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Numero do processo: 10680.721762/2010-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 07 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2401-000.383
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência
Elias Sampaio Freire - Presidente
Igor Araújo Soares - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
RELATÓRIO
Trata-se de recurso voluntário interposto por TRANSPORTADORA JÚPITER LTDA em face do acórdão que manteve em sua integralidade o crédito tributário discutido no Auto de Infração n° 37.260.021-2, em razão da empresa deixar de arrecadar, mediante desconto nas remunerações, as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço.
O lançamento compreende as competências de 01/2005 a 12/2006.
Foi apresentada impugnação sustentando que o auto de infração ora impugnado não merece ser mantido, argüindo em síntese que não foi observado pelo fisco o princípio da retroatividade benigna, que foi usada base de cálculo incorreta para aferição da obrigação principal, que seria necessária a devida adequação da multa a legislação vigente à época dos fatos geradores e a impossibilidade da multa corresponder ao próprio valor da obrigação principal.
Quando do julgamento em primeira instância a impugnação apresentada não foi conhecida em razão de sua intempestividade, e ,por conseguinte, o crédito tributário lançado restou incólume em sua integralidade.
Em seu recurso, a recorrente argumenta que foi cientificada do lançamento em 08/07/2010 e apresentou defesa tempestiva na data de 09/08/2010, o que, segundo sua tese, estaria dentro dos 30 (trinta) dias após a ciência da autuação.
Acrescenta que em razão da data da impugnação apresentada o acórdão recorrido deve ser reformado e conseqüentemente ser considerada tempestiva a impugnação em tela.
Sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, novamente vieram os autos a este Eg. Conselho.
É o relatório.
Nome do relator: IGOR ARAUJO SOARES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência Elias Sampaio Freire Presidente Igor Araújo Soares Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 80 .7 21 76 2/ 20 10 -7 5 Fl. 183DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 31/07/20 14 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10680.721762/201075 Resolução nº 2401000.383 S2C4T1 Fl. 184 2 RELATÓRIO Tratase de recurso voluntário interposto por TRANSPORTADORA JÚPITER LTDA em face do acórdão que manteve em sua integralidade o crédito tributário discutido no Auto de Infração n° 37.260.0212, em razão da empresa deixar de arrecadar, mediante desconto nas remunerações, as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço. O lançamento compreende as competências de 01/2005 a 12/2006. Foi apresentada impugnação sustentando que o auto de infração ora impugnado não merece ser mantido, argüindo em síntese que não foi observado pelo fisco o princípio da retroatividade benigna, que foi usada base de cálculo incorreta para aferição da obrigação principal, que seria necessária a devida adequação da multa a legislação vigente à época dos fatos geradores e a impossibilidade da multa corresponder ao próprio valor da obrigação principal. Quando do julgamento em primeira instância a impugnação apresentada não foi conhecida em razão de sua intempestividade, e ,por conseguinte, o crédito tributário lançado restou incólume em sua integralidade. Em seu recurso, a recorrente argumenta que foi cientificada do lançamento em 08/07/2010 e apresentou defesa tempestiva na data de 09/08/2010, o que, segundo sua tese, estaria dentro dos 30 (trinta) dias após a ciência da autuação. Acrescenta que em razão da data da impugnação apresentada o acórdão recorrido deve ser reformado e conseqüentemente ser considerada tempestiva a impugnação em tela. Sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, novamente vieram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 184DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 31/07/20 14 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10680.721762/201075 Resolução nº 2401000.383 S2C4T1 Fl. 185 3 Voto Conselheiro Igor Araújo Soares, Relator O recurso voluntário traz como tese única a necessidade de conhecimento da impugnação apresentada por ocasião da cientificação do lançamento, eis que interposta tempestivamente, inobstante a conclusão do v. acórdão de primeira instância sobre o assunto. Assim, para que se acate ou não a tese recursal, cabe a este Colegiado analisar quais foram as efetivas datas em que ocorreram a cientificação do lançamento e o protocolo da peça impugnatória. No entanto, ao buscar tal informação nos autos do presente processo, verifiquei que o Aviso de Recebimento que comprova a efetiva data de cientificação da contribuinte encontrase ilegível (fls. 37) no campo relativo à data de seu recebimento, o que impede, portanto, seja a matéria objeto do recurso analisada de forma inequívoca. Ante todo o exposto, VOTO NO SENTIDO DE CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que baixem os autos a origem e a fiscalização oficie a Agência de Correios respectiva a apresentar o documento em questão (AR), confirmando a data da efetiva entrega do Auto de Infração ao contribuinte, oportunizando o mesmo se manifestar a propósito do resultado da diligência no prazo legal. É como voto. Igor Araújo Soares. Fl. 185DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 31/07/20 14 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 13807.008169/00-57
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 29 00:00:00 UTC 2010
Data da publicação: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 31/08/1995 a 29/02/1996
BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE.
A base de cálculo do PIS, prevista no art. 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior ao de ocorrência do fato gerador, sem correção monetária. (Súmula nº 15 do CARF)
Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 3803-000.381
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para aplicar a tese da semestralidade da base de cálculo do PIS, nos termos da Súmula nº 15 do CARF. Vencido o Relator que votou pelo cancelamento do lançamento. Designado o Conselheiro Alexandre Kern para a redação do voto vencedor
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern Presidente e Redator designado
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Daniel Maurício Fedato, Hélcio Lafetá Reis, Carlos Henrique Martins de Lima e Rangel Perrucci Fiorin.
Nome do relator: Belchior Melo de Sousa
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 31/08/1995 a 29/02/1996 BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. A base de cálculo do PIS, prevista no art. 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior ao de ocorrência do fato gerador, sem correção monetária. (Súmula nº 15 do CARF) Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte
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CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA Não há cerceamento ao direito de defesa, que se estabelece a partir da impugnação, quando o contribuinte demonstra em sua impugnação perfeita compreensão dos termos da autuação. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/08/1995 a 29/02/1996 BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. A base de cálculo do PIS, prevista no art. 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior ao de ocorrência do fato gerador, sem correção monetária. (Súmula nº 15 do CARF) Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para aplicar a tese da semestralidade da base de cálculo do PIS, nos termos da Súmula nº 15 do CARF. Vencido o Relator que votou pelo cancelamento do lançamento. Designado o Conselheiro Alexandre Kern para a redação do voto vencedor AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 81 69 /0 0- 57 Fl. 108DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por ALEXANDRE KERN 2 (assinado digitalmente) Alexandre Kern – Presidente e Redator designado (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa – Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Daniel Maurício Fedato, Hélcio Lafetá Reis, Carlos Henrique Martins de Lima e Rangel Perrucci Fiorin. Relatório Trata o presente de recurso voluntário contra o Acórdão de nº 6.511, de 17 de fevereiro de 2005, da DRJ/São PauloSP, fls. 40 a 51, que considerou o lançamento procedente, em face da manifestação de inconformidade apresentada, fls. 17 a 28. O auto de infração foi lavrado para constituir débitos de PIS correspondentes a diferenças entre os valores devidos à alíquota de 0,75% e os declarados em DCTFs, apurados pela contribuinte à alíquota de 0,65% sobre o faturamento, conforme seu entendimento de fazê lo sob a diretriz dos DecretosLeis nºs 2.445 e 2.449/88 e, após, a Medida Provisória nº 1.212/95. Em sua impugnação a manifestante argumenta que: a) que há um erro latente no auto de infração passível de nulidade: i) posto não ser meio de competente para efetivação da cobrança; ii) por cercear o direito de defesa em face de a ação fiscal ter sido conduzida sem a anuência da fiscalizada; e, iii) por impor aplicação de multa em vez de apenas propor, vez que é peça declaratória do crédito tributário e não constitutiva; b) que efetuou recolhimentos com base na LC nº 07/70 e com as majorações e produzidas pelos DecretosLeis nº 2.445 e 2.449/88; c) em momento posterior que possui créditos decorrentes da inconstitucionalidade dos aludidos dispositivos legais acrescidos de correção monetária, por ter recolhido a contribuição obedecendo o ditame dos DecretosLeis acima considerando o faturamento do mês antecedente em vez de fazêlo tomando o faturamento do sexto mês anterior; d) dispõe do direito de efetuar as compensações dos débitos em apreço. Para amparar seu procedimento interno de compensação serviuse do art. 170 do CTN, do art. 66 da Lei º 8.383/91 e da Lei nº 9.430/96, bem como da autorização contida no art. 1º do Decreto nº 2.138/97 e o art. 12, § 1º da IN SRF nº 21/97. Em seu voto, o nobre relator servese do art. 142 do CTN, do art. 9º do Decreto nº 709.235/72 e de excerto da doutrina para demonstrar a higidez do auto de infração. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 13807.008169/0057 Acórdão n.º 3803000.381 S3TE03 Fl. 109 3 Acerca da correção dos pagamentos alegada pela impugnante rebate a decisão recorrida interpretando o efeito retrospectivo da declaração de inconstitucionalidade dos DecretosLeis nºs 2.445 e 2.449/88 e o conseqüente dever da contribuinte de recolher a contribuição para o PIS à alíquota de 0,75%, obedecendo o ditame da LC nº 07/70. Conclui que não restou comprovada a existência de pagamentos a maior, não sendo suficientes para liquidar o crédito tributário apurado conforme as Leis Complementares nº 07/70 e 17/73. Cientificada em 17 de dezembro de 2007, irresignada, apresenta recurso voluntário em 14 de janeiro de 2008, em que faz uma reprise de toda a argumentação acima veiculada na impugnação e acrescenta que a Fiscalização não apurou de forma adequada a ocorrência do fato infrator e fundamenta o auto de infração numa “presunção injurídica de omissão de contribuição.”. Sustenta, adicionalmente, que tanto o fato de se lhe ter negado o direito de prestar esclarecimentos antes do lançamento, como o duvidoso nexo de causalidade entre as investigações e os resultados da autuação, bem como a omissão de uma discriminação clara e precisa dos dispositivos de lei aplicáveis ao caso, sendo indicada uma relação genérica e exaustiva de dispositivos legais, obstruiu de forma incontornável a defesa da recorrente. Pede, ao fim a anulação do auto de infração. É o relatório Voto Vencido Conselheiro Belchior Melo de Sousa, Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. Com o devido respeito, a peça recursal, não diferente da impugnatória, estendendose demasiadamente em seus arrazoados, colacionando, inclusive, alguns retalhos de argumentos impertinentes, inclinase para se constituir numa peça de retórica, matizada: a) pelos motivos legalmente insubsistentes para a nulidade do auto de infração, já adequadamente rebatida pela decisão recorrida; b) pela tese da anuência prévia, pela contribuinte, à Fiscalização para que esta procedesse à ação fiscal, de modo a não lhe ser subtraído o ensejo ao contraditório já naquela fase, sob pena de conspurcar o feito fiscal de cerceamento do direito de defesa, quando o contraditório é aspecto do processo, enquanto requisito do devido processo legal, que se constitui com a impugnação tempestiva; c) pela alegação sem trazer aos autos nenhuma prova de que efetuara corretamente os recolhimentos à luz da LC nº 07/70; d) pela contradição interna de que efetuara os recolhimentos corretamente sob o prisma da LC nº 07/70, quando em argumento posterior declara têlos feito obedecendo Fl. 110DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por ALEXANDRE KERN 4 aos DecretosLeis declarados inconstitucionais, nºs 2.445 e 2.449/88, com base no faturamento do mês antecedente, exsurgindo daí o crédito que alegou possuir, se fosse aplicada a semestralidade prevista na dita lei complementar; e) pela afirmação de que o lançamento teve como fundamento uma presunção injurídica; f) pelos argumentos alheios à causa neste processo sobre a forma como deva se dar a compensação dos créditos que alegou ter. Além da impertinência quanto a esta matéria, que não é controvérsia deste processo, a Defesa é contraditória também neste ponto ao fundamentar a compensação que almeja concomitantemente no art. 66 da Lei nº 8.383/91 e no art. 74 da Lei nº 9.430/96. O procedimento previsto na primeira lei foi alterado pela segunda, a Lei nº 9.430/96, passando a ser a compensação a pedido e realizada em procedimentos internos à Secretaria da Receita Federal (e posteriormente declarada, sob condição resolutória em nova alteração). Por tudo isso, pela clareza do feito fiscal a não demandar tamanho esforço retórico, e sem comprovar a recorrente que efetuara os recolhimentos à alíquota de 0,75%, como era devido, o cerne da questão, apenas afirmando que os fizera corretamente, o provimento ao recurso poderia negado. Contudo, em sua não tão feliz construção, ao ferir a tecla de matéria que se constitui no teor da Súmula nº 15 deste Conselho, segundo a qual “a base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar Nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária.”, para contestar os valores da ação fiscal, tomados para cada fato gerador a base de cálculo de cada mês, assentese que a súmula deve ser aplicada sumariamente. Ocorre que as circunstâncias como a que se apresentam nestes autos, dada a ocorrência de pagamentos e o crédito tributário ser constituído para cobrar diferenças em razão da alíquota utilizada, desenham um quadro teratológico cuja aplicação da súmula em sua solução suscita a dicotomia de demandar dois direcionamentos para o julgamento. O primeiro, é considerarse que a essência primária do auto de infração são as bases de cálculo com base no faturamento dos meses considerados na ação fiscal, que receberam a incidência da alíquota errada, 0,65%, e, feita a reparação aplicandose a alíquota de 0,75% sobre a mesma base, terse em vista que o recolhimento da contribuição devida não se daria no mês subseqüente como consta do lançamento, mas seis meses após, em obediência à súmula. Adotar esta solução, implica em cotejar a contribuição devida, agora não mais com os pagamentos efetuados no mês subseqüente, mas, logicamente, com os pagamentos efetuados seis meses após àquelas bases. Recompor a planilha de cálculo com outros valores de pagamentos diferentes do que foram tomados resulta de erro na correta descrição do fato, requisito intrínseco do auto de infração, caracterizando vício formal, do que decorre não se poder dizer que o auto de infração é ou não procedente. O auto deve ser anulado. A segunda posição é, tomandose como essencial apenas os meses em que se deram a incidência na atuação do Fisco e desprezandose a materialidade das bases de cálculo trabalhadas no procedimento fiscal, ir em busca das bases que se fundam no faturamento de seis meses anteriores (anteriores a que? ao fato gerador considerado?). A conclusão não é diferente, pois agora está caracterizado o erro na fiel descrição do fato consubstanciado nas equivocadas bases tomadas. De igual modo, o erro eiva o lançamento de vício formal. O resultado do julgamento deve ser o mesmo. Fl. 111DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 13807.008169/0057 Acórdão n.º 3803000.381 S3TE03 Fl. 110 5 Gizese que adotarse uma outra série de pagamentos ou outra série de bases de cálculo não se confunde com o erro de fato de quantificação de base de cálculo no âmbito do seu respectivo fato gerador, consubstanciando isso inexatidões materiais ou erros de cálculos, vícios estes que poderiam ser saneados dentro do próprio auto de infração. Qualquer reparação nos elementos formais do auto de infração tomados equivocadamente por erro de identidade, é novo lançamento. Dessumese que no mesmo lançamento não é possível reparar a incorreta descrição dos fatos. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso e cancelar o auto de infração, como decorrência de aplicação da súmula nº 15 deste CARF. Sala das Sessões, em 29 de abril de 2010 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Voto Vencedor Conselheiro Alexandre Kern, Relator designado Ouso divergir do ínclito relator, quanto à anulação do lançamento por vício formal, como consequência da aplicação da Súmula nº 15 do CARF. Os antigos Primeiro e Segundo Conselho de Contribuintes consagraram o entendimento de que a base de cálculo das contribuições para o PIS e para o Pasep, com a declaração de inconstitucionalidade do DecretoLei nº 2.445, de 29 de junho de 1988, e do DecretoLei nº 2.449, de 21 de julho de 1988, voltou a ser dissociada do faturamento ou das receitas e transferências ocorridas no período de apuração atinente ao de ocorrência do fato gerador, para vincularse ao do sexto mês anterior tese da semestralidade sumulada no âmbito desses dois colegiados e objeto da atual Súmula nº 15 do CARF. No caso de lançamento que tenha sido efetuado considerando como base de cálculo da contribuição o faturamento ou as receitas e transferências mensais, a jurisprudência então dominante no âmbito do 2º Conselho de Contribuintes sempre foi no sentido de determinar a adequação da referida base aos ditames das respectivas Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e Lei Complementar nº 8, de 7 de setembro de 1970, de modo a refletir o faturamento ou receitas e transferências ocorridas no sexto mês anterior ao de ocorrência do fato gerador, sem correção monetária. A 3ª Turma Especial, em linha com jurisprudência das demais turmas da Terceira Seção e da CSRF1, majoritariamente, vem entendendo que esse procedimento não infirma o lançamento fiscal, eis que, qualitativamente, não há alteração na base de cálculo, mas, tãosomente, quantitativamente, decotandose os excessos eventualmente existentes nos períodos de apuração abertos no lançamento. 1 À guisa de exemplo, ver o recente Acórdão nº 930300.534, de 10 de dezembro de 2009, da 3ª Turma da CSRF. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por ALEXANDRE KERN 6 Marcos Vinícius e Maria Teresa2 já ensinaram que, nos termos da Lei da Ação Popular, vício formal é a omissão ou observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato (Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965, art. 4º, alínea b”). O vício de forma existe sempre que na formação ou na declaração da vontade traduzida no ato administrativo foi preterida alguma formalidade essencial ou que o ato não reveste a forma legal. Formalidade é, a seu turno, todo o ato ou fato, ainda que meramente ritual, exigido por lei para segurança da formação ou da expressão da vontade de um órgão de uma pessoa coletiva3, ou ainda, mostramse como prescrições de ordem legal para feitura do ato ou promoção de qualquer contrato, ou solenidades próprias à validade do ato ou contrato4. A propósito, é posição assente na doutrina e na jurisprudência5 que a omissão de requisitos essenciais à formação do ato – vício formal, portanto enseja a nulidade do lançamento apenas quando cercear o direito de defesa do contribuinte como um todo, caso contrário, em nome dos princípios da formalidade mitigada e da salvabilidade do processo, o ato deverá ser sanado. Para as demais incorreções e omissões que não alcancem as formalidades essenciais, a menos que fique cabalmente comprovado o prejuízo para o sujeito passivo, não se pronunciará a nulidade do ato, sanandose tais ocorrências, salvo se não influírem no julgamento da lide ou tiverem sido causadas pelo próprio sujeito passivo. No caso concreto, não há como inquinar o procedimento de vício formal por erro na correta descrição do fato – e com isso anulálo, como pretendeu o nobre relator – já que os fatos que ensejaram o lançamento estão plenamente descritos na peça infracional e o enquadramento legal infringido também foi informado, dando ao recorrente uma perfeita compreensão dos fatos e dos motivos que ensejaram a lavratura do auto de infração. A comprovação disto é a impugnação e o recurso voluntário apresentados nos quais se constata que o recorrente, compreendendo as acusações que lhe foram imputadas e as disposições legais infringidas, defendeuse plena e precisamente. E em não havendo cerceamento do direito de defesa como um todo, não há falar em anular o lançamento por vício formal. Como se o acima exposto não bastasse, determina a norma do § 3º do art. 59 do Decreto nº 70.235, de 6 de março 1972 PAF que, quando o julgador puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveita a declaração da nulidade, não a pronunciará, nem fará suprir a falta, em medida que visa à economia processual. Afinal, por que anular por vício formal um procedimento que deverá ser totalmente refeito apenas para se implementar o mesmo resultado que se pode obter deste julgamento, com a adequação das base de cálculo dos períodos lançados? Por todo o exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito à semestralidade, para que o crédito tributário seja apurado segundo o determinado pela Lei Complementar no 7, de 1970, pela aplicação da alíquota de 0,75% ao faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, até fevereiro de 1996, inclusive, e o resultado reduzido pelo valor dos pagamentos efetuados relativamente aos períodos de apuração respectivos. 2 NEDER, Marcus Vinícius e LÓPEZ, Maria Teresa Martínez. Processo administrativo fiscal federal comentado. São Paulo: Dialética. 1ª ed. 2002. p. 416. 3 CAETANO, Marcelo. Manual de Direito Administrativo. Lisboa, 10ª ed., 1973, Tomo I, apud ARRUDA, Luiz Henrique Barros de. Manual de processo administrativo fiscal. São Paulo: Resenha Tributária, 1993.p. 83. 4 SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 2008, 27ª ed. p. 635. 5 e.g., GRINOVER, Ada Pellegrini et alli. Nulidades no Processo Penal. São Paulo: RT, 1197. 6ª ed., p. 78/9, e Acórdão 10611.750, Primeiro Conselho de Contribuintes, Sexta Câmara, D.O.U. de 5/4/2001. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 13807.008169/0057 Acórdão n.º 3803000.381 S3TE03 Fl. 111 7 Sala de sessões, em 29 de abril de 2010 Fl. 114DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 10920.911145/2012-51
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jun 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2005
EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS/COFINS.
Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.342
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. A Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel votou pelas conclusões.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2005 EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS/COFINS. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. A Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel votou pelas conclusões. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
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Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. A Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel votou pelas conclusões. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 91 11 45 /2 01 2- 51 Fl. 54DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 09/06/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10920.911145/201251 Acórdão n.º 3801003.342 S3TE01 Fl. 3 2 (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 55DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 09/06/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10920.911145/201251 Acórdão n.º 3801003.342 S3TE01 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o acórdão, julgado pela 3ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Belo Horizonte (DRJ/BHE), referente ao processo administrativo, em que foi julgada improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, não sendo reconhecido o direito creditório. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ/BHE, que assim relatou os autos: O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório nº rastreamento emitido eletronicamente, referente ao PER/DCOMP. O PerDcomp foi transmitido com o objetivo de pedir a restituição de crédito de PIS/PASEP, Código de Receita 8109, no valor original de, decorrente de recolhimento com Darf efetuado. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PerDcomp acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Assim, diante da inexistência de crédito, a restituição foi INDEFERIDA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN). DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade alegando, em síntese, o que se segue: que o PerDcomp referese a crédito decorrente de pagamento a maior de PIS/Cofins, em razão da inclusão do ICMS nas bases de cálculos dessas contribuições; que em relação à base de cálculo da Cofins, a Lei Complementar 70/91, que instituiu a cobrança da contribuição, dispõe em seu art. 2º "que a contribuição incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza"; que em relação à base de cálculo do PIS, a Lei Complementar 07/70, que instituiu a cobrança da contribuição dispõe em seu art. 3º que o Fundo de Participação será constituído por duas parcelas, sendo a segunda com recursos calculados com base no faturamento da empresa; que posteriormente as contribuições ao Fl. 56DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 09/06/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10920.911145/201251 Acórdão n.º 3801003.342 S3TE01 Fl. 5 4 PIS e a Cofins passaram a ser disciplinadas pela Lei 9718/98 que dispõe em seu art. 2º, parágrafo 1º que "entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas"; que a Constituição Federal em seu art. 195, I, b, dispõe que "A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, Estados, DF e dos Municípios e das seguintes contribuições sociais: I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidente sobre: (...) b) a receita ou o faturamento”; que segundo o dispositivo constitucional citado, apenas poder seia reconhecer, como base de cálculo para o PIS e a Cofins, a receita ou o faturamento, não possuindo autorização para incluir em sua base o valor pago a título de ICMS, visto que tal valor constitui ônus fiscal e não faturamento. Requer a reavaliação do Despacho Decisório. Assim, entendeu a DRJ/BHE por conhecer a manifestação de inconformada apresentada, por ser tempestiva e atender os demais pressupostos de admissibilidade. Entretanto, ao analisar o mérito da manifestação de inconformidade, entendeu a DRJ/BHE por indeferir a solicitação, ratificando a decisão da DRF de origem, não reconhecendo o direito creditório e, por conseqüência, não deferindo o pedido de restituição. O referido julgado contou com a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a restituição de crédito que não se comprova existente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte apresentou Recurso Voluntário, postulando a reforma da decisão, por entender que o pedido de restituição de crédito tributário, oriundo da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS se mostra legítimo. Em sua fundamentação, fez a colação de trecho do voto proferido pelo Ministro Marco Aurélio, relator do RE 240.7852/MG, onde ele conclui que o valor correspondente ao ICMS não têm natureza de faturamento ou receita e por isso não incide na base de cálculo do PIS e da COFINS. Fl. 57DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 09/06/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10920.911145/201251 Acórdão n.º 3801003.342 S3TE01 Fl. 6 5 Por fim, refere a Recorrente que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral da matéria no julgamento do RE 574.706, requerendo que o presente recurso fique sobrestado até pronunciamento definitivo pela Suprema Corte, com fundamento no artigo 62A, § 1º, do Regimento Interno do CARF. É o relatório. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 09/06/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10920.911145/201251 Acórdão n.º 3801003.342 S3TE01 Fl. 7 6 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Tanto na manifestação de inconformidade apresentada, quanto no recurso voluntário interposto, a contribuinte manteve o argumento de que deveria ser excluído o ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS. Primeiramente, necessário destacar se há necessidade ou não de sobrestamento do processo. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, em ação declaratória de constitucionalidade proposta pelo Presidente da República (ADC n° 18), deferiu, por maioria, medida cautelar para determinar que juízos e tribunais suspendam o julgamento dos processos em trâmite que envolvam a aplicação do art. 3º, § 2º, I, da Lei 9.718/1998, até o julgamento final da ação pelo Plenário do STF. (MCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito, 13.8.2008) Contudo, em sessão plenária do dia 4.2.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, prorrogar o prazo da decisão liminar concedida, nos termos do voto do relator. (QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Após, em sessão plenária do dia 16.9.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, decidiu novamente por prorrogar o prazo da decisão liminar concedida. (2ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Por fim, em sessão plenária do dia 25.03.2010, o Tribunal, por maioria, resolveu questão de ordem no sentido de prorrogar, pela última vez, por mais 180 dias (cento e oitenta) dias, a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. (3ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Celso de Mello) Deste modo, entendese que após decorrido o prazo de 180 dias, a contar de 25.03.2010, perdeu a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. Assim, entendese que não deve haver o sobrestamento da matéria. Outrossim, cabe ainda destacar que o § 1º do Art. 62A do Regimento Interno do CARF que faz referência a contribuinte no presente Recurso Voluntário (interposto em 19/12/2013), estava inclusive já revogado pela Portaria MF nº 545, de 18 de novembro de 2013. Cumpre ressaltar inclusive que a presente Turma ao apreciar a mesma matéria já se manifestou no sentido de não sobrestar o processo. Tal decisão ocorreu por unanimidade nos autos do processo administrativo n° 10950.003104/201071, de Relatoria do Conselheiro José Luiz Bordignon, em sessão de 27 de novembro de 2012, onde foi lavrado o acórdão n° 3801001.593. No referido acórdão, assim restou decidido: Fl. 59DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 09/06/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10920.911145/201251 Acórdão n.º 3801003.342 S3TE01 Fl. 8 7 “Acordam os membros do colegiado: (I) Por unanimidade de votos, não sobrestar o processo; (II) Por unanimidade votos, negar provimento ao recurso em relação às preliminares de cerceamento de defesa e de que o crédito tributário já sido constituído pelo contribuinte; (III) Pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso em relação à preliminar de vício do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que reconheciam a nulidade; (IV) Por unanimidade de votos, no mérito, negar provimento ao recurso.” (grifouse) Deste modo, entendo por não sobrestar o presente processo. Analisando o mérito, verificase que a recorrente alega que a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS promovida pela Lei n° 9.718/98 violou dispositivos da Constituição Federal de 1988. Pretende, em suma, a inconstitucionalidade de lei tributária. Portanto, pretendendo a contribuinte a inconstitucionalidade de lei tributária, necessário que seja aplicada ao presente caso a Súmula n° 2 do CARF, que assim dispõe: SÚMULA Nº 2 do CARF: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Por se tratar de matéria constitucional, não sendo competência deste Conselho a sua análise, encaminho voto por negar provimento ao mérito do recurso, consoante o que vem sendo julgado por este Conselho Neste sentido as seguintes ementas deste Conselho: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. Período de apuração: 01/09/2001 a 30/09/2001PIS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. Sendo a base de cálculo da Cofins o faturamento, nele se incluindo todas as parcelas que o compõem, deve o ICMS integrála. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula CARF nº 2. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. (Acórdão n° 3302 000.745, julgado em 10/12/2010, grifouse) PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005, 2006, 2007 INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas são incompetentes para apreciar argüições de inconstitucionalidade de lei regularmente editada, tarefa privativa do Poder Judiciário. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007 MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. Nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de Fl. 60DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 09/06/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10920.911145/201251 Acórdão n.º 3801003.342 S3TE01 Fl. 9 8 novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis, será aplicada à multa de oficio de 150%. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2005, 2006, 2007 PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO ISS E TPT. IMPOSSIBILIDADE. Para fins de determinação da base de cálculo do PIS e da Cofíns, os tributos que podem ser excluídos da receita bruta são o IPI e o ICMS, quando cobrados pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. (Acórdão 1102 000.519, julgado em 03/10/2011, grifouse) Deste modo, encaminho o voto por negar provimento ao recurso voluntário, em razão deste Conselho não ser competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula n° 02 do CARF). É necessário igualmente analisar o mérito do recurso, em que pese as considerações acima trazidas. Apesar de entendimento diverso desse relator, o pedido do contribuinte vai de encontro com a jurisprudência dominante e sumulada do STJ. Importante referir que o pedido da recorrente não possui respaldo no Superior Tribunal de Justiça, que já editou Súmula com o seguinte teor: STJ Súmula nº 68 15/12/1992 DJ 04.02.1993 ICM Base de Cálculo do PIS A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS. Em igual sentido o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região assim tem se manifestado: EMENTA: PIS. COFINS. ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. INADMISSIBILIDADE. Os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Por isso, são receitas próprias da contribuinte, não podendo ser excluídos do cálculo do PIS/COFINS, que têm, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. É constitucional e legal a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, nos termos do art. 3º, §2º, I, da Lei 9.718/98. (TRF4, AC 5008959 23.2010.404.7000, Primeira Turma, Relatora p/ Acórdão Maria de Fátima Freitas Labarrère, D.E. 12/09/2013) Deste modo, entendese que os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Assim, seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Diante disso, são receitas próprias da contribuinte, não Fl. 61DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 09/06/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10920.911145/201251 Acórdão n.º 3801003.342 S3TE01 Fl. 10 9 podendo deixar de ser incluídos no cálculo do PIS e da COFINS, que tem, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. Assim, incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Em face do exposto, encaminho o voto para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. É assim que voto. Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator Relator Fl. 62DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 09/06/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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Numero do processo: 10215.720217/2008-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Jun 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008
CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE.
Estando presentes nos autos elementos de prova que permitam ao julgador formar convicção sobre a matéria em litígio, não se justifica a realização de diligência.
RECURSO DESTITUÍDO DE PROVAS.
O Recurso deverá ser instruído com os documentos que fundamentem as alegações do interessado.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-002.113
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso.
Assinado digitalmente.
José Raimundo Tosta Santos Presidente na data da formalização.
Assinado digitalmente.
Rubens Maurício Carvalho - Relator.
EDITADO EM: 06/06/2014
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Núbia Matos Moura, Atilio Pitarelli, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos André Rodrigues Pereira Lima.
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE. Estando presentes nos autos elementos de prova que permitam ao julgador formar convicção sobre a matéria em litígio, não se justifica a realização de diligência. RECURSO DESTITUÍDO DE PROVAS. O Recurso deverá ser instruído com os documentos que fundamentem as alegações do interessado. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente. José Raimundo Tosta Santos Presidente na data da formalização. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho - Relator. EDITADO EM: 06/06/2014 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Núbia Matos Moura, Atilio Pitarelli, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos André Rodrigues Pereira Lima.
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DESNECESSIDADE. Estando presentes nos autos elementos de prova que permitam ao julgador formar convicção sobre a matéria em litígio, não se justifica a realização de diligência. RECURSO DESTITUÍDO DE PROVAS. O Recurso deverá ser instruído com os documentos que fundamentem as alegações do interessado. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente. José Raimundo Tosta Santos Presidente na data da formalização. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 06/06/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 5. 72 02 17 /2 00 8- 33 Fl. 122DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 10215.720217/200833 Acórdão n.º 2102002.113 S2C1T2 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Núbia Matos Moura, Atilio Pitarelli, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Relatório Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto de forma livre o relatório do acórdão da instância anterior de fls. 99 a 103: Tratase de impugnação, protocolizada em 03 de novembro de 2008, em resistência ao Auto de Infração, fls. 42/54, lavrado em face da Interessada, já qualificada nos autos, em procedimento de verificação do cumprimento de obrigações tributárias referente ao IRPF, anoscalendários 2003 a 2007, no qual foram apuradas as seguintes infrações: 1. Omissão de rendimentos do trabalho com vínculo empregatício recebidos de pessoa jurídica. 2. Dedução indevida de dependente. 3. Dedução indevida de despesas médicas. 4. Dedução indevida de despesa com instrução. Resultou a ação fiscal na apuração de um crédito tributário no valor de R$ 24.324,37. Em sua impugnação, fls. 57/60, a Interessada, alega, em síntese, que: “Não podendo a impugnante sofrer agravamento da multa de ofício aplicada, uma vez que o artigo concede 20 dias e o auditor fiscal 05 dias, desviando da finalidade e prejudicando a impugnante”. Apresenta documentação para ilidir as infrações. Requer diligência junto a fonte pagadora Cosanpa, Instituto Luterano de Ensino Superior –Iles e “aos médicos e dentistas, lançados nas Declarações de Imposto de Renda referente aos períodos fiscalizados”. “Requer o cancelamento do auto de infração, por ter o auditor fiscal determinado prazo abaixo do determinado do Regulamento do Imposto de Renda – Decreto 3.000/99, art. 844” e “julgado improcedente o auto de infração, por falta de investigação de profundidade”. É o relatório. Diante desses fatos, as alegações da impugnação e demais documentos que compõem estes autos, o órgão julgador de primeiro grau, ao apreciar o litígio, em votação unânime, julgou procedente em parte o lançamento, reduzindo o IRPF lançado no valor de R$1.160,39, remanescendo um valor de IRPF de R$8.229,53, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa: Fl. 123DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 10215.720217/200833 Acórdão n.º 2102002.113 S2C1T2 Fl. 4 3 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2003, 2004, 2005, 2006, 2007 IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS. MÉDICAS. INSTRUÇÃO. DEPENDENTES Duas são as condições essenciais para que o contribuinte se beneficie de deduções de despesas médicas, dependentes e com instrução. A primeira, deve a dedução de despesa se enquadrar nas condições expressamente estabelecidas em lei, pois tal dedução implica na redução da base de cálculo do IRPF inciso IV, art. 97, CTN. A outra, está devidamente comprovada com documentação idônea. DILIGÊNCIA. FINALIDADE. O julgador administrativo pode indeferir pedido de diligência por considerálo prescindível para o deslinde da lide. Tampouco deve permitir o uso inapropriado da diligência, seja com intuito meramente protelatória ou utilizada como mecanismo de inversão do ônus da prova, do contribuinte para a autoridade fiscal. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, de fls. 108 a 112, ratificando os argumentos de fato e de direito expendidos em sua impugnação e requerendo pelo provimento ao recurso e cancelamento da exigência, cujo conteúdo se resume nos seguintes excertos: I. DILIGÊNCIA/PERÍCIA: Renovamse aqui, todos os argumentos e pedidos laborados na Impugnação para que se faça Justiça, visto que a Delegacia de Julgamento, não providenciou a diligência junto as FONTES PAGADORAS e prestadores de serviços para confrontar, preferiu indeferir, presumindo que a diligência era com fins proletários, que não é verdade, visto que, o prejuízo era apenas da Recorrente. II. PRECLUSÃO PROCESSUAL ADMINISTRATIVA: O artigo 24 da Lei 11.457/2007 determina que o processo administrativo deva ser julgado no prazo de 360 dias e no presente caso, a Impugnação foi protocolada em 03 de novembro de 2008 e submetida ao julgamento em 23 de junho de 2010, perfazendo o total de 385 dias, portanto, atingido pelo instituto da preclusão. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento de segunda instância administrativa. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. ADMISSIBILIDADE Fl. 124DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 10215.720217/200833 Acórdão n.º 2102002.113 S2C1T2 Fl. 5 4 O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim sendo, dele conheço. PRELIMINAR. DILIGÊNCIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. Alega o recorrente cerceamento de defesa decorrente do fato de não ter sido diligenciado pela autoridade fiscal fontes pagadoras, Cosanpa, Intituto Luterano e Ensino Superior de Santarém, Iles, médicos e dentistas, quando tomaram que os documentos solicitados, seriam apresentados em defesa do Recorrente junto a Delegacia de Julgamento em Belém, daí a necessidade do processo ser baixado em diligência. Da análise dos autos, verificase que o interessado foi intimado a apresentar documentação comprobatória para a sua defesa à fl. 38 e com base nos documentos e provas trazidos aos autos fezse o lançamento. Ainda, ao contribuinte foi dado oportunidade em todas as fases processuais de julgamento administrativo, de primeira e segunda instância, condições necessárias para apresentar provas das suas alegações, contudo, preferiu apenas repetir as mesmas razões sem juntar documentos comprobatórios. Descabe o pedido de diligência quando presentes nos autos todos os elementos necessários para que a autoridade julgadora forme sua convicção. As perícias devem limitarse ao aprofundamento de investigações sobre o conteúdo de provas já incluídas no processo, ou à confrontação de dois ou mais elementos de prova também incluídos nos autos, não podendo ser utilizadas para reabrir, por via indireta, a ação fiscal. Portanto, não há in casu justificativa para o deferimento da diligência pleiteada, não se podendo olvidar que é da Recorrente o ônus de provar os fatos extintivos e modificativos do direito da Fazenda Nacional, nos termos do art. 16, inciso III, do Decreto n 70.235/72, c/c o disposto no art. 333 do Código de Processo Civil, que subsidia o Processo Administrativo Fiscal. Sobre o prazo definido para julgamento, não há previsão de pena de nulidade do processo e não há como prosperar essa alegação de Prescrição com base nesse argumento. Não há possibilidade de se sugerir qualquer preterição de direito de defesa, muito menos de se requerer a nulidade da autuação. MÉRITO O que se vê caso é que o contribuinte não apresentou durante a fiscalização e na impugnação documentação hábil para comprovar suas alegações e nessa fase recursal tampouco enfrentou diretamente as razões de mérito expostas pela autoridade julgadora anterior ao manter o lançamento, ainda, tampouco trouxe elementos de prova como deveria ser feito para que isso pudesse socorrêlo, propiciando o necessário convencimento e, conseqüentemente, descaracterizando o que lhe foi imputado pelo fisco. Pelo exposto, não merecendo reparos da decisão recorrida, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO. Assinado digitalmente. Fl. 125DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 10215.720217/200833 Acórdão n.º 2102002.113 S2C1T2 Fl. 6 5 Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S
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Numero do processo: 16327.721065/2012-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jul 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2008
CRÉDITO TRIBUTÁRIO DEPOSITADO JUDICIALMENTE. LANÇAMENTO. MATÉRIA DECIDIDA NO RITO DOS RECURSOS REPETITIVOS. INOCORRÊNCIA. No julgamento proferido no âmbito do Recurso Especial nº 1.140.956-SP não foi apreciada a possibilidade de lançamento, sem aplicação de penalidade e com suspensão da exigibilidade, em face de crédito tributário objeto de depósito judicial integral. ARGÜIÇÃO DE NULIDADE. Embora desnecessário, não é nulo o lançamento que tem por objeto crédito tributário depositado judicialmente. JUROS DE MORA. Não são devidos juros de mora sobre o crédito tributário objeto de depósito no montante integral (Súmula CARF nº 5).
CONCOMITÂNCIA. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1). SOBRESTAMENTO. Se o julgamento do litígio administrativo não depende do julgamento da ação judicial, é desnecessário o sobrestamento.
Numero da decisão: 1101-001.135
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, divergindo os Conselheiros Antônio Lisboa Cardoso e Marcos Vinícius Barros Ottoni que davam provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
EDELI PEREIRA BESSA - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Cristiane Silva Costa, José Sérgio Gomes, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Antônio Lisboa Cardoso.
Nome do relator: EDELI PEREIRA BESSA
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LANÇAMENTO. MATÉRIA DECIDIDA NO RITO DOS RECURSOS REPETITIVOS. INOCORRÊNCIA. No julgamento proferido no âmbito do Recurso Especial nº 1.140.956SP não foi apreciada a possibilidade de lançamento, sem aplicação de penalidade e com suspensão da exigibilidade, em face de crédito tributário objeto de depósito judicial integral. ARGÜIÇÃO DE NULIDADE. Embora desnecessário, não é nulo o lançamento que tem por objeto crédito tributário depositado judicialmente. JUROS DE MORA. Não são devidos juros de mora sobre o crédito tributário objeto de depósito no montante integral (Súmula CARF nº 5). CONCOMITÂNCIA. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1). SOBRESTAMENTO. Se o julgamento do litígio administrativo não depende do julgamento da ação judicial, é desnecessário o sobrestamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, divergindo os Conselheiros Antônio Lisboa Cardoso e Marcos Vinícius Barros Ottoni que davam provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 10 65 /2 01 2- 91 Fl. 225DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 3 2 (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Cristiane Silva Costa, José Sérgio Gomes, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Antônio Lisboa Cardoso. Fl. 226DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 4 3 Relatório BANCO SANTADER (BRASIL) S/A (sucessor de BANCO ABN AMRO REAL S/A), já qualificada nos autos, recorre de decisão proferida pela 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo I que, por unanimidade de votos, julgou IMPROCEDENTE a impugnação interposta contra lançamento formalizado em 18/09/2012, constituindo crédito tributário no valor total de R$ 48.107.444,85. Consta da decisão recorrida o seguinte relato: Tratase de impugnação (fls. 52/80) apresentada em face de Auto de Infração de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (fls. 47/48). Conforme consta no Termo de Verificação Fiscal de fls. 43/44, o contribuinte impetrou o Mandado de Segurança 2008.61.00.0143110, objetivando evitar os efeitos da majoração da alíquota da CSLL ocorrida a partir de maio de 2008, ou seja, de nove por cento para quinze por cento em relação às instituições financeiras. Albergado pela medida judicial, depositou em juízo parcelas da CSLL devidas a título de estimativas e correspondentes às diferenças de alíquotas, conforme demonstrativo às fls. 43. Consulta processual revelou que os autos encontravamse conclusos e pendentes de julgamento final no TRF 3ª Região. Para prevenir a decadência, foi lavrado o Auto de Infração de CSLL, de fls. 43/44, no valor de R$48.107.144,85, referente ao fato gerador ocorrido em 31/12/2008, incluindo os juros de mora calculados até 09/2012. O crédito tributário foi lançado com exigibilidade suspensa e não foi aplicada a multa de ofício, nos termos do art. 63 da Lei nº 9.430/96. A ciência da autuação ocorreu em 18/09/2012. Irresignada, a autuada, em 08/10/2012, protocolizou Impugnação (fls. 52/80), alegando em síntese: · inicialmente, que deve ser reconhecida a nulidade do auto de infração pois o crédito tributário já fora anteriormente constituído mediante o depósito judicial dos valores de CSLL; · o julgamento do processo administrativo deve ser sobrestado até o trânsito em julgado da decisão judicial de mérito; só existe renúncia à esfera administrativa quando a interposição de medida judicial ocorre após a lavratura do auto de infração; · no mérito, não há que prosperar o auto de infração pois é inconstitucional a majoração da alíquota da CSLL promovida pela Medida Provisória nº 413/2008, convertida na Lei nº 11.727/2008, por contrariar, dentre outros preceitos constitucionais, o Princípio da Referibilidade; · com relação ao anobase de 2008, que é o período autuado no presente processo, a majoração de alíquota da CSLL também ofende os princípios constitucionais da irretroatividade e anterioridade; · descabe a exigência de juros de mora por estar a exigibilidade suspensa por depósito judicial, consoante já pacificado no âmbito do CARF. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 5 4 A Turma julgadora rejeitou estes argumentos em acórdão assim ementado: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2007 AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. RENÚNCIA À DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. A propositura de ação judicial, antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, importa a renúncia às instâncias administrativas. Não se conhece da impugnação na parte em que há concomitância de processo administrativo e ação judicial, devendo a discussão administrativa prosseguir normalmente com relação à matéria diferenciada. SOBRESTAMENTO. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. Descabe o sobrestamento do processo administrativo, por falta de previsão legal. DEPÓSITO JUDICIAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. É cabível a constituição do crédito tributário para prevenir a decadência ainda que os valores estejam depositados judicialmente. DEPÓSITO JUDICIAL. JUROS DE MORA. CABIMENTO. Os acréscimos moratórios devem constar no lançamento para prevenir a decadência mesmo quando suspensa a exigibilidade por depósito judicial. Cientificada da decisão de primeira instância em 23/10/2013, em razão do decurso do prazo de 15 (quinze) dias a partir da postagem do documento em sua caixa postal eletrônica (fl. 171), a contribuinte interpôs recurso voluntário, tempestivamente, em 18/11/2013 (fls. 174/205), no qual reprisa os argumentos apresentados na impugnação. Transcreve doutrina e jurisprudência para defender a desnecessidade de lançamento frente a depósito integral do crédito tributário. Invoca o §1o do art. 5o do Decreto lei nº 2.124/84, e aponta que a tese por ele defendida foi acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça no âmbito do REsp nº 1.140.956/SP, no rito dos recursos repetitivos, e assim de observância obrigatória neste Conselho, por força do art. 62A do RICARF. Defende que os atos administrativos são orientados pelos princípios da finalidade, interesse público e eficiência e aduz que em caso de decisão desfavorável os depósitos serão convertidos em renda da União. Afirma a inexistência de renúncia à esfera administrativa, dado que o art. 38 da Lei nº 6.830/80 assim estipula apenas quando a ação judicial é proposta após a lavratura do auto de infração. Classifica de ilógica a presunção legal de desistência, pelo contribuinte, do processo administrativo nos casos em que o ajuizamento de ação judicial é anterior ao auto de infração, cita acórdãos deste Conselho e jurisprudência em favor de seu entendimento, e conclui que outra interpretação feriria os princípios da ampla defesa e do direito de livre petição aos órgãos públicos. Complementa que na ação judicial discutese o direito em tese, e no processo administrativo a hipótese em concreto. E, caso o processo judicial venha a ser extinto sem julgamento do mérito, o princípio da ampla defesa seria desatendido. Transcreve entendimento firmado em acórdão deste Conselho em reforço ao seu entendimento. Fl. 228DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 6 5 Na seqüência, discorre sobre a inconstitucionalidade da instituição, pela Medida Provisória nº 413/2008 (convertida na Lei nº 11.727/2008), de alíquota da CSLL mais gravosa às instituições financeiras, por ofensa ao princípio da referibilidade, bem como aos princípios da irretroatividade e anterioridade. Aponta, ainda, a inaplicabilidade da exigência dos juros de mora, ante o depósito integral do crédito tributário lançado, na medida em que no caso de improcedência da ação judicial, os valores depositados serão convertidos em renda da União devidamente acrescidos dos juros moratórios, que estão sendo atualizados, mês a mês, pela Caixa Econômica Federal. Acrescenta que nos termos do art. 1o, §2o da Lei nº 9.703/98 os depósitos são repassados para a conta única do Tesouro Nacional no mesmo prazo fixado para o recolhimento dos tributos e das contribuições sociais. E, caso não seja apreciado o mérito da exigência, pede o sobrestamento do feito até decisão definitiva na esfera judicial, observando que a falta de fundamentação legal para tanto, alegada pela DRJ, não pode prevalecer, ante a disposição do art. 265, IV do Código de Processo Civil, a ser aplicada subsidiariamente, consoantes julgados administrativos aos quais se reporta. Fl. 229DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 7 6 Voto Conselheira EDELI PEREIRA BESSA A recorrente invoca a observância do art. 62A do RICARF em razão da manifestação do Superior Tribunal de Justiça assim consolidada na ementa do Recurso Especial nº 1.140.956SP: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. AÇÃO ANTIEXACIONAL ANTERIOR À EXECUÇÃO FISCAL. DEPÓSITO INTEGRAL DO DÉBITO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 151, II, DO CTN). ÓBICE À PROPOSITURA DA EXECUÇÃO FISCAL, QUE, ACASO AJUIZADA, DEVERÁ SER EXTINTA. 1. O depósito do montante integral do débito, nos termos do artigo 151, inciso II, do CTN, suspende a exigibilidade do crédito tributário, impedindo o ajuizamento da execução fiscal por parte da Fazenda Pública. (Precedentes: REsp 885.246/ES, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 06/08/2010; REsp 1074506/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 21/09/2009; AgRg nos EDcl no REsp 1108852/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2009, DJe 10/09/2009; AgRg no REsp 774.180/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/06/2009, DJe 29/06/2009; REsp 807.685/RJ, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/04/2006, DJ 08/05/2006; REsp 789.920/MA, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/02/2006, DJ 06/03/2006; REsp 601.432/CE, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/09/2005, DJ 28/11/2005; REsp 255.701/SP, Rel. Ministro FRANCIULLI NETTO, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/04/2004, DJ 09/08/2004; REsp 174.000/RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2001, DJ 25/06/2001; REsp 62.767/PE, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/04/1997, DJ 28/04/1997; REsp 4.089/SP, Rel. Ministro GERALDO SOBRAL, Rel. p/ Acórdão MIN. JOSÉ DE JESUS FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/02/1991, DJ 29/04/1991; AgRg no Ag 4.664/CE, Rel. Ministro GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/08/1990, DJ 24/09/1990) 2. É que as causas suspensivas da exigibilidade do crédito tributário (art. 151 do CTN) impedem a realização, pelo Fisco, de atos de cobrança, os quais têm início em momento posterior ao lançamento, com a lavratura do auto de infração. 3. O processo de cobrança do crédito tributário encarta as seguintes etapas, visando ao efetivo recebimento do referido crédito: a) a cobrança administrativa, que ocorrerá mediante a lavratura do auto de infração e aplicação de multa: exigibilidadeautuação; b) a inscrição em dívida ativa: exigibilidadeinscrição; c) a cobrança judicial, via execução fiscal: exigibilidadeexecução. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 8 7 4. Os efeitos da suspensão da exigibilidade pela realização do depósito integral do crédito exequendo, quer no bojo de ação anulatória, quer no de ação declaratória de inexistência de relação jurídicotributária, ou mesmo no de mandado de segurança, desde que ajuizados anteriormente à execução fiscal, têm o condão de impedir a lavratura do auto de infração, assim como de coibir o ato de inscrição em dívida ativa e o ajuizamento da execução fiscal, a qual, acaso proposta, deverá ser extinta. 5. A improcedência da ação antiexacional (precedida do depósito do montante integral) acarreta a conversão do depósito em renda em favor da Fazenda Pública, extinguindo o crédito tributário, consoante o comando do art. 156, VI, do CTN, na esteira dos ensinamentos de abalizada doutrina, verbis : "Depois da constituição definitiva do crédito, o depósito, quer tenha sido prévio ou posterior, tem o mérito de impedir a propositura da ação de cobrança, vale dizer, da execução fiscal, porquanto fica suspensa a exigibilidade do crédito. (...) Ao promover a ação anulatória de lançamento, ou a declaratória de inexistência de relação tributária, ou mesmo o mandado de segurança, o autor fará a prova do depósito e pedirá ao Juiz que mande cientificar a Fazenda Pública, para os fins do art. 151, II, do Código Tributário Nacional. Se pretender a suspensão da exigibilidade antes da propositura da ação, poderá fazer o depósito e, em seguida, juntando o respectivo comprovante, pedir ao Juiz que mande notificar a Fazenda Pública. Terá então o prazo de 30 dias para promover a ação. Julgada a ação procedente, o depósito deve ser devolvido ao contribuinte, e se improcedente, convertido em renda da Fazenda Pública, desde que a sentença de mérito tenha transitado em julgado" (MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 27ª ed., p. 205/206). 6. In casu, o Tribunal a quo, ao conceder a liminar pleiteada no bojo do presente agravo de instrumento, consignou a integralidade do depósito efetuado, às fls. 77/78: "A verossimilhança do pedido é manifesta, pois houve o depósito dos valores reclamados em execução , o que acarreta a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, de forma que concedo a liminar pleiteada para o fim de suspender a execução até o julgamento do mandado de segurança ou julgamento deste pela Turma Julgadora." 7. A ocorrência do depósito integral do montante devido restou ratificada no aresto recorrido, consoante dessumese do seguinte excerto do voto condutor, in verbis: "O depósito do valor do débito impede o ajuizamento de ação executiva até o trânsito em julgado da ação. Consta que foi efetuado o depósito nos autos do Mandado de Segurança impetrado pela agravante, o qual encontrase em andamento, de forma que a exigibilidade do tributo permanece suspensa até solução definitiva. Assim sendo, a Municipalidade não está autorizada a proceder à cobrança de tributo cuja legalidade está sendo discutida judicialmente." 8. In casu, o Município recorrente alegou violação do art. 151, II, do CTN, ao argumento de que o depósito efetuado não seria integral, posto não coincidir com o valor constante da CDA, por isso que inapto a garantir a execução, determinar sua suspensão ou extinção, tese insindicável pelo STJ, mercê de a questão remanescer quanto aos efeitos do depósito servirem à fixação da tese repetitiva. 9. Destarte, ante a ocorrência do depósito do montante integral do débito exequendo, no bojo de ação antiexacional proposta em momento anterior ao ajuizamento da execução, a extinção do executivo fiscal é medida que se impõe, porquanto suspensa a exigibilidade do referido crédito tributário. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 9 8 10. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Porém, observase que a discussão, naqueles autos, tinha em conta execução fiscal promovida em face de sujeito passivo que promovera depósito judicial classificado como insuficiente pela Municipalidade e, assim, inábil a suspender a exigibilidade do crédito tributário. Aqui, o lançamento foi formalizado sem aplicação de penalidade e com o reconhecimento da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, inexistindo qualquer questionamento acerca da suficiência do depósito judicial. Por sua vez, o voto condutor do julgado antes mencionado principia observando que: Entrementes, dentre os multifários recursos especiais relacionados à questão da impossibilidade de ajuizamento de executivo fiscal, ante a existência de ação antiexacional conjugada ao depósito do crédito tributário, grande parte referese à discussão acerca da integralidade do depósito efetuado ou da existência do mesmo, razão pela qual impõese o julgamento da controvérsia pelo rito previsto no art. 543C, do CPC, cujo escopo precípuo é a uniformização da jurisprudência e a celeridade processual. (destaques do original) Sob esta ótica, o Superior Tribunal de Justiça manifestouse acerca da implementação da suspensão da exigibilidade do crédito tributário em razão de depósito judicial, asseverando que sua implementação, quando integral, impede “atos de cobrança”, dentre os quais inseriu a “lavratura do auto de infração e aplicação de multa”, sem apreciar a possibilidade de lançamento sem aplicação de penalidade e com suspensão da exigibilidade. É nesse contexto específico que exsurge o impedimento à lavratura do auto de infração em face de depósito judicial integral do tributo. No mais, o Superior Tribunal de Justiça teve em conta apenas a extinção do crédito tributário em razão da conversão do depósito em renda da Fazenda Pública, bem como a suficiência do depósito judicial no caso concreto em análise, determinando a extinção da execução fiscal em curso. Concluise, do exposto, que o Superior Tribunal de Justiça não decidiu, no rito do art. 543C, acerca da impossibilidade de lançamento, sem aplicação de penalidade e com suspensão da exigibilidade, de tributo depositado judicialmente. Por tais razões, deve ser REJEITADO o pedido de vinculação ao julgado antes referido, por força do art. 62A do RICARF. Quanto à desnecessidade de lançamento frente a depósito integral do crédito tributário, de fato, a jurisprudência firmouse neste sentido, mas sempre em face de discussões em torno da decadência do direito de o Fisco constituir o crédito tributário, e eventual possibilidade de levantamento dos valores depositados ainda que o sujeito passivo não tivesse sucesso no pleito judicial, caso não formalizado o lançamento no prazo legal. A título de exemplo, citese a ementa resultante da apreciação de Embargos de Divergência em REsp nº 671.773RJ, datada de 23/06/2010: TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA. CORREÇÃO MONETÁRIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. 1990. PRAZO DECADENCIAL PARA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. TERMO Fl. 232DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 10 9 INICIAL. DEPÓSITO JUDICIAL. DISPENSA DO ATO FORMAL DE LANÇAMENTO. PRECEDENTES. 1. O depósito judicial do tributo questionado torna dispensável o ato formal de lançamento por parte do Fisco (REsp 901052 / SP, 1ª S., Min. Castro Meira, DJ de 03.03.2008; EREsp 464343 / DF, 1ª S., Min. José Delgado, DJ 29.10.2007; AGREsp 969579 / SP, 2ª T., Min. Castro Meira, DJ 31.10.2007; REsp 757311 / SC, 1ª T., Min. Luiz Fux, DJ 18.06.2008) . 2. Embargos de divergência a que se dá provimento. Frente a este contexto, não é lícito concluir que, embora desnecessário, seja nulo ou improcedente o lançamento formalizado em face de depósito integral do crédito tributário. Não há notícia de decisão judicial impedindo a formalização do lançamento, a autoridade lançadora era competente, o ato reúne os requisitos expressos no art. 10 do Decreto nº 70.235/72 e veicula crédito tributário ainda não extinto. Em verdade, nulidade somente se verificaria se o art. 142 do CTN fosse interpretado a contrario sensu, de modo a concluir que a vinculação ali expressa não autoriza lançamentos desnecessários. Todavia, este não foi o objetivo do legislador, que fez uso da expressão “vinculado” apenas para afastar a discricionariedade do agente fiscal, e não para impedir atuações que pudessem ser dispensáveis. Recordese, ainda, que a formalização de crédito tributário com exigibilidade suspensa, ainda que por depósito judicial, sempre foi uma prática administrativa que resultou, neste Conselho, na aprovação da Súmula CARF nº 5 (São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral). Neste ponto, portanto, tem razão a contribuinte quando afirma a inaplicabilidade da exigência dos juros de mora. A consolidação da jurisprudência administrativa em favor deste entendimento impõe a exoneração desta parte do lançamento, ainda que ela seja meramente indicativa e não vá ensejar qualquer exigência se o depósito judicial vier a ser convertido em renda da União, extinguindo o crédito tributário na data em que o depósito integral foi promovido. Aliás, em verdade, a indicação de juros no lançamento é dispensável, porque sua aplicação decorre apenas do decurso do prazo a partir da data de vencimento do crédito tributário, independentemente, portanto, de fatos a serem discutidos no contencioso administrativo tributário. Por fim, a recorrente também pretende discutir o mérito da exigência, defendendo que não se verificou a renúncia à esfera administrativa, na medida em que a previsão do art. 38 da Lei nº 6.830/80 estaria limitada aos casos em que a ação judicial é proposta após a lavratura do auto de infração. Ocorre que a interpretação daquele dispositivo está consolidada na Súmula CARF nº 01: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Assim, basta a identidade de objeto para firmarse a concomitância, independentemente do momento em que a ação judicial é proposta, ou do êxito do sujeito passivo em alcançar o exame do mérito de sua causa perante do Poder Judiciário. Fl. 233DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 11 10 A presunção legal de desistência, pelo contribuinte, do processo administrativo nos casos em que o ajuizamento de ação judicial é anterior ao auto de infração está implícita no entendimento sumulado, sendo incabível, aqui, discutir sua validade. Por certo, no processo administrativo discutese a hipótese em concreto, e por esta razão existe a possibilidade de se debater, aqui, aspectos materiais ou formais do lançamento, distintos dos aspectos discutidos no âmbito judicial. Todavia, os argumentos da recorrente dirigemse, apenas, à inconstitucionalidade da instituição, pela Medida Provisória nº 413/2008 (convertida na Lei nº 11.727/2008), de alíquota da CSLL mais gravosa às instituições financeiras, por ofensa ao princípio da referibilidade, bem como aos princípios da irretroatividade e anterioridade. Ou seja, a contribuinte limitase questionar a alteração legislativa, como feito perante o Poder Judiciário, sem veicular qualquer matéria nova, passível de apreciação no âmbito administrativo. Mantémse, portanto, o entendimento já esposado pela decisão recorrida, no sentido de que a concomitância impede a apreciação dos argumentos de defesa acima referidos. Por fim, quanto ao sobrestamento do julgamento, mesmo sendo aplicável, subsidiariamente, o art. art. 265, IV do Código de Processo Civil, não se verifica, aqui, a hipótese ali prevista: Art. 265. Suspendese o processo: [...] IV quando a sentença de mérito: a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente; [...] § 5o Nos casos enumerados nas letras a, b e c do no IV, o período de suspensão nunca poderá exceder 1 (um) ano. Findo este prazo, o juiz mandará prosseguir no processo. Confirmada a concomitância, o litígio administrativo resumese à confirmação da existência do crédito tributário lançado com exigibilidade suspensa e da regularidade deste ato de constituição. Afastados os juros de mora, admitido o lançamento ainda que desnecessário, e inexistindo qualquer questionamento acerca do montante do principal constituído, não subsiste litígio cuja solução dependa do julgamento da ação judicial proposta pela contribuinte. Referida decisão somente será necessária para, eventualmente, restabelecer a exigibilidade do crédito tributário lançado. Diante de todo o exposto, o presente voto é no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, apenas para afastar os juros de mora computados no lançamento. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA – Relatora Fl. 234DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.721065/201291 Acórdão n.º 1101001.135 S1C1T1 Fl. 12 11 Fl. 235DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/06/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 10660.905879/2011-29
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002
INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa baseada em dados declarados pelo sujeito passivo, não infirmada com documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 3803-006.041
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Demes Brito e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002 INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa baseada em dados declarados pelo sujeito passivo, não infirmada com documentação hábil e idônea.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002 INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa baseada em dados declarados pelo sujeito passivo, não infirmada com documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Demes Brito e Jorge Victor Rodrigues. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 0. 90 58 79 /2 01 1- 29 Fl. 160DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/04/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10660.905879/201129 Acórdão n.º 3803006.041 S3TE03 Fl. 161 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte em contraposição à decisão da DRJ Juiz de Fora/MG que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade manejada em decorrência do indeferimento do Pedido de Restituição. O contribuinte havia transmitido Pedido de Restituição (PER) referente a crédito decorrente de alegado pagamento a maior da contribuição para o PIS, no valor de R$ 20.723,70. Por meio de despacho decisório eletrônico, a repartição de origem indeferiu a restituição pleiteada, pelo fato de que o pagamento declarado no PER já havia sido integralmente utilizado na quitação de outros débitos da titularidade do sujeito passivo. Cientificado da decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu o reconhecimento do direito creditório, bem como o deferimento da restituição pleiteada, alegando que o indébito reclamado decorria do reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da contribuição promovido pelo art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. Reportandose aos princípios da verdade material e da moralidade administrativa, requereu a realização de diligências e perícias, para fins de se confirmar o crédito pleiteado. Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários e de representação, assim como cópias do despacho decisório, do DARF e de planilha por ele elaborada. A DRJ Juiz de Fora/MG não reconheceu o direito creditório, fundamentando sua decisão (i) na inaplicabilidade, no presente caso, da decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em sede de recurso extraordinário, (ii) na incompetência da Administração tributária para se manifestar sobre ofensa a princípios constitucionais, (iii) na ausência de eficácia normativa da doutrina e da jurisprudência administrativa e judicial colacionadas na peça recursal, (iv) na ausência de nulidade no despacho decisório e (v) na desnecessidade de realização de diligências e perícias. Constou, ainda, do voto condutor da decisão recorrida que, “no presente caso, não foram trazidos ao processo, quaisquer elementos que viessem a comprovar o direito alegado e mais, a legislação tributária, determina que juntamente com a manifestação de inconformidade devem ser apresentadas as provas que fundamentem de modo concreto e veemente a discordância da contribuinte do entendimento adotado pela administração, precluindo seu direito de fazêlo em outro momento processual”. Cientificado do acórdão da DRJ Juiz de Fora/MG em 7 de novembro de 2013, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 5 de dezembro do mesmo ano, e reiterou seu pedido de reconhecimento do direito creditório e de deferimento integral da restituição, repisando os mesmos argumentos de defesa. Aduziu, ainda, o ora Recorrente, que a Delegacia de Julgamento deveria ter avançado na matéria fática e convertido o julgamento em diligência para que fossem prestados esclarecimentos e apresentada a documentação comprobatória do crédito pleiteado, sem o que tevese por configurado cerceamento do seu direito de defesa. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/04/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10660.905879/201129 Acórdão n.º 3803006.041 S3TE03 Fl. 162 3 Ressaltou, também, que a inobservância da inconstitucionalidade declarada pelo STF acerca do alargamento da base de cálculo da contribuição promovido pela Lei nº 9.718, de 1998, “representa inegável afronta à Constituição Federal e negativa de prestação administrativa”. Junto ao Recurso Voluntário, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários e de representação. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Conforme se verifica do relatório supra, o pedido de restituição foi indeferido pela repartição de origem pelo fato de que o pagamento informado já se encontrava vinculado a outro débito da titularidade do contribuinte, decisão essa mantida pela DRJ Juiz de Fora/MG. De início, registrese que, para se apreciarem pleitos da espécie, não basta que se alegue, em tese, o direito assegurado pela ordem jurídica, havendo necessidade de que os argumentos fáticos trazidos aos autos sejam demonstrados e comprovados, sob pena de total inviabilidade da apreciação do pedido. Não há dúvidas que este Colegiado, por força do contido no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, encontrase obrigado a reproduzir decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal (STF) submetidas à sistemática da repercussão geral (art. 543B do Código de Processo Civil – CPC), mas desde que comprovada, com documentação hábil e idônea, a ocorrência de pagamento indevido relativo à parcela do tributo apurada sobre a base de cálculo prevista em dispositivo legal declarado inconstitucional. No que tange ao material probatório do seu direito, o contribuinte trouxe aos autos apenas cópias de documentos societários, do DARF e de uma planilha por ele elaborada, documentos esses insuficientes à comprovação do indébito, dado que desacompanhados de qualquer elemento da escrituração contábilfiscal e da documentação que a lastreia, estes, sim, consistentes em prova hábil e idônea. Destaquese que, na planilha trazida aos autos pelo contribuinte na primeira instância administrativa, não são identificadas as outras receitas, além do faturamento, que teriam ensejado a tributação indevida decorrente da inconstitucionalidade do preceptivo legal. Para decidir acerca do pedido de reconhecimento do direito creditório decorrente do pagamento da contribuição apurada sobre outras receitas que não o faturamento, em razão da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1988, este Colegiado necessita, além de conhecer os valores envolvidos nas operações mercantis, como o faturamento, o total das outras receitas, a contribuição devida etc., confirmar sua ocorrência na contabilidade da pessoa jurídica. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/04/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10660.905879/201129 Acórdão n.º 3803006.041 S3TE03 Fl. 163 4 Em processos da espécie ao ora analisado, a falta da devida instrução dos autos por parte da pessoa obrigada não pode ser suprida por diligência à repartição de origem, dada a inexistência de um início de prova que convença o julgador quanto à probabilidade de efetiva existência do direito creditório pleiteado, isso em conformidade com os princípios constitucionais da celeridade processual e da eficiência, princípios esses que regem a atuação da Administração Pública, previstos, respectivamente, no art. 5º, inciso LXXVIII, e no art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988. Mesmo considerando o princípio da verdade material, em que a apuração da verdade dos fatos pelo julgador administrativo vai além das provas trazidas aos autos pelo interessado, nos casos da espécie ao ora analisado, a prova encontrase em poder do próprio sujeito passivo, e uma vez que foi dele a iniciativa de instauração do processo, pois que relativo a um direito que ele alega ser detentor, não se vislumbra razão a uma possível inversão do ônus da prova. Mesmo depois de ter sido alertado pelo julgador administrativo de primeira instância acerca da necessidade de apresentação de documentos comprobatórios do crédito pleiteado o Recorrente não se predispôs a instruir o processo nesta segunda instância. Bastaria que o interessado tivesse trazido aos autos cópias da escrituração contábilfiscal abrangendo o período sob análise, observandose as formalidades exigidas pela legislação tributária, para que se tivesse por configurado o início de prova requerido para justificar a realização de diligência ou perícia destinada à confirmação do crédito pleiteado. Uma simples planilha elaborada pelo próprio interessado não supre a necessidade de apresentação da documentação fiscal apta a comprovar os fatos alegados. A não apresentação de provas dos fatos apontados encontrase em total desacordo com a disciplina do art. 16, inciso III, e § 4º, do Decreto nº 70.235, de 1972, que regula o Processo Administrativo Fiscal (PAF), verbis: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 163DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/04/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10660.905879/201129 Acórdão n.º 3803006.041 S3TE03 Fl. 164 5 Em conformidade com o excerto supra, temse que o ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório, amparada em informações declaradas pelo próprio sujeito passivo, presentes nos sistemas da Receita Federal, informações essas não infirmadas com documentação hábil e idônea. Nesse contexto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, em razão da ausência de prova hábil e idônea do direito creditório reclamado. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 164DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/04/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por HELCIO LAFETA REIS
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Numero do processo: 10073.902053/2009-11
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 10 00:00:00 UTC 2014
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Numero da decisão: 3802-003.111
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA DO DIREITO CREDITÓRIO É ônus do contribuinte comprovar a liquidez e certeza de seu direito creditório, conforme determina o caput do art.170 do CTN, devendo demonstrar de maneira inequívoca a sua existência. Bem como o contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. Recurso Voluntário o qual se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 3. 90 20 53 /2 00 9- 11 Fl. 121DF CARF MF Impresso em 10/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 O interessado acima identificado recorre a este Conselho de Contribuintes, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I/RJ. Tratase de Declaração de Compensação Eletrônica, cujo suposto crédito pleiteado é oriundo de pagamento a maior, a título de PIS/COFINS, referente ao período de apuração indicado. Por meio do Despacho Decisório emitido eletronicamente, a DRF Volta Redonda, não homologou a compensação declarada, alegando não restar crédito disponível para a compensação dos débitos informados, em virtude de o pagamento do qual seria oriundo já ter sido integralmente utilizado para quitar débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificada, a Interessada alega em sede de manifestação de inconformidade que: A Empresa apurou créditos de tributos e contribuições pagos indevidamente ou a maior a qual se utilizou dos benefícios legais e que no momento do procedimento das compensações — PER/DCOMP informou corretamente todos os dados constantes no DARF como também o crédito, já identificado no despacho decisório. Tratase então, de apenas proceder as retificações das respectivas DCTFs — Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, o que não invalida o direito de proceder a compensação do pagamento efetuado indevidamente ou a maior. O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, ou seja, o julgamento foi pela improcedência da manifestação de inconformidade, no sentido de manter a não homologação da compensação, por falta de direito creditório, nos seguintes termos: INDÉBITO FISCAL. COMPENSAÇÃO. Somente com a comprovação do pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido, em face da legislação tributária aplicável, cogitase o reconhecimento de indébito fiscal, e da sua utilização na compensação de outros tributos e contribuições. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/09/2001 a 30/09/2001 ÔNUS DA PROVA. ALEGAÇÃO DESACOMPANHADA DE PROVA.PRECLUSÃO. A prova do crédito, que suporta Declaração de Compensação, cabe à contribuinte, devendo ser apresentada até o momento da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, salvo em casos excepcionais legalmente previstos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 10/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10073.902053/200911 Acórdão n.º 3802003.111 S3TE02 Fl. 123 3 Portanto, o julgamento foi no sentido de não acolher a pretensão pela falta de liquidez e certeza do aludido crédito de compensação. Consta a informação que tendo em vista a greve dos correiosETC, não foi possível precisar data do AR, pois o mesmo foi extraviado, dessa forma fica o recurso voluntário aceito. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, a recorrente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira para prosseguimento. É o Relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Trata o presente da não conformidade pela não homologação da compensação do débito declarado, por falta de direito creditório contra a Fazenda Nacional, já que o alegado recolhimento indevido não fora suficiente. O cerne da questão é a comprovação ou não do direito creditório para fins da compensação/restituição. No caso da compensação, o marco inicial do contencioso é declaração produzida pelo próprio contribuinte, que constitui a relação de indébito do Fisco (pagamento indevido) e promove atos para a extinção da obrigação tributária, nos termos do art. 156, II do CTN, que fica sujeita a posterior homologação, ou seja, submetese ao poderdever da Administração de verificação de sua regularidade. A não homologação, não obstante, localizado o pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente fora utilizado para a extinção anterior de outros débitos. De fato, tal constatação decorre diretamente do exame de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF apresentada pelo próprio contribuinte e na qual o pagamento apontado na DCOMP é utilizado totalmente para a quitação do débito indicado. Portanto, a análise das declarações prestadas à Receita Federal mostra que o crédito utilizado na compensação declarada não é suficiente. Não havendo saldo disponível para suporte de uma nova extinção, por meio de compensação. Não há a disponibilidade, tampouco suficiência de tal direito creditório, muito menos a efetividade e regularidade da compensação alegada, por meio da apresentação da escrituração contábil e fiscal. Observase, portanto, que a Receita Federal em dados constantes de seus sistemas informatizados, alimentados por informações prestadas pelo próprio contribuinte, por Fl. 123DF CARF MF Impresso em 10/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 meio de declarações fiscais próprias, constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar tributo informado, logo, tributo considerado devido, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Assim sendo, o Despacho Decisório foi lançado perfeitamente, com base nas informações disponíveis à Receita Federal. Como sabido, a Lei nº 9.430/96 prevê que somente os créditos passíveis de restituição e compensação poderão ser utilizados na compensação tributária. Quanto à retificação da DCTF, como argumenta a recorrente, mesmo que tivesse sido efetuada, não dispensa o dever de comprovar a origem do crédito alegado na PerdComp. Este dever está vinculado a quem solicita, inclusive com prova contábilfiscal robusta para suportar sua alegação, o que não ocorreu ao caso. Esta turma tem admitido a DCTF retificadora mesmo quando posterior à ciência do despacho decisório, desde que acompanhada da prova de erro na DCTF retificada, por meio da escrituração e dos documentos fiscais e contábeis. São exemplos deste entendimento os Acórdãos 3802001.290, de 25/09/2012, relatado pelo Conselheiro José Fernandes do Nascimento, e 3802001.593, de 27/02/2013, relatado pelo Conselheiro Francisco José Barroso Rios, dentre outros. Assim sendo, é ônus do recorrente de comprovar a liquidez e certeza de seu direito creditório, conforme determina o caput do art.170 do CTN, devendo demonstrar de maneira inequívoca a sua existência, e, por conseguinte, o erro em que se fundou a não – homologação dos créditos. A recorrente não comprova a alegação. Não junta aos autos qualquer documento contábilfiscal que pudesse corroborar o direito alegado. Para que o alegado direito a crédito fosse comprovado, a contribuinte deveria ter trazido aos autos o demonstrativo de apuração das contribuições acompanhado da escrituração contábil e fiscal que pudesse lastrear as informações nele contidas. Em face do exposto, observase que a inércia da recorrente, que detém o ônus da prova para comprovar a liquidez e certeza do direito creditório é determinante pelo não reconhecimento do direito creditório reivindicado. No que tange à prova, é de se observar o esclarecimento de Paulo Celso B. Bonilha (Da Prova no Processo Administrativo Tributário, 2ª Edição, Dialética, São Paulo, 1997): “Embora de maior amplitude, o poder de prova das autoridades administrativas deve ser, por uma questão de princípio, distinto do direito de prova a ser exercido pela Fazenda na relação processual. Essa conclusão elementar decorre da própria estrutura da relação processual administrativa, visto que ela pressupõe modos de atuação distintos da Administração: não se confundem as atribuições de defesa da pretensão fiscal e a de julgamento, por isso mesmo desempenhadas por órgãos autônomos. Essas premissas, a nosso ver, justificam as seguintes assertivas: o poder instrutório das autoridades de julgamento (aqui englobamos a de preparo) deve se nortear pelo esclarecimento dos pontos controvertidos , mas sua atuação não pode implicar invasão dos campos de exercício de prova do contribuinte ou da Fazenda. Em outras palavras, o caráter Fl. 124DF CARF MF Impresso em 10/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10073.902053/200911 Acórdão n.º 3802003.111 S3TE02 Fl. 124 5 oficial da atuação dessas autoridades e o equilíbrio e imparcialidade com que devem exercer suas atribuições, inclusive a probatória, não lhes permite substituir as partes ou suprir a prova que lhes incumbe carrear para o processo.” (Grifado) Por essa razão, não se pode aceitar a compensação em discussão, com base nas alegações da recorrente sem documentação necessária à comprovação da consistência dos créditos, que pretende compensar. Por todo o acima exposto, nego provimento ao recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 125DF CARF MF Impresso em 10/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/07/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10909.000787/2004-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MULTA DE OFÍCIO. DISPENSA.
A multa aplicável no lançamento de ofício prevista na legislação tributária é de 75%, por descumprimento à obrigação principal instituída em norma legal. Não há que se falar em indução à erro quando os rendimentos constam como tributáveis no comprovante de rendimentos fornecido pela fonte pagadora.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-002.862
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Presidente.
Assinado digitalmente
NÚBIA MATOS MOURA Relatora.
EDITADO EM: 24/02/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Ewan Teles Aguiar, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2002 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MULTA DE OFÍCIO. DISPENSA. A multa aplicável no lançamento de ofício prevista na legislação tributária é de 75%, por descumprimento à obrigação principal instituída em norma legal. Não há que se falar em indução à erro quando os rendimentos constam como tributáveis no comprovante de rendimentos fornecido pela fonte pagadora. Recurso Voluntário Negado
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MULTA DE OFÍCIO. DISPENSA. A multa aplicável no lançamento de ofício prevista na legislação tributária é de 75%, por descumprimento à obrigação principal instituída em norma legal. Não há que se falar em indução à erro quando os rendimentos constam como tributáveis no comprovante de rendimentos fornecido pela fonte pagadora. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS – Presidente. Assinado digitalmente NÚBIA MATOS MOURA – Relatora. EDITADO EM: 24/02/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 07 87 /2 00 4- 71 Fl. 87DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10909.000787/200471 Acórdão n.º 2102002.862 S2C1T2 Fl. 89 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Ewan Teles Aguiar, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Contra SÉRGIO LUIZ DUARTE PORTO foi lavrado Auto de Infração, fls.16/23, para formalização de exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa ao anocalendário 2001, exercício 2002, no valor total de R$ 22.507,51, incluindo multa de ofício e juros de mora, estes últimos calculados até fevereiro de 2004. As infrações apuradas pela autoridade fiscal, encontramse assim descritas no Auto de Infração: Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica ou física, decorrentes de trabalho com vínculo empregatício. Contribuinte declarou como isentos os rendimentos recebidos da CEEE através do processo 831.09/93, no montante de R$ 36.679,77, cuja natureza foi considerada tributável pela fonte pagadora, conforme Dirf e comprovante de rendimentos. Tais valores são decorrentes de atrasados de bônusalimentação, considerados como de natureza salarial e incorporados aos vencimentos de aposentadoria do contribuinte, por decisão da Justiça do Trabalho. Omissão de rendimentos recebidos a título de resgate de contribuições à previdência privada. Contribuinte deixou de oferecer à tributação rendimentos tributáveis recebidos de Real Prev. e Seguros S/A, CNPJ 33.164.021/000100, no montante de R$ 8.083,02, e Real Fapi, CNPJ 02.333.838/000122, no montante de R$ 1.310,12, apurados conforme Dirf. Inconformado com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação, fls.01/07, que foi devidamente apreciada pela autoridade julgadora de primeira instância, conforme Acórdão DRJ/FNS nº 0714.965, de 23/01/2009, fls. 61/65, decidindose, por unanimidade de votos, pela procedência do lançamento. Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 26/02/2009, Aviso de Recebimento (AR), fls. 68, o contribuinte apresentou, em 23/03/2009, recurso voluntário, fls. 69/75, onde solicita a exclusão da multa de ofício aplicada sobre o montante do IRPF apurado sobre os rendimentos recebidos da CEEE, decorrentes de ação trabalhista, dado que a classificação equivocada dos rendimentos como nãotributáveis deuse em razão da própria sentença trabalhista (pois interpretou que o IRPF teria sido recolhido pela fonte pagadora), o que revela a ausência de intenção do contribuinte em sonegar o tributo devido. Conforme Despacho, fls. 86, de 16/03/2011, o julgamento do recurso voluntário apresentado pelo contribuinte foi sobrestado em razão do disposto no art. 62A, Fl. 88DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10909.000787/200471 Acórdão n.º 2102002.862 S2C1T2 Fl. 90 3 caput e parágrafo 1 , do Anexo II, do RICARF. Ocorre que o referido parágrafo 1º foi revogado pela Portaria MF nº 545, de 18 de novembro de 2013, de sorte que retomase o julgamento do recurso voluntário. É o Relatório. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10909.000787/200471 Acórdão n.º 2102002.862 S2C1T2 Fl. 91 4 Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. No recurso, o contribuinte solicita tãosomente a exclusão da multa de ofício aplicada sobre o montante do IRPF apurado sobre os rendimentos recebidos da CEEE, decorrentes de ação trabalhista, dado que a classificação equivocada dos rendimentos como nãotributáveis teria se dado em razão da própria sentença trabalhista (pois interpretou que o IRPF teria sido recolhido pela fonte pagadora), o que revela a ausência de intenção do contribuinte em sonegar o tributo devido. Ou seja, o recorrente defende a tese de que a multa de ofício deve ser excluída , pois teria sido induzido a erro em razão da sentença trabalhista. Assim, por oportuno, transcrevese a seguir trecho da sentença judicial, fls. 09/13: III DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS: Os descontos previdenciários e fiscais são de responsabilidade da reclamada e presumemse oportunamente, realizados. A ausência de recolhimentos nas épocas próprias, por, culpa exclusiva do empregador, transfere a este a responsabilidade integral pelos mesmos. Indeferese o requerimento da reclamada de que sejam procedidos descontos a este título. De fato, a sentença menciona que os descontos previdenciários e fiscais são de responsabilidade da fonte pagadora, entretanto, em nenhum momento afirma que os valores recebidos pelo contribuinte sejam nãotributáveis. Aliás, a conclusão que se impõe da leitura do trecho acima é justamente de que os rendimentos são tributáveis, pois, caso contrário, não haveria que se falar em responsabilidade da fonte pagadora pela retenção e pelo recolhimento de tributos, caso os rendimentos fossem nãotributáveis. Ressaltese que a fonte pagadora, cumprindo a determinação judicial deixou de reter e recolher o imposto de renda retido na fonte, contudo, informou no comprovante de rendimentos e na Dirf que os rendimentos eram tributáveis, conforme mencionado pela autoridade fiscal no Auto de Infração. Logo, a tese do recorrente de que fora induzido a erro não pode prevalecer. Ademais, cumpre esclarecer que a responsabilidade por infrações tributárias independe da intenção do agente, conforme disposto no art. 136 do Código Tributário Nacional: Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10909.000787/200471 Acórdão n.º 2102002.862 S2C1T2 Fl. 92 5 Por outro lado, temse que a multa de ofício foi aplicada no presente caso conforme disposto no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que a seguir se transcreve: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; A autoridade fiscal verificou que o contribuinte omitiu rendimentos e deixou, conseqüentemente, de recolher o imposto de renda correspondente. Portanto, o contribuinte sujeitase à imposição da multa de ofício, no percentual de 75%. Assim, não há como acolher a pretensão do recorrente de ver afastada a multa de ofício sobre os rendimentos recebidos em decorrência de ação judicial. Ante o exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 91DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 25/02/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 10320.722728/2012-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007, 2008, 2009
CONTRIBUIÇÃO PATRONAL DE EMPREGADO DOMÉSTICO - DEDUÇÃO INDEVIDA.
A dedução da contribuição patronal de empregado doméstico está condicionada à comprovação com documentos hábeis e idôneos, e dentro dos limites impostos pela legislação (Lei 11.324/2006).
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2101-002.480
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado eletronicamente)
MARIA CLECI COTI MARTINS Presidente em exercício e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA CLECI COTI MARTINS (Presidente), CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA, ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, EDUARDO DE SOUZA LEÃO.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2007, 2008, 2009 CONTRIBUIÇÃO PATRONAL DE EMPREGADO DOMÉSTICO - DEDUÇÃO INDEVIDA. A dedução da contribuição patronal de empregado doméstico está condicionada à comprovação com documentos hábeis e idôneos, e dentro dos limites impostos pela legislação (Lei 11.324/2006). Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado eletronicamente) MARIA CLECI COTI MARTINS Presidente em exercício e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA CLECI COTI MARTINS (Presidente), CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA, ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, EDUARDO DE SOUZA LEÃO.
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A dedução da contribuição patronal de empregado doméstico está condicionada à comprovação com documentos hábeis e idôneos, e dentro dos limites impostos pela legislação (Lei 11.324/2006). Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado eletronicamente) MARIA CLECI COTI MARTINS – Presidente em exercício e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA CLECI COTI MARTINS (Presidente), CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA, ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, EDUARDO DE SOUZA LEÃO. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 72 27 28 /2 01 2- 79 Fl. 418DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 25/07/ 2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS 2 O presente recurso voluntário visa reformar o acórdão 0824.756 da 1a. Turma da DRJ/FOR que manteve em parte o crédito tributário do processo. O recorrente argumenta que efetivou o pagamento das contribuições previdenciárias dos seguintes trabalhadores domésticos: 1. Rosinalva Ferreira dos Santos – outubro/2008 a agosto/2009 2. Gracinilton Trindade Castro – setembro/2006 a agosto/2008 3. Maria de Jesus Gomes – agosto/2007 a março/2009 Apresentou documentos e purga pela recepção e procedência do recurso para exonerálo dos débitos tributários referentes aos anos calendários 2007 e 2009. O contribuinte havia pleiteado redução do imposto de renda tendo em vista a contribuição previdenciária patronal paga para empregador doméstico, referente aos anos calendários 2007, 2008 e 2009, nos valores R$ 593,60, R$ 651,40, e R$ 637,56, respectivamente. Documentos apresentados até o momento da impugnação, inclusive, foram analisados. São eles: Cópia das carteiras profissionais dos empregados domésticos acima referidos, com as respectivas anotações; cópias de alguns recolhimentos à Previdência para a sra. Maria de Jesus Gomes, ocorridos em 2010. É o relatório. Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins O recurso é tempestivo e merece ser conhecido. Como já mencionado na decisão do acórdão recorrido, a dedução da contribuição patronal relativa a empregado doméstico no imposto de renda possui algumas restrições que estão explicitadas na Lei 9.250/95, com redação dada pela lei 11.324/2006, conforme a seguir. “Art. 12. Do imposto apurado na forma do artigo anterior, poderão ser deduzidos: ... VII até o exercício de 2012, anocalendário de 2011, a contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico incidente sobre o valor da remuneração do empregado. (vigente à época das declarações do recorrente) ... § 3° A dedução de que trata o inciso VII do caput deste artigo: I está limitada: a) a 1 (um) empregado doméstico por declaração, inclusive no caso da declaração em conjunto; Fl. 419DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 25/07/ 2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 10320.722728/201279 Acórdão n.º 2101002.480 S2C1T1 Fl. 3 3 b) ao valor recolhido no anocalendário a que se referir a declaração; II aplicase somente ao modelo completo de Declaração de Ajuste Anual; III não poderá exceder: a) ao valor da contribuição patronal calculada sobre 1 (um) salário mínimo mensal, sobre o 13o (décimo terceiro) salário e sobre a remuneração adicional de férias, referidos também a 1 (um) salário mínimo; b) ao valor do imposto apurado na forma do art. 11 desta Lei, deduzidos os valores de que tratam os incisos I a III do caput deste artigo; IV fica condicionada à comprovação da regularidade do empregador doméstico perante o regime geral de previdência social quando se tratar de contribuinte individual.” (grifei) O recorrente apresenta informações sobre o que alega no recurso voluntário. Por exemplo, os recibos relativos aos recolhimentos previdenciários da empregada doméstica Maria de Jesus Gomes (fls. 350 a 359) referemse aos meses set, out, nov e dez/2009 e 13o. salário de 2009, que foram quitados no ano calendário 2010. No recurso voluntário alega que o vínculo empregatício vigorou de 1/agosto/2007 a 9/março/2009. Efetivamente assinou a carteira de trabalho para esse período, entretanto, não fez prova do recolhimento das contribuições previdenciárias no ano calendário da declaração de imposto de renda (regime de caixa). Os recibos comprobatórios dos pagamentos dos salários da sra. Maria de Jesus Gomes estão à fls. 134233. Esses recolhimentos não podem ser deduzidos do imposto de renda do contribuinte, pois não estão de acordo com o art. 12, inc. VII, par. 3o., I, b da lei 9250/95. Mais ainda, alguns períodos pelos quais os empregados domésticos foram contratados são concomitantes, conforme registro na Carteira de Trabalho dos empregados. Ou seja, a empregada sra. Maria de Jesus Gomes trabalhou em períodos que concorrem com os trabalhados pelo empregado sr. Gracinilton Trindade Castro(1/agosto/2007 a agosto/2008) e com os trabalhados pela empregada sra. Rosinalva Ferreira dos Santos (outubro/2008 a 9/março/2009). Apenas os pagamentos à previdência para um dos empregados poderia ser considerado, conforme art. 12, inc. VII, par. 3o., I, a. Entretanto, apenas os comprovantes dos recolhimentos a sra. Maria de Jesus Gomes foram trazidos aos autos deste processo, que pelos motivos já relatados, não podem ser aceitos. Os documentos contidos entre as fls. 360 e 362, apenas apresentam cálculos de contribuições previdenciárias a recolher, mas não comprovam que os recolhimentos tenham sido efetivados. Tendo em vista que os documentos comprobatórios apresentados pelo recorrente não justificam a dedução de quaisquer dos empregados domésticos da lista constante do recurso voluntário, negase provimento ao recurso. Recurso não provido. Maria Cleci Coti Martins – Relatora Fl. 420DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 25/07/ 2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS 4 Fl. 421DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 25/07/ 2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS
score : 1.0
Numero do processo: 10120.006642/2006-11
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2002
Ementa PROVAS ACOSTADAS AOS AUTOS APÓS O PRAZO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO VOLUNTÁRIO IMPRESCINDIBILIDADE DA ANÁLISE PARA O DESLINDE DA CONTROVÉRSIA VERDADE MATERIAL.
A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, exceto se comprovado a ocorrência de uma das hipóteses do art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72.
Essa é a regra geral insculpida no Processo Administrativo Fiscal Federal. Entretanto, os Regimentos dos Conselhos de Contribuinte e da Câmara Superior de Recursos Fiscais sempre permitiram que as partes pudessem acostar memoriais e documentos que reputassem imprescindíveis à escorreita solução da lide.
Em homenagem ao princípio da verdade material, pode o relator, após análise perfunctória da documentação extemporaneamente juntada, e considerando a relevância da matéria, integral aos autos, analisando-a, ou convertendo o feito em diligência, motivo da negativa do proviemnto do recurso da nobre Procuradoria.
ITR. ISENÇÃO. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. OBRIGATORIEDADE
Para fins de exclusão da área tributável, a área de preservação permanente (APP) do imóvel rural deve ser obrigatoriamente informada em Ato Declaratório Ambiental (ADA), em relação a fatos geradores ocorridos após o exercício de 2000.
No presente caso, a APP não foi informada em ADA, tempestivamente, motivo da manutenção do lançamento neste ponto.
ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL (ARL). AVERBAÇÃO. ISENÇÃO.
A ARL, devidamente averbada, antes da ocorrência do falto gerador do tributo, proporciona a isenção de ITR, determinada pela Legislação.
No presente caso, a ARL não foi devidamente averbada antes da ocorrência do fato gerador, motivo da manutenção do lançamento neste ponto.
Recursos Especiais da Fazenda Nacional e do Contribuinte negados.
Numero da decisão: 9202-003.099
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recuso especial da Fazenda Nacional. Quanto ao Recurso especial do Contribuinte: 1) Por maioria de votos, negar provimento quanto à reserva legal. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior (Relator), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Votou pelas Conclusões o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. 2) Pelo voto de qualidade, negar provimento quanto à área de preservação permanente. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior (Relator), Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Gustavo Lian Haddad, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Designado para redigir o voto vencedor, quanto ao recurso especial do Contribuinte, o Conselheiro Marcelo Oliveira. Ausente, justificadamente, a Conselheira Susy Gomes Hoffmann.
(Assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Manoel Coelho Arruda Júnior - Relator
(Assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira Redator-Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhaes de Oliveira, Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, exceto se comprovado a ocorrência de uma das hipóteses do art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Essa é a regra geral insculpida no Processo Administrativo Fiscal Federal. Entretanto, os Regimentos dos Conselhos de Contribuinte e da Câmara Superior de Recursos Fiscais sempre permitiram que as partes pudessem acostar memoriais e documentos que reputassem imprescindíveis à escorreita solução da lide. Em homenagem ao princípio da verdade material, pode o relator, após análise perfunctória da documentação extemporaneamente juntada, e considerando a relevância da matéria, integral aos autos, analisandoa, ou convertendo o feito em diligência, motivo da negativa do proviemnto do recurso da nobre Procuradoria. ITR. ISENÇÃO. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. OBRIGATORIEDADE Para fins de exclusão da área tributável, a área de preservação permanente (APP) do imóvel rural deve ser obrigatoriamente informada em Ato Declaratório Ambiental (ADA), em relação a fatos geradores ocorridos após o exercício de 2000. No presente caso, a APP não foi informada em ADA, tempestivamente, motivo da manutenção do lançamento neste ponto. ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL (ARL). AVERBAÇÃO. ISENÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 66 42 /2 00 6- 11 Fl. 335DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 2 A ARL, devidamente averbada, antes da ocorrência do falto gerador do tributo, proporciona a isenção de ITR, determinada pela Legislação. No presente caso, a ARL não foi devidamente averbada antes da ocorrência do fato gerador, motivo da manutenção do lançamento neste ponto. Recursos Especiais da Fazenda Nacional e do Contribuinte negados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recuso especial da Fazenda Nacional. Quanto ao Recurso especial do Contribuinte: 1) Por maioria de votos, negar provimento quanto à reserva legal. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior (Relator), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Votou pelas Conclusões o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. 2) Pelo voto de qualidade, negar provimento quanto à área de preservação permanente. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior (Relator), Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Gustavo Lian Haddad, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Designado para redigir o voto vencedor, quanto ao recurso especial do Contribuinte, o Conselheiro Marcelo Oliveira. Ausente, justificadamente, a Conselheira Susy Gomes Hoffmann. (Assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Júnior Relator (Assinado digitalmente) Marcelo Oliveira – RedatorDesignado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhaes de Oliveira, Elias Sampaio Freire. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Contra o contribuinte interessado foi lavrado, em 3.10.2006, o Auto de Infração/anexos de fls. 01 e 21/28, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário n montante de R$ 180.307,55, a título de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, d exercício de 2002, acrescido de multa de ofício (75,0%) e juros legais calculados at 29.09.2006, incidentes sobre o imóvel rural denominado "Fazenda Santo Antônio de Cima (NIRF 0.551.1907), localizado no município de Ipameri — GO. A ação fiscal, proveniente dos trabalhos de revisão interna das DITR/2002 incidentes em planilha valor (Formulários de fls. 09/10), iniciouse com a intimação de fls. 09, recepcionada em 21.08.2006 ("AR" de fls. 10), exigindose a apresentação dos seguintes documentos de prova, para comprovar dados informados na correspondente DITR/2002: •Copia da Certidão ou Matrícula atualizada do Cartório de Registro de Imóveis competente, • cópia do Ato Declaratório Ambiental — ADA do IBAMA/órgão conveniado, reconhecendo as áreas declaradas como sendo de preservação permanente e/ou de utilização limitada; e • outros documentos e esclarecimentos, por escrito, visando a elucidar os dados contidos na declaração de ITR (DITR). Após regular processamento, interpôs recurso voluntário ao então Terceiro Conselho de Contribuintes contra Decisão da DRJ que julgou procedente o lançamento fiscal, e a Egrégia 2ª Câmara deu provimento parcial ao recurso sintetizado na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 ÁREAS DE RESERVA LEGAL E DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL E AVERBAÇÃO. EXIGÊNCIA. É obrigatória a utilização do Ato Declaratório Ambiental – ADA para fins de redução no cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural e, ainda, a averbação na matrícula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis das áreas de reserva legal, dentro do prazo previsto na legislação. VALOR DA TERRA NUA. LAUDO TÉCNICO. Deve ser aceito como base de cálculo do Imposto o Valor da Terra Nua apurado em laudo técnico apresentado pelo contribuinte, desde que preenchidos os requisitos de admissibilidade exigidos pela administração. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Inconformada, a Fazenda Nacional interpôs Embargos de Declaração, contra o r. acórdão acima proferido pela egrégia 2ª Câmara, alegando que no exame da decisão sob Fl. 337DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 4 enfoque revela a existência de omissão merecedora de reparo, pois olvidou a análise de fato indispensável ao deslinde da controvérsia posta à apreciação, relativo ao não atendimento das normas da ABNT pelo laudo técnico apresentado pelo contribuinte às fls. 199/213, bem como à ausência de ART, devidamente anotada no CREA. Ocorre que, os autos foram encaminhados os autos ao Ilustre Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes, para exame e considerações. Tendo sido decidido da seguinte forma: Exercício: 2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Não havendo omissão no acórdão proferido, mas tentativa de rediscussão de matéria probatória, inexiste base legal para acolhimento dos embargos declaratórios. Embargos de Declaração Conhecidos e Não Acolhidos. Irresignada, a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial (fls. 361367) por contrariedade à lei ou à evidência da prova, com fundamento no artigo 7°, inciso I, do antigo Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais RICSRF, aprovado pela Portaria MF n° 147, de 25 de junho de 2007. Em sede de análise de admissibilidade, entendo caber razão à Fazenda Nacional quando indica a contrariedade aos §§ 40 e 5° do art. 16 do PAF, foi dado seguimento ao Recurso Especial interposto. A Fazenda Nacional arrima seu recurso especial na contrariedade aos §§ 4° e 50 do art. 16 do Decreto 7.235, de 6 de março de 1972 (Processo Administrativo Fiscal — PAF), pois o laudo de avaliação que sustentou a decisão foi acrescentado aos autos apenas junto com o recurso voluntário, e não foi demonstrada nenhuma das exceções previstas nas alíneas do §4°, e na contrariedade à evidência da prova, pois o laudo de avaliação apresentado não obedece a todos os requisitos estabelecidos nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas — ABNT. Nesse sentido, segue a jurisprudência do CARF: Acórdão 30238750: "Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR Exercício: 2000 Ementa: ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. ISENÇÃO. A área de reserva legal, para fins de exclusão da tributação do ITR, deve estar averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis competente, à época do respectivo fato gerador, nos termos da legislação de regência. DO VALOR DA TERRA NUA — SUBAVALIAÇÃO. Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no VTN/ha apontados no SIPT, exigese que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT (NBR 8799/85), demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel, bem como, a existência de características particulares desfavoráveis em relação aos imóveis circunvizinhos. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 4 5 RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO". (Grifos nossos) Acórdão 30239396: "Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rura— ITR Exercício: 2001, 2002 NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA O alegado cerceamento do direito de defesa não procede, uma vez que o laudo não foi elaborado consoante as normas técnicas da ABNT, e a perícia foi denegada pelo órgão julgador de primeiro grau de forma fundamentada, e tal juízo de valor é prerrogativa do órgão julgador, no seu caminho para a formação de sua convicção. ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. À míngua de documentação hábil para retificar a área total do imóvel, incabível a redução da aludida área. PRODUTOS VEGETAIS. Uma vez que o laudo técnico não se reporta aos exercícios do auto de infração, restou inábil para fins de comprovar a existência dos produtos vegetais declarados. VALOR DA TERRA NUA. Comprovada a inabilidade do Laudo, para fins de alterar o Valor da Terra Nua para abaixo do mínimo estatuído, cabe manter a tributação com base no VTN apurado pela fiscalização, a partir de valor constante no SIPT, mantido pela Secretaria da Receita Federal com amparo no art. 14 da Lei n° 9.393/96. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO". (Grifos nossos) Instada a se manifestar a propósito do Recurso Especial da Procuradoria, a contribuinte ofereceu suas contrarrazões (fls. 377381) requerendo darlhe provimento para, reconhecida a divergência apontada, decretar a improcedência da ação fiscal ora combatida, determinando o cancelamento do crédito tributário objeto do lançamento, arquivandose o respectivo processo. Igualmente, o contribuinte interpôs Recurso Especial de Divergência, tempestivo em 26.05.2010 conforme o AR de fls. 375 e recurso de fls.382, contra acórdão guerreado, alega que, ao manter a referida glosa, sob o entendimento de não terem sido provadas adequadamente a existência destas áreas para fins de redução no cálculo do ITR, adotou entendimento divergente daquele proferido nos Acórdãos n°30335.643 e CSRF/03 04.371, apresentados como paradigmas. Assim, tendo sido atendidos os pressupostos de admissibilidade previstos no art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22/06/09, o recurso especial foi admitido. Razão pela qual a Fazenda Nacional fora intimada para apresentar suas contrarrazões, assim o tendo feito, às (fls. 413 420), requerendo o improvimento do recurso interposto pelo recorrente. Fl. 339DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 6 Paradigmas apontados pelo contribuinte: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 ITR ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) E ÁREAS DE RESERVA LEGAL (ARL). A teor do artigo 10, § 7° da Lei n° 9.393/96, modificado pela Medida Provisória 2.16667/200/, basta a simples declaração do contribuinte para fins de isenção do ITR, respondendo o mesmo pelo pagamento do imposto e consectários legais em caso de falsidade. NOS TERMOS DO ARTIGO 10, INCISO II, ALÍNEA "A", DA LEI N° 9.393/96, NÃO SÃO TRIBUTÁVEIS AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO." (Ac. n° 30335.643, Recurso n.° 138.673, Sessão de 11/09/08, Rel. Cons. Nilton Luiz Bartoli) (Doc. 1) anexo. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. "No processo administrativo predomina o princípio da verdade material no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento." (Ac. 10318789 30 Câmara 1° C.C.). LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO REDUÇÃO DO VTNm FORMA DE APRESENTAÇÃO NORMAS DA ABNT RIGOR INAPLICÁVEL A Lei n° 8.847, de 1994, não estabeleceu forma como deve se apresentar o laudo técnico elaborado com a finalidade de reduzir o valor tributável do imóvel questionado a patamar inferior ao VTNm fixado para o respectivo município de localização, tendo determinado apenas a sua emissão por entidades de reconhecida capacitação técnica ou por profissional devidamente habilitado, o que aconteceu no presente caso. Além disso, o Laudo apresentado, mesmo elaborado sem os rigores das normas da ABNT, demonstra que o imóvel objeto da tributação questionada, à época da ocorrência do fato gerador, se diferenciava da média dos demais imóveis da região, justificando a aplicação do VTN indicado no mesmo Laudo, para fins de revisão dos cálculos do ITR lançado. Recurso especial negado. Por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Henrique Prado Megda que deu provimento ao recurso." (Ac. CSRF/0304.371, Sessão de 16/05/2005, Rel. Fl. 340DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 5 7 Cons. Paulo Roberto Cucco Antunes, DOU 26/12/2006) (Doc. 2) incluso. É o relatório. Fl. 341DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 8 Voto Vencido Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior, Relator RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE Presentes os pressupostos de admissibilidade, sendo tempestivo e acatadas pelo ilustre Presidente da 1ª Câmara da 2a SJ do CARF as divergências suscitadas pelo Contribuinte, conheço do Recurso Especial e passo ao exame das razões recursais. Conforme se depreende da análise do Recurso Especial, pretende o recorrente a reforma do Acórdão, alegando, em síntese, que as razões de decidir ali esposadas contrariaram outras decisões à respeito da mesma matéria. A fazer prevalecer sua pretensão, infere que o entendimento consubstanciado nos Acórdãos nºs 30335.643 e CSRF/0304.371, ora adotados como paradigmas, determina que a comprovação da existência das áreas de reserva legal e preservação permanente, para fins de não incidência do ITR, independe do requerimento tempestivo do Ato Declaratório Ambiental – ADA ou mesmo de prévia averbação à margem da matrícula do imóvel, mormente quanto lastreadas em Laudo Técnico com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, ao contrário do que restou decidido pela Turma recorrida. Como se observa, resumidamente, o cerne da questão posta nos autos é a discussão a propósito da exigência do Ato Declaratório Ambiental, ou mesmo a protocolização tempestiva de seu requerimento, bem como a necessidade de averbação da reserva legal junto à matrícula do imóvel, antes da ocorrência do fato gerador, para fins de não incidência do Imposto Territorial Rural sobre as áreas de reserva legal e preservação permanente. Consoante se infere dos autos, conclui se que a pretensão da contribuinte merece acolhimento em parte, por espelhar a melhor interpretação a respeito do tema, em consonância com a farta e mansa jurisprudência administrativa, impondo a reforma do Acórdão recorrido com o fito de restabelecer a ordem legal nesse sentido, como passaremos a demonstrar. DA ÁREA DE RESERVA LEGAL – AVERBAÇÃO E ADA INTEMPESTIVOS Antes mesmo de se adentrar ao mérito, cumpre trazer à baila a legislação tributária específica que regulamenta a matéria, mais precisamente artigo 10, § 1º, inciso II, e parágrafo 7º, da Lei nº 9.393/1996, na redação dada pelo artigo 3º da Medida Provisória nº 2.166/2001, nos seguintes termos: “Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando se a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerar se á: I VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a: Fl. 342DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 6 9 a) construções, instalações e benfeitorias; b) culturas permanentes e temporárias; c) pastagens cultivadas e melhoradas; d) florestas plantadas; II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; [...]§ 7o A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1o, desteartigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001)” (grifamos) Conforme se extrai dos dispositivos legais encimados, a questão remonta a um só ponto, qual seja: a exigência de assentamento nos registros cartorários, de reserva legal em imóvel rural, não é, em si, condição eleita pela Lei para que o proprietário rural goze do direito de isenção do ITR relativo à gleba de terra destinada à proteção ambiental, ao revés do entendimento inscrito no Acórdão recorrido. Melhor elucidando, a norma concessiva do beneficio fiscal em apreço, acima transcrita, sequer fala em necessidade de comprovação por parte do declarante, para fins de afastar a tributação do ITR da parcela destinada à reserva ambiental. Apenas reconhece que a simples declaração do contribuinte, no sentido de que determinada gleba destina se a proteção, é suficiente para assegurar o direito à isenção, sem prejuízo, é obvio, de eventual constatação contrária. Trata se, pois, do conhecido lançamento por homologação, promovido pelo contribuinte sujeito a posterior exame da autoridade fazendária. Com efeito, a partir do momento em que a norma isentiva não exige sequer a comprovação da existência da reserva legal propriamente dita, não há sentido lógico que sustente a exigência do prévio assentamento no Cartório de Registro de Imóveis – CRI, como condição para exclusão da incidência do ITR. Destarte, não sendo legalmente viável exigir a comprovação da existência da área destinada à proteção ambiental, muito menos poderá condicionar a isenção a prévio assentamento cartorário. É preciso reconhecer que ao desvincular a isenção em comento, da necessidade de comprovação da existência da área de reserva legal, a legislação de regência prestigia a destinação ambiental a ser dada à gleba destacada da propriedade rural, em clara preterição a procedimentos burocráticos, que apenas frustrariam o objetivo legal maior, consubstanciado no alcance da exploração consciente e adequada do meio rural, preservando se as condições mínimas para o saudável equilíbrio do meio ambiente. Sob o enfoque da análise de uma norma concessiva de isenção fiscal, a interpretação conferida pela autoridade lançadora, corroborada pela decisão recorrida e defendida pela PFN, no sentido de condicionar a isenção do ITR a prévio registro em cartório da área de proteção ambiental, criando exigências onde a própria Lei instituidora não as criou, Fl. 343DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 10 apenas limita o alcance da norma de isenção em apreço, mediante interpretação extensiva de uma condição não legalmente prevista, o que em letras frias significa clara afronta ao artigo 111, I e II do CTN, que exige uma interpretação literal de tais normas. Não se pode perder de vista ainda o fato de que a isenção, a teor do artigo 176 do CTN, e na esteira da previsão contida no § 6º do artigo 150 da Constituição Federal, decorre da lei que a instituiu, e que especificará, dentre outros aspectos, as condições e os requisitos exigidos para sua concessão, ou seja, a lei instituidora da isenção será especifica e trará todos os elementos necessários para o gozo do beneficio fiscal que está concedendo. Ao que nos parece, o texto codificado lança o alerta de que a isenção reporta se apenas a legislação que a contemplou, estando vinculada aos eventuais requisitos e condições nela expressamente delimitados, marcando sua natureza exclusiva. Tal alerta, vale lembrar, tem dois focos distintos, um direcionado ao sujeito passivo, assegurando lhe o beneficio fiscal se comprovada à observância das condicionantes previstas na legislação que o concedeu, e outro voltado ao sujeito ativo, no sentido de reforçalhe a certeza de que apenas ao legislador especifico é outorgado o direito de condicionar a isenção por ele instituída. Essa natureza exclusiva da norma que concede a isenção fiscal é passo fundamental para bem compreendermos que leis diversas, reguladoras de matérias estranhas à isenção propriamente dita, tais como Direito Civil, Penal, Florestal, etc., não podem servir de fundamento legal nem para o seu gozo, assim como para criar obrigação ou condição que frustre o usufruto do seu direito1. A Lei que concede a isenção, e apenas ela, pode condicionar a sua fruição. Contudo, ainda que a legislação exigisse a comprovação por parte do contribuinte, ad argumentandum tantum, o reconhecimento da inexistência de reserva legal decorrente de um raciocínio presuntivo, não torna essa condição absoluta, sendo perfeitamente possível que outros elementos probatórios demonstrem a efetiva destinação de gleba de terra para fins de proteção ambiental. Em outras palavras, a mera inscrição em Cartório ou ainda o requerimento do ADA, não se perfazem nos únicos meios de se comprovar a existência ou não de reserva legal. Assim, realizado o lançamento de ITR decorrente da glosa de reserva legal, a partir de um enfoque meramente formal, ou seja, pelo não assentamento prévio em cartório ou requisição do ADA, e demonstrada, por outros meios de prova, a existência da destinação de área para fins de proteção ambiental, deverá ser restabelecida a declaração do contribuinte, e lhe ser assegurado o direito de excluir do cálculo do ITR à parte da sua propriedade rural correspondente à reserva legal. Aliás, a jurisprudência Judicial que se ocupou do tema, notadamente após a edição da Lei n° 10.165/2000, corrobora o entendimento encimado, ressaltando, inclusive, que a MP n° 2.166/2001, por ser posterior ao primeiro Diploma Legal, o revogou, fazendo prevalecer, assim, a verdade material. Ou seja, ainda que não apresentado e/ou requerido o ADA no prazo legal ou procedida a averbação tempestiva, conquanto que o contribuinte comprove a existência das áreas declaradas como de preservação permanente e/ou reserva legal, mediante documentação hábil e idônea, quando intimado para tanto ou mesmo autuado, deve ser admitidas para fins de apuração do ITR, consoante se extrai dos julgados assim ementados: “TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR. Fl. 344DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 7 11 LEI N. 9.393/96 E CÓDIGO FLORESTAL (LEI N. 4.771/65). ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVA LEGAL. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO DO IBAMA. MP. 2.16667/ 2001. APLICAÇÃO DO ART. 106 DO CTN. 1. "Ilegítima a exigência prevista na Instrução Normativa SRF 73/2000 quanto à apresentação de Ato Declaratório Ambiental ADA comprovando as áreas de preservação permanente e reserva legal na área total como condição para dedução da base de cálculo do Imposto Territorial Rural ITR, tendo em vista que a previsão legal não a exige para todas as áreas em questão, mas, tão somente, para aquelas relacionadas no art. 3º, do Código Florestal" (AMS 2005.35.000112067/ GO, Rel. Desembargadora Federal Maria do Carmo Cardoso, DJ de 10.05.2007). 2. A Lei n. 10.165/00 inseriu o art. 17º na Lei n. 6.938/81, exigindo para fins de exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal da área tributável a apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA). 3. Consoante a jurisprudência do STJ, a MP 2.16667/ 2001, que dispôs sobre a exclusão do ITR incidente sobre as áreas de preservação permanente e de reserva legal, consoante o § 7º do art. 10 da Lei 9.393/96, veicula regra mais benéfica ao contribuinte, devendo retroagir, a teor disposto nos incisos do art. 106 do CTN, porquanto referido diploma autoriza a retrooperância da lex mitior, dispensando a apresentação prévia do Ato Declaratório Ambiental no termos do art. 17O da Lei n. 6.938/81, com a redação dada pela Lei n. 10.165/00. 4. Apelação provida.” (8ª Turma do TRF da 1ª Região AMS 2005.36.00.0087250/ MT eDJF1 p.334 de 20/11/2009) “EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IMPOSTO TERRITORIAL RURAL ITR. ÁREAS DE RESERVA LEGAL. APRESENTAÇÃO ADA. AVERBAÇÃO MATRÍCULA. DESNECESSIDADE. ÁREAS DE PASTAGENS. DIAT DOCUMENTO DE INFORMAÇÃO E APURAÇÃO. DEMOSTRAÇÃO DE EQUÍVICO. ÔNUS DO FISCO. 1. Não se faz mais necessária a apresentação do ADA para a configuração de áreas de reserva legal e consequente exclusão do ITR incidente sobre tais áreas, a teor do § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393/96 (redação da MP 2.16667/ 01). Tal regra, por ter cunho interpretativo (art. 106, I, CTN), retroage para beneficiar os contribuintes. 2. A isenção decorrente do reconhecimento da área não tributável pelo ITR não fica condicionada à averbação, a qual possui tão somente o condão de declarar uma situação jurídica já existente, não possuindo caráter constitutivo. Fl. 345DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 12 3. A falta de averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel, ou a averbação feita alguns meses após a data de ocorrência do fato gerador, não é, por si só, fato impeditivo ao aproveitamento da isenção de tal área na apuração do valor do ITR, ante a proteção legal estabelecida pelo art. 16 da Lei nº 4.771/65. 4. Cabe ao Fisco demonstrar que houve equívoco no DIAT Documento de Informação e Apuração do ITR, passível de fundamentar o lançamento do débito de ofício, de conformidade com o art. 14, caput, da Lei nº 9.393/96, o que não restou evidenciado na hipótese dos autos. 5. Apelação e remessa oficial desprovidas.” (2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008.70.00.0062742/ PR 28 de junho de 2011) Mais a mais, com esteio no princípio da verdade material, formalismo não deve sobrepor à verdade real, notadamente quando a lei disciplinadora da isenção assim não estabelece. Por sua vez, relativamente à exigência do ADA para fins de comprovação da área de reserva legal, o mesmo entendimento encimado deve ser levado a efeito na análise da demanda, acrescentando se as seguintes peculiaridades. Afora posicionamento pessoal a propósito da matéria, acima explicitado, impende esclarecer que este Egrégio Colegiado já sedimentou o entendimento de que inexiste previsão legal, anteriormente à vigência da Lei no 10.165, de 28/12/2000, contemplando a exigência do ADA para efeito de não incidência de ITR sobre as áreas de preservação permanente e reserva legal. Aliás, o Pleno da CSRF, em 08/12/2009, aprovou a Súmula n° 41, contemplando o tema e rechaçando de uma vez por todas a pretensão da Fazenda nos presentes autos, senão vejamos: “A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000.” No entanto, a jurisprudência deste Colegiado vem firmando o entendimento de que, após a alteração introduzida pela Lei n° 10.165/2000, em que pese à legislação de regência impor a existência do ADA, para fins de fruição do benefício fiscal em comento, em momento algum se reportou ao prazo para tanto. Neste sentido, vários são os julgados que vem acolhendo a pretensão do contribuinte, reconhecendo a isenção de tais áreas, ainda que apresentado ADA intempestivo, como se vislumbra na hipótese dos autos. A corroborar este entendimento, ressalta se que a Instrução Normativa SRF n° 659, de 11/07/2006, não faz qualquer referência a prazo para requisição do Ato Declaratório Ambiental junto ao IBAMA, somente exigindo a apresentação de referido documento, ao contrário do estipulado nas Instruções Normativas SRF nºs 43/1997 e 67/1997, as quais prescreviam o prazo de 06 (Seis) meses, contados da data da entrega da DITR, para protocolização do requerimento do ADA. Partindo dessas premissas, tratando se de área de reserva legal/utilização limitada, devidamente comprovada mediante documentação hábil e idônea trazida à colação pelo contribuinte, ainda que averbada e apresentado o ADA intempestivamente, impõe se o Fl. 346DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 8 13 restabelecimento de parte referida área, glosada pela fiscalização, para efeito da fruição da isenção em comento, sob pena se fazer prevalecer o formalismo em detrimento do princípio da verdade material. No caso, a ARL de 256,92ha foi averbada em 23/03/2007 [fls. 237], ou seja, após o início da ação fiscal [03/10/2006]. Dessa forma, por considerar ter a averbação efeito declaratório, deve ser afastada a glosa da área de 256,92ha, a título de ARL. DÁ ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Por outro lado, no que tange a área de preservação permanente, em nosso entendimento e com arrimo no artigo 10, § 1º, inciso II, e parágrafo 7º, da Lei nº 9.393/1996, na redação dada pelo artigo 3º da Medida Provisória nº 2.166/2001, a sua comprovação, para fins de não incidência do ITR, não depende exclusivamente do requerimento tempestivo do Ato Declaratório Ambiental junto ao IBAMA, bastando que o contribuinte as declare como tal na DITR, ficando sujeito ao pagamento do imposto devidamente corrigido na hipótese de falsidade na informação. Em outras palavras e na esteira do esposado acima, corroborado pela jurisprudência judicial retromencionada e em observância ao princípio da verdade material, o mesmo entendimento levado a efeito na área de reserva legal, via de regra, deve ser adotado para a preservação permanente, no sentido de que a isenção em epígrafe sobre aludidas áreas, independe de prévia comprovação (requisição do ADA), cabendo ao contribuinte a sua demonstração quando intimada para tanto. No caso em tela, contribuinte às áreas declaradas como sendo de utilização limitada (reserva legal e preservação permanente) existem de fato na propriedade do recorrente e está devidamente averbada à margem do registro do imóvel rural objeto da autuação, conforme se comprova com os documentos lá juntados aos autos, inclusive através de Laudo Técnico elaborado dentro dos padrões exigidos pelas normas de regência, portanto, inteiramente hábil e idôneo. Por tais razões, as informações nas quais se baseou o fisco para o lançamento do imposto estão desprovidas de qualquer valor jurídico para esta finalidade, pois, absolutamente, não condizem com a realidade fática, ou seja, com a verdade real, devidamente comprovada no presente feito. Ademais, mesmo intempestivo [31/10/2007] – fl. 237, o ADA foi protocolado pelo Contribuinte. Por todo o exposto, estando o Acórdão guerreado em total dissonância com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO CONHECER DO RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE E DARLHE PROVIMENTO, deve ser afastada a glosa da área de 105,58ha, a título de ARL e APP. Fl. 347DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 14 RECURSO ESPECIAL DO PROCURADOR Conforme se depreende da análise do Recurso Especial, pretende a recorrente, seja acolhida a questão preliminar suscitada, anulandose o acórdão na parte em que acolheu documentação juntada a destempo, ou, eventualmente, seja dado conhecimento e provimento ao Recurso Especial para reformar a decisão recorrida e restaurar o inteiro teor da decisão de primeira instância administrativa. Primeiramente, em relação à questão preliminar relativo à juntada de documentos a destempo, já foi dito anteriormente que, após a alteração introduzida pela Lei n° 10.165/2000, em que pese à legislação de regência impor a existência do ADA, para fins de fruição do benefício fiscal em comento, em momento algum se reportou ao prazo para tanto. Neste sentido, vários são os julgados que vem acolhendo a pretensão do contribuinte, reconhecendo a isenção de tais áreas, ainda que apresentado ADA intempestivo, como se vislumbra na hipótese dos autos. Por fim, requer a Fazenda que seja restaurada o inteiro teor da decisão de primeira instância, que julgou procedente o lançamento fiscal realizado. Contudo, o CARF, reformou parcialmente este julgamento, dando provimento ao VALOR DA TERRA NUA por meio de LAUDO TÉCNICO. Entendendo que deve ser aceito como base de cálculo do Imposto o Valor da Terra Nua apurado em laudo técnico apresentado pelo contribuinte, desde que preenchidos os requisitos de admissibilidade exigidos pela administração. O contribuinte, em relação ao VTN, juntou aos autos laudo técnico robusto que demonstra que o valor de seu imóvel é menor que o apurado pela fiscalização, mas maior que o declarado, motivo pelo qual a Turma a quo acolheu o informado no laudo de fls. 200, conforme folhas 258: A União alega em sede de embargos haver omissão no voto proferido, já que teria aceito laudo técnico sem ART e sem obedecer às normas da ABNT. Entendo não mereça guarida os embargos apresentados. O laudo em que se baseou a decisão é robusto o suficiente para afastar o lançamento quanto ao VTN arbitrado pela fiscalização, obedecendo às normas da ABNT, conforme fls. 149. Ainda que assim não o fosse, este Colegiado pode adotar laudos técnicos, desde que seu conteúdo convença os julgadores das yeracidades das informações. Ademais, diferentemente do que alega a embargante, o referido laudo possui ART, fls. 167/169. Por fim, o que pretende a embargante é discutir novamente o mérito, o que não pode ser realizado em sede de embargos de declaração, mas através de recurso para a CSRF. Tal entendimento está consentâneo com o já manifestado por esta Turma da CSRF. Vejase: Fl. 348DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 9 15 Ac. 9202002.819 Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2002 PROVAS ACOSTADAS AOS AUTOS APÓS O PRAZO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO VOLUNTÁRIO IMPRESCINDIBILIDADE DA ANÁLISE PARA O DESLINDE DA CONTROVÉRSIA VERDADE MATERIAL. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, exceto se comprovado a ocorrência de uma das hipóteses do art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Essa é a regra geral insculpida no Processo Administrativo Fiscal Federal. Entretanto, os Regimentos dos Conselhos de Contribuinte e da Câmara Superior de Recursos Fiscais sempre permitiram que as partes pudessem acostar memoriais e documentos que reputassem imprescindíveis à escorreita solução da lide. Em homenagem ao princípio da verdade material, pode o relator, após análise perfunctória da documentação extemporaneamente juntada, e considerando a relevância da matéria, integral aos autos, analisandoa, ou convertendo o feito em diligência. Recurso especial negado. Dito isso, mantenho o entendimento manifestado na decisão recorrida. É como voto. DISPOSITIVO Por todo o exposto, estando o Acórdão guerreado parcialmente em dissonância com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO CONHECER DO RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE E DAR LHE PROVIMENTO, deve ser afastada a glosa da área de reserva legal [256,92ha] e APP [105,58ha]. E, quanto ao Recurso Especial do Procurador, CONHEÇO DO RECURSO, para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Júnior Fl. 349DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 16 Voto Vencedor Conselheiro Marcelo Oliveira, Designado Com todo respeito ao nobre Relator, divirjo de suas conclusões, no recurso especial do sujeito passivo, nas questões relativas à Área de Reserva Legal (ARL) e à Área de Preservação Permanente (APP). Analisaremos cada uma das áreas. ÁREA DE RESERVA LEGAL (ARL): Quanto a área de reserva legal (ARL), o litígio versa sobre a averbação, antes do fato gerador, da ARL. Cabe deixar expresso que a exigência de averbação da reserva legal é determinação da legislação. Lei 4.771/1965: Art. 16. As florestas de domínio privado, não sujeitas ao regime de utilização limitada e ressalvadas as de preservação permanente, previstas nos artigos 2° e 3° desta lei, são suscetíveis de exploração, obedecidas as seguintes restrições: ... § 2º A reserva legal, assim entendida a área de , no mínimo, 20% (vinte por cento) de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada, a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área. (Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) Essa determinação sofreu alteração pela Medida Provisória 2.166/2001, mas continuou obrigatória a averbação, demonstrando, de forma clara e reiterada a vontade do legislador. Lei 4.771/1965: Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) ... § 8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis Fl. 350DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 10 17 competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) A averbação, portanto, é condição para o usufruto da isenção e deve ser realizada até a data de ocorrência do fato gerador. É, por exemplo, como no caso da legislação exigir a emissão de um certificado, de uma decisão, de uma informação para usufruto de uma isenção e a empresa não possuir essa exigência para certo período, levando a correta conclusão de que não há que se conceder o benefício, por ausência de um dos seus requisitos exigidos pela legislação. Não se trata aqui de verdade material, até pelo motivo de não termos como concluir sobre a verdade existente à época. Tratase de requisito determinado pela legislação, que deve ser cumprido, em respeito à Legalidade. Em nosso entender, a averbação junto ao registro de imóveis competente é essencial para a sua constituição como tal, o que implica a inclusão na base de cálculo do ITR da área ainda não averbada quando da ocorrência do fato gerador do tributo. Chegamos à essa conclusão pela determinação contida na legislação acima (Art 16), assim como por decisão do Supremo Tribunal Federal (Mandado de Segurança nº 22.688/PB), que decidiu que a área só pode ser considerada como de reserva legal com sua averbação. EMENTA: Mandado de segurança. Desapropriação de imóvel rural para fins de reforma agrária. Preliminar de perda de objeto da segurança que se rejeita No mérito, não fizerem os impetrantes prova da averbação da área de reserva legal anteriormente à vistoria do imóvel, cujo laudo (fls. 71) é de 09.05.96, ao passo que a averbação existente nos autos data de 26.11.96 (fls. 73 verso), posterior inclusive ao Decreto em causa, que é de 06.09.96. Mandado de segurança indeferido. Cabe ressaltar voto vista do Ministro Sepúlveda Pertence, no julgado acima, em que há a decisão de que sem a averbação determinada pelo art. 16 da lei nº 4.771/1965 não existe reserva legal. “A questão, portanto, é saber, a despeito de não averbada se a área correspondente à reserva legal deveria ser excluída da área aproveitável total do imóvel para fins de apuração da sua produtividade (...) A reserva legal não é uma abstração matemática. Há de ser entendida como uma parte determinada do imóvel. Sem que esteja determinada, não é possível saber se o proprietário vem cumprindo as obrigações positivas e negativas que a legislação ambiental lhe impõe. Por outro lado, se sabe onde concretamente se encontra a reserva, se ela não foi medida e demarcada, em caso de divisão Fl. 351DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 18 ou desmembramento de imóvel o que dos novos proprietários só estaria obrigado a preservar vinte por cento da sua parte. Desse modo, a cada nova divisão ou desmembramento, haveria uma diminuição do tamanho da reserva, proporcional à diminuição do tamanho do imóvel, com o que restaria frustrada a proibição da mudança de sua destinação nos casos de transmissão a qualquer título ou de desmembramento, que a lei florestal prescreve. Estou assim em que, sem a averbação determinada pelo §2º do art. 16 da lei nº 4.771/1965 não existe reserva legal.” Destacamos, pois importante, que o prazo para a averbação está determinado §1º, Art. 12, do Decreto n° 4.382, de 19 de setembro de 2002 (Regulamento do ITR), que consolidou toda a legislação do ITR, da seguinte forma: “Art. 12. São áreas de reserva legal aquelas averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, nas quais é vedada a supressão da cobertura vegetal, admitindose apenas sua utilização sob regime de manejo florestal sustentável (Lei nº 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.166 67, de 2001). § 1º Para efeito da legislação do ITR, as áreas a que se refere o caput deste artigo devem estar averbadas na data de ocorrência do respectivo fato gerador. Com a necessidade de averbação da ARL, conforme demonstrado acima, o recurso do sujeito passivo deve ser negado, neste ponto. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP): Quanto à ATT, primeiramente, antes de nossa análise, cabe ressaltar a importância do Ato Declaratório Ambiental (ADA). O ADA é documento de cadastro das áreas do imóvel rural junto ao IBAMA e das áreas de interesse ambiental e possui como função cadastramento as áreas de interesse ambiental declaradas, permitindo o controle e verificação dessas áreas pelo órgão responsável pela área ambiental. Com essa declaração, aos órgãos responsáveis, e pela busca da preservação ambiental dessas áreas, o Estado concede isenção tributária quanto ao ITR. Cabe esclarecer que a isenção tributária, como a incidência, decorre de lei. É o próprio poder público competente para exigir tributo que tem o poder de isentar É a isenção um caso de exclusão tributária, de dispensa do crédito tributário, conforme determina o I, Art. 175 do Código Tributário Nacional (CTN). Com essa benesse estatal, isenção, buscase, portanto, uma conduta dos cidadãos. No caso, o objetivo é a preservação das áreas declaradas, pela fiscalização das áreas informadas pelo ADA. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 11 19 Buscase, portanto, estimular a preservação e proteção da flora e das florestas e, conseqüentemente, contribuir para a conservação da natureza e melhor qualidade de vida. Feito o ressalte, cabe analisarmos, no caso em questão, se o contribuinte agiu conforme a legislação. O lançamento referese ao ano de 2002 e nos autos não encontramos ADA entregue antes do fato gerador ao IBAMA. Na análise dos autos, é nosso dever verificar se a exigência está em consonância com o que determina a legislação sobre a matéria. Portanto, cabe a este colegiado decidir sobre a causa, aplicando o direito à espécie. Na legislação está expressa a determinação para a entrega do ADA. Lei 6.938/1981: Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. § 1o A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA. § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. Esclarecemos, também, que a exigência de entrega do ADA não foi alterada pela mudança da Lei 9.393/1996, incluída pela Medida Provisória (MP) 2.16667, de 2001: Lei 9393/1996: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. ... § 7o A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1o, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 20 De forma clara a legislação afirma que a declaração (ADA) para fim de isenção do ITR não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante. Ou seja, o declarante informa o que conceitua como correto, sem prévia comprovação da sua parte, cabendo aos órgãos da administração pública darem solicitarem, ou não, a posterior declaração. Não se deve confundir prévia comprovação do declarado com entrega de declaração, que são dois atos totalmente distintos. O Decreto regulamentador do ITR também possui determinação nesse sentido. Decreto 4.382/2002: Art. 10. Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas: I de preservação permanente; ... § 1º A área do imóvel rural que se enquadrar, ainda que parcialmente, em mais de uma das hipóteses previstas no caput deverá ser excluída uma única vez da área total do imóvel, para fins de apuração da área tributável. § 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17O, § 5º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000); e Portanto, como o ADA não foi apresentado para comprovação da APP, correto está o lançamento. CONCLUSÃO: Em razão do exposto, voto em negar provimento ao recurso do sujeito passivo, quanto à ARL e a APP, nos termos do voto. (Assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 354DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10120.006642/200611 Acórdão n.º 9202003.099 CSRFT2 Fl. 12 21 Fl. 355DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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