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Numero do processo: 10283.904887/2012-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-002.044
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Leonardo Correia Lima Macedo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Tatiana Josefovicz Belisário, Laércio Cruz Uliana Junior e Paulo Roberto Duarte Moreira (Presidente em Exercício). Ausente o conselheiro Charles Mayer de Castro Souza., substituído pelo conselheiro Marcos Roberto da Silva.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Leonardo Correia Lima Macedo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Tatiana Josefovicz Belisário, Laércio Cruz Uliana Junior e Paulo Roberto Duarte Moreira (Presidente em Exercício). Ausente o conselheiro Charles Mayer de Castro Souza., substituído pelo conselheiro Marcos Roberto da Silva.
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(assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Leonardo Correia Lima Macedo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Tatiana Josefovicz Belisário, Laércio Cruz Uliana Junior e Paulo Roberto Duarte Moreira (Presidente em Exercício). Ausente o conselheiro Charles Mayer de Castro Souza., substituído pelo conselheiro Marcos Roberto da Silva. Relatório Tratase de Recurso Voluntário em face da decisão de primeira instância proferida, que julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente e manteve o Despacho Decisório, que não homologou a compensação requerida. O colegiado a quo julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, por entender ausentes a liquidez e certeza do crédito pleiteado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 02 83 .9 04 88 7/ 20 12 -8 3 Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10283.904887/201283 Resolução nº 3201002.044 S3C2T1 Fl. 3 2 Após, os autos foram distribuídos e pautados para julgamento nos moldes do regimento interno deste Conselho. Relatório proferido. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3201002.033, de 25 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 10283.904875/201259, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução nº 3201002.033): "Conforme o Direito Tributário, a legislação, os fatos, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme Portaria de condução e Regimento Interno, apresentase esta Resolução. Em que pese a Manifestação de Inconformidade ser muito breve, é importante considerar que o Despacho Decisório foi mais breve ainda e, em razão destes fatos, a materialidade da presente lide administrativa fiscal adquiriu substância somente com o julgamento em primeira instância e Recurso Voluntário. O contribuinte juntou ao Recurso Voluntário o mencionado acordo com o banco, assim como juntou o comprovante de pagamento em fls 41 e seguintes e Dacon em fls. 134 e seguintes. Sob o risco de devolver integralmente o valor recebido, o contribuinte diferiu a homologação ao longo do prazo do contrato com o banco e entende que seu pagamento antecipado da Cofins, é o próprio pagamento indevido, uma vez que está recolhendo, de forma dupla, o mesmo tributo, só que de forma diferida. Alega que retificou a Dacon e que está pagando duas vezes o mesmo tributo e, logo, na hipótese de não reconhecimento do pagamento indevido, estaria incorrendo em bitributação. Os documentos mencionados permitem a busca da verdade material neste caso em concreto. Em face do exposto, com fundamento na regra administrativa fiscal da busca da verdade material, votase para que ps autos sejam convertido em diligência para que: Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10283.904887/201283 Resolução nº 3201002.044 S3C2T1 Fl. 4 3 Os autos retornem à unidade de origem para que a fiscalização aprecie o mérito em face dos documentos apresentados e também avalie na escrita fiscal e documentos juntados aos autos se é possível concluir que o contribuinte realmente diferiu e pagou novamente o mesmo tributo ou não. Após o relatório fiscal, deve ser aberta a vista ao contribuinte para seu pronunciamento. Cumprida a diligência, retornem os autos ao CARF." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que: Os autos retornem à unidade de origem para que a fiscalização aprecie o mérito em face dos documentos apresentados e também avalie na escrita fiscal e documentos juntados aos autos se é possível concluir que o contribuinte realmente diferiu e pagou novamente o mesmo tributo ou não. Após o relatório fiscal, deve ser aberta a vista ao contribuinte para seu pronunciamento. Cumprida a diligência, retornem os autos ao CARF.." (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 180DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.906523/2012-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-002.060
Decisão:
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos.
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(assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos. Relatório Trata de Recurso Voluntário contra decisão da DRJ, que considerou improcedente a Manifestação de Inconformidade contra despacho decisório, nos seguintes termos: (...) PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO NO PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado no Pedido Eletrônico de Restituição/Ressarcimento PER, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 19 .9 06 52 3/ 20 12 -3 1 Fl. 211DF CARF MF Processo nº 13819.906523/201231 Resolução nº 3402002.060 S3C4T2 Fl. 3 2 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF. ERRO DE FATO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. A retificação de declaração já apresentada à RFB somente é válida quando acompanhada dos elementos de prova que demonstrem a ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração original (art. 147, § 1º, do CTN). (...) Intimada desta decisão, a empresa apresentou Recurso Voluntário afirmando que a razão pela qual procedeu com a redução do valor da COFINS a pagar no período decorre: (i) da isenção do PIS/COFINS sobre a receita decorrente do transporte internacional de cargas; (ii) do direito de aproveitar 100% (cem por cento) dos créditos de PIS/COFINS sobre os serviços prestados por Empresas optantes pelo Simples Nacional; e, por fim: (iii) do aproveitamento do crédito de PIS/COFINS sobre o seguro de cargas. Afirma que traz a documentação fiscal e contábil suporte do crédito pleiteado. Caso não entenda pela suficiência da documentação, requer a conversão do processo em diligência. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402002.050, de 23 de maio de 2019, proferido no julgamento do Processo nº 13819.906514/201240. Portanto, transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3402002.050): "Como se depreende dos presentes autos, a Recorrente entende que seria suficiente a retificação do DACON e da DCTF antes da transmissão do PER para confirmar a validade do seu crédito. Contudo, necessário ainda que, além deste indício da existência do crédito, sejam analisados os documentos contábeis e fiscais necessários à confirmar a validade das informações constantes destes documentos fiscais, em conformidade com o art. 147, §1º, do Código Tributário Nacional CTN. Buscando respaldar o seu crédito, o contribuinte anexou aos autos balancete analítico, razão analítico de algumas contas contábeis e planilhas elaboradas pelo sujeito passivo que demonstrariam o crédito. Contudo, observese primeiramente que as planilhas elaboradas pelo sujeito passivo não fazem uma clara diferenciação entre as informações que foram declaradas originariamente na DCTF e no DACON, comparativamente com as informações que foram retificadas. O contribuinte apenas apresentou quais informações estariam respaldando sua declaração retificadora, sem deixar claro o que foi modificado. No Recurso Voluntário, a empresa afirma que a modificação se refere (i) a isenção do PIS/COFINS sobre a receita decorrente do transporte Fl. 212DF CARF MF Processo nº 13819.906523/201231 Resolução nº 3402002.060 S3C4T2 Fl. 4 3 internacional de cargas; (ii) créditos de PIS/COFINS sobre os serviços prestados por Empresas optantes pelo Simples Nacional; e (iii) do aproveitamento do crédito de PIS/COFINS sobre o seguro de cargas seca e automóveis. Contudo, o balancete analítico e o razão não detalham estas operações que foram postas em discussão no Recurso Voluntário. Com efeito, a única conta contábil relevante para a presente discussão que foi discriminada no razão contábil é a conta 3121009 (seguros transp. carga seca efl. 204), inexistindo detalhamento semelhante para a conta de seguros de transporte de automóveis. Quanto às receitas de prestação de serviço de transporte internacional, observase que o balancete analítico não segrega o valor correspondente à receita de prestação de serviço de transporte internacional. Os valores de receita de prestação de serviços estão todos agrupados em uma única conta contábil (4111002 efl. 127): Para demonstrar que a empresa auferiu receitas desta natureza, essencial que sejam apresentados documentos que confirmem a prestação de serviço internacional, dentre os quais o Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário (CRT), o Manifesto Internacional de Carga Rodoviária/Declaração de Trânsito Aduaneiro (MIC/DTA, o Conhecimento de Transporte Rodoviário, o contrato de Prestação de Serviço Internacional e contrato de Câmbio. Quanto ao crédito de empresas do SIMPLES Nacional, os valores dos fretes estão todos englobados em contas de "Fretes e Carretos Pessoa Física" e "Fretes e Carretos Pessoas Jurídicas", sem uma segregação específica das empresas que seriam optantes pelo SIMPLES. O razão analítico igualmente não faz qualquer distinção específica (efls. 192): Fl. 213DF CARF MF Processo nº 13819.906523/201231 Resolução nº 3402002.060 S3C4T2 Fl. 5 4 Para ao menos respaldar as suas alegações, importante que o contribuinte comprove que as operações de frete se relacionam ao SIMPLES Nacional, evidenciando que efetivamente foram concretizadas operações com estas empresas no mês em questão. Seria relevante que o contribuinte apresentasse um levantamento exemplificativo de prestadores, evidenciando que seriam optantes pelo SIMPLES Nacional previsto na Lei Complementar n.º 126/2006. Assim, uma vez que o contribuinte trouxe documentos que sugerem a existência do crédito (DACON e DCTF retificadores), acompanhado de documentos contábeis que confirmariam ao menos em parte suas alegações (em especial quanto às despesas de seguro de carga seca), entendo pela necessidade da conversão do processo em diligência para que a autoridade fiscal de origem oportunize à Recorrente a apresentação de documentos e informações adicionais que possam confirmar sua validade. Diante dessas considerações, à luz do art. 29 do Decreto n.º 70.235/721, proponho a conversão do presente processo em diligência para que a autoridade fiscal de origem (Delegacia da Receita Federal do Brasil em São Bernardo do Campo/SP): (i) intime a Recorrente para apresentar cópia dos documentos fiscais e contábeis entendidos como necessários para que a fiscalização possa confirmar o crédito tomado pelo contribuinte informado em seu DACON e DCTF retificadores (notas fiscais emitidas, as escritas contábil e fiscal detalhadas, o Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário CRT, o Manifesto Internacional de Carga Rodoviária/Declaração de Trânsito Aduaneiro MIC/DTA, o Conhecimento de Transporte Rodoviário, o contrato de Prestação de Serviço Internacional e contrato de Câmbio, razão analítico da conta de seguro e outros documentos que considerar pertinentes). Importante que sejam anexados aos autos o DACON e a DCTF originais, com os esclarecimentos pela empresa de quais informações foram modificadas na apuração da COFINS devida no mês (comparação entre o DACON/DCTF originais e o DACON/DCTF retificadores). 1 "Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias." Fl. 214DF CARF MF Processo nº 13819.906523/201231 Resolução nº 3402002.060 S3C4T2 Fl. 6 5 (ii) elaborar relatório fiscal conclusivo considerando os documentos e esclarecimentos apresentados, informando se os dados trazidos pelo contribuinte no DACON/DCTF retificadores estão de acordo com sua contabilidade, veiculando análise quanto à validade do crédito informado pelo contribuinte e a possibilidade de seu reconhecimento no presente processo. Concluída a diligência e antes do retorno do processo a este CARF, intimar a Recorrente do resultado da diligência para, se for de seu interesse, se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias. É como proponho a presente Resolução." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu por determinar a realização de diligência para que a autoridade fiscal de origem: (i) intime a Recorrente para apresentar cópia dos documentos fiscais e contábeis entendidos como necessários para que a fiscalização possa confirmar o crédito tomado pelo contribuinte informado em seu DACON e DCTF retificadores (notas fiscais emitidas, as escritas contábil e fiscal detalhadas, o Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário CRT, o Manifesto Internacional de Carga Rodoviária/Declaração de Trânsito Aduaneiro MIC/DTA, o Conhecimento de Transporte Rodoviário, o contrato de Prestação de Serviço Internacional e contrato de Câmbio, razão analítico da conta de seguro e outros documentos que considerar pertinentes). Importante que sejam anexados aos autos o DACON e a DCTF originais, com os esclarecimentos pela empresa de quais informações foram modificadas na apuração da COFINS devida no mês (comparação entre o DACON/DCTF originais e o DACON/DCTF retificadores). (ii) elaborar relatório fiscal conclusivo considerando os documentos e esclarecimentos apresentados, informando se os dados trazidos pelo contribuinte no DACON/DCTF retificadores estão de acordo com sua contabilidade, veiculando análise quanto à validade do crédito informado pelo contribuinte e a possibilidade de seu reconhecimento no presente processo. Concluída a diligência e antes do retorno do processo a este CARF, intimar a Recorrente do resultado da diligência para, se for de seu interesse, se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 215DF CARF MF
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Numero do processo: 10840.002601/2004-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jun 13 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2002
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA. STF. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA.
Decisão definitiva de mérito proferida pelo STF na sistemática da repercussão geral, deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos acumulados recebidos até o ano-calendário de 2009 deve ser apurado com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se refiram tais rendimentos tributáveis, calculado de forma mensal, e não pelo montante global pago extemporaneamente.
Numero da decisão: 2401-006.618
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar, em relação aos rendimentos recebidos acumuladamente, relativos ao ano-calendário 2002, o recálculo do imposto sobre a renda, com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se refiram tais rendimentos tributáveis, observando a renda auferida mês a mês pelo contribuinte (regime de competência).
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Relatora e Presidente
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, José Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF) Ano-calendário: 2002 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA. STF. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA. Decisão definitiva de mérito proferida pelo STF na sistemática da repercussão geral, deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos acumulados recebidos até o ano-calendário de 2009 deve ser apurado com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se refiram tais rendimentos tributáveis, calculado de forma mensal, e não pelo montante global pago extemporaneamente.
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REGIME DE COMPETÊNCIA. STF. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA. Decisão definitiva de mérito proferida pelo STF na sistemática da repercussão geral, deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos acumulados recebidos até o ano-calendário de 2009 deve ser apurado com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se refiram tais rendimentos tributáveis, calculado de forma mensal, e não pelo montante global pago extemporaneamente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar, em relação aos rendimentos recebidos acumuladamente, relativos ao ano-calendário 2002, o recálculo do imposto sobre a renda, com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se refiram tais rendimentos tributáveis, observando a renda auferida mês a mês pelo contribuinte (regime de competência). (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Relatora e Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, José Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 00 26 01 /2 00 4- 51 Fl. 87DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.618 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10840.002601/2004-51 Relatório Trata-se de auto de infração de imposto de renda pessoa física - IRPF, fls. 10/13, ano-calendário 2002, que apurou imposto suplementar de R$ 8.624,85, acrescido de juros de mora e multa de ofício, em virtude de omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas decorrentes de trabalho com vínculo empregatício (recebidos em virtude de ação trabalhista). Em impugnação apresentada às fls. 2/8, o contribuinte afirma que os valores decorrem de ação trabalhista e que as verbas são indenizatórias decorrentes de plano de demissão voluntária, sobre as quais não incide imposto de renda. A DRJ/SP2, julgou improcedente a impugnação, conforme Acórdão 17-37.355 de fls. 65/70, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Ano-calendário: 2002 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. AÇÃO TRABALHISTA. Os rendimentos referentes a diferenças ou atualizações salariais. entre as quais as relativas às horas extras, inclusive juros e correção monetária, recebidos acumuladamente em virtude de ação trabalhista, estão sujeitos à incidência do imposto na fonte e na declaração de ajuste anual. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado do Acórdão em 8/2/10 (Aviso de Recebimento - AR de fl. 73), o contribuinte apresentou recurso voluntário em 9/3/10, fls. 75/83, que contém, em síntese: Alega que não é cabível a tributação pelo regime de caixa dos rendimentos recebidos acumuladamente. Requer seja reconhecida a improcedência do auto de infração. É o relatório. Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. ADMISSIBILIDADE O recurso voluntário foi oferecido no prazo legal, assim, deve ser conhecido. RENDIMENTO RECEBIDO EM AÇÃO TRABALHISTA Para o rendimento recebido acumuladamente - RRA até ano-calendário de 2009, deve-se observar o disposto na Lei 7.713/98, art. 12, na redação vigente à época do fato gerador: Art. 12. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. Vê-se, portanto, que o comando legal vigente à época determinava que o imposto incidiria no mês do recebimento dos valores acumulados, utilizando-se as tabelas e alíquotas Fl. 88DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.618 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10840.002601/2004-51 vigentes na época do recebimento dessas parcelas, independentemente do período que deveriam ter sido adimplidos, adotando-se como base de cálculo o montante global pago. Contudo, o STF, no julgamento do Recurso Extraordinário - RE nº 614.406/RS, em sede de repercussão geral, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988, quanto à sistemática de cálculo para a incidência do imposto sobre os rendimentos recebidos acumuladamente, por violar os princípios da isonomia e da capacidade contributiva. Tal decisão, afastou o regime de caixa, determinando o regime de competência para o cálculo mensal do imposto sobre a renda devido pela pessoa física, com a utilização das tabelas progressivas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido pagos. O Regimento Interno do CARF - RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9/6/15, com redação dada pela Portaria MF nº 152, de 3/5/16, dispõe que: Art. 62. [...] § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 - Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Sendo assim, deve ser adotado por este órgão julgador o entendimento exarado pelo STF e para o cálculo do IRPF incidente sobre os RRA, decorrentes de ação judicial, ano- calendário 2001, deve-se considerar as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se refiram os rendimentos. CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por CONHECER do recurso voluntário e, no mérito, DAR- LHE PROVIMENTO PARCIAL para determinar, em relação aos rendimentos recebidos acumuladamente, relativos ao ano-calendário 2002, o recálculo do imposto sobre a renda, com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se refiram tais rendimentos tributáveis, observando a renda auferida mês a mês pelo contribuinte (regime de competência). (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 89DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.002317/2010-49
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 07 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jul 04 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/03/2008 a 30/07/2008
AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA CORRELATA. MESMA DESTINAÇÃO DO AIOP
A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos autos de infração de obrigações principais AIOP lavradas sobre os mesmos fatos geradores.
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES PRINCIPAL E ACESSÓRIA. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. SÚMULA CARF 119.
No caso de multas por descumprimento de obrigação principal e por descumprimento de obrigação acessória pela falta de declaração em GFIP, associadas e exigidas em lançamentos de ofício referentes a fatos geradores anteriores à vigência da Medida Provisória n° 449, de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, a retroatividade benigna deve ser aferida mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores, com a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996 (Súmula CARF nº 119).
Numero da decisão: 2301-006.033
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
João Maurício Vital - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Antonio Sávio Nastureles - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Sávio Nastureles, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos, Wilderson Botto (Suplente convocado em substituição à conselheira Juliana Marteli Fais Feriato), Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Gabriel Tinoco Palatnic (Suplente convocado) e João Maurício Vital (Presidente).
Nome do relator: ANTONIO SAVIO NASTURELES
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2008 a 30/07/2008 AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA CORRELATA. MESMA DESTINAÇÃO DO AIOP A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos autos de infração de obrigações principais AIOP lavradas sobre os mesmos fatos geradores. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES PRINCIPAL E ACESSÓRIA. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. SÚMULA CARF 119. No caso de multas por descumprimento de obrigação principal e por descumprimento de obrigação acessória pela falta de declaração em GFIP, associadas e exigidas em lançamentos de ofício referentes a fatos geradores anteriores à vigência da Medida Provisória n° 449, de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, a retroatividade benigna deve ser aferida mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores, com a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996 (Súmula CARF nº 119).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso. (documento assinado digitalmente) João Maurício Vital - Presidente (documento assinado digitalmente) Antonio Sávio Nastureles - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Sávio Nastureles, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos, Wilderson Botto (Suplente convocado em substituição à conselheira Juliana Marteli Fais Feriato), Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Gabriel Tinoco Palatnic (Suplente convocado) e João Maurício Vital (Presidente).
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MESMA DESTINAÇÃO DO AIOP A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos autos de infração de obrigações principais AIOP lavradas sobre os mesmos fatos geradores. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES PRINCIPAL E ACESSÓRIA. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. SÚMULA CARF 119. No caso de multas por descumprimento de obrigação principal e por descumprimento de obrigação acessória pela falta de declaração em GFIP, associadas e exigidas em lançamentos de ofício referentes a fatos geradores anteriores à vigência da Medida Provisória n° 449, de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, a retroatividade benigna deve ser aferida mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores, com a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996 (Súmula CARF nº 119). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso. (documento assinado digitalmente) João Maurício Vital - Presidente (documento assinado digitalmente) Antonio Sávio Nastureles - Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 23 17 /2 01 0- 49 Fl. 161DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Sávio Nastureles, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos, Wilderson Botto (Suplente convocado em substituição à conselheira Juliana Marteli Fais Feriato), Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Gabriel Tinoco Palatnic (Suplente convocado) e João Maurício Vital (Presidente). Relatório 1. Trata-se de julgar recurso voluntário (e-fls 135/152) em face do Acórdão nº 09- 53.664 (e-fls 108/130) prolatado pela 5ª Turma da DRJ/JFA em sessão de julgamento realizada em 13 de agosto de 2014. 2. Faz-se a transcrição do relatório contido na decisão recorrida: inicio da transcrição do relatório contido no Acórdão 09-53.664 Trata-se de processo de Auto de Infração, DEBCAD 37.253.227-6, no valor de R$ 85.907,40 (oitenta e cinco mil, novecentos e sete reais e quarenta centavos), lavrado por infração ao disposto no art. 32, IV, §5º da Lei nº 8.212, de 1991, observado o disposto no art. 106, II, “c”, do Código Tributário Nacional, tendo em vista a edição da Medida Provisória nº 449, de 2008. Conforme Relatório Fiscal, de fls. 21/35, a empresa não declarou em Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP), referentes às competências 02/2006, 02/2007 e 02/2008, as contribuições destinadas à Seguridade Social, previstas no art. 22, I e II da Lei nº 8.212/91, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados, a titulo de Participação nos Lucros ou Resultados, as quais foram pagas em desacordo com a legislação especifica. Consta do referido relatório o seguinte: 4.1. PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS - GESTORES: 4.1.1. Os segurados empregados ocupantes de cargos de Diretor, Gerente e Coordenador receberam remunerações a titulo de "Participação nos Resultados", de forma diferenciada dos empregados ocupantes das demais funções, pertencentes ao quadro da empresa ora autuada. 4.1.2. A empresa Master Sistemas Automotivos Ltda. (a seguir, denominada de MASTER) apresentou "ACORDOS DE PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS" firmados com a participação da comissão indicada pela empresa, a comissão escolhida para representar os funcionários (empregados), além da participação de um membro indicado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul, representando também os funcionários: 4.1.2.1. Acordos de Participação apresentados, relativos ao período de 01/07/2005 a 31/12/2008 (cópias em anexo): • Acordo datado de 21/12/2005 — vigência para o período de 01/07/2005 a 30/06/2007 e Termo Aditivo nº 01 (de 20/06/2007), prorrogando a vigência até 31/12/2007; Fl. 162DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 • Acordo datado de 05/05/2008 — vigência para o período de 01/01/2008 a 31/12/2008. 4.1.3. DAS CLAUSULAS DO ACORDO de 21/12/2005: "CLAUSULA QUARTA — DOS BENEFICIÁRIOS Todos dos funcionários da Empresa, estagiários e aprendizes, exceto GESTÃO, ocupantes de diferentes funções e níveis de cargos em atividade no último mês de competência em cada semestre que vigorará este Acordo. CLAUSULA QUINTA — DA PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS A MASTER e a Comissão estabelecem neste Acordo, um programa de metas para o período de 01/07/2005 a 30/06/2007, ao qual fica subordinado o pagamento de valores a titulo de PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS. O programa de metas é baseado na eficiência da empresa, custo fixo e variável, retrabalhos e rejeições internas, credibilidade na entrega de produtos/pegas e PPM de Clientes, de forma que cada meta alcançada agregue a respectiva participação no montante a ser distribuído. Este acordo poderá ser revisto durante sua vigência a critério da comissão." 4.1.4. O contribuinte ora autuado não apurou o valor das Participações distribuídas aos segurados empregados ocupantes de cargos de Diretor, Gerente e Coordenador de acordo com o estabelecido nas Cláusulas supracitadas. Ocorre que, nos "Acordos de Participação nos Resultados" apresentados, consta uma cláusula especifica (CLAUSULA NONA, abaixo descrita) para apuração dos valores das Participações dos Gestores (todos contratados como empregados) de forma diferenciada dos empregados ocupantes das demais funções. A Cláusula NONA estabelece forma de cálculo diferenciada e privilegiada, de acordo com o período de vigência dos Acordos: 4.1.4.1. Acordo datado de 21/12/2005 CLAUSULA NONA — DA PARTICIPAÇÃO DOS GESTORES Os Gestores da MASTER, assim compreendidos aqueles funcionários que ocuparem o cargo de gerente e coordenador durante o exercício fiscal terão Participação nos Resultados apurados em balanço contábil de encerramento anual, um percentual de 3,5% (três inteiros e cinco décimos percentuais) sobre o lucro liquido divididos linearmente entre os gerentes e proporcional ao salário, para os coordenadores, observando os critérios da Norma para Distribuição de Bônus para os Gestores das Empresas Randon, administrada pela Randon S/A Implementos e Participacões. Os gerentes terão também uma participação a ser acrescida de 2,3% (dois inteiros e três décimos percentuais) do lucro liquido do balanço consolidado das Empresas Randon, distribuídos linearmente entre os gerentes das demais unidades, regra esta aplicável ao ano corrente, devendo ser deduzidos os valores percebidos pela aplicação da cláusula sétima deste Acordo. (grifo nosso) 4.1.4.2. Acordo datado de 05/05/2008 - relativo ao período de 01/01/2008 a 31/12/2008: "CLAUSULA NONA — DA PARTICIPAÇÃO DOS GESTORES Os Gestores da MASTER, assim compreendidos, aqueles funcionários que ocuparem o cargo de Diretor, Gerente e Fl. 163DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 Coordenador, durante o exercício fiscal, terão a Participação nos Resultados apurados com base no lucro contábil das demonstrações financeiras anuais. A participação dos Coordenadores será calculada com base no percentual de 2,1% (dois inteiros e um décimo percentuais) sobre o lucro liquido da Master dividido entre eles proporcionalmente ao salário nominal de cada um. A Participação dos Gerentes será calculada 50% com base no lucro liquido da MASTER e 50% com base no lucro liquido consolidado da Randon S.A. Implementos e Participações. A Participação dos Diretores será calculada 30% com base no lucro liquido da Master e 70% com base no lucro liquido consolidado da Randon S.A. Implementos e Participações. A Participação dos gestores será paga em uma parcela até o dia 15 (quinze) do mês de Março do ano seguinte ao da apuração. Os beneficiários desta cláusula estão excluídos da participação apurada na cláusula Sexta deste acordo. " 4.1.5. As Participações distribuídas aos segurados empregados ocupantes de cargos de Diretor, Gerente e Coordenador foram pagas através das folhas de pagamento de salários (rubrica 1140 — Particip. nos Resultados) do mês de fevereiro de cada ano (pagamento inicio de março, ressalvados casos específicos adiante citados), enquanto que, as Participações dos empregados ocupantes das demais funções, foram pagas ou creditadas semestralmente (conforme Cláusula Décima dos acordos em anexo ao AI 37.253.224-1), através das folhas de pagamento de salários (rubrica 1140) dos meses de julho e janeiro de cada ano. Os valores lançados na rubrica "1140" não foram incluídos na base de cálculo das folhas de pagamento para fins de incidência de contribuições previdenciárias e das destinadas a outras entidades. 4.1.5.1. Veja ainda que o acordo assinado em 21/12/2005 não prevê sequer a data de pagamento da participação nos resultados dos Gestores, a qual so estava prevista em norma externa ao mesmo (item 6.4 da mencionada Norma para Distribuição de Bônus para os Gestores das Empresas Randon). Ao ser intimada a apresentar tal norma, a MASTER apresentou norma intitulada "Normas para Distribuição da REMUNERAÇÃO VARIAVEL dos Gestores das Empresas Randon". Salientamos que a empresa Randon S.A. Implementos e Participações é sócia majoritária da MASTER e holding do GRUPO RANDON. 4.1.6. A empresa apresentou os demonstrativos (cópias em anexo ao AI 37.253.224-1) contendo os valores das "Participações nos Resultados" pagas ou creditadas aos segurados empregados ocupantes de cargos de Diretor, Gerente e Coordenador (Gestores da Master), a forma de cálculo utilizada para a apuração dos mesmos, bem como a identificação do cargo dos beneficiários. 4.1.6.1. A seguir estão demonstrados os valores constantes das folhas de pagamento apresentados pela empresa (bases de cálculo do presente lançamento), referente à participação nos resultados dos gestores, cujos valores conferem com os dos demonstrativos acima mencionados: (...) Fl. 164DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 4.1.7. Analisando as informações descritas no "DEMONSTRATIVO DE PLR 2006" e "DEMONSTRATIVO DE PLR 2007" (citados no item 4.1.6), pode se constatar que, "além" da forma de cálculo diferenciada das Participações nos Resultados (PLR) distribuídas aos segurados empregados ocupantes de cargos de Diretor, Gerente e Coordenador (Gestores da Master), a empresa nem mesmo apurou os valores das Participações distribuídas aos mesmos de acordo com a forma de cálculo e as regras de distribuição estabelecidas na CLAUSULA NONA (transcrita no item 4.1.4.1, supracitado) constante no Acordo de Participação nos Resultados datado de 21/12/2005 - relativo ao período de 01/07/2005 a 31/12/2007, conforme evidenciado a seguir. 4.1.7.1. Conforme item acima, viu-se que além do cálculo diferenciado das Participações distribuídas aos empregados com cargo de Diretor, Gerente e Coordenador, para os anos de referência de 2006 e 2007(com pagamentos nas folhas de fevereiro de 2007 e 2008), a empresa utilizou INDEVIDAMENTE a forma de cálculo e a regra de distribuição das Participações de acordo com o estabelecido na Cláusula NONA do Acordo datado de 05/05/2008, relativo ao período (de avaliação) de 01/01/2008 a 31/12/2008 (para pagamento em março do ano seguinte), não cabendo, portanto, a aplicação destes critérios para o cálculo das Participações relativas a período anterior a vigência deste Acordo. 4.1.7.2. Descrevemos a seguir, a forma de cálculo utilizada indevidamente (p/ Gerentes e Diretor) pela empresa para apuração da PLR REFERENTE AO ANO 2006 e AO ANO 2007, prevista somente no acordo referente a PLR de 2008: Forma de calculo da base Gerentes: a) Lucro Líquido consolidado X 13 salários X 50 Previsão consolidado b) Lucro Líquido unidade X 13 salários X 50 Previsão unidade Forma de calculo da base Diretor: Lucro Líquido consolidado X 13 salários X 70 Poa consolidado + Desafio Lucro Líquido unidade X 13 salários X 30 Poa da unidade + Desafio Esclarecimento de 02/07/2010, prestado pela MASTER, em atendimento ao Termo de Intimação nº 03: Poa = Plano Operacional Anual - que prevê, entre outros, o lucro liquido a ser obtido pelas EMPRESAS RANDON. DESAFIO = percentual de desafio a ser atingido no Resultado Consolidado das EMPRESAS RANDON. 4.1.7.3. Em relação aos coordenadores, a Cláusula Nona do Acordo datado de 21/12/2005 (vigente para o período de 01/07/2005 a 31/12/2007) estabelece Participação no percentual de 3,5% sobre o lucro liquido, para distribuição aos Gestores (Gerentes e Coordenadores) e, no DEMONSTRATIVO DE PLR 2006 (PGTO EM FEVEREIRO DE Fl. 165DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 2007) apresentado pela empresa, foi apurado, para os Coordenadores, o percentual de 2,1% s/ Lucro Liquido Base (R$20.442.688,67). O mesmo ocorreu no DEMONSTRATIVO DE PLR 2007 (PGTO EM FEVEREIRO DE 2008) apresentado pela empresa, no qual também foi apurado apenas o percentual de 2,1% s/ Lucro Liquido Base (R$ 28.685.086,66). 4.1.7.4. Portanto, com base nas informações supracitadas, pode se concluir que, mesmo que fosse permitido forma de cálculo diferenciada para apuração das "Participações nos Resultados" distribuídas aos Gestores da empresa, os valores das Participações apuradas (PLR 2006 e PLR 2007) e a forma de distribuição dos mesmos, estão em total desacordo com a legislação, pois nem mesmo foram apurados conforme o Acordo datado de 21/12/2005 – relativo ao período de 01/07/2005 a 31/12/2007. 4.1.7.5. Importante salientar ainda que o cargo de DIRETOR não está previsto no acordo de 21/12/2005, que embasaria os pagamentos das participações a detentor de tal cargo, efetuados em 02/2006, 02/2007 e 02/2008. O mesmo somente prevê remuneração a titulo de participação nos resultados aos Gerentes e Coordenadores. Conforme alteração contratual nº 16, de 12/07/2004, desde esta data o Sr. Sergio Luiz Onzi é administrador no cargo de "DIRETOR". O pagamento de participação nos resultados aos Diretores só foi previsto no acordo de 05/05/2008, para pagamento em março de 2009. 4.1.7.5.1. Alem do exposto, conforme demonstrativo apresentado pela empresa denominado "CALCULO DO PREMIO DO DIRETOR 2005 Pago em 2006", vê-se que o valor pago ao Sr. Sergio Luiz Onzi foi calculado conforme parâmetros totalmente estranhos ao acordo de 21/12/2005. 4.1.7.6. Merece especial destaque também o fato de o acordo de 21/12/2005 remeter o pagamento de participações dos Gestores a "norma externa" ao referido acordo, a qual foi aprovada somente por diretores da holding do GRUPO RANDON. E tendo a fiscalização solicitado a apresentação da referida norma, constatou-se que o documento entregue na realidade refere- se a distribuição de "REMUNERAÇÃO VARIÁVEL" aos gestores, que a empresa tentou caracterizar como participações nos resultados de acordo com a Lei n. 10.101/2000. 4.1.8. Entre os próprios Gestores, a Cláusula Nona, constante no "Acordo de Participação nos Resultados" datado de 21/12/2005, estabelece tratamento diferenciado. 4.1.9. Também anexamos ao Relatório Fiscal do Auto de Infração nº 37.253.224-1 (além dos demonstrativos contendo o cálculo das Participações distribuídas aos GESTORES), demonstrativo apresentado pela empresa em relação à participação nos resultados dos demais empregados (não gestores), onde evidencia-se que valor médio pago aos "Não gestores" varia (em média) de meio (0,5) a 1,5 (um e meio) salários—base, enquanto que para os Gestores encontra-se entre 10 (dez) e 13 (treze) salários-base. 4.1.10. Denota-se que os Gestores gozam de situação privilegiada e diferenciada em relação aos demais empregados, a participação nos lucros faz parte de sua remuneração, pois para os primeiros não houve o estabelecimento de regras claras e objetivas, a exemplo destes últimos em que as regras definem e estabelecem indicadores de eficiência. Para os GESTORES, os "Acordos de Participação" apenas fixam percentuais (de Fl. 166DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 acordo com a função exercida pelo Gestor) sobre o lucro liquido da empresa e do grupo empresarial, a serem destinados a estes, evidenciando que tais pagamentos são gratificações e mantendo relação com o valor do salário percebido, o que não satisfaz as exigências da Lei n2 10.101/2000, pois essa distribuição de lucros configura beneficio salarial. 4.1.10.1. Salientamos, ainda, que o fato dos Gestores receberem, a titulo de participação nos resultados na presente empresa, valores decorrentes de resultados de "outras" empresas, embora pertencentes ao mesmo grupo econômico, está em desacordo com o previsto na Lei n. 10.101/2000, já que a mencionada participação depende de negociação entre "a empresa" e seus empregados, e evidencia ainda mais o tratamento diferenciado aos referidos beneficiários. Parece-nos descabido que a comissão dos empregados da MASTER, como no presente caso, acorde sobre a distribuição de valores resultantes de resultados de empresas a qual não pertencem, e para beneficiar somente os GESTORES (empregados ocupantes de cargos de Gerente) da empresa em que trabalham. (...) 4.1.14. Tanto o pagamento de Participação nos Resultados de forma diferenciada entre os segurados empregados, quanto o pagamento a diretores, empregados ou não, também de forma diferenciada em relação aos demais, é considerado em desconformidade com a legislação que regulamenta tal benefício, que outro não vem sendo o entendimento dos tribunais pátrios, conforme se verifica nos seguintes arestos: (...) 4.1.15. Portanto, corroborado pela jurisprudência acima citada, a distribuição de valores a titulo de "Participação nos Resultados", com regime diferenciado e privilegiado para os empregados ocupantes de cargos de Diretor, Gerente e Coordenador (Gestores da Master), além das outras inconsistências apontadas, estão em desacordo com a legislação, constituindo-se em base de cálculo para as contribuições destinadas à Seguridade Social. Os códigos de levantamento utilizados pela autoridade lançadora no AI 37.235.224-1, que também integram a presente autuação, são os seguintes a) LEV: PL - PART LUCROS DEMAIS GESTORES: lançamento das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados ocupantes de cargo de Gerentes e Coordenadores, a titulo de "Participação nos Resultados" (competências 02/2006, 02/2007, 02/2008); b) LEV: PD - PART LUCROS DIRETOR: lançamento das remunerações pagas, devidas ou creditadas ao segurado empregado ocupante de cargo de Diretor (Sr. Sergio Luiz Onzi), a titulo de "Participação nos Resultados" (competências 02/2006, 02/2007, 02/2008). Os valores que serviram de base para apuração do presente crédito estão registrados nas seguintes contas contábeis: 41205003- PARTICIPAÇÃO DOS ADMINISTRADORES; 46209003 - PARTICIPANDO — PARTICIPAÇÃO RES; e 21602002— PARTICIPAÇÕES DOS EMPREGADOS. Integra os autos o Demonstrativo da Multa Aplicada Mais Benéfica ao Contribuinte, de fls. 35. Fl. 167DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 Da ciência e da impugnação Cientificado da autuação em 06/08/2010, conforme assinatura do procurador aposta à fl. 2, o contribuinte apresentou impugnação em 06/09/2010, às fls. 35/98, reiterando os argumentos apresentados no AI 37.253.224-4, da forma abaixo descrita, em síntese. Afirma que, de acordo com a fiscalização, a impugnante não observou as disposições da Lei nº 10.101, de 2000, pois aplicou regras diferentes de apuração da PLR para os Gestores (Diretores, Gerentes e Coordenadores) e para os demais empregados. Argui ter observado a referida lei, pois houve “(i) a celebração de acordo com a participação do Sindicado dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul; (ii) a constituição de comissão escolhida para representar os trabalhadores da ora impugnante e para defender os seus interesses; e (iii) a constituição de comissão escolhida pela empresa.” Diz que o entendimento da autoridade fiscal atenta contra diversos princípios constitucionais, com a exigência de contribuição previdenciária e de multa por descumprimento de obrigação acessória sem fundamento legal. Requer a aplicação do princípio da conexão, com fundamento no art. 108 do Código Tributário Nacional (CTN) e no art. 103, do Código de Processo Civil (CPC), e o julgamento integrado do presente processo com o processo AI 37.253.224-1, por serem interdependentes. Em seguida, alega a tempestividade da impugnação apresentada. Do pagamento da PLR e da ofensa a princípios constitucionais e legais A impugnante alega não poder prosperar o entendimento da fiscalização de que a Lei nº 10.101, de 2000, ao definir critérios para o pagamento de PLR, não permitiu a criação de diferentes formas para sua apuração entre os empregados da mesma empresa. Argui que tal entendimento não está expresso na Lei nº 10.101, de 2000, nem pode dela ser extraído, caracterizando mesmo ofensa aos seguintes dispositivos legais: art. 150, da CF/88; art. 37, caput, da CF/88; art. 111 do CTN e art. 142 do CTN. Neste ponto, a impugnante discorre acerca do princípio da estrita legalidade, citando os artigos 150 da CF/88; 97 do CTN; 28, §9º, “j” da Lei nº 8.212, de 1991; e o art. 2º da Lei nº 10.101, de 2000, e afirma que a autoridade fiscal contraria o referido princípio, pois vai além do disposto na Lei nº 10.101, de 2000, em sua ânsia arrecadatória, ao criar nova hipótese de incidência de contribuição previdenciária, alegando que todos os empregados da empresa devem se submeter ao mesmo tratamento e às mesmas regras para o recebimento de PLR. Confirma a existência de regras diferenciadas para o pagamento de PLR aos gestores, em relação aos demais trabalhadores, e entende não haver, na Lei nº 10.101, de 2000, impedimento algum para a adoção de critérios distintos, sendo determinado apenas que estejam presentes, nos acordos coletivos firmados, regras claras e objetivas e procedimentos para apuração da participação. Fl. 168DF CARF MF Fl. 9 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 Afirma que os elementos exigidos pela referida Lei estão atendidos nos acordos coletivos de 2005 a 2008, inclusive a expressa menção de que os Gestores: "(...) terão a Participação nos Resultados apurados em balanço contábil de encerramento anual, um percentual de 3,5% (...) sobre o lucro liquido, dividido linearmente entre os gerentes e proporcional ao salário, para os coordenadores, observando os critérios da Norma para Distribuição de Bônus para Gestores das Empresas Randon, administrada pela Randon S/A Implementos e Participações" e de que “(...) Os gerentes terão também uma participação a ser acrescida de 2,3% (...) do lucro liquido do balanço consolidado das Empresas Randon, distribuídos linearmente entre os gerentes das demais unidades, regra essa aplicável ao ano corrente, devendo ser deduzidos os valores percebidos pela aplicação da cláusula sétima deste Acordo.” Entende que a pretensão de que todos os empregados se submetam à mesma regra, além de esbarrar na falta de previsão legal, agride os princípios norteadores da atividade econômica, pois propõe uma tentativa desmascarada de justiça social, que foge da competência fiscal legalmente prevista. Nesse sentido, argui que a necessidade de distinção de tratamento entre os empregados beneficiários da PLR que exercem funções diferentes, não equivalentes, e possuem diferentes responsabilidades na empresa, evita um evidente desequilíbrio, o que está de acordo com a doutrina que cita. Pede a anulação do lançamento, por agressão ao princípio da legalidade, previsto no art. 37 da CF, em razão da exigência de contribuição previdenciária com base em premissa não prevista em lei. Afirma que a autoridade fiscal, em momento algum, apontou expressamente qual foi a norma da Lei nº 10.101, de 2000 inobservada, limitando-se a anotar, de forma genérica, a existência de forma diferenciada de pagamento de PLR para os gestores, em relação aos demais empregados, como motivo suficiente para sustentar a autuação. Argui que, além de ausência de previsão legal e de atuação contrária à lei, a autoridade fiscal fundamentou o lançamento na interpretação equivocada da Lei nº 10.101, de 2000, para excluir a isenção garantida no art. 28, §9º, “j”, da Lei nº 8.212, de 1991. Diz que, de acordo com o art. 111 do CTN, a norma que outorga isenção de tributos deve ser interpretada literalmente e, de acordo com o art. 176 do mesmo Código, a lei que prevê a isenção deve conter as condições e os requisitos para o gozo de tal beneficio. No caso, afirma que os artigos 1º e 2º da Lei nº 10.101, de 2000, estabeleceram regras específicas para se realizar o pagamento de PLR aos empregados: (i) negociação com os empregados (comissão/sindicato ou convenção/acordo coletivo); (ii) existência de regras claras e objetivas para o pagamento da participação, tais como transparência, periodicidade (anual ou semestral), vigência, prazos de revisão, podendo ainda ser considerados índices de produtividade, qualidade, lucratividade, metas, resultados e prazos. Entende que, por conseguinte, cumpridas essas regras, únicas exigidas pela legislação, a Lei nº 8.212, de 1991, art. 28, §9º, "j", em compasso com o disposto no art. 7º, XI, da CF, confere a isenção de contribuição previdenciária sobre os valores Fl. 169DF CARF MF Fl. 10 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 pagos a titulo de PLR, nos termos da interpretação literal, a qual deve ser aplicada. Cita decisão administrativa. Reitera o cumprimento dos requisitos da Lei nº 10.101, de 2000, afirmando a existência de regras claras e objetivas nos acordos celebrados, indicando, inclusive, sua utilização pela autoridade fiscal para apuração da divergência na forma de pagamento e no cálculo da contribuição devida. Nesse sentido, afirma a disposição clara das normas para o pagamento da PLR, diferentes para os gestores e para os empregados, e de outros requisitos, como os mecanismos de aferição das informações para cumprimento do acordo, a periodicidade da distribuição, o período de vigência e os prazos para revisão. Destaca, no mesmo sentido, que a referência à remuneração variável na Norma para Distribuição de Bônus para Gestores das Empresas Randon, administrada pela Randon S/A Implementos e Participações, quer dizer que a PLR leva em consideração o cumprimento de metas variáveis por parte dos gestores, não havendo ofensa à legislação, senão a escolha de um nome infeliz para essas regras. Ressalta ainda que o nome dado pela empresa à determinada espécie de valor pago aos seus empregados não importa, pois o que importa, para fins de aplicação da legislação tributária, é a verdadeira natureza do pagamento realizado, conforme doutrina que cita, a qual deve ser observada pela autoridade fiscal. Do pagamento de PLR aos gestores dispensados Em relação ao pagamento de PLR aos gestores dispensados, Paulo César L. de Simone e Leandro José Lorandi, em 03/2008 e em 07/2008, demitidos, respectivamente, em 29/10/2007 e 28/04/2008, explica ser comum e inatacável que a PLR paga em um ano esteja vinculada à “performance” obtida pelo trabalho desenvolvido no ano anterior. Acrescenta ainda não haver no Acordo qualquer impedimento ao recebimento, pelo gestor demitido no decorrer do ano, da PLR de forma proporcional ao período em que trabalhou para a empresa, posto que, também em decorrência de seu trabalho, a empresa atingiu suas metas. Considera descabida a alegação da fiscalização de que o pagamento de PLR nas rescisões foge ao escopo da Lei nº 10.101, de 2000, visto que, a uma, não há na lei qualquer dispositivo que impossibilite o pagamento de participação nos lucros ao funcionário demitido, relativamente ao período em que laborou para a empresa; a duas, porque, caso a impugnante não cumprisse com sua obrigação e não efetuasse o pagamento da PLR ao ex-funcionário, proporcionalmente ao período laborado, estaria a se enriquecendo indevidamente, às custas do esforço do seu ex-funcionário. Explica ainda que o valor foi pago em 03/2008 e 07/2008, no mesmo momento em que todos os outros funcionários, ainda ativos, foram creditados, o que demonstra a clareza e a estrita observância das regras pela impugnante. Do pagamento de PLR ao Diretor Em relação à Participação nos Lucros do Diretor, afirma que o Sr. Sérgio Luiz Onzi, até o ano de 2004, ocupava o cargo de Gerente da empresa, e que, a partir de então, passou a ocupar o recém criado cargo de Diretor. Fl. 170DF CARF MF Fl. 11 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 Alega que, por um lapso, deixou de remeter essa alteração aos Acordos Coletivos firmados, o que ensejou a manifestação da autoridade fiscal. Observa que a ausência de menção expressa, no Acordo Coletivo, sobre a existência do cargo de diretor, não desqualifica nem exclui a pessoa do Sr. Sérgio Luiz Onzi para o recebimento de PLR, porque não haveria sentido em estabelecer o pagamento de PLR para todos os funcionários, inclusive gerentes e coordenadores, e nada dispor a respeito do cargo de Diretor. Tanto assim que, no titulo da Cláusula Nona do Acordo relativo aos anos de 2005 a 2007, faz menção aos "Gestores", donde se conclui, por óbvio que qualquer funcionário que exerça cargo de gestão na empresa terá direito ao recebimento de PLR. Da nulidade da autuação e da aplicação do Acordo Coletivo Alega, em seguida, ofensa ao art. 142 do CTN, uma vez que a autoridade fiscal, ao não estabelecer qual foi o dispositivo infringido da Lei nº 10.101, de 2000, incorreu em nulidade, na medida em que olvidou a regra do inciso IV do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972. Além disso, alega, para fins de argumentação, que a fiscalização deveria ter efetuado a glosa parcial dos valores de PLR pago aos gestores, e não a glosa total, visto que o Acordo Coletivo firmado deve ser observado, porque válido e eficaz. De acordo com o Relatório Fiscal, a empresa informa que as regras utilizadas para o cálculo e pagamento da PLR aos gestores em 2006 e 2007 tiveram por base o Acordo de 2008, o que teria gerado pagamento a maior. Destaca, todavia, que a autoridade fiscal, ao realizar os referidos cálculos, reconheceu, mesmo que indiretamente, a clareza das regras, que sempre considerou como inexistentes, demonstrando o cumprimento, pela impugnante, da Lei nº 10.101, de 2000. Argui que, entendendo a fiscalização que o pagamento efetuado se deu em desacordo com o previsto, deveria ter realizado o cálculo da diferença a ser lançada. Dos pedidos Requer, ao fim: a) a suspensão do crédito tributário, nos termos do art. 151, III, do CTN; b) a aplicação do princípio da conexão com o AI 37.253.224-1; c) o reconhecimento da inexistência de disposição legal que impeça a impugnante de diferenciar as formas de pagamento de PLR entre os gestores e os demais funcionários, o que afasta a necessidade de informar tais valores em GFIP; d) o afastamento da falta de clareza para o pagamento de PLR aos gestores, tendo em vista a existência de regras claras e objetivas na cláusula décima dos acordos firmados; e) a nulidade do lançamento em relação aos valores de PLR pagos aos gestores demitidos; Fl. 171DF CARF MF Fl. 12 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 f) a nulidade do lançamento em relação aos valores pagos ao Diretor, cargo integrante da gestão, preenchido por segurado empregado; g) a nulidade do lançamento por ausência de indicação do dispositivo legal não observado ou, alternativamente, a aplicação das normas dispostas aos demais empregados no acordo firmado; final da transcrição do relatório contido no Acórdão 09-53.664 2.1. É oportuno trazer a visão do Demonstrativo da Multa Aplicada Mais Benéfica (e- fls 35). 2.2. Ao julgar improcedente a impugnação, o acórdão recorrido tem a ementa que se segue: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 28/02/2006 a 28/02/2008 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS EM DESACORDO COM LEI ESPECÍFICA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. O pagamento de valores, a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, em desacordo com a lei específica, enseja a incidência da contribuição previdenciária. Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 28/02/2006 a 28/02/2008 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. GFIP. FATOS GERADORES. OMISSÃO. Constitui infração à legislação previdenciária a empresa deixar de informar em GFIP todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias. 3. Interposto o recurso voluntário (e-fls 135/152), ao iniciar razões com breve exposição dos fatos, as averiguações do procedimento fiscal (e-fls 136/137), os fundamentos da Fl. 172DF CARF MF Fl. 13 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 impugnação oferecida (e-fls 138/139) e da decisão de primeira instância (e-fls e139/140), enumera as questões que, na sua visão, merecem ser apreciadas pelo Colegiado. 3.1. Faz-se a transcrição de tais questões (e-fls 141): 1. Cálculo de parte da PLR dos seus Gestores vinculado aos resultados do GRUPO RANDON (ressalte-se que a questão relativa à possibilidade da adoção de critérios distintos por cargos já foi validada pela DRJ); 2. Os pagamentos da PLR realizados em 2007 e 2008 estariam em desconformidade com os critérios previstos nos respectivos Acordos (os pagamentos realizados em 2006 foram considerados válidos e excluídos do lançamento – contra o que a Recorrente não se opõe); 3. Possibilidade de efetuar pagamentos de PLR realizados ao Diretor, diante da ausência de expressa designação deste cargo nos Acordos de PLR, e; 4. Pagamentos realizados aos Gestores demitidos, por conta da ausência de definição, nos Acordos, de tal expediente (pagamento posterior ao desligamento). 3.2. Sustenta a necessidade de revisão do valor da multa aplicada (e-fls 141); 3.3. Na sequência, subdivide a exposição nos seguintes tópicos: III.1) Contexto no qual se inserem os Acordos de PLR da Recorrente – Resultados Consolidados (e-fls 142/146); III.2) Pagamentos PLR x Critérios previstos nos respectivos Acordos (e-fls 146/148); III.3) PLR para cargo de Diretor (e-fls 148/149); III.4) PLR para Gestores demitidos (e-fls 149/151); III.5) Da indevida imputação de responsabilidade aos sócios da recorrente (e-fls151) 3.4. Faz-se a transcrição dos pedidos (e-fls 151): 1. seja declarada a IMPROCEDÊNCIA da r. decisão recorrida, com a conseqüente EXTINÇÃO dos respectivos créditos tributários, ou; 2. acaso assim não se entenda, que seja revisto o VALOR DA MULTA aplicada e afastada a IMPUTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE AOS SÓCIOS. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Sávio Nastureles, Relator. 4. O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade. Fl. 173DF CARF MF Fl. 14 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 5. Consoante relatório fiscal (e-fls 21): 3. Especificamente, a empresa está sendo autuada porque não declarou em Guia de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social (GFIP), referente as competências 02/2006, 02/2007 e 02/2008, as contribuições destinadas à Seguridade Social, previstas no art. 22, I e II da Lei n2 8.212/91, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados, a titulo de Participação nos Lucros ou Resultados. Tais participações foram pagas em desacordo com a legislação especifica. (...) 7.3. O calculo dos valores das multas aplicadas, efetuado de acordo com a legislação anterior e posterior A publicação da MP n2 449/08, convertida na Lei 11.941/09, esta explicitado no "Demonstrativo da Multa Aplicada Mais Benéfica ao Contribuinte" (em anexo), tendo sido aplicada como penalidade mais benéfica (em observância ao art. 106, inciso II, alínea 'c', da Lei 5.172/66, do CTN), a prevista na legislação anterior A publicação da MP 449/2008 (CFL 68) para os fatos geradores relativos as competências 02/2006, 02/2007 e 02/2008 (coluna L) e, para as demais competências (10/2007, 03/2008 e 07/2008), a multa mais benéfica é a multa do lançamento de oficio de 75% do tributo devido (coluna K) introduzida pela citada MP. 7.4. Para as competências 02/2006, 02/2007 e 02/2008, em que a multa de mora é a mais benéfica, foi lavrado o presente Auto de Infração - AI. VVIINNCCUULLAAÇÇÃÃOO DDEE PPRROOCCEESSSSOOSS -- AAIIOOAA EE AAIIOOPP 6. A questão central do recurso voluntário sob exame consiste, pois, em decidir sobre a procedência ou não do auto-de-infração (AI DEBCAD 37.253.227-6) lavrado pela auditoria fiscal, por omissão em GFIP dos fatos geradores apurados nos processos principais, AIOP ( AI DEBCAD nº 37.253.224-1, 37.253.225-0 e 37.253.226-8). Vinculação por conexão AIOP Processo Debcad 11020.002314/2010-13 37.253.224-1 11020.002315/2010-50 37.253.225-0 11020.002316/2010-02 37.253.226-8 6.1. Cabe esclarecer que este Colegiado teve a oportunidade de apreciar os recursos voluntários interpostos no processos que versam sobre as obrigações principais (AIOP) na mesma sessão 1 em que sucede o julgamento do recurso no processo em que se questiona o AIOA. 78 - Processo nº: 11020.002314/2010-13 - Recorrente: MASTER SISTEMAS AUTOMOTIVOS LTDA e Recorrida: FAZENDA NACIONAL 79 - Processo nº: 11020.002315/2010-50 - Recorrente: MASTER SISTEMAS AUTOMOTIVOS LTDA e Recorrida: FAZENDA NACIONAL 80 - Processo nº: 11020.002316/2010-02 - Recorrente: MASTER SISTEMAS AUTOMOTIVOS LTDA e Recorrida: FAZENDA NACIONAL 1 Pauta de julgamentos do dia 07/05/2019, itens 78 a 82. Fl. 174DF CARF MF Fl. 15 do Acórdão n.º 2301-006.033 - 2ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11020.002317/2010-49 6.2. Conforme as decisões exaradas pelo Colegiado ao julgar os processos (AIOP) supra referidos, verifica-se que em todos foi negado provimento ao recurso voluntário, mantendo a exigência fiscal sobre verbas ali discutidas. 7. A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionada ao resultado dos autos de infração de obrigações principais AIOP lavradas sobre os mesmos fatos geradores. Por esse modo, a solução do presente recurso, referente à exigência da obrigação acessória, tem o mesmo desfecho dos processos que tratam das obrigações principais. RREETTRROOAATTIIVVIIDDAADDEE BBEENNIIGGNNAA.. CCRRIITTÉÉRRIIOOSS DDOO CCÁÁLLCCUULLOO DDAA MMUULLTTAA MMAAIISS BBEENNÉÉFFIICCAA 8. No caso concreto, havendo a lavratura de AIOP e AIOA, verifica-se a aplicabilidade do enunciado da Súmula CARF nº 119: No caso de multas por descumprimento de obrigação principal e por descumprimento de obrigação acessória pela falta de declaração em GFIP, associadas e exigidas em lançamentos de ofício referentes a fatos geradores anteriores à vigência da Medida Provisória n° 449, de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, a retroatividade benigna deve ser aferida mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores, com a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. CCOONNCCLLUUSSÃÃOO 9. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Antonio Sávio Nastureles Fl. 175DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.927909/2016-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jul 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 24/06/2010
COMPENSAÇÃO DE OFÍCIO. DISCORDÂNCIA DO CONTRIBUINTE. CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA NOS TERMOS DO ART. 151 DO CTN. RETENÇÃO DO VALOR A SER RESSARCIDO. IMPOSSIBILIDADE. COMPENSAÇÃO VOLUNTÁRIA. HOMOLOGAÇÃO. STJ. RECURSO REPETITIVO. ART. 62, §2º DO RICARF.
Não se pode impor compensação de ofício ou reter valores passíveis de ressarcimento, nos termos do parágrafo único do artigo 73 da Lei n° 9.430/1996 c/c § 4º do art. 89 da Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017, quando os débitos do contribuinte para com o Fisco estiverem com exigibilidade suspensa nos termos do art. 151 do CTN. Deve ser homologada a compensação voluntária declarada. Reprodução do entendimento firmado pelo STJ no Resp n°1.213.082/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos, por força do §2° do art. 62 do RICARF.
Numero da decisão: 3401-006.459
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Fernanda Vieira Kotzias, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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DISCORDÂNCIA DO CONTRIBUINTE. CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA NOS TERMOS DO ART. 151 DO CTN. RETENÇÃO DO VALOR A SER RESSARCIDO. IMPOSSIBILIDADE. COMPENSAÇÃO VOLUNTÁRIA. HOMOLOGAÇÃO. STJ. RECURSO REPETITIVO. ART. 62, §2º DO RICARF. Não se pode impor compensação de ofício ou reter valores passíveis de ressarcimento, nos termos do parágrafo único do artigo 73 da Lei n° 9.430/1996 c/c § 4º do art. 89 da Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017, quando os débitos do contribuinte para com o Fisco estiverem com exigibilidade suspensa nos termos do art. 151 do CTN. Deve ser homologada a compensação voluntária declarada. Reprodução do entendimento firmado pelo STJ no Resp n°1.213.082/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos, por força do §2° do art. 62 do RICARF. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Fernanda Vieira Kotzias, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 92 79 09 /2 01 6- 24 Fl. 47DF CARF MF 2 Relatório Tratase de recurso voluntário em face da decisão da Delegacia de Julgamento em Curitiba que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, conforme ementa abaixo transcrita: (...) DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. NÃO HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE RECONHECIDO EM PER. DISCORDÂNCIA QUANTO À COMPENSAÇÃO EM PROCEDIMENTO DE OFÍCIO. Correta a não homologação da declaração de compensação vinculada a pedido de restituição deferido parcialmente e a manifesta discordância do contribuinte quanto aos procedimentos de compensação de ofício, tendo em vista que o direito creditório reconhecido encontrase retido até que os débitos existentes em nome do contribuinte para com a Fazenda Pública sejam liquidados. Cientificada do acórdão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, sustentando que: a) o crédito utilizado na compensação já foi reconhecido pela autoridade administrativa, como consta expressamente da decisão recorrida; b) o crédito não deve ser objeto de retenção, com fundamento no parágrafo único do artigo 73 da Lei n° 9.430/1996 c/c § 4º do art. 89 da Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017, em razão da discordância da Recorrente quanto à realização da compensação de ofício, pois os débitos estão com exigibilidade suspensa conforme a certidão positiva com efeitos de negativa apresentada; c) as normas que preveem a retenção de créditos em razão da negativa de se proceder à compensação de ofício de débitos com exigibilidade suspensa contrariam o art. 151 do Código Tributário Nacional e o art. 146, III, ‘b’ da Constituição, que confere a tal código a competência para dispor sobre crédito tributário; d) deve ser reproduzida pelo Conselho a tese formulada pelo STJ no REsp n° 1.213.082/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos, que considera ilegal a compensação de ofício de débitos com exigibilidade suspensa na forma do art. 151 do CTN, por força do §2° do art. 62 do RICARF. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevsan, Relator Fl. 48DF CARF MF Processo nº 10680.927909/201624 Acórdão n.º 3401006.459 S3C4T1 Fl. 3 3 O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 3401006.346, de 17 de junho de 2019, proferido no julgamento do Processo nº 10680.925847/201616. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3401006.346): "A controvérsia posta nos autos, acerca da não homologação da compensação declarada no PER/DCOMP nº 17327.68767.220416.1.3.040501, reside especificamente na possibilidade de o Fisco reter os créditos que a Recorrente pretende compensar em razão da discordância desta quanto à realização de sua compensação de ofício com outros débitos da empresa, os quais se encontram com exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151 do CTN. A fiscalização aplicou à espécie o parágrafo único do artigo 73 da Lei n° 9.430/1996 c/c § 4º do art. 89 da Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017, a seguir reproduzidos: Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996 (...) Art. 73. A restituição e o ressarcimento de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ou a restituição de pagamentos efetuados mediante DARF e GPS cuja receita não seja administrada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil será efetuada depois de verificada a ausência de débitos em nome do sujeito passivo credor perante a Fazenda Nacional. (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) I (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) II (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) Parágrafo único. Existindo débitos, não parcelados ou parcelados sem garantia, inclusive inscritos em Dívida Ativa da União, os créditos serão utilizados para quitação desses débitos, observado o seguinte: (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013) I o valor bruto da restituição ou do ressarcimento será debitado à conta do tributo a que se referir; (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013) II a parcela utilizada para a quitação de débitos do contribuinte ou responsável será creditada à conta do respectivo tributo. (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013) Instrução Normativa RFB nº 1.717 de 2017 (...) Da Compensação de Ofício Fl. 49DF CARF MF 4 Art. 89. A restituição e o ressarcimento de tributos administrados pela RFB ou a restituição de pagamentos efetuados mediante DARF e GPS cuja receita não seja administrada pela RFB será efetuada depois de verificada a ausência de débitos em nome do sujeito passivo credor perante a Fazenda Nacional. § 1º Existindo débito, ainda que consolidado em qualquer modalidade de parcelamento, inclusive de débito já encaminhado para inscrição em Dívida Ativa da União, de natureza tributária ou não, o valor da restituição ou do ressarcimento deverá ser utilizado para quitálo, mediante compensação em procedimento de ofício. § 2º A compensação de ofício de débito parcelado restringese aos parcelamentos não garantidos. § 3º Previamente à compensação de ofício, deverá ser solicitado ao sujeito passivo que se manifeste quanto ao procedimento no prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento de comunicação formal enviada pela RFB, sendo o seu silêncio considerado como aquiescência. § 4º Na hipótese de o sujeito passivo discordar da compensação de ofício, a autoridade da RFB competente para efetuar a compensação reterá o valor da restituição ou do ressarcimento até que o débito seja liquidado. (grifo nosso) Assim, verificada a existência de débitos e ante a discordância da Recorrente quanto à realização da compensação de ofício, os valores a serem restituídos foram retidos até a liquidação dos débitos em aberto e, com isso, indeferido o pedido de compensação por ausência de saldo disponível, procedimento que veio a ser confirmado pela decisão recorrida. A Recorrente se insurge contra tal procedimento, sob a alegação de que seus débitos em aberto estariam com exigibilidade suspensa nos termos do art. 151 do CTN, fazendo prova do alegado mediante juntada de certidão positiva com efeitos de negativa. Deste modo, procederse à compensação de ofício de créditos tributários com exigibilidade suspensa significaria extinguir compulsoriamente créditos sequer exigíveis, tendo a Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017 exorbitado de seu poder regulamentar ao contrariar o art. 151 do CTN e a própria Constituição Federal em seu art. 146, III, b, que atribui competência à lei complementar para dispor sobre crédito tributário. Sobre o tema, o STJ já se manifestou, sob a sistemática dos recursos repetitivos (tema 484), no Resp. n° 1.213.082/PR, cujo ementa reproduzo: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543C, DO CPC). ART. 535, DO CPC, AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. COMPENSAÇÃO DE OFÍCIO PREVISTA NO ART. 73, DA LEI N. 9.430/96 E NO ART. 7º, DO DECRETOLEI N. 2.287/86. CONCORDÂNCIA TÁCITA E RETENÇÃO DE VALOR A SER RESTITUÍDO OU RESSARCIDO PELA SECRETARIA DA Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10680.927909/201624 Acórdão n.º 3401006.459 S3C4T1 Fl. 4 5 RECEITA FEDERAL. LEGALIDADE DO ART. 6º E PARÁGRAFOS DO DECRETO N. 2.138/97. ILEGALIDADE DO PROCEDIMENTO APENAS QUANDO O CRÉDITO TRIBUTÁRIO A SER LIQUIDADO SE ENCONTRAR COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA (ART. 151, DO CTN). 1. Não macula o art. 535, do CPC, o acórdão da Corte de Origem suficientemente fundamentado. 2. O art. 6º e parágrafos, do Decreto n. 2.138/97, bem como as instruções normativas da Secretaria da Receita Federal que regulamentam a compensação de ofício no âmbito da Administração Tributária Federal (arts. 6º, 8º e 12, da IN SRF 21/1997; art. 24, da IN SRF 210/2002; art. 34, da IN SRF 460/2004; art. 34, da IN SRF 600/2005; e art. 49, da IN SRF 900/2008), extrapolaram o art. 7º, do DecretoLei n. 2.287/86, tanto em sua redação original quanto na redação atual dada pelo art. 114, da Lei n. 11.196, de 2005, somente no que diz respeito à imposição da compensação de ofício aos débitos do sujeito passivo que se encontram com exigibilidade suspensa, na forma do art. 151, do CTN (v.g. débitos inclusos no REFIS, PAES, PAEX, etc.). Fora dos casos previstos no art. 151, do CTN, a compensação de ofício é ato vinculado da Fazenda Pública Federal a que deve se submeter o sujeito passivo, inclusive sendo lícitos os procedimentos de concordância tácita e retenção previstos nos §§ 1º e 3º, do art. 6º, do Decreto n. 2.138/97. Precedentes: REsp. Nº 542.938 RS, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 18.08.2005; REsp. Nº 665.953 RS, Segunda Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 5.12.2006; REsp. Nº 1.167.820 SC, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 05.08.2010; REsp. Nº 997.397 RS, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, julgado em 04.03.2008; REsp. Nº 873.799 RS, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12.8.2008; REsp. n. 491342/PR, Segunda Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 18.05.2006; REsp. Nº 1.130.680 RS Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19.10.2010. 3. No caso concreto, tratase de restituição de valores indevidamente pagos a título de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica IRPJ com a imputação de ofício em débitos do mesmo sujeito passivo para os quais não há informação de suspensão na forma do art. 151, do CTN. Impõese a obediência ao art. 6º e parágrafos do Decreto n. 2.138/97 e normativos próprios. 4. Recurso especial parcialmente provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008. (REsp 1213082/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/08/2011, DJe 18/08/2011) Fl. 51DF CARF MF 6 No julgado, a Corte reconheceu a ilegalidade da imposição de compensação de ofício aos débitos com exigibilidade suspensa por força do art. 151 do CTN e, in casu, verificase que a certidão apresentada às fls. 27/28 menciona expressamente que os débitos da Recorrente estão com exigibilidade suspensa nos termos do art. 151 do CTN. Desta feita, impende a aplicação do §2° do art. 62 do RICARF para reproduzir o entendimento do STJ, a fim de possibilitar a compensação pleiteada, ressalvandose a necessidade de renovação da certidão positiva com efeitos de negativa por ocasião da liquidação deste julgado para se verificar a permanência do requisito de suspensão da exigibilidade dos débitos. Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário e, no mérito, DAR PROVIMENTO ao mesmo." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu por CONHECER do Recurso Voluntário e, no mérito, DAR PROVIMENTO ao mesmo. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevsan Fl. 52DF CARF MF
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Numero do processo: 10980.905293/2009-27
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 05 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jun 21 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2004
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO CERTA E LÍQUIDA DO INDÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO.
A comprovação deficiente do indébito fiscal ao qual se deseja compensar ou ter restituído não pode fundamentar tais direitos. Somente o direito creditório comprovado de forma certa e líquida dará ensejo a compensação e/ou restituição do indébito fiscal.
Numero da decisão: 1003-000.744
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama.
Nome do relator: MAURITANIA ELVIRA DE SOUSA MENDONCA
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COMPROVAÇÃO CERTA E LÍQUIDA DO INDÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO. A comprovação deficiente do indébito fiscal ao qual se deseja compensar ou ter restituído não pode fundamentar tais direitos. Somente o direito creditório comprovado de forma certa e líquida dará ensejo a compensação e/ou restituição do indébito fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva - Presidente (documento assinado digitalmente) Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama. Relatório Trata-se de recurso voluntário contra acórdão de nº 0639.131, proferido pela 1ª Turma da DRJ/CTA, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da Recorrente, não conhecendo do direito creditório. Por economia processual e por resumir resume bem o início da contenda, adoto o relatório da decisão "a quo" e passo a transcrevê-lo abaixo: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 90 52 93 /2 00 9- 27 Fl. 175DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 1003-000.744 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.905293/2009-27 “Cuida o presente processo do PER/DCOMP Nº 32128.50555.150405.1.3.046887, transmitido em 15/04/2005 (fls. 99), informando: Crédito de Pagto Indev ou a Maior de IRPJ, no Vr. Original do Crédito Inicial de R$ 17.537,09 e Crédito Original na Data da Transmissão de R$ 15.110,92 (fls. 101); Nº do PER/DCOMP Inicial 16315.47239.150205.1.3.047711 (fls 101); DARF citado IRPJ, Cód Rec. 5993, PA 30/11/2004, Vr. R$ 27.302,86 (fls. 2), cuja compensação não foi homologada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Curitiba PR, pois o DARF discriminado, fonte do Direito Creditório, foi localizado nos sistemas da RFB, mas estava totalmente utilizado para quitação de débito do contribuinte, conforme se vê do Despacho Decisório de fls. 02: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 15.110,92 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Deste Despacho Decisório o contribuinte tomou ciência em 02/04/2009, conforme fls. 03. 3. Em face da NÃO HOMOLOGAÇÃO das compensações, os débitos indevidamente compensados, com os respectivos acréscimos legais, foram cobrados do interessado, para pagamento em 30 dias. Neste mesmo prazo, foi lhe facultada a apresentação de Manifestação de Inconformidade à Delegacia da Receita Federal de Julgamento. 4. Em 04/05/2009, o interessado interpôs Manifestação de Inconformidade, de fls. 0506. 5. Alega/requer a manifestante, que: a) O PER/DCOMP objeto deste processo, nº 32128.50555.150405.1.3.0468878, tem como PER/DCOMP inicial o de nº 16315.47239.150205.1.3.04.7711, sendo que este teve seu cancelamento requerido em 31/05/2005, por intermédio do PER/DCOMP 26564.47568.310505.1.8.040776 (fls.9798),razão pela qual entende que o PER/DCOMP nº 32128.50555.150405.1.3.0468878 tornou-se automaticamente nula. b) Em seguida transmitiu o PER/DCOMP 17926.71973.310505.1.3.028004, com Direito Creditório de Saldo Negativo de IRPJ Exercício 2005 (fls. 104108), Fl. 176DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 1003-000.744 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.905293/2009-27 para compensar o mesmo Débito do PER/DCOMP que se solicitou cancelamento. c) Assim, requer a reforma do Despacho Decisório, “para manter o direito a compensação pleiteada, extinguindo por fim o referido débito objeto da compensação”. (...) A 1ª Turma da DRJ/CTA não conheceu da manifestação de inconformidade, registrando que as Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), por expressa disposição normativa, tem a competência para julgar manifestação de inconformidade, contra a não homologação da compensação, nos termos do § 2º, artigo 66, da IN RFB 900/2008, tampouco adentrar às análises de mérito da situação, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano- calendário: 2004 PER/DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. PGTO INDEVIDO OU A MAIOR TOTALMENTE UTILIZADO. PEDIDO PARA CANCELAMENTO DE PER/DCOMP. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. FORMA INAPROPRIADA. A Manifestação de Inconformidade não é veículo para se requerer o cancelamento de PER/DCOMP, podendo-se através dela, apenas, contestar a não-homologação da compensação ou o não reconhecimento do Direito Creditório, consoante previsão do § 9º, art. 74, da Lei 9.430/96 e da legislação tributária, contida nas IN SRF e RFB regentes da matéria. Manifestação de Inconformidade Não Conhecida Sem Crédito em Litígio Inconformada com a decisão, a Recorrente apresentou recurso voluntário, ratificou os argumentos elencados em sua Manifestação de Inconformidade e, requereu a juntada das declarações (DCTF, PER/DCOMP) mencionadas em sua peça e alegou que o mérito da matéria deve ser analisado, por ser totalmente indevido o débito exigido pela PERD/COMP 32128.50555.150405.1.3.04-6887, "pois este mesmo débito foi compensado pela PERD/COMP nº 17926.71973.310505.1.3.02-8004, já homologada e inclusive declarada na DCFT do período". E por fim: É o Relatório Voto Conselheira Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de Fl. 177DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 1003-000.744 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.905293/2009-27 março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. Conforme já relatado, o cerne da discussão reside no PER/DComp apresentado pela Recorrente, no qual pleiteou o deferimento de crédito, decorrente de pagamento indevido ou a maior de IRPJ, e declarou a compensação deste crédito com débitos de estimativas do mesmo tributo. A Delegacia da Receita Federal do Brasil, por meio de Despacho Decisório, decidiu não homologar a compensação declarada. A DRF constatou que o valor integral do DARF informado pela Recorrente no PER/DComp havia sido inteiramente utilizado. Portanto, não havia saldo para a compensação pretendida. A Recorrente, todavia, argumentou, tanto na Manifestação de Inconformidade, quanto no Recurso ora analisado que, em síntese, teria cometido erro de fato no preenchimento do PER/DComp, uma vez que deveria ter pleiteado crédito decorrente de saldo negativo de IRPJ ao invés de pagamento indevido ou a maior e apresentou declarações retificadoras nas quais corrigiu a informação e passou a registrar o dito saldo negativo. É oportuno reprisar que o crédito que foi submetido pela Recorrente à análise de liquidez e certeza por parte da autoridade administrativa, com fulcro no artigo 170 do CTN, derivava de pagamento a maior ou indevido de IRPJ. O pedido de repetição decorrente do direito creditório calcado em pagamento a maior ou indevido de IRPJ foi corretamente indeferido pela autoridade administrativa competente. E, na esteira dos ensinamentos acima mencionados, as autoridades julgadoras são incompetentes para efetuar o exame inaugural da liquidez e certeza de um crédito diverso, qual seja, de um crédito decorrente de saldo negativo de IRPJ. Neste sentido, realmente não competia à DRJ proceder à análise pedida pelo contribuinte na Manifestação de Inconformidade. Por outro lado, a Recorrente, no recurso voluntário, apesar de seu inconformismo, colacionou apenas PER/DCOMP's e DCTF para demonstrar e comprovar o suposto erro de fato alegado e a existência do crédito. Ressalta-se: nenhum outro documento de sua contabilidade foi anexado aos autos pela Recorrente. É importante observar que os diplomas normativos de regências da matéria, quais sejam o art. 170 do CTN, antes citado, e o art. 74 da Lei nº 9.430/1996, deixam clara a necessidade da existência de direto creditório líquido e certo no momento da apresentação do Per/DComp, hipótese em que o débito confessado encontrar-se-ia extinto sob condição resolutória da ulterior homologação. Outrossim, a Declaração de Compensação delimita a amplitude de exame do direito creditório alegado pela Recorrente, quanto ao preenchimento dos requisitos de liquidez e de certeza necessários à extinção de débitos tributários. Instaurado o contencioso e estabilizada a lide, qualquer alteração no pedido desnatura o objeto. Ou seja, era impossível para a autoridade administrativa, no momento do Despacho Decisório, identificar o crédito que a Recorrente alegava possuir. Porém, uma vez retificada a DCTF, posteriormente ao citado despacho, deve o contribuinte apresentar documentos contábil-fiscais para comprovar o crédito e, assim, possibilitar a apreciação do litígio. Fl. 178DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 1003-000.744 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.905293/2009-27 Contudo, apenas nas situações comprovadas de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculos existentes no Per/DComp podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento da Requerente, como determina o art. 32 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Por inexatidão material entendem-se os pequenos erros involuntários, desvinculados da vontade do agente, cuja correção não inove o teor do ato formalizado, tais como a escrita errônea, o equívoco de datas, os erros ortográficos e de digitação. Diferentemente o erro de direito, que não é escusável, diz respeito à norma jurídica disciplinadora e aos parâmetros previstos nas normas de regência da matéria. Noutras palavras, o erro de fato é aquele que se situa no conhecimento e compreensão das características da situação fática tais como inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos. Ou seja, o conceito de erro material apenas abrange a inexatidão quanto a aspectos objetivos, não resultantes de entendimento jurídico, como um cálculo errado, a ausência de palavras, a digitação errônea, e hipóteses similares. Nestes casos, a Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o procedimento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória. A este poder/dever corresponde o direito de a Recorrente retificar e ver retificada de ofício a informação fornecida com erro de fato, desde que devidamente comprovado. Mas, a Recorrente assim não procedeu. No mínimo, a Recorrente deveria ter apresentado documentos contábil-fiscais da empresa suficientes para comprovar o crédito e o consequente erro de fato no preenchimento na DCTF original. Ora, sem essas informações é impossível verificar a exatidão das informações declaradas pela Recorrente. O embasamento está no Decreto 7.574/2011, artigos 26 a 27, transcrito a seguir: Art. 26. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 9º, § 1º) Parágrafo único. Cabe à autoridade fiscal a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do disposto no caput (Decreto-Lei no 1.598, de 1977, art. 9º, § 2º). Art. 27. O disposto no parágrafo único do art. 26 não se aplica aos casos em que a lei, por disposição especial, atribua ao sujeito passivo o ônus da prova de fatos registrados na sua escrituração (Decreto-Lei no 1.598, de 1977, art. 9º, § 3º). Salienta-se que a determinação de apresentar os documentos comprobatórios da identificação de crédito, longe de ser mero formalismo, é uma determinação legal, conforme determina o art. 147 da Lei nº 5.172/1966. Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. (Grifou-se) Fl. 179DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 1003-000.744 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.905293/2009-27 A comprovação em questão, portanto, é condição para admissão da retificação realizada, quando essa, como no caso dos autos, reduz tributos. Cabe, pois, à Recorrente produzir o conjunto probatório nos autos de suas alegações, já que o procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Destarte, a Recorrente tem o ônus de instruir os autos com documentos hábeis e idôneos que justifiquem a retificação das informações retificadas. A obrigatoriedade de apresentação das provas pela Recorrente está arrimada no Código de Processo Civil, em seu art. 333: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Com efeito, no âmbito administrativo fiscal, o ônus de provar o direito ao suposto crédito, incumbe a Recorrente, nos termos do art. 16 do Decreto 70.235/72: (...) Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos discordância e as razões e provas que possuir; (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refira-se: a fato ou a direito superveniente; c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Verifica-se que os dados presumidamente errados não podem ser considerados, pois não foram produzidos no processo elementos de prova que evidenciem as alegações da Recorrente (§ 1º do art. 147 do CTN e 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/72). Ora, uma vez que as declarações em discussão foram ajustadas apenas após o despacho decisório, deveriam ter sido acompanhadas de documentos que demonstrassem o equívoco no cálculo do tributo. Mesmo em grau de recurso voluntário a jurisprudência do CARF, na qual me filio, tem aceitado a juntada de documentos posteriormente à manifestação de inconformidade, desde que esclareça pontos fundamentais na ação. Afinal, é em razão do princípio da verdade material que a Recorrente deveria ter colacionado aos autos os documentos contábil-fiscais da empresa, pois a autoridade fiscal poderia ter efetuado a homologação de ofício, uma vez identificada a correição das retificações realizadas. O contrário - homologar a compensação sem os documentos contábeis indispensáveis, considerando apenas PER/DCOMPJ e DCTF - não é observar ao princípio da verdade material, mas agir de forma impudente, pois com base nas declarações e documentos constantes no processo não há como validar os créditos, e, por conseguinte, não pode ser identificada a liquidez e certeza dos créditos em discussão nestes autos (art. 170 CTN). Fl. 180DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 1003-000.744 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.905293/2009-27 Ressalta-se que todos os documentos constantes nos autos foram analisados. As informações constantes na peça de defesa não podem ser consideradas, pois não foram produzidos no processo elementos de prova mediante assentos contábeis e fiscais que evidenciassem as alegações ali constantes. Em suma, de acordo com o já exposto, conclui-se que não foram carreados aos autos pela Recorrente os dados essenciais a produzir um conjunto probatório robusto da liquidez e certeza do direito creditório pleiteado e dos argumentos contidos no recurso voluntário. Isto posto, voto em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, mantendo a decisão recorrida. (documento assinado digitalmente) Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça Fl. 181DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 1003-000.744 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.905293/2009-27 sto posto, voto em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, mantendo a decisão recorrida. (assinado digitalmente) Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça Fl. 182DF CARF MF
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Numero do processo: 10140.901015/2009-92
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 06 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL)
Ano-calendário: 2005
PER/DCOMP. DIPJ. COMPROVAÇÃO EXISTÊNCIA DO CRÉDITO.IMPOSSIBILIDADE.
Conforme inteligência da Súmula CARF nº 92, a DIPJ - Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - tem caráter meramente informativo e não se presta à comprovação da existência e liquidez de indébito tributário.
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO CERTA E LÍQUIDA DO INDÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO.
A comprovação deficiente do indébito fiscal ao qual se deseja compensar ou ter restituído não pode fundamentar tais direitos. Somente o direito creditório comprovado de forma certa e líquida dará ensejo a compensação e/ou restituição do indébito fiscal.
Numero da decisão: 1003-000.760
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama.
Nome do relator: MAURITANIA ELVIRA DE SOUSA MENDONCA
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL) Ano-calendário: 2005 PER/DCOMP. DIPJ. COMPROVAÇÃO EXISTÊNCIA DO CRÉDITO.IMPOSSIBILIDADE. Conforme inteligência da Súmula CARF nº 92, a DIPJ - Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - tem caráter meramente informativo e não se presta à comprovação da existência e liquidez de indébito tributário. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO CERTA E LÍQUIDA DO INDÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO. A comprovação deficiente do indébito fiscal ao qual se deseja compensar ou ter restituído não pode fundamentar tais direitos. Somente o direito creditório comprovado de forma certa e líquida dará ensejo a compensação e/ou restituição do indébito fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva - Presidente (documento assinado digitalmente) Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama. Relatório Trata-se de recurso voluntário contra acórdão de nº 04-27.602, proferido pela 2ª Turma da DRJ/CDE, que julgou a Manifestação de Inconformidade procedente em parte, reconhecendo, parcialmente, o direito creditório pleiteado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 0. 90 10 15 /2 00 9- 92 Fl. 270DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 1003-000.760 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10140.901015/2009-92 Fazendo uma retrospectiva da questão, a Recorrente apresentou a Dcomp n° 30063.29779.050407.1.3.03-0002 (fls. 1 a 8), consignando como crédito "saldo negativo de CSLL" do exercício 2006, ano-calendário 2005, no valor original de R$ 13.439,43. Os débitos indicados para compensação eram de CSLL apuração anual de 2005 e estimativa de CSLL de agosto de 2006. Ocorre que tais compensações não foram homologadas, conforme Despacho Decisório DRF Campo Grande, número de rastreamento 821004720 (fl. 10), sob o fundamento de constatação de divergência entre o saldo negativo apurado na DIPJ/2005 e o informado na Dcomp. Inconformada com o Despacho Decisório em questão, a Recorrente, em 26 de março de 2009, interpôs Manifestação de Inconformidade, de fls. 17 e 18, alegando a existência do valor integral referente ao crédito informado na declaração de compensação apresentada. Segue a íntegra de tais argumentos: "1. Estamos requerendo os créditos dos quais temos direito de acordo com as declarações de Imposto de Renda Pessoa jurídica dos anos de 2002 a 2005, como segue: 2. De acordo com o despacho cópia em anexo, não foi possível confirmar a apuração do crédito, pois o valor informado na Declaração de Informações economico-fiscais da Pessoa Jurídica D1PJ do exercício de 2005/2006 consta um saldo de R$-781,27(setecentos e oitenta e um reais e vinte e sete centavos) a ser compensado no exercício seguinte, porem não esta sendo considerado o saldo dos anos anteriores a esse exercício que a mesma linha credito 2002 a 2004, e a CSSL estimada que pagou no exercício de 2005 no valor de R$- 13.439,43(treze mil, quatrocentos e trinta e nove reais e quarenta e três centavos), c que quando a mesma foi notificada a apresentar o Pcr/Dcomp instituído em 11/04/2003, nos dirigimos a Delegacia da Receita Federal setor Plantão Fiscal e o fizemos conforme orientação do Sr.Fiscal Plantonista, e a declaração do imposto de renda conforme manual do mesmo. 3. A empresa supra iniciou suas atividades cm 16 de setembro de 2002, com a tributação de Lucro real Estimado, nesse período foi pago o valor de R$- 104,49(cento c quatro reais e quarenta e nove centavos) de CSSL estimado, sendo que desses valores recolhidos foi utilizado o montante total da CSSL, não houve sobra, pois ainda foi pago um montante de R$ 71,81 (setenta c um reais e oitenta c um centavos). 4. No exercício de 2003 foi tributada também como lucro real estimado, foi pago o valor de R$ 1.864,56(Um mil oitocentos e sessenta e quatro reais e cincoenta e seis centavos) de CSSL estimada, e o lucro apurado no período utilizou o valor de CSSL R$- 930,58 (Novecentos c trinta reais e cincoenta c oito centavos) restando um saldo a compensar desse exercício de R$- 933,98(Novecentos e trinta c três reais e noventa e oito centavos) de CSSL. 5. No exercício de 2.004 foi tributada também como lucro real estimado, sendo que foi pago no período o valor de CSSL de R$-6.855,01(seis mil, oitocentos e cincoenta e cinco reais e um centavos), sendo utilizado desse valor o montante de R$-4.724,24 (Quatro mil, setecentos e vinte e quatro reais e vinte e quatro centavos) de CSSL, restando um saldo de R$-2.130,77 de CSSL, a compensar. 6. No inicio do exercício de 2005, nos tínhamos um montante de R$-2.130,77 de contribuição social a compensar ref. Exercícios anteriores a qual foi utilizada com pagamentos de CSSL do exercício, e no exercício de 2005, o valor de Fl. 271DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 1003-000.760 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10140.901015/2009-92 CSSL estimada foi de R$-13.439,43(Treze mil, quatrocentos e trinta e nove reais e quarenta e três centavos) o qual foi utilizado para abater a CSSL sobre o lucro de R$-12.658,16(Doze mil, seiscentos e cincoenta c oito reais e dezesseis centavos), essa estimativa foi lançada na Ficha 17 ítem 52. CSSL pga a por estimativa restando o saldo a compensar de R$-781,77 (Setecentos e oitenta e um reais e setenta e sete centavos) constante no Despacho decisório, esses lançamentos foram feitos de acordo com o manual do Imposto de Renda da data da Declaração, onde dizia que o valor pago por estimativa referente a CSSL paga no exercício deviria ali ser lançada, conforme copia da Declaração, DCTF, Perdcomp em anexo. Pelas razões expostas, solicitamos o cancelamentos dos despachos rescisórios acima identificado, já que não lemos débito algum, ao contrario temos credito a ser ressarcido nos exercícios posteriores." Por sua vez, 2ª Turma da DRJ/CGE, ao apreciar a manifestação de inconformidade interposta, julgou-a procedente em parte, reconhecendo o direito creditório de para reconhecer o saldo negativo no valor de R$781,27, pois cada Dcomp deve se referir a apenas um exercício. Aludida decisão restou assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL Ano-calendário: 2005 DCOMP. SALDO NEGATIVO. Comprovados os pagamentos das estimativas nos valores informados na Dcomp, reconhece-se o crédito deles decorrente até o valor do saldo negativo corretamente apurado. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Inconformada com a decisão, a Recorrente apresentou recurso voluntário, aproveitando a oportunidade para efetuar a juntada de suas declarações fiscais e de vários formulário denominados "Pedido de Revisão Débito Inscrito em Dívida Ativa da União" (fls. 218 a 224) e alegou . Fl. 272DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 1003-000.760 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10140.901015/2009-92 Fl. 273DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 1003-000.760 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10140.901015/2009-92 Fl. 274DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 1003-000.760 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10140.901015/2009-92 É o relatório. Voto Conselheiro Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça, Relatora. O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. Conforme já relatado, trata-se de processo em que se discute a não homologação total da compensação informada em DCOMP´s, já que Delegacia da Receita Federal do Brasil, por meio de Despacho Decisório, decidiu homologar parcialmente a compensação declarada. pois o valor Informado na Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) não correspondia ao valor do saldo negativo informado no PER/DCOMP. De fato o valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito Saldo negativo de CSLL AC 2005 R$13.439,43 , enquanto o valor informado na DIPJ era de: R$ 781,27 Ante tal inconsistência de valores, a DRJ julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade, interposta pela Recorrente, para reconhecer R$ 781,27 (valor original), relativo ao saldo negativo da CSLL do ano-calendário 2005., já que direitos creditórios relativos a saldos negativos períodos de pauração anteriores devem constar em Dcomps autônomas. Em seu Recurso Voluntário aduz alegações no sentido de que devem ser consideradas, para fins de apuração base negativa da CSLL, as estimativas do ano de 2005 Fl. 275DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 1003-000.760 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10140.901015/2009-92 compensadas com direitos creditórios de anos anteriores (2002, 2003 e 2004), inclusive por falta de campo próprio no formulário de Per/DComp. Ocorre que, a Recorrente, no recurso voluntário, colacionou apenas PER/DCOMP's e DCTF para demonstrar e comprovar suas alegações e a suposta existência do crédito em valor superior ao já confirmado pela DRJ. Repise-se: a Recorrente não trouxe à colação qualquer documentação, a exemplo de livros e documentos fiscais e contábeis, que evidenciasse o suposto erro no preenchimento das declarações, o que justificaria a divergência entre os valores declarados nos PER/DCOMPS e aqueles constantes em DIPJ. Ou seja, pela análise dos autos, está claro que Recorrente não acostou aos autos conjunto probatório robusto que comprovasse existência do crédito alegado. Isso porque, a DIPJ, embora seja um documento importante, não comprova as alegações do autor de valor do crédito superior ao já concedido no acórdão de piso, por se tratar de mera declaração sem efeitos de confissão de dívidas, tendo, pois, apenas efeitos informativos (Instrução Normativa SRF n° 014/2000). Portanto, a DIPJ, como elemento probatório, não supre a inércia da contribuinte em apresentar a escrituração contábil e fiscal, por ser uma prestação de informações unilateral que sequer está sujeita à revisão por parte da Administração Tributária. Nesta toada, conforme inteligência da Súmula CARF nº 92, a DIPJ - Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica tem caráter meramente informativo e não se presta à comprovação da existência e liquidez de indébito tributário. É importante observar, ainda, que os diplomas normativos de regências da matéria, quais sejam o art. 170 do Código Tributário Nacional e o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, deixam clara a necessidade da existência de direto creditório líquido e certo no momento da apresentação do Per/DComp, hipótese em que o débito confessado encontrar-se-ia extinto sob condição resolutória da ulterior homologação. Ora, a Declaração de Compensação delimita a amplitude de exame do direito creditório alegado pela Recorrente quanto ao preenchimento dos requisitos de liquidez e de certeza necessários à extinção de débitos tributários. Instaurado o contencioso e estabilizada a lide, qualquer alteração no pedido desnatura o objeto. Apenas nas situações comprovadas de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculos existentes no Per/DComp podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento da Requerente, como determina o art. 32 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Por inexatidão material entendem-se os pequenos erros involuntários, desvinculados da vontade do agente, cuja correção não inove o teor do ato formalizado, tais como a escrita errônea, o equívoco de datas, os erros ortográficos e de digitação. Diferentemente o erro de direito, que não é escusável, diz respeito à norma jurídica disciplinadora e aos parâmetros previstos nas normas de regência da matéria. Noutras palavras, o erro de fato é aquele que se situa no conhecimento e compreensão das características da situação fática tais como inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos. Ou seja, o conceito de erro material apenas abrange a inexatidão quanto a aspectos objetivos, não resultantes de entendimento jurídico, como um cálculo errado, a ausência de palavras, a digitação errônea, e hipóteses similares. Fl. 276DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 1003-000.760 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10140.901015/2009-92 Nestes casos, a Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o procedimento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória. A este poder/dever corresponde o direito de a Recorrente retificar e ver retificada de ofício a informação fornecida com erro de fato, desde que devidamente comprovado. Mas, a Recorrente assim não procedeu, consoante já explicitado. No mínimo, a Recorrente deveria ter apresentado, , os documentos contábil-fiscais da empresa suficientes para comprovar o crédito e o consequente erro em alguma de suas declarações fiscais, sem essas informações é impossível verificar a exatidão das informações declaradas pela Recorrente. Mesmo em grau de recurso voluntário a jurisprudência do CARF, na qual me filio, tem aceitado a juntada de documentos posteriormente à manifestação de inconformidade, desde que esclareça pontos fundamentais da controvérsia. Deste modo, a determinação de apresentar os documentos comprobatórios da identificação de crédito anteriormente não declarado, longe de ser mero formalismo, é uma determinação legal, conforme determina o art. 147 da Lei nº 5.172/1966. Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Cabe, pois, à Recorrente produzir o conjunto probatório nos autos de suas alegações, já que o procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. A obrigatoriedade de apresentação das provas pela Recorrente está arrimada no Código de Processo Civil, em seu art. 333: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Com efeito, no âmbito administrativo fiscal, o ônus de provar o direito ao suposto crédito, incumbe a Recorrente, nos termos do art. 16 do Decreto 70.235/72: (...) Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos discordância e as razões e provas que possuir; (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refira-se: a fato ou a direito superveniente; Fl. 277DF CARF MF Fl. 9 do Acórdão n.º 1003-000.760 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10140.901015/2009-92 c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Desta maneira, para que haja o reconhecimento do direito creditório é necessário um cuidadoso exame do pagamento a maior de tributo, uma vez que é absolutamente essencial verificar a precisão dos dados informados em todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal. Conforme determinam os §§ 1º e 3º do art. 9º do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais, exceto nos casos em que a lei, por disposição especial, atribua a ele o ônus da prova de fatos registrados na sua escrituração. Nesse sentido também vale ressaltar o disposto no art. o art. 195 do Código Tributário Nacional e o art. 4º do Decreto-Lei nº 486, de 03 de março de 1969, que preveem, em última análise, "que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram." Outrossim, é em razão do princípio da verdade material que a Recorrente deveria ter colacionado aos autos os documentos contábil-fiscais da empresa, pois a autoridade fiscal poderia ter efetuado a homologação de ofício, uma vez identificada a correição das retificações realizadas. O contrário - homologar a compensação sem os documentos contábeis indispensáveis, considerando apenas PER/DCOMPJ e DCTF - não é observar ao princípio da verdade material, mas agir de forma impudente, pois com base nas declarações e documentos constantes no processo não há como validar os créditos, e, por conseguinte, não pode ser identificada a liquidez e certeza dos créditos em discussão nestes autos (art. 170 CTN). Em tempo, como bem constou no acórdão de piso, "cumpre observar que cada Dcomp deve se referir a apenas um exercício. Créditos relativos a saldos negativos de outros períodos têm de constar em Dcomps autônomas. Dessa forma, neste processo está em análise apenas o crédito referente ao exercício 2006, ano-calendário 2005, conforme indicado na Dcomp referida no relatório". Ademais, embora não sejam mencionados no Recurso Voluntário, a Recorrente efetuou a juntada aos autos, como prova das alegações, vários formulário denominados "Pedido de Revisão Débito Inscrito em Dívida Ativa da União" (fls. 218 a 224). Entretanto, tais documentos são endereçados à DRF e este Tribunal não tem competência para analisá-los e se pronunciar sobre a matéria. Portanto, todos os documentos constantes nos autos foram analisados e as informações constantes na peça de defesa não podem ser consideradas, pois não foram produzidos no processo elementos de prova mediante assentos contábeis e fiscais que evidenciem as alegações ali constantes, nos termos do art. 145 e art. 147 do Código Tributário Nacional, bem como art. 15, art. 16 e art. 29 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, que estabelecem critérios de adoção do princípio da verdade material. Fl. 278DF CARF MF Fl. 10 do Acórdão n.º 1003-000.760 - 1ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10140.901015/2009-92 Assim, de acordo com o já exposto, conclui-se que não foram carreados aos autos, pela Recorrente, os dados essenciais a produzir um conjunto probatório robusto da liquidez e certeza do direito creditório pleiteado e dos argumentos contidos no recurso voluntário. Isto posto, voto em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, mantendo a decisão recorrida (documento assinado digitalmente) Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça Fl. 279DF CARF MF
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Numero do processo: 16561.720166/2015-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010
SOLIDARIEDADE. OPERAÇÕES DE CÂMBIO. FRAUDE. INTERESSE COMUM. INTEMPESTIVIDADE.
A impugnação intempestiva não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem é objeto de decisão, não sendo possível, portanto, apresentar recurso voluntário.
SOLIDARIEDADE. OPERAÇÕES DE CÂMBIO. BANCOS E CORRETORAS DE CÂMBIO. EXCLUSÃO DO PÓLO PASSIVO.
Não é motivo para responsabilidade solidária pelo crédito tributário lançado em decorrência de operações de câmbio fraudulentas, o operador de câmbio deixar de praticar condutas que não lhe eram exigidas pela legislação.
Numero da decisão: 3301-006.120
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário apresentado por ALBERTO YOUSSEF, por ser intempestivo e negar provimento ao recurso de ofício.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Marco Antonio Marinho Nunes, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
Nome do relator: SALVADOR CANDIDO BRANDAO JUNIOR
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário apresentado por ALBERTO YOUSSEF, por ser intempestivo e negar provimento ao recurso de ofício. WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Marco Antonio Marinho Nunes, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
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OPERAÇÕES DE CÂMBIO. FRAUDE. INTERESSE COMUM. INTEMPESTIVIDADE. A impugnação intempestiva não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem é objeto de decisão, não sendo possível, portanto, apresentar recurso voluntário. SOLIDARIEDADE. OPERAÇÕES DE CÂMBIO. BANCOS E CORRETORAS DE CÂMBIO. EXCLUSÃO DO PÓLO PASSIVO. Não é motivo para responsabilidade solidária pelo crédito tributário lançado em decorrência de operações de câmbio fraudulentas, o operador de câmbio deixar de praticar condutas que não lhe eram exigidas pela legislação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário apresentado por ALBERTO YOUSSEF, por ser intempestivo e negar provimento ao recurso de ofício. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Liziane Angelotti Meira, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 56 1. 72 01 66 /2 01 5- 15 Fl. 2637DF CARF MF 2 Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Marco Antonio Marinho Nunes, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior Relatório Tratase de auto de infração, fls. 1.5631581, lavrado para constituir crédito tributário relativo ao Imposto sobre Operações De Crédito, Câmbio e Seguros ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários, referente ao período de apuração compreendido entre 29/07/2010 e 15/12/2010, acrescido de multa de ofício qualificada e agravada de 225% e juros de mora, totalizando, assim, o valor histórico de R$ 17.521.154,23 (dezessete milhões, quinhentos e vinte e um mil, cento e cinqüenta e quatro reais e vinte e três centavos) Conforme relatório de análise fiscal de fls. 0304, a fiscalização que culminou no presente auto de infração está baseada em documentos coletados por autoridade policial federal, em sede do inquérito policial (IPL) nº 1.041/2013, constante dos autos do processo judicial nº 504.9557.14.2013.404.7000, e em fatos expostos na denúncia formulada pelo Ministério Público Federal em desfavor de Alberto Youssef e outros, constante do processo judicial nº 502.5699.17.2014.404.7000, ambos em curso na Subseção Judiciária de Curitiba/PR da Justiça Federal, no contexto das OPERAÇÕES LAVAJATO e BIDONE. Os processos judiciais mencionados relatam a atuação de organização criminosa constituída para, dentre outros objetivos, remeter ilicitamente valores ao exterior mediante a contratação de câmbio para pagamento de importações fictícias de mercadorias, realizada por empresas supostamente controladas pela organização criminosa. “... os doleiros têm se valido de uma nova forma de evasão de divisas, por meio de contratos de câmbio, supostamente realizados para o pagamento de importações. Os doleiros se valem de uma falha nos sistemas de controle, pois as Instituições Financeiras e as Corretoras de Valores não precisam mais pesquisar junto ao SISCOMEX, ao realizar um contrato de câmbio, se realmente existiu aquela importação que justificaria a realização de um contrato de câmbio. Assim, os doleiros criam empresas de fachada, que supostamente realizam importações de mercadorias no Brasil. Criam, também, empresas offshore, que supostamente enviariam mercadorias ao Brasil, abrindo contas no exterior, em nome destas empresas offshore, para receber os valores das supostas transações internacionais. Com isto, as empresas brasileiras de fachada simulam uma importação das empresas offshore, fabricando invoices e conhecimentos de transporte para dar aparência de legalidade, assim como contratos simulados entre a suposta importadora e a exportadora. Como não há padronização nas normas de controle, atualmente sequer necessitam apresentar a Declaração de Importação. Com base em tais documentos falsos, apresentam informações falsas à Instituição Financeira e realizam contrato de câmbio sob a falsa rubrica de importações, quando, em verdade, tratase de mera simulação com o fim de enviar valores ao estrangeiro. O dinheiro é, então, remetido para a conta no exterior, como se fosse um contrato de câmbio vinculado a uma importação realizada." Fl. 2638DF CARF MF Processo nº 16561.720166/201515 Acórdão n.º 3301006.120 S3C3T1 Fl. 2.638 3 Constatase do termo de verificação fiscal, situado às fls. 1.4571.562, a acusação de falta de recolhimento de IOFCâmbio, referentes a remessas de recursos para o exterior, efetuadas no anocalendário 2010, representando, portanto, operações de câmbio, ocultadas por operações de importação inexistentes, uma vez que não houve a aquisição de mercadorias de origem estrangeira por parte da autuada, e cuja finalidade teria sido unicamente a de evasão de divisas, apuradas em investigações realizadas no âmbito da força tarefa da OPERAÇÃO LAVA JATO e OPERAÇÃO BIDONE. Ainda se extrai do TVF, especificamente em fls. 1.5251.527, ao longo de 2010, a Labogen S.A. Química Fina e Biotecnologia realizou 291 remessas financeiras ao exterior, todas com natureza “15806 Importação – Câmbio Simplificado” ou “15002 – Importação Geral”, no entanto, em consulta ao Siscomex, somente foram registradas 11 Declarações de Importação (DI). Dessas 291 remessas ao exterior ao longo de 2010, apenas com Banco Citibank S.A., CNPJ 33.479.023/000180, a ora autuada fechou 186 contratos de câmbio no valor total de USD 10.927.905,82 e R$ 18.683.104,22, aproximadamente 53% do valor total remetido Labogen no ano, sendo que nenhum deles corresponde às onze importações realizadas pela Labogen S.A. Química Fina e Biotecnologia no anocalendário 2010. Além da aplicação da multa de ofício qualificada, a multa de ofício foi agravada de 50%, ante a ausência de atendimento do contribuinte aos elementos solicitados pela fiscalização, conforme o disposto no inciso I do § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430/96. Em decorrência da participação em organização criminosa, responsável por operações financeiras com evasão de divisas, utilizandose da autuada, foram nomeados sujeitos passivos solidários mediante lavratura dos competentes termos de sujeição passiva solidária, com base no art 124, incisos I e II, 125, inciso I e art 135, inciso III, todos da Lei 5.172/66 (Código Tributário Nacional), as seguintes pessoas físicas: ALBERTO YOUSSEF, considerado como o líder da organização criminosa, pois coordenava as atividades dos outros denunciados e era o responsável por todas as decisões, LEONARDO MEIRELLES; ESDRA DE ARANTES FERREIRA; LEANDRO MEIRELLES; PEDRO ARGESE JUNIOR; RAPHAEL FLORES RODRIGUEZ; CARLOS ALBERTO PEREIRA DA COSTA; e WALDOMIRO DE OLIVEIRA. Foi, ainda, nomeado sujeito passivo solidária a pessoa jurídica BANCO CITIBANK S.A., instituição financeira responsável por operar o câmbio sem a vinculação/apresentação das devidas Declarações por parte da Labogen S.A. Química Fina e Biotecnologia., com fundamento no art. 124, inciso II, do CTN. A Labogen S.A. foi cientificada da autuação por meio eletrônico em 17/12/2015, conforme documento de fl. 1.892, a autuada não apresentou impugnação, sendo considerada revel pela r. decisão de piso. Os sujeitos passivos solidários Carlos Alberto Pereira da Costa, Leandro Meirelles e Esdra de Arantes Ferreira foram cientificados da autuação e dos termos de sujeição passiva solidária respectivamente em 22/12/2015 por meio dos Editais de fls. 1.746, 1.882 e 1.750, e não apresentaram impugnação, sendo considerados revéis pela r. decisão de piso. Os responsáveis Pedro Argese Junior, Raphael Flores Rodriguez e Waldomiro de Oliveira foram cientificados da autuação e dos termos de sujeição passiva Fl. 2639DF CARF MF 4 solidária respectivamente em 07/12/2015, 04/12/2015, 04/12/2015 e 04/12/2015, conforme ARs de fls. 1.884, 1.886, 1.889 e 1.891, mas também não apresentaram impugnação, sendo considerados revéis pela r. decisão de piso. Já o Banco Citibank S.A., cientificado da autuação e dos termos de sujeição passiva solidária em 04/12/2015, conforme Ar. de fl. 1.752, apresentou em 05/01/2016, a impugnação de fls. 1.905 a 1.970 e 2.499, na qual alega a tempestividade, a nulidade, por falta de motivação, da atribuição de responsabilidade solidária, bem como sua improcedência, uma vez que teria sido vítima de toda a fraude e conduta criminosa imputada a empresa autuada e demais pessoas físicas indicadas como responsáveis solidários, negando haver descumprido normas do Banco Central. Questiona a aplicação da alíquota do IOF de 25 % na autuação, uma vez que reduzida para 0,38% por Decreto Presidencial. Afirma que não poderia ser responsabilizado pela multas lançadas, ainda mais pela qualificação em razão de conduta dolosa e em conluio como o contribuinte e demais responsáveis solidários, nem muito menos pelo agravamento da multa em razão do embaraço à fiscalização praticado por aquelas mesmas pessoas, posto que sempre colaborou com a fiscalização. Cientificado pessoalmente da autuação e dos termos de sujeição passiva solidária em 02/12/2015, Alberto Youssef, por meio de advogada regularmente constituída, apresentou em 07/01/2016, petição de fls. 2.409 a 2.457, na qual pretende impugnar a exigência, bem como a sujeição passiva, alegando, dentre outras coisas, a tempestividade, afirmando ter efetuado a postagem de sua petição em 04/01/2016, primeiro dia útil de expediente normal depois de feriados, consoante comprovante de remessa postal pelos correios dirigida a Delegacia da Receita Federal de Indaiatuba/SP, ao qual não foi juntado aos autos pelo interessado. Alega ainda que somente teria tido acesso a íntegra do processo administrativo fiscal digital em 22/12/2015, pugnando pela renovação de prazo para apresentação de sua impugnação, requerendo a posterior juntada de documentos, bem como a possibilidade de posterior pedido de diligências. Em petição de fls. 2.503 a 2.505, remetida através dos correios em 23/12/2015, conforme carimbo aposto no envelope de SEDEX, código de rastreamento DJ751643666BR, constante de fls. 2.518, Alberto Youssef, requer a prorrogação de prazo para a apresentação, pelos mesmos motivos mencionados em sua impugnação. Em fls. 2.526 o presente processo foi convertido em diligência para que fosse apresentada pelo impugnante a prova da tempestividade da impugnação, por meio da apresentação do aviso de recebimento da postagem, emitida pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), haja vista que não havia sido juntada aos autos a comprovação da remessa postal da petição do interessado. O interessado ALBERTO YOUSSEF, em petição de fls. 2.5302.536, apresentou um comprovante de postagem de várias cartas comerciais junto a Empresa Brasileira de Correios de Telégrafos, efetuada em 04/01/2016, às quais teriam sido emitidas com aviso de recebimento, mas não foi possível identificar se alguma destas postagens eram referentes à impugnação destes autos. Em 14/03/2017, a 05ª Turma da Delegacia Regional do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro (RJ) proferiu o Acórdão DRJ nº 1285.985, situado às fls. 2.5412554, para julgar improcedente em parte a impugnação apresentada e: (i) declarar revéis, por ausência de Fl. 2640DF CARF MF Processo nº 16561.720166/201515 Acórdão n.º 3301006.120 S3C3T1 Fl. 2.639 5 impugnação, a autuada e interessados listados a seguir, mantendo a imputação de responsabilidade solidária atribuída pela autoridade fiscal a: LEONARDO MEIRELLES; ESDRA DE ARANTES FERREIRA; LEANDRO MEIRELLES; PEDRO ARGESE JUNIOR; RAPHAEL FLORES RODRIGUEZ; CARLOS ALBERTO PEREIRA DA COSTA; e WALDOMIRO DE OLIVEIRA; (ii) não conhecer da impugnação de ALBERTO YOUSSEF, por ausência de comprovação da tempestividade; (iii) conhecer a impugnação apresentada por BANCO CITIBANK S.A., DANDOLHE PROVIMENTO, EXCLUINDOO DO PÓLO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. Para todos os demais devedores solidários, foi mantida a autuação e os créditos tributários lançados de imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros ou relativas a títulos ou valores mobiliários IOF, cód. 2958, com multa de ofício qualificada e agravada para o percentual de 225%, e juros de mora, em conformidade com a ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2010 TEMPESTIVIDADE. DATA DA ENTREGA DA IMPUGNAÇÃO. REMESSA POSTAL. ÔNUS DA PROVA. Considerase como data da entrega a da postagem da petição, devidamente comprovada pela apresentação pelo interessado do Aviso de Recebimento fornecido pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. INTEMPESTIVIDADE. IMPUGNAÇÃO NÃO CONHECIDA. A impugnação intempestiva não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem é objeto de decisão. SOLIDARIEDADE. OPERAÇÕES DE CÂMBIO. FRAUDE. EXCLUSÃO DO PÓLO PASSIVO. Não é motivo para responsabilidade solidária pelo crédito tributário lançado em decorrência de operações de câmbio fraudulentas, o operador de câmbio deixar de praticar condutas que não lhe eram exigidas pela legislação. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Anocalendário: 2010 OPERAÇÃO CAMBIAL FRAUDULENTA. IMPORTAÇÕES INEXISTENTES. INCIDÊNCIA. Incide o IOF nas operações cambiais fraudulentas baseadas em operações de importação inexistentes, não se aplicando a isenção prevista em lei. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido Diante da exclusão do Banco Citibank do pólo passivo, houve apresentação de Recurso de Ofício. Fl. 2641DF CARF MF 6 A contribuinte autuada, LABOGEN S.A., intimada via postal em 31/03/2017, conforme aviso de recebimento situado à fl. 2.570, não havendo notícia nos autos de ter interposto recurso voluntário. O responsável solidário ALBERTO YOUSSEF, intimado via postal em 06/07/2017, conforme documento de fls. 2.619, interpôs, mediante envio postal realizado em 07/08/2017 conforme documento situado à fl. 2.628, o recurso voluntário, situado às fls. 2.630 2.634, para discutir a intempestividade de sua impugnação. O responsável solidário BANCO CITIBANK S.A., intimada eletronicamente, protocolou, em 07/08/2017, não apresentando manifestação. O responsável solidário CARLOS ALBERTO PEREIRA DA COSTA, intimado via postal em 30/03/2017, conforme aviso de recebimento situado à fl. 2.594, , não havendo notícia nos autos de ter interposto recurso voluntário. O responsável solidário LEANDRO MEIRELLES foi intimado via edital em 24/04/2017, conforme edital eletrônico de fl. 2.608, não havendo notícia nos autos de ter interposto recurso voluntário. O responsável solidário LEONARDO MEIRELLES foi intimado via edital em 25/09/2017, conforme aviso de recebimento situado à fl. 2.627, não havendo notícia nos autos de ter interposto recurso voluntário. O responsável solidário PEDRO ARGESE JUNIOR foi intimado via edital eletrônico em 24/04/2017, conforme aviso de recebimento situado à fl. 2.596, não havendo notícia nos autos de ter interposto recurso voluntário. O responsável solidário RAPHAEL FLORES RODRIGUEZ foi intimado via postal em 30/03/2017, conforme aviso de recebimento situado à fl. 2.597, não havendo notícia nos autos de ter interposto recurso voluntário. O responsável solidário WALDOMIRO DE OLIVEIRA foi intimado via edital em 29/05/2017, conforme aviso de recebimento situado à fl. 2.617, não havendo notícia nos autos de ter interposto recurso voluntário. O responsável solidário ESDRA DE ARANTES FERREIRA foi intimado via edital em 24/04/2017, conforme documento situado à fl. 2.602, não havendo notícia nos autos de ter interposto recurso voluntário. É o Relatório. Voto Conselheiro Salvador Cândido Brandão Junior O caso em análise decorre de cobrança de IOFCâmbio pela remessa de divisas ao exterior, ocultadas por operações de importação inexistentes, conforme constatado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal no contexto das operações LAVA JATO e BIDONE. Esta terceira Seção deste Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais vem recebendo e julgando estas autuações, todas decorrentes das mesmas operações, Fl. 2642DF CARF MF Processo nº 16561.720166/201515 Acórdão n.º 3301006.120 S3C3T1 Fl. 2.640 7 como se vê do acórdão 3401005.363, de relatoria do Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco da 1ª Turma da 4ª Câmara, bem como do Acórdão 3301005.353, de relatoria da Conselheira Liziane Angelotti Meira, desta 1ª Turma da 3ª Câmara, ambos com o mesmo resultado. Em relação ao responsável solidário Alberto Youssef, sua impugnação não foi conhecida em razão de sua intempestividade, diante da falta de comprovação do envio da impugnação no prazo pelos correios Intimado pela via postal em 06/07/2017, conforme documento AR de fls. 2.619, interpôs, mediante envio postal realizado em 07/08/2017, conforme documento situado à fl. 2.628, o recurso voluntário para discutir a intempestividade de sua impugnação. Com isso, percebese que o recurso voluntário também é intempestivo. Portanto, não merece ser conhecido. DO RECURSO DE OFÍCIO A r. decisão recorrida afastou a responsabilidade solidária, afastando a sujeição passiva do BANCO CITIBANK S.A., dada a impossibilidade de exigir deste sujeito, obrigações e precauções além das devidamente tomadas. Para relatar os argumentos do Banco neste ponto, peço vênia para transcrever trecho do voto da r. decisão de piso: A autoridade autuante motivou a responsabilização do impugnante por suposta omissão nos seus deveres de cuidado estabelecidos em atos normativos expedidos pelo Banco Central do Brasil, e na lei de lavagem de capitais (Lei nº 9.613 de 03/03/1998), em especial quanto a identificação da autuada e a integridade de seus cadastros junto a instituição financeira, bem como da avaliação e controle das operações de câmbio contratadas. As omissões estariam evidenciadas tendo em vista que o banco não adotou as seguintes providências: 1) Fazer uma visita ao local onde a empresa se declarava situada. A empresa estava inativa. 2) Solicitar as Declarações do Imposto sobre a Renda Pessoa Jurídica (DIPJ) dos últimos cinco anos, para comprovação da compatibilidade entre a movimentação de recursos e a atividade econômica e capacidade financeira do cliente; 3) Solicitar a Habilitação de Operador de Comércio Exterior no Siscomex para comprovar se a Labogen S.A. era realmente uma importadora tradicional, pois a Labogen S.A não apresentou as Declarações de Importação. 4) Solicitar a comprovação da origem dos recursos movimentados. 5) Solicitar a identificação, com base em documentação idônea, dos beneficiários finais das remessas de divisas, ou seja, os possíveis exportadores. O Banco Citibank intermediou três contratos de câmbio de importação no total de USD 384.074,37 Fl. 2643DF CARF MF 8 com a empresa offshore RFY Imp. Exp Ltd. que não existe de fato e nunca realizou exportação ao Brasil. O proprietário da RFY Imp. Exp Ltd. é Leonardo Meirelles, acionista majoritário da Labogen S.A. Química Fina e Biotecnologia. 6) Mas, considerando que as tais providências não foram adotadas inicialmente, e, sem que a empresa tenha apresentado qualquer Declaração de Importação ou efetuado a repatriação das divisas, o Citibank não bloqueou as demais operações de câmbio de 2010. A Labogen S.A. Química Fina e Biotecnologia fechou 91 contratos de câmbio no valor total de USD 10.927.905,82 e R$ 18.683.104,22, aproximadamente 53% do valor total remetido pela Labogen S.A. no ano 2010. 7) Mesmo tendo conhecimento das normas legais, não fez a comunicação obrigatória do ocorrido ao COAF Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda, conforme o determinado no inciso II, do art. 9° da Lei n° 9.613, de 03/03/1998, com a redação dada pela Lei n° 12.683/2012. Desse modo, foi atribuída a responsabilidade pelos créditos tributários lançados ao Banco Citibank S.A., tendo em vista tratarse de instituição financeira responsável por operar o câmbio sem a vinculação/apresentação das devidas declarações por parte da autuada com fundamento no art. 124, inciso II, do Código Tributário Nacional. Em sua defesa, o impugnante alega ter sido vítima de toda fraude e conduta criminosa imputada à empresa autuada e demais pessoas físicas indicadas como responsáveis solidárias, nega haver descumprido normas do Banco Central do Brasil, e afirma não haver no presente caso pressupostos que ensejariam sua responsabilidade solidária, nos termos do art. 124, II do CTN. Segundo o impugnante, inexistia norma legal ou regulamentar que impusesse ao banco as obrigações que o Fisco pretendeu lhe imputar. Alega que por ocasião da realização das operações, os elementos colocados à disposição do Impugnante pareciam satisfazer as condições normativas de identificação do cliente e da transação de comércio exterior. A Labogen foi apresentada como uma indústria química e farmacêutica de significativa relevância no mercado, não identificando inicialmente qualquer motivo que lhe impedisse de operar com a referida empresa. O Impugnante teria realizado pesquisas em mídia nacional e não localizou qualquer informação que desabonasse a autuada, constatando ainda que ela possuía autorização da Anvisa para funcionar, nada lhe levando a crer que precisaria se aprofundar em sua avaliação ou mesmo interromper seu relacionamento. Ao que tudo indicava, parecia tratarse de empresa com boa capacidade financeira e sem restrições, com 22 anos de atividades (1987 a 2010). Alem disso, à época, não existiam à disposição das instituições financeiras ferramentas que possibilitassem imediata verificação de situações e clientes de maior risco,. Fl. 2644DF CARF MF Processo nº 16561.720166/201515 Acórdão n.º 3301006.120 S3C3T1 Fl. 2.641 9 Em razão desses fatos, não tinha porque se recusar a celebrar os contratos de câmbio em questão, e como não tinha a obrigação de verificar se posteriormente as declarações de importação vieram a ser efetivamente registradas, não tinha como saber que as operações de importação eram fictícias/fraudulentas. Teria formalizado contratos de câmbio com a autuada, para pagamentos antecipados de operações de importação, mediante apresentação de documentação e declarações fornecidas. Usualmente, nesses casos, os contratos são celebrados com a apresentação de invoice/faturas próforma, não sendo exigida a apresentação de declarações de importação, uma vez que sequer a mercadoria objeto da importação teria sido embarcada no país de origem. Afirma que apresentou a fiscalização, quando solicitado, apenas cópias dos contratos de câmbio firmados com a autuada, sem assinatura em razão da destruição dos originais em incêndio ocorrido nas instalações da empresa responsável pela guarda e armazenamento de documentos do grupo Citibank no Brasil, situação comprovada através de boletim de ocorrência. Mesmo assim, em junho/2011, por conta do acompanhamento contínuo das operações celebradas, percebeu algumas inconsistências em relação às informações até então prestadas pela Labogen, conforme se infere do alerta gerado pelo seu sistema implementado especificamente para atender às normas de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento ao Terrorismo sistema PLD/FT, e encerrando o realzionamento com o cliente. Apresenta juntamente com a impugnação documentação relativa a alguns contratos de câmbio, objeto da autuação, e que logrou recuperar posteriormente ao término da fiscalização, consistente em faturas próforma e em alguns casos conhecimentos de transporte aéreo internacional. Não merece reparos, neste ponto, a r. decisão proferida pela douta DRJ. Não há na lei ou na regulamentação da atividades de câmbio, a cargo de Banco Central do Brasil, exigências que obrigassem o impugnante de adotar as providências sugeridas pela fiscalização, não havendo elementos para concluir que a autuada cometia fraude cambial. O banco ora recorrido diligenciou na medida em que lhe cabia, exigindo apresentação de invoices, fretamento e até mesmo autorização na ANVISA para funcionar, para, só assim, proceder o fechamento dos contratos de câmbio, a fim de intermediar uma operação de remessa de dinheiro ao exterior para pagamento antecipado de importações, conforme relatado por seu cliente, a Labogen, não lhe sendo exigida a apresentação de declarações de importação, uma vez que sequer há exigência legal para tanto. Não há, ademais, norma legal ou regulamentar que impusesse ao banco as obrigações que o Fisco pretendeu lhe imputar, tais como visitar a sede da empresa (para contrato de câmbio?) ou mesmo solicitar as declarações de importação. Fl. 2645DF CARF MF 10 Os contratos de câmbio firmados entre o impugnante e a autuada estavam comprovadamente respaldados por documentação usualmente apresentados em contratos dessa natureza, conforme documentação apresentada durante o procedimento de fiscalização, no bojo de intimações, e juntamente com a impugnação. Todavia tal comprovação, efetuada pela fiscalização se deu em razão de complexa investigação realizada em Força Tarefa formada por membros do Ministério Público Federal, políciais federais e AuditoresFiscais da Receita Federal do Brasil. RJ RIO DE JANEIRO DRJ Fl. 2552 A própria decisão de piso afirmou não ser razoável exigir do BANCO ora Recorrido a mesma expertise na investigação de fraudes bem elaboradas que a dos investigadores da Força Tarefa, em operações policiais de investigação, que demoram meses ou anos para perceber e desmontar todo o esquema fraudulento, detectado apenas após uma investigação minuciosa: Não seria razoável exigir dos funcionários da impugnante a mesma expertise na investigação de fraudes bem elaboradas que a dos investigadores da Força Tarefa, até mesmo porque estes dispõem de muito mais ferramentas investigativas que aqueles. Ademais, é característica intrínsica da lavagem de capitais a tentativa de dar aparência licita de bens auferidos ilicitamente, não sendo na maioria das vezes, uma tarefa simples a identificação de indícios da prática ilícita. Assim sendo, não me parece razoável imputar a responsabilidade por créditos tributários por condutas que não poderiam ser exigidas da impugnante. Afastada possibilidade de responsabilização por suposta omissão de seu dever de cuidado, a única hipótese de manutenção da responsabilidade do operador de câmbio pelas operações praticadas com fraude pela autuada seria mediante a comprovação de conluio, a qual sequer foi cogitada pela fiscalização. A Recorrida, portanto, foi vítima de uma organização criminosa e está além de suas forças exigir qualquer fiscalização do nível de poderes de uma autoridade fiscal ou policial para, só então, celebrar um contrato de câmbio. A legislação pode muito bem resolver este problema se houvesse comunicação do sistema do SISCOMEX com o sistema financeiro para verificação da existência e veracidade de importações, ou pelo menos seu indício, como já bem decidido por este E. CARF, no acórdão nº 3401005.363: 23. Registrese, como forma de subsidiar o vetor racional dos itens subseqüentes do presente voto, que operações fraudulentas de tal jaez bem poderiam ser evitadas caso disponibilizadas as informações do SISCOMEX às instituições financeiras que cursam as remessas internacionais de moeda entre o Brasil e o exterior e que, ao fecharem o contrato de câmbio ("signing"), condicionariam a sua liquidação ("closing", e momento a partir do qual o IOF passaria a ser devido nos termos do parágrafo único do art. 11 do Decreto nº 6.306/2007) à comprovação de que a operação efetivamente ocorreu, exigência inexistente no momento do fato gerador do auto de infração ora combalido. Fl. 2646DF CARF MF Processo nº 16561.720166/201515 Acórdão n.º 3301006.120 S3C3T1 Fl. 2.642 11 24. Não havendo a disponibilidade de tal dado, não há de se exigir da instituição financeira mais do que a coleção documental efetivamente apresentada, e tampouco seria razoável atribuirlhe a incumbência de inferir estar diante de uma fraude cambial, algo, aliás, que apenas foi descortinado após complexa e minuciosa investigação empreendida por FORÇA TAREFA reunida para esta finalidade e constituída por especialistas do Ministério Público Federal, da Receita Federal do Brasil e da Polícia Federal. 25. Neste sentido, há de se recordar que o contrato de câmbio pode ser entendido como instrumento de compra e venda de moeda estrangeira negociado entre um exportador (que "vende" a moeda estrangeira), e a instituição financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar o câmbio na qualidade de "compradora" da divisa, não havendo qualquer indício para se identificar risco na operação que justificasse a solução de continuidade do negócio: por falta de disposição expressa neste sentido, a mera apresentação da invoice se revelou em suficiência para lastrear a contratação, pois não se exigia a demonstração do registro das declarações de importação para a liquidação. 26. Em resumo, caberia à autoridade monetária, a quem deve competir a fiscalização do mercado cambial, condicionar a liquidação do contrato de câmbio à comprovação da operação de importação/exportação por meio da disponibilização às instituições financeiras de dados do SISCOMEX (promovendo se, assim, uma maior integração e tráfego de informações entre SECEX, BACEN e RFB), prática altamente desejável para evitar operações como a presente. (CARF. 3ª Seção. 4ª Câmara. 1ª Turma Ordinária. Rel. Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Sessão de 27/09/2018)) Por todo o exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário apresentado por ALBERTO YOUSSEF, por ser intempestivo. Quanto ao recurso de ofício, conheço do recurso, porém, nego provimento. Salvador Cândido Brandão Junior Relator Fl. 2647DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.000747/2009-61
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jun 27 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2015
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS PLR. REQUISITOS DA LEI Nº 10.101/2000. AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO PRÉVIA DE CRITÉRIOS PARA RECEBIMENTO DO BENEFÍCIO. DESCONFORMIDADE COM A LEI REGULAMENTADORA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO.
Os valores auferidos por segurados obrigatórios do RGPS a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, quando pagos ou creditados em desconformidade com a lei específica, integram o conceito jurídico de Salário de Contribuição para todos os fins previstos na Lei de Custeio da Seguridade Social.
A ausência da estipulação entre as partes trabalhadora e patronal, de metas e objetivos previamente ao início do período aquisitivo do direito ao recebimento de participação nos lucros e resultados da empresa, caracteriza descumprimento da lei que rege a matéria. Decorre disso, a incidência de contribuição previdenciária sobre a verba.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO INDIRETO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. SEGURADOS EMPREGADOS. CARACTERIZAÇÃO.
As verbas intituladas 'Indenização' e 'Indenização Adicional', pagas pela empresa a seus empregados, integra o salário de contribuição por possuírem natureza salarial.
JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. SÚMULA CARF Nº 108.
Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício.'
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. (SÚMULA CARF Nº 119)
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-007.874
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento parcial para aplicação da Súmula CARF nº 119. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por voto de qualidade, em negar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento parcial para excluir da exigência a parte relativa à PLR.
Assinado digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício.
Assinado digitalmente
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Miriam Denise Xavier (suplente convocada), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em exercício).
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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REQUISITOS DA LEI Nº 10.101/2000. AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO PRÉVIA DE CRITÉRIOS PARA RECEBIMENTO DO BENEFÍCIO. DESCONFORMIDADE COM A LEI REGULAMENTADORA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. Os valores auferidos por segurados obrigatórios do RGPS a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, quando pagos ou creditados em desconformidade com a lei específica, integram o conceito jurídico de Salário de Contribuição para todos os fins previstos na Lei de Custeio da Seguridade Social. A ausência da estipulação entre as partes trabalhadora e patronal, de metas e objetivos previamente ao início do período aquisitivo do direito ao recebimento de participação nos lucros e resultados da empresa, caracteriza descumprimento da lei que rege a matéria. Decorre disso, a incidência de contribuição previdenciária sobre a verba. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO INDIRETO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. SEGURADOS EMPREGADOS. CARACTERIZAÇÃO. As verbas intituladas 'Indenização' e 'Indenização Adicional', pagas pela empresa a seus empregados, integra o salário de contribuição por possuírem natureza salarial. JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. SÚMULA CARF Nº 108. Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício.' AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 07 47 /2 00 9- 61 Fl. 1205DF CARF MF 2 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. (SÚMULA CARF Nº 119) Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento parcial para aplicação da Súmula CARF nº 119. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por voto de qualidade, em negarlhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento parcial para excluir da exigência a parte relativa à PLR. Assinado digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Miriam Denise Xavier (suplente convocada), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em exercício). Relatório Cuidase de Recursos Especiais interpostos pela Fazenda Nacional e pelo contribuinte em face do Acórdão nº 2302003.266, proferido na Sessão de 18 de julho de 2014 e que deu provimento parcial ao Recurso Voluntário, nos seguintes termos: Fl. 1206DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 3 3 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir do lançamento as competências até 06/2004, inclusive esta, frente à homologação tácita do crédito, com fulcro no artigo 150 § 4º, do Código Tributário Nacional. Por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, quanto à verba Participação nos Lucros e Resultados, vencidos os Conselheiros Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leo Meirelles do Amaral, que votaram pelo provimento do recurso. Por maioria de votos em dar provimento ao recurso voluntário quanto às verbas "Abono Único" e "Indenização Adicional", com suporte no Ato Declaratório n.º 16/2011. Vencido na votação o Conselheiro Arlindo da Costa e Silva que entendeu compor a base contributiva previdenciária a rubrica "Indenização Adicional". Por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n. 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008, inclusive. Vencidos na votação os Conselheiros Leo Meirelles do Amaral, Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leonardo Henrique Pires Lopes, por entenderem que a multa aplicada deve ser limitada ao percentual de 20% em decorrência das disposições introduzidas pela MP 449/2008 (art. 35 da Lei n.º 8.212/91, na redação da MP n.º 449/2008 c/c art. 61, da Lei n.º 9.430/96). Por maioria de votos em negar provimento ao recurso voluntário, devendo incidir os juros de mora à taxa Selic. sobre o crédito tributário, que corresponde à obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional. Vencidos os Conselheiros Leo Meirelles do Amaral e Juliana Campos de Carvalho Cruz, que entenderam pela não incidência dos juros sobre a multa de ofício. Em julgamento de Embargos Declaratórios (Acórdão de Embargos nº 1401 004.514, proferido na Sessão de 22 de setembro de 2016) o dispositivo do julgado foi alterado para: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir do lançamento as competências até 06/2004, inclusive esta, frente à homologação tácita do crédito, com fulcro no artigo 150§4º, do Código Tributário Nacional. Por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, quanto à verba Participação nos Lucros e Resultados, vencidos os Conselheiros Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leo Meirelles do Amaral, que votaram pelo provimento do recurso. Por maioria de votos em dar provimento ao recurso voluntário quanto às verbas "Abono Único" e "Indenização Adicional", com suporte no Ato Declaratório n.º 16/2011. Vencido na votação o Conselheiro Arlindo da Costa e Silva que entendeu compor a base contributiva previdenciária a rubrica "Indenização Adicional". Por maioria de votos em negar provimento ao recurso voluntário, devendo incidir os juros de mora à taxa Selic. sobre Fl. 1207DF CARF MF 4 o crédito tributário, que corresponde à obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional. Vencidos os Conselheiros Leo Meirelles do Amaral e Juliana Campos de Carvalho Cruz, que entenderam pela não incidência dos juros sobre a multa de ofício. O Acórdão nº 2302003.266 foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. ART. 150, § 4°, DO CTN. SÚMULA CARF Nº 99. Se a definição legal do fato gerador da contribuição previdenciária da empresa apóiase na totalidade da remuneração no decorrer do mês (art. 22, I, II e III, da Lei n° 8.212/1991), consequentemente, todo e qualquer pagamento acaba por se referir à totalidade no mês, e não àquela rubrica ou levantamento específico. Assim, havendo alguma antecipação de pagamento, atraise, para toda aquela competência, para todo aquele fato gerador, a aplicação do parágrafo 4º, do art. 150 do CTN, independentemente da rubrica ou levantamento a que se refira, desde que não haja caracterização de dolo, fraude ou sonegação. Destarte, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Súmula CARF nº 99. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. BASE IMPONÍVEL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. O art. 195, I, a, da CF, estipula os limites constitucionais do fato gerador das contribuições previdenciárias da empresa, determinando que incidam sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados”. No que se refere à contribuição dos segurados, a Constituição “não faz qualquer menção aos seus contornos básicos (art. 195, II), exceto quando estipula no § 11 do art. 201 que os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. BASE IMPONÍVEL. LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA. Dentro dos parâmetros constitucionais estabelecidos, a Lei n° 8.212/1991, em seu art. 11, delimitou a base de cálculo da contribuição das empresas, a qual incide sobre a “remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço” (parágrafo Fl. 1208DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 4 5 único, alínea a) e dos trabalhadores, que, por sua vez, incide, sobre o seu “saláriodecontribuição” (parágrafo único, alínea b). REMUNERAÇÃO. SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO. ABRANGÊNCIA CONCEITUAL E LEGISLATIVA. O conceito de remuneração permite à legislação abarcar rubricas como vencimento, soldo, subsídios, prolabore, honorários ou qualquer outra espécie de retribuição que “remunere”, de sorte a englobar, nos exatos limites da Lei n° 8.212/91, não só a contraprestação (trabalho efetivamente prestado) e a disponibilidade (tempo à disposição”), como também quaisquer outras obrigações decorrentes da relação de trabalho, inclusive as interrupções remuneradas do contrato de trabalho e outras conquistas sociais, ressalvadas as regras de inclusão, exclusão e limites descritos nos parágrafos do artigo 28 da Lei n° 8.212/91. Quanto ao conceito de saláriodecontribuição para empregados e avulsos, a Lei n° 8.212/91 foi generosa em termos extensivos, definindoo como a remuneração auferida, “assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho” (art. 28 da Lei n° 8.212/91), ressalvadas, igualmente, as regras de inclusão, exclusão e limites descritos nos parágrafos do artigo 28 da Lei n° 8.212/91. ISENÇÃO. GANHOS EVENTUAIS. Os ganhos eventuais podem ser em pecúnia ou em utilidades e não sofrem incidência de contribuição previdenciária. Art. 28, § 9°, e, item 7, da Lei n° 8.212/91. GANHOS EVENTUAIS. CONCEITUAÇÃO. De forma semelhante com o que ocorre na esfera trabalhista, a investigação sobre o que se pode entender por pagamento eventual não é tarefa fácil. Parâmetros como a periodicidade (repetição), a uniformidade e a equivalência dos ganhos são úteis para a configuração da eventualidade ou da habitualidade dos pagamentos. A isenção contida no art. 28, § 9°, e, item 7, da Lei n° 8.212/91, não estabelece como condição que o pagamento decorra de liberalidade do empregador. Diferentemente da CLT, que estipula em seu artigo 457, parágrafo 1º, que as gratificações ajustadas integram o salário e, portanto, as por liberalidade não , a questão relativa ao ajuste prévio do pagamento não consta da legislação previdenciária. ABONO Abono único quando pago de acordo com determinação de Convenção Coletiva de Trabalho não é base de incidência de Fl. 1209DF CARF MF 6 contribuição previdenciária. Parecer PGFN/CRJ n.º 2.114 e Ato Declaratório nº 16/2011. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. DESCUMPRIMENTO DOS PRECEITOS LEGAIS. O texto constitucional condiciona a desvinculação da parcela paga a título de PLR da remuneração aos termos da lei. O plano de PLR que não atende aos requisitos da Lei n° 10.101/2000 não goza da isenção previdenciária. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. PACTUAÇÃO PRÉVIA. A Lei n° 10.101/00 exige que haja negociação entre empresa e trabalhadores, da qual deverão resultar regras claras e objetiva e os índices, as metas, os resultados e os prazos devem ser estabelecidos previamente, sendo que o instrumento será arquivado na entidade sindical. A negociação e o estabelecimento das regras dela resultantes (índices, metas, resultados e prazos) somente têm sentido se concluídos previamente ao fim do período a que se referem os lucros ou resultados. Em que pese a vagueza do texto normativo, tal imprecisão não pode significar a impossibilidade de atuação do intérprete na complementação da norma, sob pena de se reconhecer que lacunas inviabilizam a decisão do caso concreto e que todas os textos incompletos ou ambíguos serão, potencialmente, ineficazes. Também não se trata de relativizar o princípio da legalidade, mas de identificar onde e quando o Direito atribui ao aplicador a tarefa de definir os critérios diante do caso concreto, como, no caso, a definição da anterioridade da negociação, da pactuação e do arquivamento do instrumento na entidade sindical. A negociação, a pactuação e o arquivamento do instrumento na entidade sindical devem ocorrer antes da conclusão das metas e/ou resultados estabelecidos e em data distante do término do período a que se referem os lucros ou resultados, sob pena de se inviabilizar o próprio sentido de incentivo à produtividade. A análise do caso concreto deve levar em consideração fatores como o tipo de meta ou resultado estabelecido, a comprovação da anterioridade das negociações, o ajuste de PLR, em anos anteriores, com características semelhantes (o que por si só gera expectativa no trabalhador, de sorte a já incentivar a produtividade e, portanto, não desnaturar o pagamento), dentre outras peculiaridades que mereçam ser sopesadas. MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA DE JUROS MORATÓRIOS. Tendo a multa de ofício natureza jurídica penalidade tributária, ela integra o conceito de crédito tributário, nos termos do artigo 142 do CTN, sujeitandose aos juros moratórios referidos nos artigos 161 do CTN e 61 da Lei n° 9.430/96. O Recurso Especial da Procuradoria visa rediscutir as seguintes matérias: a) incidência de Contribuição Previdenciária sobre Indenização Adicional por ocasião de dispensa sem justa causa; e, b) Multa aplicável. Fl. 1210DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 5 7 Em exame preliminar da Admissibilidade, o Presidente da Primeira Câmara, da Segunda Seção do CARF deu seguimento ao apelo, nos termos do Despacho de efls. 833 a 841. Em suas razões recursais, quanto à primeira matéria incidência de Contribuição Previdenciária sobre Indenização Adicional por ocasião de dispensa sem justa causa – sustenta a Fazenda Nacional que a chamada “Indenização Adicional” é verba que decorre do vínculo laboral, integrando por isso o saláriodecontribuição, conforme art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991; que a autonomia das negociações coletivas consagradas pela Constituição Federal limitase ao âmbito das relações empregatícias, não se prestando para alterar a natureza jurídica das verbas sujeitas à tributação. Sobre a segunda matéria – multa aplicável – sustenta a Fazenda Nacional, em síntese, a aplicação da penalidade mais benéfica, considerando a seguinte regra de comparação: a) somatório das multas aplicadas por descumprimento de obrigação principal, nos moldes do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009, e das aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009; e b) multa aplicada de ofício nos termos do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. Cientificada do Acórdão Recorrido, do Recurso Especial da Procuradoria e do Despacho que lhe deu seguimento em 29/03/2017 (AR, efls. 871) a Contribuinte apresentou, em 12/04/2017 (efls. 1122), as Contrarrazões de efls. 1.123 a 1.140, nas quais sustenta, quanto à primeira matéria, o não cabimento do Recurso Especial da Procuradoria, por ausência de interesse recursal. Alega que a manifestação da Fazenda Nacional ataca apenas parte dos fundamentos do Acórdão Recorrido e não apresenta paradigmas que contrariem todos os fundamentos do Recorrido sobre a matéria, como, por exemplo, o de que a verba em questão se equipara a Abono único no caso concreto. Quanto à segunda matéria – a multa aplicável – referese ao Acórdão de Embargos que teria alterado o dispositivo do Acórdão de Recurso Voluntário sobre o ponto. Ainda sobre a multa, diz que a tese esposada pela Procuradoria já estaria superada por decisões da CSRF. No mais, a Contrarrazoante defende a manutenção do Acórdão Recorrido, com base, em síntese, nos mesmos fundamentos deste. Quanto ao Recurso Especial do Contribuinte, pretendese rediscutir as seguintes matérias: a) Incidência de contribuição previdenciária sobre valores pagos a título de Participação nos Lucros e Resultados. b) Incidência de juros de mora sobre multa de ofício c) Retroatividade benigna da multa aplicável. Em exame preliminar de admissibilidade, a Presidente da Quarta Câmara, da Segunda Sessão do CARF deu seguimento ao apelo, nos termos do Despacho de efls. 1.165 a 1.176. Em suas razões recursais, quanto à primeira matéria Incidência de contribuição previdenciária sobre valores pagos a título de Participação nos Lucros e Resultados – o contribuinte defende, em síntese, a regularidade da assinatura do acordo coletivo antes do pagamento da PLR, conforme posição esposada pelos acórdãos paradigmas que indica. Fl. 1211DF CARF MF 8 Quanto à segunda matéria – improcedência da aplicação de juros sobre multa – o contribuinte defende a impossibilidade dessa incidência com base nos fundamentos esposados pelos acórdãos nºs 9202002.600 e 9101000.722, indicados como paradigmas. Finalmente, quanto à última matéria – Retroatividade benigna da multa aplicável – defende a aplicação ao caso da multa prevista no art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991. A Fazenda Nacional não apresentou Contrarrazões. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa O recurso interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. As objeções levantadas pela Contribuinte em sede de Contrarrazões, segundo as quais o recurso não deveria ser conhecido por falta de interesse de agir e que o recurso não ataca todos os fundamentos do recorrido não procedem. Primeiramente, o recurso não precisa atacar todos os fundamentos do recorrido, mas apenas demonstrar divergência de interpretação, e isso foi feito de forma inequívoca, eis que o paradigma apresentado apresenta situação idêntica, qual seja, o pagamento de indenização adicional prevista em Convenção Coletiva, todavia, os julgados recorrido e paradigma ofereceram desfecho distinto aos processos. Quanto ao interesse de agir, a interposição do recurso, obviamente, pretende o reexame da matéria, estando aí, evidentemente, o interesse de agir da Fazenda Nacional. Conheço, pois, do recurso. Quanto ao mérito, relativamente à indenização adicional, conforme relatado no Relatório Fiscal, tratase de verbas pagas a trabalhadores demitidos sem justa causa além daquelas previstas na legislação trabalhista, em obediência a cláusula pactuada em Convenção Coletiva de Trabalho. O cerne da questão a ser decidida é se sobre essas verbas incide a Contribuição Social previdenciária. O art. 28, I da Lei nº 8.212, de 1991 define o conceito de saláriode contribuição para o empregado e trabalhador avulso, exceto o trabalhador doméstico, e o seu parágrafo 9º explicita as verbas que não integram esse conceito. Confirase: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). [...] Fl. 1212DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 6 9 § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o saláriomaternidade; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973; c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do TrabalhoCLT; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). e) as importâncias: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) 1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) 2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de ServiçoFGTS; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) 3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) 4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) 5. recebidas a título de incentivo à demissão; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) 6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT; (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998). 7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário; (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998). 8. recebidas a título de licençaprêmio indenizada; (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998). 9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984; (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998). Fl. 1213DF CARF MF 10 f) a parcela recebida a título de valetransporte, na forma da legislação própria; g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). h) as diárias para viagens; (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977; j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; l) o abono do Programa de Integração SocialPIS e do Programa de Assistência ao Servidor PúblicoPASEP; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxíliodoença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico hospitalares e outras similares; (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a Fl. 1214DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 7 11 legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011) 1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011) 2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não ultrapasse 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do saláriodecontribuição, o que for maior; (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011) u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT. (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) y) o valor correspondente ao valecultura. (Incluído pela Lei nº 12.761, de 2012) z) os prêmios e os abonos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) aa) os valores recebidos a título de bolsaatleta, em conformidade com a Lei no 10.891, de 9 de julho de 2004. (Incluído pela Lei nº 13.756, de 2018) Como se vê, integram o salário de contribuição todas as verbas pagas como retribuição pelo trabalho, previstas em lei ou convenção coletiva de trabalho. Notase também que, dentre as hipóteses de exclusão do conceito de saláriodecontribuição não figura nenhuma situação que se assemelhe à ora em discussão. E não poderia ser de outro modo, pois se trata de verba inequivocamente paga como retribuição pelo trabalho e, embora eventual, pois paga apenas quando da demissão sem justa causa, tem nítida natureza remuneratória. Por outro lado, a alegação de que o pagamento teria natureza indenizatória não procede, pois é a própria lei que define os valores devidos como indenização nos casos de demissão sem justa causa e, no caso, tratase de valor adicional, um plus em relação ao valor previsto em lei. Tratase, portanto, de um benefício adicional e não de uma reparação. Fl. 1215DF CARF MF 12 Também não procede a alegação de que a verba se equipara ao abono único e que sobre esta não incidiria a contribuição. Ora se a mesma Convenção Coletiva previu o pagamento de abono único e a indenização adicional em dois itens distintos da negociação é porque se trata de conceitos diferentes. As condições, os critérios de apuração e o momento do pagamento de um e outro são absolutamente distintos, não se podendo, pois, equiparar um ao outro. Nessas condições, penso que, por ser verba de natureza remuneratória e na ausência de norma que lhe exclua expressamente da base de cálculo da contribuição social, é devida a Contribuição Social sobre os pagamentos feitos a título de indenização adicional. A segunda matéria apontada pela Procuradoria é a multa aplicável em razão da retroatividade benigna. Entretanto, como o contribuinte também apresentou Recurso Especial em que pretende discutir esse mesmo ponto, deixo para examinar a matéria mais adiante, quando analisarei conjuntamente ambos os recursos neste ponto. Passo ao exame do Recurso Especial do Contribuinte. O Recurso Especial interposto pelo contribuinte é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. Dele conheço. Quanto ao mérito, sobre a participação nos lucros e resultados, tratase de pagamentos ou créditos feitos pela empresa a seus empregados baseados em programa interno de PLR, assinado também por representantes do Sindicato dos empregados, com vigência para o exercícios de 2003 e 2005, assinados, respectivamente, em 15/12/2003 e 02/03/2005 e pagos em 03/2004 e 03/2005. Segundo a autoridade lançadora, os pagamentos foram feitos em desacordo com a Lei nº 11.101, de 2000, por ausência de regras claras e objetivas previamente pactuadas, pois a assinatura do acordo se deu após o exercício a que correspondiam os pagamento. Decidiu o acórdão recorrido, em síntese, que o desatendimento da regra de fixação prévia das regras para o pagamento da PLR fere um requisito essencial para a exclusão das verbas correspondentes do conceito de saláriodecontribuição. A Contribuinte, por sua vez, sustenta a desnecessidade que foi atendido o requisito da pactuação prévia, pois os termos do acórdão já era conhecido pelos trabalhadores antes do início do exercício. O cerne da questão a ser decidida, portanto, é se, nas condições específica do caso, atendeuse ou não às condições legalmente estabelecidas para a caracterização da distribuição de lucros e resultados e a sua exclusão do conceito de saláriodecontribuição. A Lei nº 8.212/1991, trouxe na alínea “j” do § 9º do seu art. 28 a hipótese de não incidência tributária contida no inciso XI, do art. 7º da CF/88, excluindo do campo de tributação das contribuições previdenciárias as importâncias pagas, creditadas ou devidas a título de PLR, sempre que estas verbas forem pagas de acordo com a lei própria de regência, in casu, a Lei nº 10.101/2000: Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991: Art. 28 – [...] §9º Não integram o saláriodecontribuição: (...) Fl. 1216DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 8 13 j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica. Por sua vez, a Lei nº 10.101, de 2000 regulou a participação dos trabalhadores nos lucros, e ao fazelo estabeleceu parâmetros bem definidos e que não podem ser desprezados. Confirase: Lei nº 10.101 de 19 de dezembro de 2000: Art.1º Esta Lei regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade, nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição. Art. 2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. §1º Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, O acordo deve ser assinado antes do início do cumprimento das metas, ou seja, antes de iniciado o período de apuração da PLR, não se aceitando a assinatura depois que parte das metas já foram cumpridas ou quando os resultados já são conhecidos. §2º O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. [...] Art. 3º A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. §1º Para efeito de apuração do lucro real, a pessoa jurídica poderá deduzir como despesa operacional as participações atribuídas aos empregados nos lucros ou resultados, nos termos da presente Lei, dentro do próprio exercício de sua constituição. §2º É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. §3º Todos os pagamentos efetuados em decorrência de planos de participação nos lucros ou resultados, mantidos Fl. 1217DF CARF MF 14 espontaneamente pela empresa, poderão ser compensados com as obrigações decorrentes de acordos ou convenções coletivas de trabalho atinentes à participação nos lucros ou resultados. §4º A periodicidade semestral mínima referida no §2o poderá ser alterada pelo Poder Executivo, até 31 de dezembro de 2000, em função de eventuais impactos nas receitas tributárias. §5º As participações de que trata este artigo serão tributadas na fonte, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, como antecipação do imposto de renda devido na declaração de rendimentos da pessoa física, competindo à pessoa jurídica a responsabilidade pela retenção e pelo recolhimento do imposto. Art. 4º Caso a negociação visando à participação nos lucros ou resultados da empresa resulte em impasse, as partes poderão utilizarse dos seguintes mecanismos de solução do litígio: I – Mediação; II – Arbitragem de ofertas finais. §1º Considerase arbitragem de ofertas finais aquela que o árbitro deve restringirse a optar pela proposta apresentada, em caráter definitivo, por uma das partes. §2º O mediador ou o árbitro será escolhido de comum acordo entre as partes. §3º Firmado o compromisso arbitral, não será admitida a desistência unilateral de qualquer das partes. §4º O laudo arbitral terá força normativa independentemente de homologação judicial. Como ressaltado anteriormente, a regra é a incidência da contribuição sobre os rendimentos pagos, o que pode se realizar sobre diferentes rubricas. A exclusão à regra geral, é exceção, regra especial. E, logicamente, aquilo que não está na exceção, está na regra geral. Ora, se, no caso, a norma especial prevê que somente se exclui do salário de contribuição os valores correspondentes a PLR distribuídos na forma preconizada em lei, qualquer pagamento feito fora dessas condições deve ser enquadrado na regra geral, isto é, integra o saláriodecontribuição. É a lei nº 10.101, de 2000 que estabelece as condições para a participação dos empregados nos lucros das empresas. E, como vimos, o art. 28, § 9º, “j”, remete a hipótese de exclusão dos pagamentos do PLR à lei. E como vimos, no presente caso, as disposições dos Acordos Coletivos de Trabalho, quanto à participação dos empregados nos lucros ou resultados da empresa, não atendem aos requisitos da lei. Logo, os pagamentos de parcelas referentes a essas parcelas devem integrar o saláriodecontribuição. Dessa forma, em relação ao PLR, entendo que restaram descumpridos os requisitos legais para a exclusão dos valores correspondentes da base de cálculo da Contribuição. É que, como visto, os acordos somente foram assinados após o exercício a que correspondiam os pagamentos, ainda que antes dos pagamento. Entendo que a fixação prévia de regras claras deve acontecer antes ou pelo menos no início do exercício a que correspondem os pagamentos. Se a participação nos lucros e resultados é um incentivo à produção, um estímulo ao desempenho do trabalha, as regras para pagamento dessa verba devem ser fixadas Fl. 1218DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 9 15 a tempo de os trabalhadores e a própria empresa poderem cumprir as condições fixadas no acordo. A formalização do acordo após o exercício, mesmo que antes do pagamento, transforma o acordo em mera proforma, o que, por tudo que se viu acima, não é o que pretende a lei. Também não procede a alegação de que os trabalhadores conheciam os termos do acordo. Primeiramente, não há como se provar que a afirmação seja verdadeira. Depois, tratase aqui de acordo com validade não apenas entre as partes, mas como repercussões sobre direitos de terceiros,como o Fisco, por exemplo, de tal sorte que a formalização do acordo, em documento próprio, e com conteúdo e forma válidos, é condição essencial para que o pacto seja conhecido perante terceiros. Nego provimento ao recurso do contribuinte quanto a este item. Quanto à segunda matéria do recurso do contribuinte – a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício – a questão está pacificada no âmbito deste Conselho que editou a Súmula nº 108. Confirase: Súmula CARF nº 108: Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. A situação aqui tratada amoldase perfeitamente ao caso, devendo ser aplicada a súmula, o que impõe o improvimento do recurso quanto a essa matéria. Finalmente, sobre a multa aplicada em razão da retroatividade benigna, por ser matéria também questionada no recurso da Fazenda Nacional, analiso conjuntamente os dois recursos. O auto de infração aplicou as multas previstas no art. 35, I, II e III, da Lei nº 8.212, de 1991, com redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999. O Acórdão Recorrido reduziu a multa que passaria a ser calculada com base no art. 35, II da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n. 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008, inclusive. A contribuinte reivindica a aplicação da multa prevista no art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, e a Fazenda Nacional defende a aplicação da multa do art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991. Pois bem, Antes das alterações introduzidas pela Medida Provisória nº 449, de 2008, a Lei nº 8.212, de 1991 previa, para os casos de lançamento de ofício de contribuições sociais de que trata os incisos “a”, “b” e “c”, do parágrafo único, do art. 11, a incidência de uma penalidade para o caso de falta de declaração em GFIP de verba tributável (art. 32, § 5º) e outra penalidade pelo recolhimento insuficiente (art. 35, II). Eis a redação dos referidos dispositivos, antes da MP n° 449, de 2008: Art. 32. A empresa é também obrigada a: § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. [...] Fl. 1219DF CARF MF 16 Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: [...] II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; Incidiam, portanto, duas penalidades para duas infrações materialmente distintas: a falta de declaração de verba tributável e o recolhimento insuficiente do tributo. A partir da vigência da Medida Provisória nº 449, de 2008, essas duas penalidades foram substituídas por uma só: a multa prevista no art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996. Vejamos: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. O art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996, por sua vez, prescreve: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Fl. 1220DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 10 17 § 1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1o deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: I prestar esclarecimentos; II apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 de agosto de 1991; III apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei. § 3º Aplicamse às multas de que trata este artigo as reduções previstas no art. 6º da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991, e no art. 60 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991. § 4º As disposições deste artigo aplicamse, inclusive, aos contribuintes que derem causa a ressarcimento indevido de tributo ou contribuição decorrente de qualquer incentivo ou benefício fiscal. § 5o Aplicase também, no caso de que seja comprovadamente constatado dolo ou máfé do contribuinte, a multa de que trata o inciso I do caput sobre: I a parcela do imposto a restituir informado pelo contribuinte pessoa física, na Declaração de Ajuste Anual, que deixar de ser restituída por infração à legislação tributária; e II – (VETADO). Para aferir qual a penalidade mais benigna, se a prevista anteriormente à Medida Provisória nº 449, de 2008 ou a posterior à mudança legal, devemos sopesar, consideradas as naturezas materiais das infrações previstas, isto é, a relação entre as condutas e as infrações previstas, aquela menos onerosa para o infrator, conforme entendimento consolidado nesta Câmara Superior de Recursos Fiscais, conforme Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016): AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. Fl. 1221DF CARF MF 18 AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. Como, para as duas condutas: a falta de declaração e o pagamento insuficiente, para as quais a legislação anterior previa a incidência de duas penalidades, cumulativamente, a nova legislação prevê apenas a incidência de uma única penalidade, na aplicação da retroatividade benigna, devese comparar a soma das multas previstas (arts. 35, II, e 32, § 5o, da Lei n° 8.212, de 1991) à multa prevista na nova legislação (art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991). Mais especificamente, como a nova legislação prevê multa de 75%, na ausência de evidente intuito de fraude, haverá retroatividade benigna se a penalidade aplicável, segundo a legislação vigente à época do lançamento, ultrapassar esse percentual. No caso de incidência das multa previstas nos §§ 4º e 5º, do art. 32 e do art. 35, ambos da Lei nº 8.212, de 1991, na redação anterior à MP nº 449, de 2008, se a soma das duas penalidades for superior a 75%. No caso de aplicação, por qualquer razão, de apenas uma das penalidades, a comparação deve ser feita com o valor desta. Esse é o entendimento compatível com a posição da Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, segundo entendimento também consolidada deste Colegiado, conforme voto proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou Fl. 1222DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 11 19 omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a Fl. 1223DF CARF MF 20 estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: ꞏ Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou ꞏ Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação Fl. 1224DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 12 21 acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. A citada Portaria 14, de 2009, que, vale ressaltar, está em perfeita consonância com a jurisprudência do CARF, é clara quanto aos procedimentos a serem observados para aplicação, em cada caso, da retroatividade benigna. Vejamos: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou Fl. 1225DF CARF MF 22 II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Por fim, registrese que essa posição, em razão da reiterada jurisprudência no sentido acima defendido foi recentemente convertida em Súmula. Tratase da Súmula CARF nº 119, com o seguinte enunciado: Súmula CARF nº 119: No caso de multas por descumprimento de obrigação principal e por descumprimento de obrigação Fl. 1226DF CARF MF Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 9202007.874 CSRFT2 Fl. 13 23 acessória pela falta de declaração em GFIP, associadas e exigidas em lançamentos de ofício referentes a fatos geradores anteriores à vigência da Medida Provisória n° 449, de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, a retroatividade benigna deve ser aferida mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores, com a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. (Súmula CARF nº 119) Assim, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 04 de dezembro de 2009, que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Essa posição foi recentemente consolidado neste Conselho que editou a Súmula CARF nº 119. Confirase: Súmula CARF nº 119: No caso de multas por descumprimento de obrigação principal e por descumprimento de obrigação acessória pela falta de declaração em GFIP, associadas e exigidas em lançamentos de ofício referentes a fatos geradores anteriores à vigência da Medida Provisória n° 449, de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, a retroatividade benigna deve ser aferida mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores, com a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. É de ser provido o recurso neste ponto para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, assim como lançado. Ante o exposto, conheço do recurso interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, doulhe provimento e também conheço do recurso interposto pelo contribuinte e, no mérito, negolhe provimento, ressaltando que a multa de ofício deve ser aplicada. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Fl. 1227DF CARF MF 24 Fl. 1228DF CARF MF
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Numero do processo: 13051.720184/2011-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 30 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3302-001.035
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em DILIGÊNCIA, para que a duplicidade de pedidos de ressarcimento e compensação reconhecida eletronicamente seja aferida pela Unidade de Origem, mediante análise dos valores efetivamente pleiteados na unidade. Vencidos os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho (relator), Corintho Oliveira Machado e Jorge Lima Abud, que negavam provimento ao Recurso Voluntário.
(documento assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho Relator e Presidente Substituto
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Deroulede (Presidente), Gilson Macedo Rosemburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado).
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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Vencidos os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho (relator), Corintho Oliveira Machado e Jorge Lima Abud, que negavam provimento ao Recurso Voluntário. (documento assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho – Relator e Presidente Substituto Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Deroulede (Presidente), Gilson Macedo Rosemburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado). Relatório Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento (PER) de créditos de COFINS Não-Cumulativa – Exportação, de que trata o art. 6º, § 2º da Lei nº 10.833, de 2004, pleiteado pela empresa em epígrafe por meio do PER (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso). Não há informação de compensações declaradas com referência no crédito. A DRF de origem indeferiu o pedido, emitindo Despacho Decisório no qual foi consignado que se trata de pedido em duplicidade. No referido despacho, aponta-se o número de outro PER/DCOMP referente ao mesmo crédito. Como fundamento para a decisão é indicada a seguinte base legal: parágrafo 7º do art. 21 e Parágrafo 2º do art. 28 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 30 51 .7 20 18 4/ 20 11 -3 5 Fl. 271DF CARF MF Fl. 2 da Resolução n.º 3302-001.035 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13051.720184/2011-35 Devidamente cientificada, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, onde, preliminarmente, pugna pela nulidade do Despacho Decisório, que estaria eivado de vício formal insanável. Aponta que dito Despacho Decisório não veio acompanhado da devida fundamentação motivacional, mas apenas apontaria as supostas infrações cometidas pela Manifestante. Faltariam a exposição dos elementos de convicção, dos elementos fáticos e do motivo da inexistência de crédito. Concluiu que teria ocorrido cerceamento de defesa e colaciona doutrina, que entende corroborar seu raciocínio. Nesse trilhar, aponta ainda nulidade do procedimento por erro na capitulação legal. Faz um arrazoado sobre a validade do ato processual administrativo tributário, defendendo que o Despacho Decisório, para ser válido e eficaz, deve conter os requisitos fundamentais: agente capaz, forma prescrita ou não defesa em lei e objeto lícito. Aponta equívoco referente à tipificação do "enquadramento legal", ao indicar o parágrafo 7o do Art. 21 da Instrução Normativa RFB n° 900, de 2008, o qual trata sobre créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, que não guardaria relação com a suposta exigência descumprida. Aduz que, pelo erro cometido pela autoridade tributária (omissão da legislação que substanciaria a suposta irregularidade cometida no PER com a indicação de dispositivos imprecisos), haveria carência de elementos capazes e suficientes para precisar a real motivação da suposta duplicidade do pedido de ressarcimento em questão, dificultando o exercício de seu direito de defesa, importando em vício que acarreta a nulidade do Despacho Decisório. Argumenta que a capitulação legal é elemento essencial para a validade do Despacho Decisório, sob pena de cercear o direito de defesa do contribuinte. Traz julgados do Egrégio Conselho de Contribuintes que coadunam com suas alegações. No mérito, destaca, inicialmente, a correção do Pedido de Ressarcimento complementar de créditos. Argumenta que, apesar de serem referentes ao mesmo período, tratar-se-ia de pedidos diferentes. Acrescenta que no procedimento administrativo inexiste a figura da coisa julgada. Por fim, observa que enquanto não transcorrido o prazo prescricional para requerer créditos decorrentes da atividade da empresa, não estaria ela ofuscada pela decisão administrativa do pedido anterior. Relata que a apuração dos créditos no pedido original foi feita com a utilização do método "Base na Proporção da Receita Bruta Auferida", com base nos artigos 3º, § 7º e § 8º das Leis n.° 10.833/03 e 10.637/02, conforme se depreende do DACON. No entanto, narra que efetuou um trabalho de revisão fiscal com recálculo dos créditos de COFINS Não-Cumulativa – Mercado Interno no período, referente ao rateio proporcional da receita bruta auferida, alterando os percentuais dos créditos passíveis de ressarcimento, mas que não foram alvos do outro pedido. Alega que havia inserido "receitas" das vendas, oriundas da comercialização de bens e mercadorias referente a atos cooperados, no primeiro pedido de ressarcimento de COFINS Não-Cumulativa. Então, ao recalcular a totalidade das receitas, desconsiderando as vendas referentes aos atos cooperados, conforme previsto em lei, chegou-se a um novo percentual de receitas para o mercado interno e exportação. Demonstra o recálculo por meio de um exemplo prático. Fl. 272DF CARF MF Fl. 3 da Resolução n.º 3302-001.035 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13051.720184/2011-35 Argumenta que, constatado o erro no percentual outrora empregado, verificou-se, por conseguinte, que a empresa havia requerido valor a menor, razão pela qual, dentro do prazo prescricional, fez pedido referente apenas à parcela que ficou de fora do outro pedido, por ser a única forma de haver ressarcido os valores decorrentes de tais créditos apurados após o trabalho de revisão fiscal, já que entende que as operações com cooperados não configuram receitas. Traz acórdãos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Assevera que a IN RFB 900/08, em seu art. 77, não permite que o contribuinte efetue a retificação do pedido de ressarcimento após a decisão administrativa. Então, como possui valores passíveis de ressarcimento que foram levantados no recálculo, apresentou novo pedido, já que não havia outra forma de pleitear a diferença. Por fim, destaca que referido pedido "complementar" não se trata de aumento de crédito, mas de realocação do rateio proporcional dos créditos passíveis de ressarcimento e que acarretaram no pedido "complementar". Da correção monetária ao pedido de ressarcimento Defende que a demora no reconhecimento do crédito implica que se proceda à devida correção pela Selic desde a data do protocolo do pedido a fim de reparar a mora e o poder aquisitivo do crédito. Pugna pela devida correção dos créditos pela taxa SELIC, desde a data dos seus protocolos, em conformidade com o art. 39, § 4.° da Lei n° 9.250/95 e com a Súmula n° 411 do STJ. Do Pedido Requer, preliminarmente, a nulidade do Despacho Decisório face às irregularidades apontadas e, no caso de não acolhimento do pedido anterior, no mérito, a reforma do Despacho Decisório uma vez que o PER analisado trata-se de pedido complementar de crédito, o qual deve ser acrescido da devida correção monetária pela taxa Selic, desde a data do protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento/compensação. Por seu turno, a DRJ julgou a impugnação improcedente. Irresignado, o recorrente interpôs recurso voluntário ao CARF, repisando os argumentos apresentados anteriormente na manifestação de inconformidade. É o breve relatório. VOTO Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão 3302-001.028, de 26 de setembro de 2017, proferido no julgamento do processo 13051.720137/2011-91, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 273DF CARF MF Fl. 4 da Resolução n.º 3302-001.035 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13051.720184/2011-35 Ressalte-se que a decisão do paradigma foi contrária ao meu entendimento pessoal. Todavia, como fui vencido na votação, ao presente processo deve ser aplicada a posição vencedora, conforme consta da ata da sessão do julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302-001.028). Com as vênias de praxe, dissinto do entendimento do eminente Relator no sentido de negar provimento ao recurso voluntário." Entende o relator que o PER 20432.67773.270409.1.1.11-1894 objeto dos autos deve ser caracterizado como um pedido de retificação do pedido original nº 02927.65081.251006.1.1.11-3372, que trata do mesmo trimestre do tributo, sendo que a norma que regulamenta o pedido de ressarcimento só permite sua retificação antes de qualquer decisão administrativa, nos termos do art. 77 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008, vigente na época dos fatos. Entende, ainda, que como já havia decisão administrativa sobre o pedido de ressarcimento original, quando do protocolo do pedido de retificação, que a retificação do PER original por força do impeditivo normativo não deve surtir efeitos. Entretanto, respeitosamente não concordo com as assertivas explicitadas pela i. relator, na medida em que inexiste no ordenamento jurídico pátrio qualquer restrição ao direito contribuinte de efetuar novo pedido de ressarcimento que tenha por objeto o mesmo trimestre de tributo já pedido anteriormente, desde que não haja similitude de créditos e que seja respeito o prazo prescricional para o exercício do direito de ressarcimento. Ora, entendo ser totalmente aceitável que ao contribuinte seja concedido o direito de rever seus lançamentos e, ultrapassado o prazo de retificar o pedido original previsto na IN 900/2008, realize novo de pedido de ressarcimento. No caso dos autos, a Recorrente afirmou tratar-se de pedidos de ressarcimento diferentes, decorrente de recálculo dos créditos de PIS/COFINS não cumulativo que modificou o percentual de rateio do mercado interno não-tributado e mercado de exportação. Ou seja, o primeiro pedido foi realizado em valor ao menor do que aquele efetivamente devido, fato este que motivou a apresentação de pedido complementar. Ao que parece estamos diante de dois pedidos distintos, o original e o complementar, que tem em comum o fato de se referirem ao mesmo trimestre do tributo. E, em se tratando de pedidos distintos, o limite para o exercício do direito ao pedido complementar é o prazo prescricional para o exercício do direito ao ressarcimento e, não do prazo de retificação previsto na IN 900/2008. Contudo, não obstante a Recorrente tenha carreado documentos para comprovar suas alegações, faz necessário que a fiscalização apure se há similitude dos créditos apresentados nos PER nº s 20432.67773.270409.1.1.11-1894 e 02927.65081.251006.1.1.11-3372, intimando, para tanto, à Recorrente para apresentar documentos que entender necessário à conclusão da diligência. O fundamento para o indeferimento foi por duplicidade de pedido, aparentemente, calcado na identidade do trimestre, do tributo e do tipo de crédito "Cofins Não- Cumulativa" - Mercado Interno. A base legal foram os artigos 21, §7º e 28, §2º da IN RFB nº 900/2008, a saber: Art. 21. Os créditos do IPI, escriturados na forma da legislação específica, serão utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. [...]§ 7º Cada pedido de ressarcimento deverá: I - referir-se a um único trimestre-calendário; e II - ser efetuado pelo saldo credor passível de ressarcimento remanescente no trimestre calendário, após efetuadas as deduções na escrituração fiscal. Fl. 274DF CARF MF Fl. 5 da Resolução n.º 3302-001.035 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13051.720184/2011-35 Art. 28. O pedido de ressarcimento a que se refere o art. 27 será efetuado pela pessoa jurídica vendedora mediante a utilização do programa PER/DCOMP ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante petição/declaração em meio papel acompanhada de documentação comprobatória do direito creditório. [...]§ 2º Cada pedido de ressarcimento deverá: I - referir-se a um único trimestre-calendário; e II - ser efetuado pelo saldo credor remanescente no trimestre-calendário, líquido das utilizações por desconto ou compensação De início, entendo que o requisito de que cada pedido corresponda a um trimestre não implica a consequência contrária, ou seja, que cada trimestre corresponda a um único pedido. Esta possibilidade, inclusive está expressa no artigo 22 da referida instrução normativa, ao permitir a existência de pedido de ressarcimento residual relativo a créditos objeto de pedidos anteriores. Art. 22. O saldo credor passível de ressarcimento relativo a períodos encerrados até 31 de dezembro de 2006, remanescente de utilizações em pedido de ressarcimento ou Declaração de Compensação apresentados à RFB até 31 de março de 2007, bem como os relativos a trimestres encerrados após 31 de dezembro de 2006, remanescente de utilizações em pedidos de ressarcimento ou Declaração de Compensação formalizados mediante a apresentação de petição/ declaração em meio papel entregues à RFB a partir de 1º de abril de 2007, somente poderá ser ressarcido ou utilizado para compensação após apresentação de pedido de ressarcimento do valor residual. Assim, admito não haver incompatibilidade inerente entre a possibilidade de apresentar um pedido de ressarcimento relativo a um mesmo período e da mesma natureza já pedidos. Porém, é necessário entender que a instituição de sistemas eletrônicos e travas operacionais são plausíveis, de modo a possibilitar análises céleres e identificação de possíveis situações caracterizadoras de pedidos de ressarcimentos indevidos. Inclusive a regra de impossibilidade de retificação de PER após o despacho decisório é plausível, pois não faria sentido retroagir processualmente para inovar um pedido para o qual já houvesse decisão administrativa, com litígio eventual já delimitado. Todavia, ao interpretar que a instrução normativa, concluindo pela impossibilidade de PER complementar, estar-se-ia implementando um novo prazo prescricional, qual seja, a emissão de despacho decisório. Sabe-se que tal prescrição está contida no Decreto 20.910/32, cujo artigo 1º dispõe: Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem. Contudo, ao admitir que cada trimestre seja realizado por apenas um pedido, sem possibilidade de complementação, acaba por resultar em estabelecimento de novo prazo prescricional para que o contribuinte exerça o direito ao ressarcimento de créditos. Assim, ainda que o contribuinte dispusesse de anos para pedir o ressarcimento, após a emissão do despacho decisório, qualquer valor ainda não pedido, seja por qualquer motivo, tornar-se-ia prescrito, já que impossível qualquer retificação ou apresentação de PER complementar. Como ficaria o direito do contribuinte se eventuais créditos somente fossem reconhecidos em ato normativo emitido pela própria RFB posterior a pedidos já decididos, mas antes de escoado o prazo do Decreto nº 20.910/32, tal qual o Parecer Normativo Cosit nº 5/2018, que estabeleceu novo conceito de insumos para efeito da não-cumulatividade das contribuições? Entendo que a IN não pretendeu a alteração deste prazo. Conforme já exposto, a retificação de PER é vedada após a emissão de despacho decisório e nesta vedação residem motivos de ordem processual e mesmo de eficiência da análise eletrônica de Fl. 275DF CARF MF Fl. 6 da Resolução n.º 3302-001.035 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13051.720184/2011-35 PER/DCOMPS. Todavia, o contribuinte não apresentou uma retificadora, mas um novo PER do mesmo período, tributo e tipo de crédito, que o sistema presumiu como duplicidade dos pedidos. Porém, tal presunção de indeferimento não se verifica, pois o pedido, em princípio, não está em duplicidade, em vista das alegações e documentos apresentados. A presunção de duplicidade ocorreu em função apenas do período, tributo e da natureza do crédito, mas não dos valores pleiteados, o revela um critério da Administração para o tratamento eletrônico, mas que pode não corresponder à verdade material dos pedidos, nem pode servir para a configuração de novo prazo prescricional. Assim, voto no sentido de afastar a presunção de duplicidade reconhecida eletronicamente, para que tal duplicidade seja aferida pela análise dos valores efetivamente pleiteados pela unidade de origem. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicando-se a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por afastar a presunção de duplicidade e converter o julgamento em DILIGÊNCIA, para que órgão de origem avalie a duplicidade de pedidos de ressarcimento e compensação reconhecida eletronicamente, mediante análise dos valores efetivamente pleiteados na unidade de origem. Após sanadas essas dúvidas, que seja elaborado relatório fiscal, facultando à recorrente o prazo de trinta dias para se pronunciar sobre os resultados obtidos, nos termos do parágrafo único do artigo 35 do Decreto nº 7.574/2011. Posteriormente aos procedimentos, que sejam devolvidos os autos ao CARF para prosseguimento do rito processual. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Fl. 276DF CARF MF
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