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Numero do processo: 10980.916809/2011-83
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/11/2003 a 30/11/2003
ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO.
O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrante, portanto, do conceito de receita bruta.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.551
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Lenisa Prado, Charles Pereira Nunes e José Renato Pereira de Deus.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, Walker Araujo, José Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Charles Pereira Nunes e Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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PIS/COFINS. INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES. Recorrente SANPLAST INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PLÁSTICOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/11/2003 a 30/11/2003 ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrante, portanto, do conceito de receita bruta. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Lenisa Prado, Charles Pereira Nunes e José Renato Pereira de Deus. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, Walker Araujo, José Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Charles Pereira Nunes e Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição/Declaração de Compensação (PERDCOMP) eletrônico por meio da qual a contribuinte objetivava quitar débitos tributários/solicitar restituição de valor utilizandose de créditos de COFINS, que teria sido indevidamente recolhido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 91 68 09 /2 01 1- 83 Fl. 39DF CARF MF Processo nº 10980.916809/201183 Acórdão n.º 3302004.551 S3C3T2 Fl. 3 2 A justificativa apresentada pela autoridade fiscal para não homologar a compensação/indeferir o pedido de restituição foi que o DARF discriminado na PERDCOMP havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte. Cientificada sobre o teor do despacho decisório, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, na qual alega que o pedido de compensação/restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pela instância de origem, nos termos do Acórdão 06040.435. Irresignada a contribuinte interpôs recurso voluntário, o que motivou a subida dos autos a este Conselho. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.500, de 25 de julho de 2017, proferido no julgamento do processo 10980.900996/201183, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.500) 1: "Em que pese as razões arroladas pela ilustre Relatora, peço licença para divergir dos fundamentos e do resultado dado ao presente o processo administrativo. Conforme relatado anteriormente, alega a Recorrente que os créditos são decorrentes de pagamentos a maior da Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. Cita e pede aplicação dos RE´s 240.7852/MS e 574.706. Para dirimir a controvérsia sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS e, afastar a aplicação da decisão proferida pela Suprema Corte ao presente caso, empresto e adoto como fundamento as razões de decidir da i. Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, nos autos do processo administrativo nº 10283.902818/201235 (acórdão 3302004.158): 1 Deixo de transcrever o voto vencido, que pode ser facilmente consultado no Acórdão paradigma, mantendo apenas o entendimento predominante da Turma expresso no voto vencedor. Fl. 40DF CARF MF Processo nº 10980.916809/201183 Acórdão n.º 3302004.551 S3C3T2 Fl. 4 3 A controvérsia cingese sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS. A situação que permeia os tribunais na atualidade é de dois posicionamentos conflitantes quanto à inclusão ou não do tributo na base de cálculo do PIS e da COFINS. O Superior Tribunal de Justiça no REsp 1144469/PR, em sistema de recursos repetitivos assim decidiu: RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA OU FATURAMENTO. INCLUSÃO DO ICMS. 1. A Constituição Federal de 1988 somente veda expressamente a inclusão de um imposto na base de cálculo de um outro no art. 155, §2º, XI, ao tratar do ICMS, quanto estabelece que este tributo: "XI não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos". 2. A contrario sensu é permitida a incidência de tributo sobre tributo nos casos diversos daquele estabelecido na exceção, já tendo sido reconhecida jurisprudencialmente, entre outros casos, a incidência: 2.1. Do ICMS sobre o próprio ICMS: repercussão geral no RE n. 582.461 / SP, STF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18.05.2011. 2.2. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre as próprias contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 976.836 RS, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.8.2010. 2.3. Do IRPJ e da CSLL sobre a própria CSLL: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.113.159 AM, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11.11.2009. 2.4. Do IPI sobre o ICMS: REsp. n. 675.663 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24.08.2010; REsp. Nº 610.908 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20.9.2005, AgRg no REsp.Nº 462.262 SC, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20.11.2007. 2.5. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre o ISSQN: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015. 3. Desse modo, o ordenamento jurídico pátrio comporta, em regra, a incidência de tributos sobre o valor a ser pago a título de outros tributos ou do mesmo tributo. Ou seja, é legítima a incidência de tributo sobre tributo ou imposto sobre imposto, Fl. 41DF CARF MF Processo nº 10980.916809/201183 Acórdão n.º 3302004.551 S3C3T2 Fl. 5 4 salvo determinação constitucional ou legal expressa em sentido contrário, não havendo aí qualquer violação, a priori, ao princípio da capacidade contributiva. 4. Consoante o disposto no art. 12 e §1º, do DecretoLei n. 1.598/77, o ISSQN e o ICMS devidos pela empresa prestadora de serviços na condição de contribuinte de direito fazem parte de sua receita bruta e, quando dela excluídos, a nova rubrica que se tem é a receita líquida. 5. Situação que não pode ser confundida com aquela outra decorrente da retenção e recolhimento do ISSQN e do ICMS pela empresa a título de substituição tributária (ISSQNST e ICMSST). Nesse outro caso, a empresa não é a contribuinte, o contribuinte é o próximo na cadeia, o substituído. Quando é assim, a própria legislação tributária prevê que tais valores são meros ingressos na contabilidade da empresa que se torna apenas depositária de tributo que será entregue ao Fisco, consoante o art. 279 do RIR/99. 6. Na tributação sobre as vendas, o fato de haver ou não discriminação na fatura do valor suportado pelo vendedor a título de tributação decorre apenas da necessidade de se informar ou não ao Fisco, ou ao adquirente, o valor do tributo embutido no preço pago. Essa necessidade somente surgiu quando os diversos ordenamentos jurídicos passaram a adotar o lançamento por homologação (informação ao Fisco) e/ou o princípio da não cumulatividade (informação ao Fisco e ao adquirente), sob a técnica específica de dedução de imposto sobre imposto (imposto pago sobre imposto devido ou "tax on tax"). 7. Tal é o que acontece com o ICMS, onde autolançamento pelo contribuinte na nota fiscal existe apenas para permitir ao Fisco efetivar a fiscalização a posteriori, dentro da sistemática do lançamento por homologação e permitir ao contribuinte contabilizar o crédito de imposto que irá utilizar para calcular o saldo do tributo devido dentro do princípio da não cumulatividade sob a técnica de dedução de imposto sobre imposto. Não se trata em momento algum de exclusão do valor do tributo do preço da mercadoria ou serviço. 8. Desse modo, firmase para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendo se à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações". 9. Tema que já foi objeto de quatro súmulas produzidas pelo extinto Tribunal Federal de Recursos TFR e por este Superior Tribunal de Justiça STJ: Súmula n. 191/TFR: "É compatível a exigência da contribuição para o PIS com o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes". Súmula n. 258/TFR: "Incluise na Fl. 42DF CARF MF Processo nº 10980.916809/201183 Acórdão n.º 3302004.551 S3C3T2 Fl. 6 5 base de cálculo do PIS a parcela relativa ao ICM". Súmula n. 68/STJ: "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94/STJ: "A parcela relativa ao ICMS inclui se na base de cálculo do FINSOCIAL". 10. Tema que já foi objeto também do recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP (Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015) que decidiu matéria idêntica para o ISSQN e cujos fundamentos determinantes devem ser respeitados por esta Seção por dever de coerência na prestação jurisdicional previsto no art. 926, do CPC/2015. 11. Ante o exposto, DIVIRJO do relator para NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial do PARTICULAR e reconhecer a legalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES COMPUTADOS COMO RECEITAS QUE TENHAM SIDO TRANSFERIDOS PARA OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS. ART. 3º, § 2º, III, DA LEI Nº 9.718/98. NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA. NÃO APLICABILIDADE. 12. A Corte Especial deste STJ já firmou o entendimento de que a restrição legislativa do artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9.718/98 ao conceito de faturamento (exclusão dos valores computados como receitas que tenham sido transferidos para outras pessoas jurídicas) não teve eficácia no mundo jurídico já que dependia de regulamentação administrativa e, antes da publicação dessa regulamentação, foi revogado pela Medida Provisória n. 2.158 35, de 2001. Precedentes: AgRg nos EREsp. n. 529.034/RS, Corte Especial, Rel. Min. José Delgado, julgado em 07.06.2006; AgRg no Ag 596.818/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 28/02/2005; EDcl no AREsp 797544 / SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 14.12.2015, AgRg no Ag 544.104/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 28.8.2006; AgRg nos EDcl no Ag 706.635/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 28.8.2006; AgRg no Ag 727.679/SC, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 8.6.2006; AgRg no Ag 544.118/TO, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 2.5.2005; REsp 438.797/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 3.5.2004; e REsp 445.452/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 10.3.2003. 13. Tese firmada para efeito de recurso representativo da controvérsia: "O artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 não teve eficácia jurídica, de modo que integram o faturamento e também o conceito maior de receita bruta, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica". Fl. 43DF CARF MF Processo nº 10980.916809/201183 Acórdão n.º 3302004.551 S3C3T2 Fl. 7 6 14. Ante o exposto, ACOMPANHO o relator para DAR PROVIMENTO ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL. (REsp 1144469/PR; Relator: Napoleão Nunes Maia Filho; Relator para o acórdão: Mauro Campbell Maques) (grifos não constam no original) Já o Supremo Tribunal Federal, no RE 574.706RG/PR, julgou, no dia 15.03.2017, no sentido de que: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". Vencidos os Ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Nesta assentada o Ministro Dias Toffoli aditou seu voto. Plenário, 15.3.2017. (grifos não constam do original) No âmbito do regimento interno deste Egrégio Tribunal Administrativo, existe previsão normativa em seu artigo 62, anexo II, sobre a obrigatoriedade de se observar os precedentes em sistema de repetitivos e/ou repercussão geral na análise dos casos: RICARF Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) O RICARF prevê o requisito da decisão definitiva para a obrigatoriedade da aplicação do precedente, no caso em análise, o REsp 1.144.469/PR transitou em julgado em 10.03.2017 e o RE 574.706RG/PR ainda espera a modulação de seus efeitos, não havendo, portanto, trânsito em julgado. Logo, devese Fl. 44DF CARF MF Processo nº 10980.916809/201183 Acórdão n.º 3302004.551 S3C3T2 Fl. 8 7 observar a decisão, já transitada em julgado, do Superior Tribunal de Justiça. Em razão da obrigatoriedade por parte do conselheiro em aplicar o RICARF, acima exposto, os argumentos da Recorrente de desnecessidade de previsão legal para a exclusão do ICMS por respeito ao princípio da capacidade contributiva e da impossibilidade de considerar o ICMS como parte integrante do faturamento ficam, desde já, encontramse fundamentados com a aplicação do precedente obrigatório. Portanto, em conformidade com o REsp 1.144.469/PR, que firmou para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", é negado provimento ao recurso voluntário. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o litígio resumese ao direito a créditos decorrente de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 45DF CARF MF
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Numero do processo: 10805.900739/2013-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/06/2012
DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO.
A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material.
VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA.
As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado.
COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA.
O direito à restituição/ressarcimento/compensação deve ser comprovado pelo contribuinte, porque é seu o ônus. Na ausência da prova, em vista dos requisitos de certeza e liquidez, conforme art. 170 do CTN, o pedido deve ser negado.
Recurvo Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-003.115
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira- Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Orlando Rutigliani Berri, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Renato Vieira de Ávila.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/06/2012 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material. VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. O direito à restituição/ressarcimento/compensação deve ser comprovado pelo contribuinte, porque é seu o ônus. Na ausência da prova, em vista dos requisitos de certeza e liquidez, conforme art. 170 do CTN, o pedido deve ser negado. Recurvo Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 90 07 39 /2 01 3- 34 Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10805.900739/201334 Acórdão n.º 3201003.115 S3C2T1 Fl. 3 2 Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Orlando Rutigliani Berri, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Renato Vieira de Ávila. Relatório PETROLOG SERVIÇOS E ARMAZÉNS GERAIS LTDA. transmitiu PER/DCOMP alegando indébito da contribuição social (PIS ou Cofins). A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade, o declarante informou que o direito creditório decorrera do recolhimento indevido da contribuição e que procedera à retificação da DCTF, com observância de todos os trâmites administrativos adequados à compensação e que inexistia motivo para a negativa do pleito. Juntou cópia da DCTF retificadora. Nos termos do Acórdão nº 02056.978, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a Delegacia de Julgamento fundamentado sua decisão no fato de que o recolhimento alegado como origem do crédito encontravase integralmente alocado para a quitação de débito confessado, não se tendo por caracterizado o alegado pagamento indevido ou a maior, dada a inexistência de comprovação de erro no preenchimento da DCTF original. Destacouse que a retificação da DCTF, operada após a ciência do despacho decisório e sem suporte em nenhum outro elemento de prova, não se presta, por si só, para a comprovação do pagamento indevido ou a maior. Em seu recurso voluntário, o Recorrente alega, sucintamente, que o crédito pleiteado decorre de ativo imobilizado, obtido em atenção à prerrogativa legal outorgada pelas Leis nº 10.865/2002 e 12.546/2011. É o relatório Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201003.103, de 30/08/2017, proferido no julgamento do processo 10805.900727/201318, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.103): O recurso é tempestivo e não havendo outros óbices, dele conheço. Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10805.900739/201334 Acórdão n.º 3201003.115 S3C2T1 Fl. 4 3 Inicialmente, reproduzo quadro da decisão recorrida, para mostrar as datas do Darf, da DCTF, do Despacho Decisório e da DCTF retificadora. A retificação da DCTF foi feita após a ciência do Despacho Decisório, e não houve apresentação de provas ou alegação de direito na Manifestação de Inconformidade. O crédito pretendido não foi demonstrado e provado. Com efeito, o débito de Pis, no valor integral do Darf, foi confessado em DCTF. A DCTF é o instrumento formal para confissão de débito, no lançamento por homologação (Decretolei 2.124/84), de modo que o crédito tributário representado pelo valor integral do Darf foi formalmente constituído. A DCTF retificadora foi apresentada após o início do procedimento fiscal, e desse modo, não substitui a DCTF original, cf. art. 9º, §2º1 da Instrução Normativa da Receita Federal 1.110/2010, combinada com art. 138, § único2 do CTN e art. 16 da Lei 9.779/963. Estando o crédito tributário formalmente constituído, para que se pudesse retificálo, depois do início do procedimento fiscal, seria necessária prova de sua inexatidão, para o alcance da verdade material, que é objetivo do processo administrativo fiscal. Seria preciso demonstrar, documentalmente, a composição da Base de Cálculo e as deduções permitidas em lei, com os livros oficiais, tais como Diário, Razão, ou qualquer escrituração ou documento legal que se revista do caráter de prova. Ora, o ônus da prova cabe ao interessado (art. 36 da Lei 9.784/994, art. 373, I do CPC5). 1 Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. 2 Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 3 Art. 16. Compete à Secretaria da Receita Federal dispor sobre as obrigações acessórias relativas aos impostos e contribuições por ela administrados, estabelecendo, inclusive, forma, prazo e condições para o seu cumprimento e o respectivo responsável. 4 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. 5 Art. 373. O ônus da prova incumbe: Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10805.900739/201334 Acórdão n.º 3201003.115 S3C2T1 Fl. 5 4 A recorrente aduz, genericamente, tratarse de direito de crédito relativo a ativo imobilizado, referindo a Lei 12.546/2012. Não aponta especificamente o dispositivo legal que lhe daria direito. (...) O documento trazido como comprovação do alegado crédito relaciona alguns bens do imobilizado, sem demonstrar qualquer cálculo que se assemelhe ao valor requerido. (...) Desse modo, não havendo qualquer argumentação consistente quanto ao direito de crédito, e a ausência de documentos que comprovem o crédito pretendido, não há como ultrapassar os requisitos de certeza e liquidez exigidos para a Declaração de Compensação, cf. art. 170 do CTN6. Pelo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à contribuição para o PIS, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Cofins. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação da compensação. É o voto. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 6 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Fl. 85DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10805.900747/2013-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/05/2011
DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO.
A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material.
VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA.
As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado.
COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA.
O direito à restituição/ressarcimento/compensação deve ser comprovado pelo contribuinte, porque é seu o ônus. Na ausência da prova, em vista dos requisitos de certeza e liquidez, conforme art. 170 do CTN, o pedido deve ser negado.
Recurvo Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-003.123
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira- Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Orlando Rutigliani Berri, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Renato Vieira de Ávila.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/05/2011 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material. VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. O direito à restituição/ressarcimento/compensação deve ser comprovado pelo contribuinte, porque é seu o ônus. Na ausência da prova, em vista dos requisitos de certeza e liquidez, conforme art. 170 do CTN, o pedido deve ser negado. Recurvo Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 90 07 47 /2 01 3- 81 Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10805.900747/201381 Acórdão n.º 3201003.123 S3C2T1 Fl. 3 2 Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Orlando Rutigliani Berri, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Renato Vieira de Ávila. Relatório PETROLOG SERVIÇOS E ARMAZÉNS GERAIS LTDA. transmitiu PER/DCOMP alegando indébito da contribuição social (PIS ou Cofins). 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É o relatório Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201003.103, de 30/08/2017, proferido no julgamento do processo 10805.900727/201318, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.103): O recurso é tempestivo e não havendo outros óbices, dele conheço. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10805.900747/201381 Acórdão n.º 3201003.123 S3C2T1 Fl. 4 3 Inicialmente, reproduzo quadro da decisão recorrida, para mostrar as datas do Darf, da DCTF, do Despacho Decisório e da DCTF retificadora. A retificação da DCTF foi feita após a ciência do Despacho Decisório, e não houve apresentação de provas ou alegação de direito na Manifestação de Inconformidade. O crédito pretendido não foi demonstrado e provado. Com efeito, o débito de Pis, no valor integral do Darf, foi confessado em DCTF. A DCTF é o instrumento formal para confissão de débito, no lançamento por homologação (Decretolei 2.124/84), de modo que o crédito tributário representado pelo valor integral do Darf foi formalmente constituído. A DCTF retificadora foi apresentada após o início do procedimento fiscal, e desse modo, não substitui a DCTF original, cf. art. 9º, §2º1 da Instrução Normativa da Receita Federal 1.110/2010, combinada com art. 138, § único2 do CTN e art. 16 da Lei 9.779/963. 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Ora, o ônus da prova cabe ao interessado (art. 36 da Lei 9.784/994, art. 373, I do CPC5). 1 Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. 2 Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 3 Art. 16. Compete à Secretaria da Receita Federal dispor sobre as obrigações acessórias relativas aos impostos e contribuições por ela administrados, estabelecendo, inclusive, forma, prazo e condições para o seu cumprimento e o respectivo responsável. 4 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. 5 Art. 373. O ônus da prova incumbe: Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10805.900747/201381 Acórdão n.º 3201003.123 S3C2T1 Fl. 5 4 A recorrente aduz, genericamente, tratarse de direito de crédito relativo a ativo imobilizado, referindo a Lei 12.546/2012. Não aponta especificamente o dispositivo legal que lhe daria direito. (...) O documento trazido como comprovação do alegado crédito relaciona alguns bens do imobilizado, sem demonstrar qualquer cálculo que se assemelhe ao valor requerido. (...) Desse modo, não havendo qualquer argumentação consistente quanto ao direito de crédito, e a ausência de documentos que comprovem o crédito pretendido, não há como ultrapassar os requisitos de certeza e liquidez exigidos para a Declaração de Compensação, cf. art. 170 do CTN6. Pelo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à contribuição para o PIS, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Cofins. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação da compensação. É o voto. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 6 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Fl. 74DF CARF MF
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Numero do processo: 10070.001788/2007-86
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2006 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver contradição entre a decisão e os seus fundamentos. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Exercício: 2006 DCTF. SEMESTRAL. MENSAL. ALTERAÇÃO. VEDAÇÃO LEGAL. MULTA. PERÍODO. Havendo impedimento legal para retificação de DCTF semestral em mensal à época, sendo necessário procedimento administrativo para tal, não pode ser cobrado do contribuinte a multa por atraso na entrega no período entre o protocolo do pedido de cancelamento e a ciência da decisão que o deferir.
Numero da decisão: 1801-000.677
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos de declaração interpostos pela da Fazenda Nacional, para acolhê-los e, no mérito, retificar o Acórdão nº. 1801-00.274, de 2010, nos termos do voto da Relatora.
Nome do relator: Maria de Lourdes Ramirez
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Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver contradição entre a decisão e os seus fundamentos. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Exercício: 2006 DCTF. SEMESTRAL. MENSAL. ALTERAÇÃO. VEDAÇÃO LEGAL. MULTA. PERÍODO. Havendo impedimento legal para retificação de DCTF semestral em mensal à época, sendo necessário procedimento administrativo para tal, não pode ser cobrado do contribuinte a multa por atraso na entrega no período entre o protocolo do pedido de cancelamento e a ciência da decisão que o deferir. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos de declaração interpostos pela da Fazenda Nacional, para acolhêlos e, no mérito, retificar o Acórdão nº. 180100.274, de 2010, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) ______________________________________ Ana de Barros Fernandes – Presidente Fl. 2DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10070.001788/200786 Acórdão n.º 180100.677 S1TE01 Fl. 122 2 (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Maria de Lourdes Ramirez, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira, Edgar Silva Vidal e Ana de Barros Fernandes. Relatório Tratase de embargos de declaração interpostos pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional em face do Acórdão no. 180100.274, proferido por esta 1a. Turma Especial de Julgamento da 3a. Câmara da 1a. Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, em sessão realizada em 6 de julho de 2010, com fundamento no que dispõe o artigo 65 do Regimento Interno do deste Conselho (Portaria MF no. 256, de 2009). Histórico. Contra a empresa WEBB NEGÓCIOS S.A. foi lavrado auto de infração que exige o valor de R$ 41.202,63 a título de multa por atraso na entrega da DCTF relativa ao mês de junho/2006 (fls. 32). Cientificada do lançamento a contribuinte apresentou impugnação tempestiva (fls. 01 a 14) na qual alega que teria apresentado tempestivamente, em 12 de setembro de 2006, mas, equivocadamente, DCTF relativa ao primeiro semestre do anocalendário 2006, quando estava obrigada a apresentação de DCTF mensal em face do faturamento auferido. Ciente do erro cometido teria tentado retificar a DCTF apresentada erroneamente para fazer constar a periodicidade correta mas o sistema gerador e validador do programa DCTF não teria permitido tal alteração, impedido o processamento da declaração retificadora. Diante da impossibilidade de retificar a DCTF teria ingressado, em 09/11/2006, com pedido de cancelamento da DCTF entregue equivocadamente, a fim de regularizar sua situação perante a RFB, tendo sido protocolizado o processo nº. 10070.001788/200603. Observou que o impedimento para retificar a DCTF decorria de vedação constante dos artigos 12, § 8º, e 13 da IN SRF 583, de 2005: Art. 12. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. ... Fl. 3DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10070.001788/200786 Acórdão n.º 180100.677 S1TE01 Fl. 123 3 § 8º A retificação de DCTF não será admitida quando resultar em alteração da periodicidade, mensal ou semestral, de declaração anteriormente apresentada. Art. 13. A DCTF apresentada com periodicidade diversa da primeira declaração entregue relativa ao mesmo anocalendário não produzirá efeitos. Necessitava, assim, que a RFB promovesse ao cancelamento da DCTF semestral para que procedesse a entrega das DCTF com periodicidade mensal, observando que a vedação expressa na IN SRF nº. 583, de 2005, teria sido superada em 14/12/2006 com a edição da IN SRF nº. 695, de 2006, cujo artigo 13 teria corrigido tal equívoco e permitido a retificação quando verificada a hipótese de entrega indevida de DCTF semestral pelas pessoas jurídicas obrigadas à entrega da DCTF mensal: Art. 13. A DCTF apresentada com periodicidade diversa da primeira declaração entregue relativa ao mesmo anocalendário não produzirá efeitos, salvo nos casos de entrega indevida da DCTF Semestral por pessoas jurídicas que se enquadrem nas hipóteses de obrigatoriedade de entrega da DCTF Mensal. Parágrafo único. Em se tratando de entrega indevida da DCTF Semestral por pessoas jurídicas que se enquadrem nas hipóteses de obrigatoriedade de entrega da DCTF Mensal, será devida a multa pelo atraso na entrega das DCTF Mensais relativas ao período considerado. Entende que a modificação trazida pela IN SRF nº. 695, de 2006, seria suficiente para demonstrar o descabimento da vedação constante da IN SRF nº. 583, de 2005, representando evidente correção normativa de regulamentação anterior. No pedido final constante da peça impugnatória a contribuinte pleiteou alternativamente: 1) pelo cálculo da multa tendo por termo final de incidência a data da entrega da DCTF semestral, sob a justificativa de que ao entregar tempestivamente a DCTF semestral restaria demonstrado sua disposição em cumprir com suas obrigações perante a RFB, com o fornecimento de todas as informações e dados solicitados, tendo havido apenas erro na periodicidade das informações, o que reduziria a multa para R$ 11.772,18 [(2 meses X 2% = 4%) X R$ 588.609,13]; 2) pelo cálculo da multa tendo por termo final a data do protocolo do pedido de cancelamento da DCTF entregue com periodicidade semestral, pois nesse contexto, para regularizar sua situação e entregar as DCTFs mensais, dependeria da vontade da Administração em proceder ao cancelamento da DCTF entregue erroneamente, o que reduziria a multa para R$ 23.544,36 [(4 meses X 2% = 8%) X R$ 588.609,13]; 3) pela aplicação da retroatividade benigna prevista no artigo 106, II “c” do CTN, do disposto na IN SRF nº 695, de 2006. À fl. 41 consta cópia do DARF de recolhimento no valor de R$ 5.856,09, sob o código 1345. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10070.001788/200786 Acórdão n.º 180100.677 S1TE01 Fl. 124 4 Apreciando o litígio a DRJ no Rio de Janeiro I/RJO1 julgou a exigência procedente, observando que a impugnante não teria contestado estar obrigada a entrega da DCTF mensal e que não haveria autorizarão legislativa que permitisse a aplicação de outra contagem de prazo ou de outro termo final para a incidência da multa aplicada. Cientificada da decisão a interessada interpôs tempestivamente Recurso Voluntário (fls. 50 a 64) no qual reitera as razões de defesa argüidas na impugnação ao lançamento – Recurso nº. 142.743. Pelo Acórdão nº. 3102.00.130, de 27 de março de 2009, a 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Primeira Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais deu provimento parcial ao recurso da contribuinte, acolhendo parcialmente o pleito e determinando que a multa por atraso fosse calculada tendo por termo final a data do protocolo do pedido de cancelamento da DCTF entregue sob periodicidade semestral, ou seja, 09/11/2006. O Relator Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes entendeu que a contribuinte não poderia ser penalizada pelo atraso na entrega da declaração no período do protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral até a ciência do deferimento, pois a recorrente, nesse ínterim, estava à mercê da vontade da Administração em solucionar o problema. Ao final do voto o Relator consignou: Assim, sopesando direitos e deveres da administração e dos administrados, entendo que a melhor solução para o caso é o afastamento da multa por atraso na entrega da DCTF somente para o período entre o protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral e o primeiro dia útil seguinte ao da ciência daquela decisão, procedimento necessário para que o contribuinte pudesse sanar sua falha. A recorrente tomou ciência do Acórdão em 28/10/2009, mediante o “Termo de Vista em Processo” de fl. 77. À fl. 82 consta extrato de pesquisa efetuada junto ao sistema interno da RFB denominado “Consulta DCTF”, datada de 30/01/2007, que acusa a entrega pela contribuinte, em 12/09/2006, de DCTF relativa ao 1º Semestre/2006, com o status de “original/ativa”, e à fl. 83, cópia do despacho exarado no processo nº. 10070.001788/200603 (pedido de cancelamento de DCTF) nos seguintes termos: “Encaminhese o p.p. à SRRF07/DIVAT (01107020) face as divergências apontadas a seguir: A receita bruta no anocalendário 2004 é maior que R$ 30.000,00 (fls. 161); No CNPJ consta como não obrigada a DCTF mensal em 2006, (159/160), A entrega por erro de DCTF semestral quando estava obrigada a mensal não consta como motivo para cancelamento de DCTF (fls. 162).” À fl. 84 consta extrato de pesquisa realizada em 30/01/2007 junto ao sistema interno da RFB denominado “CNPJConsulta”, na qual consta que no anocalendário de 2006 a contribuinte não estaria obrigada a entrega da DCTF mensal. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10070.001788/200786 Acórdão n.º 180100.677 S1TE01 Fl. 125 5 À fl. 85 encontrase acostada cópia do seguinte despacho exarado em 07/02/2007, pela Divisão de Administração Tributária da 7ª RF no processo nº. 10070.001788/200603 (pedido de cancelamento de DCTF): “Mediante mensagem de correio eletrônico, a Derat/RJO/Dicat informou a esta Divisão que a pessoa jurídica Webb Negócios S.A, CNPJ 02.890.199/000104, entregara, por erro, declaração DCTF semestral, referente ao 1º semestre de 2006, quando estava obrigada à apresentação da DCTF mensal por haver auferido receita bruta superior a R$ 30 milhões no anocalendário de 2004, e que, através do presente processo, era solicitado o cancelamento daquela declaração. Informou ainda que o programa de cancelamento de DCTF somente permite o cancelamento para declarações até o ano de 2005 e que no sistema não havia opção que atendesse o presente caso. Por fim, foi informado que a pessoa jurídica não consegue apresentar DCTF mensal. A mensagem foi então repassada, também por correio eletrônico, à Coordenação Geral de Administração Tributária (Corat) que prestou orientação no sentido de lhe ser encaminhado o processo para a solicitação ao Serpro da realização de apuração especial para: a) cancelar a DCTF apresentada indevidamente; e, b) alterar a situação da pessoa jurídica no cadastro do CNPJ. Os procedimentos relativos às DCTFs apresentadas indevidamente encontramse descritos na Norma de Execução Corat 04/2006 e seus arts. 2º e 3º atribuem à Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário (Dicat) a competência para o deferimento do pedido. Considerando que a pessoa jurídica encontrase sob a jurisdição administrativa da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária do Rio de Janeiro, conforme extrato de fls. 159, e que não consta nestes autos decisão acerca do Requerimento de fls. 01, proponho o retorno do presente processo à Derat/RJO/Dicat para que se manifeste quanto ao pedido da pessoa jurídica. Sendo o mesmo deferido, o processo então devera retornar a esta Divisão para posterior envio à Corat.” À fl. 86 encontrase novo extrato de pesquisa efetuada junto ao mesmo sistema “Consulta DCTF”, agora datada de 09/03/2007, onde consta que a contribuinte teria apresentado DCTF mensal relativa a todos os meses do anocalendário 2006, tempestivamente, todas com o status de “original/ativa” e às fls. 87/88, cópia do Despacho que deferiu o cancelamento da DCTF semestral, exarado no processo nº. 10070.001788/200603 – pedido de cancelamento de DCTF, datado de 12/03/2007. Às fls. 90, encontramse as razões de embargos de declaração interpostos pela Derat/RJO1: “Considerandose tratar de auto infração de multa por atraso na entrega da DCTF do mês de JUNHO/2006, referente ao tempo decorrido entre o dia 28/02/2007, data em que se considerou entregue a DCTF – e o dia 07/08/2006 prazo final para a entrega da DCTF do mês em questão; Considerandose que houve solicitação de cancelamento da DCTF semestral apresentada, em 09/11/2006, através do processo nº. 10070.001788/200603, diante da impossibilidade de corrigir seu equívoco de forma espontânea, com a apresentação das DCTF para cada um dos meses do ano de 2006 (fls. 36/37); Fl. 6DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10070.001788/200786 Acórdão n.º 180100.677 S1TE01 Fl. 126 6 Considerandose que o entendimento da interessada é de que o termo final de incidência da multa por atraso na entrega da DCTF deveria ser a data da entrega da DCTF semestral – 12/09/2006 – eis que a referida DCTF trazia todas as informações necessárias à verificação do adimplemento das obrigações tributárias, devendo o auto de infração ser parcialmente cancelado (fls. 02/03); Considerando o DARF recolhido em 17/10/2007, no valor de R$ 5.886,09 a título de multa pelo atraso na entrega da DCTF (fls. 81); Considerando a decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Terceira Seção de Julgamento, formalizada no Acórdão 310200.130, de 27/03/2009 (fls. 68/75), que deu provimento parcial ao recurso, no sentido do ‘afastamento da multa por atraso na entrega da DCTF somente para o período entre o protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral e o primeiro dia útil seguinte ao da ciência daquela decisão, procedimento necessário para que o contribuinte pudesse sanar sua falha’; Considerandose que ao buscar no processo nº. 10070.001788/200603 a informação referente a data da ciência da decisão que cancelou a DCTF, podese constar os seguintes fatos: 1. encontrase acostado ao processo extrato do sistema de controle de entrega de DCTF ‘Consulta à Declaração – Relação de Declarações’, datado de 30/01/2007, onde consta o registro de entrega da DCTF semestral em 02/09/2006, referente ao período de 01/01/2006 a 30/06/2006, com o status de ‘original/ativa’ (fls. 82); 2. a DERAT/DICAT/RJ, setor responsável pela análise do pleito de cancelamento da DCTF semestral, encaminhou questionamento à Superintendência da 7ª RF informando, dentre outras questões, as seguintes divergências: (...) No CNPJ consta como não obrigada à DCTF mensal em 2006, (...). A entrega por erro de DCTF semestral quando estava obrigada a mensal não consta como motivo para cancelamento da DCTF’ (fls. 83/84); 3. a Superintendência repassou o questionamento à Coordenação Geral de Administração Tributária (Corat) que prestou orientação no sentido do processo ser encaminhado ao Serpro para realização de apuração especial para: a) cancelar a DCTF apresentada indevidamente; e b) alterar a situação da pessoa jurídica no cadastro CNPJ (fls. 82); 4. encontrase acostado ao processo novo extrato do sistema de controle de entrega de DCTF ‘Consulta à Declaração – Relação de Declarações’, desta vez 09/03/2007 onde não mais consta o registro de entrega de DCTF semestral em 2006, havendo o registro de entrega das DCTF relativas aos meses de janeiro a dezembro de 2006, com o status ‘Original/Ativa’, todas com data de entrega dentro do prazo legal, nos termos da IN SRF 482, de 21/12/2004 (fls. 83); 5. o pleito de cancelamento da DCTF semestral foi deferido em 12/03/2007 (fls. 85/86), com ciência ao interessado em 23/03/2007, uma sextafeira (fls. 87), sendo informado no despacho de deferimento que ‘mediante apuração especial esta DCTF já foi cancelada e (...) já foi regularizada a entrega das DCTF de 2006 e no cadastro CNPJ consta como obrigada a entrega da DCTF mensal’; Fl. 7DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10070.001788/200786 Acórdão n.º 180100.677 S1TE01 Fl. 127 7 Considerando o fato novo não apreciado, à época, pelo E. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Terceira Seção de Julgamento, qual seja, a regularização da entrega das DCTF mensais do ano de 2006 mediante apuração especial pelo Serpro, suscitando dúvida na execução do Acórdão 310200.130; Proponho a restituição do processo ao CARF – Terceira Seção de Julgamento, a título de embargos de declaração, para apreciação da questão apontada.” Esta 1a. Turma Especial acolheu os embargos da Derat/RJO e, em sessão de julgamento realizada em 06/07/2010, proferiu o Acórdão no. 180100.274, de lavra desta Relatora, de seguinte resultado: “[...] Por todo o exposto voto no sentido acolher os embargos de declaração e, no mérito, confirmar a decisão proferida no Acórdão nº. 310200.130, de 27 de março de 2009, da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, devendo a multa por atraso na entrega da DCTF relativa ao mês de junho de 2006 ser calculada tendo como termo final o dia 09/11/2006, data de protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral erroneamente apresentada pela contribuinte. Dentro do prazo regimental apresenta a Douta PGFN embargos de declaração (fls. 118/120), do qual extraio os seguintes trechos: Tratase de auto de infração para exigência de multa aplicada em razão do atraso da DCTF do mês de junho/2006. Ao analisar o feito em 2a. instância, a Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento do CARF deu parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator, que assim se pronunciou: “Assim, sopesando direitos e deveres da administração e dos administrados, entendo que a melhor solução para o caso é o afastamento da multa por atraso na entrega da DCTF somente para o período entre o protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral e o primeiro dia útil seguinte ao da ciência daquela decisão, procedimento necessário para que o contribuinte pudesse sanar sua falha. Ante o exposto, voto por dar parcial provimento ao recurso interposto, prejudicados os demais argumentos.” Desta decisão, a DRF opôs embargos de declaração, que foram acolhidos pela 1a. Turma Especial da 1a. Seção de Julgamento do CARF, para ratificar a decisão anterior, esclarecendo a forma de sua execução pela autoridade competente. Ocorre que a Relatora, em seu voto, embora confirme a decisão precedente, determinou o cálculo da multa até a data do protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral, nos seguintes termos: “Por todo o exposto voto no sentido acolher os embargos de declaração e, no mérito, confirmar a decisão proferida no Acórdão nº. 310200.130, de 27 de março de 2009, da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, devendo a multa por atraso na entrega da DCTF relativa ao mês de junho de 2006 ser calculada tendo como termo final o dia 09/11/2006, data de protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral erroneamente apresentada pela contribuinte.” Fl. 8DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10070.001788/200786 Acórdão n.º 180100.677 S1TE01 Fl. 128 8 Vêse, portanto, que no segundo acórdão proferido, a conclusão não é exatamente a mesma expressa no primeiro quanto ao termo final do cálculo da multa aplicada. Logo, para que não haja dúvida na execução do julgado, fazse necessária sua integração para esclarecer se a multa deve ser calculada até o protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral, ou então, até o aludido protocolo, reiniciandose o cálculo do primeiro dia útil seguinte ao da ciência da decisão no processo de cancelamento em questão, assim como determinou o relator do julgado original. É o relatório. Voto Conselheiro Maria de Lourdes Ramirez, Relatora PRELIMINARMENTE Cabimento dos Embargos Os embargos são procedentes. A Portaria MF no. 256, de 2009, que aprovou o Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, com as alterações introduzidas pela Portaria MF no. 586, de 2010, assim dispõe nos artigos 64 e 65: Art. 64. Contra as decisões proferidas pelos colegiados do CARF são cabíveis os seguintes recursos: I Embargos de Declaração; e [...] Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. (destaques acrescidos) Com efeito, a decisão proferida no Acórdão nº. 310200.130, de 27 de março de 2009, da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, determinou que a multa por atraso na entrega da DCTF relativa ao mês de junho de 2006 fosse afastada somente entre o período do protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral e o primeiro dia útil seguinte ao da ciência daquela decisão, senão vejamos: “Assim, sopesando direitos e deveres da administração e dos administrados, entendo que a melhor solução para o caso é o afastamento da multa por atraso na entrega da DCTF somente para o período entre o protocolo do pedido de Fl. 9DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10070.001788/200786 Acórdão n.º 180100.677 S1TE01 Fl. 129 9 cancelamento da DCTF semestral e o primeiro dia útil seguinte ao da ciência daquela decisão, procedimento necessário para que o contribuinte pudesse sanar sua falha.” Esta relatora, apreciando os embargos interpostos pela Derat/RJO, apresentou o seguinte voto, em sessão de julgamento realizada por esta 1a. Turma Especial, em 06/07/2010: “[...] Por todo o exposto voto no sentido acolher os embargos de declaração e, no mérito, conf irmar a decisão proferida no Acórdão nº. 310200.130, de 27 de março de 2009, da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, devendo a multa por atraso na entrega da DCTF relat iva ao mês de junho de 2006 ser calculada tendo como termo final o dia 09/11/2006, data de protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral erroneamente apresentada pela contr ibuinte. Ora, o voto acima, acolhido no Acórdão no. 180100.274, desta 1a. Turma Especial, ao mesmo tempo em que confirma a decisão proferida no Acórdão nº. 310200.130 da 2ª Turma Ordinária, acabou por indicar calculo diverso daquele determinado naquele Acórdão nº. 310200.130. Verificase, assim, a contradição entre o resultado da decisão e os próprios fundamentos de decidir contido no Acórdão no. 180100.274, de lavra desta Relatora, razão pela qual os embargos interpostos pela Douta PGFN devem ser acolhidos. MÉRITO No mérito cumpre validar todos os fundamentos de decidir adotados, por mim, no voto proferido no Acórdão no. 180100.274, e acolhido em sessão de julgamento realizada em 6 de julho de 2010. Necessário, entretanto, retificar o resultado final daquele julgado para determinar o afastamento da multa por atraso na entrega da DCTF somente para o período entre o protocolo do pedido de cancelamento da DCTF semestral e o primeiro dia útil seguinte ao da ciência daquela decisão , procedimento necessário para que o contribuinte pudesse sanar sua falha. É como voto. (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Fl. 10DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10070.001788/200786 Acórdão n.º 180100.677 S1TE01 Fl. 130 10 Fl. 11DF CARF MF Emitido em 04/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/10/2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2011 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10380.018413/2008-32
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 17 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Sep 13 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004, 2005
ARBITRAMENTO. ESCRITURAÇÃO. DOCUMENTAÇÃO FISCAL NÃO APRESENTAÇÃO.
O imposto devido trimestralmente no decorrer do ano-calendário será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando o contribuinte, excluído do Simples e obrigado à tributação com base no lucro real, não apresentar a escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, nem respectivos documentos, nem livros fiscais, apesar de regularmente intimado e reintimado.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA.
Aplica-se às exigências reflexas de CSLL, PIS e Cofins, o que foi decidido quanto à exigência matriz, devido à intima relação de causa e efeito entre elas.
Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2004, 2005
NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. RESPONSABILIZAÇÃO SOLIDÁRIA.
Descabe a nulidade dos autos de infração e de termo de responsabilização solidária, regularmente constituídos por autoridade administrativa investida por lei de poderes para tanto.
AMPLA DEFESA.
Foi respeitado o direito à ampla defesa de responsável solidário devidamente cientificado dos procedimentos fiscais, autuações, decisões de primeira e segunda instância, e que optou por não buscar acesso aos documentos dos autos, para, na contestação, alegar nulidade por não ter tido conhecimento dos mesmos.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2004, 2005
RECEITA BRUTA. FISCO ESTADUAL
O CTN, art. 199, determina que a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio; por isso, as provas obtidas do Fisco Estadual na fase de fiscalização são admissíveis no processo administrativo fiscal, mesmo porque tratam-se de dados fornecidos pelo próprio contribuinte àquele órgão público, e adicionalmente submetidas a contraditório, portanto, sem prejuízo ao direito de defesa do contribuinte ao qual cabe o ônus da prova da existência de saídas que não configuram receitas.
SUJEIÇÃO PASSIVA. INTERPOSIÇÃO DE SÓCIOS.
Correta a responsabilização solidária com base no art. 135, III do CTN, do sócio de fato, que interpôs sua sobrinha e mais uma pessoa humilde como sócias, o que caracteriza simulação e fraude, e é ato praticado com excesso de poderes, infração de lei e contrato social.
SUJEIÇÃO PASSIVA. INTERESSE COMUM.
Correta a responsabilização solidária, com base no art. 124, I do CTN, do sócio de fato responsável pelas decisões que resultaram em fraude e sonegação.
MULTA QUALIFICADA.
Procedente a aplicação da multa de ofício qualificada pelo evidente intuito de fraude quando comprovada a simulação no contrato social da empresa autuada, pela interposição de pessoas no lugar do real sócio administrador.
Numero da decisão: 1201-001.868
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida - Presidente.
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Roberto Caparroz de Almeida (Presidente), Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Eduardo Morgado Rodrigues; ausente justificadamente Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: EVA MARIA LOS
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ESCRITURAÇÃO. DOCUMENTAÇÃO FISCAL NÃO APRESENTAÇÃO. O imposto devido trimestralmente no decorrer do anocalendário será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando o contribuinte, excluído do Simples e obrigado à tributação com base no lucro real, não apresentar a escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, nem respectivos documentos, nem livros fiscais, apesar de regularmente intimado e reintimado. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Aplicase às exigências reflexas de CSLL, PIS e Cofins, o que foi decidido quanto à exigência matriz, devido à intima relação de causa e efeito entre elas. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2004, 2005 NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. RESPONSABILIZAÇÃO SOLIDÁRIA. Descabe a nulidade dos autos de infração e de termo de responsabilização solidária, regularmente constituídos por autoridade administrativa investida por lei de poderes para tanto. AMPLA DEFESA. Foi respeitado o direito à ampla defesa de responsável solidário devidamente cientificado dos procedimentos fiscais, autuações, decisões de primeira e segunda instância, e que optou por não buscar acesso aos documentos dos autos, para, na contestação, alegar nulidade por não ter tido conhecimento dos mesmos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 01 84 13 /2 00 8- 32 Fl. 522DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 3 2 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004, 2005 RECEITA BRUTA. FISCO ESTADUAL O CTN, art. 199, determina que a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestarseão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio; por isso, as provas obtidas do Fisco Estadual na fase de fiscalização são admissíveis no processo administrativo fiscal, mesmo porque tratamse de dados fornecidos pelo próprio contribuinte àquele órgão público, e adicionalmente submetidas a contraditório, portanto, sem prejuízo ao direito de defesa do contribuinte ao qual cabe o ônus da prova da existência de saídas que não configuram receitas. SUJEIÇÃO PASSIVA. INTERPOSIÇÃO DE SÓCIOS. Correta a responsabilização solidária com base no art. 135, III do CTN, do sócio de fato, que interpôs sua sobrinha e mais uma pessoa humilde como sócias, o que caracteriza simulação e fraude, e é ato praticado com excesso de poderes, infração de lei e contrato social. SUJEIÇÃO PASSIVA. INTERESSE COMUM. Correta a responsabilização solidária, com base no art. 124, I do CTN, do sócio de fato responsável pelas decisões que resultaram em fraude e sonegação. MULTA QUALIFICADA. Procedente a aplicação da multa de ofício qualificada pelo evidente intuito de fraude quando comprovada a simulação no contrato social da empresa autuada, pela interposição de pessoas no lugar do real sócio administrador. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Roberto Caparroz de Almeida (Presidente), Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Eduardo Morgado Rodrigues; ausente justificadamente Rafael Gasparello Lima. Fl. 523DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 4 3 Relatório Trata o processo de autos de infração de págs. 3/42, relativos aos anocalendário 2004 e 2005, no regime de arbitramento do lucro, com base no art. 530, III, do Regulamento do Imposto de Renda RIR de 1999 (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999), sendo que a empresa foi excluída do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples, mediante o Ato declaratório Executivo DRF/FOR nº 01, de 24 de janeiro de 2005, a partir de 01/01/2002, por ter ultrapassado o limite de faturamento autorizado para a sistemática; os autos exigem: R$281.968,76 de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, sobre 0001 Receitas Operacionais/Revenda de mercadorias, fatos geradores 31/03/2004, 30/06/2004, 30/09/2004, 31/12/2004, 31/03/2005 e 30/06/2005; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, R$143.085,24, reflexo da infração 0001 descrita; Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, R$397.460,93, reflexa, regime cumulativo, fatos geradores mensais de 01/2004 a 06/2005; Contribuição para o PIS, R$86.116,46, regime cumulativo, R$1.007.242,13, autuação reflexa, mesmos fatos geradores; todas infrações foram apenadas com multa de ofício 150%. Os procedimentos de fiscalização e as autuações estão descritos no Termo de Verificação Fiscal, págs. 43/47. 2. Foi responsabilizado solidariamente, com base legal nos arts. 124, I, 135, III e 149, VII, do Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, págs. 48/49, Manoel Pereira Lima, CPF 001.286.94300 (tio da sócia Marta Maria Pereira Lima). 3. À pág. 200, Edital nº 154/2008, dirigido à empresa, por não ter sido localizada no endereço, ciência em 25/11/2008; Manoel Pereira Lima foi cientificado por via postal em 13/11/2008, págs. 201, 203. 4. O responsável solidário Manoel Pereira Lima, apresentou impugnação de págs. 204/206, data ilegível, que às págs. 260/262, possui carimbos datados de 17/12/2008 e 12/12/2008. 5. A pessoa jurídica apresentou impugnação de págs. 291/293, que também consta às págs. 321/323, com carimbos datados de 17/12/2008 e 12/12/2008. 6. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE DRJ/FOR, que proferiu o Acórdão nº 08.15.325 de 24 de abril de 2009, págs. 351/360: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2004, 2005 ARBITRAMENTO DO LUCRO. VALORES APURADOS COM BASE EM DECLARAÇÃO DO FISCO ESTADUAL. Cabível o arbitramento do lucro que tomou por base os valores constantes nas declarações apresentadas à Fazenda Estadual, quando o contribuinte, embora .diversas vezes intimado, recusouse/omitiuse a apresentar os livros e documentos fiscais de sua escrituração. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2004,2005 MULTA DE OFÍCIO. TIPIFICAÇÃO. Fl. 524DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 5 4 O artigo 44 da Lei n° 9.430/96, ao estabelecer os percentuais da multa de ofício, considerou como parâmetro a conduta adotada pelo sujeito passivo, sendo irrelevante, na sua graduação, o tipo de tributo lançado ou a forma de apuração de sua base de cálculo. SUJEIÇÃO PASSIVA. INTERPOSTA PESSOA. Estando devidamente comprovado nos autos que, mediante procuração, um terceiro esteve sempre à frente dos negócios da empresa, com poderes, inclusive, para movimentar contas bancárias, cabível a sua inclusão como responsável solidário pelo crédito tributário devido. (...) Lançamento procedente 7. Págs. 367/371, tentativa de ciência do Acórdão DRJ à Autuada, no domicílio fiscal, o AR retornou como "desconhecido"em 01/06/2009; págs. 374/378, idem em 29/06/2009 porém, em 17/09/2009, págs. 385/388, a Autuada, via representante legal, solicitou cópia dos autos. 8. A sócia Maria Marta Pereira Lima/ Mercadinho Mapel Ltda, tomou ciência do Acórdão DRJ, em 01/09/2009, pág. 389. 9. A Autuada apresentou Recurso Voluntário, de págs. 390/403, em 30/09/2009, por meio da representante legal, pág. 404. 10. Não consta ciência ao responsável solidário Manoel Pereira Lima. 11. Às págs. 411/421, Acórdão 120200.467 da 2º Câmara, 2ª TO da Primeira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, de 25 de janeiro de 2011, negando o recurso voluntário da Autuada. 12. Págs. 238/245, correspondência para cientificar a Autuada do Acórdão nº 1202 00.467 da 2ª TO, da 2ª Câmara da primeira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (erroneamente identificado como da Câmara Superior de Recursos Fiscais (sic)); AR enviado ao endereço R. Amazonas, 45, Centro CEP 62880000, Horizonte/CE (constante do CNPJ), retornou em 08/06/2012, com anotação "Mudouse." págs. 422/426, tentativas de ciência postal à Autuada em 01/06/2012, 08/06/2012; e à pág. 427, ciência pessoal em 16/07/2012; à pág. 428, e 242/250, ciência via postal a Marta Maria Pereira Lima (sócia), em 23/07/2012. 13. Em 07/08/2012, a Autuada interpôs Recurso Especial de Divergência à CSRF, págs. 245/257 e 429/441, que, págs. 449/456, não foi admitido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF, que em posterior reexame, em 06/11/2015, confirmou a não admissibilidade, "não mais cabendo recurso na esfera administrativa". 14. Tentativa de ciência no domicílio fiscal da Autuada, págs. 458/463, AR retornou "desconhecido", em 26/11/2014; foi cientificada via sócia Marta Maria Pereira Lima, págs. 464/469, em 11/02/2015. 15. Às págs. 476/, Informação Fiscal datada de 17/02/2016, Entretanto, verificando os autos, observase que, em relação à decisão de primeira instância, folhas 94/103, volume V2, foi Fl. 525DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 6 5 cientificada apenas a responsável perante o CNPJ, Sra. Marta Maria Pereira Lima, CPF 491.359.70359, AR às folhas 132, V2, uma vez que foram infrutíferas as tentativas de intimação para o contribuinte Mercadinho Mapel Ltda, conforme se vê os AR às folhas 114 e 121 do volume V2, não se constatando no processo intimação para ciência da referida decisão ao responsável solidário Manoel Pereira Lima. Nesse sentido, muito embora exista decisão definitiva nos autos para a pessoa jurídica, este órgão preparador deverá sanear o processo, a fim de possibilitar o exercício do contraditório, intimando o responsável solidário Sr. Manoel Pereira Lima, para ciência da decisão proferida no Acórdão de primeira instância às folhas 94 a 103 do volume 2. 16. Págs. 477/479, ciência do Acórdão DRJ a Manoel Pereira Lima, responsável solidário, em 25/02/2016, que apresentou Recurso Voluntário tempestivo em 23/03/2016, págs. 481/506. 17. À pág. 515, Informação do Serviço de Acompanhamento do Crédito Tributário da DRF em Fortaleza/CE, em 15/04/2016, que a situação dos créditos tributários ficou "Suspenso Julgamento do Recurso Voluntário". Recurso Voluntário. Manoel Pereira Lima 18. Em preliminar, requer nulidade dos autos, ao argumento de que faltava autorização ao Auditor Fiscal encarregado, para fiscalizar e autuar, dado que não existe qualquer mandado de procedimento fiscal; e, se existe, nunca o recebeu, não teve oportunidade de acessar, nem o recebeu e sequer fez parte dos autos de infração, quando deveria ser a primeira folha do processo e indispensável e obrigatório para os lançamentos, e disserta sobre o mesmo e seu significado no procedimento fiscal, citando o art. 2º do Decreto nº 3.724 de 10 de janeiro de 2001, alterado pelo Decreto nº 6.104, de 30 de abril de 2007; arts. 2º e parágrafo único, 3º , I e II da Portaria nº 11.371, de 2007, e cita Acórdão do CARF. 19. Acusa inobservância do princípio da ampla defesa devido à nãoapresentação de documentos essenciais, pois mesmo sem a vista imediata da documentação, o Recorrente observou que há vícios e erros nas autuações; contudo não há como o Recorrente exercitar plenamente a sua defesa; haja vista que o mesmo não teve acesso aos documentos utilizados pela fiscalização; que, mais incrível que pareça, até o presente momento a fiscalização não apresentou os documentos que embasaram as autuações, sem os quais a defesa fica praticamente inviabilizada; invoca que a administração pública obedecerá, entre outros o princípio da ampla defesa, contraditório e formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados à comunicação, à apresentação das alegações finais, à produção de provas (incisos VII e X do art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999. 20. Quanto à imputação de responsabilidade solidária, relata que era procurador do sócio real, e também foi autuado como interposição de pessoa, qualificandoo como Sociedade em Conta de Participação, como se fosse sócio oculto, nos termos do art. 991 e seguintes do Código Civil e Lei 10.406/2002, exigindolhe o crédito tributário; diz que inexistem Sociedade em Conta de Participação e tampouco sócio oculto e ele não tem poderes para representar a sociedade, pois sua procuração foi revogada em 12/05/2005, antes da lavratura dos autos de infração; que quem responde pelas obrigações da sociedade e perante terceiros são os sócios Fl. 526DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 7 6 ostensivos; o sócio oculto não tem qualquer responsabilidade, por isso é nulo o ato que o considerou responsável pelas obrigações da sociedade. 21. Também aponta ausência de autorização do Auditor Fiscal para lavratura de Termo de Sujeição Passiva Solidária; que a imputação se efetuou ao arrepio da lei, pois não há dispositivo legal que autorize a fiscalização a presumir ou imputarlhe, arbitrariamente, a responsabilidade neste caso; que nem a Procuradoria da Fazenda Nacional está autorizada a incluir o nome dos sócios de uma empresa na certidão da dívida ativa, e solicita ao judiciário a responsabilidade solidária de sócio e este poder decide se é ou não o caso; cita Acórdãos do CARF. 22. Reclama de violação do Princípío da Legalidade, mesmo se o Fiscal tivesse poderes para lhe imputar responsabilidade solidária, os arts. 134 e 135 do CTN não apontam a sujeição passiva por interesse; falta base legal para a imputação de responsabilidade, ferindo o art. 5º, II da CF de 1988; que o art. 135 do CTN, reclama a desconsideração da personalidade jurídica e assim os débitos das empresas não são responsabilidade dos sócios (salvo atuação contrária à lei ou com excesso de poderes), e muito menos dos procuradores dos sócios, que o seu caso; como sequer foram demonstradas razões para a desconsideração da personalidade jurídica, como pode o recorrente ser indicado como responsável solidário. 23. No mérito, diz que é impossível embasar o auto de infração somente em dados de declarações conflitantes, pois a fiscalização supôs que os valores informados pela Sefaz/CE refletiam a realidade e representavam a verdadeira receita da empresa, mas que não há qualquer prova nos autos que impute a titularidade destes valores à empresa Autuada e que as diligências efetuadas apontam que provavelmente essas informações não representam a realidade; que a divergência das declarações não autoriza o fiscal a considerar correta a informação fornecida por terceiros (mero indício) em detrimento da declaração apresentada pela empresa; que a fiscalização devia apresentar provas da omissão; a legislação não autoriza presumir a receita a partir de simples indícios. 24. Reclama que a autuação foi pelo lucro arbitrado, enquanto que a Autuada se encontrava no regime do Simples, art. 2º, II da Lei nº 9.317, de 1996. 25. Na improvável hipótese de manutenção dos autos, advoga que a apuração do PIS e Cofins deveriam ser apurados no regime não cumulativo, segundo o regime do Simples. 26. Reclama da multa de 150% aplicada na autuação em que se presumiu omissão de receitas e não foi constatada fraude fiscal ou intuito de fraude, ação ou omissão dolosa; invoca a Súmula nº 14 do CARF; requer a redução para 75%. Voto Conselheira Eva Maria Los Relatora 1 Autos de Infração. Termo de responsabilidade Solidária. Nulidade. 27. Argui nulidade dos autos, ao argumento de não existe qualquer Mandado de Procedimento Fiscal MPFF; e, se existe, nunca o recebeu, não teve oportunidade de acessar, nem o recebeu e sequer fez parte dos autos de infração, quando deveria ser a primeira folha do Fl. 527DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 8 7 processo e indispensável e obrigatório para os lançamentos; e inobservância do princípio da ampla defesa devido à nãoapresentação de documentos essenciais, pois mesmo sem a vista imediata da documentação, o Recorrente observou que há vícios e erros nas autuações; contudo não há como o Recorrente exercitar plenamente a sua defesa; haja vista que o mesmo não teve acesso aos documentos utilizados pela fiscalização que sequer foi apresentada. 28. A lavratura dos autos por pessoa incompetente enseja a nulidade do ato, art. 59, I, do Decreto nº 70.235, de 1972: “Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. (...) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio.” (Grifouse) 29. Como se vê, de acordo com o art. 59, I, supra, só se pode cogitar de declaração de nulidade de auto de infração que se insere na categoria de ato ou termo , quando esse auto for lavrado por pessoa incompetente (art. 59, I). A nulidade por preterição do direito de defesa, como se infere do art. 59, II, transcrito, somente pode ser declarada quando o cerceamento está relacionado aos despachos e às decisões, ou seja, somente pode ocorrer em uma fase posterior à lavratura do auto de infração. 30. Quaisquer outras irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, a teor do art. 60 do Decreto nº 70.235, de 1972. Caso não influam na solução do litígio, também prescindirão de saneamento. 1.1 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL – FISCALIZAÇÃO (MPFF) 31. O Recorrente, que conforme declarou a sócia Marta Maria Pereira Lima, é seu tio, afirma nunca ter visto ou tomado conhecimento de qualquer MPF que autorizasse o AFRF responsável pela fiscalização a autuar e a lhe atribuir responsabilidade solidária. 32. No entanto, a impugnação que apresentou, págs. 204/206, está intitulada : "NÚMERO DO MPF 0310100/00631/08 CÓDIGO DA RECEITA 2986", e a de págs. 260/262, está também intitulada "NUMERO DO MPF 0310100/00631/08 CÓDIGO DA RECEITA 2973", sendo que tal número não é outro senão o nº de identificação do MPFF da ação fiscal que resultou nos presentes autos, o que pode ser confirmado no Termo de Início de Fiscalização, págs. 50/55: "Número do Mandado de Procedimento Fiscal 03.1.01.002008 006314", e onde está informado o código de acesso na internet 93657050; o mesmo nº do MPFF e código de acesso à internet estão no cabeçalho do Termo de Intimação de págs. 66/68, que lhe foi cientificado por via postal em 08/10/2008. 33. Evidenciase ser falsa a alegação. 34. Cabe também esclarecer que, mesmo se o MPFF não constasse, tal fato não é motivo de nulidade, dado que se trata de controle administrativo, que disciplina as ações Fl. 528DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 9 8 fiscais; no entanto, a autoridade do ARFRF está determinada em lei maior, que é o Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 35. Dessa feita, não deve ser acolhida a preliminar de nulidade, em razão de não haver ofensa aos dispositivos legais mencionados. 1.2 INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA DEVIDO À NÃOAPRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS QUE EMBASARAM OS AUTOS. 36. A empresa, a sócia Marta Maria Pereira Lima e o Recorrente foram intimados a apresentar a documentação da empresa: livros fiscais, de apuração de ICMS, extratos bancários, procurações, entre outros; portanto o Recorrente estava perfeitamente ciente do procedimento de fiscalização em curso. 37. O processo administrativo fiscal autoriza o fiscalizado a pedir vistas e obter cópias do processo e documentos que o compõem; a Autuada valeuse dessa autorização, solicitando e obtendo cópías por meio de representante legal constituída pela sócia, conforme págs. 385/388, em 17/09/2009. 38. O Recorrente, tio da sócia e à época dos fatos procurador com totais poderes para gerir a empresa como se verá adiante, não tomou conhecimento, nem exerceu igual prerrogativa em momento algum, mesmo depois de ter sido intimado dos autos de infração, ou posteriormente, quando intimado do Acórdão DRJ/FOR. 39. Resta evidente que a acusação é desprovia de fundamento e meramente protelatória. 2 Responsabilidade solidária. 40. Diz que foi procurador do sócio real, mas que não é mais, nem era à época da fiscalização, pois foi revogada a procuração em 12/05/2005; reclama que foi qualificando como Sociedade Em Conta De Participação. O que também é motivo de nulidade. 41. Não consta em qualquer parte dos autos que o Recorrente tivesse sido caracterizado Sociedade Em Conta De Participação, portanto, os argumentos decorrentes que expõe, não se aplicam. 42. Reclama de violação do Princípío da Legalidade, com base nos arts. 134 e 135 do CTN, ferindo o art. 5º, II da CF de 1988. 43. A responsabilização solidárias foi com base nos arts. 124, I e 135, III do CTN Art. 124. São solidariamente obrigadas: Fl. 529DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 10 9 I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; (...) Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: (...) III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 44. O Autuante afirmou no Termo de Responsabilidade Solidária devidamente cientificado ao Recorrente: Conforme circunstanciado no Termo de Verificação Fiscal do qual este e parte integrante, restou evidenciado o amplo e irrestrito poder do procurador da empresa fiscalizada, Sr. Manoel Pereira Lima, que esteve sempre à frente dos negócios dessa empresa, atuando como um autêntico e legitimo administrador dessa sociedade, devendo o mesmo ser considerado solidariamente responsável pelos débitos correspondentes a obrigações tributárias do sujeito passivo. Esse fato, inclusive, já ficou devidamente comprovado em procedimento fiscal anterior levado a efeito nessa empresa, cujo encerramento ocorreu no ano de 2005 e que culminou com a lavratura dos Autos de Infração de que tratam os processos fiscais de números 10380.001946/200532, 10380.001948/2005 21, 10380.001950/200509 e 10380.001952/200590 e ainda do processo de Representação Fiscal p/Fins Penais, de n° 10380.001988/200573. Segundo ficou apurado no curso da presente ação fiscal, as Senhoras Marta Maria Pereira Lima, CPF n° 491.359.70359 e Sandra Pereira Silva, CPF n° 649.343.22353, apesar de constarem no Contrato Social como sendo as únicas sócias quotistas dessa sociedade comercial, na verdade, não o são, pois, como ficou comprovado, tratamse de pessoas humildes e desprovidas de rendimentos e patrimônio necessários à condução de uma sociedade do porte de um Supermercado. 45. E relatou no TVF, em síntese, que as atuais sócias, Marta Maria Pereira Lima e Sandra Pereira Silva apresentaram declarações de rendimentos de pequena monta e não informaram possuir qualquer bem móvel ou imóvel, situação esta, em sendo sócias de uma empresa, incompatível com o faturamento da fiscalizada, da ordem de R$8,7 milhões e R$4,5 milhões, para os anoscalendário de 2004 e 2005; já o Sr. Manoel Pereira Lima apresentou em suas Declarações de Ajuste Anual Simplificada dos anoscalendário de 2004 e 2005, rendimentos mais elevados e compatíveis com a condição de empresário do ramo de supermercado, pois são nesses dois anos, rendimentos tributáveis de R$34.240,00 e R$R$36.320,00 e, principalmente, contam na Declaração de Ajuste do anocalendário de 2005, bens e direitos, em 31/12/2005, no total de R$865.926,12; que nas duas instituições financeiras com as quais a fiscalizada operou em 2004 e 2005, Banco do Brasil S/A e Banco Triângulo S/A, o único instrumento de procuração outorgando poderes para movimentar as contas bancárias da fiscalizada é o do Sr. Manoel Pereira Lima, com poderes abrangentes para movimentar e encerrar contas bancárias em nome da empresa e gerir a empresa; Fl. 530DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 11 10 a. que em procedimento fiscal anterior, na declaração prestada em pela sócia Marta Maria Pereira Lima, em 14/02/2005, esta reconheceu que o gerenciamento total do Supermercado Mapel fica a cargo do Sr. Manoel Pereira Lima (95% do capital), ficando com ele toda a parte de controle bancário, inclusive a escolha dos Bancos e que ela desconhecia quais as instituições bancárias com que a empresa transaciona, e que também a parte de compras, fornecedores e vendas fica sob a administração do Recorrente: declarou que só tem o primeiro grau de escolaridade, não tem conta bancária, nem nunca teve, nem na época da integralização do capital na empresa, assim como a exsócia Antônia Pereira Lima, sua irmã e que faleceu em 2004, reconheceu ainda dita sócia a procuração passada para o Sr. Manoel Pereira Lima, seu tio, passando plenos poderes para representar a empresa, sendo esta com validade indeterminada e que conhece o contador da empresa, mas não mantém com ele nenhuma prestação de contas do movimento da empresa, nem balanços e demonstrativos, limitandose a assinar as documentações por ele apresentadas e a encaminhar a documentação para a devida escrituração; b. a outra sócia, Sandra Pereira Silva (5% do capital) , declarou não saber ler e escrever, mas que assina o nome, que não tem conta bancária nem nunca teve, nem na época da íntegralização do capital da empresa; que gerencia a cozinha que serve aos funcionários do Supermercado Mapel; c. em Termo de Declaração assinado em 16/02/2005, o Sr. Manoel Pereira Lima, asseverou que exerce a função de procurador desde o início de funcionamento da empresa. Confirmou também que a procuração lhe concede amplos, gerais e ilimitados poderes para gerenciar a empresa no âmbito comercial, financeiro e administrativo, conforme consta da procuração; afirmou não existir prestação de contas do procurador para com as sócias com relação aos resultados da empresa, gerenciamento dos negócios, retiradas e qualquer outro assunto afeto à administração, tendo em vista o grau de parentesco e confiança que mantém com a sócia Marta Maria Pereira Lima, existindo ficando, o contato entre as sócias restrito ao encaminhamento e assinatura de documentos. d. As citadas Declarações estão às págs. 156/165, datadas de 14, 15 e 16/05/2005. 46. Relata o Autuante que empresa foi submetida a fiscalização, relativa a 2002 e 2003, no ano de 2005 (iniciada em 17/09/2004, e encerrada em 07/03/2005) e foram constatadas irregularidades que culminaram com a lavratura dos Autos de Infração de Cofins, PIS, IRPJ, CSLL e Multa Isolada Contribuição Social, processos fiscais nºs 10380.001946/200532, 10380.001948/200521, 10380.001950/200509 e 10380.001952/200590; destes, podese citar o de nº 10380.001948/200521, referente a auto de infração PIS e Responsabilidade Solidária de Manoel Pereira Lima, em relação ao qual se pronunciou o CARF no Acórdão 330100.365, de 03/12/2009: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 2002, 2003 LANÇAMENTO DE OFÍCIO. É devido o lançamento e multa de ofício pela falta ou insuficiência de recolhimento de contribuições. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. Caracterizase a responsabilidade tributária a que alude o art. 135 do CTN, na situação em que o crédito tributário embora constituído contra a empresa tiver concorrido diretamente para Fl. 531DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 12 11 a prática da infração apurada o representante ou preposto da pessoa jurídica autuada. MULTA QUALIFICADA. VALORES DECLARADOS A MENOR. O ato de o sujeito passivo apurar indevida e sistematicamente pelo sistema Simples e, portanto, apenas parte da receita bruta apurada durante vários períodos, recolhendo valor inferior ao devido, configurase evidente intuito de fraude. Aplicável, portanto, a multa de ofício qualificada de 150%. Recurso Voluntário Provido em Parte. 47. Em 02/06/2015, o Recurso Especial interposto e referente à forma de aproveitamento dos valores de PIS que a empresa havia recolhido na metodologia do Simples, da qual havia sido excluída, que interpôs em relação a este acórdão, foi admitido; cientificada por Edital a Autuada não se manifestou e a cobrança da parte incontroversa teve seguimento. 48. Como se vê, o CARF já analisou e se pronunciou sobre a mesma situação e documentos, confirmando a responsabilidade solidária de Manoel Pereira Lima, com base no art. 135, III do CTN 49. Os documentos que conduziram à responsabilização solidária de Manoel Pereira Lima, tio da sócia majoritária, são: a. págs. 70, Certidão de Revogação da procuração por Supermercado Mapel Ltda e Marta Maria Pereira Lima, a Manoel Pereira Lima, em 12/05/2005, após a fiscalização de 2005; b. págs. 71/87, Contrato Social e alterações em que Marta Maria Pereira Lima figura como sócia administradora; c. pág. 127, Ficha Cadastral no Tribanco, data de abertura 22/04/2002, consta Manoel Pereira Lima, como procurador/mandatário; d. pág. 128/129, procuração lavrada em 26/03/2002, por Supermercado Mapel Ltda e Marta Maria Pereira Lima, a Manoel Pereira Lima, "a quem confere amplos, gerais e ilimitados poderes para administrar a Empresa" e lista inúmeras ações para gerir a mesma, abrangendo representação perante terceiros , bancos e organismos fiscais, e operações comerciais e bancárias entre outras; e. pág. 136/138, Cadastro no Banco do Brasil da Autuada, em 16/05/2002, Razão anterior social declarada Manoel Pereira Lima e Filho Ltda; pág. 137, consta no cadastro do Banco do Brasil, data de emissão 30/03/2008, "Procuração Particular Manoel Pereira Lima, "REVIGORAMENTO DA PROCURAÇÃO QUE DAVA PODERES A SR. MANOEL PEREIRA LIMA DATADA DE 30/06/2006 (VENCIDA)"; f. pág. 142, Carta de Marta Maria Pereira Lima ao Banco do Brasil S/A, em 26/03/2004: Sr. Gerente, Marta Maria Pereira Lima, brasileira, solteira, comerciante, portadora da Cédula de Identidade nr. 158267188 SSP_CE e CPF nr. 491.359.70359, residente e domiciliado na cidade de Maracanaú, na avenida Dr. Mendel Steinbruch, 2221 ap 103 Pajuçara Cep 61.900000,na qualidade de Fl. 532DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 13 12 representante da empresa SUPERMERCADO MAPEL LTDA, CNPJ 04.832.546/000160, tendo conferido em 26/03/2002 uma procuração a Manoel Pereira Lima, .CPF001.286.94300, Cl nr. 144669/SSPCE, vem cientificarlhe de que os poderes conferidos por meio daquele documento continuam em vigor. Fortaleza(CE), 26 de março de 2004 g. Pág. 148, no TVF, datado de 07/03/2005, o Autuante relatou: Sempre que a fiscalização da Receita Federal compareceu ao estabelecimento do Supermercado MAPEL LTDA para dar ciência de Termos de Intimação foi atendida pelo Sr. Manoel Pereira Lima, na qualidade de procurador. Esta procuração apresentada ao AFRF Francisco Nilson Fernandes Cardoso, quando da assinatura do Termo de Início, tinha prazo de validade indeterminado e realmente lhe concedia amplos, gerais e ilimitados poderes para gerenciar a empresa no âmbito comercial, financeiro e administrativo. Quando perguntado pelas sócias, o Sr. Manoel dizia não ter como localizálas. h. Termos de Declaração já relatados, págs. 156/165; i. págs. 167/198, Declarações de IR Pessoas Física de Manoel Pereira Lima, Maria Marta Pereira Lima e Sandra Pereira Silva. 50. Diz o Recorrente que a sócias ostensivas, que são a sua sobrinha e a senhora responsável pela cozinha e que só sabe assinar o nome e nem possui conta bancária, é que devem responder pelas dívidas tributárias da empresa, enquanto que os documentos e fatos citados comprovam que é ele o efetivo gestor e que as primeiras caracterizam o que se chama popularmente de "laranjas". 51. A interposição da sobrinha e de uma pessoa humilde como sócias, enquanto que o sócio de fato é ele, caracteriza fraude, cabendo a responsabilização solidária com base no art. 135, III do CTN, sem a menor dúvida. 52. E quanto à responsabilização com base no art. 124, I do CTN, também procede, dado que, como gestor da empresa, são suas as decisões de sonegar impostos e não declarar as receitas; citese: (...) temse que o interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal implica que as pessoas solidariamente obrigadas sejam sujeitos da relação jurídica que deu azo à ocorrência do fato imponível. Isto porque feriria a lógica jurídicotributária a integração, no pólo passivo da relação jurídica, de alguém que não tenha tido qualquer participação na ocorrência do fato gerador da obrigação. […] 9. Destarte, a situação que evidencia a solidariedade, quanto ao ISS, é a existência de duas ou mais pessoas na condição de prestadoras de apenas um único serviço para o mesmo tomador, integrando, desse modo, o pólo passivo da relação. Forçoso concluir, portanto, que o interesse qualificado pela lei não há de ser o interesse econômico no resultado ou no proveito da situação que Fl. 533DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 14 13 constitui o fato gerador da obrigação principal, mas o interesse jurídico, vinculado à atuação comum ou conjunta da situação que constitui o fato imponível. […] (STJ, REsp884.845/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux,DJ05.02.09) 3 A Autuação. 53. Acusa que o Autuante utilizou dados sobre receitas de vendas fornecidas pela Sefaz/CE, que taxa de meros indícios; que não há prova que essa foi a receita da Autuada e que não poderiam ter sido utilizado dados de terceiros, conflitantes com/e em detrimento da declaração da própria Autuada. 54. A Autuada, a sócia e o Recorrente foram regularmente intimados a fornecer livros fiscais, de apuração de ICMS e extratos bancários da empresa, no que não foram atendidos inclusive o Recorrente alegou, que nada mais tinha a ver com a empresa, pois a sua procuração havia sido revogada (o que já foi analisado). 55. Relata o Autuante, no TVF: A presente fiscalização foi motivada por operação específica de Cruzamento de Dados com outros Fiscos Vendas, sendo que em relação aos dois anos fiscalizados (2004 e 2005) verificouse que a fiscalizada está omissa em relação às declarações anuais de rendimentos, nenhum débito de tributos e/ou contribuições foi declarado em DCTF e não houve qualquer recolhimento de imposto e/ou contribuição em relação a esses dois anos. Cumpre esclarecer que, na determinação das bases de cálculo do imposto de renda foram adotados como sendo a receita bruta mensal da fiscalizada os valores extraídos das GIM (2004) e DIEF(2005), cujas informações foram encaminhadas a este órgão pela Secretaria de Fazenda do Estado do Ceará SEFAZ CE, a saber: em relação ao anocalendário de 2004, adotouse os valores mensais das saídas de mercadorias do estabelecimento da fiscalizada, conforme constam das GIM Guias de Informações Mensais do ICMS apresentadas pelo contribuinte à SEFAZCE; em relação ao anocalendário de 2005, adotouse os valores mensais das vendas de mercadorias realizadas pela fiscalizada constantes da DIEF Declaração de Informações Econômico Fiscais, igualmente apresentadas pelo contribuinte à SEFAZCE. 56. As informações fornecidas pela Sefaz/CE estão às págs. 88/112. 57. Transcrevese a seguir as considerações da DRJ, que não merecem reparo: Conforme consta na Descrição dos, Fatos e Enquadramento Legal, fls. 05, a utilização das informações contidas nas GIM e DIEF decorreu de o contribuinte ter se recusado/omitido a apresentar os livros e documentos de sua escrituração, fato que provocou o arbitramento do lucro, na hipótese prevista no art. 530, inciso III, do RIR/99. (...) Fl. 534DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 15 14 Por outro lado, não se pode esquecer que, sendo a GIM ou a DIEF documento emitido pela própria empresa, os dados nelas constantes gozam de presunção legal de veracidade, conforme estabelece o art. 368 do Código de Processo Civil CPC: "as declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumemse verdadeiras em relação ao signatário" (grifei). (...) Destarte, é de se considerar correto O procedimento adotado pelo autuante, em proceder ao arbitramento do lucro com base na receita bruta apurada, a partir dos valores informados nas GIM/DIEF, não merecendo, portanto, acolhida os argumentos expendidos pela defesa nesse sentido. 58. Também cabe citar jurisprudência do CARF, no que tange à prova emprestada, obtida junto a órgão fiscalizados na esfera estadual: 59. Acórdão CARF nº 1301001.464 de 08 de abril de 2014: PROVA EMPRESTADA. VALIDADE. As provas obtidas do Fisco Estadual na fase de fiscalização são admissíveis no processo administrativo fiscal, por serem submetidas a novo contraditório e não prejudicarem o direito de defesa do contribuinte ao qual cabe o ônus da prova da existência de saídas que não configurou receitas. (...) A intercambiação de informações entre os agentes da fiscalização fazendária Federal, Estaduais e Municipais, é tema já antigo no campo das discussões tributárias, hoje estando, de fato, completamente assente pela doutrina e jurisprudência, sobretudo em face do que, inclusive, expressamente apontam as disposições do Art. 199 do CTN, que destaca: Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestarseão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) (Destaque nosso) No campo das discussões administrativas, outra não é a conclusão atualmente assente na jurisprudência desta casa, sendo relevante destacar, inclusive, aresto recente desta Turma que, em acórdão da lavra do ilustre conselheiro Dr. PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, assim, inclusive, especificamente assentou: Precedentes importantes: Número do Processo (...) Contribuinte (...)Tipo do Recurso RECURSO VOLUNTARIO Data da Sessão 11/09/2012 Relator(a) PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS Nº Acórdão 1301001.036 Fl. 535DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 16 15 (...) RECEITA BRUTA APURAÇÃO. PROVA EMPRESTADA As provas obtidas do Fisco Estadual na fase de fiscalização são admissíveis no processo administrativo fiscal, por serem submetidas a novo contraditório e não prejudicarem o direito de defesa do contribuinte ao qual cabe o ônus da prova da existência de saídas que não configurou receitas. (...) 60. Destaquese que os autos, devidamente cientificados foram objetos de impugnações, sem que apresentassem provas de que a receita obtida pelo Autuante era improcedente; e tampouco nos recursos voluntários. 61. Cabe sim, mas à Autuada e seu responsável, provar que as saídas de mercadorias informadas à Sefaz/CE, e nas quais se baseou a autuação, não se tratam de receitas de vendas. 3.1 LUCRO ARBITRADO. 62. Reclama que a autuação foi pelo lucro arbitrado, enquanto que a Autuada se encontrava no regime do Simples, art. 2º, II da Lei nº 9.317, de 1996. 63. Já foi relatado que a empresa foi excluída do Simples, desde 01/01/2002, por ter excedido o limite de faturamento admitido naquele regime; neste caso, a empresa passa a tser obrigada a apurar no regime do lucro real, porém, intimada reiteradamente a apresentar livros fiscais, documentos, nada apresentou. 64. Não é excessivo destacar que, em 2004 e 2005, o vigorava limite máximo de receita bruta admitidos no Simples estabelecido pela Lei nº 9.732, de 1998, isto é, igual ou R$1.200.000,00 ao ano ou proporcional aos meses de atividade no ano; como se pode constatar do auto de infração, a receita bruta obtida a partir do levantamento de dados fornecidos pela Sefaz/CE, excedeu a este limite, tanto em 2004 quanto em 2005. 65. Justificase o arbitramento do lucro. 3.1.1 PIS e Cofins. Não cumulatividade. 66. Na improvável hipótese de manutenção dos autos, advoga que a apuração do PIS e Cofins deveriam ser apurados no regime não cumulativo, segundo o regime do Simples. 67. Haja vista a descabe a exclusão do Simples, descabe o pleito, pois a autuação foi no regime do lucro arbitrado, por falta de apresentação de documentação que permitisse a apuração no regime do lucro real. 3.2 MULTA QUALIFICADA. 150%. 68. Reclama da multa de 150% aplicada na autuação em que se presumiu omissão de receitas e não foi constatada fraude fiscal ou intuito de fraude, ação ou omissão dolosa; invoca a Súmula nº 14 do CARF; requer a redução para 75%. 69. Primeiramente, não houve a aplicação da presunção legal de omissão de receitas, mas o arbitramento do lucro a partir da receita bruta conhecida. Fl. 536DF CARF MF Processo nº 10380.018413/200832 Acórdão n.º 1201001.868 S1C2T1 Fl. 17 16 70. E como já avaliado, foi constatado o dolo, a simulação e a fraude, portanto a qualificação da multa atendeu às disposições do art, 44, II da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007. 4 Conclusão Voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Fl. 537DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 35348.000213/2007-70
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Aug 15 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 9202-000.115
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que esta junte aos autos informações para o período compreendido entre outubro de 2000 e maio de 2001, sobre os valores declarados em GFIP sobre contribuições previdenciárias patronais referentes a segurados empregados e contribuições devidas a terceiros, bem como os respectivos pagamentos realizados para tais fatos geradores/competências. Após, abra prazo para manifestação do sujeito passivo quanto às informações apresentadas, com posterior retorno ao relator para prosseguimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado).
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que esta junte aos autos informações para o período compreendido entre outubro de 2000 e maio de 2001, sobre os valores declarados em GFIP sobre contribuições previdenciárias patronais referentes a segurados empregados e contribuições devidas a terceiros, bem como os respectivos pagamentos realizados para tais fatos geradores/competências. Após, abra prazo para manifestação do sujeito passivo quanto às informações apresentadas, com posterior retorno ao relator para prosseguimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado). Relatório Em litígio, o teor do Acórdão nº 20600.890, prolatado pela 6a Câmara do então 2o Conselho de Contribuintes na sessão plenária de 01 de fevereiro de 2008 (efls. 426 a 435). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 3 53 48 .0 00 21 3/ 20 07 -7 0 Fl. 1237DF CARF MF Processo nº 35348.000213/200770 Resolução nº 9202000.115 CSRFT2 Fl. 1.238 2 Ali, por maioria de votos, deuse parcial provimento ao Recurso Voluntário, na forma de ementa e decisão a seguir: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/2000 a 31/08/2005 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. VALE TRANSPORTE DECADÊNCIA DECENAL. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. DECLARAÇÃO. VEDAÇÃO. 1 Decadência decenal, aplicação do art. 45 da Lei n° 8212/91.nos termos do art. 49 do Regimento Interno deste Conselho é vedado ao Conselho afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto sob o fundamento de inconstitucionalidade, sem que tenham sido assim declaradas pelos órgãos competentes. A matéria encontrase sumulada, de acordo com a Súmula n° 2 do 2° Conselho de Contribuintes. Preliminar rejeita. 2 É devida contribuição previdenciária sobre parcela paga a título de ValeTransporte se não forem observadas as disposições da lei n° 7.418/85 e do Decreto n° 95.427/87, de acordo com a norma contida no § 9° do art. 28 da Lei n° 8212/91. Recurso Voluntário Negado. Decisão: I) por voto de qualidade em rejeitar a preliminar de nulidade. Vencidos os Conselheiros Rogério de Lellis Pinto, Daniel Ayres Kalume Reis , Cleusa Vieira de Souza (Relatora) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que votaram por declarar a nulidade. II) por maioria de votos em rejeitar a preliminar de decadência. Vencidos os Conselheiros Rogério de Lellis Pinto, Daniel Ayres Kalume Reis e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. III) por unanimidade de votos, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso, para que a contribuição dos segurados seja calculada, individualmente, observandose as alíquotas aplicáveis a cada faixa salarial, bem como o limite estabelecido na legislação. Designado para redigir o voto vencedor, na parte referente a rejeição da preliminar de nulidade, o(a) Conselheiro(a) Ana Maria Bandeira. Inicialmente foram opostos embargos pela Fazenda Nacional (efls. 440 a 443), rejeitados por despachos de efls. 445 a 447. Enviados os autos à contribuinte para ciência, ocorrida em 11/11/2011 (efl. 457), esta apresenta, em 25/11/11 (efl. 459), Recurso Especial (efls. 459 a 466 e anexos), com fulcro no art. art. 7o inciso II e artigo 15 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF no. 147, de 25 de junho de 2007, então em vigor quando da propositura do pleito recursal. Alegase, no pleito, divergência em relação à Súmula Vinculante STF no. 08 e, ainda, em relação ao decidido pela 1a. Turma Ordinária da 3a. Câmara da 2a. Seção deste CARF, através do Acórdão 230101.552, prolatado em 08 de julho de 2010, de ementa e decisão a seguir transcritas : Fl. 1238DF CARF MF Processo nº 35348.000213/200770 Resolução nº 9202000.115 CSRFT2 Fl. 1.239 3 Acórdão 230101.552 Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2002 a 30/12/2006 REMUNERAÇÃO INDIRETA SEGURO DE VIDA EM GRUPO INCIDÊNCIA O valor referente ao seguro de vida em grupo, pago em desacordo com o estabelecido no Decreto 3.048/99, integra o salário de contribuição. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS Para ocorrer à isenção fiscal sobre os valores pagos aos trabalhadores a título de participação nos lucros ou resultados, a empresa deverá observar a legislação específica sobre a matéria. O PLR concedido nos moldes da Lei 10.101/2000 não está sujeito à incidência da contribuição previdenciária por não possuir natureza remuneratória. DECADÊNCIA PARCIAL De acordo com a Súmula Vinculante n° 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional. Nos termos do art. 103A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. ANTECIPAÇÃO DO TRIBUTO. Nos casos de lançamento em que o sujeito passivo antecipa parte do pagamento da contribuição, aplicase o prazo previsto no § 4o do art. 150 do CTN, ou seja, o prazo de cinco anos passa a contar da ocorrência do fato gerador, uma vez que resta caracterizado o lançamento por homologação. Considerase antecipação de pagamento o recolhimento de contribuição incidente sobre qualquer verba remuneratória. TAXA SELIC INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI A utilização da taxa de juros SELIC encontra amparo legal no artigo 34 da Lei 8.212/91. Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Decisão: por unanimidade de votos, em declarar a decadência de parte do período pela regra do artigo 150, §4° do CTN. Os Conselheiros Julio Cesar Vieira Gomes, Damião Cordeiro de Moraes e a relatora, ressalvando seus entendimentos pessoais, inclinaramse à jurisprudência da CSRF no sentido de considerar a existência de pagamento parcial pelo total da folha de salários e não por parcela. Fl. 1239DF CARF MF Processo nº 35348.000213/200770 Resolução nº 9202000.115 CSRFT2 Fl. 1.240 4 No mérito, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial para afastar também os valores relativos ao PLR e, por voto de qualidade, em manter os valores relativos ao seguro de vida, nos termos do voto do (a) Relator (a). Vencidos os conselheiros Damião Cordeiro de Moraes, Edgar Silva Vidal e Leonardo Henrique Pires Lopes que davam provimento integral ao recurso. Em linhas gerais, argumenta a contribuinte em sua demanda quanto à decadência que, em razão da patente divergência jurisprudencial e da Súmula citada, o presente recurso deva ser admitido, para que prevaleçam os argumentos contidos no acórdão paradigma, aplicandose o art. 150, §4o. do CTN e declarandose a decadência das supostas diferenças exigidas em relação ao período de 10/2000 a 05/2001. Ressalta que, nos casos de lançamento em que o sujeito passivo antecipa parte do pagamento da contribuição, aplicase o prazo previsto no § 4o do art. 150 do CTN, ou seja, o prazo de cinco anos passa a contar da ocorrência do fato gerador, uma vez que resta caracterizado o lançamento por homologação. Considerase antecipação de pagamento o recolhimento de contribuição incidente sobre qualquer verba remuneratória. Requer, assim, seja o Recurso seja provido, reconhecendose a decadência do crédito constituído em relação ao período de 10/2000 a 05/2001, sendo reformado o Acórdão recorrido para declarar a extinção do aludido crédito. O recurso foi regularmente admitido, consoante despacho de admissibilidade de efls. 1200/1201. Cientificada a Fazenda Nacional, esta declinou da apresentação de contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto a sua tempestividade, às devidas apresentação de paradigmas e indicação de divergência, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, assim, dele conheço. Passo à análise de mérito. De se notar, para fins do deslinde da questão, a vinculação deste CARF às decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça, quando submetidas ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, a partir do disposto no art. 62, §2o. do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho em vigor, aprovado pela Portaria MF no. 343, de 09 de junho de 2015: RICARF Art. 62. (...) Fl. 1240DF CARF MF Processo nº 35348.000213/200770 Resolução nº 9202000.115 CSRFT2 Fl. 1.241 5 (...) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, ainda que se admita que a questão relativa à contagem do prazo decadencial é bastante tormentosa (daí a adoção de diversas interpretações relativas à matéria no âmbito deste Conselho), de se reconhecer que o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, recentemente pacificou, sob a sistemática de recursos repetitivos, o entendimento no sentido de que a regra do art. 150, §4o, do CTN só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, I nos demais casos. Reproduzse, a seguir, a ementa do Recurso Especial nº 973.733/SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, repitase devidamente submetido à sistemática prevista no art. 543C do Código de Processo Civil, sendo, assim, referido decisum, repitase, de observância obrigatória neste CARF, a partir do disposto no art. 62, §2o. do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho em vigor, aprovado pela Portaria MF no. 343, de 09 de junho de 2015. Reza a decisão : PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos Fl. 1241DF CARF MF Processo nº 35348.000213/200770 Resolução nº 9202000.115 CSRFT2 Fl. 1.242 6 tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Desta forma, ao adentrar o mérito da questão, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733/SC supra, no sentido de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, I nos demais casos. No caso em questão tratase de lançamento sobre o valor pago ou creditado pela empresa a título de Seguro de Vida aos segurados empregados, sendo cota patronal, SAT, contribuição descontada do segurado empregado e contribuições destinadas as Terceiras Entidades, somente nas parcelas onde a empresa assume o encargo total da despesa, sem repassar os referidos custos aos empregados, pelo fato de não estarem previstos em Acordos ou Convenções Coletivas de Trabalho. O lançamento se baseou, consoante demonstrativos de e fls. 57 a 95, em apropriações realizadas em rubricas contábeis. Assim, não há nos autos, informações sobre pagamentos realizados sobre os valores declarados em GFIP sobre contribuições previdenciárias patronais incidentes sobre folha, segurados empregados e contribuições devidas a terceiros, para as competências de 10/2000 a 05/2001, informação fundamental para fins de aplicação ou do art. 150, §4o. do CTN ou do art. 173, I do CTN, para fins de contagem do prazo decadencial, a partir da existência ou não de pagamentos antecipados. Desta forma, voto por converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que esta junte aos autos informações para o período compreendido entre 10/2000 e 05/2001, sobre os valores declarados em GFIP sobre contribuições previdenciárias patronais referentes a segurados empregados e contribuições devidas a terceiros, bem como os respectivos pagamentos realizados para tais fatos geradores/competências. Fl. 1242DF CARF MF Processo nº 35348.000213/200770 Resolução nº 9202000.115 CSRFT2 Fl. 1.243 7 É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 1243DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.935241/2009-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003
REGIME DE INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. REQUISITOS.
O reajuste pelo IGPM não reflete o custo de produção nem a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados e, por conseguinte, descaracteriza o contrato reajustado por esse índice como de preço predeterminado, condição sine qua non para manter as receitas decorrentes desse tipo de contrato no regime de incidência cumulativa do PIS e da Cofins.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-004.797
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
EDITADO EM: 11/10/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Cássio Schappo, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo.
Nome do relator: WALKER ARAUJO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo - Relator. EDITADO EM: 11/10/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Cássio Schappo, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo.
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REQUISITOS. O reajuste pelo IGPM não reflete o custo de produção nem a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados e, por conseguinte, descaracteriza o contrato reajustado por esse índice como de preço predeterminado, condição sine qua non para manter as receitas decorrentes desse tipo de contrato no regime de incidência cumulativa do PIS e da Cofins. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. EDITADO EM: 11/10/2017 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 93 52 41 /2 00 9- 91 Fl. 596DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Cássio Schappo, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls.437488) interposto contra decisão que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente contra o despacho decisório que não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação declarada pelo contribuinte referente a crédito da contribuição para o PIS, período de janeiro de 2003 com débito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme se verifica na ementa abaixo reproduzida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003 PRELIMINAR DE NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Demonstrado que o Despacho Decisório foi formalizado de acordo com os requisitos de validade previstos em lei e que não ocorreu violação ao disposto no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não deve ser acatado o pedido de nulidade formulado. PREÇO PREDETERMINADO. IGPM. ÍNDICE GERAL. Nos termos do disposto no art. 109 da Lei nº 11.196/2006, o reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1o do art. 27 da Lei no 9.069, de 29 de junho de 1995, não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado. O IGPM não é índice que obedeça ao disposto no art. 109 da Lei nº 11.196/2006, por ser índice geral de reajuste de preços. PIS. REGIME DA CUMULATIVIDADE. RECEITA. CONTRATOS A PREÇO PREDETERMINADO. EFEITOS. A possibilidade de manter no regime da cumulatividade do PIS receitas oriundas de contratos a preço predeterminado, celebrados anteriormente a 31/10/2003, produz efeitos a partir de 1º de fevereiro de 2004. Em sede recursal, a Recorrente pleiteou (i) o julgamento conjunto do presente processo administrativo com o processo administrativo nº 11080.003212/200969, pois são feitos intrinsecamente relacionados, tendo por base exatamente os mesmos fatos e as mesma razões jurídicas; e (ii) provimento ao recurso voluntário para reformar integralmente o direito à restituição dos créditos der PIS objetos da declaração de compensação sob análise. Através da resolução nº 3803000.247 (fls.548552), o processo foi convertido em diligência para aguardar a decisão definitiva do processo administrativo nº 11080.003212/200969 nos seguintes termos: A confirmação do direito creditório oposto na(s) compensação(ões) declarada(s) é questão prejudicial ao julgamento do mérito do recurso voluntário ora Fl. 597DF CARF MF Processo nº 11080.935241/200991 Acórdão n.º 3302004.797 S3C3T2 Fl. 3 3 sub judice. Por essa razão, voto por que se converta o presente julgamento em diligência, baixandose o presente processo ao órgão fiscal da jurisdição do contribuinte, para que a Autoridade Preparadora ateste, nos autos, o resultado da decisão final do processo nº 11080.003212/200969, repercutindo seus efeitos na compensação de que se trata. Ato contínuo, a unidade de origem carreou cópia da decisão definitiva proferida pela Câmara Superior de Recursos Fiscais (fls. 560594), nos autos processo administrativo nº 11080.003212/200969 e, determinou o retorno do presente processo ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para julgamento do recurso voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo Relator I Tempestividade A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 20/07/2012 (fls.435) e protocolou Recurso Voluntário em 20/08/2012 (fls.437488) dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. Desta forma, considerando que o recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II Questões de mérito Conforme exposto anteriormente, o presente processo foi sobrestado para (i) aguardar o julgamento definitivo do processo administrativo nº 11080.003212/200969, cujas questões fáticas e jurídicas são exatamente idênticas, fato este totalmente incontroverso nos autos; e (ii) repercutir a referida decisão neste processo. Tanto do PA nº 11080.003212/200969 com aqui, a discussão meritória diz respeito à caracterização do requisito de “preço determinado”, para fins de permanência no regime cumulativo de Pis e Cofins, nos termos definidos na alínea “b” do inciso XI do artigo 10 da Lei 10.833/03 e art. 109 da Lei 11.196/05. A respeito do tema em discussão, insta tecer que este relator já se pronunciou favoravelmente ao direito perseguido pela Recorrente (acórdão 3302002.906), entretanto, não há como deixar de repercutir a decisão proferida pela Câmara Superior de Recursos Fiscais neste processo, considerando que este foi o intuito do sobrestamento do feito, o que faço nos termos dos artigos 50, §1º, e 64, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999: Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...) 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Fl. 598DF CARF MF 4 § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. *** Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Neste cenário, adoto como fundamento de decidir, as razões de mérito apresentadas pelo i. Julgador Rodrigo da Costa Pôssas, nos autos do PA nº 11080.003212/200969 (acórdão 9303004.539), que deu provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional para reformar a decisão que dava provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte nos seguintes termos: O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303004.538, de 07/12/2016, proferido no julgamento do processo 11080.928334/200960, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303004.538): "Não há preliminares a respeito da admissibilidade do recurso especial a serem apreciadas. A divergência está bem demonstrada e o recurso especial da Fazenda nacional deve ser conhecido. Passo à discussão da matéria, em relação a qual foi comprovada e demonstrada a divergência de interpretação da norma tributária, que se resume à questão sobre a descaracterização de preço predeterminado pela utilização do IGPM em contrato de energia elétrica, para fins de aplicação do regime cumulativo ou nãocumulativo na incidência da Contribuição para o PIS/Pasep. Precedentes recentes da CSRF Observo que fui o redator do voto vencedor de um dos acórdãos paradigmas da divergência, o de número 3301002.196 (PAF 16349.720019/201136). Este acórdão foi objeto de recurso especial da contribuinte, que foi provido em julgamento realizado em 24/2/2016, logo, após a data de interposição do recurso especial da Fazenda Nacional, ora em julgamento. Eis a ementa do Acórdão 9303003.470 (PAF 16349.720019/201136), por meio do qual se reformou a decisão paradigma: "Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 CLÁUSULA DE REAJUSTE. PREÇO PREDETERMINADO. REGIME DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. As receitas originárias de contratos de fornecimento de serviços firmados até 31/10/2003 submetemse à incidência cumulativa, desde que observados os termos e condições consolidados pela IN SRF 658/06. A mesma conclusão se estende à Contribuição ao PIS." Apesar de a decisão paradigma ter sido reformada, a razão que levou esta 3ª Turma da CSRF a proceder à reforma não se encontra presente nos autos de que ora se cuida. Fl. 599DF CARF MF Processo nº 11080.935241/200991 Acórdão n.º 3302004.797 S3C3T2 Fl. 4 5 Naquele processo, relatado pelo então Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, encontravase Laudo Técnico que comprovava que o índice de atualização monetária, naquele caso, fora inferior ao aumento de custos. Na ocasião, foram utilizadas como razões de decidir as que constaram do voto de outro Acórdão desta Turma, o de número 9303003.373 (PAF 19515.722154/201145), de 11/12/2015, relatado pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, cuja ementa ficou assim redigida: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 CONHECIMENTO. COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. Para comprovação da divergência jurisprudencial, o recorrente deve demonstrar que outro colegiado do CARF tenha julgado situação análoga à versada no acórdão vergastado e tenha decidido a questão de forma distinta da que decidiu o colegiado recorrido, o que é o caso sob exame. "Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 REGIME DE INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. REQUISITOS. O reajuste pelo IGPM não reflete o custo de produção nem a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados e, por conseguinte, descaracteriza o contrato reajustado por esse índice como sendo de preço predeterminado, condição sine qua non para manter as receitas decorrentes desse tipo de contrato no regime de incidência cumulativa do PIS e da Cofins.(grifei) (...) No Acórdão nº 9303003.373 ficou claro que o IGPM não poderia ser aceito como índice da variação do custo da produção da energia elétrica ou do custo dos insumos empregados nessa produção. Para assim concluir, o Colegiado tratou do conceito de "preço predeterminado", reconhecendo especial importância às instruções normativas, notas técnicas e pareceres da Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional PGFN, em detrimento de notas técnicas e resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, pois, a esta compete a regulação de questões inerentes à geração e à distribuição de energia elétrica e às atividades correlatas, enquanto que à RFB e à PGFN compete o pronunciamento sobre questões tributárias. Naquele Acórdão, reconheceuse que a interpretação dada pela Administração Tributária, em especial por meio da Instrução Normativa SRF nº 658, de 2006, estava de acordo com as leis: art. 27, §1º, II, da Lei nº 9.069, de 1995; art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005. Rendome às conclusões do Ilustre Conselheiro Gílson, no voto proferido no Acórdão nº 9303003470, quando o colegiado decidiu por acatar o recurso especial do contribuinte, no sentido de que apesar de o IGPM não representar a variação das custos de produção da energia elétrica, estando comprovado nos autos que sua utilização resultou em reajuste inferior à variação desses custos, penso que não há razão para retirar do contrato a característica de "predeterminado" que exige a Lei para permanência do contribuinte no regime cumulativo. Nesse sentido transcrevo o seguinte trecho do citado acórdão: (...) Fl. 600DF CARF MF 6 Por derradeiro, gostaria de pontuar que não vejo problemas na utilização de índices propostos em contrato, como por exemplo o IGPM, para correção do preço. Contudo, se o contribuinte optasse por se manter no regime cumulativo, caberia a demonstração de que a correção pelo índice eleito levaria a um resultado igual ou menor do que o resultado do reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. (...) No presente caso, a contribuinte não provou que o resultado da correção pelo IGPM reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que refletisse a variação ponderada dos custos do insumos utilizados. À luz do que determina o art. 333 do Código de Processo Civil, caberia à contribuinte, e não ao Fisco, esta prova, pois é ela que está a alegar um direito, ainda mais quanto se está diante de pedido de restituição e compensação, para o quê se exige a certeza e liquidez do crédito pleiteado, conforme arts. 165 e 170 do CTN. Observe se que no voto condutor da decisão de primeira instância administrativa, o Acórdão nº 1039.971, da DRJ/POA, constou que a contribuinte não apresentou qualquer comparação entre o percentual de reajuste autorizado pelo art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005 (repetido na IN SRF nº 658/2006), e a variação do IGPM. Vejase com grifos meus, fls. 430/431: "A interessada entende que a utilização do IGPM se refere tãosomente à correção monetária dos preços do produto fornecido (energia contratada), preservando seu valor originalmente acordado. Tal fato não está em discussão, não havendo qualquer vedação a cláusula de reajuste dos valores fixados em contrato para fins de atualização monetária. No entanto, a IN/SRF nº 658/06 ressalva da descaracterização do preço predeterminado, em caso de qualquer alteração de preços, apenas a utilização de índice de reajuste que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, ou, ainda, da própria variação dos custos de produção. Tal condição não se comprova no presente caso, visto tratarse o IGPM, como já dito, de índice geral, e não específico para os insumos utilizados no fornecimento prestado pela empresa. Além disso, ressaltese que a exceção contida no § 3º diz respeito apenas ao reajuste de preços efetuado em percentual não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação do índice. Desta forma, ainda que considerássemos admissível a utilização do IGPM para fins do disposto naquele dispositivo, caberia à impugnante demonstrar que o reajuste efetuado não ultrapassa o limite nele fixado, o que também não foi feito, não tendo sido trazida aos autos qualquer comparação entre o percentual de reajuste e a variação do IGPM no período." Na linha dos precedentes mais recentes desta Câmara Superior, não vejo razões para mudar meu entendimento, expresso no voto vencedor do Acórdão nº 3301002.196, que repito a seguir: 'O voto de nosso eminente Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso, na análise de mérito, foi direto ao único assunto controverso que é se a utilização do IGPM, como índice de correção dos contratos firmados pela recorrente, descaracteriza ou não estes contratos como de preços predeterminados. A sua conclusão é que a “utilização do IGPM ou de qualquer índice, como IGPDI, INPC, INCC, não retira do contrato a natureza de “preço predeterminado”, vez que esses índices expressam Fl. 601DF CARF MF Processo nº 11080.935241/200991 Acórdão n.º 3302004.797 S3C3T2 Fl. 5 7 tão somente a variação do padrão monetário nacional, medida essa indispensável para a garantia do equilíbrio contratual”. Com todo respeito ao ilustre relator, ouso discordar de sua conclusão. Inicialmente vejamos o que dispõe o inc. XI do art. 10 da Lei nº 10.833/2003: Art. 10. Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1º a 8º: (Produção de efeito) (...) XI as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003: (...); b) com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços; Ou seja, da letra clara da lei, somente poderia continuar no regime de apuração cumulativa os contratos que fossem firmados em data anterior a 31/10/2003 e que respeitasse as condições cumulativas constantes da alínea “b”, acima transcrita. No caso dos presentes autos a única controvérsia é se a aplicação do IGPM descaracterizaria a condição de terem sido firmados a preço predeterminado. Oportuno ressaltar que todas as conclusões a serem aqui estabelecidas abrangem também o PIS por força do disposto no art. 15 deste mesmo diploma legal. Posteriormente, como bem alinhavado pelo relator e pela recorrente, foi editado o art. 109 da Lei nº 11.196/2005, que assim dispôs: Art. 109. Para fins do disposto nas alíneas b e c do inciso XI do caput do art. 10 da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, o reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1º do art. 27 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado. (grifei) Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase desde 1º de novembro de 2003. O dispositivo legal deixou claro que a utilização de reajuste de preços em função do custo de produção, ou de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, não descaracteriza o preço predeterminado de que trata a alínea “b” do inc. XI do art. 10 da Lei nº 10.833/2003. Observese aqui que o dispositivo legal não fez referência a qualquer índice que reflita a variação do padrão monetário nacional como concluiu o relator e como pretende a recorrente. Poderia têlo feito mas não o fez. Deixou expressamente detalhado que o índice utilizado, para não descaracterizar o preço predeterminado, teria que ser em função do custo de produção ou que refletisse a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. O IGPM, como informado pela própria recorrente em sua manifestação de inconformidade e no seu recurso voluntário, não tem esta característica. Transcrevo abaixo o item 53 da Manifestação de Inconformidade e 59 do Recurso Voluntário: Fl. 602DF CARF MF 8 “Nesse sentido, vale destacar que o IGPM é meramente um índice de correção monetária. Tratase de uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP). É medido pela FGV e registra a inflação de preços desde matériasprimas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.” (grifei) Por oportuno transcrevo abaixo trecho da Nota Técnica Cosit nº 01/2007, a qual utilizo como razão de decidir, pois concordo com as suas conclusões: 27. A fim de esclarecer qualquer dúvida, fazse necessário distinguir “índices de preços setoriais” de “índices de custos setoriais”. Índice de preços setoriais reflete a inflação a que foi submetido um determinado setor. Já índice de custos setoriais, como o próprio nome indica, reflete os custos envolvidos na atividade de um dado setor. 29. Segundo informações constantes do sítio da FGV na internet (www.fgv.br), o IGPM, principiou a ser calculado a partir de junho de 1989, por solicitação de um grupo de entidades de classe do setor financeiro, liderado pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras, em decorrência das constantes mudanças ocorridas nos indicadores da correção monetária e da inflação oficial. Esse índice originase da média ponderada do Índice de Preços por Atacado (IPAM; 60%), do Índice de Preços ao Consumidor (IPCM; 30%) e do Índice Nacional de Custos da Construção (INCCM; 10%). 30. É desnecessário apresentar maiores detalhes acerca das características do IGPM para verificar que este não se trata de “índice que reflita a variação dos custos de produção” e nem de “índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados” – a sua própria denominação e a dos índices que o compõem é suficientemente elucidativa.' Sobre os fundamentos do acórdão recorrido. No excelente voto condutor do acórdão recorrido, o Ilustre Conselheiro Ricardo Paulo Rosa abordou o art. 27 da Lei nº 9.069, de 1995, o art. 2º da lei nº 10.192, de 2001, parecer da Câmara Permanente de Licitações e Contratos da Procuradoria Geral Federal/AGU, o Parecer nº 04/2013/CLPC/DEPCONSU/PGF/AGU, e manifestação da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, para concluir que nos contratos que "já estavam indexados pelo IGPm antes da entrada em vigor da Lei nº 11.196, de 2005, deveria ser reconhecida a manutenção da condição de preço predeterminado do valor contratado, mesmo depois de implementado o reajuste/correção com base no IGPm", fl. 567. Diz também o voto vencedor, com base na IN SRF nº 658, de 2006, que esta, em nenhum momento, "vinculou a condição de preço determinado à revisão dos valores feita com base na elevação da carga tributária, apenas à alteração de preço decorrente da aplicação de regra de reajuste para manutenção do equilíbrio econômico financeiro", fl. 568. Com isto, pretendeuse afastar um segundo fundamento da Nota Técnica Cosit nº 1/2007 e do Parecer PGFN/CAT nº 1.610/2007, o de que o critério prefixado de reajuste do valor de contrato levava em consideração também eventual alteração da carga tributária incidente na operação específica, fl. 567. Em resumo, o Acórdão recorrido fundamentase no entendimento de que o conceito de "preço determinado" não exclui a possibilidade de o preço ser reajustado com base em outros índices que não os admitidos pelo art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005, em especial pelo IGPM, e que isto está de acordo com as disposições constitucionais que preservam o ato jurídico perfeito, pois, como dito naquele voto condutor, fl. 562: "Se as partes haviam pactuado um negócio em determinadas bases, como obrigálas a revêlo, modificando encargos tributários e, corolário, o preço pactuado?" Fl. 603DF CARF MF Processo nº 11080.935241/200991 Acórdão n.º 3302004.797 S3C3T2 Fl. 6 9 Entendo que nenhum dos fundamentos lançados no voto condutor do acórdão recorrido ou nas peças apresentadas pela contribuinte afastam o entendimento exposto na seção precedente. Nestes autos e em outros que cuidam do mesmo assunto, temse reconhecido que não há um conceito técnico e determinado do que seja "preço predeterminado". Por causa disto, procurase elucidar este conceito, às vezes recorrendo a atos, normativos ou não, expedidos por agências reguladoras das atividades desempenhadas pelas contribuintes, às vezes a pareceres expedidos por órgãos incumbidos de tratar de processos de licitação e de contratos celebrados com a Administração Pública, às vezes, recorrendo aos atos expedidos pela RFB e pela PGFN. Por estarmos diante de questão tributária, os atos emanados dos órgãos competentes para tratar desta matéria devem ser os guias para a elucidação que se pretende. Resoluções ou notas técnicas da ANEEL ou mesmo pareceres e orientações normativas da AGU que tratem de preços contratados e das variações de preços admitidas na formalização dos contratos com a Administração Pública não têm primazia sobre as normas tributárias emanadas da RFB e da PGFN, órgãos competentes para tratar de matérias tributárias. Não obstante isto, para a solução da divergência jurisprudencial que se apresenta, não é necessário grande esforço hermenêutico. Não é necessário encontrar ou construir uma definição para a expressão "preço prederminado", pois para se decidir se o reajuste com base no IGPM descaracteriza a condição do preço predeterminado, basta que se analise com cuidado os dispositivos legais em discussão. A interpretação da norma legal, disposta no art. 10, inc. XI, "b", da Lei nº 10.833, de 2003, e no art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005, combinada com o art. 27, §1º, II, da Lei nº 9.069, de 1995, tal como exposta na seção precedente, é suficiente para assentar que se enquadram no conceito de "preço predeterminado", para os fins de incidência da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, nos casos de contratos pelos quais a empresa se obriga a vender bens para entrega futura, prestar ou fornecer serviços a serem produzidos, as situações em que o reajuste de preço seja em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos insumos utilizados. Admitindose que a lei não contém palavras inúteis, a existência do art. 109 da Lei nº 11.196, de 2005, só se justifica se, sem ele, o conceito de "preço predeterrminado" ficasse descaracterizado pelo reajuste de preços baseado no custo de produção ou na variação que refletisse a variação ponderada dos insumos utilizados. Esta variação é a mais razoável a se considerar como capaz de retratar a variação efetiva do custo do objeto contratual: é a que mais se aproxima de um índice setorial ou específico. Apesar disto, destaquese, apesar de ser a variação mais próxima de um índice setorial ou específico para os casos de contratos pelos quais a empresa se obriga a vender bens para entrega futura, prestar ou fornecer serviços a serem produzidos, foi necessária uma disposição legal específica para que este caso não descaracterizasse o "preço predeterminado". Fl. 604DF CARF MF 10 Diante disto, não se pode admitir que outro índice de reajuste de preços qualquer, que não guarde esta proximidade com o índice setorial ou específico, não descaracterize o "preço predeterminado", sem que haja disposição legal específica neste sentido. Assim, a Instrução Normativa SRF nº 650, de 2006, a Nota Técnica Cosit nº 1, de 2007, e o Parecer PGFN/CAT nº 1.610, de 2007, limitaramse a regular o que já estava previsto em lei. Não houve modificação do conceito de "preço predeterminado" por estes atos infralegais. Conforme afirmamos acima o IGPM não reflete a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados pela contribuinte, nem expressa a variação específica dos custos de sua produção. A este respeito, vejamse os seguintes excertos do voto vencedor do Acórdão nº 9303003.373, já citado acima, que aprovo e adoto neste voto: 'Para que não paire qualquer dúvida de que o IGPM não reflete a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados pelas distribuidoras de energia, basta analisar o grupo de produtos que compõem cada um dos índices integrantes do IGPM. Nesse índice, entram, além de outros componentes, os preços de legumes e frutas, bebidas e fumo, remédios, embalagens, aluguel, condomínio, empregada doméstica, transportes, educação, leitura e recreação, vestuário e despesas diversas (cartório, loteria, correio, mensalidade de Internet e cigarro, entre outros). Como dito anteriormente, o IGPM é composto de 3 índices, o IPAM, O IPCM e o INCCM. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPAM), que responde por 60% do IGPM, é sistematizado segundo a origem dos produtos agropecuários e industriais e segundo o estágio de processamento bens finais, bens intermediários e matérias primas brutas. No total, são pesquisados 340 produtos, distribuídos em grupos. Veja, a seguir, a estrutura desse índice. (...) De acordo com a metodologia de cálculo da FGV para esse índice, os produtos de origem agropecuários representam 28,9738% do IPAM e o de origem industrial os outros 71,0262%, sendo que os subitens relativos às máquinas, aparelhos e materiais elétricos correspondem a minguados 1,7674% do IPAM. Partindose da premissa que outros subitens da indústria possam ser utilizados como insumos do setor elétrico eliminando os do setor alimentício, fumo, bebidas, agropecuário, eletrodoméstico, celulose, etc., que não são aplicáveis ao setor de distribuição de energia elétrica vêse que a participação dos insumos do setor elétrico no IPAM é insignificante, muito insignificante. Já em relação ao IPCM, nenhum item está diretamente relacionado a insumos utilizados pelo setor de distribuição de energia elétrica, haja vista que os produtos que compões esse índice, é específico para o consumo das famílias. A seu turno, o INCC, por óbvio, não reflete os custos do insumo do setor elétrico, haja vista que é especifico para medir a variação do setor da construção civil. Ora, mergulhandose na metodologia de cálculo do IGPM e analisando os produtos que o integra, concluise, sem a menor dúvida, que esse índice nem de longe reflete de forma específica a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados pela contribuinte, tampouco expressa a variação específica dos custos de sua produção.' Fl. 605DF CARF MF Processo nº 11080.935241/200991 Acórdão n.º 3302004.797 S3C3T2 Fl. 7 11 Quanto ao ato jurídico perfeito, protegido pela Constituição Federal de 1988, este não foi violado, uma vez que o art. 109 da Lei nº 11.196 de 2005, resguarda a possibilidade de reajuste do preço contratado, sem que isto descaracterize o preço predeterminado. E o faz, definindo o limite da variação de preço aceitável, que deve guardar correspondência com os custos dos insumos e da produção. Por outro lado, a proteção ao ato jurídico perfeito não assegura à contribuinte um direito a não ser tributada, de modo a permitirlhe que não sofra incidência tributária regularmente instituída por lei, em obediência às regras de competência e de vigência e às limitações para imposição tributária, previstas constitucionalmente. Conclusão. Por todo exposto, em especial, por entender que o reajuste pelo IGPM não reflete o custo de produção nem a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados e, por conseguinte, descaracteriza o contrato reajustado por esse índice como de preço predeterminado; que a contribuinte não comprovou que o resultado da variação pelo IGPM foi igual ou inferior ao resultado da variação em função do custo de produção ou da variação ponderada dos custos dos insumos utilizados; que o ônus da prova recai sobre quem alega um direito, por aplicação do art. 333 do CPC; concluo que no presente caso a Contribuição para o PIS/Pasep deve incidir no regime nãocumulativo, motivo pelo qual voto por dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. O que foi decidido aqui tem validade também para os processos da Cofins, com os mesmos fundamentos." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, conheço do recurso especial da Fazenda Nacional, e, no mérito, doulhe provimento. III Conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator Fl. 606DF CARF MF
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Numero do processo: 10935.001274/2011-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 31 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006
CRÉDITO PRESUMIDO. CONTRATOS DE PARCERIA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. DESCABIMENTO.
O crédito presumido previsto no art. 8º da Lei 10.925, de 2004, somente pode ser apurado sobre a aquisição de bens, mas não de serviços.
Se o criador de aves, por contrato de parceria, não tem o direito de usar, gozar ou dispor da coisa, posto que não pode comercializar os animais que cria, mas apenas devolvê-los a quem lhe entregou, inclusive a sua (quota-parte), não há que se falar em aquisição de bens por parte da agroindústria, mas sim em prestação de serviço; não cabendo portanto crédito presumido à agroindústria.
Não se pode diferenciar a atividade exercida pelo criador por parceira com relação a sua quota-parte e os demais animais, ou produz ou presta serviço, na totalidade, indistintamente, sem segregá-los em "produtos" em relação à sua quota-parte e "serviços" em relação aos demais. Na espécie, temos caracterizada a prestação de serviço do criador para a agroindústria, inclusive em relação a cota-parte.
CRÉDITO PRESUMIDO. RATEIO PROPORCIONAL. RECEITAS DE EXPORTAÇÃO E MERCADO INTERNO. NÃO DISCRIMINAÇÃO POR PRODUTO OU SETOR.
Aplica-se aos custos, despesas e encargos comuns a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência não-cumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês. Não se discrimina o cálculo por produto ou setor.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-004.024
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Marcos Roberto da Silva, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. Recorrente COOPAVEL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 CRÉDITO PRESUMIDO. CONTRATOS DE PARCERIA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. DESCABIMENTO. O crédito presumido previsto no art. 8º da Lei 10.925, de 2004, somente pode ser apurado sobre a aquisição de bens, mas não de serviços. Se o criador de aves, por contrato de parceria, não tem o direito de usar, gozar ou dispor da coisa, posto que não pode comercializar os animais que cria, mas apenas devolvêlos a quem lhe entregou, inclusive a sua (quota parte), não há que se falar em aquisição de bens por parte da agroindústria, mas sim em prestação de serviço; não cabendo portanto crédito presumido à agroindústria. Não se pode diferenciar a atividade exercida pelo criador por parceira com relação a sua quotaparte e os demais animais, ou produz ou presta serviço, na totalidade, indistintamente, sem segregálos em "produtos" em relação à sua quotaparte e "serviços" em relação aos demais. Na espécie, temos caracterizada a prestação de serviço do criador para a agroindústria, inclusive em relação a cotaparte. CRÉDITO PRESUMIDO. RATEIO PROPORCIONAL. RECEITAS DE EXPORTAÇÃO E MERCADO INTERNO. NÃO DISCRIMINAÇÃO POR PRODUTO OU SETOR. Aplicase aos custos, despesas e encargos comuns a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência nãocumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês. Não se discrimina o cálculo por produto ou setor. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 12 74 /2 01 1- 90 Fl. 2033DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 3 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Marcos Roberto da Silva, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório Trata o presente processo do Pedido de Ressarcimento de Crédito Presumido de PIS nãocumulativo(a) Exportação, no qual a contribuinte sustenta, em síntese, que possui o direito ao ressarcimento/compensação do crédito presumido acima (apurado nos termos do artigo 8º da Lei nº 10.925, de 2004) em face da introdução do art. 56A na Lei 12.350, de 2010, realizada pelo art. 9º da Medida Provisória nº 517, de 2010. Por sua vez, a Seção de Orientação e Análise Tributária – SAORT da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Cascavel – PR, após a realização de uma auditoria fiscal, emitiu Despacho Decisório reconhecendo parcialmente o direito creditório solicitado, sem a incidência de atualização monetária ou de juros de mora. A contribuinte foi cientificada do mencionado despacho decisório, apresentando manifestação de inconformidade, cujo teor é resumido a seguir. Incialmente, após um breve relato dos fatos, no item “Do Indeferimento/Glosa dos Créditos Presumidos”, subitem “1) Do direito a apuração do crédito presumido sobre a aquisição da produção dos produtores rurais nos contratos de parceira avícola/suinícola”, a interessada sustenta que os contratos de parceria caracterizam juridicamente as operações realizadas como produção de bens e não como prestação de serviços. Diz que, como não existe (ainda) lei específica, os contratos de parceria rural estão sob a égide do art. 96 do Estatuto da Terra (Lei nº 4.504, de 1964, e do Decreto nº 59.566, de 1966. Sustenta que o produtor, ao final da realização do objeto do contrato, recebe uma parte da produção, e que “Apenas por força do contrato de parceria avícola/suinícola o produtor se obriga a comercializar a sua quotaparte da produção com a agroindústria (parceiro outorgante). Se a previsão contratual não existisse o produtor rural estaria livre para comercializar a sua quotaparte da produção conforme sua conveniência.” Alega que referido entendimento, de que, nos contratos de parceira rural, a parte da produção do produtor rural é considerada como sendo produção Fl. 2034DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 4 3 própria, é corroborado pela legislação do Funrural (art. 168 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009) e confirmado pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ. Argumenta, também, que a administração tributária, em face do que dispõe o art. 110 do Código Tributário Nacional – CTN, não pode alterar a definição de institutos privados, qualificando as operações como prestação de serviços para efeito da apuração do crédito presumido e como produção própria para efeito da incidência da contribuição para o Funrural. No subitem a seguir, denominado “2) Da alíquota para apuração do crédito presumido da produção de carnes”, a contribuinte defende a aplicação do percentual de 60% sobre a alíquota básica da contribuição (PIS 60% sobre alíquota de 1,65%, com alíquota efetiva de 0,99 % e Cofins 60% sobre a alíquota de 7,60%, com alíquota efetiva de 4,56%) para a apuração do crédito presumido relativo à produção de carnes. Alega que a legislação (art. 8º da Lei 10.925, de 2004) é clara ao definir que a alíquota é aplicada de acordo com os produtos fabricados e não conforme os insumos adquiridos. Diz que apurou o crédito presumido sobre os insumos adquiridos (aves/suínos e milho/ração) aplicando o percentual de 60%, mas que a autoridade fiscal, de forma diversa, apurou o crédito utilizando o percentual de 35% (sobre a alíquota básica da contribuição). Acrescenta que a jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF corrobora o seu entendimento e que os seus produtos constam compreendidos no capítulo 2 da NCM, devendo ser aplicado, portanto, o percentual de 60 % (previsto no inciso I, § 3º, do mencionado art. 8º). Na sequencia, no subitem “3) Do índice de exportação para ressarcimento do crédito presumido”, a interessada defende a aplicação do método de rateio proporcional de forma setorial, de modo que sejam aplicados percentuais específicos para os setores de carne (receita de exportação carnes/receita bruta total carnes) e de óleo (receita de exportação óleo/receita bruta total óleo). Diz que o método aplicado pela fiscalização, de apuração de um índice único (receita de exportação/receita bruta total), com a inclusão de todas as receitas auferidas pela cooperativa no computo da receita bruta total, demonstrase ilegal e afronta os artigos 56A e 56B da Lei 10.350, de 2010, uma vez que o objetivo da inclusão do citados artigos foi o de permitir a conversão dos créditos acumulados em moeda (ativo financeiro). Argumenta que o método do rateio proporcional, previsto nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, deve ser interpretado de modo que “o crédito presumido a ressarcir deve corresponder ao apurado sobre os bens adquiridos e utilizados na produção dos bens exportados com direito ao crédito presumido.” Sustenta que a interpretação da autoridade tributária ao diminuir o indíce do percentual de exportação, e consequentemente o valor do crédito presumido apurado, viola o princípio constitucional da isonomia, uma vez que diferencia empresas que mantém uma única atividade das que exercem diversas atividades econômicas. Logo a seguir, no item “Da Atualização Monetária dos Créditos Obstados Ilegalmente”, a contribuinte defende a atualização monetária dos créditos, por meio da aplicação da taxa Selic acumulada, desde a formalização dos pedidos administrativos. Alega que a correção monetária Fl. 2035DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 5 4 deve ser aplicada para manter a integralidade dos créditos e não para punir a mora da administração pública em ressarcilos e que a devolução dos créditos em valores originais representa um enriquecimento sem causa da União. Diz, também, que a aplicação da atualização aos pedidos de ressarcimento vem sendo reconhecida, conforme a jurisprudência administrativa (Conselho Administrivo de Recursos Fiscais – CARF) e judicial (Superior Tribunal de Justiça – STJ) que colaciona na manifestação. Em outro item, denominado “Da Suspensão da Exigibilidade da Multa Isolada Lançada de Ofício”, a interessada pugna pela suspensão da exigibilidade da multa isolada, lançada no percentual de 50% sobre o valor do crédito indeferido, por meio do auto de infração constante do processo administrativo nº 10935.722746/201311. Sustenta que a exigibilidade da referida multa deve restar suspensa com a apresentação da manifestação de inconformidade contra o indeferimento do pedido de ressarcimento a ela relativo, conforme prevê o § 18 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, inserido pelo art. 20 da Lei nº 12.844, de 2013. Por último, no item “Do Pedido”, a contribuinte solicita: (i) a suspensão da exigibilidade da multa isolada lançada no auto de infração constante do processo administrativo nº 10935.722746/201311; (ii) o acolhimento da manifestação apresentada para o fim de reformar o despacho decisório e acolher as razões e argumentos apresentados; (iii) proceder à devolução do crédito presumido solicitado com a atualização monetária, por meio da aplicação da taxa Selic acumulada, desde a formalização dos pedidos administrativos até a data do efetivo pagamento. Registrese, quanto ao pedido de suspensão da multa de ofício isolada (de 50%), que a contribuinte foi orientada pela autoridade a quo a apresentar impugnação específica para o processo administrativo nº 10935.722746/201311. Anotese, também, que a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade complementar, por meio da qual acrescenta argumentos a respeito do percentual a ser aplicado sobre as alíquotas básicas (de PIS e Cofins) para a apuração do crédito presumido sobre os insumos adquiridos, relativamente à produção de carnes. No caso, a interessada repisa o seu entendimento de que deve ser aplicado o percentual (de 60%), levandose em conta, portanto, a origem dos insumos adquiridos e não a dos produtos fabricados. Acrescenta, também, que a polêmica na aplicação do referido percentual foi resolvida com a edição do art. 33 da Lei nº 10.865, de 2013, que inseriu o § 10 ao art. 8º da Lei 10.925, de 2004, o qual dispôs nos seguintes termos: “Para efeito de interpretação do inciso I do 3º, o direito ao crédito na alíquota de 60% (sessenta por cento) abrange todos os insumos utilizados nos produtos ali referidos.” Por fim, é de se ressaltar a existência do mandado de segurança nº 5005004.61.2013.404.7005/PR, o qual tem como objetivo, entre outros, o reconhecimento do direito à correção monetária pela taxa Selic do crédito reconhecido no presente processo (assim como em outros 23 processos de Fl. 2036DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 6 5 ressarcimento), acumulada a partir do protocolo dos pedidos de ressarcimento até o seu efetivo pagamento. A DRJ decidiu pela procedência parcial da manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 06050.195. Inconformada com os indeferimentos e glosas mantidos na decisão recorrida, a COOPAVEL defende a ilegalidade destas. Ao final, pugna pela inclusão das aquisições de produtos da quotaparte do produtor rural nos contratos de parceria avícola/suinícola na base de cálculo para a apuração do crédito presumido; e que, na apuração do crédito a ser ressarcido seja utilizado o índice de exportação aferido da relação percentual da receita bruta da exportação dos produtos do setor carnes e óleo de soja degomado com a receita bruta total destes produtos (índice setorial). É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.013, de 31 de agosto de 2017, proferido no julgamento do processo 10935.000742/201117, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.013):Relator "O recurso voluntário apresentado é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. O Pedido de Ressarcimento de Crédito Presumido da Cofins da recorrente lastreiase no art. 8º da Lei nº 10.925/2004, c/c os artigos 56A e 56B da Lei nº 12.350/2010, incluídos pela Lei nº 12.431/2011: Da Lei nº 10.925/2004: Art. 8o As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e Fl. 2037DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 7 6 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. Da Lei nº 12.350/2010: Art. 56A. O saldo de créditos presumidos apurados a partir do ano calendário de 2006 na forma do § 3º do art. 8º da Lei no 10.925, de 23 de julho de 2004, existentes na data de publicação desta Lei, poderá: (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). [...] II ser ressarcido em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). [...] § 2º O disposto neste artigo aplicase aos créditos presumidos que tenham sido apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observado o disposto nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). Art. 56B. A pessoa jurídica, inclusive cooperativa, que até o final de cada trimestrecalendário, não conseguir utilizar os créditos presumidos apurados na forma do inciso II do § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, poderá: (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). [...] II solicitar seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). Parágrafo único. O disposto no caput aplicase aos créditos presumidos que tenham sido apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita auferida com a venda no mercado interno ou com a exportação de farelo de soja classificado na posição 23.04 da NCM, observado o disposto nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). Direito à apuração do crédito presumido sobre a alegada aquisição da produção dos criadores nos contratos de parceria avícola/suinícola Conforme relatado, a Delegacia de origem efetuou glosa relativa às entradas de frangos e suínos provenientes dos contratos de parceria, tendo em vista o entendimento de que essas operações não se qualificam como compra efetiva mas sim como pagamento de serviços prestados (mão de obra) para seus associados. Esta argumentou ter havido "uma simulação de compra de bens (aves/suínos) a qual representa o pagamento dos serviços prestados pelos produtores rurais com os cuidados no trato e criação dos lotes de aves ou suínos". Por consequencia, considerou não haver direito à apuração do crédito presumido previsto no art. 8º da Lei 10.925, de 2004, entendendo Fl. 2038DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 8 7 que "referido crédito somente pode ser apurado sobre a aquisição de bens, mas não de serviços". De fato, o dito art. 8º fala em " calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003", estas que delimitam o creditamento da insumos no desenho da Pis/Pasep e da Cofins não cumulativas,"bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda"; restingindo o crédito presumido aos bens, excluindo os serviços. Se são bens e tratase de prestação de serviços, reproduzo a argumento da fiscalização: “Nestes contratos de parceria, fica evidente que as aves e animais já são de propriedade da cooperativa, apenas são remetidos às propriedades rurais dos associados para a contra prestação de serviços na sua criação e posterior devolução, devendo o parceiro, em resumo, seguir rígido sistema de manejo pré estabelecido, adotar na alimentação exclusivamente a ração e medicamentos fornecidos pela contratante e ao final do prazo estabelecido, devolver o lote completo de animais ou aves, recebendo como pagamento por seus serviços o resultado de um índice que mede o êxito do seu trabalhão (IEP – Índice de Eficiência Produtiva). Para subsidiar esta conclusão destacamos alguns fatos que traduzem por si o entendimento de que não há compra de mercadoria, mas pagamento de prestação de serviços: • A cooperativa não paga diretamente em espécie o resultado do trabalho do associado medido pelo IEP, usa o artifício de entregar simbolicamente seu equivalente valor em produto (aves/suínos), mas com uma cláusula de fidelidade nos contratos, obriga o parceiro a vender exclusivamente para a própria cooperativa tal parte, ou seja, faz um operação triangular, para ocultar o pagamento a título de serviços prestados, substituindo pelo imediato pagamento de uma suposta compra de produtos (que documentalmente já é de sua propriedade, ou seja, como pode comprar aquilo que já é seu?); • Sem entrar na seara tributária com o reflexo de tal procedimento equivocado, o fato é que representa uma distorção da realidade, onde o parceiro é investido na qualidade de proprietário das aves/suínos de forma virtual e apenas por alguns segundos, tempo suficiente para a emissão da nota fiscal de compra, instrumento que na pratica retrata o pagamento por seus serviços; • Ao término da criação, o transporte integral do lote de aves/suínos, da propriedade rural até o frigorífico é realizado pela Coopavel, para garantir que não haja desvio da produção. Somente no abate o parceiro/produtor rural tomará conhecimento do valor de seus serviços prestados, ocasião em que para recebelo aceita a emissão de uma nota fiscal simulando a venda de parte do lote, que não é seu, pois apenas detém a posse precária e não a propriedade; • Os contratos de parceria caracterizam o criador como fiel depositário das aves ou suínos; Fl. 2039DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 9 8 • Se os próprios contratos de parcerias definem que o criador receberá pelas suas tarefas/trabalhos para cada lote que concluir a criação, um valor pecuniário, logo, considerando não pertencer ao criador a propriedade dos animais e aves, ração e medicamentos utilizados no trato, é impróprio que este possa vender à cooperativa parte do lote (que não é seu), para mascarar o pagamento dos serviços prestados, dandolhe a versão de ‘aquisição de mercadorias’;” (Grifos deste relator). A recorrente defendo o contrário: "a operação realizada tem natureza jurídica de produção de bens da quotaparte do produtor rural nos contratos de parceria e não de prestação de serviços como se pretendeu na decisão recorrida"(Grifos deste relator). Traz o art. 96 do Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/1964) que trata dos contratos de parceria rural. Diz que seu § 5º prevê que as regras dos contratos de parceria rural não se aplicam aos contratos de parceria agroindustrial para a criação de aves e suínos que possuirão legislação específica; mas que, como até então não foi publicada a lei específica, tem se mantido a aplicação das regras da parceria rural. Observa que esse artigo fora regulamentado pelo Decreto nº 59.566/1966, destacandose, para o presente caso, partes do seu art. 4º: Parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa [...] lhe entrega (a outra pessoa) animais para cria, recria, invernagem, engorda [...] mediante partilha de riscos do caso fortuito e da força maior do empreendimento rural, e dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites percentuais da lei. (Grifos do original. Explicação entre parênteses, deste relator). E prossegue: Nos contratos de parceria avícola/suinícola o objeto do contrato é a criação de frangos/suínos para o abate. A agroindústria (parceiraoutorgante) se obriga ao fornecimento de pintos e suínos para cria, recria, medicamentos, ração, assistência técnica e transporte e o produtor rural (parceirooutorgado) se obriga ao alojamento em estrutura própria (aviário) e ao desenvolvimento desses animais até chegarem ao ponto ideal de abate, arcando com as despesas trabalhistas e previdenciárias da contratação de funcionários, energia elétrica, manutenção, etc. [...] A parte do produtor é caracterizada como produção rural própria e não prestação de serviços. Ao final da realização do objeto do contrato, o produtor recebe parte da produção e não por haver prestado serviços. Apenas por força do contrato de parceria avícola/suinícola o produtor se obriga a comercializar a sua quota parte da produção com a agroindústria (parceirooutorgante). Se a previsão contratual não existisse o produtor rural estaria livre para comercializar a sua quotaparte da produção conforme sua conveniência. Fl. 2040DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 10 9 O Código Civil estabelece o conceito de proprietário/ direito de propriedade como um conjunto de direitos: Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavêla do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Se o criador não tem o direito de usar, gozar, dispor da coisa; posto que não pode comercializar os animais que cria, mas apenas devolvêlos a quem lhe entregou; inclusive a sua, assimchamada, quotaparte; por força do contrato de parceria; não há que se falar em aquisição de bens por parte da agroindústria; mas sim em prestação de serviço por parte do criador; não sendo portanto cabível o pretendido direito ao crédito presumido. O animal, que se representa sua quotaparte é apenas um parâmetro, uma referência para sua remuneração. E mais, não se pode diferenciar a atividade exercida pelo criador com relação a sua quotaparte dos demais animais, como dizer que com relação a um animal produz e aos outros presta serviço. Traz a recorrente em seu favor, a Instrução Normativa RFB nº 971/2009: [...] no capítulo I do título III ao dispor das normas e procedimentos das atividades rural e agroindustrial, menciona nos incisos XI e XIV do artigo 165 sobre o contrato de parceria rural. Expressamente, o § único do artigo 168 da referida instrução normativa prescreve que a quotaparte do parceiro é considerada produção rural própria do produtor rural e base de incidência da contribuição previdenciária sobre a receita da comercialização da produção rural. [...] Parágrafo único. A parte da produção que na partilha couber ao parceiro outorgante é considerada produção própria." (Grifos do original). Este entendimento também é confirmado pelo Superior Tribunal de Justiça, que instado a se manifestar sobre a incidência da contribuição previdenciária (funrural) nos contratos de parceria avícola, concluiu pela incidência da contribuição sobre a receita auferida pelo produtor rural quando da comercialização da sua quotaparte na produção a empresa agroindustrial (parceiro outorgante). [...] O artigo 110 do Código Tributário Nacional (Lei n. 5.172/1966) veda a possibilidade do ente competente de alterar a definição de institutos de direito privado [...] De fato, tal Instrução Normativa ´considera a quotaparte do parceiro produção rural própria, mas para fins específicos de incidência da contribuição previdenciária. Não pode ela alterar o instituto da propriedade esculpido no Código Civil, por força do referido art. 110 do Código Tributário. Fl. 2041DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 11 10 Traz a recorrente jurisprudência deste CARF em seu socorro. Importante examinar os termos dos contratos de parceria que regulam as relações em pauta: “A retenção de frangos pelo CRIADOR em índice superior ao permitido, [...]caracterizará o furto, respondendo o mesmo penal e civilmente pelo ato praticado. “O CRIADOR. por cada lote criado, receberá pecuniariamente o valor apurado através da tabela referente ao Índice de Eficiência Produtiva IEP, observandose o seguinte: Peso Médio (X) Sobrevivência (X) 100 % (:) Conversão Alimentar (X) Idade dos Frangos.” “Facultase ao CRIADOR utilizar 0,15% (zero vírgula quinze por cento) do total de aves do lote em formação, para o seu próprio sustento. Não consumindo o total permitido, obrigase o CRIADOR a entregar todo o saldo de aves viáves e remanescentes não consumidas.” “O CRIADOR se obriga ainda: [...] “O CRIADOR por este instrumento constituise fiel depositário das aves postas em seu poder pela COOPAVEL, para que efetue a criação obejto deste instrumento, devendo respeitar orientações técnicas, zelando pela sua guarda e conservação, sendo que não o fazendo por ato de sua responsabilidade, responderá pelas penas de depositário infiel, nos termos da lei, especialmente se der causa ao desaparecimento de frangos não autorizados por este instrumento. As penas do depositário infiel serão de ordem civil e criminal.” (Grifos do original) O fato de ser constituído fiel depositários das aves (entendo, de todas elas) postas em seu poder pela COOPAVEL demonstra que, como já examinado, não são suas as aves, apenas presta serviço com relação a elas. Sua remuneração é pelo Índice de Eficiência Produtiva e não pela venda de animais. Se pode reter parte dos animais é para o seu sustento, não sendo estas devolvidas ao produtor, apenas se houver saldo. Situação semelhante ocorre com os contratos relativos aos suínos. Assim, nesse tema, nego provimento ao recurso voluntário. Do índice de exportação para ressarcimento do crédito presumido Consta do acórdão recorrido que a Delegacia de origem recalculou o crédito presumido (relativamente às aquisições comprovadas e não glosadas) aplicando um novo critério de rateio proporcional; desconsiderando a aplicação do índice setorial de exportação utilizado pela recorrente. Empregou a unidade índice de exportação calculado mediante a comparação das exportações realizadas (de carne e de óleo de soja degomado) com a receita bruta total da empresa no período: Fl. 2042DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 12 11 Em síntese, a autoridade fiscal, após determinar as aquisições de milho, soja, e animais realizadas de pessoas físicas que poderiam conceder o direito ao crédito presumido, aplicou: (i) o índice de exportação de carnes (frango e suíno), calculado por meio da divisão do total de exportações de carne pela receita bruta total, sobre as aquisições de animais (frango e suínos) e de milho com direito à crédito; e (ii) o índice de exportação de óleo degomado, calculado por meio da divisão do total das exportaçoes de óleo pela receita bruta total, sobre as aquisições de soja in natura com direito à crédito. No caso, a fiscalização partiu da premissa de que o milho foi empregado exclusivamente na fabricação da ração e a soja somente na industrialização do óleo de soja degomado, caracterizandose, portanto, a existência de consumo direto nos respectivos processos produtivos e de exportações de carne e de óleo de soja degomado. A contribuinte, por outro lado, aplicou e defende a aplicação das seguintes fórmulas: A recorrente alega ilegalidades na forma de apuração utilizada pelo Fisco, tendo em vista o disposto nos já citados artigos 56A e 56B da Lei nº 12.350/2010, os quais autorizam a compensação com débitos próprios ou o ressarcimento em dinheiro, respectivamente: a) de saldo de créditos presumidos apurados a partir do ano calendário de 2006 na forma do § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, existentes à data de publicação da lei; e b) para a pessoa jurídica, inclusive cooperativa, que até o final de cada trimestrecalendário, não conseguir utilizar os créditos presumidos apurados na forma do inciso II do § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004; remetendo o cálculo aos §s 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e §s 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). Argumenta que, quanto à primeiro situação, a exposição de motivos da Medida Provisória nº 517/2010, na qual fora convertida a dita lei, traz que a finalidade da medida é monetizar o estoque de créditos presumidos vinculados às receitas de exportação, permitindo que as pessoas jurídicas consigam realizar estes ativos de modo a reduzir os custos de produção (grifos do original). Reproduzo, para análise mais detalhada, os disposições em pauta: Art. 3º. [...] § 7o Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitarse à incidência nãocumulativa da COFINS, em relação apenas à parte de suas receitas, o crédito será apurado, exclusivamente, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados a essas receitas. Fl. 2043DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 13 12 § 8o Observadas as normas a serem editadas pela Secretaria da Receita Federal, no caso de custos, despesas e encargos vinculados às receitas referidas no § 7o e àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa dessa contribuição, o crédito será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo método de: I apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema de contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou II rateio proporcional, aplicandose aos custos, despesas e encargos comuns a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência nãocumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês. § 9o O método eleito pela pessoa jurídica para determinação do crédito, na forma do § 8o, será aplicado consistentemente por todo o anocalendário e, igualmente, adotado na apuração do crédito relativo à contribuição para o PIS/PASEP nãocumulativa, observadas as normas a serem editadas pela Secretaria da Receita Federal. (Grifos deste relator). A recorrente, optante pelo rateito proporcional, assim interpretou o respectivo dispositivo: [...] o crédito presumido a ressarcir vinculado a receita de exportação será apurado pela aplicação sobre os custos (bens adquiridos) da relação percentual da receita bruta da exportação dos produtos com direito ao crédito presumido em relação a receita bruta total dos produtos com direito ao crédito presumido, ou seja, obtido conforme a seguinte fórmula. Entendo pelo acerto da Delegacia de origem e da Delegacia de Julgamento: a disposição do 3o, § 8o , II, da Lei n. 10.833/2003 não deixa margem à interpretação da recorrente, posto que baseia o rateio na "relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência nãocumulativa e a receita bruta total". Se é "receita bruta total" não é receita bruta total por produto (ou setor) carne e óleo de soja degomado como quer fazer crer a recorrente. A exposição de motivos que traz em seu favor não tem o poder de alterar o significado da lei, no máximo direcionar a seu interpretação quando houver margem para tanto. Ainda assim, também não ampara a fórmula defendida pela recorrente, por não discriminar produtos/ setores. Aduz a recorrente que o Receita Federal estaria a violar o princípio constitucional da isonomia, "diferenciado para empresas que investem e produzem através de diversas atividades em unidade filiais, das empresas que mantém uma única atividade e assim não tem que computar para Fl. 2044DF CARF MF Processo nº 10935.001274/201190 Acórdão n.º 3301004.024 S3C3T1 Fl. 14 13 cálculo de seu crédito receita de outras atividades. De plano, não compete a este Conselho se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). Ainda assim, entendo que o legislador, ao estatuir a opção pelo método da apropriação direta, permite que a empresa compute operação a operação o seu crédito. Já na opção pelo rateio proporcional, o legislador elegeu um método mais geral e simplificado, para empresas com incidência nãocumulativa da COFINS, para apenas parte de suas receitas, sem o detalhamento por produto/ setor. Assim, nessa questão, nego provimento ao recurso voluntário. Conclusão Por todo o exposto, nego provimento os recurso voluntário da COOPAVEL." Nos termos do entendimento exarado no paradigma, o Crédito Presumido previsto no art. 8º da Lei nº 10.925/2004, c/c os artigos 56A e 56B da Lei nº 12.350/2010, incluídos pela Lei nº 12.431/2011, e o cálculo de rateio proporcional no regime da não cumulatividade se aplica tanto à COFINS quanto à Contribuição para o PIS/Pasep. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 2045DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10530.903815/2011-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Sep 04 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3201-001.012
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Orlando Rutigliani Berri (Suplente convocado), Marcelo Giovani Vieira e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado).
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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(assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Orlando Rutigliani Berri (Suplente convocado), Marcelo Giovani Vieira e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado). Relatório Tratase de Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte supra identificado em face do acórdão da DRJ Belo Horizonte/MG que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade manejada para se requerer a reforma do despacho decisório exarado pela repartição de origem. De acordo com o despacho decisório, o crédito informado no Pedido de Restituição já se encontrava integralmente alocado a outro débito do sujeito passivo, decorrendo daí o indeferimento do presente pleito. Na Manifestação de Inconformidade, o contribuinte protestou por não ter sido intimado para prestar esclarecimentos acerca da higidez do crédito e requereu o reconhecimento do direito à restituição da contribuição recolhida sobre receitas estranhas ao conceito de faturamento, em face da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral, cujo teor deve ser reproduzido pelos Conselheiros do CARF, por força do disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 30 .9 03 81 5/ 20 11 -7 9 Fl. 1188DF CARF MF Processo nº 10530.903815/201179 Resolução nº 3201001.012 S3C2T1 Fl. 3 2 A decisão da DRJ Belo Horizonte/MG, denegatória do direito pleiteado, fundamentouse, a partir do confronto das informações declaradas e prestadas pelo contribuinte, na falta de comprovação da liquidez e certeza do crédito. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, alegando o seguinte: a) a DCTF não é único meio de prova da existência do crédito passível de restituição, sendo descabida a exigência de retificação de declarações como condição à restituição do indébito tributário; b) o acórdão recorrido está em desconformidade com o princípio da verdade material, encontrandose a contabilidade lastreada em documentação idônea; c) o valor informado no campo "Receita da Revenda de Mercadorias" da Ficha 06A "Demonstração do Resultado" da DIPJ está considerando o valor da faturamento com vendas de veículos usados, ao passo que o valor informado no campo "Faturamento/Receita Bruta" das Fichas que demonstram o cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS considera somente o valor do lucro na venda de veículos usados, conforme determina o art. 5° da Lei nº 9.716/1998, fato esse que se comprova pela planilha de cálculo juntada ao recurso, a qual esclarece a apuração da contribuição, bem como o valor do crédito devido; d) o Supremo Tribunal Federal já declarou a inconstitucionalidade do § 1° do art. 3° da Lei nº 9.718/1998, em sede de repercussão geral, devendose observar o teor do art. 26A do Decreto 70.235/72 e o art. 62A do RICARF; e) a Lei nº 11.941/2009 revogou o § 1° do art. 3° da Lei 9.718/1998. Ao final, pugna o Recorrente pelo provimento do recurso voluntário para que seja reconhecido o seu direito à plena restituição da contribuição calculada sobre receitas estranhas ao conceito de faturamento, diante da inconstitucionalidade do § 1° do art. 3° da Lei 9718/1998. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3201001.004, de 25/07/2017, proferido no julgamento do processo 10530.903807/201122, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3201001.004): A questão em apreço se resolveria pela aplicação do decidido pelo Supremo Tribunal Federal em sede de repercussão geral, conforme ementa a seguir transcrita: Fl. 1189DF CARF MF Processo nº 10530.903815/201179 Resolução nº 3201001.012 S3C2T1 Fl. 4 3 "RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98." (RE 585235 QORG, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 10/09/2008, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe227 DIVULG 27 112008 PUBLIC 28112008 EMENT VOL0234310 PP02009 RTJ VOL0020802 PP00871 ) Temse, então, que o § 1° do art. 3° da Lei 9.718/98 foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Como sabido, a aplicação do decidido pela Corte Suprema em sede de repercussão geral é de aplicação obrigatória por parte deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, conforme se depreende da redação do art. do RICARF: "Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal o u do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016)" A jurisprudência deste colegiado administrativo é pacífica em relação ao tema. Vejamos: "OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/02/1999 a 31/03/2000 PIS. COFINS. RESTITUIÇÃO. Inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS e do aumento deste de 2% para 3%, instituídos pela Lei 9.718/98. Acolhimento do resultado da diligência e reconhecimento da atualização dos valores com fundamento no artigo 39, § 4° da Lei 9.430/96 (Taxa Selic). Aplicação desde a data da protocolização do pedido." (Processo 13839.001097/200580; Acórdão 3401003.778; Relator Conselheiro ANDRÉ HENRIQUE LEMOS, Sessão de 23/05/2017) "Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Fl. 1190DF CARF MF Processo nº 10530.903815/201179 Resolução nº 3201001.012 S3C2T1 Fl. 5 4 Período de apuração: 01/09/2001 a 30/09/2001 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. INCONSTITUCIONALIDADE DE DECLARADA PELO STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62 DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. O §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 346.084/PR e no RE nº 585.235/RG, este último decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B). Assim, deve ser aplicado o disposto no art. 62 do Regimento Interno do Carf, o que implica a obrigatoriedade do reconhecimento da inconstitucionalidade do referido dispositivo legal." (Processo 11516.002621/200719; Acórdão 3401003.239; Conselheiro LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO, Sessão de 26/09/2016) Ocorre que, no caso em debate tanto o despacho decisório, quanto a decisão proferida em sede de manifestação de inconformidade informam não estar comprovada a certeza e a liquidez do direito creditório. A decisão, portanto, foi no sentido de que inexiste crédito apto a lastrear o pedido da recorrente. No entanto, entendo como razoável as alegações produzidas pela recorrente aliado aos documentos apresentados nos autos, o que atesta que procurou se desincumbir do seu ônus probatório em atestar a existência dos créditos alegados. A recorrente além das DCTF's apresentou planilha de cálculo, balancete e comprovante de arrecadação referente ao período em apreço e, por fim, juntamente com o seu recurso anexa o LivroRazão. Neste contexto, a teor do que preconiza o art. 373 do diploma processual civil, teve a manifesta intenção de provar o seu direito creditório, sendo que tal procedimento, também está pautado pela boafé. Saliento o fato de assistir razão à recorrente quando alega que a falta de retificação de declaração não tem o condão de tornar devido o que é indevido, sob pena de ofensa aos princípios da legalidade e da verdade material. Neste sentido já decidiu o CARF: "Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2002 CONEXÃO. IMPOSSIBILIDADE. Os processos referemse a períodos diferentes, o que ocasiona fatos jurídicos tributários diferentes, com a consequente diferenciação no que concerne à produção probatória, impossibilitando a conexão. FALTA DE RETIFICAÇÃO NA DCTF. Ainda que o sujeito passivo não tenha retificado a DCTF, mas demonstre, por meio de prova cabal, a existência de crédito, a referida formalidade não se faz necessária. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2002 INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 3º, §1º, DA LEI Nº 9.718/1998. RECONHECIMENTO. Fl. 1191DF CARF MF Processo nº 10530.903815/201179 Resolução nº 3201001.012 S3C2T1 Fl. 6 5 Quanto à ampliação da base de cálculo prevista pela Lei nº 9.718/1998, tal fato já foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal em regime de repercussão geral, RE 585235 QORG." (Processo 10280.905801/2011 89; Acórdão 3302003.619; Conselheira SARAH MARIA LINHARES DE ARAÚJO PAES DE SOUZA; Sessão de 21/02/2017) (nosso destaque) Recentemente, em questão similar, em processo relatado pela Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário (10830.917695/201111 Resolução 3201000.848), esta Turma por unanimidade de votos, decidiu em converter o julgamento em diligência, conforme a seguir transcrito: "Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora." Do voto da relatora destaco: "Na hipótese dos autos, observase que não houve inércia do contribuinte na apresentação de documentos. O que se verifica é que os documentos inicialmente apresentados em sede de Manifestação de Inconformidade se mostraram insuficientes para que a Autoridade Julgadora determinasse a revisão do crédito tributário. E, imediatamente após tal manifestação, em sede de Recurso Voluntário, foram apresentados novos documentos. Ademais, não se pode olvidar que se está diante de um despacho decisório eletrônico, ou seja, a primeira oportunidade concedida ao contribuinte para a apresentação de documentos comprobatórios do seu direito foi, exatamente, no momento da apresentação da sua Manifestação de Inconformidade. E, foi apenas em sede de acórdão, que tais documentos foram tidos por insuficientes. Sabese quem em autuações fiscais realizadas de maneira ordinária, é, em regra, concedido ao contribuinte diversas oportunidades de apresentação de documentos e esclarecimentos, por meio dos Termos de Intimação emitidos durante o procedimento. Assim, limitar, na autuação eletrônica, a oportunidade de apresentação de documentos à manifestação de inconformidade, aplicando a preclusão relativamente ao Recurso Voluntário, não me parece razoável ou isonômico, além de atentatório aos princípios da ampla defesa e do devido processo legal." Ademais, em casos análogos envolvendo a recorrente, este conselho administrativo nos processos 10530.902899/201123 e 10530.902898/201189 decidiu por converter o julgamento em diligência através das Resoluções 3801000.816 e 3801 000.815. Assim, entendo que há dúvida razoável no presente processo acerca da liquidez, certeza e exigibilidade do direito creditório, o que justifica a conversão do feito em diligência, não sendo prudente julgar o recurso em prejuízo da recorrente, sem que as questões aventadas sejam dirimidas. Diante do exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência à repartição de origem, para que possa ser apurado e informado, de modo pormenorizado, o valor do débito e do crédito existentes na data de transmissão dos PER/DCOMPs dos processos, bem como a existência do crédito postulado a partir de toda a documentação apresentada pelo contribuinte e outras diligências que possam ser realizadas a critério da autoridade competente, com a elaboração do devido relatório. Fl. 1192DF CARF MF Processo nº 10530.903815/201179 Resolução nº 3201001.012 S3C2T1 Fl. 7 6 Deve, ainda, a autoridade administrativa informar se há o direito creditório alegado pela recorrente e se o mesmo é suficiente para a extinção do débito existente tomando por base toda a documentação apresentada pelo contribuinte. Isto posto, deve ser oportunizada à recorrente o conhecimento dos procedimentos efetuados pela repartição fiscal, com abertura de vistas pelo prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, para que se manifeste nos autos e apresente documentos adicionais, caso entenda necessário, para, na sequência, retornarem os autos a este colegiado para prosseguimento do julgamento. Importante frisar que os documentos juntados pelo contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, também foram juntados em cópias nestes autos (planilha, Balancete e livro Razão). Dessa forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, decido por converter o julgamento em diligência, para que a Autoridade Preparadora certifique a efetiva existência do crédito postulado, a partir dos documentos apresentados pelo contribuinte e por meio de outras diligências que se mostrarem necessárias, consignando os resultados apurados em relatório pormenorizado. Após a realização da diligência, concedase vista ao contribuinte pelo prazo de 30 (trinta dias) para se manifestar acerca das conclusões. Após, retornemse os autos para julgamento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 1193DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.006283/2003-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 28 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO -II
Data do fato gerador: 11/04/2003
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIA.
Preparação constituída de Acetato de Vitamina A, Butil-Hidroxitolueno (BHT) (Antioxidante) e Excipientes como Amido, Glicose, Matéria Protéica e Substâncias Inorgânicas à base de Fosfato e Sódio, na forma de microesferas, não doseada, a ser utilizada pelas indústrias formuladoras de ração, conforme laudo técnico oficial, classifica-se no código NCM 2309.90.90.
PENALIDADES E JUROS APLICADOS.
Cabíveis as penalidades e juros aplicados, pois lançados conforme previsto na
legislação especifica.
RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
Numero da decisão: 3201-000.596
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de cerceamento de defesa e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: II/IE/IPIV - ação fiscal - classificação de mercadorias
Nome do relator: LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES
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conteudo_txt : Metadados => date: 2011-06-27T18:36:56Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 7; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2011-06-27T18:36:56Z; Last-Modified: 2011-06-27T18:36:56Z; dcterms:modified: 2011-06-27T18:36:56Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; xmpMM:DocumentID: uuid:02782854-bfd9-4bcb-bf3f-e2520639bd20; Last-Save-Date: 2011-06-27T18:36:56Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2011-06-27T18:36:56Z; meta:save-date: 2011-06-27T18:36:56Z; pdf:encrypted: false; modified: 2011-06-27T18:36:56Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2011-06-27T18:36:56Z; created: 2011-06-27T18:36:56Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; Creation-Date: 2011-06-27T18:36:56Z; pdf:charsPerPage: 1387; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2011-06-27T18:36:56Z | Conteúdo => S3-C2T1 Fl. 132 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 11128.006283/2003 -34 Recurso n° 343.738 Voluntário Acórdão n° 3201-00.596 — 2 Câmara / la Turma Ordinária Sessão de 28 de outubro de 2010 Matéria CALASSIFICAÇÃO FISCAL Recorrente BASF S.A. Recorrida DRJ - SÃO PAULO/SP ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO -II Data do fato gerador: 11/04/2003 CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIA. Preparação constituída de Acetato de Vitamina A, Butil-Hidroxitolueno (BHT) (Antioxidante) e Excipientes como Amido, Glicose, Matéria Protéica e Substâncias Inorgânicas à base de Fosfato e Sódio, na forma de microesferas, não doseada, a ser utilizada pelas indústrias formuladoras de ração, conforme laudo técnico oficial, classifica-se no código NCM 2309.90.90. PENALIDADES E JUROS APLICADOS. Cabíveis as penalidades e juros aplicados, pois lançados conforme previsto na legislação especifica. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de cerceamento de defesa e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. /1.kv .v1 Judith Db Mnaral Marco des Armando — Presi nte Luciano Lopes De Alifeida Moraes - Rela Editado Em: 26/11/2010 1 Processo n° 11128.006283/2003-34 53-C2T1 Acórdão n.° 3201-00.596 Fl. 133 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith Amaral Marcondes Armando (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vice- presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Daniel Mariz Gudino. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em 08/10/2003, em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência de imposto de importação, multa de mora e multa por erro na classificação da mercadoria na Nomenclatura Comum do Mercosul, devido a apuração dos fatos a seguir descritos. A empresa acima qualificada submeteu a despacho aduaneiro mercadoria descrita como — Lutavit A 500 Plus. Nome Comercial: Lutavit A 500 Plus. Vitamina A Acetato 500.000 UI/g. Qualidade: Ind. Feed Grade; Estado Físico: Sólido. Concentração: 500.000 UI/g. Uso: Exclusivo para Fabricação de Ração Animal -, por meio da declaração de importação n° 03/0307142-1, registrada ern 11/04/2003, cópia de fls. 11 a 14, classificando-a no código NCM 2936.21.12. Amostra do produto importado foi coletada para análise laboratorial. Do exame do Laudo n° 1084.01, nas fls. 22/23, elaborado pelo Laboratório de Análises do Convênio IQ/RF/FUNCAMP-132, esclarecendo que a mercadoria tratava-se de uma "Preparação constituída de Acetato de Vitamina A, Butil-Hidroxitolueno (BHT) (Antioxidante) e Excipientes como Amido, Matéria Protéica, Glicose e Substâncias Inorgânicas a base de Fosfato e Sódio, na forma de microesferas, não doseada, a ser utilizada pelas indústrias formuladoras de ração", a autoridade fiscal classificou a mercadoria no código NCM 2309.90.90, sujeita a aliquota de imposto de importação de 9,5%. Diante do não pagamento do crédito tributário apurado conforme o Demonstrativo de Cálculos de Lançamento Complementar n° 363/03 (A 28), foi lavrado o presente auto de infração, formalizando a exigência do recolhimento do imposto de importação apurado em razão da alteração de aliquota tarifária, da multa de mora, prevista no artigo 61 da Lei n" 9.430/96, e da multa por erro na classificação da mercadoria na Nomenclatura Comum do Mercosul, preceituada no inciso I do artigo 84 da Medida Provisória n" 2.158-35, de 24/08/2001, totalizando, com juros calculados até 30/09/2003, o valor de R$ 19.015,15. 2 Processo n° 11128.006283/2003-34 S3-C2T1 Acórdão n.° 3201-00.596 Fl. 134 Cientificado da lavratura do auto de infração em 20/10/2003 (Ii. 01) o contribuinte, por intermédio de seus advogados e procuradores (instrumento de Mandato nas fls. 53/54), protocolizou impugnação, tempestivamente, em 17/11/2003, de fls. 30 a 52, alegando, resumidamente, que.. 1) para que se possa transformar a Vitamina A Acetato Oleosa em Vitamina A Acetato Pó Seco 500.000 UI/g é necessário que se faça uma matriz contendo gelatina e sacarose revestida de um amido modificado, contendo ainda BHT, como antioxidante, e silicato de alumínio, como antiaglomerante; que a fase de transformação da fase oleosa para a fase pó, não pode ser realizada em território nacional, uma vez que não há equipamento disponível para tal; 2) há um processo de industrialização no caso em tela, com a finalidade única de transformar a forma oleosa em forma de p6 seco, uma vez que é impossível a utilização da forma oleosa na industrialização de produtos destinados à alimentação animal, quando esses se apresentam na forma de pó; 3) as substancias excipientes não tornam o produto objeto do presente auto apto para usos espec(icos, mas genéricos, ao contrário do que alega a fiscalização; porém, afirma a impugnante que, a mercadoria será utilizada como suplemento para ração animal; 4) da análise laboratorial, a fiscalização concluiu que o produto em tela deveria ser classificado no código 2309.90.90, o que afronta o entendimento administrativo exarado pela COANA na Decisão n" 003/99 (cópia de fls. 62 a 68), em resposta a consulta formulada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal — SINDIRAÇÕES, na qual se demonstra que o correto enquadramento para o acetato de Vitamina A protegido e estabilizado é no código NCM 2936.21.12, adotado pela impugnante; 5) para que não reste dúvida acerca da total semelhança entre a mercadoria descrita na consulta mencionada, a literatura técnica anexada à impugnação (de fls. 57 a 61) informa que o produto em tela contém 500.000 UI de Vitamina A por grama e que se trata de Vitamina A finamente distribuída, em uma matriz de gelatina e carboidratos, estabilizada com antioxidantes; 6) a mercadoria classifica-se no capitulo 29 pela utilização da Regra 3a) das RGI-SH; 7) o inciso III do art. 151 combinado com o art. 161 do CTN nos leva a entender que enquanto se está discutindo a legitimidade e a legalidade da cobrança efetuada pelos órgãos públicos, não são devidos juros e multa de mora, uma vez que o crédito tributário está suspenso não podendo ser exigível; se o crédito tributário só está definitivamente constituído após o encerramento do processo administrativo, isto leva a forçosa conclusão de que não se pode fazer incidir juros e multa de nora sobre algo que ainda não existe; 3 Processo n° 11128.006283/2003-34 S3-C2T1 Acórdão n.° 3201 -00.596 Fl. 135 8) incabível a aplicação de juros de mora, posto que o crédito tributário sequer foi definitivamente constituído e, ainda que se pudesse lançá-lo, não poderia sobre ele incidir a taxa SELIC, em razão da sua clara inconstitucionalidade; 9) requer a conversão do julgamento em diligencia para que peritos do Instituto Nacional de Tecnologia respondam aos quesitos que formulou na sua impugnação, nas fls. 51/52, indicando o seu assistente técnico na fl. 52, nos termos do artigo 16, inciso IV do Decreto n° 70.235/72, coin a redação dada pela Lei n°8.748, de 1993. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo/SP julgou o lançamento procedente, conforme Decisão DRJ/SPOII n° 25.571, de 05/06/2008, fls. 73/83: Assunto: Imposto sobre a Importação -II Data do fato gerador: 11/04/2003 CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIA. Preparação constituída de Acetato de Vitamina A, Butil- Hidroxitolueno (BHT) (Antioxidante) e Excipientes como Amido, Glicose, Matéria Protéica e Substâncias Inorgânicas à base de Fosfato e Sódio, na forma de micro esferas, não doseada, a ser utilizada pelas indústrias formuladoras de ração, conforme laudo técnico oficial, classifica-se no código NCM 2309.90.90. Cabível a multa de mora, aplicada aos débitos para coin a União não pagos nos prazos previstos na legislação especifica, conforme art. 61, parágrafo 2", da Lei n°9.430/96. Cabível a multa por classificação incorreta da mercadoria na Nomenclatura Comum do Mercosul, conforme prevê o inciso I do artigo 84 da MP 2.158-35, de 24/08/2001. JUROS DE MORA - TAXA SELIC: Legitima a exigência de juros de mora com base na equivalente a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIG, por força do disposto no artigo 61, § 3° da Lei n°9.430/96. Lançamento Procedente. 0 contribuinte é intimado da decisão as fls. 87/v e, em face da decisão proferida, interpõe recurso voluntário de fls. 91/128. o relatório. Voto Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes, Relator 4 Processo n° 11128.006283/2003-34 S3-C2T1 Acórdão n.° 3201-00.596 Fl. 136 0 recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade. Como se verifica do recurso interposto, discute-se nos autos a classificação fiscal do produto importado pela recorrente, qual seja, Lutavit A 500 Plus. Nome Comercial: Lutavit A 500 Plus. Vitamina A Acetato 500.000 UI/g. Qualidade: Ind. Feed Grade; Estado Físico: Sólido. Concentração: 500.000 UI/g. Uso: Exclusivo para Fabricação de Ração Animal. 0 contribuinte entende deva ser classificado na NCM 2936.2112, por entender que o produto não é exclusivo para usos específicos, bem como porque são matérias primas puras, ou seja, é um produto com de composição química definida, não sofrendo alteração as suas propriedades após a adição de substancias auxiliares. JA a fiscalização entendeu que, conforme Laudo Técnico n° 1084.01, se trata de uma "Preparação constituída de Acetato de Vitamina A, Butil-Hidroxitolueno (BHT) (Antioxidante) e Excipientes como Amido, Matéria Proteica, Glicose e Substâncias Inorgânicas a base de Fosfato e Sódio, na forma de microesferas, não doseada, a ser utilizada pelas indústrias fonnuladoras de ração", a autoridade fiscal classificou a mercadoria no código NCM 2309.90.90, código residual da subposição 2309.90 que compreende as Outras Preparações dos Tipos Utilizados na Alimentação de Animais, reclassificou-a na posição NCM 2309.90.90. A preliminar levantada de cerceamento do direito de defesa não pode ser acolhida. Em primeiro lugar, porque já existem nos autos informações suficientes para a correta classificação fiscal da mercadoria em tela na Nomenclatura Comum do Mercosul como se verificará na abordagem da questão de mérito deste acórdão. Ademais, a recorrente não se insurge em nenhum momento quanto ao teor do laudo produzido, bem como suas próprias argumentações já são suficientes para sanar as questões relevantes necessárias para este julgamento. Assim, voto por não acolher a preliminar levantada. Quanto ao mérito, entendo que a classificação pretendida pela recorrente, NCM 2936.2112, somente poderia ser utilizada se o produto em tela fosse um "composto orgânico de constituição química definida apresentados isoladamente, mesmo contendo impurezas". Ocorre que, conforme laudo, o referido produto não é de constituição química definida, contendo impurezas ou apenas outros componentes utilizados para segurança ou transporte. Pelo contrário, o referido produto é uma preparação, contendo substâncias outras, utilizadas no revestimento da microesfera com a finalidade de facilitar o manuseio e a dosagem da vitamina A nas rações animais e proteger química e fisicamente a substância ativa durante o processo de mistura com outros componentes, na formulação final a que se destina (pré-mistura ou ração animal), mantendo-a inalterada. Neste sentido, a própria defesa da recorrente esclarece esta situação, como vemos: 5 Processo n0 11128.006283/2003-34 S3-C2T1 AcOrddo n.° 3201-00.596 Fl. 137 I — Fls. 101 (..) vez que a adição de agentes antioxidant es ou antiaglomerantes (..) 2 — Fls. 102 (..) não sofrendo qualquer alteração as (sic) suas propriedades após a adição de substancias auxiliares (..) No sendo o produto de constituição química definida, não pode ser classificado na posição da recorrente. Quanto à classificação da fiscalização, entendo ser a mais correta. Como bem transcreve a decisão recorrida, a mercadoria objeto do presente processo, submetida a análise laboratorial pelo Laboratório de Análises do Convênio IQ/RF/FUNCAMP-132, Nome Comercial: Lutavit A 500Plus, apresenta as seguintes características, de acordo com o laudo n° 1084.01 (fls. 22/23): RESPOSTAS AOS QUESITOS: 1. Não se trata somente de Acetato de Vitamina A. Trata-se de Preparação constituída de Acetato de Vitamina A, Butil-Hidroxitolueno (BHT) (Antioxidante) e Excipientes como Amido, Matéria Protéica, Glicose e Substâncias inorgânicas à base de Fosfato e Sódio, na forma de microesferas, não doseada, a ser utilizada pelas indústrias formuladoras de ração. 2. Trata-se de Preparação especificamente elaborada para ser adicionada a ração animal e/ou pré-misturas. 3. De acordo com Compendio Brasileiro de Alimentação Animal (cópia anexa), mercadoria desta natureza encontra- se pronta para ser misturada na ração ou em outras bases alimentícias pelos formuladores, para depois ser administrada por via oral em animais. A adição desta Vitamina na ração animal é indicada para compensar a ausência, ou complementar a baixa concentração da Vitamina na ração, para evitar doenças que têm origem devido sua deficiência. A deficiência em Vitamina A pode causar lesões de pele e tecidos, problemas oftalmológicos e defeitos no desenvolvimento e modelação de ossos. 4. Quanto aos outros componentes encontrados além da Vitamina A, informamos: - 0 Butil-Hidroxitolueno (BHT) é um aditivo antioxidante indispensável para estabilizar a substância ativa (Vitamina A) contra oxidação; 6 Processo n° 11128.006283/2003-34 S3-C2T1 Acórdão n. ° 3201 -00.596 Fl. 138 - 0 Amido, a Matéria Protéica, a Glicose e as Substâncias inorgânicas a base de Fosfato e Sádio não se tratam de impurezas, estabilizantes, antiaglomerantes e nem de agentes antipoeira. - Amido, Matéria Protéica, Glicose e Substâncias inorgânicas a base de Fosfato e Sódio são excipientes utilizados no revestimento da microesfera com a finalidade de facilitar o manuseio e a dosagem dessa Vitamina nas rações animais e proteger química e fisicamente a Vitamina durante o processo de mistura com outros componentes, na formulação final a que se destina (pré- mistura ou ração animal), mantendo-se inalterada. Ressaltamos que a razão do Acetato de Vitamina A apresentar-se preparado da maneira descrita acima deve- se ao uso especifico a que se destina. O Acetato de Vitamina A de constituição química definida é um sólido amarelo, conforme a mercadoria referente ao Laudo de Análise 4985/95, que tomamos a liberdade de anexar." (sublinhei) As Notas Explicativas da posição 2309 esclarecem que esta posição compreende também as preparações empregadas na alimentação de animais, constituídas de uma mistura de diversos elementos nutritivos, a saber, de acordo com as NESH: A.- AS PREPARAÇÕES DESTINADAS A FORNECER AO ANIMAL A TOTALIDADE DOS ELEMENTOS NUTRITIVOS NECESSÁRIOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO DIÁRIA RACIONAL E BALANCEADA (ALIMENTOS COMPOSTOS "COMPLETOS'); B.- AS PREPARAÇÕES DESTINADAS A COMPLETAR, BALANCEANDO-OS, OS ALIMENTOS PRODUZIDOS NAS PROPRIEDADES AGRÍCOLAS (ALIMENTOS "COMPLEMENTARES'); C.- AS PREPARAÇÕES DESTINADAS A ENTRAR NA FABRICAÇ'fio DOS ALIMENTOS "COMPLETOS" OU "COMPLEMENTARES" DESCRITOS NOS GRUPOS A E B, ACIMA Estas preparações, designadas comercialmente pré- misturas, são geralmente compostos de caráter complexo que compreendem um conjunto de elementos (as vezes denominados "aditivos'), cuja natureza e proporções variam consoante a produção zootécnica a que se destinam. Esses elementos são de três espécies: 1) os que favorecem à digestão e, de uma forma mais geral, a utilização dos alimentos pelo animal, defendendo o 7 Processo n° 11128.006283/2003-34 S3-C2T1 Acórddo n.° 3201-00.596 Fl. 139 seu estado de saúde: vitaminas ou pro vitaminas, aminoácidos, antibióticos, coccidios táticos, oligoelementos, emulsificantes, aromatizantes ou aperitivos, etc.; 2) os destinados a assegurar a conservação dos alimentos, especialmente as gorduras que contem, até serem consumidos pelo animal: estabilizantes, antioxidantes, etc.; 3) os que desempenham a função de suporte e que podem consistir quer em uma ou mais substâncias orgânicas nutritivas (especialmente farinhas de mandioca ou de soja, farelos, leveduras e diversos resíduos da indústria alimentar), quer em substancias inorgânicas (por exemplo: magnesita, cré, caulim, sal, fosfatos). A concentração, nestas preparações, dos elementos referidos em 1) acima e a natureza do suporte são determinadas, especialmente, de forma a conseguir-se uma repartição e uma mistura homogêneas desses elementos nos alimentos compostos a que essas preparações serão adicionadas. Corno a mercadoria em tela é uma preparação, conforme laudo técnico oficial e informações da própria recorrente, utilizada como suplemento para ração animal, enquadra-se em uma preparação do tipo apresentada no item C do texto reproduzido das NESH, compreendida na posição 2309. Assim, o produto em tela deve ser classificado na posição 2309, corn base nas RGIs La e 6.a (textos da posição 2309 e da subposição 2309.90), combinadas com RGC-1, e com os esclarecimentos das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado. Ainda, como não há uma subposição mais especifica no capitulo 2309, deve ser classificada na NCM 2309.90.90. Quanto às penalidades aplicadas, temos que o foram de forma correta. Primeiramente, não há que se tratar da alegação de confisco, forte na Súmula n.° 2 desta Corte: SÚMULA N° 2: 0 CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Quanto 6 multa de 1% prevista na MP n.° 2.158, é esta correta e regulamente instituída, não havendo irregularidades em sua aplicação. Havendo identidade do fato 6. previsão normativa, deve ser aplicada, forte no principio da tipicidade e da legalidade. Por fim, quanto aos juros, a taxa SELIC é a correta a ser aplicada, forte na Súmula n.° 3 desta Corte: 8 lmeida Mor . s Processo n° 11128.006283/2003-34 S3-C2T1 Acórdão n.° 3201-00.596 Fl. 140 SÚMULA N° 3 do CARF: A partir de 1" de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimpMncia, a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. Ante o exposto, voto por rejeitar a preliminar de cerceamento de direito de defesa e, no mérito, negar pro imento ao recurso interposto, prejudicados os demais argumentos. Luciano Lope 9
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