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Numero do processo: 10920.912812/2009-18
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jul 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003
RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. DISSENSÃO JURISPRUDENCIAL. REQUISITO.
O conhecimento do recurso especial exige a demonstração do dissenso jurisprudencial. É essencial que as decisões comparadas tenham identidade fática e jurídica entre si. O acórdão que decide pela mitigação de determinada regra processual com supedâneo em princípios do direito processual tributário não serve de paradigma apto a confrontar decisão que considerou intransponível outra norma processual, diferente da que foi relaxada pela decisão recorrida.
Numero da decisão: 9303-007.175
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2003 RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. DISSENSÃO JURISPRUDENCIAL. REQUISITO. O conhecimento do recurso especial exige a demonstração do dissenso jurisprudencial. É essencial que as decisões comparadas tenham identidade fática e jurídica entre si. O acórdão que decide pela mitigação de determinada regra processual com supedâneo em princípios do direito processual tributário não serve de paradigma apto a confrontar decisão que considerou intransponível outra norma processual, diferente da que foi relaxada pela decisão recorrida.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1495; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 2 1 1 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10920.912812/200918 Recurso nº 1 Especial do Contribuinte Acórdão nº 9303007.175 – 3ª Turma Sessão de 12 de julho de 2018 Matéria PER/DCOMP. ÔNUS DA PROVA. Recorrente LOJAS DE DEPARTAMENTOS MILIUM LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. DISSENSÃO JURISPRUDENCIAL. REQUISITO. O conhecimento do recurso especial exige a demonstração do dissenso jurisprudencial. É essencial que as decisões comparadas tenham identidade fática e jurídica entre si. O acórdão que decide pela mitigação de determinada regra processual com supedâneo em princípios do direito processual tributário não serve de paradigma apto a confrontar decisão que considerou intransponível outra norma processual, diferente da que foi relaxada pela decisão recorrida. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 91 28 12 /2 00 9- 18 Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10920.912812/200918 Acórdão n.º 9303007.175 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte contra decisão tomada no Acórdão nº 3403002.448, de 24 de setembro de 2013, que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 PROVAS. É ônus processual do contribuinte fazer prova dos fatos alegados em contraposição à pretensão fiscal. Recurso Voluntário Negado A divergência suscitada no recurso especial referese à prevalência da verdade material e da instrumentalidade das formas sobre as regras processuais que estabelecem a preclusão do direito à comprovação dos fatos alegados. O recurso especial foi admitido mediante despacho de admissibilidade do Presidente da Quarta Câmara da Terceira Seção do CARF. Contrarrazões da Fazenda Nacional foram apresentadas. É o Relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303007.165, de 12/07/2018, proferido no julgamento do processo 10920.910094/200945, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303007.165): Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10920.912812/200918 Acórdão n.º 9303007.175 CSRFT3 Fl. 4 3 "Conhecimento do Recurso Especial O recurso especial não deve ser conhecido. A decisão recorrida não recusou as provas apresentadas em sede de recurso voluntário por considerar o direito precluso. No vertente processo, as provas do direito alegado não foram apresentadas em momento algum. Nem na apresentação do pedido de restituição, nem na impugnação, nem em sede de recurso voluntário e tampouco agora. Observese excerto extraído do voto do aresto recorrido. Desse modo, não tendo a recorrente, tanto na impugnação, quanto no recurso voluntário, se desincumbido do ônus de trazer aos autos a documentação comprobatória do crédito alegado em compensação, não há como se aferir a certeza e a liquidez do indébito, requisitos essenciais à compensação tributária (art. 170 do CTN). O paradigma apresentado jamais admitiu a hipótese de que um processo, que não fora em momento algum instruído com as provas do direito alegado pudesse ser convertido em diligência para que a falta fosse suprida. Em lugar disso, aborda uma matéria bem mais suscetível de controvérsia, que diz respeito à possibilidade de apreciação das provas carreadas aos autos pelo contribuinte somente em segunda instância de julgamento. Observese como se manifesta o relator da decisão paradigma. Em primeira mão destaco que comungo do entendimento dos I. Colegas Julgadores que defendem a tese de que as provas materiais carreadas para os autos, seja fase recursória ou em qualquer outra, devem ser levadas em consideração, analisadas com o devido cuidado, investigadas inclusive por intermédio de diligências, se for o caso, para apuração da verdade material que, efetivamente, deve nortear os julgamentos nesta esfera administrativa. (grifos acrescidos) Ora, o relator referese à admissão das provas apresentadas em qualquer momento processual. Na sua opinião, considera até mesmo a possibilidade de que sejam realizadas diligências para apuração da verdade material, à luz dos elementos de prova carreados tardiamente aos autos. Não é o caso deste processo. Não foram recusadas provas apresentadas em segunda instância por preclusão temporal, foi rejeitado pedido de diligência para inclusão nos autos das provas que o contribuinte jamais se interessou em apresentar oportuna e espontaneamente. São questões rigorosamente distintas! Como disse antes, a mitigação do rigor processual expresso no art. 161 do Decreto 70.235/72 e alterações posteriores é matéria que comporta controvérsias. Contudo, decidir pela 1 Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) V se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 2º É defeso ao impugnante, ou a seu representante legal, empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao julgador, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscálas. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 3º Quando o impugnante alegar direito municipal, estadual ou estrangeiro, provarlheá o teor e a vigência, se assim o determinar o julgador. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10920.912812/200918 Acórdão n.º 9303007.175 CSRFT3 Fl. 5 4 conversão do julgamento em diligência para instrução do processo porque o contribuinte não se desincumbiu em momento algum do dever fazêlo, parece a mim uma decisão de outro jaez, que, me arrisco a dizer, haveria de se notabilizar pelo ineditismo. Importante frisar que é incontroverso que o contribuinte não carreou aos autos os documentos contábeis e fiscais com os quais poderia demonstrar o direito alegado. Em sua próprias palavras: Por evidente, era e é absolutamente inviável à Recorrente juntar ao seu Recurso e a esses autos toda a documentação pertinente, como arguído na decisão recorrida para justificar a denegação de seu acolhimento, porquanto isso implica em milhares de papéis, considerado todo o período referenciado... (grifos no original) Embora não pretenda adentrar ao mérito, é inescapável uma reflexão acerca do pleito da recorrente, para que fique claro o quanto ele destoa da decisão paradigma e transborda os limites do que lá se debateu e do que, em regra, se apresenta para discutir em situações análogas. Por certo, a litigante não é de dimensões tais que se veja impedida de apresentar as provas do direito alegado, como, sabidamente, é exigido de qualquer contribuinte em quaisquer circunstâncias (em especial quando se trata de pedido de restituição, ressarcimento ou compensação). Significa dizer, o reconhecimento do direito reclamado pela recorrente ultrapassaria em muito a discussão acerca do momento em que ocorre a preclusão temporal para comprovação dos fatos alegados. Admitiria uma regra de exceção exclusiva para um determinado caso específico, e sem qualquer razão aparente para tanto, já que não é possível vislumbrar elementos materiais e perceptíveis que justifiquem tal distinção. A despeito disso, do excerto antes transcrito resta inequívoca a circunstância fática versada nos autos. Ao contrário do que aconteceu no paradigma, neste processo nunca foram apresentadas as provas que dariam amparo à pretensão da parte, apenas uma planilha de cálculo assinada pelos administradores da empresa e pelo contador. Não há qualquer possibilidade de considerar que as decisões deram à lei tributária interpretações divergentes. Diante do exposto, voto pelo não conhecimento do recurso especial." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo "nunca foram apresentadas as provas que dariam amparo à pretensão da parte, apenas uma planilha de cálculo assinada pelos administradores da empresa e pelo contador". § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10920.912812/200918 Acórdão n.º 9303007.175 CSRFT3 Fl. 6 5 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial do contribuinte não foi conhecido. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 137DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10725.720429/2008-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 26/06/2004
MULTA DO ART. 84, I, DA MEDIDA PROVISÓRIA N° 2.158-35/2001
Incide o art. 84, I, da Medida Provisória n° 2.158-35/ 2001, que determina a aplicação de multa de 1% (um por cento) sobre o valor aduaneiro, quando a mercadoria for classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria.
Numero da decisão: 3301-004.740
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte o recurso voluntário e, na parte conhecida, negar provimento..
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Costa Marques d'Oliveira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 26/06/2004 MULTA DO ART. 84, I, DA MEDIDA PROVISÓRIA N° 2.158-35/2001 Incide o art. 84, I, da Medida Provisória n° 2.158-35/ 2001, que determina a aplicação de multa de 1% (um por cento) sobre o valor aduaneiro, quando a mercadoria for classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte o recurso voluntário e, na parte conhecida, negar provimento.. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Costa Marques d'Oliveira - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte o recurso voluntário e, na parte conhecida, negar provimento.. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Costa Marques d'Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 72 5. 72 04 29 /2 00 8- 61 Fl. 217DF CARF MF Processo nº 10725.720429/200861 Acórdão n.º 3301004.740 S3C3T1 Fl. 218 2 Relatório Por bem descrever e retratar a realidade dos fatos, adoto e transcrevo o relatório da decisão de piso de fls.123135, com a inserção de alguns fatos complementares para melhor esclarecer os motivos que ensejaram a presente autuação: Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em 29/10/2008, em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência de multa proporcional ao valor aduaneiro (1% do V.A.), no valor de R$ 1.131.355,00, em virtude dos fatos a seguir descritos. A embarcação denominada ASSO VENTITRE foi internalizada duas vezes. A primeira internalização ocorreu através da declaração de importação n° 04/0614084 1, registrada em 25/06/2004. Após uma saída ficta do território brasileiro, experimentou nova internalização através da declaração de importação n° 04/11459222, registrada em 11/11/2004. Nas duas declarações de importação a embarcação foi classificada com o código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) 8904.00.00. O titulo deste código, que é o mesmo da posição, é: REBOCADORES E BARCOS CONCEBIDOS PARA EMPURRAR OUTRAS EMBARCAÇÕES. Na NESH (Notas Explicativas do Sistema Harmonizado) está explicito que "os barcos da presente posição não são concebidos para o transporte de pessoas ou mercadorias" e que esta posição compreende: A. Os rebocadores, que são barcos especialmente concebidos para tração de outras unidades. Podem ser do tipo que se utiliza no mar ou para navegação interior, e diferenciamse das outras embarcações pelo seu aspecto particular, seu casco reforçado de forma especial, suas possantes máquinas motoras e diversos equipamentos para movimentação e engate dos cabos, amarras, etc. B. Os barcos concebidos para empurrar outras embarcações, que são barcos especialmente concebidos para empurrar barcaças ou alijos, entre outros. Caracterizamse essencialmente pela sua proa achatada, concebida para empurrar, bem como pela posição particularmente elevada da cabina do timoneiro, que pode ser telescópica. Classificamse também nesta posição os barcos concebidos simultaneamente para empurrar e rebocar outras embarcações, assim como os barcos concebidos para empurrar outras embarcações, estes engenhos possuem uma proa chata e uma popa construída de modo a permitir a tração por meio de cabos. Os rebocadores próprios para levar ajuda aos navios em situação critica também se classificam aqui. Os barcos da presente posição não são concebidos para o transporte de pessoas ou de mercadorias. Podem ser equipados, a titulo acessório, de instrumentos especiais de bombeamento, de combate a incêndios, de aquecimento, etc. Contudo, os barcosbombas classificamse na posição 89.05. Em função disso, considerando toda documentação mencionado no relatório do auto de infração que trazem os esclarecimentos acerca do negócio/propósito na Fl. 218DF CARF MF Processo nº 10725.720429/200861 Acórdão n.º 3301004.740 S3C3T1 Fl. 219 3 internalização do barco, a fiscalização entendeu que a embarcação ASSO VENTITRE foi concebida para o transporte de mercadorias e não apenas para rebocar outras embarcações, portanto, a classificação errônea utilizada pelo contribuinte como rebocador contraria a NESH, o que sujeita o importador à multa prevista no Art. 84 da Medida Provisória 215835. Cientificado do auto de infração, pessoalmente, em 30/10/2008 (fls. 3), o contribuinte, protocolizou impugnação, tempestivamente em 27/11/2008, na forma do artigo 56 do Decreto nº 7.574/2011, de fls. 118 e 119, instaurando assim a fase litigiosa do procedimento. O impugnante alegou que: Preliminarmente nos permitimos esclarecer quanto ao rebocador ASSO VENTITRÉ: a) opera de acordo com as Normas estabelecidas pela Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, Órgão emissor do Atestado de Inscrição Temporária de Embarcação Estrangeira n° 387E001123 datado de 22/01/2001 e; b) foi internalizado através da declaração de importação n° 01/11428097, registrada em 23/11/2001 amparada pela licença de importação n° 01/09202160 de acordo com o contido no Art. 23 da Portaria Decex n° 08, de 13 de maio de 1991, alterada pela Portaria Mict 370/94 e posteriores e c) que foram apresentados todos os documentos necessários para o enquadramento no código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) 8904.00.00. Alega o AFTN que consta, explicitamente, na NESH em nota relativa a posição 8904 que: “Os barcos da presente posição não são concebidos para o transporte de pessoas ou de mercadorias”. Muito nos conforta o respeitável entendimento do senhor Auditor, pois que outra é a finalidade do referido rebocador, tração de outras unidades, não se destinando, portanto, ao transporte de pessoas ou mercadorias; validamos a ênfase para excetuar a tripulação, equipamentos e armação. A fim de afastar qualquer dúvida, salientamos que as atividades de pesquisa, exploração, perfuração, produção e estocagem de petróleo competem às embarcações que ao apoio deste rebocador recorrem. Pretende o Servidor que nos autua classificar o citado rebocador na posição 8906. A Recorrente não se descuidou de observar as Regras de Classificação, invocandoas agora a fim de demonstrar que a classificação 8906 é um equívoco, pois perverteria aquela que estabelece que a posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas, uma vez que tal regra é ratificada no próprio texto relativo a pretendida posição como segue: Esta posição compreende todas as embarcações que não se classificam mais especificamente nas posições 8901 a 89.05. Não sem antes invocar as regras de classificação que se seguem, solicitamos a impugnação do Auto de Infração em epígrafe. A classificação das mercadorias na Nomenclatura regese pelas seguintes regras: Fl. 219DF CARF MF Processo nº 10725.720429/200861 Acórdão n.º 3301004.740 S3C3T1 Fl. 220 4 Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capitulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes: Quando pareça que a mercadoria pode classificarse em duas ou mais posições por aplicação da Regra 2 b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuarse da forma seguinte: :A posição mais especifica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho, tais posições devem considerarse, em relação a esses produtos ou artigos, como igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria. Em 28 de abril de 2016, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, por unanimidade de votos, julgou improcedente impugnação nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 26/06/2004 Embarcação foi internalizada duas vezes. Nas duas declarações de importação a embarcação foi classificada com o código NCM 8904.00.00 REBOCADORES E BARCOS CONCEBIDOS PARA EMPURRAR OUTRAS EMBARCAÇÕES. Consoante o texto das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado a posição 8904, os barcos da presente posição não são concebidos para o transporte de pessoas ou de mercadorias. A embarcação permite o transporte de mercadorias. A classificação como rebocador contraria a NESH, o que sujeita o importador à multa proporcional ao valor aduaneiro (1% do V.A.) por erro na classificação tributária. Intimada de decisão em 08.07.2016 (fls.140), a Recorrente interpôs recurso voluntário em 08.08.2016 (fls.143165) alegando, além dos argumentos explicitados em sua defesa, diversas outras matérias não suscitadas em sede impugnatórias que, resumidamente foram apresentadas nos tópicos a seguir: (i) nulidade da autuação, por impossibilidade de alteração do critério jurídico anteriormente adotado; (ii) inexistência de dano ao erário; (iii) teoria da infração continuada; (iv) ofensa aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade e ao postulado da segurança jurídica; (v) conversão do feito em diligência. É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Costa Marques d'Oliveira Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Fl. 220DF CARF MF Processo nº 10725.720429/200861 Acórdão n.º 3301004.740 S3C3T1 Fl. 221 5 Matérias Preclusas Conforme exposto anteriormente, a Recorrente trouxe em sede recursal matérias que não foram alegadas em sua impugnação, as quais podem ser resumidas da seguinte forma: (i) nulidade da autuação, por impossibilidade de alteração do critério jurídico anteriormente adotado: para a Recorrente a fiscalização não pode, após a conferência das DI´s e do desembaraço aduaneiro, realizar a revisão dos lançamentos. Ora, Receita Federal deferiu o regime de admissão temporária da embarcação sem quaisquer ressalvas, após vistoriála fisicamente. Todavia, alguns anos após o desembaraço das DI's e das vistorias físicas aduaneiras, a mesma Receita Federal instaura procedimento dito especial, levantando suspeita de irregularidade na importação e determinando a aplicação de multa devido à classificação fiscal errônea de embarcações na NCM. (ii) inexistência de dano ao erário: a embarcação "ASSO VENTITRE'' ingressou no país sob o regime especial de admissão temporária, COM A SUSPENSÃO TOTAL DOS TRIBUTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO, inexistindo, assim, dano ao erário que possa fundamentar a aplicação da multa. Ou seja, se classificação fiscal adotada não importou em supressão de tributos, afigura se arbitrária a determinação de aplicação de multa extremamente elevada. (iii) teoria da infração continuada: a D. Fiscalização concluiu que a mesma multa,decorrente de uma mesma conduta, deveria ser aplicada 2 (duas) vezes, por levar em consideração duas Dl 's diferentes (DI's n° 04/06140841 e 04/11459222), registradas, respectivamente, em 25.06.2004 e em 11.11.2004. Ora, se a infração imputada à Recorrente decorre de um único fato, ainda que praticado de forma continuada, a penalidade somente poderia ser aplicada uma única vez. (iv) ofensa aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade e ao postulado da segurança jurídica: Neste particular a Recorrente entende que a multa aplicada pela fiscalização é exorbitante e desproporcional, ainda mais se considerar que a Recorrente não agiu com dolo ou máfé. Entretanto, as matérias arguídas pela Recorrente que não são de ordem pública apenas em sede recursal esbarram na determinação contida no artigo 17 do Decreto nº 70.235/72, que considera não impugnada matéria que não tenha sido expressamente contestada pela parte contrária. Admitirse a análise das matérias anteriormente suscitadas acarretaria infringência à norma anteriormente citada e, principalmente supressão de instância, o que é vedado em nosso ordenamento jurídico. Desta forma, não conheço dos argumentos suscitados pela Recorrente. Mérito No mérito, a discussão tem por escopo a definição quanto a correta classificação da Embarcação internalizada duas vezes pela Recorrente. Para a fiscalização, a Recorrente deveria ter classificado a Embarcação no código 8906 e não no 8904.00.00, considerando que essa posição contempla apenas barcos concebidos para tração de outras unidades, o que não é o caso da Recorrente, que utilizou referida embarcação para transporte de mercadorias. Fl. 221DF CARF MF Processo nº 10725.720429/200861 Acórdão n.º 3301004.740 S3C3T1 Fl. 222 6 A fiscalização baseou seu entendimento nas notas explicativas da NESH e na documentação mencionada no relatório do auto de infração, que trazem os seguintes esclarecimentos: Com base na documentação a seguir relacionada, a qual se encontra no processo administrativo de exigência do crédito tributário constituído pelo presente auto de infração, fica esclarecido que a embarcação ASSO VENTITRE foi concebida para o transporte de carga, para manusear ancoras e para rebocar e empurrar outras embarcações. Na listagem "EMBARCAÇÕES ESTRANGEIRAS DE APOIO MARÍTIMO E OUTRAS ATIVIDADES AUTORIZADAS A OPERAR EM AGUAS JURISDICIONAIS BRASILEIRAS" emitida pela Diretoria de Portos e Costas (DPC) e obtida pela Internet, verificase que o tipo da embarcação ASSO VENTITRE é "Supply". Pela norma NORMAN 01/DPC/2005 da Diretoria de Portos e Costas a classificação das embarcações está estabelecida no item 0216, onde para tipo de embarcação (alínea "d") encontrase rebocador/empurrador no item 33 e supridores de plataformas marítimas (supply) no item 37. Concluise, portanto, que o DPC diferencia supply de rebocador/empurrador. No Relatório de Avaliação Técnica no 9561104 da Nautis Consultores Ltda., datado de 05/11/2004 o tipo de embarcação apontado é "Supply boat" e Manuseio de Ancoras, na página 02/09 do relatório estão registrados dados como capacidade de carga no convés e área livre para carga no convés, na página 04/09 é informado que a embarcação tem "arranjo clássico para um supridor offshore" e que apresenta "convés corrido livre a ré" descrevendo a existência de tanques de lama e de aqua de perfuração e de silos de cimento e na pagina 07/09 está discriminada a existência de um guindaste estivada, ou seja, todas estas informações demonstram que a embarcação foi concebida para o transporte de carga. No Certificado de Autorização de, Afretamento CAA emitido pela ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquavidrios) a embarcação ASSO VENTITRE é classificada como tipo AHTS 15.000, ou seja, é uma embarcação concebida para reboque, manuseio de âncoras e suprimento (transporte de mercadorias) onde as iniciais correspondem as seguintes palavras em inglês Aanchor, Hhandling, Ttug e Ssupply. No contrato E&P n° 2050.0006498.042 celebrado entre Petróleo Brasileiro S.A.Petrobras e a empresa Augusta Offshore Spa abundam registros que informam que a embarcação ASSO VENTITRE foi concebida para o transporte de carga tais como nos itens 3.1.1, onde a embarcação devera estar aprestada com mangueiras para carga e descarga de granéis, 3.6, onde esta registrada a obrigação de ser executada todas as fainas de manuseio e movimentação de cargas durante embarque e desembarque de cargas, 3.11.5, onde além da movimentação de cargas especifica se a movimentação de mercadorias como equipamentos e materiais diversos entre a embarcação e as unidades marítimas e plataformas de produção e perfuração e entre a embarcação e os terminais e portos, 3.11.6, onde durante as operações de carga e descarga é permitida a realização de reparos que não interfiram nas operações, 3.15.1, onde avarias que porventura ocorram devem implicar na transferência da carga para outra embarcação, 12.6, onde estabelecida uma correlação na taxa de afretamento em função da redução de carregamento e nos Anexo III, onde no item 2 definese que o tipo da embarcação é para reboque, manuseio de ancoras e suprimento, onde no item 3.12 estabelecese as capacidades para transporte e suprimento versando os itens 3.13, 3.14, 3.15, 3.16 e 3.19 sobre a correlação entre a capacidade e manuseio de carga, onde no item 6 é especificada a capacidade de Fl. 222DF CARF MF Processo nº 10725.720429/200861 Acórdão n.º 3301004.740 S3C3T1 Fl. 223 7 carga para suprimento, Anexo IIIA, onde ha uma janela com dados sobre a especificação da capacidade de suprimento e Anexo VI, onde estão relacionados materiais destinados a apeação de cargas, transferência de granéis e posicionamento de cargas no convés. Em sede recursal, a Recorrente afirma que a embarcação foi internalizada apenas para rebocar outras embarcações, não estando apta a realizar o transporte de mercadorias, restando, assim, correta a classificação fiscal adotada pelo contribuinte. Ao meu ver, o objeto do contrato firmado entre a Recorrente e a Petrobras é deveras suficiente para solucionar as questões trazidas pelas partes para definir a correta classificação do bem sob análise. Isto, porque contém cláusulas que informam que a embarcação ASSO VENTITRE foi concebida para o transporte de carga. Citase, aqui, em caráter exemplificado as cláusulas 3.1.1 e 3.6 do referido contrato, onde se constata que os deveres assumidos pela Recorrente contemplam manuseio de carga e descarga de granéis, dentre outras obrigações: 3.1.1. A EMBARCAÇÃO, ao ser apresentada, deverá estar aprestada, segundo sua destinação, com cordoalhas, manilhas, cabos de fibras sintéticas, cabos de ago, mangueiras' para carga e descarga de granéis, engates, etc., em quantidade suficiente para execução das fainas inerentes ao tipo de EMBARCAÇÃO, de acordo com o ANEXO VI, bem como em perfeitas condições de utilização e devidamente certificados por Sociedade Classificadora, , quando for o caso, ficando sob a responsabilidade da CONTRATADA a sua substituição, caso necessário. 3.6. Executar todas as fainas de manuseio e movimentação de cargas na EMBARCAÇÃO durante o embarque e desembarque de cargas, observado o disposto no subitem 3.11.5. Ora, se a intenção da Recorrente era internalizar a embarcação para atender as obrigações assumidas contratualmente firmadas com a Petrobrás, dentre as quais estão as cláusulas contratuais prevendo o manuseio e transporte de mercadorias, resta comprovado que o barco não se destinou apenas a reboque de outras embarcações, sendo que sua utilização vai além do que alegou a Recorrente. Aliás, a matéria concernente ao contrato firmado com a Petrobrás sequer foi alvo de manifestação por parte da Recorrente, tornandose incontroverso que o objeto firmado entre as partes envolvia o manuseio e transporte de mercadorias. Não bastasse isso, embora as fotos carreadas aos autos (fls. 108, 186 e 187) demonstrem tratarse de um barco que pode ser utilizado para rebocar outras embarcações, permitenos também concluir que a embarcação pode ser utilizada para transporte de mercadorias, já que o barco possuí maquinários para realizar o manuseio de carga e descarga. Neste cenário, considerando que o objeto contratual prevê a hipótese de manuseio e transporte de mercadorias; que os documentos juntados autos, citados no relatório fiscal, os quais também foram devidamente analisados pela DRJ, demonstraram o tipo de embarcação internalizada pela Recorrente, entendo correta a reclassificação fiscal realizada pela fiscalização e, consequentemente a aplicação da multa tipificado no artigo 84 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001. Fl. 223DF CARF MF Processo nº 10725.720429/200861 Acórdão n.º 3301004.740 S3C3T1 Fl. 224 8 Art. 84. Aplicase a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria: I classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria; ou II quantificada incorretamente na unidade de medida estatística estabelecida pela Secretaria da Receita Federal. § 1o O valor da multa prevista neste artigo será de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando do seu cálculo resultar valor inferior. § 2o A aplicação da multa prevista neste artigo não prejudica a exigência dos impostos, da multa por declaração inexata prevista no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, e de outras penalidades administrativas, bem assim dos acréscimos legais cabíveis. Do pedido de diligência A Recorrente, de forma suscinta, pleiteou a conversão do julgamento em diligência para que fosse esclarecido, de uma vez por todas, a natureza da embarcação e o correto código NCM. Referido pedido não merecer acolhida, a uma, porque não realizado nos moldes do IV, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72 e, a duas, porque, para este relator, os documentos carreados aos autos são suficientes para solução do litígio, prescindindo de realizar qualquer perícia. Conclusão Diante do exposto, voto por conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negarlhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Marcelo Costa Marques d'Oliveira Fl. 224DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15463.722800/2015-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
DEDUÇÃO INDEVIDA DE PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. PAGAMENTO POR LIBERALIDADE.
São dedutíveis na Declaração de Imposto de Renda os pagamentos efetuados a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, nos termos do art. 8º, II, f, da Lei nº. 9.250/95. A oferta voluntária de alimentos, paga por mera liberalidade, não é dedutível.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2202-004.510
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencidos os conselheiros Júnia Roberta Gouveia Sampaio (relatora) e Dilson Jatahy Fonseca Neto, que lhe deram provimento integral. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Martin da Silva Gesto.
(Assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente
(Assinado digitalmente)
Junia Roberta Gouveia Sampaio - Relatora
(Assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Reginaldo Paixão Emos (Suplente Convocado) e Ronnie Soares Anderson.
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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PENSÃO ALIMENTÍCIA Recorrente HELIO JOAO SOARES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO INDEVIDA DE PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. PAGAMENTO POR LIBERALIDADE. São dedutíveis na Declaração de Imposto de Renda os pagamentos efetuados a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, nos termos do art. 8º, II, f, da Lei nº. 9.250/95. A oferta voluntária de alimentos, paga por mera liberalidade, não é dedutível. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencidos os conselheiros Júnia Roberta Gouveia Sampaio (relatora) e Dilson Jatahy Fonseca Neto, que lhe deram provimento integral. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Martin da Silva Gesto. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente (Assinado digitalmente) Junia Roberta Gouveia Sampaio Relatora (Assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Redator designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 46 3. 72 28 00 /2 01 5- 08 Fl. 124DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Reginaldo Paixão Emos (Suplente Convocado) e Ronnie Soares Anderson. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil e Julgamento no Rio de Janeiro (RJ): Trata o presente de Notificação de Lançamento do Imposto de Renda Pessoa Física relativo ao exercício 2011, anocalendário 2010 (fls. 24 a 31), por meio do qual o imposto a restituir foi ajustado de R$ 73.648,64 para R$ 42.975,87. Conforme consta da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal da Notificação de Lançamento, foram apuradas as seguintes infrações: Dedução Indevida de Previdência Privada e Fapi no valor de R$ 243,12; Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública no valor de R$ 125.401,67 e; Dedução Indevida de Despesas Médicas no valor de R$ 439,68. Cientificado do lançamento em 15/09/2015 (fl. 51), o contribuinte apresentou, em 07/10/2015, a impugnação de fls. 2 a 22, na qual alega, em síntese: concorda com as infrações Dedução Indevida de Previdência Privada e Fapi e Dedução Indevida de Despesas Médicas; o impugnante acordou judicialmente em pagar pensão no valor de 25% para cada uma das três filhas (Carla, Renata e Roberta) e 25% em favor da esposa (Marluce Oliveira Soares, CPF 263.200.61120), conforme decisão judicial de homologação prolatada nos autos número 2893/93; tão logo cada uma das filhas alcançava a independência financeira, o respectivo percentual revertia para a genitora das filhas, o que ocorre até a presente data, com o conhecimento e consentimento do impugnante e das filhas, embora não haja decisão judicial neste sentido; esta reversão fora declarada em todas as declarações apresentadas tanto pelo impugnante quanto pela contribuinte beneficiária (Sra. Marluce), a qual sempre recolheu os impostos devidos sobre a totalidade dos valores recebidos; tendo sido a pensão fixada com base em decisão judicial, a mesma não pode deixar de ser paga sem que haja outra decisão judicial autorizando a exoneração pelo devedor, o que não ocorreu no caso em tela; em consequência, o impugnante continua sendo alimentante de pensão no percentual de 100% sobre sua renda líquida, o que é feito pela própria fonte pagadora IPEA; Fl. 125DF CARF MF Processo nº 15463.722800/201508 Acórdão n.º 2202004.510 S2C2T2 Fl. 125 3 caso o alimentante pretenda exonerarse do pagamento de qualquer pensão judicial, cabelhe, através da via judicial própria, a devida comprovação de que a causa ensejadora do benefício cessou; portanto, enquanto não houver decisão judicial autorizando o devedor a cessar o pagamento da pensão esta ainda se encontra devida; cita a Súmula 358 do STJ e transcreve ementas de decisões judiciais; a exoneração da pensão depende da decisão judicial prestigiandose os princípios do contraditório e da ampla defesa; ocorre que o contribuinte nunca ingressou com ação de exoneração seja em face das filhas ou da exesposa, sendo certo que a reversão das pensões das filhas para a genitora ocorre com seu conhecimento e consentimento, o que sempre foi plenamente declarado por todos os envolvidos; apenas o próprio contribuinte possui legitimidade para reverter a pensão das filhas a seu favor, não cabendo a nenhuma outra pessoa (física ou jurídica) decidir que a pensão de seu contracheque é feita de forma irregular, o que somente poderia ser feito por via judicial; ainda que se questione que a pensão não pudesse ser revertida para a Sra. Marluce, fato é que esta, ao receber os valores, paga o imposto devido sobre sua integralidade; não existe previsão legal de idade máxima para que um filho receba pensão, sendo clara a lei de que será credor de alimentos aquele que assim o necessita até o momento em que puder se sustentar autonomamente; a própria legislação tributária remete às normas do direito de família, a qual não prevê em momento alguma a extinção do dever de prestar alimentos com o simples advento da maioridade; ultrapassada tal questão, passa à análise da base de cálculo, que deve levar em consideração a realidade dos fatos e não meras presunções; no caso, o contribuinte não auferiu a renda que se pretende seja onerada com o imposto já que ela foi diretamente destinada ao beneficiário da pensão (Sra. Marluce), sendo inviável a cobrança do imposto de renda; cita o art. 839 do RIR e alega incabível que a autoridade ignore a realidade para pretender a cobrança baseada em suposições, mormente quando destituídas do fundamento legal; reitera que atualmente é a Sra. Marluce quem recebe a integralidade do valor determinado, ou seja, 100% dos ganhos Fl. 126DF CARF MF 4 líquidos do contribuinte com relação à fonte pagadora IPEA. Em outras palavras, ele não recebe os percentuais (75% da renda) que seriam devidos às filhas, já que jamais ingressou com qualquer ação de cunhou exoneratório; por outro lado, a beneficiária da pensão é quem recolhe o IR sobre os 100% dos ganhos líquidos do subscritor, já que beneficiária da totalidade do valor, conforme regra neste sentido. Assim, a cobrança do IR sobre a fonte pagadora foi efetuada por quem de direito (Sra. Marluce), não havendo base de cálculo para qualquer cobrança em relação ao contribuinte no que se refere a 75% dos seus rendimentos; pretender a cobrança do Sr. Helio importa na cobrança do imposto duas vezes sobre uma única renda, o que não possui previsão legal; reafirma que o imposto devido foi recolhido por quem efetivamente o recebeu. Por fim requer: (i) o reconhecimento de que não existe imposto devido pelo contribuinte Helio João Soares, referente ao anocalendário 2010, nos termos da notificação que ora se contesta, por inexistência de fato gerador (não auferiu a renda que se pretende seja onerada com o imposto) e base de cálculo (valor zero) para este contribuinte; (ii) caso assim não se entenda e considerando que a Receita Federal pretende a cobrança de imposto que já foi pago (ainda que por pessoa diversa) sobre uma mesma renda; considerando que a pessoa que recebeu os valores (Sra. Marluce) efetuou o pagamento do imposto tempestivamente por meio de carneleão, que seja considerada quitada qualquer dívida existente em nome do impugnante, desconsiderandose, inclusive, qualquer incidência de multa e juros por parte do subscritor, haja vista o recolhimento realizado dentro do prazo legal sobre a renda em discussão. Juntou os documentos de fls. 23 a 50. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro (RJ) negou provimento à Impugnação (fls. 57/62), em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Consolidase administrativamente o crédito tributário relativo às matérias não impugnadas, na forma do art. 17 do Decreto 70.235/72. PENSÃO ALIMENTÍCIA. DEDUÇÃO. Fl. 127DF CARF MF Processo nº 15463.722800/201508 Acórdão n.º 2202004.510 S2C2T2 Fl. 126 5 A pensão alimentícia somente pode ser utilizada como dedução na Declaração de Ajuste Anual quando comprovada a existência de estipulação através de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou escritura pública. Impugnação Improcedente Cientificado, o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário (fls. 68/72), no qual reitera as alegações já suscitadas quando da impugnação. Destaca, em particular, que o pagamento efetuado a genitora Marluce Oliveria Soares foi requerido entre as partes, nos autos do processo nº 339/93. Além das mencionadas alegações o Recorrente solicita a juntada, em fase recursal, dos seguintes documentos: a) Cópia da sua declaração de IR relativa ao anocalendário de 2010 (fls. 80/86); b) Cópia da declaração de IR da Sra Marluce Oliveira Soares relativa ao ano calendário de 2010 (fls. 73/79); c) Cópia dos carnêsleão pagos pela beneficiária da pensão, mensalmente, no ano de 2010 (fls 87/98); d) Cópia do novo acordo (fls. 99/115); e) Cópia da decisão judicial de homologação nos autos nº 0000339 14.1993.8.19.0029 (fls. 116); É o relatório. Voto Vencido Conselheira Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Relatora O recurso preenche os pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. A dedução tributária dos gastos incorridos com pensão alimentícia é tratada pelo art. 8º da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, in verbis: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: (...) f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de Fl. 128DF CARF MF 6 decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais; A decisão recorrida manteve parcialmente a glosa das despesas médicas efetuadas com base nos seguintes fundamentos: No presente caso, o contribuinte apresentou a petição de fl. 36, que teria sido homologada judicialmente, pela qual ficou acordado que os alimentos seriam devidos para a excônjuge e suas filhas, à época menores, na proporção de 25% do seu rendimento líquido da fonte pagadora IPEA para cada, o que totalizaria 100% dos rendimentos líquidos. À fl. 38, foi juntado Ofício da Vara de Família e Menores para a fonte pagadora, que determinou o desconto da pensão alimentícia e o pagamento a exesposa. Notase que os documentos apresentados são de 1993, ou seja, 17 anos antes do anocalendário referente ao lançamento. Apesar de concordar com o contribuinte que não há restrição quanto à idade do beneficiário da pensão, discordo que o pagamento possa perdurar enquanto o contribuinte assim desejar, pois após a maioridade dos filhos seu fundamento passaria a ser o dever de solidariedade recíproco entre parentes, nesse caso desde que demonstrada a necessidade dos filhos maiores. Nesse sentido as decisões judiciais trazidas pelo contribuinte na impugnação e a Súmula 358 do STJ, que prevê que o cancelamento de pensão alimentícia a filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, justamente para que possa ser averiguado se ainda é necessária a prestação de alimentos. De qualquer forma, no presente caso esta discussão é inteiramente irrelevante, haja vista que o próprio contribuinte informa na impugnação que “tão logo cada uma das filhas alcançava a independência financeira, o respectivo percentual revertia para a genitora das filhas, o que ocorre até a presente data, com o conhecimento e consentimento do impugnante e das filhas, embora não haja decisão judicial neste sentido”. Ou seja, é o próprio contribuinte que atesta a desnecessidade do pagamento de pensão para as filhas maiores e a reversão das parcelas para a genitora, sem que haja decisão judicial para tal. Ora, tais pagamentos para a excônjuge, sem decisão judicial que os obriguem, configuram mera liberalidade do contribuinte e não são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda na forma da legislação tributária antes transcrita. Questiona ainda o contribuinte qual seria no caso a base de cálculo do imposto. É o próprio artigo 839 do RIR/99, citado pelo impugnante, que determina que os rendimentos do trabalho são fato gerador do imposto de renda. (grifamos) Intimado da referida decisão, a contribuinte, juntou, em fase recursal, os documentos de fls. 73/116, por meio dos quais procura comprovar que a pensionista recebeu os valores retidos, declarou os mencionados valores e recolheu o imposto de renda a eles relativo. Restou comprovado ainda que tais valores decorrem de decisão judicial. É certo que o artigo 16 § 4º do Decreto 70.235/72 determina que "a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em Fl. 129DF CARF MF Processo nº 15463.722800/201508 Acórdão n.º 2202004.510 S2C2T2 Fl. 127 7 outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Todavia, esse Conselho, em razão do princípio do formalismo moderado, aplicável aos processos administrativos, tem admitido a juntada de provas em fase recursal como se verifica pelas ementas abaixo transcritas: "IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. AUTUAÇÃO POR DEDUÇÃO INDEVIDA DE IMPOSTO RETIDO NA FONTE. COMPROVAÇÃO IDÔNEA EM FASE RECURSAL. ADMITIDA EM HOMENAGEM AO PRINCÍPIO DO FORMALISMO MODERADO. Comprovada idoneamente, por demonstrativos de pagamentos de rendimentos, a retenção de imposto na fonte, ainda que em fase recursal, são de se admitir os comprovantes apresentados a destempo, com fundamento no princípio do formalismo moderado, não subsistindo o lançamento quanto aeste aspecto. Recurso provido" (Ac 2802001.637, 2ª Turma Especial, 2ª Seção, Sessão 18/04/2012) "PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. O art. 16 do Decreto n. 70.235/72 deve ser interpretado com temperamento em decorrência dos demais princípios que informam o processo administrativo fiscal, especialmente instrumentalidade das formas e formalismo moderado. O controle da legalidade do ato de lançamento e busca da “verdade material” alçada como princípio pela jurisprudência dessa Corte impõem flexibilidade na interpretação de regras relativas à instrução da causa, tanto no tocante à iniciativa quanto ao momento da produção da prova. Recurso voluntário provido para anular decisão de primeira instância." (Ac 1102 000.859, 1ª Câmara/2ª Turma Ordinária, 1ª Seção, Sessão 09/04/2013) "PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PRECLUSÃO. APRESENTAÇÃO DE NOVAS PROVAS NO RECURSO VOLUNTÁRIO. POSSIBILIDADE. O art. 16 do Decreto n. 70.235/72, que determina que a prova documental deva ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de se fazêlo em outro momento processual, deve ser interpretado com temperamento em decorrência dos demais princípios que informam o processo administrativo fiscal, tais como o formalismo moderado e a busca da “verdade material”. A apresentação de provas após a decisão de primeira instância, no caso, é resultado da marcha natural do processo, pois, não tendo a decisão de piso considerado suficientes os documentos apresentados pelo contribuinte para a comprovação do seu direito creditório, trouxe ele novas provas, em sede de recurso, para reforçar o seu direito". (Ac 1102001.148, 1ª Câmara/2ª Turma Ordinária, 1ª Seção, Sessão 29/04/2014) Fl. 130DF CARF MF 8 A questão em litígio prendese, portanto, à possibilidade de deduzir pagamentos de pensão alimentícia pagos a filhos maiores de 21 anos, ancorada em decisão judicial. A decisão recorrida reconheceu que não há na legislação qualquer restrição quanto ao beneficiário da pensão. Todavia, afirma que o Recorrente deveria provar a necessidade da pensão. Por fim, alega também que não foi comprovado nos autos que os valores pagos estavam amparados por decisão judicial. Diante das razões mencionadas, merecem destaque os seguintes pontos. No anocalendário objeto da glosa (2010) a pensão judicial anteriormente paga às filhas já estava amparada por decisão judicial data de 2009, que determinava que o pagamento seria realizado à genitora. Assim não faz sentido discutir de as filhas tinham ou não necessidade dos valores até porque, está comprovado, inclusive por determinação judicial que quem os recebia era a mãe. Por essas razões entendo, data vênia, que as objeções apontadas pela decisão recorrida não se sustentam. Além disso, mesmo que se tratasse de pensão alimentícia paga aos filhos, entendo que a fiscalização não pode condicionar o direito à dedução ao preenchimento das condições estabelecidas para caracterizar a condição de dependente. A análise da legislação pertinente demonstra que tratase de deduções distintas. Com efeito, o artigo 8º, da Lei nº 9.250/95 aparta as deduções relativas à dedução com dependentes (alínea "c") das deduções com pensão alimentícia (alínea "f"). Ademais, quando a legislação pretendeu atrelar a dedução de uma determinada despesa à comprovação da dependência o fez expressamente, como, por exemplo, na dedução das despesas médicas e despesas com instrução. Nesse sentido, esclarecedora a decisão proferida pela 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara no Acórdão nº 2201003.406 julgado na sessão de 20/01/2017, cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2013 DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA. FILHO MAIOR DE 21 ANOS. CONDIÇÕES. A fiscalização não pode condicionar o direito à dedução da pensão alimentícia paga a filho, aos preenchimento das condições estabelecidas para caracterizar a condição de dependente. Merece transcrição, pela clareza com que aborda a questão, o voto vencedor da Conselheira Dione Jesabel Wasilewski: Este voto trata da possibilidade de dedução de pensão alimentícia paga a filho com mais de 21 anos e que não comprove curso em faculdade ou ensino técnico superior ou impossibilidade para trabalho ou para prover a própria mantença. As atividades legislativa e executiva são expressões do poder político do Estado, a primeira responsável pela edição de normas de caráter geral e abstrato que inovam na ordem Fl. 131DF CARF MF Processo nº 15463.722800/201508 Acórdão n.º 2202004.510 S2C2T2 Fl. 128 9 jurídica e, a segunda, vocacionada a resolver os casos concretos de acordo com a ordem jurídica vigente. Mesmo o poder regulamentar conferido ao executivo deve ser exercido dentro dos estreitos limites impostos pelas leis, sendo pacífico o entendimento de que ele não é autorizado, sob pena de se configurar invasão de competência, a extrapolar essas fronteiras criando regras inovadoras. Se o poder regulamentar está contido pela rigidez desses contornos, que se dirá da atividade da Administração pública, já definida como aquela a quem compete aplicar a lei de ofício. Na hipótese em questão, a norma que confere ao contribuinte o direito à dedução da pensão alimentícia da base de cálculo do imposto de renda tem a seguinte redação (Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995): (...) Essas regras são diferentes daquelas relativas à dedução dos filhos como dependentes. Para cada uma dessas situações, dedução como dependente ou dedução de pensão alimentícia, existem condições legais próprias a serem atendidas, que expressam verdadeiros ônus para os contribuintes, mas são também expressões de direitos a serem respeitados pela Administração. Ao estender as regras criadas textualmente para as situações de dependência para as de dedução da pensão alimentícia, a Administração onera os contribuintes nesta situação de forma que extrapola os limites impostos pela investigação sintática (literalidade). E este é o critério fixado pelo Código Tributário Nacional como o adequado para a interpretação das normas dessa natureza (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, art. 111), que tanto serve para limitar o exercício do direito, como para definir o ônus imposto como condição para ele. Ou seja, a literalidade da norma tanto serve para impedir a extensão, como a redução do seu significado. É certo que o CTN autoriza o emprego da analogia quando houver "ausência de disposição expressa" (art. 108, I), ressalvando que, do emprego da analogia, não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei (art. 108, § 1º). Mas, ao se indagar sobre a possibilidade de integração da norma, por analogia, no caso concreto em análise, não é possível superar nem o primeiro obstáculo estabelecido pelo CTN, pois, indubitavelmente, há norma específica regulando a matéria. A meu ver, criar condições que não podem ser extraídas do texto legal significar inovar no ordenamento jurídico, e inovar no ordenamento jurídico é legislar sobre direito tributário, atividade estranha à esfera de competência desse órgão. Isso não quer dizer que a administração está fadada a admitir as deduções a título de pensão alimentícia sem qualquer valoração Fl. 132DF CARF MF 10 do caso concreto. Pelo contrário, há um espaço a ser preenchido na verificação da adequação do caso concreto ao preceito geral e abstrato. Assim, para que haja o direito à dedução não basta, por exemplo, que haja um acordo homologado judicialmente. É necessário investigar quais foram as condições estabelecidas como pressupostos para sua validade e se essas condições ainda se mantém (aplicação da cláusula rebus sic stantibus). De forma que, se a pensão foi justificada pelo estado de desemprego involuntário, ou pelo fato do filho estar se dedicando à formação acadêmica, ou pelo casal estar separado de fato, ou por doença do beneficiário da pensão ou de seu filho/cônjuge a exigir atenção integral daquele, pode ser feita a verificação da continuidade dessas condições como pressuposto de eficácia do acordo ou da sentença. (grifamos) Dessa forma, conforme exposto no voto acima transcrito, não se deve confundir a dedução com dependentes com aquela feita à título de pensão alimentícia. Além disso, é importante ressaltar que o pagamento em questão não decorre de mera liberalidade do Recorrente, mas de determinação judicial. Em face do exposto, dou provimento ao Recurso Voluntário. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio Voto Vencedor Conselheiro Martin da Silva Gesto, Redator designado. Peço vênia à ilustre Relatora a divergir em parte com seu voto, porém ocorre que meu entendimento é contrário ao seu em relação as dedução de pensão alimentícia judicial. Pois bem. Verificase, no presente caso, que o motivo da glosa se deu em razão da fiscalização ter compreendido que a pensão alimentícia era paga por liberalidade pelo recorrente. Entendo que para eventuais repasses financeiros a filho maior de 24 anos de idade possam ser classificados como pensão alimentícia, necessário seria que ficasse comprovada a sua incapacidade para o trabalho ou a falta de condições de prover, pelo seu trabalho, a sua própria mantença, nos termos do art. 1.695 do Código Civil. Desde modo, correta a decisão da DRJ de origem que manteve o lançamento, haja vista que este encontra respaldo no Código Tributário Nacional, visto que a pensão alimentícia devida em face das normas de Direito de Família é despesa dedutível do IR pessoa física para o alimentante, desde que cumpridos os requisitos em lei, em contrapartida, é passível de incidência do referido imposto para o alimentando. Ainda, importante apontar a jurisprudência em casos semelhantes ao ora em análise, cujas ementas já integraram o acórdão recorrido: Fl. 133DF CARF MF Processo nº 15463.722800/201508 Acórdão n.º 2202004.510 S2C2T2 Fl. 129 11 “APELAÇÃO CÍVEL. ACORDO DE ALIMENTOS. PRETENSÃO DE HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL. CÔNJUGES VIVENDO SOB O MESMO TETO. DEVER DE ASSISTÊNCIA PRESTADO. REGULAR MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA. A convivência harmoniosa da família, sob o mesmo teto, com a regular prestação do dever de assistência e de sustento, desautoriza a homologação de acordo de alimentos, máxime quando as circunstâncias narradas levam à conclusão de que, antes de qualquer outra pretensão, visase à obtenção de descontos de tributação na fonte pagadora do cônjuge varão, com evidente prejuízo ao erário (APC 20040110640184, Relatora Desa. Carmelita Brasil, 2ª Turma Cível, julgado em 14/11/2005, DJ 24/01/2006, pág. 93).” “CIVIL. ACORDO DE ALIMENTOS. HOMOLOGAÇÃO. IMPOSTO DE RENDA. RECURSO IMPROVIDO. 1. Restando patenteado nos autos que o objetivo da alimentante se reveste do nítido desejo de benefício tributário, não deve o Judiciário homologar acordo de alimentos. 2. As acordantes informam que a filha cuida há vários anos da mãe, com quem gasta quase metade de seus rendimentos. Tal fato, mesmo que verídico, não enseja isenção do Imposto de Renda, mas, tãosomente, as reduções asseguradas a todos os contribuintes. 3. Recurso conhecido e improvido. (20050110996055APC, Relator SANDOVAL OLIVEIRA, 4ª Turma Cível, julgado em 22/11/2006, DJ 17/04/2007, pág. 124)”. “APELAÇÃO CÍVEL. ACORDO DE ALIMENTOS. PRETENSÃO DE HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL. PAI E FILHA QUE VIVEM SOB O MESMO TETO. INTENÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO MENSAL VOLUNTARIAMENTE DEFERIDA POR MEIO DE DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO PARA OBTENÇÃO DE DESCONTO NO IMPOSTO DE RENDA. HOMOLOGAÇÃO NEGADA. Não se vislumbrando as necessidades do alimentando, cuja filha, voluntariamente, paga alimentos ao pai, que com ela reside sob o mesmo teto, mas tãosomente a obtenção de descontos de tributação na fonte pagadora, com evidente prejuízo ao erário, indeferese o pedido homologatório do acordo de alimentos. (20060111308808APC, Relator CARMELITA BRASIL, 2ª Turma Cível, julgado em 18/07/2007, DJ 14/08/2007, pág. 101)” Fl. 134DF CARF MF 12 “DIREITO CIVIL. EXCÔNJUGES. ACORDO DE ALIMENTOS. IMPOSTO DE RENDA. IMPOSSIBILIDADE. 1. É firme a jurisprudência no sentido de que tendo o acordo de alimentos objetivos meramente fiscais, não deve ser homologado, pois implicaria indevida dedução no cálculo do Imposto de Renda. 2. Subjacente à homologação, está o acordo de vontades que haveria de servir à prevenção ou terminação de litígio (CC, art. 840), de modo que assim a transação somente pode referirse a direitos substanciais que admitam conflito de interesses. 3. Simples questões advindas de liberalidade não são passíveis de homologação judicial, até mesmo por falta de interesse jurídico dos interessados. 4. Recurso conhecido e improvido. (Processo: APC 20060111339348 DF, Relator(a): CARLOS RODRIGUES, Julgamento: 28/11/2007, Órgão Julgador: 2ª Turma Cível, Publicação: DJU 21/02/2008, pág. 1475)” Outro também não seria o entendimento do colendo Superior Tribunal de Justiça, preconizando que os alimentos são devidos "ao filho até a data em que vier ele a completar os 24 anos, pela previsão de possível ingresso em curso universitário" (STJ 4ª turma RESP 23.370/PR Rel. Min. Athos Carneiro v.u. DJU de 29/03/1993, p. 5.259). EXONERAÇÃO. ALIMENTOS. MAIORIDADE. ÔNUS . PROVA. Tratase, na origem, de ação de exoneração de alimentos em decorrência da maioridade. No REsp, o recorrente alega, entre outros temas, que a obrigação de pagar pensão alimentícia encerrase com a maioridade, devendo, a partir daí, haver a demonstração por parte da alimentanda de sua necessidade de continuar a receber alimentos, mormente se não houve demonstração de que ela continuava os estudos. A Turma entendeu que a continuidade do pagamento dos alimentos após a maioridade, ausente a continuidade dos estudos, somente subsistirá caso haja prova da alimentanda da necessidade de continuar a recebêlos, o que caracterizaria fato impeditivo, modificativo ou extintivo desse direito, a depender da situação. Ressaltouse que o advento da maioridade não extingue, de forma automática, o direito à percepção de alimentos (Súm. n. 358STJ), mas esses deixam de ser devidos em face do poder familiar e passam a ter fundamento nas relações de parentesco (art. 1.694 do CC/2002), em que se exige prova da necessidade do alimentando. Dessarte, registrouse que é da alimentanda o ônus da prova da necessidade de receber alimentos na ação de exoneração em decorrência da maioridade. In casu, a alimentanda tinha o dever de provar sua necessidade em continuar a receber alimentos, o que não ocorreu na espécie. Assim, a Turma, entre outras considerações, deu provimento ao recurso. Precedente citado: RHC 28.566GO, DJe 30/9/2010. REsp 1.198.105RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 1º/9/2011. (grifouse) Portanto, deve ser mantida a glosa da dedução de pagamento a título de pensão alimentícia judicial. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 15463.722800/201508 Acórdão n.º 2202004.510 S2C2T2 Fl. 130 13 Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Redator designado Fl. 136DF CARF MF
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Numero do processo: 10680.725037/2010-76
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. APRECIAÇÃO DE MATÉRIA NÃO OBJETO DE RECURSO. LAPSO MANIFESTO. ACOLHIMENTO.
Devem ser acolhidos os embargos de declaração para sanar a contradição apontada, resultante de apreciação de matéria não suscitada em sede de recurso especial.
Numero da decisão: 9202-006.883
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para, re-ratificando o Acórdão nº 9202-005.515, de 25/05/2017, sanar o vicio apontado, com efeitos infringentes, excluindo do relatório, do voto, da parte dispositiva e da ementa do julgado a matéria "auxilio-alimentação".
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patricia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para, re-ratificando o Acórdão nº 9202-005.515, de 25/05/2017, sanar o vicio apontado, com efeitos infringentes, excluindo do relatório, do voto, da parte dispositiva e da ementa do julgado a matéria "auxilio-alimentação". (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patricia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
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PLR. SALÁRIO INDIRETO. Embargante CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. APRECIAÇÃO DE MATÉRIA NÃO OBJETO DE RECURSO. LAPSO MANIFESTO. ACOLHIMENTO. Devem ser acolhidos os embargos de declaração para sanar a contradição apontada, resultante de apreciação de matéria não suscitada em sede de recurso especial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para, reratificando o Acórdão nº 9202005.515, de 25/05/2017, sanar o vicio apontado, com efeitos infringentes, excluindo do relatório, do voto, da parte dispositiva e da ementa do julgado a matéria "auxilioalimentação". (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 50 37 /2 01 0- 76 Fl. 1067DF CARF MF 2 Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patricia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Tratase de Embargos de Declaração, fl. 1054, opostos pelo Contribuinte, com fulcro no art. 65 e seguintes do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, contra o Acórdão nº 9202005.515 (fls. 989), este julgado na sessão plenária de 25/05/2017, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS, AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. AUXÍLIO EDUCAÇÃO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE DIVERGÊNCIA. SITUAÇÕES FÁTICAS DISTINTAS. Não deve ser admitido recurso especial quando a situação fática analisada no caso do paradigma é fundamentalmente distinta da situação analisada no recorrido, pois não se pode, assim, confirmar a divergência de interpretação da Lei tributária. ALIMENTAÇÃO FORNECIDA MEDIANTE TICKETS. FALTA DE ADESÃO AO PAT. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. INAPLICABILIDADE DO ATO DECLARATÓRIO PGFN N.º 03 (DOU 24/11/2011). A empresa deve comprovar a sua regularidade perante o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT para que não incidam contribuições sociais sobre a alimentação fornecida mediante tickets aos seus empregados. Inaplicável o Ato Declaratório PGFN n.º 03/2011, considerando não se tratar de fornecimento "in natura". GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. As empresas integrantes de grupo econômico respondem solidariamente pelo cumprimento das obrigações tributárias para com a Seguridade Social. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS PLR. AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO PRÉVIA DE CRITÉRIOS PARA RECEBIMENTO DO BENEFÍCIO. DESCONFORMIDADE COM A LEI REGULAMENTADORA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. A ausência da estipulação, entre patrões e empregados, de metas e objetivos previamente ao início do período aquisitivo do direito ao recebimento de participação nos lucros e resultados da Fl. 1068DF CARF MF Processo nº 10680.725037/201076 Acórdão n.º 9202006.883 CSRFT2 Fl. 364 3 empresa, caracteriza descumprimento da lei que rege a matéria. Decorre disso a incidência de contribuição previdenciária sobre tal verba. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. PERIODICIDADE MÁXIMA. DESCUMPRIMENTO. NATUREZA REMUNERATÓRIA DE TODAS AS PARCELAS. O descumprimento do §2º do art. 3º da Lei 10.101/2000 que descreve a vedação do pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil, implica incidência de contribuição previdenciária em relação a todos os pagamentos de PLR e não apenas em relação as parcelas excedentes. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS. CONHECIMENTO. MATÉRIA DE FUNDO SUPLANTADA PELA DECADÊNCIA. Declarada a decadência até a competência 11/2005, não há que se falar que o Colegiado teria afastado a tributação nas competências 03, 07 e 11/2005 com base em outra motivação, apenas registrada no voto condutor, obviamente sem qualquer menção na parte dispositiva do acórdão recorrido. Nesse contexto, não se conhece de matéria de fundo relativa ao período decaído, mormente quando a discussão acerca da própria decadência sequer teve seguimento à Instância Especial. O resultado encontrase assim espelhado: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial do Contribuinte, apenas quanto às matérias (i) auxílio alimentação, (ii) responsabilidade solidária e (iii) Participação nos Lucros e Resultados PLR. No mérito, na parte conhecida, por voto de qualidade, acordam em negarlhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento parcial, apenas quanto às matérias (i) e (iii). Restou vencido, também, o conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado), que deu provimento parcial ao recurso quanto às matérias (i) e (ii). Votaram pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva quanto à matéria (ii) e o conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci quanto à matéria (iii). Acordam, ainda, por maioria de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial da Fazenda Nacional, apenas quanto à periodicidade do pagamento das parcelas não decaídas, vencidos os conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (relatora) e Heitor de Souza Lima Júnior, que conheceram integralmente do recurso. No mérito, na parte conhecida, por unanimidade de votos, acordam em darlhe provimento. Votaram pelas conclusões as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designada para redigir o voto Fl. 1069DF CARF MF 4 vencedor quanto ao conhecimento do recurso fazendário a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. No intuito de contextualizar a apreciação dos presentes embargos por esse colegiado, transcrevo, em parte, o relatório do acórdão embargado de minha relatoria. Meu relatório – Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira: “Tratase de Auto de Infração AI lavrado contra a empresa em epígrafe, no valor de R$ 519.722,90, no período de 01/2005 a 12/2006, inclusive 13º, consolidado em 16/12/2010, referente a contribuição social destinada à seguridade social correspondente à diferença de contribuição dos segurados (vinculado ao processo 10680.725036/201021), incidente sobre valores pagos a segurados empregados a título de auxílio educação, alimentação sem inscrição no Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT e participação nos lucros (em desacordo com a lei), não declarados em GFIP, conforme relatório fiscal de fls. 15/28. [...] As três empresas apresentaram impugnação única, de fls. 375/412, tendo a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte/MG julgado a impugnação procedente em parte, mantendo o crédito tributário em parte. Apresentado Recurso Voluntário pela autuada, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. Em sessão plenária de 15/04/2014, deuse provimento parcial ao recurso voluntário e não se conheceu do recurso de ofício, prolatandose o Acórdão nº 2401003.489, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 DISPONIBILIZAÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO APENAS A EMPREGADOS COM REMUNERAÇÃO ABAIXO DE DETERMINADO LIMITE. NÃO ATENDIMENTO A REGRA QUE ESTABELECE QUE A ISENÇÃO É CONDICIONADA AO FORNECIMENTO DO BENEFÍCIO A TODOS OS EMPREGADOS E DIRIGENTES. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. O estabelecimento norma empresarial que permita a fruição de plano educacional apenas por empregados com remuneração abaixo de determinado limite na empresa fere a regra de isenção que exigia que o benefício fosse estendido a todo o plano funcional, acarretando na incidência de contribuição sobre a verba. PAGAMENTO DE PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS – PLR. AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO PRÉVIA DE CRITÉRIOS PARA RECEBIMENTO DO BENEFÍCIO. DESCONFORMIDADE COM A LEI REGULAMENTADORA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. Fl. 1070DF CARF MF Processo nº 10680.725037/201076 Acórdão n.º 9202006.883 CSRFT2 Fl. 365 5 A ausência de estipulação, entre patrões e empregados, de metas e objetivos previamente ao início do período aquisitivo do direito ao recebimento de participação nos lucros e resultados da empresa, caracteriza descumprimento da lei que rege a matéria. Decorre disso a incidência de contribuição previdenciária sobre tal verba. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE A PLR FOI PAGA EM DESCONFORMIDADE COM A LEI. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO. Não tendo o fisco, para as competências 03 e 07/2005, apresentado as causas que levaram ao entendimento de que os pagamentos a título de participação nos lucros estariam em desconformidade com a lei de regência, devese declarar improcedentes as contribuições lançadas nas referidas competências. GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. As empresas integrantes de grupo econômico respondem solidariamente pelo cumprimento das obrigações tributárias para com a Seguridade Social ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 PRAZO DECADENCIAL. PAGMENTO ANTECIPADO. CONTAGEM A PARTIR DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. Constatandose a antecipação de pagamento parcial do tributo aplicase, para fins de contagem do prazo decadencial, o critério previsto no §4º do art. 150 do CTN, ou seja, cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 RECURSO DE OFÍCIO. VALOR EXONERADO ABAIXO DO LIMITE DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece o recurso de ofício, cujo valor exonerado originário do crédito mais a multa, por processo, seja inferior ao limite fixado em ato do Ministro da Fazenda. INTIMAÇÃO DOS PATRONOS. FALTA DE AMPARO LEGAL. O pedido de intimação dos representantes das partes não tem amparo na legislação processual pátria. Recursos de Ofício Não Conhecido e Voluntário Provido em Parte. O processo foi encaminhado para ciência da Fazenda Nacional, em 23/05/2014 para cientificação em até 30 dias, nos termos da Fl. 1071DF CARF MF 6 Portaria MF nº 527/2010. A Fazenda Nacional interpôs, tempestivamente, em 20/06/2014, Recurso Especial. Em seu recurso visa rediscutir as seguintes matérias: a) decadência; b) PLR – competências 03 e 07/2005; e c) PLR – periodicidade. Ao Recurso Especial da Fazenda Nacional foi dado parcial seguimento, para rediscutirse os itens “b” e “c”, conforme Despachos nºs 2400879/2014, da 4ª Câmara, de 20/11/2014 e 2400956R/2014, da CSRF, de 28/11/2014. [...] Cientificados do acórdão 2401003.489, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade admitindo o Resp da PGFN em 09/02/2015, Contribuinte e Contribuintes Solidários apresentaram, conjuntamente, contrarrazões e Recurso Especial em 24/02/2015, portanto, tempestivamente. No recurso, visam a rediscussão das seguintes matérias: a) auxílio educação; b) PLR e c) responsabilidade solidária das empresas do grupo econômico. Ao Recurso Especial dos Contribuintes foi dado seguimento, conforme Despacho nº 2400078/2015, da 4ª Câmara, de 27/05/2015. [...] Cientificada em 25/08/2015 do Recurso Especial dos Contribuintes, a Fazenda Nacional apresentou, tempestivamente, em 09/09/2015, suas contrarrazões, onde, preliminarmente, alega que não há divergência de interpretação entre o acórdão recorrido e o paradigma apresentado no tocante à incidência de contribuição previdenciária sobre valores pagos a título de auxílioeducação, uma vez que o fundamento do auto de infração para a tributação, e mantido pelo acórdão proferido pelo CARF, cingese ao descumprimento da regra constante da alínea “t”, do § 9º, do art. 28, da Lei 8.212/91 no que concerne à exigência de que o benefício seja extensível a todos os empregados (no caso dos autos apenas aqueles que tinham salário inferior a R$ 3.150,00 podiam usufruir do benefício), e por sua vez, o apontado acórdão paradigma não trata do descumprimento de tal requisito específico da cobertura do auxílioeducação, mas da inclusão de ensino superior e aquisição de material escolar. Tratamse de situações fáticas distintas e, portanto, as decisões proferidas nos respectivos autos não têm o condão de formar paradigma apto à interposição de recurso, nos termos do Regimento Interno do CARF. Seguidamente, a Fazenda Nacional apresenta as seguintes alegações em relação a alguns dos itens do Recurso Especial dos Contribuintes: · Do auxílioalimentação pago em ticket sem inscrição no PAT: · Do auxílioeducação fornecido a apenas uma parcela dos empregados: · Da existência de pacto prévio para o adequado pagamento de PLR: Fl. 1072DF CARF MF Processo nº 10680.725037/201076 Acórdão n.º 9202006.883 CSRFT2 Fl. 366 7 · Da ausência de regras claras e objetivas para o adequado pagamento de PLR: Na seqüência foi proferido o acórdão nº 9202005.515, ora embargado pelo sujeito passivo. A Fazenda Nacional tomou ciência do Acórdão de Recurso Especial em 26/10/2017, sem apresentação de embargos ou qualquer outro recurso. Já, a Contribuinte e os Solidários, cientificados do Acórdão de Recurso Especial em 22/12/2017 e 26/12/2017 (Termos de Ciência Eletrônica de efls. 1.049 a 1.051), opuseram, tempestivamente, em 26/12/2017 (Termo de Solicitação de Juntada de efl. 1.052), Embargos de Declaração (fls. 1054). Alegam os embargantes a existência de contradição no acórdão embargado, uma vez que teria sido julgada a matéria “pagamentos aos empregados a título de ticket alimentação”, que não havia integrado os Recursos Especiais dos Contribuintes, tampouco da Fazenda Nacional. Isso porque o tema teria transitado em julgado administrativamente, já que no acórdão recorrido não se conheceu do Recurso de Ofício, cujo objeto seria essa matéria. Tais embargos foram acolhidos de acordo com o Despacho de Admissibilidade de Embargos, de 06/04/2018 (fls. 1063), da Presidência da CSRF, que determinou o encaminhamento dos presentes embargos a essa Conselheira, para inclusão em pauta. É o relatório. Fl. 1073DF CARF MF 8 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora. Pressupostos De Admissibilidade Os Embargos de Declaração opostos pelo Sujeito Passivo, atendem, inicialmente, aos pressupostos de admissibilidade, conforme Despacho de Exame de Admissibilidade de Embargos de Declaração a fls. 1063. Assim, passar a apreciar a questão. Da Análise Dos Embargos Conforme já descrito no relatório desse acórdão originalmente a analise dos recursos especial tinha por escopo as seguintes matérias: A Fazenda Nacional interpôs, tempestivamente, em 20/06/2014, Recurso Especial. Em seu recurso visa rediscutir as seguintes matérias: a) decadência; b) PLR – competências 03 e 07/2005; e c) PLR – periodicidade. Ao Recurso Especial da Fazenda Nacional foi dado parcial seguimento, para rediscutirse os itens “b” e “c”, conforme Despachos nºs 2400879/2014, da 4ª Câmara, de 20/11/2014 e 2400956R/2014, da CSRF, de 28/11/2014. [...] Cientificados do acórdão 2401003.489, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade admitindo o Resp da PGFN em 09/02/2015, Contribuinte e Contribuintes Solidários apresentaram, conjuntamente, contrarrazões e Recurso Especial em 24/02/2015, portanto, tempestivamente. No recurso, visam a rediscussão das seguintes matérias: a) auxílio educação; b) PLR e c) responsabilidade solidária das empresas do grupo econômico. Ao Recurso Especial dos Contribuintes foi dado seguimento, conforme Despacho nº 2400078/2015, da 4ª Câmara, de 27/05/2015. Contudo, conforme constam dos embargos foi apreciada matéria não aventada em quaisquer dos recursos, razão pela qual incabível sua apreciação por esta CSRF. Acredito ter o equivoco sido cometido em face de terem sido apresentadas contrarrazões pela PGFN em relação a matéria "alimentação". D Diante do exposto, resta cristalino que devem ser admitidos os presentes embargos para que se exclua do acórdão embargado trecho do voto proferido quanto a apreciação da matéria alimentação, assim, como a ementa relativa a mesma matéria, abaixo reproduzido: Auxílio Alimentação em Tickets Fl. 1074DF CARF MF Processo nº 10680.725037/201076 Acórdão n.º 9202006.883 CSRFT2 Fl. 367 9 Quanto ao fornecimento de alimentação em tickets, ao examinar a questão a Câmara a quo encaminhou por dar provimento ao Recurso de Ofício, por entender que não existe fundamentação que ampare a referida verba do conceito de salário de contribuição: ALIMENTAÇÃO FORNECIDA MEDIANTE TICKETS. FALTA DE ADESÃO AO PAT. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. A empresa deve comprovar a sua regularidade perante o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT para que não incidam contribuições sociais sobre a alimentação fornecida mediante tickets aos seus empregados. Por outro lado, o sujeito passivo assim argumenta para ver provido seu recurso: que o pagamento de auxílioalimentação em forma de ticket não lhe tira a natureza de benefício concedido in natura, vez que tampouco há pagamento em dinheiro/espécie; que essa circunstância já havia sido reconhecida pela 8ª Turma da DRJ/BHE quando, em julgamento, determinou a exclusão do lançamento correlato, com base no Parecer PGFN/CRJ/Nº 2117/2011, o qual precedeu e fundamentou o Ato Declaratório PGFN nº 03/2011; e que não há a contrariedade suscitada pela Turma Julgadora do CARF, segundo o qual o Ato Declaratório, ao tratar de auxílioalimentação in natura, não abarca os tickets. que independentemente da caracterização do benefício concedido em ticket como parcela in natura, é certo que a verba, intrinsecamente, não ostenta natureza remuneratória, sendo inviável cogitar a sua tributação previdenciária. Quanto a este ponto, entendo que o acórdão recorrido não merece qualquer reparo, posto ter acompanhado o relator ao participar do colegiado que apreciou a questão, bem como em todos os julgamentos acerca da questão ter me manifestado no mesmo sentido. Assim, transcrevo o voto do ilustre Dr. Kleber Araújo, adotando como razões de decidir, tendo em vista que o mesmo fez uma abordagem completa acerca do tema, senão vejamos: O recurso de ofício se refere à exclusão dos valores levantados a título de “Auxílio Alimentação”, passo agora a sua análise. Os termos lançados no relatório fiscal não deixam dúvida que a verba “Auxílio Alimentação” era repassada mediante o fornecimento de tickets aos empregados, esse fato é incontroverso, posto que não questionado pelo sujeito passivo. Eis as palavras da Autoridade Lançadora: “Tratase de pagamentos efetuados a seguradosempregados nos exercícios de 2005 e 2006 a título de Ticket Alimentação (planilha do anexo 03). Esses pagamentos se encontram registrados nas folhas de pagamento apresentadas em meio Fl. 1075DF CARF MF 10 digital, sendo registrados contabilmente na conta de despesas número 401070, Vale Refeição/Alimentação. Esses pagamentos não foram considerados pelo contribuinte como base de cálculo de contribuições previdenciárias. A Auditoria entendeu que seriam devidas contribuições sobre essa parcela, posto que a empresa não comprovou o registro no PAT para o período do lançamento. Verifiquemos, inicialmente, se é aplicável à verba sob comento o Ato Declaratório PGFN n.º 03 (DOU 24/11/2011), que autoriza a dispensa de apresentação de contestação e interposição de recurso e desistência dos já interpostos: “nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in natura do auxílio alimentação não há incidência de contribuição previdenciária”. O recurso de ofício se refere à exclusão dos valores levantados a título de “Auxílio Alimentação”, passo agora a sua análise. Os termos lançados no relatório fiscal não deixam dúvida que a verba “Auxílio Alimentação” era repassada mediante o fornecimento de tickets aos empregados, esse fato é incontroverso, posto que não questionado pelo sujeito passivo. Eis as palavras da Autoridade Lançadora: “Tratase de pagamentos efetuados a segurados empregados nos exercícios de 2005 e 2006 a título de Ticket Alimentação (planilha do anexo 03). Esses pagamentos se encontram registrados nas folhas de pagamento apresentadas em meio digital, sendo registrados contabilmente na conta de despesas número 401070, Vale Refeição/Alimentação. Esses pagamentos não foram considerados pelo contribuinte como base de cálculo de contribuições previdenciárias. A Auditoria entendeu que seriam devidas contribuições sobre essa parcela, posto que a empresa não comprovou o registro no PAT para o período do lançamento. Verifiquemos, inicialmente, se é aplicável à verba sob comento o Ato Declaratório PGFN n.º 03 (DOU 24/11/2011), que autoriza a dispensa de apresentação de contestação e interposição de recurso e desistência dos já interpostos: “nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in natura do auxílio alimentação não há incidência de contribuição previdenciária” JURISPRUDÊNCIA: Resp nº 1.119.787SP (DJe 13/05/2010), Resp nº 922.781/RS (DJe 18/11/2008), EREsp nº 476.194/PR (DJ 01.08.2005), Resp nº 719.714/PR (DJ 24/04/2006), Resp nº 333.001/RS (DJ 17/11/2008), Resp nº 977.238/RS (DJ 29/11/2007). O texto do Ato Declaratório, não há dúvida, referese apenas aos casos de fornecimento in natura. Por isso, devemos investigar se o pagamento efetuado na sistemática acima relatada poderia ser considerado prestação in natura. Fl. 1076DF CARF MF Processo nº 10680.725037/201076 Acórdão n.º 9202006.883 CSRFT2 Fl. 368 11 Verifiquemos a jurisprudência em que se baseou a PGFN para exarar o Ato Declaratório em questão: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE PRÉ QUESTIONAMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR PAT. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO PAGO EM ESPÉCIE AOS EMPREGADOS. OBRIGATORIEDADE DE RECOLHIMENTO DO FGTS. LEI Nº 6.321/76. LIMITAÇÃO. PORTARIA Nº 326/77. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA HIERARQUIA DAS LEIS. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS PELA TR/TRD. APLICABILIDADE (...)3. O STJ, em inúmeros julgados, assentou o entendimento de que o pagamento in natura do auxílioalimentação não tem natureza salarial e, como tal, não integra a base de cálculo da contribuição previdenciária. Pela mesma razão, não integra a base de cálculo das contribuições para o FGTS, igualmente assentado no conceito de "remuneração" (Lei 8.036/90, art. 15). O auxílio alimentação pago em espécie e com habitualidade integra o salário e como tal sofre a incidência da contribuição previdenciária. Precedentes do STJ (REsp 674.999/CE, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ de 30.05.2005; REsp 611.406/CE, Rel. Min. Franciulli Netto, 2ª Turma, DJ de 02.05.2005;EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, 1ª Seção, DJ de 08.11.2004; REsp 643.820/CE, Rel. Min. José Delgado, 1ª Turma, DJ de 18.10.2004; REsp 510.070/DF, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ de 31.05.2004). Por tal razão, o auxílio alimentação pago em espécie com habitualidade também sofrerá a incidência do FGTS.4. "O pagamento in natura do auxílio alimentação, vale dizer, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT" (EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, 1ª Seção, DJ de 08.11.2004). (...) Ex positis, NEGO SEGUIMENTO ao Recurso Especial. Publiquese. Intimações necessárias. Brasília (DF), 07 de maio de 2010. (REsp nº 1.119.787SP, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 13/05/2010). *** EMENTA: TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. REFEIÇÃO REALIZADA NAS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA. NÃOINCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PRECEDENTES. DÉBITOS PARA COM A SEGURIDADE SOCIAL. PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ DA CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA. PRECEDENTES. 1. Recurso especial interposto pelo INSS contra acórdão proferido pelo TRF da 4ª Região segundo o qual: a) o simples inadimplemento da obrigação tributária não constitui infração à lei capaz de ensejar a responsabilidade solidária dos sócios; b) o auxílio alimentação fornecido pela empresa não sofre a incidência de contribuição previdenciária, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Fl. 1077DF CARF MF 12 Em seu apelo, o INSS aponta negativa de vigência dos artigos 135 e 202, do CTN, 2º, § 5º, I e IV, 3º da Lei 6.830/80, 28, § 9º, da Lei n. 8.212/91 e divergência jurisprudencial. Sustenta, em síntese, que: a) a) o ônus da prova acerca da não ocorrência da responsabilidade tributária será do sócioexecutado, tendo em vista a presunção de legitimidade e certeza da certidão da dívida ativa; b) é pacífico o entendimento no STJ de que o auxílio alimentação, caso seja pago em espécie e sem inscrição da empresa no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, é salário e sofre a incidência de contribuição previdenciária. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de que o pagamento in natura do auxílio alimentação, isto é, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não constituir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Com tal atitude, a empresa planeja, apenas, proporcionar o aumento da produtividade e eficiência funcionais. Precedentes. EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 08/11/2004, REsp 719.714/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006. (grifouse)(...) 5. Recurso especial parcialmente provido.(STJ, REsp 977.238/RS, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ 29/11/2007). *** DECISÃO(...)É pacífica neste Superior Tribunal de Justiça a orientação no sentido de que o pagamento in natura do auxílio alimentação, isto é, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT.( STJ, REsp 333.001/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ 17/11/2008) *** TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. 1. O pagamento in natura do auxílio alimentação, vale dizer, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT ou decorra o pagamento de acordo ou convenção coletiva de trabalho.2. Ao revés, quando o auxílio alimentação é pago em dinheiro ou seu valor creditado em conta corrente, em caráter habitual e remuneratório, integra a base de cálculo da contribuição previdenciária.3. Precedentes da Seção.4. Embargos de divergência providos. (grifouse) (EREsp 476.194/PR, 1ª Seção, Rel. Min. Castro Meira, DJ 01.08.2005). Percebese que os quatro julgados acima manifestam claramente o entendimento de que somente se considera o fornecimento in natura quando a alimentação é fornecida diretamente pelo próprio empregador, o que nos leva a concluir que o fornecimento de cartões ou tickets para aquisição de produtos Fl. 1078DF CARF MF Processo nº 10680.725037/201076 Acórdão n.º 9202006.883 CSRFT2 Fl. 369 13 em estabelecimentos comerciais não representa fornecimento in natura. Concluise, portanto, que o Ato Declaratório mencionado não se aplica ao caso em tela. Observese que a motivação da DRJ para excluir da apuração a verba paga a título de alimentação foi exatamente a aplicação do Ato Declaratório da PGFN acima referido. Entendo, assim, que não tendo a empresa comprovado a sua adesão ao PAT, é cabível a incidência de contribuições sobre essa parcela, posto que disponibilizada em desacordo com a Lei n. 8.212/1991, conforme se verifica do dispositivo: § 9º Não integram o salário de contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei n°6.321, de 14 de abril de 1976; (...) Observese do dispositivo transcrito que a previsão de isenção de contribuição sobre a alimentação fornecida aos empregados condiciona a desoneração a dois requisitos: que a alimentação seja fornecida “in natura” e que a sua disponibilização esteja em conformidade com as normas do PAT. Assim, não tendo a recorrente fornecido a alimentação in natura, além de não comprovar a adesão ao PAT no período do AI, devem incidir contribuições sobre o “Auxílio Alimentação”. Assim, deve ser provido o recurso de ofício apresentado pela DRJ de Belo Horizonte, restabelecendose as contribuições excluídas na decisão de primeira instância. Quanto a este ponto entendo que não existe qualquer reparo a ser feito no acórdão recorrido, razão pela qual NEGO PROVIMENTO ao Recurso Especial do Contribuinte. Trecho da ementa que também deve ser excluído: ALIMENTAÇÃO FORNECIDA MEDIANTE TICKETS. FALTA DE ADESÃO AO PAT. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. INAPLICABILIDADE DO ATO DECLARATÓRIO PGFN N.º 03 (DOU 24/11/2011). A empresa deve comprovar a sua regularidade perante o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT para que não incidam contribuições sociais sobre a alimentação fornecida mediante tickets aos seus empregados. Inaplicável o Ato Declaratório PGFN n.º 03/2011, considerando não se tratar de fornecimento "in natura". Fl. 1079DF CARF MF 14 Conclusão Face o exposto, voto por ACOLHER os Embargos de Declaração, para re ratificar o Acórdão nº 9202005.515, de 25/05/2017, sanando o vício apontado, com efeitos infringentes, para excluir do relatório, do voto, da parte dispositiva e da ementa do julgado a matéria "auxilioalimentação". (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 1080DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.938419/2009-24
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003
COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPRESCINDIBILIDADE.
Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme o art. 170 do Código Tributário Nacional.
COMPENSAÇÃO. REAPRESENTAÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO ANTERIORMENTE NÃO RECONHECIDO. VEDAÇÃO LEGAL.
Não pode ser objeto de compensação o indébito informado em declaração de compensação anterior, cuja homologação foi indeferida pela autoridade competente, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003
COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE.
Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação.
Numero da decisão: 3002-000.273
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Carlos Alberto da Silva Esteves, Alan Tavora Nem e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
Nome do relator: LARISSA NUNES GIRARD
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003 COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPRESCINDIBILIDADE. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme o art. 170 do Código Tributário Nacional. COMPENSAÇÃO. REAPRESENTAÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO ANTERIORMENTE NÃO RECONHECIDO. VEDAÇÃO LEGAL. Não pode ser objeto de compensação o indébito informado em declaração de compensação anterior, cuja homologação foi indeferida pela autoridade competente, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003 COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003 COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPRESCINDIBILIDADE. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme o art. 170 do Código Tributário Nacional. COMPENSAÇÃO. REAPRESENTAÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO ANTERIORMENTE NÃO RECONHECIDO. VEDAÇÃO LEGAL. Não pode ser objeto de compensação o indébito informado em declaração de compensação anterior, cuja homologação foi indeferida pela autoridade competente, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003 COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente e Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 93 84 19 /2 00 9- 24 Fl. 38DF CARF MF Processo nº 10680.938419/200924 Acórdão n.º 3002000.273 S3C0T2 Fl. 39 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Carlos Alberto da Silva Esteves, Alan Tavora Nem e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. Relatório Trata o processo de declaração de compensação de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de Cofins, no valor de R$ 12.527,59, relativo ao período de apuração abril/2003, com débitos de IRPJ (fls. 10 a 14). Por meio de Despacho Decisório à fl. 9, a Delegacia da Receita Federal em Belo Horizonte decidiu não homologar compensação porque concluiu que o pagamento relativo ao Darf informado havia sido utilizado integralmente na quitação de outros débitos, não restando crédito para compensar. A recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, na qual alegou que possuía créditos de PIS/Cofins a compensar no valor de R$ 162.624,42, relativos ao período de 11/2002 a 03/2004, e que cometeu o lapso de não retificar a DCTF, o que foi sanado após o Despacho Decisório (fl. 2). A Delegacia de Julgamento em Belo Horizonte proferiu o Acórdão nº 02 42.882 (fls. 18 a 20), por meio do qual decidiu pela procedência parcial da Manifestação de Inconformidade. A DRF de origem não homologou a compensação porque, do Darf de R$ 16.427,38 informado no PER/Dcomp deste processo, R$ 3.899,79 foram utilizados para quitar débito de Cofins e R$ 12.527,59 foram utilizados em compensação no PER/Dcomp 11038.05167.180507.1.3.045666, que não integra o presente processo. Da consulta aos sistemas da Receita Federal, a DRJ constatou que haviam sido utilizados, de fato, R$ 12.496,94, restando R$ 30,65 para a compensação nestes autos. Ressaltouse no voto que não foram analisados outros PER/Dcomps, além dos dois citados. Em relação a retificação da DCTF, informa a DRJ que a unidade de origem considerou o valor retificado do débito de Cofins em sua decisão denegatória. O acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 30/04/2003 PER/DCOMP. EQUÍVOCO NA EMISSÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. Os equívocos cometidos quando da emissão do Despacho Decisório devem ser corrigidos, a fim de que esse possa adequarse à realidade dos fatos. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Fl. 39DF CARF MF Processo nº 10680.938419/200924 Acórdão n.º 3002000.273 S3C0T2 Fl. 40 3 O contribuinte tomou ciência do Acórdão proferido pela DRJ em 29/04/2013, conforme AR (fl. 25), e protocolizou seu recurso voluntário em 22/05/2013, conforme carimbo na página inicial da peça recursal (fl. 26). Em seu Recurso Voluntário (fls. 26 a 29), o contribuinte informa que, anteriormente a esta declaração de compensação, utilizou o pagamento a maior de Cofins para compensar débito de IRPJ no valor R$ 53.902,80. Como a compensação não foi homologada, a DRF exigiu o pagamento, que foi realizado por meio de Darf, que teria sido anexado aos autos. A recorrente afirma que na compensação do presente processo informou o crédito objeto da decisão denegatória por entender que, uma vez não aceito na primeira compensação, estaria disponível para compensações posteriores. Prosseguindo em sua argumentação, afirma que em momento algum a Fazenda Nacional questionou a existência do crédito, sua origem ou legalidade, donde se conclui que os créditos existem e estão disponíveis. Entende que há equívoco ao se considerar como débito total o valor de R$ 3.899,79 declarado na DCTF somado ao outro débito do PER/Dcomp e exigido por meio do processo 10680.938679/200908. Por fim, conclui que “se há informação de compensação, pagamento e retificação da DCTF não podem os valores serem somados para nova cobrança” e que a compensação não pode ser negada sob a alegação de que o débito declarado e o valor efetivamente pago estavam corretos. O Recurso foi instruído apenas com atos constitutivos e de representação da empresa. É o relatório. Voto Conselheira Larissa Nunes Girard Relatora O recurso voluntário é tempestivo, preenche os requisitos formais de admissibilidade, inclusive quanto à competência das Turmas Extraordinárias e, portanto, dele tomo conhecimento. Ao longo deste processo, diante da decisão que nega a compensação por não haver mais crédito disponível para esse fim, o contribuinte se limitou a trazer explicações e alegações, mas nunca produziu qualquer prova. É cediço que a compensação somente é autorizada para créditos líquidos e certos, conforme estabelece o art. 170 (CTN), in verbis: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (grifado) Fl. 40DF CARF MF Processo nº 10680.938419/200924 Acórdão n.º 3002000.273 S3C0T2 Fl. 41 4 E a demonstração dessa certeza e liquidez está a cargo de quem pleiteia. Nos casos de solicitação de restituição, compensação e ressarcimento de crédito contra a Fazenda Nacional, é pacífico que a prova do direito é ônus que pertence ao requerente. Define o Código de Processo Civil (CPC) em seu artigo 373 que, quanto ao fato constitutivo de seu direito, o ônus da prova incumbe ao autor. E, ainda sobre as provas, dispõe da seguinte maneira o Decreto nº 7.574, de 2011, que regulamenta o processo de determinação e de exigência de créditos tributários da União: Art. 28. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e sem prejuízo do disposto no art. 29 (Lei nº 9.784, de 1999, art. 36). (grifado) Dessa forma, em relação ao montante nãoreconhecido pela DRJ, nada há a acrescentar, pois as alegações trazidas para este julgamento pela recorrente em nada alteram a apreciação da matéria – permanece sem comprovação a existência do crédito que se pretende compensar. Todavia, há que se abordar o fato de o contribuinte pretender reutilizar um crédito que já havia sido objeto de compensação não homologada, pelo mesmo motivo que a compensação destes autos: utilização para quitação de outros débitos. Tal procedimento é vedado pelo art. 74 da Lei nº 9.430/1996, transcrito na versão vigente quando da transmissão do PER/Dcomp: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (...) § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: (...) VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (grifado) Em relação à argumentação de que haveria equívoco na apuração dos débitos, com fundamento em informações constantes em outro processo administrativo, que não teve suas peças relevantes juntadas a estes autos pela recorrente, não há o que comentar. Cabe ao contribuinte instruir seu recurso com a documentação que julgue apropriada para esclarecer e convencer o julgador de seu direito creditório. Em não se ocupando de seu encargo, nada há a apreciar. Fl. 41DF CARF MF Processo nº 10680.938419/200924 Acórdão n.º 3002000.273 S3C0T2 Fl. 42 5 Pelo exposto, diante da ausência de provas e da vedação legal para efetuarse a compensação na forma pretendida pela recorrente, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Fl. 42DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.901578/2016-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jun 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2011
SALDO NEGATIVO DE IRPJ ESTIMATIVAS COMPENSADAS. INTEGRAÇÃO.
Integram o saldo negativo de IRPJ as estimativas compensadas, independentemente do resultado da DComp, uma vez que os valores serão cobrados no próprio processo de compensação.
Numero da decisão: 1201-002.279
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidas as conselheiras Eva Maria Los e Ester Marques Lins de Sousa que negavam provimento ao recurso voluntário. A conselheira Eva Maria Los apresentará declaração de voto.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Carlos de Assis Guimarães - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocada em substituição à ausência do conselheiro Rafael Gasparello Lima) e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidas as conselheiras Eva Maria Los e Ester Marques Lins de Sousa que negavam provimento ao recurso voluntário. A conselheira Eva Maria Los apresentará declaração de voto. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) José Carlos de Assis Guimarães - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocada em substituição à ausência do conselheiro Rafael Gasparello Lima) e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Rafael Gasparello Lima.
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INTEGRAÇÃO. Integram o saldo negativo de IRPJ as estimativas compensadas, independentemente do resultado da DComp, uma vez que os valores serão cobrados no próprio processo de compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidas as conselheiras Eva Maria Los e Ester Marques Lins de Sousa que negavam provimento ao recurso voluntário. A conselheira Eva Maria Los apresentará declaração de voto. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José Carlos de Assis Guimarães Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocada em substituição à ausência do conselheiro Rafael Gasparello Lima) e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Rafael Gasparello Lima. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 90 15 78 /2 01 6- 15 Fl. 951DF CARF MF 2 Relatório BUNGE ALIMENTOS LTDA recorre a este Conselho com fulcro no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972, objetivando a reforma do acórdão nº 0373.076, de 09/02/2017, da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília (DF), que julgou improcedente a menifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório pleiteado. Por bem refletir o litígio até aquela fase, adoto o relatório da decisão recorrida, completandoo ao final: Tratam os autos de declarações de compensação transmitidas eletronicamente com base em créditos decorrentes de saldo negativo de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ (Exercício 2012 01/01/2011 a 31/12/2011). O PER/DCOMP com demonstrativo de crédito é o de nº 16211.23162.301014.1.2.023804. Analisadas as informações prestadas e considerando que a soma das parcelas de composição do crédito informadas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação do imposto devido e a apuração do saldo negativo, não ficou demonstrada a totalidade das parcelas de “Demais Estimativas Compensadas” declaradas pela contribuinte e utilizadas para a composição do saldo negativo do período. Como o crédito reconhecido foi insuficiente para compesnar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo, em 05/04/2016, foi emitido eletronicamente o Despacho Decisório (fl. 899), cuja decisão homologou parcialmente o PER/DCOMP nº 26584.14578. 120515.1.7.029100, não homologou os PER/DCOMP nº 36173.59663.120515.1.7.026651, 10043.87398.120515.1.7.029136, 14295.39020.250815.1.3.02 9398, 18220.77653.280815.1.3.026090, 38631.33564.090915.1.3.023174. 05181.78447.270615.1.7.02 0558, 22906.36101.270615. 1.7.025237, 29329.21421.290915.1.3.020870 e 41927.98993.180915.1.3.02 1804 e indeferiu o Pedido de Restituição / Ressarcimento nº 16211.23162.301014.1.2.023804. O valor do principal correspondente aos débitos informados é de R$ 27.896.580,16. Cientificado, via postal, dessa decisão em 26/04/2016 (fl. 921), bem como da cobrança dos débitos declarados na DCOMP, o sujeito passivo apresentou em 20/05/2016, Manifestação de Inconformidade às fls. 4 a 11 e em 01/06/2016 o documento de fls. 831 a 838, acrescidos de documentação anexa. Em sua defesa, a contribuinte esclarece que o presente processo está diretamente relacionado aos créditos de PIS nãocumulativo exportação (1º trimestre de 2009) e Cofins nãocumulativo exportação (2º trimestre de 2008 e 1º e 2º trimestre de 2009) e que correspondem a processos que se encontram aguardando julgalmento no CARF. Assim, preliminarmente, entende que o julgamento dos presentes autos deveria ser sobrestado até a decisão final dos seguintes processos: 13971.720236/200977, Fl. 952DF CARF MF Processo nº 13971.901578/201615 Acórdão n.º 1201002.279 S1C2T1 Fl. 952 3 13971.908773/201161, 13971.908778/201194 e 13971.908782/201152. Acrescenta que o que estaria em análise, na verdade, seria o crédito de PIS/Cofins não cumulativo – Exportação, que se confirmado impactará diretamente na homologação do crédito discutido nos presentes autos. Entende, ainda que: Como consequência, cabe reiterar e ratificar integralmente os fundamentos das manifestações de inconformidade e recursos voluntários, bem como os documentos acostados, e para que não seja necessário repisar nesta manifestação cada uma daquelas longas razões, e do vasto volume de folhas/documentos dos processos, juntase cópia das peças principais dos processos, de modo que sejam parte integrante e componham a presente defesa, o que se requer expressamente neste momento; Conclui: (...) a reiteração e ratificação dos argumentos jurídicos e de fato, aliados aos documentos acostados durante a fiscalização dos créditos e na defesa e recurso apresentados, tem o objetivo de suportar diretamente esta manifestação de incoformidade, por serem intrínsecos a este processo. Ao final, requer: a) que seja reconhecido o caráter reflexivo destes autos com os processos nº 13971.720236/200977, 13971.908773/201161, 13971.908778/201194 e 13971.908782/201152, sobrestando seu andamento e suspendendo os efeitos do Despacho Decisório até decisão definitiva naqueles processos; b) que todos argumentos jurídicos e de fato, aliados aos documentos acostados durante a fiscalização dos créditos dos processos acima relacionados, e na defesa e recurso apresentados, sejam levados em conta no julgamento do mérito do presente processo, os quais são expressamente reiterados e ratificados neste momento. c) que seja julgado totalmente procedente a presente manifestação de inconformidade, a fim de reformar o Despacho impugnado, para deferir a restituição e homologar as correspondentes compensações realizadas, por ser medida de direito e de JUSTIÇA. Diante da decisão de primeira instância, foi oposto o Recurso Voluntário (fls. 936/947), ora sob apreço, trazendo as mesmas alegações de seu primeiro apelo, fazendo alusão específica aos argumentos do Acórdão recorrido, com o fito de demonstrar sua necessidade de reforma. Não há juntada de novas provas. Na seqüência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. Fl. 953DF CARF MF 4 É o relatório. Voto Conselheiro José Carlos de Assis Guimarães, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Dele, portanto, tomo conhecimento. No caso concreto, estamos tratando de uma sistemática de compensação e cobrança que vinha sendo entabulada normalmente nos procedimentos da RFB: a compensação das estimativas mensais e seu aproveitamento na composição da base negativa independentemente do resultado da DComp, uma vez que a cobrança seria realizada no processo de compensação. Ocorre que a natureza jurídica das estimativas não é de tributo, mas de antecipação deste, o que motivou a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a emitir Pareceres que impediam a inscrição em dívida ativa dos débitos dessa natureza. Assim, todo o sistema que estava acertado deixou de ser saudável, na medida em que quebrouse a possibilidade de cobrança dos valores compensados a título de estimativa. Prevalecendo este entendimento só seria aceitável a utilização das estimativas compensadas na composição da base negativa após a homologação da compensação. Registrese, contudo, que foi com a edição do Parecer PGFN/CAT nº 1.658/2011 que a inscrição em dívida ativa dos débitos declarados em DComp relativos às estimativas foi vedada. Até então ainda vigorava o aproveitamento, na formação do saldo negativo de IRPJ, das estimativas compensadas, cobráveis que eram no próprio processo de compensação. Em 2014 foi emitido o Parecer PGFN/CAT nº 88 que assim concluiu sobre a possibilidade de cobrança dos valores de estimativas compensadas: Em síntese, os questionamentos levantados na consulta oriunda da Secretaria da Receita Federal do Brasil devem ser respondidos nos seguintes termos: a) Entendese pela possibilidade de cobrança dos valores decorrentes de compensação não homologada, cuja origem foi para extinção de débitos relativos a estimativa, desde que já tenha se realizado o fato que enseja a incidência do imposto de renda e a estimativa extinta na compensação tenha sido computada no ajuste; b) Propõese que sejam ajustados os sistemas e procedimentos para que fique claro que a cobrança não se trata de estimativa, mas de tributo, cujo fato gerador ocorreu ao tempo adequado e em relação ao qual foram contabilizados valores da compensação não homologada, a fim de garantir maior segurança no processo de cobrança. Desta forma, a cobrança das estimativas compensadas foi viabilizada no Parecer, já que, nas circunstância nele descritas, os créditos tributário inadimplidos seriam inscritos em dívida ativa. Fl. 954DF CARF MF Processo nº 13971.901578/201615 Acórdão n.º 1201002.279 S1C2T1 Fl. 953 5 A 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) já se manifestou a respeito em julgado posterior ao referido Parecer 18, Acórdão 9101002.493 de 23 de novembro de 2016, da relatoria do I. Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão, nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006 COMPENSAÇÃO. GLOSA DE ESTIMATIVAS COBRADAS EM PER/DCOMP.DESCABIMENTO. Na hipótese de compensação não homologada, os débitos serão cobrados com base em Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp), e, por conseguinte, não cabe a glosa dessas estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na Declaração de Informações Econômicofiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) Importa salientar que das soluções possíveis, portanto, para as declarações de compensação cujos débitos de estimativa integram o saldo negativo, não há, em nenhuma delas, prejuízo para o Erário, pois: (i) se homologada a compensação o crédito relativo à estimativa é extinto; (ii) se não for homologada a compensação os valores serão cobrados no próprio processo de compensação. Por outro lado, na ótica do contribuinte, o mesmo não ocorre, haja vista que na eventual exclusão da estimativa compensada do saldo negativo ele poderá ser alvo de dupla cobrança: no processo de compensação da estimativa (não homologada) e no processo de compensação do saldo negativo que a incluía. A jurisprudência majoritária desta Turma em vários julgados: Acórdãos nºs 1201001.817, 1201001.818, 1201001.819, 1201001.820, 1201001.757, 1201001.683, todos de 2017, vem sendo no sentido de que é ilegítima a negativa, para fins de apuração de saldo negativo de IRPJ, do direito ao cômputo de estimativas liquidadas por compensações, ainda que não homologadas ou pendentes de homologação, sob pena de cobrar o contribuinte em duplicidade. Entendo, ainda, que o artigo 6º da Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018, que incluiu o inciso IX no parágrafo 3º do artigo 74 da Lei 9.430/96, vedando a compensação de débitos relativos ao recolhimento mensal por estimativa do IRPJ e da CSLL tem efeitos apenas para as DComps transmitidas após a publicação daquela Lei, conforme dispõe o seu artigo 11, inciso II. Pelo exposto, dou provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer o direito creditório do saldo negativo do IRPJ do anocalendário de 2011 no valor originário de R$ 21.465.614,36, relativo às estimativas compensadas, e homologar as declarações de compensação até o limite do crédito reconhecido. É como voto. (assinado digitalmente) José Carlos de Assis Guimarães Relator Fl. 955DF CARF MF 6 Declaração de Voto O tratamento a ser dado às estimativas mensais, que foram objetos de Declaração de Compensação, que, no momento da decisão sobre o valor do Saldo Negativo na apuração anual, não tiveram suas compensações homologadas, foi objeto de posicionamentos divergentes. A Coordenação Geral de Tributação Cosit, da então SRF, havia editado, em 13/10/2006, a Solução de Consulta Interna nº 18: EMENTA: Os débitos de estimativas declaradas em DCTF devem ser utilizados para fins de cálculo e cobrança da multa isolada pela falta de pagamento e não devem ser encaminhados para inscrição em Dívida Ativa da União; Na hipótese de falta de pagamento ou de compensação considerada não declarada, os valores dessas estimativas devem ser glosados quando da apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na DIPJ, devendo ser exigida eventual diferença do IRPJ ou da CSLL a pagar mediante lançamento de ofício, cabendo a aplicação de multa isolada pela falta de pagamento de estimativa. Na hipótese de compensação não homologada, os débitos serão cobrados com base em Dcomp, e, por conseguinte, não cabe a glosa dessas estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na DIPJ. Esta SCI orientou as unidades da RFB a levar em conta as estimativas objeto de PER/Dcomp, na apuração de um eventual Saldo Negativo de IRPJ/CSLL. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional se pronunciou a respeito no Parecer PGFN/CAT/Nº 193/2013: Ano: 2013 Tipo Pareceres PGFN Título:PGFN/CAT nº 193/2013 e Nota Técnica Cosit nº 034/2012 Assunto: IRPJ.CSLL. Não pagamento das antecipações mensais. Inclusão destas em DCOMP não homologada pelo fisco. Impossibilidade de inscrição das estimativas em Dívida Ativada União. Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ. Contribuição Social sobre o Lucro Líqüido – CSLL. Opção por tributação pelo lucro real anual. Apuração mensal dos tributos por estimativa. Lei no 9.430, de 27.12.1996. Não pagamento das antecipações mensais. Inclusão destas em Declaração de Compensação (DCOMP) não homologada pelo Fisco. Impossibilidade de inscrição das estimativas em Dívida Ativa Fl. 956DF CARF MF Processo nº 13971.901578/201615 Acórdão n.º 1201002.279 S1C2T1 Fl. 954 7 da União. Inexistência de crédito tributário. Ausência de certeza e liquidez. Ou seja, PGFN/CAT/Nº 193/2013 orientou para que não se considerasse como pagas as estimativas mensais objetos de Declaração de Compensação, não homologadas, porque não poderiam ser cobradas, por se tratarem de antecipações, enquanto que só o IRPJ/CSLL da apuração anual poderiam ser inscritos na Dívida Ativa e objeto de cobrança. Porém, em 23 de janeiro de 2014, em resposta a consulta formulada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, emitiu o Parecer PGFN/CAT/nº 88 , de 23 de janeiro de 2014: Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ. Contribuição Social sobre o Lucro Líqüido – CSLL. Opção por tributação pelo lucro real anual. Apuração mensal dos tributos por estimativa. Lei no 9.430, de 27.12.1996. Não pagamento das antecipações mensais. Inclusão destas em Declaração de Compensação (DCOMP) não homologada pelo Fisco. Conversão das estimativas em tributo após ajuste anual. Possibilidade de cobrança. Assim, o Parecer PGFN/CAT/nº 88, de 2014, orientou para a possibilidade de cobrança dos valores decorrentes de compensação não homologada, cuja origem foi para extinção de débitos relativos a estimativa, desde que já tenha se realizado o fato que enseja a incidência do imposto de renda e a estimativa extinta na compensação tenha sido computada no ajuste; e: A conclusão que podemos formular, a partir do questionamento da Receita Federal do Brasil, é pela legitimidade de cobrança de valores que sejam objeto de pedido de compensação não homologada oriundos de estimativa, uma vez que já se completou o fato jurídico tributário que enseja a incidência do imposto de renda, ocorrendo à substituição da estimativa pelo imposto de renda. Devemos ressaltar, porém, que deverão ser realizados ajustes para que fique claro que os valores cobrados, quando da não homologação de compensação de estimativa, são, na verdade, IRPJ ou CSLL e não estimativa dos tributos, pois a confusão pode influenciar as chances de êxito da cobrança, pois a nomenclatura inadequada pode levar órgãos administrativos e judiciais a entenderem que a cobrança seria ilegal. Esta conselheira discorda do argumento de que, sendo a PER/DCOMP instrumento de confissão de dívida, os débitos das estimativa mensais do ano, cuja compensação porventura não venha a ser homologada, serão cobrados e por isso deverão compor o crédito de Saldo negativo de IRPJ/CSLL que o contribuinte pleiteia para compensar novos débitos.. O entendimento desta conselheira é que o processo referente a Per/Dcomp que requer crédito de saldo negativo anual que depende da confirmação das estimativas mensais deste ano, deve ser apreciado posteriormente ou juntamente com aqueles que decidem Fl. 957DF CARF MF 8 sobre a compensação dessas estimativas com saldo negativos de outros períodos anteriores, uma vez que, no entender desta conselheira, somente as estimativas efetivamente pagas e/ou cujas compensações foram homologadas podem compor o crédito de saldo negativo requerido; aceitar como pagas estimativas mensais de um ano precedente, cujas compensações não foram homologadas, e considerar como crédito hábil o correspondente SN IRPJ/CSLL do ano, significa aceitar como quitados débitos mais recentes, enquanto que aquelas estimativas de anos anteriores, mais antigas, restando não homologadas, deverão ser objeto de cobrança no futuro. Isto é, aceitar essa orientação resulta em efeito cascata, pois o primeiro SN IRPJ/CSLL assim reconhecido, resultará em sucessivos SN IRPJ/CSLL por muitos anos seguintes; aceitase como quitados débitos mais recentes, para depois proceder à cobrança, muito mais onerosa para o contribuinte (multa e juros) e muito mais trabalhosa para a Administração (valor mais elevado, antiguidade do fato gerador, eventual 'baixa" ou falência do contribuinte ou sua absorção por outra pessoa jurídica). Muito mais lógico é julgar antes os processos mais antigos dos quais os seguintes dependem, ou simultanemente, reconhecendo como hábeis a compor o SN IRPJ/CSLL do ano, ao longo das sucessivas instâncias, somente as estimativas cujas compensações restaram homologadas quando os processos chegarem à última instância administrativa, restarão para cobrar os débitos de IRPJ/CSLL anuais devidos, em vez de reconhecer SN IRPJ/CSLL fictícios e depois despender esforços na cobrança de estimativas não homologadas. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Fl. 958DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11070.720187/2012-04
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Aug 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2009
GANHO DE CAPITAL. DECADÊNCIA. SÚMULA STJ Nº 555.
Quando o contribuinte não houver efetuado qualquer pagamento prévio, o prazo decadencial para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário começa a contar do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Súmula 555 - Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. (Súmula 555, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJe 15/12/2015)
RECURSO QUE, PARCIALMENTE, SE LIMITA A FAZER REFERENCIA A IMPUGNAÇÃO E JUNTAR NOVOS DOCUMENTOS SEM NEM MESMO APRESENTAR PEDIDO OU RAZÕES RECURSAIS. NÃO CONHECIMENTO QUE SE IMPÕE.
O recurso que configure apenas mera referencia a impugnação sem indicar o vício da decisão hostilizada, que poderá ser relativo ao direito ou quanto ao procedimento, que junta novos documentos sem fundamentar tal requerimento e não apresenta nem mesmo pedido, impõe ao julgador o não conhecimento na parte viciada do Recurso.
Numero da decisão: 2402-006.196
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e, no mérito, não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mario Pereira De Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Jamed Abdul Nasser Feitoza Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Junior, Renata Toratti Cassini e Mário Pereira de Pinho Filho.
Nome do relator: JAMED ABDUL NASSER FEITOZA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2009 GANHO DE CAPITAL. DECADÊNCIA. SÚMULA STJ Nº 555. Quando o contribuinte não houver efetuado qualquer pagamento prévio, o prazo decadencial para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário começa a contar do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Súmula 555 - Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. (Súmula 555, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJe 15/12/2015) RECURSO QUE, PARCIALMENTE, SE LIMITA A FAZER REFERENCIA A IMPUGNAÇÃO E JUNTAR NOVOS DOCUMENTOS SEM NEM MESMO APRESENTAR PEDIDO OU RAZÕES RECURSAIS. NÃO CONHECIMENTO QUE SE IMPÕE. O recurso que configure apenas mera referencia a impugnação sem indicar o vício da decisão hostilizada, que poderá ser relativo ao direito ou quanto ao procedimento, que junta novos documentos sem fundamentar tal requerimento e não apresenta nem mesmo pedido, impõe ao julgador o não conhecimento na parte viciada do Recurso.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e, no mérito, não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mario Pereira De Pinho Filho - Presidente (assinado digitalmente) Jamed Abdul Nasser Feitoza Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Junior, Renata Toratti Cassini e Mário Pereira de Pinho Filho.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2018-08-09T20:38:34Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: pdfsam-console (Ver. 2.4.3e); access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2018-08-09T20:38:34Z; Last-Modified: 2018-08-09T20:38:34Z; dcterms:modified: 2018-08-09T20:38:34Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2018-08-09T20:38:34Z; pdf:docinfo:creator_tool: pdfsam-console (Ver. 2.4.3e); access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2018-08-09T20:38:34Z; meta:save-date: 2018-08-09T20:38:34Z; pdf:encrypted: true; modified: 2018-08-09T20:38:34Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2018-08-09T20:38:34Z; created: 2018-08-09T20:38:34Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; Creation-Date: 2018-08-09T20:38:34Z; pdf:charsPerPage: 1774; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2018-08-09T20:38:34Z | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 924 1 923 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11070.720187/201204 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402006.196 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 5 de junho de 2018 Matéria IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Recorrente BENNO ARNS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 GANHO DE CAPITAL. DECADÊNCIA. SÚMULA STJ Nº 555. Quando o contribuinte não houver efetuado qualquer pagamento prévio, o prazo decadencial para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário começa a contar do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. “Súmula 555 Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário contase exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.” (Súmula 555, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJe 15/12/2015) RECURSO QUE, PARCIALMENTE, SE LIMITA A FAZER REFERENCIA A IMPUGNAÇÃO E JUNTAR NOVOS DOCUMENTOS SEM NEM MESMO APRESENTAR PEDIDO OU RAZÕES RECURSAIS. NÃO CONHECIMENTO QUE SE IMPÕE. O recurso que configure apenas mera referencia a impugnação sem indicar o vício da decisão hostilizada, que poderá ser relativo ao direito ou quanto ao procedimento, que junta novos documentos sem fundamentar tal requerimento e não apresenta nem mesmo pedido, impõe ao julgador o não conhecimento na parte viciada do Recurso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 72 01 87 /2 01 2- 04 Fl. 924DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e, no mérito, não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mario Pereira De Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Jamed Abdul Nasser Feitoza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Junior, Renata Toratti Cassini e Mário Pereira de Pinho Filho. Fl. 925DF CARF MF Processo nº 11070.720187/201204 Acórdão n.º 2402006.196 S2C4T2 Fl. 925 3 Relatório Temse Recurso Voluntário de fls. 911 usque 919, tomado contra Acórdão de fls. 902 a 908, advindo da 4ª Turma de Julgamento da DRJ/OA que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada, mantendo o crédito tributário conforme lançado. Está assim lançado o relatório da decisão recorrida: Trata o presente processo de impugnação a auto de infração lavrado em decorrência da apuração de omissão de rendimentos da atividade rural e omissão de ganhos de capital na alienação de bens e direitos, relativos aos anos de 2008 e 2007, respectivamente, na forma dos dispositivos legais sumariados na peça fiscal (fls. 873/881). O crédito tributário apurado é de R$ 1.108.364,61, nele compreendidos imposto, multa de ofício no percentual de 75 % e juros de mora. De acordo com o Relatório da Ação Fiscal (fls. 832/849), a fiscalização apurou as seguintes irregularidades: Ganho de capital decorrente da incorporação de bens imóveis na empresa AGROAGUIA S/A, sendo o imposto devido calculado na proporção da participação do autuado na propriedade dos bens, sobre cada operação, conforme demonstrativo abaixo: Data de Aquisição Discriminação dos imóveis Ganho de Capital tributável Total Imposto devido Imposto devido proporcional à participação de 50% ‐114,27 ha‐matr. 38467 c 1608 ‐ 171,30 ha‐matr 38158 e 1529 ‐ 77,60 ha‐matr. 38159 ‐ 16.55 hectares ‐ matr 38468 48.427,90 0,00 32.887,07 2.337.99 7.264,18 0,00 4.933.06 350.69 3.632,09 0,00 2.466,53 175.34 13.04.1972 04.01.1965 07.04.1972 04.08.1970 378,1 ha campos e matos em Boa Vista do Cadeado, efe esc. C. Venda Reg. CRI Cruz Alta sobn39583,49581,52,4697 6 83.652,96 12.547,93 6.273,96 22.10.1996 85 has campos e matos, localizado em Boa Vista do Cadeado Adq. Cfe Escr. C. 250.773,73 37.616,05 18.808,02 Venda Rcg. CRI C. Aita sob n° 18543, em 24.11.78 ‐ Matrícula 38.167 Fl. 926DF CARF MF 4 23.12.1994 100 Hec. Adq. Em 20.08.92, cfe cópia alvará judicial autorizando o inventariante João David B. Ramos firmar escr. Pub. Compra e venda ao Sr. Benno Arns ‐Matr. 38.170. 218.062,57 32.709,38 16.354,69 3 i.03.1998 200 hec adqu. Em 20.08.92, de Norma Guilhermina Ramos a serem pagos cm duas parcelas em 20.08.92 ‐ Matricula 3047 e 38414. 672.826,88 100.924,03 50.462,015 24.03.1998 24 ha de terras situados na RS 342 Km 19, no município de Cruz Alta, adquiridos e 30/0/2007 pelo valor de RS 38.400,00, de sucessão de Lucidio Ramos ‐ Matrícula 38.169 77.437.85 11.615,67 5.807,83 19.07.2001 Aquisição de uma área de terras de 945,66 Itambezinho ‐ Bom Jesus ‐ RS adq. a vista de Nilson Nascheweng Campos, CPF 003.959.199‐91, cfe escritura 15.116/088, em 02/07/2001. ‐ Matrícula 7.933 3.966.452,45 594.967,86 297.483,93 17.07.2002 100,60 hectares, matr. 3.047 R33 e matrícula 38.165 488.230,59 73.234,58 36.617.29 23.05.2003 18,0 hectares, matr. 38.172 e 24.479‐ R5 71.377,29 10.706,59 5.353,29 22.08.2002 80,0 hectares, matr. 641 l/R 14 e 38.171 378.241,81 56.736,27 28.368,13 TOTAL 6.207.056.13 931.058,36 1 465.529,20 Omissão de rendimentos da atividade rural referente aos seguintes depósitos bancários não comprovados: R$ 35.778,45 em 30/04/2008, R$ 62.066,67 – em 15/12/2008, R$ 83.585,50 – em 18/12/2008 e R$ 93.526,99 – em 22/12/2008. Os depósitos não comprovados foram considerados omissão da atividade rural, haja vista esta ser a única atividade do contribuinte, conforme informações obtidas durante o procedimento fiscal. O ganho de capital foi considerado como ocorrido em 28/02/2007, quando da assinatura dos Atos Constitutivos da empresa Agroaguia S/A, cujo capital social foi integralizado pelos bens antes relacionados. Essa data é a mesma informada pelo cartório na DOI – Declaração de Operações Imobiliárias entregue a Receita Federal. Fl. 927DF CARF MF Processo nº 11070.720187/201204 Acórdão n.º 2402006.196 S2C4T2 Fl. 926 5 O contribuinte impugna (fls.889/897), tempestivamente, o lançamento alegando, preliminarmente, a decadência do direito da Fazendo Pública de constituir o crédito tributário referente ao ganho de capital apurado. Invoca o disposto no § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional, argumentado que extinguese em 5 anos o prazo para o Fisco efetuar o lançamento, sendo o termo inicial deste prazo a data da ocorrência do fato gerador (28/02/2007). Entende que a tributação do ganho de capital por se tratar de lançamento por homologação não pode ser aplicada a regra do art. 173, I do CTN. No mérito de sua impugnação, não faz qualquer menção ao ganho de capital apurado, limitandose a contsentar o lançamento referente os depósitos bancários não comprovados. Afirma que devido à intensa movimentação financeira, agravada pelo distanciamento temporal de sua ocorrência, estaria justificada a sua dificuldade de comprovação. Requer a nulidade e o cancelamento do auto de infração e seu arquivamento. Tendo em vista o disposto na Portaria RFFB nº 453, de 11 de abril de 2013 (DOU 17/04/2013) e no art. 2º da Portaria RFB nº 1006, de 24 de julho de 2013 (DOU 25/07/2013) e conforme definição da CoordenaçãoGeral do Contencioso Administrativo e Judicial da RFB, o presente eprocesso foi encamihado para esta DRJ/POA/RS para julgamento. Em seu apelo, alega o recorrente, em preliminar, que haveria decadência do direito de lançar o tributo por parte da Fazenda Pública, uma vez que o caso seria de lançamento por homologação e, dessa forma, o lançamento deveria ser feito em 5 anos a contar do fato gerador, conforme exposto no art. 150, §4º, do Código Tributário Nacional. Assim, advoga no sentido de que a d. DRJ equivocouse ao modificar a “natureza e condição” (fls. 913) de lançamento por homologação e passando a tratálo por declaração, conforme o art. 173, I do Diploma Tributário. Acrescenta que: “Nessa linha de conclusão do Recorrente – de sujeição da tirbutação dos Ganhos de Capital/pessoa física aos ditames do art. 150, §4º, do CTN, independente de ter ou não havido qualquer recolhimento de tribute – pronunciase a reiterada e melhor jurisprudência administrative (primeiro Conselho de Contribuintes, Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, Câmara Superior de Recursos Fiscais), já de longa data” Colaciona diversos julgados advindos deste e. Conselho a fim de alicerçar sua defesa. Em seguida, no capítulo de Omissão de Rendimentos/Depósitos Bancários, limitase a reportase à Impugnação, colacionando dois julgados advindos também deste e. CARF, e alegando que, sendo contribuite cuja única atividade econômica preponderante é a Fl. 928DF CARF MF 6 atividade rural, os eventuais depósitos de origem não comprovada deveriam ser tributados nessa atividade, sujeitos ao limite de 20% da receita bruta dessa atividade. Desse modo, requer o conhecimento e integral provimento do recurso, e cosnequente cancelamento do Auto de Infração. É o relatório. Fl. 929DF CARF MF Processo nº 11070.720187/201204 Acórdão n.º 2402006.196 S2C4T2 Fl. 927 7 Voto Conselheiro Jamed Abdul Nasser Feitoza Relator 1. Admissibilidade O recurso é tempestivo, porém requisitos extrínsecos de admissibilidade demandam análise mais atenta por parte deste colegiado. A peça recursal, no que concerne as razões em julgamento, está estruturada da seguinte forma: a) Preliminar de Decadência O recorrente desenvolve adequadamente suas razões de inconformidade com o ato decisório de piso, porém, adicionando novos argumentos que devem ser apreciados em confronto com o ato decisório. b) Omissão de Rendimentos / Depósitos bancários Neste ponto, o recorrente ao invés de aduzir de modo completo suas razões e fundamentos, evidenciando os pontos de inconformidade com a decisão recorrida, reporta se a Impugnação, deixando assim de atender a requisito formal previsto no Art. 16 do Decreto 70.235/71. Outrossim, apresenta argumentação adicional em que busca a tributação a base de 20%, eis que o mesmo é produtor Rural e esta seria sua a origem de sua renda, sendo este um novo argumento não passível de adução a partir de nenhuma manifestação contida na impugnação. Pois bem, quanto a preliminar exposta, dada sua adequada conformação, entendemos que esta deve ser objeto de julgamento por este colegiado. Contudo, o segundo ponto recursal, “omissão de rendimentos / depósitos bancários”, não merece partilhar do mesmo destino processual aplicável as razões preliminares, o Recurso não merece ser conhecido em tal parte. Com efeito, constatase que o apelo sequer transcreve as razões para qual impugna tal parte da decisão, limitandose a colacionar julgados advindos das e. Câmaras deste Tribunal Administrativo, sem expor razões aditivas ou juntar aos autos qualquer documento que lhe forneça arcabouço para as alegações. O artigo 16 do Decreto 70.235/72, prevê, às escâncaras, a necessidade de exposição das razões de insurgência contra o lançamento e, por consequência, contra a decisão, fato esse que não ocorreu no presente caso. Como cediço, o recurso não se presta somente a alcançar novel decisão ou decisão que reforma a anteriormente prolatada, mas, para além disso, obter forma lapidada do entendimento administrativo acerca do objeto discutido na lide. No entanto, a parte subtraiu, Fl. 930DF CARF MF 8 como que por assalto, tal escopo, deixando de insurgirse especificamente contra os fundamentos da decisão recorrida. Resguardadas as proporções e especificidades próprias do processo administrativo fiscal, é possível recorrer as lições de Flávio Cheim Jorge para quem: "De outra parte, até mesmo por uma questão de princípio, resta evidente que, como a apelação se dirige e se insurge contra a sentença, em razão de a mesma ter sido proferida em desconformidade com a lei, deve o recorrente indicar exatamente quais são os errores in judicando e/ou errores in procedendo que maculam a decisão monocrática. E mais: deverá, ainda, demonstrar por que a decisão está errada e, conseqüentemente, a necessidade de sua reforma. É fácil perceber, dessa forma, que a motivação é parte integrante do recurso. Com perfeição, observa Provinciali que os recursos são compostos por dois elementos: um de vontade ("elemento volitivo ") e outro de razão ("elemento ragionativo o descrittivo "). O primeiro elemento corresponde à declaração de desagrado para com a sentença e o segundo corresponde exatamente aos motivos que levam e conduzem a esse desagrado, a essa insatisfação existente com a sentença. Esses dois elementos formam, sem sombra de dúvida, o conteúdo do recurso de apelação. Não é suficiente o elemento volitivo. Não basta a simples indicação de que a sentença de primeiro grau é errada ou defeituosa. Tanto o tribunal quanto o apelado devem ter conhecimento exato dos motivos de fato e de direito pelos quais o apelante se insurge contra a sentença." (Apelação Cível: Teoria Geral e Admissibilidade, 2ª edição, páginas 189/190) Também Nelson Nery Júnior leciona que: " O apelante deve dar as razões, de fato e de direito, pelas quais entende deva ser anulada ou reformada a sentença recorrida. Sem as razões do inconformismo, o recurso não pode ser conhecido" (Código de Processo Civil Comentado e Legislação Processual Civil Extravagante em Vigor, 6ª edição, página 855). O recurso que configure apenas mera referência a impugnação, sem indicar o vício da decisão hostilizada, que poderá ser relativo ao direito ou quanto ao procedimento, é interposto sob forma de mero protesto ou declaração de insatisfação contra a decisão adversa ao interesse do recorrente, sem se revestir das formalidades mínimas atinentes a intervenção procedimental em questão. Conhecer do recurso em tal parte laboraria contra o princípio tantum devolutum quantum appellatum e transformaria este colegiado em defensor de interesse da parte. A locução jura novit curia, com as adaptações ao PAF, somente tem aplicação se o recorrente fornece ao Colegiado, por meio da peça processual que lhe é dirigida, ainda que de forma sumária, as razões do inconformismo, de reexame e apresenta pedido ainda que genérico, razão pela qual o presente Recurso não deve ser conhecido nesta parte. Fl. 931DF CARF MF Processo nº 11070.720187/201204 Acórdão n.º 2402006.196 S2C4T2 Fl. 928 9 Nesse sentido: "EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. PROTESTO INDEVIDO. ANULATÓRIA DE TÍTULO. APELO QUE É MERA REPRODUÇÃO DA CONTESTAÇÃO. Apelo não conhecido". (Apelação Cível Nº 70007244577, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alexandre Mussoi Moreira, Julgado em 09/03/2004) "APELAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PRELIMINAR. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. (...) As razões de recurso devem conter os fundamentos fáticos e jurídicos que alicerçam o pedido de revisão. A mera remissão a outras peças do processo não supre a exigência legal. (...)" (TAMG Apelação: 03427563 Órgão Julgador: Terceira Câmara Cível Relator: Caetano Levi Lopes Data do Julgamento: 24/10/2001 ) "INDENIZAÇÃO RECURSO DE APELAÇÃO SEM AS RAZÕES DE FATO E DE DIREITO PARA NOVA DECISÃO INADMISSIBILIDADE.À luz do art. 514, II o recurso de apelação há de trazer as razões de fato e de direito para o pedido de nova decisão, sob pena de não ser conhecido."(TA/MG apelação 03612200 4ª CC Rel. Juiz Domingos Coelho J. 12/06/2002)." Assim, a ausência de fundamentação inabilita o recurso nesse ponto. Ora, a Lei não traduz mero formalismo, na medida em que dá corpo à dimensão objetiva do devido processo legal, que tem assento na própria Constituição da República, e evita que cada qual faça o que bem entender, quando bem lhe aprouver. Tal quantum expressa seriedade processual, por adequação ao Ordenamento Jurídico e não fere o principio do formalismo moderado. Quanto aos Argumentos adicionais, relativos a consideração do regime próprio de produtor rural para fins de determinação da base de calculo, além de tratarse de inovação na lide é pedido inadequado, eis que a Autoridade fiscal já havia adotado tal sistemática para quantificação do tributo lançado, portanto, ainda que fosse licito permitir a inovação na lide, estaríamos diante de provimento inócuo, configurando falta de interesse processual. Por todo o exposto, voto por conhecer do recurso parcialmente, colocando em julgamento apenas as razões preliminares. 2. Razões preliminares Decadência. Desde a peça vestibular, o Recorrente sustenta que o direito da Fazenda Nacional constituir o crédito estaria extinto em razão de decadência, aplicada na forma do Art. 150 do Código Tributário Nacional. A decisão Recorrida, por sua vez, afastou a preliminar com fundamento no Art. 173 do CTN, alegando não ter o Recorrente realizado qualquer pagamento. Fl. 932DF CARF MF 10 Quanto ao que foi decidido pela d. DRJ, cabe que se faça um brevíssimo esclarecimento, uma vez que, até mesmo no âmbito das Cortes Superiores, tal matéria já foi sumulada. Diz o recorrente que não poderia haver uma mudança posicional do termo prescricional do tributo, saindo do art. 150, §4º para o art. 173, I, ambos do Codex Tributário. No entanto, o argumento não prospera. Isso porque, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, cujo pagamento não foi antecipado pelo contribuinte – que é o caso dos autos, deve o prazo decadencial de cinco anos para a sua constituição ser contado a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Ora... se não há pagamento, não há o que se homologar. Confirase o trecho do julgamento do AgRg nos EResp 1199262/MG, da relatoria do Min. Benedito Gonçalvez (Primeira Seção, julgado em 26/10/2011, DJe 7/11/2011): "[...] A Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 973.733/SC, realizado nos termos do art. 543C e sob a relatoria do Ministro Luiz Fux, sedimentou o entendimento de que o art. 173, I, do CTN se aplica aos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou, quando, a despeito da previsão legal, não há o pagamento, salvo nos casos de dolo, fraude ou simulação. [...]" De mesmo modo, a iterativa jurisprudência daquele Sodalício Especial: "[...] nos casos de tributo sujeito a lançamento por homologação, não ocorrendo o pagamento antecipado pelo contribuinte, incumbe ao Fisco o poderdever de efetuar o lançamento de ofício dentro do prazo decadencial estipulado pelo art. 173, I, do CTN, segundo o qual o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. [...]" (AgRg no Ag 1241890 RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/09/2011, DJe 09/09/2011) "[...] sedimentouse o entendimento de que é inadmissível a aplicação cumulativa dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173 do CTN, devendo prevalecer o prazo quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário, a contar do primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato gerador. [...]" (AgRg no Ag 1394456 SC, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 02/08/2012) "[...] o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito [...]" (AgRg no Ag 1407622 PR, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/09/2011, DJe 26/09/2011) Fl. 933DF CARF MF Processo nº 11070.720187/201204 Acórdão n.º 2402006.196 S2C4T2 Fl. 929 11 "[...] De acordo com a jurisprudência consolidada do STJ, a decadência do direito de constituir o crédito tributário é regida pelo art. 150, § 4°, do CTN, quando se trata de tributo sujeito a lançamento por homologação e o contribuinte realiza o respectivo pagamento parcial antecipado, sem que se constate a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. À luz do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento de ofício poderia ter sido realizado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo não ocorre, inexistindo declaração prévia do débito. [...]" (AgRg no AREsp 252942 PE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/06/2013, DJe 12/06/2013) "[...] que em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação cujo pagamento não foi antecipado pelo contribuinte – caso em que se aplica o art. 173, I, do CTN , deve o prazo decadencial de cinco anos para a sua constituição ser contado a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. [...]" (REsp 1154592 PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe 02/06/2010) De tal entendimento, já firmemente consolidado, frisese, formouse o verbete sumular nº 555, em que expressa aquela Corte o seu mister postremo: “Súmula 555 Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário contase exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.” (Súmula 555, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJe 15/12/2015) Assim, e como já antecipado, a irresignação do contribuinte, quanto a tal tema, não tem como prosseguir, uma vez que a decisão de piso foi tomada de maneira fundamentada e seguindo o entendimento jurídico esposado por este Conselho, bem como pelos Tribunais Superiores brasileiros. Temse, pois, que não decaiu o Fisco no seu direito de tributar, uma vez que constituídos os créditos dentro da data que franqueada à Fazenda. Conclusão À conta do exposto, voto no sentido de afastar as preliminares e, no mérito, não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jamed Abdul Nasser Feitoza Fl. 934DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.679890/2009-19
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 24/11/2005
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA.
A apresentação de DCTF retificadora anteriormente à prolação do Despacho Decisório não é condição para a homologação das compensações. Contudo, a referida declaração não tem o condão de, por si só, comprová-lo. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito pleiteado através de documentos contábeis e fiscais revestidos das formalidades legais.
Numero da decisão: 9303-006.937
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Érika Costa Camargos Autran - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: ERIKA COSTA CAMARGOS AUTRAN
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CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A apresentação de DCTF retificadora anteriormente à prolação do Despacho Decisório não é condição para a homologação das compensações. Contudo, a referida declaração não tem o condão de, por si só, comproválo. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito pleiteado através de documentos contábeis e fiscais revestidos das formalidades legais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 67 98 90 /2 00 9- 19 Fl. 282DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 169 2 Érika Costa Camargos Autran Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pelo Contribuinte contra o acórdão nº 3803004.418, de 20 de agosto de 2013 (fls. 221 a 227 do processo eletrônico), proferido Terceira Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento deste CARF, decisão que por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso voluntário. A discussão dos presentes autos tem origem no pedido de restituição e Declaração de Compensação (PER/DCOMP) protocolado pelo Contribuinte, referente a crédito decorrente de alegado pagamento a maior da CofinsImportação, no valor de R$ 12.184,60, destinado a quitar débito de sua titularidade. Por meio de despacho decisório eletrônico, cientificado pelo Contribuinte, a repartição de origem não homologou a compensação, pelo fato de que o pagamento declarado no PER/DCOMP já havia sido integralmente utilizado na quitação de débitos do contribuinte. Inconformado, o Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, requerendo o seu recebimento com efeitos suspensivos, a declaração de nulidade do despacho decisório ou, alternativamente, a conversão do julgamento em diligência à repartição de origem para exame de sua escrita fiscal, alegando, aqui apresentado de forma sucinta, o seguinte: a) a partir de meados de 2006, constatara que havia efetuado o recolhimento a maior de inúmeros impostos e contribuições incidentes sobre remessas ao exterior de royalties pela cessão de direitos de uso de programas de computador, bem como pela contraprestação de serviços técnicos e administrativos; Fl. 283DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 170 3 b) um mero equívoco no preenchimento de declarações não poderia gerar débitos fiscais, conforme entendimento do CARF e do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sendo premente a observância dos princípios da verdade material, da capacidade contributiva, da formalidade moderada, da vedação ao enriquecimento ilícito, da razoabilidade e da proporcionalidade; c) carência de fundamentação do despacho decisório, com violação dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, dada a precária análise de seu pedido; d) estaria sendo providenciado um levantamento interno de toda a documentação probante que demonstraria a plena existência do crédito declarado. Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório, do PER/DCOMP, do comprovante de arrecadação e da DCTF retificadora transmitida em 2 de dezembro de 2009. A DRJ São Paulo I/SP julgou improcedente a manifestação de inconformidade, decidindo por afastar a nulidade do despacho decisório arguida, pelo fato de que tal documento teria sido assinado por servidor competente no exercício de suas funções e sem preterição do direito de defesa do contribuinte. Irresignado com a decisão contrária ao seu pleito, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, o Colegiado por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso voluntário, conforme acórdão assim ementado in verbis: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 24/11/2005 PRELIMINAR. DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. É válido o despacho decisório exarado por servidor competente, com respeito ao direito de defesa do administrado e baseado em dados presentes nos sistemas internos da Receita Federal, estes Fl. 284DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 171 4 alimentados com os pagamentos efetuados e as declarações entregues pelo sujeito passivo. INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa baseada em dados fornecidos pelo sujeito passivo, não infirmada com documentação hábil e idônea. O Contribuinte interpôs Recurso Especial de Divergência (fls. 235 a 250) em face do acordão recorrido que negou provimento ao recurso voluntário, a divergência suscitada pelo Contribuinte diz respeito ao entendimento da decisão recorrida de que a comprovação do erro, com a respectiva juntada de documentação comprobatória, após o despacho decisório que indeferiu a compensação, deve ser feita no momento da manifestação de inconformidade/impugnação, não havendo ofensa a princípios constitucionais, ainda mais que somente a DCTF retificadora, após o despacho decisório que não tem vício de nulidade, não comprova o direito creditório, de forma que o pedido de diligência por erro formal não configurado não deve ser aceito. Para comprovar a divergência jurisprudencial suscitada, o Contribuinte apresentou como paradigma o acórdão de número 330201.406. A comprovação do julgado firmouse pela juntada de cópia de inteiro teor do acórdão paradigma, documento de fls. 266 a 270. O Recurso Especial do Contribuinte foi admitido, conforme despacho de fls. 273 a 275, sob o argumento que no acórdão recorrido houve o entendimento de que a comprovação da existência de erro, conjuntamente com a juntada de documentação comprobatória, após a prolação do despacho decisório que indeferiu a compensação, deve ser feita no momento da manifestação de inconformidade/impugnação, não havendo ofensa a princípios constitucionais, sendo que a DCTF retificadora após o despacho decisório, este Fl. 285DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 172 5 não tendo vício de nulidade, não comprova, por si só, o direito creditório, de forma que o pedido de diligência por erro formal não comprovado não deve ser deferido. Por sua vez no acórdão paradigma, do mesmo Contribuinte e assunto, houve o entendimento de que a DCTF retificadora, após o despacho decisório que indeferiu a compensação, substitui a original em relação aos débitos e vinculações declarados, sendo consequência de sua apresentação a desconstituição da causa original da não homologação, devendo a autoridade fiscal apurar a liquidez e certeza do crédito pleiteado através de despacho decisório. Desta forma, entendeuse que restou comprovada a divergência jurisprudencial. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões às fls. 277 a 280, manifestando pelo não provimento do recurso especial do Contribuinte e que seja mantido o v. acórdão. É o relatório em síntese. Voto Conselheira Érika Costa Camargos Autran Relatora Da Admissibilidade O Recurso Especial do Contribuinte é tempestivo e, depreendendose da análise de seu cabimento, entendo pela admissibilidade integral do recurso conforme despacho fls. 273 a 275. Do Mérito A questão trazida a debate em Recurso Especial versa sobre o entendimento se a DCTF retificadora, após o despacho decisório comprova o direito creditório. Ou seja, a questão de mérito se restringe à certeza e liquidez do crédito. Fl. 286DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 173 6 Segundo o despacho decisório eletrônico, cientificado pela contribuinte em 5/11/2009, a repartição de origem não homologou a compensação, pelo fato de que o pagamento declarado no PER/DCOMP já havia sido integralmente utilizado na quitação de débitos da contribuinte. Segundo o consta nos autos, a contribuinte limitase alegar a existência de erro de preenchimento, erro nos cálculos de apuração de tributo, erro no pagamento em DARF. Verificase também que a contribuinte apenas trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório, do PER/DCOMP, do comprovante de arrecadação e da DCTF retificadora transmitida em 2 de dezembro de 2009, após a ciência do despacho decisório, documentos esses insuficientes à plena comprovação do indébito reclamado, dado que desacompanhados de elementos da escrituração contábilfiscal e da documentação que a lastreia, estes, sim, consistentes em prova hábil e idônea. No caso dos autos, embora tenha sido apresentada a DCTF retificadora, a principal fundamentação do acórdão recorrido depreendese pela ausência de comprovação da certeza e liquidez dos créditos tributários, pela falta de apresentação de outros documentos fiscais e contábeis da empresa, que comprovaria seu direito creditório, conforme abaixo: (....) Conforme se verifica do relatório supra, a compensação declarada por meio de PER/DCOMP não foi homologada pela repartição de origem pelo fato de que o crédito pleiteado já se encontrava vinculado a outro débito da titularidade do contribuinte, decisão essa mantida pela DRJ São Paulo I/SP, em razão da falta de comprovação do alegado erro ocorrido no preenchido da DCTF. Para se apreciarem pleitos da espécie, não basta que se alegue, em tese, o direito assegurado pela ordem jurídica, havendo necessidade de que os Fl. 287DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 174 7 argumentos fáticos trazidos aos autos sejam demonstrados e comprovados, sob pena de total inviabilidade da apreciação do pedido No que tange ao material probatório do seu direito, o contribuinte trouxe aos autos apenas cópias de documentos societários, do despacho decisório, do PER/DCOMP, do comprovante de arrecadação e da DCTF retificadora transmitida em 2 de dezembro de 2009, após a ciência do despacho decisório, documentos esses insuficientes à plena comprovação do indébito reclamado, dado que desacompanhados de elementos da escrituração contábil fiscal e da documentação que a lastreia, estes, sim, consistentes em prova hábil e idônea. Nenhum documento, por mais precário que fosse, foi trazido aos autos para se comprovarem as remessas ao exterior de royalties pela cessão de direitos de uso de programas de computador, bem como pela contraprestação de serviços técnicos e administrativos. Nada há nos autos que demonstre esses fatos alegados pelo Recorrente. Mesmo considerando o princípio da verdade material, em que a apuração da verdade dos fatos pelo julgador administrativo vai além das provas trazidas aos autos pelo interessado, nos casos da espécie ao ora analisado, a prova encontrasse em poder do próprio sujeito passivo, e uma vez que foi dele a iniciativa de instauração do presente processo, pois que relativo a um direito que ele alega ser detentor, não se vislumbra razão à alegada violação do princípio. Quanto a esse tema, compartilho do entendimento exposto no voto trazido pela ilustre Conselheira Vanessa Marini Cecconello, no Acordão n.º 9303005.469, a qual peço licença para transcrever e, por se tratar de fatos similares, adoto seus fundamentos como minhas razões de decidir no presente processo: (...) Fl. 288DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 175 8 a. Possibilidade de apreciação e deferimento do pedido de compensação independentemente da apresentação de DCTF retificadora A compensação de créditos decorrentes do pagamento indevido ou a maior é prevista no art. 74 da Lei nº 9.430, e regulamentada por meio da IN RFB nº 1.300/2012. Indispensável à homologação do pedido de compensação é a existência de crédito líquido e certo do Contribuinte, bem como esteja devidamente demonstrado nos autos do processo administrativo. No recurso especial, a Contribuinte insurgese face à não homologação de seu pedido de compensação, alegando ser dispensável a apresentação de DCTF retificadora para tanto. De fato, o crédito tributário da Contribuinte e seu direito à restituição/compensação não nasce com a apresentação da DCTF retificadora, mas sim com o pagamento indevido ou a maior. Portanto, a apresentação da DCTF retificadora não é requisito indispensável à homologação da compensação, mas a certeza e liquidez do indébito tributário deve restar comprovada por outros meios nos autos do processo administrativo. Nesse sentido, é o Parecer Cosit nº 02/2015, de 28 de agosto de 2015, cuja ementa se deu nos seguintes termos: “NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não Fl. 289DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 176 9 sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar Fl. 290DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 177 10 toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/nãohomologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014. eprocesso 11170.720001/201442. No caso dos autos, da fundamentação do acórdão recorrido depreendese ser este o entendimento explicitado naquela ocasião pelo Colegiado a quo, Fl. 291DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 178 11 não tendo sido homologada a compensação, embora também não apresentada a DCTF retificadora, mas sim e principalmente pela ausência de comprovação da certeza e liquidez dos créditos tributários, por meio de outros documentos fiscais e contábeis da empresa. Por estas razões, não pode ser acolhido o pleito da Recorrente de serem homologadas as compensações. b. Ônus da prova para comprovação da certeza e liquidez do crédito Pelo princípio da verdade material, norteador do processo administrativo, o julgador tem o poderdever de buscar o esclarecimento dos fatos, adotando providências no sentido de conduzir o processo à busca da verdade real dos fatos. No entanto, o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar é do contribuinte. O papel do julgador é, verificando estar minimamente comprovado nos autos o pleito do Sujeito Passivo, solicitar documentos complementares que possam formar a sua convicção, mas isso, repitase, de forma subsidiária à atividade probatória já desempenhada pelo contribuinte. Dentro do princípio da cooperação no processo, mudança significativa introduzida pelo Novo Código de Processo Civil, as partes envolvidas na lide podem solicitar provas e buscálas, sendo concebido o processo para todos os envolvidos, inclusive o juiz da causa. No entanto, não se pode interpretar referida diretriz como total transferência do ônus probatório. No caso em exame, com a manifestação de inconformidade e no recurso voluntário, limitouse a contribuinte a juntar a DCTF e DACON, não trazendo quaisquer outros elementos de prova que comprovem a certeza e liquidez do crédito tributário. Portanto, nesse caso, não cabe se falar em ônus do julgador em solicitar providências complementares, pois sequer Fl. 292DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 179 12 foram juntados documentos fiscais e contábeis, de sua posse, para início dessa comprovação. Diante do exposto, negase provimento ao recurso especial do Sujeito Passivo. Vale ressaltar ainda, que aqui não estamos tratando de compensação não homologada pela falta da retificação da DCTF. Nestes casos, entendo que, quando esta é suprida pelo Contribuinte na apresentação da manifestação de inconformidade, constituindose em primeiro indício de prova da certeza e liquidez do crédito tributário, devendo então ensejar nova análise do pedido de compensação pela Autoridade Fiscal. Assim, nestes caso, mediante a apresentação da DCTF retificadora, que substitui a original, quando da apresentação da manifestação de inconformidade, cabível oportunizar ao Contribuinte a apresentação de provas quanto à certeza e liquidez do crédito tributário, por meio de documentos contábeis e fiscais. Ou seja, entendo que não há óbice, portanto, à apresentação da DCTF retificadora e sua aceitação após a prolação do despacho decisório. No entanto, apresentação de DCTF retificadora, por si só, não tem o condão de reverter a não homologação da compensação. No caso em exame, o Contribuinte limitouse a trazer aos autos apenas cópias de documentos societários, do despacho decisório, do PER/DCOMP, do comprovante de arrecadação e da DCTF retificadora transmitida em 2 de dezembro de 2009, após a ciência do despacho decisório, documentos esses insuficientes à plena comprovação do indébito reclamado, dado que desacompanhados de elementos da escrituração contábilfiscal e da documentação que a lastreia, estes, sim, consistentes em prova hábil e idônea. Nenhum documento, por mais precário que fosse, foi trazido aos autos para se comprovarem as remessas ao exterior de royalties pela cessão de direitos de uso de Fl. 293DF CARF MF Processo nº 10880.679890/200919 Acórdão n.º 9303006.937 CSRFT3 Fl. 180 13 programas de computador, bem como pela contraprestação de serviços técnicos e administrativos. Diante do exposto, negase provimento ao Recurso Especial do Contribuinte É como voto. (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Fl. 294DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.720169/2009-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 09 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Data do fato gerador: 03/06/2004
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO - DCOMP. ERRO NO ENVIO.
Comprovado o erro do contribuinte no envio da DCOMP, deve ser cancelado o crédito apurado pela homologação parcial da compensação, relativo a diferença correspondente à multa por suposto recolhimento em atraso, que, de fato, não ocorreu.
Numero da decisão: 2401-005.694
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Declarou-se impedido de participar do julgamento o conselheiro Matheus Soares Leite, substituído pelo conselheiro Thiago Duca Amoni.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Relatora e Presidente.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, José Luiz Hentsch Benjamin Pinheiro e Thiago Duca Amoni (suplente convocado). Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Data do fato gerador: 03/06/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO - DCOMP. ERRO NO ENVIO. Comprovado o erro do contribuinte no envio da DCOMP, deve ser cancelado o crédito apurado pela homologação parcial da compensação, relativo a diferença correspondente à multa por suposto recolhimento em atraso, que, de fato, não ocorreu.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Declarou-se impedido de participar do julgamento o conselheiro Matheus Soares Leite, substituído pelo conselheiro Thiago Duca Amoni. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Relatora e Presidente. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, José Luiz Hentsch Benjamin Pinheiro e Thiago Duca Amoni (suplente convocado). Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
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ERRO NO ENVIO. Comprovado o erro do contribuinte no envio da DCOMP, deve ser cancelado o crédito apurado pela homologação parcial da compensação, relativo a diferença correspondente à multa por suposto recolhimento em atraso, que, de fato, não ocorreu. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Declarouse impedido de participar do julgamento o conselheiro Matheus Soares Leite, substituído pelo conselheiro Thiago Duca Amoni. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Relatora e Presidente. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, José Luiz Hentsch Benjamin Pinheiro e Thiago Duca Amoni (suplente convocado). Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 69/75) interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte – DRJ/BHE (fls. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 01 69 /2 00 9- 78 Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10680.720169/200978 Acórdão n.º 2401005.694 S2C4T1 Fl. 143 2 58/64), que considerou improcedente a manifestação de inconformidade do contribuinte (fls. 2/4) em face de Despacho Decisório (fl. 5) que homologou parcialmente a compensação informada na Declaração de Compensação – DCOMP nº 19754.89557.030604.1.3.040798, transmitida em 3/6/04 (fls. 13/18). De acordo com o Despacho Decisório: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do credito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 549,28. Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, constatouse a procedência do crédito original informado no PER/DCOMP, reconhecendose o valor do crédito pretendido. [...] Entretanto. considerando que o crédito reconhecido revelouse insuficiente para quitar os débitos informados no PER/DCOMP, HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada. Valor devedor consolidado. correspondente aos débitos indevidamente compensados, para pagamento até 30/09/2008. Principal Multa Juros 55,83 11,18 75,99 O contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 2/4), alegando, em síntese, que: O IRRF apurado na 3ª semana de janeiro de 2000 importou em R$ 549,28, conforme DCTF, enquanto o recolhimento efetuado para o período importou em R$ 1.041,59, ocasionando um pagamento a maior no valor de R$ R$ 492,38. Para recuperação do valor recolhido a maior foram apresentadas duas DCOMPs: 19754.89557.030604.1.3.040798 (cadastrada neste processo), onde foi utilizada a importância de R$ 549,28 na extinção do IRRF referente à 3ª semana de janeiro de 2000, através da compensação. 17718.29982.030604.1.3.047260, quando foi utilizada a importância de R$ 492,38 na extinção do IRRF apurado na 3ª semana de março de 2000, através da compensação. O manifestante argumenta que o procedimento executado na DCOMP de n° 19754.89557.030604.1.3.040798 foi “indevido”, considerando que no caso em questão a compensação efetuada era desnecessária. Esclarece que “tal procedimento gerou indevidamente a aplicação de multa, motivada por erro operacional e não por um valor efetivamente devido pela empresa”. Fl. 143DF CARF MF Processo nº 10680.720169/200978 Acórdão n.º 2401005.694 S2C4T1 Fl. 144 3 Requereu o cancelamento do PER/DCOMP efetuado indevidamente, o cancelamento da cobrança no Despacho Decisório n° 790520346 e a suspensão da exigibilidade dos débitos em cobrança, nos termos do Decreto 70.235/72. A DRJ/BHE, por meio do Acórdão 0223.255 (fls. 58/64), considerou improcedente a manifestação de inconformidade, conforme disposto a seguir: Delimitou o litígio à parcela de compensação não homologada. O argumento utilizado pelo contribuinte neste processo reportase unicamente à solicitação de cancelamento da DCOMP, por considerála desnecessária, e que, uma vez apresentada, gerou a multa de mora que deu origem ao saldo de débitos exigidos. A Declaração de Compensação é um instrumento fundamental na execução do procedimento, na medida em que identifica os créditos utilizados e os débitos compensados. Esta foi a ferramenta instituída pelo legislador com o intuito de permitir ao fisco o controle dos atos praticados pelos contribuintes. Neste contexto, os elementos essenciais da DCOMP se traduzem na identificação dos créditos utilizados e dos débitos compensados (extintos pela compensação). Os créditos utilizados pelo contribuinte na DCOMP, bem como os débitos por ele compensados não podem simplesmente ser ignorados ou substituídos quer seja por ato informal do contribuinte ou mesmo exofício pela Administração Pública. Contudo, a legislação tributária também prevê a alteração destes dados, considerando exatamente possíveis erros cometidos pelos contribuintes no preenchimento destas declarações. Cita a Lei 9.430/97, as Instruções Normativas SRF 460/2004 e RFB 900/2008, e esclarece que a retificação ou o cancelamento da PER/DCOMP somente é possível na hipótese de inexatidões materiais verificadas no seu preenchimento. Contudo, não indiscriminadamente, o procedimento é efetuado formalmente, quer seja através da apresentação de formulário ou de PER/DCOMP eletrônica, e somente para as declarações ainda pendentes de decisão administrativa. Concluiu que a operacionalização da compensação em litígio neste processo foi efetuada nos termos em que determinada na legislação tributária vigente, embasada pelas informações prestadas pelo próprio contribuinte nas declarações apresentadas à RFB. Assim sendo, não há como alterála. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 69/75), alegando, em síntese, o que segue: Diz que caso seja mantido o entendimento da DRJ, haverá enriquecimento sem causa da arrecadação fazendária. Cita o CTN, art. 165, o Código Civil, artigos 876 e 877, e disserta sobre o conceito de pagamento indevido. Afirma que o Acórdão da DRJ se baseou em norma infralegal (Instrução Normativa) e seu direito não pode ser limitado por norma infralegal. Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10680.720169/200978 Acórdão n.º 2401005.694 S2C4T1 Fl. 145 4 Requer a reforma do acórdão recorrido, o cancelamento do PER/DCOMP efetuado indevidamente, e que o valor considerado como compensado seja efetivado como valor devido da terceira semana de janeiro/2000, e considerado sua quitação pelo próprio DARF de R$ 1.041,59, vencido e quitado em 19/01/2000. ' É o relatório. Voto Conselheira Miriam Denise Xavier Relatora. ADMISSIBILIDADE Conforme despacho de fl. 141, o recurso voluntário foi oferecido no prazo legal, assim, deve ser conhecido. MÉRITO No caso em análise, vêse que o contribuinte cometeu um equívoco ao preencher a DCOMP, para justificar o crédito de R$ 492,38 que seria usado para compensar parte do IRRF devido relativo à 3ª semana de março de 2000. Conforme relatado, o contribuinte apurou o IRRF para 3ª semana de janeiro de 2000 no valor de R$ 549,28 e efetuou o recolhimento a maior, no vencimento da obrigação, em 19/1/2000, no valor de R$ 1.041,59. A DCOMP com tais informações foi transmitida em 3/6/04. Da análise do documento de fl. 27, Despacho Decisório Detalhamento da compensação, observase que foram efetuadas os seguintes ajustes: Crédito reconhecido de R$ 549,28, recolhido em 19/1/2000, valorado de 76,77% de juros, pois a DCOMP foi enviada em 3/6/04, totalizando R$ 970,96. Foi apurado o valor utilizado do crédito na data da valoração da seguinte forma: Principal R$ 493,45 Multa R$ 98,69 Juros R$ 378,82 Vêse que o crédito total valorado seria para abater do valor devido, considerando principal, juros (76,77%) e multa (20%). Fezse a conta ao inverso: partindose do total recolhido, ele foi rateado em principal, 76,77% de juros e 20% de multa, os dois últimos incidentes sobre o valor do principal. Fl. 145DF CARF MF Processo nº 10680.720169/200978 Acórdão n.º 2401005.694 S2C4T1 Fl. 146 5 Desta forma, o principal recolhido seria de R$ 493,45 e como o saldo devedor declarado na DCOMP foi de R$ 549,28, apurouse um valor ainda devido de R$ 55,83. Da análise da situação que se apresenta é possível verificar que valor lançado é a multa apurada na conta invertida, que seria devida caso o recolhimento tivesse ocorrido com atraso. A diferença se deve aos juros de 76,77% aplicado sobre R$ 549,28 na valoração e sobre R$ 493,45 na conta invertida = R$ 42,86; logo a multa de R$ 98,69 R$ 42,86 = R$ 55,83, que é o valor lançado, considerado não homologado. Assim, sob o aspecto formal, tratouse a compensação declarada, sendo valorado o crédito e extinto parte do débito na data do encontro de contas, 3/6/04. Contudo, sob o aspecto material, o débito relativo à 3ª semana de janeiro de 2000, foi extinto pelo pagamento na data do vencimento, 19/1/2000. Conforme as instruções normativas citadas no acórdão recorrido, não seria possível cancelar a DCOMP. Acontece, que a verdade material que se apresenta é realmente a cobrança de uma multa de mora, decorrente do erro do contribuinte ao enviar a DCOMP que serviu de base para o Despacho Decisório que apurou crédito tributário, diante da compensação parcialmente homologada. A Lei 9.430/96, assim dispõe: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (grifo nosso) . § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Logo, o crédito tributário lançado, que equivale à multa de mora apurada por suposto atraso no pagamento não pode prosperar, pois o pagamento ocorreu na data do vencimento da obrigação (19/1/2000). CONCLUSÃO Fl. 146DF CARF MF Processo nº 10680.720169/200978 Acórdão n.º 2401005.694 S2C4T1 Fl. 147 6 Sendo assim, prestigiando o princípio da verdade material, dou provimento ao recurso voluntário, para declarar extinto o crédito tributário constituído por meio do Despacho Decisório de fl. 5. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 147DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13656.900431/2006-17
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002
DCTF. PRAZO PARA RETIFICAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO
O prazo para o contribuinte retificar sua declaração de débitos e créditos federais coincide com o prazo homologatório atribuído à Fazenda Nacional e sendo tributo sujeito à homologação, assinala-se o prazo previsto no §4° do artigo 150 do CTN
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA.
Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 1001-000.560
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Votou pelas conclusões o conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues, entendendo que mesmo fora do prazo para retificação de DCTF o Contribuinte ainda pode comprovar seu direito creditório por outros meios (PN Cosit nº 02 de 2015).
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Edgar Bragança Bazhuni - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: EDGAR BRAGANCA BAZHUNI
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2002 DCTF. PRAZO PARA RETIFICAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO O prazo para o contribuinte retificar sua declaração de débitos e créditos federais coincide com o prazo homologatório atribuído à Fazenda Nacional e sendo tributo sujeito à homologação, assinala-se o prazo previsto no §4° do artigo 150 do CTN COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Votou pelas conclusões o conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues, entendendo que mesmo fora do prazo para retificação de DCTF o Contribuinte ainda pode comprovar seu direito creditório por outros meios (PN Cosit nº 02 de 2015). (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva.
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PRAZO PARA RETIFICAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO O prazo para o contribuinte retificar sua declaração de débitos e créditos federais coincide com o prazo homologatório atribuído à Fazenda Nacional e sendo tributo sujeito à homologação, assinalase o prazo previsto no §4° do artigo 150 do CTN COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Votou pelas conclusões o conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues, entendendo que mesmo fora do prazo para retificação de DCTF o Contribuinte ainda pode comprovar seu direito creditório por outros meios (PN Cosit nº 02 de 2015). (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 65 6. 90 04 31 /2 00 6- 17 Fl. 40DF CARF MF Processo nº 13656.900431/200617 Acórdão n.º 1001000.560 S1C0T1 Fl. 40 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (efl. 34) interposto pela ora recorrente contra o Acórdão nº 0921183 (efls. 32/33), de 15/10/2008, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora/MG objetivando a reforma do referido julgado. Em 30/10/2003, a contribuinte transmitiu pela internet, através do programa PER/DCOMP, a Declaração de Compensação nº 05134.55454.301003.1.3.049804 (efls. 02/07), no valor de R$ 874,41 (valor original), devido ao Pagamento Indevido ou a Maior da IRPJ, com data de arrecadação em 30/04/2002. Em 20/05/2008, a Poços de Caldas/MG emitiu Despacho Decisório (eletrônico), efl. 16, denegando o direito creditório pleiteado, com a seguinte fundamentação: (grifo não consta do original) A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (efl. 07, juntando ainda documentos, cujas razões, em resumo, que no primeiro trimestre de 2002 teve prejuízo, portanto pode utilizar o DARF recolhido como crédito para compensação. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, mantendo a denegação do crédito pleiteado, com a seguinte fundamentação: (grifo não consta do original) A empresa declarou em DCTF apresentada em 14/05/2002, débito relativo ao IRPJ do 1° trimestre de 2002 no valor de R$ 874,41. Essa DCTF não foi retificada, permanecendo portanto o débito citado, para o qual foi corretamente alocado o pagamento efetuado pela empresa em 30/04/2002 no código 3373. Com fulcro no parágrafo 14°, do artigo 74 da Lei 9.430/1996, que prevê que "a Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação", foi emitida a Instrução Normativa SRF n° 210/2002, cujo artigo 28 estabelece que "na compensação efetuada pelo sujeito passivo, os créditos serão valorados na forma prevista nos arts. 38 e 39 e os débitos sofrerão a incidência de acréscimos legais, na forma da legislação de regência, até a data da entrega da Declaração de Compensação" (grifei). Tal Instrução Normativa foi revogada pela de n° 460/2004, que por sua vez foi revogada pela de n° 600/2005, que mantêm a mesma determinação também no artigo 28. Portanto não resta duvidas de que a compensação se dá na data da entrega (apresentação) da apresentação. Fl. 41DF CARF MF Processo nº 13656.900431/200617 Acórdão n.º 1001000.560 S1C0T1 Fl. 41 3 Assim, temos que quando da apresentação do PERDCOMP em análise, o crédito não existia já que o pagamento estava locado ao débito declarado pelo contribuinte. Portanto a compensação foi corretamente não homologada. Pelo exposto, voto pela improcedência da manifestação de Inconformidade e pelo não reconhecimento do direito creditório. O acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 COMPENSAÇÃO O crédito usado em compensação tem que estar disponível na data da transmissão da PERDCOMP. Solicitação Indeferida Ciente da decisão de primeira instância em 27/10/2008, conforme Aviso de Recebimento à efl. 34, a Recorrente apresentou recurso voluntário em 26/11/2008, conforme carimbo aposto à efl. 35. É o Relatório. Voto Conselheiro Edgar Bragança Bazhuni, Relator O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regula o processo administrativofiscal (PAF). Dele conheço. No recurso interposto, transcrito integralmente, a seguir, a recorrente apresenta, em suma, os mesmos argumentos apresentados em sede de primeira instância: (grifos não constam do original) (...) apresentamos documentação comprobatória do uso do referido DARF como crédito no PER/DCOMP n° 05134.55454.301003.1.3.049804. O DARF foi utilizado no PER/DCOMP porque conforme cópia da ficha de Resultado do Exercício em anexo (Ficha 06A da DIPJ2002 já entregue anteriormente), no trimestre deu prejuízo, podendo assim utilizar o DARF recolhido como crédito (pagamento indevido ou a maior), apresentamos também recibo de entrega da DCTF retificadora (de 20/11/2008) constando a não existência do débito. A controvérsia instaurada devese a pedido de compensação cujo suposto crédito, decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo (IRPJ), realizado em 30/04/2002, encontravase alocado, conforme DCTF original apresentada pela recorrente em 14/05/2002. Fl. 42DF CARF MF Processo nº 13656.900431/200617 Acórdão n.º 1001000.560 S1C0T1 Fl. 42 4 Após as decisões contrárias ao pleito, fundamentadas na indisponibilidade do crédito, a recorrente, em 20/11/2008, retificou a DCTF. Ocorre, que o prazo para o contribuinte retificar sua declaração de débitos e créditos federais coincide com o prazo homologatório atribuído à Fazenda Nacional e sendo tributo sujeito à homologação, assinalase o prazo previsto no §4° do artigo 150 do CTN. Portanto transcorrido 5 (cinco) anos da ocorrência do fato gerador correlato ao tributo em questão, a DCTF original encontrase formalmente homologada perante a Fazenda Nacional, sendo nula para todos os efeitos a sua retificação. Em relação ao pedido de compensação tendo como base a DCTF original, correto foi a decisão da câmara baixa, tendo em vista a indisponibilidade do crédito, pois o pagamento encontravase devidamente alocado, argumentos estes com os quais concordo e adoto como minhas razões de decidir, com base no § 1º do art. 50 da Lei nº 9.784/1999.. Ante o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Fl. 43DF CARF MF
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