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Numero do processo: 19740.000110/2008-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/2006
EMBARGOS INOMINADOS. LAPSO MANIFESTO.
Verificado que a decisão teve por base equivocado pressuposto de fato, cabe admitir embargos inominados para sua correção, com os efeitos correspondentes no resultado do julgamento.
RECURSO VOLUNTÁRIO. PEREMPÇÃO.
A interposição do recurso voluntário após o prazo definido no art. 33 do Lei nº 70.235/72 acarreta a sua perempção e o consequente não conhecimento, face à ausência de requisito essencial para a sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2202-004.532
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos Inominados, para modificar a decisão do Acórdão nº 2402-02.002, a qual deve ser no sentido de não conhecer do recurso voluntário, por intempestividade.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronnie Soares Anderson, Waltir de Carvalho, Martin da Silva Gesto, Reginaldo Paixão Emos, Júnia Roberta Gouveia e Dilson Jatahy Fonseca Neto.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/2006 EMBARGOS INOMINADOS. LAPSO MANIFESTO. Verificado que a decisão teve por base equivocado pressuposto de fato, cabe admitir embargos inominados para sua correção, com os efeitos correspondentes no resultado do julgamento. RECURSO VOLUNTÁRIO. PEREMPÇÃO. A interposição do recurso voluntário após o prazo definido no art. 33 do Lei nº 70.235/72 acarreta a sua perempção e o consequente não conhecimento, face à ausência de requisito essencial para a sua admissibilidade.
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MULTA. Embargante DELEGACIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE MAIORES CONTRIBUINTES NO RIO DE JANEIRO DEMAC/RJO Interessado FAPES FUNDAÇÃO DE ASSISTÊNCIA E PREVIDÊNCIA SOCIAL DO BNDES ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/2006 EMBARGOS INOMINADOS. LAPSO MANIFESTO. Verificado que a decisão teve por base equivocado pressuposto de fato, cabe admitir embargos inominados para sua correção, com os efeitos correspondentes no resultado do julgamento. RECURSO VOLUNTÁRIO. PEREMPÇÃO. A interposição do recurso voluntário após o prazo definido no art. 33 do Lei nº 70.235/72 acarreta a sua perempção e o consequente não conhecimento, face à ausência de requisito essencial para a sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos Inominados, para modificar a decisão do Acórdão nº 240202.002, a qual deve ser no sentido de não conhecer do recurso voluntário, por intempestividade. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronnie Soares Anderson, Waltir de Carvalho, Martin da Silva Gesto, Reginaldo Paixão Emos, Júnia Roberta Gouveia e Dilson Jatahy Fonseca Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 74 0. 00 01 10 /2 00 8- 00 Fl. 364DF CARF MF 2 Relatório A 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção exarou o Acórdão nº 2402 02.002, em 25/08/2011 (fls. 301/313), dando provimento parcial ao recurso voluntário, conforme ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/2006 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA. DESCUMPRIMENTO. INFRAÇÃO. Consiste em descumprimento de obrigação acessória a empresa apresentar a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. RELEVAÇÃO DA MULTA. REQUISITOS. NÃO ATENDIDOS. A multa pelo descumprimento de obrigação acessória somente poderá ser relevada se cumpridos os requisitos legais para o benefício, no caso, correção da falta dentro do prazo de defesa, o infrator ser primário e não haver nenhuma circunstância agravante. DOLO OU CULPA. ASPECTOS SUBJETIVOS. NÃO ANALISADOS. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. LEGISLAÇÃO POSTERIOR. MULTA MAIS FAVORÁVEL. APLICAÇÃO EM PROCESSO PENDENTE JULGAMENTO. A lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Na superveniência de legislação que estabeleça novos critérios para a apuração da multa por descumprimento de obrigação acessória, fazse necessário verificar se a sistemática atual é mais favorável ao contribuinte que a anterior. Recurso Voluntário Provido em Parte. A Demac/RJO levantou (fl. 356) a existência da seguinte situação na decisão: A extinta Deinf/RJO/Dicat ao encaminhar o presente processo ao extinto Segundo Conselho de Contribuinte, em razão do recurso voluntário interposto, fez consignar expressamente no despacho de fls. 300 (NV) a INTEMPESTIVIDADE da peça recursal, invocando o art. 35 do Decreto nº 70.235/72 para justificar a impulsão processual à instância superior. Fl. 365DF CARF MF Processo nº 19740.000110/200800 Acórdão n.º 2202004.532 S2C2T2 Fl. 365 3 Não obstante, o relator do Acórdão nº 240202.002 da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária do CARF, asseverou, equivocadamente, no último parágrafo do relatório (fls. 306 NV) que “A Delegacia Especial de Instituições Financeiras no Rio de Janeiro (DEINF/JO) informa que o recurso interposto é TEMPESTIVO”. (Grifos no original) Em face ao alegado, a Presidência da 2ª Seção recebeu a manifestação da Demac/RJO como Embargos Inominados por lapso manifesto, de acordo com o RICARF, Anexo II, art. 66, e os encaminhou a esta Turma para as devidas providências, conforme despacho de fl. 359, sendo que, por meio do despacho de fls. 360/362, foi o feito admitido para apreciação. É o relatório. Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator A manifestação da Demac/RJO, tendo em vista a alegação de ocorrência de lapso manifesto, foi recebida como embargos inominados tempestivos nos termos do art. 66 do Anexo II do RICARF, portanto, nessa condição, deve ser assim conhecida. Com razão a embargante. Tomese, de início, as conclusões do Despacho de Admissibilidade, que bem sintetiza a questão ora abordada: Segundo se observa no presente processo, de fato, a extinta Delegacia Especial de Instituições Financeiras no Rio de Janeiro (Deinf/RJO) instruiu os autos com a informação de fl. 300, na qual informa que o Recurso Voluntário foi interposto em 30/10/08, mas que o prazo teria se esgotado em 29/10/08, conforme a seguir transcrito: Segundo se observa no presente processo, de fato, a extinta Delegacia Especial de Instituições Financeiras no Rio de Janeiro (Deinf/RJO) instruiu os autos com a informação de fl. 300, na qual informa que o Recurso Voluntário foi interposto em 30/10/08, mas que o prazo teria se esgotado em 29/10/08, conforme a seguir transcrito: O contribuinte em epígrafe, cientificado da decisão de primeira instância em 29/09/2008, conforme comprova o respectivo Aviso de Recebimento anexado a fls. 233, apresentou seu recurso voluntário em 30/10/2008, como se depreende do protocolo da Deinf/Rjo/Cac aposto a fls. 234. Fl. 366DF CARF MF 4 Ocorre que o termo final para entrega da peça recursal se deu em 29/10/2008, sendo a referida contestação, portanto, perempta. Todavia, no Relatório do acórdão embargado constou a seguinte informação: A Delegacia Especial de Instituições Financeiras no Rio de Janeiro (DEINF/RJO) informa que o recurso interposto é tempestivo e encaminha os autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) para processamento e julgamento (fl. 270). Portanto, enquanto o despacho da extinta Deinf/RJO asseverou a intempestividade do Recurso Voluntário, restou consignado no Relatório do acórdão embargado que a Deinf/RJO teria concluído pela tempestividade do recurso Dessa forma, temse por configurado o lapso manifesto apontado nos embargos. De fato, o despacho da unidade de origem (fl. 300) assinalou expressamente ser o recurso voluntário perempto, entretanto o relator do acórdão embargado consignou no relatório realidade diversa, a saber, ter aquela repartição informado ser tempestivo o recurso. Tal contexto indica ter o relator ter incorrido em lapso manifesto no exame da documentação, tanto mais quando em seu voto, sem maiores justificativas, manifestouse pela tempestividade do recurso. Destaquese que a peça recursal é inequivocamente intempestiva, haja vista ter sido o contribuinte cientificado do acórdão de primeiro grau em 29/09/2008 (fl. 233), começando o prazo de 30 dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235/72 em 30/09/2008, uma terçafeira. A contagem desse prazo evidencia que seu término deuse em 29/10/2008, uma quartafeira. Por sua vez, o recurso voluntário foi interposto tão somente na quintafeira dia 30/10/2008 (fls. 264 e ss), do que se conclui sua intempestividade. Aparentemente, o relator foi induzido ao erro pela leitura da data em que assinada a peça em foco, dia 29/10/2008, porém os carimbos de recepção pela repartição atestam o seu protocolo ter ocorrido somente em 30/10/2008. Evidenciase, daí, a necessidade de reforma do julgado, para fins de que o recurso não seja conhecido. Registrese que, não bastasse expressa previsão contida no art. 66 do Anexo II do RICARF, a jurisprudência vem admitindo amplamente o cabimento de embargos, com possíveis efeitos modificativos, quando proferida decisão com base em pressuposto de fato equivocadamente considerado pelo julgador, cabendo citar, dentre outros, o REsp nº 1.065.913 (DJE 10/09/2009). E a respeito, Nelson Nery Jr. já observava1: 1 NERY JR., Nelson e NERY, Rosa Maria. Código de Processo Civil Comentado e legislação processual civil extravagante em vigor. São Paulo: RT, 6ª edição, p. 905. Fl. 367DF CARF MF Processo nº 19740.000110/200800 Acórdão n.º 2202004.532 S2C2T2 Fl. 366 5 Admitemse embargos de declaração para corrigir flagrante e visível erro de fato em que incidiu a decisão, evitandose os percalços com a eventual interposição de RE, Resp ou o ajuizamento de ação rescisória. Sendo assim, e para que fique claro o alcance do julgado, voto por acolher os embargos inominados, para fins de que reste modificada a decisão do Acórdão nº 240202.002, a qual deve ser no sentido de não se conhecer do recurso voluntário, por intempestividade. É o voto. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 368DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.000755/2004-49
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Apr 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2000
RENDIMENTOS ISENTOS. DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO.
O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão.
Numero da decisão: 2001-000.262
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Relator
Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira, Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JORGE HENRIQUE BACKES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2000 RENDIMENTOS ISENTOS. DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO. O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão.
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score : 1.0
Numero do processo: 15165.720065/2011-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon May 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 25 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 04/04/2011
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA. ERRO DE SUJEIÇÃO PASSIVA.
A imputação de responsabilidade solidária aos sócios-administradores pelas obrigações tributárias, no caso de gestão com excesso de poderes ou infração à Lei, encontra amparo e exige a invocação do artigo 135 do CTN. A sujeição passiva, nesse caso, é primariamente da pessoa jurídica, e subsidiariamente, dos sócios.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3201-003.756
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso. Declarou-se suspeito de participar do julgamento o conselheiro Laercio Cruz Uliana Junior.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Giovani Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior.
Nome do relator: MARCELO GIOVANI VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 04/04/2011 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA. ERRO DE SUJEIÇÃO PASSIVA. A imputação de responsabilidade solidária aos sócios-administradores pelas obrigações tributárias, no caso de gestão com excesso de poderes ou infração à Lei, encontra amparo e exige a invocação do artigo 135 do CTN. A sujeição passiva, nesse caso, é primariamente da pessoa jurídica, e subsidiariamente, dos sócios. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso. Declarou-se suspeito de participar do julgamento o conselheiro Laercio Cruz Uliana Junior. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior.
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ERRO DE SUJEIÇÃO PASSIVA. A imputação de responsabilidade solidária aos sóciosadministradores pelas obrigações tributárias, no caso de gestão com excesso de poderes ou infração à Lei, encontra amparo e exige a invocação do artigo 135 do CTN. A sujeição passiva, nesse caso, é primariamente da pessoa jurídica, e subsidiariamente, dos sócios. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso. Declarouse suspeito de participar do julgamento o conselheiro Laercio Cruz Uliana Junior. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 16 5. 72 00 65 /2 01 1- 21 Fl. 350DF CARF MF 2 Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior. Relatório Reproduzo relatório da primeira instância: “Trata o presente processo do Auto de Infração, de fls. 03/04, por meio do qual é feita a exigência de R$ 282.908,00, relativa à multa de que trata o art. 23, §3º do DecretoLei nº 1.455, de 1976, com redação dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637, de 2002, equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas. Às fls. 08/40, a fiscalização relata que houve ocultação do sujeito passivo, do real comprador e responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, e por interposição fraudulenta de terceiros, para todas as mercadorias importadas pela empresa. Foram identificados como reais adquirentes das mercadorias importadas FRANKLIN MENDES FREIBERGER e ARNALDO SIMÕES JUNIOR, sócios da empresa ERGONOFLEX, os quais eram responsáveis em determinar todos os procedimentos para a realização das operações de comércio exterior, seja na escolha das mercadorias, embarque, pagamento aos fornecedores no exterior e o custeio das despesas relacionadas ao despacho aduaneiro, utilizandose de recursos, sem origem lícita definida, transferidos a partir de outra empresa de fachada constituída para esse fim (DENAL MAX). Desta forma, foram arrolados também como responsáveis solidários pelo crédito tributário ora apurado: FRANKLIN MENDES FREIBERGER e ARNALDO SIMÕES JUNIOR (fls. 41/42), pelas razões expostas que demonstram a participação direta destas pessoas nas infrações apuradas. Cientificados da exigência através dos AR de fls. 273/276 e Edital de fl. 277, a empresa autuada não se manifestou, enquanto os autuados Franklin Mendes Freiberger e Arnaldo Simões Junior apresentaram impugnação em conjunto (fls. 279/293), na qual, em síntese: Alegam que a real adquirente das mercadorias é a empresa Ergonoflex e não os seus sócios, que agiam em nome da sociedade empresarial e que não houve a desconsideração da sua personalidade jurídica, providência esta de natureza judicial. Aduzem que a atribuição da responsabilidade solidária, nos moldes do art. 121 e 124 do CTN, é aplicável aqueles que possuem interesse comum na causa, o que ocorre com a Ergonoflex, real interessada nas mercadorias e não aos seus sócios, pois, para estes, haveria a necessidade de prova da responsabilização pessoal do agente nos moldes preconizados pelos artigos 134, 135 e 137 do CTN. Fl. 351DF CARF MF Processo nº 15165.720065/201121 Acórdão n.º 3201003.756 S3C2T1 Fl. 3 3 Alegam que inexiste interposição fraudulenta de terceiros quando o adquirente é pessoa física, pois a legislação referese aos negócios firmados entre pessoas jurídicas e que sequer o Siscomex admite o registro de importações por encomenda ou conta e ordem de pessoa física. Portanto, a conduta não se amoldaria à hipótese de incidência. Argúem que o método probatório adotado pela fiscalização é demasiadamente genérico e não se vincula às mercadorias individualmente consideradas, o que prejudica a sua defesa. Afirmam que a Ergonoflex não era a única cliente da Pride e que nem todas as importações a ela se destinavam. Requerem a exclusão dos impugnantes do pólo passivo, a improcedência da medida fiscal e a exclusão das penalidades aplicadas às mercadorias sobre as quais não houve prova direta e específica de que foram efetivamente destinadas aos impugnantes.” A DRJ/Florianópolis/SC – 2ª Turma, por meio do Acórdão 0734.745, de 7/05/2014, decidiu pela improcedência da Impugnação, mantendo integralmente o lançamento. Transcrevo a ementa: SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA. As pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal são solidariamente obrigadas em relação ao crédito tributário. A pessoa, física ou jurídica, que concorra, de alguma forma, para a prática de atos fraudulentos ou deles se beneficie responde solidariamente pelo crédito tributário decorrente. IMPORTAÇÃO. OCULTAÇÃO DO REAL ADQUIRENTE. DANO AO ERÁRIO. MULTA. Considerase dano ao Erário a ocultação do real sujeito passivo na operação de importação, bem como a interposição fraudulenta, infração punível com a pena de perdimento ou com a multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas. Franklin Mendes Freiberger e Arnaldo Simões Júnior apresentaram, conjuntamente, Recurso Voluntário, onde argumentam: que a acusação de importação por conta e ordem, sem identificação do real adquirente, foi atribuída à empresa Ergonoflex, por intermédio da fiscalizada Pride, e por este fato, sofreu as consequências jurídicas aplicáveis (perdimento de mercadorias e inaptidão de CNPJ); que o Fisco atribuiu a multa não à Ergonoflex, mas a seus sócios, os recorrentes, o que não encontraria arrimo jurídico e estaria em descompasso com a realidade Fl. 352DF CARF MF 4 fática; que a decisão recorrida não teria enfrentado essa questão; que os documentos utilizados na autuação foram encontrados na sede da Ergonoflex; que a personalidade jurídica da empresa não poderia ser desconsiderada, sem o respaldo do Poder Judiciário; que não se atribuiu responsabilidade pessoal aos sócios por atos da pessoa jurídica, e portanto, não se poderia transferir a responsabilidade da adquirente (pessoa jurídica) aos sócios da adquirente; que o interesse comum, expressão do art. 124, I, do CTN, não significa o interesse geral dos sócios, mas copertencimento à base legal imponível; que não existiria interposição fraudulenta de pessoas, na importação, se o adquirente for pessoa física; que a própria Receita Federal asseveraria que as modalidades de importação por conta e ordem e por encomenda somente são atribuídas a pessoas jurídicas; cita Processo de Consulta 139/09 da 7ª RF; 361/09 da 9ª RF; 441/09 da 9ª RF; e, portanto, caso os recorrentes, pessoas físicas, forem considerados como os reais adquirentes, não haveria o fato típico punível; É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, Relator. A defesa, no Recurso Voluntário, centrase em afastar a responsabilidade solidária dos recorrentes. Não se defende, nesta fase, a inocorrência da ocultação do real adquirente. Nesse aspecto específico, tenho que lhes assiste razão. A narrativa fática aponta o trabalho de ambos os recorrentes na operação das importações, como sócios, o que caracteriza pessoa jurídica, sem que se individualizasse a conduta de cada um. Vejase relatório fiscal, fl. 27: Como afirmado por FRANKLIN, e comprovado através dos diversos documentos retidos durante a diligência, toda a negociação comercial, bem como o pagamento das mercadorias e das despesas de sua nacionalização, era controlada por ele juntamente com seu sócio ARNALDO. Sendo assim, podese dizer que FRANKLIN e ARNALDO eram os reais beneficiários das operações de importação realizadas. (...) Fl. 28: Foram apenas 5 (cinco) declarações de importação, todas amparando mercadorias descritas como sendo cadeiras e suas partes e peças, ou seja, exatamente as mercadorias que faziam parte do objeto mercantil da empresa ERGONOFLEX. E ainda, os fornecedores/exportadores das mercadorias são exatamente os mesmos das DI registradas em nome da empresa EGONOFLEX, bem como por todas as outras empresas interpostas utilizadas por FRANKLIN E ARNALDO. Fl. 353DF CARF MF Processo nº 15165.720065/201121 Acórdão n.º 3201003.756 S3C2T1 Fl. 4 5 Fl. 34: Cabe ressaltar ainda que, entre os documentos retidos na diligência à sede da empresa EGONOFLEX, foram encontrados os extratos das Declarações de Importação 10/01675632, 10/01655194, 10/02614548 e 10/03896245 registradas pela empresa PRIDE, juntamente com os documentos de instrução do despacho aduaneiro e comprovante de todas as despesas decorrentes do processo de nacionalização das mercadorias, indicando que a relação existente entre a PRIDE e a ERGONOFLEX não era meramente comercial. Portanto, a conduta fraudulenta é apontada contra a empresa Ergonoflex. No caso, a Ergonoflex é responsável solidária por importação por conta e ordem, artigo 32, § único, III1, conforme apontado pelo Fisco no Relatório da autuação. Porém, não houve imputação de responsabilidade solidária à Ergonoflex, mas às pessoas físicas de seus sócios, os recorrentes. A responsabilidade solidária dos recorrentes foi enquadrada no art. 124, I2 do CTN, que configura a punibilidade de coparticipantes numa operação de que decorra a sujeição passiva como contribuinte, em sentido formal ou material. Em outras palavras, o artigo 124, I, permite a inclusão no polo passivo da obrigação tributária, como responsáveis solidários, as pessoas que possam constituirse em sujeitos passivos da mesma obrigação. Colaciono jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ, Resp 884.845/SC, nesse sentido: “o interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal implica que as pessoas solidariamente obrigadas sejam sujeitos da relação jurídica que deu azo à ocorrência do fato imponível. Isso porque feriria a lógica jurídicotributária a integração, no polo passivo da relação jurídica, de alguém que não tenha tido qualquer participação na ocorrência do fato gerador da obrigação” (destaquei) O art. 124, I, não prevê a extensão da sujeição passiva quanto aos sócios. Essa extensão pode ocorrer no caso previsto no artigo 1353, pela gestão fraudulenta da empresa. Além disso, a responsabilidade solidária somente pode existir após a responsabilidade do sujeito passivo, a pessoa jurídica, que, no presente caso, não foi colocada no polo passivo. 1 Art . 32. É responsável pelo imposto: (...) Parágrafo único. É responsável solidário: (...) III o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora. 2 Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; 3 Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I as pessoas referidas no artigo anterior; II os mandatários, prepostos e empregados; III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Fl. 354DF CARF MF 6 A legislação brasileira, com efeito, protege o patrimônio do sócio nas sociedades empresárias limitadas, tais como a Ergonoflex, no que exceda a quota de participação no capital social, conforme previsto no artigo 1.0524 do Código Civil, o que abrange também a seara tributária, salvo no caso de gestão com excesso de poderes ou infração à Lei, o que obriga a invocação do artigo 135, e também, o caso do art. 134, VII. Nesse sentido, precedente do Carf: “RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA PASSIVA. ART. 124 E 135 DO CTN. Para caracterizar a responsabilidade tributária prevista no inc. I do art. 124 do CTN devese demonstrar de forma inequívoca o interesse comum na situação que caracteriza o fato gerador. Já a responsabilidade do art. 135 do CTN deve ser atribuída aos sóciosadministradores, sócios de fato e mandatários da sociedade, se restar comprovado que tais pessoas exorbitaram as suas atribuições estatutárias ou limites legais, e que dos atos assim praticados tenham resultado obrigações tributárias.” (Acórdão 3301003.033) No caso, há fartos elementos para caracterizar a gestão fraudulenta, pela ocultação do real adquirente nas operações, o que, de resto, nem mais foi objeto de defesa. Todavia, não houve o enquadramento correto da responsabilidade no artigo 135, e nem houve a sujeição passiva da Ergonoflex. Toda a argumentação do Fisco, no Relatório Fiscal, acerca da solidariedade é pertinente, porém, atribuível aos sócios, como pessoas físicas, somente se por meio do enquadramento no artigo 135, por gestão fradulenta, efetivamente caracterizada., o que ocorre somente após a sujeição passiva da pessoa jurídica. Não se pode cobrar dos sócios antes de cobrar da pessoa jurídica. A falha de sujeição passiva da pessoa jurídica enseja a improcedência do lançamento. Pelo exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário, para declarar a insubsistência da responsabilidade solidária dos recorrentes. Marcelo Giovani Vieira Relator 4 Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Fl. 355DF CARF MF Processo nº 15165.720065/201121 Acórdão n.º 3201003.756 S3C2T1 Fl. 5 7 Fl. 356DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.002024/2001-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2001 a 30/09/2002
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MATÉRIAS NÃO APRECIADAS NO ACÓRDÃO EMBARGADO.
Devem ser rejeitados os embargos de declaração sobre em matéria não apreciada na decisão embargada.
Embargos Rejeitados.
Numero da decisão: 3302-005.462
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Walker Araujo, Vinicius Guimaraes, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2001 a 30/09/2002 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MATÉRIAS NÃO APRECIADAS NO ACÓRDÃO EMBARGADO. Devem ser rejeitados os embargos de declaração sobre em matéria não apreciada na decisão embargada. Embargos Rejeitados.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1398; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 1.605 1 1.604 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10283.002024/200117 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3302005.462 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 22 de maio de 2018 Matéria Processo Administrativo Fiscal Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado VALMASTER BATCH INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE POLÍMEROS DA AMAZÔNIA SA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2001 a 30/09/2002 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MATÉRIAS NÃO APRECIADAS NO ACÓRDÃO EMBARGADO. Devem ser rejeitados os embargos de declaração sobre em matéria não apreciada na decisão embargada. Embargos Rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Walker Araujo, Vinicius Guimaraes, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad. Relatório Tratamse de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional em face do Acórdão nº 3302002.817, cuja ementa segue abaixo: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 00 20 24 /2 00 1- 17 Fl. 1605DF CARF MF Processo nº 10283.002024/200117 Acórdão n.º 3302005.462 S3C3T2 Fl. 1.606 2 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário:1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 PROCESSO CONEXO DECISÃO ÚNICA PROFERIDA NOS AUTOS DO PROCESSO PRINCIPAL APLICAÇÃO Um vez que a complexidade da matéria fez com que a turma de julgamento analisasse os casos de forma concomitante e proferisse uma única decisão, adotase integralmente nos processos conexos a decisão proferida nos autos do processo principal. Recurso Voluntário Provido em Parte. A decisão embargada aplicou o decidido no 10735.000001/9918, razão pela qual os embargos repetiram as alegações feitas naquele processo. Os embargos alegaram obscuridade e contradição quanto à: 1) coisa julgada e 2) eficácia dos mandados de segurança nº 2001.51100010250 e 2005.51.10.0026900. Antes de se realizar a admissibilidade dos embargos, o então presidente da turma baixou os autos em diligência para que a recorrente tomasse conhecimento da diligência requerida no processo nº 10735.000001/9918. Em atendimento ao solicitado, a EQMACO/SEORT/DRF/NIURJ informou que: 1. A ação rescisória nº 2005.02.01.0071872 desconstituiu a decisão proferida no MS n º 2001.51.10.0010250, não havendo mais decisão favorável à recorrente no sentido de se permitir a cessão de créditos a terceiros; 2. Quanto ao MS nº 2005.51.10.0026900, a unidade assim resumiu a manifestação: “Desta forma, desde 17/11/2015 (data do trânsito em julgado do REsp n º 1371591/RJ), restou definitiva a decisão proferida pela 4ª Turma Especializada do TRF2, que reconheceu o direito da NITRIFLEX utilizar os créditos de IPI em compensações independente de prévio pedido de habilitação de crédito, devendo entretanto ser observada a norma prevista no art. 170 A da CF, o que na prática afastou a aplicabilidade da IN/SRF n º 517/05 e cancelou a eficácia do DD n º 070/2005. Na informação fiscal, a unidade expôs, ainda, que, na análise do direito creditório dos processos nº 10735.000.001/9918 e 10735.000202/9970, foram utilizados os índices estabelecidos em decisão judicial, quanto aos expurgos inflacionários, resultando em um montante de crédito de IPI de R$ 89.563.745,17 na matriz e R$ 5.046.201,64 na filial, atualizados até junho/1999 e que a recorrente já teria extrapolado o montante destes créditos nas compensações efetuadas e pedidas ou transmitidas à RFB. Acrescentou, ainda, que a desconstituição da decisão proferida no MS n º 2001.51.10.0010250 afasta a alegação da preliminar de incompetência da autoridade Fl. 1606DF CARF MF Processo nº 10283.002024/200117 Acórdão n.º 3302005.462 S3C3T2 Fl. 1.607 3 administrativa com fulcro no artigo 15 da IN SRF 21/1997 (créditos de terceiros), prevalecendo a legislação vigente no encontro de contas, inclusive com as restrições impostas pela IN SRF 41/2000 e a redação do artigo 74 da Lei nº 9.430/1996, dada pela Lei nº 10.637/2002. Em resposta à informação fiscal, a recorrente protocolou petição, refutando as alegações fiscais, nos termos abaixo: 1. Que não houve o trânsito em julgado da ação rescisória nº 2005.02.01.0071872, nem desconstituição da segurança no MS n º 2001.51.10.0010250; 2. Que a decisão embargada utilizou outro fundamento para a manutenção do direito de compensar com débitos próprios e de terceiros; 3. Que em relação ao MS nº 2005.51.10.0026900, não há influência neste processo, pois as compensações aqui tratadas são anteriores à vigência da IN SRF nº 517/2005 que instituiu a exigência fiscal de habilitação prévia; 4. Que não há que se falar em aplicação do artigo 170A do CTN, pois os créditos já haviam sido reconhecidos no PA 10735.000001/9918; 5. Que a matéria relativa à atualização dos créditos está sendo discutida no processo administrativo nº 13746.000367/200906, e que a utilização dos expurgos deve seguir o disposto nas decisões relativas ao MS 99.06505420. Concernente aos embargos de declaração, a recorrente arrazoou que não houve omissão ou equívoco quanto ao MS 98.00166580 não ter reconhecido o direito de repetir o indébito, mas apenas o de se creditar no Livro de IPI, pois o Parecer nº 69/1999 já reconhecera que os direitos creditórios reconhecidos judicialmente no mandado de segurança acima mencionado eram passíveis de compensação nas modalidades erigias pela IN SRF nº 21/1997 e que o acórdão embargada tratara expressamente do assunto. Quanto à eficácia das decisões proferidas nos MS nº 2001.51100010250 e 2005.51.10.0026900, a recorrente aduziu que não houve a desconstituição da coisa julgada no MS nº 2001.51100010250, o que pode ser confirmado pela decisão da juíza . Aduziu, ainda, que mesmo que se tivesse havido a desconstituição da coisa julgada, o acórdão embargado decidira com fundamentos autônomos, independentemente da eventual desconstituição da coisa julgada no referido mandado de segurança. O despacho de admissibilidade entendeu haver omissão quanto à não observância da Súmula CARF nº 1 (concomitância entre as esferas judicial e administrativa), havendo contradição entre os fundamentos do voto na medida que reconhece a existência de ações judiciais que discutem a matéria em litígio, mas, ainda assim, debateu e decidiu sobre tais matérias, não aplicando os efeitos decorrentes da concomitância. Na forma regimental,o processo foi distribuído a este relator por conexão com processos anteriormente distribuídos. É o relatório. Voto Fl. 1607DF CARF MF Processo nº 10283.002024/200117 Acórdão n.º 3302005.462 S3C3T2 Fl. 1.608 4 Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. Os embargos opostos alegaram obscuridade e contradição quanto à: 1) coisa julgada e 2) eficácia dos mandados de segurança nº 2001.51100010250 e 2005.51.10.0026900 e, como afirmado pela embargante, reiteraramse as alegações aduzidas nos embargos opostos no processo nº 10735.000001/9918. Ocorre que o julgamento efetuado no processo nº 10735.000001/9918 abrangeu diversas matérias, nem todas aplicáveis a todos os processos, devendo ser analisado os efeitos daquela única decisão em cada processo. Assim, concernente a este processo, a recorrente alegou em recurso voluntário a preliminar de homologação tácita, que fora decidida favoravelmente à recorrente no Acórdão nº 3302002.816, proferido nos autos nº 10735.000001/9918, cujo resultado foi aqui aplicado. Transcrevemse a ementa e excertos do referido acórdão: Ementa: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CONVERSÃO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. LEI 9.430/96, ART. 74, § 4º. Será considerada tacitamente homologada a compensação objeto de pedido de compensação convertido em declaração de compensação que não seja objeto de despacho decisório proferido no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido, independentemente da procedência e do montante do crédito. DCOMP. PRAZO DE CINCO ANOS PARA APRECIAR. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. LEI 9.430/96, ART. 74, § 5º. Será considerada tacitamente homologada a compensação objeto de declaração de compensação (Dcomp) que não seja objeto de despacho decisório proferido ou que o sujeito passivo não tenha sido cientificado no prazo de cinco anos, contado da data de seu protocolo Excertos: **DÉBITOS ** (i) Homologação Tácita das Compensações de Terceiros Apreciadas as matérias referentes à composição do crédito e às possibilidades de sua utilização, passo a analisar as alegações referentes aos débitos aplicáveis aos processos anexos bem como aqueles que estão sendo apreciados também neste julgamento, quais sejam: Processos nº 10283.002024/200117, 13746.000060/200310, 13746.001220/200259, 13746.001223/200292, 10735.000896/200347, 10930.003102/200391, 11516.001792/200488, 11610.001259/200367, 13746.000058/200332, 13746.000144/200345, 13746.000147/200389, 13746.000252/200318 e 11516.002703/200411. Fl. 1608DF CARF MF Processo nº 10283.002024/200117 Acórdão n.º 3302005.462 S3C3T2 Fl. 1.609 5 [...] Ou seja, as compensações da Recorrente com débitos próprios e de terceiros estão sujeitas ao regime de homologação, produzindo desde seu protocolo efeito extintivo sob condição resolutória de ulterior homologação, com prazo de 5 (cinco) anos para ocorrer contados da data do protocolo. Não pode agora a SRF alegar inaplicabilidade da homologação tácita “in casu”. Ante o exposto, para as compensações que citem os processos administrativos de crédito n°s 10735.000001/9918, 10736.000202/9970 e 13746.000533/200117 para as quais transcorreu o prazo de 5 (cinco) anos entre a data de protocolo do pedido de compensação e a data de cientificação do despacho decisório de nãohomologação, entendese que houve homologação tácita da declaração de compensação, razão pela qual entendese por definitiva a imputação da forma como foi realizada. Assim, com relação ao processo nº 10283.002024/200117, considerando que os Pedidos de Compensação foram protocolados em sua maioria entre março de 2001 e setembro de 2002, sendo que o último deles foi protocolado em outubro de 2002 (conforme relatório da DRJ) e que do Despacho decisório foi cientificada a Recorrente em 29/12/2010 (fl. 289), devese acolher a preliminar suscitada no recurso voluntário para considerar homologada por decurso de prazo a compensação objeto da declaração de compensação, ou seja, a ocorrência de homologação tácita. [...] Nesse sentido, voto por: a) Homologar tacitamente as compensações para as quais decorreu o prazo de 5 (cinco) anos entre o seu protocolo e a cientificação da contribuinte constante dos processos nº 10283.002024/200117, 13746.000060/200310, 13746.001220/200259, 13746.001223/200292, 13746.000058/200332, 13746.000144/200345, 13746.000252/200318, 13746.000147/200389 e 10735.000896/200347, devendo as imputações realizadas serem consideradas definitivas;" Constatase, portanto, que, para este processo, a decisão única proferida no Acórdão nº 3302002.816 e aqui aplicada reconheceu a homologação tácita das compensações analisadas nestes autos, sendo que as demais matérias abordadas na decisão única tornamse aqui prejudicadas. Destarte, os embargos de declaração opostos, ao versarem sobre matérias não decididas neste processo, terminaram por abordar questões estranhas ao julgamento aplicado a este processo, não sendo passíveis de conhecimento. Diante do exposto, voto para rejeitar os embargos de declaração opostos. Fl. 1609DF CARF MF Processo nº 10283.002024/200117 Acórdão n.º 3302005.462 S3C3T2 Fl. 1.610 6 (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 1610DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.917765/2011-22
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3301-000.552
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado), Valcir Gassen, Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado), Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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PIS/COFINS. Recorrente Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A Recorrida Fazenda Nacional Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado), Valcir Gassen, Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado), Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior e aproveitar esse crédito com débito de outro tributo. A DRF, no despacho decisório, indeferiu o pedido, em razão do recolhimento indicado no PER/DCOMP ter sido integralmente utilizado para quitação de débito confessado pelo contribuinte, não restando crédito disponível para restituição ou compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, o Pedido de Restituição foi indeferido e a compensação declarada não foi homologada, conforme o caso. Cientificada do despacho, a empresa apresentou a manifestação de inconformidade, aduzindo que o crédito apurado é legítimo em virtude do reconhecimento de inconstitucionalidade do § 1° do artigo 3° da Lei n° 9.718/98. Logo, a base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim entendido como a totalidade das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, excluindo "outras receitas". RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 17 76 5/ 20 11 -2 2 Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10830.917765/201122 Resolução nº 3301000.552 S3C3T1 Fl. 3 2 A 2ª Turma da DRJ/BHE indeferiu a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 02054.435. A negativa do reconhecimento do crédito pela DRJ se deu em virtude da ausência de prova do pagamento indevido; da ausência de DCTF retificadora e outros documentos que comprovassem as alegações da Recorrente. Em seu recurso voluntário, a empresa: · Defende que o recolhimento indevido decorre da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, já declarada pelo STF; · Sustenta que a base de cálculo do PIS e da COFINS deveria ter sido composta por valores correspondentes ao seu faturamento, ou seja, os ingressos que correspondem às suas receitas de vendas de mercadorias e prestação de serviços e não por suas receitas extraordinárias; · Reiterou que é devido o crédito pleiteado no PER/DCOMP, por se tratar de PIS/COFINS calculado sobre receita que não integra o seu faturamento; · Anexou planilha demonstrativa do pagamento indevido de PIS/COFINS sobre “outras receitas” (inclusive as receitas financeiras), DCTF, DIPJ e cópia de parte do livro razão analítico. · Ao fazer a juntada do seu livro razão, entende ser suficiente para conferência e comprovação do recolhimento indevido sobre “outras receitas”. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3301000.538, de 19 de abril de 2018, proferido no julgamento do processo 10830.904018/201124, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução 3301000.538): "O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Resta pacificado no STF o entendimento sobre a inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10830.917765/201122 Resolução nº 3301000.552 S3C3T1 Fl. 4 3 Dessa forma, considerase receita bruta ou faturamento o que decorre da venda de mercadorias, da venda de serviços ou de mercadorias e serviços, não se considerando receita de natureza diversa. É o resultado econômico das operações empresariais típicas, que constitui a base de cálculo do PIS. O alcance do termo faturamento abarcando a atividade empresarial típica restou assente no RE nº 585.235/MG, no qual se reconheceu a repercussão geral do tema concernente ao alargamento da base de cálculo do PIS prevista no §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, reafirmando a jurisprudência consolidada pelo STF: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ DE 1º.9.2006; REs nº 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006). Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, §1º, da Lei nº 9.718/98. No voto, o Ministro Cezar Peluso consignou: O recurso extraordinário está submetido ao regime de repercussão geral e versa sobre tema cuja jurisprudência é consolidada nesta Corte, qual seja, a inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que ampliou o conceito de receita bruta, violando, assim, a noção de faturamento pressuposta na redação original do art. 195, I, b, da Constituição da República, e cujo significado é o estrito de receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais... Em decorrência, apenas o faturamento decorrente da prestação de serviços e da venda de mercadorias (não se podendo incluir outras receitas, tais como aquelas de natureza financeira) pode ser tributado pelo PIS. O art. 62, § 1º, I, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343 de 9 de junho de 2015, dispõe que: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos detratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; Logo, o entendimento do STF deve ser aplicado no presente caso, para afastar a tributação do PIS e da COFINS exigida com base no disposto no art. 3º, §1º, da Lei n.º 9.718/1998. Com isso, é obrigatória a observância da decisão proferida no RE nº 585.235/MG, nos termos do RICARF. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10830.917765/201122 Resolução nº 3301000.552 S3C3T1 Fl. 5 4 Todavia, a Recorrente juntou documentos apenas em seu Recurso Voluntário DCTF, DIPJ e livro razão , justificando: Diante da plausibilidade da alegação da Recorrente, entendo necessária a conversão em diligência deste processo para a confirmação da tributação indevida pelo PIS sobre outras receitas (inclusive as financeiras). Por conseguinte, voto pela conversão do julgamento em diligência para que seja solicitado à unidade de origem que: a) Examine a documentação juntada pela Recorrente: DCTF, DIPJ, livro razão, planilha e guia de pagamento; b) Verifique, com base nessa documentação, se houve a indevida inclusão das receitas nãooperacionais e receitas financeiras (chamadas pela empresa de “receitas extraordinárias”), na base de cálculo do PIS, em decorrência da aplicação do cálculo do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98; c) Aponte a exatidão do valor pleiteado pelo Recorrente, bem como se a utilização deste foi efetivamente realizada; d) Intime o sujeito passivo para prestar outros esclarecimentos que entender necessários; e) Cientifique a interessada do resultado da diligência, concedendolhe prazo para manifestação; f) Por fim, retorne o processo ao CARF para julgamento. É como voto." Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu converter o julgamento em diligência para que seja solicitado à unidade de origem que: a) Examine a documentação juntada pela Recorrente: DCTF, DIPJ, livro razão, planilha e guia de pagamento; Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10830.917765/201122 Resolução nº 3301000.552 S3C3T1 Fl. 6 5 b) Verifique, com base nessa documentação, se houve a indevida inclusão das receitas nãooperacionais e receitas financeiras (chamadas pela empresa de “receitas extraordinárias”), na base de cálculo do PIS/COFINS, em decorrência da aplicação do cálculo do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98; c) Aponte a exatidão do valor pleiteado pelo Recorrente, bem como se a utilização deste foi efetivamente realizada; d) Intime o sujeito passivo para prestar outros esclarecimentos que entender necessários; e) Cientifique a interessada do resultado da diligência, concedendolhe prazo para manifestação; f) Por fim, retorne o processo ao CARF para julgamento. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 135DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002225/2010-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/11/1998 a 31/12/1998
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF.
A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento.
Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2201-004.235
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/11/1998 a 31/12/1998 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 22 25 /2 01 0- 17 Fl. 215DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 19515.002149/201031, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "Tratase de recurso de ofício apresentado em face da decisão de primeiro grau, pela qual se deu integral provimento à impugnação do sujeito passivo ao auto de infração que constituiu crédito tributário relativo à contribuição a cargo da empresa e à contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho (SAT) apuradas com base nas remunerações paga aos segurados empregados de empresa prestadora de serviços. De acordo com o relatório da fiscalização, tratase de constituição de crédito tributário visando restabelecer a exigência realizada anteriormente através de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, referente a contribuições apuradas com base no instituto da solidariedade, que foi anulada por vício formal. A exigência foi impugnada pelo sujeito passivo, o que rendeu ensejo ao Acórdão recorrido, pelo qual se reconheceu a decadência do direito de lançar do fisco, uma vez que entre a data que declarou a nulidade por vício formal do lançamento anterior e aquela em que o novo crédito foi constituído transcorreuse prazo superior a cinco anos. Segundo a decisão recorrida, o valor total do crédito constituído na ação fiscal superou o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 2008, de RS 1.000.000,00. Considerando esse somatório, foi apresentado recurso de ofício para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Neste colegiado, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta conselheira. É o que havia para ser relatado." Fl. 216DF CARF MF Processo nº 19515.002225/201017 Acórdão n.º 2201004.235 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018, proferido no julgamento do processo n° 19515.002149/201031, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018: Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Conforme se extrai do relatório, este processo compõe um conjunto de processos decorrentes da mesma ação fiscal e julgados na mesma sessão, com um total de crédito tributário afastado superior a R$ 1.000.000,00, limite previsto na Portaria MF nº 03, de 2008, o que justificou que a autoridade julgadora de primeira instância administrativa recorresse de ofício. Ocorre, porém, que a análise da admissibilidade do recurso de ofício deve ser realizada em vista do limite de alçada vigente na data em que ele é apreciado. É o que preceitua, sem embargo, o enunciado nº 103 da Súmula de jurisprudência deste CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Os fundamentos das decisões que serviram de paradigma para este enunciado são bem explicitados pelo trecho que abaixo se transcreve do Acórdão nº 9202003.027, relator o Conselheiro Marcelo Oliveira: Em síntese, o cerne da questão versa sobre o conhecimento, ou não, de recurso de ofício quando há elevação do valor de alçada, entre o julgamento em primeira instância e o julgamento pelo CARF. Como é cediço, as normas processuais têm aplicação imediata, conforme determinação o Código de Processo Civil (CPC): CPC: “Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicarseão desde logo aos processos pendentes.” Fl. 217DF CARF MF 4 Para a recorrente, entretanto, a norma posterior não pode prejudicar seu direito ao recurso, pois, em síntese, cercearia seu direito à defesa. Com todo respeito, não concordamos com a recorrente. Há uma diferença, relevante, que não pode ser deixada de lado nesta análise: uma das partes (União) foi quem emitiu a norma posterior que fundamentou o não conhecimento do recurso de ofício. No processo civil as norma processuais não são de iniciativa das partes. Ao contrário, a eventual norma processual atinge ambas as partes, beneficiandoas ou as prejudicando, a depender da fase em que se encontre o processo, daí a necessidade de garantia de direitos. Já no processo administrativo fiscal a norma é conseqüência do poder que goza a Administração Pública, o que permite que esta enquanto sujeito processual representado pela Fazenda Nacional, possa criar normas abrindo mão de seus próprios direitos. Esse é o raciocínio presente em acórdãos já proferidos por este Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. Não deve ser conhecido o recurso de ofício contra decisão de primeira instância que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa no valor inferior a R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais), nos termos do artigo 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/72, c/c o artigo 1º da Portaria MF nº 03/2008, a qual, por tratarse norma processual, é aplicada imediatamente, em detrimento à legislação vigente à época da interposição do recurso, que estabelecia limite de alçada inferior ao hodierno. (Acórdão: 9202002.652 – CSRF. Relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira). ... ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO DO LIMITE DE ALÇADA. CONHECIMENTO EQUIVOCADO NULIDADE. Fl. 218DF CARF MF Processo nº 19515.002225/201017 Acórdão n.º 2201004.235 S2C2T1 Fl. 4 5 A verificação do limite de alçada, para efeitos de conhecimento do recurso de ofício pelo Colegiado ad quem, é levada a efeito com base nas normas jurídicas vigentes na data do julgamento desse recurso. Não tendo o Colegiado ad quem observado o novo limite de alçada para o recurso de ofício. Tal julgamento é nulo, de pleno direito, visto que, a competência do órgão julgador, no caso concreto, é conferida pela devolutividade do recurso. Processo Anulado. (Acórdão: 9303002.165 – CSRF. Relator: Henrique Pinheiro Torres). ... REEXAME NECESSÁRIO — LIMITE DE ALÇADA — AMPLIAÇÃO — CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF n° 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). (Acórdão: CSRF/0400.965. Relatora: Maria Helena Cotta Cardozo) A criação e elevação do limite de alçada para recursos de ofício tem como um de seus objetivos dar celeridade à solução do processo no âmbito administrativo fiscal, pela diminuição de julgamentos pela segunda instância em processos em que a própria parte (União) demonstra ausência de interesse na continuidade do litígio. Atualmente, o limite de alçada se encontra fixado pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Pelos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, o recurso de ofício será cabível sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), valor este que deverá ser verificado por processo. Fl. 219DF CARF MF 6 O crédito tributário exonerado no processo em análise não atende a esses pressupostos, de forma que o recurso de ofício não preenche os requisitos necessários para que seja conhecido. Conclusão Com base no exposto, voto por não conhecer do recurso de ofício. Dione Jesabel Wasilewski – Relatora" Pelo exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Fl. 220DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13227.000674/2007-86
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006
PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA. COMERCIALIZAÇÃO DE SUA PRODUÇÃO RURAL. SUBROGAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA BRUTA DA PESSOA JURÍDICA ADQUIRENTE.
São devidas pelo produtor rural pessoa física empregador as contribuições incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural, ficando a pessoa jurídica adquirente responsável pela retenção e recolhimento dessas contribuições em virtude da subrogação a que está legalmente obrigado.
Numero da decisão: 9202-006.636
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencida a conselheira Patrícia da Silva, que lhe deu provimento. Votaram pelas conclusões as conselheiras Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Ana Paula Fernandes.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Miriam Denise Xavier (suplente convocada), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA. COMERCIALIZAÇÃO DE SUA PRODUÇÃO RURAL. SUBROGAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA BRUTA DA PESSOA JURÍDICA ADQUIRENTE. São devidas pelo produtor rural pessoa física empregador as contribuições incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural, ficando a pessoa jurídica adquirente responsável pela retenção e recolhimento dessas contribuições em virtude da subrogação a que está legalmente obrigado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencida a conselheira Patrícia da Silva, que lhe deu provimento. Votaram pelas conclusões as conselheiras Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Ana Paula Fernandes. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 22 7. 00 06 74 /2 00 7- 86 Fl. 180DF CARF MF 2 Miriam Denise Xavier (suplente convocada), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Contribuinte contra o Acórdão n.º 2302002.799 proferido pela 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, em 16 de outubro de 2013, no qual restou consignada a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 Ementa: PRODUTO RURAL PESSOA FÍSICA SUBROGAÇÃO A empresa adquirente fica subrogada nas obrigações do produtor rural pessoa física com empregados e do segurado especial, relativas ao recolhimento da contribuição incidente sobre a comercialização da produção rural estabelecida no art. 25 da Lei n° 8.212/1991, na redação dada pela Lei nº 10.256/2001. INCONSTITUCIONALIDADE. A inconstitucionalidade declarada pelo STF no Recurso Extraordinário nº 363.852 não produz efeitos aos lançamentos de fatos geradores ocorridos após a Emenda Constitucional nº 20/98. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA Em virtude do disposto no art. 17 do Decreto n º 70.235 de 1972 somente será conhecida a matéria expressamente impugnada. Recurso Voluntário Negado O presente auto de infração tem como objeto as contribuições previdenciárias destinadas ao custeio da Seguridade Social incidentes sobre a comercialização de produção rural, conforme descrito no Relatório Fiscal da Infração, fls. 22 a 24: 3. De acordo com o contrato social, a empresa tem como objeto social as atividades de frigorífico — abate de bovinos e preparação de carne e subprodutos; frigorífico — abate de bubalinos e preparação de carne e subprodutos; matadouro — abate de reses e preparação de carne para terceiros; comércio atacadista de carnes e produtos de carne (importação e exportação), comércio atacadista de couros, peles, chifres, ossos, cascos, crinas, lã, pelos e cerdas em bruto, penas e plumas (importação e exportação). 4. O contribuinte identificado em epígrafe fica notificado, por intermédio da presente NFLD, a recolher débito no montante de R$ 6.471.621,21 (seis milhões quatrocentos e setenta e um mil seiscentos e vinte e um reais e vinte e um centavos), consolidado em 26/09/2007, referente às contribuições sociais incidentes Fl. 181DF CARF MF Processo nº 13227.000674/200786 Acórdão n.º 9202006.636 CSRFT2 Fl. 3 3 sobre o valor da aquisição de produtos rurais, relativas aos meses compreendidos no período de 01/2005 a 12/2006. 5. A base de cálculo das contribuições, isto 6, o valor bruto dos produtos rurais comercializados com produtores rurais pessoas físicas foi apurada na escrituração fiscal do sujeito passivo. Foram considerados os valores constantes nos livros de apuração do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) de números 02 e 03, classificados nos "CFOP Código Fiscal de Operações e de Prestações" "1.101 — Compra para industrialização" (entradas do Estado) e "2.101 Compra para industrialização" (entradas de outros Estados), conforme discriminado na tabela que se segue. Na ação fiscal em comento, além do presente Al, foram ainda emitidos os Al's Debcad's: 37.127.6896, 37.127.6888, 37.127.6900 e 37.127.6918. Irresignado com o presente lançamento o sujeito passivo apresentou impugnação, fls. 84 a 88. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Belém (PA), por meio do Acórdão nº 0113.013 – 5ª Turma da DRJ/BEL, fls. 100 a 106, julgou procedente o lançamento, e manteve o crédito tributário em sua integralidade. Com a análise do Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte, foi mantida a decisão da Delegacia da Receita Federal. Posteriormente, foi interposto Recurso Especial pelo Contribuinte, fls. 135 a 148, considerando a seguinte divergência jurisprudencial: O acórdão recorrido considerou válida a aplicação da Lei n.º 10.256/2001, que deu nova redação ao art. 25 da Lei 8.212/91, enquanto que no paradigma, em sentido oposto, afirma que a declaração de inconstitucionalidade atingiu o referido dispositivo legal. Foi realizado exame de admissibilidade, fls. 165 a 169, com base no Acórdão paradigma n.º 2403002.984, sendo dado seguimento ao citado Recurso para a rediscussão da questão suscitada. Conforme dispõe o referido Despacho, cabe observar que, na data da análise quanto a admissibilidade do Especial, o Paradigma proposto já estava reformado na matéria que aproveitaria o recorrente. Porém, considerando que o Recurso Especial foi formalizado em 16/11/2016 e o acórdão paradigmático reformado em Sessão Plenária de 13/12/2016, esta análise teve seguimento, em obediência ao disposto no § 15º do art. 67 do Regimento Interno do CARF RICARF, aprovado pela Portaria MF n.º 343, de 2015, com as alterações da Portaria MF n.º 39/2016. No que se refere ao mérito, a Recorrente aduz, em síntese, que: Fl. 182DF CARF MF 4 a) em vista da discussão definitiva travada no âmbito do RE 718.874, requer o sobrestamento do feito,até decisão definitiva da decisão do Supremo; b) os fundamentos legais da obrigação tributária em análise foram objeto de declaração de inconstitucionalidade pelo STF, nos autos de RE n.º 363.852/MG; c) necessária se faz a reforma do acórdão em debate para que seja julgado improcedente o auto de infração ora combatido. Por meio de contrarrazões, fls. 171 a 176, a Procuradoria da Fazenda Nacional não se insurgiu relativamente ao conhecimento do recurso, sustentando, em síntese, quanto ao mérito, que: a) a Suprema Corte não se pronunciou sobre a atual redação do art. 25 da Lei nº 8.212/91 com redação dada pela Lei n.º 10.256/2001, inclusive posteriormente à EC 20/98, a qual, hodiernamente, dá suporte para a cobrança da contribuição; b) nos termos do RE nº 363.852/MG, a superveniência de lei ordinária, posterior à EC nº 20 de 1998, seria suficiente para afastar a pecha de inconstitucionalidade da contribuição previdenciária do empregador rural pessoa física. Com a edição da Lei nº 10.256, no ano de 2001, sanouse o referido vício; d) deve ser mantido o acórdão atacado, negandose provimento ao recurso especial da contribuinte. É o relatório Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Conheço do recurso, pois se encontra tempestivo e presentes os demais requisitos de admissibilidade. Consoante narrado, a matéria objeto da divergência suscitada é a incidência da contribuição social sobre a comercialização de produtos rurais pelo empregador rural pessoa física, prevista no art. 25 da Lei nº 8.212/1991, após a Lei n° 10.256/2001. Aduz a Recorrente que os fundamentos legais da obrigação tributária em análise foram objeto de declaração de inconstitucionalidade pelo STF, nos autos de RE n.º 363.852/MG. Por outro lado, a Procuradoria da Fazenda Nacional alega, em suas contrarrazões, que a Suprema Corte não se pronunciou sobre a atual redação do art. 25 da Lei nº 8.212/91 com redação dada pela Lei n.º 10.256/2001, inclusive posteriormente à EC 20/98, a qual, hodiernamente, dá suporte para a cobrança da contribuição, devendo ser mantida a decisão a quo. Fl. 183DF CARF MF Processo nº 13227.000674/200786 Acórdão n.º 9202006.636 CSRFT2 Fl. 4 5 A respeito do tema, utilizo como razões de decidir os fundamentos dispostos no voto de lavra da Conselheira Dione Jesabel Wasilewski, constantes do Acórdão n.º 2201 003.800, pois o meu entendimento converge, na íntegra, com o seu posicionamento, razão pela qual, na ocasião do julgamento do Acórdão mencionado, a acompanhei. Segue abaixo o teor da decisão: É que antes dessa emenda (EC 20/98), as contribuições sociais do empregador somente poderiam incidir sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro. Com a alteração promovida, surgiu a possibilidade de utilizar a receita como base de cálculo das contribuições sociais do empregador. Válido transcrever trechos do voto proferido pelo Ministro Marco Aurélio quando do julgamento do RE 363852/MG: Forçoso é concluir que, no caso de produtor rural, embora pessoa natural, que tenha empregados, incide a previsão relativa ao recolhimento sobre o valor da folha de salários. É de ressaltar que a Lei nº 8212/91 define empresa como a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos, ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional inciso I do artigo 15. Então, o produtor rural, pessoa natural, fica compelido a satisfazer, de um lado, a contribuição sobre a folha de salários e, de outro, a COFINS, não havendo lugar para terse novo ônus, relativamente ao financiamento da seguridade social, isso a partir de valor alusivo à venda de bovinos. Cumpre ter presente, até mesmo, a regra do inciso II do artigo 150 da Constituição Federal, no que veda instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. De acordo com o artigo 195, § 8º, do Diploma Maior, se o produtor não possui empregados, fica compelido, inexistente a base de incidência da contribuição a folha de salários a recolher percentual sobre o resultado da comercialização da produção. Se, ao contrário, conta com empregados, estará obrigado não só ao recolhimento sobre a folha de salários, como também, levando em conta o faturamento, da contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social COFINS e da prevista tomada a mesma base de incidência, o valor comercializado no artigo 25 da Lei nº 8.212/91. Assim, não fosse suficiente a duplicidade, considerado o faturamento, temse, ainda, a quebra da isonomia. (...)Não há como deixar de assentar que a nova fonte deveria estar estabelecida em lei complementar. Ante esses aspectos, conheço e provejo o recurso interposto para desobrigar os recorrentes da retenção e do recolhimento da contribuição social ou do seu recolhimento por subrogação sobre a "receita bruta proveniente da comercialização da produção rural " de empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate, declarando a inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25 , incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei 8.212/91, com redação atualizada até a Lei nº 9.528/97, até que legislação nova, arrimada na Emenda Fl. 184DF CARF MF 6 Constitucional nº 20/98, venha a instituir a contribuição, tudo na forma do pedido inicial, invertidos os ônus da sucumbência. A Lei nº 10.256, de 2001, que deu nova redação ao caput do art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991, foi editada após a EC nº 20, de 1998. Ou seja, foi editada sob a vigência da nova redação do art. 195, I, da Constituição, com expressa previsão da receita dos empregadores como nova fonte de custeio da seguridade social. Sendo assim, é evidente que o RE 363852/MG tem aplicabilidade limitada ao art. 25 da Lei nº 8.212 de 1991, com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 8.540, de 1992 (atualizada até a Lei nº 9.528, de 1997), ao passo que o presente lançamento se refere a fatos geradores ocorridos em 2005 e 2006, posteriores, portanto, à Lei nº 10.256, de 2001, que deu nova redação ao art. 25, I e II, da Lei nº 8.212, de 1991. Tanto é que, quando da apreciação de embargos de declaração opostos no RE 596177/RS, o STF reconheceu que não houve o exame da matéria sob o enfoque da exigência do tributo com fundamento na Lei nº 10.256, de 2001: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAMENTO NÃO ADMITIDO NO DESLINDE DA CAUSA DEVE SER EXCLUÍDO DA EMENTA DO ACÓRDÃO. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DE MATÉRIA QUE NÃO FOI ADEQUADAMENTE ALEGADA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NEM TEVE SUA REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO EM DECISÃO QUE CITA EXPRESSAMENTE O DISPOSITIVO LEGAL CONSIDERADO INCONSTITUCIONAL. I – Por não ter servido de fundamento para a conclusão do acórdão embargado, excluise da ementa a seguinte assertiva: “Ofensa ao art. 150, II, da CF em virtude da exigência de dupla contribuição caso o produtor rural seja empregador”(fl. 260). II – A constitucionalidade da tributação com base na Lei 10.256/2001 não foi analisada nem teve repercussão geral reconhecida. III – Inexiste obscuridade, contradição ou omissão em decisão que indica expressamente os dispositivos considerados inconstitucionais. IV – Embargos parcialmente acolhidos, sem alteração do resultado. (destacouse) Sendo assim, a decisão proferida pelo STF no RE 363.852/MG não é aplicável ao presente caso, que é totalmente englobado pela Lei nº 10.256, de 2001. Cumpre esclarecer que não houve a declaração de inconstitucionalidade integral do art. 25, I e II, nem do art. 30, IV, ambos da Lei 8.212, de 1991, uma vez que estes dispositivos tratam tanto do produtor rural pessoa física empregador quanto do segurado especial, ao passo que o RE 363.852/MG abrangeu Fl. 185DF CARF MF Processo nº 13227.000674/200786 Acórdão n.º 9202006.636 CSRFT2 Fl. 5 7 apenas o primeiro, uma vez que a Constituição (antes da EC 20/98) já previa forma de contribuição sobre resultado da comercialização da produção de determinados produtores rurais que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes (art. 195, §8º). Este produtor rural delimitado no art. 195, §8º, da Constituição é exatamente aquele previsto no art. 12, VII, da Lei nº 8.212, de 1991, e que, portanto, encontrase sujeito à contribuição prevista no art. 25 da mesma Lei. Ou seja, na decisão em questão (RE 363.852), o STF reconheceu a inconstitucionalidade apenas das contribuições devidas pelo produtor rural pessoa física empregador, no período anterior à Lei 10.256, de 2001, e, conseqüentemente, também afastou a subrogação para estas contribuições, pois não haveria lógica em se manter a subrogação do tributo reconhecidamente inconstitucional. Por fim, importante trazer aos autos a informação de que o STF realizou o julgamento de mérito do RE 718.874, que tinha por objeto tema com repercussão geral acerca da constitucionalidade da contribuição a ser recolhida pelo empregador rural pessoa física, prevista no art. 25 da Lei 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei 10.256, de 2001. Em 30/03/2017, o Plenário do STF decidiu o seguinte: o Tribunal, por maioria, apreciando o tema 669 da repercussão geral, conheceu do recurso extraordinário e a ele deu provimento, vencidos os Ministros Edson Fachin (Relator), Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello, que negavam provimento ao recurso. Em seguida, por maioria, acompanhando proposta da Ministra Cármen Lúcia (Presidente), o Tribunal fixou a seguinte tese: "É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei 10.256/2001, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção", vencido o Ministro Marco Aurélio, que não se pronunciou quanto à tese. Redator para o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes” Cabe destacar que, na decisão referida (RE 718.874) não foi declarada a inconstitucionalidade de qualquer dispositivo legal que fundamentou o lançamento em análise, de forma que não se pode cogitar a ilegalidade/inconstitucionalidade deste, haja vista que corretamente enquadrado nas normas em vigor. Diante do exposto, voto por conhecer do Recurso Especial apresentado pela Contribuinte e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Fl. 186DF CARF MF 8 Declaração de Voto I CONSTITUCIONALIDADE DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS AO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL, INCIDENTES SOBRE A RECEITA BRUTA DA COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL A) DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO EMPREGADOR RURAL PESSOA FÍSICA E SEUS REFLEXOS NO ADQUIRIRENTE PESSOA JURÍDICA. Antes de se adentrar na análise das decisões do STF sobre o tema, importante esclarecer brevemente as origens da contribuição do empregador rural pessoa física. Ao contrário do que comumente se repete, tal contribuição não se destina ao FUNRURAL – Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural –, o qual, desde a edição das Leis 8.212 e 8.213, ambas de 1991, não mais subsiste. Dessa forma, a conhecida contribuição ao FUNRURAL, na verdade, hoje constitui apenas uma das diversas Contribuições Previdenciárias destinadas ao custeio do Regime Geral de Previdência Social. Até o advento da Constituição de 1988, havia uma separação entre o regime de previdência dos empregados rurais e urbanos. Enquanto a previdência urbana era custeada pelas contribuições habituais (empregados, empregadores, autônomos, etc.), a previdência rural era mantida pela contribuição ao FUNRURAL, a qual, nos termos da Lei Complementar nº 11/71, já incidia sobre o valor comercial dos produtos rurais. Além dela, o custeio da previdência rural era garantido pelo recolhimento de contribuição incidente sobre folha de salários, a cargo da empresa. A citada LC 11/71 instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural PRORURAL, cuja execução foi incumbida ao FUNRURAL, com o intuito de fornecer ao trabalhador rural amparo previdenciário e social. Com a entrada em vigor do novo texto constitucional, houve a recepção da Lei Complementar nº 11/71, nos termos do art. 34 do ADCT, o que garantiu a permanência da contribuição ao FUNRURAL (ou PRORURAL). Posteriormente, com a edição da Lei 8.213/91, suprimiuse, em seu art. 138, a contribuição ao FUNRURAL, que assim dispõe: “Art. 138. Ficam extintos os regimes de Previdência Social instituídos pela Lei Complementar nº 11, de 25 de maio de 1971, e pela Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975, sendo mantidos, com valor não inferior ao do salário mínimo, os benefícios concedidos até a vigência desta Lei.” (grifouse) Como se nota, com a efetiva regulamentação do Regime Geral de Previdência Social pelas Leis 8.212 e 8.213, a contribuição ao FUNRURAL, programa de previdência e assistência rural, foi extinta, dando cumprimento ao inciso II do parágrafo único Fl. 187DF CARF MF Processo nº 13227.000674/200786 Acórdão n.º 9202006.636 CSRFT2 Fl. 6 9 do art. 194 da Constituição de 1988, que previu a uniformidade do regime de previdência do empregador rural e urbano. Na redação original da Lei 8.212/91, apenas em relação ao produtor rural em regime de economia familiar foi instituída contribuição semelhante à destinada ao FUNRURAL, ou seja, incidente sobre os valores obtidos com a comercialização da produção rural. Importante notar que, até a entrada em vigor da CRFB/88, o ordenamento pátrio tratava indistintamente todos os produtores rurais. Apenas a partir da edição da Lei 8.212/91 é que se passou a diferenciar três categorias, quais sejam, o produtor rural pessoa física com empregados, aquele que trabalha em regime de economia familiar e o produtor rural pessoa jurídica. No ano seguinte, em 1992, foi editada a Lei 8.540, alterandose o artigo 25 da Lei 8.212/91. O dispositivo modificou a contribuição devida pelo empregador rural pessoa física, substituindo as contribuições incidentes sobre a folha de pagamento por aquela incidente sobre a comercialização da produção rural. Justamente essa Lei – 8.540/92 – foi objeto da decisão proferida no RE 363.852, tendo decidido o Supremo Tribunal Federal pela sua inconstitucionalidade. Ocorre que o Tribunal, tendo em vista que o mandado de segurança objeto do Recurso Extraordinário se referia a contribuições cobradas até o final da década de 90, não se pronunciou sobre a atual redação do art. 25 da Lei 8.212/91 a qual, hodiernamente, dá suporte para a cobrança da contribuição. Portanto, atualmente, a contribuição previdenciária do empregador rural pessoa física é recolhida com base na redação do art. 25 da Lei 8.212 conferida pela Lei 10.256/01 – cuja constitucionalidade não foi apreciada pelo STF. Tal contribuição, em que pese à semelhança com aquela destinada ao FUNRURAL, com ela não se confunde, sendo destinada ao custeio do Regime Geral de Previdência Social, em observância ao princípio da “equidade na forma de participação no custeio” (Art. 194, V, CRFB/88). a.2) COMPORTAMENTO JURISPRUDENCIAL ACERCA DO TEMA A discussão em tela adveio da decisão do RE 363.852/MG, 2010, no informativo de jurisprudência nº 573, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da contribuição previdenciária incidente sobre a produção do produtor rural pessoa física (ordinariamente referida como “novo FUNRURAL”). O acórdão foi publicado com a seguinte ementa: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO PRESSUPOSTO ESPECÍFICO VIOLÊNCIA À CONSTITUIÇÃO ANÁLISE CONCLUSÃO. Porque o Supremo, na análise da violência à Constituição, adota entendimento quanto à matéria de fundo do extraordinário, a conclusão a que chega deságua, conforme sempre sustentou a melhor doutrina José Carlos Barbosa Moreira , em provimento ou desprovimento do recurso, sendo impróprias as nomenclaturas conhecimento e não conhecimento. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS PRODUTORES RURAIS PESSOAS NATURAIS SUBROGAÇÃO LEI Nº 8.212/91 ARTIGO 195, INCISO I, Fl. 188DF CARF MF 10 DA CARTA FEDERAL PERÍODO ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 UNICIDADE DE INCIDÊNCIA EXCEÇÕES COFINS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PRECEDENTE INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR. Ante o texto constitucional, não subsiste a obrigação tributária subrogada do adquirente, presente a venda de bovinos por produtores rurais, pessoas naturais, prevista nos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis nº 8.540/92 e nº 9.528/97. Aplicação de leis no tempo considerações.” (RE 363852, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2010, DJe071 DIVULG 22042010 PUBLIC 23042010 EMENT VOL0239804 PP00701 RET v. 13, n. 74, 2010, p. 4169) A análise do julgado aponta três fundamentos como determinantes às conclusões do STF, quais sejam: a) necessidade de lei complementar para instituição da contribuição, à luz do art. 195, §4º, da Constituição; b) configuração de bis in idem, porquanto haveria duas contribuições incidentes sobre a base de econômica prevista na alínea “b” do inciso I do art. 195 da CRFB (receita ou faturamento); e c) violação ao princípio da isonomia, quando comparada a situação do produtor rural pessoa física empregador e a do segurado especial (produtor rural sem empregados – art. 195, §8º, CRFB/88). Declarada a inconstitucionalidade da norma, a União provocou o plenário do STF visando a que fosse realizada a modulação dos efeitos da decisão, tendo em vista os vultosos recursos da seguridade social envolvidos, quando considerada a repercussão do caso concreto na coletividade. É dizer, mesmo que ainda prevaleça em nosso ordenamento o entendimento que atribui eficácia inter partes à decisão proferida pelo Supremo em sede de Recurso Extraordinário, é inegável o efeito multiplicador decorrente dessa decisão, com o ajuizamento de inúmeras demandas idênticas por todo país. Denegado o pleito de modulação, declarouse a inconstitucionalidade da norma com efeitos ex tunc, acarretando, como já se previa, o ajuizamento de milhares de ações em todo o território nacional, as quais objetivam, justamente, o afastamento da contribuição incidente sobre a comercialização da produção do empregador rural pessoa física e a restituição dos valores indevidamente recolhidos, respeitado o prazo prescricional. Destarte, mesmo que não se admita ainda um efeito vinculante e eficácia erga omnes das decisões proferidas pelo STF em sede de controle difuso, é notória a força pragmática dos precedentes da Corte Suprema brasileira. Em face dessa constatação, temse que apenas a apresentação de fundamentação relevante, apta a ensejar a revisão do entendimento proferido pelo STF ou a demonstrar a sua inaplicabilidade aos casos concretos semelhantes, mostrarseia como mecanismo adequado para que as demandas futuras tivessem sorte diferente daquela decida pelo Supremo, quando submetidas à apreciação do Poder Judiciário. Todavia, como bem se sabe, a modificação de posicionamentos adotados pelo plenário do STF não é expediente comum, sendo, normalmente, fruto da mudança da composição da Corte. Seguindo nesta linha, em 23/08/2013 o STF recebeu recurso da Fazenda Nacional, admitindo na sistemática de repercussão geral o Recurso Extraordinário nominado Fl. 189DF CARF MF Processo nº 13227.000674/200786 Acórdão n.º 9202006.636 CSRFT2 Fl. 7 11 718.874/RSRG, vindo mais a frente, acórdão publicado em 03/102017, a reconhecer a constitucionalidade da contribuição exigida do produtor rural pessoa física empregador, nos termos do artigo 25 da Lei 8.212/1991, denominada equivocadamente de Funrural ou de Novo Funrural, fixando a seguinte tese: “É constitucional, formal e materialmente, a contribuição social do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei 10.256/2001, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção, no termos da ementa: Ementa: TRIBUTÁRIO. EC 20/98. NOVA REDAÇÃO AO ARTIGO 195, I DA CF. POSSIBILIDADE DE EDIÇÃO DE LEI ORDINÁRIA PARA INSTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADORES RURAIS PESSOAS FÍSICAS INCIDENTE SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 10.256/2001. 1.A declaração incidental de inconstitucionalidade no julgamento do RE 596.177 aplicase, por força do regime de repercussão geral, a todos os casos idênticos para aquela determinada situação, não retirando do ordenamento jurídico, entretanto, o texto legal do artigo 25, que, manteve vigência e eficácia para as demais hipóteses. 2.A Lei 10.256, de 9 de julho de 2001 alterou o artigo 25 da Lei 8.212/91, reintroduziu o empregador rural como sujeito passivo da contribuição, com a alíquota de 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; espécie da base de cálculo receita, autorizada pelo novo texto da EC 20/98. 3. Recurso extraordinário provido, com afirmação de tese segundo a qual É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei 10.256/01, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção. Com relação ao julgamento proferido no sentido de reconhecer a constitucionalidade da contribuição do Funrural para o produtor rural pessoa física, me parece que STF deixou de enfrentar alguns aspectos. O primeiro aspecto decorre da grave falha legislativa existente na Lei 10.256/2001 (artigo 1º), ao “reinstituir” o Funrural no artigo 25 da Lei 8.212/1991, uma vez que não restabelece todos os aspectos materiais da exação, sobretudo, a base de cálculo e alíquota. Referida lei somente trouxe o caput do artigo 25, da Lei 8.212/1991, sem qualquer menção sobre o aspecto material do tributo e, consequentemente, a base de cálculo e alíquota. Decerto, com referida falha há impedimento à exigência do Funrural. Segundo o STF, todavia, com divergência aberta pelo ministro Alexandre de Moraes, não existiria qualquer inconstitucionalidade, já que a Lei 10.256/2001 é posterior à emenda constitucional, podendo, assim, exigir tal contribuição sobre a receita bruta, inclusive pelo fato de que os incisos do artigo 25 da Lei 8.212/1991 “nunca foram retirados do mundo jurídico e permaneceram perfeitamente válidos”, sendo possível o aproveitamento. Conforme noticiado acima, os REs 363.852 e 596.177, julgados anteriormente, com clareza e assertividade, reconheceram a inconstitucionalidade formal do artigo 25, da Lei 8.212/1991, inclusive, dos respectivos incisos I e II. Mais do que isso, a razão de ser da inconstitucionalidade foi exatamente a exigência do Funrural sobre a receita bruta, o Fl. 190DF CARF MF 12 que não consta do caput do artigo 25, da Lei 8.212/1991, mas dos incisos que foram “aproveitados”. Como é sabido, lei inconstitucional, sobretudo, por vício formal, é nula, com efeitos retroativos (ex tunc), em especial, no caso do Funrural, pois, o próprio STF deixou de modular os efeitos, negando o pedido à época da Procuradoria da Fazenda Nacional. Além dessa questão relevante, outro ponto ainda que merece muita reflexão seria o porquê da existência do artigo 195, parágrafo 8º, da Constituição Federal. Ora, por qual razão haveria a autorização constitucional expressa de competência tributária para a União instituir contribuição para a seguridade social aos segurados especiais “mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção”? Por certo, esse dispositivo constitucional, que trata de competência tributária, mais do que autorizar a instituição de contribuição para o segurado especial sobre a receita bruta (“resultado da comercialização”), deixa evidente que estaríamos diante de uma exceção, somente autorizada por força da Constituição. Bem por isso, numa interpretação a contrario sensu, haveria vedação para se instituir nestes mesmos moldes para o produtor rural pessoa física que não seja segurado especial. Ao final, ainda lembramos que, de certo modo, diante de todo o contexto de decisões já proferidas pelo STF, o julgamento a respeito da constitucionalidade veio a contrariar o posicionamento anteriormente firmado, apesar de não ter apreciado a Lei 10.256/2001, o que pode permitir uma modulação dos efeitos à luz da segurança jurídica, de conformidade com o artigo 27, da Lei 9.868/1999, em sede de recurso de embargos de declaração, o qual poderá ainda ser utilizado para outras omissões acima descritas. Quanto a Resolução 15/2017, publicada pelo Senado Federal suprimindo parte do texto legal, considero que a resolução data de setembro enquanto que a publicação do acórdão do STF data de outubro, ambas do corrente ano. Considerando as determinações regimentais deste órgão, o Conselheiro está vinculado a ambas, e eu considero o critério temporal de que a última decisão se sobrepõe as demais. Contudo, em que pese as alegações dos Contribuintes de que não há previsão legal vigente para impor a subrogação aos adquirentes e a exigência do Funrural destes, principalmente, se não houve retenção e recolhimento e o Supremo Federal, ainda não apreciou a constitucionalidade para o Funrural no caso de pessoa jurídica produtora rural e agroindústria, por ora, em razão do recente posicionamento do STF, considero devidas as contribuições impostas ao Contribuinte no caso em análise. Diante do exposto conheço do Recurso interposto pelo Contribuinte, mas por força da Repercussão Geral do STF nego provimento. É como voto. Ana Paula Fernandes Fl. 191DF CARF MF
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Numero do processo: 11080.934310/2009-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Ano-calendário: 2005
Ementa:
SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE.
Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal.
SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES.
A instalação de elevadores amolda-se ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços.
Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.196
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra acompanharam o Relator do acórdão paradigma pelas conclusões (art. 63, § 8º do RICARF).
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Vinícius Guimarães (Suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Ausente justificadamente o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que foi substituído pelo Conselheiro Suplente convocado.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Ano-calendário: 2005 Ementa: SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores amolda-se ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra acompanharam o Relator do acórdão paradigma pelas conclusões (art. 63, § 8º do RICARF). (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Vinícius Guimarães (Suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Ausente justificadamente o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que foi substituído pelo Conselheiro Suplente convocado.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1738; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.934310/200940 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3402005.196 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 18 de abril de 2018 Matéria PIS/Cofins Recorrente THYSSENKRUPP ELEVADORES SA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Anocalendário: 2005 Ementa: SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores amoldase ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra acompanharam o Relator do acórdão paradigma pelas conclusões (art. 63, § 8º do RICARF). (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 93 43 10 /2 00 9- 40 Fl. 364DF CARF MF Processo nº 11080.934310/200940 Acórdão n.º 3402005.196 S3C4T2 Fl. 0 2 Laurentiis Galkowicz, Vinícius Guimarães (Suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Ausente justificadamente o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que foi substituído pelo Conselheiro Suplente convocado. Relatório Trata o presente processo de DCOMP transmitida com objetivo de compensar os débitos nela apontados com créditos provenientes de pagamento indevido ou a maior. A matéria foi objeto de decisão proferida por intermédio do Despacho Decisório, no qual a Delegacia de origem, com base em informação fiscal resultante de diligência do Serviço de Fiscalização para apuração do direito creditório informado na DCOMP, onde ficou constatada a improcedência do mesmo, revisou de ofício o reconhecimento do direito creditório automático para não reconhecimento do direito creditório por inexistência do crédito e também de ofício revisou a homologação total da compensação efetuada através da mencionada declaração para compensação não homologada. A autoridade fiscal que proferiu a referida informação tomou por base a Solução de Consulta 446 SRRF/8ª RF/Disit, de 18/08/2007, uma vez que a Solução de Consulta 104 SRRF/10ª RF/Disit, de 18/08/2008, foi anulada pelo Parecer 52 SRRF10/Disit, de 13/09/2011, sob o seguinte argumento: É vedada a coexistência de duas soluções de consulta vigentes e eficazes sobre o mesmo fato, relativas a um mesmo sujeito passivo(...). Por sua vez, a Solução de Consulta vigente tem a seguinte ementa para o PIS: ELEVADORES. NÃOCUMULATIVIDADE. A instalação de elevador por seu produtor não caracteriza obra de construção civil, descabendo a aplicação do art. 10, XX, da Lei nº 10.833, de 2003. Caracterizase como operação de industrialização, na modalidade montagem, a reunião de partes, peças e componentes da qual resulte elevador, inclusive quando realizada fora do estabelecimento do executor, no próprio prédio onde esse equipamento será utilizado. Sofre incidência da contribuição para o PIS/Pasep em regime de apuração não cumulativo o total das receitas decorrentes do fornecimento de elevador por seu produtor, o qual se conclui ao final do processo de montagem. Para a Cofins foi proferida ementa com igual teor. (...). Uma vez intimado o contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade, a qual foi julgada improcedente pelo acórdão 09054.883, que entendeu que a compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo, não verificado no caso em comento, afastou a preliminar de nulidade do Despacho Decisório e concluiu que "a Fl. 365DF CARF MF Processo nº 11080.934310/200940 Acórdão n.º 3402005.196 S3C4T2 Fl. 0 3 decisão judicial transitada em julgado é, na verdade, a lei aplicada ao caso concreto e, tratandose de exclusão do crédito tributário, deve ser interpretada literalmente". Diante deste quadro, o contribuinte apresentou o recurso voluntário tempestivo, oportunidade em que repisou os fundamentos desenvolvidos em sede de impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.145, de 18 de abril de 2018, proferido no julgamento do processo 11080.729500/201323, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402005.145): "5. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. I. A discussão travada nos autos e o precedente vinculante deste CARF favorável ao contribuinte 6. A questão aqui travada não é nova, uma vez que já foi decidida por este CARF para o mesmíssimo contribuinte de forma paradigmática, i.e., nos termos do art. 47, § 2º do RICARF. Referida decisão foi veiculada por intermédio do acórdão n. 3201002.448 e encontrase assim prescrita: (...). A princípio, temse que o cerne da questão é definir qual a natureza da atividade exercida pela Recorrente (instalação de elevadores): se construção civil ou se industrialização. Tal definição determinará se a Recorrente deveria, à época dos fatos geradores, apurar o recolhimento do PIS e da COFINS pelo regime não cumulativo ou pelo cumulativo. Há peculiar situação no feito, consistente no fato de que a Recorrente teria apresentado duas Consultas Fiscais acerca do tratamento tributário mais adequado, obtendo Soluções conflitantes. Na primeira delas, Solução de Consulta nº 446/2007, da 8ª Região Fiscal, concluiuse que se tratava de industrialização e que, portanto, as receitas estariam Fl. 366DF CARF MF Processo nº 11080.934310/200940 Acórdão n.º 3402005.196 S3C4T2 Fl. 0 4 sujeitas ao regime não cumulativo das citadas contribuições. A segunda, Solução de Consulta nº 104/2008, da 10ª Região Fiscal, afirmou que as receitas estariam sob o regime cumulativo. No caso, o crédito postulado pela Recorrente origina da aplicação do segundo entendimento. Os créditos postulados, portando, decorrem da reapuração do PIS e da COFINS outrora calculados pelo regime não cumulativo e reajustados para o cumulativo. Idêntica questão já foi examinada por esta mesma Turma na sessão de 24 de fevereiro de 2016, em decisão por maioria proferida nos autos do Processo nº 11080.726628/201335, da mesma THYSSENKRUPP ELEVADORES S/A, no qual a Conselheira Doutora Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo foi designada Relatora para o Voto Vencedor. O referido Acórdão nº 3201002.070 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/06/2008 a 31/12/2009 SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores subsumese ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO No lançamento de ofício, o valor originário do crédito tributário compreende o valor do tributo e da multa por lançamento de ofício. Sobre a multa por lançamento de oficio não paga no vencimento incidem juros de mora. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/2008 a 31/12/2009 Fl. 367DF CARF MF Processo nº 11080.934310/200940 Acórdão n.º 3402005.196 S3C4T2 Fl. 0 5 SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores subsumese ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO No lançamento de ofício, o valor originário do crédito tributário compreende o valor do tributo e da multa por lançamento de ofício. Sobre a multa por lançamento de oficio não paga no vencimento incidem juros de mora. Recurso Voluntário Provido e Recurso de Ofício Negado Vistos,relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Winderley Morais Pereira, relator. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Como consta em ata, o voto da i. Conselheira Doutora Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo foi por mim acompanhado integralmente. Por essa razão, peço vênia para transcrevêlo como fundamento do presente julgado: Como se depreende do voto do eminente relator, o mérito da presente demanda não foi conhecido, por se entender que havia solução de consulta, proferida para a situação específica dos autos e proposta pela própria Recorrente. Com efeito, no mérito a Recorrente alega que o regime jurídico de apuração das contribuições sociais, tome a sua atividades de instalação de elevadores como prestação de serviços de construção civil, o que determinaria a aplicação do regime cumulativo. A Recorrente obteve a solução de consulta SRRF/8ªRF/DISIT nº 446, de 18/09/2007, que ao analisar as atividades realizadas pela Recorrente de instalação de elevadores, decidiu não ser atividade de construção civil e portanto, estariam sujeita a apuração do PIS e da COFINS no regime não cumulativo. Fl. 368DF CARF MF Processo nº 11080.934310/200940 Acórdão n.º 3402005.196 S3C4T2 Fl. 0 6 Não obstante, a Recorrente protocolou nova consulta, na Superintendência da Receita Federal do Brasil na 10ª Região Fiscal (Solução de Consulta SRRF/10ªRF/DISIT nº 104, de 18 de agosto de 2008), que considerou a atividade da Recorrente como prestação de serviços de construção civil e portanto, enquadrada nas disposições do art. 10, XX, da Lei nº 10.833/2003, determinando a apuração do PIS e da COFINS no regime cumulativo.(fls. 391 a 397). O entendimento do eminente Conselheiro Winderley Morais Pereira foi no sentido de que, em sendo a solução de consulta instrumento de garantia do contribuinte para esclarecimentos quanto a aplicação da legislação, a possibilidade de consultas do mesmo contribuinte tratando da mesma matéria serem protocoladas em unidades diversas da RFB, poderia mitigar a força normativa das consultas. Por essa razão, a decisão anterior não produziria efeito, nos termos do art. 54, IV do Decreto nº 70.235/72. Contudo, a questão que se põe e da qual se diverge do ilustre relator, é precisamente sobre a possibilidade de a decisão proferida no âmbito do contencioso administrativo fiscal, se sobrepor a decisão em solução de consulta, para o mesmo contribuinte. Ora, embora pelo processo de consulta possa se entender que o contribuinte recorra à Administração para buscar a correta exegese de determinada norma jurídica, verificase o que se busca, invariavelmente, é uma medida protetiva, de cunho preventivo, para a estruturação tributária de suas operações. O fato é que no âmbito do processo de consulta, o contribuinte não comparece na condição de mero consulente, até mesmo porque, já traz em seu pedido o posicionamento que entende cabível, com a respectiva fundamentação legal, o que aliás, é condição para o processamento de sua consulta, de acordo com a legislação em vigor, sob pena de sua ineficácia. Embora o procedimento de consulta não se equipare lógica e juridicamente ao processo administrativo fiscal, o fato é que este também possui conteúdo persuasivo, buscandose convencimento da Administração, acerca de determinada interpretação. E se assim for o caso, a solução em consulta conferelhe medida protetiva, um verdadeiro escudo contra eventuais futuros entendimentos administrativos contrários. Por essa razão, apenas a solução de consulta favorável ao contribuinte tem repercussões no contencioso administrativo fiscal, no sentido de coibir o lançamento. Observese que, nessa toada, dispõe o art. 100 do Decreto n. 7574/2011: (...). Fl. 369DF CARF MF Processo nº 11080.934310/200940 Acórdão n.º 3402005.196 S3C4T2 Fl. 0 7 Acresçase, por fim, que as decisões proferidas em procedimentos de consulta e no processo administrativo fiscal são lógica e juridicamente distintas, de sorte que não se verifica quaisquer relações de hierarquia entre elas. Superadas a questão, partese para o conhecimento do mérito da lide. A atividade de instalação de elevadores deve ser caracterizada como serviço, e não como atividade de industrialização, frisandose que, na hipótese dos autos, a Recorrente aparta a atividade de fabricação dos elevadores, da de sua instalação. Além de todas os fundamentos jurídicos trazidos pela Recorrente, como o fato de que a instalação de elevadores sob encomenda ser complemento da obra de construção civil, esta, indubitavelmente subsumida ao conceito de serviço, por se agregarem ao solo, dentre outras, temse que, para efeitos da legislação federal, que passou a tributar os serviços pelas contribuições sociais, bem como instituir o instrumental necessário para o controle do comércio exterior de serviços, com a edição da Nomenclatura Brasileira de Serviços, Decreto n. 7708/2011, não há mais dúvidas quanto ao enquadramento. Destarte, de acordo com o art. 2o do decreto, a NBS será adotada como nomenclatura única na classificação das transações com serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, pessoas jurídicas e entes despersonalizados. Os serviços de instalação de elevadores estão assim dispostos: SEÇÃO I SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO Capítulo 1 Serviços de construção 1.0131 Outros serviços de instalação 1.0131.10.00 Serviços de instalação de elevadores, esteiras e escadas rolantes O direito positivo brasileiro não traz um conceito conotativo de "serviço' nem mesmo para efeitos de incidência do ISSQN, operando sempre com definições denotativas, ou seja, com listas que arrolam o que são considerados os "serviços" para efeitos de tributação. Portanto, não se questiona a validade, vigência e eficácia da Nomenclatura Brasileira de Serviços, para esse fim. Não se olvide, finalmente, que os decretos são de aplicação obrigatória para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, de maneira que considerada a atividade em questão como serviço, deve ser a aplicação do regime cumulativo das contribuições sociais. Fl. 370DF CARF MF Processo nº 11080.934310/200940 Acórdão n.º 3402005.196 S3C4T2 Fl. 0 8 Por essas razões, entendo que há de ser dado provimento ao recurso voluntário.Com efeito, não vislumbro a possibilidade de uma Solução de Consulta expedida pela Receita Federal do Brasil vincular, ad eternum, uma exigência tributária que se mostre claramente ilegítima. Não se trata aqui de discutir se o contribuinte poderia ou não ter formulado uma segunda Consulta Fiscal, ou mesmo qual das respostas deveria prevalecer. Tratase aqui de reconhecer a legalidade ou ilegalidade de uma exigência tributária, ou, melhor dizendo, de definição acerca do alcance de uma norma tributária. Mesmo se admitisse que, de acordo com as normas procedimentais, a segunda Solução de Consulta deveria ser tida por inexistente, tal constatação, por óbvio, não chancela a legitimidade da primeira Solução de Consulta. Afinal, este não é o meio adequado para se definir fato gerador de obrigação tributária. E, nesse sentido, trago o seguinte precedente do Superior Tribunal de Justiça que reconhece o serviço de instalação e montagem de elevadores como obra de engenharia, e não como industrialização (portanto, atraindo a incidência do regime cumulativo do PIS e da COFINS à época dos fatos geradores): TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. FORNECIMENTO DE ELEVADORES. IPI. NÃO INCIDÊNCIA. 1. A atividade de fornecimento de elevadores, que envolve a produção sob encomenda e a instalação no edifício, encerra, precipuamente, uma obra de engenharia que complementa o serviço de construção civil, não se enquadrando no conceito de montagem industrial, para fins de incidência do IPI. 2. Recurso especial provido. (REsp 1231669/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 16/05/2014) Diante do exposto, voto por CONHECER e DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, exonerando o crédito tributário lançado. 7. Referida decisão apresenta um caráter vinculante, devendo ser seguida por esta Turma julgadora. Neste aspecto, todavia, não concordou o colegiado, que entende que, em tese, o colegiado poderia julgar de forma diferente daquele precedente paradigmático, haja vista que se está diante de outro lote de processos (ainda que referentes aos mesmíssimos fatos e com as mesmíssimas partes litigantes). Deixo tais considerações aqui registradas em razão do disposto no esquizofrênico art. 63, Fl. 371DF CARF MF Processo nº 11080.934310/200940 Acórdão n.º 3402005.196 S3C4T2 Fl. 0 9 §8º do RICARF1, que determina que as conclusões adotadas pelo colegiado seja externada por aquele Conselheiro que divergiu (e continua divergindo) e que foi vencido em relação à tais conclusões. 8. Tais considerações do colegiado, entretanto, não trazem qualquer repercussão no caso prático, até porque, no que tange ao mérito, a Turma julgadora aderiu integralmente com as precisas considerações elaboradas pela então Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e replicadas pela Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário (transcritas alhures), motivo pelo qual emprego tais fundamentos para fins de motivação do presente voto, o que faço com amparo no art. 50, § 1o da lei n. 9.784/992. Dispositivo 9. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte. 10. É como voto." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. 1 "Art. 63. As decisões dos colegiados, em forma de acórdão ou resolução, serão assinadas pelo presidente, pelo relator, pelo redator designado ou por conselheiro que fizer declaração de voto, devendo constar, ainda, o nome dos conselheiros presentes e dos ausentes, especificandose, se houver, os conselheiros vencidos e a matéria em que o foram, e os impedidos. (...). § 8º Na hipótese em que a decisão por maioria dos conselheiros ou por voto de qualidade acolher apenas a conclusão do relator, caberá ao relator reproduzir, no voto e na ementa do acórdão, os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros." 2 "Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...). § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. (...)." Fl. 372DF CARF MF Processo nº 11080.934310/200940 Acórdão n.º 3402005.196 S3C4T2 Fl. 0 10 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, o colegiado deu provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra . Fl. 373DF CARF MF
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Numero do processo: 13679.000564/2009-68
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2009
MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO. ENTREGA EXTEMPORÂNEA DE DCTF. INCIDÊNCIA
É devida a multa por atraso na entrega de DCTF entregue após o prazo fixado na legislação.
INOVAÇÃO DA TESE DE DEFESA EM SEDE RECURSAL. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO.
Não se conhece de matérias argüidas em sede recursal, mas não aventadas em sede de impugnação, sob pena de supressão de instância e violação do princípio do contraditório, exceto se forem matérias de ordem pública.
Numero da decisão: 1002-000.173
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, deixando de conhecer a temática de denúncia espontânea por preclusão consumativa e, no mérito, por unanimidade, em lhe negar provimento.
(assinado digitalmente)
Aílton Neves da Silva - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes.
Nome do relator: AILTON NEVES DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2009 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO. ENTREGA EXTEMPORÂNEA DE DCTF. INCIDÊNCIA É devida a multa por atraso na entrega de DCTF entregue após o prazo fixado na legislação. INOVAÇÃO DA TESE DE DEFESA EM SEDE RECURSAL. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de matérias argüidas em sede recursal, mas não aventadas em sede de impugnação, sob pena de supressão de instância e violação do princípio do contraditório, exceto se forem matérias de ordem pública.
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ENTREGA EXTEMPORÂNEA DE DCTF. INCIDÊNCIA É devida a multa por atraso na entrega de DCTF entregue após o prazo fixado na legislação. INOVAÇÃO DA TESE DE DEFESA EM SEDE RECURSAL. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de matérias argüidas em sede recursal, mas não aventadas em sede de impugnação, sob pena de supressão de instância e violação do princípio do contraditório, exceto se forem matérias de ordem pública. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, deixando de conhecer a temática de denúncia espontânea por preclusão consumativa e, no mérito, por unanimidade, em lhe negar provimento. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 67 9. 00 05 64 /2 00 9- 68 Fl. 35DF CARF MF 2 Relatório Por economia processual, adoto o relatório produzido pela DRJ/JFA: Trata o presente processo de notificação de lançamento para exigência de multa por atraso na entrega da DCTF do 1º semestre de 2009 da empresa supra, no valor de R$ 500.00. Notificada do lançamento, a interessada apresentou impugnação, alegando que o atraso na entrega foi motivado por falha técnica da RFB, no dia 07/10/2009. A impugnação foi julgada improcedente pela instância a quo, conforme acórdão 0935.031 da 2ª Turma da DRJ/JFA (efl. 10), ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2009 MULTA POR ATRASO. DCTF. E devida a multa por atraso na entrega da DCTF quando provado que sua entrega se deu após o prazo fixado na legislação. Inconformado com a decisão de primeira instância, o Recorrente apresentou recurso voluntário, no qual apresenta a argumentação a seguir sintetizada. Alega que "Devido a problemas técnicos ocorridos, em 07 de Outubro de 2009, nos sistemas eletrônicos da Secretaria da Receita Federal do Brasil para a recepção e transmissão de declarações, a Recorrente ficou impossibilitada de entregar nesta data, a DCTF 1o Semestre de 2009, fato este incontroverso, haja vista o próprio reconhecimento da Receita Federal no ADE RFB n° 90/2009." Aduz que "foi a Recorrente orientada que aguardasse posterior manifestação da Secretaria da Receita Federal, de como proceder para a entrega da DCTF 1o Semestre de 2009, da mesma forma de como já havia ocorrido em outras situações de problemas técnicos para a transmissão 'on line' de documentos fiscais, oportunidade em que seguiu referida orientação." Ressalta que "tão logo teve conhecimento do ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO RECEITA FEDERAL DO BRASIL RFB N° 90/2009, cuja publicação no DOU se deu em 12.11.2009, imediatamente procedeu à entrega da DCTF 1o Semestre de 2009, conforme comprovante anexo." Reafirma que "a mora na entrega da citada DCTF somente veio a ocorrer em razão de problema de ordem técnica ocorrido no site da SRF." Fl. 36DF CARF MF Processo nº 13679.000564/200968 Acórdão n.º 1002000.173 S1C0T2 Fl. 3 3 Entende que é "patente que a Receita Federal concorreu com essa situação, não podendo atribuir o atraso somente à pessoa da Recorrente" e que "está demonstrado que a Receita Federal do Brasil, somente depois de passados mais de 30 (trinta) dias do problema ocorrido em seu site é que veio manifestar, momento que em editou o ADE RFB n° 90/2009." Noutro giro, evoca o instituto da Denúncia espontânea previsto no artigo 138 do Código Tributário Nacional CTN, como argumento jurídico para afastamento da multa questionada. Traz aos autos jurisprudência administrativa e doutrina que, entende, referenda suas ponderações. É o relatório. Voto Conselheiro Aílton Neves da Silva Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. De início, destacase que o atraso na entrega da DCTF é um fato incontroverso, eis que o Recorrente não o contesta; argumenta apenas que a responsabilidade pelo atraso deve ser imputada à RFB e requer a aplicação do benefício da Denúncia espontânea, previsto no artigo 138 do CTN. Preliminarmente, rejeito a argüição de Denúncia Espontânea porque esta questão não pode ser analisada pelo colegiado por falta de prequestionamento, em razão de não ter sido suscitada em sede de impugnação, caracterizandose como matéria preclusa, a teor do disposto no artigo art.16, III e 17 do Decreto 70.235/72: “Art. 16. A impugnação mencionará: III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;” Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Assim, considerando que o argumento da Denúncia espontânea lastreado no artigo 138 do CTN é totalmente novo em relação ao conteúdo de sua impugnação, o recurso voluntário não será conhecido nesta parte, eis que não cabe a esta instância recursal o reexame de matéria fática não julgada pela DRJ, sob pena de supressão de instância e violação do princípio do contraditório. Ainda que fosse possível o conhecimento da matéria, melhor sorte não assistiria ao Recorrente, eis que essa matéria encontrase sumulada no âmbito do CARF: Fl. 37DF CARF MF 4 Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Sigo à análise das demais alegações. O Recorrente pontua que não houve a entrega tempestiva da DCTF do 1o Semestre de 2009 por ocorrência de problemas técnicos no dia 07 de outubro de 2009 nos sistemas de controle da RFB responsáveis pela recepção e transmissão de declarações, e que tal fato teria sido reconhecido pela própria RFB, ao emitir o ADE RFB nº 90/2009, que prorrogou o prazo de entrega da referida declaração. Não assiste razão ao Recorrente. Isso porque, muito embora o ADE em questão tenha prorrogado o prazo para entrega de DCTF e DACON para o dia 08/10/2009, em razão da constatação de problemas técnicos no dia 07/10/2009, a entrega da DCTF pelo Recorrente só aconteceu em 17/11/2009, isto é, mais de um mês depois do termo final do prazo prorrogado, em total descompasso com aquele ato normativo. Vejase o teor do referido ADE: Ato Declaratório Executivo RFB nº 90, de 11 de novembro de 2009 O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso das atribuições que lhe conferem os inciso III e XXIII do art. 261 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 125, de 4 de março de 2009, tendo em vista o disposto no art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, nas Instruções Normativas RFB nº 903, de 30 de dezembro de 2008, e nº 940, de 19 de maio de 2009, e considerando os problemas técnicos ocorridos, em 7 de outubro de 2009, nos sistemas eletrônicos da Secretaria da Receita Federal do Brasil para a recepção e transmissão de declarações, declara: Art. 1º Considerase tempestiva a apresentação, no dia 8 de outubro de 2009, da Declaração da de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) e do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, cujo prazo final de entrega encerrouse no dia 7 de outubro de 2009. Art. 2º Ficam sem efeito as multas aplicadas pela entrega da DCTF e do Dacon no dia 8 de outubro de 2009.(grifos nossos) Tendo em conta que a situação do Recorrente não se enquadra no artigo 2º do ADE RFB nº 90/2009 e que não consta dos autos prova inequívoca que justifique o atraso na entrega da DCTF, é de se manter o lançamento da multa questionada. Pelo exposto, voto por conhecer do recurso em parte e, no mérito, negarlhe provimento. Fl. 38DF CARF MF Processo nº 13679.000564/200968 Acórdão n.º 1002000.173 S1C0T2 Fl. 4 5 É como voto. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Fl. 39DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18471.002077/2007-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu May 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Há de se rejeitar os embargos quando ausentes os requisitos legais. Ratificação do acórdão nº 1803-002.112.
Numero da decisão: 1201-002.145
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
José Carlos de Assis Guimarães - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Leonam Rocha de Medeiros (Suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES
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OMISSÃO. Há de se rejeitar os embargos quando ausentes os requisitos legais. Ratificação do acórdão nº 1803002.112. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente (assinado digitalmente) José Carlos de Assis Guimarães Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Leonam Rocha de Medeiros (Suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rafael Gasparello Lima. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 20 77 /2 00 7- 18 Fl. 1335DF CARF MF 2 Recebidos os embargos tempestivos de fls. 1.309/1.313, nos termos do inciso I, do art. 64, do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 e alterações, que aprovou o Regimento Interno do CARF (RICARF). Tratase de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em que a FAZENDA NACIONAL alega OMISSÃO no Acórdão nº 1803002.112, de 13/03/2014, proferido pela extinta 3ª Turma Especial/1ªSeção do CARF, conforme trecho dos Embargos que abaixo trago a colação: Inicialmente, insta registrar que a Relatora consignou “Entendo que o presente auto de infração não merece prosperar. Isso porque a empresa recorrente foi autuada por manter, no seu passivo, obrigações já pagas e /ou incomprovada no ano calendário de 2004. Ocorre que no ano calendário de 2005 a empresa já havia sanado um equívoco na sua escrituração contábil, conciliando as contas, muito antes da lavratura do auto de infração que se deu apenas no final de 2007”. Ora, o Termo de Constatação Fiscal considera na autuação que parte dos pagamentos foram efetuados em 2005 e outra parte em 2004, e ainda, que para alguns pagamentos não foram apresentados quaisquer comprovantes, listandoos. Assim, parecernos contraditório o argumento da Relatora de que a autuação não merece prosperar, porquanto sanado o equívoco na escrituração contábil em 2005, sendo necessário que o julgado seja integrado nessa parte, para demonstrar qual o equívoco sanado pelo contribuinte em sua escrita fiscal no anocalendário de 2005 apto a afastar a presunção legal do passivo fictício. [...] Dos excertos acima transcritos há que se ressaltar que, não obstante tenha sido invocada jurisprudência do CARF, esta não se amolda ao caso em discussão, uma vez que não se trata aqui de mero erro de escrituração onde se compensa conta do ativo com o valor mantido indevidamente no passivo. No presente caso, como consignado pela própria Relatora, a omissão de receitas presumida a partir da constatação de manutenção, no passivo, de obrigações já pagas e/ou não comprovadas, não operou prejuízo ao fisco, posto que na prática a existência de saldo negativo (devedor) proporcional ao passivo questionado, também em conta do passivo, anulou por completo o impacto contábil. Ou seja, tratase de conta de passivo com passivo, e não compensação de ativo e passivo como no acórdão trazido como reforço da fundamentação, o que demonstra clara contradição. Por fim, incide em omissão o julgado ao dar provimento ao recurso voluntário calcado nas provas acostadas aos autos para afastar o passivo fictício, sem, no entanto, enfrentálas. Insta ressaltar que a DRJ faz a análise das provas acostadas aos autos, conta a conta, consignando em suas razões de decidir que a empresa recorrente não logrou comprovar a legitimidade de parte do passivo que mantinha em sua escrituração, fato este que Fl. 1336DF CARF MF Processo nº 18471.002077/200718 Acórdão n.º 1201002.145 S1C2T1 Fl. 1.323 3 autorizou, à luz do art. 281 do RIR/99, a presunção de omissão de receitas. Contudo, a Relatora simplesmente, sem demonstrar como chegou a tal convencimento, entendeu que a contribuinte demonstrou cabalmente não se tratar de passivo fictício, mas sim de mero erro na escrita. Não demonstrando também qual o equívoco cometido e sanado apto a afastar a omissão de receitas. [...] Ora, tratase de uma omissão legalmente presumida a partir da verificação da existência, na contabilidade da empresa, de passivo cuja exigibilidade não foi comprovada. Entendimento estampado tanto pelo fiscal autuante quanto pela DRJ. Assim, para se afastar a omissão, necessário que o julgado enfrente e demonstre quais as provas e como estas afastaram a existência do referido passivo a descoberto. Dessa forma, embora a Colenda Câmara afirme que a documentação carreada aos autos afasta a existência de passivo fictício, não explanou quais provas seriam essa. Principalmente diante do conjunto probatório dos autos já enfrentado pela decisão de primeira instância de forma diversa. Por fim, convém ressaltar que a embargante não visa rediscutir, especificamente, o mérito da demanda. Pretendese que, uma vez aclarado o acórdão, seja sanado o equívoco demonstrandose efetivamente quais as provas acostadas pela contribuinte, e o equívoco na contabilidade invocado, afastaram o passivo fictício, se é exatamente para uma situação como essa que o legislador dispensou a prova direta da omissão de receita, por ser impossível, e deu ao Fisco o instrumento da presunção legal. Pelo exposto, requer a União sejam conhecidos os presentes Embargos e seja sanada a omissão/contradição/obscuridade apontadas, para fins de retificar o acórdão, e reconhecer procedentes os lançamentos de que tratam os Autos de Infração lavrados pelo Fiscal, nos termos do conjunto probatório contido nos autos em comento. O Acórdão ora embargado, por maioria de votos, decidiu em dar provimento ao recurso. É o Relatório. Voto Conselheiro José Carlos de Assis Guimarães, Relator. Os requisitos de admissibilidade dos presentes embargos já foram analisados através do competente despacho de admissibilidade. Sendo assim, passo à análise do mérito dos embargos. Fl. 1337DF CARF MF 4 Sustenta a Embargante que foi dado provimento ao recurso voluntário calcado nas provas acostadas aos autos para afastar o passivo fictício, sem, no entanto, enfrentálas. No acórdão embargado consta que o Sujeito Passivo demonstrou cabalmente não se tratar de passivo fictício, mas sim de mero erro na escrita, porém, não ficou demonstrado qual o equívoco cometido e sanado apto a afastar a omissão de receitas. Nesse sentido, segundo a embargante, mencionado julgado incorreu em omissão, pois tratase de ponto relevante para o deslinde do feito, acerca do qual o colegiado não poderia deixar de se pronunciar. Entendo não assistir razão à embargante. Contesta, na verdade, a embargante, o entendimento do relator do acórdão embargado que entendeu que houve um mero erro de contabilização e não a caracterização de passivo fictício. Diz a ementa do Acórdão embargado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2004 IRPJ OMISSÃO DE RECEITAS PASSIVO FICTÍCIO. NÃO CABIMENTO. Não cumpre falar em passivo fictício quando resta demonstrado, através de farta documentação, tratarse de mero erro de escrituração contábil, há muito sanada, antes de iniciada a fiscalização e sem ônus para o fisco. A parte dispositiva da decisão embargada, por sua vez, apresenta a seguinte fundamentação para afastar a existência do passivo a descoberto: "Entendo que o presente auto de infração não merece prosperar. Isso porque a empresa recorrente foi autuada por manter, no seu passivo, obrigações já pagas e /ou incomprovada no ano calendário de 2004. Ocorre que no ano calendário de 2005 a empresa já havia sanado um equívoco na sua escrituração contábil, conciliando as contas, muito antes da lavratura do auto de infração que se deu apenas no final de 2007. Verifico que pela análise da data da quitação não se verifica a ocorrência de um passivo fictício, ou seja, não se encontrava pendentes contabilmente valores já quitados no balanço da empresa que representassem o referido passivo quando da autuação. Ainda que se levasse em conta a data do fato gerador, teríamos que levar em conta, também, a forma de apuração anual, adotada pela empresa, fato esse não apreciado pela autoridade fiscal. Isso tudo considerando o fato de que todos os valores, ora em análise no presente processo, não são da empresa recorrente, mas de terceiros, clientes da empresa recorrente – empresa de publicidade e propaganda. Atentemos para fato de que a empresa recorrente encontrase obrigada, por lei, a ser intermediária dos recebimentos e pagamentos, por conta e ordem, de seus clientes, conforme demonstram as faturas Fl. 1338DF CARF MF Processo nº 18471.002077/200718 Acórdão n.º 1201002.145 S1C2T1 Fl. 1.324 5 emitidas pelos clientes aos cuidados da recorrente. Razão pela qual o presente processo não compreende passivo fictício. (...) Por fim, percebo que sendo o chamado "passivo fictício" uma presunção, cujo fundamento se encontra no fato de não haver saldo (contábil) suficiente para proceder à baixa das obrigações da empresa, mantendo pendentes os registros, embora todos quitados, baixandoos apenas quando o caixa apresentasse condições, entendo que este não é o caso do presente feito, tomando em conta as provas calçadas ao processo e dos valores serem de terceiros (seus clientes). Ademais, pela análise temporal da quitação, bem como do equívoco fortemente demonstrado da escrituração contábil, restou configurado não haver perda para o fisco, tão pouco tratarse de uma liberalidade da empresa recorrente de manter obrigações já pagas para não estourar o saldo credor de caixa, fato representativo do passivo fictício. Outro ponto crucial é que a empresa tratou de solucionar o equívoco muito antes de a fiscalização iniciarse, ou seja, em julho de 2005, quando a lavratura do auto de infração apenas se deu em dezembro de 2007, corroborando o entendimento de que se trata apenas de um erro de escrituração de recebimentos e pagamentos de valores de terceiros, já sanado e demonstrado por documentação acostada ao feito. (Grifamos). Portanto, entendo que a decisão embargada fundamentou o afastamento do passivo fictício no anocalendário de 2004, não ocorrendo omissão sobre esse ponto e voto no sentido de não acolher os Embargos de Declaração, segundo o disposto no art. 65 do RICARF. É como voto. (assinado digitalmente) José Carlos de Assis Guimarães Fl. 1339DF CARF MF
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