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Numero do processo: 10872.000502/2010-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 05 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue May 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2006
OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO LEGAL. REQUISITOS LEGAIS.
Nos termos do Art. 42 da Lei 9.430/96, caracterizam omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Entretanto, por expressa determinação do parágrafo terceiro daquele dispositivo, para efeito de determinação da receita omitida, os créditos deverão ser analisado individualizadamente, excluindo-se aqueles que, por expressa determinação legal e efetiva inviabilidade material não possam ser considerados como receitas omitidas.
INTIMAÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE APONTAMENTO DE LANÇAMENTO ESPECIFICO. NULIDADE DO LANÇAMENTO.
Tendo a intimação fiscal apenas feito referência aos "saldos" das contas identificadas, sem qualquer referência a lançamento específico, tem-se como efetivamente desatendida a determinação legal, e, nessas circunstâncias, completamente inviável a manutenção do auto de infração.
Numero da decisão: 1301-001.771
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício.
(Assinado digitalmente)
VALMAR FONSECA DE MENEZES - Presidente.
(Assinado digitalmente)
CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (Presidente), Luiz Tadeu Matosinho Machado, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimaraes, Carlos Augusto de Andrade Jenier, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2006 OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO LEGAL. REQUISITOS LEGAIS. Nos termos do Art. 42 da Lei 9.430/96, caracterizam omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Entretanto, por expressa determinação do parágrafo terceiro daquele dispositivo, para efeito de determinação da receita omitida, os créditos deverão ser analisado individualizadamente, excluindo-se aqueles que, por expressa determinação legal e efetiva inviabilidade material não possam ser considerados como receitas omitidas. INTIMAÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE APONTAMENTO DE LANÇAMENTO ESPECIFICO. NULIDADE DO LANÇAMENTO. Tendo a intimação fiscal apenas feito referência aos "saldos" das contas identificadas, sem qualquer referência a lançamento específico, tem-se como efetivamente desatendida a determinação legal, e, nessas circunstâncias, completamente inviável a manutenção do auto de infração.
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Depósitos bancários Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado NOVA SHANGRILA OPERADORA LTDA ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2006 OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO LEGAL. REQUISITOS LEGAIS. Nos termos do Art. 42 da Lei 9.430/96, caracterizam omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Entretanto, por expressa determinação do parágrafo terceiro daquele dispositivo, para efeito de determinação da receita omitida, os créditos deverão ser analisado individualizadamente, excluindose aqueles que, por expressa determinação legal e efetiva inviabilidade material não possam ser considerados como receitas omitidas. INTIMAÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE APONTAMENTO DE LANÇAMENTO ESPECIFICO. NULIDADE DO LANÇAMENTO. Tendo a intimação fiscal apenas feito referência aos "saldos" das contas identificadas, sem qualquer referência a lançamento específico, temse como efetivamente desatendida a determinação legal, e, nessas circunstâncias, completamente inviável a manutenção do auto de infração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício. (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 2. 00 05 02 /2 01 0- 13 Fl. 1086DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES 2 VALMAR FONSECA DE MENEZES Presidente. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (Presidente), Luiz Tadeu Matosinho Machado, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimaraes, Carlos Augusto de Andrade Jenier, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior. Fl. 1087DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 10872.000502/201013 Acórdão n.º 1301001.771 S1C3T1 Fl. 3 3 Relatório Por bem descrever os elementos contidos nos autos, destacado do relatório trazido pela decisão de primeira instância: O presente processo tem origem nos autos de infração (AI)de fls. 802/829, 830/839, 840/849, 850/859, 860/869 e 870/873, bem como o Termo de Constatação de Infração Fiscal, fls. 795/801, parte integrante e indissociável dos referidos autos de infração, lavrados pela DRF – Rio de Janeiro II, dos quais a interessada acima identificada foi cientificada em 01/10/2010, conforme doc de fls. 995/6, consubstanciando exigência: do imposto sobre a renda da pessoa jurídica Simples no valor de R$ 125.196,72; da contribuição para o PIS Simples, R$ 91.682,17; da contribuição social sobre o lucro líquido – Simples, R$ 126.229,27, da contribuição para o financiamento da seguridade social – Simples, R$ 370.494,82 e da contribuição para a seguridade social – INSS – Simples, R$ 1.070.404,29, todos acrescidos da multa de ofício no percentual de 75% e dos juros moratórios. O autuante, no AI, fls. 802/29, descreve, em síntese, que apurou: 1. omissão de receita caracterizada por depósitos bancários não escriturados, nos valores relacionados em fls. 615 a 617 (que renumerou as fls. 592/4) e 797 (Termo de Constatação de Infração Fiscal), tipificando a infração no art. 24 da lei nº 9.249/1995; arts. 2º, §2º, 3º, §1º, alínea “a”, 5º, 7º, §1º e 18 da Lei nº 9.317/1996; 42 da Lei nº 9.430/1996; art. 3º da Lei nº 9.732/1998 e arts 186, 188 e 199 do RIR/1999; 2. Insuficiência de recolhimento face às omissões apuradas cf. Termo de Constatação e Infração Fiscal, com fulcro no art. 5º da Lei nº 9.317/1996 c/c art. 3º da Lei nº 9.732/1998; arts. 186 e 188 do RIR/1999. Com o objetivo de comprovar o lançamento, o autuante juntou aos autos o Termo de Constatação de Infração Fiscal, anexo ao auto de infração, fls. 795 a 801, que faz referência aos atos de fiscalização empreendidos e as respostas do contribuinte. Segundo o autuante, o contribuinte não logrou comprovar a origem dos depósitos bancários efetuados nas diversas instituições bancárias e considerouos como receitas presumidamente omitidas, com base no art. 42 da lei 9.430/96. São os seguintes os Bancos e os depósitos bancários apurados pelo autuante: Fl. 1088DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES 4 Inconformada com o lançamento, a interessada, apresentou a impugnação datada de 3/11/2010, de fls. 256/268, argüindo, em síntese: Em preliminar: “que o critério adotado pela fiscalização para fins de apuração dos valores considerados como devidos está incorreto, pois a fiscalização, ao ter apurado o aventado "excesso" de receitas, superiores ao limite permitido para adesão ao SIMPLES, deveria, em decorrência, não apenas ter realizado os . procedimentos cabíveis de exclusão do SIMPLES, como também, posteriormente, ter verificado os efeitos desta exclusão para o próprio anocalendário examinado (2006), em virtude da aplicação conjunta da regra prevista nos artigos 14, inciso V, artigo 15, inciso V, e artigo 16, da Lei no 9.317/96”. “que caberia o arbitramento do lucro e a tributação pelo lucro arbitrado e não o com base na sistemática do Simples” Por esse motivo entende que o auto está eivado de nulidade, o que requer seja reconhecido. No mérito: Que a totalização dos valores por mês, conforme efetuado pela fiscalização nos Quadros Demonstrativos constantes do TERMO DE CONSTATAÇÃO DE INFRAÇÃO FISCAL, é fator que claramente denota a incerteza da fiscalização, quanto a exatidão da matéria tributável, o que torna evidente a utilização indevida da presunção, para fins de validar o lançamento tributário. Que “não houve aprofundamento do trabalho fiscal” e, ainda, “depreendese claramente que a simples totalizagão dos valores por mês já indica a necessidade de uma análise mais depurada, com o objetivo de verificar se de fato correspondem à receitas, sob o risco de se estar tributando meras transferências entre contas, ou mesmo valores diversos” Que, “Em razão da relação de causa e feito, bem como por tratarse de procedimento reflexo, no tocante ao lançamento tributário inerente CSLL, ao PIS, a COFINS, à Contribuição Previdenciária ao INSS, e a multa regulamentar, reportase a lmpugnante aos argumentos anteriormente utilizados na presente defesa, relativamente ao IRPJ. Pede ainda perícia para solucionar questões obscuras relacionadas à incerteza da exatidão da matéria tributável. Analisando os argumentos expendidos pela contribuinte, entendeu a 5ª Turma da DRJ/RJ1 pela PROCEDÊNCIA DA IMPUGNAÇÃO, determinando a exoneração do crédito tributário que assim então restou ementado: Fl. 1089DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 10872.000502/201013 Acórdão n.º 1301001.771 S1C3T1 Fl. 4 5 ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2006 PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITAS BASEADA EM CRÉDITOS BANCÁRIOS. NECESSIDADE DE ANALISE INDIVIDUALIZADA DOS CRÉDITOS. Em se tratando de apuração de omissão de receitas com base em créditos bancários estes devem ser analisados individualizadamente por expressa determinação legal. TRIBUTAÇÃO CORRELATA. COFINS, PIS, CSLL Sendo uma mesma infração fato gerador que enseja a incidência de outros tributos a mesma sorte terão os autos de infração correlatos observadas suas bases de cálculo e alíquotas próprias. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado Em decorrência da exoneração total do crédito tributário, e, ainda, por se tratar de lançamento efetivado em patamar acima dos limites regulamentares, já no corpo da decisão fora registrada a interposição do competente Recurso de Ofício, buscandose, assim, da análise deste Conselho, a confirmação do que ali então especificamente apresentado. Por restar infrutífera a tentativa de intimação da contribuinte pela via posta, foi então providenciada a publicação do competente edital. Em face dessas considerações, foram então os autos remetidos a este CARF. Na essência, é o que se tem aqui a relatar. Fl. 1090DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES 6 Voto Conselheiro CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, relator. Sendo o valor da exoneração tributária efetivada no julgamento de primeira instância em montante superior àquele indicado pelas disposições da Portaria MF n. 03, de 3 de janeiro de 2008, conheço do recurso de ofício interposto. Conforme se verifica do sumário relatório apresentado, tratase, nos presentes autos, de Recurso de Ofício interposto pela presidência da Turma de Julgamento da competente Delegacia Regional de Julgamento, tendo em vista a determinação de desconstituição do lançamento efetivado que, inicialmente fundado na hipótese de verificação de (possível) prática de omissão de receitas pela contribuinte, fundada nas informações bancárias obtidas pelos agentes da fiscalização, a partir da emissão das competentes RMF's. Na análise empreendida pelos agentes da DRJ, apontouse que, em que pese a inicial divergência entre as movimentações financeiras registrados na contabilidade da contribuinte e as informações levantadas a partir dos registros constantes em seus respectivos extratos indicando, assim, ao menos em tese, a possibilidade de configuração da hipótese de omissão de receitas , não poderiam os agentes da fiscalização considerar apenas os montantes globais apontados, sendo exigível, no caso, a específica e própria análise individualizada de cada um dos lançamentos, o que, aqui não se teria verificado. Do inteiro teor da decisão de primeira instância, destacase o seguinte trecho que bem ilustra o entendimento exarado: A intimação efetuada pelo autuante, citada no item 17 do Termo de Constatação de Infração Fiscal, agrupou as receitas por mês, como pode se verificar no documento de fls. 797, em resumo, e, de idêntica forma, no documento original acostado aos autos às fls. 615 a 617. Para que tivesse sido regularmente intimado, cf. dispõe o caput do art 42 da lei 9.430/96, o autuante deveria ter apresentado ao contibuinte uma planilha com os depósitos bancário individualizados, por lançamento e por dia, para cada instituição bancária, pelo período sujeito à análise, o que não fez. O contribuinte, em sua impugnação, contesta a forma de apuração da receita presumida com base em depósitos bancários, pois alega que “a totalização dos valores por mês, conforme efetuado pela fiscalização nos Quadros Demonstrativos constantes do Termo de Constatação de Infração Fiscal, é fator que claramente denota a incerteza da fiscalização, quanto a exatidão da matéria tributável, o que torna evidente a utilização indevida da presunção, para fins de validar o lançamento tributário”. Em se tratando de apuração de omissão de receitas com base em créditos bancários estes devem ser analisados individualizadamente (§ 3º do artigo 42 da Lei nº 9430/96). Ou seja, o contribuinte deveria ter sido intimado a prestar esclarecimentos e apresentar documentação que comprovassem a origem de créditos demonstrados individualizadamente. Fl. 1091DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 10872.000502/201013 Acórdão n.º 1301001.771 S1C3T1 Fl. 5 7 (...) Ademais, caso considerássemos a irregularidade da intimação suprida pela resposta apresentada pela fiscalizada, há toda evidência de que a autoridade fiscal deixou de atender ao disposto no § 3º, do art. 42, da Lei nº 9.430/96 para determinação da receita omitida em decorrência da presunção legal, deixando de analisar individualizadamente os valores creditados em conta de depósito da autuada. É o que se depreende do fato que a autuação foi realizada com base em valores totalizados mês a mês, correspondentes ao valor total dos depósitos identificados. Além disso, não foram excluídas da base cálculo dos tributos lançado muitas transferências bancárias entre contas de mesma titularidade e não foi esclarecida a natureza de diversas movimentações bancárias, cuja descrição efetuada pela instituição financeira não era clara. Finalmente, a autoridade fiscal expurgou da receita omitida valores aos quais considerou como repasses, que não encontram correlação com os valores dos créditos efetuados em conta da autuada. Assim, não é possível este julgador identificar os depósitos que foram considerados como receita omitida, razão pela qual, não resta outra opção que não seja considerar improcedente a autuação. Destarte, não pode prosperar o lançamento pois houve vício de procedimento expressamente determinado em Lei para a apuração da matéria tributável baseada na presunção de omissão de receitas calcada em créditos bancários. (Destaques nossos) A partir dessas considerações, e, também, da análise dos elementos contidos nos autos, de fato, o que se verifica é que a intimação promovida pelas autoridades fiscais aos contribuintes apenas indicava o "saldo" da movimentação mensal, sem promover qualquer consideração específica a respeito dos mais diversos lançamentos ali apontados, não se tendo como presumir que todos eles se refeririam a efetivos créditos recebidos pela contribuinte, ou ainda, muito menos, quais deles pudessem, de plano, ser excluídas pelos agentes da fiscalização. A teor do que apontam as disposições do Art. 42 da Lei 9.430/96: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: Fl. 1092DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES 8 I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), desde que o seu somatório, dentro do anocalendário, não ultrapasse o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). (Vide Lei nº 9.481, de 1997) § 4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) (destaques nossos) Não tendo sido objetivamente observado pelos agentes da fiscalização o comando próprio contido nas disposições do parágrafo 3o. daquele dispositivo, não promovendo a análise individualizada de cada lançamento a crédíto ali constante, verificase, verdadeiramente como inviável a manutenção do lançamento, sendo, assim, oportuna e regular a sua desconstituição pela Turma Julgadora de primeira instância, e, consequentemente, a exoneração do crédito indevidamente constituído. Em face dessas considerações, encaminho o meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso de Ofício, reconhecendo, assim, como efetivamente regular o cancelamento do auto da forma como efetivado. É como voto. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator Fl. 1093DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES
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Numero do processo: 10280.722828/2009-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Sep 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
OMISSÃO DE RECEITA. DECLARAÇÃO INEXATA. INSUFICIÊNCIA DE PAGAMENTO.
A falta de registro da receita auferida na DIPJ caracteriza a infração fiscal de omissão de receita ou de declaração inexata. O não pagamento dos débitos não declarados constitui motivo para o lançamento de ofício do tributo devido.
MULTA DE OFÍCIO. DOLO.
O dolo, fraude ou simulação na conduta que resulta no lançamento de ofício impõe a qualificação da multa de ofício.
DECADÊNCIA.
O prazo decadencial para o lançamento sujeito a homologação do pagamento é de 5 (cinco) anos contados da ocorrência do fato gerador, desde que tenha havido recolhimento do tributo, ainda que parcial, e, ainda, que não tenha o contribuinte agido com dolo, fraude ou simulação. Caso contrário, o termo inicial da decadência desloca-se para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ADMINISTRADOR.
Cabível a atribuição da responsabilidade solidária aos empregados, prepostos, procuradores, diretores, gerentes e representantes da pessoa jurídica, quando os créditos tributários exigidos no lançamento de ofício decorrem de infração dolosa à lei ao tempo que aqueles exerciam poderes de gestão sobre as atividades desta.
Numero da decisão: 1401-001.372
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, AFASTAR a decadência e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. Os Conselheiros Mauricio Pereira Faro e Sérgio Luiz Bezerra Presta acompanharam pelas conclusões na manutenção da qualificação da multa de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antonio Bezerra Neto - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente em Exercício), Mauricio Pereira Faro, Sergio Luiz Bezerra Presta, Karem Jureidini Dias, Carlos Mozart Barreto Vianna e Fernando Luiz Gomes de Mattos.
Nome do relator: FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS
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(Responsáveis Solidários: ANA LÚCIA PINHEIRO, WELBSON DE JESUS PINHEIRO E YASNAIA SARAIVA OLIVEIRA) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 OMISSÃO DE RECEITA. DECLARAÇÃO INEXATA. INSUFICIÊNCIA DE PAGAMENTO. A falta de registro da receita auferida na DIPJ caracteriza a infração fiscal de omissão de receita ou de declaração inexata. O não pagamento dos débitos não declarados constitui motivo para o lançamento de ofício do tributo devido. MULTA DE OFÍCIO. DOLO. O dolo, fraude ou simulação na conduta que resulta no lançamento de ofício impõe a qualificação da multa de ofício. DECADÊNCIA. O prazo decadencial para o lançamento sujeito a homologação do pagamento é de 5 (cinco) anos contados da ocorrência do fato gerador, desde que tenha havido recolhimento do tributo, ainda que parcial, e, ainda, que não tenha o contribuinte agido com dolo, fraude ou simulação. Caso contrário, o termo inicial da decadência deslocase para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ADMINISTRADOR. Cabível a atribuição da responsabilidade solidária aos empregados, prepostos, procuradores, diretores, gerentes e representantes da pessoa jurídica, quando os créditos tributários exigidos no lançamento de ofício decorrem de infração dolosa à lei ao tempo que aqueles exerciam poderes de gestão sobre as atividades desta. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 28 28 /2 00 9- 13 Fl. 2155DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, AFASTAR a decadência e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. Os Conselheiros Mauricio Pereira Faro e Sérgio Luiz Bezerra Presta acompanharam pelas conclusões na manutenção da qualificação da multa de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente em Exercício), Mauricio Pereira Faro, Sergio Luiz Bezerra Presta, Karem Jureidini Dias, Carlos Mozart Barreto Vianna e Fernando Luiz Gomes de Mattos. Fl. 2156DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 4 3 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto parcialmente o relatório que integra o Acórdão recorrido (fls. 21062109): Versa o presente processo sobre o(s) Auto(s) de Infração de fls. 20242056, relativo(s) ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, Contribuição para o Programa de Integração SocialPIS, Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS e Contribuição Social Sobre o Lucro LíquidoCSLL, ano(s)calendário 2004, com crédito total apurado no valor de R$ 2.406.124,49, incluindo o principal, a multa de ofício e os juros de mora, atualizados até 30/11/2009. Também integra os Autos de Infração o Relatório de Fiscalização de folhas 20162023. De acordo com a fatos narrados pela autoridade lançadora, o sujeito passivo incorreu na(s) seguinte(s) infração(ões): Omissão de receitas de revenda de mercadorias. A infração restou caracterizada pela existência de receitas, registradas nas notas fiscais emitidas pelo contribuinte e escrituradas nos Livros Fiscais de Saídas e de Apuração do ICMS, que foram omitidas na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) e que também não teriam integrado a base de cálculo dos tributos declarados em DCTF (fl. 2018). Sobre a exigência principal foi aplicada a multa de ofício 150 %. Também foram responsabilizadas pelo cumprimento da obrigação tributária as pessoas físicas Ana Lúcia Pinheiro, Welbson de Jesus Pinheiro e Yasnaia Saraiva Oliveira, com base nos seguintes fundamentos (fl. 2020): A Sra Ana Lúcia Pinheiro, uma das sócias fundadoras da empresa, retirase do quadro societário em 04/12/2002, cedendo parte de suas cotas para o sócio remanescente Welbson de Jesus Pinheiro e o restante para a própria empresa Meio a Meio Econômico Ltda. Entretanto, conforme se verifica nas cópias dos cheques emitidos no anocalendário de 2004, das contas correntes da empresa Meto a Meio Econômico Ltda, no Banco Safra S.A., e no Banco Bradesco S.A., foram assinados pela Sra. Ana Lúcia Pinheiro, o que demonstra que a mesma não comunicou às instituições bancárias a sua retirada do quadro societário da empresa continuando a participar da administração da mesma. O Sr. Welbson de Jesus Pinheiro, após todas as alterações contratuais, passa a ser o único sócio cotista da empresa, Fl. 2157DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 5 4 ou seja, é sócio dele mesmo, participando ativamente da administração da empresa, conforme se verifica nos cadastros bancários da empresa e nos cheques emitidos no anocalendário de 2004, da conta corrente no Banco do Brasil SA. A Sra. Yasnaia Saraiva Oliveira, brasileira, casada, comerciante, carteira de identidade n° 2198360, expedida pela SSP/PA, CEP nº 39S.329.96287 apesar de nunca ter participado, de direito, do quadro societário da empresa, de fato, sempre teve participação ativa na administração da empresa. Tal afirmativa é corroborada pelas diversas procurações firmadas pelos sócios da empresa, dando poderes ilimitados a Sra. Yasnaia para geriia; pelo cartão de assinatura da conta corrente da empresa no Banco Safra S.A.; pelo endosso em cheque da conta corrente da empresa no Banco do Brasil S.A., emitido para terceiros e; porque, na segunda visita que fizemos à empresa fomos atendidos pela Sra. Yasnaia, que declarou ser gerente da empresa, tendo assinado Termo e nos entregando as notas fiscais emitidas pela empresa no ano calendário sob procedimento fiscal (2004) e livros fiscais. No anocalendário de 2004, apesar de auferir considerável receita operacional, registrada nas notas fiscais emitidas, o contribuinte apresentou DIPJ na forma do Lucro Presumido, informando valor de receita irrisória, tendo apresentado DCTF com tributos calculados sobre esta receita. Os atos descritos acima demonstram uma clara tentativa dos administradores Ana Lúcia Pinheiro, Welbson de Jesus Pinheiro e Yasnaia Saraiva Oliveira de isentaremse da responsabilidade do pagamento dos tributos federais, sobre a receita operacional omitida, relativos ao ano calendário sob procedimento fiscal. Assim, considerando que os administradores da empresa a época do ilícito tributário Ana Lúcia Pinheiro, Welbson de Jesus Pinheiro e Yasnaia Saraiva Oliveira tentaram eximirse do pagamento de tributos ao apresentarem DIPJ na forma do Lucro Presumido, informando valor de receita irrisória, tendo apresentado DCTF com tributos calculados sobre esta, apesar da empresa ter grande volume de receitas, como ficou demonstrado na ação fiscal, fica caracterizado que os mesmos são pessoalmente responsáveis pela obrigação tributária, na forma do art. 135 da Lei n° 5172/66 (CTN), combinado com art. 207 do Decreto nº 3000/1999 (RIR/99). Pelos mesmos motivos sujeitaramse à incidência da multa qualificada sobre os créditos tributários apurados, prevista no inciso II, do artigo 44, da Lei n° 9.430/90, como também ficou caracterizado, em tese, como Crime Contra à Ordem Tributária, previsto nos art. 1º e 2° da Lei 8.137/90. Fl. 2158DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 6 5 O sujeito passivo tomou ciência do lançamento em 28/12/2009 (fls. 2059) e apresentou sua impugnação em 26/01/2010 (fls. 20682078), na qual alegou em síntese que: Da omissão de receita 1. O caso não foi de omissão de receita, mas, sim, de declaração inexata, conforme entendimento exarado nas decisões do 1º Conselho de Contribuintes; Da multa qualificada 2. Uma vez descaracterizada a omissão de receita, inexiste o ilícito pretendido pelo agente autuante, alicerçado no art. 44, II, da Lei nº 9.430/96; 3. A mula qualificada é descabida por não restar configurado o dolo ou a fraude do sujeito passivo; 4. É descabida a qualificação da multa nos casos de declaração inexata; 5. Foi o próprio contribuinte que entregou os livros e documentos que embasaram a tributação; Da decadência 6. A exceção dos créditos de PIS e COFINS, PA 12/2004, os demais créditos encontramse alcançados pela decadência, na forma do art. 150, §4º, do CTN, porque além de haver pagamentos de tributos, não restou comprovado o dolo ou fraude do sujeito passivo; Da responsabilidade solidária 7. A simples omissão de pagamentos de tributos não constitui hipótese de “infração de lei” para efeitos da responsabilização tributária de que tratam os artigos 134 e 135 do CTN; 8. A conduta dolosa deve ser apurada em processo prévio, em que deverá ser assegurado o contraditório e a ampla defesa; 9. Na forma do art. 135 do CTN, o(a) procurador(a) não pode configurar no processo administrativo como responsável solidário; 10. A Sra. Yasnaia Saraiva Oliveira, deixou de ser procuradora da empresa desde 18/06/2009; 11. Sequer restou comprovado que a Sra. Yasnaia movimentou os recursos da pessoa jurídica junto aos bancos; 12. Os endossos atribuídos a Sra. Yasnaia não podem ser assim considerados porque ela não constava como representante ou procuradora junto ao Banco do Brasil, Fl. 2159DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 7 6 além do que os cheques não foram emitidos para o próprio correntista, o que anula qualquer tese de endosso; 13. Não há nenhum documento que comprove a efetiva participação de Yasnaia na administração da empresa; 14. Por fim, além da improcedência do lançamento, a recorrente ainda contesta a propositura da medida cautelar fiscal, a representação fiscal para fins penais e a representação para fins de inaptidão do CNPJ. A 1ª Turma da DRJ Belém, por unanimidade, julgou improcedente a impugnação, por meio do Acórdão assim ementado (fls. 2105): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 Ementa: OMISSÃO DE RECEITA. DECLARAÇÃO INEXATA. INSUFICIÊNCIA DE PAGAMENTO. INFRAÇÃO FISCAL. A falta de registro da receita auferida na DIPJ se constitui uma infração fiscal de omissão de receita ou de declaração inexata. Entretanto, é a insuficiência de pagamento dos débitos não declarados o verdadeiro motivo do lançamento de ofício do tributo devido. MULTA DE OFÍCIO. DOLO. O dolo, fraude ou simulação na conduta que resulta no lançamento de ofício impõe a aplicação da multa qualificada de 150% sobre o crédito constituído. DECADÊNCIA. O prazo decadencial para o lançamento sujeito a homologação do pagamento é de 5 (cinco) anos contados da ocorrência do fato gerador. Para que se opere este prazo decadencial mister que o contribuinte tenha efetuado recolhimento, ainda que parcial, do tributo e, ainda, não tenha agido com dolo, fraude ou simulação. Caso contrário, contase o lustro do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ADMINISTRADOR. Cabível a atribuição da responsabilidade solidária aos empregados, prepostos, procuradores, diretores, gerentes e representantes da pessoa jurídica, quando os créditos tributários exigidos no lançamento de ofício decorrem de infração dolosa à lei ao tempo que aqueles exerciam poderes de gestão sobre as atividades desta. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. As garantias do contraditório e da ampla defesa somente se manifestam com a instauração da fase litigiosa, ressalvados os procedimentos fiscais para os quais lei assim exija. Comprovado que o sujeito passivo tomou conhecimento pormenorizado da fundamentação fática e legal do lançamento, e que lhe foi oferecido prazo para Fl. 2160DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 8 7 defesa, não há como prosperar a tese de nulidade por cerceamento do direito ao contraditório e da a ampla defesa. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada do referido Acórdão em 18/05/2011 (fls. 2122), a interessada apresentou em 17/06/2011 o recurso voluntário de fls. 21252140, basicamente reiterando os argumentos apresentados na fase impugnatória. É o relatório. Fl. 2161DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 9 8 Voto Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator O recurso atende aos requisitos legais, razão pela qual deve ser conhecido. Preliminar de decadência O presente lançamento foi realizado em 28/12/2009, referindose a fatos geradores ocorridos no anocalendário de 2004. A recorrente requereu a aplicação da regra especial de contagem do prazo decadencial prevista no art. 150, §4º, do CTN, a qual exige a existência de pagamento e a ausência do dolo, verbis: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. No entanto, as autoridades fiscais, assim como o colegiado julgador de primeira instância, entenderam que, no caso, restou evidente o dolo dos administradores da pessoa jurídica, tendo em vista a recorrente e acintosa omissão de receita praticada pela contribuinte. De fato, a aludida omissão de receitas ocorreu em todos os meses do ano calendário 2004 e o percentual da receita omitida foi sempre muito elevado, variando entre 94% e 100% da receita auferida pela pessoa jurídica, conforme revela a Tabela abaixo, extraída do Acórdão recorrido, fls. 21112112: Conseqüentemente, as autoridades fiscais e o colegiado julgador a quo entenderam que, no presente caso, a contagem do prazo decadencial deve ser feita segundo a regra geral estabelecida no art. 173, I, do CTN, verbis: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Fl. 2162DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 10 9 Ao apreciar este tema, manifestouse com muita propriedade o Acórdão recorrido, fls. 2113: Os créditos mais longínquos do lançamento poderiam ter sido constituídos ainda no curso do anocalendário 2004. Para estes fatos geradores, o prazo preclusivo para lançamento ocorreu em 31/12/2009 (cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado). O lançamento ocorreu em 28/12/2009, dentro do prazo decadencial. Vale dizer que a caracterização de dolo, no presente caso, será melhor analisada em tópico posterior do presente voto. Mérito Da efetiva ocorrência de omissão de receitas O relatório de fiscalização demonstra que a contribuinte informou na DIPJ e ofereceu à tributação parcelas ínfimas das receitas auferidas, apuradas com base nas Notas Fiscais por ela emitidas. O quadro abaixo, extraído do Acórdão recorrido (fls. 2110), demonstra com clareza a ordem de grandeza da omissão de receitas apurada no presente caso: Ao analisar o contexto fático em que se baseou a presente autuação, manifestouse com suficiente clareza o Acórdão de piso, fls. 2111: [...]a prática da infração de omissão de receita não implica necessariamente na constituição de ofício do crédito tributário. É que o sujeito passivo pode espontaneamente confessar, por meio de DCTF ou parcelamento, ou extinguir, através do pagamento ou compensação, o débito tributário decorrente da infração. O que não ocorreu. Pelo que, considero legitimo o lançamento do imposto e contribuições devidos, decorrentes da receita omitida na DIPJ. Multa qualificada Fl. 2163DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 11 10 Repetindo o que fez na fase impugnatória, a contribuinte questionou a qualificação da multa de ofício, alegando ausência de comprovação do dolo e na impossibilidade de qualificação da multa em caso de mera declaração inexata. Ab initio, esclareçase que no presente caso estamos distante de um quadro de omissão de receitas recorrente e de grande magnitude, conforme revela o seguinte trecho, extraído da decisão de piso, fls. 21112112 (grifado no original): Entretanto, o contribuinte, em todos os meses do anocalendário 2004, omitiu do fisco federal a quase totalidade (94%100%) de sua da receita auferida, conforme tabela abaixo. No entender das autoridades autuantes e também do colegiado julgador a quo, estes dois requisitos – reiteração da conduta e elevado percentual de omissão – indubitavelmente caracterizam a intenção dolosa dos administradores da pessoa jurídica de esconder do fisco federal as situações que caracterizam a ocorrência de fatos geradores de obrigações tributárias. Conseqüentemente, seria cabível na hipótese a qualificação da multa de ofício, nos termos do art. 44, II, da Lei nº 9.430/96 c/c art. 71, I, da Lei nº 4.502/64. Em situações desta natureza, este colegiado tem reconhecido a ocorrência do dolo e mantido a qualificação da multa de ofício. Assim sendo, em relação a este tema considero que o recurso voluntário não merece provimento. Responsabilidade solidária Novamente repetindo o que fez na fase impugnatória, a recorrente questionou a atribuição da responsabilidade solidária pelos tributos lançados aos mandatários / diretores da pessoa jurídica. Sobre o tema, adoto e transcrevo as bem postas razões de decidir do Acórdão recorrido, fls. 21132114: Fl. 2164DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS Processo nº 10280.722828/200913 Acórdão n.º 1401001.372 S1C4T1 Fl. 12 11 A recorrente contesta a atribuição da responsabilidade tributária com base na simples omissão de pagamentos. Ocorre que o caso não é de simples omissão de pagamento, mas, sim, da omissão de mais de 90% dos créditos tributários devidos pelo contribuinte em todos os meses do anocalendário 2004. Créditos estes decorrentes da omissão (na DIPJ), sistemática e homogênea, de mais de 94% da receita tributável, que também deixou de ser oferecida à tributação (ver Figura 1). Tal fato configura a prática da sonegação fiscal, nos termos do art. 71, inciso I, da Lei nº 4.502/64. [...] De efeito, nos termos do art. 135, do CTN, cabível a responsabilização das pessoas físicas que, ao tempo da prática das infrações, exerciam poderes de administração na sociedade empresária, tais como empregados, prepostos, procuradores, diretores, gerentes e representantes da pessoa jurídica. Não merece prosperar a alegação da recorrente no sentido de que a conduta dolosa deveria ser apurada em processo prévio, assegurando o contraditório e a ampla defesa. Conforme bem apontado pela decisão de piso, o direito à ampla defesa e ao contraditório, previsto no art. 5º, LV, da Constituição Federal, é uma garantia do processo administrativo (fase litigiosa do procedimento fiscal), que teve início com a impugnação do lançamento. Assim sendo, também em relação a este tema, considero que o presente recurso voluntário não merece prosperar. Conclusão Diante do exposto, rejeito a preliminar de decadência e no mérito voto no sentido de negar provimento ao presente recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Fl. 2165DF CARF MF Impresso em 04/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 02/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE M ATTOS
score : 1.0
Numero do processo: 13894.001131/2003-90
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Jun 30 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3803-000.638
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a repartição de origem audite a escrita fiscal do Recorrente, no sentido de comprovar a existência do indébito alegado, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Demes Brito e Paulo Renato Mothes de Moraes.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a repartição de origem audite a escrita fiscal do Recorrente, no sentido de comprovar a existência do indébito alegado, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Demes Brito e Paulo Renato Mothes de Moraes.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a repartição de origem audite a escrita fiscal do Recorrente, no sentido de comprovar a existência do indébito alegado, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Demes Brito e Paulo Renato Mothes de Moraes. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em contraposição à decisão da DRJ Campinas/SP que julgou procedente em parte a Impugnação apresentada em decorrência do lançamento de ofício relativo à Cofins, no valor original de R$ 491.852,61, valor reduzido após a realização de duas revisões do lançamento, uma espontaneamente pela repartição de origem e outra a partir de provocação da Delegacia de Julgamento, restando controvertido nos autos, após a decisão de primeira instância, os valores do principal de R$ 8.103,37, referente ao mês de agosto de 1998, e R$ 2.649,92, referente a novembro/98. O então Impugnante requereu o cancelamento total do auto de infração, alegando que, conforme documentos acostados aos autos (DCTF, DIPJ, DARFs e planilhas), RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 94 .0 01 13 1/ 20 03 -9 0 Fl. 190DF CARF MF Impresso em 30/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/06/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/02/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13894.001131/200390 Resolução nº 3803000.638 S3TE03 Fl. 191 2 teria havido recolhimento a maior da contribuição nos meses de julho e outubro de 1998, indébitos esses então utilizados para compensar os valores indevidamente exigidos no auto. A DRJ Campinas/SP cancelou a multa de ofício com base na retroatividade benigna, mantendo o restante do lançamento remanescente, considerando que “a cópia da DIPJ, dissociada de elementos da escrituração do contribuinte que confirmem os valores nela transcritos, não é prova suficiente para infirmar a confissão originalmente feita em outra declaração, a DCTF.” Segundo o julgador, “[para] decidir acerca da prevalência de uma das declarações (DCTF ou DIPJ), seria necessário que o contribuinte apresentasse prova de seu faturamento nos períodos autuados”, sendo que, “[somente] a partir de tal comprovação é que se passaria a perquirir da existência e disponibilidade do alegado indébito.” Cientificado da decisão em 14/10/2008, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 12/11/2008 e reiterou seu pedido repisando os mesmos argumentos de defesa. Considerando que a Delegacia de Julgamento considerara insuficientes os documentos apresentados em primeira instância, o Recorrente trouxe aos autos, para comprovar seu faturamento, cópia dos balancetes dos meses de julho e de outubro de 1998 e demonstrativos da base de cálculo da contribuição. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele conheço. Conforme acima relatado, remanesce controvertido nesta instância parte do auto de infração relativo à Cofins devida nos meses de agosto e novembro de 1998, mantido após a realização de duas revisões de ofício e a decisão da DRJ Campinas/SP, por falta de comprovação do indébito que, segundo o Recorrente, teria ocorrido nos meses de julho e outubro de 1998 e sido utilizado para quitar os débitos exigidos. De início, registrese que, não obstante a realização de duas revisões de ofício, o contribuinte não fora intimado a comprovar os fatos por ele citados em sua Impugnação, tendo as alterações sido promovidas no auto de infração com base apenas na DCTF, na DIPJ e nos DARFs até então presentes no autos. Somente no âmbito da DRJ Campinas/SP a questão relativa à necessidade de se trazer aos autos a escrita fiscal correspondente fora ventilada, decorrendo daí a instrução promovida pelo Recorrente em sede de recurso voluntário. Tal situação, a meu ver, afasta a preclusão processual prevista no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 19721, que regula o Processo Administrativo Fiscal (PAF), 1 Art. 16 (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: Fl. 191DF CARF MF Impresso em 30/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/06/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/02/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13894.001131/200390 Resolução nº 3803000.638 S3TE03 Fl. 192 3 considerando que se trata de documentos apresentados para “contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos” (alínea “c” do § 4º do art. 16 do PAF). Junto ao recurso, o Recorrente trouxe aos autos cópia dos balancetes dos meses de julho e de outubro de 1998 e demonstrativos da base de cálculo da contribuição. Considerando tais elementos probatórios, apresentados por cópia simples, é possível vislumbrar, a princípio, que pode ter razão o Recorrente, pois os valores das receitas auferidas, das deduções da base de cálculo e da contribuição apurada nos períodos, identificados no balancete, são muito próximos dos valores controvertidos, decorrendo daí forte indício da existência de recolhimento a maior nos meses de julho e outubro de 1998. Contudo, referidas cópias do balancete, sem autenticação e sem a identificação e a assinatura do contabilista responsável, não se mostram suficientes à comprovação exigida, havendo necessidade de se aprofundar a análise da escrita fiscal, bem como da documentação que a lastreia, para fins de se comprovar a efetividade do indébito alegado. Nesse contexto, com base no contido no art. 18, inciso I, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, que prevê a realização de diligências para suprir deficiências do processo, bem como nos princípios da legalidade e da verdade material, voto por converter o julgamento em diligência à repartição de origem, para que se verifique junto à escrita fiscal do Recorrente, bem como junto à documentação que a lastreia, a efetiva existência do indébito alegado como existente nos meses de julho e outubro de 1998, atestando, por meio de planilhas e/ou demonstrativos, a sua suficiência ou não para quitar os débitos de agosto e novembro de 1998, débitos esses que remanescem controvertidos nos autos. Após as providências ora requeridas, o Recorrente deverá ser cientificado dos seus resultados, franqueandolhe o prazo de 30 (trinta) para se pronunciar, devendo, ao final, os autos retornar a esta 3a Turma Especial da 3ª Seção do CARF para julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator (...) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 30/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/06/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 25/02/2015 por HELCIO LAFETA REIS
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Numero do processo: 15555.000015/2006-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 01 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Ano-calendário: 2004
OBRIGAÇÕES DA ELETROBRÁS. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. A falta de previsão legal específica impossibilita a restituição/compensação de créditos na forma de obrigações ao portador emitida pela ELETROBRÁS, derivadas de empréstimo compulsório, haja vista que essas obrigações instituídas não são tributos administrados pela Receita Federal do Brasil.
Recurso conhecido e não provido.
Numero da decisão: 1201-001.137
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário.
(documento assinado digitalmente)
RAFAEL VIDA DE ARAÚJO - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
RAFAEL CORREIA FUSO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araújo (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado e João Carlos de Lima Junior.
Nome do relator: RAFAEL CORREIA FUSO
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ementa_s : Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Ano-calendário: 2004 OBRIGAÇÕES DA ELETROBRÁS. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. A falta de previsão legal específica impossibilita a restituição/compensação de créditos na forma de obrigações ao portador emitida pela ELETROBRÁS, derivadas de empréstimo compulsório, haja vista que essas obrigações instituídas não são tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Recurso conhecido e não provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) RAFAEL VIDA DE ARAÚJO - Presidente. (documento assinado digitalmente) RAFAEL CORREIA FUSO - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araújo (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado e João Carlos de Lima Junior.
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2004 OBRIGAÇÕES DA ELETROBRÁS. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. A falta de previsão legal específica impossibilita a restituição/compensação de créditos na forma de obrigações ao portador emitida pela ELETROBRÁS, derivadas de empréstimo compulsório, haja vista que essas obrigações instituídas não são tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Recurso conhecido e não provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) RAFAEL VIDA DE ARAÚJO Presidente. (documento assinado digitalmente) RAFAEL CORREIA FUSO Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 55 5. 00 00 15 /2 00 6- 72 Fl. 197DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/06 /2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araújo (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado e João Carlos de Lima Junior. Relatório Vejamos os fatos segundo o relatório da DRJ: O presente processo originase da Representação de fls. 01, a qual objetivou transferir do processo n° 13746.000397/200408 para este pedido de compensação do IPI (fls. 02). O objeto tanto deste processo (compensação de IPI) quanto daquele é extinguir por meio de declarações de compensação apresentadas 23/06/2004 débitos de tributos federais. Para tanto busca a interessada se valer de suposto crédito pleiteado no processo 13746.000394/200466. Esses débitos são referentes a fatos geradores ocorridos no ano calendário de 2003. Tendo em vista o indeferimento do pedido de reconhecimento do direito creditório nos autos do processo n° 13746.000394/2004 66, a autoridade da DRF Nova Iguaçu decidiu não homologar as compensações consignadas no processo 13746.000397/200408, consoante a cópia do Despacho Decisório lá exarado e aqui juntado às. 16, o qual aprova o Parecer Seort n° 130/2004 (fls. 14/15). Determinouse ali que se lavrassem os autos de multa isolada nos termos do art. 18 da Lei n° 10.833/2003. A referida decisão denegatória foi proferida nos autos do mencionado processo 13746.000394/200408, e abrangeu o pedido de compensação de IPI aqui tratado, pois se deu antes da transferência da matéria para este processo. Dessa forma, os documentos aqui referidos são cópias dos documentos originais encontrados no mencionado processo 13746.0003 97/200408. Cientificada da decisão em 17/02/2005 (fls. 18), a interessada, por meio da manifestação de fls. 19/29, insurgese contra a decisão da DRF Nova Iguaçu, alegando, em síntese: a) que o crédito oriundo das obrigações da Eletrobrás pode, sim, ser reconhecido pela Receita Federal; b) que esse crédito se presta a ser compensado com tributos federais; c) que o fato de o empréstimo compulsório não ter sido arrecadado mediante DARF não é argumento para se indeferir o seu direito ao crédito correspondente, a assim, homologar as compensações pedidas; e d) que seja cancelada a multa isolada incidente sobre os débitos compensados. Fl. 198DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/06 /2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 15555.000015/200672 Acórdão n.º 1201001.137 S1C2T1 Fl. 3 3 A DRJ não homologou a compensação de débitos de IPI com o crédito de debêntures ou obrigações da Eletrobrás, conforme voto abaixo transcrito: A manifestação de inconformidade é tempestiva e atende aos demais requisitos de admissibilidade; portanto, deve ser conhecida. Esclareço, como dito alhures, que estes autos só cuidam da declaração de compensação de IPI (fls. 02), pois os demais pedidos de compensação encontramse controlados nos autos do processo 13746.000397/200408. Vimos também que o suposto crédito a que se vincularia o pedido de compensação consignado no processo l3746.000394/200466. Embora mencionado interlocutoriamente pela autoridade da DRF, há apenas a recomendação da lavratura dos autos de infração de multa isolada. Tais feitos restam consignados em processos próprios, os quais serão objeto de decisões também nesta sessão. Assim, somente neles é que me manifestarei sobre a procedência ou não dos lançamentos da multa exigida isoladamente nesses casos. Pois bem, consoante minha decisão no processo que trata do reconhecimento do direito creditório, nada foi reconhecido como crédito da interessada passível de compensação. Sem crédito, não há como autorizar as compensações controladas neste processo e no processo n° l3746.000397/2004 08 (de onde foi transferida a declaração de compensação de IPI). Como vimos, tais compensações são indevidas, por se referirem a um crédito hipotético de natureza não tributável e não passível de reconhecimento por parte da RFB. Assim, voto pela manutenção, em seus estritos termos, do Despacho Decisório de fls. 16, o qual aprova o parecer Seort n° 130/2004, fls. 14/15, de modo a não homologar a compensação indevida de IPI consignada às fls. 02 deste processo. Intimada da decisão da DRJ em 17/12/2007, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 16 de janeiro de 2008 (via correio), reiterando os seus argumentos de defesa, embora com outra roupagem lingüística, sustentando o direito de defesa, o direito à compensação, que a natureza jurídica das obrigações são de empréstimo compulsório, que não poderia ser recolhido por Darf porque a lei que criou o documento de arrecadação é posterior à Lei que institui o empréstimo. Em seu pleito, requer a suspensão do presente processo até o julgamento em definitivo do pedido de restituição e que ao final sejam homologadas as compensações. Este é o relatório! Fl. 199DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/06 /2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO 4 Voto Conselheiro Rafael Correia Fuso O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos requisitos legais, por isso o conheço. Inicialmente, cumpre tratar da questão do sobrestamento do presente processo. Entendo que não há motivos para tal procedimento, visto que os autos do Processo Administrativo nº 13746.000394/200466 encontrase arquivado desde 27 de maio de 2009, pelo prazo de 5 anos, encontrandose os autos na SAMF do Rio de Janeiro. Diante disso, ao consultar o referido processo que tramitou pelo Conselho de Contribuintes, constatase que a Primeira Câmara do Terceiro Conselho anulou a decisão da DRJ, que entendeu não ser competente para analisar o pedido de restituição do valor das obrigações/debêntures, mandando reapreciar a manifestação de inconformidade. Não se sabe ao certo se a DRJ proferiu nova decisão. Se houve prolação dessa nova decisão, se negativa ao contribuinte, não houve interposição de Recurso. Se foi positiva, não se sabe. Com isso, a despeito do que fora decidido pela DRJ nos autos do Pedido de Restituição, cumprenos analisar a questão da compensação objeto do processo administrativo sub judice. Inicialmente, cumpre destacar que as obrigações, ao portador, da Eletrobrás não são pagamentos indevidos ou a maior de tributo, pois o Empréstimo Compulsório sobre Energia Elétrica era devido e sua devolução ao contribuinte, mediante a emissão de ações preferenciais da Eletrobrás, não constitui crédito do sujeito passivo (Eletrobrás) contra a Fazenda, para efeito de compensação, vez que não passível de restituição como disciplina o art. 165, do CTN, e 74, da Lei 9.430/1996. Não bastasse isso, a Lei autorizou o Poder Executivo a emitir títulos da dívida pública, de responsabilidade do Tesouro Nacional (LTN, LFT e NTN), para pagamento de qualquer tributo federal (CTN 150, I), e não para compensação de débitos tributários do contribuinte (CTN 150, II). Vejamos a legislação que trata do assunto: Código Tributário Nacional Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I o pagamento; II a compensação; III a XI omissis. Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: Fl. 200DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/06 /2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 15555.000015/200672 Acórdão n.º 1201001.137 S1C2T1 Fl. 4 5 I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II a III omissis; Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Omissis. Lei 9.430/1996 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 1º ao 12º Omissis. Lei 10.179/2001 Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a emitir títulos da dívida pública, de responsabilidade do Tesouro Nacional, com a finalidade de: I a VII ... Parágrafo único. ... Art. 2º Os títulos de que trata o caput do artigo anterior terão as seguintes denominações: I Letras do Tesouro Nacional LTN, emitidas preferencialmente para financiamento de curto e médio prazos; II Letras Financeiras do Tesouro LFT, emitidas preferencialmente para financiamento de curto e médio prazos; III Notas do Tesouro Nacional NTN, emitidas preferencialmente para financiamento de médio e longo prazos. Parágrafo único. Omissis. Art. 6º A partir da data de seu vencimento, os títulos da dívida pública referidos no art. 2º terão poder liberatório para pagamento de qualquer tributo federal, de responsabilidade de seus titulares ou de terceiros, pelo seu valor de resgate. Decreto 2.138/1997 Fl. 201DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/06 /2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO 6 Art. 1° É admitida a compensação de créditos do sujeito passivo perante a Secretaria da Receita Federal, decorrentes de restituição ou ressarcimento, com seus débitos tributários relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da mesma Secretaria, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a mesma destinação constitucional. Notese, de outra parte, que os títulos da Eletrobrás não foram contemplados sequer para pagamento de tributo, muito menos, ainda, se cogita para compensação. Contudo, esse tipo de crédito do sujeito passivo, não está autorizado na lei como forma de pagamento ou de compensação de tributo ou contribuição administrados pela Secretaria da Receita Federal. Na esteira da Lei e do Decreto acima mencionados, deixase claro que é admitida a compensação de créditos do sujeito passivo perante a Secretaria da Receita Federal, decorrentes de restituição ou ressarcimento, com seus débitos tributários relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da mesma Secretaria. Nestes termos, CONHEÇO do Recurso, e no mérito NEGOLHE provimento, mantendo a decisão da DRJ quanto à não homologação. É como voto! (assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator Fl. 202DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/06 /2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO
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Numero do processo: 10283.907548/2009-53
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed May 13 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3101-000.420
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário nos termos do voto da relatora.
HENRIQUE PINHEIRO TORRES
Presidente
VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
Relatora
Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, José Henrique Mauri, Adolpho Bergamini e Fernando Luiz da Gama Deça.
Nome do relator: VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
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EXP. E COM. LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário nos termos do voto da relatora. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, José Henrique Mauri, Adolpho Bergamini e Fernando Luiz da Gama D’eça. Por bem relatar, adotase o Relatório de fls. 60 versos dos autos emanados da decisão DRJ/BEL, por meio do voto do relator Roberto Paulo da Silva Santos, nos seguintes termos: “Trata o presente processo de PER/DCOMP transmitido em 28/12/2007, através do qual foi efetivada a compensação de débitos da interessada acima identificada, com crédito de Cofins referente a pagamento indevido ou a maior, no valor de R$ 45.939,29, recolhido através de DARF em 14/06/2006. 2. A DRF/Manaus, através de despacho decisório eletrônico (fl. 06), considerou "não homologada" a referida compensação, em virtude de o DARF apontado haver sido integralmente utilizado na quitação de débito da empresa. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 02 83 .9 07 54 8/ 20 09 -5 3 Fl. 169DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.907548/200953 Resolução nº 3101000.420 S3C1T1 Fl. 32 2 3. A interessada apresentou, tempestivamente, em 20/11/2009, manifestação de inconformidade (fl.09) na qual informa que, após haver confessado em DCTF e quitado o débito, constatou, mediante o cruzamento das informações prestadas na DACON e na DCTF, que o valor real a ser pago seria menor, motivo pelo qual efetuou a retificação desta última declaração, utilizando o crédito resultante ora em análise.” A decisão recorrida emanada do Acórdão nº. 0118.478 de fls. 60 traz a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Exercício: 2006 DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. ERRO. ONUS DA PROVA. O crédito tributário também resulta constituído nas hipóteses de confissão de dívida previstas pela legislação tributária, como é o caso da DCTF. Tratandose de suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho – CARF, em (fls. 63 a 70) resumidamente apresentando as seguintes alegações: Fatos –A Recorrente no período de Maio de 2006, apurou a COFINS de maneira equivocada, declarando os valores apurados em obrigação acessória DCTF, constituindo assim o crédito tributário; A questão fundamental é que não foi considerado o pagamento a maior efetuado com base em dados errados, que resultou no valor a compensar; Requisitos formais para admissibilidade do Recurso Voluntário. 2.1 Tempestividade; 2.2 Divergência – confrontando as provas pelas quais originaramse os valores recolhidos indevidamente e também os valores gerados e recolhidos em conformidade com a legislação vigente para apuração do COFINS. Procura comprovar as alegações juntando os documentos relacionados em fls. 66; 2.2.1 Inaplicabilidade do parágrafo 1º do art. 5º do DecretoLei n. 2124 de 1984; Mérito – 3.1 Inaplicabilidade do Art. 113 parágrafo 1º do CTN; Pedido – Requer: a) reconhecimento do valor da compensação, tornandose insubsistente o débito em questão; b) reconhecer o crédito tributário constituído na nova DCTF RETIFICADORA nos termos do artigo 114 e 115, do CTN; c) reconhecer a compensação do pagamento a maior declarado em PERDCOMP com o referido DARF elencado; É o relatório. Conselheira Relatora Valdete Aparecida Marinheiro, O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, por conter todos os requisitos de admissibilidade. A Recorrente desde a manifestação de inconformidade insiste na tese de que o seu direito creditório tem fundamento, pois, após haver confessado em DCTF e quitado o débito, constatou, mediante o cruzamento das informações prestadas na DACON e na DCTF, Fl. 170DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.907548/200953 Resolução nº 3101000.420 S3C1T1 Fl. 33 3 que o valor real a ser pago seria menor, motivo pelo qual efetuou a retificação desta última declaração, utilizando o crédito resultante no PER/DCOMP correspondente. A DRF/Manaus, através de despacho decisório eletrônico considerou não homologada a referida compensação em virtude de o DARF apontado haver sido integralmente utilizado na quitação de débito da empresa. Por outro lado, a Recorrente alega que a questão fundamental é que não foi considerado o pagamento a maior efetuado com base em dados errados, que resultou no valor a compensar; Existe nos autos muitos documentos, no entanto, a decisão recorrida, entendeu não haver provas do crédito do contribuinte. Do exame do despacho decisório que indeferiu a compensação, verifica –se que essa matéria não foi apreciada (falta de provas). A autoridade fiscal, em síntese, apenas considerou os dados apresentados na DCTF original não na retificadora. Assim, a interessada não foi intimada a justificar a origem de seu crédito, ou de explicalo, o que de fato lhe trouxe prejuízo. Convém ressaltar que o simples erro de preenchimento da Dacon/DCTF não pode resultar em enriquecimento ilícito da Fazenda Nacional. De sorte que o mero erro de fato no preenchimento da Dacon/DCTF não é elemento suficiente para afastar o direito à restituição de tributo pago a maior indevidamente. Com efeito, é incontroverso o bom direito da Recorrente. Neste sentido, os dados da DCTF/Dacon retificadora e os documentos colacionados são indícios de prova dos créditos e, em tese, ratificam os argumentos apresentados. Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constatase que, no caso vertente, os documentos apresentados são suficientes para se apurar a correta composição da base de cálculo da contribuição Cofins e eventuais pagamentos a maior decorrentes da incidência da contribuição em questão, para se saber se houve ou não recolhimento a maior. Assim, considero que há um indício de que o contribuinte tem um crédito e ele deve ser encontrado diante das alegações e documentos apresentados pelo mesmo em nome do princípio da verdade material que deve ser encontrada nos autos. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a Delegacia de origem: a) apure o valor a recolher da contribuição Cofins com base na escrituração fiscal e contábil, com todos os documentos existentes nos autos, período de apuração de Maio de 2006 e se existe o recolhimento a maior no valor de R$ 45.939,29, recolhido através de DARF em 14/06/2006; b) cientifique a interessada quanto ao teor dos cálculos para, desejando, manifestarse no prazo de dez dias. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.907548/200953 Resolução nº 3101000.420 S3C1T1 Fl. 34 4 c) depois de concluída a diligência retorne a esse Conselho para julgamento. É como voto. Relatora – VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Fl. 172DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10670.001469/2009-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004, 2005
SIMPLES NACIONAL. EXCLUSÃO. PRAZO.
Apenas o contribuinte está sujeito ao prazo indicado no artigo 13, parágrafo 3°, alínea `b', da Lei n° 9. 317/96.
NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
O contraditório e a ampla defesa só se instauram após a lavratura do auto de infração; antes, trata-se de procedimento inquisitório.
OMISSÃO DE RECEITA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO PELO CONTRIBUINTE.
Configura-se omissão de receita quando o contribuinte devidamente intimado a comprovar movimentação bancária, não apresenta documentação hábil para elidir a presunção legal.
MULTA QUALIFICADA
Apresentados os pressupostos legais, é cabível a multa qualificada.
Reflexos: CSL, COFINS E PIS
Aplicam-se aos lançamentos da CSL, da COFINS e do PIS, a mesma solução que foi dada ao IRPJ.
Numero da decisão: 1102-001.079
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado,por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares, e no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
João Otávio Oppermann Thomé - Presidente.
(assinado digitalmente)
João Carlos de Figueiredo Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Evande Carvalho Araújo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregório, João Carlos de Figueiredo Neto, Antonio Carlos Guidoni Filho e João Otávio Oppermann Thomé.
Nome do relator: JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004, 2005 SIMPLES NACIONAL. EXCLUSÃO. PRAZO. Apenas o contribuinte está sujeito ao prazo indicado no artigo 13, parágrafo 3°, alínea `b', da Lei n° 9. 317/96. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. O contraditório e a ampla defesa só se instauram após a lavratura do auto de infração; antes, tratase de procedimento inquisitório. OMISSÃO DE RECEITA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO PELO CONTRIBUINTE. Configurase omissão de receita quando o contribuinte devidamente intimado a comprovar movimentação bancária, não apresenta documentação hábil para elidir a presunção legal. MULTA QUALIFICADA Apresentados os pressupostos legais, é cabível a multa qualificada. Reflexos: CSL, COFINS E PIS Aplicamse aos lançamentos da CSL, da COFINS e do PIS, a mesma solução que foi dada ao IRPJ. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado,por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares, e no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 0. 00 14 69 /2 00 9- 73 Fl. 2149DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE F IGUEIREDO NETO Processo nº 10670.001469/200973 Acórdão n.º 1102001.079 S1C1T2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) João Otávio Oppermann Thomé Presidente. (assinado digitalmente) João Carlos de Figueiredo Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Evande Carvalho Araújo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregório, João Carlos de Figueiredo Neto, Antonio Carlos Guidoni Filho e João Otávio Oppermann Thomé. Relatório O presente julgamento trata de dois processos concomitantemente: o presente processo (que cuida da cobrança de IRPJ, CSL, PIS, COFINS e multa de ofício devidamente qualificada) e o processo nº 10670.000344/200926 (que cuida da exclusão da empresa do Simples e que foi apensado ao presente fl. 950). No presente caso, conforme se denota do relatório fiscal (fls. 50/63), a fiscalização se iniciou em 10/06/2008. No total, foram lavrados dez termos de intimação que exigiram, inicialmente, a apresentação de livros fiscais e extratos bancários por parte da Contribuinte e, posteriormente, a comprovação inequívoca, por meio de documentos hábeis e idôneos, da origem de recursos creditados e depositados nas suas contas correntes, bem como dos descontos de cheques do Banco do Brasil BB (ag. 0104x; c.c 210068) e da Caixa Econômica Federal CEF (ag.0132, c.c 502.9310), emitidos originalmente em favor da empresa “LOTEMOC Distribuidora Ltda”, que, à época, possuía o mesmo quadro societário da Contribuinte. A Contribuinte cumpriu parcialmente com as intimações, porém a Fiscalização, por meio de análise comparativa entre os valores creditados em conta e os valores declarados em PJSI, constatou divergências constantes no demonstrativo de fl. 64, e diante da insuficiência de provas apresentadas pela Contribuinte capazes de justificar a origem de tais valores, considerou caracterizada a omissão de receitas. No que tange aos cheques descontados, a Contribuinte limitouse a afirmar que os descontos eram em benefício da empresa “LOTEMOC” e, portanto, correspondiam à mera movimentação financeira, necessária em virtude de limites de depósito em conta corrente desta última empresa, a qual, por sua vez, já havia escriturado e pagado os tributos correspondentes. Fl. 2150DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE F IGUEIREDO NETO Processo nº 10670.001469/200973 Acórdão n.º 1102001.079 S1C1T2 Fl. 4 3 Diante desta justificativa, a Contribuinte fora intimada (item 2 do Termo 0005) para comprovar que os valores pertenciam à “LOTEMOC”, indicando também os respectivos repasses. Como consequência, a Contribuinte, além de não ter apresentado qualquer documentação capaz de respaldar os seus argumentos anteriores, apresentou uma nova alegação, qual seja, a de que os repasses teriam ocorridos com emissão de cheque da autuada para pagamento de “despesas” da “LOTEMOC”. A referida “LOTEMOC” também fora intimada para apresentar notas fiscais de prestação de produtos ou serviços referentes aos cheques descontados nas contas da Contribuinte e demonstrativos de recolhimentos dos tributos federais devidos sobre as receitas auferidas levadas a desconto das contas correntes da autuada. A documentação foi apresentada em sua maior parte, contudo, para a autoridade fiscal, serviram para demonstrar que os valores descontados na conta da empresa autuada (R$ 3.090.166,10) eram superiores à receita da “LOTEMOC” (R$ 1.748.509,56), o que tornaria pouco verossímil a justificativa apresentada e, consequentemente, considerou caracterizada a infração dos depósitos bancários de origem não comprovada. Ademais, a fiscalização, por não ter acatado a justificativa apresentada e, em virtude de o sócio participar com mais de 10% do capital de outra empresa e a receita bruta global ultrapassar o limite de que trata o inciso II do art. 2° da Lei nº 9.317/96, determinou, com base no inciso IX do art. 9° da Lei nº 9.317/96, a exclusão da recorrente do regime simples de tributação a partir de 01/12/2004, exclusão lavrada no processo de nº 10670.000344/200926 (apenso a este – fl. 950). Após a referida exclusão, a Contribuinte foi intimada para apresentar livros contábeis (Diário, Razão e LALUR), a fim de se apurar o IRPJ segundo a sistemática do lucro real, tendo em vista a impossibilidade de opção pelo lucro presumido em razão das omissões existente no livro Caixa. Como não houve entrega dos referidos livros, a autoridade fiscal arbitrou os valores auferidos pela Contribuinte, nos termos do artigo 530 do RIR 99, incluindo na base de cálculo, além dos valores declarados na PJS1, os valores resultantes das omissões de receitas e dos depósitos bancários de origem não comprovada, e autuou a Contribuinte por IRPJ, CSL, PIS e COFINS, relativo ao anocalendário de 2005. Além disso, entendeu a autoridade fiscal que as condutas praticadas pela recorrente caracterizaram sonegação. Por esta razão e, nos termos do artigo 44, II, da Lei 9.430/96, foi aplicada multa de 150% para os tributos decorrentes da receita omitida e para receitas operacionais declaradas na PJSI. Em suma, o presente caso tratase de Auto de Infração que objetiva a cobrança de IRPJ, CSL, PIS e COFINS, cujos fatos geradores ocorreram no anocalendário de 2005 e decorreram da exclusão de contribuinte do Simples em 2004, com o consequente arbitramento de lucros, e inclusão de receitas omitidas e de origem não comprovada, além de multa decorrente de infração de 75% para depósitos de origem não comprovada (item 002 do AIIM) e de 150% para receitas operacionais omitidas (item 001 do AIIM) e para receitas operacionais declaradas na PJSI (item 003 do AIIM). De modo tempestivo, a recorrente apresentou impugnação, alegando, em apertada síntese, que diversos valores movimentados em suas contascorrentes não constituíam receitas próprias. Segundo ela, nas contas correntes de n. 210668 da CEF e de n. 5029310 do Fl. 2151DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE F IGUEIREDO NETO Processo nº 10670.001469/200973 Acórdão n.º 1102001.079 S1C1T2 Fl. 5 4 BB, foram creditados diversos cheques auferidos pela empresa “LOTEMOC”, os quais eram repassados por transferência bancária ou em espécie pela recorrente a esta empresa, a qual já havia os escriturados e os levado à tributação. Ainda em fase de impugnação, a contribuinte rebateu o argumento de que os valores de cheques depositados não pertenceriam à empresa “LOTEMOC”, por serem muito superiores à sua receita, sustentando que esta empresa tinha à época, como principal função, a comercialização de cartões telefônicos, sendo sua receita composta basicamente de uma pequena comissão sobre a venda, de tal forma que circulavam valores muito superiores à receita e isso justificaria a diferença havida. Alegou também na impugnação que diversos valores incluídos na base de cálculo do tributo não constituíam receitas próprias, pois eram valores repassados diretamente pela CEF, seja para pagamento de benefícios sociais intermediados pela recorrente, tais como bolsafamília e bolsaescola, seja para pagamento dos produtos lotéricos. Destacou que a receita da Contribuinte se constituía das comissões recebidas. Concluiu, com esses argumentos, que não houve omissão de receita e que todos os valores tiveram sua origem comprovada e justificada. Quanto à sua exclusão do SIMPLES no ano de 2004, a Contribuinte salientou que a autoridade fiscal permaneceu inerte por quatro anos e, como consequência, não poderia, em março de 2009, retroagir os efeitos da exclusão, sob pena de violação aos dispositivos legais pertinentes e diversos princípios. Por fim, questionou a multa qualificada, afirmando não haver qualquer comprovação de dolo suficiente para o aumento da penalidade. A Primeira Turma de Julgamento da DRJ em Juiz de Fora/MG, em sessão realizada em 24/03/2011, por meio do Acórdão nº 0934.177 (fls. 955/979), manteve in tontum o lançamento fiscal, que excluiu a empresa do Simples e que a condenou ao pagamento de IRPJ, CSL, PIS, COFINS e multa de ofício devidamente qualificada, nos termos da ementa ora transcrita: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Das Empresas de Pequeno Porte Simples Anocalendário: 2004 Simples. Exclusão. Hipótese Vedada. Uma vez constatada hipótese de vedação à opção pelo regime de apuração do Simples, a empresa dele deverá ser excluída, nos termos da legislação de regência. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 Arbitramento do Lucro. Não apresentação da Documentação Solicitada. Intimada a apresentar escrituração contábil elaborada de acordo com as leis comerciais e fiscais (livros Diário, Razão e Lalur), com toda movimentação financeira não escriturada, a pessoa jurídica não o fez, restando, assim, impossibilitada a apuração do imposto pelo regime de apuração do lucro Real. Fl. 2152DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE F IGUEIREDO NETO Processo nº 10670.001469/200973 Acórdão n.º 1102001.079 S1C1T2 Fl. 6 5 Depósitos Bancários. Não Comprovação. Receita Omitida. Caracterizamse omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Contraditório e Ampla Defesa. Início. Somente com a impugnação, e não com a intimação prévia, iniciase o litígio, quando devem ser observados os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. Multa Qualificada. Caracterização. Dolo. Elemento Volitivo. A falta de escrituração de vultuosas quantias movimentadas em diversas contas bancárias mediante centenas de depósitos não justificados, juntamente com a supressão de tributos nas declarações entregues à Receita relativos ao período fiscalizado, sem qualquer justificativa plausível, evidencia o intuito de fraude, amoldase ao conceito de sonegação contido no art. 71 da Lei n.º 4.502/64 e justifica a aplicação da multa qualificada. Lançamentos Decorrentes – CSLL/Pis/Cofins. A solução dada ao litígio principal, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica, aplicase, no que couber, aos lançamentos decorrentes, quando não houver fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa. Segundo os julgadores daquela instância administrativa, uma vez não transcorrido o prazo decadencial e tendo sido observados os preceitos legais e os princípios do contraditório e da ampla defesa que só se concretizam efetivamente, após a lavratura do auto, durante a instauração do procedimento administrativo fiscal, correta foi a exclusão da Contribuinte do SIMPLES. Da mesma forma, afirmou que a utilização do arbitramento do lucro se mostrou devida ao presente caso, nos termos da legislação vigente, e que os valores recolhidos no SIMPLES foram considerados quando da alteração do regime de tributação. Com relação à omissão de receitas, afirmou que as alegações de que os valores depositados pertenceriam à outra pessoa jurídica, qual seja, a “LOTEMOC” não possuíam qualquer respaldo documental. Neste momento, reiterou que o ônus da prova fora invertido, de modo que caberia à contribuinte trazer documentação hábil para comprovar suas alegações. Finalmente, a DRJ manteve a qualificação da multa, afirmando que o dolo ficou caracterizado no momento em que vultosas (R$ 8.493.347,96) quantias foram movimentadas à margem da contabilidade. Para aqueles doutos julgadores, o intuito fraudulento se comprovou quando o contribuinte, tendo o dever legal de prestar informações acerca dos fatos geradores, não o faz de forma deliberada. Intimada da decisão, a Contribuinte apresentou recurso voluntário, reiterando os aspectos legais e doutrinários aportados na impugnação, em especial a impossibilidade de sua exclusão do SIMPLES e o fato de que não houve omissão de valores, pois todos os valores Fl. 2153DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE F IGUEIREDO NETO Processo nº 10670.001469/200973 Acórdão n.º 1102001.079 S1C1T2 Fl. 7 6 que não foram escriturados não configuraram receita e, como tal, não poderiam ter sido incluídos na base de cálculo, requerendo, portanto, a insubsistência do Auto de Infração e o cancelamento das exigências fiscais. É o suficiente para o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro João Carlos de Figueiredo Neto, Relator O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional (§ 11 do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996). Sobre a Exclusão do Simples e da Nulidade dos Autos de Infração A Empresa foi excluída do Simples em razão de haver incorrido, em novembro de 2004, em hipótese de vedação prevista à opção pelo referido regime, conforme art. 9°, IX, da Lei n° 9.317/96: não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso 11 do art. 2°. (fl. 970). Nos termos do art. 15, 1, da Lei n° 9.317/96, a exclusão do SIMPLES produzirá seus efeitos a partir do mês subsequente àquele em que ocorrera a situação excludente, 01/12/2004. Insurgiuse a Recorrente no sentido da inércia da Autoridade Fiscal, vez que a Recorrente foi informada da exclusão (Ato Declaratório Executivo n° 007/2009) do SIMPLES em março de 2009, isto é, mais de quatro anos após a ocorrência da suposta infração, o que violaria o art. 13, parágrafo 3°, alínea `b', da Lei n° 9. 317/96. Contudo, o entendimento defendido pela Contribuinte está equivocado, razão pela qual não há que prevalecer. Isso porque, a exclusão do SIMPLES pode ocorrer de duas formas: de ofício ou por comunicação do contribuinte. Apenas o contribuinte está sujeito ao prazo indicado no artigo 13, parágrafo 3°, alínea `b', da Lei n° 9. 317/96. A Fiscalização, por outro lado, não está sujeita ao aludido prazo. Assim, não se sujeitando a esse prazo, correta a exclusão da Contribuinte do SIMPLES. Ademais, sustentou a Contribuinte que o lançamento de ofício fora realizado à revelia de qualquer comunicação, em total prejuízo ao princípio do contraditório e da ampla Fl. 2154DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE F IGUEIREDO NETO Processo nº 10670.001469/200973 Acórdão n.º 1102001.079 S1C1T2 Fl. 8 7 defesa (artigo 2º, caput e IX, combinado com artigo 15, § 3º, da Lei nº 9.317/96) e, por isso, deveria ser anulado. Nada obstante, a preliminar de nulidade dos Autos de Infração deve ser rejeitada, uma vez que não foi configurada qualquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235/72, pois não houve qualquer cerceamento ao direito de defesa, vez que o contraditório e a ampla defesa só se instauram após a lavratura do auto de infração; antes, trata se de procedimento inquisitório. Após a lavratura do auto de infração, estes princípios foram devidamente observados, tendo sido concedido prazo para a defesa da Contribuinte e sido apreciados os argumentos alegados. Movimentação Bancária e do Arbitramento Como exposto, a autoridade fiscal arbitrou os valores auferidos pela Contribuinte, nos termos do artigo 530 do RIR 99, incluindo na base de cálculo, além dos valores declarados na PJS1, os valores resultantes das omissões de receitas e dos depósitos bancários de origem não comprovada, e autuou a Contribuinte por IRPJ, CSL, PIS e COFINS, relativo ao anocalendário de 2005. A fim de afastar a autuação por omissão de receita e por depósitos bancários de origem não comprovada, a Recorrente alegou que parte dos valores verificados em sua conta corrente não configuravam sua receita propriamente dita ou que eram valores pertencentes a terceiras pessoas (da CEF ou da empresa LOTEMOC) ou que eram transferências entre contas de sua própria titularidade. No entanto, não trouxe a Recorrente qualquer prova documental que comprovasse a sua tese, o que faz com que prevaleça, nos termos do artigo 42 da Lei nº 9.430/96, a constatação realizada pela fiscalização de que houve depósitos não escriturados e sem origem documentalmente comprovada. O artigo 42 da Lei nº 9.430/96 é claro ao determinar que caracteriza omissão de receita os valores creditados em conta mantida junto a instituição financeira em nome de pessoa física ou jurídica quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprove mediante documentação hábil e idônea sua origem. Confirase: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. De fato, havendo a presunção de omissão, invertese o ônus probandi, cabendo ao contribuinte comprovar documentalmente a origem dos depósitos bancários, conforme já decidiu este E. Conselho: DEPÓSITOS BANCÁRIOS PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42, da Lei Fl. 2155DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE F IGUEIREDO NETO Processo nº 10670.001469/200973 Acórdão n.º 1102001.079 S1C1T2 Fl. 9 8 nº 9.430, de 1996, autoriza, a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. (órgão 1º Conselho de Contribuintes 4a. Câmara Decisão 1º Conselho de Contribuintes / 4a. Câmara / ACÓRDÃO 104 23.205 em 28.05.2008) Esta comprovação, porém, não existiu in casu, logo se conclui pela improcedência da alegação da Contribuinte, sendo correta a autuação fiscal no que tange às omissões apontadas, bem como à não comprovação da origem dos depósitos bancários. Neste sentir, em face da ausência de escrituração das movimentações acima, as quais tornaram o livro Caixa falho, e da falta de apresentação de documentação que permitisse a tributação pelo lucro real, após a exclusão do SIMPLES, entendo como correto a providência fiscal do Arbitramento dos Resultados (art. 259 do RIR/99). Multa Da leitura do termo de verificação fiscal, se constata que a Fiscalização qualificou a multa, por entender que ocorreu sonegação no presente caso, conforme determina o artigo 44 da Lei nº 9.430/96, combinado com o artigo 71 da Lei nº 4.502/64. No entanto, alegou a recorrente que não houve, in casu, comprovação do dolo que permitiria a qualificação da multa. Sobre o tema, dispõe o artigo 71 da Lei nº 4.502/64 que: Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Contrariamente ao que sustentado pela Contribuinte, no presente caso, restou demonstrada a existência de ação dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais, seja porque a Contribuinte não comunicou de sua exclusão no SIMPLES em 2004, o que era seu dever, seja porque omitiu receitas em 2005, deixando de tributálas. Desta forma, diante dos fatos, não há como ver afastada a multa qualificada de 150%. Tributos Reflexos Fl. 2156DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE F IGUEIREDO NETO Processo nº 10670.001469/200973 Acórdão n.º 1102001.079 S1C1T2 Fl. 10 9 Quanto aos lançamentos reflexos, aplicamse a mesma solução que foi dada ao IRPJ. DISPOSITIVO Diante do exposto, nego provimento ao Recurso Voluntário, sob os fundamentos acima descritos. É como voto. (assinado digitalmente) João Carlos de Figueiredo Neto Fl. 2157DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE F IGUEIREDO NETO
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Numero do processo: 10074.000316/94-72
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed May 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Data do fato gerador: 12/02/1992, 21/02/1992, 13/04/1994
DRAWBACK SUSPENSÃO. EXPORTAÇÃO NÃO COMPROVADA. EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO SUSPENSO. A concessão do regime condiciona-se ao cumprimento dos termos e condições estabelecidos no seu regulamento (art. 78 do Decreto-lei nº37/1966). Comprovada a exportação de apenas parte do total compromissado, caracterizado o descumprimento das condições, exigível o imposto que ficara suspenso quando do desembaraço aduaneiro. Diante da comprovação de que a quase totalidade do produtos ingressados no Brasil foram exportados como componentes de outros produtos, inaplicável a multa do art. 526 do Regulamento Aduaneiro.
Recurso especial do contribuinte negado.
Recurso Especial da Fazenda Nacional negado
Numero da decisão: 9303-003.062
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial do sujeito passivo. Vencidos os Conselheiros Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva (Relator), Fabiola Cassiano Keramidas e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Júlio César Alves Ramos; e II) por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas e Joel Miyazaki, que davam provimento. Os Conselheiros Nanci Gama e Rodrigo Cardozo Miranda declaram-se impedidos de votar.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente.
FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA - Relator.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Nanci Gama, Rodrigo da Costa Pôssas, Rodrigo Cardozo Miranda, Joel Miyazaki, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Ricardo Paulo Rosa (Substituto convocado), Maria Teresa Martínez López e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento).
Nome do relator: FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA
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EXPORTAÇÃO NÃO COMPROVADA. EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO SUSPENSO. A concessão do regime condicionase ao cumprimento dos termos e condições estabelecidos no seu regulamento (art. 78 do Decretolei nº37/1966). Comprovada a exportação de apenas parte do total compromissado, caracterizado o descumprimento das condições, exigível o imposto que ficara suspenso quando do desembaraço aduaneiro. Diante da comprovação de que a quase totalidade do produtos ingressados no Brasil foram exportados como componentes de outros produtos, inaplicável a multa do art. 526 do Regulamento Aduaneiro. Recurso especial do contribuinte negado. Recurso Especial da Fazenda Nacional negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial do sujeito passivo. Vencidos os Conselheiros Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva (Relator), Fabiola Cassiano Keramidas e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Júlio César Alves Ramos; e II) por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas e Joel Miyazaki, que davam provimento. Os Conselheiros Nanci Gama e Rodrigo Cardozo Miranda declaramse impedidos de votar. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 4. 00 03 16 /9 4- 72 Fl. 2604DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO 2 FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA Relator. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Nanci Gama, Rodrigo da Costa Pôssas, Rodrigo Cardozo Miranda, Joel Miyazaki, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Ricardo Paulo Rosa (Substituto convocado), Maria Teresa Martínez López e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Relatório Nas fls 730/744 Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional contra decisão proferida pela Segunda Câmara do Terceiro Conselho de então, que negou por unanimidade o Recurso de Ofício e pelo voto de qualidade negou provimento ao Recurso Voluntário e nas fls. 760/779 Recurso Especial interposto pela Contribuinte contra os termos do Acórdão de fls. 717/726 a seguir transcrito: DRAWBACKSUSPENSÃO. INADIMPLEMENTO DO COMPROMISSO DE EXPORTAR. A concessão do regime condicionase ao cumprimento dos termos e condições estabelecidos no seu regulamento (art. 78 do Decretolei nº37/1966). O descumprimento dessas condições estabelecida em Ato Concessório e na legislação de regência enseja a cobrança de tributos relativos às mercadorias importadas sob o regime aduaneiro especial de drawback suspensão, acrescidos dos encargos previstos em lei. COMPROVAÇÃO DE EXPORTAÇÃO. Somente serão aceitos para comprovação no regime especial de Drawback, os Registros de ExportaçãoRE devidamente vinculados no Ato Concessório, e que contenham todas as informações de que se referem à operação de Drawback. RECURSOS DE OFÍCIO E VOLUNTÁRIO NEGADOS. A Procuradoria da Fazenda Nacional logrou êxito quanto ao seguimento do Recurso Especial por ela interposto e a Contribuinte, em sentido contrário, teve sua pretensão recursal inadmitida na conformidade do despacho de nº 3020144 (fls. 829/835) fato motivador da articulação de Agravo de Instrumento que reviu os pressupostos da admissibilidade, concedendoa parcialmente por considerar materializada a divergência quanto à questão Fl. 2605DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO Processo nº 10074.000316/9472 Acórdão n.º 9303003.062 CSRFT3 Fl. 899 3 relativa aos erros de preenchimento dos RE e a consequente falta de vinculação entre os RE e o Ato Concessório do benefício. O objetivo do apelo da Fazenda Nacional se restringiu ao cabimento da multa prevista no artigo 526, IX do Regulamento Aduaneiro – RA. Inicia a Fazenda Nacional articulando as razões do litígio arguindo que tudo decorreu de importações de 6.4000,00 toneladas métricas de zinco eletrolítico e de 80.708,00 toneladas métricas de carvão metalúrgico, levadas a efeito pela Cia. Siderúrgica Nacional, com suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação, assumindo o compromisso de exportar 105.790,00 toneladas métricas de chapas e bobinas zincadas por meio das declarações de importação DI nºs 500.501, 500.579 e 501.185 anexas às fls. 08/26, todas registradas na Inspetoria da Receita Federal do Porto do Rio de Janeiro, amparadas pelo Regime Aduaneiro Especial Drawback – Suspensão por meio do Ato Concessório nº 000191/0002051, de 22.10.1991. Continua argumentando que segundo consta do Relatório de Comprovação de Drawback nº 194/1029 (fl. 06) foi constatado pela fiscalização que a beneficiária do regime não cumpriu, em parte, o compromisso assumido no montante de USS$ 3.967.293,72 com isso infringindo os arts. 317 e 319 do Regulamento Aduaneiro – RA. Em razão disso, foi lavrado Auto de Infração nº 023/94 (fl. 01) exigindo o valor equivalente a 2.232.800,45 Ufir a título de Imposto sobre a Importação, acrescidos de multa de ofício de 100%, capitulada no art. 4º, I da Lei nº 8.218/91 e de juros de mora além de multa de controle administrativo das importações, expressa no art. 526, IX do RA. Registra que a Delegacia de Julgamento em Florianópolis (fls. 459/475) excluiu a multa do artigo 526, IX com base no entendimento de que a mesma não deve ser aplicada no caso de simples descumprimento do compromisso avençado em Ato Concessório de Drawback aspecto que foi confirmado pela Segunda Câmara do Terceiro Conselho de então e contrariado neste estágio recursal ao fundamento de que fere decisão paradigma deste Conselho no Acórdão nº 30127360, que reverbera: CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES. 1. Descaracterizado o regime “drawback” pelo descumprimento das obrigações assumidas, aplicase o tratamento legal previsto para importação em regime comum. Cabível multa do art. 526, IX do RA. Afirma que está comprovado o descumprimento parcial de compromisso formalizado em Ato Concessório e a prática dessa irregularidade caracteriza infração a Fl. 2606DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO 4 dispositivos que regulam a matéria tornando a contribuinte sujeita a penalidade prevista no art. 526, IX do RA/85 em razão de ter havido desvio quanto a destinação da mercadoria, in verbis: “Art. 526. Constituem infrações administrativas ao controle das importações, sujeitas às seguintes penas (DecretoLei nº 37/66, art. 169, alterado pela Lei nº 6.562/78, art. 2º) IX – descumprir outros requisitos de controle da importação constantes ou não de Guia de Importação ou de documento equivalente, não compreendidos nos incisos IV a VIII deste artigo: multa de 20% (vinte por cento) do valor da mercadoria.” Exclusivamente com base nessas razões a Fazenda Nacional requer o conhecimento e provimento do recurso para reformar em parte o acórdão recorrido, restaurando a pena do art. 526, IX do RA. Contra Razões da Contribuinte nas fls. 753/759. Em suas razões de recurso (fls.760/779) a Contribuinte, no que diz respeito à ocorrência de erros de preenchimento dos RE e a vinculação entre eles e o ato concessório, inicia prelecionando conceitualmente o incentivo que se cuida, como sendo um regime especial criado com o objetivo de gerar direito compensatório aos exportadores mediante a desoneração dos impostos incidentes sobre a importação de mercadoria destinada à composição de outra, desde que destinada à exportação. Alega que foi demonstrado e não questionado no Acórdão recorrido, que a ora Recorrente exportou o que havia se comprometido perante a SECEX relativamente ao Ato Concessório nº 1091/2051. Transcreve parte da decisão recorrida: “..não foram aceitos os Registros de Exportação – RE como comprovação do compromisso assumido no Ato Concessório, em virtude de não terem sido vinculados ao respectivo Ato Concessório que tentam comprovar, seja por não terem feito o devido enquadramento das operações como sendo parte de uma operação de drawback, seja pela falta de vinculação da exportação com o Ato Concessório respectivo, mediante o não preenchimento do campo apropriado nos RE,s, I. e., a C. 2ª Câmara do E.3º Conselho de Contribuintes não questiona que os produtos foram exportados, apenas não admite os registros de exportação.” Transcreve ementa de decisão em sede de Apelação pelo E. TRF da 2ª Região, processo nº1995.51.01.0173810, enfrentando matéria sobre Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) também decorrente do Ato Concessório objeto deste Recurso, in verbis: Fl. 2607DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO Processo nº 10074.000316/9472 Acórdão n.º 9303003.062 CSRFT3 Fl. 900 5 TRIBUTÁRIO. DRAWBACK. EXPORTAÇÃO A MENOR E APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE COMPROVAÇÃO DA EXPORTAÇÃO A DESTEMPO. IRREGULARIDADES INSUFICIENTES PARA REVOGAÇÃO DO BENEFÍCIO. TRIBUTÇÃO DA DIFERENÇA APURADA ENTRE O MONTANTE DECLARADO NO MOMENTO DA SOLICITAÇÃO DO BENEFÍCIO E AQUELE EFETIVAMENTE EXPORTADO. INTELIGÊNCIA DO INCISO III, IN FINE, DO ART. 78 DO DECRETO – LEI 37.66. ........................................... 2.Da análise do Ato Concessivo nº 191/2051 e seus aditivos, a parte autora estaria obrigada a exportar, até 20.12.93, a quantidade de 105.790.000 TM de chapas e/ou bobinas zincadas. Segundo o laudo pericial foram efetivamente exportados, até 20.12.93, o total de 99.181,938 TM, sendo certo que a comprovação das exportações foi realizada somente em 26.04.94. 3. Cumpre observar que não há controvérsia quanto à exportação “a menor”, tampouco com relação à apresentação do relatório de comprovação da exportação fora do prazo fixado no inciso I do art. 319 do Decreto nº 636 de 24.08.1992.O deslinde da questão em exame resumese em verificar se tais irregularidades são suficientes para revogação do benefício. ........................................ 5. A apresentação do relatório a destempo não acarreta a perda do direito à isenção relativo à totalidade da matéria – prima importada, sendo tal irregularidade incapaz de modificar a substância do ato de exportação diante da ausência de sanção expressa por descumprimento dessa obrigação acessória. ................................................ 8.Ademais, haveria evidente afronta ao princípio da proporcionalidade admitir, como consequência, perda total do benefício fiscal, com cobrança integral do tributo, quando houve cumprimento parcial, no prazo, com exportação de quase a totalidade daquilo que ingressou em nosso território Afirma que essa Jurisdição reconheceu o adimplemento quase total do Ato Concessório, (95% confirmado por laudo acostado). Fl. 2608DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO 6 Continua alegando que comprovou as importações e exportações realizadas mediante a apresentação do Relatório de Comprovação de Drawback descabendo ao Fisco aguir o inadimplemento parcial se a SECEX órgão competente para a concessão e certificação do regime emitiu Relatório de Comprovação nº 194/1029 atestando terem sido os produtos importados completamente utilizados naqueles que foram exportados. Transcreve excerto da lavra da Conselheira Dione Maria Andrade da Fonseca no Acórdão 30328.174: “Temse assim que, aparentemente o elemento quantitativo do compromisso pactuado foi atendido. O fato econômico que caracteriza o drawback (importação de matériaprima e exportação do produto final) efetivamente ocorreu. Portanto, a falta de uma formalidade ou sua extemporaneidade não deve penalizar o contribuinte que teve o seu drawback – suspensão (baixa final) declarado pelo órgão competente através de relatório de comprovação. Não cabendo, no caso, o Fisco descaracterizar o regime.”(fl. 769) Destaca ainda com veemência que o fim último do regime de drawbak foi atendido no presente caso porque materializada a exportação dos produtos finais não sendo apropriados os argumentos de natureza formal para invalidar o regime como se depreende de decisão utilizada como paradigma, eventual falta ou mero equívoco no preenchimento de um campo no Registro de Exportação não é óbice para fins de comprovação do cumprimento do programa. Com relação a penalidades afirma que a Recorrente agiu na conformidade do pactuado com a CACEX e por ela autorizado É o relatório Voto Vencido V O T O do Conselheiro Relator Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. O Recurso preenche condições de admissibilidade dele tomo conhecimento. Sirvome do entendimento eleito no processo nº 1995.51.01.0173810 (fl.665) quando do exame do recurso de apelação sob a jurisdição da 29ª Vara Federal do Fl. 2609DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO Processo nº 10074.000316/9472 Acórdão n.º 9303003.062 CSRFT3 Fl. 901 7 Estado do Rio de Janeiro que cuidou de deslindar litígio relativo ao mesmo Ato Concessório nº 191/2051 quanto à ação ordinária proposta com o objetivo de anular débito fiscal decorrente da cobrança de AFRMM Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante. Dito Ato Concessório nº 191/2051 obrigava a ora Recorrente, como já mencionado no relatório após importar 6.400,000 toneladas métricas de zinco eletrolítico e de 80.708,000 toneladas métricas de carvão metalúrgico a exportar até 20.12.93 a quantidade de 105.790,000 TM de chapas e/ou bobinas zincadas. Segundo laudo pericial foram efetivamente exportados até aquela data, a quantidade de 99.181,938 TM e a apresentação do relatório de comprovação da exportação somente foi formalizado em 26.04.94. O Art. 526, inciso IX do Regulamento Aduaneiro de 2005 reverberam: “Art. 526. Constituem infrações administrativas ao controle das importações, sujeitas às seguintes penas (DecretoLei nº 37/66, art. 169, alterado pela Lei nº 6.562/78, art. 2º) IX – descumprir outros requisitos de controle da importação constantes ou não de Guia de Importação ou de documento equivalente, não compreendidos nos incisos IV a VIII deste artigo: multa de 20% (vinte por cento) do valor da mercadoria.” Registra o Magistrado no julgamento do apelo acima referido que “não há controvérsia quanto à exportação “a menor”, tampouco com relação a apresentação do relatório de comprovação da exportação fora do prazo fixado no inciso I do art. 319 do Decreto nº 636, de 24/08/92, verbis: Art. 319. As mercadorias admitidas no regime que, em seu todo ou em parte, deixem de ser empregadas no processo produtivo de bens, conforme estabelecido no ato concessório, ou que sejam empregadas em desacordo com este, ficam sujeitas ao seguinte procedimento: I – no caso de inadimplemento do compromisso de exportar, no prazo de até trinta dias da expiração do prazo fixado para exportação: a)devolução ao exterior o reexportação; b)destruição sob controle aduaneiro, às expensas do interessado; c)destinação para consumo interno das mercadorias remanescentes; II – no caso de descumprimento de outras condições previstas no ato concessório, deverá ser requerida a regularização junto ao órgão concedente, a critério deste. IIIno caso de renúncia ao benefício, deverá ser adotado, no momento da renúncia um dos procedimentos previstos no inciso I. Fl. 2610DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO 8 Parágrafo único – Na hipótese da alínea “c”, inciso I, deste artigo, os tributos suspensos deverão ser pagos com acréscimos legais devidos.” Ainda promana o Magistrado Federal, o deslinde da questão em exame resumese em verificar se a quantidade exportada a menor e a apresentação do relatório de comprovação de exportação fora do prazo, se revestem de suficiência para revogação do benefício. Destaca que os produtos no volume de 99.181,838 TML, exportados no prazo estipulado no ato concessório, tiveram por objeto a devolução ao exterior das matérias – primas submetidas ao regime aduaneiro especial, após o beneficiamento e afirma que a apresentação do relatório a destempo não acarreta a perda do direito à isenção relativo à totalidade da matériaprima importada. Complementa destacando que a apresentação tardia do relatório não tem o condão de modificar a realidade do ato de exportação e até mesmo por ausência de sanção expressa destinada a punir o descumprimento dessa obrigação acessória. Conclui o Desembargador argumentando que na hipótese de não terem sido utilizados todos os bens até o final do prazo estabelecido pelo ato concessório ou terem sido os mesmos exportados após o decurso do prazo, a suspensão incentivadora dará lugar a incidência tributária devida na importação, portanto, apenas com relação à parcela não aproveitada. Ao contrário, diz ele, haveria afronta ao princípio da proporcionalidade admitir a perda total do benefício fiscal com a cobrança integral do tributo quando houve cumprimento parcial, no prazo, com exportação de quase a totalidade daquilo que ingressou no Brasil. Por outro lado, verifico em sede de memoriais, decisão materializada pelo TJ RJ na Apelação Cível nº 2008.001.5068, também da ora Recorrente quando contestou a exigência do ICMS decorrente do mesmo Ato Concessório, cuja ementa é a seguinte: “ICMSISENÇÃO.IMPORTAÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS SOB REGIME DE DRAWBACK.CONVÊNIO 27/90. AUTO DE INFRAÇÃO LAVRADO PELA SECRETARIA ESTADUAL DE FAZENDA, SOB O FUNDAMENTO DE DESCUMPRIMENTO DO ITEM 2, PAR. UNI. CLÁUSULA 1A DO CONVÊNIO, A QUAL CONDICIONA ISENÇÃO DO TRIBUTO A EFETIVA EXPORTAÇÃO PELO IMPORTADOR DO PRODUTO RESULTANTE DA INDUSTRIALIZAÇÃO DA MERCADORIA IMPORTADA. Comprovada mediante a entrega, à repartição competente, da cópia da declaração de despacho de exportação até 45 dias após o término da validade do ato concessório. Primeira parte do dispositivo integralmente cumprida, conforme apurado em laudo pericial, referente à exportação do produto industrializado da mercadoria importada, com observância do prazo estipulado e do limite das quantidades autorizadas. Segunda parte, referente à comunicação das exportações, realizada após o prazo previsto no convênio. Dever acessório, consistente numa obrigação de fazer de natureza instrumental, administrativa e não patrimonial, que tem por finalidade viabilizar o controle do adimplemento da obrigação principal, cuja sanção pode ser uma multa ou pena pecuniária, mas jamais a perda da isenção. Beneficio de política fiscal, que objetiva o equilíbrio da balança comercial, visando o interesse público. Interpretação dos artigos 113, § 2º, 175, I, e 176, do CTN. Auto de Infração anulado. Sentença reformada. Recurso provido.” Fl. 2611DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO Processo nº 10074.000316/9472 Acórdão n.º 9303003.062 CSRFT3 Fl. 902 9 Diante de todo o exposto, louvado no sentido de que tendo havido exportação da quase totalidade do que ingressou no Brasil, voto no sentido de negar provimento ao Recurso interposto pela Fazenda Nacional quanto a multa do art. 526 do Regulamento Aduaneiro e dou parcial provimento ao Recurso Especial da Contribuinte para afastar qualquer incidência tributária devida na importação das matérias primas utilizadas na confecção de produtos finais exportados no prazo estabelecido pelo Ato Concessório nº 109120051. . Sala das Sessões, 12 de agosto de 2014. FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA. Relator. Fl. 2612DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO 10 Voto Vencedor CONSELHEIRO Júlio César Alves Ramos Honroume a presidência com a difícil tarefa de exprimir as razões que me e levaram a maioria qualificada do colegiado a discordar das bem lançadas argumentações do Conselheiro relator. Tendo examinado os autos, lastreei minha convicção especialmente no minucioso Relatório elaborado pela fiscalização da IRF do Rio de Janeiro em atendimento a diligência requerida pela Delegacia de Julgamento de Florianópolis, que transcrevo a seguir na íntegra. Vale enfatizar que se tratou da terceira diligência realizada para “esclarecer” o descumprimento apontado como causa da autuação. Disse, na ocasião, a autoridade fiscal que realizou os trabalhos (verbis): Sr. Supervisor, 1 A presente informação se refere à diligência efetivada em razão de solicitação expendida pela Delegacia de Julgamento de FlorianópolisSC, tendo em vista conversão em diligência de julgamento do auto de infração lavrado em face da empresa em epígrafe, consubstanciado no processo administrativo fiscal 10074.000316/9472, no qual intervieram como autuantes os auditoresfiscais Nair de Souza Rezende e Luiz Henrique Viana Travessedo, servidores que não mais exercem suas funções nesta unidade, em decorrência de desligamento resultante de aposentadoria. 2 O auto de infração lavrado em 30/03/1994, deuse em razão de descumprimento parcial do ato concessório 191/2051, de 22/10/94, sendo noticiado o inadimplemento do avençado por meio de comunicação emitida pelo Departamento de Comércio ExteriorDECEX, hoje denominado Secretaria de Comércio Exterior SECEX. 3 Irresignado com o feito, num primeiro momento, a autuada apresentou impugnação genérica, presente às fls. 29/30, através da qual alegou que efetivou a totalidade das exportações estipuladas no ato concessório citado, daí a total improcedência do auto lavrado. 4 Posteriormente, em obséquio ao rito processual previsto na legislação vigente anterior à lei 8.748/93, foram os autos baixados em diligência, para oitiva dos autuantes (6779) e conseqüentes esclarecimentos das razões que respaldaram a consideração da inadímplência parcial do ato concessório em apreço. 5 Como se depreende das manifestações e documentos trazidos à colação (fls. 67/79), o inadimplemento decorreu da não apresentação do Relatório de Comprovação nos prazos regulamentares, tendo sido a matéria inclusive versada em recurso apresentado pela autuada junto ao DECEX, para acolhimento intempestivo das comprovações não efetivadas no Fl. 2613DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO Processo nº 10074.000316/9472 Acórdão n.º 9303003.062 CSRFT3 Fl. 903 11 seu devido momento, formalizadas as razões da súplica da Carta SFSI 126, de 26.04.94( fls. ). 6 As razões recursais não foram acolhidas, como se observa através do contido no Oficio do Banco do Brasil( fls. 75) e manifestação do DTIC/CONAB/SEPIL(fls. 76), evidenciados os motivos da recusa no Oficio DECEX/GEROP 96 7370 (fls.98). 7 Desta forma, como evidenciado pelo exposto, a matéria gravita essencialmente na discussão sobre a validade da consideração da comprovação das exportações apresentadas fora dos prazos previstos, afastada tal possibilidade e aceitação pelo órgão com atribuição de controle administrativo do regime de Drawback. 8 Assim, malgrado o caráter típico de questão de direito da controvérsia, acertadamente, para melhor julgamento do feito, a DRJ de Florianópolis converteu o julgamento novamente em diligência, com proposta de atendimento dos quesitos formulados às fls. 136137, tendo especial relevo o exame das exportações configuradas nos Registros de Exportação contidos no Relatório de Comprovação, apresentado a destempo pela autuada. 9 No que pertine ao primeiro quesito, nada de relevante deve ser acrescentado, sendo juntado aos autos o ato concessório formalizador do compromisso às fls. 175180. 10 Em relação ao segundo quesito, cabem alguns reparos e esclarecimentos. . 11 Num primeiro giro, cabe especificar devidamente a amplitude da atuação realizada na presente diligência, visto que, com a devida e necessária vênia, a solicitação exarada pela Delegacia de Julgamento foi formulada em termos excessivamente genéricos. 12 Com efeito, numa primeira aproximação, deve ser ressaltado, em obséquio à necessária distribuição do ônus probatório, que cabe primordialmente à autuada apresentar os documentos que embasam as exportações formalmente retratadas no Relatório de Comprovação, que justificam, segundo seu entendimento, a improcedência do auto lavrado. 13 Sendo assim, o objeto da presente diligência se cingiu à reunião dos documentos que são considerados suficientes pela legislação regente, para supedanear os dados contidos nos Registros de Exportação e no Relatório de Comprovação, sendo examinado outrossim, por oportuno, se os registros apresentados contemplam integralmente todas as exportações mencionadas no Relatório. 14 Destarte, deve ser gizado que o exame efetivado nesta diligência foi estritamente documental, colhidos e apreciados Fl. 2614DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO 12 unicamente o que consta no Siscomex Exportação e nos documentos próprios ofertados pela autuada. 15 Este é único campo possível de análise, visto que a efetivação das exportações só pode ser atestada pela unidade responsável pelo desembaraço das mercadorias, no momento de saída dos bens do território nacional, afastadas assim possíveis incompreensões cabíveis em razão da abrangência dos termos utilizados pela unidade solicitante da diligência. 16 Desta forma, observadas tais premissas, foi solicitado à autuada elaboração de planilha, agrupando todos os registros de exportação por data de embarque e a imediata apresentação dos documentos que instruíram os despachos de exportação: tais como DECLARAÇOES DE EXPORTAÇÃO, NOTAS FISCAIS DE EXPORTAÇÃO, CONHECIMENTOS DE TRANSPORTE). 17 Ademais, efetuamos exame dos Registros constantes no anexo do presente processo, reagrupando os documentos por datas de embarque, apartados por mês 18 O confronto da planilha elaborada pelo contribuinte, alicerçada nos dados contidos no Relatório de Comprovação, e os Registros citados, revelou que a autuante apenas havia apresentado registros de 118 documentos de exportação, levando em conta um universo de 370 constantes no Relatório. 19 Em face de tais circunstâncias, foi efetivada nova intimação(fls ), em 09/10/02, solicitando a apresentação das Declarações de Exportação referenciadas no termo de intimação lavrado, anteriores à introdução do Siscomex em 1993; e a apresentação dos Registros de Exportação faltantes, visto que, como já afirmado, a entrega de tais documentos foi parcial. 20 Em relação à primeira intimação lavrada, a autuada apresentou manifestação tempestiva, datada de 25/09/02, julgando despicienda a apresentação dos documentos solicitados, porquanto todos os Registros de Exportação já teriam sido acostados, devidamente averbados no Sistema, aduzindo, ademais, que o Registro de Exportação é o documento hábil para comprovação das exportações efetivadas, nos termos do item 21.1, II, da Consolidação das Normas de Drawback. Conquanto a relevância de tais assertivas, ressaltou a possibilidade de exame in loco dos documentos em apreço, que, segundo a informação prestada, superariam o total de oito mil papéis, tornando, assim, descabida a juntada dos mesmos aos autos ( fls. ) 21 Em 08/11/02, apresentou as Declarações de Exportação solicitadas(fls ),requerendo novo prazo de 15 dias para oferta dos outros documentos solicitados, sendo pedida nova prorrogação de prazo de 20 dias em 25/11/02( fls . ) 22 Em 16/12/02, novo prazo de 30 dias foi solicitado, informando, ademais, a empresa autuada que os registros de exportação ainda faltantes, não foram efetivados diretamente pela mesma, atuando, diversamente, como exportadores das mercadorias as empresas ENACEX EMPRESA COMERCIAL Fl. 2615DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO Processo nº 10074.000316/9472 Acórdão n.º 9303003.062 CSRFT3 Fl. 904 13 EXPORTADORA, ARMCO COMERCIAL S.A e COMPANHIA COMERCIAL OMB (fls.) 23 Finalmente, em 14/01/03, a autuada apresentou documentação colacionada pela Alfândega no Porto do Rio de Janeiro (fls.20), no qual são informados que os registros 93/0453390001, 93/0221525 e 93/0968626 são inexistentes; o registro 93/0343650001 está vinculado a DDE em nome da CSN; e, finalmente, os demais registros estão vinculados a DDE’S de outras empresas, sendo extraídos unicamente aqueles com sufixos 001, nos quais consta sempre a CSN como fabricante dos produtos( fls.3 0900). 24 Em razão dos fatos alegados, foi feita solicitação em 30/01/03 ás divisões de tributação respectivas, para informação da existência de registro especial de comercial exportadora, previsto no artigo segundo, inciso I, do Decretolei 1.248/72, das empresas que atuaram como exportadoras dos produtos fabricados pela CSN(fls. ). 25 As respostas encaminhadas permitem concluir que unicamente a ENACEX EMPRESA COMERCIAL EXPORTADORA não possui o citado registro, requisito essencial para devida intervenção na exportação de mercadorias de terceiros(fls. ). Cabe ressaltar neste passo, que tal empresa é responsável pela emissão da maior parte dos registros de exportação efetivados por terceiros, conforme depreendese do exame dos RE's acostados ás fls. 26 Ademais, foi solicitado em 23/01/03, elaboração de planilha discriminando as exportações realizadas diretamente pela autuada e aquelas outras efetivadas por terceiros; na mesma intimação foi exigida a documentação necessária para comprovação da transferência dos produtos da CSN para os supostos exportadores e comprovação da escrituração das operações comerciais nos respectivos livros contábeis e fiscais. 27 Depois de pedido de prorrogação do prazo efetuado em 24/02/03, apresentou a autuada cópia de farta documentação, acostada às fl; , cabíveis as observações seguintes: I Em linha diversa do solicitado, a autuada não apresentou os documentos comprobatórios da efetiva transferência das mercadorias de seu estabelecimento para o local de funcionamento das empresas exportadoras; II Da mesma forma, ainda em completa desarmonia em relação ao que foi exigido, não foram ofertados os livros contábeis em que foram devidamente escrituradas as operações de transferência das mercadorias para as comerciais exportadoras, bem como .a apresentação dos conhecimentos de transporte referentes ao trânsito das mercadorias em tese fabricados pela CSN para os responsáveis pela exportação em outras unidades da federação, Fl. 2616DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO 14 III foram apresentadas cópias de diversos documentos referentes aos registros no Siscomex das operações de exportação, muitas das quais suscitam grande dificuldade de compreensão e leitura de seus dados, sobressaindo outrossim o fato de que em tais documentos não estão estampados qualquer vinculação com o ato concessório em exame, ausentes elementos seguros passíveis de aferir com precisão a indicação de que os mesmos se referem aos registros de exportação elencados no Relatório de Comprovação, em especial o disposto no inciso IV, do artigo 34 de mencionada Portaria, IVFinalmente, há a presença unicamente de notas fiscais de exportação emitidas pela ENACEX EMPRESA COMERCIAL EXPORTADORA, que, como indicado no item 25, não possui registro especial de comercialexportadora, cabendo destacar que, em tais notas fiscais, igualmente não há qualquer vinculação com o Ato Concessório em exame. 28 Assim, observado todo o exposto, podemos estabelecer algumas conclusões sobre os registros de exportação apresentados pela autuada, atendendo ao que foi solicitado peia autoridade julgadora: IComo observação geral, aplicável a todos os registros de exportação, cabe observar que todos os documentos não apresentam, no enquadramento da operação, vinculação das exportações com respectivo Ato Concessório, como preconizado no artigo 317 c/c 325 do Regulamento Aduaneiro, sendo ostentado o código de operação 80000, genérico e não específico às operações vinculadas ao Drawback, impossibilitando, assim, a aferição do vínculo da exportação com o pertinente Ato Concessório, gerando o conseqüente adimplemento do plano de exportação previsto e compromissado. II Não foi apresentado, como ressaltado no item 20, a comprovação documental e contábil das operações que ensejaram as exportações retratadas nos Registros de Exportação constantes no Relatório de Comprovação. III Os registros 93/0968626003 e 93/0221525001 (fls. ) não Indicam data de averbação. IV No que pertine às exportações referentes aos 252 registros de exportação constantes no Relatório de Comprovação, efetivadas por terceiros, em primeiro lugar, cabe ressaltar que a empresa Enacex, como indicado precedentemente, não possui registro especial de comercial exportadora, fundamental para sua regular qualificação como interveniente de operações de exportação de produtos fabricados por beneficiários do regime de Drawback, conforme previsto no item IV do artigo 34 da Portaria Decex 24/92. V Como afirmação genérica, aplicável às três empresas responsáveis pela exportação, não foi apresentada documentação suficiente e idônea para atestar a efetiva transferência das mercadorias da sede da autuada para o estabelecimento dos exportadores, não fornecendo a autuada nenhum elemento seguro da efetividade destas operações. Fl. 2617DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO Processo nº 10074.000316/9472 Acórdão n.º 9303003.062 CSRFT3 Fl. 905 15 VIos registros 93/0453390001, 93/0221525 e 93/0968626 são inexistentes, como indicado no item 23. 29Finalmente, em referência ao último quesito formulado pela autoridade julgadora, cabem algumas observações. 30 Em nosso entender, salvo juizo mais correto, a solicitação da douta autoridade julgadora já está plenamente atingida pelo lançamento efetuado, que se embasou em aferição e controle de órgão que possui respaldo legal para acompanhamento administrativo do regime de Drawback (DECEX), tendo as manifestações de citado órgão, exaradas no âmbito de suas competências, pleno valor legal de provas préconstituídas, utilizáveis pelo Fisco como elementos passíveis da configuração do crédito tributário através da formalização do lançamento. 31 De efeito, é fato consagrado na doutrina e jurisprudência que a atividade de lançamento, como decorrência da atuação inquisitorial da autoridade administrativa, pode se socorrer de quaisquer elementos necessários à demonstração da ocorrência do fato gerador, afastadas tãosomente as provas obtidas por meios ilícitos. 32 Em sendo assim, a verdade apontada no lançamento encontra como único óbice o conjunto probatórío obtido através de condutas ilícitas, não havendo, por conseguinte, em qualquer ramo do processo, tarifação prévia das provas. 33 Muito ao revés, deve o julgador, em obséquio ao sistema de livre convencimento motivado, aquilatar a capacidade do instrumento de prova utilizado em corroborar a imputação contida no auto de infração. 34 Desta forma, sopesadas tais premissas, não convinhável e não acertada a negação de respaldo e de validade às informações expendidas por órgão que tem justamente como uma de suas atribuições o controle do exato cumprimento do regime, responsável pela concessão do ato concessório e acompanhamento da regular efetivação dos compromissos avençados, lembrando sempre que tal atríbuíção foi fruto de escolha legislativa. 35 O que deve sim ser rechaçado é a limitação da atuação do Fisco em relação às informações prestadas pela atual Secex, passível sempre a posterior verificação do contido nas manifestações daquele órgão, sendo este aprofundamento da atividade de fiscalização uma escolha a ser efetivada pelos responsáveis pela ação fiscal. 36 No caso em apreço, as autoridades autuantes poderiam não se restringir às infrações detectadas pelo Secex, buscando, através de outras ações e elementos, comprovação de uma inadimplência de amplitude mais larga do que aquela apontada pela Secretaria de Comércio Exterior. Fl. 2618DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO 16 37 E tal entendimento não caracterizaria nenhuma especificidade do regime de Drawback, visto que este raciocínio se aplica integralmente ao exame de qualquer prova pré constituída, porquanto a atuação da autoridade fiscalizadora tem como objetivo a apuração da verdade real, suficiente e necessária para possibilitar a emergência da plena correspondência entre uma determinada situação fática e o que está configurado na lei material, que qualifica determinada ocorrência no mundo dos fatos como passível de constituir a obrigação tributária. 38 Nesse sentido, vale a citação de opinião abalizada de MARY ELBE G. Q. LIMA(Do lançamento tributário Execução e Controle, p. 107/108, Dialética, São Paulo): " ... a autoridade lançadora e julgadora têm liberdade para colher as provas que entenderem necessárias à demonstração da ocorrência ou não do fato jurídico tributário... poderseá até desconsiderar a prova préconstituída da contabilidade do contribuinte, por não constituir esta limite às investigações..." • 39 Da mesma forma, em sentido oposto, não há nenhuma obrigatoríedade de fiscalização dos Atos Concessórios considerados adimplidos pela Secex, não constituindo infração funcional a impossibilidade de revisão daqueles atos concessórios julgados a principio adimplidos pela SECEX, dependendo a verificação posterior de tais compromissos à disponibilidade de servidores para efetivar as ações fiscais correspondentes. 40 Caso não seja possível a realização das ações fiscais e esta é a realidade freqüente dos serviços de fiscalização!, não há nenhuma mácula funcional na aceitação daquilo que foi informado pela SECEX, em razão da atribuição conferida àquele órgão pela legislação de regência do Drawback.. 41 Por outro lado, efetivado o lançamento com base unicamente nas informações prestadas pela SECEX, impedimento não há, e não poderia ser de outra forma, de impugnação dos valores indicados no auto de infração, cabendo ao autuado indicar de forma precisa e especifica a imprecisão e a falta de justeza daquilo que foi objeto do lançamento, descabida, entretanto, a mera impugnação genérica, amparada na frágil afirmação de que os valores considerados expressão do inadimplemento parcial não têm força probante, já que indicados por órgão que tem atribuição precípua de acompanhamento do regime. 42 Sendo o que deveríamos informar, propomos a abertura de prazo de 15 dias para a empresa autuada apresentar razões de defesa atinentes unicamente ao contido na presente informação, após a devida ciência de seu teor, através de entrega de cópia integral deste arrazoado. (todos os destaques são deste redator para o acórdão) Essa longa transcrição se faz necessária para rechaçar a afirmação, insistentemente repetida, inclusive no âmbito do Poder Judiciário, de que se cuidava “apenas” da não aposição do número do ato concessório nos registros de exportação e da indicação do código de operação genérico em lugar do específico para drawback, partindose, Fl. 2619DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO Processo nº 10074.000316/9472 Acórdão n.º 9303003.062 CSRFT3 Fl. 906 17 aparentemente, da premissa de que todos eles haviam sido apresentados e não continham qualquer outra inconsistência. O relatório mostra que longe disso aqui estamos. Ainda que a isso se pudesse resumir a fundamentação do lançamento, ignorando por completo as demais inconsistências relatadas pela fiscalização, partilho as considerações expendidas na decisão prolatada pela DRJ: a exigência de tais indicações consta expressamente no decreto regulamentar e na Portaria DECEX expedida para seu fiel cumprimento, não podendo ser olimpicamente desconsideradas como se inexistentes. Mais: julgo haver completa justificativa para tal exigência. É que, já foi repetidamente assinalado, o benefício em causa não requer, isoladamente, a ocorrência de exportações num dado quantum. Ao contrário, está ele, sim, condicionado a que as mercadorias desembaraçadas com suspensão do imposto sejam efetivamente empregadas em operações de industrialização das quais resultem aquelas a serem exportadas e que vão indicadas no ato concessório. É preciso, pois, criar instrumentos pelos quais tal circunstância possa ser efetivamente comprovada, impedindose que uma mesma exportação venha a ser apontada como comprobatória de diversos compromissos assumidos. O legislador tinha toda a liberdade para fixar os critérios por meio dos quais essa condição fosse comprovada. Poderia, por exemplo, cometer às autoridades fiscais tal verificação no estabelecimento produtor antes do envio das mercadorias para exportação. Optou, no entanto, por delegar tal disciplina ao Poder Executivo. Confirase o que disse o art. 78 do Decreto 37/66, que institui o benefício em discussão: Art.78 Poderá ser concedida, nos termos e condições estabelecidas no regulamento: I restituição, total ou parcial, dos tributos que hajam incidido sobre a importação de mercadoria exportada após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, complementação ou acondicionamento de outra exportada; II suspensão do pagamento dos tributos sobre a importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento, ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada; III isenção dos tributos que incidirem sobre importação de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento de produto exportado § 1º A restituição de que trata este artigo poderá ser feita mediante crédito da importância correspondente, a ser ressarcida em importação posterior. ... § 3º Aplicamse a este artigo, no que couber, as disposições do § 1º do art.75. Fl. 2620DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO 18 E assim vem sendo feito nos diversos regulamentos editados. Vejase a disposição do Decreto 4.543: Art. 352. A utilização do regime previsto neste Capítulo será registrada no documento comprobatório da exportação. Consentaneamente, a Portaria Decex 24/92, em seu art. 34, estabeleceu um código específico para indicar a ocorrência do benefício, de sorte a que sua fiscalização pudesse ser feita a contento. Nesses termos, as exigências contidas no regulamento, muito mais do que “meras obrigações acessórias”, são sim condições para fruição do benefício; logo, seu descumprimento tem como conseqüência inexorável a perda do benefício por descumprimento de suas condições. Destarte, não basta que se comprove que determinada quantidade de mercadorias foi objeto de exportação (e, repitase, aqui nem a isso se chegou). Finalizo repetindo o que já disse em julgados anteriores: não estou a defender a chamada “vinculação física” no sentido que alguns apontam, isto é, que a empresa esteja obrigada a demonstrar que tal e qual mercadoria importada com suspensão foi empregada naquela exata mercadoria exportada. Concordo com todos que afirmam ser tal comprovação impossível na maioria dos casos, com a exceção das mercadorias numeradas ou de outra forma identificáveis. Com efeito, uma vez entradas no estoque, as mercadorias se confundem, não sendo mais possível vincular uma específica matéria prima a determinada mercadoria. Mas não é disso que se trata. O que se está aqui a dizer é que o benefício exige que se vincule a exportação ocorrida à mercadoria importada com suspensão, de modo a impedir que uma mesma exportação sirva de suporte a vários atos concessórios, gerando um “milagre de multiplicação” semelhante àqueles que têm sido vistos em outros casos, a exemplo do envio para “comerciais exportadoras”. E que, por vontade do legislador, essa demonstração se faz pelas indicações aqui exigidas e ausentes. Com essas considerações, votei pelo não provimento do recurso da empresa no que fui acompanhado pela maioria qualificada do colegiado. E este é o acórdão que me coube redigir. CONSELHEIRO Júlio César Alves Ramos Fl. 2621DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por CARLOS ALBERTO F REITAS BARRETO
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Numero do processo: 10921.000144/2010-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 15 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 25/01/2004 a 12/01/2005
ILEGITIMIDADE PASSIVA. AGENTE MARÍTIMO. INOCORRÊNCIA.
O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, em caso de infração cometida responderá pela multa sancionadora da referida infração.
MULTA ADMINISTRATIVA ADUANEIRA DENÚNCIA ESPONTÂNEA APLICAÇÃO ART. 102, §2º DO DECRETO-LEI Nº 37/66, COM REDAÇÃO DADA PELA LEI N° 12.350, DE 20/12//2010.
O instituto da denúncia espontânea também é aplicável às multas administrativas aduaneiras por força de disposição legal. Neste sentido, preenchidos os requisitos necessários à denúncia espontânea, consubstanciados na denúncia da conduta delitiva antes de qualquer procedimento de fiscalização, deve a penalidade ser excluída, nos termos do art. 102, §2º, do Decreto-Lei nº 37/66, alterada pela Lei n° 12.350/2010.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3302-002.732
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Walber José da Silva e Maria da Conceição Arnaldo Jacó, que negavam provimento ao recurso. O conselheiro Paulo Guilherme Dérouléde acompanhou o relator pelas conclusões. Ausente, justificadamente, o conselheiro Alexandre Gomes.
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente e Relator ad hoc.
EDITADO EM: 12/06/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Fabiola Cassiano Keramidas, Paulo Guilherme Déroulède, Maria da Conceição Arnaldo Jacó e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: WALBER JOSÉ DA SILVA
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AGENTE MARÍTIMO. INOCORRÊNCIA. O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, em caso de infração cometida responderá pela multa sancionadora da referida infração. MULTA ADMINISTRATIVA ADUANEIRA DENÚNCIA ESPONTÂNEA APLICAÇÃO ART. 102, §2º DO DECRETOLEI Nº 37/66, COM REDAÇÃO DADA PELA LEI N° 12.350, DE 20/12//2010. O instituto da denúncia espontânea também é aplicável às multas administrativas aduaneiras por força de disposição legal. Neste sentido, preenchidos os requisitos necessários à denúncia espontânea, consubstanciados na denúncia da conduta delitiva antes de qualquer procedimento de fiscalização, deve a penalidade ser excluída, nos termos do art. 102, §2º, do DecretoLei nº 37/66, alterada pela Lei n° 12.350/2010. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Walber José da Silva e Maria da Conceição Arnaldo Jacó, que negavam provimento ao recurso. O conselheiro Paulo Guilherme Dérouléde acompanhou o relator pelas conclusões. Ausente, justificadamente, o conselheiro Alexandre Gomes. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 1. 00 01 44 /2 01 0- 16 Fl. 151DF CARF MF Impresso em 15/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10921.000144/201016 Acórdão n.º 3302002.732 S3C3T2 Fl. 3 2 WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente e Relator ad hoc. EDITADO EM: 12/06/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Fabiola Cassiano Keramidas, Paulo Guilherme Déroulède, Maria da Conceição Arnaldo Jacó e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Adotase o relatório de decisão recorrida, por bem refletir a contenda. O presente Auto de Infração, no valor de R$ 1.100.000,00, foi lavrado face ao descumprimento da obrigação acessória de prestar as informações dos dados de embarque de mercadorias para exportação, no Siscomex, no prazo estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, de acordo com o que dispõem os artigos 37 e 107, inciso IV, alínea "e", do Decretolei 37, de 1966, com a redação dada pelo art. 77 da Lei 10.833, de 2003. Conforme consta na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 04/07), a apuração da infração dáse a cada viagem do veiculo transportador em que tenha havido o registro de dados de embarque fora do prazo estipulado pela RFB, cujas cargas estão amparadas nas Declarações de Despacho de Exportação DDEs, por amostragem, constantes da relação de fls. 23/29, na qual também constam os nomes dos navios, as datas dos embarques, as datas dos fatos geradores e as datas dos registros dos respectivos dados, extraídos das consultas ao sistema Siscomex. Frisa que não é determinante para o cálculo do valor da multa a quantidade de despachos de exportação cujos dados de embarques não foram informados tempestivamente. Informa que as informações foram registradas pelo autuado após o prazo de sete dias estabelecido no art. 37 da Instrução Normativa SRF no 28, de 1994, com a redação dada pela IN SRF n° 510, de 2005. Intimada da autuação (fl. 31), a interessada apresentou a impugnação de fls. 33/57, na qual, em breve síntese: Ilegitimidade Passiva: alega a sua ilegitimidade passiva, uma vez que não é empresa transportadora, mas mero agente marítimo e, nesta condição, não responde pela infração. Sendo representante do transportador, limitada fica a sua atividade como um mandatário mercantil. Quanto à denúncia espontânea: alega que a impugnante providenciou, por conta e ordem do transportador, o registro dos dados dos embarques efetivados, anteriormente a qualquer ação fiscal, não cabendo a infração descrita como "não prestação de informação sobre veiculo ou carga transportada". Afirma ser pacifica a possibilidade de denúncia espontânea da infração na área aduaneira, o que afasta a responsabilidade do sujeito passivo. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 15/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10921.000144/201016 Acórdão n.º 3302002.732 S3C3T2 Fl. 4 3 Quanto à multa singular para infrações de natureza continuada: argui que as infrações de uma mesma origem, apuradas em uma única ação fiscal, devem ser consideradas como infração continuada para aplicação de penalidade cabível, não sendo razoável efetuar o somatório da sanção por embarcação, em observância aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Requer, pelos motivos expostos e porque não houvera qualquer embaraço, dificuldade ou mesmo impedimento à ação fiscal em tela, a desconstituição do auto de infração. Vistos, relatados e discutidos os autos, acordaram os membros da Segunda Turma de Julgamento, por unanimidade de votos julgar improcedente a impugnação, mantendose o crédito tributário exigido. Intimada do acórdão supra em 04.11.11, inconformada a Recorrente interpôs recurso voluntário em 24.11.11. É o relatório. Voto Conselheiro WALBER JOSÉ DA SILVA, Relator ad hoc. O presente recurso preenche os requisitos de admissibilidade, por isso dele conheço. Preliminar de ilegitimidade passiva. Alegou a recorrente que a penalidade prevista na alínea “e” do inciso IV do art. 107 do DecretoLei n° 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833, de 2003, objeto do auto de infração em apreço, não podia serlhe cominada, pois sua “figura” de agente transportador marítimo, não se confundiria com o próprio transportador marítimo, o real responsável pela prestação de informações à Secretaria da Receita Federal. Verifico não assistir razão à Recorrente neste tópico. Vejamos. Nos termos do artigo 107, inciso IV, aliena “e” do DecretoLei º 37/66, com redação dada pela Lei nº 10.833/03, temos: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (...). e) por deixar de prestar informação sobre veiculo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no Fl. 153DF CARF MF Impresso em 15/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10921.000144/201016 Acórdão n.º 3302002.732 S3C3T2 Fl. 5 4 prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga. A norma exposta indica expressamente que, além da empresa de transporte internacional, também o agente de cargas pode ser penalizado caso deixe de prestar informações relativas aos dados de embarque, na forma e prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal. Comprovada a vinculação entre o Recorrente e o transportador marítimo, não há que se falar em ilegitimidade passiva daquele que foi responsável pela coleta e aposição das informações acerca das importações no sistema, em sendo o sujeito passivo o representante do transportador marítimo no país. Ademais, o E. Superior Tribunal de Justiça no julgamento do RESP 1129430, Relator Ministro Luiz Fux (Matéria julgada pelo STJ no regime do art. 543C / Recursos Repetitivos), assentou que o agente marítimo, no exercício exclusivo de atribuições próprias, no período anterior à vigência do DecretoLei 2.472/88 (que alterou o artigo 32, do Decreto Lei 37/66), não ostentava a condição de responsável tributário, porquanto inexistente previsão legal para tanto. Entretanto, a partir da vigência do DecretoLei nº 2.472/88 já não há mais óbice para que o agente marítimo figurasse como responsável tributário. Portanto, na condição de agência marítima e mandatário do transportador, a recorrente é também responsável por prestar as informações acerca da carga transportada pelo seu representado. Assim, demonstrada a legitimidade passiva da recorrente, rejeitase a alegação preliminar. Da denúncia espontânea e da inaplicabilidade da infração aduaneira. Alega a Recorrente estar amparada pelo instituto da denúncia espontânea, tendo em vista que todas as informações necessárias à importação da mercadoria foram prestadas antes de iniciado qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, isentando dessa forma qualquer responsabilidade da Recorrente. O presente lançamento está fundamentado no seguinte dispositivo: "Art. 37. O transportador deverá registrar, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, com base nos documentos por ele emitidos, no prazo de dois dias, contado da data da realização do embarque. § 1º Na hipótese de embarque de mercadoria em viagem internacional, por via rodoviária, fluvial ou lacustre, o registro de dados do embarque, no Siscomex, será de responsabilidade do exportador ou do transportador, e deverá ser realizado antes da apresentação da mercadoria e dos documentos na unidade da SRF de despacho. Fl. 154DF CARF MF Impresso em 15/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10921.000144/201016 Acórdão n.º 3302002.732 S3C3T2 Fl. 6 5 § 2º Na hipótese de embarque marítimo, o transportador terá o prazo de sete dias para o registro no sistema dos dados mencionados no caput deste artigo." Adiante o artigo 107 do mesmo diploma legal prevê: "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei no 10.833, de 29.12.2003) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei no 10.833, de 29.12.2003) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; e" Por fim, nos termos do artigo 102 do DecretoLei nº 37/66 temos: Art.102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988). b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988). § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010). Até a entrada em vigor da Lei nº 12.350/10, discutiase muito acerca da aplicabilidade do instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138 do CTN e no art. 102 do DecretoLei nº 37/66, nos casos relativos a descumprimento de obrigações acessórias e respectivas multas administrativas. A partir de então, o que se percebe do texto legal é que a inovação trazida pela Lei nº 12.350, de 2010, veio a ampliar o alcance do instituto da denúncia espontânea, no âmbito da legislação aduaneira, para excluir dentre as hipóteses de aplicabilidade apenas as penalidades incidentes na hipótese de sujeição a perdimento. Ou seja, intenta alcançar as penalidades de natureza tributária e também as de natureza administrativa. O dispositivo legal, de per si, pode ser extensivamente interpretado. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 15/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10921.000144/201016 Acórdão n.º 3302002.732 S3C3T2 Fl. 7 6 Assim, após a inclusão do § 2º, artigo 102 do DecretoLei nº 37/66, pela Lei nº 12.350/10 não restam mais dúvidas quanto a possibilidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea em relação às penalidades administrativas. Neste sentido o seguinte julgado: “PRESTAÇÃO EXTEMPORÂNEA DOS DADOS DE EMBARQUE. A partir da vigência da Medida Provisória 135/03, a prestação extemporânea da informação dos dados de embarque por parte do transportador ou de seu agente é infração tipificada no artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei 37/66, com redação do artigo 61 da citada MP, posteriormente convertida na Lei 10.833/03. PROVAS A prova dos fatos deverá ser colhida pelos meios admitidos em direito, no processo, e pela forma estabelecida em lei. Será na prova assim produzida que irá o julgador formar sua convicção sobre os fatos, sendolhe vedado fundamentála em elementos desprovidos da segurança jurídica que os princípios e normas processuais acautelam. De acordo com a legislação, a manifestação de inconformidade mencionará, dentre outros, os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. A mera alegação sem a devida produção de provas não é suficiente para conferir certeza às argumentações do recorrente. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCUMPRIMENTO DO PRAZO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. No âmbito da legislação aduaneira, o instituto da denúncia espontânea aplicase para exclusão de penalidade de natureza tributária ou administrativa”. Grifos nossos. (Acórdão nº 3402002.245. Sessão 24.10/2013) Neste ponto, destacamos o art. 106 do CTN, que prescreve: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratalo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 15/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10921.000144/201016 Acórdão n.º 3302002.732 S3C3T2 Fl. 8 7 Assim, superada esse tópico, bem como demonstrado, no caso dos autos, que todas as informações foram prestadas anteriormente a qualquer procedimento administrativo, cuja materialização o auto de infração fora lavrado em 03.12.2008, posteriormente à prestação das informações, não haveria o que se falar em aplicação de penalidades ao contribuinte. Primeiro motivo para seu cancelamento. Outro aspecto que devemos considerar é que a multa prescrita no artigo 107, IV “e” do Decreto nº 37/66, decorre de omissão da contribuinte que deixou de observar o prazo estabelecido em Instrução Normativa. Assim, uma vez transcorrido o prazo normativo e persistindo a omissão do contribuinte quanto às informações que está obrigado a fornecer à administração aduaneira, a autoridade competente pode e deve instaurar procedimento fiscal com vista ao lançamento da multa cominada pela lei. Todavia, antecipandose o Recorrente à fiscalização, com o adimplemento da obrigação acessória, não há mais que considerar a tese da fiscalização quanto a aplicação da multa punitiva, visto que o motivo, o fato gerador da multa não mais existiria, cumprida a obrigação acessória. De fato, às fls. 23, verificase que foram devidamente prestadas todas as informações pela recorrente anteriormente a 06/04/2010, data da lavratura do auto, sendo a última informação prestada datada de 06/07/2009, que deveria ter sido prestada nessa mesma data, ou seja, coincidentemente o fora em data adequada. Diante disso, e da omissão da fiscalização em averiguar o cumprimento dos prazos pelo contribuinte tempestivamente, contribuinte este que prestou as informações requeridas, merece pois o cabimento do previsto no art. 102, § 2º, do Decretolei nº 37, de 18 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010. Por todo exposto, conheço do recurso voluntário para rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva, e, no mérito, para provêlo para cancelar o auto de infração. É como voto. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Relator ad hoc. OBS: Acórdão editado nos termos do Despacho nº 33020055, de 11/06/2015. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 15/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10921.000144/201016 Acórdão n.º 3302002.732 S3C3T2 Fl. 9 8 Fl. 158DF CARF MF Impresso em 15/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2015 por WALBER JOSE DA SILVA
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Numero do processo: 19515.002273/2007-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 31 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jul 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2002
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO. CONFIGURAÇÃO
Nos termos da pacífica jurisprudência do Colendo STJ (REsp 973.733-SC, Recurso Especial representativo de controvérsia), nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, exige-se que o contribuinte tenha promovido pagamento (mesmo que parcial) do crédito tributário no exercício para que a contagem do prazo quinquenal de decadência tenha início a partir da data da ocorrência do fato gerador (Art. 150, par. 4o do CTN). Inexistindo este (o pagamento) - ou nos casos de configuração de dolo, fraude ou simulação -, aplicam-se as disposições do Art. 173, inciso I do CTN.
A comprovação do pagamento, por certo, não exige que se trate de fatos geradores de mesma natureza, mas apenas que o pagamento se referida ao mesmo tributo fiscalizado.
Restando comprovado nos autos que a contribuinte, no período fiscalizado, promoveu o recolhimento do IRRF devido em decorrência dos pagamentos efetivados a seus funcionários, regular se apresenta a consideração da decadência a partir da aplicação das disposições do Art. 150, par. 4o do CTN.
Numero da decisão: 1301-001.598
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Relator) e Wilson Fernandes Guimarães. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Carlos Augusto de Andrade Jenier.
(assinado digitalmente)
WILSON FERNANDES GUIMARÃES - Presidente.
(assinado digitalmente)
LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO - Relator.
(assinado digitalmente)
CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonsêca de Menezes, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Luiz Tadeu Matosinho Machado, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior, Carlos Augusto de Andrade.Jenier. Presidiu o julgamento o Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães. Ausente, justificadamente o Conselheiro Valmar Fonsêca de Menezes (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2002 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO. CONFIGURAÇÃO Nos termos da pacífica jurisprudência do Colendo STJ (REsp 973.733SC, Recurso Especial representativo de controvérsia), nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, exigese que o contribuinte tenha promovido pagamento (mesmo que parcial) do crédito tributário no exercício para que a contagem do prazo quinquenal de decadência tenha início a partir da data da ocorrência do fato gerador (Art. 150, par. 4o do CTN). Inexistindo este (o pagamento) ou nos casos de configuração de dolo, fraude ou simulação , aplicamse as disposições do Art. 173, inciso I do CTN. A comprovação do pagamento, por certo, não exige que se trate de fatos geradores de mesma natureza, mas apenas que o pagamento se referida ao mesmo tributo fiscalizado. Restando comprovado nos autos que a contribuinte, no período fiscalizado, promoveu o recolhimento do IRRF devido em decorrência dos pagamentos efetivados a seus funcionários, regular se apresenta a consideração da decadência a partir da aplicação das disposições do Art. 150, par. 4o do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Relator) e Wilson Fernandes Guimarães. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Carlos Augusto de Andrade Jenier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 22 73 /2 00 7- 00 Fl. 2102DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) WILSON FERNANDES GUIMARÃES Presidente. (assinado digitalmente) LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Relator. (assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonsêca de Menezes, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Luiz Tadeu Matosinho Machado, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior, Carlos Augusto de Andrade.Jenier. Presidiu o julgamento o Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães. Ausente, justificadamente o Conselheiro Valmar Fonsêca de Menezes (Presidente). Fl. 2103DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 4 3 Relatório PEPSICO DO BRASIL LTDA, já qualificada nestes autos, inconformada com o Acórdão n° 1622.940, de 24 de setembro de 2009, da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em SÃO PAULOI/SP, recorre voluntariamente a este Colegiado, objetivando a reforma do referido julgado. O interessado foi autuado, no IRPJ e CSLL, bem como no IRRF sobre pagamentos a beneficiários não identificados, em 28/09/2007, tendo sido reduzido o prejuízo fiscal e a base negativa dos primeiros e exigido o crédito tributário total de RS 3.673.855,55, a titulo de IRRF, de multas de oficio de 75% e de juros de mora calculados até 31/08/2007, tudo referente aos anoscalendário de 2002 c 2003. A autuação decorreu de glosa de despesas com pagamentos efetuados à empresa INCENTIVE HOUSE SA, que teriam a finalidade de pagamentos de prêmios em dinheiro aos funcionários da recorrente, tendo em vista que não houve a identificação dos beneficiários desses pagamentos. Os valores glosados, com base nos arts. 249, inc. I, 251, parágrafo único, e 304 do RIR/1999, repercutiram na apuração do IRPJ e da CSLL, mediante a redução do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa apurados pela recorrente. Foram lançados ainda valores a título de IRRF sobre pagamentos a beneficiário não identificados, com base nos art. 674 e 725 do RIR/1999. Irresignada, impugnou tempestivamente o lançamento, instaurando a fase litigiosa do presente processo administrativo fiscal. Suas alegações foram sintetizadas no acórdão recorrido, nos seguintes termos: 1 a impugnação é tempestiva; 2 ocorreu a decadência do período entre janeiro e setembro de 2002, conforme argumentos de praxe; 3 a fiscalização equivocouse, pois os prêmios não foram pagos pela impugnante aos seus empregados, mas, sim, pela INCENTIVE HOUSE (sociedade de marketing de incentivo que desenvolve campanhas de fomento A produção e A venda dos produtos comercializados pelas empresas, mediante o oferecimento de bônus contidos em cartões de premiação aos respectivos empregados, de acordo com metas a serem alcançadas); ou seja: os valores em tela não equivalem à remuneração do trabalho assalariado, pois não foram pagos pela impugnante à sua equipe de vendas, mas, sim, A INCENTIVE HOUSE, que, por sua própria conta, criou as campanhas de premiação, implementouas e distribuiu os prêmios aos funcionários que atingiram as metas individuais previamente estabelecidas; em outras palavras: os valores gastos pela impugnante destinaramse não ao pagamento dos prêmios aos seus funcionários, mas a contratação da INCENTIVE HOUSE, constituindose, portanto, em despesas de marketing, necessárias ao aumento de sua produtividade e volume de vendas e essenciais A manutenção da fonte produtora, conforme arts. 299 e 300 do RIR199; isso é comprovado pelas notas fiscais emitidas pela INCENTIVE HOUSE (doc. 02); portanto, são inaplicáveis os arts. 304 e 674 do RIR/99, pois os fatos geradores do IRRI7 sequer ocorreram, visto que os pagamentos que originaram Fl. 2104DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 5 4 o lançamento não correspondem Aqueles previstos no art. 674 do RIR199; da mesma forma, descabe glosa das despesas, pois não estas se enquadram no art. 304 do RIR199, sendo dedutíveis por serem operacionais; 4 a multa de oficio é parcialmente inexigível da impugnante, na qualidade de sucessora da Quaker Brasil Ltda., pois R$ 189.728,15 foram gastos no ano calendário de 2002 pela Quaker Brasil Ltda., posteriormente incorporada, estando cristalizado em nosso ordenamento jurídico o entendimento de que a sucessora só é responsabilizada pelos tributos devidos pela sucedida, excluindose as multas, nos termos do art. 132 do CTN, vedada a interpretação extensiva que abarque as penalidades, mormente quando a exigência fiscal foi formalizada após a sucessão, corno neste caso; a diferenciação entre tributo e multa é uma constante no CTN, conforme seu art. 3º e se o legislador desejasse que a sucessão tributária ocorresse também quanto As multas de oficio aplicadas A sucedida, ele certamente teria expressamente incluído essa determinação no art. 132 do CTN; o art. 134 do CTN, por sua vez, "ao atribuir a responsabilidade tributária do contribuinte, nas situações ali discriminadas, a outrem, dispõe expressamente que essa responsabilidade se dará relativamente ao cumprimento da "obrigação principal", que, como bem se sabe, engloba indistintamente os tributos e as multas sancionatórias", situação em que não há dúvidas de que a transferência da responsabilidade tributária ocorrerá tanto no que se relaciona ao tributo, quanto no que concerne A multa de oficio, na medida em que o legislador assim determinou expressamente; o mesmo não ocorreu no art. 132 do CTN, onde o legislador optou pela transferência da responsabilidade tributária somente quanto aos tributos devidos pela sucedida, não podendo essa determinação, a pretexto de interpretação, ser desrespeitada; e não poderia ser de outro modo, visto que deve ser respeitado o principio da personalização das penas, no sentido de que as multas punitivas não podem ultrapassar a pessoa que cometeu a infração; além disso, todo o sistema tributário pátrio converge para a assertiva de que as interpretações ou analogias devem ser realizadas moderadamente, como é o caso dos arts. 97, 108, § 1°, e 110 do CTN, pois, caso contrário, haveria o risco de que conceitos e exações tributárias fossem desnaturados; ainda que se admitisse que a sucessão tributária ocorre também relativamente As multas punitivas, é de se ressaltar que a única justificativa plausível para tal assertiva seria o fato de que o respectivo valor integraria o passivo da sucedida, e que, por esse motivo, deveria o mesmo ser suportado pela sucessora; todavia, nos casos em que a multa punitiva é aplicada após a sucessão, obviamente, não há que se falar em integração da multa ao passivo da sucedida, de modo que, com muito mais razão, a sucessora não será responsável tributária da sucedida; transcreve doutrina e jurisprudência administrativa. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em SÃO PAULOI/SP analisou a impugnação apresentada pela contribuinte e, por meio do o Acórdão n° n° 1622.940, de 24 de setembro de 2009, considerou procedente o lançamento com a seguinte ementa: DECADÊNCIA. IRRF SOBRE PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS. Não tendo havido o pagamento antecipado do imposto em tela, contase o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Preliminar indeferida. MULTA DE OFÍCIO. SUCESSÃO. EMPRESA DO GRUPO. Fl. 2105DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 6 5 Cabível a exigência de multa de oficio da sucessora por infração cometida pela sucedida, ainda que apurada após a sucessão, pois a responsabilidade tributária alcança também as multas, inclusive as de oficio, mormente quando a sucedida pertencia ao mesmo Grupo da sucessora e a infração é exatamente a mesma. As multas de oficio não ostentam o caráter de pena personalíssima, pois representam ônus ao patrimônio e não à pessoa do infrator. GLOSA DE DESPESAS. São indedutíveis os valores cujos comprovantes não individualizem os beneficiários dos rendimentos. AUTO REFLEXO. CSLL. 0 decidido no mérito do IRPJ repercute no auto reflexo. PAGAMENTOS INDIRETOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS POR MEIO DE AGÊNCIA DE MARKETING DE INCENTIVO. Configuram pagamentos a beneficiários não identificados os pagamentos a agencia de marketing de incentivo referentes aos valores de supostos prêmios a serem repassados a supostos funcionários, quando a empresa não identifica cada beneficiário e respectivo valor recebido, em cada data de pagamento . Ciente da decisão de primeira instância 14/10/2009, a contribuinte apresentou recurso voluntário parcial em 13/11/2009. No recurso interposto, a recorrente informa que incluiu parcialmente o débito exigido neste processo, correspondente ao período de outubro de 2002 a dezembro de 2003, na anistia prevista na Lei nº 11.941/2009, mediante o pagamento em parcela única. Assim, a recorrente apresenta sua irresignação, no recurso voluntário, apenas quanto ao período de janeiro a setembro de 2002, alegando que o lançamento, nesta parte, estaria atingido pela decadência, pois em se tratando de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, aplicase o prazo previsto no § 4º do art. 150 do CTN. Sustenta que, no caso em tela, o Auto de Infração foi lavrado em 28/09/2007 e, assim, somente poderiam ter sido constituídos os créditos tributários correspondentes aos fatos geradores ocorridos no período de cinco anos anteriores, ou seja, após o dia 28/09/2002. Assim, operouse a decadência em relação aos lançados créditos de IRRF lançados, abrangidos pelo período entre 07.01.2002 e 25.09.2002. Argumenta que o Conselho de Contribuintes já decidiu ser irrelevante para a configuração da decadência do direito de lançar o fato de não ter havido o pagamento antecipado do tributo, circunstancia essa entendida como determinante na decisão ora recorrida. Alega que, não obstante, houve recolhimento de IRRF com relação aos empregados da Recorrente, incidente sobre as demais verbas pagas ao mesmos. Fl. 2106DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 7 6 Ao final, requer seja parcialmente reformada a decisão recorrida, a fim de que seja integralmente reconhecida a decadência dos valores referentes ao período entre janeiro e setembro de 2002, excluindoos da autuação fiscal. Em 25/07/2014, a recorrente protocolizou petição junto a este órgão requerendo a juntada de extratos de arrecadação do IRRF referente ao período de janeiro a setembro de 2002, como prova de recolhimento do tributo ao longo do período em discussão (janeiro à setembro/2002). O documento foi devidamente anexado ao eprocesso. É o Relatório. Fl. 2107DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 8 7 Voto Vencido Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado O recurso voluntário é tempestivo e atende às normas legais e regimentais, assim, dele conheço. A querela remanescente no litígio instaurado com a impugnação do lançamento tratado neste processo, trata unicamente da alegação de decadência parcial do lançamento relativo ao IRRF sobre pagamentos a beneficiário não identificados. O lançamento em questão foi efetuado em face da constatação pelo Fisco da existência de pagamentos efetuados pela interessada, ora recorrente, à empresa Incentive House SA. Referidos pagamentos, segundo informou a recorrente no curso da ação fiscal, tinham como objetivo a distribuição de prêmios a seus funcionários pelo atingimento de metas, o que era executado por meio da empresa Incentive House. Intimada a identificar os beneficiários dos pagamentos, a fiscalizada optou por não prestar tal informação, aduzindo que responderia pelas conseqüências em face da não retenção do IRRF por ocasião do pagamento dos prêmios. Assim, impõese apreciar a irresignação da recorrente unicamente no que se refere à alegação de decadência parcial do lançamento, relativa aos fatos geradores ocorridos entre janeiro e 25 de setembro de 2002, tendo em vista que o lançamento foi consumado em 28/09/2007, ou seja, mais de cinco anos após a sua ocorrência. Embora exista controvérsia jurisprudencial1 quanto ao prazo decadência que deva ser aplicado ao lançamento de IRRF sobre pagamentos a beneficiários não identificados, com base no art. 674 do RIR/1999, se aquele previsto no § 4º do art. 150 do CTN (lançamento por homologação) ou o do art. 173, inc. I do CTN (lançamento de ofício), entendo que, em princípio, deve ser observado o prazo previsto no art. 150, §4º do CTN. De fato, não vislumbro nestes casos nenhum impedimento para que o sujeito passivo ao invés de reter o IRRF sobre determinado pagamento, identificando o beneficiário, opte por não identificálo e faça o recolhimento do IRRF com base no art. 674 do RIR/1999, assumindo, assim, o ônus do imposto. 1 Vide Acórdão nº 220201.975, de 15/08/2012: DECADÊNCIA. PAGAMENTO SEM CAUSA. A aplicação do disposto no art. 61 da Lei nº. 8.981/95 (art. 674 do RIR/99) decorre, sempre, de procedimentos investigatórios levados a efeito pela Administração Tributária, não sendo razoável supor que o contribuinte, espontaneamente, promova pagamentos sem explicitação da causa ou a beneficiários não identificados e, em razão disso, antecipe o pagamento do imposto à alíquota de 35%, reajustando a respectiva base de cálculo. A incidência em referência sustentase na presunção (da lei) de que os pagamentos foram utilizados em operação, passível de tributação, em que, em virtude do desconhecimento do beneficiário ou da sua natureza, deslocase a responsabilidade pelo recolhimento do tributo correspondente para quem efetuou o pagamento. No caso, a constituição do crédito tributário correspondente só pode ser efetivada com base no art. 149, I, do Código Tributário Nacional, sendo a decadência do direito de se promover tal procedimento disciplinada pelo disposto no art. 173 do mesmo diploma. Fl. 2108DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 9 8 Embora seja incomum tal situação, pois na maior parte dos casos o IRRF nesses moldes é exigido pelo Fisco mediante a sua constituição por lançamento de ofício, entendo que ela se amolda perfeitamente ao lançamento por homologação, mediante o qual o sujeito passivo apura e recolhe o imposto, sujeitandose à ulterior homologação do Fisco. Assim, em tese deve ser observado o prazo decadencial previsto no art. 150, § 4º do CTN2. A interpretação quanto à aplicação do instituto da decadência à luz dos dispositivos do Código Tributário Nacional, que sempre foi objeto de grande controvérsia jurisprudencial, foi recentemente consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ, no julgamento do recurso especial (REsp) 973.733/SC que observou o procedimento de recursos repetitivos (CPC, art. 543C, e Resolução STJ n. 08/2008), assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra 2 CTn; Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Fl. 2109DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 10 9 da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ. RESp 973.733/SC. Rel. Min. Luiz Fux. S1. J 12.08.09. DJe 18.09.2009) (grifo não constante no original) Como se vê do julgado acima, a aplicação do prazo previsto no § 4º do art. 150, mesmo para os tributos sujeito a lançamento por homologação, depende da existência de requisitos objetivos: 1) a ausência de dolo, fraude ou simulação do contribuinte; 2) a existência de pagamento antecipado, ainda que parcial e, 3) a declaração prévia do débito. No seu recurso, a recorrente afirma que houve recolhimento de IRRF com relação aos seus empregados, incidente sobre as demais verbas pagas ao mesmos, pelo que estaria atendida a exigência de existência de pagamento antecipado. Apresentou extrato de recolhimentos no período em petição apresentada em 25/07/2014. Fl. 2110DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 11 10 Não obstante, a despeito da recorrente ter trazido prova de recolhimento de IRRF sobre rendimentos do trabalho assalariado durante o período sob exame, entendo que, na circunstância do lançamento do IRRF sobre pagamentos a beneficiários não identificados a aferição da existência de recolhimento, ainda que parcial, deve ser feita em relação à fatos geradores da mesma natureza, uma vez que não sendo identificados os beneficiários não há como vinculálos ao IRRF recolhido a título de retenção sobre rendimentos de trabalho assalariado. Assim, não existindo comprovação do pagamento de IRRF sobre fatos geradores da mesma natureza o prazo decadencial a ser observado é o previsto no art. 173, inc. I do CTN. Nesse mesmo sentido, transcrevo a ementa do Acórdão nº 920202.113, proferido em 09/05/2012 pela 2a. Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, relator Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, in verbis: DECADÊNCIA. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SOBRE PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO. TRIBUTO LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 173, I, DO CTN. Devese verificar se um tributo como um todo se enquadra na modalidade de lançamento por homologação, o que ocorrerá quando a legislação atribuir ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. O fato do tributo precisar ser lançado de ofício não altera sua natureza. Até mesmo porque a autoridade tributária somente pode constituir o crédito tributário apurado em ação fiscal de ofício. O Imposto de Renda na Fonte sobre pagamentos feitos a beneficiários não identificados se enquadra na modalidade de lançamento por homologação. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp n° 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173 nas demais situações. No presente caso, não há que se falar em ocorrência de pagamento antecipado, por se tratar de tributo com incidência exclusiva na fonte, que não está sujeito à tributação no ajuste, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 173, inciso I, do CTN, que fixa o marco inicial no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Desta forma, como se trata de tributo com fato gerador ocorrido na data dos janeiro e 1° de dezembro de 1999, o primeiro dia do exercício em que o lançamento poderia ter sido efetuado é 1/1/2000, quando se inicia a contagem do prazo decadencial, Fl. 2111DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 12 11 terminando em 31/12/2004. Tendo a ciência do lançamento ocorrido em 29/12/2004, o crédito tributário não havia sido fulminado pela decadência. (grifei) Relevante transcrever trecho do voto condutor na qual a situação similar é examinada, in verbis: Neste processo, não há que se falar em ocorrência de pagamento antecipado, por se tratar de tributo com incidência exclusiva na fonte, que não está sujeito à tributação no ajuste. Desta forma, não é possível se admitir que outros pagamentos efetuados com base em rendimentos sujeitos ajuste anual se aproveitem para trazer a regra de decadência para o art. 150, § 4o, do CTN. Assim, para os rendimentos tributados exclusivamente na fonte, aplicase a regra do art. 173, inciso I, do CTN, iniciandose a contagem do prazo decadencial no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (grifei) Desta feita, tendo os fatos geradores do imposto entre 07/01/2002 e 25/09/2002, o primeiro dia do exercício em que o lançamento poderia ter sido efetuado é 1/1/2003, quando tem início a contagem do prazo decadencial que terminaria em 31/12/2007. Tendo a ciência do lançamento ocorrido em 28/09/2007, resta hígido o crédito tributário lançado. Pelo exposto, afasto a alegação preliminar de decadência parcial do lançamento, e voto por negar provimento ao recurso voluntário. Sala de Sessões, em 31 de julho de 2014. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator Fl. 2112DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 13 12 Voto Vencedor Conselheiro Carlos Augusto de Andrade Jenier – Redator Designado. Conforme muito bem apontam as considerações trazidas pelo ilustre Sr. Relator, tratam os presentes autos de lançamento de ofício promovido pelas autoridades fiscais, a partir da identificação de parcela devida de IRRF incidente sobre "prêmios" pagos aos empregados da contribuinte a título de "campanhas de incentivo", de acordo com as características ali devidamente descritas e apontadas. A par de todas as discussões possíveis em torno dessa matéria, a discussão mantida nos presentes autos restringese, exclusivamente, à possibilidade de configuração (ou não) de ocorrência de decadência parcial sobre o crédito lançado, esta, exclusivamente, em relação aos fatos ocorridos no período de janeiro a setembro de 2002, tendo em vista a (pretendida) aplicação das disposições do Art. 150, par. 4o do CTN a partir da data da lavratura do auto de infração, que ocorreu em 28/09/2007. O ilustre Sr. Relator bem analisa a questão tratada nos autos, destacando, especificamente, o pacífico entendimento do Colendo STJ a respeito da matéria que, na esteira das disposições do Art. 543C do CPC, pôs fim às discussões em torno da aplicação do Art. 150, par. 4o ou do Art. 173, inciso I do CTN quando do julgamento do REsp n. 973.733SC que, inclusive, assim especificamente destacou: RECURSO ESPECIAL Nº 973.733 SC (2007/01769940) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS REPR. POR : PROCURADORIAGERAL FEDERAL PROCURADOR : MARINA CÂMARA ALBUQUERQUE E OUTRO(S) RECORRIDO : ESTADO DE SANTA CATARINA PROCURADOR : CARLOS ALBERTO PRESTES E OUTRO(S) EMENTA PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em Fl. 2113DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 14 13 que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Castro Meira, Denise Arruda, Humberto Martins, Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques, Benedito Gonçalves, Eliana Calmon e Francisco Falcão votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 12 de agosto de 2009(Data do Julgamento) MINISTRO LUIZ FUX Relator Fl. 2114DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 15 14 Pelo que assentado, a aplicação ou não das disposições do Art. 150, §4o do CTN, passam, agora, a depender da verificação da existência de “pagamento” pelo contribuinte, no período respectivo, do tributo sujeito à fiscalização, não importando ser ele suficiente ou não para o adimplemento do crédito tributário no exercício, sendo certo que, inexistente qualquer pagamento, aplicamse, então, as disposições do mencionado Art. 173, I do CTN. A discussão nestes autos, com toda a certeza, não se desenvolve sobre a aplicação ou não desse entendimento, mas sim, especificamente, sobre a verificação da existência ou inexistência de "pagamento", exigido como requisito para a aplicação das disposições do Art. 150, par. 4o do CTN. No judicioso voto do ilustre Sr. Relator, por ele especificamente se encontra destacado que a contribuinte, em seu Recurso Voluntário, apresenta prova objetiva de recolhimento do IRRF no período fiscalizado, sendo, entretanto, rejeitado o acolhimento dessa comprovação, tendo em vista que os pagamentos a que ali se referem não se relacionam segundo entende com verbas da mesma natureza daquelas sobre as quais o IRRF é devido nos presentes autos, mantendo, assim, a aplicação das disposições do Art. 173, inciso I do CTN na espécie. Em que pese todas as razões apresentadas pelo ilustre Sr. Relator, inclusive com robustos fundamentos, penso que a solução correta na espécie não pode ser esta por ele proposta. Senão, vejamos: Conforme se verifica na análise do inteiro teor do acórdão proferido pelo Colendo STJ quando do julgamento do referido REsp 973.733SC que, como visto, hoje orienta toda a hermenêutica em volta da aplicação das disposições do Art. 150, par. 4o do CTN, o que restou destacado por aquela Colenda Corte foi a identificação da existência de pagamento, pelo contribuinte, de parcela devida do tributo discutido ao longo do período fiscalizado, não se exigindo obviamente , que esse pagamento tenha sido total, e, nem tampouco, fazendo qualquer referência aos fatos geradores que teriam sido utilizados para a sua quantificação. Nesse ponto, relevante observar que o que se busca, exclusivamente, é a existência de pagamento do tributo no período, e nunca que seja "pagamento do tributo incidente sobre fatos análogos" àqueles eventualmente discutidos. Nessa linha, pedindo respeitosas vênias àqueles que pensam de forma diversa, creio que da jurisprudência do Colendo STJ não se extrai essa limitação restritiva de aplicação dos comandos daquele julgado, sendo certo que, existindo prova de pagamento do tributo no exercício sob fiscalização, aplicáveis se mostram as disposições do Art. 150, par. 4o do CTN, sendo, nesse caso, completamente irrelevante a pretensão de estabelecimento de uma corelação ou mesmo uma similitude entre os fatos geradores que teriam fundamentado o pagamento e aquele que se submete à fiscalização. Nesses termos, restando assentado, nos presentes autos, que pela contribuinte, de fato, existiu pagamento (parcial) do IRRF no período fiscalizado, perfeitamente regular se apresenta a aplicação das disposições do Art. 150, par. 4o do CTN, impondo, destarte, o reconhecimento da decadência em relação aos fatos geradores tratados nestes autos ocorrido no período de janeiro a setembro de 2002. Fl. 2115DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 19515.002273/200700 Acórdão n.º 1301001.598 S1C3T1 Fl. 16 15 Em face dessas considerações, reiterando aqui o pedido de respeitosas vênias ao relator e àqueles que o acompanham, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, e, nesses termos, reconhecer a aplicação da decadência em relação aos fatos geradores ocorridos no período compreendido de janeiro a setembro de 2002, nos termos, inclusive, especificamente ali apontados e pretendidos. É como voto. (Assinado digitalmente) Carlos Augusto de Andrade Jenier Redator designado. Fl. 2116DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 20/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 06/07/2015 por WILSON FE RNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 02/06/2015 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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Numero do processo: 19515.001686/2004-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Dec 10 00:00:00 UTC 2010
Numero da decisão: 3302-000.100
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Walber José da Silva - Presidente e Relator. EDITADO EM: 11/12/2010 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Alan Fialho Gandra, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Contra a empresa ORGANIZAÇÃO IKESAKI MÓVEIS E COSMÉTICOS LTDA foi lavrado auto de infração para exigir o pagamento de Cofins, relativa aos períodos de apuração de janeiro a abril de 2000 e de março e outubro de 2001, tendo em vista que a Fiscalização constatou que a interessada pagou ou declarou à RFB valores menores do que os apurados com base na sua escrita fiscal e contábil. Fl. 152DF CARF MF Emitido em 04/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/12/2010 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 11/12/2010 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 19515.001686/2004-16 Resolução n.º 3302-00.100 S3-C3T2 Fl. 141 2 Não se conformando, a empresa interessada insurge-se contra a exigência fiscal, cujos argumentos de defesa estão sintetizados no Relatório do Acórdão recorrido, que leio em sessão. A DRJ no Rio de Janeiro - RJ manteve o lançamento, nos termos do Acórdão n o 13-19.089, de 27/02/2008 - fls. 81/90. Ciente da decisão de primeira instância em 22/09/2008, fl. 96v, a contribuinte interpôs recurso voluntário em 22/10/2008, alegando o seguinte: 1- para o período de apuração de 01/2000 existe decisão judicial garantido a aplicação da alíquota de 2% até o dia 27/01/2000; 2- para o período de apuração de 03/2001 existia depósito judicial já convertido em renda da União; 3- o débito do período de apuração de 10/2001 foi pago em novembro de 2001 por meio de dois Darfs; 4- reconhece os débitos dos períodos de apuração de 02/2000, 03/2000 e 04/2000. Na forma regimental, o recurso voluntário foi a mim distribuído. É o Relatório. Voto O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais. Dele conheço. Como relatado, a empresa recorrente contesta os débitos dos períodos de apuração de 01/00, 03/01 e 10/01 e reconhece os débitos dos períodos de apuração de 02/00, 03/00 e 04/00. Para os períodos de apuração de 03/01 e 10/01 a empresa alega que os mesmos estão extintos, por conversão de depósitos judicial em renda da União e por pagamento, respectivamente. Não tendo este Conselheiro como confirmar a autenticidade dos pagamentos efetuados e a efetiva conversão em renda da União, entendo que o processo deve voltar à unidade de origem da RFB para atestar se os débitos dos PA 03/01 e 10/01 foram extintos na forma alegada pela recorrente. Considerando que não há litígio quanto aos PA 02/00, 03/00 e 04/00, deve a RFB transferir estes débitos para outro processo e prosseguir em sua cobrança. Fl. 153DF CARF MF Emitido em 04/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/12/2010 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 11/12/2010 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 19515.001686/2004-16 Resolução n.º 3302-00.100 S3-C3T2 Fl. 142 3 Isto posto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência à repartição de origem para as seguintes providências: 1- informar se os débitos dos PA 03/01 e 10/01 estão extintos por conversão em renda da União e por pagamento, respectivamente; 2- transferir para outro processo os débitos dos PA 02/00, 03/00 e 04/00 e prosseguir em sua cobrança. 3- dar ciência à recorrente desta Resolução e do Relatório de Diligência, abrindo-lhe prazo para querendo, manifestar-se. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Fl. 154DF CARF MF Emitido em 04/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/12/2010 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 11/12/2010 por WALBER JOSE DA SILVA
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