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Numero do processo: 11020.720061/2007-50
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 14 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Jun 10 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 9303-000.090
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, em sobrestar o julgamento do recurso especial até a decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal em matéria de repercussão geral, em face do art. 62-A do Regimento Interno do CARF. Vencido o Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos.
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente Substituto
Henrique Pinheiro Torres - Relator
Nome do relator: HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 11080.000984/2005-15
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/02/1999 a 30/09/2000
NORMAS PROCESSUAIS. AFASTAMENTO DE MULTA EM LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ADESÃO AO PAES. DÉBITO NÃO INCLUÍDO NA DECLARAÇÃO ESPECÍFICA NEM EM DCTF. DESCABIMENTO.
Para que pudessem ser parcelados, no âmbito do programa PAES, débitos ainda não confessados espontaneamente pelo contribuinte, mister sua inclusão tempestiva na declaração criada pela respectiva legislação. Constituídos de ofício os débitos que se pretende parcelar, deve ser mantida a multa a eles vinculada por força de lei.
Recurso especial do Procurador Provido
Numero da decisão: 9303-002.824
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Gileno Gurjão Barreto.
Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício
Júlio César Alves Ramos - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto (substituto covocado) e Marcos Aurélio Pereira Valadão, Presidente da Primeira Seção no exercício da Presidência face à ausência, justificada, do Presidente do CARF, Otacílio Dantas Cartaxo. Ausente, também justificadamente, a Conselheira Susy Gomes Hoffmann.
Nome do relator: JULIO CESAR ALVES RAMOS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Gileno Gurjão Barreto. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício Júlio César Alves Ramos - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto (substituto covocado) e Marcos Aurélio Pereira Valadão, Presidente da Primeira Seção no exercício da Presidência face à ausência, justificada, do Presidente do CARF, Otacílio Dantas Cartaxo. Ausente, também justificadamente, a Conselheira Susy Gomes Hoffmann.
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AFASTAMENTO DE MULTA EM LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ADESÃO AO PAES. DÉBITO NÃO INCLUÍDO NA DECLARAÇÃO ESPECÍFICA NEM EM DCTF. DESCABIMENTO. Para que pudessem ser parcelados, no âmbito do programa PAES, débitos ainda não confessados espontaneamente pelo contribuinte, mister sua inclusão tempestiva na declaração criada pela respectiva legislação. Constituídos de ofício os débitos que se pretende parcelar, deve ser mantida a multa a eles vinculada por força de lei. Recurso especial do Procurador Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Gileno Gurjão Barreto. Marcos Aurélio Pereira Valadão – Presidente em exercício Júlio César Alves Ramos Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 00 09 84 /2 00 5- 15 Fl. 535DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 02/04/2 014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RA MOS 2 Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto (substituto covocado) e Marcos Aurélio Pereira Valadão, Presidente da Primeira Seção no exercício da Presidência face à ausência, justificada, do Presidente do CARF, Otacílio Dantas Cartaxo. Ausente, também justificadamente, a Conselheira Susy Gomes Hoffmann. Relatório Peço vênia aos meus pares para transcrever em seguida o relatório elaborado pelo dr. Henrique Pinheiro Torres no processo 11080.000985/200560, votado nesta mesma assentada que dizia respeito ao lançamento de COFINS sobre os mesmos fatos e períodos deste, que cobre o PIS. Eis o relatório, pois: Tratase de recurso voluntário (fls. 391 a 410) apresentado em 15 de setembro de 2006 contra o Acórdão nº 108.986, de 19 de julho de 2006, da DRJ em Porto Alegre RS (fls. 377 a 386), que considerou procedente auto de infração de Cofins dos períodos de novembro de 2001 a dezembro de 2003, nos seguintes termos: “Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2001, 2002, 2003 Ementa: NULIDADE. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. O mandado de procedimento fiscal consiste em mero instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos da fiscalização, não implicando nulidade do lançamento as eventuais falhas na emissão e trâmite desse instrumento. O mandado de procedimento fiscal formalizado para o IRPJ gera efeito aos autos baseados nos mesmos fatos. CONFISSÃO DE DÍVIDAS E LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM. É válido o lançamento de ofício formalizado após confissão de dívidas ínsita ao parcelamento especial (Paes), sobretudo porque esta é efetuada após o início do procedimento fiscal. ESPONTANEIDADE. A espontaneidade é afastada por qualquer procedimento ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. ESPONTANEIDADE. PROCEDIMENTO FISCAL INICIADO ANTES DA ENTREGA DA DECLARAÇÃO PAES. MULTA DE OFÍCIO. O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do agente, impedindo que possa exonerarse da multa de ofício. Lançamento Procedente”. A interessada tomou ciência do Acórdão em 21 de agosto de 2006. Fl. 536DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 02/04/2 014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 11080.000984/200515 Acórdão n.º 9303002.824 CSRFT3 Fl. 603 3 O auto de infração foi lavrado em 17 de fevereiro de 2005 e, segundo o Termo de Verificação Fiscal de fls. 15 a 38, “A ação fiscal foi iniciada a partir do cumprimento do mandado de busca e apreensão expedido pelo Exmo. Dr. Selmar Saraiva da Silva Filho, Juiz Federal Substituto em exercício na 1ª Vara Federal Criminal, da Seção Judiciária do Estado do Rio Grande do Sul (folha 39), que determinou buscar e apreender material que dissesse respeito à supressão e/ou sonegação de tributos federais, nas empresas com sede nas salas 204, 309, 401, 402 e 404, do prédio sito na av. Paraguaçu, nº 2525, em Capão da Canoa”. No tocante à legislação aplicável às atividades de “compra, venda, incorporação e construção de imóveis”, esclareceu a Fiscalização que, a partir de 1999, as empresas que exercessem tais poderiam optar pela tributação pelo lucro presumido, desde que mantivessem receita anual inferior ao limite estabelecido na lei. Ademais, nos termos da Instrução Normativa SRF nº 104, de 1998, seria possível a apuração pelo regime de caixa e o produto das vendas comporia a base de cálculo das contribuições sociais. No caso de permuta de imóveis, aplicarseiam as disposições da IN SRF nº 107, de 1988. A Fiscalização apurou, para alguns períodos, a escrituração postergada de receitas para algumas unidades imobiliárias, tendo efetuado a recomposição da escrituração, nessa parte, nos termos das fls. 21 a 38. No recurso alegou que, ao contrário do afirmado no relatório fiscal, não houve falta de declaração das receitas que foram informadas em DIPJ. No lançamento a Fiscalização terseia equivocado ao não incluir tais valores declarados em DIPJ na última coluna das tabelas de apuração. Ademais, “Os tributos devidos sobre essas receitas, que, por absoluta impossibilidade financeira, não puderam ser pagos tempestivamente (embora lançadas contabilmente e declaradas na DIPJ), foram, antes da lavratura do auto de infração, objeto de parcelamento” (Paes), tendo sido apresentada com a impugnação prova da adesão ao parcelamento. Requereu o cancelamento da autuação para que fosse mantido o valor declarado no Paes “com os acréscimos lá incidentes”. O Acórdão de primeira instância seria nulo, pelo fato de não haver examinado a questão da “incidência de juros Selic (em substituição aos juros TJLP), entre a data da opção pelo Paes e a data da lavratura do auto de infração”. Ademais, teria sido omisso em relação à alegação de que os débitos declarados em DIPJ teriam sido automaticamente incluídos no Paes. Ademais, os débitos parcelados no Paes representariam declaração espontânea, não havendo que se falar em denúncia espontânea, como considerado pelo Acórdão de primeira instância. Fl. 537DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 02/04/2 014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RA MOS 4 A seguir, alegou que o lançamento seria nulo, “por falta de mandado de procedimento fiscal regular”. Segundo a recorrente, o MPF teria sido emitido apenas para procedimentos relativos ao IRPJ. Citou ementas de acórdãos que trataram da matéria. Quanto ao Acórdão de primeira instância, alegou que deveria trazer em seu dispositivo a declaração de que “os valores lançados coincidem com os valores incluídos no Paes”. Segundo a interessada, aplicarseia ao caso o princípio da Estrita Legalidade e a vedação à exigência de tributo por interpretação analógica. Dessa forma, não se poderia “cogitar, relativamente a débitos declarados, de lançamento de ofício”. Citou ementas de acórdãos administrativos sobre o assunto e o Parecer AGUSF nº 3, de 4 de outubro de 2000. Segundo a recorrente, teria ocorrido novação da dívida, em face da adesão ao Paes, não se podendo cogitar de lançamento de ofício sobre débito parcelado e, portanto, com exigibilidade suspensa. Passou a citar disposições legais e portarias que disseram respeito ao Paes para concluir que o lançamento implicaria duplicidade de cobrança, o que poderia caracterizar o excesso de exação. Ao final, requereu a declaração de nulidade do Acórdão de primeira instância ou a sua reforma para declarar insubsistente o lançamento, ou, alternativamente, declarar que os débitos lançados são os mesmos dos anteriormente declarados em DCTF e em DIPJ, que, após a adesão ao Paes, sobre os valores declarados em DCTF e também em DIPJ incidem juros equivalente à TJLP, e que sobre os valores declarados em DCTF e também em DIPJ incide a multa aplicável ao Paes e não a de ofício. Julgando o feito, a Câmara recorrida deu provimento parcial ao recurso voluntário, em acórdão assim ementado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/11/2001 a 31/12/2001 COFINS. AÇÃO FISCAL. MANDADODE PROCEDIMENTO FISCAL. MPF. VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS. NULIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. O Mandado de Procedimento Fiscal MPF, além de ter apenas caráter administrativo de controle, razão pela qual não retira a competência da Fiscalização para agir e não restringe a exclusão da espontaneidade do contribuinte, inclui necessariamente a verificação da correta apuração da base de cálculo de todos os tributos e contribuições federais dos últimos cinco anos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 538DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 02/04/2 014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 11080.000984/200515 Acórdão n.º 9303002.824 CSRFT3 Fl. 604 5 PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/11/2001 a 31/12/2003 COFINS. AÇÃO FISCAL. ADESÃO AO PARCELAMENTO. CONFISSÃO DE DÍVIDA. A adesão a parcelamento especial no curso da ação fiscal, apesar de produzir o efeito próprio da adesão, não afasta a possibilidade de lançamento de ofício. ESPONTANEIDADE. AÇÃO FISCAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. A espontaneidade é afastada por qualquer procedimento ou medida de fiscalização, relacionados à infração. Recurso provido em parte. Inconformada com essa decisão, a Fazenda Nacional apresentou recurso especial, onde pugnou pelo restabelecimento da decisão de primeira instância e, por conseguinte, o reconhecimento da impossibilidade de se incluir no PAES os valores da Cofins vencidos até 28/02/2003, que fora declarado em DIPJ, mas não em DCTF. O especial fazendário foi admitido pelo presidente da câmara recorrida. Regularmente cientificada, a contribuinte apresentou contrarrazões, fls. 520 a 522, onde defende a manutenção do acórdão recorrido. É o relatório. Troquemse o tributo, de COFINS para PIS, e os números de acórdão e de folhas mencionados, e o relatório descreve com precisão o que há aqui para julgar. Voto Conselheiro Júlio César Alves Ramos, Relator. Na votação daqueloutro processo, acompanhei, in totum, as considerações do relator em seu judicioso voto, que peço vênia para também transcrever aqui como minhas. O especial fazendário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele conheço. A teor do relatado, a matéria controvertida diz respeito à possibilidade de se incluir no Paes crédito tributário declarado em DIPJ, mas não confessado em DCTF. De um lado, o colegiado recorrido decidiu que os débitos lançados no auto de infração e declarados em DIPJ, vencidos até 28/02/2003, devem ser incluídos no Paes pela Unidade Fl. 539DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 02/04/2 014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RA MOS 6 Preparadora da RFB, com a multa de ofício reduzida (§ 7o do art. 1o da Lei no 10.684/03), se é que não o fez ainda. Isso porque, segundo entendimento esposado no voto condutor do acórdão, a recorrente não estava obrigada a incluir os débitos na “Declaração Paes” porque os mesmos já estavam declarados na DIPJ e o art. 1o da Portaria Conjunta PGFN/SRF no 3/2003 desobrigava a inclusão de débitos já declarados. Por este dispositivo, entendo que não deveria ser incluído na “Declaração Paes” os débitos declarados em qualquer declaração de entrega obrigatória à RFB, como é o caso da DIPJ, e não somente na DCTF. De outra banda, a Fazenda Nacional entende que o ingresso, no Paes, de débitos ainda não constituídos depende de confissão irretratável e irrevogável, de acordo com a Lei n° 10.684/03, e que tal exigência não é satisfeita com a declaração em DIPJ. A meu sentir, com razão a Fazenda Nacional, pois, de fato, a Lei 10.684/03 exigia a confissão irretratável de dívida para que se pudesse aderir, validamente, a esse programa de parcelamento especial. Para melhor compreensão, espiemos a letra da lei: Art. 1º Os débitos junto à Secretaria da Receita Federal ou a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, com vencimento ate 28 de fevereiro de 2003, poderão ser parcelados em ate cento e oitenta prestações mensais e sucessivas. §1º. 0 disposto neste artigo aplicase aos débitos constituídos ou não, inscritos ou não como Divida Ativa, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior, não integralmente quitado, ainda que cancelado por falta de pagamento. § 2. Os débitos ainda não constituídos deverão ser confessados, de forma irretratável e irrevogável.(...)" (Grifouse) A simples leitura do § 2º acima transcrito é suficiente para se concluir que a adesão ao PAES, em relação a parcelamento de débitos vencidos até 28/02/2003, que ainda não tivessem sido constituídos, deveria ser precedida da confissão irretratável e irrevogável desses débitos. Essa confissão poderia ser feita por meio da apresentação da denominada "Declaração Paes", por meio da qual os débitos delimitados pela Lei referida seriam confessados. Se os débitos que se pretendia parcelar já tivessem sido confessados por meio da da DCTF (Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais), tornavase despicienda a "Declaração Paes". Esse entendimento fora explicitado no § 2º do art. 1º da Portaria Conjunta PGFN/SRF nº3, de 1º de setembro de 2003, transcrito linhas abaixo: "Art. 1º Fica instituída declaração Declaração Paes a ser apresentada até o dia 31 de outubro de 2003 pelo optante do parcelamento especial de que trata a Lei 10.684/03, pessoa física Fl. 540DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 02/04/2 014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 11080.000984/200515 Acórdão n.º 9303002.824 CSRFT3 Fl. 605 7 ou, no caso de pessoa jurídica ou a ela equiparada, pelo estabelecimento matriz, com a finalidade de: I confessar débitos com vencimento até 28 de fevereiro de 2003, não declarados ou não confessados a SRF, total ou parcialmente, quando se tratar de devedor desobrigado da entrega de declaração especifica; II confessar débitos em relação aos quais houve desistência de ação judicial, bem assim, prestar informações sobre o processo correspondente a essa ação; III prestar informações relativas aos débitos e aos respectivos processos administrativos, em relação aos quais houve desistência do litígio; IV confessar débitos, não declarados e ainda não confessados, relativos tributos e contribuições correspondentes a períodos de apuração objeto de ação fiscal por parte da SRF, não concluída no prazo fixado no caput, independentemente de o devedor estar ou não obrigado a entrega de declaração especifica. § 1º omissis § 2º Os valores relativos a débitos de impostos e contribuições já declarados ou confessados anteriormente, inclusive mediante pedido de parcelamento, ainda que pendente de decisão, serão incluídos pela SRF no parcelamento especial, não devendo ser informados na Declaração Paes. Ora, a Declaração Paes somente estava dispensada se os débitos oferecidos ao parcelamento já tivessem sido confessados à Administração Tributária. De outro lado, sabese que a DIPJ Declaração de Informações EconômicoFinanceiras da Pessoa Jurídica, surgiu para substituir a DIRPJ — Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado, sendo que, a partir dos fatos ocorridos de 01/01/1999 em diante, as declarações ali prestadas pelo contribuinte passaram a NÃO mais constituir confissão de divida, tanto é que, no recibo de entrega respectivo, não há declaração de confissão, mas tão somente declaração de veracidade dos fatos declarados. Assim, eventual declaração em DIPJ de débitos tributários não representa confissão de dívida, já que a DIPJ não é instrumento apropriado para esse fim. em outro giro, não consta dos autos qualquer informação de que a recorrida tenha apresentado "Declaração Paes", para confessar os valores da Cofins relativos ao período autuado. Desta feita, se os débitos não foram confessados pelo sujeitos passivo, consequentemente, não poderiam ter sido incluídos no Paes pela Administração Tributária, como de fato, não o foi. Assim, merece ser reformado o acórdão recorrido na parte que determinou à inclusão, no Paes, com a multa de ofício reduzida, Fl. 541DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 02/04/2 014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RA MOS 8 dos débitos lançados no auto de infração e declarados em DIPJ, vencidos até 28/02/2003. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento ao recurso especial da fazenda Nacional para restabelecer a decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres Mais uma vez enfatizando que os dois processos diferem apenas quanto aos tributos objeto de constituição, voto também eu por dar provimento ao recurso fazendário. É o voto. Conselheiro Júlio César Alves Ramos Fl. 542DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 02/04/2 014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2014 por JULIO CESAR ALVES RA MOS
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Numero do processo: 10620.000024/00-99
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Apr 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jun 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998
Ementa:
IPI CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE
Em obediência ao § 4o, do art. 72 do RICARF, aplicação da súmula 19 deste CARF, publicada no DOU de 22/12/2009.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. PELA SELIC As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede de recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
No ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, de que trata a Lei 9.363/96, quando atos normativos infralegais obstaculizaram o creditamento por parte do sujeito passivo, é devida a atualização monetária, com base na Selic, desde o protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento do crédito (recebimento em espécie ou compensação com outros tributos).
Recurso Especial da Contribuinte negado.
Recurso Especial da Fazenda parcialmente provido.
Numero da decisão: 9303-002.929
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial e, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao especial fazendário, nos termos do voto do relator. Vencido(a)s o(a)s conselheiro(a)s Maria Teresa Martinez López e Rodrigo Cardozo Miranda, que negavam provimento.
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente substituto
JOEL MIYAZAKI - Relator.
EDITADO EM: 09/06/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Ivan Allegretti (Substituto convocado), Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas (Substituta convocada), Maria Teresa Martínez López e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto). Ausente, justificadamente, a Conselheira Nanci Gama.
Nome do relator: JOEL MIYAZAKI
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ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE Em obediência ao § 4o, do art. 72 do RICARF, aplicação da súmula 19 deste CARF, publicada no DOU de 22/12/2009. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. PELA SELIC As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede de recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. No ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, de que trata a Lei 9.363/96, quando atos normativos infralegais obstaculizaram o creditamento por parte do sujeito passivo, é devida a atualização monetária, com base na Selic, desde o protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento do crédito (recebimento em espécie ou compensação com outros tributos). Recurso Especial da Contribuinte negado. Recurso Especial da Fazenda parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial e, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao especial fazendário, nos termos do voto do relator. Vencido(a)s o(a)s conselheiro(a)s Maria Teresa Martinez López e Rodrigo Cardozo Miranda, que negavam provimento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 62 0. 00 00 24 /0 0- 99 Fl. 486DF CARF MF Impresso em 25/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/06/2014 por JO EL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Presidente substituto JOEL MIYAZAKI Relator. EDITADO EM: 09/06/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Ivan Allegretti (Substituto convocado), Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas (Substituta convocada), Maria Teresa Martínez López e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto). Ausente, justificadamente, a Conselheira Nanci Gama. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório do acórdão recorrido, abaixo transcrito: A interessada formalizou pedido de ressarcimento de Crédito Presumido de IPI de que trata a Lei n°9.363/97, de fl. 01, referente ao segundo trimestre do ano de 1998. A Delegacia da Receita Federal em CurveloMG deferiu parcialmente reconhecimento do direito creditório no valor de R$ 114.072,17. A glosa de parte do crédito solicitado foi fundamentado com as seguintes razões: Foram utilizados créditos oriundos de insumos não considerados como matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, como energia elétrica, óleo diesel, transportes, comunicações e produtos que não apresentam código do produto nem sua descrição na nota fiscal; Insumos adquiridos de pessoa jurídica optante pelo SIMPLES, na quantia de R$ 28.385,10. A DRJ em Juiz de ForaMG, por unanimidade de votos, deferiu em parte a solicitação, apenas em relação glosa de insumos adquridos de empresas inscritas no Simples, nos termos da ementa transcrita a seguir: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE. As normas e determinações previstas na legislação tributária presumemse revestidas do caráter de legalidade e constitucionalidade, contando com validade e eficácia, não cabendo à esfera administrativa questionálas ou negarlhes aplicação. Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998 Fl. 487DF CARF MF Impresso em 25/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/06/2014 por JO EL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10620.000024/0099 Acórdão n.º 9303002.929 CSRFT3 Fl. 432 3 CRÉDITOS INCENTIVADOS DE IPI GLOSA DE INSUMOS. Não geram direito ao crédito do imposto as aquisições de energia elétrica, comunicação, fretes e produtos intermediários de qualquer natureza uma vez que não integram a base de cálculo do crédito presumido por não se enquadrarem nos conceitos de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, nos termos do art. 82, I, do Regulamento do IPI de 1982 e Parecer Normativo CST n° 65/79. GLOSA DE INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOA JURÍDICA OPTANTE PELO SIMPLES. Não há vedação na legislação do Crédito Presumido de IPI para o aproveitamento do beneficio com relação às aquisições de insumos de empresas inscritas no Simples” Irresignada com a decisão de primeira instância, a interessada interpôs Recurso Voluntário a este Conselho de Contribuintes, alegando em síntese: Quanto à definição de insumo, assevera que o teor do Parecer Normativo n° 65/79 utilizado pelo fiscal para glosar parte de seus créditos não encontra embasamento legal. Defende a tese de que o conceito de insumos previsto pela legislação do IPI abrange todos os tipos de aquisições que sejam efetivamente utilizados no processo de industrialização de bens, pouco importando se com estes sejam ou não agregados; Por fim, pleiteia a atualização monetária de seus créditos utilizandose da taxa Selic, pois uma vez que os débitos fazendários são atualizados por essa taxa os seus créditos também deveriam sêlo, sob pena de se ferir o princípio da isonomia. Outrossim, referida atualização não representa um plus, mas tãosomente visa recompor a poder aquisitivo da moeda, corroída pela inflação do período. É o Relatório. O Colegiado a quo, decidindo o feito, deu parcial provimento ao recurso voluntário nos seguintes termos: por maioria de votos, para conceder a atualização monetária pela SELIC a partir da data de protocolização do pedido de ressarcimento e, por unanimidade, para negar provimento quanto às demais matérias. Abaixo transcrevo a ementa para maior clareza: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998 Ementa: IPI. CRÉDITO GLOSADO. MATERIAIS INTERMEDIÁRIOS. É correta a redução do valor de crédito de IPI, quando se constatam créditos indevidos relativos a produtos incorporados às instalações industriais, materiais de consumo e as partes, peças e acessórios de máquinas equipamentos e ferramentas, que não se consomem em decorrência de uma ação exercida Fl. 488DF CARF MF Impresso em 25/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/06/2014 por JO EL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 diretamente sobre o produto de fabricação, mesmo que se desgastem ou se consumam no decorrer do processo de industrialização. TAXA SELIC. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. Incidindo a Taxa SELIC sobre a restituição, nos termos do art. 39, § 4o da Lei no 9.250/95, a partir de 01.01.96, sendo o ressarcimento uma espécie do gênero restituição, conforme entendimento da Câmara Superior de Recurso Fiscais no Acórdão CSRF/020.708, de 04.06.98, além do que, tendo o Decreto n° 2.138/97 tratado restituição o ressarcimento da mesma maneira, a referida Taxa incidirá, também, sobre o ressarcimento. A Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou recurso especial às fls. 318 a 324 (numeração do processo papel) em que pugna pela reforma da decisão recorrida argumentando , em breve resumo, que restituição não se confunde com ressarcimento, pois possuem naturezas jurídicas distintas. A primeira pressupõe a ocorrência de pagamento indevido, enquanto a segunda seria uma forma de incentivo fiscal e que, desse modo, não caberia atualização pela SELIC no caso de ressarcimento. Regularmente intimada, a contribuinte interpôs recurso especial conforme fls. 340 a 363 e apresentou ainda suas contrarrazões às fls. 364 a 405 . Em seu especial, a contribuinte pleiteia a inclusão dos créditos de IPI sobre energia elétrica e combustíveis, trazendo cópias de acórdãos para corroborar sua tese, além de repisar os argumentos quanto à atualização pela taxa SELIC. Em suas contrarrazões, a contribuinte, basicamente, reafirma seus motivos pela atualização pela SELIC, trazendo jurisprudência do STJ e de Tribunais, além de alguma jurisprudência deste Tribunal Administrativo. Às fls. 416 a 427, encontramos as contrarrazões da Fazenda Nacional, que basicamente reafirma as razões já apresentadas no especial, pleiteando a reforma da decisão recorrida para afastar a atualização pela SELIC e confirmar a da glosa dos créditos de IPI sobre energia elétrica e combustíveis. Despacho de fls. 413 deu seguimento ao especial do contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Joel Miyazaki Os recursos são tempestivos e atendem aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual deles conheço. As matérias aqui trazidas para exame pelo recursos interpostos dizem respeito a: 1. direito ao crédito presumido de IPI nos gastos com energia e combustíveis e 2. cabimento da atualização pela taxa SELIC dos créditos nos pedidos de ressarcimento do crédito presumido de IPI. Fl. 489DF CARF MF Impresso em 25/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/06/2014 por JO EL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10620.000024/0099 Acórdão n.º 9303002.929 CSRFT3 Fl. 433 5 Em relação ao primeiro tema, presente no especial da contribuinte, o entendimento foi pacificado neste Tribunal Administrativo, por meio da súmula 19, que abaixo reproduzo: Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário. Com estas considerações voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial da contribuinte. Quanto ao segundo tema, posto em debate pelo especial fazendário, qual seja o da aplicação da SELIC sobre os créditos presumidos de IPI a ressarcir, verificamos que sobre este assunto há decisão em sede de recurso repetitivo do STJ que , conforme veremos, se aplica aos fatos constantes dos autos. Para maior clareza, transcrevo abaixo excerto da ementa do RESP no. 993.164 – MG (2007/02311873), relator Ministro Luiz Fux: 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. ......................................................................................................... 8. Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS.... 9. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). ................................................................................................. 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento Fl. 490DF CARF MF Impresso em 25/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/06/2014 por JO EL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 6 sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). A decisão acima foi proferida em julgamento relativo a pedido de ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, de que trata a lei 9.363/1996, em que ato normativo infralegal, no caso a IN 23/97, opôs obstáculos à inclusão das aquisições realizadas junto a pessoas físicas e cooperativas na base de cálculo do incentivo. Além disso, tal decisão garante ainda a aplicação da taxa SELIC, conforme depreendese do item 12 do excerto acima. O caso em exame se ajusta à situação examinada no recurso repetitivo. Em despacho de fls. 107 a 219, a autoridade preparadora efetuou a glosa dos diversos créditos pleiteados pela contribuinte, opondo , dessa forma, obstáculo à utilização de parte dos créditos presumidos de IPI. Posteriormente, verificamos que, às fls. 299 e 300, parte do crédito glosado na DRF foi reconhecido pela Delegacia de Julgamento que afastou a glosa de insumos de PJ optantes pelo SIMPLES no valor de R$ 28.385,10. Assim, sobre o crédito presumido referente a esta parcela deve incidir a taxa SELIC desde o protocolo do pedido até sua efetiva utilização (por compensação/ressarcimento) pela contribuinte. Com essas considerações, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL ao especial fazendário, para que a atualização pela taxa SELIC incida apenas sobre a parcela reconhecida na decisão do órgão julgador de 1a. instância. Joel Miyazaki Relator Fl. 491DF CARF MF Impresso em 25/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/06/2014 por JO EL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 12466.000151/98-57
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 17/09/1993 a 21/03/1995
VALORAÇÃO ADUANEIRA - COMISSÕES - AJUSTE DO PREÇO PRATICADO.
Os valores relacionados com as mercadorias objeto de valoração, que o comprador deva pagar, direta ou indiretamente, a título de comissões pelo uso da marca, assistência técnica e publicidade, não deverão ser acrescentados ao preço efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas.
As remunerações percebidas pela MMCB ocorrem após a internalização das mercadorias não sendo admissível incluí-las no cálculo do valor aduaneiro.
Recurso Especial do Procurador Negado.
Numero da decisão: 9303-002.874
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Relator) e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente Substituto
Rodrigo da Costa Pôssas - Relator
Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rebelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Susy Gomes Hoffmann e Marcos Aurélio Pereira Valadão.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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IMPOSTO SOBREPRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. VALOR ADUANEIRO. AI. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado MMC AUTOMOTORES DO BRASIL LTDA. e COMPANHIA IMPORTADORA E EXPORTADORA COIMEX ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 17/09/1993 a 21/03/1995 VALORAÇÃO ADUANEIRA COMISSÕES AJUSTE DO PREÇO PRATICADO. Os valores relacionados com as mercadorias objeto de valoração, que o comprador deva pagar, direta ou indiretamente, a título de comissões pelo uso da marca, assistência técnica e publicidade, não deverão ser acrescentados ao preço efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas. As remunerações percebidas pela MMCB ocorrem após a internalização das mercadorias não sendo admissível incluílas no cálculo do valor aduaneiro. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Relator) e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente Substituto Rodrigo da Costa Pôssas Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 00 01 51 /9 8- 57 Fl. 1305DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/05/2014 por RODRIGO D A COSTA POSSAS Processo nº 12466.000151/9857 Acórdão n.º 9303002.874 CSRFT3 Fl. 1.302 2 Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rebelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Susy Gomes Hoffmann e Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de recurso especial de divergência, tempestivo, interposto pela Fazenda Nacional ao amparo do art. 67, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 25 de junho de 2009, em face do Acórdão n° 3101001.017, de 14/02/2012, assim ementado: Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 17/09/1993 a 21/03/1995 SOLIDARIEDADE. CONFIGURAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE PRESUNÇÃO. A distribuidora da marca no Brasil, por não guardar relação como ato jurídico praticado na importação dos automóveis não se configura solidariamente responsável a importadora por simples presunção, devendo a solidariedade, para se configurar, guardar uma conexão lógica com o fato gerador e resultar da lei ou da vontade das partes. VALORAÇÃO ADUANEIRA. REMUNERAÇÃO PAGA POR CONCESSIONÁRIAS ÀS DETENTORAS DO USO DA MARCA NO PAIS, PELOS SERVIÇOS PRESTADOS DE PROPAGANDA E PROMOÇÃO DA MARCA, NO BRASIL. Para efeito dos arts. 8°, § 1º, alíneas "e" e "d", do Acordo de Valoração Aduaneira, promulgado pelo Decreto n° 92.930, de 16/07/86, bem como da Ata Final que incorpora os Resultados da I Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GATT, promulgada pelo Decreto 1.355 de 30/12/94, não integram o valor aduaneiro as parcelas pagas pelos concessionários a Detentora do Uso da Marca estrangeira no Pais pelos serviços efetivamente contratados e prestados, as custas deles, no Brasil, de preparação e promoção de campanhas publicitárias, visando divulgação e colocação dos produtos importados no mercado interno, o que não beneficia o fabricante, mas, ao contrário, traz benefícios aos Concessionários. Inteligência das interpretações dadas pelas Decisões Cosit n° 14 e 15/97. Fl. 1306DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/05/2014 por RODRIGO D A COSTA POSSAS Processo nº 12466.000151/9857 Acórdão n.º 9303002.874 CSRFT3 Fl. 1.303 3 VALORAÇÃO ADUANEIRA. A área de interesse do valor aduaneiro é somente a operação de importação e exportação no sentido de manter os valores éticos que norteiam o comércio internacional, especialmente relacionados a concorrência leal. Recurso Voluntário Provido A recorrente suscitou divergência quanto ao entendimento adotado pela decisão recorrida, relativamente às parcelas pagas pelas revendedoras de automóveis à empresa MMC Automotores do Brasil Ltda. Em contrarrazões a recorrida alega uma preliminar de não conhecimento do Recurso Especial e faz a sua defesa de mérito, onde pede a improcedência do Recurso ESpecial. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O recurso foi apresentado com observância do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dele tomo conhecimento e passo a apreciar. A admissibilidade ficou caracterizada, pois foi apresentado pela PGFN os paradigmas nos exatos preceitos regimentais. O recurso foi corretamente admitido pelo Presidente da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF, Dr. Henrique Pinheiro Torres. Não há como prosperar a alegação da recorrida como preliminar, em contra razões, de que o acórdão usado como paradigma foi objeto de embargos de declaração, haja vista que tal recurso, em regra, não se presta a modificar o resultado do julgamento mas tão somente a suprir qualquer omissão, obscuridade ou contradição porventura existente no decisum. Assim, não há como prosperar a alegada falta de amparo nos dispositivos regimentais do CARF. Cabe frisar que será feita a análise do recurso somente em relação ao valor aduaneiro, vez que foi a única matéria admitida no exame de admissibilidade exarado pelo Presidente da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF. Correta a interpretação do Presidente, já que foram anexados os paradigmas, onde se constata a divergência apenas sobre o valor aduaneiro dos bens importados com a inclusão de parcelas pagas pelos concessionários à detentora do uso da marca no país. Com efeito, para a exata delimitação do objeto da presente lide, farseá necessário a análise da juridicidade da inclusão da rubrica denominada “comissão pelo uso da marca” no valor aduaneiro declarado pela recorrida e usado para fins de tributação relacionadas à sua base de cálculo. Fl. 1307DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/05/2014 por RODRIGO D A COSTA POSSAS Processo nº 12466.000151/9857 Acórdão n.º 9303002.874 CSRFT3 Fl. 1.304 4 Primeiramente teremos que verificar a participação dos intervenientes nas operações de importação que tiveram o seu valor contestado pela fiscalização. Foi feito um acerto no valor aduaneiro a fim de tornálo mais real de acordo com a legislação aduaneira vigente. A Coimex, ora recorrida, é um empresa comercial importadora responsável pela importação de veículos automotores do fabricante, Mitsubishi Motors Corporation (MMC do Japão). No Brasil, a MMC Automotores do Brasil é que detém os direitos de comercialização da marca, mediante contrato específico. Ela é a responsável pelos despachos de importação dos veículos, na condição de intermediária, por conta e ordem da MMC Automotores do Brasil. Também emitia notas fiscais em seu próprio nome para os concessionários vinculados à MMC, ou seja, a efetiva transação se dava entre a MMC Brasil e a MMC Japão. Os revendedores no Brasil pagam um percentual a título de comissão pelo uso da marca à MMC do Brasil. São essas comissões que foram levantadas pela fiscalização e acrescidas ao valor aduaneiro, que não tinha sido feito pelo importador. A Coimex usufrui dos benefícios tributários do Fundap e age por conta e ordem da MMC Brasil. Ela emite as notas fiscais em seu próprio nome. No valor constante de todas as notas fiscais emitidas pela recorrente consta o valor de aquisição dos veículos e também um percentual, a título de “autorização pelo uso da marca” destinado à MMC Brasil. Sendo o valor dos veículos a somatória desses valores, com qual fundamentação legal não constaria no valor aduaneiro a ser usados como base de cálculo dos tributos incidentes sobre a importação? A MMC Automotores do Brasil Ltda. é detentora do direito de uso da marca Mitsubishi no Brasil, sem exclusividade, tendo contrato de distribuição no Brasil, sendo responsável pela divulgação de seus produtos, em decorrência do que cria e mantém rede de concessionários, recebendo remuneração pelos serviços de garantia, treinamento, assistência técnica etc. A cada importação, efetuada a pedido de um concessionário de sua rede, tem direito à remuneração proporcional ao preço do veiculo importado, cobrada pela licença de uso da marca Mitsubishi e pela prestação de serviços. Também é interveniente nos contratos entre a Coimex e os concessionários e, por fim, pedia a emissão da Guia de Importação, determinando como seriam introduzidos os veículos no Brasil, tendo poder de mando na operação, efetuando os pagamentos e repassando as cartas de crédito ao exportador. Assim, é mister deixar claro que consta dos autos várias faturas, notas de serviços, emitidas pela MMC Automotores do Brasil, para as suas revendedoras, que são cobradas das mesmas importâncias, em valor fixo, a título de “comissão pelo uso da marca”, propaganda e treinamento. O preço de repasse era acrescido de um percentual em cima de uma tabela fornecida pela MMC Motors do Japão. Consta também obrigação contratual (cláusula 17 do contrato), a obrigação de a MMC do Brasil fazer investimento em propaganda e publicidade. Como dizer que esse desembolso feito pela MMC do Brasil não desonera possíveis gastos da matriz japonesa? Como inferir também que esses valores investidos no fortalecimento e valorização da marca Fl. 1308DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/05/2014 por RODRIGO D A COSTA POSSAS Processo nº 12466.000151/9857 Acórdão n.º 9303002.874 CSRFT3 Fl. 1.305 5 não favorecem a dona da marca? Isso não significa benefício ou repasse indireto de valores? Esses valores dispendidos no Brasil pela MMC do Brasil desoneram sobremaneira as despesas com a promoção da marca que seriam efetuadas pela matriz. Novamente fica demonstrado o repasse indireto de valores da MMC do Brasil à MMC do Japão. Como sabemos, a marca faz parte do ativo da empresa. É um bem intangível e que, em muitos casos, valem mais do que todos os outros ativos da empresa em conjunto. Uma valorização da marca traz, por consequência, um aumento no ativo da empresa, o que a torna mais atrativa para o mercado acionário, caso ela emita ações. Não tem como negar o efetivo ganho da proprietária da marca, em muitas vezes em proporções bem maiores do que o investimento alocado. Esse aumento do valor traz ganhos pecuniários efetivos para a matriz japonesa. A meu ver, não cabe aqui a discussão se há o efetivo vínculo entre a MMC Brasil e a MMC Japão, bastando a comprovação de interesse comum. Quem duvida que há interesse mútuo de ambas as organizações empresariais em tudo a que se refere à promoção da marca Mitsubishi? Todos os gastos que resultam em uma valoração da marca, independentemente de quem os realiza beneficia a ambas as organizações empresariais. Assim, o cerne da questão não é a vinculação entre as interessadas e o exportador estrangeiro e a sua influência no preço da transação, mas sim a correta determinação do valor aduaneiro. Como já dito, foi apenas feito o ajuste previsto no art. 8º do Acordo de Valoração Aduaneira. É irrelevante a vinculação para a determinação do valor aduaneiro. Aqui basta este colegiado decidir se foi correto ou não o ajuste feito pela fiscalização. Todos os valores cobrados das concessionárias e repassadas ao consumidor final, inclusive aqueles que são arrecadados e aplicados no Brasil, revertem, mesmo que indiretamente ao exportador (MMC Japão), o que corrobora o acerto do ajuste do valor aduaneiro efetuado. Esses valores eram todos repassados à MMC Brasil. Os ajustes não foram feitos de forma aleatória, mas teve toda a sua base legal devidamente demonstrada e foram todos calculados em elementos e planilhas fornecidas pelas interessadas. Em momento algum houve a presunção de valores. Toda a apuração se deu em exame de documentos e das respostas e explicações dadas pelas interessadas. Assim, a questão fática não está em discussão, mas somente a questão jurídica da inclusão, ou não, dos valores cobrados pela Coimex e repassados pra a MMC Brasil a título de “comissões pelo uso da marca”. Podese concluir, portanto, que os ajustes promovidos pela fiscalização foram calculados com base nos dados fornecidos pelas próprias empresas participantes da operação de revenda. Aliás, cabe destacar que os ajustes do art. 8° do AVA não se limitam àqueles valores ligados diretamente às operações de importação, cujo ônus recaia sobre o comprador, mas inclui também os valores que, em revendas subsequentes beneficiem direta ou indiretamente o exportador. Quanto a esse ponto, quem pode afirmar que não houve reversão de valores à matriz japonesa, como já exposto acima? O interesse e envolvimento da Distribuidora MMC do Brasil na operação somente vêm à luz nos contratos firmados entre ela, suas concessionárias e a Coimex, conforme revelam os exemplares do Contrato de Compra e Venda por Encomenda e do Fl. 1309DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/05/2014 por RODRIGO D A COSTA POSSAS Processo nº 12466.000151/9857 Acórdão n.º 9303002.874 CSRFT3 Fl. 1.306 6 Contrato de Prestação de Serviços, especialmente de sua cláusula 3ª, e do Contrato de Câmbio, cujo fechamento foi operado em nome da empresa distribuidora, MMC do Brasil, conforme demonstram os documentos de fls.423 a 431. Com efeito, estruturação empresarial feita para a comercialização dos veículos automores adquiridos da MMC Japão resultou a divisão das responsabilidades decorrentes da importação. Contudo, intactas permanecem as disposições legais vigentes, sobretudo no que concerne à impossibilidade de se opor à Fazenda Pública, por meio de associações particulares em negócio, a pretensão de impor ao Estado, a prevalência de acordos particulares diante de franca evasão de tributos, aos quais estamos todos obrigados. Diante de todas as planilhas e esclarecimentos apresentados pelas interessadas, foi feito o ajuste do preço efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas, segundo critérios acordados no âmbito do GATT, estando contidos no artigo 8 do Acordo de Valoração Aduaneira, que assim dispõe: “Artigo 8 Na determinação do valor aduaneiro, segundo as disposições do Art. 1, deverão ser acrescentados ao preço efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas: (...) (c) royalties e direitos de licença relacionados com as mercadorias objeto de valoração, que o comprador deva pagar, direta ou indiretamente, como condição de venda dessas mercadorias, na medida em que tais royalties e direitos de licença não estejam incluídos no preço efetivamente pago ou a pagar; (d) o valor de qualquer parcela do resultado de qualquer revenda, cessão ou utilização subseqüente das mercadorias importadas, que reverta direta ou indiretamente ao vendedor.”(destaquei) É importante destacar que o aperfeiçoamento do valor aduaneiro, resultado da aplicação dos ajustes previstos no AVA não significa desqualificar o valor de transação. Aqui não estamos tratando de subfaturamento, o que implicaria rito diferente de apreciação da operação comercial. Neste caso, o valor da transação foi aceito e ajustado em cumprimento do que determinam as normas de valoração aduaneira. Como é possível verificar, diferentemente do que se poderia indagar, o AVA/GATT não condiciona o acréscimo dos Direitos de Licença ao fato deles terem sido pagos diretamente ao exportador, basta que eles estejam atrelados ao valor da mercadoria. Da mesma forma, não há que se falar na necessidade de reversão direta quando se discute o ajuste consignado na alínea “d”: Se algum percentual da revenda beneficia o exportador, ainda que indiretamente, esse benefício deve ser considerado para efeito de cálculo do valor de transação. Ainda com relação à necessidade dos ajustes promovidos, tomo emprestadas as considerações do i. Conselheiro José Luiz Novo Rossari, assentadas no voto condutor do Acórdão 320200.113, de 25 de maio de 2010, que trata de uma interpretação do AVA. Fl. 1310DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/05/2014 por RODRIGO D A COSTA POSSAS Processo nº 12466.000151/9857 Acórdão n.º 9303002.874 CSRFT3 Fl. 1.307 7 O Acordo é claro no sentido de determinar a aplicação dos ajustes ali referidos, não estabelecendo ressalvas no tocante aos aspectos comerciais ou operacionais nas importações. No caso em exame, a marca é um bem em relação ao qual há uma preocupação permanente no sentido de manter e aumentar a sua valorização, o que implica inequivocamente benefício direto para o seu proprietário, em termos de acréscimos de vendas em função da valorização do produto. A condição de venda traduzse pela obrigação de que, em cada revenda, se fizesse o pagamento de parcela à distribuidora, o que torna inequívoca a existência de reversão de valores à empresa que autorizou a importação, participante de contrato de distribuição com a (omiti), e que constou como interveniente nos contratos de compra e venda, hipótese prevista no art. 8o, 1, "d", do Acordo. De destacarse que o Acordo não estabelece que o pagamento deva ser feito ao exportador, e sim, como pagamento direto ou indireto. No caso, mesmo que não tenha promovido a revenda, a (omiti), como empresa pactuada com a exportadora, recebeu parcelas compulsórias a título de direitos de licença. Pelo exposto, e considerando que as comissões pelo uso da marca pagas não foram incluídas no valor aduaneiro e que, sem a realização do ajuste feito pela fiscalização, em atendimento ao que dispõe o art. 1º do Código de Valoração Aduaneira, combinado com seu art. 8º, haveria uma contrariedade à Legislação Aduaneira então vigente, causando uma valoração irreal das mercadorias em questão, voto pelo provimento ao recurso especial interposto Fazenda Nacional. Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 1311DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/05/2014 por RODRIGO D A COSTA POSSAS Processo nº 12466.000151/9857 Acórdão n.º 9303002.874 CSRFT3 Fl. 1.308 8 Voto Vencedor Conselheiro Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva Redator designado. O Ilustre Conselheiro Rodrigo Pôssas, defendeu a vertente de que eventuais comissões pelo uso da marca deveriam integrar o valor aduaneiro das mercadorias. A Decisão objeto dos presentes Recursos, como inserido no relatório, adota o entendimento da necessidade de ajustes ao Valor Aduaneiro com a inclusão de montantes pagos pelos concessionários Mitsubishi a título de licença de uso da marca com fundamento nos arts. 1º e 8º, 1, “c” e “d”, do AVA promulgado pelo Decreto nº 92.930/86. Reedito considerações sobre meu entendimento acerca das incidências formadoras do mosaico da base de cálculo de bens importados afirmando que de todos sabido, que a finalidade de se quantificar economicamente o ingresso de produtos estrangeiros em um País, diz respeito ao estabelecimento dos seus exatos valores, objetivando a equalização das trocas entre os Estados, regulando o mercado na busca de impedir sub/supervaloração, e cuidando igualmente do controle documental necessário às internalizações. Destaco que as remunerações percebidas pela MMCB dizem respeito ao seu desempenho na prestação de serviços à rede de concessionários no Brasil e igualmente pela cessão de uso da marca não sendo ela, in casu, responsável pelas vendas dos produtos da MMC e assim, nada indica estarse tratando de comissões. Amparei também o meu entendimento nas decisões COSIT 14/15/97, que consideram os valores pagos pelas concessionárias às detentoras de uso da marca e treinamento de pessoal, não servíveis para acréscimo ao valor aduaneiro quanto ao cálculo do II e igualmente não devem integrar a base de cálculo do IPI interpretando o disposto no art. 8º, 1 “a” do AVA como inaplicável ao caso dos autos. A Decisão objeto dos presentes Recursos, como inserido no relatório, adota o entendimento da necessidade de ajustes ao Valor Aduaneiro com a inclusão de montantes pagos pelos concessionários Mitsubishi a título de licença de uso da marca com fundamento nos arts. 1º e 8º, 1, “c” e “d”, do AVA promulgado pelo Decreto nº 92.930/86. Centrei meu entendimento no exame dos contratos que normatizam os procedimentos comerciais entre as empresas envolvidas na distribuição, fornecimento, uso da marca, prestação de serviços de assistência técnica, publicidade e compra e venda por encomenda, neles ficando a COIMEX como responsável pelas importações e a MMCB como interveniente responsável pela prestação de serviços à rede de concessionários no Brasil e ainda pela cessão de uso da marca não lhe cabendo a responsabilidade pelas vendas dos produtos da MMC e portanto, não caracterizando a existência de comissões. Indiscutível, pelo que consta deste processo que a COIMEX é a importadora dos produtos e conforme constatou o Ilustre Conselheiro Júlio Alves Ramos no voto vencedor no processo 12466.000155/9816, Acórdão nº 9303002105 a cobrança dos serviços postos à Fl. 1312DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/05/2014 por RODRIGO D A COSTA POSSAS Processo nº 12466.000151/9857 Acórdão n.º 9303002.874 CSRFT3 Fl. 1.309 9 disposição dos concessionários, discriminada em documento fiscal emitido pela MMCB não encontra nenhum registro de participação da COIMEX. Como já me referi em outros casos idênticos, entendo que os serviços foram realizados após as importações o mesmo ocorrendo com a cessão do uso da marca tudo sendo materializado após a entrada e o desembaraço aduaneiro em território brasileiro inexistindo, portanto, relação imediata com elas independentemente do método de valoração eleito o que me posiciona na direção de não adotar o contido no art. 124,I do CTN quanto a solidariedade. Foi com base nesses fundamentos que votei pelo improvimento do recurso fazendário. Conselheiro Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Fl. 1313DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 05/05/2014 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/05/2014 por RODRIGO D A COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 13888.904216/2009-04
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 31/05/2004
PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA.
Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do Decreto-Lei nº 288/67.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-004.081
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Incidência sobre receitas de vendas a empresas sediadas na ZFM. Recorrente CRISTINA APARECIDA FREDERICH & CIA LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/05/2004 PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA. Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do DecretoLei nº 288/67. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 42 16 /2 00 9- 04 Fl. 286DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904216/200904 Acórdão n.º 9303004.081 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela contribuinte com fulcro nos artigos 64, inciso II e 67 e seguintes do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/09, meio pelo qual busca a reforma do Acórdão nº 3303002.503, que negou provimento ao recurso voluntário. Decidiu o colegiado a quo pela incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Cientificado do mencionado acórdão o sujeito passivo apresentou recurso especial suscitando divergência jurisprudencial quanto à isenção das contribuições sobre as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e serviços para empresas com domicílio na Zona Franca de Manaus. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Carlos Alberto Freitas Barreto, Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303003.934, de 07/06/2016, proferido no julgamento do processo 10650.902444/201141, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303003.934): "A matéria, única, posta ao exame do colegiado não é nova. Com efeito, já tivemos oportunidade de nos pronunciar sobre ela em diversas ocasiões, tendo eu firmado convicção pela inaplicabilidade de qualquer medida desonerativa (seja isenção, imunidade ou alíquota zero) aos fatos geradores anteriores a julho de 2004. No relatório da Dra. Vanessa consta que o contribuinte aduziu em seu recurso: "que: (a) o DecretoLei nº 288/67 equipara os efeitos das operações de venda para a Zona Franca de Manaus às exportações para o estrangeiro, sendolhes aplicáveis as vantagens fiscais estabelecidas pela legislação para as exportações, nos termos do seu art. 4º; (b) o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido da não incidência de PIS sobre as receitas decorrentes das vendas para empresas sediadas na Zona Franca de Manaus; (c) o Supremo Tribunal Fl. 287DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904216/200904 Acórdão n.º 9303004.081 CSRFT3 Fl. 4 3 Federal, ao proferir liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.3489, suspendeu a eficácia da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’, contida no inciso I, do §2º do art. 14 da MP nº 2.03724/00, expressão suprimida do diploma legal pelo Poder Executivo ao editar, na mesma data, a MP nº 2.03725/2000; e, por fim, (d) não incide o PIS para os fatos geradores ocorridos em fevereiro de 2002, tendo em vista a revogação da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’ do inciso I, §2º do art. 14 da MP nº 2.03725/2000 e a equiparação dos efeitos fiscais das vendas para a Zona Franca de Manaus às exportações para o exterior". Consideroos todos abarcados no voto que segue, proferido em sessão de 2011, no qual enfrentei ainda outros argumentos. Reconheço haver decisões do STJ em sentido oposto, mas, como nenhuma delas cumpre os requisitos do art. 62 do atual regimento interno desta Casa, peço vênia para continuar teimando. Disseo eu naquela ocasião: Vale iniciálo reenunciando o criativo entendimento da recorrente: a) não há necessidade de previsão legal expressa concessiva da isenção porque o decretolei 288 e o Ato Complementar 35/67 bastam; b) deferida isenção para exportações em geral, a vendas à ZFM está imediata e automaticamente estendida; c) tendo o Ato Complementar à Constituição de 67 a natureza de lei complementar, como pacificado em nossos Tribunais,. nenhuma lei ordinária o poderia revogar; d) a “revogação” pretendida somente vigorou entre ___ e ___, sendo de rigor reconhecer a isenção, ao menos, nos períodos anterior e posterior. Ainda que criativo, o raciocínio desenvolvido na defesa não merece prosperar cabendo a manutenção da decisão recorrida pelos motivos que se expõem em seguida. Em primeiro lugar, a premissa de que o decretolei 288 teria assegurado que todo e qualquer incentivo direcionado a promover as exportações deveria, imediata e automaticamente, ser estendido à Zona Franca de Manaus não resiste sequer ao primeiro dos métodos interpretativos consagradamente admitidos: a literalidade. É que tal extensão somente caberia se o citado decreto tivesse afirmado que as remessas de produtos para a Zona Franca de Manaus são exportação. Nesse caso, a equiparação valeria mesmo para outros efeitos, não fiscais. Poderia, para o que interessa, restringila a “todos os efeitos fiscais”. Se o tivesse feito, dúvida não haveria de que qualquer mudança posterior na legislação que viesse a afetar as exportações, no que tange a tributos, afetaria do mesmo modo e na mesma medida aquela zona. Fl. 288DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904216/200904 Acórdão n.º 9303004.081 CSRFT3 Fl. 5 4 Mas já foi repetidamente assinalado que o artigo 4º daquele ato legal, embora traga de fato a expressão acima, apôs a ressalva “constantes da legislação em vigor”. Não vejo como essa restrição possa ser entendida de modo diverso do que tem sido interpretado pela Administração: apenas os incentivos às exportações que já vigiam em 1 de fevereiro de 1967 estavam “automaticamente” estendidos à ZFM por força desse comando. E ponho a palavra entre aspas porque nem mesmo o Poder Executivo – e vale assinalar que estamos falando de um período de exceção, em que o Poder executivo quase tudo podia – pareceu estar tão seguro desse automatismo, visto que fez editar, na mesma data, o Ato Complementar 35, cujo artigo 7º assegurou aquela extensão ao ICM. Aliás, da interpretação dada pela recorrente a este último ato também divergimos. Deveras, pretende ela que ele teria alçado ao patamar de lei complementar a equiparação já prevista no decretolei. A meu ver, porém, tudo o que faz é definir com maior precisão o que se entende por produtos industrializados para efeito da não incidência de ICM nas exportações já prevista na Constituição de 67. Defineos no parágrafo 1º, recorrendo à tabela do então criado imposto sobre produtos industrializados (tabela anexa à Lei 4.502). No parágrafo segundo, estende, também para efeito de ICM, aquela imunidade às vendas a zonas francas. Essa interpretação me parece forçosa quando se sabe que, segundo a boa técnica legislativa, os parágrafos de um dado artigo não acrescentam matéria ao disposto no caput, apenas esclarecem sobre o alcance daquela matéria. E ao esclarecer podem impor uma definição restritiva, como no parágrafo primeiro, ou extensiva, como no segundo. O que não pode um simples parágrafo é tratar de matéria que não esteja contida no caput e nos seus incisos. E não parece haver dúvida de que aí apenas se cuida da imunidade do ICM. Assim, o ato legal nem previu imunidade genérica, nem estendeu ao IPI a imunidade do ICM, como afirma a empresa. Ora, se a previsão do decretolei deveria alcançar “todos os efeitos fiscais” e já havia previsão de imunidade de ICM sobre produtos industrializados, para que tal parágrafo no ato complementar? Há, contudo, razões mais profundas do que a mera literalidade. É que a zona franca de Manaus não é meramente uma área livre de restrições aduaneiras, característica das chamadas zonas francas comerciais. O que se buscou com a sua criação foi induzir a instalação naquele distante rincão nacional de empresas de caráter industrial, que gerassem emprego e renda para a região Norte. Para tanto, definiuse um conjunto de incentivos fiscais que, à época de sua criação, seria suficiente, no entender dos seus formuladores, para gerar aquela atração. Tais incentivos, e apenas eles, configuram diferenciação em favor dos produtos importados e industrializados naquela área. Fl. 289DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904216/200904 Acórdão n.º 9303004.081 CSRFT3 Fl. 6 5 Foi essa diferença tributária que induziu a criação do parque industrial que ali se veio a instalar e, assim, é apenas a retirada de algum daqueles incentivos que pode ser taxada de “quebra de contrato”. A contrário senso, novos incentivos fiscais que se venham a instituir podem ou não ser a ela estendidos conforme entenda útil o legislador por ocasião de sua instituição. Isso não se dá automaticamente com os incentivos genéricos à exportação cujo objetivo comum tem sido a geração das divisas imprescindíveis ao pagamento dos compromissos internacionais durante tanto tempo somente alcançáveis por meio das exportações. Por óbvio, a ninguém escapa que vendas à ZFM não geram divisas. Diferentes, pois, os objetivos, nenhum automatismo se justifica. Prova desse raciocínio é que dois anos apenas após a criação da ZFM, inventaram os “legisladores executivos” de então novo incentivo à exportação, o malsinado “crédito prêmio” posteriormente tão combatido nos acordos de livre comércio a que o País aderia. Sua legislação expressamente incluiu a Zona Franca. Fêlo, no entanto, apenas para os casos em que, após serem “exportados” para lá, fossem dali efetivamente exportados para o exterior (“reexportados”, na linguagem do declei). Em outras palavras, já em 1969 dava o executivo provas de que aquela extensão nem era automática, nem tinha que se dar sem qualquer restrição. Logo, ainda que se avance na interpretação da norma, ultrapassando o método literal e adentrandose o histórico e o teleológico, se chega à mesma conclusão: o decretolei 288 apenas determinou a adoção dos incentivos fiscais à exportação já existentes e acresceu incentivos específicos voltados a promover o desenvolvimento da região menos densamente povoada de nosso território. Nessa linha de raciocínio, portanto, há de se buscar na legislação específica do PIS e da COFINS, tributos somente instituídos após a criação da ZFM, dispositivo que preveja alguma forma de desoneração nas vendas àquela região, seja a não incidência, alíquota zero ou isenção. E não se precisa ir longe para ver que ela somente começa a existir em 2004, com a edição da Medida Provisória 202. De fato, a “exclusão das receitas de exportação” da base de cálculo do PIS tratada na Lei 7.714 e a isenção da COFINS sobre receitas de exportação prevista na Lei Complementar 70 e objeto da Lei complementar 85 não incluíram expressamente as vendas à ZFM ainda que tenham estendido o benefício a outras operações equiparadas a exportação. Um exame cuidadoso dessas extensões vai revelar o que se disse acima: todas elas geram, imediata ou mediatamente, divisas internacionais. A conclusão que se impõe, assim, é que não havia, até o surgimento da Medida Provisória 1.858 qualquer benefício fiscal Fl. 290DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904216/200904 Acórdão n.º 9303004.081 CSRFT3 Fl. 7 6 que desonerasse de PIS e de COFINS as receitas obtidas com a venda de produtos para empresas sediadas na ZFM. É certo que esse entendimento não era uníssono, muita peleja tendo se travado entre o fisco e os contribuintes que pretendiam estarem tais vendas amparadas pelos atos legais mencionados. E essas divergências somente se agravaram com a edição da MP, cuja redação padece de diversas inconsistências. Com efeito, tal MP, que revogou a Lei 7.714 e a Lei Complementar 85, disciplinando por completo a isenção das duas contribuições nas operações de exportação trouxe dispositivo expresso “excluindo” as vendas à ZFM. Isso, por óbvio, aguçou a interpretação de que já havia dispositivo isentivo e que esse dispositivo estava sendo agora revogado. Defendo que não, embora seja forçoso reconhecer que o dispositivo apenas criou desnecessário imbróglio. Com efeito, ouso divergir da conclusão exposta no Parecer PFGN 1789 no sentido de que tal ressalva se destinava apenas aos comandos insertos nos incisos IV, VI, VIII e IX. A razão para tanto é que aí ventilamse hipóteses intrinsecamente ligadas ao objetivo que o ato pretende incentivar: vendas para o exterior que trazem divisas para o país. Refirome aos incisos VIII (vendas com o fim de exportação a trading companies e demais empresas exportadoras) bem como o fornecimento de bordo a embarcações em tráfego internacional (ship’s Chandler). Além disso, a interpretação não apenas retira um incentivo, ela pressupõe um desincentivo: qualquer trading do decretolei 1.248/72, exportadora inscrita na SECEX ou ship’s Chandler instalada em outro ponto do território nacional terá vantagem em relação à que ali se instale. Não faz sentido tal discriminação contra a ZFM. A interpretação dada pela douta PGFN parece buscar um sentido para o comando do parágrafo de modo a não tornálo redundante. Fêlo, todavia, da pior forma, a meu sentir, pois fixouse no método literal esquecendose de considerar o motivo da norma. Realmente, uma cuidadosa leitura do parecer permite ler o artigo, com o respectivo parágrafo segundo, da seguinte forma: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, desde que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) NÃO esteja situada na ZFM. Com a exclusão do parágrafo: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, mesmo que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) esteja situada na ZFM. Ora, o objeto da isenção versada nesses dispositivos nada tem a ver com a localização da compradora mas com o que ela faz. É a atividade (exportação com conseqüente ingresso de divisas) que se quer incentivar. O que se tem de decidir é se a mera venda à ZFM, que não gera divisa nenhuma, deve a isso ser equiparado. Foi isso, em meu entender, que o parágrafo quis dizer: não é o que o Parecer da PGFN consegue nele ler. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904216/200904 Acórdão n.º 9303004.081 CSRFT3 Fl. 8 7 Em conseqüência desse parecer, surgem decisões como as que ora se examinam: o pedido tinha a ver com venda a ZFM. A decisão abre a possibilidade de que tenha mesmo havido recolhimento indevido, mas por motivo completamente diverso. E mais, atribui ao contribuinte a prova dessa outra circunstância, que não motivara o seu pedido. Nonsense completo. Esse meu reconhecimento implica aceitar que o malsinado parágrafo estava sim se referindo, genericamente, às vendas à ZFM, ou, mais claramente, está ele a dizer que, para efeito do incentivo de PIS e COFINS, a mera venda a empresa sediada na ZFM não se equipara à exportação de que cuida o inciso II do ato legal em discussão. Mas, ao fazêlo, não está revogando dispositivo isentivo anterior: está simplesmente cumprindo o seu papel esclarecedor, ainda que nesse caso melhor fosse nada ter tentado esclarecer... Aliás, idêntico dispositivo esclarecedor poderia ter estado presente na LC 85 e na Lei 7.714 como já estivera no decretolei 491. Com isso, muita discussão travada administrativamente teria sido evitada ou transferida para o Judiciário. É a ausência de tal dispositivo e sua presença na nova lei que cria o imbróglio. Ele não leva, contudo, em minha opinião, à interpretação simplória de que tal ausência implicasse haver isenção. Para isso, primeiro, se tem de admitir que basta o Decretolei 288. Essa interpretação, pareceme, está em maior consonância com o espírito legisferante, pois não faz sentido considerar que uma norma que procura incentivar as exportações tenha instituído uma discriminação contra uma região (região, aliás, que sempre se procurou incentivar) em operações que produzem o mesmo resultado: a geração de divisas internacionais. A minha conclusão é, assim, de que mesmo entre 1º de fevereiro de 1999 e 31 de dezembro de 2000 há, sim, isenção das contribuições naquelas hipóteses, ainda que a empresa esteja situada na ZFM. Em outras palavras, a localização da empresa não é impeditivo à fruição do incentivo à exportação, desde que cumprido o que está previsto naqueles incisos. Mas tampouco há isenção APENAS PORQUE A COMPRADORA LÁ ESTEJA. Nos recursos ora em exame, esse foi o fundamento do pedido e a ele deveria terse restringido a DRJ. Nesses termos, só causa mais imbróglio a afirmação constante no acórdão recorrido de que “haveria direito” no período de 1º de janeiro de 2001 a julho de 2004 mas não estava ele adequadamente comprovado. Simplesmente não há o direito na forma requerida. E por isso mesmo não cabe a pretensão do contribuinte de que a Administração adapte o seu pedido fazendo as pesquisas internas que permitam apurar se alguma das empresas por ele listadas na planilha referida se enquadra naquelas disposições. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904216/200904 Acórdão n.º 9303004.081 CSRFT3 Fl. 9 8 O máximo que se poderia admitir, dado o teor da decisão, era que, em grau de recurso, trouxesse a empresa tal prova. Não o fez, porém, limitandose a postular a nulidade da decisão porque não determinou aquelas diligências. Não sendo obrigatória a realização de diligências, como se sabe (art. __ do Decreto 70.235), sua ausência não acarreta nulidade da decisão proferida por quem legalmente competente para tal. Cabe sim manter aquela decisão dado que o contribuinte não comprovou o seu direito como lhe exigem o Decreto 70.235, a Lei 9.784 e o próprio Código Civil (art. 333). Com tais considerações, nego provimento ao recurso do contribuinte. Com essas mesmas considerações, votei, também aqui, pelo não provimento do recurso do contribuinte, sendo esse o acórdão que me coube redigir." Aplicandose as razões de decidir, o voto e o resultado acima do processo paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso especial do contribuinte, em razão da incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas efetuadas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 293DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 10882.900899/2008-01
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003
PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA.
Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do Decreto-Lei nº 288/67.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-004.001
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Incidência sobre receitas de vendas a empresas sediadas na ZFM. Recorrente SHERWINWILLIAMS DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA. Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do DecretoLei nº 288/67. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 08 99 /2 00 8- 01 Fl. 165DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10882.900899/200801 Acórdão n.º 9303004.001 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela contribuinte com fulcro nos artigos 64, inciso II e 67 e seguintes do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/09, meio pelo qual busca a reforma do Acórdão nº 3801004.967, que negou provimento ao recurso voluntário. Decidiu o colegiado a quo pela incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Cientificado do mencionado acórdão o sujeito passivo apresentou recurso especial suscitando divergência jurisprudencial quanto à isenção das contribuições sobre as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e serviços para empresas com domicílio na Zona Franca de Manaus. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Carlos Alberto Freitas Barreto, Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303003.934, de 07/06/2016, proferido no julgamento do processo 10650.902444/201141, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303003.934): "A matéria, única, posta ao exame do colegiado não é nova. Com efeito, já tivemos oportunidade de nos pronunciar sobre ela em diversas ocasiões, tendo eu firmado convicção pela inaplicabilidade de qualquer medida desonerativa (seja isenção, imunidade ou alíquota zero) aos fatos geradores anteriores a julho de 2004. No relatório da Dra. Vanessa consta que o contribuinte aduziu em seu recurso: "que: (a) o DecretoLei nº 288/67 equipara os efeitos das operações de venda para a Zona Franca de Manaus às exportações para o estrangeiro, sendolhes aplicáveis as vantagens fiscais estabelecidas pela legislação para as exportações, nos termos do seu art. 4º; (b) o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido da não incidência de PIS sobre as receitas decorrentes das vendas para empresas sediadas na Zona Franca de Manaus; (c) o Supremo Tribunal Fl. 166DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10882.900899/200801 Acórdão n.º 9303004.001 CSRFT3 Fl. 4 3 Federal, ao proferir liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.3489, suspendeu a eficácia da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’, contida no inciso I, do §2º do art. 14 da MP nº 2.03724/00, expressão suprimida do diploma legal pelo Poder Executivo ao editar, na mesma data, a MP nº 2.03725/2000; e, por fim, (d) não incide o PIS para os fatos geradores ocorridos em fevereiro de 2002, tendo em vista a revogação da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’ do inciso I, §2º do art. 14 da MP nº 2.03725/2000 e a equiparação dos efeitos fiscais das vendas para a Zona Franca de Manaus às exportações para o exterior". Consideroos todos abarcados no voto que segue, proferido em sessão de 2011, no qual enfrentei ainda outros argumentos. Reconheço haver decisões do STJ em sentido oposto, mas, como nenhuma delas cumpre os requisitos do art. 62 do atual regimento interno desta Casa, peço vênia para continuar teimando. Disseo eu naquela ocasião: Vale iniciálo reenunciando o criativo entendimento da recorrente: a) não há necessidade de previsão legal expressa concessiva da isenção porque o decretolei 288 e o Ato Complementar 35/67 bastam; b) deferida isenção para exportações em geral, a vendas à ZFM está imediata e automaticamente estendida; c) tendo o Ato Complementar à Constituição de 67 a natureza de lei complementar, como pacificado em nossos Tribunais,. nenhuma lei ordinária o poderia revogar; d) a “revogação” pretendida somente vigorou entre ___ e ___, sendo de rigor reconhecer a isenção, ao menos, nos períodos anterior e posterior. Ainda que criativo, o raciocínio desenvolvido na defesa não merece prosperar cabendo a manutenção da decisão recorrida pelos motivos que se expõem em seguida. Em primeiro lugar, a premissa de que o decretolei 288 teria assegurado que todo e qualquer incentivo direcionado a promover as exportações deveria, imediata e automaticamente, ser estendido à Zona Franca de Manaus não resiste sequer ao primeiro dos métodos interpretativos consagradamente admitidos: a literalidade. É que tal extensão somente caberia se o citado decreto tivesse afirmado que as remessas de produtos para a Zona Franca de Manaus são exportação. Nesse caso, a equiparação valeria mesmo para outros efeitos, não fiscais. Poderia, para o que interessa, restringila a “todos os efeitos fiscais”. Se o tivesse feito, dúvida não haveria de que qualquer mudança posterior na legislação que viesse a afetar as exportações, no que tange a tributos, afetaria do mesmo modo e na mesma medida aquela zona. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10882.900899/200801 Acórdão n.º 9303004.001 CSRFT3 Fl. 5 4 Mas já foi repetidamente assinalado que o artigo 4º daquele ato legal, embora traga de fato a expressão acima, apôs a ressalva “constantes da legislação em vigor”. Não vejo como essa restrição possa ser entendida de modo diverso do que tem sido interpretado pela Administração: apenas os incentivos às exportações que já vigiam em 1 de fevereiro de 1967 estavam “automaticamente” estendidos à ZFM por força desse comando. E ponho a palavra entre aspas porque nem mesmo o Poder Executivo – e vale assinalar que estamos falando de um período de exceção, em que o Poder executivo quase tudo podia – pareceu estar tão seguro desse automatismo, visto que fez editar, na mesma data, o Ato Complementar 35, cujo artigo 7º assegurou aquela extensão ao ICM. Aliás, da interpretação dada pela recorrente a este último ato também divergimos. Deveras, pretende ela que ele teria alçado ao patamar de lei complementar a equiparação já prevista no decretolei. A meu ver, porém, tudo o que faz é definir com maior precisão o que se entende por produtos industrializados para efeito da não incidência de ICM nas exportações já prevista na Constituição de 67. Defineos no parágrafo 1º, recorrendo à tabela do então criado imposto sobre produtos industrializados (tabela anexa à Lei 4.502). No parágrafo segundo, estende, também para efeito de ICM, aquela imunidade às vendas a zonas francas. Essa interpretação me parece forçosa quando se sabe que, segundo a boa técnica legislativa, os parágrafos de um dado artigo não acrescentam matéria ao disposto no caput, apenas esclarecem sobre o alcance daquela matéria. E ao esclarecer podem impor uma definição restritiva, como no parágrafo primeiro, ou extensiva, como no segundo. O que não pode um simples parágrafo é tratar de matéria que não esteja contida no caput e nos seus incisos. E não parece haver dúvida de que aí apenas se cuida da imunidade do ICM. Assim, o ato legal nem previu imunidade genérica, nem estendeu ao IPI a imunidade do ICM, como afirma a empresa. Ora, se a previsão do decretolei deveria alcançar “todos os efeitos fiscais” e já havia previsão de imunidade de ICM sobre produtos industrializados, para que tal parágrafo no ato complementar? Há, contudo, razões mais profundas do que a mera literalidade. É que a zona franca de Manaus não é meramente uma área livre de restrições aduaneiras, característica das chamadas zonas francas comerciais. O que se buscou com a sua criação foi induzir a instalação naquele distante rincão nacional de empresas de caráter industrial, que gerassem emprego e renda para a região Norte. Para tanto, definiuse um conjunto de incentivos fiscais que, à época de sua criação, seria suficiente, no entender dos seus formuladores, para gerar aquela atração. Tais incentivos, e apenas eles, configuram diferenciação em favor dos produtos importados e industrializados naquela área. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10882.900899/200801 Acórdão n.º 9303004.001 CSRFT3 Fl. 6 5 Foi essa diferença tributária que induziu a criação do parque industrial que ali se veio a instalar e, assim, é apenas a retirada de algum daqueles incentivos que pode ser taxada de “quebra de contrato”. A contrário senso, novos incentivos fiscais que se venham a instituir podem ou não ser a ela estendidos conforme entenda útil o legislador por ocasião de sua instituição. Isso não se dá automaticamente com os incentivos genéricos à exportação cujo objetivo comum tem sido a geração das divisas imprescindíveis ao pagamento dos compromissos internacionais durante tanto tempo somente alcançáveis por meio das exportações. Por óbvio, a ninguém escapa que vendas à ZFM não geram divisas. Diferentes, pois, os objetivos, nenhum automatismo se justifica. Prova desse raciocínio é que dois anos apenas após a criação da ZFM, inventaram os “legisladores executivos” de então novo incentivo à exportação, o malsinado “crédito prêmio” posteriormente tão combatido nos acordos de livre comércio a que o País aderia. Sua legislação expressamente incluiu a Zona Franca. Fêlo, no entanto, apenas para os casos em que, após serem “exportados” para lá, fossem dali efetivamente exportados para o exterior (“reexportados”, na linguagem do declei). Em outras palavras, já em 1969 dava o executivo provas de que aquela extensão nem era automática, nem tinha que se dar sem qualquer restrição. Logo, ainda que se avance na interpretação da norma, ultrapassando o método literal e adentrandose o histórico e o teleológico, se chega à mesma conclusão: o decretolei 288 apenas determinou a adoção dos incentivos fiscais à exportação já existentes e acresceu incentivos específicos voltados a promover o desenvolvimento da região menos densamente povoada de nosso território. Nessa linha de raciocínio, portanto, há de se buscar na legislação específica do PIS e da COFINS, tributos somente instituídos após a criação da ZFM, dispositivo que preveja alguma forma de desoneração nas vendas àquela região, seja a não incidência, alíquota zero ou isenção. E não se precisa ir longe para ver que ela somente começa a existir em 2004, com a edição da Medida Provisória 202. De fato, a “exclusão das receitas de exportação” da base de cálculo do PIS tratada na Lei 7.714 e a isenção da COFINS sobre receitas de exportação prevista na Lei Complementar 70 e objeto da Lei complementar 85 não incluíram expressamente as vendas à ZFM ainda que tenham estendido o benefício a outras operações equiparadas a exportação. Um exame cuidadoso dessas extensões vai revelar o que se disse acima: todas elas geram, imediata ou mediatamente, divisas internacionais. A conclusão que se impõe, assim, é que não havia, até o surgimento da Medida Provisória 1.858 qualquer benefício fiscal Fl. 169DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10882.900899/200801 Acórdão n.º 9303004.001 CSRFT3 Fl. 7 6 que desonerasse de PIS e de COFINS as receitas obtidas com a venda de produtos para empresas sediadas na ZFM. É certo que esse entendimento não era uníssono, muita peleja tendo se travado entre o fisco e os contribuintes que pretendiam estarem tais vendas amparadas pelos atos legais mencionados. E essas divergências somente se agravaram com a edição da MP, cuja redação padece de diversas inconsistências. Com efeito, tal MP, que revogou a Lei 7.714 e a Lei Complementar 85, disciplinando por completo a isenção das duas contribuições nas operações de exportação trouxe dispositivo expresso “excluindo” as vendas à ZFM. Isso, por óbvio, aguçou a interpretação de que já havia dispositivo isentivo e que esse dispositivo estava sendo agora revogado. Defendo que não, embora seja forçoso reconhecer que o dispositivo apenas criou desnecessário imbróglio. Com efeito, ouso divergir da conclusão exposta no Parecer PFGN 1789 no sentido de que tal ressalva se destinava apenas aos comandos insertos nos incisos IV, VI, VIII e IX. A razão para tanto é que aí ventilamse hipóteses intrinsecamente ligadas ao objetivo que o ato pretende incentivar: vendas para o exterior que trazem divisas para o país. Refirome aos incisos VIII (vendas com o fim de exportação a trading companies e demais empresas exportadoras) bem como o fornecimento de bordo a embarcações em tráfego internacional (ship’s Chandler). Além disso, a interpretação não apenas retira um incentivo, ela pressupõe um desincentivo: qualquer trading do decretolei 1.248/72, exportadora inscrita na SECEX ou ship’s Chandler instalada em outro ponto do território nacional terá vantagem em relação à que ali se instale. Não faz sentido tal discriminação contra a ZFM. A interpretação dada pela douta PGFN parece buscar um sentido para o comando do parágrafo de modo a não tornálo redundante. Fêlo, todavia, da pior forma, a meu sentir, pois fixouse no método literal esquecendose de considerar o motivo da norma. Realmente, uma cuidadosa leitura do parecer permite ler o artigo, com o respectivo parágrafo segundo, da seguinte forma: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, desde que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) NÃO esteja situada na ZFM. Com a exclusão do parágrafo: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, mesmo que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) esteja situada na ZFM. Ora, o objeto da isenção versada nesses dispositivos nada tem a ver com a localização da compradora mas com o que ela faz. É a atividade (exportação com conseqüente ingresso de divisas) que se quer incentivar. O que se tem de decidir é se a mera venda à ZFM, que não gera divisa nenhuma, deve a isso ser equiparado. Foi isso, em meu entender, que o parágrafo quis dizer: não é o que o Parecer da PGFN consegue nele ler. Fl. 170DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10882.900899/200801 Acórdão n.º 9303004.001 CSRFT3 Fl. 8 7 Em conseqüência desse parecer, surgem decisões como as que ora se examinam: o pedido tinha a ver com venda a ZFM. A decisão abre a possibilidade de que tenha mesmo havido recolhimento indevido, mas por motivo completamente diverso. E mais, atribui ao contribuinte a prova dessa outra circunstância, que não motivara o seu pedido. Nonsense completo. Esse meu reconhecimento implica aceitar que o malsinado parágrafo estava sim se referindo, genericamente, às vendas à ZFM, ou, mais claramente, está ele a dizer que, para efeito do incentivo de PIS e COFINS, a mera venda a empresa sediada na ZFM não se equipara à exportação de que cuida o inciso II do ato legal em discussão. Mas, ao fazêlo, não está revogando dispositivo isentivo anterior: está simplesmente cumprindo o seu papel esclarecedor, ainda que nesse caso melhor fosse nada ter tentado esclarecer... Aliás, idêntico dispositivo esclarecedor poderia ter estado presente na LC 85 e na Lei 7.714 como já estivera no decretolei 491. Com isso, muita discussão travada administrativamente teria sido evitada ou transferida para o Judiciário. É a ausência de tal dispositivo e sua presença na nova lei que cria o imbróglio. Ele não leva, contudo, em minha opinião, à interpretação simplória de que tal ausência implicasse haver isenção. Para isso, primeiro, se tem de admitir que basta o Decretolei 288. Essa interpretação, pareceme, está em maior consonância com o espírito legisferante, pois não faz sentido considerar que uma norma que procura incentivar as exportações tenha instituído uma discriminação contra uma região (região, aliás, que sempre se procurou incentivar) em operações que produzem o mesmo resultado: a geração de divisas internacionais. A minha conclusão é, assim, de que mesmo entre 1º de fevereiro de 1999 e 31 de dezembro de 2000 há, sim, isenção das contribuições naquelas hipóteses, ainda que a empresa esteja situada na ZFM. Em outras palavras, a localização da empresa não é impeditivo à fruição do incentivo à exportação, desde que cumprido o que está previsto naqueles incisos. Mas tampouco há isenção APENAS PORQUE A COMPRADORA LÁ ESTEJA. Nos recursos ora em exame, esse foi o fundamento do pedido e a ele deveria terse restringido a DRJ. Nesses termos, só causa mais imbróglio a afirmação constante no acórdão recorrido de que “haveria direito” no período de 1º de janeiro de 2001 a julho de 2004 mas não estava ele adequadamente comprovado. Simplesmente não há o direito na forma requerida. E por isso mesmo não cabe a pretensão do contribuinte de que a Administração adapte o seu pedido fazendo as pesquisas internas que permitam apurar se alguma das empresas por ele listadas na planilha referida se enquadra naquelas disposições. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10882.900899/200801 Acórdão n.º 9303004.001 CSRFT3 Fl. 9 8 O máximo que se poderia admitir, dado o teor da decisão, era que, em grau de recurso, trouxesse a empresa tal prova. Não o fez, porém, limitandose a postular a nulidade da decisão porque não determinou aquelas diligências. Não sendo obrigatória a realização de diligências, como se sabe (art. __ do Decreto 70.235), sua ausência não acarreta nulidade da decisão proferida por quem legalmente competente para tal. Cabe sim manter aquela decisão dado que o contribuinte não comprovou o seu direito como lhe exigem o Decreto 70.235, a Lei 9.784 e o próprio Código Civil (art. 333). Com tais considerações, nego provimento ao recurso do contribuinte. Com essas mesmas considerações, votei, também aqui, pelo não provimento do recurso do contribuinte, sendo esse o acórdão que me coube redigir." Aplicandose as razões de decidir, o voto e o resultado acima do processo paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso especial do contribuinte, em razão da incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas efetuadas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 172DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 10925.000136/99-28
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 10 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 10/03/1999
NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543-B DO CPC.
Consoante art. 62-A do Regimento Interno do CARF, As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO. DIREITO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TERMO INICIAL. DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS (RELATORA A MINISTRA ELLEN GRACIE).
Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando-se válida a aplicação do novo prazo de cinco anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacacio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543-B, § 3º do CPC aos recursos sobrestados
Numero da decisão: 9303-004.229
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso da Fazenda Nacional.
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Presidente em exercício.
Júlio César Alves Ramos - Relator.
EDITADO EM: 19/08/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Valcir Gassen, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: JULIO CESAR ALVES RAMOS
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PRESCRIÇÃO. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado PEGORARO COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 10/03/1999 NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543B DO CPC. Consoante art. 62A do Regimento Interno do CARF, “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF”. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO. DIREITO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TERMO INICIAL. DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS (RELATORA A MINISTRA ELLEN GRACIE). “Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de cinco anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacacio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º do CPC aos recursos sobrestados” Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso da Fazenda Nacional. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 01 36 /9 9- 28 Fl. 412DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/08/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente em exercício. Júlio César Alves Ramos Relator. EDITADO EM: 19/08/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Valcir Gassen, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Insurgese a Procuradoria da Fazenda Nacional contra decisão da Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes que deu provimento ao recurso voluntário ao adotar a tese segundo a qual o prazo prescricional para postular administrativamente a restituição do PIS recolhido indevidamente somente começaria a fluir a partir da publicação da Resolução do Senado Federal nº 49, ocorrida em 10/10/1995. Com isso, reconheceu a instância recorrida que até 10/10/2000 poderiam ser postuladas as parcelas recolhidas a maior ainda que há mais de cinco anos. O pedido do contribuinte foi formalizado em 10 de março de 1999 e alcança competências entre 1988 e 1995. No seu recurso aponta a representação da Fazenda contrariedade à lei, mais especificamente aos artigos 165 e 168 do Código Tributário Nacional, e 3º e 4º da Lei Complementar 118/2005, de modo que o prazo, embora mesmo de cinco anos, teria seu início de contagem na data do recolhimento indevido realizado. É o bastante relatório. Voto Conselheiro Júlio César Alves Ramos O recurso foi bem admitido porquanto satisfeitos os requisitos regimentalmente existentes à época de sua prolação: a decisão recorrida foi proferida por maioria e foram apontados os dispositivos legais que a Fazenda entende terem sido contrariados. Apesar disso, não se lhe pode dar provimento porquanto a matéria já se encontra sedimentada jurisprudencialmente. Com efeito, a contagem do prazo para postularse restituição de quantias indevidamente recolhidas a título de tributo submetido à sistemática do lançamento por homologação, que tantos e tão acalorados debates já suscitou, encontrase inteiramente Fl. 413DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/08/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10925.000136/9928 Acórdão n.º 9303004.229 CSRFT3 Fl. 413 3 pacificada com o advento da decisão do colendo Supremo Tribunal Federal no julgamento do recurso extraordinário nº 566.621/RS. Nele discutiuse a constitucionalidade dos arts. 3º e 4º da Lei Complementar 118/2005, que a pretendiam expressamente interpretativa de modo a poder ser aplicada mesmo às restituições requeridas judicialmente antes de sua publicação. Estes são os artigos mencionados pela representação da Fazenda Nacional para corroborar o entendimento de que a correta interpretação dos arts. 165 e 168 do CTN é a que propugnou. No julgamento mencionado, assim se pronunciou a Ministra Ellen Gracie acerca da posição que seria majoritária no STJ: “...Logo, aquela Corte firmou posição no sentido de que, também em tais situações de retenção e de reconhecimento do indébito em razão de inconstitucionalidade da lei instituidora, deverseia aplicar, sem ressalvas, a tese dos dez anos, conforme se vê dos ERESp 329.160/DF e ERESp 435.835/SC julgados pela Primeira Seção daquela Corte...” Assim, entendo eu, merece de fato reforma a decisão proferida, na medida em que aplicou entendimento não mais de acordo com a jurisprudência predominante no “tribunal ao qual cabe dar a interpretação definitiva da legislação federal”, nos dizeres da douta Ministra. Em suma, deve ser afastada a tese que demarca o início do prazo no “reconhecimento de inconstitucionalidade”. Ele é, sem mais discussão, a data de extinção do crédito tributário, consoante norma do art. 168, I do CTN como pretendido pela Procuradoria. O que isso implica, porém, não é, na inteireza, o que deseja a representação da Fazenda Nacional. Deveras, a mesma decisão reitera, como já se disse, que a interpretação que prevalecia no STJ era a dos cinco mais cinco mesmo para esses casos de declaração de inconstitucionalidade do ato legal instituidor ou majorador da exação. E que esse entendimento deve ser respeitado, em louvor ao princípio da segurança jurídica, quando a postulação seja anterior à edição da Lei Complementar. Sendo essa a expressa conclusão do acórdão, prolatado pelo STF já na sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil, é obrigatória sua adoção pelos Conselheiros Membros do CARF, por força do art. 62 do atual Regimento Interno. No presente caso, indubitável que a petição do contribuinte deu entrada administrativamente em data bem anterior à edição daquela Lei Complementar. É de rigor, pois, reconhecer, que o termo inicial para contagem do prazo de cinco anos previsto no art. 168, I do CTN somente tem início após findo aquele que vem estipulado no art. 150, § 4º do mesmo Código. A aplicação ao caso concreto leva à conclusão de que estava já prescrito o direito do contribuinte à restituição de quantias atinentes aos fatos geradores ocorridos anteriormente a 10 de março de 1989 dado que sua petição ingressou em 10 de março de 1999. Voto, assim, pelo provimento parcial do apelo fazendário de modo a reconhecer a prescrição com respeito aos recolhimentos referentes aos períodos de apuração ocorridos até fevereiro de 1989, inclusive, ressaltando que o período de março de 1989 poderia ser repetido até 31 de março de 1999, não tendo sido, portanto, afetado pela prescrição. Fl. 414DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/08/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Observo em respeito ao princípio da eficiência que a decisão recorrida também enfrentou a questão da forma de cálculo da contribuição, reconhecendo, expressamente, a tese da semestralidade: Isto posto, dou provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a decadência e reconhecer a semestralidade, resguardado o direito da Fazenda Nacional de averiguar a liquidez e certeza dos créditos compensáveis. Não tendo essa parte do acórdão sido contestada pela Fazenda Nacional, há de ser observada na apuração da existência ou não de direito a ser realizada pela instância preparadora ao executar o acórdão. É como voto. Júlio César Alves Ramos Relator Fl. 415DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/08/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10166.019622/99-86
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/1994 a 31/12/1996
EMBARGOS -CONTRADIÇÃO - DISPOSITIVO
Contradição endógena ao resultado do julgamento consignada na folha de rosto do acórdão em relação à fundamentação do voto gera a necessidade de saneamento como conseqüência lógica ou necessária para a supressão do equívoco.
Numero da decisão: 9303-004.346
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração da Fazenda Nacional para acolhê-los e provê-los, sem efeitos infringentes.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Valcir Gassen, Luiz Augusto do Couto Chagas, Erika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração da Fazenda Nacional para acolhê-los e provê-los, sem efeitos infringentes. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Valcir Gassen, Luiz Augusto do Couto Chagas, Erika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza e Vanessa Marini Cecconello.
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração da Fazenda Nacional para acolhêlos e provêlos, sem efeitos infringentes. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 01 96 22 /9 9- 86 Fl. 1265DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Valcir Gassen, Luiz Augusto do Couto Chagas, Erika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos pela DRF em face do acórdão 930301.423 – que refletiu o entendimento do Colegiado ao dar provimento parcial ao recurso especial para reconhecer a decadência do crédito relativo a períodos anteriores ao 2º decêndio de outubro de 1994. Não obstante, para melhor elucidar o histórico cronológico transcorrido no âmbito desse processo, importante trazer que havia à época sido interposto Recurso Especial pelo sujeito passivo contra o Acórdão nº 20214.512, da 2ª Câmara do 2º Conselho de Contribuintes, que, por unanimidade de votos negou provimento ao recurso, consignando acórdão com a seguinte ementa: “PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL NULIDADES As hipóteses de nulidade, no Processo Administrativo estão previstas no artigo 59 de Decreto nº 70.235, e estão ligadas à incompetência do agente administrativo e ao cerceamento do amplo direito de defesa. IPI. CREDITO POR DEVOLUÇÃO OU RETORNO DE MERCADORIAS. O direito ao crédito decorrente de produtos devolvidos está condicionado as exigências regulamentares entre as quais está a obrigatoriedade de escrituração de Livro de Registro de Controle de Produção e do Estoque, em conformidade com os requisitos requeridos, somente se dispensa tal requisito legal quando da existência de sistema equivalente que pergunta perfeita identificação das operações realizadas. Recurso Negado” O sujeito passivo havia recepcionado Auto de infração, relativamente ao IPI, por haver a fiscalização apurado o não recolhimento do tributo por terse utilizado indevidamente de créditos relativos aos alegados retornos de produtos de sua fabricação – cujos ingressos deixaram de ser comprovados (não ocorrendo a escrituração no Livro de Fl. 1266DF CARF MF Processo nº 10166.019622/9986 Acórdão n.º 9303004.346 CSRFT3 Fl. 1.266 3 Registro de Controle da Produção e Estoque ou em outras formas de controle em suas escritas fiscal e contábil). Irresignado com o acórdão 20214.512, o sujeito passivo opôs Embargos de Declaração, visando eliminar: · Erro material consubstanciado na ausência de indicação na ementa do julgado de tema devidamente abordado em acórdão – decadência parcial do auto de infração; · Omissões de preliminares abordadas em recurso voluntário e incluídas no relatório do julgado – quais sejam, preliminar de nulidade do auto de infração pela inobservância por parte dos auditores do disposto no art. 98 do RIPI/82 e de ausência de exame do pedido de diligência para verificação da regularidade dos creditamos realizados. Retornando a 2ª Câmara do 2º Conselho de contribuintes em 8.9.2003 com os Embargos de Declaração, manifestou o relator do acórdão recorrido Raimar da Silva Aguiar (Grifos meus): “[...] Da análise do até aqui exposto, bem como das razões de recurso de embargos de declaração oposto, temse que o apelo em questão tem efetivamente caráter e cunho modificativo, o que, aliás, já é admitido pelo Supremo Tribunal Federal l e Superior Tribunal de Justiça2, desde que aberto prazo as parte contrária para, em querendo, impugnar as razões pelas quais se pretende alterar o julgado. Assim sendo, em face da complexidade da matéria em discussão e em estrita observação aos princípios constitucionais da ampla defesa e contraditório, opino pela abertura de prazo a. Procuradoria da Fazenda Nacional, para que a mesma, em querendo, apresente impugnação aos termos dos embargos de declaração opostos e ora examinados.” A Fazenda Nacional, então, trouxe: [...] Fl. 1267DF CARF MF 4 No tocante ao aventado erro material, baseouse a recorrente na argumentação de inexistência de referência, na ementa da decisão em tela, da pretensa o ocorrência de decadência parcial do lançamento. Ora, não parece corresponder a verdade dos autos a argumentação esposada pela contribuinte, relativamente a ocorrência de decadência parcial dos créditos tributários. Observandose o julgamento da matéria decadencial, esta foi abordada as fls. 640 dos autos administrativos. Nesse sentido, não consta referência expressa de pronunciamento da relatoria, muito menos do colegiado, acerca do reconhecimento da indigitada decadência parcial. Pelo contrário, foi afastada a possibilidade de se aplicar a sistemática de lançamento por homologação, mais benéfica ao contribuinte, por averiguação de ausência de pagamento do tributo. Nesse sentido, a decadência pode ser inserta na ementa do acórdão, eis que fazia parte do julgado, corrigindose o erro material, desde que não haja alusão a existência de decadência parcial, vez que o acórdão não fez nenhuma abordagem nessa linha de julgamento. No que concerne às pretendidas omissões incorridas pela decisão de segundo grau, melhor sorte não tem o contribuinte. Aduziu o embargante que os pontos jurídicos de ausência de apreciação do artigo 98 do RIPI/82 e ausência de exame de pedido de diligência não foram abordados no acórdão. 0 ilustre julgador apreciou os temas em comento, sendo, inclusive apresentados em destaque no intróito da fundamentação de seu decisum. Veja, exemplificativamente, parte da manifestação do Conselheiro relator do processo: "No tocante A interpretação do referido dispositivo, artigo 98 do RIPI/82, vejamos o que dispõe o artigo 29 do Decreto n. 70.235/72, norteador do Processo Administrativo Fiscal, in verbis: "Art. 29. Na apreciação da prova, autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligencias que entender necessárias". Sendo assim, é patente que o direito A livre convicção do julgador não pode ser argüido como preliminar de nulidade, estando ao seu Fl. 1268DF CARF MF Processo nº 10166.019622/9986 Acórdão n.º 9303004.346 CSRFT3 Fl. 1.267 5 alvitre entender e interpretar os dispositivos legais de acordo com os livres ditames de sua consciência." Em relação ft suposta omissão de pronunciamento sobre pedido de diligência para "verificação da regularidade dos creditamentos realizados", 11, também não merece acolhida. 0 julgador verificou que os livros fiscais apresentados estão eivados de irregularidades, veja parte da decisão "Observese que os livros apresentados não contêm Termos de Abertura e de Encerramento, não contendo nenhum signatário, ou seja, não há pessoa que possa, legalmente, responder pela sua escrituração. Também devese observar que o referidos livros não estão autenticados por nenhuma autoridade fazendária, além de possuírem uma numeração esdrúxula que, dentro de um mesmo volume, termina e recomeça antes da sua última folha, por várias vezes. ( )" Percebase que as razões de decidir a respeito das análises que envolvem a apreciação dos Livros Fiscais foram amplas e esgotaram o assunto, conforme se verifica das fls. 633/639. Considerase ainda que foi refutada na decisão ad quem, qualquer possibilidade de violação ao princípio constitucional da ampla defesa, referindose a decisão (fls.631), inclusive, a oportunidade dada ao contribuinte de se manifestar sobre o procedimento diligencial realizado às fls. 612. Nesse sentido, requer a manutenção da r. decisão atacada por seus próprios e doutos fundamentos jurídicos. [...]” Não obstante. em Despacho, foi dado seguimento aos Embargos, tendo sidos apreciados pela 2ª Câmara do 2º Conselho de Contribuinte e emitido acórdão nº 202 17.401 com a seguinte ementa: “Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Período de apuração: 01/01/1994 a 31/12/1996 Ementa: LAPSO MANIFESTO EMBARGOS Fl. 1269DF CARF MF 6 Constatada a existência de lapso manifesto, acolhemse em parte os embargos de declaração para retificar a ementa do Acórdão nº 202 14.512, a fim de explicitar o julgamento da decadência nos seguintes termos: “DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO Se não houve pagamento antecipado pelo contribuinte, é cabível o lançamento direto substitutivo, previsto no art. 149, V, do CTN, e o prazo decadencial regese pela regra geral do art. 173, I, do CTN.”” Insatisfeito ainda, o sujeito passivo interpôs Recurso Especial, requerendo o conhecimento do recurso especial quanto aos 3 pontos apontados em divergência – quais sejam, Decadência do Lançamento, Nulidade da decisão de 1ª Instância e Impossibilidade de Glosa Geral quanto à necessidade de exame de documentos à vista da regra prevista no art. 98 do RIPI/82 e, ao fim, o provimento deste, reformandose o acórdão recorrido na esteira dos julgados paradigmas seja para: · Reconhecer a decadência do lançamento com relação as competências de janeiro a setembro de 1994; e · Declarar a nulidade da decisão de 1ª Instância; · Ou, de outro modo, para afastar integralmente o lançamento, cancelando a exigência imposta, diante da impossibilidade de realização de glosa geral, à vista da regra prevista no art. 98 do Código RIPI/82 – que consagra o princípio constitucional da não cumulatividade. Em Despacho às fls. 1053 a 1059, após análise de admissibilidade do Recurso Especial pelo presidente da 2ª Câmara, foi dado seguimento ao Recurso Especial no tocante à discussão acerca da decadência, sendo negado seguimento quanto às divergências suscitadas nos itens “acréscimo de fundamentação pela decisão recorrida” e “crédito por devolução”. Contrarrazões ao Recurso Especial foram apresentadas pela Fazenda Nacional, expondo, em síntese, que o descumprimento do dever do sujeito passivo de “antecipar o pagamento” é suficiente para afastar a regra específica do art. 150, § 4º, do CTN – e fazer valer a norma do art. 173, inciso I, do CTN. Fl. 1270DF CARF MF Processo nº 10166.019622/9986 Acórdão n.º 9303004.346 CSRFT3 Fl. 1.268 7 O sujeito passivo interpôs Recurso de Agravo aos termos do Despacho 202237 – que havia dado parcial seguimento ao recurso especial interposto, solicitando ver integralmente conhecido o seu Recurso Especial para que todas as matérias postas sejam deveras analisadas por esse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Em Despacho às fls. 1121 a 1127, o pedido de reexame do Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo foi rejeitado, eis que não foi provada a divergência mencionada as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. Tal Despacho foi ratificado pelo presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais em exercício à época. Posteriormente, o sujeito passivo apresentou Ofício ao presidente da Câmara Superior do Conselho de Contribuintes, requerendo o levantamento da quantia depositada em 28.10.00, para fins de processamento de recurso, acostando guia de depósito, esclarecendo que o referido pedido encontrase amparado pelo trânsito em julgado do Recurso Extraordinário 5401.562, ao qual foi dado provimento, por unanimidade, pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal – acostando o acórdão. Foram manifestadas, então, pelo presidente da CSRF, as seguintes providências – “encaminhar os autos à DRF de origem para apontar o crédito tributário que não mais está em litígio, transferindo parta outro processo (para prosseguir com a cobrança), devolvendo os volumes principais para essa Câmara para prosseguir com o julgamento e apreciar o pedido de devolução do depósito recursal. Em atenção, foi desmembrado, assim, parte do litígio para o processo 1185.001540/200851 – sendo efetuada a cobrança juntamente com a solicitação de manifestação quanto à devolução ou aproveitamento do depósito recursal. Em 5.4.2011, a Câmara Superior de Recursos Fiscais apreciou o Recurso Especial e, por maioria de votos, rejeitou a preliminar de impedimento do Conselheiro Henrique Pinheiro Torres e, no mérito, por unanimidade de votos, deu provimento parcial ao recurso especial para reconhecer a decadência do crédito relativo a períodos anteriores ao 2º Fl. 1271DF CARF MF 8 decêndio de outubro de 1994, sendo consignado acórdão 930301.423 com a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 0 l /01,1994 a 31 / 12/1996. IPI. TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL. ARTIGO 173, 1, DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 54313 e 543C da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, entendeu que o prazo decarlen ,,ial qüingi.ier4al para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do inciso I elo artigo 173 do CTN, e não de acordo com o § 4° do artigo 150, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte.” Cientificada a PGFN do acórdão 930301.423, o Serviço de Secretaria do CARF encaminhou o presente processo à DRF em Brasília/DF para as devidas providências. A DRF, então, trouxe à fl. 1252, o que segue: “Senhor Chefe, Conforme Acórdão 930301.423 — 3a Turma fis. 1257 do processo 10166 019622/9986 que cita: "Assim, havendo pagamento, nos termos da jurisprudência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, aplicase o disposto no § 4º do artigo 150 do Código Tributário Nacional." Fl. 1272DF CARF MF Processo nº 10166.019622/9986 Acórdão n.º 9303004.346 CSRFT3 Fl. 1.269 9 Como foi descrito na mesma folha do processo, o Auto de Infração foi lavrado em 15.10.1999. Ao concluir o "Voto" houve, no nosso entendimento um equívoco por parte do relator, visto que foi reconhecida a decadência do período 1º/01/1999 a 25/10/1999, quando deveria ser, pela argumentação apresentada do período 1º/01 /1994 a 25/10/1994. Confundindo ainda, vinculou o relatório com a data da final do período de prescrição à data da ciência do referido auto de infração. Destarte, proponho o retorno deste à Câmara Superior de Recursos Fiscais para rever quanto às parcelas inclusas na decadência.” Em Despacho às fls. 1254 a 1256, os embargos inominados foram acolhidos após apreciação do Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama relatora Depreendendose da análise dos autos do processo, conheço dos embargos interpostos pela DRF em face do acórdão CSRF 930301.423, pois tempestivos e considerando que, conforme relatado pela SACAT/DRF/BSBDF e depreendendose da análise dos autos, constatouse, no dispositivo, contradição quanto ao período alcançado pela decadência – conforme transcrição de parte do voto do acórdão embargado (Grifos meus): “No presente caso, o auto de infração, lavrado em 15/10/99, diz respeito a créditos tributários referentes ao IPI, competências de janeiro de 1994 a dezembro de 1996, em decorrência da glosa de créditos escriturados. Pelo que consta dos autos, não só do auto de infração (fls. 02), mas também da decisão de primeira instância (fls. 535) e da r. decisão proferida pela Câmara n quo (fls. 640), verificase que houve pagamento. Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto no sentido de, preliminarmente, não acolher o impedimento do Ilustre Conselheiro Henrique Fl. 1273DF CARF MF 10 Pinheiro Torres, por não configurar a hipótese do artigo 42 do RICARF e, no mérito, com arrimo no artigo 62A do RICARF, DAR PROVIMENTO PARCIAL para reconhecer a ocorrência da decadência quanto às parcelas de IPI compreendidas entre o dia 1°/01/1999 a 25/10/1999, data da ciência do auto de infração.” Eis que o entendimento exarado no voto se encontrava dissonante com a decisão do Colegiado que assim restou: “[...] no mérito, por unanimidade de votos, deu provimento parcial ao recurso especial para reconhecer a decadência do crédito relativo a períodos anteriores ao 2º decêndio de outubro de 1994.” Impõese, dessa forma, acolher os embargos de declaração por conter vícios. Para sanar o vício apontado, é de se trazer que o lançamento de ofício foi lavrado em 15/10/99, conforme consta do Auto de Infração fls. 5. O que, aplicando a regra do § 4° do art. 150 do CTN, somente teriam sido alcançados pelos efeitos da decadência os fatos geradores ocorridos até o primeiro decêndio do mês de outubro de 1994. Com essas considerações, impõese conhecer, acolher os presentes embargos e provêlos, sanando os vícios através da alteração: · Do trecho final do voto constante do acórdão embargado que passa a conferir a seguinte redação: “ [...] Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto no sentido de, preliminarmente, não acolher o impedimento do Ilustre Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, por não configurar a hipótese do artigo 42 do RICARF e, no mérito, com arrimo no artigo 62A do RICARF, DAR PROVIMENTO PARCIAL para reconhecer a ocorrência da decadência quanto às parcelas de IPI compreendidas entre o dia 1°/01/1994 a 15/10/1994, data da ciência do auto de infração Fl. 1274DF CARF MF Processo nº 10166.019622/9986 Acórdão n.º 9303004.346 CSRFT3 Fl. 1.270 11 · Do dispositivo do acórdão embargado – que passa a contemplar o que segue: “[...] no mérito, por unanimidade de votos, deu provimento parcial ao recurso especial para reconhecer a decadência do crédito relativo a períodos anteriores ao 1º decêndio do mês de outubro de 1994 É o meu voto. Tatiana Midori Migiyama Fl. 1275DF CARF MF
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Numero do processo: 17883.000233/2006-11
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 09 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 20/12/2001 a 30/09/2002
RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS
Tendo havido embargos considerados intempestivos é contra essa decisão que se deve voltar o recurso especial, não se podendo admitir recurso que se volta diretamente contra o mérito da decisão anteriormente embargada.
Numero da decisão: 9303-004.204
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em não conhecer do recurso da Fazenda Nacional.
Rodrigo Da Costa Pôssas - Presidente em exercício
Júlio César Alves Ramos - Relator.
EDITADO EM: 19/08/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Valcir Gassen, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: JULIO CESAR ALVES RAMOS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 20/12/2001 a 30/09/2002 RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS Tendo havido embargos considerados intempestivos é contra essa decisão que se deve voltar o recurso especial, não se podendo admitir recurso que se volta diretamente contra o mérito da decisão anteriormente embargada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em não conhecer do recurso da Fazenda Nacional. Rodrigo Da Costa Pôssas - Presidente em exercício Júlio César Alves Ramos - Relator. EDITADO EM: 19/08/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Valcir Gassen, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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REQUISITOS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado LONDRINA BEBIDAS LTDA. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 20/12/2001 a 30/09/2002 RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS Tendo havido embargos considerados intempestivos é contra essa decisão que se deve voltar o recurso especial, não se podendo admitir recurso que se volta diretamente contra o mérito da decisão anteriormente embargada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em não conhecer do recurso da Fazenda Nacional. Rodrigo Da Costa Pôssas Presidente em exercício Júlio César Alves Ramos Relator. EDITADO EM: 19/08/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Valcir Gassen, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 88 3. 00 02 33 /2 00 6- 11 Fl. 1613DF CARF MF Impresso em 16/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/09/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 O recurso especial da Fazenda Nacional, interposto em 16 de maio de 2012, busca reverter decisão da terceira câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, prolatada em 2008, cuja ementa consigna: "CITAÇÃO VÁLIDA E DECADÊNCIA A citação somente passa a ser válida a partir da data em que a recorrente tem acesso aos autos, caso contrário não sera perfeita, pois não atingirá o objetivo exposto no artigo 213 do CPC. Como o prazo para que a Unido constitua crédito referente ao IPI é de cinco anos contados da data do fato gerador, conforme, o §4° do art. 150 do CTN, está decaído o direito de a Fazenda Nacional cobrar os tributos referentes ao não lançamento /PI no período anterior a 27/12/2001. JUROS SOBRE MULTA Não há previsão legal para cobrança de juros sobre a multa, portanto, devem ser anulados tais juros." O recurso busca rediscutir os dois temas decadência e incidência de juros sobre a multa de ofício e apresenta acórdãos que decidiram contrariamente ao recorrido, um para cada matéria. No que tange à decadência, não ataca a interpretação da Câmara recorrida quanto à necessidade de acesso do sujeito passivo aos autos, limitandose a questionar a aplicação do art. 150 mesmo que inexistentes recolhimentos. O recurso foi integralmente admitido por despacho do Presidente da Terceira Seção do CARF, que o considerou tempestivo e comprovadas as divergências. Em contrarrazões que oferece, a recorrida aduz ser intempestivo o recurso especial consoante jurisprudência que colaciona. E isso porque antes da interposição do recurso especial, a Fazenda Nacional propusera embargos de declaração à decisão em dois momentos distintos. Na primeira ocasião, entendeu o colegiado (acórdão 220100310) que eles seriam intempestivos, porquanto teriam sido apresentados antes da ciência formal da decisão que se pretendeu embargar. Com efeito, consignouse no acórdão: Os embargos são intempestivos, já que a embargante, protocolizou os embargos no dia 09/02/2009 (fls.1009/1011), mas foi oficialmente cientificado do acórdão somente em 10/02/2009 (fl. 1006), ou seja, um dia depois de protocolizar os embargos, portanto, no momento dos embargos inexistia decisão, pois, como demonstrado, a embargante não tinha conhecimento da decisão, já que não havia sido cientificada. O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça vêm decidindo no mesmo sentido, in verbis: 105087275 AGRAVO DE INSTRUMENTO EXTEMPORANEIDADE IMPUGNAÇÃO RECURSAL PREMATURA, DEDUZIDA EM DATA ANTERIOR À DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO RECURSO IMPROVIDO A intempestividade dos recursos tanto pode derivar de impugnações prematuras (que se antecipam publicação dos acórdãos) quanto decorrer de oposições tardias(que se registram após o decurso dos prazos recursais). Em Fl. 1614DF CARF MF Impresso em 16/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/09/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 17883.000233/200611 Acórdão n.º 9303004.204 CSRFT3 Fl. 1.607 3 qualquer das duas situações Impugnação prematura ou oposição tardia , a conseqüência de ordem processual é uma só: o não conhecimento do recurso, por efeito de sua extemporânea interposição. (STF AlAgR 509077 Rel. Min. Celso de Mello DJ 05.06.2008) 1163923180 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO INTERPOSIÇÃO DO RECURSO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO EXTEMPORANEIDADE CONFIGURADA 1 É inviável o conhecimento de recurso interposto anteriormente à publicação da decisão combatida, dada a sua extemporaneidade. 2 Embargos de Declaração não conhecidos. (STJ EDclAgRgREsp 1.025.529 (2008/00176070) 2" T Rel. Min. Herman Benjamin DJe 20.04.2009 p. 684) Outrossim, como consta nos autos, a ciência do acórdão foi posterior a interposição dos embargos de declaração, assim, extemporâneo o presente recurso. Ex posistis, não conheço dos embargos opostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Contra esse acórdão, a Fazenda Nacional apresentou novos embargos, agora questionando a premissa adotada pelo colegiado para considerar extemporânea sua primeira peça aclaratória. Afirmou aí ter sido cientificada na mesma data da apresentação dos primeiros embargos, e não no dia anterior. Essa segunda peça, porém, não foi admitida por despacho por mim assinado e assim redigido: Com base nos arts. 25 e 65 e §§ do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF 256/09, foram estes autos distribuídos para exame de admissibilidade de embargos declaratórios apresentados pela Fazenda Nacional em face do acórdão 220100.310, de 04/06/2009, que rejeitou embargos de declaração anteriormente apresentados, por entendêlos intempestivos. Sustenta a Fazenda Nacional que o aresto teria incorrido em erro ao partir da premissa que o aclaratório fora oposto antes da ciência, haja vista que a data a ser considerada não deve ser o protocolo do recurso, mas sim, a data da Relação de Movimentação — RM do processo administrativo, de modo que a cientificação ocorrera na mesma data de sua interposição. Pois bem, a peça aviada não aponta qualquer omissão, contradição ou obscuridade, requisito essencial para justificar a propositura do embargo de declaração, revelando, isto sim, a intenção de atribuirlhe um efeito infringente que não ostenta, não servindo, também, como instrumento de réplica h. opção exegética do Colegiado e tampouco se prestando a reabrir o debate em torno de questões já devidamente julgadas. Fl. 1615DF CARF MF Impresso em 16/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/09/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Pelo exposto, ausentes os pressupostos ensejadores, opino pela inadmissibilidade do embargo de declaração proposto, sendo o que submeto à apreciação do Presidente da Quarta Camara Ordinária da Terceira Seção de Julgamento. ROBSON JOSÉ BAYERL Conselheiro Substituto Tendo em vista a informação em epígrafe, que aprovo, nego seguimento aos embargos de declaração propostos e, nos termos do art. 65, §§ 3° e 4° do RICARF, determino o encaminhamento à representação da Procuradoria da Fazenda Nacional neste CARF para ciência, registrando desde logo que o despacho em tela é irrecorrível. À Secretaria desta Câmara para adoção das providência cabíveis. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente da Quarta Câmara A recorrida afirma ainda em suas contrarrazões que ele não deve ser conhecido quanto à incidência de juros sobre a multa porque não teria sido comprovada a divergência. No mérito, que limita a essa matéria embora o especial também ataque a decadência reconhecida pelo colegiado recorrido, afirma não haver base legal para a incidência dos juros sobre a multa de ofício exatamente como decidido na decisão atacada. É o Relatório. Voto Conselheiro Júlio César Alves Ramos Começo, como de praxe, pela questão da admissibilidade do recurso especial, a qual ganha ainda maior relevo no presente caso, dada a singularidade de seu andamento. É que bem apontado pela recorrida houve embargos da Fazenda Nacional que foram efetivamente considerados intempestivos, embora não porque apresentados após esgotado o prazo regulamentar, mas porque o teriam sido antes de iniciado aquele prazo. Consta da defesa também citação da jurisprudência tanto do STJ quanto do STF no sentido de que, em tais casos, tornase também intempestivo eventual recurso posteriormente apresentado. Defende que esse entendimento também tem aplicação no CARF dada a norma regimental que afirma somente ocorrer a suspensão ou interrupção do prazo para recurso especial por força de embargos tempestivos. De nada disso divirjo. Porém, há mais um detalhe neste processo que complica a análise do conhecimento do recurso especial da Fazenda. Deveras, não a rejeito pela razão apontada em contrarrazões. Explicome. Fl. 1616DF CARF MF Impresso em 16/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/09/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 17883.000233/200611 Acórdão n.º 9303004.204 CSRFT3 Fl. 1.608 5 É que a Fazenda não se quedou inerte quanto à acusação de intempestividade de seu primeiro aclaratório. Ao contrário, como procurei demonstrar no relatório, apresentou novos embargos, agora contra o acórdão integrador, que não foram considerados intempestivos exatamente porque respeitaram o prazo contado desta última decisão e contra ela voltado. Isso, a meu sentir, afasta a impossibilidade de apresentação de todo e qualquer recurso especial. Isso porque, embora não tenha ficado explícito no despacho que assinei, entendemos o dr. Robson e eu, que a contestação nele analisada não se subsumia a uma daquelas que ensejam a figura dos embargos. Em tais casos, o que se diz é que a matéria ali negada é passível de novo questionamento apenas em recurso especial. E assim o era no caso concreto porque, entendemos, não havia contradição no julgado, mas aparente má apreciação da regra de contagem de prazo para a Fazenda. Deveras, disse a Procuradora: Contudo, a data do protocolo da peça recursal, 09/02/2009, conforme registro do servidor, não é a data que deve ser considerada na contagem do correspondente prazo, tendo em vista que a Relação de Movimentação — RM, de fls. 1012, registrou como envio do processo a data de 10/02/2009 as 11h12. E a data da RM, consoante expressa disposição contida no Regimento Interno do Conselho de Contribuintes, que deve ser levada em conta para o fim de aferição da tempestividade do recurso: "Art. 64. A remessa de processos da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional aos Conselhos de Contribuintes será realizada mediante movimentação no sistema Comprot. §1º Será considerada como data da manifestação do Procurador da Fazenda Nacional a data do registro no sistema Comprot da RM de envio do processo para os Conselhos de Contribuintes, independentemente da data efetiva em que o processo for entregue no seu destino. § 2º Compete às Secretarias das Câmaras anexar aos autos cópia da RM emitida pelo Comprot, após o retorno dos respectivos processos." Ou seja, às escâncaras, os segundos embargos pretenderam discutir o cerne da decisão tomada, ou ainda mais claramente, o critério jurídico que embasou a conclusão pela intempestividade dos embargos anteriores. E, até redundante, eles não se prestam a tanto. Sublinho, mais uma vez: não afirmei que os segundos embargos eram intempestivos. E qual é, afinal, a conclusão de todo esse imbróglio? É ela que, a meu ver, o recurso especial da Fazenda que poderia ser admitido era, exclusivamente, um que se voltasse contra aquela decisão retratada no acórdão integrador. Em outras palavras, dois caminhos Fl. 1617DF CARF MF Impresso em 16/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/09/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 restavam à Fazenda: ou requerer a nulidade da decisão que rejeitou os seus segundos embargos, reafirmando, agora, ter ocorrido alguma omissão, contradição ou obscuridade que não foi adequadamente apreciada; ou propor a rediscussão da regra de contagem do seu prazo, mais especificamente, o seu dia inicial. Neste que examinamos não há nem uma nem outra. Diversamente, pretende ele diretamente rediscutir o mérito da decisão original: decadência e juros sobre a multa. Dele não conheço, pois. Júlio César Alves Ramos Relator Fl. 1618DF CARF MF Impresso em 16/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/09/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 24/08/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 18336.001125/2004-62
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 12 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Sep 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Data do fato gerador: 25/05/1999
PREFERÊNCIA TARIFÁRIA CONCEDIDA EM RAZÃO DA ORIGEM. ALADI. TRIANGULAÇÃO. CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DOCUMENTAIS.
A apresentação de todas as faturas comerciais atreladas a operação triangular, permitindo seu cotejamento com o certificado de origem que comprova o cumprimento do regime de origem da Aladi, associada à expedição direta da mercadoria de país signatário daquele acordo para o Brasil impõe a manutenção da preferência tarifária, ainda que o faturamento se dê a partir de país não signatário.
Recurso Especial do Procurador Negado
Numero da decisão: 9303-001.990
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Relator), Henrique Pinheiro Torres e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Redator Designado
(Assinado digitalmente)
Júlio César Alves Ramos - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Antônio Lisboa Cardoso, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo.
Nome do relator: JULIO CESAR ALVES RAMOS
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ALADI. TRIANGULAÇÃO COMERCIAL Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado PETROBRÁS SA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 25/05/1999 PREFERÊNCIA TARIFÁRIA CONCEDIDA EM RAZÃO DA ORIGEM. ALADI. TRIANGULAÇÃO. CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DOCUMENTAIS. A apresentação de todas as faturas comerciais atreladas a operação triangular, permitindo seu cotejamento com o certificado de origem que comprova o cumprimento do regime de origem da Aladi, associada à expedição direta da mercadoria de país signatário daquele acordo para o Brasil impõe a manutenção da preferência tarifária, ainda que o faturamento se dê a partir de país não signatário. Recurso Especial do Procurador Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Relator), Henrique Pinheiro Torres e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Redator Designado (Assinado digitalmente) Júlio César Alves Ramos Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Antônio Lisboa Cardoso, Marcos AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 33 6. 00 11 25 /2 00 4- 62 Fl. 346DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 347 2 Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Relatório Tratase de recurso especial, tempestivo, interposto em 26/08/2008, contra o Acórdão n° 30134.250, cuja ementa abaixo se transcreve: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 24/11/1999 PREFERÊNCIA TARIFÁRIA. ALADI TRIANGULAÇÃO. A preferência tarifária fundamentada em Acordo de Complementação Econômica ACE depende do transporte direto do país de origem até o Brasil, podendo ser faturada por operador de terceiro país, associado ou não à ALADI RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO O referido acórdão foi proferido no recurso original n° 132.073 (3CC) na sessão plenária de 29/1/2008, e teve o seguinte resultado: Por unanimidade de votos, deuse provimento ao recurso. Ausentes os conselheiros Irene Souza da Trindade Torres e João Luiz Fregonazz. O conselheiro Rodrigo Cardozo declarouse impedido. A Fazenda Nacional aponta divergência com o decidido pela Segunda Câmara do mesmo Terceiro Conselho de Contribuintes, acórdão nº 30236.741, nos seguintes termos IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO — II PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. Data do Fato Gerador: 21/08/1998 CERTIFICADO DE ORIGEM PREFERÊNCIA TARIFÁRIA PREVISTA EM ACORDO INTERNACIONAL. É incabível a aplicação de beneficio de redução de aliquota do Imposto de Importação, decorrente de Acordos Internacionais firmados no âmbito da ALADI e MERCOSUL, quando as operações registradas nas Declarações de Importação não estão amparadas pelos Certificados de Origem pertinentes. NEGADO PROVIMENTO POR MAIORIA. A matéria nele versada, de amplo conhecimento deste colegiado, consiste em apontado descumprimento das condições para redução do imposto de importação prevista em acordos internacionais no âmbito da ALADI. Tal descumprimento decorreria do fato de a fatura comercial que instruiu o despacho de importação não ser a mesma referida no certificado de origem que atestaria o cumprimento dos requisitos. Nesta última, porém, constam o número do certificado e o número da fatura mencionada nele. Fl. 347DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 348 3 Consiste a defesa, essencialmente, na alegação de que a Petrobrás adquire o petróleo da empresa PDVSA, conforme consta no certificado de origem (fl. 22 dos autos). Posteriormente, mas antes que ele deixe o território venezuelano, realiza uma venda e recompra, no mesmo dia, a uma subsidiária sua nas Ilhas Cayman, o que, aduz, lhe proporciona melhores condições de financiamento da compra. Por isso, é emitida uma fatura pela subsidiária para acompanhar a mercadoria, sendo esta que instrui o despacho. No presente processo, a empresa efetuou o recolhimento integral do II vindo a requerer a restituição da diferença correspondente à redução não fruída. Instruiu o seu pedido com cópias das faturas e do certificado de origem, entre outros documentos, mostrando que não há divergência entre eles, isto é, a fatura mencionada no certificado de origem é a mesma mencionada na segunda fatura, que também menciona, corretamente, o número do certificado de origem correspondente. O não deferimento do pedido de restituição decorreu de que, para este procedimento – conhecido como triangulação comercial –, os atos regulamentares dos acordos assinados pelo Brasil prevêem forma específica, que não foi seguida pela empresa. Concretamente, a necessidade de que, já no certificado de origem, seja citado que o produto será faturado por um terceiro operador, ou, em caso de impossibilidade, a elaboração de uma “declaração juramentada” apontando as causas e os procedimentos seguidos. Diferentemente, a empresa limitase a fazer constar na segunda fatura – aquela que instrui o despacho – os números do certificado de origem e da fatura original (fl. 20). Admitido o recurso consoante despacho de fls. 263/264, a empresa, intimada, apresentou contrarrazões em que repetiu as alegações presentes em todos os recursos versando esta matéria, quais sejam, em suma, a necessidade de realizar a operação de triangulação por razões financeiras, a ausência de qualquer prejuízo na forma como foi comprovado o cumprimento das condições previstas nos acordos internacionais ainda que não tenha sido seguido, à risca, o procedimento neles previsto para o caso de triangulação comercial. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Júlio César Alves Ramos, Relator O recurso fazendário é tempestivo e apresenta a decisão contrária prolatada por outra Câmara. Dele conheço, pois. Examina este colegiado, mais uma vez, a possibilidade de a origem de mercadoria para efeito de redução de alíquota do II prevista nos acordos internacionais no âmbito da ALADI ser realizada por um meio diferente daquele previsto nos atos que a disciplinam. Especificamente, pretende a recorrida substituir a declaração juramentada prevista no art. 2º do ACE 91 pela mera referência cruzada nos documentos comerciais e no certificado de origem. Mais especificamente ainda, pretende que o certificado de origem possa mencionar uma dada fatura expedida por empresa sediada na Venezuela mas que outra fatura, agora já originada em empresa sediada em paraíso fiscal fora da ALADI, seja a que instrua o Fl. 348DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 349 4 despacho de importação, desde que nesta última haja menção à anterior, a qual, por sua vez, fora mencionada no Certificado. O que se tem nos presentes autos, e em outros tantos, é que uma dada quantidade de determinada mercadoria foi desembaraçada pela Petrobrás com base em uma fatura que não corresponde àquela mencionada no certificado de origem, mas que coincide completamente (a mercadoria) com a que lhe foi faturada pela empresa mencionada no certificado. E, ademais, na fatura que instruiu o despacho de importação há expressa menção tanto ao certificado de origem quanto ao número e data da fatura nele mencionada. Também incontroverso que a fatura que instruiu o despacho somente foi emitida após a data de emissão do certificado de origem, podendose depreender que seu número ainda não era conhecido quando da emissão deste último. Destarte, para que se obste o aproveitamento da redução tarifária o que está faltando é a declaração juramentada prevista no art. 2º da Resolução ALADI 232 e o que se decidiu foi que, à vista dos documentos exibidos, ela seria dispensável. Assim não penso, porém. Com efeito, embora não tenha mesmo sido cumprida a providência prevista nos atos regulamentares dos acordos, não vejo como não se possa, à vista dos documentos exibidos garantir que: 1) houve uma aquisição na Venezuela de uma mesma quantidade da mercadoria objeto do certificado de origem; 2) essa quantidade, nem mais, nem menos, está sendo desembaraçada no País. Nesses termos, e até onde consegui visualizar, a resistência fiscal parece escorada na possibilidade de que o mesmo certificado venha a ser utilizado em mais de uma operação de importação, especialmente em casos em que a “exportadora” pertence ao mesmo grupo empresarial importador. Naturalmente, isso requer que o mesmo certificado seja mencionado em mais de uma fatura, o que, por si só, já constituiria fraude. E ela ficaria ainda mais evidente se constasse de uma “declaração juramentada”. Seja por esse ou por qualquer outro motivo, o fato é que a Resolução ALADI a previu e sendo ela internalizada por meio de um decreto presidencial entendo que não pode ser por nós simplesmente considerada “letra morta”. Essas, em suma, as considerações expendidas no acórdão paradigma, que entendo mais bem embasadas do que a mera referência em alguns julgados favoráveis à empresa ao princípio do formalismo moderado que impera no âmbito do processo administrativo e que permitiria a “substituição” da forma de comprovação expressamente prevista no ato regulador. Ora, o princípio mencionado apenas autoriza a aceitação de forma não solene quando outra, mais específica e rigorosa, não esteja expressamente estabelecida. Fl. 349DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 350 5 No caso em tela, ocorre exatamente a impossibilidade referida, pois a norma que regula o benefício tributário concedido no âmbito da ALADI traz expressa a providência a ser seguida, descabendo aos julgadores administrativos simplesmente ignorála, mormente porque, sabemos todos, são elas incorporadas ao ordenamento jurídico pátrio por meio de decreto presidencial que a todos nós vincula. Por fim, quero deixar claro que não estou aqui a dizer que a empresa recorrida, uma estatal e das mais importantes do Mundo, tenha praticado fraude, seja nesta, ou em qualquer outra operação comercial. Mas a Lei tem de valer igualmente para todos, e o reconhecimento de que ela pode descumprir a Resolução obriganos a aceitar esse descumprimento para qualquer outra, em que tais pretensões de lisura já não sejam tão fortes. Com essas considerações, voto pelo provimento do recurso fazendário de modo a restaurar a exigência afastada pela decisão recorrida. É como voto. (Assinado digitalmente) Júlio César Alves Ramos Voto Vencedor Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Redator Designado O recurso foi apresentado com observância do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dele tomo conhecimento e passo a apreciar. Do Cabimento da Preferência Tarifária O parágrafo único do art. 434 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 1985, vigente à época dos fatos controvertidos: Art. 434. No caso de mercadoria que goze de tratamento tributário favorecido em razão de sua origem, a comprovação desta será feita por qualquer meio julgado idôneo. Parágrafo único. Tratandose de mercadoria importada de país membro da Associação LatinoAmericana de Integração (ALADI), quando solicitada a aplicação de reduções tarifárias negociadas pelo Brasil, a comprovação constará de certificado de origem emitido por entidade competente, de acordo com modelo aprovado pela citada Associação. Nessa esteira, entendo aplicáveis, na espécie, as considerações formuladas por ocasião do voto vencido, prolatado quando do julgamento do Recurso nº 137.831 (Processo nº 18336.000413/200581), onde atuou como relator o conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, onde foram enfrentadas as alegações trazidas na jurisprudência da CSRF que apoiaria as considerações do sujeito passivo. Transcrevo: Por sintetizar o raciocínio que orienta esse entendimento, transcrevo ementa de acórdão da CSRF prolatado nos autos do Fl. 350DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 351 6 Recurso Especial nº 302124323, que teve como relatora a i. Conselheira Anelise Daudt Prieto, no qual, por maioria de votos, decidiuse: CERTIFICADO DE ORIGEM PREFERÊNCIA TARIFÁRIA RESOLUÇÃO ALADI 232 Produto exportado pela Venezuela e comercializado através de país não integrante da ALADI. A apresentação para despacho do Certificado de Origem emitido pelo país produtor da mercadoria, acompanhado da fatura do país interveniente e do conhecimento de embarque que deixam clara a origem da mercadoria, supre as informações que deveriam constar de declaração juramentada a ser apresentada à autoridade aduaneira, como previsto no art. 9°, do Regime Geral de Origem da Aladi (Res. 78). Recurso especial provido. Apesar de entender que tal decisão está em harmonia com a regra geral de origem estampada no art. 9º do Decretolei nº 37, de 19661, peço licença para discordar das conclusões consignadas no aresto. Penso que, na espécie, o dispositivo nacional deve ceder espaço ao regime da Aladi, onde não foram produzidos os documentos corretos para a concessão da preferência tarifária objeto do presente litígio, nem suprida a sua ausência pelos meios definidos no mesmo acordo. Por uma questão de sistematização, analiso separadamente os fatores que me levaram a adotar essa conclusão. 1 Tipicidade e Relação Jurídica Tributária Interessa à solução do litígio, a meu ver, avaliar se os fatos carreados aos autos se subsumem perfeitamente à hipótese abstratamente prevista na norma negocial que estabeleceu a preferência tarifária objeto do presente litígio. Caso isso não se verifique, afastado estaria o fundamento para sua concessão. Ou seja, independentemente de ser conceituada como uma isenção parcial ou alíquota diferenciada, a aplicação da preferência tarifária negociada é necessariamente orientada pelo princípio da tipicidade cerrada, dogmatizado pelos arts. 97, VI e 111, II do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 1966) 2 1 Art. 9º Respeitados os critérios decorrentes do ato internacional de que o Brasil participe, entenderseá por país de origem da mercadoria aquele onde houver sido produzida ou, no caso de mercadoria resultante de material ou mãodeobra de mais de um país, aquele onde houver recebido transformação substancial. 2 Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: (...) VI as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: (...) II outorga de isenção; Fl. 351DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 352 7 Vejamos o que diz Alberto Xavier3 Como já mais de uma vez se sublinhou, o lançamento é o ato administrativo pelo qual a Administração aplica a norma tributária material a um caso concreto. Nuns casos, essa aplicação tem por conteúdo reconhecer a tributabilidade do fato e, portanto, declarar a existência de uma relação jurídica tributária e definir o montante da prestação devida. Noutras hipóteses, porém, da aplicação da norma ao caso concreto resulta o reconhecimento da não tributabilidade do fato e, portanto, da não existência no caso concreto de uma obrigação de imposto. Nos primeiros, a Administração pratica um ato de conteúdo positivo; nas segundas, um ato de conteúdo negativo. (destaquei) José Souto Maior Borges4, a seu turno, pontifica: É o fato gerador, consoante se demonstrou, uma entidade jurídica (supra, III). Por força do princípio da legalidade da tributação, o fato gerador existe si et ia quantum estabelecido previamente em texto de lei: os contornos essenciais da hipótese de incidência (núcleo e elementos adjetivos) integram todos a lei tributária material. Sem a previsão legal hipotética dos fatos ou conjunto de fatos que legitimam a tributação inexiste portanto fato gerador de obrigação tributária. Por isso, afirmase corretamente que o fato gerador é fato jurídico. Sob outro ângulo, a análise jurídica revela ser a extensão do preceito que tributa delimitada pelo preceito que isenta. A norma que isenta é assim uma norma limitadora ou modificadora: restringe o alcance das normas jurídicas de tributação; delimita o âmbito material ou pessoal a que deverá estenderse o tributo ou altera a estrutura do próprio pressuposto da sua incidência. A norma de isenção, obstando o nascimento da obrigação tributária para o seu beneficiário, produz o que já se denominou fato gerador isento, essencialmente distinto do fato gerador do tributo. (destaquei) Possivelmente, a principal conseqüência da préfalada tipicidade cerrada, pelo menos para a solução do vertente processo, é a impossibilidade se pode recorrer à analogia a pretexto de colmatar supostas lacunas da norma. Nesse caso, há que se aplicar a doutrina do Silêncio Eloqüente do legislador, com as restrições brilhantemente defendidas pelo Min. Moreira Alves, nos autos do RE Nº 130.5525 DF (DJ de 28/06/1991): “... só se aplica a analogia quando, na lei, haja lacuna, e não o que os alemães denominam ‘silêncio eloqüente’ (Beredtes Schweigen) que é o silêncio que traduz que a hipótese 3 Do lançamento: teoria geral do ato, do procedimento e do processo tributário. Rio de Janeiro: Forense, 1998, 2.ed. p. 100. 4 Teoria Geral da Isenção Tributária. São Paulo. Malheiros, 2001, 3ªed. p.p. 190/191 Fl. 352DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 353 8 contemplada é a única a que se aplica o preceito legal, não se admitindo, portanto, aí o emprego da analogia.” Tal ressalva é importante para a solução do presente litígio porque, como se verá a seguir, o regime de origem do ACE 39, que isola a aplicação do regime do DL 37, de 1966, definiu as formas de suprir eventual falha documental perpetrada na demonstração do cumprimento dos requisitos de origem. É defeso ao intérprete, portanto, considerar suprida eventual falha documental por meios diversos dos previstos no Acordo, invocando, por exemplo, analogicamente, o comando do art. 9º, que trata do Regime Geral de Origem. 2Regime de Origem do ACE 39 Conforme se observa na leitura do já transcrito art. 9º do Decretolei nº 37, de 1966, delimitou com razoável precisão o conceito jurídico de “origem”, que, aliás, muito se aproxima do significado coloquial da expressão (local onde a mercadoria foi produzida ou sofreu transformação substancial). Assim, para efeito de aplicação da legislação, sempre que a delimitação da origem da mercadoria for relevante, caberia ao intérprete investigar o local onde a mercadoria foi produzida ou sofreu transformação substancial. Tratarseia então do emprego do que Alfredo Augusto Becker5, apoiado na doutrina de Emilio Betti, denominou Cânone Hermenêutico da Totalidade do Sistema Jurídico, que a unicidade dos conceitos jurídicos, independentemente do contexto em que o mesmo esteja sendo empregado. Diz o autor: “...uma definição, qualquer que seja a lei que a tenha enunciado, deve valer para todo o direito; salvo se o legislador expressamente limitou, estendeu ou alterou aquela definição ou excluiu sua aplicação num determinado setor do direito; mas para que tal alteração ou limitação ou exclusão aconteça é indispensável a existência de regra jurídica que tenha disciplinado tal limitação, extensão, alteração ou exclusão.” Ocorre que, segundo o próprio art. 9º, o conceito de origem ali consignado cede espaço aos critérios fixados em ato internacional de que o Brasil participe, hipótese que se verifica no presente julgamento, onde se encontra em discussão a aplicação de preferência tarifária outorgada nos termos do Acordo de Complementação Econômica nº 39, promulgado pelo Decreto nº 3.138, de 16/08/1999. Vendo por outro ângulo, para efeito de reconhecimento de preferência tarifária, se o acordo que a concede possuir regime próprio, mercadoria originária de país signatário é aquela que preenche as condições daquele ato, ainda que tais condições não 5 Teoria Geral do Direito Tributário. São Paulo, Lejus, 3ª ed. p. 123 Fl. 353DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 354 9 guardem relação com conceitos consagrados no plano da linguagem corriqueira ou no regime nacional de origem. Ou seja, assim como, para efeito de lei, determinados bens evidentemente móveis podem ser tratados como imóveis, para efeito da aplicação de preferência, mercadorias evidentemente extraídas de determinado país podem deixar de ser reconhecidas como originárias ou, em sentido inverso, ainda que não tenham sofrido qualquer transformação substancial, fazem jus ao regime diferenciado. O acordo que concede a preferência é soberano. Tanto em um quanto em outro exemplo, configurarseia uma ficção jurídica, onde o mundo fático, por disposição legal, é distorcido pelo jurídico. Preciso, a meu ver o conceito de ficção jurídica apresentado por Maria Rita Ferragut (Presunções no Direito Tributário. São Paulo, Dialética, 2001 p. 85), citando a obra de Perez de Ayala: De acordo com José Perez de Ayala a ficção jurídica constituise na valoração contida num preceito legal, em virtude do qual se atribuem, a determinados supostos de fatos, certos efeitos jurídicos, violentando ou ignorando a natureza real das coisas. E uma técnica que permite ao legislador atribuir efeitos jurídicos que, na ausência da ficção, não seriam possíveis a certos fatos ou realidades sociais. (grifei) No caso da preferência tarifária em debate, o regime de origem a ser considerado, por determinação expressa do artigo 86 do ACE nº 39, é o estabelecido na Resolução 78 da Aladi e pelas demais regras que a complementam, dentre as quais destacase a Resolução 252 do Comitê de Representantes da Aladi, promulgada pelo Decreto nº 3.325, de 1999. Cabe registrar, desde já, que. diferentemente do entendimento consignado no acórdão hostilizado, não vejo a “triangulação” comercial represente uma violação à regra do artigo Quarto da Resolução Aladi nº 78, atualmente consolidado na Resolução nº 252, que condiciona o reconhecimento da origem à expedição direta da mercadoria. Com efeito, o Conhecimento de Transporte juntado por cópia à fl. 17 não faz menção ao fato de que a mercadoria tenha transitado, sido transbordada ou armazenada em um país estranho ao ACE 39: a mercadoria, segundo aquele documento, foi embarcada em Punta Cardon, Venezuela, com destino ao Território Brasileiro. Ou seja, a meu ver, assim como consignado no citado acórdão da Câmara Superior de Recursos Fiscais, a regra em questão impõe restrições ao trânsito físico da mercadoria por um 6 Para a qualificação da origem das mercadorias que se beneficiem do presente Acordo as Partes Signatárias aplicarão o Regime Geral de Origem previsto na Resolução 78 e nas disposições complementares e modificativas do Comitê de Representantes da ALADI, salvo se as Partes Signatárias convierem diferentemente. Fl. 354DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 355 10 terceiro país, não à sua comercialização por um operador nele estabelecido. Tanto é assim que a Resolução nº 252 estabeleceu regra específica para a importação de mercadoria onde figure como exportador operador sediado em país nãoparticipante do ACE. Vejase o que diz o artigo nono da Resolução 252, incorporado ao Regime de Origem da Aladi por essa mesma resolução: NONO Quando a mercadoria objeto de intercâmbio for faturada por um operador de um terceiro país, membro ou não da Associação, o produtor ou exportador do país de origem deverá indicar no formulário respectivo, no campo relativo a "observações", que a mercadoria objeto de sua Declaração será faturada de um terceiro país, identificando o nome, denominação ou razão social e domicílio do operador que, em definitivo, será o que fature a operação a destino. (destaquei) Na situação a que se refere o parágrafo anterior e, excepcionalmente, se no momento de expedir o certificado de origem não se conhecer o número da fatura comercial emitida por um operador de um terceiro país, o campo correspondente do certificado não deverá ser preenchido. Nesse caso, o importador apresentará à administração aduaneira correspondente uma declaração juramentada que justifique o fato, onde deverá indicar, pelo menos, os números e datas da fatura comercial e do certificado de origem que amparam a operação de importação. (os grifos não constam do original) Notese que, a mesma resolução 252 estabelece, por via oblíqua, as conseqüências do descumprimento das regras inerentes ao certificado de origem, literalmente: SÉTIMO Para que as mercadorias objeto de intercâmbio possam beneficiarse dos tratamentos preferenciais pactuados pelos países participantes de um acordo celebrado de conformidade com o Tratado de Montevidéu 1980, esses países deverão acompanhar os documentos de exportação, no formuláriopadrão adotado pela Associação, de uma declaração que acredite o cumprimento dos requisitos de origem que correspondam, de conformidade com o disposto no Capítulo anterior. Essa declaração poderá ser expedida pelo produtor final ou pelo exportador da mercadoria de que se tratar. (destaquei) Com efeito, se a norma condiciona o reconhecimento da preferência à apresentação da declaração própria do Certificado de Origem, segundo os ditames do acordo, por óbvio, afasta o tratamento diferenciado se descumpridas as condições préestabelecidas. De se observar, ademais que, analisando o parágrafo único do artigo nono da mesma resolução, podese inferir que a norma definiu com clareza quais são as providências a adotar nas hipóteses em que a triangulação comercial impede o Fl. 355DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 356 11 preenchimento na forma préestabelecida, rito que, conforme apontado pelas autoridades autuantes, não foi seguido. Nessa esteira, a meu ver, a tipicidade cerrada que norteia a avaliação do cumprimento dos pressupostos inerentes ao Acordo proíbe que se busquem outros meios para, supostamente demonstrar a observância do regime de origem. Ora, o regime de origem fixado pela Resolução 252 é aquele cuja prova é feita nos termos das regras procedimentais nele previstas, saber o último porto de embarque da mercadoria, neste caso, não supre o descumprimento daquelas regras. Ou seja, não é suficiente, para aplicação do tratamento diferenciado, a demonstração, por outros meios documentais, que a mercadoria, aparentemente foi produzida e embarcada na Venezuela. Isso seria suficiente se o reconhecimento estivesse sujeito à regra geral gizada no artigo 9º do Decretolei nº 37, de 1966. Repisese que, em obediência ao princípio da tipicidade, não se pode partir do pressuposto que a sistemática definida na Resolução 252 contém lacunas. Ela simplesmente optou por não admitir, por exemplo, que a falha na adoção das providências elencadas no art. nono sejam supridas pela apresentação de uma fatura comercial estranha àquela que constou do Certificado de Origem. Finalmente, a meu ver, razão assiste às autoridades autuantes quando apontaram a impossibilidade de se cotejar a quantidade da mercadoria amparada pelo certificado de origem coligido aos autos, que não contém essa informação. Sem que tal informação conste do certificado ou não for possível vincular certificado e fatura comercial, como saber se a totalidade das mercadorias desembarcadas no Brasil foi embarcada na Venezuela? Resta prejudicado portanto o cumprimento do requisito estabelecido no artigo oitavo da Resolução 252, literis: OITAVO A descrição das mercadorias incluídas na declaração que acredita o cumprimento dos requisitos de origem estabelecidos pelas disposições vigentes deverá coincidir com a que corresponde à mercadoria negociada, classificada de conformidade com a NALADI/SH e com a que se registra na fatura comercial que acompanha os documentos apresentados para o despacho aduaneiro.(grifei) Logo, a certificação da origem é feita com base também em função da fatura comercial que acoberta a saída de mercadorias. Pelas normas internacionais vigentes (art. 4º do Acordo 91 do Comitê de representantes da Aladi), é necessário que haja a vinculação do certificado de origem da mercadoria à fatura comercial correspondente, o que foi deito no presente caso. Fl. 356DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 357 12 Com efeito, é o vínculo entre certificado de origem e fatura comercial que garante o cumprimento dos requisitos fixados entre os Estados signatários do Acordo e legitima a fruição do benefício tarifário quanto á mercadoria importada. Não se pode olvidar, por outro lado, que a avaliação do cumprimento das condições fixadas pela legislação específica do regime reclama a observância das normas que disciplinam a fruição da isenção condicionada, especialmente o pelo art. 179, caput e § 2º, do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 1966), que dizem: Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. (...) § 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicandose, quando cabível, o disposto no artigo 155. Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrandose o crédito acrescido de juros de mora: Aplicar o art. 179 e, se for o caso, o art. 155, significa, a meu ver, avaliar, conforme o caso, o cumprimento das condições fixadas no Acordo, inclusive no que se refere ao cumprimento das exigências de ordem instrumental. Sobre a imperiosidade da coexistência dos aspectos instrumental e material, bem assim da obrigatoriedade do sujeito passivo trazer ao processo, pelos meios adequados, os elementos que permitam a avaliação do cabimento da isenção, vale a pena relembrar trecho da obra de Alberto Xavier7: “... Na verdade, enquanto a Administração fiscal tem o dever de investigar oficiosamente os fatos arvorados por lei em elementos do tipo tributário, nem sempre esse dever lhe cabe quanto aos fatos impeditivos da obrigação de imposto. Não pode afirmarse que a Administração não tenha o dever de investigar a verdade material quanto ao fato isento, nos casos a que nos referimos: o que sucede é que a lei faz depender o início da investigação de um pressuposto processual, que é um requerimento ou solicitação expressa do particular, sem o qual a Fazenda não pode reconhecer a isenção, nem portanto operar a sua eficácia impeditiva. É o que resulta do artigo 179 do Código Tributário Nacional, segundo o qual “a isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento no qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do 7 Do lançamento: teoria geral do ato, do procedimento e do processo tributário. Rio de Janeiro. Forense, 1998, 2ª ed., p. 103/104. Fl. 357DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 18336.001125/200462 Acórdão n.º 9303001.990 CSRFT3 Fl. 358 13 cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão”. (destaquei) De se reafirmar, portanto, que, como frisou o mestre lusitano, a regra isencional de caráter especial não gera efeitos ope iuris. É necessário que se cumpra o rito procedimental próprio, consubstanciado no pleito do benefício e na apresentação de prova do preenchimento das condições definidas na norma de caráter substancial. De maneira semelhante, pondera Souto Maior Borges8: “Toda isenção deve ser concedida mediante prova documental da sua causa que remova as contestações e incertezas. (...) Devese distinguir assim, consoante o ensinamento de Amílcar de Araújo Falcão, no estudo das isenções, dois momentos ou aspectos distintos: I) o aspecto substancial ou material, ou seja, os requisitos ou elementos de perfeição ou integração dos pressupostos da isenção; regime que estabelece os pressupostos para o surgimento do direito à isenção (Tatbestandsstücke), os destinatários da norma (Normadressaten) e o âmbito, o alcance ou extensão do preceito isentivo; II) o aspecto formal, um processus, um requisito de eficácia para que o efeito desagravatório da isenção se produza (Wirksamkeitserfordernis). Distinguese, deste modo, entre pressupostos integrativos da relação jurídica de isenção e pressupostos de eficácia do resultado legalmente estabelecido. Estes últimos relacionamse pois com as circunstâncias que condicionam a produção dos efeitos jurídicos. (destaquei) Ora, se foi indicado o país de destino da mercadoria, a intervenção do operador estabelecido em terceiro país e, a partir da apresentação da fatura comercial atrelada ao referido certificado, identificamse claramente todos os elos da cadeia comercial, não há como afirmar que o certificado esteja em desacordo com as regras do acordo, máxime em razão de que as informações relativas ao domicílio da Pifco estão perfeitamente identificadas na fatura acreditada por tal certificado. Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso especial. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas 8 Teoria Geral da Isenção Tributária. São Paulo. Malheiros, 2001, 3ª ed. p. 336 Fl. 358DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 17/09/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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