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Numero do processo: 10880.660367/2012-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon May 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 30/06/2012
DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. NULIDADE.
Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade.
DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. FUNDAMENTAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA.
Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
Numero da decisão: 3401-004.768
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Robson José Bayerl, Cássio Schappo, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Lázaro Antônio Souza Soares, Tiago Guerra Machado.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 30/06/2012 DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. FUNDAMENTAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
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NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. FUNDAMENTAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Rosaldo Trevisan Presidente e Relator (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 66 03 67 /2 01 2- 14 Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10880.660367/201214 Acórdão n.º 3401004.768 S3C4T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente), Robson José Bayerl, Cássio Schappo, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Lázaro Antônio Souza Soares, Tiago Guerra Machado. Relatório Trata o presente processo de manifestação de inconformidade contra não homologação de compensação declarada por meio eletrônico (PER/DCOMP), relativamente a um crédito de Cofins, que teria sido recolhido a maior no período de apuração. O Despacho Decisório da DERAT/SÃO PAULO, não homologou o pedido de compensação, sob o fundamento de que, embora localizado o pagamento que deu origem ao suposto crédito original de pagamento indevido ou a maior, o mesmo estava à época do encontro de contas integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados. Notificada da decisão a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade. A DRJ Ribeirão Preto julgou improcedente a impugnação por unanimidade de votos, mantendo o crédito tributário devido. A empresa apresentou recurso voluntário onde somente alega que apesar de ter protestado em sede de impugnação pela falta de motivação do indeferimento no despacho decisório, o acórdão recorrido não demonstrou a motivação, que os atos administrativos devem ser motivados para não ter cerceado seu direito de defesa, não apresentando provas do seu direito. É o relatório. Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10880.660367/201214 Acórdão n.º 3401004.768 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.681, de 21 de maio de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.660277/201223, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.681): "O recurso voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. A recorrente protesta pela falta de motivação do despacho decisório que indeferiu o seu pedido de compensação. Entendo que o despacho decisório cumpre os requisitos legais e possui todo o escopo necessário ao exercício do contraditório e da ampla defesa pelo contribuinte. Nele está inscrito o enquadramento legal da autuação: Enquadramento legal: Arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Também nele encontrase a fundamentação da decisão, ficando claro que o crédito indicado foi localizado, mas já havia sido utilizado para quitação de outros débitos do contribuinte: A análise do direito creditório está limitada ao valor do "crédito original na data de transmissão" informado no PER/DCOMP, correspondendo a 4.812,66. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Entendo que o prejuízo, se havido, foi provocado pelo próprio contribuinte que deixou de apresentar provas que indicassem que era portador do crédito alegado. Ademais, como bem demonstrado no acórdão recorrido, o crédito já havia sido utilizado e alocado, e apesar de ser o único DARF pago pela empresa no ano de 2012, o mesmo foi utilizado em 193 pedidos de compensação. Esse procedimento utilizado pelo contribuinte, de alocar o mesmo crédito a várias Dcomps enseja a cominação de prestação de informação falsa à RFB já Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10880.660367/201214 Acórdão n.º 3401004.768 S3C4T1 Fl. 5 4 que há um campo na PER/DCOMP onde é perguntado se aquele crédito já foi informado em outro PER/DCOMP e o contribuinte respondeu “NÃO” em todas as declarações. Por ser extremamente didático, reproduzo o acórdão recorrido, em sua íntegra, para que não haja dúvidas quanto as suas conclusões que acompanho: Em preliminar, não merece acolhida a alegação de nulidade do Despacho Decisório, vez que o mesmo apresenta de forma clara e precisa o motivo da não homologação da compensação, qual seja, a inexistência de crédito disponível para a compensação dos débitos informados na DCOMP. O Despacho Decisório preenche todos os requisitos formais e materiais para sua validade, contendo todos os elementos necessários ao exercício do direito de defesa do contribuinte, trazendo em seu bojo, ainda que de forma sintética, a fundamentação legal, a identificação da declaração de compensação enviada pela empresa, a data da transmissão, o tipo de crédito, as características do DARF apontado pela empresa na DCOMP, bem como o período de apuração a que se refere. Por outro lado, os motivos da nãohomologação residem nas próprias declarações e documentos produzidos pela contribuinte. Estas são, portanto, a prova e o motivo do ato administrativo, não podendo a interessada alegar que os desconhecia. Importante fixar que a DCOMP se presta a formalizar o encontro de contas entre o contribuinte e a Fazenda Pública, por iniciativa do primeiro, a quem cabe, portanto, a responsabilidade pelas informações sobre os créditos e os débitos, cabendo à autoridade tributária a sua necessária verificação e validação. Encontradas conforme, sobrevém a homologação confirmando a extinção. Não confirmadas as informações prestadas pelo declarante, o inverso se verifica. No caso, a contribuinte declarou um débito e apontou um documento de arrecadação como origem do crédito. Em se tratando de declaração eletrônica, a verificação dos dados informados pela contribuinte foi realizada também de forma eletrônica, tendo resultado no Despacho Decisório em discussão. O ato combatido aponta como causa da não homologação o fato de que, nos sistemas da Receita Federal, embora localizado o DARF do pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente foi totalmente utilizado e alocado aos débitos informados em DCTF, não restando dele o saldo apontado na DCOMP como crédito. Assim, não padece de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente, contra o qual o Fl. 78DF CARF MF Processo nº 10880.660367/201214 Acórdão n.º 3401004.768 S3C4T1 Fl. 6 5 contribuinte pôde exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal. O débito declarado e pago encontrase em conformidade com a correspondente DCTF, a qual tem seus efeitos determinados pelo § 1º do artigo 5º do Decreto lei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, entre eles o da confissão da dívida e o condão de constituir o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco. Quando da transmissão e da análise do PER/DCOMP em tela, o crédito efetivamente não existia, pois o pagamento efetuado estava integralmente alocado ao débito declarado pela própria contribuinte em sua DCTF. Assim sendo, na data da transmissão do PER/ DCOMP a interessada não era detentora de crédito líquido e certo, condição sem a qual não há direito à restituição ou compensação. E não tendo o interessado trazido elementos hábeis a desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF, inexiste razão para se reconhecer o pleiteado direito creditório relativo a pagamento pretensamente maior do que o devido, referente ao período de apuração. O extrato abaixo é a DCTF retificadora ativa da contribuinte, referente ao tributo e período em análise. Repare que a contribuinte declara um débito de COFINS em junho de 2012 no valor de R$ 29.148,73 e vincula ao débito um pagamento de R$4.985,20. No quadro abaixo, podemos verificar que o referido pagamento vem de um DARF de R$5.083,90, composto de um valor principal (R$4.985,20) mais multa por atraso (R$98,70). Fl. 79DF CARF MF Processo nº 10880.660367/201214 Acórdão n.º 3401004.768 S3C4T1 Fl. 7 6 Por sinal, esse foi o único DARF de Cofins pago em 2012 pela empresa, conforme demonstra o extrato abaixo. Impende salientar que, sobre esse alegado crédito de R$ 5.083,90, a contribuinte solicita a homologação de nada menos que 193 pedidos de compensação, todos do mesmo período (2º trimestre de 2012), com mesmo vencimento em 31/07/2012 que, somados, resultam em um valor de R$ 948.369,76, conforme relação abaixo dos processos de PER/DCOMP para o mesmo DARF. .... Agrava o fato de tentar utilizar mais de uma vez o mesmo crédito a prestação de informação falsa, pois no PER/DCOMP há um campo onde é perguntado se aquele crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior já foi informado em outro PER/DCOMP, ao que o contribuinte respondeu “Não” em todos os PER/DCOMP, em infração ao inciso II do § 1º do art. 45 da IN/SRF 1.300, de 20 de novembro de 2012. Pelo exposto, voto por conhecer do recurso voluntário e no mérito por negarlhe provimento. Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado Fl. 80DF CARF MF Processo nº 10880.660367/201214 Acórdão n.º 3401004.768 S3C4T1 Fl. 8 7 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Rosaldo Trevisan Fl. 81DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10074.001831/2010-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon May 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 24 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MERO INCONFORMISMO.
Não se acolhem-se Embargos de Declaração por mero inconformismo com o julgado, mormente quando inexistente qualquer erro, dúvida, contradição ou omissão no acórdão embargado, .
Numero da decisão: 3201-003.755
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer e rejeitar os embargos, vencido o conselheiro Marcelo Giovani Vieira (relator), que votou por conhecer e acolher os embargos, sem efeitos infringentes. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Tatiana Josefovicz Belisário.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Giovani Vieira - Relator.
(assinado digitalmente)
Tatiana Josefovicz Belisário - Redatora designada.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior.
Nome do relator: MARCELO GIOVANI VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MERO INCONFORMISMO. Não se acolhem-se Embargos de Declaração por mero inconformismo com o julgado, mormente quando inexistente qualquer erro, dúvida, contradição ou omissão no acórdão embargado, .
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer e rejeitar os embargos, vencido o conselheiro Marcelo Giovani Vieira (relator), que votou por conhecer e acolher os embargos, sem efeitos infringentes. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Tatiana Josefovicz Belisário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira - Relator. (assinado digitalmente) Tatiana Josefovicz Belisário - Redatora designada. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior.
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MERO INCONFORMISMO. Não se acolhemse Embargos de Declaração por mero inconformismo com o julgado, mormente quando inexistente qualquer erro, dúvida, contradição ou omissão no acórdão embargado, . Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer e rejeitar os embargos, vencido o conselheiro Marcelo Giovani Vieira (relator), que votou por conhecer e acolher os embargos, sem efeitos infringentes. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Tatiana Josefovicz Belisário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira Relator. (assinado digitalmente) Tatiana Josefovicz Belisário Redatora designada. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 4. 00 18 31 /2 01 0- 79 Fl. 4763DF CARF MF 2 Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior. Relatório Inicialmente transcrevo relatório do acórdão embargado: Por bem descrever os fatos ocorridos até o julgamento de 1ª instância administrativa, transcrevo abaixo o relatório da decisão recorrida, bem sua ementa e as razões recursais: Trata o presente processo de auto de infração lavrado para exigência de crédito tributário no valor de R$ 545.195.689,79 referente a Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, PIS/Pasepimportação, Cofinsimportação, multa de mora e juros de mora. Depreendese do Termo de Verificação integrante do auto de infração que: A interessada registrou Declarações de Importação no período de 01/01/2006 a 28/02/2009 para amparar importação de mercadorias, pleiteando benefícios fiscais. Os benefícios pleiteados se referem a isenção de Imposto de Importação e de Imposto sobre Produtos Industrializados, com fundamento na Lei nº 8.032/1990, e a redução das alíquotas de PIS/Pasepimportação e de Cofinsimportação, amparandose na Lei nº 10.865/2004. As atividades da empresa giram em torno de motores aeronáuticos e outros motores, sendo que o Certificado de Homologação de Empresa (CHE) expedido pelo DAC autoriza a empresa a executar serviços, exclusivamente, conforme os Padrões D (manutenção, modificações e reparos em motores de aeronaves), F (manutenção e reparos em equipamentos de aeronaves) e H (serviços especializados). A isenção de imposto de importação e imposto sobre produtos industrializados, prevista na Lei nº 8.032/1990, é relativa a importações de partes, peças e componentes destinados a uma das operações relacionadas (reparo, revisão e manutenção) em um dos bens descritos (aeronaves e embarcações). A interpretação da norma isencional deve ser de forma restritiva, sendo vedadas interpretações extensivas. Portanto, as isenções em tela, in casu, somente abrangem aeronaves, que são classificadas na Posição NCM 8802 e não motores, classificados no Capítulo 84 da NCM. Análise dos 12 (doze) contratos da empresa com seus clientes confirma que nenhum deles tem por objeto reparo, revisão e manutenção de aeronaves, mas sim reparo, revisão e manutenção de determinados motores, seus acessórios ou componentes. Fl. 4764DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.764 3 Concluise, assim, que a empresa não faz jus às isenções previstas na Lei de regência, devendo ser revogadas. O artigo 1º da Lei nº 8.032/90 revogou o dispositivo que expressamente concedia isenção à manutenção, revisão e reparo de componentes das aeronaves, como é o caso de motores. A Solução de Consulta nº 523/89 e o Memo RF/Cosit/Dicex nº 60/2004, trazidos pela interessada não apresentam nenhuma contradição em relação às conclusões antes estabelecidas. Ao contrário, a Solução de Consulta ao se referir apenas à manutenção de aeronaves, reafirma a impossibilidade de gozo da isenção nas importações para manutenção de motores aeronáuticos. Análise da legislação comparada, da mesma forma, faz concluir que há clara distinção entre aeronaves e motores para essas. 89% das Declarações de Importação foram desembaraçadas no canal verde de conferência, ou seja, 11.020 DI’s, das 12.428 DI’s desembaraçadas. A isenção de II e IPI não abrange “ferramentas” e suas partes, portanto são revogadas na presente autuação as isenções indevidamente concedidas. O Decreto nº 5.268/2004 alterou a tipificação da isenção, que passou a ter caráter misto, ou seja, vinculada tanto à destinação dos bens, quanto à qualidade do importador, pois passou a direcionar a isenção aos proprietários ou possuidores de aeronaves, ou ainda, a oficinas homologadas. Uma importante consequência dessa alteração é a exigência de Certidões Negativas dos Tributos Federais e a regularidade perante o FGTS, conforme art. 47 da Lei nº 8.212/1991 e art. 60 da Lei nº 9.069/95. Especificamente em relação ao FGTS o art. 27 da Lei nº 8.036/90 condiciona a apresentação do certificado de regularidade para o reconhecimento de benefícios fiscais. O Ato Declaratório Normativo Cosit nº 07/1998, esclareceu que o despacho e consequente desembaraço de mercadorias importadas, quando isentas ou tributadas à alíquota zero, prescindem da comprovação da quitação de tributos e contribuições federais, por não se tratar de beneficio ou incentivo fiscal concedido subjetivamente ao importador. Assim, caso a isenção ou redução seja direcionada a apenas alguns contribuintes (vinculada à qualidade do importador) estamos diante de um benefício subjetivo, condicionado, portanto, à comprovação de quitação de tributos e contribuições federais. No caso em apreço, com as alterações promovidas pelo Decreto nº 5.268/2004, apenas os proprietários ou possuidores de aeronaves, ou ainda as oficinas especializadas, homologadas e detentoras de contratos com os proprietários ou possuidores de Fl. 4765DF CARF MF 4 aeronaves, estão aptos a realizar a importação de partes, peças e componentes destinados a reparo, revisão ou manutenção de aeronaves com isenção do imposto de importação e do imposto sobre produtos industrializados, e com redução a zero das alíquotas do PIS/Pasepimportação e da Cofinsimportação, o que caracteriza claramente a subjetividade da isenção e da redução. Assim, deve a interessada comprovar a quitação de tributos e contribuições federais, bem como a regularidade perante o FGTS a partir de 10/11/2004. No período compreendido entre 05/05/2009 e 21/12/2009 houve retorno à tipificação objetiva, com a publicação do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 6.759/20009 até sua alteração pelo Decreto nº 7.004/2009. A redução de alíquotas do PIS/Pasepimportação e da Cofinsimportação, para o caso em tela, foi prevista no art. 8º, § 12, inciso VII, da Lei nº 10.865/2004. A Lei nº 10.925/2004, publicada em 26/07/2004, alterou a redação do dispositivo em menção, todavia ainda abrangendo os bens em trato. Em 09/08/2004 foi publicado o Decreto nº 5.171/2004 que criou nova condição para a concessão do benefício, vigente a partir de 26/07/2004, idêntica àquela introduzida pelo Decreto nº 4.765/2003 para a isenção do imposto de importação, qual seja, que o benefício só seria aplicável para a importações destinadas à manutenção, reparo, revisão, conservação, modernização, conversão e montagem de aeronaves utilizadas no transporte comercial de cargas ou de passageiros. O mesmo Decreto nº 5.268/2004, publicado em 10/11/2004, que alterou o Decreto nº 4.543/2002, introduzindo a subjetividade na isenção do imposto de importação (isenção vinculada à qualidade do importador), também o fez em relação ao PIS/Pasepimportação e à Cofinsimportação, estabelecendo exigências semelhantes. A interessada atende aos requisitos previstos para a redução das alíquotas das contribuições, relativamente aos contratos e certificados de homologação. Todavia, não comprovou sua regularidade perante os tributos federais e perante o FGTS, condição para a concessão e fruição do benefício. Desse modo, são revogados na presente autuação o benefício para o PIS/Pasep e para a Cofins, nas importações nos períodos sem comprovação da referida regularidade, por terem sidoindevidamente concedidos. A interessada apresentou certidões de regularidade fiscal e perante o FGTS para parte do período, ou seja, não comprovou a qualidade de regular para todo o período fiscalizado. Assim, ao negligenciar a obtenção das certidões à época não tem como fazer prova, hoje, de que teria direito a elas. De acordo com o artigo 47 da Lei nº 8.212/91 é ônus da empresa para usufruir o benefício fiscal apresentar CND. Alguns dos certificados de regularidade perante o FGTS apresentados pela interessada tinham validade condicionada à verificação de autenticidade no site da Caixa. Fl. 4766DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.765 5 Todavia tal conferência não foi possível em razão de o site não mais disponibilizar informações para esses períodos, portanto os certificados não foram aceitos. Ademais se refiram apenas a alguns períodos. A interessada apresentou ofício emitido pela Caixa, no qual essa informa que o modelo de gestão do FGTS adotado pela CEF não prevê a recuperação de regularidade em períodos passados. O ofício informa ainda que se verificou que os recolhimentos de FGTS pela interessada são efetuados rigorosamente em dia, conforme extrato anexo. Essa informação não confere com os extratos mencionados, pois praticamente todo o recolhimento foi efetuado em atraso. Por fim, o ofício registra que, “considerando o exposto acima, não identificamos óbice para que os certificados de regularidade fossem emitidos à época”. Ocorre que os atrasos mencionados já seriam óbice suficiente para não emissão do certificado à época. Ademais, recolhimento no prazo não significa dizer que houve recolhimento de tudo o quanto era devido à época. Somente o certificado de regularidade nos moldes da Caixa teria este condão. Cabe ao importador a comprovação de que cumpria todos os requisitos previstos na Lei nº 8.212/90 e da Lei nº 10.865/2004, bem como na legislação correlata, para ter reconhecido os benefícios fiscais pleiteados, e mais, que cabe ao importador a comprovação de que cumpriu a finalidade que motivou a concessão dos benefícios. Os benefícios fiscais em tela possuem dois momentos distintos: um momento inicial (momento da concessão) onde a autoridade fiscal avalia o preenchimento dos requisitos e o cumprimento das condições por parte do contribuinte e reconhece a aplicação dos benefícios fiscais, e um período posterior (período de fruição) durante o qual o beneficiário deve, além de continuar preenchendo os requisitos, observar o cumprimento de algumas outras condições. Verificouse que os benefícios foram concedidos de forma indevida, portanto, com base nos artigos 155 e 179 do CTN os benefícios devem ser revogados e os tributos renunciados devem ser cobrados, sem imposição de penalidade, exceto quando constatado artifício doloso. Para se verificar o cumprimento das condições e requisitos no momento da concessão, há a previsão de realizarse a revisão aduaneira (artigo 570 do Decreto nº 4.543/2002). A empresa deixou de cumprir condições e de satisfazer requisitos necessários para a concessão da isenção do Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados relativos às Declarações de Importação registradas no período entre 01/01/2006 e 28/02/2009. Fl. 4767DF CARF MF 6 Portanto, esses benefícios foram revogados e os impostos devem ser cobrados, acrescidos de juros moratórios (art.61, § 3º, da Lei nº 9.430/1996), sem multa de ofício (art. 155, II, do CTN). Todavia, por não possuir caráter punitivo, é proposta a aplicação da multa moratório, prevista no artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. Com relação à redução das alíquotas de PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação a interessada não comprovou a regularidade em relação aos tributos federais, bem como em relação ao FGTS, nos períodos indicados no item cinco do termo de verificação fiscal. Para esses períodos deve ser realizada a cobrança das contribuições não recolhidas, acrescidas de juros e multa de mora. Para o cálculo das contribuições foram utilizadas as seguintes alíquotas de ICMS: 19% (18 +1) DI’s desembaraçadas no RJ exceto aquelas desembaraçadas no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim nas quais foi utilizada a alíquota de 14 % (13 +1). Para as demais DI’s foi utilizada a alíquota de 18%. Pelas razões expostas, foram lavrados autos de infração para exigência dos impostos e contribuições não recolhidos quando do registro das Declarações de Importação, acrescidos de multa de mora de 20% e juros de mora. Regularmente cientificada pela via pessoal (ciência fl. 2328) a interessada apresentou a impugnação tempestiva (v. fl. 3588) de folhas 3189 a 3243, com documentos anexados. A impugnante alega, em síntese, que: Para o cumprimento das atividades constantes de seu objeto social, muitas vezes importa do exterior partes, peças, componentes e ferramentas utilizados na prestação do serviço de reparo, revisão e manutenção de motores aeronáuticos. Essas importações são beneficiadas com a isenção de imposto de importação e de imposto sobre produtos industrializados, nos termos da Lei nº 8.032/1990 e pela alíquota zero do PIS/Cofinsimportação, na forma da Lei nº 10.865/2004. Há erros de cálculo dos impostos e contribuições lançados. Com relação ao cálculo das contribuições, a fiscalização aplicou a alíquota de ICMS de 18%, todavia havia que considerar a redução da base de cálculo autorizada pelo Convênio ICMS 75, de 05/12/1991, vigente até 31/12/2012, que resulta na aplicação da alíquota de 4%. A fiscalização considerou as alíquotas de 16% para o imposto de importação incidente para as mercadorias classificadas nas NCM 4016.93.00 e 8483.10.90 e para o IPI aplicou alíquota de 8% para os bens classificados na NCM 4016.93.00 e de 12% para aqueles relativos à NCM 8483.10.90. Ocorre que essas alíquotas somente foram válidas até dezembro de 2006, pois a Resolução Camex nº 43/2006 e a TIPI, objeto do Decreto nº 6006/2006, ambas com efeitos a partir de 1/1/2007, Fl. 4768DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.766 7 estabeleceram alíquotas de II e IPI reduzidas a zero para as citadas NCM. Há, portanto, erro na apuração do II e do IPI a partir de 01/01/2007, que deve ser retificado, em função da utilização de alíquotas indevidas. Por essa razão, também a apuração de PIS/Cofinsimportação deve ser revista, tanto pelo uso de alíquotas indevidas do II e do IPI, quanto pelo percentual indevido do ICMS antes citado. É o que a jurisprudência tem amuito decidido. O inciso I do artigo 7º da Lei nº 10.865/2004 é inconstitucional, pois determina utilização de base de cálculo das contribuições diferente da autorizada pela Constituição Federal em seu artigo 149, § 2º, inciso III, alínea “a”, referente ao valo aduaneiro. Assim, deve ser reduzido o crédito tributário referente ao PIS/Cofinsimportação, excluindo da base de cálculo o valor do ICMS e das próprias contribuições, ajustando para o valor aduaneiro determinado pelo GATT. Sem prejuízo do já explicitado, há que se cancelar a totalidade da exigência fiscal, haja vista ter cumprido todos os requisitos necessários ao gozo dos benefícios fiscais pleiteados. A interpretação dada pela fiscalização à legislação de regência da isenção do II e do IPI é restritiva e equivocada, chegando a conclusão ilógica e absurda. A isenção do II sobre a importação de componentes aeronáuticos destinados à manutenção de aeronaves e de seus componentes está prevista no artigo 15, inciso IX, do Decretolei nº 37, de 18/11/1966. A Lei nº 8.032/1990 deixou de fora da revogação das isenções e reduções do II e do IPI, essa de que trata o artigo 15, IX, do DL 37/66, conforme o artigo 2º, inciso II, alínea “j”, da Lei nº 8.032/1990. E, além disso, estendeu a isenção ao imposto sobre produtos industrializados, conforme disposto no artigo 3º, inciso I, da Lei nº 8.032/1990. A “isenção do Imposto de Importação sobre bens destinados à manutenção de aeronaves e de seus componentes, concedida pelo DL 37/66, ainda está em pleno vigor, tanto que mantida pela norma contida no artigo 2º, inc. II, alínea “j”, da Lei n. 8032/90, e estendida ao IPI, nos termos do artigo 3º desta mesma lei. E a redação do artigo 15 do DL 37/66 é muito clara no sentido de que a isenção em foco não se limita apenas às partes e peçasde reparo de aeronaves, aplicandose, também, àquelas destinadas ao conserto dos componentes dessas aeronaves, dentre os quais, indubitavelmente, estão inseridos os motores aeronáuticos. Fl. 4769DF CARF MF 8 Portanto, a Impugnante, que importou peças, partes ecomponentes de reparo, revisão e manutenção de motores de aeronaves, faz jus à isenção em foco. (...) A falta de identidade entre o artigo 2 o , inc. II, " j " , da Lei n. 8032 e o artigo 15 do DL 37/66, ou melhor, a ausência de menção, pelo primeiro, aos "componentes" das aeronaves, não tem o condão de validar o argumento do fisco de que teria havido revogação parcial do benefício fiscal. Ora, a diferença entre um e outro dispositivo legal é fruto de uma questão de estilo ou preferência redacional do legislador, não alterando o conteúdo da norma isentiva.” Não houve revogação parcial da isenção prevista no artigo 15, inciso IX, do Decretolei nº 37/1966 pela Lei nº 8.032/1990. A isenção concedida com vistas ao reparo de aeronaves abrange também seus componentes, dentre os quais se incluem os motores aeronáuticos. A interpretação literal realizada pela fiscalização não está correta. Mesmo para normas tributárias a jurisprudência dos tribunais tem sido no sentido de que a interpretação literal não cabe, mesmo nas hipóteses do artigo 111 do CTN. Da mesma forma no âmbito do julgamento administrativo. “Realmente, apesar de a legislação inerente ao benefício fiscal fazer referência apenas a "aeronaves e embarcações", que se submetem a reparo mediante o uso de componentes cuja importação é isenta dos impostos em apreço, sem aludir, de maneira expressa, a "motores", "partes", "peças", "equipamentos" e "componentes" das aeronaves, todos estes bens, por serem partes integrantes das últimas, ficam, sim, favorecidos com a isenção. Essa conclusão não fere o artigo 111, inc. II, do Código Tributário Nacional, na medida em que não se trata de interpretação ampliativa da norma, mas, sim, de análise de seu verdadeiro alcance, de sua finalidade, de tal forma que a lei tenha aplicação prática, não conduzindo a conclusões absurdas. (...) Nesses termos, beneficiandose o "todo", as partes e componentes a ele inerentes estarão, também, e consequentemente, beneficiadas, até porque, ao aludir às aeronaves, o legislador não imaginou uma "carcaça", mas, sim, um equipamento complexo, formado por uma série de peças e aparelhos, tais como os motores aeronáuticos. Ora, se o benefício fiscal fosse dado à fuselagem, ele seria vazio, sem conteúdo, o que, de certo, não foi a intenção do legislador.” A Superintendência Regional da Receita Federal na 7ª Região Fiscal proferiu a Solução de Consulta nº 226/2001 no sentido de que a isenção do imposto de importação alcança os itens Fl. 4770DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.767 9 importados com vistas ao reparo e à manutenção, não só de aeronaves, como também de suas partes e peças. O Superior Tribunal de Justiça já se manifestou quanto ao alcance da isenção em casos semelhantes, tendo determinado que o benefício concedido ao todo (principal) é extensivo às suas partes (acessórios). Da mesma forma que as partes, peças e componentes, as ferramentas também são isentas do imposto de importação e do IPI, pois são necessárias, indispensáveis à realização da atividade de revisão, manutenção ou reparo e aeronaves e de seus equipamentos. O Parecer CST/DTECEx, de 1989,e o MEMO/SEANA/001/94 confirmam que a impugnante possui direito à isenção do imposto de importação e do IPI. E ainda que os impostos fossem devidos, o fato de ter agido em conformidade a normas complementares das leis tributárias torna descabida a imposição de penalidade e cobrança de juros, nos termos do artigo 100, parágrafo único, do Código Tributário Nacional. “A isenção do Imposto de Importação e do IPI e a alíquota zero do PIS/COFINSImportação ora debatidos consistem em benefícios fiscais de natureza objetiva, e não "mista" ou subjetiva, como indevidamente afirmou a fiscalização, pelo que, nos termos do Ato Declaratório Normativo Cosit n. 7, de 7.7.1998, a apresentação da certidão de regularidade fiscal, nestes casos, é prescindível.” A Lei nº 8.032/1990 segregou as isenções de acordo com seu caráter, subjetivo ou objetivo. Assim foram definidas as isenções subjetivas (dependentes da qualidade do importador) no inciso I do artigo 2º e aquelas de caráter objetivo (dependentes do tipo de bem a ser importado) no inciso II do mesmo artigo 2º da lei. A isenção de partes, peças e componentes destinados ao reparo, revisão e manutenção de aeronaves e embarcações foi prevista na alínea “j” do inciso II do artigo 2º da Lei nº 8.032/1990, caracterizando assim sua natureza objetiva. Da mesma forma em relação à redução de alíquotas do PIS/Cofinsimportação que foi definida no inciso VII do parágrafo 12 do artigo 8º da Lei nº 10.865/2004 especificamente aos bens ali arrolados e não direcionada a determinadas pessoas em função de suas qualidades pessoais. A interpretação realizada pela fiscalização está equivocada na medida em que admite que alteração de requisitos determinados em decretos (Decreto 4.543/2002 e Decreto nº 5.171/204, alterados pelo Decreto nº 5.268/2004) teriam alterado a natureza do benefício fiscal em foco, estabelecido em norma superior, lei. Essa interpretação estaria admitindo uma verdadeira ilegalidade, pois as alterações teriam sido realizadas sem amparo na lei. A redação do Regulamento Aduaneiro de 2002 foi novamente utilizada no Regulamento Aduaneiro de 2009, relativamente ao dispositivo que estabelece as condições para a isenção do Fl. 4771DF CARF MF 10 imposto de importação e do IPI em trato, à exceção de pequeno período entre fevereiro e dezembro de 2009. “Assim, no que se refere ao Imposto de Importação e ao IPI, quando muito, podese dizer que, exceto durante o curto espaço de tempo durante o qual vigeu a redação original do artigo 174 Regulamento Aduaneiro de 2009, a importação dos componentes destinados ao conserto e à manutenção de motores de aeronaves era, como de fato é, isenta desses tributos, desde que observadas as seguintes condições”: (i) se a importação for realizada pelo proprietário ou possuidor respectivo: este deve fazer prova da propriedade ou posse do bem; ou (ii) se a importação por realizada por oficina especializada em reparo, revisão ou manutenção de aeronaves: esta deverá apresentar o contrato de prestação de serviços para o que foi contratada, bem como estar homologada perante a ANAC para a realização destas atividades.” As condições cominadas na legislação regulamentar para a fruição do benefício atinente ao PIS/Cofinsimportação são exatamente as mesmas estabelecidas para o gozo da isenção do Imposto de Importação e do IPI. “Realmente, as normas que conferem isenção e atribuição de alíquota zero, respectivamente, para Imposto de Importação e IPI e para PIS/COFINSImportação, contemplam os mesmos requisitos e condições. Esses requisitos e condições nada têm a ver com as características da pessoa do importador. Sua finalidade não é restringir o benefício fiscal a esta ou aquela categoria de importadores; tratase, na verdade, de exigência no sentido de que o importador faça prova da destinação, a tal ou qual aeronave, dos componentes de reparo e manutenção por ele importados.” “O fato de o importador ter de se submeter a determinadas condições para fruição da isenção e da alíquota zero, como, por exemplo, ser proprietário ou possuidor da aeronave a ser reparada, ou ainda, ser empresa homologada para a prestação de serviços de manutenção da aeronave a ser reparada, não transforma a natureza do benefício originalmente concedido, que continua sendo, até a presente data, objetiva.” “Assim, não há que se falar que a isenção e a alíquota zero passaram a ser subjetivas, ou até mesmo mistas, como sustentou a fiscalização.” “Entendimento em sentido contrário fatalmente conduziria à conclusão de que a legislação regulamentar extrapolou os limites das Leis n.s 8032/90 e 10865/04, sendo, pois, ilegal, considerando que ambas leis livram os bens importados da tributação pelo Imposto de Importação, pelo IPI e pelo PIS/COFINSImportação, independentemente de qualquer qualidade pessoal do importador.” Fl. 4772DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.768 11 “Em suma, a isenção e a alíquota zero em apreço possuem natureza objetiva, sendo certo que as normas regulamentares que as disciplinaram, ao criarem condições para sua fruição, não tiveram o condão de alterar tal natureza, a uma porque esta decorre da lei, e a duas porque, se uma alteração desse jaez ocorresse em nível regulamentar, ela não teria validade, por ofensa ao princípio da legalidade.” “À luz de todas essas considerações, demonstrado que os benefícios atinentes ao Imposto de Importação, ao IPI e ao PIS/COFINSImportação na importação de bens utilizados para o reparo e a manutenção de motores e equipamentos aeronáuticos são de natureza objetiva, resulta caracterizado que a comprovação da quitação dos tributos não representava, como de fato representa, requisito para o aproveitamento destes benefícios, nos termos do Ato Declaratório Normativo Cosit n. 7. Portanto, é inteiramente descabida a exigência da fiscalização no sentido de que a Impugnante fornecesse certidão de regularidade fundiária, previdenciária e quanto a tributosfederais em geral, razão pela qual é imperioso o cancelamento do crédito tributário ora combatido.” As normas que estabelecem a exigência da comprovação de situação regular perante o Fisco Federal e perante o FGTS (Lei nº 9069/1995, Lei nº 8212/1991 e Lei nº 8036/1990) são anteriores à instituição do PIS/Cofins importação e os benefícios fiscais (Lei nº 10865/2004). As condições, que representam um gravame, não podem ser exigidas com base em lei anterior à instituição do incentivo fiscal, pois as normas posteriores não prevêem restrição em semelhante sentido. O ônus de provar a situação fiscal irregular da impugnante é do Fisco. As Declarações de Importação foram quase que em sua totalidade desembaraçadas pelo canal verde de conferência aduaneira que, de acordo com a Instrução Normativa SRF nº 680/2006 leva em consideração a regularidade fiscal da interessada. Assim, o fato de as declarações terem sido desembaraçadas ratifica o fato de a impugnante estar em condição fiscal regular. “Não poderiam os agentes fiscais, a essa altura, e com base em meras ilações, sem qualquer prova, sequer indícios, reputar que a Impugnante não estaria em situação regular quando das importações em apreço.(...)o Fisco não poderia alegar, sem provas, que a impugnante estaria em situação irregular, na medida em que o ônus de tal prova é do Fisco. Isto porque, se a Impugnante desembaraçou quase a totalidade de suas mercadorias vindas do exterior pelo canal verde, no pressuposto, portanto, de que estava em situação regular, na forma do artigo 21, inc. I, da Instrução Normativa SRF n. 680, caberia ao Fisco produzir prova em contrário, o sentido de que tal regularidade não existia à época.” “Demais disso, se os próprios agentes fiscais é que controlam, ainda que em parte, os débitos existentes em nome do Fl. 4773DF CARF MF 12 contribuinte, emitindo, se for o caso, a prova da regularidade fiscal, cabe a eles, em processo de fiscalização, buscar em seus cadastros a documentação que ateste que, à época, o contribuinte estava irregular. Isso, não só porque essa documentação (e as correspondentes informações) é de titularidade desses agentes fiscais, como também porque ela não mais é fornecida aos contribuintes, mesmo quando requerida. Ou seja, exigir a apresentação de determinados documentos ou informações pelo contribuinte, quando em posse da Administração Tributária, além de absurdo, é prova de realização impossível.” “Deveras, o próprio "Termo de Verificação" juntado ao auto de infração revela, à fl. 26, que, em alguns casos, a alegada falta das certidões acima mencionadas durou 1 único dia, ou 2 dias, ou 13 dias, tempo mínimo para que, na prática, as empresas consigam a liberação das certidões, qualquer que seja ela. Sendo assim, o período apontado, durante o qual, no entender da fiscalização, a Impugnante não estaria regular, é perfeitamente razoável, em qualquer empresa de médio ou grande porte que tenta obter certidões, ainda mais num período em que os documentos emitidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e pela Procuradoria da Fazenda Nacional não eram expedidos em menos de 30 dias! Portanto, é sem razão, além faltar com razoabilidade, o argumento da fiscalização de que a Impugnante na estaria quite com suas obrigações fiscais. No tocante à regularidade perante o FGTS, a fiscalização argumentou que a validade dos respectivos certificados apresentados pela Impugnante "está condicionada à verificação de autenticidade no site da Caixa, sendo que tal conferência não foi possível, em razão do site não mais disponibilizar informações para estes períodos. Pelo exposto, não foram aceitos os certificados acima mencionados" (fl. 24 do "Termo de Verificação"). Ora, não podem os agentes fiscais desconsiderar documentos do contribuinte sem qualquer justificativa válida para tanto. Em outros dizeres, não podem estes agentes, baseados em meras ilações, desprezar conjunto probatório que o contribuinte logrou produzir.” A verdade material deve prevalecer, conforme diversos julgados do Conselho de Contribuintes que se transcrevem. Foi ainda apresentado ofício emitido pela Caixa Econômica Federal por meio do qual a empresa pública estatuiu a regularidade fundiária da impugnante para o período em debate, todavia referido documento foi desconsiderado pela fiscalização. A acusação da fiscalização de que não havia regularidade perante o FGTS porque havia pagamentos em atraso é descabida, pois regularidade não é necessariamente sinônimo de pontualidade. O pagamento fora do prazo, mas durante o trâmite processual é suficiente para que o contribuinte seja considerado regular Fl. 4774DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.769 13 perante o Fisco, de acordo com decisões administrativas já proferidas. “Diante de todo o exposto, é imperioso o cancelamento integral da exigência fiscal ora combatida, a uma porque, sendo os benefícios fiscais em foco de natureza objetiva, faziase inexigível, para sua fruição, a apresentação de prova de regularidade fiscal da Impugnante, na forma determinada pelo Ato Declaratório Cosit n. 7/98, e a duas porque é do Fisco o ônus da prova de que a Impugnante não estaria regular à época dos fatos, ônus do qual o Fisco não se desincumbiu.” Há erro de enquadramento legal da penalidade no percentual de 20%, pois a fiscalização aludiu aos artigos 179 e 155 do Código Tributário Nacional. Ocorre que o artigo 179 do CTN se refere às isenções de caráter individual, assim entendidas aquelas cuja fruição depende da análise, caso a caso, pela autoridade administrativa, de requerimento do interessado, fazendo prova do cumprimento dos requisitos e condições para o gozo do benefício fiscal. Não é o caso da isenção do IPI e do imposto de importação e das alíquotas zero das contribuições, que são declaradas pelo importador na própria declaração de importação, deixando de ser recolhidas independentemente de qualquer autorização, licença ou processo formal de reconhecimento desses benefícios fiscais. Portanto, não podem ser aplicados os dispositivos legais utilizados pela fiscalização para fins de enquadramento da multa, além de, ademais, o benefício fiscal do PIS/Cofins sequer ser uma isenção, esta sim disciplinada pelo artigo 179 do CTN. Houve, assim, inobservância ao disposto no artigo 10 do Decreto nº 70.235/1972, fato que torna nula a autuação fiscal conforme decisões administrativas. E ainda que fossem aplicáveis ao caso os dispositivos legais invocados pela fiscalização, o artigo 155, inciso II do Código Tributário Nacional impede a aplicação de qualquer multa para o caso em tela. Não há que se falar que a multa moratória, por não ser punitiva, poderia ser aplicada ao caso, diferentemente da multa de ofício. A multa moratória tem sim caráter punitivo, como a jurisprudência, administrativa e judicial, ha muito já firmou. Requer a reforma do auto de infração ou a declaração de sua improcedência. A instância a quo julgou procedente em parte a impugnação, nos termos da ementa do Acórdão nº 0728.632, de 02/05/2012, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 Fl. 4775DF CARF MF 14 ISENÇÃO DE IMPOSTOS NA IMPORTAÇÃO. NORMAS APLICÁVEIS. As normas a serem observadas na concessão ou reconhecimento de isenção de impostos na importação de mercadorias são aquelas que regem a matéria específica. Cumpridos os requisitos específicos instituídos para a concessão ou reconhecimento da isenção esta deve ser deferida. ISENÇÃO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DA NORMA. A norma que estabelece isenção de imposto de importação deve ser interpretada literalmente. “Ferramentas” não se incluem no conceito de partes, peças ou componentes, mesmo que utilizadas em serviços de reparo, revisão ou manutenção de aeronaves, no âmbito da isenção de imposto de importação prevista na alínea “j” do inciso II do art. 2º da Lei nº 8.032 de 12/04/1990. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS FEDERAIS. BENEFÍCIO FISCAL. INEXIGIBILIDADE. No âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) é vedada a exigência de certidão negativa de débitos federais, por ela emitida, para fins de concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal. A verificação da regularidade fiscal do sujeito passivo cabe à unidade da RFB encarregada da análise do pedido. (IN RFB nº 734/2007) INCONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO. A instância administrativa não possui competência para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Como a parcela do crédito tributário que foi exonerada pela decisão da instância a quo excedeu ao patamar previsto no art. 1º da Portaria MF nº 3, de 2008 (o crédito tributário era originalmente R$ 545.195.689,79 e foi reduzido a R$ 643.030,65), o Presidente de 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) interpôs recurso de ofício, nos termos do art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972. Inconformada pelo fato de sua impugnação ter sido julgada apenas parcialmente procedente, sendo mantido pela instância a quo o crédito tributário no tocante ao Imposto de Importação – II e ao Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, bem como as respectivas multas e juros moratórios, a GE Celma Ltda. (“GE Celma”) interpôs seu recurso voluntário, de forma tempestiva, reiterando os argumentos da sua impugnação atinentes a essas exações. O Acórdão embargado decidiu por negar provimento ao Recurso Voluntário, e dar parcial provimento ao Recurso de Ofício. Transcrevo a ementa: Fl. 4776DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.770 15 ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 LEI N° 8032/90. FRUIÇÃO AO BENEFÍCIO FISCAL (II e IPI). REQUISITO. REGULARIDADE FISCAL. APRESENTAÇÃO DE CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO CND E CRFFGTS. A fruição do benefício fiscal previsto na Lei nº 8032/90 exige a comprovação da regularidade fiscal, nos termos do art. 60 da lei de n/ 9.069/95, bem como no art. 47 da Lei de n° 8.212/91 e no art. 27 da Lei de n° 8.036/90. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 ISENÇÃO. MOTORES. A norma que estabelece isenção de imposto de importação deve ser interpretada literalmente. “Motores” incluemse no conceito de partes, peças ou componentes, razão pela qual deve ser reconhecida a isenção sobre a sua importação. ISENÇÃO. FERRAMENTAS. A norma que estabelece isenção de imposto de importação deve ser interpretada literalmente. “Ferramentas” não se incluem no conceito de partes, peças ou componentes, mesmo que utilizadas em serviços de reparo, revisão ou manutenção de aeronaves. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 ISENÇÃO. MOTORES. A norma que estabelece isenção de imposto de importação deve ser interpretada literalmente. “Motores” incluemse no conceito de partes, peças ou componentes, razão pela qual deve ser reconhecida a isenção sobre a sua importação. ISENÇÃO. FERRAMENTAS. A norma que estabelece isenção de imposto de importação deve ser interpretada literalmente. “Ferramentas” não se incluem no conceito de partes, peças ou componentes, mesmo que utilizadas em serviços de reparo, revisão ou manutenção de aeronaves. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 ALÍQUOTA ZERO. MOTORES E FERRAMENTAS. Fl. 4777DF CARF MF 16 A norma que estabelece alíquota zero de PISImportação inclui expressamente motores e ferramentas. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 ALÍQUOTA ZERO. MOTORES E FERRAMENTAS. A norma que estabelece alíquota zero de PISImportação inclui expressamente motores e ferramentas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 MULTA E JUROS. INAPLICABILIDADE DO ART. 100, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN. Quando a norma complementar alegada pelo sujeito passivo não se reveste das qualidades necessárias ao seu enquadramento no art. 100 do Código Tributário Nacional, é incabível a alegação de violação ao princípio da confiança legítima e da boa fé objetiva, e, consequentemente, não pode justificar o afastamento das penalidades e juros de mora. MULTA. INAPLICABILIDADE DO ART. 155, INCISO II, DO CTN. O art. 155, inciso II, do Código Tributário Nacional aplicase somente aos casos em que há inequivocamente um benefício fiscal concedido, quando o beneficiado não preenchia ou deixa de preencher às condições para a sua fruição. Não se presta a afastar penalidades diante da pretensa existência de um benefício fiscal, caso em que sequer fazse pertinente a análise do preenchimento de condições para a sua concessão. Recurso de Ofício Provido em Parte e Recurso Voluntário Negado. Houve Embargos de Declaração da empresa, suscitando diversas omissões no acórdão. Em 26/02/2016 foi prolatado acórdão de embargos, integrando o acórdão anterior com a apreciação da matéria relativa a juros de mora sobre multa. Transcrevo a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACOLHIMENTO. Embargos declaratórios que se acolhe para suprir a omissão apontada, ratificandose a parte conclusiva do voto condutor. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2009 JUROS DE MORA SOBRE MULTA. INCIDÊNCIA. Fl. 4778DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.771 17 O crédito tributário inclui tanto o valor do tributo quanto o da penalidade pecuniária. Assim, quer ele se refira a tributo, quer seja relativo à penalidade pecuniária, não sendo pago no respectivo vencimento, está sujeito à incidência de juros de mora, calculados na forma da lei. A empresa então interpôs Recurso Especial, o qual foi admitido para as matérias relativas a i: inexigibilidade de prova da regularidade fiscal; ii – aplicabilidade da isenção do II/IPI requerida à importação de ferramentas destinadas ao reparo, revisão e manutenção de motores aeronáuticos. Após a cientificação, ao contribuinte, do Despacho de Admissibilidade do Recurso Especial, o Delegado Adjunto da Delegacia de Nova Iguaçu/RJ apresenta Embargos de Declaração, no qual suscita omissão do acórdão embargado quanto à aplicabilidade da exigência de comprovação da regularidade fiscal, em relação ao benefício da redução à alíquota zero do Pis e CofinsImportação do presente caso. Tais Embargos foram admitidos pelo presidente da Turma (fl. 4.733). Às fls. 4.722 e seguintes, encontrase manifestação da empresa quanto aos Embargos, sustentando que foram intempestivos, e que o acórdão embargado já teria decidido, no voto vencido, no sentido de que tal comprovação não seria exigível para o Pis e Cofins Importação. Houve ainda Embargos inonimados, apresentados pelo Delegado da DRF, em relação à aplicação da multa de mora, que no entanto foram rejeitados. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, Relator. Tempestividade dos Embargos O prazo regimental para Embargos é de 5 dias a partir da ciência, cf. art. 65, §1º, do Anexo II do Regimento Interno do Carf – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 20151. No caso de Embargos apresentados pelo titular da unidade da Receita Federal, não há regulamentação quanto à forma da ciência. Com efeito, a maior parte das 1 §1º Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão: I por conselheiro do colegiado, inclusive pelo próprio relator; II pelo contribuinte, responsável ou preposto; III pelo Procurador da Fazenda Nacional; IV pelos Delegados de Julgamento, nos casos de nulidade de suas decisões; ou V pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão. Fl. 4779DF CARF MF 18 decisões sequer são cientificadas ao Delegado, permanecendo no âmbito das chefias internas, que via de regra impulsionam oficialmente o processo sem necessidade de intervenção do titular da unidade. Desse modo, resta claro que há impropriedade nesse rito. Não obstante, esse problema somente pode ser solucionado por meio de regulamentação, que ainda não há. O mesmo problema acontecia, no regimento anterior do Carf, em relação à ciência dos Procuradores da Fazenda Nacional, os quais somente eram considerados cientificados quando a ciência fosse pessoal, e não por meio da remessa do processo à Procuradoria da Fazenda Nacional, conforme Portaria Conjunta dos Conselhos de Contribuintes nº 1, de 27/04/2007. Somente por meio da Portaria MF 527/2010, art. 7º, é que se solucionou o problema, regulamentando o procedimento de ciência nesse caso. Na falta de regulamentação específica para a ciência dos titulares das unidades da Receita Federal, o prazo para a ciência somente pode se contar quando o processo efetivamente é visto e assinado, do que decorre a tempestividade dos Embargos, nos termos do Despacho de Admissibilidade. Desse modo, considero tempestivos os Embargos. Omissão quanto à exigência de comprovação de regularidade fiscal para usufruto do benefício de alíquota zero do Pis e CofinsImportação. Para a matéria, o relator conduz o voto vencido no sentido de que não se exigiriam CND´s ou certidão de regularidade do FTGS para qualquer imposto ou contribuição. O voto vencedor, por seu turno, conduz o voto no sentido de manter tal exigência para todos os tributos e contribuições. Vejamse os seguintes trechos do voto vencedor para a matéria: Fl. 4.467: “Assim sendo, a concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil fica condicionado à comprovação, pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais.” (ressaltei) Fl. 4.468: E, mais, a Solução de Consulta SRF (COSIT) nº 10, de 04 de junho de 2003, a qual baseiase no Ato Declaratório (Normativo) COSIT n. 07, de 1998, dispõe sobre a dispensa de comprovação da quitação de tributos e contribuições federais quando do despacho aduaneiro de mercadorias isentas ou tributadas à alíquota zero, se o benefício ou incentivo fiscal envolvido não tiver sido concedido subjetivamente ao importador, conforme: (ou seja, de caráter geral) consigna expressamente tratarse do II e IPI (fl. 4.471): Fl. 4.468: Fl. 4780DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.772 19 Portanto, o Ato Declaratório acima dispensa apresentação de CNDs por ocasião do despacho aduaneiro apenas para benefícios ou incentivos fiscais concedidos em caráter objetivo, e mesmo assim para mercadorias isentas ou tributadas à alíquota zero. Estão excluídos da dispensa casos como o do litígio, que veremos tratar –se de benefício de caráter OBJETIVO / SUBJETIVO OU MISTO. (ressaltei) Percebese, claramente que o Decreto nº 5.268/2004 alterou a tipificação da isenção, que passou a ter caráter misto, ou seja, vinculada tanto à destinação dos bens, quanto à qualidade do importador, pois passou a direcionar a isenção aos proprietários ou possuidores de aeronaves, ou ainda, a oficinas homologadas. Caracterizando a isenção mista e sujeita à apresentação do CND. Desse modo, não há qualquer motivação, no voto vencedor, para o tratamento diferenciado quanto aos tributos e contribuições, resultando que a sua conclusão se aplica a ambos. Com efeito, o Decreto 5.268/2004 altera o Decreto 4.543/2002, na parte que trata do benefício em questão para o II e IPI, e altera também o Decreto 5.171/2005, que trata da redução a alíquota zero para o Pis e CofinsImportação. Na ementa e dispositivo, somente se faz menção ao II e IPI, sem mencionar expressamente o Pis e Cofins. Todavia, firmo convicção (artigo 29 do PAF2) de que tal equívoco tem origem no fato de que havia provimento total para Pis e Cofins na decisão da DRJ (provimento para ferramentas), e parcial para II e IPI (desprovimento para ferramentas), o que pode ter ensejado o equívoco de se considerar prejudicada a questão da exigência de certidões para Pis e Cofins. Porém, a questão não é prejudicada, porque o lançamento, sendo a exigência de certidões mantida, mantémse também para Pis e Cofins, no caso de peças e motores de aeronaves. Ressalto que, nesse caso, não há aderência imediata do relator ou dos outros Conselheiros à tese do acórdão embargado quanto à exigência de CND´s, da qual divirjo, mas, em sede de embargos, buscase integrálo com esclarecimentos quanto ao que foi decidido pela Turma, naquela ocasião. Concluindo, não há motivação, no acórdão embargado, para tratamento diferenciado entre II/IPI e Pis/CofinsImportação, pelo que a decisão embargada, na matéria, se aplica também ao Pis e CofinsImportação. Portanto, acolho os embargos, para esclarecer o alcance da decisão, alterando, conforme exposto, o texto do voto vencedor, a ementa e dispositivo, na parte embargada, retirando as menções ao II/IPI, conforme segue: 2 Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. Fl. 4781DF CARF MF 20 LEI N° 8032/90. FRUIÇÃO AO BENEFÍCIO FISCAL .REQUISITO. REGULARIDADE FISCAL. APRESENTAÇÃO DE CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO CND E CRFFGTS. A fruição do benefício fiscal previsto na Lei nº 8032/90 exige a comprovação da regularidade fiscal, nos termos do art. 60 da lei de n/ 9.069/95, bem como no art. 47 da Lei de n° 8.212/91 e no art. 27 da Lei de n° 8.036/90. VOTO VENCEDOR Peço vênia para discordar do i. conselheiro na parte sobre a necessidade de apresentação de CND e CRFFGTS em que este entende que a exoneração decorreu do fato de que, na visão da instância a quo, a autoridade preparadora não poderia ter exigido Certidão Negativa de Débito ou Certidão de Regularidade Fiscal do FGTS, no curso do procedimento de revisão aduaneira, por não ser um requisito específico para a concessão dos benefícios pleiteados pela GE Celma LTDA. Inicialmente, o art. 179 do Código Tributário Nacional, bem como o art. 195, § 3º, da Constituição Federal, que assim estabelecem: Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. Art. 195. [...] § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios” Para se valer de qualquer incentivo concedido pelo Poder Público, necessário se faz a regularidade fiscal. Exigências trazidas na legislação infraconstitucional, a seguir transcritas: O art. 60 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995 (base da CND), dispõe: Art. 60 – A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. (grifei) Assim sendo, a concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil fica condicionado à comprovação, pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Fl. 4782DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.773 21 Além do mais, de acordo com o artigo 47 da Lei nº 8.212/91 é ônus da empresa para usufruir o benefício fiscal apresentar CND. Art. 47. É exigida Certidão Negativa de DébitoCND, fornecida pelo órgão competente, nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 28.4.95). I da empresa: a) na contratação com o Poder Público e no recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedido por ele; E, mais, a Solução de Consulta SRF (COSIT) nº 10, de 04 de junho de 2003, a qual baseiase no Ato Declaratório (Normativo) COSIT n. 07, de 1998, dispõe sobre a dispensa de comprovação da quitação de tributos e contribuições federais quando do despacho aduaneiro de mercadorias isentas ou tributadas à alíquota zero, se o benefício ou incentivo fiscal envolvido não tiver sido concedido subjetivamente ao importador, conforme: (ou seja, de caráter geral) “O Coordenador do Sistema de Tributação, no uso das atribuições que lhe confere o item II da Instrução Normativa SRF nº 34, de 18 de setembro de 1974, e tendo em vista o que dispõe o art. 60 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, DECLARA: Em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados, que o despacho e conseqüente desembaraço de mercadorias importadas, quando isentas ou tributadas à alíquota zero, prescindem da comprovação da quitação de tributos e contribuições federais, por não se tratar de benefício ou incentivo fiscal concedido subjetivamente ao importador.” (grifei) Portanto, o Ato Declaratório acima dispensa apresentação de CNDs por ocasião do despacho aduaneiro apenas para benefícios ou incentivos fiscais concedidos em caráter objetivo, e mesmo assim para mercadorias isentas ou tributadas à alíquota zero. Estão excluídos da dispensa casos como o do litígio, que veremos tratarse de benefício de caráter OBJETIVO / SUBJETIVO OU MISTO. As isenções do IIImposto de Importação e IPIImposto sobre Produtos Industrializados, para o caso, estavam assim previstas, in verbis: Lei nº 8.032/1990 Art. 2º As isenções e reduções do Imposto de Importação ficam limitadas, exclusivamente: (...) Fl. 4783DF CARF MF 22 II aos casos de: (...) j) partes, peças e componentes destinados ao reparo, revisão e manutenção de aeronaves e embarcações; (...) Parágrafo único. As isenções e reduções referidas neste artigo serão concedidas com observância do disposto na legislação respectiva. Art. 3º Fica assegurada a isenção ou redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, conforme o caso: I nas hipóteses previstas no art. 2º desta lei, desde que satisfeitos os requisitos e condições exigidos para a concessão do benefício análogo relativo ao Imposto de Importação; (...) (grifei) Lei nº 8.402/1992 Art. 1° São restabelecidos os seguintes incentivos fiscais: (...) IV isenção e redução do Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados, a que se refere o art. 2°, incisos I e II, alíneas a a f, h e j, e o art. 3° da Lei n° 8.032, de 12 de abril de 1990; (grifei) Citando a legislação, à época dos fatos, através do Regulamento do II e do IPI, Decreto nº 4.543/2002 e o Decreto nº 4.544/2002 assim dispuseram, in verbis: Decreto nº 4.543/2002 Art. 135. São concedidas isenções ou reduções do imposto de importação: (...) II aos casos de: (...) i) partes, peças e componentes, destinados ao reparo, revisão e manutenção de aeronaves e de embarcações; (...) Parágrafo único. As isenções ou reduções de que trata o caput serão concedidas com observância dos termos, limites e condições estabelecidos na Seção VI. Por sua vez: Seção VI Dos Termos, Limites e Condições Fl. 4784DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.774 23 (...) Subseção XIII Das Partes, Peças e Componentes Destinados a Reparo, Revisão e Manutenção de Aeronaves e de Embarcações Art. 172. A isenção do imposto, na importação de partes, peças e componentes, será reconhecida somente aos bens destinados a reparo, revisão ou manutenção de aeronaves e de embarcações. (Redação dada pelo Decreto nº 5.268, de 2004) § 1º Para cumprimento do disposto no caput, o importador deverá fazer prova da posse ou propriedade da aeronave ou embarcação. (Incluído pelo Decreto nº 5.268, de 2004) § 2º Na hipótese do § 1º, caso a importação seja promovida por oficina especializada em reparo, revisão ou manutenção de aeronaves, esta deverá: (Incluído pelo Decreto nº 5.268, de 2004) I apresentar contrato de prestação de serviços, indicando o proprietário ou possuidor da aeronave; e (Incluído pelo Decreto nº 5.268, de 2004) II estar homologada pelo órgão competente do Ministério da Defesa. (Incluído pelo Decreto nº 5.268, de 2004) (grifei) O Decreto nº 4.544/2002 prescreve: Art. 51. São isentos do imposto: (...) XXI os demais produtos de procedência estrangeira, nas hipóteses previstas pelo art. 2º da Lei nº 8.032, de 1990, desde que satisfeitos os requisitos e condições exigidos para a concessão do benefício análogo relativo ao de Imposto de Importação; (...)(grifei) Percebese, claramente que o Decreto nº 5.268/2004 alterou a tipificação da isenção, que passou a ter caráter misto, ou seja, vinculada tanto à destinação dos bens, quanto à qualidade do importador, pois passou a direcionar a isenção aos proprietários ou possuidores de aeronaves, ou ainda, a oficinas homologadas. Caracterizando a isenção mista e sujeita à apresentação do CND. Por fim, o art. 27 da Lei de n° 8.36/90, dispõe: Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade do FGTS, fornecido pela Caixa Econômica Federal, é obrigatória nas seguintes situações: a) .......... b) .......... Fl. 4785DF CARF MF 24 c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de serviços ou quaisquer outros benefícios concedidos por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para com o FGTS; Pois bem, como é ressaltado no próprio relatório da decisão a quo: Alguns dos certificados de regularidade perante o FGTS apresentados pela interessada tinham validade condicionada à verificação de autenticidade no site da Caixa. Pois bem, para esses períodos, fica a exigência em aberto, dessa regularidade fiscal. Em sendo assim, dáse provimento parcial ao recurso de ofício pela necessidade da comprovação da regularidade fiscal “ Marcelo Giovani Vieira Fl. 4786DF CARF MF Processo nº 10074.001831/201079 Acórdão n.º 3201003.755 S3C2T1 Fl. 4.775 25 Voto Vencedor Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário, Redatora Designada. Designada Redatora para o voto vencedor, passo a expor a posição que restou vencedora em sessão de julgamento. Conforme consignado pelo d. Relator, tratase de Embargos opostos pela Autoridade Preparadora Delegado Adjunto da Delegacia de Nova Iguaçu/RJ , no qual suscita omissão do acórdão embargado quanto à aplicabilidade da exigência de comprovação da regularidade fiscal, em relação ao benefício da redução à alíquota zero do Pis e Cofins Importação do presente caso. Todavia, em exame do acórdão embargado, observase a inexistência da omissão apontada. O voto vencedor posicionase de forma clara, contudo, de modo contrário ao posicionamento fiscal. A pretensão do Embargante é, portanto, a revisão do julgado, o que desafia recurso próprio, ou seja, Recurso Especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais deste CARF. A questão subsumese a definir se a Conselheira Redatora do Voto Vencedor manteve a exigência da comprovação de regularidade fiscal apenas para a isenção relativa ao II e IPI, ou se também teria estendido ao PIS e à COFINS. O resultado do julgamento constante tanto em ata, como no acórdão formalizado é bastante claro ao afirmar que a divergência entre os julgadores se deu exclusivamente em razão da necessidade de exigência de certidão de regularidade fiscal para o II e o IPI, concordando os conselheiros quanto a todos os demais aspectos: Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade em dar provimento parcial ao recurso de ofício. Vencidos o relator Daniel Mariz Gudiño, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Adriene Maria de Miranda Veras. Redatora designada Mércia Helena Trajano Damorim (quanto à exigência de CND/FGTS para o II/IPI para os períodos que deixaram de comprovar essa regularidade fiscal). No restante das matérias, negado provimento ao recurso de ofício, por maioria de votos. Vencido Joel Miyazaki. Quanto ao recurso voluntário, por unanimidade de votos, negouse provimento. (sem destaques no original) Não há dúvida de que a Redatora do Voto vencedor limitou a exigência apenas para o II e o IPI, como se verifica dos seguintes trechos do seu voto vencedor: Às fls. 4468 e 4469, discorre acerca da legislação aplicável ao II e ao IPI: fl. 4468 "As isenções do II Imposto de Importação e IPI Imposto sobre Produtos Industrializados, para o caso, estavam assim previstas, in verbis:" Fl. 4787DF CARF MF 26 fl. 4469 "Citando a legislação, à época dos fatos, através do Regulamento do II e do IPI, Decreto nº 4.543/2002 e o Decreto nº 4.544/2002 assim dispuseram, in verbis:" fl. 4470 Percebese, claramente que o Decreto nº 5.268/2004 alterou a tipificação da isenção, que passou a ter caráter misto, ou seja, vinculada tanto à destinação dos bens, quanto à qualidade do importador, pois passou a direcionar a isenção aos proprietários ou possuidores de aeronaves, ou ainda, a oficinas homologadas. Caracterizando a isenção mista e sujeita à apresentação do CND. fl. 4471 (conclusão) Em sendo assim, dá se provimento parcial ao recurso de ofício pela necessidade da comprovação da regularidade fiscal (para o II e IPI). Logo, não há como restar dúvidas de que o voto vencedor proferido pela Conselheira Mércia Helena Trajano Damorim se restringiu ao II e ao IPI, tendo a Redatora deixado isso bastante claro, tanto em sua fundamentação, como em sua conclusão. E que não se alegue inexistir fundamentação quanto ao PIS e à COFINS. É que, tendo o Relator restado vencido apenas quanto ao II e IPI, o seu voto foi acompanhando, à unanimidade, em todos os demais aspectos, inclusive no que se refere à desnecessidade de comprovação de regularidade fiscal para fins de aplicação da isenção para o PIS e a COFINS. Caso exista inconformismo quanto a este aspecto, caberia à Procuradoria da Fazenda Nacional interpor o competente Recurso Especial, não podendo haver alteração do julgado em sede de Embargos de Declaração, quando verificado inexistir qualquer erro, dúvida, contradição ou omissão no acórdão proferido. Desse modo, voto por REJEITAR os Embargos de Declaração opostos pela Unidade Preparadora. Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 4788DF CARF MF
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Numero do processo: 12448.907682/2013-36
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/04/2007
NULIDADE. AUSÊNCIA.
Comprovado que os atos praticados não apresentam qualquer dos vícios apontados no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do acórdão de primeira instância.
Numero da decisão: 1302-002.838
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias,Maria Lúcia Miceli e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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AUSÊNCIA. Comprovado que os atos praticados não apresentam qualquer dos vícios apontados no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do acórdão de primeira instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias,Maria Lúcia Miceli e Luiz Tadeu Matosinho Machado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 90 76 82 /2 01 3- 36 Fl. 66DF CARF MF Processo nº 12448.907682/201336 Acórdão n.º 1302002.838 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso interposto em relação ao Acórdão nº 1150.039, de 30 de abril de 2015, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife/PE, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo, e cuja ementa é a seguinte: "ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2007 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. Não são passíveis de restituição nem compensação os créditos sobre os quais não resta comprovada sua liquidez e certeza." O presente processo cuida de Pedido Eletrônico de Restituição (PER), por meio da qual a contribuinte pleiteou a restituição de crédito decorrente de suposto pagamento indevido ou a maior a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), referente ao mês de abril de 2007. O crédito em questão, no valor de R$ 13.236,01, originarseia de pagamento efetuado em 31/05/2007, e não foi reconhecido pelo Despacho Decisório da Delegacia da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro I, por se encontrar inteiramente utilizado para quitação de débito da contribuinte, de modo que a restituição foi indeferida. Cientificado, o sujeito passivo apresentou Manifestação de Inconformidade, na qual sustentou a nulidade do Despacho Decisório, por haver sido proferido em desobediência a decisão judicial proferida nos autos do Mandado de Segurança nº 2011.51.01.0135980, que determinou o recebimento em formulário de papel do pedido de restituição em questão, com as razões e fundamentações legais da causa de pedir, pelo que haveria, ainda, cerceamento do direito de defesa. Ressaltou que, até aquela data, permaneceria sem apreciação os pedidos de restituição realizados em formulário de papel pela Recorrente, no âmbito dos processos administrativos nº 12448.732735/201278 e 12448.732736/201212. A decisão de primeira instância, após examinar o teor da ação judicial invocada, concluiu pela improcedência da manifestação de inconformidade e pelo não reconhecimento do crédito, tendo em vista que: a) o que foi determinado na decisão judicial proferida foi o recebimento e apreciação de pedidos de restituição formulados pela Recorrente em formulários de papel; b) por meio do processo administrativo nº 12448.732735/201278, a Recorrente solicitou a restituição de tributos incidentes na importação de mercadorias sobre as Fl. 67DF CARF MF Processo nº 12448.907682/201336 Acórdão n.º 1302002.838 S1C3T2 Fl. 4 3 quais foi aplicada pena de perdimento, de períodos de pagamentos de 17/11/2008 ou de 24/11/2008; c) em adição, por meio do processo administrativo nº 12448.732736/201212, pleiteou a restituição de 372 supostos pagamentos indevidos ou a maior, dentre os quais aquele objeto do Pedido Eletrônico de Restituição (PER) tratado nos presentes autos; d) não há que se falar em nulidade por descumprimento de decisão judicial, posto que a decisão determinava apenas que os pedidos de restituição formulados em papel fosse conhecidos e apreciados; e) a análise do crédito tratado neste processo, e também incluído no processo nº 12448.732736/201212, será realizada nos presentes autos; f) as razões de pedir constantes do processo administrativo nº 12448.732735/201278, de que se trataria de crédito pago em importação para a qual foi dada pena de perdimento, simplesmente não se aplicam ao caso em apreço, posto não se tratar de tributo incidente sobre a importação; g) considerando as razões de pedir constantes do processo administrativo nº 12448.732736/201212 ("que teve suas atividades de importador direto desclassificadas, e que por decorrência de tal tratamento nos lançamentos efetuados nos PAF 10074.000924/200942 e 10074.000926/200931 as importações realizadas pela requerente estariam sendo imputadas a terceiro, o que justificaria, no seu entender, a restituição dos tributos pagos em seu nome"), uma vez que os lançamentos referidos foram realizados contra a própria Recorrente, e não contra terceiros, não procede a alegação de afastamento da sujeição passivo, quanto mais em relação a tributos não incidentes sobre a importação, como no presente caso; h) o pagamento cuja restituição se pleiteia está vinculado a valor de débito confessado por meio de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), a qual é meio hábil de confissão de dívida. A autoridade julgadora de primeira instância determinou, ainda, que o resultado do julgamento fosse informado no processo administrativo nº 12448.732736/2012 12, onde foi solicitada, por meio de formulário de papel, a restituição do mesmo crédito analisado nestes autos. Cientificado por meio eletrônico, em 18/05/2016, o sujeito passivo apresentou Recurso Voluntário em 27/05/2016, no qual alegou que: a) o crédito pleiteado no Pedido Eletrônico de Restituição (PER) decorre de pagamento indevido, em vista da desclassificação, pelas autoridades tributárias, de todas as operações de comércio exterior realizadas pela Recorrente entre 2002 e 2008; b) sempre se considerou importadora por conta própria, tendo um único cliente, por opção negocial e por atuar no limite de sua capacidade operacional, todavia, "a Receita Federal do Brasil, depois de rumorosa operação policial, depois de fiscalizar as atividades da Recorrente, reclassificoua como importadora por conta e ordem de terceiros" (Mobilitá Ltda, CNPJ nº 32.121.766/007557); Fl. 68DF CARF MF Processo nº 12448.907682/201336 Acórdão n.º 1302002.838 S1C3T2 Fl. 5 4 c) em virtude da referida conclusão, teriam sido lavrados autos de infração, para cobrança de multas e diferenças de tributos aduaneiros, em relação às mercadorias que já haviam entrado em circulação comercial e não foram localizadas; d) foi, ainda, decretado o perdimentos de mercadorias, por suposta interposição fraudulenta, mesmo após o pagamento dos tributos aduaneiros, de modo que tais tributos seriam indevidos; e) "houve por bem solicitar a restituição de tributos que se revelaram indevidos ou pagos a maior em razão da reclassificação jurídica de suas operações"; f) teve, consequentemente, desconsiderado o valor agregado ou margem de lucro na comercialização das mercadorias importadas, quando às mesmas remetia à MOBILITA, o que teria afetado "para mais os tributos que incidiam na transferência das mercadorias da Recorrente para o adquirente, pois eram cobrados preços além do custo de importação e despesas de frete etc., a margem de comercialização"; g) por esta razão efetuou os pedidos de restituição de valores pagos a mais a título de IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Imposto sobre Produtos Importados (IPI), Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), os quais também incidiam "sobre essa verba relativa à margem de comercialização das mercadorias importadas"; h) após haver transmitidos 74 Pedidos Eletrônicos de Restituição (PER), e diante da impossibilidade de pleitear por tal via créditos recolhidos a mais de cinco anos, impetrou Mandado de Segurança, visando ao recebimento dos pedidos (apenas dois), por meio de fomulários em papel; i) o seu direito ao recebimento e processamento dos pedidos efetuados de tal forma foi reconhecido judicialmente, por decisão que teria transitado em julgado; j) o acórdão recorrido incorreria em equívoco, "quando alega que a Recorrente considera que a decisão da 14ª VRRJ teria mandado prover os pedidos de restituição no mérito, e que, por isso haveria descumprimento da sentença. Não se trata disso."; k) o que sustenta é que os processos administrativos nº 12448.732735/2012 78 e 12448.732736/201212 "suplantam os PER/DECOMP originalmente apresentados e que não podia, como não pode, haver pedidos paralelos a correr perante a administração"; l) os PER deveriam haver sido cancelados, posto que os processos administrativos os teriam substituído; m) ao contrário, os PER teriam sido processados, deixando de lado os pedidos formulados em papel, que se encontraria paralisados desde fevereiro de 2012; n) haveria ineficiência, irrazoabilidade, ilegalidade em se exigir a apresentação, para cada recolhimento a maior ou indevido, de um PER; o) não se estaria discutindo, nestes autos, o mérito, mas sim a forma dos pedidos de restituição, posto que o PER ora analisado estaria prejudicado, como todos dos Fl. 69DF CARF MF Processo nº 12448.907682/201336 Acórdão n.º 1302002.838 S1C3T2 Fl. 6 5 demais relativos ao mesmo fato, por força da decisão judicial exarada nos autos do citado Mandado de Segurança. Pleiteou, ao fim, a anulação de todo o procedimento, de modo que a discussão referente ao direito creditório pleiteado no PER sob análise fique vinculada unicamente aos pedidos de restituição formulados nos processos administrativos nº 12448.732735/201278 e 12448.732736/201212. É o Relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302002.818, de 13/06/2018, proferido no julgamento do Processo nº 12448.907672/2013 09, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302002.818): "I DO CONHECIMENTO DO RECURSO O sujeito passivo foi cientificado, por via eletrônica, em 12 de maio de 2016, tendo apresentado seu Recurso em 27 de maio de 2016, dentro, portanto, do prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, aplicável ao caso por força do art. 74, §§10 e 11, da Lei nº 9.430, de 27 de março de 1996. O Recurso é assinado por procurador, devidamente constituído nos autos. A matéria objeto do Recurso está contida na competência da 1ª Seção de Julgamento do CARF, conforme Arts. 2º e 7º, caput e §1º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RI/CARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015. Isto posto, o Recurso é tempestivo e preenchem os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. II DA NULIDADE Fl. 70DF CARF MF Processo nº 12448.907682/201336 Acórdão n.º 1302002.838 S1C3T2 Fl. 7 6 Conforme relatado, o Recurso apresentado não trata do mérito do PER analisado nestes autos, mas tãosomente pugna pela declaração de nulidade de todo o procedimento de análise do direito creditório pleiteado no referido Pedido. A apreciação do Recurso deve ser realizada observando se o disposto nos arts. 12 a 14 do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011: "Art. 12. São nulos (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 59): I os atos e os termos lavrados por pessoa incompetente; e II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. §1o A nulidade de qualquer ato só prejudica os atos posteriores que dele diretamente dependam ou sejam consequência. §2o Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. §3o Quando puder decidir o mérito em favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará, nem mandará repetir o ato, ou suprirlhe a falta. Art.13. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no art. 12 não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 60). Art.14. A nulidade será declarada pela autoridade competente para praticar o ato ou julgar a sua legitimidade (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 61)." Segundo a Recorrente, a nulidade se originaria no fato de que a análise do PER estaria em desacordo com a decisão judicial proferida nos autos de Mandado de Segurança por ele impetrado, e que o PER em questão se encontraria prejudicado pelos pedidos de restituição formulados em papel no âmbito dos processos administrativos nº 12448.732735/201278 e 12448.732736/201212. A decisão recorrida, contudo, esclarece, detalhadamente, a questão e demonstra a improcedência dos argumentos da Recorrente. O conteúdo do Recurso, por outro lado, apenas revela o acerto da decisão guerreada e põe luz sobre o equívoco do raciocínio formulado pelo sujeito passivo. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 12448.907682/201336 Acórdão n.º 1302002.838 S1C3T2 Fl. 8 7 A Recorrente, pelas razões que esclarece em seu recurso, apresentou o PER que deu origem aos presentes autos. Posteriormente, ingressou com Mandado de Segurança "objetivando ordem no sentido de que a autoridade impetrada receba e processe o pedido de restituição de tributos" supostamente recolhidos por ela, de forma indevida. Importa destacar trecho da sentença exarada no processo judicial, que esclarece bem o seu escopo: "Como causa de pedir, sustenta, em síntese, que, na qualidade de importadora, recolheu diversos impostos e contribuições no período de 19/07/2002 a 19/11/2008; que alguns recolhimentos foram indevidos, tendo direito à restituição, nos termos do art. 165 do CTN. Alega que, apesar de ter preenchido o formulário aprovado pela Instrução Normativa RFB nº 900/2008, para obter a restituição, as autoridades fiscais se negam a recebêlo, por se encontrar disponível no site da Receita Federal do Brasil formulário eletrônico para tal finalidade. Aduz, contudo, que o formulário eletrônico não aceita pedidos de restituição de tributos recolhidos há mais de cinco anos, contados da data do preenchimento do formulário; que o prazo para pleitear a restituição dos tributos sujeitos ao lançamento pelo regime de homologação é de dez anos e não de cinco anos, como aceito no formulário eletrônico." O conteúdo da citada decisão judicial, de outra parte, foi no sentido de "que a autoridade impetrada receba e processe o pedido de restituição da Impetrante, formulado em papel". Ou seja, como bem esclarecido pelo acórdão recorrido, não há, em absoluto, qualquer violação à referida decisão judicial no fato de que o pedido de restituição da Recorrente formulado por meio de PER seja analisado nos presentes autos. Ora, tal pedido foi apresentado, em meio eletrônico, em estrita obediência à legislação de regência dos pedidos de restituição e declaração de compensação, inexistindo qualquer vício que o invalide. A decisão judicial que favoreceu a Recorrente se limitou a determinar o recebimento e processamento dos pedidos de restituição formulados pela Recorrente em formulário de papel. E isto foi feito no âmbito dos processos administrativos nº 12448.732735/201278 e 12448.732736/201212. O fato de o pedido formulado em papel abranger o crédito já pleiteado anteriormente em meio eletrônico será apenas mais um elemento a ser considerado pela autoridade administrativa Fl. 72DF CARF MF Processo nº 12448.907682/201336 Acórdão n.º 1302002.838 S1C3T2 Fl. 9 8 quanto da análise daquele pedido. Jamais, há qualquer tipo de substituição, ou implicaria o cancelamento do PER. Tratamse de pedidos autônomos, com análises próprias. No caso, não há qualquer incompetência ou cerceamento do direito de defesa a atrair a incidência do art. 12 do Decreto nº 7.574, de 2011. Sequer se observa qualquer vício ou outro tipo de irregularidade nos presentes autos, razão pela qual deve ser rejeitada a alegação de nulidade formulada pela Recorrente. III DO PEDIDO ELETRÔNICO DE RESTITUIÇÃO Não tendo sido deduzido no Recurso apresentado qualquer argumento ou pedido relacionado com o mérito do PER analisado nos presentes autos, devese considerar que a matéria não foi objeto de questionamento, mantendose incólume a decisão de primeira instância que não reconheceu o direito creditório. IV CONCLUSÃO Por todo o exposto, voto por rejeitar a alegação de nulidade e NEGAR PROVIMENTO ao Recurso do sujeito passivo, com a manutenção do indeferimento da restituição do crédito pleiteado no Pedido Eletrônico de Restituição de que tratam os presentes autos." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 73DF CARF MF
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Numero do processo: 16327.000574/2003-96
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 09 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1402-000.660
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Luis Pagano Gonçalves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone.
Relatório
Nome do relator: LEONARDO LUIS PAGANO GONCALVES
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MERC. GPO. ITAU. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 27 .0 00 57 4/ 20 03 -9 6 Fl. 869DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 870 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto face v. acórdão recorrido que julgou parcialmente procedente a manifestação de inconformidade, reconhecendo uma parcela do direito creditório e homologandoas até o limite reconhecido. O r. Despacho Decisório, reconheceu do total de direito creditório alegado no importe de R$ 26.575.943,94 (fls. 2 e 16), relativo a Saldo Negativo de IRPJ a Pagar do ano calendário de 2002, o valor de R$ 17.193.120,65 (fl. 474), suficiente para a compensação do débito declarado na fl. 1 do presente processo e de um débito indicado na fl. 13 e parte de outro escriturado na fl.10, ambos declarados no PAF l6327.000669/200318 apenso. Não homologou as declarações de compensação objeto dos PAF's 16327000796/200317 (fls. 14 e 15), 16327001062/200347 (fl. 12) e 16327001235/200670 (fl. 737), também apensados. Para deixar mais claro, para fins de homologação de compensação, a autoridade reconheceu apenas o crédito de RS 17.193.120,65 (que é = a R$ 26.575.943,94 menos R$ 4.435.637,35, menos R$ 454.365,64 e menos R$ 4.492.820,31) suficiente para compensar o débito declarado no presente processo relativo ao IRF 5706 com vencimento em 03/01/2003, no importe de RS 15.000.000,00 e um débito de CSLL Estimativa 2469 com vencimento em 28/02/2003 de RS 605.296,18 e parte de outro débito referente ao IRPJ Estimativa 2319 com vencimento em 28/02/2003 no importe de RS 1.805.885,89, declarados no PAF 16327.000669/2003 apenso (fl. 22 do PAF apenso). Em relação ao valor de R$ 4.492.820,31, a autoridade preparadora reconheceu como direito creditório suspenso, (com suspensão das respectivas declarações de compensação), em razão de o crédito estar pendente de decisão administrativa definitiva em processos anteriores de compensação formalizados pelo interessado no anocalendário de 2002, o que foi aceito pelo interessado, pois não foi contestado na manifestação de inconformidade. O valor de R$ 4.435.637,35 não reconhecido é composto pelos valores de R$ 3.951.371,41, R$ 113.112,86, R$ 33.191,37 e R$ 337.961,76 E em relação ao valor de R$ 3.951.371,41 que a autoridade fiscal não reconheceu o direito creditório, relativo à compensação declarada pelo interessado em DCTF (fl. 46) do IRPJ Estimativa de 08/2002 com Saldo Negativo de IRPJ a Pagar do anocalendário de 1996, crédito este que é objeto de apreciação no PAF 16327.002939/200155, eis que conforme relata a autoridade (fls. 468, alínea e, e 469,), os créditos, lá consignados, foram integralmente aplicados, parte para pagamento do IRPJ estimativa de 07/2002, e o restante em outros débitos, de 03/97, 04/97, 03/2000 a 10/2000 e 12/2001 (fls. 405 a 415), tendo o referido processo sido encerrado. No que tange ao valor de R$ 113.112,86, que é parte do valor compensado da estimativa IRPJ de 07/2002, cujo crédito, relativo ao Saldo Negativo de IRPJ de 96, foi também apreciado no PAF 16327002939/200155, a autoridade constatou que, da mesma forma com o ocorrido com o valor de RS 3.951.371,41, o saldo negativo foi insuficiente para sua compensação, conforme mostram os extratos de compensação (fls. 581 a 586) extraídos daquele processo (final 200155). Fl. 870DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 871 3 Portanto, a parcela do IRPJestimativa de 07/2002 pretensamente compensada com aquele valor não pode compor o Saldo Negativo do IRPJ a Pagar de 2002. Em relação ao valor de R$ 33.191,37, que corresponde a parte do IRPJ estimativa de 11/2002, e cujo crédito tem origem no Saldo Negativo de CSLL a Pagar do ano calendário de 95, o interessado alega estar pendente de decisão no pedido de restituição no PAF 16327002941/200124 e PAF 16327000150/200321 (fls. 50 e 51). Constatase, porém, que, na decisão já prolatada nesses processos (fls. 55 a 58), a autoridade preparadora não homologou a compensação sob o fundamento de decadência do direito de se pleitear o referido crédito relativo ao Saldo Negativo de CSLL a Pagar, do anocalendário de 95. Desta forma, a DRJ entendeu que mencionada parcela da estimativa de 11/2002 não pode compor o Saldo Negativo de IRPJ a Pagar de 2002. Com relação ao valor de R$ 337.961,76, que integra também o valor do IRPJ estimativa de 07/2002, e cujo crédito referese ao Saldo Negativo de IRPJ a Pagar do ano calendário de 2000 (fl. 45 e 97), objeto do PAF 16327003216/200355, observase que, segundo apurou a autoridade fiscal, tal saldo se mostrou insuficiente para a pretendida compensação. Assim, devido a insuficiência de crédito, a autoridade não homologou as declarações de compensação objeto dos PAF's 16327.000796/200317, 16327.001062/200347 e 16327.001235/200670 também apensados. A DRJ proferiu o v. acórdão recorrido, julgando parcialmente procedente a manifestação de inconformidade para reconhecer direito creditório adicional ao deferido pela autoridade preparadora, no valore de R$ 320.140,81 (fl. 740), (com origem na compensação do IRPJEstimativa de 07/2002, e no montante de RS 325.565,96 (fl. 741), com origem nas compensações do IRPJEstimativa de 01/2002, 08/2002 e 09/2002, homologandose adicionalmente, até esse limite, as compensações declaradas. Sendo assim, além dos R$ 17.193.120,65 que tinha sido reconhecidos e homologados em sede do r. Despacho Decisório, também foram reconhecidos no v. acórdão proferido pela DRJ que julgou a manifestação de inconformidade os valores de R$ 320.140,81 e R$ 325.565,96, que somados compõe o montante de R$ 17.838.827,40. Restando a ser discutido os seguintes valores cujos créditos não foram reconhecidos: Dentro do valor de R$ 4.435.637,35 que não foi reconhecido, e que é composto pelos valores de R$ 3.951.371,41, R$ 113.112,86, R$ 33.191,37 e R$ 337.961,76, este ultimo valor, o de R$ 337.961,76, que tem origem em pagamentos realizados ao amparo do programa de anistia (fls. 552 a 565), bem como com compensações com créditos de COFINS, consoante Declarações de Compensações transmitidas (fls. 544 a 549), o v. acórdão recorrido da DRJ reconheceu parcialmente o montante de R$ 320.140,81, conforme Relatório de Diligência (fl. 740), onde restou comprovado parte dos pagamentos efetuados no âmbito da anistia da MP 38/02, e outra parte, por compensações feitas através das DCOMP's 14506.86947.230903.1.7.04 94l0 e 21552.87285.230903.1.7.044380. Assim, subtraindose o montante de R$ 320.140,81 do crédito de R$ 4.435.637,35 não reconhecido no r. Despacho Decisório, resta o valor a ser discutido em sede de Recurso Voluntário de R$ 4.115.496,49. Fl. 871DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 872 4 Do valor referente à glosa de R$ 454.365,64 por compensação não comprovada, a DRJ, acolhendo a resposta do Relatório de diligência da autoridade fiscal, terminou por reconhecer (fl. 741) que o valor dos créditos da COFINS de 01/2002, 08/2002 e 09/2002, seria de R$ 456.674,38 e não o de R$ 454.365,64, conforme pleiteado pelo interessado. Contudo, após esses créditos se compensarem com estimativas devidas de 2002, foram reduzidos para direito creditório de 325.565,96 (fl. 741), porque o interessado não acrescera juros e multa de mora às estimativas vencidas, objeto de compensação por DCOMP's protocolizadas em 09/2003 e 10/2003. Assim, restou o valor de R$ 131.108,42 que não foi reconhecido para ser analisado em sede de Recurso Voluntário. Em relação ao valor de R$ 4.492.820,31 que foi considerado suspenso pelo r. Despacho para aguardar decisão definitiva a ser proferida nos processos de compensação que discutem o respectivo crédito, a Recorrente não se manifestou sobre tal decisão na manifestação de inconformidade. Assim, extraise do v. acórdão recorrido que do valor do crédito original pleiteado de R$ 26.575.943,95, foi mantida a glosa de R$ 8.739.425,13 (que é igual a soma de R$ 4.115.496,49 mais R$ 131.108,42 mais R$ 4.492.820,31). Adoto o bem elaborado relatório do v. acórdão recorrido: Tratase de manifestação de inconformidade (fls. 479 a 483), em face do Despacho Decisório (fls. 465 a 474) exarado pela DEINF/SPO, em 19/10/2006, pelo qual foi reconhecido direito creditório em valor inferior ao pleiteado, com conseqüente homologação parcial das compensações declaradas. 2. Do total de direito creditório alegado, de RS 26.575.943,94 (fls. 2 e 16), relativo a Saldo Negativo de IRPJ a Pagar do anocalendário de 2002, a autoridade fiscal reconheceu somente o valor de RS 17.193.120,65 (fl. 474), suficiente para a compensação apenas do débito declarado no presente processo (fl. 01), e de um débito (fl. 13) e parte de outro (fl. 10) declarados no PAF l6327.000669/200318 apenso. Não homologou as declarações de compensação objeto dos PAF's 16327000796/200317 (fls. 14 e 15), 16327001062/200347 (fl. 12) e 16327001235/200670 (fl. 737), também apensados. 3. Para apurar o mencionado direito creditório aplicado nas compensações homologadas, a autoridade descontou RS 4.492.820,31 do montante originalmente pleiteado, por conta de se referirem a indébitos pendentes de decisão administrativa definitiva em processos anteriores de compensação formalizados em 2002, deduziu o valor de R$ 4.435.637,35, por não estar respaldado nas normas da legislação de regência da compensação de tributos, como também diminuiu o montante de R$ 454.365,64, referente a crédito cuja alegada origem, em pagamentos e compensações anteriores, não fora confirmada pelas verificações feitas. 4. Cientificado da decisão, em 01/ll/2006 (fls. 476), 0 interessado apresentou manifestação de inconformidade, em 04/12/2006 (fls. 479), oferecendo, em síntese, as seguintes informações e razões: i) a autoridade fiscal teria apurado valores com base em informações prestadas em DCTF, as quais estavam equivocadas e não tinham sido Fl. 872DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 873 5 objeto de retificação; requeria, então, fossem sanadas tais irregularidades, de oficio, ou fosse permitido ao interessado que as retificasse oportunamente; ii) não contestava a suspensão das compensações declaradas no montante de RS 4.492.920,31, cujos créditos ainda aguardavam decisão final dos respectivos pedidos de restituição; iii) com respeito às compensações não homologadas, no valor de RS 4.435.637,35, sob o argumento de que não teriam sido feitas em conformidade com a legislação fiscal de regência , observa, quanto às parcelas que o totalizam (RS 3.951.371,41 mais RS 33.191,37, mais RS 113.112,86 e mais RS 337.961,76 = RS 4.435.637,35 ) que: o valor de RS 3.951.371,41 encontrarseia também pendente de decisão definitiva nos pedidos de restituição vinculados, objeto dos PAF's 16327003912/200261 (RS 3.207.906,34) e l6327.002939/2001 55 (RS 742.307,99), à semelhança das compensações declaradas suspensas acima referidas; fazendo parte do referido montante, existiria ainda, o valor de R$ 1.057,10 compensado com o crédito da COFINS ainda não apreciado pela DEINF/SP; o montante de RS 33.191,37 estaria pendente de decisão no pedido de restituição PAF 16327.00294l/200124; 0 valor de RS 113.112,86 estaria pendente de decisão no pedido de restituição PAF 16327002939/200155; o valor restante, de RS 337.961,76, referirseia a insuficiência do crédito de origem, Saldo Negativo de IRPJ do anocalendário de 2000, insuficiência esta que teria sido suprida com pagamentos de anistia relativos a estimativas de 2000, efetuados em julho e agosto de 2002, conforme DARF's que junta (fls. 552 a 565), e com compensações com crédito de COFINS, consoante Declarações de Compensações transmitidas em 23/09/2003, que anexa (fls. 544 a 549); ainda, a referida glosa de RS 4.435.637,35 deve ser reduzida para RS 4.435.537,35 por conta da declaração a maior de RS 100,00 em DCTF a ser retificada; iv) em relação às compensações não homologadas no valor de RS 454.365,64, pela razão de que haveria insuficiência do crédito do Saldo Negativo de IRPJ do anocalendário de 2002 observase que isso teria sido apurado pela autoridade fiscal com base em declarações incorretas de valores em DCTF, as quais não incluíram créditos de COFINS recolhidos a maior e que foram utilizados na compensação das estimativas daquele anocalendário, consoante mostram as Declarações de Compensação discriminadas em demonstrativos que junta (fis. 507 a 511); o valor integral dessas compensações seria de R$ 456.674,37 (fl. 511), em razão de deverse adicionar, ao montante acima, o valor de RS 2.208,73, suspenso no âmbito do Processo Judicial 96.03.0749460 e recolhido ao amparo da anistia, mais R$ 100,00 referentes a recolhimento feito e não considerado; v) desta forma, restaria demonstrado como corretas as compensações dos valores questionados pela autoridade fiscal, devendo,‹então, o Fl. 873DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 874 6 despacho decisório ser reformado para fins de homologação das compensações realizadas. 5. Após realizar exame inicial dos autos, esta Relatoria propôs que o presente processo fosse devolvido a DEINF/SPO/DIORT, o que foi acolhido pelo Presidente da Turma (fls. 594 a 598), para que fossem verificadas as alegações do interessado de que: i) o valor glosado de RS 337.961,76 teria origem em pagamentos de anistia de IRPJ Estimativa do anocalendário de 2000 (fis. 552 a 565) e em compensações por DCOMP's (fls. 523 e 524, 544 a 549); ii) o valor glosado de RS 454.365,64, cujo valor correto seria RS 456.674,37, teria sido decorrente de compensação com crédito da COFINS, fato este, porém, não declarado em DCTF. 6. Como resultado da diligência, a autoridade informa (fls. 737 a 741) que da parcela glosada de RS 337.961,76 relativa à estimativa de 07/2002, passava a reconhecer o crédito de RS 320.140,81 (fl. 740), resultante, parte, de pagamentos efetuados pelo autuado no âmbito\ da anistia da MP 38/02, e, parte, de compensações feitas através das DCOMP's 14506.86947.230903.] .7.049410 e 21552.87285.230903.1.7.044380. 7. Com respeito à glosa de R$ 454.365,64 por compensação não comprovada, terminou por acolher que o valor correto dos créditos da COFINS de 01/2002, 08/2002 e 09/2002, seria de RS 456.674,38, os quais, após se compensarem com estimativas de 2002, seriam reduzidos para direito creditório de 325.565,96 (Í1. 741), porque o interessado não teria acrescido juros e multa de mora às estimativas vencidas, objeto de compensação por DCOMP's protocolizadas em 09/2003 e 10/2003. 8. Cientificado do resultado da diligência em 23/03/2009 (fl. 743), o interessado optou por não exercer o direito de manifestação sobre as conclusões da autoridade, conforme lhe facultam as normas processuais, tendo, assim, os autos devolvidos a esta DRJ para julgamento (fl. 744). . Foi registrada a seguinte ementa no v. acórdão recorrido: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. Comprovada a insuficiência do alegado direito creditório, devem ser não homologadas as Declarações de Compensações nas quais foi aplicada a parcela inexistente do indébito. PENDÊNCIA DE DECISÃO DEFINITIVA EM OUTRO PROCESSO. CARACTERIZAÇÃO DE FALTA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO INDÉBITO. IMPOSSIBILIDADE DE HOMOLOGAÇÃO OU SUSPENSÃO DA COMPENSAÇÃO. A pendência de direito creditório pleiteado em determinado processo de compensação, de decisão definitiva em outro processo, caracteriza Fl. 874DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 875 7 falta de certeza e liquidez do indébito, O que obsta tanto a homologação como a Suspensão das compensações correspondentes, ensejando apenas decisão de não homologação. ERRO NA APURAÇÃO DE INDÉBITO. OBRIGATORIEDADE DE RECONHECIMENTO DO CRÉDITO INDEVIDAMENTE GLOSADO. Comprovado em procedimentos de diligência que se verificaram equívocos na apuração do indébito, deve a autoridade reabilitar O direito creditório indevidamente glosado. A Recorrente interpor Recurso Voluntário repisando as mesmas alegações da manifestação de inconformidade, clamando pelo total reconhecimento dos créditos pleiteados, com a conseqüente homologação das compensações. É o relatório. Fl. 875DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 876 8 Voto Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator Recurso Voluntário: O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria de competência desta Corte Administrativa e preenche todos os demais requisitos de admissibilidade previstos em lei, portanto, dele tomo conhecimento. Inicialmente, em relação ao valor de R$ 4.115.396,54 o qual foi mantida a glosa pela DRJ, a Recorrente alega o seguinte: O valor do crédito de R$ 4.115.396,54 que não foi reconhecido é composto pelos montantes de R$ 3.951.371,41, R$ 113.112,86, R$ 33.191,37 e R$ 17.820,95 (que é relativo ao reconhecimento parcial do crédito de R$ 337.961,76 R$ 320.140,81 = 17.820,95). A autoridade fiscal não reconheceu como direito creditório o referido valor de RS 3.951.371,41, relativo à compensação declarada pelo interessado em DCTF (fl. 46), do IRPJEstimativa de 08/2002 com Saldo Negativo de IRPJ a Pagar do anocalendário de 1996, crédito este que é objeto de apreciação no PAF 16327.002939/200155. Isto porque, conforme relata a autoridade (fls. 468, alínea e, e 469,), os créditos, lá consignados, foram integralmente aplicados, parte para pagamento do IRPJestimativa de 07/2002, e o restante em outros débitos, de 03/97, 04/97, 03/2000 a 10/2000 e 12/2001 (fls. 405 a 415), tendo o referido processo sido encerrado. Em relação ao valor de R$ 3.951.371,41, a Recorrente alega que é composto pelos valores de R$ 3.207.906,34, o de R$ 1.057,10 e o R$ 742,307,99. A Recorrente alega que o valor de R$ 3.207.906,34 é objeto dos autos do processo 16327.003.912/200261 e não do processo 16327.002939/200155, e acrescenta que tais informações devem constar na DCTF retificadora em substituição à DCTF entregue (fl. 46) em que a compensação foi declarada como “sem processo”. (a DCTF retificadora não consta no processo). Alega que o Julgador da DRJ não encontrou o referido valor nos autos do processo administrativo l6327.003.9l2/200261 por que não tinha sido juntada aos autos a planilha de compensação em que comunica a "troca" dos débitos compensados entre os processos. Devido a tal fato, invoca o princípio da verdade material e apresenta ao final deste recurso, a planilha de compensações com o crédito do PA 16327.003.9l2/200261. Fl. 876DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 877 9 Afirma que pelo mesmo motivo, foram rejeitadas a compensações de R$ 742.307,99 (R$ 741.156,34 + R$ 1.151,65) e R$ 113.112,86 com o crédito do PA 16327.002.939/200261. De fato a compensação dos R$ 741.156,34, originalmente feita com o crédito mencionado, foi substituída por R$ 411.716,33 compensado com este mesmo crédito (conforme demonstrativo anexado ao final deste recurso) e o restante de R$ 329.740,01 na PER/DCOMP 15452.45082.220607.1.3.02175 (cópia anexa). Quantos aos R$ 113.112,81, tratase da parcela não homologada da compensação de R$ 1.750.792,09, a qual não pode prevalecer, tendo em vista que o PA 16327.002.939/200261 ainda encontrase pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. Aduz que em relação a compensação do montante de R$ 33.191,37 que a autoridade administrativa julgadora decidiu em caráter definitivo não homologála com o crédito do PA 16327.002.941/200124 não deve prevalecer e informa que existe depósito judicial desse valor, realizado em 29.05.09, conforme guia juntada ao final do recurso. Vale ressaltar que as compensações não foram homologadas, sob a alegação de que estariam incorretamente declaradas em DCTF, pois não foram liquidadas de acordo com as normas da legislação fiscal. Nesse aspecto, o Recorrente reitera o pedido de retificação de ofício das DCTF's, com base no principio da verdade material e, por analogia ao artigo 149 do CTN que trata da revisão de lançamento. Aduz, para tanto, se assim entender esse Conselho, requerse a baixa dos autos à DEINF/SP para que, após as retificações realizadas, seja reapreciado o crédito do saldo negativo de IRPJ de 2002, com o sobrestamento deste processo administrativo, até o desfecho dos processos administrativos relacionados. Ademais, o julgador da DRJ/SP alega que os créditos usados para a compensação (das antecipações do saldo negativo IRPJ 2002) não teriam certeza e liquidez por estarem pendentes os respectivos processos de restituição, daí seu indeferimento. A Recorrente não concorda com a fundamentação utilizada pela DRJ, eis que segundo ela, não havendo ainda decisão definitiva, a compensação efetuada extingue a antecipação sob condição resolutória de sua ulterior homologação, conforme disposto na IN SRF n° 900/08, artigo 34, §2 1, razão pela qual não merece prosperar o argumento utilizado pela DRJ/SP. Em relação ao valor de R$ 4.492.820,31 que compõe este valor as antecipações cujas compensações não homologadas ou homologadas parcialmente pela DEINF, que foram corretamente declaradas em DCTF, alega a Recorrente o seguinte. Aduz, que apesar de a decisão da DEINF ter reconhecido a suspensão da exigibilidade dos débitos das antecipações de IRPJ extintos por compensação com o crédito de processos administrativos ainda pendentes de decisão definitiva (PA's l6327.002.939/200155, l6327.003.912/200261 e l6327.004.l73/200224), bem como reconheceu como suspensa a compensação de R$ 405.440,84 (com o SN IRPJ AB 2000), manteve a glosa do crédito no montante das antecipações compensadas com esses créditos, cujo deferimento está pendente de decisão, emitindo as Cartas Cobranças n°s 228/2009, 229/2009 e 230/2009. Fl. 877DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 878 10 Ressaltou que o PA l6327.004.173/200224 encerrouse administrativamente, mas foi efetuado o depósito judicial do valor compensado com a insuficiência do crédito, o que demonstra a suspensão da exigibilidade do crédito. E por fim, para comprovar suas alegações recursais junta os seguintes documento: Doc. 03 comparativo do Saldo Negativo de IRPJ de 2002, apurado pelo contribuinte e pela DEINF/SP (RS 26.575.943,95 x R$ 8.737.116,49); Doc. 04 demonstrativo comparativo das compensações efetuadas, onde no valor apurado pela DEINF remanescem os valores cobrados nas Cartas Cobrança n°s: 228/09, 229/09 e 230/09; Doc. 05 cartas cobrança, cujos valores atualizados para nov/09 montam em R$ 19.519.111,92; Doc. 06 tela obtida no CARF, contendo a distribuição do PA 16327.003.912/200261 (crédito utilizado nos itens R$ 4.490.611,57 e R$ 4.115.396,54); Doc. 07 planilha de compensações, com o crédito do PA 16327.003.912/2002 61 (comparativo Contribuinte x DEIN F/ SP) Doc. 08 tela obtida no CARF, contendo a distribuição do PA 16327.003.939/200155 (crédito utilizado nos itens A e B); Doc. 09 planilha de compensações com o crédito do PA 16327.003.939/2001 55 (comparativo Contribuinte x DEINF/SP); Doc. 10 depósito judicialrealizado em 29.05.09, na Ação Ordinária 2008.61.19.0068693, compensado com o PA 16.327.002.94l/200124; Doc. 11 PERDCOMP l5452.45082.220607.l.3.02175; Doc. 12 espelho da DCTF de agosto/02, onde se encontram os débitos compensados de RS 3.207.906,34 e 741.156,34 (desdobrado para R$ 411.16,33 e R$ 329.440,01). Esta C. Turma firmou o entendimento de que é possível a apresentação da DCTF retificada após ter sido proferido o r. Despacho Decisório, o que para o presente caso já seria motivo suficiente para converter o julgamento em diligência para que a autoridade preparadora analisasse se o crédito de R$ 3.207.906,34 estaria alocado no processo 16327.002.939/200261 e não no processo 16327.002939/200155. Também entendo ser importante que a autoridade preparadora analise as planilhas apresentados em sede de Recurso Voluntário onde constam valores divergentes entre os apurados pela contribuinte e os apurados pela DEINF. Ademais, entendo ser necessário sobrestar o julgamento do presente processo até que seja proferida decisão definitiva nos autos dos processos 16327.002939/200155 e 16327.003.912/200261, suspendendo os efeitos da decisão do r. Despacho Decisório que suspendeu a exigibilidade do crédito de R$ 4.492.820,31 até a decisão final nos processos Fl. 878DF CARF MF Processo nº 16327.000574/200396 Resolução nº 1402000.660 S1C4T2 Fl. 879 11 acima indicados e que por tal motivo deixou de homologar as compensações requeridas com estes créditos pendentes de julgamento. Sendo assim, tendo em vista os documentos acostados aos autos em sede de Recurso Voluntário, bem como a relação intrínseca do crédito e débito analisado neste processo com o que for decidido definitivamente nos autos dos processos 16327.003.912/2002 61 e 16327.002939/200155, entendo ser necessário o seguinte: 1 A Recorrente apresente a DCTF retificadora onde demonstrará que o valor de R$ 3.207.906,34 está demonstrado que é objeto do processo 16327.003.912/200261. 2 remetamse os autos para a unidade preparadora que deverá analisar se o fato de o valor R$ 3.207.906,34 indicado na DCTF retificadora ser objeto do processo 16327.003.912/200261 altera o valor do crédito a ser reconhecido neste processo. 3 para que a unidade preparadora verifique se realmente foi efetuado o depósito judicial do valor compensado com a insuficiência do crédito, para demonstrar a suspensão da exigibilidade do crédito objeto do processo l6327.004.173/200224 que se encontra encerrado. 4 Que o julgamento do Recurso Voluntário interposto nos autos do presente processo fique sobrestado até que seja proferida decisão definitiva nos autos dos processos 16327.003.912/200261 e 16327.002939/200155. É como voto. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Fl. 879DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.915386/2011-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 31 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO. PRECLUSÃO.
O recurso voluntário não é o momento processual adequado para trazer documentos novos, sequer mencionados na manifestação de inconformidade. É o contribuinte quem delimita os termos do contraditório ao formular a seu pedido ou defesa, conforme o caso, e instruí-lo com as provas documentais pertinentes, de modo que, em regra, as questões não postas para discussão precluem. Há hipóteses de exceção para tal preclusão, a exemplo (i) das constantes dos incisos I a III do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/1972 e (ii) de quando o argumento possa ser conhecido de ofício pelo julgador, seja por tratar de matéria de ordem pública, seja por ser necessário à formação do seu livre convencimento, neste último caso em vista da vedação ao non liquet. Não ocorrência de tais hipóteses de exceção no caso concreto.
Numero da decisão: 1401-002.717
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.Votaram pelas conclusões os Conselheiros Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Cláudio de Andrade Camerano e Daniel Ribeiro Silva.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Livia De Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Cláudio de Andrade Camerano, Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente).
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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PRECLUSÃO. Recorrente BROTO LEGAL ALIMENTOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO. PRECLUSÃO. O recurso voluntário não é o momento processual adequado para trazer documentos novos, sequer mencionados na manifestação de inconformidade. É o contribuinte quem delimita os termos do contraditório ao formular a seu pedido ou defesa, conforme o caso, e instruílo com as provas documentais pertinentes, de modo que, em regra, as questões não postas para discussão precluem. Há hipóteses de exceção para tal preclusão, a exemplo (i) das constantes dos incisos I a III do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/1972 e (ii) de quando o argumento possa ser conhecido de ofício pelo julgador, seja por tratar de matéria de ordem pública, seja por ser necessário à formação do seu livre convencimento, neste último caso em vista da vedação ao non liquet. Não ocorrência de tais hipóteses de exceção no caso concreto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.Votaram pelas conclusões os Conselheiros Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Cláudio de Andrade Camerano e Daniel Ribeiro Silva. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Livia De Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Cláudio de Andrade Camerano, Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 53 86 /2 01 1- 06 Fl. 496DF CARF MF Processo nº 10830.915386/201106 Acórdão n.º 1401002.717 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório que não homologou compensação do(s) débito(s) discriminado(s) na Dcomp transmitida pela empresa. O Despacho Decisório considerou que, partir das características do DARF descrito na DCOMP, foram localizados um ou mais pagamentos, mas estes foram integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação. Em sua manifestação de inconformidade a Contribuinte alegou, em síntese, que na DIPJ e DCTF do respectivo anocalendário não foram levadas em consideração algumas despesas que mudariam a base de cálculo do IRPJ, juntando DIPJ e DCTF retificadoras. A DRJ no Rio de Janeiro RJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2011 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Mantémse o despacho decisório se não comprovado o direito creditório pleiteado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada, a Contribuinte apresentou recurso voluntário tempestivo alegando, em síntese, que no anocalendário em discussão, não obstante tenha sido aprovada a distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP), referidos valores não haviam sido contabilizados e declarados nas apurações dos respectivos tributos. Anos depois, ao verificar tal situação, a empresa então contabilizou os JCP, procedendo ao recolhimento do respectivo IRRF. Junta, então, documentos demonstrando o cálculo do JCP, Razão das contas demonstrando a contabilização extemporânea, comprovante de recolhimento do IRRF, memória de cálculo do IRPJ e da CSLL conforme a apuração "antiga" e respectivos comprovantes de recolhimento, memória de cálculo do IRPJ e CSLL retificadas e alteração contratual referente ao aumento do seu capital social. É o relatório. Fl. 497DF CARF MF Processo nº 10830.915386/201106 Acórdão n.º 1401002.717 S1C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Relator Luiz Augusto de Souza Gonçalves O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.709, de 14/06/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10830.915387/2011 42, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.709): "O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos para a sua admissibilidade, portanto dele conheço. Pleiteia a contribuinte, via declaração de compensação, o reconhecimento da dedutibilidade de juros sobre o capital próprio (JCP) que vieram a ser registrados na contabilidade em momento posterior. A decisão recorrida indeferiu a manifestação de inconformidade por considerar que a DCTF original serviu como confissão de dívida e a empresa não apresentou documentação que comprovasse erro que desse fundamento à retificação do tributo declarado e recolhido. De fato, em sua manifestação de inconformidade a contribuinte se limita a afirmar que o recolhimento foi indevido e a anexar declarações retificadoras, sem tecer qualquer explicação da razão pela qual a retificação estaria sendo feita, nem juntar qualquer documento relativo a tal apuração. Apenas em sede recursal é que a empresa explica o motivo pelo qual entende que ocorreu pagamento a maior de tributos e anexa documentos tais como o Razão e a memória de cálculo dos JCP. Entendo que no caso se operou a preclusão contra a Recorrente. Nos termos da legislação que regula o processo administrativo fiscal (em especial o Decreto 70.235/1972), os fundamentos do pedido ou de defesa, conforme o caso – assim como o pedido de diligência e as provas documentais devem ser apresentados por ocasião da manifestação de inconformidade ou da impugnação, precluindo o direito de o contribuinte fazêlo em outro momento processual, em regra. Fl. 498DF CARF MF Processo nº 10830.915386/201106 Acórdão n.º 1401002.717 S1C4T1 Fl. 5 4 Portanto, é o contribuinte quem delimita os termos do contraditório ao formular a seu pedido ou defesa (conforme o caso) e instruílo com as provas documentais pertinentes, de modo que, em regra, as questões não postas para discussão nesta ocasião precluem. E digo em regra porque existem as hipóteses de exceção. Por exemplo, os incisos do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/1972 trazem hipóteses em que provas podem ser apresentadas em momento processual diverso da impugnação, quais sejam: (i) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (ii) refirase a fato ou a direito superveniente; e/ou (iii) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Neste caso, cabe ao contribuinte demonstrar, em petição fundamentada, a ocorrência de uma dessas condições, nos termos do § 5º do mesmo dispositivo. Outra exceção ocorre quando o argumento possa ser conhecido de ofício pelo julgador, seja por tratar de matéria de ordem pública1, seja por ser necessário à formação do seu livre convencimento, neste último caso em vista da vedação ao non liquet2. No caso, nenhuma de tais hipóteses de exceção resta configurada. Cumpre notar que, mesmo que assim não fosse, a Recorrente não logra sequer comprovar adequadamente seu direito, já que não foi juntado aos autos qualquer documento societário referente à deliberação dos JCP. Assim, mesmo que se 1 Costumase dizer que as matérias que o julgador deve conhecer de ofício são aquelas de ordem pública. É importante ressaltar, porém, que nem todas as matérias apreciáveis ex officio são necessariamente matérias de ordem pública, já que a lei processual, excepcionalmente, pode estabelecer que determinadas matérias de ordem privada sejam apreciadas de ofício. Neste sentido, Teresa Arruda Alvim Wambier explica: “Numa imagem matemática, dirseia que o conjunto de matérias examináveis de ofício é maior do que o das matérias de ordem pública. Portanto toda matéria de ordem pública é examinável de ofício, mas nem tudo o que pode ser examinado de ofício consiste em matéria de ordem pública” (WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Nulidades do processo e da sentença. 4ª ed. São Paulo: RT, 1998, p. 137) 2De fato, se for para formar seu livre convencimento, o julgador pode conhecer de argumentos de fato ou de direito exofficio, desde que indique os motivos que levaram a tal decisão. Isso porque, em virtude do dever de decidir (proibição do non liquet), há o poderdever de aplicar ao caso a norma jurídica que o julgador entender mais pertinente, mesmo que não tenha sido suscitada pelas partes. Fl. 499DF CARF MF Processo nº 10830.915386/201106 Acórdão n.º 1401002.717 S1C4T1 Fl. 6 5 admitisse a análise da documentação juntada e a supressão de instância daí decorrente, não seria possível verificar a procedência das alegações da Contribuinte. Neste sentido, oriento meu voto para negar provimento ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 500DF CARF MF
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Numero do processo: 10855.005891/2002-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Aug 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2001
IRRF SOBRE APLICAÇÕES FINANCEIRAS - PREJUÍZOS FISCAIS SUCESSIVOS RESTITUIÇÃO
A pessoa jurídica que tenha sofrido retenção de imposto de renda na fonte decorrente de aplicações financeiras e tenha apurado prejuízos fiscais sucessivos tem direito à restituição do imposto. A farta documentação dando conta da retenção do imposto supre eventual falta de indicação dos valores retidos na fonte na declaração de ajuste anual. Não se pode negar o fato de o imposto retido ser antecipação daquele devido na declaração de rendimento. Possibilidade de restituição diante de prejuízos fiscais que impedem a compensação na declaração.
IRRF COMPOSIÇÃO DE SALDO NEGATIVO RESTITUIÇÃO SUMULA 80 DO CARF
Para deduzir do IRPJ valores retidos por fontes pagadoras, compete ao contribuinte demonstrar que ofereceu à tributação a receita objeto da aludida retenção.
Numero da decisão: 1201-002.321
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
José Carlos de Assis Guimarães - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jose Carlos de Assis Guimarães, Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Rafael Gasparello Lima, Gisele Barra Bossa, Luis Henrique Marotti Toselli, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado em substituição à conselheira Ester Marques Lins de Sousa ) e Eva Maria Los (Presidente em Exercício). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Ester Marques Lins de Sousa e Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2001 IRRF SOBRE APLICAÇÕES FINANCEIRAS - PREJUÍZOS FISCAIS SUCESSIVOS RESTITUIÇÃO A pessoa jurídica que tenha sofrido retenção de imposto de renda na fonte decorrente de aplicações financeiras e tenha apurado prejuízos fiscais sucessivos tem direito à restituição do imposto. A farta documentação dando conta da retenção do imposto supre eventual falta de indicação dos valores retidos na fonte na declaração de ajuste anual. Não se pode negar o fato de o imposto retido ser antecipação daquele devido na declaração de rendimento. Possibilidade de restituição diante de prejuízos fiscais que impedem a compensação na declaração. IRRF COMPOSIÇÃO DE SALDO NEGATIVO RESTITUIÇÃO SUMULA 80 DO CARF Para deduzir do IRPJ valores retidos por fontes pagadoras, compete ao contribuinte demonstrar que ofereceu à tributação a receita objeto da aludida retenção.
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A farta documentação dando conta da retenção do imposto supre eventual falta de indicação dos valores retidos na fonte na declaração de ajuste anual. Não se pode negar o fato de o imposto retido ser antecipação daquele devido na declaração de rendimento. Possibilidade de restituição diante de prejuízos fiscais que impedem a compensação na declaração. IRRF COMPOSIÇÃO DE SALDO NEGATIVO RESTITUIÇÃO SUMULA 80 DO CARF Para deduzir do IRPJ valores retidos por fontes pagadoras, compete ao contribuinte demonstrar que ofereceu à tributação a receita objeto da aludida retenção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Presidente em Exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 58 91 /2 00 2- 63 Fl. 826DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) José Carlos de Assis Guimarães Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jose Carlos de Assis Guimarães, Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Rafael Gasparello Lima, Gisele Barra Bossa, Luis Henrique Marotti Toselli, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado em substituição à conselheira Ester Marques Lins de Sousa ) e Eva Maria Los (Presidente em Exercício). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Ester Marques Lins de Sousa e Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 600 e seguintes) interposto contra o Acórdão proferido pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) (fls. 596 e seguintes) que, por unanimidade de votos, indeferiu a solicitação. Por bem refletir o litígio até aquela fase, adoto o relatório da Resolução nº 979 da 1ª Turma da DRJ/RPO (fls. 569 e seguintes), completandoo ao final: Cuidam os autos de manifestação de inconformidade com o "decisum" parcialmente denegatório da instância "a quo" de Pedido de Restituição — Declaração de Compensação — PER/DCOMP(fl.02) de crédito resultante de saldo negativo de Imposto de Renda da Pessoa Juridica/IRPJ, no valor de R$2.446.109,34, apurado na DIPJ/2002, anocalendário 2001, com débitos da Cofins(2172) R$997.761,27 e PIS(8109) R$216.181,61(f1.01). Posteriormente, o contribuinte ingressou com novas Declaração de Compensação — DCOMP, com aproveitamento do saldo remanescente da compensação acima citada, conforme processos a seguir especificados: Fl. 827DF CARF MF Processo nº 10855.005891/200263 Acórdão n.º 1201002.321 S1C2T1 Fl. 826 3 Os processos acima especificados foram juntados a este processo, e após a análise da petição do contribuinte a Saort emitiu o Despacho Decisório de fls. 113/117, com deferimento parcial da solicitação. O Despacho Decisório que deferiu parcialmente o pedido de ressarcimento/restituição/compensação, tem como razão do indeferimento o fato de o contribuinte não ter consignado em sua DIPJ/2002 o IRRF retido durante o anocalendário de 2001 para compor o saldo negativo de IRPJ, e a inexistência de créditos registrados relativos a tais retenções; quanto ao ano calendário de 2002, afirma que a restituição pleiteada deve restringirse ao valor do saldo negativo de IRPJ constante da DIPJ/2003, ou seja, R$6.396,02. Em seu Despacho Decisório o chefe da Saort destacou: "A presente decisão referese ao presente processo administrativo e ao processo administrativo N°. 10855.000804/200362 (que deve ser apensado a este processo), aproveitando a todos os demais processos administrativos e declarações de compensações que se refiram ao saldo negativo de IRPJ dos anoscalendário 2001 e 2002 do contribuinte. Ressaltese que a presente análise foi elaborada com base nos elementos dos autos, não importando as pressuposições aqui adotadas em reconhecimento de procedimentos adotados pelo contribuinte, ficando todos eles sujeitos à fiscalização da autoridade tributária." Fl. 828DF CARF MF 4 Em sua manifestação o interessado oferece as alegações de folhas 152/164, informando que o direito de restituição e posterior compensação decorre de rendimentos financeiros nos anos de 2001 e 2002, em que a empresa acumulou prejuízos fiscais de elevada monta, respectivamente no total de R$53.735.778,63 e R$204.930.740,76. Aduz que os pedidos de restituição estão embasados pelos informes de rendimentos encaminhados pelas respectivas fontes pagadoras que retiveram o IR sobre a receita financeira, consoante documentos de fls. 222 a 249. Em relação ao valor deferido de R$6.396,02 afirma que tal deferimento parcial foi efetuado de oficio, sem que tivesse sido pleiteado neste processo. Alega que a situação de acúmulo de prejuízos fiscais, em valores muito acima do que obteve de receitas financeiras, por si só garante o direito à restituição do IRRF objeto dos pleitos em questão. Acrescenta quea conclusão fiscal de que as receitas financeiras não tivessem sido oferecidas à tributação é equivocada. Esclarece que as receitas financeiras que ocasionaram a retenção do imposto foram decorrentes de operações SWAP com finalidade de proteção(HEDGE), devidamente contabilizadas no seu livro Razão(cópia à fls.548 a 556) e integraram a linha 20 da ficha 6A(Demonstração do Resultado), referente as variações cambiais ativas, nas DIPJ's de 2002 e 2003. É a síntese do essencial. Após o retorno dos autos da diligência, sem que a contribuinte tenha atendido as informações constantes do Termo de Intimação Fiscal nº 089 CRCN, de 31 de janeiro de 2008 (fls. 594), a DRJ/RPO proferiu a decisão de primeira instância, por meio do Acórdão nº 1421.061, na sessão de 20/10/2008, indeferindo a solicitação, mantendo o despacho decisório de fls. 113/117. A seguir, trago a colação a ementa desse Acórdão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 RESTITUIÇÃO IRRF. IMPOSSIBILIDADE. É vedada a restituição direta do Imposto de Renda Retido na Fonte, devendo o montante retido compor o saldo negativo de IRPJ apurado na declaração de ajuste anual. Diante da decisão de primeira instância, foi oposto o Recurso Voluntário, ora sob apreço, alegando, em síntese que: a situação de acúmulo de prejuízos fiscais, em valores muito acima do que se obteve de receitas financeiras, por si só garante à Recorrente o direito de restituição do IRRF objeto dos pleitos em questão. Fato é que nenhum rendimento fora auferido naqueles anos de 2001 e 2002, bem como nos anos que se Fl. 829DF CARF MF Processo nº 10855.005891/200263 Acórdão n.º 1201002.321 S1C2T1 Fl. 827 5 seguiram, o que poderia gerar imposto em aberto, e que não é o caso. as receitas financeiras que ocasionaram a retenção de imposto de renda retido na fonte foram decorrentes de operações de aplicação financeira de SWAP com finalidade de proteção (HEDGE), tendo sido as receitas contabilizadas no seu livro razão geral (doc. 11 da Manifestação de Inconformidade). as receitas das operações financeiras de SWAP com finalidade de proteção foram contabilizadas e refletiram/integraram a linha 20 da ficha 6A (Demonstração de resultado), referente a Variações Cambiais Ativas, respectivamente nas DIPJs 2002 e 2003, p. 5 (docs. 08 e 09 da Manifestação de Inconformidade). a receita decorrente da operação de SWAP tem o código 5273, e deve ser informada na linha 20 da ficha 06A (demonstração de resultado), não tendo a fiscalização localizado o valor total do rendimento bruto sobre o qual recaiu a retenção em meio ao total declarado na mencionada linha 20.[ Requer a juntada dos seguintes documentos, não apresentados em resposta à diligência fiscal em razão de alegada falha de comunicação: 1 Cópia autenticada do Informe de Rendimento ref. ao 3° Trimestre de 2001 Citibank:Este informe de rendimento demonstra o ganho de aplicação no valor de R$ 12.495,41, assim como, o valor de IRRF retido no 3° trimestre de 2001 R$ 2.499,08. Os valores podem ser confirmados no Livro Diário n° 0026, página 356 e 357 e razão n° • 0034, página 81 e 421. Conta contábil 815012. 2 Cópia autenticada do Informe de Rendimento ref. o 1° Trimestre de 2001 Citibank: Este informe de rendimento demonstra o ganho de aplicação, assim como, o valor de IRRF retido no 1° trimestre de 2001 R$ 226.895,95. Estes valores podem ser confirmados no Livro Diário n° 0028, página 117 e razão n° 0021, página 469. Conta contábil 200114. 3 Cópia autenticada do Informe de Rendimento ref. o 2° Trimestre de 2001 Citibank. Este informe de rendimento demonstra o ganho de aplicação, assim como o valor de IRRF retido no 2° Trimestre de 2001 R$ 557.255,75. Estes valores podem ser confirmados no Livro Diário n° 0043, página 359 no valor de R$ 560.034,86, sendo R$ 557.255,75 de retenção do IRRF, tendo uma diferença de R$ 2.779,11. Esta diferença foi revertida dentro do valor de R$ 32.601,95, página 359. Estas informações também podem ser confirmadas através do Livro Razão n° 51, página 73. Neste informe também consta o ganho de aplicação R$ 6.222.563,07. assim como o IRRF retido no valor de R$ 1.244.512,61 do 2° Trimestre do ano de 2001. Estes valores podem ser confirmados no Livro Razão n° 032, página 76 sendo: 1.244.512,61 igual a soma dos seguintes valores: 1.108.198,63 + 120.269,98 + 16.044,00 e página 464 tendo uma receita de 6.222.563,07 , em que a soma total é o resultado de Fl. 830DF CARF MF 6 R$ 5.540.993,15 + 601.349,91 + 80.220,01 e diário geral n° 24, página 7, 96 e 367. Conta contábil 815011. 4 Cópia autenticada do Informe de Rendimento ref. 2002 BankBoston: Este informe de rendimento demonstra o ganho de aplicação R$ 1.419.737,21, assim como, o valor de IRRF retido no ano de 2002 R$ 283.947,44. Estes valores podem ser confirmados no Livro Diário n° 0039, página 100 e razão n° 0047, página 76 e 441. Conta contábil 815011. 5 Cópia autenticada do Informe de Rendimento ref. 2001 BankBoston: Este informe de rendimento demonstra o ganho de aplicação R$ 2.046.502,89 assim como, o valor de IRRF retido no ano de 2002 R$ 409.300,57. Estes valores podem ser confirmados no Livro Diário n° 0024, página 07 e razão n° 0032, página 464. Conta contábil 815011. 6 Cópia autenticada do Informe de Rendimento ref. 2002 Banco Real: Este informe de rendimento demonstra o ganho de aplicação R$ 26.826,94 assim como, o valor de IRRF retido no ano de 2002 R$ 5.365,35. Para justificar a compensação deste valor, temos um registro no Diário n° 24, página 41 e razão n°0032, página 76. A seguir apresenta o quadro resumo mencionado no item 3 da Intimação n° 89/08: Fl. 831DF CARF MF Processo nº 10855.005891/200263 Acórdão n.º 1201002.321 S1C2T1 Fl. 828 7 esclarece que o IRRF pleiteado nos autos não foi compensado em período posterior ao requerimento em análise, tal como inquirido no item 5 da intimação n° 89/08. quanto à retificação de DIPJ, que seria o zelo adicional a impedir que todo esse procedimento se fizesse necessário para alcançarse o direito de crédito ora demonstrado, em que pese fosse o ideal em termos de atendimento de obrigações acessórias, não invalida o crédito decorrente do próprio direito material, e, passados mais de 5 (cinco) anos não seria possível tal providência, ainda que para a Recorrente, à luz de todos os dados esmiuçadamente explorados nos autos, fosse plenamente capaz de assim o fazer, e mesmo que nenhum prejuízo tenha sido causado ao erário. Esta Turma, com outra composição, resolveu, na sessão de 28 de agosto de 2014, por meio da Resolução nº 1201000.153 (fls. 786 e seguintes), converter o julgamento em diligência para que a contribuinte comprove a efetiva inclusão dos valores referentes às receitas advindas das operações de SWAP, na linha 20 da ficha 6A (“Variações Cambiais Ativas”) das DIPJs 2002 e 2003, mediante a apresentação dos registros contábeis envolvidos (Livros Razão). Fl. 832DF CARF MF 8 Com o intuito de atender a Intimação DRF/SOR/SEORT Nº 514/2016 (fls. 800), nos termos propostos pelo CARF, a recorrente apresentou os documentos de fls. 805/812. Na seqüência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Voto Conselheiro José Carlos de Assis Guimarães, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade. Assim, dele conheço. Como descrito no relatório acima, a contribuinte, originariamente, postulou a compensação/restituição de IRRF sobre aplicações financeiras ao longo dos anoscalendário de 2001 e 2002. O despacho decisório da DRF/SOROCABA/SP indeferiu o crédito de saldo negativo de IRPJ pleiteado pelo contribuinte referente ao anocalendário de 2001 por inexistência de saldo negativo apurado na declaração de ajuste anual e reconheceu parcialmente o saldo negativo de IRPJ em favor do contribuinte relativo ao anocalendário de 2002 no valor de R$ 6.396,02. Entendo que a pessoa jurídica que tenha sofrido retenção de imposto de renda na fonte decorrente de aplicações financeiras e tenha apurado prejuízos fiscais sucessivos tem direito à restituição do imposto. A farta documentação dando conta da retenção do imposto supre eventual falta de indicação dos valores retidos na fonte na declaração de ajuste anual, desde que atendidos os pressupostos descritos na citada Súmula CARF nº 80, ou seja, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do imposto. A intenção desta Turma ao converter o julgamento em diligência, era, justamente, comprovar se as respectivas receitas teriam sido tributadas. Assim, por concordar com seus fundamentos, peço vênia para trazer à colação trechos importantes da Resolução nº 1201000.153 ao norte mencionada: Fl. 833DF CARF MF Processo nº 10855.005891/200263 Acórdão n.º 1201002.321 S1C2T1 Fl. 829 9 Fl. 834DF CARF MF 10 Fl. 835DF CARF MF Processo nº 10855.005891/200263 Acórdão n.º 1201002.321 S1C2T1 Fl. 830 11 (....) Fl. 836DF CARF MF 12 (...) (...) Fl. 837DF CARF MF Processo nº 10855.005891/200263 Acórdão n.º 1201002.321 S1C2T1 Fl. 831 13 (...) Os valores dos rendimentos de aplicações financeiras e o IRRF em análise estão registrados na fls. 04 destes autos, sendo que onde se lê abril/2002 e maio/2002, o correto é maio/2001. Abaixo trago a colação o DEMONSTRATIVO elaborado pelo contribuinte: Fl. 838DF CARF MF 14 Para comprovar que as receitas de SWAP ao norte discriminadas integraram as receitas de variação cambial ativa declaradas na linha 20 da ficha 06 A da DIPJ 2002 (fls. 299) no montante de R$ 91.215.292,15, a recorrente traz a seguinte explicação, verbis (fls. 805 e seguintes): Os Resultados destas operações não foram registrados na linha que seria mais adequada para receitas de SWAP, tendo o registro sido efetuado inicialmente como juros Ativos. Posteriormente ao lançamento original foi reclassificado para conta 820211 de Variação Cambial, conforme demonstrado na página 552 do processo (razão contábil). Seguem os lançamentos contábeis espelhados no razão juntado aos autos de fls. 552/560: Fl. 839DF CARF MF Processo nº 10855.005891/200263 Acórdão n.º 1201002.321 S1C2T1 Fl. 832 15 Fl. 840DF CARF MF 16 Feitos estes esclarecimentos, juntase cópia do Livro Razão Contábil de maio de 2001, para que não se tenha dúvida do quanto aqui exposto, em reforço do que já consta dos autos, e desta forma atende a diligência para evidenciar, mais uma vez, que as receitas de SWAP, além de retidas e recolhidas pela fonte pagadora (instituição financeira), integraram as receitas de variação cambial, que, por sua vez, foram declaradas nas DIPJs pertinentes, ou seja, oferecidas à tributação: i) Cópias do Livro Razão Geral (fls. 552/560); ii) Cópias das DIPJs 2002 e 2003 – Linha 20 da Ficha 6A (Demonstração do Resultado) referente a Variações Cambiais Ativas (fls. 299 – DIPJ 2002 e fl. 370 – DIPJ 2003). Tais documentos bem como os comprovantes das retenções já haviam sido juntados aos pedidos de restituição/compensação e o foram novamente com a Manifestação de Inconformidade. Além disso, junto ao Recurso Voluntário foram apresentados os comprovantes de retenção conciliados com os lançamentos nos Fl. 841DF CARF MF Processo nº 10855.005891/200263 Acórdão n.º 1201002.321 S1C2T1 Fl. 833 17 livros contábeis (Diário e Razão) para facilitar a visualização (fls. 648/708). E, por fim, ora se indica pontualmente a questão da contabilização das receitas na origem, para que se possa entender o caminho percorrido até a presença na DIPJ. Com fulcro na explicação do sujeito passivo transcrita acima e mediante a apresentação dos registros contábeis envolvidos (Livros Razão), entendo comprovada a efetiva inclusão dos valores referentes às receitas advindas das operações de SWAP na linha 20 da ficha 6A (“Variações Cambiais Ativas”) da DIPJ 2002, fazendo jus ao direito creditório proveniente do saldo negativo do IRPJ do anocalendário de 2001 no valor de R$ 2.440.743,99, composto exclusivamente do IRRF sobre as aplicações financeiras. Por todo o exposto, encaminho meu voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório no valor de R$ 2.440.743,99 relativo ao saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2001 e homologar as compensações efetuadas até o limite do direito creditório reconhecido. (assinado digitalmente) José Carlos de Assis Guimarães Fl. 842DF CARF MF
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Numero do processo: 10280.721160/2015-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2011
NULIDADE. VICIO MATERIAL. ERRO NA INTERPRETAÇÃO DA REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA.
O erro na subsunção do fato ao critério material da regra matriz de incidência da infração tributária (típico erro de direito) constitui vício material impossível de ser convalidado.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS. COFINS. CSLL.
A decisão prolatada no lançamento matriz estende-se aos lançamentos decorrentes, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula.
Numero da decisão: 1402-003.233
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário para, em sede de preliminar, cancelar a autuação por divergência entre a imputação feita pelo Fisco de omissão de receitas, o enquadramento legal dos autos de infração de IRPJ e CSLL e a conduta efetiva da recorrente, vencidos os Conselheiros Marco Rogério Borges, Sérgio Abelson e Paulo Mateus Ciccone que negavam provimento.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente
(assinado digitalmente)
Evandro Correa Dias - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Sergio Abelson (Suplente Convocado), Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto).
Nome do relator: EVANDRO CORREA DIAS
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VICIO MATERIAL. ERRO NA INTERPRETAÇÃO DA REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA. O erro na subsunção do fato ao critério material da regra matriz de incidência da infração tributária (típico erro de direito) constitui vício material impossível de ser convalidado. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS. COFINS. CSLL. A decisão prolatada no lançamento matriz estendese aos lançamentos decorrentes, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário para, em sede de preliminar, cancelar a autuação por divergência entre a imputação feita pelo Fisco de omissão de receitas, o enquadramento legal dos autos de infração de IRPJ e CSLL e a conduta efetiva da recorrente, vencidos os Conselheiros Marco Rogério Borges, Sérgio Abelson e Paulo Mateus Ciccone que negavam provimento. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente (assinado digitalmente) Evandro Correa Dias Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 11 60 /2 01 5- 35 Fl. 702DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 703 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Sergio Abelson (Suplente Convocado), Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Fl. 703DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 704 3 Relatório Tratase de autos de infração do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ (fls. 02 a 10), do Programa de Integração Social PIS (fls. 29 a 36), da Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social Cofins (fls. 20 a 27) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (fls. 12 a 18), lavrados para formalização e exigência de crédito tributário no montante de R$ 10.423.629,56. De acordo com o Relatório de Encerramento de Ação Fiscal (fls. 38 a 43), o lançamento decorreu de omissão receita, caracterizada por falta de comprovação de devolução de vendas, conforme transcrito a seguir: a) A empresa emitiu diversas notas fiscais eletrônicas de entrada (cópias dos DANF's em anexo) para acobertar operações de devolução de vendas por parte de pessoas jurídicas obrigadas à emissão de notas fiscais. b) O art. 229 do RIPI autoriza o crédito do imposto relativo a tributos tributados recebidos em devolução, desde que o estabelecimento que fizer a devolução emita nota fiscal para acompanhar o produto, declarando o número, data da emissão e o valor da operação constante do documento originário, bem como indicando o imposto relativo às quantidades devolvidas e á causa da devolução (art. 231, inciso I, do RIPI). c) A emissão de nota fiscal de entrada só é permitida, na hipótese de devolução de produtos, quando essa devolução for feita por pessoa física ou jurídica não obrigada à emissão de nota fiscal (art. 232 do RIPI). d) O art. 434, inciso I, do RIPI, prevê que a nota fiscal de entrada.deva ser emitida sempre que no estabelecimento entrarem produtos "novos ou usados, inclusive matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, remetidos a qualquer título por particulares ou firmas não obrigadas à emissão de documentos fiscais". e) Já o art. 394, inciso I, do mesmo regulamento, estabelece que é considerado inidôneo, para os efeitos fiscais, fazendo prova apenas em favor do Fisco, o documento que não seja o legalmente previsto para a operação, como é o presente caso. Fl. 704DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 705 4 Inconformado com a decisão de 1ª Instância, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 187 a 197) com as seguintes razões de fato e de direito para a reforma da decisão recorrida, em síntese: · A legislação supostamente violada pela Impugnante não se aplica aos tributos exigidos no libelo fiscal. Em decorrência deste fato, deve ser reconhecida a nulidade do Auto de Infração por erro na identificação do dispositivo legal violado. · A omissão de receita não restou comprovada no Auto de Infração, pois no ano calendário de 2011 a Impugnante emitiu Nota Fiscal, conforme exposto no próprio Relatório de Encerramento da Ação Fiscal. · Para comprovar o exposto, solicitase a realização de perícia, na forma do art. 16, inciso IV, c/c o art. 18 do Decreto nº 70.235/72 A impugnação da Recorrente foi julgada improcedente, conforme a seguinte ementa: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2011 ERRO. ENQUADRAMENTO LEGAL. NULIDADE. O erro no enquadramento legal da infração não implica nulidade do auto de infração quando resta evidenciado, ante a descrição dos fatos nele contida e as contraposições apresentadas na impugnação, não houve preterição do direito de defesa. PEDIDO DE PERÍCIA. NEGAÇÃO. Negase o pedido de perícia quando os elementos coligidos nos autos são suficientes à formação da convicção do julgador e consequente julgamento da lide. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2011 DEVOLUÇÃO DE VENDAS. NÃO COMPROVAÇÃO. OMISSÃO DE RECEITAS. A não comprovação de devoluções de venda implica os respectivos valores escriturados tratase de omissão de receitas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2011 Fl. 705DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 706 5 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS. COFINS. CSLL. A decisão prolatada no lançamento matriz estendese aos lançamentos decorrentes, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula." Inconformada com a improcedência de sua impugnação, a recorrente interpôs Recurso Voluntário (fls. 237 a 264) a esta Colenda Turma, onde reproduziu as suas alegações de impugnação, requerendo: (i) preliminarmente, deve ser reconhecida a nulidade do lançamento e da decisão recorrida, pois os dispositivos em que se funda a autuação decorrem, exclusivamente, da legislação do IPI. Não há, no auto de infração e na decisão da DRJ, nenhum dispositivo que guarde relação com as hipóteses legais de omissão de receitas; (ii) ainda em sede de preliminar, a decisão se mostra nula por desconsiderar os documentos acostados à Impugnação, bem como por indeferir, sem qualquer justificativa plausível, os pedidos de diligência e produção de prova pericial, preterindo claramente o direito de defesa da Recorrente; (iii) no mérito, foi demonstrado que o suposto erro formal (descumprimento de obrigação acessória, com base na legislação do IPI) não poderia ser confundido com omissão de receitas, para fins de tributação de IRPJ, CSL, PIS e COFINS. Conforme comprovado, as operações de venda em discussão efetivamente não se concretizaram. As notas fiscais de entrada (ou retorno) fazem prova em favor da Recorrente, assim como sua escrituração fiscal, validada por auditores independentes da KPMG; (iv) conforme consolidada jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a demonstração da nãoocorrência das vendas é prova bastante e suficiente para que seja afastada a acusação de omissão de receitas. A suposta inobservância de determinadas formalidades previstas pela legislação fiscal, para o caso de "retorno de mercadorias", não impede que o vendedor possa considerar a venda como "retornada". Ainda menos, poderiam permitir a manutenção de exigência com base em omissão de receitas, sem que tenha havido qualquer indício ou comprovação das hipóteses do artigo 281 e seguintes do RIR/99; (v) ad argumentandum, caso se entenda que os fundamentos fáticos e legais apresentados pela Recorrente não sejam suficientes, reiterase o pedido de diligência e prova pericial objeto da Impugnação, em vista dos princípios de verdade material, ampla defesa e contraditório; e (vi) mesmo que se considerasse válida a exigência fiscal em debate, o que se admite a título meramente argumentativo, deveria ao menos ser cancelada a exigência de juros à taxa Selic sobre a multa. Fl. 706DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 707 6 Voto Conselheiro Evandro Correa Dias, Relator. O recurso voluntário atende aos pressuposto de admissibilidade, pelo que dele se toma conhecimento. DAS PRELIMINARES Os dispositivos indicados na autuação não correspondem à infração A recorrente alega que os dispositivos indicados na autuação não correspondem à infração alegada. Argumenta que o auto de infração não cumpre o disposto nos artigos 10 e 11 do Decreto 70.235/72. A recorrente alega que o descumprimento dessa regra expressa, como ocorre nos casos dos autos, ofende os princípios da legalidade, do contraditório e da ampla defesa, além de violar o Art. 142 e seguintes do CTN (que dispõe sobre o lançamento tributário), sendo causa de nulidade de lançamento. Argumenta que a falta de correlação entre a conduta praticada pelo contribuinte e a norma legal indicada como infringida desrespeita, ainda, o princípio da motivação. Notase que , conforme descrito no Relatório, a autoridade fiscal identificou "Omissão de Receita caracterizada por devolução de vendas não comprovadas por documentação hábil e idônea, conforme fatos já relatados. Esse fato é confirmado pela infração 0001 constante do Auto de Infração, reproduzida a seguir. Fl. 707DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 708 7 Verificase que constam do Relatório de Encerramento de Ação Fiscal, como enquadramento legal para a autuação os artigos: 229, 231, inciso I, 232, 434, inciso I, e 394, todos do RIPI (Decreto nº 7.212/10), transcritos a seguir. Art. 229. É permitido ao estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, creditarse do imposto relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou retorno, total ou parcial (Lei nº 4.502, de 1964, art. 30). Art. 231. O direito ao crédito do imposto ficará condicionado ao cumprimento das seguintes exigências: I pelo estabelecimento que fizer a devolução, emissão de nota fiscal para acompanhar o produto, declarando o número, data da emissão e o valor da operação constante do documento originário, bem como indicando o imposto relativo às quantidades devolvidas e a causa da devolução; e Art. 232. Quando a devolução for feita por pessoa física ou jurídica não obrigada à emissão de nota fiscal, acompanhará o produto carta ou memorando do comprador, em que serão declarados os motivos da devolução, competindo ao vendedor, na entrada, a emissão de nota fiscal com a indicação do número, data da emissão da nota fiscal originária e do valor do imposto relativo às quantidades devolvidas. Parágrafo único. Quando ocorrer a hipótese prevista no caput, assumindo o vendedor o encargo de retirar ou transportar o produto devolvido, servirá a nota fiscal para acompanhálo no trânsito para o seu estabelecimento. Art. 434. A nota fiscal, modelo 1 ou 1A, será emitida sempre que no estabelecimento entrarem, real ou simbolicamente, produtos: I novos ou usados, inclusive matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, remetidos a qualquer título por particulares ou firmas não obrigadas à emissão de documentos fiscais; Art. 394. É considerado inidôneo, para os efeitos fiscais, fazendo prova apenas em favor do Fisco, sem prejuízo do disposto no art. 427, o documento que: I não seja o legalmente previsto para a operação; II omita indicações exigidas ou contenha declarações inexatas; III esteja preenchido de forma ilegível ou apresente emendas ou rasuras que lhe prejudiquem a clareza; ou IV não observe outros requisitos previstos neste Regulamento. De fato, os dispositivos citados do RIPI dizem respeito ao descumprimento de obrigações acessórias para fins de apuração e recolhimento de IPI, ou ao creditamento indevido de IPI em operações de devoluções de mercadoria, ou seja, não tratam da omissão de receitas, base para o lançamento de IRPJ, CSLL, PIS E COFINS. Fl. 708DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 709 8 Passase então à analise dos artigos que, conforme o auto de infração, também foram utilizados como enquadramento legal para a autuação: 3º da Lei nº 9.249/95, 247, 248, 249, inciso II, 251, 277, 278, 279, 280 e 288 do RIR/99; transcritos a seguir. Conceito de Lucro Real Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 6º). § 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições das leis comerciais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 37, § 1º). § 2º Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele excluídos, serão, na determinação do lucro real do período de apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente, observado o disposto no parágrafo seguinte (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 4º). § 3º Os valores controlados na parte "B" do Livro de Apuração do Lucro Real LALUR, existentes em 31 de dezembro de 1995, somente serão atualizados monetariamente até essa data, observada a legislação então vigente, ainda que venham a ser adicionados, excluídos ou compensados em períodos de apuração posteriores (Lei nº 9.249, de 1995, art. 6º). Conceito de Lucro Líquido Art. 248. O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional (Capítulo V), dos resultados não operacionais (Capítulo VII), e das participações, e deverá ser determinado com observância dos preceitos da lei comercial (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 1º, Lei nº 7.450, de 1985, art. 18, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 4º). Ajustes do Lucro Líquido Adições Art. 249. Na determinação do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período de apuração (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 2º): I os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; II os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, devam ser computados na determinação do lucro real. Fl. 709DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 710 9 Dever de Escriturar Art. 251. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais (Decreto Lei nº 1.598, de 1977, art. 7º). Parágrafo único. A escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (Lei nº 2.354, de 29 de novembro de 1954, art. 2º, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 25). Lucro Bruto Art. 278. Será classificado como lucro bruto o resultado da atividade de venda de bens ou serviços que constitua objeto da pessoa jurídica (Decreto Lei nº 1.598, de 1977, art. 11, § 2º). Parágrafo único. O lucro bruto corresponde à diferença entre a receita líquida das vendas e serviços (art. 280) e o custo dos bens e serviços vendidos Subseção III (Lei nº 6.404, de 1976, art. 187, inciso II). Disposições Gerais sobre Receitas Receita Bruta Art. 279. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (Lei nº 4.506, de 1964, art. 44, e DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 12). Parágrafo único. Na receita bruta não se incluem os impostos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante, dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário. Receita Líquida Art. 280. A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 12, § 1º). Omissão de Receita Art. 288. Verificada a omissão de receita, a autoridade determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período de apuração a que corresponder a omissão (Lei nº 9.249, de 1995, art. 24). Os Art. 247 e 248 do RIR/99 tratam respectivamente dos conceitos de lucro real e lucro liquido. Fl. 710DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 711 10 O Art. 249, inciso II, do RIR/99 disciplina a adição ao lucro real dos resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, devam ser computados na determinação do lucro real. O Art. 251 do RIR/99 trata do dever de escriturar do contribuinte. Os Art. 277 e 278 do RIR/99 tratam respectivamente dos conceitos de lucro real e lucro liquido. O Art. 279 do RIR/99 disciplina a apuração da receita bruta de vendas e serviços. O Art. 280 do RIR/99 trata da receita líquida de vendas. O Art. 288 do RIR/99 disciplina do Tratamento Tributário da omissão de receita, transcrito a seguir. Ressaltase que não foram citados nenhum dos artigos 281 a 287, que trazem as condutas que caracterizam omissão de receitas. Na decisão recorrida, foi rejeitada a preliminar de nulidade pelos seguintes motivos: · Entendeuse que apesar de a ação fiscal ter tido origem em procedimento relacionado ao IPI, o motivo por que se concluiu pela omissão de receita foi a falta de comprovação de devolução de vendas, por parte do contribuinte. Ou seja, uma vez intimado a comprovar devoluções de venda, não o logrou fazer. Também não se vê do enquadramento legal dos autos de infração nenhuma referência a tais dispositivos, mas sim a dispositivos do RIR de 1999. De maneira que não há falar em erro na fundamentação legal do lançamento. · Mesmo que tivesse havido erro na fundamentação legal, ainda assim não haveria falar em nulidade, porquanto a infração está perfeitamente descrita, tanto nos autos de infração como no Relatório de Encerramento da Ação Fiscal, e dela teve inteiro conhecimento o contribuinte. Acrescentase que, a jurisprudência administrativa esposa o entendimento de que erros na invocação da norma infringida não ensejam nulidade quando essa deficiência estiver suprida por outros elementos que permitam ao contribuinte conhecer os fundamentos da autuação e, desse modo, exercer seu direito de defesa, o que ocorre no caso. Data vênia, discordase do entendimento exposto no Acórdão da Instância a quo, pois verificase que além do erro da fundamentação legal da infração, houve erro no enquadramento legal da conduta da recorrente como omissão de receita. A descrição da conduta não se enquadra em nenhum dos artigos 281 a 287 do RIR/99, que trazem as condutas que caracterizam omissão de receitas. Pisase que nenhum desses artigos foram citados nem no Relatório de Ação Fiscal nem no Auto de Infração. Em tese, a não comprovação da devolução de vendas poderia ensejar a glosa da devolução de vendas na obtenção da receita líquida, com base no art. 280 do RIR/99. Receita Líquida Art. 280. A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos Fl. 711DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 712 11 incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 12, § 1º). Destarte, não se pode desconsiderar que o processo administrativo fiscal tem por finalidade primeira o controle da legalidade dos atos administrativos, que deve ser observado pelo julgador por força do princípio da verdade material, na busca da descoberta da existência ou não da hipótese de incidência tributária originária do lançamento. Assim é de fundamental importância a verificação da motivação da exigência fiscal, se é adequada aos fatos e também à norma que a embasou, para que se possa definir a linha divisória entre a legalidade da exigência e o direito do contribuinte. O lançamento, como procedimento administrativo vinculado e obrigatório, é de competência privativa da autoridade fiscal, devendo este, vincular o fato material da irregularidade fiscal levada a efeito pelo contribuinte, com a norma legal disciplinadora. Notase que os arts. 2° e 50 da Lei n° 9.784/99, que disciplina o processo administrativo no âmbito Federal, transcritos a seguir, prevêem a observância desse princípio: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 1 neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; § 1 A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Além disso, especificamente quanto ao processo tributário, o art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN), transcrito a seguir, estabelece os requisitos essenciais para a constituição do crédito tributário, que se dá pelo lançamento: a demonstração da ocorrência do fato gerador da obrigação, a determinação da matéria tributável, o cálculo do montante do tributo devido, a identificação do sujeito passivo e, sendo o caso, a propositura da aplicação de penalidade. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Fl. 712DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 713 12 A matéria tributável mencionada no supracitado art. 142, do CTN, é o elemento que define o objeto sobre o qual deve recair a autuação, e é por meio dela que se estabelece a base de cálculo do lançamento, chegandose, por conseqüência, ao montante devido. Desta feita, a autoridade fiscal deve, obrigatoriamente, fundamentar a autuação de forma completa, explícita e congruente, apresentando com clareza os motivos e a motivação da exigência fiscal, elementos cuja ausência ou incorreção, inevitavelmente, viciarão o lançamento. Partindo da regulamentação geral para o regramento específico do processo administrativo fiscal, o Decreto 70.235, de 06 de março de 1972, no que respeita aos requisitos necessários ao procedimento administrativo de constituição do crédito tributário, prevê em seu artigo 10: "Art.10 O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta e conterá, obrigatoriamente: III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; Os requisitos transcritos, também descritos no art. 142 do CTN acima, dão validade jurídica ao lançamento do crédito tributário. A falta de atendimento a essas normas determina a nulidade do lançamento. No caso concreto, os fatos materialmente ocorridos (não comprovação das devoluções de venda) não se enquadram nas normas invocadas pela fiscalização (omissão de receitas), como supostamente violadas. Inexistindo subsunção dos fatos à norma, não procede a violação daquela norma jurídica invocada. O ato praticado, como no presente processo, padecerá de vício insanável toda vez que o motivo de fato não coincidir com o motivo legal e a conseqüência jurídica desta falta de correspondência entre o motivo (fatos que originaram a ação administrativa) do Auto de Infração e das normas ditas como violadas em sua motivação é a nulidade do ato viciado. Neste caso, detectouse imprecisão quanto à motivação da autuação e a determinação da matéria tributável, por não subsunção dos fatos à regra matriz de incidência, julgo que o lançamento foi integralmente contaminado por vício material, fato que impõe a decretação de sua nulidade. Assim, ante o exposto, voto por acatar a preliminar, devendo a autuação ser cancelada pelo indevido enquadramento da conduta da recorrente como se fosse "omissão", em conjunto com a imprecisa fundamentação legal dos autos de infração de IRPJ e CSLL. Por oportuno, decretada a nulidade do lançamento por vício material, restam prejudicadas as demais alegações de defesa, sendo prescindível o seu enfrentamento pelo órgão julgador. Fl. 713DF CARF MF Processo nº 10280.721160/201535 Acórdão n.º 1402003.233 S1C4T2 Fl. 714 13 CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário para, em sede de preliminar, cancelar a autuação por divergência entre a imputação feita pelo Fisco de omissão de receitas, o enquadramento legal dos autos de infração de IRPJ e CSLL e a conduta efetiva da recorrente. (assinado digitalmente) Evandro Correa Dias Fl. 714DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.658133/2012-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 17 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1201-000.428
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimarães, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Rafael Gasparello Lima), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Henrique Marotti Toselli), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Fabiano Alves Penteado, Rafael Gasparello Lima e Luis Henrique Marotti Toselli.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimarães, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Rafael Gasparello Lima), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Henrique Marotti Toselli), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Fabiano Alves Penteado, Rafael Gasparello Lima e Luis Henrique Marotti Toselli. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .6 58 13 3/ 20 12 -1 5 Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10880.658133/201215 Resolução nº 1201000.428 S1C2T1 Fl. 3 2 Relatório Por economia processual e por bem descrever os fatos, adoto como parte deste, o relatório constante da decisão de primeira instância: “1. Trata o presente processo de Despacho Decisório (DD) de nº [...], emanado pela Autoridade Administrativa que analisou a DCOMP nº [...] e não deferiu a compensação declarada, em razão da localização de um ou mais pagamentos integralmente utilizados para a quitação de débitos do contribuinte, não restando, quanto ao DARF apresentado, crédito disponível a ser aproveitado na presente DCOMP. O referido DARF, conforme os sistemas da Receita Federal do Brasil RFB possui: período de apuração – 30/09/2010; data de arrecadação – 17/12/2010; código de receita – 2089 (IRPJ LUCRO PRESUMIDO) e valor original utilizado R$ 52.160,51. 1.1. A transmissão da DCOMP ocorreu em 22/11/2012. 2. O Contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, [...] alegando, em síntese, que: (...) I DOS FATOS A empresa tem sua tributação baseada na sistemática do lucro presumido. No segundo e terceiro trimestres do ano civil de 2010, apurou receitas em duas modalidades: prestação de serviços e venda de imóveis. Na apuração do imposto de renda (IRPJ) e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) dos referidos trimestres, foram consideradas as duas modalidades de receita como sendo somente de prestação de serviço. Isto posto, as receitas de vendas de imóveis tiveram suas bases de redução calculadas à alíquota de 32% ao invés de 8% para fins de IRPJ, e no caso da CSLL à alíquota de 32% ao invés de 12%. (...) Em razão desses créditos fiscais, a partir de maio de 2011 foram solicitados pedidos de compensações, através de PER/DCOMPs para quitação de PIS, COFINS, IRPJ e CSLL vincendos a partir daquela data que estão sendo objetos de questionamento de Despachos Decisórios. Lamentavelmente, quando da elaboração e apresentação da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (DIPJ), não foram configurados os referidos créditos fiscais na ficha 14A linha 07 e 18A linha 03, correspondente à apuração do IRPJ e da Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10880.658133/201215 Resolução nº 1201000.428 S1C2T1 Fl. 4 3 CSLL do segundo e terceiro trimestres de 2010, uma vez que as cifras ficaram apresentadas na linha 07 da ficha 14A (IRPJ) receita bruta sujeita ao percentual de 32% e linha 03 ficha 18A (CSLL) receita bruta sujeita ao percentual de 32%, ao invés da segregação entre as receitas sujeitas ao percentual de 32% e aquelas sujeitas ao percentual de 8%, para fins de IRPJ, e sujeitas ao percentual de 12% para fins de CSLL. Com isto, os saldos a pagar de IRPJ, bem como o da CSLL, ficaram idênticos aos valores recolhidos através de DARF não configurando a demonstração do crédito, pois se os valores apresentados na DIPJ como saldos a pagar fossem efetivamente menores do que os recolhidos, ficaria evidente o direito de crédito por recolhimento a maior. II – DO DIREITO (...) II. 2 DO MÉRITO Conforme explicado anteriormente, a empresa agiu de boa fé, utilizando os preceitos e fundamentos legais para denunciar o seu crédito e a respectiva utilização através dos instrumentos de compensação, e, em sendo assim, a empresa não pode ter o seu direito cerceado pelo equívoco que cometeu no preenchimento da sua Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (DIPJ), e dessa forma não ter a homologação através de Despacho Decisório de seus créditos fiscais legítimos por recolhimento a maior. III DOCUMENTOS ANEXADOS Estão anexados a esta Manifestação de Inconformidade os seguintes documentos: (...) 8. Razão contábil do segundo e terceiro trimestres de 2010 das receitas de vendas de imóveis (Contas contábeis 3.1.02.01.0004 abril/2010 e 310301001 de maio a setembro de 2010). (...) 11. Controle de utilização dos créditos fiscais. IV DO PEDIDO À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência do Despacho Decisório, espera e requer a impugnante que seja acolhida a presente Manifestação de Inconformidade para revisão da decisão e consequente cancelamento do Despacho Decisório rastreamento n° [...], consideração da existência do crédito fiscal e a homologação para compensação/quitação do débito no valor de [...]." 2. Em sessão de 26 de agosto de 2014, a 4ª Turma da DRJ/SPO, por unanimidade de votos, considerou improcedente a Manifestação de Inconformidade pela ausência dos elementos de prova capazes de atestar a certeza e liquidez do crédito utilizado na compensação, conforme Acórdão nº 1660.812, cuja ementa recebeu o seguinte descritivo: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Fl. 152DF CARF MF Processo nº 10880.658133/201215 Resolução nº 1201000.428 S1C2T1 Fl. 5 4 Anocalendário: 2010 DCOMP. CRÉDITO. NÃO COMPROVAÇÃO. A alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos cabais de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória da compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido.” 3. A DRJ/SPO não acatou os argumentos da Recorrente, em síntese, sob os seguintes fundamentos: 3.1. Embora a Recorrente tenha juntado cópias do razão contábil e planilha própria de utilização dos créditos fiscais, ambas referentes aos segundo e terceiro trimestres de 2010, constatou que a) as cópias do Livro Razão não estão acompanhadas dos respectivos documentos de respaldo (contrato de venda e compra do imóvel; comprovante de recebimento da respectiva receita, etc); b) também não estão acompanhadas de cópias dos lançamentos correspondentes no Livro Diário, devidamente registrado na Junta Comercial. Portanto, o direito creditório pleiteado não pode ser considerado líquido e certo. 3.2. Sustenta que, a prova documental deve ser apresentada juntamente com a Manifestação de Inconformidade, sob pena de precluir o direito da Recorrente fazêlo em outro momento processual. 4 Cientificada da decisão em 14/03/2016 , a Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 08/04/2016, reiterando as razões já expostas em sede de Manifestação de Inconformidade e reforçando que a prova documental produzida nos autos já seria suficiente para comprovar seu direito creditório, mas, para que não pairem dúvidas, juntou a seguinte documentação complementar: (i) escritura pública definitiva de compra e venda do imóvel (doc. 02); (ii) matrícula do imóvel de nº 179.301, do 4º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo (doc. 03); (iii) cópia das DCTFS retificadoras (doc. 04); (iv) cópia do livro diários correspondente aos referidos lançamentos (doc. 05); e (v) comprovante de recebimento da receita de venda do imóvel (doc. 06). 5. Ao final, requer seja acolhido o Recurso Voluntário para o fim de receber os documentos complementares anexos e converter o julgamento em diligência baixando os autos para que a autoridade preparadora examine os documentos novos juntados que complementam a prova do crédito da Recorrente utilizado nessa DCOMP, ou dignese acolher o recurso para o fim de homologar a presente declaração de compensação. É o relatório. Fl. 153DF CARF MF Processo nº 10880.658133/201215 Resolução nº 1201000.428 S1C2T1 Fl. 6 5 Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa, Relatora. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1201 000.425, de 16/05/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10880.658130/201273, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1201000.425): " 6. O recurso é tempestivo e cumpre os demais requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciar. 7. Em primeiro lugar, há de se ressaltar a plausibilidade jurídica do pleito da Recorrente acerca da juntada de documentação complementar em sede de Recurso Voluntário. 8. Alinhome ao entendimento de que a Administração não pode ficar restrita ao que as partes demonstram no curso do processo, mas deve buscar a verdade material. 9. In casu, a douta DRJ poderia, ao invés de julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade, ter baixado os autos em diligência para esclarecimentos dos fatos e análise de provas. Tal iniciativa cooperativa, inclusive, traria maior celeridade e eficiência processual, bem como teria otimizado o custo deste processo para o Estado1. 10. No mais, de acordo com a jurisprudência deste Egrégio Conselho, é possível a juntada de provas complementares para contrapor às 1 Em consonância com os seguintes dispositivos: Lei nº 13.105/2015 "Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportarse de acordo com a boafé. Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência." Lei nº 9.784/1999 "Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência." "Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizamse de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo." Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10880.658133/201215 Resolução nº 1201000.428 S1C2T1 Fl. 7 6 razões do julgamento de primeira instância à luz dos princípios da verdade material, ampla defesa e contraditório efetivo, verbis: " (...) PRODUÇÃO DE PROVAS NO VOLUNTÁRIO. POSSIBILIDADE PARA SE CONTRAPOR ÀS RAZÕES DO JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Como regra geral, a prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo do direito de fazêlo em outro momento processual.Contudo, tendo o contribuinte trazido os documentos que julgava aptos a comprovar seu direito, ao não ser bem sucedido no julgamento de 1a instância, razoável se admitir a juntada das provas no voluntário, pois é exceção à regra geral de preclusão a produção de novos documentos destinados a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Ademais, seria por demais gravoso, e contrário ao princípio da verdade material, a manutenção da glosa de deduções sem a análise das provas constantes nos autos.E ainda, sendo esta a última instância administrativa, tal postura exigiria do contribuinte a busca da tutela do seu direito no Poder Judiciário, o que exigiria do Fisco a análise das provas apresentadas em juízo, e ainda condenaria a União pelas custas do processo. (...)" (Processo nº 16327.001040/200891, Acórdão nº 1102000.940, 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária / 1ª Seção, Sessão de 08.10.2013, Relator: José Evande Carvalho Araujo) 11. Notese que, cabe a autoridade julgadora verificar a necessidade e a utilidade do recebimento da prova de forma a harmonizar valores e princípios constitucionais e processuais, verbis: " PRINCÍPIOS PROCESSUAIS. PRECLUSÃO. OFICIALIDADE. VERDADE MATERIAL. APRESENTAÇÃO DAS PROVAS. CONSIDERAÇÃO. O direito da parte à produção de provas posteriores, até o momento da decisão administrativa comporta graduação, a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, de modo a assegurar o equilíbrio entre a celeridade, a oficialidade, a segurança indispensável, a ampla defesa e a verdade material, para a consecução dos fins processuais. (...)" (Processo nº 10880.008207/200611), Acórdão nº 2801003.682, 1ª Turma Especial / 2ª Seção de Julgamento, Sessão de 09.09.2014, Relator: Carlos César Quadros Pierre) 12. Portanto, acolho o pedido da Recorrente no sentido de admitir as provas acostadas em sede de Recurso Voluntário por considerálas úteis e necessárias para devida apreciação do processo. 13. No mais, considero que assiste razão a contribuinte quando sustenta que meros erros no preenchimento de declarações não são suficientes para motivar o não reconhecimento do seu direito creditório. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10880.658133/201215 Resolução nº 1201000.428 S1C2T1 Fl. 8 7 14. Contudo, em linha com a jurisprudência deste E. Conselho, é imprescindível que tais erros sejam claramente demonstrados por meio de documentação hábil e idônea, em especial com base na análise de registros contábeis e fiscais e da documentação que lhe serve de suporte, a qual necessariamente deve ser mantida pelo contribuinte enquanto se pretender obter os efeitos fiscais correspondentes, nos termos do artigo 195, parágrafo único, do Código Tributário Nacional CTN e dos artigos 264 e 923 do RIR/99. 15. Reforçando essas diretrizes, transcrevo a seguinte ementa: "ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DCTF. DECLARAÇÕES RETIFICADORAS. COMPROVAÇÃO. CRÉDITO RECONHECIDO. Comprovado que o débito confessado em estava equivocado mediante apresentação de declaração retificadora, DIPJ e elementos da escrituração contábil que corroboram o valor declarado/confessado nessa declaração retificadora, reconhecese o direito de crédito homologandose as compensações pleiteadas até esse limite." (Processo nº 13971.901692/201131, Acórdão nº 1402002.379, 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária / 1ª Seção, Sessão de 26.01.2017, Relator: Fernando Brasil de Oliveira Pinto)(grifos nossos) 16. O direito creditório do contribuinte só pode ser obstado diante de três hipóteses (i) se reconhecida decadência do direito pleiteado; (ii) se os valores já tiverem sido compensados; e (iii) quando a documentação suporte é insuficiente para demonstrar a origem do crédito e/ou não esclarece de forma assertiva e sem contradições a composição dos valores discutidos. 17. Logo, somente diante da comprovação pela autoridade fiscal de uma dessas três hipóteses é que o direito creditório não deve ser reconhecido. 18. Tendo essas premissas em mente, passamos à análise do caso concreto. 19. A Recorrente exerce a atividade de compra e venda de imóveis próprios, bem como a locação de imóveis próprios. 20. Como é sabido, na venda de imóveis próprios a alíquota de presunção do lucro é de 8% (IRPJ) e 12% de CSLL, sendo que na locação, esta alíquota é de 32% 21. Entre abril de 2010 e setembro de 2010 a Recorrente vendeu um imóvel próprio e apurou IRPJ e a CSLL como locação. Portanto, tributou à alíquota de 32% ao invés de 8% (IRPJ) e 12% (CSLL), daí a origem do direito creditório em exame, pagamento a maior de IRPJ e CSLL no segundo e terceiro trimestres do anocalendário de 2010. 22. No presente caso, não há controvérsia acerca do preenchimento dos requisitos (i) e (ii) constantes do item 16, mas do (iii). A DRJ [...] considerou que as provas apresentadas em sede de Manifestação de Inconformidade [...] não foram suficientes para que o crédito pleiteado fosse considerado líquido e certo. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10880.658133/201215 Resolução nº 1201000.428 S1C2T1 Fl. 9 8 23. Ocorre que, a ora Recorrente tanto em sede de Manifestação de Inconformidade quanto, complementarmente, em seu Recurso Voluntário [...], apresentou vasta documentação probatória hábil a demonstrar a ocorrência do suposto erro na apuração da base de cálculo, tais como: (i) doze DARFs de recolhimento de IRPJ e da CSLL referente ao segundo e terceiro trimestre de 2010 [...]); (ii) fichas 14A e 18A do segundo e terceiro trimestre de 2010 da DIPJ Original [...]; (iii) fichas 14A e 18A do segundo e terceiro trimestre de 2010 da DIPJ Retificadora transmitida em 21/11/2012 e seu recibo [...]; (iv) razão contábil do segundo e terceiro trimestre de 2010 das receitas de vendas de imóveis (contas contábeis 3.1.02.01.0004 abril/2010 e 310301001 de maio a setembro de 2010,[...]); (v) escritura pública definitiva de compra e venda do imóvel (doc. 02, [...]); (vi) matrícula do imóvel de nº 179.301, do 4º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo (doc. 03, [...]); (vii) cópia das DCTFS retificadoras (doc. 04, [...]); (viii) cópia do livro diários correspondente aos referidos lançamentos (doc. 05, [...]); e (ix) comprovante de recebimento da receita de venda do imóvel (doc. 06, [...]). 24. A priori, a documentação fiscal e contábil trazida pela Recorrente cumpre o disposto no artigo 923 do RIR2 e é capaz de viabilizar o reconhecimento do direito creditório do contribuinte. 25.Contudo, deve ser verificada, à luz da documentação contábil, fiscal e demais provas suporte, a liquidez e certeza dos créditos constantes dos pedidos de compensação nos períodos em análise. 26. Em face do exposto, diante de toda a documentação acostada aos autos, voto pela conversão do presente julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da Receita Federal da circunscrição da contribuinte: (i) verifique as DCTFs retificadoras apresentadas, efetuando a apuração do crédito relativo aos períodos sob apreciação; (ii) faça o cotejamento desses créditos com as Dcomps relativas a pagamento a maior de IRPJ e CSLL, anocalendário 2010, procedendo à valoração para fins de verificação de suficiência destes, considerandose, inclusive, alguma Dcomp porventura já homologada. 27. Para fins dessa verificação, a contribuinte poderá ser intimada a apresentar livros e documentos. 28. Após a conclusão da diligência, a autoridade fiscal responsável deverá elaborar Relatório Conclusivo, com posterior ciência à Recorrente, para que, se assim desejar, se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias e na seqüência retornem os autos ao E. CARF para julgamento. É como voto. 2 "Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais." Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10880.658133/201215 Resolução nº 1201000.428 S1C2T1 Fl. 10 9 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47 do RICARF, voto por converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Fl. 158DF CARF MF
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Numero do processo: 10730.720759/2015-14
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEDUÇÕES. PREVIDÊNCIA PRIVADA. COMPENSAÇÕES REALIZADAS EM DECLARAÇÕES ANTEIRIORES.
As contribuições para entidades de previdência privada efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995 somente podem ser deduzidas dos rendimentos recebidos destas entidades até o limite do saldo de contribuições ainda não compensadas em declarações anteriores.
Numero da decisão: 2001-000.433
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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DEDUÇÕES. PREVIDÊNCIA PRIVADA. COMPENSAÇÕES REALIZADAS EM DECLARAÇÕES ANTEIRIORES. As contribuições para entidades de previdência privada efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995 somente podem ser deduzidas dos rendimentos recebidos destas entidades até o limite do saldo de contribuições ainda não compensadas em declarações anteriores. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 72 07 59 /2 01 5- 14 Fl. 123DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação do contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, por omissão de rendimentos. O Lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte a importância de R$ 6.060,66, a título de imposto de renda pessoa física suplementar, acrescida da multa de ofício de 75% e, juros moratórios, referente ao anocalendário de 2012. A justificação do lançamento, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento motivador da lavratura o fato de que o Recorrente teria incorrido em omissão de rendimentos que o contribuinte classificou como isentos na Declaração de Rendimentos por ele apresentada. A constituição do acórdão recorrido segue a linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente na interpretação de que a indicação dos rendimentos como isentos caracterizase como omissão de rendimentos na Declaração do Imposto sobre a Renda, como segue: Contra o contribuinte em epígrafe foi emitida Notificação de Lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Física – IRPF (fls. 04/08), referente ao exercício 2013, anocalendário 2012. Após a revisão da Declaração foram apurados os seguintes valores: Imposto de Renda Pessoa Física – Suplementar (Sujeito à Multa de Ofício) 6.060,66 (...). (...) Tratase de lançamento referente à infração de Omissão de Rendimentos do Trabalho com Vínculo e/ou sem Vínculo Empregatício. Conforme disposto no artigo 8º da Lei 9.250, de 26/12/1995, a base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas de todos os rendimentos percebidos durante o ano calendário (exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva) e as deduções previstas na legislação, sujeitas à comprovação ou justificação. Do imposto apurado poderá ser deduzido o imposto retido na fonte ou o pago, correspondente aos rendimentos incluídos na base de cálculo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 12). Todos os rendimentos tributáveis recebidos no anocalendário devem ser informados na Declaração de Ajuste Anual para apuração do imposto devido. Em sua impugnação, o contribuinte afirma que o rendimento contestado foi tributado duplamente conforme os dados do processo judicial federal nº 00014359820044025101, cujo objeto referese a imposto de renda pessoa física e suplementação de aposentadoria. Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10730.720759/201514 Acórdão n.º 2001000.433 S2C0T1 Fl. 124 3 Ressalta que é a notificação trata de matéria que é objeto de discussão na ação judicial n 0001435982004402.5101, na qual figura como parte. Em análise aos documentos judiciais anexados aos autos pelo contribuinte, constatase que o contribuinte é parte em ação judicial contra a União e o Estado do Rio de Janeiro objetivando a declaração de ilegalidade da cobrança de imposto de renda e a restituição dos valores pagos indevidamente, desde a data de sua aposentadoria. A decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (39/41), emitida em 2007, julgou parcialmente procedente o pedido inicial declarando inexistência de relação jurídica tributária do imposto de renda sobre o valor recebido em virtude de complementação de aposentadoria correspondente às contribuições do Autor no período de vigência da Lei 7.713/88, ou seja, 01/01/89 a 31/12/95. Em busca de esclarecimento quanto a natureza dos rendimentos constantes em DIRF foi Intimada a fonte pagadora da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (CNPJ: 42.498.634/000166) que afirmou que a renda mensal do exparticipante, informada em DIRF, advém do acordo firmado através dos contratos de Assunção de obrigações em negocio jurídico em 04/11/98 pelo Estado do Rio de Janeiro com a Caixa de Previdência dos Funcionários do Sistema Banerj e o Banco do Estado do Rio de Janeiro ambos em liquidação extrajudicial. Em consulta ao sitio http://www.previbanerj.com.br/leis/Contrato_Bco.pdf consta que o citado contrato de Assunção de Obrigações em negócios jurídicos assumidos pelo Estado do Rio de Janeiro referese a complementação e aposentadoria da PREVI BANERJ. Em relação à tributação de valores recebidos a titulo de previdência complementar, cumpre esclarecer que até 01/01/1996, data do início da vigência da Lei nº 9.250, de 1995, os benefícios recebidos de entidades de previdência privada estavam sob a égide da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que estabelecia: (...) Assim, a regra adotada pela legislação era de tributar a renda no recebimento do salário e isentar de tributação quando do recebimento da entidade de previdência privada, já que tal valor era decorrente de parcelas anteriormente tributadas e de rendimentos e ganhos de capital da entidade de previdência privada tributados na fonte, de forma que toda a renda recebida da entidade já tivesse sido tributada anteriormente. Entretanto, a partir de 01/01/1996, com a edição da Lei no 9.250/95, a legislação de regência do Imposto de Renda das Pessoas Físicas sofreu significativas alterações. Permitiuse, a partir de então, a dedução da base de cálculo do IRPF de parcela destinada ao pagamento de previdência privada, deslocandose a tributação para o momento do recebimento do benefício ou do resgate. Fl. 125DF CARF MF 4 (...) A exclusão do imposto de renda acima referida foi prevista inicialmente pela Medida Provisória (MP) nº 1.459, de 21 de maio de 1996, posteriormente revogada e reeditada diversas vezes (MP nº 1.506, 1.559, 1.673, 1.749, 1.851, 1.943, 2.062 e 2.159). Atualmente, a previsão consta da MP nº 2.15970, de 24 de agosto de 2001. O art. 7º desta última MP, transcrição literal do art. 8º da MP mais antiga e que foi reproduzido nas demais, dispõe que: Art. 7° Excluise da incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de rendimentos o valor do resgate de contribuições de previdência privada, cujo ônus tenha sido da pessoa física, recebido por ocasião de seu desligamento do plano de benefícios da entidade, que corresponder às parcelas de contribuições efetuadas no período de 1° de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. Logo, foram considerados isentos os resgates de contribuições para a previdência privada daquelas pessoas que contribuíram no período de 1989 (início da vigência da Lei nº 7.713/1988) a 1995 (final da vigência da Lei nº 7.713/1988). Notese que, em relação aos benefícios recebidos pelas pessoas que se encontravam na mesma situação, não foi feita nenhuma menção expressa. (...) De maneira a regulamentar a situação no âmbito administrativo, a RFB editou a Instrução Normativa RFB nº 1.343, de 05 de abril de 2013, que “Dispõe sobre o tratamento tributário relativo à apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) aplicável aos valores pagos ou creditados por entidade de previdência complementar a título de complementação de aposentadoria, resgate e rateio de patrimônio, correspondente às contribuições efetuadas, exclusivamente pelo beneficiário, no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995”. Seguindo o que foi pacificado no STJ, a IN reconhece o direito à isenção do IR sobre os valores pagos ou creditados por entidade de previdência complementar a título de complementação de aposentadoria, resgate e rateio de patrimônio em caso de extinção da entidade de previdência complementar, correspondentes às contribuições efetuadas exclusivamente pelo beneficiário no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. (...) Dessa forma, com relação aos contribuintes que se aposentarem a partir de 01/01/2013, a IN informa que a fonte pagadora fica desobrigada da retenção do IR relativo aos valores supra mencionados, devendo esses últimos, ser abatidos da complementação de aposentadoria recebida, mês a mês, até se exaurirem. Já com relação aos contribuintes que se aposentaram entre os anos de 2008 e 2012 (em razão da observância do prazo decadencial) e que receberam os rendimentos em questão, com a indevida retenção do IR, a IN estabeleceu que poderão pleitear sua restituição mediante retificação das declarações de ajuste dos exercícios de 2009 a 2011, Fl. 126DF CARF MF Processo nº 10730.720759/201514 Acórdão n.º 2001000.433 S2C0T1 Fl. 125 5 seguindo a ordem cronológica, nas quais tenham sido incluídos tais rendimentos, passando a informálos como isentos e não tributáveis. A IN ainda determina que, na hipótese de ainda restar saldo a exaurir, este poderá ser aplicado nas declarações de ajuste dos exercícios futuros, até o seu exaurimento (§ 2º do art. 3º). Como se observa, o método determinado pela norma acima transcrita é do chamado esgotamento (exaurimento), no qual as contribuições pagas no citado período, atualizadas na forma do art. 5º da IN 1.343/2013, são deduzidas dos rendimentos tributáveis recebidos a título de complementação de aposentadoria até não haver mais saldo a ser descontado. Ou seja: o contribuinte tem direito à restituição do valor do imposto de renda retido na fonte sobre a complementação de aposentadoria correspondente às contribuições efetuadas por ele no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995, ficando seu direito à restituição reconhecido a partir do início da percepção da complementação de aposentadoria e limitado ao valor das contribuições efetuadas no período citado, sendo que eventual saldo pode ser aproveitado nas declarações de ajuste dos exercícios seguintes, até o seu exaurimento. É de se ressaltar, ainda que também não existe nos autos qualquer documento que comprove que os valores informados em DIRF pela fonte pagadora Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (CNPJ: 42.498.634/000166) ), como rendimentos tributáveis pagos ao contribuinte no valor de R$ 114.624,28 com IRRF de R$ 19.781,12, contém parcela das contribuições de previdência privada referente ao período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995. Conforme anteriormente citado, pelos documentos anexados aos autos, não há como se afirmar que os valores recebidos em 2012 pelo contribuinte da citada Secretaria contem saldo relativo às contribuições efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995, também não sendo parte da matéria tratada no processo judicial, nem tampouco caso da Instrução Normativa RFB nº 1.343, de 05 de abril de 2013. O contribuinte em sua DIRPF não ofereceu à tributação tais rendimentos, razão pela qual foi lançada a omissão, e não havendo nos autos documentos que comprovem que tais rendimentos contem saldo relativo às contribuições efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995 é de se manter a omissão lançada. O art. 15 do Decreto nº 70.235/72 estabelece que a impugnação deverá ser instruída com os documentos em que se fundamentar, cabendo ao contribuinte produzir as provas necessárias para justificar suas alegações, ainda mais quando pretende refutar valores obtidos pela fiscalização. Ainda no mesmo decreto, mais especificamente no art. 16, está disposto que a impugnação mencionará os motivos de fato e de direito em que se fundamentar, com as provas que possuir. Fl. 127DF CARF MF 6 O interessado teve oportunidade, à luz do art. 15 do Decreto nº 70.235/72, de contestar os dados apurados pela Fiscalização, fundamentando sua defesa com os elementos de prova suficientes e necessários a infirmar os dados utilizados na efetivação do lançamento, no entanto, não o fez. As alegações desprovidas de meios de prova que as justifiquem não podem prosperar, visto que é assente em Direito que alegar e não provar é o mesmo que não alegar. Portanto, as alegações desacompanhadas de documentos comprobatórios, quando esse for o meio pelo qual sejam provados os fatos alegados, não são eficazes. Pelo exposto, voto pela IMPROCEDÊNCIA da impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Assim, conclui a decisão de piso pela improcedência da impugnação para manter a exigência do crédito tributário nos termos do Lançamento. Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, a Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: O Recorrente, conforme amplamente comprovado na peça de impugnação, recebe proventos de aposentadoria do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS e complementação de aposentadoria através da SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO – SEPLAG. Vale ressaltar que o Recorrente contribuiu para a PREVIBANERJ que foi encampada, inicialmente, pelo FUNDO ÚNICO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RIOPREVIDÊNCIA. Assim, todas as verbas por este recebida provem de complementação de aposentadoria e não de trabalho assalariado conforme informado do referido Oficio SEPLAG ASSJUR/ASSICJ nº 2.706, de 01 de novembro de 2016. As previdências privadas foram criadas na década de 1970, quando a legislação previa a dedutibilidade da base de cálculo do Imposto de Renda, na Declaração de Ajuste Anual, das contribuições feitas pelos participantes ara a formação de um fundo de complementação de aposentadoria, consequentemente, os resgates desse fundo seriam tributados pelo IR. Posteriormente, a Lei nº 7.713/88 inverteu esse posicionamento, impedindo a dedução do Imposto de Renda dessas contribuições, determinando que seus resgates seriam isentos do IR. A Lei nº 9.250/95redefiniu a questão, permitindo a dedução e, consequentemente, determinando a tributação do resgate. Para definição dos percentuais de contribuição de cada participante são necessários complexos cálculos atuariais que levam em consideração, entre outros critérios, a idade do participante, seu tempo de contribuição, sua expectativa de vida e o valor estimado de seu benefício futuro. Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10730.720759/201514 Acórdão n.º 2001000.433 S2C0T1 Fl. 126 7 Assim, as contribuições efetuadas pelos participantes no período de vigência da Lei nº 7.713/88 foram realizadas com base nesses cálculos atuariais. Entretanto, a fórmula de cálculo da Contadoria Judicial não levaram em consideração os cálculos atuariais, limitandose a atualizar as contribuições, de forma aritmética, deduzindoas da base de cálculo do Imposto de Renda dos anos posteriores à aposentadoria do Empregado. Ocorre que tal critério dá vigência retroativa à Lei nº 9.250/95, ferindo de morte a LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIRENTO BRSILEIRO, aprovada pelo Decretolei nº 4.657/42, principalmente os seus artigos 2º e 6º, senão vejamos: (...) A metodologia de cálculo utilizada pelo d. Acórdão recorrido não é a fórmula de cálculo correta, além de contrariar o ato jurídico perfeito, pois dá vigência retroativa à Lei nº 9.250/95, aplicando seus efeitos a partir de 01/01/1989, o que é defeso em nosso ordenamento jurídico. Note E. Julgadores, que em momento algum da v. Decisão transitada em julgado nos autos do processo nº 000143598.2004.4.02.5101 consta a determinação de restituição de valores do imposto de renda incidente sobre as contribuições efetuadas sob a égide da Lei 7.713/88, conforme afirmado no d. Acórdão. (...) Assim, os cálculos conforme apresentados afrontam os artigos 467 e 468, do Código de Processo Civil, que dispõe, “in verbis”: (...) “Ex positis”, requer o Recorrente seja dado provimento ao presente recurso para determinar à Fazenda Nacional que cumpra o ato jurídico perfeito, elaborando os cálculos de forma atuarial e não de meros cálculos aritméticos. É o relatório. Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. A lide trata, nesta fase do processo administrativo tributário sobre o não oferecimento à tributação dos valores recebidos da fonte pagadora Secretaria de Planejamento e Gestão de R$ 114.624,28, com IRRF de R$ 19.781,12, que o Recorrente classificou como isentos em sua Declaração de Ajuste Anual. Fl. 129DF CARF MF 8 Neste sentido, a divergência estabelecida na lide se limita a classificação dos recursos recebidos se tributados ou não, razão pela qual foi providenciada a diligência junto à fonte pagadora, o que se desenvolveu nos seguintes termos: Foi solicitada diligência à fonte pagadora Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (CNPJ: 42.498.634/000166) para informar a natureza dos rendimentos pagos ao contribuinte no ano calendário de 2012, ressaltando se o rendimento referese a proventos de aposentadoria pagos por previdência privada e objeto da ação judicial nº 000143598.2004.4.02.5101. Em resposta a fonte pagadora confirma que os rendimentos pagos ao contribuinte são rendimentos do trabalho assalariado conforme informado em DIRF. O contribuinte após cientificado da diligência ressalta que todas as verbas recebidos provem de complementação de aposentadoria e não de trabalho assalariado conforme informado. Observase que o Contribuinte continua afirmando tratarse de complementação de aposentadoria e não de trabalho assalariado conforme foi informado pela fonte pagadora, sem ter apresentado qualquer comprovação documental em seu favor. O Recorrente junta ao processo, ainda em sede de impugnação, documentos de ação judicial em que alega ser parte, com o seguinte teor: Anexa aos autos documentos judiciais de ação movida contra a União Federal e Estado do Rio de Janeiro objetivando a declaração de ilegalidade da cobrança do imposto de renda e a restituição dos valores pagos indevidamente desde a data de sua aposentadoria acrescidos de juros e correção monetária. Consta dos autos Oficio (fls. 45/46) informando que, para efeito de alegar prescrição nos autos, foi apurado o valor original do imposto de renda exercício 1999, com base na desoneração de verbas referentes às contribuições para entidade de previdência complementar, de acordo com a decisão judicial transitada em julgado. O citado ofício continua afirmando que foi constatada a existência de processo administrativo de impugnação de notificação de lançamento exercício 2013, onde os rendimentos considerados omissos são provenientes de resgate de contribuição à previdência privada, mas que a matéria constante do presente processo administrativo esta relacionada à questionada judicialmente. A tributação sobre os valores recebidos a titulo de previdência complementar, até 01/01/1996, data do início da vigência da Lei nº 9.250, de 1995, estabelecia que os benefícios recebidos de entidades de previdência privada estavam sob a égide da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, nos termos do art. 6º, VII, b: Art.6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) VII – os benefícios recebidos de entidades de previdência privada; Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10730.720759/201514 Acórdão n.º 2001000.433 S2C0T1 Fl. 127 9 (...) b) relativamente ao valor correspondente às contribuições cujo ônus tenha sido do participante, desde que os rendimentos e ganhos de capital produzidos pelo patrimônio tenham sido tributados na fonte. O Regulamento do Imposto de Renda de 1994 RIR/1994 (Decreto nº 1.041, de 11 de janeiro de 1994), no que tratava dos rendimentos isentos ou não tributáveis, previa em seu art. 40, a isenção dos recebimentos de resgates, conforme texto que segue: Art. 40. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: (...) XXXIII as importâncias correspondentes ao resgate das contribuições, cujo ônus tenha sido da pessoa física, recebidas por ocasião de sua retirada de entidade de previdência privada, inclusive a atualização monetária do respectivo encargo; Vêse que a regra anteriormente vigente adotada pela legislação era de tributar a renda no recebimento dos rendimentos e isentar de tributação quando do recebimento pelo beneficiário da entidade de previdência privada, sendo que referidas parcelas eram decorrente de valores anteriormente tributados e de rendimentos e ganhos de capital da entidade de previdência privada tributados na fonte, de forma que todo o valor recebido da entidade já teria sido tributado anteriormente. Contudo, a partir de 01/01/1996, com a edição da Lei no 9.250/95, a legislação do Imposto de Renda das Pessoas Físicas sofreu alterações, especialmente na sistemática de tributação deste seguimento. A partir de então foi permitida a dedução da base de cálculo do IRPF das parcelas destinada ao pagamento de previdência privada, deslocandose a tributação para o momento do recebimento do benefício ou do resgate. O inciso V, art. 4º da Lei nº 9.250/95, dispôs quanto à dedução da base de cálculo do IRPF das contribuições para entidade de previdência privada, nos seguintes termos: Art. 4º. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda poderão ser deduzidas: (...) V as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social; O art. 33 da mesma Lei nº 9.250/95, estabeleceu a incidência do imposto de renda, tanto sobre os benefícios, quanto sobre os resgates de contribuições de entidades de previdência privada, da seguinte forma: Art. 33. Sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os benefícios recebidos de entidade de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições. Na sequência, e em decorrência da Lei nº 9.250/95, o inciso XIV e caput do art. 43 do Decreto nº 3.000/99 Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), no que Fl. 131DF CARF MF 10 dispõe sobre a tributação dos rendimentos da pessoa física, agrega neste contexto de rendimentos tributados, os benefícios recebidos de entidades de previdência privada, bem como os valores recebidos a título de resgate de contribuições, no seguinte dizer: Art.43 São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 16, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, §4º, Lei nº 8.383, de 1991, art. 74, e Lei nº 9.317, de 1996, art. 25, e Medida Provisória nº 1.769 55, de 11 de março de 1999, arts. 1º e 2º): (...) XIV os benefícios recebidos de entidades de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições, observado o disposto no art. 39, XXXVIII (Lei nº 9.250/1995, art. 33). O STJ pacificou a matéria, analisandoa no espaço temporal da vigência anterior, reconhecendo o direito à isenção do IRPF sobre os valores de complementação de aposentadoria e resgate de contribuições correspondentes junto à entidade de previdência privada ocorridos no período de 01/01/1989 até 31/12/1995. Em julgamento como de recurso repetitivo, a Primeira Seção do STJ definiu a matéria nos termos seguintes: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. LEI 7.713/88 (ART. 6º, VII, B), LEI 9.250/95 (ART. 33). 1. Pacificouse a jurisprudência da 1ª Seção do STJ no sentido de que, por força da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei 7.713/88, na redação anterior à que lhe foi dada pela Lei 9.250/95, é indevida a cobrança de imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria e o do resgate de contribuições correspondentes a recolhimentos para entidade de previdência privada ocorridos no período de 1º.01.1989 a 31.12.1995 (...) (Resp nº 1.012.903/RJ, DJe 13/10/2008) O STJ também definiu o entendimento de que a apuração dos valores recolhidos no período de isenção (01/01/1989 até 31/12/1995), devidamente atualizados, deveriam gerar créditos a ser abatidos da base de cálculo do imposto de renda correspondente aos proventos recebidos a título de complementação. Neste sentido, os valores das contribuições atualizadas são dedutíveis dos rendimentos a cada declaração apresentada, até o esgotamento do saldo correspondente as contribuições antes realizadas. Por evidente, quando esgotado o saldo nada mais há que se deduzir. Em foco ao caso presente, temse que consultada a fonte pagadora Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão afirmou tratarse de renda mensal do Recorrente, conforme informado em DIRF, resultado de acordo firmado entre o Estado do Rio de Janeiro com a Caixa de Previdência dos Funcionários do Sistema Banerj e o Banco do Estado do Rio de Janeiro. Assim que, no que se refere à tributação de valores recebidos a título de previdência complementar as ocorrências se subordinam ao que dispõe a legislação acima exposta. Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10730.720759/201514 Acórdão n.º 2001000.433 S2C0T1 Fl. 128 11 Cabe ressaltar que os contribuintes têm direito à restituição dos valores do imposto retido na fonte sobre complementação de aposentadoria que correspondam à contribuições efetuadas no período de 01/01/1989 até 31/12/1995, desde que devidamente comprovadas, observandose o período de prescrição, e limitado ao valor correspondente ao montante das contribuições daquele período. Pelo que consta do processo, não se constata, por qualquer comprovação, que os valores objeto da lide possam ser identificados como de contribuições para a previdência complementar no período da vigência da isenção e/ou eventual saldo remanescente de contribuições. Assim, no exame da documentação acostada ao processo, verificase que o Recorrente não logrou comprovar mediante apresentação de documentos que perfectibilize seu direito a isenção do imposto, mediante demonstração cabal de que os valores sejam furto de contribuições previdenciárias do período considerado. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e no mérito NEGAR PROVIMENTO, mantendose o crédito tributário na forma do lançamento. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 133DF CARF MF
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Numero do processo: 10811.000562/2010-42
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2009
EXCLUSÃO DE OFÍCIO. COMERCIALIZAÇÃO DE MERCADORIAS OBJETO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO.
A exclusão de ofício da pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional dá-se quando houver comercialização de mercadorias objeto de contrabando ou descaminho com efeitos a partir do mês seguinte da ocorrência da situação impeditiva.
Numero da decisão: 1003-000.116
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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COMERCIALIZAÇÃO DE MERCADORIAS OBJETO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO. A exclusão de ofício da pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional dáse quando houver comercialização de mercadorias objeto de contrabando ou descaminho com efeitos a partir do mês seguinte da ocorrência da situação impeditiva. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). Relatório A Recorrente optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional foi excluída de ofício pelo Ato Declaratório Executivo DRF/SJR/SP nº 157, de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 81 1. 00 05 62 /2 01 0- 42 Fl. 80DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 81 2 09.09.2010, efl. 51, com efeitos a partir de 01.11.2009, com base nos fundamentos de fato e de direito indicados: A Chefe da Seção de Controle e Acompanhamento Tributário da DRF em São José do Rio Preto, no uso das atribuições que lhe foram delegadas pelo inciso XXIII, art 1º da Portaria DRF/SJR n° 30, de 01/06/2010, DOU de 02/06/2010, originariamente previstas no inciso IV do art 203 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF n° 125, de 04 de março de 2009 e tendo em vista o disposto nos artigos 17, 28 a 32 da Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006, com as alterações promovidas pela Lei Complementar n° 127, de 14 de agosto de 2007 e Lei Complementar n° 128, de 19 de dezembro de 2008 , considerando o que consta do processo n° 10811.000562/201042, declara: 1º ESTÁ EXCLUÍDO o contribuinte MARIA RODRIGUES MILANI BAR ME CNPJ n° 05.632.738/000195 do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES NACIONAL, de que trata o artigo 3o da Lei Complementar n° 123/2006 por COMERCIALIZAR MERCADORIAS OBJETO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO, de acordo com art 29, inciso VII da LC 123/2006. 2º Os efeitos da exclusão obedecem ao disposto no art 29, inciso VII, § 1º da LC 123/2006, ou seja, a partir de 01/11/2009, estando assegurado ao contribuinte o direito de, no prazo de 30 (trinta) dias da ciência desta publicação, manifestar por escrito sua inconformidade dirigida ao Delegado da Receita Federal do Brasil de Julgamento, relativamente ao procedimento acima, assegurando assim o contraditório e a ampla defesa. 3o Não havendo manifestação nesse prazo, a exclusão tornarseá definitiva. Cientificada, a Recorrente apresentou a impugnação. Está registrado nos excertos da ementa e do voto condutor do Acórdão da 9ª Turma/DRJ/RPO/SP nº 1442.539, de 20.07.2013, efls. 6466: SIMPLES NACIONAL. EXCLUSÃO. COMERCIALIZAÇÃO DE MERCADORIA OBJETO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO. A comercialização de mercadoria objeto de contrabando ou descaminho constitui motivo para exclusão de ofício da empresa do Simples Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Notificada em 03.09.2013, efl. 77, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 25.09.2013, efls. 7075, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. A respeito do motivo do ato de exclusão esclarece que: Consta que em 19 de novembro de 2009, investigadores da Polícia Civil de CatanduvaSP compareceram no estabelecimento da recorrente e ao efetuarem buscas no interior do mesmo encontraram alguns maços de cigarro das marcas Eigth e Mill. Referidos maços de cigarros foram levados pelos policiais e entregues à autoridade policial desta cidade, onde esta determinou a lavratura do auto de Fl. 81DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 82 3 exibição e apreensão e, no dia seguinte, a confecção do Boletim de Ocorrência n.° 112/2009, conforme documentos juntados aos presentes autos. Em razão disso e dos desdobramentos que se sucederam, mais precisamente o último ato dessa Receita Federal do Brasil, que através do Ato Declaratório Executivo ADE n.° 157, de 09 de setembro de 2010, da Delegacia da Receita Federal em São José do Rio Preto, o qual excluiu a empresa recorrente do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições, devidos pelas Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional. Referido ADE n.° 157/2010 foi contestado pela recorrente por meio de manifestação de inconformismo, que em apertada síntese alegou que a quantidade de maços de cigarro apreendida não permite concluir que os mesmos estavam à venda e que os mesmos se destinavam ao consumo do marido da recorrente, julgada improcedente pela DRJ de Ribeirão Preto, fato que culminou com a confecção do Acórdão n.° 1442.539, ora recorrido. II Do Direito Preliminarmente De todo o presente processado se pode perceber que os agentes policiais da cidade de CatanduvaSP aprenderam 23 (vinte e três) maços de cigarro (como são chamadas as embalagens individuais que os fumantes adquirem para uso pessoal) e mais, localizaram DENTRO de uma bolsa de uso pessoal da recorrente. Vale dizer, não se tratavam de 23 (vinte e três) pacotes de cigarro (que são as embalagens que contém os maços), fato que nos remete a analisar a conduta de portar e não expor à venda pequena quantidade do produto sob o prisma do princípio da insignificância ou ainda, o consagrado princípio de bagatela. Referido princípio, reconhecido pela Corte Maior de nosso ordenamento jurídico, deve ser emprestado do direito penal para o caso vertente, pois preenche os requisitos de mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica provocada, todos analisados por analogia. Assim, temse aqui uma excludente de tipicidade que, por conseqüência, tem o condão de anular o Ato Declaratório Executivo n.° 157 da DRF de São José do Rio Preto. Do Mérito Restou claro nos autos, com relação aos maços de cigarros apreendidos, que pela quantidade e circunstância em que foram encontrados inoportuno presumir que os mesmos estavam à venda. Além de verificar que um deles já se encontrava aberto, os demais estavam depositados dentro da bolsa da recorrente, juntamente com seus pertences pessoais e eram destinados ao consumo de seu marido, fumante compulsivo. O maço de cigarros aberto corrobora tal afirmação, ou seja, o marido da recorrente já havia iniciado o consumo das mercadorias em questão, fato que compromete a exclusão ora impugnada. Ademais, a pequena quantidade encontrada não permite concluir, sem maior rigor nas investigações, que os mesmos estavam à venda, pois os investigadores que Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 83 4 realizaram as buscar no interior do estabelecimento deixaram de mencionar que a mercadoria foi localizada dentro da bolsa da recorrente e, portanto, não exposta aos freqüentadores do estabelecimento, conforme narrado acima. Dessa feita, de tudo se extraí que referidos maços de cigarros apreendidos pertenciam ao marido da recorrente e integravam seus pertences, os quais seriam consumidos e não vendidos. Ademais, o voto constante do acórdão atacado aduz que "A alegação de que os cigarros apreendidos eram destinados para consumo próprio não deve ser acatada, uma vez que os mesmo foram encontrados dentro do estabelecimento comercial." Pois bem, nem tudo que está dentro de um estabelecimento comercial presumese estar à venda! Lá e em todo local de trabalho existem objetos e produtos de uso pessoal, fato incontestável e de conhecimento geral. Assim, não pode o agente fiscalizador fazer uso dessa presunção equivocada: de que tudo que está no comércio é pra ser vendido em desfavor do contribuinte, sob pena de expor minúsculo comércio familiar à condição de inviável caso seja confirmada a exclusão do Simples Nacional. Concernente ao pedido expõe que: Diante do exposto, requer de Vossa Excelência seja o presente RECURSO VOLUNTÁRIO recebido, processado e julgado procedente para o fim de cancelar o Despacho Decisório Sacat n° 0598/2010 e o Ato Declaratório Executivo n° 157 da DRF de São José do Rio PretoSP que exclui a empresa recorrente do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES NACIONAL como medida da mais lídima JUSTIÇA! É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, observado o disposto no § 3A do art. 4º da Resolução CGSN nº 15, de 23 de julho de 2007, em relação aos efeitos da exclusão de ofício. A Recorrente discorda do procedimento fiscal. O tratamento diferenciado, simplificado e favorecido pertinente ao cumprimento das obrigações tributárias, principal e acessória, aplicável às microempresas e às empresas de pequeno porte relativo aos impostos e às contribuições estabelecido em cumprimento ao que determina no inciso X do art. 170 e no art. 179 da Constituição Federal de 1988 pode ser usufruído desde que as condições legais sejam preenchidas. Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 84 5 Com o escopo de implementar esses princípios constitucionais foi editada a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que instituiu o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional. O Simples Nacional está regulamentado pelo Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN). A opção do sujeito passivo deve ser manifestada por meio da internet até o último dia útil do janeiro sendo irretratável para todo anocalendário oportunidade em que presta declaração quanto ao nãoenquadramento nas vedações legais. A exclusão por comunicação decorrente de opção ou de obrigatoriedade é feita pela internet. Atinente à questão está literalmente firmado na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006: Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional darseá quando: [...] VII comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho; [...] Art. 30. A exclusão do Simples Nacional, mediante comunicação das microempresas ou das empresas de pequeno porte, darseá: [...] II obrigatoriamente, quando elas incorrerem em qualquer das situações de vedação previstas nesta Lei Complementar; ou [...] Art. 31. A exclusão das microempresas ou das empresas de pequeno porte do Simples Nacional produzirá efeitos: [...] II na hipótese do inciso II do caput do art. 30 desta Lei Complementar, a partir do mês seguinte da ocorrência da situação impeditiva; [...] Art. 32. As microempresas ou as empresas de pequeno porte excluídas do Simples Nacional sujeitarseão, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. Cabe esclarecer que a opção pelo Simples é um direito da pessoa jurídica que preenche todos os requisitos legais. Porém a optante deve comunicar obrigatoriamente a sua exclusão à RFB, por meio do Portal do Simples Nacional na internet, quando incorrer em hipótese legal de vedação. Verificada a falta de informação espontânea, há exclusão de ofício mediante emissão do termo de exclusão do Simples Nacional pela autoridade competente, sob pena de responsabilidade funcional, devendo ser observadas as determinações do processo administrativo fiscal1. A exclusão de ofício da pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional dáse quando houver comercialização de mercadorias objeto de contrabando ou descaminho com efeitos a partir do mês seguinte da ocorrência da situação impeditiva (inciso VII do art. 29 e 1 Fundamentação legal: art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, art. 29, art. 33 e art. 39 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, Resolução CGSN nº 15 de 23 de julho de 2007 e art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 85 6 inciso II do art. 30 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006). Podese entender que a prática de contrabando consiste na importação ou exportação de mercadoria proibida, atentando contra a saúde pública e administração pública. Por sua vez, a prática de descaminho é a ilusão do pagamento do tributo de mercadoria permitida, ofendendo a ordem tributária2. Porém, está pacificado no Supremo Tribunal Federal que "Não há razão para discriminação entre contrabando e descaminho, [...], quando o art. 334 do C.P. os considera sinônimas". 3 As manifestações unilaterais da RFB foram formalizadas por ato administrativo, como uma espécie de ato jurídico, deve estar revestido dos atributos que lhe conferem a presunção de legitimidade, a imperatividade e a autoexecutoriedade, ou seja, para que produza efeitos que vinculem o administrado deve ser emitido (a) por agente competente que o pratica dentro das suas atribuições legais, (b) com as formalidades indispensáveis à sua existência, (c) com objeto, cujo resultado está previsto em lei, (d) com os motivos, cuja matéria de fato ou de direito seja juridicamente adequada ao resultado obtido e (e) com a finalidade visando o propósito previsto na regra de competência do agente. Tratandose de ato vinculado, a Administração Pública tem o dever de motiválo no sentido de evidenciar sua expedição com os requisitos legais4. O princípio da legalidade estabelece que a atuação administrativa que decorre da aplicação da lei de ofício, de modo que deve ser feito o que a lei determina, pois sua atividade é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. (art. 37 da Constituição Federal e art. 142 do Código Tributário Nacional). A legislação de regência da matéria determina as consequências da exclusão do Simples Nacional, no sentido de que a pessoa jurídica sujeitase a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas e art. 32 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006). Feitas essas considerações normativas, tem cabimento a análise da situação fática tendo em vista os documentos já analisados pela autoridade de primeira instância de julgamento e aqueles produzidos em sede de recurso voluntário. Consta na Representação Fiscal para Exclusão do Simples Nacional, fl. 01 02, cujos fundamentos são adotadas nessa segunda instância de julgamento: I INTRODUÇÃO Senhor Delegado, Em operação realizada no dia 19/11/2009, por policiais da Delegacia de Investigações Gerais da Polícia Civil de S. José do Rio Preto/SP, no estabelecimento comercial Maria Rodrigues MilaniBarME, CNPJ n° 05.632.738/000195, estabelecido à R. Cuiabá, n° 1381 VI Rodrigues, na cidade de Catanduva/SP, de 2 BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Crimes Federais. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p.386. 3 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão em HC nº 35341/DF. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Relator: Ministro Antônio Martins Vilas Boas. Julgado em: 18 out. 1957. Publicado no DJ em: 12 dez.1957. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28CONTRABANDO+E+DESCAMIN HO%29&pagina=10&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/zg2uqbk>. Acesso em 05 jul. 2018. 4 Fundamentação legal: art. 2º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965, Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 e Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 86 7 propriedade de Maria Rodrigues Milani , onde foram encontradas mercadorias estrangeiras sem a documentação comprobatória de sua importação regular. Esse fato configura infração ao disposto no Regulamento Aduaneiro Decreto 6.759 de 05 de fevereiro de 2009 e por conseqüência à aplicação do disposto no do artigo 29 item VII, da Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006. [...] III DESCRIÇÃO DOS FATOS CARACTERIZADORES DO ILÍCITO Os policiais da Delegacia de Investigações Gerais da Polícia Civil de S. José do Rio Preto/SP, compareceram no estabelecimento comercial Maria Rodrigues MilaniBarME, onde encontraram no seu interior as mercadorias de procedência estrangeira, sem prova de introdução regular no país, portanto, em desacordo com a legislação vigente configurando, em tese, crime de contrabando/descaminho. As referidas mercadorias, foram recebidas pela FERA/EFA/SAFIS/DRF/SJR/SP, em 08/01/2010, através do ofício n°826/2009 da Delegacia de Investigações Gerais de Catanduva/SP, e foi lavrado em 15/04/2010 o Auto de Infração e Termo de Apreensão e Guarda Fiscal n° 0810700/0117/10, originando assim o processo administrativo n° 10811.000174/201061. O conjunto probatório produzido nos autos corroboram a conduta da Recorrente de comercialização de mercadorias objeto de contrabando ou descaminho, quais sejam, cigarros de procedência estrangeira, conforme Auto de Infração e Termo de Apreensão e Guarda Fiscal n° 0810700/0117/10, Ofício n° 826/2009, Boletim de Ocorrência n° 112/2009 e Auto de Exibição e Apreensão, fls. 0309 e 2428. Especificamente no que se refere ao Auto de Infração e Termo de Apreensão e Guarda Fiscal n° 0810700/0117/10 temse que houve "Apreensão de cigarros, ou charutos ou fumo de procedência estrangeira por encontrarse desprovida de documentação comprobatória de sua introdução regular no País." Assim, este procedimento foi formalizado no processo 10811.000174/200961 e segue rito próprio e especial previsto no DecretoLei nº 1.455, de 07 de abril de 1976, DecretoLei nº 399, de 30 de dezembro de 1968, Decreto nº 6.759, de 05 de fevereiro de 2009 e DecretoLei nº 37, de 18 de novembro de 1966. Restou comprovado que houve apreensão, efetuada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo, de cigarros estrangeiros, objeto de contrabando ou descaminho, no estabelecimento comercial da Recorrente, fato que conformase com atividade mercantil destes produtos. Demonstrado que a mercadoria foi apreendida no estabelecimento comercial da Recorrente ressai nítida a sua condição de sujeito passivo da obrigação tributária e evidencia o caráter comercial da atividade, independentemente da quantidade de itens e o modo como estão expostos à venda. Ademais, a instância judiciária penal é independente da instância administrativa. 5 Por conseguinte, há autonomia entre o trânsito em julgado da decisão judicial relativa ao crime de contrabando ou descaminho e a verificação de circunstância legal de exclusão do Simples Nacional na esfera administrativatributária. Especificamente sobre o princípio da insignificância, temse que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do 5 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão em RHC nº 33136/PR. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Relator: Ministro Nelson Hungria. Julgado em: 09 jun 1954. Publicado no DJ em: 19 set. 1954. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28CONTRABANDO+E+DESCAMIN HO%29&pagina=11&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/zg2uqbk>. Acesso em 05 jul. 2018. Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 87 8 Estado em matéria penal – tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada esta na perspectiva de seu caráter material 6. Vale transcrever excertos de ementas de orientações firmadas no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que firmaram o entendimento no sentido de que a importação não autorizada de cigarros constitui o crime de contrabando ou descaminho, insuscetível de aplicação do princípio da insignificância: 2. Este Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que a introdução clandestina de cigarros, em território nacional, em desconformidade com as normas de regência, configura o delito de contrabando, ao qual não se aplica o princípio da insignificância, por tutelar interesses que transbordam a mera elisão fiscal. 7 2. Esta Corte de Justiça vem entendendo, em regra, que a importação de mercadorias de proibição relativa, como cigarros ou medicamentos, configura crime de contrabando. 8 4. Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, o crime de contrabando de cigarros não comporta aplicação do princípio da insignificância, haja vista o elevado grau de reprovabilidade da conduta, que ofende a saúde e a segurança públicas. 9 1. Nos termos da pacífica orientação da Terceira Seção desta Corte, a importação não autorizada de cigarros constitui o crime de contrabando, insuscetível de aplicação do princípio da insignificância. 10 6 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão em Habeas Corpus nº 98.152/MG. Órgão Julgador: Segunda Turma. Relator: Ministro Celso de Mello. Julgado em 19 mai.2009. Publicado no DJe em 05 jun. 2009. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%2898152%29&pagina=5&base=baseAc ordaos&url=http://tinyurl.com/ybhv4wnta>. Acesso em 05 jun. 2018. 7 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão em AgRg no AREsp nº 1116451/MT. Órgão Julgador: Sexta Turma. Relator: Ministro Nefi Cordeiro. Julgado em: 19 abr. 2018. Publicado no DJe em: 02 mai. 2018. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=contrabando+e+insignific%E2ncia+e+cigarro&&b=AC OR&thesaurus=JURIDICO&p=true>. Acesso em 05 jul. 2018. 8 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão em AgRg no AREsp nº 1706471/PR. Órgão Julgador: Quinta Turma. Relator: Ministro Joem Ilan Paciornik. Julgado em: 20.mar. 2018. Publicado no DJe em: 04.abr. 2018. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=contrabando+e+insignific%E2ncia+e+cigarro&&b=AC OR&thesaurus=JURIDICO&p=true>. Acesso em 05 jul. 2018. 9 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão em AgRg no AREsp nº 1226987?RJ. Órgão Julgador: Quinta Turma. Relator: Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. Julgado em: 20.mar. 2018. Publicado no DJe em: 02 abr. 2018. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=contrabando+e+insignific%E2ncia+e+cigarro&&b=AC OR&thesaurus=JURIDICO&p=true>. Acesso em 05 jul. 2018. 10 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão em AgRg no AREsp nº 1706397/RS. Órgão Julgador: Quinta Turma. Relator: Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. Julgado em: 20.fev. 2018. Publicado no DJe em: 28.fev. 2018. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=contrabando+e+insignific%E2ncia+e+cigarro&&b=AC OR&thesaurus=JURIDICO&p=true>. Acesso em 05 jul. 2018. Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 88 9 2. Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, não se aplica o princípio da insignificância ao contrabando de cigarros. Tal entendimento decorre do fato de a conduta não apenas implicar lesão ao erário e à atividade arrecadatória do Estado, como na hipótese de descaminho. De fato, outros bens jurídicos são tutelados pela norma penal, notadamente a saúde pública, a moralidade administrativa e a ordem pública. 11 É assente na jurisprudência desta Corte que o trancamento de ação penal ou de inquérito policial, em sede de habeas corpus, constitui medida excepcional, somente admitida quando restar demonstrado, sem a necessidade de exame do conjunto fático probatório, a atipicidade da conduta, a ocorrência de causa extintiva da punibilidade ou a ausência de indícios suficientes da autoria ou prova da materialidade. Precedentes. Consoante já assentado pelo Supremo Tribunal Federal, o princípio da insignificância deve ser analisado em correlação com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Direito Penal, no sentido de excluir ou afastar a própria tipicidade da conduta, examinada em seu caráter material, observandose, ainda, a presença dos seguintes vetores: (I) mínima ofensividade da conduta do agente; (II) ausência total de periculosidade social da ação; (III) ínfimo grau de reprovabilidade do comportamento e (IV) inexpressividade da lesão jurídica ocasionada (HC n. 84.412/SP, de relatoria do Ministro Celso de Mello, DJU 19/4/2004). Na espécie, inferese que o acórdão recorrido encontrase alinhado à jurisprudência desta Corte, no sentido de que a introdução de cigarros em território nacional é sujeita a proibição relativa, sendo que a sua prática, fora dos moldes expressamente previstos em lei, constitui o delito de contrabando, o qual inviabiliza a incidência do princípio da insignificância. Isto porque o bem juridicamente tutelado vai além do mero valor pecuniário do imposto elidido, pois visa a proteger o interesse estatal de impedir a entrada e a comercialização de produtos proibidos em território nacional, bem como resguardar a saúde pública. 12 1. A tipicidade penal não pode ser percebida como exame formal de subsunção de fato concreto à norma abstrata. Além da correspondência formal, para a configuração da tipicidade é necessária análise materialmente valorativa das circunstâncias do caso, para verificação da ocorrência de lesão grave e penalmente relevante do bem jurídico tutelado. 2. 11 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão em RHCnº 89755/RS. Órgão Julgador: Quinta Turma. Relator: Ministro Ribeiro Dantas. Julgado em: 05 out.2017. Publicado no DJe em: 11.out. 2017. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=contrabando+e+insignific%E2ncia+e+cigarro&&b=AC OR&thesaurus=JURIDICO&p=true>. Acesso em 05 jul. 2018. 12 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão em RHC nº 82276/RS. Órgão Julgador: Quinta Turma. Relator: Ministro Reynaldo Soares da Fonseca. Julgado em: 20 jun. 2017. Publicado no DJe em: 30 jun.2017. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=contrabando+e+insignific%E2ncia+e+cigarro&&b=AC OR&thesaurus=JURIDICO&p=true>. Acesso em 05 jul. 2018. Fl. 88DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 89 10 Impossibilidade de incidência, no contrabando ou descaminho de cigarros, do princípio da insignificância. 13 1. O princípio da insignificância não incide na hipótese de contrabando de cigarros, tendo em vista que, além do valor material, os bens jurídicos que o ordenamento jurídico busca tutelar são os valores éticosjurídicos e a saúde pública. Precedentes: HC 120550, Primeira Turma, Relator Min. Roberto Barroso, DJe 13/02/2014; ARE 924.284 AgR, Segunda Turma, Relator Min. Gilmar Mendes, DJe 25/11/2015, HC 125847 AgR, Primeira Turma, Relator Min. Rosa Weber, DJe 26/05/2015, HC 119.596, Segunda Turma, Relator: Min. Cármen Lúcia, DJe 26/03/2014. 14 O ato declaratório executivo foi lavrado por servidor competente que verificando a ocorrência da causa de vedação emitiu o ato revestido das formalidades legais com a regular intimação para que a Recorrente pudesse cumprilo ou impugnálo no prazo legal. A notificação do ato administrativo, em regra, pode ser efetivada pessoalmente, por via postal ou por meio eletrônico (art. 23 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972). Assim a intimação do ato administrativo está regular, pois foi efetivada observando as determinações legais. A decisão de primeira instância está motivada de forma explícita, clara e congruente e da qual a pessoa jurídica foi regularmente cientificada. Assim, estes atos contêm todos os requisitos legais, o que lhes conferem existência, validade e eficácia. Consta no Acórdão da 9ª Turma/DRJ/RPO/SP nº 1442.539, de 20.07.2013, efls. 6466, cujos fundamentos de fato e direito são acolhidos de plano nessa segunda instância de julgamento (art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999): Conforme consta no Auto de Infração e Termo de Apreensão e Guarda Fiscal de Mercadorias, acompanhado do respectivo Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, foram apreendidos diversos maços de cigarros, por falta de comprovação de origem lícita, eis que não possuía qualquer documentação legal. Em conseqüência da apreensão dessa mercadoria, foi emitido o devido Ato Declaratório Executivo, excluindo a empresa do Simples Nacional, tendo em vista a constatação de comercialização de mercadorias objeto de contrabando ou descaminho, de acordo com o disposto na Lei Complementar 123/2006, art. 29, inc. VII. A alegação de que os cigarros apreendidos eram destinados para consumo próprio não deve ser acatada, uma vez que os mesmos foram encontrados dentro do estabelecimento comercial. Conforme esclarece Maria Helena Diniz, em seu Dicionário Jurídico1, comercializar é: 1: Colocar algo no comércio; 2: Criar objeto com possibilidade de ser explorado comercialmente, de ser vendido, fabricado ou exposto, de modo que possa render dinheiro. 13 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão em RHC nº 131205/MG. Órgão Julgador: Segunda Turma. Relator: Ministra Cármen Lúcia. Julgado em: 06 set. 2016. Publicado no DJe em: 22 set. 2016. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28CONTRABANDO+E+DESCAMIN HO%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/zg2uqbk>. Acesso em 05 jul. 2018. 14 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão em HC nº 129382/PR. Órgão Julgador: Primeira Turma. Relator: Ministro Luiz Fux. Julgado em: 23 ago. 2016. Publicado no DJe em: 16 set. 2016. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28CONTRABANDO+E+DESCAMIN HO%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/zg2uqbk>. Acesso em 05 jul. 2018. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 90 11 Vislumbrase que o conceito do termo ‘comercializar’ abrange não só o produto efetivamente vendido ao consumidor, mas também aquele produto criado com essa finalidade. Dessa forma, o fato das mercadorias serem apreendidas no estabelecimento comercial da manifestante já é suficiente à demonstração do caráter comercial envolvido na situação, não devendo ser acolhidas as alegações apresentadas pela defesa desprovidas de qualquer elemento probatório em sentido contrário. Em relação à quantidade de cigarros apreendida, esclarecese a Lei Complementar nº 123/2006, art. 29, VII determina a exclusão do Simples Nacional de empresa que comercializar qualquer quantidade de mercadoria objeto de contrabando ou descaminho. As garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes foram observadas. Ademais os atos administrativos estão motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos decidam recursos administrativos, nos termos legais. O enfrentamento das questões na peça de defesa denota perfeita compreensão da descrição dos fatos e dos enquadramentos legais que ensejaram os procedimentos de ofício, que foi regularmente analisado pela autoridade de primeira instância. Ademais, a decisão administrativa não precisa enfrentar todos os argumentos trazidos na peça recursal sobre a mesma matéria, principalmente quando os fundamentos expressamente adotados são suficientes para afastar a pretensão da Recorrente e arrimar juridicamente o posicionamento adotado. As formas instrumentais adequadas foram respeitadas, os documentos foram reunidos nos autos do processo, que estão instruídos com as provas produzidas por meios lícitos. As garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes foram observadas 15. O enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e estando a decisão motivada de forma explícita, clara e congruente. Embora lhe fossem oferecidas várias oportunidades no curso do processo a Recorrente não apresentou a comprovação inequívoca s demonstrar de quaisquer inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo constantes nos dados informados à RFB ou ainda quaisquer fatos que tenham correlação com as situações excepcionadas pela legislação de regência (149 do Código Tributário Nacional). Por essa razão a Recorrente foi corretamente excluída de ofício pelo Ato Declaratório Executivo DRF/SJR/SP nº 157, de 09.09.2010, efl. 51, com efeitos a partir de 01.11.2009. A ilação designada na peça recursal destacase como improcedente. As circunstâncias de caráter privado não podem ser consideradas, pois "a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato", salvo disposição de lei em contrário (art. 136 do Código Tributário Nacional). No que concerne à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, cabe esclarecer que somente devem ser observados os atos para 15 Fundamentação legal: inciso LIV e inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, Resolução CGSN nº 15, de 23 de julho de 2007, art 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2001, art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 e art. 10 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 10811.000562/201042 Acórdão n.º 1003000.116 S1C0T3 Fl. 91 12 os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso, nos termos do art. 100 do Código Tributário Nacional. Atinente aos princípios constitucionais, cabe ressaltar que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, uma vez que no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade16. Temse que nos estritos termos legais o procedimento fiscal está correto, conforme o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de julho de 2015). Em assim sucedendo, voto em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva 16 Fundamentação legal: art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF e Súmula CARF nº 2. Fl. 91DF CARF MF
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