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Numero do processo: 13502.720395/2015-46    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Terceira Seção De Julgamento    
Data da sessão: Thu May 24 00:00:00 UTC 2018    
Data da publicação: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2018    
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Data do fato gerador: 21/07/2010, 30/07/2010, 13/08/2010, 19/08/2010, 25/08/2010
MULTA DE MORA E MULTA ISOLADA PELA NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COBRANÇA CONCOMITANTE. DUPLA SANÇÃO SOBRE MESMA INFRAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
A cobrança de multa isolada prevista no § 17, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, que decorre da não homologação de compensação, concomitantemente com a de multa de mora sobre o débito indevidamente compensado, que decorre da impontualidade do pagamento, não importa em dupla sanção sobre a mesma infração.
MULTA ISOLADA. FALTA DE TIPICIDADE
Não houve revogação da penalidade pelo compensação indevida (§ 17 do art. 74, da Lei nº 9.430/96), com a revogação da multa pelo indeferimento do respectivo crédito (§15 do art. 74, da Lei nº 9.430/96). São condutas distintas, que o legislador ordinário decidiu, por fim, punir tão somente a compensação, posto que, efetuada indevidamente, traz imediato prejuízo aos cofres públicos.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 21/07/2010, 30/07/2010, 13/08/2010, 19/08/2010, 25/08/2010
RECURSO DE OFÍCIO. CONHECIMENTO
Não deve ser conhecido o recurso de ofício, motivado por desoneração tributária inferior ao limite de alçada.
AFRONTA A PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. SÚMULA CARF N° 2
Este colegiado não tem competência para afastar a aplicação de dispositivo legal vigente, em razão de alegação de inconstitucionalidade - Súmula CARF n° 2.
    
Numero da decisão: 3301-004.689    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício e negar provimento ao recurso voluntário.
Winderley Morais Pereira - Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Costa Marques d'Oliveira - Relator
(assinado digitalmente)
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado), Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
    
Nome do relator: MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA    
    
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COBRANÇA CONCOMITANTE. DUPLA SANÇÃO SOBRE MESMA INFRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. A cobrança de multa isolada prevista no § 17, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, que decorre da não homologação de compensação, concomitantemente com a de multa de mora sobre o débito indevidamente compensado, que decorre da impontualidade do pagamento, não importa em dupla sanção sobre a mesma infração. MULTA ISOLADA. FALTA DE TIPICIDADE Não houve revogação da penalidade pelo compensação indevida (§ 17 do art. 74, da Lei nº 9.430/96), com a revogação da multa pelo indeferimento do respectivo crédito (§15 do art. 74, da Lei nº 9.430/96). São condutas distintas, que o legislador ordinário decidiu, por fim, punir tão somente a compensação, posto que, efetuada indevidamente, traz imediato prejuízo aos cofres públicos. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 21/07/2010, 30/07/2010, 13/08/2010, 19/08/2010, 25/08/2010 RECURSO DE OFÍCIO. CONHECIMENTO Não deve ser conhecido o recurso de ofício, motivado por desoneração tributária inferior ao limite de alçada. AFRONTA A PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. SÚMULA CARF N° 2 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 72 03 95 /2 01 5- 46 Fl. 374DF CARF MF Processo nº 13502.720395/201546 Acórdão n.º 3301004.689 S3C3T1 Fl. 375 2 Este colegiado não tem competência para afastar a aplicação de dispositivo legal vigente, em razão de alegação de inconstitucionalidade  Súmula CARF n° 2. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício e negar provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira  Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Costa Marques d'Oliveira  Relator (assinado digitalmente) Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado), Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). Fl. 375DF CARF MF Processo nº 13502.720395/201546 Acórdão n.º 3301004.689 S3C3T1 Fl. 376 3 Relatório Adoto o relatório da decisão de primeira instância: "Tratase de Impugnações, fls. 132/143 e 173/184 (a primeira, protocolizada aos 30/04/2015 e a segunda enviada pelos Correios aos 29/04/2015), de idênticos teores e interpostas contra o Auto de Infração de fls. 64/66, do qual a contribuinte tomou conhecimento aos 06/04/2015 (fl. 127), por intermédio qual é exigida multa em razão de “COMPENSAÇÃO INDEVIDA EFETUADA EM DECLARAÇÃO PRESTADA PELO SUJEITO PASSIVO”, no valor total de R$ 20.429.673,95. 2. De acordo com a primeira lauda do Auto de Infração, a exigência foi instaurada em face do estabelecimento da pessoa jurídica cadastrada no CNPJ sob o nº 03.470.727/001607, como endereço na Av Henry Ford, 2000, Camaçari/BA, Bairro COPEC, CEP: 42.810000. 3. Expõe o Termo de Verificação Fiscal – TVF de fls. 68/70 que a contribuinte alegou possuir créditos decorrentes de ressarcimento de IPI apurado em relação ao 1º trimestre de 2010, que foi utilizado nas Declarações de Compensação – DCOMP abaixo relacionadas: 4. Menciona que as DCOMP acima foram analisadas no processo administrativo nº 13819.904873/201262, no qual foi parcialmente deferido o direito creditório ali controlado. 5. Reproduz os §§17 e 18 e o caput da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, a partir dos quais concluiu que: (i) a multa isolada tem como fato gerador a compensação não homologada, ou seja, a data do fato gerador da multa isolada é a de entrega das DCOMP; (ii) a base de cálculo da multa isolada é o valor da compensação não homologada; e (iii) qualquer declaração, retificadora ou não, entregue na vigência da Lei nº 12.249, de 2010, está sujeita à aplicação das multas por ela previstas. 6. Em face do que consta acima, as autoridades fiscais exigiram multa isolada, no percentual de 50% sobre o valor indevidamente compensado, consoante abaixo descrito: Fl. 376DF CARF MF Processo nº 13502.720395/201546 Acórdão n.º 3301004.689 S3C3T1 Fl. 377 4 7. Nos recursos interpostos, a contribuinte alega que, como os débitos cujas compensações foram não homologadas estão sendo exigidos com multa de mora ao percentual de 20%, a multa cobrada nos presentes autos estaria sendo cobrada de modo cumulativo sobre a mesma infração, o que não admite o ordenamento jurídico brasileiro. 8. Pondera que, apesar de a multa punitiva, relacionada a certas condutas dolosas do agente, distinguirse da mora, vinculada à coação por inadimplência, aqui ambas teriam caráter punitivo, pois quando compensado débito no seu prazo recolhimento, há adimplemento a termo e inexiste mora, mas, não homologada a compensação, passar a ser exigida a multa de mora, que deixa de ter caráter de adimplemento e passa ao de penalidade (sanção). 9. Conjectura que, neste contexto, a aplicação da multa de mora decorre da nãohomologação da compensação, assim como ocorre em relação à multa isolada, pelo que seria patente a ocorrência de “bis in idem”, o que conduziria à improcedência da autuação. 10. Reproduz ementas de decisões do CARF para amparar suas alegações. 11. Após, articula que a Lei nº 12.249, de 11/06/2010, previu originariamente, ao incluir os §§15 a 17 ao art. 74, da Lei nº 9.430/96, que “Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do crédito objeto de pedido de ressarcimento indeferido ou indevido” e que “Aplicase a multa prevista no § 15, também, sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo” – e, na compreensão da recorrente, a intenção do legislador foi a de apenar, especificamente, o pedido de restituição em si, caso ele fosse considerado indevido, e de estender a sanção para as hipóteses de compensação não homologada. 12. Advoga que, como só há compensação se houver reconhecimento de direito a crédito, a legislação ampliou, subsidiariamente, a aplicação da multa para alcançar as DCOMP. 13. Sustenta, assim, que a conduta típica inicialmente prevista como passível de apenação é o pedido de restituição de crédito indevido ou indeferido, sendo que, desde a edição da Medida Provisória nº 656, de 07/10/2014, foi revogado, ao que alega a impugnante em razão de inconstitucionalidade, o §15, do art. 74, da Lei nº Fl. 377DF CARF MF Processo nº 13502.720395/201546 Acórdão n.º 3301004.689 S3C3T1 Fl. 378 5 9.430/96, pelo que a multa deixou de ser aplicada aos pedidos de restituição. Critica que, apesar do §17 decorrer, única e expressamente, da previsão do §15 (dada a expressão “também”), aquele parágrafo não fora revogado, mas teve sua redação alterada para retirar a locução. 14. Aduz que da revogação do §15, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, decorreria a revogação de todas as penalidades dali decorrentes, não sendo razoável a revogação da penalidade apenas para o pedido de ressarcimento e sua manutenção no tangente ao ‘pedido de compensação” (sic), eis que a intenção do legislador fora, sempre, punir “o pedido indevido”. E adita: o fato típico da conduta punível era o de requerer crédito ao qual não se detinha direito. 15. Diz que, ao ser retirada a expressão “também” do §17, teria sido alterado o tipo penal, que deixou de ser o pedido de reconhecimento de direito creditório e passou a ser a realização, em si, da compensação, desvirtuandose a intenção do legislador. 16. Reflete que “manter a multa apenas para os casos de Pedidos de Compensação não homologados, nada mais é do que manter a tipicidade, manter o enquadramento legal de um e excluirlhe para outro, mesmo em se tratando de casos idênticos”. 17. Fala que a compensação é consequencia do pedido de restituição e, se o pedido de reconhecimento a crédito deixou de ser considerado conduta típica, não se pode desvirtuar a tipicidade da multa sem lei específica que considere a compensação conduta punível. 18. Assim, por mais esta razão, reputa improcedente a autuação. 19. Avante, alega que a questionada multa desrespeitaria os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, pois a aplicação indiscriminada de multa de 50% a todo e qualquer compensação não homologada enseja enorme insegurança jurídica aos contribuintes de boafé, submetidos à penalidade sempre que a compensação não for acatada, o que, por vias transversas, conduziria à extinção das compensações, pois o contribuinte, receoso da absurda e desproporcional multa, passaria a somente solicitar restituição e, apenas depois de reconhecido seu direito creditório, poderiam efetuar compensação, situação que a impugnante reputa ofensiva aos art. 74, da Lei nº 9.430/96, e ao art. 170, do CTN. 20. Outrossim, ventila violação aos constitucionais direitos de petição, do devido processo legal e do contraditório e da ampla defesa e sustenta que a multa em altercação apenas poderia ser exigida quando comprovada máfé do sujeito passivo. 21. Ampara suas alegações em precedente do TRF da 4ª Região. 22. Finalizando, a contribuinte requereu, mesmo que mantida a glosa após o julgamento do processo administrativo nº 13819.904875/201251, que o lançamento em testilha fosse julgado improcedente." A DRJ no Recife (PE) julgou a impugnação procedente em parte. Com efeito, em sede do processo administrativo n° 13819.904873/201262 (nesta pauta, para julgamento), discutese a legitimidade dos créditos objetos das compensações cujas não homologações resultaram na aplicação da multa isolada tratada na presente contenda. Fl. 378DF CARF MF Processo nº 13502.720395/201546 Acórdão n.º 3301004.689 S3C3T1 Fl. 379 6 No julgamento do processo administrativo n° 13819.904873/201262, a DRJ determinou que fosse realizada diligência, cujo resultado aumento do valor do direito creditório em R$ 3.202.762,79, o que resultou na redução proporcional da multa isolada de 50%  R$ 1.601.381,40. O Acórdão proferido pela DRJ, na contenda em discussão, datado de 11/11/15, restou assim ementado: "ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 30/07/2010 a 25/08/2010 MULTA DE MORA E MULTA ISOLADA PELA NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COBRANÇA CONCOMITANTE. DUPLA SANÇÃO SOBRE MESMA INFRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. A cobrança de multa isolada prevista no § 17, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, que decorre da não homologação de compensação, concomitantemente com a de multa de mora sobre o débito indevidamente compensado, que decorre da impontualidade do pagamento, não importa em dupla sanção sobre a mesma infração. MULTA ISOLADA DO § 17, DO ART. 74, DA LEI Nº 9.430/96. FATO GERADOR. O fato gerador da multa isolada prevista no § 17, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, tanto na redação original do dispositivo incluído pela Lei nº 12.249/2010 quanto naquela conferida pela Lei nº 13.097/2013, é, de modo autônomo, a nãohomologação da compensação, sem subsidiariedade em relação à multa pelo indeferimento de pedido de ressarcimento. NÃOHOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. MULTA ISOLADA. JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. RECONHECIMENTO PARCIAL DO CRÉDITO CUJA NÃO ADMISSÃO ENSEJOU A AUTUAÇÃO. EXONERAÇÃO PROPORCIONAL DA PENALIDADE. A multa isolada prevista no § 17, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, deve ser exonerada em relação à parte não homologada da compensação afetada pelo reconhecimento parcial, pela autoridade administrativa de julgamento de primeira instância, do crédito inicialmente não admitido pela autoridade administrativa e que ensejou a autuação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 30/07/2010 a 25/08/2010 DECRETO. FUNDAMENTO DE INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO OU INOBSERVÂNCIA PELOS ÓRGÃOS DE JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. VEDAÇÃO. Fl. 379DF CARF MF Processo nº 13502.720395/201546 Acórdão n.º 3301004.689 S3C3T1 Fl. 380 7 Aos órgãos de julgamento administrativo é vedado, ressalvadas exceções não configuradas nos autos, afastar, sob fundamento de inconstitucionalidade, a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte" Irresignado, o contribuinte interpôs recurso voluntário, em que repete os argumentos apresentados na impugnação que não foram acatados pela DRJ. É o relatório. Fl. 380DF CARF MF Processo nº 13502.720395/201546 Acórdão n.º 3301004.689 S3C3T1 Fl. 381 8 Voto Conselheiro Marcelo Costa Marques d'Oliveira  Relator ADMISSIBILIDADE Recurso de ofício A DRJ no Recife (PE), por meio do Acórdão n° 1151.384, reduziu a multa isolada em R$ 1.601.381,40 (item 53, fl. 311). Este valor é inferior ao limite de alçada de R$ 2.500.000,00, estabelecido pela Portaria MF n° 63/17, pelo que não conheço do recurso de ofício. Recurso voluntário O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. Tratase de multa isolada, pela não homologação de compensações, formalizadas por meio da apresentação de DCOMP nos dias de 21/07/10, 30/07/10, 13/08/10, 19/08/10 e 25/08/10. Decorre da glosa de créditos presumidos de IPI, efetuada em sede do processo administrativo n° 13819.904873/201262, o qual está nesta pauta de julgamento. Tanto na impugnação quanto no recurso voluntário, foram apresentados os seguintes argumentos de defesa para afastar a aplicação da multa isolada, os quais foram rechaçados pela DRJ: i) Cumulação de duas multas sobre a mesma infração (bis in idem), o que não é admitido no ordenamento jurídico brasileiro: multa isolada de 50% sobre o débito objeto da DCOMP; e 20% de multa mora, pelo atraso no recolhimento do tributo que restou não liquidado, em razão da não homologação da DCOMP. ii) Falta de tipicidade: com a revogação do §15 do art. 74 da Lei n° 9.430/96, que punia o indeferimento de créditos, a penalidade decorrente deste ato  a não homologação de créditos  também a foi. iii) Ofensa aos princípios constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade e da punição aos contribuintes que atuarem de boafé. iv) Flagrante afronta aos princípios constitucionais do devido processo legal e direito de petição, com preterição direito à ampla defesa e ao contraditório. Não assiste razão à recorrente. Fl. 381DF CARF MF Processo nº 13502.720395/201546 Acórdão n.º 3301004.689 S3C3T1 Fl. 382 9 Primeiro, cumpre transcrever os §§ 15 (revogado) e 17 do art. 74 da Lei n° 9.430/96, com as diversas redações que lhes foram dadas ao longo do tempo e até as que vigiam na data da autuação: "Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (. . .) § 15. Aplicase o disposto no § 6o nos casos em que a compensação seja considerada não declarada. (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) § 15. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do crédito objeto de pedido de ressarcimento indeferido ou indevido. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência) (. . .) § 17. O valor de que trata o inciso VII do § 3o poderá ser reduzido ou restabelecido por ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) § 17. Aplicase a multa prevista no § 15, também, sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) § 17. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do débito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Medida Provisória nº 656, de 2014) § 17. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do débito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)" Às alegações de defesa. Assim dispõe a Súmula CARF nº 2: "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." Portanto, de pronto, afasto os argumentos dos itens "iii" e "iv". Quanto aos demais, já me pronunciei várias vezes neste colegiado. Fl. 382DF CARF MF Processo nº 13502.720395/201546 Acórdão n.º 3301004.689 S3C3T1 Fl. 383 10 Não há bis in idem (item "i"), uma vez que a multa isolada (compensação indevida) e a multa de mora (recolhimento fora do prazo) punem condutas infracionais distintas. Outrossim, também não vislumbro "falta de tipicidade". Minha interpretação é a de que não houve revogação da penalidade pelo ato de efetuar compensação indevida (§ 17), em razão da revogação da multa que punia o indeferimento do respectivo crédito (revogado §15). São condutas distintas (pedido ressarcimento e pedido de compensação), que o legislador ordinário decidiu, por fim, punir tão somente a compensação, posto que, efetuada indevidamente, traz imediato prejuízo aos cofres públicos. De todo o exposto, nego provimento ao recurso voluntário. Destaco que, para fins de liquidação do acórdão, deverão ser observadas as decisões de primeira e segunda instâncias proferidas em sede do processo administrativo n° 13819.904873/201262, no qual discutese a legitimidade dos créditos utilizados para compensação. É como voto. Marcelo Costa Marques d'Oliveira (assinado digitalmente) Fl. 383DF CARF MF
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Numero do processo: 15586.001819/2008-93    
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção    
Câmara: Quarta Câmara    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Tue Aug 07 00:00:00 UTC 2012    
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano calendário: 2003, 2004, 2005, 2006
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. NULIDADE. Não está
inquinado de nulidade o Auto de Infração lavrado por autoridade competente e em consonância com o que preceituam os artigos 142, do CTN, e 10 e 59, do PAF.
DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário se extingue após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
SOLIDARIEDADE DE TERCEIRO. Responsabilidade Tributária. As
pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador são solidariamente responsáveis pelo crédito tributário apurado.
Recurso Voluntário Negado.    
Numero da decisão: 1402-001.126    
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as  preliminares de nulidade e, no mérito, negar provimento aos recursos voluntários, nos termos  do relatório e voto que passa a integrar o presente julgado.    
Nome do relator: Leonardo de Andrade Couto    
    
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DONATO NOGUEIRA TÁPIAS, ETHERELDES QUEIROS DO VALLE MOTTA, SILVINO FARIA JUNIOR, JOAQUIM DA SILVA ALMEIDA NETO, JOSÉ EDUARDO BRITTO MICHELINI, NEWTON NOGUEIRA DA GAMA JUNIOR, CARLOS HENRIQUE ARRUZZO, FABRÍCIO SANTANA PIRES, GERSON COSER, VALDIR TEDESCO, ÁLVARO LUIS DE SOUZA RIBEIRO, JOSILDO SCHWAMBACH MACHADO, LUIZ CLAUDIO NUNES PAIXÃO, WENDEL MIELKE, FRANCISCO BORTOLON, LUIZ CLÁUDIO DE ABREU COSTA, JOÃO BOSCO MENEGUELLI (coobrigados) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA  IRPJ Anocalendário: 2003, 2004, 2005, 2006 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. NULIDADE. Não está inquinado de nulidade o Auto de Infração lavrado por autoridade competente e em consonância com o que preceituam os artigos 142, do CTN, e 10 e 59, do PAF. DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário se extingue após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. SOLIDARIEDADE DE TERCEIRO. Responsabilidade Tributária. As pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador são solidariamente responsáveis pelo crédito tributário apurado. Recurso Voluntário Negado. Fl. 4357DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, negar provimento aos recursos voluntários, nos termos do relatório e voto que passa a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto  Presidente (assinado digitalmente) Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Marcelo de Assis Guerra, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Relatório CORRETORA SANTA CATARINA LTDA recorre a este Conselho contra a decisão proferida pela DRJ em primeira instância, que julgou procedente a exigência, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Adoto o relatório da decisão recorrida (verbis): A DRF/VITÓRIAES lavrou Autos de Infração, fls. 3006/3075, para exigir o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), no valor de R$ 72.730,45, a Contribuição para o PIS no valor de R$ 10.641,78, a COFINS no valor de R$ 49.116,86 e a CSLL no valor de R$ 43.600,27, todos com a multa de ofício de 150% e os juros de mora de acordo com a legislação pertinente. Conforme Termo de verificação de infração de fls. 2995/3005, foram apuradas as infrações relatadas a seguir, em síntese: . constatouse que os sócios José Antonio dos Santos do Nascimento e José Carlos de Souza, em conjunto com diversas outras pessoas, exerciam a intermediação – corretagem – na comercialização de café e utilizavamse das emissões de notas fiscais da contribuinte para recebimento de seus serviços. As operações nos anos calendário de 2003 a 2006 confirmam omissões de receitas no valor de R$ 1.953.908,00; . o valor foi apurado com base em informações de empresas comerciais, atacadistas e exportadoras, conforme fls. 28/32; . a interessada não informou receitas em DIPJ de 2003 a 2006, tendo apresentado Declaração de Inativa, e não apresentou DCTF nem pagou os tributos devidos; . o procedimento fiscal está descrito às fls. 2996/3000, donde se destaca que no endereço constante no cadastro da CNPJ, foi constatada a inexistência da empresa, tendo em diligência sido localizado o Sr. José Carlos de Souza, sócio que tomou Fl. 4358DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 4 3 ciência do Termo de início da fiscalização em 13/04/2007, de quem foi tomado Termo de declaração de fl. 06; . foi intimado o sócio responsável, Sr. José Antonio dos Santos do Nascimento, que tomou ciência em 02/05/2007 e foi solicitado a comparecer na DRF/VitóriaES, onde prestou depoimento em 03/05/2007, fls. 11/12, resumo à fl. 2998; . em 04/05/2007 foi entregue Termo firmado por José Antonio dos Santos do Nascimento e José Carlos de Souza declarando a inatividade da interessada por já 05(cinco) anos e a inexistência de livros e documentos solicitados; entregues alguns extratos bancários do Banestes de janeiro a dezembro/2003, cópia do recibo de entrega de Inativa de 2001 a 2003 e cópia autenticada do contrato social, fls. 14/27; . novas intimações para esclarecimento e solicitação de informações foram enviadas, porém não atendidas, em 06/06/2007, 14/08/2007 e 10/10/2007, sendo comunicados do arbitramento em 26/10/2007 o Sr. José Antonio e em 30/10/2007 o Sr. José Carlos, não atenderam a intimação, reintimados em 22/09/2008, fls. 65/68, não atenderam; . somente com a intimação em 08/10/2008, o Sr. José Antonio compareceu em 16/10/2008, prestando depoimento de fls. 2958/2960, onde informou, após breve relato, que a Corretora Santa Catarina foi constituída dividindo a sala 207 com a já existente Vila Rica Coffee Corretora de Café, sendo as corretagens cobertas por notas de ambas as empresas, sem qualquer critério para selecionar qual empresa emitiria a nota fiscal; . passou a emprestar a interessada para emitir notas de serviços de corretagem para outras empresas, recebendo o valor do serviços prestado e repassando o valor ao interessado, ficando com parte do valor; . em decorrência da inexistência dos livros e documentos, foi utilizado o dossiê das empresas que efetuaram pagamentos pelos serviços, de quem se solicitou as notas fiscais, comprovantes de pagamento, nome das pessoas com quem mantinham relação comercial, confirmação de negócio de corretagem, e corretor, etc., conforme documentos de fls. 70/2852; . os dados consolidados se encontram no Demonstrativo de Receitas Omitidas, por mês, nota fiscal e data de emissão, fls. 2981/2992; . verificouse a atuação de pessoas estranhas ao quadro societário da interessada, cuja identificação está no Quadro Responsável Solidário, fls. 2961/2962, que foram solicitados a comparecer à DRF/VitóriaES, conforme Quadro Demonstrativo de Operações realizadas pelos responsáveis solidários, fls. 2963/2980, onde constam individualizadas as operações por cada corretor, que ora atuavam em nome da interessada, ou acobertavam operações com notas dela – a participação de cada responsável solidário está demonstrada individualmente nos depoimentos de fls. 2858/2960; . destacase que o documento “confirmação de negócio” é utilizado no mercado de café pelo corretor para formalizar a operação de intermediação entre comprador e vendedor; . nos termos do art. 530, III do RIR/99, procedeuse ao arbitramento do lucro por falta de apresentação de livros e documentos de sua escrituração. A autuação no IRPJ resultou em reflexos no PIS, COFINS e na CSLL. Fl. 4359DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 5 4 A interessada incorreu na omissão reiterada das receitas de prestação de serviços de corretagem de café, tendo apresentado declaração de inativa, impediu o conhecimento dos fatos geradores pela autoridade fiscal, caracterizando a sonegação fiscal nos termos do art. 71 da lei 4.502/1964, o que implicou na multa qualificada de 150% do art. 44, II da Lei 9.430/96. As pessoas com relação direta ou indireta na operação de corretagem foram arroladas como responsáveis solidários, pelo interesse comum na situação que constitui o fato gerador da obrigação tributária, nos termos do inciso I, art. 124 da Lei 5.172/66, CTN. Consta “Quadro Demonstrativo Responsável Solidário” à fl. 2961. Para cada sujeito passivo solidário foram enviados Termo de Sujeição Passiva Solidária, Quadro Demonstrativo de Operações realizadas e Termo de Verificação de Infração e Auto de Infração lavrado contra a Corretora Santa Catarina, fls. 3076/3166. Foi lavrada a Representação Fiscal para fins Penais nº 15586.001820/200815. Intimados em nome da interessada em 15/12/2008, o Sr. José Antonio dos Santos do Nascimento, fl. 3167, e José Carlos de Souza, fl. 3168, não apresentaram impugnação. Os demais responsáveis solidários foram intimados conforme fls. 3169/3191. Abaixo, quadro com as informações sobre a data da ciência pelos Responsáveis Solidários e se apresentaram, ou não, impugnações: Termo de Sujeição Passiva Solidária Ciência Impugnação Celso Augusto Di Francesco fl. 3076 Fl.3191(falecido);obs:fl.31 92(inventariante)  Donato Nogueira Tápias Fl. 3079 15/12/2008fl.3169 09/01/2009 fls.3362/3374 Fl. 4360DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 6 5 O s r e s p o n s á v e i s s o l i d á r i o s a c i m a c i tados Os responsáveis solidários acima citados que apresentaram impugnações contra o fato de serem responsabilizados solidariamente, alegam, em síntese: 1. Sr. Silvino Faria Júnior: . as alegações foram com base em declarações prestadas e em fatos circunstanciais, inexistindo prova documental que ligasse os fatos ao ora impugnante, nem mesmo imputação de valores; . não consta em quais serviços teriam sido utilizadas notas fiscais da interessada; . era sócio da JMB Corretora de Café, não tendo envolvimento direto com a interessada, entende que deveriam ter imputado ao sócio da JMB Josildo Schwambach Machado, cita acórdão do C.Contribuintes, fl. 3200; Ethereldes Queiros do Valle Motta fl. 3083 13/12/2008fl.3170 09/01/2009 fls.3478/3490 Silvino Faria Junior Fl. 3087 13/12/2008fl.3171 14/01/2009 Fl.3195/3202 Joaquim da Silva Almeida Neto Fl. 3089 13/12/2008fl.3172 09/01/2009 fls.3440/3452 José Eduardo Britto Michelini Fl. 3093 15/12/2008fl.3173 09/01/2009 fls.3287/3299 Newton Nogueira da Gama Junior Fl. 3095 13/12/2008fl.3174 09/01/2009 fl.3230/3242 Victor Chulam Fl. 3099 13/12/2008fl.3175  Carlos Henrique Arruzzo Fl. 3101 13/12/2008fl.3176 09/01/2009 fls.3459/3471 Fabricio Santana Pires Fl. 3105 15/12/2008fl.3177 09/01/2009 fls.3381/3393 Gerson Coser Fl. 3108  09/01/2009 fls.3421/3433 João Bosco Meneghelli Fl. 3112 13/12/2008fl.3178  Valdir Tedesco Fl. 3116 13/12/2008fl.3179 13/01/2009fls. 3497/3503 Alvaro Luis de Souza Ribeiro Fl. 3119 13/12/2008fl.3180 14/01/2009 fls.3521/3536 Josildo Schwambach Machado Fl. 3121 13/12/2008fl.3181 09/01/2009 fls.3306/3318 Luiz Claudio Nunes Paixão Fl. 3124 13/12/2008fl.3182 09/01/2009 fls.3343/3355 Wendel Mielke Fl. 3126 13/12/2008fl.3183 09/01/2009 fls.3249/3232 Deolindo Uliana Fl. 3128 13/12/2008fl.3184  Francisco Bortolon Fl. 3131 13/12/2008fl.3185 09/01/2009 fls.3402/3414 José Maria de Oliveira Fl. 3133 13/12/2008fl.3186  Luiz Claudio de Abreu Costa Fl. 3135 13/12/2008fl.3187 09/01/2009 fls.3325/3336 Vagner Felisberto Fiorot Fl. 3137 15/12/2008fl.3188 09/01/2009fls. 3268/3280 Alexsander Fabiano Bongiovani Fl. 3140 15/12/2008fl.3189/3190  José Antonio dos Santos do Nascimento Fl. 3144 15/12/2008–fl. 3167  José Carlos de Souza Fl. 3145 15/12/2008fl.3168  Fl. 4361DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 7 6 . entende que cabe julgamento da sujeição passiva tributária à DRJ, nos termos do art. 142 do CTN, solicitando sua exclusão da responsabilidade tributária. 2. As 14 (quatorze) impugnações de Responsáveis Solidários mencionadas no Quadro acima como entregues em 09/01/2009, apresentaram as mesmas razões, a seguir resumidas: . fundada no êrroneo entendimento de que configurouse a hipótese prevista no art. 124, I do CTN, a fiscalização lavrou o Termo de Sujeição Passiva Solidária por entender que os corretores de café que operaram com a Corretora são solidariamente responsáveis pelos débitos desta; . a leitura dos autos do processo administrativo revela que é possível que a Corretora Santa Catarina Ltda tenha omitido receitas nos anoscalendário de 2003 a 2006; . enfoca no inciso I do art. 124 a questão do interesse comum, citando Hugo de Brito Machado, Renato Lopes Becho e outros , fls. 3233/3235, distinguindo interesse comum da existência, em tese, de parcerias comerciais entre a interessada e diversos corretores de café, asseverando que não há evidência da existência de interesse jurídico comum entre a Corretora e o impugnante; . ausente também liame jurídico específico em relação à situação que constitua fato gerador da obrigação tributária principal, conforme ementa de acórdão do Conselho de Contribuintes, que trata de situação de procurador da pessoa jurídica, fls. 3.236; . passa a avaliar o fato gerador das exações para demonstrar inexistência de interesse comum, do IRPJ ( o fato gerador praticado por duas pessoas jurídicas envolvidas na prestação de serviços de corretagem de café e submetidas à apuração do IRPJ); PIS e COFINS ( a pessoa física deveria ter realizado faturamento com a interessada) e CSLL ( impugnante deveria ter auferido lucro líquido com a interessada); . se houve ilicitude, esta deve ser somente atribuída ao responsável tributário que agiu em afronta à lei e ao contrato social, nos termos do art. 135 do CTN, inciso III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado; . a solidariedade não é forma de inclusão de um terceiro como sujeito passivo da obrigação tributária, concluindo pela nulidade do lançamento em homenagem ao princípio da legalidade estrita; . a pessoa física impugnante sem qualquer vínculo com a autuada não tinha a menor condição de controlar os atos de gestão que eventualmente resultaram no não recolhimento das exações: não tinha nenhum conhecimento dos fatos geradores, das bases de cálculo, e mesmo se tivesse, não tinha condições de promover o pagamento dos valores devidos; . mesmo após reiteradas intimações aos gestores da autuada, o fisco não teve acesso às informações contábeis necessárias ao lançamento; . requer a anulação do Termo de Sujeição Passiva Solidária em vista da inexistência de amparo no ordenamento jurídico em vigor. 3. Sr. Valdir Tedesco: . a fiscalização fez uso do documento “confirmação de negócio” para demonstrar a realização das operações, onde houve a intermediação entre produtor e exportador por parte de diversas pessoas físicas, entre elas o impugnante, e as diversas operações foram lançadas em um único auto de infração; Fl. 4362DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 8 7 . embora não creia haver propriamente solidariedade, ele tinha a pretensão de pagar os tributos concernentes às operações constantes do demonstrativo entregue, para não ter pendências junto à Receita Federal; . todavia, somente foi possível a emissão do DARF no valor total do crédito, impondo o questionamento sobre a ausência de solidariedade – realizada a operação, uma parte do valor excedente do que foi pago ao produtor e recebido pelo comprador ficava com o Sr. Valdir, independente dos custos operacionais suportados pela Corretora – o valor por ele recebido era formado a partir de um percentual da diferença entre o valor pago pelo comprador e o recebido pelo produtor; . realizava fatos passíveis de sujeitálo ao IRPF, impondose divisão clara entre os sujeitos passivos e os tributos incidentes – IRPF para a pessoa física pelo acréscimo patrimonial a título de corretagem e a Corretora pelo IRPJ, CSLL, PIS e Cofins – a não ser que se trate de desconsideração da pessoa jurídica, que não é o caso, pois não há indício de que o impugnante participasse de decisões da Corretora ou participasse de seus lucros; . no Termo de verificação consta o equívoco de aduzir “relação direta ou indireta” nas operações de corretagem com “interesse comum” do art. 124,I do CTN, entendendo que as cinco operações nas quais houve intermediação do Sr. Valdir no valor de R$ 4.795,00 autorizam a solidariedade sobre montante de R$ 1.953.908,00, interpretando como “participação comum na realização do lucro” citado na pág. 10 do Termo; . assim, não só não tinha interesse comum com os demais corretores, como era interesses contrários, pois limitavam sua rentabilidade; . caso não reconhecida a ausência de solidariedade, requerendo a anulação do Termo de verificação da infração e do Termo de Sujeição passiva solidária; 4. Sr. Alvaro Luis de Souza Ribeiro: . não possui qualquer vínculo de representação com a Corretora Santa Catarina, mas foi alçado à condição de responsável tributário solidário, com base nos art. 124,I e 135 do CTN, porque seria hipoteticamente responsável por 2(duas) emissões de Notas Fiscais; . antes alega a decadência com base no art. 150, §4º do CTN, posto que os tributos objeto do procedimento fiscal são sujeitos ao lançamento por homologação, tendo alcançado os fatos geradores ocorridos até dezembro/2003, em dezembro/2007, já que não houve a notificação do lançamento dentro do prazo decadencial, citando os doutrinadores e o C. Contribuintes, fls. 3225/3229; . mesmo entendimento para as contribuições sociais (Cofins, Pis e CSLL), citando também ementas do C. Contribuintes, fls. 3529; . é representante legal da FG Comissaria e vem respondendo aos termos do procedimento fiscal onde as relações estão sendo levantadas, e a existência de duas notas fiscais não teem o condão de responsabilizálo por todo o procedimento de outra empresa; . na corretagem de café cabe ao corretor apenas intermediar o negócio, ajustando preço entre comprador e vendedor; as partes contratantes é que decidem formas e condições de pagamento e demais condições – nada relacionado às condições de realização da operação é responsabilidade do corretor; Fl. 4363DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 9 8 . foi prática no mercado de café que alguns pagamentos se realizassem mediante a apresentação de procurações, não cabendo ao corretor qualquer interferência, mas apenas obedecer às orientações do vendedor no ato de “confirmação do negócio”, quando este indica se o comprador deve realizar pagamento por transação bancária ou mediante apresentação de procuração; . não tem qualquer participação, sequer conhecimento da Corretora Santa Catarina; . é impossível aplicar a regra do art. 124, I do CTN ao caso pela inexistência de interesse comum que entrelace o impugnante à Corretora, citando o Conselho de Contribuintes, mesmo no caso de sócios de sociedade empresária, portanto, com mais razão no caso de quem nunca fez parte do quadro societário, cita acórdãos do C.C. e jurisprudência do STJ; . requer realização de diligências para trazer aos autos mais elementos, fl. 3535, conforme o PAF e o art. 418,II do CPC; . seja excluída a atribuição de responsabilidade solidária pelos créditos constituídos. A decisão recorrida está assim ementada (fl. 3541): LANÇAMENTO NÃO IMPUGNADO. OMISSÃO DE RECEITAS. O lançamento regularmente constituído, quando não impugnado, deve ser mantido integralmente. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. NULIDADE. Não está inquinado de nulidade o Auto de Infração lavrado por autoridade competente e em consonância com o que preceituam os artigos 142, do CTN, e 10 e 59, do PAF. DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário se extingue após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. SOLIDARIEDADE DE TERCEIRO. Responsabilidade Tributária. As pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador são solidariamente responsáveis pelo crédito tributário apurado. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS. CSLL. COFINS. Aplicase ao lançamento reflexo o mesmo tratamento dispensado ao lançamento matriz, em razão da relação de causa e de efeito que os vincula. Lançamento Procedente. Cientificados da aludida decisão, os seguintes responsabilizados apresentaram recursos voluntários: Donato Nogueira Tápias, Ethereldes Queiros do Valle Motta, Silvino Faria Junior, Joaquim da Silva Almeida Neto, José Eduardo Britto Michelini, Newton Nogueira da Gama Junior, Carlos Henrique Arruzzo, Fabricio Santana Pires, Gerson Coser, Valdir Tedesco, Alvaro Luis de Souza Ribeiro, Josildo Schwambach Machado, Luiz Claudio Nunes Paixão, Wendel Mielke, Francisco Bortolon, José Maria de Oliveira, Luiz Claudio de Abreu Costa, Vagner Felisberto Fiorot (coobrigados). Em síntese, os recorrentes repisaram as alegações das respectivas peças impugnatórias e ao final pleiteiam o cancelamento das exigências e das sujeições passivas. É o relatório. Fl. 4364DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 10 9 Voto Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relator. Conforme asseverado na decisão recorrida, a contribuinte não impugnou os lançamentos efetuados, nem tampouco os seus sócios José Antonio dos Santos do Nascimento e José Carlos de Souza, seja em nome da pessoa jurídica, seja como responsáveis solidários. Apresentaram recursos os seguintes responsabilizados: Donato Nogueira Tápias, Ethereldes Queiros do Valle Motta, Silvino Faria Junior, Joaquim da Silva Almeida Neto, José Eduardo Britto Michelini, Newton Nogueira da Gama Junior, Carlos Henrique Arruzzo, Fabricio Santana Pires, Gerson Coser, Valdir Tedesco, Alvaro Luis de Souza Ribeiro, Josildo Schwambach Machado, Luiz Claudio Nunes Paixão, Wendel Mielke, Francisco Bortolon, José Maria de Oliveira, Luiz Claudio de Abreu Costa e Vagner Felisberto Fiorot. Os recursos voluntários são tempestivos e preenchem os requisitos de admissibilidade, portanto, devem ser conhecidos. O crédito tributário constituído propriamente dito, relativo a infração de omissão de receita, forma de apuração dos tributos, sua base de cálculo, multas e juros, não foram questionados, portanto, são definitivos na esfera administrativa os valores do IRPJ, da CSLL , do PIS e da COFINS lançados. Frisese que a contribuinte não informou receitas em DIPJ de 2003 a 2006, tendo apresentado Declaração de Inativa, e não apresentou DCTF nem pagou os tributos devidos. O procedimento fiscal está descrito às fls. 2996/3000, no qual se destaca que no endereço constante no cadastro da CNPJ foi constatada a inexistência da empresa, tendo em diligência sido localizado o Sr. José Carlos de Souza, sócio que tomou ciência do Termo de início da fiscalização em 13/04/2007, de quem foi tomado Termo de declaração de fl. 06. A Contribuinte não informou receitas em DIPJ de 2003 a 2006, tendo apresentado Declaração de Inativa, e não apresentou DCTF nem pagou os tributos devidos. A Fiscalização considerou a receitas omitidas e arbitrou o lucro da contribuinte, com fulcro no art. 529 do RIR/99 pela falta de apresentação dos livros contábeis e fiscais. No que tange a apreciação dos recursos voluntários dos coobrigados, entendo que os fundamentos da decisão de 1a. instancia são irretocáveis, pelo que peço vênia para transcrevelos e adotalos com razões de decidir. “(...) 3. Apreciação das impugnações dos Responsáveis Solidários: Ainda que existam posições no sentido de que não cabe às Delegacias da Receita Federal de Julgamento, julgar recursos que versem tão somente sobre a sujeição passiva solidária, pois estes deveriam ser analisados na fase de execução fiscal, Fl. 4365DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 11 10 entendo que os responsáveis tributários possuem legitimidade para se insurgirem contra a imputação efetuada pelo fisco. A Lei nº 9.784 de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, em seu art. 69 preceitua: “Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a regerse por lei própria, aplicandoselhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei”. Por conseguinte, devem as Delegacias da Receita Federal de Julgamento se valer da citada Lei, de maneira subsidiária ao Decreto nº 70.235 de 1972, nas questões atinentes ao processo administrativo fiscal. Sendo assim, devese observar o disposto nos artigos 9º e 58 da aludida Lei 9.784 de 1999, que estabelecem: Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo: (...) II  aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; (...) Art. 58  Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: (...) II  aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; (...) Assim, passo a análise das matérias trazidas pelas impugnações apresentadas: 4. Decadência A matéria foi trazida para debate por intermédio de uma das impugnações: a decadência do direito do Fisco de efetuar o lançamento de ofício, com fundamento no art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional (CTN), para os fatos geradores ocorridos até dezembro/2003. O chamado lançamento por homologação previsto no art. 150, §4º do CTN não se destina a constituir crédito tributário algum, mas tãosomente a conferir legitimidade a um recebimento que já ocorreu. A natureza procedimental do lançamento, voltado por excelência ao controle da legalidade, pode culminar ora com um ato constitutivo da exigência fiscal (lançamento de ofício e por declaração), ora com um ato administrativo homologatório da atividade do contribuinte (lançamento por homologação) no sentido de proceder ao pagamento antecipado do tributo. Neste caso, a proporção paga do tributo (integral ou parcial), desde então, já estará extinta (CTN, art. 150, § 1º), e o efeito produzido pelo lançamento por homologação há de possuir o caráter extintivoconfirmatório, mas apenas sobre a razão efetivamente paga. Inexistindo pagamento antecipado da obrigação, não há como se aplicar as disposições estipuladas pelo artigo 150 do CTN. Este é o caso dos autos, a Corretora Santa Catarina apresentou DIPJ desde o anocalendário de 2000 até 2004 como INATIVA, sem efetuar qualquer pagamento, fls. 2856/2857. Fl. 4366DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 12 11 Portanto, a decadência regese pela forma ordinária, ou seja, o inciso I do artigo 173 do CTN, que é taxativo no sentido de fixar o prazo de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. As palavras de Luciano Amaro (Direito Tributário Brasileiro. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 384) corroboram a posição ora defendida: “Uma observação preliminar que deve ser feita consistem em que, quando não se efetua o pagamento ‘antecipado’ exigido pela lei, não há possibilidade de lançamento por homologação, pois simplesmente não há o que homologar; a homologação não pode operar no vazio. Tendo em vista que o art. 150 não regulou a hipótese, e o art. 149 diz apenas que cabe lançamento de ofício (item V), enquanto, obviamente, não extinto o direito do Fisco, o prazo a ser aplicado para a hipótese deve seguir a regra geral do art. 173, ou seja, cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que (à vista da omissão do sujeito passivo) o lançamento de ofício poderia ser feito”. Desta forma, a decadência dos fatos geradores referentes ao anocalendário de 2003 somente se efetuaria em 1º de janeiro de 2009. Antes disso, porém, a impugnante e os responsáveis solidários foram cientificados do lançamento: no dia 13/12/2008 ou no dia 15/12/2008. Outrossim, devese ressaltar que foi aplicada a multa qualificada, visto que foi caracterizada pela fiscalização a sonegação fiscal, nos termos do art. 71 da Lei 4.502/64, com o intuito de fraude do contribuinte ao apresentar ano a ano Declaração de INATIVA. Assim, quando configurado dolo, fraude ou simulação, a decadência do direito do Fisco proceder ao lançamento de tributos sujeitos ao lançamento por homologação é regida pela norma contida no art. 173, inciso I, do CTN, conforme posição do Egrégio Conselho de Contribuintes: Número do Recurso:148792 Câmara:QUINTA CÂMARA Número do Processo:10074.000293/9801 Tipo do Recurso:VOLUNTÁRIO Matéria:IRPJ E OUTRO Recorrente:LOMEX IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. Recorrida/Interessado:7ª TURMA/DRJRIO DE JANEIRO/RJ I Data da Sessão:20/09/2006 00:00:00 Relator:Luís Alberto Bacelar Vidal Decisão:Acórdão 10515978 Resultado:NPU  NEGADO PROVIMENTO POR UNANIMIDADE Texto da Decisão:Por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares argüidas e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. Ementa:DECADÊNCIA  DOLO, FRAUDE, SIMULAÇÃO  Quando a autoridade lançadora demonstra que ocorreu dolo, fraude ou simulação, a decadência regese conforme o disposto no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional tendo em vista que o sujeito passivo utilizouse de artifícios para ocultar a ocorrência do fato gerador. (grifamos) Portanto, afasto a preliminar de decadência do IRPJ do anocalendário de 2003. Quanto à decadência das Contribuições Sociais – CSLL, PIS e COFINS, também alegada na impugnação, cabe informar que foi editada a Súmula Vinculante nº 08 do STF, de 12/06/2008, publicada no DOU nº 117 de 20/06/2008, que assim dispõe: Fl. 4367DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 13 12 São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Pela fundamentação dos julgados que acarretaram a Súmula Vinculante nº 08 do STF constatase que a inconstitucionalidade referese à “prescrição e decadência de créditos tributários”, pois, entendeuse que os artigos 45 e 46 da Lei 8212/91 teriam invadido conteúdo material reservado exclusivamente à lei complementar (CR/88, art. 146, III, “b”), já que somente a ela incumbe dispor sobre prescrição e decadência em matéria tributária, inclusive quanto à fixação dos respectivos prazos. O Parecer PGFN/CAT Nº 1617/2008, aprovado pelo Ministro da Fazenda em 18/08/2008, com base em entendimento jurisprudencial do STJ, apresenta as orientações acerca da aplicação da Súmula Vinculante STF nº 08, bem como são expostas as formas de contagem do prazo decadencial, entre outras, com as seguintes conclusões: Do que, então, emerge mais uma conclusão: o pagamento antecipado da contribuição (ainda que parcial) suscita a aplicação da regra especial, isto é, do § 4º do art. 150 do CTN; a inexistência de pagamento justifica a utilização da regra do art. 173 do CTN, para efeitos de fixação do dies a quo dos prazos de caducidade, projetados nas contribuições previdenciárias. Isto é, no que se refere à contagem dos prazos de decadência. Tal concepção, em princípio, pode ser aplicada para todos os tributos federais, e não somente, para as contribuições previdenciárias.(grifei) Ressaltese que o citado Parecer possui força normativa, vinculando a Receita Federal do Brasil, conforme disposto no artigo 42 da Lei Complementar nº 73, de 10/02/1993, in verbis: Art. 42. Os pareceres das Consultorias Jurídicas, aprovados pelo Ministro de Estado, pelo SecretárioGeral e pelos titulares das demais Secretarias da Presidência da República ou pelo Chefe do EstadoMaior das Forças Armadas, obrigam, também, os respectivos órgãos autônomos e entidades vinculadas. No presente caso, da mesma forma que foi motivado para o lançamento de IRPJ, em face da ausência de pagamentos das contribuições, aplicase, também, o prazo de decadência previsto no artigo 173, I, do CTN, afastando a preliminar suscitada. 5. Nulidade: O lançamento foi efetuado por AuditorFiscal, agente competente para este mister, e com observância dos requisitos do artigo 142 da Lei 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional  CTN), não se configurando qualquer violação ao que o mencionado diploma legal dispõe e, tampouco, aos artigos 10 e 59 do Decreto 70.235, de 06/03/1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal (PAF). A interessada, os responsáveis de direito e os responsáveis solidários foram regularmente intimados, tendo recebido cópias dos Autos de Infração e dos Termos lavrados, onde as infrações se encontram descritas e capituladas. Foi assegurado a todos o prazo para defesa previsto em lei, tanto que a maioria apresentou impugnação. Pelo exposto, temse que não ocorreu nenhuma irregularidade, incorreção ou omissão que importe em nulidade dos Autos de Infração. Fl. 4368DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 14 13 6. Pedido de Diligências e Perícias: Inicialmente cumpre esclarecer que, apesar de ser facultado ao sujeito passivo o direito de pleitear a realização de diligências e perícias, em conformidade com o artigo 16, inciso IV do Decreto nº 70.235, de 1972, com redação dada pelo artigo 1º da Lei nº 8.748, de 1993, compete à autoridade julgadora decidir sobre sua efetivação, podendo ser indeferidas as que considerar prescindíveis ou impraticáveis (art. 18, caput , do Decreto nº 70.235, de 1972, com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 1993). A realização de diligência e perícia pressupõe que o fato a ser provado necessite de conhecimento técnico especializado e/ou esclarecimento de fatos considerados obscuros no processo. No presente caso, tais motivos são inexistentes e as questões suscitadas pela defesa revelamse desnecessários, uma vez que nos autos constam todas as informações necessárias e suficientes para o deslinde da questão. Desta forma, e em conformidade com o artigo 18, caput, do Decreto nº 70.235, de 1972, indefiro os pedidos de diligência e perícia, por considerálas prescindíveis para o julgamento da presente lide. Além disso, quanto à apresentação posterior de novas provas, não é pertinente pois cabe observar que o inciso III, do artigo 16, do Decreto 70.235/1972, com redação do artigo 1º, da Lei 8.748/1993, determina que a impugnação apresentada deve necessariamente mencionar “os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir”, devendo a prova documental ser apresentada juntamente com a impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrado motivo de força maior, se refira a fato ou a direito superveniente, ou se contraponha a razões ou a fatos trazidos aos autos posteriormente. 7. Responsabilidade Solidária. A solidariedade passiva tributária está calcada nos artigos 124 e 135 do CTN, que deram a fundamentação legal aos Termos de Sujeição Passiva Solidária dos autos e que estabelecem: “Art. 124. São solidariamente obrigadas: I  as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II  as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.” “Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I – as pessoas referidas no artigo anterior; II – os mandatários, prepostos e empregados; III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.” (negritei) Fl. 4369DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 15 14 Conforme Grigorio Herton Alves Guimarães, na dissertação “A Interposta Pessoa e a Responsabilidade Tributária de Terceiros”UNAMABelém2005, na conceituação de responsabilidade, imposta determinada obrigação, surge o dever jurídico de seu cumprimento. Quando descumprida essa obrigação, desponta a idéia de responsabilidade. Haroldo Funke diz que o conceito de responsabilidade em matéria tributária, na lição de inúmeros doutrinadores, possui um sentido amplo, afirmando: Em matéria tributaria a palavra responsabilidade, (...) possui um sentido amplo, significando a submissão de determinada pessoa, seja contribuinte ou não, ao direito de o fisco exigir a prestação da obrigação tributaria, e outro restrito, significando a submissão ao direito da Administração de exigir a prestação, decorrente de expressa disposição legal, imposta às pessoas que não são contribuintes, mas estão vinculadas ao fato gerador da obrigação tributária. Temse como responsabilidade tributária o vínculo jurídico que subordina uma terceira pessoa, diversa do contribuinte, a cumprir a obrigação tributária. Portanto, a Fazenda Pública, com vistas a garantir o crédito tributário, procura seus verdadeiros responsáveis, investigando quem eram os dirigentes da sociedade no momento do fato gerador, quem transferiu ou constituiu empresas em nome de pessoas sem qualquer patrimônio, ou ainda, quem, apesar de não pertencer à sociedade, mantém com ela vinculação econômica. A solidariedade se manifesta por força do interesse comum demonstrado pelo conjunto de pessoas (sociedade de fato). Como na solidariedade não há benefício de ordem, a exigência fiscal recai sobre todos os integrantes dessa sociedade de fato, arrolados no lançamento. De acordo com as constatações e conclusões do Termo de verificação fiscal, a interessada, além de se encontrar fechada no endereço fornecido à RFB e ter se declarado perante ao órgão como “Inativa” desde o anocalendário de 2000, utilizou se de interpostas pessoas (“laranjas”) para figurarem como sócios da sociedade, os Srs. José Antonio dos Santos do Nascimento e José Carlos de Souza fls. 11/15, caracterizando a hipótese de simulação dos atos societários, mediante as quais interpostas pessoas ingressam no quadro societário e de administração da sociedade para ocultar os reais beneficiários e administradores do empreendimento. Os Srs. José Antonio dos Santos do Nascimento e José Carlos de Souza, em conjunto com diversas outras pessoas, relacionadas como Responsáveis Solidários no Relatório, exerciam a intermediação na comercialização de café e utilizavamse das emissões de notas fiscais de serviços de corretagem da interessada, para outras empresas, recebendo o valor do serviços prestados ou parte do valor. A fiscalização apurou os valores com base nas informações das empresas que efetuaram pagamentos pelos serviços, de quem se solicitou as notas fiscais, comprovantes de pagamento, nome das pessoas com quem mantinham relação comercial, confirmação de negócio de corretagem, e qual corretor, etc. A título de exemplo, fl. 86 – Nota Fiscal da Corretora Santa Catarina Ltda, para tomadora de serviço: Cooperativa dos Cafeicultores Região de Lajinha Ltda., no valor de R$ 7.200,00 () Retenções = valor líquido de R$ 7.092,00, relacionado à Autorização de fl. 87 de pagamento em favor de João Bosco Meneghelli, assinado pelo Sr. José Antonio dos S. Nascimento, e cópia do Documento de Crédito do BANCOOB ao favorecido. Idem folhas 144/157. Fl. 4370DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 16 15 Às fls. 122/126 e 129/136, cópias de Confirmação de Negócio, assinados pelos Srs. Newton Nogueira da Gama Junior, Gerson Coser e Donato Nogueira Tápias, em nome da Corretora Santa Catarina Ltda. Na DIRF apresentada pela Fonte Pagadora Custódio Forzza Comércio e Exportação Ltda, fl. 379, na qual a Beneficiária é a Corretora, estão discriminados os pagamentos como “ Comissões e corretagens pagos à PJ”. À fl. 398, consta “Espelho de Corretagem” do período de 01/02 a 25/02/2005 de Custódio Forzza Comércio e Exportação Ltda, onde a assinatura foi identificada como sendo de Wendel Mielke em nome da Corretora Santa Catarina, e à fl. 399, Confirmação do Negócio, entre Custódio Forzza como comprador e Dogrão Comércio Exp. Imp. Ltda como Vendedor, para entrega nos Armazéns Gerais Forzza Ltda, de 250 sacas de café arábica, também assinada pelo mesmo corretor em nome da interessada. Dessa forma, ao longo do processo, fls. 70/2.852, as empresas que utilizaram os serviços da Corretora Santa Catarina apresentaram cópias autenticadas das Notas Fiscais que comprovam a realização dos serviços, Recibos da Corretora por corretagem de café, documentos que comprovam os efetivos pagamentos: cópias de cheques, de extratos, de depósitos bancários e transferências, e as Confirmações de negócios do Sindicato dos Corretores de Café do Espírito Santo assinadas pelos corretores em nome da Corretora Santa Catarina Ltda. Os Termos de Depoimento colhidos dos Responsáveis Solidários de fls. 2.860/2960 somente ratificam que todos efetuavam operações de corretagem de café se utilizando das notas fiscais da interessada e que reconheceram as suas assinaturas nas Confirmações de Negócios. Assim, constatouse que a forma utilizada pelos diversos corretores de café para sonegar tributos foi a utilização da Corretora Santa Catarina, como uma empresa “de fachada”, pois esta se apresentava como “Inativa” desde o anocalendário de 2.000, dissimulando e escondendo do Fisco os verdadeiros responsáveis pelas obrigações fiscais. Os documentos juntados ao presente processo, já citados no decorrer desta decisão, evidenciam que a utilização de terceiras pessoas inseridas na relação jurídica de maneira fraudulenta, pois exceto os dois sócios, os demais não são sócios, gerentes, empregados, prepostos ou mandatários, mas se apresentavam em nome da interessada, ou seja, a representavam de fato, e o foram justamente para impedir o conhecimento dos reais beneficiários das operações da interessada, implicando em redução indevida de tributos. Vale aqui mencionar o art. 128 do CTN que permite à lei atribuir a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, inclusive excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindoa a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Quanto à alegação de que a autuação somente se baseou em declarações prestadas e fatos circunstanciais, não é verdade, conforme já citado anteriormente, pois foi efetivada com base na farta documentação acostada aos autos, que consubstanciou se em 15 (quinze) volumes, mas vale observar a aplicabilidade do art. 332, do CPC, que estabelece: Fl. 4371DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 17 16 Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. Por esse comando legal, temse que não há distinção entre provas, sejam elas documentais, testemunhais ou periciais, não havendo prevalência entre elas, bastando, para provar a verdade dos fatos, que sejam legais e legítimas, portanto, no presente caso, os depoimentos pessoais colhidos pela fiscalização são hábeis para provar a verdade dos fatos no âmbito do processo administrativo fiscal. Por fim, quanto à alegação de que a pessoa física impugnante não detinha qualquer vínculo com a autuada pois não tinha a menor condição de controlar os atos de gestão que eventualmente resultaram no não recolhimento das exações, bem como não tinha nenhum conhecimento dos fatos geradores, das bases de cálculo, e mesmo se tivesse, não tinha condições de promover o pagamento dos valores devidos, isto não é verdade, na medida em que realizavam negócios em nome da Corretora – ou seja, operações que consistiam em fatos geradores da obrigação tributária, utilizando os documentos fiscais da mesma, e com indicações de que eram os representantes de fato da mesma, nos termos do art. 135 do CTN. Além disso, não trouxeram tampouco nenhuma prova do que alegam, sejam Contratos de corretagem entre a interessada e eles, documentos de recebimentos como Pessoa Física, simplesmente repartindo comissões de intermediação com outros agentes autônomos . No que respeita ao entendimento dos acórdãos trazidos pelos impugnantes, cabe observar que não se constituem em normas complementares contidas no artigo 100 do CTN e, portanto, não vinculam as decisões desta instância julgadora, restringindose aos casos julgados e às partes inseridas no processo que resultou a decisão. A seguir, apreciase as questões específicas de cada impugnante: . Sr. Silvino Faria Júnior: Em seu depoimento de fl. 2872, afirma que é proprietário da JMB Corretora de Café, e portanto, não se justifica seu pedido de que seja imputada a responsabilidade somente ao outro sócio da JMB, Sr. Josildo Schwambach. Além disso, apesar de afirmar que não efetuou parceria com a Corretora Santa Catarina, admite que fez parceria com o Sr. Chapisco, que é o sócio da Corretora Sr. José Antonio dos Santos do Nascimento, com o qual admite que dividiu o valor da comissão. . Sr. Valdir Tedesco: Afora as questões gerais impugnadas e já comentadas em conjunto no Voto, o Sr. Valdir pede que o crédito recaia sobre suas operações, expedindose DARF no montante de R$ 59,57. Cabe aqui destacar que no caso da responsabilidade solidária, o crédito tributário não é divisível, devendose observar o contido no Parágrafo único do art. 124 do CTN que estabelece que a solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. (...)” Está sobejamente provado nos autos que todos os responsabilizados utilizaramse da empresa para formalizar suas operações comerciais, configurando uma sociedade de fato, cujos tributos deixaram de ser recolhidos. Fl. 4372DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 18 17 Vejamos os argumentos extraído dos memoriais apresentados pelos recorrentes: (...) Importante ressaltar que todas as pessoas físicas (14 corretores  Recorrentes) e a Corretora Santa Catarina Ltda estão estabelecidos no Edifício Palácio do Café, onde estão as sedes de aproximadamente 90% das empresas compradoras de café em grãos cru do mercado de Vitória, quiçá do Espírito Santo. Além disso, os Recorrentes são pessoas extremamente conhecidas pelos empresários que atuam diariamente na compra e venda de café. Pois bem, dentro desse contexto, foram firmadas as parcerias entre os corretores de café, onde os comerciantes de café do Palácio do Café tem conhecimento de que tal prática é exercida hodiernamente pelos corretores. Tanto é verdade que as empresas que se obrigam a pagar as comissões muitas vezes devidas à empresa que emite a nota fiscal (Corretora Santa Catarina Ltda), o corretor parceiro é quem assina o recibo de quitação, já que este resultado é fruto de parceria firmada entre os corretores, como é o caso dos autos. A empresa pagadora da comissão, no seu dia a dia, não exige a expressa autorização da empresa Corretora Santa Catarina Ltda para que o pagamento da comissão seja realizado a um parceiro, ou seja, a um dos Recorrentes. Assim, para que o fique claro o contexto fático em que se estabeleceram as parcerias, importante a demonstração dos acontecimentos que antecederam aos pagamentos das comissões recebidas pela Corretora Santa Catarina Ltda, mas que eram frutos de parcerias comerciais firmados pela mesma com diversos corretores, não só os 14 Recorrentes. Daí, existirem nos autos vários comprovantes de quitação pelo recebimento de comissões assinadas por alguns Recorrentes, ainda que emitidos em nome da principal devedora. Com essas considerações, o que se quer que fique demonstrado, a toda evidência, é que os Recorrentes celebraram, ainda que informalmente, parcerias individuais com a Corretora Santa Catarina Ltda em que se tinha como interesse a mera participação na divisão das comissões de corretagem de café auferidas pelas partes. (...) A meu ver, os esclarecimentos acima confirmam o entendimento deste julgador, no sentido de que os recorrentes fizeram uso da empresa para facilitar suas operações e, ao mesmo tempo eximirse do pagamento dos tributos, portanto, são mesmo solidários. Conclusão Diante do exposto voto no sentido de rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, negar provimento a todos os recursos voluntários, confirmando os termos de responsabilidade solidária. (assinado digitalmente) Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira Fl. 4373DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 15586.001819/200893 Acórdão n.º 1402001.126 S1C4T2 Fl. 19 18 Fl. 4374DF CARF MF Impresso em 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 10/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O
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Numero do processo: 10746.904182/2012-71    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Terceira Seção De Julgamento    
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018    
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018    
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/04/2007
EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL.
A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrando-se que a norma faculta a apresentação destes em papel.
Recurso Voluntário Provido em Parte
    
Numero da decisão: 3301-004.283    
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
    
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI    
    
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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PIS/COFINS. Recorrente JOÃO ALVES DE ALMEIDA GOIANO EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2007 a 30/04/2007 EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL. A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrandose que a norma faculta a apresentação destes em papel. Recurso Voluntário Provido em Parte Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri  Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 74 6. 90 41 82 /2 01 2- 71 Fl. 1010DF CARF MF Processo nº 10746.904182/201271 Acórdão n.º 3301004.283 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 03052.831, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília. Por meio de Despacho Decisório foi indeferido o pleito constante do Per/DComp transmitido pela contribuinte, em razão da realização de pagamento a maior. A fiscalização contrapondose ao alegado pela parte interessada, constatou a existência de um ou mais débitos, havendo o crédito declarado sido integralmente utilizado para a liquidação desses débitos, resultando na insuficiência de saldo credor para a realização da compensação pretendida. Manifestando a sua inconformidade, consubstanciada no art. 165, I, do CTN, a contribuinte deduziu a sua discordância ao despacho decisório, de acordo com as seguintes razões de defesa: (a) o despacho decisório foi emitido antes da retificação da DCTF e da DACON; (b) a partir da retificação desses documentos tornouse possível a Receita localizar o crédito alegado; e (c) demonstrado a existência do crédito aludido nos moldes de planilha contida na exordial, restou o direito à restituição correspondente. A título de comprovação de direito alegado fez colação aos autos das DCTF e DACON, bem assim de suas respectivas retificadoras e da cópia do DARF pago a maior, para postular pelo acolhimento de sua manifestação e pela insubsistência do aludido despacho. A 4ª Turma da DRJ/BSB julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório sob o fundamento, em síntese, que não foi comprovada a liquidez e certeza de direito creditório contra a Fazenda Nacional passível de restituição. Em razão do indeferimento de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte protocolou recurso voluntário e, para demonstrar o seu direito ao direito alegado, colacionou aos autos documentação comprobatória, e no que atine ao mérito reiterou os termos expendidos na exordial para requerer pelo provimento do seu recurso. Encaminhado o processo para julgamento por este Carf, a 3ª Turma Especial desta Terceira Sessão decidiu pela conversão daquele em diligência, por meio da Resolução 3803000.556. Consta dos autos despacho proferido por autoridade administrativa da SAORT/DRFB em Palmas/TO, em cumprimento ao procedimento de Diligência Fiscal, através da Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO, no qual foi realizado o confronto entre as informações provenientes de Declarações da requerente armazenadas nos sistemas de controle da RFB e as constantes nos documentos fiscais apresentados (planilhas e notas fiscais), onde propôs o deferimento parcial do Pedido de Restituição, reconhecendo assim o direito creditório em favor do requerente no montante ali expresso. Fl. 1011DF CARF MF Processo nº 10746.904182/201271 Acórdão n.º 3301004.283 S3C3T1 Fl. 4 3 Cientificada do resultado da diligência, a contribuinte declarou que está de acordo com os valores propostos pela autoridade fiscal perante o CARF, conforme Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.279, de 20 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10746.904178/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.279): "A recorrente bem coloca a discussão, no recurso voluntário que apresentou: A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade por entender que, para se comprovar a existência de crédito supostamente decorrente de pagamento a maior, a simples entrega de declarações retificadoras não é bastante e que "é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração", ônus este, da contribuinte. Em seu recurso a esta decisão de primeira instância, a contribuinte juntou livros contábeis e fiscais, além de notas fiscais. Fl. 1012DF CARF MF Processo nº 10746.904182/201271 Acórdão n.º 3301004.283 S3C3T1 Fl. 5 4 Sucederamse então exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação da documentação. Registrese que a norma faculta a apresentação desta em papel. Tal questão fora ultrapassada por resolução de Turma desta CARF, a qual determinou que se baixassem os autos em diligência, em apreço ao princípio da verdade material, "com vistas à apuração e pronunciamento acerca da existência de direito creditório, e se o mesmo é o bastante suficiente (sic) para a liquidação dos débitos indicados no Per/DComp transmitido", o que fez acertadamente, a meu ver. A norma em pauta, Lei nº 10.833/03, artigos 58A e 58B (revogados em 2015, mas vigentes à época dos fatos), de fato, dá direito à redução 0% as alíquotas do PIS e da Cofins em relação às receitas auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas, decorrentes da venda dos produtos lá especificados, o que fora verificado em sede de diligência A recorrente traz indevidamente tal questão como preliminar. Seguem os dispositivos legais referidos: Por fim, ultrapassada a relatada questão da apresentação de documentos, o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo "deferimento parcial do PER sob nº 01179.52590.291210.1.2.046407, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original de R$ 14,76" (grifos do original), com o que concordo. Fl. 1013DF CARF MF Processo nº 10746.904182/201271 Acórdão n.º 3301004.283 S3C3T1 Fl. 6 5 Assim, por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo o deferimento parcial do PER apresentado, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original expresso na Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos, com o que concordo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 1014DF CARF MF
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Numero do processo: 36624.003262/2004-78    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Segunda Seção de Julgamento    
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2018    
Data da publicação: Mon Jul 02 00:00:00 UTC 2018    
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1991 a 31/12/2003
DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE N°8. REVISÃO DO LANÇAMENTO.
Declarada a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/ 91 pelo Supremo Tribunal Federal - STF na Súmula Vinculante nº8, de 12/06/2008, publicada no DOU de 20/06/2008, de eficácia retroativa para os contribuintes com solicitações administrativas apresentadas até a data do julgamento da referida Súmula, os créditos da Seguridade Social pendentes de pagamento não podem ser cobrados, em nenhuma hipótese, após o lapso temporal quinquenal.
DECADÊNCIA. PAGAMENTO ANTECIPADO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. APLICAÇÃO DO ART. 150, §4º, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL.
Nos termos da Súmula 99 do CARF, para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.
CARACTERIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO.
O órgão competente para fiscalizar o devido recolhimento das contribuições sociais previdenciárias pode desconsiderar contratos formalmente celebrados entre pessoas jurídicas para considerar empregados pessoas físicas, cujos serviços prestados preenchem os requisitos do vínculo empregatício (pessoa/idade, subordinação, não eventualidade e onerosidade. Art. 3° da CL T; art. 12, inciso I, art. 33, da Lei 8.212/91 e Art. 229, sS 2°, do Regulamento aprovado pelo Decreto 3.048/99)
CONTRIBUIÇÃO DOS EMPREGADOS.
A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração e recolher o produto arrecadado até o dia dois do mês seguinte ao da competência. O desconto se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a ele obrigada, que fica diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto na lei. Art. 30, I, 'a' e `b' e Art. 33, § 5 0, ambos da Lei 8.212/91.
CERCEAMENTO DE DEFESA.
Não há cerceamento de defesa do sujeito passivo no lançamento de débito de contribuições previdenciárias, regularmente notificado para apresentar impugnação, decorrente da caracterização das pessoas físicas, como empregados, que prestaram serviços continuamente e cujas remunerações foram registradas na contabilidade da empresa, nas mesmas contas especificas, com a mesma classificação, mesmo na hipótese da empresa não ter apresentado na ação fiscal.
    
Numero da decisão: 2301-005.271    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício e, em relação ao recurso voluntário, rejeitar a preliminar e dar provimento parcial ao recurso para excluir do lançamento as parcelas decadentes, nos
termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
João Bellini Junior - Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Evaristo Pinto - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Júnior (Presidente).
    
Nome do relator: ALEXANDRE EVARISTO PINTO    
    
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SÚMULA VINCULANTE N°8. REVISÃO DO LANÇAMENTO. Declarada a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/ 91 pelo Supremo Tribunal Federal  STF na Súmula Vinculante nº8, de 12/06/2008, publicada no DOU de 20/06/2008, de eficácia retroativa para os contribuintes com solicitações administrativas apresentadas até a data do julgamento da referida Súmula, os créditos da Seguridade Social pendentes de pagamento não podem ser cobrados, em nenhuma hipótese, após o lapso temporal quinquenal. DECADÊNCIA. PAGAMENTO ANTECIPADO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. APLICAÇÃO DO ART. 150, §4º, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. Nos termos da Súmula 99 do CARF, para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. CARACTERIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO. O órgão competente para fiscalizar o devido recolhimento das contribuições sociais previdenciárias pode desconsiderar contratos formalmente celebrados entre pessoas jurídicas para considerar empregados pessoas físicas, cujos serviços prestados preenchem os requisitos do vínculo empregatício (pessoa/idade, subordinação, não eventualidade e onerosidade. Art. 3° da CL T; art. 12, inciso I, art. 33, da Lei 8.212/91 e Art. 229, sS 2°, do Regulamento aprovado pelo Decreto 3.048/99) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 36 62 4. 00 32 62 /2 00 4- 78 Fl. 30698DF CARF MF 2 CONTRIBUIÇÃO DOS EMPREGADOS. A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração e recolher o produto arrecadado até o dia dois do mês seguinte ao da competência. O desconto se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a ele obrigada, que fica diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto na lei. Art. 30, I, 'a' e `b' e Art. 33, § 5 0, ambos da Lei 8.212/91. CERCEAMENTO DE DEFESA. Não há cerceamento de defesa do sujeito passivo no lançamento de débito de contribuições previdenciárias, regularmente notificado para apresentar impugnação, decorrente da caracterização das pessoas físicas, como empregados, que prestaram serviços continuamente e cujas remunerações foram registradas na contabilidade da empresa, nas mesmas contas especificas, com a mesma classificação, mesmo na hipótese da empresa não ter apresentado na ação fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício e, em relação ao recurso voluntário, rejeitar a preliminar e dar provimento parcial ao recurso para excluir do lançamento as parcelas decadentes, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) João Bellini Junior  Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto  Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Júnior (Presidente). Relatório Tratamse de recursos de oficio, apresentado pela Receita Federal, e voluntário, interposto pela empresa RADIO E TELEVISÃO BANDEIRANTES LTDA, contra decisão que julgou parcialmente procedente o lançamento de débito referente à parte da empresa, parte dos segurados empregados, à contribuição para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e ás contribuições sociais devidas a terceiros (Salário Educação, INCRA, SESC e SEBRAE), no período de 01/1991 a 12/2003. Fl. 30699DF CARF MF Processo nº 36624.003262/200478 Acórdão n.º 2301005.271 S2C3T1 Fl. 3 3 De acordo com a narrativa do fisco "na fiscalização anterior foram emitidas as NFLDs 35.002.6556, 35.435.7913 e 35.435.7921 que caracterizam vários prestadores de serviços como empregados da notificada, mas conforme decisão das DN 21.003/351/2002, DN 21.003/350/2002 e DN 21.003/349/2002 de 12/07/2002, estas incorreram em vícios formais o que levou à nulidade dos lançamentos. Foi determinada, então, a emissão de novas NFLDs para retificação do lançamento." O Acórdão n. 1615.334 da DRJ (fls. 29737 e ss) julgou o lançamento procedente em parte nos termos abaixo: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIARIAS Período de apuração: 01/01/1991 a 31/12/2003 DECADÊNCIA. O prazo decadencial para o lançamento de contribuições previdenciárias é de dez anos, podendo ser contado da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado por vicio formal a constituição de crédito anteriormente efetuada, e nesse caso, não poderá exceder o limite do valor, ou os fatos geradores, anteriormente lançados após dez anos do exercício referente à ocorrência destes fatos geradores. INCONSTITUCIONALIDADE. O artigo 45 da Lei 8.212/91 não foi até hoje declarado inconstitucional, estando em plena vigência, não podendo deixar de ser aplicado pela Administração. CARACTERIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO. O órgão competente para fiscalizar o devido recolhimento das contribuições sociais previdenciárias pode desconsiderar contratos formalmente celebrados entre pessoas jurídicas para considerar empregados pessoas físicas, cujos serviços prestados preenchem os requisitos do vínculo empregatício (pessoa/idade, subordinação, não eventualidade e onerosidade. Art. 3° da CL T; art. 12, inciso I, art. 33, da Lei 8.212/91 e Art. 229, sS 2°, do Regulamento aprovado pelo Decreto 3.048/99) CONTRIBUIÇÃO DOS EMPREGADOS. A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração e recolher o produto arrecadado até o dia dois do mês seguinte ao da competência. O desconto se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a ele obrigada, que fica diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto na lei. Art. 30, I, 'a' e `b' e Art. 33, § 5 0, ambos da Lei 8.212/91. Fl. 30700DF CARF MF 4 CERCEAMENTO DE DEFESA. Não há cerceamento de defesa do sujeito passivo no lançamento de débito de contribuições previdenciárias, regularmente notificado para apresentar impugnação, decorrente da caracterização das pessoas físicas, como empregados, que prestaram serviços continuamente e cujas remunerações foram registradas na contabilidade da empresa, nas mesmas contas especificas, com a mesma classificação, mesmo na hipótese da empresa não ter apresentado na ação fiscal. Lançamento Procedente em Parte" Em conformidade com o art. 1º da Portaria MF n.° 3, o fisco recorreu de oficio da decisão, posto que houve a exoneração de parte do crédito lançado em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Após, os autos foram enviados à 5ª Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes que determinou o que segue: "(..) Considerando que a decisão recorrida julgou o lançamento parcialmente procedente, o que torna o valor mantido sujeito a recurso voluntário; (...) Considerando que o exame prévio e isolado do recurso de oficio implicaria a necessária ulterior remessa dos autos do processo para juntada do recurso voluntário relativo aos valores mantidos no lançamento, afim de que o mesmo seja posteriormente submetido a julgamento; Solicito que o interessado seja desde já cientificado da decisão proferida por essa Delegacia de Julgamento, abrindose prazo para interposição de recurso voluntário. Com isto se estaria buscando maior celeridade à tramitação do processo, em consonância com o artigo 50, LXXVIII da Constituição Federal; sem, contudo, trazer prejuízo as partes conforme vêm decidindo, por unanimidade, este órgão colegiado e também prevê a Portaria SRF n.° 1.769, de 12/07/2005: (...) Encaminhese ao órgão de origem para cumprimento e, somente após, retorno dos autos para julgamento." Quando da apresentação de suas razões recursais (fls. 29798 e ss), o contribuinte aduziu em síntese: a) parte do crédito tributário lançado encontrase abrangido pela decadência quinquenal e' sua contagem deve ser feita conforme o prazo trazido pelo artigo 150, § 4°, do CTN; b) houve ofensa ao devido processo legal e à segurança jurídica (irregularidade no processo administrativo tributário), inobservância dos limites do mandado de fiscalização, ausência de fundamentação legal (não verificação da tipicidade necessária à materialidade da hipótese de incidência), não individualização dos valores da base de cálculo Fl. 30701DF CARF MF Processo nº 36624.003262/200478 Acórdão n.º 2301005.271 S2C3T1 Fl. 4 5 (no tange ao dever de demonstrar a parcela referente ao direito autoral), obscuridade, contradição, ausência de anexos integrantes do relatório e julgamento em sede de despacho, sendo que por tais razões a notificação deve ser considerada nula; c) diz ainda que não há fundamentação legal que justifique à aplicação da aferição indireta, além da existência de vicio formal, lançamentos de fatos geradores não incluídos nas NFLD's originais e homologação tácita; d) a Administração tem o dever constitucional de investigação e prova da realização do suporte fático tributário em atendimento aos princípios da legalidade, da motivação e da própria definição de lançamento, o que, em outros termos, se traduz na obrigatoriedade da Fiscalização em trazer aos autos documentos que embasem suas proposições; e) o indeferimento da produção das provas testemunhal e pericial requeridas, configurou impedimento à recorrente de provar suas alegações e de demonstrar, na fase instrutória do processo e antes de tomada da decisão, a improcedência das acusações. f) alega a ausência de critério para descaracterização da pessoa jurídica, posto que não há elementos que demonstrem o vínculo empregatício. g) a produção das provas, no processo administrativo tributário, encontra limites temporais; sob esta óptica, o processo é regulado por prazos, fases e preclusões, tal como o processo judicial; h) no mérito, alega que, com fulcro no artigo 114 da CF, é de exclusiva competência da Justiça do Trabalho a resolução de conflitos que digam respeito A existência ou não de relação de emprego ou a desconstituição da personalidade jurídica e julgamento da validade ou não de contratos de natureza civil/comercial; Não houve apresentação de contrarazões. Os autos foram encaminhados ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais — DF, para julgamento. Em 20 de setembro de 2010, a 1ª Turma da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF votou por converter o julgamento em diligência (fls. 30282 e ss) uma vez que conforme consta no Relatório Fiscal, referidas contribuições tiveram como fato gerador os valores pagos às pessoas físicas (prestadores de serviços) considerados pela empresa contratante Notificada como serviços prestados por pessoas jurídicas, porém considerados pela Fiscalização como os seus empregados normais, tratandose de um novo lançamento em uma nova ação fiscal para substituir as NFLD 's DEBCAD 35.002.6556, 35.435.7913 e 35.435.7921, lançadas na ação fiscal anterior e que foram anuladas por vicio formal (sendo citadas as respectivas decisões administrativas, as Decisões Notificações n.° 21.003/351/2002, 21003/350/2002 e 21003/349/2002 datadas de 12/07/2002). De acordo com a referida decisão a diligência deve trazer as informações a respeito dos débitos originários, que foram anulados por vicio formal, "dados necessários para que seja feita a análise das competências que se encontram alcançadas pela decadência", face à contagem do prazo decadencial na forma do inciso II, do art. 173, do CTN, uma vez que parte dos valores lançados no presente débito NFLD n° 35.592.1243 (lançada em 26/05/2004, com ciência pela empresa em 02/06/2004, abrangendo o período entre 01/1991 a 12/2003), se refere à substituição do lançamento originário anulado. Fl. 30702DF CARF MF 6 Na Informação Fiscal acostada nas fls. 30337 e seguintes, consta que: Foi verificado no sistema de cadastramento de débito e de controle da cobrança, sistema SICOB, o presente débito consta como incluído no parcelamento especial da Lei n° 11.941/2009, e pudemos confirmar que a empresa apresentou a declaração de débitos, para consolidação do parcelamento, o anexo IV da Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 3/2010, contendo parte do presente débito que não considerou extinto pela decadência, ou seja, incluiu em sua confissão de débitos previdenciários os mesmos valores da decisão de primeira instância administrativa, da retificação do lançamento pela fiscalização, a partir da competência 01/1999, presumivelmente considerou decadente de acordo com o art. 173, inciso I, do CTN o período de 01/1991 a 12/1998 com base na data da ciência do lançamento do presente débito em 02/06/2004 (cópias nos autos fls. 29.955 a 29.960). Vale notar que verificase que a empresa vem fazendo o pagamento das parcelas devidas do parcelamento especial em questão (cópia extrato fl. 29.955), considerando a inclusão da parte do presente débito citado, não restando dúvidas de que deve ser considerada a desistência tácita do recurso em relação aos valores confessados, havendo que se concluir que o recurso da empresa deve ser apreciado tão somente em relação ao período compreendido entre as competências 01/1991 a 12/1998. No tocante às informações a respeito dos débitos originários, que foram anulados por vicio formal, e a contagem do prazo decadencial na forma do inciso II, do art. 173, do CTN, em complementação às cópias anteriormente juntadas as fls. 29.285 a 29.370, juntamos aos autos às fls. 29.931 a 29.944 as telas do sistema "Dataprev  INSS  sistema de cobrança" que registram todas as datas importantes e as cópias dos processos referentes aos débitos NFLD DEBCAD 35.435.7913 e 35.735.7921 para o esclarecimento da questão, as informações seguintes:  NFLD n.° 35.002.6556, conforme cópias que já haviam sido juntadas fls. 29.310 a 29.317 pode ser descartada de plano pois abrange o período decadencial de dez anos, referente às competências 01/1991 a 12/1991, teve a data de consolidação 15/12/2001, com ciência do lançamento pela empresa em 24/12/2001, com decisão de primeira instância administrativa de nulidade de 12/07/2002, cadastrada no sistema em 15/07/2002;  NFLD n.° 35.435.7913 em relação ao período de 01/1992 a 12/1998, teve a data de consolidação 05/03/2002, com ciência do lançamento pela empresa em Fl. 30703DF CARF MF Processo nº 36624.003262/200478 Acórdão n.º 2301005.271 S2C3T1 Fl. 5 7 11/03/2002, com decisão de primeira instância administrativa de nulidade de 12/07/2002, cadastrada no sistema em 15/07/2002;  NFLD n.° 35.435.7921, que abrange o período referente às competências 01/1999 a 10/2001, teve a data de consolidação 05/03/2002, com ciência do lançamento pela empresa em 11/03/2002, com decisão de primeira instância administrativa de nulidade de 12/07/2002, cadastrada no sistema em 15/07/2002; 5. Esta mesma análise dos valores anteriormente lançados das NFLD 's que foram 411 anuladas foi efetuada para efeito da contagem do prazo decadencial decenal na decisão administrativa de primeira instância, na época para aplicação do inciso II do art. 45 da Lei n.° 8.212/91, tendo sido considerado no julgamento a retificação do lançamento originário para as exclusões dos valores excedentes em relação aos que tinham sido lançados nas competências de 01/1991 a 12/1993 e que não se enquadravam no disposto no citado dispositivo (inciso II do art. 45 da Lei n.° 8.212/91). 6. Juntamos novas planilhas para uma nova análise As fls. 29.945 a 29.954, considerando dentre os valores dos débitos anulados, a partir destes valores lançados originalmente, aqueles que devem permanecer porque fizeram parte do presente lançamento substitutivo e porque não foram excluídos na retificação no cumprimento de diligência e decisão administrativa de primeira instância (os valores retificados conforme o DADR  Discriminativo de Débito Retificado fls. 29.068 a 29.097 com base nas informações fiscais fls. 29.056 a 29.058). 6.1. A nova análise para aplicação do prazo decadencial quinquenal em substituição ao prazo decenal implicará numa nova retificação do débito que deve levar em conta o prazo previsto no art. 173 do CTN da seguinte forma:  em primeiro lugar, a aplicação do inciso I do referido dispositivo significa reconhecer que todo o período entre 01/1991 a 11/1996 deve ser considerado decadente (os valores totais de todas as competências do período), pela simples razão de que a decadência deve Ser reconhecida já em relação à data do lançamento dos débitos originalmente lançados e que foram anulados, e no outro extremo, as competências de 12/1998 a 12/2003 devem ser mantidas nos seus valores integrais, pois não se encontram decadentes mesmo se considerarmos o último lançamento relativo A presente NFLD da qual a empresa foi cientificada em 02/06/2004; Fl. 30704DF CARF MF 8  a aplicação do inciso II do art. 173 do CTN implicará o reconhecimento de que parte do valor total lançado em cada competência do período de 12/1996 a 11/1998 deve ser considerado extinto pela decadência, a parte correspondente aos valores adicionais que foram lançados em 2004 na presente NFLD e que não faziam parte do lançamento originário constante da NFLD n° 35.435.7913 conforme demonstrado na planilha anexa, fl. 29.945 a 29.954, diferença discriminada na comparação de cada prestador de serviços, os respectivos valores considerados no lançamento originário anulado e a planilha da presente NFLD fls. 504 a 553; Em 6 de setembro de 2012, a Recorrente apresentou petição (fls. 30351 e ss) informando que houve desistência de parte do Recurso Voluntário em função da inclusão no Parcelamento Especial da Lei n. 11.941/09, assim como requerendo que qualquer débito do período compreendido entre 01/1991 e 11/1996 deve ser considerado decadente, já que tal matéria é incontroversa. Por fim, reitera os argumentos trazidos no Recurso Voluntário no tocante aos débitos do período de 12/1996 a 12/1998. Na Informação Fiscal de 17 de abril de 2017 (fls. 30505 e ss), consta o desmembramento do processo para viabilizar a revisão do parcelamento especial da Lei n. 11.941/09. Em 8 de maio de 2017, Informação Fiscal (fls. 30541) deu conta que os débitos objeto de desistência parcial do recurso voluntário para inclusão no parcelamento instituído pela Lei 11.941/2009 foram transferidos para o DEBCAD 37.592.1243, de modo que permanece em litígio pelo presente processo administrativo o recurso de ofício interposto pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento no acórdão 1615.334, fls. 29.737/29.764, bem como o recurso voluntário tão somente em relação aos períodos de apuração não objeto de desistência para inclusão em parcelamento especial. Informações detalhadas da matéria em litígio constam do relatório de diligência de fls. 30.336 a 30.346. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Evaristo Pinto Os recursos de ofício e voluntário são tempestivos e atendem aos demais requisitos de admissibilidade. Deles conheço. Do Recurso de Ofício No tocante ao conhecimento do recurso de ofício, vale lembrar que a Portaria MF nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, assim dispõe: "Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento Fl. 30705DF CARF MF Processo nº 36624.003262/200478 Acórdão n.º 2301005.271 S2C3T1 Fl. 6 9 (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário." Ocorre que conforme a Súmula CARF 103, para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Conforme resumido no Acórdão da DRJ (fl. 29738), o crédito exonerado foi de R$ 22.746.035,93 (R$ 119.832.705,97 menos R$ 97.086.670,04), valor este que é superior ao definido no art. 1º da Portaria MF nº 63/17, de modo que o recurso de ofício deve ser conhecido. No tocante ao mérito do recurso de ofício, a partir da análise da conclusão do Acórdão n. 1615.334 da DRJ (fl. 29764), verificase que o lançamento foi julgado procedente em parte diante da decadência dos débitos que superavam o prazo de dez anos do exercício referente à ocorrência destes fatos geradores, conforme abaixo: CONCLUSÃO 15. Finalmente, o lançamento retificado em face da revisão do lançamento pela Auditora Fiscal notificante no cumprimento da diligência determinada, e em face do reconhecimento da decadência em relação aos fatos geradores que excederam aqueles anteriormente lançados após dez anos do exercício referente à ocorrência destes fatos geradores, consubstanciado na presente Notificação Fiscal de Lançamento de Débito sob exame, se encontra revestido das formalidades legais e de acordo com os dispositivos normativos que disciplinam a matéria, especialmente, em consonância com o disposto no Art. 33, Art. 37, da Lei 8.212/91. Vale ressaltar que hoje nem se discute mais o prazo decadencial de dez anos para as contribuições previdenciárias, tal qual era discutido ao tempo do Acórdão n. 1615.334 da DRJ. Muito menos então faz sentido discutir a matéria do recurso de ofício, isto é, discutir débitos com mais dez anos entre a realização do fato gerador e o lançamento de ofício. Assim, nego provimento ao recurso de ofício. Do Recurso Voluntário Fl. 30706DF CARF MF 10 Considerando que houve o desentranhamento dos débitos que foram objeto de parcelamento, o presente processo somente abrange os débitos relativos à matéria que não foi parcelada. Preliminar de Nulidade em Função do Cerceamento de Defesa O Recorrente requer a nulidade do lançamento uma vez que houve ofensa ao devido processo legal e à segurança jurídica (irregularidade no processo administrativo tributário), inobservância dos limites do mandado de fiscalização, ausência de fundamentação legal (não verificação da tipicidade necessária à materialidade da hipótese de incidência), não individualização dos valores da base de cálculo (no tange ao dever de demonstrar a parcela referente ao direito autoral), obscuridade, contradição, ausência de anexos integrantes do relatório e julgamento em sede de despacho, sendo que por tais razões a notificação deve ser considerada nula. O regime jurídico da nulidade do processo administrativo está previsto nos artigos 59 e 60 do DecretoLei n. 70.235/71, nos seguintes termos: Art. 59. São nulos: I  os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II  os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. Como se vê, as hipóteses de nulidade se restringem aos atos e termos lavrados por pessoa incompetente e aos despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. No caso em tela, não há que se falar em preterição do direito de defesa no lançamento de débito de contribuições previdenciárias, visto que o Recorrente foi regularmente notificado para apresentar impugnação, decorrente da caracterização das pessoas físicas, como empregados, que prestaram serviços continuamente e cujas remunerações foram registradas na contabilidade da empresa, nas mesmas contas especificas, com a mesma classificação, mesmo na hipótese da empresa não ter apresentado na ação fiscal Fl. 30707DF CARF MF Processo nº 36624.003262/200478 Acórdão n.º 2301005.271 S2C3T1 Fl. 7 11 Dessa forma, e enfatizando que o caso em exame não se enquadra nas hipóteses de nulidade previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235/72, é incabível a pretendida nulidade, por não se vislumbrar qualquer vício capaz de invalidar o procedimento administrativo adotado. Somese a isso o fato de o conjunto de documentos trazidos pela fiscalização ao presente processo administrativo são suficientes para embasar a sua posição, de modo que não há necessidade de produção das provas testemunhal e pericial requeridas. Decadência Quinquenal e Aplicação da Regra Decadencial do Artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional Considerando que foi declarada a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91 pelo Supremo Tribunal Federal  STF na Súmula Vinculante nº8, de 12/06/2008, de eficácia retroativa para os contribuintes com solicitações administrativas apresentadas até a data do julgamento da referida Súmula, os créditos da Seguridade Social pendentes de pagamento não podem ser cobrados, em nenhuma hipótese, após o lapso temporal quinquenal. Ademais, ao contrário do disposto no Acórdão da DRJ (fls. 29737 e ss), que aplicou a regra decadencial do artigo 173, I, do Código Tributário Nacional, vale ressaltar, ainda, que a regra decadencial a ser aplicada é a do artigo 150, §4º, do CTN, uma vez que houve recolhimentos de contribuição previdenciária nos referidos períodos pela Recorrente, conforme comprovantes de recolhimento juntados pela Recorrente (a partir da fl. 29456, no Termo de Anexação de Arquivo Nãopaginável  Documentos Diversos  Outros), sendo que o entendimento de aplicação do artigo 150, §4º, do CTN quando houver recolhimentos consta inclusive na Súmula CARF nº 99, "in verbis": Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Ante o exposto, com base nas informações extraídas da Informação Fiscal (fls. 30336 e ss), para as competências até 02/1997 todo o crédito lançado está decaído. Para as competências 03/97 a 12/1998 estarão decaídos somente OS VALORES INCLUÍDOS NO NOVO LANÇAMENTO (NFLD 35.592.1243) QUE NÃO ESTAVAM INCLUÍDOS NO LANÇAMENTO ANULADO (NFLD nº 35.435.7913). Como decorrência, não estão alcançados pela decadência os valores das competências 03/97 a 12/98 que já haviam sido incluídos na (NFLD nº 35.435.7913 – anulada). Da Questão da Descaracterização das Pessoas Jurídicas Tal qual exposto no Acórdão da DRJ, no tocante à ausência de critério para descaracterização da pessoa jurídica, posto que não há elementos que demonstrem o vínculo empregatício, vale notar que há uma série de documentos que contraditam integralmente tal Fl. 30708DF CARF MF 12 alegação, na medida em que diversos contratos de prestação de serviços foram trazidos aos autos e não deixam nenhuma dúvida quanto à prática adotada pela empresa (de um total de mais de quinhentos prestadores de serviços mantidos no lançamento, somente em relação a cento e trinta e oito não houve apresentação do contrato) que são a causa do lançamento pela constatação de que a empresa em determinada época passou a tratar como se fossem pessoas jurídicas aqueles que eram os seus mais importantes empregados, mantendo, no entanto, as mesmas condições e com todos os requisitos do vínculo empregatício, condições que estão expressamente previstas nos próprios contratos de prestação de serviços, embora formalmente constem geralmente como contratada uma pessoa jurídica, uma sociedade, e no mesmo pólo, ao lado, a pessoa do Anuente (na verdade por trás a mesma pessoa muita conhecida pela exposição na mídia, veiculada pela própria contratante ou outros veículos de comunicação). Tais contratos (anteriores à Lei n. 11.196/05) prevêem a prestação de serviços pelo Anuente com todos os requisitos do vínculo empregatício, e deste cumprimento se responsabiliza a pessoa jurídica contratada, sociedade que de fato só tem esta mesma pessoa que presta o serviço, constando formalmente no contrato social desta sociedade um outro nome como sócio com participação praticamente inexistente, e geralmente constando também a previsão de que horas extras e demais encargos sociais, trabalhistas e previdenciários seriam de responsabilidade da pessoa jurídica contratada, ou seja, da mesma pessoa que também é o Anuente, que é o único que presta os serviços contratados. Não merece prosperar também a alegação de que conflitos que digam respeito à existência ou não de relação de emprego ou a desconstituição da personalidade jurídica são de competência exclusiva da Justiça do Trabalho, visto que no presente processo administrativo não se está julgando os aspectos trabalhistas com a consequente determinação de pagamento de verbas trabalhistas, de modo que somente estão sendo atribuídos efeitos tributários a situações que envolvem relações de trabalho. Por fim, considerando que o presente processo administrativo cuida exatamente da atribuição de efeitos tributários relativos à contribuição previdenciária aos contratos celebrados pelo Recorrente, não há outra forma de cálculo que não implique a adoção de método de aferição indireta. Conclusão Com base no exposto, voto por (i) conhecer e negar provimento ao recurso de ofício; e (ii) conhecer e dar parcial provimento ao recurso voluntário no tocante à aplicação da regra decadencial quinquenal do artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional. (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto Fl. 30709DF CARF MF Processo nº 36624.003262/200478 Acórdão n.º 2301005.271 S2C3T1 Fl. 8 13 Fl. 30710DF CARF MF
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Numero do processo: 13727.000637/2008-18    
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção    
Seção: Primeira Seção de Julgamento    
Data da sessão: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018    
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018    
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2005
Ementa:
DEPÓSITOS JUDICIAIS CONVERTIDOS EM RENDA PARA A UNIÃO. AUSÊNCIA DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. NÃO CONHECIMENTO. Do momento em que há a informação de que houve a conversão em renda para a União do crédito tributário alojado no processo, resta esvaziado o prosseguimento de qualquer discussão no âmbito administrativo.
    
Numero da decisão: 1002-000.132    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário.Votou pelas conclusões o conselheiro Ailton Neves da Silva.
(Assinado digitalmente)
Julio Lima Souza Martins - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Ailton Neves da Silva e Leonam Rocha de Medeiros.
    
Nome do relator: JULIO LIMA SOUZA MARTINS    
    
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2005 Ementa: DEPÓSITOS JUDICIAIS CONVERTIDOS EM RENDA PARA A UNIÃO. AUSÊNCIA DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. NÃO CONHECIMENTO. Do momento em que há a informação de que houve a conversão em renda para a União do crédito tributário alojado no processo, resta esvaziado o prosseguimento de qualquer discussão no âmbito administrativo.
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AUSÊNCIA DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. NÃO CONHECIMENTO. Do momento em que há a informação de que houve a conversão em renda para a União do crédito tributário alojado no processo, resta esvaziado o prosseguimento de qualquer discussão no âmbito administrativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário.Votou pelas conclusões o conselheiro Ailton Neves da Silva. (Assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins  Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Ailton Neves da Silva e Leonam Rocha de Medeiros. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 72 7. 00 06 37 /2 00 8- 18 Fl. 115DF CARF MF 2 Foram distribuídos os autos para análise de controvérsia envolvendo a cobrança de penalidade acessória, consubstanciada em multa por atraso na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Federais  DCTF. In casu, há exigência vinculada ao mês de abril de 2005, perfazendo um total a pagar no valor de R$ 44.530,14 (quarenta e quatro mil quinhentos e trinta reais e quatorze centavos) (efl. 6). Diante da constituição dos lançamentos, protocolouse impugnação (efls. 2/5), primeiramente, reconhecendo a entrega fora do prazo. Por outro lado, tomando o relatório apresentado pela Delegacia de Julgamento, são aduzidas as seguintes alegações: I  que, conquanto tenha apresentado a referida DCTF fora do prazo fixado pela legislação, todos os tributos indicados na mesma foram recolhidos rigorosamente nos prazos legais; II  que, se não houve descumprimento da obrigação tributária principal a multa não deveria ser tão gravosa a ponto de caracterizar confisco, o que é vedado constitucionalmente; III  que tratouse de simples omissão de informação, não da direção da empresa autuada, mas sim de seus funcionários encarregados e responsáveis pelo cumprimento de suas obrigações tributárias acessórias; IV  que a obrigação tributária acessória, como definida no parágrafo 2 do artigo 113 do CTN, tem por objeto as prestações positivas ou negativas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos, ou seja, obrigação de fazer ou não fazer, tratandose apenas, do dever de informar para que a autoridade administrativa possa controlar se o sujeito passivo da obrigação tributária principal cumpriu a obrigação de efetuar o pagamento dos tributos; V  que a finalidade das obrigações acessórias é comprovar o pagamento dos tributos, a regularidade no cumprimento da obrigação tributária principal, tratandose meramente de deveres administrativos de fazer ou não fazer, sem cunho pecuniário; VI  que não se pode perder de vista que o fato de a entrega ter sido fora do prazo não tenha causado dano patrimonial à Fazenda Pública e que não houve qualquer descontrole na arrecadação pois sequer houve intimação para o cumprimento desta obrigação posto que a entrega da DCTF se deu espontaneamente; VII  que, não tendo causado nenhum transtorno para o controle da arrecadação deve ser aplicado o previsto no artigo 112 do CTN, ou seja, interpretar de maneira mais favorável ao contribuinte sempre que houver dúvida. A reclamação administrativa foi então conhecida, fazendo com que a 9ª Turma da DRJ/RJ I proferise o Acórdão nº 1228.200 (efls. 47/54) que, por unanimidade de votos, determinou a manutenção integral da exigência. Ato contínuo, irresignada com a decisão a quo, a autuada interpôs recurso voluntário (efls. 82/84) que, embora renove a consciência do atraso na entrega da declaração, Fl. 116DF CARF MF Processo nº 13727.000637/200818 Acórdão n.º 1002000.132 S1C0T2 Fl. 3 3 reitera as argumentações de desproporcionalidade da multa e espontaneidade na entrega da declaração. Oportuno acrescentar a juntada de despacho pela unidade de origem (efl. 107) no qual relatase a existência de ação judicial visando à adesão e inclusão do débito alojado neste processo no parcelamento regulado pela Lei nº 11.941/2009. Do mesmo conteúdo ainda se extrai que, diante de decisão desfavorável à contribuinte, os depósitos judiciais correspondentes foram parcialmente convertidos em renda da União, abrangendo, porém os créditos tributários controlados no fólio. É o relatório. Voto Conselheiro Julio Lima Souza Martins Relator O recurso é tempestivo. Preliminar Diante das questões trazidas pela unidade de origem, observo a existência de óbice intransponível ao prosseguimento do julgamento. Reproduzo, para tanto, o conteúdo do despacho de efl. 114: Tratase de autos de infração relativos a multa por atraso na entrega de DCTFs referentes aos meses de março a novembro do anocalendário de 2005. Os créditos tributários discutidos nos processos administrativos acima elencados foram objeto de depósitos judiciais vinculados ao Mandado de Segurança nº 2011.51.01.0087420, ação judicial em que a interessada pleiteou ser reincluída no parcelamento da Lei nº 11941/2009 e proceder à consolidação dos débitos em comento no referido programa de parcelamento. A decisão final na ação judicial foi desfavorável ao contribuinte, tendo sido determinado a conversão em renda da União, mediante transformação em pagamento definitivo, dos valores depositados na conta judicial nº 0625.635.220040060, após definido o percentual de 0,3822606 a ser levantado pela interessada relativo à dedução dos valores de parcelas já pagas pela mesma antes do ajuizamento da ação. Fl. 117DF CARF MF 4 Esta DRF/RJOII foi cientificada da efetiva transformação em pagamento definitivo da União dos depósitos judiciais vinculados ao Mandado de Segurança nº 2011.51.01.0087420, a qual abrange os créditos tributários dos processos administrativos acima mencionados, ficando no aguardo do retorno dos mesmos a esta Delegacia, após análise dos recursos voluntários pelo CARF, para devidas alocações. (negritei) Ou seja, pelos dizeres do expediente, a questão restou pacificada mediante pagamento via depósito judicial convertido em renda, afastando a litigiosidade até então existente. Tanto é assim que a unidade preparadora aguarda o retorno do processo administrativo, de modo que possam ser operacionalizadas as alocações correspondentes. Amparado pelo cenário em comento, voto por não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins Fl. 118DF CARF MF
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Numero do processo: 13839.900183/2012-04    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Terceira Seção De Julgamento    
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018    
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018    
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/11/2002 a 30/11/2002
COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ.
Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno.
Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF.
Recurso Voluntário Negado
    
Numero da decisão: 3301-004.397    
Decisão: 
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por maioria qualificada de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. O Conselheiro Ari Vendramini votou pelas conclusões.
José Henrique Mauri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
    
Nome do relator: ANTONIO CARLOS DA COSTA CAVALCANTI FILHO    
    
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BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno. Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por maioria qualificada de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. O Conselheiro Ari Vendramini votou pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 90 01 83 /2 01 2- 04 Fl. 113DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 114 2 José Henrique Mauri  Presidente. (assinado digitalmente) Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho  Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 0651.718, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório constante do acórdão recorrido, em parte: Trata o presente processo da manifestação de inconformidade contra o Despacho Decisório da Delegacia da Receita Federal de Jundiaí (Rastreamento nº 17641502), emitido em 01/02/2012, que indefiriu o Pedido Eletrônico de Restituição – PER nº 15693.47202.120907.1.2.044668, por meio do qual a contribuinte solicitava o crédito no valor de [...], relativo ao DARF de Cofins cumulativa (código de receita 2172), recolhido em 13/12/2002, no valor de [...]. Em referido ato administrativo, a autoridade a quo indeferiu o pleito da interessada tendo em vista que o DARF discriminado no PER acima identificado estava integralmente utilizado para quitação do débito de Cofins cumulativa do período de apuração de nov/2002, não restando saldo de crédito disponível para o reconhecimento do crédito solicitado. A contribuinte foi cientificada do citado despacho decisório em 09/02/2012 e apresentou, em 05/03/2012, a Manifestação de Inconformidade cujo conteúdo é resumido a seguir. A interessada defende, em apertada síntese, o direito ao crédito solicitado com a alegação de ter incluído de forma indevida o ICMS na base de cálculo da contribuição recolhida. Diz que o ato administrativo foi proferido de forma precipitada e com flagrante desrespeito à legislação tributária, notadamente a que trata da necessidade de lançamento tributário Fl. 114DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 115 3 (art. 142 do Código Tributário Nacional). Sustenta a legitimidade do indébito tributário informado no pedido de restituição alegando que no presente caso não existe óbice à restituição, nos termos do art. 165, do Código Tributário Nacional, uma vez que houve um erro na composição da base de cálculo da contribuição e que a vinculação do DARF, pago indevidamente, a um débito declarado em DCTF, constituise em uma mera informação. Relata que está juntando ao processo planilha por meio da qual se pode constatar a existência do pagamento a maior do que o devido e que este documento faz a prova necessária para confirmar o indébito alegado. Acrescenta que em caso de dúvida quanto ao crédito o julgamento pode ser convertido em diligência para que a interessada seja intimada a demonstrar, através de outros elementos, o crédito vindicado. Defende a tese relativa a improcedência da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição alegando que referido tributo não integra o conceito de faturamento (receita bruta), pois tratase de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF, consoante o voto proferido pelo Ministro Marco Aurélio no Recurso Extraordinário nº 240.785/MG, entendeu que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo das contribuições (PIS e Cofins). Sustenta que a interpretação da autoridade tributária relacionada com a questão da inclusão do ICMS nas receitas dos contribuinte (interpretação do art. 3º da Lei 9.718, de 1988) é contrária ao art. 110 do CTN, uma vez que não se caracteriza como juízo de inconstitucionalidade, mas sim como controle administrativo interno dos atos administrativos. Aduz, por fim, que a declaração de inconstitucionalidade (exclusão do ICMS da base de cálculo da contribuição) em referido RE é iminente e que o proferimento dela pelo Supremo Tribunal Federal tornará sua observância obrigatória pela Administração Tributária. Diante do exposto, requer a interessada o acolhimento da manifestação para o fim de afastar o Despacho Decisório questionado e deferir integralmente o pedido de restituição. O citado acórdão decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade, assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/11/2002 a 30/11/2002 ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS. O julgador da esfera administrativa deve limitarse a aplicar a legislação vigente, restando, por disposição constitucional, ao Poder Judiciário a competência para apreciar inconformismos relativos à sua validade ou constitucionalidade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL  COFINS Período de apuração: 01/11/2002 a 30/11/2002 Fl. 115DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 116 4 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO NO PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado no Pedido Eletrônico de Restituição/Ressarcimento  PER, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. IMPOSSIBILIDADE. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo da contribuição, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Inconformada com a improcedência da manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs recurso voluntário, basicamente, repetindo os argumentos trazidos em sede de manifestação. Ao final, pugna pela reforma do acórdão recorrido. Foime distribuído o presente processo para relatar e pautar. É o relatório. Fl. 116DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 117 5 Voto Conselheiro Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Relator. O recurso voluntário apresentado é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade1. O núcleo da discussão em pauta é a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da Cofins. O acórdão recorrido enumera diplomas legais de regência, concluindo não haver previsão legal para a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins: Pelas argumentações trazidas em sua manifestação de inconformidade, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência previsão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, na forma aduzida pela interessada, já que esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário. De fato. A Lei Complementar nº 7, de 1970, a Lei Complementar nº 70, de 1991, a Lei nº 9.715, de 1998 (que resultou da conversão da Medida Provisória nº 1.212, de 1995 e suas reedições), a Lei nº 9.718, de 1998, e, mais recentemente, as Leis 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, ao longo de seus dispositivos, definem expressamente todos os aspectos das hipóteses de incidência vinculadas ao PIS e à Cofins. As citadas normas definem os sujeitos passivos da relação tributária, os casos de nãoincidência, a alíquota, a base de cálculo, o prazo de recolhimento, etc., e submetem as contribuições às normas do processo administrativo fiscal, além do que, para os casos de atraso de pagamento e penalidades, as subordina, de forma subsidiária, à legislação do imposto de renda. Como se percebe, nada resta a definir. Os atos legais descrevem expressamente todas as feições das exações instituídas, nada deixando ao alvedrio do intérprete. Quando remetem atribuições a normas de outro 1 Ressaltese ser desnecessário responder todos as questões levantadas pelas partes, em já havendo motivo suficiente para decidir (Lei n° 13.105/15, art. 489, § 1o , IV. STJ, 1ª Seção, EDcl no MS 21.315DF, julgado de 8/6/2016, rel. Min. Diva Malerbi). Fl. 117DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 118 6 tributo, o fazem estabelecendo com precisão os limites da remissão; limites estes, aliás, que, in concreto, jamais se estendem sobre a definição das bases de cálculo das contribuições. O conceito de faturamento tem sua extensão perfeitamente delimitada pela explicitação de seu conteúdo e pela expressa enumeração das exclusões passíveis de serem efetuadas, não havendo dentre essas, como se vê, qualquer referência ao ICMS devido pela venda de mercadorias. Caso pretendesse o legislador excluir o ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, estaria a hipótese expressamente prevista como uma das exclusões da receita bruta. Sobre o tema, o STJ decidiu, em recurso especial sob a sistemática de recurso repetitivo, pela inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições, já com trânsito em julgado. Já o STF entendeu pela sua não inclusão, em recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral, mas em caráter não definitivo, pois pende de decisão sobre embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional. É o que detalha decisão recente deste Conselho: PIS/COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. TRÂNSITO EM JULGADO. CARF. REGIMENTO INTERNO. Decisão STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática do recurso repetitivo, art. 543C do CPC/73, que firmou a seguinte tese: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", a qual deve ser reproduzida nos julgamentos do CARF a teor do seu Regimento Interno. Em que pese o Supremo Tribunal Federal ter decidido em sentido contrário no Recurso Extraordinário nº 574.706 com repercussão geral, publicado no DJE em 02.10.2017, como ainda não se trata da "decisão definitiva" a que se refere o art. 62, §2º do Anexo II do Regimento Interno do CARF, não é o caso de aplicação obrigatória desse precedente ao caso concreto. Recurso Voluntário Negado (CARF, 3º Seção, 4º Câmara, 2º Turma Ordinária, Ac. 3402004.742, de 24/10/2017, rel. Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire). Assim, transitada em julgado decisão do STJ, em recurso especial, sob a sistemática de recurso repetitivo, pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, deve este Conselho observála, nos termos do seu Regimento Interno, descabendo analisar argumentos trazidos aos autos sobre o tema. A decisão do STF, em sentido contrário, em recurso extraordinário de repercussão geral, mas de caráter não definitivo, não tem o mesmo efeito. Nos ditos embargos, a Fazenda Nacional requer a modulação dos efeitos da decisão embargada, para que produza efeitos ex nunc, apenas após o julgamento dos embargos. Ora, se há pedido de modulação dos efeitos, tratase de atividade satisfativa, incluíndose na Fl. 118DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 119 7 solução de mérito nos termos do art. 487 do atual CPC. E se assim é, podese afirmar que não houve ainda decisão definitiva de mérito, independentemente do transito em julgado. A embargante ainda suscita, entre outras questões, haver erro material ou omissão, por ter a corrente vencedora prestado ao art. 187 da Lei 6.404/76 efeito que ele não possui: estabelecer conceito de receita bruta: 7. Observese que, no caso dos autos, alguns votos da corrente vencedora2 [...] concederam grande relevância ao fundamento de que “receita bruta”, expressão a que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao longo de inúmeros julgados, equiparou ao vocábulo “faturamento” (art. 195, I, b, da Constituição), possui um sentido próprio no direito privado, definido no art. 187, I, da Lei 6.404/76. 8. No entanto, cumpre destacar que há um equívoco evidente em tal linha de argumentação: o mencionado dispositivo legal não estabelece qualquer conceito para receita bruta. Apenas disciplina que, na demonstração do resultado do exercício, deverá estar descrita a “receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos”. A assertiva, simplesmente, permite concluir que tais expressões se referem a grandezas diferentes, mas não afirma que uma não esteja contida na outra. Levanta também, na mesma toada que os votos vencedores "deixaram de considerar o disposto no art. 12 do DecretoLei 1.598/77, reiteradamente citado pelos votos vencidos", que dá pela inclusão dos tributos na receita bruta: art. 12. A receita bruta compreende: I  o produto da venda de bens nas operações de conta própria; II  o preço da prestação de serviços em geral; III  o resultado auferido nas operações de conta alheia; e IV  as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III. § 1o A receita líquida será a receita bruta diminuída de: (...) III  tributos sobre ela incidentes; e (...) § 4o Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário. § 5o Na receita bruta incluemse os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do Fl. 119DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 120 8 caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações previstas no caput, observado o disposto no § 4o. (Grifos do original). Ainda que sejam três os pilares da argumentação da corrente vencedora, apenas um deles tratando do conceito de receita, tratase evidentemente de questão meritória. A recorrente traz aos autos planilha na qual recalcula a base de cálculo da Cofins "sem o ICMS", com a qual, juntamente como os documentos mencionados na sequencia, pretende provar o seu direito ao crédito em discussão: Instrui o recurso voluntário com relatórios "NOVA GIA" a demonstrarem a apuração do ICMS, referente apenas a novembro de 2011, como também o balancete referente apenas a este período. O acordão recorrido assim se manifestou quando lhe fora levada dita planilha: "não sendo hábil para a comprovação do direito à repetição do indébito, uma simples planilha, desacompanhada de documentação contábil e fiscal que lhe conceda suporte e validade.A planilha segue abaixo". Tais elementos não demonstram o direito ao crédito sem que a questão de direito que defende, de não inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição, prospere. A planilha mencionada também não se fez acompanhar de documentos que lhe fizessem prova, para todos os períodos. Assim, também, a diligência que requer, para, eventualmente, "atestar in loco a regularidade da escrituração e do crédito", somente mereceria provimento, em caso de demonstração da exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins. Insurgese a recorrente contra a afirmação do acórdão de piso de que "o débito de Cofins cumulativa, do período de apuração de nov/2002 (para o qual consta alocado o pagamento objeto do pedido de restituição), foi constituído, nos termos do art. 142 do CTN, através de [...] DCTF apresentada pela interessada, posto que essa declaração constituí confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito tributário, conforme prevê o § 1º do art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984". Ainda que se apliquem tais normas, há decisões deste Conselho que têm entendido pela relativização de tal meio de prova, com as quais concordo, privilegiandose o princípio da verdade material: Fl. 120DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 121 9 COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. INFORMAÇÕES CONSTANTES DA DOCUMENTAÇÃO SUPORTE. LIQUIDEZ E CERTEZA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. O direito creditório pleiteado não pode ser vinculado a requisitos meramente formais, nos termos do art. 165 do Código Tributário Nacional. Assim, ainda que a DCTF seja instrumento de confissão de dívida, a comprovação por meio de outros elementos contábeis e fiscais que denotem erro na informação constante da obrigação acessória, acoberta a declaração de compensação, em apreço ao princípio da verdade material Recurso Voluntário Provido (CARF, 3º Seção, 3º Câmara, 1º Turma Ordinária, Ac. 3301002.678, de 08/12/2015, rel. Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas). O acórdão de piso entendeu não ter se configurado qualquer das hipóteses do art. 165 do CTN, aquele que estabelece o direito à restituição de tributo, especialmente por que "não existe a comprovação de que tenha ocorrido, em face da legislação aplicável, pagamento da contribuição em valor a maior do que o devido"; como também porque "não foi demonstrada a existência de decisão judicial transitada em julgado reconhecendo a existência de indébito tributário (relativamente ao pagamento apontado no pedido de restituição – PER) que diga respeito à inclusão indevida do ICMS na base de cálculo da contribuição. não havendo decisão". Argumenta a recorrente ter havido erro na composição da base de cálculo da Cofins, visto que "a Recorrente considerou inadvertidamente o ICMS como componente de sua receita bruta", nos termos do inciso II, do dito artigo. Mais uma vez, somente com a demonstração do direito ao crédito, o que não ocorre, poderseia falar no dito erro. Assim, pelo exposto voto por negar provimento ao recurso voluntário. Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho  Relator (assinado digitalmente) Fl. 121DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 122 10 Declaração de Voto Conselheira Semíramis de Oliveira Duro A despeito do excelente voto do Relator, ouso divergir na matéria referente à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Entendo que assiste razão à Recorrente, uma vez que o RE n° 574.706PR – RG deve obrigatoriamente ser aplicado ao caso em questão. Explico. Sobre essa matéria, já tive a oportunidade de me manifestar em publicação acadêmica, na Revista de Direito Tributário Contemporâneo, Ano 3, nº 11, MarAbr/2018, Editora Thomson Reuters (ISSN 25254626). No RE n° 574.706PR  RG, discutiuse a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, por ser faturamento o somatório da receita obtida com a venda de mercadorias ou a prestação de serviços. Com isso, o ICMS não se coaduna com esse conceito. É sabido que o STF reconheceu a repercussão geral da matéria em 16/05/2008. Foi dado provimento ao recurso extraordinário, cujo acórdão foi publicado em 02/10/2017. A repercussão geral fixou a tese: “O ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da COFINS”. Transcrevese a ementa do julgado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS tomandose cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adotase o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerandose o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da República, cumprindose o princípio da não cumulatividade a cada operação. 3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS Fl. 122DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 123 11 não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. 3. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não há como se excluir a transferência parcial decorrente do regime de não cumulatividade em determinado momento da dinâmica das operações. 4. Recurso provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. No acórdão, não houve modulação de efeitos. Por isso, em seguida, foram interpostos os embargos de declaração pela Fazenda Nacional, em 19/10/2017. Entretanto, até a data do julgamento deste processo, não houve qualquer manifestação do STF quanto à modulação. Ressalto que, segundo o art. 14 do Novo CPC/15, a norma processual se aplica imediatamente aos processos em curso: Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Por outro lado, os Embargos de Declaração não têm efeito suspensivo: Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. § 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação. Fl. 123DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 124 12 Observase que o Poder Judiciário tem aplicado imediatamente o entendimento do STF, como se observa nos julgados abaixo: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. JUÍZO DE RETRATAÇÃO. ART. 543B DO CPC/1973. RE 574.796/PR. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS. APELAÇÃO PROVIDA. 1. Instado o incidente de retratação em face do v. acórdão recorrido, em observância ao entendimento consolidado pelo C. Supremo Tribunal Federal no julgamento do mérito do Recurso Extraordinário com repercussão geral reconhecida RE n° 574.796/PR. 2. O Plenário do E. Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 574.796/PR, publicado em 02.10.2017, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, firmou entendimento no sentido de que "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". 3. Efetuado o juízo de retratação, nos termos do artigo 543B, § 3º, do CPC/1973, para dar provimento à apelação da impetrante. (TRF 3, Apel. 002047195.1993.4.03.6100, DJ 21/12/2017) CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LITISPENDÊNCIA NÃO COFIGURADA. SENTENÇA ANULADA. JULGAMENTO DO MÉRITO. ART. 1013, § 3º, DO NCPC. PIS. COFINS. BASE DE CÁLCULO. ICMS. INCLUSÃO INDEVIDA. REPERCUSSÃO GERAL. STF. (1). 1. Verificase a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada, existindo entre elas identidade de partes, causa de pedir e pedido. Não identificada a tríplice identidade, porque diferentes os pedidos, a litispendência não pode ser invocada como justa causa para extinção do feito sem resolução do mérito. 2. Anulada a sentença e encontrandose a relação processual devidamente formada, inexistindo necessidade de produção de outras provas e não vislumbrando qualquer prejuízo ou cerceamento de defesa de qualquer das partes, Fl. 124DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 125 13 é possível a apreciação do mérito, nesta instância recursal, nos termos do disposto no art. 1013, § 3º, do CPC/2015. 3. O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o Recurso Extraordinário 574.706 pela sistemática da repercussão geral, firmou a tese de "o ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da COFINS". (RE 574706 RG, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 15/03/2017). 4. Especificamente em relação à Lei 12.973/2014 se encontra consolidado o entendimento no sentido de a ampliação do conceito do faturamento não alterou o conceito de base de cálculo sobre a qual incide o PIS e a COFINS, tanto mais diante da consolidada a jurisprudência da Suprema Corte, a quem cabe o exame definitivo da matéria constitucional, no sentido da inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Precedentes. 5. Apelação provida, para anular a sentença e, prosseguindo no julgamento, nos termos do art. 1013, § 3º, do CPC/2015, julgar procedente o pedido. (TRF 1, Apel. 001138906.2017.4.01.3400/DF, DJ 01/12/2017). Quanto à aplicação dessa decisão em sede de processo administrativo, dispõe o § 2º, do art. 62 do RICARF, o seguinte: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015  Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Venho sustentando que, para fins de interpretação do § 2° do art. 62 do RICARF, negar a aplicação da decisão do RE n° 574.706  RG, com base no REsp n° 1.144.469/PR (julgado como recurso repetitivo e já transitado em julgado), é uma falácia. Fl. 125DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 126 14 É uma falácia, porquanto o próprio STJ já alterou seu posicionamento para reconhecer que o ICMS não integra a base de cálculo da contribuição para o PIS e COFINS, afastando a aplicação do REsp 1.144.469/PR, em virtude da decisão do STF, como se observa nas decisões citadas abaixo: AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.355.713 – SC, DJ 24/08/2017 PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO. ICMS. INTEGRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. I – Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado. In casu, aplicase o Código de Processo Civil de 2015. II – O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 674.706/PR, em que foi reconhecida a repercussão geral da matéria em exame, concluiu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS. III – Esta Corte realinhou o posicionamento para reconhecer que o ICMS não integra a base de cálculo da contribuição para o PIS e COFINS. IV – A Agravante não apresenta argumentos suficientes para desconstituir a decisão recorrida. V – Agravo Interno improvido. AgInt no AgRg no AgRg no Ag, em RESp 430.921 – SP, DJ 07/11/2017 TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. RECENTE POSICIONAMENTO DO STF EM REPERCUSSÃO GERAL (RE 574.706/PR). AGRAVO INTERNO DA FAZENDA NACIONAL DESPROVIDO. 1. O Superior Tribunal de Justiça reafirmou seu posicionamento anterior, ao julgar o Recurso Especial Repetitivo 1.144.469/PR, em que este Relator ficou vencido quanto à matéria, ocasião em que a 1a. Seção entendeu pela inclusão do ICMS na Fl. 126DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 127 15 base de cálculo do PIS e da COFINS (Rel. p/acórdão o Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 2.12.2016, julgado nos moldes do art. 543C do CPC). 2. Contudo, na sessão do dia 15.3.2017, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, julgando o RE 574.706/PR, em repercussão geral, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do Contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, que são destinadas ao financiamento da Seguridade Social. 3. Agravo Interno da Fazenda Nacional desprovido. AgInt nos EDcl nos EDcl no AgRg no Ag 1063262/SC, DJ 24/08/2017 TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. O ICMS INTEGRA A BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. MANUTENÇÃO DAS SÚMULAS 68 E 94 DO STJ. RESP 1.144.469/PR, REL. MIN. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, REL. P/ ACÓRDÃO O MIN. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJE 2.12.2016, JULGADO SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC. RECENTE POSICIONAMENTO DO STF EM REPERCUSSÃO GERAL (RE 574.706/PR) EM SENTIDO CONTRÁRIO. AGRAVO INTERNO DA EMPRESA PROVIDO PARA DAR PARCIAL PROVIMENTO AO AGRAVO. 1. O Superior Tribunal de Justiça reafirmou seu posicionamento anterior, ao julgar o Recurso Especial Repetitivo 1.144.469/PR, em que este Relator ficou vencido quanto à matéria, ocasião em que a 1a. Seção entendeu pela inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS (Rel. p/acórdão o Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 2.12.2016, julgado nos moldes do art. 543C do CPC). 2. Contudo, na sessão do dia 15.3.2017, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, julgando o RE 574.706/PR, em repercussão geral, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, que são destinadas ao financiamento da seguridade social. 3. O REsp. 1.144.469/PR tratou, ainda, da incidência do ICMS no PIS/COFINS repassados a terceiro, verificase que neste ponto não há divergência quanto à matéria (item 12 da ementa  REsp. 1.144.469/PR, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/acórdão Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, 1a. Seção, DJe 2.12.2016). Assim, não assiste razão à parte agravante quanto a este ponto. 4. Agravo Interno da Fl. 127DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 128 16 empresa provido para dar parcial provimento ao Agravo e reconhecer que o ICMS não integra a base de cálculo do PIS/COFINS. (AgInt nos EDcl nos EDcl no AgRg no Ag 1063262/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/04/2017, DJe 19/04/2017). Por conseguinte, estando o acórdão do RE n° 574.706  RG desprovido de causa suspensiva, deve ser imediatamente aplicado. Defendo que tal situação se coaduna com a condição de “decisão definitiva de mérito”, para fins de aplicação do art. 62, § 2° do RICARF. Por fim, aponto que, recentemente, o STJ se manifestou no sentido da obrigatoriedade da aplicação do decisum, independentemente do trânsito em julgado (AgInt no Agravo em Recurso Especial nº 282.685 – CE, DJ 27/02/2018): TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. RECENTE POSICIONAMENTO DO STF EM REPERCUSSÃO GERAL (RE 574.706/PR). AGRAVO INTERNO DA FAZENDA NACIONAL DESPROVIDO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 574.706/PR, em repercussão geral, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do Contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, que são destinadas ao financiamento da Seguridade Social. 2. A existência de precedente firmado sob o regime de repercussão geral pelo Plenário do STF autoriza o imediato julgamento dos processos com o mesmo objeto, independentemente do trânsito em julgado do paradigma. Precedentes: RE 1.006.958 AgREDED, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Dje 18.9/2017; ARE 909.527/RSAgR, Rel Min. LUIZ FUX, DJe de 30.5.2016. 3. Agravo Interno da Fazenda Nacional desprovido. Em suma, entendo que a aplicação do RE n° 574.706 é obrigatória, motivo pelo qual entendo que o recurso voluntário deve ser provido. (assinado digitalmente) Fl. 128DF CARF MF Processo nº 13839.900183/201204 Acórdão n.º 3301004.397 S3C3T1 Fl. 129 17 Semíramis de Oliveira Duro Fl. 129DF CARF MF
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Numero do processo: 10950.900767/2008-11    
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS    
Câmara: 3ª SEÇÃO    
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais    
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018    
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018    
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TRIBUTOS NÃO DECLARADOS EM DCTF. PAGAMENTO EM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. OCORRÊNCIA. MULTA DE MORA. EXCLUSÃO.
O instituto da denúncia espontânea aproveita àqueles que recolhem a destempo o tributo sujeito ao lançamento por homologação, nos casos em que não tenha havido prévia declaração do débito em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DECISÃO EM REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. CONSELHEIROS DO CARF. OBSERVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE
As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ em regime de recursos repetitivos deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte, por força do disposto no artigo 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - Portaria 343/2015 e alterações.
    
Numero da decisão: 9303-006.584    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
    
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL    
    
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TRIBUTOS NÃO DECLARADOS EM DCTF. PAGAMENTO EM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. OCORRÊNCIA. MULTA DE MORA. EXCLUSÃO. O instituto da denúncia espontânea aproveita àqueles que recolhem a destempo o tributo sujeito ao lançamento por homologação, nos casos em que não tenha havido prévia declaração do débito em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DECISÃO EM REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. CONSELHEIROS DO CARF. OBSERVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ em regime de recursos repetitivos deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte, por força do disposto no artigo 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - Portaria 343/2015 e alterações.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
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TRIBUTOS NÃO DECLARADOS EM DCTF. PAGAMENTO EM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. OCORRÊNCIA. MULTA DE MORA. EXCLUSÃO. O instituto da denúncia espontânea aproveita àqueles que recolhem a destempo o tributo sujeito ao lançamento por homologação, nos casos em que não tenha havido prévia declaração do débito em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais  DCTF. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DECISÃO EM REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. CONSELHEIROS DO CARF. OBSERVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça  STJ em regime de recursos repetitivos deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte, por força do disposto no artigo 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais  Portaria 343/2015 e alterações. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas  Presidente em exercício. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 90 07 67 /2 00 8- 11 Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10950.900767/200811 Acórdão n.º 9303006.584 CSRFT3 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal  Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte contra decisão tomada no Acórdão nº 3803002.801, de 25 de abril de 2012 (efolhas 72 e segs), que recebeu a seguinte ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001 DECISÕES DO STJ. SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. APLICAÇÃO NOS JULGAMENTO DO CARF. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelo artigo 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001 MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. O beneficio da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo, situação que corresponde, Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10950.900767/200811 Acórdão n.º 9303006.584 CSRFT3 Fl. 4 3 inclusive, a pagamento efetuado fora do vencimento e dentro do prazo da apresentação da DCTF. A divergência suscitada no recurso especial (efolhas 82 e segs) referese à exigência de multa de mora no caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação pagos a destempo sem prévia declaração em DCTF. O Recurso especial foi admitido conforme despacho de admissibilidade de e folhas 98 e segs. Contrarrazões da Fazenda Nacional às efolhas 102 e segs. Requer que não seja admitido o recurso especial e, no mérito, que lhe seja negado provimento. É o Relatório. Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, Relator. Conhecimento do Recurso Especial A contrarrazoante considera que não foi devidamente demonstrada a divergência jurisprudencial necessária à admissão do recurso especial. Assim entende porque Observase, nessa linha, que os acórdãos indicados como paradigmas foram proferidos anteriormente a essa decisão do STJ em que amparado o entendimento do acórdão recorrido. Logo, dela não trataram nem tergiversaram E porque, alegadamente, não haveria semelhança nos contextos fáticos dos acórdãos paradigma e do acórdão recorrido. Concessa venia, entendo que esteja, sim, demonstrada a divergência. Primeiro, como fica claro do excerto que segue, extraído do corpo do despacho de admissibilidade do recurso especial, ao contrário do asseverado, os acórdãos paradigma levaram, sim, em consideração a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10950.900767/200811 Acórdão n.º 9303006.584 CSRFT3 Fl. 5 4 Importante transcrever excertos do voto vencedor proferido no paradigma 9101 00.431, para atestar o entendimento adotado naquele julgado: "Segundo o entendimento pacificado pela 1ª seção do STJ, a apresentação de declaração (obrigação acessória) pelo contribuinte é modo de constituição do crédito tributário, que dispensa qualquer outra providencia por parte do Fisco. Tal entendimento foi, inclusive, objeto da súmula nº 360, vejamos: 'Súmula 360. O beneficio da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regulamente declarados, mas pagos a destempo. Ademais, a cognição lógicojurídica que remeteu à decisão tomada no acórdão paradigma revelase inteiramente contemplada na controvérsia de que aqui se trata, envolvendo a caracterização da denúncia espontânea nas situações em que o contribuinte recolhe em atraso o tributo sujeito ao lançamento por homologação, com ou sem a prévia declaração em DCTF. Observese a abordagem do assunto, no fragmento a seguir transcrito, desta feita, extraído do próprio acórdão paradigma nº 910100.431. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido, ainda que de forma integral, não se configura Denúncia Espontânea (art. 138 do CTN), não podendo o contribuinte usufruir de suas benesses. No presente caso, por ter o débito sido pago em data anterior a qualquer procedimento da administração tributária e/ou declaração do sujeito passivo informando o tributo devido, resta configurado o instituto da denúncia espontânea, sendo este, inclusive o entendimento que vem sendo adotado pelo Superior Tribunal de Justiça, vejamos: (grifos meus) (...) Fl. 120DF CARF MF Processo nº 10950.900767/200811 Acórdão n.º 9303006.584 CSRFT3 Fl. 6 5 Como se vê, a condição identificada pelo Relator do feito para o reconhecimento da espontaneidade não guarda relação com a apresentação de DCTF posteriormente retificada, nem com o pagamento parcial, mas, exclusivamente, com o pagamento do débito em data anterior à (...) declaração do sujeito passivo informando o tributo devido. Mérito A matéria em litígio não é novidade para este Colegiado. Pelo menos por meio dos acórdãos nºs 9303004.191, 9303003.489, 9303003.490, 9303003.364, 9303 003.220, 9303003.203 , 9303003.202, o assunto foi discutido e decidido no mérito. Como é de sabença, o Superior Tribunal de Justiça, na pessoa do então Ministro Teori Albino Zavascki, decidiu, nos autos do processo nº 2007/01428689, sobre a aplicação do instituto da denúncia espontânea nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação previamente declarados pelo contribuinte e pagos a destempo, nos seguintes termos. EMENTA 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais  DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS  GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. (REsp 962379 RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/10/2008, DJe 28/10/2008) Mais tarde, no REsp 1149022, da relatoria do Ministro Luiz Fux, ficou consignado o entendimento de que a denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que Fl. 121DF CARF MF Processo nº 10950.900767/200811 Acórdão n.º 9303006.584 CSRFT3 Fl. 7 6 o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do tributos sujeito a lançamento por homologação, acompanhado do respectivo pagamento integral, retifica a declaração. A intelecção induvidosa da decisão acima transcrita é no sentido de que o pagamento que não fora previamente declarado em DCTF está albergado pela denúncia espontânea quando pago antes de qualquer procedimento fiscal. Noutro giro, é translúcido o entendimento de que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte (item 7 da ementa a seguir transcrita). EMENTA 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornandose exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou Fl. 122DF CARF MF Processo nº 10950.900767/200811 Acórdão n.º 9303006.584 CSRFT3 Fl. 8 7 de notificação ao contribuinte" (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): "No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, anobase 1995 e prontamente recolheu esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." 6. Conseqüentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine. 7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. (REsp 1149022 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 24/06/2010) O artigo 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria 343/2015 e alterações, determina Fl. 123DF CARF MF Processo nº 10950.900767/200811 Acórdão n.º 9303006.584 CSRFT3 Fl. 9 8 que as matérias de Repercussão Geral sejam reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pela contribuinte. Em acréscimo, destacase que, por força do disposto no art. 21 da Lei nº 12.844/2013, que deu nova redação ao art. 19 da Lei nº 10.522/2002, a própria Procuradoria da Fazenda Nacional, com base nas disposições do art. 2º, inciso VII, da Portaria PGFN Nº 502/2016, especifica em seu site uma relação de temas que não devem mais ser objeto de recurso. Dentre eles está elencado a denúncia espontânea, nos seguintes termos. 1.13  Denúncia espontânea a) Declaração parcial  Diferença a maior  Multa moratória REsp 1.149.022/SP (tema nº 385 de recursos repetitivos) Resumo: (i) A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente; e (ii) A denúncia espontânea exclui a multa moratória. Vide Atos Declaratórios nº 08/2011 e nº 04/2011. Ressaltase que ambas as Turmas que compõem a Primeira Seção do STJ entendem, de maneira pacífica, que, ainda que se trate de tributo sujeito a lançamento por homologação, se o crédito não foi previamente declarado pelo contribuinte, mas foi pago, podese configurar a denúncia espontânea, desde que ocorram as demais hipóteses do art. 138 do CTN (REsp 1155146/AM, AgRg nos EDcl no Ag 1009777/SP, AgRg no REsp 1046285/MG e AgRg no REsp 1046285/MG). Todavia, isso não afasta a tese firmada no tema nº 61 de recursos repetitivos (REsp's nº 962.379/RS e nº 886.462/RS), no sentido de que "Não resta caracterizada a denúncia espontânea, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos declarados, porém pagos a destempo pelo contribuinte, ainda que o Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10950.900767/200811 Acórdão n.º 9303006.584 CSRFT3 Fl. 10 9 pagamento seja integral". Vide, ainda, a Súmula 360/STJ. I (grifos meus) Neste mesmo sentido, recente decisão tomada por meio do acórdão nº 9303 004.431, de 07 de dezembro de 2016, da relatoria do i. Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 30/12/2003 a 31/07/2007 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ART. 138 CTN. AFASTAMENTO DA MULTA MORATÓRIA. POSSIBILIDADE. A denúncia espontânea, em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, se aplica aos casos em que não houve a declaração do tributo, porém houve o pagamento antes de iniciado qualquer procedimento administrativo fiscal visando sua exigência. No caso concreto, é incontroverso que o pagamento do contribuinte não foi precedido de declaração, razão pela qual não está sujeito à incidência de multa moratória. Diante do exposto voto por dar provimento ao recurso especial do contribuinte. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal  Relator. Fl. 125DF CARF MF
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Numero do processo: 35011.001095/2007-19    
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção    
Câmara: Segunda Câmara    
Seção: Segunda Seção de Julgamento    
Data da sessão: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018    
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018    
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 22/12/2006
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
    
Numero da decisão: 2202-004.350    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Waltir de Carvalho - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rosy Adriane da Silva Dias - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Paulo Sergio Miranda Gabriel Filho, Rosy Adriane da Silva Dias e Martin da Silva Gesto
    
Nome do relator: ROSY ADRIANE DA SILVA DIAS    
    
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 22/12/2006 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Waltir de Carvalho - Presidente. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Paulo Sergio Miranda Gabriel Filho, Rosy Adriane da Silva Dias e Martin da Silva Gesto
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Numero do processo: 13982.000901/2004-79    
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS    
Câmara: 3ª SEÇÃO    
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais    
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018    
Data da publicação: Thu Jun 14 00:00:00 UTC 2018    
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
NÃO CUMULATIVIDADE. DIREITO DE CREDITAMENTO. INSUMOS. EMBALAGENS
Na sistemática de apuração não cumulativa da Cofins, a possibilidade de creditamento, na modalidade aquisição de insumos, deve ser apurada tendo em conta o produto destinado à venda ou o serviço prestado ao público externo pela pessoa jurídica. Gastos com embalagens de acondicionamento, que incorporam as embalagens dos produtos produzidos, referem-se à comercialização, fase posterior à de produção.
    
Numero da decisão: 9303-006.832    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
    
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS    
    
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 NÃO CUMULATIVIDADE. DIREITO DE CREDITAMENTO. INSUMOS. EMBALAGENS Na sistemática de apuração não cumulativa da Cofins, a possibilidade de creditamento, na modalidade aquisição de insumos, deve ser apurada tendo em conta o produto destinado à venda ou o serviço prestado ao público externo pela pessoa jurídica. Gastos com embalagens de acondicionamento, que incorporam as embalagens dos produtos produzidos, referem-se à comercialização, fase posterior à de produção.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
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DIREITO DE CREDITAMENTO. INSUMOS. EMBALAGENS Na sistemática de apuração não cumulativa da Cofins, a possibilidade de creditamento, na modalidade aquisição de insumos, deve ser apurada tendo em conta o produto destinado à venda ou o serviço prestado ao público externo pela pessoa jurídica. Gastos com embalagens de acondicionamento, que incorporam as embalagens dos produtos produzidos, referemse à comercialização, fase posterior à de produção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas  Presidente em exercício (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos  Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 2. 00 09 01 /2 00 4- 79 Fl. 1393DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório Trata o presente processo de pleito por ressarcimento de créditos de Cofins (efl. 02) oriundos da incidência não cumulativa para produtos destinados ao mercado externo, no montante de R$ 22.302,18, referente ao segundo trimestre do ano de 2004. O despacho decisório de efl. 1251 e 1252, em 18/09/2007, com base no Parecer Fiscal de às efls. 1231 a 1250, reconheceu a existência de crédito no montante de R$ 21.371,50. Basicamente, foram glosados valores declarados em DACON que não atenderiam ao conceito de insumo: i) gastos com embalagens destinadas ao transporte de produtos elaborados; ii) gastos com empresas cujo CNAE é incompatível com a aquisição de insumos da atividade agroindustrial; iii) gastos com a aquisição de materiais de construção; iv) frete sobre compra de bem: · não classificado como insumo diretamente aplicado na produção; · não identificado; e · sem identificação do endereço de remetente e do produto; v) outras operações com direito a crédito, pela própria informação do contribuinte. Além disso, foi alterado o rateio proporcional às receitas advindas do mercado externo, relativamente ao 2º trimestre de 2004, em face de glosas de receitas realizadas pela fiscalização, conforme esclarecimentos no Parecer Fiscal, à efl. 1247. Cientificada do despacho, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, às efls. 1256 a 1259, em 25/10/2007, para que fossem deferidos os créditos da contribuição à Cofins descontada sobre as notas fiscais de aquisição de embalagens para o acondicionamento dos produtos industrializados, assim como sobre os serviços de fretes contratados para o transporte dos insumos. Já a 5ª Turma da DRJ/RJOII, no acórdão nº 13 24.619, prolatado em 30/04/2009, às efls. 1281 a 1290, considerou, por unanimidade, improcedente a manifestação de inconformidade, entendendo que teria havido litígio apenas em relação às glosas dos itens i) embalagens e iv) frete. Intimada do acórdão da DRJ em 21/05/2009 (efl. 1294), a contribuinte, interpôs recurso voluntário, às efls. 1296 a 1301. Em resumo, reitera a manifestação de inconformidade e requer o crédito sobre aquisição de embalagens para o acondicionamento dos produtos industrializados, assim como sobre os serviços de fretes contratados para o transporte dos insumos. Fl. 1394DF CARF MF Processo nº 13982.000901/200479 Acórdão n.º 9303006.832 CSRFT3 Fl. 1.394 3 O recurso voluntário foi apreciado pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento em 09/12/2010, resultando no acórdão nº 340200.245, às efls. 1304 a 131542, que tem as seguintes ementas: COFINS. REGIME NÃO CUMULATIVO. EMBALAGEM. INSUMOS. O conceito de insumo dentro da sistemática de apuração de créditos pela não cumulatividade de PIS e Cofins deve ser entendido como todo e qualquer custo ou despesa necessária à atividade da empresa, nos termos da legislação do IRPJ, não devendo ser utilizado o conceito trazido pela legislação do IPI, uma vez que a materialidade de tal tributo é distinta da materialidade das contribuições em apreço. Pleito deferido. INSUMOS. FRETE. CONHECIMENTO DE TRANSPORTE INCOMPLETO. REGIME ESPECIAL DE ESTADO MEMBRO. FORMALIDADES NÃO COMPROVADAS. Criado regime especial que excepciona exigência de formalidades fiscais, devese demonstrar o cumprimento das exigências de adesão a tal regime através da apresentação de documentos comprobatórios. O acórdão teve o seguinte teor: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário. O voto condutor deferiu o ressarcimento de créditos decorrentes da aquisição de embalagens utilizadas para transporte de mercadoria, sob o fundamento de que o conceito de insumo deve ser entendido como todo e qualquer custo ou despesa necessária à atividade da empresa, nos termos da legislação do IRPJ. A decisão manteve a glosa dos créditos relativos ao frete, por falta de elementos probatórios. Recurso especial de Fazenda Intimada para ciência do acórdão nº 340200.245 em 10/11/2011 (efl. 1316), a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência em 11/11/2011, às efls. 1318 a 1341. A Procuradora indica dois acórdãos paradigmas, de nº 310100.795 e nº 203 12448, que divergem do recorrido pois elaboram entendimento de que, no contexto da não cumulatividade do PIS e da Cofins, o melhor critério para definição de insumos é aquele previsto na legislação do IPI, a teor do Parecer Normativo nº 65/79. Alega que embalagens não são incorporadas ao produto no processo de industrialização e conclui que, assim, não podem ensejar créditos da contribuição A Procuradora requereu que fosse conhecido e provido recurso especial, para reformar o acórdão recorrido, na parte em que desfavorável à Fazenda Nacional, restabelecendose a Decisão de primeira instância. Fl. 1395DF CARF MF 4 O Presidente da 2ª Câmara de Terceira Seção de Julgamento do CARF, apreciou o recurso especial de divergência da Fazenda em 11/05/2012, no despacho nº 3202 00.102, às efls. 1345 a 1348, com base nos arts. 67 e 68 do do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais  RICARF, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009, dandolhe seguimento. A contribuinte foi intimada (efl. 1350) do acórdão nº 340200.245 e do despacho de admissibilidade nº 320200.102, em 20/07/2012 (efl. 1351) e não apresentou qualquer manifestação nos autos dentro dos prazos regimentais. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos  Relator O recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional é tempestivo, cumpre os requisitos regimentais e dele conheço. No mérito, discordo dos argumentos da recorrente, porém, em face do conhecimento do recurso que me leva à apreciação da matéria, adoto razão de decidir que leva ao seu provimento, isso porque penso que só pode ser tomado por insumo o bem ou serviço que tenha aplicação direta ao processo produtivo ou no serviço prestado. Esse seria um entendimento consoante com a legislação do PIS e da Cofins, ao ver os insumos como bens e serviços passíveis de geração de créditos que devem estar diretamente vinculados ao bem vendido. Diferente é o critério consoante a legislação do IRPJ, utilizado por aqueles que pretendem ver a geração de créditos por todos bens serviços necessários à produção, que, apesar de essenciais, somente de forma mediata levam à composição do produto. Busco arrimo para esta inteligência nos critérios explanados na Solução de Divergência COSIT nº 7 de 23/08/20161, da qual se extrai: 24.No outro extremo das conclusões, verificase que não são considerados insumo, para fins de creditamento no regime da não cumulatividade das contribuições, bens e serviços que mantenham relação indireta ou mediata com a produção de bem destinado à venda ou com a prestação de serviço ao público externo, tais como bens e serviços utilizados na produção da matériaprima a ser consumida na industrialização de bem destinado à venda (insumo do insumo), utilizados em atividades intermediárias da pessoa jurídica, como administração, limpeza, vigilância, etc. 25.Certamente, diversos e plausíveis são os motivos que justificam a adoção desse entendimento restritivo acerca do conceito de insumos para fins de creditamento da não cumulatividade das contribuições em tela. 26.Em primeiro lugar, devese destacar que o legislador estabeleceu um rol específico e detalhado de hipóteses de 1 http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=78047 Fl. 1396DF CARF MF Processo nº 13982.000901/200479 Acórdão n.º 9303006.832 CSRFT3 Fl. 1.395 5 creditamento no âmbito do regime da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins (art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, e art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004). Esse fato é evidente e mostrase muito significativo se efetuada uma comparação entre o rol específico e detalhado de hipóteses de creditamento estabelecido pela legislação das contribuições e a definição genérica de despesas dedutíveis estabelecida pela legislação do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica  IRPJ) (art. 47 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964). 27.Com base nessa inconteste diferença de técnicas legislativas adotadas nas legislação dos tributos citados acima, resta clara a correspondente diferença de objetivos/pretensões do legislador. Enquanto na legislação do IRPJ se pretendeu permitir a dedutibilidade de todas as despesas necessárias à atividade da empresa, na legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins se pretendeu permitir o creditamento apenas em relação a específicos e determinados dispêndios da pessoa jurídica. 28.Outro fato importante a ser considerado é que a legislação das contribuições, de um lado, estabelece como base de cálculo das contribuições no regime de apuração não cumulativa o valor total das receitas auferidas no mês pelo sujeito passivo tomadas como um todo, independentemente das operações que ocasionaram o ingresso de receitas, salvo exclusões legais (arts. 1º e 2º da Lei nº 10.637, de 2002, e arts. 1º e 2º da Lei nº 10.833, de 2003), e, de outro lado, de maneira oposta, a mesma legislação discrimina especificamente bens, serviços e operações em relação aos quais se permite a apuração de créditos, em preterição à permissão genérica de creditamento em relação a custos e despesas incorridos na atividade econômica do sujeito passivo (art. 3o da Lei no 10.637, de 2002, art. 3o da Lei no 10.833, de 2003, e art. 15 da Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004). 29.Diante disso, resta claro que as hipóteses de creditamento das contribuições devem ser entendidas como taxativas e não devem ser interpretadas de forma a permitir creditamento amplo e irrestrito, pois essa interpretação tornaria absolutamente sem efeito o rol de hipóteses de creditamento estabelecido pela legislação. 30.Demais disso, a permissão ampla e irrestrita de creditamento em relação a todos os gastos necessários às atividades da pessoa jurídica, como se insumos fossem, acabaria por subverter a base de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins estabelecida constitucionalmente, desvirtuandoa da receita (Constituição Federal, art. 195, caput, inciso I, alínea “b”) para o lucro, o que se mostra absolutamente incompatível com a base de incidência prevista na Constituição Federal. 31.Ainda perquirindo os fundamentos da adoção de entendimento restritivo sobre os insumos que geram crédito na Fl. 1397DF CARF MF 6 legislação das contribuições, cumpre analisar o rol de hipóteses de creditamento estabelecido pelo art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e pelo art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003. 32.Conforme se observa, dentre todas as hipóteses de creditamento estabelecidas, apenas duas albergam dispêndios necessária e diretamente atrelados à atividade de produção e prestação de serviços, quais sejam aquisição de insumos e aquisição ou fabricação de bens incorporados ao ativo imobilizado, bem assim apenas duas relativas a dispêndios necessária e diretamente atrelados à revenda de bens, quais sejam a aquisição de bens para revenda e a armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda. 33.Com efeito, insumos e bens do ativo imobilizado são utilizados nas atividades finalísticas da pessoa jurídica e participam direta, específica e inafastavelmente do processo de produção de bens e da prestação de serviços, como também bens para revenda e frete na venda participam igualmente da revenda de bens, e suas influências nos respectivos processos econômicos podem ser imediatamente percebidas. 34.Diferentemente, todas as demais hipóteses de creditamento abrangem dispêndios que, conquanto necessários ao desenvolvimento das atividades da pessoa jurídica, podem relacionarse indiretamente com a atividade de produção de bens e prestação de serviços ou revenda de bens, pois também são utilizados em áreas intermediárias da atividade da pessoa jurídica. Exemplificativamente citamse: energia elétrica e térmica; aluguéis de prédios e máquinas; arrendamento mercantil; depreciação ou aquisição de edificações e de benfeitorias em imóveis; e valetransporte, valerefeição ou vale alimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados. 35.Deveras, tais dispêndios decorrem da utilização pela pessoa jurídica de bens e serviços necessários à manutenção de todo seu funcionamento ou mesmo de sua existência e não especificamente à produção de bens e prestação de serviço ou à revenda de bens. 36.Daí, resta evidente que não se pretendeu abarcar no conceito de insumo todos os dispêndios da pessoa jurídica incorridos no desenvolvimento de suas atividades, mas apenas aqueles direta e imediatamente relacionados com a produção de bens destinados à venda ou a prestação de serviços. 37.Se o termo insumo tivesse sido utilizado em acepção ampliativa, para abarcar todos os gastos necessários ao funcionamento da pessoa jurídica, todas as hipóteses de creditamento estabelecidas no art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e no art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, constituiriam redundância, pleonasmo, letra morta, já que poderiam ser aglomeradas no conceito ampliativo de insumo. 38.Ademais, a adoção desse conceito ampliativo de insumo geraria uma incoerência sistemática decorrente do fato de o inciso II do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e o inciso II do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, concederem créditos apenas em Fl. 1398DF CARF MF Processo nº 13982.000901/200479 Acórdão n.º 9303006.832 CSRFT3 Fl. 1.396 7 relação aos insumos utilizados nas atividades de produção de bens e de prestação de serviços e não concederem créditos aos insumos utilizados na atividade de revenda de bens. Com efeito, se adotado esse conceito ampliativo de insumo, não parece existir qualquer fundamento para excluir as pessoas jurídicas comerciais do direito a apuração desse crédito. 39.Já a interpretação restritiva do conceito de insumo adotada nesta Solução de Divergência tem o condão de explicar o motivo da exclusão da atividade comercial do direito de creditamento em relação à aquisição de insumos feita pelos citados dispositivos. Eis que, considerandose insumos apenas os bens e serviços diretamente relacionados à atividade de produção de bens e de prestação de serviços, no caso da revenda de bens esses insumos são exatamente os bens para revenda, armazenagem e frete na operação de venda, a cuja aquisição a legislação conferiu expressamente direito de creditamento, no inciso I do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e nos incisos I e IX do art. 3º, c/c art. 15, da Lei nº 10.833, de 2003. 40.Destarte, devese reconhecer que o termo insumo consignado no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de 2003, foi utilizado em sua acepção restritiva, para alcançar apenas bens e serviços direta e imediatamente relacionados com a produção de bens destinados à venda ou com a prestação de serviços a terceiros. (Negritei.) O tratamento acima justifica a posição abaixo transcrita: 14. Analisandose detalhadamente as regras constantes dos atos transcritos acima e das decisões da RFB acerca da matéria, podese asseverar, em termos mais explícitos, que somente geram direito à apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins a aquisição de insumos utilizados ou consumidos na produção de bens que sejam destinados à venda e de serviços prestados a terceiros, e que, para este fim, somente podem ser considerados insumo: a) bens que: a.1) sejam objeto de processos produtivos que culminam diretamente na produção do bem destinado à venda (matéria prima); a.2) sejam fornecidos na prestação de serviços pelo prestador ao tomador do serviço; a.3) que vertam sua utilidade diretamente sobre o bem em produção ou sobre o bem ou pessoa beneficiados pela prestação de serviço (tais como produto intermediário, material de embalagem, material de limpeza, material de pintura, etc); ou Fl. 1399DF CARF MF 8 a.4) sejam consumidos em máquinas, equipamentos ou veículos que promovem a produção de bem ou a prestação de serviço, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado da pessoa jurídica (tais como combustíveis, moldes, peças de reposição, etc); b) serviços que vertem sua utilidade diretamente na produção de bens ou na prestação de serviços, o que geralmente ocorre: b.1) pela aplicação do serviço sobre o bem ou pessoa beneficiados pela prestação de serviço; b.2) pela prestação paralela de serviços que reunidos formam a prestação de serviço final disponibilizada ao público externo (como subcontratação de serviços, etc); c) serviços de manutenção de máquinas, equipamentos ou veículos utilizados diretamente na produção de bens ou na prestação de serviços. (Grifei.) Para elucidação da questão posta no caso concreto, parto da apresentação das razões recursais do contribuinte quanto à matéria, constante da decisão recorrida à efl. 1306, nos termos a seguir reproduzidos: 1. Quanto à glosa referente às embalagens: são elas utilizadas para transportar os produtos industrializados aos clientes da recorrente, sem as quais (embalagens) não seria possível o desenvolvimento das suas atividades, entrando como verdadeiro custo da sua produção, com natureza clara de insumo. São embalagens maiores (caixas), que servem para acondicionar as dezenas de embalagens menores. Ressaltando ainda, que após o uso (transporte/exposição), os insumos (caixas) não são reaproveitados, e sim, descartados. A decisão recorrida entendeu que essas embalagens seriam despesas necessárias ao desenvolvimento das atividades da recorrente, sendo posteriormente descartadas. Contudo, classifico esses gastos como gastos da atividade comercial, ou seja, posteriores à produção. Salientese que a produção está completa e acabada no momento em que o produto é fabricado, pois, em tese, nada impede que um cliente adquirisse o produto a granel, no próprio estabelecimento do contribuinte. Ora, isso afasta a necessidade do gasto para fabricação do produto. Dessarte, entendo que os gastos em litígio não caracterizam insumos necessários à produção do período, para fins de creditamento da contribuição. CONCLUSÃO Em face do exposto, voto por conhecer do recurso especial de divergência da Procuradoria da Fazenda Nacional, para darlhe provimento. (assinado digitalmente) Fl. 1400DF CARF MF Processo nº 13982.000901/200479 Acórdão n.º 9303006.832 CSRFT3 Fl. 1.397 9 Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 1401DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.920077/2009-30    
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção    
Câmara: Terceira Câmara    
Seção: Terceira Seção De Julgamento    
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018    
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018    
Numero da decisão: 3301-000.536    
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a Unidade da RFB de origem: (i) analise se há saldo credor oriundo do Proc. 11831.002041/2003-25 disponível para fins de homologação da compensação aqui analisada; (ii) informe se eventual saldo credor disponível é suficiente para fins de liquidar os débitos indicados nesta DCOMP.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
    
Nome do relator: MARIA EDUARDA ALENCAR CAMARA SIMOES    
    
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a Unidade da RFB de origem: (i) analise se há saldo credor oriundo do Proc. 11831.002041/2003-25 disponível para fins de homologação da compensação aqui analisada; (ii) informe se eventual saldo credor disponível é suficiente para fins de liquidar os débitos indicados nesta DCOMP. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri - Presidente. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1297; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 106 1 105 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.920077/200930 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3301000.536 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 21 de março de 2018 Assunto PIS/COFINS Recorrente PROMON TECNOLOGIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a Unidade da RFB de origem: (i) analise se há saldo credor oriundo do Proc. 11831.002041/200325 disponível para fins de homologação da compensação aqui analisada; (ii) informe se eventual saldo credor disponível é suficiente para fins de liquidar os débitos indicados nesta DCOMP. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri  Presidente. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões  Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 20 07 7/ 20 09 -3 0 Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10880.920077/200930 Resolução nº 3301000.536 S3C3T1 Fl. 107 2 Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da decisão da DRJ, de fls. 40 e seguintes dos autos: A interessada transmitiu Per/Dcomp (fls. 02/03) visando a compensar o(s) débito(s) nele declarado(s), com crédito oriundo de pagamento a maior de PIS, relativo ao fato gerador de 31/03/2003. A Delegacia da Receita Federal de jurisdição da contribuinte emitiu Despacho Decisório eletrônico (fl. 06), no qual não homologa a compensação pleiteada, sob o argumento de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação. Cientificada em 01/04/2009 (fl. 07), a contribuinte apresentou, em 04/05/2009, a manifestação de inconformidade de fls. 08/09, em que alega, em síntese, que o total do tributo recolhido foi de R$ 598.236,01, enquanto o valor devido era de R$ 454.016,66, gerando, assim, um crédito de R$ 144.219,35. Para comprovar o valor pago, junta: a) cópia de Declaração de Compensação em papel, relativa ao processo administrativo nº 11831.002689/200300, onde consta o débito de PIS relativo ao período de apuração de 31/03/2003, no valor de R$ 267.007,21; b) cópia de Declaração de Compensação em papel, relativa ao processo administrativo nº 11831.002041/200325, onde consta o débito de PIS relativo ao mesmo período, cujo processo de débito é o de nº 11831.002681/200335, no valor de R$ 21.667,87; c) DARF relativo a débito do PIS do mesmo período, recolhido em atraso em 13/06/2003, com valor principal de R$ 165.341,58, valor da multa de R$ 32,192,00, valor dos juros de R$ 4.910,64 e valor total de R$ 202.444,22. Alega, ainda, questões relacionadas a prescrição, abaixo transcritas: Por outro lado, todos os débitos da Requerente, cuja compensação com os créditos acima referidos foi pleiteada, resultam de tributos sujeitos a lançamento por homologação, cujos fatos geradores ocorreram há muito mais de 5 (cinco) anos. Assim, o fisco já decaiu do direito de proceder a seu lançamento, consoante parágrafo 4° do artigo 150 do CTN. E caso se entenda que a inclusão desses débitos em DCTF equivaleria ao lançamento, então já teriam transcorrido mais de 5 (cinco) anos da constituição definitiva dos créditos tributários, que, em consequência, estariam extintos_pela prescrição (art. 174 do CTN). Portanto, se não tivesse ocorrido a compensação, os débitos estariam ainda assim extintos, pela decadência ou pela prescrição. Ao analisar o caso, a DRJ entendeu por julgar improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo contribuinte, em decisão que restou assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/03/2003 DCTF. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. DÉBITO DECLARADO. Não se admite a existência de indébito tributário quando o valor recolhido encontrarse totalmente utilizado para pagamento de tributo informado em declaração que constitui confissão de dívida Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10880.920077/200930 Resolução nº 3301000.536 S3C3T1 Fl. 108 3 e não houver provas quanto a eventual erro material contido na declaração. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte foi intimado acerca desta decisão em 24/08/2015 (fl. 41) e, insatisfeito com o seu teor, interpôs em 24/09/2015 Recurso Voluntário (fls. 43/64), através do qual pleiteou a reforma da decisão recorrida sob os seguintes argumentos: (i) alega que dispõe efetivamente do crédito a ser utilizado na compensação  informa que teria havido um erro formal no preenchimento do pedido de compensação apresentado, e que o crédito decorreria de um saldo credor decorrente do Proc. 11831.002041/200325 (diferença entre R$ 165.887,22 e R$ 21.667,27); (ii) alega que, entre a declaração de compensação, em 16 de abril de 2003 e a data em que a recorrente foi notificada do despacho decisório, em 25 de março de 2009, já teria decorrido mais de 5 (cinco) anos, consumandose assim a compensação tácita. Os autos, então, vieramse conclusos para fins de análise do Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte. É o breve relatório. Fl. 109DF CARF MF Processo nº 10880.920077/200930 Resolução nº 3301000.536 S3C3T1 Fl. 109 4 Voto Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões: O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Consoante acima indicado, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls. 43/64), através do qual pleiteou a reforma da decisão recorrida sob os seguintes argumentos: (i) alega que dispõe efetivamente do crédito a ser utilizado na compensação  informa que teria havido um erro formal no preenchimento do pedido de compensação apresentado, e que o crédito decorreria de um saldo credor decorrente do Proc. 11831.002041/200325 (diferença entre R$ 165.887,22 e R$ 21.667,27); (ii) alega que, entre a declaração de compensação, em 16 de abril de 2003 e a data em que a recorrente foi notificada do despacho decisório, em 25 de março de 2009, já teria decorrido mais de 5 (cinco) anos, consumandose assim a compensação tácita. Inicialmente, importante que seja analisada a prejudicial de mérito apresentada pelo contribuinte, relativo à suposta configuração da homologação tácita. Em sua defesa o contribuinte alega que teria decorrido mais de 5 (cinco) anos entre a declaração de compensação, realizada em 16 de abril de 2003, e a data em que a Recorrente foi notificada do despacho decisório, ocorrida em 25 de março de 2009. Ao analisar o caso, contudo, verificase que não houve a homologação tácita indicada pelo contribuinte. Isso porque, verificase que a declaração de compensação aqui analisada (Proc. 10880.920077/200930) data de 09 de março de 2009 (vide fl. 01 dos autos). Logo, decorreu apenas poucos dias entre o seu protocolo e o despacho decisório, datado de 25 de março de 2009. Verificase, então, que a declaração de compensação a que se refere o contribuinte, a qual foi apresentada em 16 de abril de 2003, é a relativa ao Proc. 11831.002689/200300 (vide fl. 13 dos autos), que corresponde a outro processo de compensação, analisado no presente caso tão somente para fins de identificação dos pagamentos e compensações relativos ao período de apuração em tela. Logo, não resta dúvidas que a alegação de homologação tácita apresentada pelo contribuinte não se sustenta, razão pela qual deverá ser afastada por este órgão de julgamento. Superado este ponto, passase à análise do mérito da presente contenda, qual seja, da alegação do contribuinte de que dispõe efetivamente do crédito a ser utilizado na compensação. Aqui, é válido destacar que o contribuinte trouxe em seu recurso voluntário argumento diverso do que havia apresentado em sua manifestação de inconformidade. Naquela oportunidade, o contribuinte havia alegado que havia efetuado pagamentos a maior, no total de R$ 598.236,01, quando deveria ter realizado o pagamento tão somente do importe de R$ 454.016,66. Ao analisar este argumento apresentado pelo contribuinte, a DRJ entendeu pela sua improcedência, visto que havia a demonstração de recolhimentos realizados pelo Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10880.920077/200930 Resolução nº 3301000.536 S3C3T1 Fl. 110 5 contribuinte tão somente no importe de R$ 454.016,66, não havendo, portanto, que se falar em recolhimento a maior. É o que se extrai da passagem a seguir transcrita, extraída da decisão recorrida: À luz do relato feito e da análise do presente processo, verificase que o Despacho Decisório não reconheceu a existência de crédito, tendo em vista que o pagamento de que trata o PER/Dcomp se encontrava alocado a débito de PIS do período de apuração 31/03/2003, no valor de R$ 202.444,22, não homologando a compensação e cobrando o valor do débito informado no PER/Dcomp. Verificase que a DCTF relativa ao 1º trimestre de 2003 consigna como débito de PIS do mês de março a importância de R$ 454.016,66, vinculando parte (R$ 165.341,58) a “Pagamento com DARF” e o restante (R$ 288.675,08) a “Outras Compensações e Deduções” (tela fl. 34). Com efeito, o valor vinculado a pagamento na DCTF é o mesmo que o valor principal do DARF informado no PER/Dcomp. Os acréscimos legais incluídos no respectivo DARF correspondem ao valor devido pelo atraso do recolhimento, que se deu em data posterior à do vencimento do débito, totalizando o valor de R$ 202.444,22, conforme mencionado no Despacho Decisório. Quanto ao valor vinculado às compensações na DCTF, corresponde exatamente ao somatório dos débitos constantes nas Declarações de Compensação em papel apresentadas na manifestação de inconformidade. Notese que as Declarações de Compensação em papel, originalmente protocolizadas em 16/04/2003, foram retificadas em 26/11/2006, alterandose o código de receita de ambos os débitos de PIS para 6912, e, ainda, reduzindo o valor de um dos débitos, de R$ 165.887,22 para R$ 21.667,27. Assim, não procede a alegação da contribuinte de que o total do tributo recolhido teria sido de R$ 598.236,01. Portanto, no confronto entre o valor do débito informado na DCTF do período e os valores do DARF recolhido e das compensações efetuadas, não se vislumbra a ocorrência de pagamento a maior do débito de PIS relativo ao período de apuração de 31/03/2003. O contribuinte, então, apresentou Recurso Voluntário através do qual trouxe novo fundamento aos autos. Alega que o crédito indicado em sua DCOMP não decorre de recolhimento efetuado a maior, mas sim de crédito constituído no Proc. 11831.002041/2003 25. Aponta que, através do processo de compensação n. 11831.002681/200335, pretendeu compensar débitos no valor de R$ 165.887,22 com créditos constituídos naquela outro processo. Ocorre que, em decorrência da retificação do débito originalmente identificado de R$ 165.887,22 para R$ 21.667,27, teria sobrado um saldo credor identificado no proc. 11831.002041/200325. Ou seja, aponta que o valor do crédito indicado na presente DCOMP (R$ 144.219,95  vide fl. 02 dos autos) corresponde exatamente à diferença entre o valor do crédito que seria originalmente utilizado (R$ 165.887,22) e o valor do crédito efetivamente utilizado após a retificação da DCOMP apresentada (R$ 21.667,27). Ocorre que este argumento apresentado pelo contribuinte não chegou a ser analisado pela DRJ, a qual limitouse a apreciar os fundamentos trazidos em sua manifestação de inconformidade. Logo, não houve até o momento qualquer apreciação por parte da Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10880.920077/200930 Resolução nº 3301000.536 S3C3T1 Fl. 111 6 fiscalização ou mesmo dos órgãos julgadores acerca do suposto saldo credor apontado pelo contribuinte. Sendo assim, em atenção ao princípio da verdade material, entendo que a presente demanda deva ser convertida em diligência, para que a unidade de origem analise este fundamento apresentado pelo contribuinte. Conclusão Voto, portanto, no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que a Unidade de origem: (i) analise se há saldo credor oriundo do Proc. 11831.002041/200325 disponível para fins de homologação da compensação aqui analisada; (ii) informe se eventual saldo credor disponível é suficiente para fins de liquidar os débitos indicados nesta DCOMP. Em seguida, o contribuinte deverá ser cientificado quanto ao teor do relatório de diligência para, desejando, manifestarse no prazo legal. Após, os autos deverão retornar ao CARF, para fins de julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões  Relatora. Fl. 112DF CARF MF
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