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Numero do processo: 13016.000448/2003-57
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 07 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF
Período de apuração: 02/07/1993 a 07/02/1994
IOF. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. PRAZO. DECADÊNCIA.ART. 62-A DO RICARF.
O Poder Judiciário tornou a matéria pacífica no sentido de conceder o prazo de dez anos para tributos sujeitos ao lançamento tributário por homologação não admitindo eficácia prospectiva da LC nº 118/2005 para antes de sua vigência.
TRIBUTÁRIO. PIS. PRESCRIÇÃO. INÍCIO DO PRAZO. LC Nº 118/2005. ART. 3°. NORMA DE CUNHO MODIFICADOR E NÃO MERAMENTE INTERPRETATIVA. NÃO APLICAÇÃO RETROATIVA. POSIÇÃO DA 1ª SEÇÃO. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA NA CORTE ESPECIAL (AI NOS ERESP Nº 644736/PE).
1. Uniforme na 1ª Seção do STJ que, no caso de lançamento tributário por homologação e havendo silêncio do Fisco, o prazo decadencial só se inicia após decorridos cinco anos da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais um qüinqüênio, a partir da homologação tácita do lançamento. Estando o tributo em tela sujeito a lançamento Por homologação. aplicam-se a decadência e a prescrição nos moldes acima.
Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte
Numero da decisão: 9303-002.195
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso especial, para reconhecer a tempestividade do pedido de repetição de indébito para fatos geradores a partir de 2/9/1993, determinando o retorno dos autos à unidade preparadora para análise das demais questões de mérito.
Luiz Eduardo de Oliveira Santos- Presidente Substituto
Júlio César Alves Ramos, - Redator ad hoc.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Ausente, momentaneamente, a Conselheira Susy Gomes Hoffmann.
Por intermédio do Despacho de fl. 460, o Presidente da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais incumbiu-me, nos termos do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho administrativo de Recursos Fiscais - RICARF aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015, de redigir o presente acórdão em razão de o Conselheiro Francisco Maurício ter renunciado ao mandato.
Ressalte-se que o relator original disponibilizou à Secretaria da Câmara Superior o relatório, o voto e a ementa aqui adotados, contudo, não houve tempo hábil para que ele próprio a formalizasse a decisão.
Nome do relator: FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF Período de apuração: 02/07/1993 a 07/02/1994 IOF. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. PRAZO. DECADÊNCIA.ART. 62-A DO RICARF. O Poder Judiciário tornou a matéria pacífica no sentido de conceder o prazo de dez anos para tributos sujeitos ao lançamento tributário por homologação não admitindo eficácia prospectiva da LC nº 118/2005 para antes de sua vigência. TRIBUTÁRIO. PIS. PRESCRIÇÃO. INÍCIO DO PRAZO. LC Nº 118/2005. ART. 3°. NORMA DE CUNHO MODIFICADOR E NÃO MERAMENTE INTERPRETATIVA. NÃO APLICAÇÃO RETROATIVA. POSIÇÃO DA 1ª SEÇÃO. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA NA CORTE ESPECIAL (AI NOS ERESP Nº 644736/PE). 1. Uniforme na 1ª Seção do STJ que, no caso de lançamento tributário por homologação e havendo silêncio do Fisco, o prazo decadencial só se inicia após decorridos cinco anos da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais um qüinqüênio, a partir da homologação tácita do lançamento. Estando o tributo em tela sujeito a lançamento Por homologação. aplicam-se a decadência e a prescrição nos moldes acima. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte
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Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso especial, para reconhecer a tempestividade do pedido de repetição de indébito para fatos geradores a partir de 2/9/1993, determinando o retorno dos autos à unidade preparadora para análise das demais questões de mérito. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 01 6. 00 04 48 /2 00 3- 57 Fl. 461DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 18/11/2015 por JULIO CESAR ALVES R AMOS Processo nº 13016.000448/200357 Acórdão n.º 9303002.195 CSRFT3 Fl. 462 2 Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente Substituto Júlio César Alves Ramos, Redator ad hoc. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Ausente, momentaneamente, a Conselheira Susy Gomes Hoffmann. Por intermédio do Despacho de fl. 460, o Presidente da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais incumbiume, nos termos do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho administrativo de Recursos Fiscais RICARF aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015, de redigir o presente acórdão em razão de o Conselheiro Francisco Maurício ter renunciado ao mandato. Ressaltese que o relator original disponibilizou à Secretaria da Câmara Superior o relatório, o voto e a ementa aqui adotados, contudo, não houve tempo hábil para que ele próprio a formalizasse a decisão. Relatório Segue o relatório elaborado pelo Conselheiro Francisco Maurício: Em Recurso Especial de fls. 391/406, admitido pelo Despacho de fls. 447/449, insurgese a Contribuinte contra o acórdão de fls. 382/383, que unanimemente negou provimento ao Recurso Voluntário. A Contribuinte utiliza, como fundamento, a inaplicabilidade dos arts. 3º e 4º da Lei Complementar nº 118/2005, uma vez que o crédito tributário diz respeito aos períodos de 1993 e 1994. O acórdão recorrido traz a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS – IOF Período de apuração: 02/07/1993 a 07/02/1994 IOF. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. PRAZO. DECADÊNCIA. Conforme pacífica jurisprudência deste Colegiado, não havendo marco temporal de declaração de inconstitucionalidade é de 05 (cinco) anos, contados do pagamento indevido da exação, o prazo para se pleitear a restituição ou compensação do tributo. Recurso voluntário negado.” Fl. 462DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 18/11/2015 por JULIO CESAR ALVES R AMOS Processo nº 13016.000448/200357 Acórdão n.º 9303002.195 CSRFT3 Fl. 463 3 Aduz a Recorrente que o acórdão consignou equivocadamente o entendimento sobre a matéria, porque o prazo decadencial deveria ter sido contado a partir da homologação do tributo e não do pagamento. Transcreve à fl. 396/398 ementa do STJ que é favorável à tese do prazo decenal instituído pela Lei Complementar nº 118/2005. Argumenta que a extinção do crédito tributário ocorre com a homologação do pagamento e não com o pagamento, como entendeu este CARF no acórdão recorrido. Às fls. 398/400 e 401/405, ementas deste Conselho favoráveis à tese dos 10 (dez) anos como prazo decadencial em pedidos protocolizados anteriormente à edição da Lei Complementar nº 118/200. Defende que o pedido de compensação referese a períodos de 1993 e 1994, e por isso, não cabe a contagem do prazo decadencial qüinqüenal da multirreferida Lei Complementar nº 118. Por fim, pede o afastamento da Lei Complementar nº 118/2005 em razão da data de protocolização do pedido de compensação ser anterior à edição da referida lei. Contrarrazões às fls. 453/458. Aduz a Fazenda Nacional que a LC nº 118 tem aplicação retroativa lastreada no artigo 106, inciso I, CTN, sendo sintética ao afirmar que não cabe aplicação do prazo decadencial conhecido por “5+5” (cinco mais cinco) em razão da retroatividade mencionada. Pede que seja mantido o acórdão recorrido integralmente para negar provimento ao Recurso Especial. É o relatório. Voto Conselheiro Júlio César Alves Ramos, Redator ad hoc Em seu voto, que segue, disse, com a precisão costumeira, o Conselheiro Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva: O Recurso preenche condições de admissibilidade, dele tomo conhecimento. No presente caso, foi protocolizado em 25.08.2003 declaração de compensação com crédito decorrente de retenções indevidas do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou Fl. 463DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 18/11/2015 por JULIO CESAR ALVES R AMOS Processo nº 13016.000448/200357 Acórdão n.º 9303002.195 CSRFT3 Fl. 464 4 relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF), retenções essas ocorridas de 02.07.1993 a 07.12.1994. Já pacificada a impossibilidade jurídica quanto à retroatividade da LC nº 118/2005, somente admitida sua aplicação a partir de 09.06.2005, data de sua entrada em vigor, segundo entendimento do E. S.T.J. Nessa esteira, como se trata de tributo sujeito a homologação do lançamento, e sendo a protocolização do pedido de compensação efetivada antes da edição da LC nº 118/2005, dou parcial provimento a este Recurso para admitir a compensação pleiteada, afora os períodos base de 02.07.1993 e 02.08.1993, por perfazerem mais de dez anos. Com base nesses fundamentos, o relator original deu provimento parcial ao recurso especial da Fazenda Nacional, sendo acompanhado por unanimidade pelo Colegiado. E é esse o acórdão que me coube redigir. Júlio César Alves Ramos Fl. 464DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 18/11/2015 por JULIO CESAR ALVES R AMOS
score : 1.0
Numero do processo: 11444.001728/2008-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF
Período de apuração: 07/01/2004 a 20/11/2007
REMISSÃO. MP Nº 449/2008. CONDIÇÕES. NÃO ATENDIMENTO.
Uma das condições para o benefício da remissão de débitos concedida pela MP nº 449, de 2008, era a de que os débitos, em 31/12/2007 deveriam estar vencidos há mais de cinco anos. Não atendida a condição incabível cogitar de remissão.
CPMF. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS.
A Súmula Vinculante n° 8, do STF, implicou na declaração de inconstitucionalidade do art. 45 e da Lei n° 8.212/91, que fixava em 10 anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais.
No presente caso, em que não houve pagamento, a regra a ser seguida é a do artigo 173, I, do CTN, o qual estabelece que o prazo para a constituição do crédito tributário é de 5 anos, contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele que poderia ser exigido.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INFORMAÇÕES FORNECIDAS POR INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE RECOLHIMENTO.
Informada à Administração Tributária a falta de retenção/recolhimento da CPMF, correta formalização da exigência, com os acréscimos legais (juros e multas), contra o sujeito passivo na sua qualidade de responsável supletivo pela obrigação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3402-002.884
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e negar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF Período de apuração: 07/01/2004 a 20/11/2007 REMISSÃO. MP Nº 449/2008. CONDIÇÕES. NÃO ATENDIMENTO. Uma das condições para o benefício da remissão de débitos concedida pela MP nº 449, de 2008, era a de que os débitos, em 31/12/2007 deveriam estar vencidos há mais de cinco anos. Não atendida a condição incabível cogitar de remissão. CPMF. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. A Súmula Vinculante n° 8, do STF, implicou na declaração de inconstitucionalidade do art. 45 e da Lei n° 8.212/91, que fixava em 10 anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais. No presente caso, em que não houve pagamento, a regra a ser seguida é a do artigo 173, I, do CTN, o qual estabelece que o prazo para a constituição do crédito tributário é de 5 anos, contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele que poderia ser exigido. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INFORMAÇÕES FORNECIDAS POR INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE RECOLHIMENTO. Informada à Administração Tributária a falta de retenção/recolhimento da CPMF, correta formalização da exigência, com os acréscimos legais (juros e multas), contra o sujeito passivo na sua qualidade de responsável supletivo pela obrigação. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e negar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro.
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MP Nº 449/2008. CONDIÇÕES. NÃO ATENDIMENTO. Uma das condições para o benefício da remissão de débitos concedida pela MP nº 449, de 2008, era a de que os débitos, em 31/12/2007 deveriam estar vencidos há mais de cinco anos. Não atendida a condição incabível cogitar de remissão. CPMF. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. A Súmula Vinculante n° 8, do STF, implicou na declaração de inconstitucionalidade do art. 45 e da Lei n° 8.212/91, que fixava em 10 anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais. No presente caso, em que não houve pagamento, a regra a ser seguida é a do artigo 173, I, do CTN, o qual estabelece que o prazo para a constituição do crédito tributário é de 5 anos, contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele que poderia ser exigido. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INFORMAÇÕES FORNECIDAS POR INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE RECOLHIMENTO. Informada à Administração Tributária a falta de retenção/recolhimento da CPMF, correta formalização da exigência, com os acréscimos legais (juros e multas), contra o sujeito passivo na sua qualidade de responsável supletivo pela obrigação. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 44 4. 00 17 28 /2 00 8- 11 Fl. 146DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e negar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 3ª Turma da DRJ em Campinas – SP (fls. 104/110 do processo eletrônico), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pelo Recorrente, cujo crédito tributário provém da lavratura do Auto de Infração relativo à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF (fls. 02/53). O feito é relativo a fatos geradores ocorridos de janeiro de 2004 a novembro de 2007. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: Tratase de impugnação a exigência fiscal relativa à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF, formalizada no auto de infração de fls. 04/52 (a numeração referese sempre à da versão digitalizada dos autos). O feito, relativo a fatos geradores ocorridos de janeiro de 2004 a novembro de 2007, constituiu crédito tributário no montante de R$ 2.060,76, incluídos principal, multa de ofício e juros de mora. No corpo do auto de infração, a autoridade autuante relata que os valores exigidos referemse à CPMF não retida à época dos fatos geradores por força de medida judicial e que remanesceu em aberto mesmo após a queda da proteção. Os débitos exigidos de ofício foram apurados com base nas informações fornecidas pela instituição financeira junto à qual o fiscalizado mantinha conta corrente. Notificado do lançamento em 01/12/2009 (fl. 62), em 15/01/2009 o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 64/73 argumentando em síntese o que segue: 1. foi beneficiário de medida liminar obtida em ação de Mandado de Segurança Coletivo impetrado por sindicato representativo de sua categoria profissional que determinou que Fl. 147DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 11444.001728/200811 Acórdão n.º 3402002.884 S3C4T2 Fl. 147 3 as instituições financeiras suspendessem a retenção da CPMF nas movimentações financeiras dos representados; a liminar foi confirmada em decisão de primeiro grau; 2. a decisão foi reformada pelo TRF da 3ª Região no julgamento do Recurso de Apelação interposto pela União Federal, após o que as instituições bancárias retomaram a retenção da CPMF nas movimentações financeiras, inclusive as praticadas pelo impugnante; 3. o crédito exigido foi remitido em face da edição da Medida Provisória nº 449, de 2008 que concedeu anistia aos débitos de até R$ 10.000,00; 4. a responsabilidade pela retenção da CPMF cabia às instituições financeiras, não havendo o contribuinte voluntariamente contribuído para o não recolhimento do tributo, não havendo motivo para a imposição da multa de 75%. Os argumentos aduzidos pelo sujeito passivo, no entanto, não foram acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA CPMF Período de apuração: 07/01/2004 a 20/11/2007 REMISSÃO. MP Nº 449/2008. CONDIÇÕES. NÃO ATENDIMENTO. Uma das condições para o benefício da remissão de débitos concedida pela MP nº 449, de 2008, era a de que os débitos, em 31/12/2007 deveriam estar vencidos há mais de cinco anos. Não atendida a condição incabível cogitar de remissão. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INFORMAÇÕES FORNECIDAS POR INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE RECOLHIMENTO. Informada à Administração Tributária a falta de retenção/recolhimento da contribuição correta formalização da exigência, com os acréscimos legais, contra o sujeito passivo na sua qualidade de responsável supletivo pela obrigação. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado da referida decisão em 29/01/2013 (fl. 132), o interessado, em 28/02/2013 (fl. 133), apresentou o recurso voluntário de fls. 133/144, com as alegações resumidas abaixo: a) que foi beneficiário de medida liminar obtida em ação de Mandado de Segurança Coletivo (MSC) impetrado por sindicato representativo de sua categoria profissional que determinou que as instituições financeiras suspendessem a retenção da CPMF nas movimentações financeiras dos representados. A liminar foi confirmada em decisão de primeiro grau. A decisão foi reformada pelo TRF da 3ª Região no julgamento do Recurso de Fl. 148DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 Apelação interposto pela União Federal, após o que as instituições bancárias retomaram a retenção da CPMF nas movimentações financeiras, inclusive as praticadas pelo Recorrente; b) diante disso, preliminarmente, que seja declarada a remissão/anistia do lançamento de ofício objeto desta impugnação, declarandose a inexigibilidade do crédito tributário, vez que o valor é inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), de acordo com o artigo 14 da Medida Provisória 449, de 03/12/ 2008; c) alternativamente, seja excluída a multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento), vez que não se verifica a presença do elemento subjetivo intencional de sonegação; d) que seja reconhecida e declarada a decadência do direito da Autoridade Fazendária de efetuar o lançamento da CPMF, juros de mora e multa relativamente ao período de janeiro a novembro/ 2004, excluindo os respectivos lançamentos do Auto de Infração. Diante do exposto, requer que seja conhecido e provido este Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Admissibilidade do recurso A recorrente foi cientificada da referida decisão em 29/01/2013 (fl. 132), o interessado, em 28/02/2013 (fl. 133), apresentou o recurso voluntário de fls. 133/144, portanto tempestivo e preenche aos demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Ressaltese que o recorrente não nega a sua condição de contribuinte de fato da CPMF, e nem poderia fazêlo, a teor da clara determinação nesse sentido do artigo 4° da Lei n° 9.311, de 24 de outubro de 1996. Quanto à responsabilização pelo recolhimento da contribuição nos casos em que não tenha havido a sua retenção, sejam quais tenham sido seus motivos, pode ser ela identificada na leitura no § 3° do artigo 5° da Lei n°9.311, de 1996, ou seja, é do contribuinte, em caráter supletivo. Preliminar de remissão dos débitos Alega o recorrente, preliminarmente, que o crédito tributário lançado no Auto de Infração, foi anistiado/remitido, em face da edição da Medida Provisória n° 449, de 03 de dezembro de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, que concedeu anistia aos débitos de contribuintes até o limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Assim, de forma direta, passase a analisar o que quedouse estabelecido no art. 14 da citada Lei em relação aos valores anistiados: Lei nº 11.941, de 2009 Art. 14. Ficam remitidos os débitos com a Fazenda Nacional, inclusive aqueles com exigibilidade suspensa que, em 31 de dezembro de 2007, estejam vencidos há 5 (cinco) anos ou mais e cujo valor total consolidado, nessa mesma data, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Fl. 149DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 11444.001728/200811 Acórdão n.º 3402002.884 S3C4T2 Fl. 148 5 § 1º O limite previsto no caput deste artigo deve ser considerado por sujeito passivo e, separadamente, em relação: I – aos débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos; II – aos demais débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional; III – aos débitos decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e IV – aos demais débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (...) ...(grifouse). Como se vê, uma das condições para que o débito seja anistiado é que, em 31/12/2007 esteja vencido há mais de cinco anos, situação que não se configura no caso sob exame no qual os créditos mais antigos datam de 07/01/2004. Não resta dúvida que a remissão prevista beneficia exclusivamente os débitos vencidos até 31/12/2002, isto é, cinco anos anteriores (ou mais) a 31/12/2007, o que não é o caso do presente auto, que alcança fatos geradores cujos vencimentos ocorreram a partir de 07/01/2004. Portanto, a situação em tela não se amolda à hipótese de remissão prevista na Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009. Rejeito, assim, pelo fundamento acima, a preliminar suscitada. Da decadência O recorrente foi cientificado da lavratura do Auto de Infração em 01/12/2009, ocasião em que ocorreu o lançamento da CPMF do período de 01/2004 a 11/2007. Alega, portanto, já extinto o crédito tributário referente às competências anteriores a 01/12/2004, em face do transcurso do prazo decadencial previsto no parágrafo 4o, do artigo 150, do Código Tributário Nacional, em relação ao período de janeiro a novembro de 2004. Pois bem. O Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212, de 1991, que fixava em 10 anos o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário pelo lançamento. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 Deste julgamento resultou a edição da Súmula Vinculante n° 8, com o seguinte teor: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. (DJe nº 112/2008, p. 1, em 20/6/2008. DO de 20/6/2008, p. 1.). Afastada a aplicação do artigo 45 da Lei n° 8.212, de 1991, toma seu lugar, para fins de definição do termo inicial do prazo decadencial, são dois os dispositivos legais a serem consultados, quais sejam, (i) o artigo 173, inciso I, e (ii) o art. 150, § 4°, ambos do Código Tributário Nacional (CTN). No presente caso, em que não houve pagamento da CPMF, a regra a ser seguida é a do artigo 173, I, do CTN, o qual estabelece que o prazo para a constituição do crédito tributário é de 5 anos, contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele que poderia ser exigido. O fato gerador mais antigo ocorreu em 07/01/2004, de maneira que o prazo decadencial iniciouse em 01/01/2005. O lançamento, no entanto, aconteceu em 01/12/2009, portanto, antes de transcorrer o prazo de 05 (cinco) anos. Cumpre destacar que a existência de decisão suspendendo a exigibilidade do crédito tributário de maneira alguma interfere na contagem do prazo decadencial. Por todos os ângulos, como visto, não configurase o transcurso do prazo decadencial para deixar de constituir o crédito tributário, devendose por isso confirmar o entendimento adotado pelo Fisco. Rejeito, assim, pelos fundamentos acima, a ocorrência da propalada decadência. Da multa de ofício aplicada (de 75%) O recorrente aduz em seu recurso, que somente deixou de recolher a CPMF em virtude de decisão judicial, inicialmente por força de medida liminar e depois em razão de decisão de mérito, proferida pela 7ª Vara Cível Federal de São Paulo (SP). Portanto, não houve qualquer intenção em fraudar, frustrar o sonegar o recolhimento do tributo, vez que imediatamente após a reforma da decisão de primeiro grau, as instituições financeiras voltaram a descontar normalmente e a recolher a CPMF aos cofres da Fazenda Nacional. Nestas circunstâncias, não tendo havido a prática de qualquer ato voluntário do recorrente que pudesse ser considerado como fraude ou sonegação, não há que se cogitar na aplicação da multa de ofício de 75%, imposta no Auto de Infração. Em relação à multa de ofício aplicada e os juros de mora, estão prevista na própria Lei que instituiu a CPMF (artigo 13 e 14, da Lei n° 9.311/96) e devem ser mantidos. Vejase: Art. 13. A contribuição não paga nos prazos previstos nesta Lei será acrescida de: I juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento da obrigação até o último dia do Fl. 151DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 11444.001728/200811 Acórdão n.º 3402002.884 S3C4T2 Fl. 149 7 mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento; II multa de mora aplicada na forma do disposto no inciso II do art. 84 da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Art.14. Nos casos de lançamento de ofício, aplicarseá o disposto nos arts. 44, 47 e 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 (grifouse). A Instrução Normativa SRF nº 89, de 2000, assumindo o instituto da responsabilidade supletiva do contribuinte pela CPMF não retida pela instituição bancária, reafirmou o dever do lançamento da contribuição, acrescida de multa de ofício e juros de mora, contra a própria contribuinte caso a CPMF não seja retida, mesmo nas situações em que a falta de retenção tenha se justificado por força de medida judicial posteriormente levantada: Instrução Normativa nº 89, de 2000: Art. 3º A não retenção da contribuição, nas hipóteses estabelecidas nesta Instrução Normativa sujeita o contribuinte a lançamento de ofício. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, a contribuição será acrescida de: I – juros de mora, determinados de conformidade com o inciso I do § 2º do art.2º (juros equivalente à taxa SELIC) II – multa de lançamento de ofício, de 75% a 225%, conforme o caso. Assim, não tendo havido retenção da CPMF por parte das instituições financeiras, deve o Fisco exigir do contribuinte, devedor principal e responsável supletivo por dívida própria, a satisfação do crédito tributário. Ainda quanto à pretensão de exclusão da multa de ofício, há que se observar primeiramente o que determina o mandamento expresso no art. 63, § 2º., da Lei nº. 9.430, de 1996, verbis: Art. 63 (...). § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. Do dispositivo acima, interpretandose literalmente, resta claro que não haveria incidência sequer de multa de mora se o sujeito passivo houvesse efetuado o recolhimento da obrigação que se encontrava com a exigibilidade suspensa em até trinta dias após a publicação da decisão judicial que considerou devida a contribuição. No caso sob exame, entendo que corretamente, a fiscalização enquadrouo no art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430/96: Fl. 152DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 8 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007). I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (grifouse). Ainda no que respeita à imposição da multa de ofício, cumpre esclarecer que a responsabilidade por infrações da legislação tributária possui caráter objetivo, independendo da intenção do sujeito passivo. Em outras palavras, basta para caracterizála a prática do ato que infringe a norma tributária, sendo irrelevantes os motivos que eventualmente possam ter contribuído para tal conduta. Tratase de princípio consagrado no próprio CTN, cujo art. 136 dispõe: Lei nº 5.172, de 1966 (CTN) Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. No caso destes autos, a multa de ofício foi lançada como penalidade porque o recorrente, na qualidade de responsável suplente pelo adimplemento da CPMF, deixou de efetuar o pagamento da obrigação. Conclusão Diante das considerações e fundamentos acima expostos, voto no sentido de conhecer do recurso voluntário, para rejeitar as preliminares e no mérito negar provimento ao recurso, mantendo integralmente o decidido pela DRJ em Campinas. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Relator Fl. 153DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 11444.001728/200811 Acórdão n.º 3402002.884 S3C4T2 Fl. 150 9 Fl. 154DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Numero do processo: 18471.000947/2006-33
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 03 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Sat Feb 27 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
CARACTERIZAÇÃO DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
Quando a capitulação legal é feita de forma equivoca, na descrição dos fatos são colacionados elementos que corroboram esse equívoco, a defesa apresenta argumentos para afastar o enquadramento legal trazido, os julgadores de primeira e segunda instância exaram suas decisões em torno desse enquadramento legal, resta caracterizado o cerceamento do direito de defesa.
Recurso Especial do Procurador Negado.
Numero da decisão: 9101-002.219
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Recurso Especial da Fazenda Nacional conhecido por unanimidade de votos e, no mérito, negado provimento ao recurso por maioria de votos, vencido o Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão (Relator). Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Adriana Gomes Rego.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Relator
(Assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Redatora Designada
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Cristiane Silva Costa, Adriana Gomes Rego, Luís Flávio Neto, Andre Mendes De Moura, Livia De Carli Germano (Suplente Convocada), Rafael Vidal De Araújo, Ronaldo Apelbaum (Suplente Convocado), Maria Teresa Martinez Lopez e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2002 CARACTERIZAÇÃO DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Quando a capitulação legal é feita de forma equivoca, na descrição dos fatos são colacionados elementos que corroboram esse equívoco, a defesa apresenta argumentos para afastar o enquadramento legal trazido, os julgadores de primeira e segunda instância exaram suas decisões em torno desse enquadramento legal, resta caracterizado o cerceamento do direito de defesa. Recurso Especial do Procurador Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Recurso Especial da Fazenda Nacional conhecido por unanimidade de votos e, no mérito, negado provimento ao recurso por maioria de votos, vencido o Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão (Relator). Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Adriana Gomes Rego. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente (Assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão - Relator (Assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Cristiane Silva Costa, Adriana Gomes Rego, Luís Flávio Neto, Andre Mendes De Moura, Livia De Carli Germano (Suplente Convocada), Rafael Vidal De Araújo, Ronaldo Apelbaum (Suplente Convocado), Maria Teresa Martinez Lopez e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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Quando a capitulação legal é feita de forma equivoca, na descrição dos fatos são colacionados elementos que corroboram esse equívoco, a defesa apresenta argumentos para afastar o enquadramento legal trazido, os julgadores de primeira e segunda instância exaram suas decisões em torno desse enquadramento legal, resta caracterizado o cerceamento do direito de defesa. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Recurso Especial da Fazenda Nacional conhecido por unanimidade de votos e, no mérito, negado provimento ao recurso por maioria de votos, vencido o Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão (Relator). Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Adriana Gomes Rego. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Relator (Assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Redatora Designada AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 09 47 /2 00 6- 33 Fl. 1631DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.631 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Cristiane Silva Costa, Adriana Gomes Rego, Luís Flávio Neto, Andre Mendes De Moura, Livia De Carli Germano (Suplente Convocada), Rafael Vidal De Araújo, Ronaldo Apelbaum (Suplente Convocado), Maria Teresa Martinez Lopez e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Por bem descrever os fatos, repito trechos do relatório da decisão recorrida, que interessam a este julgamento: Libra Terminal 35 S/A sofreu autos de infração relativos ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos anoscalendário de [...] e 2002. Os lançamentos resultam da verificação do cumprimento das obrigações tributárias pela interessada, e de outras irregularidades apuradas pelo fisco, [...]. [...]. A fiscalização glosou, também os valores de [...] R$ 3.247.879,25, relativos a materiais de construção aplicados em obra de reforma na estrutura dos terminais no Porto de Santos CODESP, adquiridos em quantidades que configuram reformas em tais benfeitorias, e que foram deduzidos indevidamente como despesa operacional. [...]. A impugnação tempestiva apresentada pela empresa inaugurou o litígio, julgado pela 4ª Turma de Julgamento da DRJ no Rio de Janeiro. Por maioria de votos, a Turma afastou a glosa das despesas que, no entender da fiscalização, deveriam ter sido ativadas, e manteve integralmente o restante da exigência. Foi interposto recurso de ofício. A Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, à unanimidade de votos, negou provimento aos recursos voluntário e de ofício. Proferiuse o Acórdão nº 101 96.724, de 2008, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anoscalendário: 2001 e 2002 Ementas: [...]. [...]. BENS DE NATUREZA PERMANENTE DEDUZIDO COMO DESPESA. Não caracterizada a infração pelo fisco, não prospera a glosa das despesas contabilizadas. [...]. Fl. 1632DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.632 3 Recurso voluntário e de ofício negados. A negativa de provimento do recurso de ofício por aquele Colegiado teve o seguinte fundamento: A matéria submetida à revisão necessária corresponde à glosa sobre valores contabilizados como despesas, que a fiscalização entendeu que deveriam ter sido ativados. As despesas glosadas se referem a materiais de construção adquiridos para os reparos e instalações necessários à manutenção do pátio dos terminais. Considerou a fiscalização que a aquisição foi em quantidades que configuram reformas em tais benfeitorias. A decisão deve ser confirmada pelas bem lançadas razões da ilustre Relatora. Como com muita lucidez ponderou a Relatora, o fato de a fiscalização não ter trazido aos autos nada que permita a identificação, mínima que seja, do “quantum” que seria acrescido à vida útil dos bens em que foram utilizados os respectivos materiais adquiridos, aliada à resumida descrição do fato, impossibilita a avaliação da necessidade de ativação. Nego provimento ao recurso de ofício. Ciente da decisão que negou seguimento aos recursos, a contribuinte apresentou recurso especial, tendo o presidente da 1ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes negado seguimento ao pedido. O sujeito passivo apresentou, ainda, agravo, para o qual, em sede de reexame, foi negado seguimento pelo presidente da CSRF. A Fazenda Nacional, também cientificada, insurgiuse contra a decisão que não acolheu o recurso de ofício relativo à exoneração de crédito tributário lançado em decorrência da glosa de bens do permanente deduzidos como despesa, interpondo recurso especial de divergência. Ao analisar o pleito, o presidente da 1ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes deulhe total seguimento. Cientificada desse fato, a contribuinte apresentou suas contrarrazões, arguindo que o material de construção adquirido em grande quantidade destinouse a custos de obras de manutenção e reparos nos terminais do Porto de Santos, que tiveram como finalidade recuperar o piso dos terminais de carregamento, descarregamento e armazenagem de contêineres, e outros equipamentos e materiais danificados pela manipulação de contêineres. Pontua que a atividade portuária de carregamento, descarregamento e armazenagem de contêineres demanda serviços de manutenção e que os materiais adquiridos para esses fins não têm como finalidade aumentar a vida útil de bens e que, se assim o fosse, poderiam ser ativados para posterior depreciação. Afirma tratarse de despesas de conservação e manutenção, que podem ser deduzidas no próprio exercício em que foram realizadas. Invoca o art. 845 do RIR, para corroborar seu entendimento pela ilegalidade de lançamentos de ofício com fundamento em simples presunções não autorizadas em lei. Fl. 1633DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.633 4 Afirma que prestou esclarecimentos e declarações lastreados em sua contabilidade e que apresentou diversos documentos, dentre os quais notas fiscais e comprovantes de pagamento, pugnando pela reversão da glosa, independentemente da atuação do Fisco na comprovação do prolongamento da durabilidade dos bens em exame. Termina por pedir a manutenção da decisão recorrida, não apenas em razão da não comprovação dos elementos necessários à ativação dos valores discutidos, mas, por ter demonstrado, por laudo técnico elaborado por empresa de engenharia, que se trata de despesa de manutenção destinada apenas a assegurar o adequado funcionamento do piso do Terminal 35, não incorrendo no prolongamento de sua vida útil. Consta, ainda, dos autos acórdão de decisão judicial proferida em recurso de apelação em que a contribuinte recorreu de sentença que julgou pela ilegitimidade passiva da Procuradoria da Fazenda Nacional e, no mérito, denegou a segurança requerida para o fim de cancelar os créditos tributários referentes a IRPJ e CSLL apurados e exigidos em auto de infração originário deste processo administrativo. A apelação foi improvida, tendose, por unanimidade, rejeitado as alegações preliminares e, por maioria, negado provimento ao mérito da apelação. Os presentes autos foram a mim distribuídos por sorteio, em conformidade com o art. 49, do Anexo II, da Portaria MF nº 256/2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão, Relator O recurso é tempestivo, entendo que a divergência restou comprovada e, por isto, conheço do especial. A matéria posta à apreciação desta Câmara Superior referese à ativação ou não de gastos havidos com material de construção civil, adquirido em grande quantidade, e que foram considerados, pela recorrida, como correspondendo a despesas de conservação, reparo ou manutenção de instalações. Entendeu a decisão recorrida que, nesse caso, haveria, por parte da fiscalização, o ônus de comprovar o acréscimo de vida útil do imóvel em que foram utilizados os respectivos materiais adquiridos. Insurgese a Fazenda Nacional contra esse entendimento, indicando, como divergente, o Acórdão nº 10323.017, de 2007, cuja ementa é do seguinte teor: BENS DE NATUREZA PERMANENTE. REGISTRO DOS DISPÊNDIOS COMO DESPESAS. Procede a glosa de valores contabilizados como despesas que, por [se] referirem a obras de construção civil, deveriam ser registrados no ativo permanente. Fl. 1634DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.634 5 O voto condutor do referido acórdão assim se manifestou quanto a essa questão (destaque do original): Quanto aos demais valores, a autoridade fiscal entendeu que deveriam ser ativados em função da classificação sob a rubrica “obras civis”. Apesar da inexistência de comprovação específica quanto ao aumento de vida útil do bem, a recorrente admitiu que os valores se referiam a reformas (fl. 1004), mais especificamente “recomposição de instalações de esgotamento de água e detritos” (fl. 1.138). Nesse caso, entendo que os dispêndios não podem ser considerados simples despesas de conservação ou manutenção. Pelo exame do Anexo 17 (fls. 392/394), constatase que se referem à aquisição de significativa quantidade de material de construção. O posicionamento deste Colegiado é claro: A aquisição de grande quantidade de material de construção para aplicação em imóvel próprio descaracteriza a sua destinação para simples conservação e pequenos reparos. Os gastos devem ser ativados para posterior depreciação, não se identificando como despesas operacionais, pois a vida útil das benfeitorias ultrapassa o período de um ano. (Ac. 1º CC 1055.521/91 DO 27/06/91) Especificamente no caso de reparos na rede de água e esgoto temse: Benfeitorias e despesas de reparos e conservação de bens imóveis locados (reparação de rede de água e esgoto, restauração de laje do teto, pintura geral e troca de piso de cimento por azulejo), cuja vida útil supere um exercício, deverão ser ativadas para futuras amortizações. (Ac. 1º 10174.012/83) (grifo acrescido). Assim, em relação aos valores classificados como “obras civis”, voto no sentido de negar provimento ao recurso. Afirma a Fazenda Nacional, em seu recurso especial, que: Em sentido inverso ao entendimento exarado pela 1ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, a Terceira Câmara, ao julgar caso semelhante aos dos autos, considerou procedente a glosa da dedução de valores, que, por se referirem a construção civil, deveriam ter sido ativados, independentemente da comprovação específica quanto ao aumento do prazo de vida útil. E mais adiante: Com efeito, a aquisição de material de construção em grande quantidade, como é o caso dos autos, indica a realização de reforma e obra civis, que, independentemente do conhecimento de sua vida útil, conferem natureza de ativo permanente aos bens adquiridos e empregados nas obras realizadas. No caso de construção civil, as despesas não devem ser deduzidas, mas ativadas, pois se incorporam ao imóvel reformado. Sendo assim, agiu corretamente a fiscalização quando glosou as despesas referentes à aquisição de material de Fl. 1635DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.635 6 construção, que deveriam ter sido contabilizadas como bens do ativo permanente. Entendo que procede o recurso especial da Fazenda Nacional. No presente caso, tratase de gastos que, totalizando o significativo montante de R$ 3.247.879,25 (três milhões, duzentos e quarenta e sete mil, oitocentos e setenta e nove reais e vinte e cinco centavos), em valores do ano de 2002, correspondem, não só a “despesa de manutenção destinada apenas a assegurar o adequado funcionamento do piso do Terminal 35”, como sustenta a recorrente (contrarrazões, fls. 1.498), mas abrangem — além de serviços de recapeamento asfáltico, reparos de pavimentação, reparos do piso sextavado e pavimentação sextavada — também os seguintes serviços e materiais, respectivamente (relação de fls. 311 a 317): I) execução de bases para suporte de portainer; serviços de fundações; medição e execução de bases de retenção; serviços elétricos; serviços de corte em piso bloco de concreto; serviços de engenharia, gerenciamento e fiscalização de obras; serviços de corte e dobra; serviços gerais; mãode obra e colocação de forro de PVC; e serviços de geotecnia; e II) bases para suporte de portainer; grampos para fixação de trilhos; belgo 50 e arames; cabos elétricos para subestação; fundações com estacas, 1.320 metros lineares de fustes para estacas escavadas; racks metálicos; peças e adaptações para montagem; concreto; ferro pronto para obra; materiais elétricos para subestação; estacas prémoldadas de concreto; blocos para reforma; blocos sextavados; blocos 10 cm para muro; barras de ferro; pisos 35 x 35; blocos aparentes; janelas e alumínios; forro de PVC para alfândega; e areia. Tais gastos, a meu ver, deveriam ter sido ativados, pois, em face de sua quantidade e natureza, não podem ser considerados simples despesas de conservação, reparo ou manutenção de instalações, devendo ser ativados para posterior depreciação ou amortização, conforme o caso, independentemente de comprovação específica quanto ao acréscimo de vida útil do imóvel em que foram utilizados os respectivos materiais adquiridos. Releva observar, por oportuno, que o Terminal 35 é um terminal portuário de contêineres situado no Porto de Santos, cuja concessão foi dada à recorrida pela CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo), motivo pelo qual aqueles gastos deveriam ter sido ativados e amortizados pelo prazo de concessão estabelecido no respectivo contrato de arrendamento, como bem observado pela fiscalização (fls. 308). Transcrevo, por fim, ementa e trecho do Acórdão nº 10193.676, de 2001, citado pela fiscalização por ocasião da elaboração do Termo de Verificação (fls. 308): IRPJ. CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS. BENS DO ATIVO DEDUZIDOS COMO DESPESAS. Os materiais de construção adquiridos em grande quantidade (concreto, areia, ferragens, pisos, forros e revestimentos, materiais para instalações elétricas e hidráulicas), utilizados na construção de muros de arrimo, benfeitorias e reformas, devem ser ativados, independentemente do custo unitário, tendo em Fl. 1636DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.636 7 vista a sua utilização conjunta e incorporação ao imóvel (art. 43 do CC). [...]. De longa data a jurisprudência deste Primeiro Conselho de Contribuintes tem sido trilhada no sentido de que os materiais de construção adquiridos em grande quantidade, por si só, denotam a destinação como realização de benfeitorias em imóveis ou para própria imobilização. Este entendimento decorre do comando expresso no artigo 43 do Código Civil, “verbis”: “Art. 43 São bens imóveis: 1 O solo com a sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. II Tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que se não possa retirar sem destruição, fratura, ou dano; III Tudo quanto no imóvel o proprietário mantiver intencionalmente empregado em sua exploração industrial, aformoseamento, ou comodidade.” As obras, tais como construção de muros de arrimo, ou aplicação de pisos, revestimentos, forros, materiais elétricos e hidráulicos, ferro, concreto, areia constituem benfeitorias, que agregam valores aos imóveis e não podem ser confundidos com simples reparos ou conservação de bens e equipamentos. Entre outros acórdãos, podem ser transcritas as seguintes ementas: [...]. Como se vê, a jurisprudência é desfavorável ao sujeito passivo, porque os dispêndios glosados não têm o caráter de reparos ou a conservação de bens, posto que foram agregados às construções como benfeitorias ou novas construções. Durante a discussão em sessão foi arguida a insubsistência ou nulidade do lançamento em virtude de que os imóveis objeto das obras em debate não são de propriedade da autuada, mas de terceiros, pois são objeto de concessão pública, e desta forma a autuação calcada no art. 301 do RIR/1999 não poderia subsistir pois deveria estar calcada no art. 325 do mesmo diploma legal. Entendo que o argumento não está correto por dois motivos. O primeiro de ordem material e o segundo de ordem processual. A questão de ordem material é que o ponto central da discussão é se os gastos são despesas computáveis diretamente no calculo do lucro, ou se devem ser ativadas, e, parece me que tanto faz se o auditor disser que deveriam ser ativáveis para futura depreciação (art. 301 do RIR/1999), quanto para amortização (art. 325 do RIR/1999), porque a questão é se são despesas ou se devem ser ativadas, mesmo porque vejase que no TVF (fls. 301) foram citados acórdão para ambos os casos, e mera omissão do artigo neste caso, do art. 325, não provocou cerceamento ao direito de defesa, que é o que poderia afastar o lançamento. Observese que em qualquer caso, ativo próprio ou de terceiros por concessão, a suposta despesa deveria ser ativada. Vejase que o TVF às fls. 301 diz claramente “A empresa deveria de ter ativado e amortizado pelo tempo de contrato.” (a palavra utilizada é “amortizada”). Como não gera Fl. 1637DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.637 8 prejuízo à defesa do contribuinte e a acusação fiscal é clara no sentido de que não são despesas dedutíveis no exercício que foram incorridas, penso que o AI é totalmente subsistente neste ponto em debate. A seguir, transcrevese trechos do TVF e do AI, que deixam claro este ponto (fls. 309e, e 328e): Termo de Verificação Fiscal (fl. 309e) III.2. 6 Glosa de Despesas BENS DE NATUREZA PERMANENTE DEDUZIDOS COMO DESPESAS NO EXERCÍCIO Materiais de Construção adquiridos em quantidades que configuram Reformas e tais Benfeitorias foram deduzidos indevidamente como Despesa Operacional, na conta 3.02.99.02.02 , no ano calendário 2002 conforme relacionado no QUADRO DEMONSTRATIVO integrante deste TERMO DE VERIFICAÇÃO. No quadro a fiscalização relaciona as notas fiscais que a empresa debitou no resultado do exercício como despesas, que porém pela sua natureza, descrição dos produtos aplicados no local que a empresa utiliza caracterizou uma Obra de Reforma na Estrutura dos Terminais do Porto de Santos CODESP . A empresa deveria de ter ativado e amortizado pelo tempo de contrato. (Grifouse). ACÓRDÃO 10193.676 em 07.11.2001. I o Conselho de Contribuintes / la. Câmara/ Publicado no DOU em: 07.01.2002. Os materiais de construção adquiridos em grande quantidade (concreto, areia, ferragens, pisos, forros e revestimentos, materiais para instalações elétricas e hidráulicas) utilizados na construção de muros de arrimo, benfeitorias e reformas, devem ser ativados, independentemente do custo unitário tendo em vista a sua utilização conjunta e incorporação ao imóvel (art. 43 do CC). ACÓRDÃO 10417.404 I o Conselho de Contribuintes/4a. Câmara em 14.03.2000. Publicado no DOU em: 28.11.2000 BENFEITORIAS EM IMÓVEIS DE TERCEIROS Despesas de benfeitorias para adequação de imóvel de terceiros, locado por um ano, não indenizáveis, não se conceituam como inversões de capital, sendo dedutíveis quando as circunstâncias as permeiam como necessárias à manutenção da fonte produtora do rendimento. Valor tributável. 12/2002 R$ R$ 3.247.879,25 Fundamento legal para a tributação: art. 249, 275, 276, 277, 299 e parag.l0, e 301 do RIR/99 (Dec.3000/99). (Negritouse) Auto de Infração (fl. 328e): 002 BENS DE NATUREZA PERMANENTE DEDUZIDOS COMO CUSTO OU DESPESA Valores referentes aos registros que configuram Obras de Reformas do Terminal do Porto de Santos que a empresa utiliza conforme contrato firmado, porém tais valores foram deduzidos indevidamente, como despesa operacional, na conta Fl. 1638DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.638 9 3.02.99.02.02, fato relatado no TERMO DE VERIFICAÇÃO lavrado nesta data e parte integrante desta peça. A fiscalização relaciona as notas fiscais que geraram os gastos computados no exercício través do Quadro Demonstrativo anexo a esta peça. Fato Gerador 31/12/2002 – 12/2002 Valor Tributável ou Imposto R$3.247.879,2575,00 Multa (%) 75,00 Fica evidenciado que a acusação fiscal em si é clara em relação ao ilícito fiscal que teria sido cometido – a contabilização como despesas dedutíveis no anocalendário de despesas incorridas que deveriam ter sido ativadas. Há o argumento da imprecisão na acusação fiscal em como deveria ter sido ativada a referida despesa – mas esta não é a questão. Tenho que esse tipo de erro não gera nulidade do auto de infração, posicionamento que se alinha com a jurisprudência do CARF (penso que não é necessário, neste ponto, citar ou transcrever julgados neste sentido, mas vejase, e.g., Ac. 1302001.746, 1401001.452 e 1302 001.746). Reitero que a questão em debate é, ou deveria ser, unicamente, o cabimento ou não da ativação de gastos com material de construção em grande quantidade e elevado montante, sendo irrelevante que, dessa ativação, fosse admissível ao sujeito passivo proceder à sua depreciação ou amortização. Não estava em jogo a questão da depreciação ou amortização daqueles gastos, além do que a forma de contabilização adotada pelo sujeito passivo é de sua livre escolha. Este é o entendimento do Parecer Normativo CST nº 347, de 1970, do qual se transcreve trecho adiante: A forma de escriturar suas operações é de livre escolha do contribuinte, dentro dos princípios técnicos ditados pela Contabilidade e a repartição fiscal só a impugnará se a mesma omitir detalhes indispensáveis à determinação do verdadeiro lucro tributável. Às repartições fiscais não cabe opinar sobre processos de contabilização, os quais são de livre escolha do contribuinte. Tais processos só estarão sujeitos à impugnação quando em desacordo com as normas e padrões de contabilidade geralmente aceitos ou que possam levar a um resultado diferente do legítimo. A acusação remete ao ex ante (não dedução) e não ao ex post (como contabilizar corretamente), i.e, aos atos e fatos anteriores ao fato gerador (e que o informaram), e não aos fatos posteriores. Assim, sob o aspecto material do lançamento, não vejo porque inquinálo de erro suscetível de lhe acarretar sua insubsistência, ou mesmo nulidade. No aspecto processual, penso que em virtude desta matéria (de que se trata de amortização e não de depreciação) não ter sido alegada pelo contribuinte durante o trâmite dos procedimentos de lançamento, e tanto na impugnação como no recurso voluntário, não poderia ser agora levantada de ofício tendo o condão de anular o lançamento. Ainda no aspecto processual, e adotando outra linha de argumentação, tenho que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) não se presta a corrigir eventuais erros, de fato ou de direito, cometidos, seja no lançamento fiscal, seja nos julgamentos de primeira ou de Fl. 1639DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.639 10 segunda instâncias, mormente quando nos termos do art. 59 Decretolei 70.235/72, não são suficientes para gerar nulidade. Destaco que, com a edição do novo RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015, esse aspecto ficou bem evidenciado, pela exigência, constante do § 1º do art. 67 (Anexo II), de que: “Não será conhecido o recurso que não demonstrar, de forma objetiva, qual a legislação que está sendo interpretada de forma divergente.” Assim, quaisquer vícios formais ou materiais, porventura existentes na decisão proferida, ou mesmo no lançamento fiscal, que não gerem nulidade absoluta, não são de molde a permitir a atuação da CSRF, restrita que está, meramente, a uniformizar interpretações divergentes dadas à legislação tributária por outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. Do contrário, terseá a CSRF exercendo o papel de terceira instância recursal, de revisora de lançamentos fiscais. De todo modo, penso que, se aceito este argumento, a solução correta, data venia, seria devolver o processo à DRJ para análise da matéria, por ocorrência de supressão de instância. Do exposto, voto por dar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Voto Vencedor Conselheira Adriana Gomes Rêgo, Redatora Em que pese muito bem fundamentado o voto do i. Relator, a maioria dos membros desta Turma entendeu que a auditoria fiscal não efetuou o enquadramento legal da infração de forma correta, tipo de erro que, no sentir dessa maioria, implicou a nulidade do auto de infração por prejudicar o legítimo direito de quem se defende da acusação equivocada. Acompanho e adoto como razões de decidir a jurisprudência deste órgão de julgamento, citada no voto vencido, a respeito da nulidade do lançamento por cerceamento do direito de defesa. Contudo, toda ela é calcada no fundamento de que o erro provocado pela Fiscalização não teve o condão de induzir a defesa em equívocos. Ou, em outras palavras: quando resta demonstrado que o sujeito passivo compreendeu perfeitamente a acusação fiscal e soube se defender: Acórdão nº 1302 001.746 NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. REQUISITOS ESSENCIAIS. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. Tendo sido regularmente oferecida a ampla oportunidade de defesa, com a devida ciência do auto de infração, e não provada violação das disposições previstas na legislação de regência, restam insubsistentes as alegações de cerceamento do direito de defesa e de nulidade do procedimento fiscal. Fl. 1640DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.640 11 Acórdão nº 1401001.452 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Descabe a alegação de nulidade quando o auto de infração preenche os requisitos legais e o processo administrativo proporciona plenas condições à interessada de contestar o lançamento. Como se explicará adiante, no caso em apreço, não foi oferecida a "ampla" oportunidade, ou "plenas condições" de defesa à contribuinte, motivo pelo qual a jurisprudência mencionada no voto vencido não tem aplicação. Como já sobejamente colacionado, no Termo de Verificação Fiscal, o agente fiscal classificou a infração em comento como "bens de natureza permanente deduzidos como despesas do exercício", descrevendo que materiais de construção foram adquiridos em quantidades tais que configurariam reformas, benfeitorias essas que deveriam ter sido, no entender da fiscalização, ativadas para posterior amortização, e não deduzidas como despesas operacionais. Ao tipificar a infração, a auditoria fiscal indicou, além de outros dispositivos genéricos, o art. 301 do RIR/99: Art. 301. O custo de aquisição de bens do ativo permanente não poderá ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor unitário não superior a trezentos e vinte e seis reais e sessenta e um centavos, ou prazo de vida útil que não ultrapasse um ano (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 15, Lei nº 8.218, de 1991, art. 20, Lei nº 8.383, de 1991, art. 3º, inciso II, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 30). § 1º Nas aquisições de bens, cujo valor unitário esteja dentro do limite a que se refere este artigo, a exceção contida no mesmo não contempla a hipótese onde a atividade exercida exija utilização de um conjunto desses bens. § 2º Salvo disposições especiais, o custo dos bens adquiridos ou das melhorias realizadas, cuja vida útil ultrapasse o período de um ano, deverá ser ativado para ser depreciado ou amortizado (Lei nº 4.506, de 1964, art. 45, § 1º). A fim de respaldar seu entendimento a autora do feito apresentou dois acórdãos: ACÓRDÃO 10193.676 em 07.11.2001. I o Conselho de Contribuintes / la. Câmara/ Publicado no DOU em: 07.01.2002. Os materiais de construção adquiridos em grande quantidade (concreto, areia, ferragens, pisos, forros e revestimentos, materiais para instalações elétricas e hidráulicas) utilizados na construção de muros de arrimo, benfeitorias e reformas, devem ser ativados, independentemente do custo unitário tendo em vista a sua utilização conjunta e incorporação ao imóvel (art. 43 do CC). ACÓRDÃO 10417.404 I o Conselho de Contribuintes/4a. Câmara em 14.03.2000. Publicado no DOU em: 28.11.2000 BENFEITORIAS EM IMÓVEIS DE TERCEIROS Despesas de Fl. 1641DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.641 12 benfeitorias para adequação de imóvel de terceiros, locado por um ano, não indenizáveis, não se conceituam como inversões de capital, sendo dedutíveis quando as circunstâncias as permeiam como necessárias à manutenção da fonte produtora do rendimento. Ou seja, ela colacionou um acórdão que retrata bem a situação de ativar gastos com reformas, portanto, em imóveis próprios, para depois depreciar, e outro acórdão que trata de benfeitorias em imóveis de terceiros, para depois amortizar. Já no Termo de Verificação Fiscal, informa: No quadro a fiscalização relaciona as notas fiscais que a empresa debitou no resultado do exercício como despesas, que porém pela sua natureza, descrição dos produtos aplicados no local que a empresa utiliza caracterizou uma Obra de Reforma na Estrutura dos Terminais do Porto de Santos CODESP . A empresa deveria de ter ativado e amortizado pelo tempo de contrato. (Grifouse). E afirmou que "as notas fiscais que a empresa debitou no resultado do exercício como despesas, que porém pela sua natureza, descrição dos produtos aplicados no local que a empresa utiliza caracterizou uma Obra de Reforma na Estrutura dos Terminais do Porto de Santos CODESP" Ou seja, a Fiscalização diz que a empresa deveria ter ativado e amortizado pelo tempo de contrato, coerente com a jurisprudência colacionada para benfeitorias em imóveis de terceiros, mas colacionou também jurisprudência de bens próprios, ativados e depreciados e, o que é pior, utilizou no enquadramento legal o art. 301. Ocorre que, na hipótese, havia um contrato de concessão permitindo a exploração, pela contribuinte, do Terminal Portuário de Santos em SP. A benfeitoria reforma implementada pela empresa no piso do terminal portuário corresponde a benfeitoria feita em imóvel de terceiro e, portanto, se subsume à hipótese do art. 325 do RIR/99, que trata de amortização: Art. 325. Poderão ser amortizados: I o capital aplicado na aquisição de direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada, ou de bens cuja utilização pelo contribuinte tenha o prazo legal ou contratualmente limitado, tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 58): ... d) custos das construções ou benfeitorias em bens locados ou arrendados, ou em bens de terceiros, quando não houver direito ao recebimento de seu valor; Em face dessa acusação fiscal, a contribuinte se defendeu afirmando que não se tratou de reforma, mas um gasto com conservação que precisava ser feito de forma constante, conforme efls. 1.051 e seguintes do Volume 8: 51. Desta forma, fica mais do que claro e comprovado que o exercício da atividade da Impugnante exige a contínua realização de obras de manutenção, que objetivam tão somente Fl. 1642DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.642 13 manter os locais de carregamento, descarregamento e manuseio de contêineres em condições de plena utilização. 52. Com base em tais considerações, demonstrase que as obras em questão em face das condições especiais de que se revestem não exigem "ativação". Tratase de despesas efetuadas com simples manutenção de bens do ativo imobilizado, que não importam em prolongamento da vida útil do bem. ... 56. As despesas glosadas basicamente materiais e serviços utilizados para a sustentação e reparo da pavimentação do terminal portuário tiveram por finalidade única a manutenção das condições operacionais do porto, não se destinando a modificar ou beneficiar a estrutura existente, ou mesmo, prolongar sua vida útil. Estáse diante, portanto, de despesas correntes e usuais da Impugnante, conforme comprovado pelo laudo técnico apresentado, que visam tãosomente remediar danos causados ao piso do terminal portuário em razão de sua normal utilização, que envolve o manuseio de containeres, tráfego de caminhões, guindastes e empilhadeiras, cuja atividade, apesar de regular, gera consideráveis danos em razão das condições extremas em que são exercidas e das características do piso. Vejase que na impugnação, a Contribuinte postula pelo enquadramento legal do art. 346 do RIR/99, argumentando justamente que não poderia ser o art. 301: 55. É de se ressaltar, ainda, que o caso em análise não configura a hipótese prevista no artigo 301 do RIR/99, mas sim a de seu artigo 346, verbis: "Art. 346. Serão admitidas, como custo ou despesa operacional,as despesas com reparos e conservação de bens e instalações destinadas a mantêlos em condições eficientes de operação (Lei n2 4.506, de 1964, art. 48). §1º Se dos reparos, da conservação ou da substituição de partes e peças resultar aumento da vida útil prevista no ato de aquisição do respectivo bem, as despesas correspondentes, quando aquele aumento for superior a um ano, deverão ser capitalizadas, a fim de servirem de base a depreciações futuras (Lei n2 4.506, de 1964, art. 48, parágrafo único). §2º Os gastos incorridos com reparos, conservação ou substituição de partes e peças de bens do ativo imobilizado, de que resulte aumento da vida útil superior a um ano, deverão ser incorporados ao valor do bem, para fins de depreciação do novo valor contábil, no novo prazo de vida útil previsto para o bem recuperado, ou, alternativamente, a pessoa jurídica poderá: I aplicar o percentual de depreciação correspondente à parte não depreciada do bem sobre os custos de substituição das partes ou peças; II apurar a diferença entre o total dos custos de substituição e o valor determinado no inciso anterior; Fl. 1643DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.643 14 Em razão disso, a Turma Julgadora de 1ª Instância considerou que a auditoria fiscal deveria ter feito a prova do quantum teria sido acrescido à vida útil dos bens objeto das benfeitorias e reformas, exonerando essa parcela da exigência. Cotejou o art. 346 do RIR/99 com o art. 301 do mesmo diploma legal. Ou seja, cotejou a fundamentação legal trazida pela Fiscalização com aquele enquadramento legal trazido pelo então impugnante e ainda, o seu laudo. E concluiu que a hipótese era mesmo do art. 301 do RIR/99, mas, por uma questão de ônus da prova, afastou o lançamento no tocante a essa parte. Ao apreciar o Recurso de Ofício, a Turma do CARF apenas referendou os fundamentos da decisão da DRJ. Mas ninguém discutiu o fato de se tratar de uma benfeitoria em imóvel de terceiros. Ou seja, toda a discussão da DRJ (seguida pela Câmara a quo) gira em torno do art. 301 do RIR/99, quando a capitulação correta seria a do art. 325 do RIR/99. Se a capitulação estivesse equivocada, porém a descrição da Fiscalização permitisse o seu entendimento e toda a defesa e órgãos julgadores tivessem discutido o assunto sob o mesmo prisma, descaberia falar em cerceamento, que é o que a jurisprudência do CARF tem adotado. Mas não foi isso que ocorreu nos autos. Observase, então, que, ao deixar de enquadrar devidamente a infração, a fiscalização levou a defesa, a DRJ e a decisão recorrida, a centrar a discussão se a benfeitoria representaria ou não aumento de vida útil superior a um ano. É certo, pois, que o enquadramento legal adotado pela da auditoria fiscal na glosa efetuada, levou a contribuinte a encaminhar sua defesa em uma única direção aumento de vida útil do bem x despesa operacional, postulando, inclusive, que a base legal correta seria a do art. 346 do RIR/99 enquanto que, se adotado o correto enquadramento legal para a infração art. 325 do RIR/99 a defesa poderia ter levado suas alegações para outro rumo. Houve, portanto, claro prejuízo no direito de defesa da contribuinte, o fato de a autoridade fiscal ter feito incorreto enquadramento legal, o que implica a nulidade do lançamento, nessa parte. Quanto aos argumentos trazidos agora pelo relator do voto vencido, de que não caberia à CSRF anular um lançamento quando eivado de nulidade, ouso discordar pois, em que pese ser atribuição precípua das turmas da CSRF julgar recursos especiais de divergência, nos casos em que resta flagrantemente demonstrado o cerceamento do direito de defesa, anula se, sim, o ato que o ensejou. Por oportuno esclareço que não se trata de aplicação do art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, pois, no que tange ao cerceamento do direito de defesa, esse artigo só faz menção se a preterição desse direito foi proferida em despacho ou decisão. Tratase, sim, de reconhecimento de direito que, na verdade, está plasmado em nosso ordenamento jurídico a partir da Constituição, sendo, portanto, um princípio constitucional. Assim, no caso dos autos em apreço, relativamente à infração ora em análise, como a Fiscalização não capitulou os gastos como benfeitoria em imóvel de terceiro sujeita à amortização pelo tempo do contrato, nos termos do art. 325 do RIR/99, a maioria da turma julgadora entendeu caracterizado o cerceamento do direito de defesa, haja vista que restou demonstrado que a defesa e as autoridades julgadoras anteriores centraram a discussão em torno do artigo trazido pela Fiscalização, qual seja, o art. 301 do RIR/99. Fl. 1644DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 18471.000947/200633 Acórdão n.º 9101002.219 CSRFT1 Fl. 1.644 15 Em face do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial da PFN. (Assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Fl. 1645DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Ass inado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 10930.907131/2011-33
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Oct 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do Fato Gerador: 16/08/2004
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO.
O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR).
Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal.
REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO.
Conforme o disposto no art. 62-A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos
ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO.
Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3802-004.186
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015).
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do Fato Gerador: 16/08/2004 INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO. O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR). Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. Conforme o disposto no art. 62-A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
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LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO. O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR). Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. Conforme o disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 71 31 /2 01 1- 33 Fl. 92DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. Relatório Preliminarmente, ressaltase que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF/2015, fui designado como redator ad hoc (fl. 91), para formalização do respectivo Acórdão, considerando o resultado do julgado, conforme o constante da ATA da respectiva sessão de julgamento. A Recorrente MOINHO GLOBO ALIMENTOS S/A., interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0641.509, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba/PR, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade declarada pelo contribuinte por recolhimento vinculado a débito confessado, negando o direito creditório. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: Trata o presente processo de manifestação de inconformidade apresentada em face do indeferimento de pedido de restituição (PER), de nº 20984.14882.300605.1.2.042043, nos termos do despacho decisório emitido em 02/12/2011 (rastreamento nº 013472366). No aludido PER, transmitido eletronicamente em 30/06/2005, a contribuinte indicou um crédito de R$ 2.657,91, referente ao pagamento efetuado em 16/08/2004, de Cofins, código de receita 5856, no valor total de R$ 62.443,66. Segundo o despacho decisório recorrido, a restituição foi indeferida porque o Darf indicado como crédito estava totalmente utilizado para extinção de débito de Cofins, 5856, do Fl. 93DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907131/201133 Acórdão n.º 3802004.186 S3TE02 Fl. 93 3 período de apuração de 31/07/2004, de acordo com a informação da DCTF transmitida pela Interessada. Cientificada em 22/12/2011, a Contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 19/01/2012. Alega que recolheu valores indevidos de PIS/Pasep e de Cofins que incidiram sobre outras parcelas que não se compreendem no conceito de faturamento, relativamente às competências de 07/2000 a 01/2004, 03/2004 e 07/2004. Diz que nos referidos períodos (anos de 2000 a 2004) informou em DCTF os valores devidos a título de PIS/Pasep e de Cofins levando em conta a legislação vigente à época, que alargava a suas bases de cálculo ao considerar as receitas financeiras como integrantes do conceito de faturamento. Aduz, porém, que o STF considerou inconstitucional tal ampliação da base de cálculo. Anexa jurisprudência do STF e do CARF. Em função disso, entende que as “declarações prestadas à época da vigência plena do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98, hoje declarada inconstitucional, hão de ser revistas de modo a se adequarem a tal entendimento, em prol da realidade material que passou a existir com a declaração de inconstitucionalidade pelo E. STF”. Anexa planilha demonstrando as diferenças pleiteadas, as quais “correspondem exatamente às receitas não operacionais, não integrantes da base de cálculo do PIS/Cofins após a declaração de inconstitucionalidade do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98”. Argumenta que para o deferimento do pedido de restituição basta que a autoridade julgadora exclua das DCTF apresentadas as receitas não operacionais (financeiras), tendo por base a planilha anexa, a fim de adaptar à realidade as declarações prestadas. Pede o provimento integral do presente recurso.. É o relatório. Indeferida a Manifestação de Inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a procedência do crédito tributário na forma da Ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 16/08/2004 RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o pagamento alegado Fl. 94DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. CARÁTER INTER PARTES. É perfeitamente aplicável a disposição § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, até a sua revogação pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que o julgamento do STF pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo contida naquele dispositivo não tem efeito erga omnes, só atingindo as partes envolvidas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba – DRJ/CTA, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade, anexa trechos de seus livros Diário e Razão nos quais constam as rubricas de receitas financeiras, requer a homologação da compensação declarada por evidente a origem do crédito e, por conseguinte, o direito à compensação do mesmo. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar a decisão (fl. 91), uma vez que o Conselheiro Relator Bruno Maurício Macedo Curi, não mais compõe este colegiado e que a respectiva Turma Especial foi extinta, retratando hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343, de 09 de junho de 2015. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa situação tratamento diverso. Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Conforme exposto nas linhas acima, a Declaração de Compensação da Recorrente teve como causa a tributação indevida de PIS e COFINS sobre receitas financeiras, especialmente diante da inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins promovida pela Lei nº 9.718/98, tendo em vista a ausência de mandamento constitucional (ou, doutra maneira, a edição de Lei Complementar que estabelecesse novas fontes de custeio da seguridade social) que validasse a incidência da contribuição em referência sobre receitas financeiras e outras receitas operacionais, não inseridas no conceito de faturamento. Como bem observado pela decisão recorrida, o Tribunal Pleno da Egrégia Corte examinou os Recursos Extraordinários nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e Fl. 95DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907131/201133 Acórdão n.º 3802004.186 S3TE02 Fl. 94 5 390.840/PR, declarando, incidentalmente e por maioria, a inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, na forma da ementa assim redigida: "CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (Supremo Tribunal Federal, Tribunal Pleno, RE 346.084/PR, Relator Ministro Ilmar Galvão, Julgamento 09/11/2005, Publicação 01/09/2006)." Ainda que, como destacado pela DRJ, a decisão não tenha efeito erga omnes à luz da legislação de regência das decisões exaradas pelo STF, o art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, autoriza este Colegiado a afastar a aplicação de tratado, acordo internacional, lei ou decreto “que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Superior Tribunal Federal”. Ora, não é outra a hipótese do caso sob exame. Portanto, sendo a observância do decisum proferido pelo STF facultada a este órgão julgador, devese reconhecer o direito de a Recorrente pleitear a restituição do montante indevidamente recolhido a título de Cofins em virtude da aplicação do art. 3º da Lei nº 9.718/98, declarado inconstitucional pelo STF, em consonância com o repertório jurisprudencial do CARF, do qual se traz, a título exemplificativo, a decisão adiante: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/1999 a 30/11/2002 DIREITO CREDITÓRIO. RESTITUIÇÃO. PRAZO. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 Para os pedidos de restituição apresentados até o dia 08/06/2005, o direito de pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente, ou em valor maior que o devido, extinguese com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data da homologação (tácita ou expressa) do pagamento antecipado, nos casos de tributos lançados por homologação. Observância ao princípio da segurança jurídica. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO Tendo o plenário do STF declarado, de forma definitiva, a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, deve o CARF aplicar esta decisão para reconhecer o direito à restituição das importâncias pagas com fulcro no referido dispositivo legal. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. FORMULÁRIO IMPRESSO. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO NO PER/DCOMP. INADMISSIBILIDADE. Sem que haja impedimento de utilização do sistema eletrônico, considerase não formulado o pedido de restituição apresentado em formulário impresso após 29/09/2003. Recurso Voluntário Provido em Parte. (CARF, 3ª Seção, 3ª Câmara, 2ª Turma Ordinária, RV 501572, Acórdão 3302001.245, Relator Conselheiro Walber José da Silva, Julgamento 06/10/2011)" Assim é que, em tese, assiste direito ao Recorrente. No entanto, ultrapassada a questão de direito, tornase fundamental apreciar a matéria de prova. No caso em tela, a análise da prova restou prejudicada, pois a DRJ não aceitou a planilha apresentada pelo Recorrente. Como forma de fundamentar a planilha apresentada à época da manifestação, o contribuinte apresentou excertos de seus livros Diário e Razão para buscar comprovar o direito de crédito indicado na planilha que anexou em sua primeira peça defensiva. Tais documentos podem excepcionalmente ser juntados aos autos, diante da previsão do art. 16, § 4o, c, do RPAF, que permite a apresentação de documentos posteriormente à peça defensiva inaugural para contrapor razões trazidas em momento processual seguinte, pelo que se vê abaixo: "§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos." Fl. 97DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907131/201133 Acórdão n.º 3802004.186 S3TE02 Fl. 95 7 Todavia, a análise da documentação acostada aos autos pode levar à supressão de instância. Assim, e considerando que a supressão de instância somente pode ser realizada se esta for favorável ao sujeito passivo, forte no art. 59, § 3º, do Decreto 70.235/72, entendo que devem os autos retornar para julgamento da DRJ quanto à matéria de prova, de modo a se averiguar a liquidez e certeza do crédito oferecido à compensação. Nesse mesmo sentido já decidiu essa Eg. Turma Especial, no Acórdão 3802 001.857, de relatoria do Conselheiro Solon Sehn: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2002 a 30/04/2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. INCONSTITUCIONALIDADE DE DECLARADA PELO STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. O §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 346.084/PR e no RE nº 585.235/RG, este último decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B). Assim, deve ser aplicado o disposto no art. 62A do Regimento Interno do Carf, o que implica a obrigatoriedade do reconhecimento da inconstitucionalidade do referido dispositivo legal. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO DECORRENTE DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. MATÉRIA NÃO CONHECIDA NA INSTÂNCIA A QUO. PRELIMINAR QUE IMPEDIU O CONHECIMENTO DO MÉRITO. AFASTAMENTO. RETORNO DOS AUTOS À DRJ PARA EXAME DA MATÉRIA. A DRJ, ao acolher a questão prejudicial relacionada à incompetência para a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, não chegou a apreciar o mérito da existência do direito creditório, isto é, o valor do crédito e do débito e outras circunstâncias relevantes ao desate da questão, inclusive a efetiva inclusão das receitas financeiras na base de cálculo da contribuição no período alegado pelo interessado. Destarte, os autos devem retornar à DRJ para exame da matéria de mérito, sob pena de supressão de instância. Recurso Voluntário Provido em Parte. Aguardando Nova Decisão." No mesmo sentido, aplicáveis à espécie os somase os nºs Acórdãos 3802 001.959 e 3802001.960, de relatoria do Conselheiro Bruno Mauricio Macedo Curi. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 8 Conclusão Diante de todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para darlhe provimento parcial, determinandose o retorno dos autos à instância a quo, para fins de apreciação do mérito. Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Numero do processo: 10980.725707/2010-70
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Feb 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008
MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-003.788
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidas as Conselheiras Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez, que negavam provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator
EDITADO EM: 19/02/2016
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1781; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 1.061 1 1.060 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10980.725707/201070 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202003.788 – 2ª Turma Sessão de 17 de fevereiro de 2016 Matéria Contribuições Sociais Previdenciárias Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado TRANSVALTER LIMITADA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008 MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidas as Conselheiras Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez, que negavam provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Relator EDITADO EM: 19/02/2016 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 57 07 /2 01 0- 70 Fl. 1326DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.725707/201070 Acórdão n.º 9202003.788 CSRFT2 Fl. 1.062 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Relatório Trata o presente processo de auto de infração, às efls. 02 a 05, com relatório fiscal às efls. 778 a 782, em razão de a empresa ter apresentado Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, pois não foram declarados em GFIP os dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Há no relatório fiscal, referência aos autos de infração relativos às contribuições previdenciárias dos segurados, contribuintes individuais, bem como relativo à parte patronal, que receberam os números de processo: 10980.725705/201081 e 10980.725704/201036, respectivamente. Em sua impugnação, às efls. 1220 a 1234, a empresa, que atua no ramo de transporte rodoviário de cargas secas e granel, contestou o auto de infração. A 5ª Turma da DRJ/CTA considerou improcedente a impugnação, por unanimidade, conforme disposto no acórdão n° 0634.821 de 09/12/2011, às efls. 1254 a 1263, mantendo a integralidade do crédito lançado. Inconformada, a contribuinte apresentou recurso voluntário, às efls. 1265 a 1275, no qual argumenta, em síntese: falta de clareza na fundamentação da infração que não permitiria plena defesa; e ainda que mantida a multa aplicada sobre as contribuições, não caberia a incidência de juros de mora sobre esta exação. O recurso voluntário foi apreciado pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento em 18/09/2012, pelo acórdão 2301003.048, às efls. 1295/1307, que tem a seguinte ementa: INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA. Os transportadores autônomos se enquadram na categoria de contribuintes individuais, regida pelo art. 22, III, da Lei 8.212, de 1991. Os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Em relação à aplicação de multa pelo descumprimento de obrigação acessória previdenciária, o seu cálculo final deve observar o disposto no artigo 32A, da Lei 8.212/91, nos termos da redação dada pela Lei 11.941/09. Fl. 1327DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.725707/201070 Acórdão n.º 9202003.788 CSRFT2 Fl. 1.063 3 Recurso Voluntário Provido em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte. Relativamente às matérias recorridas, houve manutenção unânime do entendimento da DRJ. Contudo, foi modificada de ofício, pela maioria, a multa aplicada no auto de infração. Tal modificação se daria em respeito ao art. 106 do CTN, inciso II, alínea “c”, em face de alteração que, a partir de inclusão trazida pela Lei n° 11.941de 2009 do art. 32A a Lei n° 8.212 de 1991, tornou mais benéfica a aplicação da penalidade disposta no art. 32A nas situações em que essa seja mais benéfica à contribuinte. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência RE, às efls. 1308 a 1317, em 26/11/2013, entendendo que o acórdão recorrido merece ser reformado. Tal entendimento seria suportado pelos acórdãos paradigmas: 240100.127 e 20601.782. Argumenta que, nos paradigmas, consignouse que o dispositivo legal a ser aplicado passa a ser o art. 35A da Lei 8.212 de 91, que nos remete ao art. 44, I da Lei 9430 de 1996, e não o art. 32A da Lei 8.212 de 1991, conforme entendeu a Câmara recorrida, haja vista que este preceito normativo somente se aplica às situações em que somente tenha havido descumprimento de obrigação acessória relacionada à GFIP. Havendo lançamento de tributo, a multa passa a ser aplicada nos termos do art. 35A da Lei 8.212 de 1991. Por fim, solicita que seja adotada a tese dos paradigmas para que se verifique, na fase de execução do julgado qual a norma mais benéfica ao contribuinte: se a soma das duas multas anteriores (art. 35, II, e 32, IV, da norma revogada); ou aquela prevista no art. 35A da Lei nº 8.212 de 1991. Pelas razões expostas, o Procurador pleiteou o provimento do RE para que se reforme o acórdão recorrido. O Presidende da 3ª Câmara da Segunda seção de Julgamento do CARF através do Despacho n° 2300878/2013, às efls. 1318 a 1320, deu seguimento ao RE por entender preenchidos os requisitos legais para sua admissibilidade em 20/12/2013. Cientificada do resultado do julgamento de seu recurso voluntário e do prosseguimento do RE da Fazenda em 06/04/2015 (efl. 1324), a contribuinte não apresentou contrarrazões no prazo previsto no art. 69 do RICARF. É o relatório. Fl. 1328DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.725707/201070 Acórdão n.º 9202003.788 CSRFT2 Fl. 1.064 4 Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Julgo, inicialmente, não haver como se afastar a aplicabilidade, ao caso, da retroatividade benéfica prevista no art. 106, inciso II, alínea “c”, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Para tanto, trago à colação os dispositivos de interesse ao caso sob análise, bem como excertos do brilhante voto do Ilustre Conselheiro Marcelo Oliveira no âmbito do Acórdão no 9.202003.070, proferido por esta mesma 2a Turma, em 13 de fevereiro de 2014, por concordar integralmente com os seus fundamentos, na forma a seguir transcrita: Lei 5.172/66 (CTN) Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.(g.n.) Lei 8.212/1991 (Redação anterior): Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (g.n.): a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (g.n.): a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Fl. 1329DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.725707/201070 Acórdão n.º 9202003.788 CSRFT2 Fl. 1.065 5 b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: (...) Lei 8.212/1991 (nova redação): Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora (g.n.), nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício (g.n.) relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Acórdão 9.202003.070 – Voto do Conselheiro Marcelo Oliveira “ (...) Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar, nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. (...) Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamento de ofício (grifos no original), com penalidade aplicada quando o Fl. 1330DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.725707/201070 Acórdão n.º 9202003.788 CSRFT2 Fl. 1.066 6 sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora (grifos no original). Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora (grifos no original), que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Esclarecemos aqui que a multa de lançamento de ofício (grifos no original), como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício (grifos no original). É também fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício (grifos no original). Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Fl. 1331DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.725707/201070 Acórdão n.º 9202003.788 CSRFT2 Fl. 1.067 7 Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não tem caráter punitivo e a sua finalidade primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício (grifos no original) e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter comparado a penalidade determinada pelo II, Art. 35 da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original), antiga redação, com a penalidade determinada atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício (grifos no original)). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas. (...)” Verifico, assim, que, ainda que a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora”, independentemente da denominação que tenha se dado à penalidade, não resta dúvida de que estavam ali descritas duas diferentes espécies de multas: a) as multas de mora propriamente ditas e b) as multas lançadas de ofício. As primeiras eram cobradas com o tributo recolhido espontaneamente. As últimas, cobradas nos lançamentos de ofício e através de notificação fiscal de lançamento de débito, ou, posteriormente, após a fusão entre a SRP e RFB, através de auto de infração (lançamento de obrigação principal) e auto de infração (no caso de obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambas por força de ação fiscal, tal como ocorria com os demais tributos federais. Ainda, quanto às multas de ofício, estas duas situações supra elencadas se encontravam, respectivamente, regradas na forma dos antigos arts. 35, II (multa referente à obrigação principal constituída através de NFLD ou AI) e 32, IV, §4o. ou §5o. (ambos referindose à obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambos da Lei nº 8.212, de 1991, sendo que, com a alteração legislativa propugnada no referido diploma, passaram a estar regradas conjuntamente na forma de seu art. 35A. Assim, entendo que a penalidade a ser aplicada, uma vez caracterizada a ocorrência de lançamento de ofício da obrigação principal através de NFLD(s) ou AI(s) correspondente(s), não pode ser aquela mais benéfica a ser obtida pela comparação da estabelecida pela anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o. ou 5o da Lei nº 8.212, de 1991 (aplicável para os casos de descumprimento de obrigação acessória relativa a prestação de informações em GFIP mesmo nos casos como o sob análise em que havia concomitante constituição de ofício da obrigação principal através de NFLD ou AI) com a do art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, incluído pela Lei nº 11.941, de 2009, uma vez que a aplicação desta última, em meu entendimento, deve se cingir a casos em que há o efetivo recolhimento da Fl. 1332DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.725707/201070 Acórdão n.º 9202003.788 CSRFT2 Fl. 1.068 8 contribuição previdenciária lançada, com somente a obrigação acessória tendo sido descumprida, sem lançamento de ofício. Fundamental notar ter decorrido a constituição da multa, originada pelo descumprimento de obrigação acessória em questão nos presentes autos, de procedimento de ofício. A propósito, entendo que, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deva comparar àquela antiga multa por descumprimento de obrigação acessória (regrada na forma da anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o ou §5o da Lei nº 8.212, de 1991), quando somada à multa aplicada no âmbito do(s) NFLD(s) ou AI(s) de obrigação principal conexo(s) (regrada na forma da anterior redação do art. 35, inciso II da Lei nº 8.212, de 1991), a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício, consoante disposto no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991. Outrossim, analisandose o relatório fiscal nas efls. 778 a 782 e no seu Anexo II às efls. 1216 e 1217, podese observar que, no tocante às contribuições previdenciárias, houve a aplicação da comparação acima descrita. Destarte, voto no sentido de conhecer do recurso para dar provimento ao recurso especial do Procurador da Fazenda Nacional e para que seja mantida a multa conforme calculada no lançamento. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 1333DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.725707/201070 Acórdão n.º 9202003.788 CSRFT2 Fl. 1.069 9 Fl. 1334DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO
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Numero do processo: 10976.000695/2009-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2005 a 28/02/2007
LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 48
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração.
MEDIDA JUDICIAL SUSPENSIVA DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ANTERIOR AO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. NÃO CABIMENTO DE MULTA DE OFÍCIO.
A existência de medida judicial suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, em momento anterior ao início do procedimento fiscal, impede a aplicação de multa de ofício, nos termos do caput e §1º do artigo 63 da Lei nº 9.430/1996.
REVENDA DE MP, PI E ME. ADQUIRENTES NÃO INDUSTRIAIS OU NÃO REVENDEDORES. OPERAÇÃO NÃO SUJEITA À INCIDÊNCIA DO IPI. NECESSIDADE DE ESTORNO DOS CRÉDITOS RELATIVOS À AQUISIÇÃO DE MP, PI E ME.
Os estabelecimentos industriais quando derem saída a MP, PI e ME, adquiridos de terceiros, a pessoas que não sejam industriais ou revendedores, não serão considerados estabelecimentos comerciais de bens de produção, não sendo equiparados a estabelecimento industrial em relação a essas operações, nos termos do §4º do artigo 9º do Decreto 4.544/2002. Entretanto, deve-se efetuar o estorno dos créditos relativos às aquisições das referidas MP, PI e ME, conforme artigo 193 do Decreto nº 4.544/2002.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Crédito Tributário Mantido em Parte.
Numero da decisão: 3302-003.091
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em reconhecer a concomitância no que se refere ao crédito tributário correspondente aos produtos emulsões asfálticas, asfaltos modificados e polímeros e asfaltos oxidados e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para excluir a multa de ofício e determinar a suspensão de todo o crédito relacionado a esses mesmos produtos. Também por unanimidade, foi excluído o crédito tributário relativo às vendas dos produtos realizadas a não industriais ou não revendedores, conforme especificação no voto.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2005 a 28/02/2007 LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 48 A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração. MEDIDA JUDICIAL SUSPENSIVA DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ANTERIOR AO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. NÃO CABIMENTO DE MULTA DE OFÍCIO. A existência de medida judicial suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, em momento anterior ao início do procedimento fiscal, impede a aplicação de multa de ofício, nos termos do caput e §1º do artigo 63 da Lei nº 9.430/1996. REVENDA DE MP, PI E ME. ADQUIRENTES NÃO INDUSTRIAIS OU NÃO REVENDEDORES. OPERAÇÃO NÃO SUJEITA À INCIDÊNCIA DO IPI. NECESSIDADE DE ESTORNO DOS CRÉDITOS RELATIVOS À AQUISIÇÃO DE MP, PI E ME. Os estabelecimentos industriais quando derem saída a MP, PI e ME, adquiridos de terceiros, a pessoas que não sejam industriais ou revendedores, não serão considerados estabelecimentos comerciais de bens de produção, não sendo equiparados a estabelecimento industrial em relação a essas operações, nos termos do §4º do artigo 9º do Decreto 4.544/2002. Entretanto, deve-se efetuar o estorno dos créditos relativos às aquisições das referidas MP, PI e ME, conforme artigo 193 do Decreto nº 4.544/2002. Recurso Voluntário Provido em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em reconhecer a concomitância no que se refere ao crédito tributário correspondente aos produtos emulsões asfálticas, asfaltos modificados e polímeros e asfaltos oxidados e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para excluir a multa de ofício e determinar a suspensão de todo o crédito relacionado a esses mesmos produtos. Também por unanimidade, foi excluído o crédito tributário relativo às vendas dos produtos realizadas a não industriais ou não revendedores, conforme especificação no voto. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
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SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 48 A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração. MEDIDA JUDICIAL SUSPENSIVA DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ANTERIOR AO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. NÃO CABIMENTO DE MULTA DE OFÍCIO. A existência de medida judicial suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, em momento anterior ao início do procedimento fiscal, impede a aplicação de multa de ofício, nos termos do caput e §1º do artigo 63 da Lei nº 9.430/1996. REVENDA DE MP, PI E ME. ADQUIRENTES NÃO INDUSTRIAIS OU NÃO REVENDEDORES. OPERAÇÃO NÃO SUJEITA À INCIDÊNCIA DO IPI. NECESSIDADE DE ESTORNO DOS CRÉDITOS RELATIVOS À AQUISIÇÃO DE MP, PI E ME. Os estabelecimentos industriais quando derem saída a MP, PI e ME, adquiridos de terceiros, a pessoas que não sejam industriais ou revendedores, não serão considerados estabelecimentos comerciais de bens de produção, não sendo equiparados a estabelecimento industrial em relação a essas operações, nos termos do §4º do artigo 9º do Decreto 4.544/2002. Entretanto, devese efetuar o estorno dos créditos relativos às aquisições das referidas MP, PI e ME, conforme artigo 193 do Decreto nº 4.544/2002. Recurso Voluntário Provido em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 97 6. 00 06 95 /2 00 9- 01 Fl. 887DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em reconhecer a concomitância no que se refere ao crédito tributário correspondente aos produtos emulsões asfálticas, asfaltos modificados e polímeros e asfaltos oxidados e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para excluir a multa de ofício e determinar a suspensão de todo o crédito relacionado a esses mesmos produtos. Também por unanimidade, foi excluído o crédito tributário relativo às vendas dos produtos realizadas a não industriais ou não revendedores, conforme especificação no voto. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de Auto de Infração lavrado para constituição de crédito tributário de IPI, no período de 01/01/2005 a 28/02/2007, com ciência em 03/12/2009, por falta de destaque em produtos cujas saídas ocorreram de 01/01/2005 a 31/12/2006, classificados pela empresa nos códigos 2715.00.00 com alíquota de 5%, no código 2713.20.00, com alíquota de 4% e equivocadamente no código 2715.00.99, inexistente, e reclassificado para o código 2715.00.00, pela fiscalização. Para as saídas de revenda nos CFOP 5102 e 6012, a fiscalização considerou o estabelecimento equiparado a industrial nos termos do artigo 9º, §4º do RIPI/2002, como estabelecimentos comerciais de bens de produção, informando, ainda, que a recorrente, embora não tenha apurado débito de IPI nas saídas, apurou crédito na entrada, os transferindo para aproveitamento em sua matriz. A autuada ajuizou ação ordinária declaratória com pedido de antecipação de tutela em fevereiro de 2007 sob o nº 2007.34.00.0026277, visando a garantia do direito de não ter os produtos asfalto em emulsão, asfalto modificado por polímero e asfalto oxidado tributados pelo IPI, por considerálos protegidos pela imunidade prevista no § 3° do artigo 155 da Constituição Federal. A antecipação dos efeitos da antecipação da tutela foi denegada, tendo a empresa efetuado depósitos judiciais dos valores do IPI por ela apurados a partir do fato gerador de fevereiro de 2007. Em novembro de 2008, a recorrente obteve sentença favorável, sendo que em março de 2009, obteve decisão de acolhimento de embargos de declaração, na qual foi concedida a antecipação dos efeitos da tutela na sentença apra suspender a exigibilidade do IPI, conforme certidão de efls. 869. Fl. 888DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 4 3 Em impugnação, alegou que o Auto de Infração não pode ser mantido em razão da obtenção de decisão judicial com antecipação de tutela reconhecendo a imunidade do IPI sobre os produtos por ela fabricados, bem como por ser indevida a exigência sobre o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) e o CM30 (Asfalto Diluído de Petróleo), por tratarem de operação de comercialização, sem ter havido qualquer beneficiamento pela recorrente e por serem produtos imunes. Defendeu, ainda, a existência de devoluções de vendas não consideradas pela fiscalização, o caráter confiscatório das multas, a ilegalidade da aplicação da taxa Selic, que a matéria versada na impugnação é inteiramente diversa do objeto da ação judicial e pugnou, ao final, pela realização de diligência, para verificar os produtos que são objeto de mera revenda e as devoluções não consideradas. A DRJ converteu o julgamento em diligência para que fosse apurada a eventual existência de devoluções de vendas não consideradas pela fiscalização. Realizada a diligência, sem que a recorrente apresentasse qualquer manifestação a respeito, a Terceira Turma da DRJ em Belém proferiu o acórdão nº 0129.155, com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 PROCEDIMENTO FISCAL. LANÇAMENTO. VÍCIO. INEXISTÊNCIA. Inexiste nulidade no lançamento de ofício que se tenha revestido das formalidades previstas no art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, com as alterações da Lei nº 8.748, de 1993. MULTA DE OFÍCIO. TAXA SELIC. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A incidência de multa de ofício de 75% e exigência da taxa Selic como juros moratórios encontra supedâneo na legislação vigente, não possuindo a autoridade administrativa atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que integram a legislação tributária. PAF. DILIGÊNCIA. PERÍCIA. REQUISITOS. Indeferese o pedido de perícia ou diligência quando reputadas incabíveis nos contornos em que pretendidos pelo impugnante. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. EXISTÊNCIA DE DISCUSSÃO JUDICIAL. CABIMENTO. Mesmo quando se encontre a matéria sub judice é cabível, mesmo porque obrigatória, a “constituição” do crédito tributário por meio de lançamento de ofício, inexistindo óbice legal para tanto. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MÉRITO. CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. Fl. 889DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 5 4 A propositura de ação judicial pelo sujeito passivo implica renúncia à discussão, nas instâncias administrativas, do mérito relativo à pretensão caracterizada pelo mesmo objeto. IPI. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. SAÍDAS TRIBUTADAS. Quando o produto encontra na Tabela de Incidência do IPI TIPI, no período de apuração objeto de lançamento de ofício, alíquota positiva do imposto, sua saída do estabelecimento industrial não pode efetivarse sem o lançamento do tributo devido. IPI. CRÉDITOS. DEVOLUÇÕES OU RETORNOS. É permitido ao estabelecimento industrial creditarse do imposto relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou retorno, desde que mantenha escrituração e controles que lhe permitam comprovar sua condição de detentor de tal direito. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Irresignada, a recorrente interpôs recurso voluntário, alegando: 1. A impossibilidade de autuação em decorrência de decisão proferida em ação judicial anterior à lavratura do Auto de Infração, com antecipação de tutela, reconhecendo a imunidade tributária e não sujeição ao IPI, relativo aos produtos fabricados objeto da ação judicial; 2. A inaplicabilidade do ADN Cosit nº 3/1996, que versa sobre a concomitância de processos na esfera administrativa e judicial, pois a sentença proferida antes da lavratura é circunstância que impede a existência do Auto de Infração e não de sua concomitância; 3. A inobservância do artigo 63 da Lei nº 9.430/96, pois que o Auto de Infração não se consubstancia em mero lançamento para prevenir decadência, pois está sendo cobrada a multa de ofício, o que seria inadmissível neste tipo de lançamento. Junta a decisão da ação judicial; 4. A indevida inclusão do CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) e do CM30 (Asfalto Diluído de Petróleo) na autuação, por se tratarem de mera revenda dos produtos, acrescentando a argumentação de que os destinatários finais (municípios e empresas de engenharia) são consumidores finais e não estabelecimentos industriais ou revendedores, pois aplicam os produtos em serviços de pavimentação em geral, juntado decisão administrativa sobre a questão. 5. Que os produtos são derivados de petróleo e, portanto, imunes nos termos do artigo 155, §3º da Constituição Federal; 6. A necessidade de realização de diligência para se averiguar a condição de mera revenda do CAP e do CM30. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. Fl. 890DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 6 5 É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso voluntário atende aos demais pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A primeira questão abordada pela recorrente foi de que o reconhecimento da imunidade e a suspensão da exigibilidade anteriores ao lançamento possuem o condão de impedir a lavratura do Auto de Infração. Porém, a questão é pacificada neste conselho, nos termos da Súmula CARF nº 48: Súmula CARF nº 48: A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração. Assim, a existência de medida judicial, ainda que anterior ao lançamento, não elide a possibilidade de lavratura de Auto de Infração, pois o que se suspende é apenas a exigibilidade do crédito tributário. Obviamente, enquanto perdurar a medida judicial, não haverá possibilidade de cobrança do referido crédito. É o que se depreende do artigo 63 da Lei nº 9.430/96, ou seja, o lançamento de ofício pode ocorrer, mesmo com a exigibilidade suspensa: Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) § 1º O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. (Vide Medida Provisória nº 75, de 2002) § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. (Vide Medida Provisória nº 75, de 2002) A recorrente argüiu, ainda, a inaplicabilidade do ADN COSIT nº 3/1996 ao caso concreto. Referido ato normativo tratava da propositura de ação judicial com o mesmo objeto discutido em processo administrativo, nos seguintes termos: O COORDENADORGERAL DO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO, no uso da atribuição que lhe confere o art. l47, item III, do regimento interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria do Ministro da Fazenda nº 606, de 03 de setembro de l992, e tendo em vista o Parecer COSIT nº 27/96. Fl. 891DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 7 6 DECLARA, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados, que: a) a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou posteriormente á autuação, com o mesmo objeto, importa a renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto ; b) conseqüentemente, quando diferentes os objetos do processo judicial e do processo administrativo, este terá prosseguimento normal no que se relaciona à matéria diferenciada (p.ex., aspectos formais do lançamento, base de cálculo etc.); c) no caso da letra "a", a autoridade dirigente do órgão onde se encontra o processo não conhecerá de eventual petição do contribuinte, proferindo decisão formal, declaratória da definitividade da exigência discutida ou da decisão recorrida,se for o caso, encaminhando o processo para a cobrança do débito, ressalvada a eventual aplicação do disposto no art. 149 do CTN; d) na hipótese da alínea anterior, não se verificando a ressalva ali contida, procederseá a inscrição em dívida ativa, deixando se de fazêlo, para aguardar o pronunciamento judicial, somente quando demonstrada a ocorrência do disposto nos incisos II (depósito do montante integral do débito) ou IV (concessão de medida liminar em mandado de segurança),do art.l5l, do CNT; e) é irrelevante, na espécie, que o processo tenha sido extinto, no Judiciário, sem julgamento do mérito (art.267 do CPC). Este ato está revogado pelo Parecer Normativo Cosit nº 7/2014, cujas conclusões foram: Conclusão 21. Por todo o exposto, concluise que: a) a propositura pelo contribuinte de ação judicial de qualquer espécie contra a Fazenda Pública, em qualquer momento, com o mesmo objeto (mesma causa de pedir e mesmo pedido) ou objeto maior, implica renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso de qualquer espécie interposto, exceto quando a adoção da via judicial tenha por escopo a correção de procedimentos adjetivos ou processuais da Administração Tributária, tais como questões sobre rito, prazo e competência; b) por conseguinte, quando diferentes os objetos do processo judicial e do processo administrativo, este terá prosseguimento normal no que concerne à matéria distinta; c) a renúncia às instâncias administrativas abrange os processos de constituição de crédito tributário, de reconhecimento de direito creditório do contribuinte (restituição, ressarcimento e Fl. 892DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 8 7 compensação), de aplicação de pena de perdimento e qualquer outro processo que envolva a aplicação da legislação tributária ou aduaneira; d) a decisão judicial transitada em julgado, seja esta anterior ou posterior ao término do contencioso administrativo, prevalece sobre a decisão administrativa, mesmo quando aquela tenha sido desfavorável ao contribuinte e esta lhe tenha sido favorável; e) a renúncia às instâncias administrativas não impede que a Fazenda Pública dê prosseguimento normal aos seus procedimentos, a despeito do ingresso do sujeito passivo em juízo; proferirá, assim, decisão formal, declaratória da definitividade da exigência discutida ou da decisão recorrida, e deixará de apreciar suas razões e de conhecer de eventual petição por ele apresentada, encaminhando o processo para a inscrição em DAU do débito, quando existente, salvo a ocorrência de hipótese que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, nos termos dos incisos II, IV e V do art. 151 do CTN; f) o mesmo raciocínio se aplica, no que couber, aos processos administrativos em que não se discuta a exigibilidade do crédito tributário lançado de ofício, mas envolvam quaisquer outras matérias de interesse do sujeito passivo, que ele opte por submeter ao exame do Poder Judiciário (nestes casos, de igual modo, o curso do processo administrativo não será suspenso, ressalvada decisão judicial incidental determinando sua suspensão); g) a competência para declarar a concomitância de instâncias e seus efeitos é da autoridade competente para decidir sobre a matéria na fase processual em que se encontra o processo administrativo, qualquer que seja o rito a que esteja submetido; h) se, no ato da impugnação do lançamento, da manifestação de inconformidade ou da interposição de qualquer espécie de recurso, o interessado não informar que a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, em desobediência ao disposto no inciso V do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, e ficar constatada a concomitância total ou parcial com processo judicial, deverá o Delegado ou o InspetorChefe da RFB negar o seguimento da impugnação ou da manifestação quanto ao objeto coincidente; i) é irrelevante, na espécie, que o processo judicial tenha sido extinto sem resolução de mérito, na forma do art. 267 do CPC, pois a renúncia às instâncias administrativas, em decorrência da opção pela via judicial, é definitiva, insuscetível de retratação; j) a definitividade da renúncia às instâncias administrativas independe de o recurso administrativo ter sido interposto antes ou após o ajuizamento da ação; k) o disposto neste Parecer aplicase de igual modo a qualquer modalidade de processo administrativo no âmbito da RFB, ainda Fl. 893DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 9 8 que sujeito a rito processual diverso do Decreto nº 70.235, de 1972; l) a configuração da concomitância entre as esferas administrativa e judicial não impede a aplicação do disposto no art. 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, c/c a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1, de 12 de fevereiro de 2014; m) ficam revogados o Parecer MF/SRF/COSIT/GAB nº 27, de 13 de fevereiro de 1996 e o ADN Cosit nº 3, de 14 de fevereiro de 1996. No caso presente, a recorrente ajuizou ação ordinária declaratória com pedido de antecipação de tutela em fevereiro de 2007 sob o nº 2007.34.00.0026277, visando a garantia do direito de não ter os produtos asfalto em emulsão, asfalto modificado por polímero e asfalto oxidado tributados pelo IPI, por considerálos protegidos pela imunidade prevista no § 3° do artigo 155 da Constituição Federal, conforme excerto extraído da certidão de efls. 127, abaixo transcrito: “CERTIFICA que da Ação Ordinária nº 2007.34.00.002627 7, ajuizada por CENTROOESTE ASFALTOS LTDA., ASFALTOS CONTINENTAL LTDA. e NTA NOVAS TECNICAS DE ASFALTOS LTDA. contra a UNIÃO, consta o seguinte : PEDIDO : Declarar a não incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI sobre os produtos asfálticos (asfaltos em emulsão, asfaltos modificados por polímeros e asfaltos oxidados). SENTENÇA: Acolhido o pedido para "declarar que gozam de imunidade em relação ao Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, com base no art. 155, § 3º da Constituição, os produtos asfálticos em emulsão, modificados por polímero e oxidados, fabricados pelas autoras, desde que: (a) os asfaltos em emulsão obedeçam às normas contidas no Regulamento Técnico DNC 01191, aprovado pela Portaria Minfra NO 16, de 17.1.1991; (b) os`asfaltos modificados por polímero 'sejam constituídos por, no mínimo, 94 % de Cimento Asfáltico de Petróleo ' CAP, e no máximo, 6% de polímeros e copolímeros, e obedeçam às normas contidas no Regulamento Técnico ANP n 0 312007, aprovado pela Resolução ANP, n0 31, de 9.10.2007; e (c) os asfaltos oxidados sejam preparados a partir do Cimento Asfáltico de Petróleo e obedeçam a normalização da Associação Brasileira . de Normas Técnicas ABNT sob n 0 NBR 9910, de junho de 1982': Foi concedida a antecipação dos efeitos da tutela na sentença para suspender a exigibilidade do IPI; nos termos anteriormente mencionados. ULTIMO ANDAMENTO : Autos aguardando a publicação da sentença que acolheu os embargos de` declaração para antecipar os efeitos da tutela. Brasília, 30 ge março de 2009.” Constatase, assim, a existência de concomitância em relação à alegação de não incidência de IPI sobre os asfaltos em emulsão, asfaltos modificados por polímeros e asfaltos oxidados, com fundamento na imunidade de que trata o §3º do artigo 155 da Constituição Federal, sendo aplicável o revogado ADN Cosit nº 3/1996, então vigente à época dos fatos, bem como o Parecer Normativo Cosit nº 7/2014. Fl. 894DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 10 9 Seguindo em sua defesa, a recorrente propugnou pela aplicação do artigo 63 da Lei nº 9.430/96. Verificase nas efls. 868 e 869, decisão de acolhimento dos embargos, reconhecendo a antecipação da tutela e a suspensão da exigibilidade do IPI sobre os produtos asfálticos em emulsão, modificados por polímero e oxidados, fabricados pela autora, em 09/03/2009 e certidão exarada em 30/03/2009, anteriormente ao início da diligência para apuração dos fatos, ocorrida em 12/08/2009, conforme informação do Termo de Verificação Fiscal de efl.63 e 72. Não há nos autos, informação sobre a suspensão dos efeitos da sentença e de acordo com o Parecer PGFN/CAT nº 1.405/1999, a sentença que confirma a concessão de tutela impede a cobrança do crédito tributário até que sobrevenha ordem suspendendoa: 32. Isso posto, e objetivamente respondendo às dúvidas suscitadas pela Secretaria da Receita Federal, é de se concluir que: a) além das liminares concedidas em mandado de segurança, as demais medidas liminares e as antecipatórias de tutela, concedidas em outras espécies de ações, por serem ordens judiciais, devem ser observadas durante o período em que conservam sua eficácia. A unidade local da Procuradoria da Fazenda, em tais casos, deve ser cientificada para que se tomem as providências legais cabíveis; b) a sentença de mérito proferida na primeira instância ou instância única, concedendo a segurança, suspende a exigibilidade do crédito tributário, até que sobrevenha decisão em sentido contrário, quando cabível; c) a sentença de mérito proferida na primeira instância ou instância única favorável ao contribuinte, nos processos onde foram concedidos tutela antecipada ou liminar em outras espécies de ação judicial, impede a cobrança do crédito tributário, até que se obtenha, via judicial, a suspensão da ordem; d) em tais casos deve a Secretaria da Receita Federal fornecer certidão positiva de débito, com efeitos de certidão negativa, sendo de bom alvitre que conste da certidão a ressalva de que esta está sendo emitida por determinação judicial; Verificase que a fiscalização efetuou o lançamento por entender que a ação ordinária declaratória interposta em fevereiro de 2007 somente produzia efeitos a partir de fevereiro de 2007, fato gerador a partir do qual passou a efetuar depósitos judiciais. O entendimento é equivocado, pois as ações declaratórias visam a declaração da existência ou não de uma relação jurídica, ou a autenticidade ou falsidade de documento (art. 4º do Código de Processo Civil vigente), e, no caso aqui tratado, referiuse à declaração de inexistência de relação jurídica relativa à incidência do IPI sobre as saídas dos produtos que fabrica, e, portanto, não se limita aos fatos geradores subsequentes à sua interposição. A DRJ afastou, implicitamente, o entendimento da fiscalização, mas negou provimento ao recurso, em razão de que a recorrente não ter apresentado a decisão judicial confirmatória da concessão dos efeitos da antecipação de tutela, bem como não comprovara que os produtos vendidos se enquadravam no conteúdo decisório. Fl. 895DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 11 10 Verificase, porém, que a fiscalização considerou que a decisão judicial obtida pela recorrente não alcançou as saídas de emulsões asfálticas convencionais, as modificadas com polímeros ou os asfaltos modificados por ter entendido que seus efeitos não se aplicavam aos fatos geradores anteriores a fevereiro de 2007, e não pelo fato de os produtos não se enquadrarem no conteúdo decisório da sentença. De fato, depreendese, justamente, o contrário, pois a ação fiscal iniciouse para a verificação do período de janeiro de 2005 a dezembro de 2008 (Termo de Intimação nº 0507/2009, efl. 72), mas resultou em autuação apenas de 2005 e 2006, o que demonstra que foi considerado que a ação judicial e os depósitos judiciais, a partir de fevereiro de 2007, abrangiam os produtos fabricados pela recorrente. Se a fiscalização tivesse considerado que produtos fabricados pela recorrente não atendiam ao conteúdo decisório, certamente, haveria lançamento de ofício quanto a estes produtos não abrangidos pela decisão judicial, no período de 2007 a 2008. A conclusão fica mais reforçada quando se verifica que a recorrente apresentou em resposta à intimação, a composição química das emulsões asfálticas e dos asfaltos modificados, não tendo sido feita nenhuma observação a respeito. Pontuese que o lançamento especificou apenas a NCM dos produtos envolvidos e não se preocupou com o enquadramento dos produtos nos atos normativos referidos na decisão judicial. Portanto, devem ser exoneradas as multas de ofício referentes aos lançamentos de crédito tributário relativos aos produtos asfaltos em emulsão, asfaltos modificados por polímeros e asfaltos oxidados. Esclareçase que de acordo com o alínea “e” 1 do Parecer Normativo Cosit nº 7/2014, esta decisão relativa ao lançamento concernente aos produtos de que trata o parágrafo anterior é formalmente definitiva no âmbito administrativo e reconhece a suspensão dos créditos tributários em vista da certidão acostada aos autos, cabendo à unidade administrativa de origem a verificação do atual andamento processual e os efeitos de novas decisões sobre a suspensão aqui reconhecida. Quanto à tributação dos produtos CAP e CM30, a recorrente pugna pelo cancelamento, em vista de serem operações de mera revenda, sem qualquer operação de industrialização e pelo fato de que tais produtos são imunes, de acordo com o artigo 155, §3º da Constituição Federal. No que tange à imunidade, salientase que não há lide quanto à classificação fiscal dos produtos, restando incontroversa a classificação nas posições 2713.20.00 e 2715.00.00: 27.13 COQUE DE PETRÓLEO, BETUME DE PETRÓLEO E OUTROS RESÍDUOS DOS ÓLEOS DE PETRÓLEO OU DE MINERAIS BETUMINOSOS 2713.1 Coque de petróleo 2713.11.00 Não calcinado 4 2713.12.00 Calcinado 4 2713.20.00 Betume de petróleo 4 1 e) a renúncia às instâncias administrativas não impede que a Fazenda Pública dê prosseguimento normal aos seus procedimentos, a despeito do ingresso do sujeito passivo em juízo; proferirá, assim, decisão formal, declaratória da definitividade da exigência discutida ou da decisão recorrida, e deixará de apreciar suas razões e de conhecer de eventual petição por ele apresentada, encaminhando o processo para a inscrição em DAU do débito, quando existente, salvo a ocorrência de hipótese que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, nos termos dos incisos II, IV e V do art. 151 do CTN Fl. 896DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 12 11 2713.90.00 Outros resíduos dos óleos de petróleo ou de minerais betuminosos 4 2715.00.00 MISTURAS BETUMINOSAS À BASE DE ASFALTO OU DE BETUME NATURAIS, DE BETUME DE PETRÓLEO, DE ALCATRÃO MINERAL OU DE BREU DE ALCATRÃO MINERAL (POR EXEMPLO: MÁSTIQUES BETUMINOSOS E "CUTBACKS") 5 As alíquotas adotadas pela TIPI são positivas, representando, em última análise, o entendimento do Poder Executivo a respeito da não imunidade relativa a estes produtos, pois o contrário implicaria a adoção da notação NT às referidas posições. A TIPI é aprovada mediante decreto presidencial, no caso os Decretos nº 4.542/2002 e 6.006/2006, e argumentação de que o CAP e o CM30 seriam produtos imunes, ainda que o decreto estabelecesse alíquotas positivas, pressupõe juízo de inconstitucionalidade dos referidos decretos, o que não pode ser deduzido neste Conselho, a teor da Súmula CARF nº 022. Concernente à operação de revenda, a fiscalização efetuou o lançamento de saída de produtos nos CFOP 5.102 e 6.102 (venda de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros), enquadrando a operação na equiparação prevista no §4 do artigo 9º do Decreto 4.544/2002: Art. 9º Equiparamse a estabelecimento industrial: [...] § 4º Os estabelecimentos industriais quando derem saída a MP, PI e ME , adquiridos de terceiros, com destino a outros estabelecimentos, para industrialização ou revenda, serão considerados estabelecimentos comerciais de bens de produção e obrigatoriamente equiparados a estabelecimento industrial em relação a essas operações (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso IV, e Decretolei nº 34, de 1966, art. 2º, alteração 1ª). Já o artigo 193 do regulamento prevê o estorno de créditos nas hipóteses: Anulação do Crédito Art. 193. Será anulado, mediante estorno na escrita fiscal, o crédito do imposto (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25, § 3º, Decreto lei nº 34, de 1966, art. 2º, alteração 8ª, Lei nº 7.798, de 1989, art. 12, e Lei nº 9.779, de 1999, art. 11): I relativo a MP, PI e ME , que tenham sido: [...] f) vendidos a pessoas que não sejam industriais ou revendedores; II relativo a bens de produção que os comerciantes, equiparados a industrial: a) venderem a pessoas que não sejam industriais ou revendedores; b) transferirem para as seções incumbidas de vender às pessoas indicadas na alínea a; ou 2 Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Fl. 897DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 13 12 c) transferirem para outros estabelecimentos da mesma firma, com a destinação das alíneas a e b; Por sua vez, a recorrente alega que as vendas de CAP e CM30 são meras revendas, sem qualquer processo de industrialização, e que os destinatários são municípios ou empresas de engenharia, que utilizam estes produtos em pavimentação, sendo consumidores finais. Na impugnação, relaciona em planilha as notas fiscais que deveriam ser excluídas do lançamento, efls. 295 a 302. Os requisitos para a caracterização da equiparação são: 1) o estabelecimento a ser equiparado deve ser industrial; 2) a operação é de revenda; 3) os produtos revendidos são matériasprimas, produtos intermediários ou material de embalagem; 4) os adquirentes devem ser estabelecimentos industriais que utilizam estes produtos como insumos ou estabelecimentos que os revenda. No caso, os três primeiros requisitos são constatados, ou seja, a recorrente é estabelecimento industrial, o CAP e o CM30 são matériasprimas de seu processo produtivo e a operação autuada foi de revenda. Entretanto, controvérsia reside na condição do adquirente. A recorrente afirma que os adquirentes são usuários finais, sendo a operação realizada pela recorrente de mera revenda. Porém, se isto de fato tivesse ocorrido, a recorrente deveria ter estornado o crédito decorrente das aquisições destes produtos, segundo o artigo 193 do RIPI/2002, o que não foi realizado, conforme afirmação da fiscalização no Termo de Verificação Fiscal, efls. 69, abaixo transcrita e não contestada pela recorrente: “Observese que embora não tenha tributado as saídas dos produtos por ela industrializados, certamente por entender que não estão sujeitos à incidência do IPI (nãotributados), conforme se depreende do teor da ação ordinária anteriormente comentada, a empresa creditouse do IPI pago na aquisição de matériasprimas, verificado nas notas fiscais de entrada apresentadas conforme protocolo de entrega de fl. e nos respectivos Livros de Registro de Entrada. Se o produto não é sujeito à incidência do IPI, não há que se creditar do IPI pago na aquisição da matériaprima, produto intermediário material de embalagem empregados na sua produção.” A falta de estorno dos créditos é incompatível com a alegação de que se trataria de mera revenda. Seria talvez o caso de uma diligência para esclarecer a verdade dos fatos. Porém, entendo que a diligência a ser realizada em terceiros não integrantes do litígio para verificar a utilização de produtos adquiridos em 2005 e 2006 revelase impraticável dado o lapso temporal de dez anos ou mais, quando não mais se poderá exigir a apresentação de documentação probatória do efetivamente ocorrido. Verificase, contudo, que na relação de notas fiscais indicadas pela recorrente na impugnação, efls. 294 a 302 em comparação com a planilha de fiscalização, efls. 28 a 62, identificamse os seguintes adquirentes, que não podem ser considerados como industriais ou revendedores de produtos asfálticos, posto se tratarem de prefeituras municipais, laboratório farmacêutico, empresas de água e esgoto municipais, associação, órgãos públicos, indústria alimentícia, pessoas físicas, a saber: Prefeitura Municipal de Pirapora, Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Pirapora, Prefeitura Municipal de Itabira, Laboratório Farmacêutico Neo Química, Luciana J Penido, Prefeitura Municipal de Buritis, Assoc. Educ. Irmãos De N. Fl. 898DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10976.000695/200901 Acórdão n.º 3302003.091 S3C3T2 Fl. 14 13 Senhora, Assoc M. Micro R. Vertente Oc. Caparão, Assoc Benef. Da Rodov. Da Mudança, 9º Batalhao De Engenh De Construção, 9º Batalhao De Engenh De Construção, Prefeitura Municipal de Querência, Prefeitura Municipal de Itumbiara, Prefeitura Municipal de Senador Canedo, Prefeitura Municipal de João Pinheiro, Prefeitura Municipal de Machado, Perdigão Agroindustrial, Prefeitura Municipal de Caçu, Ipanema Agrícola Ltda, Codaíba Agroindustrial Ltda, Prefeitura Municipal de Nova Glória, Prefeitura Municipal de Mineiros, Prefeitura Municipal de Bom Jesus, Prefeitura Municipal de Berilo. As notas relativas a tais adquirentes estão listadas na planilha de efls. 294 a 302, apresentada pela recorrente em sua impugnação. Assim, em relação a tais adquirentes, a revenda de CAP e CM30 pela recorrente não se enquadra na equiparação prevista no §4º do artigo 9º do Decreto 4.544/2002. Diante do exposto, voto para dar provimento parcial ao recurso voluntário, excluindo do lançamento as multas de ofício lançadas sobre as emulsões asfálticas, sobre os asfaltos modificados por polímeros e sobre os asfaltos oxidados em razão da existência da decisão judicial que suspendia a exigibilidade do crédito tributário, bem como excluindo do lançamento o crédito relativo à revenda de CAP e CM30 aos adquirentes não industriais ou revendedores, acima especificados. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 899DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 11020.001505/2003-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 31/05/1998 a 31/08/1998
EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. ACOLHIMENTO.
Devem ser sanados os erros materiais constatados em Acórdão e apontados pela embargante.
Numero da decisão: 3401-002.996
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os Embargos de Declaração.
Júlio César Alves Ramos - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ERRO MATERIAL. ACOLHIMENTO. Devem ser sanados os erros materiais constatados em Acórdão e apontados pela embargante. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os Embargos de Declaração. Júlio César Alves Ramos Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 15 05 /2 00 3- 21 Fl. 534DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 2 Trata este de Embargos ingressado pela Procuradoria da Fazenda Nacional que questiona o Acórdão cuja Ementa reproduzo a seguir: Acórdão n.º 340101.748 4a Câmara / 1a Turma Ordinária Recursos: De Ofício e Voluntário ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 20/05/1998 DECADÊNCIA. PAGAMENTO ANTECIPADO. CINCO ANOS CONTADOS DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. É de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, o prazo de que dispõe a Fazenda Pública para proceder ao lançamento de oficio de tributos e contribuições sujeitos ao lançamento por homologação. Entendimento pacificado no STJ e adotado pelo Carf por força do disposto no art. 62A de seu Regimento Interno. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 31/05/1998 a 31/08/1998 NULIDADE. MATÉRIA JÁ JULGADA DEFINITIVAMENTE EM OUTRO PROCESSO. INOCORRÊNCIA. Não se conhece de matéria que já se encontra definitivamente julgada na esfera administrativa e que foi debatida no processo administrativo que deu origem e que dá suporte ao auto de infração constante deste processo. NULIDADE DE DECISÃO DA DRJ. NÃO ENFRENTAMENTO DE QUESTÕES DA IMPUGNAÇÃO. INOCORRÊNCIA. Claramente explicitadas no voto as razões do não enfrentamento de questões da impugnação, por conta de referiremse a matérias pertinentes a outro processo administrativo, de se afastar argüição de nulidade do julgamento. DCTF. DÉBITO DECLARADO. SALDO A PAGAR ZERO. CONFISSÃO DE DÍVIDA. NECESSIDADE DE LANÇAMENTO DE OFICIO. Havendo disposição específica no artigo 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 24/08/2001, no sentido de que os débitos declarados em DCTF e cujas compensações não tenham sido homologadas pela autoridade fiscal deviam ser exigidos mediante o procedimento de lançamento de oficio, de se desprezar, por lhe conflitar e lhe ser hierarquicamente inferior, a disposição contida na IN SRF n° 126, de 1998, com a redação que lhe foi dada pela IN SRF n° 16, de 14/02/2000, que considerava aqueles débitos como confessados e permitia a sua exigência por meio de mera cobrança. Somente com a edição da Medida Provisória n° 135, de 30/10/2003, posteriormente regulamentada pela IN SRF n° 480, de 2004, é que não só os Saldos a Pagar, mas, também, quaisquer diferenças encontradas nos procedimentos de compensação informados em DCTF, passaram a ser considerados como confissão de dívida, de modo que a sua exigência não mais passou a depender de lançamento de oficio. No caso, o auto de infração foi lavrado ainda na vigência do artigo 90 da MP 2.15835, de 2001. MULTA DE OFICIO. CONVOLAÇÃO EM MULTA DE MORA. IMPOSSIBILIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. INAPLICABILIDADE. De se rejeitar a convolação de multa de oficio de 75% em multa de mora de 20% feita pela instância de julgamento de primeira instância, por lhe faltar competência para promover alterações nos dispositivos legais que sustentam o lançamento de oficio. No caso, ao transformar uma multa de oficio em multa de mora, a DRJ acabou por proceder a um novo lançamento, o que lhe é vedado. Fl. 535DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 11020.001505/200321 Acórdão n.º 3401002.996 S3C4T1 Fl. 3 3 Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso de Ofício, e reconhecer, de ofício, a decadência do lançamento relacionado ao segundo decêndio de agosto de 1998, e, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para afastar a multa. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos e Emanuel Carlos Dantas de Assis, que fará declaração de voto. Júlio César Alves Ramos Presidente; Odassi Guerzoni Filho Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça. Como já exposto no despacho de admissibilidade, a Embargante alega a decisão embargada contém erro material e contradição verificados em seu conteúdo: ela propõem o reconhecimento de ofício de decadência do lançamento em discussão, entretanto, ora se refere ao período de apuração do segundo decêndio de maio de 1998, e ora ao segundo decêndio de agosto de 1998. Em face destes elementos, a Embargante requereu fosse conhecido e providos os Embargos, para o fim de sanar a contradição e o erro material apontado neste recurso. Os Embargos foram admitidos e vieram a apreciação neste colegiado. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. O recurso foi considerado tempestivo e legítimo. Conforme o relator do voto condutor do Acórdão em discussão, Ilmo Conselheiro Odassi Guerzoni Filho, este processo se refere ao seguinte objeto: Trata o presente processo de Auto de Infração lavrado em 28/05/2003 para a exigência de IPI relativo aos períodos de apuração do segundo e terceiro decêndios de maio, e dos três decêndios de junho, julho e agosto, todos de 1998, no valor de R$ 5.363.981,11, nele incluídos juros de mora e multa de ofício de 75%. Fl. 536DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 4 Segundo o autor do procedimento, a exigência se deu em face de os referidos débitos ora lançados terem sido objeto de declarações de compensações lastreadas em um crédito de IRPJ e de CSLL (Processo n° 11020.001133/9812, de 29/05/98, fls. 22/37) cujo reconhecimento não foi referendado pela DRF em Caxias do Sul (Despacho Decisório de 09/05/2003, fls. 82 e 83). Vemos na Ementa que, de fato, foi reconhecida de ofício decadência de determinado período de apuração. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 20/05/1998 DECADÊNCIA. PAGAMENTO ANTECIPADO. CINCO ANOS CONTADOS DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. É de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, o prazo de que dispõe a Fazenda Pública para proceder ao lançamento de oficio de tributos e contribuições sujeitos ao lançamento por homologação. Entendimento pacificado no STJ e adotado pelo Carf por força do disposto no art. 62A de seu Regimento Interno. (GRIFO NOSSO) Ao analisarmos o texto do voto condutor podemos verificar que ele realmente afirma a decadência para dois períodos de apuração. Vejamos: Embora a decadência parcial do lançamento não tenha sido suscitada pela Recorrente, façoo de oficio, por se tratar de matéria de ordem pública, já que, tendo sido o presente lançamento cientificado ao sujeito passivo em 28/05/2003, não mais poderia ser constituído de oficio o débito de IPI do segundo decêndio de maio de 1998. ... Temse, então, que a aplicação deste ou daquele dispositivo, depende da existência ou não do pagamento antecipado, o que, no presente caso, efetivamente ocorreu, consoante se observa em relação ao referido período de apuração na DCTF constante à fl. 11. De se cancelar, portanto, o lançamento correspondente ao segundo decêndio de agosto de 1998, em face da decadência. A ciência, pelo contribuinte, da autuação ocorrida em 28/05/2003, define o termo inicial da decadência. Sendo assim, por certo que a decadência decidida pelo colegiado naquela ocasião se refere ao segundo decêndio de maio de 1998, e não consegue alcançar o período posterior a ele no caso o segundo decêndio de agosto de 1998. Portanto, há um erro material e contradição do texto do voto condutor que deve ser sanado. A decadência reconhecida de ofício se refere ao período do 2º decêndio de maio de 1998 somente. Fl. 537DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 11020.001505/200321 Acórdão n.º 3401002.996 S3C4T1 Fl. 4 5 Com razão a Procuradoria da Fazenda Nacional com seus Embargos, motivo por que proponho que ele seja acolhido, para corrigir o texto, quando ele se refere a decadência do 2º decêndio de agosto de 1998. Submeto esta proposta à consideração deste colegiado. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 538DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA
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Numero do processo: 10167.001742/2007-98
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2009
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/05/1996 a 31/12/1998
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. O prazo decadencial para a constituição dos créditos previdenciários é de 05 (cinco) anos, contado da data da ocorrência do fato gerador do tributo, nos termos do artigo 150, § 4°, do Código Tributário Nacional, ou do 173 do mesmo Diploma Legal, no caso de dolo, fraude ou simulação comprovados, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n°8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO.
Numero da decisão: 2401-000.058
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda
Seção de Julgamento, I) por unanimidade de votos, em declarar a decadência das contribuições apuradas até a competência 11/1998; II) Por maioria de votos, em declarar a decadência das contribuições apuradas até a competência 12/1998. Vencidas as Conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Bernadete de Oliveira Barros e Ana Maria Bandeira, que votaram por declarar a decadência das contribuições apuradas somente até a competência 11/1998.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira
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E OUTROS 1 Recorrida DRJ-BRASILIA/DF ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/1996 a 31/12/1998 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. O prazo decadencial para a constituição dos créditos previdenciários é de 05 (cinco) anos, contado da data da ocorrência do fato gerador do tributo, nos termos do artigo 150, § 4°, do Código Tributário Nacional, ou do 173 do mesmo Diploma Legal, no caso de dolo, fraude ou simulação comprovados, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n°8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's n"s 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4a Cámara / P Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) por unanimidade de votos, em declarar a decadência das contribuições apuradas até a competência 11/1998; II) Por maioria de votos, em declarar a decadência das contribuições apuradas até a competência 12/1998. Vencidas as Conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Bem. dete de Oliveira Barros e Ana Maria Bandeira, que votaram por declarar a decadência das • ; ições apuradas somente até a competência 11/1998.4$ la ni. ELIAS SAMPAIO FREIRE - Presidente k, , ,, . Processo n° 10167.001742/2007-98 S2-C4T1 Acórdão n.° 2401-00.058 Fl. 284 • Egifflailath RYCARD O ENRIQUE MAGALHÃES DE OLIVEIRA — Relator Participaram, ainda, do res- e julgamento, os Conselheiros: Rogério de llis Pinto, Cleusa Vieira de Souza e Lourenço -rreira do Prado. 2 Processo n° 10167.00174212007-98 52-C4T1 Acórdão n.° 2401-00.058 Fl. 285 Relatório BOIFORTE FRIGORÍFICOS LTDA., contribuinte, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho do Acórdão n° 03-22.297/2007, da 6° Turma da DRJ em Brasilia/DF, que julgou procedente o lançamento fiscal referente às contribuições sociais devidas pela notificada ao INSS, correspondentes a parte da empresa, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas aos contribuintes individuais/administradores, em relação ao período de 05/1996 a 12/1998, conforme Relatório Fiscal, às fls. 28/30, e Aditivo de fls. 115/137. Trata-se de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito — NFLD, lavrada em 30/08/2004, contra a contribuinte acima identificada, constituindo-se crédito no valor de R$ 118.342,58 (Cento e dezoito mil, trezentos e quarenta e dois reais e cinqüenta e oito centavos). Esclarece o fiscal autuante que da análise dos documentos apresentados durante a fiscalização desenvolvida na notificada, restou constatada a existência de grupo econômico de fato formado entre as empresas FRIMAR — Frigoríficos Araguaína S/A, Frigorífico BOINORTE Ltda., BOIFORTE Frigoríficos Ltda., COOPERBOVINO — Cooperativa dos Produtores Agropecuários do Tocantins Ltda., e COOPERCARNE — Cooperativa dos Produtores de Bovinos, Carnes e Derivados do Tocantins, consoante se infere do Relatório dos Fatos Apurados na Auditoria Fiscal — FRIGORÍFICOS DO GRUPO FRIMAR DE ARAGUAINA-TO, às fls. 32/48, bem como do Relatório Fiscal Aditivo, às fls. 115/137, e demais documentos que instruem o processo. Inconformada com a Decisão recorrida, a notificada apresentou Recurso Voluntário, às fls. 248/273, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Preliminarmente, pretende seja reconhecida a decadência pleiteada em sua impugnação, sob o argumento que a Lei n° 8.212/91 não poderia definir prazo decadencial diverso do estipulado no Código Tributário Nacional, de cinco anos, sob pena de incorrer em vício insanável de ilegalidade e inconstitucionalidade, ao conflitar com normatização de hierarquia superior, violando o artigo 146, III, "b", da Constituição Federal, restando decaído o crédito previdenciário lançado fora do prazo decadencial de 05 (cinco) anos, nos moldes do artigo 150, §4°, do CTN. Em defesa de sua pretensão, traz à colação doutrina e jurisprudência a propósito da matéria. Ainda em sede de preliminar, pugna pela decretação da nulidade do lançamento, por entender que o fiscal autuante, ao constituir o presente crédito previdenciário, não logrou motivar/comprovar os fatos alegados de forma clara e precisa na legislação de regência, contrariando o princípio da verdade material, bem como o disposto no artigo 142 do CTN, em total preterição do direito de defesa e do contraditório da notificada, conforme se extrai da doutrina e jurisprudência, baseando a notificação em meras presunções. Assevera que a fiscalização não examinou a documentação acostada aos autos da forma que a legislação que regulamenta a matéria impõe, sobretudo em relação à desvinculação da recorrente do Grupo Econômico Frimar. 3 Processo n° 10167.001742/2007-98 S2 -C4T Acórdão n.° 2401-00.058 Fl. 286 Insurge-se contra a exigência consubstanciada na peça vestibular do procedimento, notadamente em relação à caracterização de grupo econômico de fato, por entender inexistir Grupo Econômico sob qualquer enfoque que se analise a questão, de maneira a autorizar a co-responsabilização pretendida pela autoridade lançadora. Após dissertar a propósito das formas de constituição de empresas, com o surgimento da personalidade jurídica apta a produzir efeitos legais, infere que a sujeição passiva tributária é objetiva e não subjetiva, na forma conduzida pela fiscalização, impondo seja afastada a responsabilidade da recorrente (Boiforte), uma vez que jamais praticou atos que justificassem seu arrolamento como devedora solidária, integrante do grupo econômico Frimar. Aduz que o Código Tributário Nacional, em seus artigos 131 e 132 e, bem assim, a Lei n° 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas), não autorizam a co-responsabilização das contribuintes integrantes do suposto Grupo Econômico por crédito previdenciário da empresa originalmente autuada, uma vez que referidas pessoas jurídicas não se vinculam ao fato gerador, se apresentando como empresas absolutamente independentes e autônomas, com administrações e sócios distintos. Contrapõe-se ao grupo econômico de fato caracterizado pela fiscalização, argumentando que i) a recorrente nunca participou societariamente de quaisquer das outras empresas arroladas acima; ii) o sócio da autuada não faz e/ou fez parte, como sócio ou acionista, das outras empresas e; iii) entre a recorrente e a Primar perduram inúmeras disputas judiciais na comarca de Araguaína, comprovando a inexistência de vinculação com a Frimar, sendo seus sócios pessoas desafetas. Defende não ser aplicável à espécie (caracterização de grupo econômico) a legislação trabalhista, mas, sim, as disposições legais do Código Civil e da Lei das S/A, mormente quando a relação pretendida não tem natureza de vínculo empregaticio. Alega que a Primar é a efetiva responsável pelo crédito previdenciário ora exigido, sendo, inclusive, ré nos inúmeros processos trabalhistas trazidos à colação pela autoridade lançadora. Dessa forma, elucida ser parte inocente e vitima, tendo em vista sempre ter agido em conformidade com a legislação previdenciária, sofrendo com os fatos pretéritos e reiteradas práticas de desrespeito ao sistema legal perpetradas por anos pela Primar S/A. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar a Notificação Fiscal de Lançamento de Débitos, tornando-a sem efeito e, no mérito, sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contra-razões. É o relatório. 4 Processo n° 10167.001742/2007-98 S2-C4T1 Acórdão n.° 2401-00.058 Fl. 287 Voto Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade, sendo tempestivo e dispensada a exigência do depósito recursal, por força de decisão judicial, conheço do recurso voluntário e passo a examinar as alegações recursais. Não obstante a irregularidade processual incorrida pela autoridade fiscal, ao deixar de intimar as demais integrantes do grupo econômico de fato, da decisão de primeira instância, oportunizando-lhes a interposição de recurso voluntário, não proporemos a conversão do julgamento em diligência com o fito de sanear aludida omissão, uma vez constatada a decadência total do crédito previdenciário, prejudicando, assim, a análise meritória, conforme passaremos a demonstrar. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA Preliminarmente, vindica a contribuinte seja acolhida a decadência de 05 (cinco) anos do artigo 150, § 4°, do Código Tributário Nacional, em detrimento do prazo decenal insculpido no art. 45, da Lei n° 8.212/91, por considerá-lo inconstitucional, restando maculada a exigência cujo fato gerador tenha ocorrido fora do prazo encimado, hipótese que se amolda ao presente caso. O exame dessa matéria impõe sejam levadas a efeito algumas considerações. O artigo 45, inciso I, da Lei tf 8.212/91, estabelece prazo decadencial de 10 (dez) anos para a apuração e constituição das contribuições previdenciárias, senão vejamos: "Art. 45 — O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após 10 (dez) anos contados: 1— do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; [..„1" Por outro lado, o Código Tributário Nacional em seu artigo 173, capta, determina que o prazo para se constituir crédito tributário é de 05 (cinco) anos, in verbis: "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: " Com mais especificidade, o artigo 150, § 4°, do CTN, contempla a decadência para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, nos seguintes termos: "Art.150 - O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade 5 Processo n°10167.001742/2007-98 S2-C4T1 Acórdão n.° 2401-00.058 Fl. 288 administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. 11-1 § 4"- Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação." O núcleo da questão reside exatamente nesses três artigos, ou seja, qual deles deve prevalecer para as contribuições previdenciárias, tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Indispensável ao deslinde da controvérsia, mister se faz elucidar as espécies de lançamento tributário que nosso ordenamento jurídico contempla, como segue. Primeiramente destaca-se o lançamento de oficio ou direto, previsto no artigo 149, do CTN, onde o fisco toma a iniciativa de sua prática, por razões inerentes a natureza do tributo ou quando o contribuinte deixa de cumprir suas obrigações legais. Já o lançamento por declaração ou misto, é aquele em que o contribuinte toma a iniciativa do procedimento, ofertando sua declaração tributária, colaborando ativamente. Al fim, o lançamento por homologação, inscrito no artigo 150, do CTN, em que o contribuinte presta as informações, calcula o tributo devido e promove o pagamento, ficando sujeito a eventual homologação por parte das autoridades tributárias. Dessa forma, sendo as contribuições previdenciárias tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a decadência a ser aplicada seria aquela constante do artigo 150, § 4°, do CTN, conforme se extrai de recentes decisões de nossos Tribunais Superiores, uma das quais com sua ementa abaixo transcrita: "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DECLARA TÓRIA. IMPRESCRITIBILIDADE. INOCORRÉNCIA. CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL. PRAZO DECADENCIAL PARA O LANÇAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 45 DA LEI 8.212, DE 1991. OFENSA AO ART. 146, III, 8, DA CONSTITUIÇÃO 2. As contribuições sociais, inclusive as destinadas a financiar a seguridade social (CF, art. 195), têm, no regime da Constituição de 1988, natureza tributária. Por isso mesmo, aplica-se também a elas o disposto no artigo 146, III, b, da Constituição, segundo o qual cabe à lei complementar dispor sobre normas gerais em matéria de prescrição e decadência tributárias, compreendida nessa cláusula inclusive a fixação dos respectivos prazos. Conseqüentemente, padece de inconstitucionalidade formal o artigo 45 da Lei 8.212, de 1991, que fixou em dez anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais devidas à Previdência Social." (AgRg no Recurso Especial n" 6 Processo n° 10167.001742/2007-98 52-C4TI Acórdão n.° 2401-00.058 Fl. 289 616.348 — MG — 1" Turma do STJ, Acórdão publicado em 14/02/2005 - Unánime) Mais a mais, a Constituição Federal, em seu artigo 146, é por demais enfática, clara e objetiva ao disciplinar a matéria, estabelecendo que obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários são matérias reservadas à Lei Complementar: "Art. 146. Cabe à Lei complementar: 111 - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; " Nesse diapasão, não faz o menor sentido prevalecer o prazo decadencial inscrito no artigo 45, da Lei n°8.212/91, por tratar-se de lei ordinária e a matéria necessitar de lei complementar para sua regulamentação, sob pena de se ferir flagrantemente a Constituição Federal. Em verdade, o instituto da decadência, bem como da prescrição, devem ser aplicados obedecendo ao prazo qüinqüenal do Código Tributário Nacional, por se tratar de lei complementar, estando em perfeita consonância com nossa Carta Magna. Dito isso, aplicando-se o prazo decadencial do artigo 45, da Lei n° 8.212/91, qual seja, 10 (dez) anos, nos quedamos aos ditames de uma norma hierarquicamente inferior (lei ordinária) sobre o que define outra superior (lei complementar), o que é absolutamente repudiado por nosso ordenamento jurídico, sobretudo quando a Constituição Federal estabelece que referida matéria deve ser disciplinada por lei complementar, in casu, o Código Tributário Nacional, a qual para aprovação necessita de quorum qualificado, diferente da lei ordinária. Deve-se frisar, ainda, que o entendimento de que a Lei n° 8.212/91, por ser lei especial, deve sobrepor ao CTN (norma geral) também não tem o condão de prosperar. A norma geral serve justamente como base, para nortear, todas as outras normas especiais, não podendo estas se contraporem ao que delimita àquela, especialmente quando a matéria está reservada a lei complementar por força da Constituição Federal, tendo em vista a hierarquia material, hipótese que se amolda ao presente caso. Se assim não fosse, de que serviriam as normas gerais, se a qualquer momento pudessem ser revogadas por leis especiais hierarquicamente inferiores. Observe-se que o princípio da especialidade poderá ser aplicado quando duas leis hierarquicamente iguais se contraporem, por exemplo, duas leis ordinárias, ou quando a matéria não for reservada constitucionalmente a lei complementar, e estiver prevista concomitantemente nesta última e em lei ordinária, o que não se vislumbra na hipótese vertente. A sujeição das contribuições previdenciárias às normas gerais de direito tributário já foi chancelada em diversas oportunidades por nossos Tribunais Superiores e corroborada pela doutrina, conforme se extrai do excerto da obra DIREITO DA 7 Processo n° 10167.001742/2007-98 52-C4T1 Acórdão n.° 2401-00.058 A. 290 SEGURIDADE SOCIAL, de autoria de Leandro Paulsen e Simone Barbisan Fortes, nos seguintes termos: "As Contribuições especiais, dentre as quais as contribuições de seguridade social, por configurarem tributo, sujeitam-se, ainda, às normas gerais de direito tributário que estão sob a reserva de lei complementar (art. 146, II!, da CF). O STF, em novembro de 2003, mais uma vez reafirmou este entendimento, conforme se vê da explicação de voto do Min. Carlos Velloso: [...] as contribuições estão sujeitas, hoje, à lei complementar de normas gerais (C.F., art. 143, III). Antes da Constituição de 1988, a discussão era extensa...Então, o que fez o constituinte de 1988? Acabou com as discussões, estabelecendo que às contribtticões aplica-se a lei complementar de normas gerais, vale dizer, aplica-se o Código Tributário nacional. especialmente, no que diz respeito à obrigacão. lancamento crédito, prescrição e decadência tributários (C. E.. art. 146, inciso III. h) • e quanto aos impostos, a lei complementar definiria os respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes (CF, art. 146, III, a,). (STF, RE 396.266-3/SC, nov/2003) As contribuições sujeitam-se às normas gerais de direito tributários estabelecidos pelo Livro II do CTN (art. 96 em diante), do que são exemplo o modo de constituição do crédito tributário, as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, os prazos decadencial e prescricional e as normas atinentes à certificação da situação do contribuinte perante o Fisco. " (Direito da Seguridade Social: prestações e custeio da previdência, assistência e saúde — Simone Barbisan Fortes, Leandro Paulsen — Porto Alegre: Livraria do Advogado Ed., 2005, págs. 356/358) (grifamos) Ademais, ao admitirmos o prazo decadencial inscrito na Lei n° 8.212/91, estamos fazendo letra morta da nossa Constituição Federal e bem assim do Código Tributário Nacional. Nesse sentido, foi entendimento da Egrégia Primeira Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça que, ao analisar o Recurso Especial n° 616.348, em 15/08/2007, decidiu por unanimidade de votos declarar a inconstitucionalidade do artigo 45, da Lei n° 8.212/91, senão vejamos: "CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE. DO ARTIGO 45 DA LEI 8.212, DE 1991. OFENSA AO ART. 146, III, B, DA CONSTITUIÇÃO. 8 Processo n° I 0 I 67.00 I 742/2007-98 52-C4T1 Acórdão n.° 2401-00.058 Fl. 291 I. As contribuições sociais, inclusive as destinadas a financiar a seguridade social (CF, art. 195), têm, no regime da Constituição de 1988, natureza tributária. Por isso mesmo, aplica-se também a elas o disposto no art. 146, 111, b, da Constituição, segundo o qual cabe à lei complementar dispor sobre normas gerais em matéria de prescrição e decadência tributárias, compreendida nessa cláusula inclusive a fixação dos respectivos prazos. Conseqüentemente, padece de inconstitucionalidade famal o artigo 45 da Lei 8.212, de 1991, que .fixou em dez anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais devidas à Previdência Social. 2. Argüição de inconstitucionalidade julgada procedente." Corno se observa, a decisão encimada espelha a farta e mansa jurisprudência judicial a propósito da matéria, impondo seja aplicado o prazo decadencial inscrito no CTN, igualmente, para as contribuições previdenciárias. Aliás, esse sempre foi o posicionamento deste Conselheiro que, somente não admitia o prazo qüinqüenal para as contribuições previdenciárias em virtude do disposto na Súmula n° 02, do 2° Conselho de Contribuintes, a qual determina ser defeso ao julgador administrativo afastar a aplicação de legislação vigente a pretexto de inconstitucionalidade. Entrementes, após melhor estudo a respeito do tema, levando-se em consideração os recentes julgados da l Turma da CSRF, concluímos que o fato de afastar os ditames do artigo 45, da Lei n°8.212/91, aplicando-se os artigos 150, § 4°, ou 173 (no caso de fraude comprovada) do CTN, não implica dizer que estar-se-ia declarando a inconstitucionalidade do dispositivo legal daquela lei ordinária. Com efeito, se assim o fosse, ao admitir o prazo estipulado no artigo 45, da Lei n° 8.212/91, em detrimento ao disposto nos artigos 150, § 4°, e 173, do CTN, igualmente, estaríamos declarando a inconstitucionalidade dessas últimas normas legais. No entanto, após muitas discussões a propósito da matéria, o Supremo Tribunal Federal, em 11/06/2008, ao julgar os RE's res 556664, 559882 e 560626, por unanimidade de votos, declarou a inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, oportunidade em que aprovou a Súmula Vinculante n° 08, abaixo transcrita, rechaçando de uma vez por todas a pretensão do Fisco. "Súmula n° 08: São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 50 do Decreto-lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário." Registre-se, ainda, que na mesma sessão plenária, o STF achou por bem modular os efeitos da declaração de inconstitucionalidade em comento, estabelecendo, em suma, que somente não retroagem à data da edição da Lei em relação a pedido de restituição judicial ou administrativo formulado posteriormente à 11/06/2008, concedendo, por conseguinte, efeito ex tunc para os créditos pendentes de julgamentos e/ou que não tenham sido objeto de execução fiscal. Não bastasse isso, é de bom alvitre esclarecer que o Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, em sessão de julgamento realizada no dia 15/12/2008, por 9 Processo n°10167.001742/2007-98 S2-C4T1 Acórdão n.° 2401-00.058 Fl. 292 maioria de votos (21 x 13), firmou o entendimento de que o prazo decadencial a ser aplicado para as contribuições previdenciárias é o insculpido no artigo 150, § 4°, do CTN, independentemente de ter havido ou não pagamento parcial do tributo devido. Dessa forma, é de se restabelecer a ordem legal no sentido de acolher o prazo decadencial de 05 (cinco) anos, na forma do artigo 150, § 4°, do Código Tributário Nacional, em observância aos preceitos consignados na Constituição Federal, CTN, jurisprudência pacífica e doutrina majoritária. Na hipótese dos autos, tendo a fiscalização constituído o crédito previdenciário em 30/08/2004, com a devida ciência dos solidários, conforme Avisos de Recebimento - AR's, de tis. 110/112, a exigência fiscal resta totalmente fulminada pela decadência, uma vez que os fatos geradores ocorreram durante o período de 05/1996 a 12/1998 fora, portanto, do prazo decadencial de 05 (cinco) anos, impondo seja decretada a improcedência do feito, sob qualquer fundamento legal que se pretenda aplicar (artigo 150, § 40 ou 173, inciso!, do CTN). Por todo o exposto, estando a NFLD sub examine em desacordo com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO E DAR-LHE PROVIMENTO, acolhendo a preliminar de decadência, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. Sala das Sessõ -s, em 4 de março de 2009 4 , ata—..— RYCARDO HjRIQUE MAGALHÃES DE OLIVEIRA - Relator 10
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001542/2003-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1998, 1999
DECADÊNCIA. TERMO A QUO.
Conforme entendimento sufragado pelo STJ, em julgamento submetido ao rito do art. 543-C do CPC (recurso repetitivo), inexistindo pagamento de tributo sujeito ao lançamento por homologação até a data do vencimento, o prazo para que o Fisco efetue o lançamento de ofício é de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO A PRAZO DE IMÓVEL. TRIBUTAÇÃO PELO REGIME DE CAIXA. MOMENTO DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR.
A circunstância fática (acréscimo patrimonial) que constitui o fato gerador do imposto de renda sobre o ganho de capital decorrente de alienação a prazo de imóvel se revela em um momento concomitante ou posterior à celebração do Contrato Particular de Promessa de Compra e Venda. O contrato regula uma situação jurídica que irá desencadear a incidência do tributo se e quando houver acréscimo patrimonial. O regime de caixa, como o próprio nome indica, privilegia o aspecto financeiro dos negócios jurídicos, de modo que os efeitos fiscais das mutações patrimoniais só serão reconhecidos quando houver a realização financeira deles. Na apuração do imposto de renda pelo regime de caixa, aplicável às pessoas físicas, somente ocorrerá o acréscimo patrimonial se houver a efetiva disponibilidade financeira. Logo, nas alienações a prazo de bens e direitos de pessoa física o fato gerador do ganho de capital ocorrerá no recebimento de cada uma das parcelas pactuadas.
PAF. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE.
Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11).
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2201-002.928
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a decadência relativa à omissão de ganho de capital no ano-calendário de 1997. Votaram pelas conclusões os Conselheiros CARLOS CÉSAR QUADROS PIERRE e ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ e MÁRCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado).
Assinado digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Presidente Substituto.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Carlos Alberto Mees Stringari, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (Presidente).
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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TERMO A QUO. Conforme entendimento sufragado pelo STJ, em julgamento submetido ao rito do art. 543C do CPC (recurso repetitivo), inexistindo pagamento de tributo sujeito ao lançamento por homologação até a data do vencimento, o prazo para que o Fisco efetue o lançamento de ofício é de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO A PRAZO DE IMÓVEL. TRIBUTAÇÃO PELO REGIME DE CAIXA. MOMENTO DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. A circunstância fática (acréscimo patrimonial) que constitui o fato gerador do imposto de renda sobre o ganho de capital decorrente de alienação a prazo de imóvel se revela em um momento concomitante ou posterior à celebração do “Contrato Particular de Promessa de Compra e Venda”. O contrato regula uma situação jurídica que irá desencadear a incidência do tributo se e quando houver acréscimo patrimonial. O regime de caixa, como o próprio nome indica, privilegia o aspecto financeiro dos negócios jurídicos, de modo que os efeitos fiscais das mutações patrimoniais só serão reconhecidos quando houver a realização financeira deles. Na apuração do imposto de renda pelo regime de caixa, aplicável às pessoas físicas, somente ocorrerá o acréscimo patrimonial se houver a efetiva disponibilidade financeira. Logo, nas alienações a prazo de bens e direitos de pessoa física o fato gerador do ganho de capital ocorrerá no recebimento de cada uma das parcelas pactuadas. PAF. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 15 42 /2 00 3- 89 Fl. 696DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001542/200389 Acórdão n.º 2201002.928 S2C2T1 Fl. 697 2 Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a decadência relativa à omissão de ganho de capital no anocalendário de 1997. Votaram pelas conclusões os Conselheiros CARLOS CÉSAR QUADROS PIERRE e ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ e MÁRCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado). Assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah Presidente Substituto. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Carlos Alberto Mees Stringari, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (Presidente). Relatório Tratase de Auto de Infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF por meio da qual se exige crédito tributário no valor de R$ 177.186,77, incluídos multa de ofício no percentual de 75%, multa isolada e juros de mora. A “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal” de fls. 501/503 evidencia que o crédito tributário foi constituído em razão da constatação, pela Autoridade lançadora, das seguintes infrações: Omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas físicas, anocalendário de 1998. Acréscimo patrimonial a descoberto, anocalendário de 1997. Omissão de ganhos de capital na alienação de bens e direitos, ano calendário de 1997. Omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, anocalendário de 1998. Falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão, anocalendário de 1998 (aplicação de multa isolada). Fl. 697DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001542/200389 Acórdão n.º 2201002.928 S2C2T1 Fl. 698 3 Em 1ª instância administrativa o lançamento foi julgado procedente em parte. Entenderam os julgadores da instância de piso que a infração de “Omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada” deveria ser cancelada, porquanto não obedecido o disposto no inciso II, do § 3º, do art. 42, da Lei nº 9.430/1996. Ademais, a multa isolada aplicada no percentual de 75% foi reduzida ao percentual de 50%, com base na retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do art. 106 do Código Tributário Nacional – CTN. Cientificado da decisão de primeira instância em 10/05/2013 (fl. 685), o Interessado interpôs, em 29/05/2013, o recurso de fls. 686/690. Na peça recursal aduz, em síntese, que: O procedimento referese aos anoscalendário de 1997 e 1998, com autuação levada a efeito em 2003. A defesa administrativa foi protocolada em 23/03/2003 e o julgamento em primeira instância administrativa ocorreu em 10/02/2011, ou seja, quase oito anos após a apresentação da defesa. A intimação dessa decisão demorou mais de dois anos, totalizando, assim, mais de dez anos de tramitação desse processo administrativo. Não se pode ignorar o disposto no art. 151, III, do CTN, por força do qual as reclamações e os recursos administrativos figuram como causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Estando o crédito tributário com sua exigibilidade suspensa, não pode ele ser cobrado. Também não se sujeita à prescrição. Entretanto, essa regra tem ressalvas, sobretudo em casos como este, em que transcorreram mais de dez anos até a intimação da decisão de 1ª intância, pena de ser estabelecida a imprescritibilidade pelo simples fato de existir discussão administrativa. A prescrição intercorrente é admitida pela doutrina e jurisprudência, surgindo após a propositura da ação administrativa. Ocorre quando, suspensa ou interrompida a exigibilidade, o processo administrativo fica paralisado por incúria da Fazenda Pública. Isso foi o que ocorreu nesses autos, onde o processo ficou paralisado nos escaninhos da Administração por longos dez anos. Ao final, requer que o recurso seja recebido e provido integralmente, mediante o acolhimento da preliminar suscitada, com o reconhecimento da prescrição intercorrente. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. As folhas citadas neste voto referemse à numeração do processo digital. A insurgência recursal se limita à alegação de prescrição intercorrente no curso do processo administrativo fiscal. Observo, todavia, que esta matéria foi pacificada no âmbito deste Conselho por meio da Súmula CARF nº 11, de cujo teor se extrai a seguinte dicção: Fl. 698DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001542/200389 Acórdão n.º 2201002.928 S2C2T1 Fl. 699 4 Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. As súmulas do CARF são de observância obrigatória por parte dos membros do Conselho, nos termos do que dispõe o caput do art. 72 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF. Nada obstante, a decadência do direito de o Fisco constituir seus créditos tributários é matéria apreciável de ofício, motivo pelo qual passo a analisála em relação às infrações referentes ao anocalendário de 1997 (acréscimo patrimonial a descoberto e omissão de ganho de capital na alienação de imóvel). Já decidiu o STJ, em sede de recurso repetitivo (Recurso Especial nº 973.733/SC), que nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação: a) existindo pagamento do tributo por parte do contribuinte até a data do vencimento, o prazo para que o Fisco efetue lançamento de ofício, por entender insuficiente o recolhimento efetuado, é de cinco anos contados da data do fato gerador (CTN, artigo 150, § 4). b) inexistindo pagamento até a data do vencimento, aplicase a regra geral (CTN, artigo 173, I), ou seja, o prazo é de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Na espécie, o débito referese ao imposto de renda, tributo sujeito a lançamento por homologação, e não houve recolhimento durante o anocalendário de 1997, conforme comprova a declaração de ajuste anual acostada aos autos em fls. 215/216. Aplicável, portanto, em relação à infração de acréscimo patrimonial a descoberto, a regra do art. 173, I, do CTN, cujo termo a quo é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. O lançamento poderia ser efetuado a partir de abril de 1998, prazo limite para entrega da declaração de ajuste anual relativa ao anocalendário de 1997, o que significa dizer que o primeiro dia do exercício seguinte corresponde ao dia 01/01/1999. A folha de rosto do Auto de Infração, à fl. 500, revela que o mesmo foi lavrado em 16/04/2003 e a intimação do lançamento se deu em 23/04/2003 (aviso de recebimento à fl. 506). Considerando que o termo final do prazo decadencial ocorreu em 31/12/2003, descabe falar em decadência do direito do Fisco de constituir crédito tributário relativo ao anocalendário de 1997, no que se refere à infração de acréscimo patrimonial a descoberto. No concernente à infração de omissão de ganho de capital na alienação do imóvel, no entanto, algumas particularidades merecem ser apontadas e apreciadas, uma vez que o pagamento não se realizou em parcela única e abarcou mais de um anocalendário. Ademais, a matéria relativa ao ganho de capital no caso de venda em parcelas ainda não se encontra pacificada neste Conselho, de modo que me sinto no dever de reabrir a discussão em relação a tema tão instigante. Para uma melhor compreensão da matéria, fazse necessário, por primeiro, estabelecer a distinção entre o negócio jurídico celebrado e o fato jurídico tributário. Para isso, me valho da lição de Marcos Vinicius Neder (Controvérsias JurídicoContábeis Aproximações e Distanciamentos, Dialética, p. 335). São dele as palavras abaixo: Fl. 699DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001542/200389 Acórdão n.º 2201002.928 S2C2T1 Fl. 700 5 Em muitos casos, a norma jurídica tem como pressuposto de sua incidência, fato já juridicizado por outra norma jurídica. Um fato jurídico pode servir de suporte fático para a incidência de outra norma. (...) No Direito Tributário, o legislador identifica que certos atos ou negócios jurídicos privados denotam capacidade contributiva dos sujeitos a ele vinculados e captura nesse suporte fático um fato que autoriza a incidência tributária. O que se busca evidenciar, com este ensinamento, é que a existência de um negócio jurídico privado se posiciona de forma subjacente ao fato jurídico tributário. Na alienação de bem imóvel o ganho de capital é o fato jurídico tributário e a situação subjacente é o negócio jurídico privado de compra e venda do imóvel. Assim, a circunstância fática (acréscimo patrimonial) que constitui o fato gerador do imposto de renda sobre o ganho de capital decorrente de alienação a prazo de imóvel se revela em um momento concomitante (parcela paga à vista) ou posterior (demais parcelas) à celebração do “Contrato Particular de Promessa de Compra e Venda”. O contrato regula uma situação jurídica que irá desencadear a incidência do tributo se e quando houver acréscimo patrimonial. Em outras palavras: o fato gerador do imposto de renda sobre o ganho de capital na alienação a prazo de imóvel não é a celebração do negócio jurídico, senão apenas o acréscimo patrimonial dele decorrente. Não fosse assim, qualquer alienação sofreria a incidência tributária, ainda que não houvesse acréscimo patrimonial. E isso não é verdade. Registro, por oportuno, que o imposto sobre a renda da pessoa física é regido pelo regime de caixa. O regime de caixa, como o próprio nome indica, privilegia o aspecto financeiro dos negócios jurídicos, de modo que os efeitos fiscais das mutações patrimoniais só serão reconhecidos quando houver a realização financeira deles. O regime de caixa é o que melhor se harmoniza ao conceito constitucional de renda, porquanto identifica, com maior precisão, o conceito de acréscimo patrimonial disponível. Isso porque implica exigir o pagamento do imposto à luz dos rendimentos efetivamente percebidos pela pessoa física, independentemente de quando tenha surgido o direito a eles. Só é tributado o que efetivamente ingressa para o patrimônio do contribuinte. Na apuração do imposto de renda pelo regime de caixa, aplicável às pessoas físicas, somente ocorrerá o acréscimo patrimonial se houver a efetiva disponibilidade financeira. Logo, nas alienações a prazo de bens e direitos de pessoa física o fato gerador do ganho de capital ocorrerá no recebimento de cada uma das parcelas pactuadas. Bem por isso é que o art. 2º da Lei nº 7.713/1988 está descrito nos seguintes termos: Art. 2º O imposto de renda das pessoas físicas será devido, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos. A leitura do art. 2º da Lei nº 7.713/1988 evidencia que o imposto de renda da pessoa física, por opção do legislador, tem na percepção dos rendimentos ou dos ganhos de capital o próprio aspecto temporal da hipótese de incidência, o que significa dizer que, pelo Fl. 700DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001542/200389 Acórdão n.º 2201002.928 S2C2T1 Fl. 701 6 regime de caixa, não surge obrigação tributária sem que haja a efetiva disponibilidade dos rendimentos ou dos ganhos de capital. Nas palavras de Geraldo Ataliba (Hipótese de Incidência Tributária, Malheiros, 5ª edição, p. 84), “A mais importante função do aspecto temporal diz respeito à indicação – necessariamente contida na hipótese de incidência – do momento em que se reputa ocorrido o fato imponível (e, pois, nascida a obrigação tributária)”. Assim, em caso de ganho de capital na venda parcelada de bem imóvel o fato gerador (fato imponível) se reputa ocorrido e, em consequência, nascida a obrigação tributária, com a efetiva percepção dos rendimentos ou ganhos, que ocorre no momento do recebimento de cada parcela, quando acontece a tributação, nos exatos termos do art. 21 do mesmo diploma legal (Lei nº 7.713/1988), assim descrito: Art. 21. Nas alienações a prazo, o ganho de capital será tributado na proporção das parcelas recebidas em cada mês, considerandose a respectiva atualização monetária, se houver. Esmiuçando mais o entendimento acima exposto: a obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador (fato imponível) e não depende da intenção dos agentes que celebraram o negócio jurídico subjacente que porventura ocasionou efeitos tributários. O fato gerador e, por consequência, a obrigação tributária, decorrem tão somente da subsunção de uma situação fática à descrição abstrata contida na lei. O art. 114 do Código Tributário Nacional – CTN, por sua vez, estabelece que o fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência, ou seja, é o fato ou o conjunto de fatos a que o legislador vincula o nascimento da obrigação de pagar o tributo. Transportando essa ordem de ideias para o caso concreto, bem se vê que a celebração do contrato de compra e venda não pode ser considerada o momento do fato gerador do imposto de renda no caso de ganho de capital na alienação a prazo de imóvel, haja vista que o contrato é uma situação necessária ao nascimento da obrigação tributária, porém não é suficiente, porquanto a mera contratação não gera qualquer acréscimo patrimonial. O que ocasiona o acréscimo patrimonial é o recebimento das parcelas pactuadas. Pois bem. O “Termo de Verificação e Constatação” de fls. 486/494 evidencia que a Autoridade fiscal considerou, na apuração do ganho de capital, o valor da alienação de R$ 135.000,00 expressos no “Contrato Particular de Promessa de Compra e Venda” de fls. 200/202, assinado em 11/12/1996. No mesmo “Termo de Verificação e Constatação” consta a informação de que “o comprador do imóvel adiantou o valor de R$ 5.000,00 naquela data, ficando o saldo restante R$ 130.000,00 para ser liquidado na concretização do negócio, após aprovação do financiamento, que ocorreu em 19/03/97, conforme Instrumento Particular de Compra e Venda de Imóvel Residencial e de Mútuo com Pacto Adjeto de Hipoteca. Este valor foi recebido em duas parcelas, segundo anotações feitas no extrato bancário apresentado: R$ 41.498,33 em 21/03/97 e R$ 88.501,67 em 07/04/97. O imposto a ser recolhido em 1997 será calculado aplicandose o percentual do ganho de capital total e o valor total da alienação sobre o valor de cada parcela paga neste ano”. Fl. 701DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001542/200389 Acórdão n.º 2201002.928 S2C2T1 Fl. 702 7 É pacífico que o ganho de capital na alienação de bens e direitos está sujeito ao pagamento do imposto de renda de forma definitiva e exclusiva, traduzindo modalidade de tributo sujeito ao regime do lançamento por homologação, uma vez que sua apuração é realizada pelo próprio contribuinte. Embora o negócio jurídico tenha sido celebrado em dezembro de 1996, o pagamento das duas parcelas tributadas neste Auto de Infração foi avençado para março e abril de 1997, quando houve o recebimento. O Interessado não apurou e não recolheu o imposto de renda sobre ganho de capital decorrente da alienação do imóvel. Aplicável, portanto, conforme a orientação do STJ acima indicada, a regra do art. 173, I, do CTN, cujo termo a quo é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. E quando o lançamento do imposto de renda sobre o ganho de capital poderia ter sido efetuado? De acordo com o § 1º do art. 52 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, o contribuinte tem até o último dia útil do mês subsequente àquele em que o ganho de capital foi percebido para efetuar o pagamento do respectivo imposto. Decorre, daí, que o Fisco não poderia exigir o crédito tributário respectivo até o último dia útil do mês seguinte àquele em que ocorreu o ganho de capital, vale dizer, até o último dia útil de abril (segunda parcela) e de maio (terceira parcela) de 1997. De conseguinte, o termo inicial para o Fisco proceder ao lançamento de ofício ocorreu no primeiro dia do ano de 1998, findandose em 31/12/2002. A folha de rosto do Auto de Infração, à fl. 500, revela que o mesmo foi lavrado em 16/04/2003 e a intimação do lançamento se deu em 23/04/2003 (aviso de recebimento à fl. 506). Logo, ocorreu a decadência em relação à infração de omissão de ganho de capital na alienação de imóvel no que se refere às parcelas recebidas em 1997. Pelo exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a decadência relativa à infração de omissão de ganho de capital na alienação de imóvel no ano calendário de 1997. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 702DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 10580.002854/2003-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1996
PRAZO PARA EFETUAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVO. SÚMULA CARF Nº 91.
Aplica-se o prazo de dez anos contados do fato gerador ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação tácita.
PASEP. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. DECRETO Nº 71.618/72.
A contribuição ao PASEP será calculada, em cada mês, com base na receita e nas transferências apuradas no sexto mês imediatamente anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária no intervalo dos seis meses, até a edição da Medida Provisória nº 1.212/95.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Direito Creditório Reconhecido em Parte.
Numero da decisão: 3302-003.024
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para afastar a decadência do pedido de restituição, ressalvando o direito de a Autoridade Administrativa apurar o valor do direito creditório mediante a aplicação da semestralidade.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1996 PRAZO PARA EFETUAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVO. SÚMULA CARF Nº 91. Aplica-se o prazo de dez anos contados do fato gerador ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação tácita. PASEP. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. DECRETO Nº 71.618/72. A contribuição ao PASEP será calculada, em cada mês, com base na receita e nas transferências apuradas no sexto mês imediatamente anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária no intervalo dos seis meses, até a edição da Medida Provisória nº 1.212/95. Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte.
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SÚMULA CARF Nº 91. Aplicase o prazo de dez anos contados do fato gerador ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação tácita. PASEP. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. DECRETO Nº 71.618/72. A contribuição ao PASEP será calculada, em cada mês, com base na receita e nas transferências apuradas no sexto mês imediatamente anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária no intervalo dos seis meses, até a edição da Medida Provisória nº 1.212/95. Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para afastar a decadência do pedido de restituição, ressalvando o direito de a Autoridade Administrativa apurar o valor do direito creditório mediante a aplicação da semestralidade. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 00 28 54 /2 00 3- 51 Fl. 83DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002854/200351 Acórdão n.º 3302003.024 S3C3T2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de pedido de restituição de PIS/Pasep em 16/04/2003, decorrente da declaração de inconstitucionalidade dos Decretoslei nº 2.445/88 e 2.449/88, suspensos pela Resolução do Senado nº 49/1995, relativo a pagamentos efetuados de 1992 a 1996, atualizados até 30/09/2002, propugnando pela aplicação da semestralidade, sem correção monetária da base de cálculo, no valor de R$ 2.405.766,02. O despacho decisório indeferiu o pedido em razão de a recorrente não estar abrigada pelos efeitos da resolução senatorial e por decadência do direito de pedir a restituição referente a períodos de 1992 a 1996. Em manifestação de inconformidade, alegou que o prazo a ser aplicado seria de dez anos a partir da publicação da Resolução nº 49/1995. A DRJ julgou a lide, decidindo pela inaplicabilidade da semestralidade e pelo prazo decadencial de cinco anos, previsto no artigo 168, inciso I do CTN. A recorrente interpôs recurso voluntário, reprisando as alegações da manifestação de inconformidade. O julgamento do recurso voluntário foi convertido em diligência nos seguintes termos: "À vista do exposto, voto por converter o julgamento do recurso em diligência para que a delegacia de origem, onde a autoridade lançadora deverá incluir as informações pertinentes às questões abaixo formuladas, e outras que julgar necessárias à boa apreciação da preliminar e do mérito do presente recurso: 1 se a contribuinte solicitou parcelamento correspondente aos períodosbase compreendidos entre 1992 e 1996, a quais fatos geradores se referiram, quais foram as bases de cálculo declaradas e quais os valores envolvidos, assim como as parcelas relativas à atualização monetária e multa moratória porventura consignada, e se foram efetivamente recolhidos conforme alega a recorrente; e 2 informação sobre se o parcelamento fora feito considerando as bases de cálculo, alíquotas, atualização monetária e multa moratória constantes dos DecretosLeis nº 2.445/88 e 2.449/88 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002854/200351 Acórdão n.º 3302003.024 S3C3T2 Fl. 4 3 ou se pertinentes à Lei Complementar n 2 8/70 e ao Decreto n 2 71.618/72." Em cumprimento da diligência, a autoridade fiscal informou os seguintes parcelamentos cadastrados: 10580.012163/9215, (débitos parcelados relativos a fatos geradores de 01/1990 a 09/1992), 10580.000824/9610 (débitos parcelados de 04/1994 a 11/1995), 10580.009598/9391 (débitos parcelados de 06/1993 a 10/1993 e transferido para o processo 10580.007020/9308), 10580.004015/9434 (débitos parcelados de 01/1994 a 04/1994 e transferidos para o processo 10580.007020/9308), 10580.007020/9308 (débitos parcelados de 10/1992 a 12/1992) , 10580.007019/9311 (débitos parcelados de 01/1993 a 05/1993), conforme extratos de efls. 55 a 71. Relativamente ao parcelamento 10580.000824/9610 consta informação de envio à PFN para inscrição, com data de início em 02/06/2004. Os demais constam como encerrado com percentual de amortização de 100%. Concernente às bases de cálculo, a autoridade fiscal informou que não dispunha de informações para responder, intimando a recorrente a esclarecer o regime jurídico dos débitos parcelados, tendo esta respondido que foram os débitos parcelados foram calculados com base nos Decretoslei nº 2445/88 e 2449/88. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Duas são as questões postas em julgamento: o prazo decadencial para efetuar o pedido de restituição e a aplicação da semestralidade ao Pasep aos recolhimentos efetuados de acordo com a LC nº 08/1970 e o Decreto nº 71.618/72. Concernente ao prazo para efetuar o pedido de repetição de indébito, a matéria está pacificada pelo julgamento do RE 566.621, com repercussão geral reconhecida nos termos do artigo 543B do Código de Processo Civil, cuja decisão definitiva deve ser reproduzida nos julgamentos deste Conselho, por força da aplicação do artigo 62A1 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009. O julgamento consolidou a tese dos "cinco mais cinco" contados do fato gerador, pela aplicação combinada dos artigos 150, §4º, 156, inciso VII e 168, inciso I do CTN, afastando a natureza interpretativa da Lei Complementar nº 118/2005 e aplicando o prazo de 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF Fl. 85DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002854/200351 Acórdão n.º 3302003.024 S3C3T2 Fl. 5 4 cinco anos estabelecido no artigo 168 do CTN, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, às ações ajuizadas a partir de 09/06/2005, conforme ementa abaixo transcrita: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Decisão Fl. 86DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002854/200351 Acórdão n.º 3302003.024 S3C3T2 Fl. 6 5 Após os votos da Senhora Ministra Ellen Gracie (Relatora) e dos Senhores Ministros Ricardo Lewandowski, Ayres Britto, Celso de Mello e Cezar Peluso (Presidente), conhecendo e negando provimento ao recurso, e os votos dos Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, dando lhe provimento, foi o julgamento suspenso para colher o voto do Senhor Ministro Eros Grau. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Falaram, pela recorrente, o Dr. Fabrício Sarmanho de Albuquerque e, pelo recorrido, Ruy Cesar Abella Ferreira, o Dr. Marco André Dunley Gomes. Plenário, 05.05.2010. Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, negou provimento ao recurso extraordinário, contra os votos dos Senhores Ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Ausente, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Cezar Peluso. Plenário, 04.08.2011. A decisão proferida foi reconhecida no REsp 1.269.570/MG, superando o julgado no REsp 1.002.932/SP, conformandose à jurisprudência do STF, nos termos da seguinte ementa: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543C, DO CPC). LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO NOS TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ART. 3º, DA LC 118/2005. POSICIONAMENTO DO STF. ALTERAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SUPERADO ENTENDIMENTO FIRMADO ANTERIORMENTE TAMBÉM EM SEDE DE RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. 1. O acórdão proveniente da Corte Especial na AI nos Eresp nº 644.736/PE, Relator o Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de 27.08.2007, e o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009, firmaram o entendimento no sentido de que o art. 3º da LC 118/2005 somente pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência. Sendo assim, a jurisprudência deste STJ passou a considerar que, relativamente aos pagamentos efetuados a partir de 09.06.05, o prazo para a repetição do indébito é de cinco anos a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior. 2. No entanto, o mesmo tema recebeu julgamento pelo STF no RE n. 566.621/RS, Plenário, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 04.08.2011, onde foi fixado marco para a aplicação do regime novo de prazo prescricional levandose em consideração a data do ajuizamento da ação (e não mais a data do pagamento) em confronto com a data da vigência da lei nova (9.6.2005). Fl. 87DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002854/200351 Acórdão n.º 3302003.024 S3C3T2 Fl. 7 6 3. Tendo a jurisprudência deste STJ sido construída em interpretação de princípios constitucionais, urge inclinarse esta Casa ao decidido pela Corte Suprema competente para dar a palavra final em temas de tal jaez, notadamente em havendo julgamento de mérito em repercussão geral (arts. 543A e 543B, do CPC). Desse modo, para as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplicase o art. 3º, da Lei Complementar n. 118/2005, contandose o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em cinco anos a partir do pagamento antecipado de que trata o art. 150, §1º, do CTN. 4. Superado o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009. 5. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. De outro lado, a Fazenda Nacional reconheceu a aplicação dos julgados aos pleitos administrativos, mediante o Parecer PGFN/CRJ/Nº 1247/2014 (confirmado na Nota PGFN/CRJ/Nº 1217/2014), cuja conclusão em seu item 122 recomendou a adoção de orientação mais flexível, privilegiando a razão de decidir do RE 566.621, estendendo a sistemática da tese dos "cinco mais cinco" aos pleitos administrativos formulados anteriormente à vigência da LC nº 118/2005, ou seja, anteriores a 09/06/2005. Por fim, foi editada a Súmula CARF nº 91, de observância obrigatória pelos membros deste Conselho, a teor do artigo 72 do Anexo II do Regimento Interno. Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador Assim, aos pleitos administrativos protocolados antes de 09/06/2005, devese aplicar o prazo de restituição de indébito de cinco anos previsto no artigo 168 do CTN a partir da homologação tácita do pagamento antecipado de que trata o artigo 150 do CTN, a qual ocorre cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador, nos casos de tributo sujeito a 2 12. Não se está, aqui, a afastar a plausibilidade da orientação plasmada no Parecer PGFN/CRJ/Nº 1528/2012, perfeitamente adequada ao cenário em que proferida, afinal a Administração Tributária, independentemente da LC nº 118/05, defendia a tese prevista em seu art. 3º, o que, à época, justificou uma interpretação mais restritiva do decidido no RE 566.621/RS. Todavia, os já mencionados precedentes posteriores, bem como o atual contexto, recomendam a adoção de orientação mais flexível, entendendo, sob a ótica da ratio decidendi do julgado em repercussão geral (Tema nº 04), que, em se tratando de pleito administrativo anterior à vigência da LC nº 118/2005 ou de demanda judicial que, embora posterior, seja a este (anterior) relativa (art. 169 do CTN), deve ser observada a sistemática da “tese dos cinco mais cinco”. 13. São essas as considerações que esta CRJ reputa úteis ao deslinde das questões jurídicas trazidas à sua apreciação, sugerindo, em caso de aprovação, (i) a revogação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 1528/2012, (ii) ampla divulgação do presente Parecer às unidades da PGFN e da RFB, a fim de conferir tratamento uniforme à matéria, (iii) o encaminhamento de cópia deste Parecer à CASTF, para possível desistência dos agravos regimentais pendentes, mencionados na Nota PGFN/CASTF/Nº 683/2014, por incidência do disposto no art. 1º, V, da Portaria PGFN Nº 294/2010 e (iv) a adequação, à orientação aqui contida, do tópico correspondente ao RE 566.621/RS na Lista do art. 1º, V e § 1º, da Portaria PGFN Nº 294/2010. Fl. 88DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002854/200351 Acórdão n.º 3302003.024 S3C3T2 Fl. 8 7 lançamento por homologação, ressalvada a hipótese da data da homologação expressa como termo inicial para contagem do prazo de cinco anos de que trata o artigo 168. Este processo trata de pedido de restituição protocolado em 16/04/2003, relativo a Pasep recolhido de 1992 a 1996. Assim, devese afastar a decadência declarada em despacho decisório, relativa aos recolhimentos efetuados de maio/1993 a 1996, que se refiram a fatos geradores posteriores a 16/04/1993, ou seja, fato gerador de abril/1993, inclusive, em diante. Relativamente à semestralidade, após a declaração de inconstitucionalidade dos Decretoslei nº 2.445/88 e nº 2.449/88 pelo Supremo Tribunal Federal e a suspensão da execução dos referidos decretos pela Resolução nº 49/1995 do Senado Federal, as contribuições para o PIS e para o Pasep voltaram a ser reguladas pelas Leis Complementares nº 07/70 e nº 08/70, respectivamente, até a edição da MP nº 1.212/95. Para o PIS, a questão restou pacificada no REsp nº 1.127.713/SP3 e com a edição da Súmula CARF nº 15, abaixo transcrita: Súmula CARF nº 15: A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. De fato, a Lei nº 07/70 assim dispunha em seu artigo 6º: Art. 6.º A efetivação dos depósitos no Fundo correspondente à contribuição referida na alínea b do art. 3º será processada mensalmente a partir de 1º de julho de 1971. Parágrafo único A contribuição de julho será calculada com base no faturamento de janeiro; a de agosto, com base no faturamento de fevereiro; e assim sucessivamente. Por sua vez, o Decreto nº 71.618/72, regulamentando a Lei Complementar nº 8/70, assim dispôs: Art. 13. A contribuição dos Estados e Municípios, bem como das respectivas entidades de administração indireta e fundações supervisionadas, para o PASEP, será devida a partir de 1 de julho de 1971 (Artigo 2º, item II, da Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970), qualquer que seja a data de expedição na norma legislativa, referida no artigo 8º da mencionada Lei Complementar. Art. 14. A contribuição ao PASEP será calculada, em cada mês, com base na receita e nas transferências apuradas no 6º (sexto) mês imediatamente anterior. 3 TRIBUTÁRIO. PIS. SEMESTRALIDADE. ART. 6º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LC 7/70. NORMA QUE SE REFERE À BASE DE CÁLCULO DO TRIBUTO. 1. O art. 6º, parágrafo único, da Lei Complementar 7/70 não se refere ao prazo para recolhimento do PIS, mas à base de cálculo do tributo, que, sob o regime da mencionada norma, é o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador. 2. Recurso Especial não provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e do art. 8º da Resolução STJ 8/2008. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002854/200351 Acórdão n.º 3302003.024 S3C3T2 Fl. 9 8 Art. 15. As contribuições devidas ao PASEP serão recolhidas até o último dia do mês em que forem devidas. Portanto, é de se reconhecer que as razões que levaram à edição da Súmula CARF nº 15 devem ser aplicadas ao Pasep, no sentido de que o cálculo da contribuição deve ser efetuado considerando a aplicação da semestralidade, ou seja, a base de cálculo deve ser as receitas e transferências apuradas no sexto mês imediatamente anterior ao fato gerador, sem correção monetária, até a edição da MP nº 1.212/95. Neste sentido, citamse acórdãos do Antigo Conselho de Contribuintes e deste Conselho: Acórdão nº 20179.086: BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. ALÍQUOTA. Com a declaração de inconstitucionalidade dos DecretosLeis nºs 2.445 e 2.449, de 1988, a base de cálculo da contribuição para o Pasep, eleita pela Lei Complementar 112 8/70 e pelo Decreto n2 71.618/72, permaneceu incólume e em pleno vigor até a edição da MP n9 1.212/95. O mesmo ocorreu com a alíquota. Acórdão nº 3201001.473: SEMESTRALIDADE PASEP. O art. 14 do Decreto nº 71.618/72 trata de base de cálculo e não de prazo de recolhimento da contribuição para o PASEP, que está disciplinado no artigo seguinte. Frisese, ainda, que a recorrente mencionou na resposta ao termo de intimação que as seguintes declarações de compensação utilizaram créditos demonstrados nos pedidos de restituição anteriormente mencionados: 10580.004601/200312, 10580.002855/200304, 10580.001864/200370, 10580.000445/200311, 10580.001227/2003 01, 10580.013402/200214, 10580.012202/200244 e 10580.011634/200238. Assim, a apuração de crédito a restituir deve ser efetuada, considerando os créditos porventura já utilizados nas referidas declarações de compensação, a afim se evitar a duplicidade de utilização do mesmo direito creditório. Diante do exposto, voto para dar provimento parcial ao recurso voluntário, afastando a decadência do pedido de restituição de pagamentos efetuados entre maio/1993 e 1996, vinculados a fatos geradores da contribuição de abril/1993 em diante, ressalvado o direito de a autoridade administrativa apurar a liquidez e certeza do direito creditório, mediante a aplicação da semestralidade prevista no Decreto 71.618/72 até a edição da MP nº 1.212/95. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 90DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002854/200351 Acórdão n.º 3302003.024 S3C3T2 Fl. 10 9 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA
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