Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (29,070)
- Segunda Câmara (27,779)
- Primeira Câmara (25,079)
- Segunda Turma Ordinária d (16,821)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,785)
- Primeira Turma Ordinária (15,490)
- Segunda Turma Ordinária d (15,373)
- Primeira Turma Ordinária (15,286)
- Primeira Turma Ordinária (15,232)
- Segunda Turma Ordinária d (13,956)
- Primeira Turma Ordinária (12,798)
- Primeira Turma Ordinária (11,971)
- Segunda Turma Ordinária d (11,932)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,167)
- Quarta Câmara (82,387)
- Terceira Câmara (64,066)
- Segunda Câmara (52,396)
- Primeira Câmara (17,064)
- 3ª SEÇÃO (15,785)
- 2ª SEÇÃO (11,167)
- 1ª SEÇÃO (6,697)
- Pleno (788)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (117,374)
- Segunda Seção de Julgamen (110,145)
- Primeira Seção de Julgame (72,676)
- Primeiro Conselho de Cont (49,044)
- Segundo Conselho de Contr (48,769)
- Câmara Superior de Recurs (37,245)
- Terceiro Conselho de Cont (25,925)
- IPI- processos NT - ressa (4,990)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,039)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,958)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,848)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,045)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,991)
- Não Informado (56,790)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (5,010)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,320)
- HELCIO LAFETA REIS (3,241)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,184)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,149)
- Não se aplica (2,802)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,595)
- WILDERSON BOTTO (2,511)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,472)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,380)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,802)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,043)
- 2024 (25,862)
- 2012 (23,621)
- 2023 (22,460)
- 2014 (22,373)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,058)
- 2008 (17,075)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,837)
- 2006 (15,271)
- 2009 (69,612)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,872)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2025 (17,220)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,520)
- 2006 (14,851)
- 2022 (13,225)
- 2007 (13,015)
Numero do processo: 10935.902368/2012-69
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/08/2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
Numero da decisão: 3802-002.524
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201403
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 15/08/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
turma_s : Segunda Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10935.902368/2012-69
anomes_publicacao_s : 201409
conteudo_id_s : 5379792
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3802-002.524
nome_arquivo_s : Decisao_10935902368201269.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
nome_arquivo_pdf_s : 10935902368201269_5379792.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
id : 5618935
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:28:15 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030334488576
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1782; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE02 Fl. 121 1 120 S3TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10935.902368/201269 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3802002.524 – 2ª Turma Especial Sessão de 25 de março de 2014 Matéria PIS/PASEP Recorrente JUMBO ALIMENTOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 15/08/2002 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. DESCABIMENTO. Diante das regras vigentes, não é cabível pedido de restituição de PIS/PASEP que tenha por base a alegação de recolhimento a maior por inclusão do ICMS na base de cálculo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/08/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 23 68 /2 01 2- 69 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarouse impedido. Relatório O contribuinte JUMBO ALIMENTOS LTDA. interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0642.674, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba/PR, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pelo sujeito passivo em sede de manifestação de inconformidade, rejeitandoa. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: “Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, em 01/08/2012, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp nº 18143.35412.260207.1.2.049090, rastreamento nº 029223980, devido à inexistência de crédito pleiteado de R$ 1.306,35, uma vez que o pagamento de PIS/PASEP (Código 8109), do período de 31/07/2002, efetuado em 15/08/2002, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão em 13/08/2012, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório.” Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a improcedência do direito creditório na forma da ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/08/2002 Fl. 62DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.902368/201269 Acórdão n.º 3802002.524 S3TE02 Fl. 122 3 COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS A Recorrente alega que possui direito de crédito amparada no fato de que incluiu, quando de sua apuração do PIS e da COFINS, o ICMS em sua base de cálculo; e que tal inclusão seria indevida, de modo que merece ser proporcionalmente restituída do montante decorrente desse procedimento. De início vale destacar que, ao invés de questionar a constitucionalidade da regra (o que levaria ao não conhecimento do presente Recurso), o contribuinte cerra sua discussão na extensão do conceito de faturamento – o que, na esteira da decisão proferida pelo STF no RE 346084, no qual se afastou a tributação sobre a receita bruta e se limitou ao faturamento, assim entendido como as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e prestações de serviços. Desse modo, o recurso é passível de conhecimento. Fl. 63DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Além disso, por mais que esteja sujeita ao regime não cumulativo do PIS e da COFINS, por entender que o conceito de faturamento deve ser apenas um (pois, independente do regime de tributação, temse em verdade dois únicos tributos, PIS e COFINS), comungo com o pressuposto de que o conceito de faturamento adotado com relação à lei 9.718 deve ser o mesmo válido também para os regimes das leis 10.637/2002 e 10.833/2003. A Recorrente fundamenta seu pleito defendendo que o ICMS não seria receita própria do sujeito passivo, o que implicaria na seguinte situação: Para tanto, espelhase em doutrina e em julgados que entendem que o ICMS não se enquadra no conceito de faturamento, por não representar vantagem do sujeito passivo, mas apenas receitas de terceiros. A DRJ, todavia, não acolheu o entendimento da Recorrente, pelo singelo fato de que as normas vigentes – às quais o julgador administrativo está adstrito – impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Assim dispôs a decisão recorrida: “Pela manifestação de inconformidade apresentada, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência revisão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, já que esse valor, ainda que assim não entenda a interessada, é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998: (...)” Entendo que a DRJ está correta em suas considerações, apesar de uma pequena impropriedade ao se referir à lei 9.718/98 – pois o direito creditório decorre de PIS e COFINS recolhidos pela sistemática não cumulativa. As normas de direito vigentes, às quais o CARF está vinculado, impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Nesse sentido, vejase o que dispõem as leis 10.637/2002 e 10.833/2003, que em matéria de ICMS autorizam a dedução somente no caso de exportação: Lei 10.637/2002 “Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: Fl. 64DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.902368/201269 Acórdão n.º 3802002.524 S3TE02 Fl. 123 5 VII decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Lei 10.833/2003 “Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: VI decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Logo, do ponto de vista normativo a Recorrente já não merece acolhida em seu pleito, ao menos no âmbito administrativo. E nem se diga que o conceito simples de faturamento, indicado no parágrafo 2o do artigo 1o das leis 10.637/2002 e10.833/2003, permitiria inferir que o ICMS incidente sobre as operações do próprio sujeito passivo, seria incompatível com a base de cálculo. Trata se de afastamento legal da base de cálculo, apenas para o caso excepcional do ICMS da exportação. E mesmo isso possui uma razão de ser, qual seja a desoneração das exportações. De todo modo, mesmo que se abstraia da letra fria das normas vigentes, ou se entenda que a dicção do inciso VI do § 3o do art. 1o das leis de regência da sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, entendo que não é cabível a exclusão do ICMS da base de cálculo dessas contribuições. E isso pela própria essência do ICMS. Desde que o STF entendeu, no RE 212209, que o ICMS compõe a própria base de cálculo, não restam dúvidas de que esse imposto integra o valor da operação. E não há, com a devida vênia a todos os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais trazidos pela Recorrente, condições de se decompor o valor da operação entre itens que integrariam sua receita, e outros (em especial, o ICMS) que implicariam receitas de terceiros. É o que se verifica, inclusive, do julgado do RE em tela, no qual o Ministro Marco Aurélio, relator, confrontou o Min. Nelson Jobim, redator para o Acórdão. Abaixo segue o questionamento e a resposta: Fl. 65DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Esse raciocínio foi acompanhado pelo STJ, o qual, nos Edcl no REsp no 1.413.129SP, firmou tal entendimento, conforme se verifica do aresto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. FUNGIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. CONTRADIÇÃO E AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. MATÉRIA EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. AFASTAMENTO. "Não procede ainda a afirmação de que a matéria de fundo é exclusivamente constitucional, pois o STJ conhece reiteradamente da questão e possui firme orientação de que a parcela relativa ao ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da Cofins (Súmulas 68 e 94/STJ). Precedentes atuais: AgRg no REsp 1.106.638/RO, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013; REsp 1.336.985/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/2/2013; AgRg no REsp 1.122.519/SC, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 11/12/2012" (AgRg no Ag 1301160/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 12/6/2013). A propósito, valhome do Acórdão proferido no RESP 8.541, o qual serviu como paradigma para as Súmulas 68 (que consagra a inclusão do antigo ICM na base de cálculo do PIS) e também 94 (que consagra a inclusão do ICMS na base de cálculo do antigo Finsocial) do STJ. Nele o Min. Ilmar Galvão, Relator, aponta as seguintes razões: Fl. 66DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.902368/201269 Acórdão n.º 3802002.524 S3TE02 Fl. 124 7 Apesar de se referir ao antigo ICM, a discussão travada (assim como o raciocínio espelhado) remanesce atual, pelo que me valho dessas razões de decidir. Sem embargo, o fato de o ICMS ser tributo de repercussão jurídica não me parece promover diferenças relevantes para o deslinde da causa. A não cumulatividade é, ao fundo, uma sistemática de tributação, destinada a atender a um propósito particular de política econômica, com o fito de evitar a verticalização da cadeia produtiva. Assim leciona Alcides Jorge Costa em O ICM na Constituição e na Lei Complementar (Ed. Resenha Tributária, São Paulo, 1978). Entender que o ICMS, por ser de repercussão jurídica, não significa receita própria, implica conseqüências tão graves no âmbito daquele tributo, que é mesmo incogitável admitir isso para o PIS e a COFINS. Apenas à guisa de ilustração, trago outro exemplo, além da inclusão do ICMS na própria base de cálculo (que teria que ser revista, pois perderia sua razão de ser), que a inadimplência teria reflexos diametralmente opostos no ICMS se ele fosse considerado receita de terceiros. Esses reflexos, que podem ser suscitados como marginais ao PIS e à COFINS, em verdade guardam íntima relação com essas contribuições. Basta ver que, se o contribuinte considera que o ICMS é receita de terceiros, teria que observar todos os reflexos contábeis decorrentes disso – inclusive lançando a parcela de ICMS do seu preço em conta contábil própria, de receita de terceiros. De um modo ou de outro, seja do ponto de vista legal, de finalidade das normas, ou mesmo contábil, as próprias raízes do ICMS impedem que ele seja considerado receita de terceiros. E isso, em sede de PIS e COFINS, não pode ser considerado distinto, sob pena de instabilidade e insegurança jurídica absoluta. Os conceitos devem ser trabalhados de maneira uniforme. Por isso mesmo, no que toca os fundamentos do seu pedido de restituição, nego provimento ao Recurso Voluntário. Da ausência de comprovação da materialidade do crédito Ultrapassada a questão acima, o exame da materialidade do crédito do sujeito passivo também não resiste a uma análise mais acurada. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Apesar de o despacho decisório afirmar que o crédito argüido pelo sujeito passivo foi integralmente utilizado para pagamento de outros débitos, a Recorrente não demonstrou, por meio de documentos hábeis, que o montante pleiteado referese ao ICMS incluído de modo (a seu ver) indevido na base de cálculo do PIS e da COFINS. Isso se verificou na manifestação de inconformidade e também no presente Recurso Voluntário. Ora, o processo administrativo tributário em si é regido pelo princípio da verdade material, que busca, mais do que qualquer formalismo, a essência do que é levado a revisão administrativa. Assim é que, no que tange ao pedido de restituição, é de responsabilidade do sujeito passivo demonstrar, mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas, a composição e a existência do crédito pleiteado junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas (i) sua legitimidade e (ii) a materialidade do seu crédito, para os fins do art. 165 do CTN. Neste espeque, a Recorrente, mesmo instada a tanto pela DRJ, não acostou aos autos documentação suficiente para comprovação de que efetivamente o crédito pleiteado se refere à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Reiterese aqui, que no rito do processo de análise de pedidos de restituição, o sujeito passivo deve demonstrar a materialidade de seu crédito. Vale repisar que, diferentemente do processo de revisão do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco (demonstrando cabalmente as razões pelas quais o tributo deve ser exigido), no pedido de compensação o contribuinte deve demonstrar as razões pelas quais ele deve ser restituído no montante pleiteado. Assim sendo, não há nos autos fundamentos que legitimem a restituição pleiteada pela Recorrente, de modo que deve ser negado provimento ao presente Recurso Voluntário, não se reconhecendo o crédito requerido. Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 68DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10945.720666/2011-32
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2009
PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA.
As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32-A à Lei n º 8.212.
Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2803-003.552
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. A multa deve ser calculada considerando as disposições do inciso I do art. 32-A da Lei nº 8.212/91 (na redação dada pela Lei nº 11.941/09), tendo em vista tratar-se de situação mais benéfica para o contribuinte, conforme se pode inferir da alínea "c" do inciso II do art. 106 do Código Tributário Nacional - CTN.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima Presidente
(Assinado digitalmente)
Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Caio Eduardo Zerbeto Rocha, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201408
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2009 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32-A à Lei n º 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte
turma_s : Terceira Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Sep 15 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10945.720666/2011-32
anomes_publicacao_s : 201409
conteudo_id_s : 5378535
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2803-003.552
nome_arquivo_s : Decisao_10945720666201132.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
nome_arquivo_pdf_s : 10945720666201132_5378535.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. A multa deve ser calculada considerando as disposições do inciso I do art. 32-A da Lei nº 8.212/91 (na redação dada pela Lei nº 11.941/09), tendo em vista tratar-se de situação mais benéfica para o contribuinte, conforme se pode inferir da alínea "c" do inciso II do art. 106 do Código Tributário Nacional - CTN. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Caio Eduardo Zerbeto Rocha, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Natanael Vieira dos Santos.
dt_sessao_tdt : Thu Aug 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5611158
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:27:50 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030338682880
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2218; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE03 Fl. 2 1 1 S2TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10945.720666/201132 Recurso nº 10.945.720666201132 Voluntário Acórdão nº 2803003.552 – 3ª Turma Especial Sessão de 14 de agosto de 2014 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS EM GERAL Recorrente V PILATI EMPRESA DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2009 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. 1. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212. 2. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. A multa deve ser calculada considerando as disposições do inciso I do art. 32A da Lei nº 8.212/91 (na redação dada pela Lei nº 11.941/09), tendo em vista tratarse de situação mais benéfica para o contribuinte, conforme se pode inferir da alínea "c" do inciso II do art. 106 do Código Tributário Nacional CTN. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 72 06 66 /2 01 1- 32 Fl. 311DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10945.720666/201132 Acórdão n.º 2803003.552 S2TE03 Fl. 3 2 (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima – Presidente (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Caio Eduardo Zerbeto Rocha, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 312DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10945.720666/201132 Acórdão n.º 2803003.552 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Auto de Infração de Obrigação Acessória lavrado em desfavor do contribuinte acima identificado, por infração ao art. 32, IV, §§ 1º e 3º, da Lei nº 8.212/91 c/c o art. 225, IV, do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, tendo em vista que a empresa elaborou e apresentou GFIP`s em desconformidade com as formalidades específicas no respectivo Manual de Orientação, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2009. O Contribuinte devidamente notificado apresentou defesa tempestiva. A impugnação foi julgada em 29 de maio de 2013 e ementada nos seguintes termos: ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2009 RESPONSABILIDADE OBJETIVA. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. ASSUNTO: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2009 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INFRAÇÃO. GFIP EM DESCONFORMIDADE COM O RESPECTIVO MANUAL DE ORIENTAÇÃO. Elaborar a empresa GFIP em desconformidade com as formalidades específicas no respectivo Manual de Orientação constitui infração à legislação previdenciária. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformado com resultado do julgamento da primeira instância administrativa, o Contribuinte apresentou recurso tempestivo, onde alega, em síntese, o seguinte: A despeito dos argumentos apresentados pela Recorrente na sua Impugnação Administrativa a DRJ/FOZ manteve o crédito tributário exigido por meio do Auto de Infração impugnado, não restando outra opção a Recorrente senão interpor Recurso voluntário ao CARF, para fins de que, com o seu provimento, seja determinada a inaplicabilidade da multa por uma questão de proporcionalidade e razoabilidade. Além de inexistir qualquer prejuízo ao Erário decorrente do suposto equivoco procedimental / contábil apontado pela Fiscalização, merece ser considerado que, diante das inúmeras obrigações acessórias impostas aos Contribuintes brasileiros revelase Fl. 313DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10945.720666/201132 Acórdão n.º 2803003.552 S2TE03 Fl. 5 4 despropositado aplicar a multa em razão de um suposto equívoco no preenchimento de um campo específico da GFIP. Há de ser aplicado ao presente caso, assim, o princípio da razoabilidade e proporcionalidade concretamente para fins de afastamento da multa aplicada. Diante do exposto requer se dignem a receber e processar este recurso voluntário, nos termos do Decreto nº 70.235/72, dandolhe total provimento para fins de reforma do acórdão recorrido e, consequentemente, desconstituição do crédito tributário lançado por meio do combatido AI. Não apresentadas as contrarrazões. É o relatório. Fl. 314DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10945.720666/201132 Acórdão n.º 2803003.552 S2TE03 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Amílcar Barca Teixeira Júnior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. O auto de infração foi lavrado com capitulação legal no art. 32, inciso IV, §§ 1] e 3º, o que corresponde ao disposto no art. 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social – RPS aprovado pelo Decreto n º 3.048 de 1999, in verbis: Art. 225. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse daquele Instituto; Caso haja descumprimento do disposto no art. 225, inciso IV do RPS, o contribuinte será autuado na forma do art. 284 do Regulamento da Previdência Social. Art. 284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do art. 225 sujeitará o responsável às seguintes penalidades administrativas: Caso não seja apresentada a GFIP deverá ser autuado na forma do inciso I do art. 284 do RPS. Caso seja apresentada a GFIP, mas haja incorreção nos dados correspondentes aos fatos geradores, seja em relação às bases de cálculo, seja em relação às informações que alterem o valor das contribuições, deverá ser autuado na forma do inciso II. Por fim, se houver erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores, cabe autuação na forma do inciso III. A desconformidade, segundo o Relatório Fiscal, ocorreu em razão de a empresa declarar em GFIP vários segurados informando o código de ocorrência 01, ou seja, exposição a agentes nocivos com direito a aposentadoria especial após 15 anos, quando nenhum dos segurados se enquadrava nessa ocorrência. In casu, a autuada não informou a GFIP na forma estabelecida pelo INSS, pois praticou uma inexatidão, declarou a maior os fatos geradores. Para declaração a maior não havia penalidade prevista no art. 284, inciso II, haja vista o valor da multa ser de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada. Uma vez não sendo possível a aplicação da multa na forma do art. 284, inciso IV, aplicase na forma do art. 283, parágrafo 3º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n 3.048 de 1999. Portanto, nesse caso, correta a aplicação da multa pelo órgão previdenciário. Fl. 315DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10945.720666/201132 Acórdão n.º 2803003.552 S2TE03 Fl. 7 6 O critério da razoabilidade da multa não pode ser aferido pelo Poder Executivo. Uma vez que os valores da multa estão previsto em lei, cabe à administração tributária aplicar a lei. A punição se justifica, pois os valores declarados irão interferir na concessão de benefícios. Desse modo, informando acima do devido, pode haver a concessão de benefícios indevidos pela Previdência Social, restando configurado o ilícito praticado pelo autuado. Contudo, há que se observar a retroatividade benigna prevista no art. 106, inciso II do CTN. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo mais benéficas para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A a Lei n º 8.212, in verbis: Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3o; e II de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos.” (NR) Desse modo, resta evidenciado, que a conduta de apresentar a GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores, declarando a maior, sujeitava o infrator à pena administrativa correspondente à multa prevista no art. 283, parágrafo 3º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n 3.048 de 1999. Agora, com a Medida Provisória n Fl. 316DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10945.720666/201132 Acórdão n.º 2803003.552 S2TE03 Fl. 8 7 º 449 de 2009, convertida na Lei n º 11.941, a tipificação passou a ser apresentar a GFIP com incorreções ou omissões, com multa de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. A nova redação não faz distinção se os valores foram declarados a maior ou a menor. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Entendo que há cabimento do art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN. CONCLUSÃO Pelo exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, para no mérito DARLHE PARCIAL PROVIMENTO. A multa deve ser calculada considerando as disposições do inciso I do art. 32A da Lei nº 8.212/91 (na redação dada pela Lei nº 11.941/09), tendo em vista tratar se de situação mais benéfica para o contribuinte, conforme se pode inferir da alínea “c” do inciso II do art. 106 do Código Tributário Nacional – CTN. É como voto. (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator. Fl. 317DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10935.906325/2012-52
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 14/10/2010
Recurso Voluntário não conhecido
A manifestação de inconformidade apresentada fora do prazo legal não instaura a fase litigiosa do procedimento nem comporta julgamento de primeira instância quanto às alegações de mérito.
Numero da decisão: 1802-003.210
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o presente recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim- Presidente.
(assinado digitalmente)
Cláudio Augusto Gonçalves Pereira- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: Relator
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201405
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 14/10/2010 Recurso Voluntário não conhecido A manifestação de inconformidade apresentada fora do prazo legal não instaura a fase litigiosa do procedimento nem comporta julgamento de primeira instância quanto às alegações de mérito.
turma_s : Segunda Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Sep 01 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10935.906325/2012-52
anomes_publicacao_s : 201409
conteudo_id_s : 5373614
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Sep 01 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 1802-003.210
nome_arquivo_s : Decisao_10935906325201252.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : Relator
nome_arquivo_pdf_s : 10935906325201252_5373614.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o presente recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim- Presidente. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
dt_sessao_tdt : Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
id : 5592523
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:26:59 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030352314368
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1635; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE02 Fl. 11 1 10 S1TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10935.906325/201252 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1802003.210 – 2ª Turma Especial Sessão de 27 de maio de 2014 Matéria NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Recorrente L A G MATERIAIS DE CONSTRUÇÕES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 14/10/2010 Recurso Voluntário não conhecido A manifestação de inconformidade apresentada fora do prazo legal não instaura a fase litigiosa do procedimento nem comporta julgamento de primeira instância quanto às alegações de mérito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o presente recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 63 25 /2 01 2- 52 Fl. 53DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 3a Turma da DRJ/CTA, a qual, por unanimidade de votos julgou pelo não acolhimento da manifestação de inconformidade apresentada. Em ato contínuo, o despacho decisório pela DRF de Cascavel/PR, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do PER/DCOMP, devido à inexistência de crédito pleiteado, já que o pagamento de PIS/PASEP, do período acima indicado, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte o mesmo fato gerador, nos termos do Acórdão assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 14/10/2010 PIS/PASEP. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PERD/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e à COFINS, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE NORMAS VIGENTES JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Não Conhecida Direito Creditório Não Reconhecimento. Em sede de impugnação e de recurso, o contribuinte apresenta os mesmos argumentos, que, em síntese, se referem à inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da COFINS, sem a exclusão do ICMS da base de cálculo, já que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998 não pode ser alargado ao ponto de abranger o conceito de ingresso. É o relatório. Voto Admissibilidade do Recurso. Tendo em vista que a matéria posta para análise – inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, não está afeta à competência desse Fl. 54DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA Processo nº 10935.906325/201252 Acórdão n.º 1802003.210 S1TE02 Fl. 12 3 colegiado, já que não é permitido aos Conselheiros do CARF se pronunciarem sobre os aspectos constitucionais de lei tributária. É de rigor a aplicação da Súmula CARF nº 02 que determina: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Precedentes: Acórdão nº 10194876, de 25/02/2005 Acórdão nº 10321568, de 18/03/2004 Acórdão nº 10514586, de 11/08/2004 Acórdão nº 10806035, de 14/03/2000 Acórdão nº 10246146, de 15/10/2003 Acórdão nº 20309298, de 05/11/2003 Acórdão nº 201 77691, de 16/06/2004 Acórdão nº 20215674, de 06/07/2004 Acórdão nº 20178180, de 27/01/2005 Acórdão nº 20400115, de 17/05/2005. Portanto, pelas razões por mim aqui expostas, NÃO CONHEÇO do recurso ora interposto (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira Relator Fl. 55DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 11080.723368/2009-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008
IRPF. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA.
São isentos, nos termos do inc. XIV do art. 6º da Lei nº 7.713/88, os rendimentos de aposentadoria recebidos por portadores de moléstia grave. Por outro lado, quando tais rendimentos decorrerem do trabalho assalariado, a isenção não pode ser reconhecida.
Numero da decisão: 2102-003.048
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo do lançamento o valor de R$ 10.401,93, por se tratar de rendimento isento.
Assinado Digitalmente
Jose Raimundo Tosta Santos - Presidente
Assinado Digitalmente
Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti - Relatora
EDITADO EM: 02/08/2014
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS (Presidente), ALICE GRECCHI, NUBIA MATOS MOURA, MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA.
Nome do relator: ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201407
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2008 IRPF. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. São isentos, nos termos do inc. XIV do art. 6º da Lei nº 7.713/88, os rendimentos de aposentadoria recebidos por portadores de moléstia grave. Por outro lado, quando tais rendimentos decorrerem do trabalho assalariado, a isenção não pode ser reconhecida.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 11080.723368/2009-60
anomes_publicacao_s : 201408
conteudo_id_s : 5371977
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2102-003.048
nome_arquivo_s : Decisao_11080723368200960.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI
nome_arquivo_pdf_s : 11080723368200960_5371977.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo do lançamento o valor de R$ 10.401,93, por se tratar de rendimento isento. Assinado Digitalmente Jose Raimundo Tosta Santos - Presidente Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti - Relatora EDITADO EM: 02/08/2014 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS (Presidente), ALICE GRECCHI, NUBIA MATOS MOURA, MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA.
dt_sessao_tdt : Fri Jul 18 00:00:00 UTC 2014
id : 5584230
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:26:30 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030355460096
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1847; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T2 Fl. 52 1 51 S2C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.723368/200960 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2102003.048 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 18 de julho de 2014 Matéria IRPF, Moléstia Grave Recorrente NILO LUIZ CERATO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 IRPF. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. São isentos, nos termos do inc. XIV do art. 6º da Lei nº 7.713/88, os rendimentos de aposentadoria recebidos por portadores de moléstia grave. Por outro lado, quando tais rendimentos decorrerem do trabalho assalariado, a isenção não pode ser reconhecida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo do lançamento o valor de R$ 10.401,93, por se tratar de rendimento isento. Assinado Digitalmente Jose Raimundo Tosta Santos Presidente Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Relatora EDITADO EM: 02/08/2014 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS (Presidente), ALICE GRECCHI, NUBIA MATOS MOURA, MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 33 68 /2 00 9- 60 Fl. 52DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Relatório Em face do Contribuinte acima identificado, foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 09/13, reduzindo o saldo do imposto de renda a restituir de R$7.978,85 (sete mil, novecentos e setenta e oito reais e oitenta e cinco centavos), para R$2.555,57 (dois mil, quinhentos e cinquenta e cinco reais e cinquenta e sete centavos), tendo em vista a apuração de omissão de rendimentos recebidos do Ministério da Saúde no valor de R$9.319,08 (nove mil, trezentos e dezenove reais e oito centavos) e do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, no importe de R$10.401,93 (dez mil, quatrocentos e um reais e noventa e três centavos), pertinentes ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercícios 2008, anocalendário 2007. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou a Impugnação de fls. 02/03, juntando laudo médico pericial (fls. 14), comprovando ser portador de moléstia grave, ressaltando ainda o seguinte: Ministério da Saúde: R$9.319,08 Os rendimentos são isentos por tratarse de proventos de aposentadoria, reforma ou pensão de portador de moléstia grave. O que ocasionou a NL foi a retificação feita em 2009 da sua declaração de IR 2007/08, para fins de adequar o reconhecimento por documento do INSS que atestava o início da doença em 01/12/2003, tais valores acusados só trocaram de campo na declretif. INSS: R$10.401,93 Os rendimentos são isentos por tratarse de proventos de aposentadoria, reforma ou pensão de portador de moléstia grave. Na análise de suas alegações, os integrantes da 8ª Turma da DRJ/POA decidiram, por unanimidade de votos, em julgar improcedente a Impugnação, em julgado do qual se extrai a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. Somente são isentos do imposto de renda os rendimentos recebidos por portador de moléstia grave, atestada por laudo médico pericial,correspondentes a proventos de aposentadoria, pensão ou reforma. Impugnação Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 53DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 11080.723368/200960 Acórdão n.º 2102003.048 S2C1T2 Fl. 53 3 O Contribuinte teve ciência de tal decisão e contra ela interpôs o Recurso Voluntário de fls. 40/47, por meio do qual reiterou as alegações contidas em sua Impugnação, as quais foram assim resumidas: os rendimentos apontados como omitidos, teriam sido informados como isentos na DIRPF, por se tratarem de proventos de aposentadoria, reforma ou pensão de portador de moléstia grave; que, embora tenha sido reconhecido o direito do Recorrente à isenção, conforme voto da DRJ/POA, restou julgada improcedente sua Impugnação pela ausência de comprovação documental de que os rendimentos apontados como omissos eram pertinentes a rendimentos de aposentadoria; que não apresentou os respectivos documentos em sede de Impugnação, por entender que a própria RFB teria acesso a estas informações e dados, e, por isso, somente apresentou através do Recurso Voluntário; requerendo seja totalmente provido o Recurso Voluntário, sendo reconhecido que os rendimentos apontados como omissos na NL nº 2008/671698904, no valor de R$9.319,08 – Fonte Pagadora: Ministério da Saúde/RFB, e no valor de R$10.401,93 – Fonte Pagadora: INSS, são proventos recebidos de aposentadoria, portanto, isentos do IRPF, tendo em vista ser o Contribuinte, portador de moléstia grave. Desta forma, os autos foram remetidos a este Conselho para julgamento. É o Relatório. Voto Conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Relatora O contribuinte teve ciência da decisão recorrida em 23.08.2011, como atesta o AR de fls. 38. O Recurso Voluntário foi interposto em 22.09.2011 (dentro do prazo legal para tanto), e preenche os requisitos legais por isso dele conheço. Conforme relatado, tratase de lançamento para exigência de IRPF em razão de alegada omissão de rendimentos tributáveis por parte do contribuinte Recorrente. Em sua Impugnação, o contribuinte afirmou que os rendimentos tidos como omitidos não seriam tributáveis, tendo em vista que a sua isenção por moléstia grave já havia sido reconhecida pelo INSS, conforme documento de fls. 14. Assim, a matéria aqui tratada diz respeito ao direito – ou não – do Recorrente de gozar da isenção prevista no art. 6º da Lei nº 7.713/88, cujo inciso XIV assim dispõe (cf. redação atual, que ampliou o rol das moléstias): Fl. 54DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (...) Decorre desta norma que todos aqueles que sejam portadores de uma destas moléstias e que, ao mesmo tempo, recebam rendimento de aposentadoria ou pensão, terão o direito à isenção do Imposto de Renda sobre tais rendimentos. Voltando ao caso que ora se examina, vale lembrar que a decisão recorrida já reconheceu que o Recorrente comprovou ser portador de moléstia grave desde 01.12.2003, sendo que a isenção deixou de ser reconhecida em razão da falta de comprovação da natureza dos rendimentos recebidos, verbis: Verifico que o Laudo Médico de Isenção de Imposto de Renda emitido pelo Instituto Nacional do Seguro Social em 25.08.2009, às fls. 14, comprova que o notificado é portador de moléstia grave em caráter definitivo desde 01.12.2003. Por outro lado, não consta dos autos qualquer documento que comprove que esses rendimentos do contribuinte se referem à aposentadoria. Ocorre que em sede de Recurso Voluntário, o Recorrente trouxe aos autos os documentos de fls. 41 (Informe de Rendimentos expedido pela fonte pagadora Previdência Social), do qual se lê que a natureza do rendimento recebido era de “Aposentadoria Especial”. Por outro lado, trouxe também o documento de fls. 45 (Informe de Rendimentos expedido pela fonte pagadora Ministério da Saúde), do qual se lê que a natureza do rendimento recebido era de “Trabalho Assalariado”. Diante de tal documentação, é lícito concluir que somente os rendimentos recebidos da Previdência Social é que fariam jus à isenção do IR nos termos da lei, tendo em vista que os rendimentos recebidos do Ministério da Saúde eram decorrentes do trabalho assalariado, e por isso não preenchem os requisitos da lei para justificar a isenção pretendida. Por isso, merece reforma em parte o entendimento esposado na decisão recorrida, para reconhecer a isenção do IR apenas sobre os rendimentos recebidos da Previdência Social. Diante do exposto, VOTO no sentido de DAR PARCIAL provimento ao Recurso para excluir da base de cálculo do lançamento o valor de R$ 10.401,93, por se tratar de rendimento isento. Fl. 55DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 11080.723368/200960 Acórdão n.º 2102003.048 S2C1T2 Fl. 54 5 Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Fl. 56DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 02/08/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 10935.902430/2012-12
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Sep 19 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/07/2003
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
Numero da decisão: 3802-002.585
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201403
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 15/07/2003 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
turma_s : Segunda Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Sep 19 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10935.902430/2012-12
anomes_publicacao_s : 201409
conteudo_id_s : 5380212
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Sep 19 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3802-002.585
nome_arquivo_s : Decisao_10935902430201212.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
nome_arquivo_pdf_s : 10935902430201212_5380212.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
id : 5619831
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:28:21 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030371188736
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1782; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE02 Fl. 121 1 120 S3TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10935.902430/201212 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3802002.585 – 2ª Turma Especial Sessão de 25 de março de 2014 Matéria PIS/PASEP Recorrente JUMBO ALIMENTOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 15/07/2003 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. DESCABIMENTO. Diante das regras vigentes, não é cabível pedido de restituição de PIS/PASEP que tenha por base a alegação de recolhimento a maior por inclusão do ICMS na base de cálculo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/07/2003 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 24 30 /2 01 2- 12 Fl. 60DF CARF MF Impresso em 19/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarouse impedido. Relatório O contribuinte JUMBO ALIMENTOS LTDA. interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0642.735, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba/PR, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pelo sujeito passivo em sede de manifestação de inconformidade, rejeitandoa. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: “Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, em 01/08/2012, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp nº 08921.06864.161107.1.2.043317, rastreamento nº 029225036, devido à inexistência de crédito pleiteado de R$ 3.614,62, uma vez que o pagamento de PIS/PASEP (Código 6912), do período de 30/06/2003, efetuado em 15/07/2003, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão em 13/08/2012, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório.” Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a improcedência do direito creditório na forma da ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/07/2003 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 19/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.902430/201212 Acórdão n.º 3802002.585 S3TE02 Fl. 122 3 COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS A Recorrente alega que possui direito de crédito amparada no fato de que incluiu, quando de sua apuração do PIS e da COFINS, o ICMS em sua base de cálculo; e que tal inclusão seria indevida, de modo que merece ser proporcionalmente restituída do montante decorrente desse procedimento. De início vale destacar que, ao invés de questionar a constitucionalidade da regra (o que levaria ao não conhecimento do presente Recurso), o contribuinte cerra sua discussão na extensão do conceito de faturamento – o que, na esteira da decisão proferida pelo STF no RE 346084, no qual se afastou a tributação sobre a receita bruta e se limitou ao faturamento, assim entendido como as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e prestações de serviços. Desse modo, o recurso é passível de conhecimento. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 19/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Além disso, por mais que esteja sujeita ao regime não cumulativo do PIS e da COFINS, por entender que o conceito de faturamento deve ser apenas um (pois, independente do regime de tributação, temse em verdade dois únicos tributos, PIS e COFINS), comungo com o pressuposto de que o conceito de faturamento adotado com relação à lei 9.718 deve ser o mesmo válido também para os regimes das leis 10.637/2002 e 10.833/2003. A Recorrente fundamenta seu pleito defendendo que o ICMS não seria receita própria do sujeito passivo, o que implicaria na seguinte situação: Para tanto, espelhase em doutrina e em julgados que entendem que o ICMS não se enquadra no conceito de faturamento, por não representar vantagem do sujeito passivo, mas apenas receitas de terceiros. A DRJ, todavia, não acolheu o entendimento da Recorrente, pelo singelo fato de que as normas vigentes – às quais o julgador administrativo está adstrito – impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Assim dispôs a decisão recorrida: “Pela manifestação de inconformidade apresentada, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência revisão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, já que esse valor, ainda que assim não entenda a interessada, é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998: (...)” Entendo que a DRJ está correta em suas considerações, apesar de uma pequena impropriedade ao se referir à lei 9.718/98 – pois o direito creditório decorre de PIS e COFINS recolhidos pela sistemática não cumulativa. As normas de direito vigentes, às quais o CARF está vinculado, impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Nesse sentido, vejase o que dispõem as leis 10.637/2002 e 10.833/2003, que em matéria de ICMS autorizam a dedução somente no caso de exportação: Lei 10.637/2002 “Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: Fl. 63DF CARF MF Impresso em 19/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.902430/201212 Acórdão n.º 3802002.585 S3TE02 Fl. 123 5 VII decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Lei 10.833/2003 “Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: VI decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Logo, do ponto de vista normativo a Recorrente já não merece acolhida em seu pleito, ao menos no âmbito administrativo. E nem se diga que o conceito simples de faturamento, indicado no parágrafo 2o do artigo 1o das leis 10.637/2002 e10.833/2003, permitiria inferir que o ICMS incidente sobre as operações do próprio sujeito passivo, seria incompatível com a base de cálculo. Trata se de afastamento legal da base de cálculo, apenas para o caso excepcional do ICMS da exportação. E mesmo isso possui uma razão de ser, qual seja a desoneração das exportações. De todo modo, mesmo que se abstraia da letra fria das normas vigentes, ou se entenda que a dicção do inciso VI do § 3o do art. 1o das leis de regência da sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, entendo que não é cabível a exclusão do ICMS da base de cálculo dessas contribuições. E isso pela própria essência do ICMS. Desde que o STF entendeu, no RE 212209, que o ICMS compõe a própria base de cálculo, não restam dúvidas de que esse imposto integra o valor da operação. E não há, com a devida vênia a todos os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais trazidos pela Recorrente, condições de se decompor o valor da operação entre itens que integrariam sua receita, e outros (em especial, o ICMS) que implicariam receitas de terceiros. É o que se verifica, inclusive, do julgado do RE em tela, no qual o Ministro Marco Aurélio, relator, confrontou o Min. Nelson Jobim, redator para o Acórdão. Abaixo segue o questionamento e a resposta: Fl. 64DF CARF MF Impresso em 19/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Esse raciocínio foi acompanhado pelo STJ, o qual, nos Edcl no REsp no 1.413.129SP, firmou tal entendimento, conforme se verifica do aresto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. FUNGIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. CONTRADIÇÃO E AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. MATÉRIA EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. AFASTAMENTO. "Não procede ainda a afirmação de que a matéria de fundo é exclusivamente constitucional, pois o STJ conhece reiteradamente da questão e possui firme orientação de que a parcela relativa ao ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da Cofins (Súmulas 68 e 94/STJ). Precedentes atuais: AgRg no REsp 1.106.638/RO, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013; REsp 1.336.985/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/2/2013; AgRg no REsp 1.122.519/SC, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 11/12/2012" (AgRg no Ag 1301160/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 12/6/2013). A propósito, valhome do Acórdão proferido no RESP 8.541, o qual serviu como paradigma para as Súmulas 68 (que consagra a inclusão do antigo ICM na base de cálculo do PIS) e também 94 (que consagra a inclusão do ICMS na base de cálculo do antigo Finsocial) do STJ. Nele o Min. Ilmar Galvão, Relator, aponta as seguintes razões: Fl. 65DF CARF MF Impresso em 19/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.902430/201212 Acórdão n.º 3802002.585 S3TE02 Fl. 124 7 Apesar de se referir ao antigo ICM, a discussão travada (assim como o raciocínio espelhado) remanesce atual, pelo que me valho dessas razões de decidir. Sem embargo, o fato de o ICMS ser tributo de repercussão jurídica não me parece promover diferenças relevantes para o deslinde da causa. A não cumulatividade é, ao fundo, uma sistemática de tributação, destinada a atender a um propósito particular de política econômica, com o fito de evitar a verticalização da cadeia produtiva. Assim leciona Alcides Jorge Costa em O ICM na Constituição e na Lei Complementar (Ed. Resenha Tributária, São Paulo, 1978). Entender que o ICMS, por ser de repercussão jurídica, não significa receita própria, implica conseqüências tão graves no âmbito daquele tributo, que é mesmo incogitável admitir isso para o PIS e a COFINS. Apenas à guisa de ilustração, trago outro exemplo, além da inclusão do ICMS na própria base de cálculo (que teria que ser revista, pois perderia sua razão de ser), que a inadimplência teria reflexos diametralmente opostos no ICMS se ele fosse considerado receita de terceiros. Esses reflexos, que podem ser suscitados como marginais ao PIS e à COFINS, em verdade guardam íntima relação com essas contribuições. Basta ver que, se o contribuinte considera que o ICMS é receita de terceiros, teria que observar todos os reflexos contábeis decorrentes disso – inclusive lançando a parcela de ICMS do seu preço em conta contábil própria, de receita de terceiros. De um modo ou de outro, seja do ponto de vista legal, de finalidade das normas, ou mesmo contábil, as próprias raízes do ICMS impedem que ele seja considerado receita de terceiros. E isso, em sede de PIS e COFINS, não pode ser considerado distinto, sob pena de instabilidade e insegurança jurídica absoluta. Os conceitos devem ser trabalhados de maneira uniforme. Por isso mesmo, no que toca os fundamentos do seu pedido de restituição, nego provimento ao Recurso Voluntário. Da ausência de comprovação da materialidade do crédito Ultrapassada a questão acima, o exame da materialidade do crédito do sujeito passivo também não resiste a uma análise mais acurada. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 19/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Apesar de o despacho decisório afirmar que o crédito argüido pelo sujeito passivo foi integralmente utilizado para pagamento de outros débitos, a Recorrente não demonstrou, por meio de documentos hábeis, que o montante pleiteado referese ao ICMS incluído de modo (a seu ver) indevido na base de cálculo do PIS e da COFINS. Isso se verificou na manifestação de inconformidade e também no presente Recurso Voluntário. Ora, o processo administrativo tributário em si é regido pelo princípio da verdade material, que busca, mais do que qualquer formalismo, a essência do que é levado a revisão administrativa. Assim é que, no que tange ao pedido de restituição, é de responsabilidade do sujeito passivo demonstrar, mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas, a composição e a existência do crédito pleiteado junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas (i) sua legitimidade e (ii) a materialidade do seu crédito, para os fins do art. 165 do CTN. Neste espeque, a Recorrente, mesmo instada a tanto pela DRJ, não acostou aos autos documentação suficiente para comprovação de que efetivamente o crédito pleiteado se refere à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Reiterese aqui, que no rito do processo de análise de pedidos de restituição, o sujeito passivo deve demonstrar a materialidade de seu crédito. Vale repisar que, diferentemente do processo de revisão do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco (demonstrando cabalmente as razões pelas quais o tributo deve ser exigido), no pedido de compensação o contribuinte deve demonstrar as razões pelas quais ele deve ser restituído no montante pleiteado. Assim sendo, não há nos autos fundamentos que legitimem a restituição pleiteada pela Recorrente, de modo que deve ser negado provimento ao presente Recurso Voluntário, não se reconhecendo o crédito requerido. Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 67DF CARF MF Impresso em 19/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/0 9/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001538/2006-63
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2801-000.287
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201403
turma_s : Primeira Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 19515.001538/2006-63
anomes_publicacao_s : 201408
conteudo_id_s : 5369271
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2801-000.287
nome_arquivo_s : Decisao_19515001538200663.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
nome_arquivo_pdf_s : 19515001538200663_5369271.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin - Presidente. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 18 00:00:00 UTC 2014
id : 5567358
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:26:01 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030382723072
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1857; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE01 Fl. 638 1 637 S2TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.001538/200663 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2801000.287 – 1ª Turma Especial Data 18 de março de 2014 Assunto IRPF Recorrente PAULO TÚLIO ALTMAN Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório Tratase de Auto de Infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF por meio da qual se exige crédito tributário no valor de R$ 214.567,93, incluídos multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Decorre o crédito tributário de infração de omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em contas de depósito ou de investimento mantidas em instituições financeiras em relação às quais o sujeito passivo, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos depositados. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 01 53 8/ 20 06 -6 3 Fl. 638DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.001538/200663 Resolução nº 2801000.287 S2TE01 Fl. 639 2 Consta do Termo de Verificação Fiscal, às fls. 410/413 deste processo digital, que: Os rendimentos insertos na Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2004 (R$ 184.992,00) revelam valores incompatíveis com a movimentação financeira obtida por meio das Declarações Trimestrais da CPMF prestadas por instituições financeiras (R$ 2.040.585,60). Dos extratos bancários exibidos pelo contribuinte individualizouse os recursos creditados expurgandose os decorrentes de transferência entre contas do próprio fiscalizado, de resgates de aplicação financeira (já submetido à tributação na fonte), de cheques depositados e devolvidos e de estornos de lançamentos e de outros cuja origem foi considerada comprovada. O resultado desta providência foi levado ao conhecimento do fiscalizado mediante lavratura, em 16/05/2006, do Termo de Intimação, para fins de buscar a comprovação da origem desses recursos. Como resposta, no dia 05/06/2006, o contribuinte apresentou documentação que a Fiscalização entendeu comprovar em parte a origem dos recursos creditados; prestou ainda a seguinte declaração: a) possuía algumas contas em conjunto, indicando a seguir o nome e o número do CPF dos cotitulares, como segue: Bankboston (conta n° 84.327603) André Luis Lopes Bueno CPF n° 130.721.48864 e Rachid Sader Neto CPF n° 112.710.51672; Banco ABN Amaro Real S/A (conta n° 8.0019346) Rachid Sader Neto CPF n° 112.710.51672 e André Luiz Bueno CPF n°130.721.48864; Banco Sudameris Brasil S/A (conta n° 04750) — Maria Cristina Fernandes Salles Altman CPF n°843.350.17804. b) valores indicados nas planilhas anexas são decorrentes de: rendimentos recebidos de pessoa jurídica; lucros e dividendos recebidos; rendimentos de aplicação financeira; contrato de mutuo quitado no próprio exercício; transferências entre contas diversas do mesmo titular; reembolso de Seguro Saúde. Em 14/06/2006 foi lavrado o Termo de Intimação Fiscal para solicitar a escrituração contábil da pessoa jurídica "RTA Rede de Tecnologia Avançada Ltda." correspondente ao "Contrato de Mútuo e Outras Avencas" firmado com o fiscalizado, em 01/01/2003. O Livro Diário, apresentado em 07/07/2006, foi considerado suficiente para demonstrar o mútuo. Fl. 639DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.001538/200663 Resolução nº 2801000.287 S2TE01 Fl. 640 3 O resultado da análise da origem dos créditos encontrase consubstanciado na planilha denominada “Extratos de Créditos Comprovados e N/Comprovados”, às fls. 402/409 deste processo digital. Quanto aos créditos não comprovados, adotouse a presunção legal prevista no artigo 42 da Lei n° 9.430/1996, ou seja, tais créditos foram considerados omissão de rendimentos e submetidos à tributação do Imposto de Renda das Pessoas Físicas nos meses em que foram efetuados, observada a proporcionalidade dos créditos realizados em contas mantidas em conjunto. Os recursos considerados omitidos importaram o montante de R$ 375.607,58. O contribuinte apresentou a impugnação de fls. 425/438 deste processo digital, acompanhada dos documentos de fls. 439/537, na qual contesta parte do lançamento e informa que procedeu ao parcelamento da outra parte da dívida (base de cálculo no valor de R$ 187.417,01). O lançamento foi julgado procedente por intermédio do acórdão de fls. 550/553, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004 EMENTA OMISSÃO Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Cientificado da decisão de primeira instância em 04/05/2009 (fl. 556), o Interessado interpôs, em 02/06/2009, o recurso de fls. 563/584. Na peça recursal aduz, em síntese, que: RAZÕES PARA REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO Não há dúvidas de que os depósitos decorrentes de transferências da outras contas da própria pessoa física não poderiam ter sido levados em consideração pela fiscalização ao determinar o total de rendimentos supostamente omitidos, nos termos do inciso I do parágrafo 3º do artigo 42 da Lei nº 9.430/1996, dispositivo legal que não foi observado em relação a alguns dos lançamentos. O mesmo ocorre em relação às contas conjuntas em que o valor dos depósitos não comprovados deve ser dividido pela quantidade de titulares, conforme prescrito no parágrafo 6° do artigo 42 da Lei n° 9.430/96, o que não foi observado em relação a duas das contas do Recorrente (Unibanco e Bradesco). Fl. 640DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.001538/200663 Resolução nº 2801000.287 S2TE01 Fl. 641 4 Outros valores foram glosados indevidamente, pois tiveram sua origem perfeitamente comprovada ao serem identificados como relativos a contrato de mútuo celebrado ou resgates de aplicação. PRELIMINAR DE NULIDADE DO ACÓRDÃO RECORRIDO CERCEAMENTO DE DEFESA As contas dos bancos Unibanco e Bradesco são conjuntas com André Luis Lopes Bueno e Rachid Sader Neto. Tal fato foi comprovado mediante declarações fornecidas pelas respectivas instituições bancárias. Nesse sentido, os depósitos de origem não comprovada devem ser divididos entre os cotitulares (3 pessoas), não podendo ser considerados como rendimentos omitidos os seguintes valores: * 30/05/2003 depósito Bradesco no valor total de R$ 100.000,00: passível de lançamento 1/3 de R$ 100.000,00 = R$ 33.333,33; * 30/05/2003 deposito Unibanco no valor total de R$ 100.000,00: passível de lançamento 1/3 de R$ 1000.000,00 = R$ 33.333,33. Não há qualquer indicio aparente de inidoneidade nas declarações apresentadas, sendo certo que a mera ausência da informação, nos respectivos extratos bancários, de que se trataria de contas conjuntas, não basta para que se possa impugnar a autenticidade da documentação acostada pelo Recorrente, ao contrario do que decidiu o acórdão recorrido sob pena de se cometer flagrante cerceamento de defesa. Se a Autoridade julgadora de primeira instância teve dúvidas quanto à autenticidade da documentação, não só poderia como deveria ter requerido inclusive de oficio que o julgamento fosse convertido em diligência, a fim de se averiguar a veracidade das declarações prestadas pelos Bancos Unibanco e Bradesco, em observância ao Principio da Verdade Material. Portanto, é flagrante a nulidade do acórdão recorrido, por cerceamento de defesa, devendo os autos ser remetidos à instância originaria para novo julgamento, o qual deve levar em conta a documentação acostada pelo Recorrente. MÉRITO DEPÓSITOS RELATIVOS ÀS TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS DE TITULARIDADE DO PRÓPRIO RECORRENTE A Fiscalização glosou os seguintes depósitos cuja origem é justamente a transferência entre contas bancárias do próprio Recorrente: 31/07/2003 depósito Sudameris no valor total de R$ 10.630,38: R$ 3.863,04 Transferência de saldo do Banco de Boston (doc. 07, anexo à impugnação. R$ 5.825,72 Transferência de saldo do Banco Bradesco (doc. 08, anexo à impugnação); Fl. 641DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.001538/200663 Resolução nº 2801000.287 S2TE01 Fl. 642 5 Valor completo com a soma de R$ 941,27 Contrato de mútuo. 30/09/2003 depósito Sudameris no valor total de R$ 12.866,18: R$ 3.891,92 Transferência de saldo do Banco Real (doc. 09, anexo à impugnação); R$ 3.032,64 Transferência de saldo do Banco Real (doc. 10, anexo à impugnação); Valor completo com a soma de R$ 941,27 Contrato de mútuo. A somatória dos depósitos acima identificados, efetuados na conta do Recorrente junto ao Banco Sudameris totaliza, respectivamente, R$ 10.630,38 e R$ 12.886,18 – valores considerados como de origem não comprovada, conforme se verifica do demonstrativo de fls. 393. É bem verdade que as datas do efetivo pagamento dos depósitos na conta bancária do Recorrente junto ao Banco Sudameris constam, do referido demonstrativo de fls. 393, corno sendo 31.08.2003 e 30.10.2003, respectivamente, ao passo que as transferências foram creditadas em 31.07.2003 e 30.09.2003. Todavia, tal aparente divergência de datas não basta para afastar a comprovação da origem dos depósitos, uma vez que, muito embora os valores tenham sido creditados em 31.07.2003 e 30.09.2003, seu efetivo pagamento, na conta do Recorrente junto ao Banco Sudameris, ocorreu apenas em 31.08.2003 e 30.10.2003. Portanto, uma vez comprovada a origem dos depósitos realizados na conta do Recorrente junto ao Banco Sudameris em 31.08.2003 e 31.10.2003, nos valores de R$ 10.630,38 e R$ 12.886,18, as quantias em referência não podem compor a base de cálculo do imposto lançado. RESGATES DE APLICAÇÃO Os valores relativos a resgates de aplicação não podem ser tributados pelo Imposto de Renda, já que os mesmos foram tributados oportunamente na fonte, motivo pelo qual, nos termos do artigo 76 da Lei nº 8.981/1995, o referido tributo é definitivo. Não poderiam ser glosados os depósitos (Banco Sudameris) a seguir discriminados, já que relativos a resgates de aplicação de contas de investimento no próprio Banco, com tributação exclusiva na fonte: * 12/05/2003 – depósito no valor total de R$ 10.000,00; * 02/06/2003 – depósito no valor total de R$ 9.654,06; * 04/07/2003 – depósito no valor total de R$ 10.000,00; * 21/11/2003 – depósito no valor total de R$ 15.000,00. O informe de rendimentos de 2003 expedido pelo Banco Sudameris (doc.13 anexo à impugnação) não deixa dúvidas quanto ao referido fato, já que demonstra que o Fl. 642DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.001538/200663 Resolução nº 2801000.287 S2TE01 Fl. 643 6 Recorrente possuía aplicações no valor de R$ 360.000,00 e rendimentos líquidos dessas aplicações o total de R$ 87.434,51, o que resultou no valor total de RS 447.434,51 resgatados durante o ano de 2003. Todavia, a Fiscalização apenas considerou como tal e assim expurgou do lançamento o valor de R$ 385.661,89, ignorando os resgates acima. CONTRATO DE MÚTUO FIRMADO PELO RECORRENTE Devem ser excluídos da base de cálculo os valores a seguir discriminados, objeto de mútuo: * 31/07/2003 depósito Sudameris no valor total de R$ 10.630,38; * 30/09/2003 depósito Sudameris no valor total de R$ 12.866,18; * 31/10/2003 depósito Sudameris no valor total de R$ 10.909,85; * 25/08/2003 depósito Boston no valor total de R$ 15.000,00; * 01/09/2003 deposito Boston no valor total de R$ 374,00; * 26/08/2003 deposito Unibanco no valor total de R$ 10.000,00 * 28/11/2003 deposito Unibanco no valor total de R$ 202,33: Comprovado se tratar de mútuo celebrado e quitado no mesmo ano, os referidos valores não podem compor a base de cálculo do imposto lançado. RECOMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO Anexa planilha idêntica ao resumo da base de cálculo constante no Auto de Infração (doc. 05, anexo à impugnação), porém informando de forma consolidada, mês a mês, por conta bancária, os valores que devem ser excluídos do lançamento. Anexa à impugnação (doc. 24), de forma individualizada mês a mês e por conta bancária, todos os lançamentos que compõem o presente Auto de Infração, devidamente excluídos e justificados os depósitos que não podem ser considerados rendimentos omitidos. PEDIDO Pugna, ao final: (i) pelo acolhimento da preliminar de cerceamento de defesa, a fim de reconhecer a nulidade do acórdão recorrido, devendo os autos ser remetidos à instância originária para novo julgamento, a fim de que sejam devidamente analisadas as provas acostadas pelo Recorrente, com vistas à demonstração de que as contas mantidas junto aos Bancos Unibanco e Bradesco são de titularidade conjunta, devendo ser aplicada a regra contida no § 6° do artigo 42 da Lei n° 9.430/1996 para fins de determinação dos rendimentos supostamente omitidos; (ii) caso assim não se entenda requer seja dado provimento ao presente Recurso Voluntário, reformando integralmente o acórdão recorrido, para o efeito de julgar improcedente o auto de infração, afastando o crédito tributário indevidamente lançado sobre Fl. 643DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.001538/200663 Resolução nº 2801000.287 S2TE01 Fl. 644 7 depósitos bancários com origem comprovada, inclusive no tocante a multa de 75% infligida ao Recorrente. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator PEDIDOS DE PARCELAMENTO Às fls. 535/537 foram acostados documentos relativos a pedido de parcelamento de parte do crédito tributário constituído (R$ 49.698,15) e à fl. 543 foi anexado despacho da DERAT SP informando que a parte não impugnada foi transferida para o Processo nº 16151.000564/200652. Às fls. 611/620 deste processo digital foram juntados formulários de pedido de parcelamento e petição do Interessado informando que deseja manter em discussão apenas os valores encontrados nas contas de sua titularidade no mês de maio/2003, no montante de R$ 138.333,32. A partir dos dados de tabelas constantes da petição o Recorrente apresenta cálculos e chega à seguinte conclusão: Valor a ser mantido em discussão (maio/2003): R$ 138.333,32 Valor declarado DIRPF: R$ 11.765,00 TOTAL: R$ 150.038,92 IRPF (alíquota progressiva 27,50%): R$ 36.200,14 Multa de Oficio (75%): R$ 27.150,10 Juros (SELIC acumulada maio/04): R$ 27.121,14 TOTAL A SER MANTIDO EM DISCUSSÃO: R$ 90.471,38 Valor a ser parcelado (Jun/nov/2003): R$ 49.857,24 (R$ 188.190,56 – R$ 138.333,32) Valor declarado – DIRPF: R$ 11.765,00 TOTAL: R$ 61.622,24 IRPF (alíquota progressiva 27,50%): R$ 11.869,22 Multa de Oficio (75%): R$ 8.901,91 Juros (SELIC acumulada maio/04): R$ 8.892,42 TOTAL A SER PARCELADO: R$ 29.663,54 Fl. 644DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.001538/200663 Resolução nº 2801000.287 S2TE01 Fl. 645 8 À fl. 624 consta despacho da DERAT SP, ao qual foi anexada a planilha de fl. 623 deste processo digital, com o seguinte teor: Tratase o presente processo de auto de infração para exigência de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), anocalendário 2003, tendo em vista a apuração de infração descrita como omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. Em 25/02/2010, o contribuinte protocolou petição requerendo desistência parcial do recurso voluntário interposto conforme fls. 592 a 607 para aproveitar as condições de que trata a Lei 11.941/09. De acordo com a planilha apresentada, fl. 592, o contribuinte deseja incluir no parcelamento, nos termos da Lei 11.941/09, os débitos referentes aos PA 06/2003 a 11/2003, permanecendo o PA 05/2003 objeto de discussão no presente processo. Entretanto, cabe esclarecer que, após citar os correspondentes débitos que deseja incluir no parcelamento, verificouse que o interessado, equivocadamente, calculou de forma errada os valores a serem mantidos no processo e os valores objetos do parcelamento. Desta forma, a fim de sanar qualquer inexatidão material, elaborouse urna planilha de fl. 609, a qual demonstra que o valor correto do principal a ser mantido em discussão em 2ª instancia é R$ 38.041,67, e não R$ 36.200,14 conforme cita o contribuinte na fl. 601. Diante do exposto, proponho que se de ciência deste despacho ao contribuinte. O valor do principal não recorrido (BC: 49.857,24 x 27,5% = R$ 13.710,74) foi transferido para o Processo nº 16151.001051/201045 (Termo de Transferência de Crédito Tributário à fl. 625 deste processo digital). O Recorrente foi intimado do despacho da DERAT SP em 22/06/2010 (fl. 628). Não consta dos autos, após a referida data, qualquer manifestação do Interessado. Significa dizer que houve, a meu ver, concordância tácita com os cálculos efetuados pela DERAT. E não poderia ser diferente, haja vista que o contribuinte deseja manter em discussão apenas os valores encontrados nas contas de sua titularidade no mês de maio/2003, no montante de R$ 138.333,32 (Petições de fls. 611/616 e 630/635). Aplicandose a alíquota de 27,5% sobre este valor, chegase ao valor do principal de R$ 38.041,67, que é o valor apontado pela DERAT SP. Nesse contexto, não conheço do recurso em relação aos valores transferidos para os Processos 16151.000564/200652 e 16151.001051/201045. No entanto, conheço do recurso no que se refere aos valores depositados em contas de titularidade do Interessado no mês de maio/2003, no montante de R$ 138.333,32 (R$ 5.000,00 Banco Sudameris + R$ 66.666,66 Banco Bradesco + R$ 66.666,66 Banco Unibanco), porquanto, nessa parte, presentes estão os requisitos de admissibilidade. MATÉRIA EM LITÍGIO Os valores questionados estão relacionados a três depósitos: Fl. 645DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.001538/200663 Resolução nº 2801000.287 S2TE01 Fl. 646 9 a) Valor de R$ 10.000,00: decorre de depósito efetuado na conta de Paulo Túlio Altman e/ou Maria Cristina Fernandes, Banco Sudameris, no dia 12 do mês de maio de 2003 (extrato à fl. 187 deste processo digital); b) Valor de R$ 100.000,00: decorre de depósito efetuado na conta de Paulo Túlio Altman, no Banco Bradesco, agência 28320, conta corrente nº 9.2169, no dia 30 do mês de maio de 2003 (extrato à fl. 122 deste processo digital); c) Valor de R$ 100.000,00: decorre de depósito efetuado na conta de Paulo Túlio Altman, no Banco Unibanco, agência 7186, conta corrente nº 100.2955, no dia 30 do mês de maio de 2003 (extrato à fl. 49 deste processo digital); No curso do procedimento fiscal, por duas vezes (fls. 298/300 e 304/305), o Recorrente se manifestou expressamente no sentido de que apenas as contas do Bankboston Banco Múltimplo S/A, Banco ABN Amaro Real S/A e Banco Sudameris Brasil S/A eram conjuntas. Após a lavratura do Auto de Infração, já em sede de impugnação, o Interessado colacionou aos autos as declarações de fls. 487 e 488, com os seguintes teores: Banco Bradesco (fl. 487): São Paulo, 18 de Setembro de 2006. Banco Bradesco S/A informa para os devidos fins e direitos, para quem possa interessar que a conta corrente n. 92169 da agência 28320 possui três titulares, desde o dia 26/05/2003, os quais estão discriminados abaixo, a saber: Sr. Paulo Túlio Altmam CPF 688.962.71800; Sr. André Luis Lopes Bueno CPF 130.721.48864; e Sr. Rachid Sader Neto CPF 112.710.51672. Sem mais. Banco Unibanco (fl. 488) Declaramos para devidos fins que a Conta Corrente de número 1002955 da Ag 7186 Praça da Arvore, tratase de conta conjunta representada pelos três titulares abaixo descritos desde a sua abertura em 30/05/2003. Paulo Tulio Altman CPF: 688.962.71800 Rachid Sader Neto CPF: 112.710.51672 André Luis Lopes Bueno CPF: 130.721.48864 Sem mais, A decisão de piso (fls. 550/553) refutou tais declarações sob os seguintes argumentos: Fl. 646DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.001538/200663 Resolução nº 2801000.287 S2TE01 Fl. 647 10 Quanto à afirmação de que a Fiscalização não levou em consideração os casos de depósitos realizados nos Bancos Unibanco e Bradesco, o fato de que tais contas seriam conjuntas, há de se observar que o contribuinte, durante a fiscalização, por duas vezes, (fls. ...) informa que algumas de suas contas correntes seriam conjuntas, listando os bancos: Banco Boston, Real e Sudameris. Ou seja, excluiu as contas dos Bancos Unibanco e Bradesco. Adicionese que no corpo dos extratos dos bancos Boston, Real e Sudameris observase que tratamse de contas conjuntas (fls. ...). O mesmo não se pode dizer dos extratos das contas correntes nos bancos Unibanco e Bradesco (fls. ...). Compulsando os extratos dos bancos Unibanco (fls. 49/59) e Bradesco (fls. 122/126) verificase, de fato, que não há qualquer evidência que demonstre tratarse de contas conjuntas. Assim, penso que a melhor solução para o caso seria a intimação dos referidos bancos para ratificação das informações constantes das declarações de fls. 487/488. Ocorre que no ano de 2008 o Unibanco e o Itaú formaram o Itaú Unibanco Banco Múltiplo, ocorrendo a migração de todas as agências do Unibanco para a plataforma Itaú, o que torna mais dificultosa a confirmação das informações junto ao antigo Banco Unibanco, inclusive podendo comprometer a celeridade processual. A manifestação do Banco Bradesco, no entanto, é suficiente à formação da livre convicção deste julgador. Nesse cenário, sou pela conversão do presente julgamento em diligência a fim de que a Delegacia que jurisdiciona o domicilio fiscal do Recorrente intime o Banco Bradesco, Agência 28320 (Centro Empresarial do Aço), localizada à Avenida do Café 277, Bairro Vila Guarani, CEP 04311000, São Paulo – SP, a confirmar a veracidade das informações constantes da declaração de fl. 487 deste processo digital (cópia da referida declaração deverá ser anexada à intimação). Após as providências mencionadas, o contribuinte deve ser intimado para, caso queira, apresentar novas alegações circunscritas aos fatos objeto da presente Resolução. De seguida, os autos deverão retornar a este Conselho para a conclusão do julgamento. Observo, por fim, que não se está, aqui, a questionar a autenticidade das declarações, mas tão somente atendendo a uma solicitação do próprio Interessado no sentido de se prestigiar o Princípio da Verdade Material. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 647DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/03/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/03/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 10680.725041/2010-34
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 01/06/2006 a 31/08/2006
DEPÓSITO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. JUROS E MULTA DE MORA. INEXIGIBILIDADE
A ocorrência do depósito do montante integral do débito em dinheiro importa na suspensão da exigibilidade do crédito tributário correspondente, sendo incabível a exigência de multa de mora, exclusivamente, no caso de o depósito ter sido efetuado antes do decurso do prazo regular para o pagamento do tributo lançado, assim como os juros moratórios desde a data da efetivação do depósito.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2302-003.249
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir do lançamento a parcela referente à multa de mora, exclusivamente no caso de o depósito ter sido efetuado antes do decurso do prazo regular para o pagamento, assim como os juros de mora desde a data da efetivação do depósito.
(assinado digitalmente)
LIEGE LACROIX THOMASI Presidente
(assinado digitalmente)
ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente Substituta de Turma), Maria Anselma Coscrato dos Santos, Arlindo da Costa e Silva, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201407
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/06/2006 a 31/08/2006 DEPÓSITO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. JUROS E MULTA DE MORA. INEXIGIBILIDADE A ocorrência do depósito do montante integral do débito em dinheiro importa na suspensão da exigibilidade do crédito tributário correspondente, sendo incabível a exigência de multa de mora, exclusivamente, no caso de o depósito ter sido efetuado antes do decurso do prazo regular para o pagamento do tributo lançado, assim como os juros moratórios desde a data da efetivação do depósito. Recurso Voluntário Provido em Parte
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10680.725041/2010-34
anomes_publicacao_s : 201408
conteudo_id_s : 5372384
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2302-003.249
nome_arquivo_s : Decisao_10680725041201034.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
nome_arquivo_pdf_s : 10680725041201034_5372384.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir do lançamento a parcela referente à multa de mora, exclusivamente no caso de o depósito ter sido efetuado antes do decurso do prazo regular para o pagamento, assim como os juros de mora desde a data da efetivação do depósito. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente Substituta de Turma), Maria Anselma Coscrato dos Santos, Arlindo da Costa e Silva, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi.
dt_sessao_tdt : Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
id : 5588591
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:26:40 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030393208832
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1932; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T2 Fl. 398 1 397 S2C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.725041/201034 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2302003.249 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 17 de julho de 2014 Matéria Terceiros Recorrente CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S/A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/06/2006 a 31/08/2006 DEPÓSITO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. JUROS E MULTA DE MORA. INEXIGIBILIDADE A ocorrência do depósito do montante integral do débito em dinheiro importa na suspensão da exigibilidade do crédito tributário correspondente, sendo incabível a exigência de multa de mora, exclusivamente, no caso de o depósito ter sido efetuado antes do decurso do prazo regular para o pagamento do tributo lançado, assim como os juros moratórios desde a data da efetivação do depósito. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir do lançamento a parcela referente à multa de mora, exclusivamente no caso de o depósito ter sido efetuado antes do decurso do prazo regular para o pagamento, assim como os juros de mora desde a data da efetivação do depósito. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI – Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 50 41 /2 01 0- 34 Fl. 398DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente Substituta de Turma), Maria Anselma Coscrato dos Santos, Arlindo da Costa e Silva, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10680.725041/201034 Acórdão n.º 2302003.249 S2C3T2 Fl. 399 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação da recorrente, mantendo o crédito tributário lançado. Adotamos trecho relatório do acórdão do órgão a quo (fls. 356 e seguintes), que bem resume o quanto consta dos autos: Tratase de Auto de Infração AI lavrado contra a empresa em epígrafe, no valor de R$ 2.397.923,70, no período de 06/06 a 08/06, consolidado em 16/12/2010, referente a contribuição social destinada a outras entidades e fundos – salário educação, Incra e Sebrae, incidente sobre valores pagos a segurados empregados (anuênio indenizado), depositados em juízo, conforme Relatório Fiscal de fls. 13/17. Consta do Relatório Fiscal que os fatos geradores das contribuições lançadas no presente auto de infração – AI são os depósitos judiciais efetuados pela empresa no processo nº 2006.38.00.0218396 da 20ª Vara da Justiça Federal de Minas Gerais, e que o lançamento tem por objetivo prevenir a decadência. Foi verificada a formação de Grupo Econômico com as empresas CEMIG Distribuição S/A (CNPJ 06.981.180/000116) e Companhia Energética de Minas Gerais –CEMIG (CNPJ 17.155.730/000164). Termos de Sujeição Passiva Solidária às fls. 98/100 e 101/103, com ciência em 21/12/10. O contribuinte e os responsáveis solidários foram cientificados do presente processo em 21/12/10, conforme assinatura à fl. 2 e Termos de Sujeição Passiva Solidária. As três empresas apresentaram impugnação única de fls. 242/251, que contém, em síntese: Diz que os valores lançados estão integralmente depositados judicialmente, razão pela qual incabível se faz o lançamento de juros e multa. Cita jurisprudência. Entende não haver responsabilidade solidária, pois o fato das empresas integrarem grupo econômico não faz com que as mesmas sejam solidariamente responsáveis. Cita o CTN, art. 124, I e jurisprudência. Pede: a) para ser julgado improcedente a exigência de juros e multa; b) para ser afastada a sujeição passiva solidária; e c) que as intimações sejam realizadas em nome do procurador Tiago de Oliveira Brasileiro, OAB/MG 85.170, com endereço na Rua Conde de Linhares, 278, Bairro Cidade Jardim, CEP 30.380 030, Belo Horizonte, MG. Fl. 400DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 4 (...) (destaques nossos) Como afirmado, a impugnação apresentada pela recorrente foi julgada improcedente, tendo a recorrente apresentado, tempestivamente, o recurso de fls. 370 a 377, reiterado às fls. 378/386 em razão da duplicidade de intimações recebidas para cientificação do acórdão, nos quais alega, em apertada síntese: * desnecessidade de lançamento para prevenir a decadência em casos de depósito judicial da integralidade do crédito tributário, posto que o depósito integral equivaleria ao próprio lançamento para fins tributários; * inexistência de mora a justificar a incidência / lançamento de juros e multa. É o relatório. Fl. 401DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10680.725041/201034 Acórdão n.º 2302003.249 S2C3T2 Fl. 400 5 Voto Conselheiro Relator André Luís Mársico Lombardi Lançamento. Juros e multa. Prévio depósito judicial do montante integral. Estabelece o § 2º do art. 63 da Lei n° 9.430/96 que, em caso de medida judicial favorecida com medida liminar, a multa de mora não deve incidir até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. É verdade que o aludido preceito não autoriza o afastamento dos juros de mora em situações similares, mas havendo o depósito do montante integral do crédito tributário, não teremos mora por parte do contribuinte, o que retira o fundamento fático da fluência dos juros. Tal entendimento é ratificado por abalizada doutrina: Feito o depósito judicial e integral da quantia litiganda, ficam excluídas as multas e os juros, (...) a mora, por outro lado, não prospera porque o depósito integral do crédito elide a aplicação dos juros pela demora de pagar, bem como das penalidades dirigidas a sancionar o inadimplemento da obrigação tributária na data fixada em lei. (COELHO. Sacha Calmon Navarro. Manual de Direito Tributário. 2ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2002, pág.446) Outra não foi a compreensão da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e do Superior Tribunal de Justiça(STJ): NORMAS PROCESSUAIS. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO.DEPÓSITOS JUDICIAIS INTEGRAIS. MULTA DE OFÍCIO E JUROS DE MORA. É obrigatória a constituição do crédito tributário nos casos de medida judicial, com depósito do montante integral do tributo, para prevenir a decadência, não havendo que se falar em aplicação da multa de ofício e juros de mora em relação a esses créditos, convertidos ou não em renda, desde que integralmente depositados em Juízo. Recurso especial provido. (CARF. Processo n° 13527.000056/200247. Acórdão CSRF/02 02.172. Relator Conselheiro Antonio Carlos Atulim. Data da Sessão: 23/01/2006) Fl. 402DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 6 PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. GARANTIA DO JUÍZO. VALOR DEPOSITADO. LEVANTAMENTO. ACRÉSCIMO DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. PARTE DEVEDORA. JUROS MORATÓRIOS INDEVIDOS. 1. O depósito integral para garantia do juízo, com vista à interposição de embargos à execução, afasta a incidência de juros moratórios a partir da efetivação do depósito. 2. Não seria razoável exigirse da recorrente os juros moratórios depois de efetivado o depósito judicial, sob pena de incorrerse em bis in idem, eis que os valores levantados pelo autor, vencedor da lide, estarão acrescidos de juros e correção monetária pagos pela instituição bancária em que se efetivar o depósito. Precedentes. 3. Recurso especial provido. (REsp 1107447/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/04/2009, DJe 04/05/2009) A questão também pode ser enfrentada sob a ótica da Súmula CARF n° 5: Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Nesse contexto, encontrandose a exigibilidade do crédito tributário suspensa em razão da efetivação do depósito do montante integral, incabível a aplicação de penalidade moratória se o depósito em apreço houvese por realizado antes do vencimento do prazo para o recolhimento, tampouco a incidência de juros de mora a partir da data da efetivação do depósito judicial. Assim, se realizado o depósito antes do decurso do prazo para o recolhimento, indevidos os juros e a multa de mora correspondentes. Caso contrário, se efetuado o depósito do montante integral após o integral escoamento do prazo assinalado para o recolhimento, devida será a multa moratória, nos termos da legislação vigente à data da ocorrência dos fatos geradores, assim como os juros de mora desde a data do vencimento até a do efetivo depósito. Quanto à desnecessidade de lançamento para prevenir decadência, em que pese a força da jurisprudência apresentada pelo recorrente, que indica uma possível pacificação da questão, ainda é matéria controvertida, de sorte que a atitude precavida da Administração Pública de proceder ao lançamento tributário mesmo na hipótese de depósito do montante integral ainda se justifica, não havendo que se falar em ausência de supedâneo legal diante da literalidade do art. 142 e 149 do CTN. Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, DARLHE PARCIAL PROVIMENTO, para excluir do lançamento a parcela referente à multa Fl. 403DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10680.725041/201034 Acórdão n.º 2302003.249 S2C3T2 Fl. 401 7 de mora, exclusivamente no caso de o depósito ter sido efetuado antes do decurso do prazo regular para o pagamento, assim como os juros de mora desde a data da efetivação do depósito. (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Fl. 404DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI
score : 1.0
Numero do processo: 10865.900363/2009-77
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2006
RECURSO VOLUNTÁRIO. DESISTÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO.
No caso de desistência manifestada em petição nos autos do processo, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso, nos termos do que dispõe o artigo 78 do Regimento Interno do CARF.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3801-004.052
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário nos termos do relatório e voto.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201407
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2006 RECURSO VOLUNTÁRIO. DESISTÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO. No caso de desistência manifestada em petição nos autos do processo, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso, nos termos do que dispõe o artigo 78 do Regimento Interno do CARF. Recurso Voluntário Não Conhecido.
turma_s : Primeira Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10865.900363/2009-77
anomes_publicacao_s : 201408
conteudo_id_s : 5372220
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3801-004.052
nome_arquivo_s : Decisao_10865900363200977.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10865900363200977_5372220.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário nos termos do relatório e voto. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
dt_sessao_tdt : Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
id : 5586673
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:26:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030398451712
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1731; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 7 1 6 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10865.900363/200977 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3801004.052 – 1ª Turma Especial Sessão de 24 de julho de 2014 Matéria NORMAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Recorrente B J AUTO PECAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006 RECURSO VOLUNTÁRIO. DESISTÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO. No caso de desistência manifestada em petição nos autos do processo, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso, nos termos do que dispõe o artigo 78 do Regimento Interno do CARF. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário nos termos do relatório e voto. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 03 63 /2 00 9- 77 Fl. 97DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 27/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10865.900363/200977 Acórdão n.º 3801004.052 S3TE01 Fl. 8 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o acórdão, julgado pela 4ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Florianópolis (DRJ/FNS), em que foi julgada improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte, sendo indeferida a restituição pleiteada. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: “Trata o presente processo de Declaração de Compensação (DCOMP) eletrônica, transmitida, por meio da qual a contribuinte solicita a compensação de débito com crédito decorrente de valor que teria sido indevidamente recolhido a título de contribuição para O Programa de Integração Social (PIS). Na apreciação do pleito, manifestouse a D elegacia da Receita Federal do Brasil em LimeiraSP pela homologação da compensação declarada, mediante Despacho decisório, fazendo o com base na contestação da inexistência do crédito informado, uma vez que o Darf, descriminado na Dcomp, não foi localizado no sistema. Inconformada com a nãohomologação da compensação, contribuinte apresenta manifestação de inconformidade, na qual alega que o Darf não foi localizado porque, à época, o programa gerador da Dcomp não possibilitava informar a real data da arrecadação. Esclarece que a data da arrecadação é a data do vencimento informada, a qual poderá ser consultada nos sistemas da Receita Federal, confirmando o crédito pretendido. Informa que junta aos autos a cópia do Darf informado na Dcomp, para análise. A contribuinte passa, então, a apresentar os fundamentos legais e tecer considerações sobre o prazo para pleitear restituição. Defende a interessada que tratandose de contribuição sujeita a lançamento por homologação, o prazo decadencial só começa a fluir após decorridos 5 (cinco) anos da data do fato gerador, somados mais 5(cinco) anos se a homologação se der de forma não expressa. Assim, argumenta, dispõe de 10ª nos para pleitear a restituição, sem prejuízo dos acréscimos e demais cominações. A DRJ de Florianópolis (SC) decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade, cuja ementa do acórdão está assim redigida: Fl. 98DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 27/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10865.900363/200977 Acórdão n.º 3801004.052 S3TE01 Fl. 9 3 ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO DECADÊNCIAL O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo decadencial de cinco anos, contados da data do pagamento indevido. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DARF NÃO LOCALIZADO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Não tendo sido localizado o Darf com as características indicadas pelo contribuinte como origem do crédito, ratificase o despacho decisório que não homologou a compensação. Inconformada com a improcedência da impugnação, a contribuinte interpôs, recurso a qual denominou de Recurso Voluntário, onde em suas razões, requer seja concedido o pedido de restituição. Contudo, a contribuinte vem aos autos, consoante requerimento, juntando ainda documentos comprobatórios de capacidade postulatória, requerer o cancelamento do processo. É o sucinto relatório. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 27/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10865.900363/200977 Acórdão n.º 3801004.052 S3TE01 Fl. 10 4 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. Muito embora o Recurso Voluntário apresentado tenha sido tempestivo, não deve ser conhecido em decorrência do pedido de desistência apresentado posteriormente pela Recorrente. Como relatado, a Recorrente apresentou requerimento de cancelamento do pedido de compensação. Foi encaminhado a este relator o presente processo com o seguinte Despacho de Encaminhamento: DESPACHO DE ENCAMINHAMENTO Considerando que o contribuinte apresentou requerimento de desistência da compensação, que o mesmo apresentou Recurso Voluntário referente ao crédito objeto de Restituição e que não houve o cumprimento da Intimação para comprovação da representatividade do signatário do Recurso Voluntário, encaminho o processo ao CARF/MF/DF para julgamento O pedido foi formulado pelo sócioadministrador da empresa, consoante pode ser verificado no art. 8º do contrato social da empresa. Deste modo, entendo que o requerimento de cancelamento do pedido formulado pela contribuinte configurase claramente como desistência do pedido a qual ele se funda. Logo, compreendo que ocorreu desistência, de forma irrevogável, do recurso voluntário ora em julgamento. Assim, entendo que no caso de desistência manifestada através de petição nos autos do processo, resta configurada a renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso, nos termos do que dispõe o artigo 78 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF (Portaria MF nº 256, de 2009) em seu Anexo II, in verbis: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso §1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. §2° O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fl. 100DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 27/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10865.900363/200977 Acórdão n.º 3801004.052 S3TE01 Fl. 11 5 Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. §3º No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente, descabendo recurso da Procuradoria da Fazenda Nacional por falta de interesse. Desse modo, estão configurados todos os requisitos do não conhecimento do Recurso, quais sejam: apresentação de pedido expresso por escrito, sob a forma de petição, em qualquer tempo por representante legítimo do contribuinte. Logo, operamse de imediato e irrevogavelmente todos os efeitos do pedido de desistência: renúncia à pretensão do direito e não conhecimento do recurso. Ante ao exposto, em observância ao disposto no art. 78 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/7/2009, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso voluntário interposto pelo Contribuinte. É assim que voto. Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator Relator Fl. 101DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 27/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 11060.003549/2010-48
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/05/2007
AUTO DE INFRAÇÃO. DEPÓSITO JUDICIAL. LANÇAMENTO. POSSIBILIDADE. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE.
O depósito judicial não impede a constituição do crédito tributário pelo lançamento. Contudo, sua exigibilidade fica suspensa, nos termos do art. 151, II do Código Tributário Nacional.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-004.089
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Julio César Vieira Gomes - Presidente
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes,Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo, Luciana de Souza Espíndola Reis e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201405
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/05/2007 AUTO DE INFRAÇÃO. DEPÓSITO JUDICIAL. LANÇAMENTO. POSSIBILIDADE. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. O depósito judicial não impede a constituição do crédito tributário pelo lançamento. Contudo, sua exigibilidade fica suspensa, nos termos do art. 151, II do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Sep 02 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 11060.003549/2010-48
anomes_publicacao_s : 201409
conteudo_id_s : 5373887
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Sep 02 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2402-004.089
nome_arquivo_s : Decisao_11060003549201048.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
nome_arquivo_pdf_s : 11060003549201048_5373887.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Julio César Vieira Gomes - Presidente Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes,Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo, Luciana de Souza Espíndola Reis e Lourenço Ferreira do Prado.
dt_sessao_tdt : Tue May 13 00:00:00 UTC 2014
id : 5596153
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:27:07 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030400548864
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1704; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11060.003549/201048 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402004.089 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 13 de maio de 2014 Matéria Contribuições Previdenciárias Recorrente COOPERATIVA REGIONAL TRITÍCOLA SANTIAGUENSE LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/05/2007 AUTO DE INFRAÇÃO. DEPÓSITO JUDICIAL. LANÇAMENTO. POSSIBILIDADE. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. O depósito judicial não impede a constituição do crédito tributário pelo lançamento. Contudo, sua exigibilidade fica suspensa, nos termos do art. 151, II do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Julio César Vieira Gomes Presidente Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes,Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo, Luciana de Souza Espíndola Reis e Lourenço Ferreira do Prado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 0. 00 35 49 /2 01 0- 48 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 02/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES 2 Relatório Tratase de auto de infração constituído em 24/11/2010 (fl. 2) para o lançamento da contribuição de 0,2% devida ao SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural adquirida pelo Recorrente de produtores rurais pessoas físicas a ela associados e de terceiros. A Recorrente interpôs impugnação (fls. 2124) requerendo a total improcedência do lançamento. A d. Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto AlegreRS, ao analisar o presente caso (fls. 6062), julgou o lançamento procedente, entendendo que a realização do depósito judicial do valor discutido não impede a Fazenda Pública de proceder ao lançamento. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 6874) argumentando que o crédito tributário permanece com a exigibilidade suspensa em decorrência do depósito judicial, realizado nos autos da Ação Judicial nº 2000.71.02.0034184, posteriormente transferido para os autos da Ação Judicial nº 2008.71.00.0298211 por intermédio do Agravo de Instrumento nº 2009.04.00.0424988/RS, que os depósitos constituíram o crédito tributário, e que, por este motivo, faltaria motivo para a autuação em questão. É o relatório. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 02/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES Processo nº 11060.003549/201048 Acórdão n.º 2402004.089 S2C4T2 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Primeiramente, cabe mencionar que o presente recurso é tempestivo e preenche a todos os requisitos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. A Recorrente pretende seja reconhecida a improcedência da presente autuação, sob o argumento de que os valores discutidos neste processo encontramse depositados nos autos da Ação Judicial nº 2008.71.00.0298211, em trâmite perante a 2ª Vara Federal Tributária de Porto Alegre, e que, portanto, suspensa estaria a exigibilidade de tais valores, os quais já teriam sido constituídos através do depósito, faltando justa causa para a autuação.Entendo que não assiste razão à Recorrente. Como é cediço, o depósito judicial é direito subjetivo do contribuinte. Ao discutir em juízo se o tributo é, ao caso, devido ou não, este pode realizar o depósito do montante exigido em instituição financeira, que fará a guarda do numerário até o trânsito em julgado do processo. Assim, o principal efeito decorrente do depósito do valor debatido é a suspensão da exigibilidade do tributo até o término do processo judicial. Tal consequência é estabelecida pelo art. 151, II, do Código Tributário Nacional, verbis: “Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: [...] II o depósito do seu montante integral;” No presente caso, o próprio Relatório de Débitos do PAF (fls. 1516) faz menção à suspensão da exigibilidade do crédito tributário: “3. Os valores ora lançados referemse aos valores discutidos judicialmente, conforme processo 2000.710200.34184, fls 47 a 95 do Processo 11060.003546/201012 e posteriormente pelo processo 2008.71.00.0298211, fls 96 150 do Processo 11060.003546/201012 e depositados nos termos do art. 151, inciso II (Lei 5.172/66), razão pela qual o presente auto de lançamento deverá ficar sobrestado, no que se refere à exigibilidade, até o trânsito em julgado do processo judicial acima mencionado”. (Grifos nossos) No entanto, muito embora se reconheça a existência do depósito dos valores, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não impede que a Fazenda Pública efetue ou mantenha o seu lançamento. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 02/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES 4 Tal prática tem como intuito evitar a decadência do crédito diante de eventual decisão favorável à Fazenda Pública, o que faria restar extinto o crédito a que faria jus. Salientese que o lançamento do crédito tributário não importa em revogar ou prejudicar a suspensão de sua exigibilidade, conferida pelo depósito judicial, vez que o lançamento apenas atesta a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, atividade privativa da administração, não podendo ser substituída pelo depósito judicial dos valores, nos termos do caput e parágrafo único do art. 142 do CTN: “Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.” Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.” Diante do exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, determinando, contudo, que seja mantida a suspensão da exigibilidade do crédito tributário em apreço até decisão final transitada em julgado nos autos da Ação Judicial nº 2008.71.00.0298211, ou enquanto se confirmarem e perdurarem os depósitos judiciais integrais da exação. É o voto. Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 02/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 22/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES
score : 1.0
Numero do processo: 10840.902868/2010-98
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2002
COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE.
Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberando-se, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixa-se de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF.
ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL
Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte.
Numero da decisão: 3801-003.774
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201407
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberando-se, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixa-se de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF. ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte.
turma_s : Primeira Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10840.902868/2010-98
anomes_publicacao_s : 201408
conteudo_id_s : 5372631
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3801-003.774
nome_arquivo_s : Decisao_10840902868201098.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : SIDNEY EDUARDO STAHL
nome_arquivo_pdf_s : 10840902868201098_5372631.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
dt_sessao_tdt : Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
id : 5589064
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:26:42 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047030433054720
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2120; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 144 1 143 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10840.902868/201098 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3801003.774 – 1ª Turma Especial Sessão de 22 de julho de 2014 Matéria Compensação Recorrente ESCANDINÁVIA VEÍCULOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberandose, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixase de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF. ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 90 28 68 /2 01 0- 98 Fl. 144DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.902868/201098 Acórdão n.º 3801003.774 S3TE01 Fl. 145 2 Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente). Fl. 145DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.902868/201098 Acórdão n.º 3801003.774 S3TE01 Fl. 146 3 Relatório Tratase de pedido de compensação por intermédio do qual a contribuinte pretende compensar débitos de sua responsabilidade com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de PIS/COFINS. Preliminarmente a Recorrente foi intimada a esclarecer os valores mensais consignados a título de Faturamento/Receita Bruta em sua DIPJ retificadora, tendo em vista que o valor dessa rubrica foi sistematicamente reduzido nas suas DIPJ retificadoras dos anos calendário de 2001 e 2002. A interessada, em cumprimento ao despacho apresentou demonstrativo de fls. informando que a alteração se deu em decorrência da existência de valores excluídos da base referentes a comissões, descontos obtidos, juros recebidos, receitas financeiras e variação monetária ativa, apresentando na manifestação de Inconformidade e no Recurso Voluntário cópia parcial do livro razão e do Registro de Apuração do ICMS. Por despacho decisório, foi reconhecido em parte direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, homologada parcialmente a compensação declarada. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade informando que seu crédito decorre do pagamento a maior de receitas financeiras que devem ser excluídas da base de cálculo das contribuições e da indevida inclusão do ICMS na base de cálculo das mesmas. A DRJ de Ribeirão Preto julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTAŔIO Anocalendário: 2002 CONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ALCANCE. A decisão do Supremo Tribunal Federal, prolatada em Recurso Extraordinário, não possui efeito erga omnes. CONSTITUCIONALIDADE. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA REGIMENTAL. A instancia administrativa não possui competência regimental para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. COMPETÊNCIA DAS DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO. Fl. 146DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.902868/201098 Acórdão n.º 3801003.774 S3TE01 Fl. 147 4 A competência das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) para reexame de decisões sobre pedidos de restituição e compensação, em sede recursal administrativa, limitase à matéria objeto do pedido, que tenha sido apreciada pela autoridade a quo competente, e sobre a qual se estabeleça litígio. DCOMP. CRÉDITO. INDEFERIMENTO. Pendente, nos autos, a comprovação do crédito indicado na declaração de compensação formalizada, impõese o seu indeferimento. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório não Reconhecido Apresenta a Recorrente Recurso Voluntário no qual alega em síntese que: a) é INADMISSÍVEL a inclusão de receitas financeiras na base de cálculo da COFINS/PIS, haja vista que, por força da interpretação estabelecida tanto pelo Supremo Tribunal Federal como pelo Superior Tribunal de Justiça à Lei Federal n° 9.718, de 1998, APENAS o faturamento (resultado da venda de mercadorias e serviços) poderá ser objeto de incidência daquela exação, EXCLUÍDAS, assim, as receitas financeiras e outras receitas, que não se encaixam nesse conceito; b) é correta a exclusão de valores de ICMS da base de cálculo da COFINS, eis que não se trata de faturamento ou sequer receita da pessoa jurídica, mas simples ingresso pertencente a terceiros (no caso, o Estado de São Paulo) que circula no caixa da empresa, mas para ela representa ônus. É o que importa relatar. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.902868/201098 Acórdão n.º 3801003.774 S3TE01 Fl. 148 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, relator. O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Conforme apontado são dois os pontos em exame no presente processo, o um a inclusão na base de cálculo das contribuições cumulativas para o PIS e para a COFINS das receitas financeiras da pessoa jurídica; e, o dois a possibilidade de se excluir da respectiva base de cálculo o ICMS. Em prelação ao primeiro ponto, como se sabe, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF) julgou indevida ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS pelo § 1º do art. 3º da Lei n.º 9.718/1998 no julgamento dos Recursos Extraordinários n.ºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390840/MG, Relator Ministro Marco Aurélio, conforme ementa abaixo colacionada: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. Destacase, nesse aspecto, que a matéria foi reconhecida como de “Repercussão Geral” e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, conforme decisão proferida no RE 585.235, abaixo colacionado: Decisão: O Tribunal, por unanimidade, resolveu questão de ordem no sentido de reconhecer a repercussão geral da questão Fl. 148DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.902868/201098 Acórdão n.º 3801003.774 S3TE01 Fl. 149 6 constitucional, reafirmar a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, tudo nos termos do voto do Relator. Vencido, parcialmente, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que entendia ser necessária a inclusão do processo em pauta. Em seguida, o Tribunal, por maioria, aprovou proposta do Relator para edição de súmula vinculante sobre o tema, e cujo teor será deliberado nas próximas sessões, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, que reconhecia a necessidade de encaminhamento da proposta à Comissão de Jurisprudência. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, a Senhora Ministra Ellen Gracie e, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Plenário, 10.09.2008. Assim, considerandose o disposto no art. 62A da Portaria MF n.º 256, de 22 de junho de 2009, alterada pela Portaria MF n.º 586, de 21 de dezembro de 20101 (Regimento Interno do CARF), os Conselheiros do CARF são obrigados a aplicar as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, e assim, devemos afastar a tributação do PIS e da COFINS exigidas com base no disposto no art. 3º, § 1º, da Lei n.º 9.718, de 1998. Nada obstante, o órgão judicante a quo esqueceuse do dever da autoridade preparadora em zelar pela instrução na busca da verdade material, a teor do disposto na Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999, artigo 292, artigo 36, inteligência do artigo 37, artigo 38 e artigo 393. 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (alterações introduzidas pela Port. MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010–DOU de 22.12.2010). 2 Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizamse de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1º. O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2º. Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizarse do modo menos oneroso para estes. 3 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. § 1º. Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. § 2º. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionandose data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Fl. 149DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.902868/201098 Acórdão n.º 3801003.774 S3TE01 Fl. 150 7 Negar o direito da contribuinte ao aproveitamento de seu crédito configuraria enriquecimento sem causa do Estado. Especificamente quanto à verdade material, transcrevo oportunas lições de Marcos Vinicius Neder e de Maria Tereza Martinez López4: Em decorrência do princípio da legalidade, a autoridade administrativa tem o dever de buscar a verdade material. O processo fiscal tem por finalidade garantir a legalidade da apuração da ocorrência do fato gerador e a constituição do crédito tributário, devendo o julgador pesquisar, exaustivamente se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar aquilo que é realmente verdade, independente do alegado e provado, Odete Medauar preceitua que "o princípio da verdade material ou verdade real, vinculado ao princípio da oficialidade, exprime que a Administração deve tomar decisões com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo com a versão oferecida pelos sujeitos Para tanto, tem o direito de carrear para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos considerados pelos sujeitos. Segundo Alberto Xavier, a lei concede ao órgão fiscal meios instrutórios amplos para que venha formar sua livre convicção sobre os verdadeiros fatos praticados pelo contribuinte. Nesta perspectiva, é lícito ao órgão fiscal agir sponte sua com vistas a corrigir os fatos inveridicamente postos ou suprir lacunas na matéria de fato, podendo ser obtidas novas provas por meio de diligências e perícias. Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constatase que, no caso vertente, os documentos apresentados devem ser devidamente examinados para se apurar se os referidos créditos estão corretos. Quanto à inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS tenho que não é possível aos membros desse conselho examinar a matéria, pois se trata de matéria constitucional e o controle de constitucionalidade das leis é prerrogativa do Poder Judiciário, seja pelo controle abstrato ou difuso. Neste sentido, o art. 26A do Decreto nº 70.235/72, assim dispõe: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)(grifouse) (...) § 6º. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo 4 NEDER, Marcos Vinicius; LOPEZ, Maria Tereza Martinez. Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado 2ª ed. São Paulo: Dialética, 2004, p. 74. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.902868/201098 Acórdão n.º 3801003.774 S3TE01 Fl. 151 8 I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; II que. fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts, 18 e 19 da Lei n° 10,522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, Vale observar que, no caso em tela, não ocorreu nenhuma das exceções previstas no §6° do artigo acima transcrito. Outrossim, essa discussão já se encontra pacificada no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), conforme o disposto na Súmula 2: Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Nesse sentido, voto por julgar parcialmente procedente o recurso para reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. É importante consignar que compete a autoridade administrativa, com base na escrita fiscal e contábil, efetuar os cálculos e apurar o valor do direito creditório. É como voto, (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 151DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
