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Numero do processo: 10640.000664/2009-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Sep 12 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2202-000.320
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por MARCELO PEÇANHA VIEIRA.
RESOLVEM os Membros da 2ª. Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann Presidente
(Assinado digitalmente)
Antonio Lopo Martinez Relator
Composição do colegiado: Participaram do julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Guilherme Barranco de Souza, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Rafael Pandolfo.
Nome do relator: Não se aplica
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RESOLVEM os Membros da 2ª. Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Composição do colegiado: Participaram do julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Guilherme Barranco de Souza, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Rafael Pandolfo. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 40 .0 00 66 4/ 20 09 -3 3 Fl. 333DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 17/10/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10640.000664/200933 Resolução nº 2202000.320 S2C2T2 Fl. 3 2 RELATÓRIO Em desfavor da contribuinte, MARCELO PEÇANHA VIEIRA, foi lavrado o Auto de Infração — IRPF de fls. 2/7, que lhe exige o recolhimento do crédito tributário relativo ao Imposto de Renda da Pessoa Física, referente ao ano calendário de 2005, no montante de R$914.598,22, sendo: R$437.544,00 de imposto, R$328.158,00 de multa proporcional (passível de redução), aplicada no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e R$148.896,22 de juros de mora, calculados até 11/2008. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fls. 4/5, lançamento efetuado teve origem na apuração de omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em contas de depósitos ou de investimento, mantidas em instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme descrito no Relatório do Trabalho Fiscal. Notase, da análise cuidadosa do processo, que RMFs foram realizada a instituições financeiras, tal como se constata de fls. 55 e 56. É isto que interessa relatar até o momento. Fl. 334DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 17/10/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10640.000664/200933 Resolução nº 2202000.320 S2C2T2 Fl. 4 3 VOTO Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator Ante de apreciar o recurso cabe discutir se o referido processo estaria sujeito a sobrestamento. Após análise pormenorizada dos autos entendo que cabe aqui sobrestamento de julgado feito de ofício pelo relator, nos termos do art. 62A e parágrafos do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, verbis: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Ocorre que está em Repercussão Geral o fornecimento de informações sobre movimentações financeiras ao Fisco sem autorização judicial, nos termos do art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001 (RE 601314) Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 5º, X, XII, XXXVI, LIV, LV; 145, § 1º; e 150, III, a, da Constituição Federal, a constitucionalidade, ou não, do art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001, que permitiu o fornecimento de informações sobre movimentações financeiras diretamente ao Fisco, sem autorização judicial, bem como a possibilidade, ou não, da aplicação da Lei nº 10.174/2001 para apuração de créditos tributários referentes a exercícios anteriores ao de sua vigência. A constitucionalidade das prerrogativas estendidas à autoridade fiscal através de instrumentos infraconstitucionais utilização de dados da CPMF e obtenção de informações junto às instituições através da RMF está sendo analisada pelo STF no âmbito do Recurso Extraordinário nº 601.314, que tramita em regime de repercussão geral, reconhecida em 22/10/09, conforme ementa abaixo transcrita: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA DE CONTRIBUINTES, PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, DIRETAMENTE AO FISCO, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL (LEI COMPLEMENTAR 105/2001). POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA LEI 10.174/2001 PARA APURAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES A EXERCÍCIOS ANTERIORES AO DE SUA VIGÊNCIA. RELEVÂNCIA JURÍDICA DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL Fl. 335DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 17/10/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10640.000664/200933 Resolução nº 2202000.320 S2C2T2 Fl. 5 4 Conforme disposto no § 1º do art. 62A da Portaria MF nº 256/09, devem ficar sobrestados os julgamentos dos recursos que versarem sobre matéria cuja repercussão geral tenha sido admitida pelo STF. O dispositivo há pouco referido vai ao encontro da segurança jurídica, da estabilidade e da eficiência, pois ao tempo em que assegura a coerência do ordenamento, confere utilidade à atividade judicante exercida no âmbito do CARF. Assim, reconhecida, pelo STF, a relevância constitucional de tema prejudicial à validade do procedimento utilizado na constituição do crédito tributário, deve ser sobrestado o julgamento do recurso no CARF. Não se desconhece a decisão Plenária do STF no âmbito do RE nº 389.808, que acolheu o recurso extraordinário interposto pelos contribuintes. O Recurso foi pautado pelo Ministro Marco Aurélio (i) poucos dias antes da publicação da Emenda Regimental nº 42, do RISTF, que determina que todos os recursos relacionados ao tema do caso admitido como paradigma, em repercussão geral, devam ser distribuídos ao respectivo Relator, e (ii) quase um ano após o reconhecimento da repercussão geral no RE 601.314, o que gerou confusão quanto à mecânica processual de julgamento dos recursos extraordinários anteriores à Emenda Constitucional nº 45/04. Uma leitura atenta do acórdão revela que o julgamento, inicialmente adstrito à reanálise da medida cautelar requerida pela parte recorrente, desbordou para enfrentamento do mérito a partir da contrariedade manifestada pela Min. Ellen Gracie centrada, sobretudo, na ausência do Min. Joaquim Barbosa e sua consequência à apuração do quorum de votação. A atipicidade do caso, entretanto, não indica posicionamento da Corte afastando as consequências imediatas da repercussão geral, como o sobrestamento dos processos que veiculam o tema da violação de sigilo pela Fazenda. O fato é que, com exceção do inusitado julgamento ocorrido no âmbito do RE 389.808, o posicionamento do STF tem sido uníssono no sentido de sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários que veiculam a mesma matéria objeto do Recurso Extraordinário nº 601.314. As decisões abaixo transcritas são elucidativas: D ESPACHO: Vistos. O presente apelo discute a violação da garantia do sigilo fiscal em face do inciso II do artigo 17 da Lei n° 9.393/96, que possibilitou a celebração de convênios entre a Secretaria da Receita Federal e a Confederação Nacional da Agricultura CNA e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura ? Contag, a fim de viabilizar o fornecimento de dados cadastrais de imóveis rurais para possibilitar cobranças tributárias. Verificase que no exame do RE n° 601.314/SP, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, foi reconhecida a repercussão geral de matéria análoga à da presente lide, e terá seu mérito julgado no Plenário deste Supremo Tribunal Federal Destarte, determino o sobrestamento do feito até a conclusão do julgamento do mencionado RE nº 601.314/SP. Devem os autos permanecer na Secretaria Judiciária até a conclusão do referido julgamento. Publiquese. Brasília, 9 de fevereiro de 2011. Ministro D IAS T OFFOLI Relator Documento assinado digitalmente (RE 488993, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 09/02/2011, publicado em DJe035 DIVULG 21/02/2011 PUBLIC 22/02/2011) DECISÃO REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA ? PROCESSOS VERSANDO A MATÉRIA ? SIGILO DADOS BANCÁRIOS ? FISCO ? AFASTAMENTO ? ARTIGO 6º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 ? SOBRESTAMENTO. 1. O Tribunal, no Recurso Extraordinário nº 601.314/SP, relator Ministro Ricardo Lewandowski, Fl. 336DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 17/10/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10640.000664/200933 Resolução nº 2202000.320 S2C2T2 Fl. 6 5 concluiu pela repercussão geral do tema relativo à constitucionalidade de o Fisco exigir informações bancárias de contribuintes mediante o procedimento administrativo previsto no artigo 6º da Lei Complementar nº 105/2001. 2. Ante o quadro, considerado o fato de o recurso veicular a mesma matéria, tendo a intimação do acórdão da Corte de origem ocorrido anteriormente à vigência do sistema da repercussão geral, determino o sobrestamento destes autos. 3. À Assessoria, para o acompanhamento devido. 4. Publiquem. Brasília, 04 de outubro de 2011. Ministro MARCO AURÉLIO Relator (AI 691349 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 04/10/2011, publicado em DJe213 DIVULG 08/11/2011 PUBLIC 09/11/2011) REPERCUSSÃO GERAL. LC 105/01. CONSTITUCIONALIDADE. LEI 10.174/01. APLICAÇÃO PARA APURAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES À EXERCÍCOS ANTERIORES AO DE SUA VIGÊNCIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DA UNIÃO PREJUDICADO. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DO PROCESSO AO TRIBUNAL DE ORIGEM (ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO RISTF ). Decisão: Discutese nestes recursos extraordinários a constitucionalidade, ou não, do artigo 6º da LC 105/01, que permitiu o fornecimento de informações sobre movimentações financeiras diretamente ao Fisco, sem autorização judicial; bem como a possibilidade, ou não, da aplicação da Lei 10.174/01 para apuração de créditos tributários referentes a exercícios anteriores ao de sua vigência. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou seguimento à remessa oficial e à apelação da União, reconhecendo a impossibilidade da aplicação retroativa da LC 105/01 e da Lei 10.174/01. Contra essa decisão, a União interpôs, simultaneamente, recursos especial e extraordinário, ambos admitidos na Corte de origem. Verificase que o Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso especial em decisão assim ementada (fl. 281): "ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO ? UTILIZAÇÃO DE DADOS DA CPMF PARA LANÇAMENTO DE OUTROS TRIBUTOS ? IMPOSTO DE RENDA ? QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO ? PERÍODO ANTERIOR À LC 105/2001 ? APLICAÇÃO IMEDIATA ? RETROATIVIDADE PERMITIDA PELO ART. 144, § 1º, DO CTN ? PRECEDENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO ? RECURSO ESPECIAL PROVIDO." Irresignado, Gildo Edgar Wendt interpôs novo recurso extraordinário, alegando, em suma, a inconstitucionalidade da LC 105/01 e a impossibilidade da aplicação retroativa da Lei 10.174/01 . O Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral da controvérsia objeto destes autos, que será submetida à apreciação do Pleno desta Corte, nos autos do RE 601.314, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski. Pelo exposto, declaro a prejudicialidade do recurso extraordinário interposto pela União, com fundamento no disposto no artigo 21, inciso IX, do RISTF. Com relação ao apelo extremo interposto por Gildo Edgar Wendt, revejo o sobrestamento anteriormente determinado pelo Min. Eros Grau, e, aplicando a decisão Plenária no RE n. 579.431, secundada, a posteriori pelo AI n. 503.064AgRAgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO; AI n. 811.626AgR AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, e RE n. 513.473ED, Rel. Min CÉZAR PELUSO, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem (art. 328, parágrafo único, do RISTF c.c. artigo 543B e seus Fl. 337DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 17/10/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10640.000664/200933 Resolução nº 2202000.320 S2C2T2 Fl. 7 6 parágrafos do Código de Processo Civil). Publiquese. Brasília, 1º de agosto de 2011. Ministro Luiz Fux Relator Documento assinado digitalmente (RE 602945, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 01/08/2011, publicado em DJe158 DIVULG 17/08/2011 PUBLIC 18/08/2011) DECISÃO: A matéria veiculada na presente sede recursal ?discussão em torno da suposta transgressão à garantia constitucional de inviolabilidade do sigilo de dados e da intimidade das pessoas em geral, naqueles casos em que a administração tributária, sem prévia autorização judicial, recebe, diretamente, das instituições financeiras, informações sobre as operações bancárias ativas e passivas dos contribuintes será apreciada no recurso extraordinário representativo da controvérsia jurídica suscitada no RE 601.314/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, em cujo âmbito o Plenário desta Corte reconheceu existente a repercussão geral da questão constitucional. Sendo assim, impõese o sobrestamento dos presentes autos, que permanecerão na Secretaria desta Corte até final julgamento do mencionado recurso extraordinário. Publiquese. Brasília, 21 de maio de 2010. Ministro CELSO DE MELLO Relator (RE 479841, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, julgado em 21/05/2010, publicado em DJe100 DIVULG 02/06/2010 PUBLIC 04/06/2010) Sendo assim, tenho como inquestionável o enquadramento do presente caso ao art. 26A, §1º, da Portaria 256/09, ratificado pelas decisões acima transcritas, que retratam o quadro descrito pela Portaria nº1, de 03 de janeiro de 2012 (art. 1º, Parágrafo Único). Nesses termos, voto para que seja sobrestado o presente recurso, até o julgamento definitivo do Recurso Extraordinário nº 601.314, pelo STF. Diante de todo o exposto, proponho o SOBRESTAMENTO do julgamento do presente Recurso, conforme previsto no art. 62, §1o e 2o, do RICARF. Observandose que após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 338DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 17/10/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Numero do processo: 13851.000793/2005-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 09/04/1999
PEDIDO DE RESSARCIMENTO. TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA PEDIDO DE RESSARCIMENTO. PEDIDO ANTERIOR AO INÍCIO DA VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-B, DO CPC.
Conforme decisão do STF em Recurso Extraordinário com repercussão geral reconhecida, nos pedidos de ressarcimento efetuados antes do vacatio legis da Lei Complementar nº 118/2005 (09/06/2005), o prazo para o ressarcimento conta-se pela teoria dos 5+5, pela qual são contados primeiro cinco anos para a homologação tácita e somente depois desses primeiros cinco anos é que se contam os cinco anos para a decadência do direito de repetição de indébito.
COFINS FATURAMENTO. RECEITAS FINANCEIRAS. BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO JULGADA EM REPERCUSSÃO GERAL.
Em apreciação a Recurso Extraordinário com Repercussão Geral reconhecida, o STF julgou inconstitucional a base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, no que amplia o significado do termo faturamento. Assim, a COFINS tributada na forma da Lei nº 9.718/98 não incide sobre as receitas financeiras.
Numero da decisão: 3401-002.664
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido(s) (o)s conselheiro(s) Júlio César Alves Ramos, que votou para converter o julgamento em diligência.
JULIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti (Suplente).
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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DE BENS E EMPRESAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 09/04/1999 PEDIDO DE RESSARCIMENTO. TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA PEDIDO DE RESSARCIMENTO. PEDIDO ANTERIOR AO INÍCIO DA VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543B, DO CPC. Conforme decisão do STF em Recurso Extraordinário com repercussão geral reconhecida, nos pedidos de ressarcimento efetuados antes do vacatio legis da Lei Complementar nº 118/2005 (09/06/2005), o prazo para o ressarcimento contase pela teoria dos 5+5, pela qual são contados primeiro cinco anos para a homologação tácita e somente depois desses primeiros cinco anos é que se contam os cinco anos para a decadência do direito de repetição de indébito. COFINS FATURAMENTO. RECEITAS FINANCEIRAS. BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO JULGADA EM REPERCUSSÃO GERAL. Em apreciação a Recurso Extraordinário com Repercussão Geral reconhecida, o STF julgou inconstitucional a base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, no que amplia o significado do termo faturamento. Assim, a COFINS tributada na forma da Lei nº 9.718/98 não incide sobre as receitas financeiras. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 1. 00 07 93 /2 00 5- 19 Fl. 434DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido(s) (o)s conselheiro(s) Júlio César Alves Ramos, que votou para converter o julgamento em diligência. JULIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti (Suplente). Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição da COFINS paga supostamente de modo indevido em março de 1999, no valor de R$ 59.201,23, apresentado em 07/06/2005(fl.03). A restituição foi negada pelo despacho decisório de fls. 49/59, sob fundamento de decadência e falta de comprovação do crédito. A Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 67/91), mas a DRJ em Ribeirão Preto/Sp manteve o indeferimento ao prolatar acórdão (fls. 367/373) com a seguinte ementa: “RESTITUIÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. OBJETO DIVERSO. O pedido de restituição não pode ser amparado em ação judicial que tenha como objeto pedido diverso dessa pretensão. DECADÊNCIA. INTERPRETAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR N° 118, DE 2005. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso de prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário que, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, ocorre no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 do CTN. Solicitação Indeferida”. A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 28/05/2009 (fl. 377) e interpôs recuso voluntário (fls.386/400) em 25/06/2009, com as alegações resumidas abaixo: Fl. 435DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 13851.000793/200519 Acórdão n.º 3401002.664 S3C4T1 Fl. 435 3 1 O indébito em questão tem origem no pagamento indevido do PIS sobre receitas financeiras auferidas pela Recorrente. A inconstitucionalidade do recolhimento foi reconhecida no Mandado de Segurança nº 1999.61.02.0070375, distribuído perante a 6ª Vara da Subseção Judiciária de Ribeirão Preto/SP e transitou em julgado em 30/05/2008; 2 No mandado de segurança, a Recorrente pleiteou a inconstitucionalidade da exigência como um todo, contemplando todos os recolhimentos efetuados sobre a base de cálculo expandida da COFINS desde a que a Lei nº 9.718/98 passou a produzir efeitos. Por isso, o trânsito em julgado superveniente do mandado de segurança apenas ratificou a improcedência da exigência fiscal; 3 Os cinco anos do prazo decadencial começam a ser contados somente a depois de esgotados os cinco anos da homologação tácita; Ao fim, a Recorrente pediu o provimento do recurso voluntário para que o direito creditório seja reconhecido. É o Relatório. Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A Recorrente busca o restituição da COFINS supostamente recolhida de modo indevido em razão do alargamento da base de cálculo da COFINS presente na Lei nº 9.718/98. Além da questão do alargamento da base de cálculo, também foi devolvida para a apreciação deste Conselho a matéria quanto ao prazo decadencial para o pedido de restituição, o qual será analisado em seguida. 1. Do prazo decadencial para a Contribuinte pleitear a repetição de indébito de tributos sujeitos ao lançamento por homologação O art. 168, inciso I, do CTN, determina que o direito de pleitear a restituição de tributos sujeitos ao lançamento por homologação extinguese em cinco anos, contados da extinção do crédito tributário. Por sua vez, a Lei Complementar nº 118, de 09 de fevereiro de 2005, em seu art. 3o, trouxe o seguinte: Fl. 436DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA 4 “Art. 3oPara efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o§ 1º do art. 150 da referida Lei”. Em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal julgou o RE Recurso Extraordinário nº 566621, reconhecendo a sua Repercussão Geral, nos termos do art. 543B, do CPC Código de Processo Civil, e decidiu que a Lei Complementar nº 118/2005 trouxe inovação normativa, de modo que a sua aplicação não retroage. Dessa forma, para os pedidos de ressarcimento efetuados antes do vacatio legis da citada lei, isto é, antes de 09 de junho de 2005, aplicase o entendimento firmado pelo STJ, pelo qual o prazo para o ressarcimento é de cinco anos, a serem contados após os primeiros cinco anos do prazo para a homologação tácita (tese dos 5+5). Para os pedidos formulados após o vacatio legis, aplicase o prazo de cinco anos, contados da data do fato gerador, em conformidade com Lei Complementar nº 118/2005. Abaixo segue a ementa do julgamento do RE nº 566621: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACATIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme Fl. 437DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 13851.000793/200519 Acórdão n.º 3401002.664 S3C4T1 Fl. 436 5 entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.(RE 566621, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe195 DIVULG 10102011 PUBLIC 11102011 EMENT VOL02605 02 PP00273) (grifo nosso) Como no julgamento do STF foi reconhecida a sistemática do art. 543B, do CPC, é o caso da aplicação do art. 62A, Caput, do Regimento Interno do CARF, cujo teor é o seguinte: “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF”. No presente caso, o pedido foi protocolado em 07/06/2005 (fl.03), ou seja, antes do vacatio legis da Lei Complementar nº 118/2005, de modo que o prazo decadencial do direito de a Recorrente pleitear a restituição, in casu, deve ser contado pela tese dos 5+5. O suposto pagamento indevido foi realizado em março de 1999 (fl.03). Portanto, o direito da Recorrente não decaiu. 2 Da inconstitucionalidade do termo “faturamento” da Lei nº 9.718/98 Alega a Recorrente que o termo “faturamento” disposto na Lei nº 9.718/98 é inconstitucional por expandir o significado do termo. O termo “faturamento” disposto no texto constitucional referese às receitas adquiridas com a venda de produtos ou prestação de serviço objeto da empresa, isto é, tratase do resultado das receitas oriundas da atividadefim da contribuinte. Por essa razão, quando o art. 3º, da Lei nº 9.718/98, dispõe que o faturamento “corresponde à receita bruta da pessoa jurídica” e o seu § 1º menciona que “entendese por receita bruta a totalidade das receitas Fl. 438DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA 6 auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”, estáse ampliando a interpretação do texto constitucional de forma irregular. O STF, em 10/09/2008, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235, com Repercussão Geral reconhecida, prolatou a seguinte decisão: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (RERGQO 585235, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 10/09/2008, publicado em 28/11/2008, ) (grifo nosso) Um dos precedentes utilizados pelo Supremo para chegar ao julgamento do RE 585.235 e reconhecêlo na sistemática de repercussão Geral foi o seguinte: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (RE 346084, Relator (a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator (a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/11/2005, DJ 0109 2006 PP00019 EMENT VOL0224506 PP01170) (grifos nosso) Fl. 439DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 13851.000793/200519 Acórdão n.º 3401002.664 S3C4T1 Fl. 437 7 Em suma, o STF julgou que o PIS e a COFINS tributada na forma da Lei nº 9.718/98 incide somente sobre as receitas oriundas de venda e de prestação de serviço, não estando incluídas, dessa forma, as receitas financeiras. Além disso, nas fls. 418/420, está a decisão do julgamento do Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 491.658, última decisão no processo do mandado de segurança impetrado pela Contribuinte, que segue a mesma linha da fundamentação acima e conclui pela inconstitucionalidade § 1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98, “na parte em que acrescentou receitas diversas daquelas do produto da venda de mercadoria, de mercadoria e serviços e de serviço de qualquer natureza ao conceito de receita bruta do contribuinte”, julgando, ao final, prejudicado o agravo regimental e provido o recurso extraordinário interposto pela Contribuinte. Portanto, em atendimento às decisões do STF, tanto no RE nº 585.235, reconhecido como repercussão geral, como no RE 491.658AgR, do qual a ora Recorrente era parte, é indevido o pagamento da COFINS realizado sobre as receitas financeiras. 3. Do direito creditório Esclarecidos os pontos acima, sabese que o direito da Recorrente não está decaído e que o pagamento da COFINS tributada com base na Lei nº 9.718/98 não incide sobre as receitas financeiras. Ultrapassada essa questão, cabe analisar se está comprovado o recolhimento sobre as receitas financeiras. Nas fls. 109, a Recorrente juntou a demonstração da base de cálculo do PIS e da COFINS, demonstrando o rendimento de receitas financeiras no mês de março de 1999 no valor de R$ 1.973.374,32, o que resulta na COFINS de R$ 59.201,23, mesmo valor pleiteado a título de restituição. Não obstante, na fl. 117, onde consta a demonstração de resultado do mês de março de 1999, o valor das receitas financeiras soma R$ 1.970.476,16, o que culmina no valor da COFINS de R$ 59.114,28. Isso leva à conclusão de que a COFINS recolhida sobre a receita financeira foi somente de R$ 59.114,28, valor esse que deve ser restituído. Ex positis, dou provimento ao recurso voluntario. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 440DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA 8 Fl. 441DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA
score : 1.0
Numero do processo: 10945.000689/2003-17
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3803-000.518
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à repartição de origem para que se comprove junto à escrituração contábil-fiscal da pessoa jurídica, inclusive livros de registro e controle de estoques e de produção, bem como os documentos fiscais que a lastreiam, as operações de que tratam as notas fiscais nº 042758 e 042759, e ateste o efetivo recebimento financeiro dos valores respectivos.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Samuel Luiz Manzotti Riemma.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à repartição de origem para que se comprove junto à escrituração contábilfiscal da pessoa jurídica, inclusive livros de registro e controle de estoques e de produção, bem como os documentos fiscais que a lastreiam, as operações de que tratam as notas fiscais nº 042758 e 042759, e ateste o efetivo recebimento financeiro dos valores respectivos. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Samuel Luiz Manzotti Riemma. Relatório Tratase de auto de infração lavrado para se exigir multa de R$ 28.560,00, montante esse correspondente ao valor atribuído na nota fiscal, nos termos do art. 490, inciso II, do Decreto nº 4.544, de 2002 (Regulamento do IPI), tendo por motivação o fato de que as mercadorias descritas na nota fiscal não correspondiam às mercadorias efetivamente encontradas no veículo transportador. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 45 .0 00 68 9/ 20 03 -1 7 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 23/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10945.000689/200317 Resolução nº 3803000.518 S3TE03 Fl. 104 2 De acordo com a descrição dos fatos (fl. 3), o Termo de Constatação (fls. 12 a 13) e o Termo de Vistoria (fls. 14 a 18), o contribuinte havia promovido despacho aduaneiro de exportação, acompanhado da nota fiscal n° 042758, de 19/12/2002 (fl. 8), sendo que, no ato de conferência de carga efetuada no ponto de conclusão do trânsito aduaneiro, não se localizaram as mercadorias descritas na nota fiscal, mas outras não coincidentes com as constantes do documento fiscal. Cientificado da autuação, o contribuinte apresentou Impugnação (fls. 30 a 34) e requereu o cancelamento da multa, alegando que, na mesma data (19/12/2002), foram carregados dois caminhões com cargas diferentes, tendo havido a troca das notas fiscais no momento do transbordo, em razão do quê o caminhão que continha as mercadorias descritas na nota fiscal n° 042758 atravessou a fronteira sem conferência da mercadoria, enquanto que o caminhão retido continha as mercadorias descritas na outra nota fiscal, de n° 042759 (cópia anexa), o que evidenciava a boafé do exportador. A DRJ Ribeirão Preto/SP julgou improcedente a Impugnação, tendo sido o acórdão ementado nos seguintes termos: Assunto: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Data do fato gerador: 19/12/2002 MULTA REGULAMENTAR. A emissão de nota fiscal que não corresponde à saída efetiva de todos os produtos nela descritos, supostamente destinados à exportação, é punida com multa igual ao valor atribuído, na nota fiscal, aos produtos faltantes. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O julgador de piso, após constatar a correção da fundamentação legal do auto de infração, aduziu que a “alegada suposta troca de notas fiscais não [podia] ser acatada, pois não [havia sido] comprovado que o caminhão que atravessou a fronteira sem conferência efetivamente transportava o produto descrito na nota fiscal n° 042758” e que “a apresentação da nota fiscal n° 042759 nada [comprovava]”. Também argüiu que, “salvo disposição de lei em contrário (que, no caso, não existe), a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, conforme art. 136 do CTN (parágrafo único do art. 465 do RIPI de 2002)”. Cientificado da decisão em 23/08/2010, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 22/09/2010 e reiterou seu pedido, repisando os mesmos argumentos de defesa, sendo acrescentadas as alegações de (i) erro no enquadramento legal da autuação, pelo fato de se tratar de matéria relativa ao comércio exterior e não ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e, (ii) tratandose de matéria relativa a penalidades, que a lei deve ser interpretada de forma mais benigna quando houver dúvida acerca dos fatos e/ou do enquadramento legal (art. 112 do CTN). É o relatório. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 23/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10945.000689/200317 Resolução nº 3803000.518 S3TE03 Fl. 105 3 Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Compulsando os autos, é possível perceber que a alegação do Recorrente, no que se refere à troca das notas fiscais no momento do transbordo de mercadorias em dois caminhões, se mostra verossímil. As referidas notas fiscais, de nº 042758 (fls. 8 e 39) e 042759 (fl. 37), foram emitidas em série e na mesma data (19/12/2002), sendo que na nota fiscal trazida aos autos pelo Recorrente (nº 042759), que seria a que deveria ter acompanhado a carga sob comento, consta a identificação das mercadorias que correspondem àquelas que foram identificadas pela Fiscalização no procedimento de conferência aduaneira. A afirmativa do julgador de piso de que a alegada suposta troca de notas fiscais não podia ser acatada, em razão da não comprovação do fato alegado de que o caminhão que atravessara a fronteira sem conferência teria efetivamente transportado o produto descrito na nota fiscal n° 042758, não me parece bastante para se afastar, peremptoriamente, uma análise mais aprofundada dos fatos, fatos esses demonstrados, a princípio, de forma plausível. O fato de o segundo caminhão ter transposto a fronteira sem conferência aduaneira, ainda que se considere a possibilidade de estar transportando mercadorias diversas das identificadas na nota fiscal nº 042758, não pode, a meu ver, servir de justificativa para se negar um direito que possa vir a ser comprovado, pois ninguém pode ser punido por um fato em razão da inocorrência de fiscalização em relação a um outro, dada a necessária vinculação do fato gerador com o lançamento do crédito tributário, conforme preceitua o art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN) 1. Além disso, conforme determina o art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999, aplicável subsidiariamente ao Processo Administrativo Fiscal (PAF), “[a] Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência” (grifei). De acordo com o parágrafo único do referido artigo, “[nos] processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I atuação conforme a lei e o Direito; (...) IV atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boafé; (...) VI adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; (...) VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; (...) X garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de 1 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 23/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10945.000689/200317 Resolução nº 3803000.518 S3TE03 Fl. 106 4 provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio. (grifei e sublinhei) A nota fiscal trazida aos autos com a discriminação das mesmas mercadorias que haviam sido identificadas pela Fiscalização ampara, a princípio, os argumentos de defesa do Recorrente, restando comprovar junto a sua escrituração contábilfiscal o efetivo registro dos fatos alegados, confirmandose ou não as saídas das mercadorias nos termos alegados pelo Recorrente. Nesse contexto, com base no contido no art. 18, inciso I, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, que prevê a realização de diligências para suprir deficiências do processo, bem como nos princípios da legalidade e da verdade material, voto pela conversão do julgamento em diligência à repartição de origem, para que se comprove junto à escrituração contábilfiscal da pessoa jurídica, inclusive os livros de registro de estoques e de produção, assim como junto aos documentos fiscais que a lastreiam, as operações de que tratam as notas fiscais nº 042758 (fls. 8 e 39) e 042759 (fl. 37), ambas emitidas em 19/12/2002, e se ateste o efetivo recebimento financeiro dos valores respectivos, registrandose em relatório conclusivo as providências ora requeridas. Após as providências, o Recorrente deverá ser cientificado dos resultados da diligência, franqueandolhe o prazo de 30 (trinta) para se pronunciar, devendo, ao final, os autos retornar a esta 3a Turma Especial da 3ª Seção do CARF para julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 106DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 23/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS
score : 1.0
Numero do processo: 11610.020173/2002-52
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2002
COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DOS CRÉDITOS. ÔNUS DA PROVA.
Na compensação tributária, os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública dever ser líquidos e certos, e recai sobre esse mesmo sujeito passivo o ônus de comprovar a liquidez e certeza. Se o contribuinte alega que seus créditos têm origem em compensações anteriores à criação da declaração de compensação, as compensações devem se revestir das formalidades capazes de assegurar a liquidez e a certeza dos créditos, em especial o registro na contabilidade, o lastro documental indiscutível e a declaração em DCTF.
COMPENSAÇÃO. IRRF. APROVEITAMENTO EM ANO DIFERENTE.
O aproveitamento de imposto de renda retido na fonte de um ano em outro somente pode ser feito mediante a apuração de saldo negativo (credor) no ano em que sofrida a retenção na fonte e tributadas as receitas correspondentes. Sem a prova da correta apuração do direito de crédito e respectivo registro contábil, a pretensão deve ser negada.
IRRF RETIDO NO PRÓPRIO ANO. DIVERGÊNCIA COM A DIRF. PROVA.
Diante da divergência entre o valor que consta da DIRF apresentada pela instituição financeira e o total pretendido pelo contribuinte, deve prevalecer o informado pela instituição financeira, se o contribuinte não logra apresentar provas mais robustas, que comprovassem a efetividade das operações financeiras e retenções na fonte, e que as receitas correspondentes houvessem sido oferecidas à tributação.
Numero da decisão: 1302-001.356
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Júnior - Presidente
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior.
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2002 COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DOS CRÉDITOS. ÔNUS DA PROVA. Na compensação tributária, os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública dever ser líquidos e certos, e recai sobre esse mesmo sujeito passivo o ônus de comprovar a liquidez e certeza. Se o contribuinte alega que seus créditos têm origem em compensações anteriores à criação da declaração de compensação, as compensações devem se revestir das formalidades capazes de assegurar a liquidez e a certeza dos créditos, em especial o registro na contabilidade, o lastro documental indiscutível e a declaração em DCTF. COMPENSAÇÃO. IRRF. APROVEITAMENTO EM ANO DIFERENTE. O aproveitamento de imposto de renda retido na fonte de um ano em outro somente pode ser feito mediante a apuração de saldo negativo (credor) no ano em que sofrida a retenção na fonte e tributadas as receitas correspondentes. Sem a prova da correta apuração do direito de crédito e respectivo registro contábil, a pretensão deve ser negada. IRRF RETIDO NO PRÓPRIO ANO. DIVERGÊNCIA COM A DIRF. PROVA. Diante da divergência entre o valor que consta da DIRF apresentada pela instituição financeira e o total pretendido pelo contribuinte, deve prevalecer o informado pela instituição financeira, se o contribuinte não logra apresentar provas mais robustas, que comprovassem a efetividade das operações financeiras e retenções na fonte, e que as receitas correspondentes houvessem sido oferecidas à tributação.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2342; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 999 1 998 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11610.020173/200252 Recurso nº 202.464 Voluntário Acórdão nº 1302001.356 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 8 de abril de 2014 Matéria IRPJ COMPENSAÇÃO Recorrente OXITENO S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2002 COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DOS CRÉDITOS. ÔNUS DA PROVA. Na compensação tributária, os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública dever ser líquidos e certos, e recai sobre esse mesmo sujeito passivo o ônus de comprovar a liquidez e certeza. Se o contribuinte alega que seus créditos têm origem em compensações anteriores à criação da declaração de compensação, as compensações devem se revestir das formalidades capazes de assegurar a liquidez e a certeza dos créditos, em especial o registro na contabilidade, o lastro documental indiscutível e a declaração em DCTF. COMPENSAÇÃO. IRRF. APROVEITAMENTO EM ANO DIFERENTE. O aproveitamento de imposto de renda retido na fonte de um ano em outro somente pode ser feito mediante a apuração de saldo negativo (credor) no ano em que sofrida a retenção na fonte e tributadas as receitas correspondentes. Sem a prova da correta apuração do direito de crédito e respectivo registro contábil, a pretensão deve ser negada. IRRF RETIDO NO PRÓPRIO ANO. DIVERGÊNCIA COM A DIRF. PROVA. Diante da divergência entre o valor que consta da DIRF apresentada pela instituição financeira e o total pretendido pelo contribuinte, deve prevalecer o informado pela instituição financeira, se o contribuinte não logra apresentar provas mais robustas, que comprovassem a efetividade das operações financeiras e retenções na fonte, e que as receitas correspondentes houvessem sido oferecidas à tributação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 02 01 73 /2 00 2- 52 Fl. 1524DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1000 2 ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Júnior Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior. Relatório OXITENO S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO, já devidamente qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São PauloI/SP, que indeferiu os pedidos veiculados através de manifestação de inconformidade apresentada contra a decisão da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento do processo em primeira instância: Tratase de declarações de compensação (DCOMP) apontando como crédito o saldo negativo IRPJ do anocalendário de 2001. Na DCOMP protocolada em 31/10/2002 (fls. 01/02) foi informado o crédito de R$ 1.175.024,31 e na DCOMP protocolada em 28/11/2002 (fls. 1150/1151), o crédito de R$ 1.982.876,50, perfazendo o montante de R$ 3.157.900,81, para compensação com débitos de IRPJ (PA 09/2002 e 10/2002) de valores iguais aos respectivos créditos pleiteados. Como instrução inicial do pleito, a requerente juntou aos autos as cópias da DIPJ/2002 (fls. 05/77), onde declarou como IRPJ devido o valor de R$ 6.184.694,17 e, após computar as deduções, dentre outras, do IR Fonte de R$ 400.258,13 e o do IR apurado por estimativa de R$ 8.397.042,68, apurando o saldo negativo IRPJ no valor de R$ 2.947.876,13 (Ficha 12 A, fls. 16). Para complementação da instrução probatória, a DIORT/SPO/SP intimou a empresa (intimação, fls. 81) para comprovar a origem e a composição do montante de R$ 8.397.042,68 indicado como IR pago por Estimativa (DIPJ/2002, Ficha 12 A, Linha 16, fls. 16). Como resposta (fls. 82/85 e 89/91), a empresa informou que o IR por estimativa do anobase de 2001 foi quitado por compensações com depósitos judiciais de Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido – ILL (apurados nos anos de 1989 a 1992) depositados no ano de 1992 e convertidos indevidamente em renda da União e com saldos negativos IRPJ de anos anteriores, desde o anobase de 1995 até 2000, anexando aos autos como provas as cópias de diversos documentos Fl. 1525DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1001 3 declarações anuais de ajuste IRPJ dos exercícios de 1996 até 2003, comprovantes de pagamentos de rendimentos, extratos bancários mensais, avisos de movimentação de contas, extratos de fundos, notas de negociação de títulos mobiliários, guias de depósitos judiciais de ILL, demonstrativos de créditos e outros, conforme expedientes (fls. 95/691). Ao analisar o feito, a DIORT/SP verificou a evolução e a utilização dos créditos apontados pela empresa créditos de ILL e saldos negativos IRPJ de anos anteriores para compensações de parcelas de IR por estimativas de anos posteriores e assim sucessivamente até o anocalendário de 2001, decidindo, nos seguintes termos: a) Reconhecimento da decadência dos créditos dos valores de ILL apurados nos anos de 1989 até 1992; b) Glosas parciais das deduções IR/FONTE dos anos base de 1999, 2000 e 2001, pela falta de apresentação de documentos aptos para comprovação das retenções; c) Glosas de compensações de prejuízos fiscais nos anosbase de 1996, 1997 e 1998, excedentes ao limite legal permitido de 30 % do lucro real; d) Elaboração dos demonstrativos de apuração dos saldos negativos de IRPJ com apuração de saldo a pagar de IRPJ no anocalendário de 2001 (período base do crédito pleiteado) e, finalmente, não homologação das compensações pleiteadas, diante da inexistência de créditos, conforme Despacho Decisório (fls. 772/782), cientificado à empresa em 02/07/2007 (fls. 783). A empresa apresentou em 01/08/2007 a manifestação de inconformidade (fls. 784/804) informando que o montante do IR por estimativa de 2001 de R$ 8.397.042,68 é decorrente de créditos apurados em 1996, 1997, 1999 e 2000 e, para tal, requereu a produção de prova pericial, a reforma da decisão da DIORT/SP e a homologação integral das compensações pleiteadas com o respectivo cancelamento do saldo do tributo cobrado, alegando, basicamente, que: a) Os indébitos de ILL pleiteados não estão decaídos, podendo ser compensados com os débitos IRPJ apurados no ano de 2001, pois o termo inicial da contagem do prazo para restituição do ILL contase a partir da publicação da Resolução Senatorial n.º 82/1996, citando decisões do STJ e do Conselho de Contribuintes; b) A Lei Complementar n.º 118/2005 somente pode gerar efeitos para os fatos geradores ocorridos a partir de sua vigência, sendo inaplicável ao presente caso, pois a restituição e a compensação remontam ao ano de 2001; c) Os créditos dos anos de 1999 e 2000 são relativos ao IR/FONTE sobre receitas financeiras e créditos de IR recolhidos por estimativa, atualizados pela Taxa SELIC e utilizados para compensar o IR do anocalendário de 2001; d) Os documentos juntados aos autos comprovam as operações realizadas e o montante dos tributos retidos, não podendo ser descartados como meios de prova dos respectivos recolhimentos das retenções, tolhendolhe o direito à ampla defesa constitucionalmente assegurada; e) Não é lícito reputar corretas apenas as informações constantes dos Sistemas da Receita Federal, porque seus dados apenas reproduzem as DIRF apresentadas pelas fontes pagadoras com base no regime de caixa e o beneficiário, como pessoa jurídica (requerente), deve reconhecêlos com base no regime de competência. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I / SP analisou a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte e, mediante o Acórdão nº 1619.055, de 16/10/2008 (fls. 1184/1193), indeferiu a solicitação, conforme ementa a seguir transcrita: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001 Fl. 1526DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1002 4 PROVA PERICIAL. Indeferese o pedido de prova pericial quando os fatos puderem ser comprovados pela prova documental, nos termos do Decreto n.º 70.235/1972. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. APRESENTAÇÃO DE PROVAS. A manifestação de inconformidade deve ser instruída com os documentos em que se fundamentar e que comprovem as alegações da defesa, nos termos da lei processual. Quanto aos fatos não expressamente questionados consideramse incontroversos. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992 DECADÊNCIA. RESTITUIÇÃO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o pagamento antecipado extingue o crédito tributário, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento, operandose, portanto, a extinção no momento em que efetuado o pagamento. O prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo STF em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 05 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário. Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF Anocalendário: 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001 DEDUÇÃO DO IRFONTE NA APURAÇÃO DO IRPJ DEVIDO. O beneficiário dos rendimentos poderá utilizar o valor das retenções do IRFonte ocorridas no decurso do períodobase como dedução do valor do IRPJ devido apurado no encerramento de cada período de apuração ou na data da extinção, desde que comprove as retenções do imposto em seu nome e tenha oferecido à tributação no períodobase os respectivos rendimentos que lhes deram origem. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2001 RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO IRPJ. Não comprovadas as parcelas que compõem o saldo negativo pleiteado, indeferese a restituição do respectivo crédito. Como conseqüência, não se homologam as compensações vinculadas ao referido crédito. Ciente da decisão de primeira instância em 12/02/2009, conforme documento de fl. 1195v, e com ela inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário em 16/03/2009 (registro de recepção à fl. 1204, razões de recurso às fls. 1206/1229), mediante o qual, após historiar os fatos, por sua ótica, oferece, em apertada síntese, os seguintes argumentos: Fl. 1527DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1003 5 1. Acerca do imposto de renda devido por estimativa no ano calendário 2001, no montante de R$ 8.397.042,68, a recorrente afirma que foi pago no decorrer do ano mediante compensações com créditos anteriormente apurados nos anoscalendário 1996, 1997, 1999 e 2000 (ver demonstrativo à fl. 229). a. Quanto aos créditos por ela apurados nos anoscalendário 1996 (R$ 195.756,23) e 1997 (R$ 2.267.126,30), referirseiam ao ILL – Imposto sobre o Lucro Líquido – e respectiva correção monetária, imposto tornado inexigível em virtude da Resolução nº 82/1996 do Senado Federal. i. Em primeira instância, tais créditos não foram admitidos diante do entendimento de que se teria operado a decadência. A recorrente contesta essa conclusão e sustenta que seria assente na jurisprudência administrativa (que colaciona1) que o termo inicial do prazo de cinco anos para a restituição do indébito de ILL seria a data da publicação da IN SRF 63, de 25/06/1997. Assim, em 2001 seria ainda possível à recorrente quitar o imposto de renda por estimativa mediante compensação do indébito de ILL e respectiva correção monetária. ii. Na hipótese de que o argumento anterior não seja acolhido, a recorrente aduz que o ILL seria tributo sujeito a lançamento por homologação e, destarte, o prazo decadencial quinquenal somente teria início após o decurso dos cinco anos para a homologação, do que resultariam dez anos. Essa tese, conhecida como “cinco mais cinco”, teria sido consagrada pelo Superior Tribunal de Justiça, e não seria afetada pela superveniente Lei Complementar 118/2005, conforme jurisprudência administrativa e judicial que colaciona. b. No que toca às diferenças não reconhecidas de créditos apurados nos anos calendário 1999 e 2000, a decisão recorrida teria se limitado a reconhecer os valores que constam das DIRFs, “fazendo tabula rasa da prova produzida pela empresa de que a retenção fora maior do que o indicado” naquelas declarações. Colaciona jurisprudência no sentido da possibilidade de aceitação de provas da efetividade da retenção, mesmo diante da falta da correspondente informação na DIRF. i. Acerca do anocalendário 1999, a recorrente identifica as diferenças como originadas, basicamente, das informações prestadas por duas instituições financeiras, demonstradas no doc. 04 (fl. 1251), a saber: União de Bancos Brasileiros – Unibanco, no valor de R$ 165.131,83; e Banco Francês e Brasileiro – BFB, no montante de R$ 82.534,19. · Quanto ao BFB, a decisão combatida teria desconsiderado os documentos produzidos pela própria instituição financeira (docs. 05 a 09, fls. 1253/1257), os quais atestariam a efetividade das retenções sofridas. 1 Neste ponto, esclareço que parte da jurisprudência colacionada aponta como termo inicial para a contagem do prazo a publicação da IN SRF 63, de 25/06/1997, enquanto outras decisões têm como termo inicial a data da publicação da Resolução nº 82/1996 do Senado Federal, o que ocorreu em 19/11/1996. Fl. 1528DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1004 6 · Quanto ao Unibanco, a diferença poderia ser esclarecida mediante o exame da DIRF no anocalendário 1998. Em outras palavras, o imposto retido “não consta da DIRF relativa a 1999, mas sim da DIRF de 1998”. As retenções teriam efetivamente ocorrido, não podendo ser descartadas pela Administração Tributária. Documentos às fls. 1258/1294. ii. Sobre o anocalendário 2000, a interessada junta planilha (doc. 11, fl. 1295), mediante a qual pretende demonstrar que a diferença de R$ 340.169,15 corresponde integralmente a retenções de imposto ocorridas nos anos calendário 1995 e 1996 e não utilizadas naqueles períodos. Documentos às fls. 1296/1322. Seu procedimento seria justificado porque, no ano calendário 1995, teria apurado prejuízo fiscal (DIRPJ às fls. 1332 e segs.); já no anocalendário 1996 não teria apurado lucro real, por força de compensação de prejuízos acumulados, de tal sorte que, não tendo apurado imposto devido, não pode utilizar os valores relativos às retenções em fonte do período (DIRPJ às fls. 1252 e segs.). iii. A contribuinte colaciona jurisprudência administrativa que entende suportar sua pretensão, e aduz, ainda, que, “não fossem inseridos como antecipação do imposto a pagar nos anos de 1999 e 2000, os referidos valores de IRRF poderiam ter sido tratados como saldo de IR a compensar apurado em períodos anteriores (linha 06 da ficha 09). Ou seja, seriam, em qualquer hipótese, crédito aproveitável pela recorrente”. 2. Além das compensações de estimativas do anocalendário 2001 com direitos creditórios diversos, o saldo negativo apurado pela contribuinte ao final desse período também foi influenciado pelas retenções de imposto sofridas no próprio anocalendário 2001. A recorrente afirma que as diferenças se resumem a uma única fonte pagadora, a saber, o Banco do Brasil, no montante de R$ 318.404,53, e que esse valor restaria integralmente comprovado diante dos documentos produzidos pela própria instituição financeira (docs. 34 a 38, fls. 1324/1328). 3. A recorrente invoca o princípio da verdade material para que seus documentos e provas sejam apreciados. Afirma, ainda, que todos os rendimentos que deram origem às retenções na fonte teriam sido oferecidos à tributação nas épocas próprias, de acordo com o regime de competência a que está sujeita, por força da legislação societária e fiscal. Reitera, caso este órgão julgador entenda necessária, seu pedido de realização de perícia, justificável em face do imenso volume de dados. 4. Conclui com o pedido de provimento de seu recurso e a homologação integral das compensações tratadas nestes processos. Em 03/07/2012, mediante a Resolução nº 130200.181, este Colegiado resolveu converter o julgamento em diligência para que fossem saneadas pendências de digitalização deste processo e para que o processo de nº 11610.006914/200373 fosse juntado a este processo. Cumpridas as providências determinadas, ambos os processos retornam para julgamento conjunto. É o Relatório. Fl. 1529DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1005 7 Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. Trata a presente lide de declarações de compensação (DCOMP) formalizadas em 31/10/2002 (fls. 01/02) e em 28/11/2002 (fls. 1150/1151). O crédito pleiteado é o saldo negativo de IRPJ do anocalendário 2001 e, ao longo do processo, o litígio se estabeleceu em torno da composição do alegado saldo negativo, especialmente no que toca (1) às estimativas devidas ao longo do ano, no montante de R$ 8.397.042,68, as quais a recorrente afirma que foram extintas no decorrer do ano mediante compensações com créditos anteriormente apurados nos anoscalendário 1996, 1997, 1999 e 2000; e (2) às retenções de imposto sofridas no próprio anocalendário 2001. A compensação em matéria tributária é regida pelas disposições do art. 170 da Lei nº 5.172/1966, recepcionada pela Constituição vigente com o status de lei complementar (Código Tributário Nacional) verbis: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. É de se observar que os créditos do sujeito passivo, trazidos ao encontro de contas, devem possuir as características de liquidez e certeza, sem as quais não serão passíveis de compensação. Em cumprimento do que dispõe a lei complementar, foi editada a Lei nº 9.430/1996, cujo artigo 74 tratava da matéria, conforme se verifica de sua redação original: Art. 74. Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. Posteriormente, profundas modificações foram introduzidas pela Lei nº 10.6372, de 30/12/2002 (além de muitas outras a ela supervenientes), e a redação do art. 74 passou a ser como segue: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) 2 Conversão em lei da Medida Provisória nº 66, de 29/08/2002, publicada no DOU de 30/08/2002. Fl. 1530DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1006 8 § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) [...] Não obstante, ressalto que a lei ordinária não alterou, nem poderia fazêlo, as exigências de liquidez e certeza de que se devem revestir os créditos do sujeito passivo, mas tão somente criou o instrumento declaratório e estipulou as condições e garantias a que se refere o art. 170 do CTN. A partir da vigência da Lei nº 10.637/2002, a declaração de compensação tem o poder de extinguir o débito do contribuinte a partir da data de sua entrega, restando pendente, entretanto, de sua ulterior homologação. Por óbvio, um dos motivos para a não homologação seria que os créditos utilizados pelo sujeito passivo não atendem aos requisitos legais, especialmente a liquidez e a certeza. No caso sob análise, as DCOMPS foram apresentadas pelo sujeito passivo em 31/10/2002 (fls. 01/02) e em 28/11/2002 (fls. 1150/1151). No entanto, a formação do saldo negativo do anocalendário 2001, direito creditório ali pleiteado, remete a outras e diversas compensações, supostamente levadas a efeito antes da criação da declaração de compensação. Em assim sendo, cumpre lembrar que desde muito antes da criação da declaração de compensação o art. 66 da Lei nº 8.383/1991 já autorizava a compensação entre débitos e créditos tributários, desde que entre tributos da mesma espécie. Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a período subseqüente. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) § 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) § 2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) § 3º A compensação ou restituição será efetuada pelo valor do tributo ou contribuição ou receita corrigido monetariamente com base na variação da UFIR. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) § 4º As Secretarias da Receita Federal e do Patrimônio da União e o Instituto Nacional do Seguro Social INSS expedirão as instruções necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) Fl. 1531DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1007 9 Também nesse sentido o caput do art. 14 da Instrução Normativa SRF nº 21/1997: Art. 14. Os créditos decorrentes de pagamento indevido, ou a maior que o devido, de tributos e contribuições da mesma espécie e destinação constitucional, inclusive quando resultantes de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, poderão ser utilizados, mediante compensação, para pagamento de débitos da própria pessoa jurídica, correspondentes a períodos subseqüentes, desde que não apurados em procedimento de ofício, independentemente de requerimento. Essa compensação era feita pelo próprio contribuinte, em sua escrita contábil, e prescindia de prévia anuência da Autoridade Administrativa, cabendo, a depender da época em que feita, a informação em DCTF sobre a compensação efetuada. Em se tratando de tributos da mesma espécie, esse regime permaneceu inalterado mesmo com a criação da Declaração de Compensação (Medida Provisória nº 66/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002), somente vindo a ser expressamente modificado com o advento do § 6º do art. 21 da Instrução Normativa SRF nº 210/2002, incluído pela Instrução Normativa nº 323/2003: Art. 21. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela SRF, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da SRF. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada pelo sujeito passivo mediante o encaminhamento à SRF da "Declaração de Compensação". [...] § 6º A Declaração de Compensação deverá ser apresentada pelo sujeito passivo ainda que o débito e o crédito objeto da compensação se refiram a um mesmo tributo ou contribuição. (Incluído pela IN SRF 323, de 24/04/2003) Entretanto, o novel instrumento declaratório era aplicável às compensações efetuadas a partir de sua criação, em nada afetando aquelas feitas sob a égide da legislação pretérita. Feita essa breve retrospectiva, tenho por assentado que o exame das compensações que, no entender da recorrente, teriam extinguido as estimativas devidas ao longo do anocalendário 2001 deve se dar à luz da legislação anterior à criação do instrumento declaratório. Vale dizer, há que se tratar de compensação entre tributos da mesma espécie, feita por iniciativa do próprio contribuinte em sua contabilidade, sem necessidade de prévia autorização da Administração Tributária, atendidas as formalidades capazes de assegurar a indispensável liquidez e certeza dos créditos. Fl. 1532DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1008 10 Passo, então, a analisar as diversas parcelas do alegado direito creditório trazido pela interessada, com o fito de extinguir, mediante, compensação, as estimativas do IRPJ devidas ao longo do anocalendário 2001. Quanto aos créditos por ela apurados nos anoscalendário 1996 (R$ 195.756,23) e 1997 (R$ 2.267.126,30), referirseiam ao ILL – Imposto sobre o Lucro Líquido – e respectiva correção monetária, imposto tornado inexigível em virtude da Resolução nº 82/1996 do Senado Federal. Aqui, há que fazer uma distinção. A parcela de R$ 195.756,23 decorreria, segundo a interessada, de depósitos judiciais indevidamente convertidos em renda da União. O questionamento junto ao Poder Judiciário era sobre a variação da UFIR incidente sobre os pagamentos de ILL (cópia da petição inicial no Mandado de Segurança às fls. 835/841). Às fls. 232/236 encontro cópias das guias de depósito judicial, mas não encontro nos autos prova da conversão desses valores em renda da União, nem prova de que tal conversão tenha sido indevida. Por si só, a falta desses elementos já impediria qualquer procedimento no sentido de restituir ou compensar os alegados créditos, por falta de liquidez e certeza. Além disso, ainda que se admitisse, por hipótese, que tenha havido uma conversão indevida dos depósitos em renda, como afirma a recorrente, o certo seria que a interessada buscasse a via judicial, e não que buscasse a compensação pela via administrativa, como bem já havia pontuado a decisão de primeira instância (fl. 1192). Por este motivo, voto por negar provimento ao recurso, no que toca à parcela de R$ 195.756,23. Quanto à parcela de R$ 2.267.126,30 (planilhas de fls. 245/251), decorreria, segundo a interessada de pagamentos de ILL efetuados durante os anos de 1989 a 1991. Também aqui não encontro nos autos prova dos alegados pagamentos. Causa espécie que o contribuinte nem ao menos tenha acostado ao processo cópias dos DARFs em que ancora seu direito, de modo a permitir a perfeita identificação dos pagamentos, especialmente datas e valores. Ainda sobre essas parcelas, e abstraindo, por hora, a falta de comprovação dos pagamentos, devem ser tecidas considerações sobre o prazo para a repetição do alegado indébito. Tenho que o termo inicial para contagem do prazo decadencial deve ser 19/11/1996, data da publicação da Resolução nº 82/1996 do Senado Federal3. É a partir dessa data que o ILL se tornou indevido para as sociedades por ações e os contribuintes que efetuaram os pagamentos puderam passar a pleitear o indébito. A recorrente tenta se valer da Instrução Normativa SRF nº 63, publicada no DOU de 25/07/1997, mas aquele normativo tão somente estabeleceu a vedação para a constituição de créditos tributários e autorizou a revisão de ofício dos lançamentos já efetuados. O direito à repetição do indébito surgiu, insisto, com a publicação da Resolução do Senado, ao suspender a execução de parte da lei que albergaria a exigência tributária. E, para a aplicação desse prazo, não se há de falar em “5+5”. O indébito se teria cristalizado na data da publicação da dita Resolução e, a partir daí, o contribuinte teria 3 O Senado Federal resolve: Art. 1º É suspensa a execução do art. 35 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, no que diz respeito à expressão "o acionista" nele contida. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revogamse as disposições em contrário. Fl. 1533DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1009 11 cinco anos para buscar seu direito. O termo final para a restituição/compensação seria, por essa ótica, 19/11/2001. Do exame dos autos (demonstrativo à fl. 1115), constato que o contribuinte alega ter utilizado esse direito creditório em out/2001 (R$ 1.264.708,48) e em nov/2001 (R$ 1.002.417,82). Embora não especificado pela interessada, entendese que a compensação seja feita no último dia do período de apuração. Com isso, a parcela compensada em novembro estaria fora do prazo, e a parcela compensada em outubro estaria dentro do prazo. Ainda que se pudesse cogitar da aplicação da decisão do Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário nº 566.6214, a qual veio pacificar a controvérsia acerca da contagem do prazo para repetição ou compensação de indébitos, especialmente diante das alterações legislativas introduzidas pelos arts. 3º e 4º da Lei Complementar nº 118/2005, tal possibilidade encontraria dificuldades. A contagem dos prazos, a considerar a decisão da Suprema Corte, deveria ser de dez anos, a partir do fato gerador tributário. Para os fatos geradores ocorridos em 1989 e 1990, mesmo com o prazo de dez anos, em 2001 já não mais haveria a possibilidade de repetição do indébito. Para os fatos geradores ocorridos em 1991, a compensação poderia ser tida por tempestiva, mas novamente se esbarra na falta de comprovação dos pagamentos, com implicação na impossibilidade de segregar, do total compensado, a parcela que poderia ser aproveitada. No entanto, tais considerações acerca do prazo para repetir o alegado indébito se tornam secundárias, diante da ausência de inequívoca prova, nos autos, dos alegados pagamentos. Também não encontro cópias dos assentamentos contábeis em que tenham sido registrados os alegados direitos creditórios e as correspondentes compensações, apenas as já mencionadas planilhas de fls. 245/251. Também não encontro prova de que as alegadas compensações tenham constado de DCTF. Não vislumbro, aqui, as indispensáveis liquidez e certeza a permitir a compensação tributária. Com estes fundamentos, nego provimento ao recurso, no que toca à parcela de R$ 2.267.126,30. Na sequência, a recorrente pleiteia o aproveitamento de alegado direito creditório, no montante de R$ 82.534,19, decorrente de imposto de renda retido na fonte no anocalendário 1999 pelo Banco Francês e Brasileiro – BFB. Sustenta que a decisão recorrida teria desconsiderado os documentos produzidos pela própria instituição financeira (docs. 05 a 09, fls. 1253/1257). Aqui, resta evidenciado que o contribuinte pretende rever o resultado e respectivo saldo negativo apurado no anocalendário 1999 em sede de compensação. O aproveitamento de IRRF de um ano em outro somente pode ser feito mediante a apuração de saldo negativo (credor) no ano em que sofrida a retenção na fonte e tributadas as receitas correspondentes. O direito de crédito assim apurado deveria ter sido registrado na contabilidade, bem assim a compensação. Além disso, a compensação deveria ter sido declarada em DCTF. Não sendo estes os procedimentos do contribuinte, a liquidez e certeza de 4 RE 566.621, em 04/08/2011, DJe nº 195 Divulgação 10/10/2011 Publicação 11/10/2011, Relatora Min. Ellen Gracie. Trânsito em julgado em 17/11/2011. Fl. 1534DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1010 12 seu alegado direito creditório restam prejudicadas, pelo que nego provimento ao recurso, quanto a esta parcela de R$ 82.534,19. A próxima parcela a ser analisada é de R$ 165.131,83, alegadamente correspondente a imposto de renda retido na fonte por União de Bancos Brasileiros – Unibanco também no anocalendário 1999. Sustenta a recorrente que a diferença poderia ser esclarecida mediante o exame da DIRF no anocalendário 1998. Em outras palavras, o imposto retido “não consta da DIRF relativa a 1999, mas sim da DIRF de 1998”, e faz acostar os documentos de fls. 1258/1294. Do exame dos autos, constato que o informe de rendimentos, supostamente apresentado pelo Unibanco (fl. 1258), é do anocalendário 1998, e não está bem legível. O extrato da DIRF do AC 1998 está à fl. 770, e não consta nada do Unibanco, CNPJ 33.700.394/000140. Para o anocalendário 1999, a DIRF do Unibanco está à fl. 698, o valor total de IRRF é de R$ 823.596,72, já integralmente aproveitado em fase anterior do litígio. A situação, aqui, é bastante semelhante àquela analisada anteriormente. O aproveitamento de IRRF de um ano em outro somente pode ser feito mediante a apuração de saldo negativo (credor) no ano em que sofrida a retenção na fonte e tributadas as receitas correspondentes. O direito de crédito assim apurado deveria ter sido registrado na contabilidade, bem assim a compensação. Além disso, a compensação deveria ter sido declarada em DCTF. A situação resta agravada porque o documento apresentado se refere a outro anocalendário. Considero insuficientes as provas de que a interessada tenha efetivamente sofrido as retenções e de que não se tenha beneficiado delas no ano anterior. Mais uma vez, a liquidez e certeza do alegado direito creditório restam prejudicadas, pelo que nego provimento ao recurso, quanto a esta parcela de R$ 165.131,83. A seguir, sobre o anocalendário 2000, a interessada junta planilha (doc. 11, fl. 1295), mediante a qual pretende demonstrar que a diferença de R$ 340.169,15 corresponde integralmente a retenções de imposto ocorridas nos anoscalendário 1995 e 1996 e não utilizadas naqueles períodos (documentos às fls. 1296/1322). Seu procedimento seria justificado porque, no anocalendário 1995, teria apurado prejuízo fiscal (DIRPJ às fls. 1332 e segs.); já no anocalendário 1996 não teria apurado lucro real, por força de compensação de prejuízos acumulados, de tal sorte que, não tendo apurado imposto devido, não pode utilizar os valores relativos às retenções em fonte do período (DIRPJ às fls. 1252 e segs.). A exemplo das duas situações anteriores, o aproveitamento de IRRF de um ano em outro somente pode ser feito mediante a apuração de saldo negativo (credor) no ano em que sofrida a retenção na fonte e tributadas as receitas correspondentes. O direito de crédito assim apurado deveria ter sido registrado na contabilidade, bem assim a compensação. Além disso, a compensação deveria ter sido declarada em DCTF. Não encontro liquidez e certeza nos alegados créditos, pelo que nego provimento ao recurso, no que toca a esta parcela de R$ 340.169,15. Finalmente, passo a analisar os argumentos recursais referentes a retenções de imposto de renda sofridas no próprio anocalendário 2001. A recorrente afirma que as diferenças se resumem a uma única fonte pagadora, a saber, o Banco do Brasil, no montante de R$ 318.404,53, e que esse valor restaria integralmente comprovado diante dos documentos produzidos pela própria instituição financeira (docs. 34 a 38, fls. 1324/1328). Fl. 1535DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11610.020173/200252 Acórdão n.º 1302001.356 S1C3T2 Fl. 1011 13 Do exame dos autos, constato que a DIRF do AC 2001, apresentada pelo Banco do Brasil, se encontra à fl. 731, e nela constam meros R$ 531,36 de imposto de renda retido na fonte (valor já aproveitado em fase processual anterior). Os documentos apresentados pela interessada consistem em simples declarações, supostamente firmadas por gerente da instituição financeira (Banco do Brasil). Não foram apresentadas provas mais robustas, tais como extratos bancários e os registros contábeis, que pudessem atestar a efetividade das operações financeiras, que as receitas tenham sido oferecidas à tributação e o imposto retido apropriado contabilmente. Considero que as provas dos autos são insuficientes, pelo que nego provimento ao recurso, também no que toca à parcela de R$ 318.404,53. Em conclusão, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 1536DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 15/04/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 16327.914360/2009-94
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 28 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3802-000.213
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, converter o julgamento em diligência à unidade de origem para informar a data do protocolo do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: SOLON SEHN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, converter o julgamento em diligência à unidade de origem para informar a data do protocolo do recurso voluntário. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório e Voto Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (São Paulo I)/SP, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, com base nos fundamentos resumidos na ementa seguinte: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 27 .9 14 36 0/ 20 09 -9 4 Fl. 71DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 16327.914360/200994 Resolução nº 3802000.213 S3TE02 Fl. 72 2 Data do fato gerador: 15/07/2004 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Não se conhece o direito creditório quando o contribuinte não logra comprovar com documentos hábeis e idôneos que houve pagamento indevido ou a maior. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” O Recorrente apresentou o PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), sem retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais). Tal fato fez com que o pagamento continuasse atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. O acórdão recorrido reconheceu que, a partir do exame da Dctf, apenas parcela do Darf foi utilizada para quitação do débito do período, o que evidenciaria, em tese, um crédito a favor do interessado. Porém, manteve o despacho decisório, porquanto o sujeito passivo teria se limitado a apontar os valores da Dctf, desacompanhado de provas do direito creditório e dos detalhes necessários à demonstração da origem do recolhimento a maior, tais como a base de cálculo utilizada para apuração da contribuição e a alíquota aplicada. A Recorrente, nas razões de fls. 41 e ss., apresentou o detalhamento da origem do direito creditório, instruindo o recurso com demonstrativo de apuração do tributo, acompanhado da Dipj (Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica) do anocalendário correspondente, do Darf relativo ao recolhimento a maior e da Dctf original, esta última que, segundo o interessado, evidenciaria a abertura do crédito e a correção da declaração. Aduz que o princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da Constituição, estabelece o padrão de conduta da Administração Pública em todos os seus níveis, do que decorre a submissão dos atos administrativos ao princípio da legalidade, inclusive em matéria tributária (art. 150, I). Sustenta que, no presente caso, não ocorreram as circunstâncias que a a legislação estabelece como necessárias e suficientes à incidência tributára, mas um simples equívoco no preenchimento da Dctf, já retificado. Requer, ao final, o conhecimento e integral provimento do recurso voluntário. É o Relatório. Entendo que, na linha do encaminhamento adotado pela Turma nos processos administrativos nº 16327.910327/200812 e nº 16327.910328/200859, o julgamento deve ser convertido em diligência para que a unidade de origem certifique se a base de cálculo declarada na Dipj corresponde à contabilizada na escrituração do contribuinte, apontando, se for o caso, eventuais divergências. Votase, assim, pela conversão do julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 72DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10830.000775/99-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Aug 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/1988 a 31/03/1992
RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. EXTINÇÃO DO DIREITO. PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. RESTITUIÇÃO. LEI 118/05. APLICAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REGIME DE REPERCUSSÃO GERAL.
As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de repercussão geral, sistemática prevista no artigo 543-B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição de indébito ou compensação é de 10 anos contados do seu fato gerador para as ações ajuizadas até o dia 9 de junho de 2005 e de cinco anos a partir dessa data.
PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TERMO DE INÍCIO. LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL. CONTROLE CONCENTRADO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO REPETITIVO.
As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em recurso repetitivo, sistemática prevista no artigo 543-C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício.
Numero da decisão: 3201-001.581
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para afastar a decadência dos valores recolhidos a partir de 01 de fevereiro de 1989, devendo os autos retornarem à unidade de origem a fim de validar os créditos em questão.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 16/03/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko Araújo dos Santos, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Daniel Mariz Gudiño. Ausente momentaneamente Luciano Lopes de Almeida Moraes.
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/1988 a 31/03/1992 RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. EXTINÇÃO DO DIREITO. PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. RESTITUIÇÃO. LEI 118/05. APLICAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REGIME DE REPERCUSSÃO GERAL. As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de repercussão geral, sistemática prevista no artigo 543-B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição de indébito ou compensação é de 10 anos contados do seu fato gerador para as ações ajuizadas até o dia 9 de junho de 2005 e de cinco anos a partir dessa data. PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TERMO DE INÍCIO. LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL. CONTROLE CONCENTRADO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO REPETITIVO. As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em recurso repetitivo, sistemática prevista no artigo 543-C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/1988 a 31/03/1992 RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. EXTINÇÃO DO DIREITO. PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. RESTITUIÇÃO. LEI 118/05. APLICAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REGIME DE REPERCUSSÃO GERAL. As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de repercussão geral, sistemática prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição de indébito ou compensação é de 10 anos contados do seu fato gerador para as ações ajuizadas até o dia 9 de junho de 2005 e de cinco anos a partir dessa data. PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TERMO DE INÍCIO. LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL. CONTROLE CONCENTRADO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO REPETITIVO. As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em recurso repetitivo, sistemática prevista no artigo 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 07 75 /9 9- 15 Fl. 205DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para afastar a decadência dos valores recolhidos a partir de 01 de fevereiro de 1989, devendo os autos retornarem à unidade de origem a fim de validar os créditos em questão. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 16/03/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko Araújo dos Santos, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Daniel Mariz Gudiño. Ausente momentaneamente Luciano Lopes de Almeida Moraes. Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até o último estágio processual, segue abaixo a transcrição do relatório do Acórdão nº 310200.387, de 18/06/2009: “Trata o presente processo de pedido de restituição/compensação, apresentado em 1º de fevereiro de 1999 (fls.l e 53), referente à Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, do período de apuração de outubro de 1988 a setembro de 1995, no valor de R$ 4.021,87, e ao Finsocial, correspondente a parcela recolhida acima da alíquota de 0,5% (meio por cento), no período de apuração de outubro de 1988 a março de 1992, no montante de R$ 2.220,31 (fls.10/12). 2.A autoridade fiscal indeferiu o pedido (fls. 73/74), sob a fundamentação de que, em relação aos recolhimentos efetivados antes de 1/02/1994, todos os pagamentos foram alcançados pelo instituto da decadência, nos termos dos artigos 168,1 e 165,1, do Código Tributário Nacional (CTN) e do Ato Declaratório SRF nº 96, de 26 de novembro de 1999. Quanto aos recolhimentos efetivados dentro dos cinco anos do pedido, somente do PIS, Fl. 206DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 10830.000775/9915 Acórdão n.º 3201001.581 S3C2T1 Fl. 206 3 acrescenta não existirem pagamentos indevidos, pois, conforme Parecer PGFN/CAT 437/98, a Lei 7.691/88 revogou o parágrafo único do art. 6° da LC 7/70, não sobrevivendo, portanto, o prazo de seis meses, entre o fato gerador e o pagamento da contribuição. 3.Cientificada da decisão em 26 de novembro de 2003, a contribuinte manifestou seu inconformismo com o despacho decisório, em 23/12/2003 (fls. 78/96), alegando, em síntese e fundamentalmente, que: 3.1 — a extinção do crédito tributário operase com a homologação do lançamento, o que na prática resulta num prazo de 10 (dez) anos: 05 para a homologação tácita e mais 05 para o exercício do direito à restituição de recolhimento indevido, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça; 3.2 o prazo de cinco anos para a repetição de indébito de tributo iniciase quando ele tornouse indevido, pela declaração de inconstitucionalidade, pela edição de Resolução do Senado Federal ou ato do Poder Executivo ou Legislativo, dispensando a constituição do crédito tributário. No caso do PIS tal prazo iniciouse em 10/10/1995, com a publicação da Resolução nº 49 do Senado Federal, momento em que os Decretosleis 2.445/88 e 2.449/88 deixaram de produzir efeitos a todos os contribuintes. Já para o Finsocial o prazo teve início com a publicação da MP 1.110/95; 3.3 conforme artigo 122 do Decreto nº 92.698, de 21 de maio de 1986, o prazo para repetição do indébito do Finsocial seria de dez anos; 3.4 conforme doutrina e jurisprudência, a contribuição do PIS devida em cada mês é calculada tendo por base de cálculo o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária; 3.5 requer a improcedência do despacho que determinou o indeferimento do pedido, restabelecendo seu legítimo direito à restituição dos valores pagos a maior a título de PIS e Finsocial, com a homologação das compensações efetivadas.” O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do Acórdão DRJ/CPS ne 6.626, de 20/05/2004, às fls. 112/118, proferida pelos membros da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP, cuja ementa dispõe, verbis: "Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/10/1988 a 30/09/1995 Ementa: PIS. FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. EXTINÇÃO DO DIREITO. AD SRF 96/99. VINCULAÇÃO. Consoante Ato Declaratório SRF 96/99, que vincula este órgão, o direito de o contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente extinguese após o transcurso Fl. 207DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI 4 do prazo de cinco anos, contados da data do pagamento, inclusive nos casos de tributos sujeito à homologação ou de declaração de inconstitucionalidade. PIS. BASE DE CALCULO. FATO GERADOR. A base de cálculo vinculase ao fato tributável para que surja a obrigação tributária. Aquela há de retratar, em valores, a real dimensão do fato gerador, pelo que o art. 6º da Lei Complementar 7, de 1970, veicula norma sobre prazo de recolhimento e não regra especial sobre base de cálculo retroativa da referida contribuição ao PIS, conforme Parecer PGFN/CAT/nº 437/98, aprovado pelo Ministro da Fazenda. Solicitação Indeferida." A decisão prolatada pela DRJ foi no sentido de indeferir a solicitação de restituição e/ou compensação dos valores pagos a título de PIS e Finsocial. Foi exarado o Acórdão de n° 203.10533, às fls. 147/156 que deu provimento parcial no tocante ao PIS. Os autos foram encaminhados a este Conselho para averiguação quanto ao FINSOCIAL. O interessado apresenta recurso às fls. 127/145, tempestivamente, repisando praticamente os mesmos argumentos, ressaltando a aplicação do prazo decadencial de repetição de indébito, tendo como termo inicial a MP n° 1.110/95. A 2ª Turma da 1ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF decidiu, por maioria de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, abrangendo o período de fevereiro/89 a março/92. O acórdão ficou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/1988 a 30/09/1995 FINSOCIAL. PRAZO PARA SOLICITAÇÃO DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO. DECADÊNCIA. Segundo entendimento consolidado pelo STJ, está fluido o prazo para repetição de indébito após esgotado o prazo de 10 (dez) anos, contados do fato gerador, condizente à soma do prazo de 5 (cinco) anos, previsto no § 4º do artigo 150 do CTN, e de igual interstício (cinco anos) assinalado no artigo 168,1, do referido diploma. Recurso Voluntário Provido em Parte Contudo, a Procuradoria da Fazenda Nacional não foi intimada do Acórdão nº 20310.533, o que motivou embargos de declaração em razão da omissão do colegiado do CARF sobre a nulidade dessa decisão anterior do Segundo Conselho de Contribuintes. Com efeito, a Procuradoria da Fazenda Nacional pleiteou efeitos infringentes para anular todos os atos posteriores ao Acórdão nº 20310.533. Fl. 208DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 10830.000775/9915 Acórdão n.º 3201001.581 S3C2T1 Fl. 207 5 Os embargos foram acolhidos no Acórdão nº 320100.423, de 19/03/2010. O trecho do voto abaixo transcrito sintetiza o teor do julgado: Cabe razão a PFN, pois a mesma não teve ciência do acórdão 20310.533, o que configurou flagrante cerceamento de direito de defesa, ensejando anulação dos atos processuais praticados após o julgamento proferido pelo então 2º Conselho de Contribuintes. Desta vez a Procuradoria da Fazenda Nacional teve ciência do Acórdão nº 20310.533 e declarou que não interporia recurso especial à Câmara Superior. Saneado o processo, os autos foram novamente distribuídos para a 1ª Turma da 2ª Câmara e sorteado para este Conselheiro na forma regimental, a fim de retomar o julgado do recurso voluntário na parte que trata do Finsocial. É o relatório. Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade do Decreto nº 70.235, de 1972, e alterações posteriores, razão pela qual deve ser conhecido. O cerne da divergência existente nos autos consiste em saber o termo a quo do prazo que o contribuinte dispõe legalmente para pleitear a restituição de indébitos tributários, particularmente em decorrência de declaração de inconstitucionalidade, edição de Resolução do Senado Federal ou ato do Poder Executivo ou Legislativo, dispensando a constituição do crédito tributário. A questão não é nova neste CARF, sendo certo que a ementa abaixo reflete com maestria o desfecho a ser dado no caso em tela: RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. EXTINÇÃO DO DIREITO. PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. RESTITUIÇÃO. LEI 118/05. APLICAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REGIME DE REPERCUSSÃO GERAL. As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de repercussão geral, sistemática prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição de indébito ou compensação é de 10 anos contados do seu fato gerador para as ações ajuizadas até o dia 9 de junho de 2005 e de cinco anos a partir dessa data. PRAZO PRESCRICIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TERMO DE Fl. 209DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI 6 INÍCIO. LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL. CONTROLE CONCENTRADO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO REPETITIVO. As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em recurso repetitivo, sistemática prevista no artigo 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício. (Grifouse) (Acórdão nº 3102001.334, Rel. Cons. Ricardo Paulo Rosa, Sessão de 25/01/2012) No caso concreto, o recolhimento do Finsocial cuja restituição a Recorrente pleiteia ocorreu no período entre outubro de 1988 e março de 1992, sendo que o pedido de restituição foi formulado em 01/02/1999. Com efeito, assiste razão à Recorrente apenas parcialmente, ou seja, quanto aos recolhimentos a maior de Finsocial efetuados posteriormente a 01/02/1989. Diante do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, deixando de reconhecer o direito à restituição dos valores recolhidos a maior a título de Finsocial antes de 01/02/1989. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator Fl. 210DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI
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Numero do processo: 11020.912624/2012-00
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 14/11/2007
MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação.
PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 3803-006.431
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negou-se provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Jorge Victor Rodrigues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 14/11/2007 MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negou-se provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (Assinado digitalmente) Jorge Victor Rodrigues - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa e Jorge Victor Rodrigues.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1727; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 5 1 4 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11020.912624/201200 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803006.431 – 3ª Turma Especial Sessão de 21 de agosto de 2014 Matéria Compensação Recorrente MECANICA INDUSTRIAL COLAR LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 14/11/2007 MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negouse provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (Assinado digitalmente) Jorge Victor Rodrigues Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 91 26 24 /2 01 2- 00 Fl. 134DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 12/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa e Jorge Victor Rodrigues. Relatório A autoridade administrativa, por meio de despacho decisório, havendo analisado a regularidade do direito creditório informado em declaração de compensação transmitida pela contribuinte em 01/02/13, como fito de compensar créditos de IPI com débitos do mesmo tributo apurados em 31/10/07, verificou que os créditos alegados como resultantes de pagamento a maior ou indevido, foram integralmente utilizados para a quitação de outros débitos, não restando saldo credor para a compensação dos débitos declarados. Assim deixou de homologálos. Manifestando o seu inconformismo aduziu sucintamente que a fiscalização deveria intimar a contribuinte para que prestasse informações acerca da origem de seu crédito, bem como o seu fundamento de validade, todavia a intimação não ocorreu, outrossim procedeuse a despacho decisório, desprovido da necessária fundamentação que deve conter o ato administrativo, notadamente relacionado à motivação, finalidade e moralidade, conforme disposto no art. 37, CF/88, mencionando doutrina nesse sentido. Alegou que ocorreu desvio de finalidade na prolação do despacho ora combatido, pois não se presta a dar início ao contraditório administrativo; que a fiscalização buscou interromper o prazo de homologação da compensação declarada pela contribuinte, prevista no § 5º, art. 74, da Lei nº 9.430/96; porquanto deu azo à interrupção do prazo de decadência do direito fazendário é apenas consequência do ato decisório, jamais podendo ser seu objeto; do exposto resultou em prejuízo ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal. Concluiu, preliminarmente, que o despacho decisório está maculado por ausência de fundamentação para a não homologação, por desvio de finalidade, por prejudicar o exercício ao contraditório e à ampla defesa, e deve ser anulado. Quanto ao mérito, evocou o princípio da verdade material como norteador do processo administrativo, que a busca dessa verdade pela autoridade fiscal lhe permite amealhar fatos e a produção de provas, trazendoas aos autos, quando sejam capazes de influenciar na decisão, cabendo o ônus da prova ao fisco, bem assim possibilitado à contribuinte a colação de provas e de documentos que comprovem as alegações trazidas na presente manifestação, eis que o direito creditório pode ser comprovado a qualquer tempo. Protestou ainda pela inaplicabilidade de multa de ofício, em face do princípio constitucional do não confisco, e dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade e, Fl. 135DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 12/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 11020.912624/201200 Acórdão n.º 3803006.431 S3TE03 Fl. 6 3 mais, pela inaplicabilidade da Taxa Selic como juros moratórios, em razão da limitação de juros pelo CTN, para requerer a nulidade do despacho decisório em comento e o cancelamento de qualquer cobrança que advenha desse despacho. Conclusos foram os autos para apreciação da 2ª Turma da DRJ/RPO, que por meio do Acórdão nº 1444.382, de 28/08/13, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório alegado pela contribuinte. O voto condutor desse acórdão afastou as nulidades suscitadas, sob o fundamento de que o despacho decisório encontrase devidamente fundamentado, portanto regularmente válido; que a homologação de compensação declarada requer créditos líquidos e certos contra a Fazenda Nacional, o que efetivamente não ocorreu, eis que não demonstrado e não comprovada a regularidade dos créditos alegados; que os acréscimos moratórios deuse de acordo com a legislação cabível e, finalmente, que a vedação ao confisco é dirigida ao legislador, cabendo a autoridade administrativa apenas aplicalas nos moldes da legislação que a instituiu. Acerca do momento de apresentação de provas mencionou o art. 16 do Dec. Nº 70.235/72 e quanto ao ônus da prova citou o art. 333, como referências adotadas a título de fundamentação no julgado. No que pertine à aplicação da Taxa Selic como juros moratórios em face de dívidas tributárias, a motivação deuse de acordo com a Lei 9.065/95, c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/96. Cientificada da decisão prolatada no Acórdão nº 1444.382, em 16/10/13, consoante atesta o AR (fl.), irresignada com o teor do decidido, contra o mesmo interpôs recurso voluntário em 13/11/13, conforme consta de carimbo da repartição preparadora, aduzindo os mesmos argumentos expendidos na exordial, de forma minudente, para requerer o provimento do recurso, para a homologação das compensações declaradas e reforma do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Fl. 136DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 12/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 Conselheiro Jorge Victor Rodrigues. Conheço do recurso que é tempestivo e preenche os demais pressupostos à sua admissibilidade. O cerne da questão devolvida para apreciação por este colegiado reside na comprovação da existência ou não do direito creditório alegado pela contribuinte, por conseguinte de sua homologação. A recorrente assinalou, preliminarmente, que o despacho decisório está maculado de vício de nulidade por ausência de fundamentação para a não homologação. Destarte a não homologação se deu por comprovação, devido à busca da verdade material pela autoridade administrativa, da inexistência de crédito o bastante para satisfação da compensação declarada pela própria contribuinte. Justamente em razão da busca da verdade material relativamente à comprovação da alegação formulada pela contribuinte, a autoridade administrativa, utilizandose dos sistemas de consulta do órgão fiscalizador ao qual a contribuinte é jurisdicionada, comprovou a inexistência de saldo credor para a compensação declarada, portanto em face desse procedimento administrativo não cabe se alegar desvio de finalidade. Tampouco cabe à alegação de óbice ao exercício do contraditório e à ampla defesa, eis que as alegações formuladas pela recorrente acerca da existência do direito creditório não lograram êxito, pois inexistente a comprovação material dos aludidos créditos. Rejeitadas, pois, as alegações da contribuinte como ensejadoras de nulidade, eis que inexistentes. Com isto examino às demais questões. A compensação é uma medida extintiva dos débitos tributários, com previsão no art. 156, II, do CTN, utilizada para ajuste de contas entre os créditos do contribuinte e os débitos em prol da União. A compensação relacionase a um direito subjetivo e unilateral do sujeito passivo. Assim sendo a transmissão da DComp pressupõe a existência de direito creditório o bastante para à satisfação dos débitos anteriormente declarados à Receita Federal do Brasil pela própria contribuinte. Portanto cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado, para fim de obtenção da homologação pretendida para a compensação declarada. De outra parte cabe à autoridade administrativa a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação e posterior homologação do direito creditório. Assim, baseado nas informações prestadas pela contribuinte ao Fisco a título de adimplemento de seu dever jurídico, veio a fiscalização a constatar a insuficiência de saldo credor para satisfação da compensação declarada. Fl. 137DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 12/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 11020.912624/201200 Acórdão n.º 3803006.431 S3TE03 Fl. 7 5 Por sua vez a recorrente não fez colação aos autos de nenhum documento contábil ou fiscal hábil e idôneo capas de confrontar às alegações formuladas no despacho decisório. Há que se concluir em relação a este aspecto, com fulcro no art. 333 do CPC, que não assiste razão à recorrente. Outra questão suscitada pela recorrente foi o momento adequado para apresentação de provas. Em relação a este tema o art. 16 do Dec. Nº 70.235/72, com as devidas alterações, dispõe que os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. Por fim temse a questão da aplicação da taxa Selic, como fator de atualização incidente sobre os tributos devidos e não pagos no vencimento, cuja alegação de confisco foi arguida pela recorrente. Neste sentido a decisão recorrida reportou às disposições prescritas de acordo com a Lei 9.065/95, c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/96, portanto encontrase escorreita, não merecendo reparo. Ante todo o exposto NEGO provimento ao recurso interposto. É como voto. Jorge Victor Rodrigues – Relator. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 12/09/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10950.904881/2009-09
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Sep 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001
MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO.
Cabe à autoridade administrativa autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. A ausência de elementos imprescindíveis à comprovação desses atributos impossibilita à homologação.
ALEGAÇÕES E PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 3803-005.056
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
CORINTHO OLIVEIRA MACHADO - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JORGE VICTOR RODRIGUES - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, juliano Eduardo Llirani; Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues., João Alfredo Eduão Ferreira, e Corintho Oliveira Machado (Presidente).
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001 MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. Cabe à autoridade administrativa autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. A ausência de elementos imprescindíveis à comprovação desses atributos impossibilita à homologação. ALEGAÇÕES E PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. 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(Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 90 48 81 /2 00 9- 09 Fl. 81DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 JORGE VICTOR RODRIGUES Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, juliano Eduardo Llirani; Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues., João Alfredo Eduão Ferreira, e Corintho Oliveira Machado (Presidente). Relatório Trata o processo de manifestação de inconformidade, apresentada em face da não homologação da compensação declarada por meio de Per/Dcomp nos termos do despacho decisório 841959010 emitido pela DRF em Maringá/PR. Segundo o despacho decisório, do qual o contribuinte foi cientificado, a compensação não foi homologada porque o crédito indicado já se encontrava integralmente utilizado, vinculado ao processo administrativo n. 13951.000331/200131. Manifestando a sua inconformidade a contribuinte, após breve relato dos fatos, suscitou a título de premissas as seguintes questões: (i) a LC nº 70/91, por ser materialmente lei ordinária, poderia ter sido alterada e até revogada pela Lei 7.718/98; (ii) A LC nº 70/91 foi legitimamente revogada (por incompatibilidade) pela Lei 9.718/98; (iii) como a Lei nº 9.718/98 era vigente (sentido amplo) e eficaz desde a sua publicação, foi nessa data que ocorreu a revogação da LC 70/91; (iv) A Lei nº 9.718/98 não foi recepcionada pelo artigo 195, I, da CF, pela redação dada pela EC 20/98; e, (v) apesar da Lei 9.718/98 ter sido recepcionada pela Constituição (EC 20/98), não fica restabelecida a LC 70/91 anteriormente revogada. Consubstanciada em tais premissas a Manifestante observou que a havendo a LC nº 70/91 sido revogada legitimamente pela Lei nº 9.718/98, na data de sua publicação, bem assim que esta lei não foi recepcionada pela EC nº 20/98, atualmente não existe norma válida impondo a exigência da COFINS, seja sobre o faturamento, seja sobre a totalidade das receitas, para concluir pela inconstitucionalidade das modificações de base de cálculo. Ademais disso aduziu a contribuinte que a Lei nº 9.718/98 ao tentar fazer incidir a contribuição sobre a totalidade das receitas, mesmo com as exclusões de que trata o § 2º do art. 3º, acabou por alargar o conceito de faturamento para receitas que extrapolam aquelas decorrentes da venda de mercadorias e serviços. Postulou ao final pela reforma da decisão proferida pela DRF Maringá PR, para homologação integral da compensação pleiteada, e para determinação: a) da suspensão dos valores compensados na presente DComp até que haja o julgamento definitivo na esfera administrativa do presente processo de crédito de nº 109*50.904867/200905, ao qual se encontra vinculada a presente compensação, por força do previsto no art. 48, § 3º, I, da IN SRF nº 600/05 e § 5º do art. 66 da IN RFB nº 900/08, bem como do art. 151, III, do CTN; b) que a autoridade administrativa se abstenha de emitir auto de infração e de exigir a aplicação Fl. 82DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10950.904881/200909 Acórdão n.º 3803005.056 S3TE03 Fl. 7 3 de multa moratória, seja o percentual limitado a 20% legais, seja superior a este; e c) não seja aplicada multa isolada punitiva, tendo em vista que o crédito tributário ainda se encontra sob análise do processo de compensação, tendo em vista as implicações que dela possam advir. A decisão da DRJ/CTA, em seu acórdão de n. 0635.706, de 29 de fevereiro de 2012 assim julgou: Assunto: Normas da Administração Tributária Período de Apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001 ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. O Julgador da esfera administrativa deve limitarse a aplicar a aplicar a legislação vigente, restando, ao Poder Judiciário a competência para apreciar inconformismos relativos à sua validade ou constitucionalidade. A DRJ também se manifestou quanto aos demais pedidos: Quanto ao efeito suspensivo da manifestação apresentada, são oportunas as seguintes considerações. Segundo o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, as declarações de compensação constituem confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados (§ 6º). Essas declarações, acaso não homologadas, são passíveis, em relação à decisão denegatória, de apresentação de manifestação de inconformidade, que, a propósito, deve obedecer ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 1972, e se enquadra no disposto no inc. III do art. 151 do CTN, relativamente ao objeto da compensação. Assim, à vista da legislação de regência, uma vez apresentada a manifestação de inconformidade, a exigência do “débito objeto da compensação” encontrasse temporariamente suspensa, cabendo à DRF competente observar os efeitos pertinentes. Quanto ao pedido para que não seja lavrado auto de infração para exigir multa (moratória ou isolada punitiva), tratase de questão que vai além do litígio presente nos autos e que, portanto, não pode ser apreciada no presente âmbito. No que tange à alegação de inconstitucionalidade da majoração da base de cálculo da Cofins pela Lei nº 9.718, de 1998, também não há como analisála no âmbito administrativo. Com efeito, por conta do caráter vinculado da atividade administrativa, considerações sobre a inconstitucionalidade de dispositivos legais não se encontram sob a discricionariedade da autoridade administrativa, uma vez definida objetivamente pela lei, não dando, portanto, margem a conjecturas atinentes a juízos de valor. Nesse contexto, qualquer pedido ou alegação que ultrapasse a análise de conformidade do ato administrativo de lançamento com as normas legais vigentes, como a Fl. 83DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 contraposição a princípios constitucionais, somente podem ser reconhecidos pela via competente, no caso o Poder Judiciário. Em sede de Recurso Voluntário a contribuinte usou os mesmos argumentos usados em sua Manifestação de Inconformidade, qual seja: A inconstitucionalidade a Lei 9.718/98. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Jorge Victor Rodrigues Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e dele conheço. A matéria devolvida para apreciação por esta Corte resumese à inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins, pois tal premissa serviu como pressuposto ensejador do recolhimento realizado a maior ou indevido pela contribuinte, eis que do aludido alargamento resultaram créditos que foram utilizados em pedido de compensação, com débitos próprios, bem assim à comprovação de liquidez e certeza do crédito tributário alegado pelo sujeito passivo. O alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins foi matéria analisada em definitivo no âmbito do Supremo Tribunal Federal, que reconheceu a repercussão geral para a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98 e, dentre os precedentes destacase aquele cuja ementa transcrevese adiante: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (RE 585235/MG, Relator: Min. Cézar Peluso, julgado em 10/09/2008). Por sua vez a Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, introduziu nova redação ao artigo 62 e 62A do RICARF/2009, notadamente ao parágrafo único e inciso I, respectivamente, in verbis: Fl. 84DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10950.904881/200909 Acórdão n.º 3803005.056 S3TE03 Fl. 8 5 Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal. (Grifei). Inferese do texto acima transcrito que a decisão do STF é vinculativa para os órgãos judicantes integrantes do CARF, portanto devendo ser reproduzida pelos seus conselheiros, ex vi da orientação normativa contida no RICARF/09. Os efeitos jurídicos decorrentes dessa decisão também trouxeram implicações em relação ao conceito de faturamento instituído pela LC nº 70/91, que houvera sido alterado com o advento da Lei nº 9.718/98, notadamente no que pertine ao alargamento da base de cálculo, ou seja, a referida decisão devolveu o entendimento dado à definição de faturamento àquele já consagrado pelo artigo 2º do DL nº 70/91, que compreende tão somente o ingresso de receitas provenientes da venda de mercadorias e da prestação de serviços, ou da combinação de ambos. A este entendimento me filio em observância ao disposto nos artigos 62 e 62 A do RICARF/09, ao contido nos artigos 1º e 4º do Decreto nº 2.346/97, e no art. 79, XII, da Lei nº 11.941/09. De outra parte, há o tema acerca da não homologação do Per/DComp por meio de despacho decisório eletrônico, que compreende a insuficiência de saldo credor para solver os débitos informados na aludida DComp, sendo certo que a este respeito esteve silente a Recorrente, tanto por ocasião da manifestação de inconformidade aviada, quanto no recurso voluntário interposto, inclusive não constando dos autos os elementos de prova que deveriam consubstanciar os argumentos probantes da liquidez, certeza e exigibilidade do crédito vindicado, o que deveria ocorrer sob à égide do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 (ressalvadas as hipóteses previstas no seu § 4º), eis que cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado, haja vista que tal procedimento é de iniciativa exclusivamente sua. Em contrapartida cabe à autoridade administrativa autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. A ausência de elementos imprescindíveis à comprovação desses atributos impossibilita à homologação. Com estas observações, em face do disposto no princípio da verdade material, oriento o meu voto pelo desprovimento do recurso, por não restar demonstrada a existência do crédito alegado. É assim que voto. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 Sala de Sessões, em 27 de novembro de 2013. (Assinado digitalmente) JORGE VICTOR RODRIGUES Relator Fl. 86DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 25/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Numero do processo: 10825.902176/2012-08
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009
COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO AO PIS.
A partir do advento do art. 23, I e II, a, da Medida Provisória nº 1.858-6, de 26/06/1999 e reedições até a MP nº 2.158-35/2001, as receitas das cooperativas passaram a sofrer a incidência da contribuição ao PIS.
MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação.
PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 3803-005.848
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negou-se provimento ao recurso. Os conselheiros Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis e Belchior Melo de Sousa votaram pelas conclusões.
(Assinado Digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(Assinado Digitalmente)
Jorge Victor Rodrigues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Juliano Eduardo Lirani; Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues., João Alfredo Eduão Ferreira, e Corintho Oliveira Machado (Presidente).
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO AO PIS. A partir do advento do art. 23, I e II, “a”, da Medida Provisória nº 1.8586, de 26/06/1999 e reedições até a MP nº 2.15835/2001, as receitas das cooperativas passaram a sofrer a incidência da contribuição ao PIS. MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negouse provimento ao recurso. Os conselheiros Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis e Belchior Melo de Sousa votaram pelas conclusões. (Assinado Digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 90 21 76 /2 01 2- 08 Fl. 158DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Corintho Oliveira Machado Presidente. (Assinado Digitalmente) Jorge Victor Rodrigues Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Juliano Eduardo Lirani; Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues., João Alfredo Eduão Ferreira, e Corintho Oliveira Machado (Presidente). Relatório Sob a alegação de realização de pagamento a maior ou indevido de PIS/PASEP a contribuinte transmitiu Per/DComp em 30/11/2009, entretanto a compensação realizada restou não homologada, eis que por meio de despacho decisório eletrônico a autoridade administrativa declarou haver outros débitos e que o crédito informado foi integralmente utilizado para a quitação dos mesmos, não havendo saldo credor o suficiente para solver os débitos declarados na DComp aviada. Sobreveio a manifestação do inconformismo e com ela os argumentos de que: (i) a exigência da contribuição ao PIS foi restabelecida sob a égide da CF/88, notadamente nos termos do art. 2o, II, da Lei 9.715/98, sendo um ano após expressamente revogada em relação às entidades sem fins lucrativos, por meio da MP 1.85810/99, com a atual redação conferida pelo art. 93 da MP nº 2.15835/01, ainda assim algumas cooperativas permaneceram obrigadas ao recolhimento da contribuição ao PIS sobre a folha de salário, em vista de regra específica prevista no § 1º, do art. 2º, da Lei nº 9.715/98; (ii) a MP 2.15835/01 ao mesmo tempo em que revogou a exigência da contribuição ao PIS para as entidades sem fins lucrativos. Explicitou que as sociedades cooperativas de produção rural, contribuintes do PIS com base no faturamento, porém sujeitas às exclusões e deduções no art. 15 da referida MP, continuavam sujeitas à contribuição ao PIS com base na folha de salário, nos termos do seu art. 13; (iii) ratificando esse entendimento encontrase o art. 28 da IN SRF nº 635/06, que explicita quais as sociedades que continuam sujeitas a incidência da contribuição ao PIS com base na folha de salário, conforme se depreende da solução no processo de consulta nº 290/07; (iv) ainda que a redação do art. 15 da MP2.15835 seja genérica em relação às sociedades cooperativas e, portanto, não excetue as cooperativas de trabalho médico, isso não permite a conclusão de que essas cooperativas estariam entre as compreendias no alcance desse dispositivo, como também concluiu as autoridades fiscais, nos termos do art. 28 da IN SRF nº 635/06; (v) conclui aduzindo que se as sociedades cooperativas médicas não se sujeitam às exigências da contribuição ao PIS com base na folha de salários de seus empregados e, portanto, todo o recolhimento realizado a esse título deve ser entendido comore colhimento a Fl. 159DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902176/201208 Acórdão n.º 3803005.848 S3TE03 Fl. 12 3 maior ou indevido e, logo, passível de ser recuperado. Requereu, ainda, a reforma do julgado de primeira instância, a procedência integral da declaração de compensação, com vista a legitimidade do crédito tributário e o reconhecimento da extinção dos débitos compensados no PER/DECOMP. A decisão prolatada pela 14ª Turma da DRJ/RPO, de 11/09/13 (fls. /) por meio do Acórdão nº 1444.666, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, para manter o crédito tributário exigível, nos termos da ementa adiante transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integralmente alocado na quitação de débitos confessados. O reconhecimento do direito creditório aproveitado em DCOMP não homologada requer a prova de sua existência e montante. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos elementos que permitam a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009 FATURAMENTO E FOLHA DE SALÁRIOS. LEGALIDADE. Quando a sociedade cooperativa realiza as exclusões legais da base de cálculo do PIS Faturamento, é devido o PIS Folha concomitantemente, nos termos do art. 15, § 2º, da Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, e do art. 32, § 4º, do Decreto nº 4.524, de 2002. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O voto condutor do acórdão adotou o pressuposto de que : (a) “Nos termos da regra consolidada na atual MP nº 2.15835, de 2001, a tributação das sociedades cooperativas segue a tributação das demais pessoas jurídicas em geral, calculando o PIS de acordo com o faturamento. No entanto, caso a cooperativa realize determinadas operações que não sofrem a incidência do PIS com base no faturamento, deverá, conforme disposição inscrita no art. 15, §2º, I da MP nº 2.15835, de 2001, apurar o PIS com base na folha de salários. Nesse caso, portanto, a cooperativa sujeitase cumulativamente à tributação com base no faturamento e com base na folha de pagamentos”. Consubstanciouse ainda no art. 13 da referida MP, e nos arts. 36 da MP 66/02; no art. 1º da MP nº 101/02, convertida na Lei nº 10.767/03; no art. 32 do Dec. 4.524/02 e nos arts. 9º e 33 da IN SRF nº 247/02. De acordo com os dispositivos mencionados não prevalece a tese de que as sociedades cooperativas outras que não de produção agropecuária, eletrificação rural, de Fl. 160DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 crédito e de transporte rodoviário, estariam fora do alcance do PIS sobre a folha de salários. E assim, nos períodos em que tenha procedido à exclusão das sobras líquidas da base de cálculo da contribuição, o PIS sobre a folha de pagamentos deve ser recolhido. Situação essa em que o sucesso da contribuinte em ver homologada a compensação declarada na primeira instância administrativa, condicionase à comprovação da liquidez e certeza do direito creditório, no caso, a de que não efetuou a exclusão em foco. No que se relaciona ao aspecto do elemento material de prova extraise excertos que sintetizam o posicionamento adotado pela decisão em questão, adiante: “Em se tratando de declaração eletrônica, a verificação dos dados informados pela contribuinte na DCOMP foi realizada também de forma eletrônica, cotejando os com os demais por ela informados à Receita Federal em outras declarações (DCTFs, DIPJ, etc), bem como com outras bases de dados desse órgão (pagamentos, etc), tendo resultado no Despacho Decisório em discussão. O ato combatido aponta como causa da não homologação o fato de que, embora localizado o pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente fora utilizado para a extinção anterior de débito confessado pela interessada. Assim o exame das declarações prestadas pela própria interessada à Administração Tributária revela que o crédito utilizado na compensação declarada não existia.” De acordo com o Termo de Ciência por decurso de prazo, a data de disponibilização na caixa postal da contribuinte da decisão contida no Acórdão nº 1444.666, foi em 20/09/2013. Com isso a data da ciência se deu em 05/10/2013. O Termo de Solicitação de Juntada de recurso voluntário foi registrada pela repartição preparadora em 01/11/13. Ciente da decisão contida no acórdão retromencionado a contribuinte irresignada, em sede de recurso voluntário, reiterou de forma minudente acerca das razões de defesa apresentadas na exordial. Ressaltou que a MP 2.15835/01, em seu artigo 13, explicitou quais os tipos de entidades que se sujeitavam à contribuição ao PIS, calculada sobre a folha de salários, bem assim que as sociedades cooperativas não foram contempladas, de acordo com o elenco formulado nesse artigo, como o foram às Organizações das Cooperativas – OCB e as Organizações estaduais de Cooperativas, nos termos do inciso I, do art. 13, da MP nº 2.158 35/01, que não se identifica com as sociedades cooperativas propriamente ditas. Mencionou que na mesma senda segue o § 2º e incisos I a IV, do art. 15 dessa MP, eis que as cooperativas de trabalho médico não praticam as operações descritas nesses incisos do confuso enunciado do referido artigo da MP correspondente. Aduziu ademais disso que o art. 28 da IN SRF 635/06 identifica quais sociedades cooperativas se sujeitam à incidência da contribuição ao PIS com base na folha de Fl. 161DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902176/201208 Acórdão n.º 3803005.848 S3TE03 Fl. 13 5 salário, ou seja, as sociedades sujeitas às exclusões previstas no art. 15 da MP 2.15835/01,bem assim que a resposta à Consulta 290/07 ratifica este entendimento. Requer ao final o integral provimento do recurso, protestando pela apresentação de memoriais e sustentação oral das razões aduzidas. É relatório. Voto Conselheiro Relator Conselheiro Jorge Victor Rodrigues Relator O recurso é tempestivo e preenche os pressupostos de admissibilidade, dele conheço. Duas foram às questões devolvidas para apreciação pelo Tribunal ad quem, a saber: (i) a verificação da certeza e liquidez do direito creditório alegado pela Recorrente; e (ii) a tributação das sociedades cooperadas de trabalho médico pelo PIS. O exame acerca da primeira questão resta prejudicado, eis que nenhum documento contábil ou fiscal hábil e idôneo foi colacionado aos autos, com o fim de corroborar as assertivas formuladas na exordial, ou mesmo no apelo sob exame, o que se faz em respeito aos dispositivos contidos no artigo 16 do Decreto nº 70.235/72, caput e § 4º. É cediço que quando da apresentação de Per/DComp à repartição fiscal, por se tratar de iniciativa do próprio contribuinte, cabe ao transmitente o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado em valores superiores ao débito informado na DComp. Por sua vez à autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. Resta, então, o enfrentamento da questão relacionada à tributação das sociedades cooperadas pelo PIS. O hodierno ordenamento jurídico tem a sua gênese na Constituição Cidadã de 1988. O seu artigo 146, III, ‘C’, dispõe que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais me matéria de legislação tributária, especialmente sobre: adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 A Lei nº 5.764/71, que definiu a Política Nacional de Cooperativismo e instituiu o regime jurídico das cooperativas, por meio do seu artigo 4º, já havia atribuído à definição legal de “cooperativas”, como sendo: Art. 4º. As cooperativas são sociedades de pessoas, como forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindose das demais sociedades pelas seguintes características: (...); VII – retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da Assembléia Geral. Adiante, no caput e no parágrafo único do artigo 79 do mesmo mandamus, adveio a definição e a funcionalidade de “atos cooperativos”. Em outras palavras são tais atos jurídicos que criam, mantém ou extinguem relações cooperativas, não implicando, necessariamente, em atos de mercado. Acerca da tributação do PIS e da COFINS, inicialmente, foi a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, considerada isenta por força do disposto no caput e inciso I do art. 6º, da LC nº 70/91, instituidora da Cofins. Entretanto, com o advento da MP nº 1.8586/99, por meio de seu artigo 23, foram os incisos I e III do artigo 6º da LC nº 70/91, revogados. Ocorre que essa revogação se manteve por meio da MP nº 66/02 e também pela Lei nº 10.637/02, por meio dos seus artigos 1º e 2º, que atualmente regula esta matéria (cobrança do PIS/PASEP, cuja base de cálculo é o valor do faturamento). Do mesmo modo ocorreu com o PIS, cujas cooperativas estão sujeitas ao pagamento desse tributo, seja sobre a folha de salários, mediante a aplicação de alíquota de 1% sobre a folha de pagamento mensal de seus empregados. A outra forma de tributação incide sobre a receita bruta, mediante a alíquota de 0,65% (a partir de 01/11/1999, data fixada pelo Ato Declaratório SRF nº 88/99), com exclusões da base de cálculo prevista pela MP 2.11327/01, ou mesmo de acordo com a MP 107, com as exclusões da base de cálculo, de acordo com o disposto também no artigo 15 da MP 2.113 27/01. Por força do contido na Lei nº 10.637/02, a partir de 01/12/02, a alíquota do PIS foi majorada para 1,65%. Destarte, por meio da MP 107/03, de 10/022003, a alíquota do PIS que houvera sido majorada, retorna ao seu valor original de 0,65%, inclusive para as sociedades cooperativas. Foi a partir da MP nº 2.11329, de 27/03/01, DOU de 28/03/01, de suas reedições e alterações posteriores, até a MP 2.15835/01, através de suas disposições que se Fl. 163DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902176/201208 Acórdão n.º 3803005.848 S3TE03 Fl. 14 7 tornou possível para as sociedades cooperativas a exclusão da base de cálculo do PIS e da Cofins, de valores mencionados no artigo 15 desta MP, isto uma vez observado o disposto nos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98. Portanto, a base de cálculo para as contribuições para o PIS e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, é o faturamento, correspondente à receita bruta. A respeito da exclusão de valores da base de cálculo do PIS e da Cofins das cooperativas vale mencionar as disposições da MP nº 101/02, litteris: Art. 1º. As sociedades cooperativas também poderão excluir da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, sem prejuízo do disposto no art. 15 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, as sobras apuradas na Demonstração de Resultado do Exercício, antes da destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, previstos no art. 28 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. § 1º. Omissis. § 3º O disposto neste artigo alcança os fatos geradores ocorridos a partir da vigência da Medida Provisória nº 1.85810, de 26 de outubro de 1999. Portanto, seja sob a ótica da MP nº 2.15835/01, ou segundo os dispositivos contidos na MP nº 101/02, posteriormente convertida na Lei 10.767/02 e, observados o disposto nos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98, o que se percebe nitidamente, é a possibilidade de exclusão de elementos da base de cálculo do PIS e da Cofins, para as sociedades cooperativas. Confirase: Art. 1° Esta Lei aplicase no âmbito da legislação tributária federal, relativamente às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, de que tratam o art. 239 da Constituição e a Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991, ao Imposto sobre a Renda e ao Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativos a Títulos ou Valores Mobiliários IOF. Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001). Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) Fl. 164DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 8 (...); § 9o Na determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir: (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) I coresponsabilidades cedidas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) II a parcela das contraprestações pecuniárias destinada à constituição de provisões técnicas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) III o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades. (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001). (Grifei). De outra parte assim se pronunciou a Solução de Consulta COSIT nº 06, de 8 de novembro de 2010 (ação judicial): EMENTA: O disposto no inciso III do § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, não permite que as operadoras de planos de assistência à saúde deduzam da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep as despesas e custos operacionais relacionados com os atendimentos médicos realizados em seus próprios beneficiários (clientes), por meio de estabelecimento próprio ou pela rede conveniada/credenciada de profissionais e empresas da área de saúde, visto que tais contribuições incidem sobre o faturamento (receita bruta) mensal e não sobre o resultado. O inciso III do § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, somente autoriza as operadoras de planos de assistência à saúde a deduzirem da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep o valor correspondente às indenizações efetivamente pagas por uma operadora, referente aos atendimentos médicos efetuados em beneficiários (clientes) pertencentes à outra operadora de plano de assistência à saúde, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidade. O Poder Judiciário, aqui representado pelos Tribunais Superiores, também não se omitiu quando provocado a se pronunciar a respeito da tributação do PIS/PASEP e da Cofins, senão vejamos: O Julgamento da Questão no STJ – Sistemática do Recurso Repetitivo: RECURSO ESPECIAL Nº 1.164.716 MG (2009/02107185) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR : PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL RECORRIDO : COOPERATIVA DOS INSTRUTORES DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL E PROMOÇÃO SOCIAL RURAL LTDA COOPIFOR Fl. 165DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902176/201208 Acórdão n.º 3803005.848 S3TE03 Fl. 15 9 ADVOGADO : CAMILA COLARES SANTANA E OUTRO(S) DECISÃO (...) impõese, da mesma forma, a submissão do presente apelo extremo como representativo da controvérsia atinente à incidência da contribuição destinada ao PIS e da COFINS sobre a receita oriunda de atos cooperativos típicos realizados pelas cooperativas, à luz do disposto no artigo 79, parágrafo único, da Lei 5.764/71, a fim de se prevenir eventual óbice de conhecimento. (...) Brasília (DF), 24 de fevereiro de 2010. A discussão realizada pelo Supremo Tribunal Federal ainda não chegou a termo, entretanto o reconhecimento da repercussão geral a respeito do tema ora sob exame, já ocorreu. Confirase: REPERCUSSÃO GERAL EM RE N.672.215CE RELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSA EMENTA: TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DA COFINS, DA CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE O LUCRO LÍQUIDO SOBRE O PRODUTO DE ATO COOPERADO OU COOPERATIVO. DISTINÇÃO ENTRE “ATO COOPERADO TÍPICO” E “ATO COOPERADO ATÍPICO”. CONCEITOS CONSTITUCIONAIS DE “ATO COOPERATIVO”, “RECEITA DE ATIVIDADE COOPERATIVA” E “COOPERADO”. COOPERATIVA DE SERVIÇOS MÉDICOS. VALORES PAGOS POR TERCEIROS À COOPERATIVA POR SERVIÇOS PRESTADOS PELOS COOPERADOS. LEIS 5.764/1971, 7.689/1988, 9.718/1998 E 10.833/2003. ARTS. 146, III, c, 194, par. ún., V, 195, caput, e I, a, b e c e § 7º e 239 DA CONSTITUIÇÃO. Tem repercussão geral a discussão sobre a incidência da Cofins, do PIS e da CSLL sobre o produto de ato cooperativo, por violação dos conceitos constitucionais de “ato cooperado”, “receita da atividade cooperativa” e “cooperado”. Discussão que se dá sem prejuízo do exame da constitucionalidade da revogação, por lei ordinária ou medida provisória, de isenção, concedida por lei complementar (RE 598.085RG), bem como da “possibilidade da incidência da contribuição para o PIS sobre os atos cooperativos, tendo em vista o disposto na Medida Provisória nº 2.158 33, originariamente editada sob o nº 1.8586, e nas Leis nºs 9.715 e 9.718, ambas de1998” (RE 599.362 RG, Rel. Min. Dias Toffoli). Como visto ainda não se vislumbra nos textos normativos, nem jurisprudenciais, a hipótese de isenção ou de não incidência tributária para as cooperativas. Tampouco de distinção entre cooperativas de trabalho médico, de crédito, enfim, entre as demais modalidades de sociedades cooperativas. Concluise, por conseguinte que, do texto legal, onde o legislador não faz distinção, não cabe ao operador do direito fazêlo, tampouco ao intérprete da lei. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 10 O PIS sobre a folha de pagamento constitui uma obrigação tributária principal devida por todas as entidades sem fins lucrativos, classificadas como Isentas, Imunes ou Dispensadas, e calculado sobre a folha de pagamento de salários, à alíquota de 1%. Quanto ao requerido pela Recorrente, no sentido de que o PIS/folha de pagamento não é cabível, portanto poderia ser compensado com tais débitos, considero inadequado o seu pedido. Isto porque ao manifestar o seu inconformismo a ora Recorrente destacou que a MP 2.15835/01 ao mesmo tempo em que revogou a exigência da contribuição ao PIS para as entidades sem fins lucrativos, explicitou que as sociedades cooperativas de produção rural, contribuintes do PIS com base no faturamento, porém sujeitas às exclusões e deduções no art. 15 da referida MP, continuavam sujeitas à contribuição ao PIS com base na folha de salário, nos termos do seu art. 13. Tema este reiterado no recurso voluntário. Há um equívoco nas assertivas formuladas pela Recorrente quanto à revogação da exigência da contribuição ao PIS para as entidades sem fins lucrativos, pela MP nº 2.158 35/01. Diversamente, com o advento dessa medida provisória tornouse concreta a possibilidade de exclusão de elementos previstos na legislação de regência, da base de cálculo do PIS e da Cofins, isto em conformidade com o disposto nos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98. E mais, a Recorrente foi além ao mencionar que ratificando esse entendimento encontrase o art. 28 da IN SRF nº 635/06, que explicita quais as sociedades que continuam sujeitas a incidência da contribuição ao PIS com base na folha de salário, conforme se depreende da solução no processo de consulta nº 290/07; O fato de o art. 28 não relacionar expressamente a sociedade cooperativa de trabalho médico dentre aquelas cujo fato gerador para o PIS/PASEP incide sobre a folha de salários no percentual de 1%, não autoriza o contribuinte a dela se eximir, como se imune ou isenta fosse, o que não corresponde ao disposto nos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718/98, posto que as deduções permitidas em lei, se faz em observância desses dois artigos suso citados. O rol das exclusões mencionados no art. 15 da MP 2.15835/01, aplicável ao caso em comento, não é exaustivo, ou mesmo conclusivo, como também não o é aquele constante do artigo 28 da IN SRF nº 635/06, DOU de 17/04/2006, e ambos ensejam a incidência do PIS/Folha. Isto posto oriento o meu voto pelo não provimento do recurso voluntário. É como voto. Sala de sessões em 25 de março de 2014. Jorge Victor Rodrigues Relator Relator Relator Fl. 167DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902176/201208 Acórdão n.º 3803005.848 S3TE03 Fl. 16 11 Fl. 168DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 15/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Numero do processo: 13603.903617/2008-05
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS LEGAIS. IMPEDIMENTO.
A ausência de comprovação da existência do crédito presumido, mediante a apresentação de documentos hábeis e idôneos, e a inexistência de industrialização no estabelecimento do sujeito passivo desautorizam o reconhecimento de crédito de IPI.
Numero da decisão: 3803-006.352
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negou-se provimento ao recurso,.
(Assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Jorge Victor Rodrigues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS LEGAIS. IMPEDIMENTO. A ausência de comprovação da existência do crédito presumido, mediante a apresentação de documentos hábeis e idôneos, e a inexistência de industrialização no estabelecimento do sujeito passivo desautorizam o reconhecimento de crédito de IPI.
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RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS LEGAIS. IMPEDIMENTO. A ausência de comprovação da existência do crédito presumido, mediante a apresentação de documentos hábeis e idôneos, e a inexistência de industrialização no estabelecimento do sujeito passivo desautorizam o reconhecimento de crédito de IPI. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negouse provimento ao recurso,. (Assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (Assinado digitalmente) Jorge Victor Rodrigues Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa e Jorge Victor Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 90 36 17 /2 00 8- 05 Fl. 156DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 31/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Relatório Peço vênia aos pares para inserir a este excertos do relatório, parte integrante do Acórdão nº 0946.321, pela abordagem concisa e precisa acerca dos fatos e valores fiscalizados, que estou certo colaborará para a compreensão do imbróglio que ora se examina. Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de IPI, PER/DCOMP nº 24910.54749.160904.1.1.011205, relativamente ao saldo credor de IPI de que trata a Lei nº 9.779, de 19/01/1999, do 4º trimestre de 2002, no montante de R$ 52.400,34, apurado pelo estabelecimento 01.397.854/000205. Para a verificação da legitimidade do saldo credor foi instaurado procedimento fiscal de que resultou o Termo de Verificação Fiscal de fls. 77/84. No referido ato, o auditor fiscal asseverou que: 2 DAS INFRAÇÕES GLOSA DE CRÉDITOS IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. Conforme admitido pelo próprio contribuinte, às fls. 05 do arquivo Intimacoes_e_Respostas.pdf,anexo ao SCC Sistema de Controle de Créditos e Compensações, o estabelecimento não industrializa nenhum produto. Apesar das alterações contratuais afirmarem que entre os objetivos sociais, à parte o comércio atacadista, atividade preponderante, encontrarse a "Indústria de Produtos de Panificação", não se observou a saída de qualquer tipo de pães e assemelhados, bem como não foi anotada, nos livros Registro de IPI, nenhuma saída de produto industrializado DENTRO do estabelecimento, segundo o Código Fiscal de Operações CFOP. Da mesma forma, da análise das notas fiscais de entradas com destaque do IPI relacionadas nas PER/DCOMPs, não se observa a entrada de qualquer insumo: são produtos de limpeza, guloseimas, bebidas, papéis toalha, adquiridos prontos, diretamente da fábrica, e comercializados por atacado no mesmo estado em que chegaram, conforme se observa nas notas fiscais de saídas. Portanto, estes valores solicitados em ressarcimento, e escriturados no Livro Registro de Apuração de IPI pelo contribuinte, se referem a aquisições de produtos de fabricação nacional que são revendidos sem serem submetidos a qualquer tipo de industrialização pela empresa, não ocorrendo o fato gerador do tributo nas suas saídas do estabelecimento. Não se vislumbra como sua atividade e suas saídas de mercadorias se enquadrariam no caso de ressarcimento previsto no artigo 11 da Lei n° 9.779/99. [...] Fl. 157DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 31/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.903617/200805 Acórdão n.º 3803006.352 S3TE03 Fl. 7 3 Diante do exposto, devese então proceder à glosa de todos os valores solicitados a título de ressarcimento pleiteados pelo contribuinte, uma vez que este não promove qualquer tipo de industrialização neste estabelecimento. Os pleitos formulados pela contribuinte foram indeferidos por meio do Despacho Decisório DRF/CON nº 383, de 21/03/11, com fundamento no art. 59 da IN RFB nº 900/08, como também não homologados nos termos do art. 63 do mesmo normativo. O motivo do indeferimento é que a contribuinte não faz jus ao crédito alegado, consoante o disposto no art. 11 da Lei nº 9.779/99, no art. 4º da IN SRF nº 33/99 e no caput e § 2º do art. 195 do Dec. 4.544/02 (RIPI/02), uma vez que não promove nenhum tipo de industrialização em seus estabelecimentos, portanto não é contribuinte de IPI, posição esta admitida pela própria interessada, e comprovado por meio de termos de verificação fiscal, documentos que lhe serviram de base e análise dos créditos suscitados nos pedidos de ressarcimento e declarações de compensação. A exceção foi a DComp nº 37863.76863.100904.1.3.018800, relativamente aos créditos do 4º trimestre/2002, pois transmitida em 10/09/04, que restou homologada por disposição legal, nos termos do § do art. 74 da Lei nº 9.430/96, em razão da ocorrência de decadência, mesmo que a ele não fizesse jus a contribuinte. Manifestando a sua inconformidade a interessada aduziu que, em alguns casos, a própria TIPI equipara estabelecimentos atacadistas a estabelecimentos industriais, o que acarretaria no direito ao crédito de IPI; entretanto que no caso da requerente, a mesma faz jus ao crédito de IPI diante da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade. Aduziu, ainda, que no caso dos PAF nº 10603.903598/200817, 10603.903602/200839 e 10603.903604/200828, houve o reconhecimento parcial do ressarcimento de IPI e, que não poderia ser adotado outro critério neste momento, mesmo porque até os créditos solicitados têm os fundamentos legais. Entendeu que o processo cuja declaração de compensação foi homologada caracteriza o direito da requerente aos créditos de IPI, para requer o cancelamento das glosas efetuadas pela fiscalização e o deferimento dos pedidos de compensação de IPI. Os autos foram conclusos para julgamento pela 3ª Turma da DRJ/JFA que, por meio do Acórdão nº 0946.316, com fulcro no art. 11 da Lei nº 9.779/99, se pronunciou pela improcedência da manifestação de inconformidade e pelo não reconhecimento do direito creditório apurado pela interessada. O voto condutor entendeu que a TIPI é inservível para definir a equiparação de estabelecimento atacadista com o industrial, que essa tarefa diz respeito ao RIPI; que o RIPI/2010 (Dec. 7.212/10) consolida as normas de equiparação desde a publicação da Lei nº 4.502/64, inclusive aquelas vigentes à época dos creditamentos realizados pelo interessado; que traz em seu art. 9º, I a XV, as determinações legais atinentes à matéria. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 31/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 Mencionou que a extensa e exaustiva lista de produtos constantes do art. 9º desse mandamus, que poderiam ensejar a referida equiparação, dela não consta nenhum dos produtos comercializados pela interessada; que o estabelecimento, conforme com o relato fiscal, não industrializa produtos e apenas revende aqueles adquiridos, nas mesmas condições, não fazendo jus ao creditamento de IPI, nem ao ressarcimento pleiteado; que a DIPJ relativa ao período em questão informa à fl. 156, que não há apuração e informações de IPI no período para, ao final, manter o entendimento esposado no despacho decisório. A interessada ciente da decisão contida no Acórdão nº em 15/10/13, contra a mesma insurgindose interpôs recurso voluntário em 08/11/13, reiterando os argumentos expendidos na exordial. No mais informa que tem cadastro no Siscomex e importava produtos de procedência estrangeira e dava saída a esses produtos, e que por longo tempo procedia à industrialização de produtos para panificação. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Victor Rodrigues O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos necessários à sua admissibilidade, dele conheço. Por meio de Termos de Verificação Fiscal constatou a autoridade administrativa no estabelecimento do sujeito passivo, que o mesmo não industrializa nenhum produto, assim não é contribuinte de IPI, nem foi observada nenhuma saída de qualquer tipo de pães ou assemelhados, ou mesmo há registros nos Livros de Registro de IPI, de saída de qualquer produto industrializado nesse estabelecimento, segundo o Código Fiscal de Operações CFOP. O referido Termo informou que a fiscalização ao proceder à análise das notas fiscais de entradas com destaque de IPI relacionadas nos Per/DComps, não verificou a entrada de nenhum insumo. Ao contrário, são produtos de limpeza, guloseimas, bebidas, papéis toalhas, adquiridos prontos, diretamente da fábrica e comercializados por atacado no mesmo estado em que foram adquiridos, conforme comprovam as notas fiscais de saídas. Concluiu a decisão de piso que sobre tais operações de saída não há incidência de fato gerador de IPI, não se aplicando ao caso o disposto no art. 11 da Lei nº 9.779/99. A premissa ensejadora do fato gerador do IPI é o produto da venda de produtos industrializados pela pessoa jurídica produtora e exportadora nos mercados interno e externo. O direito ao crédito presumido do IPI, originariamente, como forma de ressarcimento do valor do PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre as aquisições, no mercado interno, de MP, PI e ME, de que trata a Lei nº 9.363/1996, está disciplinada na Instrução Normativa SRF nº 419/2004. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 31/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 13603.903617/200805 Acórdão n.º 3803006.352 S3TE03 Fl. 8 5 A recorrente não logrou refutar as acusações formuladas pela fiscalização seja com argumentos, nem mesmo pela apresentação de documentos hábeis e idôneos. É certo que o inciso I do art. 333 do CPC estabelece que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito. Neste sentido a fiscalização constatou no estabelecimento do sujeito passivo a inexistência de qualquer processo de industrialização e, pelo exame de documentos fiscais e contábeis que lhe foram apresentados, inclusive nas notas fiscais de entrada e de saída, verificou que a impossibilidade material para o surgimento da incidência do dato gerador do IPI. Da sua parte o recorrente não logrou demonstrar, oportunamente, à a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, que pudesse corroborar para a sua pretensão qual seja, de homologação das declarações de compensação e pedido de ressarcimento apresentados por via eletrônica à repartição fiscal. A própria DIPJ/2003 da recorrente, ano calendário de 2002, no que atine ao período em que se deu a apuração do suposto crédito (01/01/2002 a 31/12/2002), informa que não houve apuração e informações de IPI, seja no período integral, ou de apuração mensal. A bem da verdade o que se percebe dos autos é que a recorrente não trouxe em sua defesa nenhum elemento de convencimento material ou jurídico que demonstrasse e que comprovasse à existência dos créditos por ela informados, da sua liquidez e certeza, e o direito à compensação pretendida, eis que não basta constar do objeto social termos como importação e exportação, para lhe assegurar direito à compensação, nos termos da legislação atinente à matéria. Com isso, nos autos constatase apenas a alegação vazia da recorrente acerca do direito creditório à compensação/ressarcimento, sob os auspícios da Lei nº 9.779/99, pois não há substância em sua narrativa. Isto posto pugno por NEGAR provimento ao recurso voluntário interposto. É como voto. Jorge Victor Rodrigues Relator Fl. 160DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 31/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 Fl. 161DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 31/07/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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