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Numero do processo: 10945.900077/2013-06
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 25/02/2010
EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS.
Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.028
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes
(assinado digitalmente)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 90 00 77 /2 01 3- 06 Fl. 68DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.900077/201306 Acórdão n.º 3801003.028 S3TE01 Fl. 10 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.900077/201306 Acórdão n.º 3801003.028 S3TE01 Fl. 11 3 Relatório Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso Silveira. Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Curitiba (DRJ/CTA), referente ao processo administrativo nem que foi julgada improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, não sendo reconhecido o direito creditório. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ/CTA, que assim relatou os autos: Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp, devido à inexistência de crédito pleiteado, uma vez que o pagamento de PIS/PASEP (Código 6912), estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal –STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório. Assim, entendeu a DRJ/CTA por conhecer a manifestação de inconformada apresentada, por ser tempestiva e atender os demais pressupostos de admissibilidade. Entretanto, ao analisar o mérito da manifestação de inconformidade, entendeu a DRJ/CPS por indeferir a solicitação, ratificando a decisão da DRF de origem, não reconhecendo o direito creditório e, por conseqüência, não deferindo o pedido de restituição. O referido julgado contou com a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 70DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.900077/201306 Acórdão n.º 3801003.028 S3TE01 Fl. 12 4 PIS/PASEP. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parteintegrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte apresentou Recurso Voluntário postulando a reforma da decisão, por entender que o pedido de restituição de crédito tributário, oriundo da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS, se mostra legítimo, comportando a compensação desses créditos com débitos de tributos federais. Em sua fundamentação, fez a colação de trecho do voto proferido pelo Ministro Marco Aurélio, relator do RE 240.7852, onde este conclui que o valor correspondente ao ICMS não têm natureza de faturamento ou receita e por isso não incide na base de cálculo do PIS e da COFINS. É o relatório. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.900077/201306 Acórdão n.º 3801003.028 S3TE01 Fl. 13 5 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso Silveira. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Tanto na manifestação de inconformidade apresentada, quanto no recurso voluntário interposto, a contribuinte manteve o argumento de que deveria ser excluído o ICMS da base de cálculo do PIS. Primeiramente, necessário destacar se há necessidade ou não de sobrestamento do processo. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, em ação declaratória de constitucionalidade proposta pelo Presidente da República (ADC n° 18), deferiu, por maioria, medida cautelar para determinar que juízos e tribunais suspendam o julgamento dos processos em trâmite que envolvam a aplicação do art. 3º, § 2º, I, da Lei 9.718/1998, até o julgamento final da ação pelo Plenário do STF. (MCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito, 13.8.2008) Contudo, em sessão plenária do dia 4.2.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, prorrogar o prazo da decisão liminar concedida, nos termos do voto do relator. (QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Após, em sessão plenária do dia 16.9.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, decidiu novamente por prorrogar o prazo da decisão liminar concedida. (2ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Por fim, em sessão plenária do dia 25.03.2010, o Tribunal, por maioria, resolveu questão de ordem no sentido de prorrogar, pela última vez, por mais 180 dias (cento e oitenta) dias, a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. (3ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Celso de Mello) Deste modo, entendese que após decorrido o prazo de 180 dias, a contar de 25.03.2010, perdeu a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. Assim, entendese que não deve haver o sobrestamento da matéria. Cumpre ressaltar inclusive que a presente Turma ao apreciar a mesma matéria já se manifestou no sentido de não sobrestar o processo. Tal decisão ocorreu por unanimidade nos autos do processo administrativo n° 10950.003104/201071, de Relatoria do Conselheiro Jose Luiz Bordignon, em sessão de 27 de novembro de 2012, onde foi lavrado o acórdão n° 3801001.593. No referido acórdão, assim restou decidido: “Acordam os membros do colegiado: (I) Por unanimidade de votos, não sobrestar o processo; (II) Por unanimidade votos, negar provimento ao recurso em relação às preliminares de cerceamento de defesa e de que o crédito tributário já sido constituído pelo contribuinte; (III) Pelo voto de qualidade, negar Fl. 72DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.900077/201306 Acórdão n.º 3801003.028 S3TE01 Fl. 14 6 provimento ao recurso em relação à preliminar de vício do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que reconheciam a nulidade; (IV) Por unanimidade de votos, no mérito, negar provimento ao recurso.” (grifouse) Deste modo, entendo por não sobrestar o processo. Analisando o mérito, verificase que a recorrente alega que a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS promovida pela Lei n° 9.718/98 violou dispositivos da Constituição Federal de 1988. Pretende, em suma, a inconstitucionalidade de lei tributária. Portanto, pretendendo a contribuinte a inconstitucionalidade de lei tributária, necessário que seja aplicada ao presente caso a Súmula n° 2 do CARF, que assim dispõe: SÚMULA Nº 2 do CARF: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Por se tratar de matéria constitucional, não sendo competência deste Conselho a sua análise, encaminho voto por negar provimento ao mérito do recurso, consoante o que vem sendo julgado por este Conselho Neste sentido as seguintes ementas deste Conselho: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. Período de apuração: 01/09/2001 a 30/09/2001PIS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. Sendo a base de cálculo da Cofins o faturamento, nele se incluindo todas as parcelas que o compõem, deve o ICMS integrála. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula CARF nº 2. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. (Acórdão n° 3302 000.745, julgado em 10/12/2010, grifouse) PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005, 2006, 2007 INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas são incompetentes para apreciar argüições de inconstitucionalidade de lei regularmente editada, tarefa privativa do Poder Judiciário. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007 MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. Nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis, será aplicada à multa de oficio de 150%. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2005, 2006, 2007 PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO ISS E TPT. IMPOSSIBILIDADE. Para fins de determinação da base de cálculo do PIS e da Cofíns, os tributos que podem ser excluídos da receita bruta são o IPI e o ICMS, Fl. 73DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.900077/201306 Acórdão n.º 3801003.028 S3TE01 Fl. 15 7 quando cobrados pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. (Acórdão 1102 000.519, julgado em 03/10/2011, grifouse) Deste modo, encaminho o voto por negar provimento ao recurso voluntário, em razão deste Conselho não ser competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula n° 02 do CARF). Contudo, em que pese as considerações acima trazidas, necessário igualmente analisar o mérito do recurso, que vai de encontro com a jurisprudência dominante e sumulada do STJ. Importante referir que o pedido da recorrente não possui respaldo no Superior Tribunal de Justiça, que já editou Súmula com o seguinte teor: STJ Súmula nº 68 15/12/1992 DJ 04.02.1993 ICM Base de Cálculo do PIS A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS. Em igual sentido o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região assim tem se manifestado: EMENTA: PIS. COFINS. ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. INADMISSIBILIDADE. Os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Por isso, são receitas próprias da contribuinte, não podendo ser excluídos do cálculo do PIS/COFINS, que têm, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. É constitucional e legal a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, nos termos do art. 3º, §2º, I, da Lei 9.718/98. (TRF4, AC 5008959 23.2010.404.7000, Primeira Turma, Relatora p/ Acórdão Maria de Fátima Freitas Labarrère, D.E. 12/09/2013) Deste modo, entendese que os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Assim, seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Diante disso, são receitas próprias da contribuinte, não podendo deixar de ser incluídos no cálculo do PIS, que tem, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. Assim, incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10945.900077/201306 Acórdão n.º 3801003.028 S3TE01 Fl. 16 8 Em face do exposto, encaminho o voto para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. É assim que voto. (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 05/05/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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Numero do processo: 10855.003305/2004-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 26 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/02/1999 a 30/11/2000
EXISTÊNCIA DE EQUÍVOCOS QUANTO A SITUAÇÃO FÁTICA APURADA PELA FISCALIZAÇÃO. VÍCIO NA MOTIVAÇÃO DO LANÇAMENTO. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO POR VICIO MATERIAL.
Comprovado a falta de correlação entre a motivação do lançamento e a situação fática apurada nos autos, resta comprovado o vício material, determinando a nulidade do Auto de Infração.
Recurso de Ofício Parcialmente Provido
Numero da decisão: 3102-001.677
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao Recurso de Ofício, para reconhecer a insubsistência do lançamento por vício material, nos termos do Relatório e Votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Relator, e Luis Marcelo Guerra de Castro, que também davam provimento parcial ao recurso de ofício, para afastar a preliminar de vício formal e devolver o processo para a instância a quo analisar o mérito do lançamento.
(assinatura digital)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
(assinatura digital)
Ricardo Paulo Rosa - Relator.
(assinatura digital)
Winderley Morais Pereira Redator Designado
EDITADO EM: 17/12/2013
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Nanci Gama, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira e Adriana Oliveira e Ribeiro.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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VÍCIO NA MOTIVAÇÃO DO LANÇAMENTO. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO POR VICIO MATERIAL. Comprovado a falta de correlação entre a motivação do lançamento e a situação fática apurada nos autos, resta comprovado o vício material, determinando a nulidade do Auto de Infração. Recurso de Ofício Parcialmente Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao Recurso de Ofício, para reconhecer a insubsistência do lançamento por vício material, nos termos do Relatório e Votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Relator, e Luis Marcelo Guerra de Castro, que também davam provimento parcial ao recurso de ofício, para afastar a preliminar de vício formal e devolver o processo para a instância a quo analisar o mérito do lançamento. (assinatura digital) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Relator. (assinatura digital) Winderley Morais Pereira – Redator Designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 33 05 /2 00 4- 16 Fl. 695DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA 2 EDITADO EM: 17/12/2013 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Nanci Gama, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira e Adriana Oliveira e Ribeiro. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o Relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Em 20/12/2004, foram lavrados Autos de Infração do Imposto de Importação (fls.343/392), no valor de R$ 4.193.698,45, e do Imposto sobre Produtos Industrializados (fls.395/440), no valor de MA 95.351,23, perfazendo um crédito tributário apurado no montante de R$ 6.889.049,68, ^ falta de pagamento do II e IPI, multas de ofício e juros de mora, em decorrência da perda do direito ao incentivo do regime aduaneiro especial de drawback suspensão. ; Segundo consta do "Termo de Verificação Fiscal e Descrição dos Fatos" (fls. 318/342), lavrado por AuditorFiscal lotado na Seção de Controle Aduaneiro da DRF — Sorocaba — SP, apurouse em relação ao Ato Concessório Drawback — suspensão No. 0191 99/0000044 que: através do citado Ato Concessório, emitido em 26/01/1999, a empresa beneficiária se comprometeu a exportar até 25/07/1999, 1.000 (mil)_unidades de pás em fibra de vidro para geradores eólicos, pelo valor total FOB de US$ 22.060.537,92; em 08/07/1999 a empresa solicitou a prorrogação do prazo de exportação para 21/01/2000. Até esta data a empresa exportou 278 pás pelo valor total FOB de US$ 4.550.648,70; em 22/02/2000, portanto, fora do prazo de validade para exportação, a empresa solicitou nova prorrogação de prazo para 19/07/2000 e, em 12/07/2000 outra prorrogação de prazo para 15/01/2001. Entendeu a fiscalização que estas prorrogações foram solicitadas após o prazo válido do ato concessório, portanto, sem valor legal; ficou constatado, ainda, que a empresa continuou importando pelo citado Ato Concessório sem ter efetuado outras exportações, o que pode ser verificado no relatório de baixa final do ato concessório; a baixa final do ato concessório também ocorreu de forma intempestiva, no dia 27/03/2002; a empresa foi intimada no início de 2001 para fazer prova de encerramento do ato concessório, ficou pendente da apresentação da documentação até abril/2004, quando então foram apresentados os relatórios de comprovações parciais, sem que fosse apresentado o "Relatório de Comprovação de Drawback", devidamente registrado e numerado pelo Decex; em relação aos Aditivos emitidos, a fiscalização entende que a empresa descumpriu o artigo 13 da Portaria DECEX 24/92, o item 1.2 do Comunicado DECEX 8/96 e o artigo 16 da Portaria 4/97, que prescrevem que para ser analisado o pedido de alteração das condições gerais estabelecidas no ato concessório, o beneficiário deve apresentar seu pleito antes do prazo final, que é o prazo limite para efetuar as exportações pactuadas. Desta forma, tanto o Aditivos no. 1560 Fl. 696DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10855.003305/200416 Acórdão n.º 3102001.677 S3C1T2 Fl. 3 3 00/0001253 de 22/02/2000 e 156000/0004732 de 12/07/2000 foram apresentados. fora do prazo limite (expirado em 21/01/00); mesmo que admitida tais prorrogações, a fiscalização constatou que ainda assim haveria inadimplência do compromisso assumido, pois a empresa não estava mais exportando. Assim, o compromisso de exportar não foi atingido nem antes nem após os novos prazos concedidos pelos aditivos; a fiscalização considerou válidas as alterações introduzidas pelos Aditivos 019199/0000273 de 12/03/99, 019199/0000877 de 12/07/1999 e 1560/99/0001912 de 14/09/1999; após as alterações introduzidas por estes Aditivos, o Ato Concessório ficou da seguinte forma: (i) importações autorizadas: US$ 13.106.037,92; (ii) exportações pactuadas: US$ 22.060.537,92; da análise dos REs — Registros de Exportações — informados pela beneficiária a fiscalização apurou que a somatória das exportações válidas para a comprovação do Ato Concessório totalizou o valor FOB de US$ 4.550.648,70; a empresa procurou "ajustar" os valores do ato concessório através do Aditivo no. 156002/0002751 de 27/03/2002, considerado intempestivo; foi elaborado "quadrodemonstrativo das exportações" (folha 321) onde se verifica que o embarque da última exportação ocorreu em 24/09/2000, totalizando 278 pás exportadas, e que a partir daquela data não houve outras exportações. Assim concluiu a fiscalização, pela inadimplência do ato concessório por não ter sido atingido toda exportação nele estabelecido, tanto em relação ao prazo, quanto à quantidade e quanto ao valor nele pactuado; a fiscalização entendeu que mesmo que se reconheça o cumprimento parcial dos compromissos pactuados ou os Aditivos emitidos fora do prazo, a empresa continuaria inadimplente em algumas declarações de importação, conforme demonstrado através das planilhas (fls. 58/70) do fluxo de produção de insumos que foram importados com suspensão e as respectivas exportações. nestas planilhas foi considerada a data de entrada da mercadoria importada no estabelecimento industrial, a industrialização e a data de embarque da mercadoria para o exterior, em atendimento ao Princípio da Vinculação Física do Drawback. Ficou demonstrada, por estas planilhas, que as matérias primas importadas com o benefício não foram devidamente aplicadas nos produtos a serem exportados, conforme o Laudo Técnico apresentado pelo o próprio contribuinte; em conclusão, entendeu a fiscalização que como não existe previsão legal de redução de tributos, juros e penalidades em função do adimplemento parcial dos compromissos assumidos, glosou todas as importações informadas nos referidos Anexos ao Relatório de Comprovação, lançando todos os impostos suspensos ao amparo do Ato Concessório no. 0191 99/0000044, bem como as penalidades previstas na legislação. Regularmente cientificada da autuação fiscal em 21/12/2004 (fls. 385 e 433), o contribuinte apresentou a Impugnação de fls. 443/456, em 18/01/2005, oportunidade em que, após tecer um breve histórico de sua atuação como empresa Fl. 697DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA 4 industrial no País e de fatos relacionados com a presente autuação, expõe suas razões de defesa, as quais podem ser assim resumidas: que o AuditorFiscal equivocouse com relação ao cumprimento do dever de exportar as mercadorias importadas, lavrando o Auto de Infração, do qual recorre; preliminarmente ao exame do mérito, entende que parte dos. Impostos supostamente devidos já foi alcançada pelo período decadencial. Os tributos lançados referemse ao IPI e ao II, impostos cuja legislação determina ao sujeito passivo a antecipação do pagamento, portanto, aplicandose o artigo 150, parágrafo 4° do CTN. O IPI tem como fato gerador o desembaraço aduaneiro e.o I.I. tem como fato gerador a entrada de mercadorias no território nacional. Assim, entende que todos os valores glosados e lançados pela fiscalização relativos às declarações de importação com data anterior a 21/12/04 (data da lavratura do auto de infração) já haviam decaído, nos termos do artigo 150 do CTN, tendo em vista que já se havia passado mais de 5 anos da ocorrência do fato gerador de ambas as exações; no tocante à tempestividade dos atos aditivos, alega que conforme documentação acostada aos autos (DOC 05) podese verificar que todos os prazos foram atendidos, ao contrário do que alega a fiscalização. Cita, a título de exemplo, que a fiscalização alegou que "em 2210112000, fora do prazo, solicitou nova prorrogação para 1910712000", entretanto, pela documentação apresentada (DOC 05) verificase que o pedido e prorrogação da validade do Ato Concessório foi protocolado em 13/01/2000, ou seja, muito antes do vencimento do prazo de 21/01/2000; desta forma, tal equívoco levou a fiscalização a desconsiderar. todos os atos aditivos posteriores, gerando conclusões igualmente equivocadas, tendo em. vista que foi considerada a data de 21/01/2000 como data final do Ato Concessório para efeitos de apuração do regime; ressalta, ainda, que os prazos foram atendidos, tanto é assim que os pedidos constantes nos aditivos foram todos deferidos, sendo o respectivo Ato Concessório arquivado pelo Banco do Brasil (DOC 07); assim, considerandose a premissa da intempestividade dos aditivos levantada pela fiscalização, totalmente equivocada no entendimento da impugnante, deve levar a anulação do mencionado lançamento; quanto ao não cumprimento da totalidade do compromisso de exportação levantada pela fiscalização, alega a impugnante que houve outro equívoco, pois a empresa requereu a redução de cota a ser exportada, bem como o montante de insumos a ser importado sobre o regime de Drawback (DOC 06); ressalta, que todos esses procedimentos eram e são totalmente possíveis, conforme determinações da SECEX. Assim, evidente o erro da fiscalização ao comparar o montante exportado com a quantidade de mercadorias descriminadas no Ato Concessório original, sem atentar para as posteriores modificações, tempestivamente protocolizadas, dentre as quais a mudança do quantum a exportar, ademais, mesmo admitida o descumprimento o compromisso de exportação, apenas a título dê argumentação, a fiscalização não poderia glosar e lançar os valores referentes à totalidade da operação, mas somente a parte do ato que não foi cumprido. Há previsão legal (Comunicado DECEX no. 21/97) da possibilidade de cumprimento parcial do regime de Drawback; a alegação do não cumprimento do princípio da vinculação física resta prejudicada, tendo em vista os sucessivos equívocos cometidos pela fiscalização, Fl. 698DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10855.003305/200416 Acórdão n.º 3102001.677 S3C1T2 Fl. 4 5 acima apontados. A fiscalização apenas citou a violação ao citado princípio, não trazendo qualquer argumentação ou prova de que este fora violado. A fiscalização não aponta quais as supostas infrações ao citado princípio, tais como estoque excedente, compra de mercadoria nacional, venda no mercado nacional de insumos, dentre outros; registrese, ainda, que quando da baixa do Ato Concessório foi elaborado novo relatório técnico (DOC 08) para adequar as proporções de insumos utilizados em cada produto exportado. Neste relatório, foram informados os insumos importados em quantidade e qualidade compatíveis com a quantidade de pás exportadas, não trazendo a fiscalização qualquer prova em contrário. Portanto, fica atendido o princípio da vinculação física; a SECEX juntamente com a SRF são órgãos competentes para a administração e fiscalização do regime de Drawback, cabendo à. primeira aprovar e administrar o regime em si, e a segunda a fiscalização, in locu, dos procedimentos relativos aos tributos suspensos. Assim, a fiscalização ao invalidar os atos supostamente intempestivos acaba por extrapolar sua competência e adentrar na do SECEX; . por fim, diante do exposto pleiteia a anulação do Auto de Infração. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 01/02/1999 a 30/11/2000 DRAWBACK SUSPENSÃO. DECADÊNCIA. Tratandose de importação efetuada ao amparo do regime de Drawback, modalidade suspensão, o termo de início do prazo decadencial para lançamento dos impostos corresponde ao primeiro dia do exercício seguinte à data da emissão do Relatório de Comprovação de Drawback. DRAWBACK. PRAZO PARA SOLICITAÇÃO DE ADITIVOS. Devem ser aceitos, para fins de comprovação dos compromissos assumidos no regime aduaneiro especial de drawback, os Aditivos emitidos pela Decex desde que os pedidos de alterações tenham sido solicitados dentro do prazo de validade do Ato Concessório. NULIDADE POR VÍCIO FORMAL. NOVO LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública efetuar novo lançamento, em substituição a outro anulado por vício formal, extinguese após 5 (cinco) anos contados da data em que se tornou definitiva a decisão que declarou nulo o lançamento primitivo, nos termos do artigo 173, inciso II do CTN. Uma vez que foi exonerado crédito tributário em valor superior ao limite de alçada, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento recorre de ofício da decisão tomada. É o relatório. Fl. 699DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA 6 Voto Vencido Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do Recurso Voluntário. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento considerou nulo por vício formal o procedimento levado a efeito pela Fiscalização Federal. As razões, conforme segue, foram assim explicitadas no Voto condutor da decisão recorrida. A Fiscalização entendeu que os Aditivos No. 15600010001253 e 1560 00/0004732 foram emitidos fora do prazo de validade de exportação, portanto os mesmos não teriam valor legal. Observese, entretanto, que o Aditivo No. 1560 00/0001253 embora tenha sido emitido em 22/02/2000 (que estaria fora do prazo de validade anterior de 21/01/2000), a empresa apresentou o Pedido solicitando a prorrogação de validade no dia 13/01/2000 (folha 607), portanto, a solicitação ocorreu dentro do prazo de validade que era o dia 21/01/2000. (...) Da mesma forma, equivocouse a fiscalização ao afirmar que a baixa do ato concessório também ocorreu de forma intempestiva, no dia 27/03/2002. A emissão do documento de baixa de Ato Concessório é de competência exclusiva da SECEX, que a seu critério, com base em análise dos documentos apresentados (de importação e de exportação) informa a baixa do citado Concessório. Cabe, então, a Receita Federal proceder à fiscalização do citado regime especial, com vistas a verificar a correta aplicação dos insumos importados, sem o pagamento dos tributos, na elaboração de produtos destinados à exportação, nos termos, prazos e condições previstos no Ato Concessório emitido pela SECEX. Mais um equívoco foi cometido pela fiscalização ao considerar o Ato Concessório no. 19199/0000044 totalmente inadimplido por não ter atingido o total de exportação nele estabelecido (quantidade e valor pactuados). A própria fiscalização informa que foram exportadas 278 pás, portanto, uma parte dos compromissos assumidos poderia ter sido cumprida. Havendo o cumprimento parcial dos compromissos pactuados, devem ser excluídos da incidência dos impostos a parte dos insuetos, aplicados nestes produtos exportados. Assim, se demonstrado o descumprimento parcial do compromisso de exportação, a fiscalização deveria glosar e lançar os valores referentes apenas aos insumos relativos à esta parte descumprida, ou seja, apenas sobre a parte do ato que não foi inadimplido e não sobre a totalidade do ato. Por fim, a fiscalização alega que conforme "demonstrado' através das planilhas do fluxo de produção de insumos (fls. 58/70) que as matérias primas importadas com o benefício não foram devidamente aplicadas nos produtos a serem exportados, conforme o Laudo Técnico apresentado pelo próprio contribuinte. Pela simples leitura de tais planilhas não há como concluir tal assertiva! Muito pelo contrário: analisandose a planilha de folhas 58/59 (insueto NCM 3812.20.00) verificase" que sempre havia um saldo de insumos antes da exportação dos produtos, portanto, em termos gerais para aquelas exportações efetuadas havia na empresa insuetos para a fabricação de produtos a serem exportados. O que poderia a fiscalização questionar neste caso é a relação insumo/produtos, a destinação dada ao saldo final (de 3.887 ) informado na planilha, entre outros pontos. Fl. 700DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10855.003305/200416 Acórdão n.º 3102001.677 S3C1T2 Fl. 5 7 Portanto, neste ponto tem razão a Impugnante quando afirma que a fiscalização apenas citou a violação ao Princípio da Vinculação Física, não trazendo qualquer argumentação ou prova de que este fora violado. Peço vênia para discordar da solução encontrada. Segundo entendo, o vício de forma está sempre relacionado a elementos extrínsecos do auto de infração, não à matéria da qual é constituído. A descrição dos fatos em si, sendo um dos elementos que integram o auto de infração, deverá ser avistada no corpo da exigência, sob pena de subtrairlhe uma das partes da qual é composta e eivála de vício de forma; contudo, uma vez que lá esteja, suas imprecisões ou acarretam vício de material, ou improcedência do lançamento, nunca de vício de forma. O Ato Declaratório Cosit nº 02, de 03 de fevereiro de 1999, citado na fundamentação do Voto de piso, não destoa dessa leitura. Observese como determina os procedimentos a serem observados pela Fiscalização Federal na decretação de nulidade dos atos praticados. Ato Declaratório Normativo COSIT nº 002, de 03 de fevereiro de 1999. Dispõe sobre a nulidade de lançamentos que contiverem vício formal e sobre o prazo decadencial para a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário objeto de lançamento declarado nulo por essa razão. O COORDENADORGERAL DO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 199, inciso IV, do Regimento Interno de Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF No 227, de 3 de setembro de 1998, e tendo em vista o disposto nos arts. 142 e 173, inciso II, da Lei No 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), nos arts. 10 e 11 do Decreto No 70.235, de 6 de março de 1972, e no art. 6o da IN SRF No 94, de 24 de dezembro de 1997, Declara, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados, que: 1. os lançamentos que contiverem vício de forma incluídos aqueles constituídos em desacordo com o disposto no art. 5o da IN SRF No 94, de 1997 devem ser declarados nulos, de ofício, pela autoridade competente; 2. declarada a nulidade do lançamento por vício formal, dispõe a Fazenda Nacional do prazo de 5 (cinco) anos para efetuar novo lançamento, contado da data em que a decisão declaratória da nulidade se tornar definitiva na esfera administrativa. CARLOS ALBERTO DE NIZA E CASTRO Instrução Normativa SRF nº 094, de 24 de dezembro de 1997 nº 094, de 24 de dezembro de 1997 (...) Art. 5º Em conformidade com o disposto no art. 142 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN) o auto de infração lavrado de acordo com o artigo anterior conterá, obrigatoriamente: I a identificação do sujeito passivo; Fl. 701DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA 8 II a matéria tributável, assim entendida a descrição dos fatos e a base de cálculo; III a norma legal infringida; IV o montante do tributo ou contribuição; V a penalidade aplicável; VI o nome, o cargo, o número de matrícula e a assinatura do AFTN autuante; VII o local, a data e a hora da lavratura; VIII a intimação para o sujeito passivo pagar ou impugnar a exigência no prazo de trinta dias contado a partir da data da ciência do lançamento. Art. 6º Sem prejuízo do disposto no art. 173, inciso II, da Lei nº 5.172/66, será declarada a nulidade do lançamento que houver sido constituído em desacordo com o disposto no art. 5º: (..) A meu ver, a melhor inteligência do enunciado dá conta da exigência de que o auto de infração contenha obrigatoriamente, dentre outros, a matéria tributável, assim entendida a descrição dos fatos e a base de cálculo, sob pena de nulidade por vício formal. Uma vez que ela esteja contida no auto, não há que se falar em nulidade formal. Com efeito, é possível dizer que o vício de forma encontrase afeto às especificações descritas nos artigos 10 e 12 do Decreto 70.235/72 e alterações posteriores, nas quais são identificados os elementos constitutivos do auto de infração e da notificação de lançamento. Noutras palavras, esses artigos especificam a forma da qual se revestem os documentos de formalização da exigência. Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugná la no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. Noutro vértice encontrase no artigo 142 do Código Tributário Nacional, evidenciando aspectos materiais do documento que veicula a exigência. Ao cometer à autoridade administrativa a competência privativa do lançamento, o artigo especifica o procedimento de verificação da ocorrência, determinação da matéria tributável, cálculo do tributo, identificação do sujeito passivo e aplicação de penalidade, ações que devem ser conduzidas de tal sorte a demonstrar a procedência da autuação, sob pena de ser considerada improcedente. Fl. 702DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10855.003305/200416 Acórdão n.º 3102001.677 S3C1T2 Fl. 6 9 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. No caso em tela, não vejo que alguma formalidade tenha sido negligenciada. A Fiscalização Federal laborou em flagrante erro na condução do procedimento determinado no artigo 142 do Código Tributário Nacional. Ao (i) considerar extemporâneos Aditivos emitidos, pelo menos em parte, dentro do prazo de validade do Ato Concessório; (ii) responsabilizar a empresa pela baixa intempestiva do Ato Concessório (providência que compete à Secex); (iii) glosar integralmente Ato parcialmente adimplido e (iv) não fazer prova consistente da não aplicação das matériasprimas nos produtos exportados, terminou por formalizar exigência sob fundamentos que não lhe dão suporte. Por outro lado, se depreende do relato encontrado na descrição e voto proferidos na instância a quo que parte da exigência pode ser mantida ainda que o Auto contenha todas as imperfeições detectadas. São exemplo disso a fração efetivamente inadimplida do Ato integralmente glosado e a emissão de um dos Aditivos fora do prazo legal. Uma vez que a exigência foi com base nesses critérios determinada e não há vício de forma, mas deficiência na apuração dos fatos, e que, por força destas circunstâncias o Auto de Infração merece ser assim apreciado e decidido em duplo grau de jurisdição, VOTO POR DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DE OFÍCO para AFASTAR A PREJUDICIAL DE VÍCIO FORMAL. Nova decisão deve ser tomada, à luz dos elementos presentes no processo. Dela deve ser dado ciência ao Sujeito Passivo, seguindo em tudo o mais o rito normal do processo. Sala de Sessões, (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Relator. Voto Vencedor Conselheiro Winderley Morais Pereira, Redator Designado. Em que pese o respeitável voto do e. relator, divirjo do entendimento quanto a existência de vício formal no lançamento. Entendo que a decisão recorrida de considerar nulo o lançamento foi acertada o que merece reparo é quanto ao tipo de vício ensejador da nulidade, a autoridade de primeira instância decidiu pelo vício formal, aqui reside a minha divergência, entendo ter ocorrido um vício material no lançamento motivando a nulidade do auto de infração. Fl. 703DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA 10 O Lançamento tributário é ato jurídico formal e esta definida no art. 10 do Decreto lei nº 70.235/72. "Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula." Como se depreende da leitura do artigo, o lançamento tributário necessariamente possui forma definida sendo requisito necessário para sua validade, que o Auto de Infração contenha os itens necessário a sua formalização. Qualquer falha ou ausência nestes termos é um vicio que leva a nulidade do lançamento e aqui, por obvio, existe um vício na forma do lançamento tributário, portanto, um vicio formal. De outro giro, saindo dos termos definidos no art. 10, o restante dos elementos do lançamento dizem respeito a motivação e justificativa legal para a exigência fiscal, que consta da descrição dos fatos: a origem da infração tributária, a motivação para o lançamento, os cálculos dos tributos devidos, as razões de decidir da autoridade lançadora que sustentam a exigência. Todos são aspectos intrínsecos ao Auto de Infração e dizem respeito a característica individual do lançamento, ao mérito do assunto abordado, a matéria objeto da lide e da justificativa para a autoridade lançadora considerar em débito o sujeito passivo. Assim, erros, falhas e omissões destes aspectos dizem respeito a essência do lançamento a própria matéria fática que originou a exigência tributária, as falhas e omissões são nestes casos, vícios materiais. O Auto de Infração que originou o processo em discussão, teve origem em auditoria de Drawback e na análise realizada pela autoridade de primeira instância, foram identificados omissões e falhas na apuração do cumprimento das obrigações referentes ao benefício tributário. Daquela decisão, extraio os trechos abaixo, que explicitam os erros no trabalho realizados pela Fiscalização. "Do vício formal no procedimento fiscal Desta feita, em decorrência dos equívocos cometidos pela fiscalização durante a fase procedimental (desenvolvimento da ação fiscal), notadamente ao desconsiderar os Aditivos . No. 156000/0001253 e 1560 0010004732, que este julgador entende haverem sido regularmente emitidos pelo DECEX, acabaram por eivar de vício as conclusões trazidas nos Autos de Infração lavrados. Fl. 704DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10855.003305/200416 Acórdão n.º 3102001.677 S3C1T2 Fl. 7 11 .... Destarte, diante dos equívocos cometidos pela fiscalização durante a fase procedimental, entendo que a descrição dos fatos trazida no Relatório Fiscal (fls. 318/342) não explicitou corretamente os fatos que os fundamentaram, pressuposto obrigatório de validade do lançamento, bem como não calculou corretamente o montante dos tributos devidos, sem os quais, por eivado de vício de formalidade, acarreta em conseqüente nulidade do ato administrativo de lançamento tributário." O julgamento da primeira instância detalha os equívocos ocorridos durante o procedimento fiscal, alertando para o erro na descrição dos fatos e nos cálculos referentes ao montante devido. Portanto a motivação do lançamento, explicitada no Auto de infração, não corresponde a realidade dos fatos, restando comprovado o vício material no lançamento. Neste caminho a lição de Celso Antônio Bandeira de Melo. "Motivo é o pressuposto de fato que autoriza ou exige a prática do ato. É pois, a situação do mundo empírico que deve ser tomada em conta para a prática do ato. Logo, é externo ao ato. Inclusive o antecede. Por isso não pode ser considerado como parte, como elemento do ato. O motivo pode ser previsto em lei ou não. Quando previsto em lei, o agente só pode praticar o ato se houver ocorrido a situação prevista. Quando não há previsão legal, o agente tem liberdade de escolha da situação (motivo( em vista da qual editará o ato. É que, mesmo se a lei não alude expressamente aos motivos propiciatórios ou exigentes de um ato, nem por isto haverá liberdade para expedilo sem motivo ou perante um motivo qualquer. Só serão de aceitar os que possam ser havidos como implicitamente admitidos pela lei à vista daquele caso concreto, por corresponderem a supostos fáticos idôneos para demandar ou comportar a prática daquele específico ato, espelhando, dessarte, sintonia com a finalidade legal. Vale dizer: prestantes serão os motivos que revelem pertinência lógica, adequação racional ao conteúdo doa to, ao lume do interesse prestigiado na lei aplicanda. Além disto, em todos e qualquer caso, se o agente se embasar na ocorrência de um dado motivo, a validade do ato dependerá da existência do motivo que houver sido enunciado. Isto é, se o motivo que invocou for inexistente, o ato será inválido". (grifei) (Bandeira de Melo, Celso Antônio, Curso de Direito Administrativo, 28ª ed., Malheiros, São Paulo, p. 397) A decisão recorrida decidiu pela nulidade do lançamento em razão de vício formal, conforme dito alhures, entendo a procedência da decisão quanto a nulidade do Auto de infração, mas a nulidade tem caráter material e não formal. Fl. 705DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA 12 Diante do exposto, acolho em parte, o recurso de ofício, mantendo a nulidade do lançamento por vício material. Brasília, 28 de novembro de 2012 Winderley Morais Pereira. Fl. 706DF CARF MF Impresso em 27/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 30/12/2013 p or WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 17/12/2013 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 10925.903990/2012-11
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2002 a 31/10/2002
INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa devidamente fundamentada, não infirmada com documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 3803-005.741
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2002 a 31/10/2002 INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa devidamente fundamentada, não infirmada com documentação hábil e idônea.
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ICMS. INCLUSÃO. O valor do ICMS compõe a estrutura de preço da mercadoria ou produto, que corresponde ao faturamento, não podendo ser excluído na apuração da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins sem expressa disposição legal. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2002 a 31/10/2002 APRECIAÇÃO DE ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE NA ESFERA ADMINISTRATIVA. A discussão sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei não cabe na esfera administrativa, ressalvadas as exceções à regra. (Súmula CARF nº 2). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2002 a 31/10/2002 INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa devidamente fundamentada, não infirmada com documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 39 90 /2 01 2- 11 Fl. 65DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/04/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues. Relatório Esta Contribuinte transmitiu Declaração de Compensação (DComp) de PIS apurado no regime cumulativo, no valor de R$ 1.207,44, relativo a pagamento indevido ou maior que o devido efetuado em 14/11/2002. Despacho Decisório do DRF/Joaçaba indeferiu a DComp, tendo em vista que a partir das características do DARF discriminado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Em manifestação de inconformidade apresentada, a Contribuinte alegou que a) a DComp referese a crédito decorrente de pagamento a maior da Cofins, em razão da inclusão do ICMS nas bases de cálculos da Cofins e do PIS; b) os arts. 2º e 3º, da Lei nº 9.718/98, e o art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, apenas admitem como base de cálculo de supraditas contribuições a receita ou o faturamento, não autorizando a inclusão do ICMS em citada base de cálculo, pois o valor deste imposto constitui ônus fiscal – e não faturamento; c) o valor do ICMS está embutido no preço das mercadorias por força da legislação deste imposto1, a qual determina que sua base de cálculo seja composta do próprio tributo, constituindo o destaque mera indicação para fins de controle; d) o faturamento “é decorrente, em essência, de um negócio jurídico, de uma operação, importando, por isso mesmo, o que é recebido por aquele que a realiza, considerada a venda de mercadoria ou mesmo a prestação de serviço” e que “a base de cálculo não pode extravasar, desse modo, sob o ângulo do faturamento, o valor do negócio, ou seja, a parcela recebida com a operação mercantil ou similar”; Pugnou, ainda, que se atentasse “para o princípio da razoabilidade, pressupondose que o texto constitucional se mostre fiel, no emprego dos institutos, de Expressões e vocábulos, ao sentido próprio que eles possuem, não merecendo outras interpretações” e transcreve o art. 110, do CTN. Em julgamento da lide a DRJ/Belo Horizonte fez menção à regramatriz da base de cálculo das contribuições, disposta na norma dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718/98 e de outras disposições legais e concluiu não haver previsão para a exclusão do ICMS do faturamento. Buscou reforço em decisões do CARF e do STJ. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/04/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10925.903990/201211 Acórdão n.º 3803005.741 S3TE03 Fl. 66 3 A decisão foi ementada como segue: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2002 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a restituição de crédito que não se comprova existente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Cientificada da decisão em 24 de outubro de 2013, irresignada, apresentou recurso voluntário em 4 de novembro de 2013, em que reiterou os termos da manifestação de inconformidade, acrescentando o pedido de sobrestamento do julgamento, por aplicação do art. 62A do Regimento Interno do CARF, em razão de a matéria se encontrar em apreciação pelo Supremo Tribunal Federal. É o relatório. Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. A presente controvérsia cingese à inclusão dos valores de ICMS no faturamento como base de cálculo do Cofins e do PIS/Pasep. Destaco, inicialmente, que não se pode perder de vista que a carga valorativa a se aplicar na interpretação da legislação tributária relativa a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil no exercício da competência que cabe ao CARF , deve ser dosada no âmbito do controle de legalidade a que se limitam as decisões administrativas. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, em apreciação da matéria aqui sob exame, sobresteve o julgamento do RE 240.785/MG, em 13/08/2008, em face da superveniência e da precedência da ADC nº 18/DF[1]. A propositura desta ação é do Presidente da República e o seu objeto é obter a declaração de legitimidade da inclusão na base de cálculo da Cofins e do PIS/Pasep dos valores pagos título de ICMS e repassados aos consumidores no preço dos produtos ou serviços, pressuposta no art. 3º, § 2º, I, da Lei 9.718, de 27 de novembro de 1998[2]. 1 Decisão: O Tribunal sobrestou o julgamento do recurso, tendo em vista a decisão proferida na ADC 185/DF. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 13.08.2008. 2 § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: Fl. 67DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/04/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 Com a perda da eficácia da Medida Cautelar na dita ADC, em 21/9/2010, nada obsta o julgamento da matéria pelo CARF, razão porque não pode ser atendido o pedido de sobrestamento do presente processo. A instituição da Cofins pela LC 70/91[3] inaugurou a delimitação da palavra faturamento afirmando que o IPI não o integra, quando destacado em separado no documento fiscal. A alteração do PIS/Pasep pela MP nº 1.212/96, convertida na Lei nº 9.715/98[4], também o fez estabelecendo que nele não se incluem o IPI e o ICMS retido pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. A Lei nº 9.718/98[5] unificou a base de cálculo das contribuições e o fez destacando as grandezas que devem ser excluídas da receita bruta, a teor do seu o parágrafo segundo, entre estas o IPI e o ICMS retido pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Sabese que o ICMS é imposto que via de regra incide na entrega de mercadorias e serviços e compõe a sua estrutura de preços. Ao definirem faturamento, a LC 70/91 informa que não o integra o IPI; a Lei nº 9.715/98 informa que não o integra o IPI e o ICMS do substituto tributário; a Lei nº 9.718/98 informa que se excluem da receita bruta o IPI e o ICMS do substituto tributário. Ora, se o ICMS normal está fora desse rol de não integração/exclusão da base de cálculo, o faturamento, não há como não se considerar que ficou definido implícitamente que ele (o ICMS) integra o faturamento. Aditese que o seu histórico cálculo “por dentro”, segundo o ditame do DecretoLei nº 406/686 reiterado pela LC Nº 87/96[7][8].endossam esta conclusão. I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; 3 Art. 2° A contribuição de que trata o artigo anterior será de dois por cento e incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Parágrafo único. Não integra a receita de que trata este artigo, para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição, o valor: a) do imposto sobre produtos industrializados, quando destacado em separado no documento fiscal; b) das vendas canceladas, das devolvidas e dos descontos a qualquer título concedidos incondicionalmente. 4 Art. 3o Para os efeitos do inciso I do artigo anterior considerase faturamento a receita bruta, como definida pela legislação do imposto de renda, proveniente da venda de bens nas operações de conta própria, do preço dos serviços prestados e do resultado auferido nas operações de conta alheia. Parágrafo único. Na receita bruta não se incluem as vendas de bens e serviços canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, e o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias ICMS, retido pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. 5 § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; 6 Art 2º A base de cálculo do impôsto é: § 7º O montante do impôsto de circulação de mercadorias integra a base de cálculo a que se refere êste artigo, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de contrôle. 7 Art. 13. A base de cálculo do imposto é: Fl. 68DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/04/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10925.903990/201211 Acórdão n.º 3803005.741 S3TE03 Fl. 67 5 Exemplificando: · ICMS por dentro Tenhase, por hipótese o valor de: Mercadorias em estoque = R$ 830,00 Alíquota do ICMS = 17% Cálculo do preço de venda cujo montante final resultará no faturamento = R$ 830,00/83 % (100% 17%) = R$ 1.000,00 Valor do ICMS incluso no faturamento = 170,00 · Se o cálculo do ICMS fosse por fora O preço de venda seria o valor da mercadoria em estoque, que corresponderia ao faturamento Valor do ICMS: 830,00 x 17% = R$ 141,10; Na conformidade da formulação legal acima demonstrada o ICMS faz parte do preço da mercadoria como custo. E este é o desenho constitucional deste imposto após a declaração da constitucionalidade da LC 87/96 na decisão no RE nº 212.209/RJ, ementada na forma do transcrito abaixo: TRIBUTÁRIO. ICMS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO VALOR DO IMPOSTO COMO ELEMENTO INTEGRATIVO DA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE JURÍDICA. A base de cálculo dos tributos e a metodologia de sua determinação, porque constituem elementos de conhecimento indispensáveis para a definição do quantum debeatur, necessariamente, devem ser estabelecidas por lei, em obediência ao princípio da legalidade (CF, arts. 146, III, “a”, 150, I, e CTN, art. 97, IV). Inexiste inconstitucionalidade ou ilegalidade, se a própria lei complementar e a lei local permitem que entre os elementos componentes e formativos da base de cálculo do ICMS se inclua o valor do próprio imposto. § 1o Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo: (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) I o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle; § 2º Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos. 8 A LC nº 87/96, distintamente da LC nº 406/67, dispõe que integra a base de cálculo do ICMS além do próprio imposto o montante do IPI, exceto quando a operação, realizado entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/04/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 É demais sabido que a ampliação do conceito de faturamento pelo § 1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98 foi foco da disputa que resultou na declaração da sua inconstitucionalidade pelo STF, prevalecendo a definição abrangente apenas das receitas provenientes das vendas de mercadorias e serviços pertinentes ao objeto social da atividade da pessoa jurídica. Em vista de subsistir uma definição legal de faturamento que permite considerar nele contido o ICMS normal segundo os dispositivos acima destrinçados , o Supremo Tribunal Federal ao fixar o seu conteúdo com a declaração de inconstitucionalidade do § 1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98, poderia ter declarado a inconstitucionalidade, sem redução de texto, do § 2º do mesmo artigo, por deixar de inserir no rol das exclusões da receita bruta o ICMS normal. Se aquela Corte tinha a prerrogativa de fazêlo e não o fez, para tornar livres de mais questionamentos os seus contornos, o juízo que proferiu, tendo como alvo apenas o art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, ao contrário de se reputálo omisso, endossa o entendimento de inclusão do ICMS no faturamento. Entender diferente está a depender de novo posicionamento daquele Tribunal. A idéia sobre a qual se funda o grito pela exclusão do ICMS do faturamento é a de que o imposto é ‘cobrado’ do comprador pelo vendedor, e, assim, representa um ônus tributário que é repassado ao Estado; logo, por não configurar circulação de riqueza, não ingressa no patrimônio do alienante, não podendo ser considerado receita do vendedor. Esta é a suma da tese que sustenta o voto do Min. Marco Aurélio no RE nº 240.785/MG. A tese já foi contraposta com sólido argumento por Hugo de Brito Machado[9], ao qual me filio. Defende ele que o entendimento segundo o qual o valor do ICMS componente do preço é receita do Estado é um equívoco conceitual relacionado à sujeição passiva do ICMS. O vendedor é o contribuinte de direito, não atua como um intermediário entre o comprador e o Estado, e os custos com o pagamento do imposto são custos seus e não do adquirente. O ônus correspondente ao valor do imposto é suportado pelo adquirente somente por meio do pagamento do preço, que é a contrapartida do fornecimento de mercadorias e serviços. Resultante dessa continência, tal valor ingressa no patrimônio do alienante e compõe o seu faturamento[10]. Apesar de ser voto minoritário no julgamento do RE 240.785/MG o Ministro Eros Grau manifestouse nesse mesmo sentido, verbis: O Min. Eros Grau, em divergência, negou provimento ao recurso por considerar que o montante do ICMS integra a base de cálculo da COFINS, porque está incluído no faturamento, haja vista que é imposto indireto que se agrega ao preço da mercadoria. Ser o ICMS custo que se adere à estrutura do preço do produto ou de certos serviços e, via de consequência, integra o faturamento, e não um ônus tributário do adquirente 9 Citado por Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, in A inclusão do ICMS na Base de Cálculo da COFINS, disponível em http://jus.com.br/artigos/9674/ainclusaodoicmsnabasedecalculodacofins/2; data de acesso: 22.12.2013. 10 No ICMSST o empresário que promove a saída do produto é o contribuinte de direito. No entanto, a Lei de Normas Gerais do ICMS, LC 87/96, ao manter na relação jurídica tributária o adquirente, por legitimálo para repetir indébito ou pagamento a maior do imposto recolhido pelo substituto, subverte a lógica própria desse regime e faz com que o vendedor atue como intermediário entre o comprador e o Estado e torna de terceiro os custos com o pagamento do imposto e de natureza tributária o ônus correspondente ao valor do imposto suportado pelo adquirente. Penso que daí a sua legitimação para não integrar o faturamento o ICMS retido pelo vendedor. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/04/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10925.903990/201211 Acórdão n.º 3803005.741 S3TE03 Fl. 68 7 do qual se desincumbe perante o Estado por intermédio do repasse a este feito pelo vendedor, é demonstrado por implicações de ordem sancionatória, segundo as hipóteses abaixo: a) a falta de inclusão do ICMS no valor da operação, com a subsequente falta de destaque do imposto e de posterior recolhimento, não afeta a relação jurídica de sujeição passiva tributária, havendo de ser exigido do vendedor o imposto e seus consectários; b) a inclusão do ICMS no valor da operação e a subsequente falta de emissão da nota fiscal não configura o crime de apropriação indébita, mas o de sonegação fiscal, previsto art. 1º, V, da Lei nº 8.137/90 e no art. 71, I, da Lei nº 4.502/65, cujo procedimento fiscal terá como sujeito passivo o vendedor. Ademais, nesta segunda fase recursal, a Recorrente nenhum elemento anexa referente às provas, cujo ônus é seu. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das sessões, 25 de março de 2014 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 71DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/04/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Numero do processo: 14041.000149/2009-63
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 18 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/1996 a 31/03/1998
LANÇAMENTO SUBSTITUTIVO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUE FOI REALIZADO DENTRO DO PRAZO DECADENCIAL. VÍCIO MATERIAL.
Conforme previsto no art. 173, II, do CTN, o direito da Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Não tendo o Fisco comprovado a expedição da intimação ou a data em que o sujeito passivo teve ciência da decisão que anulou o lançamento anterior, o lançamento é nulo por vício material, vez que não restou comprovado que o lançamento substituto foi realizado dentro do prazo decadencial.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-003.759
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para declarar a nulidade do lançamento por vício material por falta de elementos comprobatórios da ciência do resultado do julgamento que declarou a nulidade por vício formal, nos termos do voto do relator, vencido o Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes que votou pela inexistência de vício material em função da possibilidade de aplicação da data de ciência presumida, prevista no §2º, inciso II do artigo 23 do Decreto 70.235/72.
Julio Cesar Vieira Gomes - Presidente
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Carlos Henrique de Oliveira, Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1996 a 31/03/1998 LANÇAMENTO SUBSTITUTIVO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUE FOI REALIZADO DENTRO DO PRAZO DECADENCIAL. VÍCIO MATERIAL. Conforme previsto no art. 173, II, do CTN, o direito da Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Não tendo o Fisco comprovado a expedição da intimação ou a data em que o sujeito passivo teve ciência da decisão que anulou o lançamento anterior, o lançamento é nulo por vício material, vez que não restou comprovado que o lançamento substituto foi realizado dentro do prazo decadencial. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 01 49 /2 00 9- 63 Fl. 127DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIR O DOMINGUES 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para declarar a nulidade do lançamento por vício material por falta de elementos comprobatórios da ciência do resultado do julgamento que declarou a nulidade por vício formal, nos termos do voto do relator, vencido o Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes que votou pela inexistência de vício material em função da possibilidade de aplicação da data de ciência presumida, prevista no §2º, inciso II do artigo 23 do Decreto 70.235/72. Julio Cesar Vieira Gomes Presidente Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Carlos Henrique de Oliveira, Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIR O DOMINGUES Processo nº 14041.000149/200963 Acórdão n.º 2402003.759 S2C4T2 Fl. 128 3 Relatório Tratase de auto de infração constituído em 18/02/2009, decorrente do não recolhimento dos valores referentes à contribuição dos segurados, no período de 01/04/1996 a 31/03/1998. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 26/34), este lançamento foi efetuado em decorrência da anulação das NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087 pelo Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS. A Recorrente interpôs impugnação (fls. 40/69) requerendo a total improcedência do lançamento. A d. Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília – DF, ao analisar o presente caso (fls. 73/84), julgou o lançamento procedente, entendendo que (i) na hipótese de lançamento substitutivo, o prazo decadencial é de 5 anos a contar da decisão definitiva que anulou o lançamento anterior; (ii) as decisões administrativas só são validas a partir da ciência do interessado; (iii) as duas empresas respondem solidariamente e sem benefício de ordem; (iv) é regular a notificação somente em face da Via Engenharia; (v) a Recorrente poderia ter elidido a sua responsabilidade, apresentando documentos, como não o fez, é correta a aplicação da aferição indireta; (vi) é devida a multa incidente sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas; (vii) as decisões colacionadas não constituem normas complementares de direito tributário; e (viii) ao final deve ser comparada a multa aplicada com a prevista na Lei nº 11.941/2009 para verificar qual é a mais benéfica. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 87/97) argumentando que: (i) o prazo decadencial contase 5 anos após a lavratura do acórdão que anulou os lançamentos anteriores por vício formal; (ii) o crédito já decaiu para o legítimo contribuinte; (iii) a autoridade tributária arbitrou quem seria o responsável pelo tributo e discricionariamente perdoou o contribuinte; e (iv) a Recorrente não é responsável solidário, não devendo sofrer a incidência da multa. Analisando o recurso interposto, este Conselho determinou a conversão em diligência (fls. 105/107), requerendo a juntada de (i) cópia do AR (ou documento equivalente) que comprove a data em que o contribuinte foi notificado das decisões que anularam as NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087; (ii) cópia da carta encaminhada ao contribuinte, mencionada no item 2 no Relatório Fiscal; e (iii) cópia integral dos autos relativos às NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087. Em resposta à determinação formulada por este Conselho (fls. 123/124), a autoridade fiscal informou que não localizou os documentos solicitados por ocasião da conversão em diligência. É o relatório. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIR O DOMINGUES 4 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Primeiramente, cabe mencionar que o presente recurso é tempestivo e preenche a todos os requisitos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. A Recorrente argumenta que o prazo decadencial de que trata o art. 173, inc. II, do CTN é de 5 anos a contar da data em que foi proferido o acórdão que anulou o lançamento anterior (31/10/2003), e não da data de intimação da referida decisão (18/02/2004). Isso porque, segundo o contribuinte, desta decisão não caberia mais recurso, sendo, portanto, definitiva desde a sua lavratura. Afirma, consequentemente, que o crédito tributário está decaído, posto que o presente lançamento só foi constituído em 18/02/2009, com a intimação do sujeito passivo. No entanto, sem razão a Recorrente no ponto. Analisando o art. 173, II, do CTN, verificase que o prazo decadencial para o Fisco substituir o lançamento anulado por vício formal é de 5 anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado o lançamento anterior, in verbis: “Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: (...) II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado”. Para que se possa averiguar se a decisão que anulou o lançamento anterior é definitiva é necessário analisar a legislação atinente ao processo administrativo. Em primeiro lugar, o artigo 42, II, do Decreto 70.235/1972 considera uma decisão definitiva quando dela não couber mais recurso ou quando transcorrido o prazo para a sua interposição. Vejase: Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição; III de instância especial. Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício. Verificado o não cabimento de recurso ou então o transcurso do prazo para sua interposição, poderia até se considerar que aquela decisão seria definitiva. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIR O DOMINGUES Processo nº 14041.000149/200963 Acórdão n.º 2402003.759 S2C4T2 Fl. 129 5 Contudo, a decisão somente pode ser considerada definitiva, para qualquer finalidade, se ela for válida. A decisão, para que seja válida e produza seus efeitos, como todo ato administrativo,está sujeita à publicidade, nos termos do artigo 37, caput, da Constituição Federal e do artigo 2º, parágrafo único, V, da Lei 9.784/1999: CF Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Lei 9.784/1999 Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: V divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; No entanto, não basta apenas a publicidade dos atos administrativos pelos meios oficiais. Deve haver a publicação restrita às partes que integram o processo administrativo. Os artigos 26 a 28 da Lei 9.784/1999 determinam a obrigatoriedade da intimação dos interessados acerca de todos os atos do processo administrativo: Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. Neste sentido, as intimações expedidas no processo administrativo se materializam com a ciência do sujeito passivo, de acordo com o que prevê o artigo 23 do Decreto 70.235/1972: Art. 23. Farseá a intimação: II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; Fl. 131DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIR O DOMINGUES 6 Verificase, portanto, que a decisão, para que seja considerada perfeita, válida e eficaz precisa necessariamente cumprir todos os requisitos de validade previstos na legislação, quais sejam, (i) publicidade, (ii) intimação do interessado e (iii) prova de que o sujeito passivo foi cientificado do seu teor. Somente com o cumprimento desses requisitos é que se pode afirmar que a decisão é válida e, portanto, no presente caso, definitiva. Deste modo, entendo que a data de início da contagem do prazo decadencial prevista no artigo 173, II, do CTN é a data da ciência do sujeito passivo da decisão que anulou o lançamento anterior e não a data em que foi proferido o acórdão que anulou o lançamento anterior, como afirma a Recorrente. Muito embora não vingue o entendimento do contribuinte neste ponto, entendo que, por outro motivo, deve o presente recurso ser julgado procedente. Explicase. No presente caso, como já mencionado, este Conselho determinou a conversão do julgamento em diligência, para que restasse comprovada a expedição da intimação da Recorrente, por meio de cópia da carta encaminhada à parte, a respeito das decisões que anularam as NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087, bem como cópia do AR assinado pela Recorrente, comprovando a sua ciência dessas decisões. No entanto, a autoridade fiscal informou que não localizou os documentos solicitados. Ou seja, a autoridade fiscal não comprovou o marco inicial do prazo decadencial para o lançamento substituto, qual seja, a data da intimação da Recorrente das decisões que anularam os lançamentos anteriores.Consequentemente, não restou comprovado que o lançamento substituto foi efetuado dentro do prazo decadencial previsto no artigo 173, II, do CTN. Importa salientar que a previsão do artigo 23, II, §2º, II do Decreto 70.235/1972 não se aplica ao presente caso. Isso porque, o objetivo do referido dispositivo é fixar a data de recebimento quando há prova inequívoca de que a intimação do sujeito passivo foi expedida. No entanto, no presente caso, a autoridade fiscal sequer fez prova da expedição da intimação. Assim, considerando que o Fisco deixou de fundamentar no relatório fiscal,bem como por ocasião das demais oportunidades concedidas pelo órgão julgador, o termo inicial do prazo decadencial para efetuar o lançamento substituto,verificase que houve desrespeito ao artigo 50 da Lei 9.784/1999, que determina que os atos administrativos deverão ser motivados e, consequentemente, ofensa ao artigo 5°, LV, da Constituição Federal, que garante ao sujeito passivo o contraditório e a ampla defesa, requisitos indispensáveis para a validade da autuação. Sendo assim,entendo que a atuação padece de vício material, ante a deficiência de conteúdo do lançamento, em razão de não ter sido demonstrado pela fiscalização o termo inicial para contagem da decadência, para se verificar se o lançamento substituto foi efetuado dentro do prazo ou não, devendo ser a autuação anulada com base no artigo 59, II, do Decreto 70.235/1972. Quando a fiscalização não observa na sua atividade os elementos intrínsecos do lançamento (no caso, comprovação de que o lançamento foi efetuado dentro do prazo decadencial), ela certamente estará infringindo a disposição legal pertinente, importando na existência de um vício material. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIR O DOMINGUES Processo nº 14041.000149/200963 Acórdão n.º 2402003.759 S2C4T2 Fl. 130 7 Nesse sentido, leciona Leandro Paulsen1: “Vícios materiais são os relacionados à validade e à incidência da lei.” Vejase, assim, que a ocorrência do vício material está diretamente ligada com a deformidade do conteúdo do lançamento, que acaba por exigir indevidamente tributos do sujeito passivo, em ofensa, inclusive, ao princípio da legalidade, situação inaceitável nas relações do fisco com o contribuinte. Diante do exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para DAR LHE PROVIMENTO, a fim de que o presente lançamento seja anulado por vício material. É o voto. Nereu Miguel Ribeiro Domingues. 1 Paulsen, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 12. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado. Editora: ESMAFE, 2010. p. 1194. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por NEREU MIGUEL RIBEIR O DOMINGUES
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Numero do processo: 10980.720382/2011-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/06/2007 a 30/11/2007
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS. TABELA DE INCIDÊNCIA DO IPI - TIPI. ALTERAÇÃO. CÓDIGOS TARIFÁRIOS NOVOS. APLICAÇÃO. RETROAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
A mercadoria que deu saída do estabelecimento do contribuinte não pode ser classificada pela Fiscalização Federal em Códigos Tarifários incluídos na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI em data posterior à ocorrência do fato gerador do Imposto.
Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 3102-002.175
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício, nos termos do Relatorio e Voto que integram o presente julgado.
(assinatura digital)
Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator
EDITADO EM: 05/05/2014
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Nanci Gama, José Fernandes do Nascimento, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Paulo Puiatti e Andréa Medrado Darzé.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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TABELA DE INCIDÊNCIA DO IPI TIPI. ALTERAÇÃO. CÓDIGOS TARIFÁRIOS NOVOS. APLICAÇÃO. RETROAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. A mercadoria que deu saída do estabelecimento do contribuinte não pode ser classificada pela Fiscalização Federal em Códigos Tarifários incluídos na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI em data posterior à ocorrência do fato gerador do Imposto. Recurso de Ofício Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício, nos termos do Relatorio e Voto que integram o presente julgado. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa – Presidente e Relator EDITADO EM: 05/05/2014 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Nanci Gama, José Fernandes do Nascimento, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Paulo Puiatti e Andréa Medrado Darzé. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 03 82 /2 01 1- 10 Fl. 660DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 06/05/2014 p or RICARDO PAULO ROSA 2 Por bem descrever os fatos, adoto o Relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Contra o estabelecimento em epígrafe foi lavrado o auto de infração de fls. 373/383, para exigir R$ 5.872.110,51 referente ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), juros de mora calculados até 30/12/2010 e multa proporcional ao valor do imposto (75%), em virtude da falta de lançamento do imposto, por ter o estabelecimento industrial promovido a saída de produtos tributados, com falta de lançamento de imposto, por erro de classificação fiscal e erro de alíquota, e ter se utilizado de crédito básico indevido de IPI. Consoante a descrição dos fatos de fls. 380/381, que remete ao Termo de Verificação Fiscal de fls. 384/390, a fiscalizada incorreu nas seguintes irregularidade: a) Utilização de crédito básico indevido em virtude da falta de comprovação de transferência de créditos advindos da filial 000227, no mês de maio de 2009, no montante de R$ 298.719,93; b) Promoveu a saída de cartuchos de tinta toner adotando a classificação fiscal no código NCM 8443.99.29 – “Mecanismos de impressão por jato de tinta, suas partes e acessórios” – “outros”, quando o correto seria no código NCM 8443.99.33 – “Mecanismos de impressão a "laser", a LED (Diodos Emissores de Luz) ou a LCS (Sistema de Cristal Líquido), suas partes e acessórios” – “Cartuchos de revelador ou de produtos para viragem ("toners")”, com a alíquota de 20%. Regularmente cientificada, o contribuinte apresentou impugnação de fls. 400/417, instruída com os documentos de fls. 418/625, alegando, em síntese, que: a) A propósito da classificação fiscal dos "cartuchos de toner", há de ser declarada a insubsistência da autuação, posto eivada de irreparável nulidade, uma vez que o Processo Administrativo de nº 15165.002914/200865, ainda pendente de julgamento, trata exatamente da questão da classificação dos "cartuchos de toner", justamente, com relação ao mesmo período ora fiscalizada; b) O código NCM 8443.99.33 foi criado pela Resolução CAMEX nº 76 (DOU 11/12/2008, vigência a partir de 01/01/2009) e a correspondente tributação do IPI resultou da publicação do Decreto nº 6.905, de 20 de julho de 2.009, e certamente não poderia ser utilizado referido enquadramento para fins de aplicação retroativa abrangendo, assim, operações ocorridas antes de sua vigência. Assim, se o período apurado e autuado compreende 30/06/2007 a 30/11/2007, como poderia a ora autuada adotar a classificação 8443.99.33 inexistente por ocasião dos fatos; c) Com fundamento na prova dos autos e contando com os subsídios extraídos do artigo 58 do Decreto n9 70.235/72, com suas alterações posteriores, e mais art. 53 da Lei n9 9784, de 29 de janeiro de 1999, impõese seja, preliminarmente, declarada a nulidade deste Auto de Infração, uma vez que “Administração deve anular seus próprios atos quando eivados de vício de legalidade”; d) No mérito da classificação fiscal, conforme documentação acostada à presente, é inquestionável seu enquadramento no código NCM/TEC/TIPI 8443.99.29; e) Quanto à apuração utilizada pela fiscalização, por não ter excluído de seus cálculos os valores relativos aos produtos de NCM 8443.99.25, resultou num cálculo impreciso e irreal do “quantum” supostamente devido; f) Por último, há que se reconhecer que a "transferência de créditos do IPI" por ter como base crédito legitimo e legalmente apurado, não deveria ter sido Fl. 661DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 06/05/2014 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10980.720382/201110 Acórdão n.º 3102002.175 S3C1T2 Fl. 3 3 glosada e exigida a multa e os juros apontados neste procedimento fiscal, tendo em vista que, a irregularidade apontada nesta Fiscalização corresponde a mero descumprimento de formalidades; g) Os créditos transferidos da filial 000227 (SP) para a filial 000650 (PR), atendem ao inciso III, do parágrafo primeiro do artigo 21 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008, que assim dispõe: “III – Créditos de IPI passíveis de transferência a filial atacadista nos termos do item “6” da Instrução Normativa SRF nº 87, de 21 de agosto de 1.989”; Ao final, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, assim como, requer seja acolhida a impugnação, em todos os seus termos, declarandose a nulidade do presente processo administrativo e conseqüentemente, a insubsistência da ação fiscal. Se assim não entender, passandose a análise do mérito, requer sejam acolhidas as razões aqui expendidas, declarandose indevidos os créditos tributários apontados no auto de infração. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/06/2007 a 30/11/2007 LANÇAMENTO. LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DOS FATOS. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela legislação então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada, assim, a classificação fiscal deve refletir a legislação vigente à época da ocorrência dos fatos. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/05/2009 a 31/05/2009 CRÉDITO ESCRITURAL. GLOSA. TRANSFERÊNCIA ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA FIRMA. FALTA DE PREVISÃO. O IPI é regido pelo princípio da autonomia dos estabelecimentos, e por conseqüência, é obrigação de cada estabelecimento comprovar a legitimidade dos créditos recebidos em transferência, subordinado ao preenchimento dos requisitos e condições determinados pela legislação tributária de regência. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/2007 a 30/11/2007, 01/05/2009 a 31/05/2009 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Somente os atos praticados por agente incompetente, eivados de cerceamento do direito de defesa ou de omissões características de vícios formais, são passíveis de declaração de nulidade. PERÍCIA PRESCINDÍVEL. DESCABIMENTO. Fl. 662DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 06/05/2014 p or RICARDO PAULO ROSA 4 Perícia e diligência prescindíveis na apreciação da lide devem ser indeferidas pelo órgão julgador de primeira instância administrativa. Tendo exonerado crédito tributário em valor superior ao limite de alçada, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento recorre de ofício da decisão tomada. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. O Recurso de Ofício decorre da decisão de exonerar a parcela do crédito tributário constituído em face da reclassificação fiscal das mercadorias a que Recorrente deu saída de seu estabelecimento. No entendimento do i. Julgador de primeira instância, não pode prosperar exigência fundada em legislação que não vigia à época dos fatos. Vejamos os fundamentos da decisão. O auto de infração exige da interessada o Imposto sobre Produtos Industrializados decorrente da diferença de tributo que deixou de ser recolhido na saída dos “cartuchos de toner” por erro de classificação fiscal. A classificação fiscal adotada pela requerente nas saídas destas peças no período de 01/06/2007 a 30/11/2007 foi a 8443.99.29, que equivale aos produtos: “Mecanismos de impressão por jato de tinta, suas partes e acessórios” – “outros”. Já a classificação considerada como correta pela fiscalização para os referidos produtos foi a do código NCM 8443.99.33, com alíquota de 20% (vinte por cento), correspondente aos produtos: “Mecanismos de impressão a "laser", a LED (Diodos Emissores de Luz) ou a LCS (Sistema de Cristal Líquido), suas partes e acessórios” – “Cartuchos de revelador ou de produtos para viragem ("toners")”. Um dos argumentos utilizados pela impugnante diz ao fato do código NCM 8443.99.33 ter sido criado pela Resolução CAMEX nº 76 (DOU 11/12/2008, vigência a partir de 01/01/2009) e a correspondente tributação do IPI resultou da publicação do Decreto nº 6.905, de 20 de julho de 2.009, e certamente não poderia ser utilizado referido enquadramento para fins de aplicação retroativa abrangendo, assim, operações ocorridas antes de sua vigência. Assim, se o período apurado e autuado compreendeu 30/06/2007 a 30/11/2007, como poderia a ora autuada adotar a classificação fiscal 8443.99.33 inexistente por ocasião dos fatos. A fiscalização, conforme podemos verificar no item “4.3 Classificação do produto – Cartucho de Tinta Toner” da Termo de Verificação Fiscal, utilizou como enquadramento legal para a classificação fiscal adotada o Decreto nº 6006, de 28 de dezembro de 2006, com vigência a partir de 01/01/2007. O código NCM 8443.99.33 foi criado na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI, aprovada pelo Decreto nº 6006, de 2006, pelo Decreto nº 6.905 de 20 de julho de 2009, publicado no DOU de 21/07/2009 e com vigência a partir de que se conclui é que, ao tempo da caracterização do fato gerador, período de 01/06/2007 a 30/11/2007, o dispositivo legal que criou o código NCM que ampara a autuação não estava vigente. Fl. 663DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 06/05/2014 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10980.720382/201110 Acórdão n.º 3102002.175 S3C1T2 Fl. 4 5 Com relação à aplicação da legislação, assim dispõe o artigo 144 do Código Tributário Nacional: Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. O dispositivo acima determina que a legislação aplicável à constituição do crédito tributário é aquela vigente na data de ocorrência do fato gerador. No caso presente, o lançamento abrange fatos geradores ocorridos no ano de 2007, portanto a legislação a ser aplicada ao lançamento é a vigente em 2007. Considerando que o código NCM 8443.99.33 é válido somente a partir 2009, concluise, portanto, indevida a imposição em análise. O Auto de Infração sub judice não faz qualquer referência à data em que foi criado Código proposto no lançamento. In verbis, 4.3 Classificação do produto Cartucho de Tinta Toner De acordo com a Regra Geral para Interpretação do Sistema Harmonizado n° 1 (RGI 1), a classificação de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que compõe a Tarifa Externa Comum (TEC), é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo. A posição 84.43 compreende textualmente as impressoras de todos os tipos, suas partes e acessórios. 84.43 Máquinas e aparelhos de impressão por meio de blocos; cilindros e outros elementos de impressão da posição 84.42; outras impressoras; máquinas copiadoras e telecopiadorcs (fax); mesmo combinados entre si; partes e acessórios No âmbito dessa posição 84.43, as partes e acessórios de impressoras por jato de tinta classificamse na subposição 8443.9 (aplicação da RGI 6); Nessa subposição, os mecanismos de impressão por jato de tinta, suas partes e acessórios, classificamse no item 8443.99.2; os depósitos (cartuchos) de tinta, apresentados cheios ou vazios, classificamse no subitem 8443.99.23 (aplicação da Regra Geral Complementar RGC 1). O produto em análise (cartucho de toner ou revelador) é destinado ao "processo de impressão" por laser (processo eletrostático), Nessa subposição, os mecanismos de impressão a "laser", suas partes e acessórios, classificamse no item 8443.99.3; os cartuchos de revelador ou de produtos para viragem ("Toners"), classificamse no subitem 8443.99.33, cuja tributação é de 20% (Decreto 6006/2006, com vigência a partir de 01.01.2007) . Isto posto, verificouse que o estabelecimento deu saída a cartuchos de tinta toner com erro de classificação fiscal (8443.99.29) no AC 2007, utilizando alíquotas inferiores a 20%. Cabe salientar que no AC 2009, o contribuinte deu saída ao mesmo produto em maio/2009, desta feita, utilizando a classificação correta 8443.99.33, e a alíquota de 20%. Fl. 664DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 06/05/2014 p or RICARDO PAULO ROSA 6 Durante o ano de 2007, data da ocorrência dos fatos geradores auditados pela Fiscalização Federal1, a Tabela de Incidência sobre Produtos Industrializados – TIPI continha os seguintes desdobramentos, conforme Anexo ao Decreto 6.006/06. 84.43 Máquinas e aparelhos de impressão por meio de blocos, cilindros e outros elementos de impressão da posição 84.42; outras impressoras, máquinas copiadoras e telecopiadores (fax), mesmo combinados entre si; partes e acessórios. (...) 8443.9 Partes e acessórios: 8443.91 Partes e acessórios de máquinas e aparelhos de impressão que operem por meio de blocos, cilindros e outros elementos de impressão da posição 84.42 8443.91.10 Partes de máquinas e aparelhos da subposição 8443.12 8443.91.9 Outros 8443.91.91 Dobradoras 8443.91.92 Numeradores automáticos 8443.91.99 Outros 8443.99 Outros 8443.99.1 De telecopiadores (fax) 8443.99.11 Circuitos impressos com componentes elétricos ou eletrônicos montados 8443.99.12 Mecanismos de impressão por sistema térmico ou a “laser”, para telecopiadores (fax) 8443.99.13 Bastidores e armações 8443.99.19 Outras 8443.99.2 De impressoras ou traçadores gráficos (“plotters”) 8443.99.21 Mecanismos completos de impressoras matriciais (por pontos) ou de impressoras ou traçadores gráficos (“plotters”), a jato de tinta, montados 8443.99.22 Mecanismos completos de impressoras a “laser”, LED (Diodos Emissores de Luz) ou LCS (Sistema de Cristal Líquido), montados 8443.99.23 Martelo de impressão e bancos de martelos 8443.99.24 Cabeças de impressão, exceto as térmicas ou as de jato de tinta 8443.99.25 Cabeças de impressão térmicas ou de jato de tinta, mesmo com depósito de tinta incorporado 8443.99.26 Cintas de caracteres 8443.99.27 Cartuchos de tinta 8443.99.29 Outros 8443.99.3 De máquinas copiadoras 8443.99.31 Cilindros recobertos de matéria semicondutora fotoelétrica de selênio ou suas ligas, para os aparelhos de fotocópia eletrostático por processo indireto 8443.99.39 Outras 1 O período de apuração correspondente a maio de 2009 não está relacionado à infração por erro de classificação, mas, exclusivamente, ao aproveitamento de créditos básicos indevidos, conforme podese comprovar à folha 381 (eProc) do Processo. Fl. 665DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 06/05/2014 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10980.720382/201110 Acórdão n.º 3102002.175 S3C1T2 Fl. 5 7 A Tabela sofreu algumas modificações ao longo do ano de 2007, sem que; contudo, tenham sido acrescidos os Códigos tarifários escolhidos pelo Fisco. De fato, como já adequadamente esclarecido na decisão recorrida, foi o Decreto nº 6.905/09 que, em seu Anexo I, criou Códigos específicos para classificação fiscal desse tipo de mercadoria, da seguinte forma. Art. 1o Ficam criados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006, os códigos de classificação relacionados no Anexo I, observadas as respectivas alíquotas. (...) 8443.31 Máquinas que executem pelo menos duas das seguintes funções: impressão, cópia ou transmissão de telecópia (fax), capazes de ser conectadas a uma máquina automática para processamento de dados ou a uma rede 8443.31.1 Alimentadas por folhas, com velocidade de impressão, medida no formato A4 (210mm x 297mm), inferior ou igual a 45 páginas por minuto (ppm) 8443.31.11 De jato de tinta líquida, com largura de impressão inferior ou igual a 420mm 8443.31.12 De transferência térmica de cera sólida (por exemplo, “solid ink” e “dye sublimation”) 8443.31.13 A “laser”, LED (Diodos Emissores de Luz) ou LCS (Sistema de Cristal Líquido), monocromáticas, com largura de impressão inferior ou igual a 280mm 8443.31.14 A “laser”, LED (Diodos Emissores de Luz) ou LCS (Sistema de Cristal Líquido), monocromáticas, com largura de impressão superior a 280mm e inferior ou igual a 420mm 8443.31.15 A “laser”, LED (Diodos Emissores de Luz) ou LCS (Sistema de Cristal Líquido), policromáticas 8443.31.16 Outras, com largura de impressão superior a 420mm 8443.31.19 Outras 8443.31.9 Outras 8443.31.91 Com impressão por sistema térmico 8443.31.99 Outras 8443.32.37 Outras, com largura de impressão superior a 420mm 8443.99.32 Cilindros recobertos de matéria semicondutora fotoelétrica 8443.99.33 Cartuchos de revelador ou de produtos para viragem (“toners”) 8443.99.4 Mecanismos de impressão por sistema térmico, suas partes e acessórios 8443.99.41 Mecanismos de impressão, mesmo sem cabeça de impressão incorporada 8443.99.42 Cabeças de impressão 8443.99.49 Outros 8443.99.50 Outros mecanismos de impressão, suas partes e acessórios Fl. 666DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 06/05/2014 p or RICARDO PAULO ROSA 8 8443.99.60 Circuitos impressos com componentes elétricos ou eletrônicos, montados 8443.99.70 Bandejas e gavetas, suas partes e acessórios 8443.99.80 Mecanismos de alimentação ou de triagem de papéis ou documentos, suas partes e acessórios 8443.99.90 Outros Das disposições normativas supra, resta inequívoco o engano da Fiscalização Federal ao classificar a mercadoria em Código Tarifário inexistente à época dos fatos. Nem me parece que esteja em discussão a possibilidade de retroação da legislação tributária. Para muito além disso, tratase de uma impossibilidade de natureza material a cogitação de que o contribuinte classificasse a mercadoria em determinado Código que, por ocasião da saída da mercadoria de seu estabelecimento, simplesmente não existia. Imagino que os AuditoresFiscais responsáveis pelo procedimento utilizaram, na data da lavratura do Auto de Infração, uma Tabela de Incidência corrigida, sem atentar para as alterações que havia sofrido somente depois da data da ocorrência dos fatos geradores. Correta a decisão de primeira instância. VOTO por negar provimento ao Recurso de Ofício. Sala de Sessões, 25 de março de 2014. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Relator Fl. 667DF CARF MF Impresso em 08/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 06/05/2014 p or RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 10925.905102/2012-97
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Apr 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/08/2005
PIS. COFINS. RESTITUIÇÃO. EXCLUSÃO DO VALOR DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. INDEFERIMENTO.
A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidem sobre o faturamento, que corresponde à totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, pouco importando qual é a composição destas receitas ou se os impostos indiretos compõem o preço de venda.
INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-002.884
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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COFINS. RESTITUIÇÃO. EXCLUSÃO DO VALOR DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. INDEFERIMENTO. A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidem sobre o faturamento, que corresponde à totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, pouco importando qual é a composição destas receitas ou se os impostos indiretos compõem o preço de venda. INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 51 02 /2 01 2- 97 Fl. 57DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905102/201297 Acórdão n.º 3801002.884 S3TE01 Fl. 58 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905102/201297 Acórdão n.º 3801002.884 S3TE01 Fl. 59 3 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: Trata o presente processo de Pedido de Restituição PER, apresentado pela contribuinte acima qualificada. Em análise do pedido, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joaçaba/SC decidiu indeferilo (Despacho Decisório à folha 5), em razão de que o valor recolhido via DARF, indicado como fonte do crédito contra a Fazenda Nacional, já havia sido integralmente utilizado para pagamento de débito da contribuinte, não restando crédito disponível para restituição solicitada no PER. Inconformada com o não deferimento de seu Pedido de Restituição, a contribuinte esclarece, em síntese, que os créditos pleiteados referemse a pagamentos a maior da contribuição ao PIS e da Cofins, em razão da inclusão do ICMS nas bases de cálculo destas contribuições. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2007 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. REQUISITO. A certeza e liquidez do crédito é requisito essencial para o deferimento da restituição, devendo restar comprovado o efetivo pagamento indevido ou a maior que o devido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho, conforme recurso voluntário apresentado, no qual alega que a exigência da prévia retificação da DCTF como condição para reconhecer o crédito tributário pleiteado pela recorrente não possui qualquer fundamento legal, devendo ser enfrentado os argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 59DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905102/201297 Acórdão n.º 3801002.884 S3TE01 Fl. 60 4 Voto Conselheiro Relator Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial e o acórdão de primeira instância, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos em DCTF e não teriam sido demonstradas a liquidez e a certeza dos indébitos. Na análise eletrônica dos PERDCOMPs de pagamento indevido ou a maior o objetivo é confirmar a existência de indébito tributário, confrontando informações das declarações apresentadas com os pagamento realizados. Não se está analisando efetivamente o mérito da questão, o que somente será viável a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. Apesar da alegação da existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior não ter sido acompanhada na peça impugnatória da retificação da respectiva DCTF, instrumento de confissão de dívida, que a princípio estaria na esfera de responsabilidade do contribuinte, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, sendo que a falta de apresentação de DCTF retificadora, por se tratar de prova indiciária, não excluiria o direito da recorrente à repetição do indébito, nos termos do art. 165 do CTN, in verbis: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; No mérito, a recorrente alega que os créditos pleiteados referemse a pagamentos a maior da contribuição ao PIS e da Cofins, em razão da inclusão do ICMS nas bases de cálculo destas contribuições. A questão da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS é objeto do Recurso Extraordinário (RE) nº 240.7852 MG, que não foi ainda julgada até a presente data. Na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nº 18, que trata da mesma matéria, o STF reconheceu a repercussão geral da demanda e deferiu medida cautelar para determinar que, até o julgamento final da ação pelo Plenário do STF, juízos e tribunais Fl. 60DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905102/201297 Acórdão n.º 3801002.884 S3TE01 Fl. 61 5 suspendessem o julgamento dos processos em trâmite que envolviam a aplicação do art. 3º, § 2º, inciso I, da Lei no 9.718/98. A suspensão dos julgamentos deferida liminarmente foi sucessivamente prorrogada nas sessões plenárias realizadas em 04/02/2009, em 16/09/2009, e, finalmente, em 25/03/2010, quando o Tribunal, pela última vez, prorrogou por mais 180 dias a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. Quanto ao RE nº 240.7852/MG, o mesmo foi também sustado até o julgamento do ADC no 18, já que o Plenário do STF, ao julgar questão de ordem levantada pelo Ministro Marco Aurélio, decidiu que o julgamento da ADC deveria preceder o julgamento do RE em tela, uma vez que a ADC, por tratarse de controle concentrado de constitucionalidade, repercutiria sobre os demais processos relativos à matéria. Contudo, findo o prazo suspensivo liminarmente concedido pelo STF, tendo em vista não haver nenhuma decisão vigente nesse sentido nos julgamentos que versam sobre a matéria, bem como, com a edição da Portaria MF no 545, de 18 de novembro de 2013, que revogou os parágrafos 1º e 2º do artigo 62A do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, que previam o sobrestamento dos julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, preliminarmente entendo que não há que se falar em sobrestamento dos autos. Isto posto, no mérito, veremos que não assiste razão à recorrente. Apesar da recorrente argumentar que o ICMS, por não representar riqueza do contribuinte e sim receita do Erário Estadual, é um ônus fiscal e não faturamento. Esse, porém, referese a uma universalidade, um todo composto pelas receitas da empresa, pouco importando qual é a composição destas receitas ou se os impostos indiretos compõem o preço de venda. A Lei nº 9.718/98, em seu art. 3º, § 2º, I autoriza apenas a exclusão do ICMS “quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário”. Em nenhum momento, porém, autoriza a exclusão do ICMS das próprias vendas. Em relação ao PIS, a Jurisprudência encontravase pacificada, sendo editada a Súmula nº 68 pelo Superior Tribunal de Justiça, abaixo transcrita: Súmula: 68 A PARCELA RELATIVA AO ICM INCLUISE NA BASE DE CALCULO DO PIS. Em relação ao FINSOCIAL, que também tinha por base de cálculo o faturamento, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula nº 94, que estabelece: Súmula 94. A PARCELA RELATIVA O ICMS INCLUISE NA BASE DE CÁLCULO DO FINSOCIAL. Este também é o entendimento exarado pelo STJ, superada a suspensão liminar dos julgamentos dos processos envolvendo a matéria determinada pelo STF, no âmbito do REsp no 1.127.877SP (transitado em julgado em 20/06/2012), no sentido de que o ICMS integra sim a base de cálculo do PIS e da COFINS, através de decisão monocrática que negou seguimento ao recurso, com base em jurisprudência da citada Corte, conforme excerto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. OMISSÃO NÃO CONFIGURADA. BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. Fl. 61DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905102/201297 Acórdão n.º 3801002.884 S3TE01 Fl. 62 6 INCLUSÃO DO ICMS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. A jurisprudência deste Tribunal pacificouse no sentido de que "a parcela relativa ao ICMS deve ser incluída na base de cálculo do PIS e da Cofins, nos termos das Súmulas 68 e 94 do STJ" (AgRg no REsp 1.121.982/RS, 2ª T., Min. Humberto Martins, DJe de 04/02/2011). Nesse sentido, os seguintes julgados: AgRg no Ag 1.069.974/PR, 1ª T., Min. Francisco Falcão, DJe de 02/03/2009; REsp 1.012.877/PR, 2ª T., Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 08/02/2011; AgRg no Ag 1.169.099/SP, 2ª T., Min. Herman Benjamin, DJe de 03/02/2011; AgRg no Ag 1.005.267/RS, 1ª T., Min. Benedito Gonçalves, DJe de 02/09/2009. Ocorre ainda que eventuais alegações acerca de inconstitucionalidade da legislação tributária não são oponíveis na esfera administrativa, uma vez que sua apreciação foge à alçada da autoridade administrativa de qualquer instância, não dispondo esta de competência legal para examinar hipóteses de violação às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico nacional. Com efeito, a apreciação dessas questões achase reservada ao Poder Judiciário, pelo que qualquer discussão quanto aos aspectos de validade das normas jurídicas deve ser submetida àquele Poder. Portanto, é inócuo suscitar tais alegações na esfera administrativa, pois à autoridade administrativa é vedado desrespeitar textos legais em vigor, sob pena de responsabilidade funcional, sendo defeso a apreciação da matéria por esse órgão julgador, nos termos da Súmula n° 2 do CARF, de observância obrigatória por parte de seus membros. No mais, o julgamento do Recurso Especial (REsp) no 1.127.877SP foi submetido ao rito do artigo 543C do CPC, razão pela qual o entendimento ali expresso deverá ser seguido pelos conselheiros no âmbito do CARF, conforme caput do artigo 62A1 do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF n° 256/2009, com alterações introduzidas pela Portaria MF no 545, de 18 de novembro de 2013. Assim, voto por negar provimento ao presente recurso voluntário. 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905102/201297 Acórdão n.º 3801002.884 S3TE01 Fl. 63 7 (assinado digitalmente) Marcos Antônio Borges Fl. 63DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10855.001325/2007-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 11 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Mar 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003
DENÚNCIA ESPONTÂNEA - NÃO INCIDÊNCIA DA MULTA DE MORA
A teor da regra do art. 138 do Código Tributário Nacional, não incide a multa de mora ao pagamento espontâneo antes da ação fiscal mediante denúncia da infração.
Numero da decisão: 1201-000.867
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto - Presidente.
(assinado digitalmente)
André Almeida Blanco - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, André Almeida Blanco, Rafael Correia Fuso, Luis Fabiano Alves Penteado, Maria Elisa Bruzzi Boechat e Carlos Mozart Barreto Vianna.
Nome do relator: ANDRE ALMEIDA BLANCO
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Presidente. (assinado digitalmente) André Almeida Blanco Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, André Almeida Blanco, Rafael Correia Fuso, Luis Fabiano Alves Penteado, Maria Elisa Bruzzi Boechat e Carlos Mozart Barreto Vianna. 1 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 13 25 /2 00 7- 97 Fl. 323DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO, Assinado digitalmente em 20/03/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO Relatório Através de Procedimento Administrativo realizado por meio de auditoria interna de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), contra a Recorrente foi lançada multa moratória, no valor de R$ 1.257.603,72 (Um milhão, duzentos e cinqüenta e sete mil, seiscentos e três reais e setenta e dois centavos) incidente sobre recolhimento extemporâneo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) na modalidade de lucro real por estimativa mensal, relativo ao segundo trimestre do anocalendário de 2003. Conforme se verifica da descrição dos fatos às fls. 287: O presente Auto de Infração originouse da realização de Auditoria Interna na(s) DCTF discriminada(s) no quadro 3 (três), conforme INSRF n° 045 e 077/98. Foi(ram) constatada(s) irregularidade(s) no(s) crédito(s) vinculado(s) informado(s) na(s) DCTF, conforme indicada(s) no Demonstrativo de Créditos Vinculados não Confirmados (Anexo I), e/ou no "Relatório de Auditoria Interna de Pagamentos Informados na(s) DCTF" (Anexos Ia ou Ib),e/ou "Demonstrativo de Pagamentos Efetuados Após o Vencimento" (Anexos IIa ou 11b), e/ou no "Demonstrativo do Crédito Tributário a Pagar" (Anexo III) e/ou no "Demonstrativo de Multa e/ou Juros a Pagar Não Pagos ou Pagos a Menor" (Anexo IV) . Para efetuar o pagamento da(s)diferença(s) apurada(s) em Auditoria Interna, objeto deste Auto de Infração, o contribuinte deve consultar as "Instruções de Pagamento" (Anexo V). Devidamente intimada, a Recorrente apresentou sua Impugnação (fls.01/09), sustentando ter direito aos benefícios do instituto da denúncia espontânea, prevista no art. 138 do Código Tributário Nacional (CTN) em face de que os recolhimentos foram efetuados voluntariamente, antes de qualquer procedimento do Fisco. Dessa forma, requereu o cancelamento do Auto de Infração em questão. Ocorre que, em julgamento realizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto, restou decidido que: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA DE MORA. INAPLICABILIDADE. O instituto da denúncia espontânea não exclui a multa de mora estipulada na legislação tributária, porquanto o seu pagamento é expressamente previsto para os casos em que o recolhimento do tributo ocorre espontaneamente após o vencimento da obrigação, sendo irrelevante questão a distinção doutrinária entre caráter indenizatório ou punitivo da sua exigência. Lançamento Procedente Às fls. 306/315 apresentou a Recorrente o Recurso Voluntário ora apreciado, no qual reiterou seus argumentos de defesa, no sentido de que tendo sido recolhido o tributo e 2 Fl. 324DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO, Assinado digitalmente em 20/03/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 2 os juros antes de qualquer procedimento fiscal, cabível a denúncia espontânea e, por tal razão, inaplicável a multa exigida. É o relatório. Voto Conselheiro André Almeida Blanco Sendo tempestivo o recurso, passo à sua apreciação. Ab initio, vejamos aqui o que reconheceu a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Ribeirão Preto na análise da Impugnação da ora Recorrente: Observo, inicialmente, que não há controvérsia no que diz respeito ao fato de o tributo ter sido recolhido extemporaneamente, que a contribuinte expressamente reconhece devido. Anoto que a contribuinte reconheceu a incidência de juros de mora, haja vista terem sido recolhidos. Dessa forma, cingese a discussão a questão unicamente de direito, a saber, o afastamento da multa de mora em face da denúncia espontânea versada no artigo 138 do Código Tributário Nacional (CTN). Como verificado, a discussão em análise restringese à possibilidade de aplicação da multa de mora em caso de denúncia espontânea. Para análise da situação, mister verificar inicialmente o que dispõe o Código Tributário Nacional sobre o assunto: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Como visto, o Código Tributário Nacional prevê que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora. Não há qualquer menção ao recolhimento da multa, seja ela de mora ou de ofício. O Superior Tribunal de Justiça, em acórdão de relatoria do Ministro Luiz Fux, hoje membro da Corte Suprema, já bem analisou a situação da seguinte forma: 3 Fl. 325DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO, Assinado digitalmente em 20/03/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE DÉBITO TRIBUTÁRIO ACOMPANHADO DO PAGAMENTO INTEGRAL. POSTERIOR RETIFICAÇÃO DA DIFERENÇA A MAIOR COM A RESPECTIVA QUITAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornandose exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): "No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, anobase 1995 e prontamente recolheu esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos 4 Fl. 326DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO, Assinado digitalmente em 20/03/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 2 termos do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." 6. Consequentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine. 7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1149022/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 24/06/2010) Referido posicionamento é seguido também pela Câmara Superior de Recursos Fiscais deste Tribunal, que assim já decidiu: CSLL DENÚNCIA ESPONTÂNEA NÃO INCIDÊNCIA DA MULTA DE MORA A teor da regra do art. 138 do Código Tributário Nacional, não incide a multa de mora ao pagamento espontâneo antes da ação fiscal mediante denúncia da infração. Recurso especial provido Por maioria de votos, DAR provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Cândido Rodrigues Neuber e Manoel Antonio Gadelha Dias que negaram provimento ao recurso. Manoel Antonio Gadelha Dias Presidente (Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF Primeira Turma ACÓRDÃO CSRF/0105.341 em 05.12.2005) Veja, com isso, que não há como se manter a exigência da multa moratória no presente caso, motivo pelo qual voto por DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, com o cancelamento integral do Auto de Infração. É como voto. (assinado digitalmente) André Almeida Blanco 5 Fl. 327DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO, Assinado digitalmente em 20/03/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO 6 Fl. 328DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO, Assinado digitalmente em 20/03/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 07/03/2014 por ANDRE ALMEIDA BLANCO
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Numero do processo: 13971.900868/2008-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/10/2004
RESULTADO DA DILIGÊNCIA. CRÉDITO SUFICIENTE.
Sendo a controvérsia discutida a respeito da suficiência de direito creditório utilizado em compensação, e, restando concluso pela Autoridade Preparadora, em Diligência Fiscal, que os valores utilizados em suficientes para os pagamentos/compensações realizados, é de se prover o recurso do contribuinte.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-002.343
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
João Carlos Cassuli Junior - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO (Presidente Substituto), FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO DEÇA, LUIZ CARLOS SHIMOYAMA (Suplente), SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, PEDRO SOUSA BISPO (Suplente), JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. Ausentes, justificadamente, as conselheiras NAYRA BASTOS MANATTA e SILVIA DE BRITO OLIVEIRA.
Nome do relator: JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/10/2004 a 31/10/2004 RESULTADO DA DILIGÊNCIA. CRÉDITO SUFICIENTE. Sendo a controvérsia discutida a respeito da suficiência de direito creditório utilizado em compensação, e, restando concluso pela Autoridade Preparadora, em Diligência Fiscal, que os valores utilizados em suficientes para os pagamentos/compensações realizados, é de se prover o recurso do contribuinte. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente em exercício (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO (Presidente Substituto), FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO DEÇA, LUIZ CARLOS SHIMOYAMA (Suplente), SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, PEDRO SOUSA BISPO (Suplente), JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. Ausentes, justificadamente, as conselheiras NAYRA BASTOS MANATTA e SILVIA DE BRITO OLIVEIRA.
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CRÉDITO SUFICIENTE. Sendo a controvérsia discutida a respeito da suficiência de direito creditório utilizado em compensação, e, restando concluso pela Autoridade Preparadora, em Diligência Fiscal, que os valores utilizados em suficientes para os pagamentos/compensações realizados, é de se prover o recurso do contribuinte. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho – Presidente em exercício (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 90 08 68 /2 00 8- 31 Fl. 115DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 3/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO (Presidente Substituto), FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D’EÇA, LUIZ CARLOS SHIMOYAMA (Suplente), SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, PEDRO SOUSA BISPO (Suplente), JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. Ausentes, justificadamente, as conselheiras NAYRA BASTOS MANATTA e SILVIA DE BRITO OLIVEIRA. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 3/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13971.900868/200831 Acórdão n.º 3402002.343 S3C4T2 Fl. 116 3 Relatório Tratamse os autos de Declaração de Compensação realizada pelo contribuinte, decorrente de pagamento indevido ou a maior de COFINS referente ao período de MAR/2004 sob o valor original de R$ 5.757,82 (cinco mil, setecentos e cinquenta e sete reais e oitenta e dois centavos) com parte de débito oriundo da mesma contribuição de competência de OUT/2004 sob o valor de R$ 6.247,23, (seis mil, duzentos e quarenta e sete reais e vinte e três centavos). Em análise à compensação transmitida a DRF de Blumenau indeferiu o pleito sob o argumento da inexistência de crédito, pois o valor do "DARF discriminado no PER/DCOMP havia sido utilizado para quitação de débitos”, não restando crédito disponível para compensação. O contribuinte insurgiuse, argüindo que a insuficiência de crédito para compensação se deveu a um erro no preenchimento da DCTF e da DACON e que em 20/05/2008 enviou DCTF e DACON retificadoras. Ainda, se diz estar amparado pelo princípio da Verdade Material, onde caberia ao fisco buscar esclarecimentos acerca das divergências encontradas, ofendendo ainda o princípio da razoabilidade, se apegando a um excesso de formalismo. O julgamento em primeira instância rechaçou os fundamentos da manifestação de inconformidade, apresentando entendimento de que, é ônus do contribuinte corrigir qualquer erro de informação em DACON e DCTF em tempo hábil. Esclareceu ainda que, como disposto no art. 170 do CTN, a compensação, para ser válida, demandaria a existência de crédito liquido e certo, o que não se apurou no presente caso. Afirmou não haver dúvidas de que a contribuinte retificou sua DCTF, porém o fez em data posterior à apresentação da DCOMP, o que retirou do crédito indicado a liquidez e certeza que a lei impõe a ele para que possa ser objeto de repetição. E ainda, finalizou pela improcedência da manifestação de inconformidade, mantendo a não homologação das compensações. O recurso foi apresentado nos mesmos termos da Manifestação de Inconformidade e no julgamento em 2ª instância o CARF houve por bem em converter o julgamento em diligência para que se verificasse a integralidade do crédito a ser compensado. Realizada a diligência foi apresentado parecer conclusivo, no sentido de que “o crédito disponível teria sido suficiente para efetivar a compensação”. Porém, após retornarem os autos de diligência, foi constatada a falta de intimação do contribuinte, para que o mesmo pudesse se manifestar acerca das conclusões adotadas pela Autoridade Preparadora nos termos do que dispõe o artigo 26 e seguintes da Lei 9.784/99, tendo subido os referidos autos diretamente ao CARF para novo julgamento Deste modo, o Colegiado houve por bem em converter o julgamento em diligência determinando o retorno dos autos à origem, objetivando dar ciência ao contribuinte do resultado da diligência realizada, bem como conceder o direito de manifestação no prazo de 30 dias. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 3/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 4 Em razão a solicitação do CARF, a Delegacia da Receita federal do Brasil de Blumenau, em 13/08/2013, emitiu o comunicado de intimação para o contribuinte. O contribuinte tomou conhecimento da intimação no dia 21/08/2013 pela abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Portal eCAC, através da opção consulta Comunicações/Intimações. Atendendo a intimação recebida, o contribuinte apresentou manifestação em 13/09/2013, na qual alegou que conforme a informação fiscal prestada pela Receita Federal o crédito utilizado para compensação realizada existe. Deste modo, pediu que fosse julgado procedente o recurso. Também argüiu o recebimento do pagamento por parte da Receita Federal do Brasil, afirmando que a quantia não fazia jus em tal ocasião. Tendo em vista o cumprimento da diligência, os autos foram encaminhados a este Conselho para a retomada do julgamento. DA DISTRIBUIÇÃO Tendo o processo sido distribuído a esse relator por sorteio regularmente realizado, vieram os autos para relatoria, por meio de processo eletrônico, em 1 (um) Volumes, numerado até a folha 90 (noventa), estando apto para análise desta Colenda 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Fl. 118DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 3/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13971.900868/200831 Acórdão n.º 3402002.343 S3C4T2 Fl. 117 5 Voto Conselheiro João Carlos Cassuli Junior, Relator. Retornam estes autos de diligência, designada pela Resolução nº. 3402 000.5531, por este mesmo Conselheiro proposta, a fim de que ao sujeito passivo do processo fosse dada ciência do resultado da diligência anteriormente determinada pelo Ilustre Conselheiro Julio Cesar Alves Ramos. Resumese inicialmente, que a controvérsia que aqui deparamonos é relativamente simples e sua solução não demanda quaisquer delongas. É que, diante de compensação efetuada pelo contribuinte e analisada pela “ulterior condição resolutória” da Receita Federal do Brasil discutiuse a efetiva existência do direito creditório alegado e sua suficiência para a compensação apresentada, posto que as declarações prestadas pelo contribuinte originalmente denotavam não haver a referida disponibilidade de valores, tendo sido retificadas apenas após pronunciamento da Autoridade Administrativa na análise da compensação. A diligência determinada pelo Ilustre Conselheiro Julio Cesar Alves Ramos, através da Resolução nº. 340200.1105 muito bem expressou o entendimento de que “(...) não é a apresentação de DCTF, ainda que retificadora, que faz nascer o indébito ou que lhe confere os atributos de liquidez e certeza necessários a que seja postulado em restituição ou utilizado para compensar algum outro tributo.”, de forma que houve por bem em descer o processo para a verificação efetiva das retificações apresentadas e, em observação à verdade material, a constatação da materialidade do indébito utilizado como crédito nas compensações pretendidas. E, como dito, a solução da contenta se tornou simples na medida em que a Informação Fiscal elaborada pela DRFBNU constatou ser suficiente o credito utilizado pelo contribuinte na compensação pretendida, não havendo, portanto, motivos para não se homologála. Importa ainda observar que a diligência inicialmente solicitada almejava justamente que se evidenciasse nestes autos a verdade material, sobrepondose o direito à forma, pois que, conforme bem lançado naquele julgamento, a materialidade do crédito não nasce com a declaração correta do mesmo, mas sim, exatamente, com o seu pagamento. Assim, o resultado afirmativo de que os créditos utilizados pelo contribuinte eram suficientes (considerandose as informações retificadas) para a compensação declarada, faz evidenciar que o princípio do processo administrativo fiscal anteriormente mencionado foi eficiente e acabou por dar à causa a solução mais justa, e, nos termos do que acima foi exposto, merece ser provido o recuso voluntário. Fl. 119DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 3/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 6 É como voto. (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior – Relator. Fl. 120DF CARF MF Impresso em 21/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 3/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 14/03/2014 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10980.726356/2011-03
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 11 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2010
MULTA ATRASO NA ENTREGA DACON. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
A teor da Súmula CARF nº 49, a denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.
INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA.
Conforme entendimento da Súmula CARF nº 2, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 1803-001.846
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Walter Adolfo Maresch Relator e Presidente Substituto.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch (presidente da turma), Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Victor Humberto da Silva Maizman, Marcos Antonio Pires e Sérgio Luiz Bezerra Presta.
Nome do relator: Walter Adolfo Maresch
1.0 = *:*
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2010 MULTA ATRASO NA ENTREGA DACON. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A teor da Súmula CARF nº 49, a denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA. Conforme entendimento da Súmula CARF nº 2, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch Relator e Presidente Substituto. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch (presidente da turma), Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Victor Humberto da Silva Maizman, Marcos Antonio Pires e Sérgio Luiz Bezerra Presta.
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DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A teor da Súmula CARF nº 49, a denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA. Conforme entendimento da Súmula CARF nº 2, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch – Relator e Presidente Substituto. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch (presidente da turma), Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Victor Humberto da Silva Maizman, Marcos Antonio Pires e Sérgio Luiz Bezerra Presta. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 63 56 /2 01 1- 03 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 22/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 21/04/201 4 por WALTER ADOLFO MARESCH 2 Relatório COTRANS LOCAÇÃO DE VEICULOS LTDA, ,pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida pela DRJ Curitiba (PR), interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. Trata o presente processo de notificação eletrônica de lançamento (fl. 40) emitida em virtude de entrega intempestiva da DACON. Alega a impugnante a nulidade da ação fiscal e da notificação de lançamento, capitulação legal equivocada, decadência e cobrança abusiva dos juros de mora. A DRJ CuritibaPR , através do acórdão nº 0639.992, de 27 de março de 2013 (fls. 48/52), julgou procedente o lançamento, ementando assim a decisão: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DO DACON. A entrega do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon após o prazo previsto pela legislação tributária sujeita a contribuinte à incidência da multa moratória correspondente. NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Ensejam a nulidade apenas os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. DECADÊNCIA. O prazo para o lançamento da multa por atraso na apresentação do DACON é de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte ao da data prevista para a entrega da respectiva declaração. Ciente da decisão em 26/04/2013, conforme Aviso de Recebimento – AR (fl. 56), apresentou o recurso voluntário em 21/05/2013, onde pugna pela improcedência do lançamento alegando estar albergada pelo instituto da denúncia espontânea e o caráter confiscatório da multa aplicada. É o relatório. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 22/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 21/04/201 4 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10980.726356/201103 Acórdão n.º 1803001.846 S1TE03 Fl. 92 3 Voto Conselheiro Walter Adolfo Maresch O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais para sua admissibilidade, dele conheço. Trata o presente processo de multa por atraso na entrega da DACON – Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais. Alega a recorrente que estaria albergada pelo instituto da denúncia espontânea preconizada no art. 138 do CTN, pois entregou a DACON antes de qualquer procedimento fiscal. Alude também quanto ao caráter confiscatório da multa de ofício aplicada, o que ensejaria a sua inconstitucionalidade e conseqüente desconstituição do lançamento. Não assiste razão à interessada. As matérias alegadas no recurso voluntário não foram objeto de prequestionamento na impugnação, mas em homenagem ao amplo direito de defesa serão apreciadas no presente voto. Com relação ao caráter confiscatório da multa de ofício aplicada, temse que é defeso ao colegiado julgador administrativo enveredar na análise da constitucionalidade da lei tributária, prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário, conforme entendimento cristalizado na Súmula CARF nº 02: Súmula CARF nº 2: o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Melhor sorte não colhe a recorrente no que tange as alegações em relação ao instituto da denúncia espontânea cujos contornos estão definidos no art. 138 do Código Tributário Nacional. Com efeito, o acolhimento da tese da denúncia espontânea quando presentes seus pressupostos, somente se aplica em relação à multa de mora incidente sobre tributos pagos em atraso e não sobre obrigações acessórias (multa pelo atraso na entrega de declarações por exemplo). Neste sentido, a Súmula CARF nº 49: Súmula CARF nº 49, a denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Fl. 93DF CARF MF Impresso em 22/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 21/04/201 4 por WALTER ADOLFO MARESCH 4 Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch – Relator Fl. 94DF CARF MF Impresso em 22/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 21/04/201 4 por WALTER ADOLFO MARESCH
score : 1.0
Numero do processo: 11020.720391/2007-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Mar 13 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006
COFINS - RESSARCIMENTO - CRÉDITOS EXPORTAÇÃO - GLOSA REFERENTE A TRIBUTO NÃO CONSTITUÍDO - IMPOSSIBILIDADE.
Na análise de Pedido de Ressarcimento cabe a autoridade fiscal verificar a existência e adequação do crédito pleiteado pelo contribuinte para, em momento posterior, quando for o caso, promover a compensação de ofício, com débitos que estejam eventualmente constituídos e em aberto. Se constatado que determinado valor não foi submetido à tributação pelo contribuinte, cabe ao Fisco, primeiramente, promover o lançamento, para que então esteja autorizado a promover sua cobrança. Imprescindível a constituição do crédito tributário (débito) para que possa ser promovida sua cobrança. Descabida a glosa de créditos cujo ressarcimento foi pleiteado, com base em débito inexistente, posto que não constituído, seja pelo contribuinte, seja pelo Fisco. Impossível, ainda, a compensação de ofício de débito não constituído.
COFINS - BASE DE CÁLCULO - CRÉDITO DE ICMS - NÃO INCIDÊNCIA.
A transferência de créditos de ICMS para terceiros está prevista na legislação estadual específica, e representa mera mutação patrimonial. Na hipótese não há que obtenção de novas receitas.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3302-002.435
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Os conselheiros Paulo Guilherme Déroulède e Maria da Conceição Arnaldo Jacó acompanharam a relatora pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente.
(assinado digitalmente)
FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS - Relatora.
EDITADO EM: 27/02/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Fabiola Cassiano Keramidas, Gileno Gurjão Barreto, Paulo Guilherme Deroulede, Alexandre Gomes, Maria da Conceição Arnaldo Jacó.
Nome do relator: FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 COFINS - RESSARCIMENTO - CRÉDITOS EXPORTAÇÃO - GLOSA REFERENTE A TRIBUTO NÃO CONSTITUÍDO - IMPOSSIBILIDADE. Na análise de Pedido de Ressarcimento cabe a autoridade fiscal verificar a existência e adequação do crédito pleiteado pelo contribuinte para, em momento posterior, quando for o caso, promover a compensação de ofício, com débitos que estejam eventualmente constituídos e em aberto. Se constatado que determinado valor não foi submetido à tributação pelo contribuinte, cabe ao Fisco, primeiramente, promover o lançamento, para que então esteja autorizado a promover sua cobrança. Imprescindível a constituição do crédito tributário (débito) para que possa ser promovida sua cobrança. Descabida a glosa de créditos cujo ressarcimento foi pleiteado, com base em débito inexistente, posto que não constituído, seja pelo contribuinte, seja pelo Fisco. Impossível, ainda, a compensação de ofício de débito não constituído. COFINS - BASE DE CÁLCULO - CRÉDITO DE ICMS - NÃO INCIDÊNCIA. A transferência de créditos de ICMS para terceiros está prevista na legislação estadual específica, e representa mera mutação patrimonial. Na hipótese não há que obtenção de novas receitas. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Os conselheiros Paulo Guilherme Déroulède e Maria da Conceição Arnaldo Jacó acompanharam a relatora pelas conclusões. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS - Relatora. EDITADO EM: 27/02/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Fabiola Cassiano Keramidas, Gileno Gurjão Barreto, Paulo Guilherme Deroulede, Alexandre Gomes, Maria da Conceição Arnaldo Jacó.
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Na análise de Pedido de Ressarcimento cabe a autoridade fiscal verificar a existência e adequação do crédito pleiteado pelo contribuinte para, em momento posterior, quando for o caso, promover a compensação de ofício, com débitos que estejam eventualmente constituídos e em aberto. Se constatado que determinado valor não foi submetido à tributação pelo contribuinte, cabe ao Fisco, primeiramente, promover o lançamento, para que então esteja autorizado a promover sua cobrança. Imprescindível a constituição do crédito tributário (débito) para que possa ser promovida sua cobrança. Descabida a glosa de créditos cujo ressarcimento foi pleiteado, com base em “débito” inexistente, posto que não constituído, seja pelo contribuinte, seja pelo Fisco. Impossível, ainda, a compensação de ofício de débito não constituído. COFINS BASE DE CÁLCULO CRÉDITO DE ICMS NÃO INCIDÊNCIA. A transferência de créditos de ICMS para terceiros está prevista na legislação estadual específica, e representa mera mutação patrimonial. Na hipótese não há que obtenção de novas receitas. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Os conselheiros Paulo Guilherme Déroulède e Maria da Conceição Arnaldo Jacó acompanharam a relatora pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 72 03 91 /2 00 7- 45 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 13/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 2 (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora. EDITADO EM: 27/02/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Fabiola Cassiano Keramidas, Gileno Gurjão Barreto, Paulo Guilherme Deroulede, Alexandre Gomes, Maria da Conceição Arnaldo Jacó. Relatório Tratase de pedido de ressarcimento de COFINS recolhido pelo regime da não cumulatividade. Por retratar a realidade dos fatos, adoto o relatório da decisão de primeira instância administrativa, verbis: “O contribuinte supracitado solicitou ressarcimento de contribuição não cumulativa (COFINS não cumulativa), conforme pedido constante nos autos. O pedido foi deferido parcialmente, visto que o contribuinte não considerou na base de cálculo do tributo devido o valor das cessões de créditos de ICMS. O interessado apresentou, tempestivamente, manifestação de inconformidade, endereçada a esta Delegacia de Julgamento, onde discorda da glosa efetuada. Alega que haveria uma alteração qualitativa da classificação contábil, que não implicaria em receita tributável, e, por isso, não existe previsão legal para a tributação. Admite, para fins de argumentação, que se de receita se tratasse, ela seria qualificada como receita de exportação e estaria isenta e imune à incidência das contribuições ao PIS e COFINS, pois a exportação é a causa imediata da manutenção dos créditos e de sua transferência para terceiros. Traz doutrina e jurisprudência para fundamentar seus raciocínios de defesa.” Fl. 100DF CARF MF Impresso em 13/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 11020.720391/200745 Acórdão n.º 3302002.435 S3C3T2 Fl. 11 3 Após analisar as alegações trazidas pela Recorrente, a Segunda Turma da DRJ de Porto Alegre lavrou o acórdão nº 1024.181, por meio do qual manteve a glosa realizada pela autoridade administrativa com base na seguinte ementa, a saber: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 CESSÃO DE ICMS INCIDÊNCIA DE PIS/PASEP E COFINS . A cessão de direitos de ICMS compõe a receita do contribuinte, sendo base de cálculo para o PIS/PASEP e a COFINS até a edição dos arts.7°, 8° e 9° da Medida Provisória 451, de 15 de dezembro de 2008. Rest/Ress. Indeferido Comp. não homologada.” Irresignada, a Recorrente interpôs recurso voluntário por meio do qual reiterou as razões trazidas em sua impugnação. É o relatório. Voto Conselheira FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Tratase de pedido de ressarcimento de crédito de COFINS, decorrente do resultado positivo (saldo credor) do período apurado (1) com base nos insumos utilizados pela contribuinte em sua atividade, os quais foram devidamente quantificados e apresentados à fiscalização (valor positivo) e (2) na indicação do valor devido a título de COFINS, regularmente declarado em DCTF (valor negativo). Conforme se verifica dos termos do relatório da Fiscalização (fls. 08/09), in casu, a glosa dos créditos ocorreu em razão de a fiscalização entender que o contribuinte não calculou seu débito de COFINS do período (item 2 acima citado) da forma correta, a saber: “No período contemplado pelo presente processo, o contribuinte efetuou operações de transferências de créditos de ICMS a terceiros, mas não reconheceu as receitas decorrentes dessas alienações de direitos a terceiros. Não obstante, o art. 1° da lei 10.833/03 determina que a base de cálculo da COFINS abrange todas as receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua classificação contábil ou denominação e, por outro lado, não cita essas receitas dentre as exclusões da base de cálculo enumeradas em seu §3°: Fl. 101DF CARF MF Impresso em 13/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 4 “Lei 10.833, de 29/12/2003: Art. 1 A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1 Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas á demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2 A base de cálculo da contribuição é o valor do faturamento, conforme definido no caput. § 3 Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: I isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota O (zero); II nãooperacionais, decorrentes da venda de ativo permanente; III auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; IV de venda de álcool para fins carburantes; (NR da lei 10.865/04) V referentes a: a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados como receita. A alienação a terceiros de bens e direitos do seu ativo — seja do circulante, realizável a longo prazo ou permanente, importa no auferimento de receitas. É o que dita a Resolução n° 774, de 16/12/1994, do Conselho Federal de Contabilidade, que aprovou o apêndice à Resolução sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade: Resolução N° 774, de 16112194, do CFC: 2.6.3 ALGUNS DETALHES SOBRE AS RECEITAS E SEU RECONHECIMENTO A receita é considerada realizada no momento em que há a venda de bens e direitos da Entidade entendida a palavra "bem" em sentido amplo, incluindo toda sorte de mercadorias, produtos, serviços, inclusive equipamentos e imóveis , com a transferência da sua propriedade para Fl. 102DF CARF MF Impresso em 13/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 11020.720391/200745 Acórdão n.º 3302002.435 S3C3T2 Fl. 12 5 terceiros, efetuando estes o pagamento em dinheiro ou assumindo compromisso firme de fazêlo num prazo qualquer.” Isto é, o crédito em questão não foi glosado pela insuficiência/irregularidade de insumos, mas pelo entendimento de que a Recorrente, ao calcular o COFINS devido no período, deixou de considerar na base de cálculo do tributo o valor relativo ao Crédito de ICMS não cumulativo, o que gerou a conclusão de recolhimento a menor do tributo. O problema, portanto, da equação apresentada, é no quantum que representa o débito, não no valor crédito. Neste sentido, tendo o Fisco constatado que a Recorrente não apurou (não lançou e não pagou) tais débitos, ao manifestarse sobre o direito ao ressarcimento de créditos que a Recorrente apurou (objeto do Pedido de Ressarcimento ora sob análise), houve por bem glosar parte dos créditos pleiteados. Ou seja, na análise da procedência ou não dos créditos apurados pela Recorrente, cujo ressarcimento pleiteou, o Fisco lhe negou o direito a parte de tais créditos, porque “descontou”, do total de créditos pleiteados, o débito de COFINS que não foi anteriormente apurado pela Recorrente (sobre o crédito de ICMS, acima referido). Pareceme, evidente, que o Agente Fiscal incorreu em grave erro. Afinal, confundiu a análise do crédito de COFINS – cujo pedido de ressarcimento pleiteado é objeto dos autos – com um débito de COFINS que deixou de ser apurado e lançado pela contribuinte. Promoveu verdadeira compensação de ofício sem que, contudo, o valor do débito tivesse sido antes constituído. Realizou, portanto, cobrança de tributo sem o respectivo lançamento. Ora, o Agente Fiscal concluiu através de suas verificações, que a Recorrente deixou de incluir determinado valor na base de cálculo da COFINS (correspondente ao crédito de ICMS). E tal conclusão se deu porque a Recorrente não declarou este valor em sua DCTF e, consequentemente, deixou de constituir este tributo. Neste momento, portanto, a fiscalização localizou valor não lançado que em seu entender seria devido pela Recorrente. Deveria, então, promover, em primeiro lugar, o lançamento de tal valore, para que fosse possível estabelecer sua cobrança (ou compensação de ofício). Afinal, é cediço que para que seja possível cobrar quaisquer valores, a título de tributo, estes devem estar definitivamente constituídos – seja através de lançamento por homologação (Art. 150,§4º do CTN), seja através de lançamento de oficio (Art. 142 do CTN). Entretanto, no presente caso, considerando que a Recorrente não ofereceu tais valores à tributação – daí, inclusive que surgiu o questionamento fiscal – e que nestes autos não foi efetuado nenhum lançamento de ofício, os valores em questão jamais foram constituídos definitivamente. Assim, faltalhes requisito essencial para a pretensa cobrança, por parte da Autoridade Fiscal. Esta razão já seria suficiente para a improcedência da glosa em comento. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 13/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 6 Vale destacar, que com isso não entendo que a fiscalização deve ressarcir os contribuintes de valores aos quais eles não têm direito. Na hipótese de o mencionado débito ter sido adequadamente constituído, o procedimento correto que o Fisco deveria ter adotado seria o de (i) verificar a procedência (e deferimento) do crédito pleiteado e, posteriormente, (ii) avaliar se existiam débitos do contribuinte em aberto, (iii) para então promover a compensação de ofício (que deveria seguir o rito estabelecido pela IN nº 900/08). Ou seja, a administração, da mesma forma, não procederia à mencionada restituição. De toda forma, equivocado o procedimento que foi adotado no presente caso, de glosar o “crédito” a que o contribuinte tem direito, em razão de ter sido constatada a apuração e manutenção em aberto de “débitos” da contribuição. Afinal, na análise da procedência do direito ao “crédito” o Fisco deveria ter deferido integralmente o direito do contribuinte e, em momento posterior, se fosse o caso (ou seja, se houvesse crédito constituído e aberto), promover a quitação de eventual “débito” (constituído e em aberto) com o “crédito” reconhecido, efetuando, nestes termos, a compensação de oficio e a restituição do valor (crédito) remanescente. Assim, também sob esse prisma está inadequado o procedimento adotado pela Autoridade Fiscal. De todo modo, considerando que o débito em questão não foi sequer constituído, não haveria também condições de se promover a compensação de ofício nos moldes referidos. Tendo em vista que o julgamento é realizado por um órgão colegiado, em vista da possibilidade de meus pares não concordarem com minhas conclusões preliminares, por si só suficientes para cancelar a exigência desta exação, passo a analisar o mérito da glosa. Vejamos. De acordo com os autos, a autoridade administrativa entende que deve ser incluído na base de cálculo do PIS e Cofins o produto da venda de créditos acumulados de ICMS, uma vez que a regra matriz deste tributo determina sua incidência sobre a totalidade de receitas. É o que se depreende do caput do artigo 1º, da Lei nº 10.833/03, a saber: “Lei 10.833, de 29/12/2003. Art. 1° A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.” (destaquei) Ao analisar todo o texto da norma legal, concluo que a questão em discussão depende exatamente de conceituar o valor que se pretende tributar como receita, pois é este o critério que define a tributação, tanto que o legislador pretendeu buscar a receita onde quer que se encontrasse, mesmo que estivesse registrada em classificação contábil diversa. Em meu entender, exatamente neste ponto que o legislador deixou de se preocupar com a forma, definindose pela essência, quando acenou que a tributação independe de o valor estar registrado como receita, sendo necessário que seja efetivamente uma receita. Neste aspecto, o valor recebido como pagamento pelo crédito acumulado de ICMS não está adequado ao conceito de receita que o legislador originário pretendeu alcançar. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 13/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 11020.720391/200745 Acórdão n.º 3302002.435 S3C3T2 Fl. 13 7 Inicialmente, é necessário esclarecer que o saldo credor de ICMS, no demonstrativo contábil da apuração do resultado do exercício, será sempre o valor do "débito" do ICMS, pois é o resultado negativo da conjunção dos créditos referentes aos valores de ICMS pago pela Recorrente nas aquisições (registrados na conta de passivo exigível) com os débitos deste mesmo ICMS recebidos pela Recorrente nas operações de venda. Em razão do princípio da não cumulatividade, nas operações de venda de mercadorias, a nota fiscal é emitida com o destaque do ICMS devido, que é pago pelo contribuinte final e deduzido dos créditos de ICMS até então pagos pela contribuinte, somente quando o valor dos créditos, no mês, supera o de débitos, a contribuinte apura saldo de ICMS a recuperar. Conforme lecionado pelo ilustre Conselheiro Gileno Gurjão Barreto1, “Os créditos acumulados já foram "débitos", de outra pessoa jurídica, cuja receita fora tributada pelo COFINS e está no preço da mercadoria pago por esta contribuinte. Os créditos serão ativo próprio, a ser deduzido do passivo, em contas patrimoniais. Afirmar que a cessão de créditos seria receita seria o mesmo que tentar tributar os créditos de ICMS como se receitas fossem; o que seria absolutamente incoerente do ponto de vista contábil e, consequentemerite, jurídico.” A transferência de créditos de ICMS para terceiros está prevista na legislação estadual específica, e representa mera mutação patrimonial, em valores idênticos, sem obtenção de receitas. Neste sentido, em sentido oposto ao entendimento da DRF, entendo que somente haveria que se falar em tributação se houvesse algum ágio na operação em comento, momento em que poderia ser imaginado um aumento patrimonial. Desta forma, com razão a Recorrente em não incluir na base de cálculo do COFINS o valor referente à venda de crédito acumulado de ICMS. Ante o exposto, DOU PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, para garantir o direito à restituição integral do crédito de COFINS, objeto deste processo. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora 1 Julgamento do processo administrativo nº 11065.005554/200316, Recurso nº 130.416; Acórdão nº 20179.964. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 13/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 8 Fl. 106DF CARF MF Impresso em 13/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/02/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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