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Numero do processo: 10580.726430/2009-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
RESOLUÇÃO STF Nº 245/2002. DIFERENÇAS DE URV CONSIDERADAS PARA A MAGISTRATURA DA UNIÃO E PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL COMO VERBAS ISENTAS DO IMPOSTO DE RENDA PELO PRETÓRIO EXCELSO. DIFERENÇAS DE URV PAGAS AO MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA. NÃO
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA.
A Lei complementar baiana nº 20/2003 pagou as diferenças de URV aos Membros do Ministério Público local, as quais, no caso dos Membros do Ministério Público Federal, tinham sido excluídas da incidência do imposto de renda pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com supedâneo na Resolução STF nº 245/2002, conforme Parecer PGFN nº 923/2003, endossado pelo Sr. Ministro da Fazenda. Ora, se o Sr. Ministro da Fazenda interpretou as diferenças do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 nos termos da Resolução STF nº 245/2002, excluindo da incidência do imposto de renda, exemplificadamente, as verbas referentes às diferenças de URV, não parece juridicamente razoável sonegar tal interpretação às diferenças pagas a mesmo título aos Membros do Ministério Público da Bahia, na forma
da Lei complementar estadual nº 20/2003.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2102-002.170
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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DIFERENÇAS DE URV CONSIDERADAS PARA A MAGISTRATURA DA UNIÃO E PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL COMO VERBAS ISENTAS DO IMPOSTO DE RENDA PELO PRETÓRIO EXCELSO. DIFERENÇAS DE URV PAGAS AO MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A Lei complementar baiana nº 20/2003 pagou as diferenças de URV aos Membros do Ministério Público local, as quais, no caso dos Membros do Ministério Público Federal, tinham sido excluídas da incidência do imposto de renda pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com supedâneo na Resolução STF nº 245/2002, conforme Parecer PGFN nº 923/2003, endossado pelo Sr. Ministro da Fazenda. Ora, se o Sr. Ministro da Fazenda interpretou as diferenças do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 nos termos da Resolução STF nº 245/2002, excluindo da incidência do imposto de renda, exemplificadamente, as verbas referentes às diferenças de URV, não parece juridicamente razoável sonegar tal interpretação às diferenças pagas a mesmo título aos Membros do Ministério Público da Bahia, na forma da Lei complementar estadual nº 20/2003. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Fl. 231DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 02/08/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.726430/200971 Acórdão n.º 210202.170 S2C1T2 Fl. 2 2 Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora EDITADO EM: 02/08/2012 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Contra LAIS TELES FERREIRA foi lavrado Auto de Infração, fls.03/10, para formalização de exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa aos anoscalendário 2004 a 2006, exercícios 2005 a 2007, no valor total de R$ 136.207,02, incluindo multa de ofício e juros de mora, estes últimos calculados até 30/09/2009. A infração apurada pela autoridade fiscal encontrase assim descrita no Auto de Infração: O sujeito passivo classificou indevidamente como Rendimentos Isentos e Não Tributáveis na Declaração de Ajuste os rendimentos auferidos do Ministério Público do Estado da Bahia, CNPJ 04.142.491/200166, a título de “Valores Indenizatórios de URV”, a partir de informações a ele fornecidas pela fonte pagadora. Tais rendimentos decorrem de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para a Unidade Real de Valor – URV em 1994, reconhecidas e pagas em 36 parcelas iguais no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, com base na Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 08 de setembro de 2003. Preceitua a referida Lei Estadual, dentre outras coisas, que a verba em questão é de natureza indenizatória. A única interpretação possível em harmonia com o ordenamento jurídico nacional e em especial com sistema tributário, é a de que esta Lei disciplina aquilo que é pertinente à competência do Estado, em nada alterando a legislação do Imposto de Renda, de competência da União. Fl. 232DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 02/08/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.726430/200971 Acórdão n.º 210202.170 S2C1T2 Fl. 3 3 Não poderiam os Estados Federados versarem sobre o que não lhes foi constitucionalmente outorgado, seja para criar, seja para isentar tributo, em respeito aos limites impostos às competências tributárias dispostas na Carta Magna de 1988. As diferenças recebidas pelo sujeito passivo têm natureza eminentemente salarial, e conseqüentemente, são tributadas pelo imposto de renda, conforme disposto nos arts. 43 e 114 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento para sujeitálo ou não à incidência do imposto. (...) Inconformada com a exigência, a contribuinte apresentou impugnação, que se encontra assim resumida no Acórdão DRJ/SDR nº 1527.075, de 11/05/2011, fls. 121/126: a) o lançamento fiscal teve como objeto verbas recebidas pelo impugnante a título de diferenças de URV, que não estão sujeitos à incidência do imposto de renda, em razão do seu caráter indenizatório, não se enquadrando nos conceitos de renda ou proventos de qualquer natureza, previstos no art. 43 do CTN; b) o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, reconheceu a natureza indenizatória das diferenças de URV recebidas pelos magistrados federais, e que por esse motivo estariam isentas da contribuição previdenciária e do imposto de renda. Este tratamento seria extensível aos valores a mesmo título recebidos pelos membro do magistrados estaduais; c) o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do IRRF que lhe caberia ao estabelecer no art. 3º da Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga, sendo a União parte ilegítima para exigência de tal tributo. Além disso, se a fonte pagadora não fez a retenção que estaria obrigada, e levou o autuado a informar tal parcela como isenta em sua declaração de rendimentos, não tem este último qualquer responsabilidade pela infração; d) caso os rendimentos apontados como omitidos de fato fossem tributáveis, deveriam ter sido submetidos ao ajuste anual, e não tributados isoladamente como no lançamento fiscal; e) nos anos de 1994 e 1998, a alíquota do imposto de renda que vigorava era de 25%, e não as alíquotas de 26,6% e 27,5% aplicadas no lançamento fiscal; f) parcelas dos valores recebidos a título de diferenças de URV se referiam à correção incidente sobre 13º salários e a férias indenizadas (abono férias), que respectivamente estão sujeitas à tributação exclusiva e isenta, portanto, não deveriam compor a base de cálculo do imposto lançado; g) ainda que as diferenças de URV recebidas em atraso fossem consideradas como tributáveis, não caberia tributar os juros e Fl. 233DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 02/08/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.726430/200971 Acórdão n.º 210202.170 S2C1T2 Fl. 4 4 correção monetária incidentes sobre elas, tendo em vista sua natureza indenizatória; h) mesmo que tal verba fosse tributável, não caberia a aplicação da multa de ofício e juros moratórios, pois o autuado teria agido com boafé, seguindo orientações da fonte pagadora, que por sua vez estava fundamentada na Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV. A DRJ Salvador julgou, por unanimidade de votos, procedente o lançamento. Cientificada da decisão de primeira instância, por via postal, em 26/07/2011, Aviso de Recebimento (AR), fls. 226, a contribuinte apresentou, em 03/08/2011, recurso voluntário, fls. 130/220, onde repisa os mesmos argumentos trazidos na impugnação, acrescentando que a decisão recorrida é nula, pois deixou de enfrentar a argüição de ilegitimidade ativa da União para cobrar o valor do Imposto de Renda incidente na fonte que não foi objeto de retenção pelo Estado Membro e a argüição de quebra da capacidade contributiva do contribuinte. É o Relatório. Fl. 234DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 02/08/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.726430/200971 Acórdão n.º 210202.170 S2C1T2 Fl. 5 5 Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Cuidase de processo idêntico a outro já apreciado nesta Turma, em sessão realizada em 08/06/2011, razão porque peço vênia para transcrever o voto proferido pelo ConselheiroPresidente Giovanni Christian Nunes Campos, no Acórdão nº 2102001.337, de 08/06/2011, que em tudo se aplica ao presente caso: Para o deslinde da controvérsia, trazse a Resolução STF nº 245/2002: RESOLUÇÃO Nº 245, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2002 Dispõe sobre a forma de cálculo do abono de que trata o artigo 2º e §§ da Lei nº 10.474, de 27 de junho de 2002. O PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 13, XVII, combinado com o artigo 363, I, do Regimento Interno, Considerando o decidido pelo Tribunal, na sessão administrativa de 11 de dezembro de 2002, presentes os ministros Moreira Alves, Sydney Sanches, Sepúlveda Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Ilmar Galvão, Maurício Corrêa, Nelson Jobim, Ellen Gracie e Gilmar Mendes; Considerando a vigência do texto primitivo – anterior à Emenda nº 19/98 – da Constituição de 1988, relativo à remuneração da magistratura da União; Considerando a vigência da Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979; Considerando o direito à gratificação de representação artigo 65, inciso V, da Lei Complementar nº 35, de 1979, e Decretolei nº 2.371, de 18 de novembro de 1987, nos percentuais fixados; Considerando o direito à gratificação adicional de cinco por cento por qüinqüênio de serviço, até o máximo de sete qüinqüênios artigo 65, inciso VIII, da Lei Complementar nº 35, de 1979; Considerando a absorção de todos e quaisquer reajustes remuneratórios percebidos ou incorporados pelos magistrados da União, a qualquer título, por decisão administrativa ou judicial pelos valores decorrentes da Lei nº 10.474, de 27 de junho de 2002 artigos 1º, § 3º, e 2º, §§ 1º, 2º e 3º; Fl. 235DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 02/08/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.726430/200971 Acórdão n.º 210202.170 S2C1T2 Fl. 6 6 Considerando o disposto na Resolução STF nº 235, de 10 de julho de 2002, que publicou a tabela da remuneração da Magistratura da União, decorrente da Lei nº 10.474, de 2002; Considerando o escalonamento de cinco por cento entre os diversos níveis da remuneração da magistratura da União artigo 1º, § 2º, da Lei nº 10.474, de 2002; Considerando a necessidade de, no cumprimento da Lei Complementar nº 35, de 1979, e da Lei nº 10.474, de 2002, adotarse critério uniforme, a ser observado pelos órgãos do Poder Judiciário da União, para cálculo e pagamento do abono; Considerando a publicidade dos atos da Administração Pública, RESOLVE: Art. 1º É de natureza jurídica indenizatória o abono variável e provisório de que trata o artigo 2º da Lei nº 10.474, de 2002, conforme precedentes do Supremo Tribunal Federal. Art. 2º Para os efeitos do artigo 2º da Lei nº 10.474, de 2002, e para que se assegure isonomia de tratamento entre os beneficiários, o abono será calculado, individualmente, observandose, conjugadamente, os seguintes critérios: I apuração, mês a mês, de janeiro/98 a maio/2002, da diferença entre os vencimentos resultantes da Lei nº 10.474, de 2002 (Resolução STF nº 235, de 2002), acrescidos das vantagens pessoais, e a remuneração mensal efetivamente percebida pelo Magistrado, a qualquer título, o que inclui, exemplificativamente, as verbas referentes a diferenças de URV, PAE, 10,87% e recálculo da representação (194%); II o montante das diferenças mensais apuradas na forma do inciso I será dividido em vinte e quatro parcelas iguais, para pagamento nos meses de janeiro de 2003 a dezembro de 2004. Art. 3º Serão recalculados, mês a mês, no mesmo período definido no inciso I do artigo 2º, o valor da contribuição previdenciária e o do imposto de renda retido na fonte, expurgandose da base de cálculo todos e quaisquer reajustes percebidos ou incorporados no período, a qualquer título, ainda que pagos em rubricas autônomas, bem como as repercussões desses reajustes nas vantagens pessoais, por terem essas parcelas a mesma natureza conferida ao abono, nos termos do artigo 1º, observados os seguintes critérios: I o montante das diferenças mensais resultantes dos recálculos relativos à contribuição previdenciária será restituído aos magistrados na forma disciplinada no Manual SIAFI pela Secretaria do Tesouro Nacional; II o montante das diferenças mensais decorrentes dos recálculos relativos ao imposto de renda retido na fonte será demonstrado em documento formal fornecido pela unidade Fl. 236DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 02/08/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.726430/200971 Acórdão n.º 210202.170 S2C1T2 Fl. 7 7 pagadora, para fins de restituição ou compensação tributária a ser obtida diretamente pelo magistrado junto à Receita Federal. Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Ministro MARCO AURÉLIO Pela Resolução STF nº 245/2002, especificamente em seu art. 3º, ficou determinado que “todos e quaisquer reajustes percebidos ou incorporados no período [1998 a 2002], a qualquer título, ainda que pagos em rubricas autônomas, bem como as repercussões desses reajustes nas vantagens pessoais”, percebidos pela Magistratura da União, com base no art. 6º da Lei nº 9.655/98 c/c o art. 2º da Lei nº 10.474/2002, inclusive as verbas referentes a diferenças de URV, ficaram excluídos da base de cálculo do imposto de renda, por terem a mesma natureza indenizatória do abono variável. O Sr. Ministro da Fazenda, com base no Parecer PGFN nº 529/2003, reconheceu o caráter indenizatório das verbas percebidas com base na legislação citada. Ocorre que foi publicada a Lei nº 10.477/2002, que, em seu art. 2º, estendeu aos Membros do Ministério Público Federal MPF as mesmas vantagens do art. 6º da Lei nº 9.655/98 dadas à Magistratura da União, e, instado o Sr. Ministro da Fazenda sobre o caráter dos valores percebidos no período 19982002 pelos Membros do MPF, aplicou a mesma interpretação do parágrafo precedente, em linha com o entendimento do Supremo Tribunal Federal para a Magistratura da União (Resolução STF nº 245/2002), apoiado no Parecer PGFN nº 923/2003. Interessante ressaltar que a Lei nº 9.655/98 estava voltada unicamente à Magistratura da União, com deferimento de abono variável a partir de janeiro de 1998, de forma a atingir o subsídio que se esperava vir a lume com publicação da Emenda Constitucional nº 19/1998, situação que não se concretizou, levando, posteriormente à publicação da Lei nº 10.474/2002, que majorou os estipêndios da Magistratura da União e determinou o pagamento das diferenças do período 19982002 em 24 parcelas a partir de janeiro de 2003. Os Membros do Ministério Público não tinham quaisquer expectativas de aumento de remuneração com base na Lei nº 9.655/98, pois lá não tinham sido contemplados. A despeito disso, quando o art. 2º da Lei nº 10.477/2002 fez remissão ao abono variável do art. 6º da Lei nº 9.655/1998, pugnaram a exclusão da base de cálculo do imposto de renda dos valores citados no art. 3º da Resolução STF nº 245/2002, obtendo, como se viu, o beneplácito do Ministro da Fazenda. Em minha leitura, o pagamento da diferença da URV previsto no art. 2º da Lei complementar do Estado da Bahia nº 20/2003 tem a mesma natureza daqueles pagos ao Ministério Público Federal, pois o Ministério Público do Estado da Bahia também não tinha qualquer expectativa de aumento salarial com a Lei nº 9.655/98, que era voltada apenas à Magistratura mantida pela Fl. 237DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 02/08/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.726430/200971 Acórdão n.º 210202.170 S2C1T2 Fl. 8 8 União (por óbvio, somente a lei estadual poderia versar sobre estipêndios dos Membros do MP local). Veio a Lei complementar do Estado da Bahia nº 20/2003 e pagou as diferenças de URV, as quais, no caso dos membros do Ministério Público Federal, tinham sido excluídas da incidência do imposto de renda, pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com supedâneo na Resolução STF nº 245/2002, conforme Parecer PGFN nº 923/2003. Ora, se o Sr. Ministro da Fazenda interpretou as diferenças do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 nos termos da Resolução STF nº 245/2002, excluindo da incidência do imposto de renda, exemplificadamente, as verbas referentes às diferenças de URV, não parece juridicamente razoável sonegar tal interpretação às diferenças pagas aos Membros do Ministério Público da Bahia, na forma da Lei complementar baiana nº 20/2003, referentes às mesmas diferenças de URV. Observese que aqui não se está aplicando analogia para afastar o tributo devido, até porque nenhuma das leis citadas, federais ou estadual, trata de incidência do imposto de renda, mas apenas dando a mesma interpretação jurídica a normas que só não são idênticas por provirem de fontes diversas União e Estado da Bahia e terem destinatários diferentes. Porém os efeitos do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 e da Lei complementar estadual nº 20/2003 são idênticos, no caso das diferenças da URV, beneficiando destinatários diversos, não podendo o imposto de renda incidir sobre diferenças de uma, sendo afastado de outra. Assim, se o Sr. Ministro da Fazenda, com esteio no Parecer PGFN nº 923/2003, com supedâneo último na Resolução STF nº 245/2002, entendeu que as diferenças auferidas pelos Membros do MPF com base no art. 2º da Lei nº 10.477/2002 tem caráter indenizatório, igual raciocínio deve ser aplicado às diferenças auferidas pelos Membros do Ministério Público da Bahia com base na Lei complementar nº 20/2003, pois onde há a mesma razão, deve haver o mesmo direito (ubi eadem ratio ibi idem ius). Com as razões acima, voto no sentido de DAR provimento ao recurso. Considerando as razões exaradas no voto acima transcrito, devese cancelar o crédito tributário exigido no Auto de Infração, de modo que se torna desnecessária a análise das demais argumentações apresentadas pela contribuinte no recurso. Ainda, pelo entendimento da não tributação das diferenças de URV percebidos por magistrados estaduais, vêse o REsp nº 1187109, relatoria da Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, sessão de 17/08/2010, que restou assim ementado: TRIBUTÁRIO PROCESSO CIVIL CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL INCOMPETÊNCIA DO STJ IMPOSTO SOBRE A RENDA URV DIFERENÇAS RESOLUÇÃO N. 245/STF APLICAÇÃO. Fl. 238DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 02/08/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.726430/200971 Acórdão n.º 210202.170 S2C1T2 Fl. 9 9 1. Falece competência ao Superior Tribunal de Justiça para conhecer de alegações de ofensa à Constituição Federal. 2. A utilização de fundamento constitucional pelo tribunal local impede a admissão do recurso especial quanto à questão controvertida. 3. Cuidandose de remuneração percebida por magistrado estadual, aplicase na resolução da controvérsia a Resolução n. 245/STF, que considerou de natureza jurídica indenizatória o abono variável e provisório de que trata o artigo 2º da Lei nº 10.474, de 2002. 4. Recurso especial conhecido em parte e não provido. Ante o exposto, voto por DAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 239DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 02/08/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 10830.005610/2008-46
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2003 OMISSÃO DE RECEITAS. LUCRO REAL X LUCRO ARBITRADO A apuração de omissão de receitas em elevada proporção, desacompanhada dos custos/despesas correspondentes, prejudica a apuração do IRPJ pelo lucro real. A tributação de praticamente toda a receita auferida pela empresa como se lucro fosse desfigura a própria hipótese de incidência do IRPJ, que sempre mira o lucro das empresas. Pelo art. 47, II, “b”, da Lei 8.981/1995, o lucro da pessoa jurídica deverá ser arbitrado quando a escrituração contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para determinar o lucro real. MULTA ISOLADA POR FALTA DE ESTIMATIVAS MENSAIS O entendimento de que a tributação do IRPJ não poderia ter se dado pelo lucro real anual compromete por si só a aplicação de multa isolada por falta de estimativas mensais, pois estas estimativas só são devidas naquele regime de tributação, não cabendo falar em estimativas mensais no regime do lucro arbitrado, que é sempre trimestral. TRIBUTAÇÃO REFLEXA - CSLL Estende-se ao lançamento decorrente, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula.
Numero da decisão: 1802-001.363
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 OMISSÃO DE RECEITAS. LUCRO REAL X LUCRO ARBITRADO A apuração de omissão de receitas em elevada proporção, desacompanhada dos custos/despesas correspondentes, prejudica a apuração do IRPJ pelo lucro real. A tributação de praticamente toda a receita auferida pela empresa como se lucro fosse desfigura a própria hipótese de incidência do IRPJ, que sempre mira o lucro das empresas. Pelo art. 47, II, “b”, da Lei 8.981/1995, o lucro da pessoa jurídica deverá ser arbitrado quando a escrituração contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para determinar o lucro real. MULTA ISOLADA POR FALTA DE ESTIMATIVAS MENSAIS O entendimento de que a tributação do IRPJ não poderia ter se dado pelo lucro real anual compromete por si só a aplicação de multa isolada por falta de estimativas mensais, pois estas estimativas só são devidas naquele regime de tributação, não cabendo falar em estimativas mensais no regime do lucro arbitrado, que é sempre trimestral. TRIBUTAÇÃO REFLEXA CSLL Estendese ao lançamento decorrente, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Fl. 892DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 3 2 Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho. Fl. 893DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP, que manteve integralmente exigências relativas ao Imposto sobre a Renda da Pessoa da Jurídica – IRPJ e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL do ajuste anual do anocalendário 2003, afastou parcialmente a multa isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais de IRPJ neste mesmo ano, e reduziu valores desta mesma multa nos meses em que ela foi mantida. O lançamento está fundamentado em omissão de receitas apurada a partir de depósitos bancários com origem não comprovada, no montante de R$ 194.068,41. Os depósitos foram identificados a partir de extratos bancários apresentados pela própria Contribuinte à Fiscalização. Além das exigências de IRPJ e CSLL, e da multa isolada por falta de estimativas de IRPJ, foram também realizados lançamentos a título de PIS e COFINS, decorrentes da mesma infração, nos seguintes valores: IMPOSTO/CONTRIBUIÇÃO TOTAIS EM R$ IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA 68.264,14 MULTA ISOLADA DE IRPJ 97.034,23 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL S/ LUCRO LÍQUIDO 40.958,47 PIS 7.883,75 COFINS 14.334,25 TOTAL 228.474,84 Os montantes acima, no que toca aos tributos, incluem a multa de ofício de 75% e os juros moratórios. Na primeira fase processual, a Contribuinte nada opôs às exigências referentes ao PIS e à COFINS, as quais, conforme informação de fls. 410, foram objeto de parcelamento e transferência para outro processo. O litígio, portanto, restringiuse ao IRPJ, à CSLL e à multa isolada por falta de estimativas de IRPJ. O relatório constante da decisão recorrida, Acórdão nº 0536.864, às fls. 414 a 424, descreve os argumentos apresentados pela Contribuinte em sua primeira peça de defesa impugnação: (...) Fl. 894DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 5 4 Ao expor os fatos destaca a formalização de crédito tributário em valor superior à receita omitida e esclarece discordar apenas das exigências de IRPJ, CSLL e multas isoladas pela falta de recolhimento do imposto e contribuição devidos de estimativa, informando que os valores lançados a título de PIS e Cofins serão objeto de pagamento e parcelamento. No mérito, considera ser indevida a forma de apuração do IRPJ e da CSLL, alegando que: a autoridade fiscal, simplesmente considerou que o valor “omitido” constituíase, na integralidade, em lucro da Impugnante, o que legitimou a aplicação das alíquotas do IRPJ e da CSLL sobre a totalidade dos R$ 194.068,41 (...) identificados nas contas bancárias da sociedade; é máxima contábil – amplamente amparada pela realidade dos fatos econômicos que a toda receita corresponde uma necessária despesa; para que fosse possível apurar o IRPJ e a CSLL na sistemática do lucro real/resultado ajustado, deveria ter perquirido também sobre as despesas incorridas para o auferimento das receitas “omitidas”, para que assim chegasse ao resultado efetivo da operação, em sintonia com o disposto nos arts. 247 e ss. do Decreto n° 3.000, vulgarmente conhecido como Regulamento do Imposto de Renda (RIR), e com o art. 37 da Instrução Normativa n° 390/04, de modo a renderse à natureza das bases de cálculo do IRPJ/CSLL que diz ter elegido para chegar ao quantum devido, quais sejam, o Lucro Real e o Resultado Ajustado; a base de cálculo para apuração do IRPJ e da CSLL eleita pela fiscalização não é a mais adequada para o caso dos autos, na medida em que a receita decorrente de movimentação bancária suscitada é vultosa, especialmente se confrontada com a declarada pela Impugnante, reclamando que o cálculo se dê a partir do Lucro/Resultado Arbitrado, conforme ementas de acórdãos do Conselho de Contribuinte que transcreve; há impossibilidade fática e jurídica de apuração do IRPJ e da CSLL de acordo com a sistemática do Lucro Real, uma vez que a quase totalidade da receita considerada não foi levada à tributação, sendo impossível identificar as despesas a elas inerentes, pelo que caberia o arbitramento do lucro e resultado do período, com fulcro no art. 530 do RIR, aplicável também à CSLL, com base no disposto no art.85 da IN 390/04; as deficiências identificadas na escrituração do contribuinte tornam impossível a apuração do lucro real, a menos que se entenda que a totalidade das “receitas omitidas” sejam lucro da Impugnante, o que não se pode presumir validamente, sob pena de evidente ofensa ao principio da capacidade contributiva. Defende a ilegalidade da multa isolada aplicada pela Fiscalização e a impossibilidade de sua cumulação com a multa de ofício, argumentando que: Fl. 895DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 6 5 não há espaço para a incidência da regra punitiva in casu e, mesmo que houvesse, não poderia a autoridade fiscal ter tomado por base para seu cálculo o valor do “lucro” apurado, e sim o do imposto eventualmente devido; do texto do art. 44, inciso II, da Lei 9.430/96, extraise que a aplicação de referida penalidade tem lugar apenas e tão somente quando exigido o pagamento do imposto por estimativa, caso que não é o dos autos, pois, como visto no tópico anterior e fartamente fundamentado, a base de cálculo correta seria mesmo o Lucro/Resultado Arbitrado, haja vista a impossibilidade de apuração efetiva do Lucro Real/Resultado Ajustado, em virtude da ausência de reconhecimento fiscal de expressivos numerários identificados na movimentação bancária da Impugnante; e mesmo que assim não fosse, é evidente o equívoco no cálculo da penalidade em questão, tendo a autoridade fiscal tomado por base não o valor do imposto devido pela estimativa, como expressamente determinado pela regra acima colacionada (art. 44, II, b da Lei 9.430), mas sim a totalidade das receitas supostamente omitidas mês a mês, o que explica parcialmente os números absurdos do crédito tributário constituído pela Administração (R$ 228.474,84 de tributo, contra R$ 194.068,41 de receitas supostamente omitidas); ainda que correto fosse o cálculo da multa isolada, referida penalidade não teria a mínima possibilidade de aplicação, pois, já foi consolidado por torrencial jurisprudência administrativa que é impossível a cumulação da multa isolada prevista no art. 44, II, b da Lei 9.430/96 com a multa de oficio estipulada no inciso I do mesmo dispositivo legal, na medida em que, incidentes sobre a mesma base de cálculo (o valor do pagamento mensal devido), representariam a dupla punição para o mesmíssimo fato, qual seja, a ausência do pagamento do Imposto de Renda (transcreve ementas de acórdãos do Conselho de Contribuintes, atual CARF, e Câmara Superior de Recursos Fiscais). Conclui que seja porque qualquer estimativa com base nos valores supostamente omitidos pode ser validamente exigida da Impugnante, pois o IRPJ e a CSLL devem ser calculados com base no Lucro/Resultado Arbitrado, seja porque a multa isolada foi aplicada sobre base de cálculo equivocada (o valor da receita omitida,e não do eventual tributo devido por estimativa), seja ainda porque, mesmo que, calculada sobre a correta base de cálculo, fazse impossível a cumulação desta penalidade com a multa devida em razão do lançamento de oficio do crédito tributário, claro está a impossibilidade da cobrança da multa isolada no caso dos autos. Reitera não recorrer da autuação no que atine à contribuição ao PIS e à Cofins, e finaliza formulando pedido de anulação do Auto de Infração no tocante aos valores exigidos a título de IRPJ e CSLL ou, subsidiariamente, que o IRPJ e a CSLL sejam calculados de acordo com o Lucro/Resultado Arbitrado e que, Fl. 896DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 7 6 em todos os casos, seja afastada a multa calcada no art. 44, II, b, da Lei 9.430/96. Como mencionado, a DRJ Campinas/SP cancelou uma parte das exigências impugnadas, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. OMISSÃO DE RECEITAS Consolidase administrativamente a matéria não expressamente impugnada pela contribuinte, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário:2003 FORMA DE TRIBUTAÇÃO. LUCRO REAL. O lançamento deve pautarse na sistemática de apuração adotada pelo contribuinte, se não houver motivos para desconsiderála. Tendo sido apresentados, em atendimento à intimação fiscal, todos os elementos da escrituração solicitados e considerados válidos pela Fiscalização para apuração do lucro real, improcedente a pretensão da contribuinte de valerse de sua própria infração de omitir receitas para defender a necessidade de arbitramento de seu lucro para apuração do IRPJ e CSLL devidos. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS MENSAIS O não recolhimento de estimativas sujeita a pessoa jurídica optante pela forma de tributação pelo lucro real anual à multa de ofício isolada, ainda que encerrado o anocalendário. CUMULAÇÃO COM MULTA DE OFÍCIO PROPORCIONAL. COMPATIBILIDADE. É compatível com a multa isolada a exigência da multa de ofício relativa ao tributo apurado ao final do anocalendário, por caracterizarem penalidades distintas. FORMA DE DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO ESTIMADA. QUANTIFICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. Utilizada, na apuração do IRPJ devido no ajuste final, a forma de tributação pelo lucro real em consonância com a opção da contribuinte em sua DIPJ, validando a escrituração apresentada, afastase a exigência de multa isolada em relação aos períodos para os quais inobservada a forma de determinação da base de cálculo estimada informada na mesma declaração e, para os períodos em que observada tal Fl. 897DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 8 7 informação, reduzse a exigência a título de multa isolada para adequála ao percentual de 50% incidente sobre o valor das antecipações que deixaram de ser recolhidas. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 12/03/2012, a Contribuinte apresentou recurso voluntário em 09/04/2012, reiterando a mesma linha de argumentos de sua impugnação, conforme descrito nos parágrafos anteriores. Alegou ainda que não foram deduzidos na apuração do IRPJ e da CSLL os valores referentes ao PIS e à COFINS, o que também implicaria na violação do critério quantitativo da regra matriz de incidência tributária e, portanto, na nulidade da autuação. Ao final do recurso, solicitou mais uma vez, conforme já havia feito em sua impugnação, que as intimações sejam feitas exclusivamente em nome de seu advogado, no endereço que indica. Este é o Relatório. Fl. 898DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 9 8 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, o presente processo tem por objeto lançamento de IRPJ e CSLL fundado em omissão de receitas apurada a partir de depósitos bancários com origem não comprovada, no montante de R$ 194.068,41. Os depósitos foram identificados a partir de extratos bancários apresentados pela própria Contribuinte à Fiscalização. A infração ocorreu ao longo do anocalendário de 2003. O regime adotado para o lançamento de IRPJ foi o lucro real anual. Na mesma linha, a CSLL foi apurada com base no lucro líquido anual ajustado. A mesma infração ensejou lançamento de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais de IRPJ no decorrer de 2003, e ainda a exigência reflexa de PIS e COFINS. A Contribuinte nada opôs às exigências referentes ao PIS e à COFINS, as quais, conforme informação de fls. 410, foram objeto de parcelamento e já estão controladas em outro processo. O litígio, portanto, abrangeu o IRPJ e a CSLL no ajuste anual, e a multa isolada por falta de estimativas de IRPJ. IRPJ E CSLL – AJUSTE ANUAL Em resumo, a Contribuinte contesta a forma de lançamento adotada pela Fiscalização – Lucro Real Anual, alegando que estariam sendo tributadas as receitas e não o lucro da empresa, o que violaria a regra matriz de incidência do IRPJ e da CSLL. A DRJ Campinas/SP manteve as exigências de IRPJ e CSLL em relação ao ajuste anual argumentando: que embora nenhuma receita tenha sido declarada, seria inviável a pretensão da Contribuinte para que fosse desconsiderada sua opção de tributação pelo Lucro Real e realizado o arbitramento; que o arbitramento é medida extrema, a ser adotada somente quando comprovado, de forma clara e inequívoca, a imprestabilidade da escrita para apuração do lucro ou a efetiva inexistência de livros e documentos fiscais; que diante das análises e justificativas expendidas pela Fiscalização e do procedimento adotado no presente processo de reiteradamente intimar a comprovar a origem dos recursos, dandolhe diversas oportunidades para tanto, não pode a Contribuinte pretender Fl. 899DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 10 9 valerse da própria infração que praticou de omitir receitas para defender a necessidade de arbitramento de seu lucro e tentar esquivarse da exigência formalizada; que o resultado negativo (prejuízo do período de R$ 1.362,44) apurado na escrituração apresentada em função das despesas ali consignadas e refletido na DIPJ transmitida à Receita Federal (fls. 38/97) foi considerado na autuação de IRPJ e CSLL, conforme demonstrativos de fls. 8 e 22; que eventuais outras despesas de que dispusesse a Contribuinte deveriam ser identificadas, comprovadas e escrituradas para serem passíveis de dedução na apuração do lucro; que a Contribuinte teve diversas oportunidades para se manifestar, tendo em conta as intimações que lhe foram dirigidas, e que sequer cogitou de reconstituir sua escrituração; que se custos deixaram de ser contabilizados, cumpria ao Contribuinte trazer tal prova em sua defesa, inclusive reconstituindo sua escrituração para demonstrar uma realidade diferente daquela apresentada à Fiscalização; que a tributação sob a sistemática do lucro real não tem como pressuposto uma escrituração contábil plenamente regular. Esta sistemática subsiste na presença de irregularidades, desde que estas não tornem a escrituração imprestável ou impossibilitem a identificação da movimentação bancária; que esta técnica não se aplica para dispensar o Contribuinte de ajustar sua escrituração com outros custos/despesas que teria deixado de contabilizar, e cuja dedução agora pretende, mediante utilização de coeficiente de arbitramento, após terem sido aferidas as receitas omitidas do mesmo resultado – receita essa acerca da qual nada opõe. Em relação a esse caso concreto, não comungo do mesmo pensamento manifestado na decisão recorrida. A Contribuinte apresentou sua DIPJ (fls. 38 a 97) praticamente com todos os campos zerados. Nas fichas que demonstram o resultado do período, constam apenas dois registros a título de “Outras Despesas Operacionais”, no valor de R$ 556,95 (fls. 42) e “Outras Despesas Financeiras”, no valor de R$ 805,49 (fls. 43). O prejuízo no valor de R$ 1.362,44, mencionado pela DRJ, corresponde exatamente à soma destes dois campos. Por sua vez, o Livro Razão (cópias às fls. 124 a 147) esclarece que os R$ 556,95 correspondem a despesas referentes à CPMF, e que os R$ 805,49 correspondem a despesas bancárias (R$ 754,86) e juros passivos (R$ 50,63). A meu ver, o cômputo destas despesas (na forma de compensação de prejuízo do próprio período fiscalizado), não tem o condão de justificar e nem de fortalecer a tributação das receitas omitidas pela modalidade do lucro real (IRPJ) ou lucro líquido ajustado (CSLL). Fl. 900DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 11 10 No ano autuado, a Contribuinte não escriturou contas de receita, e também não declarou qualquer receita em sua DIPJ, pelo que a receita omitida não foi somada a nenhuma outra, representando ela mesma toda a receita anual da empresa. Deste modo, praticamente toda a receita auferida ao longo do anocalendário de 2003, no montante de R$ 194.068,41, conforme apurado pela Fiscalização, foi tributada como se lucro fosse, eis que dela só foram deduzidas as despesas de R$ 1.362,44, acima mencionadas. A aplicação da regra contida no art. 24 da Lei 9.249/1995, segundo a qual a omissão de receita deve ser tributada “de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão”, merece ponderações. Isto porque, de acordo com o art. 47, II, “b”, da Lei 8.981/1995, o lucro da pessoa jurídica deverá ser arbitrado quando a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraude ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para determinar o lucro real. Penso que seja esse o caso dos autos. Uma contabilidade que sequer registra entre suas contas uma conta de receita não pode ser considerada apta para se determinar o lucro real. Além disso, não é razoável considerar que toda ou praticamente toda a receita auferida por uma empresa ao longo de um ano represente lucro, pois restariam desfiguradas as próprias hipóteses de incidência de IRPJ e CSLL, que sempre miram o lucro das empresas. Este, aliás, é o sentido das decisões do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes que foram mencionadas pela Recorrente, e que também expressam esse mesmo entendimento: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário: 1999 LUCRO REAL x LUCRO ARBITRADO OMISSÃO DE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. A omissão de registro contábil de vultosa movimentação bancária revela escrituração imprestável para respaldar a apuração do IRPJ e das contribuições sociais com base no lucro real. Tal condição enseja a tributação pelo regime do lucro arbitrado. ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430, DE 1996 (1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 10809.549 em 04.03.2008) LUCRO ARBITRADO OMISSÃO DE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA A omissão de registro contábil de vultosa movimentação bancária revela escrituração imprestável para respaldar a apuração do IRPJ e da CSLL com base no lucro real. Tal condição enseja a tributação ex ofício pelo regime do LUCRO ARBITRADO. 1° CC. / 3a Câmara / ACÓRDÃO 103 22.616 em 20.09.2006. Publicado no DOU em: 24.11.2006. IMPRESTABILIDADE DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL OMISSÃO DE RECEITAS ARBITRAMENTO DO LUCRO NECESSIDADE Se imprestável a escrituração contábil por Fl. 901DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 12 11 inequívoca constatação, mormente se não identifica a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, o lançamento que apura omissão de receitas submetese às regras do lucro arbitrado, sob pena de comprometer a certeza do crédito tributário.(1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 10808.977 em 17.08.2006) Diante do contexto dos fatos apurados, deveria a Fiscalização ter realizado o arbitramento do lucro, e não tributado praticamente toda a receita anual da empresa como se lucro fosse. Assim, não vejo como manter o lançamento de IRPJ e CSLL relativamente ao ajuste anual em 2003. MULTA ISOLADA IRPJ Quanto à multa isolada, a Contribuinte alegou que na tributação pelo lucro arbitrado não haveria que se falar em estimativas mensais; que não foi correta a forma de sua apuração, porque aplicada diretamente sobre as receitas e não sobre o tributo devido; e que ela não poderia estar cumulada com a multa de ofício referente ao lançamento no ajuste anual. Parte de seus argumentos foi acolhida na decisão de primeira instância, remanescendo ainda exigências de multa isolada para os meses de julho e agosto de 2003. O entendimento de que a tributação do IRPJ não poderia ter se dado pelo lucro real anual, conforme manifestado no tópico anterior, compromete por si só a aplicação de multa isolada por falta de estimativas mensais, pois estas estimativas só seriam devidas naquele regime de tributação, não cabendo falar em estimativas mensais no regime do lucro arbitrado, que é sempre trimestral. Mas ainda que não fosse por esse motivo, penso que a parcela da multa isolada que restou mantida pela DRJ não poderia prosperar. É que realmente a Fiscalização aplicou a multa isolada diretamente sobre a própria receita omitida, e não sobre o valor das estimativas, como seria o correto. A DRJ, identificando esse problema, afastou a multa isolada para os meses de janeiro a junho de 2003, e a reduziu para os meses de julho e agosto/2003. Não houve lançamento de multa isolada em relação aos outros meses do ano. Em sua decisão, a DRJ esclareceu que embora a Contribuinte tenha apresentado a Ficha 11 de sua DIPJ com valores zerados (fls. 45 a 48), ela informou a utilização de “Balanço ou Balancete de Suspensão ou Redução” para os períodos de janeiro a junho e de “Receita Bruta e Acréscimos” para julho a dezembro de 2003, concluindo que: Nesse contexto, para os períodos de janeiro a junho não há como prevalecer a exigência da multa isolada nos moldes em que formalizada, pois a reconstituição de balanços/balancetes de suspensão para apurar o IRPJ e determinar o novo valor da multa, representaria evidente inovação no lançamento, incabível em sede de julgamento. Fl. 902DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 13 12 O fato é que a Contribuinte havia incorrido em algumas despesas ao longo do ano (conforme mencionado anteriormente), e estas despesas não foram consideradas para fins de apuração das estimativas na modalidade de balancetes de suspensão/redução. Além disso, não houve a apuração por balancetes cumulativos ao longo do ano, como deve ser quando se utiliza a sistemática de balancetes de suspensão/redução. No caso, para lançar a multa isolada a Fiscalização considerou de forma estanque a receita bruta auferida em cada mês, o que acabou comprometendo o lançamento para os meses de janeiro a junho, conforme concluiu a DRJ. Quanto às estimativas restantes, referentes aos meses de julho e agosto de 2003, a DRJ observou que a Contribuinte havia indicado em sua DIPJ a opção pela apuração de estimativa com base na “Receita Bruta e Acréscimos”. Deste modo, foi considerada válida a forma de apuração feita pela Fiscalização, que levou em conta apenas a receita bruta mensal da empresa, e de forma estanque, como mencionado acima. Ocorre que a Fiscalização não utilizou o valor da estimativa não recolhida como base de cálculo da multa isolada. Em vez disso, ela aplicou a multa isolada de 50% diretamente sobre a receita omitida no mês. Para ajustar o cálculo da multa, a DRJ então aplicou sobre a receita bruta mensal o coeficiente de 8%, e em seguida a alíquota de 15%, de modo a apurar o IRPJ/estimativa devido nestes meses, para então, sobre estes valores, aplicar a multa isolada de 50%. Com isto a multa isolada que restou após a decisão de primeira instância, relativamente aos meses de julho e agosto, foi reduzida de R$ 25.172,46 e R$ 16.800,17 para R$ 302,07 e R$ 201,60, respectivamente. Embora correto os ajustes matemáticos feitos pela Delegacia de Julgamento, penso que esse procedimento configurou uma evidente inovação no lançamento da multa isolada, que padecia de grave vício, eis que ela jamais poderia ser aplicada diretamente sobre a receita omitida. A Fiscalização nem ao menos aplicou a alíquota de 15% sobre a receita (quando a tomou como lucro) para apurar a base de cálculo da multa isolada, que seria o valor da estimativa devida. Nestes temos, não haveria como subsistir a multa isolada, nem mesmo para os meses de julho e agosto de 2003, que foram mantidos pela DRJ, embora com redução. Finalmente, registrese mais uma vez que nos termos do art. 23 do Decreto nº 70.235/72 PAF, a intimação dos atos administrativos deve ser feita ao sujeito passivo e, quando por via postal, deve ser dirigida ao seu domicílio, sendo inviável o pleito de que as intimações sejam dirigidas ao patrono da Recorrente. Fl. 903DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10830.005610/200846 Acórdão n.º 180201.363 S1TE02 Fl. 14 13 Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso para cancelar as exigências de IRPJ e CSLL no ajuste anual de 2003, e também a multa isolada por falta de estimativas de IRPJ. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 904DF CARF MF Impresso em 20/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 11030.720213/2008-86
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2006
NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. IDENTIFICAÇÃO INCORRETA DO SUJEITO PASSIVO. NULIDADE.
É nula, por vício material, a notificação de lançamento que não identifica corretamente o contribuinte da obrigação tributária correspondente.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2801-002.945
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para declarar a nulidade do lançamento por vício material, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Tânia Mara Paschoalin e Antonio de Pádua Athayde Magalhães.
Assinado digitalmente
Antonio de Pádua Athayde Magalhães - Presidente.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Ewan Teles Aguiar.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2006 NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. IDENTIFICAÇÃO INCORRETA DO SUJEITO PASSIVO. NULIDADE. É nula, por vício material, a notificação de lançamento que não identifica corretamente o contribuinte da obrigação tributária correspondente. Recurso Voluntário Provido
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IDENTIFICAÇÃO INCORRETA DO SUJEITO PASSIVO. NULIDADE. É nula, por vício material, a notificação de lançamento que não identifica corretamente o contribuinte da obrigação tributária correspondente. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para declarar a nulidade do lançamento por vício material, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Tânia Mara Paschoalin e Antonio de Pádua Athayde Magalhães. Assinado digitalmente Antonio de Pádua Athayde Magalhães Presidente. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Ewan Teles Aguiar. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 03 0. 72 02 13 /2 00 8- 86 Fl. 76DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES Processo nº 11030.720213/200886 Acórdão n.º 2801002.945 S2TE01 Fl. 77 2 Tratase de Notificação de Lançamento relativa ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR por meio da qual se exige crédito tributário no valor de R$ 2.741,56, incluídos multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Consta da “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal”, à fl. 3 deste processo digital, que, após ser regularmente intimado, o contribuinte não comprovou a isenção da área declarada a título de preservação permanente no imóvel rural. Relata a Autoridade lançadora que para a exclusão das Áreas de Preservação Permanente APP da incidência do ITR é necessário que o contribuinte apresente o Ato Declaratório Ambiental – ADA ao IBAMA e que as áreas assim declaradas atendam ao disposto na legislação que regula a matéria. Em face da não apresentação da documentação pertinente, glosouse área de 55,4 ha, declarada como APP. A viúva do contribuinte apresentou a impugnação de fls. 37/38, acompanhada dos documentos de fls. 39/47, que foi julgada improcedente pelo acórdão de fls. 50/55, assim ementado: Assunto: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL – ITR Exercício: 2006 ÁREAS ISENTAS. TRIBUTAÇÃO. Para exclusão da tributação sobre áreas de preservação permanente, de reserva legal e outras é necessária a comprovação da existência efetiva dessas áreas no imóvel rural e do cumprimento de exigência legal de entrega do ADA ao Ibama, no prazo fixado na legislação tributária. Cientificada da decisão de primeira instância em 22/07/2011 (fl. 59), a viúva do contribuinte interpôs, em 10/08/2011, o recurso de fls. 61/62. Nas razões recursais aduz, em síntese, que: Era casada com Eurides Berthier Sperry, que faleceu em 26 de setembro de 1995, (Certidão de Óbito à fl. 41). A declaração do ITR foi baseada em duas áreas contíguas, referentes às matrículas 274 e 7358, com superfícies, respectivamente, de 85,9 ha e 37,9 ha, totalizando 123,8 ha, que também constam do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR. Outorgou a Aurora T. D. Brustolin, em 26 de agosto de 1998, carta de anuência para plantar em área de 60 ha, conforme atesta a matrícula 274, averbação 22.274 (fl. 48). As áreas de plantio e lavouras totalizam 62,34 ha. Portanto, a área de preservação de matas nativas é superior a que foi glosada na declaração de ITR, que foi de 55,4 ha. Tentou enviar o ADA de 2008, mas o sistema acusou que o prazo foi encerrado em 30/11/2008, motivo pelo qual solicita novo prazo para apresentação do mesmo. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES Processo nº 11030.720213/200886 Acórdão n.º 2801002.945 S2TE01 Fl. 78 3 Houve apenas um erro formal na declaração, na distribuição das áreas do imóvel, em assinalar o local certo de floresta nativa, que não existia nas declarações de 2004, 2005 e 2006, como existe nas de 2007 e 2008, as quais já foram retificadas. Ao fim, requer seja julgado procedente o presente recurso. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. Preceitua o caput do art. 5º da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, que dispôs sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR: Art. 4º Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. À evidência, o notificado não revestia, à época da lavratura da presente Notificação de Lançamento (10.11.2008), a qualidade de contribuinte, haja vista que, naquela época, já se qualificava como “de cujus”, porquanto falecido em 26.09.1995 (Certidão de Óbito à fl. 19). Dispõe o art. 131, II e III, do Código Tributário Nacional – CTN: Art. 131. São pessoalmente responsáveis: (...) II o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; III o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. Naturalmente que a sujeição passiva, à época da ocorrência do fato gerador, era do espólio ou do sucessor a qualquer título, dependendo apenas, respectivamente, de a cobrança ser anterior ou posterior à partilha, nos termos do art. 131, II e III, do CTN, acima transcrito. Poderseia indagar: estando ativo o CPF, como poderia a Fazenda Nacional ter ciência de que o contribuinte já não mais existe? Penso que no caso em análise tal indagação seria desnecessária, uma vez que no próprio Documento de Informação e Atualização Cadastral DITR, referente ao exercício 2006, já constava a informação de que a ora Recorrente era a inventariante (campos 14 e 15, respectivamente, “Nome do Inventariante” e “CPF do Inventariante”, à fl. 7 deste processo digital). Nesse caso, a lavratura da Notificação se deu em razão de um erro imputável à própria Fazenda Pública, que não poderá se escusar das consequências daí advindas, qual seja, a nulidade, de pleno direito, da presente Notificação de Lançamento. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES Processo nº 11030.720213/200886 Acórdão n.º 2801002.945 S2TE01 Fl. 79 4 Acrescento, por oportuno, que neste caso é de grande relevância a distinção entre vício formal e vício material para se dimensionar os diferentes efeitos que cada um deles pode acarretar sobre a obrigação tributária. No caso de vício formal, o prazo decadencial para a constituição de outro crédito tributário é restabelecido, passando a ser contado a partir da data da decisão definitiva que declarou a nulidade do lançamento, a teor do que dispõe o artigo 173, inciso II, do Código Tributário Nacional CTN. Já no caso de vício material, o prazo decadencial continua a ser contado da data da ocorrência do fato gerador do tributo (CTN, art. 150, § 4º) ou do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (CTN, art. 173, I). Assim, ocorrendo nulidade por vício material poderá o Fisco promover novo lançamento, corrigindo o vício incorrido, desde que dentro do prazo decadencial estipulado, sem o restabelecimento, in totum, do prazo que é concedido na hipótese de se tratar de nulidade por vício formal. Na espécie, o defeito apresentado reveste a natureza de vício material, em face da identificação incorreta do sujeito passivo. O vício é material quando relacionado aos aspectos intrínsecos da hipótese de incidência tributária descrita no art. 142, caput, do CTN (aspecto material = identificação do fato gerador e determinação da matéria tributável, aspecto quantitativo = cálculo do montante do tributo devido (base de cálculo e alíquota) e aspecto pessoal passivo = identificação do sujeito passivo). Face ao exposto, voto por dar provimento ao recurso para declarar a nulidade, por vício material, da presente Notificação de Lançamento. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 79DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES
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Numero do processo: 10469.720368/2007-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 02 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano calendário:2011
Ementa:
EXCLUSÃO DOS TÍTULOS DA DÍVIDA EXTERNA DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE.
A não aceitação dos títulos da dívida externa para fins de compensação não afasta o valor que ditos títulos possam possuir. Uma situação é a não aceitação para efeitos de compensação e outra é o valor econômico que ditos títulos possuem, conforme informado pela contribuinte na DIPJ. O fato da autoridade fiscal não ter aceito os títulos da dívida externa para fim de
pagamento de estimativas não quer dizer que estes devem ser excluídos da base de cálculo da apuração do IRPJ.
MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO – CONCOMITÂNCIA – MESMA BASE DE CÁLCULO Verificado que o contribuinte deixou de efetuar o recolhimento mensal obrigatório efetua-se o lançamento e aplicase
a multa de ofício que incide sobre o tributo não recolhido. Entretanto, feito o lançamento com a multa de ofício não se pode aplicar sobre a mesma base de cálculo a multa isolada, sob
pena de dupla penalidade em relação ao mesmo fato.
Recurso Parcialmente Provido.
Numero da decisão: 1402-000.897
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, para excluir a multa isolada, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. A Conselheira Albertina Silva Santos de Lima, em relação à exclusão da multa isolada, acompanhou pelas conclusões.
Matéria: IRPJ - AF - lucro real (exceto.omissão receitas pres.legal)
Nome do relator: MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA
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CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Recorrente DISPAR DISTRIBUIDORA PARNAMIRIM DE BEBID Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2011 Ementa: EXCLUSÃO DOS TÍTULOS DA DÍVIDA EXTERNA DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. A não aceitação dos títulos da dívida externa para fins de compensação não afasta o valor que ditos títulos possam possuir. Uma situação é a não aceitação para efeitos de compensação e outra é o valor econômico que ditos títulos possuem, conforme informado pela contribuinte na DIPJ. O fato da autoridade fiscal não ter aceito os títulos da dívida externa para fim de pagamento de estimativas não quer dizer que estes devem ser excluídos da base de cálculo da apuração do IRPJ. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO – CONCOMITÂNCIA – MESMA BASE DE CÁLCULO Verificado que o contribuinte deixou de efetuar o recolhimento mensal obrigatório efetuase o lançamento e aplicase a multa de ofício que incide sobre o tributo não recolhido. Entretanto, feito o lançamento com a multa de ofício não se pode aplicar sobre a mesma base de cálculo a multa isolada, sob pena de dupla penalidade em relação ao mesmo fato. Recurso Parcialmente Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, para excluir a multa isolada, nos termos do relatório e voto que Fl. 410DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 2 passam a integrar o presente julgado. A Conselheira Albertina Silva Santos de Lima, em relação à exclusão da multa isolada, acompanhou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Fl. 411DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 3 Relatório Contra a empresa supra qualificada, foram lavrados, em 03/09/2007, autos de infração para exigência de crédito tributário de R$ 4.116.729,85, referentes aos fatos geradores ocorridos no anocalendário de 2003. Segundo o auto de infração de fl. 08 a 10 se tratam de duas infrações, a saber: 01 – Falta de recolhimento/insuficiência de recolhimento IRPJ. 02 – Multa Isolada – Falta de recolhimento do IRPJ sobre base de cálculo estimada. Consta do auto de infração o seguinte relato: 001 FALTA DE RECOLHIMENTO/DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO OU DECLARAÇÃO Durante o procedimento de revisão da Declaração de Informações Econômico Fiscais, relativa ao anocalendário de 2003, foram constadas insuficiência de recolhimento ou de declaração do imposto de renda devido, consignado em sua DIPJ/2004 na ficha 12 item 17 e os valores declarados/pagos constantes do sistema da receita. Em atendimento nossa intimação de fls. 28, o contribuinte apresentou justificativa de fls.30/47, onde solicita que os valores das divergências apontados pela revisão da DIPJ/2004, deverão ser compensados com 0 crédito constante do processo de n ° 2005.84.00.0055920 Ação Declaratória em tramita ao perante a 4a. Vara da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte (Justiça Federal). Acontece que, em 09 de junho de 2005 foi prolatada a Decisão de fls.80/105, que determina o seguinte: "A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória". "Assim sendo indefiro o pedido de antecipação da tutela: Diante do exposto e, considerando que o contribuinte tinha feito o recolhimento do IRP1 mensal pago por estimativa, a menor, como também apresentou na declaração no sistema gerencial da receita DCTF (Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais) o valor IRPJ a menor, foi elaborado a recomposição do IRPJ sobre o lucro real, (fls.13) com base nos valores consignados na ficha 12 de sua DIPJ/2004 em confronto com os valores consignados na ficha 12 de sua DIPJ 2004 em confronto com os valores contabilizados no Diário,cópias em anexo, contendo o valor do IRPJ A Pagar devido, que se constituirá nos valores dos créditos tributários originários abaixo indicados. “002 – MULTA ISOLADA – FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPJ SOBRE BASE DE CÁLCULO ESTIMADA” Falta de pagamento do IRPJ incidente sobre a base de cálculo estimada em função da receita bruta e acréscimos e/ou balanços de suspensão ou redução, consoante demonstrativo de folha 14. Fl. 412DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 4 Do demonstrativo de fl. 14 dos autos, a título de exemplo, transcrevo os registros relativos ao mês de janeiro: Mês IRPJ INFORMADO DIPJ Declarado em DCTF Diferença Apurada Multa 50% Valor da multa jan/03 54.424,83 4.234,14 50.190,69 50,00 25.095,35 O crédito tributário, conforme planilha constante do acórdão recorrido, assim está individualizado: CRÉDITO TRIBUTÁRIO EM REAIS TRIBUTO Fls. Imposto/ Contrib. Juros de Mora Multa Proporcional /Isolada TOTAL IMPOSTO SOBRE A RENDA DA PESSOA JURÍDICA – IRPJ 0610 1.118.185,16 597.110,87 838.638,87 2.553.934,9 MULTA ISOLADA 458.212,62 458.212,62 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL 1923 420.429,93 224.509,04 315.321,69 960.260,66 MULTA ISOLADA 144.322,67 144.322,67 T O T A L 4.116.729,85 DA IMPUGNAÇÃO 2. Inconformada, a contribuinte apresentou, tempestivamente, a impugnação (fls. 124/127), por meio da qual alega: 2.1. Que, embora o processo judicial nº 2005.84.00.0055920 tenha sido julgado improcedente pela 4ª Vara Federal, os títulos da dívida externa nº 004223 e 163323, utilizados para compensar o débito, permaneceram na DIPJ, bem como na recomposição do Imposto de Renda; 2.2. Ainda, se a própria Receita não aceita os títulos como crédito tributário para compensar, deveria ter excluído a correção monetária dos mesmos (R$ 2.366.252,90 – Variação Monetária Ativa – ver fl. 70), o que não ocorreu (Ficha 06A, item 24 “outras receitas financeiras”); 2.3. Que, por isso, a autuação contraria todos os princípios e normas legais; e 2.4. Que do valor de R$ 3.170.000,00, constante da Ficha 06 A da DIPJ – denominado outras receitas não operacionais, deverá ser subtraído R$ 227.802,33 (vide planilha 17), tendo em vista que esse valor já está incluído no montante. Fl. 413DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 5 A decisão recorrida está assim ementada: Anocalendário: 2003 FALTA DE RECOLHIMENTO. Procede o lançamento da diferença de imposto apurada com base na escrituração do contribuinte em cotejo com os valores declarados/pagos. MULTA ISOLADA. ESTIMATIVAS Procede o lançamento da multa de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre a parcela do valor do pagamento mensal não recolhido/declarado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL Anocalendário: 2003 FALTA DE RECOLHIMENTO. Procede o lançamento da diferença da contribuição apurada com base na escrituração do contribuinte em cotejo com os valores declarados/pagos. MULTA ISOLADA. ESTIMATIVAS Procede o lançamento da multa de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre a parcela do valor do pagamento mensal não recolhido/declarado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 IMPUGNAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. As alegações apresentadas na impugnação devem vir acompanhadas das provas documentais correspondentes, sob risco de impedir sua apreciação pelo julgador administrativo. Lançamento procedente. Cientificada da aludida decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual repisa as alegações da peça impugnatória e, ao final, requer o provimento. É o relatório. Fl. 414DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 6 Voto Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Relator. O recurso é tempestivo, na conformidade do prazo estabelecido pelo artigo 33, do Decreto nº. 70.235 de 06/03/1972, foi interposto por parte legítima, está devidamente fundamentado e preenche os requisitos de admissibilidade. Assim, conheçoo e passo ao exame da matéria. Por primeiro, há que se analisar se existe concomitância entre a matéria discutida neste processo e a que consta da ação judicial cuja cópia encontrase às fls. 80 e seguintes. Ao se analisar o item 8 da petição inicial (fl. 82) verificase que o objeto daquela ação era “a validação dos créditos e compensações dos valores recolhidos a maior, na estimativa mensal do IRPJ e da CSLL”. Ao final, a fl. 103, a autora daquela ação requereu que o juiz declarasse a validade dos créditos de IR e CSLL, recolhidos por estimativas, bem como dos valores do Imposto de Renda Retido na Fonte de aplicações financeiras, desde 1994, condenando a União a restituir tais valores. Enquanto naquele processo o pedido era para restituir os valores recolhidos por estimativas, aqui a autuação diz respeito ao recolhimento de valores a menor, situação que afasta a concomitância entre a matéria discutida nesta ação e aquela constante do processo judicial. Adentrando ao mérito, argumenta a recorrente que “se a própria Receita não aceita os títulos como crédito tributário para compensar, deveria ter excluído a correção monetária dos mesmos (R$ 2.366.252,90 – Variação Monetária Ativa – ver fl. 70), o que não ocorreu (Ficha 06A, item 24 “outras receitas financeiras”). Diante das alegações da recorrente, mister que se analise as informações constantes da FICHA 06A da DIPJ (fl. 110), de onde extraio os seguintes elementos que podem ser relevantes ou esclarecedores no deslinde da controvérsia: DIPJ 2004 – anocalendário 2003 – ficha 06A Discriminação Valor 07. Receita da revenda de mercadorias 4.851.385,43 17. RECEITA LÍQUIDA DAS ATIVIDADES 3.604.024,16 18. () custos dos bens e serviços vendidos 3.505.590,85 19. LUCRO BRUTO 98.433,31 24. Outras receitas financeiras 2.451.831,18 31. () despesas operacionais 1.082.573,47 41. LUCRO OPERACIONAL 1.430.837,95 43. Outras receitas não operacionais 3.397.802,33 46. RESULTADO DO PERÍODO DE APURAÇÃO 4.828.640,28 51. LUCRO LÍQUIDO ANTES DA CSLL 4.828.640,28 53. LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IRPJ 4.394.062,65 55. LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO DE APURAÇÃO 3.239.606,48 Fl. 415DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 7 DIPJ 2004 – anocalendário 2003 – ficha 09A Discriminação Valor 1. LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IRPJ 4.394.062,65 ADIÇÕES 03.Despesas Operacionais – Soma Parcelas Não Dedutiveis 1.098,12 04.Contribuição Social sobre o Lucro Liquido 434.577,63 SOMA DAS ADIÇÕES 435.675,75 38. LUCRO REAL ANTES DA COMP. PREJ. PROP. PERÍODO. DE APURAÇÃO 4.829.738,40 41. LUCRO REAL APÓS COMP. PREJ. PRÓPRIO PER. DE APURAÇÃO 4.829.738,40 Além dos registros constantes nas fichas 06A e 09A, de onde extrai as rubricas acima referidas, a partir da fl. 112 dos autos encontrase a FICHA 11 da DIPJ por meio da qual a recorrente apurou o valor das estimativas mensais. Por sua vez, à fl. 14 dos autos, conforme destacou a autoridade fiscal, foi feito recomposição do imposto de renda pessoa jurídica, resultando no seguinte quadro: DISCRIMINAÇÃO VALORES DECLARADOS VALORES APURADOS Lucro Líquido antes do IRPJ 4.394.062,65 4.394.062,65 SOMA DAS ADIÇÕES 435.675,75 435.675,75 SOMA DAS EXCLUSÕES COMPENSAÇÕES LUCRO REAL 4.829.738,40 4.829.738,40 IMPOSTO DE RENDA (alíquota 15%) 724.460,76 724.460,76 ADICIONAL (2) 458.973,84 458.973,84 DEDUÇÕES (05) Programa de Alimentação do Trabalhador 28.978,43 28.978,43 13) Imp Renda Ret. Fonte 13.487,75 13.487,75 (17) Imposto de Renda Mensal pago Estimativa 1.402.461,32 22.783,26 IMPOSTO DE RENDA DEVIDO (3) = (1) + (2) 261.492,90 1.118.185,16 IMPOSTO DE RENDA DECLARADO (4) IMPOSTO RENDA A PAGAR (5) = (3) (4) 261.492,90 1.118.185,16 Do confronto do quadro acima elaborado, pela autoridade fiscal, com as informações extraídas da DIPJ, cujos principais valores constantes nas fichas 06 e 09 eu ilustrei nos nas planilhas acima referidas, verificase que não há divergência decorre exclusivamente do imposto de renda pago por estimativa. Enquanto a recorrente destacou ter pago R$ 1.402.461,32 a título de estimativa, a autoridade fiscal apurou apenas R$ 22.783,26. A exceção de controvérsia sobre o valor de R$ 227.802,33 que será analisado no decorrer deste voto, a recorrente não diverge dos valores. Apenas quer que ditos valores sejam compensados com os títulos da dívida externa nº 004223 e 163323, situação esta já afastada junto ao Poder Judiciário. Quanto ao argumento de que do valor de R$ 3.170.000,00, constante da Ficha 06 A da DIPJ – denominado outras receitas não operacionais, deverá ser subtraído R$ 227.802,33, tendo em vista que esse valor já está incluído no montante, da análise que faço na referida Ficha, cujos números anteriormente eu destaquei, além de não encontrar o registro de R$ 3.170.000,00, em seu recurso a recorrente também não destacou a origem dos R$ 227.802,33 que alega já estar incluído no referido cálculo. Tratase de número sem demonstração de sua procedência. Fl. 416DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 8 Do princípio da consunção e a exigência de multa isolada concomitante com a multa de ofício Nos casos em que um ilícito se constitui em fase de preparação, de execução ou antecedente de outro mais grave, intimamente ligados entre si, não há como deixar de reconhecer a consunção que se constitui no princípio pelo qual o ilícito mais grave absorve o primeiro. Exemplo de situação deste tipo encontrase no disposto do enunciado da Súmula 17 do STJ, que possui a seguinte redação: “Súmula 17 Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Há determinadas infrações que só se caracterizam mediante a existência de mais de uma conduta típica. Exemplos: (i) no crime de tortura pode haver a existência de lesões corporais leves; b) no estelionato, mediante documento ou declaração falsa, há o crime de falsidade; c) o homicídio por arma de fogo, em lagar público, há o crime de disparo de arma de fogo em lugar público que é absorvido pelo homicídio. Em situações deste tipo ocorre de uma ou mais infrações servirem de meios necessários, ou seja, normais fases preparatórias ou de execução, para a prática de uma outra, mais grave que aquelas. Em cada uma dessas hipóteses — que ocorrem com bastante freqüência no cotidiano jurídico — há um problema a ser resolvido. Na primeira, perguntase, os tipos dos "ilícitosmeios", i. e., que configuram fases preparatórias ou executórias do "ilícitofim", incidem sobre o sujeito? E as condutas anteriores e posteriores ao delito de maior gravidade, cometidas contra o mesmo bem jurídico de um mesmo sujeito passivo, merecerão represália? E aquele crime antes tomado como fim do agente, mas logo depois por ele ignorado, cometendo outro, no mesmo iter criminis, prejudicáloá, cominandolhe também a sua pena? A resposta a todas as questões é negativa. Quando uma ou mais infrações penais figuram unicamente como meios ou fases necessárias para a consecução do crimefim, ou quando simplesmente se resumem a condutas, anteriores (antefactum) ou posteriores (postfactum), do crimefim, estando, porém, insitamente interligados a este, sem qualquer autonomia portanto (pois o contrário daria margem ao concurso real de crimes), ou quando Fl. 417DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 9 ocorre a chamada progressão criminosa (mudança de finalidade ilícita pelo agente), o agente só terá incorrido no tipo penal mais grave. É o que determina o princípio da consunção, para o qual em face a um ou mais ilícitos denominados consuntos, que funcionam apenas como fases de preparação ou de execução de um outro, mais grave que o(s) primeiro(s), chamado consuntivo, ou tãosomente como condutas, anteriores ou posteriores, mas sempre intimamente interligado ou inerente, dependentemente, deste último, o sujeito ativo só deverá ser responsabilizado pelo ilícito mais grave.1 No dizer de Damásio de Jesus, "nestes casos, a norma incriminadora que descreve o meio necessário, a normal fase de preparação ou execução de outro crime, ou a conduta anterior ou posterior, é excluída pela norma a este relativa. Lex consumens derogat legi consumptæ" No direito tributário, em termos de sanções, a situação é idêntica. Contudo, antes de tratarmos do assunto analisaremos a razão de ser do recolhimento do carnêleão e das estimativas. I.a) Da razão do recolhimento do carnêleão e das estimativas Por necessitar de recursos para executar suas funções, Administração não pode aguardar o encerramento do período de apuração para receber os tributos cujos fatos geradores irão ocorrer no final do exercício. Neste contexto, antes da ocorrência do fato gerador, criouse obrigações impondo ao sujeito passivo o dever de antecipar recolhimentos no decorrer do anocalendário. Tanto os valores recolhidos a título de carnê leão quanto o de estimativas são deduzidos do imposto apurado no final do exercício. Se deduzidos do valor do imposto devido não há como negar que têm natureza de tributo e correspondem, assim como o IRRF, em pagamento antecipado. Quando se estabelece obrigação do sujeito passivo em recolher carnê leão ou estimativa não se está imputando a ele qualquer omissão relacionada a fato gerador. Nestas circunstâncias o fato gerador ainda não ocorreu e, encerrado o período de apuração, pode haver situações em que sequer se verificará a existência da situação descrita em lei que resulte na obrigação de pagar tributo. Ocorrida a hipótese prevista na segunda parte do parágrafo anterior, para a pessoa física restituise os valores e em relação à pessoa jurídica conferese a esta o direito de usar tais recursos para compensar tributos devidos em períodos subsequentes. Se no mês de março contribuinte pessoa física ou jurídica deixar de recolher, por exemplo, carnêleão ou estimativa, respectivamente, no mês seguinte a autoridade fiscal pode exigir o valor não recolhido com multa de 50%. 1 Se um contribuinte, pessoa física, que recebe rendimentos de pessoa física e os oferece mensalmente à tributação, recolhendo carnêleão, ao final do ano não se pode falar em receita omitida. Contudo, se não recolher o carnêleão e não oferecer os rendimentos à tributação só poderá ser lhe imputado a penalidade mais grave, qual seja, a de omissão do tributo. Fl. 418DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 10 Contudo, encerrado o anocalendário não há o que se falar em recolhimento de carnêleão ou de estimativa, mas sim no efetivo imposto devido. Aqui, diferentemente do carnêleão ou das estimativas, temse infração que diz respeito ao não pagamento de tributo e, portanto, cominada com penalidade mais grave. Quando se fala em multa isolada esta só pode estar relacionada ao não recolhimento do carnêleão ou das estimativas devidas durante o anocalendário. Encerrado o anocalendário sem que os rendimentos ou lucros sejam oferecidos à tributação exigese o imposto com multa de 75%2. A não ser a adoção desta lógica jamais se aplicaria, nestas situações, o disposto no artigo 138 do CTN.3 Imaginemos a situação em que o sujeito passivo, pessoa física ou jurídica, tenha obtido rendimentos sem oferecêlos à tributação. Passado quatro anos e onze meses ele resolve oferecer ditos rendimentos à tributação acompanhado do respectivo pagamento dos tributos. Em havendo o pagamento do imposto devido não se pode lhe imputar a multa pelo não recolhimento do carnêleão ou das estimativas. Agora, adotemos esta mesma situação, só que em vez de esperar quatro anos e onze meses para oferecer os rendimentos à tributação o sujeito passivo os oferece logo após o período de apuração, quando da entrega da declaração. Se no primeiro caso não se lhe aplica a multa isolada, aqui onde a infração é de menor gravidade, ao menos no que diz respeito ao tempo decorrido para oferecer os rendimentos à tributação, também não há o que se falar em multa isolada, sob pena de adorarse situação que resulta em conflito explicito com o disposto no artigo 138, do CTN. Dos fundamentos expostos resulta a seguinte indagação: Em que situações é devida multa isolada sem exigência da multa de ofício? Inicialmente, observemos que a multa de ofício é exigida sempre que houver omissão de rendimentos e não estivermos diante de denúncia espontânea, acompanhada do pagamento do tributo e juros, conforme previsto no artigo 138 do CTN. A multa isolada, por sua vez, é devida até o momento previsto para apuração do imposto devido. Verificado o fato gerador sem que o sujeito ofereça os rendimentos à tributação, não há o que se falar em multa isolada, mas sim em exigência dos tributos devidos com multa de 75%. Igualmente, não subsiste o argumento de que a multa isolada deve ser exigida após o encerramento do período de apuração, ainda que em concomitância com a multa de ofício, em virtude de estar prevista em norma autônoma e por não ter o sujeito passivo adimplido a obrigação na data do vencimento. Não se pode interpretar um dispositivo legal desconsiderando as demais normas que integram o sistema. Se assim fosse, pressupondo atraso do sujeito 2 Se o carnêleão e as estimativas têm como razão de ser o aporte de recursos, no decorrer do anocalendário, para que a Administração possa cumprir com suas obrigações, transcorrido o período de apuração não há mais o que se falar em exigência de carnêleão e nem de estimativas, mas sim do efetivo imposto devido. 3 Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Fl. 419DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 11 passivo em relação ao vencimento do tributo, chegaríamos ao ponto de formar raciocínio equivocado cumulando multa de ofício com multa moratória. Para tal, bastaria dizer que sendo a multa moratória devida nos casos de atraso no pagamento e que nos casos de omissão há atraso, terseia situação em que ambas as multas seriam devidas. Mais, sempre que uma conduta de menor gravidade se constituir em pressuposto para que ocorra uma infração punida com penalidade mais grave, esta absorve a menor. Neste sentido basta observar o princípio da consunção, cujo exemplo citado por nós é o disposto na súmula 17 do STJ. Ainda em relação à multa isolada, na interpretação do artigo 44, II, alíneas “a” e “b” da Lei nº 9.430, de 1996, com a redação atribuída pela Lei nº 11.488, de 2007, resultante da conversão da Medida Provisória 351, de 2007, não se pode desprezar a exposição de motivos que ao tratar da necessidade de alteração da lei apresentou a seguinte justificativa: 8. A alteração do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 19964, efetuada pelo art. 14 do Projeto, tem o objetivo de reduzir o percentual da multa de ofício, lançada isoladamente, nas hipóteses de falta de pagamento mensal devido pela pessoa física a título de carnêleão ou pela pessoa jurídica a título de estimativa, bem como retira a hipótese de incidência da multa de ofício no caso de pagamento do tributo após o vencimento do prazo, sem o acréscimo da multa de mora. .Pelo que se depreende da exposição de motivos, ao usar as expressões “multa de ofício, lançada isoladamente”, se está a falar de uma única multa, pois se assim não fosse não teria usado as expressões “lançada isoladamente”, mas sim, “lançada em concomitância com a multa de ofício. Finalmente, há que se ter presente que a alteração introduzida pela Medida Provisória 351, de 2007, reduzindo o percentual da multa isolada decorre da constatação de que não de poderia aplicar pena idêntica para infrações com gravidades diferentes. 4 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Fl. 420DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA Processo nº 10469.720368/200729 Acórdão n.º 1402000.897 S1C4T2 Fl. 0 12 Em síntese, verificado que o contribuinte deixou de efetuar o recolhimento mensal obrigatório (estimativa no caso de pessoa jurídica e carnêleão no caso de pessoa física), efetuase o lançamento e aplicase a multa de ofício que incide sobre o tributo não recolhido. Entretanto, feito o lançamento com a multa de ofício não se pode aplicar sobre a mesma base de cálculo a multa isolada, sob pena de dupla incidência de penalidade em relação ao mesmo fato. Nesse é a interpretação dada pela Câmara Superior de Recursos Fiscais: “MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO – CONCOMITÂNCIA – MESMA BASE DE CÁLCULO – A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo.” (Câmara Superior do Conselho de Contribuintes / Primeira turma, Processo 10510.000679/200219, Acórdão n° 0104.987, julg. em 15/06/2004). Pelos fundamentos aqui expostos, tendo a multa isolada, no caso concreto, incidido sobre a mesma base de cálculo do lançamento de ofício correspondente, dou parcial provimento ao recurso para afastar da exigência do crédito tributário a multa isolada constante do lançamento. (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva Fl. 421DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 19/10/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MOISES GIAC OMELLI NUNES DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10860.720055/2008-29
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 30 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2801-000.083
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
Assinado digitalmente
Antonio de Pádua Athayde Magalhães Presidente
Assinado digitalmente
Sandro Machado dos Reis Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Sandro Machado dos Reis, Amarylles Reinaldi e Henriques Resende, Carlos César Quadros Pierre, Tânia Mara Paschoalin e Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: SANDRO MACHADO DOS REIS
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. Assinado digitalmente Antonio de Pádua Athayde Magalhães – Presidente Assinado digitalmente Sandro Machado dos Reis – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Sandro Machado dos Reis, Amarylles Reinaldi e Henriques Resende, Carlos César Quadros Pierre, Tânia Mara Paschoalin e Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: “Contra a interessada supra foi lavrada a Notificação de Lançamento e respectivos demonstrativos de fls. 01 a 05, por meio do qual se exigiu o pagamento do ITR do Exercício 2003, acrescido de juros moratórios e multa de ofício, totalizando o crédito tributário de R$ 213.288,82, relativo ao imóvel rural denominado "Fazenda Herança Divina", com RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 60 .7 20 05 5/ 20 08 -2 9 Fl. 134DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por SANDRO MACHADO DOS REIS, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por SANDRO MACHADO DOS REIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MA GALHAES Processo nº 10860.720055/200829 Resolução nº 2801000.083 S2TE01 Fl. 122 2 área de 930,5 ha, NIRF 0.795.2740, localizado no município de Ubatuba/SP. Constou da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal a citação da fundamentação legal que amparou o lançamento e as seguintes informações, em suma: que, a declaração de ITR do interessado incidiu em malha fiscal nos parâmetros áreas não tributáveis e cálculo do valor da terra nua; após regularmente intimado e transcorrido o prazo fixado, o interessado não apresentou os documentos solicitados que comprovassem as informações contidas em sua declaração, objeto de análise pelo Grupo de Malha Fiscal, tais como, Laudo Técnico e Ato Declaratório Ambiental, motivo pelo qual esse item foi glosado e constituído o lançamento suplementar nos termos do art. 14 da Lei n° 9.393/1996. Cientificado do lançamento, por via postal, em 05/11/2008, conforme fl. 76, o interessado apresentou a impugnação de fls. 50 a 53, em 01/12/2008, alegando, em síntese, que: • Em 20 de agosto de 2008, protocolou na Receita Federal os documentos necessários para comprovar que o imóvel rural encontra se em área considerada de preservação permanente; • Os documentos apresentados foram expedidos pelo governo federal, de total credibilidade, não restando quaisquer dúvidas de que o imóvel está inserido em sua quase totalidade em área de preservação permanente, sendo corroborado pelo Ato Declaratório Ambiental ADA, emitido em 27/09/2008; • Só tomou conhecimento da necessidade de elaborar o ADA, ao receber o Termo de Intimação Fiscal; • Anexa aos autos, Certidões expedidas pelo Instituto de Terras e do Governo do Estado de São Paulo, Planta, Relatório de Vistoria Técnica do Instituto Florestal Núcleo Picinguaba, Boletim de Ocorrência Ambiental, entre outros, que comprovam que a propriedade está inserida no Parque Estadual da Serra do Mar; • Está sem explorar o imóvel desde 1999, embora estando na posse do imóvel, pois ainda não recebeu indenização, razão pela qual não possui condições para arcar com o pagamento do imposto, juros e multa de ofício; • Não deve o valor do imposto suplementar, porque os imóveis de sua propriedade são totalmente inexploráveis por estarem inseridos dentro do Parque Estadual da Serra do Mar; • Requer cancelamento da Notificação de Lançamento por erro no preenchimento da declaração e, se for o caso, solicita autorização do órgão para providenciar junto ao Ibama o ADA dos exercícios anteriores, por medida de justiça. Instruíram a impugnação os documentos de fls. 57 a 75.” Doravante, a Primeira Instância de Julgamento rejeitou a Impugnação do contribuinte, em decisão que restou assim ementada: Fl. 135DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por SANDRO MACHADO DOS REIS, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por SANDRO MACHADO DOS REIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MA GALHAES Processo nº 10860.720055/200829 Resolução nº 2801000.083 S2TE01 Fl. 123 3 “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003. Área de Preservação Permanente APP em Área de Proteção Ambiental APA São consideradas áreas de preservação permanente, além das previstas no art. 2o da lei n° 4.771/1965, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas a, entre outros, proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico e asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção, conforme disposto nas alíneas "e" e "f" da Lei n° 9.393/1996, quando assim declaradas pelo Poder Público em caráter específico para determinada área da propriedade e desde que cumpridas as demais exigências legais. Para exclusão dessas áreas da incidência do ITR, além do ADA tempestivo, é necessária sua comprovação, mediante Laudo Técnico, emitido por Engenheiro Agrônomo ou Florestal, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica ART, que as discrimine, quantifique e identifique seu enquadramento legal, acompanhado de Memorial Descritivo e Carta Planialtimétrica do imóvel contendo a representação gráfica da hidrografia, da vegetação e das curvas de nível. Aplicabilidade da Multa de Ofício e Taxa Selic. São cabíveis as cobranças da multa de ofício, por falta de recolhimento do tributo, apurada em procedimento de fiscalização, e de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, por expressa previsão legal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido”. Irresignado, o Recorrente interpôs Recurso Voluntário, reiterando os argumentos de sua impugnação. É o Relatório. Voto Conselheiro Sandro Machado dos Reis, Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, razão pela qual conheço do mesmo. A princípio, cingese a discussão, pois, em saber: (i) se o fato de determinado imóvel localizado integralmente em Área de Proteção Ambiental APA, declarada por ente da federação, isenta de ITR; e (ii) se a apresentação do ADA é elemento essencial e indispensável para que as áreas de preservação permanente e utilização limitada possam ser isentas de tributação. Entretanto, para a escorreita aplicação do direito em tela e para que não restem dúvidas de que as áreas declaradas pela Recorrente efetivamente configuramse como de Preservação Permanente, prestigiandose o princípio da verdade material que rege os Fl. 136DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por SANDRO MACHADO DOS REIS, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por SANDRO MACHADO DOS REIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MA GALHAES Processo nº 10860.720055/200829 Resolução nº 2801000.083 S2TE01 Fl. 124 4 procedimentos administrativos, é imperioso que o presente processo seja baixado em diligência para que o órgão ambiental em questão informe se a área do imóvel objeto do lançamento se encontra dentro do Parque Estadual da Serra do Mar. Assinado digitalmente Sandro Machado dos Reis Fl. 137DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por SANDRO MACHADO DOS REIS, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por SANDRO MACHADO DOS REIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MA GALHAES
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Numero do processo: 37306.007225/2006-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/01/2001
EMBARGOS - OMISSÃO - NÃO APRECIAÇÃO DE TERMO ADITIVO
Com fulcro no art. 66 e seguintes do Regimento Interno dos Conselhos Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256 de 22 de junho de 2009, as inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita serão retificados mediante requerimento do titular da unidade da administração tributária encarregado da execução do julgado.
O acordão apresenta-se omisso quando não são apresentados ao colegiado, todas as argumentações trazidas pela recorrente, mesmo em seu tratando de termo aditivo. Os argumentos trazidos aos autos pelo recorrente deveriam ser, no mínimo, submetidos ao colegiado no intuito de que se verifique a pertinência e a oportunidade de sua apreciação.
Ao ser constatado que a base dos argumentos não apreciados refere-se a suposta nulidade pela ausência de caracterização da cessão de mão de obra (objeto desse embargo), e não tendo ditos argumentos sido apresentados nem na impugnação, nem no recurso interposto, entendo que o termo aditivo não merece ser conhecido.
Nos termos do § 6.º do art. 9.º da Portaria MPS/GM n.º 520/2004 c/c art. 17 do Decreto n.º 70.235/1972, a abrangência da lide é determinada pelas alegações constantes na impugnação, não devendo ser consideradas no recurso as matérias que não tenham sido aventadas na peça de defesa e no caso, presente avençadas, nem mesmo na peça recursal.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 2401-002.914
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração; e II) Por maioria de votos, re-ratificar o acórdão nº 2401-01.430, sem alteração do resultado do julgamento. Vencido o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que dava provimento ao recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira - Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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O acordão apresentase omisso quando não são apresentados ao colegiado, todas as argumentações trazidas pela recorrente, mesmo em seu tratando de termo aditivo. Os argumentos trazidos aos autos pelo recorrente deveriam ser, no mínimo, submetidos ao colegiado no intuito de que se verifique a pertinência e a oportunidade de sua apreciação. Ao ser constatado que a base dos argumentos não apreciados referese a suposta nulidade pela ausência de caracterização da cessão de mão de obra (objeto desse embargo), e não tendo ditos argumentos sido apresentados nem na impugnação, nem no recurso interposto, entendo que o termo aditivo não merece ser conhecido. Nos termos do § 6.º do art. 9.º da Portaria MPS/GM n.º 520/2004 c/c art. 17 do Decreto n.º 70.235/1972, a abrangência da lide é determinada pelas alegações constantes na impugnação, não devendo ser consideradas no recurso as matérias que não tenham sido aventadas na peça de defesa e no caso, presente avençadas, nem mesmo na peça recursal. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 37 30 6. 00 72 25 /2 00 6- 66 Fl. 436DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 ACORDAM os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração; e II) Por maioria de votos, reratificar o acórdão nº 240101.430, sem alteração do resultado do julgamento. Vencido o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que dava provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 437DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 37306.007225/200666 Acórdão n.º 2401002.914 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Considerando a propositura de embargos com fulcro no art. 65 do Regimento Interno dos Conselhos Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256 de 22 de junho de 2009, Fazenda Nacional, opõe, tempestivamente, Embargos de Declaração nos seguintes termos: Com fulcro nos art. 65 e seguintes do Regimento Interno dos Conselhos Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256 de 22 de junho de 2009, o Contribuinte, opõe Embargos de Declaração contra o Acórdão nº 240101.430 de 20 de outubro de 2010. Segundo o embargante, o Acordão padece de omissão quanto à argumentação quanto argumentação recursal aduzida pelo contribuinte, hábil a ensejar a reforma do acórdão combatido, culminando com a decretação de improcedência do lançamento tributário em comento. Nesse sentido, manifestase o embargante: Deveras, aduziu o contribuinte no evidenciado aditamento, preliminar de nulidade do lançamento tributário combatido, fundado na inconteste ausência de levantamento dos reais fatos, em completo descumprimento ao disposto no artigo 142 do CTN, que determina que para a constituição do crédito tributário o fisco deve inventariar e especificar a ocorrência do fato gerador da obrigação, determinar a matéria tributável e identificar o sujeito passivo. No entanto, na própria descrição contida às fls. 70, há a cabal demonstração de que não se buscou levantar os fatos e a situação que ensejariam eventual tributação. Observese que o item 6, do relatório de fls. 70, menciona que a "solidariedade da notificada com a prestadora é com fulcro no art. 31 da Lei no 8.212/91, na sua redação original, vigente no período do débito". Denotase que o elemento fulcra l contido no texto legal é que haja a cessão de mãodeobra, isto 6, teria que ficar evidente que ocorrera a colocação de segurados à disposição do contratante, como se percebe da redação do § 20 do citado art. 31. Na verdade, o relatório da NFLD lançase numa contradição evidente. Não há como defender que a prestadora dos serviços fora contratada para "cessão de mãodeobra" e, ao mesmo tempo, para executar a parte da obra. Ou a contratada cede a mãodeobra ou executa a obra. Nesta senda, da análise ainda que perfunctória do r. I acórdão proferido, bem se constata a omissão quanto ao ponto encimado, que, frisese, tratase de preliminar hábil a ensejar a decretação de nulidade do lançamento tributário em evidência, e, no Fl. 438DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 entanto, não há no acórdão combatido qualquer I 1 análise acerca do ponto suscitado, devendo tal omissão ser sanada nestes declaratórios. Asseverou a embargante que, ao contrário do contido na NFLD, é patente que a então contratada da ora embargante executou obra de construção civil (e não cessão de mãodeobra), o que se constata ao examinar a descrição contida no item 8, do citado relatório da fiscalização (fls. 71). A subcontratada não promoveu nenhuma cessão de mãode obra, não colocou nenhum trabalhador ou segurado à disposição da ora embargante, mas cuidou da exata execução da obra com pessoal inteiramente sob seu comando. Em nenhum momento, a NFLD mostra evidência ou sequer suposição de que teria havido a colocação de mãodeobra 6 disposição da Recorrente. A contratada incumbiuse, como diz a NFLD, de executar parte especifica das obras. Não é cedente de mãodeobra. Por outro lado, analisando o contrato (fls. 46 a 51), firmado entre a ora Recorrente e a empresa Casa Nova Construções Montagens e Projetos Ltda., nenhuma dúvida persiste. Tratase de execução de serviços de construção civil, diretamente realizados pela contratada, sem qualquer colocação de mãode obra ao dispor da ora Recorrente. Assim, requer o embargante o conhecimento e provimento do presente recurso para fins de concluir e sanar as omissões apontadas. DA ANÁLISE DOS EMBARGOS Da análise dos elementos expostos, entendo que razão assiste ao embargante, tendo em vista que acórdão prolatado realmente encontrase omisso quanto a matéria trazida no aditivo ao recurso e não apreciada na forma devida. Notese que às fls. 157 a 179, o recorrente apresenta seu recurso, cujas alegações foram, no entender dessa relatora foram devidamente apreciadas no acordão ora embargado, recurso este protocolado em 22.12.2006. Contudo, conforme descrito nos embargos opostos, apresentou o recorrente aditivo ao recurso em 27/04/2009, donde destaca a aplicação da súmula vinculante n. 08, bem como inova quanto a nulidade da decisão de primeira instância, por agasalhar NFLD totalmente inepta, tendo em vista que os fundamentos para o lançamento reportamse ao art. 31 da lei 8212/91, sendo que não restou demonstrada a cessão de mão de obra descrita pela autoridade fiscal. Pelo contrário a descrição dos serviços prestados, em conjunto com a apreciação dos contratos denotam inexistir a referida cessão. Isso posto, ao final requer o acolhimento das razões ora expendidas, ratificandose o quanto já manifestado anteriormente, para o fim de que seja a) declarada a nulidade da decisão de primeira instância e da NFLD 35.684.1622, b) excluída a parcela já fulminada pela decadência e, C) quanto ao Fl. 439DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 37306.007225/200666 Acórdão n.º 2401002.914 S2C4T1 Fl. 4 5 mérito, seja reformada a decisão anterior, para declarar inexistente e indevido o suposto crédito tributário, por ser medida de inteira Dessa forma, destaco que o acordão descreve propriamente em seu relatório os argumentos recursais apresentados pelo recorrente, no recurso apresentado dentro do prazo. Todavia, conforme dito pelo embargante, quando do julgamento no âmbito desse Conselho, o recorrente tem o direito de ter todos os seus elementos de prova submetidos ao julgador. Conforme o próprio embargante destaca, a submissão dos documentos trazidos pelo recorrente, podem, face o principio da verdade material, descrever elementos de convicção capazes de determinar a procedência ou improcedência do lançamento. Deve o julgador, de posse das petições ofertadas pelo recorrente decidir acerca dos pressupostos de sua admissibilidade e de seu conhecimento. Observase no caso em questão, que dito documento (termo aditivo), realmente não foi apreciado em sua totalidade, considerando que no relatório do acordão, consta a apresentação do mesmo, apenas destacando a aplicação da súmula vinculante n. 08, sem que no acordão fosse submetido ao colegiado sua pertinência ou mesmo conhecimento. Dessa forma, entendo que o acordão, neste ponto, apresentase omisso razão pela qual, devam ser acatados os embargos de forma, que seja novamente submetido ao colegiado o conhecimento e pertinência do referido documento. CONCLUSÃO Face o exposto, entendo que devem ser ACATADOS OS EMBARGOS PROPOSTOS, para que se corrija a omissão apontada em relação a não submissão de termo aditivo, apresentado em data anterior ao julgamento do recurso ao colegiado. Contudo para adentrar aos pontos trazidos pelo embargante, transcrevo abaixo o relatório do acordão proferido, que mantevese inalterado. Senão vejamos: Notese que a NFLD em questão é fruto do Desmembramento da NFLD 35.183.7795, nos termos descritos abaixo: A presente NFLD, foi lavrada em substituição a NFLD n. 35.183.7795 de 16.10.2000, uma vez que esta foi tomada NULA por decisão administrativa da 2' Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, consubstanciada no Acórdão N° 1.180 de 23.08.2004, cópia acostada; 2. Tratava a NFLD original, do lançamento de contribuições previdenciárias • devidas pela solidariedade da notificada, com várias empresas que lhe prestaram serviços por cessão de mão de obra, corno subcontratadas, nas diversas obras de construção civil, de responsabilidade da contratante, ora notificada, no Fl. 440DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 período de 01.1992 à 12.1998.Através da Decisão Notificação N°21.025.01019212000, de 27.122000 lançamento foi julgado procedente. A empresa recorreu da decisão ao CRPS, e após ao juntada de novos elementos por parte da recorrente, do cumprimento por parte da notificante de diligências solicitadas pela 2' CAJ, e o reconhecimento de parte do débito pela notificada, incluindoo em processo de parcelamento definido pela Lei N° 10.684/2003 (débito desmembrado para o processo N° 35.431.0798 em 24.12.2003), subsistiu o lançamento original, apenas para o débito relativo a empresa CASA NOVA CONSTRUÇÕES MONTAGENS E PROJETOS LTDA; FLS. )543 3. Não obstante, mesmo em relação a esta subempreiteira, a notificante em despacho de 2604.2004, entendeu assistir razão à notificada, em reduzir de 40% para 12%, o percentual aplicado ao valor dos serviços prestados com base nas Ordens de Serviço N° 51/92 e 165197, constantes nas notas fiscais de serviços daquela, para apuração do valor do salário de contribuição para incidência das contribuições previdenciárias, unta vez que no contrato entre as partes, justificou a notificante, alam do material a ser utilizado, estava prevista a utilização de maquinas e equipamentos. Acostamos cópia do referido despacho, e dos interlocutórios referidos no item 2; 4. No entanto , entendeu por fim a 2° CM, conter o lançamento vício insanável, decidindo pela sua NULIDADE posto não constar na NFLD ora substitutiva, nem em seus anexos, o fundamento legal utilizado para chegarse ao "quantum debeatur" , através do ARBITRAMENTO. Tal 'vício insanável não havia sido detectado anteriormente nas passagens do processo pela 2 CAJ , em 10.03.2003, em 25.06.2003, • e 25.102003, sendo que nas duas últimas, a análise do processo foi feita pelo mesmo relator que em 23.08.2004 decretou sua nulidade. Também não demoveu o mesmo relator e a 2a CAJ, o pedido de revisão de acórdão proposto pelo Serviço da Receita Previdenciária de Guarulhos, sob o argumento de que a empresa estava dente do arbitramento efetuado, tanto que solicitou redução das alíquotas aplicadas às faturas, e que a omissão do fundamento legal seria vício sanável, uma vez que foi citado no relatório fiscal a Lei 1f8.212/91 e o Regulamento da Previdência Social. Assim sendo, passados mais de cinco anos do lançamento original, outra alternativa não restou, a não ser a lavratura desta nova NFLD para substituir a anulada; 5. Portanto, trata a presente notificação do lançamento de contribuições previdenciárias, da parte da empresa e dos segurados empregados devidas ao FPAS, pela solidariedade da notificada, com a empresa CASA NOVA CONSTRUÇÕES MONTAGENS E PROJETOS LTDA, que lhe prestou serviços por CESSÃO DE MÃODEOBRA, no período de 01.92 à 03.93, 07.93, 12.93, 01.94, 03.94 à 11.94, 08.95, 04.96 à 12.96, e07.98, como subcontratada, para executar parte da obra de responsabilidade da tomadora, por força da Concorrência Pública N° 002/91 e do Contrato N° 17/91, Fl. 441DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 37306.007225/200666 Acórdão n.º 2401002.914 S2C4T1 Fl. 5 7 firmado • com o SA.A.E. — Serviço Autônomo de Água e Esgoto do Município de Guarulhos, cópias acostadas. O lançamento é embasado na Lei N°8.212191, regulamentada pelo RPS — Regulamento da Previdência Social, com ultima redação do Decreto N°3048/99. 6. A solidariedade da notificada com a prestadora é com fulcro no artigo 31 da Lei N° 8.212/91, na sua redação original, vigente no período do débito , uma vez que a contratante não comprovou o recolhimento das contribuições previdenciárias por parte da contratada , incidentes sobre o salário de contribuição dos segurados empregados desta, envolvidos na cessão. Com efeito, conforme consulta ao banco de dados INSS/DATAPREV/CNIS — Cadastro Nacional de Informações Sociais, a prestadora no período em questão manteve urna média de 2 a 3 empregados com vinculo formalizado, sendo que durante todo ano de 1993 teve apenas um empregado declarado, e para o ano de 1995 sequer entregou a RAIS — Relação Anual de Informações Sociais. Na consulta efetuada aos dados constantes do Sistema de Arrecadação— MPS/SRP/INSS/DATAPREV numa análise ao menos perfunctória, constatase que os valores recolhidos à previdência social, pela prestadora, são compatíveis com os salários dos trabalhadores declarados na RAIS, sendo que no ano de 1995, com exceção das competências 066 07 que tiveram recolhimentos de pouco mais de duzentos reais, nenhum valor foi recolhido. Conforme consulta ao CNAF —Cadastro Nacional de Ações Fiscais, a prestadora nunca foi fiscalizada pelo INSS. Além dessas consultas, acostamos cópia do contrato entre a prestadora e a notificada, onde se evidencia que pela natureza e dimensão dos serviços a serem prestados, a mão de obra informada na RAIS e as pífias contribuições à Previdência Social, sequer cobririam os segurados necessários a estrutura administrativa da prestadora; 7. Isto Posto, e uma vez que a notificada, da relação comercial que manteve com a prestadora, só nos apresentou, e à fiscalização que nos precedeu, o contrato da • prestação de serviços por cessão de mão de obra e as notas fiscais de serviço emitidas pela prestadora, outra alternativa não restou à falta de outros elementos objetivos ( tais como cópia da folha de pagamento da prestadora, declaração de escrita contábil regular dessa,etc), a não ser aferir o salário de contribuição das segurados envolvidos na cessão, com base nos valores grafados nas Faturas de Serviço emitidas contra a notificada, com fulcro no parágrafo 3° do artigo 33 da Lei N° 8.212/91; (grfei) 8. O percentual aplicado às faturas de serviço para apuração do Balado de contribuição, é de 12% (doze por cento), como propôs a notificante do lançamento original (item 3 deste relatório) , com base na legislação vigente, Ordem de Serviço INSS/DARE N° 51 de 06.10.92, e Ordem de Serviço DAF N 165 de 11.07.97, uma vez que para a realização dos serviços descritos no contrato entre as partes, tais como, escavação de valas, demolição/remoção de pavimento, substituição de Fl. 442DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 solo/preparação do fundo de valas, construção de poços de visita e aterramento de valas com a devida compactação e remoção de sobras, é inerente a utilização de equipamentos; 9. Serviram de base ao lançamento, os valores já lançados na NFLD tomada nula, o contrato de prestação de serviços, e as Notas Fiscais de Serviços emitidas pela prestadora para a notificada no período do debito. Na competência 07.98, foi lançada somente contribuição relativa aos segurados empregados, uma vez que a prestadora, conforme consulta ao cadastro de contribuintes da Receita Federal (cópia acostada), foi optante do SIMPLES no período de 01.97 a 02.99; 10. Os fundamentos legais que alicerçam a exigibilidade do débito as alíquotas aplicadas, e os seus coresponsáveis , estão elencados nos anexos da NFLD relacionados no IPC— Informações para o Contribuinte, sendo que é facultado a quaisquer dos devedores solidários interpor defesa ao lançamento, na forma e nos prazos ali estabelecidos. No caso de pagamento parcial/total por um dos devedores, o débito se extingue parcial ou totalmente em relação ao outro co devedor, 11. A discriminação das faturas de serviço que embasaram o lançamento, relacionadas por número, competência, obra e valor, constitui o Relatório de Lançamentos, anexo da NFLD; 12. Ressalvadas as hipóteses de suspensão da exigibilidade e extinção do crédito, todos os devedores ficarão impedidos de obter CND — Certidão Negativa de Débito, ou CPDEN— Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa, procedendose a inclusão destes no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal —CADIN; 13. Atendeu a fiscalização o sr. IVAN LOPES DA SILVA, sóciogerente da notificada, que tornou ciência do débito, do procedimento fiscal, e que ora recebe uma via • da NFLD e seus anexos. Outra via da NELD e seus anexos, está sendo remetida ao endereço residencial do sóciogerente da prestadora, sr. JOÃO RODRIGUES DE SOUZA, uma vez que esta última consta nos cadastros do INSS, como INATIVA desde o ano de 2001, e foram infrutíferas outras tentativas de localizála.As contribuições apuradas resultam de diferenças de contribuições, no período de 02/1995 a 12/1998, inclusive 13 salário. Importante, destacar que a lavratura da NFLD deuse em 10/05/2006, tendo a cientificação ao sujeito passivo tomador do serviços ocorreu no mesmo dia. Já em relação a prestadora de serviços Empresa Casa Nova, a cientificação da NFLD deuse por edital afixado em 29/09/2006 e desafixado em 16/10/2006. Contudo, conforme descrito acima, tratase de NFLD lavrada em substituição a NFLD n. 35.183.7795 de 16.10.2000, uma vez que esta foi tomada NULA por decisão administrativa da 2' Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, consubstanciada no Acórdão N° 1.180 de 23.08.2004, pela falta de fundamento legal do arbitramento. Fl. 443DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 37306.007225/200666 Acórdão n.º 2401002.914 S2C4T1 Fl. 6 9 DEFESA Inconformado com a NFLD, a notificada N. F. MOTTA CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA — CNPJ n" 56.898.935/000191 apresentou defesa, conforme fls. 114 a 129. Em síntese argumentou a empresa tomadora: 1. Preliminarmente, é indiscutível que, numa eventual apresentação de defesa administrativa por parte da empresa contratada indicada no RF/NFLD, mesmo que por meio de seu sóciogerente (item 13, do RF/NFLD), impõese a cientificação do contribuinte ora manifestante, quanto aos correspondentes termos de tal ato defensivo. Foi exarada a DecisãoNotificação DN que confirmou a procedência do lançamento, fls. 524 a 527. 2. Inexistência de atos fiscais hábeis. à minimização dos riscos de lançamentos em duplicidade. Existem decisões no âmbito do CRPS no sentido de que: “Ademais, o INSS deve obediência, sobretudo, ao principio constitucional da legalidade, o que não se coaduna com a ausência do procedimentos (normatizados, conhecidos e praticados uniformemente) para evitar a duplicidade de pagamentos em ações fiscais tendo por base a mesma divida, sob o fundamento de responsabilidade solidária.” 3. Portanto, há que ser confirmada, portanto, a existência de débitos na origem, POR MEIO DE VERIFICAÇÕES NA CORRESPONDENTE ESCRITA CONTÁBIL, SEM PREJUÍZO DA OBRIGAÇÃO DO FISCO PREVIDENCIÁRIO DE INVESTIGAR EM SEUS ARQUIVOS SISTEMATIZADOS A HIPÓTESE PREVIDENCIÁRIA DO CONTRIBUINTECONTRATADO, para • que seja validada a cobrança previdenciária junto ao correspondente contribuinte solidário. 4. DE EXTREMA IMPORTÂNCIA, TAMBÉM, JÁ QUE SE TRATA DE EMPRESA SUJEITA ÀS RETENÇÕES DE 11%, NO PERÍODO POSTERIOR À JAN/99, IDENTIFICAR NAS INVOCADAS INVESTIGAÇÕES FISCAIS, A EXISTÊNCIA DE PROCEDIMENTOS DE "RESTITUIÇÃO" PROMOVIDOS PELA EMPRESA PRESTADORA, E, QUAL O SEU RESULTADO. AFINAL CASO TENHA OCORRIDO A RESTITUIÇÃO EM FAVOR DE TAL EMPRESA, BE/RA À CONVICÇÃO O DETALHE DE QUE NÃO OSTENTAVA PASSIVOS PREVIDENCIÁRIOS EM SEU DESFAVOR. 5. Devem, pois, ser realizadas diligências, fiscais tanto junto à escrita contábil do prestador, , quanto nos próprios sistemas informatizados da Previdência Social. 6. Na especifica contratação vinculada à esta NFLD, o percentual de 12% aplicado em todos os • volumes faturados e arrolados no relatório de lançamentos desta NFLD. Constatase que por volta de 75% dos serviços prestados são de terraplanagem, e sendo assim, a alíquota deveria ser de 0,4%. Reitera o contribuinte a necessidade de diligências em respeito ao princípio da verdade material. 7. Requereu por fim, a procedência da impugnação. Fl. 444DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 Foi exarada Decisão Notificação que determinou a procedência parcial do lançamento, 148 a 152. RECURSO VOLUNTÁRIO Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso, conforme fls. 157 a 179. Em síntese o recorrente traz as mesmas alegações já emanadas na impugnação. a) Inova na indicação de “OCORRÊNCIA DE DECADÊNCIA NAS COMPETÊNCIAS ANTERIORES A MAIO/1996. DA IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPÇÃO DO PRAZO • DECADENCIAL NOS CASOS DE ANULAÇÃO DO LANÇAMENTO PREVIDENCIÁRIO.” b) Todavia, no caso em tela, o lançamento substitutivo do anteriormente anulado ocorreu em 10/05/2006, produzindo efeitos a partir desta data. Com isso, resta cristalino que este lançamento só pode albergar o período de até 10 anos anteriores, vez que, o período anterior já estaria fulminado pela decadência. Dessa forma, no caso em comento, o direito de a autarquia previdenciária lançar o débito previdenciário está restrito ao período posterior à 05/1996. c) É inevitável o reconhecimento do interesse da empresa contratada de se manifestar nestes autos, pois na eventualidade de o ora defendente optar por adimplir esta NFLD, nascerá o seu direito de regresso em desfavor de tal empresa, justificandose, posa observância à sua ampla defesa neste contencioso administrativo. d) É indiscutível que, numa eventual apresentação de defesa administrativa por parte da empresa contratada indicada no RF/NFLD, mesmo que por meio de seu sóciogerente (item 13, do RF/NFLD), impõese a cientificação do contribuinte ora manifestante, quanto aos correspondentes termos de tal ato defensivo. e) Inexistência de atos fiscais hábeis. à minimização dos riscos de lançamentos em duplicidade. Existem decisões no âmbito do CRPS no sentido de que: “Ademais, o INSS deve obediência, sobretudo, ao principio constitucional da legalidade, o que não se coaduna com a ausência do procedimentos (normatizados, conhecidos e praticados uniformemente) para evitar a duplicidade de pagamentos em ações fiscais tendo por base a mesma divida, sob o fundamento de responsabilidade solidária.” f) Portanto, há que ser confirmada, portanto, a existência de débitos na origem, POR MEIO DE VERIFICAÇÕES NA CORRESPONDENTE ESCRITA CONTÁBIL, SEM PREJUÍZO DA OBRIGAÇÃO DO FISCO PREVIDENCIÁRIO DE INVESTIGAR EM SEUS ARQUIVOS SISTEMATIZADOS A HIPÓTESE PREVIDENCIÁRIA DO CONTRIBUINTECONTRATADO, para • que seja validada a cobrança previdenciária junto ao correspondente contribuinte solidário. g) DE EXTREMA IMPORTÂNCIA, TAMBÉM, JÁ QUE SE TRATA DE EMPRESA SUJEITA ÀS RETENÇÕES DE 11%, NO PERÍODO POSTERIOR À JAN/99, IDENTIFICAR NAS INVOCADAS INVESTIGAÇÕES FISCAIS, A EXISTÊNCIA DE PROCEDIMENTOS DE "RESTITUIÇÃO" PROMOVIDOS Fl. 445DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 37306.007225/200666 Acórdão n.º 2401002.914 S2C4T1 Fl. 7 11 PELA EMPRESA PRESTADORA, E, QUAL O SEU RESULTADO. AFINAL CASO TENHA OCORRIDO A RESTITUIÇÃO EM FAVOR DE TAL EMPRESA, BE/RA À CONVICÇÃO O DETALHE DE QUE NÃO OSTENTAVA PASSIVOS PREVIDENCIÁRIOS EM SEU DESFAVOR. h) Devem, pois, ser realizadas diligências, fiscais tanto junto à escrita contábil do prestador, , quanto nos próprios sistemas informatizados da Previdência Social. i) Na especifica contratação vinculada à esta NFLD, o percentual de 12% aplicado em todos os • volumes faturados e arrolados no relatório de lançamentos desta NFLD. Constatase que por volta de 75% dos serviços prestados são de terraplanagem, e sendo assim, a alíquota deveria ser de 0,4%. Reitera o contribuinte a necessidade de diligências em respeito ao princípio da verdade material. j) Requer, por fim, o cancelamento da DN combatida além do reconhecimento da improcedência desta NFLD. Mas, mantendo a instância administrativa originária seu posicionamento, ou seja, insistindo em seu erro, e, em sendo processado o presente recurso, que o e. CRPS, ponderando nas razões recursais, reconheça a insubsistência da NFLD, extirpandoa em definitivo do mundo jurídico. A unidade descentralizada da SRP encaminhou o processo a este Conselho para Julgamento, com o oferecimento de contrarazões as fls. 187 a 189, nos seguintes termos: (...) Aditou o recorrente os termos do recurso para aplicação da Súmula Vinculante n. 08 do STF. É o relatório. Fl. 446DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 12 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora Analisando os embargos opostos pelo contribuinte, entendo que o acordão prolatado realmente padece de uma omissão, tendo em vista que procedeu esse colegiado ao julgamento, tendo esta relatora descrito no relatório do voto que o recurso aditivo referiase apenas a aplicação da súmula vinculante n. 08 do STF. Contudo, quando observamos os argumentos descritos na referida peça aditiva, temos que o cerne do embargo, referese a não apreciação da nulidade pela ausência caracterização da cessão de mão de obra. Assim, evidente está a omissão apontada, posto não ter sido apresentado ao colegiado, todas as argumentações trazidas pela recorrente. Entendo, que os documentos trazidos aos autos pelo recorrente deveriam ser, no mínimo submetidos ao colegiado no intuito de que se verifique a pertinência e a oportunidade de sua apreciação. Conforme já descrito no despacho deste embargo, entendo que todos os argumentos trazidos no recurso com pertinência ao lançamento, foram devidamente apreciados, no Acórdão nº 240101.430 de 20 de outubro de 2010. Destacase que o recurso fora protocolado em 22.12.2006. Entretanto, a base dos argumentos não apreciados referese a suposta nulidade pela ausência de caracterização da cessão de mão de obra (objeto desse embargo). Notese que da análise da impugnação e do recurso, não trouxe o recorrente qualquer argumento quanto a dita nulidade, inovando, no termo apresentado em 27/04/2009. Sendo assim, entendo que os argumentos do termo aditivo não merecem ser conhecidos. Nos termos do § 6.º do art. 9.º da Portaria MPS/GM n.º 520/2004 c/c art. 17 do Decreto n.º 70.235/1972, a abrangência da lide é determinada pelas alegações constantes na impugnação, não devendo ser consideradas no recurso as matérias que não tenham sido trazidas na peça de defesa e como no presente caso, nem mesmo na peça recursal. Isto posto, acolho os embargos, no sentido de tomar conhecimento das razões apresentadas pelo recorrente em seu termo aditivo, contudo, sem aprecialas, considerando a preclusão do direito do recorrente de apresentálas no momento oportuno. AFASTAR ALEGAÇÃO ACERCA DA BUSCA DA VERDADE MATERIAL Embora, entenda pela preclusão do direito do recorrente face a inovação dos argumentos trazidos após a apresentação do recurso, apenas para afastar qualquer alegação de inobservância da busca da verdade material, apreciei novamente o relatório fiscal e o próprio contrato, sendo que não vislumbro a nulidade pretendida. O nome atribuído ao contrato já leva a uma interpretação acerca da possibilidade de ter existido cessão de mão de obra, senão vejamos: “CONTRATO PARTICULAR DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SUB EMPREITADA DE SERVIÇOS Fl. 447DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 37306.007225/200666 Acórdão n.º 2401002.914 S2C4T1 Fl. 8 13 DE EXTENSÃO DE REDE COLETORA DE ESGOTO SANITÁRIO, E LIGAÇÕES DOMICILIARES, COM O FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS. Acredito que ao apreciar as cláusulas do contrato, podemos concluir tanto tratarse de cessão de mão de obra (art. 31 da lei 8212/91), como interpretálo como empreitada de mão de obra. O que fez o auditor foi interpretar, como se a prestação dos serviços, pelo prazo de 180 dias, com a fiscalização dos mesmos pelo contratante, como uma espécie de cessão, o que entendo não seja uma conclusão equivocada da autoridade fiscal, que procedeu a interpretação e fundamentação devidas. Assim, entendo que mesmo que se apreciasse os argumentos não haveria nulidade a ser declarada. CONCLUSÃO Voto por ACOLHER OS EMBARGOS, para reratificar o acórdão nº 2401 01.430, sem alteração do resultado do julgamento. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 448DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002904/2007-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2005
Ementa: NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. Não provada violação
das disposições contidas no art. 142 do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972 e não se identificando no instrumento de autuação nenhum vício prejudicial, não há que se falar em nulidade do lançamento.
IRPF. RESGATE DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. Sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os benefícios recebidos de entidade
de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGENS NÃO COMPROVADAS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PRESUNÇÃO LEGAL. Desde 1º de janeiro de 1997, caracterizam-se omissão de rendimentos os valores creditados em contas bancárias, cujo titular, regularmente intimado, não
comprove, com documentos hábeis e idôneos, a origem dos recursos
utilizados em tais operações.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA DE MULTA DE OFÍCIO E
DE JUROS DE MORA. Nos casos de lançamento de ofício, o imposto que deixou de ser recolhido deve ser exigido com acréscimo de multa de ofício e de juros de mora, por expressa previsão legal.
Preliminar rejeitada
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.793
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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Não provada violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972 e não se identificando no instrumento de autuação nenhum vício prejudicial, não há que se falar em nulidade do lançamento. IRPF. RESGATE DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. Sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os benefícios recebidos de entidade de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições. DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGENS NÃO COMPROVADAS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PRESUNÇÃO LEGAL. Desde 1º de janeiro de 1997, caracterizamse omissão de rendimentos os valores creditados em contas bancárias, cujo titular, regularmente intimado, não comprove, com documentos hábeis e idôneos, a origem dos recursos utilizados em tais operações. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA DE MULTA DE OFÍCIO E DE JUROS DE MORA. Nos casos de lançamento de ofício, o imposto que deixou de ser recolhido deve ser exigido com acréscimo de multa de ofício e de juros de mora, por expressa previsão legal. Preliminar rejeitada Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 10/09/2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França. Relatório FABIO LUIZ ALVES COSTA interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJSÃO PAULO/SPO II (fls. 277) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 161/172, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF, referente ao exercício de 2005, no valor de R$ 102.204,62, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 215.365,57. As infrações que ensejaram a autuação foram: 1) Omissão de rendimentos recebidos a título de resgate de contribuição de previdência privada e FAPI; 2) Omissão de rendimentos apurada com base em depósitos bancários com origens não comprovadas; A descrição dos funtos e fundamentos legais da autuação estão detalhadamente demonstrados no auto de infração e seus anexos. O Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, preliminarmente, que a autuação não tem embasamento legal suficiente e que está lastreada em meras presunções, sem a devida investigação dos fatos. Acusa a autuação de incorrer em bitributação por não ter compensado o imposto pago pelo Contribuinte. Afirma que depósitos bancários não caracterizam renda e fato gerador do imposto; que não foram demonstrados sinais exteriores de riqueza. Se insurge contra o embaraço fiscal, pois afirma que não é obrigado a apresentar documentos que não possui. Sobre o resgate de providência privada diz que isto não é renda, mas o estorno do valor que foi pago e que, portanto, haveria dupla tributação. Referese ao encargo de 20% instituído pelo DecretoLei n° 1.025/69 que substituiria os honorários advocatícios que deveriam ser suprimidos. Fl. 354DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.002904/200782 Acórdão n.º 2201001.793 S2C2T1 Fl. 2 3 O Contribuinte insurgese sobre os juros moratórios e compensatórios, e sustenta serem cabíveis apenas os primeiros, no teto máximo de 1% ao mês, reprovando a utilização dos juros como forma indireta de indexação. Insurgese também contra a multa de ofício de 75% que afirma conduzir ao confisco e afrontar a capacidade contributiva. A DRJSÃO PAULO/SPO II julgou procedente o lançamento com base nas considerações a seguir resumidas. Inicialmente, a DRJ ressaltou a regularidade do lançamento com base em depósitos bancários, que tem amparo no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996 que institui8 uma presunção legal. Destaca que é a própria lei que define que depósitos bancários com origens não comprovadas caracterizamse como rendimentos omitidos. Destaca que não se trata de confundir depósitos com renda, mas se presumir esta a partir dos depósitos de origens não comprovadas. Sobre a alegação de bitributação diz que, não tendo sido comprovadas as origens dos depósitos bancários, não há como se considerar que os mesmos, ainda que parcialmente, tenha origens nos rendimentos declarados e, portanto, tributados. Quanto à argüição de nulidade do lançamento a DRJ observa que o lançamento atende a todos os requisitos formais definidos pela legislação processual; que o auto de infração descreve os fatos e aponta os fundamentos legais; que após a autuação o Contribuinte teve acesso aos autos e tempo para exercer o contraditório; que, portanto, não identificou vícios que pudessem ensejar a nulidade do lançamento. Relativamente à alegação relativamente ao direito à preservação da intimidade, registra que o acesso dos agentes do Fisco a informações sobre as atividades econômicas e financeiras dos contribuintes tem respaldo legal na Lei Complementar nº 105, de 2001 e que, portanto, não há vício no procedimento fiscal ou no lançamento dele decorrente quanto a este aspecto. Sobre o embaraço fiscal, a DRJ anota que o termo de embaraço foi lavrado com respaldo no inciso I do art. 33 da Lei nº 9.430, de 1996; que a simples alegação de que o Contribuinte não dispunha dos documentos solicitados não afasta o embaraço. Quanto ao mérito, relativamente ao resgate de contribuição previdenciária privada, a DRJ destaca que com o advento da Lei nº 9.250, de 1995 somente o seguros recebidos de entidades de previdência privada, por morte ou invalidez permanente do participante, são isentos de imposto de renda; que, portanto, os argumentos apresentados pelo contribuinte não ilidem a tributação; que a pesquisa de fls. 07v e a constatação fiscal manifestada no item 5 do Termo de Verificação Fiscal, às fls. 166 comprovam a correção do lançamento quanto à incidência e ao valor do imposto; que ao não declarar os rendimentos recebidos, o Contribuinte incorreu em omissão de rendimentos. Finalmente, sobre a multa e os juros de mora, a DRJ destaca, em síntese, que se trata de exigências baseadas em disposições legais expressas às quais os órgãos julgadores administrativos não poderiam negar validade. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 21/12/2010 (fls. 294v) e, em 20/11/2010, interpôs o recurso voluntário de fls. 297/322, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. É o relatório. Fl. 355DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Examino, inicialmente, as arguições quanto à invalidade do lançamento por vício no procedimento e que ensejariam cerceamento do direito de defesa. O Recorrente acusa o lançamento de insuficiência no enquadramento legal que implicaria em cerceamento do direito de defesa. Compulsando os autos, todavia não vislumbro este o qualquer outro vício que pudesse ensejar a nulidade do lançamento, mormente cerceamento do direito de defesa. É fácil perceber que o auto de infração descreve com detalhes as imputações feitas ao Recorrente e indica as previsões legais dessas imputações. Fornece, enfim, todos os elementos de que o Contribuinte precisaria para bem articular suas razões de defesa, como fez. Sobre a alegada impossibilidade de lançamento com base em presunção legal a questão se confunde com o mérito e será examinada como tal. Rejeito, portanto, a preliminar de nulidade do lançamento. Quanto ao mérito, são duas as infrações: a omissão de rendimentos recebidos a título de resgate de previdência privada e a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. Sobre a primeira matéria, a incidência do imposto nestes casos está disciplinada no art. 33 da Lei nº 9.250, de 1995, a saber: Art. 33 Sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os benefícios recebidos de entidade de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições. Assim, a alegação de que o resgate da previdência representa apenas uma recuperação de valor anteriormente pago e, portanto, não implica em acréscimo patrimonial não tem respaldo legal. E não é o caso de se negar validade à lei com base em juízo subjetivo sobre a conveniência e oportunidade da aplicação ou não da lei. Correto, portanto, o lançamento quanto a este aspecto. Sobre a omissão de rendimentos apurada com base em depósitos cuidase, na espécie, de lançamento com fundamento no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, o qual para melhor clareza, transcrevo a seguir, já com as alterações e acréscimos introduzidos pela Lei nº 9.481, de 1997 e 10.637, de 2002, verbis: Lei nº 9.430, de 1996: Fl. 356DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.002904/200782 Acórdão n.º 2201001.793 S2C2T1 Fl. 3 5 Art. 42 Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. §1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. §2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. §3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). §4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento. § 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares." Como assinala Alfredo Augusto Becker (Becker, A. Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. 3ª Ed. – São Paulo: Lejus, 2002, p.508): As presunções ou são resultado do raciocínio ou são estabelecidas pela lei, a qual raciocina pelo homem, donde classificamse em presunções simples; ou comuns, ou de homem (praesumptiones hominis) e presunções legais, ou de direito Fl. 357DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 (praesumptionies júris). Estas, por sua vez, se subdividem em absolutas, condicionais e mistas. As absolutas (júris et de jure) não admitem prova em contrário; as condicionais ou relativas (júris tantum), admitem prova em contrário; as mistas, ou intermédias, não admitem contra a verdade por elas estabelecidas senão certos meios de prova, referidos e previsto na própria lei. E o próprio Alfredo A. Becker, na mesma obra, define a presunção como sendo o resultado do processo lógico mediante o qual do fato conhecido cuja existência é certa se infere o fato desconhecido cuja existência é provável" e mais adiante averba: "A regra jurídica cria uma presunção legal quando, baseandose no fato conhecido cuja existência é certa, impõe a certeza jurídica da existência do fato desconhecido cuja existência é provável em virtude da correlação natural de existência entre estes dois fatos. Pois bem, o lançamento que ora se examina baseouse em presunção juris tantum, onde o fato conhecido é a existência de depósitos bancários de origem não comprovada e a certeza jurídica decorrente desse fato é o de que tais depósitos foram feitos com rendimentos subtraídos ao crivo da tributação. Tal presunção pode ser ilidida mediante prova em contrário, a cargo do autuado. Sobre as origens dos depósitos propriamente ditas o que se verifica é que o Contribuinte sequer se manifestou sobre a questão O que se verifica no caso é que, embora o Contribuinte afirme algumas origens para os depósitos, o faz de forma genérica, apontando possíveis origens, mas sem demonstrar de forma individualizada de onde efetivamente saíram os recursos aportados em suas contas correntes. Para afastar a presunção de omissão de rendimentos, não basta afirmar, por exemplo, como faz o Recorrente, que parte dos depósitos tiveram origem na venda de mel de uma chácara, é preciso identificar com precisão a operação que deu origem aos depósitos, a identificação dos depositantes, etc. O mesmo vale para a alegada atividade de cobrança de títulos. Se como afirma o Contribuinte, exercia essa atividade, não deveria ter dificuldade em demonstrar objetivamente a realização das operações, com a identificação precisa das origens dos depósitos. O mesmo se aplica para as alegadas devoluções de cheques ou a devolução de recursos a uma terceira pessoa. Tratase em todos estes casos de alegadas movimentações financeiras que deveriam de demonstradas de forma individualizada, e não apenas com a referência genérica a sua possível ocorrência. O Contribuinte precisa comprovar, de forma individualizada, Nestas condições, penso que não restaram comprovadas as origens dos depósitos, devendo prevalecer a presunção de omissão de rendimentos. Vale ressaltar também que quando o contribuinte fala em bitributação não deixa claro como se daria essa bitributação, mas sugere que se trataria de recursos que circulariam pelas contas sendo depositado o “mesmo dinheiro” mais de uma vez, seguidamente. Ocorre que, ainda que tal ocorra, caberia ao Contribuinte comproválo. É dizer, a movimentação financeira, realizada da forma que for, deve ser comprovada, com a indicação das origens dos depósitos, para que se possa afastar a presunção de omissão de rendimentos. Fl. 358DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.002904/200782 Acórdão n.º 2201001.793 S2C2T1 Fl. 4 7 Não comprovadas as origens resta caracterizada a omissão de rendimentos, por presunção legal. Finalmente sobre a multa de ofício e os juros de mora, tratase de exigências baseadas em dispositivos legais que expressamente estabelecem a incidência desses encargos, e os órgãos julgadores administrativos não são competentes para afastar essas normas sob o fundamento de eventual afronta a norma ou princípio constitucional. Correto, portanto, o lançamento também quanto a este aspecto. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 359DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 10510.720156/2007-99
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
ÁREAS DE RESERVA LEGAL E DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL - ADA
A partir do exercício de 2001, para os contribuintes que desejam se beneficiar da isenção da tributação do ITR com base no ADA, que é o caso das áreas de proteção permanente, este documento passou a ser obrigatório, por força da Lei n° 10,165, de 28/12/2000. Tratando-se de reserva legal, deve ser verificada a averbação no órgão de registro competente e a individualização da área de proteção em data anterior às ocorrências dos fatos geradores.Recurso Negado
Numero da decisão: 2802-001.513
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do redator designado. Vencidos os Conselheiros German Alejandro San Martín Fernández (relator) e Julianna Bandeira Toscano que davam provimento parcial. Designado(a) para redigir o voto vencedor o (a) Conselheiro (a) Dayse Fernandes Leite.
(assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
German Alejandro San Martín Fernández - Relator.
(assinado digitalmente)
Dayse Fernandes Leite Redator designado
EDITADO EM: 31/01/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano
Nome do relator: GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2004 ÁREAS DE RESERVA LEGAL E DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL - ADA A partir do exercício de 2001, para os contribuintes que desejam se beneficiar da isenção da tributação do ITR com base no ADA, que é o caso das áreas de proteção permanente, este documento passou a ser obrigatório, por força da Lei n° 10,165, de 28/12/2000. Tratando-se de reserva legal, deve ser verificada a averbação no órgão de registro competente e a individualização da área de proteção em data anterior às ocorrências dos fatos geradores.Recurso Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do redator designado. Vencidos os Conselheiros German Alejandro San Martín Fernández (relator) e Julianna Bandeira Toscano que davam provimento parcial. Designado(a) para redigir o voto vencedor o (a) Conselheiro (a) Dayse Fernandes Leite. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández - Relator. (assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite Redator designado EDITADO EM: 31/01/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2031; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE02 Fl. 2 1 1 S2TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10510.720156/200799 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2802001.513 – 2ª Turma Especial Sessão de 17 de abril de 2012 Matéria ITR Recorrente USINA SÃO JOSÉ DO PINHEIRO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2004 ÁREAS DE RESERVA LEGAL E DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL ADA A partir do exercício de 2001, para os contribuintes que desejam se beneficiar da isenção da tributação do ITR com base no ADA, que é o caso das áreas de proteção permanente, este documento passou a ser obrigatório, por força da Lei n° 10,165, de 28/12/2000. Tratandose de reserva legal, deve ser verificada a averbação no órgão de registro competente e a individualização da área de proteção em data anterior às ocorrências dos fatos geradores.Recurso Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do redator designado. Vencidos os Conselheiros German Alejandro San Martín Fernández (relator) e Julianna Bandeira Toscano que davam provimento parcial. Designado(a) para redigir o voto vencedor o (a) Conselheiro (a) Dayse Fernandes Leite. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández Relator. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 72 01 56 /2 00 7- 99 Fl. 378DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 13/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Dayse Fernandes Leite – Redator designado EDITADO EM: 31/01/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano Relatório A Recorrente recebeu a Notificação de Lançamento de fls. 02/11, por meio do qual se exige o pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, no valor de R$ 62.184,32 ano base 2003, decorrente da não comprovação da isenção de área de preservação permanente e área de utilização limitada. Pela ausência de pagamento, foi aplicada multa de ofício e respectivos juros de mora. Inconformada com o lançamento, a Recorrente apresentou Impugnação de fls. 141/151 acompanhada dos documentos de fls. 152/214. Perante o órgão colegiado a quo, a ação fiscal foi julgada procedente em parte para alterar a área total originariamente declarada de 891,1 ha, de modo a adequar a exigência a realidade fática do imóvel, de 868,1 ha, considerada essa alteração apenas para efeitos cadastrais, por não implicar em alteração do grau de utilização do imóvel, que permanecerá "zerado", com a aplicação da mesma alíquota de cálculo máxima (4,7%), além de não justificar uma possível alteração do VTN declarado, que deverá permanecer o mesmo. Ademais, foi mantida a glosa integral procedida pela fiscalização pela incidência do ITR, sobre a área de preservação permanente de 20,0 ha e a área de utilização limitada/reserva legal de 871,1 ha. Quanto à primeira, por falta de averbação tempestiva da área de reserva legal à margem da matricula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis e a outra pela falta de informação de tais áreas, tanto a de preservação permanente quanto à de utilização limitada, no do ADA — Ato Declaratório Ambiental, protocolado tempestivamente junto ao MAMA. Nas razões de Voluntário, a Recorrente argumenta a não existência de qualquer determinação legal vigente à época do fato gerador do ITR/2003 (01/01/2003), que exigisse do contribuinte, para fins de exclusão da incidência do ITR sobre áreas de reserva legal e de preservação permanente, a anterior apresentação do ADA ao IBAMA e a averbação da reserva legal à margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registro Imobiliário, bastando para tanto efetuar a declaração de tais circunstancias, ficando sujeito ao imposto e suas penalidades caso posteriormente restasse comprovado pela RFB que tais informações não eram verdadeiras. Juntou ainda documento emitido pelo Ibama, no sentido de que a Fazenda Fonte Escondida encontrase com a maior parte de sua Área inserida dentro do Parque Nacional Serra de Itabaiana (fls. 368) Era o de essencial a ser relatado. Passo a decidir. Fl. 379DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 13/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10510.720156/200799 Acórdão n.º 2802001.513 S2TE02 Fl. 3 3 Voto Vencido Conselheiro German Alejandro San Martín Fernández, Relator. Por tempestivo e presentes os demais requisitos de admissibilidade, conheço do recurso interposto. Passo à análise do argüido em sede recursal. O cerne do litígio versa sobre a interpretação a ser dada à legislação de regência a respeito do cumprimento das duas exigências para fins de acatar a exclusão das áreas ambientais declaradas da base de cálculo do ITR, quais sejam, a área de preservação permanente de 20,0 ha e a área de utilização limitada/reserva legal de 871,1 ha. A primeira consiste na averbação tempestiva da área de reserva legal à margem da Matrícula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis e a outra seria a informação de tais áreas, tanto a de preservação permanente quanto a de utilização limitada, em ADA — Ato Declaratório Ambiental, protocolado tempestivamente junto ao IBAMA. De acordo com a decisão recorrida: (...) averbação da área de reserva legal à margem da matrícula do imóvel no registro de imóveis competente , de caráter especifico, encontrase prevista, originariamente, na Lei n° 4.771/1965 (Código Florestal), com a redação dada pela Lei n° 7.803/1.989, e foi mantida nas alterações posteriores. Desta forma, ao se reportar a essa lei ambiental, a Lei n.° 9.393/1.996, aplicada ao exercício em questão, está condicionando, implicitamente, a não tributação das áreas de reserva legal à efetivação da averbação. Tanto é verdade que tal obrigação foi expressamente inserida no art. 10, § 4°, inciso I, da IN/SRF n.° 43/1997, com redação do art. 1º, inciso II, da IN/SRF n° 67/1997, ratificada nas Instruções Normativas aplicadas ao ITR de exercícios posteriores. Por seu turno, no que diz respeito ao prazo para o cumprimento da obrigação ora tratada, deve ser levado em consideração que o lançamento reportase à data de ocorrência do fato gerador da obrigação, conforme prescrito no art. 144 do CTN, enquanto o art. 1°, caput, da Lei n°. 9.393/1996, estabelece como marco temporal do fato gerador do ITR o dia 1° de janeiro de cada ano. (...) Do exame da cópia da certidão de matricula do imóvel n° 9.414 (fls. 241), constase que a área de reserva legal de 868,14 ha foi averbada apenas em 10.11.2006, sendo tal providência, portanto, intempestiva para o exercício em questão, não cabendo a referida área ser excluída da tributação do ITR do exercício de 2003. (...) Além de não cumprida, em tempo hábil, essa exigência especifica, há que se falar ainda de uma segunda exigência, de caráter genérico, aplicada a qualquer área ambiental, seja de preservação permanente ou de utilização limitada (RPPN, Servidão Florestal, Área Imprestável/Declarada como de Interesse Ecológico Fl. 380DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 13/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 ou de Reserva Legal), e que diz respeito à necessidade de reconhecimento de tais áreas como de interesse ambiental, por intermédio do Ato Declaratório Ambiental — ADA, emitido pelo IBAMA ou, pelo menos, de protocolização tempestiva da sua solicitação. Essa exigência, que advém desde o ITR/1997 (art. 10, § 4°, da IN/SRF n° 043/1997, com redação dada pelo art. 1° da IN/SRF n° 67/1997), para o exercício de 2004, encontrase prevista na IN/SRF n° 256/2002 (aplicada ao ITR/2002 e subseqüentes), no Decreto n° 4.382/2002 — RITR (art. 10, § 3°, inciso I), tendo como fundamento o art. 170 da Lei n° 6.938/81, em especial o caput e parágrafo 1°, cuja atual redação foi dada pelo art. 10 da Lei n° 10.165, de 27 de dezembro de 2000 (...) Portanto, resta demonstrado que a obrigatoriedade da exigência do Ato Declaratório Ambiental — ADA encontrase disposta por meio de dispositivo contido em lei, qual seja, o art. 170 da Lei n° 6.938/1981 e em especial o caput e parágrafo 1°, cuja atual redação foi dada pelo art. 10 da Lei n° 10.165/2000. Por se tratar de duas situações específicas e submetidas a distintos regimes jurídicos, passo a analisar, e, primeiro lugar, a exigência averbação da área de reserva legal à margem da matrícula do imóvel no registro de imóveis competente. O § 8º do artigo 16 da lei n. 4.771/65 (Código Florestal), com as alterações promovidas pela Medida Provisória n.º 2.16667, de 2001 é expresso no sentido de que a área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente. Por sua vez, o § 1º, inciso II, alínea “a” do artigo 10 da lei n. 9.393/96, ao definir a base de cálculo do ITR, remete expressamente à lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (e alterações), para fins de reconhecimento da base de cálculo do imposto, do que se presume que a área de reserva legal, por se tratar de limites mínimos de conservação previstos em lei (art. 16 e incisos da lei n. 4.771/65), somente opera efeitos redutores do critério quantitativo do ITR, se e somente se averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel à época da ocorrência do fato jurídico tributário. Logo, é de se concluir, nos termos da legislação de regência, que a prova da averbação da área de reserva legal não é pressuposto para fins de exclusão da base de cálculo do ITR, dada a submissão ao regime jurídico do lançamento por homologação a que o ITR se submete. Entretanto, é pressuposto para fins de reconhecimento do benefício legal, ou melhor, a lei exige a determinação prévia da averbação e não da prévia comprovação para fins de fruição da redução da base de cálculo. Nesse sentido, Resp nº 1.027.051, 2ª Turma do STJ, a seguir: (...) 1. A controvérsia sob análise versa sobre a (im)prescindibilidade da averbação da reserva legal para fins de gozo da isenção fiscal prevista no art. 10, inc. II, alínea "a", da Lei n. 9.393/96. 2. O único bônus individual resultante da imposição da reserva legal ao contribuinte é a isenção no ITR. Ao mesmo tempo, a averbação da reserva funciona como garantia do meio ambiente. 3. Desta forma, a imposição da averbação para fins de concessão do benefício fiscal deve funcionar a favor do meio Fl. 381DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 13/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10510.720156/200799 Acórdão n.º 2802001.513 S2TE02 Fl. 4 5 ambiente, ou seja, como mecanismo de incentivo à averbação e, via transversa, impedimento à degradação ambiental. Em outras palavras: condicionando a isenção à averbação atingirseia o escopo fundamental dos arts. 16, § 2º, do Código Florestal e 10, inc. II, alínea "a", da Lei n. 9.393/96. 4. Esta linha de argumentação é corroborada pelo que determina o art. 111 do Código Tributário Nacional CTN (interpretação restritiva da outorga de isenção), em especial pelo fato de que o ITR, como imposto sujeito a lançamento por homologação, e em razão da parca arrecadação que proporciona (como se sabe, os valores referentes a todo o ITR arrecadado é substancialmente menor ao que o Município de São Paulo arrecada, por exemplo, a título de IPTU), vê a efetividade da fiscalização no combate da fraude tributária reduzida. 5. Apenas a determinação prévia da averbação (e não da prévia comprovação, friso e repito) seria útil aos fins da lei tributária e da lei ambiental. Caso contrário, a União e os Municípios não terão condições de bem auditar a declaração dos contribuintes e, indiretamente, de promover a preservação ambiental. 6. A redação do § 7º do art. 10 da Lei n. 9.393/96 é inservível para afastar tais premissas, porque, tal como ocorre com qualquer outro tributo sujeito a lançamento por homologação, o contribuinte jamais junta a prova da sua glosa no imposto de renda, por exemplo, junto com a declaração anual de ajuste, o contribuinte que alega ter tido despesas médicas, na entrega da declaração, não precisa juntar comprovante de despesa. Existe uma diferença entre a existência do fato jurígeno e sua prova. 7. A prova da averbação da reserva legal é dispensada no momento da declaração tributária, mas não a existência da averbação em si. 8. Mais um argumento de reforço neste sentido: suponhase uma situação em que o contribuinte declare a existência de uma reserva legal que, em verdade, não existe (hipótese de área tributável declarada a menor); na suspeita de fraude, o Fisco decide levar a cabo uma fiscalização, o que, a seu turno, dá origem a um lançamento de ofício (art. 14 da Lei n. 9.393/96). Qual será, neste caso, o objeto de exame por parte da Administração tributária? Obviamente será o registro do imóvel, de modo que, não havendo a averbação da reserva legal à época do períodobase, o tributo será lançado sobre toda a área do imóvel (admitindo inexistirem outros descontos legais). Perguntase: a mudança da modalidade de lançamento é suficiente para alterar os requisitos da isenção? Lógico que não. E se não é assim, em qualquer caso, será preciso a preexistência da averbação da reserva no registro. 9. É de afastar, ainda, argumento no sentido de que a averbação é ato meramente declaratório, e não constitutivo, da reserva legal. Sem dúvida, é assim: a existência da reserva legal não depende da averbação para os fins do Código Florestal e da Fl. 382DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 13/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 legislação ambiental. Mas isto nada tem a ver com o sistema tributário nacional. Para fins tributários, a averbação deve ser condicionante da isenção, tendo eficácia constitutiva. É de se ressaltar, contudo, que o entendimento acima conflita com acórdãos da 2ª Turma do STJ (ver REsp 969091/SC), a ensejar a admissão de embargos de divergência no Resp nº 1.027.051/SC, que atualmente se encontra aguardando julgamento pelo STJ. Situação diversa é o da exigência prévia de ADA – Ato Declaratório Ambiental para fins de reconhecimento da área de reserva legal e de preservação permanente. É pacífica a jurisprudência do STJ no sentido da desnecessidade de exigência de ADA para fins de reconhecimento da isenção parcial prevista em lei: Nos termos das decisões da 1ª Seção do STJ, a Medida Provisória no 2.166 67/2001, ao inserir o § 7 o ao artigo 10 da Lei no 9.393, de 19 de dezembro de 1996, dispensou a exigência prévia de ADA para fins de reconhecimento da isenção parcial do ITR, prevista na lei no 10.165, de 27 de dezembro de 2000, que inseriu o § 1o ao artigo 17O a lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, inclusive com efeitos retroativos a exercícios anteriores, dado o disposto no artigo 106, I do CTN: 2. O art. 2º do Código Florestal prevê que as áreas de preservação permanente assim o são por simples disposição legal, independente de qualquer ato do Poder Executivo ou do proprietário para sua caracterização. Assim, há óbice legal à incidência do tributo sobre áreas de preservação permanente, sendo inexigível a prévia comprovação da averbação destas na matrícula do imóvel ou a existência de ato declaratório do IBAMA (o qual, no presente caso, ocorreu em 24/11/2003). 3. Ademais, a orientação das Turmas que integram a Primeira Seção desta Corte firmouse no sentido de que "o Imposto Territorial Rural – ITR é tributo sujeito a lançamento por homologação que, nos termos da Lei 9.393/1996, permite a exclusão da sua base de cálculo de área de preservação permanente, sem necessidade de Ato Declaratório Ambiental do IBAMA" (REsp 665.123/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 5.2.2007). 4. Ao contrario da área de preservação permanente, para a área de reserva legal a legislação traz a obrigatoriedade de averbação na matrícula do imóvel. Tal exigência se faz necessária para comprovar a área de preservação destinada à reserva legal. Assim, somente com a averbação da área de reserva legal na matricula do imóvel é que se poderia saber, com certeza, qual parte do imóvel deveria receber a proteção do art. 16, § 8º, do Código Florestal, o que não aconteceu no caso em análise. (REsp 1.125.632/PR, Primeira Turma, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 31/8/09) Como bem observado pela decisão recorrida, decorre do exame da cópia da certidão de matricula do imóvel n° 9.414 (fls. 241), que a área de reserva legal de 868,14 ha foi averbada apenas em 10.11.2006, sendo tal providência, portanto, intempestiva para o exercício glosado, de sorte a não permitir a sua exclusão da base de cálculo do ITR para o exercício de 2003. Melhor sorte assiste a área de preservação permanente, cujo reconhecimento para fins de isenção independe da prévia existência de ADA, nos termos da já citada jurisprudência do STJ. Diante da exaustiva discussão sobre o tema perante o Poder Judiciário e em face da jurisprudência reiterada do STJ sobre o tema, é de se admitir a exclusão da base de Fl. 383DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 13/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10510.720156/200799 Acórdão n.º 2802001.513 S2TE02 Fl. 5 7 cálculo da área de preservação permanente (20,0 ha) e a não exclusão da área de reserva legal (871,1 ha), pela ausência de prévia averbação à margem da matrícula do imóvel. Posto isso, conheço e dou parcial provimento ao recurso voluntário apenas para admitir a exclusão da base de cálculo da área de preservação permanente (20,0 ha). É o meu voto. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández Voto Vencedor Conselheira Dayse Fernandes Leite, Redator designado. Com o máximo respeito ao bem articulado voto do Conselheiro Relator, permito me dele dissentir, exclusivamente, quanto à exclusão da base de cálculo da área de preservação permanente (20,0 ha).para o imóvel em questão, pelas razões explicitadas neste voto. Área de preservação permanente Entendese que a apresentação do Ato Declaratório Ambiental ADA se tornou obrigatória, a partir do exercício de 2001, para os contribuintes que desejam se beneficiar da isenção da tributação do ITR, por força da Lei n° 10.165, de 28/12/2000. Dispõe o art. 17 0, daquela Lei, "in verbis": " Art. 17O . Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — 1TR, com base em Ato Declaratório Ambiental — ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei n° 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a titulo da Taxa de Vistoria. (NR) “ § 1º A . A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA” (AC) “ § 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. (...) “. Por sua vez o Decreto nº. 4.382, de 19 de setembro de 2002, que regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR em seu artigo 10, assim dispõe: Seção II Da Área Tributável Art. 10. Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas (Lei nº. 9.393, de 1996, art. 10, § 1, inciso II): Fl. 384DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 13/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 8 I de preservação permanente (Lei nº. 4.771, de 15 de setembro de 1965 Código Florestal, arts. 2º e 3, com a redação dada pela Lei nº. 7.803, de 18 de julho de 1989, art. 1); II de reserva legal (Lei nº. 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória nº. 2.16667, de 24 de agosto de 2001, art. 1); III de reserva particular do patrimônio natural (Lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000, art. 21; Decreto nº. 1.922, de 5 de junho de 1996); IV de servidão florestal (Lei nº. 4.771, de 1965, art. 44A, acrescentado pela Medida Provisória nº. 2.16667, de 2001); V de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas nos incisos I e II do caput deste artigo (Lei nº. 9.393, de 1996, art. 10, § 1, inciso II, alínea "b"); VI comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual (Lei nº. 9.393, de 1996, art. 10, § 1, inciso II, alínea "c"). § 1º A área do imóvel rural que se enquadrar, ainda que parcialmente, em mais de uma das hipóteses previstas no caput deverá ser excluída uma única vez da área total do imóvel, para fins de apuração da área tributável. § 2º A área total do imóvel deve se referir à situação existente na data da efetiva entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural DITR. § 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo (Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17O, § 5, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº. 10.165, de 27 de dezembro de 2000); e II estar enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos I a VI em 1º de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador do ITR. § 4º O IBAMA realizará vistoria por amostragem nos imóveis rurais que tenham utilizado o ADA para os efeitos previstos no § 3º e, caso os dados constantes no Ato não coincidam com os efetivamente levantados por seus técnicos, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o qual será encaminhado à Secretaria da Receita Federal, que apurará o ITR efetivamente devido e efetuará, de ofício, o lançamento da diferença de imposto com os acréscimos legais cabíveis (Lei nº. 6.938, de 1981, art. 17O, § 5, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº. 10.165, de 2000). Fl. 385DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 13/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10510.720156/200799 Acórdão n.º 2802001.513 S2TE02 Fl. 6 9 Portanto, para que o sujeito passivo possa se beneficiar da isenção do ITR relativa às áreas de preservação permanente, reserva legal/utilização limitada, interesse ecológico e etc., a partir do exercício de 2001, deve apresentar o Ato Declaratório Ambiental ADA (ou, pelo menos, comprovar a protocolização do requerimento do mesmo no órgão competente na data legalmente estabelecida). Assim também, nos termos do art. 10, § 4º da Instrução Normativa SRF n° 43, de 07/05/1997, com a redação dada pelo art. 1° da Instrução Normativa SRF n° 67, de 01/09/1997 e, para o exercício em questão, encontra se prevista na IN/SRF nº. 256/2002, no Decreto nº. 4.382/2002 – RITR (art. 10, § 3º, inciso I), tendo como fundamento o art. 17O da Lei 6.938/1981, em especial o caput e parágrafo 1º, cuja atual redação foi dada pelo art. 1º da Lei 10.165/2000, acima transcrito, o contribuinte teria o prazo de seis meses, contado da data da entrega da DITR, para protocolizar requerimento do ato declaratório junto ao IBAMA. Para o exercício de 2004, o prazo se expirou em 30/09/2004, ou seja, seis meses após o prazo final para a entrega da DITR. Uma vez que a apresentação do ADA foi intempestiva e, no caso de área de preservação permanente, é documento fundamental para gozo da isenção, não vejo como se afastar a regra de exigência. Esse entendimento foi confirmado pela CSRF, entre outros, nos acórdãos nº. 9202001.909 , de 29 de novembro de 2011, Relator Conselheiro Marcelo Oliveira e nº 9202 00.987, de 17/08/2010, Relator Júlio César Vieira Gomes. Desta forma, meu voto é NEGAR PROVIMENTO ao recurso. (assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite Fl. 386DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 13/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 19839.006563/2008-42
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2002
AUTO-DE-INFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES.
Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91.
RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA.
As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32-A à Lei n º 8.212.
Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2302-002.350
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32-A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32-A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991
Liege Lacroix Thomasi Relatora e Presidente Substituta
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Manoel Coelho Arruda Junior, Andre Luis Marsico Lombardi, Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato, Bianca Delgado Pinheiro.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2002 AUTODEINFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES. Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 83 9. 00 65 63 /2 00 8- 42 Fl. 256DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 04/03/201 3 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 Liege Lacroix Thomasi – Relatora e Presidente Substituta Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Manoel Coelho Arruda Junior, Andre Luis Marsico Lombardi, Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato, Bianca Delgado Pinheiro. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 04/03/201 3 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 19839.006563/200842 Acórdão n.º 2302002.350 S2C3T2 Fl. 257 3 Relatório Trata o presente de autodeinfração, lavrado em 18/11/2003, em desfavor do sujeito passivo acima passivo acima identificado, com ciência em 05/12/2003, em virtude do descumprimento do artigo 32, inciso IV, §5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, com multa punitiva aplicada conforme dispõe o artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, por não ter informado nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP’s do período de 01/1999 a 12/2002, todos os valores pagos ao segurados contribuintes individuais apurados nos livros Razão, na conta “Honorários Advocatícios”, e diferenças apuradas nas folhas de pagamento, conforme planilhas de fls. 05/11. Após a impugnação, os autos baixaram em diligência, dizendo que entre as contribuições não declaradas em GFIP encontramse parte das que integram os lançamentos consubstanciados em NFLD’s lavradas na mesma ação fiscal e também objetos de diligências e que fosse informada qual a alíquota do SAT era devida na apuração da multa, já que o fisco informou 1% e a empresa informava em GFIP 2%; para esclarecer o motivo das divergências entre os recolhimentos efetuados pela autuada e os que foram apropriados no débito, para determinar a contribuição devida em cada rubrica e para se pronunciar quanto ao valor mínimo que embasou o cálculo da multa. Informação fiscal de fls. 80/89, diz que o valor mínimo para o cálculo da multa foi utilizado erroneamente e que em vista das divergências das alíquotas aplicadas e valores lançados, sugere a nulidade do Auto de Infração e das Notificações. Foi emitido Despacho Decisório de Retificação para excluir do Auto de Infração a multa referente às contribuições não declaradas e relativas às folhas de pagamento, por iliquidez e incerteza dos valores lançados e, quanto à parte referente à remuneração dos contribuintes individuais, “Honorários Advocatícios”, o erro apontado está no valor da multa, já que o valor limite foi calculado com base na PT n.º MPS 525, de 29/02/2002, R$ 827,86, quando já estava em vigor a PT MPS n.º 727, de 30/05/2003, onde o valor base para a autuação era de R$ 991,03. Assim, o Auto de Infração foi retificado para excluir parte da multa aplicada e recalcular a multa remanescente com base no valor vigente à época da autuação. A autuada foi cientificada do DespachoDecisório, aditou a impugnação e DecisãoNotificação de fls. 137/146, julgou a autuação procedente. Inconformado o contribuinte apresentou recurso voluntário, onde alega em síntese: a) o desrespeito ao artigo 142, do Código Tributário Nacional porque a multa aplicada não pode ser alterada; b) que a multa deve ser a vigente à época dos fatos geradores; Fl. 258DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 04/03/201 3 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 c) que a aplicação da multa assim como se deu fere o artigo 150,III, “a” da Constituição Federal, porque não pode haver cobrança de tributos antes da vigência da lei; d) o crédito tributário é ilíquido, incerto e o lançamento não pode ser alterado, havendo engano, deve ser anulado. Requer o acolhimento do recurso para declarar a inexigibilidade do crédito tributário por ser ilíquido e incerto. É o relatório. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 04/03/201 3 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 19839.006563/200842 Acórdão n.º 2302002.350 S2C3T2 Fl. 258 5 Voto ConselheiraRelatora Liege Lacroix Thomasi O recurso cumpriu com o requisito de admissibilidade, frente a tempestividade, devendo ser conhecido e examinado. Referese este auto de infração, após a retificação, ao descumprimento de obrigação acessória, qual seja a falta de informação em GFIP de toda a remuneração paga aos segurados contribuintes individuais, cujos pagamentos constavam da contabilidade da recorrente. A obrigação acessória surge do descumprimento de dever instrumental a cargo do sujeito passivo, consistindo numa prestação positiva (fazer), que não seja o recolhimento do tributo, ou negativa (não fazer). Descumprida obrigação acessória (obrigação de fazer/não fazer) possui o Fisco o poder/dever de lavrar o AutodeInfração. A penalidade pecuniária exigida dessa forma convertese em obrigação principal, na forma do § 3º do art. 113 do CTN. No presente caso, a obrigação acessória corresponde ao dever de informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, por intermédio de documento definido em regulamento (GFIP), TODOS os dados relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias e outras informações de interesse do INSS. Ao não informar os valores relativos aos pagamentos efetuados a contribuintes individuais a título de “Honorários Advocatícios”, a recorrente infringiu o artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, pois é obrigada a informar, mensalmente, ao INSS, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações do interesse do Instituto, sendo que a apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada. A multa referente ao descumprimento da obrigação acessória, que originou este auto de infração, estava contida, à época da autuação, no artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99: Art.284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do art. 225 sujeitará o responsável às seguintes penalidades administrativas: I valor equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no caput do art. 283, em função do número de segurados, pela não apresentação da Guia de Recolhimento do Fl. 260DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 04/03/201 3 por LIEGE LACROIX THOMASI 6 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, independentemente do recolhimento da contribuição, conforme quadro abaixo: 0 a 5 segurados ½ valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo Acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo II cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores, seja em relação às bases de cálculo, seja em relação às informações que alterem o valor das contribuições, ou do valor que seria devido se não houvesse isenção ou substituição, quando se tratar de infração cometida por pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social em gozo de isenção das contribuições previdenciárias ou por empresa cujas contribuições incidentes sobre os respectivos fatos geradores tenham sido substituídas por outras; e (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003) III cinco por cento do valor mínimo previsto no caput do art. 283, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. § 1º A multa de que trata o inciso I, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue, sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração. § 2º O valor mínimo a que se refere o inciso I será o vigente na data da lavratura do autodeinfração. Deverá ser considerado, por competência, o número total de segurados da empresa, para fins do limite máximo da multa, que será apurada por competência, somandose os valores da contribuição não declarada, e seu valor total será o somatório dos valores apurados em cada uma das competências. Conforme previsto no parágrafo 2º, do artigo 284, acima citado, o valor mínimo no qual se baseava a multa, era o vigente à época da lavratura do auto de infração, devendo, ainda, ser considerado o disposto pelo artigo 373, do mesmo Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3048/99 onde está explícito que os valores Fl. 261DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 04/03/201 3 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 19839.006563/200842 Acórdão n.º 2302002.350 S2C3T2 Fl. 259 7 expressos no Regulamento são reajustados nas mesmas épocas e índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da previdência social: Art.373. Os valores expressos em moeda corrente referidos neste Regulamento, exceto aqueles referidos no art. 288, são reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da previdência social. Portanto, quando da lavratura do auto de infração em 18/11/2003, vigia a PT MPS n.º 727, de 30/05/2003, e o valor mínimo a basear a multa aplicada era de R$ 991,03. Quanto à existência de NFLD onde está lançada a obrigação principal, de nada impede a procedência da presente autuação, porque restou demonstrado nos autos que a recorrente descumpriu obrigação acessória exposta em lei, ou seja, não informou em GFIP os pagamentos efetuados aos contribuintes individuais que lhe prestaram serviço, conforme registrado em sua contabilidade. Ademais, a recorrente não se insurge quanto ao mérito da autuação, restringindose a atacar a multa aplicada. Em virtude do disposto no art. 17 do Decreto nº 70.235/72, somente será conhecida a matéria expressamente impugnada, com exceção das matérias que podem ser conhecidas independentemente de impugnação, como a decadência. Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Por derradeiro, há que se observar a retroatividade benigna prevista no art. 106, inciso II do CTN. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212, já na redação da Lei n.º 11.941/2009, nestas palavras: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. Fl. 262DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 04/03/201 3 por LIEGE LACROIX THOMASI 8 § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Assim, no caso presente, há cabimento do art. 106, inciso II, alínea “c” do Código Tributário Nacional. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial do recurso, devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do artigo 32A, inciso I, da Lei n.º 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 11.941/2009. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 263DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 04/03/201 3 por LIEGE LACROIX THOMASI
score : 1.0
Numero do processo: 13116.000966/2004-23
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 2000
ITR ÁREA DE RESERVA LEGAL NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL PARA FRUIÇÃO DA ISENÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 10 DA LEI N° 9.393/96.
Para que a área de reserva legal possa ser excluída da base de cálculo do ITR, ela deve estar averbada à margem da matrícula do imóvel. Esta obrigação decorre de imposição legal, mais precisamente da interpretação harmônica e conjunta do disposto nas Leis nos 9.393/96 e 4.771/65 (Código Florestal). A
averbação pode se dar, conforme se verifica no caso em apreço, após a ocorrência do fato gerador.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-002.346
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Marcelo Oliveira que davam provimento.
Matéria: ITR - ação fiscal - outros (inclusive penalidades)
Nome do relator: GONCALO BONET ALLAGE
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2000 ITR ÁREA DE RESERVA LEGAL NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL PARA FRUIÇÃO DA ISENÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 10 DA LEI N° 9.393/96. Para que a área de reserva legal possa ser excluída da base de cálculo do ITR, ela deve estar averbada à margem da matrícula do imóvel. Esta obrigação decorre de imposição legal, mais precisamente da interpretação harmônica e conjunta do disposto nas Leis nos 9.393/96 e 4.771/65 (Código Florestal). A averbação pode se dar, conforme se verifica no caso em apreço, após a ocorrência do fato gerador. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Marcelo Oliveira que davam provimento. Fl. 395DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 13116.000966/200423 Acórdão n.º 920202.346 CSRFT2 Fl. 383 2 (Assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage – Relator EDITADO EM: 26/09/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Valmar Fonseca de Menezes (Presidente em exercício), Gonçalo Bonet Allage (VicePresidente em exercício), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Pedro Anan Junior, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Em face de Agropecuária Friboi Ltda. (atualmente denominada J&F Participações S.A.), CNPJ n° 00.350.763/000162, foi lavrado o auto de infração de fls. 0208, para a exigência de imposto sobre a propriedade territorial rural, exercício 2000, em razão da glosa de áreas declaradas como sendo de preservação permanente e de pastagens e, ainda, pela alteração do VTN, relativamente ao imóvel denominado Fazenda Larga da Macaúba – Gleba A, situado no município de Posse (GO). Embora não tenha ocorrido alteração com relação à área de utilização limitada (pois o contribuinte não informou nada a esse título na DITR), a autoridade lançadora afirmou o seguinte (fls. 06): Falta de recolhimento do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural, exercício de 2000, apurado após a alteração da declaração do contribuinte, conforme art. 14 da Lei 9393/96, por não terem sido comprovadas as informações nela contida, com respeito aos itens abaixo: (...) Área de utilização limitada: Não apresentação de documentação probatória da reserva em cartório de registro de imóveis, à margem da matrícula do imóvel, conforme art. 10, § l°, inciso II, letra 'a' da Lei 9393/96, e art. 16, §2° da Lei 4771/65 (redação dada pelo art. 1° da Lei 7803/89), em data anterior à do fato gerador do ITR (01/01/2000), conforme art. 12 § 1° do Decreto 4.382/02, sendo desconsiderado o valor declarado; Fl. 396DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 13116.000966/200423 Acórdão n.º 920202.346 CSRFT2 Fl. 384 3 A ação fiscal teve início em 12/04/2004 (fls. 19), sendo que o contribuinte promoveu a averbação da área de reserva legal de 456,2963 hectares, onde está incluída uma área de preservação permanente de 26,3400 hectares, em 28/02/2000 (fls. 4748). A área de preservação permanente informada na DITR/2000 foi reduzida de 964,6 ha para 0,0 ha (fls. 02). A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília (DF) considerou o lançamento procedente em parte (fls. 170189). Por sua vez, a Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, apreciando o recurso voluntário interposto pelo contribuinte, proferiu o acórdão n° 320100.023, que se encontra às fls. 303316, cuja ementa é a seguinte: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2000 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE UTILIZAÇÃO LIMITADA / RESERVA LEGAL. APRESENTAÇÃO OBRIGATÓRIA DO ADA. A comprovação da existência das áreas de preservação permanente e de reserva legal, para efeito de sua exclusão da base de cálculo de ITR, não depende do seu reconhecimento pelo IBAMA por meio de Ato Declaratório Ambiental (ADA). ÁREA DE RESERVA LEGAL. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. A falta de averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel, ou a averbação feita alguns meses após a data de ocorrência do fato gerador, não é por si só, fato impeditivo ao aproveitamento da isenção de tal área na apuração do valor do ITR. RECURSO DE VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. A decisão recorrida, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer 456,29 ha como área de reserva legal, vencidos os Conselheiros Celso Lopes Pereira Neto e Luis Marcelo Guerra de Castro, que negaram provimento. Intimada do acórdão em 05/10/2009 (fls. 317), a Fazenda Nacional interpôs recurso especial por contrariedade à lei (fls. 321332), cujas razões podem ser assim sintetizadas: a) Em síntese, o Acórdão ora recorrido, ao julgar o Recurso Voluntário do Contribuinte (fls. 197 a 204), dispensou como requisito para o gozo da isenção de ITR sobre área de reserva legal, a averbação na matrícula do imóvel em data anterior a do fato gerador; b) Da análise das alegações e da documentação radicada aos autos, com a finalidade de justificar as áreas reserva legal, resulta a constatação do Fl. 397DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 13116.000966/200423 Acórdão n.º 920202.346 CSRFT2 Fl. 385 4 descumprimento pelo contribuinte da exigência da averbação tempestiva das respectivas áreas junto ao registro de imóveis; c) A Lei n° 9.393/96 prevê a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal da incidência do ITR no artigo 10, inciso II. Considerando que esta regra trata da concessão de benefício fiscal, deve ser interpretado literalmente, de acordo com o artigo 111 do CTN; d) No caso dos autos, constatase que as áreas declaradas de reserva legal não foram averbadas no Registro de Imóveis em data anterior à ocorrência do fato gerador, consoante determina a legislação; e) A Lei n° 7.803, de 18 de julho de 1989, disciplinou o instituto da reserva legal e consagrou a exigência de sua averbação ou registro à margem da inscrição da matrícula do imóvel, vedada "a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou desmembramento da área" (Art. 16 § 2°); f) Assim como acontece com as áreas de preservação permanente, as áreas de reserva legal foram instituídas com a finalidade de atender aos princípios da função social da propriedade e da proteção ao meio ambiente ecologicamente equilibrado; g) À luz desses princípios, o Código Florestal vem sofrendo, desde a sua edição, inúmeras alterações, por meio de leis e medidas provisórias, que demonstram a dificuldade dos legisladores em conciliar os interesses dos diversos setores interessados na questão, principalmente porque há uma preocupação constante de todos os setores em se preservar as áreas de interesse ambiental, criando, para tanto, instrumentos legais; h) Exatamente por isso, a fim de flexibilizar as exigências legais relativas às áreas de reserva legal e atender aos anseios do setor produtivo rural, assim como delimitar a função da reserva legal como verdadeira área de conservação da biodiversidade, é que a averbação à margem da matrícula do imóvel se fez necessária; i) Inconteste que a finalidade da averbação da reserva legal na matrícula do imóvel é a de lhe dar publicidade, para que futuros adquirentes saibam identificar onde está localizada, seus limites e confrontações. Mais ainda, visa a imputar aos proprietários a responsabilidade de preservar tais áreas, já que o interesse na manutenção das mesmas é público; j) Uma vez definidos pela lei a área de reserva legal, os limites para sua exploração, e, finalmente, a obrigatoriedade de se averbar à margem da matrícula do imóvel, o legislador, buscando contrabalançar os interesses de toda a sociedade, permitiu que os proprietários de tais áreas, em contrapartida a tantas obrigações, tivessem algum tipo de benefício; k) Tal benefício é exatamente a possibilidade de exclusão, da incidência do ITR, das áreas caracterizadas como de reserva legal; Fl. 398DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 13116.000966/200423 Acórdão n.º 920202.346 CSRFT2 Fl. 386 5 l) É preciso ponderar que a necessidade do reconhecimento prévio do Poder Público, além de decorrer do comando legal segundo o qual o lançamento se reporta à data do fato gerador, objetiva assegurar a adequada aplicação do fim da norma, cerceando a ocorrência de fraudes e abusos, tanto mais que possibilita o seu controle, a um só tempo, pela sociedade e o Estado, dada a publicidade que decorre das exigências analisadas; m) Portanto, pela ausência de averbação tempestiva, haja vista que o lançamento se refere ao ITR decorrente de fato gerador ocorrido em 1° de janeiro de 2000 e a averbação ocorreu, apenas, em 28 de fevereiro de 2000 (fls. 17), merece ser reformada a decisão recorrida; n) Requer seja conhecido e provido o recurso, a fim de reformar o v. acórdão ora recorrido, restaurandose a r. decisão de primeira instância administrativa nos pontos aqui debatidos. Admitido o recurso através do despacho n° 21000141/2009 (fls. 339340), o contribuinte foi intimado e, devidamente representado, apresentou contrarrazões às fls. 349 355, defendendo, basicamente, a manutenção da decisão recorrida. É o Relatório. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 13116.000966/200423 Acórdão n.º 920202.346 CSRFT2 Fl. 387 6 Voto Conselheiro Gonçalo Bonet Allage, Relator O Recurso Especial da Fazenda Nacional cumpre os pressupostos de admissibilidade e deve ser conhecido. Reitero que o acórdão proferido pela Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção do CARF, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário, para considerar 456,29 hectares como área de utilização limitada. A recorrente insurgiuse contra a exclusão da base de cálculo do ITR da área de reserva legal, suscitando que só faz jus a este benefício o contribuinte que tiver promovido a respectiva averbação à margem da matrícula do imóvel, antes da ocorrência do fato gerador do tributo, o que não ocorre no caso em tela. Eis a matéria em litígio. Pois bem, o artigo 10 da Lei n° 9.393/96 tem a seguinte redação: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1°. Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: I VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a: a) construções, instalações e benfeitorias; b) culturas permanentes e temporárias; c) pastagens cultivadas e melhoradas; d) florestas plantadas; II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; Portanto, de acordo com tal regra, as áreas de preservação permanente e de reserva legal, previstas no Código Florestal vigente ao tempo dos fatos em apreço (Lei n° 4.771/65), estão excluídas da base de cálculo do ITR. A chamada área de reserva legal ou de utilização limitada tem contornos estabelecidos pelo artigo 16 do Código Florestal, atualmente com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória n° 2.16667/2001, da seguinte forma: Fl. 400DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 13116.000966/200423 Acórdão n.º 920202.346 CSRFT2 Fl. 388 7 Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: I oitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; II trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7o deste artigo; III vinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; e IV vinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do País. § 1°. O percentual de reserva legal na propriedade situada em área de floresta e cerrado será definido considerando separadamente os índices contidos nos incisos I e II deste artigo. § 2°. A vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, podendo apenas ser utilizada sob regime de manejo florestal sustentável, de acordo com princípios e critérios técnicos e científicos estabelecidos no regulamento, ressalvadas as hipóteses previstas no § 3o deste artigo, sem prejuízo das demais legislações específicas. § 3°. Para cumprimento da manutenção ou compensação da área de reserva legal em pequena propriedade ou posse rural familiar, podem ser computados os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas. § 4°. A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou outra instituição devidamente habilitada, devendo ser considerados, no processo de aprovação, a função social da propriedade, e os seguintes critérios e instrumentos, quando houver: I o plano de bacia hidrográfica; II o plano diretor municipal; III o zoneamento ecológicoeconômico; IV outras categorias de zoneamento ambiental; e Fl. 401DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 13116.000966/200423 Acórdão n.º 920202.346 CSRFT2 Fl. 389 8 V a proximidade com outra Reserva Legal, Área de Preservação Permanente, unidade de conservação ou outra área legalmente protegida. § 5°. O Poder Executivo, se for indicado pelo Zoneamento Ecológico Econômico ZEE e pelo Zoneamento Agrícola, ouvidos o CONAMA, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura e do Abastecimento, poderá: I reduzir, para fins de recomposição, a reserva legal, na Amazônia Legal, para até cinqüenta por cento da propriedade, excluídas, em qualquer caso, as Áreas de Preservação Permanente, os ecótonos, os sítios e ecossistemas especialmente protegidos, os locais de expressiva biodiversidade e os corredores ecológicos; e II ampliar as áreas de reserva legal, em até cinqüenta por cento dos índices previstos neste Código, em todo o território nacional. § 6°. Será admitido, pelo órgão ambiental competente, o cômputo das áreas relativas à vegetação nativa existente em área de preservação permanente no cálculo do percentual de reserva legal, desde que não implique em conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo, e quando a soma da vegetação nativa em área de preservação permanente e reserva legal exceder a: I oitenta por cento da propriedade rural localizada na Amazônia Legal; II cinqüenta por cento da propriedade rural localizada nas demais regiões do País; e III vinte e cinco por cento da pequena propriedade definida pelas alíneas "b" e "c" do inciso I do § 2o do art. 1o. § 7°. O regime de uso da área de preservação permanente não se altera na hipótese prevista no § 6o. § 8°. A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. § 9°. A averbação da reserva legal da pequena propriedade ou posse rural familiar é gratuita, devendo o Poder Público prestar apoio técnico e jurídico, quando necessário. § 10. Na posse, a reserva legal é assegurada por Termo de Ajustamento de Conduta, firmado pelo possuidor com o órgão ambiental estadual ou federal competente, com força de título executivo e contendo, no mínimo, a localização da reserva legal, as suas características ecológicas básicas e a proibição de supressão de sua vegetação, aplicandose, no que couber, as Fl. 402DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 13116.000966/200423 Acórdão n.º 920202.346 CSRFT2 Fl. 390 9 mesmas disposições previstas neste Código para a propriedade rural. § 11. Poderá ser instituída reserva legal em regime de condomínio entre mais de uma propriedade, respeitado o percentual legal em relação a cada imóvel, mediante a aprovação do órgão ambiental estadual competente e as devidas averbações referentes a todos os imóveis envolvidos. A necessidade ou não de averbação da referida área no cartório de registro de imóveis, para fins de apuração da base de cálculo do ITR, é matéria bastante controvertida, tanto nos Tribunais Judiciais quanto no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Este julgador, inclusive, chegou a votar no sentido de que, comprovada a existência da área de reserva legal de alguma forma, inexistia o dever de averbála à margem da matrícula do imóvel. Contudo, após profundos debates, principalmente no âmbito da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção, da qual faço parte, alterei meu posicionamento para entender que a averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel é, como regra geral, condição para sua exclusão da base de cálculo do ITR. Acabei convencido de que a necessidade de averbação da área de reserva legal, embora com função declaratória e não constitutiva, decorre de imposição legal, mais precisamente da interpretação harmônica e conjunta do disposto nas Leis nos 9.393/96 e 4.771/65 (Código Florestal), conforme acima destacado. O ITR é tributo de natureza eminentemente extrafiscal, sendo que a obrigatoriedade da averbação da reserva legal está relacionada, muito além do direito tributário, à garantia de preservação de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Salvo melhor juízo, o benefício tributário consistente na exclusão da base de cálculo do ITR da área de reserva legal só pode ser reconhecido se estiverem cumpridas as exigências da legislação ambiental. E, no caso, penso que a decisão de segunda instância deve ser confirmada, pois o contribuinte atendeu a todas as exigências legais, na medida em que, embora após a ocorrência do fato gerador, que se deu em 01/01/2000, promoveu a averbação de área de utilização limitada de 456,2963 hectares em 28/02/2000 (fls. 4748). Sob minha ótica, a averbação da área de utilização limitada pode se dar em momento posterior à ocorrência do fato gerador. Conforme asseverou o Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, no julgamento do recurso voluntário n° 342.455, “...havendo uma área de reserva legal preservada e comprovada por laudos técnicos ou termos do poder público, mesmo com averbação posterior ao fato gerador, não me parece razoável arrostar o benefício tributário, quando se sabe que áreas ambientais preservadas levam longo tempo para sua recomposição, ou seja, uma área averbada e comprovada em exercício posterior, certamente existia nos exercícios logo precedentes, como redutora da área total do imóvel passível de tributação, não podendo ter sido utilizada diretamente nas atividades agrícolas, pecuárias ou extrativistas. Fl. 403DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 13116.000966/200423 Acórdão n.º 920202.346 CSRFT2 Fl. 391 10 Ademais, nem a Lei tributária nem o Código Florestal definem a data de averbação, como condicionante à isenção do ITR.” Nesse sentido, ainda, trago à colação a ementa do seguinte julgado proferido pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça – STJ: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. ITR. ISENÇÃO. LEI Nº 9.393/96. AVERBAÇÃO PRÉVIA DA RESERVA LEGAL. DESNECESSIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. 1. "A falta de averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel, ou a averbação feita após a data de ocorrência do fato gerador, não é, por si só, fato impeditivo ao aproveitamento da isenção de tal área na apuração do valor do ITR, ante a proteção legal estabelecida pelo artigo 16 da Lei nº 4.771/1965." (REsp nº 1.060.886/PR, Relator Ministro Luiz Fux, in DJe 18/12/2009). 2. Agravo regimental improvido. (STJ, Primeira Turma, AgRg no REsp n° 1.157.239/DF, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, DJE de 04/06/2010) Considerando a averbação da área de reserva legal de 456,2963 hectares, ainda que em momento posterior à ocorrência do fato gerador, entendo que a decisão recorrida deve ser confirmada. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage Fl. 404DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE
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