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Numero do processo: 15504.002104/2010-35
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon May 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007
Autos de Infração de Obrigação Principal DEBCAD sob nº 37.254.070-8
Consolidados em 18/02/2010
PLANO DE SAÚDE
Revogação tácita do artigo 28, § 9º , q da Lei 8.212/91, pela Lei nº 10.243/2001, que acrescentou o§ 2º do artigo 458 da CLT. INEXISTÊNCIA.
Plano de não integra o salário-de-contribuição, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. E, no caso em tela os valores pagos a Plano de Saúde para alguns empregados/sócios constituem em base de incidência de contribuições previdenciárias, pois o benefício não estende à totalidade de seus empregados/sócios.
MULTA. INCIDÊNCIA DA RETROATIVIDADE BENIGNA ENQUANTO O ATO NÃO ESTÁ DEFINITIVAMENTE JULGADO.
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea c, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32-A, inciso I, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
INEXISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA SE INEXISTE A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL
Alegação recursiva de imunidade ao pagamento de contribuição previdenciária incidente sobre o seu PPR, que seria a obrigação principal, razão pela qual não pode ser condenada a pagar a obrigação acessória.
Comprovação de que há existência de obrigação principal deságua na obrigação acessória.
No presente caso parte dos pagamentos efetuados e não lançadas nas folhas de pagamento foram reconhecidos em sua contabilidade como Participação nos Resultados, porém trata-se na verdade de produção e outros benefícios pagos mensalmente, o que os desqualificam como participação nos resultados.
Assim, havendo lançamento previdenciário correto, em face de não acudir a determinação legal da Lei nº 10.101/2000, está a recorrente sujeita ao mesmo, por descumprimento da obrigação principal, culminando também o dever de honrar com a obrigação principal.
BIS IN IDEM. Inexistência.
Numero da decisão: 2301-004.152
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os Membros da 1ª Turma, da 3ª Câmara da 2ª Seção em: I) Por maioria de votos: a) em negar provimento ao recurso, na questão do auxílio saúde, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Leo Meirelles do Amaral, quer votaram em dar provimento ao recurso nesta questão; b) em conhecer da questão de retificação da multa, nos termos do voto do Redator. Vencido o Conselheiro Wilson Antonio de Souza Correa, que votou em não conhecer da questão; c) conhecida a questão da multa, em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa por obrigação acessória o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Daniel Melo Mendes Bezerra e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento aos demais argumentos da recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator: Adriano Gonzáles Silvério.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Wilson Antonio de Souza Corrêa - Relator.
(assinado digitalmente)
Adriano Gonzáles Silvério Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Wilson Antonio de Souza Correa, Daniel Melo Mendes Bezerra, Mauro Jose Silva e Manoel Coelho Arruda Junior
Nome do relator: WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA
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INEXISTÊNCIA. Plano de não integra o saláriodecontribuição, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. E, no caso em tela os valores pagos a Plano de Saúde para alguns empregados/sócios constituem em base de incidência de contribuições previdenciárias, pois o benefício não estende à totalidade de seus empregados/sócios. MULTA. INCIDÊNCIA DA RETROATIVIDADE BENIGNA ENQUANTO O ATO NÃO ESTÁ DEFINITIVAMENTE JULGADO. A lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32A, inciso I, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. INEXISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA SE INEXISTE A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL Alegação recursiva de imunidade ao pagamento de contribuição previdenciária incidente sobre o seu PPR, que seria a obrigação principal, razão pela qual não pode ser condenada a pagar a obrigação acessória. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 00 21 04 /2 01 0- 35 Fl. 124DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA 2 Comprovação de que há existência de obrigação principal deságua na obrigação acessória. No presente caso parte dos pagamentos efetuados e não lançadas nas folhas de pagamento foram reconhecidos em sua contabilidade como Participação nos Resultados, porém tratase na verdade de produção e outros benefícios pagos mensalmente, o que os desqualificam como participação nos resultados. Assim, havendo lançamento previdenciário correto, em face de não acudir a determinação legal da Lei nº 10.101/2000, está a recorrente sujeita ao mesmo, por descumprimento da obrigação principal, culminando também o dever de honrar com a obrigação principal. BIS IN IDEM. Inexistência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os Membros da 1ª Turma, da 3ª Câmara da 2ª Seção em: I) Por maioria de votos: a) em negar provimento ao recurso, na questão do auxílio saúde, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Leo Meirelles do Amaral, quer votaram em dar provimento ao recurso nesta questão; b) em conhecer da questão de retificação da multa, nos termos do voto do Redator. Vencido o Conselheiro Wilson Antonio de Souza Correa, que votou em não conhecer da questão; c) conhecida a questão da multa, em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa por obrigação acessória o art. 32A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Daniel Melo Mendes Bezerra e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35A da Lei 8.212/1991, deduzindose as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento aos demais argumentos da recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator: Adriano Gonzáles Silvério. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Wilson Antonio de Souza Corrêa Relator. (assinado digitalmente) Adriano Gonzáles Silvério – Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Wilson Antonio de Souza Correa, Daniel Melo Mendes Bezerra, Mauro Jose Silva e Manoel Coelho Arruda Junior Fl. 125DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA Processo nº 15504.002104/201035 Acórdão n.º 2301004.152 S2C3T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário para anatematizar Acórdão sob nº 0232.833 exarado pela 6ª Turma da DRJ/BH que manteve na íntegra o lançamento realizado no Auto de Infração integrante do presente processo administrativo. De acordo com os elementos constitutivos do presente processo, a Recorrente foi autuada por ter deixado de declarar em GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social as remunerações pagas a título de produção, avulso, gratificação, remuneração de contribuinte individual, e plano de saúde e participação nos resultados em desacordo com a legislação. Na aplicação da multa, em relação aos valores não declarados em GFIP, foi considerada a penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do artigo 106 do Código Tributário Nacional CTN (Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966), em razão das alterações na Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, pela Medida Provisória n° 449, de 4 de dezembro de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 27 de maio de 2009.. Tomou ciência do lançamento e o impugnou, sendo que em sessão de julgamento DRJ/BH manteve o lançamento em sua integralidade. Em 17 de maio de 2012 foi notificada da decisão de piso e no dia 11 de junho de 2012 aviou o presente recurso objurgando a decisão de piso. É a síntese do necessário. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA 4 Voto Vencido Conselheiro Wilson Antonio de Souza Corrêa Relator O Recurso acode os pressupostos de admissibilidade, inclusive a tempestividade, razão pela qual dele conheço e passo a examinar as suas razões. Irresignada com a decisão de piso avia a presente peça recursiva com as seguintes alegações: ‘BIS IN IDEN’ – APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA Alega em sua peça recursiva que está plenamente caracterizado o ‘bis in iden’, porque, assim como em outros 6 DEBCAD’s houve aplicação de multa idêntica originária de um mesmo fato, sendo que em alguns foram aplicados valores exorbitantes de mais de 300 mil reais e noutro de 3 mil reais. Para a Recorrente, nos termos do artigo 112 do CTN a legislação tributária que define infração a interpreta de maneira mais favorável ao contribuinte acusado. E, neste diapasão, segundo ela, isto deverá ser realizado no presente caso, aplicando a multa mais branda, aplicandoselhe a multa menos gravosa, ou seja, a do DEBCAD nº 37.254.0732. Junta jurisprudência. A impugnação de fls. 114 à 132 dos autos não trouxe matéria com esta alegação, razão pela qual deixo de analisar por considerar que é inovação defensiva, sem conduto, passar pelo crivo julgador de primeira instância, configurando supressão de instância. De mais a mais, segundo o Decreto 70.235/72, matéria não contestada considerase não impugnada. ‘Ex vi’ artigo 17: Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Não impugnada há aceitação tácita, fazendo coisa julgada o lançamento. Deixo de apreciar a alegação recursiva, neste quesito, porque seria suprir a competência da instância primeira. INEXISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA SE INEXISTE A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL Diz a Recorrente que está imune ao pagamento de contribuição previdenciária incidente sobre o seu PPR, que seria a obrigação principal, razão pela qual não pode ser condenada a pagar a obrigação acessória. Alega que a autuação fiscal está eivada, eis que se baseou em meras presunções de que realizava pagamento de PPR em dinheiro. Entretanto, não é assim. Vamos algumas questões levantadas e provadas pela fiscalização: Fl. 127DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA Processo nº 15504.002104/201035 Acórdão n.º 2301004.152 S2C3T1 Fl. 4 5 · 4.6.2 Parte dos pagamentos efetuados e não lançadas nas folhas de pagamento foram reconhecidos em sua contabilidade como Participação nos Resultados, porém tratase na verdade de produção e outros benefícios pagos mensalmente, o que os desqualificam como participação nos resultados: · pela documentação apreendida concluise que os pagamentos eram mensais; · a empresa não demonstrou que o programa está em conformidade com a Lei 10.101/2000 (faltou demonstrar as aferições e não comprovou que os pagamentos ocorreram nos meses em que aconteceram os lançamentos contábeis de junho e dezembro); · pela documentação apreendida concluise que os pagamentos eram mensais; · parte dos recibos de pagamentos comprovam que os valores escriturados como participação nos resultados nada mais é que uma tentativa de reconhecimento contábil das despesas/custos referentes aos pagamentos não lançados nas folhas de pagamento e portanto não oferecidos à tributação pela empresa; Dessa forma a fiscalização procedeu ao lançamento dos valores referentes à documentação apreendida da seguinte forma: · Recibos com identificação de alguma rubrica que compõe as planilhas com o título de Participação nos Resultados (Avulso, Produção, Gratificação, D/R), foram lançados como Produção. · Demais recibos: foram lançados como outras remunerações sem relação com a participação nos resultados. Considerando que o procedimento contábil se repetiu em todo o período fiscalizado, a denúncia do Ministério Público do Trabalho, os depoimentos de exempregados em processos trabalhistas, a fiscalização formou convicção de que a conduta descrita acima aconteceu em todo o período fiscalizado. Dessa forma, foram lançadas contribuições previdenciárias no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2007 com base nos lançamentos contábeis da conta Participação nos Lucros ou Resultados. Assim, havendo lançamento previdenciário correto, em face de não acudir a determinação legal 9Lei nº 10.101/2000), está a recorrente sujeita ao mesmo, por descumprimento da obrigação principal, culminando também o dever de honrar com a obrigação principal. PLANO DE SAÚDE Desenvolve em sua peça recursiva, de forma até perfulgente, a tese de que houve revogação tácita do artigo 28, § 9º , ‘q” da Lei 8.212/91, pela Lei nº 10.243/2001, que acrescentou o§ 2º do artigo 458 da CLT. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA 6 Diz que a legislação previdenciária trata o conceito de remuneração de forma abrangente, ao passo que a novel legislação trabalhista, por ser mais especifica, exclui o pagamento de plano de saúde do conceito de salário e de remuneração. Tenho, pelas conclusões legais sobre o tema, que a tese é acertada, todavia, esbarra no fato que o plano de saúde não integra o saláriodecontribuição, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. Diferente do que nos trás a fiscalização: 4. 6 . 3 Os valores pagos a Plano de Saúde para alguns empregados/sócios constituem em base de incidência de contribuições previdenciárias, pois o benefício não estende à totalidade de seus empregados/sócios; Deveria a Recorrente em sua impugnação demonstrar que os planos de saúde estavam disponíveis à todos, aderindo que os desejasse. Entretanto, não há nos autos a demonstração que assim era o procedimento da Recorrida, ficando óbvio que o plano de saúde oferecido a alguns membros da direção, não era disponível a todos os funcionários. Concluir que não há a hipótese descrita na Lei 8.212/91, art. 28, inciso I, §9º, alínea "p", devendo ser mantido no presente lançamento os valores apurados referentes a “plano de saúde”. MATÉRIAS NÃO RECORRIDAS. Urge tratar das matérias não suscitadas em seu recurso, cujas quais penso não constituir matéria de ordem pública, já que estas normas (ordem pública) são aquelas de aplicação imperativa que visam diretamente a tutela de interesses da sociedade, o que não é o caso. Neste diapasão tenho que a ‘Ordem Pública’ significa dizer do desejo social de justiça, assim caracterizado porque há de se resguardar os valores fundamentais e essenciais, para construção de um ordenamento jurídico ‘JUSTO’, tutelando o estado democrático de direito. Por outro lado, julgar matéria não questionada e que não trate do interesse público é decisão ‘extra petita’, como é o caso em tela onde a multa não foi anatematizada pelo Recorrente, e que tem o meu pronunciamento de aplicação da multa mais favorável ao contribuinte, mas que neste momento não julgo a questão, eis que não refutada no recurso e não se trata de matéria de ordem pública. Tem o meu voto no sentido de que matéria não recorrida é matéria atingida pela instituição do trânsito em julgado, mesmo as matérias de ordem pública não pré questionadas, porque, em não sendo préquestionadas há limite para cognição. Das pesquisas realizadas para definir o que seja ‘matéria de ordem pública’, parecenos que a mais completa seja a de Fábio Ramazzini Becha, que peço vênia para transcrevêla: “.. Matéria de Ordem Pública tratase de conceito indeterminado, a dificuldade de interpretação é maior do que nos conceitos legais determinados. .. Prossegue: Fl. 129DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA Processo nº 15504.002104/201035 Acórdão n.º 2301004.152 S2C3T1 Fl. 5 7 “... A ordem pública enquanto conceito indeterminado, caracterizado pela falta de precisão e ausência de determinismo em seu conteúdo, mas que apresenta ampla generalidade e abstração, põese no sistema como inequívoco princípio geral, cuja aplicabilidade manifestase nas mais variadas ramificações das ciências em geral, notadamente no direito, preservado, todavia, o sentido genuinamente concebido. A indeterminação do conteúdo da expressão faz com que a função do intérprete assuma um papel significativo no ajuste do termo. Considerando o sistema vigente como um sistema aberto de normas, que se assenta fundamentalmente em conceitos indeterminados, ao mesmo tempo em que se reconhece a necessidade de um esforço interpretativo muito mais árduo e acentuado, é inegável que o processo de interpretação gera um resultado social mais aceitável e próximo da realidade contextualizada. Se, por um lado, a indeterminação do conceito sugere uma aparente insegurança jurídica em razão da maior liberdade de argumentação deferida ao intérprete, de outro lado é, pois, evidente, a eficiência e o perfeito ajuste à historicidade dos fatos considerada. O fato de se estar diante de um conceito indeterminado não significa que o conteúdo da expressão “ordem pública” seja inatingível.(...)” (...) A ordem pública representa um anseio social de justiça, assim caracterizado por conta da preservação de valores fundamentais, proporcionando a construção de um ambiente e contexto absolutamente favoráveis ao pleno desenvolvimento humano. Tratase de instituto que tutela toda a vida orgânica do Estado, de tal forma que se mostram igualmente variadas as possibilidades de ofendêla. As leis de ordem pública são aquelas que, em um Estado, estabelecem os princípios cuja manutenção se considera indispensável à organização da vida social, segundo os preceitos de direito. (...) Para Andréia Lopes de Oliveira Ferreira matéria de ordem pública implica dizer que: “são questões de ordem pública aquelas em que o interesse protegido é do Estado e da sociedade e, via de regra, referemse à existência e admissibilidade da ação e do processo. Tratase de conceito vago, não podendo ser preenchido com uma definição” e cita Tércio Sampaio Ferraz, para quem “é como se o legislador convocasse o aplicador para configuração do sentido adequado” Fl. 130DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA 8 A princípio temse que matéria de ordem pública é aquela que diz respeito à sociedade como um todo, e dentro de um critério mais correto a sua identificação é feita através de se saber qual o regime legal que ela se encontra, ou seja, quando a lei diz. É bem verdade e o difícil é que nem sempre a lei diz se determinada matéria é ou não de ordem publica, e, neste caso, para resolver a questão, urge que a concretização e a delimitação do conteúdo da ordem pública constitui tarefa exclusiva das Cortes Nacionais. Todavia, elas mesmas (Cortes Superiores) não definiram com exatidão o que vem ser matéria de ordem pública, e tão pouco se a multa quando não recorrida deve ou não ser decidido por ser matéria imperiosa de julgamento, tratandose de interesse geral. E mais, mesmo quando a matéria é de ordem pública e não préquestionada, o STJ vem reiteradamente decidindo que, reconhecidamente matérias de ordem pública, quando não analisada em instâncias inferiores e tão pouco préquestionadas, não devem ser analisadas naquela Corte. ‘Ex vi’ Acórdão abaixo: AgRg no REsp 1203549 / ES AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2010/01195407 Relator Ministro CESAR ASFOR ROCHA (1098) T2 SEGUNDA TURMA Data de Julgamento 03/05/2012 DJe 28/05/2012 Ementa AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. SUSPENSÃO DE LIMINARINDEFERIDA. PREQUESTIONAMENTO. QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, na instância especial, é vedado o exame de questão não debatida na origem, carente de préquestionamento, ainda que se trate eventualmente de matéria de ordem pública.Agravo regimental improvido. Acórdão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, prosseguindose no julgamento, após o voto vista do Sr. Ministro Mauro Campbell Marques, acompanhando o Sr. Ministro Cesar Asfor Rocha, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins, Herman Benjamin e Mauro Campbell Marques (votovista) votaram com o Sr. Ministro Fl. 131DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA Processo nº 15504.002104/201035 Acórdão n.º 2301004.152 S2C3T1 Fl. 6 9 relator. Assim, tenho que a multa não é matéria de ordem pública porque, como dito por Fábio Rmanssini Bechara, ela não ‘representa um anseio social de justiça, assim caracterizado por conta da preservação de valores fundamentais, proporcionando a construção de um ambiente e contexto absolutamente favoráveis ao pleno desenvolvimento humano’. Mantenho a multa aplicada porque não houve anatematização especifica da matéria, levandose em consideração, sobretudo, que o recurso quando aviado já estava em vigor a novel legislação. CONCLUSÃO Diante do acima exposto, como o presente recurso voluntário atende os pressupostos de admissibilidade, dele conheço para NEGARLHE PROVIMENTO. É como Voto. WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA Relator (assinado digitalmente) Voto Vencedor Conselheiro Adriano Gonzáles Silvério, Redator Designado A divergência ora apontada em relação ao voto do Conselheiro Relator referese exclusivamente em relação à retroatividade da multa, após as alterações empreendidas pela Lei nº 10.941/09. Peço vênia ao Ilustre Conselheiro Relator pois entendo que o Código Tributário Nacional autoriza expressamente que o julgador, diante da alteração legislativa mais benéfica ao contribuinte em relação a penalidade possa aplicar a nova disposição legal independente da sua veiculação, como no caso concreto, em sede de recurso voluntário. Nesse sentido o artigo 106 do CTN: “Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” Fl. 132DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA 10 No tocante à GFIP segundo as novas disposições legais, a multa prevista no artigo 32, § 6º da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, qual seja, aquela aplicada em razão de erro no preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores, a qual culminava com determinado valor por campo inexato, omisso ou incompleto, passou a ser prevista no artigo 32A, cujo inciso I, limita o valor a R$20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. Incabível a multa prevista no artigo 35A da Lei 8.212/91, uma vez que este dispositivo, ao fazer referência ao artigo 44 da Lei 9.430/61, restringe sua aplicação ao lançamento de créditos relativos às contribuições previdenciárias e não o descumprimento de obrigação acessória. Tanto isso é verdade que o novel artigo 35A acima mencionado faz referência “às contribuições referidas no art. 35 desta Lei”. Seguindo essa linha vemos que o artigo 35, ao tratar das contribuições faz nova remissão, agora às alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do artigo 11 da Lei 8.212/91, o qual dispõe que constituem contribuições sociais as das empresas, as dos empregadores domésticos e as dos trabalhadores. Não há, portanto, permissão para que a multa do artigo 35A seja lançada em decorrência do descumprimento de dever instrumental. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Adriano Gonzáles Silvério Fl. 133DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 21/12/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA
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Numero do processo: 13601.000319/2001-05
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jul 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001
NULIDADE. ARTIGO 59 DO DECRETO Nº 70.235/72.
Apesar do julgador não estar obrigado a tratar de todos os argumentos constantes da peça recursal, e de poder decidir com base em um ou mais elementos apresentados, contanto que suficientes à formação de sua convicção, no presente caso a análise de todos os fundamentos trazidos pelo contribuinte, notadamente aqueles resultantes da diligência determinada pela Colenda Câmara a quo, afigura-se imprescindível para o deslinde da presente controvérsia. A ausência dessa análise configura preterição do direito de defesa, a teor do disposto no inciso II do artigo 59 do Decreto n° 70.235/72.
Recurso Especial do Contribuinte Provido
Numero da decisão: 9303-003.072
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso especial para anular o acórdão recorrido por cerceamento de defesa, determinando o retorno dos autos ao Colegiado "a quo", para novo julgamento. Vencido o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que negava provimento.
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente.
Rodrigo Cardozo Miranda - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Nanci Gama, Rodrigo da Costa Pôssas, Rodrigo Cardozo Miranda, Joel Miyazaki, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Ricardo Paulo Rosa (Substituto convocado), Maria Teresa Martínez López e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, a teor do Memo. PRES/CARF S/N°, de 27 de maio de 2014.
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001 NULIDADE. ARTIGO 59 DO DECRETO Nº 70.235/72. Apesar do julgador não estar obrigado a tratar de todos os argumentos constantes da peça recursal, e de poder decidir com base em um ou mais elementos apresentados, contanto que suficientes à formação de sua convicção, no presente caso a análise de todos os fundamentos trazidos pelo contribuinte, notadamente aqueles resultantes da diligência determinada pela Colenda Câmara a quo, afigurase imprescindível para o deslinde da presente controvérsia. A ausência dessa análise configura preterição do direito de defesa, a teor do disposto no inciso II do artigo 59 do Decreto n° 70.235/72. Recurso Especial do Contribuinte Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso especial para anular o acórdão recorrido por cerceamento de defesa, determinando o retorno dos autos ao Colegiado "a quo", para novo julgamento. Vencido o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que negava provimento. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente. Rodrigo Cardozo Miranda Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 1. 00 03 19 /2 00 1- 05 Fl. 454DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13601.000319/200105 Acórdão n.º 9303003.072 CSRFT3 Fl. 455 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Nanci Gama, Rodrigo da Costa Pôssas, Rodrigo Cardozo Miranda, Joel Miyazaki, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Ricardo Paulo Rosa (Substituto convocado), Maria Teresa Martínez López e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, a teor do Memo. PRES/CARF S/N°, de 27 de maio de 2014. Relatório Cuidase de Recurso Especial interposto por DELPHI AUTOMOTIVE SYSTEMS DO BRASIL LTDA. (fls. 373 a 384) contra o v. acórdão proferido pela Colenda Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes (fls. 323 a 332) que, por maioria de votos, negou provimento ao recurso voluntário no sentido de determinar que o saldo credor do IPI apurado até 31/12/2008 somente poderá ser aproveitado com débitos do próprio imposto, registrados na escrita fiscal do contribuinte. Com isso, não sendo esgotados tais créditos, não se pode deferir o ressarcimento do saldo credor a partir de janeiro de 1999. Os presentes autos tratam, em síntese, de pedido de ressarcimento/compensação de créditos básicos de IPI do 4º trimestre de 1999 com arrimo no artigo 11 da Lei nº 9.779/99 (fls. 04 e 05). Referido dispositivo tem o seguinte teor: Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda. O pedido foi inicialmente indeferido através da r. decisão de fls. 62 a 64, fundamentada no Termo de Verificação Fiscal de fls. 56 a 61, onde se entendeu que não teria sido cumprido o disposto no artigo 5º da IN SRF 33/99, especialmente os seus §§ 2º e 3º: Do direito ao aproveitamento do saldo credor do IPI – Art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999 Art. 4º O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei no 9.779, de 1999, do saldo credor do IPI decorrente da aquisição de MP, PI e ME aplicados na industrialização de produtos, Fl. 455DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13601.000319/200105 Acórdão n.º 9303003.072 CSRFT3 Fl. 456 3 inclusive imunes, isentos ou tributados à alíquota zero, alcança, exclusivamente, os insumos recebidos no estabelecimento industrial ou equiparado a partir de 1o de janeiro de 1999. Art. 5º Os créditos acumulados na escrita fiscal, existentes em 31 de dezembro de 1998, decorrentes de excesso de crédito em relação ao débito e da saída de produtos isentos com direito apenas à manutenção dos créditos, somente poderão ser aproveitados para dedução do IPI devido, vedado seu ressarcimento ou compensação. § 1º Os créditos a que se refere este artigo deverão ficar anotados à margem da escrita fiscal do IPI. § 2º O aproveitamento dos créditos do IPI de que trata este artigo somente poderá ser efetuado com débitos decorrente da saída dos produtos acabados, existentes em 31 de dezembro de 1998, e dos fabricados a partir de 1º de janeiro de 1999, com a utilização dos insumos originadores desses créditos, considerandose que os produtos que primeiro saírem foram industrializados com a utilização dos insumos que primeiro entraram no estabelecimento. § 3º O aproveitamento dos créditos, nas condições estabelecidas no artigo anterior, somente será admitido após esgotados os créditos referidos neste artigo. O fundamento da r. decisão inicial, em síntese, foi no sentido de que, verbis, o artigo 5º da IN 33/99 dispôs que os créditos acumulados na escrita fiscal, existente em 31/12/98 somente poderiam ser aproveitados para dedução do IPI devido, vedado seu ressarcimento ou compensação. Todavia, o § 2° do referido artigo vedou a possibilidade de abater débitos referentes a saídas de produtos industrializados com insumos tributados adquiridos a partir de janeiro de 1999. Com isso, em razão de não poder aproveitar os saldo credor acumulado até 31/12/98, a contribuinte deveria, no entendimento da fiscalização, ter optado pelo estorno do referido saldo a fim de possibilitar o ressarcimento/compensação do saldo credor a partir de janeiro de 1999, nos termos do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 15, de 25 de setembro de 2002. Contra essa r. decisão a contribuinte apresentou impugnação (fls. 69 a 80), a qual não foi acolhida pela DRJ de Juiz de Fora – MG (fls. 135 a 139). Essa r. decisão reiterou a fundamentação de que o § 2° do artigo 5° da IN/SRF n.° 33/99 não deixa dúvidas de que os créditos existentes até 31.12.1998 só podem ser consumidos com os débitos decorrentes da saída dos produtos acabados, existentes em 31 de dezembro de 1998, e daqueles fabricados a partir de 1° de janeiro de 1999, porém com a utilização dos insumos originadores desses créditos. Outrossim, reiterou que é extremamente relevante a comprovação de que o saldo credor existente em 31.12.1998 foi consumido mediante a saída de produtos já existentes naquela data e ainda daqueles cuja elaboração final se deu a partir de 01.01.1999 com o Fl. 456DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13601.000319/200105 Acórdão n.º 9303003.072 CSRFT3 Fl. 457 4 aproveitamento dos insumos já existentes no estoque àquela época. Embora intimada, por três vezes, a comproválo, a contribuinte não fez, apresentando informações consideradas insuficientes pela Fiscalização. Contra essa r. decisão, em seguida, foi interposto recurso voluntário (fls. 148 a 162) onde se alegou, dentre outros argumentos, que a legislação, notadamente a IN SRF nº 33/99 não determina que devesse haver uma segregação física e produtiva desses insumos (adquiridos até 31/12/1998) e dos créditos respectivos (até porque isso seria impossível operacionalmente), como quer a fiscalização e o relator que atuou na decisão de 1ª instância. Em face desse recurso voluntário, a Colenda Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, em Resolução da relatoria do Ilustre Conselheiro Cesar Piantavigna (fls. 241 a 245), decidiu converter o julgamento em diligência para que fosse verificada a forma com que a contribuinte aproveitou o crédito de IPI acumulado em 31/12/98. Determinouse, ainda, que o seu resultado seria disponibilizado nos três processos em que se discute essa questão (processos nºs 13601.000131/0051, 13601.000426/0055 e 13601.000319/200105 – este último o ora em julgamento). O resultado da diligência consta do Termo de Diligência Fiscal acostado às fls. 248 a 249. Em seguida, após manifestação da contribuinte sobre a diligência (fls. 308 a 312), a Colenda Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, negou provimento ao recurso voluntário, fazendoo através de julgado que possui a seguinte ementa: IPI. CRÉDITOS BÁSICOS. SALDO CREDOR APURADO ANTES DE 1999. RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 11 DA LEI Nº 9.779/99. IN SRF Nº 33/99. A teor do disposto no art. 5º da IN SRF n° 33/99, editada em conformidade com o art. 11 da Lei n° 9.779/99, o saldo credor de IPI apurado até 31/12/98, decorrente da aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem utilizados na industrialização de produtos tributados, inclusive os sujeitos à alíquota zero, somente poderá ser utilizado mediante compensação com débitos do próprio imposto, registrados na escrita fiscal do contribuinte. Recurso negado. A Colenda Turma a quo, em suma, na esteira do voto proferido pelo relator designado, Ilustre Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, entendeu que na situação dos autos, a empresa não cumpriu a IN SRF n° 33/99. Inclusive, não atendeu às três intimações para demonstrar a utilização dos insumos adquiridos até 1998. Certamente porque tal demonstração é contrária à sua interpretação, segundo a qual há possibilidade de o saldo credor de 1998 ser utilizado para abatimento dos débitos gerados a partir de 1999, independentemente da utilização dos insumos adquiridos até 1998 nos produtos vendidos a partir de 01/01/1999. Fl. 457DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13601.000319/200105 Acórdão n.º 9303003.072 CSRFT3 Fl. 458 5 Contra essa r. decisão foram opostos embargos de declaração (fls. 349 a 356), os quais não foram acolhidos pelo r. despacho de fls. 362 a 365. Irresignada, a contribuinte interpôs o já mencionado recurso especial, apontando, preliminarmente, com base em divergência jurisprudencial, a nulidade do v. acórdão tendo em vista a não apreciação de todos os argumentos trazidos no seu recurso voluntário, bem como, no mérito, a legalidade do ressarcimento do crédito acumulado de IPI com base no art. 11 da Lei n° 9.779/99, bem como ofensa à legislação, já que teria cumprido as disposições contidas no citado artigo e na IN SRF n° 33/99. O recurso especial foi parcialmente admitido através do r. despacho de fls. 423 a 426. O Contribuinte interpôs, ainda, agravo (fls. 432 a 440), o qual foi rejeitado pela decisão de fls. 449 a 450. A Fazenda Nacional não apresentou contrarrazões. É o relatório.. Voto Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, Relator. Presentes os requisitos de admissibilidade, entendo que o recurso especial do contribuinte merece ser conhecido. Com relação à preliminar de nulidade argüida, razão assiste à contribuinte. Com efeito, apesar do julgador não estar obrigado a tratar de todos os argumentos constantes da peça recursal, e de poder decidir com base em um ou mais elementos apresentados, contanto que suficientes à formação de sua convicção, entendo que no presente caso a análise de todos os fundamentos trazidos pelo contribuinte, notadamente aqueles resultantes da diligência determinada pela Colenda Câmara a quo, afigurase imprescindível para o deslinde da presente controvérsia. A ausência dessa análise configura preterição do direito de defesa, a teor do disposto no inciso II do artigo 59 do Decreto n° 70.235/72. Deveras, conforme apontado pela contribuinte, inclusive nos seus embargos de declaração, os argumentos que se afiguram imprescindíveis para dirimir a controvérsia são os seguintes: a) a IN SRF n° 33/99 foi publicada apenas em 24/04/99, não sendo possível se admitir que seus efeitos retroajam a janeiro/99, sob pena de ofensa direta aos artigos 105 e 106, ambos do CTN; b) manifestação sobre os Pedidos de Ressarcimentos anteriormente formulados pela Recorrente que foram integralmente deferidos pela então SRF, comprovando que ela, a Recorrente, agiu nos exatos da IN SRF n° 33/99; Fl. 458DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13601.000319/200105 Acórdão n.º 9303003.072 CSRFT3 Fl. 459 6 c) a IN SRF 33/99 determina que os insumos adquiridos até 31/12/99, geradores do crédito acumulado de IPI, sejam utilizados nos produtos acabados a partir de janeiro/99, mas não exclusivamente; d) o controle dos insumos adquiridos é contábil e não físico e está plenamente comprovado na documentação disponibilizada à fiscalização pela ora Recorrente; e) toda a movimentação física está registrada no Livro de Controle de Estoque mediante lançamento contábil; f) a Recorrente esgotou o crédito acumulado de IPI existente em 31/12/98 para, somente em abril/99, passar a deduzir o saldo credor originado a partir de janeiro/99; e g) manifestação acerca do Termo de Diligência Fiscal, datado de 22/02/2006, elaborado em atenção à Resolução n° 20300.664, desse E Conselho de Contribuintes. De maior relevância é, aliás, a diligência realizada nos presentes autos. Consoante o Termo de Diligência Fiscal acostado às fls. 298 a 299, restou comprovado o seguinte: a) A empresa dispunha, em 31/12/1998, do saldo credor do IPI no valor de R$ 1.816.589,76, conforme cópia do Livro Registro de Apuração do IPI as fls.221. b) A empresa compensou todo o saldo credor existente em 31/12/1998 com os débitos do IPI ocorridos no primeiro decêndio de janeiro de 1999 ao segundo decêndio de maio de 1999, tendo anotado no campo de observações do Resumo da Apuração do IPI o saldo credor remanescente, conforme cópias do Livro Registro de Apuração do IPI anexas as fls. 222 a 271. c) Os valores dos débitos de IPI da empresa ,do período de janeiro de 1999 a dezembro de 2001, estão informados na coluna (2) da planilha anexa a este Termo, as fls.215 a 219. d) A empresa se utilizou do crédito acumulado do IPI existente em 31/12/1998, para abater débitos do IPI gerados a partir de 1°/01/1999, tendo terminado no segundo decêndio de maio de 1999 de absorver totalmente o crédito, conforme demonstrado na planilha de fls.215 a 219. e) Os valores dos créditos do IPI apropriados pela empresa no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2001 estão informados na coluna (1) da planilha anexa a este Termo, as fls.215 a 219. Fl. 459DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13601.000319/200105 Acórdão n.º 9303003.072 CSRFT3 Fl. 460 7 f) Se forem consideradas devidas as compensações realizadas pela empresa, onde foi utilizado todo o saldo credor existente em 31/12/1998, teremos os seguintes valores de créditos acumulados do IPI nos trimestres relacionados abaixo : TRIMESTRE VALOR DO CRÉDITO ACUMULADO DO IPI VALOR SOLICITADO DE RESSARCIMENTO N NÚMERO DO PROCESSO 4° TRIM/99 2.710.000,00 2.710.000,00 13601.000131/0 051 1° TRIM/00 307.179,17 307.179,17 13601.000196/0 005 2° TRIM/00 430.179,17 430.179,17 13601.000352/0 011 3° TRIM/00 301.915,00 291.884,82 13601.000426/0 055 3° TRIM/01 82.570,10 80.000,00 13601.000319/0 105 g) A transposição do presente Termo para o processo 13601.000319/200105 não foi efetuada, tendo em vista que mesmo se encontra na Terceira Camara — 2CC DF , conforme tela do sistema comprot anexa as fls.273. (grifos nossos) Vale ressaltar, por outro lado, que o Ilustre relator designado, Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, se restringiu apenas à análise da legalidade e aplicabilidade da IN SRF 33/99: Neste ponto ressalto que a norma do art. 11 da Lei n° 9.779/99 não é meramente interpretativa, mas sim constitutiva de direito, tendo alterado a forma de utilização dos créditos básicos do IPI. Na situação dos autos, a empresa não cumpriu a IN SRF n° 33/99. Inclusive, não atendeu às três intimações para demonstrar a utilização dos insumos adquiridos até 1998. Certamente porque tal demonstração é contrária à sua interpretação, segundo a qual há possibilidade de o saldo credor de 1998 ser utilizado para abatimento dos débitos gerados a partir de 1999, independentemente da utilização dos insumos adquiridos até 1998 nos produtos vendidos a partir de 01/01/1999. Como a empresa se recusa a cumprir o § 2° do art. 5° da IN SRF n° 33/99, 1 e como este dispositivo nada tem de ilegal e não é contrário Fl. 460DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13601.000319/200105 Acórdão n.º 9303003.072 CSRFT3 Fl. 461 8 ao art. 11 da Lei n° 9.779/99, o ressarcimento solicitado não lhe pode ser deferido. Aliás, nem mesmo após a oposição dos mencionados embargos de declaração a Colenda Câmara a quo enfrentou todos os fundamentos apresentados pela contribuinte, notadamente o resultado da diligência realizada. Isso é o que se verifica na própria manifestação decorrente dos embargos opostos, também da lavra do Ilustre Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis: Quanto ao resultado da diligência determinada por esta Terceira Câmara, o voto vencedor não lhe fez menção porque nada trouxe de novo aos autos. Apenas serviu, a diligência, para deixar claro que a empresa usou o saldo credor de 31/12/98 nos decêndios de 11/99 a 2 5/99. Desta forma, entendo que, dentre as alegações apresentadas pela contribuinte, conforme acima transcrito, as mais importantes e necessárias à correta análise do presente caso não foram analisadas. Por outro lado, mister ressaltar que o julgador não deve se ater somente aos fundamentos jurídicos de legalidade e aplicabilidade da IN SRF nº 33/99, mas também deve se debruçar sobre as questões fáticas envolvidas, em respeito ao princípio da Verdade Material. O Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, cujos ensinamentos são de incomensurável valia, é incisivo e objetivo ao declinar a respeito do Princípio da Verdade Material: Princípio da Verdade Material. Consiste em que a Administração, ao invés de ficar restrita ao que as partes demonstrem no procedimento, deve buscar aquilo que é realmente a verdade, com prescindência do que os interessados hajam alegado e provado, como bem o diz Héctor Jorge Escola. Nada importa, pois, que a parte aceite como verdadeiro algo que não o é ou que negue veracidade do que é, pois no procedimento administrativo, independentemente do que haja sido aportado aos autos pela parte ou pelas partes, a Administração deve sempre buscar a verdade substancial. O autor citado escora essa assertiva no dever administrativo de realizar o interesse público. Adiciono que, em perfeita consonância ao Princípio da Verdade Material, foi determinada a baixa do processo em diligência para que fossem averiguadas as alegações da contribuinte, o que resultou na elaboração do Termo de Diligência Fiscal TVF juntada aos autos às fls. 298 a 299. Destaco, outrossim, que no referido TVF ficou evidenciado que a empresa se utilizou do crédito acumulado do IPI existente em 31/12/1998 para abater débitos de IPI gerados a partir de 1°/01/1999, tendo terminado no segundo decêndio de maio de 1999 de absorver totalmente o crédito, conforme demonstrado na planilha de fls.215 a 219. Fl. 461DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13601.000319/200105 Acórdão n.º 9303003.072 CSRFT3 Fl. 462 9 Em suma, reitero que apesar do julgador não estar obrigado a tratar de todos os argumentos constantes da peça recursal, e de poder decidir com base em um ou mais elementos apresentados, contanto que suficientes à formação de sua convicção, no presente caso a análise de todos os fundamentos trazidos pelo contribuinte, notadamente aqueles resultantes da diligência determinada pela Colenda Câmara a quo, afigurase imprescindível para o deslinde da presente controvérsia. A ausência dessa análise configura preterição do direito de defesa, a teor do disposto no inciso II do artigo 59 do Decreto n° 70.235/72. Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso especial para anular o v. acórdão recorrido por cerceamento de defesa, determinando a remessa dos presentes autos à instância a quo para que novo acórdão seja proferido. Rodrigo Cardozo Miranda Fl. 462DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 13601.000319/200105 Acórdão n.º 9303003.072 CSRFT3 Fl. 463 10 Fl. 463DF CARF MF Impresso em 29/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/10/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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Numero do processo: 13708.001886/2007-78
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003
IRPF. DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS.
Para fazer prova das despesas médicas pleiteadas como dedução na declaração de ajuste anual, devem ser apresentados documentos que atendam aos requisitos exigidos pela Lei nº 9.250/95.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2802-002.900
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto da relatora.
(Assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson, Redator ad hoc.
(Acórdão formalizado extemporaneamente, face à impossibilidade de a redatora original, a Conselheira Julianna Bandeira Toscano, formalizar o acórdão)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (presidente da turma), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martin Fernandez, Ronnie Soares Anderson, Carlos André Ribas de Mello e Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: JULIANNA BANDEIRA TOSCANO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003 IRPF. DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. Para fazer prova das despesas médicas pleiteadas como dedução na declaração de ajuste anual, devem ser apresentados documentos que atendam aos requisitos exigidos pela Lei nº 9.250/95. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson, Redator ad hoc. (Acórdão formalizado extemporaneamente, face à impossibilidade de a redatora original, a Conselheira Julianna Bandeira Toscano, formalizar o acórdão) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (presidente da turma), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martin Fernandez, Ronnie Soares Anderson, Carlos André Ribas de Mello e Julianna Bandeira Toscano.
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DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. Para fazer prova das despesas médicas pleiteadas como dedução na declaração de ajuste anual, devem ser apresentados documentos que atendam aos requisitos exigidos pela Lei nº 9.250/95. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson, Redator ad hoc. (Acórdão formalizado extemporaneamente, face à impossibilidade de a redatora original, a Conselheira Julianna Bandeira Toscano, formalizar o acórdão) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 8. 00 18 86 /2 00 7- 78 Fl. 59DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/05/20 15 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/05/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (presidente da turma), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martin Fernandez, Ronnie Soares Anderson, Carlos André Ribas de Mello e Julianna Bandeira Toscano. Relatório Na sessão de julgamento, a Conselheira Relatora, Julianna Bandeira Toscano, apresentou o seguinte relatório: "Tratase de lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física IRPF do exercício de 2003, decorrente da glosa com dedução indevida com despesas médicas, resultando em cobrança suplementar de IRPF, no valor de R$1.729,67, acrescido de multa de ofício e de juros de mora em razão da ausência de comprovação de despesas médicas. O contribuinte apresentou impugnação alegando, em síntese, que conseguiu localizar apenas os registros dos pagamentos com plano de saúde nos seus contracheques mensais. Quanto às demais despesas, informa que foram realizadas por sua excompanheira, que, por ocasião da separação, levou os documentos comprobatórios. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento – DRJ no Rio de Janeiro manteve a glosa da dedução das despesas médicas, sob o fundamento de que o contribuinte não logrou comproválas com documentação idônea. Eis a ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 DESPESAS MÉDICAS. A dedução das despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam devidamente comprovados com documentação idônea que indique o nome, endereço e número de inscrição no CPF ou CNPJ de quem os recebeu. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” O contribuinte apresenta recurso voluntário, sustentando que efetuou os respectivos pagamentos. É o relatório". Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Redator ad hoc Fl. 60DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/05/20 15 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/05/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 13708.001886/200778 Acórdão n.º 2802002.900 S2TE02 Fl. 60 3 Reproduzo abaixo o voto apresentado pela Conselheira Relatora na sessão de julgamento: "O recurso é tempestivo, atende aos demais requisitos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Como se observa, o litígio gira em torno da necessidade da comprovação de despesas médicas, em que a autoridade fiscal considerou insuficientes os recibos apresentados pelo contribuinte. A DRJ Rio de Janeiro manteve o lançamento por entender que o contribuinte não apresentou documentação que comprovasse a realização das despesas. Destacase do acórdão de fls. 26/27, o seguinte: “Portanto, o contribuinte está obrigado a comprovar, de forma inequívoca e mediante documentação hábil e idônea, a realização de todas as deduções informadas na declaração de ajuste anual, conforme estatui a legislação pertinente citada. Em sua defesa, o Contribuinte apresenta seus contracheques mensais do ano calendário 2002, a fim de comprovar os pagamentos efetuados à AMS, que, segundo ele, seria uma despesa médica (fls. 03 a 09). À vista desses documentos, não é possível restabelecer qualquer valor. Isto porque o Contribuinte aponta as seguintes rubricas nos contracheques anexados: "A.Med.Ded.IR", "A.Med.Ded. IRFixo" e "A.Med Ded IRInclus", que não são suficientes para comprovar que se trata de despesas médicas. Desses documentos, não é possível saber sequer se os valores apontados representaram crédito ou débito para o Contribuinte. E mais. Caso restasse comprovada a natureza alegada pelo Contribuinte, faltaria ainda comprovar os beneficiários dos serviços/tratamento/plano de saúde. Tal comprovação se faz necessária uma vez que só são passíveis de dedução as despesas médicas próprias e a dos dependentes informados na Declaração de Ajuste Anual. Em relação às demais despesas declaradas, o Contribuinte alega que os recibos e comprovantes estão com sua excompanheira.” Nesse aspecto, tenho o entendimento de que, a princípio, os recibos emitidos por profissionais legalmente habilitados e que atendam às formalidade legais são hábeis a comprovar as deduções pleiteadas. No caso dos autos, o recorrente deduziu na DIRPF/2003 a título de despesas médicas o montante de R$31.487,02, relativo aos seguintes prestadores de serviços: AMS BRADESCO SAÚDE, GILVAN GOMES PINHO, HOSPITAL SÃO RAFAEL, REAL SOCIEDADE PORTUGUESA, CLÍNICA ODONTOLÓGICA DA PITUBA, PRODENT, e HOSPITAL SANTO AMARO. No entanto, anexou aos autos apenas alguns comprovantes relativos às despesas pagas a AMS, as quais eram descontadas de seus contracheques, fls. 42/52. Fl. 61DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/05/20 15 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/05/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON 4 No entanto, dos documentos acostados aos autos não é possível assegurar que os valores assinalados pelo Recorrente correspondem, de fato, a despesas médicas, nem é possível garantir que as mesmas seria relativas ao próprio contribuinte o de outras pessoas. Com relação aos demais prestadores de serviços, o próprio recorrente afirma não possuir os recibos ou documentos necessários à manter a dedução efetuada. Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e a ele negar provimento. Julianna Bandeira Toscano Relatora" (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson, na qualidade de redator ad hoc Fl. 62DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/05/20 15 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 04/05/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON
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Numero do processo: 10410.003045/2009-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 21 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3401-000.876
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
Julio Cesar Alves Ramos - Presidente
Bernardo Leite de Queiroz Lima - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Angela Sartori, Jean Cleuter Simoes Mendonca, Eloy Eros Da Silva Nogueira e Bernardo Leite De Queiroz Lima.
Nome do relator: BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Julio Cesar Alves Ramos Presidente Bernardo Leite de Queiroz Lima Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Angela Sartori, Jean Cleuter Simoes Mendonca, Eloy Eros Da Silva Nogueira e Bernardo Leite De Queiroz Lima. RELATÓRIO Tratamse de autos de infração de PIS e COFINS referentes aos meses de junho a dezembro de 2004. A Recorrente estava obrigada a recolher o PIS e a COFINS em regime híbrido, apurando tais tributos no regime nãocumulativo sobre certas receitas e o regime cumulativo sobre outras receitas. Durante a fiscalização, foi verificado que, apesar de estar sujeita ao regime híbrido, a Recorrente contabilizou tais tributos nas contas 2.1.3.04.00003 Cofins a Recolher e 2.1.3.04.00005 PIS a Recolher, sem discriminar os valores apurados no regime não cumulativo e no cumulativo. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 10 .0 03 04 5/ 20 09 -1 2 Fl. 8846DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10410.003045/200912 Resolução nº 3401000.876 S3C4T1 Fl. 8.847 2 A autoridade fiscal procedeu à apuração das contribuições, sob a ótica dos dois regimes de apuração, conforme escrituração apresentada pela Recorrente, elaborando demonstrativo discriminado por período e regime de apuração. Verificou que os valores conferem com o informado em DIPJ. Diante da impossibilidade de precisar como se deu a compensação das contas PIS a Recuperar e Cofins a Recuperar, sem haver a distinção do regime de apuração em cada conta contábil, as compensações foram desconsideradas pela autoridade fiscal, constatando divergência entre os valores apurados na fiscalização e aqueles declarados e recolhidos pela Recorrente. Foram detectadas pelo AuditorFiscal notas fiscais compondo receitas indevidamente apuradas pelo regime da cumulatividade (art. 10, inc. XI, da Lei nº 10.833, de 2003), tendo sido intimado o contribuinte para apresentar esclarecimentos sobre os seguintes documentos: (i) notas fiscais de venda de serviços (conta 5.1.1.01.0001) referentes aos meses de abril a dezembro, excluídas as contidas na planilha anexada ao Termo de Início de Fiscalização; e (ii) contratos de prestação de serviço que geraram as receitas de vendas de serviços no ano calendário 2004. Após a apresentação dos documentos citados, foi elaborada pela autoridade fiscal uma planilha (fl. 762) discriminando os contratos por regime de apuração (cumulatividade/nãocumulatividade). Feita esta classificação e com as notas fiscais indicando o número do contrato (fls. 947616), a autoridade fiscal efetuou a apuração das contribuições, sob a ótica dos dois regimes de apuração, A autoridade fiscal, em razão destas divergências, procedeu ao lançamento do PIS e da COFINS. A Recorrente apresentou impugnação aos autos de infração. Em análise pela DRJ/Recife (PE), o referido processo foi despachado para diligência (Despacho DRJ/REC nº 1721, de 05/04/2011), para a adoção das seguintes providências: 1. em relação aos contratos classificados pelo regime de apuração cumulativo do PIS e da Cofins (fl. 758), elaborar demonstrativo de receita mensal, detalhando os valores das notas fiscais (fls. 7591055) e o correspondente número do contrato/empresa contratante (fls. 93 757); 2. em relação aos contratos classificados pelo regime de apuração não cumulativo do PIS e da Cofins (fl. 758), elaborar demonstrativo de receita mensal, detalhando os valores das notas fiscais (fls. 7591055) e o correspondente número do contrato/empresa contratante (fls. 93 757); 3. elaborar demonstrativo mensal de valores retidos na fonte a título de PIS e Cofins para o período fiscalizado, verificando se os mesmos não foram aproveitados em períodos seguintes ao da autuação; 4. tendo em vista que os valores dos créditos do PIS e da Cofins do regime não cumulativo considerados pela fiscalização não coincidem com os valores questionados apresentados nas planilhas de fls. 1288 e 1299 (DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DO PIS/COFINS CUMULATIVO/NÃO CUMULATIVO NO ANO CALENDÁRIO DE Fl. 8847DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10410.003045/200912 Resolução nº 3401000.876 S3C4T1 Fl. 8.848 3 2004), intimar o sujeito passivo para indicar especificamente os pontos de suas divergências e apresentar provas que embasem as suas justificativas, notadamente em relação aos valores contidos nas linhas 11 (Custo/Despesa Total) , 25 (PIS a COMPENSAR) e 45 (COFINS A COMPENSAR). 5. formular novas planilhas de apuração mensal do PIS e da Cofins, caso sejam detectadas diferenças nos valores originalmente considerados na ação fiscal em exame. 6. cientificar a contribuinte autuada de todos os esclarecimentos e eventuais providências, abrindolhe o prazo para, querendo, se pronunciar a respeito da matéria. 5. A Diligência foi realizada pela unidade de origem (fls. 13238459), tendo sido elaborado o Termo de Encerramento de Diligência (fls. 84388442), do qual se extrai o que segue: 5.1. Após intimado, o contribuinte apresentou seus esclarecimentos (fls. 13251337) e juntou diversos documentos. 5.2. Foi elaborado um demonstrativo de receita mensal, detalhando os valores das notas fiscais e o correspondente contrato/empresa contratante, para ambos regimes de apuração (cumulativo e não cumulativo). A autoridade fiscal informou que apurou diferenças no valor de R$ 8.760,00 em relação ao mês de novembro de 2004, em ambos regimes de apuração (cumulativo e nãocumulativo), o que implicou a revisão dos montantes para o citado mês e dos valores devidos para o PIS e para a Cofins: A Diligência foi realizada pela unidade de origem (fls. 13238459), tendo sido elaborado o Termo de Encerramento de Diligência (fls. 84388442), do qual se extrai o que segue: Após intimado, o contribuinte apresentou seus esclarecimentos (fls. 13251337) e juntou diversos documentos. Foi elaborado um demonstrativo de receita mensal, detalhando os valores da notas fiscais e o correspondente contrato/empresa contratante, para ambos regimes de apuração (cumulativo e não cumulativo). A autoridade fiscal informou que apurou diferenças no valor de R$ 8.760,00 em relação ao mês de novembro de 2004, em ambos regimes de apuração (cumulativo e nãocumulativo), o que implicou a revisão dos montantes para o citado mês e dos valores devidos para o PIS e para a Cofins:(..) Sobre os questionados valores retidos na fonte informou que as planilhas juntadas pela empresa autuada (documentos 5, 6, 8 e 9) não foram consideradas porque são meros demonstrativos de cálculos, sem documentos que as embasem. Em relação aos Comprovantes de Retenções Anuais apresentados, a autoridade fiscal, no curso da ação fiscal, não questionou a retenção de valores na fonte, justificando que o não aproveitamento desses créditos se deu pela impossibilidade de precisar como ocorreu a compensação das contas PIS/Cofins a Recuperar. Elaborou Fl. 8848DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10410.003045/200912 Resolução nº 3401000.876 S3C4T1 Fl. 8.849 4 demonstrativo com valores retido na fonte (fl. 8459) e informou que, para o período fiscalizado, os valores retidos na fonte não foram aproveitados em períodos posteriores, pois não foram detectados PER/DCOMP (anocalendário 2004) para essas contribuições. Cientificado da Diligência (fl. 8460), o contribuinte apresentou suas considerações (fls. 84618470), abaixo sintetizadas: 1. Destaca que o retorno dos autos à unidade de origem corrobora a sua alegação de nulidade do lançamento, repisando os argumentos expostos na defesa (ausência da indicação dos fatos e fundamentos na apuração indevida das receitas pelo regime da cumulatividade). 2. Em relação ao cumprimento das determinações da 2ª Turma de Julgamento, esclareceu que todas as informações, justificativas e documentos foram anexados, mas o autuante manteve as diferenças apuradas, com exceção do mês de novembro de 2004. 3. Na possibilidade de ser considerada correta a classificação das receitas elaboradas pelo autuante, pediu que fossem considerados os valores corretos dos créditos do regime nãocumulativo decorrentes dos insumos, despesas, custos e encargos, bem como sejam considerados os valores retidos na fonte do PIS e da Cofins. 4. Repete seus argumentos em relação aos cálculos do rateio proporcional. 5. No que se refere aos questionamentos efetuados pela 2ª Turma da DRJ/REC na Diligência (item 4.4 cima), informou que os custos totais não foram questionados pela Fiscalização, tendo sido aceitos em sua integralidade. No entanto, para comprovar a existência dos créditos juntou aos autos os Balancetes de junho a dezembro de 2004 dos custos totais (doc. 01 dos Esclarecimentos) e dos custos, despesas e encargos comuns (doc. 02 dos Esclarecimentos), bem como anexou notas ficais de entrada dos custos, despesas e encargos comuns (doc. 03 dos Esclarecimentos). 6. Apontou que o AuditorFiscal deixou de considerar os documentos referentes aos custos, despesa e encargos comuns anexados, alegando que a Recorrente não teria comprovado o registro contábil das notas ficais e os balancetes teriam sido apresentados sem as formalidades necessárias. 7. Esclarece que a sua pretensão é o recálculo do valor dos créditos correspondentes aos custos, despesa e encargos comuns, considerando o aumento da receita sujeita ao regime não cumulativo. 8. Em relação às notas fiscais, já constavam nos autos os Balancetes Contábeis Sintéticos que comprovavam a correta escrituração dos custos. Entretanto, para evitar qualquer argumento que possa acarretar o não acolhimento da defesa apresentada, junta aos autos o Termo de Abertura, Encerramento e Autenticação do Livro Diário do exercício de 2004, bem como cópias do Livro Razão com a escrituração das notas fiscais de entrada anexadas aos autos referentes aos custos, despesas e encargos comuns que dão direito a creditamento. 9. Asseverou que na planilha do rateio proporcional de fls. 1288 e 1299 (doc. 12 da defesa), a Recorrente calculou o crédito de custos, despesas e encargos com base na relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência nãocumulativa, considerada pelo Fiscal, e a receita bruta total, auferida em cada mês, aplicada nas despesas e custos comuns que Fl. 8849DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10410.003045/200912 Resolução nº 3401000.876 S3C4T1 Fl. 8.850 5 dão direito ao creditamento, de acordo com a legislação, informando que considerou a mesma fonte dos custos totais já analisada pela Fiscalização, alterando apenas a proporção das receitas. 10. Faz observar que, com a alteração da receita não cumulativa, há uma alteração no crédito a ser descontado. Elaborou demonstrativos de créditos (custo e insumos) para ambas contribuições, juntando planilhas de cálculos considerando o novo valor dos créditos do PIS e da Cofins não cumulativos, quando consideradas as receitas encontradas pela Fiscalização. 11. Sobre os valores das linhas 25 (PIS a compensar) e 45 (Cofins a compensar) das planilhas 1288 e 1299, esclareceu que são referentes aos valores retidos na fonte contabilizados pela recorrente. Acerca disso, juntou aos autos Comprovantes Anuais de Retenção de IRPJ, CSLL, Cofins e PIS/PASEP, que comprovam parte dos valores retidos na fonte (doc. 05 dos Esclarecimentos), planilhas (doc. 06 dos Esclarecimentos) contendo detalhes das notas fiscais emitidas no período de junho a dezembro de 2004 e comprovantes referentes ao valor líquido (doc. 07 dos Esclarecimentos). 12. Indica que, alterando o valor das receitas classificadas em cada regime de apuração (cumulativo/não cumulativo), há alteração da classificação do regime também dos valores retidos na fonte, não podendo ser considerada as retenções na fonte informadas da DIPJ do exercício em exame, pois as informações se deram quando o recorrente considerou a sua classificação das receitas nos regimes cumulativo/nãocumulativo. A impugnação foi julgada parcialmente procedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife (PE), em acórdão cuja ementa se transcreve: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/2004 a 31/12/2004 Ementa: REGIME CUMULATIVO. RECEITAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. OBRAS AGREGADAS AO SOLO OU SUBSOLO. Nos termos dos arts. 10 (inc. XX) e 15 da Lei nº 10.833, de 2003, continuam sujeitas ao regime cumulativo do PIS as receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, estas entendidas como as agregadas ao solo ou subsolo. REGIME CUMULATIVO. RECEITAS DE CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. REQUISITOS. Nos termos dos arts. 10 (inc. XI) e 15 da Lei nº 10.833, de 2003, continuam sujeitas ao regime cumulativo da Cofins as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003, com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços. RETENÇÃO NA FONTE. APROVEITAMENTO. Os valores retidos na fonte, a título da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, serão considerados como antecipação do que for devido pelo contribuinte que sofreu a retenção, em relação às respectivas contribuições e poderão ser deduzidos das contribuições devidas de mesma espécie, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/06/2004 a 31/12/2004 Ementa: Fl. 8850DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10410.003045/200912 Resolução nº 3401000.876 S3C4T1 Fl. 8.851 6 REGIME CUMULATIVO. RECEITAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. OBRAS AGREGADAS AO SOLO OU SUBSOLO. Nos termos do art. 10 (inc. XX) da Lei nº 10.833, de 2003, continuam sujeitos ao regime cumulativo da Cofins, as receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, estas entendidas como as agregadas ao solo ou subsolo. REGIME CUMULATIVO. RECEITAS DE CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. REQUISITOS. Nos termos do art. 10 (inc. XI) da Lei nº 10.833, de 2003, continuam sujeitos ao regime cumulativo da Cofins as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003, com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços. RETENÇÃO NA FONTE. APROVEITAMENTO. Os valores retidos na fonte, a título da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, serão considerados como antecipação do que for devido pelo contribuinte que sofreu a retenção, em relação às respectivas contribuições e poderão ser deduzidos das contribuições devidas de mesma espécie, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/2004 a 31/12/2004 Ementa: NULIDADE DO LANÇAMENTO. Quando presentes todos os requisitos formais previstos na legislação processual fiscal, não se cogita da nulidade do auto de infração. Irresignada, a Recorrente interpôs o competente Recurso Voluntário, alegando, em síntese: a) nulidade do auto de infração em razão de a autoridade fiscal ter apontado receitas indevidamente apuradas pelo regime de cumulatividade, quando deveriam ter sido tributadas no regime nãocumulativo, sem informar os fatos e fundamento de tal conclusão, se limitando a informar que considerou o disposto no art. 10, da Lei nº 10.833/03 b) a prestação de serviço de caldeiraria estaria enquadrada como serviço de montagem industrial, que, por sua vez, é classificado como obra de construção civil, conforme interpretação conjunta do art. 413 e Anexo XII da IN/SRP nº 03/05 e Ato Declaratório Normativo Cosit nº 30, motivo pelo qual estaria sujeita ao regime cumulativo do PIS e da COFINS, nos termos do art. 10, incisos XI e XX da Lei nº 10.833/03; c) junta no Recurso Voluntário cópias de Comprovantes Anuais de Retenção de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS, afirmando que a juntada de tais documentos é permitida nos termos do art. 16, § 4º, "c", do Decreto nº 70.235/72; Por força do disposto no art. 34 do Decreto nº 70.235/72 e art. 1º da Portaria MF nº 3/08, foi interposto Recurso de Ofício. É o Relatório. VOTO Conselheiro Bernardo Leite de Queiroz Lima Fl. 8851DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10410.003045/200912 Resolução nº 3401000.876 S3C4T1 Fl. 8.852 7 A Recorrente juntou aos autos, em 22/07/2011, Comprovantes Anuais de Retenção que demonstram que sofreu a retenção na fonte do PIS e da COFINS sobre valores que lhes foram pagos por outras pessoa jurídicas de direito privado e por órgãos públicos. O próprio acórdão da DRJ reconheceu os Comprovantes Anuais de Retenção como documentos hábeis a comprovar as retenções sofridas pela Recorrente, conforme se verifica no seguinte trecho do acórdão: 49. Os documentos acostados pelo contribuinte, no caso, planilhas (fls. 13891400 e 15701578), extratos bancários (fls. 14011569) e registros contábeis (fls. 12271249, 12711287), não possuem eficácia para demonstrar os valores pleiteados na impugnação. Isto porque as planilhas juntadas são meros demonstrativos de cálculo e, juntamente com os extratos bancários e os registros contábeis não comprovam os valores retidos na fonte a título de PIS e Cofins. Por excelência, os meios de provas hábeis para se provar a retenção na fonte são o Comprovante de Anual de Retenção e/ou a DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte), por serem documentos/demonstrativos regulamentares previstos na legislação tributária. Conforme asseverado, o impugnante apresentou Comprovantes Anual de Retenção às fls. 13861388, os quais foram emitidos pelas pessoas jurídicas Brasken S/A, Alclor Química de Alagoas Ltda e Petrobrás S/A. (...) Os valores das retenções na fonte foram obtidos mediante pesquisas efetuadas ao sistema SIEFWEBDIRF e foram juntadas ao presente processo neste voto às fls. 86988714. Estas DIRF confirmam os Comprovantes Anual de Retenção juntados pelo impugnante às fls. 13861388. 56. É necessário tecer comentários acerca das receitas geradas a partir do contrato nº 3.944/2003, firmado com a empresa Trikem S/A, conforme já antecipado alhures (item 33.1 deste voto). Recordese que as referidas receitas, reclassificadas neste voto para serem tributadas pelo regime cumulativo, não foram adicionadas às demais receitas submetidas a tal regime, por implicar agravamento da exigência. 57. A pesquisa efetuada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), fl. 8739, demonstra que a Trikem S/A (CNPJ nº 13.558.228/001045) foi sucedida (incorporada) pela Braskem S/A (CNPJ nº 42.150.391/000170), em 15/01/2004. Considerando que as receitas advindas do contrato nº 3.944/2003 não integram as bases de cálculo das exigências, as retenções na fonte que proporcionalmente incidiram em tais valores, devem ser desconsideradas, de igual maneira, neste levantamento. Assim, os valores que constam no Comprovante Anual de Retenção (fl. 1386), confirmados pela DIRF prestada pela BRASKEM S/A (recibo nº 39.68.85.47.2392), deverão ter os seguintes ajustes: Alega a Recorrente que o acórdão não deveria considerar os valores constantes no SIEFWEB, mas somente aqueles informados nos Comprovantes Anuais de Retenção. Apesar de os referidos Comprovantes serem documentos válidos para comprovar a retenção na fonte sofrida, não constituem o único elemento à disposição da autoridade julgadora para aferir Fl. 8852DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10410.003045/200912 Resolução nº 3401000.876 S3C4T1 Fl. 8.853 8 as informações necessárias para a definição dos tributos retidos a serem considerados no cálculo do PIS e da COFINS a serem cobradas da Recorrente. Vale ressaltar que, no caso das retenções realizadas nos Códigos de Receita 5952 e 6147, o total do valor retido inclui outros tributos, devendo ser considerado apenas o montante correspondente ao PIS (0,65%)e à COFINS (3%). Destarte, diante da necessidade de se verificar e discriminar quais os tributos que foram efetivamente retidos na fonte, converto em diligência, devendo os autos serem baixados para a delegacia de origem tomar as seguintes providências: 1) confirmar se constam nos sistemas da RFB as retenções na fonte informadas nos Comprovantes Anuais de Retenção de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS das fontes pagadoras Braskem S/A, Alclor Química de Alagoas Ltda e Petróleo Brasileiro S/A, foram efetivamente realizadas; 2)Vincular as retenções informadas nos Comprovantes Anuais de Retenção de IRPJ, CSLL, PIS E COFINS a notas fiscais emitidas pela Montec; 3) Verificar a qual regime de tributação do PIS e da COFINS estão sujeitas as receitas que sofreram a retenção na fonte e fazer a alocação correspondente ao crédito tributário objeto do presente auto de infração. Após cumprida a diligência acima, seja intimada a Recorrente para se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias. Findo este prazo, subam os autos a esta turma para julgamento. Conselheiro Bernardo Leite de Queiroz Lima Fl. 8853DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 07/05/2015 por BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
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Numero do processo: 10970.000912/2010-48
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed May 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. IDENTIDADE DE OBJETOS. INEXISTÊNCIA.
Não é obrigatória a reunião dos processos, e a conseqüente decisão conjunta, quando a caracterização da materialidade da infração está desvinculada da obrigação principal.
FOLHA DE PAGAMENTO. PARCELAS INTEGRANTES E NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. MATERIALIDADE DA INFRAÇÃO.
A materialidade da infração é caracterizada quando se demonstra que parcela da remuneração paga, devida ou creditada, pela empresa, aos segurados, deixou de ser incluída em folha de pagamento, ainda que a parcela não integre o salário de contribuição, nos termos do inciso IV do § 9o do art. 225 do RPS/99.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-004.433
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Julio César Vieira Gomes- Presidente
Luciana de Souza Espíndola Reis- Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões.
Nome do relator: LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS
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IDENTIDADE DE OBJETOS. INEXISTÊNCIA. Não é obrigatória a reunião dos processos, e a conseqüente decisão conjunta, quando a caracterização da materialidade da infração está desvinculada da obrigação principal. FOLHA DE PAGAMENTO. PARCELAS INTEGRANTES E NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. MATERIALIDADE DA INFRAÇÃO. A materialidade da infração é caracterizada quando se demonstra que parcela da remuneração paga, devida ou creditada, pela empresa, aos segurados, deixou de ser incluída em folha de pagamento, ainda que a parcela não integre o salário de contribuição, nos termos do inciso IV do § 9o do art. 225 do RPS/99. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 97 0. 00 09 12 /2 01 0- 48 Fl. 101DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio César Vieira Gomes Presidente Luciana de Souza Espíndola Reis Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10970.000912/201048 Acórdão n.º 2402004.433 S2C4T2 Fl. 102 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão n.º 0934.250 da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em Juiz de Fora (MG), fl. 7074, com ciência ao sujeito passivo em 20/04/2011, que julgou improcedente a impugnação apresentada contra o Auto de Infração de Obrigação Acessória (AIOA) lavrado sob o Debcad no 37.270.4450, do qual o sujeito passivo foi cientificado pessoalmente em 10/12/2010. De acordo com o relatório fiscal de fl. 4748, e anexos, o AIOA trata de aplicação de penalidade por infração ao art. 32, inciso I, da Lei n.° 8.212/1991, e § 9o do inciso I do art. 225 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto n° 3.048/99. Relata, a autoridade lançadora, que a autuada deixou de incluir, em folhas de pagamento, os valores pagos, devidos ou creditados aos segurados empregados, a título de prêmios de incentivo à produtividade, efetivados através de cartões flex, intermediados pela empresa Expertise Comunicação Total S/C Ltda, e os valores disponibilizados pela empresa aos empregados motoristas, a título de diárias, no período de 01/2006 a 12/2006. Inconformada, a autuada impugnou o lançamento, alegando, em síntese, a conexão deste processo com os demais lançamentos de obrigação principal e a necessidade de reunião dos processos para julgamento, e, no mérito, que não existe suporte jurídico ou fático das exigências dos processos de obrigação principal atrelados a este processo, o que espera seja reconhecido naqueles processos, com o conseqüentemente cancelamento deste auto de infração. A DRJ julgou a impugnação improcedente e manteve integralmente o crédito tributário lançado. O julgado restou assim ementado: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS INFRAÇÃO. FOLHA DE PAGAMENTO. ELABORAÇÃO EM DESACORDO COM OS PADRÕES ESTABELECIDOS. Constitui infração à legislação previdenciária deixar a empresa de preparar folha de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos. SOBRESTAMENTO DOS AUTOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. A norma administrativa não prevê sobrestamento dos autos, devendo a decisão de primeira instância ser fundada com observância do princípio da celeridade do julgamento. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. As obrigações previdenciárias acessórias não se confundem com as obrigações previdenciárias principais, possuindo objetos distintos e sujeitando o infrator, em caso de descumprimento, a penalidades específicas e próprias a cada uma delas. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Em 24/05/2011, a autuada, por meio de seus representantes legais e de advogado, interpôs recurso, fl. 7987, repetido às fl. 8894, reiterando as razões já apresentadas na impugnação e pedindo o cancelamento do crédito tributário lançado. Sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, os autos foram enviados a este Conselho para julgamento. É o relatório. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10970.000912/201048 Acórdão n.º 2402004.433 S2C4T2 Fl. 103 5 Voto Conselheira Luciana de Souza Espíndola Reis, Relatora Conheço do recurso por estarem presentes os requisitos de admissibilidade. Preliminar Reunião dos Processos de Obrigação Principal e de Obrigação Acessória Na conformidade da norma processual vigente, configurase conexão entre duas ou mais ações quando há, entre elas, identidade do objeto ou da causa de pedir, impondo a reunião das ações para julgamento, evitando, assim, a prolação de decisões inconciliáveis (art. 105 do CPC1). O objeto do presente processo é a infração por descumprimento de obrigação instrumental, decorrente do fato de a empresa ter deixado de incluir, em folha de pagamento, os valores pagos, devidos ou creditados aos segurados a título de premiação e de diárias, enquanto o processo de obrigação principal tem por objeto a obrigação de a empresa recolher as contribuições incidentes sobre os pagamentos feitos a título de premiação e de diárias excedentes a cinquenta por cento da remuneração. Os dois processos são autônomos, têm objetos distintos, e a solução quanto à existência do fato gerador da obrigação principal não refletirá, necessariamente, na obrigação instrumental aqui tratada, pois, nos termos do inciso IV do § 9o do art. 225 do RPS/992, mesmo que a parcela da remuneração não integre o salário de contribuição, ela deve constar da folha de pagamento. 1 Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. 2 Art. 225. A empresa é também obrigada a: I preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; ... § 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput, elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: I discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado; II agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, empresário, trabalhador autônomo ou a este equiparado, e demais pessoas físicas; II agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) III destacar o nome das seguradas em gozo de saláriomaternidade; IV destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e V indicar o número de quotas de saláriofamília atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Portanto, a decisão conjunta dos processos não é obrigatória na espécie, considerando a inexistência de obstáculo à cognição exauriente de cada um deles, os quais se originam de fatos jurídicos distintos e têm critérios autônomos de apuração dos dados quantitativos, vale dizer, a multa apurada por descumprimento de obrigação acessória não tem relação com as contribuições apuradas no processo de obrigação principal. O julgamento separado não traz prejuízo ao sujeito passivo considerando que as impugnações e recursos devem ser opostos em relação às matérias de cada processo individualmente, sob pena de preclusão, conforme art. 17 do Decreto 70.235/72: Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997). Entretanto, naquilo que for compatível, é recomendável adotar o resultado do julgamento dos processos de obrigação principal. Mérito Prêmios de Incentivo A fiscalização, com base em contrato firmado entre a recorrente e a empresa Expertise Comunicação Total SC Ltda, identificou que a primeira, por intermédio da empresa contratada, efetuou pagamentos, aos segurados empregados, a título de prêmios a título de incentivo profissional, sendo que essa parcela não foi incluída na folha de pagamento. A materialidade da infração é caracterizada pela omissão, em folha de pagamento, de parcela da remuneração paga, devida ou creditada aos segurados, ainda que a parcela não integre o salário de contribuição, nos termos do inciso IV do § 9o do art. 225 do RPS/99. A título de informação, convém mencionar que a incidência de contribuição previdenciária sobre essa parcela restou reconhecida no julgamento ao recurso voluntário do processo de obrigação principal3. Em suma, a infração está materializada, e, por conseguinte, incide a multa, nos termos do auto de infração. Diárias A fiscalização identificou, na contabilidade da recorrente, pagamentos de diárias aos empregados motoristas, os quais não foram incluídos em folha de pagamento. Conforme já mencionado neste voto, é suficiente para materializar a infração, a omissão de parcela da remuneração paga, devida ou creditada aos segurados, ainda que a parcela não integre o salário de contribuição, nos termos do inciso IV do § 9o do art. 225 do RPS/99. Em suma, a infração está materializada, de modo que há incidência de multa, nos termos do auto de infração. 3 Processo nº 10970.000918/201015, Acórdão nº 2402004.4364ª Câmara/2ª Turma Ordinária, Sessão de 05/11/2014, rel. Cons. Luciana de Souza Espíndola Reis. Recurso voluntário negado. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10970.000912/201048 Acórdão n.º 2402004.433 S2C4T2 Fl. 104 7 Conclusão Com base no exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Luciana de Souza Espíndola Reis. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10835.900024/2008-67
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Sun Jan 16 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2004
Ementa: PER/DCOMP. DIPJ. ANÁLISE. ALTERAÇÃO DO PEDIDO.
POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO.
Intimado o sujeito passivo quanto à inconsistência nas informações do
PER/Dcomp ou da DIPJ transmitidos, é permitida a retificação do documento antes de proferido o despacho decisório, permanecendo o dever de demonstrar os valores indicativos do crédito informado na declaração retificada.
Numero da decisão: 1102-000.636
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Ausente o Conselheiro Gleydson Kleber Lopes de Oliveira.
Nome do relator: Leonardo de Andrade Couto
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ementa_s : Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2004 Ementa: PER/DCOMP. DIPJ. ANÁLISE. ALTERAÇÃO DO PEDIDO. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO. Intimado o sujeito passivo quanto à inconsistência nas informações do PER/Dcomp ou da DIPJ transmitidos, é permitida a retificação do documento antes de proferido o despacho decisório, permanecendo o dever de demonstrar os valores indicativos do crédito informado na declaração retificada.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2004 Ementa: PER/DCOMP. DIPJ. ANÁLISE. ALTERAÇÃO DO PEDIDO. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO. Intimado o sujeito passivo quanto à inconsistência nas informações do PER/Dcomp ou da DIPJ transmitidos, é permitida a retificação do documento antes de proferido o despacho decisório, permanecendo o dever de demonstrar os valores indicativos do crédito informado na declaração retificada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Ausente o Conselheiro Gleydson Kleber Lopes de Oliveira. IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO Presidente. LEONARDO DE ANDRADE COUTO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Leonardo de Andrade Couto, Gilberto Baptista, Gleydson Kleber Lopes de Oliveira, Maria Elisa Bruzzi Boechat e Antonio Carlos Guidoni Filho.. Fl. 191DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 01/02 /2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO 2 Relatório Por bem resumir a controvérsia, adoto o relatório da decisão recorrida, que abaixo transcrevo: Tratase de Manifestação de Inconformidade interposta em face do Despacho Decisório em que foi apreciada a Declaração de Compensação (PER/DCOMP), por intermédio da qual a contribuinte pretende compensar débitos de sua responsabilidade com crédito decorrente de Saldo Negativo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, relativo ao 2º trimestre de 2004. Por despacho decisório, não foi reconhecido direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, nãohomologada a compensação declarada no presente processo, ao fundamento de que não foi apurado saldo negativo, uma vez que, na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), correspondente ao período de apuração do crédito informado no PER/Dcomp, consta valor do saldo negativo (crédito) igual a zero. Cientificada, interpôs a contribuinte manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese, que os créditos utilizados em PER/DCOMP decorreriam de retenções do IRPJ na fonte em Notas Fiscais de Serviços, que teriam sido lançados na contabilidade da empresa na conta IRRF a recuperar para futura compensação com débitos da COFINS, consideradas as correções pela taxa Selic. Assim, requer revisão do despacho decisório recorrido, considerandose a seguinte documentação juntada aos autos: cópia do despacho decisório e de termos de intimação, cópias de algumas Notas Fiscais de Serviço (para exemplo), cópia da folha do razão/contabilidade, onde constaria o saldo acumulado do IRRF a recuperar e as compensações efetuadas. Ao final, requer seja acolhida a impugnação, por supostamente demonstrada a insubsistência e improcedência (total ou parcial) do despacho decisório. A 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto prolatou o Acórdão 1428.630 em 26/04/2010, negando provimento à impugnação tendo em vista não ter sido demonstrada a existência do direito creditório. A decisão foi consubstanciada na seguinte ementa: As s u n t o : I m p o s t o s o b r e a Renda d e Pessoa J u r í d i ca IRPJ Anocalendário: 2004 Ementa: DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. IRPJ. SALDO NEGATIVO. PROVA DO INDÉBITO. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 01/02 /2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO Processo nº 10835.900024/200867 Acórdão n.º 1102 00636 S1C1T2 Fl. 2 3 O reconhecimento de direito creditório a título de saldo negativo de IRPJ reclama efetividade no pagamento ou compensação das antecipações calculadas por estimativa ou das retenções na fonte pagadora, a oferta à tributação das receitas que ensejaram as retenções e a comprovação contábil e fiscal do valor do tributo apurado no trimestrecalendário. Devidamente cientificado da decisão, a interessada recorre a este Colegiado ratificando as razões expedidas na peça impugnatória. Traz aos autos alguns documentos da escrituração e cópia do que seria a DIPJ retificadora concernente ao anocalendário de 2004. É o Relatório. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 01/02 /2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO 4 Voto Conselheiro LEONARDO DE ANDRADE COUTO No PER/Dcomp de que trata o presente, formalizada em 13/01/2006, a interessada requer o reconhecimento do direito creditório correspondente ao saldo negativo do IRPJ apurado no 2° trimestre de 2004. Em primeira apreciação, a autoridade tributária não localizou o crédito pleiteado na DIPJ constante dos arquivos da Receita Federal do Brasil e expediu intimação, com ciência em 08/03/2007, a fim de que retificasse essa DIPJ ou apresentasse PER/Dcomp retificador com as informações corretas. O sujeito passivo quedouse inerte motivo pelo qual, decorrido um ano, foi prolatado despacho decisório não homologando o pleito. Na impugnação, a interessada sustenta que o crédito teria origem no IRRF incidente receita de prestação de serviços devidamente lançados na contabilidade da empresa. Após a decisão recorrida registrar que o IRRF quando devidamente comprovado, entra na composição do saldo negativo do IRPJ, mas não necessariamente corresponde a esse saldo, a interessada traz na peça recursal alguns documentos da escrituração que demonstrariam o IRRF, e a cópia do que seria a DIPJ retificadora do período em questão com indicação do saldo negativo pleiteado. De imediato, não se pode olvidar que a análise do PER/DCOMP deve se ater às informações nele contidas, pois é no bojo desse documento que constam, ou deveriam constar, as intenções do declarante. Daí porque, sem a retificação pertinente, o despacho decisório não poderia manifestarse de outra forma. Apesar de a decisão recorrida ter deixado clara a necessidade de que fosse demonstrada a retenção na fonte e a contabilização da receita correspondente, além da composição do saldo negativo do IRPJ, o sujeito passivo não apresentou a documentação pertinente. O IRRF de que trata a lide está identificado na página 3 do PER/Dcomp (fl.03). Caberia, em relação aos valores ali informados, a apresentação das notas fiscais de prestação de serviços e, principalmente, dos comprovantes emitidos pelas fontes pagadoras com indicação da retenção. As duas únicas notas fiscais trazidas aos autos (fls. 24/25) indicam como fonte pagadora um CNPJ que não coincide com nenhum daqueles indicados no PER/Dcomp. Os documentos apresentados na peça recursal consistem em cópias de balancetes, livro Diário e Razão, sem identificação específica que permita fazer alguma associação com os valores pleiteados, a fim de que fosse atestada a contabilização da receita concernente ao IRRF. No que se refere à DIPJ retificadora, foi apresentada após o despacho decisório e não há maiores informações quanto ao seu processamento. Além disso, a entrega da Fl. 194DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 01/02 /2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO Processo nº 10835.900024/200867 Acórdão n.º 1102 00636 S1C1T2 Fl. 3 5 retificadora por si só não supre a necessidade de comprovação dos saldos negativos do IRPJ nela informados o que, como já exposto, não ocorreu. Do exposto, voto por negar provimento ao recurso. LEONARDO DE ANDRADE COUTO Relator Fl. 195DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 01/02 /2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/02/2012 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO
score : 1.0
Numero do processo: 11030.000165/2002-11
Turma: Primeira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Nov 18 00:00:00 UTC 2009
Data da publicação: Fri Jul 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2001 a 31/12/2001
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI PARA DESONERAÇÃO DO PIS E DA COFINS. LEI N º 9.363/96.
A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13/12/96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96), sendo irrelevante ter havido ou não incidência das contribuições na etapa anterior, pelo que as aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem de pessoas físicas e cooperativas estão amparadas pelo benefício. (Ac. CSRF/02-01.336).
Recurso Especial do Contribuinte Provido.
Numero da decisão: 9303-000.462
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer o direito à inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI das aquisições de pessoas físicas e de cooperativas. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Gilson Macedo Rosenburg Filho, José Adão Vitorino de Morais e Carlos Alberto Freitas Barreto (Relator), que negavam provimento.
Carlos Alberto Freitas - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Susy Gomes Hoffmann, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Dalton Cesar Cordeiro de Miranda, José Adão Vitorino de Morais, Maria Teresa Martínez López, Leonardo Siade Manzan e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: Relator
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/10/2001 a 31/12/2001 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI PARA DESONERAÇÃO DO PIS E DA COFINS. LEI N º 9.363/96. A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13/12/96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96), sendo irrelevante ter havido ou não incidência das contribuições na etapa anterior, pelo que as aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem de pessoas físicas e cooperativas estão amparadas pelo benefício. (Ac. CSRF/02-01.336). Recurso Especial do Contribuinte Provido.
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LEI N º 9.363/96. A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13/12/96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96), sendo irrelevante ter havido ou não incidência das contribuições na etapa anterior, pelo que as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de pessoas físicas e cooperativas estão amparadas pelo benefício. (Ac. CSRF/0201.336). Recurso Especial do Contribuinte Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer o direito à inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI das aquisições de pessoas físicas e de cooperativas. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Gilson Macedo Rosenburg Filho, José Adão Vitorino de Morais e Carlos Alberto Freitas Barreto (Relator), que negavam provimento. Carlos Alberto Freitas Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 03 0. 00 01 65 /2 00 2- 11 Fl. 369DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 10/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11030.000165/200211 Acórdão n.º 9303000.462 CSRFT3 Fl. 370 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Susy Gomes Hoffmann, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Dalton Cesar Cordeiro de Miranda, José Adão Vitorino de Morais, Maria Teresa Martínez López, Leonardo Siade Manzan e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Versam os autos sobre pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI, de que trata a Lei 9.363/1996. A Câmara recorrida negou provimento ao recurso voluntário, não reconhecendo, dentre outros, o direito à inclusão, na base de cálculo do incentivo, do valor pertinente às matériasprimas, produtos intermediários e ou material de embalagem adquiridos de não contribuintes, mais especificamente, de pessoas físicas e cooperativas. A Contribuinte recorreu desse decisum, sendolhe dado seguimento, apenas, quanto à matéria relativa às aquisições de pessoas físicas e cooperativas, segundo Despacho de fls. 302/306. Devidamente cientificada (fl. 311), a Fazenda Nacional não apresentou contrarrazões, sendo os autos encaminhados a esta Câmara Superior. O julgamento deste recurso tem como paradigma o Recurso nº 223.228, julgado na sessão imediatamente anterior a esta, sendolhe aplicada a mesma tese daquele julgado, nos termos do art. 47 do anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Em apertada síntese, este é o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto, Relator O recurso merece ser conhecido por ser tempestivo e atender aos pressupostos de admissibilidade previstos no Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Não obstante, pessoalmente, defenda o entendimento de que o direito ora em discussão não deva ser reconhecido, este voto segue as disposições do § 2º, in fine, do art. 47 do anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Para tanto, adoto a tese do julgamento do recurso nº 223.228, paradigma para o caso em discussão, na parte relativa à inclusão, na base de cálculo do crédito presumido, do valor das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e ou material de embalagem adquiridos de pessoas físicas e de cooperativas. “Para melhor elucidar a questão, mister transcreverse o dispositivo que criou referido benefício para fomento das exportações, qual seja, o art. 1º, da Lei n.º 9.363/96: Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Fl. 370DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 10/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11030.000165/200211 Acórdão n.º 9303000.462 CSRFT3 Fl. 371 3 Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Pois bem, o objetivo da lei é bastante claro: desonerar a carga tributária do PIS e da Cofins, incidentes em cascata, nas mercadorias destinadas à exportação. Aliás, declinado objetivo veio expresso na Exposição de Motivos da Lei nº 9.363/96. Tratase da Exposição de Motivos nº 120, de 23 de março de 1995, confirmada pela Mensagem nº 175, do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, que precedeu a MP nº 948, que assim verbera: A Medida Provisória n.º 905, de 21 de fevereiro de 1995, dispôs sobre a desoneração fiscal da COFINS e PIS/PASEP incidente sobre os insumos, objetivando possibilitar a redução dos custos e o aumento da competitividade dos produtos brasileiros exportados, dentro da premissa básica da diretriz política do setor, no sentido de que não se deve exportar tributos. Em seu elemento motriz, a proposta em comento dispunha que sobredita desoneração deveria ser feita mediante ressarcimento em dinheiro desses encargos a favor do exportador nacional. 2. Sendo as contribuições da COFINS e PIS/PASEP incidentes em cascata, sobre todas as etapas do processo produtivo, parece mais razoável que a desoneração corresponda não apenas à última etapa do processo produtivo, mas sim às duas etapas antecedentes, o que revela que a alíquota a ser aplicada deve ser elevada para 5,37%, atenuando ainda mais a carga tributária incidente sobre os produtos exportados, e se revelando compatível com a necessidade de ajuste fiscal. (Grifouse) Ora, a redação não permite devaneios. Negar o crédito sob a argumentação de que não incidiu PIS e Cofins na última etapa de produção, ou representa desconhecimento da lei, ou uma tentativa falaciosa de negar o crédito a que o contribuinte tem direito. Note que a própria Exposição de Motivos diz que foram consideradas as últimas DUAS etapas do processo produtivo. É exatamente por isso que se fixou uma alíquota de 5,37%, pois representa a carga tributária das mencionadas contribuições nas duas últimas etapas do processo produtivo (1,0265)² – 1= 0,0537 ou 5,37%. Por fim, cabe frisar que, mais uma vez a lei é cristalina quanto à base de cálculo do incentivo. Senão vejamos: Fl. 371DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 10/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11030.000165/200211 Acórdão n.º 9303000.462 CSRFT3 Fl. 372 4 Art.2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. (Grifo nosso) Ora, é evidente que o termo “valor total” não comporta nenhuma exclusão. Caso contrário, não seria valor total! Não é preciso maiores delongas para chegarse à conclusão, portanto, de que as exclusões previstas nas IN’s SRF nºs 23 e 103, ambas de 1997, são absolutamente ilegais, pois somente a lei, strictu sensu, poderia prever tais exclusões; jamais uma norma complementar, consoante art. 100, I, do CTN. Frisese, ainda, que a Egrégia Segunda Turma já solucionou a matéria de forma acertada e definitiva, consoante demonstra a ementa do Aresto abaixo transcrita: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI REFERENTE AO PIS E A COFINS. A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96), sendo irrelevante ter havido ou não incidência das contribuições na etapa anterior, pelo que as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de pessoas físicas e cooperativas estão amparadas pelo benefício. (Ac. CSRF/0201.336, Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rogério Gustavo Dreyer) Nos termos do voto paradigma transcrito linhas acima, voto no sentido de dar provimento ao recurso apresentado pelo contribuinte. Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 372DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 10/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11030.000165/200211 Acórdão n.º 9303000.462 CSRFT3 Fl. 373 5 Fl. 373DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 10/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 10384.003020/2010-17
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Jul 14 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2009
PREVIDENCIÁRIO. TEMPESTIVIDADE.
Sob o comando do art. 5° do Decreto 70.235/72, os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia do início e incluindo-se o do vencimento. Uma vez extrapolado o limite estabelecido, torna peremptos os recursos eventualmente interpostos.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2403-002.927
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por sua intempestividade.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Ivacir Júlio de Souza - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari Marcelo Magalhães Peixoto, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Ewan Teles Aguiar e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2009 PREVIDENCIÁRIO. TEMPESTIVIDADE. Sob o comando do art. 5° do Decreto 70.235/72, os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Uma vez extrapolado o limite estabelecido, torna peremptos os recursos eventualmente interpostos. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por sua intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Ivacir Júlio de Souza Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari Marcelo Magalhães Peixoto, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Ewan Teles Aguiar e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 4. 00 30 20 /2 01 0- 17 Fl. 71DF CARF MF Impresso em 14/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 03/07/2015 por IVAC IR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Relatório Tratase de processo apenso ao principal de n° 10384.003014/201051, que em razão da litispendência sofre a irradiação da decisão daquele. Aduz que o sobredito processo na forma do relatório e do voto abaixo transcritos teve provimento negado: "Tratase de auto de infração de Obrigação Principal AIOP, n° 37.287.2689 lavrado em desfavor da Prefeitura Municipal de Campinas do Piauí ao qual a recorrente interpôs impugnação tida como intempestiva. Na peça de impugnação de fls. 180, interposta em 23/09/2010, 1( um) dia depois do prazo fatal, nada argüiu a respeito de nulidade da notificação e, tampouco alegou preliminar de tempestividade. Demonstrando perfeito entendimento do procedimento a cumprir bem como, "a contrario sensu", confessando que recebera a notificação, exortou , de plano, o art. 15 do Decreto 70.235/72 conforme o abaixo transcrito do documento de impugnação, verbis: " consubstanciado no art. 15, do Decreto 70.235/72. Na oportunidade, requer que a presente defesa seja encaminhada à Delegacia Regional de Julgamento DRJ para devida apreciação, em face dos motivos e razões que passa a aduzir: (...) " "Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência." Considerada intempestiva a impugnação, a autuada ainda em sede de impugnação recorreu da decisão ao tempo que, concomitantemente, interpôs Recurso Voluntário buscando lastro no preceituado no art. 33 do Decreto 70.235/72.Conforme DESPACHO DECISÓRIO de fls. 280 não logrou êxito. Na oportunidade, no item 8 do referido despacho decisório, fora alertada de que, como não foi instaurada a fase litigiosa administrativa do processo, e conseqüentemente não foi proferida decisão em primeira instancia por parte da SRF, não havendo que se falar em recurso contra decisão de primeira instancia, posto que inexistente. Cumpre destacar que o art. 33 do Dec 70.235/72 permite interpor recurso voluntário dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão de intempestividade Às fls.230, datado de 09/12/2010, consta protocolizado RECURSO VOLUNTÁRIO, 69 dias depois da impugnação intempestiva. Em apertada síntese, a autuada EM PRELIMINAR DE TEMPESTIVIDADE, INOVANDO, requereu a nulidade da notificação na forma abaixo transcrita com grifos de minha autoria: "PRELIMINARMENTE DA NULIDADE DA INTIMAÇÃO POR AR AVISO DE RECEBIMENTO. Ocorre que, quando da análise do processo físico administrativo, verificouse que o Aviso de Recebimento (AR) foi recebido em 23 de Fl. 72DF CARF MF Impresso em 14/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 03/07/2015 por IVAC IR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10384.003020/201017 Acórdão n.º 2403002.927 S2C4T3 Fl. 3 3 agosto do corrente ano por uma pessoa cuja identificação de nome completo, RG, CPF, cargo, função ou matrícula não consta do AR (...) Outrossim, o CARF Conselho Administrativo de Recursos Fiscais estabelece que, caso a ciência por via postal não seja capaz de estabelecer o prazo para recurso, considerase como 15 (quinze) dias da expedição da notificação . Dessa forma, considerando a nulidade do Aviso de Recebimento, pugnase pela dilação do prazo em 15 (quinze) dias após a data da expedição da intimação e o conseqüente recebimento e conhecimento da referida Impugnação Administrativa com todos seus efeitos." É o Relatório VOTO Conselheiro Ivaccir Júlio de Souza DA TEMPESTIVIDADE E DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. Na forma do abaixo, o recurso é intempestivo e não reúne os pressupostos de admissibilidade. Exortando o art. 33 do Decreto 70.235/72 em Recurso Voluntário a autuada alega, em preliminar, a nulidade da notificação para justificar tempestiva a impugnação e assim, na hipótese de êxito, instaurar o contencioso com o retorno do processo para a instância a quo proceder o julgamento. Cumpre notar que a autuada inova em Recurso Voluntário tendo em vista que a notificação não foi motivo de argüição na peça da impugnação. Neste sentido é relevante ressaltar que conforme os art, 23, II, § 2°, I e II, é legítima a intimação por via postal e só se admite prorrogar por 15 dias se restar provado que houve omissão de informação da data da ciência do intimado o não aconteceu no caso em comento: "Art. 23. Farseá a intimação: II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; ( Redação dada pela Lei n 9.532,de 1997) § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; ( Redação dada pela Lei n 9.532,de 1997) " DA NULIDADE DA NOTIFICAÇÃO Fl. 73DF CARF MF Impresso em 14/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 03/07/2015 por IVAC IR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 A autuada registra que a notificação deve ser declarada nula posto foi recebida por uma pessoa cuja identificação de nome completo, RG, CPF, cargo, função ou matrícula não constou do AR. Na forma do que consta no Aviso de Recebimento AR de fls. 178 endereçado para a prefeitura Municipal de Capinas do PiauiPI, a pessoa de nome Fabiana de S. Macedo , registro 3.330.648, recebeu e assinou a notificação em 23/08/2010, Analisando os autos, às fls, 175, consta que no curso da ação fiscal fora expedido o documento OFICIO N° 109/2010 onde a Prefeitura informa a relação de gestores durante os anos de 2007 a 2012. Aduz que quem assina o expediente , com a mesma grafia do AR de fls 178, é justamente a mesma pessoa Fabiana de S. Macedo (FABIANA DE SOUSA MACEDO ), que conforme destaque abaixo do nome vem a ser a Chefe de Gabinete do Prefeito. Faço segura afirmação sobre a grafia em razão de ter o curso de grafoscopia e a experiência em conferir assinaturas desenvolvida nos longos anos de prática no exercício da profissão de bancário. Desse modo por inverídicas, não procedem as alegações da Recorrente. Assim, resta provado que a notificação foi legítima e a impugnação foi INTEMPESTIVA não instaurando o contencioso. Não tenso sido instaurado o contencioso não há como suprimir instâncias, razão de não se conhecer do mérito. Sob o comando do art. 5° do Decreto 70.235/72, os prazos os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento: “ Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Face ao exposto, a impugnação se apresentou perempta. Portanto, dela não se toma conhecimento. DA CONEXÃO E DA LITISPENDÊNCIA Na forma dos art 103 da Lei n ° 5.869/73, duas ou mais ações são conexas quando entre elas houver identidade de partes, de causa de pedir ou de pedido. Como regra, a conexão gera a reunião de processos para julgamento conjunto. Na mesma lei supra, o art. 105 define que havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente." É o relatório. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 14/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 03/07/2015 por IVAC IR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10384.003020/201017 Acórdão n.º 2403002.927 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Ivacir Júlio de Souza Relator DA TEMPESTIVIDADE E DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. Na forma do abaixo, o recurso é intempestivo e não reúne os pressupostos de admissibilidade. DA APENSAÇÃO E DA LITISPENDÊNCIA Em razão da identidade de partes e da causa de pedir, este recurso sofre a irradiação da decisão do processo principal n° 10384.003014/201051, ao qual foi apensado, cujo provimento negado. CONCLUSÃO Em razão de tudo que foi exposto, não conheço do Recurso Voluntário por INTEMPESTIVO. É como voto. Ivacir Júlio de Souza. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 14/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2015 por IRDA MORAIS, Assinado digitalmente em 03/07/2015 por IVAC IR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 11080.916567/2009-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/04/2001 a 30/04/2001
Pedido de Compensação. Ônus da Prova.
O pressuposto básico para a formulação de pedido de compensação é a demonstração da liquidez e certeza dos créditos pleiteados. Assim sendo, não há como homologar declaração de compensação fundada exclusivamente na alegação de equívoco quando do cálculo dos encargos legais pelo recolhimento em atraso, sem que seja apresentado sequer os cálculos empregados para apurar o suposto indébito.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-01.197
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Nome do relator: Luis Marcelo Guerra de Castro
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1593; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T2 Fl. 40 1 39 S3C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.916567/200910 Recurso nº 912.516 Voluntário Acórdão nº 310201.197 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 1 de setembro de 2011 Matéria COFINS Recorrente IFORTIX INSTALAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2001 a 30/04/2001 Pedido de Compensação. Ônus da Prova. O pressuposto básico para a formulação de pedido de compensação é a demonstração da liquidez e certeza dos créditos pleiteados. Assim sendo, não há como homologar declaração de compensação fundada exclusivamente na alegação de equívoco quando do cálculo dos encargos legais pelo recolhimento em atraso, sem que seja apresentado sequer os cálculos empregados para apurar o suposto indébito. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Almeida Filho, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Relatório Fl. 42DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 5/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 2 Por bem descrever a matéria litigiosa, adoto relatório que embasou o acórdão recorrido, que passo a transcrever: A empresa citada identificada por IFORTIX INSTALAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA transmitiu declaração de compensação (Dcomp) em 20/01/2005, informando como crédito valor de pagamento indevido ou a maior de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, sendo que o valor total do pagamento é R$ 2.532,58. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Porto Alegre pelo Despacho Decisório não reconheceu o direito pleiteado e não homologou a compensação declarada, afirmando que o DARF foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para compensação dos débitos informados em dcomp. Tempestivamente, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade alegando que em algumas oportunidades teve dificuldades em recolher pontualmente os tributos. Sempre que ocorreram tais fatos, o contribuinte acabou efetuando o pagamento do débito, acrescido de multa e juros, antes mesmo da apresentação da DCTF. Conforme art. 138 CTN, as multas recolhidas nas situações acima são indevidas, e, ao tomar conhecimento de tal fato. o contribuinte alegou que mensurou o crédito e procedeu a compensação na forma da legislação em vigor. Alega que se a autoridade fiscal tivesse cumprido com seu dever de solicitar a prova dos créditos, teria acesso às planilhas de apuração e verificaria a regularidade do encontro de contas efetuado, além de constatar o pagamento dos tributos espontaneamente, portanto, inexigível sendo a multa. Requer que se anule o despacho decisório em questão, apurando a existência do crédito utilizado pelo contribuinte nas compensações glosadas. Ponderando as razões aduzidas pela recorrente, juntamente com o consignado no voto condutor, decidiu o órgão de primeira instância pelo indeferimento do pedido de compensação, conforme se observa na ementa abaixo transcrita: Assunto: Con ribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. Período de apuração: 01/04/2001 a 30/04/2001 DENÚNCIA ESPONTÂNEA DÉBITOS DECLARADOS EM DCTF PAGAMENTO A DESTEMPO IMPROCEDÊNCIA Pacífico o entendimento tanto no âmbito do Poder Judiciário como na esfera administrativa de que não constitui denúncia espontânea o pagamento de valores declarados cm DCTF, sendo devida multa de mora pelo pagamento em atraso. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Direitos creditórios pleiteados via Declaração de Compensação Nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, essencial a comprovação da liquidez e certeza dos créditos para a efetivação do encontro de contas. Impugnação Improcedente Fl. 43DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 5/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 11080.916567/200910 Acórdão n.º 310201.197 S3C1T2 Fl. 41 3 Após tomar ciência da decisão de 1ª instância, comparece a autuada mais uma vez ao processo para, em sede de recurso voluntário, essencialmente, reiterar as alegações manejadas por ocasião da instauração da fase litigiosa. É o Relatório. Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Tomo conhecimento do presente recurso, que foi tempestivamente apresentado e trata de matéria afeta à competência desta Terceira Seção. Aduz a recorrente, que tanto o órgão de jurisdição quanto o julgador de primeira instância não cumpriam o dever de investigar a liquidez e certeza dos créditos em que se fundaria o pedido de compensação litigioso. Quanto à alegação, é preciso recordar o que dizia o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, (original não destacado): Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) Como é possível perceber, a apuração do crédito, tarefa a ser empreendida pelo sujeito passivo nos termos do dispositivo transcrito, é o ponto de partida para formulação de declaração de compensação. Ora, compulsando os autos, o que se verifica é que não foi colacionado qualquer elemento que demonstre o indébito. Aliás, não foi trazido sequer um demonstrativo que discrimine quais foram os parâmetros utilizados para sua apuração. Com efeito, o sujeito passivo aduz que os pagamentos eram indevidos, de acordo com determinado norte jurisprudencial, mas não traz ao processo sequer elementos que permitam aferir se os fundamentos invocados seriam os mesmos que foram considerados para o afastamento da multa em outros processos. Noutro giro, levando a discussão para o plano processual, de acordo com o art. 16, III do Decreto nº 70.2351, de 1972, caberia ao sujeito passivo carrear ao processo os elementos respaldassem suas alegações. 1 Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 44DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 5/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 4 Assim, considero prejudicada a discussão acerca do higidez da incidência de multa moratória sobre tributos recolhidos espontaneamente em atraso. Com essas considerações, nego provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 1 de setembro de 2011 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator Fl. 45DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 5/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 12585.000283/2010-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jun 29 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3201-000.537
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o recurso em diligência nos termos do voto do relator.
Joel Miyazaki - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes e Daniel Mariz Gudino
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o recurso em diligência nos termos do voto do relator. Joel Miyazaki Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes e Daniel Mariz Gudino Relatório Por bem descrever os fatos adoto, com as devidas adições, o relatório da primeira instância que passo a transcrever. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 25 85 .0 00 28 3/ 20 10 -2 5 Fl. 14906DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.907 2 "Cuida o presente de Pedido de Ressarcimento (PER) a título de Cofins NãoCumulativa (Mercado Interno) de fls. 14.422/14.426, no montante de R$ 6.067.281,40, relativo ao 4o trimestre de 2009. A referido crédito, restaram vinculadas as Declarações de Compensação (Dcomp) de fls. 14.427/14.494. Com fulcro na proposição de fls. 14.392/14.421, por meio do despacho decisório de fls. 14.501/14.505, aludido pleito foi indeferido. Em conseqüência, as compensações cujo crédito tem origem no ressarcimento em causa restaram não homologadas. Consignase, sumariamente, em relação aos aspectos passíveis de resistência por parte da interessada, na aludida proposição (fls. 14.392/14.421): CRÉDITO SOBRE ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS 44. Intimado a apresentar uma planilha detalhando os valores constantes na Linha 16 das fichas 06A e 16A, verificouse que os valores neste campo representavam, na sua esmagadora maioria, os créditos decorrentes da revenda de produtos comprados e tributados com alíquotas diferenciadas (vide relação completa à fl. 14117 do processo): (...) 45. Equivocadamente, o contribuinte procedeu a seguinte seqüência de operações: a) A Fabricante “X” procedeu à produção de determinado produto “A” com alíquota diferenciada e tributação concentrada; b) A Hypermarcas compra o produto “A” (vale ressaltar que a Hypermarcas não produz o mesmo produto); c) A Hypermarcas REVENDE o produto “A” no mercado tributado a alíquotas diferenciadas; d) A Hypermarcas se credita das contribuições recolhidas através da Linha 16 das fichas 06A e 16A. (...) 46. A sistemática apresentada na figura acima tem como fundamento o artigo 24 da Lei na 11.727/2008. O fabricante, adquirente desse produto, ao revendêlo, irá aplicar novamente as alíquotas diferenciadas sobre o mesmo. Ao contrário do comerciante atacadista ou varejista, o fabricante de um produto, ao revender esse mesmo tipo de produto adquirido de outro fabricante, não tem o benefício de redução a zero das alíquotas. (...) 47. A diferença fundamental entre a hipótese prevista em Lei e a utilizada pelo contribuinte está no fato de que o contribuinte revende o produto “A”, mas não a produz. Caso ela produzisse o mesmo produto, teria sim direito ao creditamento. Este entendimento é claro no caput do artigo 24 citado: A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa fabricante dos produtos relacionados no § 1º do art. 2º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (por exemplo: produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal), pode descontar créditos relativos à aquisição DESSES produtos de outra pessoa jurídica fabricante para revenda no mercado interno: (...) 49. Os comerciantes atacadistas e varejistas, mesmo que submetidos ao regime não cumulativo, não podem descontar créditos em relação à aquisição de tais produtos para revenda. 50. Foram apresentadas à fiscalização planilhas contendo os valores a serem creditados numa suposta operação de revenda de produtos adquiridos de terceiros (fabricantes dos mesmos produtos fabricados pela própria Hypermarcas). 51. Nesta planilha, encontrados valores para os 6 primeiros meses de 2010, foi possível filtrar os produtos correspondentes aos CFOP de Compras para Comercialização de produtos com Tributação Monofásica (art. 1º da Lei nº 10.147/2000) apresentados na Linha 16 das fichas 06A e 16A, glosandoos integralmente (fls. 13892 a 14116). Ou seja, restou comprovado que a contribuinte revende produtos monofásicos sem a Fl. 14907DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.908 3 incidência da tributação relativa às contribuições PIS/COFINS (alíquota zero). Desta forma, tendo em vista que a Hypermarcas revende os produtos como atacadista (aplicando alíquota zero nas saídas dos produtos revendidos), não há que se falar em direito ao crédito sobre as aquisições destes produtos de incidência monofásica revendidos. Com efeito, somente no 1° semestre de 2 010 a Hypermarcas revendeu, com alíquota zero, R$ 840 Milhões de reais de produtos sujeitos à tributação monofásicos. REGIME ESPECIAL. CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS AGRÍCOLAS ADQUIRIDOS DE PESSOAS FÍSICAS (...) 53. O contribuinte em tela, à época que produzia gêneros alimentícios, no período de março de 2006 a dezembro de 2011, teve intenção de utilizar o disposto no artigo citado acima, adquirindo tomate in natura (NCM 0702.00.00) e milho verde in natura (NCM 0709.90.19) e industrializandoos em produtos como, por exemplo, molhos de tomate e extrato de tomate (ambos com NCM 2103.20.10: Ketchup e outros molhos d/tom.inf. a 1kg Inc.). 54. Todavia, produtos do Capítulo 21 – preparações alimentícias diversas, Posição 2103 – preparações para molhos e molhos preparados; condimentos e temperos, não estão citadas no caput do artigo 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, razão pela qual não há previsão legal para o usufruto do crédito presumido pretenso pelo contribuinte, sendo por isso, glosados na sua totalidade. CONCEITO DE INSUMO PARA FINS DE CREDITAMENTO (...) CREDITAMENTO – COMBUSTÍVEIS 57. Conforme as transcrições acima do inciso II do artigo 3º da Lei nº 10.637, de 2002 e do inciso II do artigo 3º da Lei nº 10.833, de 2003, o desconto de crédito é calculado em relação aos “bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes...”. 58. Importante frisar que o uso dos combustíveis e lubrificantes precisa ser feita na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou seja, combustíveis e lubrificantes utilizados em outras áreas não produtivas, não geram direito ao crédito. 59. Intimado a apresentar a utilização de cada combustível nas diversas fases da produção, o contribuinte assume ter atrelado, por um lapso, centros de custos administrativos como base de cálculo dos créditos das contribuições, concluindo que os combustíveis utilizados nas caldeiras representam mais de 80% das aquisições do período fiscalizado (Resposta à Intimação de 25/03/2013). 60. Com base nas informações apresentadas, os valores mensais do código CFOP 1.653 – Compra de combustível ou lubrificante – foram glosados em 20%. CREDITAMENTO – SERVIÇOS DE MÍDIA 61. Pela base legal apresentada, o termo “insumo” não pode ser interpretado como todo e qualquer serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas, sim, tãosomente, como aqueles serviços que efetivamente sejam aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda ou na prestação do serviço. (...) 64. Verificase, pois, que dispêndios indiretos, embora de alguma forma relacionados com a realização da atividade, não podem ser considerados insumos para fins de apuração dos créditos de Cofins e de contribuição para o PIS/Pasep em regime de apuração não cumulativo. 65. A legislação adota, para fins de apuração de créditos na modalidade da não cumulatividade, a enumeração exaustiva dos dispêndios capazes de gerar crédito e, no que toca à questão dos dispêndios com insumos, os Fl. 14908DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.909 4 vincula à utilização na prestação de serviços ou na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. 66. Dessa forma, o dispêndio com um serviço contratado poderá ou não gerar crédito a ser descontado da contribuição, dependendo da situação concreta do emprego ou aplicação do serviço na respectiva atividade econômica. 67. Passase a analisar tal fundamentação sob o prisma da atividade da empresa e dos dispêndios que entende serem insumos. 68. No caso em tela, a Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE principal da empresa (não existem CNAE secundárias), constante do sistema CNPJ, é definido como sendo: 2121101 Fabricação de medicamentos alopáticos para uso humano. 69. Os serviços de mídia, publicidade, propaganda e divulgação, bem assim o material de divulgação neles empregado, em que pese poderem ser necessários para o desempenho da atividade, não podem ser considerados como aplicados ou consumidos diretamente na fabricação dos medicamentos alopáticos para uso humano produzidos pela empresa. Portanto, não é admissível a apuração de créditos relativos a esses dispêndios no caso em tela. (...) 72. Em vista do exposto, os valores acerca dos serviços de mídia, brindes ao consumidor final, materiais promocionais e campanhas prêmio foram integralmente glosados, já que estas despesas não são empregadas na produção ou na prestação dos serviços relativos aos bens produzidos pela fiscalizada. CREDITAMENTO – FRETE SOBRE VENDAS – SD 2011 – 02 (...) 76. O art. 15 da citada Lei no 10.833, de 2003, estendeu o benefício previsto no inciso IX do citado art. 3º acima transcrito também para as pessoas jurídicas enquadradas no regime de incidência não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep. Conforme já visto, tratase do direito de apuração de crédito calculado sobre despesas com armazenagem de mercadorias e frete pago ou creditado a pessoa jurídica domiciliada no País, na operação de venda. Vejase o que dispõe o citado art. 15: (...) 77. Portanto, as hipóteses de creditamento sobre fretes não abrangem o transporte de produtos ainda em fase de elaboração entre seus estabelecimentos industriais visando à conclusão desses bens e também na distribuição dos produtos acabados para os pontos de comercialização dos mesmos. Como se vê, referida operação referese a frete empregado no transporte interno de produtos inacabados e de produtos acabados que são levados aos estabelecimentos de vendas da mesma empresa (Centros de Distribuição). Logo, não se tratando de despesas com fretes utilizados no transporte de insumos adquiridos para fabricação de bens destinados à venda e nem de fretes nas operações de vendas desses bens diretamente ao adquirente (comprador), referidas despesas não geram direito à apuração de créditos a serem descontados das mencionadas contribuições. 78. Para isso, a empresa foi intimada a apresentar planilhas dos fretes, de forma que apenas foram considerados passíveis de creditamento apenas os fretes sobre operações de vendas e os fretes utilizados no transporte de insumos empregados na produção dos bens destinados à venda (fl. 5263). CREDITAMENTO – BENS E SERVIÇOS ADQUIRIDOS DE PESSOAS FÍSICAS 79. Na Lei nº 10.637 de 30 de dezembro de 2002 (PIS/PASEP), existe vedação expressa acerca dos bens e serviços adquiridos de pessoas físicas: (...) 80. Na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (COFINS), também existe a vedação expressa acerca dos bens e serviços adquiridos de pessoas físicas: (...) 81. Desta Fl. 14909DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.910 5 forma, apropriações de crédito como, por exemplo, As Análises de Cálculo, prestadas por Nádia Prado Rocha (CPF: 585.572.88115), Documento 2009, contabilizadas em 2009/03 foram glosadas. CREDITAMENTO – BENS DO ATIVO IMOBILIZADO 82. Conforme apresentado na Lei 10.833/2003, a depreciação dos bens incorporados ao ativo imobilizado só pode ser considerada para fins de crédito caso haja relação direta na produção e venda ou prestação de serviço, ao passo que, no caso das edificações e benfeitorias, seu uso dentro da empresa pouco importa: (...) 83. A Instrução Normativa SRF nº 457, de 18 de outubro de 2004, veio regulamentar e disciplina a utilização de créditos calculados em relação aos encargos de depreciação de máquinas, equipamentos, vasilhames de vidro retornáveis e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, para fins de apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. 84. A partir de maio de 2008, segundo a Lei nº 11.774, de 17 de setembro de 2008, o prazo de utilização da depreciação dos bens adquiridos passou a ser de 12 meses, ao passo que a Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011, definiu uma gradual diminuição deste prazo até o ponto da apropriação ser de forma imediata a partir de 3 de agosto de 2011. 85. O contribuinte apresentou planilhas detalhando os valores apresentados nos DACON referentes ao creditamento sobre bens do ativo imobilizado (com base nos encargos de depreciação e com base no valor de aquisição ou de construção). 86. Através dos dados apresentados, foi possível distinguir os centros de custo de acordo com o tipo de ativo em questão, de modo que apenas os bens inseridos em centros de custo relacionados diretamente à área de produção da empresa foram aceitos. 87. Cabe lembrar que quando o legislador quis estabelecer que o crédito poderia ser calculado em relação a outros setores da empresa (e não somente em relação ao setor de produção do produto destinado à venda), assim o fez. 88. Foi o que ocorreu em relação aos créditos relativos a “aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos” e também a “edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros”. Nesses casos o legislador utilizou a expressão “utilizados nas atividades da empresa”, conforme se vê abaixo: (...) 89. Observamos que no caso da depreciação de máquinas e equipamentos o legislador utilizou a expressão “para utilização na produção de bens destinados à venda...”, enquanto que no caso da amortização de edificações e benfeitorias utilizou a expressão “utilizados nas atividades da empresa”. Vejamos: (...) 90. Destarte, se a melhor interpretação da lei fosse no sentido de que o conceito de “produção do produto destinado à venda” abrange todos os setores da empresa, por que o legislador faria essa distinção? 91. Em vista do exposto, as edificações e benfeitorias utilizadas em quaisquer atividades da empresa foram aceitos independentemente do centro de custo relacionado (fl. 10656). CREDITAMENTO – APROVEITAMENTOS EXTEMPORÂNEOS 92. O contribuinte informou como créditos do 1º trimestre de 2009 ao 2º trimestre de 2010, valores apurados desde o 1º trimestre de 2004. Tratamse de valores de Insumo Agrícola Crédito Presumido (Período de Apuração de jun/2005 a jan/2009), Insumo Aquisições de Mídia (fev/2004 a jan/2009) e Créditos Rateios – DM (fev/2004 a mai/2007 Créditos não contabilizados à época, proveniente da DM Indústria Farmacêutica Ltda. CNPJ: 67.866.665/000153, incorporada pela Hypermarcas S.A. em 01/10/2007). 93. Os artigos 3º das Leis nºs 10.637/2002 e Fl. 14910DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.911 6 10.833/2003 mencionam que o crédito a ser calculado referese ao mês em que for apurada a contribuição: (...) 94. A Instrução Normativa SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005 (à época, legislação específica aplicável à matéria), no seu art. 22 (§ 3º), estabeleceu que cada pedido de ressarcimento deve referirse a um único trimestrecalendário. (...) 97. O demonstrativo adequado para apresentar os valores apurados de PIS/PASEP e COFINS é o DACON. Como a lei permite que o crédito não aproveitado em determinado mês seja utilizado para desconto da contribuição apurada nos meses subseqüentes, é necessário que o contribuinte informe em cada mês qual é o exato montante do crédito acumulado. 98. Caso ocorram quaisquer erros em sua apresentação, não há como acolher a pretensão de utilizar eventuais créditos apurados extemporaneamente sem retificar os DACON e DCTF correspondentes, ou seja, retificar as declarações do mesmo período dos créditos, em face do disposto na Instrução Normativa SRF nº 590, de 22 de dezembro de 2005: (...) 99. Ressaltese que nos casos de ocorrência de erros no preenchimento ou de insuficiência de informações apresentadas à administração tributária, o ônus de corrigilos cabe exclusivamente ao contribuinte, mediante a apresentação de provas inequívocas das alterações pretendidas. Não o fazendo, o próprio contribuinte assume que os dados processados constituem expressão de verdade dos fatos escriturados na contabilidade da empresa e que, portanto, devem ser adotados como válidos. 100. Vale ressaltar ainda que não cabe à Autoridade Fiscal realocar os valores apresentados nos meses corretos da sua apuração, e sim tão somente verificar a sua correta apropriação no DACON analisado, cabendo a sua simples glosa em caso contrário. O prazo para se apresentar ou retificar o DACON é suficientemente dilatado para que a própria empresa efetue tais ajustes. 101. Não se justificaria a pretensão em compensar supostos créditos relativos a períodos precedentes. Além disso, não é possível reconhecer o crédito além daquele que a própria empresa afirma ter apurado no próprio trimestrecalendário objeto do pedido. Ademais, quando um crédito relativo à contribuição PIS/COFINS é apropriado, o valor correspondente ao crédito deve ser excluído do custo e, conseqüentemente, do Lucro Líquido e da BC da CSLL, aumentando a CSLL e o IRPJ devido. Portanto, se faz imprescindível a retificação não só do DACON, mas também da DCTF e DIPJ dos períodos em que há repercussões tributárias. 102. Diante do exposto, os créditos que não foram informados nos seus períodos corretos foram integralmente glosados (fl. 13075). 103. Importante frisar também que alguns valores, independentemente de serem extemporâneos, não geram direito ao crédito. É o caso das Aquisições de Mídia (Ver parágrafo 62 deste documento). Períodos escriturados nos DACON de maio de 2009 a junho de 2010, referentes aos períodos de apuração extemporâneos de junho de 2004 a janeiro de 2009), totalizando o montante de R$ 615.482.631,13. EFEITOS DOS ITENS ACIMA MENCIONADOS NO DACON 104. Diante do exposto, os DACON dos períodos fiscalizados foram refeitos, apenas para fins de apuração do eventual saldo credor, com base nos dados auditados às fls. 2162 a 14117, resultando nas planilhas constantes do presente processo (fls. 14259 a 14296). CONCLUSÃO 105. Nos termos do artigo 32, § 2º, da Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012, cada pedido de ressarcimento “deverá referirse a um único trimestrecalendário e ser Fl. 14911DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.912 7 efetuado pelo saldo credor remanescente no trimestrecalendário, líquido das utilizações por desconto ou compensação”, conforme se vê abaixo: (...) 106. Tendo em vista que, após as glosas efetuadas, o valor do crédito de COFINS Mercado Interno do 4º TRIMESTRE DE 2009 é inferior ao débito apurado no mesmo período, não há qualquer valor a ser ressarcido ao contribuinte, conforme demonstrativo de fl. 14391. 107. Em vista de todo o exposto, com base nos autos e nos aspectos legais discutidos, e no uso das atribuições do cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil, previstas no artigo 6º, inciso I, alínea b da Lei n° 10.593, de 06 de dezembro de 2002, nos termos do artigo 194 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, acerca do Pedido de Ressarcimento no valor de R$ 6.067.281,40 (Seis Milhões, Sessenta e Sete Mil Duzentos e Oitenta e Um Reais e Quarenta Centavos), PROPOMOS à SAORT DA DRF SÃO JOSÉ DO RIO PRETO o INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE RESSARCIMENTO, considerandose NÃOHOMOLOGADAS AS DECLARAÇÕES DE COMPENSAÇÃO VINCULADAS. Inconformada, em 14 de outubro de 2013, por intermédio de seus representantes, apresenta a interessada manifestação de inconformidade (fls. 14.531/14.582), onde, em apertada síntese, após exposição dos fatos que julga ocorridos, assevera: II – PRELIMINARMENTE II.1. NULIDADE PELA AUSÊNCIA DE CRITÉRIOS NA JUNTADA DOS DOCUMENTOS QUE FUNDAMENTARAM O DESPACHO DECISÓRIO Inicialmente, antes de discorrer sobre o mérito do despacho decisório que entendeu pela glosa dos créditos objetos do PER em análise, importa ressaltar, a despeito dos melhores esforços empreendidos pela Requerente, a dificuldade de "decifrar" os argumentos, todas as informações e a composição de todos os valores mencionados pela DRF SJR nas mais de 12.000 páginas juntadas ao despacho decisório, tarefa que é claramente prejudicada pelo exíguo prazo de 30 dias para a apresentação da defesa administrativa. De fato, como mencionado anteriormente, a decisão ora combatida se lastreia em documentos e informações pertinentes ao Mandado de Procedimento Fiscal ("MPF”) no 08.1.90.002011037392 também tratando de PIS e COFINS, iniciado em 09/01/2012, pela Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária ("DERAT'), e ainda não encerrado pelo Sr. Agente Fiscal responsável. Portanto, ainda não foi levado ao conhecimento da Requerente os argumentos, explicações e metodologia adotada por tal fiscalização do PIS e COFINS. Em homenagem ao princípio da verdade material, bem como ao cordial relacionamento existente entre o Sr. Agente Fiscal e a Requerente, esta deve receber, antes do encerramento da fiscalização do PIS e da COFINS, informações claras e precisas acerca dos procedimentos adotados pelo Sr. Agente Fiscal, sob pena de nulidade de todo o processo. Assim, por se apoiar em MPF ainda em andamento, o qual, voltese a frisar, esta em andamento há mais de dois anos e já gerou 9 intimações, a entrega de 35 planilhas, 41 documentos e por volta de 150 cópias de notas fiscais, constatase que não estão presentes nos autos desse processo administrativo quaisquer indicativos claros a respeito dos exatos valores analisados e glosados, bem como da relação entre os argumentos utilizados pela DRF SJR no despacho decisório e na Informação Fiscal e as informações prestadas pela Requerente durante a fiscalização. É o que se passará a demonstrar. (...) Além da quantidade exorbitante de informações, é de Fl. 14912DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.913 8 extrema importância salientar que as "planilhas constantes do presente processo (fls. 14259 a 14296)" são apenas "papéis de trabalho" da fiscalização, contendo testes, observações e menção de planilhas, cuja localização não foi possível em meio as mais de 12.000 folhas anexadas. (...) Por causa da ausência de clara correlação entre os argumentos e os documentos juntados, da ausência de demonstração de composição dos valores glosados neste processo, ou ao menos da correlação dos documentos juntados com as "planilhas" das fls. 14165 a 14211, impossibilitando a Requerente e essa E. Turma de Julgamento de verificarem a sua correção e veracidade, notase, por consequência, que o crédito tributário exigido em razão da não homologação das compensações vinculadas ao PER em análise é ilíquido e incerto, não podendo, por esse motivo, prevalecer. A iliquidez e incerteza que rondam a combatida decisão é ainda mais patente pelo fato do MPF n0 08.1.90.002011037392, que se destina a análise da apuração das contribuições ao PIS e a COFINS, ainda não ter sido encerrado, o qual, potencialmente, pode culminar com conclusões diversas das que nortearam a decisão ora combatida. (...) Ante o exposto, em razão da ausência de liquidez e certeza da exigência contida no presente processo, a Requerente aguarda que essa E. Turma Julgadora cancele integralmente o despacho decisório aqui combatido. II.2. MOTIVAÇÃO IMPRECISA E AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO Além disso, a jurisprudência administrativa já se manifestou, reiteradas vezes, no sentido de que a falta de motivação, ou a motivação imprecisa do lançamento, acarreta a sua nulidade, conforme se extrai das ementas abaixo transcritas, verbis: (...) Nesse sentido, diversos foram os vícios identificados no referido Processo quanto à ausência ou imprecisão de fundamentação ou de motivação da DRF SJR, vejamos. II.2.1. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITOS DE PRODUTOS PARA REVENDA — REGIME MONOFÁSICO — ALÍQUOTA DIFERENCIADA De início, destacase que não houve, no período analisado, aproveitamento de créditos decorrentes da incidência monofásica do PIS e da COFINS, como afirma ter ocorrido a DRF SJR na Informação Fiscal (fls. 15 a 18) e respectivo despacho decisório. De fato, a Requerente não se aproveitou de créditos de PIS e COFINS na aquisição para revenda de produtos sujeitos à tributação monofásica de tais contribuições no 4º trimestre de 2009. No entanto, de forma surpreendente e demonstrando completa imprecisão quanto à análise das informações prestadas pela Requerente quando da fiscalização, a DRF SJR considerou dados referentes ao ano de 2010 para fundamentar o indeferimento do PER referente ao 4º trimestre de 2009. Nessa linha, não resta dúvida que a mencionada imprecisão da DRF SRJ teve como consequência a utilização de motivação e fundamentação inaplicáveis ao presente Processo, dado que, repitase, a Requerente não apropriou no período em análise qualquer créditos relacionados à aquisição de produtos para revenda sujeitos à tributação monofásica do PIS e da COFINS. II.2.1.1. DA FALTA DE PERTINÊNCIA DO QUESTIONAMENTO SOBRE ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS É extremamente emblemático a tudo que já foi exposto a alegação de créditos sobre alíquotas diferenciadas, longamente descrita nos itens 45 a 52 da Informação Fiscal. Após tecer longos comentários e ilações, com as quais a Requerente descorda, no item 52. a DRF SJR assevera que "nessa planilha, encontrados valores para os 6 PRIMEIROS MESES DE 2010 foi possível filtrar os produtos Fl. 14913DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.914 9 correspondentes aos CFOP de Compras para Comercialização de produtos com Tributação Monofásica (art. 1º da Lei nº 10.147/2000) apresentados na Linha 16 das fichas 06a e 16a, glosandoos integralmente (fls. 13892 a 14116)." Fica patente, portanto, que esse tema é completamente alheio ao período ao qual a PER ora debatida se refere (4º trimestre de 2009) não podendo, consequentemente, sequer ser aventado na ora combatida decisão e motivo pelo qual a Requerente não oferecerá qualquer comentário. Afortunadamente, ao menos nesse tópico, a DRF SIR mencionou o período de aproariacão de créditos (1º semestre de 2010), tornando inconteste a sua inaplicabilidade ao caso em tela. Contudo, não é possível verificar quais outras alegações não são aplicáveis ao caso em tela. Fica demonstrado de maneira exemplar, portanto, quão cerceada a Requerente se encontra nos seus direitos mais básicos de defesa diante da combatida decisão. II.2.2. FALTA DE INDICAÇÃO DOS QUESTIONAMENTOS QUANTO AOS CRÉDITOS PRESUMIDOS Outro ponto que causa incerteza quanto à fundamentação e motivação da DRF SJR, diz respeito às fls. 9 a 15 da Informação Fiscal. Isso porque, nas referidas fls., a DRF SJR faz menção à apuração de crédito presumido quanto a diversos produtos comercializados pela Requerente, sem, no entanto, indicar suas conclusões e eventuais questionamentos a respeito do tema. Em outras palavras, não fica claro à Requerente o exato motivo que levou a DRF SJR a mencionar esse tema na Informação Fiscal, ou seja, não pôde a Requerente identificar se efetivamente tratase de fundamento para a glosa dos créditos e consequente indeferimento do PER em análise. II.2.3. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITOS DE PRODUTOS AGRÍCOLAS ADQUIRIDOS DE PESSOAS FÍSICAS Adicionalmente, a exemplo do descrito no item acima, a Requerente destaca que também não houve, no período analisado, aproveitamento de créditos presumidos decorrentes de aquisição de produtos agrícolas de pessoas físicas, como afirma ter ocorrido a DRF SJR na Informação Fiscal (fls. 18) e respectivo despacho decisório. A Requerente esclarece que não se aproveitou de créditos de PIS e COFINS na aquisição de produtos agrícolas de pessoas físicas no 4º trimestre de 2009. Entretanto, novamente demonstrando completa imprecisão quanto à análise das informações prestadas pela Requerente quando da fiscalização, a DRF SJR considerou dados referentes aos anos de 2009 e 2010 para fundamentar o indeferimento do PER referente ao 4o trimestre de 2009. Assim, não resta dúvida que a mencionada imprecisão da DRF SJR teve como conseqüência a utilização de motivação e fundamentação inaplicáveis ao presente Processo, dado que, repitase, a Requerente não apropriou no período em análise qualquer créditos relacionados à aquisição e produtos agrícolas de pessoas físicas. II.2.4. FALTA DE PERTINÊNCIA DA DOCUMENTAÇÃO ANEXADA Ainda, vale destacar que a DRF SJR juntou ao referido processo a título de suposta comprovação dos argumentos por ela utilizados mais de 12.000 páginas de imagens de informações e "planilhas" que, vistas dessa maneira (sem qualquer explicação ou correlação), nada dizem ou, ao menos, nada explicam, quanto aos fundamentos levantados na Informação Fiscal e no despacho decisório. Além disso, importante ressaltar que não há nessas 12.000 páginas qualquer demonstrativo acerca dos valores efetivamente glosados, o que impossibilita a Requerente a conhecer exatamente os fundamentos que levaram a DRF Fl. 14914DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.915 10 SJR a indeferir integralmente o PER em análise. Portanto, em razão do verdadeiro processo kafkiano ao qual a Requerente está sendo submetida, no qual não é possível saber qual a composição dos valores questionados e verdadeiros fundamentos que a DRF SJR está se utilizando, se requer a essa E. Turma Julgadora o cancelamento do despacho decisório ora combatido. II.2.5. CREDITAMENTO DE BENS E SERVIÇOS ADQUIRIDOS DE PESSOAS FÍSICAS. Apenas a título ilustrativo, a DRF SJR decidiu que as "apropriações de crédito como, por exemplo, As Análises de Cálculo, prestadas por Nádia Prado Rocha" não merecem prosperar e, portanto, foram glosadas. Contudo, a Requerente se surpreendeu ao se deparar com referido ponto na Informação Fiscal. Ora, é de conhecimento da Requerente que a legislação acerca do tema veda expressamente o creditamento de PIS e da COFINS acerca dos bens e serviços adquiridos de pessoas físicas. Tanto é assim, que sequer adota como seu procedimento a tomada de crédito referente a tais bens e serviços. Nesse contexto, a Requerente desconhece os serviços prestados pela Sra. Nádia Prado Rocha e, uma vez que sequer foi questionada acerca destes na decorrência do processo fiscalizatório, o qual lembrese mais uma vez, ainda não foi encerrado, não vislumbra argumentos para poder se defender neste ponto. Ademais, a DRF SJR na Informação Fiscal não indicou quaisquer informações acerca do documento que mencionou, impedindo, mais uma vez, a Requerente de exercer seu direito de defesa: um verdadeiro absurdo! Por fim, a DRF SJR ao menos menciona o valor glosado a esse título ou situações semelhantes, transformando as mais de 12.000 folhas apresentadas à Requerente em obstáculo instransponível, sobretudo no exíguo prazo de 30 dias, para o efetivo entendimento dos fatos a ela imputados pela fiscalização, condição essencial a preparação de qualquer defesa, ou mesmo para o reconhecimento de erros por ventura cometidos. Concluise, portanto, que não deve prevalecer a alegação da DRF SJR neste ponto, haja visto a impossibilidade da Requerente de se defender do quanto alegado pela fiscalização. II.3. DA OFENSA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITORIO E À AMPLA DEFESA Ainda, diante de todo o exposto, verificase a patente ofensa aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, haja vista que a Requerente sequer tem conhecimento dos corretos fundamentos e da composição dos valores glosados pela DRF SJR que levaram ao indeferimento do PER referente ao 4o trimestre de 2009 em análise no presente processo. Deveras, a Requerente possui a impossível tarefa de "decifrar" no prazo exíguo de 30 dias a composição dos valores glosados pela DRF SJR ao longo de mais dois anos de auditoria para confirmar se os valores ora combatidos são certos e condizentes com a realidade. Além disso, a imprecisão da DRF SJR quanto a análise dos documentos apresentados e dos fundamentos utilizados prejudica (para não dizer impossibilita) o exercício do direito de defesa da Requerente. Nesse sentido, os vícios apresentados acima somados ao exíguo prazo de 30 dias para apresentação da presente Manifestação de Inconformidade, demonstram, claramente, o cerceamento do direito defesa da Requerente, por não poder se defender de forma ampla a todas as acusações que lhe foram imputadas. (...) Dessa maneira, não tendo sido apresentados os fundamentos precisos para a glosa de créditos utilizados pela DRF SIR e, sobretudo, a clara composição dos valores glosados associados a Fl. 14915DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.916 11 cada um dos pretensos fundamentos, que levaram ao indeferimento do PER objeto desse processo administrativo, verificase claramente que não foi oferecido à Requerente o "direito à informação geral" e o "direito de audiência" em incontestável afronta aos princípios da ampla defesa e do contraditório, motivo pelo qual deve ser cancelado por essa E. Turma Julgadora o despacho decisório ora combatido. (...) Ante o exposto, demonstrada a violação ao princípio da ampla defesa e do contraditório face à impossibilidade de a Requerente se defender adequadamente, requerse a essa E. Turma Julgadora o cancelamento integral do despacho decisório ora combatido. Portanto, seja pela (i) ausência de liquidez e certeza, seja pela (ii) a ausência de motivação clara do despacho decisório, ou, ainda, (iii) pelo cerceamento do direito à ampla defesa e ao contraditório, que compromete toda a sua lisura do crédito tributário exigido, aguarda a Requerente que essa E. Turma Julgadora cancele o despacho decisório ora combatido em sua totalidade. III – DO DIREITO III.1. INDEVIDA GLOSA DE CRÉDITOS NA APURAÇÃO DO PIS E DA COFINS A Requerente apurou créditos da COFINS, em decorrência de diversas despesas. Mesmo estando em andamento o MPF nº 08.1.90.002011.37392, como mencionado anteriormente, no qual a Requerente vem apresentando esclarecimentos acerca do seu processo econômico, bem como das despesas incorridas em razão deste, além de municiar a DRF SJR com toda a documentação requerida, restou decidido o indeferimento da PER referente ao 4o trimestre de 2009 pelo reconhecimento parcial do crédito da COFINS. Notase, ainda, que a DRF SJR não reconhece esse direito ao crédito exclusivamente para fins da verificação de saldo credor, como exposto no item 105. da Informação Fiscal, sujeitando, portanto, a Requerente a eventual decisão divergente por ocasião do fim do MPF nº 08.1.90.002011.37392: (...) Mesmo se desconsiderarmos a insegurança jurídica intrínseca a um processo fiscal que desconsidera créditos "apenas para fins de apuração de saldo credor", o que por si só deveria culminar com a nulidade da combatida decisão, como amplamente demonstrado anteriormente, tais alegações não devem ser levadas em consideração, em virtude de fundamentos teóricos que sustentam a improcedência da exigência de débitos fiscais ora contestada e que serão detidamente analisados a seguir. Mais uma vez lembramos que só resta à Requerente a se deter em fatos teóricos em virtude da total impossibilidade de discorrer acerca de fatos em virtude de falta de demonstração da associação de dados e documentos aos fatos alegados pela DRF SJR. III.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE PARA O PIS E A COFINS A sistemática do regime da não cumulatividade foi inserida em nosso ordenamento jurídico, para fins das contribuições do PIS e da COFINS pela Emenda Constitucional 42. O ordenamento constitucional encontra repercussão nas Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, que indicaram em seus artigos 30 lista enumerativa das despesas que dariam direito a crédito para fins de apuração da base de cálculo de ambas as contribuições. (...) Cabe esclarecer que, a despeito de a Constituição não definir expressamente o conceito de nãocumulatividade, tal fato não autoriza que a definição da questão seja delegada livremente ao legislador ordinário, conforme leciona Celso Antonio Bandeira de Mel1o: (...) Assim, a ausência de definição expressa não autoriza a conclusão de que o conteúdo do conceito de nãocumulatividade deva ser delimitado no âmbito Fl. 14916DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.917 12 infraconstitucional. Bem ao contrário, esse silêncio decorre da prévia existência desse conceito, que, assim, foi incorporado implicitamente ao texto constitucional. (...) Pois bem. Paralelamente ao que ocorre com o ICMS e IPI, a nãocumulatividade de PIS e COFINS deve ser entendida, do ponto de vista constitucional, como uma sistemática voltada à desoneração da receita ou faturamento, culminando na tributação apenas pelo valor adicionado "base tributável" pelo contribuinte. Devese evitar, portanto, a ocorrência da mencionada "incidência em cascata" sobre a receita ou faturamento. (...) Assim, segundo o regime de apuração não cumulativo, os contribuintes ficaram autorizados a descontar da base de cálculo do PIS e da COFINS créditos calculados em relação a bens de revenda, insumos, energia elétrica, aluguéis, despesas financeiras, ativo imobilizado, edificações e devoluções de bens, entre outros. Desta feita, inquestionável, no plano constitucional, que deve ser respeitado pela administração pública, o aproveitamento de créditos de PIS e COFINS na forma como realizado pela Requerente, já que as despesas questionadas pela DRF SIR se caracterizam como imprescindíveis para a realização de sua atividade empresarial, não havendo como desconsiderálo para fins de apuração do PIS e a COFINS, sob pena de tais tributos incidirem sobre base de cálculo superior ao mero valor agregado em etapa posterior. (...) Com relação às despesas desconsideradas como insumo, inicialmente, é importante destacar que, de acordo com o regime da nãocumulatividade, darão direito a crédito de PIS e de COFINS as despesas com bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção e fabricação de bens ou produtos destinados à venda. No entanto, especificamente para demonstrar o equivocado conceito de insumo adotado pela DRF SJR, passase a analisar o conceito de "insumo" para fins de aplicabilidade da não cumulatividade prevista nas Leis nº 10.637/02 e 10.833/03. III.2.1. O CONCEITO DE INSUMO PARA FINS DE CREDITAMENTO DO PIS E DA COFINS A fim de delimitar o conceito de insumo, a Receita Federal do Brasil ("RFB”) expediu as Instruções Normativas nº 247, de 21 de novembro de 2002 e nº 404, de 12 de março de 2004, as quais, em seu artigo 66, parágrafo 5º, incisos I e II, e artigo 8o, parágrafo 4o , incisos I e II, respectivamente, assinalaram o que se entende por insumos, verbis: (...) De acordo com essa redação, o conceito de insumo na visão da RFB seria muito mais restritivo do que aquele a que alude a própria legislação do PIS e da COFINS. As referidas INs interpretaram o termo "insumos" consoante conceito estabelecido no Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados ("RIPI”). Ocorre que, como regra geral, o IPI, assim como o ICMS — que adota o mesmo conceito de insumo do IPI — são impostos cuja materialidade é o consumo de bens e serviços, ao passo que o PIS e a COFINS são tributos que incidem sobre receita. Consequentemente, a aferição do valor agregado na base tributável das contribuições (receita) pelo contribuinte restaria prejudicada pela aplicação dos conceitos inerentes e exclusivos à produção e circulação de mercadorias, que não se alinham perfeitamente à base tributável de receita. (...) Além disso, e importante destacar que a Constituição Federal de 1988, ao estabelecer a não cumulatividade do PIS e da COFINS, não restringiu a apuração do crédito de tais contribuições aos valores cobrados em operações anteriores, como ocorre no caso do ICMS e do IPI, o que demonstra que o objetivo da nãocumulatividade Fl. 14917DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.918 13 dessas contribuições é viabilizar a determinação do montante a recolher em função da receita a ser auferida, absolutamente distinto dos citados impostos. (...) Justamente por esse motivo, o conceito de "insumo" no contexto dessas contribuições deve ser entendido de forma mais ampla, contemplando a totalidade dos dispêndios que são necessários e estão relacionados à atividade principal da empresa, fonte de geração de sua receita e faturamento. Se a base de cálculo do PIS e da COFINS sob a sistemática nãocumulativa a receita auferida pela pessoa jurídica, independentemente de sua classificação contábíl, devese admitir necessariamente em contrapartida, e sob o próprio princípio que rege a apuração dessas contribuições, o aproveitamento de créditos atrelados às despesas vinculadas e efetivamente necessárias à obtenção daquilo que será tributado (receita). A partir desse raciocínio, é lógico sustentar um conceito de insumo que mais se identifique com aquilo que possa ser classificado contabilmente como as despesas que possam ser consideradas como necessárias (artigo 299 do RIR/99) e intrinsecamente relacionadas e indispensáveis à atividadefim da companhia (nos termos previstos em seu Estatuto Social). (...) Como se pode verificar, portanto, diante das possíveis dúvidas acerca do conceito de insumo para fins da apuração de créditos de PIS e de COFINS, a jurisprudência vem se firmando no sentido de que, dada a sistemática da nãocumulatividade dessas contribuições, tal conceito não deve ser entendido de forma tão restritiva como pretendido pelas referidas INs, devendo abranger se não todas as despesas necessárias da pessoa jurídica, ao menos, os custos essenciais e inerentes relacionados diretamente à sua atividade principal. A seguir, a Requerente demonstrará detalhadamente que os créditos por ela tomados e glosados pela DRF SJR decorrem de despesas ligadas à sua atividade, de modo que sem elas, a Requerente não conseguiria auferir a receita decorrente da alienação de seus produtos. Assim, não resta dúvida de que as despesas a seguir tratadas enquadramse no conceito de insumo, conforme delineado pela jurisprudência administrativa e judicial, razão pela qual permitem a apuração de créditos do PIS e da COFINS. III.3. GLOSA INDEVIDA DOS CRÉDITOS RELATIVOS AOS SERVIÇOS DE MÍDIA A DRF SJR entendeu por bem que "os serviços de mídia, publicidade, propaganda e divulgação, bem assim o material de divulgação neles empregado, em que pese poderem ser necessários para o desempenho da atividade, não podem ser considerados como aplicados ou consumidos diretamente na fabricação dos medicamentos alopáticos para uso humano produzidos pela empresa". Neste contexto, há de se destacar que, em princípio, a legislação do PIS e da COFINS não autoriza nominativamente a apropriação de crédito escritural em razão de despesas havidas com propaganda e marketing. Sendo assim, a análise quanto à possibilidade de creditamento pela Requerente em razão de referidas despesas passa pela definição de insumos já explanada detalhadamente em item anterior, conforme artigo 3o , inciso II, das Leis nos. 10.637/02 e 10.833/03. Conforme se pode verificar no prospecto definitivo de distribuição pública primária e secundária de ações ordinárias de emissão da Requerente (doc. 04), a sua atividade empresária é definida ao mercado como sendo a aquisição, gestão de marketing e comercial de um dos maiores e mais diversificados portfólios de marcas de produtos de bens de consumo no Brasil: (...) Assim, os produtos comercializados pela Requerente, sempre de Fl. 14918DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.919 14 marcas registradas de sua titularidade, são notoriamente conhecidos no Brasil, como por exemplo: "Benegrip", "Bozzano", "Melhoral", "Monange", "Gelol" e "DorilL" dentre outros. Portanto, é necessário que a Requerente, para alavancar a sua atividade empresarial (venda de produtos com as suas marcas), efetue uma gestão agressiva de marketing, além, obviamente, de cuidar de maneira diligente de questão mercadológica de marcas consagradas de bens de consumo presentes no mercado brasileiro. (...) Deveras, não é difícil perceber que em razão dos investimentos maciços em propaganda e marketing é que diversos produtos do portfólio de marcas da Requerente possuem slogans conhecidos por todas as classes sociais de consumidores no Brasil: (...) Dessa forma, no caso da Requerente, no que diz respeito às despesas incorridas com relação a serviços de mídia, brindes ao consumidor final, materiais promocionais e campanhas prêmio, devem gerar direito a crédito do PIS e da COFINS, porquanto cada uma dessas despesas contribui diretamente para a divulgação das marcas da Requerente em diferentes setores do mercado consumidor, alavancando seus negócios e, por consequência, as receitas submetidas à tributação pelas referidas Contribuições. III.4. INDEVIDA GLOSA DE CRÉDITOS RELATIVOS AOS FRETES SOBRE VENDAS A DRF SJR entendeu que, por não tratarem de "despesas com fretes utilizados no transporte de insumos adquiridos para fabricação de bens destinados à venda e nem de fretes nas operações de vendas desses bens diretamente ao adquirente (comprador)", os créditos aproveitados pela Requerente em virtude do frete entre seus estabelecimentos, entre outros, devem ser glosados. No caso da Requerente, já foi mencionado que esta trabalha com operação de venda e revenda de produtos. Essa operação, vale lembrar, é subdividida em etapas, sendo a primeira delas a aquisição dos produtos; a segunda, a remessa desses produtos aos centros de distribuição; e a terceira, a remessa dos centros de distribuição aos seus clientes. Logo, de acordo com essas premissas, o próprio texto do artigo 3o, IX, da Lei n° 10.833/03 autoriza, em sua literalidade, a apropriação do crédito que a DRF SIR ora pretende afastar. (...) Ora, o frete que gera receitas não está vinculado exclusivamente ao transporte da mercadoria vendida, mas sim a todas as etapas que podem anteceder ou suceder a venda. Assim, são intrínsecas à geração de receitas da Requerente as despesas de frete inerente a: (i) transferência de mercadorias ou insumos de uma unidade para outra; (ii) entrega de mercadorias que foram dadas em bonificação aos clientes; e (iii) retirada de mercadorias devolvidas pelos clientes, que são de responsabilidade da Requerente, entre outras. (...) Ora, tratase, no caso em foco, de despesas com transportes que se afiguram imprescindíveis para a venda ao consumidor. O mesmo podese dizer com relação às despesas com frete ligadas às bonificações originadas de vendas. Isso porque, a bonificação não se configura como uma doação da Requerente, mas sim como extensão da própria venda por ela realizada, pelo que a despesa de frete relacionada a essa operação deve ser passível de creditamento pelo PIS e pela COFINS. Dessa forma, é inquestionável que a bonificação, em conjunto com todas as circunstâncias comerciais que lhe deram ensejo, totalizam uma operação de venda, como definida pela legislação pertinente, pelo que não resta dúvida quanto a possibilidade de apuração de créditos de PIS e COFINS nos fretes relacionados também a essa operação. Neste sentido, não há dúvidas de que, Fl. 14919DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.920 15 também por esse motivo, o creditamento em comento encontra amparo na própria legislação da nãocumulatividade. III.5. INDEVIDA GLOSA DE CRÉDITOS RELATIVOS AOS ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO No que se refere aos bens incorporados ao ativo imobilizado da Requerente, a DRF SJR dá a entender, com base na leitura dos itens 86 e 87 do documento de Informação Fiscal, abaixo transcritos, que os bens passíveis de crédito são aqueles relacionados ao setor de produção do produto destinado à venda: (...) Muito embora a DRF SJR não elenque os centros de custos que considera como produtivo, bem como não demonstre a quantificação dos valores glosados, dificultando assim a compreensão dos critérios e parâmetros utilizados para quantificação da glosa, a Requerente infere que foram aceitos para fins de crédito os bens considerados intrinsicamente ligados à produção. Importante notar apenas que a conceituação de "produtivo" por si só já é potencialmente tema de controvérsia. No presente caso, no entanto, tal conceituação não pôde ser abordada de maneira adequada pela falta da identificação dos centros de custos elevados ao status de produtivos pela DSR SJR. Assim, apenas a título especulativo/ argumentativo/ exemplificativo, não é possível entender se o centro de custo de laboratórios e controle de qualidade foi considerado produtivo ou não. Tal dúvida se justifica posto que ao longo da fiscalização em diversas oportunidades a DRF SJR deu a entender que tal setor, mesmo sendo uma exigência legal para a atividade da empresa, não seria produtivo por não estar diretamente vinculado à transformação dos produtos. Após tal ressalva, destacamos que conforme incisos VI e VII, do artigo 3o, da Lei nº 10.833/03, são passíveis de crédito (i) as máquinas, (ii) os equipamentos e (iii) outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados (a) para locação a terceiros, ou (b) para utilização (b.1) na produção de bens destinados à venda ou (b.2) na prestação de serviços, in verbis: (...) Inicialmente, cumpre esclarecer que a DRF SJR deveria ter se apegado a utilização desses ativos no desenvolvimento das atividades da Requerente, que, além da industrialização, possui forte atuação nas operações de revenda de mercadorias produzidas por terceiros, as quais incorrerem em diversos custos com esforço de vendas, tais como pesquisas de mercado, ações de publicidade, estoque, logística e toda uma complexa estrutura administrativa para que seus produtos sejam disponibilizados e vendidos em todo o Brasil. Toda essa complexa estrutura demanda aquisições de ativos imobilizados necessários ao desenvolvimento de sua atividade empresarial, tais como empilhadeiras utilizadas nos centros de distribuição para movimentação de estoque, registrador de temperatura, plataformas hidráulicas, equipamentos utilizados na análise de qualidade de produto, entre outros. Nesse sentido, a DRF SJR, ao analisar se os bens do ativo imobilizado da Requerente podem ou não gerar direito ao creditamento de PIS e de COFINS, cometeu equívoco ao aparentemente considerar como atividade passível de geração de crédito somente aquelas ligadas à fabricação e produção de bens. Portanto, em que pese a análise equivocada realizada pela DRF SJR na Informação Fiscal, fica claro que a glosa de créditos de ativos registrados em centros de custos não diretamente ligados à produção não deve prosperar, uma vez que os mesmos se enquadram perfeitamente no conceito de insumo trazido pela legislação federal para fins de creditamento do PIS e da COFINS e já largamente Fl. 14920DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.921 16 abordado anteriormente, uma vez que a DRF SJR deveria ter considerado aqueles bens necessários ao desenvolvimento da atividade empresarial da Requerente, geradora de receita. III.6. GLOSA INDEVIDA DOS CRÉDITOS DECORRENTES DA AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS A DRF SIR entendeu na Informação Fiscal que "com base nas informações apresentadas, os valores mensais do código CFOP 1.653 — Compra de combustível ou lubrificante — foram glosados em 20%". A este respeito, a Requerente nada tem a contestar, já que por meio das informações prestadas durante o período fiscalizatório, esclareceu que referidos 20% dizem respeito a despesas com combustíveis utilizados em veículos dos dirigentes e outros funcionários da empresa, não necessárias às atividades da empresa, que por um equívoco foram consideradas para fins de creditamento do PIS e da COFINS. Nesse sentido, requerse apenas que seja esclarecido o procedimento para realização do pagamento do valor resultante da glosa em questão. III.7. INDEVIDA GLOSA DE CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS III.7.1. DA INCORRETA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL Conforme se observa pelas fls. 25 a 29 da Informação Fiscal, a DRF SJR utilizou como fundamento infralegal para sustentar a glosa dos créditos extemporâneos pretendidos pela Requerente, com base em suposto erro na forma de reconhecimento de tais créditos, as INs RFB nº 600/05, nº 900/08 e nº 1.300/12. Ocorre que referidas INs tratam exclusivamente de procedimento relacionado aos Pedidos de Restituição, Ressarcimento e Compensação perante a RFB. Ou seja, referidos dispositivos não trazem qualquer previsão quanto à forma de reconhecimento e aproveitamento de créditos extemporâneos. Nesse sentido, resta evidente o equívoco e, por consequência, a ausência de fundamentação legal para amparar o posicionamento adotado pela DRF SJR que levou à glosa dos créditos extemporâneos por suposto erro na forma utilizada pela Requerente. III.7.2. DA FORMA DE RECONHECIMENTO E APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS (...) Primeiramente, há de se mencionar que o ordenamento jurídico não prevê a forma como devem ser aproveitados os créditos extemporâneos de PIS e COFINS, sendo certo, com base na melhor doutrina e jurisprudência, que referido direito pode ser exercido, basicamente, através de dois procedimentos distintos, a saber: 1) retificação da DACON anterior, para abater os respectivos créditos de PIS e COFINS, resultando em um recolhimento a maior que poderá ser restituído ou compensando com outros tributos administrados pela RFB; e 2) registro extemporâneo dos créditos de PIS e COFINS no corrente período, apropriando diretamente no regime nãocumulativo. Pois bem, a questão sobre qual dos dois procedimentos mencionados acima deve ser utilizado para fins de aproveitamento dos créditos extemporâneos não e pacífica, sendo certo que a DRF SJR baseouse no posicionamento preconizado pela Administração Fazendária para glosar os créditos pretendidos pela Requerente. Isso porque, segundo orientação fiscal, apenas sugerese que o contribuinte opte por retificar sua DACON a fim de registrar os créditos extemporâneos de PIS e COFINS, conforme segue: "Como informar um crédito extemporâneo na EFD PIS/COFINS? 0 crédito extemporâneo deverá ser informado, preferencialmente, mediante a retificação da escrituração cujo período se refere o crédito. No entanto, se a retificação não for possível, devido ao prazo previsto na Instrução Normativa RFB nº 1.052, de 2010, a PJ deverá detalhar suas Fl. 14921DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.922 17 operações através dos registros 1100/1101 (PIS) e 1500/1501 (COFINS)". Pela leitura do trecho acima, mais especificamente pela menção do termo "preferencialmente", resta claro que o contribuinte tem a opção, e não a obrigatoriedade (como sugere a DRF SJR), de retificar seus documentos fiscais quando do reconhecimento de crédito extemporâneo. (...) Ainda, se analisarmos detidamente os pressupostos pelos quais se prevê a retificação de declarações fiscais, verificase que um deles é a ocorrência de erro de fato no seu preenchimento pelo contribuinte. Ora, o aproveitamento de créditos extemporâneos de PIS e COFINS não se trata de erro de fato cometido pelo contribuinte, já que naquele período o DACON refletiu corretamente os créditos de PIS e COFINS a ser apropriados, afastando, dessa forma, a necessidade da retificação de tal documento. Além disso, não pode a DRF SJR posicionarse de acordo com orientação fiscal que não encontra embasamento legal na legislação que trata do tema, sob pena de constituir completa afronta ao princípio da legalidade. Até porque, as próprias autoridades fiscais já decidiram a favor do procedimento adotado pela Requerente para aproveitamento dos créditos extemporâneos do PIS e da COFINS, conforme entendimento manifestado na Solução de Consulta no 260, de 29 de setembro de 2008: (...) Da leitura do quanto transcrito acima, inferese que a Requerente não agiu erroneamente ao creditarse, no 1o trimestre de 2009 ao 2o trimestre de 2010, de valores apurados desde o 1o trimestre de 2004, posto que além de não transcorrido o prazo de cinco anos previsto no Decreto nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932, a DACON e documentos contábeis de 2004 refletiam a situação exatamente como ela era em tal período, razão pela qual não merecem ser retificados. Assim, considerando que ao aproveitar os créditos extemporâneos, a Requerente nada mais fez do que exercer seu direito em atraso, dentro do prazo decadencial, não há que se falar na glosa de tais valores. Nesse sentido, ainda que a DRF SJR não entenda que o procedimento adotado pela Requerente foi o mais adequado para o aproveitamento dos créditos extemporâneos, não há razão para consideralos indevidos, já que a Requerente tem direito a aproveitálos, seja por meio da retificação da DACON e demais documentos contábeis e fiscais necessários, seja por meio do reconhecimento dos créditos no período em que são apurados. Assim, em atenção ao princípio da busca da verdade material já comentando nessa Manifestação de Inconformidade, deve essa E. Turma Julgadora analisar todos os fatos e documentos apresentados, os quais comprovam que a Requerente tem direito ao aproveitamento dos créditos extemporâneos. Requerse, portanto, que, seja pela prevalência da verdade material, seja pelo correto procedimento adotado pela Requerente, lhe seja reconhecido o direito aos créditos extemporâneos pretendidos. IV. DO PEDIDO Diante de todo o exposto, protestando desde logo provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, requer sejam acolhidas as razões aqui argüidas, que levarão à reforma do despacho decisório ora combatido para o fim de que seja reconhecido os créditos da Requerente, e, consequentemente, seja homologada a compensação efetuada constante na PER/DCOMP que originou o presente processo administrativo, por ser medida de JUSTIÇA. Para tanto, carreia aos autos os documentos de fls. 14.583/14.734.” Fl. 14922DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.923 18 A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento negou provimento a impugnação, mantendo integralmente o lançamento. A decisão da DRJ foi assim ementada: “ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 PAF. ATOS ADMINISTRATIVOS. NULIDADE. HIPÓTESES. As hipóteses de nulidade encontramse no art. 59 do Decreto n. 70.235, de 1972. Consoante tal dispositivo, são nulos, além dos atos e termos lavrados por pessoa incompetente, apenas os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. O art. 60 do mesmo Decreto esclarece que as irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no art. 59 não importarão em nulidade, e, salvo se o sujeito passivo lhes houver dado causa, serão sanadas quando resultarem em prejuízo para este, ou quando não influírem na solução do litígio. PAF. ATOS NORMATIVOS. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. Aos agentes administrativas não é dado apreciar questões que importem na negação da eficácia de preceitos normativos, em especial as que versem acerca da consonância de tais preceitos com a Constituição da República, de inarredável competência do Poder Judiciário, seu intérprete qualificado. PAF. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. Não possuem eficácia normativa as decisões judiciais e administrativas relativas a terceiros, vez que não integrantes da legislação tributária a que se referem os arts. 96 e 100 do CTN. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 COFINS NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. CRÉDITOS. No âmbito da Cofins NãoCumulativa, somente podem restar descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens destinados à venda, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado, ou os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. COFINS NÃOCUMULATIVA. ARMAZENAGEM E FRETE. CRÉDITOS. O estabelecimento industrial somente poderá descontar créditos calculados em relação à armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor. COFINS NÃOCUMULATIVA. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. CRÉDITOS. Apenas os bens incorporados ao ativo imobilizado que estejam diretamente associados ao processo produtivo é que geram direito a crédito, a título de depreciação, no âmbito do regime da nãocumulatividade. COFINS NÃOCUMULATIVA. APROVEITAMENTOS EXTEMPORÂNEOS. CRÉDITOS. Os valores sobre os quais aplicada a alíquota determinante do crédito a ser descontado são intrínsecos ao mês em que adquiridos, incorridos ou devolvidos os itens, encargos ou bens mencionados. Bem assim, Fl. 14923DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.924 19 quaisquer alterações nos créditos informados em demonstrativos anteriores restam formalizadas por intermédio de Dacon retificador, o qual substitui integralmente o demonstrativo retificado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido.” Cientificada, a empresa interpôs recurso voluntário, repisando as alegações apresentadas na impugnação. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Estáse as voltas novamente com a discussão sobre o creditamento de insumos para apuração das contribuições sobre o PIS e a COFINS. Matéria que tem sido objeto de julgamento em diversas turmas desta terceira seção. É cediço que a situação atual do julgamento no CARF é de aplicar o conceito de insumos em relação ao processo produtivo do contribuinte, adotando uma posição intermediária entre aquela considerada pela Receita Federal, com base na IN SRF 404/04 e aquela defendida por muitos contribuintes em que todas as despesas e aquisições realizadas estariam incluídas no conceito de insumo. Em razão destes posicionamentos, nos deparamos com situações distintas no processo. A Fiscalização ao auditar a empresa, utilizando as regras da IN 404/04, não se atem ao exame detalhado da situação das aquisições e despesas incorridas no processo produtivo da empresa, utilizando critérios que ao sentir da Fiscalização são suficientes para afastar tais despesas do conceito de insumo, procedendo assim, as glosas aos créditos informados pelo contribuinte. De outro giro, o contribuinte ao se deparar com a posição adotada pelo Fisco e considerando o seu próprio entendimento sobre o conceito de insumo. Apresenta os seus recursos administrativos alegando que as aquisições de bens e serviços informados como insumo em sua totalidade são procedentes, aplicando um conceito amplo de insumo em que todas as despesas seriam aptas a serem consideradas para fruição dos créditos das contribuições. Conforme dito alhures, as turmas do CARF vem entendendo que para a definição das despesas com aquisição de bens e serviços que possam ser consideradas insumos para aproveitamento de créditos é necessária uma definição clara de quais produtos e serviços estão sendo pleiteados, além de identificar em qual momento e fase da processo produtivo eles estão vinculados. Assim, em muitas situações, tanto os relatórios e trabalhos de auditoria realizada pela Fiscalização da Receita Federal, quanto os documentos e argumentos Fl. 14924DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 12585.000283/201025 Resolução nº 3201000.537 S3C2T1 Fl. 14.925 20 apresentados pelos contribuintes em seus recursos, não são suficientes para a definição de quais despesas estariam incluídas no conceito de insumo a serem consideradas possíveis de gerar créditos no cálculo das contribuições do PIS e da COFINS não cumulativos. Nos termos aqui expostos, entendo que os documentos e informações constantes dos autos não são suficientes para definir com exatidão quais são os insumos glosados pela Fiscalização e quais deles o contribuinte tenta pleitear seus créditos. Assim, fazse necessário a baixa dos autos em diligência para que seja determinada com acuracidade, quais são as aquisições de bens e as despesas de serviços que foram utilizadas a título de crédito pela Recorrente, quais foram glosadas pela Fiscalização e qual a implicação destes bens e serviços no processo produtivo. Diante do exposto, buscando os esclarecimentos necessários ao prosseguimento do julgamento, voto no sentido de converter o julgamento em diligência a fim de que unidade preparadora: a) Intime a Recorrente, para no prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, detalhar o seu processo produtivo e indicar de forma minuciosa qual a interferência de cada um dos bens e serviços, que pretende aferir créditos para apuração do PIS e da COFINS não cumulativos; b) A Unidade Preparadora deverá elaborar relatório identificando quais dos bens e serviços utilizados foram objeto de glosa, indicando os motivos para tal indeferimento. Com a possibilidade, se julgar necessário, de manifestarse quanto as informações apresentadas, inclusive fazendo as diligências e intimações que julgar necessárias. Concluída tais verificações, os autos deverão ser devolvidos a este Conselho para prosseguimento do julgamento. Winderley Morais Pereira Fl. 14925DF CARF MF Impresso em 29/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/06/2015 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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