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Numero do processo: 11080.010750/2002-33
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2001
Ementa: IRPF. ISENÇÃO. PROVENTOS DE APOSENTADORIA.
CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. Estão isentos do imposto os proventos de aposentadoria recebidos por contribuinte portador de moléstia grave.
Recurso provido.
Numero da decisão: 2201-001.435
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Pedro Paulo Pereira Barbosa
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ISENÇÃO. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. Estão isentos do imposto os proventos de aposentadoria recebidos por contribuinte portador de moléstia grave. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso. Assinatura digital Francisco Assis de Oliveira Júnior – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 20/01/2012 Participaram da sessão: Francisco Assis Oliveira Júnior (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França. 2 Relatório SALY JOSÉ ANNIB AL TISATO interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJPORTO ALEGRE/RS (fls. 52) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 46/49, que alterou o resultado da DIRPF/2001 de imposto a restituir de R$ 9.614,68 para imposto a restituir de R$ 5.612,79. O lançamento decorre da revisão da DIRPF/2001 da qual foi alterado o valor dos rendimentos tributáveis de R$ 7.779,15 para R$ 37.826,81, tendo sido alterado também o valor do desconto simplificado, que passou de R$ 1.555,83 para R$ 7.565,36. A Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que os rendimentos recebidos em decorrência de ação interposta conta o INSS foram declarados como isentos, pois os mesmos passaram a integrar os proventos de aposentadoria; que é portadora de moléstia grave, fato que não foi considerado pela autuação; que documentos apresentados atestam o procedimento cirúrgico a que se submeteu e a sua gravidade, caracterizando cardiopatia grave; que solicitou ao INSS procedimento de perícia, que foi respondida pelo documento nº. 10; e que recorreu ao serviço médico da Prefeitura Municipal, obtendo a resposta constante do documento 11; que, portanto, comprovou a moléstia grave. A DRJPORTO ALEGRE/RS julgou procedente o lançamento com base, em síntese, na consideração de que os documentos apresentados não comprovam que a Contribuinte é portadora de moléstia grave; que nenhum dos elementos apresentados se caracteriza como atestado emitido por órgão oficial; que o próprio órgão oficial da União se esquivou de fornecer laudo pericial. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 21/05/2003 (fls. 57) e, em 28/05/2003, interpôs o recurso voluntário de fls. 58/62, que ora se examina e no qual reitera, em síntese, as alegações quanto à sua condição de portadora de moléstia grave. O processo foi incluído na pauta de julgamento do dia 16 de junho de 2004 da Segunda Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes que converteu o julgamento em diligência para que a Contribuinte fosse intimada a apresentar documento comprobatório de sua condição de aposentada à época do recebimento dos rendimentos em questão. Em cumprimento da diligência, a Contribuinte foi intimada e, em resposta, apresentou os documentos de fls. 76 e seguintes. O processo foi, então, novamente incluído na pauta de julgamento da sessão do dia 27 de janeiro de 2006, da mesma Segunda Câmara, agora para que fosse intimado o INSS para esclarecer a natureza das verbas pagas ao Contribuinte, se referentes a proventos de aposentadoria ou se referentes a indenização. O INSS foi reiteradamente intimado e não se manifestou, e o processo foi devolvido ao ainda Primeiro Conselho de Contribuinte que uma vez mais decidiu converter o julgamento em diligência para que o Contribuinte fosse intimado a comparecer perante junta médica do Ministério da Fazenda para se submeter a exame médico a fim de se apurar a sua condição de portador de cardiopatia grave. Encaminhada a intimação em 04/03/2010, veio a resposta de fls. 122/123, assinada pelo filho do Recorrente informando seu falecimento em 31/12/2009. Processo nº 11080.010750/200233 Acórdão n.º 220101.435 S2C2T1 Fl. 2 3 É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, cuidase de lançamento pelo qual foram reclassificados como tributáveis rendimentos declarados pelo Contribuinte como isentos. O Contribuinte declarou como isentos rendimentos no valor total de R$ 59.900,29 e deste valor somente R$ 30.047,66 foram reclassificados. A descrição dos fatos do auto de infração é clara ao especificar que rendimentos são estes: referemse a precatório recebido pelo Contribuinte em decorrência de ação movida contra o INSS. Discutiuse neste processo, nas várias ocasiões em que o mesmo foi examinado, dois aspectos: se o Contribuinte era efetivamente portador de moléstia grave e a natureza da verba objeto da autuação, se indenizatória ou se proventos de aposentadoria. Quanto à moléstia grave, de fato, não foi apresentado laudo, expedido por serviço medido oficial, atestando a alegada cardiopatia grave. Há nos autos, sim, vários atestados e declarações, emitidas por particulares, informando esta condição, mas a legislação determina que a doença deve ser comprovada por laudo emitido por serviço médico oficial. Temse, por outro lado, no processo, a declaração da Gerência Regional dos Serviços de Saúde da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, às fls. 25, embora não seja laudo médico oficial, é documento oficial e referenda os documentos emitidos pelos médicos, inclusive atestando que os mesmo pertencem aos quadros do serviço de saúde do município. No mesmo sentido, o atestado de óbito acostado ao processo (fls. 124), que é um documento oficial, atesta como uma das causas da morte a insuficiência cardíaca, corroborando o que informavam os atestados médicos. Pois bem, penso que este conjunto é suficiente para comprovar a condição de portador de cardiopatia grave do Contribuinte e, portanto, atende a um dos requisitos para o gozo do benefício da isenção. O outro requisito é o de que as verbas recebidas sejam proventos de aposentadoria e pensão. Que o Contribuinte era aposentado à época do fato gerador é fato incontroverso, porém a glosa referese a rendimentos recebidos referente a ação judicial. Cumpre, portanto, verificar a natureza de tais verbas. Segundo o documento de fls. 41/42 o valor recebido referese a liberação de precatório decorrente de ação movida contra o INSS, mas não se tem neste documento a informação sobre a natureza das verbas. Mas às fls. 92/103 consta a petição inicial da referida ação judicial, apresentada pelo Contribuinte em cumprimento de intimação, e lá se verifica claramente que os valores recebidos pelo Contribuinte referiamse a proventos de aposentadoria referentes a períodos anteriores. 4 Cumpriuse, pois, também, o segundo requisito para o gozo da isenção. Assim, em conclusão entendo que o Contribuinte fazia jus à isenção e, portanto, a declaração apresentada não merecia revisão. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de dar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª CAMARA/2ª SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 11080.010750/200233 Processo nº 11080.010750/200233 Acórdão n.º 220101.435 S2C2T1 Fl. 3 5 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº. 220101.435. Brasília/DF, 20 de janeiro 2012. ______________________________________ FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JÚNIOR Presidente da Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: ( ) Apenas com Ciência ( ) Com Recurso Especial ( ) Com Embargos de Declaração Data da ciência: // Procurador(a) da Fazenda Nacional
score : 1.0
Numero do processo: 11516.003885/2007-90
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2003
ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. TRIBUTAÇÃO.
O adicional por tempo de serviço é rendimento tributável, conforme
determina a legislação tributária.
A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física. (Súmula CARF nº 68, Portaria MF nº 383, DOU de 14/07/2010)
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-001.231
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Núbia Matos Moura
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. TRIBUTAÇÃO. O adicional por tempo de serviço é rendimento tributável, conforme determina a legislação tributária. A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física. (Súmula CARF nº 68, Portaria MF nº 383, DOU de 14/07/2010) Recurso Voluntário Negado
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TRIBUTAÇÃO. O adicional por tempo de serviço é rendimento tributável, conforme determina a legislação tributária. A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física. (Súmula CARF nº 68, Portaria MF nº 383, DOU de 14/07/2010) Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora EDITADO EM: 25/04/2011 Fl. 67DF CARF MF Emitido em 01/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por NUBIA MATOS MOURA Assinado digitalmente em 25/04/2011 por NUBIA MATOS MOURA, 27/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES C AMPO Processo nº 11516.003885/200790 Acórdão n.º 210201.231 S2C1T2 Fl. 62 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Acácia Sayuri Wakasugi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Eivanice Canário da Silva, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Contra ALBERTO JORGE DA SILVA foi lavrado Auto de Infração, fls.09/14, para formalização de exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa ao anocalendário 2002, exercício 2003, no valor total de R$ 4.553,17, incluindo multa de ofício e juros de mora, estes últimos calculados até abril de 2007. A infração apurada pela autoridade fiscal encontrase assim descrita no Auto de Infração: Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica decorrente de trabalho com vinculo empregatício. O contribuinte declarou R$ 36.592,20, mas recebeu R$ 45.232,20 do Comando da Aeronáutica Subdiretoria de Pagamento de Pessoal, CNPJ 00.394.429/008276, conforme DIRF emitida por aquela fonte pagadora. Dessa forma, foram acrescidos R$ 8.640,00 aos rendimentos tributáveis declarados. Inconformado com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação, fls.01/05, onde alega, em apertada síntese, que os rendimentos considerados omitidos no Auto de Infração foram recebidos a título de adicional por tempo de serviço e que conforme disposto no Lei nº 8.852, de 4 de fevereiro de 1994, tais rendimentos são isentos e nãotributáveis. A autoridade julgadora de primeira instância considerou, por unanimidade de votos, procedente o lançamento, conforme Acórdão DRJ/FNS nº 0716.192, de 29/05/2009, fls.38/39. Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 10/07/2009, Aviso de Recebimento (AR), fls. 43, o contribuinte apresentou, em 06/08/2009, recurso voluntário, fls. 44/50, no qual reproduz e reitera as mesmas alegações e argumentos da impugnação. É o Relatório. Fl. 68DF CARF MF Emitido em 01/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por NUBIA MATOS MOURA Assinado digitalmente em 25/04/2011 por NUBIA MATOS MOURA, 27/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES C AMPO Processo nº 11516.003885/200790 Acórdão n.º 210201.231 S2C1T2 Fl. 63 3 Voto Conselheira Núbia Matos Moura O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Cuida o lançamento de omissão de rendimentos recebidos do Comando da Aeronáutica, a título de adicional por tempo de serviço. No recurso, o contribuinte afirma que tais rendimentos não são tributáveis, em virtude do disposto na Lei nº 8.852, de 1994. De pronto, cumpre esclarecer que a Lei nº 8.852, de 1994, que dispõe sobre a aplicação dos arts. 37, incisos XI e XII, e 39, § 1º, da Constituição Federal, cuida da definição de vencimento, vencimento básico e remuneração. Contudo, não traz em seu bojo hipóteses de isenção ou nãoincidência de imposto de renda sobre valores recebidos por servidores públicos. Outrossim, no artigo 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que relaciona os rendimentos percebidos por pessoas físicas isentos do imposto de renda, o adicional por tempo de serviço não está contemplado. Portanto, são tributáveis os rendimentos recebidos mediante tal rubrica. Aliás, tal entendimento já se encontra pacificado neste Colegiado, conforme súmula, abaixo transcrita, aplicável ao caso: Súmula CARF nº 68: A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física. (Portaria MF nº 383, DOU de 14/07/2010) Portanto, não pode prevalecer a hipótese de nãoincidência do imposto de renda sobre os rendimentos recebidos a título de adicional por tempo de serviço, conforme entende o contribuinte. Ante o exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 69DF CARF MF Emitido em 01/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por NUBIA MATOS MOURA Assinado digitalmente em 25/04/2011 por NUBIA MATOS MOURA, 27/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES C AMPO Processo nº 11516.003885/200790 Acórdão n.º 210201.231 S2C1T2 Fl. 64 4 Fl. 70DF CARF MF Emitido em 01/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/04/2011 por NUBIA MATOS MOURA Assinado digitalmente em 25/04/2011 por NUBIA MATOS MOURA, 27/04/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES C AMPO
score : 1.0
Numero do processo: 18471.001700/2004-72
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Ano-calendário: 1999
OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS - São tributáveis os rendimentos recebidos de pessoas físicas a título de honorários, pela
prestação de serviços advocatícios. A efetividade da transferência financeira dos recursos dos contratantes para o contratado não é condição necessária para a comprovação do recebimento de honorários, quando os contratos de prestação de serviços, os recibos fornecidos aos contratantes, bem como as
declarações dos clientes atestam a efetividade da prestação dos serviços e a correspondente remuneração.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-002.242
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Maria Helena Cotta Cardozo
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Ano-calendário: 1999 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS - São tributáveis os rendimentos recebidos de pessoas físicas a título de honorários, pela prestação de serviços advocatícios. A efetividade da transferência financeira dos recursos dos contratantes para o contratado não é condição necessária para a comprovação do recebimento de honorários, quando os contratos de prestação de serviços, os recibos fornecidos aos contratantes, bem como as declarações dos clientes atestam a efetividade da prestação dos serviços e a correspondente remuneração. Recurso especial negado.
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A efetividade da transferência financeira dos recursos dos contratantes para o contratado não é condição necessária para a comprovação do recebimento de honorários, quando os contratos de prestação de serviços, os recibos fornecidos aos contratantes, bem como as declarações dos clientes atestam a efetividade da prestação dos serviços e a correspondente remuneração. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Relatora EDITADO EM: 17/08/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Alexandre Naoki Nishioka, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 197 a 207, tendo em vista a apuração de omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas físicas. O imposto foi cobrado acrescido de multa de ofício de 150% e multa isolada do carnêleão, também no percentual de 150%. Além disso, foram cobradas multas isoladas pela falta de recolhimento do carnêleão, no percentual de 75%, relativamente aos rendimentos declarados pelo contribuinte. A autuação foi assim resumida: “O contribuinte em sua Declaração de Ajuste Anual ano calendário de 1999 informa o valor de R$ 167.000,00 como rendimento tributável recebido de pessoa física. Sendo o contribuinte o patrono da ação de isonomia até o ano de 2002, conforme demonstra a alteração de contrato de honorários, que efetivamente os servidores da DPF sofreram os descontos dos valores ajustados como honorários e que a FENAPF funciona como mera repassadora desses recursos ao contribuinte, este deveria oferecer tais valores a tributação, tendo em vista que o art. 37 do RIR /1999, aprovado pelo Decreto n° 3000, com base legal no art.3°, § 1° da Lei n° 7.713/1988, estabelece que são tributáveis os rendimentos de todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Entretanto, ele não o fez, assim caracterizando a omissão de rendimento tributável.” Em sessão plenária de 09/11/2006, a Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes julgou o Recurso Voluntário n° 149.408, proferindo a decisão consubstanciada no Acórdão 10422.036 (fls. 745 a 767— Volume IV), assim ementado: "OMISSÃO DE RENDIMENTOS SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS – São Fl. 2DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 18471.001700/200472 Acórdão n.º 920202.242 CSRFT2 Fl. 2 3 tributáveis os rendimentos recebidos de pessoas físicas a titulo de honorários pela prestação de serviços advocatícios. A efetividade da transferência financeira dos recursos dos contratantes para o contratado não condição necessária para a comprovação do recebimento de honorários, quando os contratos de prestação de serviços e os recibos fornecidos aos contratantes atestam a efetividade da prestação dos serviços e a correspondente remuneração. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA INOCORRÊNCIA Não caracteriza cerceamento do direito de defesa o descompasso entre o tempo gasto no procedimento fiscal que apurou o crédito tributário lançado e o prazo para impugnação. Não caracterizado o cerceamento do direito de defesa e não provada violação das disposições contidas no art. 142,do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto n°. 70.235, de 1972e não se identificando no instrumento de autuação nenhum outro vicio prejudicial, não há que se falar em nulidade do lançamento. MULTA ISOLADA. FALTA DE PAGAMENTO DO IMPOSTO DEVIDO A TÍTULO DE CARNÊLEÃO A falta de pagamento do imposto devido a titulo de carnêledo enseja a aplicação da multa de oficio, exigida isoladamente, ainda que não seja apurado imposto devido quando do ajuste anual. MULTA ISOLADA DO CARNELEÃO E MULTA DE OFICIO CONCOMITÂNCIA Incabível a aplicação da multa isolada quando em concomitância com a multa de oficio, ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. LANÇAMENTO DE OFÍCIO MULTA QUALIFICADA – SIMPLES OMISSÃO DE RENDIMENTOS INAPLICABILIDADE A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. ('Súmula 1° CC n°14, publicada no DOU em 26, 27 e 28/06/2006). PAGAMENTO DE TRIBUTO COM ATRASO SEM MULTA DE MORA MULTA EXIGIDA ISOLADADAMENTE Aplicase ao ato ou fato pretérito, não definitivamente julgado, a legislação que deixe de definilo como infração ou que lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. Recurso parcialmente provido." A decisão foi assim resumida: "ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir a multa isolada do carnêleão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio, reduzir ao percentual de 50% a multa isolada do carnéleão incidente sobre os rendimentos declarados e desqualificar a Fl. 3DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 multa de oficio, reduzindoa ao percentual de 75%, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Remis Almeida Estol (Relator), Heloisa Guarita Souza e Gustavo Lian Haddad, que proviam integralmente o recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa." A Fazenda Nacional, por meio de seu Representante, com fundamento no artigo 70, inciso II, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 147, de 25/06/2007, interpôs o Recurso Especial de fls. 771 a 793 — Volume IV, ao qual foi negado seguimento, conforme Despacho 104382/2008, de 25/08/2008 (fls. 800 a 804 – Volume V). Cientificado do acórdão em 06/02/2009 (fls. 807 – Volume V), o contribuinte opôs, na mesma data, os Embargos de Declaração de fls. 810 a 816 – Volume V, rejeitados conforme Informação n° 2201149408 — 2 Câmara / 1' Turma Ordinária, de 12/04/2010 , e Despacho 095 — 2ª Câmara / lª Turma Ordinária, de 30/06/2010 (fls. 822 a 824 – Volume V). Às fls. 842 – Volume V, a Autoridade Preparadora informa que houve pedido de parcelamento da Lei nº 11.941. Já às fls. 884/881 – Volume V, consta a informação de que o contribuinte não se manifestou sobre a inclusão do presente processo no referido parcelamento. Ao tomar ciência do acórdão, o contribuinte interpôs o Recurso Especial de fls. 846 a 870 – Volume V, ao qual foi negado seguimento, conforme Despacho n° 2201 00.100 — 2ª Câmara / lª Turma Ordinária, de 17/03/2011 (fls. 885 a 889 – Volume V) e Reexame de fls. 892/893 – Volume V (Despacho n" 920200100 2' Turma). Em 02/04/2012, por meio do Oficio n° 192/PRES/CARFMF (fls. 919 a 925 – Volume V), o Sr. Presidente da Segunda Seção de Julgamento do CARF solicitou o retorno dos autos, tendo em vista que, a despeito da não admissão do Recurso Especial do Contribuinte, a decisão da Justiça Federal proferida no Mandado de Segurança Individual n° 001152916.2012.4.01.3400, proferida por sua Excelência o Juiz Federal Dr. Alaôr Piacini, em 29 de março de 2012, determinou que a Autoridade Administrativa desse seguimento ao Recurso Especial de Divergência. O apelo contém, em síntese, os seguintes argumentos: o lançamento se deu por presumida percepção de rendimentos de honorários advocatícios por serviços prestados à Federação Nacional dos Federais (FENAPEF) na defesa de seus associados (Processo Judicial n° 97.002202330); a ilação fiscal teve como fundamento o oficio do Departamento Geral de Pessoal da Policia Federal (fls. 273/284), onde foram relacionados os descontos de honorários feitos na folha de pagamento dos funcionários (em 12/1998) em favor da contratante (FENAPEF); o Recorrente nega, peremptoriamente, ter recebido qualquer valor na ocasião por conta do referido processo. Tais pagamentos ocorreram anos depois, através da pessoa jurídica da qual o Recorrente participa do quadro societário; a Fiscalização não apresentou qualquer comprovante de que pagamento houve, apenas a partir do fato conhecido, desconto na folha em 12/98, saltou para a presunção de que o mesmo ocorreu em 01/99; Fl. 4DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 18471.001700/200472 Acórdão n.º 920202.242 CSRFT2 Fl. 3 5 o acórdão ora recorrido, no entanto, as fls. 19/20, consigna no voto condutor do julgado que: " ....Portanto, há provas robustas nos autos de que o desconto em folha realizado em janeiro de 1999. Como o desconto em folha se deu no inicio do mês de janeiro, é razoável a conclusão de que o beneficiário desses rendimentos recebeu os recursos no mesmo mês " ao contrário do que afirma o voto vencedor, está cabalmente comprovado e demonstrado nos autos que o "desconto em folha" dos honorários ocorreu em Dezembro/1998 e não em Janeiro/1999. confrontado com tal divergência através de Embargos de Declaração, o eminente prolator da decisão recorrida, assim se posicionou: "Ao afirmar que o desconto em folha, portanto, recebimento dos recursos, ocorreu em janeiro de 1999, o voto condutor (vencedor) do acórdão embargado faz referência expressa a diversos (sic) elemento de prova de que se valeu como elemento de convicção. Tratase, portanto, de juízo consciente a respeito das provas e não de erro, como quer o Embargante. Ao afirmar que esta conclusão configura erro o Embargante, na verdade, procura reabrir discussão a respeito do mérito da questão." (fls. 825); no entanto, a dúvida permanece, o voto condutor considera que a prova do recebimento é o desconto em folha ocorrido em 01/99. Por outro lado, o único elemento de prova constante dos autos é o Oficio do Departamento Geral de Pessoal da Policia Federal (fls. 273/284), onde foram relacionados os descontos na folha de pagamento dos funcionários (em 12/98) em favor da contratante (FENAPEF); se é razoável, segundo o voto vencedor, concluir que o beneficiário dos rendimentos teria recebido os valores no mês em que ocorreu o desconto em folha (única prova nos autos na qual se fundamenta a presunção contida no lançamento), o mês indicado no lançamento como sendo o fato gerador não poderia ser 01/99, mas sim 12/98, mês em que os honorários foram efetivamente descontados nos contra cheques dos funcionários; seguindo esta premissa, o lançamento deve ser cancelado, eis que fulminado pela decadência do direito da Fazenda de constituir o credito tributário, tendo como termo inicial 12/98; ao considerar como elemento de convicção, presunção não autorizada em lei, a decisão, ora recorrida, diverge substancialmente de outro posicionamento adotado pelo extinto Conselho de Contribuintes, cuja Jurisprudência é admitida como prova da divergência para o cabimento do presente recurso; com efeito, por ocasião do julgamento do recurso 124.360 em decisão externada através do Acórdão n" 10418.377, o Conselho assim se posicionou: "NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO — PRESUNÇÕES — Somente admissíveis em matéria tributária as presunções expresso e legalmente autorizadas, amparadas em fatos prescritos em lei, como sustentáculos dos mesmas." naquela ocasião, o Conselho apreciava hipótese na qual, a partir de um fato conhecido – rendimentos glosados da atividade rural — o fisco havia presumido tratar de rendimentos recebidos de pessoa física; Fl. 5DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 na presente hipótese, a premissa é a mesma, a partir do fato conhecido — desconto na folha dos funcionários da Policia Federal — o fisco presumiu que os mesmos foram pagos ao Recorrente; o Relator da hipótese apontada como paradigma conclui de forma diversa: "Face aos pressupostos da legalidade estrita e da verdade material, inafastáveis em qualquer processo de determinação e exigência de créditos tributários em favor da União, inequivocadamente equivocados os fundamentos, tanto legais, como materiais da exação em litígio. Sob o prisma legal é ocioso mencionar que a presunção, quando fundamento de imposição tributária, somente pode ser exercida quando expressa e legalmente autorizada. E, nos limites do autorizativo legal. Sempre sob fundamento de fato material que a ampare, igualmente previsto em lei, passível de comprovação pelo fisco. Neste contexto, liminarmente são afastadas quaisquer presunções subjetivas, como a que se fundamenta a presente pendenga. A simples glosa de recibos entre particulares, atinentes a operações .) vinculadas à atividade rural, sem motivação objetiva não tem o condão de descaracterizar sua natureza e origem." da mesma forma, ao apreciar o Recurso n° 162.434, em decisão manifestada através doAcórdão nº 10249.405, a Segunda Câmara assim se pronunciou: "OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ONUS DA PROVA. No lançamento de omissão de rendimentos, o ônus da prova recai sobre a autoridade fiscal, salvo nos casos de presunção legal, em que se transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação." a eminente Relatora da decisão apontada com paradigma também conclui de forma diversa da decisão ora recorrida: "Vale lembrar que no lançamento de omissão de rendimentos, o ônus da prova recai sobre a autoridade fiscal, salvo nos casas de presunção legal, em que se transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação. Nesses termos, há que se convir que é extremante frágil o lançamento calcado, única e exclusivamente, em informação prestada por representante legal do contribuinte, desacompanhada de elementos de prova." neste aspecto, a decisão ora recorrida tem apenas a convicção pessoal de seu eminente Relator, mas não enfrenta o cerne da questão da validade do lançamento em julgamento, ou seja: Onde está a prova do repasse do dinheiro? ainda que se admitisse prova subjetiva do repasse, qual seria o montante repassado (base de cálculo)? Simplesmente não se sabe e, como nos autos não existe nem prova do repasse da FENAPEF para o Recorrente (foi presumido), o que se dirá do valor repassado, restando flagrante a ocorrência de uma situação inadmissível, qual seja "a presunção da presunção"; de fato, essa conduta não é permitida ao fisco à luz do que dispõe o artigo 142 do Código Tributário Nacional, que sinaliza no sentido de que o credito tributário deve Fl. 6DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 18471.001700/200472 Acórdão n.º 920202.242 CSRFT2 Fl. 4 7 estar revestido de elementos capazes de assegurar a necessária certeza e a liquidez da exigência, sendo certo que: “A busca desses requisitos, absolutamente indispensáveis, cabe ao fisco, não se admitindo a inversão do ônus da prova fora dos casos previstos em Lei." mais ainda, no caso em questão, os parâmetros indicados pelo art. 142 do CTN foram completamente ignorados, verdadeiro desprezo pela verdade material na identificação do fato gerador, pois não há nos autos nenhuma resposta que satisfaça as seguintes indagações: Como o fato gerador teria ocorrido (ex: transferência bancária, cheque, dinheiro?). Quando? Data da efetiva ocorrência do fato gerador (ex: dezembro/1998 janeiro/1999 fevereiro/1999 março/1999 etc...?) Quanto? Qual seria o valor do suposto rendimento omitido (Base de Cálculo?). sem essas respostas a autuação não poderia prosperar, sob pena de grave afronta ao princípio da legalidade objetiva, vez que estaríamos diante de uma "construção" aleatória definindo os parâmetros "legais" na constituição de eventual credito tributário; em verdade, inegável que a existência de tantos questionamentos ora dirigidos ao acórdão residem no fato (óbvio) de que o lançamento se deu de maneira equivocada, levando tanto quanto a ilustrada Quarta Câmara, a atropelar os claros e evidentes equívocos da ação fiscal, que, em apertada e singela síntese, são os seguintes: o ilustre auditor, desde o inicio da fiscalização, presumiu o repasse dos valores descontados na folha de pagamento dos associados da FENAPEF (fato nunca provado); partindo dessa espúria presunção, achou por bem constituir o crédito tributário que foi erigido sob a acusação de "omissão de rendimentos sem vínculo empregatício"; ocorre que a tipificação "omissão de rendimentos sem vínculo empregatício” não admite presunção, isto pela simples razão de que as presunções no direito tributário são, obrigatoriamente, originárias da Lei que, sem dúvida alguma, não contempla a hipótese dos autos; com efeito, a autoridade administrativa, em plena, obrigatória e legal atividade vinculada, não só poderia como deveria: 1) ter quebrado o sigilo bancário da FENAPEF para rastrear os valores eventualmente pagos ao Recorrente; 2) ter requisitado os lançamentos contábeis da referida associação, com o mesmo objetivo; e 3) ter realizado, enfim, toda a sorte de diligências para obter (o que não seria difícil) elementos seguros a dar sustentação ao lançamento impugnado; o fato é que a fiscalização se acomodou e, a partir daí, apenas se utilizou de meros, vagos e duvidosos indícios para presumir que o Recorrente teria auferido os rendimentos, e o que é pior, imputando ao sujeito passivo o dever de produzir prova negativa; para finalizar, impossível não citar o voto vencido do Dr. Remis Almeida Estol, constante às fls. 748 a756. Em 04/06/2012, por meio do Despacho 220001.001 — 2ª Câmara, o Recurso Especial do Contribuinte foi cientificado à Procuradoria da Fazenda Nacional, que, na mesma data, ofereceu as contrarazões de fls. 929 a 933, aduzindo o seguinte: Fl. 7DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 8 o recurso, corretamente, não foi conhecido, já que os acórdãos paradigmas apresentados deram provimento ao recurso por diferentes motivos, levando em conta as provas contidas nos respectivos autos; dessa forma, a questão se restringe à análise da prova constante dos autos, o que culmina em não conhecimento do presente recurso em face de não apresentação de divergência específica, muito menos sua demonstração no recurso do contribuinte; ocorre que, apesar da patente ausência de divergência jurisprudencial, diante da concessão de liminar no Mandado de Segurança (n° 1152916.2012.4.01.3400) determinando o seguimento do recurso, a União foi intimada para apresentar contrarazões, o que faz nesta oportunidade; tratase de Auto de Infração lavrado contra o contribuinte José Francisco da Silva Oliveira, relativo ao exercício de 2000, anocalendário de 1999, para formalização e cobrança do Imposto de Renda Pessoa Física; em diligência ao TRF 2ª Região, foram obtidas cópias da Procuração da FENAPEF nomeando o Sr. José Francisco Franco da Silva Oliveira seu procurador na ação de isonomia, e cópia da alteração do Contrato de Honorários (fls. 210 e 266) assinada em 08/08/2002, que estabelecia que a parte contratada, apenas o contribuinte sob fiscalização, transferiria os direitos e obrigações contratuais à pessoa jurídica Franco Oliveira Advogados Associados S/C, cabendo a mesma a percepção dos honorários ajustados de 20% sobre as vantagens salariais objeto da ação judicial proposta, restando provado, portanto, que o autuado figurava como patrono da ação de isonomia até 08/08/2002; assim, em 1999, os honorários eram devidos apenas ao ora Recorrente, consoante Contrato de Honorários e Prestação de Serviços, p.ex.fl. 619; com efeito, o conjunto probatório presente nos autos é claro em demonstrar que houve o desconto na folha de salários dos servidores dos valores referentes a honorários advocatícios contratados com o autuado (p. ex. fl. 621) e que a FENAPEF figurou como mera repassadora desses recursos; inclusive, a própria associação admitiu expressamente ser mera repassadora dos honorários advocatícios ao contribuinte, conforme o Oficio n. 468/2004/FENAPEF (fls. 673/674) e os recibos apresentados pelos servidores do Departamento da Polícia Federal — DPF (por ex.fl. 612); nesse sentido, vale a pena transcrever o recibo (p. ex. fl. 608) juntado pelos servidores do DPF, verbis: "Recebemos do(a) Sr(a) MONICA DE BRITO COSTA a importância de R$ 9.123,20 (nove mil cento e vinte e três reais e vinte centavos) referente a honorários advocatícios da ação que pleiteia a isonomia de vencimentos entre os novos e antigos policiais federais no mês de janeiro/1999, onde a FENAPEF funciona como mero repassador ao advogado FRANCO OLIVEIRA ADVOGADOS ASSOCIADOS S/C CNPJ:(...)." cumpre destacar a impossibilidade da Franco Oliveira Advogados S/C ser parte no contrato de honorários, já que apesar de constar nos citados recibos, emitidos no ano calendário de 2004, como contratada, a pessoa jurídica Franco Oliveira Advogados S/C, de Fl. 8DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 18471.001700/200472 Acórdão n.º 920202.242 CSRFT2 Fl. 5 9 acordo com o extrato de fl. 694, só foi constituída em 03/12/1999, posteriormente a percepção dos honorários; dessarte, caberia ao contribuinte a produção de prova contrária, relativamente ao quantum recebido a título de honorários de pessoas físicas, já que o montante auferido dá causa à tributação como rendimentos sujeitos a tributação do carnêleão; entretanto, o contribuinte apenas faz alegações genéricas sem produzir qualquer prova contrária aos fatos evidenciados nos autos, ao contrário, não mediu esforços para impedir, judicialmente, que a fiscalização tivesse acesso a sua movimentação financeira que, inclusive, poderia produzir provas a favor do próprio contribuinte de que os recursos não transitaram por sua conta bancária, se fosse esse o caso; em arremate, transcrevese trecho elucidativo do voto condutor da decisão recorrida: "Ademais, com a devida vênia, não se deve confundir a efetividade da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, com a demonstração do fluxo financeiro. Se assim fosse, em toda ação fiscal, para se caracterizar a ocorrência do fato gerador, a Fiscalização teria que ter acesso à movimentação financeira dos Contribuintes, o que não é razoável. Basta para caracterizar a ocorrência do fato gerador, a demonstração de que o Contribuinte auferiu um rendimento tributável e, neste caso, não há dúvidas de que o Contribuinte prestou serviços pelos quais foi remunerado, e tem nos autos elementos de prova suficientes para se aferir o montante dessa remuneração." enfim, comprovado nos autos que o contribuinte foi o beneficiário dos honorários advocatícios devidos em razão do sucesso em ações judiciais nos quais figurou como patrono, deve ser mantido o lançamento, tendo em vista que os rendimentos não foram oferecidos à tributação, nos termos do art. 8° da Lei n° 7.713/88; dessa forma, não merece reforma, neste ponto, o presente julgado, devendo ser mantida a autuação nos termos nela consignados. em face do exposto, requer a Fazenda Nacional seja negado provimento ao recurso, mantendose, nesta parte, o acórdão proferido pela e. Câmara a quo. Fl. 9DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 10 Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, Relatora Tratase de Recurso Especial do Contribuinte, que sobe à Câmara Superior de Recursos Fiscais por força de decisão judicial. Às fls. 842 – Volume V, a Autoridade Preparadora informa que houve pedido de parcelamento da Lei nº 11.941. Entretanto, às fls. 884/881 – Volume V, consta a informação de que o contribuinte não se manifestou sobre a inclusão do presente processo no referido parcelamento. Destarte, entende esta Conselheira que não existe óbice ao presente julgmento. Primeiramente, cabe registrar que o contribuinte, em seu Recurso Especial, efetivamente não comprovou a alegada divergência jurisprudencial. Com efeito, tanto em sede de Embargos de Declaração, como no Recurso Especial, o contribuinte partiu da premissa de que a autuação teria sido levada a cabo por presunção. Entretanto, conforme será demonstrado no decorrer do presente voto, muito pelo contrário, o acórdão recorrido logrou demonstrar que a ação fiscal foi ancorada em consistente conjunto probatório, e não em simples presunção. Assim, partindo da premissa de autuação por presunção, o contribuinte indicou, à guisa de divergência jurisprudencial, paradigmas cujas situações fáticas em nada se assemelhavam à do acórdão recorrido, mas concluíam que somente as presunções legais poderiam ser aceitas. Ora, tal conclusão somente caracterizaria dissídio jurisprudencial se as situações fáticas dos julgados em confronto – recorrido e paradigmas – fossem semelhantes, o que efetivamente não ocorreu. Feitas essas considerações, há que ser cumprida a decisão judicial, razão pela qual se vê agora a Câmara Superior de Recursos Fiscais com a tarefa de reexaminar as provas dos autos. A exigência foi formalizada por meio do Auto de Infração de fls. 197 a 208. Os argumentos contidos no Recurso Especial não deixam dúvidas de que o contribuinte intenta reabrir a discussão sobre as provas carreadas aos autos, em relação às quais o voto condutor do acórdão recorrido já se posicionou, com toda a clareza necessária à formação de convicção. No apelo, o contribuinte insiste em defender a tese de que a autuação teria se dado por presunção, com fundamento apenas no Ofício n° 1326/2004CRH/DGP/DPF, do Departamento Geral de Pessoal da Policia Federal, onde foram relacionados os descontos de honorários feitos na folha de pagamento dos servidores beneficiários das ações judiciais por ele patrocinadas (fls. 273/284). Ora, tratase do fornecimento de informações oficiais, por órgão público cuja seriedade é reconhecida pela sociedade, dando conta dos valores descontados de seus funcionários, com a finalidade específica de pagamento de honorários ao contribuinte. Além desse ofício da Polícia Federal, o conjunto probatório dos autos é vastíssimo, já que a fiscalização trouxe aos autos os recibos comprovando que os pagamentos tinham como destinatário o contribuinte, atuando a FENAPEF como mera repassadora. Ademais, constam dos autos diversas declarações de funcionários da Polícia Federal, no sentido de que foram orientados a declarar, na DIRPF do exercício de 2000, anocalendário de Fl. 10DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 18471.001700/200472 Acórdão n.º 920202.242 CSRFT2 Fl. 6 11 1999, os valores pagos ao contribuinte como pessoa física, a título de honorários advocatícios (fls. 478, 504/505, 508, 516/517, 530, 535, 548 a 551 e 618/619). Assim, resta a esta Conselheira reiterar os argumentos esposados pelo Ilustre Conselheiro Relator Pedro Paulo Pereira Barbosa, que lançam por terra o argumento de que a autuação teria sido levada a cabo por presunção: “Divergi do bem articulado voto do Ilustre Relator, por entender que o conjunto probatório carreado aos autos é suficiente para demonstrar que o Contribuinte foi beneficiário de rendimentos referentes a honorários advocatícios devidos em razão do sucesso nas ações judiciais n° 1997.00202330 e 90.23297, nas quais atuou como patrono, em que eram titulares servidores do Departamento de Policia Federal. (...) O lançamento tomou por base os valores informados pelo Departamento de Polícia Federal na relação anexa ao Oficio n° 1326/2004CRH/DGP/DPF (fls. 287 em diante) onde aquele órgão informa os valores descontados em folha dos referidos servidores a titulo de honorários advocatícios, referentes às mencionadas ações judiciais. É certo que esses valores descontados não foram entregues diretamente ao Autuado, mas à FENAPEF e que não se tem a informação sobre o momento preciso do repasse desses recursos, fato ao qual se apegou o ConselheiroRelator como fundamento para acolher as alegações do Contribuinte de que não se configurou o fato gerador do imposto. Todavia, os elementos trazidos aos autos são eloquentes no sentido de demonstrar, primeiro, que houve o desconto na folha de salários dos servidores dos valores referentes aos honorários advocatícios, e depois, que a referida associação atuou como mera repassadora desses recursos. Senão vejamos. Consta as fls. 273/384 oficio encaminhado pela Coordenação de Recursos Humanos do Departamento de Policia Federal e planilhas anexas, informando os valores que foram descontados em folha de pagamento dos beneficiários da ação, em janeiro de 1999, a título de honorários advocatícios, valores esses que serviram de base para o lançamento. A Fiscalização teve o cuidado de intimar diversos servidores beneficiários para confirmar o pagamento dos honorários e estes, unanimemente, declararam que os valores descontados em folha, no mês de janeiro, constantes das planilhas acima mencionadas, referemse a honorários advocatícios para o ora Recorrente e que a FENAPEF atuou como mera repassadora desses recursos. Inclusive juntam recibos com esses dizeres, fornecidos pela própria FENAPEF. Como exemplo, transcrevo o recibo de fls. 484: Recebemos do (a) Sr. (a) CARLOS MAGNO DE SOUZA QUEIROZ a importância de R$ 9.327,61 (nove mil e trezentos e Fl. 11DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 12 vinte sete reais e sessenta e um centavos), referente a honorários advocatícios (ação de isonomia) descontados no contra cheque do mês de Dez/98 onde a FENAPEF funciona como mera repassadora para o advogado Dr. Jose Francisco da S. Oliveira, OAB/RJ, CPF 274.533.16715.Por ser verdade, firmamos o presente dando plena e total quitação do valor supra citado. Nesse mesmo sentido, são os recibos e declarações de fls. 449, 455, 459, 4110 462, 463, 471, 473, 477, 478, 479, 484, 490, 495, 499/500, 501, 505, e outros. Também consta nos autos que o contrato de honorários estabelecia que estes seriam calculados a razão de 20% sobre as vantagens recebidas em decorrência da ação judicial. É o que se extrai, por exemplo, do documento de fls. 266 e 267/271. Portanto, há provas robustas nos autos de que o desconto em folha realizado em janeiro de 1999 destinavase ao pagamento de honorários advocatícios à razão de 20% sobre o valor da vantagem recebida em decorrência do sucesso na ação judicial, e que o beneficiário desses honorários foi o ora Recorrente. Sobre a alegação de que não há prova nos autos do efetivo recebimento desses recursos pelo Recorrente, isto é, de que não há documentos que demonstrem a efetiva transferência dos recursos da FENAPEF para o Recorrente, de fato, não consta nos autos documentos que mostrem a efetiva transferência da conta da FENAPEF para o Recorrente. Entretanto, o conjunto probatório não deixa dúvidas de que houve essa transferência; de que a FENAPEF, em relação aos descontos realizados na folha de pagamento dos servidores beneficiados pelas ações judiciais, atuou como mera repassadora desses recursos, como consta nos recibos fornecidos pela própria FENAPEF aos servidores. Por outro lado, não se pode desconsiderar o fato de que o Contribuinte não mediu esforços para impedir, judicialmente, que a Fiscalização tivesse acesso a sua movimentação financeira, que poderia produzir provas a favor do próprio Contribuinte de que esses recursos não transitaram por sua conta bancária, se fosse esse o caso. E a própria FENAPEF, considerando as várias intimações que a ela foram feitas, também não nega que tenha feito os repasses (...). Portanto, há, sim, provas nos autos de que houve o pagamento de honorários, embora não se tenha a demonstração da operação financeira referente a transferência dos recursos, o que não quer dizer que esta não ocorreu. Diante do conjunto probatório, estou plenamente convencido de que os recursos descontados da folha de pagamento dos servidores do Departamento de Policia Federal, constante da relação fornecida por aquele órgão, foram repassados para o ora Recorrente como honorários. Ademais, com a devida vênia, não se deve confundir a efetividade da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, com a demonstração do fluxo financeiro. Se assim Fl. 12DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 18471.001700/200472 Acórdão n.º 920202.242 CSRFT2 Fl. 7 13 fosse, em toda ação fiscal, para se caracterizar a ocorrência do fato gerador, a Fiscalização teria que ter acesso à movimentação financeira dos Contribuintes, o que não é razoável. Basta para caracterizar a ocorrência do fato gerador, a demonstração de que o Contribuinte auferiu um rendimento tributável e, neste caso, não há dúvidas de que o Contribuinte prestou serviços pelos quais foi remunerado, e tem nos autos elementos de prova suficientes para se aferir o montante dessa remuneração. Como o desconto em folha se deu no início do mês de janeiro, é razoável a conclusão de que o beneficiário desses rendimentos recebeu os recursos no mesmo mês. Mas, ainda que esse repasse tenha se dado em momento posterior, mas dentro do mesmo exercício, isso em nada afetaria a exigência do Imposto quanto ao ajuste anual. De qualquer forma, o Contribuinte não diz em que momento recebeu efetivamente tais rendimentos. Diante desse silêncio, é de se considerar o recebimento dos rendimentos com base nos elementos disponíveis, que, insisto, são suficientes para demonstrar o recebimento dos rendimentos tributáveis em janeiro de 1999. (...) os documentos carreados aos autos são unânimes ao se referirem apenas ao ora Recorrente como titular da ação. Inclusive o contrato de honorários menciona como parte contratada apenas o Recorrente. É o que se extrai do documento de fls. 266 — Contrato de Honorários. Alteração Contratual — onde se lê na cláusula primeira, verbis: 1°) Fica alterado a cláusula referente à pessoa da parte contratada, ora na pessoa física do advogado José Francisco Franco Oliveira, para a pessoa jurídica FRANCISCO OLIVEIRA ADVOGADOS ASSOCIADOS S/C, CNPJ 03.552.058/000136, localizado na Av. Graça Aranha, 416/3° andar, Rio de Janeiro, no ato representada por seu sócio majoritário, o advogado José Francisco Franco Oliveira, já qualificado, pessoa jurídica esta a quem são transferidos todos os direitos e obrigações contratuais (Estatuto da OAB, Lei n° 8.906/94, art. 15 e segts.), cabendo à mesma a percepção dos honorários profissionais ajustados, ou seja, 20% (vinte por cento) sobre as vantagens salariais objeto da ação ordinária n° 97.00.202.330, perante a 9ª VFRJ, ora em grau de recurso perante o E. TRF/2ª Região (AC n° 2001.02.01.0395626). Quer dizer, até 8 de agosto de 2002, data da alteração contratual acima, o contratado era apenas a pessoa física do Sr. José Francisco Franco Oliveira. Portanto, em 1999, os honorários eram devidos apenas ao ora Recorrente. Assim, em conclusão, entendo que resta comprovado nos autos que o Contribuinte recebeu honorários advocatícios relativamente às vantagens obtidas pelos servidores do Departamento de Policia Federal em decorrência de sucesso em ações judiciais nas quais figurou como patrono, o que caracteriza a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária Fl. 13DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 14 sujeita à exigência mediante lançamento de oficio, uma vez que esses rendimentos não foram oferecidos espontaneamente à tributação” Destarte, o bem articulado voto responde a todas as perguntas apresentadas pelo contribuinte em seu Recurso Especial, não restando qualquer lacuna a ser preenchida: o total dos rendimentos (base de cálculo) é aquele que consta do ofício do Departamento de Polícia Federal, descontado dos servidores especificamente para pagamento dos honorários ao contribuinte; o momento do repasse dos valores objeto do desconto em folha ao contribuinte, em princípio, ocorreu em janeiro de 1999, quando os servidores da Polícia Federal receberam os rendimentos líquidos, correspondentes a dezembro de 1998, já descontados os valores dos honorários; ainda que o repasse não tenha sido imediato, isso em nada influenciaria a autuação, já que o fato gerador do IRPF, no caso de rendimentos sujeitos ao ajuste, considerase ocorrido em 31 de dezembro; e é certo que tais rendimentos foram repassados ao contribuinte durante o anocalendário de 1999, tanto é assim que constam dos autos inúmeras declarações dos servidores da PF, no sentido de que foram orientados e cumpriram tal orientação, no sentido de registrar, na Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2000, anocalendário de 1999, os valores descontados a título de honorário pagos ao contribuinte, como pessoa física; há servidores que inclusive apresentaram a própria DIRPF, com o registro do pagamento efetuado. Assim, ainda que não fosse suficiente o robusto arcabouço probatório de que se revestiu a autuação, resta a aplicação do princípio da razoabilidade, que lança por terra os argumentos do contribuinte: se a FENAPEF não lhe repassou os honorários advocatícios descontados dos servidores da Polícia Federal em janeiro de 1999, que seriam seus por direito e por contrato, o contribuinte teria prestado serviços sem a necessária contrapartida do pagamento, o que não é verossímil. Mais inverossímil ainda seria o fato de o contribuinte, não tendo recebidos os honorários a que teria direito em 1999, continuar prestando serviços aos servidores da PF, por meio da FENAPEF, até pelo menos 2002, como prova a alteração contratual constante dos autos. Assim, seja pelas robustas provas colacionadas aos autos, seja pelo princípio da razoabilidade, tudo aponta no sentido de que foi correta a decisão recorrida. Diante do exposto, NEGO provimento ao Recurso Especial, interposto pelo contribuinte. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 14DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 18471.001700/200472 Acórdão n.º 920202.242 CSRFT2 Fl. 8 15 Fl. 15DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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Numero do processo: 10920.001337/2003-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 01 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2001, 2002
PRESCRIÇÃO RECURSO PENDENTE DE JULGAMENTO. SÚMULA
CARF nº 11
Não se aplica a prescrição intecorrente no processo administrativo Fiscal. A prescrição somente começa a fluir a partir da decisão administrativa definitiva
REMISSÃO. LEI nº 11.941/2009.
Inaplicável a remissão pretendida pelo recorrente, para o crédito tributário lançado de valor superior a R$ 10,000,00
Recurso voluntario negado.
Numero da decisão: 2101-000.885
Decisão: Acordam os membros do Colcgiado, por unanimidade de votos, ern rejeitai preliminar e, no mérito, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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RECURS() PENI)F.1\i1LL DE JULGAMENTO. SÚMULA CARP n" 1 I Não se aplica a prescrição intereorrente no processo administrativo Fiscal.. A prescrição somente começa a fluir a partir da decisão administrativa detinitiva REMISSÃO. I F1 ti" 1.1.941/2009. Inaplicável a remissão pretendida pelo recorrente, para o crédito tributário lançado de valor superior a R$ -10,000,00 Recurso voluntario negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.. Acordam os membros do Colcgiado, por unanimidade de votos, ern rejeitai preliminar e, no mérito, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. ('ao Marcos Cândido - esidente José Raimura )ta Santos - Relator EDITADO HM: 11 •rE V Participaram da sessflo de julgamento os Conselheiros Alexandre Naoki Nishioka, Ana Neyle OUiii Pio Holanda, Caio Marcos Criii.ndido, Gonçalo .13onet Allage, losé Raimundo 'tosta Santos e Odin ir Fernandes,. Relatório 0 recurs° volimtario em exame pretende a iefbrma do Acórdao n" 07- . 14.7S5 rift 52), que, por unaniinidade de votos, julgou .procedente cm parte o lançamento, para restabeleeer a deduçao corn a previdencia oficial do ano-calendario de 2001. A in fraçao indicada no lançamento e Os argumentos de defesa suscitados na impugnaçao foram sintetizados pelo (Pipilo julgador a quo nos seguintes termos: Por .iireio do Auto de Infraeao, a ti. 37, foi efetuado o lançamento do Imposto de Renda Pessoa J rjjj no valor de R$ 12.200,9S, relativo aos anos-calendario dc 2000 (R.$ 4.474,80) e 2001 (R$ 7.726,18), i,icrese.i.do da multa de oficio dc 75% e dos juros de mora, o que totaliza o montante do erédito apurado de R$ 24487,82 Na descrieilo dos tatos (Os 38/39), o iditoliseal constata a omissao de rendirnentos recebidos, no ano-caicndi)rio de 2000, no valor total de R$ 3.329,23, conforme somatório extraido do eomplovante lotnecido pelo 0(lIM.0 e apresentado pelo autuado. Ainda, por falta de comprova00, houve a glosa de todas as deduções da base de calculo declaradas, exceto no que se refere a um depeu.dente no ano calendatio de 2000 (mac) e a dois deperidernes no ano calendario dc 2001 (mac e Mho) Intimado do Lineament() (±1 42). 0 contribuinte apresenta irripugnacao (Hs 44/46), no goal alcga (rue nao houve omissao pois esta() lançados todos os rendimentosieccbidos dos operadores pultuarios; 'brain efetuadas as deduções de p)evidencia oficial de acordo com :18 informações recebidas das fontes pagadm as, conforme documentaçao anexa:, que as deduções ieferem-se a dependentes que, pm nao traballialem, dependem de sua renda. que, quanto ao item plano de saúde, paga para seus dependent es através de seu Sindicalo de Classe; que o itulo T,ivro Caixa Rife' e-se S connibuiçao mensal ao Sindicato da sua categoria prolissional, descontada de seus rendimentos, pata poder prmltJcpar do iodizio de chamada; quanto ils despesas com instruyao reterem-se aos valores pagos a estabelecimento de ensino paitieular, cujos comprovantes j á solicitou copia que sera° enviadas postelimmente Requer a irripioced6ncia do lançainento. Junta cópia de documento li 11 47 Em seu apelo ao CARF, m ti 59, o recorrente argumenta, ern preliminar, que somente após cinco anos e oito incises da apresentayao da defesa administrativo o process() foi julgado, testando preserito Ressalta que em (Icei silo recente o Supremo Tribunal Federal, ótgao maxim() no pais para dirimir dúvidas jurídicas, considerou que todos os créditos tributarios pertencentes à uniao, nib o lançados em divida ativa, prescreve no período dc 05 anos Considera que, de acordo corn a medida ploy isória assinada pelo presidente da RepUblica, foram extintos todos Os débitos corn valor inferior a R$ 10.000,00, e que o lançamento eui exame se enquadra nesta norma. É o relatório, Voto Conselheiro osé Raimundo Tosta Santos, Relator l'io(;cso 11 I (010 001337/20(13_67 52-C11. 1 Acbi chin n 2101-00555 H 2 0 recurso atende os requisitos de admissibilidade. Do exame das peças processuais, verifica-se que a decisão recorrida examinou minuciosamente a maléria em litígio, decidindo em conformidadc corn a j nrisprudérici a deste Conselho. As questões suscitadas em sede de tea -ifs° repor tam-se As modalidades de extinção do crédito tributário (prescrição e remissão), COn loniic disciplina o artigo 156 do C IN Nos lermos do artigo 1 .74 do CIN, a ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição dermitiva. Conk -it - me disp6c o artigo 201 do CIN, constitui &Oda ativa tributtiria a proveniente dc crédito dessa natureza, tegulai mettle inserita rut repartição adminis Ira iva co mpetenie, depois de e.sg o tad o o praz:o . fixado„ para pagamento, pela lei ou por decisão final prokrida cm processo regular Direrentemente do que argumenta o recorrente, as manifestações .judiciais são -unissonas no entendimento de que somente após a decisão administrativa que não caiba mais recurso, em desfavor do contribuinte, é que o crédito tributário se torna definitivamente constituído e dotado de liquidez e certeza. A partir desse momento começa a fluir o 'Diaz() • rescricional. .1(riquanto pendente de julgamento ; não há mais que se filar em decadência, pois o direito A constituição do credito através do lançamento já foi exerenado, nem em prescrição, pois a exigibilidade do crédito enconti a-se suspensa, consoante disciplina o artigo 151 do CTN.. Con lira-searestos abaixo colacionados: NT 95124 / PR Mato; Min Néi Ida Silveira Littenta CREDIT° TRIBUTÁRÍO 1CM DECADENCIA C1N, :41:7S 173, I, L PARiGRAFO ONICO, 151,111 0 LANÇAMENTO, NO (-ASO, El'ETIVOU-SE, ANTL,'S DE DECORRIDOS TRI rJS .ANOS DO Fl To RADoR, com 0 LE VA NTA MENTO EFETUA DO E A NOT IFICACA -0 DO CONTRIBUINTE. A PARTII? Ni() Ili MAIS FALAR EM DECADEWCIA. LA iVÇ4 DO 0 TRIBUTO, I DLSVII,SiS40, POR FlA DE RECURSOS ADMINISTRA TWOS, TEM O EFEITO DE SUSPENDEI? A hAlGIBILIDADE DO CREDITO TRIBUTiRIO, UT ART- 151, III, DO CTN. NÃO CABE, SEWER, Ai, 1ER COMO 1NICIADO 0 PRAZO DE PRESCRI(7.40 I INS( R100 DO (7:L7)17'0 LA! 1)IV1D4 AT11 I NA -0 E 0 MOMENT() I [Nil ,5114 CONSITEUTCA'0 COM 0 AL110 DE INFRAG40, COW/HA-SE 0 LANÇAMENTO DEFINTOO NO ARr142, 1)0 C.TN A CLRTIDA -0 DA INSCRIGTO (171/DITO EAJ DIVIDA A iTTJA VALE COMO l'171.11.,0 E.VE(7117V0 FA1R.4,I1 117)1(17./.11_, PRLCEL).LAPILS DO 577 ,' REC(IRS() CONHECIDO T PRafr7,1)0, 1'.:1RA APIAS114R I DE(A1)1:]NC7A DECRETADA (,fr7fel) itt 95.565 .1 MG Relator: Min 1)/cio Miranda .Finenta TRIBUTÁRIO. CRI D -170 TRIBU14R10 1 IIIN(/f0 DE(.7.41).fiNCYA L PRLSURIÇÀO. 0 CÓDIGO JRIBUIÁRIO NA CiONA L ESTÍ BELECE IRES EASES INCONFUNDi I/EIS: A 01112 ATÉ A NOTIFICA GO DO LANCAMENTO AO SUIEITO PASSIM, EM OUE CORRE PRAZO DE DECADENCIA (ART. 173, 1 E 11); A DUE SE ESTENDE DA NOTHICAÇÃO DO LANÇAMENTO ATE A S01,11(,J0 DO PROC,ESSO ADMINISIRA111 70, OUE NÃO CORREM NE111 PRAZO DE DECADÊNCIA, NEM DE PRESCRICÃO, POI? ESL-1R SUSPENSA A EXIGIBILIDADE DO CREDITO (AR11 151, 111); A (HT COMECA NA 0,1 Ti DA SOL(!( /10 EINAL DO PRO( ESS° A1)MINIST.RA111/0, QUANDO CORRE PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA 4C40 JUDICIAL DA FAZENDA (IRE 174), de se acrescentar que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscal consolidou sua jurisprudencia mansa e pacifica na Súniula n" 11, a respeito da inaplieabilidade da presericao intercorrentc ao processo administrativo fiscal. Siimula CARP n" 1.1 Niio se itplica a pi esclicdo ink?, eoriente no pi (1( C S 50 cidniijiisliaitvo IRCal No que tange a rernisszlo, entendo que o credit() em diseussao muito superior ao limite estabelecido pelo artigo 14 da lvi P n" 449/2008 (convertida na 1,ei n" 11,941 /2009): Art. 14. Picam temilidos os diVritos coin a Pazenda .NacionaL in aqueles corn exigibilidade que, ein 31 de dezembro dc 2007 estejenn vencidos ha 5 (caw()) ono,' ou mars e cujo valor total consolidado, 17CSsw mesma data, seja igual ou irifelioi . a RS 10 000,00 (dez mil reais) l z 0 previsto no cap!!/ deste artigo deve ser consideiado sujeito passivo e, separadamente, em telactio I aos clé'bitos inset tios em Divida Ativa tItt Unido, noambao da Piocuradoiia-Getal da Fazenda Nacional, deconentes das corn!) ibuicâes socials prevista.s nas alíneas a, b e e do paragrafir Unico do cut 11 da Lei n" 8 212. de 24 de julho de 1991, das contribuicdes institaidas ti título de substituiedo e elas coin; ibinc.des devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fUndo.s, tios dolmas débitos inscritos em Divida Ativa da triad°, no ambit() da Proeuradoria-Geral da Fazenda Nacional; 111 aos débilos decortente.s dos cant ribuicões socials previstas nas alineds a, b C c do parkrajO ítnico do art. II da Lei n" 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuicdes instituídas a titulo de substituição e das contribuiedes devidas a terceiros, assail entendidas outras entidades e JUndo.s, administrados pcla ,Seerctaria da .Reci-eita Fedetal do Brasil; e IV tios demais dc.'!bitc» administrados pela Secretaria da Receita Pederal do Brasil 2" Na hipótese do 11'1, o valor de que tram este artigo sod apurado considerando ti to/alit/ode dos estabelecimentos da pessoa 111T Ca 3" 0 disposto neste artigo não implica iestnuicdo arc quantias pagas Proc t_.,so n I 0020 001337/2003-67 S2-( i II n " 2101-00.885 II 0 diNpas10 neste ao s c//nio 01 igindrios de opeak:5es dO ciédilo fmal do Programa Lspedal de Cri.. 7.!7ito paid a 1 .?(:,..)(01 ma rdi ia — PROC.TRA tran.s . kridds. ao 1I..!.sour0 Nacional, 11?(OCia(/a. 011 100 coin amparo em 1(..gista(iio especilica, inserkas na divida ativa da Ilnido, lusivc aquelas udquiridas desoneradas de iisco petit Unido pot - 1Ory7 da Aledida Provisóíia n 2.196-3, de 24 de agosto de 2001.. Ern race ao exposto, rejeito a preliminat e, no inéri Lo , nego provimento ao Jose Rainfund Santos 5
score : 1.0
Numero do processo: 10835.000012/2004-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 01 00:00:00 UTC 2010
Data da publicação: Thu Dec 02 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2003, 2004
ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CONDIÇÕES.
Para o reconhecimento da isenção do IRPF, a doença grave deve ser
comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios e os rendimentos devem ser de aposentadoria, reforma ou pensão.
Numero da decisão: 2102-000.987
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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Moléstia grave Recorrente JOÃO AUGUSTO RIBEIRO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003, 2004 ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CONDIÇÕES. Para o reconhecimento da isenção do IRPF, a doença grave deve ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios e os rendimentos devem ser de aposentadoria, reforma ou pensão. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora EDITADO EM: 03/03/2011 Fl. 388DF CARF MF Emitido em 21/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA Assinado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA, 09/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES C AMPO Processo nº 10835.000012/200415 Acórdão n.º 210200.987 S2C1T2 Fl. 376 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Acácia Sayuri Wakasugi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Rubens Maurício Carvalho e Vanessa Pereira Rodrigues Domene. Relatório JOÃO AUGUSTO RIBEIRO, já qualificado nos autos, inconformado com a decisão de primeiro grau, prolatada pelos Membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo II, mediante Acórdão DRJ/SPOII n° 1727.413, de 10/09/2008, fls. 345/349, recorre a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais pleiteando a sua reforma, nos termos do recurso voluntário, fls. 355/372. Por pertinente, peço vênia para transcrever o relatório do acórdão recorrido: O contribuinte apresentou declaração retificadora dos anos calendário 2002 e 2003, alterando a classificação dos rendimentos anteriormente informados como tributáveis para isentos. As declarações foram excluídas do sistema MALHA para trabalho manual e, tendo sido o contribuinte intimado a comprovar a condição de isento, foram apresentados documentos e fls. 75/79 e 131/187, segundo a alegação de que tratase de rendimento isento devido a sua condição de portador de moléstia grave. A Seção de Orientação e Análise Tributária (SAORT), da DRF/Presidente Prudente, segundo Despacho de fl. 189/191, concluindo pela inaplicabilidade da isenção pleiteada ao caso, em razão de não ter sido demonstrado que os rendimentos recebidos eram provenientes de aposentadoria ou reforma, resolve encaminhar os autos à Seção de Fiscalização, conforme determina a Instrução Normativa 185/2002. São lavrados, então os autos de infração de fls. 286/287 e 293/295, reduzindo os saldos de imposto a restituir dos anos calendário 2001 e 2002, sob o fundamento de que os rendimentos eram tributáveis, por não serem provenientes de aposentadoria, ainda que o contribuinte seja portador de moléstia grave. Em relação ao primeiro, foi alterado o imposto a restituir de R$ 16.157,53, para o valor ajustado de R$ 938,04; e quanto ao segundo, de R$ 185.573,75, para R$ 44.483,14. O contribuinte é cientificado do lançamento em 12 de dezembro de 2007, conforme AR de fl. 303 e inconformado, apresenta a impugnação de fls. 307/324, em que alega, em síntese, que: 1 o impugnante contraiu a doença neoplasia maligna no ano de 1992, tendo sido submetido a uma intervenção cirúrgica, extraindose um rim; Fl. 389DF CARF MF Emitido em 21/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA Assinado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA, 09/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES C AMPO Processo nº 10835.000012/200415 Acórdão n.º 210200.987 S2C1T2 Fl. 377 3 2 o portador de neoplasia maligna é pessoa com sérios problemas de saúde, ocasionados pelas seqüelas deixadas da doença que a qualquer momento pode novamente se manifestar. Assim, a existência da moléstia vai perdurar por toda vida do impugnante; 3 no formulário da declaração do imposto de renda da pessoa física, não existe qualquer campo onde se possa lançar o benefício concedido pela legislação vigente, mas que esteja o contribuinte em atividade; 4 o benefício existe seja para o aposentado, seja para o reformado ou pensionista, seja ainda para o ativo, desde que comprovada a doença; 5 conforme o art. 6°, da Lei 7.713/88, qualquer pessoa tem direito à isenção do imposto de renda pessoa física proveniente de vencimentos de aposentadoria ou de salários recebidos em seus vencimentos; 6 mesmo com a alteração feita pela Lei 8.541/92 e pela Lei 9.250/95, não se restringiu a isenção aos casos de rendimentos provenientes de aposentadoria; 7 ainda com o Decreto 3.000 de 1999, esta situação não se alterou; 8 esta restrição só ocorreu por força da Instrução Normativa n° 15 de 2001, sendo que se trata de caso de extrapolação desta norma administrativa, fato que fere de inconstitucionalidade tal Instrução; 9 mencionada legislação afrontou, ainda, o art. 5 caput e art. 150, II, da Constituição Federal, ferindo o principio da igualdade. Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 09/10/2008, Aviso de Recebimento (AR), fls. 355, o contribuinte apresentou, em 30/10/2008, recurso voluntário, fls. 355/372, no qual reproduz e reforça as alegações e argumentos da impugnação. É o Relatório. Fl. 390DF CARF MF Emitido em 21/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA Assinado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA, 09/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES C AMPO Processo nº 10835.000012/200415 Acórdão n.º 210200.987 S2C1T2 Fl. 378 4 Voto Conselheira Núbia Matos Moura O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. A tese defendida pela recorrente é de que todos os seus rendimentos são isentos por ser o mesmo portador de moléstia grave. Vale destacar que o contribuinte não é aposentado ou pensionista e que esteve em plena atividade, nos anoscalendário 2002 e 2003, ou seja, os rendimentos em questão não são proventos de aposentadoria ou pensão. Portanto, o litígio gira em torno de saber se a totalidade dos rendimentos recebidos por portadores de moléstia grave são isentos. A Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, artigo 6º, inciso XIV, assim dispõe: Art. 6º .Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço, e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerosemúltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (consolidado no art. 39, inciso XXXIII, do Decreto nº 3.000, de 26/03/1999) Do dispositivo acima transcrito, verificase que para o contribuinte, portador de moléstia grave, ter direito à isenção do imposto de renda, são necessárias duas condições concomitantes, uma é que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, reforma ou pensão e a outra é que seja portador de uma das doenças previstas no texto legal. A referida isenção não alcança os demais rendimentos tais como os do trabalho assalariado, aluguel etc, ainda que percebidos por portador de moléstia elencada no art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713, de 1988, e devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Fl. 391DF CARF MF Emitido em 21/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA Assinado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA, 09/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES C AMPO Processo nº 10835.000012/200415 Acórdão n.º 210200.987 S2C1T2 Fl. 379 5 Ressaltese, por oportuno, que no mencionado inciso XIV do art. 6º, o legislador, para não repetir a mesma expressão os proventos de aposentadoria ou reforma, utilizada no início da sentença, lançou mão do recurso de linguagem conhecido como elipse, para se referir aos proventos de aposentadoria ou reforma percebidos por portadores de moléstia grave, resultando na expressão e os percebidos pelos portadores de moléstia .... Portanto, concluise que os demais rendimentos recebidos por portadores de doença grave são tributáveis, excetuandose apenas os proventos de aposentaria ou reforma. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 392DF CARF MF Emitido em 21/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA Assinado digitalmente em 03/03/2011 por NUBIA MATOS MOURA, 09/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES C AMPO
score : 1.0
Numero do processo: 13807.011313/2001-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 23 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - 1RPF
Exercício: 2000
MATÉRIA SOB APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. CONCOMITÂNCIA DAS INSTÂNCIAS JUDICIAL E ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE.
O litigante não pode discutir a mesma matéria em processo judicial e em administrativo. Havendo coincidência de objetos nos dois processos, deve-se trancar a via administrativa, já que, em nosso sistema de direito prevalece a solução dada ao litígio pela via judicial. Inteligência do enunciado sumular CARF nº 1 (DOU de 22/1212009), verbis: "Importa renúncia às instâncias
administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de oficio, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial",
Recurso não conhecido.
Numero da decisão: 2102-000.851
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não
conhecer do recurso, por concomitância das instâncias judicial e administrativa, nos termos do voto do Relator. Declarou-se impedida a Conselheira Núbia Matos Moura que participou do julgamento de primeira instância.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - 1RPF Exercício: 2000 MATÉRIA SOB APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. CONCOMITÂNCIA DAS INSTÂNCIAS JUDICIAL E ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. O litigante não pode discutir a mesma matéria em processo judicial e em administrativo. Havendo coincidência de objetos nos dois processos, deve-se trancar a via administrativa, já que, em nosso sistema de direito prevalece a solução dada ao litígio pela via judicial. Inteligência do enunciado sumular CARF nº 1 (DOU de 22/1212009), verbis: "Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de oficio, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial", Recurso não conhecido.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2011-10-07T11:51:39Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 11; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2011-10-07T11:51:39Z; Last-Modified: 2011-10-07T11:51:39Z; dcterms:modified: 2011-10-07T11:51:39Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; xmpMM:DocumentID: uuid:37e70242-876a-419f-b66e-933779575306; Last-Save-Date: 2011-10-07T11:51:39Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2011-10-07T11:51:39Z; meta:save-date: 2011-10-07T11:51:39Z; pdf:encrypted: false; modified: 2011-10-07T11:51:39Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2011-10-07T11:51:39Z; created: 2011-10-07T11:51:39Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; Creation-Date: 2011-10-07T11:51:39Z; pdf:charsPerPage: 1645; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2011-10-07T11:51:39Z | Conteúdo => S2-CIT2 Fl 89 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇA0 DE JULGAMENTO Processo le 13807.011313/2001-49 Recurso n" 166.019 Voluntário Acórdão n° 2102-00.851 — 1° Câmara / r Turma Ordinária Sessão de 2.3 de setembro de 2010 Matéria 1RPF Recorrente Tracy Lourdes da Cruz Santana Recorrida 1" Tunna/DRJ-FORTALEZA/CE ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - 1RPF Exercício: 2000 MATÉRIA SOB APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. CONCOMITÂNCIA DAS INSTANCIAS JUDICIAL E ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. O litigante não pode discutir a mesma matéria em processo judicial e errr administrativo . Havendo coincidência de objetos nos dois processos, deve-se trancar a via administrativa, já que, em nosso sistema de direito prevalece a solução dada ao litígio pela via judicial. Inteligência do enunciado sumular CARF if 1 (DOU de 22/1212009), verbis: "Importa renúncia às instâncias administrativas a propositwa pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de oficio, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas apreciação, pelo árglio de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial", Recurso não conhecido. Vistos, relatados e dis tidos os • resentes autos. Acordam os mep , ros do C. a giado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por concor ancia das in judicial . e ad nistrativa, nos termos do voto do Relator. Declarou-se wedida a C g, a Naia os Moura que participou do julgamento de primeira instán a. GIOVAN I CHRIS TIA. MPOS - Relator e Presidente EDITADO EM: 03111/2010 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rubens Mauricio Carvalho, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Acacia Sayuri Wakasugi, Vanessa Pereira Rodrigues Domene e Giovanni Cluistian Nunes Campos. Relatório Em face da contribuinte IRACY LOURDES DA CRUZ SANTANA, CPF/MF n° 655,674.048-91, já qualificada neste processo, foi lavrado, em 30/07/2001, auto de infração (fls. 2 a 6), a partir da revisão de sua declaração de ajuste anual do exercício 2000. Abaixo, discrimina-se o crédito tributário constituído pelo auto de infração antes informado, que sofre a incidência de juros de mora a partir do mês seguinte ao do vencimento do crédito: IMPOSTO R$ 365,11 MULTA DE OFÍCIO R$ 273,83 contribuinte foi imputada uma omissão de rendimentos tributáveis, consubstanciada na transferência de R$ 39365,80 dos rendimentos isentos, provenientes de resgate de previdência privada, para rendimentos tributáveis, com a colação no ajuste do IRRF que incidiu no recebimento desse valor. Eis a justificativa exarada pela autoridade fiscal para perpetrar a presente revisão: OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS A TITULO DE RESGATE DE CONTRIBUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA PRIVADA JUNTO A FUNDAÇÃO DO BANCO CENTRAL. CENTRUS CNRI 00.580,571/0001-42 CONSIDERADA ISENTA PELO CONTRIBUINTE CONFORME PROCESSO 199834000001461 CUJA SEGURANÇA FOI DENEGADA EM 14/11/2000 PELA 3A. TURMA DO TRF DA PRIMEIRA REGIÃO. Inconformada com a autuação, a contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento, na qual, em essência, infbrma que a omissão de rendirnentos em foco se encontra sub judice, combatida no bojo dos mandados de segurança 199834.00.000146-1 e 1999.34.00.012940-5, ambos impetrados pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais Autárquicos nos Entes de Formulação, Promoção e Fiscalização da Política de Moeda e do Crédito A 1 3 Turma da DRJ/F'OR, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, em decisão consubstanciada no Acórdão n° 08-9.354, 23 de outubro de 2006 (fis. '71 a '73), que foi assim ementado: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. Cabível o lançamento quando inexiste medida judicial impeditiva de se proceder ao lançamento em consonância com as disposições legais vigentes,. A Conselheira NAbia Matos Moura participou do julgamento acima. 2 Processo n" 13807.011313/2001-49 S2-CIT2 AcôrdLo ri 2102-00..851 Fl 90 A contribuinte foi intimada da decisão a quo em 24/01/2008.. Inesignada, interpás recurso voluntário em 15/02/2008. No voluntário, a recorrente alega: 1)A incidência do recolhilne1210 ainda encontra-se ern discussão, através do processo 199834000001461, da 14" VF/DF, impetrado pelo SINAL-Sindicato dos Funcionários do Banco Central do Brasil, conforme súmula anexa (/ls, 2/5) 2) Ainda que a decisão seja pela incidência de imposto sobre as parcelas recebidas, volto a infirmar que do valor recebido, já foi retido na fonte o valor referente ao imposto de renda, cuja guia do depósito judicial efetuado encontra-se anexa ao processo anteriormente citado. 3) Houve um outro processo também impetrado pelo SINAI, Sindicato dos Funcionários do Banco Central do Brasil, de n° 1999340000129405, já encerrado, cuja súmula também se encontra em anexo (fl. 06), no qual foi recomendado que a Receita se abstivesse de penalizar os contribuintes constantes do processo de inicio referido (199834000001461) Por estas razões, solicito que se aguarde o encerramento do processo 199834000001461, pois, no caso de decisão pelo recolhimento, os valores depositados em juizo serão transferidos aos cofres da receita, o que poderia caiwcterizar bi-tributação, se ora recolhido conforme a intimação recebida. o relatório. Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator Declara-se a tempestividade do apelo, já que interposto dentro do trintidio legal. Dessa forma, atendidos os demais requisitos legais, passa-se a apreciá-lo. Informa a recorrente que a controvérsia deduzida nestes autos se encontra sob apreciação do judiciário, no bojo do mandado de segurança 1998.34.00,000146-1, impetrado pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais Autárquicos nos Entes de Formulação, Promoção e Fiscalização da Política de Moeda e do Credito — SINAL, sem solução definitiva na instância judicial. V8-se que a pretensão aqui deduzida pela recorrente não pode ser julgada nesta instância administrativa, pois somente cabe a Administração se submeter ao decidido pelo Poder Judiciário, no bojo da Ação judicial acima citada. Considerando a unicidade de jurisdição que tern vigência no Brasil, com supremacia do direito dito pelo Poder Judiciário, somente cabe a esta Segunda Turma da Primeira Camara da Segunda Seção do CARP reconhecer a concomitância das instâncias, e, em analogia corn o determinado pelo parágrafo único do art. 38 da Lei n° 6,830/80, declarar, neste ponto, que a recorrente desistiu tacitamente do recurso interposto na esfera administrativa. E de se evidenciar que recentemente o Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade do parágrafo único do art, 38 da Lei n° 6.830/80, ou seja, a propositura de demanda judicial com o mesmo objeto da lide administrativa implica em renúncia a esta última instancia. Assim, nessa questão, veja-se a transcrição do informativo STF no 476, de 22 agosto de 2007, verbis: Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia a constitucionalidade do parágrafo :inky) do art. 38 da Lei 6.830/80 ("Art 38. A discussão judicial da Divida Ativa da Fazenda Pública só é admissivel em execução, na . forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatór ia do ato declarativo da divida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. Parágrafo único, A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artiqo importa em renúncia ao pacr de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.'). Tratava-se, na espécie, de recurso interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que negara provimento apelação da recorrente e confirmara sentença que indeferira mandado de segurança preventivo por ela impetrado, sob o fimdamento de impossibilidade da utilização simultânea das vias administrativa e judicial para discussdo da mesma matéria — v Informativos 349 e 387. Entendeu-Se que o art. 38, da Lei 6.830/80 apenas veio a conferir mera alternativa de escolha de uma das vias processuais. Nesta assentada, o Min Sepulveda Pertence, em voto-vista, acompanhou a divergência, no sentido de negar provimento ao recurso. Asseverou que a presunção de renúncia ao poder de recorrer ou de desistência do recurso na esfera administrativa não afronta à zarantia constitucional da jurisdição, uma vez que o efeito coercivo que o dispositivo questionado possa conter apenas se efetiva se e quando o contribuinte previa o acolhimento de sua pretensão na esfera administrativa. Assim, somente haven't receio de provocar o Judiciário e ter extinto o processo administrativo, se este se mostrar mais eficiente que aquele. Neste caso, se houver uma solução administrativa imprevista ou contrária a seus interesses, ainda ai estará resguardado o direito de provocar o Judiciário. Por °taro lado, na situação inversa, se o contribuinte não esperar resultado positivo do processo administrativo, não hesitará em provocar o Judiciário tão logo possa, e já não se interessará mais pelo que se vier a decidir na esfera administrativa, salvo no caso de eventual sucumbência jurisdicional. Afastou, também, a alegada ofensa ao di/ eito de petição, uma vez que este já teria sido exercido pelo contribuinte, tanto que haveria um processo administrativo em curso. Concluiu que o dispositivo atacado encerra preceito de economia processual que reze tanto a processo judicial quanto o administrativo. Por fim, registrou que já se admitia, no campo do processo civil, que a prática de atos incompatíveis- com vontade de recorrer implica renúncia a esse direito de recorrer ou prejuízo do recurso interposto, a teor do que dispõe o art, 4 Processo ri" 13807011313/2001-49 S2-C1T2 Acendao ri" 2102-00.851 Fl. 91 503, captt, e parágrafo único, do CPC, nunca lendo se levantado qualquer dúvida acerca da constitucionalidade dessas norms. Vencidos os Ministros Marco Autélio, relator, e Carlos Britto que davam provimento ao recurso para declarar a incongitucionalidade do dispositivo em análise, por vislumbrarem ofensa ao direito de livre acesso ao Judiciário e ao direito de petição. RE 23358.21RJ; rel. orig. Min. Marco Aurélio, ret p/ o acórdão Min Joaquim Barbosa, 16.8.2007. (RE-233.582)— grifou-se Por fim, no caso ora em debate, também incide a inteligência da Súmula CARF N° 1: "Importa renúncia ás instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de oficio, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial", e, com espeque no art. 72, caput e § 4", do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda', aprovado pela Portaria MF no 256, de 22 de junho de 2009 (DOU de 23 de junho de 2009), deve-se ressaltar que os enunciados sumulares, dos Conselhos de Contribuintes e do CART, são de aplicação obrigatória nos julgamentos de 2' grau. Ante o exposto, voto no sentido de reconhecer que o objeto do presente feito administrativo esta sendo discu a via judicial, o que implica no não conhecimento deste recurso voluntário. Gio es Campo I Art 72. As decisbes um • es do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros • ARF. § I' a §30 Omissis. § 40 As sumulas aprovadas pelos Primeiro, Segundo e Conselhos de Contribuintes são de adoção obrigatória pelos membros do CARF. Terceiro 5
score : 1.0
Numero do processo: 10380.011698/2004-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2000
OMISSÃO. RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS. CARTÓRIOS.
São tributáveis os valores percebidos de pessoas físicas e jurídicas, a título de emolumentos e custas, decorrentes da prestação de serviços de cartório.
MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. MESMA BASE DE CÁLCULO. CONCOMITÂNCIA.
Pacífica a jurisprudência deste Conselho Administrativo de que não cabe a aplicação concomitante da multa de lançamento de ofício com multa isolada, apuradas em face da mesma omissão.
Numero da decisão: 2201-001.258
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade acolher os embargos de declaração opostos contra o Acórdão nº 2201-01.102, retificando a decisão no sentido de rejeitar a preliminar de decadência e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso para excluir a cobrança da multa isolada por concomitância.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS. CARTÓRIOS. São tributáveis os valores percebidos de pessoas físicas e jurídicas, a título de emolumentos e custas, decorrentes da prestação de serviços de cartório. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. MESMA BASE DE CÁLCULO. CONCOMITÂNCIA. Pacífica a jurisprudência deste Conselho Administrativo de que não cabe a aplicação concomitante da multa de lançamento de ofício com multa isolada, apuradas em face da mesma omissão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade acolher os embargos de declaração opostos contra o Acórdão nº 220101.102, retificando a decisão no sentido de rejeitar a preliminar de decadência e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso para excluir a cobrança da multa isolada por concomitância. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente Fl. 819DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Júnior (Presidente). Relatório Tratase o processo de Auto de Infração (fls. 03/12), relativo ao IRPF, exercício 2000, que se exige imposto no valor total de R$ 91.641,28, incluindo multa de ofício, multa isolada e juros de mora. A fiscalização apurou omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas físicas de serviços notariais e registrais no Cartório Pergentino Maia, além de glosa de despesas escrituradas em livrocaixa e multa isolada por falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão. Cientificado da exigência, o contribuinte apresenta Impugnação, fls. 424/438, alegando, em preliminar, a ocorrência da decadência em relação aos fatos geradores ocorridos de janeiro a novembro de 1999, e, em relação ao mérito, alega, verbis: II.II MÉRITO: NÃO OCORRÊNCIA DAS INFRAÇÕES IMPUTADAS AO DEFENDENTE (...) II.II.I INEXISTÊNCIA DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS SUJEITAS À TRIBUTAÇÃO VIA “CARNÊ LEÃO” De acordo com o nobre auditor fiscal (...) houve omissão de rendimentos provenientes de trabalho sem vínculo empregatício (serviços notariais e registrais). Contudo, o que de fato ocorreu foi uma “precipitação” da parte do nobre autuante, que não atentou com o devido apuro para a existência de determinadas peculiaridades inerentes à atividade do defendente, advindo daí a irreal infração a que ele aludiu. Ocorre que o acontecimento apto a originar o nascimento de relação jurídicotributária, tendo por objeto o denominado Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF, é o auferimento de renda (produto do capital, trabalho ou ambos) ou proventos (outros acréscimos patrimoniais), fato este que necessariamente importa acréscimo patrimonial (art.43, CTN). De seu turno, aquilo a que o digno agente fiscal reportouse (guias de FERMOJU/livros notariais e registrais do Cartório Pergentino Maia) é notícia absolutamente insuficiente (e ineficiente) para que se cogite da existência de dever referente ao pagamento de Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF por parte do defendente. Com efeito, foi realizada simples comparação entre os valores destacados a título de emolumentos nas “Guias de Fermoju” (em anexo – doc. 04) e os valores constantes da Tabela dos “Atos e Valores dos Serviços Notariais”, sem ao menos levar em Fl. 820DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10380.011698/200457 Acórdão n.º 220101.258 S2C2T1 Fl. 2 3 consideração a prática existente no mercado de se pagar eventualmente comissões a terceiros, por indicação do serviço (ex. corretores de imóveis). Na verdade, a fim de ser identificada renda tributável é forçoso que num determinado lapso de tempo (período anual) alguém obtenha um incremento em seu patrimônio (saldo positivo) oriundo de suas eventuais receitas e despesas, situação esta impossível de ser verificada segundo a metodologia empregada pelo nobre autuante. Noutras palavras: a partir do que apurou o ilustre agente fiscal não há como aceitar que o impugnante deixou de pagar o Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF por ele devido no ano base de 1999, daí porque a acusação presentemente rebatida (“omissão de rendimentos provenientes de trabalho sem vínculo empregatício – CARNÊLEÃO”) merece ser julgada ABSOLUTAMENTE IMPROCEDENTE. II.II.II.LEGITIMIDADE DAS DEDUÇÕES EFETUADAS PELO DEFENDENTE É sabido de todos que RENDA, CONCEITO PRÉ ESTABELECIDO NA CF/88, É ACRÉSCIMO DE CAPITAL MANIFESTADO ENTRE DOIS MOMENTOS PREFIXADOS (PERÍODO), daí porque não é de se aceitar que qualquer ingresso financeiro, tomado de forma isolada, seja utilizado para definição do conceito a que acabamos de referir. Por outro lado, afigurase indispensável levar em conta a noção de DESPESAS (elementos que importam subtração no patrimônio do sujeito passivo) para fins de apuração de eventual situação jurídica apta a ensejar, se for o caso, à incidência da regramatriz de incidência do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Noutro dizer: na composição da base de cálculo do IRPF deve ser considerado o total de custos necessários à obtenção da riqueza nova a ser tributada, sob pena de a percussão tributária recair sobre algo que efetivamente não seja renda (incremento patrimonial). (...) Todas as deduções levadas a efeito pelo contribuinte, de acordo com o “Demonstrativo de Glosas e Despesas do Livro Caixa”, se referem a despesas relevantes, necessárias a adequada prestação do serviço notarial, razão pela qual desta forma procedeu o impugnante. Destarte, a partir dos documentos colacionados pelo próprio Fiscal (doc. 4) verificase que não houve qualquer apropriação indevida de despesas por parte do defendente, fato este que justifica per se o reconhecimento da TOTAL IMPROCEDÊNCIA de tal acusamento (“redução da base de cálculo do carnêleão Fl. 821DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 4 pleiteada indevidamente mediante uso de despesas indedutíveis”). II.II.III. NÃOCABIMENTO DA MULTA ISOLADA APLICADA: DESRESPEITO AO PRINCÍPIO DA TIPICIDADE TRIBUTÁRIA Por derradeiro, impende assinalar a impossibilidade de vingar a aplicação da multa isolada de que cuida o auto de infração aqui contestado (item 003) em virtude de que, segundo restou sobradamente demonstrado nos itens anteriores, o defendente jamais deixou de recolher o IRPF (CARNÊLEÃO) nos exercícios em questão (anobase – 1999). Ora, no Direito Tributário brasileiro destacase o princípio da TIPICIDADE TRIBUTÁRIA, de sorte que os fatos que sirvam de suporte para a incidência de uma dada norma jurídica devem conter todos os atributos descritos abstratamente pela referida regra incidente. Do contrário, não são eles colhidos pelo direito. Isso significa que quando o agente administrativo efetua a lavratura de qualquer auto de infração, ele é obrigado a demonstrar, cabalmente, que as condutas tomadas como violadores da legislação tributária contém todos os aspectos expressamente descritos na lei fiscal. Além do mais, por ocasião da prática de tal ato administrativo, é preciso que haja uma perfeita correspondência entre os fatos efetivamente acontecidos e aqueles considerados pelo Auditor Fiscal em sua narrativa. Pois bem, volvendo a atenção para o presente caso, verificase que não restou configurada a ocorrência das infrações descritas nos “itens 001 e 002” do auto de infração in examine (...), ora combatido. Diante, pois, das razões de fato e direito acima expostas, o auto de infração em tela (IRPF), quanto à denominada “MULTA ISOLADA” (item 003), merece igualmente ser considerado como ABSOLUTAMENTE IMPROCEDENTE. III – PEDIDO Ex Positis, requer o impugnante a esse Egrégio Órgão de Julgamento que acolha a PRELIMINAR argüida, reconhecendo a DECADÊNCIA quanto à constituição do crédito tributário relativamente ao IRPF inerente ao período de janeiro a novembro de 1999. Entretanto, caso não seja acolhida, roga que o Auto de Infração ora impugnado seja julgado TOTALMENTE IMPROCEDENTE, por ser medida do mais lídimo direito e da mais salutar justiça. A 1ª Turma da DRJ em Fortaleza/CE julgou procedente em parte o lançamento, reduzindo a multa de ofício exigida isoladamente para R$ 13.923,19, conforme se verifica das ementas abaixo transcritas: Omissão de Rendimentos. Livrocaixa. Fl. 822DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10380.011698/200457 Acórdão n.º 220101.258 S2C2T1 Fl. 3 5 As guias de Fermoju e os livros notariais e registrais são documentos hábeis para subsidiar o procedimento fiscal na apuração do montante das receitas da atividade cartorial. Deduções. LivroCaixa. Prevalecem as glosas de despesas de LivroCaixa, quando o contribuinte não logra comprovar que as mesmas são necessárias à percepção das receitas da atividade. Multa exigida isoladamente. Redução. Impõese reduzir a multa exigida isoladamente aplicada no percentual de 75%, para o percentual de 50%, em decorrência do princípio da retroatividade benigna da lei tributária. Decadência. O lançamento de tributo é procedimento exclusivo da autoridade administrativa. Tratandose de lançamento de ofício o prazo de cinco anos para constituir o crédito tributário é contado do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Decisões administrativas. Efeitos. As decisões administrativas não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. Lançamento Procedente em Parte Intimado da decisão de primeira instância em 29/09/2007 (fl. 784), Roberto Fiúza Maia apresenta Recurso Voluntário em 05/10/2007 (fls. 785 e seguintes), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos postos em sua Impugnação. Em 11 de maio de 2011 o processo foi a julgamento neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF e a Primeira Turma ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso. Com efeito, concluiu o voto condutor do Acórdão nº 220101.102: Portanto, o fato gerador do IRPF de janeiro a novembro de 1999 perfezse em 31 de dezembro daquele ano. Sendo assim, o dies a quo para a contagem do prazo de decadência iniciase em 01 de janeiro de 2000 e, considerando o lapso temporal de cinco anos para que a Fazenda Pública exerça o direito de efetuar o lançamento, a data fatal completase em 31 de dezembro de 2004. Destarte, como a ciência do lançamento ocorreu em 14/12/2005, fls. 04, o crédito tributário relativo ao ano calendário de 1999 já havia sido atingido pela decadência. Ante ao exposto, voto por DAR provimento ao recurso. Contudo, insurge a Fazenda Nacional, em seu instrumento de Embargos, alegando erro material no aresto proferido. Substanciamente, alega a Embargante que, verbis: Fl. 823DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 6 Consta no voto condutor a afirmação de que “a ciência do lançamento ocorreu em 14/12/2005”, quando é possível constatar, de plano, às fls. 4, que a notificação do lançamento aconteceu em 14/12/2004, há exatamente 1 (um) ano antes da data mencionada pelo acórdão embargado. Tendo o fato gerador sido consumado em 31/12/1999, mesmo diante do art. 150, §4°, do CTN, no momento da notificação do lançamento ao contribuinte (14/12/2004), não havia ainda se encerrado o prazo quinquenal. Portanto, afastado o erro material na referência à data da notificação do lançamento, temse como conseqüência o afastamento da declaração de decadência. Ante o exposto, requer a União (Fazenda Nacional) que sejam acolhidos e providos os presentes embargos de declaração, corrigindose o erro material apontado, com o respectivo efeito modificativo do julgado. Portanto, requer a Fazenda Nacional revisão do julgamento com vistas a corrigir a data da ciência do lançamento pelo sujeito passivo e, consequentemente, afastar a decadência. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator Os embargos são tempestivos, dele tomo conhecimento. Segundo se colhe dos autos o recorrente foi efetivamente cientificado do lançamento em 14/12/2004, fl. 04, e não, em 14/12/2005, conforme erroneamente consignado no voto condutor do julgamento de segunda instância. Assim sendo, mantido os fundamentos consignados no Acórdão nº 2201 01.102, de 11 de maio de 2011, o fato gerador do IRPF de janeiro a novembro de 1999 perfez se em 31 de dezembro daquele ano. Sendo assim, o dies a quo para a contagem do prazo de decadência iniciase em 01 de janeiro de 2000 e, considerando o lapso temporal de cinco anos para que a Fazenda Pública exerça o direito de efetuar o lançamento, a data fatal completase em 31 de dezembro de 2004. Destarte, como a ciência do lançamento ocorreu em 14/12/2004, fl. 04, o crédito tributário relativo ao anocalendário de 1999 não havia sido atingido pela decadência. Afastada a preliminar de decadência, passemos a análise do mérito. Quanto ao mérito a autoridade fiscal apurou omissão de rendimentos recebidos de pessoa física decorrentes de trabalho sem vinculo empregatício, de serviços notariais e registrais no Cartório Pergentino Maia, onde foram levantadas as diferenças mensais entre as receitas declaradas pelo contribuinte na sua Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF exercício de 2000 e as receitas apuradas pela Fiscalização, tomando como base as informações contidas nas guias de FERMOJU e nos livros notariais e registrais do Cartório Pergentino Maia, do qual o contribuinte é Tabelião Titular. Fl. 824DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10380.011698/200457 Acórdão n.º 220101.258 S2C2T1 Fl. 4 7 Em sua peça recursal alega o recorrente que “... foi realizada simples comparação entre os valores destacados a título de emolumentos nas “Guias de Fermoju” (em anexo doc. 04) e os valores constantes da Tabela dos “Atos e Valores dos Serviços Notariais”, sem ao menos levar em consideração a prática existente no mercado de se pagar eventualmente comissões a terceiros, por indicação do serviço (ex. corretores de imóveis)”. Pois bem, o art. 45 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 Regulamento do Imposto de Renda – RIR/1999 dispõe: Art. 45. São tributáveis os rendimentos do trabalho não assalariado, tais como (Lei n.º 7.713/88, art. 3º, § 4º): (...) IV emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros, quando não forem remunerados exclusivamente pelos cofres públicos; Pelo que se vê todos os valores recebidos pelos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros deverão ser necessariamente oferecidos à tributação, por força da lei. Assim, compulsandose os autos, mais precisamente o “Demonstrativo das Receitas e Emolumentos”, fls. 25/102, verificase as omissões de receitas apuradas pela fiscalização foram decorrentes de informações prestadas pelo próprio contribuinte, por meio dos dados constantes das guias de FERMOJU e nos livros de registros notariais, conforme se colhe da leitura do Termo de Verificação Fiscal (fl. 13): Foi feita auditoria, visando apurar as receitas do contribuinte, nas guias de recolhimento do FERMOJU e nos livros de notas de escrituras, procurações, substabelecimentos e testamentos do Cartório Pergentino Maia do qual o contribuinte é o tabelião titular. A auditoria da receita foi feita segundo duas sistemáticas, a saber: Primeiro, multiplicando os valores quantitativos constantes das guias do Fermoju pelos valores dos serviços prestados pelos cartórios, constantes das tabelas do Provimento No. 06/97 e pelo Anexo à Resolução No. 01/97, instituídos pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Segundo, pesquisando nos livros notariais, registro a registro, os valores dos emolumentos cobrados pelo Cartório Pergentino Maia e totalizando as receitas diárias. Depois, somando os valores das receitas dos diversos serviços prestados e totalizando por dia. E, finalmente, somando os valores diários para obtenção da receita mensal. Os valores levantados dos livros de notas foram comparados com os valores escriturados nas guias de recolhimento do Fermoju. Desta comparação, foi constatado que o contribuinte omitiu receitas nos meses de agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 1999 na Declaração de Ajuste de Imposto de Renda do exercício de 2000, respectivamente, nos Fl. 825DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 8 valores de R$3.526,03, R$12.670,47, R$6.748,05, R$6.537,70 e R$12.664,11. Pelo que se vê, a fiscalização apurou todas as receitas diárias informadas ao FERMOJU e comparou com os valores lançados em seu livro caixa e o resultado foi objeto de tributação, na forma da Lei nº 7.713/1988. Ressaltese que em sua peça recursal o suplicante não apresenta qualquer documento capaz de roborar suas alegações, limitandose a repetir as afirmações feitas por ocasião da Impugnação. Neste caso, meras alegações desacompanhadas de provas não podem ser contrapostas aos levantamentos efetuados pelo Fisco. Destarte, neste ponto, deve ser mantida a exigência. Quanto às deduções do livro caixa procedeu à autoridade fiscal da seguinte forma: Foi feita também auditoria na documentação de despesas constante do Livro Caixa e foram constatadas algumas deduções de despesas tidas pela fiscalização como indevidas. Tais despesas indevidas foram apuradas no "Demonstrativo das Glosas das Despesas de Livro Caixa". Neste demonstrativo foram transcritas todas as despesas relacionadas no Livro Caixa do Cartório Pergentino Maia e as referida deduções indevidas foram classificadas como dedutíveis e indedutíveis. As indedutíveis foram classificadas como: Sem Previsão Legal — Despesas que embora efetivamente feitas pelo contribuinte, não estão previstas na legislação tributária como dedutíveis; Material Permanente — Despesas que foram relacionadas no Livro Caixa como Material de Expediente, mas são consideradas pela legislação tributária como Material Permanente, portanto indedutíveis; Documentação inábil — Despesas constantes do Livro Caixa não comprovadas por documentação hábil e idônea, isto é, sem a respectiva Nota Fiscal de Vendas ou de Serviços; Diferença no somatório das Folhas de Pagamento — diferença apurada entre os valores constantes do Livro Caixa e os valores apurados na auditoria da Fiscalização; Da auditoria da documentação de despesas foram consideradas pela Fiscalização como Despesas Indedutíves... Depreendese do excerto reproduzido que a autoridade fiscal analisou todas as despesas registradas no livro caixa e glosou as consideradas indedutíves. Assim, para que o recorrente pudesse se beneficiar das deduções tidas como necessárias, principalmente as relativas às comissões pagas a terceiros, era necessária sua escrituração, na forma preconizada pela legislação. Além do mais, como bem apontou o próprio recorrente em sua defesa, são dedutíveis a título de LivroCaixa todas as despesas de custeio, necessárias à percepção do rendimento, bem como as atinentes à manutenção da fonte produtora, de acordo com o artigo 6º da Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990. Fl. 826DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10380.011698/200457 Acórdão n.º 220101.258 S2C2T1 Fl. 5 9 Ressaltese, ainda, que o recorrente insurge genericamente contra a glosa das despesas efetuadas no Livro Caixa do Cartório Pergentino Maia, todavia, não relaciona, objetivamente, em seu instrumento recursal, quais seriam essas despesas. Assim, tal afirmação carece de comprovação. Destarte, o ônus da prova recai sobre aquele cujo benefício se aproveita. Portanto, não se constatando nos autos provas documentais contrárias, correta a glosa dos valores de despesas do LivroCaixa. Por fim, no que tange à exigência concomitante da multa de ofício e da multa isolada, decorrente do mesmo fato – omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas físicas e falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão – entendo não ser possível cumularse as referidas penalidades. Com efeito, pacífica é a jurisprudência deste Conselho Administrativo de que não cabe a aplicação concomitante da multa de lançamento de ofício com multa isolada, apuradas em face da mesma omissão. É o que se colhe do entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, consoante à ementa destacada: MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO – CONCOMITÂNCIA – MESMA BASE DE CÁLCULO – A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. (Câmara Superior do Conselho de Contribuintes / Primeira turma, Processo 10510.000679/2002 19, Acórdão n° 0104.987, julgado em 15/06/2004). Assim, na exigência de tributo por auto de infração não há espaço para se incluir concomitantemente a cobrança da multa de lançamento de ofício e a multa isolada, sobre a mesma omissão que gerou o lançamento do tributo. Destarte, não deve prevalecer a imposição da multa isolada. Ante o exposto, voto por acolher os embargos de declaração opostos contra o Acórdão nº 220101.102, retificando a decisão no sentido de rejeitar a preliminar de decadência e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso para excluir a cobrança da multa isolada por concomitância. Assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 827DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 10 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10380.011698/200457 Recurso nº: 163.953 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 220101.258. Brasília/DF, 24 de agosto de 2011 ______________________________________ FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNIOR Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador (a) da Fazenda Nacional Fl. 828DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/09/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 15/09/2011 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 11080.000230/2003-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Classificação de Mercadorias
Exercício: 2000
Ementa: DEDUÇÃO. DOAÇÕES. Só podem ser deduzidos os pagamentos que atendam os requisitos estabelecidos na legislação. ERROS. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO. Erros na declaração, mesmo que cometidos de boafé, não elidem a aplicação de multa e juros, conforme . determinação legal
Numero da decisão: 2202-001.515
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao recursos nos termos de relatório e voto do relator.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Pedro Anan Junior
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DOAÇÕES. Só podem ser deduzidos os pagamentos que atendam os requisitos estabelecidos na legislação. ERROS. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO. Erros na declaração, mesmo que cometidos de boafé, não elidem a aplicação de multa e juros, conforme . determinação legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao recursos nos termos de relatório e voto do relator. (Assinado Digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado Digitalmente) Pedro Anan Junior Relator. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/12/2011 po r NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR 2 Participaram do julgamento os Conselheiros os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Guilherme Barranco de Souza, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann (Presidente). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Rafael Pandolfo e Helenilson Cunha Pontes. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/12/2011 po r NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR Processo nº 11080.000230/200301 Acórdão n.º 220201.515 S2C2T2 Fl. 2 3 Relatório Trata o presente processo de impugnação ao Auto de Infração, , que revisou a Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física — DIRPF do anocalendário de 1999, lançando omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica e glosando dedução indevida a título de doação a entidade assistencial e a título de imposto complementar. Na impugnação, fl. 1, o contribuinte manifesta seu desacordo com o lançamento, alegando que nunca prestou serviço ao Sindicato em questão, e não recebeu os R$ 880,20 alegados, solicitando que seja intimado o Sindicato para que comprove sua informação errônea. Solicita que sejam aceitas as doações que fez às instituições assistenciais, pois elas atingem à finalidade da lei de amparo à criança e ao adolescente; e que seja afastado principal, multa e juros da duplicidade do imposto complementar, pois foi um equívoco, e agiu de boafé. O valor lançado pelo Auto de Infração foi de R$ 3.510,39 A autoridade recorrida, ao examinar o pleito, decidiu, por unanimidade pela procedência parcial do lançamento através do acórdão DRJ/POA n° 1010.505, de 30 de outubro de 2006, às fls. 64/67, cuja ementa está abaixo transcrita Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 1999 Ementa: DEDUÇÃO. DOAÇÕES. Só podem ser deduzidos os pagamentos que atendam os requisitos estabelecidos na legislação. RENDIMENTO TRIBUTÁVEL. COMPROVAÇÃO. De acordo com as provas e alegações apresentadas, informação de terceiros acerca de rendimentos tributáveis recebidos pelo contribuinte não comprova sua percepção. ERROS. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO. Erros na declaração, mesmo que cometidos de boafé, não elidem a aplicação de multa e juros, conforme . determinação legal Devidamente cientificado dessa decisão em 28/02/2007, ingressou o contribuinte com recurso voluntário tempestivamente em 28/03/2008 (fls. 57/60), onde ratifica os argumentos apresentados na impugnação. Este é o relatório Fl. 3DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/12/2011 po r NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR 4 Voto Conselheiro Pedro Anan Junior Relator O recurso preenche os pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. A discussão que remanesce no presente caso diz respeito a possibilidade de dedução da doação efetuada pelo Recorrente a Casa Menino Jesus de Praga – APAE, e erro na dedução indevida do imposto de renda suplementar. No que diz respeito a doação efetuada a Casa Menino Jesus de Praga pelo Recorrente, podemos verificar que a mesma não preenche os requisitos do artigo 102 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99, portanto a mesma não poderá ser deduzida da base de cálculo do imposto: Art.102 Do imposto apurado na forma do art. 86 poderão ser deduzidas as contribuições feitas aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Lei nº 9.250, de 1995, art. 12, inciso I). §1º A dedução a que se refere este artigo não exclui outros benefícios ou deduções, observado o limite previsto no art. 87, § 1º. § 2º Os pagamentos deverão ser comprovados através de recibo emitido pela instituição beneficiada, do qual deverá constar, além dos demais requisitos de ordem formal para sua emissão, previstos em instruções específicas, o nome e CPF do doador, a data e o valor doado, sem prejuízo das investigações que a autoridade tributária determinar para a verificação do fiel cumprimento da Lei, inclusive junto às instituições beneficiadas. § 3º Na hipótese da doação ser efetuada em bens, o doador obrigase a comprovar, através de documentação hábil, a propriedade dos bens doados, devendo ainda ser observado o seguinte: I o comprovante da doação, além dos dados referidos no § 2º, deverá conter a identificação desses bens, mediante sua descrição em campo próprio ou por relação anexa ao mesmo; II o valor a ser considerado será o de aquisição (arts. 125 a 137), e não poderá exceder o valor de mercado ou, no caso de imóveis, o valor que serviu de base para o cálculo do imposto de transmissão. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/12/2011 po r NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR Processo nº 11080.000230/200301 Acórdão n.º 220201.515 S2C2T2 Fl. 3 5 Em relação ao erro e boafé admitida pelo Recorrente, entendo que também não assiste razão ao seu pleito, tendo em vista que o mesmo deveria antes do inicio da fiscalização ter retificado espontaneamente sua declaração de rendimentos de sorte a sanar o erro pratica. Diante do exposto, conheço do recurso e no mérito nego provimento. (Assinado Digitalmente) Pedro Anan Junior Relator Fl. 5DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/12/2011 po r NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 26/12/2011 por PEDRO ANAN JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 13706.000184/94-39
Turma: Oitava Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Apr 14 00:00:00 UTC 2004
Data da publicação: Wed Apr 14 00:00:00 UTC 2004
Ementa: IRPF - DECORRÊNCIA - Tratando-se de tributação do imposto de renda pessoa física decorrente de lançamento julgado procedente para o imposto de renda pessoa jurídica, por arbitramento do lucro, o decidido com relação ao Principal (IRPJ) constitui prejulgado nas exigências fiscais decorrentes, por terem suporte fático comum.
Recurso negado.
Numero da decisão: 108-07.767
Decisão: ACORDAM os Membros da Oitava Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro
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Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por NORBERTINO BAHIENSE FILHO. ACORDAM os Membros da Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. DO7 • PA AN - • 13-ÁNIDEN Mens (ETE •firo UlAS‘ PESSOA MONTEIRO ELATORA FORMALIZADO EM: E D MAI '2001 Participaram ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: LUIZ ALBERTO CAVA MACEIRA,HELENA MARIA POJO DO REGO (Suplente convocada), KAREM JUREIDINI DE MELLO PEIXOTO, JOSÉ CARLOS TEIXEIRA DA FONSECA e JOSÉ HENRIQUE LONGO. Ausente, justificadamente, o Conselheiro NELSON LÓSSO FILHO. mgga 1. Processo n°. :13706.000184/94-39 Acórdão n°. :108-07.767 Recurso n°. :137.124 Recorrente : NORBERTINO BAHIENSE FILHO RELATÓRIO NORBERTINO BAHIENSE FILHO, pessoa física já qualificada nos autos, recorre a este Colegiado, contra decisão da autoridade singular que julgou procedente o lançamento para o Imposto de renda pessoa física, fls.02/05 no valor de 48.391,88 UFIR, decorrente do imposto de renda pessoa jurídica, apurado no PAT 13707.000104/94-16, Recurso 136.663, Colégio Bahiense Ltda. Enquadramento legal no artigo 29, parágrafo 8*, 34 inciso I, 403 e 404, do RIR/1980, por rendimento atribuídos ao sócio em decorrência de arbitramento de ofício do lucro da pessoa jurídica. Impugnação de fls. 12/15, em breve síntese, reclama do lançamento destacando que a sua origem seria incerta. O arbitramento na pessoa jurídica não se sustentaria. O TRF já se pronunciara sobre esta presunção legal não acolhendo a tese do fisco. Discorre sobre o conceito de renda pedindo conhecimento simultâneo dos dois processos e o provimento integral às razões oferecidas. Às fls.22/33, é juntada o Ac. 2706, de 27 de março de 2003 referente à decisão quanto ao Imposto de renda Pessoa Jurídica.Decisão da autoridade de 1* grau, às fls.34/37, por decorrência, concede parcial provimento para cancelar a parcela da TRD incluída nos cálculos, referente ao período compreendido entre 04/02/91 a 29/07/91. Recurso às fls. 43/44, pede conhecimento conjunto dos processos, repete as razões apresentadas no principal pedindo provimento. Relação de bens para arrolamento às fls. 49. É o Relatório. 2 tts • • Processo n°. : 13706.000184/94-39 Acórdão n°. :108-07.767 VOTO Conselheira IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO - Relatora O recurso esta revestido dos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Tratam os autos de lançamento para o Imposto de renda pessoa física, decorrente de arbitramento de lucros na pessoa jurídica, por falta de apresentação da escrita contábil e fiscal no período verificado. No procedimento principal PAT 13.707.000104/94-16, Recurso 136.663, Acórdão 108-07.765 de 14/04/2004, foi negado provimento ao recurso, nos termos da ementa a seguir transcrita: "IRPJ — ARBITRAMENTO DE LUCRO — FALTA DE APRESENTAÇÃO DOS LIVROS OBRIGATÓRIOS E DOCUMENTOS - PERTINÊNCIA - Cabe o arbitramento do lucro quando o Contribuinte, apurando lucro real, não apresentou os Livros Contábeis e Fiscais que suportaram a declaração apresentada. Correto o procedimento que tomou como base de cálculo do lançamento a receita bruta declarada." É entendimento deste Colegiado que, à falta de razões de direito diferenciadas, é de se estender à decisão proferida no processo principal ao decorrente. Neste sentido, reproduzo ementas dos Acórdãos seguintes: "Procedimento decorrente ou reflexos (irreversibilidade na esfera administrativa) - A decisão prolatada no procedimento instaurado contra a pessoa jurídica, que venha a declarar materializado ou Insubsistente o suporte fático que também alicerça a relação jurídica referente a exigência formalizada contra a pessoa física ou fonte, nos intitulados procedimentos decorrentes ou reflexos, faz coisa julgada no mesmo grau de jurisdição administrativa e nos demais, se a decisão for 3 Processo n°. :13706.000184/94-39 Acórdão n°. :108-07.767 irrecorrível ou, sendo recorrível, não houver sido apresentado o apelo no prazo legal. Igualmente será irreversível na esfera administrativa o suporte fático que alicerça a mesma relação jurídica se ele não houver sido contestado no procedimento em que o fisco declara a ocorrência de sua materialização. (Ac. CSRF/01-0.382/84) "LANÇAMENTOS DECORRENTES- tratando-se da mesma matéria fática do lançamento do IRPJ e não havendo fatos ou argumentos a ensejar conclusão diversa, mantêm-se o lançamento reflexivo, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula (Ac.103-20014 de 09.06.1999)"; "IRPF - DECORRÊNCIA - tratando-se de lançamento reflexivo, a decisão proferida no processo matriz é aplicável, no que couber, ao processo decorrente, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula." (Ac. 108.05.819 de 16/07/1999) " Por todo exposto, Voto no sentido de negar provimento ao recurso. Sala •• as Sessões — DF, em 14 de abril de 2004. 11' N.,4' n •`4.~ 4 lve e M - ias Pessoa Monteiro 4 Page 1 _0026800.PDF Page 1 _0026900.PDF Page 1 _0027000.PDF Page 1
score : 1.0
Numero do processo: 10909.003305/2002-73
Turma: Segunda Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Mar 29 00:00:00 UTC 2007
Data da publicação: Thu Mar 29 00:00:00 UTC 2007
Ementa: IRPF
Ano-calendário: 1997, 1998, 1999
Ementa:
DEPÓSITOS BANCÁRIOS — ORIGEM NÃO JUSTIFICADA - LIMITES DE EXCLUSÃO DA EXIGÊNCIA DECORRENTE DA PRESUNÇÃO LEGAL - É incabível a exigência de crédito tributário, lançado com base na movimentação financeira do contribuinte, quando a soma dos
recursos de origem não comprovada não ultrapassar, no decorrer do exercício, o valor de R$ 80.000,00 e nenhum deles for superior a R$ 12.000,00.
BASE DE CÁLCULO ARBITRADA — CRITÉRIO MENOS GRAVOSO AO CONTRIBUINTE - MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO -
CONCOMITÂNCIA - MESMA BASE DE CÁLCULO - A aplicação concomitante da multa isolada e da multa de oficio não é legítima quando
incide sobre uma mesma base de cálculo (Acórdão CSRF n°01-04.987 de 15/06/2004).
Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 102-48.361
Decisão: ACORDAM os Membros da Segunda Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para: (1) excluir a exigência a titulo de depósito bancário; (2) em relação aos contratos em que o percentual não esteja identificado, reduzi-10 para 10%; (3) validar o percentual quando previsto no contrato; e (4) excluir da exigência a multa isolada em concomitância com a multa de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Moises Giacomelli Nunes da Silva
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ementa_s : IRPF Ano-calendário: 1997, 1998, 1999 Ementa: DEPÓSITOS BANCÁRIOS — ORIGEM NÃO JUSTIFICADA - LIMITES DE EXCLUSÃO DA EXIGÊNCIA DECORRENTE DA PRESUNÇÃO LEGAL - É incabível a exigência de crédito tributário, lançado com base na movimentação financeira do contribuinte, quando a soma dos recursos de origem não comprovada não ultrapassar, no decorrer do exercício, o valor de R$ 80.000,00 e nenhum deles for superior a R$ 12.000,00. BASE DE CÁLCULO ARBITRADA — CRITÉRIO MENOS GRAVOSO AO CONTRIBUINTE - MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO - CONCOMITÂNCIA - MESMA BASE DE CÁLCULO - A aplicação concomitante da multa isolada e da multa de oficio não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo (Acórdão CSRF n°01-04.987 de 15/06/2004). Recurso parcialmente provido.
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I MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA Processo n° 10909.00330512002-73 Recurso n° 153.840 Voluntário Matéria IRPF - Exs.: 1998 a 2000 Acórdão n° 102-48.361 Sessão de 29 de março de 2007 Recorrente RICARDO DE BORBA MUSSI Recorrida V TURMA/DRJ-FLORIANÓPOLIS/SC Assunto: IRPF Ano-calendário: 1997, 1998, 1999 Ementa: DEPÓSITOS BANCÁRIOS — ORIGEM NÃO JUSTIFICADA - LIMITES DE EXCLUSÃO DA EXIGÊNCIA DECORRENTE DA PRESUNÇÃO LEGAL - É incabível a exigência de crédito tributário, lançado com base na movimentação financeira do contribuinte, quando a soma dos recursos de origem não comprovada não ultrapassar, no decorrer do exercício, o valor de R$ 80.000,00 e nenhum deles for superior a R$ 12.000,00. BASE DE CÁLCULO ARBITRADA — CRITÉRIO MENOS GRAVOSO AO CONTRIBUINTE - MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO - CONCOMITÂNCIA - MESMA BASE DE CÁLCULO - A aplicação concomitante da multa isolada e da multa de oficio não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo (Acórdão CSRF n°01-04.987 de 15/06/2004). Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. lt Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 2 ACORDAM os Membros da Segunda Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para: (1) excluir a exigência a titulo de depósito bancário; (2) em relação aos contratos em que o percentual não esteja identificado, reduzi-10 para 10%; (3) validar o percentual quando previsto no contrato; e (4) excluir da exigência a multa isolada em concomitância com a multa de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. LEILA MARIA SCHERRER LEITÃO Presidente MOlabtCONS);L-1-19UNES DA SILVA Relator FORMALIZADO EM: '17 ain 2007 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: NAURY FRAGOSO TANAICA, LEONARDO HENRIQUE MAGALHÃES DE OLIVEIRA, JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS, SILVANA MANCINI KARAM, ANTÔNIO JOSÉ PRAGA DE SOUZA e ALEXANDRE ANDRADE LIMA DA FONTE FILHO. 1 Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 3 Relatório Trata-se de auto de infração (fls. 574 a 591) com notificação em 28/11/2002 (fl. 583), lavrado contra contribuinte que exerce a atividade da advocacia em que se exige do interessado Imposto de Renda Pessoa Física - IRPF relativo aos anos-calendário 1997, 1998 e 1999, com incidência da multa de oficio no percentual de 75% e juros de mora, bem como Multa Isolada, por não recolhimento do camê-leão em face de Omissões de Rendimentos: 1-do Trabalho Sem Vinculo Empregatício Recebidos de Pessoas Jurídicas; 2- do Trabalho Sem Vínculo Empregaticio Recebidos de Pessoas Físicas; 3- Depósitos Bancários Sem Origem Comprovada, e 4- Falta de Recolhimento do IRPF Devido a Título de Camê-Leão. No decorrer da fiscalização que durou mais de dois anos, veio aos autos grande quantidade de documentos inclusive cópias de mais de quinhentos alvarás judiciais especificados as fls. 02 a 678 dos anexos I, II, III. Destaco que as ações judiciais aqui referidas são contra o INSS ou a Fazenda Pública. Da relação de alvarás acima referidos, o contribuinte foi intimado para juntar os contratos de honorários para provar qual o percentual que correspondia aos seus rendimentos, oportunidade em que o recorrente informou que, salvo algumas exceções, não possuía contrato de honorários, mas que sua remuneração correspondia aos honorários de sucumbência fixados em sentença judicial, em percentual a 10%. Neste sentido, o recorrente apresentou a planilha de fls. 02 a 22 do anexo I, em que relaciona a data, o nome do cliente, o valor do alvará, o valor dos honorários que afirmou ser em percentual de 10%. A fiscalização, de posse de tais documentos, realizou diligências por amostragem, juntando aos autos informações de 18 clientes, de um total aproximado de 468, concluindo que além dos honorários de 10% informados pelo recorrente e que seriam a titulo de sucumbência, este recebia mais 20% que cobrava diretamente de seus clientes. Feito o lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 592 e seguintes, que se fez acompanhada de documentos comprovando pedidos de informações e diligências levadas a efeito pelos auditores fiscais junto a outros clientes do fiscalizado, mas que não teriam sido juntado aos autos. Alega ao recorrente que das 56 diligências a fiscalização só juntou aos autos a resposta correspondente a 18 diligências, omitindo o resultado das outras 36, como provam, por exemplo os documentos de fis. 652, 656, 658, 659, 660, 661 e seguintes. Dentre os documentos que teriam sido omitidos pela fiscalização, como normalmente a negociação de honorários com pessoas jurídicas, em especial de grande porte como as Centrais Elétricas de Santa Cataria S/A — CELESC, faço referência às informações prestadas pelas empresas Auto Locadora Locasul Ltda que afirma que os honorários referente ao alvará n° 381/98 corresponderam a 480,00; a Distribuidora Muller que afirmou que os honorários foram pagos em percentual fixados pelo juiz, vale dizer, dez por cento e a empresa Igaras Papéis e Embalagens S/A, cuja denominação anterior era Manville Produtos Florestais Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 4 Ltda, com valor total levantado de R$ 17.775,00 e 15.078,67 (fls. 487/488) repassados à titular da ação. Conforme relatório da fiscalização (fls. 571 a 572), do total dos honorários recebidos, em relação 12 (doze) situações há documentos comprovando o respectivo valor. Dentre os documentos que existem nos autos faço referência aos contratos de honorários de fls. 323, 324, 353 e 478, cuja cláusula sexta assim dispõe: "Em remuneração desses serviços, o contratante acima identificado pagará ao contratado — a titulo de honorários advocaticios — o percentual de 20% (vinte por cento), sobre o valor total da restituição na data da sua efetivação." Há ainda informações fornecidas pela empresa KLABIN S/A (fl. 473), fazendo referência a mandados de segurança em que, a teor da Súmula 512 do STF, não há honorários de sucumbência, mas a empresa afirma ter pago honorários conforme ajuste feito entre as partes e informou à fl. 483 que os alvarás de n° 143/99; 144/99 e 145/99 foram repassados integralmente. Adentrando em cada um dos itens da autuação, passo a relatar: (i) Trabalho Sem Vínculo Empregatício Recebidos de Pessoas Jurídicas Na planilha de fls. 572 a fiscalização elaborou a planilha correspondente aos honorários recebidos de pessoa jurídica. Destes valores, existe comprovante em relação a cinco pagamentos, a saber: em dezembro de 97, junho de 98, novembro de 98, agosto de 99 e novembro de 99. Mesmo nos casos em que há comprovante de pagamento, a fiscalização ainda considerou como honorários recebidos o percentual de 10% que corresponderia à verba de sucumbência fixada em sentença e mais 20% correspondente aos honorários contratados com o cliente. (ii) Em relação à omissão de rendimentos do Trabalho Sem Vínculo Empregatício Recebidos de Pessoas Físicas encontram-se nos autos os valores especificados na planilha de fls. 571, em que se considera como receita o valor de 10% que o contribuinte informou por meio da planilha de fls. 02 a 22 do anexo I e mais 20% sobre o valor dos alvarás que considerou como pagos diretamente pelo cliente, o que perfaz o percentual de 30%. (iii) Quanto aos Depósitos Bancários Sem Origem Comprovada, a autuação elaborou a planilha de fls. 564 correspondente aos anos de 1997 e 1998. Verificando a referida planilha constata-se que o maior valor sem justificativa é de R$ 11.095,50 e o menor de R$ 400,00. Quanto ao ano de 1998 não há lançamento em face à omissão de rendimentos por depósitos bancários de origem não comprovada porque a soma de todos os valores creditados na conta corrente do contribuinte, neste ano, não atingiu o valor de R$ 80.000,00 e também não houve nenhum crédito que fosse igual ou superior a R$ 12.000,00. (IV) O último item do lançamento deu-se em face da Falta de Recolhimento do IRPF Devido a Título de Carnê-Leão, sendo que neste ponto, confrontando os demonstrativos de fls. 575, 577/578 e 580 com os de fls. 589, do auto de infração, constato que tanto a multa de oficio quanto à multa isolada estão incidindo sobre a mesma base de cálculo. Notificado o contribuinte apresentou impugnação requerendo: c. Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 5 1 - Em preliminar, seja anulado todo o processo administrativo fiscal, inclusive a fiscalização que o originou, desde o seu primeiro ato, haja vista a subtração de documentos ter tornado imprestável todas as provas que permitiriam as Senhoras Fiscais lançar de ofício o crédito tributário." Transcrevo abaixo trecho representativo das argumentações desenvolvidas pelo interessado: Fl. 593 Mesmo respondendo a todas as informações e fornecendo todos os documentos disponíveis, as Autuantes resolveram importunar os clientes do Impugnante (pessoas físicas e jurídicas), com intimações por escrito e verbais (pessoais e por telefone), fato que denota o lado arbitrário que marcou a fiscalização. Fl. 597 O componente principal que serviu de elemento de convicção era o conjunto de documentos encaminhados pelos clientes do 1mpugnante às senhoras Auditoras Fiscais. De um total de 56 pessoas, até onde temos informação, pois podem ser mais, apenas a minoria, 18 = 3,84% do total, tiveram suas respostas consideradas no processo. Essa ação de má fé tem a intenção de confundir o julgamento do processo, levando erroneamente a uma conclusão equivocada, a qual pretendiam que fosse dada ao universo de clientes. Fl. 606 Assim, REQUER-SE, em CARÁTER PRELIMINAR, a nulidade de todo o processo administrativo fiscal e do procedimento fiscalizató rio que lhe deu origem, desde o seu primeiro momento, uma vez que a subtração de documentos patrocinada pelas Auditoras Fiscais da Receita Federal, Senhoras Aparecida Antonina Biguetti Nogara e Lucrecia Achy de Almeida, além de pedidos de esclarecimentos verbais, também levados ao extremo pelas Autuantes, viola todos os princípios que norteiam a administração pública e, via de conseqüência, torna nulo o resultado obtido a partir de provas viciadas e manipuladas. "2 - No mérito, que caso não acolhido que o auto de infração seja anulado, sejam excluídos do auto de infração todos os valores recebidos a titulo de honorários advocatícios nos processos judiciais perante a Justiça Federal, já que os mesmos tiveram o IRPF retido pela Fonte Pagadora na forma da Lei n° 8.541/92 c/c Resolução n° 48/98 do TRF/4 3 Região, devendo os valores já retidos em todos os processos serem extirpados do lançamento, fato que não foi observado pelas Senhoras Fiscais;" Neste tópico, o interessado argumenta que os honorários que recebeu em decorrência do levantamento de Alvarás na Justiça Federal já sofreram retenção de IRF: Fl. 607 1. Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 6 Os alvarás fornecidos as Autuantes demonstram de forma muito clara, que todas as ações patrocinadas pelo Impugnante tiveram como Réus ou a União Federal ou o INSS. Assim, todos os créditos recebidos tiveram que ser solicitados por meio de precatório, em atenção ao artigo 100 acima transcrito. Pl. 608 Portanto coisa inverossímil seria acreditar, em se tratando de atos e procedimentos chancelados pela Justiça Federal, Ministério Público • Federal, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e pela Procuradoria Geral do INSS, que a obrigação tributária esculpida no artigo 46 da Lei n° 8.541/92, não tenha sido naturalmente cumprida "ex-oficio". Fl. 609 Percebe-se pelo acima exposto, que cabe à fonte pagadora a responsabilidade de reter na fonte o valor pago em decorrência de decisão judicial. Nestas condições, a preocupação das Senhoras Fiscais de saber qual o valor recebido a titulo de honorários advocatícios nas lides patrocinadas' pelo Impugnante demonstra-se desprovida de interesse, já que a totalidade do valor pago em juízo foi oferecida à tributação, em respeito às normas mencionadas anteriormente. FL 611 Assim, como primeiro mérito, REQUER-SE a essa Colenda Delegacia de Julgamento que exclua integralmente os valores lançados dos honorários auferidos em demandas patrocinadas junto ao Poder Judiciário Federal, haja vista os mesmos já terem sofrido a tributação na fonte, na forma da Lei n° 8.541/1992 combinado com a Resolução n° 48/1998. 3 — "Requer, ainda, considerando que os documentos subtraídos demonstram valores recebidos a título de honorários inferiores aos utilizados pela fiscalização no ato de lançar o crédito tributário, que se aplique o disposto no artigo 112 e seus incisos do CTN, uma vez que na dúvida, a pena imposta deve ser a menor em favor do Impugnante e, no caso em tela, a grande maioria dos documentos trazidos ao feito, demonstram que a tônica dos honorários tinha sua base em 10% e não no percentual declarado pelas Autuantes;" FL 612 É evidente que se não utilizassem este estratagema, as provas surgidas e decorrentes do procedimento investigatório, revelariam de forma meridiana que cada contrato de prestação de serviços guarda peculiaridades, seja decorrente do volume de serviço oriundo do cliente empresa, seja porque as pessoas fisicas vieram em bloco e negociaram um percentual reduzido da verba honorária, seja pelo aspecto da massificação do tema e pacífica jurisprudência dos tribunais e que impediria cobrar acima da concorrência existente, e por ai segue. Além disso, cada causa é uma causa. 0er2 Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 7 As Autuantes tabularam dezoito (18) nomes, para generalizar a existência de um "modus operandi", dentro de um universo superior a mais de 468 clientes. Acontece que ficou provado ter havido investigação sobre outros 38 clientes, pessoas físicas e jurídicas. Se todos os contribuintes intimados tivessem sido tabulados, ficaria evidenciada a realidade vivida pelo profissional, que ajusta caso a caso os contratos de prestação de serviços. L.I Como a maioria esmagadora dos clientes pesquisados reconheceu que pactuaram em percentuais fixados pelo juiz na sentença, aqueles outros casos em que o valor tenha sido diferente, por razões diversas, não deveriam ser a bússola do lançamento fiscaL Se a maioria firma numa linha, não se pode desprezar a informação, para constituir um crédito tributário com base na exceção a regra. Além disso, se as Autuantes pesquisaram, não podem desconsiderar o resultado da pesquisa. Não se trata de um poder discricionário. O "modus operandi" das Senhoras Fiscais não encontra previsão legal, já que levantamento quantitativo por espécie, nos termos do artigo 41 da Lei n° 9.430/96, se aplica especificamente ao levantamento por espécie das quantidades de matérias-primas e produtos intermediários utilizados no processo produtivo da pessoa jurídica. Assim, na fábrica de vinagre pode-se contar o número de tampinhas, garrafas, caixas de papelão, recebidas e em estoque, para aferir a saída de produtos acabados, pelas diferenças encontradas em confronto ao livro de inventário. A previsão legal estende-se também às empresas comerciais, relativamente às mercadorias adquiridas para revenda. Portanto, escritório de advogado não pode ter idêntico tratamento tributário. Assim, conclui-se que o "modus operandi" das Auditoras Fiscais é ilegal! 4 — "Requer seja cancelada a multa exigida isoladamente, por indevida, visto que foi lançada em bases falsas, seja quanto ao percentual de honorários, como também por não abater valores retidos e recolhidos, por ocasião do levantamento dos alvarás judiciais, desconsiderando os DARF's acostados e os demais procedimentos realizados pela s fontes pagadoras e pela própria Justiça;" FL 623 Formularam este raciocínio face à convicção de que haveria honorários recebidos, através de sentença judicial, os quais não foram tributados. Não há prova de haverem pesquisado individualmente nos Alvarás de Levantamento, se no todo ou em parte, ocorreu retenção e recolhimento da fonte pagadora. O impugnante já expôs exaustivamente a legislação de regência em tópico acima, que cabe a fonte pagadora reter o imposto devido. Também é possível constatar que existem precatórios, cujos Alvarás de Levantamento estão acompanhados de DARF's de pagamento do imposto, cuja retenção c k 1. Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 8 demonstra o procedimento adotado pelo Poder Judiciário e que as Autuantes desconsideraram indevidamente. Há casos em que a União ou o INSS retinha o imposto devido quando efetuavam o depósito em juízo e outros em que a própria justiça, por determinação do Juiz da Vara Federal, promovia o recolhimento do imposto. Realmente os números do lançamento fiscal, não são confiáveis. A multa exigida isoladamente, também não é cabível, visto que o trabalho fiscal levitou, ao utilizar como base de cálculo os honorários de 30% H FL 625 Vale, ainda, lembrar o Acórdão n°104-18215 da E. 4° Câmara do 1° Conselho de Contribuintes, em sessão de 21.08.2001, aqui transcrito apenas na parte aplicável: "PENALIDADES — MULTA ISOLADA — A penalidade isolada a que se reporta o artigo 44 da Lei n° 9.430, de 1996 não pode ser exigível no mesmo lançamento de oficio de tributo e penalidade de oficio." 5 — "Requer o cancelamento total da exigência sobre depósitos bancários, inclusive os seus acréscimos, tendo em vista a demonstração clara de que o contribuinte teve recursos suficientes e comprovados para tais depósitos;" FL 625 Excluindo-se os créditos bancários comprovados com documentos específicos, originados em liberação de alvarás pelo Judiciário Federal, resgates de aplicações e poupança, transferências de outras contas do contribuinte, retiradas de lucros na APIL, empresa da qual é sócio, cobranças para clientes e salários e proventos, todps comprovados, os restantes em cada ano tiveram a sua origem com recursos próprios da movimentação financeira cuja disponibilidade demonstramos no quadro de origens e aplicações (Doc. 27 (199,, Doc. 28 (1998) e Doc. 29 (1999)). [...] (segue quadro) Vale lembrar que em cada ano o valor que restou a ser justificado com a movimentação financeira é bem menor do que o valor-teto estabelecido no art. 849 do Decreto n°3.000/99. Na fl. 626 assevera que, em cada ano, o montante da movimentação bancária que restou a ser justificado é bem inferior ao teto estabelecido no art. 849 do Decreto n° 3.000/1999. Transcreveu a ementa do Acórdão n° 104-18215 da 4 3 Câmara do 1° Conselho de Contribuintes, de 21/08/2001, que segue: IRPF — RENDA PRESUMIDA — DEPÓSITOS/CRÉDITOS BANCÁMOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA — Na aplicação da hipótese de incidência tributária de que trata o artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1996, não são tributáveis, como renda presumida, valores, ainda que considerados de origem não comprovada, cujo montante anual seja igual ou inferior ao estabelecido no dispositivo legal -111‘9 Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 9 Faz referência à documentação entregue à fiscalização, e às planilhas que instruem a peça de impugnação, alegando estar comprovada a origem dos depósitos. Também afirma que depósitos bancários efetuados em moeda corrente independem de comprovação de origem, devido ao curso forçado da moeda. FL 630 A partir do advento da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, em função da forma de apuração ser mensal, é necessário que a análise de valores atenda também a esta periodicidade. Lei n°7.713, 22.12.1988. Art. 2° O imposto de renda das pessoas fisicas será devido, mensalmente à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos. (destaque nosso). O saldo de disponibilidade em cada período transfere-se para o período seguinte. Este entendimento está paccado na jurisprudência. O Acórdão n°431, de 02 de maio de 2002, da 1° Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Rio de Janeiro II, contém a seguinte: EMENTA: MATÉRL4 NÃO IMPUGNADA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO COM VÍNCULO EMPREGATICIO RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. Considera-se como não impugnada a pane do lançamento com a qual o interessado concorda. ACRESCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. APURAÇÃO MENSAL. BASE DE CÁLCULO ANUAL. Os acréscimos patrimoniais são apurados mensalmente, considerando-se o saldo de disponibilidade de um mês como recurso para o mês subseqüente na determinação da base de cálculo anual do tributo, não cabendo lançamento com base em fluxo anual de caixa. ..." (transcrição parcial e destaque nosso) 6 — "Requer se determine a DRF de Rajá, SC, a juntada das cópias dos termos de intimação fiscal, MPF — Extensivo, e das respectivas respostas, dos treze (13) contribuintes aqui nomeados e que, face o lapso exíguo de tempo, não foi possível contatá-los pessoalmente, a fim de juntar a prova documental da subtração dos citados documentos nos autos;" 7 — "Requer com fundamento no Art. 105 do CPC, seja o presente processo julgado concomitantemente ao processo n° 10909.003297/2002-65, tendo em vista a sua conexão, pelo fato dos profissionais envolvidos advogarem em conjunto;" Ainda merecem registro outros argumentos desenvolvidos pelo interessado através dos quais são contestados critérios e conclusões das autoridades lançadoras, bem como o próprio lançamento, como segue: Recibos de Pagamento a Autónomo (RPA2— Item 4.2.3.a do Termo de Verificação Fiscal FL 616 Processo ri? 10909.003305/2002-73 Acórdão n." 102-48.361 Fls. 10 Dizem as autuantes neste tópico, que dez (10) clientes nomeados às fls. 08 do Termo de Verificação Fiscal, pagaram um percentual de 30,91% pelos serviços prestados. Como não ocorreu neste caso especifico preocupação das fiscais em indagar do contribuinte a razão, o motivo do desinteresse só pode residir no fato de que a verdade pouco estava importando, no encaminhamento da fiscalização. Em outras palavras, esclarecida a justificativa aquela porcentagem, faltaria o mote procurado para lançar o crédito tributário. Examinados os Alvarás de fls. 284 a 304, nota-se de maneira cristalina, que todos os beneficiários seio pessoas residentes na cidade de Caçador, Estado de Santa Catarina, localidade sob jurisdição da Justiça Federal de Joaçaba/SC. Olhando um mapa catarinense, torna- se possível verificar, que entre Itajaí/SC, onde fica o escritório do autuado e aquelas cidades, ida e volta, há mais de 1.000 (um mil) quilómetros de estradas, famosas pelo mau estado de conservação e por trágicos acidentes. Fica claro a qualquer pessoa bem intencionada, que o valor do serviço profissional, prestado em Itajaí ou a mais de 1.000 Km, não pode ter o mesmo preço. As autuantes que emitiram tantas intimações, pelas razões mais fúteis ou elementares, fugiram desta indagação, por que a verdade, como já dito, não interessava ao profícuo trabalho em curso (sic). Assim, também neste exemplo invocado, faltou a verdade. Coisas desiguais devem ter tratamentos desiguais, por um elementar principio de justiça. Em seguida o interessado apresenta o tópico "Contratos Advocatícios", alegando que não se prestam a provar o valor dos honorários pagos pelos clientes, pois as autoridades lançadoras teriam incorrido em diversas incorreções, apontadas na impugnação às fls. 617 a 620, sintetizadas abaixo: Contratos Advocaticios — Item 4.2.3.6.1 do Termo de Verificação Fiscal Livraria Blumenauense S/A — O interessado argumenta que a fiscalização intimou a Livraria Blumenauense S/A a apresentar contrato referente ao processo no 94.2003021-0 e comprovar com documentos hábeis e idôneos, os valores pagos a titulo de honorários. Todavia, o síndico da Massa Falida omitiu resposta quanto ao pagamento de honorários e não pode precisar se a cópia do contrato localizado diz respeito à pendência referida. Mário César Leal Scherer — O interessado reconhece que o cliente envia carta com cópias de contratos, mas argumenta que o cliente silenciou sobre o recebimento dos valores constantes nos Alvarás Judiciais. O interessado faz menção ao elevado índice de inflação e da ocorrência de diversos planos econômicos, verificados na época dos contratos (1988 e 1990), e do momento da liberação das quantias (1997 e 1999) já sob a égide do Plano Real. Por fim argumenta que não foram anexadas provas do valor efetivamente pago ao advogado. Organização Leon Reich Ltda. — Faz referência ao conteúdo da intimação e cita a documentação apresentada em resposta, e conclui: Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n. 102-48.361 Fls. 11 Ora, se o alvará era de R$2.074,92, o crédito do cliente não poderia ser de R$1.601,92, salvo se os honorários fossem superiores a 70%. Além disso, alvará levantado em 1997 e pagamento ao cliente em 2001, após quatro anos, se revela estranho. A visível inconsistência de números, datas, percentagens, revela como imprestável a prova produzida e evidencia a incongruência do trabalho fiscal realizado. Promenac Locação de Veículos Ltda. — O interessado argumenta que não há nos autos um expediente respondendo a intimação feita, porém foi anexado um recibo que se refere ao processo objeto da intimação e também a outro, que não consta do questionamento oficial. Prossegue tentando demonstrar haver inconsistência no percentual relativo aos honorários, calculados pela divisão do valor registrado no citado recibo pelo valor levantado. Ainda argumenta que Alvarás levantados em 1998 e 2001 representam situações distintas, e que valores levantados no ano-calendário de 2001 estão fora do período fiscalizado. Sérgio Ângelo de Luca — O interessado registra que seu cliente foi intimado a apresentar contrato e comprovante do valor pago a titulo de honorários, mas que exibiu apenas uma declaração pessoal. Entende que seria indispensável a apresentação de documento formal, como cópia de cheque ou correspondência individual. Além disso, aponta divergência entre o valor que seria decorrente da aplicação do percentual de 30% a titulo de honorários e o valor declinado. Wilson Mendonça —Nas palavras do interessado (fl. 620): Na forma já exposta foi intimado, respondeu juntando cópia do contrato celebrado em 1989, todavia, não apresentou documento hábil e idôneo quanto ao pagamento que teria feito ao advogado. Nem citou quantia paga. Nem a época em que isto ocorreu. Como se verifica, nada conclusivo, nada documental, exceto o desejo das autuantes em lançar sem prova material. Cláudio Beduschi —Nas palavras do interessado (fl. 620): Dentro do mesmo "modus operandi" as fiscais intimaram e tiveram resposta, a qual declara que o cliente sacou da Caixa Econômica Federal, a quantia de R$3.920,29, através de uma guia de retirada, que se encontra em anexo. Como se verifica, não há qualquer vinculação daquele saque com o autuado. Não se pode aceitar como prova hábil e idônea, a existência de um depósito bancário em nome do cliente, que não guarda qualquer identidade ou vínculo com o advogado contratado. Não há prova que vincule, pelo depósito, o profissional ao cliente! A V. Turma da DRJ de Florianópolis, por maioria de votos, julgou parcialmente procedente o lançamento em acórdão que possui a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - 1RPF Ano-calendário: 1997, 1998, 1999 Ementa: RENDIMENTOS OMITIDOS — Os rendimentos comprovadamente omitidos na declaração de ajuste, detectados em Pf Processo ri.' 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 12 procedimentos de oficio, serão adicionados à base de cálculo declarada para efeito de cálculo do imposto devido, aplicando-se multa de oficio sobre a diferença de imposto apurada. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATICIOS. VERIFICAÇÃO POR AMOSTRAGEM. — A certificação do percentual de honorários advocaticios pactuado entre o advogado e seus clientes pode ser obtida através de verificação por amostragem, selecionando-se, casualmente, contratos de prestação de serviços firmados entre as partes; se a natureza dos serviços prestados é a mesma, e todos contratos analisados indicarem o mesmo percentual pactuado a titulo de honorários advocatícios, nada obsta que o mesmo índice seja aplicado aos demais contratos, para fins de mensura ção dos rendimentos omitidos, principalmente se outros elementos dos autos conduzirem à mesma conclusão. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS — Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. RETENÇÃO DO IMPOSTO PELA FONTE PAGADORA. INOCORRÉNCIA — Apenas os valores comprovadamente retidos pela fonte pagadora podem ser abatidos na apuração do imposto resultante de lançamento de oficio no qual se tenha verificado omissão de rendimentos. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1997, 1998, 1999 Ementa: ABRANDAMENTO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. — Por força da retroatividade benigna, aplica-se a lei a fatos pretéritos não definitivamente julgados quando esta lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. Intimado do acórdão em 15 de agosto de 2006 (fl. 839), em 05 de setembro de 2006 o contribuinte ingressou com o recurso de fls. 840 e seguintes, acompanhado do arrolamento de bens de fls. 449, alegando que ratifica integralmente os argumentos e pedidos feitos na impugnação. É o Relatório. s, • Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.°102-48.361 Fls. 13 Voto Conselheiro MOISÉS GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Relator O recurso é tempestivo, na conformidade do prazo estabelecido pelo artigo 33 do Decreto n°. 70.235 de 06 de março de 1972, foi interposto por parte legítima, está devidamente fundamentado e contém arrolamento de bens, conforme especificado do relatório. Assim, conheço do recurso e passo ao exame do mérito. DAS QUESTÕES RELACIONADAS À OMISSÃO DE RENDIMENTOS EM FACE DE TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS e JURÍDICAS O contribuinte é advogado. O número de alvarás juntado aos autos identificando o nome das partes e os valores das indenizações demonstra que se trata de profissional que advoga, em grande escala, em processos que têm como clientes pessoas fisicas, litigando contra a Previdência Social ou Fazenda Pública. No decorrer da fiscalização vieram aos autos cópias de mais de quinhentos alvarás judiciais especificados às fls. 02 a 678 dos anexos I, II, III. Destaco que as ações judiciais aqui referidas são contra o INSS ou a Fazenda Pública. Ao que consta informado nos autos, são 468 (quatrocentos e sessenta e oito) clientes, sendo que o contribuinte afirma que, salvo algumas exceções, não possuía contrato de honorários, mas que sua remuneração correspondia aos honorários de sucumbência fixados em sentença judicial, em percentual a 10%. A fiscalização realizou diligências (fls. 571 a 572) especificando que do total dos honorários recebidos, em relação 12 (doze) situações há contrato comprovando o valor ajustado. Dentre os documentos que existem nos autos faço referência aos contratos de honorários de fls. 323, 324, 353 e 478, cuja cláusula sexta assim dispõe: "Em remuneração desses serviços, o contratante acima identificado pagará ao contratado — a titulo de honorários advocatícios — o percentual de 20% (vinte por cento), sobre o valor total da restituição na data da sua efetivação." A partir das 12 (doze) situações em que há contrato de honorários, a fiscalização considerou o percentual de 10% informado pelo contribuinte como honorários de sucumbência e a este percentual acrescentou os 20% especificados na cláusula sexta dos contratos acima referidos, arbitrando o percentual de 30% a titulo de rendimentos, calculado sobre o valor alvarás. A cláusula contratual acima transcrita é omissa em relação aos honorários de sucumbência. O artigo 23 da Lei n°. 8.906, de 1994, prevê que os honorários incluídos na condenação pertencem ao advogado. 91.1 F. • Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 14 Há ações judiciais, à semelhança do mandado de segurança, que nos termos da Súmula 512 do STF, não há honorários de sucumbência. Nestas ações, o advogado, para receber, precisa cobrar diretamente do cliente. Há processos onde são fixados honorários de sucumbência, mas a parte ré, em usufruindo do beneficio da justiça gratuita, fica dispensada do pagamento. Há processos em que advogados trabalham mediante percentual previamente estipulado, mais honorários de sucumbência e, finalmente, processos em os advogados trabalham única e exclusivamente pela sucumbência fixada na sentença condenatória. Cada contrato pode revelar situação diferente. Não se trata de algo padronizado. Os valores fixados por meio das sentenças judiciais mudam conforme o processo. "Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas "a", "h" e "c" do parágrafo anterior. (artigo 20, § 4°., do CPC). Diante de tantas variáveis, a fiscalização, agindo de forma isenta e utilizando-se do critério menos gravoso ao contribuinte, poderá arbitrar a base de cálculo. No caso dos autos, ao que se percebe, a fiscalização intimou 56 (cinqüenta e seis) clientes solicitando informações do valor pago a título de honorários ao contribuinte. Apontou o recorrente que das intimações acima referidas a fiscalização só juntou aos autos a resposta fornecida por 18 (dezoito) clientes, omitindo outras que posteriormente foram trazidas pelo fiscalizado (documentos de fls. 652, 656, 658, 659, 660, 661 e seguintes) afirmando que estas informações comprovam sua tese de que somente recebia 10% (dez por cento) dos valores levantados por meio de alvará. Não foi esclarecido porque razões os documentos de fls. 652, 656, 658, 659, 660, 661 e seguintes não foram juntados aos autos e considerados para fins de arbitramento do percentual devido. Não se sabe se o auditor fiscal não recebeu os referidos documentos em tempo hábil ou se omitiu propositadamente, como acusa a defesa do contribuinte. Tendo por norte os princípios da moralidade, da legalidade e impessoalidade que devem nortear a atuação do agente público, prefiro acreditar na primeira hipótese, pois se considerasse a segunda situação, em tese, haveria crime de prevaricação. Para validade do arbitramento, conforme exposto no voto vencido proferido junto à DRJ, este deve ser feito da forma menos gravosa ao contribuinte. Ainda que em determinados casos o fiscalizado contratou mais 20% (vinte por cento), mais os de sucumbência, não cabe arbitrar todos os valores correspondentes aos alvarás, em especial das pessoas jurídicas, no percentual de 30%, que corresponde, no caso dos autos, forma mais gravosa ao contribuinte. O arbitramento feito da maneira mais gravosa não pode persistir e deve ser afastado. Em havendo dúvidas em relação ao "quanttun" recebido, a interpretação deve ser feita em favor do contribuinte e não do Fisco. O contribuinte, ao ser intimado, apresentou planilha informando receber 10% a título de honorários de sucumbência, hipótese que admite se estender a todos os clientes. A fiscalização, de posse de 12 (doze) contratos de honorários prevendo percentual de 20%, mais os honorários de sucumbência fixados na sentença, arbitrou os rendimentos em 30% sobre o valor de todos os alvarás, inclusive naqueles em que não há contrato de honorários. f‘ a Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 10248.361 Fls. 15 • Diante do afastamento do critério de arbitramento usado pela fiscalização, a solução mais adequada é, nos casos em que há contrato de honorários, considerar o percentual de 30% em relação aos alvarás decorrentes destes contratos. (Aqui tenho por cabível aplicar os 10% admitidos pelo contribuinte como sendo honorários de sucumbência (art. 23 da Lei n. 8.906, de 1994), mais o percentual de 20% previsto nos respectivos contratos. Nos casos em que não há contrato de honorários, diante da falta de prova em relação a outro valor e da admissibilidade do contribuinte de que recebeu 10% do valor especificado nos alvarás, usa-se este percentual como critério de arbitramento que é o menos gravoso. Em resumo, nos casos em que não há nos autos contrato escrito definindo o percentual de honorários, deve ser aplicado o percentual de 10%, admitido pelo próprio contribuinte. Nas situações em que existem contratos de honorários prevendo o percentual de 20%, a exemplo das 12 (doze) situações anteriormente referidas, deve se validar o percentual previsto no contrato, ou seja, 20% suportados pelo cliente, mais os 10% correspondente à sucumbência fixada judicialmente (art. 23 da Lei n° 8.906, de 1994. Depósitos Bancários Sem Origem Comprovada. Quanto aos Depósitos Bancários Sem Origem Comprovada, a fiscalização elaborou a planilha de fls. 564 correspondente aos anos de 1997 e 1998. Verificando a referida planilha constata-se que o maior valor sem justificativa é de R$ 11.095,50 e o menor de R$ 400,00. Quanto ao ano de 1998 não há lançamento em face à omissão de rendimentos por depósitos bancários de origem não comprovada. Ao presumir omissão de receita ou de rendimentos os valores creditados em conta bancária em relação aos quais o titular não comprovar sua origem, o legislador, no artigo 42 da Lei n°9430, de 1996, atuou na seguinte linha. Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1°. O valor das receitas ou dos rendimentos omitidos será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. sç 2°. Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeter-se-ão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3°. Para efeito de determinação da receita omitida os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: 1- os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa fisica ou jurídica; r• • Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 10248.361 Fls. 16 II - no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano-calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (doze mil reais). (redação atribuída pelo 4° da Lei n°9.481, de 13.08.1997, DOU 14.08.1997) A planilha de fls. 564 demonstra que nos anos de 1997 e 1999 não há nenhum depósito bancário, sem origem justificada de valor igual ou superior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), sendo que a soma dos depósitos bancários, não justificados, em cada um dos anos- calendário aqui apontado foi inferior a R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). O artigo 42, caput, trata dos depósitos de origem não justificada. Os depósitos de origem comprovada não entram na soma referente ao limite de R$ 80.000,00 de que trata o § 30 II, da Lei antes citada, Assim, constatado que nos anos-calendário de 1997 e 1999 os depósitos de origem não comprovada não alcançaram o limite anual de R$ 80.000,00 e também, que não houve depósito individual em valor superior a R$ 12.000,00, exclui-se a exigência a titulo de depósito bancário. Da Multa Isolada por falta de Recolhimento do IRPF Devido a Titulo de Carnê-Leão. Em relação à exigência cumulativa de multa de oficio e multa isolada, por falta de recolhimento do Camê-Leão, vejamos o que prevê a Lei n°. 9.430/96, no seu art. 44, com a redação dada pela Medida Provisória 351, de 27 de janeiro de 2007, in verbis: "Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas: I - de setenta e cinco por cento sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; 11- de cinqüenta por cento, exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 82 da Lei n2 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa fisica; b) na forma do art. 22 desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano-calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. § 112 O percentual de multa de que trata o inciso 1 do caput será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei e 4.502, de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § Os percentuais de multa a que se referem o inciso Ido caput e o § la serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo • sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: • " Processo n.° 10909.003305/2002-73 Acórdão n.° 102-48.361 Fls. 17 / - prestar esclarecimentos; II - apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei re 8.218, de 29 de agosto de 1991; III - apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38. Da leitura da lei, conclui-se que existem três modalidades de multa imponíveis ao contribuinte: a multa de 75% nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; multa de 50% nos casos de não recolhimento do valor do pagamento mensal, carnê-leão; e a multa qualificada de 150% em casos de evidente intuito de fraude. Verificado que o contribuinte deixou de efetuar o recolhimento mensal obrigatório (Camê-Leão) efetua-se o lançamento e aplica-se a multa de oficio que incide sobre o tributo não recolhido. Entretanto, feito o lançamento com a multa de oficio não se pode aplicar sobre a mesma base de cálculo a multa isolada, sob pena de dupla incidência de penalidade em relação ao mesmo fato. Nesse é a interpretação dada pela Câmara Superior de Recursos Fiscais: "MULTA ISOLADA E MULTA DE OFICIO — CONCOMITÁNCIA — MESMA BASE DE CÁLCULO — A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1", do art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996) e da multa de oficio (incisos I e II, do art. 44, da Lei n 9.430, de 1996) não é legitima quando incide sobre uma mesma base de cálculo." (Cámara Superior do Conselho de Contribuintes / Primeira turma, Processo 10510.000679/2002-19, Acórdão n°01-04.987, julg. em 15/06/2004). Pelos fundamentos aqui expostos, tendo a multa isolada incidido sobre a mesma base de cálculo do lançamento de oficio correspondente à omissão de receita decorrente da remuneração recebida de pessoa fisica, afasta-se tal exigência. ISSO POSTO, voto no sentido de DAR provimento PARCIAL ao recurso para: (1) excluir a exigência a titulo de depósito bancário; (2) em relação aos contratos em que o percentual não esteja identificado, reduzi-lo para 10%; (3) validar o percentual quando previsto no contrato; e (4) excluir da exigência a multa isolada em concomitância com a multa de oficio. Sala das Sessões, em 29 de março de 2007. INL % MOI • • - ES DA SILVA
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