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Numero do processo: 10469.720540/2010-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 09 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2006
PARCELAMENTO APÓS O INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. EXCLUSÃO DE VALORES LANÇADOS. IMPOSSIBILIDADE.
O parcelamento requerido após o inicio da ação fiscal não autoriza que se exclua eventuais valores confessados do montante do crédito lançado.
Numero da decisão: 1401-000.846
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Celso Freire da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Fernando Luiz Gomes de Mattos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente).
Nome do relator: FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1644; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T1 Fl. 917 1 916 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10469.720540/201040 Recurso nº 932.147 Voluntário Acórdão nº 1401000.846 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de agosto de 2012 Matéria IRPJ Recorrente Tratorlink Comércio e Serviços Ltda. Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007 FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A falta ou insuficiência no recolhimento do tributo devido enseja o lançamento de oficio com os acréscimos legais. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006 PARCELAMENTO APÓS O INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. EXCLUSÃO DE VALORES LANÇADOS. IMPOSSIBILIDADE. O parcelamento requerido após o inicio da ação fiscal não autoriza que se exclua eventuais valores confessados do montante do crédito lançado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 72 05 40 /2 01 0- 40 Fl. 917DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 2/12/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOM ES DE MATTOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente). Fl. 918DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 2/12/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOM ES DE MATTOS Processo nº 10469.720540/201040 Acórdão n.º 1401000.846 S1C4T1 Fl. 918 3 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório que integra o Acórdão recorrido (fls. 884885): Tratase de autos de infração lavrados contra a empresa em referência, por meio dos quais se constituiu crédito tributário do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL), relativo a fatos geradores ocorridos nos anoscalendário de 2006 e 2007, no valor total de R$ 1.630.350,10, incluídos multa de oficio e juros de mora. 2. No campo Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal do auto de infração referente ao IRPJ (fls. 14/15), consta a seguinte infração, ao final tipificada: 001 — FALTA DE RECOLHIMENTO/DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO E DECLARAÇÃO. Segundo registrou a autoridade autuante, houve insuficiência de recolhimento ou de declaração do IRPJ, apurado a partir do confronto entre os dados informados em suas Declarações de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica — DIPJ, relativas aos exercícios de 2007 e 2008, com os valores declarados/pagos constantes dos sistemas da RFB. Intimada, a contribuinte informou que os valores que constam das DIPJs são os valores devidos, havendo saldos a serem quitados junto à RFB, e que existiria um parcelamento para o período inicial. Afirma que foram efetuados recolhimentos de IRPJ a menor em alguns trimestres, não informados nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais — DCTF. Elaborouse "Demonstrativo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica — Lucro Presumido" (fl. 19), com base nos valores consignados nas DIPJs, em confronto os registrados no Livro de Registro de Apuração do ISS, Movimento Econômico Tributário — MOVECO da SEFAZ/RN, considerando os recolhimentos efetuados que foram obtidos no sistema SINAL da RFB e os retidos na fonte (fl. 19; demonstrativo da CSLL à fl. 32). Ressalta que foram desconsideradas DCTFs apresentadas após o inicio da ação fiscal. Idêntica infração cometeuse em relação à CSLL. 3. No prazo legal, a contribuinte apresentou impugnação de fls. 125/127, por meio da qual argumenta não terem sido considerados valores retidos na fonte por "responsáveis tributários — tomadores de serviço e/ou mercadorias ou já foram objeto de parcelamento". Aduz que a DIPJ relativa ao anocalendário de 2007 será objeto de retificação, em razão de erros materiais, "apta a esclarecer os tributos recolhidos naquele ano". Após tais alegações, assevera que: a) os valores de PIS e de Cofins relativos ao anocalendário de 2007 foram retidos pelos tomadores/adquirentes (sic); b) houve retenção parcial do IRPJ e da CSLL pelos tomadores/adquirentes, de forma que resta apenas uma parcela a ser recolhida; c) o PIS, a Fl. 919DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 2/12/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOM ES DE MATTOS 4 Cofins, o IRPJ e a CSLL referentes ao anocalendário de 2006 já foram objeto de parcelamento. A 4ª Turma da DRJ/REC julgou improcedente a impugnação, por meio do Acórdão nº 1135.123, que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007 FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A falta ou a insuficiência no recolhimento do IRPJ devido enseja o lançamento de oficio com os acréscimos legais. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LIQUIDO CSLL Anocalendário: 2006, 2007 FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A falta ou a insuficiência no recolhimento da CSLL devida enseja o lançamento de oficio com os acréscimos legais devidos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006 PARCELAMENTO APÓS O INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. EXCLUSÃO DOS VALORES LANÇADOS. IMPOSSIBILIDADE. 0 parcelamento efetuado após o inicio da ação fiscal não autoriza a exclusão, do crédito lançado, dos valores que foram por meio dele negociados. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada do referido Acórdão em 30/11/2011 (fls. 888), a contribuinte apresentou recurso voluntário em 29/12/2011, reiterando que, em relação ao anocalendário de 2007, houve retenção total (PIS, COFINS) ou parcial (IRPJ e CSLL) dos tributos, por parte dos tomadores e/ou adquirentes (sic). Considerou inadmissível a incidência de multa sobre a parcela que realmente adimpliu. Invocou os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade para pleitear a exclusão da multa ou sua redução para 20%. Neste sentido, citou precedentes judiciais. É o relatório. Fl. 920DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 2/12/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOM ES DE MATTOS Processo nº 10469.720540/201040 Acórdão n.º 1401000.846 S1C4T1 Fl. 919 5 Voto Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos O recurso atende aos requisitos legais, razão pela qual deve ser conhecido. Anocalendário 2006 Em relação ao crédito tributario relativo ao anocalendário de 2006, assim se manifestou a recorrente, fls. 892: 03 No que se refere ao PIS, COFINS, IR e CSLL do ano de 2006, demonstrase com os documentos anexos, que os créditos em questão já foram objeto de parcelamento, portanto, tratase de créditos já devidamente reconhecidos e em fase de pagamento. Tal alegação já havia sido apresentada na fase impugnatória e devidamente refutada pelo colegiado julgador a quo, fls. 885: 7. Não procede, outrossim, a alegação de que deveriam ter sido considerados os valores submetidos ao parcelamento a que alude a defesa, uma vez que os documentos a ele relacionados, trazidos aos autos pela própria impugnante, comprovam, sem sombra de dúvida, que alguns dos débitos exigidos no lançamento, pendentes em 07/05/2010, data da emissão do documento de fl. 143, só foram parcelados em 19/05/2010 (1ª fase do parcelamento, já que, não havendo pagamento da primeira cota, o mesmo não se perfaz), ou seja, após a própria ciência do lançamento, tal como se constata do Recibo da Confirmação da Negociação do Pedido de Parcelamento, acostado a. fl. 145. De fato, os elementos constantes dos autos (anexados pela própria recorrente) demonstram que a contribuinte, após ter sido cientificada do documento de fl. 143, requereu o parcelamento de parte do crédito tributário referente ao anocalendário de 2006. Não há provas, contudo, de que tal parcelamento tenha se efetivado, tendo em vista a ausência de comprovação do pagamento da primeita cota do aludido parcelamento. Assim sendo, o crédito tributário lançado merece ser mantido. Eventuais valores parcelados deverão ser considerados pelo Fisco, na fase de execução do presente julgado. Nestes termos, nego provimento ao recurso, em relação ao anocalendário de 2006. Anocalendário 2007 Fl. 921DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 2/12/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOM ES DE MATTOS 6 Em sua peça recursal, repetindo o que alegou na fase impugnatória, a contribuinte afirmou que não foram considerados os valores retidos pelos responsáveis tributários. Não assiste razão à recorrente. Conforme bem apontado pela decisão de piso, os elementos constantes dos autos demonstram que, ao efetuar o presente lançamento, as autoridades autuantes seguiram as seguintes etapas: a) compararam os valores informados nas DIPJs com os valores declarados e/ou pagos que constam dos sistemas da RFB; b) a partir dos valores dos tributos devidos, subtraíram os valores retidos pelas fontes pagadoras, bem como os valores espontaneamente recolhidos. Para comprovar este fato, é suficiente observar os os demonstrativos de fls. 19 e 32, onde estão consignadas as deduções integrais dos valores dos tributos retidos pelas fontes pagadoras, bem como as deduções dos valores espontaneamente recolhidos pela contribuinte. Nestes termos, também nego provimento ao recurso, em relação ao ano calendário de 2007. Conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator Fl. 922DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 2/12/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2012 por FERNANDO LUIZ GOM ES DE MATTOS
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Numero do processo: 13831.000102/2008-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/05/2007
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. EMPRESA ENQUADRADA NO SIMPLES FEDERAL. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA. TERCEIROS. NÃO INCIDÊNCIA.
Não é devida a contribuição previdenciária a cargo da empresa, destinada ao financiamento da seguridade social e as outras entidades ou fundos, quando o sujeito passivo está devidamente enquadrado no regime simplificado (SIMPLES FEDERAL).
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-003.119
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Julio Cesar Vieira Gomes - Presidente.
Ronaldo de Lima Macedo - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões.
Nome do relator: RONALDO DE LIMA MACEDO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2003 a 31/05/2007 OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. EMPRESA ENQUADRADA NO SIMPLES FEDERAL. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA. TERCEIROS. NÃO INCIDÊNCIA. Não é devida a contribuição previdenciária a cargo da empresa, destinada ao financiamento da seguridade social e as outras entidades ou fundos, quando o sujeito passivo está devidamente enquadrado no regime simplificado (SIMPLES FEDERAL). Recurso Voluntário Provido.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1740; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13831.000102/200850 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402003.119 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 20 de setembro de 2012 Matéria REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS: PARCELAS EM FOLHA DE PAGAMENTO Recorrente PIZZARIA TORRE DE PISA DE PIRAJU LTDA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/05/2007 OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. EMPRESA ENQUADRADA NO SIMPLES FEDERAL. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA. TERCEIROS. NÃO INCIDÊNCIA. Não é devida a contribuição previdenciária a cargo da empresa, destinada ao financiamento da seguridade social e as outras entidades ou fundos, quando o sujeito passivo está devidamente enquadrado no regime simplificado (SIMPLES FEDERAL). Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Julio Cesar Vieira Gomes Presidente. Ronaldo de Lima Macedo Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 1. 00 01 02 /2 00 8- 50 Fl. 185DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 19/10/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Relatório Tratase de lançamento fiscal decorrente do descumprimento de obrigação tributária principal, lavrado em face da Pizzaria Torre de Pisa de Piraju Ltda ME, referente às contribuições devidas à Seguridade Social, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados e contribuintes individuais, relativas às contribuições da parte patronal, incluindo as contribuições para o financiamento das prestações concedidas em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT/GILRAT) e as contribuições destinadas a outras Entidades/Terceiros (Salário Educação/FNDE, SENAC, SESC, INCRA e SEBRAE), para as competências 01/2003 a 05/2007. O Relatório Fiscal (fls. 84/87) informa que o fato gerador decorre da remuneração paga ou creditada aos segurados empregados e contribuintes individuais (sócios gerentes e trabalhadores autônomos). Os documentos que serviram de base para a apuração dos valores foram as Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), Guias da Previdência Social (GPS), Contrato Social, folhas de pagamentos, recibos de pagamento, termos de rescisão de contrato de trabalho e dos livros Diário. Esse Relatório Fiscal informa ainda que a empresa não comprovou sua opção pelo SIMPLES, embora tenha informado esta condição nas GFIP’s relativas ao período de 01/1999 a 05/2007, de modo que foram lavrados os autos de infração pelo descumprimento de obrigação acessória. Foram consideradas e abatidas das contribuições apuradas no procedimento fiscal as contribuições recolhidas pelo sujeito passivo através de GRPS e GPS, conforme ficou demonstrado no Relatório de Apresentação de Documentos Apropriados (RADA). A ciência do lançamento fiscal ao sujeito passivo deuse em 01/02/2008 (fl. 01). A autuada apresentou impugnação tempestiva (fl. 92) – acompanhada de anexos de fls. 93/96 –, alegando, em síntese, que: 1. deverá haver a suspensão/cancelamento da NFLD DEBCAD 37.106.2640, em virtude de estarmos aguardando um parecer do Delegado da Receita Federal em Marilia/SP, com relação à inclusão da empresa do SIMPLES, conforme cópia do protocolo em anexo; 2. juntou cópia de um formulário de Requerimento de Inclusão por Decisão Administrativa, que citou em sua defesa como sendo um protocolo, o qual foi subscrito e protocolado, na mesma data, em 28/02/2008, e que: “[...] Solicita a inclusão no SIMPLES a partir de 01/01/1997, por ter anexado a documentação necessária e comprobatória de que não estaria impedida pela Lei 9.137/96, para ingresso no sistema [...]”. Pelas razões seguintes: “[...] Nossa contabilidade é terceirizada e lamentavelmente por equívoco o escritório não procedeu a entrega na data estipulada para protocolo do Termo de Opção, mesmo tendo sido feito à época correta e não atentou para a entrega da DPJSI (sic) dos últimos anos. Fl. 186DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 19/10/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13831.000102/200850 Acórdão n.º 2402003.119 S2C4T2 Fl. 3 3 Assim requeremos a referida inclusão, pois não temos como suportar o ônus de tal atitude [...]”. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) no Rio de Janeiro I/RJ – por meio do Acórdão no 1234.256 da 12a Turma da DRJ/RJ1 (fls. 108/112) – considerou o lançamento fiscal procedente em parte, eis que reconheceu a decadência parcial até a competência 12/2002, inclusive. Assim, retificou o crédito tributário, em razão da decadência parcial, mantendo o valor de R$ 101.835,84, acrescido de juros e multa, referente às competências 01/2003 a 05/2007. A Notificada apresentou recurso (fls. 144/146), manifestando seu inconformismo pela obrigatoriedade do recolhimento dos valores lançados e reafirma que a empresa estaria enquadrada no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES, tornandose optante desse sistema desde de 01/01/1997. A Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) em Marília/SP informa que o recurso interposto é tempestivo e encaminha os autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) para processamento e julgamento (fls. 156). É o relatório. Fl. 187DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 19/10/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Voto Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, Relator O recurso foi interposto tempestivamente (fls. 140/144). Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. O motivo do lançamento fiscal ora analisado está descrito no Relatório Fiscal (fls. 84/87), que consistiria em a empresa não ter realizado a opção pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES FEDERAL). Entretanto, verificase que o sujeito passivo estava enquadrado no SIMPLES FEDERAL para o período objeto do lançamento fiscal (01/2003 a 05/2007), conforme Despacho Decisório DRF/MRA/Sacat nº 055/2011, de 06/02/2009. Logo, a recorrente não poderia ter sido autuada pelo motivo exposto no Relatório Fiscal, eis que a sua opção pelo SIMPLES FEDERAL engloba e substitui as contribuições sociais concernentes a parte patronal, incluindo as contribuições para o financiamento das prestações concedidas em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT/GILRAT) e as contribuições destinadas a outras Entidades/Terceiros. CONCLUSÃO: Voto no sentido de CONHECER do recurso e DARLHE PROVIMENTO, nos termos do voto. Ronaldo de Lima Macedo. Fl. 188DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 19/10/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 19707.000017/2009-84
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO.
Uma vez não questionada nos autos a validade formal dos recibos de despesas médicas apresentados, concorre a favor do contribuinte o fato de a autoridade fiscal não haver apontado indícios veementes de que os serviços consignados nos citados recibos não foram de fato executados ou o pagamento não foi efetuado.
Recurso voluntário provido.
Numero da decisão: 2802-001.980
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator .
(assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente.
(assinado digitalmente)
Jaci de Assis Junior - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, Juliana Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Mello. Ausentes, momentaneamente, os Conselheiros German Alejandro San Martín Fernández e Dayse Fernandes Leite.
Nome do relator: JACI DE ASSIS JUNIOR
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COMPROVAÇÃO. Uma vez não questionada nos autos a validade formal dos recibos de despesas médicas apresentados, concorre a favor do contribuinte o fato de a autoridade fiscal não haver apontado indícios veementes de que os serviços consignados nos citados recibos não foram de fato executados ou o pagamento não foi efetuado. Recurso voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator . (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso – Presidente. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, Juliana Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Mello. Ausentes, momentaneamente, os Conselheiros German Alejandro San Martín Fernández e Dayse Fernandes Leite. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 70 7. 00 00 17 /2 00 9- 84 Fl. 68DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Relatório Tratase Notificação de Lançamento, fls. 10 a 13, para exigência de Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF apurado na Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício financeiro de 2006, anocalendário de 2005. Depreendese da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fl. 11) que houve dedução indevida com despesas médicas no valor de R$ 9.000,00, tendo em vista que: O contribuinte apresentou extrato bancário para comprovar o efetivo pagamento das despesas médicas, porém, isso somente corroborou a convicção de fraude. Aparentemente, ele quis demonstrar que todos os seus saques foram feitos para pagar as despesas médicas com o fisioterapeuta Hélio Centurião, cujos recibos já foram recusados em outras autuações por convicção de fraude. Ademais, a despesa com Cristina de Matos Oliveira não está registrada no extrato bancário apresentado, apesar do valor de R$ 5.000,00. Glosa de R$ 9.000,00. Em suas razões de defesa (fls. 01, o contribuinte alega, em síntese, que: • as despesas médicas deduzidas estão comprovadas pelos documentos anexos e que no anocalendário em questão efetuou saques no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), segundo extratos bancários apresentados para a Autoridade Preparadora: • Requer o cancelamento do lançamento. Examinando o caso, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande julgou a impugnação improcedente, fls. 39 a 44, cujas razões de decidir constam resumidas do seguinte trecho extraído do voto do relator do Acórdão nº 04024951 – 4ª Turma da DRJ/CGE: Verificase, que a Autoridade Lançadora avaliou os recibos e extratos bancários, apresentados pelo impugnante e concluiu que estes não são suficientes para comprovar as despesas a título de despesas médicas. O impugnante apresenta o prontuário odontológico da Dra. Cristina de Matos Oliveira, para fortalecer o tratamento, entretanto este aparenta ser mais um orçamento do que a comprovação de que o serviço foi prestado, porque no campo tratamentos realizados consta apenas o dia 21/03/2005, divergente do campo pagamentos, que há previsões de estipêndios de 21/03/2005 até 19/07/2005. O recibo de pagamento emitido pela Dra. Cristina de Matos Oliveira de fls. 20, afirma que esta recebeu o valor de R$ 5.000.00 (cinco mil reais) em 19/08/2005. o qual diverge do prontuário e dos extratos bancários apresentados, fls. 23/28. Assim, por falta de mais elementos, além dos que foram apresentados para a Autoridade Lançadora, não há como este Órgão Julgador desviarse das conclusões de que originaram Fl. 69DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 19707.000017/200984 Acórdão n.º 2802001.980 S2TE02 Fl. 69 3 este lançamento, da qual glosou a despesas médica da profissional Dra. Cristina de Matos Oliveira. Quanto, as despesas médicas referentes ao tratamento fisioterápicos do profissional Dr. Hélio Centurião, o impugnante aduz que estas estão comprovadas pelos recibos apresentados para a Autoridade Lançadora, fls. 21/22, não apresentando nenhum subsídio a mais. Como o impugnante não trouxe aos autos mais elementos para fortificar e combater, o que a Autoridade Lançadora fundamentou para glosar a despesa médica do Dr. Hélio Centurião, este Órgão Julgador em análise aos recibos de fls. 21/22, confrontados com as cópias dos extratos de fls. 23/28, conclui que os comprovantes apresentados não são suficientes para provarem os gastos. Além disso, o impugnante tem o plano de saúde CASSI e este pelas informações no seu portal da internet dá ampla cobertura para os seus associados, por meio de seus prestadores credenciados e mediante reembolso das despesas médicas, como se constatam nas dúvidas freqüentes copiadas no seu sítio na internet perguntas e respostas,(...) De modo que seria necessária, também, a declaração do plano de saúde CASSI de que os gastos realizados pelo impugnante não foram cobertos e nem reembolsados, porquanto pela razoabilidade lógica de quem paga um seguro de saúde presumese que usufrui deste e não arca com mais gastos com a mesma finalidade. Assim, não se acolhem as alegações do impugnante. Cientificado em 12/07/2011, fls. 49, o contribuinte interpôs recurso voluntário em 26/7/2011, fls. 58 a 64, aduzindo que: Preliminarmente, requer a nulidade do lançamento, em face da inexistência de previsão legal para a imposição da multa à época da ocorrência do fato gerador. Em sua visão, a multa imposta sobre o valor da dedução considerada indevida somente se opera em relação aos fatos geradores ocorridos a partir da edição da Medida Provisória nº 472, de 2009. Quanto ao mérito, entende que a decisão recorrida contraria as decisões citadas como fundamento por seu próprio relator. Diz que apresentou os recibos profissionais, bem como radiografias que comprovam a efetiva prestação dos serviços de implantes dentários. Já em relação aos serviços de fisioterapia, alega que, obviamente, não há laudo capaz de comproválos, não podendo ser exigido que se produza prova impossível de ser produzida, fato que entende caracterizaria em cerceamento de defesa. Segundo o Recorrente, os recibos apresentados contém as informações obrigatórias, quais sejam o nome do tomador dos serviços, o nome do prestador dos serviços, a natureza dos serviços prestados, a data e o valor pago. Além disso, foram apresentados os extratos de conta bancária da movimentação, o que não estaria obrigado a fazer o Recorrente, Fl. 70DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 haja vista o disposto na legislação, que prevê que seja comprovado o pagamento através de cheques nominativos quando não exista o recibo emitido pelo prestador dos serviços. Aduz que, mesmo assim, o agente fiscal achou por bem acusálo de fraude sob o argumento de que teria tentado convencêlo de que todos os saques teriam sido para pagar suas despesas médicas, e que o profissional de fisioterapia teria tido recibos recusados em outras autuações por convicção de fraude. Nesse sentido, salienta que o fato de o prestador dos serviços ter tido recibos recusados em outras autuação não invalida a despesa do Recorrente, até porque não foram trazidos aos autos prova de que realmente isto tenha ocorrido. Ainda que o fiscal tivesse juntado aos autos prova da ilicitude de recibos emitidos pelo prestador de serviços contratado pelo Recorrente, o que não ocorreu, isso não seria capaz de retirar a validade da despesa tida por este contribuinte, pois o profissional escolhido pela esposa do Recorrente e dependente deste, é profissional habilitado, com clinica estabelecida, onde foram de fato prestados os serviços de fisioterapia pagos pelo Recorrente. De modo que, se o profissional praticou algum ilícito, deve a receita apurar tais fatos e punilo, não podendo recusar as despesas declaradas e comprovadas pelo Recorrente com base na frágil alegação de que tal profissional teria tido recibos recusados, sem sequer comprovar isto nos autos. Em relação à despesa com serviços de odontologia, entende sem razão o fundamento do agente fiscal consistente no fato de que o valor R$ 5.000,00 não estaria registrada no extrato bancário. Segundo seu entendimento, conforme radiografia trazida aos autos, o serviço de odontologia consistiu na colocação de implante dentário. Diz que o pagamento não se deu em uma única parcela, mas foram feitos pagamentos parcelados, em aproximadamente cinco meses, de acordo com a realização dos procedimentos, tendo apenas ao final deste emitido o recibo pela profissional. Finalmente, requer e espera seja declarada nula a decisão recorrida, por preterição ao direito de defesa, ou, salvo melhor juízo, reformada a decisão recorrida, com o fim de declarar a nulidade da multa imposta ante a atipicidade da conduta ilícita descrita na autuação, bem como seja julgado improcedente o crédito lançado, haja vista a comprovação da despesa declarada. É o relatório. Voto Conselheiro Jaci de Assis Junior, Relator Sendo tempestivo o presente recurso, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, a matéria objeto do presente julgamento referese à exigência do IRPF em razão da glosa de despesas médicas deduzidas pelo Recorrente em suas Declaração de Ajuste Anual, relativa ao exercício financeiro de 2006, anocalendário 2005, tendo em vista que, devidamente intimado, o contribuinte apresentou recibos correspondentes, porém sem comprovar a vinculação dos respectivos pagamentos efetuados. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 19707.000017/200984 Acórdão n.º 2802001.980 S2TE02 Fl. 70 5 Portanto, o cerne da matéria discutida nos presentes autos se restringe tão somente à falta de comprovação da vinculação entre os serviços prestados pelos respectivos profissionais e os pagamentos correspondentes. Em casos dessa natureza, este Colegiado tem reiteradamente decidido que os recibos e declarações emitidos por profissionais legalmente habilitados que atendam às formalidade legais são hábeis a comprovar as deduções pleiteadas. Nesse caso, firmouse o entendimento de que o poderdever de o fisco intimar o contribuinte a comprovar o efetivo desembolso e a prestação do serviço somente se justifica no caso de se constatar fortes indícios de que a documentação apresentada se configurar inidônea. Em relação à matéria, também ficou pacificado que a dedutibilidade ou não da despesa médica merece análise caso a caso, consoante os elementos trazidos aos autos, tanto pelo fisco como pelo contribuinte, os quais serão decisivos para a formação da livre convicção do julgador, tendo como ponto de partida a imputação feita no lançamento. Observese que consta dos presentes autos que o contribuinte apresentou o recibo de fls. 20, no valor de R$ 5.000,00, datado de 19/08/2005. Corroborando tal documento, juntou o prontuário odontológico, fls. 03, o qual relaciona a previsão de pagamentos em cinco parcelas de R$ 1.000,00, cada, constando, ainda, a informação de que a quitação teria sido realizada em 19/08/2005. Acrescentese que também foi juntado às fls. 02, uma radiografia odontológica. Sobre esses elementos a autoridade lançadora não apresentou nenhuma objeção em relação ao atendimento às formalidade legais previstas no inciso III, do § 2º, do art. 8º da Lei nº 9.250, de 1995. Também sequer apontou indícios de que a documentação apresentada se configuraria inidônea. No que diz respeito aos apresentados em relação ao tratamento fisioterápico, fls. 21/22, a autoridade lançadora se limitou a informar que recibos emitidos pelo profissional Hélio Centurião, “já foram recusados em outras autuações por convicção de fraude”. Contudo, tal informação, isoladamente, não é bastante o suficiente para demonstrar que suposta fraude também teria se concretizado em relação ao presente caso. Portanto, à falta nos autos de um conjunto forte de indícios que possam ensejar dúvidas quanto à idoneidade dos recibos firmados pelos respectivos profissionais da área da saúde, há que se restabelecer as deduções glosadas pela Notificação de Lançamento, no valor de R$ 9.000,00, fls. 10 a 13. Diante do exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Fl. 72DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 Fl. 73DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 19707.000017/200984 Acórdão n.º 2802001.980 S2TE02 Fl. 71 7 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão identificado em epígrafe. Brasília/DF, 26 de novembro de 2012 (assinado digitalmente) JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Presidente Segunda Turma Especial da Segunda Câmara/Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ PPRROOCCUURRAADDOORR((AA)) DDAA FFAAZZEENNDDAA NNAACCIIOONNAALL Fl. 74DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 10680.722003/2010-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008
Ementa:
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PROVA DA ORIGEM APRESENTADA DURANTE A FISCALIZAÇÃO.
Apresentadas durante a fiscalização, provas da origem dos depósitos bancários, o lançamento não mais poderá ser efetuado com base na legislação que autoriza a presunção de rendimentos omitidos a partir de depósitos de origem não comprovada, mas com base na legislação específica.
Numero da decisão: 2201-001.668
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, DAR provimento ao recurso.
Assinado Digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente.
Assinado Digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Relator.
EDITADO EM: 06/11/2012
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada) e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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PROVA DA ORIGEM APRESENTADA DURANTE A FISCALIZAÇÃO. Apresentadas durante a fiscalização, provas da origem dos depósitos bancários, o lançamento não mais poderá ser efetuado com base na legislação que autoriza a presunção de rendimentos omitidos a partir de depósitos de origem não comprovada, mas com base na legislação específica. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, DAR provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Relator. EDITADO EM: 06/11/2012 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada) e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 20 03 /2 01 0- 20 Fl. 186DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2008, consubstanciado no Auto de Infração, fls. 02/07, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 52.014,28, calculados até 30/06/2010. A fiscalização apurou omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. A autoridade fiscal lavrou o Termo de Sujeição Passiva Solidária, fls. 58 e 59, conforme arts. 121, 124 e 135 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional CTN. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fls. 08/12): Em 13/11/2009, o contribuinte compareceu no SEFIS – Serviço de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belo HorizonteMG, quando foi lavrado o Termo de Esclarecimento Fiscal, fls. 14 a 16, e no qual, em resumo, o contribuinte afirmou que “emprestou” a sua conta corrente (Agência 2763ALMG, CC 001.00.001.6341) e conta de poupança (Agência 0083Barro Preto, CC 013.00.130.5810) ao Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, para que fossem depositados alguns cheques que haviam sido desviados da Prefeitura Municipal de Governador Valadares – MG. Afirmou que teve apenas a intenção de fazer “movimento bancário” e que após as compensações dos citados cheques os valores foram sacados e devolvidos ao Sr. Alejandro. (...) Em 08/04/2010, foi lavrado o Termo de Constatação e Intimação nº 001, fls. 21 e 22, encaminhado ao sujeito passivo solidário, Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, com o objetivo de dar ciência ao mesmo sobre o andamento da presente fiscalização e dandolhe oportunidade de prestar maiores esclarecimentos sobre a questão. Em 14/04/2010, o Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, apresentou resposta ao termo retro citado, onde, em resumo, assume a responsabilidade pelos depósitos efetuados na conta corrente do contribuinte fiscalizado e reafirma que os valores foram devolvidos a Sra. ALEXSANDRA GENEROSO. (...) O contribuinte foi selecionado para ser fiscalizado, por determinação do Ministério Público Federal, tendo em vista que o mesmo foi apontado pela CPI Municipal da Câmara Municipal de Governador ValadaresMG, como um dos beneficiários das verbas desviadas da Prefeitura Municipal, que originaram a citada CPI. (...) Fl. 187DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 3 3 Especificamente em relação ao contribuinte em tela, restou provado que a conta corrente e a conta de poupança de sua titularidade foram utilizadas com o propósito de completar o desvio das verbas da Prefeitura Municipal de Governador ValadaresMG, ou seja, os recursos desviados em cheques, após serem depositados e compensados nestas contas, foram sacados e transformados em dinheiro vivo, e apesar das alegações do Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, de que tais valores foram entregues a Sra. ALEXSANDRA SOARES MENEZES GENEROSO, tal fato não foi comprovado. Desta maneira, o Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, é incluído neste auto de infração como sujeito passivo solidário, conforme Termo de Sujeição Passiva Solidária, parte integrante do processo administrativo fiscal. Cientificado do lançamento, os interessados apresentaram tempestivamente suas Impugnações, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: Da impugnação de Alejandro Omar Cuattrin O processo administrativo tratase da responsabilidade de recolhimento de tributo gerado pelo desvio de recursos públicos da Prefeitura Municipal de Governador Valadares –MG. Ocorre que Alejandro Omar Cuattrin nunca se apropriou de dinheiro público, nem teve a intenção de ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação dos referidos cheques, pois não sabia que os cheques depositados tinham origem criminosa. O recorrente e o contribuinte Vladimir Fernandes Lara não tinham conhecimento prévio de que a movimentação se tratava de ato ilícito. Não se pode afirmar que o contribuinte auferiu renda, pois apenas depositou e sacou os referidos cheques, devolvendoos para quem acreditava ser a proprietária, Sra. Alexsandra Generoso. Tal devolução ficou evidenciada nos depoimentos realizados por Noelza Rodrigues dos Santos ao Ministério Público Estadual e à CPI da Câmara Municipal de Governador Valadares, já devidamente apresentados à fiscalização em 14/04/2010, que não se manifestou a respeito. As cópias dos referidos depoimentos podem, inclusive, ser requeridas novamente aos órgãos competentes, ou mesmo, ser verificadas no procedimento investigatório da Receita Federal, que detém todas as cópias de peças dos processos em andamento. Vladimir Fernandes Lara sempre declarou auferir rendimentos dentro do limite de isenção. O fato de ter realizado movimentação bancária, por si só, não caracteriza que seu patrimônio tenha aumentado ou que ele tenha desfrutado dos recursos creditados em suas contas bancárias. Como se tratava de contribuinte isento, o que poderiam ser apuradas seriam possíveis diferenças, estando sujeito apenas ao pagamento da multa de mora limitada a 20%. Fl. 188DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 A multa de 150% aplicada, no presente caso, é absurda e confiscatória. A multa qualificada, na redação original do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, estava restrita aos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. O elemento dolo é presença obrigatória para a caracterização tanto da sonegação, quanto da fraude, como do conluio. No caso, o contribuinte jamais teve a intenção de causar prejuízo ao erário, sob qualquer circunstância ou de qualquer maneira. Se não for por isso, houve alteração na redação do art. 44, dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007. A hipótese legal qualificada deixou de ser tratada no seu inciso II, para sêlo pelo parágrafo primeiro. A expressão “nos casos de evidente intuito de fraude” não consta da hipótese normativa atual. Isso significa dizer que, hoje, os conceitos de sonegação, fraude e conluio estão desvinculados da caracterização de evidente intuito de fraude, podendo a qualificação ser imposta, diretamente, nas situações em que se identificar sonegação, fraude ou conluio, cujos conceitos, no entanto, continuam exigindo o elemento dolo. No presente caso, a fiscalização não comprovou a existência do dolo e da máfé. Não pode o Fisco, sem fazer prova contundente e cabal da suposta conduta fraudulenta, impor sanções qualificadas. Ademais, o art. 112 do CTN dispõe que a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, inclusive, quanto à natureza da penalidade aplicável ou à sua gradação. De acordo com o art. 38 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda, RIR/1999, bastaria para a incidência do imposto o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. O contribuinte de forma espontânea apenas emprestou suas contas para que os depósitos fossem realizados, não auferindo nenhum benefício. Ademais, em razão da existência de processos nas esferas cível e criminal para a apuração das devidas responsabilidades, fica claro que numa possível condenação de ressarcimento ao erário municipal, qualquer possibilidade de enquadramento na legislação em vigor para aplicação de multa ou exigência tributo cairia por terra. Ao longo da peça impugnatória, cita doutrina e jurisprudência administrativa que entende virem ao encontro de seus argumentos e, por fim, argumenta que a impugnação suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, inc. III do CTN e requer: O cancelamento da multa de ofício em razão de inexistirem provas de que os valores depositados foram efetivamente acrescidos ao patrimônio do contribuinte; Não sendo considerado o cancelamento da multa de ofício, que seja procedida a redução da multa para os limites normais aplicados ao imposto em questão, ou seja, 20%; O lançamento dos tributos para quem de direito, ou seja, Sra. Alexsandra Generoso; Fl. 189DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 4 5 A dilação do prazo para apresentação de novas provas que possam surgir no decurso dos processos cível e criminal já em tramitação na Justiça Estadual; Se indeferido, a manutenção dos descontos nas multas e condições de parcelamento e/ou pagamento à vista; Em havendo sentença condenatória transitada em julgado aplicada pela Justiça Estadual da obrigatoriedade de devolução ao Erário Municipal, seja deduzido este valor dos valores computados neste processo como renda, a fim de se evitar a penalidade desproporcional. Da impugnação de Wladimir Fernandes Lara O processo administrativo tratase da responsabilidade de recolhimento de tributo gerado pelo desvio de recursos públicos da Prefeitura Municipal de Governador Valadares –MG. Ocorre que Wladimir Fernandes Lara nunca se apropriou de dinheiro público, nem teve a intenção de ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação dos referidos cheques, pois não sabia que os cheques depositados tinham origem criminosa. O recorrente e Alejandro Omar Cuattrin não tinham conhecimento prévio de que a movimentação se tratava de ato ilícito. Não se pode afirmar que o contribuinte auferiu renda, pois apenas depositou e sacou os referidos cheques, devolvendoos para quem acreditava ser a proprietária, Sra. Alexsandra Generoso. Tal devolução ficou evidenciada nos depoimentos realizados por Noelza Rodrigues dos Santos ao Ministério Público Estadual e à CPI da Câmara Municipal de Governador Valadares, já devidamente apresentados à fiscalização em 14/04/2010, que não se manifestou a respeito. As cópias dos referidos depoimentos podem, inclusive, ser requeridas novamente aos órgãos competentes, ou mesmo, verificadas no procedimento investigatório da Receita Federal que detém todas as cópias de peças de processos em andamento. Vladimir Fernandes Lara sempre declarou auferir rendimentos dentro do limite de isenção. O fato de ter realizado movimentação bancária, por si só, não caracteriza que seu patrimônio tenha aumentado ou que ele tenha desfrutado dos recursos creditados em suas contas bancárias. Como se tratava de contribuinte isento, o que poderiam ser apuradas seriam possíveis diferenças, estando sujeito apenas ao pagamento da multa de mora limitada a 20%. A multa de 150% aplicada, no presente caso, é absurda e confiscatória. A multa qualificada, na redação original do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, estava restrita aos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. O elemento dolo é presença obrigatória para a caracterização tanto da sonegação, quanto da fraude, como do conluio. No caso, o contribuinte jamais teve Fl. 190DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 6 a intenção de causar prejuízo ao erário, sob qualquer circunstância ou de qualquer maneira. Se não for por isso, houve alteração na redação do art. 44, dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007. A hipótese legal qualificada deixou de ser tratada no seu inciso II, para sêlo pelo parágrafo primeiro. A expressão “nos casos de evidente intuito de fraude” não consta da hipótese normativa atual. Isso significa dizer que, hoje, os conceitos de sonegação, fraude e conluio estão desvinculados da caracterização de evidente intuito de fraude, podendo a qualificação ser imposta, diretamente, nas situações em que se identificar sonegação, fraude ou conluio, cujos conceitos, no entanto, continuam exigindo o elemento dolo. No presente caso, a fiscalização não comprovou a existência do dolo e da máfé. Não pode o Fisco, sem fazer prova contundente e cabal da suposta conduta fraudulenta, impor sanções qualificadas. Ademais, o art. 112 do CTN dispõe que a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, inclusive, quanto à natureza da penalidade aplicável ou à sua gradação. De acordo com o art. 38 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda, RIR/1999, bastaria para a incidência do imposto o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. O contribuinte de forma espontânea apenas emprestou suas contas para que os depósitos fossem realizados, não auferindo nenhum benefício. Ademais, em razão da existência de processos nas esferas cível e criminal para a apuração das devidas responsabilidades, fica claro que numa possível condenação de ressarcimento ao erário municipal, qualquer possibilidade de enquadramento na legislação em vigor para aplicação de multa ou exigência de tributo cairia por terra. Ao longo da peça impugnatória, cita doutrina e jurisprudência administrativa que entende virem ao encontro de seus argumentos e, por fim, argumenta que a impugnação suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, inc. III do CTN e requer: O cancelamento da multa de ofício em razão de inexistirem provas de que os valores depositados foram efetivamente acrescidos ao patrimônio do contribuinte; Não sendo considerado o cancelamento da multa de ofício, que seja procedida a redução da multa para os limites normais aplicados ao imposto em questão, ou seja, 20%; O lançamento dos tributos para quem de direito, ou seja, Sra. Alexsandra Generoso; A dilação do prazo para apresentação de novas provas que possam surgir no decurso dos processos cível e criminal já em tramitação na Justiça Estadual; Se indeferido, a manutenção dos descontos nas multas e condições de parcelamento e/ou pagamento à vista; Fl. 191DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 5 7 Em havendo sentença condenatória transitada em julgado aplicada pela Justiça Estadual da obrigatoriedade de devolução ao Erário Municipal, seja deduzido este valor aos valores computados neste processo como renda, a fim de se evitar a penalidade desproporcional. A 5ª Turma da DRJ em Belo Horizonte/MG julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: Depósitos Bancários. Omissão de Rendimentos. A Lei nº 9.430, de 1996, no seu art. 42, estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em suas contas de depósitos ou investimentos. OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. Tratandose de situação de fato, considerase ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, desde o momento da disponibilização dos recursos, nos termos do artigo 116 do CTN. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. A multa de ofício qualificada no percentual de 150% será aplicada quando, em procedimento fiscal, ficar caracterizada ação dolosa do contribuinte, consubstanciada em conduta tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Intimados da decisão de primeira instância, os autuados apresentaram Recursos Voluntários, sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em suas Impugnações. É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Tadeu Farah O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 8 No presente litígio está em discussão, como se pode verificar da leitura do relatório, omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, correspondente ao anocalendário de 2007. De início, impende registrar que a exigência fiscal está sendo exigida com base no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, a seguir transcrito: Art.42 Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Pelo que se depreende da leitura do dispositivo legal acima, o legislador estabeleceu, a partir de 01/01/1997, uma presunção legal de omissão de rendimentos, autorizando o lançamento do imposto correspondente, desde que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprovasse a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. Entretanto, durante o procedimento fiscal o recorrente identificou a origem dos depósitos bancários. Confira o que consignou a autoridade fiscal no Termo de Verificação Fiscal (fls. 08/12): Em 13/11/2009, o contribuinte compareceu no SEFIS – Serviço de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belo HorizonteMG, quando foi lavrado o Termo de Esclarecimento Fiscal, fls. 14 a 16, e no qual, em resumo, o contribuinte afirmou que “emprestou” a sua conta corrente (Agência 2763ALMG, CC 001.00.001.6341) e conta de poupança (Agência 0083Barro Preto, CC 013.00.130.5810) ao Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, para que fossem depositados alguns cheques que haviam sido desviados da Prefeitura Municipal de Governador Valadares – MG. (...) Especificamente em relação ao contribuinte em tela, restou provado que a conta corrente e a conta de poupança de sua titularidade foram utilizadas com o propósito de completar o desvio das verbas da Prefeitura Municipal de Governador ValadaresMG, ou seja, os recursos desviados em cheques... Impende reproduzir, ainda, o Termo de Intimação Fiscal n° 01, fl. 21: No depoimento prestado em 09/07/2009, o intimado informou que recebeu alguns cheques de emissão da Prefeitura Municipal de Governador Valadares, entregues ao mesmo pela Sra. ALEXSANDRA SOARES DE MENEZES GENEROSO, com o objetivo de depositálos em contas correntes as quais teria acesso e posteriormente sacar os valores depositados, fazendo a devolução em dinheiro para a mesma. Desta forma os cheques abaixo relacionados foram depositados nas contas correntes da pessoa jurídica SHEILA CAMPOS ALMEIDA e da pessoa física VLADIMIR FERNANDES LARA. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 6 9 (...) VLADIMIR FERNANDES LARA — CPF: 035.167.36607 Cheque Valor Banco Data do depósito DG004452 55.167,98 Itaú 08022007 DG004473 37.269,51 Itaú 16022007 Depreende dos excertos transcritos que o recorrente informou a origem dos créditos, ou seja, declarou que os depósitos são oriundos de cheques da Prefeitura Municipal de Governador Valadares e, neste caso, deveria a autoridade fiscal ter observado o disposto no § 2º do art. 42 da Lei nº 9.430/1996: § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. Assim, comprovada a origem dos depósitos bancários caberia a fiscalização aprofundar a investigação para submetêlos, se for o caso, às normas de tributação especificas, prevista na legislação vigente à época em que foram auferidos ou recebidos. Em relação ao tema, impende reproduzir o bem articulado voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Nelson Mallman, quando relatou o Acórdão nº 220200.807: Digase, a bem da verdade, que a legislação é clara por demais no sentido de que quando restar provado nos autos, que sobre os valores depositados/creditados se tem noticia dos depositantes, ou seja, se sabe quem os depositou e por via de conseqüência se conhece a origem dos recursos, incabível se torna à aplicação do artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1996 (lançamento com base em depósitos bancários) Em circunstâncias como esta, em que está identificado o depositante, cabe à autoridade fiscal apurar se a operação em questão constitui hipótese de aplicação de outro dispositivo, por exemplo, omissão de rendimentos recebidos de pessoa Jurídica, na medida em que não se faz mais necessária a presunção, devendo por expressa determinação do parágrafo 2° do art. 42 da Lei n. 9.430/1996, ser aplicada a tributação específica. Destarte, inviável a manutenção da presunção de rendimentos com base no art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Ante ao exposto, voto por dar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 194DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 10 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10680.722003/201020 Recurso nº: 916.781 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2201001.668. Brasília/DF, 20 de junho de 2012 Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 195DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 7 11 Fl. 196DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 13709.000128/2008-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 30/01/2008
RESTITUIÇÃO - PRAZO DE PRESCRIÇÃO DE CINCO ANOS. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos. O Código Tribunal Nacional autoriza o sujeito passivo a receber o que foi pago indevidamente, desde que o requerimento tenha sido feito dentro do prazo prescricional.
No caso concreto a documentação acostada aos autos comprova a tempestividade do requerimento aviado pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte.
Numero da decisão: 2301-003.225
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto do(a) Relator(a).
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Damião Cordeiro de Moraes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antônio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damiao Cordeiro de Moraes, Mauro Jose Silva, Adriano Gonzales Silverio.
Nome do relator: DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos. O Código Tribunal Nacional autoriza o sujeito passivo a receber o que foi pago indevidamente, desde que o requerimento tenha sido feito dentro do prazo prescricional. No caso concreto a documentação acostada aos autos comprova a tempestividade do requerimento aviado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 9. 00 01 28 /2 00 8- 11 Fl. 218DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/02 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto do(a) Relator(a). (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antônio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damiao Cordeiro de Moraes, Mauro Jose Silva, Adriano Gonzales Silverio. Relatório 1. Tratase de recurso voluntário interposto pela empresa LGM TELECOMUNICAÇÕES LTDA, em face de decisão prolatada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro (DRJ/DRJ1), que julgou improcedente o pedido de restituição. 2. A requerente apresentou requerimento de restituição na data de 30/01/2008, conforme capa do presente (f. 01), apesar de constar nos autos entendimento do fisco que a data do requerimento se deu em 10/06/2008. 3. O contribuinte pleiteou ressarcimento referente à competência 02/2003 de parte do valor retido sobre as notas fiscais nºs 553 e 555 (ff. 29 e 31), o valor retido foi de R$ 264,00 e 4.505,35, respectivamente, compensou R$ 1.539,40 e solicitou a diferença no valor de R$ 3.229,95. 4. A auditoria fiscal emitiu parecer (ff. 159 a 162) declarando a improcedência do pedido, concluindo, em síntese que: Não estaria extinto o direito de pleitear a restituição, na forma do disposto no artigo 253, I e II do Decreto 3.048/99. Não foi localizado até a presente data da consulta, outro processo de restituição em nome da requerente, relativo ao mesmo período objeto do pedido da restituição. Fl. 219DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/02 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13709.000128/200811 Acórdão n.º 2301003.225 S2C3T1 Fl. 215 3 Ao analisar o conta corrente da empresa verificamos também não constar guias negativas, indicando não ter ocorrido restituição de valores para este estabelecimento nesta competência. Verificamos, nos Sistemas da Receita Federal do Brasil – RFB, que a empresa se enquadrava como optante pelo Simples (Federal) até 30/06/2007. Pela análise dos documentos relacionados, constatamos que a empresa realizou serviços, em tese, impeditivos à opção pelo SIMPLES, razão porque foi elaborada informação fiscal relatando o fato ao setor responsável pela análise do enquadramento da opção pelo SIMPLES (Eqsimples), sendo que a mesma foi encaminhada através do Memorando n° 78/2010/DRF RJUDIORTDIV/DIORTPREV (ff. 113 a 116). Em resposta a referida Informação Fiscal, a Eqsimples informou, por meio do Memorando n° 004/2010/DRFRJUDIORTDIV/DIORTFAZ/Eqsimples, que a empresa em apreço encontrase excluída do SIMPLES desde 01/01/2001 (ff. 117 a 120). Ocorre que, por se considerar SIMPLES, a empresa não fez nenhum recolhimento a Previdência, pois o valor da retenção cobria o valor devido (parte do segurado). Sendo assim, em decorrência da exclusão acima mencionada, refizemos os cálculos relativos às contribuições previdenciárias de acordo com as bases de cálculo declaradas em GFIP na condição de empresa não optante pelo Simples, conforme planilha a seguir: Comp Contrib Individual Segurado Deduc SF Devido INSS Retenção NF Restituição Folha Contr Dev Folha Rem Contribuição devida Pro Lab Emp Seg Empresa Rat 20% 20% 2% fev/03 1800,00 360,00 18029,43 1539,40 3605,89 360,59 72,17 5793,71 4769,35 1024,36 Informamos que, nos cálculos dos valores devidos, foi considerada a alíquota RAT de 2% (dois por cento), tendo em vista que o código CNAE da empresa na época do pedido de restituição correspondia ao cód. 7499399 — "Outras atividades de serviços prestados principalmente ás empresas não especificadas anteriormente"(ff. 157 e 158). Desta forma, depreendese da Tabela acima que, na condição de empresa não optante pelo SIMPLES, não resta valor a restituir à requerente. Verificamos, que a empresa não afetou o recolhimento referente a outras entidades, sendo o valor devido descrito na planilha abaixo: Sal. Contrib. Outras Entidades 5,80% Fl. 220DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/02 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 4 fev/03 18.029,43 1.045,71 Cabe ressaltar que há valores não recolhidos tanto para o INSS quanto para Terceiros. Todavia, tal fato não foi comunicado à Fiscalização, pois se trata de período alcançado pela decadência, conforme Súmula Vinculante n° 8/2008 do STF. Diante do exposto, verificamos ser IMPROCEDENTE o pedido de restituição. 5. A 12ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro (DRJ/RJ1), proferiu o acórdão n° 1233.744 (ff. 182 a 186) negando provimento à manifestação de inconformidade apresentada pelo recorrente, por concluir que ocorreu a prescrição, deixando de apreciar o direito creditório do contribuinte. 6. O acórdão recorrido restou ementado nos termos que se transcreve: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 10/06/2008 RESTITUIÇÃO. REQUERIMENTO. PRAZO QUINQUENAL. PRESCRIÇÃO. Prescreve em cinco anos o direito de solicitar a restituição de valores retidos sobre a nota fiscal de serviços, a contar da data de vencimento prevista para o recolhimento da retenção. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” 7. Em sede de recurso voluntário (ff. 190 a 197), o contribuinte aduziu, em síntese, o que segue: a) inicialmente que o órgão julgador quer atribuir responsabilidade ao contribuinte por atos praticados internamente, no âmbito da Administração Pública. Que o controle de processos, sistema denominado COMPROT, assinala a data de protocolo em 30 de janeiro de 2008; b) diz que a alegação de prescrição do direito da recorrente pleitear restituição de valores também se repete nos processos 13709.000621/2007 42, protocolado em 30 de outubro de 2007, 13709.000828/200717, protocolado em 27 de dezembro de 2007 e 10919.000060/200807 e 10919.000061/200843, protocolado em 27 de março de 2008; c) contesta que é inadmissível a possibilidade de protocolar pedido de restituição sem a juntada da peça principal: o RRR — Requerimento de Restituição de Retenção; d) inaceitável a hipótese que a recorrente protocolou sistematicamente pedidos de restituição com intervalos de dois meses sem a inclusão do Fl. 221DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/02 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13709.000128/200811 Acórdão n.º 2301003.225 S2C3T1 Fl. 216 5 requerimento, e que tal procedimento tenha sido aceito pelo órgão arrecadador; e) esclarece que o CAC Penha solicitou diversos documentos previstos na Instrução Normativa n° 100, revogada à época dos fatos. Que a recorrente atendeu todas as determinações do órgão arrecadador; f) afirma que a sequência de datas descrita pelo órgão julgador das juntadas de documentos para normalização do processo demonstra claramente que o processo já havia sido devidamente formalizado na data que consta no COMPROT, comprovando, que esta é, efetivamente, a data do protocolo; g) que se a data expressa no documento oficial da Receita Federal do Brasil for desconsiderada é trazer insegurança jurídica ao contribuinte e colocar em dúvida a fidedignidade do documento e dos servidores que atuaram no processo, principalmente tratandose da única fonte de consulta para todos os contribuintes e utilizada para todas as movimentações processuais; h) que a alegação de prescrição do direito do contribuinte não tem nenhum fundamento, não merecendo prosperar. Que a autoridade administrativa responsável pelo Despacho Decisório reconheceu, com propriedade, a tempestividade do protocolo do pedido de restituição em tela, após o exame da totalidade da documentação juntada aos autos; i) quanto à juntada de procuração aos autos, esclarece que o requerente pode nomear procurador de acordo com sua conveniência, como ocorreu de fato no pedido de restituição em exame, assim como nos demais processos; j) ressalta que nos cálculos juntados aos autos pela autoridade administrativa julgadora foram incluídos valores referentes a supostos débitos relativos a outras entidades, ou "terceiros", que não se vinculam ao instituto da retenção; k) aduz que não há valores a serem deduzidos do crédito apurado no pedido de restituição em exame, que já se exauriu o direito do órgão arrecadador de proceder ao referido correto enquadramento fiscal e posterior constituição do crédito tributário pelo lançamento, por força da Súmula Vinculante número 8, inexistindo obrigação jurídicotributária exigível; l) que o órgão arrecadador não cumpriu seu dever de oficio de fiscalizar a empresa em época própria constituindo o suposto crédito tributário que o órgão julgador afirma existir, e que não existe, não servindo, portanto, como fundamento ao indeferimento do pedido de restituição. 8. Sem contrarrazões, os autos foram encaminhados a esta Câmara para apreciação do recurso voluntário. É o relatório Fl. 222DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/02 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 6 Voto Conselheiro Relator Damião Cordeiro de Moraes DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. Conheço do recurso voluntário, tendo em vista que é tempestivo e atende aos pressupostos legais de admissibilidade. DAS QUESTÕES PRELIMINARES: DA TEMPESTIVIDADE DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO 2. A Recorrente afirma que o pedido de restituição referente à competência 02/2003 não foi alcançado pela prescrição, eis que protocolado no prazo legal, que a data do requerimento se deu em 30/01/2008. 3. O fisco declarou extinto o direito do contribuinte à restituição, entendendo que o pedido formulado por este se deu, somente, em 10/06/2008, ou seja, fora do quinquídio legal. Assim, houve por bem a DRJ de julgar improcedente o pleito de restituição, aplicando artigo 218, IV da então Instrução Normativa nº 03/2005, vigente a época do pedido.: “Art. 218. O direito de pleitear restituição ou reembolso ou de realizar compensação de contribuições ou de outras importâncias extinguese em cinco anos contados da data: (...) IV do vencimento para recolhimento da retenção efetuada Com base na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.” 4. No meu entendimento assiste razão ao contribuinte, isto porque, as provas carreadas nos autos demonstram que o pedido de restituição feito pela recorrente ocorreu dentro do prazo previsto em Lei. 5. Compulsando os autos, destaco alguns pontos constantes nas peças processuais que comprovam que o Requerimento para efeito de restituição do crédito previdenciário ocorreu em 30/01/2008 e não 10 de junho de 2008 como entendido pelo fisco, se não vejamos: a) Primeiramente, na folha 01 do processo (capa), consta abaixo do número do processo a data de 30/01/2008, assim, concluise que o processo se iniciou nessa data. b) Ainda, conforme a capa do processo, consta que a primeira movimentação processual se iniciou em 30/01/2008, conforme transcrevo abaixo: MOVIMENTAÇÕES SEQ SIGLA CÓDIGO DATA 01 CACPENPROTRJ 01.137093 30/01/2008 Fl. 223DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/02 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13709.000128/200811 Acórdão n.º 2301003.225 S2C3T1 Fl. 217 7 c) Outra questão importante é o carimbo do fisco (CONFERE C/ORIGINAL) nas peças que deram início ao processo (ff. 03 a 26), consta a data de 30/01/2008. 6. Cabe ressaltar que o campo 23 do formulário (f. 02) é reservado para preenchimento da data de confecção do documento, no caso em comento foi inserido a data de 10 de junho de 2008, porém, não é a data que deve ser considerada como a que se iniciou o pedido de restituição, isto porque, temse por certo que em qualquer órgão da administração pública a data que deve ser considerada para todos os efeitos administrativos e legais é aquela constante no protocolo e não a data de confecção dos documentos. 7. Importante dizer que o campo 01 do formulário destinado para preenchimento com o número do protocolo ou com a data de entrada do processo não foi preenchido pela autoridade fiscal. 8. Frisase que o próprio parecer fiscal (f. 159) entendeu que o pedido de restituição feito pelo contribuinte não prescreveu, item 4, “Não está extinto o direito de pleitear a restituição, na forma do disposto no art. 253, incisos I e II do Decreto 3.048/99”. 9. Cumpre averiguar se a contagem da prescrição tem por marco a data do requerimento apresentado em 30/01/2008, e, a partir daí, retroagir cinco anos que corresponde a 30/01/2008, dessa forma, a competência 02/2003 objeto do pedido de restituição do contribuinte não está alcançado pela prescrição, nos termos no artigo 168, do Código Tributário Nacional. 10. Reconhecido o direito do contribuinte de pleitear a restituição do crédito e por ter o Acórdão guerreado deixado de apreciar o mérito creditório do recorrente, em virtude da prescrição, que ora afasto, anulo a decisão prolatada. CONCLUSÃO 11. Por todo o exposto, estando o Pedido de Restituição sub examine em consonância com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO DO CONTRIBUINTE E DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, para anular a decisão recorrida, determinando a remessa dos autos para 1ª instância para análise das demais razões de mérito, sobretudo quanto ao pretenso recolhimento indevido de contribuições previdenciárias. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator Fl. 224DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/02 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 10830.007745/99-11
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/1988 a 30/09/1995
PIS. PRAZO PARA PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MATÉRIA DECIDIDA NO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-B DO CPC. TEORIA DOS 5+5 PARA PEDIDOS PROTOCOLADOS ANTES DE 09 DE JUNHO DE 2005.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do RE nº 566.621/RS, decidido na sistemática do art. 543-B do Código de Processo Civil, o que faz com que se deva adotar a teoria dos 5+5 para os pedidos administrativos protocolados antes de 09 de junho de 2005.
Essa interpretação entende que o prazo de 5 anos para se pleitear a restituição de tributos, previsto no art. 168, inciso I, do CTN, só se inicia após o lapso temporal de 5 anos para a homologação do pagamento previsto no art. 150, §4o, do CTN, o que resulta, para os tributos lançados por homologação, em um prazo para a repetição do indébito de 10 anos após a ocorrência do fato gerador.
No caso, como o pedido administrativo de repetição de PIS foi protocolado em 24/09/1999, relativo a fatos geradores ocorridos de 01/07/1988 a 30/09/1995, está extinto o direito de se pleitear a restituição dos tributos com fatos geradores ocorridos antes de 24/09/1989 por superar o prazo decenal.
Recurso extraordinário provido em parte.
Numero da decisão: 9900-000.809
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer perda do direito de se pleitear a restituição dos tributos com fatos geradores ocorridos antes de 24/09/1989, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para exame das demais questões.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator
EDITADO EM : 21/11/2012
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas e Mercia Helena Trajano Damorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/1988 a 30/09/1995 PIS. PRAZO PARA PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MATÉRIA DECIDIDA NO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543B DO CPC. TEORIA DOS 5+5 PARA PEDIDOS PROTOCOLADOS ANTES DE 09 DE JUNHO DE 2005. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do RE nº 566.621/RS, decidido na sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil, o que faz com que se deva adotar a teoria dos 5+5 para os pedidos administrativos protocolados antes de 09 de junho de 2005. Essa interpretação entende que o prazo de 5 anos para se pleitear a restituição de tributos, previsto no art. 168, inciso I, do CTN, só se inicia após o lapso temporal de 5 anos para a homologação do pagamento previsto no art. 150, §4o, do CTN, o que resulta, para os tributos lançados por homologação, em um prazo para a repetição do indébito de 10 anos após a ocorrência do fato gerador. No caso, como o pedido administrativo de repetição de PIS foi protocolado em 24/09/1999, relativo a fatos geradores ocorridos de 01/07/1988 a 30/09/1995, está extinto o direito de se pleitear a restituição dos tributos com fatos geradores ocorridos antes de 24/09/1989 por superar o prazo decenal. Recurso extraordinário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 77 45 /9 9- 11 Fl. 735DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer perda do direito de se pleitear a restituição dos tributos com fatos geradores ocorridos antes de 24/09/1989, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para exame das demais questões. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Relator EDITADO EM : 21/11/2012 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas e Mercia Helena Trajano Damorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de recurso extraordinário ao pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF, com fundamento no artigo 9º do antigo Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais RICSRF, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25 de junho de 2007. Observese que, embora não esteja previsto no atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, os recursos extraordinários interpostos contra acórdãos proferidos até 30 de junho de 2009 serão, por força do artigo 4° do mesmo Regimento, processados de acordo com o rito previsto no RICSRF. O Acórdão no 0203.088 da 2a Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (fls. 651 a 656) reconheceu o direito do contribuinte pleitear, em 24/09/1999, repetição de PIS referente a fatos geradores ocorridos de 01/07/1988 a 30/09/1995. Fl. 736DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10830.007745/9911 Acórdão n.º 9900000.809 CSRFPL Fl. 6 3 A Fazenda Nacional apresentou tempestivamente recurso extraordinário (fls. 658 a 669), onde afirma que somente é possível se pleitear a repetição do indébito no prazo de 5 anos após o recolhimento indevido. Para comprovar a divergência, indicou, como paradigma, o Acórdão CSRF/0400.810, da 4a Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, julgado em 03 de março de 2008, cuja ementa se transcreve: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ILL O direito de pleitear a restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos 1 e II, e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de Justiça). Recurso Especial do Procurador Provido. O recurso foi admitido pelo despacho de fls. 671 e verso, que considerou a divergência jurisprudencial comprovada. Devidamente cientificado, o sujeito passivo apresentou contrarrazões, onde pugna pela manutenção da decisão recorrida. É o relatório. Fl. 737DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 4 Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Data do pedido: 24/09/1999. Fatos Geradores: de 01/07/1988 a 30/09/1995. O presente recurso extraordinário é tempestivo, e preenche os demais requisitos de admissibilidade, tendo em vista que a recorrente logrou demonstrar a divergência jurisprudencial suscitada. Portanto, dele conheço. Discutese qual o prazo para se pleitear a restituição dos tributos lançados por homologação, especificamente no caso de tributo declarado inconstitucional. Nessa situação, o CARF está obrigatoriamente vinculado ao posicionamento dos Tribunais Superiores nos termos do art. 62A do anexo II do RICARF, segundo o qual se deve reproduzir o conteúdo das decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Isso porque, no Recurso Extraordinário n° 566.621/RS, julgado em 11/10/2011, com trânsito em julgado em 17/11/2011, o STF decidiu que (a) considerase o prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias da LC 118/05, ou seja a partir de 9 de junho de 2005, e (b) para os demais casos, aplicase a posição do STJ de que o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados da ocorrência do fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4o, 156, VII, e 168, I do CTN. Não há que se falar em tratamento diverso do acima exposto para o caso de inconstitucionalidade de lei. Nesse sentido: no RESP nº 1.002.932SP, de 05/11/2009, em regime de Recurso Repetitivo, o Ministro Relator, Luiz Fux, faz expressa referência, em seu voto (fls. 6 e 7) à jurisprudência do STJ, reproduzindo o ERESP n° 4.35835SC, nos termos a seguir: ... 2. Não há que se falar em prazo prescricional a contar de declaração de inconstitucionalidade pelo STF ou da Resolução do Senado. ... o Supremo Tribunal Federal confirma essa afirmação, no RE nº 566.621 RS, de 11/10/2011, da relatoria da Ministra Ellen Gracie, em que é definido o critério de aplicação da tese dos 5 + 5 anos, em detrimento da redação dada ao art. 168 do CTN pela Lei Complementar n° 118, de 2005, e, à fl. 11 do voto, é também referida a jurisprudência consolidada do STJ, nos termos a seguir: ... é que a União invoca precedentes relativos a questões específicas, como tributos retidos no regime de substituição tributária e tributos inconstitucionais, em que chegou a haver, é verdade, alguma dúvida quanto à aplicação da regra geral dos Fl. 738DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10830.007745/9911 Acórdão n.º 9900000.809 CSRFPL Fl. 7 5 10 anos, mas que não perdurou. Logo, aquela Corte [STJ] firmou posição no sentido de que, também em tais situações de retenção e de reconhecimento do indébito em razão da inconstitucionalidade de lei instituidora, deverseia aplicar, sem ressalvas, a tese dos dez anos, conforme se vê dos EREsp 329.160/DF e EREsp 435.835/SC, julgados pela Primeira Seção daquela Corte. Aliás, nada melhor do que o próprio STJ para reconhecer que se tratava de jurisprudência consolidada. esse entendimento foi confirmado pelo próprio STJ, quando adaptou sua jurisprudência à decisão do STF, conforme RESP n° 1.269.570MG, de 23/05/2012, da relatoria do Ministro Mauro Campbell, em que se esclarece que a única alteração foi referente à data da mudança de critério, qual seja, para pedidos a partir da vigência da Lei Complementar n° 118, de 2005. Salientese, adicionalmente, que a expressão "ações ajuizadas" na decisão referida deve ser entendida como a realização do pedido de repetição de valor à autoridade competente para tal, o que inclui o processo administrativo, no âmbito da Administração Tributária. No presente caso, o pedido de repetição do indébito ocorreu antes de 09 de junho de 2005 e, portanto, aplicase o prazo de 10 anos a partir da ocorrência do fato gerador. Como o pedido foi feito em 24/09/1999, referente a tributos com fatos geradores ocorridos de 01/07/1988 a 30/09/1995, voto no sentido de conhecer do recurso para, no mérito, darlhe provimento parcial para reconhecer a perda do direito de se pleitear a restituição dos tributos com fatos geradores ocorridos antes de 24/09/1989, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para exame das demais questões. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 739DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 10166.006180/2009-41
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS.
Comprovadas as despesas alegadas, é dever restabelecer as deduções a elas relativas.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2801-002.615
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para restabelecer dedução com despesas médicas no valor de R$1.864,96, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Antônio de Pádua Athayde Magalhães - Presidente.
Assinado digitalmente
Carlos César Quadros Pierre - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Sandro Machado dos Reis. Ausente, Justificadamente, Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para restabelecer dedução com despesas médicas no valor de R$1.864,96, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Antônio de Pádua Athayde Magalhães - Presidente. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Sandro Machado dos Reis. Ausente, Justificadamente, Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
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DESPESAS MÉDICAS. Comprovadas as despesas alegadas, é dever restabelecer as deduções a elas relativas. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para restabelecer dedução com despesas médicas no valor de R$1.864,96, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Antônio de Pádua Athayde Magalhães Presidente. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Sandro Machado dos Reis. Ausente, Justificadamente, Luiz Cláudio Farina Ventrilho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 00 61 80 /2 00 9- 41 Fl. 73DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/ 11/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHAES, Assinado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 10166.006180/200941 Acórdão n.º 2801002.615 S2TE01 Fl. 74 2 Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, 6ª Turma da DRJ/BSB (Fls. 59), na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Contra a contribuinte em epígrafe foi emitida a Notificação de Lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Física – IRPF, referente ao exercício 2006, por AFRFB da DRF/Brasília. O valor do crédito tributário apurado está assim constituído: (em Reais) Imposto Suplementar (sujeito à multa de ofício) 2.442,22 Multa de Ofício (passível de redução) 1.831,66 Juros de Mora (cálculo até 29/05/09) 899,71 Total do Crédito Tributário 5.173,59 O referido lançamento teve origem na constatação da seguinte infração: Dedução Indevida a Título de Despesas Médicas – glosa de dedução de despesas médicas pleiteadas indevidamente na Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física. Valor: R$ 8.880,78. Motivo da glosa: por falta de comprovação ou por falta de previsão legal para sua dedução. A base legal do lançamento encontrase nos autos. A contribuinte teve ciência do lançamento em 09/06/09, conforme documento de fl. 38 e, em 17/06/09, apresentou impugnação, em petição de fls. 02 a 04, acompanhada dos documentos de fls. 05 a 22, na qual alega, resumidamente, o quanto segue: que foi intimada por meio do Termo de Intimação Fiscal nº 2006/601131469901074 a apresentar documentos comprobatórios das despesas médicas declaradas em DIRPF/2006 e atendeu prontamente à intimação; que, ainda assim, foi lavrada Notificação de Lançamento em seu nome por meio da qual foram glosadas as seguintes despesas: 1. Exame Lab – R$ 405,00 2. Odonto Pré Clínica Prev. Reab – R$ 2.700,00 3. Golden Cross – R$ 2.640,00 4. Programa Assit Serv STJ – R$ 2.137,68 5. HOB Hosp Oftalm BSB – R$ 998,10 Fl. 74DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/ 11/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHAES, Assinado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 10166.006180/200941 Acórdão n.º 2801002.615 S2TE01 Fl. 75 3 Que as despesas médicas com EXAME Lab e Odonto Pré Clínica Prev Reab foram digitadas com erro, não havendo intenção de dolo, fraude ou simulação, e devem ser, respectivamente: R$ 45,00 e R$ 300,00; Passo adiante, a 6ª Turma da DRJ/BSB entendeu por julgar a impugnação procedente em parte, em decisão que restou assim ementada: MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. DESPESAS MÉDICAS. PARCIAL. Considerase não impugnada, portanto não litigiosa, a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO PARCIAL. A comprovação por documentação hábil e idônea de parte dos valores informados a título de dedução de despesas médicas na Declaração do Imposto de Renda importa no restabelecimento das despesas até o valor comprovado. Cientificada em 12/12/2011 (Fls. 50), a Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 05/01/2012 (fls. 51 a 54); argumentando basicamente que: A contribuinte apresenta em anexo os extratos das despesas mensais emitidos pelo PróSer, devendo ser considerado os valores conforme se segue: (...) Solicita a contribuinte: 1. Que sejam consideradas para o cálculo do Imposto Suplementar as despesas médicas abaixo, num total de R$ 1.864,96: PróSer Contribuição Mensal Itens 2, 5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 26, 29, 32 e 35. R$ 1.372,85 Despesa com a rede credenciada referentes à contribuinte Itens 1a, 10a, 13a, 16a, 25a, 28a e 34a. R$492,11 2. Que seja mantida a glosa referente às despesas com a rede credenciada do Sr. Jones Guilherme Krahl e com a “UTI Móvel – Dependente Especial”, tendo em vista que foram pagas para terceiros que não são dependentes da contribuinte para fins fiscais. (...) 1. O detalhamento das despesas médicas não constava no comprovante de rendimentos original emitido pelo PróSer, referente ao anocalendário de 2005. E na impugnação a contribuinte não compreendeu o grau de detalhamento solicitado Fl. 75DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/ 11/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHAES, Assinado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 10166.006180/200941 Acórdão n.º 2801002.615 S2TE01 Fl. 76 4 pela Receita Federal por meio do Termo de Intimação nº 2006/6011311469901074. Com a edição do Acórdão 03045.918 da 6ª DRJ/BSB, a contribuinte solicitou ao PróSer o detalhamento dos valores pagos naquele ano, o que hora apresenta para o presente recurso. É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator. Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. Conforme se verifica nos autos, a contribuinte recorre unicamente contra a decisão de manutenção da glosa das despesas médicas relacionadas ao plano de saúde PróSer Programa Assit. Serv. STJ. Em seu recurso a contribuinte esclarece que concorda com a glosa de parte da referida despesa médica, e pede o restabelecimento da dedução no valor de R$1.864,96. Deste modo, é de se entender como não recorrida a parte decisão da DRJ que manteve a glosa das demais despesas médicas; restando em litígio apenas a glosa das despesas médicas relativas ao plano de saúde mencionado acima. Compulsando os autos, verifico que a DRJ manteve a glosa da relacionada despesa em razão de a contribuinte não haver provado que era a beneficiária do plano de saúde PróSer; in verbis: A contribuinte apresentou o “Comprovante de Rendimentos Pagos e Retenção de Imposto de Renda na Fonte – Ano Base 2005”, fls. 15, fonte pagadora “Programa de Assistência aos Servidores do STJ”, por meio do qual é possível verificar que a contribuinte pagou ao plano de saúde da PróSer um valor de R$ 2.137,68 referente àquele período. Ocorre que o referido documento não indica quem é o beneficiário do plano de saúde, de forma que esse serviço poderia ter sido pago pela interessada para um terceiro que não era seu dependente para fins fiscais.(pág. 45 dos autos) Buscando complementar as provas apresentadas por ocasião da impugnação, a contribuinte anexou novos documentos emitidos pelo plano de saúde. (pág. 55 e seguintes) Analisando os documentos emitidos pelo plano PróSer Programa de Assistência aos Servidores do STJ, posso verificar que este atesta ter recebido da contribuinte, indicando ser a contribuinte a beneficiária do plano, o valor de R$1.864,96. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/ 11/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHAES, Assinado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 10166.006180/200941 Acórdão n.º 2801002.615 S2TE01 Fl. 77 5 Assim, é dever restabelecer parte da dedução da despesa médica relativa ao plano de saúde PróSer Programa de Assistência aos Servidores do STJ, no valor de R$ R$1.864,96. Ante tudo acima exposto, e o que mais constam nos autos, voto por dar provimento ao recurso, para restabelecer a dedução com despesas médicas no valor de R$1.864,96 (Um mil oitocentos e sessenta e quatro reais e noventa e seis centavos). Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Fl. 77DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/ 11/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHAES, Assinado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
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Numero do processo: 11075.002723/2008-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Dec 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2005 a 30/06/2008
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO INEXISTENTE.
Merecem ser desprovidos os aclaratórios, uma vez que não existe qualquer omissão no acórdão embargado.
Numero da decisão: 3101-001.292
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos de declaração.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Corintho Oliveira Machado - Relator.
EDITADO EM: 15/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Adriana Oliveira e Ribeiro, Leonardo Mussi da Silva, Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro e Corintho Oliveira Machado.
Nome do relator: CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/02/2005 a 30/06/2008 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO INEXISTENTE. Merecem ser desprovidos os aclaratórios, uma vez que não existe qualquer omissão no acórdão embargado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos de declaração. Henrique Pinheiro Torres - Presidente. Corintho Oliveira Machado - Relator. EDITADO EM: 15/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Adriana Oliveira e Ribeiro, Leonardo Mussi da Silva, Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro e Corintho Oliveira Machado.
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2005 a 30/06/2008 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO INEXISTENTE. Merecem ser desprovidos os aclaratórios, uma vez que não existe qualquer omissão no acórdão embargado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos de declaração. Henrique Pinheiro Torres Presidente. Corintho Oliveira Machado Relator. EDITADO EM: 15/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Adriana Oliveira e Ribeiro, Leonardo Mussi da Silva, Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro e Corintho Oliveira Machado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 5. 00 27 23 /2 00 8- 51 Fl. 846DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 20/12 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Relatório Reportome ao relato de fls. 353v e seguintes, adotado quando do julgamento por este Colegiado, que culminou no acórdão com a seguinte ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/02/2005 a 30/06/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. Preliminar de nulidade do auto de infração estribada na assertiva de não haver infração, e sim mera presunção da auditoriafiscal, configurase matéria de mérito, sendo necessário adentrar os fatos que formam a conjuntura da lide para bem decidila, e nesse ponto a preliminar confundese com o mérito, daí a rejeição da preliminar. Quanto à afirmativa de haver base de cálculo incorreta, por erro no mês de fevereiro de 2005, melhor sorte não assiste à recorrente, porquanto a diferença entre o valor declarado originariamente e o informado posteriormente não foi estornada e continuou reduzindo indevidamente a base de cálculo da COFINS e do PIS no referido mês, uma vez que o contribuinte não havia retificado tal erro no respectivo Demonstrativo. Assim, no cômputo final dos valores devedores de PIS e COFINS, agiu corretamente a Fiscalização, que considerou o total das receitas apuradas para o mês de fevereiro de 2005 e apurou o valor devido daquelas contribuições. NÃOCUMULATIVIDADE. VENDAS PARA EXPORTAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. As operações praticadas pela recorrente consubstanciaram vendas de energia elétrica no mercado interno a agentes de exportação, e não vendas a empresas comerciais exportadoras com o fim específico de exportação. O regime jurídico a que estão subordinadas as empresas comerciais exportadoras é muito diverso do regime jurídico a que estão submetidos os agentes de exportação de energia elétrica. Interpretação restritiva da lei que institui isenção tributária não permite analogia entre o tratamento legal dado a empresas comerciais exportadoras e agentes de exportação de energia elétrica. MULTA DE OFICIO E JUROS SELIC. A irresignação contra a multa de ofício e os juros calculados pela taxa SELIC não encontram guarida em instância administrativa, porquanto aplicados de acordo com a respectiva legislação. As súmulas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária; e nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Fl. 847DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 20/12 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 11075.002723/200851 Acórdão n.º 3101001.292 S3C1T1 Fl. 3 3 Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais; aplicamse ao caso vertente. JUROS SOBRE MULTA. Inexistindo nos autos qualquer exigência de juros sobre a multa punitiva, aspecto refutado pela recorrente, o argumento cai no vazio. Em 19/09/2011, foram opostos embargos declaratórios, fls. 829 e seguintes, tempestivos, pela supramencionada embargante, alegando haver duas omissões no acórdão: a primeira diz respeito à definição dos requisitos necessários para que uma empresa seja considerada comercial exportadora para fins de interpretação e aplicação da legislação fiscal; diz que é necessário que essa E. Câmara (sic) esclareça quais requisitos entende necessários para que uma empresa seja considerada comercial exportadora para fins de interpretação e aplicação da legislação fiscal. A segunda está relacionada à absoluta impossibilidade de tributação da venda de energia elétrica com finalidade específica de exportação pelo PIS e COFINS, a luz do disposto no art. 149 da Constituição da República/88. A embargante entende imprescindível a manifestação dessa E. Câmara (sic) acerca da possibilidade das normas regulatórias alterarem o tratamento dado pela lei e pela CF/88 às receitas decorrentes das exportações. Ao final, a embargante requer o saneamento das omissões, com apreciação dos pontos suscitados, a fim de permitir o adequado debate do caso na Câmara Superior de Recursos Fiscais, se não houver o convencimento da Turma, e não se aplicar efeitos infringentes aos embargos declaratórios. Voto Conselheiro Corintho Oliveira Machado, Relator Os embargos declaratórios são tempestivos, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merecem ser apreciados. Em primeiro plano, cumpre esclarecer que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é órgão consultivo da Administração Tributária, e sim deliberativo. Sua função é dizer se procedem, ou não, e em que medida, os recursos que lhe são apresentados. Corolário disso, posso garantir que não é função desta Turma esclarecer quais requisitos entende necessários para que uma empresa seja considerada comercial exportadora para fins Fl. 848DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 20/12 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 de interpretação e aplicação da legislação fiscal e nem manifestarse acerca da possibilidade das normas regulatórias alterarem o tratamento dado pela lei e pela CF/88 às receitas decorrentes das exportações. Quanto às omissões ventiladas, verifico que essas nada tem a ver com omissão de ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma, nos exatos termos do art. 65 do RICARF. As supostas omissões não ocorreram, porquanto o órgão judicante não precisa tratar de cada argumento esgrimido pela recorrente, deve sim fundamentar sua decisão de maneira lógica e coerente, alicerçado na legislação aplicável e fazendo correlação com os eventos reportados no processo. Somente isso. E isso foi cabalmente feito. Para ilustrar este voto para os meus pares, trago apenas um item do acórdão embargado que explicita porquê a pretensão da recorrente não foi acolhida: DAS OPERAÇÕES PRATICADAS PELA RECORRENTE Em que pese o alentado e brilhante arrazoado da recorrente, no sentido de convencer os julgadores deste Conselho de que as operações praticadas pela recorrente teriam sido vendas a empresas comerciais exportadoras com o fim específico de exportação; e não vendas de energia elétrica no mercado interno a agentes de exportação, não consigo vislumbrar tal conjuntura. E não consigo fazêlo porque o regime jurídico a que estão subordinadas as empresas comerciais exportadoras é muito diverso do regime jurídico a que estão submetidos os agentes de exportação de energia elétrica. É cediço que o Direito Tributário é considerado um direito de sobreposição (assim como o Direito Penal) porquanto trabalha suas realidades a partir do substrato de outras áreas do Direito, mais imediatas à realidade social e mais minudentemente tratadas no nosso sistema jurídico, tais como o Direito Civil, Comercial, Administrativo, etc., e faz valer seus efeitos específicos tributários utilizando institutos, conceitos e formas consagradas naquelas outras áreas jurídicas. O artigo 109 do Código Tributário Nacional inclusive demonstra a positivação do que se afirma supra em nosso sistema jurídico. 1 Pois bem, as empresas comerciais exportadoras, referidas pelas leis tributárias de incidência do PIS e da COFINS não cumulativos são aquelas pessoas jurídicas delineadas pelo Direito Civil e Comercial (Lei nº 10.406/2002, arts. 966 a 1.195, e DL nº 1.248, de 1972); ao passo que os agentes de exportação de energia elétrica são os titulares de autorização para fins de exportação de energia elétrica, consoante legislação administrativa (Lei nº 9.427/96 e Resoluções da ANEEL), porquanto todo o setor em que opera a recorrente é regulado no âmbito do Direito Administrativo, e não pelo Direito Civil ou Comercial. Nessa esteira, temse que as empresas comerciais exportadoras, de acordo com o § 4º do art. 6º da Lei nº 10.833/2003, não podem aproveitar os créditos vinculados à receita de exportação 1 Art. 109 Os princípios gerais de direito privado utilizamse para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. Fl. 849DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 20/12 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 11075.002723/200851 Acórdão n.º 3101001.292 S3C1T1 Fl. 4 5 em que atuam na qualidade de intermediárias o direito de utilizar o crédito de acordo com o § 1º não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim previsto no inciso III do caput, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação justamente porque as empresas fornecedoras das mercadorias para o fim específico de exportação gozam de isenção da Cofins não cumulativa. Aliás, tal vedação está plasmada na Solução do Processo de Consulta n° 573/07, trazida à colação pela própria recorrente: Empresas comerciais exportadoras se encontram legalmente impedidas de apurar créditos de Cofins vinculados à aquisição de mercadorias com o fim especifico de exportação, cuja conceituação se encontra no art.45, parágrafo 1º do Decreto 4.524, de 17/12/2002, tampouco referentes a quaisquer encargos e despesas atinentes a tal exportação. Podem apurálos unicamente em relação às receitas relativas a suas vendas no mercado interno e a suas exportações de mercadorias que não tenham sido adquiridas com o fim especifico de exportação. Na determinação do valor de tais créditos, devem ser adotados os métodos estabelecidos pelo art.30, parágrafos 7° e 8°, da Lei n°10.833, de 2003. Da mesma forma, o § 2º do art. 7º da Lei nº 10.637/2002, que dispõe sobre a nãocumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) contém a mesma vedação de aproveitamento de créditos: Art. 7º A empresa comercial exportadora que houver adquirido mercadorias de outra pessoa jurídica, com o fim específico de exportação para o exterior, que, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da emissão da nota fiscal pela vendedora, não comprovar o seu embarque para o exterior, ficará sujeita ao pagamento de todos os impostos e contribuições que deixaram de ser pagos pela empresa vendedora, acrescidos de juros de mora e multa, de mora ou de ofício, calculados na forma da legislação que rege a cobrança do tributo não pago. (...) § 2º No pagamento dos referidos tributos, a empresa comercial exportadora não poderá deduzir, do montante devido, qualquer valor a título de crédito de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ou de contribuição para o PIS/Pasep, decorrente da aquisição das mercadorias e serviços objeto da incidência. De outra banda, os agentes de exportação de energia elétrica não podem ser caracterizados como empresas comerciais exportadoras, porquanto suas atividades são regulamentadas totalmente pela Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, que instituída pela Lei nº 9.427/96, disciplinadora do regime das concessões de serviços públicos de energia elétrica, tem por finalidade regular e fiscalizar a produção, transmissão, Fl. 850DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 20/12 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 6 distribuição e comercialização de energia elétrica, em conformidade com as políticas e diretrizes do governo federal. O art. 26, III, da Lei nº 9.427/96 diz que cabe ao Poder Concedente, diretamente, ou mediante delegação à ANEEL, autorizar: (...) a importação e exportação de energia elétrica, bem como a implantação dos respectivos sistemas de transmissão associados; (...) Assim é que a definição de Agente de Exportação está contida na Convenção de Comercialização de Energia Elétrica instituída pela Resolução Normativa nº 109, de 2004, da ANEEL, que assim estabelece: Art. 1º Para os fins e efeitos do disposto nesta Convenção são adotados os seguintes termos, expressões, conceitos e definições, no plural ou no singular: Agente da CCEE – concessionário, permissionário, autorizado de serviços e instalações de energia elétrica e Consumidores Livres integrantes da CCEE. Agente de Comercialização – titular de autorização, concessão ou permissão para fins de realização de operações de compra e venda de energia elétrica na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. Agente de Distribuição – titular de concessão, permissão ou autorização de serviços e instalações de distribuição para fornecer energia elétrica a consumidor final exclusivamente de forma regulada. Agente de Exportação – titular de autorização para fins de exportação de energia elétrica. Agente de Geração – titular de concessão, permissão ou autorização para fins de geração de energia elétrica. Agente de Importação – titular de autorização para fins de importação de energia elétrica. Agente Vendedor – Agente de Geração, Agente de Comercialização ou Agente de Importação, que seja habilitado em documento específico para tal fim. (...) Art. 12. Os Agentes da CCEE serão divididos nas Categorias de Geração, de Distribuição e de Comercialização, conforme disposto no art. 5º do Decreto nº 5.177, de 2004, sendo: I – Categoria de Geração, subdividida em: a) classe dos agentes geradores concessionários de serviço público; b) classe dos agentes produtores independentes, e c) classe dos agentes autoprodutores; Fl. 851DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 20/12 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 11075.002723/200851 Acórdão n.º 3101001.292 S3C1T1 Fl. 5 7 II – Categoria de Distribuição, composta pela classe dos Agentes de Distribuição; e III – Categoria de Comercialização, subdividida em: a) classe dos Agentes Importadores e Exportadores; b) classe dos Agentes Comercializadores; c) classe dos Agentes Consumidores Livres. Parágrafo único. Cada Agente da CCEE só poderá pertencer a uma Categoria, cabendo a ele optar, caso se enquadre em mais de uma, respeitado o disposto no art. 5º do Decreto nº 5.177, de 2004. Notase, pelo trabalho empreendido pela auditoriafiscal, que de fato, os agentes de exportação se beneficiaram da isenção das contribuições para o PIS e COFINS, aqui tratadas, por terem comprado a energia elétrica da recorrente no mercado interno e a exportado, mediante contratos distintos, um celebrado internamente, com o gerador de energia elétrica (recorrente) e outro, com o agente externo comprador, tudo sob a tutela da ANEEL. Demais disso, a interpretação restritiva da lei que institui isenção tributária não permite analogia entre o tratamento legal dado a empresas comerciais exportadoras e agentes de exportação de energia elétrica. Nessa moldura, voto por DESPROVER os embargos declaratórios. Sala das Sessões, em 27 de novembro de 2012. CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Fl. 852DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 20/12 /2012 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
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Numero do processo: 10467.720032/2004-33
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO.
A certeza e a liquidez do crédito são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. Não comprovada a origem do alegado direito creditório, mantém-se a negativa em relação à compensação.
PEDIDO DE DILIGÊNCIA OU PERÍCIA
É da Contribuinte o ônus de demonstrar a existência de seu alegado direito creditório. Diligências e Perícias não se destinam a suprir o ônus probatório que lhe incumbe.
INCORPORAÇÃO. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA DA SUCEDIDA. EXIGÊNCIA DE MULTA NA SUCESSORA.
Se no momento da incorporação o débito já estava constituído, por confissão em DCOMP apresentada pela empresa incorporada, a sucessora (Recorrente) deve responder pelos acréscimos moratórios previstos em lei. É inaplicável a jurisprudência que trata de lançamento de multa de ofício por infração cometida por empresa sucedida, em que a exigência fiscal somente é formalizada após o evento societário.
Numero da decisão: 1802-001.456
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Corrêa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho.
Nome do relator: JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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(incorporada por VOTORANTIM CIMENTOS N/NE S/A) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. A certeza e a liquidez do crédito são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. Não comprovada a origem do alegado direito creditório, mantémse a negativa em relação à compensação. PEDIDO DE DILIGÊNCIA OU PERÍCIA É da Contribuinte o ônus de demonstrar a existência de seu alegado direito creditório. Diligências e Perícias não se destinam a suprir o ônus probatório que lhe incumbe. INCORPORAÇÃO. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA DA SUCEDIDA. EXIGÊNCIA DE MULTA NA SUCESSORA. Se no momento da incorporação o débito já estava constituído, por confissão em DCOMP apresentada pela empresa incorporada, a sucessora (Recorrente) deve responder pelos acréscimos moratórios previstos em lei. É inaplicável a jurisprudência que trata de lançamento de multa de ofício por infração cometida por empresa sucedida, em que a exigência fiscal somente é formalizada após o evento societário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 7. 72 00 32 /2 00 4- 33 Fl. 136DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 3 2 Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho. Fl. 137DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Recife/PE, que manteve a negativa de homologação em relação a declaração de compensação – DCOMP apresentada pela Contribuinte, nos mesmos termos que já havia decidido anteriormente a Delegacia de origem. Os fatos que deram origem ao presente processo estão assim descritos no relatório da decisão recorrida, Acórdão nº 1131.510, às fls. 100 a 103: A empresa acima qualificada apresentou, inicialmente, o PER/DCOMP n° 12508.68989.200404.1.3.045945 (fls. 01/05), requerendo o cancelamento com o PER/DCOMP n° 31582.70457.150604.1.8.04.2474 (fl. 06). Através do PER/DCOMP n° 41165.93038.150604.1.3.041898 (fls. 07/11), pretende compensar crédito de pagamento indevido ou a maior de CSLL (cód. 6773 DEMAIS PESSOAS JURÍDICAS DECLARAÇÃO DE AJUSTE), no montante original de R$ 289.477,98, P.A 31/12/2003 (venc. 31/03/2004), arrecadado em 31/03/2004, com débito de CSLL relativo ao 1º trimestre de 2004, informado à folha 10, data de vencimento 30/04/2004. Segundo o despacho decisório eletrônico (fl.78), de 10/11/2008, que resolveu por deferir o pedido de cancelamento do PER/DCOMP n° 12508.68989.200404.1.3.045945, não foi reconhecido o direito creditório da contribuinte e não homologada a compensação pleiteada, tendo em vista que o DARF discriminado no PER/DCOMP [R$ 11.161.395,02 (fl. 20)] já havia sido totalmente vinculado pelo contribuinte ao débito de CSLL do período e, inclusive, recolhido a menor do que o efetivamente devido. A interessada apresentou manifestação de inconformidade (fls. 83 a 85), alegando, em síntese, equívoco do valor de CSLL a pagar informado na DIPJ, fato já corrigido. Como mencionado, a DRJ Recife/PE manteve a negativa em relação à pretendida compensação, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 138DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 5 4 Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 28/09/2011 (fls. 110), a Contribuinte apresentou em 28/10/2011 o recurso voluntário de fls. 111 a 123, com os argumentos abaixo: PRELIMINARMENTE DO DESCABIMENTO DA MULTA SUCESSÃO POR INCORPORAÇÃO antes de adentrar ao exame do mérito de cada uma das pretensas transgressões, necessário se faz esclarecer que, relativamente aos supostos crédito da Fazenda Nacional oriundo da não homologação da compensação do crédito da Recorrente, anteriores a 30 de junho de 2006, nenhuma multa poderá ser exigida da Recorrente; os supostos débitos alegados pela Recorrida eram da sucedida e foram utilizados para compensação de tributos da empresa sucedida por incorporação; a Recorrente responde, pois, relativamente a este contencioso, na condição de sucessora, e sucessora por incorporação havida antes do advento do malsinado lançamento; a incorporação ocorreu em 30 de junho de 2006 (documentos constantes dos autos), enquanto o pedido de compensação foi em 15/06/2004 e a notificação de não homologação ora guerreado somente foi lavrada 10/11/2008; não cabe à Recorrente, na qualidade de sucessora, o pagamento de qualquer penalidade aplicada sobre débitos de tributos anteriores a 30 de junho de 2006, pois, nos estritos termos do art. 132 do Código Tributário Nacional, a sua responsabilidade alcança apenas o valor dos “tributos”, e penalidade não é tributo; tal matéria é pacífica na esfera administrativa federal, inclusive na própria Câmara Superior de Recursos Fiscais: “IRPJ RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA MULTA FISCAL PUNITIVA APÓS A INCORPORAÇÃO A responsabilidade da sucessora, nos estritos termos do art. 132 do Código Tributário Nacional e da lei ordinária (Decretolei nº. 1.598/77) restringese aos tributos não pagos pela sucedida. A transferência de responsabilidade sobre a multa fiscal somente se dá quando ela tiver sido lançada antes do ato sucessório, porque, neste caso, tratase de um passivo da sociedade incorporada, assumido pela sucessora.” (Acórdão CSRF/0104.183, Rel. Carlos Alberto Gonçalves Nunes em sessão de 14/10/02 fonte: DOU de 06/08/03, pág. 19) “RECURSO EX OFFICIO IRPJ MULTA DE OFÍCIO RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES O sucessor não responde pela multa de natureza fiscal que deve ser aplicada em razão de infração cometida pela pessoa jurídica sucedida, em exigência fiscal formalizada após a incorporação.” (Acórdão 10195437, Rel. Paulo Roberto Cortez em sessão de 22/03/06 fonte: “site” do Conselho de Contribuintes) Fl. 139DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 6 5 DO DIREITO a Requerente é detentora do crédito que utilizou, através do PER/DCOMP, para quitação de tributos, sendo certo que a não homologação de tais créditos institui autêntica sanção política (ou indireta), violando a razoabilidade e a proporcionalidade (CF, art. 5°, LIV); as sanções indiretas são meios oblíquos de cobrança tributária, cerceadores dos direitos fundamentais do cidadãocontribuinte. Sob pretextos diversos, impedese o exercício da livre iniciativa pelo contribuinte, tolhendoo do direito ao devido processo legal, tanto em sua feição processual como, e principalmente, na substantiva; no acórdão recorrido há uma passagem que diz que “assim, ao contrário do que afirma, ao invés de retificar o valor da CSLL a pagar de R$ 11.440.525,54 para R$ 10.871.917,04, retificouo de R$ 10.871.917,04 para R$ 11.440.525,54.” mas a DIPJ é transmitida eletronicamente e é checada pela Receita Federal com pagamentos que são declarados e recolhidos através de DARF no sistema bancário, onde jamais existiu no programa disponibilizado pela própria Receita Federal possibilidade do Contribuinte anexar qualquer documento ou demonstrativo, sendo tal afirmação a prova cabal e insofismável que a Receita Federal do Brasil apenas visa arrecadação, independentemente se o produto da arrecadação está a maior ou até mesmo em duplicidade; o lançamento que foi utilizado para identificação do crédito teve origem da própria declaração apresentada pela Recorrente, sendo que a mesma identificou um erro na sua DIPJ onde tentou proceder a retificação do erro, retificação que não foi aceita pela Recorrida sob a alegação de que estaria sendo realizada após o recebimento do despacho decisório, o que na visão do Fisco é vedado; nas condições que o processo administrativo está, necessário que seja realizado o tratamento manual, através da revisão de ofício pela Autoridade Administrativa, nos termos dos artigos 145, I e III, 149, IV e VIII do Código Tributário Nacional, já que é direito do contribuinte que a autoridade revise, até mesmo de ofício, o procedimento baseado em erro de fato, conforme restou demonstrado nos autos; caso o analista da Receita Federal do Brasil, que passou quase 05 (cinco) anos para analisar o pedido de compensação da Recorrente não visualizou o contorno do crédito da mesma, deveria transformar o processo em diligência e solicitar documentos ou até mesmo determinar uma perícia, onde certamente poderia ter visualizado o crédito da Recorrente, crédito esse que foi visualizado apenas por questões restritivas fundamentadas em instruções normativas criadas ao arrepio da lei; manifestamente violadora, será a não realização de perícia contábil, a qual certamente vai demonstrar a origem e registro de tal crédito; o direito a compensação decorre da lei, e é a própria lei que a autoriza como alternativa à demorada e custosa via da repetição do indébito, razão pela qual a Recorrente tem o legítimo e inquestionável direito de compensar os valores que indevidamente recolheu; inexistem maiores formalidades quanto à operacionalização da compensação citada, visto que basta a existência de créditos a compensar com débitos Fl. 140DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 7 6 vincendos, ou seja, tratase de uma compensação com caráter de autolançamento e a utilização dos programas disponibilizados pela Receita Federal do Brasil; diante do exposto, a Recorrente ratifica as razões de sua manifestação de inconformidade, como se aqui estivesses transcritas, razões essas que não foram objeto de análise nas decisões anteriores. Este é o Relatório. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 8 7 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, está em litígio a não homologação de uma declaração de compensação – DCOMP. O crédito utilizado nesta compensação advêm de suposto pagamento a maior referente ao ajuste anual de CSLL no anocalendário de 2003. A negativa por parte da Delegacia de origem se deu em razão da inexistência do crédito. Segundo o despacho decisório, os pagamentos realizados, e que dariam origem ao alegado indébito, não seriam nem mesmo suficientes para quitar o débito de CSLL apurado pela Contribuinte em 2003. Esta decisão apresenta o seguinte conteúdo (fls. 76): (...) Analisando a DIPJ/2004 apresentada pela empresa (fls. 38/67), observase que a mesma apurou valor de CSLL a pagar decorrente do ajuste anual do exercício de 2004, no valor de R$ 11.440.525,54 (fls. 67), resultante do confronto do valor da CSLL apurada, no valor de R$ 19.906.881,55 (fls. 66) e dos pagamentos efetuados por estimativa ao longo do ano de 2003, no valor total de R$ 8.466.356,01 (fls. 66). Os valores das estimativas declaradas (fls. 39, 41, 43, 45, 47, 49, 51, 53, 55, 57, 59, 61) encontramse devidamente confirmados no sistema SINAL04, cujas telas foram acostadas aos autos às fls. 36/37, e, de fato, somam R$ 8.466.356,01. Desta forma, confrontando o valor efetivamente pago pela empresa para o exercício de 2004, sob código 6773, em 31/03/2004 (R$ 11.161.395,02), com o valor da CSLL apurada na DIPJ/2004 (R$ 11.440.525,54) ressaltando que a DIPJ que está sendo considerada é a que, atualmente, encontrase ativa no sistema, tendo sido apresentada em 23/10/2008 (fls. 72), observase que, contrariamente à pretensão da empresa, houve, de fato, insuficiência de pagamento de CSLL, no valor de R$ 279.130,52. OBS. Ressaltese que, na DIPJ/2004 anteriormente apresentada pela empresa, em 10/01/2005 (fls. 33), a qual foi retificada, em 23/10/2008 (fls. 67), o valor da CSLL relativo ao ajuste anual foi apurado no montante de R$ 10.871.917,04 valor este que, confrontado com o valor pago, contemplado no DARF de fls. 20, geraria à empresa o crédito de CSLL objeto de compensação, ou seja, no valor de R$ 289.477,98 (fls. 08). Fl. 142DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 9 8 DÉBITO COMPENSADO: O débito compensado, no valor de R$ 292.372,76, é relativo à parte do valor da CSLL (estimativa) do mês de março de 2004, declarado em DCTF, conforme espelha a tela de fls. 34. Às fls. 35 consta extrato do sistema FISCEL demonstrando a compensação efetuada pela empresa mediante a apresentação da DCOMP de n° 41165.93038.150604.1.3.041898. Tendo em vista a total inexistência do crédito, o débito em epígrafe, no valor de R$ 292.372,76, indevidamente compensado, deverá ser cobrado à empresa. Desta forma, diante do exposto acima, propomos que seja proferido despacho decisório para: 1. DEFERIR o pedido de cancelamento da DCOMP de n° 12508.68989.200404.1.3.045945, contemplado no Pedido de Cancelamento objeto do PER/DCOMP de n° 31582.70457.150604.1.8.042474; 2. NÃO RECONHECER à empresa, o direito creditório junto à Fazenda Nacional, referente a pagamento indevido ou a maior de CSLL, código 6773, efetuado em 31/03/2004, no valor de R$ 289.477,98, através de DARF, no valor de R$ 11.161.395,02, tendo em vista que, contrariamente à pretensão da mesma, o pagamento da CSLL decorrente do ajuste anual do exercício de 2004, anocalendário de 2003, foi efetuado em valor menor que o devido; 3. NÃO HOMOLOGAR, com base nas orientações contidas na IN SRF n° 600/2005, a compensação efetuada pelo contribuinte, objeto da DCOMP de n° 41165.93038.150604.1.3.041898. Para se contrapor às razões da Delegacia de origem, a Contribuinte apresentou estes argumentos em sua manifestação de inconformidade: A interessada foi intimada de decisão que indeferiu sua compensação de crédito de CSLL, sob o argumento de inexistência em virtude de retificação da DIPJ/2004 efetuada em 23/10/2008. Ocorre que tal análise não condiz com a realidade. Observese. A DIPJ original entregue dia 29/06/2004 constava CSLL a pagar de R$ 11.440.525,54 e foi pago R$ 11.161.395,02 diferença a pagar R$ 279.130,52. Houve um novo cálculo e em 10/01/2005 foi retificada para a DIPJ para CSLL a pagar R$ 10.871.917,04 e foi pago R$ 11.161.395,02 crédito a compensar de R$ 289.477,98. Como novo cálculo de PIS/COFINS e em 23/10/2008 foi retificada a DIPJ, onde, quando da retificação, foram Fl. 143DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 10 9 importados dados indevidos da DIPJ original, onde constava CSLL a pagar de R$ 11.440.525,54. Quer dizer, o crédito existe e a diferença foi gerada por equívoco da DIPJ, já corrigido. Pelo demonstrado, vem a interessada requerer que seja dado provimento à presente MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE, no sentido de ser considerada válida a compensação efetuada, uma vez que tal foi gerada por débito na DIPJ. A Delegacia de Julgamento continuou não reconhecendo o alegado direito creditório e, por essa razão, manteve a negativa para a DCOMP. Em seu recurso voluntário, a Contribuinte alega: que tentou proceder à retificação do erro, e que essa retificação não foi aceita pela Recorrida sob a alegação de que foi realizada após o recebimento do despacho decisório, o que na visão do Fisco é vedado; que é direito do Contribuinte que a Autoridade revise, até mesmo de ofício, o procedimento baseado em erro de fato, conforme restou demonstrado nos autos; que a Delegacia de origem deveria ter transformado o processo em diligência e solicitado documentos ou até mesmo determinado uma perícia, onde certamente poderia ter visualizado o crédito da Recorrente, crédito que foi visualizado apenas por questões restritivas fundamentadas em instruções normativas criadas ao arrepio da lei; que ratifica as razões de sua manifestação de inconformidade, como se aqui estivessem transcritas; e que estas razões não foram objeto de análise nas decisões anteriores. São improcedentes os argumentos da Recorrente. A Delegacia de Julgamento esclareceu muito bem os aspectos que estão presentes no caso sob exame: (...) Segundo o despacho decisório eletrônico, constatada a existência do pagamento, não foi homologada a compensação pleiteada tendo em vista que o DARF discriminado no PER/DCOMP [R$ 11.161.395,02 (fl. 20)] não foi nem suficiente para quitar o saldo a pagar da CSLL (31/12/2003) informado pelo contribuinte na DIPJ ativa, referente ao ano calendário de 2003, no montante de R$ 11.440.525,54. A contribuinte alega erro de informação já corrigido na DIPJ, o que não condiz com os fatos apurados neste julgamento. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 11 10 Consta à folha 72 relação das DIPJs entregues pelo contribuinte, destacandose 03 (três) relativas ao ano calendário de 2003. Alega a contribuinte, sem trazer prova alguma, advindas de sua contabilidade, dos valores realmente devidos, o que já desatende ao disposto no art. 16, III, do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972, que na DIPJ original, entregue em 29/06/2004, constava CSLL a pagar de R$ 11.440.525,54, retificada em 10/01/2005 para R$ 10.871.917,04, tendo sido pago R$ 11.161.395,02, o que resulta crédito a compensar de R$ 289.477,98. No entanto, consulta às declarações apresentadas (fls. 98, 99 e 38/67) não dão validade à sua alegação. De acordo com o sistema IRPJ/CONSULTA (fl. 72), a contribuinte apresentou as seguintes declarações para o ano calendário de 2003: 1ª) 29/06/2004 n° 0912518 (original cancelada); 2ª) 10/01/2005 n° 1240657 (retificadora cancelada); e 3ª) 23/10/2008 n° 1327274 (retificadora ativa). Na primeira (fl. 98), informou CSLL a pagar de R$ 10.871.917,04. Na segunda (fl. 99), manteve a CSLL a pagar em R$ 10.871.917,04. No entanto, na terceira DIPJ, apresentada em 23/10/2008 (n° 1327274), na qual se baseou o despacho decisório, retificou a informação da CSLL a pagar para R$ 11.440.525,54 (fl.67). Assim, ao contrário do que afirma, ao invés de retificar o valor da CSLL a pagar de R$ 11.440.525,54 para R$ 10.871.917,04, retificouo de R$ 10.871.917,04 para R$ 11.440.525,54. Logo, o débito de CSLL a ser considerado é R$ 11.440.525,54, informado na DIPJ ativa. Concluise, portanto, que não poderia a autoridade a quo reconhecer crédito algum para a interessada, dado que o valor recolhido já fora, ao tempo do decisório, integralmente alocado a débito informado em DIPJ pelo sujeito passivo e, inclusive, inferior ao informado em DIPJ. E, não sendo líquido e certo o crédito contra a Fazenda Pública, não pode ser postulada sua compensação para extinguir débitos do sujeito passivo (art. 170 do CTN)1. Ante o exposto, voto por julgar improcedente a manifestação de inconformidade, para manter o despacho de fl. 78. A alegação de que a retificação da DIPJ não foi aceita porque teria sido realizada após o despacho decisório não guarda nenhuma relação com os fatos. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 12 11 A retificação da DIPJ foi plenamente aceita. Aliás, é justamente a informação contida nesta declaração retificadora que inviabiliza o pleito da Recorrente. No caso, a retificação da DIPJ serviu para aumentar o valor do débito de CSLL do anocalendário 2003, e não para diminuílo (como argumenta a Recorrente). Conforme esclarecido pela Delegacia de Julgamento, as duas primeiras DIPJ, que se encontram canceladas, apresentavam débito de CSLL para 2003 no valor de R$ 10.871.917,04. A terceira DIPJ, que substituiu as anteriores, e que se encontra ativa, registra débito de CSLL no valor de R$ 11.440.525,54. Realmente, a retificação do débito de CSLL não foi de R$ 11.440.525,54 para R$ 10.871.917,04 (como alega a Recorrente), mas sim de R$ 10.871.917,04 para R$ 11.440.525,54. Deste modo, os pagamentos realizados para 2003, no montante de R$ 11.161.395,02, não sendo suficientes nem mesmo para quitar o próprio débito do período, também não poderiam configurar qualquer pagamento a maior. A Administração Tributária apenas utilizou a informação constante da DIPJ retificadora ativa, e a Contribuinte não fez qualquer esforço no sentido de demonstrar que o valor por ela mesma apurado nessa declaração continha algum erro. Vale lembrar que de acordo com o art. 333, I, do Código de Processo Civil Brasileiro – CPC, “o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito”. No caso, é da Contribuinte o ônus de demonstrar a existência de seu alegado direito creditório, sendo também improcedente a alegação de que a Delegacia de origem deveria ter realizado diligência ou determinado perícia, posto que tais procedimentos não se destinam a suprir o ônus probatório que incumbe à Contribuinte. Correta, portanto, a negativa em relação à compensação, eis que não há nenhuma prova do alegado recolhimento a maior de CSLL para o anocalendário de 2003. A Recorrente alega ainda, no caso de ser mantida a negativa da compensação, que não lhe caberia, na qualidade de sucessora, o pagamento de qualquer penalidade sobre débitos cujos fatos geradores ocorreram antes do evento da incorporação, e que só foram lançados (constituídos) depois desse evento societário. É preciso deixar claro que não houve nenhum lançamento de ofício para a exigência de débitos. Também não há qualquer controvérsia sobre o débito objeto da compensação em pauta. O que a Recorrente pretende questionar são os acréscimos moratórios legais incidentes sobre o débito confessado. Quanto a isso, cabe registrar que a jurisprudência colacionada no recurso não se aplica ao caso, porque ela trata de lançamento de multa de ofício por infração cometida pela Fl. 146DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10467.720032/200433 Acórdão n.º 1802001.456 S1TE02 Fl. 13 12 empresa sucedida, em que a exigência fiscal somente é formalizada após o evento da incorporação. Como já mencionado, não houve aqui nenhum lançamento de ofício após a incorporação, para constituição de crédito tributário relativo a fato gerador da incorporada. Não há também que se falar em multa de ofício, porque débitos confessados são sempre exigidos com multa de mora. De acordo com o § 6º do art. 74 da Lei 9.430/1996, “a declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados”. Deste modo, no momento em que a DCOMP foi apresentada pela empresa incorporada, em 15/06/2004, portanto antes da incorporação ocorrida em 30/06/2006, o débito objeto da compensação foi constituído. E se na data da incorporação o débito já estava constituído, por confissão em DCOMP apresentada pela empresa incorporada, a sucessora (Recorrente) deve responder pelos acréscimos moratórios previstos em lei. Com estas razões, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 147DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 15504.015596/2008-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2004
PARCELAMENTO DE PARTE DO DÉBITO DESISTÊNCIA PARCIAL DO RECURSO
O pedido de parcelamento formulado pelo contribuinte equivale à desistência do recurso na parte que foi objeto da confissão.
ACORDO JUDICIAL. RECONHECIMENTO PELA UNIÃO DE FILIAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS A REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. IMPROCEDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES LANÇADAS.
Tendo a União reconhecido que os servidores estaduais efetivados após a Emenda Constitucional n.º 20/1998 são vinculados a Regime Próprio de Previdência Social - RPPS, deixam de ser exigíveis as contribuições para o Regime Geral, incidentes sobre a remuneração desses servidores.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2401-002.804
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, I) por maioria de votos, declarar a decadência até a competência 08/2003. Vencida a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que votou por rejeitar a argüição de decadência. II) por unanimidade de votos, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir o levantamento FPP - Folha de Pagamento Função Pública.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Souza, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2004 PARCELAMENTO DE PARTE DO DÉBITO DESISTÊNCIA PARCIAL DO RECURSO O pedido de parcelamento formulado pelo contribuinte equivale à desistência do recurso na parte que foi objeto da confissão. ACORDO JUDICIAL. RECONHECIMENTO PELA UNIÃO DE FILIAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS A REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. IMPROCEDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES LANÇADAS. Tendo a União reconhecido que os servidores estaduais efetivados após a Emenda Constitucional n.º 20/1998 são vinculados a Regime Próprio de Previdência Social - RPPS, deixam de ser exigíveis as contribuições para o Regime Geral, incidentes sobre a remuneração desses servidores. Recurso Voluntário Provido em Parte
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1924; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 280 1 279 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15504.015596/200812 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401002.804 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 22 de novembro de 2012 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente LOTERIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2004 PRAZO DECADENCIAL EXISTÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO.APLICAÇÃO DO § 4.º DO ART. 150 DO CTN. Constatandose antecipação de recolhimento, devese aferir o prazo decadencial pela regra constante do § 4.º do art. 150 do CTN. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2004 PARCELAMENTO DE PARTE DO DÉBITO DESISTÊNCIA PARCIAL DO RECURSO O pedido de parcelamento formulado pelo contribuinte equivale à desistência do recurso na parte que foi objeto da confissão. ACORDO JUDICIAL. RECONHECIMENTO PELA UNIÃO DE FILIAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS A REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. IMPROCEDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES LANÇADAS. Tendo a União reconhecido que os servidores estaduais efetivados após a Emenda Constitucional n.º 20/1998 são vinculados a Regime Próprio de Previdência Social RPPS, deixam de ser exigíveis as contribuições para o Regime Geral, incidentes sobre a remuneração desses servidores. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 01 55 96 /2 00 8- 12 Fl. 280DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 ACORDAM os membros do colegiado, I) por maioria de votos, declarar a decadência até a competência 08/2003. Vencida a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que votou por rejeitar a argüição de decadência. II) por unanimidade de votos, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir o levantamento FPP Folha de Pagamento Função Pública. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Souza, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 281DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15504.015596/200812 Acórdão n.º 2401002.804 S2C4T1 Fl. 281 3 Relatório Tratase do Auto de Infração – AI n.º 37.187.4360, lavrado contra o sujeito passivo acima identificado, visando à exigência das contribuições dos segurados. De acordo com o Relatório Fiscal, fls. 26/32, o sujeito passivo é uma autarquia estadual com autonomia administrativa e financeira, personalidade jurídica de direito público, prazo de duração indeterminado e sede e foro na Capital do Estado. Continuando, o Fisco assevera que os fatos geradores de contribuições previdenciárias foram as remunerações pagas pelos serviços prestados ao sujeito passivo por segurados empregados vinculadas a Cargo em Comissão de Recrutamento Amplo e de Função Pública da Loteria do Estado de Minas Gerais. A apuração do crédito tomou como base os seguintes itens (levantamentos): a) FFP – Folha de Pagamento Função Pública; b) FPD – Folha de Pagamento Diretoria; e c) FRA – Folha de Pagamento Recrutamento Amplo. Sustenta a Auditoria que, embora os servidores citados contribuíssem para o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais – IPSEMG, eram os mesmos segurados obrigatórios do Regime Geral de Previdência Social, uma vez que o IPSEMG, por não prever dentre os benefícios concedidos o de aposentadoria, não poderia ser considerado Regime Próprio de Previdência Social. Foram apresentados demonstrativos discriminando cada um dos segurados cuja remuneração serviu de base para a apuração fiscal, cujos dados foram coletados de folhas de pagamento, portarias de nomeações e exonerações, termos de posse, notas de empenho e notas de liquidação da despesa. Cientificada do lançamento em 05/09/2008, a autuada apresentou defesa, fls. 43/50, pugnando pela improcedência do crédito, uma vez que os seus servidores seriam amparados pelo regime previdenciário estadual. A Delegacia de Julgamento em Belo Horizonte (MG) achou por bem baixar o processo em diligência, para que a Autoridade Fiscal, esclarecesse a inclusão no levantamento de servidores que foram efetivados pelo Estado de Minas Gerais, ver fls. 104/105. O Fisco manifestouse a fl. 109, asseverando que a referida efetivação somente se deu em 20/11/2003, portanto, em data posterior às competências em que estão incluídos aqueles servidores alçados à condição de efetivos (05, 07, 09 e 10/2003). Foram acostadas cópias das portarias de efetivação. Instada a se pronunciar sobre a Informação Fiscal, a autuada não se pronunciou. Fl. 282DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 A DRJ em Belo Horizonte (MG) declarou improcedente a impugnação, fls. 113/122, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2004 DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. Com a declaração de inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n.° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da Súmula Vinculante n.° 8, publicada no Diário Oficial da Unido em 20/06/2008, o lapso de tempo de que dispõe a Secretaria da Receita Federal do Brasil para constituir os créditos relativos as contribuições previdenciárias, será regido pelo Código Tributário Nacional (Lei n.° 5.172/66), segundo o qual, em se tratando de lançamento de oficio, devese aplicar o prazo decadencial de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN). REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. SERVIDORES TITULARES DE CARGOS EFETIVOS. Pela legislação em vigor, os regimes próprios de previdência social acham se restritos aos servidores titulares de cargos de provimento efetivo, ficando todos os demais servidores públicos submetidos ao Regime Geral de Previdência Social RGPS Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada com a decisão, a autuada interpôs recurso voluntário, fls. 127/136, no qual asseverou, em apertada síntese, que: a) com fundamento no § 4° do artigo 150 do Código Tributário Nacional — CTN e na Súmula Vinculante n° 08, requer a decadência dos créditos referentes às competências de 05 a 09/2003; b) o período do lançamento fiscal, 05/2003 a 12/2004, encontrase sob a vigência do artigo 36 da Constituição Estadual, a qual contemplou os servidores ocupantes de cargo temporário, ou seja, sem vinculo efetivo, no parágrafo 2° do seu artigo 36. Assim, a legislação ordinária relativa a aposentadoria, compatível com a mesma, foi recepcionada; c) em relação ao servidor temporário, a administração mineira optou por abrigálo no Regime Próprio, objeto da Lei Complementar n° 64 de 2002; d) o artigo 108 da Lei Estadual n° 869 de 1952 restringiu seus benefícios aos servidores efetivos,todavia, em 1965 a Lei Estadual 4065, alterando a redação do artigo 108, incluiu, expressamente, todos os demais servidores, quaisquer que seja seu vinculo com o Estado; e) em 1986, foi editada a Lei Estadual n° 9.380 dispondo em seu artigo 2° sobre a vinculação dos servidores civis do estado ao IPSEMG. Depois toda a legislação foi editada conforme o artigo 36 da Carta Estadual e, portanto, sem distinção quanto a natureza do cargo ocupado pelo servidor; Fl. 283DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15504.015596/200812 Acórdão n.º 2401002.804 S2C4T1 Fl. 282 5 f) em virtude da interpretação equivocada do artigo 40 da Constituição Federal, a União vem afrontando seguidamente o Principio Federativo, desrespeitando a competência estadual para dispor sobre o regime próprio de previdência social, sendo que a exação impugnada fere o principio da autonomia estadual, conforme se pode extrair da doutrina de Adilson Abreu Dallari e Celso Antônio; g) a incidência de contribuições previdenciárias sobre vencimentos e vantagens de servidores da LOTERIA, por constituir tributação proibida pelo artigo 150, inciso VI, da Carta, convolase em verdadeiro confisco, já que os valores recolhidos pelo Regime Próprio de Previdência constituem receita estadual. Verificase também ofensa ao inciso IV do mesmo artigo, como se pode ver das lições de Sacha Calmon Navarro Coelho e de Fábio Konder Comparato; h) não há na Constituição Federal qualquer norma que atribua expressamente à União competência para tributar vencimentos de servidores públicos estaduais; i) de acordo com artigo 195, III, da Constituição Federal, a receita da Loteria do Estado de Minas Gerais, deduzidos os custos, é toda destinada a cobrir mediante convênios, bolsas de estudos para estudantes excepcionais carentes e projetos municipais de cunho social; j) mediante a concessão de tutela antecipada em autos de embargos à execução fiscal previdenciária foi concedida à Loteria, Certidão Positiva com Efeito Negativo; k) o auto de infração, sobre não ter amparo legal, não terá efeito prático, já que não possui o condão de cassar uma decisão judicial que favorece a Loteria. Ao final, requer a improcedência do lançamento. O processo veio a julgamento nessa Turma e, na sustentação oral produzida pela Representante da Fazenda Nacional foram suscitadas duas questões, que levaram o colegiado a converter o julgamento em diligência, fls. 241/243. O processo retornou à origem para que se esclarecesse: a) se as contribuições lançadas no AI teriam sido objeto de acordo judicial para inclusão em parcelamento; b) se havia decisão judicial impedindo o Fisco de efetuar lançamento contra a recorrente. Em resposta à diligência foi elaborado o despacho de fls. 255, que carregou as seguintes informações, quanto à inclusão do crédito em parcelamento: Nos termos da alínea “A” do acordo somente os levantamentos FPD e FRA desse lançamento foram incluídos no parcelamento da Lei 11.941/09. O levantamento FFP referese a servidores do Regime Próprio de Previdência, nos termos da alínea “D” do acordo. Portanto não foi objeto de parcelamento. Acerca do impedimento judicial para constituição do crédito, o órgão de origem asseverou: Fl. 284DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 Em cumprimento as decisões proferidas no Mandado de Segurança processo nº 1999.38.00.0178182, entre 13/05/1999 a 21/06/2007, não foram formalizados lançamentos para exigência de contribuições relativas aos servidores públicos estaduais não titulares de cargo efetivo. Essa decisão contemplou tão somente os órgãos da administração direta. Instada a se pronunciar sobre a resposta a diligência, a recorrente confirmou, fls. 263/264, as informações prestadas pela Autoridade Fiscal, aduzindo que o acordo prevê que o Estado de Minas Gerais reconhece serem devidas à União e ao INSS as contribuições previdenciárias relativas aos seus servidores não efetivos, após a publicação da Emenda Constitucional n.º 20/1998, sem prejuízo da aplicação da Súmula Vinculante n.º 08. É o relatório. Fl. 285DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15504.015596/200812 Acórdão n.º 2401002.804 S2C4T1 Fl. 283 7 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. A decadência Observase que a decisão exarada nos autos do Mandado de Segurança nº 1999.38.00.0178182, entre 13/05/1999 a 21/06/2007, vedava a formalização de lançamentos para exigência de contribuições relativas aos servidores públicos estaduais não titulares de cargo efetivo. Todavia, conforme relatado, a decisão disse respeito apenas aos órgãos da administração direta, não interferindo nas ações fiscais intentadas contra a recorrente, que é uma autarquia estadual, portanto, integrante da administração indireta. É cediço que, com a declaração de inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n.º 8.212/1991 pela Súmula Vinculante n.º 08, editada pelo Supremo Tribunal Federal em 12/06/2008, o prazo decadencial para as contribuições previdenciárias passou a ser aquele fixado no CTN. Quanto à norma a ser aplicada para fixação do marco inicial para a contagem do quinquídio decadencial, o CTN apresenta três normas que merecem transcrição: Art. 150 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. ................................................................................................ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. (...) A jurisprudência majoritária do CARF, seguindo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, tem adotado o § 4.º do art. 150 do CTN para os casos em que há Fl. 286DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 antecipação de pagamento do tributo, ou até nas situações em que, com base nos elementos constantes nos autos, não seja possível se chegar a uma conclusão segura sobre esse fato. O art. 173, I, tem sido tomado para as situações em que comprovadamente o contribuinte não tenha antecipado o pagamento das contribuições ou para os casos de aplicação de multa por descumprimento de obrigação acessória. Por fim, o art. 173, II, merece adoção quando se está diante de novo lançamento lavrado em substituição ao que tenha sido anulado por vício formal. Na situação sob enfoque, verifico que, embora não haja relatórios discriminando as guias de recolhimento apresentadas ou o abatimento de créditos do contribuinte no Discriminativo Sintético do Débito, os autos levam a conclusão de que havia guias de recolhimento para o período, uma vez que o Termo de Encerramento da Ação Fiscal – TEAF, fl. 26, traz a informação de que foram analisadas guias de recolhimento durante a auditoria. Assim, seguindo a jurisprudência majoritária do CARF, entendo que deva ser aplicada a norma do art. 150, § 4.º, do CTN, para a contagem do prazo de decadência, mesmo verificando que o sujeito passivo não reconheceu a incidência de contribuições sobre as bases de cálculo apuradas. Esse posicionamento conduz à conclusão de que devam ser excluídas pela caducidade as competências até 08/2003, haja vista que a cientificação do lançamento ocorreu em 05/09/2008. Da incidência do acordo judicial sobre o mérito da causa Nos termos da resposta à diligência as contribuições incidentes sobre a remuneração da Diretoria (levantamento FPD) e dos demais servidores incluídos no levantamento FRA – Folha de Pagamento Recrutamento Amplo, foram incluídas no acordo judicial firmado entre a União e o Estado de Minas Gerais e parceladas nos termos da Lei n.º 11.941/2009. Houve, portanto, renúncia do sujeito passivo em discutir o mérito da contenda quanto a essas contribuições, conforme prescreve o § 2.º do Regimento Interno do Carf, aprovado pela Portaria MF n.º 256/2009, verbis: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2º O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. (...) Permaneceriam em discussão apenas as contribuições apuradas no levantamento FFP – Folha de Pagamento Função Pública. As quais podem ser visualizadas na planilha de fl. 267, onde não está incluído no débito apurado para parcelamento o valor de R$ Fl. 287DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15504.015596/200812 Acórdão n.º 2401002.804 S2C4T1 Fl. 284 9 3.173,52 (três mil, cento e setenta e três reais e cinquenta e dois centavos), que corresponde exatamente ao valor originário lançado menos o valor confessado objeto do acordo. Todavia, verificase que a União reconheceu a inexistência de vinculação dos servidores efetivados ao Regime Geral de Previdência Social RGPS. Vejamos. Os servidores constantes do levantamento FPP são aqueles que foram efetivados nos termos da legislação estadual, conforme se verifica da informação de 109, prestada pelo Fisco em sede de diligência determinada pela DRJ. Na ocasião, informouse que todos os segurados incluídos no levantamento FPP – Folha de Pagamento Função Pública (ver anexo III, fl. 38) foram efetivados em 20 de novembro/2003, conforme consta de ato do Secretário de Estado de Planejamento e Gestão publicado no Jornal Minas Gerais — Caderno I — Diário do Executivo, Legislativo e Publicações de Terceiros do dia 20 de novembro de 2003, cópia às fls. 107/108. Ocorre que, nos termos do acordo mencionado, a União reconheceu que os servidores efetivados são amparados pelo Regime de Previdência Mineiro. Vale a pena transcrever excerto, fl. 237, do instrumento que formalizou o acordo: Desse modo, o Estado de Minas Gerais, a União e o 1NSS, acordam o que se segue: (...) D) A União e o INSS reconhecem que os servidores do Estado de Minas Gerais (incluindo suas autarquias. fundações, o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado e todos os Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário) efetivados nos termos da legislação mineira, especialmente aqueles enquadrados nas espécies a seguir listadas, integram o Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais: 1 servidores a que se referem os arts 105 e 196 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado; II – servidores a que se referem os arts. 7.º e 9.º da Lei Complementar Mineira n.º 100 de 5 de novembro de 2007, inclusive aqueles que já tenham implementado todos os requisitos necessários à concessão do benefício até esta data, bem como os benefícios dele decorrentes. (...) Como se vê, diante do que foi acordado, essa parte do lançamento perdeu a litigiosidade, devendo as contribuições decorrentes do levantamento FFP serem expurgadas do AI, uma vez que a própria União reconheceu que os servidores ali abrangidos não se vinculam ao RGPS. Fl. 288DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 Conclusão Voto por reconhecer a decadência para as competências de 05 a 08/2003 e, no mérito, por dar provimento parcial ao recurso para excluir o levantamento FPP – Folha de Pagamento Função Pública. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 289DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/11 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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