÁRIO. ADOÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA REPRODUÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO. Tendo o Relator consignado na decisão de segunda instância que as partes não apresentaram, relativamente à matéria conhecida, novas razões de mérito perante o Carf, propondo, por consequência, a adoção da decisão recorrida como fundamento para decidir a controvérsia apresentada, é suficiente a transcrição dos termos da decisão da primeira instância. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 99 19 25 /2 01 1- 18 Fl. 78DF CARF MF Processo nº 10880.991925/201118 Acórdão n.º 3001000.591 S3C0T1 Fl. 79 2 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 COMPENSAÇÃO. RESTITUIÇÃO, RESSARCIMENTO. POSSIBILIDADE. LIMITE DO CRÉDITO EXISTENTE. É de se efetuar a compensação do débito tributário, a restituição e o ressarcimento do indébito até no limite do crédito existente, dado que destas hipóteses pressupõese a existência de créditos para o encontro de contas débitos versus créditos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Francisco Martins Leite Cavalcante e Marcos Roberto da Silva. Relatório Cuidase de recurso voluntário (efls. 67 a 75) interposto contra a decisão consubstanciada no Acórdão 1152.682, da 2ª Turma Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife/PE DRJ/REC, referente ao julgamento realizado em 27.04.2016 (efls. 61 a 64). Da decisão de 1ª instância O acórdão recorrido julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cuja ementa transcrevese, verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS. MENOR SALDO CREDOR. O valor do ressarcimento limitase ao menor saldo credor apurado entre o encerramento do trimestre em que se originou o saldo a ressarcir e o período de apuração anterior ao da protocolização do pedido (ou da transmissão do PER/DCOMP). Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Da síntese dos fatos Fl. 79DF CARF MF Processo nº 10880.991925/201118 Acórdão n.º 3001000.591 S3C0T1 Fl. 80 3 Por sua clareza e síntese, adoto, na parte de interesse ao presente julgamento, o relatório da decisão recorrida, que reproduzo, verbis: Relatório Trata o presente processo de requerimento, formulado via PER/DCOMP (24851.44054.220109.1.1.016853), por meio do qual o contribuinte acima identificado reivindica, para fins de compensação, suposto direito creditório apontado como sendo correspondente a ressarcimento de IPI, referente ao 4º trimestre de 2008, na quantia de R$ 17.762,84 (valor do crédito solicitado/utilizado). A DERAT São Paulo, por meio de despacho decisório eletrônico (fl. 42), emitido em 03/01/2012, reconheceu apenas o valor de R$ 15.256,36, e, consequentemente, homologou parcialmente a compensação declarada. De acordo com a referida decisão administrativa, o reconhecimento apenas de parte do valor pleiteado se deu em face de ter sido constatado que o saldo credor passível de ressarcimento é inferior ao valor pleiteado. Devidamente cientificado, o interessado apresentou, tempestivamente, manifestação de inconformidade (fls. 47/49) na qual requer a reforma do ato decisório em causa, recapitulando as circunstâncias que teriam motivado o indeferimento do seu pleito e alegando que não haveria como o valor do crédito a ser ressarcido ser alterado, haja vista que os valores de entrada, saída e estornos por ele informados no pedido seriam idênticos aos que se encontram demonstrados na análise de crédito do despacho decisório. É o que importa relatar. Do recurso voluntário Irresignado com a decisão recorrida, o contribuinte interpôs recurso voluntário para, tão somente, repetir os argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade e, ao final, pleitear o regular processamento do presente feito, nos termos da legislação de regência, requer a integralidade do crédito restituído e consequente compensações. Do encaminhamento O presente processo digital foi encaminhado em 25.08.2017 para ser analisado por este Carf (efl. 76), sendo, posteriormente, distribuído para este relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Fl. 80DF CARF MF Processo nº 10880.991925/201118 Acórdão n.º 3001000.591 S3C0T1 Fl. 81 4 Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da competência para julgamento do feito Observo, de plano, que a teor do artigo 23B do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09.06.2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Carf, com redação da Portaria MF nº 329, de 2017, este Colegiado é competente para julgar o presente feito. Da ciência e tempestividade Consta dos autos a Intimação nº 1572/2017 (efl. 65), emitida pela Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária Derat/SP, com a finalidade de dar ciência ao interessado do acórdão recorrido. Consta também a cópia do Aviso de Recebimento AR, entregue em 12.07.2017 (efl. 66). No mesmo documento consta a informação da ECT confirmando a entrega no endereço do destinatário em 14.07.2017 (sexta feira), conforme extraise do carimbo e assinatura do preposto dos Correios. Observase ainda da cópia do envelope juntado à efl. 74 que o interessado postou sua petição recursal em 15.08.2017 (terça feira). Diante dessa peculiaridade, é oportuno transcrever o artigo 56 do Decreto nº 7.574, de 29.09.2011, que regulamenta, dentre outros, o processo de determinação e exigência de créditos tributários da União, verbis: Art. 56. A impugnação, formalizada por escrito, instruída com os documentos em que se fundamentar e apresentada em unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo, bem como, remetida por via postal, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência da intimação da exigência, instaura a fase litigiosa do procedimento (Decreto nº 70.235, de 1972, arts. 14 e 15). (...) § 5º Na hipótese de remessa da impugnação por via postal, será considerada como data de sua apresentação a da respectiva postagem constante do aviso de recebimento, o qual deverá trazer a indicação do destinatário da remessa e o número do protocolo do processo correspondente. § 6º Na impossibilidade de se obter cópia do aviso de recebimento, será considerada como data da apresentação da impugnação a constante do carimbo aposto pelos Correios no envelope que contiver a remessa, quando da postagem da correspondência. § 7º No caso previsto no § 5º, a unidade de preparo deverá juntar, por anexação ao processo correspondente, o referido envelope. Assim, considerase como data da apresentação do recurso aquela constante do carimbo dos Correios aposto no envelope que o encaminhou, qual seja, 15 de agosto de 2017. Fl. 81DF CARF MF Processo nº 10880.991925/201118 Acórdão n.º 3001000.591 S3C0T1 Fl. 82 5 O artigo 33 do Decreto nº 70.235, de 06.03.1972, que trata do prazo da interposição de recurso voluntário contra decisão de primeira instância, dispõe, verbis: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Por sua vez, o artigo 5º do mesmo Diploma Regulamentar disciplina como deve ser feita a contagem dos prazos processuais, verbis: Art. 5º. Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Dessa feita, considerando que no caso sob exame a ciência ocorreu em 14 de julho de 2017 (sexta feira), tendo, portanto, iniciado sua contagem em 17 de julho de 2017 (segunda feira), o trigésimo dia posterior deuse em 15 de agosto de 2017 (terça feira). Portanto, quanto aos pressupostos de admissibilidade extrínsecos, o recurso voluntário é tempestivo, por respeitar o trintídio legal regrado pela legislação processual referenciada. Do objeto do despacho decisório e sua repercussão processual Para fins de elucidar os limites da apreciação deste voto condutor, se faz oportuno trazer a lume o objeto de apreciação de que trata o Despacho Decisório Nº de Rastreamento 015227553 emitido em 03.01.2012, e os fundamentos da respectiva decisão. Compulsando referido ato administrativo observase que se trata do resultado da análise realizada pela autoridade fiscal competente da Derat São Paulo, procedida sobre o PER/Dcomp nº 24851.44054.220109.1.1.016853, que foi transmitido pelo sujeito passivo para requerer o ressarcimento de crédito de IPI, referente ao período de apuração do 4º trimestre de 2008, que entendia ser de seu direito. Ainda, do seu quadro "3FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL" colhese as seguintes informações, ipsis litteris: Analisadas as informações prestadas no PER/DCOMP e período de apuração acima identificados, constatouse o seguinte: Valor do crédito solicitado/utilizado: R$ 17.762,84 Valor do crédito reconhecido: R$ 15.256,36 O valor do crédito reconhecido foi inferior ao solicitado/utilizado em razão do(s) seguinte(s) motivo(s): Constatação de que o saldo credor passível de ressarcimento é inferior ao valor pleiteado. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10880.991925/201118 Acórdão n.º 3001000.591 S3C0T1 Fl. 83 6 Informações complementares da análise do crédito estão disponíveis na página internet da Receita Federal, e integram este despacho. O crédito reconhecido foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo, razão pela qual: HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP 34250.12796.220109.1.3.014450 NÃO HOMOLOGO a compensação declarada no(s) seguinte(s) PER/DCOMP: 33876.09811.270110.1.3.015094 Não há valor a ser restituído/ressarcido para o(s) pedido(s) de restituição/ressarcimento apresentado(s) no(s) PER/DCOMP: 24851.44054.220109.1.1.016853 Valor devedor consolidado, correspondente aos débitos indevidamente compensados, para pagamento até 31/01/2012. PRINCIPAL MULTA JUROS 2.115,97 423,18 693,41 Para informações sobre a análise de crédito, detalhamento da compensação efetuada e identificação dos PER/DCOMP objeto da análise, verificação de valores devedores e emissão de DARF, consultar o endereço www.receita.fazenda.gov.br, menu "Onde Encontro", opção "PERDCOMP", item "PER/DCOMP Despacho Decisório". Enquadramento Legal: Art. 11 da Lei nº 9.779/99; art. 164, inciso I, do Decreto nº 4.544/2002 (RIPI). Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 36 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008. Por escorreito, se o sujeito passivo comprovar que pagou valores a título de tributos que acabam se revelando indevidos, tem ele direito de pedir a sua devolução, em sentido lato, independente de protesto judicial. O termo repetição de indébito tributário está disciplinado no CTN, nos seus artigos 165 a 169, e significa o retorno de importância paga indevidamente. O principal fundamento para a sua restituição está na ausência de causa jurídica para a cobrança pela Fazenda Pública, com amparo no princípio do enriquecimento ilícito ou sem causa, que é norma geral de repúdio ao locupletamento, e que gera direito a devolução. Verificado no processo que houve pagamento indevido, cabe então à Administração tributária tratar da repetição de indébito tributário em si, suas formas e, principalmente, a quem cabe a devolução do tributo pago indevidamente. Mas tal, conforme extraise do quadro "3FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL", não ocorreu, em sua integralidade, no que referese ao Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10880.991925/201118 Acórdão n.º 3001000.591 S3C0T1 Fl. 84 7 pleito inaugurado com a transmissão do PER/Dcomp nº 24851.44054.220109.1.1.016853, único objeto da contenda tratada nestes autos. Do mérito Da permissão da adoção da decisão recorrida Dispõe o artigo 57 da Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, que aprovou o Ricarf, verbis: Art. 57. Em cada sessão de julgamento será observada a seguinte ordem: I verificação do quórum regimental; II deliberação sobre matéria de expediente; e III relatório, debate e votação dos recursos constantes da pauta. § 1º A ementa, relatório e voto deverão ser disponibilizados exclusivamente aos conselheiros do colegiado, previamente ao início de cada sessão de julgamento correspondente, em meio eletrônico. § 2º Os processos para os quais o relator não apresentar, no prazo e forma estabelecidos no § 1º, a ementa, o relatório e o voto, serão retirados de pauta pelo presidente, que fará constar o fato em ata. § 3º A exigência do § 1º pode ser atendida com a transcrição da decisão de primeira instância, se o relator registrar que as partes não apresentaram novas razões de defesa perante a segunda instância e propuser a confirmação e adoção da decisão recorrida. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017) (grifei) Da fundamentação adotada Verificandose que o recorrente reitera perante este colegiado, quanto ao cerne dos argumentos meritórios aduzidos, os mesmos argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, ao amparo do permissivo regimental estatuído no artigo 57 da Portaria MF 343, de 09.06.2015, acima reproduzido, e também em respeito aos ditames da praticidade, economicidade e coerência, os quais, na medida do praticável, devem nortear os feitos da Administração Pública, por acolher integralmente os termos do voto condutor do acórdão recorrido, da lavra do Relator Nelson Barbosa Caldas Júnior, com a devida licença, adotoos, por seus próprios fundamentos, como razão de decidir, que transcrevo a seguir, verbis: Voto Inicialmente, vale registrar, por relevante, que todos os valores estampados no Despacho Decisório combatido derivam de informações prestadas pelo interessado nos documentos eletrônicos transmitidos (PER/DCOMP) e também de registros Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10880.991925/201118 Acórdão n.º 3001000.591 S3C0T1 Fl. 85 8 constantes dos sistemas de controle da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), assim como as conclusões apresentadas seguem a lógica definida pela RFB para o exame eletrônico da legitimidade dos pedidos de ressarcimento/compensação. Nesse contexto, é de se destacar que a verificação eletrônica que visa atestar a legitimidade do valor pleiteado pelo contribuinte, encetada no âmbito do Sistema de Controle de Créditos e Compensações (SCC), consiste tanto no cálculo do saldo credor de IPI passível de ressarcimento, apurado ao fim do trimestre calendário a que se refere o pedido, como na verificação de que esse saldo se mantém na escrita até o período imediatamente anterior ao da transmissão do PER/DCOMP. Constatada a utilização integral ou parcial do saldo credor existente no final do trimestre, indeferese total ou parcialmente o ressarcimento. O fundamento para tal procedimento está baseado no sistema de apuração e utilização dos créditos do imposto (princípio da não cumulatividade), em conformidade com o artigo 195, do RIPI/2002: Art. 195. Os créditos do imposto escriturados pelos estabelecimentos industriais, ou equiparados a industrial, serão utilizados mediante dedução do imposto devido pelas saídas de produtos dos mesmos estabelecimentos (Constituição, art. 153, § 3º, inciso II, e Lei nº 5.172, de 1966, art. 49). § 1º Quando, do confronto dos débitos e créditos, num período de apuração do imposto, resultar saldo credor, será este transferido para o período seguinte, observado o disposto no § 2º (Lei nº 5.172, de 1996, art. 49, parágrafo único, e Lei nº 9779, de 1999, art. 11). § 2º O saldo credor de que trata o § 1º, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de MP, PI e ME, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero ou imunes, que o contribuinte não puder deduzir do imposto devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 207 a 209, observadas as normas expedidas pela SRF (Lei nº 9.779, de 1999, art. 11). (destaques acrescidos) Dessa forma, a apuração de um valor de saldo credor em um dado trimestre não é garantia, por si só, de que tal valor será integralmente passível de ressarcimento. No caso concreto, a teor da tabela complementar ao despacho decisório intitulada “Demonstrativo de Apuração do Saldo Credor Ressarcível”, anexada às fl. 41 dos autos e abaixo transcrita, o já referido sistema SCC identificou, como se observa na coluna "Débitos Ajustados", a ocorrência de débitos de IPI, apurados a partir de informações prestadas pelo próprio interessado e relativas ao trimestre objeto do requerimento, o Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10880.991925/201118 Acórdão n.º 3001000.591 S3C0T1 Fl. 86 9 que acabou determinando a redução do saldo credor a ser ressarcido (coluna i): (...) Conforme se constata, o obstáculo ao deferimento integral do pleito formulado materializouse através da verificação eletrônica da utilização do saldo credor, na qual foi observada a ocorrência e efetivado o abatimento de débitos surgidos no próprio período objeto de requerimento. Reforço aos fundamentos da decisão recorrida que se adota Da restituição, compensação, ressarcimento Da possibilidade de apropriação do crédito Consoante se percebe da leitura da peça recursal acostada às efls. 67 e seguintes, o Recorrente se opõe de maneira genérica ao Despacho Decisório, mantido incólume pela Decisão Recorrida, deixando de contestar e explicitar, de forma pormenorizada, quais incorreções estariam presentes no referido ato administrativo, não apresenta justificativas, além de não colacionar qualquer documento objetivando contraporse às glosas efetuadas. O que poderia ensejar, inclusive, o não conhecimento por ausência de contestação explicita e conforme, mesmo tendo perfeita compreensão dos fatos que motivaram a apuração do crédito tributário, que, por si só, evidencia que restaram plenamente assegurados o exercício à ampla defesa e ao contraditório. Enfim, verificase que a Fiscalização procedeu ao exame da escrituração, mediante o confronto dos débitos e créditos, num determinado período de apuração do imposto, apurando crédito de IPI a favor do sujeito passivo em importe inferior ao valor solicitado, e como se disse alhures, o contribuinte foi cientificado do procedimento fiscal que apurou corretamente seu crédito e teve oportunidade para se defender da diferença apontada pelo fisco. Daí que, comprovada nos autos a existência de crédito do sujeito passivo para absorver o débito tributário, efetuase a compensação do débito tributário somente até no limite daquele crédito, pois a compensação pressupõe a existência de créditos para o encontro de contas débitos versus créditos. Contrário senso, vejase a legislação de regência artigo 170 do CTN, Lei nº 5.172, de 25.10.1966, onde se confirma, em se tratando de compensação, a necessidade da certeza e liquidez do crédito do sujeito passivo, verbis: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) Da conclusão Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10880.991925/201118 Acórdão n.º 3001000.591 S3C0T1 Fl. 87 10 Por todo o exposto, encaminho voto no sentido de conhecer do Recurso Voluntário para negarlhe provimento, mantendose a decisão exarada em primeira instância. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Fl. 87DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10945.004987/2007-18
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006
CRÉDITO PRESUMIDO.
A legislação que permite pedido de ressarcimento ou compensação dos créditos presumidos do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, estipula termos a quo para a sua realização. Impossível a retroatividade para pedidos realizados anteriormente à vigência daquela própria legislação, por violação aos termos por ela estipulados.
Numero da decisão: 9303-007.509
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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A legislação que permite pedido de ressarcimento ou compensação dos créditos presumidos do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, estipula termos a quo para a sua realização. Impossível a retroatividade para pedidos realizados anteriormente à vigência daquela própria legislação, por violação aos termos por ela estipulados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 00 49 87 /2 00 7- 18 Fl. 1421DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento/restituição, efetuado em 27/04/2007, às efls. 02 a 05 e 1038 a 1045 1042 a 1045, pelo qual a contribuinte pretende reaver valores de Cofins de incidência não cumulativa na exportação, do 1º trimestre de 2006, no montante de R$ 2.843.940,63. O DRF de Foz do Iguaçu, no despacho decisório de efls. 1177 a 1182, em 28/07/2008, reconheceu em parte o direito creditório, no montante de R$ 1.851.961,20 e homologou parcialmente as compensações. Irresignada, em 22/12/2008, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, às efls. 1273 a 1297. A 3ª Turma da DRJ/CTA, apreciou a manifestação em 19/05/2010, e no acórdão nº 0626.658, às efls. 1302 a 1308, considerou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório em litígio. Ainda inconformada, a contribuinte interpôs recurso voluntário, às efls. 1313 a 1327, em 08/06/2010. Naquela peça argumentou, em resumo: a) é incorreta a interpretação do fisco, no ADI SRF 015/2005 de que o crédito presumido, como benefício ao exportador, tem sua existência vinculada ao art. 8º da Lei nº 10.925/2004, podendo apenas ser utilizado para compensação com a própria Cofins, pois as disposições constitucionais e o arcabouço normativo vigente ainda permitem o direito ao ressarcimento além da compensação desses créditos; b) o STF já se posicionou quanto à inconstitucionalidade da vedação da tomada desses créditos; e c) há violação ao princípio da isonomia entre contribuintes exportadores e aqueles dedicados ao mercado interno quanto à utilização desses créditos presumidos. A 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento apreciou o recurso na sessão de 24/04/2013, resultando no acórdão de nº 3102001.830, às e fls. 1344 a 1350, o qual teve a seguinte ementa: CRÉDITO PRESUMIDO. NÃO CUMULATIVIDADE. FORMA DE UTILIZAÇÃO. PEDIDO REALIZADO ANTES DA LEI Nº 12.058/2009. O fato do pedido de ressarcimento ser realizado antes da lei nº 12.058/2009 não obsta o ressarcimento ou compensação do crédito com outros tributos ou contribuições administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. O acórdão foi assim lavrado: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.. A Procuradoria da Fazenda Nacional foi intimada do acórdão nº 3102 001.830 em 09/08/2013 (efl. 1353), e contra ele manejou embargos de declaração em 14/10/2013, às efls. 1354 a 1358. A Procuradora aponta contradição entre os fundamentos da decisão a decisão, assim como omissão. Fl. 1422DF CARF MF Processo nº 10945.004987/200718 Acórdão n.º 9303007.509 CSRFT3 Fl. 1.422 3 O Presidente da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, analisou os embargos no despacho de efls. 1361 a 1366, em 30/06/2016, negandolhe seguimento, Recurso especial da Fazenda Em 25/11/2016, foi dada ciência à Procuradoria da Fazenda Nacional (efl. 1367) do despacho de efls. 1354 a 1358 a qual interpôs recurso especial de divergência ao acórdão nº 3102001.830, em 06/12/2016, às efls. 1368 a 1388. O procurador aponta divergência entre o acórdão a quo e os paradigmas de nº 3302000.597 e nº 3403003.166. No acórdão recorrido, entendeuse ser possível o ressarcimento ou compensação dos saldos dos créditos presumidos em discussão com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela RFB, em razão do advento da Lei nº 12.058/2009. Já nos paradigmas, aplicouse, corretamente, a legislação vigente no momento do encontro de contas, ou seja, da apresentação dos pedidos de compensação, não sendo aplicada a nova legislação aos casos concretos, pois as condições ali impostas para autorizar o ressarcimento e a compensação do referido crédito não foram verificadas, dado que os pleitos foram apresentados antes mesmo da publicação desses diplomas. Já no acórdão recorrido, O Presidente da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento do CARF apreciou o recurso especial de divergência da contribuinte em 16/03/2017, no despacho de e fls. 1390 a 1394, com base nos arts. 67 e 68 Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 343 de 09/06/2015, dandolhe seguimento. Contrarrazões da contribuinte A contribuinte teve ciência do acórdão 3102001.830 , do recurso especial da Fazenda Nacional e do despacho da sua admissibilidade de efls. 1390 a 1394, em 26/06/2017 (efl. 1399), tendo oferecido suas contrarrazões, em 04/07/2017 (efl. 1400), às efls. 1402 a 1418. Em seu contrarrazoado, resumidamente, refaz parte da argumentação de seu recurso voluntário no tocante a inaplicabilidade do ADI SRF nº 15/2005 e invoca a possibilidade de aplicação retroativa do art. 36 da Lei nº 12.058/2009, com base no art. 106 do CTN reforçada por entendimentos havidos em julgados do CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator O recurso especial de divergência do Procurador é tempestivo, cumpre os requisitos regimentais e por isso dele conheço. Fl. 1423DF CARF MF 4 Com a vigência da Lei nº 10.925 de 23/07/2004, a partir de agosto daquele ano, a legislação deixa de possibilitar a compensação ou o ressarcimento de créditos presumidos de agroindústria de PIS ou Cofins de operações de exportação, podendo apenas servir para abater o PIS ou Cofins devido na sistemática da não cumulatividade. Ou seja, o valor do crédito presumido previsto na Lei n° 10.925/2004, art. 8º, somente pode ser utilizado para deduzir da contribuição para o PIS ou Cofins apurado no regime de incidência não cumulativa. O pedido de ressarcimento, aqui em litígio, foi efetuado em 27/04/2007, relativamente a créditos de 2006. Entendo que a legislação vigente à época, conforme interpretação do ADI SRF nº 15/2005, não permitia tal ressarcimento em face da lei acima citada. Tal entendimento, do ADI nº 15/2005, foi acatado no voto do acórdão a quo que argumentou inclusive sobre sua aceitação pelo STJ. Contudo, o relator do acórdão altera a solução para o caso em razão de legislação superveniente, a Lei nº 12.058 de 13/10/2009, a qual, em seu artigo 36, incisos I e II, com efeito a partir de novembro de 2009, possibilitava a compensação com quaisquer outros tributos, vencidos ou vincendos, administrados pelo RFB, ou ainda o ressarcimento em espécie, conforme abaixo se observa: Art. 36. O saldo de créditos presumidos apurados na forma do§ 3odo art. 8o da Lei no10.925, de 23 de julho de 2004, relativo aos bens classificados nos códigos 01.02, 02.01, 02.02, 02.06.10.00, 02.06.20, 02.06.21, 02.06.29 da NCM, existentes na data de publicação desta Lei, poderá: I ser compensado com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria; II ser ressarcido em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 1o O pedido de ressarcimento ou de compensação dos créditos presumidos de que trata o caput deste artigo somente poderá ser efetuado: I relativamente aos créditos apurados nos anoscalendário de 2004 a 2007, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao de publicação desta Lei; II relativamente aos créditos apurados no anocalendário de 2008 e no período compreendido entre janeiro de 2009 e o mês de publicação desta Lei, a partir de 1o de janeiro de 2010. § 2o O disposto neste artigo aplicase aos créditos presumidos que tenham sido apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observado o disposto nos§§ 8ºe 9º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e§§ 8ºe9º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Fl. 1424DF CARF MF Processo nº 10945.004987/200718 Acórdão n.º 9303007.509 CSRFT3 Fl. 1.423 5 Já a contribuinte em contrarrazões, invocando o alcance retroativo das leis, com base no art. 106 do CTN, adiciona mais um argumento, decorrente agora da Lei nº 12.350 de 20/12/2010, em seus artigos 56A e 56B, os quais abaixo transcrevo: Art. 56A. O saldo de créditos presumidos apurados a partir do anocalendário de 2006 na forma do § 3o do art. 8o da Lei no 10.925, de 23 de julho de 2004, existentes na data de publicação desta Lei, poderá:(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). I ser compensado com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria;(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). II ser ressarcido em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). § 1o O pedido de ressarcimento ou de compensação dos créditos presumidos de que trata o caput somente poderá ser efetuado:(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). I relativamente aos créditos apurados nos anoscalendário de 2006 a 2008, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao da publicação desta Lei;(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). II relativamente aos créditos apurados no anocalendário de 2009 e no período compreendido entre janeiro de 2010 e o mês de publicação desta Lei, a partir de 1o de janeiro de 2012.(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). § 2o O disposto neste artigo aplicase aos créditos presumidos que tenham sido apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observado o disposto nos §§ 8o e 9o do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e nos §§ 8o e 9odo art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003.(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). Art. 56B. A pessoa jurídica, inclusive cooperativa, que até o final de cada trimestrecalendário, não conseguir utilizar os créditos presumidos apurados na forma do inciso II do § 3o do art. 8o da Lei no 10.925, de 23 de julho de 2004, poderá:(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). I efetuar sua compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria;(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). II solicitar seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). Parágrafo único. O disposto no caput aplicase aos créditos presumidos que tenham sido apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita auferida com a venda Fl. 1425DF CARF MF 6 no mercado interno ou com a exportação de farelo de soja classificado na posição 23.04 da NCM, observado o disposto nos §§ 8o e 9o do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e nos §§ 8o e 9o do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003.(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). Assim, a questão em discussão neste recurso especial de divergência, prende se apenas à aplicação das normas acima transcritas. Primeiramente, saliento que a Lei nº 10.925/2010, foi trazida como reforço em sede de contrarrazões pela contribuinte, haja vista que não fazia parte nem do acórdão recorrido nem do recurso especial da Procuradora. Grifei nas normas transcritas o que me parece essencial para evidenciar a razão do meu posicionamento, e este é simples: tanto o § 1º do art. 36 da Lei nº 12.058/2009, quanto o § 1º do art. 56A da Lei nº 12.350, de redações idênticas, contém a palavra "somente", que sublinhei e esta alcança os dois incisos de cada um daqueles parágrafos. Assim, somente a partir do momento apontado pelos incisos, os respectivos créditos dos anos indicados em cada um deles poderia ser compensado. § 1o O pedido de ressarcimento... dos créditos presumidos... de que trata o caput... somente poderá ser efetuado: I ... a partir do primeiro dia do mês subsequente ao da publicação desta Lei; Logo, não há como fazer a norma retroagir em relação aos pedidos feitos anteriormente a ela quando especificamente faz remissões não só ao créditos, mas também ao momento para a execução dos pedidos. Ao mesmo tempo que amplia as possibilidades para aproveitamento dos créditos, estipula termo a quo para a realização dos pedidos. No caso concreto, entendo que a retroação implicaria violação da própria lei. Assim, pela literalidade da lei, e por razões de lógica, só podem ser aceitos os pedidos posteriores à sua vigência. Já o art. 56B, invocado pela contribuinte, não tem qualquer relação com o processo, pois seria aplicável somente a custos ou despesas vinculados com a venda de farelo de soja e a contribuinte não indicou quaisquer vendas desse produto em sua argumentação e nos autos, não conseguimos encontrar qualquer registro de venda que não se prenda a produtos de origem animal no trimestre. Dessarte, entendo que em face da literalidade da lei, não se pode acatar o pedido de ressarcimento da contribuinte e por isso deve ser mantida a decisão de piso da DRJ. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso especial de divergência da Procuradoria da Fazenda Nacional, para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 1426DF CARF MF Processo nº 10945.004987/200718 Acórdão n.º 9303007.509 CSRFT3 Fl. 1.424 7 Fl. 1427DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13830.001034/2005-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 31 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1996 a 31/10/1998
PIS. MEDIDA PROVISÓRIA 1.212/1995. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. APLICAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR 07/1970.
Há exigibilidade da contribuição no período de outubro de 1995 a outubro de 1998. Em relação à anterioridade nonagesimal das Medidas Provisórias que instituem ou majoram tributo, o prazo para atendimento do princípio tem início da sua primeira edição, não exercendo influência esta contagem as reedições realizadas dentro do período de eficácia da MP até sua conversão em lei.
Com a declaração de inconstitucionalidade do artigo 18, da lei 9.715/98 (ADI 1.417). vedando sua aplicação retroativa até 1º de outubro de 1995, entende-se que a MP 1.212/1995 teve sua eficácia iniciada para fins de incidência do PIS em março/1996.
A contribuição social destinada ao PIS permaneceu exigível no período compreendido entre outubro de 1995 a fevereiro de 1996, por força da Lei Complementar nº 7/1970, e entre março de 1996 a outubro de 1998, por força da Medida Provisória 1.212/95 e suas reedições até conversão na Lei nº 9.715/1998.
Numero da decisão: 3301-005.548
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
Nome do relator: SALVADOR CANDIDO BRANDAO JUNIOR
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MEDIDA PROVISÓRIA 1.212/1995. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. APLICAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR 07/1970. Há exigibilidade da contribuição no período de outubro de 1995 a outubro de 1998. Em relação à anterioridade nonagesimal das Medidas Provisórias que instituem ou majoram tributo, o prazo para atendimento do princípio tem início da sua primeira edição, não exercendo influência esta contagem as reedições realizadas dentro do período de eficácia da MP até sua conversão em lei. Com a declaração de inconstitucionalidade do artigo 18, da lei 9.715/98 (ADI 1.417). vedando sua aplicação retroativa até 1º de outubro de 1995, entende se que a MP 1.212/1995 teve sua eficácia iniciada para fins de incidência do PIS em março/1996. A contribuição social destinada ao PIS permaneceu exigível no período compreendido entre outubro de 1995 a fevereiro de 1996, por força da Lei Complementar nº 7/1970, e entre março de 1996 a outubro de 1998, por força da Medida Provisória 1.212/95 e suas reedições até conversão na Lei nº 9.715/1998. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 00 10 34 /2 00 5- 11 Fl. 107DF CARF MF 2 SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior Relatório Tratase de petição apresentada para requerer o reconhecimento do indébito de PIS para sua compensação com demais tributos devidos de fls. 02 a 18, protocolados em 08/06/2005. Pleiteia a restituição de suposto credito, no valor histórico de R$ 437.123,46, correspondente a valores pagos a maior ou indevidamente a titulo de contribuição para o Programa de Integração Social PIS, nos períodos de apuração de janeiro/1996 a outubro/1998 (conforme DARF relacionados nas fls. 2846), bem como o reconhecimento da aplicação da SELIC sobre os créditos que pretende ver reconhecidos. A Recorrente fundamenta seu direito de crédito em razão do julgamento do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 1.417DF, que julgou inconstitucional a parte final do art. 18 da Lei 9715/1998 que pretendia dar efeitos retroativos ao início de sua eficácia para 01 de outubro de 1995. Esta lei é conversão Medida Provisória n° 1.212/95 publicada em 28 de novembro de 1995. Afirma que a MP obedece ao princípio da anterioridade nonagesimal para início de seus efeitos, porém, suas sucessivas reedições mensais até sua conversão em lei prorrogaram o início do prazo da anterioridade. Afirma que o julgamento de inconstitucionalidade teve o condão de excluir do mundo jurídico a contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação o Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP, considerando inexistente os fatos geradores da referida contribuição a partir de 01/10/1995 até a publicação da Lei n° 9.715/1998. Assim, neste interregno, há um vazio legislativo sem a incidência da contribuição, não podendo ser aplicada a Lei Complementar 7/1970, pois não é possível a aplicação desta lei complementar ao mesmo tempo em que vigora uma MP tratando da mesma matéria, embora ainda sem efeitos (aplicação da lei de introdução ao código civil no da lei na época). Pretende a restituição integral dos valores recolhidos a titulo de contribuição para o PIS/PASEP no aludido período. Junta lista dos períodos e valores e há comprovação documental das DARFs recolhidas (fls. 2846). Pugna pela aplicação do entendimento consolidado do STJ acerca do início da contagem do prazo para repetição do indébito, conjugando os artigos 150, 165 e 168 para afirmar que, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a homologação tácita, que se opera em 05 anos de cada fato gerador, extingue o crédito tributário e é a partir de então que inicia o prazo "decadencial" para pleitear a restituição do indébito tributário, aplicandose à Fl. 108DF CARF MF Processo nº 13830.001034/200511 Acórdão n.º 3301005.548 S3C3T1 Fl. 108 3 causa a consolidada tese dos cinco anos para lançar por homologação e cinco anos para repetir (05 + 05), totalizando 10 anos. A Secretaria da Receita Federal apresentou parecer em fls. 4954, emitindo despacho decisório (fls. 54), negando o direito creditório da Recorrente, fundandose, em síntese, nas seguintes argumentações: sobre a prescrição, o prazo tem início da extinção do crédito tributário pelo pagamento indevido. Assim, mesmo nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a extinção do crédito tributário se opera com o pagamento antecipado. Com este entendimento, como a Recorrente apresentou seu pedido apenas em 08/06/2005, apenas os pagamentos indevidos realizados a partir de 08/06/2000 poderiam ter a restituição pleiteada. Como no caso todos os pagamentos indevidos são anteriores a esta data, não há mais possibilidade de restituição; quanto à Medida Provisória 1.212/1995, afirma que o STF, no RE 232.896/PA, já firmara o entendimento de que o início da contagem do prazo para fins de aplicação da anterioridade nonagesimal corresponde à data da publicação da primeira Medida Provisória, e não de suas reedições, assim, contandose 90 dias, a Medida Provisória em referência passou a ter efeitos a partir de 01/03/1996; afirma que a decisão do STF proferida da ADI nº 1417DF sustentou que a inconstitucionalidade inscrita no art. 18 da Lei 9.715/1998 ofende a irretroatividade das leis, já que 01/10/1995 é data anterior à publicação da MP 1.212 de 29/11/1995, mas não julgou inconstitucional a própria MP. neste interregno, qual seja, 01/10/1995 até 29/02/1996, aplicavase a Lei Complementar 7/1970, conforme esclarece a Instrução Normativa SRF nº 01/2000; Com isso, proferiu o despacho decisório com o seguinte teor: O Delegado da Receita Federal em Marilia, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 250 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF n° 030, de 25 de fevereiro de 2005, com base no parecer da Seção de Orientação e Análise Tributária SAORT, que aprova, decide: INDEFERIR o pedido de restituição formulado pelo interessado em virtude da DECADÊNCIA do direito do contribuinte de pleitear administrativamente a restituição (pagamentos efetuados até 08/06/2000), bem como pela inexistência de crédito a restituir; (grifos do original) Cientificada do despacho decisório, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 6274), repetindo todos os argumentos já trazidos no pleito inicial. Em 07/07/2011, a 4ª Turma da DRJ/RPO proferiu o acórdão nº 1434.428 para julgar improcedente a manifestação de inconformidade e não reconhecer o direito creditório pleiteado, em razão da "decadência" do pedido de restituição por se ter operado mais de 05 anos entre o pagamento indevido e o requerimento formulado, bem como em razão da aplicação da Medida Provisória após o curso da noventena contados da data de sua primeira Fl. 109DF CARF MF 4 edição, qual seja, 28/11/1995, sendo inconstitucional sua retroatividade até 01/10/1995, mas que neste período esteve em vigor a LC 7/1970, que, inclusive, tinha alíquota superior: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1996 a 31/10/1998 RESTITUIÇÃO. COMPROVAÇÃO. A restituição de indébito fiscal relativo ao PIS está condicionada A. comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. PIS. VIGÊNCIA DA LEI. Suspensa a aplicação de medida provisória (MP 1.212/1995) durante o período de anterioridade nonagesimal e suspensa a execução de legislação declarada inconstitucional (Decretos lei n's 2.445 e 2.449, de 1988), aplicase o disposto na legislação então vigente (LC 7/1970). PIS. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. Em cumprimento ao principio constitucional da anterioridade nonagesimal, as alterações introduzidas pela Medida Provisória n° 1.212, de 1995 e suas reedições, somente terão eficácia a partir do período de apuração de março de 1996. COMPENSAÇÃO. PIS. INDEFERIMENTO. DECADÊNCIA. O direito de pleitear a restituição/compensação extinguese com o decurso do prazo de cinco anos contados da data de extinção do crédito tributário, assim entendido o pagamento antecipado, nos casos de lançamento por homologação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Credit6rio Não Reconhecido Sobre a inconstitucionalidade da Medida Provisória em discussão na causa, afirmou que a inconstitucionalidade do art. 18 da Lei 9.715/1998 é evidente, por ser retroativa, mas afirma que a Medida Provisória n.° 1.212, de 1995, publicada em 28/11/1995 entrou em vigor apenas 90 dias depois, em 01/03/1996. Neste sentido, esta MP teve efeitos, pois a contagem do prazo para a anterioridade nonagesimal, conforme entendimento do STF, tem início da primeira medida provisória e não da última. As sucessivas reedições em nada afetam este prazo já que o mecanismo de reedição estava previsto no ordenamento legislativo da época (período entre 1995 e 1998). Fundamentou sua decisão, ainda, na inexistência de vigência simultânea da LC n° 7/1970, com a MP n 0 1.212, de 1995, pois esta somente passou a produzir efeitos a partir de 01/03/1996 e, enquanto isso, a lei aplicável, plenamente, era a LC nº 7/1970. Nesta medida, não houve, como pretendido pela impugnante, qualquer período de vacância da lei. Entre outubro de 1995 e fevereiro de 1996, período em que a eficácia da MP foi suspensa pela declaração de inconstitucionalidade, prevaleceu a legislação anterior (LC n.° 7, de 1970) e, a partir de março de 1996, passou a vigorar a MP n° 1.212, de 1995. não questionou a possibilidade de compensação, nem mesmo da aplicação da SELIC, pois entendeu não haver direito de crédito, tanto porque não houve pagamento indevido, quanto porque resta caracterizada a "decadência" de restituição do indébito. Fl. 110DF CARF MF Processo nº 13830.001034/200511 Acórdão n.º 3301005.548 S3C3T1 Fl. 109 5 Notificada da decisão, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário (fls. 95 99) apenas para reforçar o prazo de 10 anos para pedir restituição, amparado pelo consolidado entendimento do STJ, juntando mais acórdãos neste sentido. Pugnou pela transcrição de todas as razões de suas impugnações apresentadas na instância administrativa. É a síntese do necessário. Voto Conselheiro Salvador Cândido Brandão Junior O presente recurso voluntário é tempestivo, merecendo ser conhecido e proferido um julgamento de mérito. De início, há de se fixar os pontos discutidos em causa, consubstanciados no direito creditório decorrente de pagamento indevido diante da ausência de lei instituidora do PIS durante os períodos de 01/10/1995 até 31/10/1998, bem como o direito de se beneficiar do prazo de 10 anos para restituir o indébito, em razão da conjugação dos prazos de homologação tácita (05 anos) e o prazo para pleitear a repetição a partir da extinção do crédito tributário, entendido que só ocorre com a homologação tácita (mais 05 anos). I Da prescrição do pedido de repetição do indébito Desde a entrada em vigor do CTN até pouco tempo atrás havia muita dúvida sobre quando teria início o prazo prescricional para repetir o indébito tributário, isso porque o art. 168, I diz que o prazo de prescrição do indébito é de 05 anos, contados da extinção do crédito tributário quando este crédito foi extinto pelo pagamento indevido. A dúvida residia nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, pois não se tinha uma exata segurança em afirmar quando ocorria a extinção do crédito tributário nestes casos. Isso porque o art. 150, e seus §§ 1º e 4º, prevê que o pagamento antecipado extingue o crédito sob condição resolutória de ulterior homologação da autoridade administrativa. A homologação deveria ser expressa, mas se decorridos 05 anos do fato gerador, este pagamento era considerado homologado e extinto o crédito tributário. Para agravar a dúvida o art. 156, VII prevê que o crédito tributário é extinto pelo pagamento antecipado e pela homologação expressa ou tácita. Em vista disso, começou a ganhar força a denominada tese dos 05 + 05 anos, no seguinte sentido: o que extingue o crédito tributário é a homologação. Como a homologação, quase sempre, é tácita, então a extinção do crédito só ocorre após 05 anos do fato gerador. Só depois de homologado tacitamente (05 anos do fato gerador), é que terá início o prazo prescricional de 05 anos para repetir. Assim, teremos 05 anos para a homologação e mais 05 anos para a repetição. A tese se tornou dominante nas duas turmas do STJ, como se pode ver dos julgamentos proferidos no REsp 333255/SP, REsp 477843/PE . Fl. 111DF CARF MF 6 No entanto, em fevereiro/2005, foi provada a LC 118/2005 que previu, em seu art. 3º que, para efeitos de aplicação do art. 168, I, considerase extinto o crédito tributário desde o pagamento indevido. O art. 4º, por sua vez, dizia que a lei entra em vigor em 120 dias da publicação, mas que o art. 3º seria dispositivo meramente interpretativo, aplicandose o art. 106, I, CTN. Segundo o art. 106, I, CTN, lei meramente interpretativa é aquela que clareia, ilumina o verdadeiro sentido de outra lei, portanto, lei interpretativa tem efeitos retroativos, pois a lei interpretada passa a ter aquele sentido desde seu nascimento. Então, o que o art. 4º da LC 118/2005 fez foi dizer que desde 1966, quando publicado o CTN, nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o pagamento antecipado já extingue o crédito tributário, portanto, desde 1966, o prazo para repetir é de 05 anos contados do pagamento e não da homologação. O STJ foi provocado a se manifestar sobre esta lei e, por sua corte especial no julgamento do AI nos Embargos de Divergência em RESP Nº 644.736 PE, julgou inconstitucional o art. 4º para não admitir o efeito retroativo ao art. 3º. Isso porque, depois de 40 anos de vigência do CTN, o Judiciário tinha dado sua interpretação sobre a aplicação do dispositivo e a competência de interpretação de leis federais é do STJ: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO, NOS TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. LC 118/2005: NATUREZA MODIFICATIVA (E NÃO SIMPLESMENTE INTERPRETATIVA) DO SEU ARTIGO 3º. INCONSTITUCIONALIDADE DO SEU ART. 4º, NA PARTE QUE DETERMINA A APLICAÇÃO RETROATIVA. 1. Sobre o tema relacionado com a prescrição da ação de repetição de indébito tributário, a jurisprudência do STJ (1ª Seção) é no sentido de que, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação – expressa ou tácita do lançamento. Segundo entende o Tribunal, para que o crédito se considere extinto, não basta o pagamento: é indispensável a homologação do lançamento, hipótese de extinção albergada pelo art. 156, VII, do CTN. Assim, somente a partir dessa homologação é que teria início o prazo previsto no art. 168, I. E, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo, na verdade, de dez anos a contar do fato gerador. 2. Esse entendimento, embora não tenha a adesão uniforme da doutrina e nem de todos os juízes, é o que legitimamente define o conteúdo e o sentido das normas que disciplinam a matéria, já que se trata do entendimento emanado do órgão do Poder Judiciário que tem a atribuição constitucional de interpretálas. 3. O art. 3º da LC 118/2005, a pretexto de interpretar esses mesmos enunciados, conferiulhes, na verdade, um sentido e um alcance diferente daquele dado pelo Judiciário. Ainda que defensável a 'interpretação' dada, não há como negar que a Lei inovou no plano normativo, pois retirou das disposições interpretadas um dos seus sentidos possíveis, justamente aquele Fl. 112DF CARF MF Processo nº 13830.001034/200511 Acórdão n.º 3301005.548 S3C3T1 Fl. 110 7 tido como correto pelo STJ, intérprete e guardião da legislação federal. 4. Assim, tratandose de preceito normativo modificativo, e não simplesmente interpretativo, o art. 3º da LC 118/2005 só pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência. 5. O artigo 4º, segunda parte, da LC 118/2005, que determina a aplicação retroativa do seu art. 3º, para alcançar inclusive fatos passados, ofende o princípio constitucional da autonomia e independência dos poderes (CF, art. 2º) e o da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI). 6. Argüição de inconstitucionalidade acolhida A palavra final sobre o assunto ficou a cargo do Supremo Tribunal Federal que se manifestou sobre este tema em sede de Repercussão Geral no RE nº 566.621/RS, julgando inconstitucional o art. 4º da Lei Complementar 118/2005 na parte em que determinaria a aplicação retroativa do novo prazo para repetição ou compensação do indébito tributário, por violação ao princípio da segurança jurídica, nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, na medida em que a interpretação imposta por este dispositivo implicaria redução do prazo de 10 anos, jurisprudencialmente fixado pelo STJ para repetição ou compensação de indébito tributário. Porém, como a LC 118/2005 foi publicada em 09/02/2005 e o art. 4º estabelece vacatio legis de 120 para o início de sua vigência, o STF reputou válida a aplicação do novo prazo de 5 anos a contar do pagamento indevido tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09/06/200. DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Em síntese, a corte entendeu que 120 dias era prazo razoável para os contribuintes se organizarem e ajuizarem ações de repetição de indébito. Assim, quem ajuizou ação até 08/06/2005, teria 10 anos, quem ajuizou depois, só teria 05 anos, mesmo que o pagamento indevido tenha ocorrido antes desta data. Verificase dos autos que o pedido de repetição do indébito foi protocolizado pela Recorrente em 08/06/2005, dentro do prazo de vacatio legis da lei complementar 118/2005. Assim, segundo o STF, em sede de repercussão geral, quem pleiteou repetição do indébito até 08/06/2005 tem o direito à repetir o montante de pagamento indevido à título de tributo pelo prazo de 10 anos, aplicandose o entendimento do STJ de que devese contar 05 anos do fato gerador para a homologação e que, após este prazo, operação a homologação tácita, tendo início o prazo de 05 anos para pleitear a repetição a partir da homologação do pagamento. Fl. 113DF CARF MF 8 Neste sentido, não está prescrita a pretensão da Recorrente. Resta saber se o montante de tributo recolhido pela Recorrente entre janeiro/1996 até outubro/1998 é realmente indevido, o que permitiria sua restituição. II Do direito de crédito e a MP 1.212/1995 Quanto ao suposto direito de crédito decorrente de pagamento indevido de PIS, os argumentos da Recorrente não merecem prosperar. Afirma a Recorrente que a MP nº 1.212/1995, por tratar da instituição do PIS, revogou a Lei Complementar nº 07/1970, mas por força do princípio da anterioridade, nunca teve eficácia na incidência tributária, pois esta MP foi mensalmente reeditada até sua conversão pela Lei 9.715/1998. Com este raciocínio, desde 28/11/1995, data da publicação da MP, até 25 de novembro de 1998, data da publicação da Lei 9.715, há um vácuo legislativo para a incidência tributária do PIS, sendo indevido todos os pagamentos efetuados pela Recorrente neste período. No entanto, são dois os argumentos que afastam a pretensão para restituir o indébito: 1. a contagem do prazo nonagesimal para fins de atendimento à anterioridade tem início quando da publicação da primeira Medida Provisória, não tendo influência as suas sucessivas reedições caso reeditadas dentro do prazo de eficácia das MPs (30 dias), se o texto da Constituição Federal vigente na época assim permitia. Este entendimento foi manifestado pelo Supremo Tribunal Federal no RE nº 232.896/PA, verbis: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. PISPASEP. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL: MEDIDA PROVISÓRIA: REEDIÇÃO. I. Princípio da anterioridade nonagesimal: C.F., art. 195, § 6º: contagem do prazo de noventa dias, medida provisória convertida em lei: contase o prazo de noventa dias a partir da veiculação da primeira medida provisória. II. Inconstitucionalidade da disposição inscrita no art. 15 da Med. Prov. 1.212, de 28.11.95 " aplicandose aos fatos geradores ocorridos a partir de lº de outubro de l995" e de igual disposição inscrita nas medidas provisórias reeditadas e na Lei 9.715, de 25.11.98, artigo 18. III. Não perde eficácia a medida provisória, com força de lei, não apreciada pelo Congresso Nacional, mas reeditada, por meio de nova medida provisória, dentro de seu prazo de validade de trinta dias. IV. Precedentes do S.T.F.: ADIn 1.617MS, Ministro Octavio Gallotti, "DJ" de 15.8.97; ADIn 1.610DF, Ministro Sydney Sanches; RE nº 221.856PE, Ministro Carlos Velloso, 2ª T., 25.5.98. V. R.E. conhecido e provido, em parte. (RE 232896 / PA. Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO. Julgamento: 02/08/1999. Órgão Julgador: Tribunal Pleno) (grifei) Com isso, respeitandose o princípio da anterioridade, a MP nº 1.212/1995 passou a ter eficácia e regular a incidência tributária do PIS a partir de 01 de março de 1996. 2. No período entre a publicação da MP (29/11/1005) até o fim do prazo da anterioridade (29/02/1996), esteve em vigência dispondo sobre a incidência do PIS as Fl. 114DF CARF MF Processo nº 13830.001034/200511 Acórdão n.º 3301005.548 S3C3T1 Fl. 111 9 disposições da Lei Complementar 07/1970 de acordo com seu texto vigente na época, após as declarações de inconstitucionalidade dos DecretosLeis nºs 2.445/88 e 2.449/88. O próprio Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp n. 1.136.210/PR, sob o signo dos recursos repetitivos disposto no art. 543C do CPC, que confere ao precedente especial eficácia vinculativa e que impõe sua adoção em casos análogos (§7º do art. 543C do CPC), orientou que até 29 de fevereiro de 1996 (início da vigência das alterações introduzidas pela Medida Provisória 1.212, de 28 de novembro de 1995), a cobrança das contribuições destinadas ao PIS era regida pelo disposto na Lei Complementar 7/1970. A partir de março de 1996 e até a publicação da Lei 9.715, de 25 de novembro de 1998, a contribuição destinada ao PIS restou disciplinada pela Medida Provisória 1.212/95 e suas reedições. PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. PIS. EXIGIBILIDADE DA CONTRIBUIÇÃO NO PERÍODO DE OUTUBRO DE 1995 A OUTUBRO DE 1998. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DOS DECRETOSLEIS 2.445/88 e 2.449/88 (RE 148.754). RESTAURAÇÃO DOS EFEITOS DA LEI COMPLEMENTAR 7/70. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 18, DA LEI 9.715/98 (ADI 1.417). PRAZO NONAGESIMAL DA LEI 9.715/98 CONTADO DA VEICULAÇÃO DA PRIMEIRA EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA 1.212/95. 1. A contribuição social destinada ao PIS permaneceu exigível no período compreendido entre outubro de 1995 a fevereiro de 1996, por força da Lei Complementar 7/70, e entre março de 1996 a outubro de 1998, por força da Medida Provisória 1.212/95 e suas reedições (Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Seção, DJe de 01/02/2010). (grifei) Desta feita, percebese que não há indébito a ser restituído. Portanto, conheço do recurso voluntário para negar provimento. Salvador Cândido Brandão Junior Relator Fl. 115DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.728905/2016-84
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2012
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MAIOR DE 65 ANOS. LIMITE.
A isenção de imposto de renda para maiores de 65 anos sujeita-se a limite legal, devendo o excesso ser declarado como rendimento tributável.
Numero da decisão: 2001-000.785
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e redator designado
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), José Ricardo Moreira, José Alfredo Duarte Filho e Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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score : 1.0
Numero do processo: 10880.937249/2011-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
FALTA DE COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. INEXISTÊNCIA DE DIREITO CREDITÓRIO.
Inexiste direito creditório quando o contribuinte deixa de comprovar a ocorrência de pagamento indevido ou a maior.
Numero da decisão: 1402-003.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2005 FALTA DE COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. INEXISTÊNCIA DE DIREITO CREDITÓRIO. Inexiste direito creditório quando o contribuinte deixa de comprovar a ocorrência de pagamento indevido ou a maior.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 FALTA DE COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. INEXISTÊNCIA DE DIREITO CREDITÓRIO. Inexiste direito creditório quando o contribuinte deixa de comprovar a ocorrência de pagamento indevido ou a maior. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 93 72 49 /2 01 1- 29 Fl. 67DF CARF MF 2 Relatório Adoto o bem elaborado relatório do v. acórdão recorrido: O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório [...] emitido eletronicamente [...] referente ao PER/DCOMP [...]. A Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP foi transmitida com o objetivo de ter reconhecido o direito creditório correspondente a SIMPLES – Código de Receita 6106, no valor original na data de transmissão de R$ 63,20, representado por Darf recolhido em 05/01/2006 e de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP. De acordo com o Despacho Decisório a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade alegando que o Despacho Decisório foi recebido e assinado por pessoa não habilitada para receber tal correspondência, que o assinante não é sócio e não representa legalmente a requerente; que a intimação não é válida, porque não esta formalmente revestida dos requisitos da lei e que dessa forma trás consigo a nulidade do ato praticado e conseqüentemente a nulidade do processo; pede que em preliminares seja declarada a nulidade da notificação do Despacho Decisório, entregue sem a observância dos ditames da lei, contrariando os dispostos nos art. 214,215,247 do Código de Processo Civil; que efetuou a compensação conforme art. 66, da Lei 8383/91; que a partir de 30/09/2003, foi instituído o processo eletrônico de pedido de compensação, o qual o contribuinte não tem como esclarecer a origem do crédito; que a Constituição Federal em seu art. 195 explicita que o PIS irá incidir sobre o faturamento obtido pelas empresas; que o fato gerador do PIS/Cofins é o faturamento, não podendo ampliar tal conceito para o ICMS que é faturado pelo Estado; que o valor do ICMS destacado na nota fiscal da manifestante é para simples registro contábil fiscal, sendo que em hipótese alguma deve ser incluído na base de cálculo do PIS; Pede a reforma do despacho decisório e a homologação da compensação. Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10880.937249/201129 Acórdão n.º 1402003.168 S1C4T2 Fl. 3 3 Em seguida, a DRJ proferiu v. acórdão negando provimento a impugnação. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.165, de 16/05/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10880.937246/2011 95, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.165): "O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria de competência desta Corte Administrativa e preenche todos os demais requisitos de admissibilidade previstos em lei, portanto, dele tomo conhecimento. Da nulidade da citação do r. Despacho Decisório: Em relação a nulidade da citação por não ter sido recebida pelo representante legal da empresa, entendo que não deve ser acolhida. Em relação a esta matéria, este E. Tribunal já pacificou seu entendimento e editou a Súmula CAR 9, com o texto abaixo colacionado. SÚMULA CARF N.o 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura Fl. 69DF CARF MF 4 do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. De acordo com a cópia do AR (fl. 9), a Recorrente foi devidamente notificada. Sendo assim, afasto a preliminar relativa a nulidade da citação do r. Despacho Decisório. Da nulidade do r. Despacho Decisório: Em relação a nulidade alegada pela Recorrente de que o r. Despacho Decisório é confuso, não determina claramente a matéria, bem como não fundamenta adequadamente a não homologação da compensação dos créditos, entendo que não merece ser acolhida. A Recorrente conseguiu entender perfeitamente os motivos pela qual seu pedido de compensação não foram homologados. Tanto foi assim, que apresentou manifestação de inconformidade e Recurso Voluntário apresentando argumentos de defesa contra a não homologação da compensação do crédito. Ademais, a matéria relativa a nulidade no processo administrativo tributário é regida exclusivamente pelos arts. 59 e 60 do Dec. n.º 70.235, de 1972, abaixo transcritos: "Art. 59 São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidas por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. ................................................... Art. 60 As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio." O despacho contestado não é nulo eis que não afrontou nenhuma das hipóteses do inciso II do art. 59 acima transcrito e foi lavrado por autoridade competente, sendo que não houve preterição do direito de defesa. Desta forma, nega provimento a esta preliminar de nulidade. Mérito: Conforme r. Despacho Decisório a compensação do crédito não foi homologada devido ao fato de o valor de R$ 325,51 constante no DARF ter sido integralmente alocado para a quitação de outros débito do contribuinte. Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10880.937249/201129 Acórdão n.º 1402003.168 S1C4T2 Fl. 4 5 A Recorrente apresenta alegação em sua manifestação de inconformidade e Recurso Voluntário, mas não traz aos autos nenhuma prova ou fato que possa modificar tanto o r. Despacho Decisório, como o v. acórdão recorrido. O Darf foi integralmente utilizado para o pagamento do débito declarado pelo contribuinte, não restando saldo para operar a compensação, inexistindo provas ou argumentos que provem situação diferente da que foi apontada no r. Despacho Decisório. A Recorrente também questiona a legalidade da legislação que regula o instituto da compensação defendendo a exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições sociais, porém não traz aos autos nenhum documento que relacione que os créditos objeto da compensação se referem a tal exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições sociais. Assim, ainda que o alegado direito existisse, a Recorrente não faria jus à compensação, pois não apresenta sequer um documento fiscal que confirme a necessária liquidez ao crédito pleiteado. Desta forma, afasta a alegação da Recorrente relativa exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, eis que não verifiquei ser matéria versada nos autos. De resto, colaciono a parte do v. acórdão recorrido relativa a esta matéria para fundamentar meu voto. EXCLUSÃO DE ICMS A base de cálculo das Contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/ PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS é o faturamento. Somente a lei pode modificar a base de cálculo do tributo. A legislação do PIS/PASEP e da COFINS prevê exclusões da base de cálculo. Especificamente quanto ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, excluemse da receita bruta o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário, no regime cumulativo, e a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação em ambos regimes. Da mesma forma, também não acato a alegação da Recorrente relativa a ilegalidade da Instrução Normativa que tornou o procedimento de compensação e restituição de seus créditos por meio de mecanismo eletrônico denominado PER/DCOMP. Fl. 71DF CARF MF 6 Até o presente momento não existe qualquer manifestação do judiciário relativa a ilegalidade da IN 320/2003 que regulamentou o procedimento da PER/DCOMP. De resto, em relação a esta alegação da Recorrente utilizo os fundamentos do v. acórdão recorrido para fundamento meu voto. ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE DA INSTRUÇÃO NORMATIVA Não se acolhem as alegações de ilegalidade da Instrução Normativa que regulamenta a compensação. Ao contrário do alegado, as condições para o contribuinte efetuar compensação podem ser estabelecidas por atos normativos. O art. 170 do CTN, assim disciplina: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. De acordo com o dispositivo transcrito, a lei pode autorizar a compensação sob determinadas condições e garantias. Ainda conforme art. 170 do CTN, a lei que autorizar a compensação pode estipular referidas condições e garantias ou pode atribuir à autoridade administrativa o poder de as estipular. Na espécie, a autorização da compensação foi dada pelo art. 74 da Lei n.º 9.740, de 1996. Seu § 14, incluído pela Lei nº 11.051, de 2004, autoriza, expressamente, a Secretaria da Receita Federal a disciplinar o que dispõe o artigo. Portanto, as instruções normativas expedidas pela Receita Federal são instrumentos legítimos para estipular condições não expressamente previstas em lei. Ainda que assim não fosse, os argumentos do contribuinte não teriam proveito neste foro. Os atos normativos expedidos pela Receita Federal compõem a legislação tributária e a todos vinculam (art. 96 e art. 100 do CTN). A autoridade fiscal não se pode furtar ao cumprimento da legislação vigente, pois sua atividade é plenamente vinculada, sob pena de responsabilidade funcional (parágrafo único do art. 142 do CTN). De acordo como o inciso V do art. 7º da Portaria do Ministro da Fazenda n.º 341, de 12 de julho de 2011, “são deveres do julgador observar o disposto no art. 116, III, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, bem como da RFB expresso em atos normativos”. Por fim, o que a impugnante alega ser entendimento do Judiciário não pode ser imposto ao fisco. Via de regra, entendimentos expressos em decisões judiciais ficam restritos às partes integrantes do processo, não cabendo a extensão dos seus efeitos jurídicos a Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10880.937249/201129 Acórdão n.º 1402003.168 S1C4T2 Fl. 5 7 terceiros. Conseqüentemente, não se estende à impugnante a jurisprudência por ela invocada. Pelo exposto e por tudo que consta processado nos autos, conheço do Recurso Voluntário e nego provimento, mantendo o v. acórdão recorrido. " Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 73DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.722194/2011-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 2401-000.712
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Matheus Soares Leite - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Monica Renata Mello Ferreira Stoll (Suplente Convocada), Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: MATHEUS SOARES LEITE
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Monica Renata Mello Ferreira Stoll (Suplente Convocada), Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório Tratase de Embargos de Declaração (fls. 1579/1587), opostos pelo contribuinte, em face do Acórdão n° 2302003.265 (fls. 1571/1576), de 18/07/2014, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção, que negou provimento ao Recurso Voluntário, conforme ementa a seguir: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/02/2006 a 30/12/2006 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .7 22 19 4/ 20 11 -9 7 Fl. 1606DF CARF MF Processo nº 19515.722194/201197 Resolução nº 2401000.712 S2C4T1 Fl. 1.607 2 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E PARA TERCEIROS. TRIBUTOS DISTINTOS. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO. PRAZO DECADENCIAL. APLICAÇÃO DO ART. 173, I, DO CTN. O fato de haver recolhimentos de contribuições previdenciárias (art. 22, I, II e III, da Lei n° 8.212/1991) não implica a atração da regra contida no parágrafo 4º, do art. 150 do CTN, posto que a antecipação de pagamento deve se referir à mesma espécie tributária, que não é o caso das contribuições para outras entidades ou fundos (terceiros), que ostentam natureza jurídica própria, havendo inclusive campo próprio para a imputação do recolhimento de cada um destes tributos na Guia da Previdência Social GPS. Recurso Voluntário Negado Os Embargos de Declaração (fls. 1579/1587), foram opostos com fundamento no art. 65, § 1°, inciso II, do Anexo II, do RICARF, sob alegação de existência de duas omissões no julgado. A primeira, referese ao reconhecimento de recolhimentos de contribuições de terceiros nas competências 01 a 11/2006, o que levaria ao reconhecimento da aplicação da regra decadencial decorrente do artigo 150, § 4°, do CTN, e, consequentemente, extirpandose do lançamento tais competências, tendo em vista que a ciência do lançamento ocorreu em 12/2011. A segunda, por sua vez, seria quanto ao reconhecimento do pagamento da competência de dezembro de 2006, sendo que o colegiado considerou que o CARF não é o foro competente para o reconhecimento de pagamentos posteriores ao lançamento. Em Despacho de Exame de Admissibilidade de Embargos de Declaração (fls. 1592/1593), de 29/09/2015, exarado pelo Ilmo. Conselheiro e anterior Presidente da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção, Dr. André Luís Mársico Lombardi, assentou que, em relação à primeira omissão apontada, em que pese o julgamento tenha se baseado em documentos elaborados pela autoridade fiscal (RADA fls. 1.284 e seguintes), é fato que não se atentou para os documentos carreados aos autos pela recorrente e que demonstrariam o recolhimento de contribuições de terceiros nas referidas competências (fls. 1.469/1.478). Em relação à segunda omissão apontada, os embargos não foram admitidos, eis que, no entendimento do Ilmo. Conselheiro, a questão foi devidamente tratada nos autos, não havendo fato novo que denotaria omissão de qualquer natureza. Assim, os Embargos de Declaração (fls. 1579/1587) foram parcialmente admitidos para que a Turma Julgadora delibere sobre a omissão apontada quanto aos recolhimentos existentes que deslocariam a regra decadencial aplicável ao caso. Posteriormente, o contribuinte peticionou novamente nos autos, requerendo o aditamento às razões recursais dos Embargos de Declaração no Recurso Voluntário (fls. 1597/1600), reiterando a omissão apontada, acerca do reconhecimento do pagamento da competência de dezembro de 2006. Ato contínuo, sobreveio novo Despacho de Exame de Admissibilidade de Embargos de Declaração (fls. 1602/1603), de 10/10/2017, exarado pela Ilma. Conselheira e Presidente da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção, Dra. Miriam Denise Xavier, entendendo que o sujeito passivo insistiria nas argumentações apresentadas e analisadas, motivo pelo qual, reiterou a decisão já proferida no despacho de folhas 1592/1593, que acolheu Fl. 1607DF CARF MF Processo nº 19515.722194/201197 Resolução nº 2401000.712 S2C4T1 Fl. 1.608 3 parcialmente os Embargos de Declaração opostos (fls. 1579/1587), somente com relação à matéria que trata da omissão apontada quanto aos recolhimentos existentes que deslocariam a regra decadencial aplicável ao caso. Em seguida, em razão de o Conselheiro relator não mais integrar o colegiado, os autos foram redistribuídos e sorteados a este Conselheiro para apreciação e julgamento dos Embargos de Declaração. É o relatório. Voto Conselheiro Matheus Soares Leite – Relator 1. Juízo de Admissibilidade. Os Embargos de Declaração (fls. 1579/1587) são tempestivos, tendo a embargante tomado ciência antecipadamente, “se dando por intimada do acórdão n° 2302 003.265”, e preenchem os requisitos de admissibilidade do art. 65, do Anexo II, do RICARF, nos limites em que reconhecido pelo Despacho de Exame de Admissibilidade de Embargos de Declaração (fls. 1592/1593). 2. Mérito. 2.1. Da necessidade de conversão do julgamento em diligência. Nos presentes aclaratórios, a omissão apontada e admitida, consiste na alegação da existência de recolhimentos de contribuições de terceiros nas competências 01 a 11/2006, o que levaria ao reconhecimento da aplicação da regra decadencial decorrente do artigo 150, § 4°, do CTN, e, consequentemente, extirpandose do lançamento tais competências, tendo em vista que a ciência do lançamento ocorreu em 12/2011 (fl. 1334). O Acórdão embargado (fls. 1571/1576) assentou o entendimento de que, conforme Relatório de Apropriação dos Documentos Apresentados – RADA (fls. 1.284 e seguintes), não haveria nenhum recolhimento de contribuições para outras entidades e fundos (terceiros), apenas de contribuições previdenciárias (art. 22, I, II e III, da Lei n° 8.212/91). Assim, considerando que cada espécie assume um fato gerador próprio, o pagamento antecipadamente realizado somente poderia deslocar a aplicação da regra decadencial para o art. 150, § 4°, do CTN, em relação aos fatos geradores para os quais houve o pagamento antecipado, sendo que o recolhimento de uma espécie não poderia aproveitar à outra. Pois bem. Consoante predica o § 4º, do art. 150, do CTN, a Fazenda dispõe do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data do fato gerador, para realizar o controle da atividade praticada pelo sujeito passivo, verificando se o pagamento antecipado foi ou não suficiente para o cumprimento da obrigação tributária. O Superior Tribunal de Justiça, nos autos do REsp 973.733/SC, submetido à sistemática dos recursos especiais repetitivos representativos de controvérsia (art. 543C, do CPC/73), fixou o entendimento no sentido de que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário contase: a) Do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, quando a lei não prevê o pagamento antecipado da Fl. 1608DF CARF MF Processo nº 19515.722194/201197 Resolução nº 2401000.712 S2C4T1 Fl. 1.609 4 exação ou quando a lei prevê o pagamento antecipado, mas ele inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte; b) A partir da ocorrência do fato gerador, nos casos em que ocorre o pagamento antecipado previsto em lei. Não se pode, portanto, deixar de reconhecer a relevância da existência ou não de pagamento ou declaração/confissão (ainda que parciais) para fins de definição do critério para a contagem de prazo decadencial. Da análise dos autos, notadamente nas fls. 1.469/1.478 – repetidos às fls. 1506/1515 e fls. 1550/1559, os documentos carreados pela recorrente demonstram, em tese, o recolhimento de contribuições para outras entidades e terceiros, o que, em princípio, acarretaria no reconhecimento da decadência do crédito tributário, eis que transcorrido mais de 5 (cinco) anos entre a data de ocorrência do fato gerador e a constituição do crédito tributário pelo lançamento, por força do § 4º, do art. 150, do CTN, considerando que a recorrente tomou ciência dos Autos de Infração no dia 21 de dezembro de 2011 (fl. 1334). Contudo, vale ressaltar que as Guias da Previdência Social – GPS, acostadas aos autos (fls. 1.469/1.478 – repetidas às fls. 1506/1515 e fls. 1550/1559), não discriminam as entidades e terceiros destinatárias dos recolhimentos, aspecto de extrema importância para conferir com precisão a ocorrência do prazo decadencial, eis que, para fins de aplicação do § 4º, do art. 150, do CTN, a verificação da ocorrência do pagamento parcial deve ser feita levando em consideração tributos de mesma natureza. Nessa esteira, vale lembrar que, o crédito tributário em discussão, diz respeito à exigência das contribuições para outras entidades e terceiros, consubstanciadas nos DEBCAD’s n°s 37.365.2844 (Salário Educação, SENAC, SESC, SEST e SENAT), 37.365.2852 (INCRA) e 37.365.2860 (SEBRAE, SESI e SENAI). Assim, entendo que o feito não está pronto para julgamento e, em obediência ao princípio da verdade material, voto em converter o julgamento em diligência, a fim de que a DRF de origem, com base nos dados constantes nos sistemas informatizados da RFB, bem como nas declarações em GFIP transmitidas pela recorrente, indique a quais outras entidades e terceiros se referem os recolhimentos de fls. 1.469/1.478 – repetidos às fls. 1506/1515 e fls. 1550/1559, e se, com base no levantamento realizado, é possível atestar o recolhimento parcial em relação a todo o período abrangido pelos DEBCAD’s n°s 37.365.2844 (Salário Educação, SENAC, SESC, SEST e SENAT), 37.365.2852 (INCRA) e 37.365.2860 (SEBRAE, SESI e SENAI). O sujeito passivo deverá ser intimado do resultado da diligência, devendo ser concedido a ele o prazo de trinta dias para que, querendo, apresente sua manifestação. Conclusão Ante o exposto, voto por CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, a fim de que a DRF de origem, com base nos dados constantes nos sistemas informatizados da RFB, bem como nas declarações em GFIP transmitidas pela recorrente, indique a quais outras entidades e terceiros se referem os recolhimentos de fls. 1.469/1.478 – repetidos às fls. 1506/1515 e fls. 1550/1559, e se, com base no levantamento realizado, é possível atestar o recolhimento parcial em relação a todo o período abrangido pelos DEBCAD’s n°s 37.365.284 4 (Salário Educação, SENAC, SESC, SEST e SENAT), 37.365.2852 (INCRA) e 37.365.2860 (SEBRAE, SESI e SENAI). Fl. 1609DF CARF MF Processo nº 19515.722194/201197 Resolução nº 2401000.712 S2C4T1 Fl. 1.610 5 O sujeito passivo deverá ser intimado do resultado da diligência, devendo ser concedido a ele o prazo de 30 (trinta) dias para que, querendo, apresente sua manifestação. É como voto. (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Relator Fl. 1610DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.903334/2015-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2010
DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte.
ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972.
Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil.
MULTA E JUROS DE MORA.
Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.735
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2010 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. PIS Recorrente KEKO ACESSORIOS S.A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2010 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicandose o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 33 34 /2 01 5- 18 Fl. 158DF CARF MF Processo nº 11020.903334/201518 Acórdão n.º 3402005.735 S3C4T2 Fl. 0 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, rejeitando as preliminares da defesa e não homologando as compensações apresentadas por não reconhecer o direito creditório postulado. O Despacho Decisório negou a homologação por considerar que o crédito informado no PER/DCOMP foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo remanescente para a compensação declarada, resultando na cobrança do valor consolidado correspondente aos débitos indevidamente compensados. Em manifestação de inconformidade alegou preliminarmente a Contribuinte que é legítima detentora de créditos apresentados para compensação originados de pagamentos realizados de maneira indevida e a maior, sendo que o despacho decisório impugnado deve ser declarado nulo em razão de: i)Ausência de fundamentação, resultando em desvio de finalidade na busca pela verdade material, uma vez que não foi diligenciado para aferição do crédito pleiteado e não intimou a Contribuinte a prestar informações; ii) É dever da Autoridade fiscal, por aplicação do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, instruir o procedimento fiscal, como a solicitação de informações ao Contribuinte, apreensão de documentos fiscais, diligências até a sede da Empresa, entre outros expedientes; iii) Não foi respeitado o contraditório, o devido processo legal e a ampla defesa. Fl. 159DF CARF MF Processo nº 11020.903334/201518 Acórdão n.º 3402005.735 S3C4T2 Fl. 0 3 No mérito, alegou a Contribuinte que: iv) Deve ser possibilitada posterior juntada de documentos que comprovem as alegações trazidas em manifestação de inconformidade, em respeito ao princípio administrativo da verdade material, possibilitando a comprovação do direito creditório; v) É ilegal e inconstitucional a multa aplicada sobre o montante do tributo devido, devendo ser aplicados os princípios constitucionais do não confisco, razoabilidade e proporcionalidade; vi) O percentual de multa aplicado para o caso de descumprimento de obrigação principal, mesmo que expressamente previsto na legislação pertinente, deveria sempre guardar proporção com o valor da prestação tributária exigida, bem como adequarse e/ou assemelharse aos novos critérios de aplicação de multas estabelecidos para as relações contratuais que envolvem questões de direito privado. O Acórdão nº 02073.125 considerou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada face a ausência de comprovação de direito creditório líquido e certo. Regularmente cientificada desta decisão, a Recorrente interpôs tempestivamente o Recurso Voluntário ora em apreço, onde repisa os argumentos expostos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.721, de 24 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 11020.900604/201610, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402005.721): "Pressupostos legais de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo ser conhecido. Preliminares Fl. 160DF CARF MF Processo nº 11020.903334/201518 Acórdão n.º 3402005.735 S3C4T2 Fl. 0 4 A Recorrente alega preliminarmente que o despacho decisório é nulo por não ser fundamentado e ferir aos princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório e devido processo legal, resultando em desvio de finalidade. Sem razão. Está correta a decisão recorrida ao concluir pela aplicação do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Com a detida análise dos autos é possível constatar que tanto o PERD/COMP, quanto a Manifestação de Inconformidade e o Recurso Voluntário, não estão instruídos com documentos passíveis de corroborar com as alegações da defesa. Ao invés de comprovar a certeza e liquidez ou, ainda, proceder à retificação da DCTF, demonstrando a suficiência do direito creditório para contrapor ao despacho decisório que não homologou a compensação, a Recorrente cingiuse em alegar a ausência das razões da não homologação, invocando os Princípios Constitucionais do Contraditório, Ampla Defesa e Devido Processo Legal, atribuindo o ônus da prova à Autoridade Fazendária. Ao contrário do que alega a Recorrente, aplicase o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. Neste sentido, a 4ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais proferiu o Acórdão nº 3401003.907, acatando por unanimidade o voto do Conselheiro Relator Augusto Fiel Jorge D'Oliveira ao negar provimento ao Recurso Voluntário interposto no Processo Administrativo Fiscal nº 13832.000095/9970, conforme Ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1991 a 30/06/1992 ÔNUS DA PROVA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. Em processos que decorrem do indeferimento de pedido de restituição/compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. Transcrevese abaixo parte do fundamento que embasou o respeitável voto do julgado acima citado: Fl. 161DF CARF MF Processo nº 11020.903334/201518 Acórdão n.º 3402005.735 S3C4T2 Fl. 0 5 Em se tratando de pedido de restituição combinado com pedido de compensação, é ônus do contribuinte provar que possui o direito de crédito e no montante por ele alegado, o que implica a guarda da documentação necessária para tanto não pelo prazo de 5 (cinco) anos da realização dos pagamentos, como pretende ver reconhecido o Recorrente, mas até o encerramento da discussão administrativa ou judicial em que pretende ver aquele direito de crédito reconhecido. Nesse sentido, vejam os dispositivos legais a seguir: CTN: "Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram". (grifos nossos) Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil): "Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados" . (grifos nossos) Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99): "Art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (DecretoLei nº 486, de 1969, art. 4º). (...) Art.923.A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. (DecretoLei nº1.598, de 1977, art. 9º, §1º)". (grifos nossos) Neste caso, não se aplicam as hipóteses de nulidade previstas pelo artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972, uma vez que tanto o despacho decisório, quanto o acórdão recorrido estão motivados pela ausência de crédito suficiente para compensação com os débitos declarados. E não há que se falar em preterição do direito de defesa da Contribuinte. Portanto, afasto as preliminares invocadas no recurso em análise. Mérito Do Princípio da Verdade Material Fl. 162DF CARF MF Processo nº 11020.903334/201518 Acórdão n.º 3402005.735 S3C4T2 Fl. 0 6 A Recorrente invoca o Princípio da Verdade Material para alegar que deveria o Agente Fiscal apurar os fatos independentemente de suposições ou indícios, possibilitando à manifestante a posterior juntada de documentos para comprovar o direito creditório. Com efeito, a busca pela verdade material deve prevalecer, possibilitando ao Contribuinte apresentar todos os meios de provas necessários para comprovação de seu direito. No entanto, é da Contribuinte o ônus da prova passível de contrapor a constatação de utilização dos créditos declarados para compensação, o que não ocorreu no presente caso, pois a Recorrente não apresentou qualquer documento passível de comprovar o direito alegado, tampouco procedeu à Retificação da DCTF no prazo concedido para manifestação de inconformidade. O Artigo 37 da Lei nº 9.430/1996 prevê que "Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios". Reiterase a aplicação do artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, bem como a incidência do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Neste sentido, citase o Acórdão nº 3302005.292, proferido pela 3ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Tribuna Administrativo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. AUSÊNCIA DE PROVA. INDEFERIMENTO. O direito creditório objeto de pedido de ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep será indeferido se o contribuinte não apresentar os documentos necessários a análise e confirmação do valor do crédito pleiteado/compensado. Para esse fim, o postulante deve apresentar à fiscalização, quando solicitado, os arquivos digitais e os documentos fiscais e contábeis necessários à comprovação dos créditos apropriados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 Fl. 163DF CARF MF Processo nº 11020.903334/201518 Acórdão n.º 3402005.735 S3C4T2 Fl. 0 7 CRÉDITO ESCRITURAL DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS. DEDUÇÃO, RESSARCIMENTO OU COMPENSAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O aproveitamento de crédito decorrente do regime não cumulativo da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, seja sob a forma de dedução, compensação ou ressarcimento, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros moratórios. COMPENSAÇÃO DECLARADA. ANÁLISE ANTES DE COMPLETADO O PRAZO DE CINCO ANOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Não há homologação tácita da compensação declarada quando o contribuinte é cientificado do despacho decisório não homologatório da compensação antes de completado o prazo de cinco anos, contado da data da apresentação da correspondente declaração de compensação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA.. IMPRESCINDIBILIDADE DA NOVA PROVA. INDEFERIMENTO. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado. PEDIDO DE PERÍCIA E DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO PELA AUTORIDADE JULGADORA. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. 1. No âmbito do processo administrativo fiscal, a produção da prova pericial somente se justifica nos casos a análise da prova exige conhecimento técnico especializado. Por não atender tal condição, a apreciação de documentos contábeis e fiscais prescinde de realização de perícia técnica. 2. O indeferimento de pedido de diligência ou perícia não configura vício de nulidade da decisão de primeira instância, por cerceamento ao direito de defesa, nos casos em que a autoridade julgadora, fundamentadamente, demonstra que a produção da prova pericial e realização da diligência eram desnecessárias e prescindíveis para o deslinde da controvérsia. Fl. 164DF CARF MF Processo nº 11020.903334/201518 Acórdão n.º 3402005.735 S3C4T2 Fl. 0 8 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA IMPRESCINDÍVEL À COMPROVAÇÃO. NÃO APRESENTAÇÃO NA FASE PROCEDIMENTAL DE FORMA DELIBERADA E INTENCIONAL. PRINCÍPIO DO NEMO AUDITUR PROPRIAM TURPITUDINEM ALLEGANS. REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA NA FASE RECURSAL. NÃO CABIMENTO. Se no curso do procedimento fiscal, após ser intimada e reintimada a recorrente, de forma deliberada e como estratégia de defesa, omitese de apresentar os arquivos digitais e a documentação contábil e fiscal necessária à apuração da certeza e liquidez do crédito da Cofins pleiteado, a reabertura da instrução probatória na fase recursal, inequivocamente, implicaria clara afronta ao princípio jurídico de que ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza (ou nemo auditur propriam turpitudinem allegans). DESPACHO DECISÓRIO PROFERIDO POR AUTORIDADE COMPETENTE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA INEXISTENTE. NULIDADE. IMPOSSIBILIDAE. Não é passível de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e que contenha todos os fundamentos fáticos e jurídicos suficientes para o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, em que formalizado pedido de ressarcimento de direito creditório, o ônus da prova recai sobre o contribuinte autor pedido. Recurso Voluntário Negado. Com isso, está correta a decisão de primeira instância. Da alegação de Inaplicabilidade da multa em face do Princípio Constitucional do Não Confisco e dos Princípios Administrativos da Razoabilidade e da Proporcionalidade. A Recorrente questiona a multa aplicada, alegando tratar se de penalidade confiscatória, ilegal e inconstitucional. Alega que: O valor lançado a título de multa, flagrantemente ilegal como a seguir demonstrarseá, é manifestamente excessivo, ferindo, desta maneira o princípio constitucional do não confisco e dos princípios administrativos da razoabilidade e da proporcionalidade. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 11020.903334/201518 Acórdão n.º 3402005.735 S3C4T2 Fl. 0 9 Neste contexto, é princípio básico que a pena, no caso a multa aplicada em face de infrações, não pode ultrapassar os estritos limites da lei – ou ainda, do direito como um todo valendo para o caso específico do direito tributário, a definição legal do tributo como insuscetível de servir como instrumento de penalização do contribuinte. (...) De outra banda, importa consignar que as obrigações acessórias, entre elas a multa, podem ter duas naturezas, sendo uma tributária e, neste caso, converterse em principal, e a outra de natureza punitiva, que, ipso jure, convertese também em principal. No primeiro caso, o que era princípio na legislação esparsa, convertese em mandamento constitucional e legal impeditivo da bitributação com a mesma base de cálculo, vedando o bis in idem a partir do mesmo fato gerador, expresso no art. 150, I da CF/88, antes focado. Ora ainda que tolerado durante a vigência da Constituição anterior e ainda que contrário ao princípio da tributação, o Código Tributário Nacional, como antes dito, mandava converter a obrigação acessória, qualquer que fosse sua natureza, administrativa ou punitiva, em obrigação principal. Contudo, a tolerância tinha origem na idéia de que a obrigação principal art. 113, 3º, do CTN surge com a ocorrência do fato gerador, e tinha por objeto não apenas o pagamento do tributo, mas também a penalidade pecuniária. (...) Assim, a multa em questão é totalmente inexigível, uma vez que fere explicitamente os princípios legais e constitucionais acima referidos, devendo ser reformado o acórdão recorrido também neste ponto. Ocorre que o artigo 61 da Lei nº 9.430/1996 é taxativo ao estabelecer a fixação de juros de mora e multa. Vejamos: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 11020.903334/201518 Acórdão n.º 3402005.735 S3C4T2 Fl. 0 10 § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A multa aplicada atende ao limite de 20% (vinte por cento) estabelecido pelo § 2º acima transcrito. Portanto, não há que se alegar caráter confiscatório, tampouco ausência de razoabilidade e proporcionalidade. Por outro lado, incide a Súmula CARF nº 2, uma vez que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Dispositivo Ante o exposto, conheço o Recurso Voluntário, rejeito as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGO PROVIMENTO para manter na íntegra o acórdão recorrido." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 167DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12689.000360/2008-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 29/06/2005, 02/08/2005
PIS/PASEP IMPORTAÇÃO. DOIS FATOS GERADORES. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM.
O art. 3°, I e II, da Lei n° n°l0.865/2004, incide em dois momentos, havendo a ocorrência de dois fatos geradores distintos: 1) a entrada do bem estrangeiro em território nacional e 2) posterior pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. O § 14 do art. 3° da Lei alberga apenas a segunda situação, reduzindo a alíquota da contribuição a zero.
PIS E COFINS IMPORTAÇÃO. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE.
O Supremo Tribunal Federal STJ, no julgamento do RE nº 559.937/RS, pela sistemática da repercussão geral, reconheceu a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 7º, inciso I, da Lei nº 10.865/04, que amplia a definição do termo valor aduaneiro sobre o qual incidirão as contribuições do PIS/COFINS-Importação.
Nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C, do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. CONSULTA INEFICAZ.
Não há impedimento para lavratura do Auto de Infração quando a consulta formulada pela contribuinte é declarada ineficaz, vez que esta não produz efeitos.
Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 29/06/2005, 02/08/2005
PIS/PASEP-IMPORTAÇÃO E COFINS-IMPORTAÇÃO. IDENTIDADE DE MATÉRIA FÁTICA. DECISÃO. MESMOS FUNDAMENTOS.
Aplicam-se ao lançamento da Cofins-Importação as mesmas razões de decidir aplicáveis à PIS/Pasep-Importação, quando ambos os lançamentos recaírem sobre idêntica situação fática.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 3402-005.584
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para excluir o ICMS e as próprias contribuições da base de cálculo do PIS Importação e da COFINS Importação, na forma do RE nº 559.937/RS.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Pedro Sousa Bispo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (presidente da turma), Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Diego Diniz Ribeiro, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo e Rodrigo Mineiro Fernandes.
Nome do relator: PEDRO SOUSA BISPO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 29/06/2005, 02/08/2005 PIS/PASEP IMPORTAÇÃO. DOIS FATOS GERADORES. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM. O art. 3°, I e II, da Lei n° n°l0.865/2004, incide em dois momentos, havendo a ocorrência de dois fatos geradores distintos: 1) a entrada do bem estrangeiro em território nacional e 2) posterior pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. O § 14 do art. 3° da Lei alberga apenas a segunda situação, reduzindo a alíquota da contribuição a zero. PIS E COFINS IMPORTAÇÃO. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE. O Supremo Tribunal Federal STJ, no julgamento do RE nº 559.937/RS, pela sistemática da repercussão geral, reconheceu a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 7º, inciso I, da Lei nº 10.865/04, que amplia a definição do termo valor aduaneiro sobre o qual incidirão as contribuições do PIS/COFINS-Importação. Nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C, do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. CONSULTA INEFICAZ. Não há impedimento para lavratura do Auto de Infração quando a consulta formulada pela contribuinte é declarada ineficaz, vez que esta não produz efeitos. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 29/06/2005, 02/08/2005 PIS/PASEP-IMPORTAÇÃO E COFINS-IMPORTAÇÃO. IDENTIDADE DE MATÉRIA FÁTICA. DECISÃO. MESMOS FUNDAMENTOS. Aplicam-se ao lançamento da Cofins-Importação as mesmas razões de decidir aplicáveis à PIS/Pasep-Importação, quando ambos os lançamentos recaírem sobre idêntica situação fática. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para excluir o ICMS e as próprias contribuições da base de cálculo do PIS Importação e da COFINS Importação, na forma do RE nº 559.937/RS. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente. (assinado digitalmente) Pedro Sousa Bispo - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (presidente da turma), Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Diego Diniz Ribeiro, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo e Rodrigo Mineiro Fernandes.
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DOIS FATOS GERADORES. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM. O art. 3°, I e II, da Lei n° n°l0.865/2004, incide em dois momentos, havendo a ocorrência de dois fatos geradores distintos: 1) a entrada do bem estrangeiro em território nacional e 2) posterior pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. O § 14 do art. 3° da Lei alberga apenas a segunda situação, reduzindo a alíquota da contribuição a zero. PIS E COFINS IMPORTAÇÃO. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE. O Supremo Tribunal Federal STJ, no julgamento do RE nº 559.937/RS, pela sistemática da repercussão geral, reconheceu a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 7º, inciso I, da Lei nº 10.865/04, que amplia a definição do termo “valor aduaneiro” sobre o qual incidirão as contribuições do “PIS/COFINSImportação”. Nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C, do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. CONSULTA INEFICAZ. Não há impedimento para lavratura do Auto de Infração quando a consulta formulada pela contribuinte é declarada ineficaz, vez que esta não produz efeitos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 68 9. 00 03 60 /2 00 8- 64 Fl. 259DF CARF MF 2 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 29/06/2005, 02/08/2005 PIS/PASEPIMPORTAÇÃO E COFINSIMPORTAÇÃO. IDENTIDADE DE MATÉRIA FÁTICA. DECISÃO. MESMOS FUNDAMENTOS. Aplicamse ao lançamento da CofinsImportação as mesmas razões de decidir aplicáveis à PIS/PasepImportação, quando ambos os lançamentos recaírem sobre idêntica situação fática. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para excluir o ICMS e as próprias contribuições da base de cálculo do PIS Importação e da COFINS Importação, na forma do RE nº 559.937/RS. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Pedro Sousa Bispo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (presidente da turma), Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Diego Diniz Ribeiro, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo e Rodrigo Mineiro Fernandes. Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório do acórdão recorrido com os devidos acréscimos: O presente processo referese aos autos de infração de fls. 02 a 24, lavrados para as exigências referentes a CofinsImportação e ao PIS/PasepImportação, acrescidos de juros de mora e multa proporcional, totalizando um crédito tributário no valor de R$604.959,14. Segundo a descrição dos fatos, em cumprimento do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) nº 0517600.2008.000480, de 14/02/2008, foi efetuado procedimento de auditoria com o objetivo de verificar a regularidade do pagamento das contribuições PISImportação e CofinsImportação incidentes nas importações de bens estrangeiros realizadas pela empresa CLINICA DELFIN GONZALEZ Fl. 260DF CARF MF Processo nº 12689.000360/200864 Acórdão n.º 3402005.584 S3C4T2 Fl. 259 3 MIRANDA LTDA, CNPJ nº 16.047.490/000111, através das Declarações de Importação DI n° 05/06776535 e nº 05/08169415. Conforme constante nas declarações de importação e na documentação correspondente, anexados, os bens importados pela empresa se referem a um contrato de Arrendamento Mercantil Leasing entre o importador e a empresa General Eletric International, Inc. A Lei nº 10.865/2004 definiu no artigo 3°, incisos I e II, duas hipóteses de incidência para as contribuições PISImportação e CofinsImportação. O contribuinte ao promover a importação de equipamentos através de transação comercial firmada por meio de contrato de arrendamento mercantil, caracteriza duas hipóteses de incidência, uma quando promove a entrada da mercadoria em território nacional (inciso I) e a outra quando efetua os pagamentos do arrendamento mercantil (inciso II). Com a entrada de bens estrangeiros em território nacional, está claro que ocorreu o fato gerador definido no inciso I, artigo 3°, da Lei nº 10.865/2004. Apesar de ter havido a entrada dos bens estrangeiros, as operações de comércio exterior efetuadas pela CLINICA DELFIN não podem ser enquadradas em nenhum dos casos de nãoincidência das contribuições PISImportação e CofinsImportação previstos no artigo 2º da Lei n° 10.865/2004. Tampouco é possível enquadrar as importações em foco nas hipóteses definidas pela legislação como isenção. Com relação a outra hipótese de incidência definida pela norma legal, ao efetuar uma importação através de um contrato de arrendamento mercantil, a empresa fica sujeita ao pagamento do leasing, a ser remetido conforme "Esquema de Pagamento" constante no "Contrato Internacional de Leasing de Equipamentos", firmado entre a empresa importadora e a General Eletric International, Inc. (fls. 71). Estas remessas correspondem a pagamentos dos serviços de arrendamento, sujeitandose ao recolhimento de PISImportação e CofinsImportação em cada remessa efetuada ao exterior, nos termos do inciso II do artigo 3° da Lei nº 10.865/2004. Ocorre que o legislador cuidou de reduzir a zero as alíquotas das contribuições quando da ocorrência desta hipótese de incidência, conforme disposto no §14 do artigo 8° da Lei nº 10.865/2004, a fim de que o recolhimento das contribuições ocorra apenas uma vez, no momento da importação. Visando justificar a falta do recolhimento da PISImportação e da Cofins importação, o contribuinte tomou como fonte a Consulta formulada à Disit em 30/05/2005, na qual são solicitados esclarecimentos acerca de uma possível aplicação de alíquota zero nas contribuições quando da importação dos bens, citando o referido parágrafo 14 do artigo 8° da Lei n° 10.865/04 como base legal. O Despacho Decisório emitido pela Divisão de Tributação Disit da SRRF/5ªRF declara a ineficácia da consulta, posto que o objeto da consulta encontrase literalmente disciplinado pela legislação vigente. O contribuinte, ao deixar de promover o recolhimento das contribuições na data do registro das DIs n° 05/06776535 e nº 05/08169415, afastouse do principio constitucional da isonomia, qual seja, o tratamento isonômico entre a tributação dos bens produzidos e serviços prestados no Pais e os bens e serviços importados de residentes ou domiciliados no exterior. A fiscalização conclui que a empresa não recolheria aos cofres públicos qualquer valor referente a PISImportação e CofinsImportação quando da remessa das contraprestações do arrendamento mercantil, pois ainda que tenha ocorrido no mundo real a hipótese tributária prevista no inciso II, do artigo 3° da Lei 10.865/04, Fl. 261DF CARF MF 4 a sua alíquota foi reduzido a zero, ficando sujeita ao recolhimento apenas de PIS Importação e CofinsImportação incidentes no momento da importação (registro da DI). Intimada da autuação, a interessada apresentou a impugnação de fls. 106 a 119, alegando o que segue: Argui preliminar de nulidade pela impossibilidade jurídica de um evento econômico, arrendamento mercantil, sobre um bem vindo do exterior, submeterse, simultaneamente, a duas hipóteses de incidência do mesmo tributo. A idéia de ocorrência de dupla hipótese de incidência da mesma exação sobre o mesmo fato é juridicamente impossível tal anomalia implicaria no clássico bis in idem. A tese dos atuantes não confere com o ordenamento jurídico pátrio vigente que além de não permitir o bis in idem, no caso concreto a letra da lei é clara na alternância e exclusão de uma hipótese quando da ocorrência de outra. Ainda em sede de preliminar o contribuinte constesta a referência ao Princípio da Isonomia por parte da autuação. Diz que esse argumento é de impossível aceitação jurídica, uma vez que jamais a quebra da isonomia pode ser efetivada pelo lado do contribuinte, pois, o principio da isonomia ou igualdade esculpida na Constituição Federal é direcionado ao Estado. Em uma terceira preliminar, alega que endereçou consulta à Superintendência da Receita Federal (fls. 120 a 122), indagando a forma de tributação das contribuições incidentes para o caso de contratos de arrendamento mercantil com empresa situada no exterior. A Superintendência apontou para a alíquota zero do art. 8°, §14, Lei n° 10.865. Em última preliminar, a impugnante requer o cancelamento do auto de infração, por cerceamento do direito de defesa, pois não sabe quais foram os valores utilizados para preencher a fórmula que consta da Instrução Normativa SRF n° 552/2005 e a Norma de Execução Coana n° 2/2005 que resultou na constituição do crédito no auto de infração. Caso a Turma de Julgamento pense diferente, que faça constar de sua decisão os valores que compuseram a referida equação e abram prazo para manifestação, sob pena de impor A Impugnante novo cerceamento do direito de defesa. Requer o cancelamento do presente auto de infração pelos seguintes motivos: 1) tributação de serviço (leasing) como de importação de bens; 2) aplicação invertida da isonomia; 3) desobediência dos autuantes ao Despacho Decisório elaborado por superior hierárquico, no caso a Superintendência da Receita Federal da Região Fiscal; e, 4) cerceamento do direito de defesa por falta de informação dos valores que compuseram a fórmula para encontrar o valor principal do tributo. Ato contínuo, a DRJFLORIANÓPOLIS (SC) julgou a Impugnação do Contribuinte nos seguintes termos: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 29/06/2005, 02/08/2005 PIS/PASEPIMPORTAÇÃO E COFINSIMPORTAÇÃO. FATO GERADOR. O PIS/PasepImportação e a CofinsImportação têm como fato gerador a entrada de bens estrangeiros no território nacional, ou o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa Fl. 262DF CARF MF Processo nº 12689.000360/200864 Acórdão n.º 3402005.584 S3C4T2 Fl. 260 5 de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. IMPORTAÇÃO DE BENS EM OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING). INCIDÊNCIA. Incide a Contribuição ao PIS/PASEP sobre a importação de bens estrangeiros em operações de arrendamento mercantil (leasing). Encontrase reduzida a zero a alíquota do PIS/Pasep Importação incidente sobre o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido, à pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, referente a aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves utilizados na atividade da empresa, exceto em relação às embarcações destinadas ao transporte de pessoas para fins turísticos. BIS IN IDEM. Para que se caracterize a figura tributária Bis in idem há necessidade da existência de exigência efetiva, pelo mesmo ente federativo que tenha a competência constitucional plena, de dois tributos e, cujo sujeito passivo, fato gerador e base de cálculo sejam os mesmos. CONSULTA INEFICAZ. EFEITOS. A consulta declarada ineficaz não produz quaisquer efeitos, não gerando direitos em favor do contribuinte. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Contendo o auto de infração correta descrição dos fatos e enquadramento legal, atendendo integralmente ao que determina a legislação de regência, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 29/06/2005, 02/08/2005 PIS/PASEPIMPORTAÇÃO E COFINSIMPORTAÇÃO. FATO GERADOR. O PIS/PasepImportação e a CofinsImportação têm como fato gerador a entrada de bens estrangeiros no território nacional, ou o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. IMPORTAÇÃO DE BENS EM OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING). INCIDÊNCIA. Fl. 263DF CARF MF 6 Incide a Contribuição ao PIS/PASEP sobre a importação de bens estrangeiros em operações de arrendamento mercantil (leasing). Encontrase reduzida a zero a alíquota do PIS/Pasep Importação incidente sobre o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido, à pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, referente a aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves utilizados na atividade da empresa, exceto em relação às embarcações destinadas ao transporte de pessoas para fins turísticos. BIS IN IDEM. Para que se caracterize a figura tributária Bis in idem há necessidade da existência de exigência efetiva, pelo mesmo ente federativo que tenha a competência constitucional plena, de dois tributos e, cujo sujeito passivo, fato gerador e base de cálculo sejam os mesmos. CONSULTA INEFICAZ. EFEITOS. A consulta declarada ineficaz não produz quaisquer efeitos, não gerando direitos em favor do contribuinte. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Contendo o auto de infração correta descrição dos fatos e enquadramento legal, atendendo integralmente ao que determina a legislação de regência, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido. Em seguida, devidamente notificada, a Recorrente interpôs o presente recurso voluntário pleiteando a reforma do acórdão. Em seu Recurso Voluntário, a Empresa suscitou questões preliminares e de mérito, apresentando as mesmas argumentações da sua impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Sousa Bispo O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele se deve conhecer. O presente processo trata de auto de infração de PIS/COFINS Importação, decorrente de procedimento fiscal com o objetivo de verificar a regularidade do pagamento das referidas contribuições incidentes nas importações de alguns equipamentos estrangeiros Fl. 264DF CARF MF Processo nº 12689.000360/200864 Acórdão n.º 3402005.584 S3C4T2 Fl. 261 7 realizadas pela Recorrente, mais especificamente nas Declarações de Importação 05/06776535 e 05/08169415. Os bens importados pela empresa se referem a um contrato de Arrendamento Mercantil Leasing entre o importador e a empresa General Eletric International, Inc. A Fiscalização identificou na operação a ocorrência de duas hipóteses de incidência das contribuições em comento, nos termos definidos pelo art. 3°, inc. I e II da Lei nº10.865/2004,in verbis: I a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou IIo pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. No caso concreto, aduz a Fiscalização que o contribuinte, ao proceder a importação de equipamentos em transação comercial firmada por meio de contrato de arrendamento mercantil, realiza no mundo fenomênico as duas hipóteses de incidência, uma quando promove a entrada da mercadoria em território nacional e a outra quando efetua os pagamentos do arrendamento mercantil, ocorrendo a subsunção dos fatos à norma citada, dando margem ao surgimento das relações jurídicotributárias. No tocante à primeira hipótese de incidência, não foram identificadas na legislação situações de exclusão ou não incidência das importações da Recorrente ao pagamento do PIS e da COFINS na importação, nos termos dos art.2º e art.9º da Lei n° 10.865/2004, sendo obrigatórias, portanto, a cobrança das contribuições nesse caso. Quanto a segunda hipótese de incidência, relativa às remessas ao exterior dos valores correspondentes aos pagamentos do arrendamento (transação comercial por meio de contrato de leasing), o legislador reduziu a zero as alíquotas das contribuições quando da ocorrência da hipótese de incidência do pagamento das contraprestações de arrendamento mercantil de máquinas e equipamentos, conforme disposto no §14 do art. 8° da lei supra mencionada, a fim de que o recolhimento das contribuições ocorra apenas uma vez, no momento da importação, conforme o conteúdo do dispositivo abaixo reproduzido: Art. 8° (...) § 14 Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas das contribuições incidentes sobre o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido à pessoa pica ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, referente a aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves utilizados na atividade da empresa. (Incluído pela Lei n°10.925/2004. Explicitados os fundamentos da autuação, passase à análise do recurso. Preliminares Tempestividade (Perempção) O Contribuinte inicialmente, em sede preliminar, solicita o recebimento e regular processamento da sua peça recursal pois ela estaria tempestiva. Fl. 265DF CARF MF 8 A Recorrente alega que somente tomou conhecimento do acórdão da DRJ quando recebeu a carta de cobrança dos débitos objeto do processo,.que informava em seu conteúdo sobre a necessidade de encaminhamento do processo à Procuradoria da Fazenda Nacional, haja vista terem transcorridos 30 (trinta) dias sem que houvesse pagamento ou apresentação de Recurso ao CARF. Ademais, afirma que o documento juntado as fls. 161 não se presta a comprovar a ciência da empresa do acórdão da DRJ, pois não há indicação de destinatário, endereço, o nome e assinatura da pessoa que recebeu o objeto. Diante de tais circunstâncias, solicita que este Conselho acate o presente recurso. Constatase nos autos que a unidade preparadora lavrou termo de perempção (fls.162) por entender regular a ciência do acórdão da DRJ feita por meio do documento constante nas fls.161, sem que o contribuinte apresentasse recurso voluntário transcorridos 30 (trinta) dias da ciência. Observase que o indigitado documento de ciência não é um aviso de recebimento (AR). Não se sabe por qual motivo, a unidade de origem apenas juntou como documento de ciência uma "listagem de postagem" e extrato de rastreamento do objeto emitido pelo site dos Correios (fls.161). Sobre a forma da ciência da decisão, o artigo 23 do Decreto 70.235/1972 estabelece que a intimação pode ser feita via postal ou por meio eletrônico. No caso concreto, a ciência foi postal e, como se observa às fl. 161, o rastreamento do objeto pelos Correios indica que o contribuinte foi intimado em 07/07/2015. Assim, o prazo para interposição do recurso voluntário iniciouse dia 08/07/2015, findando em 06/08/2015. Por sua vez, o recurso voluntário foi apresentado no dia 04/11/2015, após o recebimento de carta de cobrança emitida pela DRF em 05/10/2015, como comprova o carimbo oficial da repartição da RFB constante na primeira folha do Recurso (fls.217). Entendo que os documentos juntados aos autos não são hábeis para comprovar que o documento de ciência do acórdão da DRJ foi efetivamente recebido no endereço cadastral da Recorrente. O Decreto nº70.235/72 exige a prova do recebimento, ou seja, a assinatura do recebedor, que não necessariamente precisa ser o representante legal do contribuinte, sendo perfeitamente válida a intimação mesmo que o AR tenha sido firmado pelo porteiro do prédio onde funciona o seu estabelecimento. É o que estabelece o art. 23 do Decreto nº 70.235/1972, in verbis: Art. 23. Farseá a intimação: (...) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (...) Nesse passo, considerando que é ônus da unidade de origem provar se e quando a intimação foi realizada por meio de assinatura constante em AR, havendo dúvida quanto à data da intimação e tendo o Contribuinte apresentado o Recurso em 04/11/2015, apenas após ter tomado ciência da cartacobrança em 05/10/2015, considero que o recurso deve ser tido por tempestivo. Fl. 266DF CARF MF Processo nº 12689.000360/200864 Acórdão n.º 3402005.584 S3C4T2 Fl. 262 9 Concluo que o recurso voluntário preenche os requisitos para a sua admissibilidade e portanto dele tomo conhecimento. Impossibilidade Jurídica de um evento econômico (arrendamento mercantil) submeterse a duas hipóteses de incidência tributária do mesmo tributo. Aduz a Recorrente que as duas hipóteses de incidência do PISImportação e COFINSImportação presentes no art.3º da Lei nº 10.865/2004 são separadas pelo conectivo "ou", que serve para indicar alternância, com o significado de ou este ou aquele, nunca ambos, pois, caso contrário, estaria caracterizada a bitributação. A operação foi tributada da forma mais gravosa pela Fiscalização na entrada da mercadoria no país, quando o correto deveria ter sido tributada da forma menos onerosa para a empresa prevista em lei, uma única vez, com a aplicação da alíquota zero para as contribuições incidentes em razão do disposto no §14 do artigo 8º, da Lei n° 10.865/04, já que a operação também envolve arrendamento mercantil do bem trazido do exterior. Argumenta ainda que, com a importação ou entrada física, teria ocorrido o fato gerador previsto no inciso II e não no I do art. 3° da Lei n° n°l0.865; sendo tais hipóteses excludentes sob pena de ocorrência de bis in idem. Essa discussão já foi enfrentada pela Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara desta Seção, que no âmbito do processo nº 11891.000271/200779, no qual se discutiu situação semelhante e os mesmos argumentos apresentados no recurso ora analisado, concluindose pela procedência da autuação porque a legislação citada estabelece duas situações completamente distintas, ambas sujeitas à incidência das referidas contribuições, porém com fulcros legais diferentes. Assim, peço vênia para transcrever trecho do voto condutor constante no acórdão nº 3301004.071, de 28/09/2017, da lavra do Conselheiro Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, por entender ter sido dada a melhor solução a questão. Desde já, adoto aqui os seus fundamentos como as minhas razões de decidir: Não assiste razão a recorrente. O art. 3°, I e II, da Lei n° l0.865/2004, incide em dois momentos, havendo a ocorrência de dois fatos geradores distintos: 1) a entrada do bem estrangeiro em território nacional e 2) posterior pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. O § 14 do art. 3° da Lei alberga apenas a segunda situação, reduzindo a alíquota da contribuição a zero. É o que se demonstra no acórdão recorrido, nos trechos reproduzidos abaixo: A legislação que rege a matéria não socorre a interessada. Assim dispõe a Lei n° 10.865/04 em seus artigos 3º, 4º, 5º, 7º e 8º: [...] Como se depreende do dispositivo legal, o legislador estabeleceu duas hipóteses distintas para a incidência das contribuições. A primeira relacionada à entrada de bens no território nacional (operação de importação) e, a segunda relacionada ao pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. Na ocorrência da primeira hipótese o fato gerador considerase ocorrido na data de registro da respectiva declaração de importação, já na hipótese de ocorrência da segunda hipótese o fato gerador considerase ocorrido na data do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa de valores. Fl. 267DF CARF MF 10 O contribuinte, no primeiro caso é o importador (aquele que promove a entrada do bem no território nacional; já no segundo caso o contribuinte pode ser o contratante do serviço ou o beneficiário do serviço. [...] No caso dos autos, onde a impugnante está introduzindo bens estrangeiros no território nacional, apresentando a respectiva declaração de importação para fins de despacho aduaneiro de importação é evidente a ocorrência da hipótese prevista no inciso I, do artigo 3º, da Lei n° 10.865/04. A pretensão de ver afastada referida incidência em razão de a interessada, no futuro, vir a realizar o pagamento do “arrendamento” (ou mesmo aluguel) do bem não pode ser acatada. O legislador não condicionou a ocorrência do fato gerador à qualquer espécie de pagamento relacionado à mercadoria importada (ou mesmo sua ausência), assim, é prescindível à sua ocorrência o fato de o bem ter sido comprado, alugado ou arrendado. A redução à zero, da alíquota, a que se refere §14 do artigo 8º, da Lei n°10.865/04, tem relação com a ocorrência da segunda hipótese, isto é, com o momento do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa de valores, sejam a título de parcelas de aluguel ou arrendamento mercantil. A redução a zero evita que o contribuinte, que já recolheu o tributo por ocasião do registro da declaração de importação, recolha novamente, por ocasião do pagamento de cada parcela do aluguel ou arrendamento mercantil do mesmo bem, o que evita o novo recolhimento (ainda que haja incidência em razão da ocorrência da hipótese descrita em Lei). Não há que se confundir a importação dos bens destinados a uso do importador feita com base em contrato de arrendamento mercantil com os ulteriores pagamentos feitos pelo arrendatário ao arrendador em razão da utilização dos mesmos bens, como previsto no mesmo contrato. São duas situações completamente distintas, ambas sujeitas à incidência das referidas contribuições, porém com fulcros legais diferentes. Trago à colação, decisão judicial no mesmo sentido: RECURSO ESPECIAL N° 1.165.288 PR (2009/02174043) TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. PIS/COFINS IMPORTAÇÃO. ARRENDAMENTO MERCANTIL INTERNACIONAL. LEI 10.865/2004. INCIDÊNCIA. I. Pugna o recorrente a incidência de alíquota zero para a entrada de bem objeto de arrendamento mercantil internacional, nos termos do art. 8°, § 14, da Lei n. 10.865/2004. 2. O caso dos autos reporta~se a entrada de equipamento, por meio de operação de leasing internacional, a fim de ser utilizado na atividade profissional da sociedade recorrente. 3. O dispositivo legal em tela concerne a redução à alíquota zero das contribuições sociais do PIS e da COFINS “sobre o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido à pessoa física ou jurídica residente ou domiciliado no exterior, referente a aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves utilizados na atividade da empresa. Cuidase, pois, de hipóteses de incidência distintas da situação fática delineado nos autos. Fl. 268DF CARF MF Processo nº 12689.000360/200864 Acórdão n.º 3402005.584 S3C4T2 Fl. 263 11 4. A alíquota zero inserta no § 14 do art. 8” da Lei n. 10. 865/2004 (redação dada pela Lei 10.925/2004), entre as hipóteses nele taxativamente previstas. não alcança a internalização do bem estrangeiro no território nacional, que, no caso dos autos, tratase de equipamento arrendado, abarcando tão somente as contraprestações a serem efetuadas pelo arrendatário ao arrendador estrangeiro. Precedentes: REsp 1.118.815/RS, Rel. Ministro Luiz Fux Primeira. (grifos e negritos originais) Processo de Consulta A Recorrente informa que realizou consulta à superintendência da Receita Federal sobre a forma de tributação das contribuições incidentes para o caso de contratos de arrendamento mercantil internacional com empresa situada no exterior. A resposta à consulta formulada foi exarada por meio do despacho decisório de fls.101 que considerou a consulta ineficaz, nos termos do art.15, inciso IX, da Instrução Normativa SRF n°230/2002, uma vez que há disposição expressa na lei a respeito do questionamento trazido pela consulente, ressaltando que a Recorrente não trouxe maiores detalhes sobre a operação. Reproduzse o dispositivo envolvido: Lei nº 10.865/2004 Art. 8º As contribuições serão calculadas mediante aplicação, sobre a base de cálculo de que trata o art. 7º desta Lei, das alíquotas: (Redação dada pela Medida Provisória nº 668, de 2015) § 14. Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas das contribuições incidentes sobre o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido à pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, referente a aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves utilizados na atividade da empresa. (Incluído pela Lei nº 10.925, 2004) Entende a Recorrente que a autuação deve ser considerada improcedente pois encontravase albergada pelos efeitos da consulta formulada. Alega que seguiu a orientação da Superintendência da Receita Federal, devendo, assim, ser perdoada da multa de ofício. Conforme se observa no despacho decisório, a consulta foi considerada ineficaz porque a situação exposta pela consulente tem disposição expressa de lei que a regulamenta, nos termos a seguir indicados: O artigo 6º da Lei n° 10.925/2004, que alterou o artigo 8°, parágrafo 14, da Lei n° 10865/2004, trata do questionamento trazido pela consulente e revelado no item 2 desta peça processual. Com base apenas nas alegações apresentadas pela consulente, sem que esta houvesse apontado outros elementos capazes de esclarecer os detalhes da operação, afirmase que o objeto da consulta foi literalmente abordado pelo artigo 60 da Lei no 10.925/2004, demonstrandose a total consonância entre Fl. 269DF CARF MF 12 os fatos mencionados e os ditames deste artigo . Assim, a presente consulta tornase ineficaz, à luz do, artigo 15, inciso IX, da Instrução Normativa SRF n°230/2002. (negrito nosso) De acordo com o art.15 da IN SRF nº 230/2002 (atualmente art.18 da IN RFB nº 1396/2013), quando o fato estiver definido ou declarado em disposição literal de lei, a consulta é declarada ineficaz e não produz efeitos: Art. 15. Não produz efeitos a consulta formulada: IX quando o fato estiver definido ou declarado em disposição literal de lei; (negrito nosso) Não havia, portanto, qualquer óbice à autuação realizada, fundada na existência de consulta, em razão de ter sido esta declarada ineficaz, e, por tal motivo, não produzir efeitos, nos termos do art 52 do Decreto nº. 70.235/1972, razão pela qual deve ser rejeita a preliminar de nulidade do auto de infração. Mérito Não inclusão do ICMS e das próprias contribuições na base de cálculo RE 559937/RS. Pugna a Recorrente que a base de cálculo seja reduzida na forma determinada pela Suprema Corte, que, em julgamento de Recurso Extraordinário nº559937/RS, na sistemática da repercussão geral, entendeu pela inconstitucionalidade da inclusão do ICMS e das próprias contribuições na base de cálculo do PISImportação e COFINSImportação, constante na Lei nº 10.865/2004, in verbis: Art. 7º. A base de cálculo será: I – o valor aduaneiro, assim entendido, para os efeitos desta Lei, o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, na hipótese do inciso I do caput do art. 3º desta Lei; ou II – o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do imposto de renda, acrescido do Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza – ISS e do valor das próprias contribuições, na hipótese do inciso II, do caput do art. 3º desta Lei. (negrito nosso) Os fundamentos do entendimento do STF a respeito do tema se encontram bem delineados na decisão abaixo transcrita, prolatada em sede de julgamento de Recurso Extraordinário (RE nº 559937/RS) representativo de controvérsia: Tributário. Recurso extraordinário. Repercussão geral. PIS/COFINS – importação. Lei nº 10.865/04. Vedação de bis in Fl. 270DF CARF MF Processo nº 12689.000360/200864 Acórdão n.º 3402005.584 S3C4T2 Fl. 264 13 idem. Não ocorrência. Suporte direto da contribuição do importador (arts. 149, II, e 195, IV, da CF e art. 149, § 2º, III, da CF, acrescido pela EC 33/01). Alíquota específica ou ad valorem. Valor aduaneiro acrescido do valor do ICMS e das próprias contribuições. Inconstitucionalidade. Isonomia. Ausência de afronta. [...] 5. A referência ao valor aduaneiro no art. 149, § 2º, III, a , da CF implicou utilização de expressão com sentido técnico inequívoco, porquanto já era utilizada pela legislação tributária para indicar a base de cálculo do Imposto sobre a Importação 6. A Lei 10.865/04, ao instituir o PIS/PASEP Importação e a COFINS Importação, não alargou propriamente o conceito de valor aduaneiro, de modo que passasse a abranger, para fins de apuração de tais contribuições, outras grandezas nele não contidas. O que fez foi desconsiderar a imposição constitucional de que as contribuições sociais sobre a importação que tenham alíquota ad valorem sejam calculadas com base no valor aduaneiro, extrapolando a norma do art. 149, § 2º, III, a, da Constituição Federal. 7. Não há como equiparar, de modo absoluto, a tributação da importação com a tributação das operações internas. O PIS/PASEP Importação e a COFINS Importação incidem sobre operação na qual o contribuinte efetuou despesas com a aquisição do produto importado, enquanto a PIS e a COFINS internas incidem sobre o faturamento ou a receita, conforme o regime. São tributos distintos. 8. O gravame das operações de importação se dá não como concretização do princípio da isonomia, mas como medida de política tributária tendente a evitar que a entrada de produtos desonerados tenha efeitos predatórios relativamente às empresas sediadas no País visando, assim, ao equilíbrio da balança comercial. 9. Inconstitucionalidade da seguinte parte do art. 7º, inciso I, da Lei 10.865/04: “acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições , por violação do art. 149, § 2º, III, a, da CF, acrescido pela EC 33/01. 10. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (RE 559937, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 20/03/2013) (negritos nossos) Fl. 271DF CARF MF 14 O RICARF determina no §2º do artigo 62 de seu Anexo II que As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016). Considerando tratarse de decisão definitiva de mérito, proferida pelo STF, sob regime de repercussão geral, previsto no art. 543B do CPC e, em cumprimento ao Regimento de Interno deste Conselho, adotase os fundamentos da decisão acima transcrita, para determinar o cancelamento da parcela equivalente do PIS/Pasep – Importação e a Cofins – Importação devidos, considerandose que na composição do valor aduaneiro não devem ser incluídos o ICMS e as próprias contribuições, nos termos do RE 559937/RS. Impossibilidade de tributação do leasing financeiro por força do RE 592.905/SC julgado na sistemática dos repetitivos A Recorrente informa sobre a existência de fato superveniente quanto ao entendimento do Supremo Tribunal Federal contido RE 592.905/SC, julgado em sede de repercussão geral, de que o leasing financeiro é serviço, fato que impossibilita a tributação da operação pela Receita Federal, sob pena de não obediência. Enganase a Recorrente, pois o referido julgado não se aplica ao caso concreto ora analisado. Conforme já discorrido anteriormente, no caso ora analisado a Fiscalização identificou nas operações a ocorrência de duas hipóteses de incidência das contribuições em comentos, nos termos definidos pelo art. 3°, inc. I e II da Lei nº10.865/2004,in verbis: I a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou IIo pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. Tais situações são completamente distintas, ambas sujeitas à incidência das referidas contribuições, porém com fulcros legais diferentes. A autuação se deu sobre a primeira hipótese de incidência, quando o Contribuinte, na data do registro da DI (declaração de importação), promoveu a entrada do bem em território nacional. O pagamento ou remessa referente ao leasing financeiro não foi objeto da autuação, conforme estabelece o § 14 do art. 8” da Lei n. 10. 865/2004 (redação dada pela Lei 10.925/2004). Portanto, o referido julgado do STF não guarda qualquer relação com o caso aqui discutido, pois trata de objeto distinto, que não foi objeto de autuação no presente processo. Dispositivo Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial para excluir o ICMS e as próprias contribuições da base de cálculo do PISImportação e COFINS Importação, nos termos do RE 559.937/RS. (assinado digitalmente) Pedro Sousa Bispo Relator Fl. 272DF CARF MF Processo nº 12689.000360/200864 Acórdão n.º 3402005.584 S3C4T2 Fl. 265 15 Fl. 273DF CARF MF
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Numero do processo: 10875.004715/2002-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 1996
DCOMP. APRESENTAÇÃO NO PRAZO LEGAL DE IMPUGNAÇÃO. LANÇAMENTO DE OFICIO. NÃO HOMOLOGAÇÃO NO PRAZO DE CINCO ANOS. REFORMA DA DECISÃO EM MOMENTO POSTERIOR. PRESCRIÇÃO. NÃO CABIMENTO.
O pedido de compensação formulado no prazo legal de impugnação, por implicar reconhecimento da divida, importa renúncia à discussão administrativa do correspondente crédito tributário.
O prazo prescricional de cobrança do crédito tributário objeto de compensação é interrompido com a apresentação da declaração de compensação à RFB e tem sua contagem iniciada na data em que a não homologação da compensação torna-se definitiva na esfera administrativa, o que se aplica igualmente ao presente caso, mesmo à vista dos Pedidos de Compensação feitos anteriormente à vigência da MP n. 135/2003, dada a existência de determinação judicial nesse sentido (MS n. 2003.61.19.007654-0).
Tendo sido proferida decisão que não homologou as declarações de compensação, fundamentada na decadência do direito, com observância do prazo legal de cinco anos, previsto no art. 74, § 5°., da Lei n. 9.430/1996, não há de se falar na inércia da Administração Tributária. A reforma da decisão em momento posterior, porque superada a decadência do direito em decisão administrativa de instância superior, não modifica a condição antes atendida pela autoridade competente, relativa ao cumprimento, no prazo legal, do exercício da atividade de homologação das compensações declaradas.
DCOMP. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ILL. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
Restando evidenciado inexistência de crédito, consubstanciado, no caso concreto, em restituição de Imposto de Renda na Fonte sobre Lucro Líquido (ILL), a lastrear a compensação pleiteada, não há que se falar de homologação.
Numero da decisão: 2402-006.769
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de prescrição, e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, uma vez que não restou evidenciado saldo do crédito de Imposto de Renda na Fonte Sobre Lucro Líquido (ILL) para lastrear a compensação pleiteada.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Luís Henrique Dias Lima - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira (Presidente em Exercício), Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, José Ricardo Moreira (Suplente Convocado), Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luís Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Júnior e Renata Toratti Cassini.
Nome do relator: LUIS HENRIQUE DIAS LIMA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 1996 DCOMP. APRESENTAÇÃO NO PRAZO LEGAL DE IMPUGNAÇÃO. LANÇAMENTO DE OFICIO. NÃO HOMOLOGAÇÃO NO PRAZO DE CINCO ANOS. REFORMA DA DECISÃO EM MOMENTO POSTERIOR. PRESCRIÇÃO. NÃO CABIMENTO. O pedido de compensação formulado no prazo legal de impugnação, por implicar reconhecimento da divida, importa renúncia à discussão administrativa do correspondente crédito tributário. O prazo prescricional de cobrança do crédito tributário objeto de compensação é interrompido com a apresentação da declaração de compensação à RFB e tem sua contagem iniciada na data em que a não homologação da compensação torna-se definitiva na esfera administrativa, o que se aplica igualmente ao presente caso, mesmo à vista dos Pedidos de Compensação feitos anteriormente à vigência da MP n. 135/2003, dada a existência de determinação judicial nesse sentido (MS n. 2003.61.19.007654-0). Tendo sido proferida decisão que não homologou as declarações de compensação, fundamentada na decadência do direito, com observância do prazo legal de cinco anos, previsto no art. 74, § 5°., da Lei n. 9.430/1996, não há de se falar na inércia da Administração Tributária. A reforma da decisão em momento posterior, porque superada a decadência do direito em decisão administrativa de instância superior, não modifica a condição antes atendida pela autoridade competente, relativa ao cumprimento, no prazo legal, do exercício da atividade de homologação das compensações declaradas. DCOMP. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ILL. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Restando evidenciado inexistência de crédito, consubstanciado, no caso concreto, em restituição de Imposto de Renda na Fonte sobre Lucro Líquido (ILL), a lastrear a compensação pleiteada, não há que se falar de homologação.
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F. MOTTA S/A CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 1996 DCOMP. APRESENTAÇÃO NO PRAZO LEGAL DE IMPUGNAÇÃO. LANÇAMENTO DE OFICIO. NÃO HOMOLOGAÇÃO NO PRAZO DE CINCO ANOS. REFORMA DA DECISÃO EM MOMENTO POSTERIOR. PRESCRIÇÃO. NÃO CABIMENTO. O pedido de compensação formulado no prazo legal de impugnação, por implicar reconhecimento da divida, importa renúncia à discussão administrativa do correspondente crédito tributário. O prazo prescricional de cobrança do crédito tributário objeto de compensação é interrompido com a apresentação da declaração de compensação à RFB e tem sua contagem iniciada na data em que a não homologação da compensação tornase definitiva na esfera administrativa, o que se aplica igualmente ao presente caso, mesmo à vista dos Pedidos de Compensação feitos anteriormente à vigência da MP n. 135/2003, dada a existência de determinação judicial nesse sentido (MS n. 2003.61.19.007654 0). Tendo sido proferida decisão que não homologou as declarações de compensação, fundamentada na decadência do direito, com observância do prazo legal de cinco anos, previsto no art. 74, § 5°., da Lei n. 9.430/1996, não há de se falar na inércia da Administração Tributária. A reforma da decisão em momento posterior, porque superada a decadência do direito em decisão administrativa de instância superior, não modifica a condição antes atendida pela autoridade competente, relativa ao cumprimento, no prazo legal, do exercício da atividade de homologação das compensações declaradas. DCOMP. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ILL. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Restando evidenciado inexistência de crédito, consubstanciado, no caso concreto, em restituição de Imposto de Renda na Fonte sobre Lucro Líquido AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 00 47 15 /2 00 2- 76 Fl. 617DF CARF MF Processo nº 10875.004715/200276 Acórdão n.º 2402006.769 S2C4T2 Fl. 617 2 (ILL), a lastrear a compensação pleiteada, não há que se falar de homologação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de prescrição, e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, uma vez que não restou evidenciado saldo do crédito de Imposto de Renda na Fonte Sobre Lucro Líquido (ILL) para lastrear a compensação pleiteada. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira (Presidente em Exercício), Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, José Ricardo Moreira (Suplente Convocado), Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luís Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Júnior e Renata Toratti Cassini. Relatório Cuidase de Recurso Voluntário (efls. 496/511) em face do Acórdão n. 05 34.130 2ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas (SP) DRJ/CPS (efls. 475/485), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade de e fls. 209/249. O sujeito passivo apresentou manifestação de inconformidade (efls. 209/249) na data de 11/05/2011, julgada improcedente pela DRF/CPS, nos termos do Acórdão n. 05 34.130 (efls. 475/485), conforme entendimento sumarizado na ementa abaixo reproduzida: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1996, 2000, 2001, 2002, 2003 Manifestação de Inconformidade. Determinação Judicial. Apreciase a manifestação de inconformidade apresentada, por força de liminar em Mandado de Segurança. Endereçamento das Intimações. É prevista a intimação do sujeito passivo apenas no domicilio tributário, assim considerado o do endereço postal, eletrônico ou de fax, pelo contribuinte fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 1996 Fl. 618DF CARF MF Processo nº 10875.004715/200276 Acórdão n.º 2402006.769 S2C4T2 Fl. 618 3 Débito de CSLL. Lançamento de Oficio. Declaração de Compensação Apresentada no Prazo Legal de Impugnação. Não Homologação no Prazo de Cinco Anos. Reforma da Decisão em Momento Posterior. Prescrição. Não Cabimento. O pedido de compensação formulado no prazo legal de impugnação, por implicar reconhecimento da divida, importa renúncia à discussão administrativa do correspondente crédito tributário. O prazo prescricional de cobrança do crédito tributário objeto de compensação é interrompido com a apresentação da declaração de compensação à RFB e tem sua contagem iniciada na data em que a não homologação da compensação tornase definitiva na esfera administrativa, o que se aplica igualmente ao presente caso, mesmo à vista dos Pedidos de Compensação feitos anteriormente à vigência da MP n° 135, de 2003, dada a existência de determinação judicial nesse sentido (MS n° 2003.61.19.0076540). Tendo sido proferida decisão que não homologou as declarações de compensação, fundamentada na decadência do direito, com observância do prazo legal de cinco anos, previsto no art. 74, § 5°, da Lei n° 9.430, de 1996, não há de se falar na inércia da Administração Tributária. A reforma da decisão em momento posterior, porque superada a decadência do direito em decisão administrativa de instância superior, não modifica a condição antes atendida pela autoridade competente, relativa ao cumprimento, no prazo legal, do exercício da atividade de homologação das compensações declaradas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1996 Débito Objeto de Compensação Não Homologada. Acréscimos Legais. Multa de Mora e Juros de Mora à Taxa Selic. 0 tributo objeto de compensação não homologada sell exigido com os respectivos acréscimos legais, nos termos da legislação vigente. Inconstitucionalidade. Instâncias Administrativas. Competência. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no Pais, sendo incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e legalidade, restringindose a instância administrativa ao exame da validade jurídica dos atos praticados pelos agentes do fisco. Manifestação de Inconformidade Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada do teor do Acórdão n. 0534.130 (efls. 475/485) em 14/11/2011 (efls. 575/577), a impugnante, agora Recorrente, apresentou, em 13/12/2011, Recurso Voluntário (efls. 496/511), alegando, em apertada síntese, preliminar de prescrição, e, no mérito, retificação do procedimento de compensação. Na data de 14 de novembro de 2013, a 1ª. Turma Especial da 3ª. Câmara da 1ª. Seção de Julgamento, nos termos do Despacho n. 1801303 (efls. 580/582), declinou da competência em favor da 2ª. Seção de Julgamento. Sem contrarrazões. É o relatório. Fl. 619DF CARF MF Processo nº 10875.004715/200276 Acórdão n.º 2402006.769 S2C4T2 Fl. 619 4 Voto Conselheiro Luís Henrique Dias Lima Relator. O Recurso Voluntário (efls. 496/511) é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235/72 e alterações posteriores, portanto, dele CONHEÇO. Conforme já relatado, a Recorrente enfrenta a decisão recorrida arguindo, em sede preliminar, prescrição, e, no mérito, retificação do procedimento de compensação. Para uma melhor contextualização da lide, reproduzo o relatório da decisão recorrida, verbis: Trata o presente processo de representação formalizada para controle e cobrança dos débitos objeto de declaração de compensação vinculada ao pedido de restituição de ILL formulado no processo n° 10875.003235/0037, apenso a este, o qual foi retificado conforme processo n° 10875.003188/200100, também apenso ao presente. O pedido de restituição foi deferido integralmente pela autoridade competente (Despacho Decisório DRF/GUA/SEORT n° 253/2007 fls. 67/72), em reforma à decisão anterior (Despacho DRF/SEORT/GUA n° 106/2002 fls. 13/15), após superada a questão da decadência em sede de recurso perante o antigo Conselho de Contribuintes (Acórdão n° 10247.947, de 24/03/2006 fls. 54/64). As compensações aqui controladas, nas quais se incluem, também, os débitos de CSLL objeto do auto de infração de que trata o processo n° 10875.002960/2002 49, apenso a este, foram homologadas até o limite do direito creditório reconhecido, tendo sido cobrados os débitos excedentes ao crédito objeto do Pedido de Restituição, mediante Termo de Intimação Fiscal DRF/BRE/SEORT n° 406/2011 (fls. 84/91), cientificado a contribuinte em 13/04/2011 (AR de fls. 92). [...] (grifei) Pois bem. Com relação à preliminar de prescrição, a Recorrente esgrime os seguintes argumentos: Fl. 620DF CARF MF Processo nº 10875.004715/200276 Acórdão n.º 2402006.769 S2C4T2 Fl. 620 5 [...] [...] Fl. 621DF CARF MF Processo nº 10875.004715/200276 Acórdão n.º 2402006.769 S2C4T2 Fl. 621 6 [...] No mérito, a Recorrente reclama pela necessidade de retificação do procedimento de compensação, restringindose aos seguintes argumentos: A decisão da instância de piso, ao apreciar esses mesmos argumentos em sede de manifestação de inconformidade (efls. 209/249), assim se posicionou: No que concerne à prescrição, esclareçase que o crédito tributário objeto do pedido de compensação de fls. 11, feito em 08/05/2002, no valor de R$ 162.037,03 (cód. 5802), corresponde ao débito de CSLL de R$ 92.592,59, acrescido da multa de oficio de 75%, equivalente a R$ 69.444,44, exigido mediante lançamento de oficio cientificado à contribuinte em 26/04/2002, constante do processo n° 10875.002960/200249, apenso a este, em virtude da revisão da DIRPJ/1997, ano calendário 1996, entregue em 28/04/1997. Fl. 622DF CARF MF Processo nº 10875.004715/200276 Acórdão n.º 2402006.769 S2C4T2 Fl. 622 7 E o crédito tributário objeto do pedido de compensação de fls. 12, feito em 23/05/2002, no valor de R$ 97.930,28 (cód. 5802), corresponde aos juros de mora de R$ 94.138,88, calculados até 30/04/2002, incidente sobre o débito de CSLL acima referido, e que também foi exigido mediante o mesmo lançamento de oficio cientificado à contribuinte em 26/04/2002, constante do processo n° 10875.002960/200249, apenso a este, tendo sido acrescido pela contribuinte da parcela de R$ 3.791,40, correspondente à Selic do mês 05/02, por ocasião do pedido de compensação formulado, consoante demonstrado pelo próprio sujeito passivo as fls. 12 do processo retro mencionado. Os débitos em questão, portanto, não foram confessados espontaneamente pela contribuinte na DCTF, porque correspondentes a exigência suplementar de CSLL, relativa ao anocalendário 1996, a qual foi constituída de oficio, na data da ciência do respectivo auto de infração, em 26/04/2002. E os respectivos pedidos de compensação, nas datas de 08/05/2002 e 23/05/2002, foram feitos no prazo legal de impugnação do citado auto de infração constante do processo n° 10875.002960/200249, apenso a este, tendo sido vinculados, originalmente, ao pedido de restituição de que trata o processo n° 10875.003236/0008 e, posteriormente, ao pedido de restituição de que trata o processo n° 10875.003235/0037, conforme petição de fls. 172. O pedido de compensação formulado no prazo legal de impugnação, por implicar reconhecimento da divida, importa renúncia à discussão administrativa do correspondente crédito tributário. Nesse sentido, dispõe expressamente o art. 34, § 6°, da Instrução Normativa RFB n° 900, de 30 de dezembro de 2008, que regulamenta atualmente os procedimentos de restituição e compensação. Igual determinação já estava contida na legislação anterior (IN SRF n° 600, de 28 de dezembro de 2005, art. 26, § 6°; IN SRF n° 460, de 18 de outubro de 2004, art. 26, § 6°; IN SRF n° 210, de 30 de setembro de 2002, art. 21, § 5°). Ao contrário do entendimento esposado pela contribuinte, o prazo prescricional de cobrança do crédito tributário objeto de compensação é interrompido com a apresentação da declaração de compensação à RFB e tem sua contagem iniciada na data em que a nãohomologação da compensação tornase definitiva na esfera administrativa. De fato, o prazo de prescrição da ação para a cobrança do crédito tributário e as hipóteses de interrupção do referido prazo prescricional foram estabelecidos pelo art. 174 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN), o qual dispõe o seguinte: "Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da sua constituição definitiva. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I pela citação pessoa feita ao devedor; II pelo protesto judicial; III por qualquer ato judicial que constitua en: mora o devedor; IV por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. "(negrejou se) Conforme acima verificado, o inciso IV do parágrafo único do art. 174 do CTN estabelece que a prescrição da ação para a cobrança do crédito tributário se Fl. 623DF CARF MF Processo nº 10875.004715/200276 Acórdão n.º 2402006.769 S2C4T2 Fl. 623 8 interrompe por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Esse, pois, é o caso do crédito tributário compensado pelo sujeito passivo mediante a entrega da declaração de compensação prevista no art. 74 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Em face disso e tendo em vista o disposto no inciso IV do parágrafo único do art. 174 do CTN, concluise que a entrega da declaração de compensação interrompe a prescrição da ação para a cobrança do crédito tributário, ao mesmo tempo em que extingue o crédito tributário sob condição resolutória da ulterior homologação da compensação, conforme disposto no § 2° do art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996. Por outro lado, o prazo para a Fazenda Pública homologar a compensação declarada pelo sujeito passivo, conforme previsto no § 5° do art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, é de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Uma vez nãohomologada a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal (SRF), é facultada ao sujeito passivo a apresentação de manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação (no prazo de trinta dias da ciência da nãohomologação), assim como a apresentação de recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) contra o acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento que manteve a nãohomologação da compensação (no prazo de trinta dias da ciência do acórdão), conforme previsão dos §§ 7° a 10 do art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996. Como ambos (manifestação de inconformidade e recurso) tem efeito suspensivo da exigibilidade do crédito tributário, a partir da vigência da Medida Provisória n° 135/2003, que introduziu o § 11 do art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, constatase que o prazo prescricional de cobrança do crédito tributário objeto de compensação, interrompido com a apresentação da declaração de compensação à SRF, somente tem sua contagem iniciada (prazo de cinco anos reiniciado) na data em que a não homologação da compensação tornase definitiva na esfera administrativa. De fato, não se configura, no Processo Administrativo Fiscal, a prescrição intercorrente. Se o crédito está suspenso, nos termos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional CTN, não há de se falar em prescrição. Particularmente, no presente caso, em razão dos Pedidos de Compensação dos débitos de CSLL, com vencimento em 28/04/1997, nos valores de R$ 162.037,03 e R$ 97.930,28, não se sujeitarem ao efeito suspensivo da exigibilidade do correspondente crédito tributário, mesmo na hipótese de apresentação de manifestação de inconformidade ou recurso, porque protocolizados em 08/05/2002 e 23/05/2002, antes, portanto, da vigência da MP n°135, de 2003, foram enviados para inscrição em Divida Ativa da Unido, conforme processo n° 10875.005299/200223 (consulta de fls. 233), face indeferimento, em 14/10/2003 (PAF 10875.003235/0037) e 16/04/2003 (PAF n° 10875.003236/0008), dos Pedidos de Restituição aos quais foram vinculados. E tal cobrança motivou a impetração do MS n° 2003.61.19.0076540 (lª Vara Federal Guarulhos consulta de fls. 234/235), para obtenção de certidão negativa, oportunidade na qual a contribuinte obteve sentença reconhecendolhe o direito à suspensão da exigibilidade dos débitos, na hipótese de a matéria estar em discussão administrativa, fato o qual motivou a proposta do cancelamento da citada inscrição em Divida Ativa da União, conforme noticia o despacho n° 55/04 anexado as fls. 46/48 dos autos do processo n° 10875.002960/200249, apenso a este. Nesse contexto, causa estranheza a alegada argüição da prescrição do citado crédito tributário, como feito pela contribuinte, dado que ela própria diligenciou Fl. 624DF CARF MF Processo nº 10875.004715/200276 Acórdão n.º 2402006.769 S2C4T2 Fl. 624 9 perante o Poder Judiciário visando obter a suspensão dos débitos de CSLL, aqui em questão, enquanto discutidos administrativamente. E quanto à observância do prazo legal de cinco anos, contado da data da entrega da declaração de compensação, para homologação das compensações declaradas, previsto no art. 74, § 5°, da Lei n° 9.430, de 1996, foi devidamente cumprido, no presente caso. Deveras, o crédito tributário utilizado na compensação em questão é aquele objeto do pedido de restituição constante do processo n° 10875.003235/0037, apenso a este, conforme pedido de retificação de fls. 172, que foi devidamente analisado pela autoridade administrativa competente na data de 13/09/2002, oportunidade na qual se decidiu pelo indeferimento da restituição e das compensações a ela vinculadas, em razão da decadência do direito, conforme Despacho DRF/SEORT/GUA no 106/2002 (fls. 13/15), cientificado à contribuinte em 14/10/2002 (AR de fls. 114 do referido processo). Portanto, A vista da compensação dos débitos de CSLL em 08/05/2002 e 23/05/2002, bem como da ciência da decisão que não homologou as respectivas declarações de compensação, em 14/10/2002, restou plenamente atendido o prazo legal de cinco anos, previsto no art. 74, § 5°, da Lei n° 9.430, de 1996, não havendo de se falar na inércia da Administração Tributária. 0 Despacho Decisório DRF/GUA/SEORT n° 253/2007, posteriormente emitido, em verdade, nada mais representa que a reforma da decisão antes prolatada, ocasionada por decisão administrativa de instância superior (Acórdão n° 102 47.947, de 24/03/2006 fls. 54/64), na qual foi superada a questão da decadência, fato o qual ensejou nova análise do direito credit6rio pela autoridade administrativa competente, que, nesta nova oportunidade, reconheceu integralmente o direito creditório analisado, o qual, contudo, mostrouse insuficiente para a compensação da totalidade dos débitos declarados, motivando a apresentação da manifestação de inconformidade apreciada por meio deste Acórdão. A reforma da decisão em momento posterior, porque superada a decadência do direito em decisão administrativa de instância superior, não modifica a condição antes atendida pela autoridade competente, relativa ao cumprimento, no prazo legal, do exercício da atividade de homologação das compensações declaradas. Quanto aos prazos processuais, tratase de matéria expressamente regulamentada no Decreto n° 70.235, de 1972. Particularmente aos atos processuais e ao julgamento de primeira e segunda instâncias, assim dispôs o mencionado Decreto: "Art. 4.°. Salvo disposição em contrário, o servidor executará os atos processuais no prazo de 8 (oito) dias. (...) Art. 27. Os processos remetidos para apreciação da autoridade julgadora de primeira instância deverão ser qualificados e identificados, tendo prioridade no julgamento aqueles em que estiverem presentes as circunstâncias de crime contra a ordem z tributária ou de elevado valor, este definido enz ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Redação dada pelo art. 67 da Lei n.° 9.532/1997) Parágrafo único. Os processos serão julgados na ordem e nos prazos estabelecidos em ato do Secretário da Receita Federal, observada a prioridade de que trata o caput deste artigo. (...) Fl. 625DF CARF MF Processo nº 10875.004715/200276 Acórdão n.º 2402006.769 S2C4T2 Fl. 625 10 Art. 37. O julgamento dos Conselhos de Contribuintes farseti conforme dispuserem seus regimentos internos." (negrejouse) O regimento interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF (atual denominação do antigo Conselho de Contribuintes), aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, regulamenta a distribuição dos processos em seu Anexo II, Titulo II, Capitulo I, arts. 46 a 51, estipulando a observância da mesma prioridade prescrita em pauta dos processos sorteados ao relator conselheiro. Na técnica processual, prazos próprios são aqueles cujo descumprimento produz uma conseqüência especifica dentro da relação processual, qual seja, em regra, a de perder o direito, no âmbito restrito do curso processual, de fazer aquilo a que aquele prazo se destinava (preclusão). Já os prazos impróprios representam limites legais cujo descumprimento importa, eventualmente, em sanções disciplinares, sem interferir no conteúdo da relação processual em si (na esfera judicial, são tidos como prazos impróprios aqueles atribuídos ao juiz, e próprios, em regra, os atribuídos às partes). Os prazos previstos nos artigos 4° e 27 do Decreto n.° 70.235, de 1972, bem como no Anexo II da Portaria MF n° 256, de 2009, são, assim, impróprios, destinados que são não As partes da relação jurídicoprocessual, mas A autoridade local, para a prática dos atos de condução do processo. Da mesma forma, é impróprio o prazo de 360 dias para se proferir decisão administrativa, a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte, previsto na Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007, dado que, além de inexistir regulamentação acerca das conseqüências cabíveis quando de seu descumprimento, não interfere no conteúdo da relação processual em si. Portanto, válida a utilização do direito creditório reconhecido na compensação dos débitos de CSLL com vencimento em 28/04/1997, exigidos mediante lançamento de oficio (processo n° 10875.002960/200249, apenso a este), nada havendo de se reformar no Despacho Decisório DRF/GUA/SEORT n° 253/2007, nesse sentido. Desta forma, considerandose que a Recorrente não aduz novas razões de defesa perante a segunda instância, confirmo e adoto a decisão recorrida, com fulcro no art. 57, § 3°., do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF n. 343, de 09 de junho de 2015. Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER do Recurso Voluntário (e fls. 3200/3212), REJEITAR A PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO, e, no mérito, NEGAR LHE PROVIMENTO, uma vez que não restou evidenciado saldo do crédito de ILL para lastrear a compensação pleiteada. (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Fl. 626DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13830.720016/2007-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Acolhem-se os embargos, com efeitos infringentes, quando constatada omissão no julgado, quanto às consequências da vinculação de processos.
PROCESSOS VINCULADOS. CONSEQUÊNCIAS.
O processo decorrente, em julgamento conjunto, tem autonomia material e processual própria, e por isto, deve aproveitar somente as decisões de matérias que lhe são pertinentes.
Embargos Acolhidos, com Efeitos Infringentes.
Numero da decisão: 3201-004.261
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, com efeitos infringentes, para excluir da decisão embargada as referências à decadência do direito de lançar e alterar o resultado para negar provimento ao pedido de ressarcimento e compensação.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Giovani Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior.
Nome do relator: MARCELO GIOVANI VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Acolhem-se os embargos, com efeitos infringentes, quando constatada omissão no julgado, quanto às consequências da vinculação de processos. PROCESSOS VINCULADOS. CONSEQUÊNCIAS. O processo decorrente, em julgamento conjunto, tem autonomia material e processual própria, e por isto, deve aproveitar somente as decisões de matérias que lhe são pertinentes. Embargos Acolhidos, com Efeitos Infringentes.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1595; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13830.720016/200796 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3201004.261 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 2018 Matéria RESSARCIMENTO DE IPI Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado ESTRUTURAS METÁLICAS BRASIL LTDA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Acolhemse os embargos, com efeitos infringentes, quando constatada omissão no julgado, quanto às consequências da vinculação de processos. PROCESSOS VINCULADOS. CONSEQUÊNCIAS. O processo decorrente, em julgamento conjunto, tem autonomia material e processual própria, e por isto, deve aproveitar somente as decisões de matérias que lhe são pertinentes. Embargos Acolhidos, com Efeitos Infringentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, com efeitos infringentes, para excluir da decisão embargada as referências à decadência do direito de lançar e alterar o resultado para negar provimento ao pedido de ressarcimento e compensação. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 72 00 16 /2 00 7- 96 Fl. 236DF CARF MF 2 Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior. Relatório Tratase de Embargos de Declaração da Procuradoria da Fazenda Nacional, apontando omissão no julgado embargado. Conforme o Despacho de Admissão, apontase omissão no acórdão embargado porque, em seus fundamentos, faz referência ao processo principal 11444.000553/200825. A Fazenda Nacional entende que o acórdão embargado não se manifestou sobre o fato de que o processo principal não tem ainda julgamento definitivo, sendo objeto de Recurso Especial, e desse modo, não poderia ser utilizado como fundamento neste processo decorrente. Reproduzo excerto esclarecedor de sua manifestação fls.(375): Assim, o acórdão embargado foi omisso sobre ponto imprescindível ao desate da lide: o fato de que a formalização e o trânsito em julgado da decisão proferida nos autos nº 11444.000553/200825 é condição, futura e incerta, para o julgamento da lide decorrente, razão pela qual a provisoriedade da decisão emanada naqueles feitos configuraria um empecilho à atividade judicante no presente processo correlato. Nesse teor, o acórdão embargado foi omisso sobre a análise e aplicação dos artigos 421 e 452, ambos do Decreto nº 70.235/72 neste caso concreto. Os referidos dispositivos prescrevem quando as decisões administrativas se tornam definitivas e que, apenas na hipótese de decisão definitiva favorável ao contribuinte, podem ser exonerados os gravames decorrentes do litígio. A embargante pede também esclarecimentos quanto às consequências do vinculação do processos (fl. 378): Assim sendo, considerando que o Colegiado restou omisso no que tange à análise do citado ponto, fazse mister que se pronuncie acerca da falta de formalização e de definitividade da decisão tomada nos autos n. 11444.000553/200825 e das repercussões que tal fato terá na decisão adotada no presente feito. Nesses termos, revelase a necessidade de se aclarar o decisum, sanando as omissões/contradições/obscuridades acima 1 Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição; III de instância especial. Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício. 2 Art. 45. No caso de decisão definitiva favorável ao sujeito passivo, cumpre à autoridade preparadora exonerálo, de ofício, dos gravames decorrentes do litígio. Fl. 237DF CARF MF Processo nº 13830.720016/200796 Acórdão n.º 3201004.261 S3C2T1 Fl. 3 3 apontadas, a fim de que a decisão deste Colegiado mostrese consentânea com tudo o que destes autos consta, bem como para que seu conteúdo reste claro e completo, não deixando qualquer margem de dúvidas para a interposição de recurso especial e/ou execução do julgado. É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, Relator Na sessão do dia 17 de abril de 2018, esta Turma julgou o processo 11444.000553/200825, que trata de Auto de Infração de IPI, por erro de classificação fiscal das mercadorias produzidas pela empresa autuada. Na mesma sessão, julgamos os respectivos processos de ressarcimento de IPI, dos mesmos períodos, de números 13830.720011/200763, 13830.720018/200785, 13830.720010/200719 e o presente processo, 13830.720016/200796. Ambos os processos têm origem no mesmo procedimento fiscal, são do mesmo período e veiculam as mesmas matérias, posto que se origiram da mesma infração, o erro de classificação fiscal que ocasionou as glosas dos créditos pretendidos nos processos de ressarcimento, e o lançamento dos saldos devedores decorrentes da mesma infração. Assim, nesses casos, o julgamento deve ser conjunto, para que não haja decisões díspares sobre o mesmo fato autuado, originado do mesmo procedimento fiscal. O julgamento conjunto atende à diretriz do artigo 6º do regimento interno do Carf, e foi também, solicitado pelo contribuinte. Art. 6º Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: §1º Os processos podem ser vinculados por: I conexão, constatada entre processos que tratam de exigência de crédito tributário ou pedido do contribuinte fundamentados em fato idêntico, incluindo aqueles formalizados em face de diferentes sujeitos passivos; II decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas; e III reflexo, constatado entre processos formalizados em um mesmo procedimento fiscal, com base nos mesmos elementos de prova, mas referentes a tributos distintos. § 2º Observada a competência da Seção, os processos poderão ser distribuídos ao conselheiro que primeiro recebeu o processo conexo, ou o principal, salvo se para esses já houver sido prolatada decisão. Fl. 238DF CARF MF 4 § 3º A distribuição poderá ser requerida pelas partes ou pelo conselheiro que entender estar prevento, e a decisão será proferida por despacho do Presidente da Câmara ou da Seção de Julgamento, conforme a localização do processo. § 4º Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do § 1º, se o processo principal não estiver localizado no CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para a unidade preparadora, para determinar a vinculação dos autos ao processo principal. § 5º Se o processo principal e os decorrentes e os reflexos estiverem localizados em Seções diversas do CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para determinar a vinculação dos autos e o sobrestamento do julgamento do processo na Câmara, de forma a aguardar a decisão de mesma instância relativa ao processo principal. § 6º Na hipótese prevista no § 4º se não houver recurso a ser apreciado pelo CARF relativo ao processo principal, a unidade preparadora deverá devolver ao colegiado o processo convertido em diligência, juntamente com as informações constantes do processo principal necessárias para a continuidade do julgamento do processo sobrestado. § 7º No caso de conflito de competência entre Seções, caberá ao Presidente do CARF decidir, provocado por resolução ou despacho do Presidente da Turma que ensejou o conflito. § 8º Incluemse na hipótese prevista no inciso III do § 1º os lançamentos de contribuições previdenciárias realizados em um mesmo procedimento fiscal, com incidências tributárias de diferentes espécies. Desse modo, a decisão havida no processo de Auto de Infração foi replicada nos processos de ressarcimento, para que tenham todos o mesmo fundamento de decidir. O contribuinte, também, pedia o julgamento conjunto, perfazendo tal matéria, portanto, pertencente à lide. A Fazenda Nacional, nos embargos, entende que a referência ao processo principal ensejaria omissão/obscuridade/contradição do julgado, pois que o julgamento do principal não seria definitivo. Entendo que lhe assiste razão, em parte. 1Vinculação de processos conexos A referência ao processo principal, julgado em conjunto, tem como razão a manutenção dos mesmos fundamentos, e não pressupõe sua definitividade, e por não pressupor sua definitivade, não precisaria se manifestar sobre os artigos do PAF que tratam desse instituto. Os processos vinculados não ficam sobrestados, mas devem, de preferência, serem julgados juntos para terem decisão equivalente. A referência ao processo principal não retira do acórdão embargado, no presente processo decorrente, o caráter de julgamento completo, pois utiliza seus próprios Fl. 239DF CARF MF Processo nº 13830.720016/200796 Acórdão n.º 3201004.261 S3C2T1 Fl. 4 5 fundamentos, replicados por referência aos fundamentos do processo principal. Embora replicados e os mesmos, os fundamentos do acórdão embargado são do acórdão embargado. Em outras palavras, em sede de julgamento, vinculamse os processos pelo direito material, não pelo processual. A parte processual vinculada relacionase com a fase anterior, a distribuição e a pauta conjunta dos processos. A parte material vinculase pela manutenção dos mesmos fundamentos de decidir para os processos vinculados, para as mesmas matérias. Para ilustrar, por hipótese, conjecturamos que uma das partes perca prazo de recurso no processo principal, e não perca o prazo no presente processo. Então, o presente processo teria seguimento normal, posto que não está vinculado ao principal senão pela utilização dos mesmos fundamentos. 2 Repercussões do processo principal no presente processo Todavia, a utilização de todas as matérias decididas no processo principal, por omissão da análise das repercussões do processo principal nos decorrentes, tal como foi feito aqui, acarretou em erro, pois que a matéria de decadência do direito de lançar não é pertinente ao presente processo, que trata apenas de ressarcimento. A decadência do direito de lançamento, no processo principal, foi a única matéria de provimento parcial. Aqui, todavia, não sendo aplicável, o resultado deve ser por negativa da homologação da compensação, em conformidade com a decisão acerca das outras matérias. Observo que as referências à decadência quanto à homologação da compensação permanecem válidas, posto que contadas a partir da Declaração de Compensação, e aplicáveis neste presente processo. 3 Conclusão Pelo exposto, voto por acolher os embargos, com efeitos infringentes, para excluir da decisão embargada as referências à decadência do direito de lançar, e alterar o resultado para negar provimento ao pedido de ressarcimento e compensação. (assinatura digital) Marcelo Giovani Vieira Relator Fl. 240DF CARF MF
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