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Numero do processo: 36624.010506/2006-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 25/07/2006
Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991.
Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN.
Numero da decisão: 2302-001.906
Decisão: ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade, em conceder provimento ao recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. Foi reconhecida a fluência do prazo decadencial.
Nome do relator: MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Recorrente FANTASY EMPREENDIMENTOS TURISTICOS LTDA Recorrida SRP SECRETARIA DA RECEITA PREVIDENCIÁRIA Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 25/07/2006 Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade, em conceder provimento ao recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. Foi reconhecida a fluência do prazo decadencial. Marco André Ramos Vieira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato, Jhonatas Ribeiro da Silva. Ausente Momentaneamente: Manoel Coelho Arruda Júnior. Fl. 271DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Fl. 272DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 36624.010506/200631 Acórdão n.º 230201.906 S2C3T2 Fl. 272 3 Relatório O presente auto de infração foi originado em virtude do descumprimento do art. 49, § 1º, b da Lei n ° 8.212/1991 c/c art. 256, §1º, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. Segundo a fiscalização previdenciária, a recorrente deixou de matricular obra de construção civil de sua responsabilidade no prazo de 30 dias do início de suas atividades, conforme relatório fiscal às fls. 6. Não conformada com a autuação a recorrente apresentou impugnação, fls. 30 a 35. A unidade descentralizada da SRP emitiu a DecisãoNotificação (DN), fls. 192 a 196, mantendo a autuação em sua integralidade. A recorrente não concordando com a DN emitida pela Receita Previdenciária interpôs recurso, fls. 204 a 231. É o relato suficiente. Fl. 273DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheiro Marco André Ramos Vieira, Relator O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 202. Pressuposto superado, passo ao exame das questões preliminares de mérito. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991, nestas palavras: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme previsto no art. 103A da Constituição Federal a Súmula de n º 8 vincula toda a Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Contudo, em se tratando de lançamento de ofício para aplicar penalidade pecuniária, previsto no art. 149, inciso V do CTN, há que se observar sempre a regra prevista no art. 173 do CTN, incluindo o parágrafo único desse artigo. Assim, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído, a fiscalização federal teria o prazo de cinco anos para notificar o contribuinte. No presente caso, o lançamento foi cientificado ao sujeito passivo em julho de 2006, fl. 01. A competência mais recente, dezembro de 1998, já decaíra quando o lançamento foi realizado. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto pelo conhecimento do recurso e pelo provimento a ele, reconhecendo a improcedência do lançamento em virtude da fluência do prazo decadencial. É como voto. Marco André Ramos Vieira Fl. 274DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 36624.010506/200631 Acórdão n.º 230201.906 S2C3T2 Fl. 273 5 Fl. 275DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13766.000812/99-59
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração:01/09/1989 a 30/05/1991
RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO.
Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco.
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
Recurso Extraordinário do Procurador Negado
Numero da decisão: 9900-000.657
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Extraordinário
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO - Presidente.
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Marcos Aurélio Pereira Valadão.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração:01/09/1989 a 30/05/1991 RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Recurso Extraordinário do Procurador Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Extraordinário OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 76 6. 00 08 12 /9 9- 59 Fl. 307DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/03/2 013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão proferido pelo colegiado a quo, que deu provimento ao recurso especial interposto pelo contribuinte. A PGFN interpôs Recurso Extraordinário a este Pleno alegando, em síntese, que o direito de ação relativo ao exercício de um direito subjetivo de crédito, decorrente de pagamento indevido, é atribuído ao sujeito passivo, e o termo inicial do prazo prescricional de 05 (cinco) anos (art. 168 do CTN) para exercêlo começa da data da extinção do crédito tributário, operandose este tão logo efetue o pagamento indevido. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e deve ser admitido. O pedido de restituição foi apresentado em 15/09/1999, relativo ao período de apuração de 01/09/1989 a 30/05/1991. Não assiste razão à recorrente, pois, com a edição da Lei Complementar 118/2005, o seu artigo 3º foi debatido no âmbito do STJ no Resp 327043/DF, que entendeu tratarse de usurpação de competência a edição desta norma interpretativa, cujo real objetivo era desfazer entendimento consolidado. Entendendo configurar legislação nova e não interpretativa, os Ministros do STJ decidiram que as ações propostas até a data de 09/06/2005, não se submeteriam ao consignado na nova lei. Com efeito, de acordo com a decisão prolatada pelo pleno do STF, no RE nº 566.621, em 04/08/2011, em julgamento de mérito de tema com repercussão geral, o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, relativamente a pedidos de restituição efetuados anteriormente à vigência da LC nº 118/05 (09/06/2005), é de cinco anos para a homologação do pagamento antecipado, acrescido de mais cinco para pleitear o indébito, em conformidade com a cognominada tese dos cinco mais cinco, sendo, portanto, de dez anos o prazo para pleitear a restituição do pagamento indevido. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/03/2 013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13766.000812/9959 Acórdão n.º 9900000.657 CSRFPL Fl. 3 3 Assim, somente os pleitos referentes aos fatos geradores ocorridos anteriormente a 10 anos da data do protocolo estariam com o eventual direito de restituição extinto, tendo em vista terem sido alcançados pela prescrição. No presente caso, não houve a perda do direito a se pleitear a restituição em relação a todo o período objeto da solicitação. Portanto, em que pese a minha total discordância com tal entendimento, com fulcro no art. 62A do Anexo II à Portaria MF nº 256/09 (RICARF), deve ser reconhecida a aplicabilidade da tese dos cinco mais cinco. Ante o exposto, voto pelo não provimento do Recurso Extraordinário interposto pela PGFN, com a remessa dos autos à autoridade preparadora para a análise do mérito. Rodrigo da Costa Pôssas Relator Fl. 309DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/03/2 013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
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Numero do processo: 10283.006660/00-10
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu May 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992
FINSOCIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. 5 (CINCO) ANOS PARA HOMOLOGAR (ARTIGO 150, § 4º, DO CTN) MAIS 5 (CINCO) ANOS PARA PROTOCOLAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO (ARTIGO 168, I, DO CTN). IRRETROATIVIDADE DO ARTIGO 3º DA LC 118/2005. ARTIGO 65-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF.
Este Conselho está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em recurso especial repetitivo. Com efeito, cabe a aplicação simultânea dos entendimentos proferidos pelo STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como aquele proferido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932 (tese dos 5 + 5), para pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação que tenham sido protocolados antes da aplicação, em 09/06/2005, da Lei Complementar 118, a qual não é interpretativa, conforme entendimento do STF. Em se tratando a contribuição para o FINSOCIAL de tributo sujeito a lançamento por homologação, bem como do fato de o pedido de restituição/compensação ter sido protocolado em 29/06/2000, antes de ser aplicada a Lei Complementar 118/2005, plenamente cabível a aplicação do prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, § 4º, do CTN somado ao de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168, I, desse mesmo diploma legal para o contribuinte pleitear restituição/compensação. Assim, restou-se prescrito o pedido de restituição/compensação apenas dos valores de Finsocial relativos ao período de janeiro a maio de 1990, mantendo-se o direito de o contribuinte pleitear restituição/compensação dos valores relativos ao período de junho de 1990 a março de 1992.
Recurso Extraordinário Provido em Parte.
Numero da decisão: 9900-000.745
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso extraordinário.
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
Nanci Gama - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martínez López, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Mércia Helena Trajano DAmorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão.
Nome do relator: NANCI GAMA
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FERNANDES ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992 FINSOCIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. 5 (CINCO) ANOS PARA HOMOLOGAR (ARTIGO 150, § 4º, DO CTN) MAIS 5 (CINCO) ANOS PARA PROTOCOLAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO (ARTIGO 168, I, DO CTN). IRRETROATIVIDADE DO ARTIGO 3º DA LC 118/2005. ARTIGO 65A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. Este Conselho está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em recurso especial repetitivo. Com efeito, cabe a aplicação simultânea dos entendimentos proferidos pelo STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como aquele proferido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932 (tese dos 5 + 5), para pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação que tenham sido protocolados antes da aplicação, em 09/06/2005, da Lei Complementar 118, a qual não é interpretativa, conforme entendimento do STF. Em se tratando a contribuição para o FINSOCIAL de tributo sujeito a lançamento por homologação, bem como do fato de o pedido de restituição/compensação ter sido protocolado em 29/06/2000, antes de ser aplicada a Lei Complementar 118/2005, plenamente cabível a aplicação do prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, § 4º, do CTN somado ao de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168, I, desse mesmo diploma legal para o contribuinte pleitear restituição/compensação. Assim, restouse prescrito o pedido de restituição/compensação apenas dos valores de Finsocial relativos ao período de janeiro a maio de 1990, mantendose o direito de o contribuinte pleitear restituição/compensação dos valores relativos ao período de junho de 1990 a março de 1992. Recurso Extraordinário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 00 66 60 /0 0- 10 Fl. 331DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso extraordinário. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Nanci Gama Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martínez López, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Mércia Helena Trajano D’Amorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional em face do acórdão de nº 0306.124, proferido pela Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que, por maioria de votos, negou provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional para reconhecer o direito de o contribuinte pleitear, em 29/06/2000, restituição/compensação de valores de FINSOCIAL cujos fatos geradores ocorreram entre janeiro de 1990 e março de 1992. Para tanto, a Terceira Turma considerou que o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de valores de FINSOCIAL nos presentes autos seria de 5 (cinco) anos contados a partir da publicação da MP 1.110/95, conforme ementa a seguir: “FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO – O direito de se pleitear o reconhecimento de crédito com o consequente pedido de restituição/compensação, perante a autoridade administrativa, de tributo pago em virtude de lei que tenha sido declarada inconstitucional, somente surge com a declaração de inconstitucionalidade pelo STF, em ação direta, ou com a suspensão, pelo Senado Federal, da lei declarada inconstitucional, na via indireta. Por esta via, o termo a quo para o pedido de restituição começa a contar da data da publicação da MP nº 1.110 em 31/08/95 – p. 013397, posto que foi o primeiro ato emanado do Poder Executivo a reconhecer o caráter indevido do recolhimento do Finsocial à alíquota Fl. 332DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10283.006660/0010 Acórdão n.º 9900000.745 CSRFPL Fl. 332 3 superior a 0,5%. PRECEDENTES: AC. CSRF/0304.227, 301 31.406, 30131.404 e 30131.321. Recurso especial negado.” Inconformada, a Fazenda Nacional, com fulcro nos artigos 9º e 43 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 147/2007, interpôs recurso extraordinário com base no acórdão da Câmara Superior de Recursos Fiscais utilizado como paradigma, qual seja, o de nº 0400.810, para aduzir que o prazo para pleitear restituição/compensação é de 5 (cinco) anos contados a partir da data de extinção do crédito tributário conforme previsão dos artigos 165 e 168, I, do CTN. O acórdão paradigma restouse assim ementado: “PEDIDO DE RESTITUIÇÃO – ILL – O direito de pleitear restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos I e II, e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de Justiça). Recurso Especial do Procurador Provido.” A Recorrente complementa, ainda, que o advento da Lei Complementar 118/2005 teria encerrado definitivamente a controvérsia sobre o tema, tendo em vista que o seu artigo 3º prevê que “para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida Lei”. E, entendendo que aludido dispositivo deteria caráter interpretativo, a Fazenda Nacional alega que caberia a sua aplicação retroativa nos presentes autos, conforme previsão do artigo 106, I, do CTN. A Recorrente alega, também, a necessidade de observância ao disposto no Ato Declaratório SRF nº 96, de 1999, o qual considera que “o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário”. O i. Presidente Substituto do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais reconheceu o dissídio jurisprudencial e deu seguimento ao recurso extraordinário. É o relatório. Fl. 333DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 Voto Conselheira Nanci Gama, Relatora O recurso extraordinário é tempestivo, razão pela qual passo a analisar seus pressupostos de admissibilidade em conformidade ao Regimento Interno aprovado pela Portaria MF nº 147/2007. Primeiramente, quanto à divergência entre acórdãos recorrido e paradigma, entendo ter a mesma sido devidamente demonstrada. Isso porquê ao passo que o acórdão recorrido respaldou o entendimento de que o prazo de 5 (cinco) anos, para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributo sujeito a lançamento por homologação (FINSOCIAL), se inicia a partir da edição do ato normativo que dispensa o pagamento desse tributo, o acórdão paradigma respaldou entendimento de que o prazo de 5 (cinco) anos, para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributo sujeito a lançamento por homologação (ILL), se inicia a partir da data da extinção do crédito tributário “sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro”. Quanto aos demais pressupostos de admissibilidade previstos nos artigos 9º e 43 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 147/20071, o qual é aplicado por força do artigo 4º do atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 256/20092, também entendo terem os mesmos sido devidamente demonstrados, razão pela qual conheço do recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional. A controvérsia aduzida nos presentes autos cingese, basicamente, em determinar o prazo para o contribuinte pleitear restituição dos valores de FINSOCIAL recolhidos com base nas alíquotas instituídas pelas Leis nºs 7.787/89, 7.894/89 e 8.147/90. Conforme se infere do relatório, o acórdão recorrido entendeu que o prazo para pleitear restituição deve ser de 5 (cinco) anos contados a partir da data da publicação da MP 1.110/95, a qual, em seu artigo 17 previu que estariam os contribuintes dispensados de recolher a contribuição para o FINSOCIAL com base nas alíquotas instituídas pelas Leis nºs 7.787/89, 7.894/89 e 8.147/90, ou seja, a partir de 31/08/1995. Em contrapartida, a Fazenda Nacional entende que o prazo para pleitear restituição é de 5 (cinco) anos contados a partir das datas de extinção do crédito tributário, ocorridas entre janeiro de 1990 e março de 1992, e que, portanto, o pedido de restituição, protocolado em 29/06/2000, já estaria prescrito. 1 “Art. 9º Compete ao Pleno julgar recurso extraordinário de decisão de Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Turma ou o Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais.” 2 “Art. 4º Os recursos com base no inciso I do art. 7º, no art. 8º e no art. 9º do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25 de junho de 2007, interpostos contra os acórdãos proferidos nas sessões de julgamento ocorridas em data anterior à vigência do Anexo II desta Portaria, serão processados de acordo com o rito previsto nos artigos 15 e 16, no art. 18 e nos artigos 43 e 44 daquele Regimento. (Redação dada pela Portaria MF nº 446, de 27 de agosto de 2009).” Fl. 334DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10283.006660/0010 Acórdão n.º 9900000.745 CSRFPL Fl. 333 5 Considerando que o artigo 62A3 do atual Regimento Interno do CARF, qual seja, o aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, vincula os Conselheiros do CARF às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em sede de recurso especial repetitivo, cabe a esta Relatora aplicar ao presente caso o entendimento do STF consubstanciado no julgamento do RE nº 566.621, bem como o entendimento do STJ objeto do julgamento do REsp nº 1.002.932. De acordo com referida jurisprudência, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação será, para os pedidos de compensação protocolados antes da vigência da Lei Complementar 118 ocorrida em 09/06/2005, o de 10 (dez) anos, ou seja, 5 (cinco) anos para homologar (artigo 150, § 4º, do CTN) mais 5 (cinco) anos, a partir dessa homologação, para pleitear restituição (artigo 168, I do CTN). E, em se tratando a contribuição para o FINSOCIAL de tributo sujeito a lançamento por homologação, bem como do fato de o pedido de restituição/compensação ter sido protocolado antes do dia 09/06/2005 (vigência da LC 118/05), plenamente aplicável ao presente caso a tese dos 5 (cinco) anos mais 5 (cinco) anos objeto do REsp nº 1.002.932, por força da decisão do STF objeto do RE nº 566.621. O acórdão do Supremo Tribunal Federal restou assim ementado: “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, §4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também 3 “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.” Fl. 335DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 6 se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, §3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.” Em face do exposto, conheço do recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, voto no sentido de lhe dar parcial provimento para reconhecer a prescrição do pedido de restituição/compensação dos valores de FINSOCIAL relativos aos fatos geradores ocorridos entre janeiro e maio de 1990. Nanci Gama Fl. 336DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
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Numero do processo: 15504.012874/2009-52
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano calendário: 2005
MULTA ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. A penalidade após o encerramento do período de apuração é aplicável até o limite do imposto a pagar no ajuste anual.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 1402-000.968
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Frederico Augusto Gomes de Alencar e Leonardo de Andrade Couto, que negavam provimento.
Nome do relator: ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
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A penalidade após o encerramento do período de apuração é aplicável até o limite do imposto a pagar no ajuste anual. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Frederico Augusto Gomes de Alencar e Leonardo de Andrade Couto, que negavam provimento. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 2 Relatório INSTITUTO HERMES PARDINI LTDA recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância administrativa, que julgou procedente a exigência, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Transcrevo e adoto o relatório da decisão recorrida: Contra o Contribuinte, pessoa jurídica, já qualificada nos autos, foi lavrado o Auto de Infração de fls. 02/03, que exige a Multa Isolada, por falta de pagamento da estimativa mensal relativamente ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ, no valor de R$ 122.728,69.. Lançamento da Multa Isolada. Descrição dos Fatos. Na descrição dos fatos, a Fiscalização fez as anotações abaixo transcritas: “001 – MULTAS ISOLADAS DIFERENÇA VERIFICADA ENTRE O VALOR APURADO E O DECLARADO/PAGO – IRPJ ESTIMATIVA Durante o procedimento de verificações obrigatórias foi constatada divergência entre o valor declarado em DCTF e o valor apurado em DIPJ gerando falta de pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, incidente sobre a base de cálculo estimada em função da receita bruta e acréscimos e/ou balanços de suspensão ou redução”. Do Termo de Verificação Fiscal – TVF (fls. 06/07). Eis os principais pontos abordados pela Fiscalização. No anocalendário de 2007, a empresa apurou o imposto de renda pelo lucro real. A ação fiscal iniciouse em 18/12/2008, com a ciência do contribuinte do Termo de Início de Ação Fiscal (fls. 08). Após devidamente intimado a apresentar planilha dos valores escriturados a pagar de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, relativos ao período de novembro a dezembro de 2007, o contribuinte não informou nenhum valor a pagar de IRPJ, relativamente ao mês de novembro de 2007. No entanto, o Fisco constatou que, na sua DIPJ (fls. 42), a empresa apurou o valor a pagar de R$ 242.456,59, o qual não foi declarado em DCTF. Este valor foi inclusive aproveitado pelo contribuinte no cálculo do IRPJ a pagar referente a dezembro. Intimado, em 02/04/2009 (fls. 19), a informar e comprovar como foi pago o referido valor, o contribuinte informou (fls. 21) que o IRPJ apurado na DIPJ, por estimativa no mês novembro de 2007, foi recolhido em 17/04/2009, conforme DARF de fls. 24. A Fiscalização ressalta que o contribuinte não possuía espontaneidade para realizar tal recolhimento. Fl. 125DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 3 Desta forma, de acordo com o art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996, com redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007, será exigida isoladamente a multa de 50% sobre o valor do pagamento mensal, de R$ 245.456,59, que deixou de ser efetuado tempestivamente. Da Impugnação. Tendo sido dele cientificado, em 15/07/2009, o sujeito passivo contestou o lançamento, em 14/08/2009, mediante o instrumento de fls. 46/59. Adiante compendiamse suas razões. Inicialmente (itens I e II), após ressaltar a tempestividade da defesa apresentada, o Impugnante faz um breve relato da autuação fiscal. III DA IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO FISCAL III.1. DO REGIME DE TRIBUTAÇÃO POR LUCRO REAL ANUAL E A ANTECIPAÇÃO MENSAL POR ESTIMATIVA O Impugnante explica a metodologia legal aplicável à apuração do lucro real anual, que prevê os recolhimentos mensais por estimativa e a apuração final do imposto em 31 de dezembro do correspondente anocalendário. In casu, diz apurou o IRPJ pelo regime de tributação do lucro real anual, no ano calendário de 2007, realizando pagamentos mensais por estimativa. Portanto, foi com grande surpresa que recebeu a autuação. Em todo o caso, assiste razão ao Fisco quando relata que empresa deixou de informar em planilha o valor devido a título de IRPJ, na competência de novembro de 2007, declarado na DIPJ, no valor de R$ 245.456,59, que acabou sendo recolhido em 17/04/2009, acrescido de multa e juros, conforme DARF anexo. Entretanto, foi precipitada e indevida a aplicação da multa isolada de 50%, sobre o referido valor. Isso porque, naquele anocalendário, os montantes pagos a título de estimativa do IRPJ, apurados cumulativamente, bem como os valores retidos diretamente na fonte, excederam em muito o montante anual devido a título de imposto de renda. Tais dados podem ser observados em quadros constantes da defesa, que reproduzem as Fichas 11 e 12A da DIPJ anocalendário de 2007 (fls. 76/86). Salienta, ora, encerrado o período de apuração do tributo, no anocalendário de 2007, deve prevalecer a exigência do IRPJ nos moldes do balanço patrimonial de 31 de dezembro, o que afasta, in casu, a acusação fiscal de falta de recolhimento do imposto tempestivamente, haja vista restar demonstrado que o Impugnante era, na verdade, credor da União Federal. Não pode, assim, ser penalizado, já que o crédito em questão supera em muito a apuração estimativa de valores anteriormente realizada. A seguir, o Impugnante cita jurisprudência do CARF, nesse sentido. III.2 – DA OFENSA AO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE – A INCONSTITUCIONALIDADE DA MULTA APLICADA. Substancialmente, alega que a multa não é razoável, além de inconstitucional, sob a faceta enrustida do Confisco. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 4 III.3 – INEXIGIBILIDADE DA MULTA ISOLADA POR AUSÊNCIA DE BASE DE CÁLCULO. Em resumo, aduz, ainda que possível a aplicação da penalidade isolada – o que não se admite , a base de cálculo seria negativa ou nenhuma, posto que os valores recolhidos ao longo de 2007, a título de antecipação ou retenção, com as deduções legais, excede em muito o imposto apurado na escrita fiscal após o encerramento do exercício. Ademais, o Impugnante, mesmo sendo indevido o imposto de renda estimado, fez o pagamento com atraso e acrescido de multa e juros. A seguir, cita jurisprudência do CARF. V – DO PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL E DO PRINCÍPIO IN DÚBIO PRO CONTRIBUINTE. Defende que o princípio da legalidade traz, no direito tributário, uma tipificação rigorosa e, portanto, havendo qualquer dúvida sobre o perfeito enquadramento do fato à norma tornase forçosa a aplicação do art. 112, do CTN. VI – DO PEDIDO. Pelo exposto, requer seja julgada procedente a presente IMPUGNAÇÃO, para cancelar o lançamento. Requer, ainda, que todas as intimações, ciências e notificações sejam encaminhadas ao procurador identificado na defesa. A decisão recorrida está assim ementada: ESPONTANEIDADE. Segundo as regras reguladoras do Processo Administrativo Fiscal PAF, o início da ação fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo. MULTA ISOLADA. Por expressa previsão legal, é cabível a aplicação de multa isolada incidente sobre o valor da antecipação do IRPJ, devidamente informado na correspondente DIPJ, que deixou de ser recolhido no seu vencimento. A base de cálculo da multa isolada é o valor devido a título de antecipação. RECOLHIMENTO, A DESTEMPO, DA ANTECIPAÇÃO. MULTA DE MORA. A multa legal prevista para os casos de recolhimento espontâneos e extemporâneos, recolhida pelo sujeito passivo, incidente sobre a estimativa devida, considerase como antecipação da multa isolada cabível, no caso, devendo, assim, ser deduzida do valor exigido no presente lançamento. Impugnação Procedente em Parte Cientificada da aludida decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual contesta as conclusões do acórdão recorrido, repisa as alegações da peça impugnatória e, ao final, requer o provimento, nos seguintes termos (verbis): Fl. 127DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 5 É o relatório. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 6 Voto Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. Em litígio a multa isolada por falta de recolhimento da estimativa do IRPJ de novembro de 2007. De início verificase que há um erro material no auto de infração no qual constou que a multa seria relativa ao período de novembro/2008 (fl.4), todavia, a penalidade referese mesmo a novembro de 2007, conforme demonstrativo de fl. 42. O recorrente assevera que as penalidades devem ser limitadas ao saldo de IRPJ e CSLL a pagar apurados no ajuste anual, sendo que não apurou tributo a pagar, mesmo desconsiderando a estimativa que deixou de ser recolhida. No que tange a exigência da multa de oficio isolada, por falta de recolhimento do IRPJ sobre estimativas, após o encerramento do anocalendário, verificase que a penalidade foi aplicada com fulcro no art. 44, inciso I, e § 1o, inciso IV, da Lei 9.430/96, do seguinte teor: .Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte;” ................................................................................................... § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos ................................................................ IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente;” (Grife0 Por sua vez, o art. 2o, referido no inciso IV do § 1o do art. 44, dispõe: Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 Fl. 129DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 7 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995 Os artigos 29, 30, 31, 32 e 34 da Lei 8.981/95 tratam da apuração da base estimada. O art. 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, consubstancia hipótese em a falta de pagamento ou o pagamento em valor inferior é permitida (exclusão de ilicitude). Diz o dispositivo: “Art. 35. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. § 1º Os balanços ou balancetes de que trata este artigo: a) deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário; b) somente produzirão efeitos para determinação da parcela do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro devidos no decorrer do anocalendário. (...)” Do exame desses dispositivos podese concluir que o art. 44, inciso I, c.c o inciso IV do seu § 1º, da Lei 9.430/96 é norma sancionatória que se destina a punir infração substancial, ou seja, falta de pagamento ou pagamento a menor da estimativa mensal. Para que incida a sanção é condição que ocorram dois pressupostos: (a) falta de pagamento ou pagamento a menor do valor do imposto apurado sobre uma base estimada em função da receita bruta; e (b) o sujeito passivo não comprove, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. Destaco trecho do voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, no julgamento do Recurso nº 105141498, Processo n° 13629.000292/200304, Acórdão CSRF/0105.838, verbis: “As remissões relevantes são as seguintes: Art. 35 (Lei nº 8.981/95) – A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado excede o valor do imposto, calculado com base no lucro real do período em curso. (...) §2º Estão dispensadas do pagamento de que tratam os arts. 28 e 29 as pessoas jurídicas que, através de balanço ou balancetes mensais, demonstrem a existência de base de cálculo negativas fiscais apurados a partir do mês de janeiro do anocalendário. Após a edição desse dispositivo legal, inúmeros debates instalaramse no âmbito desse Conselho de Contribuintes, sobretudo acerca da aplicação cumulativa das sanções neles previstas. Na verdade, a leitura isolada dos enunciados do artigo 44 da Lei nº 9.430 tem levado alguns dos meus pares a sustentar a aplicação da multa isolada em todos os casos em que não houver recolhimento da estimativa. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 8 Sustentam que a sanção foi concebida justamente para assegurar efetividade ao regime da estimativa e preservar o interesse público. Ressalto, inicialmente, que a divergência não se situa na necessidade de dar efetividade ao regime de estimativa, porquanto o intérprete deve atribuir a lei o sentido que lhe permita a realização de suas finalidades. Mas, a pretexto de concretizálo, não se pode menosprezar o sentido mínimo do texto legal. Por força da segurança jurídica, a interpretação de normas que imponham penalidades deve ser atenta ao que dispõe os textos normativos e esses oferecem limites à construção de sentidos. Na verdade, Kelsen já dizia que toda norma legal deriva de uma vontade pré jurídica (um querer), mas a dificuldade do intérprete repousa na identificação de o que se reputará como sendo essa vontade. No dizer de Marçal Justen Filho, não há qualquer caráter predeterminado apto a qualificar o interesse como público. Sustenta que “o processo de democratização conduz à necessidade de verificar, em cada oportunidade, como se configura o interesse público, Sempre e em todos os casos, tal se dá por meio da intangibilidade dos valores relacionados aos direitos fundamentais”. 1 Nessa trilha de raciocínio, iniciaremos pelo exame das formulações literais, isolando os enunciados prescritivos e sua estrutura lógica, para depois alcançar as significações normativas e, como produto final, a regra jurídica. Norma não são textos nem o conjunto deles, mas os sentidos construídos a partir da interpretação sistemática dos textos2. Nesse sentido, o artigo 44 da Lei nº 9.430/96 prescreve, de forma sintética, o seguinte: HIPÓTESE CONSEQUÊNCIA Dado que houve falta de pagamento ou recolhimento, recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória. è Pagar multa de 75% ou 150%3 calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição (art. 44, caput, inciso I e II) ; Dado que pessoa jurídica está sujeita ao pagamento do IR de forma estimada, ainda que tenha apurado base de cálculo negativa no ano correspondente. è Pagar multa isolada de 75% calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição (caput, art. 44, §1º, IV); Dado que a pessoa jurídica prova, por meio de balanço ou balancetes mensais, que o valor acumulado excede o valor do imposto calculado com base no lucro real do período. è Dispensar recolhimento por estimativa (art. 44. §1º, IV c/c art. 35, §2º, da Lei 8981/95). O exame literal dos textos legais acima transcritos evidencia que o caput do artigo 44 da Lei nº 9.430/96 determina que a multa seja calculada “sobre a totalidade ou diferença de tributo”. Ou seja, as penalidades previstas nos incisos I e II, e no §1º, IV, referemse todas à falta de pagamento de tributo. Assim, ambas as penalidades discutidas nesse processo, por força da previsão legal, incidem sobre a mesma base de cálculo, ao contrário, do quer fazer crer a Procuradoria da Fazenda Nacional. 1 MARÇAL, Justen Filho. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005, p.43/44. 22 Ricardo Guastini citado por Humberto Ávila em Teoria dos Princípios, São Paulo: Malheiros, 2005, p.22. 3 A hipótese de majoração da multa de ofício para 150% está prevista no inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430/96 caso identificado verdadeiro intuito de fraude. Fl. 131DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 9 Importante firmar que o valor pago a título de estimativa não tem a natureza de tributo, eis que, juridicamente, o fato gerador do tributo só será tido por ocorrido ao final do período anual (31/12). O valor do lucro – base de cálculo do tributo só será apurado por ocasião do balanço no encerramento do exercício, momento em que são compensados os valores pagos antecipadamente em cada mês sob bases estimadas e realizadas outras deduções desautorizadas no cálculo estimado. O aplicador, diante dessas proposições extraídas do texto legal, deve buscar a interpretação que alcance a coerência interna do conjunto, por isso a construção lógica da regra jurídica não pode levar ao cumprimento de um enunciado prescritivo e ao necessário descumprimento de outro do mesmo dispositivo legal. O intérprete deve buscar o sentido do conjunto que afaste contradições, afinal, dentre a moldura de significações possíveis de um texto de direito positivo a escolha do intérprete de ser feita em consonância com todo ordenamento jurídico. Nesse sentido, vale lembrar que o rigor é maior em se tratando de normas sancionatórias, não se devendo estender a punição além das hipóteses figuradas no texto. Além da obediência genérica ao princípio da legalidade, devem também atender a exigência de objetividade, identificando com clareza e precisão, os elementos definidores da conduta delituosa. Para que seja tida como infração, a ocorrência da vida real, descrita no suposto da norma individual e concreta expedida pelo órgão competente, tem de satisfazer a todos os critérios identificadores tipificados na hipótese da norma geral e abstrata. A insegurança, sobretudo no campo de aplicação de penalidades, é absolutamente incompatível com a essência dos princípios que estruturam os sistemas jurídicos no contexto dos regimes democráticos. Reportandome a doutrina de Paulo de Barros Carvalho, a base de cálculo da regra sancionatória, a semelhança da regra de incidência tributária, apresenta três funções: (i) compor a específica determinação da multa; (ii) medir a dimensão econômica do ato delituoso, e (iii) confirmar, infirmar ou afirmar o critério material da infração. A primeira função permite apurar o montante da sanção. Na segunda, o valor adotado como base de cálculo busca aferir o quanto o sujeito ativo foi prejudicado (função reparadora) e para garantir eficácia a norma (função desestimuladora da conduta ilícita). Por fim, a última função da base de cálculo atende a exigência de proporcionalidade entre o delito e a sanção. Se a conduta visa coibir falta de pagamento de tributo, a base de cálculo apropriada é o montante não pago. Se, por outro lado, a conduta ilícita referese ao descumprimento de um dever instrumental não relacionado à falta de recolhimento de tributo, não seria razoável adotar essa grandeza como base de cálculo. Nessa mesma linha, a adoção de bases de cálculo e percentuais idênticos em duas regras sancionadoras faz pressupor a identidade ou, pelo menos, a proximidade da materialidade dessas condutas ilícitas. Ou seja, sanções que têm a mesma base de cálculo devem, em princípio, corresponder a idêntica conduta ilícita. Essas conclusões aplicadas à legislação tributária evidenciam o desarranjo na adequação das regras sancionadoras atualmente vigentes no imposto sobre a renda, em que ofensas a bens jurídicos de distintos graus de importância para o Direito são atribuídas penas equivalentes, sem que se atente ao princípio da proporcionalidade punitiva. A punição prevista no artigo 44 da Lei n° 9.430/96 pelo nãorecolhimento do tributo (75% do imposto devido) é equivalente a punição prevista no mesmo artigo pelo descumprimento do dever de antecipar o mesmo tributo (75% do valor da Fl. 132DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 10 estimativa). Em certos casos, a penalidade isolada chega a ser superior a multa de ofício aplicada pelo não recolhimento do tributo no fim do ano. Quando várias normas punitivas concorrem entre si na disciplina jurídica de determinada conduta, é importante identificar o bem jurídico tutelado pelo Direito. Nesse sentido, para a solução do conflito normativo, devese investigar se uma das sanções previstas para punir determinada conduta pode absorver a outra, desde que o fato tipificado constitui passagem obrigatória de lesão, menor, de um bem de mesma natureza para a prática da infração maior. No caso sob exame, o não recolhimento da estimativa mensal pode ser visto como etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. A primeira conduta é, portanto, meio de execução da segunda. Com efeito, o bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do ano calendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. Assim, a interpretação do conflito de normas deve prestigiar a relevância do bem jurídico e não exclusivamente a grandeza da pena cominada, pois o ilícito de passagem não deve ser penalizado de forma mais gravosa que o ilícito principal. É o que os penalistas denominam “princípio da consunção”. Segundo as lições de Miguel Reale Junior: ”pelo critério da consunção, se ao desenrolar da ação se vem a violar uma pluralidade de normas passandose de uma violação menos grave para outra mais grave, que é o que sucede no crime progressivo, prevalece a norma relativa ao crime em estágio mais grave...” E prossegue “no crime progressivo, portanto, o crime mais grave engloba o menos grave, que não é senão um momento a ser ultrapassado, uma passagem obrigatória para se alcançar uma realização mais grave”. 4 Assim, não pode ser exigida concomitantemente a multa isolada e a multa de ofício na hipótese de falta de recolhimento de tributo apurado ao final do exercício e também pela falta de antecipação sob a forma estimada. Cobrase apenas a multa de ofício por falta de recolhimento de tributo. Essa mesma conduta ocorre, por exemplo, quando o contribuinte atrasa o pagamento do tributo não declarado e é posteriormente fiscalizado. Embora haja previsão de multa de mora pelo atraso de pagamento (20%), essa penalidade é absorvida pela aplicação da multa de ofício de 75%. É pacífico na própria Administração Tributária, que não é possível exigir concomitantemente as duas penalidades – de mora e de ofício – na mesma autuação por falta de recolhimento do tributo. Na dossimetria da pena mais gravosa, já está considerado o fato de o contribuinte estar em mora no pagamento. Nesse sentido, cabe ressaltar que a Medida Provisória 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, veio a disciplinar posteriormente a aplicação de multas nos casos de lançamento de ofício pela Administração Pública Federal. Esse dispositivo legal veio a reconhecer a correção da jurisprudência desta Câmara, estabelecendo a penalidade isolada não deve mais incidir sobre “sobre a totalidade ou diferença de tributo”, mas apenas sobre “valor do pagamento mensal” a título de recolhimento de estimativa. Além disso, para compatibilizar as penalidades ao efetivo dano que a conduta ilícita proporciona, ajustou o percentual da multa por falta de recolhimento de estimativas para 50%, 4 Instituições de Direito Penal, Parte Geral. Rio de Janeiro: Forense, 2002, págs. 276 e 277 Fl. 133DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 15504.012874/200952 Acórdão n.º 140200.968 S1C4T2 Fl. 0 11 passível de redução a 25% no caso de o contribuinte, notificado, efetuar o pagamento do débito no prazo legal de impugnação (Lei no 8.218/91, art. 6º). Assim, a penalidade isolada aplicada em procedimento de ofício em função da não antecipação no curso do exercício se aproxima da multa de mora cobrada nos casos de atraso de pagamento de tributo (20%). Providência que se fazia necessária para tornar a punição proporcional ao dano causado pelo descumprimento do dever de antecipar o tributo. No caso presente, em relação ao anocalendário de 1998 a 2002, o relatório indica que a empresa foi autuada para exigir principal e multa de ofício em relação ao imposto de renda não recolhido ao final do exercício e, concomitantemente, foi aplicada multa isolada sobre a mesma base estimada não recolhida. Como exposto, essa dupla aplicação, por força do princípio da consunção, não pode subsistir.” Portanto, a multa pode ser aplicada após o encerramento do ano calendário, estando rigorosamente de acordo com a lei, desde que não seja concomitante com a multa proporcional de oficio sobre o tributo devido e que, evidentemente, seja apurado saldo de tributo a pagar no final do período de apuração. No presente caso o contribuinte apurou saldo negativo de recolhimento de IRPJ no ajuste anual do anocalendário de 2007 no valor de R$ 3.259.461,82 (fl. 44), valor que bem superior à estimativa que não havia sido recolhida. Conclusão Diante do exposto voto no sentido de dar provimento ao recurso e excluir a exigência da multa de oficio isolada. (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 134DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
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Numero do processo: 10970.000068/2009-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano calendário: 2005
MULTA ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR
ESTIMATIVA. A penalidade após o encerramento do período de apuração é aplicável até o limite do imposto a pagar no ajuste anual.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 1402-000.954
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Frederico Augusto Gomes de Alencar e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
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A penalidade após o encerramento do período de apuração é aplicável até o limite do imposto a pagar no ajuste anual. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Frederico Augusto Gomes de Alencar e Leonardo de Andrade Couto. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10970.000068/200911 Acórdão n.º 140200.954 S1C4T2 Fl. 0 2 Relatório PROTEC PRODUTOS AGRICOLAS LTDA recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância administrativa, que julgou procedente a exigência, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Transcrevo e adoto o relatório da decisão recorrida: Tratase, originalmente, de Autos de Infração (AIs) de fls. 0208 e 0912 pelos quais foram constituídos os créditos tributários de R$ 239.651,44 e de R$ 120.719,63, a título de IRPJ e de multa isolada de CSLL, respectivamente. Tais lançamentos decorreram das seguintes constatações, consoante o Termo de Verificação Fiscal (TVF) de fls. 1315, que integra aqueles AIs: • quanto ao do IRPJ: recolhimento a menor (adoção de base de cálculo menor que a apurada na escrituração contábil e fiscal) e multa isolada (falta de recolhimento sobre a base de cálculo estimada); • quanto ao da multa isolada de CSLL: falta de recolhimento sobre a base de cálculo estimada. Às 134143, impugnação intermediada por procurador constituído à fl. 144, na qual, fundamentalmente, a contribuinte sustenta a seguinte defesa, com suporte ainda em ementário do então Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda (CC): • apurou IRPJ por estimativa no valor de R$ 17.168,95, indicado na planilha de fl. 15 e confirmado pelos extratos de DCTF de fis. 113 e 115; • teve retenção de IRRF (receitas de aplicações financeiras e receitas de prestação de serviços) de R$ 28.388,38 e R$ 3.129,57, conforme extratos das Dirfs (docs. 02 e 03); • equivocadamente, compensou em sua DIPJ original (ficha 12 A fl. 64) apenas a importância de R$ 11.580,86 (aplicações financeiras) e zero (prestação de serviços), mesmo que o primeiro deles tenha sido considerado pelo fisco na planilha de fl. 15 e o segundo não; • na ficha 12 A, foi ainda consignada aquela importância de R$ 11.580,86, quando o correto é a de R$ 28.388,38, a qual, a seu turno, deveria ter sido informada na linha 13, assim como aquele valor de R$ 3.129,57; • em razão desses equívocos apurou o IRPJ a pagar de R$ 7.852,20, enquanto o correto é o saldo negativo de R$ 9.520,49, conforme sua DIPJ retificadora transmitida em 03/04/09 (doc. 04 — fls. 158168), além do que os valores pagos por estimativa, somados aos IRRF, superaram o valor do IRPJ e adicional; • dados os equívocos citados, não havendo saldo a pagar de IRPJ e de CSLL no balanço levantado em 31/12/2005, inexiste base de cálculo para a aplicação da multa isolada. À fl. 172, Despacho dessa 2ª Turma para que fosse apurada a verdadeira grandeza da matéria tributária. Como atos decorrentes, o Termo de Verificação Fiscal nº 2 (TVF 2) de fls. 224/226 e os AIs complementares, bem como AI para a exigência da CSLL Fl. 296DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10970.000068/200911 Acórdão n.º 140200.954 S1C4T2 Fl. 0 3 (recolhimento a menor adoção de base de cálculo menor que a apurada na escrituração contábil e fiscal). Todos eles entremeados às fls. 207241. Às fls. 249/256, a contribuinte apresenta sua intitulada IMPUGNAÇÃO PARCIAL aos AIs Complementares, posto que apenas em desacordo com as exigências das multas isoladas. A decisão recorrida está assim ementada: MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE IRPJ E DE CSLL SOBRE A BASE DE CÁLCULO ESTIMADA. Tendo havido opção pela tributação pelo lucro real anual, há que se manter a exigência da multa de ofício isolada, prevista no inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430/1996, uma vez frustrados seus pagamentos mensais. Impugnação Improcedente Cientificada da aludida decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual contesta as conclusões do acórdão recorrido. E, ao final, requer o provimento nos seguintes termos (verbis). É o relatório. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10970.000068/200911 Acórdão n.º 140200.954 S1C4T2 Fl. 0 4 Voto Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. A matéria litigiosa cingese às multas isoladas de IRPJ e de CSLL pela falta de recolhimento sobre a base de cálculo estimada. O recorrente assevera que as penalidades devem ser limitadas ao saldo de IRPJ e CSLL a pagar apurados no ajuste anual, sendo que já efetuou o recolhimento das multas com base nesses valores. No que tange a exigência da multa de oficio isolada, por falta de recolhimento do IRPJ sobre estimativas, após o encerramento do anocalendário, verificase que a penalidade foi aplicada com fulcro no art. 44, inciso I, e § 1o, inciso IV, da Lei 9.430/96, do seguinte teor: .Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte;” ................................................................................................... § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos ................................................................ IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente;” (Grife0 Por sua vez, o art. 2o, referido no inciso IV do § 1o do art. 44, dispõe: Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995 Os artigos 29, 30, 31, 32 e 34 da Lei 8.981/95 tratam da apuração da base estimada. O art. 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº Fl. 298DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10970.000068/200911 Acórdão n.º 140200.954 S1C4T2 Fl. 0 5 9.065, de 20 de junho de 1995, consubstancia hipótese em a falta de pagamento ou o pagamento em valor inferior é permitida (exclusão de ilicitude). Diz o dispositivo: “Art. 35. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. § 1º Os balanços ou balancetes de que trata este artigo: a) deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário; b) somente produzirão efeitos para determinação da parcela do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro devidos no decorrer do anocalendário. (...)” Do exame desses dispositivos podese concluir que o art. 44, inciso I, c.c o inciso IV do seu § 1º, da Lei 9.430/96 é norma sancionatória que se destina a punir infração substancial, ou seja, falta de pagamento ou pagamento a menor da estimativa mensal. Para que incida a sanção é condição que ocorram dois pressupostos: (a) falta de pagamento ou pagamento a menor do valor do imposto apurado sobre uma base estimada em função da receita bruta; e (b) o sujeito passivo não comprove, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. Destaco trecho do voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, no julgamento do Recurso nº 105141498, Processo n° 13629.000292/200304, Acórdão CSRF/0105.838, verbis: “As remissões relevantes são as seguintes: Art. 35 (Lei nº 8.981/95) – A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado excede o valor do imposto, calculado com base no lucro real do período em curso. (...) §2º Estão dispensadas do pagamento de que tratam os arts. 28 e 29 as pessoas jurídicas que, através de balanço ou balancetes mensais, demonstrem a existência de base de cálculo negativas fiscais apurados a partir do mês de janeiro do anocalendário. Após a edição desse dispositivo legal, inúmeros debates instalaramse no âmbito desse Conselho de Contribuintes, sobretudo acerca da aplicação cumulativa das sanções neles previstas. Na verdade, a leitura isolada dos enunciados do artigo 44 da Lei nº 9.430 tem levado alguns dos meus pares a sustentar a aplicação da multa isolada em todos os casos em que não houver recolhimento da estimativa. Sustentam que a sanção foi concebida justamente para assegurar efetividade ao regime da estimativa e preservar o interesse público. Ressalto, inicialmente, que a divergência não se situa na necessidade de dar efetividade ao regime de estimativa, porquanto o intérprete deve atribuir a lei o sentido que lhe permita a realização de suas finalidades. Mas, a pretexto de Fl. 299DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10970.000068/200911 Acórdão n.º 140200.954 S1C4T2 Fl. 0 6 concretizálo, não se pode menosprezar o sentido mínimo do texto legal. Por força da segurança jurídica, a interpretação de normas que imponham penalidades deve ser atenta ao que dispõe os textos normativos e esses oferecem limites à construção de sentidos. Na verdade, Kelsen já dizia que toda norma legal deriva de uma vontade pré jurídica (um querer), mas a dificuldade do intérprete repousa na identificação de o que se reputará como sendo essa vontade. No dizer de Marçal Justen Filho, não há qualquer caráter predeterminado apto a qualificar o interesse como público. Sustenta que “o processo de democratização conduz à necessidade de verificar, em cada oportunidade, como se configura o interesse público, Sempre e em todos os casos, tal se dá por meio da intangibilidade dos valores relacionados aos direitos fundamentais”. 1 Nessa trilha de raciocínio, iniciaremos pelo exame das formulações literais, isolando os enunciados prescritivos e sua estrutura lógica, para depois alcançar as significações normativas e, como produto final, a regra jurídica. Norma não são textos nem o conjunto deles, mas os sentidos construídos a partir da interpretação sistemática dos textos2. Nesse sentido, o artigo 44 da Lei nº 9.430/96 prescreve, de forma sintética, o seguinte: HIPÓTESE CONSEQUÊNCIA Dado que houve falta de pagamento ou recolhimento, recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória. è Pagar multa de 75% ou 150%3 calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição (art. 44, caput, inciso I e II) ; Dado que pessoa jurídica está sujeita ao pagamento do IR de forma estimada, ainda que tenha apurado base de cálculo negativa no ano correspondente. è Pagar multa isolada de 75% calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição (caput, art. 44, §1º, IV); Dado que a pessoa jurídica prova, por meio de balanço ou balancetes mensais, que o valor acumulado excede o valor do imposto calculado com base no lucro real do período. è Dispensar recolhimento por estimativa (art. 44. §1º, IV c/c art. 35, §2º, da Lei 8981/95). O exame literal dos textos legais acima transcritos evidencia que o caput do artigo 44 da Lei nº 9.430/96 determina que a multa seja calculada “sobre a totalidade ou diferença de tributo”. Ou seja, as penalidades previstas nos incisos I e II, e no §1º, IV, referemse todas à falta de pagamento de tributo. Assim, ambas as penalidades discutidas nesse processo, por força da previsão legal, incidem sobre a mesma base de cálculo, ao contrário, do quer fazer crer a Procuradoria da Fazenda Nacional. Importante firmar que o valor pago a título de estimativa não tem a natureza de tributo, eis que, juridicamente, o fato gerador do tributo só será tido por ocorrido ao final do período anual (31/12). O valor do lucro – base de cálculo do tributo só será apurado por ocasião do balanço no encerramento do exercício, momento em que são compensados os valores pagos antecipadamente em cada mês sob bases estimadas e realizadas outras deduções desautorizadas no cálculo estimado. 1 MARÇAL, Justen Filho. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005, p.43/44. 22 Ricardo Guastini citado por Humberto Ávila em Teoria dos Princípios, São Paulo: Malheiros, 2005, p.22. 3 A hipótese de majoração da multa de ofício para 150% está prevista no inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430/96 caso identificado verdadeiro intuito de fraude. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10970.000068/200911 Acórdão n.º 140200.954 S1C4T2 Fl. 0 7 O aplicador, diante dessas proposições extraídas do texto legal, deve buscar a interpretação que alcance a coerência interna do conjunto, por isso a construção lógica da regra jurídica não pode levar ao cumprimento de um enunciado prescritivo e ao necessário descumprimento de outro do mesmo dispositivo legal. O intérprete deve buscar o sentido do conjunto que afaste contradições, afinal, dentre a moldura de significações possíveis de um texto de direito positivo a escolha do intérprete de ser feita em consonância com todo ordenamento jurídico. Nesse sentido, vale lembrar que o rigor é maior em se tratando de normas sancionatórias, não se devendo estender a punição além das hipóteses figuradas no texto. Além da obediência genérica ao princípio da legalidade, devem também atender a exigência de objetividade, identificando com clareza e precisão, os elementos definidores da conduta delituosa. Para que seja tida como infração, a ocorrência da vida real, descrita no suposto da norma individual e concreta expedida pelo órgão competente, tem de satisfazer a todos os critérios identificadores tipificados na hipótese da norma geral e abstrata. A insegurança, sobretudo no campo de aplicação de penalidades, é absolutamente incompatível com a essência dos princípios que estruturam os sistemas jurídicos no contexto dos regimes democráticos. Reportandome a doutrina de Paulo de Barros Carvalho, a base de cálculo da regra sancionatória, a semelhança da regra de incidência tributária, apresenta três funções: (i) compor a específica determinação da multa; (ii) medir a dimensão econômica do ato delituoso, e (iii) confirmar, infirmar ou afirmar o critério material da infração. A primeira função permite apurar o montante da sanção. Na segunda, o valor adotado como base de cálculo busca aferir o quanto o sujeito ativo foi prejudicado (função reparadora) e para garantir eficácia a norma (função desestimuladora da conduta ilícita). Por fim, a última função da base de cálculo atende a exigência de proporcionalidade entre o delito e a sanção. Se a conduta visa coibir falta de pagamento de tributo, a base de cálculo apropriada é o montante não pago. Se, por outro lado, a conduta ilícita referese ao descumprimento de um dever instrumental não relacionado à falta de recolhimento de tributo, não seria razoável adotar essa grandeza como base de cálculo. Nessa mesma linha, a adoção de bases de cálculo e percentuais idênticos em duas regras sancionadoras faz pressupor a identidade ou, pelo menos, a proximidade da materialidade dessas condutas ilícitas. Ou seja, sanções que têm a mesma base de cálculo devem, em princípio, corresponder a idêntica conduta ilícita. Essas conclusões aplicadas à legislação tributária evidenciam o desarranjo na adequação das regras sancionadoras atualmente vigentes no imposto sobre a renda, em que ofensas a bens jurídicos de distintos graus de importância para o Direito são atribuídas penas equivalentes, sem que se atente ao princípio da proporcionalidade punitiva. A punição prevista no artigo 44 da Lei n° 9.430/96 pelo nãorecolhimento do tributo (75% do imposto devido) é equivalente a punição prevista no mesmo artigo pelo descumprimento do dever de antecipar o mesmo tributo (75% do valor da estimativa). Em certos casos, a penalidade isolada chega a ser superior a multa de ofício aplicada pelo não recolhimento do tributo no fim do ano. Quando várias normas punitivas concorrem entre si na disciplina jurídica de determinada conduta, é importante identificar o bem jurídico tutelado pelo Direito. Nesse sentido, para a solução do conflito normativo, devese investigar se uma das sanções previstas para punir determinada conduta pode absorver a outra, desde que o Fl. 301DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10970.000068/200911 Acórdão n.º 140200.954 S1C4T2 Fl. 0 8 fato tipificado constitui passagem obrigatória de lesão, menor, de um bem de mesma natureza para a prática da infração maior. No caso sob exame, o não recolhimento da estimativa mensal pode ser visto como etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. A primeira conduta é, portanto, meio de execução da segunda. Com efeito, o bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do ano calendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. Assim, a interpretação do conflito de normas deve prestigiar a relevância do bem jurídico e não exclusivamente a grandeza da pena cominada, pois o ilícito de passagem não deve ser penalizado de forma mais gravosa que o ilícito principal. É o que os penalistas denominam “princípio da consunção”. Segundo as lições de Miguel Reale Junior: ”pelo critério da consunção, se ao desenrolar da ação se vem a violar uma pluralidade de normas passandose de uma violação menos grave para outra mais grave, que é o que sucede no crime progressivo, prevalece a norma relativa ao crime em estágio mais grave...” E prossegue “no crime progressivo, portanto, o crime mais grave engloba o menos grave, que não é senão um momento a ser ultrapassado, uma passagem obrigatória para se alcançar uma realização mais grave”. 4 Assim, não pode ser exigida concomitantemente a multa isolada e a multa de ofício na hipótese de falta de recolhimento de tributo apurado ao final do exercício e também pela falta de antecipação sob a forma estimada. Cobrase apenas a multa de ofício por falta de recolhimento de tributo. Essa mesma conduta ocorre, por exemplo, quando o contribuinte atrasa o pagamento do tributo não declarado e é posteriormente fiscalizado. Embora haja previsão de multa de mora pelo atraso de pagamento (20%), essa penalidade é absorvida pela aplicação da multa de ofício de 75%. É pacífico na própria Administração Tributária, que não é possível exigir concomitantemente as duas penalidades – de mora e de ofício – na mesma autuação por falta de recolhimento do tributo. Na dossimetria da pena mais gravosa, já está considerado o fato de o contribuinte estar em mora no pagamento. Nesse sentido, cabe ressaltar que a Medida Provisória 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, veio a disciplinar posteriormente a aplicação de multas nos casos de lançamento de ofício pela Administração Pública Federal. Esse dispositivo legal veio a reconhecer a correção da jurisprudência desta Câmara, estabelecendo a penalidade isolada não deve mais incidir sobre “sobre a totalidade ou diferença de tributo”, mas apenas sobre “valor do pagamento mensal” a título de recolhimento de estimativa. Além disso, para compatibilizar as penalidades ao efetivo dano que a conduta ilícita proporciona, ajustou o percentual da multa por falta de recolhimento de estimativas para 50%, passível de redução a 25% no caso de o contribuinte, notificado, efetuar o pagamento do débito no prazo legal de impugnação (Lei no 8.218/91, art. 6º). Assim, a penalidade isolada aplicada em procedimento de ofício em função da não antecipação no curso do exercício se aproxima da multa de mora cobrada nos casos de atraso de pagamento de tributo (20%). Providência que se fazia necessária para tornar a punição proporcional ao dano causado pelo descumprimento do dever de antecipar o tributo. 4 Instituições de Direito Penal, Parte Geral. Rio de Janeiro: Forense, 2002, págs. 276 e 277 Fl. 302DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10970.000068/200911 Acórdão n.º 140200.954 S1C4T2 Fl. 0 9 No caso presente, em relação ao anocalendário de 1998 a 2002, o relatório indica que a empresa foi autuada para exigir principal e multa de ofício em relação ao imposto de renda não recolhido ao final do exercício e, concomitantemente, foi aplicada multa isolada sobre a mesma base estimada não recolhida. Como exposto, essa dupla aplicação, por força do princípio da consunção, não pode subsistir.” Portanto, a multa pode ser aplicada após o encerramento do ano calendário, estando rigorosamente de acordo com a lei, desde que não seja concomitante com a multa proporcional de oficio sobre o tributo devido e que, evidentemente, seja apurado saldo de tributo a pagar no final do período de apuração. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso e excluir a exigência da multa de oficio isolada sobre a base de cálculo que excede o tributo apurado no ajuste anual. (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 303DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
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Numero do processo: 16327.001372/2003-61
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Período de apuração: 01/04/1997 a 30/11/1997 IRPJ - ESTIMATIVAS MENSAIS. Para os fatos geradores a partir de 01/1997, é indevido o lançamento de ofício do IRPJ devido por estimativa após o encerramento do período-base, sendo admissível apenas, se for o caso, a aplicação da penalidade isolada prevista, originariamente, no art.44, §1º, IV, da Lei nº 9.430/1996, e agora no art.44, II, “b”, da mesma Lei, com as alterações introduzidas pelo art.14 da Lei nº 11.488/2007, juntamente com o lançamento do saldo de imposto apurado com base no lucro real anual.
Numero da decisão: 1302-000.858
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Nome do relator: EDUARDO DE ANDRADE
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Para os fatos geradores a partir de 01/1997, é indevido o lançamento de ofício do IRPJ devido por estimativa após o encerramento do períodobase, sendo admissível apenas, se for o caso, a aplicação da penalidade isolada prevista, originariamente, no art.44, §1º, IV, da Lei nº 9.430/1996, e agora no art.44, II, “b”, da mesma Lei, com as alterações introduzidas pelo art.14 da Lei nº 11.488/2007, juntamente com o lançamento do saldo de imposto apurado com base no lucro real anual. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) MARCOS RODRIGUES DE MELLO Presidente. (assinado digitalmente) EDUARDO DE ANDRADE Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Rodrigues de Mello (presidente da turma), Lavínia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira (vicepresidente), Fl. 154DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2012 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 01/05/2012 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 16327.001372/200361 Acórdão n.º 130200.858 S1C3T2 Fl. 155 2 Waldir Veiga Rocha, Diniz Raposo e Silva, Eduardo de Andrade e Guilherme Pollastri Gomes da Silva. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2012 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 01/05/2012 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 16327.001372/200361 Acórdão n.º 130200.858 S1C3T2 Fl. 156 3 Relatório Tratase de apreciar Recurso de Ofício interposto em face de acórdão proferido nestes autos pela 10ª Turma da DRJ/SP1, no qual o colegiado decidiu, por unanimidade, julgar a impugnação procedente, cancelando o crédito tributário exigido, conforme ementa que abaixo reproduzo: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Período de apuração: 01/04/1997 a 30/11/1997 IRPJ ESTIMATIVAS MENSAIS. Para os fatos geradores a partir de 01/1997, é descabido o lançamento de ofício do IRPJ devido por estimativa após o encerramento do períodobase, sendo admissível apenas, se for o caso, a aplicação da penalidade isolada prevista, originariamente, no art.44, §1º, IV, da Lei nº 9.430/1996, e agora no art.44, II, “b”, da mesma Lei, com as alterações introduzidas pelo art.14 da Lei nº 11.488/2007, juntamente com o lançamento do saldo de imposto apurado com base no lucro real anual. Os eventos ocorridos até o julgamento na DRJ, foram assim relatados no acórdão recorrido: Trata o presente processo do Auto de Infração nº 1481 (fls.15/32), emitido pelo sistema SIEF – Fiscalização Eletrônica, decorrente da auditoria interna realizada nas DCTF dos 2º a 4º trimestres de 1997. Conforme consta na “Descrição dos fatos e enquadramento legal” de fls.18, foi constatada a infração relativa a “Falta de Recolhimento ou Pagamento do Principal, Declaração Inexata”, demonstrada nos Anexos I, Ib e III (fls.19/29), e lançado crédito tributário no montante de R$4.857.682,67, sendo R$1.821.681,93 de imposto, R$1.366.261,45 de multa de ofício e R$1.669.739,29 de juros de mora, calculados até 28/02/2002 (fls.17). Nos Anexos I e Ib do Auto de Infração (fls.19/28), verificase que não houve nem a localização de processos judiciais que suspenderiam a exigibilidade de parte do crédito tributário e nem de pagamentos com os quais teria havido compensação sem processo, relativos a débitos de IRPJ, código 2319 – estimativas mensais de pessoa jurídica obrigada ao lucro real – entidades financeiras, consoante as cópias de DCTF do 2º trimestre de 1997, fls.33/39, do 3º trimestre de 1997, fls.40/45, e do 4º trimestre de 1997, fls.46/47. Irresignada, a empresa apresentou impugnação em 23/04/2003 (fls.01/09), acompanhada dos documentos de fls.10/88, alegando em síntese que: Fl. 156DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2012 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 01/05/2012 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 16327.001372/200361 Acórdão n.º 130200.858 S1C3T2 Fl. 157 4 1. O processo que suspendeu a exigibilidade dos créditos ora em análise foi, por um equívoco, informado como sendo de número 97.0003149, quando o correto seria 97.00038149. As principais peças do referido processo foram juntadas às fls.52/88. 2. Todos os valores apontados na linha de "COMPENSAÇÕES COM DARF" foram compensados com os DARF antecipados de R$ 295.158,70 e R$ 278.285,74 (fls.33/47). Cumpre ainda esclarecer que, por um equívoco, o DARF de R$ 295.158,70 teve sua autenticação trocada com o DARF R$ 73.584,01 (fls.35), pago no mesmo dia, tendo, no entanto, ambos os valores entrado nos cofres públicos. 3. A apresentação da DCTF pela impugnante configurou ato de lançamento, pelo qual foi constituída a obrigação tributária apurada. Fixada essa premissa, resta claro que é descabido o novo lançamento efetuado, por estar em flagrante duplicidade com o lançamento já efetuado pela contribuinte em 1997. 4. Uma vez que o lançamento somente foi cientificado à contribuinte em 24/03/2003, claro se afigura que o crédito exigido já fora atingido pela decadência, que teria ocorrido seja se considerado seu termo inicial da ocorrência do fato gerador, conforme estabelecido pelo artigo 150 do CTN, seja seu termo inicial considerado do primeiro dia útil do exercício seguinte em que pudesse ser efetuado, conforme disposto pelo inciso I, do artigo 173 do mesmo diploma legal. 4.1. Mesmo que se considerasse que a DCTF não tivesse configurado lançamento, o crédito tributário já estaria extinto, ante a ocorrência de decadência. Como o fato gerador em causa ocorreu em 1997 (período de apuração considerado), o correspondente débito só poderia ser exigido até 31 de dezembro de 2002. 5. A impugnante protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, especialmente pela oportuna juntada de documentos que se façam necessários. A parcela exonerada não mereceu remanescer porque, no entender do colegiado, o lançamento pelo não recolhimento de estimativas mensais, não poderia ter sido efetuado após o encerramento do anocalendário, mas tão somente a cobrança da multa isolada, prevista no art.44,§1º, IV, da Lei nº 9.430/96, agora no art.44, II, “b”, da mesma Lei, com as alterações introduzidas pelo art. 14 da Lei nº 11.488/2007, quando a falta for verificada após o término do ano calendário. É o relatório. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2012 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 01/05/2012 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 16327.001372/200361 Acórdão n.º 130200.858 S1C3T2 Fl. 158 5 Voto Conselheiro Eduardo de Andrade, Relator. O recurso satisfaz os requisitos de admissibilidade, por ser o montante do crédito exonerado superior a R$ 1.000.000,00, nos termos do artigo 34, inciso I, do Decreto n° 70.235, de 1972, com a redação dada pela Lei n° 9.532, de 1997, e do art. 1º da Portaria MF nº 3, de 03 de janeiro de 2008, e portanto, dele conheço. A questão debatida se refere ao lançamento por falta de recolhimento de tributo e lançamento de multa de ofício vinculada nos termos do art. do art. 44, I, e §1º, I, da Lei nº 9.430, de 1996. Consoante amplo entendimento, é incabível a exigência em tais moldes, sendo somente possível a cobrança de multa isolada, nos termos do art. 44,§1º, IV, da Lei nº 9.430/96, agora no art.44, II, “b”, da mesma Lei, com as alterações introduzidas pelo art. 14 da Lei nº 11.488/2007, quando a falta for verificada após o término do ano calendário. Eventual cobrança de tributo deverá ser formalizada por falta de recolhimento de IRPJ e não por falta de recolhimento de estimativas. O acórdão a quo ainda menciona, a título de reforço o quanto disposto na IN SRF nº 93/97, verbis: “Art. 16. Verificada a falta de pagamento do imposto por estimativa, após o término do anocalendário, o lançamento de ofício abrangerá: I – a multa de ofício sobre os valores devidos por estimativa e não recolhidos; II – o imposto devido com base no lucro real apurado em 31 de dezembro, caso não recolhido, acrescido de multa de ofício e juros de mora contados do vencimento da quota única do imposto.” Menciona, ainda, que no mesmo diapasão dispõe a Solução de Consulta Interna SCI nº 18, de 13/10/2006, da CoordenaçãoGeral de Tributação, ao orientar que os débitos de estimativas declarados em DCTF devem ser utilizados para fins de cálculo de cobrança da multa isolada pela falta de pagamento e não devem ser encaminhados para inscrição em Dívida Ativa da União. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2012 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 01/05/2012 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 16327.001372/200361 Acórdão n.º 130200.858 S1C3T2 Fl. 159 6 Além disso, a SCI nº 18/2006 dispõe que, na hipótese de falta de pagamento ou de compensação considerada não declarada, o valor da estimativa deve ser glosado quando da apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na DIPJ, devendo ser exigida eventual diferença do IRPJ ou da CSLL a pagar mediante lançamento de ofício, cabendo, ainda, a aplicação da multa isolada pela falta de pagamento da estimativa. Por fim, ressalva que a jurisprudência deste Conselho é no mesmo sentido, segundo os seguintes excertos trazidos à colação: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTOS MENSAIS POR ESTIMATIVA APLICAÇÃO DE MULTA ISOLADA: Após o término do períodobase, a contribuição social exigível é só aquela resultante do saldo do ajuste no final do período de apuração. Nessa situação, a constatação de falta ou insuficiência de recolhimentos mensais, por estimativa, dá ensejo unicamente ao lançamento para imposição da multa de ofício isolada sobre os valores devidos e não recolhidos. (Acórdão 10805810, de 15/07/99) CSLL RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA O Fisco, após o encerramento do anocalendário, não pode exigir estimativas não recolhidas, uma vez que as quantias não pagas estão contidas no saldo apurado no ajuste. Nessa hipótese, somente caberia o lançamento de ofício para imposição da multa isolada, com base no art. 44, §1º, incisivo IV, da Lei nº 9.430/96, sobre os valores que deixaram de ser recolhidos durante o ano calendário. (Acórdão 10707483, de 28/01/2001) IRPJ CSLL RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA MULTA ISOLADA Encerrado o período de apuração do imposto de renda, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter sua eficácia, uma vez que prevalece a exigência do imposto efetivamente devido apurado, com base no lucro real, em declaração de rendimentos apresentada tempestivamente, revelandose improcedente a cominação de multa sobre eventuais diferenças, mormente quando verificado o prejuízo no anocalendário. (Acórdão 10321030, de 18/09/2002) IRPJ PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. – LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. – RECOLHIMENTOS MENSAIS. – ESTIMATIVA. – INSUFICIÊNCIA. – IMPOSSIBILIDADE. – Encerrado o anocalendário, é defeso à Fiscalização formalizar exigência de crédito que corresponda à diferença de imposto de renda e contribuição social recolhidos com insuficiência, quando feita opção para pagamento por estimativa. Ocorrida a hipótese de incidência do tributo, o lançamento tributário deve contemplar o valor apurado segundo a declaração de ajuste anual. (Acórdão 10194176, de 17/04/2003) IRPJ RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA Encerrado o período de apuração do imposto de renda, a exigência de Fl. 159DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2012 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 01/05/2012 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO Processo nº 16327.001372/200361 Acórdão n.º 130200.858 S1C3T2 Fl. 160 7 recolhimentos por estimativa deixa de ter sua eficácia, uma vez que prevalece o efetivamente devido com base no lucro real. (Acórdão 19300.003, de 15/09/2008) Não vejo motivos para divergir do entendimento esposado, vez que muito bem demonstrado o desacerto do lançamento. De fato, não cabe a cobrança de estimativas após o final do exercício, posto que o tributo, se não pago no ajuste, passa a ser devido, exceto se as compensações feitas com as estimativas extinguirem por completo o crédito devido. E se não recolhido o tributo, caberá prosseguir em sua cobrança e tão somente na aplicação de penalidade (multa isolada) pelo descumprimento do dever de recolher as estimativas. Nada mais. Isto posto, voto para negar provimento ao Recurso de Ofício. Sala das Sessões, 10 de abril de 2012. (assinado digitalmente) Eduardo de Andrade Fl. 160DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2012 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 01/05/2012 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RODRIGUES DE MELLO
score : 1.0
Numero do processo: 10840.720704/2009-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2006
Ementa:
PAF. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as
causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo.
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. CRITÉRIO DE APURAÇÃO. De acordo com a Lei 7.713/88, o acréscimo patrimonial a
descoberto deve ser apurado através de demonstrativo de evolução
patrimonial que indique, mensalmente, tanto as origens e recursos, como os dispêndios e aplicações.
MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE CARNÊ-LEÃO.
Está obrigada ao pagamento do carnê-leão a pessoa física que receber rendimentos tributáveis de outra pessoa física ou de fontes situadas no exterior. A falta de seu recolhimento enseja a aplicação da multa isolada, independentemente de ter sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste anual.
JUROS DE MORA TAXA SELIC INCIDÊNCIA A partir de 1º de abril
de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários
administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2201-001.623
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência o Acréscimo Patrimonial a Descoberto. Fez sustentação oral a Dra. Cristiane Tamy Tina de Campos, OAB 273.788/SP.
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
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NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. CRITÉRIO DE APURAÇÃO. De acordo com a Lei 7.713/88, o acréscimo patrimonial a descoberto deve ser apurado através de demonstrativo de evolução patrimonial que indique, mensalmente, tanto as origens e recursos, como os dispêndios e aplicações. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE CARNÊLEÃO. Está obrigada ao pagamento do carnêleão a pessoa física que receber rendimentos tributáveis de outra pessoa física ou de fontes situadas no exterior. A falta de seu recolhimento enseja a aplicação da multa isolada, independentemente de ter sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste anual. JUROS DE MORA TAXA SELIC INCIDÊNCIA A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 503DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência o Acréscimo Patrimonial a Descoberto. Fez sustentação oral a Dra. Cristiane Tamy Tina de Campos, OAB 273.788/SP. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO– Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 11/07/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Márcio de Lacerda Martins, e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente momentaneamente os Conselheiros Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Eduardo Tadeu Farah. Relatório DOS PROCEDIMENTOS FISCAIS Tratase de auto de infração de fls.03/09, lavrado em 04/05/2009, contra o contribuinte acima qualificado, no qual foi apurado crédito tributário no montante total de R$306.493,96, calculado até 30/04/2009. As infrações apuradas foram (1) omissão de rendimentos, apurada mediante constatação de gastos com cartões de crédito em valor superior aos recursos disponíveis e (2) multa isolada por falta de recolhimento de Imposto de Renda de Pessoa Física a título de carnê leão relativo a rendimentos declarados recebidos de pessoas físicas, considerando a data de 31 de dezembro. O contribuinte desde o início da ação fiscal, foi intimado a apresentar cópia das faturas de cartões de crédito do Unicard Unibanco, comprovantes dos pagamentos de faturas, bem como apresentar cópias dos extratos bancários mensais das contas mantidas no Unibanco, Itaú e Bradesco e outras, caso houvesse, e ainda, cópia de informes de rendimentos das fontes pagadoras, rendimentos isentos, de tributação exclusiva na fonte e valores recebidos de pessoas físicas. Em resposta, o contribuinte apresentou parcialmente os documentos solicitados. Através dos quais a autoridade lançadora consolidou as informações financeiras, totalizando mensalmente os pagamentos dos cartões de créditos, excluídos os valores identificados como relativos a gastos do irmão do contribuinte e apurando omissão de rendimentos, conforme planilha de fls.11/12. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação de fls. 379/441, cujos principais argumentos estão sintetizados pelo relatório do Acórdão de primeira instância, o qual adoto, nesta parte: Fl. 504DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10840.720704/200919 Acórdão n.º 2201001.623 S2C2T1 Fl. 2 3 “Afirma que a presunção de omissão de rendimentos que decorre do acréscimo patrimonial a descoberto pressupõe um levantamento apurado nos termos do artigo 142 do CTN e que deve ser feito mês a mês, considerando os ingressos inclusive dos rendimentos isentos e não tributáveis bem como os de tributação definitiva. Assim, também reclama por procedimento que apure o referido acréscimo com transporte de saldos mensais, credores ou devedores, incluindo receitas de venda de bens e rendimentos do cônjuge. Prosseguindo seu arrazoado, afirma que o Auditor Fiscal somente teria elaborado quadros de valores, sem considerar a correlação entre receitas e despesas e que não teria havido sido feita prova do “fato conhecido”, que os cálculos realizados não constituem prova do fato gerador e que o acréscimo patrimonial é inexistente. Mencionando mês a mês, sustenta que os pagamentos integrais feitos pelos seus parentes deveriam ser considerados. Nesse compasso, critica o fato do Fiscal não ter excluído os valores pagos por seu irmão Luís Otávio com recursos que não transitaram nas contas correntes decorrente de venda de imóveis. Alega ainda que estaria sendo indevidamente aplicada a multa isolada junto com multa de ofício e requer que aquela seja afastada. Sob argumento de ilegalidade da utilização da Taxa Selic, pretende também, que seja afastada. Finaliza com pedido de anulação do lançamento ou, de outro modo, que seja excluído o lançamento de acréscimo patrimonial a descoberto, reconhecendo os pagamentos realizados pelos familiares e que se considere a soma dos rendimentos do impugnante com os do cônjuge no ano calendário. Pede ainda cancelamento da multa isolada e afastamento da Taxa Selic.” DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Após analisar a matéria, os Membros da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP, acordaram, por unanimidade de votos, em julgar improcedente a impugnação, nos termos do Acórdão DRJ/SP2 n°1751.342 de 07 de junho de 2011, fls. 445/453, em decisão assim ementada: ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. Se Sujeita à tributação a variação patrimonial apurada, não justificada por rendimentos declarados/comprovados, por caracterizar omissão de rendimentos. Lei 7.713/88, art. 1º, 2º, 3º e §§. MULTA ISOLADA SOBRE CARNÊLEÃO E MULTA DE OFÍCIO SIMULTANEIDADE. É cabível o lançamento da multa isolada sobre carnê leão não recolhido concomitante à multa de ofício sobre o imposto apurado de ofício na declaração inexata, visto que se trata de infrações distintas. Fl. 505DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 4 DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões administrativas e judiciais, não se constituem em normas gerais, razão pela qual os seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela, objeto da decisão. JUROS SELIC. Os juros calculados pela Taxa Selic são aplicáveis aos créditos tributários não pagos no prazo de vencimento consoante previsão do § 1° do artigo 161 do CTN, artigo 13 da Lei n.º 9.065/95 e artigo 61 da Lei n.º 9.430/96 e Súmula n° 4 do 1° Conselho de Contribuintes. Impugnação Improcedente DO RECURSO VOLUNTÁRIO Cientificado da decisão da DRJ em 14/06/2011 (“AR”fls.457PDF), o contribuinte apresentou , através de seu procurador, na data de 13/07/2011, Recurso Voluntário Tempestivo de fls.459/488PDF, no qual demonstra fatos e fundamentos semelhantes aos que foram interpostos na impugnação, aduzidos através dos tópicos abaixo sintetizados: a) nulidade do auto de infração impugnado constatado apenas através de pagamentos de cartões sobre as origens existentes; b) ausência de prova do fato ensejador da presunção de acréscimo patrimonial a descoberto, pela falta de fluxo financeiro de evolução patrimonial; c) inexistência de acréscimo patrimonial passível de tributação pelo imposto de renda; visto que não houve aumento real do seu patrimônio; d) improcedência da autuação fiscal ora impugnada, pela falta da devida análise dos documentos comprobatórios apresentados e a inclusão na apuração da omissão constada os rendimentos declarados do contribuinte e da sua cônjuge; e) improcedência da aplicação multa isolada com multa de oficio concomitantemente; f) inaplicabilidade da taxa selic. É o Relatório. Voto Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora O Recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. Em preliminar alega o recorrente a nulidade do lançamento que apurou a infração de omissão de rendimentos, baseada apenas em gastos com cartões de crédito em valor superior aos recursos disponíveis. Inicialmente deve ser esclarecido que a legislação processual administrativo fiscal não prevê entre as hipóteses de nulidade o motivo alegado pela recorrente, conforme se extrai do art. 59 do Decreto nº. 70.235/1972, in verbis: Fl. 506DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10840.720704/200919 Acórdão n.º 2201001.623 S2C2T1 Fl. 3 5 Art. 59. São nulos: I – os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II – os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Não obstante, entendo que embora o recorrente esteja argüindo nulidade, essa é questão de mérito e com tal será analisado a seguir. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. A Lei nº 7.713, de 27 de dezembro de 1988, trouxe a mais significativa alteração para a sistemática de incidência e apuração do imposto de renda pessoa física – IRPF, ao dispor, em seus artigos 2º e 3º, que este seria devido, mensalmente, à medida que os rendimentos e ganhos de capital fossem percebidos: “ Art. 2º O imposto de renda das pessoas físicas será devido, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos. Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. § 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. § 2º Integrará o rendimento bruto, como ganho de capital, o resultado da soma dos ganhos auferidos no mês, decorrentes de alienação de bens ou direitos de qualquer natureza, considerandose como ganho a diferença positiva entre o valor de transmissão do bem ou direito e o respectivo custo de aquisição corrigido monetariamente, observado o disposto nos arts. 15 a 22 desta Lei.” Da leitura dos dispositivos legais acima mencionados, depreendese que se devem confrontar, mensalmente, as mutações patrimoniais com os rendimentos auferidos para se apurar a evolução patrimonial do contribuinte. Não obstante, cabe destacar que não foi dessa forma que procedeu a autoridade autuante. Conforme verificase na planilha de demonstrativo do acréscimo patrimonial a descoberto (fls.11/12), na base de cálculo do lançamento foram considerados apenas as despesas com cartão de crédito, tributando esses valores como omissão de rendimentos declarados. A omissão de rendimentos devido à variação patrimonial a descoberto deve ser apurada pelo método do fluxo de caixa, considerandose o saldo de disponibilidade de um Fl. 507DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 6 mês como recurso para o mês subseqüente (dentro do mesmo anocalendário), na determinação da base de cálculo anual do tributo De fato, para apuração da infração de acréscimo patrimonial a descoberto é imperiosa a elaboração de um demonstrativo de evolução patrimonial, que indique mensalmente, tanto a origem e recursos, como os dispêndios e aplicações. Nas origens devem ser considerados todos os rendimentos: tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. Neste sentido é pacífica a jurisprudência deste Colegiado: “IRPF EX: 1998 e 1999 OMISSÃO DE RENDIMENTOS PRESUNÇÃO LEGAL A presunção legal de omissão de rendimentos pela pessoa física com lastro em acréscimos patrimoniais a descoberto somente pode ser aceita se o respectivo levantamento for analítico e mensal, de maneira a identificar o momento da percepção dos valores correspondentes. Recurso de ofício negado”.(Acórdão nº 102 45.853 de 05 de dezembro de 2002) “IRPF Exs.: 1992, 1994 e 1995 ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO GASTOS INCOMPATÍVEIS COM A RENDA DISPONÍVEL BASE DE CÁLCULO PERÍODOBASE DE INCIDÊNCIA APURAÇÃO MENSAL FLUXO DE CAIXA. O Imposto de Renda das pessoas físicas, a partir de 01/01/89, será apurado, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos, incluindo se, quando comprovada pelo Fisco, a omissão de rendimentos apurada através de planilhamento financeiro ("fluxo de caixa"), onde serão considerados todos os ingressos e dispêndios realizados no mês pelo contribuinte. Desta forma, somente é correto apurar a omissão de rendimentos, através de "fluxo de caixa", quando esta apuração for mensal. Não se mantém o lançamento apurado incorretamente.”(Acórdão nº: 10611.427, de 15 de agosto de 2000.) “IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – COMPROVAÇÃO DE ORIGEM – Com o advento da Lei n° 7.713, de 1988, o acréscimo patrimonial há de ser apurado mensalmente, competindo ao sujeito passivo a comprovação de recursos disponíveis no mês da constatação do acréscimo. Admitese, como recurso, os valores comprovadamente recebidos, no próprio anobase, até o mês da apuração do acréscimo, pelo valor líquido. Não é de ser aceito documento relativo a aplicações financeiras há mais de um ano do fato gerador, mormente quando, mesmo intimada, a contribuinte não logra comprovar ter sacado essas disponibilidades para compra do bem.” (Acórdão nº 0103.104, da CSRF de 12 de setembro de 2000.) Portanto, resta claro que no lançamento ora combatido, houve a utilização de forma indevida para presumir a renda auferida, pois o feito não exprime a verdade material das situações concretas motivadoras da incidência tributária, não se amoldando aos ditames das Fl. 508DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10840.720704/200919 Acórdão n.º 2201001.623 S2C2T1 Fl. 4 7 Leis nºs 7.713/88, 8.134/90, 8.383/91 e 9.250/95, nem atendendo às determinações do artigo 142 do CTN, a seguir transcrito: “ Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.” Aplicável à situação, as considerações de José Souto Maior Borges em Lançamento Tributário, 2.ª Ed. Malheiros, 1999, p. 246, sobre os feitos portadores de vícios de elaboração: “ O lançamento vicioso é, nesses termos considerado, aquele que apresenta deficiências jurídicas. Mas a conversão do lançamento num ato defeituoso não é decorrência de sua injustiça ou inconveniência. Apenas se liga a razões de ilegalidade ou, mais amplamente, de antijuridicidade. Defeito do lançamento significa, por um lado, que ele se encontra em contradição com um requisito qualquer, contemplado pela norma que lhe fundamenta a validade; não, porém, com toda a norma de sua produção. Mas, por outro lado, há de significar que o lançamento estará de acordo com o mínimo de determinação por essa norma, ou seja, com alguns critérios que lhe estão supraordenados, porque, do contrário, sequer existiria o lançamento como norma individual e concreta, ou seja, o lançamento não teria nenhuma validade. O lançamento defeituoso e, portanto, aquele que se encontra, sob um ângulo qualquer– ou seja, parcialmente –, em desacordo com as normas que regulam sua produção. Vale dizer: com as normas administrativas tributárias postas no Código Tributário Nacional e outros atos normativos de caráter geral e abstrato” Diante do exposto não pode prosperar o lançamento de acréscimo patrimonial a descoberto no moldes em que foi apurado. MULTA ISOLADA Referente a multa isolada aplicada concomitantemente com a multa de oficio, tenho entendimento que a mesma deve ser afastada quando incidente sobre o mesmo fato gerador. Ocorre que no presente caso, a multa de oficio foi aplicada sobre a infração de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimo patrimonial a descoberto. Por outro lado, a multa isolada no percentual de 50% foi aplicada sobre a infração da falta de recolhimento a título de Carnê Leão sobre o montante de R$ 54.000,00 que o contribuinte declarou ter recebido de pessoas físicas. Isto posto, tratase de infrações diferente e estando a multa isolada legalmente prevista, não pode a mesma ser afastada. Fl. 509DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 8 TAXA SELIC Por fim, no que se refere à inconstitucionalidade e ilegalidade da aplicação da taxa Selic, esta matéria já foi objeto de súmula deste Primeiro Conselho de Contribuinte, e, portanto dispensa maiores considerações a respeito. Tratase da Súmula nº 4 do CARF, a seguir reproduzida: “JUROS DE MORA TAXA SELIC INCIDÊNCIA A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais” (Súmula CARF nº 4). Isto posto voto no sentido rejeitar a preliminar da nulidade do lançamento e no mérito dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência o acréscimo patrimonial a descoberto. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Relatora Fl. 510DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10840.720704/200919 Acórdão n.º 2201001.623 S2C2T1 Fl. 5 9 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. Brasília/DF, 11/07/2012 __________(assinado digitalmente)_____________ MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 511DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO
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Numero do processo: 10935.001081/2011-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Período de apuração: 01/01/2006 a 30/06/2007 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Descabe a alegação de cerceamento do direito de defesa, por falta de provas, se tanto a receita escriturada como a que foi declarada ao Fisco em valor menor estão documentadas nos autos, comprovando dessa forma a omissão de receitas escrituradas. DILIGÊNCIA. INJUSTIFICADA E PRESCINDÍVEL. INDEFERIMENTO. Deve ser indeferido o pedido de diligência considerada injustificada e prescindível. FALTA DE DECLARAÇÃO DE RECEITAS ESCRITURADAS. NÃO HÁ PRESUNÇÃO. Descabida a acusação de que a autuação se baseou em presunções, se a restou caracterizada a declaração inexata pela diferença entre a receita constante dos registros contábeis e a que foi declarada, sendo esta última menor que aquela. MULTA QUALIFICADA. DOLO. Caracterizada a presença do dolo, elemento específico da sonegação, cabível a aplicação da multa qualificada nos termos de legislação em vigor. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. PERCENTUAL. LEGALIDADE O percentual de multa de ofício qualificada é o determinado expressamente em lei. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. APRECIAÇÃO. VEDAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa manifestar-se quanto à inconstitucionalidade ou ilegalidade das leis, por ser essa prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário. LANÇAMENTOS REFLEXOS: PIS, COFINS, CSLL E INSS - SIMPLES. Dada a íntima relação de causa e efeito, aplica-se aos lançamentos reflexos o decidido no principal. Preliminares Rejeitadas. Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 1402-000.952
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas. No mérito, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira que dava provimento parcial para reduzir a multa ao percentual de 75%.
Nome do relator: ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
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Descabe a alegação de cerceamento do direito de defesa, por falta de provas, se tanto a receita escriturada como a que foi declarada ao Fisco em valor menor estão documentadas nos autos, comprovando dessa forma a omissão de receitas escrituradas. DILIGÊNCIA. INJUSTIFICADA E PRESCINDÍVEL. INDEFERIMENTO. Deve ser indeferido o pedido de diligência considerada injustificada e prescindível. FALTA DE DECLARAÇÃO DE RECEITAS ESCRITURADAS. NÃO HÁ PRESUNÇÃO. Descabida a acusação de que a autuação se baseou em presunções, se a restou caracterizada a declaração inexata pela diferença entre a receita constante dos registros contábeis e a que foi declarada, sendo esta última menor que aquela. MULTA QUALIFICADA. DOLO. Caracterizada a presença do dolo, elemento específico da sonegação, cabível a aplicação da multa qualificada nos termos de legislação em vigor. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. PERCENTUAL. LEGALIDADE O percentual de multa de ofício qualificada é o determinado expressamente em lei. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. APRECIAÇÃO. VEDAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa manifestarse quanto à inconstitucionalidade ou ilegalidade das leis, por ser essa prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário. LANÇAMENTOS REFLEXOS: PIS, COFINS, CSLL E INSS SIMPLES. Dada a íntima relação de causa e efeito, aplicase aos lançamentos reflexos o decidido no principal. Preliminares Rejeitadas. Recurso Voluntário Negado. Fl. 233DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas. No mérito, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira que dava provimento parcial para reduzir a multa ao percentual de 75%. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Relatório FLORDIVINA MADEIRAS LTDA ME recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância administrativa, que julgou procedente a exigência, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Transcrevo e adoto o relatório da decisão recorrida: Trata o processo de autos de infração exigindo os impostos e contribuições: a) Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ –Simples, págs. 81/85, no valor de R$ 533,68, devido a: a. Diferença constatada nas bases de cálculo constantes das Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica – PJSI apresentadas e as constantes da contabilidade do contribuinte; nos períodos de 09 a 12/2006, com base nos arts. 2º, § 2º, 3º, § 1º, a, 5º, 7º, § 1º e 18 da Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996; art. 3º da Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998; arts. 186 e 188 do Regulamento do Imposto de Renda RIR de 1999 (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999); b. insuficiência de recolhimento nos períodos de nos períodos de 04 a 12/2006 e 0506/2007, resultante da alteração nas alíquotas de recolhimento do Simples, em razão das omissões que aumentaram o valor das receitas; base legal nos arts. 5º e 23 da Lei nº 9.317, de 1996, e alterações; Fl. 234DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 3 b) contribuição ao Programa de Integração Social – PIS – Simples, págs. 86/90, no valor de R$ 377,04: a. relativa à mesma infração, nos períodos de 09 e 11/2006, com base no art. 3º, b da Lei Complementar nº 7, de 07 de setembro de 1970, c/c o art. 1º, parágrafo único, da Lei Complementar nº 17, de 12 de dezembro de 1973; arts. 2º, I, 3º, 9º da Medida Provisória nº 1.249, de 14 de dezembro de 1995, e suas reedições; arts. 2º, § 2º, 3º, § 1º, “b”, 5º, 7º, § 1º, e 18 da Lei nº 9.317, de 1996; art. 3º da Lei nº 9.732, de 1998; b. insuficiência de recolhimento nos períodos de 09 a 12/2006, com base legal nos arts. 5º e 26, da Lei nº 9.317, de 1996, e alterações; c) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL Simples, págs. 91/97, no valor de R$ 2.684,73: a. relativa à mesma infração, nos períodos de 07 a 09 e 11/2006, 01/2007, com base no art. 1º da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988; art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; arts. 2º, § 2º, 3º, § 1º, “c”, 5º, 7º, § 1º, 18, 19 e 23, da Lei nº 9.317, de 1996; art. 3º da Lei nº 9.732, de 1998; b. insuficiência de recolhimento nos períodos de 07 a 12/2006 e 01 a 06/2007, com base legal nos arts. 5º e 23, da Lei nº 9.317, de 1996; d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – CofinsSimples, págs. 98/104, no valor de R$ 8.025,02: a. relativa à mesma infração, períodos de apuração 07 a 12/2006 e 01/2007, com base nos arts. 1º e 2º da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991; art. 24 da Lei nº 9.249, de 1995; arts. 2º, § 2º, 3º, 1º, “d”, 5º, 7º, § 1º, 18, 19 e 23 da Lei nº 9.317, de 1996; art. 3º da Lei nº 9.732, de 1998; b. insuficiência de recolhimento, fatos geradores de 01 a 11/2006 e 01 a 06/2007, com base legal nos arts. 5º e 23 da Lei nº 9.317, de 1996; e) Contribuição para a Seguridade Social – INSSSimples, págs. 105/111, no valor de R$ 17.430,66: a. relativa à mesma infração, nos períodos de 07 a 09 e 11/2006 e 01/2007, com base nos arts. 2º, § 2º, 3º, § 1º, “f”, 5º, 7º, § 1º, 18, 19 e 23 da Lei nº 9.317, de 1996; art. 3º da Lei nº 9.732 , de 1998; b. insuficiência de recolhimento, nos períodos de 07 a 12/2006 e 01 a 06/2007, com base legal nos arts. 5º e 23 da Lei nº 9.317, de 1996. 3. Sobre os impostos e contribuições devidos exigese de 150% de multa de ofício do art. 44, II da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, c/c o art. 19 da Lei nº 9.317, de 1996, e juros de mora segundo o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996. 4. Às págs. 72/73, encontramse demonstrados pela fiscalização os percentuais aplicáveis sobre a receita bruta apurada do art. 23, II, da Lei nº 9.317, de 1996, com a redação do art. 1º da MP nº 275, de 2005, convertida na Lei nº 11.307, de 19 de maio de 2006; às págs. 74/78, o demonstrativo de apuração dos valores não recolhidos e às págs. 79/80, apuração do imposto/contribuição sobre diferenças apuradas. 5. Às págs. 69/71, no Relatório de Ação Fiscal, estão descritos os procedimentos de fiscalização e a autuação. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 4 6. Cientificado em 02/03/2011, o interessado apresentou a impugnação tempestiva em 01/04/2011, págs. 114/120. 7. Pleiteia a nulidade do auto de infração por descumprimento ao código de direitos do contribuinte, porque a utilização de técnicas presuntivas depende de publicação, com antecedência mínima de 180 (cento e oitenta) dias, das orientações a serem seguidas e de sua base normativa, para conhecimento do sujeito passivo a fim de que este possa, se for o caso, impugnar sua aplicação, mas que inexistem tais atos normativos; por isso, como à a autoridade administrativa somente é permitido praticar os atos expressamente previstos em lei, nula a autuação, mesmo porque a lavratura e o seu processamento desrespeitaram os direitos e garantias fundamentais estatuídos no art. 37, caput da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988 CF de 1988, o art. 2º, caput e seu parágrafo único, I e VI da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. 8. Requer que o feito seja convertido em diligência, ao argumento de que nunca deixou de cumprir suas obrigações fiscais, a fim de comprovar devidamente que não cometeu a infração de que é acusado e afirma ser impossível o acusado produzir provas do que não fez e que somente apresentação da documentação fiscal idônea que o comprove, é que poderseia cogitar da prática de ilícito tributário, em caso contrário, a acusação permanece no campo das presunções e das suposições, sendo conhecido que o contribuinte não pode ser punido por uma infração presumida; aduz que falhou o autuante por não apresentar a documentação comprobatória da ocorrência das operações consignadas, descumprindo o ônus que é imposto pelo art. 333, I, do Código de Processo Civil CPC, ou seja, o ônus da prova. 9. Requer o direito à apresentação de tais documentos, com base no art. 3º, III da CF, de 1988, porque somente dessa forma lhe será possível exercer o seu direito ao contraditório e à ampla defesa. 10. Reclama da inconstitucionalidade da multa de ofício qualificada de 150%, porque se caracteriza como confiscatória, afrontando o art. 150, IV da CF, de 1988; cita jurisprudência do Supremo Tribunal Federal STF e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – TRF4ª e pleiteia que o percentual seja reduzido a 10%. Foi constituído o processo nº 10935.001084/201172 Representação fiscal p/ fins penais. A decisão recorrida está assim ementada: AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Descabe a alegação de cerceamento do direito de defesa, por falta de provas, se tanto a receita escriturada como a que foi declarada ao Fisco em valor menor estão documentadas nos autos, comprovando dessa forma a omissão de receitas escrituradas. PETIÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE PROVA DEPOIS DO PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO. FALTA DE JUSTIFICATIVA. Deve ser indeferida a petição para apresentação de prova documental após decorrido o prazo para impugnação, se não foi demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, nem ocorreram fatos ou a direitos supervenientes, nem fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Fl. 236DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 5 DILIGÊNCIA. INJUSTIFICADA E PRESCINDÍVEL. INDEFERIMENTO. Deve ser indeferido o pedido de diligência considerada injustificada e prescindível. FALTA DE DECLARAÇÃO DE RECEITAS ESCRITURADAS. NÃO HÁ PRESUNÇÃO. Descabida a acusação de que a autuação se baseou em presunções, se a restou caracterizada a declaração inexata pela diferença entre a receita constante dos registros contábeis e a que foi declarada, sendo esta última menor que aquela. MULTA QUALIFICADA. DOLO. Caracterizada a presença do dolo, elemento específico da sonegação, cabível a aplicação da multa qualificada nos termos de legislação em vigor. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. PERCENTUAL. LEGALIDADE O percentual de multa de ofício qualificada é o determinado expressamente em lei. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. APRECIAÇÃO. VEDAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa manifestarse quanto à inconstitucionalidade ou ilegalidade das leis, por ser essa prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário. LANÇAMENTOS REFLEXOS: PIS, COFINS, CSLL E INSS SIMPLES. Dada a íntima relação de causa e efeito, aplicase aos lançamentos reflexos o decidido no principal. Impugnação Improcedente. Cientificada da aludida decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual contesta as conclusões do acórdão recorrido, repisa as alegações da peça impugnatória e, ao final, requer o provimento no seguintes termos (verbis): É o relatório. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 6 Voto Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. Conforme relatado a contribuinte apresentou recurso voluntário repisando, ipisis literis, as alegações da peça impugntória sem fazer qualquer referência ou contraponto à decisão recorrida. Vejamos os fundamentos da decisão de 1a. instância: 1 Preliminar de nulidade. 11. Afirma que o autuante utilizou técnicas presuntivas cujas normas inexistem e que se que se existissem deveriam ter sido publicadas com antecedência de 180 dias e que, como a autoridade administrativa somente pode agir conforme determinação legal lei, nula a autuação que desrespeitou o princípio da legalidade e do direito à ampla defesa do contribuinte. 12. Não tem razão a defesa. 13. Estatuem os arts. 59 e 60 do Decreto nº 70.235, de 1972, in verbis: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. (...) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. (Grifouse) 14. Como se vê, de acordo com o art. 59, I, supra, só se pode cogitar de declaração de nulidade de auto de infração que se insere na categoria de ato ou termo , quando esse auto for lavrado por pessoa incompetente (art. 59, I). A nulidade por preterição do direito de defesa, como se infere do art. 59, II, transcrito, somente pode ser declarada quando o cerceamento está relacionado aos despachos e às decisões, ou seja, somente pode ocorrer em uma fase posterior à lavratura do auto de infração. 15. Quaisquer outras irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, a teor do art. 60 do Decreto nº 70.235, de 1972. Caso não influam na solução do litígio, também prescindirão de saneamento. Fl. 238DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 7 1.1 TÉCNICAS PRESUNTIVAS. 16. Acusa a administração fiscal de ter se utilizado de técnicas presuntivas, presumindo infrações fiscais. 17. Não é verdade, não houve qualquer presunção de omissão de receitas, tais como as dos arts. 284, 287, 281 do RIR de 1999, por exemplo. 18. O Termo de Verificação Fiscal e os demonstrativos de págs. 65/66, 67 e 69 e a escrituração do contribuinte e as PJSI que apresentou e que constam dos autos deixam perfeitamente clara a infração, que foi o fato de a empresa ter escriturado em sua contabilidade receitas em valores superiores aos valores que declarou e em relação aos quais efetuou recolhimentos do Simples, isto é, omitiu receitas. 19. Não houve a aplicação de qualquer presunção na apuração da infração. 1.2 CERCEAMENTO NO DIREITO À DEFESA. 20. Por todos os motivos de nulidade alegados, o contribuinte reclama de cerceamento do direito de defesa. 21. Requer que lhe seja oferecida a oportunidade de apresentar documentação hábil e idônea que comprovaria que não cometeu as infrações e acusa a fiscalização de não ter apresentado provas cabais. 22. Quanto às provas apresentadas pela fiscalização e constantes dos autos, já se comentou, sendo desnecessário repetilo. 23. Aliás a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil CPC), que assim dispõe no art. 333, que o litigante invoca: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (Grifouse.) 24. Isto é, diante da evidência de que o contribuinte omitiu receitas escrituradas em sua contabilidade, cabia a ele mesmo, provar o contrário; a fiscalização já cumpriu o seu papel quanto à apresentação de provas e feitura do lançamento fiscal, constituindo o presente crédito tributário. 25. Quanto à petição, cabe transcrever o estatuído no Decreto nº 70.235, de 1972, e alterações: Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 239DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 8 IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (...) Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (Grifouse.) 26. A legislação que rege a matéria determina que o momento da apresentação das provas é junto com a impugnação, isto se o contribuinte não as apresentou durante o procedimento de fiscalização. 27. Observase que a fiscalização se iniciou em 28/12/2010, págs. 2/4; foi cientificado da autuação em 02/03/2011, com prazo de 30 dias para impugnar, portanto, dispôs de 4 (quatro) meses para providenciar provas a seu favor. 28. A petição deve ser justificada nos termos das alíneas “a’, “b” ou “c” do § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, mas não se vislumbra nenhum dos motivos ali elencados, razão porque a petição deve ser indeferida. 29. Não há elementos a apontar cerceamento no direito de defesa do impugnante. Fl. 240DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 9 30. Pelo exposto, não deve ser acolhida a preliminar de nulidade, em razão de não haver ofensa aos dispositivos legais que a regulam. 2 Mérito. 2.1 PEDIDO DE CONVERSÃO DA AUTUAÇÃO EM DILIGÊNCIA. 31. Apresenta a petição, argumentando, além das alegações já analisadas na preliminar de nulidade, que estaria sendo descumprindo o ônus da prova, art. 333, I, do CPC, e o art. 3º, III da CF, de 1988. 32. Mas é totalmente impertinente a reclamação de que o direito à apresentação de reclamação lhe esteja sendo negado, já que foi devidamente cientificado do início do procedimento fiscal, 3 (três) meses depois, foi cientificado da autuação e foi avisado do direito à impugnação no prazo de 30 (trinta) dias, apresentou a peça impugnatória à DRJCTA, que se analisa neste voto; e ainda dispõe do direito a recurso junto à segunda instância administrativa que é o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, portanto a legislação que cita foi cumprida. 33. Conforme já se analisou, o direito à defesa do contribuinte está sendo respeitado; as provas das infrações constam dos autos e são provas hábeis e idôneas. 34. Não há justificativa para conversão da autuação em diligência; se o litigante possui provas em contrário, deveria têlas apresentado durante o procedimento de fiscalização ou na impugnação. 35. Por isso, a teor do art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, o pedido deve ser indeferido, pois tal diligência é injustificada e prescindível ao deslinde da questão. 2.2 MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA, 150%. 36. Reclama que multa de ofício qualificada de 150%, é confiscatória; cita jurisprudência e pleiteia que o percentual seja reduzido a 10%. 37. A multa foi aplicada com base art. 44, II da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, c/c o art. 19 da Lei nº 9.317, de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; 38. Cabe analisar a comprovação de uma das três hipóteses dos arts. 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502, de 1964. Fl. 241DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 10 39. O autuante assim o entendeu, consignando no TVF: Será aplicada a multa de ofício de 150% (cento e cinquenta por cento) sobre os valores que deixaram de ser recolhidos/declarados apurados em relação às diversas infrações indicadas nos itens 2.1 e 2.2., em conformidade com o disposto no art. 44, inciso II, da Lei n° 9.430/96, haja vista o evidente intuito de sonegação, consubstanciado na declaração incorreta da receita auferida no anocalendário de 2006 e no I o semestre do anocalendário de 2007. (Grifouse.) (...) 40. Verificase que a sonegação se caracteriza em razão de uma ação ou omissão, de uma simulação ou ocultação, e pressupõe sempre a intenção de causar dano à Fazenda Pública, num propósito deliberado de se subtrair, no todo ou em parte, ou retardar uma obrigação tributária; assim, ainda que o conceito de sonegação seja amplo, deve sempre estar caracterizada a presença do dolo, um comportamento intencional, específico, de causar dano à fazenda pública, onde, utilizandose de subterfúgios escamoteiase ocorrência do fato gerador ou retardase o seu conhecimento por parte da autoridade fazendária; ou seja, o dolo é elemento específico da sonegação, que a diferenciam da mera falta de pagamento do tributo ou da simples omissão de rendimentos na declaração de ajuste, seja ela pelos mais variados motivos que se aleguem. 41. Caracterizada a presença do dolo, elemento específico da sonegação, cabível a aplicação da multa qualificada nos termos de legislação em vigor. 42. O litigante requer que a multa de ofício seja reduzida ao percentual de 10%, no entanto, considerações sobre a graduação da penalidade, no caso, não se encontram sob a discricionariedade da autoridade administrativa, uma vez definida objetivamente pela lei, não dando margem a conjecturas atinentes à ocorrência de efeito confiscatório ou de ofensa ao princípio da proporcionalidade. Nesse sentido, qualquer pedido ou alegação que ultrapasse a análise de conformidade do ato administrativo de lançamento com as normas legais vigentes, em franca ofensa à vinculação a que se encontra submetida a instância administrativa (art. 142, parágrafo único, do CTN), como a contraposição a princípios constitucionais, somente podem ser reconhecidos pela via competente, o Poder Judiciário. 2.3 INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. 43. Quanto às acusações de inconstitucionalidade e ilegalidade da legislação que embasou tanto a exclusão da empresa do Simples quanto a autuação, devese esclarecer que, sendo as Delegacias da Receita Federal de Julgamento do Brasil DRJ órgãos do Poder Executivo, não lhes compete apreciar a conformidade de lei, validamente editada segundo o processo legislativo constitucionalmente previsto, com preceitos emanados da própria Constituição Federal ou mesmo de outras leis, a ponto de declararlhe a nulidade ou inaplicabilidade ao caso expressamente previsto, haja vista tratarse de matéria reservada, por força de determinação constitucional, ao Poder Judiciário. No que se refere às citações decisões judiciais, em que o interessado não figura em qualquer dos pólos da relação jurídica, as mesmas somente têm efeito entre as partes componentes dos respectivos processos judiciais. Fl. 242DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10935.001081/201139 Acórdão n.º 140200.952 S1C4T2 Fl. 0 11 Conclusão Evidenciase nos autos que a contribuinte, reiteradamente, efetuou o recolhimento dos tributos devidos sobre valores abaixo do que realmente auferiu e registrou em seus assentamentos contábeis e, ainda, apresentou declaração do Simples corroborando sua premeditada intenção de sonegar. Nada foi apresentado durante a auditoria fiscal ou na fase litigiosa para corroborar as alegações de que haveria falha no procedimento fiscal. A omissão é patente, verificada mediante prova direta. Diante do exposto, voto no sentido de rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 243DF CARF MF Impresso em 08/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 06/ 06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
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Numero do processo: 10715.004726/2009-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/08/2004 a 31/08/2004
REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (IN/SRF nºs. 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE.
A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF n o 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque na exportação.
Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, “e” do Decreto-lei n o 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei n o 10.833/2003, começou a ser passível de aplicação somente em relação a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF n o 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3202-000.565
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido.
Nome do relator: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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ementa_s : Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/08/2004 a 31/08/2004 REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (IN/SRF nºs. 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF n o 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque na exportação. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, “e” do Decreto-lei n o 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei n o 10.833/2003, começou a ser passível de aplicação somente em relação a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF n o 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex. Recurso Voluntário Provido
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2100; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T2 Fl. 1 1 S3C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10715.004726/200965 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3202000.565 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 23 de agosto de 2012. Matéria MULTA ISOLADA AO TRANSPORTADOR Recorrente TAM LINHAS AÉREAS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/08/2004 a 31/08/2004 REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (IN/SRF nºs. 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque na exportação. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, “e” do Decretolei no 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei no 10.833/2003, começou a ser passível de aplicação somente em relação a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou se impedido. Irene Souza da Trindade Torres – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza e Octávio Carneiro Silva Corrêa. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, o qual passo a transcrever: “Trata o presente processo do auto de infração de fls. 02 a 04, por meio do qual encontrase formalizada a exigência do crédito tributário no valor de R$ 25.000,00 em decorrência do fato de a interessada, segunda a autuação, ter registrado intempestivamente os dados de embarque de mercadorias, relativos aos despachos de exportação indicados na planilha juntada à fl. 10, descumprindo dessa forma a obrigação acessória prevista no art. 37 da Instrução Normativa SRF n° 28, de 27 de abril de 1994, com a redação dada pela Instrução Normativa SRF n° 510, de 14 de fevereiro de 2005, sujeitandose por essa infração à multa prevista na alínea "e" do inciso IV do art. 107 do Decretolei n° 37, de 18 de novembro de 1966, com a redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833, de 2003. Cientificada da exigência que lhe é imposta, a interessada apresenta a impugnação de fls. 15 a 23, argumentando, em síntese, que: a) não houve subsunção do fato acusado com a hipótese normativa prevista no art. 107, inciso IV da Lei n° 10.833, de 2003; b) ocorreu violação ao principio da razoabilidade; c) a exigência para que os dados de embarque sejam registrados no exato momento da saída da aeronave é exacerbada; d) há um excesso de punição, não pode ser considerado cada um dos vôos realizados como base para a aplicação da multa; e e) o registro intempestivo dos dados de embarque das mercadorias não se confunde com a falta de prestação de referidas informações. A DRJFlorianópolis/SC julgou improcedente a impugnação (fls. 34/49), nos termos da ementa adiante transcrita: “Assunto: Obrigações Acessórias Exercício: 2004 Ementa: Registro dos dados de embarque de mercadorias destinadas à exportação. Realização. Intempestiva. Infração. Penalidade. O registro dos dados de embarque no Siscomex, relativo à mercadoria destinada à exportação, realizado fora do prazo fixado constitui infração pelo descumprimento da obrigação acessória prevista no art. 37 da Instrução Normativa SRF n° 28, de 1994, sujeitando o transportador à multa prevista na alínea "e" do inciso IV do art. 107 do Decretolei n° 37, de 18 de novembro de 1966. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário a este Colegiado (fls. 53/65), alegando, em síntese: que não houve subsunção do fato imputado à norma aplicada. Afirma que, de fato, registrou tardiamente o trânsito das mercadorias relacionadas no auto de infração, mas que o registro tardio não se confunde com a falta de prestação das referidas informações e que Fl. 221DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10715.004726/200965 Acórdão n.º 3202000.565 S3C2T2 Fl. 2 3 somente a falta de registro dos dados de embarque é alcançada pela penalidade que lhe foi aplicada, prevista no artigo 107, IV, "e" da Lei nº.10.833/2003; que, uma vez que não houve qualquer dano ao erário, a multa aplicada ofende o princípio da razoabilidade; alega que a imposição de multas deve guardar adequação com o ilícito praticado, não podendo ser excessiva em relação ao dano causado e ao benefício obtido com a prática indevida; que, vez que não causou qualquer prejuízo ao Fisco, a penalidade pecuniária prevista na Lei nº 10.833/2003 deveria ser relevada de plano, nos termos do artigo 736, §1° do atual Regulamento Aduaneiro, ou, excepcionalmente, ser aplicada uma única vez, e não sobre cada um dos embarques em que foi constatado o registro tardio das informações; que o prazo instituído pela IN/SRF nº. 28/1994 foi revogado pela IN/SRF nº 1.096/10, majorandoo para 7(sete) dias. Assim, vez que o crédito tributário não se encontra definitivamente julgado, deve ser aplicada a retroatividade benigna prevista no art. 106, II, “c”, do CTN, deforma que os embarques registrados em até sete dias da data do embarque devem ser excluídos da presente exigência. Ao final, pede a reforma integral da decisão recorrida e, subsidiariamente, seja determinada a retificação da penalidade, na forma como posta. É o Relatório. Voto Conselheira Irene Souza da Trindade Torres, Relatora O recurso voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, razões pelas quais dele conheço. Trata a lide de aplicação da multa prevista no art. 107, IV, “e”, do Decretolei no 37/1966, na redação que lhe deu o art. 77 da Lei no 10.833/2003, em razão de a recorrente ter registrado no Siscomex os dados de embarque de mercadorias em despachos de exportação após o prazo de 2 (dois) dias fixado no art. 37 da IN SRF no 28/1994, com a redação dada pelo art. 1o da IN SRF no 510/2005. A matéria, por diversas vezes, já foi objeto de apreciação por esta Turma, tendo sido muito bem enfrentada pelo então Conselheiro José Luís Novo Rossari, nos autos do processo nº. 10715.004710/200952, Acórdão nº. 320200.359, cujo voto abaixo transcrevo e adoto como razões de decidir: “A lide respeita à exigência feita pelo Fisco da multa prevista no art. 107, IV, “e”, do Decretolei no 37/1966, na redação que lhe deu o art. 77 da Lei no 10.833/2003, em razão de a recorrente ter registrado no Siscomex após o prazo de 2 (dois) dias fixado no art. 37 da IN SRF no 28/1994, com a redação dada pelo art. 1o da IN SRF no 510/2005, os dados de embarque de mercadorias em despachos de exportação. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 4 Para melhor compreensão a respeito da matéria, cumpre sejam transcritas as normas legais e administrativas pertinentes aos fatos. A Instrução Normativa SRF no 28, de 27/4/1994, estabeleceu em seus arts. 37, caput, e 44 que, verbis: “Art. 37. Imediatamente após realizado o embarque da mercadoria, o transportador registrará os dados pertinentes, no SISCOMEX, com base nos documentos por ele emitidos. (destaquei) Art. 44. O descumprimento, pelo transportador, do disposto nos arts. 37, 41 e § 3o do art. 42 desta Instrução Normativa constitui embaraço à atividade de fiscalização aduaneira, sujeitando o infrator ao pagamento da multa prevista no art. 107 do Decretolei no 37/66 com a redação do art. 5o do Decretolei no 751, de 10 de agosto de 1969, sem prejuízo de sanções de caráter administrativo cabíveis.” O art. 107 do Decretolei no 37/1966, na redação do art. 5o do Decretolei no 751/1969, citado na transcrição acima, assim dispunha originalmente, tendo sido alterado apenas no tocante à atualização do valor da multa (última atualização constante do art. 646, I, do Decreto no 4.543/2002 – Regulamento Aduaneiro), verbis: “Art. 107 Aplicamse, ainda, as seguintes multas: I de 103,56 (cento e três reais e cinquenta e seis centavos) a quem, por qualquer meio ou forma, desacatar agente do Fisco, embaraçar, dificultar ou impedir sua ação fiscalizadora; (...)” (destaquei) O caput do art. 37 antes transcrito foi alterado pelo art. 1o da IN SRF no 510, de 14/2/2005, que lhe deu a seguinte redação, verbis: "Art. 37. O transportador deverá registrar, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, com base nos documentos por ele emitidos, no prazo de dois dias, contado da data da realização do embarque.” (destaquei) No caso ora sob exame, o Fisco aplicou à empresa transportadora a multa específica prevista no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei no 37, de 1966, com a nova redação que lhe foi dada pelo art. 61 da Medida Provisória no 135, de 30/10/2003 (DOU de 31/10/2003), que veio a ser convertido no art. 77 da Lei no 10.833, de 29/12/2003, que estabeleceu, verbis: “Art. 77. Os arts. 1o, 17, 36, 37, 50, 104, 107 e 169 do DecretoLei no 37, de 18 de novembro de 1966, passam a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. (...) "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (...) Fl. 223DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10715.004726/200965 Acórdão n.º 3202000.565 S3C2T2 Fl. 3 5 IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (...) c) a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira, inclusive no caso de não apresentação de resposta, no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal; (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaa porta, ou ao agente de carga; e (...)” Feitas essas transcrições, impõese ressaltar que na vigência da IN SRF no 28/1994 a inobservância da obrigação estabelecida no seu art. 37 era entendida pela SRF como caracterizadora de embaraço à atividade de fiscalização aduaneira, conforme disposto em seu art. 44. No entanto, a partir da superveniência da Medida Provisória no 135/2003, convertida na Lei no 10.833/2003, foi estabelecida para o transportador a obrigação de “prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas”, como se verifica da redação retrotranscrita, emprestada ao art. 37 do Decretolei no 37/1966 pelo art. 77 da Lei no 10.833/2003. Destarte, com a entrada em vigor dessa nova norma legal, o descumprimento da obrigação de prestar à SRF, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, passou a ser cominada com a multa de R$ 5.000,00 prevista no inciso IV, “e”, do art. 107 do Decretolei no 37/1966, e não mais aquela prevista por embaraço, que veio a ser tipificada no inciso IV, “c”. Para a caracterização de ilícito sujeito à aplicação da referida multa, há que ser apurado o descumprimento da obrigação, o que implica, no caso, a inobservância de prazo fixado pela SRF para a apresentação dos dados relativos ao embarque. Verificase que, por ocasião dos fatos que geraram a aplicação das multas, vigia a redação original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, que estabelecia que a obrigação devia ser satisfeita “imediatamente após realizado o embarque da mercadoria”. Ora, temse por evidente que, por não conter regramento certo e inequívoco que permita seu cumprimento sem a permanência de dúvidas, a imposição normativa constante desse ato administrativo é destituída de força cogente para a finalidade a que se propõe, de imposição de penalidade. Com efeito, não é próprio dos diplomas pátrios norma semelhante que tenha fixado prazo não revestido de certeza e não expresso em quantidade certa. A respeito, vêse que o Código Civil (Lei no 10.406, de 2002) refere a prazos em horas, dias, meses e anos (arts. 132 et alia), o que traduz quantificação em números certos e induvidosos. Também a Lei no 9.784, de 1999, que dispõe sobre o processo administrativo, expressa prazos em dias, meses e anos (art. 66), revelando quantificação certa. O Decreto no 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, estabelece todos os seus prazos em dias, também com quantificação certa. A matéria deve ser tratada com rigor ainda mais acentuado em se tratando de norma tributáriapenal, que deve obedecer ao princípio insculpido no art. 97, inciso Fl. 224DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 6 V do CTN, devendo o elaborador usar, em sua redação legislativa, dos cuidados básicos pertinentes à matéria, de forma a evitar o surgimento de dúvidas e questionamentos elementares que venham a permitir a aplicação das regras mais benéficas ao autuado, previstas no art. 112 desse mesmo Código. O caso em exame é exemplo da falta desse cuidado, ao apontar prazo incerto para o cumprimento de norma, visto que “imediatamente após” não pode ser considerado como um prazo regulamentar. Daí que, na vigência original da IN SRF no 28/1994, não havia norma que impusesse prazo para que as empresas aéreas procedessem ao registro no Siscomex, visto que a expressão “imediatamente após” não se traduz em prazo certo para o cumprimento de obrigação. Resta acrescentar, por oportuno, que a interpretação dada a essa expressão pela Notícia Siscomex no 105/1994, no sentido de que deve ser entendida como “em até 24 horas da data do efetivo embarque da mercadoria”, não tem base legal para os efeitos da lide, visto não estar compreendida entre os atos normativos de que trata o art. 100 do CTN. Tratase, no caso, de veiculação destinada à orientação do Fisco e dos usuários do Siscomex, mas sem que possua as características essenciais de ato normativo, razão pela qual sequer foi referida na autuação. De outra parte, também cumpre acrescentar que o art. 37 da IN SRF no 28/1994 foi objeto de nova alteração pela IN RFB no 1.096, de 13/12/2010, que aumentou o prazo para a apresentação de dados pertinentes ao embarque para 7 (sete) dias. Ressaltese que esse ato normativo continua fazendo em seu art. 44 remissão ao art. 37, de forma a tratar a infração como de embaraço, o que bem demonstra a falta de atenção à legislação vigente, que desde a Medida Provisória no 135/2003 tem tipificação legal distinta. Retornando à lide, resta que, em não havendo regra fixadora de prazo para que se implementasse a eficácia do art. 37 do Decretolei no 37/1966, na redação que lhe deu a Lei no 10.833/2003, por ocasião de sua publicação, há que se concluir que o primeiro ato administrativo que veio a disciplinar esse artigo foi a IN SRF no 510, de 14/2/2005, antes transcrita, que em seu art. 1o alterou a redação do art. 37 da IN SRF no 28/1994, de forma a fixar o prazo de 2 (dois) dias para o registro dos dados pertinentes ao embarque. Desse modo, há que se concluir que a multa objeto de lide somente tem aplicação nos casos em que a inobservância da prestação de informações refirase a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e produziu efeitos. Como os fatos que originaram este processo ocorreram entre 3/8 e 15/8/2004, quando ainda não existia essa Instrução Normativa, são descabidas a sua arguição e a sua trazida ao mundo jurídico, de forma a alicerçar a caracterização de infrações e a legitimar a cominação de penalidades que lhe correspondam. Nesse sentido as regras estabelecidas pelo art. 150, III, “a”, da Constituição Federal e pelo art. 2o, parágrafo único, XIII, da Lei no 9.784, de 1999, que rege o processo administrativo. ............................................................................................................................” Assim, uma vez que o art. 37 da IN/SRF nº. 28/1994, por meio da expressão “imediatamente após”, estabeleceu prazo indefinido para o registro dos dados de embarque no Siscomex, fundamentouse a Fiscalização na IN/SRF nº. 510/2005, que conferiu o prazo de 02 dias, a contar da data do embarque, para que fosse efetuado tal registro. Fl. 225DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10715.004726/200965 Acórdão n.º 3202000.565 S3C2T2 Fl. 4 7 Acontece, porém, que, no caso em apreço, os fatos geradores ocorreram no mês de agosto de 2004, período anterior à vigência da IN/SRF nº. 510/2005, não sendo possível, portanto, a sua aplicação. Deste modo, em face da legislação aplicável à época, não vislumbro elementos para a caraterização da infração, razão pela qual voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Irene Souza da Trindade Torres Fl. 226DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Numero do processo: 10952.000394/2010-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 1201-000.088
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, CONVERTER o julgamento do recurso voluntário em diligência. Vencido o Relator que, por considerar inaplicável ao caso o benefício da Lei nº 11.941/2009, que trata da redução da multa de ofício em face da adesão ao parcelamento da referida Lei, a considerava desnecessária. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro João Carlos de Lima Junior.
(documento assinado digitalmente)
Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto - Relator
(documento assinado digitalmente)
João Carlos de Lima Junior Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (Presidente), Plínio Rodrigues Lima, (Suplente Convocado), Marcelo Cuba Netto, André Almeida Blanco (Suplente convocado), Regis Magalhães Soares de Queiroz e João Carlos de Lima Junior.
Nome do relator: Não se aplica
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, CONVERTER o julgamento do recurso voluntário em diligência. Vencido o Relator que, por considerar inaplicável ao caso o benefício da Lei nº 11.941/2009, que trata da redução da multa de ofício em face da adesão ao parcelamento da referida Lei, a considerava desnecessária. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro João Carlos de Lima Junior. (documento assinado digitalmente) Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz - Presidente (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto - Relator (documento assinado digitalmente) João Carlos de Lima Junior Redator designado Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (Presidente), Plínio Rodrigues Lima, (Suplente Convocado), Marcelo Cuba Netto, André Almeida Blanco (Suplente convocado), Regis Magalhães Soares de Queiroz e João Carlos de Lima Junior.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, CONVERTER o julgamento do recurso voluntário em diligência. Vencido o Relator que, por considerar inaplicável ao caso o benefício da Lei nº 11.941/2009, que trata da redução da multa de ofício em face da adesão ao parcelamento da referida Lei, a considerava desnecessária. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro João Carlos de Lima Junior. (documento assinado digitalmente) Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz Presidente (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Relator (documento assinado digitalmente) João Carlos de Lima Junior – Redator designado Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (Presidente), Plínio Rodrigues Lima, (Suplente Convocado), Marcelo Cuba Netto, André Almeida Blanco (Suplente convocado), Regis Magalhães Soares de Queiroz e João Carlos de Lima Junior. Relatório Tratase de recursos de ofício e voluntário interpostos nos termos dos arts. 33 e 34 do Decreto nº 70.235/72, contra acórdão exarado pela 2ª Turma da DRJ em Salvador – BA. Por bem descrever os fatos litigiosos objeto do presente processo, tomo de empréstimo o relatório contido na decisão de primeiro grau (fl. 872 e ss.): RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 52 .0 00 39 4/ 20 10 -8 1 Fl. 12946DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.947 2 Tratamse de autos de infração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o PIS e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), fls. 02/25, decorrentes da apuração de receitas da atividade escrituradas e não declaradas, em relação aos fatos geradores ocorridos nos anoscalendário de 2005 e 2006, segundo o Relatório de Verificação Fiscal de fls. 26/49, que t em o seguinte teor: 1. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL: o sujeito passivo foi selecionado para verificação de omissão e/ou insuficiência de declaração e recolhimento de PIS, Cofins, CSLL e IRPJ, nos anoscalendário de 2005 e 2006, tendo em vista a existência de divergências entre os valores de vendas de mercadorias e/ou prestação de serviços informados à Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, por meio de Declaração e Apuração Mensal do ICMS DMA, e os valores de receita bruta informados à RFB em DIPJ, constatadas em cruzamento de informações da RFB com o órgão estadual, conforme demonstrado a seguir: Anocalendário de 2005 Saída de Merc. (...) em DMA R$ 35.461.676,93 Receita Bruta informada em DIPJ (original) R$ 6.305.451,23 Diferença R$ 29.156.225,70 Anocalendário de 2006 Saída de Merc. (...) em DMA R$ 40.921.643,79 Receita Bruta informada em DIPJ (original) R$ 0,00 Diferença R$ 40.921.643,79 2. INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL: a fiscalização teve início em 22/09/2009, com a ciência pessoal do Termo de Início de Procedimento Fiscal (fls. 66/67), tendo sido a empresa, no ato, representada por seu procurador (fl. 69), Marcos Eriberto Moreno Freitas, CPF n° 261.173.20515; a referida ciência foi realizada no endereço comercial do citado procurador da empresa, por não terem sido encontrados quaisquer dos sócios administradores no endereço cadastral da fiscalizada, consoante Termo de Constatação e Declaração de fl. 95; 3. DESENVOLVIMENTO DO PROCEDIMENTO FISCAL: 3.1 DO ATENDIMENTO AO TERMO DE INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL: o objetivo social da empresa é o comércio atacadista de bebidas, mais especificamente distribuição exclusiva de produtos da marca Schincariol, à época dos fatos geradores tributários, na praça de Itabuna/BA; Fl. 12947DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.948 3 no ato de ciência do Termo de Início, o procurador da fiscalizada (Marcos Eriberto Moreno Freitas) forneceu à auditoria fiscal os documentos em seu poder, quais sejam: instrumento de mandato, datado de 02/12/2008, no qual o sujeito passivo, representado pelo sócio administrador José Roberto Dias Machado, o nomeia seu procurador, inclusive, e especialmente, com amplos poderes de representação junto à RFB; cópias simples das identificações civis dos sócios administradores (José Roberto Dias Machado e José Lins Motta); e contrato social e alterações de n°s 01, 02, 03, 04, e uma sem número, esta datada de 15/09/2008, na qual já figura como testemunha o procurador Marcos Eriberto; em 01/10/2009, foi solicitada prorrogação de prazo para o atendimento do Termo de Início, entretanto, escoado o prazo concedido, e após diversos contatos telefônicos com o procurador, e contador, do sujeito passivo, que sempre alegava que os livros comerciais e demais documentos solicitados estavam em Itabuna, em poder do seu antigo contador, foi realizada nova diligência em seu endereço cadastral; após tentativa infrutífera de reintimação do Termo de Início, por via postal, no endereço cadastral da empresa, cujo Aviso de Recebimento (AR), datado de 14/07/2010, retornou com a indicação de mudança de endereço, foi realizada nova diligência, em 19/07/2010, que constatou ter a mencionada mudança ocorrido há cerca de três meses, além do desconhecimento, pelo depoente, do endereço dos sócios da fiscalizada, conforme Termo de Constatação e Declaração lavrado; o então procurador e contador da empresa, Marcos Eriberto, foi mais uma vez diligenciado, na mesma data, ocasião em que afirmou não mais desejar exercer a representação do sujeito passivo, tendo alegado também desconhecer o seu novo endereço. Em relação ao sócio administrador, José Roberto Dias Machado, alegou que ouvira dizer que se mudara para Uberaba/MG; ao longo do procedimento fiscal, foi solicitado ao procurador da fiscalizada a presença, em qualquer repartição fiscal da RFB, do citado sócio administrador, ou mesmo seu contato telefônico, pedido nunca atendido; salientese que, no curso do procedimento fiscal, foi emitido o Oficio n° 96/2010 (fl. 304), dirigido à Junta Comercial do Estado da Bahia JUCEB, solicitando cópia autenticada de todos os atos societários relativos ao sujeito passivo, depositados naquele órgão, que, em resposta, enviou o contrato social e suas alterações (fls. 305/352), sendo que a última foi de n° 06, datada de 12 de novembro de 2009, mas somente protocolada na Junta em 28/01/2010, por meio da qual é alterado o domicílio da empresa para Salvador/BA, Ladeira da Praça, 152, Edf. Dos Arquitetos, loja 07, Centro, bem como é excluído o sócio José Lins Motta, com a admissão do novo sócio, Sidney Rodrigues da Silva, este também com domicílio fiscal em Salvador/BA; o novo sócio admitido, Sidney Rodrigues da Silva, consta no CPF como detentor de quatro inscrições, três delas j á baixadas, por multiplicidade; Fl. 12948DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.949 4 cabe registrar que a citada alteração contratual de n° 06 jamais foi comunicada ou alegada pelo sujeito passivo a esta auditoria fiscal, nem mesmo no procedimento de inaptidão do CNPJ da fiscalizada, por inexistência de fato, que considerou, em suas razões, o endereço constante da alteração contratual datada de 15 de setembro de 2009, no município de Eunápolis/BA. Salientese que este endereço em Eunápolis vem sendo declarado em todas as petições apresentadas a esta auditoria fiscal, mesmo as protocoladas em 2010; 3.2 DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA PESSOA JURÍDICA: em 20/07/2010, foi protocolada Representação Fiscal Pessoa Jurídica Inapta, Processo n° 10952.000246/201066 (fls. 359/374), tendo em vista o disposto nos arts. 22, 39, 41 e 47 da Instrução Normativa RFB n° 1.005, de 2010, bem como o previsto na Súmula do STJ n° 435, de 2010, e a determinação da Portaria PGFN n° 180, de 2010, que tratam da responsabilidade tributária dos sócios administradores quando da dissolução irregular da pessoa jurídica (transcreve os citados dispositivos); por meio do Ato Declaratório Executivo n° 24, da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Itabuna (fls. 356/358), de 26 de julho de 2010, publicado no DOU em 02/08/2010, foi declarada inapta a inscrição do CNPJ da fiscalizada, cuja possível consequência, entre outras, é a imputação de responsabilidade tributária solidária aos sócios administradores do sujeito passivo; 3.3 DA REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIA EM PESSOAS VINCULADAS AO SUJEITO PASSIVO E SUAS RESPOSTAS: o comportamento reiteradamente evasivo e não colaborativo do sujeito passivo passou a mudar a partir da realização de novas diligências, pois, logo a seguir, conforme Termo de Constatação em anexo, a contribuinte retificou suas DIPJ 2006 e 2007, em 30/07/2010, e entregou parte dos livros fiscais, em 09/08/2010, sendo que a entrega desses documentos foi acompanhada de protocolo sem a identificação e a assinatura do representante legal da empresa; tendo constatado que a empresa havia constituído uma outra procuradora, além do contador Marcos Eriberto, dado obtido no procedimento de fiscalização anterior, objeto do Termo de Constatação e Intimação Fiscal lavrado em 29/07/2010 (fls. 148/150), foi decidida a abertura de nova diligência; o citado Termo de Constatação e Intimação Fiscal, de 29/07/2010, foi enviado para o endereço da procuradora, Onesina Martins da Silva Ramos Machado, e recebido, por via postal, em 02/08/2010 (fl. 151). O sujeito passivo, em resposta, protocolou, por meio de seu também procurador, Erivaldo Pereira Benevides, pedido de prorrogação de prazo, sob a alegação de que parte dos documentos estaria na posse do "contador na cidade de Eunápolis", o Marcos Eriberto, já identificado, sendo que o referido contador, anteriormente, então representante do sujeito passivo, tinha alegado, para o mesmo fim, o mesmo motivo, ou seja, que o material solicitado estaria localizado na cidade de Itabuna; Fl. 12949DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.950 5 também foram abertas diligências em relação às exsócias da fiscalizada, Bárbara Coutinho Ramos e Indira Coutinho Ramos, pessoas que também constituíram, em 01/02/2007, a CM Distribuidora de Bebidas Ltda., no antigo endereço da Comercial M Distribuidora Ltda., em Itabuna; diligências cumpridas no idêntico endereço cadastral de Bárbara Coutinho Ramos e Indira Coutinho Ramos constataram que, na verdade, tratase de imóvel pertencente a um parente (tia) das diligenciadas, Ranulfa Martins Ramos Habib, irmã da procuradora da fiscalizada, Onesina Martins da Silva Ramos Machado, entretanto, restou constatado que nesse endereço elas não moravam há mais de seis meses (fl. 106); também foi efetuada diligência em relação a Onesina Martins, com endereço cadastral no mesmo condomínio onde residiriam Indira e Bárbara, sendo que o declarante, conforme Termo em anexo (fl. 105), confirmou o domicílio da diligenciada, mas disse que no momento ela estaria ausente; no endereço da CM Distribuidora de Bebidas Ltda., idêntico ao ocupado pela fiscalizada antes de sua mudança de domicílio para Eunápolis, não foram encontrados seus sócios, Raimundo Jerônimo Dias Machado Júnior e Onesina Martins, marido e mulher; o agente fiscal foi recebido por Silvana Carvalho de Santana Curvelo, atual empregada e gerente administrativa da diligenciada e pessoa que possuía, à época do procedimento fiscal já encerrado, vínculo trabalhista com a fiscalizada, também como gerente administrativa, ocasião em que representou a Comercial M Distribuidora na ciência do Termo de Início. Silvana também figura como testemunha na 4ª Alteração do Contrato Social do sujeito passivo, por meio da qual Indira Coutinho Ramos foi admitida na sociedade; no Termo de Constatação e Declaração lavrado durante esta diligência, Silvana confirmou a data de constituição da CM Distribuidora de Bebidas, janeiro de 2007, mas com início de atividade em agosto de 2008, e também que a diligenciada utiliza as mesmas instalações físicas da Comercial M Distribuidora, empresa que teria sido mudada para Eunápolis, para desenvolver atividade diversa do ramo de distribuição de bebidas, segundo a declarante (fl. 107); quanto ao aproveitamento dos bens pertencentes à Comercial M, afirmou Silvana que tais bens teriam sido adquiridos, entregando, no ato, relação da frota de veículos, própria e locada. Foi realizada vistoria no pátio de estacionamento de veículos da diligenciada, cujo resultado encontrase em Termo de Constatação específico (fls. 136/147); o fato é que a diligência constatou a presença, no pátio de estacionamento/descarregamento de veículos da diligenciada, de caminhões pertencentes ou que foram de propriedade da fiscalizada, evidenciando a utilização, em sua atividade operacional, pela CM Distribuidora de Bebidas Ltda.; Fl. 12950DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.951 6 ainda em relação à frota utilizada pela diligenciada, foram entregues 11 contratos de locação de veículos de carga, todos firmados em 2009 e 2010, tendo a CM Distribuidora como locatária, representada ora por sua sócia administradora, Onesina Martins, ora por Bárbara Coutinho Ramos, esta presumivelmente representante da diligenciada, tendo em vista ter se desligado, como sócia, da CM Distribuidora, antes da assinatura de tais documentos; em relação às exsócias da Comercial M e da CM Distribuidora, Bárbara e Indira, a declarante afirmou que provavelmente eram sobrinhas do atual sócio da diligenciada, Raimundo Machado Júnior; novo Termo de Constatação e Reintimação Fiscal foi lavrado, em 02/09/2010, por conta do não atendimento do Termo lavrado em 29/07/2010, e enviado aos sócios administradores do sujeito passivo e à procuradora Onesina Martins da Silva Ramos Machado, cujo teor é reproduzido às fls. 32/35. Os termos enviados aos sócios administradores, José Lins Motta e José Roberto Dias Machado, por via postal, foram devolvidos, com as informações de que o número do endereço cadastral indicado não existe (José Roberto) e de que o destinatário é desconhecido (José Lins Motta); a única correspondência efetivamente entregue, portanto, foi para a procuradora, Onesina Martins, conforme Aviso de Recebimento de fl. 204, sendo que, no dia 23/09/2010, o sujeito passivo voltou a se manifestar, por meio de seu procurador, Erivaldo Pereira Benevides, conforme expediente de fls. 213/215; 3.4 DA CONSTATAÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITAS: as receitas brutas contidas nas DIPJ dos anoscalendário de 2005 e 2006, entregues pela contribuinte em 29/06/2006 e 29/06/2007, respectivamente, revelam incompatibilidade com os valores de vendas de mercadorias e serviços informados em suas declarações enviadas ao fisco estadual (DMA), assim como os valores escriturados em seus livros fiscais; no curso da ação fiscal, o sujeito passivo apresentou DIPJ retificadoras, para os anoscalendário de 2005 e 2006, na data de 30/07/2010, ocasião em que não mais se encontrava sob espontaneidade, não sendo consideradas essas retificadoras no atual procedimento fiscal; as declarações Dacon e DCTF, por outro lado, não revelam créditos ou débitos relativos a tributos do sujeito passivo, assim como demonstrativos de PIS e de Cofins, por terem sido preenchidos, sistematicamente, com valores zerados. Quanto às receitas auferidas pela venda de produtos com tributação monofásica, o sujeito passivo, mesmo sob intimação (fls. 353/355), enviada ao seu procurador, Erivaldo Pereira Benevides, preferiu o silêncio; também foi solicitado à contribuinte apresentar retificadoras das declarações Dacon e DCTF, com informação dos tributos eventualmente recolhidos antes do início da ação fiscal, providência que não adotou; Fl. 12951DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.952 7 foi apurada, portanto, omissão de receitas nos anos sob análise, já que a contribuinte não informou à RFB, ou informou a menor, receitas de vendas de mercadorias e serviços, embora as tenha informado ao fisco estadual, por meio de DMA, e realizada a sua escrituração no Livro de Registro de Saídas, conforme quadro resumo apresentado a seguir; 3.5 DA APURAÇÃO DAS BASES DE CÁLCULO E ALÍQUOTAS IRPJ, CSLL, PIS E COFINS: a sistemática de tributação pelo lucro presumido considera a receita bruta apurada pela contribuinte, escriturada no Livro de Saídas, em cotejo com o Livro de Apuração de ICMS e DMA transmitidas ao fisco estadual, conforme quadro à fl. 37; nesse procedimento fiscal, foram considerados os valores escriturados pela contribuinte no Livro de Saídas, visto que, com exceção do mês de maio de 2006, não apresentam diferenças significativas com os valores transmitidos via DMA; sobre as bases tributáveis trimestrais e mensais, incidem as alíquotas de 15% e 10% para o IRPJ e adicional, 3% para a Cofins, 9% para a CSLL e 0,65% para o PIS; 3.6 DO APROVEITAMENTO DOS VALORES DOS TRIBUTOS RECOLHIDOS: diante do não exercício da faculdade da contribuinte, mesmo sob intimação fiscal, de retificar suas DCTF, os recolhimentos efetuados espontaneamente não serão aproveitados no presente procedimento, por não ter havido confissão de dívida. No entanto, em havendo impugnação ao presente lançamento de ofício, o órgão julgador poderá exonerar a contribuinte do montante pago e da respectiva multa, razão pela qual foi feito o quadro resumo de fl. 38/40, com os pagamentos realizados pela empresa, de acordo com a data de apuração; 4 DA SUJEIÇÃO PASSIVA TRIBUTÁRIA: 4.1 HISTÓRICO DE ALTERAÇÃO DE ENDEREÇO DO SUJEITO PASSIVO E PROCEDIMENTO FISCAL ANTERIOR: o estabelecimento comercial da empresa sempre ocupou o galpão e demais salas do endereço na Rua São Sebastião, 111, no Bairro de Fátima, em Itabuna/BA, onde desenvolvia sua atividade de distribuidora exclusiva da marca Schincariol na respectiva base territorial; em 29/08/2007, foi iniciado procedimento de fiscalização respaldado pelo MPF 529/2007, cuja ciência do Termo de Início se deu no citado endereço, que resultou em lançamento de tributos com a mesma fundamentação do atual procedimento (receita da atividade não declarada). Os autos de infração correspondentes foram cientificados à empresa na pessoa de Onesina Martins da Silva Ramos Machado, procuradora com amplos, gerais e ilimitados poderes de administração em relação Fl. 12952DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.953 8 ao sujeito passivo, pelo menos desde 17 de novembro de 2006, consoante instrumento de mandato apresentado à época dos fatos; em 21/11/2008, conforme consulta ao CNPJ, foi alterado, pela contribuinte, seu endereço cadastral, para a Avenida Santos Dumont, 100, Bairro Pequi, Eunápolis/BA, local onde foram realizadas tentativas de ciência pessoal dos atos relativos a este procedimento, todas infrutíferas. Tal modificação teve suporte na alteração do Contrato Social datado de 15 de setembro de 2008, que também excluía do seu quadro social as então sócias e irmãs Bárbara Coutinho Ramos e Indira Coutinho Ramos, tendo como testemunha o procurador e contador da empresa Marcos Eriberto Moreno Freitas; diligências efetuadas no curso do procedimento fiscal, em relação às pessoas físicas e jurídica Bárbara, Indira, Onesina e CM Distribuidora, todas vinculadas entre si por parentesco ou por participações em empresas, não comprovaram a razoabilidade e a validade da alteração do Contrato Social da Comercial M, datada de 15/09/2008, em que as sócias Bárbara e Indira deixam a sociedade e em que é alterado o domicílio da empresa para Eunápolis. As diligenciadas, sob intimação, não comprovaram a efetividade dessa modificação contratual, ao não demonstrarem, com documentação hábil e idônea, o recebimento do preço pela venda de suas cotas na Comercial M; 4.2 A EXTINÇÃO E A SUCESSÃO DE FATO DO SUJEITO PASSIVO: as instalações físicas do atual endereço do sujeito passivo em nada se equivalem às existentes em seu endereço anterior, em Itabuna, sendo certo que não comportam o desenvolvimento da atividade de distribuição atacadista de bebidas da marca Schincariol, pela total inadequação de suas instalações físicas e ausência de mão de obra. Há ainda o aspecto impeditivo de continuação da atividade de distribuidor dessa marca em Eunápolis, por já estar estabelecida, nessa praça, há anos, uma empresa que detém a exclusividade dessa distribuição; as informações de vendas contidas nas declarações fiscais da tradicional indústria fornecedora do sujeito passivo, Primo Schincariol Ind. de Cervejas e Refrigerantes do Nordeste S/A, acusam relacionamento comercial com o sujeito passivo até o ano de 2007, ano em que suas vendas à interessada somaram R$13.202.336,67, não havendo informações, por meio de declarações enviadas à RFB, a partir de 2008, de vendas de bebidas dessa marca para a fiscalizada. No ano de 2008, por exemplo, o total de vendas declaradas por fornecedores outros soma apenas pouco mais de R$ 76.000,00 e, a partir de 2009, não constam quaisquer informações de vendas de produtos ao sujeito passivo, confirmando sua extinção de fato, em relação a essa atividade; as informações de movimentação financeira da contribuinte, via CPMF/DIMOF, também atestam a sua extinção de fato, na medida em que esses valores caíram, de mais de R$ 22 milhões, em 2007, para cerca de R$1 milhão, em 2008, e, em 2009, ano em que se iniciou o Fl. 12953DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.954 9 atual procedimento fiscal, registrase movimentação financeira de apenas R$225 mil; a análise do histórico do número de empregados da pessoa jurídica ao longo dos anos analisados é decisiva na confirmação da extinção de fato da empresa e na caracterização de ter havido sucessão, segundo consulta aos bancos de dados informatizados relativos aos vínculos trabalhistas e previdenciários; em setembro de 2008, foi iniciado o processo de demissão dos empregados da empresa, cujo efetivo médio mensal, até então, era de 70 empregados, e ao final desse mês, já havia caído para 46, passando a 35 no final de outubro, a 19 no final de novembro e a 8 no final de dezembro de 2008. A última declaração GFIP, de setembro de 2010, registra que havia apenas 2 empregados ao final desse mês, sendo que ambos sob licença por acidente de trabalho. Nenhum desses empregados, demitidos ou não, possui domicílio no município de Eunápolis; a relação de empregados do mês de agosto de 2008, mês imediatamente anterior ao processo de demissão de seus empregados, revela um total de 68 inscritos na Previdência Social, um deles inscrito na qualidade de sócio (Bárbara Coutinho Ramos), outro na condição de empregado sob contrato de trabalho a termo, outro sob licença por acidente de trabalhos e os demais 65 como empregados ativos, dos quais 43 foram imediatamente contratados, após demitidos da Comercial M, pela CM distribuidora de Bebidas Ltda., CNPJ 08.681.197/000183, empresa que passou a ocupar as mesmas instalações físicas da fiscalizada; em agosto de 2008, foi iniciado o processo de admissão de empregados da CM distribuidora de Bebidas Ltda., cujo efetivo ao final desse mês alcançou o número de 5, crescendo exponencialmente a partir de setembro, a saber: 27 empregados em setembro de 2008, 49 em outubro, 68 em novembro e 76 em dezembro. A partir de janeiro de 2009, o número de contratações e demissões indica uma estabilização no quadro de empregados da empresa, com uma leve tendência de crescimento, até a estabilização em torno de 92 empregados, segundo as últimas declarações GFIP transmitidas; ao contrário do movimento decrescente de compra de mercadorias para revenda, demonstrada em relação à Comercial M Distribuidora, os dados atribuídos à CM Distribuidora de Bebidas acusam crescimento vertiginoso em suas aquisições, passando de um valor de compras de pouco mais de R$5,8 milhões no ano de 2008, para R$15,5 milhões em 2009, segundo informações da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (ICMS Entradas); os dados do Sistema SINAL (pagamentos de tributos federais) revelam também início de atividades operacionais da CM Distribuidora em agosto de 2008, assim como as movimentações financeiras, que somaram nesse mês R$ 303 mil (nos meses anteriores zero), totalizando no ano cerca de R$ 7,0 milhões, sendo que, já no ano seguinte, os créditos em suas contas bancárias totalizaram R$ 20,7 milhões; Fl. 12954DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.955 10 deve ser lembrado que a Comercial M foi constituída em 19/12/2002 e a CM Distribuidora em 01/02/2007, ambas originalmente no mesmo endereço, local onde também consta a existência da empresa Alto Astral Distribuidora Ltda. ME, CNPJ n° 04.442.787/000187, constituída em 16/05/2001, hoje na condição de ATIVA perante a RFB, mas que, durante a diligência no endereço cadastral, por conta da CM Distribuidora, não se mostrou visível à auditoria fiscal. A constituição, o desenvolvimento operacional e o controle dessas empresas são realizados por pessoas da mesma família, parentes ou afins, como será detalhado a seguir; em relação à identidade de endereços, as duas empresas só diferem na numeração que possuem na Rua São Sebastião: galpão comercial de n° 111/C , para a Comercial M, e de n° 112, para a CM Distribuidora. Para esclarecer tal divergência, foi efetuada diligência junto ao locador do imóvel, Délio Nunes da Rocha, que esclareceu que, no passado, havia, nesse endereço, duas numerações, que foram unificadas no cadastro do município de Itabuna, tratandose, na verdade, de um único endereço para fins comerciais; as cópias dos contratos de locação revelam que as empresas Comercial M e CM Distribuidora, de maneira não simultânea, são as únicas locatárias desse ponto comercial, desde 01/12/2002 até esta data, sendo que, em agosto de 2008, início das atividades da CM Distribuidora, ainda estava em vigência o contrato de locação comercial com sua sucedida, Comercial M, que, nesse mês, iniciou seu processo de extinção de fato da empresa; 4.3 O CONTROLE DAS EMPRESAS POR PESSOAS PARENTES OU AFINS: na constituição da Comercial M Distribuidora Ltda., constaram como sócios iniciais, no Contrato Social, Bárbara Coutinho Ramos e João Luiz Martins da Silva Ramos. Em relação a esses sócios, e a outros que os sucederam, além de outras pessoas vinculadas às empresas Comercial M e CM Distribuidora, podese afirmar que: a) João Luiz: exsócio da Comercial M, atual sócio da Alto Astral Distribuidora, irmão de Onesina Ramos (procuradora com plenos poderes da Comercial M e sócia da CM Distribuidora, casada com Raimundo J. Machado Júnior, também sócio da CM Distribuidora); irmão de Ranulfa Martins Ramos, cujo endereço cadastral é o mesmo de Bárbara e de Indira Coutinho Ramos, suas sobrinhas. Tem como fonte pagadora (DIRF) a empresa Alto Astral, da qual é sócio, situada no mesmo endereço da CM Distribuidora; b) Bárbara C. Ramos: exsócia da Comercial M e CM Distribuidora, apesar de nunca ter recebido rendimentos tributáveis dessas empresas, como, por exemplo, pro labore. Foi sócia da Comercial M até novembro de 2008, data em que a empresa realizou alteração do Contrato Social pelo qual modificou seu endereço para Eunápolis/BA, com o estratagema de extinguila de fato, passando por sua dissolução irregular, por inexistência de fato, proporcionando à CM Distribuidora sucedêla em sua atividade. É sobrinha de Onesina Martins, procuradora com amplos poderes de administração da fiscalizada; Fl. 12955DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.956 11 c) Maria Marcelina Bastos Machado: exsócia da Comercial M e da Alto Astral Distribuidora, mãe de Raimundo Jerônimo Dias Machado Júnior, este atual sócio da CM Distribuidora de Bebidas; mãe de José Roberto Dias Machado, que é atual sócio da Comercial M, após a transferência da empresa para Eunápolis. Tem como fonte pagadora (DIRF) a empresa Alto Astral, da qual é sócia, situada no mesmo endereço da CM Distribuidora; d) Indira Coutinho Ramos: exsócia da Comercial M e da CM Distribuidora, apesar de nunca ter recebidos destas empresas rendimentos tributáveis. Foi sócia da Comercial M até novembro de 2008 e é sobrinha de Onesina Martins. Tem ou teve como fonte pagadora (DIRF) a empresa Hotel Mar Aberto Ltda., também controlada pela família Ramos Machado; e) José Roberto Dias Machado: atual sócio da Comercial M, desde a alteração contratual datada de 15/09/2009, data em que a empresa mudou seu domicílio para Eunápolis. Cunhado de Onesina Ramos Machado e irmão de Raimundo Jerônimo Dias Machado Júnior, atual sócio da CM Distribuidora de Bebidas; f) Gerson Barros Machado: contado da CM Distribuidora de Bebidas e excontador da Comercial M; irmão de Carlos Alberto Barros Raimundo, que foi preposto da Comercial M quando do último procedimento de fiscalização, encerrado em 27/09/2007; g) Onesina Martins da Silva Ramos Machado: procuradora com plenos poderes da Comercial M Distribuidora e sócia da CM Distribuidora de Bebidas, respectivamente sucedida e sucessora de fato. Casada com Raimundo Jerônimo Dias Machado Júnior, também sócio da CM Distribuidora, e tia de Bárbara e Indira Coutinho Ramos, exsócias da Comercial M e da CM Distribuidora; h) Raimundo Jerônimo Dias Machado Júnior: sócio da CM Distribuidora e casado com Onesina Ramos Machado, procuradora da Comercial M, cujas exsócias são suas sobrinhas; por outro lado, alterações do Contrato Social com o objetivo de promover a extinção de fato da sociedade, como as ocorridas em 15/09/2008 e em 12/11/2009, esta omitida pelo sujeito passivo e pessoas diligenciadas ao longo de todo o procedimento fiscal, por meio das quais a fiscalizada retirouse de sua base territorial, onde desenvolvia, sob contrato de exclusividade, a distribuição de bebidas de forte marca nacional, estabelecendose em outro município, no qual não poderia exercêla, revela total falta de finalidade dos referidos negócios jurídicos; no presente caso, apesar de não caracterizada a sucessão legal, de direito, restou comprovada a sucessão real do sujeito passivo por empresa que passou a desenvolver exatamente suas atividades, com a mesma clientela, sem solução de continuidade, no mesmo endereço da sucedida e com transferência dos ativos (recursos humanos e materiais) até então utilizados; os sucessores respondem pelos créditos tributários cujos fatos geradores ocorreram anteriormente à data da sucessão, conforme o Fl. 12956DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.957 12 disposto nos arts. 129, 132, 133 e 142 do Código Tributário Nacional (CTN) e no art. 5 o do Decretolei n° 1.598, de 1977 (transcreve) e também conforme doutrina reproduzida; dispõe o art. 124, caput e inciso I, do CTN que são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum com a situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Por outro lado, são pessoalmente responsáveis pelos créditos tributários resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto, os diretores, gerentes, representantes de pessoas jurídicas de direito privado, os mandatários, prepostos e empregados, de acordo com os incisos II e III do art. 135 do CTN; no caso, restou comprovado que os sócios administradores do sujeito passivo praticaram condutas que resultaram nos seguintes ilícitos: a) dissolução irregular da sociedade, ao não comunicar à RFB ter deixado de exercer suas atividades em seu endereço cadastral, conforme consta do Processo Administrativo n° 10952.000246/2010 66; b) extinção de fato do sujeito passivo, ao transferir sua sede para município onde não poderia exercer sua atividade de distribuição de bebidas sob contrato de exclusividade; c) sonegação fiscal, ao não recolher os tributos federais (IRPJ, CSLL, PIS e Cofins) sobre os fatos geradores ocorridos nos anos de 2005 e 2006, lançados de ofício com a penalidade de multa qualificada de 150%; d) alteração do Contrato Social da empresa com desvio de finalidade dos negócios jurídicos; 5. DA INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA MULTA QUALIFICADA: foi aplicada a multa qualificada de 150% sobre os créditos tributários constituídos, em conformidade com o art. 44, inciso I, c/c o § I o e o § 2o, II, da Lei n° 9.430, de 1996, com a redação dada pela Lei n° 11.488, de 2007, pois restou configurado que a fiscalizada agiu de maneira dolosa ao não declarar, ou declarar a menor, rendimentos ao Fisco Federal, apesar de têlos escriturado em seus livros fiscais e informado ao Fisco Estadual, de maneira sistemática, ao longo de todos os meses dos dois anos fiscalizados. Tal conduta lesiva da contribuinte aos interesses fazendários j á fora constatada em ação fiscal anterior, por meio da qual também foi lançada a multa qualificada de 150%>; diante de todas as condutas constatadas na ação fiscal, já descritas neste Relatório de Verificação Fiscal, restou demonstrado que a interessada agiu, em seus negócios jurídicos, dolosamente, com desvio de finalidade, no sentido de impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária; 6. OBSERVAÇÕES FINAIS: Fl. 12957DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.958 13 provada a conduta dolosa praticada pelo sujeito passivo, por meio de seus sócios administradores, procuradores e sucessora, impõese a lavratura da Representação Fiscal para Fins Penais, nos termos do art. 1º da Portaria RFB n° 665, de 2008; a ciência dos lançamentos será também efetuada em face das pessoas nomeadas como responsáveis tributários solidários, sócios administradores, procuradores com amplos, gerais e ilimitados poderes, além de sua sucessora, por meio dos respectivos Termos de Sujeição Passiva, a saber: a) Bárbara Coutinho Ramos, CPF n° 010.028.71581 (fls. 54/56); b) Indira Coutinho Ramos, CPF n° 029.308.58512 (fls. 57/59); c) José Roberto Dias Machado, CPF n° 032.771.58551 (fls. 60/62); d) Onesina Martins da Silva Ramos Machado, CPF n° 163.391.42591 (fls. 50/52); e) CM Distribuidora de Bebidas Ltda., CNPJ n° 08.681.197/000183 (fls. A ciência da interessada foi considerada como ocorrida em 18/11/2010, através de editais dirigidos aos seus responsáveis tributários, anexados às fls. 631/633, conforme Despacho SARAC DRF/ITA n° 4.020/2010, anexado à fl. 871. A autuada apresentou, em 26/11/2010, a impugnação de fls. 641/662, acompanhada dos documentos de fls. 663/870, por meio de seu procurador, devidamente constituído através da procuração de fl. 681, com as seguintes alegações, em síntese: CONTESTAÇÃO DO RELATÓRIO DE VERIFICAÇÃO FISCAL: • a autuada, conforme contrato de exclusividade de produtos da marca Schincariol, exercia atividade de comércio atacadista de bebidas, mais especificamente cervejas, refrigerantes e água mineral, nas regiões elencadas no contrato, fato do conhecimento do autuante, e, por razões meramente contratuais, negociais e de política de mercado (nova marca) entre a autuada e a Schincariol, o contrato foi rescindido, perdendo a exclusividade em Itabuna, ocasião em que foi obrigada a transferir a empresa para outro endereço, Avenida Santos Dumont, 100, Eunápolis/BA, com outro objeto social, o Comércio Varejista de Materiais para Construção e Comércio Atacadista de Cerveja, Chopps e Refrigerantes, com a expectativa de ainda conseguir contrato de exclusividade com a Schincariol, ou até mesmo ser uma simples distribuidora atacadista, sem exclusividade, fato este que se prolongou por muito tempo e não veio a se consumar, justamente quando foi objeto de fiscalização pela Receita Federal. Neste período, com a frustração da não realização do contrato, a empresa teve que ser transferida para a Ladeira da Praça, 52, Ed. Dos Arquitetos, Loja 07, Centro, Salvador/BA, e, ao tentar obter a transferência, foi surpreendida com a inaptidão de ofício, razão pela qual ora requer o retorno à condição de Ativa, com a improcedência do Ato Declaratório; Fl. 12958DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.959 14 • ao contrário do que foi relatado pelo autuante, nesse período, os sócios da autuada conseguiram outro contrato de exclusividade, em Itabuna, com outras exigências de política e mercado, assim como garantias, impondo a constituição de outra empresa, que de boafé foi constituída, de início com os mesmos sócios, do mesmo grupo familiar de empreendedores, atendendo a exigências contratuais, ocasião em que, de fato e de direito, iniciou suas atividades, gerando centenas de empregos diretos e indiretos, conforme Contrato Social e alterações anexas; • a autuada teve o seu CNPJ incluído na condição de inapta, sem que o agente fiscal tenha diligenciado para saber o motivo do não início de atividade e o porquê da transferência para o endereço em Salvador. Conforme estabelece a Instrução Normativa RFB n° 1.005, de 2010, art. 46, a empresa está providenciando a regularização da situação com o objetivo de ativar o seu CNPJ, uma vez que ainda possui patrimônio e parcelamento junto à RFB; DA REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS EM PESSOAS VINCULADAS E SUAS RESPOSTAS DA SUJEIÇÃO PASSIVA TRIBUTÁRIA: • o auditor fiscal preocupouse por demasia em vincular os sócios da autuada e da CM Distribuidora de Bebidas Ltda., esta última operando suas atividades normalmente, cumprindo suas obrigações fiscais, trabalhistas e tributárias, e, mesmo assim, o autuante, extrapolando suas competências, diligenciou de todas as formas, com o objetivo de imputar a essas pessoas a responsabilidade solidária pelos créditos tributários ora constituídos de ofício, esquecendo de verificar os aspectos fiscais e contábeis verdadeiros, constituindo créditos indevidos e deixando de considerar os tributos devidamente pagos e/ou parcelados, conforme a Lei n° 11.941, de 2009, o que mais adiante restará comprovado, com farta documentação; DA REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS PROCESSO N° 13558.001563/200745: DA IMPOSSIBILIDADE DE DENÚNCIA E INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL ANTES DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: • a ação penal, ou início de inquérito policial, contra o contribuinte, pela eventual prática de crime contra a ordem tributária, ou apreciação indevida de verba previdenciária, só pode ser iniciada após o encerramento da processo administrativo que comprove a irregularidade fiscal, conforme posicionamento das Cortes Superiores e de vários juristas, o que não ocorreu no presente caso, nem vai ocorrer, uma vez que ficará demonstrado que a autuada nada deve aos cofres da Fazenda Nacional; • o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça tem determinado que, nestas situações, há impedimento de instauração de inquérito policial ou de denúncia antes do término do procedimento administrativo, conforme acórdãos reproduzidos; Fl. 12959DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.960 15 • o STF editou a súmula vinculante n° 24, dizendo que "não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º , incisos I a IV, da Lei 8.137, de 1990, antes do lançamento definitivo do tributo"; • na hipótese de parcelamento do crédito tributário, o que ocorreu no processo ora impugnado, através da Lei n° 11.941, de 2009, antes do oferecimento da denúncia, essa somente poderia ser aceita na superveniência de inadimplemento da obrigação objeto da denúncia (arts. 67, 68 e 69 da Lei n° 11.941, de 2009, transcritos na impugnação); MÉRITO DO AUTO DE INFRAÇÃO: DA CONSTATAÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITAS: • o início de fiscalização ocorreu em 22/09/2009, sendo reiniciado em 02/09/2010, conforme Termo de Continuidade e Reintimação Fiscal, à fl. 197, encaminhado à exsócia Onesina Martins da Silva Ramos Machado, que tomou ciência somente em 02/08/2010 (sic), conforme AR de fl. 204; • observe que houve uma paralisação de quase um ano, por parte da Receita Federal, ou seja, mais de 60 dias, fazendo renascer a espontaneidade da contribuinte; • as DIPJ retificadoras dos anoscalendário de 2005 e 2006, enviadas pela internet em 30/07/2010, antes da ciência do reinício da fiscalização, nas quais a autuada reconhece os equívocos e informa os valores corretos da sua receita, sendo posteriormente objeto de parcelamento, nos termos da Lei n° 11.941, de 2009, devem ser consideradas como denúncia espontânea, uma vez que o sujeito passivo recuperou o direito à espontaneidade; • o auditor fiscal informa que solicitou a retificação da DACON e da DCTF, alegando ele preservar os direitos do sujeito passivo, no entanto, contrariando essa informação, já estando o CNPJ na condição de Inaptidão, não foi possível o envio pela internet das referidas declarações retificadoras. Se se quer a apuração correta dos tributos devidos, porque o autuante não aceitou as DIPJ retificadoras de 2005 e 2006, em que constam os valores corretos dos tributos devidos, ou retificou, de ofício, a DACON e a DCTF, por não mais ser possível a retificação via internet? DIVERGÊNCIA NO RELATÓRIO DE VERIFICAÇÃO FISCAL COMPARADA COM A VERDADEIRA RECEITA, CONSTANTE NA ESCRITURAÇÃO FISCAL E PREENCHIMENTO DA DMA MENSAL E DIPJ ANOS DE 2005 e 2006: • o autuante discriminou no Relatório de Fiscalização que o faturamento bruto da empresa foi o total geral das saídas impresso no recibo de entrega do Resumo da DMA mensal, conforme quadros demonstrativos à fl. 26. No entanto, a verdadeira e correta situação não considerada pelo fiscal é a seguinte: ANOCALENDÁRIO DE 2005 Saídas de Mercadorias (em DMA e escrituradas) 17.143.008,52 Fl. 12960DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.961 16 Outras Saídas (vasilhames, brindes, doações) 18.318.668,41 Total Geral das Saídas da DMA mensal 35.461.676,93 Receita Bruta informada na DIPJ retificadora 17.143.008,52 Diferença 0,00 ANOCALENDÁRIO DE 2006 Saídas de Mercadorias (em DMA e escrituradas) 18.816.567,21 Outras Saídas (vasilhames, brindes, doações) 22.105.076,58 Total Geral das Saídas da DMA mensal 40.921.643,79 Receita Bruta informada na DIPJ retificadora 18.610.945,22 Vendas Canceladas 205.621,99 Diferença 0,00 • o fiscal considerou o total geral das saídas, discriminado no recibo de entrega da DMA mensal, mas não observou que, dentro deste valor, estão incluídas todas as operações de saídas da empresa, além das vendas, ou seja, remessa de vasilhames, brindes, outras saídas, bonificações, doações, remessa de conserto, conforme lista de discriminação de CFOP (Código Fiscal de Operação), em anexo às fl. 678/680; • os valores corretos do faturamento, para a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, de R$ 17.143.008,52 (2005) e de R$ 18.816.567,21 (2006), encontramse escriturados nos livros de registro de saídas e de apuração de ICMS, estando de acordo com o preenchimento da DMA mensal entregue no prazo, conforme planilhas e cópias em anexo, informadas nas DIPJ retificadoras, não havendo omissão de receitas nos períodos fiscalizados: o Anexo I (fl. 663) evidencia os valores individuais escriturados nos livros de apuração de ICMS e de saídas, no ano de 2005, coincidindo com o preenchimento das DMA mensais e as DIPJ retificadoras; o Anexo II (fl. 664) evidencia os valores individuais escriturados nos livros de apuração de ICMS e de saídas, no ano de 2006, coincidindo com o preenchimento das DMA mensais e as DIPJ retificadoras; o Anexo III (fl. 665) demonstra os valores apurados do IRPJ dos anos de 2005 e 2006, calculados trimestralmente de acordo com as receitas de vendas declaradas nas DIPJ, além dos valores pagos dos tributos através de DARF. Os valores devidos do IRPJ foram declarados e parcelados, de acordo com o benefício da Lei n° 11.941, de 2009, conforme recibos de pedido de parcelamento e DARF em anexo; o Anexo IV (fl. 666) demonstra os valores apurados da CSLL dos anos de 2005 e 2006, calculados trimestralmente de acordo com as receitas de vendas declaradas nas DIPJ, além dos valores pagos dos tributos através de DARF. Os valores devidos de CSLL foram declarados e parcelados, de acordo com o benefício da Lei n° 11.941, Fl. 12961DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.962 17 de 2009, conforme recibos de pedido de parcelamento e DARF em anexo; os Anexos V e VI demonstram o resumo da escrituração dos livros de apuração do ICMS, dos anos de 2005 e 2006, respectivamente, bem como as bases de cálculo do IRPJ e da CSLL dos anos fiscalizados; A VERDADEIRA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS E A COFINS APURADAS NO PERÍODO: • o fiscal, equivocadamente, considerou a receita bruta total arbitrada nos anos de 2005 e 2006, nos valores de R$ 35.461.676,93 e R$ 40.921.643,79, respectivamente, como base de cálculo do PIS e da Cofins, e tributou o total desse faturamento, conforme já demonstrado em planilhas, e também não observou que a empresa trabalha apenas com bebidas (água mineral, refrigerantes e cervejas), em que a tributação se dá no regime diferenciado, monofásico, ocorrendo em apenas uma fase, na industrialização ou na importação, sendo que, nas fases seguintes, a alíquota é zero, conforme legislação reproduzida no Anexo VII (fls. 669/677); • a empresa possuía exclusividade na venda desses produtos, conforme contrato em anexo, incidindo o PIS e a Cofins apenas sobre uma pequena parte do faturamento, relativa à venda de sucos de frutas, conforme DARF recolhidos no período e extrato de recolhimento em anexo; • o próprio auditor reconheceu esse fato durante a ação fiscal (fls. 35/36) e solicitou que fossem retificadas a DACON e a DCTF do período, para que fosses reconhecidas as verdadeiras receitas e bases de cálculo das contribuições, no entanto, não foi possível transmitir as retificadoras, tendo em vista que a empresa já estava cadastrada como inapta no sistema da RFB, fato que impede a transmissão das declarações via internet; • os valores corretos apurados encontramse demonstrados nas planilhas de fls. 659/660, nas quais se nota que a contribuinte nada deve a título de PIS e de Cofins no período fiscalizado; DA APURAÇÃO DAS BASES DE CÁLCULO E ALÍQUOTAS IRPJ, CSLL, PIS E COFINS: • o lançamento do imposto e das contribuições foi efetuado mediante provas emprestadas pelo fisco estadual, na confrontação dos valores informados nas DMA com os valores declarados equivocadamente nas DIPJ, não cometendo a contribuinte nenhuma fraude, mesmo porque tais valores foram devidamente escriturados; • o auditor fiscal utilizou os dados dos livros fiscais e das DMA e, mesmo assim, atribuiu valores superiores aos realmente devidos, quando optou por utilizar indevidamente o valor total das saídas, desprezando os valores constantes nos livros fiscais. Já a autuada retificou tempestivamente a DIPJ, com dados já informados nos livros fiscais e nas DMA; Fl. 12962DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.963 18 DO APROVEITAMENTO DOS VALORES DOS TRIBUTOS RECOLHIDOS: • a autuada realizou pagamentos do IRPJ e da CSLL, conforme DARF em anexo, demonstrados no próprio auto de infração pelo Sistema SINAL, faltando ser considerado na apuração os valores reconhecidos e informados nas DIPJ retificadoras de 2005 e 2006, que foram objeto de parcelamento, dentro dos critérios estabelecidos pela Lei n° 11.941, de 2009, sendo que a autuada atendeu a todos os requisitos e encontra se, atualmente, adimplente com as parcelas; • o próprio autuante diz que não considerou em seu levantamento os valores reconhecidos e informados nas DIPJ retificadoras, sob a alegação de que tais valores deveriam ter sido informados em DCTF, declaração esta que a autuada ficou impossibilitada de enviar, como j á explicitado; DO PEDIDO: • do exposto, a autuada requer diligência e perícia fiscal e que sejam reconhecidos os equívocos dos lançamentos efetuados, com sua total improcedência. Apreciadas as razões de defesa, a DRJ de origem decidiu pela procedência parcial da impugnação. Em breve síntese, o órgão julgador afastou parte da exigência do IRPJ, PIS, Cofins e CSLL, acolhendo o argumento da impugnante segundo o qual o montante apurado pela autoridade fiscal a título de omissão de receitas está incorreto, tendo em vista que não foram por ele excluídas as saídas de mercadorias que não representam receitas, tais como as remessas de vasilhames e sacarias, as remessas em bonificação, doação ou brinde, etc. Também foi afastada pelo órgão a quo a exigência de multa de ofício sobre os tributos pagos pela contribuinte antes de iniciada ação fiscal, mas não informados em DCTF. Em razão de haver exonerado a contribuinte do pagamento de tributos e encargos de multa em montante superior ao limite de alçada, a DRJ submeteu sua decisão ao duplo grau de jurisdição. Irresignada, a contribuinte interpôs recurso voluntário parcial para: a) reconhecer como devidos o IRPJ e a CSLL mantidos na decisão de primeiro grau. Afirma ainda que tais valores foram objeto de pedido de parcelamento, nos termos da Lei nº 11.941/2009 (fl. 785 e ss.); b) contestar a exigência da multa de ofício sobre os valores acima referidos, sob o argumento de que houve apresentação espontânea das DIPJs retificadoras, com a consequente confissão dos respectivos débitos. Alega que o início da ação fiscal ocorreu somente em 23/09/2010, data em que a procuradora da pessoa jurídica foi cientificada do termo de constatação e reintimação fiscal, conforme AR (fl. 204). Afirma serem inválidas as intimações anteriores àquela data, pois dirigidas a pessoa que não mais detinha poderes para representar a empresa; Fl. 12963DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.964 19 c) contestar a exigência da contribuição para o PIS e da Cofins, haja vista que é monofásica a incidência dessas contribuições sobre os produtos comercializados pela recorrente, quais sejam, cervejas e refrigerantes. Neste contexto, foram anexadas ao recurso as notas fiscais exigidas na decisão de primeiro grau; d) contestar a exigência de multa qualificada, sob a alegação de que não houve máfé. Ao final de sua peça recursal pede a interessada o seguinte: A vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal e de parte do Acórdão, espera e requer a Recorrente seja acolhido o presente Recurso Voluntário, para o fim de assim ser decidido, requerendo o seguinte: A) Reconhecer o lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, no valor de R$ 667.079,07 (seiscentos e sessenta e sete mil e setenta e sete reais e sete centavos), à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, no montante de R$ 386.142,70 (trezentos e oitenta e seis mil, cento e quarenta e dois reais e setenta centavos), desistindo do recurso administrativo relativo a este dois tributos; B) Desistência de impugnação ou de recurso administrativo ou da ação judicial de que tratam o caput e o § 1º do art.13 da Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 6, de 2009, relativo ao IRPJ e CSLL da letra A acima; C) Manutenção no parcelamento de acordo com a Lei 11.941 de 27/05/2009, que está em fase de consolidação dos débitos no âmbito da Receita Federal do Brasil, agora com reabertura do prazo pela portaria Conjunta PGFN/RFB n° 2, de 03 de fevereiro de 2011; D) Nulidade da Multa agravada de 150%, por não estar nas hipóteses da Lei 4.502/64; E) Total improcedência da cobrança das contribuições do PIS e da COFINS, por ser tributada pelo regime monofásico, sendo comprovadas com documentação hábeis e idôneas, notas fiscais de aquisição e vendas, dos produtos submetidos a este regime. F) Exclusão da responsabilidade solidária das pessoas físicas e jurídica citadas no processo, uma vez, que a Recorrente passará a existir de fato, conforme processo de restabelecimento do CNPJ sob n° 10580.723078/201137. Voto Vencido Conselheiro Marcelo Cuba Netto, relator. 1) Da Admissibilidade dos Recursos Os recursos de ofício e voluntário atendem aos pressupostos processuais de admissibilidade estabelecidos no Decreto nº 70.235/72 e, portanto, deles devese tomar conhecimento. Fl. 12964DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.965 20 2) Do Recurso de Ofício O órgão de primeiro grau exonerou a contribuinte do pagamento dos seguintes valores constantes do auto de infração: a) de parte do IRPJ, contribuição para o PIS, Cofins, CSLL e respectivos encargos legais, conforme demonstrativo à fl. 883 e ss., tendo em vista haver entendido não se configurarem receitas os valores registrados no livro registro de saídas a título de devoluções de compras, remessas de bonificação e doação, remessas de mercadoria em consignação, devoluções de mercadoria em consignação, remessas de vasilhames e sacarias, outras saídas de mercadorias ou prestação de serviços não especificados, devolução de compras (outro estado) e devolução de vasilhames (outro estado); b) dos encargos de multa de ofício relativos a tributos e contribuições que não foram informados pela contribuinte em DCTF, mas que foram pagos antes do início da ação fiscal, conforme demonstrativo à fl. 885. Em relação ao item “a” acima, dúvida poderia surgir quanto às “outras saídas de mercadorias ou prestação de serviços não especificados – CFOP 5949”, já que as demais rubricas ali arroladas evidentemente não implicam auferimento de receita. No entanto, é sabido que aquele CFOP é comumente utilizado em eventos de troca de mercadorias. Examinando, por amostragem, as notas fiscais de saída emitidas pela contribuinte, é possível concluir que o CFOP 5949 foi por ela utilizado justamente nas operações de troca de mercadorias (fl. 3528). Como as trocas também não representam receitas, correta a decisão da DRJ de origem. Quanto ao item “b”, tendo em vista que os tributos não foram informados em DCTF, correta a sua manutenção no presente processo. Ademais, como foram pagos antes do início do procedimento fiscal, correta também a exclusão da respectiva multa de ofício. 3) Da Parcela não Litigiosa – Valores Principais de IRPJ e CSLL Ao final de sua peça recursal a interessada reconheceu como devidos os valores de IRPJ e CSLL mantidos pela decisão de primeiro grau, conforme transcrito a seguir: A) Reconhecer o lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, no valor de R$ 667.079,07 (seiscentos e sessenta e sete mil e setenta e sete reais e sete centavos), à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, no montante de R$ 386.142,70 (trezentos e oitenta e seis mil, cento e quarenta e dois reais e setenta centavos), desistindo do recurso administrativo relativo a este dois tributos; Pleiteou também a recorrente o seguinte: B) Desistência de impugnação ou de recurso administrativo ou da ação judicial de que tratam o caput e o § 1º o do art.13 da Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 6, de 2009, relativo ao IRPJ e CSLL da letra A acima; C) Manutenção no parcelamento de acordo com a Lei 11.941 de 27/05/2009, que está em fase de consolidação dos débitos no âmbito da Receita Federal do Brasil, agora com reabertura do prazo pela portaria Conjunta PGFN/RFB n° 2, de 03 de fevereiro de 2011; Fl. 12965DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.966 21 Pois bem, parte do valor dos débitos ora reconhecidos pela interessada já foi paga antes de iniciado o procedimento de ofício, conforme descrito no item “b” do capítulo anterior deste voto. Como dito ali, deve a autoridade local promover a alocação desses pagamentos aos respectivos débitos, afastando a exigência de multa de ofício proporcional. Quanto ao IRPJ e CSLL restantes, apesar de alegado, não há nos autos deste processo qualquer documento que comprove que os referidos débitos realmente tenham sido objeto de parcelamento. De ver que os recibos de pedido de parcelamento juntados pela interessada (fl. 785 e ss.), não comprovam que os débitos sob exame estejam ali incluídos. Seja como for, o reconhecimento da existência dos débitos de IRPJ e CSLL, e a desistência do recurso voluntário, implicam o fim do litígio quanto ao seu valor principal, já que a multa de ofício proporcional foi contestada pela recorrente, conforme será examinado mais a frente. Isso posto, em relação aos valores principais de IRPJ e CSLL remanescentes, deve a autoridade local apartálos para um novo processo, para fins de vinculação ao processo de parcelamento ou cobrança administrativa/judicial, conforme o caso. 4) Da Contribuição para o PIS e da Cofins – Tributação Monofásica Em sua impugnação a interessada alegou ser indevida a exigência da contribuição para o PIS e da COFINS, sob o argumento de que os produtos por ela comercializados, quais sejam, água mineral, refrigerantes e cervejas, sofrem a incidência dessas contribuições de maneira monofásica, pelo industrial ou importador. Afirma que incide PIS e Cofins apenas sobre uma pequena parte das receitas da empresa, relativamente à venda de sucos de frutas, e que os respectivos débitos encontramse quitados, conforme DARFs em anexo à impugnação. Ao apreciar as razões de defesa a DRJ de origem manteve a exigência sob o argumento de que a contribuinte não apresentara as notas fiscais de saída, as quais comprovariam se os produtos ali descritos estão, ou não, abrangidos pelo regime monofásico da contribuição para o PIS e da Cofins. No recurso voluntário a interessada repetiu os argumentos suscitados na impugnação e anexou a quase totalidade das notas fiscal de compra e venda de produtos (fl. 1296 e ss.). Pois bem, sobre a incidência da contribuição para o PIS e da Cofins sobre água mineral, refrigerantes e cervejas os arts. 49 e 50 da Lei nº 10.833/2003, com as alterações legislativas vigentes no período objeto do lançamento, assim estabelecem: Art. 49. A contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS devidas pelos importadores e pelas pessoas jurídicas que procedam à industrialização dos produtos classificados nas posições 22.01, 22.02, 22.03 (cerveja de malte) e no código 2106.90.10 Ex 02 (preparações compostas, não alcoólicas, para elaboração de bebida refrigerante), todos da TIPI, aprovada pelo Decreto nº 4.542, de 26 de dezembro de 2002, serão calculadas sobre a receita bruta decorrente da venda desses produtos, respectivamente, com a aplicação das alíquotas de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) e 11,9% (onze inteiros e nove décimos por cento). (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 12966DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.967 22 § 1º O disposto neste artigo, relativamente aos produtos classificados nos códigos 22.01 e 22.02 da TIPI, alcança, exclusivamente, água, refrigerante e cerveja sem álcool. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) Art. 50. Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS em relação às receitas auferidas na venda: I dos produtos relacionados no art. 49, por comerciantes atacadistas e varejistas, exceto as pessoas jurídicas a que se refere o art. 2º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996; (...) Pelo exame, por amostragem, das notas fiscais de saída, é possível concluir que os produtos comercializados pela ora recorrente subsumemse à água mineral, refrigerantes e cervejas. Isso posto, e como a atividade da interessada é justamente a revenda por atacado desses produtos, devese afastar a exigência da contribuição para o PIS e da Cofins. 5) Da Multa de Ofício Alega a recorrente haver apresentado DIPJs retificadoras antes de iniciada a ação fiscal, informando ali os corretos débitos de IRPJ e CSLL. Diz que a ação fiscal iniciouse em 23/09/2010 (fl. 204), e que são inválidas as intimações anteriores àquela data, já que dirigidas à pessoa que, à época, não mais era procuradora da empresa. Pois bem, ao contrário do que alega a recorrente, a ação fiscal iniciouse em 23/09/2009, data em que o Sr. Marcos Eriberto Moreno Freitas foi pessoalmente cientificado do termo de início da ação fiscal (fl. 66 e ss.). Referida pessoa possui procuração outorgada pela ora recorrente com poderes expressos para representála perante a Receita Federal (fl. 69). Caberia à recorrente comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a revogação da referida procuração em data anterior a 23/09/2009. Como não o fez, é de se presumir que o mandato encontravase válido e eficaz. Afirma ainda a recorrente ser incabível a qualificação da multa de ofício, tendo em vista não ter havido máfé. Também aqui não assiste razão à interessada. O dolo em sua conduta pode ser facialmente verificado em razão de: a) haver apresentado DIPJs relativas aos anos de 2005 e 2006 informando receitas em montante muito inferior àquelas declaradas ao fisco estadual. Registrese que, como visto acima, as DIPJs retificadoras contendo os valores corretos somente foram apresentadas após o início da fiscalização; b) não haver informado os tributos devidos em DCTF; c) haver adotado comportamento evasivo após a paralisação das operações da empresa, alterando por mais de uma vez o seu domicílio sem comunicar o fato ao fisco, dificultando assim a sua localização pelos agentes fiscais. Fl. 12967DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.968 23 Em assim sendo, correta a qualificação da multa de ofício. 6) Conclusão Tendo em vista todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso de ofício, e por dar parcial provimento ao recurso voluntário, para: a) determinar a alocação dos pagamentos realizados pelo sujeito passivo a título de IRPJ, contribuição para o PIS, Cofins e CSLL, conforme demonstrativo à fl. 885, aos respectivos débitos objeto do lançamento. Tendo em vista que os referidos pagamentos foram efetuados antes de iniciado o procedimento fiscal, devese afastar a multa de ofício proporcional correspondente; b) determinar, tendo em vista não mais serem objeto de litígio, sejam apartados para um novo processo os valores principais de IRPJ e CSLL remanescentes, com vistas à sua vinculação ao alegado processo de parcelamento, ou para cobrança, conforme o caso; c) exigir da contribuinte e dos responsáveis solidários (fl. 50 e ss.) o pagamento da multa de ofício qualificada incidente sobre os débitos de IRPJ e CSLL indicados no item anterior; d) exonerar a contribuinte e os responsáveis solidários do pagamento da contribuição para o PIS e da Cofins remanescentes, após a alocação determinada no item “a”. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Voto Vencedor Conselheiro João Carlos de Lima Junior, redator designado. Inicialmente peço vênia para discordar da posição adotada pelo Ilustre Relator que em seu voto considera inaplicável ao caso o benefício da Lei nº 11.941/2009, que trata da redução da multa de ofício em face da adesão ao parcelamento da referida lei e, por isso considerada desnecessária a diligência. Nesse ponto cumpre destacar trecho do voto proferido: “(...) Quanto ao IRPJ e CSLL restantes, apesar de alegado, não há nos autos deste processo qualquer documento que comprove que os referidos débitos realmente tenham sido objeto de parcelamento. De ver que os recibos de pedido de parcelamento juntados pela interessada (fl. 785 e ss.), não comprovam que os débitos sob exame estejam ali incluídos. Seja como for, o reconhecimento da existência dos débitos de IRPJ e CSLL, e a desistência do recurso voluntário, implicam o fim do litígio quanto ao seu valor principal, já que a multa de ofício proporcional foi contestada pela Fl. 12968DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.969 24 recorrente, conforme será examinado mais a frente.(..) Cumpre destacar o que dispõe o artigo 1º, §3º da lei 11.941/09: Art. 1o Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses, nas condições desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e os débitos para com a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, inclusive (...) § 3o Observado o disposto no art. 3o desta Lei e os requisitos e as condições estabelecidos em ato conjunto do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional e do Secretário da Receita Federal do Brasil, a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data de publicação desta Lei, os débitos que não foram objeto de parcelamentos anteriores a que se refere este artigo poderão ser pagos ou parcelados da seguinte forma: I – pagos a vista, com redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; II – parcelados em até 30 (trinta) prestações mensais, com redução de 90% (noventa por cento) das multas de mora e de ofício, de 35% (trinta e cinco por cento) das isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; III – parcelados em até 60 (sessenta) prestações mensais, com redução de 80% (oitenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 30% (trinta por cento) das isoladas, de 35% (trinta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; IV – parcelados em até 120 (cento e vinte) prestações mensais, com redução de 70% (setenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 25% (vinte e cinco por cento) das isoladas, de 30% (trinta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; ou V – parcelados em até 180 (cento e oitenta) prestações mensais, com redução de 60% (sessenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 20% (vinte por cento) das isoladas, de 25% (vinte e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal. Fl. 12969DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10952.000394/201081 Resolução nº 1201000.088 S1C2T1 Fl. 12.970 25 Do artigo transcrito é possível verificar que a lei 11.941/09 abriu a possibilidade para os contribuintes optarem por parcelar ou pagar à vista seus débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal ou para com a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, inclusive tributos retidos na fonte, com redução de multas, juros de mora e exclusão integral do encargo legal. A Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 22 de julho de 2009, que regulamentou o parcelamento e o pagamento de débitos previsto na Lei nº 11.941, de 2009, dispôs em seu art. 15 que: “Após a formalização do requerimento de adesão aos parcelamentos, será divulgado, por meio de ato conjunto e nos sítios da PGFN e da RFB na Internet, o prazo para que o sujeito passivo apresente as informações necessárias à consolidação do parcelamento.” Nesse contexto foi editada a portaria conjunta PGFN/RFB nº 02 de 2011 que estabeleceu o cronograma da consolidação a ser observado pelos optantes e também da possibilidade de retificação das modalidades de parcelamento para os contribuintes que já haviam optado e desejassem alterar. Da documentação acostada aos autos extraise que o contribuinte formalizou o pedido de parcelamento, razão pela qual o presente julgamento deve ser convertido em diligência para que a fiscalização confirme (i) se o parcelamento foi consolidado, (ii) se o débito objeto do auto de infração em discussão neste processo foi incluído no parcelamento, bem como (iii) para que seja verificado o efetivo número de parcelas para a proporcional redução da multa nos termos do que dispõe a lei 11941/09. É como voto. (documento assinado digitalmente) João Carlos de Lima Junior – Redator designado. Fl. 12970DF CARF MF Impresso em 25/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por MARCELO CU BA NETTO, Assinado digitalmente em 03/02/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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