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Numero do processo: 10830.010605/2007-74
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO VERIFICADA.
Verificada omissão no acórdão, os embargos de declaração devem ser acolhidos para que se supra tal equívoco.
No caso, também a matéria exclusão da despesa de IOF na base de cálculo da IRPJ deverá ser devolvida à Turma a quo.
Numero da decisão: 9101-003.413
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para, re-ratificando o Acórdão nº 9101-002.464, de 20/10/2016, sanar a omissão apontada, mantendo inalterado o resultado do julgamento, com retorno dos autos ao colegiado de origem.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
Gerson Macedo Guerra - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: GERSON MACEDO GUERRA
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO VERIFICADA. Verificada omissão no acórdão, os embargos de declaração devem ser acolhidos para que se supra tal equívoco. No caso, também a matéria exclusão da despesa de IOF na base de cálculo da IRPJ deverá ser devolvida à Turma a quo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para, reratificando o Acórdão nº 9101002.464, de 20/10/2016, sanar a omissão apontada, mantendo inalterado o resultado do julgamento, com retorno dos autos ao colegiado de origem. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 01 06 05 /2 00 7- 74 Fl. 805DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos pelo Contribuinte em epígrafe diante do Acórdão de nº 9101002.464, onde, dandose parcial provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, decidiuse serem indedutíveis os encargos financeiros incorridos em empréstimos com empresa ligada, utilizados em adiantamentos para futuro aumento de capital (AFAC) em outra empresa ligada, sem o repasse, a esta, dos mesmos ônus, no período que medeia o desembolso desses adiantamentos até a sua efetiva conversão em aumento de capital. Decidiuse, ainda, naquela ocasião, que os autos deveriam retornar à Turma a quo, para julgamento das demais matérias constantes do Recurso Voluntário, não analisadas quando de sua apreciação pela Turma Ordinária, face ao acatamento de uma das matérias ali aventadas. Constou da parte dispositiva do voto do Relator, então Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão, as seguinte matérias constantes do Recurso Voluntário: “(...) Do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso especial da Fazenda Nacional, em virtude do retorno à Turma a quo com segue. Deve o presente processo, em consequência, retornar à instância a quo, para decisão quanto aos demais argumentos da então Recorrente, a saber: a) a impossibilidade de se realizar lançamento reflexo na hipótese, posto que a CSLL possui base de cálculo própria, sendo que, à exceção do art. 13 da Lei nº 9.249, nenhuma outra despesa pode ser adicionada à sua base de cálculo, b) exclusão da despesa de IOF na base da CSLL; c) Ilegalidade da utilização do cálculo dos juros de mora com base na taxa SELIC.” Contudo, alegou o Contribuinte embargante que ao assim decidir o v. acórdão embargado incorreu em omissão quanto ao fato de que o argumento mencionado no item "b" (exclusão da despesa de IOF na base de cálculo da CSLL) aplicase também ao IRPJ, e não só à CSL. Aduz o Contribuinte que demonstrou no item III do Recurso Voluntário interposto que, ainda que fosse mantida a glosa, certo é que a dedutibilidade do IOF pago em razão do empréstimo contraído independe da dedutibilidade dos juros incidentes. Isto porque, como demonstrado no Recurso Voluntário interposto, as despesas decorrentes do pagamento de tributos incidentes na atividade empresarial são Fl. 806DF CARF MF Processo nº 10830.010605/200774 Acórdão n.º 9101003.413 CSRFT1 Fl. 804 3 dedutíveis na apuração do lucro real por expressa determinação legal contida no art. 41 da Lei 8.981/950, reproduzida no art. 299 do RIR/99. Referidos embargos foram admitidos pelo então presidente da 1ª Turma da CSRF. É o relatório. Voto Conselheiro Gerson Macedo Guerra, Relator Como visto, ao reverter a decisão proferida pela turma ordinária o relator do voto condutor identificou ser necessário o pronunciamento acerca das outras questões de mérito que haviam sido levantadas no recurso e que não haviam sido enfrentadas, em face do provimento integral que fora dado. Contudo, ao fazêlo, efetivamente omitiuse com relação a um dos argumentos de defesa que havia sido apresentado quando da interposição do recurso especial, precisamente nos moldes em que o contribuinte ora aponta. De fato, no item III do recurso voluntário, cujo título é “Da dedutibilidade do IOF em qualquer hipótese” (efls. 428), a embargante sustenta que o IOF seria dedutível também do IRPJ, em face do quanto disposto no art. 41 da Lei 8.981/95 (art. 344 do RIR/99). Já no item IV do mesmo recurso, trata da “Da dedutibilidade em qualquer hipótese dos juros e do IOF quanto à CSL”. A alegação de que o IOF seria dedutível também do IRPJ consta, inclusive, do relatório da decisão recorrida (Acórdão 140100.344), nos seguintes termos: “Inconformada com a autuação, a Recorrente (...) aduziu, com relação à glosa das despesas, o seguinte: (...) 6) que nos termos do art. 41, da lei nº 8.981/90 (sic), os encargos decorrentes do pagamento de tributos são dedutíveis da base de formação da renda;” Assim, ao analisarse a correlação existente entre os itens ‘a’ e ‘b’ da parte dispositiva do voto condutor e os itens III e IV do recurso voluntário, percebese a ausência de menção a este específico ponto, uma vez que referido no voto apenas a necessidade de pronunciamento da turma a quo acerca da exclusão da despesa de IOF na base de cálculo da CSLL. Portanto, caracterizada a apontada omissão. Nesse contexto, acolho os embargos, para sanar referida omissão constante do Acórdão embargado, sem efeitos infringentes. (assinado digitalmente) Fl. 807DF CARF MF 4 Gerson Macedo Guerra Fl. 808DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10140.721764/2013-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2010, 2011, 2012, 2013
PEDIDO DE IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO APÓS INÍCIO DA AÇÃO FISCAL.
Correto o entendimento da instância a quo, tendo em vista que a referida matéria refoge do lançamento fiscal, não sendo de competência das instâncias julgadoras a sua análise, nos termos do decreto 70.235/72. Eventual dissenso devo ser resolvido no âmbito da Delegacia da Receita, inclusive para promoção de recurso no âmbito daquela unidade da Receita Federal.
Numero da decisão: 2401-005.273
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento. Processo julgado na sessão do dia 07/02/2018, no período da tarde.
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Alfredo Duarte Filho e Rayd Santana Ferreira. Ausentes os Conselheiros Miriam Denise Xavier, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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Correto o entendimento da instância a quo, tendo em vista que a referida matéria refoge do lançamento fiscal, não sendo de competência das instâncias julgadoras a sua análise, nos termos do decreto 70.235/72. Eventual dissenso devo ser resolvido no âmbito da Delegacia da Receita, inclusive para promoção de recurso no âmbito daquela unidade da Receita Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 0. 72 17 64 /2 01 3- 14 Fl. 1501DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negarlhe provimento. Processo julgado na sessão do dia 07/02/2018, no período da tarde. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess – Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Alfredo Duarte Filho e Rayd Santana Ferreira. Ausentes os Conselheiros Miriam Denise Xavier, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e Fernanda Melo Leal. Fl. 1502DF CARF MF Processo nº 10140.721764/201314 Acórdão n.º 2401005.273 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Tratam os presentes de Auto de Infração de fls. 3/21, acompanhado do demonstrativo de fl. 2 e do Termo de Verificação Fiscal de fls. 22/53, relativo ao imposto sobre a renda de pessoa física dos anoscalendário 2009 a 2012, por meio do qual foi apurado crédito tributário no montante de R$ 1.430.067,61, composto da seguinte forma: R$ 496.643,35 relativo ao Imposto; R$ 188.459,21 de Juros de mora (calculados até 09/2013); e R$ 744.965,05 de Multa Proporcional. Consta da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fl. 5/6), que o lançamento é decorrente da omissão de rendimentos caracterizada por juros recebidos de pessoa jurídica e ganho de capital na alienação de bens e direitos. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fls. 22/53), o Autuado alienou participações nas empresas SEBIVAL SEGURANÇA BANCÁRIA INDUSTRIAL E DE VALORES LTDA, CNPJ 03.269.974/000163 e SETAL SERVIÇOS ESPECIALIZADOS TÉCNICOS E AUXILIARES LTDA CNPJ 03.915.345/000163, e apurou e recolheu parcialmente o imposto sobre o ganho de capital correspondente, bem como o imposto sobre os juros relativos às parcelas do preço postergadas. O ganho de capital e o correspondente imposto devido estão demonstrados no Anexo II do Termo de Verificação Fiscal, fl. 55 dos autos, e os juros recebidos estão demonstrados no Anexo III, fl. 60. As multas aplicadas foram qualificadas, conforme consta da Seção VI do Termo de Verificação, fl. 46. Devidamente cientificado, o Interessado apresentou, tempestivamente, impugnação parcial (fls. 1.388/1.392), estabelecendo como ponto controverso a qualificação da multa, vez que não houve omissão de parcelas recebidas do preço, nem omissão relativa à venda da SETAL (cujas informações estavam disponíveis para o Fisco por meio das declarações de rendimentos e de outras fontes de informação), nem conduta ajustada ou conluio entre os membros da família Dodero, que apenas tiveram entendimento uniforme quanto à aplicação da isenção prevista no artigo 4°, alínea “d”, do DecretoLei n° 1.510/1976. Quanto ao não recolhimento do imposto sobre o recebimento do preço parcelado, alega que decorreu de simples lapso não doloso. Além disso, informa que parcelará o imposto não contestado e por fim requer: i) imputação dos recolhimentos efetuados após o início do procedimento, referidos no item 88 do relato fiscal, com a multa de 75% (inciso I, artigo 44 da Lei n° 9.430/96) reduzida de 50% pelo pagamento no prazo de 30 dias de ciência do lançamento; Fl. 1503DF CARF MF 4 ii) exclusão da multa qualificada, mantendose a multa do inciso I, artigo 44, da Lei nº 9.430/96. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande (MS) lavrou Decisão Administrativa textualizada no Acórdão nº 0435.620 da 4ª Turma da DRJ/CGE, às fls. 1.400/1.408, julgando procedente a impugnação apresentada em face do lançamento, mantendo o crédito tributário exigido em parte. Recordese: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2010, 2011, 2012, 2013 GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA. Na apuração do ganho de capital serão consideradas as operações que importem alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, desapropriação, dação em pagamento, doação, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratos afins. ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA. ISENÇÃO DO DECRETOLEI Nº 1.510, DE 1976. REVOGAÇÃO DA ISENÇÃO PELA LEI Nº 7.713, DE 1988. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE DIREITO ADQUIRIDO. Para as ações adquiridas após a revogação do Decretolei nº 1.510, de 1976, sob a égide da Lei nº 7.713, de 1988, inaplicável o instituto do direito adquirido, para efeito do benefício da isenção do ganho de capital na alienação das ações. A alienação de participação societária adquirida sob a égide do artigo 4º, alínea “d”, do Decretolei nº 1.510, de 1976, após decorridos cinco anos da aquisição, não garante o direito à isenção, que pode ser modificada ou revogada, por lei, aplicandose a lei vigente na data da alienação, quando ocorre o fato gerador da obrigação tributária. QUALIFICAÇÃO DA MULTA A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de condutas previstas para tanto. Impugnação Procedente Crédito Tributário Mantido em Parte” Após o julgamento, em 10/09/2014, a Secretaria da Receita Federal do Brasil proferiu despacho de encaminhamento nos seguintes termos (fl. 1.417): Fl. 1504DF CARF MF Processo nº 10140.721764/201314 Acórdão n.º 2401005.273 S2C4T1 Fl. 4 5 “Sr. Chefe, Em face de possíveis inconsistências na alimentação do resultado do julgamento no sistema Sief, propomos o retorno do presente processo a DRJ/CGE para análise.” Na sequência, em 11/09/2014 os autos retornaram à unidade preparadora com o seguinte despacho de encaminhamento (fl. 1.421): “A unidade preparadora devolveu o processo em face de possíveis inconsistências na alimentação do resultado do julgamento no sistema sief (fls. 1417), o que se confirma confrontando o acórdão com o extrato do siefprocessos às fls. 1410/1411. Realizada a correção do resultado do julgamento no siefprocessos, conforme extrato às fls. 1419/1420, encaminhamos à unidade preparadora para prosseguimento.” Adiante, às fls. 1.423/1.425 o Recorrente apresentou requerimento informando ter efetuado a quitação do parcelamento referente ao Processo 19709.720.004/201391, e que no entender dele, resta ser apreciado apenas o item 4.1 da Impugnação, já que a multa aplicada foi reduzida em face da opção pela Lei nº12.996/14. Em razão disso, em 15/09/2014 a Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB proferiu novo despacho de encaminhamento para nova análise e correção de planilha de cálculo (fl. 1.429). Confirase: “DESPACHO DE ENCAMINHAMENTO Sr. Chefe,Considerando que tivemos que retornar o presente processo a DRJ/CGE para correção do resultado de julgamento e que o contribuinte apresentou requerimento de fls. 1422 a 1425 informando que efetuou a quitação do parcelamento do proc 197097220004/2013 91 e que no entender dele resta ser apreciado apenas o item 4.1, já que a multa aplicada foi reduzida em face da opção pela Lei 12.996/14.Sendo assim,encaminhamos o processo a SACAT/CAJ para que seja efetuada uma nova análise e correção na planilha de cálculo.” Por fim, a Seção de Controle e Acompanhamento Tributário – SACAT da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campo Grande/MS proferiu informação fiscal contida nas folhas 1.438/1.439 propondo o seguinte: “Tratase de Auto de Infração de imposto de renda pessoa física IRPF sobre ganho de capital e omissão de rendimentos dos períodos base 2009, 2010, 2011 e 2012. Na impugnação o contribuinte alega que efetuou pagamentos de IRPF sobre ganho de capital da competência janeiro de 2009 que não foram aproveitados na apuração fiscal. Então, solicita que sejam imputados agora. Fl. 1505DF CARF MF 6 O acórdão da DRJ decidiu que esse procedimento pode ser realizado pela unidade local. Faremos assim, a apropriação dos pagamentos ao débito pela alocação proporcional, considerando redução de 50% da multa de ofício lançada de 150%, que passa a 75%, haja vista o pagamento no prazo da impugnação. Os pagamentos totalizaram R$ 59.651,19 e foram efetuados no mês de dezembro de 2012. Tanto os pagamentos como o principal foram corrigidos pelo mesmo índice da taxa Selic até outubro de 2013, prazo final da impugnação. Vale observar que o contribuinte realizou parcelamento e deixou em aberto os valores da terceira coluna da tabela abaixo, que, após alocação proporcional, remanesceram os saldos conforme demonstrativo a seguir: Posto isso, proponho o retorno do processo à SACAT PF para implementação no sistema e demais providências. À consideração superior. Campo Grande – MS, 11 de fevereiro de 2015.” O contribuinte foi cientificado da decisão de 1ª instância em 25/03/2015, conforme certidão de fl. 1.472, por intermédio do seu procurador regularmente constituído (fl. 1.473). Inconformado com a decisão exarada pelo órgão julgador a quo, o Recorrente interpôs Recurso Voluntário (fls. 1.480/1.482), argumentando o que segue: (i) Assim, entende o Recorrente que o Julgador singular deveria ter se manifestado quanto a multa aplicável quando do cálculo da imputação pela utilização dos recolhimentos de 28.12.12 no valor de R$ 59.651,19 para quitação de créditos tributários do PA: janeiro/2009. Caberia, dizer se existindo crédito em favor da Recorrente, a imputação se faria levando em consideração a multa imposta no lançamento de ofício ou a multa de ofício reduzida pela decisão singular. (ii) A omissão do julgador singular levou a unidade preparadora a imputar o recolhimento de 28.12.12, no valor de R$ 59.651,19 em desacordo com o conteúdo do acórdão recorrido que reduziu a multa de ofício para 75% nos termos previsto no inciso I do artigo 44 da Lei n° 9.430/1996. Fl. 1506DF CARF MF Processo nº 10140.721764/201314 Acórdão n.º 2401005.273 S2C4T1 Fl. 5 7 (iii) Isto posto, espera o acolhimento do presente Recurso, com a conseqüente aplicação da multa reduzida na decisão singular, para efeito da imputação do recolhimento de 28.12.12, por ser medida de inteira JUSTIÇA. É o relatório. Fl. 1507DF CARF MF 8 Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa – Relatora 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O Recorrente foi cientificado da r. decisão em debate no dia 25/03/2015 conforme certidão à fl. 1.472, e o Recurso Voluntário foi interposto, TEMPESTIVAMENTE, no dia 02/04/2015, razão pela qual CONHEÇO DO RECURSO já que presentes os requisitos de admissibilidade. 2. DO MÉRITO 2.1. Da multa de ofício. Inferese dos autos, que a Turma julgadora em primeira instância administrativa deu provimento à impugnação apresentada pelo contribuinte, no que se refere a multa de ofício, entendendo ser incabível a qualificação da multa de ofício aplicada ao lançamento, devendo esta ser reduzida para 75%, nos termos do disposto no artigo 44, inciso I da Lei nº 9.430, de 1996. O Recorrente se insurge no sentido de que a decisão recorrida deveria ter se manifestado quanto a multa aplicável quando do cálculo da imputação pela utilização dos recolhimentos de 28.12.12 no valor de R$ 59.651,19 para quitação de créditos tributários do PA: janeiro/2009. Sustenta que a omissão do julgado levou a unidade preparadora a imputar o recolhimento de 28.12.12, no valor de R$ 59.651,19 em desacordo com o conteúdo do acórdão recorrido que reduziu a multa de ofício para 75% nos termos previsto no inciso I do artigo 44 da Lei n° 9.430/1996. Assim, requer o provimento do presente Recurso, com a consequente aplicação da multa reduzida na decisão de primeira instância administrativa, para efeito da imputação do recolhimento de 28.12.12. Com efeito, não pairam dúvidas de que a decisão proferida pelo colegiado da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande afastou a qualificação da multa de ofício, mantendoa no percentual de 75% (setenta e cinco por cento), nos termos do inciso I, do artigo 44 da Lei nº 9.430/96. Todavia, inferese que a decisão da DRJ não conheceu dos pedidos de Imputação de Pagamentos após o início da ação fiscal, por ser providência a ser adotada pela unidade reparadora da Receita Federal. Correto esse entendimento já que a análise de referida matéria por este Colegiado, refoge do lançamento fiscal, não sendo de competência das instâncias julgadoras a que alude o Decreto nº 70.235/72. Fl. 1508DF CARF MF Processo nº 10140.721764/201314 Acórdão n.º 2401005.273 S2C4T1 Fl. 6 9 Desse modo ratifico a decisão de piso, que decidiu que a matéria guerreada deve ser resolvida no âmbito da RFB, e em caso de dissenso, o Contribuinte deve apresentar recurso no âmbito daquela Unidade da Receita Federal. Ressaltese ainda que a decisão da DRJ foi pela exclusão da aplicação da multa qualificada de 150%, estipulando o patamar da multa em 75%. 3. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do Recurso Voluntário da Recorrente para, e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 1509DF CARF MF
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Numero do processo: 10835.901248/2009-77
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003
MATÉRIAS NÃO PROPOSTAS EM MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. APRESENTAÇÃO EM RECURSO AO CARF. IMPOSSIBILIDADE. PRECLUSÃO.
As matérias não propostas em sede de manifestação de inconformidade não podem ser deduzidas em recurso ao CARF em razão da perda da faculdade processual de seu exercício, configurando-se a preclusão consumativa, a par de representar, se admitida, indevida supressão de instância.
Numero da decisão: 1302-002.589
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos César Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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IRPJ. ATIVIDADE HOSPITALAR. Recorrente LABORATÓRIO DE ANATOMIA PATOLÓGICA E CITOPATOLOGIA S/S LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 MATÉRIAS NÃO PROPOSTAS EM MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. APRESENTAÇÃO EM RECURSO AO CARF. IMPOSSIBILIDADE. PRECLUSÃO. As matérias não propostas em sede de manifestação de inconformidade não podem ser deduzidas em recurso ao CARF em razão da perda da faculdade processual de seu exercício, configurandose a preclusão consumativa, a par de representar, se admitida, indevida supressão de instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos César Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 5. 90 12 48 /2 00 9- 77 Fl. 49DF CARF MF Processo nº 10835.901248/200977 Acórdão n.º 1302002.589 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso apresentado em relação ao Acórdão nº 1431.907, proferido pela 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto/SP, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo, e cuja ementa é a seguinte: "Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2003 DCOMP. CRÉDITO. INDEFERIMENTO. Pendente, nos autos, a comprovação do crédito indicado na declaração de compensação formalizada, impõese o seu indeferimento. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional." O sujeito passivo apresentou o Pedido Eletrônico de Restituição/Declaração de Compensação (PER/DComp) nº 10804.81342.110505.1.3.044206, por meio do qual compensa suposto crédito de sua titularidade, referente a pagamento indevido ou a maior a título de IRPJ, período de apuração de julho de 2003, com débito(s) relativo(s) à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) , período de apuração de abril de 2005. Por meio do Despacho Decisório a citada compensação não foi homologada, por inexistência do alegado crédito. Foi apresentada Manifestação de Inconformidade, na qual o sujeito passivo se limita a alegar a existência do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) que embasaria o crédito compensado via PER/Dcomp. O Acórdão recorrido entendeu que não foram comprovadas a liquidez e certeza necessárias para haver o reconhecimento do direito creditório. Regularmente intimado, o sujeito passivo apresentou Recurso Voluntário, por meio do qual sustenta que: a) o motivo da compensação pelo contribuinte é o desenvolvimento de atividade hospitalar; b) o Fisco, ao homologar várias compensações promovidas sob os mesmos fundamentos, reconheceu o direito da Recorrente à aplicação da alíquota de 8% incidente sobre a receita bruta na apuração do IRPJ sobre o lucro Presumido; Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10835.901248/200977 Acórdão n.º 1302002.589 S1C3T2 Fl. 4 3 c) a Recorrente está cadastrada sob a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 8640202 "Laboratórios clínicos"; d) tal atividade corresponde à designada na atribuição 4, mencionada no art. 27, inciso II, da Instrução Normativa SRF nº 539, de 25 de abril de 2005, que, por sua vez, reportase à Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), parte II, subitem 2.1, atribuição 4, tópico 4.4, "Anatomia patológica e citopatologia"; e) à luz dos documentos apresentados, a Recorrente atende à legislação relativa à definição de "serviços hospitalares"; f) o Acórdão recorrido "contraria as conclusões de procedimento fiscal realizado pela própria Receita Federal (Termo de Verificação Fiscal nº 0810500200700032 2), no qual se reconheceu que a Recorrente atende às exigências legais e regulamentares concernentes à referida condição e, portanto, faz jus ao percentual diferenciado para apuração do lucro presumido na prestação de seus serviços"; g) a exigência do Fisco de exigir estrutura permanente e de funcionamento ininterrupto para atender casos de internação de pacientes é ilegal e inconstitucional; h) eventuais dúvidas foram dissipadas com a edição de Instruções Normativas, da Solução de Divergência nº 11, de 21 de julho de 2003, e do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 18, de 23 de outubro de 2003, que considerou "serviços hospitalares" aqueles prestados por pessoas jurídicas diretamente ligadas à atenção e assistência à saúde, que possuam estrutura física condizente para a execução, dentre outras atividades, da relativa à anatomia patológica; i) igualmente, considerarseia serviços hospitalares os prestados pelos estabelecimentos assistenciais de saúde constituídos por empresários ou sociedades empresárias, cujos serviços sejam prestados não apenas pelos sócios, mas provenham de uma atividade empresarial (organização de fatores intelectuais e materiais visando ao lucro); j) apenas nos casos em que a receita provém, unicamente, do trabalho intelectual e pessoa dos sócios, o percentual aplicável será o de 32%; k) as Instruções Normativas que regulamentaram a matéria em comento acabaram por imputar requisitos subjetivos contrários ao art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; l) ainda assim, a estrutura da Recorrente atende a todas as normas acima referidas, conforme citado Termo de Verificação Fiscal; m) o Superior Tribunal de Justiça, por meio do julgamento do REsp nº 1.141.299/SC, consolidou o seu posicionamento no sentido de que os arts. 15, §1º, III, "a", e 20, da Lei nº 9.249, de 1995, explicitamente concede o benefício fiscal de forma objetiva, com foco nos serviços prestados, e não no contribuinte que os executa; n) por fim, requer que, para contrapor fatos trazidos na decisão combatida, por ocasião do julgamento do recurso voluntário, sejam requisitadas informações ou cópias do Termo de Verificação Fiscal nº 08105002007000322 / DRF Presidente Prudente (SP). É o Relatório. Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10835.901248/200977 Acórdão n.º 1302002.589 S1C3T2 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302002.563, de 22.02.2017, proferido no julgamento do processo nº 10835.901867/200961, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302002.563): O sujeito passivo foi cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 30 de março de 2011 (fl. 23), tendo apresentado recurso em 27 de abril de 2011 (fls. 24 a 56), dentro, portanto, do prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, aplicável por força do art. 74, §§10 e 11, da Lei nº 9.430, de 27 de março de 1996. O Recurso é assinado por sócioadministrador, com poder de representação, conforme fls. 48 a 55. A matéria objeto do Recurso está contida na competência da 1ª Seção de Julgamento do CARF, conforme Art. 2º, inciso I, e Art. 7º do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RI/CARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015. Ocorre que o cotejo entre a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo (fl. 11) e o recurso ora tratado permite a constatação de que todas as matérias contidas neste último apelo não foram trazidas naquela primeira peça. Nos termos da legislação de regência do processo administrativo fiscal, a impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento, devendo dela constar todos os motivos de fato e de direito em que se fundamentam os pontos de discordância e as razões e provas das alegações (arts. 14 e 16 do Decreto nº 70.235, de 1972). Ou seja, é nesse instante em que se delimita a matéria objeto do contencioso administrativo, não sendo admitido ao contribuinte e à autoridade ad quem tratar de matéria não questionada por ocasião da impugnação, sob pena de supressão de instância e violação ao princípio do devido processo legal. Admitemse, contudo, algumas exceções à essa regra de preclusão consumativa. Em primeiro lugar, são admitidas as provas apresentadas em momento posterior, desde que presente alguma das hipóteses trazidas pelo §4º do referido art. 16 do Decreto nº 770.235, de 1972 (impossibilidade de apresentação oportuna, por motivo de força maior; fato ou direito superveniente; contraposição de fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos). Fl. 52DF CARF MF Processo nº 10835.901248/200977 Acórdão n.º 1302002.589 S1C3T2 Fl. 6 5 A par disso, também são excepcionadas as matérias que possam ser conhecidas de ofício pelo julgador, a exemplo das matérias de ordem pública. Todas as conclusões acima expostas em relação à impugnação são aplicáveis à manifestação de inconformidade contra a não homologação de compensação, em decorrência do art. 74, §§9º e 11, da Lei nº 9.430, de 27 de março de 1996. É patente que as matérias e provas trazidas no recurso de fls. 24 a 56 não se encaixam nas exceções acima tratadas, de modo que se torna imperioso o reconhecimento da preclusão do direito do Recorrente em trazêla aos autos neste momento, quando deveriam ter sido alegadas na manifestação de inconformidade. Tratando da preclusão consumativa, Fredie Didier Jr (Curso de Direito .Processual Civil, 18a ed, Salvador: Ed. Juspodium, 2016. Vol. 1, p. 432) assim leciona: "A preclusão consumativa consiste na perda de faculdade/poder processual, em razão de essa faculdade ou esse poder já ter sido exercido, pouco importa se bem ou mal. Já se praticou o ato processual pretendido, não sendo possível corrigilo, melhorálo ou repetilo. A consumação do exercício do poder o extingue. Perdese o poder pelo exercício dele." É exatamente o caso dos presentes autos. Se o Recorrente se limitou, em sua Manifestação de Inconformidade, a alegar a existência do Darf que motivou a Declaração de Compensação, sem explicitar minimamente a composição do suposto crédito que ensejou a compensação, não pode, em sede de Recurso ao CARF, inovar completamente os seus argumentos de defesa, para traz matéria que poderia, e deveria, ter sido oposta naquele primeiro recurso. A questão se relaciona ainda com a extensão do efeito devolutivo dos recursos, sobre a qual o mesmo autor (Curso de Direito Processual Civil, 13a ed, Salvador: Ed. Juspodium, 2016. Vol. 3, p. 143) se manifesta nos seguintes termos: "A extensão do efeito devolutivo significa delimitar o que se submete, por força do recurso, ao julgamento do órgão ad quem. A extensão do efeito devolutivo determinase pela extensão da impugnação: tantum devolutum quantum apellatum. O recurso não devolve ao tribunal o conhecimento de matéria estranha ao âmbito do julgamento (decisão) a quo. Só é devolvido o conhecimento da matéria impugnada (art. 1.013, caput, CPC)." Há diversos precedentes, no âmbito de todas as Seções deste Conselho, bem como da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que concluem pelo reconhecimento da preclusão consumativa em relação às matérias não apreciadas pelo julgado a quo. Apenas para citar algumas mais recentes: "PROCESSO ADMINISTRATIVO. PRECLUSÃO. É o contribuinte quem delimita os termos do contraditório ao formular a seu pedido ou defesa, conforme o caso, e instruílo com as provas documentais pertinentes, de modo que, em regra, as questões não postas para discussão precluem. Há hipóteses de exceção para tal preclusão, a exemplo (i) das constantes dos Fl. 53DF CARF MF Processo nº 10835.901248/200977 Acórdão n.º 1302002.589 S1C3T2 Fl. 7 6 incisos I a III do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/1972 e (ii) de quando o argumento possa ser conhecido de ofício pelo julgador, seja por tratar de matéria de ordem pública, seja por ser necessário à formação do seu livre convencimento, neste último caso em vista da vedação ao non liquet. Não ocorrência de tais hipóteses de exceção no caso concreto. Não se conhece de recurso voluntário que traz exclusivamente argumentos novos, não aventados na manifestação de inconformidade.Recurso Voluntário Não Conhecido." (Acórdão nº 1401002.047 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção, de 16 de agosto de 2017, Relatora Conselheira Lívia de Carli Germano) "ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. Em processos que decorrem da não homologação de declaração de compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN). MOMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Seguindo o disposto no artigo 16, inciso III e parágrafo 4º, e artigo 17, do Decreto nº 70.235/1972, a regra geral é que seja apresentada no primeiro momento processual em que o contribuinte tiver a oportunidade, seja na apresentação da impugnação em processos decorrentes de lançamento seja na apresentação de manifestação de inconformidade em pedidos de restituição e/ou compensação, podendo a prova ser produzida em momento posterior apenas de forma excepcional, nas hipóteses em que "a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos", sob pena de preclusão." (Acórdão nº 3401004.146 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção, de 24 de outubro de 2017, Relator Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco) "PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. POSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE NOVOS ARGUMENTOS E PROVAS EM SEDE RECURSAL. PRECLUSÃO. A manifestação de inconformidade e os recursos dirigidos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais seguem o rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235/72, além de suspenderem a exigibilidade do crédito tributário, conforme dispõem os §§ 4º e 5º da Instrução Normativa da RFB nº 1.300/2012.Os argumentos de defesa e as provas devem ser apresentados na manifestação de inconformidade interposta em face do despacho decisório de não homologação do pedido de compensação, precluindo o direito do Sujeito Passivo fazêlo posteriormente, salvo se demonstrada alguma das exceções previstas no art. 16, §§ 4º e 5º do Decreto nº 70.235/72." (Acórdão nº 9303005.208 3ª Turma, Câmara Superior de Recursos Fiscais, de 20 de junho de 2017, Relatora Conselheira Vanessa Marini Cecconello) Isto posto, voto pelo não conhecimento do recurso do sujeito passivo. Fl. 54DF CARF MF Processo nº 10835.901248/200977 Acórdão n.º 1302002.589 S1C3T2 Fl. 8 7 No presente processo a ciência da decisão de primeira instância deuse em 08 de fevereiro de 2011, e o recurso voluntário foi apresentado em 09 de março de 2011. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, não conheço do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 55DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.690956/2009-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006
ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO
O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do débito é medida que se impõe.
PROVAS. PRECLUSÃO.
Diante de fatos e razões novas trazidas aos autos, admite-se a juntada posterior de documentos nos termos da letra "c", do §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.046
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Sarah Maria L. de A. Paes de Souza, Diego Weis Jr e Paulo Guilherme Déroulède votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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Recorrente COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SAO PAULO METRO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006 ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do débito é medida que se impõe. PROVAS. PRECLUSÃO. Diante de fatos e razões novas trazidas aos autos, admitese a juntada posterior de documentos nos termos da letra "c", do §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Sarah Maria L. de A. Paes de Souza, Diego Weis Jr e Paulo Guilherme Déroulède votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 69 09 56 /2 00 9- 21 Fl. 96DF CARF MF Processo nº 10880.690956/200921 Acórdão n.º 3302005.046 S3C3T2 Fl. 3 2 Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP (Pedido de Ressarcimento ou Restituição e Declaração de Compensação), cujo crédito provém de pagamento indevido ou a maior de PIS/PASEP não cumulativo. Por intermédio do Despacho Decisório eletrônico emitido pela unidade de origem, a compensação declarada não foi homologada, tendo em vista a inexistência do crédito. Ciente desta decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de inconformidade alegando em síntese: Apurou e recolheu PIS/PASEP não cumulativo incluindo na base de cálculo do tributo, de forma indevida, montante referente a juros e variações monetárias ativas; Desta forma, faz jus ao crédito de PIS/PASEP não cumulativo calculado sobre os juros e as variações monetárias; Retificou o DACON c a DCTF, para fins de informar a correta base de cálculo de PIS/PASEP não cumulativo; Requer a homologação da compensação declarada. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 1632.930. Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa após regularmente cientificada, apresentou, Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, no qual repisa os argumentos já aduzidos em sede de manifestação de inconformidade e apresenta diversos documentos com vistas a comprovar o direito pleiteado. Ao final requer que não sendo possível a análise da documentação apresentada, que seja a mesma remetida à instância de origem, para que sobre ela se pronuncie a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.037, de Fl. 97DF CARF MF Processo nº 10880.690956/200921 Acórdão n.º 3302005.046 S3C3T2 Fl. 4 3 30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.690947/200931, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.037): "Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Da preclusão probatória Argui o recorrente que apurou e recolheu o PIS/PASEP nãocumulativo de 10/2004 incluindo na base de cálculo do tributo, de forma indevida, montante referente a juros e variações monetárias ativas, fazendo jus, portanto ao crédito de PIS/PASEP não cumulativo calculado sobre os juros e as variações monetárias. Ressalta ainda em favor de sua tese que retificou o DACON c a DCTF, para fins de informar a correta base de cálculo do PIS/PASEP não cumulativo. Ocorre que ao apresentar a Manifestação de Inconformidade, momento processual que instaura a lide administrativa, não comprovou perante o órgão a quo com documentos hábeis e idôneos o recebimento dos referidos juros e variações monetárias ativas e, tampouco que os mesmos compuseram a base de cálculo do tributo, ensejando, por conseguinte pagamento a maior. Quando da apresentação do recurso voluntário acosta documentos não apresentados quando da manifestação de inconformidade. Nesse sentido cabem os seguintes esclarecimentos. A juntada posterior ao momento impugnatório, de provas ao processo somente encontra amparo se comprovadas às condições impostas no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, abaixo transcrito: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto Fl. 98DF CARF MF Processo nº 10880.690956/200921 Acórdão n.º 3302005.046 S3C3T2 Fl. 5 4 recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito)(grifei). Por oportuno registrese que o processo administrativo fiscal, Decreto nº 70.235, de 1972, prescreve em seu art. 9º que [a exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito]. Já o art. 16, III, do citado diploma legal estabelece que a impugnação mencionará [os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir]. Observase que a norma acima destacada é clara ao estabelecer o momento processual a serem carreadas as provas aos autos, pelo contribuinte, a fim de subsidiar o julgador com os elementos probatórios que possibilitem a livre convicção motivada na apreciação das provas dos autos, conforme é assegurado pelo 1art. 29 do Decreto nº 70.235, de 1972. No presente caso, como já demonstrado, o contribuinte deixou de apresentar quando da apresentação da Manifestação de Inconformidade, documento comprobatório quanto aos créditos pleiteados. Quanto ao ato de provar pondera 2Fabiana: Mediante a atividade probatória compõese a prova, entendida como fato jurídico em sentido amplo, que é o relato em linguagem competente de evento supostamente acontecido no passado, para que, mediante a decisão do julgador, constituase o fato jurídico em sentido estrito, desencadeando os correspondentes efeitos. (...) Iso não significa, contudo, que para provar algo basta simplesmente juntar um documento aos autos. É preciso estabelecer relação de implicação entre esse documento e o fato que se pretende provar. A prova decorre exatamente do vínculo entre o documento e o fato probando.(grifei). Nesse mister, os documentos apresentados somente em sede recursal, visando comprovar os aludidos créditos não encontram respaldo nas disposições excepcionais previstas nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, visto que sequer demonstra o recorrente estar abrigado em uma das hipóteses excepcionais disciplinadas nas alíneas de "a" a "c" do artigo 16, acima já reproduzidos. Na linha acima expendida revelase incabível devolver os autos à instância a quo para a análise dos documentos apresentados, já que deixaram de ser oportunamente apresentados à referida instância. 1 Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. 2 Tomé, Fabiana Del Padre, A prova no Direito Tributário, São Paulo:Noeses, 2005, págs:177/178. Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10880.690956/200921 Acórdão n.º 3302005.046 S3C3T2 Fl. 6 5 Tendo em vista que em votação, a maioria dos conselheiros acolheu apenas a conclusão desta relatora, seguem abaixo reproduzidos, conforme determina o artigo 63, § 8º do Anexo II do RICARF, os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros. Por entender aplicável ao presente caso a norma prevista na letra "c", do §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72 que, diante de fatos e razões novas trazidas aos autos, admite a juntada posterior de documentos, os demais Conselheiros decidiram afastar a preclusão aplicada pela i. Relatora. Isto porque, diferentemente do despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação por inexistência do crédito, a matéria concernente a comprovação da origem dos créditos apurados pela Recorrente somente foi trazida aos autos quando do proferimento da decisão combatida, oportunizando, assim, a Recorrente contrapor os fatos novos com a juntada de documentos que entendese necessário para tanto. Por este motivo, restou decidido pelos demais Conselheiros afastar a preclusão e admitir a análise dos documentos juntados pela Recorrente em seu recurso voluntário. Pois bem. Em sede recursal a Recorrente trouxe as seguintes alegações de mérito: "A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo Capital indeferiu a Manifestação de Inconformidade apresentada pela Recorrente sob o argumento de que competia a ela apresentar documentos contábeis e fiscais que comprovassem o recolhimento a maior do tributo cuja homologação de compensação for requerida mas esta não os apresentou. (...) Nestas condições, em que a exigência do crédito tributário deve se pautar pelo princípio da verdade material, com base no mesmo princípio dever apurado o crédito reclamado pela Recorrente, razão pela qual a ela deve ser reconhecido o direito de trazer aos autos do presente processo, mesmo em sede de Recurso Voluntário, os documentos fiscais e contábeis que demonstram a sua existência, para seja homologada a compensação por ela realizada. Juntamente com suas razões recursais a Recorrente carreou aos autos os seguintes documentos para comprovar seu pretenso direito: (i) PER/DCOMP; (ii) Comprovantes de arrecadação; e (iii) planilhas e livros diário geral. Entretanto, constatase que no recurso interposto pela Recorrente não há uma linha argumentativa demonstrando a composição/origem do crédito perseguido pelo contribuinte, limitando, suas alegações, apenas em relação ao direito de juntar documentos em sede recursal. Ora, caberia a Recorrente explicitar, ainda que de forma concisa, a composição/origem do crédito e, apontar quais documentos dão suporte às suas alegações, nada neste sentido foi realizado pela Recorrente. Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10880.690956/200921 Acórdão n.º 3302005.046 S3C3T2 Fl. 7 6 Ressaltase que o ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC3). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do débito é medida que se impõe. Deste modo, tornase imprestável os documentos juntados pela Recorrente para o fim de comprovar o direito ao crédito, motivo pelo qual os demais Conselheiros acompanharam a i. ilustre Relatora pelas conclusões. Ante o exposto, VOTO POR NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o direito creditório pleiteado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède 3 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor Fl. 101DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.720410/2010-85
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2007
COMPENSAÇÃO. SNIRPJ. DEDUTIBILIDADE DE DESPESAS OPERACIONAIS DE FRETE E SEGURO. DUPLICIDADE NÃO CONFIGURADA. DIREITO CREDITÓRIO LÍQUIDO E CERTO.
Utilizar-se da mesma despesa em duplicidade é inegavelmente uma afronta a legislação em vigor. Todavia, afasta-se a suposta incerteza e iliquidez do direito creditório pleiteado para compensação quando restar inconteste nos autos a liquidez e certeza do crédito alegado pelo contribuinte, principalmente, quando irremediável sua apuração.
Numero da decisão: 1402-002.849
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao crédito adicional de R$ 2.238.552,91 na composição do saldo negativo; homologando-se as compensações remanescentes até esse limite.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Demetrius Nichele Macei - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Marco Rogério Borges e Evandro Correa Dias.
Nome do relator: DEMETRIUS NICHELE MACEI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2007 COMPENSAÇÃO. SNIRPJ. DEDUTIBILIDADE DE DESPESAS OPERACIONAIS DE FRETE E SEGURO. DUPLICIDADE NÃO CONFIGURADA. DIREITO CREDITÓRIO LÍQUIDO E CERTO. Utilizar-se da mesma despesa em duplicidade é inegavelmente uma afronta a legislação em vigor. Todavia, afasta-se a suposta incerteza e iliquidez do direito creditório pleiteado para compensação quando restar inconteste nos autos a liquidez e certeza do crédito alegado pelo contribuinte, principalmente, quando irremediável sua apuração.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao crédito adicional de R$ 2.238.552,91 na composição do saldo negativo; homologando-se as compensações remanescentes até esse limite. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto - Presidente. (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Marco Rogério Borges e Evandro Correa Dias.
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SNIRPJ. DEDUTIBILIDADE DE DESPESAS OPERACIONAIS DE FRETE E SEGURO. DUPLICIDADE NÃO CONFIGURADA. DIREITO CREDITÓRIO LÍQUIDO E CERTO. Utilizarse da mesma despesa em duplicidade é inegavelmente uma afronta a legislação em vigor. Todavia, afastase a suposta incerteza e iliquidez do direito creditório pleiteado para compensação quando restar inconteste nos autos a liquidez e certeza do crédito alegado pelo contribuinte, principalmente, quando irremediável sua apuração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao crédito adicional de R$ 2.238.552,91 na composição do saldo negativo; homologandose as compensações remanescentes até esse limite. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente. (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 04 10 /2 01 0- 85 Fl. 388DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Marco Rogério Borges e Evandro Correa Dias. Fl. 389DF CARF MF Processo nº 10283.720410/201085 Acórdão n.º 1402002.849 S1C4T2 Fl. 389 3 Relatório Adoto, em sua integralidade, o relatório do Acórdão da Manifestação de Inconformidade nº 0127.910, proferido pela 1ª Turma da DRJ em Belém (PA), em 28 de novembro de 2013, complementandoo ao final com as pertinentes atualizações processuais. Versa o presente processo sobre PER/DCOMP nº 02421.65043.080909.1.7.020217 (fls.9/21) onde o contribuinte indica crédito de saldo negativo IRPJ anocalendário 2007 no valor de R$ 30.643.067,09 para compensar débitos próprios. Ainda segundo consta do PER/DCOMP, o crédito em questão seria constituído por retenções na fonte e pagamentos de estimativa IRPJ. O mesmo crédito foi utilizado no PER/DCOMP 04611.50350.300909.1.3.028132 (fls.22/25). Por intermédio do Parecer SEORT/DRF/MNS nº 512 e respectivo Despacho Decisório de 13/09/2011 (fls.86/94), o direito creditório não foi reconhecido. Em decorrência, as compensações resultaram não homologadas. Como fundamento para o não reconhecimento do direito creditório, a unidade de origem afirma que não foi confirmado o saldo negativo IRPJ. Análise mais detalhada do parecer revela que o não reconhecimento resultou da falta de entrega pelo contribuinte das informações necessárias à apuração da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado, mesmo com a concessão de reiteradas prorrogações e reintimação, à luz dos princípios da ampla defesa, contraditório, direito de defesa, legalidade, boafé e da verdade material, não há como reconhecer o direito creditório. Tendo tomado ciência do Parecer/Despacho Decisório pessoalmente em 15/09/2011 (fl.94), o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 17/10/2011 (fls.98/100), via representante legal (fls.101/120), alegando em síntese que: 1) A manifestação é tempestiva; 2) Foram solicitados documentos, cuja apresentação cumpriu parcialmente, não lhe tendo sido possível, no entanto, a apresentação os arquivos magnéticos solicitados por apresentarem, em parte expressiva, erros de leitura, sugerindo que o meio físico utilizado para o armazenamento não fora apropriado ou fora deteriorado; 3) A requerente tratou de sanar este problema mediante a contratação de recursos externos para revalidação dos arquivos gerados. Infelizmente, os trabalhos não terminaram a tempo, sobrevindo a decisão denegatória do saldo negativo de 2007; 4) No entanto, a situação já se regularizou em 14/10/2011, razão porque se apresenta esta manifestação de inconformidade acompanhada do anexo CD que contém não só cópia da DIPJ e respectivo recibo, como do LALUR e dos arquivos magnéticos relativos ao ano de 2007, onde se pode comprovar a exatidão do saldo negativo, assim como das compensações solicitadas nos PER/DCOMP`s; 5) Os arquivos constantes do CD em anexo referemse aos itens 4.1.1; 4.1.2; 4.2.1; 4.3.2; 4.3.3; 4.3.4; 4.5.2; 4.9.1; 4.9.2; 4.9.3 e 4.9.5 quanto às Fl. 390DF CARF MF 4 informações fiscais e, no que se refere à área contábil, aos balancetes mensais de 2003 e 2007, LALUR e DIPJ; 6) Com isto, são cumpridas as solicitações de informações constantes das notificações indicadas no parecer que originou o Despacho Decisório ora contestado. Esclareçase, apenas, que só não constam as informações referentes aos itens 4.3.5 a 4.3.10 das referidas notificações por se referirem a atividades não desenvolvidas pela requerente; 7) Demonstrada a correção do saldo negativo informado, vem a requerente solicitar o provimento da presente manifestação, o que resultará na homologação das compensações. Através do Despacho DRJ/BEL nº 15 de 06/02/2012 (fls.124/126), o processo foi baixado em diligência a fim de que a unidade de origem analisasse a mídia “CD” juntada pelo contribuinte em sua manifestação de inconformidade e outros elementos já apresentados, prosseguindo na análise do direito creditório caso possível. Na impossibilidade, fosse emitido relatório com a justificativa. Mediante a Informação Fiscal nº 325 do SEORT/DRF/MNS de 30/07/2013 (fls.258/268), houve o reconhecimento de direito creditório referente a saldo negativo IRPJ anocalendário 2007 no valor de R$ 2.526.116,62 e conseqüente homologação parcial das compensações. Analisando mais detidamente a Informação Fiscal temos as seguintes conclusões acerca das parcelas que teriam originado o saldo negativo (pagamentos de estimativa IRPJ e retenções na fonte): 1) Não há divergências dos valores de estimativas informadas em DCOMP e SINAL, ou seja, todos os pagamentos de estimativas informados no PER/DCOMP foram localizados e estão corretos; 2) No que tange às retenções na fonte, comparandose as informações prestadas sobre retenção na fonte do imposto de renda, somente foram reconhecidas parte das retenções conforme tabela a seguir: Tabela 1 Fl. 391DF CARF MF Processo nº 10283.720410/201085 Acórdão n.º 1402002.849 S1C4T2 Fl. 390 5 Tendo tomado ciência da Informação Fiscal nº 325 do SEORT/DRF/MNS em 03/09/2013 (fl.271), o contribuinte apresentou manifestação em 26/09/2013 (fls.273/276) via procurador (fls.277/291) e anexou outros documentos (fls.292/323), alegando: 1) Houve equívoco da Informação Fiscal ao levar em consideração apenas as retenções sofridas pela sede do contribuinte em Manaus no valor total de R$ 744.045,48, ignorando, assim, as retenções sofridas pela filial do Rio de Janeiro, com CNPJ final 000692, no valor de R$ 8.973.196,50 conforme comprova a anexa documentação obtida no Portal ecac por meio do “Sistema DIRF – Fontes Pagadoras”; 2) Há excesso no valor total das retenções (R$ 9.717.241,98) em relação ao informado na DCOMP (R$ 9.600.170,74), justificado por erro no informe de rendimentos fornecido pelo Banco Itaú Unibanco S/A; 3) Sobre a suposta divergência nas contas que influiriam diretamente no resultado do exercício, é justificável na medida em que o valor informado na DIPJ é composto não apenas pela conta 0405601001 (R$ 270.860.031,08), mas também pelas contas 405601004, 405604001, 405701000, 410505003, 410505006, 410507000, 410507001 e 410601001, todas elas constantes do balancete. O somatório dessas nove contas corresponde exatamente ao valor declarado na DIPJ, ou seja, 342.907.356,19 conforme planilha; Tabela 2 4) O terceiro e último ponto destacado pelo SEORT seria relativo às despesas operacionais pois o valor constante do balancete seria de R$ 1.392.518.213,29, enquanto que o valor declarado na DIPJ seria de R$ 1.416.306.451,60, resultando numa diferença de R$ 23.788.238,31. Novamente a divergência decorre do fato de que as despesas operacionais do contribuinte compreendem outras contas além daquelas de número 8 (despesas) que constam no balancete; 5) De fato, embora estejam registradas no balancete como contas de número 4 (deduções da receita, ao lado dos tributos incidentes sobre vendas), algumas Fl. 392DF CARF MF 6 rubricas referemse a efetivas despesas operacionais, como por exemplo as contas 405501000, 405501001, 410501000, 410501001, 410505001 e 410505002, relativas a frete e seguro; 6) Pela anexa planilha é possível verificar a composição detalhada das despesas operacionais, de modo a confirmar a correção do valor informado na DIPJ (R$ 1.416.306.451,60); 7) Todos os lançamentos contábeis estão lastreados em sólida documentação, que poderá ser confirmada, caso necessário; 8) Requer o reconhecimento integral do direito creditório (R$ 30.643.067,09). Pelo despacho de encaminhamento, o processo seguiu para essa DRJ/BEL para prosseguimento. Constam ainda dos autos os seguintes documentos que merecem destaque: DIPJ/2008 anocalendário 2007 (fls.136/214), DIRF`s (fl.217), balancete (fls.218/242), despesas operacionais (fls.254/257) e DIRF`s filial (fls.328/329). Passo, agora, a complementar o relatório acima transcrito. A 1ª Turma da DRJ em Belém (PA), julgou parcialmente procedente a Impugnação da fiscalizada, reconhecendo o direito creditório referente a SNIRPJ, ano calendário 2007, no valor de R$ 28.04.514,18, declarando as compensações homologadas em parte por consequência. Tal decisão restou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007 SALDO NEGATIVO IRPJ. RETENÇÕES NA FONTE. AJUSTE ANUAL. Comprovado que o contribuinte ofereceu à tributação os rendimentos originadores das retenções, estas devem ser levadas ao ajuste anual. ICMS. DEDUÇÃO DAS VENDAS. COMPROVAÇÃO. CANCELAMENTO GLOSA. Comprovada a composição da dedução de vendas a título de ICMS, a glosa efetuada deve ser cancelada. DESPESAS OPERACIONAIS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. MANUTENÇÃO GLOSA. Na ausência de efetiva comprovação em relação às despesas glosadas, mantémse a exclusão das mesmas. Destaquese os argumentos da ora Recorrente quanto às retenções na fonte e ao ICMS foram acatados pela autoridade julgadora, que apenas manteve as glosas referentes às despesas operacionais, por entender que as despesas relativas a frete e seguro, não foram discriminadas de forma apropriada, ou seja, sem a indicação da linha da Ficha 05A. Assim, Fl. 393DF CARF MF Processo nº 10283.720410/201085 Acórdão n.º 1402002.849 S1C4T2 Fl. 391 7 por terem sido utilizadas em duplicidade, no entendimento da DRJ, tais despesas computadas violam a legislação. Inconformada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário a esta Colenda Turma (efolha 350375), no qual combate justamente o ponto das despesas operacionais que lhe foi declarado improcedente. Em suma, a Recorrente repisa seus argumentos, inovando apenas quanto a juntada de planilha rubricada e carimbada pela sua área contábil, contendo a discriminação das contas que compõem a Ficha 04A. Neste ponto, ainda alega que: Por fim, apresenta planilha com composição detalhada de cada uma das linhas da Ficha 05A, na qual, segundo a Recorrente, fica demonstrado que as despesas de frete e seguro foram lançadas na linha 31 (outras despesas operacionais). Clama pela reversão da glosa e pelo seu consequente reconhecimento do SNIRPJ no valor de R$ 30.643.067,09 e pela homologação integral da DCOMP 02421.65043.080909.1.7.020217, decorrente de tal reconhecimento. Registrese, ainda, no tocante ao trâmite processual que não foram apresentadas Contrarrazões pela PGFN. É o relatório. Fl. 394DF CARF MF 8 Voto Conselheiro Demetrius Nichele Macei Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual, dele conheço. Em síntese, o contribuinte ingressou com pedido de compensação de saldo negativo de IRPJ apurado no anocalendário de 2007, DIPJ 2008. O crédito tributário pleiteado, foi negado através do r. despacho decisório (p. 96). Apresentada a manifestação de inconformidade de p. 100/102, a DRJ determinou a baixa dos autos em diligência (p. 126/128) e, através da informação fiscal (p. 260/270), restou reconhecido um crédito de saldo negativo de IRPJ no importe de R$ 2.526.116,62 (p. 266). A DRJ, por sua vez, através do v. acórdão de p. 335/344, reconheceu que o contribuinte comprovou retenções de IRRF, bem como despesas com ICMS, de tal forma a reconhecer, ao final, um crédito de saldo negativo de IRPJ no importe de R$ 28.404.514,18. A diferença para o total pleiteado pelo contribuinte na PER/DCOMP – R$ 30.643.067,09 (p. 12) decorre da manutenção de glosa de despesas, uma vez que o contribuinte apontou despesas operacionais das atividades em geral no importe de R$ 1.416.306.451,60 (DIPJ 2008, Ficha 05A – p. 142) e a fiscalização confirmou o valor de R$ 1.392.518.213,29 (Balancete p. 234). Assim, mediante recurso voluntário (p. 350/354), o contribuinte reitera sua defesa informando que algumas contas contábeis, referentes a despesas com frete e seguro, classificadas com “código 04” não foram consideradas pela fiscalização, apresentando planilha de p. 371/374 para discriminar todos os valores que compuseram o total de suas despesas operacionais. Em adição, apresentou a planilha de p. 370 para demonstrar que as despesas de “código 04” não foram consideradas na Ficha 04A da DIPJ 2008 – p. 141. Observase que a DRJ, através do v. acórdão recorrido, aceitou que parte das despesas com ICMS que não foram consideradas pela fiscalização por ocasião da análise dos documentos contábeis e fiscais apresentados pelo contribuinte no decorrer do processo administrativo (p. 341/342) deviam ser consideradas, concluindo que “a Tabela 2 diz respeito a outros itens referentes à rubrica ICMS a partir de seus saldos no Balancete (vide fls. 229/330). A soma desses saldos totaliza R$ 342.907.356,19, razão pela qual a referida glosa deve ser cancelada.” (sublinhado no original). Por outro lado, em relação às despesas operacionais, entendeu a DRJ que o contribuinte não logrou provar que as despesas relativas a frete e seguros não estivessem inclusas na Ficha 04A, linha 02, da DIPJ2008 e, desta forma, a utilização das mesmas na Ficha 05A “representaria utilização em duplicidade, o que é vedado pela legislação”. Um primeiro ponto deve ser fixado, neste momento, para que as conclusões, ao final, possam ser coerentes: a DRJ não está glosando despesas indedutíveis; está supondo que as despesas operacionais dedutíveis foram possivelmente utilizadas duas vezes pelo contribuinte e, desta forma, manteve a glosa realizada pela fiscalização. Na informação fiscal de p. 260/270, especificamente na p. 264, a DRF de Manaus informa que apurado o Balancete, extraído dos arquivos digitais apresentados pelo contribuinte (item XIII), temos (item XIV) “divergente ainda os valores apontados para a conta Fl. 395DF CARF MF Processo nº 10283.720410/201085 Acórdão n.º 1402002.849 S1C4T2 Fl. 392 9 DESPESAS OPERACIONAIS, a qual no Balancete indica um saldo de R$ 1.392.518.213,29 (p. 234), colidindo com o valor apontado na DIPJ 2008 – R$ 1.416.306.451,60 (p. 142). (...) Esta diferença foi lançada na Linha 30 (Pesquisas Científicas e Tecnológicas) no escopo de evitar alterações nos demais valores originalmente lançados (p. 256). Vejase que o Balancete de p. 220/244 foi, segundo a própria fiscalização, “extraído dos arquivos digitais apresentados pelo contribuinte”. Nas p. 232/233, a partir do item 5000000000 Custo de Produção e Serviços, temos, no nível 3, as contas contábeis detalhadas por valor. Verificando item a item, até o item 7000000000 Receitas e Despesas Não Operacionais e Taxas, este Julgador constatou que todos os valores apontados no Balancete estão abrangidos na planilha de p. 370, apresentada pelo contribuinte em seu recurso voluntário (exceto o item zerado – Variação – Impostos – Taxas conta 0605104000). Ou seja, as contas contábeis com “código 04” não compuseram a Ficha 04A da DIPJ 2008, afastandose, com a devida vênia, a dúvida apontada pela DRJ no v. acórdão recorrido quanto à utilização em duplicidade das despesas dedutíveis com frete e seguros. Não se constatando a duplicidade, verificase que o valor de R$ 1.392.518.213,29, apontado no Balancete à p. 234, item 8000000000 Despesas Operacionais não abarca, com a devida vênia, as despesas do item 4000000000 Deduções da Receita Bruta, do mesmo Balancete à p. 231. Da mesma forma como feito anteriormente, este Julgador analisou, nas p. 231/232, a partir do item 4000000000 Deduções da Receita Bruta, que os itens nível 3 têm a indicação das contas contábeis e respectivos valores. Verificando item a item, notadamente as contas que indicam frete ou seguro, este Julgador constatou que os valores apresentados pelo contribuinte em seu recurso voluntário (planilha p. 373 e 374), cujas contas iniciam com o “código 04”, batem com os valores apurados em Balancete pela fiscalização, permitindo concluir, à vista dos documentos existentes no processo administrativo, notadamente o Balancete de p. 220/244 produzido pela fiscalização, que o contribuinte não usou despesa dedutível em duplicidade, como suposto pela DRJ, como abaixo se demonstra. BALANCETE PRODUZIDO PELA FISCALIZAÇÃO Fl. 396DF CARF MF 10 PLANILHA JUNTADA ÀS EFOLHAS 373 E 374 RV Fl. 397DF CARF MF Processo nº 10283.720410/201085 Acórdão n.º 1402002.849 S1C4T2 Fl. 393 11 Fl. 398DF CARF MF 12 Por todo o exposto, julgo procedente o recurso voluntário interposto para afastar a glosa mantida pela DRJ no v. acórdão recorrido, reconhecendo integralmente os créditos de saldo negativo de IRPJ anocalendário 2007, apurado na DIPJ 2008 e, consequentemente, homologando integralmente as compensações declaradas na forma da PER/DCOMP de p. 11/27. É o voto. (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei Fl. 399DF CARF MF Processo nº 10283.720410/201085 Acórdão n.º 1402002.849 S1C4T2 Fl. 394 13 Fl. 400DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10945.720375/2011-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Período de apuração: 18/07/2007 a 31/10/2008
COMPETÊNCIA. LAVRATURA DE AUTUAÇÃO. JULGAMENTO. PERDIMENTO. MULTAS. DISTINÇÃO.
As competências para lavratura de autuação e para julgamento de processos referentes à multa prevista no § 3o do artigo 23 do Decreto-Lei no 1.455/1976 não se confundem com as competências para lavratura de autuação e para julgamento de processos relativos à aplicação da pena de perdimento disciplinada no caput e o § 1o do artigo 23 do Decreto-Lei no 1.455/1976.
DANO AO ERÁRIO. PERDIMENTO. DISPOSIÇÃO LEGAL.
Nos artigos 23 e 24 do Decreto-Lei no 1.455/1976 enumeram-se as infrações que, por constituírem dano ao Erário, são punidas com a pena de perdimento das mercadorias (ou com a multa que o substitui, nas hipóteses legalmente previstas, no § 3o do referido artigo 23). É inócua, assim, a discussão sobre a existência de dano ao Erário nos dispositivos citados, visto que o dano ao Erário decorre do texto da própria lei.
RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES ADUANEIRAS. DISCIPLINA LEGAL. DL 37/1966, art. 95.
A responsabilidade por infrações aduaneiras é disciplinada pelo art. 95 do Decreto-Lei no 37/1966.
Numero da decisão: 3401-004.381
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Robson José Bayerl, André Henrique Lemos, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (suplente), Marcos Roberto da Silva (suplente), Cássio Schappo (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Regimes Aduaneiros Período de apuração: 18/07/2007 a 31/10/2008 COMPETÊNCIA. LAVRATURA DE AUTUAÇÃO. JULGAMENTO. PERDIMENTO. MULTAS. DISTINÇÃO. As competências para lavratura de autuação e para julgamento de processos referentes à multa prevista no § 3o do artigo 23 do Decreto-Lei no 1.455/1976 não se confundem com as competências para lavratura de autuação e para julgamento de processos relativos à aplicação da pena de perdimento disciplinada no caput e o § 1o do artigo 23 do Decreto-Lei no 1.455/1976. DANO AO ERÁRIO. PERDIMENTO. DISPOSIÇÃO LEGAL. Nos artigos 23 e 24 do Decreto-Lei no 1.455/1976 enumeram-se as infrações que, por constituírem dano ao Erário, são punidas com a pena de perdimento das mercadorias (ou com a multa que o substitui, nas hipóteses legalmente previstas, no § 3o do referido artigo 23). É inócua, assim, a discussão sobre a existência de dano ao Erário nos dispositivos citados, visto que o dano ao Erário decorre do texto da própria lei. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES ADUANEIRAS. DISCIPLINA LEGAL. DL 37/1966, art. 95. A responsabilidade por infrações aduaneiras é disciplinada pelo art. 95 do Decreto-Lei no 37/1966.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Robson José Bayerl, André Henrique Lemos, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (suplente), Marcos Roberto da Silva (suplente), Cássio Schappo (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
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LAVRATURA DE AUTUAÇÃO. JULGAMENTO. PERDIMENTO. MULTAS. DISTINÇÃO. As competências para lavratura de autuação e para julgamento de processos referentes à multa prevista no § 3o do artigo 23 do DecretoLei no 1.455/1976 não se confundem com as competências para lavratura de autuação e para julgamento de processos relativos à aplicação da pena de perdimento disciplinada no caput e o § 1o do artigo 23 do DecretoLei no 1.455/1976. DANO AO ERÁRIO. PERDIMENTO. DISPOSIÇÃO LEGAL. Nos artigos 23 e 24 do DecretoLei no 1.455/1976 enumeramse as infrações que, por constituírem dano ao Erário, são punidas com a pena de perdimento das mercadorias (ou com a multa que o substitui, nas hipóteses legalmente previstas, no § 3o do referido artigo 23). É inócua, assim, a discussão sobre a existência de dano ao Erário nos dispositivos citados, visto que o dano ao Erário decorre do texto da própria lei. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES ADUANEIRAS. DISCIPLINA LEGAL. DL 37/1966, art. 95. A responsabilidade por infrações aduaneiras é disciplinada pelo art. 95 do DecretoLei no 37/1966. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 72 03 75 /2 01 1- 44 Fl. 540DF CARF MF 2 ROSALDO TREVISAN – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Robson José Bayerl, André Henrique Lemos, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (suplente), Marcos Roberto da Silva (suplente), Cássio Schappo (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre o Auto de Infração de fls. 203 a 2511, exigindo multa proporcional ao valor aduaneiro, por detecção de ocultação do real adquirente em oito importações, registradas de 18/07/2007 a 31/10/2008, totalizando R$ 306.944,02. É arrolada como responsável solidária à empresa “BRILHO DECORAÇÕES LTDA” (doravante “BRILHO”) a empresa “LSN COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA” (doravante “LSN”). Na descrição dos fatos (fls. 206 a 249), narrouse que: (a) a fiscalização teve origem em pesquisas nas quais se verificou que a empresa “BRILHO” não declarou receitas brutas de vendas decorrentes da comercialização de mercadorias importadas no mercado interno, e que os volumes importados (da ordem de R$ 824.469,68) eram incompatíveis com os recolhimentos de tributos internos (R$ 3.614,83); (b) a movimentação bancária anual média da empresa “BRILHO”, entre 2007 e 2009, foi de R$ 648.930,99, havendo, no mesmo período, pouca evolução do patrimônio líquido desta e dos sócios (tabela à fl. 210), que possuem patrimônio irrisório em relação aos volumes negociados; (c) em 12/11/2010 foi instaurado procedimento especial de fiscalização aduaneira em relação à empresa “BRILHO”, por indícios de ocultação de real adquirente, apurandose, em diligência à empresa, em Foz do Iguaçu/PR, que havia, no endereço informado, pequena sala de 40 m2, onde foram encontradas poucas mercadorias a serem exportadas, e móveis de escritório, denotando ausência de capacidade de armazenamento das mercadorias importadas (fotos à fl. 223), e ausência de capacidade logística/operacional para a prática do objeto da empresa (“comércio atacadista de materiais de construção em geral, madeira e produtos derivados, e comércio varejista de madeira e artefatos, material elétrico, bebidas, ferragens, ferramentas, artigos esportivos, medicamentos veterinários, artigos de pesca, caça e camping”); (d) na diligência, obtevese ainda declaração do sóciogerente da empresa “BRILHO”, Sr. Cesar Augusto Jardim Fontana, esclarecendo que a empresa passou a importar por deter créditos de IPIexportação, que poderiam ser compensados com débitos gerados nas importações, e que o despachante aduaneiro Sandro Luiz Kedzierski, seu conhecido de longa data, é quem efetivamente administra a empresa, sendo responsável pelos contatos comerciais e pela logística, e que os bens não transitavam pela empresa, seguindo diretamente dos recintos alfandegados aos adquirentes, e que os recebimentos pelas vendas da “BRILHO” a tais adquirentes ocorriam de forma antecipada às importações; (e) o referido despachante aduaneiro já havia sido autuado pela fiscalização justamente por administrar empresa importadora, atividade vedada, pela legislação, a tais profissionais; (f) intimada a empresa “BRILHO” a apresentar documentos 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 541DF CARF MF Processo nº 10945.720375/201144 Acórdão n.º 3401004.381 S3C4T1 Fl. 541 3 que instruíram as declarações de importação e a comprovar a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados, verificouse que todos os bens constantes das 8 DI, registradas em Itajaí/SC (851 Km de Foz do Iguaçu), foram vendidos a um mesmo cliente, a empresa “LSN” (empresa estabelecida em São Paulo, distante 1.911 de Foz do Iguaçu e 610 Km de Itajaí), em datas muito próximas às importações (mesmo dia ou, no máximo, dois dias de diferença); (g) a empresa “LSN”, intimada, informou que efetuou transferências bancárias à “BRILHO” (tabela à fl. 231), para aquisição das mercadorias, mas a fiscalização apurou que tais transferências não correspondem à totalidade de valores remetidos à “BRILHO”, sendo omitidas sete transferências (justamente as que se deram no dia ou na véspera do pagamento dos tributos aduaneiros ou fechamentos de câmbio, nas importações), o que é endossado por extratos bancários da empresa; (h) recompondose a totalidade das remessas, inclusive as omitidas pela “LSN”, resta configurado que se prestavam a cobrir pagamentos de tributos e fechamentos de câmbio nas importações (cf. tabela de fls. 232 a 235), tendo a fiscalização detalhado as operações por DI (fls. 235/237: DI no 07/09444090; fls. 237/238: DI no 07/10617083; fls. 238/239: DI no 07/11573306; fls. 239/240: DI no 08/00740119; fls. 240/242: DI no 08/05658410; fl. 242: DI no 08/07518101; fls. 242/243: DI no 08/09306403; e fls. 243/244: DI no 08/17255685); e (i) os elementos evidenciados configuram a importação mediante recursos de terceiro, presumida por conta e ordem, conforme artigo 27 da Lei no 10.637/2002, havendo ocultação, pela empresa “BRILHO”, do real adquirente “LSN”, o que é apenado, no caso de não estarem mais disponíveis para apreensão as mercadorias, com multa equivalente a seu valor aduaneiro, conforme artigo 23, V e § 3o do DecretoLei no 1.455/1976, sendo solidariamente responsáveis ambas as empresas, cf. artigo 95 do DecretoLei no 37/1966 e artigo 124 do Código Tributário Nacional. Ciente da autuação em 13/05/2011 (fls. 204), a empresa “BRILHO” apresentou Impugnação em 06/06/2011 (fls. 258 a 299), alegando, em síntese, que: (a) a autuação é fundada em meras alegações, presunções e generalizações, carentes de materialidade, não tendo sido buscada a verdade material, ou respeitada a boafé, não havendo provas de que os destinatários se furtaram ao pagamento de tributos, ou a procedimentos de habilitação; (b) se ilícito houve, não é imputável à empresa importadora, mas ao adquirente; (c) a comparação entre patrimônio e capital social ignora o “ciclo do negócio” (giro de capital), e confunde eficácia com ilícito; (d) a fiscalização não quer admitir que a empresa opere com recursos de terceiros, contrariando a realidade, inclusive governamental; (e) a empresa opera com importações próprias, sem terceiro adquirente, ou encomendante predeterminado, tendo a fiscalização confundido disposições de importação por conta e ordem com as de importações por encomenda, na imputação; (f) a forma de contabilização pode não ter sido a tecnicamente mais eficaz, face a seu pequeno porte, mas espelhava a necessidade operacional da empresa, não havendo provas de ausência de fechamento de câmbio; (g) a menção ao artigo 27 da Lei no 10.637/2002 ignora o advento do artigo 11 da Lei no 11.281/2006; (h) a empresa estava devidamente habilitada pela RFB para importar; (i) a fiscalização exorbitou o poder de polícia a ela conferido, não respeitando os princípios da razoabilidade, proporcionalidade, ponderação e adequação, ao alegar fatos inexistentes, e imputar legalidades sem respaldo fático; (j) a penalidade aplicada é desproporcional e irrazoável, e confiscatória; (k) na dúvida, deve ser aplicado o artigo 112 do Código Tributário Nacional, que, combinado com o artigo 69 da Lei no 10.833/2003, fixa teto de 10%; (l) o tributo deve ser cobrado de pessoa que tenha interesse econômico, que esteja “tendo lucro com o fato gerador”, o que não ocorre no presente caso, em relação à empresa; (m) não há fundamento para responsabilização solidária da empresa e do despachante aduaneiro que prestou serviços nas operações; e (n) há processo reflexo ou decorrente, de representação para fins de inaptidão do CPNJ da empresa, que deve ser suspenso até a prolação de decisão definitiva nestes autos. Fl. 542DF CARF MF 4 A empresa “LSN”, por seu turno, ciente da autuação em 20/05/2011 (fl. 254), enviou Impugnação em 14/06/2011 (fls. 314 a 330), sustentando basicamente que: (a) em relação à DI no 07/09444090, não haveria necessidade de receber dinheiro de terceiro para fechamento do câmbio, e ao depósito utilizado pela fiscalização devem ser acrescidos outros três; (b) em relação à DI no 07/10617083, o valor do depósito (R$ 17.000,00) não coincide com o referente aos tributos pagos (R$ 14.115,88), não havendo menção na autuação de que as mercadorias teriam sido destinadas à “LSN”; (c) em relação à DI no 07/11573306, o valor do depósito (R$ 19.000,00) não coincide com o referente aos tributos pagos (R$ 17.041,28), tendo havido ainda outros depósitos na mesma data, e não havendo comprovação de que as vendas seriam à “LSN”; (d) em relação às DI no 08/00740119 e no 08/05658410, também houve outros depósitos, e os valores pagos nas notas fiscais de compra foram documentados pela empresa; (e) em relação à DI no 08/07518101, sem adiantamento configurado, a fiscalização não questiona como foram pagos os tributos, ou fechado o câmbio, o que vem a comprovar a independência financeira entre as empresas “BRILHO” a “LSN”; (f) em relação à DI no 08/09306403, também houve outros depósitos, e o valor adiantado não coincidiu com o utilizado para fechamento de câmbio; (g) em relação à DI no 08/17255685, querse efetuar vinculação a depósito efetuado 60 dias antes da liberação da mercadoria; (h) não houve, nem foi demonstrado dano ao Erário público, tendo sido pagos todos os tributos devidos pela importação e pela venda das mercadorias; (i) as empresas não foram instadas a devolver as mercadorias antes da aplicação do perdimento, o que ocasiona nulidade da autuação, e, se empresa soubesse que estava sob investigação certamente não as teria comercializado; (j) a empresa “BRILHO” possuía habilitação para efetuar as importações, não podendo a “LSN” ser penalizada por eventual inércia da fiscalização; (k) as declarações do responsável pela “BRILHO” devem ser retiradas dos autos, por não ter havido oportunidade de os demais responsáveis se manifestarem sobre elas, ocasionado cerceamento de defesa e violação ao devido processo legal; e (l) a “LSN” foi intimada a apresentar os pagamentos da pessoa jurídica à empresa “BRILHO”, e não os depósitos de pessoas físicas, não tendo havido omissão, e não existindo óbice a que qualquer um dos sócios da impugnante possua negócios particulares com a empresa “BRILHO”. Em 30/07/2014 ocorreu o julgamento de primeira instância (fls. 432 a 488), no qual se decidiu unanimemente pela improcedência das impugnações, essencialmente pelos seguintes fundamentos: (a) a alegação da “LSN” de que não teve acesso a depoimentos e investigações sobre a “BRILHO” não invalida a fiscalização legitimamente efetuada, e a “LSN” poderia, em fase de impugnação, ter rechaçado as conclusões e alegações derivadas de tais depoimentos e investigações; (b) não há como acolher a alegação fiscal de que a “BRILHO” não teria recursos sem os adiantamentos da “LSN”, entretanto, é indubitável o adiantamento de recursos por parte da “LSN”, e que as mercadorias foram a ela destinadas, incidindo a presunção estampada no artigo 27 da Lei no 10.637/2002, pois a legislação aduaneira não exige, para a tipificação, que a empresa dependa totalmente de recursos fornecidos pelo adquirente oculto; (c) como a “LSN” forneceu recursos para a importação das mercadorias pela “BRILHO”, é correto concluir que as operações foram realizadas por sua conta e ordem, não se aplicando ao caso a figura do encomendante, tratado na Lei no 11.281/2006; (d) é irrelevante a alegação de que as mercadorias não estiveram sob procedimento especial, e de que a empresa “BRILHO” possuía habilitação para importar; (e) as mercadorias não foram apresentadas, mesmo após a substituição da pena de perdimento por multa equivalente ao valor aduaneiro; (f) o caso não comporta dúvida, sendo inaplicável o comando do artigo 112 do Código Tributário Nacional; (g) tendo em vista a vinculação efetuada pela própria empresa “BRILHO” dos adiantamentos a operações da “LSN”, é inadmissível a alegação de que haveria “negócios particulares” entre o sócio da “LSN” e a “BRILHO”, independentes das operações da empresa; (h) não houve prejuízo à defesa, ou ao contraditório, nem violação aos princípios constitucionais da razoabilidade, proporcionalidade, Fl. 543DF CARF MF Processo nº 10945.720375/201144 Acórdão n.º 3401004.381 S3C4T1 Fl. 542 5 ponderação, adequação e não confisco, ou exacerbação do poder de polícia; (i) a responsabilidade tributária atribuída não tem relação com aquela descrita no artigo 128 da codificação tributária, e (j) não compete às DRJ a análise de procedimentos relativos a declaração de inaptidão. Intimada da decisão de piso a empresa “BRILHO”, o Aviso de Recebimento (AR) retornou com a informação “MUDOUSE”, havendo intimação por edital em 18/08/2014 (fl. 491), transcorrendo in albis o prazo para apresentação de recurso. A empresa “LSN”, intimada da decisão da DRJ em 08/10/2014 (fl. 494), interpôs Recurso Voluntário em 29/10/2014 (fls. 496 a 524), alegando que: (a) o AFRFB é incompetente para converter a pena de perdimento em multa, sendo tal competência dos Delegados e/ou InspetoresChefes das Alfândegas; (b) não há solidariedade quando a infração administrativa identificada consistir apenas em irregularidade que não resultou na ausência ou insuficiência no recolhimento de tributos; e (c) a empresa importadora possuía credenciamento e habilitação no SISCOMEX para atuar em importações por conta própria. Em dezembro de 2016, o processo foi a mim distribuído, por sorteio. O processo foi indicado para a pauta desde junho de 2017, mas não havia pautado até outubro de 2017, em função do excesso de número de processos a julgar. Em novembro e dezembro de 2017 não houve sessões de julgamento. Em janeiro de 2018, o processo foi pautado e retirado de pauta por falta de tempo hábil para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O único recurso voluntário apresentado (pela empresa “LSN”) é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele se tomando conhecimento. Apesar de haver vários tópicos discutidos na instância de piso, percebese, pela única peça recursal apresentada, que remanescem contenciosos apenas três temas, nenhum deles diretamente relacionados à materialidade da infração – ocultação do real adquirente, cabendo ainda destacar que o recurso voluntário apresentado por “LSN” destoa significativamente de sua impugnação, não mais discutindo as imputações em relação a cada declaração de importação, nem a regularidade do adiantamento de recursos, nem a violação a princípios constitucionais, matérias que se assume aqui como incontroversas após a decisão da DRJ. Resumese o recurso voluntário da “LSN” a questionar um tema já levantado explicitamente na impugnação (o fato de estar a empresa importadora habilitada a importar), outro suscitado de forma distinta na impugnação (necessidade de haver supressão de tributos para aplicação da penalidade) e um terceiro sequer ventilado na peça de defesa inaugural (incompetência da autoridade fiscal para “conversão” da pena de perdimento em multa). Fl. 544DF CARF MF 6 Iniciemos nossa análise por este último tema, para o qual não entendemos incidir preclusão por ser o tema da competência de ordem pública e por já haver, na impugnação, preocupação em relação à substituição da pena de perdimento por multa sem que a empresa fosse intimada a apresentar as mercadorias (tema já devidamente esclarecido pela DRJ). Alega a recorrente que o artigo 23, § 3o do DecretoLei no 1.455/1976 estabelece que a pena de perdimento “convertese” em multa, e que o AFRFB, diante da impossibilidade de localizar e/ou apreender as mercadorias, passou diretamente à “conversão”, quando deveria obter antes um pronunciamento da autoridade julgadora, que seria imprescindível. Nos dizeres da recorrente (fl. 499): Cabe esclarecer, no entanto, que assim como o perdimento, proposto pelo AFRFB, é apreciado pelo titular da unidade local da RFB (cf. DecretoLei no 1.455/1976), a multa por ele lançada é apreciada (e devidamente dimensionada) pelo julgador da DRJ e, se for o caso, pelo CARF (cf. Decreto no 70.235/1972). Cada processo seguindo seu rito específico estabelecido em norma de hierarquia legal. Diferentemente da recorrente, não vejo, nos §§ 1o e 3o do artigo 23 do DecretoLei no 1.455/1976, que transcrevo abaixo, na redação vigente à data da lavratura da autuação, nenhum comando legislativo que determine (clara e especificamente, como sugere a defesa) prévia manifestação do titular da unidade para aplicação da multa: “DecretoLei no 1.455/1976, art. 23, V, e §§ 1o e 3o (na redação dada pela Lei no 10.637/2002, resultante da conversão da MP no 66/2002) “Art. 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias:(...) V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. Fl. 545DF CARF MF Processo nº 10945.720375/201144 Acórdão n.º 3401004.381 S3C4T1 Fl. 543 7 § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. (...) § 3o A pena prevista no § 1o convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida” (grifo nosso) O termo “convertese” não parece exigir condição outra que não a impossibilidade de apreensão de fato da mercadoria. O que parece a defesa é sugerir que nos casos de impossibilidade de apreensão da mercadoria, deveria o AFRFB lavrar auto de infração para aplicação da pena de perdimento à mercadoria que sabe não estar disponível para apreensão, para apreciação e julgamento pelo titular da unidade da RFB, seguindo o rito do DecretoLei no 1.455/1976, e, se mantida a autuação, realizar posterior lavratura de auto de infração distinto para multa de “conversão” (pela mesma situação fática), que será novamente submetido a julgamento, analisandose os mesmos fatos, em rito distinto, disciplinado pelo Decreto no 70.235/1972. Nada mais avesso à economia processual, à unidade de jurisdição e à lógica que rege o processo administrativo. Ademais, não aponta objetivamente a defesa em que dispositivo legal haveria a “clara” e “específica” determinação de que a conversão contasse, ao menos, com aquiescência do titular da unidade local da RFB. Se estamos a apreciar, neste momento, a multa que é aplicada exatamente pela impossibilidade fática/real do perdimento, é absolutamente irrelevante, no caso, o rito do perdimento, previsto no DecretoLei no 1.455/1976, sendo a análise aqui efetuada fundamentada no Decreto no 70.235/1972, e subsidiariamente, na Lei no 9.784/1999 e no Novo CPC. Assim como seria irrelevante ao titular da unidade da RFB que apreciaria o perdimento (caso houvesse ainda a possibilidade de apreensão da mercadoria) o rito estabelecido no Decreto no 70.235/1972. É certo que, para alguns casos, chega a ser lavrada a autuação para aplicação do perdimento, e se verifica apenas depois a impossibilidade de apreensão. Tal situação foi disciplinada no artigo 73 da Lei no 10.833/2003: “Art. 73. Verificada a impossibilidade de apreensão da mercadoria sujeita a pena de perdimento, em razão de sua não localização ou consumo, extinguirseá o processo administrativo instaurado para apuração da infração capitulada como dano ao Erário. § 1o Na hipótese prevista no caput, será instaurado processo administrativo para aplicação da multa prevista no § 3o do art. 23 do DecretoLei no 1.455, de 7 de abril de 1976, com a redação dada pelo art. 59 da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002. § 2o A multa a que se refere o § 1o será exigida mediante lançamento de ofício, que será processado e julgado nos termos Fl. 546DF CARF MF 8 da legislação que rege a determinação e exigência dos demais créditos tributários da União. (grifo nosso) Ou seja, na hipótese de processo instaurado inocuamente para perdimento (pois se verifica, posteriormente, que a mercadoria não pode ser apreendida de fato), deve tal processo ser extinto, aplicandose multa, e seguindose o rito do Decreto no 70.235/1972. E vejase que nem em tal caso (processo já lavrado) estabeleceu a lei como necessária a intervenção do titular da unidade da RFB. No presente caso, sequer houve processo para aplicação do perdimento, porque desde o início da fiscalização já se sabia da impossibilidade fática de apreensão da mercadoria. Por isso houve diretamente o lançamento da multa, na forma prevista no § 2o do artigo 73 da Lei no 10.833/2003. Parece a recorrente confundir os distintos ritos, ou demandar que se lavrasse um processo referente a auto de infração de perdimento para que este fosse posteriormente extinto, por não ser possível a apreensão da mercadoria. Se o processo eventualmente instaurado para aplicação da pena de perdimento deve ser extinto, no caso de mercadoria não disponível para apreensão de fato, parece pouco lógico ser o AFRFB obrigado a lavrálo para depois extinguilo. Não merece prosperar, assim, o argumento de que seria incompetente o AFRFB para lavrar auto de infração relativo à aplicação da multa. Aliás, tal competência, para lavrar auto de infração para exigência de multa, mediante lançamento, é explícita na norma transcrita na peça recursal (artigo 6o, I, “a” da Lei no 10.863/2002). As competências para lavratura de autuação e para julgamento de processos referentes à multa prevista no § 3o do artigo 23 do DecretoLei no 1.455/1976 não se confundem com as competências para lavratura de autuação e para julgamento de processos relativos à aplicação da pena de perdimento disciplinada no caput e o § 1o do artigo 23 do DecretoLei no 1.455/1976. Aliás, tal distinção já nos permite tratar do segundo tema suscitado pela defesa, atinente à eventual existência de solidariedade apenas quando houver falta de recolhimento de tributos. Alicerçase esse segundo argumento de defesa apenas em um dos fundamentos da autuação, constante da codificação tributária, ignorando a explícita menção do autuante ao artigo 95 do DecretoLei no 37/1966 (fl. 248): Fl. 547DF CARF MF Processo nº 10945.720375/201144 Acórdão n.º 3401004.381 S3C4T1 Fl. 544 9 Como se percebe em simples leitura dos autos, o adiantamento de recursos é incontroverso, havendo discussão apenas sobre o fato de ser ou não tal adiantamento uma condição econômica para as importações. E, havendo adiantamento de recursos, incide a presunção legal estabelecida no artigo 27 da Lei no 10.637/2002. Portanto, tendo ambas as empresas contribuído para a prática da infração, o que resta indiscutível nos autos, cabível a tipificação no artigo 95 do DecretoLei no 37/1966, que versa sobre responsabilidade conjunta ou isolada, pela infração, por quem a pratique ou dela se beneficie, entre outras (incisos I e V mencionados no relatório fiscal). É a responsabilidade por infrações prevista na mais conhecida norma de ordem legal aduaneira, o DecretoLei no 37/1966. Apesar da sensível semelhança com o comando do artigo 124 do Código Tributário Nacional, a disposição aduaneira traz a terminologia “conjunta ou isoladamente”, e não se refere a “interesse comum”, mas a “concorrer para a prática” da infração “ou dela se beneficiar”, havendo ainda menção expressa à importação “por conta e ordem”. Detectada a ocultação do real adquirente, mediante simulação, com a participação de ocultante e ocultado, inclusive com adiantamento de recursos, aplicável a responsabilização conjunta. Em tal circunstância são absolutamente irrelevantes as duas alegações derradeiras de defesa: estar eventualmente uma empresa habilitada a operar no comércio exterior, ou ter havido recolhimento a menor de tributos. A habilitação é uma condição para importar, não uma salvaguarda ao cometimento de infrações. Aliás, a grande maioria das tipificações de infrações só se aplica a empresas habilitadas, pois sua configuração se dá, normalmente, após a efetiva importação. E o “dano ao Erário” referido na legislação tem pouca relação com “sonegação fiscal”, pois a infração não é de natureza tributária. É cristalino que o texto do artigo 23 do DecretoLei no 1.455/1976 (essencialmente no caput e no § 1o) não está a dizer que só quando ocasionarem dano ao Erário as infrações ali referidas serão punidas com o perdimento. Ele está, sim, trazendo claramente duas afirmações: (a) as infrações ali relacionadas consideramse dano ao Erário; e (b) o dano ao Erário é punido com o perdimento. Disso, silogisticamente, podese afirmar que as infrações ali relacionadas são punidas com o perdimento. Não há margem para discussão se houve ou não “dano ao Erário”, no caso concreto. Seria improdutivo discutir, v.g., o dano ao Erário no caso de abandono de mercadorias pelos importadores (conduta tipificada no inciso II do referido artigo 23). Aliás, as disposições do DecretoLei surgem exatamente para regulamentar dispositivo constitucional (art. 150, § 11 da Constituição de 1967): “Não haverá pena de morte, de prisão perpétua, de banimento, ou confisco, salvo nos casos de guerra externa psicológica adversa, ou revolucionária ou subversiva nos termos que a lei determinar. Esta disporá também, sobre o perdimento de bens por danos causados ao Erário, ou no caso de enriquecimento ilícito no exercício de cargo, função ou emprego na Administração Pública, Direta ou Indireta”, como se depreende de sua Exposição de Motivos (item 17): “17. Nos artigos 23 e 24, com fulcro no artigo 153 da Lei Magna, enumeramse as infrações que, por constituírem dano ao Erário, são punidas com a pena de perdimento dos bens. De Fl. 548DF CARF MF 10 fato, todas as hipóteses arroladas, quase todas já existentes em legislação anterior, representam um comprometimento a dano de nossas reservas cambiais e uma inadimplência de obrigações tributárias essenciais.”(grifo nosso) Assim, é inócua a discussão sobre a existência de dano ao Erário nos dispositivos citados, visto que o dano ao Erário decorre do texto da própria lei (em verdade, decretolei, com força de lei). E por mais que se sustentasse eventual inconstitucionalidade da norma, careceria este tribunal de competência para avaliar a matéria, em face da Súmula CARF no 2. Nesse sentido já me manifestei em diversos processos, sempre com acolhida unânime do colegiado2, inclusive nesta turma de julgamento: DANO AO ERÁRIO. PERDIMENTO. DISPOSIÇÃO LEGAL. Nos artigos 23 e 24 do DecretoLei no 1.455/1976 enumeramse as infrações que, por constituírem dano ao Erário, são punidas com a pena de perdimento das mercadorias (ou coa multa que o substitui, nas hipóteses legalmente previstas, no § 3o do referido artigo 23). É inócua, assim, a discussão sobre a existência de dano ao Erário nos dispositivos citados, visto que o dano ao Erário decorre do texto da própria lei. (Acórdão no 3401 003.843, Relator Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 28 jun.2017) (grifo nosso) Ocultar sujeito passivo, real vendedor, comprador ou responsável pela operação de comércio exterior, mediante fraude ou simulação (como aqui já exposto, sendo irrelevante se a importação foi efetuada por empresa habilitada, ou em nome de empresa habilitada, ou, ainda, se houve subtração de tributos) é infração aduaneira (por violar normas de controle aduaneiro, que extrapolam o viés tributário), sendo inclusive objeto de responsabilização de acordo com a legislação aduaneira. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Rosaldo Trevisan 2 Acórdão n. 3403002.255, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, Sessão de 23.mai.2013; Acórdão n. 3403 002.435, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, Sessão de 24.set.2013; Acórdão n. 3403002.746, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, Sessão de 30.jan.2014; Acórdão n. 3403002.842, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, Sessão de 25.mar.2014; Acórdão n. 3403002.865, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, Sessão de 26.mar.2014; e Acórdão n. 3403003.188, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, Sessão de 20.ago.2014. Fl. 549DF CARF MF Processo nº 10945.720375/201144 Acórdão n.º 3401004.381 S3C4T1 Fl. 545 11 Fl. 550DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.688804/2009-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 02 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.223
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Trata o presente de análise de PER/DCOMP não homologada pela unidade local da RFB face a inexistência do direito creditório pleiteado. O Despacho Decisório consignou que os pagamentos informados como suposta origem do PER/DCOMP encontravamse integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A contribuinte interpôs manifestação de inconformidade onde defende a existência de seu direito creditório, alegando que o mesmo pode ser confirmado em vista de suas declarações retificadoras (DIPJ e DCTF). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .6 88 80 4/ 20 09 -6 9 Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10880.688804/200969 Resolução nº 3402001.223 S3C4T2 Fl. 163 2 A decisão da DRJ julgou improcedente a aludida manifestação, o que motivou a recorrente a interpor, tempestivamente, o recurso voluntário ora em apreço, oportunidade em que repisou as alegações desenvolvidas em manifestação de inconformidade, bem como apresentou novos documentos fiscais no sentido de comprovar a existência do crédito vindicado. É o relatório. Resolução Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.213, de 30 de janeiro de 2018, proferida no julgamento do processo 10880.688794/200961, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3402001.213: 4. Em suma, a presente discussão gravita em torno de um único ponto: existir ou não prova suficiente do crédito do contribuinte. 5. Segundo o despacho decisório que denegou a compensação almejada, os créditos apontados pelo contribuinte já teriam sido consumidos para a quitação de outros débitos apontados em DCTF. 6. Por sua vez, em sede de manifestação de inconformidade, o contribuinte aventou que o comprovante de pagamento de fl. 21, aliado com a DIPJ e a DCTF (ambas retificadoras) acostadas, respectivamente, as fls. 22/56 e 57/123, atestariam a validade material do aludido crédito. 7. Não obstante, o acórdão recorrido pautou o indeferimento da compensação vindicada nos seguintes termos: (...). 8.2. O sucesso da empresa em ver homologada a compensação declarada, nesta instância administrativa, já fora da órbita do tratamento eletrônico, condicionase à comprovação da liquidez e certeza do crédito, devendo estar demonstrado que este tem apoio não só legal, como documental. A apresentação de DCTF retificadora, por suposto erro de preenchimento na anterior, não é suficiente, neste momento do rito processual, para fazer prova em favor do contribuinte, existindo a necessidade de comprovação documental do quanto alegado, por meio da apresentação da escrituração contábil do período, em especial os Livros Diário e Razão, e dos documentos que Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10880.688804/200969 Resolução nº 3402001.223 S3C4T2 Fl. 164 3 lhe dão sustentação. Transcrevese, a seguir, o art. 170 do CTN, onde está estipulado que somente são passíveis de compensação os créditos líquidos e certos: (...). 8. Ao interpor seu recurso e em resposta ao fundamento da DRJ, o contribuinte trouxe aos autos cópias dos seus livros razão (fls. 152/157) e diário (fls. 158/161) que, prima facie, comprovariam a existência do crédito aqui debatido. 9. Diante deste cenário fáticojurídico e, ainda, levando em consideração o princípio da verdade material1 que conforma o processo administrativo tributário, é salutar que o presente julgamento seja convertido em diligência para que a unidade preparadora tome as seguintes providências: (i) analise os documentos fiscais acostados aos autos pelo contribuinte para averiguar se de fato o crédito aqui vindicado apresenta ou não validade material; e, ainda (ii) caso tais documentos sejam insuficientes para o cumprimento do mister acima indicado, a fiscalização deverá intimar o contribuinte para que apresente outros documentos fiscais necessários para esse fim. 10. Ao final, uma vez ofertada as respostas aos questionamentos acima, o recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do que prevê o art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora tome as seguintes providências: (i) analise os documentos fiscais acostados aos autos pelo contribuinte para averiguar se de fato o crédito aqui vindicado apresenta ou não validade material; e, ainda 1 Neste momento convém aqui abrir um parêntese para afirmar que quando se apregoa o sobredito princípio da verdade material não se faz no sentido de equiparar este importante valor normativo a uma ferramenta mágica, semelhante a uma "varinha de condão" dotada de aptidão para "validar" preclusões e atecnias e transformar tais defeitos em um processo administrativo "regular". Com a devida vênia, este tipo de interpretação a respeito do princípio da verdade material só se presta a apequenar e, até mesmo, achincalhar esta importante norma. Assim, quando se fala em verdade material o que se quer aqui exprimir é a possibilidade de reconstruir a relação jurídica de direito material conflituosa por intermédio de uma metodologia jurídica mais flexível, ou seja, menos apegada à forma, o que se dá pelas características peculiares do direito material vindicado processualmente, i.e., pela sua contextualização. Em outros termos, "verdade material" é sinônimo de uma maior flexibilização probante em sede de processos administrativos, o que, se for usado com a devida prudência à luz do caso decidendo, só tem a contribuir para a qualidade da prestação jurisdicional atipicamente prestada em processos administrativos fiscais. Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10880.688804/200969 Resolução nº 3402001.223 S3C4T2 Fl. 165 4 (ii) caso tais documentos sejam insuficientes para o cumprimento do mister acima indicado, a fiscalização deverá intimar o contribuinte para que apresente outros documentos fiscais necessários para esse fim. Ao final, uma vez ofertada as respostas aos questionamentos acima, o recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do que prevê o art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. Concluídas estas providências, retornemse os autos para julgamento. (Assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bezerra Fl. 133DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.901388/2010-11
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/09/2005 a 30/09/2005
PER/DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DARF INFORMADO NÃO LOCALIZADO NOS SISTEMAS DA RECEITA. PROVA EM CONTRÁRIO TRAZIDA AOS AUTOS.
A apresentação nos autos de cópia do Documento de arrecadação de Receitas Federais - DARF, correspondente ao crédito pleiteado, deverá ser atestado pela unidade de origem a disponibilidade do crédito para a efetivação da compensação realizada.
Numero da decisão: 3001-000.210
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso, com retorno dos autos à Unidade de Origem para análise dos documentos acostados no Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Cleber Magalhães e Renato Vieira(Relator) que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Cássio Schappo.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Renato Vieira de Avila - Relator
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo.
Nome do relator: RENATO VIEIRA DE AVILA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/09/2005 a 30/09/2005 PER/DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DARF INFORMADO NÃO LOCALIZADO NOS SISTEMAS DA RECEITA. PROVA EM CONTRÁRIO TRAZIDA AOS AUTOS. A apresentação nos autos de cópia do Documento de arrecadação de Receitas Federais - DARF, correspondente ao crédito pleiteado, deverá ser atestado pela unidade de origem a disponibilidade do crédito para a efetivação da compensação realizada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso, com retorno dos autos à Unidade de Origem para análise dos documentos acostados no Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Cleber Magalhães e Renato Vieira(Relator) que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Cássio Schappo. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri - Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila - Relator (assinado digitalmente) Cássio Schappo - Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo.
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NÃO HOMOLOGAÇÃO. DARF INFORMADO NÃO LOCALIZADO NOS SISTEMAS DA RECEITA. PROVA EM CONTRÁRIO TRAZIDA AOS AUTOS. A apresentação nos autos de cópia do Documento de arrecadação de Receitas Federais DARF, correspondente ao crédito pleiteado, deverá ser atestado pela unidade de origem a disponibilidade do crédito para a efetivação da compensação realizada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso, com retorno dos autos à Unidade de Origem para análise dos documentos acostados no Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Cleber Magalhães e Renato Vieira(Relator) que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Cássio Schappo. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Relator (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 90 13 88 /2 01 0- 11 Fl. 40DF CARF MF Processo nº 11080.901388/201011 Acórdão n.º 3001000.210 S3C0T1 Fl. 3 2 Cássio Schappo Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo. Relatório Despacho Decisório 863972477 Tratase de decisão que julgou o Per/Dcom número 10814.88657.201106.1.3.047733, relativo a pagamento indevido ou a maior. Após a análise do crédito solicitado, concluiuse que o valor original na data de envio da Dcomp era de R$ 18.275,51, não tendo sido confirmada a existência do direito creditório, vez que o DARF não foi localizado. Diante da inexistência do crédito, foi considerada não homologada a compensação declarada, sendo colocado em cobrança o crédito tributário no valor de R$ 17.098,94 de principal, R$ 3,419,78 de multa e juros correspondentes a R$ 7.631,59. Manifestação de Inconformidade A Recorrente busca legitimar seu crédito conforme demonstrado em cópia da DARF anexa a este, cujo documento comprobatório foi extraído do próprio site da Receita Federal com as informações necessárias para a comprovação de recolhimento, efetuado em 31/10/2005 na agencia 0407 do Banco ABN ANRO BANK (BANCO REAL). DRJ/FNS A manifestação de inconformidade foi julgada com a seguinte ementa: Acórdão 0734.994 4ª Turma DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DARF NÃO LOCALIZADO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Não tendo sido localizado o Darf com as características indicadas pelo contribuinte como origem do crédito, ratificase o despacho decisório que não homologou a compensação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2006 COMPENSAÇÃO. ESPÉCIE DE PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. LIMITES DA APRECIAÇÃO EM SEDE ADMINISTRATIVA No âmbito das compensações declaradas pelos contribuintes, a apreciação administrativa da regularidade do procedimento do contribuinte se limita à aferição da existência de crédito contra a Fazenda Fl. 41DF CARF MF Processo nº 11080.901388/201011 Acórdão n.º 3001000.210 S3C0T1 Fl. 4 3 Nacional estritamente declarado em declaração de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O relatório do mencionado acórdão, por bem retratar a situação fática, será aproveitado conforme a transcrição a seguir: Trata o presente processo de Declaração de Compensação (Dcomp) eletrônica nº 10814.88657.201106.1.3.047733, transmitida em 20 de novembro de 2006, por meio da qual a contribuinte solicita compensação de débito com crédito, no valor de R$ 18.275,51, que teria sido indevidamente recolhido a título de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), mediante Darf código 5856, em 31 de outubro de 2005, no valor total de R$ 26.765,50, relativo ao período de apuração de 30 de dezembro de 2004, com vencimento em 15 de janeiro de 2005. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Porto Alegre RS pela não homologação da compensação declarada, mediante Despacho Decisório, à folha 3, emitido em 07 de junho de 2010, fazendoo com base na constatação da inexistência do crédito informado, uma vez que o Darf, discriminado na Dcomp, não foi localizado nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Inconformada com a não homologação da compensação, a contribuinte apresenta manifestação de inconformidade, na qual alega que tem direito ao crédito conforme cópia do Darf que junta aos autos (folha 4), o qual foi extraído do site da RFB e possui todas as informações necessárias para comprovação do recolhimento, efetuado em 31 de outubro de 2005. No voto, a autoridade julgadora de primeira instância firma seu entendimento no sentido de delimitar o tema a ser enfrentado, qual seja, razão da não homologação da compensação restringese a uma questão fática, qual seja: não se confirmou nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) a existência do crédito oferecido, uma vez que não foi localizado o Darf informado na Dcomp. Meio para Provar o Crédito A Recorrente alega que tem direito ao crédito conforme cópia do Darf que junta aos autos. Termo de Intimação A autoridade fiscal esclareceu que, havendo erro no preenchimento, a contribuinte disporia de prazo para retificar a Declaração de Compensação. Não constou, entretanto, dos autos, que a contribuinte tenha retificado a Dcomp, corrigindo a origem do crédito tributário, antes da ciência do Despacho Decisório. Fl. 42DF CARF MF Processo nº 11080.901388/201011 Acórdão n.º 3001000.210 S3C0T1 Fl. 5 4 Motivo da Não Homologação A compensação intentada pela contribuinte por meio da Dcomp objeto do presente processo não foi homologada, pois a origem de seu possível crédito não é aquele constante do Darf informado na Dcomp. De acordo com a autoridade julgadora de primeira instância, ao suprimir na Dcomp informação essencial à identificação da origem de seu pretenso crédito, a contribuinte subtraiu à DRF de origem a correta identificação do objeto do pleito. Com isso, não se pôde, em sede recursal, apreciar originariamente questão não submetida à apreciação de quem tem competência, em instância inicial, para deferir ou não o crédito pretendido. E não houve como sanear processualmente tal incidente, pois na medida em que o despacho decisório foi prolatado com estrita consonância com o conteúdo da Dcomp apresentada, inovar nos limites do litígio em sede recursal seria indevido. Recurso Voluntário Segundo consta na defesa da Recorrente, o crédito original na data da transmissão, conforme demonstrado em cópia da DARF em anexo, cujo documento comprobatório foi extraído do próprio site da Receita Federal com as informações necessárias para a comprovação de recolhimento. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Renato Vieira de Avila Relator Pretende a Recorrente, através de seu Recurso Voluntário, ver reconhecida, e, por conseguinte, restar declarada por este Conselho, a ocorrência de erro, uma vez que teria recolhido o valor de R$ 18.275,51, que teria sido indevidamente recolhido a título de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). A fim de comprovar a ocorrência do erro, anexou a este eprocesso, a DCTF com o valor inicialmente lançado (R$ 810.966,70), solicitando autorização para retificála. Origem do Crédito Pleiteado A alegação da Recorrente referese a ocorrência de erro material na apuração do tributo em tela, tendo ocorrido pagamento a maior, motivo pelo qual manejou a referenciada DCOMP, a fim de ressarcir o que considerou indevido, vez que apontou, a seu entender, a existência de crédito próprio suficiente para fomentar a compensação. Nestes autos, reparase que não retificadora de DCTF, impossibilitando, de início, a simples verificação da divergência dos valores apontados, pois a informação constante no sistema de controle da Receita, ainda é o original (R$ 810.966,70). Fl. 43DF CARF MF Processo nº 11080.901388/201011 Acórdão n.º 3001000.210 S3C0T1 Fl. 6 5 A fim de demonstrar seu crédito, é dever da Recorrente apontar sua origem, de forma robusta, em documentação contábil suficiente, tanto para aferição do crédito, como de sua real ocorrência. Seguese ao julgado: Acórdão: 3202001.185 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIALCOFINS Data do fato gerador: 20/04/2007 PEDIDO DE RESSARCIMENTO. DCTF RETIFICADORA. NECESSIDADE DA PROVA PELO CONTRIBUINTE. Nos termos dos §1º do art. 147 do CTN, para a validade da DCTF retificadora, nos casos em que a retificação importa na redução de tributo, é imprescindível a prova do erro que ensejou a necessidade da retificação. Tratandose de pedido de ressarcimento/restituição cumulado com pedido de compensação, o ônus de comprovar o direito creditório que alega é do contribuinte. Ausência DCTF Retificadora O valor considerado incorreto pela Recorrente ainda se encontra constituído perante o ordenamento jurídico, haja vista não ter havido a retificação da DCTF. Importa ressaltar que a autoridade em primeira instância, embora não tenha sido alegado pela parte recorrente, foi verificado o Dacon transmitido e observouse que o demonstrativo, apura exatamente ao valor de R$ 810.966,70 para a Cofins devida em dezembro de 2006. Ainda na data do acórdão, asseverou o julgador, a DCTF e o Dacon informam o valor posto em cobrança. Ressaltada, assim, pelas particularidades do caso, a ausência de prova a favor do contribuinte. Acórdão 3302002.709 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/1997 a 31/03/1997 DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. ERRO. ÔNUS DA PR OVA. O crédito tributário também resulta constituído nas hipót eses de confissão de dívida previstas pela legislação tributária, c omo é caso da DCTF. Dos meios para a Comprovação do erro material O tema presente se faz crucial para o desdobramento da questão. O cerne da discussão transita entre a exigência da autoridade fazendária na qual os erros devem ser provados com meios robustos e claros, com a definição e evidência dos fatos geradores ocorridos, e a devida construção lógico temporal entre a ocorrência do erro e a ocorrência do fato em si. Por outro lado, notase por parte do contribuinte, a pretensão em fazer valer seu suposto direito ao crédito, no presente caso, com o argumento de que errou. Não indicou, no Fl. 44DF CARF MF Processo nº 11080.901388/201011 Acórdão n.º 3001000.210 S3C0T1 Fl. 7 6 momento apropriado, conforme se verá no item seguinte, nenhum indício da materialização do erro e o percurso percorrido para atingir o novo montante, considerado correto. Os meios de prova, aptos a comprovar a legitimidade do crédito, seriam, no entender deste julgador, a demonstração, com os documentos contábeis que permitam, em sede de contencioso administrativo, a efetiva leitura de como ocorreu apuração do tributo no valor apontado pela Recorrente. Este Conselho imputa à Recorrente, o ônus de comprovar este erro. Isto porque, a fim de aproveitar seu direito creditório, quando posto em litígio administrativo, deve assumir, plenamente, a tarefa de provar a existência do crédito. E, assumir o ônus de provar a existência do crédito, significa dizer, provar a existência da efetiva operação. Neste sentido, contratos comprovantes das operações que deram lastro aos lançamento contábeis, os seus devidos reflexos nos livros contábeis e fiscais, acompanhados de memoriais de cálculo, poderiam servir à apreciação do julgador, e demonstrar, justamente, o real acontecido. Mais substância ainda, seria trazer aos autos, os comprovantes da real ocorrência das operações negociais, como comprovantes de pagamentos e da efetiva prestação de serviço. Neste sentido, são as manifestações deste Conselho: Acórdão: 3302002.709 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/1997 a 31/03/1997 DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. ERRO. ÔNUS DA PR OVA. Tratandose de suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invo cado, o que, no presente caso, não ocorreu. Recurso Voluntário Negado. A mera alegação de inexistência de débito, desacompanhada dos documentos comprobatórios de sua real inexistência não é suficiente para que sejam homologadas quaisquer compensações, ou que quaisquer débitos sejam anulados. No presente caso o Recorrente não comprovou os recolhimentos efetuados por meio de documentos hábeis e idôneos, bem como de que se trata o débito inexistente. Há que se esclarecer que o Recorrente está obrigado a comprovar o erro de fato cometido ao preencher sua DCTF Complementar referente ao 1ºTrimestre de 1997, bem como que nenhum valor a título de COFINS é devido no referido período, mediante a apresentação de documentos hábeis e idôneos. Sem a comprovação de seu direito, através de tais documentos, a autoridade administrativa fica impedida de lhe proporcionar qualquer anulação de débito. Tratandose, portanto de matéria de prova, cabia ao recorrente Fl. 45DF CARF MF Processo nº 11080.901388/201011 Acórdão n.º 3001000.210 S3C0T1 Fl. 8 7 produzila de forma satisfatória, a fim de demonstrar o seu direito Acórdão nº 3302.004.108 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. ERRO EM DECLARAÇÃO. A DCTF retificadora apresentada após o início de procedimento fiscal não têm o condão de provar suposto erro de fato que aponta para a i nexistência do débito declarado. O contribuinte possui o ônus d e prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos. Acórdão n° 3801000.681 — la Turma Especial ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/01/2004 DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. ERRO. ONUS DA PROVA. 0 crédito tributário também resulta constituído nas hipóteses de confissão de divida previstas pela legislação tributária, como é o caso da DCTF. Tratandose de suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado Recurso Voluntário Negado. "Logo, a desconstituição do crédito tributário nascido com a con fissão de divida ocorrida através da DCTF dependerá de comprovação inequívoca, por meio de documentos hábeis e idôneos, de que se trata de débito inexistente. E que, para ilidir a presunção de legitimidade do crédito tributário nascido não se mostra suficiente que o contribuinte limitese a alegar erros, fazendose necessário que demonstre, por intermédio de documentação hábil e idônea, que a obrigação tributária principal é indevida. Momento da prova A Recorrente juntou ao seu Recurso Voluntário, a destempo portanto, documentos extraídos da contabilidade, como o balancete de apuração de dezembro de 2006, razão de todas as contas contábeis que compõe a base de calculo da COFINS, demonstração de cálculo da COFINS e, por fim, a planilha de apuração da contribuição. Os documentos juntados, quais sejam, planilha intitulada de 'apuração dos impostos', indicando valores como base de cálculo da COFINS; demonstração do Cálculo da Cofins; cópia do balancete de dezembro de 2006; e, cópia do livro Razão de dezembro de 2006, além de intempestivos, são insuficientes, haja vista que não possibilitam rastrear a Fl. 46DF CARF MF Processo nº 11080.901388/201011 Acórdão n.º 3001000.210 S3C0T1 Fl. 9 8 ocorrência efetiva do pagamento indevido das operações excluídas pelo recorrente. Ou seja, não é possível, recompor a correta base de cálculo para fins de verificação da ocorrência do erro. Acórdão: 3202001.185 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 20/04/2007 . PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MOMENTO DA APRESENTAÇÃO DA PROVA. PRECLUSÃO. Conforme o art. 16, § 4º, do Decreto nº. 70.235/72, no processo administrativo fiscal, as provas devem ser apresentadas na impugnação, sendo admitida a juntada posterior somente nos casos excepcionais elencados naquele dispositivo legal. Recurso Voluntário negado. 3802002.108–2ªTurma Especial ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário:2003 COMPENSAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO. FUNDAMENTAÇÃO. MOMENTO PARA APRESENTAÇÃO DE ESCLARECIMENTOS. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA.NULIDADE.INOCORRÊNCIA. Não enseja nulidade o despacho decisório exarado por autoridade competente e devidamente fundamentado. O momento oportuno para apresentação de esclarecimentos pelo contribuinte é o da manifestação de inconformidade que instaura a fase litigiosa do procedimento, restando afastada a ocorrência de cerceamento ao direito de defesa. Da Conclusão Ante o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário e negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Voto Vencedor Conselheiro Cássio Schappo Redator Fl. 47DF CARF MF Processo nº 11080.901388/201011 Acórdão n.º 3001000.210 S3C0T1 Fl. 10 9 Com a devida vênia do Relator à argumentação empregada no voto, entendo que assiste parcial razão a recorrente. A recorrente buscou através de PER/DCOMP nº 10814.88657.201106.1.3.047733, transmitida na data de 20 de novembro de 2006, a compensação de débito de COFINS no valor de R$ 21.651,00, da competência 04/2006 e 05/2006, em razão do recolhimento a maior que o devido na data de 31/10/2005 no valor de R$ 18.275,51 de COFINS, da competência 12/2004, com em DARF no valor total de R$ 26.765,50. A DRJ/FNS 4ª Turma, manteve a não homologação da compensação pleiteada, nos termos do despacho decisório, porque foi localizado o DARF com as características indicadas pelo contribuinte, limitandose à aferição da existência de crédito contra a Fazenda Nacional estritamente indicado em declaração de compensação. A Recorrente, em sua manifestação recursal repete as alegações da inicial de que o crédito existe conforme demonstrado em cópia do DARF que trouxe aos autos, extraído do próprio site da Receita Federal; que não tomou conhecimento de intimação de fls. 18; que existe apenas duas divergências de datas entre o DARF transcrito na intimação e DARF de fls.36, uma da data do período de apuração 30/12/2004 para 31/12/2004 e duas da data de vencimento de 15/01/2005 para 14/01/2005; que todas as demais informações data de arrecadação e valores, são idênticos; diz que não lhe é facultado retificar a PER/DCOMP, devendo ser considerado os dados contidos no DARF apresentado. O que se observa dos fatos narrados acima é que o autor do despacho decisório se deparou com a divergência de datas e não atribuiu reconhecimento ao crédito apontado pela interessada, passível à compensação requerida, tanto que intimou a contribuinte para dar explicações. Porém, a cópia do DARF de fls.36 é documento extraído do próprio site da Receita Federal do Brasil, até prova em contrário são esses os dados que contarão para averiguar a procedência do crédito e sua disponibilidade para a realização da compensação pleiteada. A PER/DCOMP não detalha os dados do DARF, demonstrando fragilidade nesse ponto, mas não foi essa informação passada na intimação de fls.18, lá foram transcritos os prováveis dados do DARF apresentado com a PER/DCOMP, sem que no entanto sua cópia fosse disponibilizada. Vejo que a questão das datas mencionadas não são empecilhos para que se realize a compensação almejada, mas sim, se o correspondente crédito está disponível nos sistemas da Receita Federal do Brasil. Nesse sentido, em respeito ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, na busca da verdade real no processo administrativo tributário, é cabível oportunizar à Recorrente uma melhor análise dos fatos pela unidade de origem quanto ao crédito pleiteado, se o mesmo permanece disponível e alcança a compensação requerida. Não podem as autoridades administrativas omitirse de analisar a materialidade dos débitos e créditos em compensação, eis que do contrário comprometem a Fl. 48DF CARF MF Processo nº 11080.901388/201011 Acórdão n.º 3001000.210 S3C0T1 Fl. 11 10 regularidade do processo administrativo de restituição e compensação de tributos, cuja implicação é a manifesta nulidade nos termos do art. 59, II do PAF. Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que a unidade de origem confira a veracidade do DARF juntado aos autos e a disponibilidade de seu crédito para a homologação da compensação requerida. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 49DF CARF MF
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Numero do processo: 12963.000245/2007-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL Ano-calendário: 2005, 2006 CSLL. RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. As receitas decorrentes de exportação integram a receita bruta para fins de apuração da base de cálculo da CSLL. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. É inaplicável a penalidade quando há concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual.
Numero da decisão: 1402-000.715
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir somente a multa isolada.
Nome do relator: Frederico Augusto Gomes de Alencar
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2005, 2006 CSLL. RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. As receitas decorrentes de exportação integram a receita bruta para fins de apuração da base de cálculo da CSLL. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. É inaplicável a penalidade quando há concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir somente a multa isolada. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Fl. 176DF CARF MF Emitido em 15/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 15/10/2011 por ALBERTINA SIL VA SANTOS DE LIMA Processo nº 12963.000245/200712 Acórdão n.º 140200.715 S1C4T2 Fl. 168 2 Relatório Togni S/A Materiais Refratários recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 2ª Turma da DRJ Juiz de Fora/MG, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “Foram lavrados em 14/08/2007, pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Poços de Caldas/MG, os autos de infração para exigir da empresa autuada a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (fls.128/137), no valor de R$ 25.793,57, o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ (fls. 139/142), no valor de R$ 5.107,50; aos quais foram acrescidos multa de ofício e juros moratórios, bem como a Multa Isolada sobre estimativas no valor de R$17.184,89, totalizando o crédito tributário de R$ 86.564,49. Às fls. 124/127, a Fiscalização relata que constatou divergências relativas ao Imposto de Rendas das Pessoas Jurídicas e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, sendo a empresa intimada e reintimada a justificálas e comproválas. Analisando a resposta do contribuinte verificouse que havia sido excluído da base de cálculo da CSLL valores não contemplados na IN 390/2004. “Portanto, em face do exposto procedemos o lançamento de ofício da CSLL dos anos calendário de 2005 e 2006 com agravamento da multa de ofício, nos termos do inciso I do § 2º do art. 44 da Lei nº 9430/96, com redação dada pela Lei nº 11.488/07, da multa isolada por insuficiência de recolhimento a título de antecipação da CSLL, bem como ao lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica do quarto trimestre de 2004, tendo em vista o recolhimento insuficiente de IRPJ, sob código 1800”. Em 01/11/2007, a empresa apresentou impugnação PARCIAL ao lançamento, alegando com referência à CSLL que foi retirado da base de cálculo a receita proveniente da exportação, a qual entende correta, visto que o art. 149 da CF, alterado pela Emenda Constitucional 33/2001 “passou a prever que todas as contribuições sociais, como é o caso da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e as contribuições de intervenção no domínio econômico NÃO INCIDIRÃO SOBRE RECEITAS PROVENIENTES DA EXPORTAÇÃO”. Afirma que a imunidade constitucional agasalha também a CSLL e esse tem sido o entendimento da STF, ao contrário do procedimento da Receita que excluiu as exportações somente da base das contribuições para o PIS e a Cofins. “Portanto, toda e qualquer receita, obtida pelo exportador, não pode ser objeto da CSLL, sob pena de desrespeito a imunidade constitucional prevista”. Discorda ainda do agravamento da multa visto que o contribuinte não tinha documentos hábeis para justificar as diferenças, pois “tratase de observância do conceito constitucional de imunidade, daí porque não poderia a embargante ter apresentado ao sr Auditor o que não tinha”.E mesmo que estivesse errada em excluir o valor das exportações não caberia o agravamento da multa. Fl. 177DF CARF MF Emitido em 15/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 15/10/2011 por ALBERTINA SIL VA SANTOS DE LIMA Processo nº 12963.000245/200712 Acórdão n.º 140200.715 S1C4T2 Fl. 169 3 Relativamente ao IRPJ a impugnante reconhece a exigência como devida e formaliza o pagamento. É o relatório.” A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 09 23.884 (fls. 153158) de 13/05/2009, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento para excluir o agravamento da multa aplicada. A decisão foi assim ementada. “DIFERENÇA APURADA ENTRE O VALOR ESCRITURADO E O DECLARADO/PAGO. A imunidade conferida pelo art. 149, § 2º, inciso I, da Constituição Federal alcança apenas as contribuições sociais que possuem como base de incidência as receitas decorrentes de exportação, estando fora desse rol a Contribuição Social incidente sobre o lucro da empresas. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. A insuficiência de recolhimento das estimativas, por contribuinte optante pelo lucro real anual, esta sujeita à multa isolada prevista no art. 44, inciso I c/c § 1o, inciso IV da Lei nº 9.430/96. MULTA AGRAVADA. Não cabe o agravamento da multa de ofício quando o sujeito passivo responde à intimação fiscal, ainda que não forneça os esclarecimentos e documentos solicitados.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 26/05/2009 (A.R. de fl. 161), a interessada interpôs recurso voluntário em 19/06/2009 (fls. 162165) onde repisa os argumentos apresentados em sua impugnação. É o relatório. Fl. 178DF CARF MF Emitido em 15/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 15/10/2011 por ALBERTINA SIL VA SANTOS DE LIMA Processo nº 12963.000245/200712 Acórdão n.º 140200.715 S1C4T2 Fl. 170 4 Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. O recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Dele, portanto, tomo conhecimento. O presente litígio atémse somente a exigência da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido sobre o valor das receitas provenientes da exportação que o contribuinte entende estar alcançada pela imunidade. Tal questão já foi objeto de diversas decisões deste Conselho, todas desfavoráveis a tese da contribuinte, a exemplo dos acórdãos 10197.077, 10323524, 101 95.858, 10323.178, 10196.207. Vejase o entendimento do I. Conselheiro Antonio Praga, com o qual comungo e adoto os fundamentos como razão de decidir no presente caso. “... Vejamos a ementa do acórdão 10197.077 de 17/12/2008: CSLL RECEITAS DE EXPORTAÇÃO A Emenda Constitucional nº 33, de 2001, ao dispor que as contribuições sociais não incidiriam sobre a receita de exportação, alcança apenas as contribuições instituídas com base na alínea “b” do inciso I do art. 195, que são as que incidem sobre a receita ou faturamento, não alcançando a CSLL, que incide sobre o lucro. Ademais, essa matéria já foi julgada pelo Supremo Tribunal Federal no RE 56413/SC, cuja ementa e decisão transcrevo abaixo. RE 564413 / SC SANTA CATARINA RECURSO EXTRAORDINÁRIO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO Julgamento: 12/08/2010 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Ementa IMUNIDADE – CAPACIDADE ATIVA TRIBUTÁRIA. A imunidade encerra exceção constitucional à capacidade ativa tributária, cabendo interpretar os preceitos regedores de forma estrita. IMUNIDADE – EXPORTAÇÃO – RECEITA – LUCRO. A imunidade prevista no inciso I do § 2º do artigo 149 da Carta Federal não alcança o lucro das empresas exportadoras. LUCRO – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – EMPRESAS EXPORTADORAS. Incide no lucro das empresas exportadoras a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Além disso, na pretensão do contribuinte há um equivoco intransponível: ao invés de excluir o resultado com as exportações, sua pretensão é excluir toda a receita (demonstrativo de fl. 137), logo, as despesas com essas exportações afetam o resultado tributável. A contribuinte deveria, se fosse o caso, apurar o lucro da exploração.” Fl. 179DF CARF MF Emitido em 15/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 15/10/2011 por ALBERTINA SIL VA SANTOS DE LIMA Processo nº 12963.000245/200712 Acórdão n.º 140200.715 S1C4T2 Fl. 171 5 Dessa forma, tendo em vista que o STF, assim com a RFB e este Conselho confirmaram a incidência da CSLL sobre os resultados com exportação, entendo incabível o pleito da recorrente quanto a esse aspecto. Quanto à multa de oficio isolada, por falta de recolhimento da CSLL sobre as bases estimadas, que está sendo exigido em concomitância com a multa de oficio proporcional, este Colegiado possui entendimento sedimentado, no sentido de sua inaplicabilidade. Nesse sentido, cito, dentre outros, o acórdão CSRF 910100.450, de 4/11/2009, cuja ementa transcrevo. EMENTA: MULTA ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. É inaplicável a penalidade quando há concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual, ou apuração inexistência de tributo a recolher no ajuste anual. Transcrevo agora excertos do voto condutor daquele julgado: No que tange a exigência da multa de oficio isolada, por falta de recolhimento do IRPJ ou CSLL sobre estimativas, após o encerramento do anocalendário, verificase que a penalidade foi aplicada com fulcro no art. 44, inciso I, e § 1o, inciso IV, da Lei 9.430/96, do seguinte teor: .Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte;” ................................................................................................... § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos ................................................................ IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente;” (Grife0 Por sua vez, o art. 2o, referido no inciso IV do § 1o do art. 44, dispõe: Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995 Os artigos 29, 30, 31, 32 e 34 da Lei 8.981/95 tratam da apuração da base estimada. O art. 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, consubstancia hipótese em a falta de pagamento ou o pagamento em valor inferior é permitida (exclusão de ilicitude). Diz o dispositivo: Fl. 180DF CARF MF Emitido em 15/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 15/10/2011 por ALBERTINA SIL VA SANTOS DE LIMA Processo nº 12963.000245/200712 Acórdão n.º 140200.715 S1C4T2 Fl. 172 6 “Art. 35. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. § 1º Os balanços ou balancetes de que trata este artigo: a) deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário; b) somente produzirão efeitos para determinação da parcela do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro devidos no decorrer do ano calendário. (...)” Do exame desses dispositivos podese concluir que o art. 44, inciso I, c.c o inciso IV do seu § 1º, da Lei 9.430/96 é norma sancionatória que se destina a punir infração substancial, ou seja, falta de pagamento ou pagamento a menor da estimativa mensal. Para que incida a sanção é condição que ocorram dois pressupostos: (a) falta de pagamento ou pagamento a menor do valor do imposto apurado sobre uma base estimada em função da receita bruta; e (b) o sujeito passivo não comprove, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. Destaco trecho do voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, no julgamento do Recurso nº 105139.794, Processo n° 10680.005834/2003 12, Acórdão CSRF/0105.552, verbis: “Assim, o tributo correspondente e a estimativa a ser paga no curso do ano devem guardar estreita correlação, de modo que a provisão para o pagamento do tributo há de coincidir com valor pago de estimativa ao final do exercício. Eventuais diferenças, a maior ou menor, na confrontação de valores geram pagamento ou devolução do tributo, respectivamente. Assim, por força da própria base de cálculo eleita pelo legislador – totalidade ou diferença de tributo – só há falar em multa isolada quando evidenciada a existência de tributo devido”. Portanto, a multa de oficio isolada, exigida em concomitância com a multa de oficio proporcional deve ser cancelada. Dessa forma, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário apresentado para excluir do lançamento a exigência quanto à multa de ofício isolada. Sala das Sessões, em 29 de setembro de 2011 (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Fl. 181DF CARF MF Emitido em 15/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 15/10/2011 por ALBERTINA SIL VA SANTOS DE LIMA Processo nº 12963.000245/200712 Acórdão n.º 140200.715 S1C4T2 Fl. 173 7 Fl. 182DF CARF MF Emitido em 15/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 10/10/2011 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALE, Assinado digitalmente em 15/10/2011 por ALBERTINA SIL VA SANTOS DE LIMA
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Numero do processo: 10855.900953/2008-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 31 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Feb 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/03/2002
RECURSO ESPECIAL. STJ. ARTIGO 543-C DO CPC/73. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO.
No âmbito do CARF deve ser obrigatoriamente reproduzida a decisão definitiva de mérito do STJ proferida sob a sistemática dos recursos repetitivos, no sentido de que a multa moratória é excluída pela denúncia espontânea, assim considerada, inclusive, a confissão do contribuinte acerca do débito em atraso em DCTF original ou retificadora, apresentada posteriormente ou concomitantemente ao pagamento do tributo devido e dos juros de mora, desde que não efetuada após qualquer procedimento de ofício.
Recurso Voluntário provido
Numero da decisão: 3402-004.884
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente Substituto
(assinado digitalmente)
Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Carlos Augusto Daniel Neto e Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado).
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
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STJ. ARTIGO 543C DO CPC/73. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. No âmbito do CARF deve ser obrigatoriamente reproduzida a decisão definitiva de mérito do STJ proferida sob a sistemática dos recursos repetitivos, no sentido de que a multa moratória é excluída pela denúncia espontânea, assim considerada, inclusive, a confissão do contribuinte acerca do débito em atraso em DCTF original ou retificadora, apresentada posteriormente ou concomitantemente ao pagamento do tributo devido e dos juros de mora, desde que não efetuada após qualquer procedimento de ofício. Recurso Voluntário provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente Substituto (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 09 53 /2 00 8- 38 Fl. 136DF CARF MF 2 Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Carlos Augusto Daniel Neto e Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado). Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/03/2002 COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Não há que se homologar compensação fundada em crédito inexistente. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO EM ATRASO. EXCLUSÃO DA MULTA DE MORA. INAPLICABILIDADE. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/03/2002 RECURSO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PEDIDO. DIRECIONAMENTO. O pedido pela suspensão da exigibilidade do crédito tributário contestado em face do recurso interposto deve ser direcionado à autoridade responsável pela sua eventual cobrança. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Versa o processo sobre a Declaração de Compensação (DCOMP) n° 04148.97161.150404.1.3.040310, transmitida em 15/04/2004, por meio da qual a contribuinte declarou a compensação de débito de Cofins (2172), no montante de R$ 2.830,15, vencido em 15/04/2004, com crédito relativo a pagamento indevido ou a maior da mesma exação, ocorrido em 15/03/2002. A compensação não foi homologada em face de o pagamento ter sido integralmente utilizado para amortizar outro débito da Cofins relativo ao período de apuração (PA) de 01/2002. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que o crédito seria decorrente de pagamento espontâneo do tributo efetuado com o recolhimento da multa moratória, a qual seria inexigível em face da denúncia espontânea, caracterizando o pagamento indevido sujeito à compensação. Decidiu o julgador de primeira instância pelo não acatamento das razões da manifestante, sob os seguintes fundamentos: Não pode o julgador considerar indevido o pagamento da multa moratória que incide em face do art. 61 da Lei nº 9.430/96, que não condiciona sua exigência à prévia ocorrência de qualquer procedimento fiscal. Até porque, quando isto ocorre, a exigência fiscal consubstanciase pelo lançamento da multa de oficio, prescrita no art. 44 da mesma Lei. Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10855.900953/200838 Acórdão n.º 3402004.884 S3C4T2 Fl. 137 3 A pacificação desse entendimento no STJ restou consubstanciada na Súmula n° 360, que assim dispõe: "O beneficio da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". Tendo sido cientificada dessa decisão em 06/08/2010, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 08/09/2010, mediante o qual sustenta a suficiência do seu crédito em face do descabimento da multa moratória na denúncia espontânea. Mediante a Resolução nº 3403000.233– 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária, de 7 de julho de 2011, o julgamento foi convertido em diligência, nos seguintes termos: (...) A DRJ, no entanto, parece sugerir que bastaria tratarse de tributo sujeito a lançamento por homologação para que não se lhe aplicasse a denúncia espontânea, com o que não se pode concordar. A exceção da aplicação do art. 138 do CTN não se refere à sistemática do tributo, se lançado por homologação ou não. A exceção, ditada inclusive pelo Superior Tribunal de Justiça, é de que a denúncia não se aplica naqueles casos em que o contribuinte confessou o débito e apenas deixou transcorrer o prazo de vencimento. Ocorre que não há elementos nos autos que permitam verificar se o pagamento foi mesmo feito antes de qualquer confissão, ou se se trata de mero pagamento a destempo. Entendo, por isso, que deve ser convertido o julgamento em diligência para determinar à Delegacia de origem a juntada de cópia da DCTF (inclusive de eventuais retificadoras) que demonstrem que a confissão aconteceu antes ou depois do recolhimento do valor a que se refere. Ao final deve ser lavrado relatório conclusivo e, então, intimado o contribuinte para, querendo, manifestarse a respeito da perícia. (...) A fiscalização na diligência informou que: "Verificamos que não houve transmissão de DCTF retificadora e a confissão do débito ocorreu após o pagamento, conforme abaixo (fl 126)". A recorrente foi cientificada da INFORMAÇÃO DRF/SOR/SEORT, mas não se manifestou no prazo concedido. É o relatório. Voto Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, Relatora Atendidos aos requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento do recurso voluntário. Fl. 138DF CARF MF 4 A questão da exclusão da multa de mora na denúncia espontânea de tributos sujeitos a lançamento por homologação foi tratada pelo STJ na sistemática de recursos repetitivos nos julgados cujas ementas se transcreve abaixo: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE DÉBITO TRIBUTÁRIO ACOMPANHADO DO PAGAMENTO INTEGRAL. POSTERIOR RETIFICAÇÃO DA DIFERENÇA A MAIOR COM A RESPECTIVA QUITAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornandose exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): "No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, anobase 1995 e prontamente recolheu esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10855.900953/200838 Acórdão n.º 3402004.884 S3C4T2 Fl. 138 5 6. Consequentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine. 7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1149022/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 24/06/2010) TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo" . É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS– GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (REsp 962.379/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/10/2008, DJe 28/10/2008) Mediante Acórdão nº 9303002.770– 3ª Turma, de 22 de janeiro de 2014, a Câmara Superior de Recursos Fiscais manifestouse sobre a matéria no seguinte sentido: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 IOF. RECURSO ESPECIAL. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. SÚMULA 360 DO STJ. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 140DF CARF MF 6 No presente caso, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, acolheu a tese de que a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ). A contrario sensu, portanto, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça acolheu a tese da aplicação da denúncia espontânea na hipótese de pagamento a destempo sem que tenha sido realizada declaração prévia do contribuinte. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte Como se sabe, nos termos do art. 62, §2º do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, na redação dada pela Portaria MF nº 152/2016, "As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF". Assim, tendo em vista que devem ser obrigatoriamente reproduzidas as decisões definitivas de mérito acima do STJ, proferidas sob a sistemática do art. 543C do CPC/73, adotase aqui a tese no sentido de que a multa moratória é também excluída na denúncia espontânea, assim considerada a confissão do contribuinte acerca do débito em atraso, inclusive em DCTF original ou retificadora, apresentada posteriormente ou concomitantemente ao pagamento do tributo devido e dos juros de mora, desde que não efetuada após qualquer procedimento de ofício. In casu, apurouse, em diligência, que a confissão do débito, por meio da transmissão da DCTF, deuse posteriormente ao pagamento, restando caracterizada a denúncia espontânea, que tem o condão de excluir a incidência da multa de mora. Quanto ao pedido da recorrente da suspensão da exigibilidade de outro processo, relativo ao débito cuja compensação não foi homologada, carece este CARF de competência para analisálo, devendo o pleito dessa natureza ser efetuado, se for o caso, junto à autoridade responsável pela respectiva cobrança, como já alertado pelo julgador de primeira instância. Assim, pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o crédito tributário decorrente da exclusão da multa moratória pela denúncia espontânea no pagamento efetuado pela contribuinte, determinando à Unidade de Origem que proceda à homologação da compensação declarada no valor correspondente. É como voto. (Assinatura Digital) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10855.900953/200838 Acórdão n.º 3402004.884 S3C4T2 Fl. 139 7 Fl. 142DF CARF MF
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