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Numero do processo: 10660.906097/2012-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-000.983
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1623; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10660.906097/201298 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401000.983 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25 de janeiro de 2017 Assunto PIS E COFINS. COMPENSAÇÃO. Recorrente MOABE ENERGIA INDUSTRIA E COMÉRCIO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior e aproveitar esse crédito com débito de outro tributo. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido e não homologando a compensação, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração (DCTF) prestada pelo contribuinte. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: "Tal indeferimento não pode prosperar porque os créditos oriundos de pagamento indevido ou maior já tinham sido devidamente disponibilizados em RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 60 .9 06 09 7/ 20 12 -9 8 Fl. 44DF CARF MF Processo nº 10660.906097/201298 Resolução nº 3401000.983 S3C4T1 Fl. 3 2 razão da desvinculação dos mesmos das DCTFs daquele período." Os Julgadores de 1º piso consideraram improcedente a manifestação da contribuinte, não reconhecendo o direito creditório e mantendo a não homologação, nos termos do Acórdão 14044.346. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário, por meio da qual esclarece a procedência do seu direito de crédito e apresenta petição, nos seguintes termos: "O aludido recurso de MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE interposto pela recorrente, se deu porque esta entendeu que os pagamentos efetuados indevidamente ou a maior, na data do pedido de restituição/compensação, estavam devidamente desvinculados das declarações acessórias daqueles períodos, fato este que. por si só, já seria suficiente para demonstrar e provar a disponibilidade desses créditos pretendidos, dispensando assim a necessidade de instruir a exordial com as provas, possíveis de serem verificadas pelas informações acessórias fiscais regularmente prestadas ao fisco, pela recorrente, por meio eletrônico, com amparo na produção de provas previstas no art. 332, do crc. Contudo, infelizmente, a recorrente não se atentou para o fato de que a defesa sustentada no recurso anterior, não foi cumprida pelo seu departamento fiscal, o qual estava incumbido de enviar as devidas retificações acessórias, ensejando assim o presente passivo tributário. Diante disso, a recorrente requer a ampliação do prazo para apuração adequada do efetivo direito ao crédito tributário, anteriormente pleiteado, providenciando todas as retificações das declarações acessórias, assim previstas no art. 113, parágrafo 2o, do CTN, para demonstrar a relação dos créditos que tem direito. Reintera ainda sobre a importância da dilação do referido prazo, com base no Principio da Capacidade Contributiva, nos termos do art. 145, §1°, juntamente com o Princípio do não Confisco, nos termos do art. 150, IV, da CF. tendo em vista que, a sua não prorrogação ensejará à recorrente insolvência econômica, uma vez que, o seu patrimônio, não é suficiente para garantir os passivos tributários oriundos das referidas declarações acessórias. Ademais, diante da presente situação, não restou a recorrente outra alternativa senão interpor a presente demanda." É o relatório Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.964, Fl. 45DF CARF MF Processo nº 10660.906097/201298 Resolução nº 3401000.983 S3C4T1 Fl. 4 3 de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10660.906083/201274, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.964): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. Como soe, nessas situações, a contribuinte somente compreende inteiramente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Por isso, tendo em vista nem a administração tributária, nem a instância anterior, ter ido além do despacho decisório de processamento automático, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e Fl. 46DF CARF MF Processo nº 10660.906097/201298 Resolução nº 3401000.983 S3C4T1 Fl. 5 4 prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 47DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.917391/2011-62
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.120
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 17 39 1/ 20 11 -6 2 Fl. 201DF CARF MF Processo nº 10480.917391/201162 Resolução nº 3401001.120 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11041.101. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10480.917391/201162 Resolução nº 3401001.120 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10480.917391/201162 Resolução nº 3401001.120 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 204DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.900735/2012-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.022
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 00 73 5/ 20 12 -8 5 Fl. 227DF CARF MF Processo nº 10480.900735/201285 Resolução nº 3401001.022 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11041.898. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 228DF CARF MF Processo nº 10480.900735/201285 Resolução nº 3401001.022 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 229DF CARF MF Processo nº 10480.900735/201285 Resolução nº 3401001.022 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 230DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.913819/2011-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.066
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 13 81 9/ 20 11 -0 6 Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10480.913819/201106 Resolução nº 3401001.066 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11041.064. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10480.913819/201106 Resolução nº 3401001.066 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10480.913819/201106 Resolução nº 3401001.066 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 205DF CARF MF
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Numero do processo: 15578.000345/2008-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 10 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.139
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência, vencido o Conselheiro Hélcio Lafetá Reis, que negava provimento ao recurso voluntário, em função de inovação argumentativa na peça recursal.
ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Hélcio Lafetá Reis, André Henrique Lemos, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência, vencido o Conselheiro Hélcio Lafetá Reis, que negava provimento ao recurso voluntário, em função de inovação argumentativa na peça recursal. ROSALDO TREVISAN – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Hélcio Lafetá Reis, André Henrique Lemos, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre os PER/DCOMP de fls. 3 a 381, transmitidos de 06/09/2007 a 18/08/2008, por meio do qual a empresa busca restituição de COFINS não cumulativa relativa ao 1o trimestre de 2007, no valor de R$ 11.985.760,72, com fundamento no § 1o do artigo 6o da Lei no 10.833/2003, e compensação com outros débitos. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 78 .0 00 34 5/ 20 08 -6 1 Fl. 1092DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.093 2 No Parecer SEORT no 3382/2008 (fls. 203 a 217), narra a fiscalização, após análise da documentação apresentada e visita à empresa, para verificação do processo produtivo (de pelotas de minério de ferro), que: (a) foram efetuadas vendas no mercado interno (assim registradas na contabilidade da empresa) a empresas comerciais exportadoras, sem o cumprimento do disposto § 2o do artigo 39 da Lei no 9.532/1997 (remessa direta a embarque ou a recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora); (b) de acordo com o conceito de insumos advindo da lei de regência, e disciplinado na IN SRF no 247/2002, deve o insumo ser aplicado ou consumido na produção ou fabricação do produto, não atendendo a tal requisito: (b1) serviços administrativos, serviços de auditoria e serviços decorrentes de atividades meio (conforme planilha de fl. 190); e (b2) despesas gerais e remuneração de capital de giro, previstos em contratos de prestação de serviços com a Companhia Vale do Rio Doce (detalhados na planilha de fl. 191); (c) o rateio proporcional entre receitas de exportação e receitas relativas ao mercado interno, conforme opção da empresa, resultou em crédito suficiente para homologar apenas parcialmente as compensações, em montante de R$ 1.826.272,74, destacandose que o crédito de períodos anteriores (R$ 218.625,20), transferido para janeiro de 2007, foi apurado nos autos do processo administrativo no 15578.000344/200817. E, com base em tal parecer, o pedido foi parcialmente deferido, pelo despacho decisório de fls. 217/218, em 24/10/2008. Após ciência do despacho, em 20/02/2009 (AR à fl. 229), a empresa apresenta manifestação de inconformidade em 11/03/2009 (fls. 230 a 248), na qual alega, em síntese, que: (a) adquire minério de ferro bruto da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), e, em seu estabelecimento fabril (usina de pelotização) transforma esse minério em pelotas destinadas à venda no mercado externo; (b) por disposição contratual, a recorrente está obrigada a adquirir um montante mensal de minério bruto da CVRD, que presta serviço de administração da planta industrial da recorrente; (c) às vezes, a recorrente fatura à CVRD seu excedente de produção, exclusivamente para operação de venda no mercado externo, tendo sido essas operações compreendidas equivocadamente pela fiscalização como descumpridoras de ditames normativos, apesar de ser inconteste que a produção excedente foi remetida ao mercado externo; (d) as contribuições sociais, por força de disposição constitucional (§ 2o do artigo 149) não incidem sobre receitas decorrentes de exportação; (e) o conceito de insumos não se restringe à aplicação direta na produção, e abrange todos os custos diretos e indiretos de produção, e despesas que contribuam para a produção; e (f) dentro de uma interpretação conforme a Constituição, devese compreender como fato gerador do crédito toda demonstração de que o exercício da atividade empresarial está sendo onerado pela incidência cumulativa do tributo, com referência aos serviços de frete decorrentes da operação/serviços de operação da própria indústria. Em 15/07/2010, ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 307 a 318), no qual a DRJ decide, unanimemente, pela manutenção do indeferimento do direito de crédito, sob os seguintes fundamentos: (a) é correto o entendimento externado no despacho decisório de que se consideram isentas da COFINS as receitas de vendas efetuadas com o fim especifico de exportação somente quando comprovado que os produtos tenham sido remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora; (b) a análise das notas fiscais de venda das mercadorias, os registros contábeis no Livro Razão e o Livro de Apuração de ICMS, bem como as informações obtidas junto à CVRD, mostram que as operações glosadas se tratam de vendas no mercado interno; (c) os memorandos de exportação apenas demonstram que os produtos adquiridos pela CVRD foram posteriormente exportados, o que não foi objeto da análise da fiscalização, por ser irrelevante ao caso, que trata de créditos do produtor, em venda Fl. 1093DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.094 3 no mercado interno; e (d) para fins de apuração de créditos da nãocumulatividade das contribuições, consideramse insumos apenas os bens e serviços diretamente aplicados ou consumidos na fabricação do produto, no que não se enquadram os serviços glosados (v.g., serviços topográficos; serviços de auditoria; projetos de gerenciamento e engenharia; manutenção eletromecânica nos equipamentos de monitoramento ambiental), sendo improcedentes as alegações da empresa no que se refere a glosa de fretes, vez que tais glosas não ocorrem no presente processo. Cientificada da decisão de piso em 05/01/2011 (AR à fl. 324), a empresa interpôs recurso voluntário (fls. 325 a 395, com anexos às fls. 396 a 732), em 27/01/2011, argumentando que: (a) a CVRD (já denominada “VALE S.A.”) atua como empresa comercial exportadora, constando expressamente no contrato de fornecimento (item 8.2.2) que “as faturas finais de venda devem ser emitidas um dia útil após a data do conhecimento de embarque das pelotas a serem exportadas”; (b) as pelotas deixam os pátios da recorrente por meio de esteiras e são delas destinadas diretamente aos pátios da VALE, que são consideradas áreas alfandegadas (de acordo com o ADE SRRF07 no 320, de 14/09/2006); ou seguem diretamente para o embarque em navios com destino ao exterior; (c) a cláusula XI do contrato com a VALE define o momento da tradição jurídica (entrega) das pelotas quando do embarque da mercadoria, não ocorrendo tradição das mercadorias em momento anterior; (d) além dos memorandos de exportação anexados, que respeitam a legislação estadual e retratam as operações, a recorrente juntou aos autos o Relatório Mensal de Controle de Estoque de Pelotas da VALE no COMPLEXO INDUSTRIAL DE TUBARAO, confeccionado pela VALE S.A. a pedido da RECORRENTE e fornecido para auxiliar em sua defesa, assim como outros documentos produzidos pela VALE (v.g., o que afirma não ter a empresa se creditado de COFINS nas aquisições com CFOP incorretamente preenchido); (e) as pelotas percorrem sempre o seguinte iter: USINA DE PELOTIZAÇÂO > ARMAZENAGEM DA PRÓPRIA RECORRENTE (pátio da própria RECORRENTE) > TERMINAL ALFANDEGADO DA VALE (ou diretamente para o navio) > NAVIO > MERCADO EXTERNO, conforme modelo anexo à defesa, e que, em caso de dúvida, pode ser atestado por perícia/diligência fiscal (indicação de peritos e quesitos propostos ao final da peça de defesa); (f) a fiscalização compreendeu equivocadamente as movimentações para o próprio pátio da recorrente como sendo a área do adquirente, não alfandegada, e superestimou lapsos inequívocos no preenchimento dos CFOP nas notas fiscais (devendo prevalecer a verdade material e a substância sobre a forma), sendo que nas próprias notas fiscais há menção expressa, em campo próprio, informando que as mercadorias são destinadas ao fim exclusivo de exportação; (g) a imunidade de COFINS para receitas decorrentes de exportação, assim como a não incidência e a isenção, não depende de serem as vendas destinadas a recinto alfandegado, ou diretamente a embarque para exportação, sendo indevida a glosa das vendas com fim específico de exportação, efetuadas a empresa comercial exportadora (VALE); e (h) o conceito de insumos é mais amplo do que defende a fiscalização, e abrange os serviços administrativos, topográficos, serviços de auditoria, serviços técnicos de engenharia e projetos industriais e serviços de manutenção e controle da qualidade do ar, todos decorrentes da operação da própria recorrente, apresentando solução de consulta que versa sobre serviços de manutenção de equipamentos de produção. Após a interposição de recurso voluntário, a empresa apresentou, em 16/05/2012 (fls. 735 a 782), peça na qual afirma trazer fatos novos (decisões do CARF sobre a prevalência da verdade material e decisão da DRJ em sentido diverso para caso semelhante, em processo da mesma empresa). Fl. 1094DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.095 4 Em 19/05/2016 o processo foi a mim distribuído, não tendo sido indicado para pauta nos meses novembro e dezembro de 2016, por estarem as sessões suspensas por determinação do CARF. O processo, derradeiramente, não foi indicado para o mês de janeiro de 2017, por ser a pauta mera reprodução da referente ao mês de outubro de 2016, que também teve a sessão suspensa por determinação do CARF. E foi indicado para a pauta de fevereiro de 2017, mas não incluído, pelo presidente, em função do volume de processos a julgar. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Há dois temas contenciosos, cada qual com seus desdobramentos, no presente processo: (a) créditos referentes a vendas com fim específico de exportação para os quais a fiscalização apurou descumprimento de requisito para fruição; e (b) créditos referentes a serviços classificados pela recorrente como insumos, havendo discordância por parte da fiscalização. Dos créditos em relação a vendas com fim específico de exportação Como relatado, a fiscalização, depois de analisar documentação apresentada pela empresa e visitar suas dependências, para verificação do processo produtivo (de pelotas de minério de ferro), concluiu que foram efetuadas vendas no mercado interno (assim registradas na contabilidade da empresa) a empresas comerciais exportadoras, sem o cumprimento do disposto § 2o do artigo 39 da Lei no 9.532/1997 (remessa direta a embarque ou a recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora). Nas palavras da fiscalização (fls. 206/207): Fl. 1095DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.096 5 A fiscalização tomou em conta que as Notas Fiscais, apesar de mencionarem CFOP incorreto, fizeram expressa menção, no campo “Informações Complementares”, de que se tratava de uma “remessa com fim específico de exportação”, mas que o CFOP incorreto propiciava que o destinatário dos produtos aproveitasse os créditos das aquisições, o que não é admitido em uma venda com fim específico de exportação. E acrescentou que na adquirente (CVRD) anexou à documentação entregue uma consulta formulada internamente na qual alega estar utilizando os créditos decorrentes dessas vendas (fls. 180 a 184 da numeração manual, 181 a 185 da numeração eletrônica). Tal documento reproduz email trocados internamente na CVRD (adquirente), dos quais se transcreve as seguintes informações, aqui entendidas como relevantes: Tal documento demonstra que a empresa tinha ciência de que havia efetuado procedimento incorreto nos períodos indicados, a menos no entender de sua gerência contábil Fl. 1096DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.097 6 (e da fiscalização), mas não se presta à conclusão de que a CVRD aproveitou créditos em relação ao período fiscalizado (primeiro trimestre de 2007). Deveria, assim, a fiscalização, ter verificado se houve efetivo aproveitamento de créditos, ao invés de se contentar com o expediente retro para afirmar (fl. 207) que: A conclusão fiscal, no caso, é falaciosa. Do fato de ter a empresa reconhecido que utilizou créditos em 2004 e 2005, ao mesmo tempo em que reconheceu que tais créditos eram indevidos e que os estornaria, não parecer decorrer a conclusão de que estaria a utilizar, ou utilizaria os créditos decorrentes a operações idênticas no primeiro trimestre de 2007 (período fiscalizado). No entanto, a incorreção de CFOP, com possibilidade de geração de créditos ao adquirente, não foi a única imputação fiscal, pois a fiscalização, com fundamento no artigo 6o da Lei no 10.833/2003, no § 2o do artigo 39 da Lei no 9.532/1997, e no artigo 1o do DecretoLei no 1.248/1972, externou ainda que, para fazer jus à isenção de COFINS, é necessário que a venda a empresas comerciais exportadoras, com fim específico de exportação, seja feita com remessa diretamente ao estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. Intimada a empresa adquirente (CVRD) a elucidar como se operou a entrega das pelotas, esta informou que a entrega ocorria no pátio da remetente (fl. 179): E endossa a fiscalização que tal alegação foi corroborada com visita realizada ao parque fabril da recorrente, e que tal estabelecimento não seria alfandegado. Para afastar dúvidas, no entanto, em relação ao alfandegamento, a fiscalização oficiou a Inspetoria da Receita Federal jurisdicionante a informar se os pátios onde são depositadas as mercadorias Fl. 1097DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.098 7 seriam alfandegados, obtendo como resposta que as áreas de alfandegamento definidas no Ato Declaratório Executivo no 320/2006 não englobam as áreas dos pátios das usinas de pelotização (fl. 187): Na manifestação de inconformidade, a empresa centra sua defesa na tese de que efetuou venda à CVRD com fim específico de exportação, e que a operação foi mal compreendida pela fiscalização como descumpridora de ditames normativos, apesar de ser inconteste que a produção excedente foi remetida ao mercado externo. Tal afirmação da defesa parte de dois pressupostos equivocados. O primeiro de que a operação foi mal compreendida pela fiscalização, pois resta claro, até pelas transcrições aqui efetuadas, que a própria empresa reconhecia que adotava procedimento desconforme aos ditames normativos. E o segundo, de que seria inconteste que a produção foi remetida ao mercado externo, pois em nenhum momento se afirma isso na peça fiscal, que entende como irrelevante tal circunstância, bastando o descumprimento das disposições que regem a isenção (v.g., remessa direta para embarque ou recinto alfandegado) para que não haja possibilidade de utilização do crédito. Ao mesmo tempo em que parece a fiscalização entender irrelevante se o produto foi efetivamente exportado, parece a defesa entender irrelevante se a venda foi destinada a recinto alfandegado ou a embarque. Eis o verdadeiro contencioso, patente na peça inaugural de defesa (fl. 235): O único argumento jurídico de defesa, na peça inaugural, no entanto, tornase (embora presente – fl. 343) coadjuvante no recurso voluntário apresentado, que passa a discutir originalmente sobre alfandegamento, fluxo de entrega da mercadoria à CVRD, e outros itens sobre os quais sequer trata especificamente a manifestação de inconformidade (embora já constassem tais temas expressamente da imputação fiscal). Fl. 1098DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.099 8 Afirmase, no recurso voluntário (fl. 330/331), que: Traz, assim, a recorrente, um ingrediente novo ao processo. É certo que poderia ter levantado tal argumento desde a fase de fiscalização, passando pela manifestação de inconformidade. Contudo, é plausível que a recorrente tenha tido a completa compreensão da imputação somente após o julgamento de piso, que endossou a irrelevância de as mercadorias terem sido, de fato, posteriormente exportadas (fl. 314): Fl. 1099DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.100 9 A argumentação presente no recurso voluntário deve ser conhecida, no que se refere à discussão sobre o fluxo de entrega das mercadorias à CVRD, não só em nome da verdade material, mas por apontar, alicerçandose em elementos revestidos de plausibilidade, para possível equívoco, por parte da fiscalização, em relação ao que efetivamente ocorreu, no universo fático, em relação às operações. Ao que parece, nem para a fiscalização nem para a DRJ bastariam as indicações erradas de CFOP nas notas fiscais/registros contábeis para indeferimento do direito, tanto que ambas associaram tal irregularidade formal à ausência de remessa direta a exportação ou a recinto alfandegado. A recorrente expressamente reconhece o erro no que se refere a notas fiscais/escrituração, em sua peça de defesa, e afirma que retificou as notas (fls. 367 e 376): Pecou, no entanto, a defesa, ao sequer juntar aos autos a comprovação de que teria efetivamente retificado as notas. Fl. 1100DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.101 10 Da mesma forma, pecou a recorrente ao crer que rechaçaria o argumento (que já se reconheceu aqui como falacioso) de que a CVRD estaria demandando crédito em relação às aquisições que são objeto do presente processo apresentando uma carta da própria CVRD, datada de 23/12/2010 (e sem qualquer referência a período específico de apuração ou a notas fiscais) onde se afirma, “com objetivo de instruir a impugnação a auto de infração”, que não estaria a adquirente utilizando os referidos créditos (fl. 730). Tal carta, além de não espelhar o já admitido no processo em relação aos anos de 2004 e 2005, não se refere especificamente ao objeto de que trata o presente processo, ou às notas fiscais glosadas no procedimento fiscal em análise. Continuam não esclarecidas, nos autos, as seguintes questões: (a) a recorrente efetivamente retificou as notas fiscais, como expressamente informou ter feito, em seu recurso voluntário? e (b) a CVRD utilizou créditos em relação às aquisições referentes às notas fiscais que foram objeto de glosa no presente processo? Noutra frente da imputação fiscal, referente a não ter havido remessa direta ou a recinto alfandegado, é igualmente tormentoso o cenário. Não existe, nos autos, dúvida de que a recorrente industrializava produtos (pelotas) e os vendia à CVRD. Entretanto, quanto ao fato de a CVRD exportar ou não tais produtos, não se pode extrair qualquer conclusão até o momento, seja porque a matéria nunca foi objeto de análise fiscal (checandose se os memorandos de exportação apresentados refletem efetivas operações de exportação das mercadorias adquiridas com amparo nas notas fiscais glosadas, e nos registros/declarações de exportação), seja porque a existência de disposição contratual com a CVRD determinando a exportação, ou o reconhecimento (novamente genérico, em carta – fl. 732) de que as aquisições eram integralmente objeto de exportação não têm o condão de comprovar a efetiva exportação. Surge, então, essa terceira questão relevante para uma análise madura do contencioso. E há ainda uma quarta, referente à própria sistemática adotada na operação, em função do contrato celebrado entre a recorrente e a CVRD. Não há controvérsia sobre ser o produto, depois de industrializado, e antes de ser fisicamente remetido à CVRD, armazenado em estabelecimento da recorrente. Fisco, recorrente e adquirente textualmente o afirmam. Mas há séria divergência sobre o momento em que se considera que os produtos foram objeto de transferência da recorrente à adquirente (CVRD). Tal circunstância é que fez com que os mesmos julgadores de piso que unanimemente proferiram a decisão no presente processo, em 15/07/2010 (mesma turma de julgamento, com a mesma composição, ressalvado o acréscimo de um julgador no segundo julgamento) modificassem o entendimento sobre o tema, de forma igualmente unânime, em 29/03/2011, afirmando que (fls. 1060 a 1071excertos): Fl. 1101DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.102 11 Fl. 1102DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.103 12 A única diferença apresentada entre o presente processo e o que foi objeto da segunda análise, pela DRJ, afora o período analisado, se refere ao tipo de procedimento: enquanto o presente processo se refere a uma demanda por crédito, aquele se referia a um lançamento de ofício. Analisando o contrato entre a recorrente e a CVRD, chegamos a conclusão semelhante à presente no segundo julgamento da instância de piso. Efetivamente, se for comprovado que a mercadoria foi integralmente exportada, e que seguiu do pátio póslinha de produção da própria recorrente para embarque direito ou recinto alfandegado da CVRD, há direito ao crédito. E também chegou o CARF a conclusão no mesmo sentido, no Acórdão no 3202000.779, de 25/06/2013, que manteve a decisão da DRJ, no aspecto aqui tratado. Aquilo que chamamos de quarta dúvida (se é procedente a alegação de que a área de destino dos produtos vendidos, e não a área de armazenagem pósprocesso industrial em estabelecimento da recorrente, era alfandegada) já foi objeto de diligência em processos Fl. 1103DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.104 13 congêneres, da mesma empresa. Vejase, por exemplo, o processo administrativo no 11543.003126/200376, no qual houve conversão do julgamento em diligência, tendo o colegiado, após a resposta da unidade local da RFB, concluído unanimemente que: As pelotas eram industrializadas no parque industrial da recorrente, que fica ao lado do recinto alfandegado da CVRD, enviados ao pátio deste parque industrial, e seguiam por meio de esteiras até o citado recinto alfandegado. (...) O fato da empresa ter alocado as mercadorias vendidas em seu pátio antes do envio, por meio de esteiras, à CVRD, não descaracteriza a sua entrega diretamente ao recinto alfandegado. (sic) (Acórdão no 3201002.179, de 17/05/2016) Idêntico raciocínio foi empregado no Acórdão no 3201002.178, também de 17/05/2016. Cabe, no entanto, para que o processo esteja maduro/concluso para julgamento, demandar preliminarmente à unidade local, em sede de diligência, que responda (se necessário, com visita e/ou solicitação de informações à recorrente, ou à adquirente), conclusivamente, se: (a) a recorrente efetivamente retificou as notas fiscais, como expressamente informou ter feito, em seu recurso voluntário; (b) a CVRD (VALE) utilizou créditos em relação às aquisições referentes às notas fiscais que foram objeto de glosa no presente processo; (c) a CVRD (VALE) efetivamente exportou os produtos adquiridos da recorrente nas operações que foram objeto de glosa; e (d) os produtos industrializados pela recorrente seguiram do pátio póslinha de produção da própria recorrente (onde estavam armazenadas) para embarque direito ou recinto alfandegado da CVRD. Deve a unidade local da RFB emitir, ao final do procedimento, Relatório de Diligência Fiscal, no qual justifique a resposta a cada um dos quesitos formulados acima, anexando os documentos entendidos como relevantes a comprovar a justificativa. Entendese, pelo exposto, que resta superada a demanda pericial externada na peça de defesa. E, diante da convicção de que, no segundo tópico contencioso, relativo a créditos referentes a serviços classificados pela recorrente como insumos, não são necessários esclarecimentos adicionais para que seja julgado o processo, deixo para analisar o mérito de tal tópico após o retorno da diligência, em conjunto com o primeiro tema, sobre o qual se demanda esclarecimento. Por fim, deve a unidade local dar ciência do relatório de diligência à recorrente, conforme art. 35, parágrafo único, do Decreto no 7.574/2011, abrindose o prazo regulamentar para manifestação. Após a ciência e a eventual manifestação da empresa, os autos devem ser devolvidos a este CARF, para julgamento. Fl. 1104DF CARF MF Processo nº 15578.000345/200861 Resolução nº 3401001.139 S3C4T1 Fl. 1.105 14 Rosaldo Trevisan Fl. 1105DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10768.720477/2007-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/09/1988 a 31/10/1995
EMBARGOS. DEMONSTRAÇÃO DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. FALTA DESSA DEMONSTRAÇÃO LEVA A SE REJEITAR O RECURSO.
Quando não se logra comprovar a omissão, ou a obscuridade, ou a contradição alegadas nos Embargos, recomenda-se que não lhes seja dado provimento pelas razões postas no recurso.
Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/09/1988 a 31/10/1995
EMBARGOS. DEMONSTRAÇÃO DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. FALTA DESSA DEMONSTRAÇÃO LEVA A SE REJEITAR O RECURSO.
Quando não se logra comprovar a omissão, ou a obscuridade, ou a contradição alegadas nos Embargos, recomenda-se que não lhes seja dado provimento pelas razões postas no recurso.
Numero da decisão: 3401-003.491
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os Embargos apresentados.
Rosaldo Trevisan - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente).
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os Embargos apresentados. Rosaldo Trevisan - Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente).
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Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado VISE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/1988 a 31/10/1995 EMBARGOS. DEMONSTRAÇÃO DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. FALTA DESSA DEMONSTRAÇÃO LEVA A SE REJEITAR O RECURSO. Quando não se logra comprovar a omissão, ou a obscuridade, ou a contradição alegadas nos Embargos, recomendase que não lhes seja dado provimento pelas razões postas no recurso. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/09/1988 a 31/10/1995 EMBARGOS. DEMONSTRAÇÃO DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. FALTA DESSA DEMONSTRAÇÃO LEVA A SE REJEITAR O RECURSO. Quando não se logra comprovar a omissão, ou a obscuridade, ou a contradição alegadas nos Embargos, recomendase que não lhes seja dado provimento pelas razões postas no recurso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os Embargos apresentados. Rosaldo Trevisan Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 76 8. 72 04 77 /2 00 7- 71 Fl. 211DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente). Relatório Tratase de Embargos de Declaração interpostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao amparo do art. 65, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 09 de junho de 2015, em face do Acórdão n° 3403003.178, que possui a seguinte ementa: "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/1988 a 31/10/1995 COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE CRÉDITO DE AÇÃO JUDICIAL ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. ART. 170A DO CTN. APLICAÇÃO NO TEMPO. RECURSO REPETITIVO. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA. ART. 62A DO RICARF C/C ART. 543C DO CPC. Entende o Superior Tribunal de Justiça, em precedente firmado sob o regime de recurso repetitivo (art. 543C do CPC), que "Em se tratando de compensação de crédito objeto de controvérsia judicial, é vedada a sua realização "antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", conforme prevê o art. 170A do CTN, vedação que, todavia, não se aplica a ações judiciais propostas em data anterior à vigência desse dispositivo, introduzido pela LC 104/2001". (REsp 1.164.452/MG, DJe 02/09/2010). Entendimento que se aplica no julgamento administrativo por força do art. 62 A do Regimento Interno do CARF. Recurso provido." Alega o embargante que há contradição e descompasso entre a decisão e a sua fundamentação, pois a primeira se refere a dar provimento ao recurso voluntário, enquanto que a segunda afirma que os autos devem ser devolvidos à unidade local para que verifique o quantum do crédito e análise demais requisitos de entender aplicáveis. Despacho de admissibilidade encaminhou este recurso à apreciação deste Colegiado. É o relatório Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Fl. 212DF CARF MF Processo nº 10768.720477/200771 Acórdão n.º 3401003.491 S3C4T1 Fl. 3 3 Tempestividade e demais requisitos atestados no despacho de admissibilidade. O questionamento da respeitável embargante se cinge à aparente diferença entre o teor do que ficou registrado como decisão daquele julgamento e o dispositivo conclusivo do Acórdão. Vejamos as ponderações da recorrente: Trata‑se de declaração de compensação apresentada com fundamento em indébito tributário sob discussão judicial. A compensação não foi homologada, sob o fundamento de que não havia trânsito em julgado à época das transmissões das declarações. Insatisfeito com a decisão da DRJ que indeferiu sua manifestação de inconformidade, o contribuinte interpôs recurso voluntário para pedir a homologação da compensação. Ao analisar a irresignação recursal, esta Turma proferiu decisão assim ementada: ʺASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/1988 a 31/10/1995 COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE CRÉDITO DE AÇÃO JUDICIAL ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. ART. 170‑A DO CTN. APLICAÇÃO NO TEMPO. RECURSO REPETITIVO. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA. ART. 62‑A DO RICARF C/C ART. 543‑ C DO CPC. Entende o Superior Tribunal de Justiça, em precedente firmado sob o regime de recurso repetitivo (art. 543‑C do CPC), que ʺEm se tratando de compensação de crédito objeto de controvérsia judicial, é vedada a sua realização ʺantes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicialʺ, conforme prevê o art. 170‑A do CTN, vedação que, todavia, não se aplica a ações judiciais propostas em data anterior à vigência desse dispositivo, introduzido pela LC 104/2001ʺ. (REsp 1.164.452/MG, DJe 02/09/2010). Entendimento que se aplica no julgamento administrativo por força do art. 62‑ A do Regimento Interno do CARF. Recurso provido.ʺ O dispositivo do acórdão ora embargado está assim redigido: ʺAcordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.ʺ Ante a leitura da parte dispositiva, depreende‑se que o colegiado teria dado provimento ao recurso voluntário. Entretanto, esta decisão não é a mesma expressa no voto do relator, que assim conclui: "Em razão deste fundamento, deve ser provido o recurso voluntário, para o fim de que, superado tal obstáculo formal para a compensação, devem os autos ser devolvidos para a Delegacia de origem para que promova a análise do Fl. 213DF CARF MF 4 quantum do direito de crédito e dos demais requisitos que entenda aplicáveis." Enquanto o dispositivo da decisão expressa a conclusão pelo provimento do recurso, o voto condutor expressa seu entendimento pelo provimento parcial do recurso para devolver os autos à Delegacia de origem sob o comando de que promova a análise do direito de créditos e dos demais requisitos aplicáveis. Verifica‑se, portanto, descompasso entre a decisão e sua fundamentação. À primeira leitura, esses textos parecem indicar uma diferença. Entretanto, em minha leitura do voto completo, essa impressão inicial é esclarecida. E pretendo nas próximas linhas expor minha visão a esse respeito. Notemos que os pedidos de compensação, que trazem implícito um pedido de reconhecimento de direito creditório, foram não homologados com motivação no fato da ação judicial indicada pelo contribuinte não ter transitado em julgado, nos termos exigidos pelo artigo 170A do CTN. O contraditório inaugurado pela contestação das contribuintes centrou se nessa causa de indeferimento. Os Julgadores de 1º piso consideraram improcedente a manifestação de inconformidade e mantiveram a decisão da autoridade de administração tributária local: não homologar as compensações requeridas. Mas o Colegiado de 2º piso reformou essa decisão, afastando o seu fundamento. Ao agir assim, acolheu a alegação da contribuinte que atacava a decisão de não homologação, ou seja, deu provimento ao recurso voluntário. Entretanto, ressaltemos que a administração tributária com competência para apreciar aqueles pedidos originários não havia analisado a procedência dos valores. Há a necessidade que o processo retorne à unidade de jurisdição local para, superado o motivo baseado no art. 170A do CTN, se analisar o mérito dos pedidos. Essa é a necessária orientação contida no dispositivo conclusivo do voto. Apesar do provimento ao recurso voluntário, esse provimento não significa que o direito creditório tenha sido reconhecido e as compensações possam ser consideradas homologadas sem análise prévia. Com certeza não concorre ao interesse da Fazenda Nacional, nem da contribuinte, que os valores tratados naqueles pedidos originários não sejam submetidos a cuidadosa verificação da sua procedência e correção. Uma forma alternativa de agir, que o Colegiado poderia ter adotado, seria enviar os autos em diligência para que se verificasse esse quantum e se levantasse quaisquer outros aspectos considerados requisitos para a conclusão do crédito e das compensações. Mas o Colegiado escolheu outro caminho, não menos válido e adequado do que este. Em meu entendimento, não há a contradição ou o descompasso apontados pela embargante. Na verdade, o dispositivo conclusivo do voto é que prevalece, pois esclarece e fundamenta o que ficou registrado como decisão do Colegiado: deuse provimento ao recurso voluntario, e o processo retorna à autoridade local para apreciar o mérito dos pedidos, afastada a causa de não homologação baseada no artigo 170A do CTN. Por essas razões proponho sejam conhecidos os Embargos, mas, no mérito, não seja lhe dado provimento. Fl. 214DF CARF MF Processo nº 10768.720477/200771 Acórdão n.º 3401003.491 S3C4T1 Fl. 4 5 Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 215DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13855.720552/2014-32
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Apr 11 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/03/2009 a 31/12/2010
EMBARGOS. DIREITO DE DEFESA.
Embargos acolhidos, com efeitos infringentes, em nome do direito de ampla defesa e ao contraditório, para tornar sem efeitos a decisão no que se refere à "glosa dos gastos com serviços de movimentação e embarque em porto de produtos acabados", uma vez que ela não cumpunha originariamente o contraditório neste processo administrativo.
ALTERAÇÃO DE FUNDAMENTO JURÍDICO. CONTRADIÇÃO. INOCORRÊNCIAS.
Não constitui alteração do fundamento jurídico, nem constitui contradição, a decisão em grau de recurso que reconhece parte da razão adotada pela autoridade fiscal ou administrativa, mesmo que com interpretações gerais distintas entre si a respeito dos dispositivos da legislação.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/03/2009 a 31/12/2010
EMBARGOS. DIREITO DE DEFESA. (1ª alternativa)
Embargos acolhidos, com efeitos infringentes, em nome do direito de ampla defesa e ao contraditório, para tornar sem efeitos a decisão no que se refere à "glosa dos gastos com serviços de movimentação e embarque em porto de produtos acabados", uma vez que ela não cumpunha originariamente o contraditório neste processo administrativo.
ALTERAÇÃO DE FUNDAMENTO JURÍDICO. CONTRADIÇÃO. INOCORRÊNCIAS.
Não constitui alteração do fundamento jurídico, nem constitui contradição, a decisão em grau de recurso que reconhece parte da razão adotada pela autoridade fiscal ou administrativa, mesmo que com interpretações gerais distintas entre si a respeito dos dispositivos da legislação.
Numero da decisão: 3401-003.450
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, com efeitos infringentes, para reconhecer o julgamento extra petita, e não conhecer das demais alegações de omissão e contradição, por perda do objeto.
Rosaldo Trevisan - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente), Hélcio Lafetá Reis.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/03/2009 a 31/12/2010 EMBARGOS. DIREITO DE DEFESA. Embargos acolhidos, com efeitos infringentes, em nome do direito de ampla defesa e ao contraditório, para tornar sem efeitos a decisão no que se refere à "glosa dos gastos com serviços de movimentação e embarque em porto de produtos acabados", uma vez que ela não cumpunha originariamente o contraditório neste processo administrativo. ALTERAÇÃO DE FUNDAMENTO JURÍDICO. CONTRADIÇÃO. INOCORRÊNCIAS. Não constitui alteração do fundamento jurídico, nem constitui contradição, a decisão em grau de recurso que reconhece parte da razão adotada pela autoridade fiscal ou administrativa, mesmo que com interpretações gerais distintas entre si a respeito dos dispositivos da legislação. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/03/2009 a 31/12/2010 EMBARGOS. DIREITO DE DEFESA. (1ª alternativa) Embargos acolhidos, com efeitos infringentes, em nome do direito de ampla defesa e ao contraditório, para tornar sem efeitos a decisão no que se refere à "glosa dos gastos com serviços de movimentação e embarque em porto de produtos acabados", uma vez que ela não cumpunha originariamente o contraditório neste processo administrativo. ALTERAÇÃO DE FUNDAMENTO JURÍDICO. CONTRADIÇÃO. INOCORRÊNCIAS. Não constitui alteração do fundamento jurídico, nem constitui contradição, a decisão em grau de recurso que reconhece parte da razão adotada pela autoridade fiscal ou administrativa, mesmo que com interpretações gerais distintas entre si a respeito dos dispositivos da legislação.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, com efeitos infringentes, para reconhecer o julgamento extra petita, e não conhecer das demais alegações de omissão e contradição, por perda do objeto. Rosaldo Trevisan - Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente), Hélcio Lafetá Reis.
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DIREITO DE DEFESA. Embargos acolhidos, com efeitos infringentes, em nome do direito de ampla defesa e ao contraditório, para tornar sem efeitos a decisão no que se refere à "glosa dos gastos com serviços de movimentação e embarque em porto de produtos acabados", uma vez que ela não cumpunha originariamente o contraditório neste processo administrativo. ALTERAÇÃO DE FUNDAMENTO JURÍDICO. CONTRADIÇÃO. INOCORRÊNCIAS. Não constitui alteração do fundamento jurídico, nem constitui contradição, a decisão em grau de recurso que reconhece parte da razão adotada pela autoridade fiscal ou administrativa, mesmo que com interpretações gerais distintas entre si a respeito dos dispositivos da legislação. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/2009 a 31/12/2010 EMBARGOS. DIREITO DE DEFESA. (1ª alternativa) Embargos acolhidos, com efeitos infringentes, em nome do direito de ampla defesa e ao contraditório, para tornar sem efeitos a decisão no que se refere à "glosa dos gastos com serviços de movimentação e embarque em porto de produtos acabados", uma vez que ela não cumpunha originariamente o contraditório neste processo administrativo. ALTERAÇÃO DE FUNDAMENTO JURÍDICO. CONTRADIÇÃO. INOCORRÊNCIAS. Não constitui alteração do fundamento jurídico, nem constitui contradição, a decisão em grau de recurso que reconhece parte da razão adotada pela AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 5. 72 05 52 /2 01 4- 32 Fl. 4364DF CARF MF 2 autoridade fiscal ou administrativa, mesmo que com interpretações gerais distintas entre si a respeito dos dispositivos da legislação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, com efeitos infringentes, para reconhecer o julgamento extra petita, e não conhecer das demais alegações de omissão e contradição, por perda do objeto. Rosaldo Trevisan Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente), Hélcio Lafetá Reis. Relatório Trata este de Embargos ingressado pela contribuinte que questiona o Acórdão cuja Ementa reproduzo a seguir: ACÓRDÃO 3401003.030 SESSÃO DE 25 DE JANEIRO DE 2016. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/2009 a 31/12/2010 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA COM AÇÃO JUDICIAL. A proposição de ação judicial, antes ou após o início da ação fiscal, importa na renuncia de discutir a matéria objeto da ação judicial na esfera administrativa. CRÉDITOS. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativo, entendese que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização; e que insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados a venda não se restringe apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. DESPESAS DE MOVIMENTAÇÃO E DE EMBARQUE DE MERCADORIAS EM ÁREA PORTUÁRIA DESTINADAS À EXPORTAÇÃO. FALTA DE PREVISÃO LEGAL PARA GERAR CRÉDITOS DE PIS E COFINS. Fl. 4365DF CARF MF Processo nº 13855.720552/201432 Acórdão n.º 3401003.450 S3C4T1 Fl. 3 3 Por falta de previsão legal específica e por não se demonstrar que se referem a insumos necessários aos processo de produção, não geram créditos de PIS e COFINS as despesas com movimentação das mercadorias na área portuária e as despesas com o embarque dessas mercadorias. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/03/2009 a 31/12/2010 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA COM AÇÃO JUDICIAL. A proposição de ação judicial, antes ou após o início da ação fiscal, importa na renuncia de discutir a matéria objeto da ação judicial na esfera administrativa. CRÉDITOS. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativo, entendese que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização; e que insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados a venda não se restringe apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. DESPESAS DE MOVIMENTAÇÃO E DE EMBARQUE DE MERCADORIAS EM ÁREA PORTUÁRIA DESTINADAS À EXPORTAÇÃO. FALTA DE PREVISÃO LEGAL PARA GERAR CRÉDITOS DE PIS E COFINS. Por falta de previsão legal específica e por não se demonstrar que se referem a insumos necessários aos processo de produção, não geram créditos de PIS e COFINS as despesas com movimentação das mercadorias na área portuária e as despesas com o embarque dessas mercadorias. Recurso voluntário negado Crédito tributário mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.. Como exposto no despacho de admissibilidade, a Embargante afirma que o acórdão recorrido traz contradição e omissão porque: · teria havido julgamento extra petita pois o acórdão proferido com relação ao processo administrativo 13855.72052/201432 trata de glosas dos gastos com frete interno de produtos acabados e glosas dos gastos com movimentação e embarque no porto de produtos acabados, mas essa decisão foi estendida ao processo administrativo 13855.720550/201443 pela unidade de jurisdição local. Ocorre que este processo só trata de despesas com frete interno. · contradição e omissão relativamente à alteração do fundamento jurídico do lançamento fiscal (o acórdão recorrido afasta o entendimento da Fl. 4366DF CARF MF 4 autoridade lançadora apoiado na legislação do IPI e adota entendimento alternativo), mas isso contraria o artigo 146 do CTN por inovar e modificar o fundamento do auto de infração; · contradição e omissão relativamente ao creditamento relacionado aos serviços de movimentação e de elevação (embarque) (pois o acórdão recorrido expõe seu entendimento de que o direito de creditamento estaria reservado para fatores em que estivesse demonstrado ser ele necessário para a geração da receita tributável, mas contraditoriamente deixa de reconhecer que os serviços de movimentação e embarque no porto são indispensáveis para a exportação mas o acórdão recorrido se apóia na falta de previsão legal Em face destes elementos, a Embargante requereu fosse conhecido e providos os Embargos, para o fim de sanar a contradição e a omissão apontados neste recurso. Os Embargos foram admitidos e vieram a apreciação neste colegiado. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Tempestividade e demais requisitos apreciados no despacho de admissibilidade. Conforme atos e documentos constantes no processo até o acórdão recorrido, trataria o presente de autos de infração que constituíram e exigem PIS e COFINS faturamento, incidência não cumulativa, para o período de apuração compreendido entre 01/03/2009 a 31/12/2010. A contribuinte é usina cooperada da COPERSUCAR, que produz açúcar e alcool. A autoridade fiscal constatou que ela pretendeu aproveitar créditos de PIS e COFINS referentes a (i) despesas de movimentação e embarque de seus produtos em porto e (ii) despesas de fretes de transporte entre as unidades da cooperativa (transporte interno), todos elas rateados pela COPERSUCAR entre seus cooperados. Sobre o aproveitamento de créditos a partir de gastos com frete interno, a contribuinte ingressara com ação judicial, por meio da qual obteve sentença favorável (sentença proferida no mandado de segurança n.002081228.2010.4.03.6100). A contribuinte ingressou com Embargos de Declaração alegando: 1. ter havido julgamento extra petita pois o acórdão proferido com relação ao processo administrativo 13855.72052/201432 trata de glosas dos gastos com frete interno de produtos acabados e glosas dos gastos com movimentação e embarque no porto de produtos acabados, mas essa decisão foi estendida ao processo administrativo 13855.720550/201443 Fl. 4367DF CARF MF Processo nº 13855.720552/201432 Acórdão n.º 3401003.450 S3C4T1 Fl. 4 5 pela unidade de jurisdição local. Ocorre que esse processo só trata de despesas com frete interno e aquele dos gastos com movimentação e embarque em porto. 2. contradição e omissão relativamente à alteração do fundamento jurídico do lançamento fiscal (o acórdão recorrido afasta o entendimento da autoridade lançadora apoiado na legislação do IPI e adota entendimento alternativo), mas isso contraria o artigo 146 do CTN por inovar e modificar o fundamento do auto de infração; 3. contradição e omissão relativamente ao creditamento relacionado aos serviços de movimentação e de elevação (embarque) (pois o acórdão recorrido expõe seu entendimento de que o direito de creditamento estaria reservado para fatores em que estivesse demonstrado ser ele necessário para a geração da receita tributável, mas contraditoriamente deixa de reconhecer que os serviços de movimentação e embarque no porto são indispensáveis para a exportação mas o acórdão recorrido se apoia na falta de previsão legal ). Primeira parte: A contribuinte alega, nos Embargos de Declaração, ter havido julgamento extra petita pois o acórdão proferido com relação ao processo administrativo 13855.720552/201432 trata de glosas dos gastos com frete interno de produtos acabados e glosas dos gastos com movimentação e embarque no porto de produtos acabados, quando os autos de infração só cuidariam da exigência a partir da glosa com frete interno. E, além disso, essa decisão foi estendida ao processo administrativo 13855.720550/201443 pela unidade de jurisdição local, que só trata de despesas com serviços de movimentação e embarque em porto. A autoridade de administração da jurisdição local informa em seu despacho de fls. 4241 (datado de 27/06/2016) que o processo 13855.720550/201443 cuida somente dos autos de infração com origem na glosa das despesas com movimentação e embarque em porto, enquanto que o processo 13855.720552/201432 cuidaria somente dos autos de infração com origem nas glosas dos gastos com frete interno. Vejamos em suas palavras: O presente processo administrativo trata de auto de infração lavrado pela DRF/Franca, com lançamento decorrente de glosa de créditos de PIS e COFINS. Conforme se depreende da leitura do Termo de Verificação Fiscal, acostado às fls. 4101 a 4115, verificase que as glosas referemse a: 1 Despesas de movimentação e embarque de seus produtos em porto; e 2 Despesas de fretes de transporte entre as unidades da cooperativa (transporte interno), todos elas rateados pela COPERSUCAR entre seus cooperados. Cabe esclarecer que, apesar de o citado Termo de Verificação Fiscal não mencionar, o lançamento em questão foi cindido em dois processos administrativos, sendo os débitos referentes ao item 1 controlados no presente processo, e o item 2 controlado no processo administrativo n° 13855.720552/201432. Fl. 4368DF CARF MF 6 Importante mencionar, ainda, que o item 2 acima (transporte interno) está sendo integralmente discutido no Mandado de Segurança n° 002081228.2010.4.03.6100. Ocorre que, quando da apresentação da impugnação referente ao processo administrativo n° 13855.720552/201432, o contribuinte apresentou argumentos a fim de refutar os dois itens supracitados ("transporte interno", que como já dito, tem seus débitos controlados no processo n° 13855.720552/201432, e "despesas de movimentação e embarque de seus produtos em porto", com débitos controlados no presente processo). Quando do julgamento da referida impugnação, a DRJ/Ribeirão Preto decidiu pela manutenção do lançamento, julgando procedente a glosa decorrente do item 1 (despesas de movimentação e embarque de seus produtos em porto) e considerando a renúncia à instância administrativa quanto ao item 2 (transporte interno), uma vez que, como já explicado, o mesmo é objeto do Mandado de Segurança n° 002081228.2010.4.03.6100 (fls. 4209 a 4225). O contribuinte, então, interpôs recurso voluntário, mais uma vez apresentando argumentos refutando os dois itens acima. O Carf, quando do julgamento do recurso voluntário, de maneira semelhante à DRJ, manteve o lançamento com relação ao item 1 e não se pronunciou em relação ao item 2, devido à concomitância com a discussão judicial já mencionada (fls. 4226 a 4241). Diante do acima exposto, concluise que tanto os débitos constantes do processo n° 13855.720552/201432, como os débitos constantes do presente processo, tiveram sua legalidade verificada pelos órgãos colegiados administrativos. Assim, considerando que o contribuinte, em impugnação juntada ao presente processo às fls. 4136 a 4202, utilizou exatamente os mesmos argumentos da impugnação interposta no processo n° 13855.720552/201432, conforme já mencionado, já julgados pela DRJ e pelo Carf, e, como também já explicado, aquele processo e este decorrem, na verdade do mesmo Auto de Infração (originado do mesmo Mandado de Procedimento Fiscal), proponho que o contribuinte seja informado de que os acórdãos proferidos no processo administrativo n° 13855.720552/201432 também se aplicam ao presente, com seguimento na cobrança administrativa do item 1 supra (despesas de movimentação e embarque de seus produtos em porto) que constitui a integralidade dos débitos aqui controlados. Pela consulta ao sistema eprocesso, noto que esse processo 13855.720550/201443 ainda não percorreu as instâncias julgadoras do contraditório, diferentemente daquele que traz o acórdão embargado. Ele estava na Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto desde 16/07/2014 aguardando distribuição e julgamento (fls. 4206), mas a unidade local solicitou sua devolução em 27/06/2016 (fls. 4207), ocasião em que nele foram juntadas o Acórdão proferido pela DRJ Ribeirão Preto e o Acórdão proferido pelo CARF, ambos no processo 13855.720552/201432. Esse processo 13855.720550/201443 foi juntado em julho de 2016 ao processo 13855.720552/201432, e, com os Embargos, foram encaminhados a este Colegiado. Faço notar que o acórdão recorrido foi proferido tendo como certo que ele tratava de autos de infração com origem nas matérias: (a) glosa de créditos dos gastos com frete interno e (b) glosa de créditos dos gastos com serviços de movimentação e embarque em Fl. 4369DF CARF MF Processo nº 13855.720552/201432 Acórdão n.º 3401003.450 S3C4T1 Fl. 5 7 porto. E sublinho que a impugnação, o acórdão proferido pela instância a quo e o recurso voluntário laboraram na mesma crença. Ao consultarmos os valores as exigências fiscais de cada processo, realmente eles não são iguais. Enquanto que o processo 13855.720550/201443 define o valor lançado em R$ 118.322,79, o outro processo define o lançamento em R$ 1.371.135,73. O despacho da autoridade de administração local trouxe informação não percebida antes e que ilumina o processo para desvelarlhe fatos importantes. O objeto do processo administrativo 13855.720552/201432 não se refere a autos de infração com origem nas glosas dos dois itens acima enumerados, mas somente com origem na glosa dos gastos com frete interno. Não haveria, neste processo, base para a discussão da glosa com serviços de movimentação e embarque de produtos em porto pois ela não tem repercussão nas exigências fiscais dos autos de infração. A autoridade de administração tem razão ao afirmar que os Julgadores de primeiro piso e o CARF apreciaram as duas matérias (as duas glosas) e, com isso, verificaram a sua legalidade. Entretanto, apesar de eu esposar o principio da instrumentalidade da forma, nesse caso, creio que se deve respeitar os elementos originário que constituem o objeto de cada processo. Por isso, não posso acompanhar o entendimento e conclusão sugeridos pela autoridade de administração, mesmo como suponho com seus elevados ideais de observar os Princípios que devem reger os Atos da Administração Pública, tais como a economicidade, a eficiência e a razoabilidade Sendo assim, pareceme que razão assiste à Embargante, o acórdão recorrido decidiu extra petita ao apreciar o recurso voluntário e o acórdão de 1ª instância quanto à matéria "glosa com serviços de movimentação e embarque em porto de produtos acabados". Por isso, proponho que sejam os Embargos acolhidos, com efeitos infringentes, para tornar sem efeitos a decisão no que se refere à "glosa dos gastos com serviços de movimentação e embarque em porto de produtos acabados". Deve permanecer apenas o reconhecimento da concomitância com ação judicial que discute a "glosa dos gastos com frete interno". Tendo este Colegiado aceita esta minha proposição, entendo que há desnecessidade de apreciar nesta sessão a pretensão da autoridade de administração tributário fiscal de estender ou transpor para o outro processo administrativo. Inclusive por que ela mesma afirma que eles foram apoiados em fatos fiscais distintos. Da mesmo forma, pareceme desnecessário analisarmos a segunda parte dos embargos, que discute as supostas omissões e contradições no acórdão recorrido, pois foi essa matéria (glosa dos gastos com serviços de movimentação e embarque em porto de produtos acabados) que foi retirada da decisão atacada. Fl. 4370DF CARF MF 8 Proponho acolhimento dos Embargos com efeitos infringentes para reconhecer o julgamento extra petita e não conhecer das demais alegações de omissão e contradição, por perda do objeto. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 4371DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.908435/2011-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2009 a 30/06/2009
CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA SELIC. OPOSIÇÃO ESTATAL.
A resistência ilegítima, oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não-cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), sendo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009).
Nos pedidos de ressarcimento para utilização em declaração de compensação, de forma diferente do que ocorre com pedidos de ressarcimento em espécie, não há que se falar em aplicação da taxa SELIC.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3401-003.358
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário, sendo que os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl acompanharam pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO. SELIC. Recorrente PROCOLOR QUÍMICA INDUSTRIAL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2009 a 30/06/2009 CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA SELIC. OPOSIÇÃO ESTATAL. A resistência ilegítima, oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da nãocumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), sendo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009). Nos pedidos de ressarcimento para utilização em declaração de compensação, de forma diferente do que ocorre com pedidos de ressarcimento em espécie, não há que se falar em aplicação da taxa SELIC. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário, sendo que os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl acompanharam pelas conclusões. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 84 35 /2 01 1- 31 Fl. 126DF CARF MF Processo nº 10882.908435/201131 Acórdão n.º 3401003.358 S3C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de PER/DCOMP cujo direito creditório utilizado na compensação é oriundo de saldo credor do IPI referente ao período de apuração de 01/04/2009 a 30/06/2009. Conforme despacho decisório exarado pelo Seort/DRF/Osasco, apesar de o crédito alegado pela Recorrente ter sido integralmente reconhecido (pelo valor original do saldo credor solicitado em ressarcimento PER), parte das compensações declaradas não foi homologada, pois o montante dos débitos informados para compensação, vinculados ao saldo credor do período de apuração sob análise, superou o valor do crédito solicitado e reconhecido. Após ser intimada, a ora Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto por intermédio do Acórdão 14053.015, que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2009 a 30/06/2009 NULIDADES. As causas de nulidade no âmbito do processo administrativo fiscal são somente aquelas elencadas na legislação de regência. O Despacho Decisório devidamente fundamentado é regularmente válido. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. JUROS SELIC. É incabível, por falta de previsão legal, a atualização monetária dos valores objeto de pedido de ressarcimento de créditos do IPI. Dessa decisão, a ora Recorrente foi intimada no dia 16/10/2014, apresentando tempestivo Recurso Voluntário no dia 14/11/2014, pelo qual requereu a reforma do acórdão recorrido, "para o fim de reconhecer e deferir o direito de correção monetária dos créditos de IPI, pois deixaram de ser escriturais, bem como aplicar a taxa SELIC, com a posterior homologação das compensações na integralidade", com base nos seguintes argumentos: (i) nulidade da decisão que não reconheceu o direito de crédito da Recorrente, por falta de fundamentação e por não ter intimado a Recorrente para esclarecer os motivos de ter pleiteado o ressarcimento; (ii) aplicação da correção monetária pela utilização da taxa SELIC em créditos objeto de pedidos de ressarcimento junto a Receita Federal. É o relatório. Fl. 127DF CARF MF Processo nº 10882.908435/201131 Acórdão n.º 3401003.358 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401003.340, de 25 de janeiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10882.908423/201114, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401003.340): "O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para a sua admissibilidade, de modo que dele tomo conhecimento. Como relatado, a interposição do Recurso Voluntário pelo contribuinte coloca duas matérias para exame desse Colegiado: (i) nulidade da decisão que não reconheceu o direito creditório da Recorrente; e (ii) aplicação da Taxa Selic para atualização de crédito básico de IPI em pedidos de ressarcimento. Nulidade O Recorrente defende a nulidade da decisão que não homologou as compensações declaradas e indeferiu o pedido de ressarcimento, alegando que a fundamentação da decisão não é adequada, pois não permite à Recorrente conhecer os seus motivos, e que não foi intimada para esclarecer aspectos do pedido de ressarcimento por ela realizado, o que seria determinado à autoridade fiscal pelo artigo 65 da Instrução Normativa nº 900/2008. Esse argumento foi rejeitado pela decisão recorrida, pelas seguintes razões: "De plano não constato qualquer irregularidade que possa acarretar a nulidade do Despacho Decisório, claramente foi demonstrado no Despacho Decisório (Divergências na Compensação) que o direito creditório oferecido e reconhecido era inferior ao montante de débitos que a interessada quer compensar. (...) Pois bem, atendendo ao princípio da eficiência, as PERDCOMPs são processadas eletronicamente visando atender ao contribuinte agilmente e, para atingir tal fim, a busca da certeza e liquidez do crédito se dá, num primeiro momento, pelo cruzamento das informações prestadas pelo próprio interessado à SRF, ou seja, confrontandose o direito creditório pedido com os dados fornecidos pelo interessado na PERDCOMP. Ou seja, a verificação da certeza e liquidez do direito creditório alegado pelo contribuinte, que nada mais é que o estrito cumprimento da lei e a obediência ao princípio da verdade material, baseiase nas obrigações acessórias realizadas pelo próprio". Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10882.908435/201131 Acórdão n.º 3401003.358 S3C4T1 Fl. 5 4 No que se refere à fundamentação inadequada do despacho decisório eletrônico que, segundo a Recorrente, não permitiria o pleno conhecimento dos motivos para o indeferimento total do seu pleito, com os prejuízos daí decorrentes para o exercício regular de sua defesa, não vejo como acompanhar a Recorrente. Apesar de o despacho decisório de fls. 75 ser bem objetivo, pelo seu exame, é possível a compreensão dos motivos que levaram à decisão: a Recorrente apurou determinado saldo credor de IPI em seus livros e pleiteou o ressarcimento, que foi deferido até o exato montante do crédito por ela apurado e solicitado, sendo indeferido pelo despacho decisório a compensação de débitos, assim como um pedido de ressarcimento, em montante superior ao crédito solicitado. Desse modo, estando devidamente fundamentada, não há que se falar em prejuízo à defesa da Recorrente que, conhecendo os motivos do indeferimento, apresentou defesa explicando que a divergência entre crédito e débito se deu pela não aplicação da taxa SELIC nos créditos básicos de IPI objeto de ressarcimento que, uma vez, aplicados, segundo a Recorrente, permitiriam a validação de todas as compensações vinculadas ao crédito de IPI. Não há, portanto, qualquer violação ao artigo 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/1972, a ensejar a decretação de nulidade da decisão. Com relação à necessidade de intimação da Recorrente antes de qualquer decisão indeferindo o seu direito creditório, oportuno citar o dispositivo invocado pela Recorrente, que tem a seguinte redação: "Art. 65. A autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas". (Instrução Normativa RFB nº 900/2008) Pela leitura do dispositivo, entendo que se trata de um direito da autoridade fiscal, que pode ser exercido ou não, não podendo ser encarado tal dispositivo como uma obrigação da autoridade fiscal de intimar o contribuinte antes de toda e qualquer análise de pedidos de reconhecimento de direito de crédito. A Receita Federal poderá, nas hipóteses em que entender cabível, intimar o contribuinte para apresentar esclarecimentos ou realizar diligências adicionais, para fim de confirmar a existência do direito de crédito pleiteado. Por conseguinte, a ausência de intimação da Recorrente antes do não reconhecimento de crédito por ela pleiteado não implica nulidade da decisão tomada nesse sentido, motivo pelo qual proponho ao Colegiado rejeitar a nulidade também por esse segundo fundamento. Aplicação da Taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de crédito de IPI A Recorrente alega que, se aplicada a correção monetária pela taxa SELIC no saldo credor, as compensações declaradas teriam sido homologadas, não havendo qualquer valor a ser cobrado pela Receita Federal. Fl. 129DF CARF MF Processo nº 10882.908435/201131 Acórdão n.º 3401003.358 S3C4T1 Fl. 6 5 Para tanto, invoca como fundamento o artigo 153, parágrafo 3º, inciso II, da Carta da República, artigo 49 do Código Tributário Nacional ("CTN"), artigo 11 da Lei nº 9.779/1999, afirmando que, na hipótese de ressarcimento e/ou compensação, "o crédito de IPI deixa de ser crédito escritural e passa a ser um crédito oponível à União Federal para restituição ou compensação, do qual deverá sofrer a incidência da correção monetária, como qualquer outro crédito passível de restituição/compensação". Além disso, defende a Recorrente que "será totalmente inócua a utilização de valores de créditos sem a cobertura do desgaste inflacionário, ou seja, a devida correção monetária entre o período em que houve o acúmulo do crédito até o momento da utilização, sob pena de enriquecimento ilícito por parte da União Federal", afirmando ser aplicável a taxa SELIC que é a mesma que é aplicada pelo Fisco na correção de seus créditos. A decisão recorrida rejeitou esse argumento da Recorrente, fazendo a distinção entre os casos de ressarcimento de IPI e restituição, conforme a seguir: "(...) a atualização monetária não é aplicável à hipótese vertente, isto é, de crédito escritural suscetível de ressarcimento, pois a norma do art. 66, § 3º da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, e alterações, conforme orientação interna transmitida pelo Boletim Central nº 46, de 25 de março de 1992, abarca tãosomente as hipóteses de atualização monetária referentes à restituição, nos casos em que menciona". Ademais, a decisão recorrida fundamenta a impossibilidade de correção monetária no ressarcimento de IPI, com base em normas infra legais como o artigo 38, § 2º, da IN SRF nº 210, de 2002; e artigo 51, § 5º, da IN SRF nº 460, de 2004, sucedida pelo artigo 52 da IN SRF nº 600, de 2005; artigo 72, § 5º, da IN RFB nº 900/2008 e alterações posteriores, manifestandose ainda pela impossibilidade de correção de créditos escriturais de IPI. Sobre o tema, pedido de atualização pela SELIC de valores objeto do pedido de ressarcimento de IPI, oportuno mencionar que já foi pacificado pelo e. Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do Recurso Especial nº 1.035.847 RS, de relatoria do Ministro Luiz Fux, cujo acórdão foi submetido ao regime de recursos repetitivos do artigo 543C, do CPC. Essa decisão teve a seguinte ementa: "PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10882.908435/201131 Acórdão n.º 3401003.358 S3C4T1 Fl. 7 6 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o consequente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008". (REsp 1035847/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/06/2009, DJe 03/08/2009) Em julgados mais recentes, o STJ deixou claro que (i) a atualização dos pedidos de ressarcimento de IPI aplicase também aos processos administrativos iniciados antes da vigência da Lei nº 11.457/2007, que estipula em seu artigo 24 que os pedidos administrativos deveriam ser apreciados dentro do prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias1; e (ii) o termo inicial para aplicação da SELIC, índice a ser adotado a partir de 1996, é a data de protocolo do pedido de ressarcimento. Nesse sentido, podese citar o precedente abaixo, de relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques: "TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PEDIDO ADMINISTRATIVO DE RESSARCIMENTO DOS CRÉDITOS DE IPI. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. PROTOCOLO DOS PEDIDOS ADMINISTRATIVOS DE RESSARCIMENTO. 1. Em que pese o julgamento do Recurso Representativo da Controvérsia REsp. n. 1.138.206/RS (Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 9.8.2010), onde se definiu que o art. 24 da Lei 11.457/2007 se aplica também para os feitos inaugurados antes de sua vigência, o prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias para o fim do procedimento de ressarcimento não pode ser confundindo com o termo inicial da correção monetária e juros SELIC. "Quanto ao termo inicial da correção monetária, este deve ser coincidente com o termo inicial da mora. Usualmente, tenho conferido o direito à correção monetária a partir da data em que os créditos poderiam ter sido aproveitados e não o foram em virtude da ilegalidade perpetrada pelo Fisco. Nesses casos, o termo inicial se dá com o protocolo dos pedidos administrativos de ressarcimento" (EAg nº 1.220.942/SP, 1 Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte. Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10882.908435/201131 Acórdão n.º 3401003.358 S3C4T1 Fl. 8 7 Primeira Seção, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10.04.2013). 2. Agravo regimental não provido". (AgRg no REsp 1554806/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 05/11/2015) O assunto já foi, inclusive, apreciado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, que, em recente julgado2, negou provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, pois "especificamente no presente caso, verificase que houve oposição estatal, mas, ou seja, o pedido de ressarcimento de créditos escriturais de IPI foi expressamente rejeitado pela autoridade competente (despacho decisório de fls. 480 a 499), o que ocasionou, portanto, oposição injustificada a impedir o gozo do direito. Existindo oposição estatal injustificada, há incidência de atualização pela SELIC do crédito de IPI". Esse posicionamento decorre da distinção entre créditos escriturais de IPI e créditos não escriturais. Os créditos escriturais, ou seja, aqueles recebidos e inseridos na escrita fiscal da empresa em um período de apuração para efeito de dedução dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos industrializados em períodos de apuração subseqüentes, não são passíveis de atualização, por ausência de previsão legal. Situação distinta ocorre com os créditos escriturais que passam a ser objeto de pedido de ressarcimento, em razão da impossibilidade de serem utilizados na dedução de débitos de IPI, quando as saídas estão sujeitas à alíquota zero ou à isenção, ou quando a diferença entre o volume de créditos e débitos resulta na acumulação de saldo credor. Nessa hipótese, tais créditos deixam de ser escriturais e passam a ser um direito de crédito do contribuinte contra o Fisco, que deve ser atualizado, desde o protocolo do pedido, pois, caso contrário, haveria um enriquecimento sem causa do Fisco. É que, nessas hipóteses, em que há "pedido de ressarcimento de créditos de IPI, PIS/COFINS (em dinheiro ou via compensação com outros tributos) e esses créditos são reconhecidos pela Receita Federal com mora, essa demora no ressarcimento enseja a incidência de correção monetária, posto que caracteriza a chamada "resistência ilegítima" (REsp 1216129/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/03/2011, DJe 15/03/2011), a atrair a aplicação da Súmula STJ nº 411, com a seguinte redação: "É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco". Oportuno destacar que a resistência ilegítima fica caracterizada pelo reconhecimento do pedido, com mora, porém, em valor histórico, o que gera uma defasagem no valor do crédito a ser recebido pelo contribuinte, não havendo que se esperar determinado lapso de tempo na apreciação do pedido para que a mora fique caracterizada. 2 Processo nº 13678.000141/0076; Acórdão nº 9303003.253; 3ª Turma; Sessão de 03 de fevereiro de 2015; Matéria TAXA SELIC; Recorrente FAZENDA NACIONAL. Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10882.908435/201131 Acórdão n.º 3401003.358 S3C4T1 Fl. 9 8 A respeito, merece destaque a doutrina de Eduardo Domingos Bottallo3, ao tratar da correção monetária nos pedidos de restituição, mas que, pelos mesmos fundamentos, entendo se aplicar aos casos de pedidos de ressarcimento: "A ausência de correção monetária nas obrigações pecuniárias em geral, inclusive, as de índole tributária, acarreta enriquecimento ilícito do devedor, ao que se soma, quando se trata do Poder Público, verdadeiro confisco. Ao revés, sua incidência não configura aumento patrimonial, porém simples mecanismo tendente a retratar, em unidades monetárias atuais, o valor representado por uma quantia identificada no passado. Na antiga lição de Amílcar de Araújo Falcão, ela é a técnica pelo direito consagrada de traduziremse em termos de idêntico poder aquisitivo, quantias ou valores que, fixados pro tempore, se apresentam expressos em moeda sujeita à depreciação. (...) Portanto, se os débitos fiscais ficam sujeitos a atualização monetária a partir do momento que devem ser satisfeitos, o mesmo há de ocorrer com os créditos dos contribuintes, até por força da analogia (ubi eadem ratio, ibi eadem juris dipositio), e da própria regra de isonomia que deve orientar as ações do Poder Público em seu relacionamento com a sociedade: "mais do que ninguém, o administrador público tem o dever de probidade e de seriedade no trato com a coisa pública. Em conseqüência, não pode pensar em não pagar a correção monetária de seus débitos, sob pena de se beneficiar indevidamente com o atraso no pagamento". Como se verifica, se o contribuinte deixa de adimplir sua obrigação tributária dentro do prazo de vencimento está sujeito ao recolhimento do tributo com a aplicação da SELIC, correta a aplicação do mesmo índice para atualização do crédito detido pelo contribuinte contra a Fazenda, pago no âmbito de pedidos de ressarcimento de IPI. Ademais, o artigo 11, da Lei nº 9.779/1999 prevê que o saldo credor do IPI "poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996", que são as normas que tratam da compensação e restituição de tributos federais. Por sua vez, o artigo 39, § 4º, da Lei nº 9.250/1995, estabelece que "§ 4º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada". Desse modo, se a aplicação da SELIC aos pedidos de ressarcimento de IPI já não tivesse fundamento no princípio da isonomia e no que veda o enriquecimento sem causa, a própria remissão do artigo 11, da Lei nº 9.779/1999 às normas que tratam de restituição e compensação seria fundamento legal suficiente ao seu reconhecimento. 3 Bottalo, Eduardo Domingos. "Fundamentos do IPI". São Paulo. Editora Revista dos Tribunais. 2002. p. 136137. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10882.908435/201131 Acórdão n.º 3401003.358 S3C4T1 Fl. 10 9 Contudo, em que pese ter razão, em tese, o Recorrente quando defende a possibilidade de aplicação da taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento, em seu caso concreto, fixado o entendimento de que a taxa SELIC deve ser aplicada desde a data de protocolo do pedido até o efetivo pagamento do ressarcimento pela Receita Federal, o pedido do Recorrente não merece prosperar. É que no caso da Recorrente não se trata de pedido de ressarcimento em espécie, mas de pedido de ressarcimento para utilização em declarações de compensação contemporâneas ao pedido de ressarcimento. Ora, nesse caso, não há que se falar em oposição injustificada da Receita Federal, pois o valor objeto de ressarcimento é utilizado no exato momento da apresentação do pedido. Em conseqüência, não há qualquer justificativa para a aplicação da taxa SELIC. E, se a Recorrente pretendia a aplicação da taxa SELIC desde a data da escrituração dos créditos nos livros fiscais até a data de apresentação do pedido de ressarcimento, o que não se depreende da defesa apresentada, tratarseia, de qualquer modo, de aplicação da taxa SELIC sobre o crédito escritural de IPI, o que é vedado, por ausência de previsão legal, como já exposto nas linhas acima. Ante o exposto, embora tenha o entendimento pela aplicação da taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de crédito de IPI, penso que esse entendimento não se aplica ao caso concreto, que trata de declaração de compensação contemporânea ao pedido de ressarcimento, motivo pelo qual voto pelo não provimento do Recurso Voluntário." Deixase de transcrever a íntegra da declaração de voto apresentada pelo Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira por ter sido apresentada no Acórdão 3401003.340 (processo paradigma), e por não ser essencial à solução do presente litígio. Transcrevese, tão somente, o seguinte fragmento da declaração de voto, que resume o entendimento do Conselheiro sobre a questão: "Data vênia do entendimento esposado pelo ilustre relator, a jurisprudência que acomete a atualização SELIC para o ressarcimento do IPI é justificada pela resistência da administração em reconhecer o direito creditório e efetivar o ressarcimento. Mas ela não acolhe a SELIC para os casos em que não se configure essa resistência da administração fazendária. Vejamos trecho das ementas dos citados julgados: (...) Além disso, a contribuinte aproveitou o crédito do ressarcimento do IPI imediatamente por meio de declaração de compensação, não havendo oposição por parte da administração tributária para essa compensação, nem postergação do aproveitamento do crédito por parte da contribuinte. Não houve desrespeito ao prazo de 360 dias posto pela Lei 11.457 de 2007. Não há que se falar em resistência da administração ao caso de modo a se justificar aplicar o entendimento jurisprudencial. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10882.908435/201131 Acórdão n.º 3401003.358 S3C4T1 Fl. 11 10 O texto do artigo 24 da Lei n. 11.457, de 2007, invocado pela contribuinte, não a socorre. Além do fato que o prazo de 360 dias não foi desrespeitado, a simples leitura desse artigo afasta a proposição da contribuinte de que o descumprimento do prazo máximo para a autoridade administrativa decidir implicaria em reconhecimento do seu direito. Essa é uma interpretação equivocada. Basta ler o artigo citado para se ver, indubitavelmente, que esse texto não autoriza a aplicação da taxa SELIC aos casos de ressarcimento." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 135DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15165.003462/2008-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.166
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade local da RFB: (a) verifique e fundamente a regularidade da ciência a respeito da decisão de piso dada a sujeitos passivos para os quais não se instaurou o contencioso, pela ausência de apresentação de impugnação; (b) verifique e fundamente a afirmação de que foram tempestivos os recursos voluntários apresentados por pessoas que sequer apresentaram impugnação (fl. 4994); (c) ateste, ao tempo da ciência da autuação e da ciência da decisão de piso, com registro histórico e telas de amparo, qual(is) eram os CPF válidos de Marco Antonio Mansur Filho, e os endereços cadastrais vigentes informados à RFB, para cada CPF; (d) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que efetivamente foram obtidos em ação fiscal autônoma, independente da realizada no bojo da Operação Dilúvio; e (e) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que poderiam ser obtidos pela fiscalização diretamente, dentro de suas competências, sem necessidade de autorização judicial. Declarou suspeição o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira.
ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade local da RFB: (a) verifique e fundamente a regularidade da ciência a respeito da decisão de piso dada a sujeitos passivos para os quais não se instaurou o contencioso, pela ausência de apresentação de impugnação; (b) verifique e fundamente a afirmação de que foram tempestivos os recursos voluntários apresentados por pessoas que sequer apresentaram impugnação (fl. 4994); (c) ateste, ao tempo da ciência da autuação e da ciência da decisão de piso, com registro histórico e telas de amparo, qual(is) eram os CPF válidos de Marco Antonio Mansur Filho, e os endereços cadastrais vigentes informados à RFB, para cada CPF; (d) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que efetivamente foram obtidos em ação fiscal autônoma, independente da realizada no bojo da “Operação Dilúvio”; e (e) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que poderiam ser obtidos pela fiscalização diretamente, dentro de suas competências, sem necessidade de autorização judicial. Declarou suspeição o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. ROSALDO TREVISAN – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 51 65 .0 03 46 2/ 20 08 -3 9 Fl. 10371DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.372 2 Relatório Versa o presente sobre os Autos de Infração de fls. 4 a 721, para exigência de imposto de importação (no valor original de R$ 161.188,72), acrescido de juros de multa de ofício majorada (150% da diferença de tributo), e de multa pela diferença entre o preço declarado e o efetivamente praticado (100% da diferença de valor, totalizando R$ 3.067.519,54), em função de detecção de subfaturamento, em sete declarações de importação registradas em 2005 (DI no 05/00555464 – adições 001 a 005; DI no 05/00646915 adições 001, 005, 009, 013, 014, 016 e 017; DI no 05/00897721 adições 005 a 010 e 013, 017 e 018; DI no 05/01134730 – adições 001, 002, 004 a 007, e 010 a 012; DI no 05/01459647 adições 001 e 003; DI no 05/01528819 – adições 001 a 004; e DI no 05/01758270 adições 002, 004 e 006); de imposto sobre produtos industrializados incidente nas mesmas importações (no valor original de R$ 480.534,29), acrescido de juros de multa de ofício majorada (150%), também em função de subfaturamento, de multa por entrega a consumo de produto de procedência estrangeira importado fraudulentamente (no valor de R$ 4.853.392,97); e de Contribuição para o PIS/PASEPimportação (no valor original de R$ 72.219,52) e de COFINSimportação (no valor original de R$ 332.441,24), ambas acrescidas de juros de mora e de multa de ofício majorada (150%), para as mesmas importações, e sob o mesmo fundamento de subfaturamento, detalhado no Relatório de Fiscalização anexo. No Relatório de Fiscalização (fls. 73 a 236, com anexos às fls. 237 a 3411), narrase que: (a) o documento decorre de ações fiscais desenvolvidas em face da “OPERAÇÃO DILÚVIO”, que teve por objeto identificar a atuação fraudulenta de um grupo de empresas, capitaneadas por Marco Antônio Mansur (MAM), na área de comércio exterior, mais especificamente, no caso do presente processo, o “GRUPO NETWORK 1”, gerido e financiado por MARCELO ADORNO e WILLIAM HADDAD UZUM (doravante WILLIAM) que construiu um esquema próprio de importação e distribuição subfaturada de bens, envolvendo diversas pessoas físicas e jurídicas; (b) o relatório em relação ao “GRUPO NETWORK 1” é parte dos autos de infração levados a cabo nos processos administrativos no 15165.003462/200839 (MERCOTEX DO BRASIL LTDA, o presente processo); no 15165.003460/200840 (OPUS TRADING AMERICA DO SUL LTDA); no 15165.003455/200837 (MUCHMORE COMERCIAL LTDA); no 15165.003458/200871 (IACEX IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA); no 15165.003461/200894 (COTIA TRADING S.A.); e no 15165.003459/200815 (PROXIM IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA); (c) o relatório em relação ao “GRUPO NETWORK 1” tem por substrato documentação extraída de originais apreendidos pela Polícia Federal quando da deflagração da “OPERAÇÃO DILÚVIO”, tendo o Poder Judiciário, no 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 10372DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.373 3 processo no 2006.70.00.0224356, autorizado a utilização das provas produzidas no âmbito criminal em processos administrativos, tendo a fiscalização acrescentado a tais documentos as cópias de todas as declarações de importação analisadas nos autos, os dossiês relativos a pessoas físicas e jurídicas constantes do banco de dados da RFB e cópias das declarações de ajuste anual do IRPF de MARCELO ADORNO e WILLIAM; (d) o “GRUPO NETWORK 1” tem operação vertical, que representada na figura à fl. 100 (com organograma real detalhado à fl. 119), efetua compras no mercado americano por meio da empresa NEILS, sendo os bens adquiridos, em seguida armazenados em Miami por NATIONS, que prevê a exportação utilizando CAPITOL FREIGHT como o transportador, sendo os produtos, posteriormente, importados no Brasil por EBIS EMPRESA BRASILEIRA DE COM., INTEG. E SERV. DE TECNOLOGIA LTDA (doravante EBIS), INTERSMART, NETM, NETWORK e QoS, e vendidos no mercado brasileiro sob as marcas: Network I, M13 e QoS (os produtos e serviços exportados para outros países da América latina são vendidos pela empresa panamenha M13 International); (e) todos os bens estrangeiros analisados, importados pela MERCOTEX DO BRASIL LTDA (doravante MERCOTEX), OPUS, PROXIM, TUM1ZA, IACEX, COTIA e MUCHMORE deram entrada em empresas do “GRUPO NETWORK 1”, reais adquirentes desses produtos; (f) em todos os processos foram arrolados como responsáveis solidários (artigo 124 do Código Tributário Nacional – CTN) MARCELO ADORNO e WILLIAM, gestores e financiadores do esquema, e, nas importações realizadas em nome da MERCOTEX e da OPUS, também MARCO ANTÔNIO MANSUR FILHO (doravante MARCO, como é designado no relatório fiscal), sendo as empresas do “GRUPO NETWORK 1” que se encontram baixadas ou como suspensas, responsabilizadas, por sucessão, nas pessoas dos sócios (artigo 129 do CTN); (g) a empresa EBIS foi relacionada como responsável solidária em todas as importações em que os bens tenham se destinado ou transitado (triangulado) pelas empresas NETM, M13 ou NETWORK, na qualidade de sucessora destas; (h) são pessoalmente responsáveis os diretores, gestores ou representantes das empresas, pelos atos praticados com excesso de poderes ou infração da Lei (artigo 135, III do CTN), pelo que, em todos os processos MARCELO RALO, administrador do “GRUPO NETWORK 1”, foi arrolado como responsável, sendo que, nas importações via “Grupo MAM”, realizadas pelas empresas MERCOTEX e OPUS, adicionalmente, figuraram nessa condição MARCIO BUENO MARIKOSHI (doravante MÁRCIO) e FERNANDO MARQUES DA COSTA (doravante FERNANDO); (i) no curso das investigações que culminaram com a deflagração da “OPERAÇÃO DILÚVIO” foram identificadas onze declarações de importação subfaturadas, destinadas à M13 (EBIS), sendo seis registradas em Fl. 10373DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.374 4 nome da MERCOTEX e cinco pela OPUS, importadoras controladas pelo “Grupo MAM”; (j) no que diz respeito ao dolo, alega a fiscalização que ao longo de todo o relatório foram apresentadas provas incontestáveis da pratica de fraudes, simulações e conluios por parte dos agentes envolvidos no cometimento das irregularidades, o que autoriza a aplicação da multa de 150% sobre todos os impostos e contribuições não recolhidos; (k) o subfaturamento é documentado às fls. 139 a 152, nas quais se detalha o modus operandi empregado pelo “GRUPO NETWORK 1”, que reduziu, fraudulentamente, na quase totalidade das importações, a base de cálculo em percentuais que variaram entre 30% (via INTERSMART) 85% (agenciadas por FERNANDO, junto a importadoras de fachada do Grupo “MAM” ou inaptas, quando as exportações eram feitas via ALL NETWORK), sendo possível apurar o valor FOB real de compra (adotado como valor de transação, não havendo necessidade de arbitramento de preço, a não ser nas situações excepcionais relacionadas à fl. 152); (l) as declarações de importação e os correspondentes documentos instrutivos dos despachos, produzidos com o intuito de burlar os controles exercidos pelo Estado, são ideologicamente falsos, sendo as notas fiscais relativas às vendas no mercado interno inidôneas para fazer prova em favor dos importadores e adquirentes, considerando que foram fraudulentamente emitidas para "esquentar" o valor das mercadorias e ocultar os reais adquirentes, constituindo a entrega a consumo dos bens irregularmente importados em prática predatória que fere a livre concorrência e o mercado doméstico, apenada com multa equivalente ao valor comercial dos bens (em não sendo possível apurar tal valor foi adotado o valor aduaneiro dos bens, consignado nas ordens de compra, acrescido dos impostos e contribuições incidentes sobre as operações de importação); (m) no “GRUPO MAM”, MARCO coordena as operações de importação realizadas nos portos e aeroportos do estado do Paraná e Santa Catarina, sendo o elo entre clientes, MARCO ANTONIO MANSUR seu pai, as importadoras e o pessoal administrativo e operacional destas empresas importadoras (MERCOTEX, em Maringá/PR; OPUS, também em Maringá/PR, gerenciada por MÁRCIO, que conduzia ainda negócios da MERCOTEX; e MERCOTEC, em Itajaí/SC), e, cf. email de fls. 163/167, em conjunto com FERNANDO, efetivamente promoviam subfaturamento de mercadorias na importação; (n) a MERCOTEX registrou declarações de importação subfaturadas tendo como destino o “GRUPO NETWORK 1”, mais precisamente a EBIS, como reconheceu MARCELO RALO, tendo participação importante ainda SILVIO PARADISO (doravante SILVIO), sóciogerente da MERCOTEX e procurador da ARMORI S.A. (quotista uruguaia com 99% da MERCOTEX); e Fl. 10374DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.375 5 (o) as tabelas e planilhas com valores consolidados, obtido o efetivo valor de transação, nas operações da MERCOTEX subfaturadas, constam às fls. 168 a 173. A empresa MERCOTEX foi cientificada da autuação em 04/12/2008 (AR à fl. 3430), e apresentou impugnação em 05/01/2009 (fls. 4284 a 4314), argumentando, em síntese, que: (a) há nulidade da autuação, pois a empresa não foi previamente cientificada do procedimento fiscal por Mandado de Procedimento Fiscal (MPF); (b) há nulidade da autuação, pois a empresa não foi intimada a se manifestar sobre o procedimento de valoração efetuado pelo fisco; (c) a empresa atuou como importador por conta e ordem, de boafé, meramente prestando serviços (não tendo domínio sobre o ajuste de preços, e, portanto, não podendo subfaturar); (d) a empresa não tem conhecimento das documentações carreadas pelo fisco, não tendo participado de nenhuma prática relativa a subfaturamento; (e) a empresa responde solidariamente, no máximo, pelo pagamento de imposto, devendo recair as multas somente sobre as pessoas a respeito das quais paire a efetiva prática do ilícito, sendo pessoal e intransferível, conforme artigo 137 do CTN, sendo as condutas apuradas pelo fisco expressa e notoriamente dolosas (subfaturamento, falsificação de documentos e ocultação do real adquirente), não restando, no entanto, comprovado dolo da empresa, nem que esta concorreu para a prática da infração (que permitiria a responsabilização com base no artigo 95 do DecretoLei no 37/1966); (f) não foram observados os procedimentos de valoração aduaneira estabelecidos no GATT, havendo generalização nas conclusões sobre subfaturamento às DI objeto da autuação, com erros materiais; (g) foi emitida licença de importação (LI) para o preço declarado, pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); (h) não configurado o dolo, deve ser afastada a majoração da multa de ofício (150%); e (i) houve bis in idem, ao se punir a declaração inexata do valor da mercadoria (valor de transação incorreto) e a diferença entre o preço declarado e o efetivamente praticado ou arbitrado, devendo, em caso de eventual subfaturamento, ser aplicada, pela tipicidade, apenas a multa prevista no artigo 88,parágrafo único, da Medida Provisória no 2.15835/2001. Os responsáveis solidários foram cientificados e apresentaram impugnações conforme tabela a seguir (os argumentos de defesa que se repetem serão substituídos pelas letras a eles correspondentes, neste relatório): Fl. 10375DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.376 6 Responsável solidário Ciência da autuação (data/fls.) Impugnação (fls. / razões de defesa) EBIS (EMPRESA BRASILEIRA DE COM., INTEG. E SERV. DE TECNOLOGIA LTDA) 04/12/2008 (AR à fl. 3434) Impugnação apresentada em 23/12/2008 (fls. 3797 a 3840), alegando, em síntese: argumentos “a”; “d”; “f”; “h”; (j) há ilegitimidade passiva, por não haver vínculo do sujeito com a prática das infrações imputadas, nem com o fato gerador dos tributos exigidos; (k) aplicase ao caso o artigo 112 do CTN; e (l) a Taxa SELIC é inaplicável a título de juros de mora. WILLIAM HADDAD UZUM 04/12/2008 (AR à fl. 3431) Impugnação apresentada em 23/12/2008 (fls. 3440 a 3487), alegando, em síntese: argumentos “a”; “f”; “h”; “j”; “k” e “l”. MARCELO ADORNO 04/12/2008 (AR à fl. 3435) Impugnação apresentada em 23/12/2008 (fls. 3676 a 3717), alegando, em síntese: argumentos “a”; “f”; “h”; “j”; “k” e “l”. MARCELO RALO 04/12/2008 (AR à fl. 3432) Impugnação apresentada em 23/12/2008 (fls. 3565 a 3602), alegando, em síntese: argumentos “a”; “f”; “h”; “j”; “k” e “l”. FERNANDO MARQUES DA COSTA 04/12/2008 (AR à fl. 3433) Impugnação apresentada em 30/12/2008 (fls. 4330 a 4344), alegando, em síntese: argumentos “f” e “j”, com destaque para a existência de erros de cálculo na autuação. MARCIO BUENO MARIKOSHI 05/12/2008 (AR à fl. 3436) Solicitou inicialmente prorrogação do prazo para apresentar impugnação, em 29/12/2008 (fl. 3438), mas não apresentou qualquer documento adicional (REVELIA). SILVIO PARADISO 04/12/2008 (AR à fl. 4544) Não apresentada (REVELIA). MARCO ANTONIO MANSUR FILHO 29/12/2008 (tentativa via AR à fl. 3421, e Edital às fls. 3420/4280/4542) Não apresentada (REVELIA). Em 30/10/2009, ocorreu o julgamento de primeira instância (fls. 4548 a 4604), no qual a DRJ decidiu, unanimemente, pela improcedência das impugnações apresentadas, sob os seguintes fundamentos: (a) os casos de nulidade processual são apenas os previstos no artigo 59 do Decreto no 70.235/1972, e a não participação na fase inquisitorial não prejudica o contraditório e a ampla defesa; (b) o MPF é documento interno, não havendo nulidade por eventuais falhas na sua emissão ou tramitação, e a revisão aduaneira não demanda MPF; (c) os administradores que tenham pleno domínio dos atos imputados como fraudulentos e praticam atos com excesso de poder ou infração à lei, contrato social ou estatuto, são responsáveis pelos créditos decorrentes de obrigações tributárias não adimplidas, ainda que não figurem nos documentos constitutivos das sociedades empresariais; (d) caracteriza evidente intuito de fraude o desembaraço aduaneiro de mercadorias importadas instruído com faturadas Fl. 10376DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.377 7 comerciais inidôneas; (e) a valoração aduaneira é regida pelas regras do GATT, mas em caso de fraude, os procedimentos de valoração são regulados por regras específicas; (f) evidenciado o subfaturamento, são exigíveis os tributos devidos, acrescidos de multa de ofício e juros de mora, bem assim da multa decorrente da declaração inexata do valor das mercadorias, calculada pela diferença entre o valor real e o declarado destas; (g) as multas administrativas e fiscais não possuem natureza confiscatória; e (h) a exigência de juros à Taxa SELIC é prevista expressamente nas normas que regulam a matéria. Nas tentativas de cientificar a empresa MERCOTEX a respeito da decisão de piso, o AR voltou com a mensagem “mudouse” (fl. 4738) e a empresa não foi localizada por três vezes (fls. 4752/4894), de modo que a ciência se deu por edital (fl. 4753/4987), afixado em 04/01/2010, não havendo registro de interposição de recurso voluntário. Os responsáveis solidários (mesmo os revéis) foram cientificados da decisão da DRJ e apresentaram recursos voluntários conforme tabela a seguir (os argumentos de defesa que se repetem serão substituídos pelas letras a eles correspondentes, neste relatório): Responsável solidário Ciência da decisão da DRJ (data/fls.) Recurso Voluntário (fls. / razões de defesa) EBIS (EMPRESA BRASILEIRA DE COM., INTEG. E SERV. DE TECNOLOGIA LTDA) 03/12/2009 (AR à fl. 4622) Recurso Voluntário apresentado em 17/12/2009 (fls. 4755 a 4786), alegando, em síntese: argumentos “f”; “j”; (m) a decisão da DRJ é nula por omissão na apreciação de prova produzida; e (n) as multas são confiscatórias, desproporcionais e irrazoáveis, cabendo, no caso de diferença apurada no preço, somente a penalidade prevista no artigo 108, parágrafo único, do DecretoLei no 37/1966, havendo vedação de cumulatividade. WILLIAM HADDAD UZUM 03/12/2009 (AR à fl. 4628) Recurso Voluntário apresentado em 14/12/2009 (fls. 4638 a 4669), alegando, em síntese: argumentos “a”; “f”; “j”; “k”; e (o) pelos artigos 50 e 53 do DecretoLei no 37/1966, o fisco tem 5 dias para registrar as irregularidades, após o desembaraço; (p) a decisão da DRJ é nula porque deixou de observar o “princípio da fundamentação” previsto no artigo 31 do Decreto no 70.235/1972, além da “legalidade objetiva”, da “vinculação” e da “isonomia”; (q) a autuação é pautada em documento alheio ao processo fiscal (referentes a processo criminal em andamento); e (r) as multas aduaneiras não são cumuláveis com a prevista na legislação do IPI. MARCELO ADORNO 03/12/2009 (AR à fl. 4626) Recurso Voluntário apresentado em 14/12/2009 (fls. 4692 a 4730), alegando, em síntese: argumentos “a”; “f”; “j”; “k”; “o”; “p”; “q” e “r”. MARCELO RALO 03/12/2009 (AR à fl. 4630) Recurso Voluntário apresentado em 14/12/2009 (fls. 4674 a 4691, e 4921 a 4938), alegando, em síntese: argumentos “a”; “f”; “j” Fl. 10377DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.378 8 e “k”. FERNANDO MARQUES DA COSTA 03/12/2009 (AR à fl. 4632) Recurso Voluntário postado em 31/12/2009 (fls. 4862 a 4883, e 4892), alegando, em síntese: argumentos “f” e “j”, com destaque para a existência de erros de cálculo na autuação. MARCIO BUENO MARIKOSHI Ausente nas três tentativas de entrega (fl. 4742). Ciência por edital (fl. 4753) afixado em 04/01/2010. Não houve instauração de contencioso em relação a tal sujeito passivo, REVEL na fase de impugnação. SILVIO PARADISO 03/12/2009 (AR à fl. 4634) Não houve instauração de contencioso em relação a tal sujeito passivo, REVEL na fase de impugnação. No entanto, foi apresentada a peça de fls. 4898 a 4912, intitulada de “recurso voluntário”, em 04/01/2010. Em tal peça, a pessoa física alega, em síntese: argumentos “a”; “b”; “f”; “h”; “i” e “j”. MARCO ANTONIO MANSUR FILHO 04/01/2010 (AR à fl. 4624, Edital às fls. 4635/4918 4919, e termo de recebimento de cópia – fl. 4743) Não houve instauração de contencioso em relação a tal sujeito passivo, REVEL na fase de impugnação. No entanto, foi apresentada a peça de fls. 4945 a 4972, intitulada de “recurso voluntário”, em 04/01/2010. Em tal peça, a pessoa física alega, em síntese: Argumentos “j”; “o” (sem menção explícita ao DecretoLei no 37/1966); (s) nulidade das intimações por edital, devendo os autos serem devolvidos à DRJ para apreciação de suas razões de defesa; (t) impossibilidade de desconsideração da personalidade jurídica em sede administrativa. Em 10/12/2015 o processo foi sorteado ao Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira, para relatoria (fl. 10324), tendo o conselheiro suscitado suspeição (fl. 10325). Em 18/05/2016, a empresa “MERCOTEX”, suscita “questão de ordem pública superveniente” para solicitar o adiamento do julgamento (fls. 10328 a 10337, com peças judiciais anexadas às fls. 10338 a 10369), fazendo menção ao uso ilegítimo nos autos de prova declarada ilícita pelo STJ, e pedindo a retirada de pauta do processo na sessão 19/05/2016, e o desentranhamento das provas declaradas ilícitas, bem como a supressão das menções correspondentes no relatório fiscal. Não encontrei registro de que o processo estivesse efetivamente pautado para a sessão de 18/05/2016. Aliás, a relatoria do processo foi novamente sorteada (agora a mim) apenas em 23/06/2016. O processo não foi indicado para pauta nos meses novembro e dezembro de 2016, por estarem as sessões suspensas por determinação do CARF, e, derradeiramente, não foi indicado para o mês de janeiro de 2017, por ser a pauta mera reprodução da referente ao mês de outubro de 2016, que também teve a sessão suspensa por determinação do CARF. Tendo Fl. 10378DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.379 9 sido indicado para as pautas de fevereiro e março de 2017, o processo não foi incluído, pelo presidente, em pauta, em função do volume de processos a julgar. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Os recursos apresentados pela empresa “EBIS” e pelas pessoas físicas “WILLIAM”, “MARCELO ADORNO”, “MARCELO RALO” e “FERNANDO” preenchem os requisitos de admissibilidade, deles se conhecendo. Não havendo interposição de recurso voluntário pela empresa “MERCOTEX” e por “MARCIO”, passarseia a analisar a possibilidade de conhecimento dos recursos voluntários apresentados por “SILVIO” e “MARCO”, para os quais o contencioso não foi instaurado, configurandose a revelia ainda antes do julgamento do processo pela DRJ, mas que, sendo cientificados da decisão de piso, interpuseram recurso voluntário. “SILVIO” sequer discute o fato de ser revel na instância de piso, ao passo que “MARCO” defende, na peça apresentada após ciência da decisão da DRJ, que é nula a intimação realizada por edital, após uma única tentativa de intimação postal, seguida da mensagem “mudouse”, ainda mais porque no edital constou um CPF já cancelado do sujeito passivo (de no 256.747.26817), e porque jamais (antes da intimação do resultado do julgamento da DRJ) foi enviada correspondência ao seu endereço cadastrado na base de dados da RFB: Rua Barão do Triunfo, 142 – apto. 152, Campo Belo – CEP 04602000, São Paulo/SP, e que, caso constasse seu CPF válido no auto de infração seria efetuada corretamente a intimação. Compulsando os autos, percebo que, no AR, datado de 05/12/2008, com a mensagem “mudouse” (fl. 3421), constava o seguinte endereço: À fl. 3416, dáse conta de que a intimação foi enviada para o endereço relativo ao CPF no 256.747.26817, que é exatamente o que consta da autuação. Fl. 10379DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.380 10 Ademais, na data de afixação dos editais – 05/12/2008 (fl. 3420/4280) e 12/12/2008 (fl. 4542), não se sabe, ao certo, se o CPF indicado se encontrava válido, nem se o endereço correspondia efetivamente ao fornecido à RFB pelo sujeito passivo “MARCO”. Na intimação sobre a decisão de piso, dirigida ao mesmo sujeito passivo, e ainda com o mesmo número de CPF (e que logrou êxito na ciência), o endereço de envio foi outro (fls. 4611 e 4624): A meu ver, a questão demanda maiores esclarecimentos por parte da unidade local da RFB, pelo que voto pela conversão do julgamento em diligência para que tal unidade local: Fl. 10380DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.381 11 (a) verifique e fundamente a regularidade da ciência a respeito da decisão de piso dada a sujeitos passivos para os quais não se instaurou o contencioso, pela ausência de apresentação de impugnação; (b) verifique e fundamente a afirmação de que foram tempestivos os recursos voluntários apresentados por pessoas que sequer apresentaram impugnação (fl. 4994); e (c) ateste, ao tempo da ciência da autuação e da ciência da decisão de piso, com registro histórico e telas de amparo, qual(is) eram os CPF válidos de “MARCO” Antonio Mansur Filho, e os endereços cadastrais vigentes informados à RFB, para cada CPF. Buscando otimizar o trabalho e o tempo da unidade local da RFB e deste tribunal administrativo, e tendo ciência este colegiado tanto do documento intitulado “questão de ordem pública superveniente” (fls. 10328 a 10337, com peças judiciais anexadas às fls. 10338 a 10369), quanto da discussão judicial que envolve os processos referentes à chamada “OPERAÇÃO DILÚVIO”, aproveitase a conversão em diligência para demandar ainda algumas tarefas adicionais à fiscalização. Quando analisei, em maio de 2016, como relator, processo referente à “OPERAÇÃO DILÚVIO”, depareime com a questão referente à nulidade de interceptações telefônicas determinadas pelo Poder Judiciário. Sobre o tema, remeto ao voto então proferido: Da fl. 2248 à fl. 3709, figuram cópias de peças dos volumes 1 a 5 da Ação Penal no 2007.70.00.0257019, dependente do processo no 2006.70.00.0224356, na qual se percebe que são seis os réus: os três já apontados, e, ainda, Marco Antonio Mansur, Marco Antonio Mansur Filho, Antonio Carlos Barbeito Mendes e Alessandra Saleski, todos com denúncia oferecida por infração ao disposto no artigos 299 do Código Penal, combinado com o artigo 71 do mesmo código, recebida (fl. 2281). No volume 5 do processo (fls. 3419 e seguintes), consta a apreciação, pelo STJ, do HC no 142.045/PR (tendo como pacientes Marco Antonio Mansur e Marco Antonio Mansur Filho), no qual foi concedida a ordem, por maioria, para "reputar ilícita a prova resultante de tantos e tantos e tantos dias de interceptação das comunicações telefônicas, devendo os autos retornar às mãos do Juiz originário para determinações de direito(sic)" (fl. 3421). Da decisão foram interpostos embargos de declaração em 09/01/2010, não apreciados até a data da anexação (11/04/2011). Percebese que diante da ausência de definitividade da decisão do STJ, o juízo decidiu pela suspensão dos autos, por seis meses, em 06/06/2011 (fl. 3600). Rejeitados os embargos apresentados (fl. 3601 a 3609), e negado seguimento a Recurso Extraordinário (RE), e a agravo no RE (ARE), autuado no STF sob o no 659.387, o juízo originário se manifesta (fls. 3607 a 3609), antes do julgamento do último agravo, em 08/11/20112, entendendo que restariam hígidas as provas colhidas durante o 2 Verificamos, no sítio "web" do STF, que o último agravo também teve seguimento negado, pela Primeira Turma do STF, com publicação da decisão em 01/12/2011, e trânsito em julgado em 09/01/2012, sendo os autos remetidos para baixa definitiva em 13/01/2012. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4149247>, acesso em 10.abr.2016. Fl. 10381DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.382 12 primeiro período de interceptação telefônica autorizada, bem como nas três prorrogações que lhe foram subsequentes, e que: O Ministério Público é intimado a respeito da decisão, e se manifesta (fls. 3612 a 3618) no sentido de que a invalidação das escutas telefônicas não se alastra pelas demais provas constantes nos autos, obtidas em outras operações, e que o STJ não trancou ou extinguiu as ações penais, mas ordenou o retorno ao juízo originário "para determinações de direito". E é nessa peça, atinente ao HC no 142.045/PR, e redigida pelo Ministério Público Federal, em 15/12/2011, que se encontra o polêmico excerto que foi objeto de discussão no julgamento de piso administrativo: Fl. 10382DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.383 13 Nas palavras do Ministério Público Federal, àquela data 15/12/2011, só restaria aos procedimentos administrativos calcados nos documentos obtidos na chamada "Operação Dilúvio" a alternativa do "salvo melhor juízo". E foi com base em tal manifestação do Ministério Público que o juízo de primeira instância, em 16/04/2012, decidiu pela absolvição sumária dos réus, conforme artigos 386, III e 397, III do Código de processo Penal (fls. 3671 a 3678), enviando os autos para arquivo em 20/09/2013 (fl. 3705). Mas, façamos uma pausa aqui na narrativa sobre as peças judiciais adicionadas em fase de diligência, para retomar a motivação dos trabalhos fiscais, no caso concreto em análise nestes autos, e checar se realmente foram realizados com base nos laudos elaborados pelo MPF. Vejamos, no relatório fiscal de fls. 17 a 37, quais conclusões derivam da chamada "Operação Dilúvio" e quais foram objeto de apuração individualizada pela RFB, pois, já de início, afirma o relatório (fl. 17), que foi realizada fiscalização na empresa: (...) (voto condutor no Acórdão no 3401003.171, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, maioria, sessão de 17 mai. 2016) (grifo nosso) Fl. 10383DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.384 14 Havendo reconhecimento judicial da ilicitude das provas decorrente da “OPERAÇÃO DILÚVIO”, entendo que, ainda assim, poderia prosperar o lançamento, se alicerçado em fiscalização autônoma da RFB, à luz de dados, informações e documentos obtidos, e que não derivam da referida operação. Nem sempre é possível, no entanto, no estágio em que os processos chegam ao CARF, apartar os dados, informações e documentos que derivam de ação autônoma daqueles presentes na “OPERAÇÃO DILÚVIO”. Assim, são frequentes as demandas por conversão em diligência para que a unidade local o faça. Com exemplo recente, cabe citar a Resolução no 3402002.840, de 24 de novembro de 2016, sob a relatoria da Conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, que demandou à unidade local da RFB, com acolhida unânime do colegiado, que: E, como exemplo ainda mais recente, mencionese a Resolução no 3401 000.961, emitida por esta turma, em 24 de janeiro de 2017, na qual atuei como redator designado do voto vencedor. No caso em análise, o colegiado, majoritariamente (vencido apenas o relator, Conselheiro Robson José Bayerl), decidiu que a diligência anteriormente demandada à unidade local não havia sido atendida a contento, havendo necessidade de nova conversão em diligência, nos seguintes termos: “De forma diversa ao posicionamento do relator, entendo não ter sido cumprida a diligência, na forma em que demandada, de modo que o presente processo ainda não se encontra devidamente preparado para julgamento. Reiterese, a título de esclarecimento, a motivação da conversão unânime do julgamento em diligência, pela Resolução no 3202 000.185: Pelo exposto, voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que a DRF competente providencie o seguinte: a) Identificação, dentre as provas utilizadas para o lançamento, daquelas que efetivamente foram consideradas ilícitas pelo STJ, segregandoas das outras que não foram contaminadas; Fl. 10384DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.385 15 b) Identificação das provas que derivaram do primeiro período de sessenta dias da interceptação telefônica; c) Identificação das provas produzidas por fonte independente (ex. apresentadas durante a ação fiscal); d) Identificação das provas que a Receita Federal poderia ter acesso independentemente de autorização judicial. Resta clara a preocupação do julgador em discernir o acervo probatório judicialmente considerado ilícito (posterior às escutas consideradas como avessas ao ordenamento) daquele resultante do período em que era legal a escuta telefônica, ou, ainda, de fonte independente. No Relatório de Diligência (fls. 15352 a 15356), mais parece a fiscalização preocuparse em defender a autuação do que em efetivamente responder, de forma objetiva, os questionamentos efetuados pelo julgador. Logo de início, afirma, enfaticamente, a autoridade fiscal, em relação a documentos apreendidos na chamada “Operação Dilúvio”, que (fl. 15352/15353): (...) Na resposta ao quesito “a”, a fiscalização não diligencia, mas apenas remete ao próprio relatório da ação fiscal, que já constava nos autos, afirmando que a autuação tomou em conta “vasta documentação” que é relacionada no item 8 do citado relatório. E a autoridade diligenciante, após limitarse a analisar peça fiscal já constante dos autos, passa a refutar afirmação constante na peça de defesa, em atividade que está longe do escopo da diligência demandada. O CARF não demanda (e nem pode demandar) diligência para que a unidade local da RFB externe posicionamento de direito sobre determinado tema. Assim, quando demandou à unidade local da RFB que discernisse, entre as provas utilizadas para o lançamento, aquelas que “efetivamente foram consideradas ilícitas pelo STJ, segregandoas das outras que não foram contaminadas”, fixou, para isso, um critério jurídico, não deixando ao alvitre da unidade local o entendimento sobre o que seriam tais provas. Vejase o excerto que antecede a conclusão do voto pela conversão em diligência: “Por tais razões, compartilho do entendimento adotado pela Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento do CARF, quando do julgamento do processo administrativo nº 12466.002006/200970, em 24/09/2013. Naquela oportunidade, decidiu a Turma julgadora converter o julgamento em diligência, por entender imprescindível identificarse, dentre as provas coletadas pela fiscalização, quais foram efetivamente afetadas pela decisão do STJ, separando daquelas que foram decorrentes da interceptação quando ela ainda era válida (os primeiros sessenta dias), além daquelas decorrentes de procedimentos fiscais realizados pela própria Secretaria da Receita Federal do Brasil, dentro de sua competência legal.” (grifo nosso) Fl. 10385DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.386 16 Vejase que a anulação se refere a provas decorrentes das escutas, e não, restritivamente, às escutas, o que é endossado pela decisão judicial transcrita no mesmo voto: “Assim, permanecem hígidas as provas colhidas durante o primeiro período de interceptação telefônica autorizada, bem como nas três prorrogações que lhe foram subsequentes. Os demais elementos de prova obtidos a partir dos dados colhidos nessa fase da investigação também permanecem hígidos, pois derivaram de prova obtida licitamente. De outra parte, segundo os termos do julgado, as interceptações telefônicas realizadas a partir da quarta prorrogação autorizada encontramse maculadas pelo vício insanável da ilicitude. São, portanto, imprestáveis para fins de utilização de prova no processo penal. Correlatamente, os demais elementos de prova obtidos a partir dos dados colhidos nessa fase da investigação também encontramse eivado de ilicitude, pela aplicação da "teoria dos frutos da árvore envenenada", agora expressamente adotado pelo CPP (art. 157, § 1°, do CPP)” (grifo nosso) Parece não ter compreendido, a unidade local da RFB, o critério jurídico já fixado quando da conversão em diligência. E, dessa má compreensão, resulta a conclusão da resposta da unidade local da RFB (fl. 15354): A fiscalização, destaquese, não precisa apoiar posicionamento jurídico algum, devendo limitarse a responder o questionamento efetuado pelo tribunal administrativo. E o primeiro questionamento não foi respondido, porque a unidade local entendeu que sequer era necessário analisar as escutas telefônicas, para saber se derivaria alguma prova delas, bastando remeter aos elementos que já constam do própria autuação. Nega, assim, a unidade local, eficácia à própria decisão do STJ pela nulidade das escutas, pois esta não afetaria prova alguma, e nega também eficácia ao posicionamento exarado quando da conversão em diligência, que se referia a provas “decorrentes” das escutas, pois, segundo o entendimento da unidade local (vejase o excerto aqui transcrito), não haveria que se falar em prova decorrente da escuta. Em síntese, a unidade local da RFB, ao invés de atender ao demandado na diligência, pareceu apenas dela discordar. A autoridade diligenciante até ventilou que poderia ter solicitado informações sobre as escutas à autoridade policial, mas não o teria feito porque entendia que isso não afetaria o resultado deste processo administrativo (à mesma fl. 15354): Fl. 10386DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.387 17 (...) Não consta nos autos qualquer demonstração de esforço da autoridade diligenciante para adicionar elementos ao processo, ou mesmo diligenciar, v.g., se determinada apreensão de documentos só foi possível porque, em escuta telefônica, ficouse sabendo onde estavam localizados ou escondidos. Aliás, a própria autoridade diligenciante, como exposto, considerou irrelevante analisar as escutas para saber se delas derivariam provas ilícitas. A resposta ao quesito “c” é, em meu entendimento, a mais importante para que se possa julgar com segurança o processo. A meu ver, a ilicitude das escutas, e das provas que dela derivam, não se alastra a procedimentos fiscais autônomos/independentes, levados a cabo pela RFB, à margem da citada operação especial conjunta. Daí ter sido demandado á unidade local esclarecer quais dos elementos de prova utilizados na autuação derivaram de fonte independente. A resposta da unidade local, lamentavelmente, vem a título exemplificativo, o que atenta contra o próprio teor da pergunta, que demandava a identificação “das provas”, e não de algumas das provas (fl. 15355): Que no auto de infração constam diversos elementos, de variadas fontes, já se sabia. Bastava ler os autos. O que se desejava da unidade local da RFB era que, entre tais elementos, apontasse, conclusiva e exaustivamente, com base em informações e registros de fiscalização que possua, além do que já figura nos autos, quais foram produzidos por fonte independente da operação especial conjunta. Tal informação é relevantíssima para os julgadores que considerariam apenas tais provas como lícitas. E, por isso, não pode ser aceita de forma exemplificativa. Deve a unidade diligenciante, entre todas as provas utilizadas como fundamento da autuação, indicar, conclusivamente, quais foram produzidas por fonte independente. A resposta ao quesito “d”, por outro lado, destinase a suprir dúvida daqueles julgadores que, filiados à escola da chamada “teoria da descoberta inevitável”, admitem inclusive as provas tidas judicialmente como ilícitas, desde que essas mesmas provas pudessem ser (mas não, necessariamente, houvessem sido) obtidas administrativamente pela RFB, dentro de suas competências, de forma lícita. Tal quesito parece ter sido razoavelmente compreendido pela autoridade diligenciante, embora também não haja listagem detalhada e exaustiva (fl. 15356): Entendo até que um julgador que comungue do entendimento que motivou o quesito “d” possa interpretar que o colegiado estaria apto a apreciar o processo, como propunha o relator, ainda que as respostas tenham sido dadas exemplificativamente. Fl. 10387DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.388 18 No entanto, para este julgador (conforme posicionamento externado no Acórdão no 3401003.171), e para a maioria do colegiado, como se percebe da votação empreendida nesta sessão de julgamento, revelase imprescindível, para apreciação do processo, que sejam buscados elementos que permitam verificar, conclusivamente, quais, entre as provas utilizadas na autuação, derivam da chamada “Operação Dilúvio”, e das escutas telefônicas consideradas ilícitas, e quais derivam de ação fiscal autônoma da RFB (ou mesmo de dados de sistemas internos da RFB). E, por óbvio, para responder tal questionamento, a autoridade diligenciante deve ir além do que já está nos autos, e é de conhecimento deste colegiado administrativo. Em outras palavras, deve diligenciar, investigar, juntar informações que permitam separar as provas lícitas das ilícitas, segundo o critério jurídico já fixado. Simplesmente afirmar que as provas documentais jamais derivariam de escuta telefônica (sem sequer desejar conhecer seu teor, por considerá lo irrelevante para o resultado do julgamento) não se apresenta como resposta aos questionamentos efetuados. E contradiz informações do próprio Ministério Público, em 15/12/2011, sobre réu da “Operação Dilúvio”, no HC no 142.045/PR, já comentada no citado Acórdão no 3401003.171, disponível no sítio web do CARF: (...) Entendo, então, que o resultado da diligência, pela falta de conclusividade, e de labor investigativo, não permite o julgamento imediato do processo. E que o parecer do Ministério Público, por um lado, parece minimizar a importância dos quesitos “a” e “b”, efetuados à unidade local da RFB, e, por outro, torna efetivamente irrelevante (mas em sentido diametralmente oposto ao que defendeu a autoridade diligenciante) o extenso trabalho de exploração minuciosa das transcrições de escutas telefônicas. No entanto, deve a unidade diligenciante melhor responder aos quesitos “c” e “d”, inicialmente efetuados, relacionando, entre os elementos de prova indicados no Relatório de Verificação Fiscal (fls. 21 a 76 como email, contratos de câmbio, extratos bancários, e outros documentos), quais efetivamente foram obtidos (na linha de entendimento que motivou o quesito “c”) ou poderiam ser obtidos (na linha que culminou no quesito “d”) a partir de ação autônoma da fiscalização da RFB, independente da chamada “Operação Dilúvio”, de forma conclusiva e exaustiva. Para tanto, e buscando facilitar e dar objetividade à atividade de diligência, demandase à unidade local da RFB que: (a) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que efetivamente foram obtidos em ação fiscal autônoma, independente da realizada no bojo da “Operação Dilúvio”; e (b) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que poderiam ser obtidos pela fiscalização diretamente, dentro de suas competências, sem necessidade de autorização judicial. Fl. 10388DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.389 19 A importância da boa resposta aos quesitos, pela unidade da RFB, reside no fato de que os julgadores que entendem que somente seriam lícitos os elementos de prova efetivamente obtidos em fiscalização autônoma apreciarão o processo, e a procedência ou não da autuação, apenas à luz de tais documentos. Da mesma forma, os membros deste tribunal administrativo que interpretam que seriam aceitáveis todos os elementos de prova que possam ser regularmente obtidos em fiscalização autônoma apreciarão os autos, e a manutenção ou não do lançamento, apenas à luz de tais documentos. Após a realização da diligência deve ser elaborado relatório conclusivo, a ser notificado à recorrente, para que esta, desejando, apresente manifestação, na forma a que se refere o artigo 35 do Decreto no 7.574/2011, antes do reenvio do processo a este tribunal administrativo.” (grifos no original) Assim, aproveitando a conversão em diligência já proposta ao início deste voto, agregamse, a partir do posicionamento aqui externado, outros questionamentos, a complementarem os três primeiros, ali indicados, demandandose à unidade local da RFB que: (d) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que efetivamente foram obtidos em ação fiscal autônoma, independente da realizada no bojo da “Operação Dilúvio”; e (e) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que poderiam ser obtidos pela fiscalização diretamente, dentro de suas competências, sem necessidade de autorização judicial. Novamente, a importância da boa resposta aos quesitos, pela unidade da RFB, reside no fato de que os julgadores que entendem que somente seriam lícitos os elementos de prova efetivamente obtidos em fiscalização autônoma apreciarão o processo, e a procedência ou não da autuação, apenas à luz de tais documentos. Da mesma forma, os membros deste tribunal administrativo que interpretam que seriam aceitáveis todos os elementos de prova que possam ser regularmente obtidos em fiscalização autônoma apreciarão os autos, e a manutenção ou não do lançamento, apenas à luz de tais documentos. Pelo exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência, para que a unidade local da RFB: (a) verifique e fundamente a regularidade da ciência a respeito da decisão de piso dada a sujeitos passivos para os quais não se instaurou o contencioso, pela ausência de apresentação de impugnação; (b) verifique e fundamente a afirmação de que foram tempestivos os recursos voluntários apresentados por pessoas que sequer apresentaram impugnação (fl. 4994); Fl. 10389DF CARF MF Processo nº 15165.003462/200839 Resolução nº 3401001.166 S3C4T1 Fl. 10.390 20 (c) ateste, ao tempo da ciência da autuação e da ciência da decisão de piso, com registro histórico e telas de amparo, qual(is) eram os CPF válidos de “MARCO” Antonio Mansur Filho, e os endereços cadastrais vigentes informados à RFB, para cada CPF; (d) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que efetivamente foram obtidos em ação fiscal autônoma, independente da realizada no bojo da “Operação Dilúvio”; e (e) indique, individualizadamente, e exaustivamente, entre os elementos de prova utilizados na autuação, aqueles que poderiam ser obtidos pela fiscalização diretamente, dentro de suas competências, sem necessidade de autorização judicial. Após a realização da diligência deve ser elaborado relatório conclusivo, a ser notificado às recorrentes para as quais a unidade conclua que ainda exista litígio, para que estas, desejando, apresentem manifestação, na forma a que se refere o artigo 35 do Decreto no 7.574/2011, antes do reenvio do processo a este tribunal administrativo. Rosaldo Trevisan Fl. 10390DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.900445/2012-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.017
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 00 44 5/ 20 12 -3 1 Fl. 192DF CARF MF Processo nº 10480.900445/201231 Resolução nº 3401001.017 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11041.040. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 193DF CARF MF Processo nº 10480.900445/201231 Resolução nº 3401001.017 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 194DF CARF MF Processo nº 10480.900445/201231 Resolução nº 3401001.017 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 195DF CARF MF
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