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Numero do processo: 16403.000177/2006-15
Turma: Primeira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Fri May 08 00:00:00 UTC 2009
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS — IPI
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
IPI - INSUMOS ISENTOS E NÃO TRIBUTADOS.
Impossibilidade de crédito relativo a aquisições de insumos sujeitos a alíquota zero ou não tributados. Precedentes do STF.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2102-000.114
Decisão: ACORDAM os Membros da SEGUNDA TURMA ORDINÁRIA da PRIMEIRA CÂMARA da SEGUNDA SEÇÃO do CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso
Matéria: IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
Nome do relator: ALEXANDRE GOMES
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''''' MINISTÉRIO DA FAZENDA .? CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 16403.000177/2006-15 Recurso n° 156.949 Voluntário Acórdão n° 2102-00.114 — ia Câmara / 2 Turma Ordinária Sessão de 08 de maio de 2009 Matéria RESSARCIMENTO DE IPI Recorrente IBERKRAFT INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE LTDA. Recorrida DRJ - RIBEIRÃO PRETO/SP ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS — IPI Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 IPI - INSUMOS ISENTOS E NÃO TRIBUTADOS. Impossibilidade de crédito relativo a aquisições de insumos sujeitos a alíquota zero ou não tributados. Precedentes do STF. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da SEGUNDA TURMA ORDINÁRIA da PRIMEIRA CÂMA • • '-• a SE . DA . ÀO do CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAP:, e ir un., idad I de otos, em negar provimento ao recurso. n "•11/ 1. r . • . f 49 r r , f k 'Á coE O MARQUE ifPr ; • f ente I 1 A EXAN 10 '' E GO n ES 1 -lator - 'articiparam, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Walber José da Silva, Fabiola Cassino Keramidas, Maurício Taveira e Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D'Eça, José Antonio Francisco e Gileno Gurjão Barreto. , 1 Processo n° 16403.000177/2006-15 S2-C1T2 Acórdão n.° 2102-00.114 Fl. 481 Relatório Trata-se de pedido de ressarcimento de créditos de IPI, relativos ao 3° trimestre do ano de 2004, oriundos das aquisições de insumos não-tributados ou sujeitos à aliquota zero. Em seu despacho decisório a DRF/Ponta Grossa-PR julgou no seguinte sentido: "De acordo com o parecer retro, faço uso da competência delegada pela Portaria DRF/PTG n° 119, de 10 de agosto de 2006, para reconhecer parcialmente o crédito do interessado no montante de R$11.643,06 (onze mil seiscentos e quarenta e três reais e seis centavos) e homologar as compensações referidas neste processo até o limite do direito creditório reconhecido." Inconformada, a Recorrente apresentou sua manifestação de inconformidade, arguindo, como base de sua fundamentação legal, o artigo 153, § 3°, II, da Constituição Federal. Traz à baila posicionamento da doutrina e da jurisprudência a respeito do tema. A DRJ/Ribeirão Preto-SP posicionou-se no seguinte sentido: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/07/2004 a 31/09/2004 DIREITO AO CRÉDITO. INSUMOS NÃO ONERADOS PELO IPL É inadmissível, por total ausência de previsão legal, a •apropriação, na escrita fiscal do sujeito passivo, de créditos do imposto alusivos a insumos isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota zero, uma vez que inexiste montante do imposto cobrado na operação anterior. Solicitação Indeferida Irresignada, a Recorrente apresentou seu recurso voluntário discorrendo sobre a mesma fundamentação legal utilizada em sua manifestação de inconformidade, ou seja, baseando-se no principio da não-cumulatividade que rege o IPI. Ao final, requer: i) a reforma da decisão proferida pela r turma da DRJ/POR, com a decretação da nulidade do = HM; ii) caso -ja ado provimento ao AIIM, a dispensa da cobrança da multa de 75% sobre o valor do impos e, t , em como dos juros moratórios. É o Relatório. 2 Processo n° 16403.000177/2006-15 S2-C1T2 Acórdão n.° 2102-00.114 Fl. 482 Voto Conselheiro ALEXANDRE GOMES, Relator O presente recurso é tempestivo, preenche os demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Preliminarmente a análise do mérito do presente recurso, convém diferenciar, sucintamente, os regimes de tributação referentes à isenção, alíquota zero e produtos não- tributáveis, pois, embora na prática - com relação ao princípio da não- cumulatividade do IPI - possuam resultados idênticos ao produtor, no âmbito jurídico não se confundem. Para elucidar, transcrevo as palavras do Senhor Ministro Cezar Peluso, em voto proferido no Recurso Extraordinário n° 353.657-5/PR: "A diferença jurídica aplicável entre isenção e alz'quota zero reside no fato de que esta pode ser concedida pelo Presidente da República mediante decreto, nos limites fixados em lei (art. 153, § 1°, da CF), ao passo que a isenção somente pode sê-lo por lei específica (art. 150, § 6°, da CF). A motivação política de uma ou de outra é variável, inspirada em razões de extrafiscalidade (instrumento célere de intervenção na economia), ou de maior proteção por força da exigência de trânsito pelo procedimento legislativo ordinário." Pode-se acrescentar que a isenção trata-se de um beneficio fiscal concedido a sujeito passivo determinado, com o intuito de reduzir a carga tributária imposta ao mesmo e, conseqüentemente, estimula a compra de determinado produto que será utilizado no processo de industrialização. Ademais, há ocorrência do fato gerador objeto da obrigação tributária que não será efetivamente paga pelo sujeito passivo em virtude da lei dispensá-lo deste dever. Com relação à alíquota zero o insumo também é tributado. Ocorre que em razão do coeficiente de sua alíquota ser zero, ou seja, neutro, nulo, sem valor, o resultado dessa tributação também será igual a zero, fazendo com que o sujeito passivo responsável pelo pagamento do imposto não tenha que arcar com valor algum ao fisco. Note-se que nesta hipótese o que ocorre é a nulidade do resultado aritmético da tributação, sendo este o motivo que faz com que o contribuinte não deva quantia alguma ao fisco. Por fim em relação aos insumos classificados como não-tributados não há incidência de tributação. No presente processo a Recorrente creditou-se de valores relativos às aquisições de insumos não tributados e os sujeitos à aliquota zero. Por determinação constitucional o IPI esta sujeito aos princípios 4a n. o- cumulatividade e da seletividade. Hugo de Brito Machado', entende que o primeiro pn ci 414W Machado, Hugo de Brito, Crédito de IPI na aquisição de insumos não-tributados. 18/06/2004. Disponível - m www.hugomachado.adv.br. , Processo n° 16403.000177/2006-15 S2-C1T2 Acórdão n.° 2102-00.114 Fl. 483 "existe para impedir que o ônus do imposto se vá acumulando em cada operação", já em relação ao principio da seletividade leciona que "o ônus do IPI deve ser diferente em razão da essencialidade do produto", ou seja, quanto mais essencial menor a aliquota do IPI. Por fim, o renomado jurista conclui no sentido de que "as aquisições de insumos não tributados, ou com alíquota zero, não devem ensejar os créditos porque estes viriam a amesquinhar o principio da seletividade. O direito ao crédito quando se trata de aquisição de produto isento somente se justifica, então, para a preservação da eficácia da norma jurídica que concedeu a isenção." A questão relativa a possibilidade de utilização de créditos em relação aos insumos não tributados e aos sujeitos a aliquota zero sempre gerou muita discussão, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, tendo esta discussão gerado inúmeras decisões favoráveis aos contribuintes, inclusive no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Ocorre que em decisões mais recentes, o plenário do Egrégio STF firmou nova posição, no sentido de vedar a utilização de créditos em relação aos insumos sujeitos à aliquota zero e os não tributados, senão vejamos: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 2. IPI. Crédito Presumido. Insumos sujeitos à alíquota zero ou não tributados. Inexistência. 3. Os princípios da não-cumulatividade e da seletividade não ensejam direito de crédito presumido de IPI para o contribuinte adquirente de insumos não tributados ou sujeitos à alíquota zero. 4. Recurso extraordinário provido. (RE n° 370.682, Supremo Tribunal Federal, Relator Min. limar Gaivão, Julgamento em 25/06/2007) IPI - INSUMO - ALlQUOTA ZERO - AUSÊNCIA DE DIREITO AO CREDITAMENTO. Conforme disposto no inciso lido sç 3 0 do artigo 153 da Constituição Federal, observa-se o princípio da não-cumulatividade compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, ante o que não se pode cogitar de direito a crédito quando o insumo entra na indústria considerada a alíquota zero. IPI - INSUMO - ALIQUOTA ZERO - CREDITAMENTO - INEXISTÊNCIA DO DIREITO - EFICÁCIA. Descabe, em face do texto constitucional regedor do Imposto sobre Produtos Industrializados e do sistema jurisdicional brasileiro, a modulação de efeitos do pronunciamento do Supremo, com isso sendo emprestada à Carta da República a maior eficácia possível, consagrando-se o princípio da segurança jurídica. (RE n° 353.657, Supremo Tribunal Federal, Relator Min. Marco Aurélio, Julgamento em: 25/06/2007) ' ssim, por conta das decisões acima transcritas, que passo a adotar, entendo indevidos os c édi it s relativos às aquisições de insumos sujeitos a aliquota zero e os não tributados. a Turma já vem decidindo neste sentido, conforme se verifica da decisão iabaixo ementada: I ‘0o 4 Processo n° 16403.000177/2006-15 S2-C1T2 Acórdão n.° 2102-00.114 Fl. 484 Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados — IPI Período de apuraçã o: 01/01/1996 a 31/12/1998 IPI. CRÉDITO BASE. PERÍODO ANTERIOR À LEI N° 9.779/99. IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO. ENTENDIMENTO SUMULADO. Não se admite aplicação retroativa da Lei n° 9.779/99. É cediço que os benefícios tributários devem ser analisados de forma restritiva. Ademais, a questão já foi sumulada por este Egrégio Segundo Conselho: "O direito ao aproveitamento dos créditos de IPI decorrentes da aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem utilizados na fabricação de produtos cuja saída seja com isenção ou alíquota zero, nos termos do art. 11 da Lei n° 9.779, de 1999, alcança, exclusivamente, os insumos recebidos pelo estabelecimento contribuinte a partir de 1° de janeiro de 1999." CRÉDITO DE IPI. INSUMOS SUJEITOS À ALIOUOTA ZERO NA ENTRADA OU NÃO TRIBUTADOS. Recentemente o Supremo Tribunal Federal posicionou-se contrariamente ao direito de crédito no caso dos insumos não tributados e tributados à alíquota zero. Desta forma, independentemente da saída do produto ser ou não tributadas não há crédito a ser restituído. Impossibilidade de aproveitamento de qualquer crédito neste sentido. CRÉDITO DE IPI. INSUMOS SUBMETIDOS AO REGIME DE ISENÇÃO. A tese defendida pelo Supremo Tribunal Federal privilegia o princípio da não-cumulatividade e para tanto pretende a concessão de créditos de IPI mesmo quando não há incidência do tributo na entrada (em razão da isenção), na intenção de alcançar o objetivo de compensar o tributo recolhido na saída, chegando, portanto, ao efeito de oneraçã o zero. Ocorre que, se a saída do produto do contribuinte também é zero, ou isenta, isto é, na hipótese de inexistir recolhimento de tributo na entrada do insumo e na saída do produto, não há qualquer efeito financeiro a ser equalizado, assim como não há desrespeito ao principio da não-cumulatividade. Ao contrário, porque se evita o ganho unilateral de apenas um dos envolvidos na cadeia produtiva. Impossibilidade de aproveitamento de crédito neste sentido. Recurso negado. (Recurso 134596 — Acórdão n° 201-80975 — Primeira Câmara - Relatora Fabiola Cassiano Keramidas) Em relação às aquisições tributadas à aliquota zero, o ; bito desta Tuna, a matéria também se encontra pacificada, tendo inclusive ocorrid s edi ào de sumula, nos seguintes termos: SÚMULA n°10 A aquisição de matérias-primas, produtos intermediár • s e material de embalagem tributados à aliquota zero não : 4. a crédito de IPI. W‘(/ 5 Processo n° 16403.000177/2006-15 S2-C1T2 Acórdão n.° 2102-00.114 Fl. 485 Por fim, quanto à alegação de abusividade da multa de 75% aplicada, tenho que a mesma se encontra prevista em legislação em vigor, falecendo este órgão de competência para afastá-la. Neste sentido, aplicável a sumula 2 do Segundo Conselhos de Contribuintes, que diz: "O Segundo Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária." Ainda a respeito da multa aplicada, a alegação de aplicação do disposto no art. 100, incisos I e II, do CTN também não merece prosperar. Assim dispõe a referida norma: Art. 100 - São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; (-) Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. A respeito do assunto, entendo que as decisões emanadas pelos órgãos colegiados do Conselho de Contribuinte não possuem eficácia normativa, tendo validade restrita para as partes envolvidas no processo, face à ausência de expressa previsão legal, conforme, inclusive, exige o dispositivo legal citado. Sobre a matéria já decidiu o Conselho de Contribuintes: IR? - ENTREGA EXTEMPORÂNEA DA DIRF - É cabível a aplicação da multa nos casos de entrega da DIRF fora dos prazos fixados, ainda que o contribuinte o faça espontaneamente, uma vez que não se caracteriza a denúncia espontânea de que trata o artigo 138, do CTN, em relação ao descumprimento de obrigações acessórias com prazo fixado em lei para todos os contribuintes obrigados a cumpri-las. DECISÕES DO CONSELHO - As decisões do Conselho de Contribuintes não são normas complementares da legislação tributária, uma vez que inexiste lei que lhe atribua eficácia normativa, como exigido no art. 100, II, do CT1V. Recurso negado. (Recurso 146.575. Sexta Câmara do Primc91ro Conselho. Relator Luiz Antônio de Paula) DECADÊNCIA - O imposto de renda pessoa fisica é tribu sujelio ao regime do lançamento por homologação, de modo q 6 Processo n° 16403.000177/2006-15 S2-C1T2 Acórdão n.° 2102-00.114 Fl. 486 o prazo decadencial para a constituição dos respectivos créditos tributários é de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, nos termos do artigo 150, ,¢ 4°, do CT1V. INFORMAÇÕES FINANCEIRAS - A Lei n° 10.174/01 instituiu norma que tratam de "novos critérios de apuração ou processo de fiscalização", possuindo, assim, aplicação imediata. OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - Caracterizam-se como omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DECISÕES DO CONSELHO - As decisões do Conselho de Contribuintes não são normas com plementares da le2islacão tributária, uma vez que inexiste lei que lhe atribua eficácia normativa como no art. 100 II do CTN. Rec o negado. (Re. rs o 139.561. Segunda Câmara do P miro Co .'e o. Re ato Alexandre Andrade Lima da Fonte lho) • t , • asima expesto, oto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Volunt: o. i as S -ssles, e 0: de maio de 200908 de maio de 2009 (-1 • EXAN ' GO ES 4 árÁ, 7
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Numero do processo: 10907.000137/2007-99
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004
PRELIMINAR. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA.
Não procedem as alegações de nulidade quando a decisão recorrida enfrentou adequadamente as questões trazidas na impugnação, sem que se vislumbre qualquer afronta ao direito de defesa do contribuinte.
RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE.
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MOLÉSTIA GRAVE. EXIGÊNCIA DA CONTEMPORANEIDADE DOS SINTOMAS OU DA RECIDIVA DA ENFERMIDADE. ATO DECLARATÓRIO PGFN.
O STJ pacificou entendimento no sentido de que a isenção do Imposto de Renda sobre os proventos da aposentadoria ou reforma percebidos por portadores de moléstias graves, nos termos do art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 1988, não exige a demonstração da contemporaneidade dos sintomas, nem a indicação de validade do laudo pericial ou a comprovação de recidiva da enfermidade.
Por decorrência, a PGFN editou o Ato Declaratório nº5, de 2016, para enunciar e sintetizar a orientação jurisprudencial pacífica, que deve ser observada pela Administração Tributária.
Numero da decisão: 2002-001.166
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2004 PRELIMINAR. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA. Não procedem as alegações de nulidade quando a decisão recorrida enfrentou adequadamente as questões trazidas na impugnação, sem que se vislumbre qualquer afronta ao direito de defesa do contribuinte. RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MOLÉSTIA GRAVE. EXIGÊNCIA DA CONTEMPORANEIDADE DOS SINTOMAS OU DA RECIDIVA DA ENFERMIDADE. ATO DECLARATÓRIO PGFN. O STJ pacificou entendimento no sentido de que a isenção do Imposto de Renda sobre os proventos da aposentadoria ou reforma percebidos por portadores de moléstias graves, nos termos do art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 1988, não exige a demonstração da contemporaneidade dos sintomas, nem a indicação de validade do laudo pericial ou a comprovação de recidiva da enfermidade. Por decorrência, a PGFN editou o Ato Declaratório nº5, de 2016, para enunciar e sintetizar a orientação jurisprudencial pacífica, que deve ser observada pela Administração Tributária.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MOLÉSTIA GRAVE. Recorrente WALDIR RUDOLFO JACOBS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004 PRELIMINAR. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA. Não procedem as alegações de nulidade quando a decisão recorrida enfrentou adequadamente as questões trazidas na impugnação, sem que se vislumbre qualquer afronta ao direito de defesa do contribuinte. RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MOLÉSTIA GRAVE. EXIGÊNCIA DA CONTEMPORANEIDADE DOS SINTOMAS OU DA RECIDIVA DA ENFERMIDADE. ATO DECLARATÓRIO PGFN. O STJ pacificou entendimento no sentido de que a isenção do Imposto de Renda sobre os proventos da aposentadoria ou reforma percebidos por portadores de moléstias graves, nos termos do art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 1988, não exige a demonstração da contemporaneidade dos sintomas, nem a indicação de validade do laudo pericial ou a comprovação de recidiva da enfermidade. Por decorrência, a PGFN editou o Ato Declaratório nº5, de 2016, para enunciar e sintetizar a orientação jurisprudencial pacífica, que deve ser observada pela Administração Tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 00 01 37 /2 00 7- 99 Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10907.000137/200799 Acórdão n.º 2002001.166 S2C0T2 Fl. 84 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 14/18), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2005. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir declarado de R$327,87 para saldo de imposto a pagar de R$731,16. A notificação noticia omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, no valor de R$13.714,82. Impugnação Cientificado do indeferimento da Solicitação de Retificação do Lançamento SRL em 9/1/2007, o contribuinte apresentou sua defesa em 15/1/2007 (fls. 2/23), assim sintetizada na decisão recorrida: Tempestivamente, em 15/01/2007, o interessado apresentou a impugnação de fls. 01/04, acompanhada dos documentos de fls. 05/15, na qual, em síntese, alega o direito a isenção prevista no art. 39, XXXIII, do RIR/1999, em face de neoplasia maligna, questionando a nãoaceitação de documento apresentado, que diz ter sido emitido por órgão oficial, que atestaria essa condição. Eximese de responsabilidade quanto a forma eleita pelo Serviço Médico do Estado em Paranaguá na confecção do comprovante, aventando a prevalência da intenção à forma, fundamentandose nos arts. 112, caput, e 368 do Código Civil, acrescentando que o fisco somente poderia recusar documento quando tiver prova inequívoca da falsidade de seu conteúdo, nos termos do § 1° do art. 845 do RIR/1999. Nesse contexto, requer, a teor do art. 16, IV, do PAF, a realização de perícia médica pelo Ministério da Fazenda em Curitiba e, ao final, a improcedência do lançamento. A impugnação foi apreciada na 4ª Turma da DRJ/CTA que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 50/54): Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10907.000137/200799 Acórdão n.º 2002001.166 S2C0T2 Fl. 85 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004 MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. LAUDO PERICIAL. REQUISITO LEGAL. É imprescindível para o reconhecimento de direito à isenção por moléstia grave a sua comprovação mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Indeferese o pedido de perícia que tenha por objetivo produzir prova que competiria ao contribuinte trazer aos autos. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 21/7/2009 (fl. 60), o contribuinte, em 31/7/2009 (fl. 62), apresentou recurso voluntário, às fls. 62/80, no qual alega, em síntese, que: a decisão recorrida seria nula, na forma do artigo 59, inciso II do PAF, uma vez que teria deixado de enfrentar argumentos expostos em sua impugnação, em especial aquele respaldado no artigo 845, §1º, do RIR, segundo o qual os esclarecimentos prestados pelo contribuinte somente podem ser recusados pela autoridade lançadora mediante prova inequívoca de sua falsidade ou inexatidão. teria juntado laudo médico emitido em 1999, que atenderia as disposições legais e conteria os requisitos mínimos previstos no artigo 30 da Lei nº 9.250, de 1995. a teor do §1º, do artigo 845, do RIR/99, o laudo juntado não poderia ser recusado sem prova de sua falsidade ou inexatidão, sob pena de configurar inequívoco cerceamento no mérito, teria demonstrado sua condição de portador de moléstia grave. o laudo juntado conteria os requisitos do artigo 30 da Lei nº 9.250, de 1995, e teria sido emitido em 1999, anteriormente à vigência da IN SRF nº15, de 2001. a exigência de exames laboratoriais não encontraria respaldo legal, além de ser redundante, visto que a existência da doença restou consignada no laudo emitido. não se poderia exigir que o laudo apresentado atendesse as disposições da IN SRF nº 15, de 2001, uma vez que teria sido emitido em 1999. seria indevida a constatação da decisão recorrida de que a falta de data de validade do laudo conjugada com a declaração de rendimentos tributáveis inviabilizaria o reconhecimento da isenção. caso não seja esse o entendimento, requer a realização de perícia médica, de forma a confirmar que é portador de moléstia grave. Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10907.000137/200799 Acórdão n.º 2002001.166 S2C0T2 Fl. 86 4 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Preliminar de nulidade Da leitura da decisão recorrida, constato que não procede a alegação do recorrente. Verifico que a decisão enfrentou adequadamente todas as questões trazidas pelo contribuinte em sua impugnação, não se vislumbrando qualquer vício que pudesse ocasionar violação ao direito de defesa do contribuinte. Acerca do artigo 845, §1º do RIR/99, aludido pelo recorrente, destaco que a decisão consignou: Nesse sentido, cabe esclarecer que não se trata de discutir a falsidade ou não do documento apresentado pelo contribuinte, mas de verificar se estão presentes os pressupostos da isenção de imposto de renda. Rejeito a preliminar de nulidade arguida. Pedido de perícia Quanto ao pedido de realização de perícia, há que se observar o que prescreve o art. 18 do Decreto nº 70.235/72 (redação dada pelo art.1o da Lei nº 8.748/1993 PAF), em que a autoridade julgadora deve examinar o pedido de realização de diligências ou perícias formulado pelo sujeito passivo, mandando realizar (de ofício ou a requerimento) aquelas que forem necessárias e indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis. Assim, apesar de ser facultado ao sujeito passivo o direito de pleitear a sua realização, em conformidade com o art. 16, inciso IV, do PAF, compete à Autoridade Julgadora decidir sobre sua efetivação, podendo ser indeferidas as que considerar prescindíveis ou impraticáveis (art. 18, “caput ”, do mesmo diploma legal). Acrescento que a perícia somente se justifica quando a prova não pode ou não cabe ser produzida por uma das partes. E não se admite que seja usada como artifício para que as partes interessadas possam descumprir as regras que fixam os prazos, a oportunidade e os ônus para a produção de provas. No caso, como se verá adiante, a perícia requerida recai sobre comprovação da existência de moléstia grave, prova que recai sobre o sujeito passivo, não podendo ser transferida para as autoridades julgadoras. Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10907.000137/200799 Acórdão n.º 2002001.166 S2C0T2 Fl. 87 5 Dessa feita, indefiro o pedido de perícia. Mérito O litígio recai sobre rendimentos auferidos pela recorrente, os quais ela alega seriam isentos, uma vez que provenientes de aposentadoria e pensão e por ser ela portadora de moléstia grave. Sobre o assunto, trago as súmulas CARF nos 43 e 63, de observância obrigatória por este Colegiado: Súmula CARF nº 43 Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda. Súmula CARF nº 63 Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Portanto, para reconhecimento da isenção pleiteada, é necessária a comprovação da existência de duas condições concomitantes: (i) que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, reforma ou pensão e (ii) que o contribuinte seja portador de uma das patologias previstas pela legislação de regência atestado em laudo médico que cumpra os requisitos legais. A decisão recorrida considerou comprovada a natureza do rendimento, mas considerou que o laudo juntado não seria hábil a fazer a prova quanto à existência da moléstia grave, conforme trecho a seguir reproduzido: Analisandose o documento de fl. 13, consta ter sido emitido por médico em nome do 1° Regional de Saúde em Paranaguá do INSTITUTO DE SAÚDE DO PARANÁ, que seria órgão da SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ. Ocorre que, além de referido documento ser identificado como mera "declaração" de médico, seu conteúdo não equivale ao de um laudo pericial. Vale dizer, ainda que se abstraísse da forma, não há substância na declaração apresentada que a equipare a um laudo pericial. Consta na declaração de fl. 13: "Declaro para os fins de apresentação junto à RECEITA FEDERAL, que o Senhor WALDIR RUDOLFO JACOBS, é portador da neoplasia (CID — C 20) com diagnóstico comprovado desde o ano de 1.996, tendo o mesmo se Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10907.000137/200799 Acórdão n.º 2002001.166 S2C0T2 Fl. 88 6 submetido a cirurgia radical em JANEIRO de 1.997, seguido de sessões múltiplas de aplicações de radioterapia. O mesmo continua sob meus cuidados médicos periódicos. Por ser verdade firmamos apresente." O que diferiria um laudo pericial do documento apresentado seria a existência de elementos concretos e documentados (por exemplo, exames laboratoriais), que fundamentassem a conclusão a que se propõe e não a mera "declaração" de que há "diagnóstico comprovado" e de que houve "cirurgia radical" seguida de "sessões múltiplas de radioterapia". Nos moldes em que emitida, essa declaração, de cunho subjetivo, baseada unicamente na convicção de seu subscritor, constitui mero atestado médico, que não se confunde com um laudo pericial, que, na forma de parecer técnico, sopesaria os elementos, abstendose de comprovar uma condição baseada unicamente no seu próprio pronunciamento. Notese que a norma não prevê a possibilidade de isenção a quem dispuser de simples "atestado médico". Acrescentese que, segundo a norma regulamentar retrocitada, o laudo pericial deve indicar o prazo de sua validade no caso de moléstia passível de controle. Na declaração apresentada sequer se estabelece o prognóstico da doença, sendo de se destacar que sua emissão ocorreu em 1999, enquanto que a autuação trata do anocalendário 2004, no qual, inclusive, o contribuinte declarou auferir rendimentos tributáveis da UNIMED DE PARANAGUÁ (fl. 18). Além disso, verificase nítida contradição na descrição efetuada pelo impugnante à fl. 02, com o código de doença citado na declaração de fl. 13. A declaração de fl. 13 se reporta ao diagnóstico de doença tabulada pela Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde CID10 sob o código C 20, "Neoplasia maligna do reto", ao passo que o impugnante aventa ter "câncer de pele" (fl. 02). No direito tributário, e mais especificamente na legislação do imposto de renda, a regra é a da universalidade da tributação; assim, qualquer exclusão a esse princípio constitui norma excepcional, e dessa forma deve ser tratada. A isenção se trata de um benefício fiscal, que tem o efeito de excluir uma parcela do rendimento do contribuinte, que, normalmente, seria tributada. O ônus da prova de que preenche os requisitos objetivos para se beneficiar da isenção é do sujeito passivo. Em seu recurso, o recorrente defende a validade do laudo já juntado aos autos, aduzindo que não teria que se submeter as disposições da IN SRF nº 15, de 2001, porque o laudo foi emitido em 1999. Fl. 88DF CARF MF Processo nº 10907.000137/200799 Acórdão n.º 2002001.166 S2C0T2 Fl. 89 7 Ora, aqui está em julgamento o anocalendário 2004, quando já estava em vigor a IN SRF nº 15, de 2001, e, portanto, o contribuinte estava sujeito às disposições dessa norma. Se o laudo emitido anteriormente a 2001 não atende às exigências das normas vigentes, cabe ao contribuinte buscar a emissão de um novo laudo visando fazer a prova exigida quanto ao benefício pleiteado. Não obstante, entendo que merece reparo a decisão recorrida. A legislação de regência impõe que o laudo seja emitido por serviço médico oficial, contendo o diagnóstico da moléstia e identificação do profissional médico responsável por sua emissão. Nesse sentido, entendo que o laudo juntado à fl. 26 se presta a fazer a prova exigida, inexistindo previsão para que sejam juntados exames laboratoriais. Quanto à validade do laudo, de fato, a legislação de regência exige a indicação no laudo médico oficial da sua data de validade, o que me leva a interpretar que somente fazem jus ao benefício fiscal os contribuintes efetivamente portadores de moléstia grave. No entanto, tendo em vista a existência de decisões reiteradas das turmas do STJ, no sentido de que a isenção do Imposto de Renda sobre os proventos da aposentadoria ou reforma percebidos por portadores de moléstias graves, nos termos do art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 1988, não exige a demonstração da contemporaneidade dos sintomas, nem a indicação de validade do laudo pericial ou a comprovação de recidiva da enfermidade, tendo em vista que a finalidade desse benefício é diminuir o sacrifícios dos beneficiários, aliviando os dos encargos financeiros relativos ao acompanhamento médico e às medicações ministradas, a PGFN emitiu o Ato Declaratório o 5, de 2016: O PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 701/2016, desta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 17 de novembro de 2016, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: “nas ações judiciais fundadas no entendimento de que a isenção do Imposto de Renda sobre os proventos de aposentadoria, reforma ou pensão, percebidos por portadores de moléstias graves, nos termos do art. 6º, incisos XIV e XXI, da Lei nº 7.713, de 1988, não exige a demonstração da contemporaneidade dos sintomas, nem a indicação de validade do laudo pericial ou a comprovação da recidiva da enfermidade”. (destaques acrescidos) Isto posto, considerando o disposto no artigo 62, §1º, inciso II, alínea c, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº343, de 2015, e que o recorrente foi acometido de Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10907.000137/200799 Acórdão n.º 2002001.166 S2C0T2 Fl. 90 8 moléstia grave tipificada em lei no ano de 1996, é de se reconhecer que os rendimentos objeto da autuação são isentos. Conclusão Pelo exposto, voto por rejeitar a preliminar de nulidade suscitada e o pedido de perícia apresentado, e, no mérito, dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 90DF CARF MF
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Numero do processo: 10875.906150/2012-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jun 18 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/07/2008
PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO.
Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação.
Numero da decisão: 3302-007.190
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Denise Madalena Green e Gilson Macedo Rosenburg Filho.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/07/2008 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação.
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DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Recorrente KENYA S/A TRANSPORTE E LOGISTICA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/07/2008 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Denise Madalena Green e Gilson Macedo Rosenburg Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 90 61 50 /2 01 2- 35 Fl. 98DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo de Declaração de Compensação Eletrônica (DCOMP), transmitida com objetivo de declarar a compensação do(s) débito(s) nela apontado(s), com crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins relativo a DARF indicado. Após análise do pedido foi proferido Despacho Decisório que não homologou a compensação pleiteada, sob a justificativa de que o pagamento apontado teria sido integralmente utilizado na quitação de outros débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação.: Regularmente cientificada da não homologação, a contribuinte protocolou Manifestação de Inconformidade, arguindo essencialmente que o Despacho Decisório combatido estaria eivado de vícios insanáveis, os quais ensejariam sua nulidade. Discorreu sobre cada um deles. Após análise e julgamento da referida manifestação, a Delegacia Regional de Julgamento em Juiz de Fora/MG, por unanimidade de votos, julgoua improcedente e decidiu por NÃO HOMOLOGAR a compensação pleiteada. Irresignada, a empresa KENYA S/A TRANSPORTE E LOGISTICA ingressou com Recurso Voluntário, no qual apresenta as alegações a seguir sintetizadas. Inicialmente, alega que o direito à ampla defesa não é algo que possa ser tratado de forma simples ou sintética, como explicitamente afirma o faz, o voto sob análise. A ampla defesa constitui um direito Constitucional (art. 52, LV da Carta Magna) do contribuinte, que deve ser garantido, inclusive no procedimento administrativo fiscal, da forma mais abrangente possível, principalmente pela Administração Pública. Deste modo, não se pode deixar de negar que a forma sintética com o que foi tratado o direito da Recorrente implica a nulidade do despacho decisório em questão, conforme o art. 59, inciso II, do Decreto n2 70.235/1972, uma vez que impede que a contribuinte tenha uma visão clara dos motivos pelos quais seu crédito fora declarado inexistente. Ressalta sua contrariedade quanto ao fato de não ter sido intimada a esclarecer os motivos de ter pleiteado a restituição/compensação, como manda o art. 65 da Instrução Normativa da SRF n° 900/2008. Acrescenta que o art. 65 da referida Instrução Normativa estabelece que "a autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito". Argumenta que estarseia diante de um "deverpoder", uma vez que este condicionamento se faz necessário toda vez em que haja uma inconsistência nos créditos declarados pelo contribuinte. Ora, quando não houver inconsistência ou irregularidade nos dados informados pelo contribuinte, não há também porque condicionar o direito ao crédito. Por outro lado, se houver inconsistências no pedido, a Autoridade "deve" condicionar o direito ao crédito à tal verificação. Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10875.906150/201235 Acórdão n.º 3302007.190 S3C3T2 Fl. 3 3 Observa que o próprio voto em questão admite a necessidade de comprovação, por parte do contribuinte, dos créditos declarados, quando se apresentem inconsistências ou irregularidades nas informações prestadas. Nesse trilhar, aduz ser ônus do contribuinte demonstrar a existência do crédito, quando o Fisco detectar inconsistências nos pedidos de compensação/restituição. Sugere, contudo, que momento oportuno para a comprovação do crédito seria o da intimação por inconsistências nas informações do pedido de compensação/restituição, conforme estabelecido pela a própria Receita Federal no art. 65 da IN 900/2008, não havendo razão para negarse tal oportunidade ao contribuinte. Acrescenta que se a própria Secretaria da Receita Federal determinou que a oportunidade para provar o crédito, quando verificadas inconsistências nas informações prestadas no pedido de compensação/restituição, é antes da emissão do despacho decisório, não há porque a Administração Pública forçar o contribuinte à fazêlo em momento posterior. Conclui a contribuinte que, à vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim ser decidido, declarandose a nulidade do procedimento. É o relatório. Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302007.178, de 23 de maio de 2019, proferido no julgamento do processo 10875.905330/201208, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3302007.178): Da admissibilidade. Por conter matéria desta E. Turma da 3a Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário tempestivamente interposto pelo contribuinte, considerando que a recorrente teve ciência da decisão de primeira instância, v ia Aviso de Recebimento, em 10 de abril de 2014, quintafeira, às e folhas 65. A empresa KENYA S/A TRANSPORTE E LOGISTICA ingressou com Recurso Voluntário, em 09 de maio de 2010, conforme e folhas 68. O Recurso Voluntário é tempestivo. Fl. 100DF CARF MF 4 Da controvérsia. O processamento do PERDCOMP n. 26339.44713.220811.1.3.049802, uma vez que o DARF utilizado como crédito na compensação não foi integralmente utilizado. Passase à análise. Tomase por esteio o artigo 74 da Lei 9.430, de 27.12.1996: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pela sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pela sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: I o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; II os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. III os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; IV o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal SRF; V o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; VII o crédito objeto de pedido de restituição ou ressarcimento e o crédito informado em declaração de Fl. 101DF CARF MF Processo nº 10875.906150/201235 Acórdão n.º 3302007.190 S3C3T2 Fl. 4 5 compensação cuja confirmação de liquidez e certeza esteja sob procedimento fiscal; VIII os valores de quotas de saláriofamília e salário maternidade; e IX os débitos relativos ao recolhimento mensal por estimativa do Imposto sobrea Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) apurados na forma do art. 2º desta Lei. § 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pela sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. § 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (...) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: I previstas no § 3o deste artigo; O PER/DCOMP formaliza o encontro de contas entre o Contribuinte e a Fazenda Pública. A entrega do PER/DCOMP implementa a compensação tributária, tendo por efeito imediato a extinção do débito, ainda que sob ulterior condição resolutória. Cabe ao Sujeito Passivo fornecer informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos, permanecendo com a Autoridade Tributária o poder/dever de validar a operação realizada. No caso que se aprecia, o Contribuinte transmitiu o PER/DCOMP com o fim de extinguir débito com suposto crédito decorrente de alegado pagamento indevido ou a maior, apontando um DARF como origem desse crédito. O núcleo do presente litígio é verificar se o Contribuinte possuía ou não o direito creditório pleiteado. É alegado no Recurso Voluntário, efolhas 71: Senhores Conselheiros, estamos na frente, aqui, de um verdadeiro "deverpoder", uma vez que este condicionamento se faz necessário toda vez em que haja uma inconsistência nos créditos declarados pelo Fl. 102DF CARF MF 6 contribuinte. Ora, quando não houverem inconsistência ou irregularidade nos dados informados pelo contribuinte, não há também porque condicionar o direito ao crédito, agora, se houverem inconsistências no pedido, então a Autoridade "deve" condicionar o direito ao crédito. Podemos ver, ainda, que o próprio voto em questão admite a necessidade de comprovação, por parte do contribuinte, dos créditos declarados pelo mesmo, quando se apresentem inconsistências ou irregularidades nas informações prestadas. Ele segue neste sentido, à fls. 7: (...) Devemos deixar claro que, sim, é ônus do contribuinte demonstrar a existência do crédito, quando o Fisco detectar inconsistências nos pedidos de compensação/restituição. Agora, se a própria Receita Federal estipula, no art. 65 da IN 900/2008, momento oportuno para a comprovação do crédito, qual seja, o da intimação por inconsistências nas informações do pedido de compensação/restituição, por que negar tal oportunidade ao contribuinte? Isto é, por que não dar oportunidade para o contribuinte provar o crédito antes da emissão do despacho decisório? Em nome da celeridade da Fiscalização? Ora, nobres Conselheiros, todos sabemos da gama de obrigações do contribuinte para com o Fisco, e das facilidades que este ultimo tem em termos de fiscalização e cruzamento de dados, tudo em prol da cobrança tributária. Não pode, portanto, o Fisco também passar por cima de suas próprias estipulações em prol do mesmo fim. Portanto, se a própria Secretaria da Receita Federal determinou que a oportunidade para provar o crédito, quando verificadas inconsistências nas informações prestadas no pedido de compensação/restituição, é antes da emissão do despacho decisório, não há porque a Administração Pública forçar o contribuinte à fazêlo em momento posterior. O Acórdão de Manifestação de Inconformidade assim se manifesta às folhas 07: Consoante o §1° do art. 74 da Lei n.° 9.430, de 1996, a compensação é realizada mediante entrega da DCOMP. Assim, o crédito informado deve existir na data da transmissão dessa Declaração No caso, é inconteste que, segundo as informações constantes da DCTF apresentada pela contribuinte até a data entrega do PER/DCOMP, não havia pagamento a maior ou indevido que respaldasse o crédito utilizado na compensação. Portanto, cabe à interessada a prova de que cometeu erro de preenchimento na DCTF original e que o valor efetivamente devido é menor que o DARF recolhido e apontado como origem do crédito. Nada mais foi trazido aos autos, como por exemplo, escrituração contábil, documentos fiscais ou quaisquer Fl. 103DF CARF MF Processo nº 10875.906150/201235 Acórdão n.º 3302007.190 S3C3T2 Fl. 5 7 outros documentos hábeis e idôneos que demonstrassem a liquidez e certeza do direito creditório pretendido. No presente caso, somente a apresentação de documentos integrantes da escrituração contábil e fiscal da empresa poderiam comprovar o montante do tributo devido no período, e que, desta forma, o pagamento indevido ou a maior efetuado em DARF daria à interessada crédito passível de ser compensado. São os livros fiscais e contábeis mantidos pela contribuinte, os elementos capazes de fornecer à Fazenda Nacional conteúdo substancial válido juridicamente para a busca da verdade material dos fatos. Absolutamente adequada a posição esposada no Acórdão de Manifestação de Inconformidade. O crédito tributário declarado pela recorrente em DCTF é líquido e certo, razão pela qual deve ser homologada a compensação realizada por meio da PER/DCOMP, sob pena de enriquecimento ilícito da União, vez que está cobrando valores já compensados pela empresa. A comprovação do erro de informação é tarefa que cabe exclusivamente ao Interessado, por meio da apresentação de documentos hábeis e idôneos. A conclusão é a mesma se analisarmos a questão sob o aspecto puramente processual. O Decreto 70.235/1972, que também se aplica a esse tipo de Contencioso, dispõe no seu art. 16, § 4°, que as provas documentais devem ser apresentadas no momento da impugnação, sob pena de preclusão, excetuado fundado motivo para não o ter feito naquela oportunidade. Já o art. 923 do Regulamento do Imposto de Renda/1999 RIR/99 (DecretoLei 1.598/1977, art. 9°, § 1°) estabelece que a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do Contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. Portanto, no presente caso, caberia ao Contribuinte a apresentação dos elementos de prova (cópias de Livros e Documentos) capazes de demonstrar o erro supostamente cometido na DCTF Original, que embasou o Despacho Decisório em referência. Com efeito, diante da ausência de provas sobre a liquidez e certeza do direito creditório informado na DCOMP, não há como acolher a pretensão da Defesa. Assim, como não foi corroborado o direito creditório do Manifestante, de conformidade com a Legislação aplicável ao assunto apreciado, e portanto não foi comprovado haver crédito líquido e certo que compensasse o débito pleiteado pela Fl. 104DF CARF MF 8 Empresa, pois o valor do crédito solicitado foi alocado para cobrir apenas o débito indicado no DARF citado, conforme demonstrado, descabe o deferimento do PER/DCOMP que fora objeto do Despacho Decisório que se examinou. O ônus do contribuinte é comprovar o direito levado à DCTF, ou pelo menos sua verossimilhança. Na ausência dessa, tomase por esteio voto do Acórdão de Recurso Voluntário n° 3302006.399, da 2a Turma Ordinária, da 3a Câmara, da 3a Seção de Julgamento do CARF, de redação do i. Conselheiro Gilson Macedo Rosemburg Filho: Inicialmente, pela análise do Despacho Decisório é possível aferir que, data venia, ao contrário do que afirma a Recorrente, foi redigido de forma a permitir o exercício do devido processo legal, inclusive com expressa menção à legislação atinente e ao motivo do deferimento parcial. Este colegiado possui entendimento consolidado no sentido de que a Manifestação de Inconformidade é a ocasião em que o Contribuinte possui a oportunidade de trazer aos autos os elementos probatórios que estiverem ao seu alcance produzir, como notas fiscais e livros contábeis. É por meio da apresentação de tais provas, ou apenas indícios, se for o caso, que é possível, por exemplo, determinar a produção de outras mais robustas ou que se mostrem mais adequadas. O que não se pode admitir é que a Recorrente apresente alegações genéricas, sob o argumento de que não compreendeu o perfeito sentido e alcance do Despacho Decisório. Em relação à interpretação do artigo 16 do Dec. 70.235, vale destacar que ele permite a ulterior apresentação de provas em caso de força maior, e não a posterior alegação de argumentos por incompreensão do Despacho Decisório. Quanto aos elementos essenciais ao ato administrativo, tem se que encontramse presentes todos eles, quais sejam a autoridade competente, motivo, finalidade, objeto e forma. Especificamente no que diz respeito à motivação, a própria Recorrente reconhece que o ato foi motivado pela verificação da inexistência de crédito disponível a ser aproveitado, apresentando cálculos, cabendo a ela, interessada na compensação do crédito, demonstrar a existência do referido crédito, com documentação idônea. No caso concreto a Recorrente não trouxe aos autos qualquer alegação ou qualquer indício de crédito, limitando se a afirmar que não lhe foi indicado quais teriam sido os pagamentos localizados, eis que lhe foi informado haver "... um ou mais pagamentos..." Desta forma, diante do fato de que o Contribuinte, ora Recorrente, não se desincumbiu do seu ônus processual de comprovar a liquidez e certeza de seu crédito, não havendo trazido aos autos qualquer documento, indício ou mesmo Fl. 105DF CARF MF Processo nº 10875.906150/201235 Acórdão n.º 3302007.190 S3C3T2 Fl. 6 9 argumento de liquidez e certeza de seu crédito, e não vislumbrando qualquer ilegalidade no despacho por tratarse de não desincumbência do ônus de demonstrar a origem do direito, é de se negar provimento ao Recurso Voluntário. Por estes motivos, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. Sendo assim, conheço do Recurso Voluntário e nego provimento ao recurso do contribuinte. É como voto. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a decisão no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário do contribuinte. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Relator Fl. 106DF CARF MF
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Numero do processo: 11516.001598/2007-45
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jun 19 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo por sessenta dias e qualquer ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos de fiscalização prorrogam esse prazo. No caso concreto, o sujeito passivo compareceu ao processo de forma sucessiva para prestar formalmente as informações requeridas e recebidas pelo fisco, o que descaracteriza a inércia oficial
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. RECOLHIMENTO DE VALORES SOB FISCALIZAÇÃO.
Fica prejudicada a discussão sobre a existência de prévia declaração da obrigação principal para com a Fazenda, visando à caracterização da espontaneidade pelo recolhimento de tributos, quando o sujeito passivo já se encontra sob fiscalização destes mesmos tributos e o procedimento fiscal não foi interrompido.
Numero da decisão: 9303-008.651
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo por sessenta dias e qualquer ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos de fiscalização prorrogam esse prazo. No caso concreto, o sujeito passivo compareceu ao processo de forma sucessiva para prestar formalmente as informações requeridas e recebidas pelo fisco, o que descaracteriza a inércia oficial DENÚNCIA ESPONTÂNEA. RECOLHIMENTO DE VALORES SOB FISCALIZAÇÃO. Fica prejudicada a discussão sobre a existência de prévia declaração da obrigação principal para com a Fazenda, visando à caracterização da espontaneidade pelo recolhimento de tributos, quando o sujeito passivo já se encontra sob fiscalização destes mesmos tributos e o procedimento fiscal não foi interrompido.
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Súmula CARF nº 75. 83.648.4400 CPMF/IPMF Confissão pela entrega de declaração Recorrente SANTA RITA COMERCIO E INSTALACOES LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo por sessenta dias e qualquer ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos de fiscalização prorrogam esse prazo. No caso concreto, o sujeito passivo compareceu ao processo de forma sucessiva para prestar formalmente as informações requeridas e recebidas pelo fisco, o que descaracteriza a inércia oficial DENÚNCIA ESPONTÂNEA. RECOLHIMENTO DE VALORES SOB FISCALIZAÇÃO. Fica prejudicada a discussão sobre a existência de prévia declaração da obrigação principal para com a Fazenda, visando à caracterização da espontaneidade pelo recolhimento de tributos, quando o sujeito passivo já se encontra sob fiscalização destes mesmos tributos e o procedimento fiscal não foi interrompido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 15 98 /2 00 7- 45 Fl. 410DF CARF MF 2 Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório Tratase de auto de infração (efls. 097 a 111) para exigência de Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira Movimentação ou Transmissão Financeira CPMF, por falta de recolhimento do tributo. O crédito tributário foi apurado no período de 31/01/2001 a 31/12/2004, no valor originário de R$ 299.899,46, acrescido de multa de ofício de R$ 224.924,39, e juros de mora (calculados até 30/04/2007) de R$ 220.312,65. A contribuinte teve ciência da autuação em 25/05/2007, e o detalhamento do procedimento fiscal e das infrações que deram azo à autuação foram descritas no Termo de Verificação e Encerramento da Ação Fiscal de efls. 113 a 117. A empresa apresentou impugnação ao lançamento, às efls. 125 a 146. Já a 3ª Turma da DRJ/FNS, em 11/02/2011, no acórdão nº 0723.097, às efls. 150 a 166, apreciou a impugnação, considerandoa procedente em parte, para reduzir o valor do tributo originário lançado para R$ 253.837,18. Em 08/07/2011, a contribuinte apresentou requerimento de esclarecimento à DRJ, às efls. 1744 a 177, afirmando a existência de lapso manifesto na decisão quando esta desconsiderou a existência de provas contumazes de retenção e recolhimento de CPMF em determinados períodos o que alteraria o prazo de contagem decadencial a eles relativo. A requisição foi admitida pela DRJ de origem que reconheceu o lapso e exarou novo acórdão substitutivo, de nº 0725.464, às efls. 183 a 200, declarando ainda procedente em parte a impugnação, e reduzindo o valor do crédito originário lançado para R$ 182.163,57. Ainda irresignada, a empresa interpôs recurso voluntário ao CARF em 29/09/2011, às efls. 212 a 232. Em apertado resumo esgrime os seguintes argumentos: a) em face da inércia do fisco, por mais de 60 dias, houve reaquisição de espontaneidade pela contribuinte em 14/02/2007, com recolhimento dos valores em aberto entre 04/2002 e 12/2004, já com os acréscimos legais, devendose acncelar o lançamento com relação a esses valores; b) com a reaquisição da espontaneidade, há a incidência do art. 138 do CTN, sem acréscimo de qualquer multa, seja de mora, seja de ofício; c) o crédito lançado não teria liquidez, pelo que tornarseia nulo; e d) afirma ser inaplicável a taxa Selic para fins tributários, por ilegal. A DRF em Florianópolis SC, informou, à efl. 243, em 17/10/2011, a alocação de recolhimentos de débitos havidos durante a ação fiscal, para os fatos geradores Fl. 411DF CARF MF Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 9303008.651 CSRFT3 Fl. 411 3 ocorridos entre janeiro de 2001 e dezembro de 2004. Conclui sua informação da seguinte forma: Assim, estamos vinculando os pagamentos efetuados no decorrer da fiscalização a fim de reduzir e/ou extinguir os valores lançados pelo Auto de Infração. Para isso estamos apartando a outro processo o principal e os juros, tendo em vista que o sistema somente aloca pagamentos através de imputação proporcional. Como também, estamos retificando os Darf’s no que se refere ao código do tributo, pelo mesmo motivo, isto é, possibilitar alocação dos pagamentos de acordo com o Auto de Infração. Neste processo continua o questionando da MULTA DE OFÍCIO, tão somente. (Negritei) A 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, no acórdão nº 3802 001.378, apreciou o recurso, em 23/10/2012, às efls. 254 a 267, e, por unanimidade, negou provimento ao recurso voluntário. Tal julgado teve as seguintes ementas: AUTO DE INFRAÇÃO. LANÇAMENTO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO CERTO E DETERMINADO. CAUSA DE NULIDADE NÃO MATERIALIZADA. Realidade em que o crédito tributário foi constituído por meio de auto de infração com valores líquidos e certos, o que afasta a argumentação do sujeito passivo, que defendia a nulidade por aduzida falta de liquidez do lançamento. (...) 2002, 2003, 2004 DÉBITOS NÃO DECLARADOS PELO SUJEITO PASSIVO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. O principal requisito da denúncia espontânea é a própria formalização da prévia declaração da obrigação principal para com a Fazenda Pública, sem a qual não há como se caracterizar o instituto em evidência. Ademais, o contribuinte se encontrava sob procedimento fiscal que não sofreu solução de continuidade a ponto de expirar o prazo prorrogável de 60 dias de que trata o § 2° do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, uma vez que, no período, compareceu ao processo de forma sucessiva para prestar formalmente as informações requeridas e recebidas pelo fisco, o que descaracteriza a inércia oficial. JUROS BASEADOS NA TAXA SELIC. LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de Fl. 412DF CARF MF 4 inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula no 4 do CARF).. O referido acórdão teve a seguinte redação: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. Embargos de declaração da contribuinte Intimada (efl. 270) para ciência do acórdão em 23/02/2013 (efl. 273), a contribuinte manejou embargos de declaração em 01/03/2013, às efls. 275 a 282, no qual aponta haver omissões e obscuridades. Na mesma data, às efls. 284 a 287, apresentou embargos inominados, em razão de erro material quando a autoridade julgadora afirmou que o recebimento de elementos fáticos do processo haviam sido realizados por autoridade tributária, quando o teriam sido por atendentes com função administrativa geral, pessoal sem essa autoridade. O então Presidente da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, no despacho de efls. 297 a 303, rejeitou os embargos de declaração bem como os embargos inominados, em 08/04/2013, por considerar inexistentes os pressupostos elencados nos artigos 65 e 66 do Anexo II do Regimento Interno do CARF (Portaria MF no 256, de 22/06/2009). Recurso especial de divergência da contribuinte A contribuinte foi intimada (efl. 305) para ciência do despacho que inadmitiu seus embargos em 23/07/2013 (efl. 309), e interpôs recurso especial de divergência às efls. 311 a 348, em 07/08/2013. Afirma a existência de divergência com relação a duas matérias: i) retomada da espontaneidade após a descontinuidade da fiscalização face à inexistência de ato fiscal por escrito no prazo de 60 dias, com base nos acórdãos paradigmas de números 10708.538 e 10422.145; e ii) denúncia espontânea diante do recolhimento do tributo, antes da entrega de qualquer declaração constitutiva do crédito tributário, com fulcro nos acórdãos de números 9202002.571 e 180100.696. Em 1º/142/2016, o Presidente da Terceira Seção de Julgamento, no despacho de efls. 394 a 399, analisou o recurso especial, admitindo o seu seguimento para as demais, com base no art. 32 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 55 de 16/03/1998. Contrarrazões da Fazenda Cientificada do despacho de efls. 394 a 399, em 05/01/2017 (efl 400), a Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou contrarrazões ao recurso especial de divergência da contribuinte, às efls. 401 a 408, em 09/01/2017. Preliminarmente, a Procuradora requer o não conhecimento do recurso especial de divergência da contribuinte, por considerálo intempestivo, pois tomou ciência do despacho que rejeitou os seus embargos de declaração, em 12/07/2013. Mas somente em Fl. 413DF CARF MF Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 9303008.651 CSRFT3 Fl. 412 5 07/08/2013 apresentou o recurso especial. Ainda arguindo o não conhecimento do recurso especial, afirma que a recorrente pretende ver reapreciada provas produzidas no curso do processo, e a pretensão de simples reexame de prova não ensejaria tal recurso. Caso não atendido seu pleito quanto ao conhecimento, afirma que a contribuinte não readquire espontaneidade quando ela comparece aos autos por escrito, justificando e fundamentando o não atendimento tempestivo das informações solicitadas, se enquadrando tais respostas no art. 7º, § 2º do Decreto nº 70.235. Com relação à segunda matéria do recurso especial, a existência de informações das instituições financeiras ao fisco, com a posterior intimação ao contribuinte para que prestasse informações, demonstra o conhecimento prévio de que a empresa se encontrava em mora; logo, não havia como ela efetuar denuncia espontânea para afastar as penalidades. Ao final, o Procurador pleiteia que seja não conhecido o recurso especial de divergência do sujeito passivo e, caso contrário, que a ele se negue provimento. É o Relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Preliminarmente, há que se verificar a tempestividade do recurso especial de divergência do sujeito passivo. Nesse tópico, há que se observar o disposto no art. 23, § 2º, do Decreto nº 70.235 de 06/03/1972: § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III se por meio eletrônico: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; (Incluída pela Lei nº 12.844, de 2013) Fl. 414DF CARF MF 6 IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) (Grifei) A redação do inc. III, alínea b), incluída pela Lei nº 12.844/2013, publicada no DOU de 19/07/2013, vigorava desde esta data. Logo, em 12/07/2013, não era aplicável o critério que a Procuradora pretendia para ver para considerar realizada a intimação por meio eletrônico. Naquela ocasião, a redação vigente do inc. III era a seguinte: III se por meio eletrônico, 15 (quinze) dias contados da data registrada: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)(Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) a) no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005)(Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) b) no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005)(Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) Assim, há que ser observado o disposto no Termo de Ciência por decurso de Prazo, à efl. 309, no qual consta 23/07/2013 como sendo a data da ciência pela contribuinte, daí seria tempestivo o recurso especial de divergência apresentado em 07/08/2013. Relativamente à alegada reapreciação de provas sobre a qual argumenta a Procuradora, não me parece que seja o caso, haja vista que para nenhuma das duas matérias admitidas se faz necessária tal tipo de discussão sobre as provas carreadas aos autos, não há cotejo entre as provas do acórdão recorrido e dos paradigmas. No tocante a matéria i), a situação é inconteste quanto a existência de atos escrito da parte da fiscalização em quaisquer dos acórdãos; a discussão é sobre a necessidade ou não da existência de tal ato escrito. Já relativamente a segunda matéria, denúncia espontânea diante do recolhimento do tributo, antes da entrega de qualquer declaração constitutiva do crédito tributário, novamente, não há necessidade de confronto com provas, haja vista que a espontaneidade discutida dependeria da inexistência de declaração constitutiva de débito, ou não, para a finalidade de aplicação do entendimento do STJ, na sistemática do art. 543C do CPC, sem que isso seja contestado em nenhum dos acórdãos. Por isso, entendo que, sendo tempestiva a interposição do recurso especial de divergência da contribuinte e após atender aos demais requisitos regimentais há que se conhecêlo para as duas matérias controvertidas. Mérito Quanto à retomada da espontaneidade da recorrente pela ausência de ato escrito da fiscalização por mais de 60 dias, penso que a razão não lhe assiste. Tanto o acórdão de piso da DRJ quanto o recorrido abordaram a questão com propriedade, demonstrando que o 2º do art. 7º do Decreto nº 70.235/1972 quando trata de qualquer ato escrito não necessariamente se prende à atuação do fisco. O procedimento é uma via de mão dupla e deve se orientar pelo princípio da boafé e colaboração entre as partes para apuração da verdade material. Dessa forma, quando o sujeito passivo comparece reiteradamente aos autos Fl. 415DF CARF MF Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 9303008.651 CSRFT3 Fl. 413 7 solicitando prorrogações de prazo ou justificando, fundamentadamente, o não atendimento tempestivo às intimações fiscais, estáse diante de situação que prorroga o prazo pela indicação de prosseguimento dos trabalhos. Assim, peço vênia para reproduzir o voto do acórdão a quo, no qual, após serem arrolados os fatos relevantes para o exame da situação posta, assim se manifesta: (...) vêse que a recorrente, intimada a apresentar, dentre outros documentos, a cópia da ação judicial referente à CPMF (vide Termo de Início de Ação Fiscal às fls. 04/05), teve deferido seu pedido de prorrogação do prazo inicialmente estabelecido pelo fisco. De fato, com esteio no despacho datado de 14/02/2007, a fiscalizada obteve um prazo adicional de 30 dias para o atendimento da intimação (v. fls. 06), portanto, até 16/03/2007. Exatamente em 16/03/2007 o contribuinte compareceu novamente ao processo1 informando seu insucesso na obtenção da cópia do processo judicial junto ao escritório de advocacia, mas que, para solucionar o problema, solicitara à Justiça Federal (em 14/03/2007 – fls. 10) o desarquivamento dos autos, cuja cópia autenticada seria apresentada no prazo de 10 a 15 dias. Transcorrido mais ou menos o prazo prometido, a autuada compareceu novamente ao processo (em 04/04/2007 – fls. 11) para informar que fotocopiou integralmente os autos do processo judicial em 02/04/2007; contudo, a autenticação dos documentos teria sido prejudicada pelo excesso de trabalho na Justiça Federal e pelos feriados nos dias 04, 05 e 06/04/2007, mas que em breve apresentaria os documentos referenciados. Tais documentos foram encaminhados à fiscalização em 09/04/2007 (v. ofício de fls. 15). Em 16/04/2007 a empresa pagou a CPMF de abril de 2002 a dezembro de 2004, cujos recolhimentos contemplaram apenas o principal e os juros de mora, já que, segundo defende, estaria amparada pela denúncia espontânea, o que a isentaria do pagamento de qualquer multa, independentemente de sua denominação. Não merece acolhida a tese sustentada pela reclamante. O artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, no qual se fundamenta a interessada, estabelece o seguinte: Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: (Vide Decreto nº 3.724, de 2001) I o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; II a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; III o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. Fl. 416DF CARF MF 8 § 1° O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. § 2° Para os efeitos do disposto no § 1º, os atos referidos nos incisos I e II valerão pelo prazo de sessenta dias, prorrogável, sucessivamente, por igual período, com qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos. (grifei e destaquei) Conforme demonstrado, é incontroverso que a autuada compareceu aos autos reiteradamente para se justificar fundamentadamente pelo não atendimento tempestivo da intimação e, ao mesmo tempo, para se comprometer a apresentar os documentos exigidos em prazos que podemos admitir como razoáveis diante dos argumentos levados ao conhecimento da autoridade tributária. O comparecimento reiterado do sujeito passivo ao processo, mediante a prestação de informações à autoridade competente, afasta a defendida ideia de inércia processual, uma vez que a recepção formal dos documentos do contribuinte pela autoridade tributária caracteriza ato escrito indicativo do prosseguimento dos trabalhos de fiscalização. A lei dá amplo espectro aos atos passíveis de assinalar o prosseguimento dos trabalhos de fiscalização. O disposto na parte final do § 2° do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72 é claro quando se reporta a “qualquer outro ato escrito”. No caso em exame, os expedientes dirigidos à fiscalização decorrem das exigências documentais formalizadas em nome do contribuinte, e foram devidamente recebidos pelo fisco, sinalizando claramente para o andamento do procedimento fiscal. Em 09/04/2007 o sujeito passivo protocolizou ofício onde encaminhou a cópia autenticada dos autos do processo judicial. Por sua vez, o auto de infração foi lavrado em 25/05/2007, portanto, muito antes de expirado o prazo depois do qual, acaso não prorrogado novamente, o contribuinte passaria a gozar do benefício da espontaneidade. Não seria razoável, da parte do fisco, lavrar o auto de infração à revelia das informações prestadas formalmente pelo sujeito passivo tendo em conta de que a documentação exigida estava sendo providenciada. Também temse como desnecessário um ato formal expresso da fiscalização no sentido de afirmar que acolheu as explicações prestadas pela recorrente, até porque as alegações apresentadas para o não atendimento da exigência e o tempo em que tais informações foram prestadas guardam razoabilidade, dispensando, pois, qualquer nova intervenção da autoridade fiscal. Voltando ao texto do § 2° do artigo 7o do Decreto no 70.235/72, releva destacar, também, que deverá ser considerado como “qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos” a própria prorrogação do Mandado de Procedimento Fiscal inerente à fiscalização conduzida contra o sujeito passivo. No caso, constatase, às fls. 02, que o MPF correspondente, emitido em 18 de dezembro de 2006, foi prorrogado por duas Fl. 417DF CARF MF Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 9303008.651 CSRFT3 Fl. 414 9 vezes: em 17/04/2007 (válido até 16/06/2007) e em 16/06/2007 (válido até 29/06/2007). A lavratura do auto de infração, como já dito, de deu em 25/05/2007, portanto, dentro do prazo de validade do Mandado de Procedimento Fiscal, do qual o contribuinte tem pleno acesso via internet, como consta do próprio documento, recepcionado pelo sujeito passivo (v. fls. 01). Não se pode esquecer, ainda, que o processo administrativo é regido por princípios, como o lógico, o econômico, o do formalismo moderado, o da razoabilidade, cujo norte, no âmbito de suas particularidades teóricas, não permite sejam aceitos os argumentos aduzidos pela recorrente. (...) Por essas razões comungo do entendimento acima para votar pela improcedência do recurso especial de divergência do sujeito passivo relativamente a essa matéria. Em razão do que se concluiu acima, me parece que a questão relativa à denúncia espontânea diante do recolhimento do tributo, antes da entrega de qualquer declaração constitutiva do crédito tributário, fica prejudicada quando inexiste espontaneidade no próprio pagamento realizado sob procedimento de fiscalização. Ora, se o procedimento de fiscalização iniciouse em 05/02/2007 (efl. 02) e houve ciência da autuação em 25/05/2007, os recolhimentos havidos a título que pagamentos dos tributos sob fiscalização em 16/04/2007 não podem ser tidos como espontâneos. Isso como decorrência direta do parágrafo único do art. 138 do CTN: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Dessarte, também nesse ponto, voto por negar provimento ao recurso especial de divergência da contribuinte. CONCLUSÃO Com base no exposto, voto por conhecer do recurso especial de divergência da contribuinte para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 418DF CARF MF 10 Fl. 419DF CARF MF
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Numero do processo: 15374.938948/2008-24
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jul 11 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3002-000.048
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que esta se manifeste acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado.
(documento assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora) e Carlos Alberto da Silva Esteves.
Nome do relator: MARIA EDUARDA ALENCAR CAMARA SIMOES
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que esta se manifeste acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. (documento assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard - Presidente (documento assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora) e Carlos Alberto da Silva Esteves. Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da decisão da DRJ, às fls. 114 dos autos: Trata o presente processo de apreciação de compensação declarada por MEGADATA COMPUTAÇÕES LTDA (CNPJ 04.014.181/000166) no PER/DCOMP nº 14696.64478.241006.1.7.043400, em 24/10/2006, de crédito referente a valor que teria sido recolhido a maior ou indevidamente, por MEGADATA COMPUTAÇÕES LTDA (CNPJ 27.877.729/000105) em 15/03/2004, a título de PIS, atinente ao período de apuração 02/2004, com débito de PIS da MEGADATA COMPUTAÇÕES LTDA (CNPJ 04.014.181/000166), referente ao período de apuração abril/2004 no valor de R$ 12.383,95. Por meio do Despacho Decisório de folha 10, o Delegado da DERAT/RJO, não homologou a compensação declarada, ao argumento de que analisadas as informações prestadas no PER/DCOMP, foi constatada a improcedência do crédito Informado, pois não foi confirmada a existência de evento de sucessão entre o declarante e o detentor do crédito discriminado no PER/DCOMP. Cientificada, a Interessada, inconformada, ingressou, em 10/12/2008, com a manifestação de inconformidade de fls. 12 a 13, na qual alega, em síntese, que: 1) A alegação constante do despacho decisório não merece prosperar, tendo em vista que a empresa detentora do crédito foi incorporada pela empresa que apresentou o RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 53 74 .9 38 94 8/ 20 08 -2 4 Fl. 253DF CARF MF Fl. 2 da Resolução n.º 3002-000.048 - 3ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 15374.938948/2008-24 PER/DCOMP, conforme Protocolo/Justificativa de Incorporação em anexo, devidamente apresentado à Junta Comercial do Rio de Janeiro. Assim sendo, resta demonstrada, claramente, a existência de evento de sucessão entre ambas, não havendo qualquer razão para que não seja homologado o pedido de compensação feito. 2) Diante de todo o exposto, requer seja juntada a Justificativa de Incorporação, em conjunto com a última e a primeira alterações de contrato social das empresas, sucedida e sucessora, de modo a comprovar o supramencionado evento de sucessão, dando-se provimento à presente Manifestação de Inconformidade para que seja homologado o pedido de compensação apresentado por meio do PER/DCOMP. O contribuinte juntou, com a manifestação de inconformidade, substabelecimento de mandato, despacho decisório, atos constitutivos e protocolo/justificativa de incorporação (fls. 14/62). Ao analisar o caso, a DRJ entendeu, por unanimidade de votos, julgar improcedente a manifestação de inconformidade, conforme decisão que restou assim ementada (fls. 113/117): ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/02/2004 a 29/02/2004 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ALEGAÇÃO DE INCORPORAÇÃO SEM QUE PROVAS. No caso de incorporação, cabe ao contribuinte providenciar a baixa de inscrição no CNPJ da incorporada junto à Receita Federal do Brasil. Sendo tal regularização um requisito para que possa ser aferida a sucessão no que diz respeito aos créditos da incorporada pela incorporadora. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte foi intimado acerca desta decisão em 08/02/13 (vide AR à fl. 120 dos autos) e, insatisfeito com o seu teor, interpôs, em 07/03/13, Recurso Voluntário (fls. 122/132). Em seu recurso, o contribuinte argumentou que a decisão recorrida, sem analisar a existência do crédito, não homologou a compensação pleiteada sob fundamento de não ter sido realizada a baixa da inscrição no CNPJ da empresa incorporada. Para combater este fundamento, alegou que: i) desde a incorporação vem tentando realizar a referida baixa, contudo, a própria RFB tem dificultado a realização do procedimento em razão da existência de débitos neste CNPJ que estariam sendo quitados pela incorporadora; ii) por não ter conseguido realizar a baixa, continuou a apresentar declarações em nome da empresa incorporada, “por mero conservadorismo”; iii) nos termos do artigo 116 do Código Civil, na incorporação ocorre a sucessão de todos os direitos e obrigações, sendo que tal sucessão decorre diretamente da extinção da sociedade incorporada; iv) a mera existência de inscrição no CNPJ não descaracteriza a extinção da sociedade incorporada, pois a baixa é mero ato formal que não impede a transferência de créditos tributários da incorporada para a incorporadora; v) este entendimento possuiria respaldo em decisões proferidas pelo CARF, cujos acórdãos mencionou, bem como no artigo 58 da IN nº 93/97; vi) a ausência da baixa na inscrição no CNPJ não serviria de fundamento para a não homologação da compensação efetuada. Nos pedidos, o recorrente requereu o retorno dos autos à origem para que, confirmada a existência do crédito oriundo da empresa incorporada, seja homologada a compensação efetuada. Fl. 254DF CARF MF Fl. 3 da Resolução n.º 3002-000.048 - 3ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 15374.938948/2008-24 Juntou contrato social, procuração, cópia da OAB do advogado signatário do recurso, protocolo/justificativa de incorporação, ata de assembleia geral extraordinária realizada pela recorrente, cópias de decisões proferidas pelo CARF, PERDCOMP retificadora (fls. 133/213). Consta, ainda, às fls. 219/220, petição do recorrente informando a expedição de certidão de baixa de inscrição no CNPJ pela Secretaria da Receita Federal, na qual constaria a incorporação ocorrida em 31/03/2004 como motivo da baixa. Anexou procuração, substabelecimento, cópia de documentos de identidade, contrato social e cartão de CNPJ com situação cadastral baixada (fls. 221/251). Os autos, então, vieram-me conclusos para fins de análise do Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte. É o relatório. Voto Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora: O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Consoante acima narrado, o cerne da presente contenda consiste em analisar se seria possível reconhecer o direito creditório pleiteado pela MEGADATA COMPUTAÇÕES LTDA (CNPJ 04.014.181/0001-66), referente a valor que teria sido recolhido a maior ou indevidamente por MEGADATA COMPUTAÇÕES LTDA (CNPJ 27.877.729/0001-05). Em sua defesa, a Recorrente alega que teria direito ao usufruto do crédito em questão, visto que teria incorporado a empresa titular do referido crédito, tendo anexado aos autos o protocolo/justificativa de incorporação. A DRJ, por seu turno, entendeu que não seria possível admitir a utilização do crédito pela Recorrente, pois ainda não teria havido a baixa da inscrição no CNPJ da incorporada junto à Receita Federal do Brasil, entendendo ser este um requisito para que possa ser aferida a sucessão no que diz respeito aos créditos da incorporada pela incorporadora. Ao analisar o caso, entendo que assistia razão à DRJ quando da decisão recorrida. Isso porque, a despeito da apresentação nos autos do protocolo/justificativa de incorporação, como bem fez constar o relator na decisão recorrida, o Recorrente não apenas não deu baixa no CNPJ perante a Receita Federal, como continuou apresentando as respectivas declarações federais. Nesse contexto, diante da impossibilidade de se confirmar se a sucessão alegada havia de fato ocorrido, somada à necessidade de comprovação do Autor acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado, entendo que a decisão recorrida se encontra escorreita, não havendo como se falar em nulidade ou mesmo improcedência da mesma quando se leva em consideração a época em que fora proferida. Acontece que, em petição protocolizada nestes autos em 23/02/2016, ou seja, posteriormente à decisão recorrida, o contribuinte traz aos autos fato novo que deverá ser apreciado por este Colegiado, qual seja, o deferimento por parte da Receita Federal do registro da incorporação ocorrida em 31/03/2004 da empresa titular do crédito em questão (vide documento à fl. 251 dos autos). Sobre o tema, não é demais registrar que a análise deste fato novo por parte deste Colegiado encontra respaldo na alínea b do § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/1972, in verbis: Fl. 255DF CARF MF Fl. 4 da Resolução n.º 3002-000.048 - 3ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 15374.938948/2008-24 § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refira-se a fato ou a direito superveniente; c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Sendo assim, verifica-se que a premissa adotada pela decisão recorrida de que não teria sido realizada a baixa da empresa sucedida não mais existe. Consta dos autos comprovação acerca da baixa do CNPJ em questão. Ultrapassada esta premissa, portanto, deverá ser analisado o mérito da presente contenda, no que concerne à existência ou não do direito creditório pleiteado. Em princípio, então, poder-se-ia pensar que a demanda devesse retornar à primeira instância de julgamento, para apreciação do feito, no intuito de evitar supressão de instância. Contudo, penso que não há qualquer elemento de nulidade na decisão outrora proferida, apto a ensejar o retorno dos autos àquela instância para nova decisão. Sendo assim, entendo que os autos deverão ser baixado em diligência nesta instância de julgamento, para que a unidade de origem analise e se manifeste acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado, uma vez que consta dos autos o registro de baixa da incorporação ocorrida em 31/03/2004, apta a tornar a Requerente parte legítima para compor o polo ativo do presente pedido de compensação. Da conclusão Com fulcro nas razões supra expedidas, voto no sentido de converter a presente demanda em diligência, determinando que os autos sejam remetidos à unidade de origem, para que esta se manifeste acerca da certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. É como voto. (documento assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora Fl. 256DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13020.720169/2016-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Exercício: 2017
ISENÇÃO. DEFICIENTE FÍSICO. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO DA DEFICIÊNCIA. LAUDO MÉDICO. PEDIDO INDEFERIDO.
Novo laudo de avaliação médica. Ausência de prova que o emissor do laudo enquadra-se em uma das duas hipóteses previstas no artigo 3o, inciso I, “b”, da Instrução Normativa RFB n. 988/2009.
Numero da decisão: 3302-007.245
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator
Nome do relator: JORGE LIMA ABUD
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DEFICIENTE FÍSICO. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO DA DEFICIÊNCIA. LAUDO MÉDICO. PEDIDO INDEFERIDO. Novo laudo de avaliação médica. Ausência de prova que o emissor do laudo enquadra-se em uma das duas hipóteses previstas no artigo 3o, inciso I, “b”, da Instrução Normativa RFB n. 988/2009. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente (assinado digitalmente) Jorge Lima Abud Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Denise Madalena Green e Gilson Macedo Rosenburg Filho. Relatório Aproveita-se o Relatório da Resolução n° 3302-000.914. A pessoa física interessada em epígrafe pleiteou, na qualidade de portadora de deficiência física, a fruição da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI na aquisição de automóvel de passageiros, de fabricação nacional, prevista na Lei n° 8.989, de 24 de fevereiro de 1995. Fl. 84DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3302-007.245 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13020.720169/2016-69 Mediante o Despacho Decisório de fls. 30/32, a Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) em Veranópolis - RS indeferiu o pedido, tendo em vista que nos laudos apresentados, não há descrição de qualquer deficiência passível de enquadramento na legislação de regência Regularmente cientificada (fl. 43), a interessada apresentou manifestação de inconformidade (fl. 36), por meio da qual alegou que a artrose de joelho (prótese total), em seu entendimento, conforme a legislação, tem direito à isenção do imposto. Em 5 de janeiro de 2017, através do Acórdão de Impugnação n° 14-63.490, a 3a Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Ribeirão Preto/SP, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Entendeu a Turma que: Como visto, a razão do indeferimento foi a falta de verossimilhança entre a deficiência apontada no laudo médico e aquelas arroladas na Lei n° 8.989, de 1995, art. 1°, IV e § 1°, alterada pela Lei n° 10.690, de 16 de junho de 2003. Em sede recurso, veio a interessada protestar contra o indeferimento de seu pleito, por entender que seu quadro de deficiências pode ser enquadrado nas hipóteses legais ensejadoras do favor fiscal pleiteado. A apreciação do pleito da interessada materializa atividade de natureza plenamente vinculada, isto é, conforma-se num ato administrativo da autoridade competente com total sujeição aos estritos dispositivos da legislação que rege a matéria sob análise, deles não se podendo, sob pena de responsabilidade, afastar, desviar, estender ou inovar. Nesse sentido, o Código Tributário Nacional (CTN), art. 111 e seu inciso II, determina expressamente a interpretação literal da legislação tributária que disponha sobre outorga de isenção. E esta vinculação, por óbvio, também se aplica a esta autoridade julgadora. Portanto, atuando sob o império da lei, devem mesmo ser zelosas as autoridades administrativas, especialmente diante de casos de renúncia fiscal, porque agem em nome do difuso e indisponível interesse público. O Sr. CLAUDIO JOAO RECHE foi cientificado do Acórdão de Manifestação de Inconformidade em 31/01/2017, via Aviso de Recebimento, folhas 57. O Sr. CLAUDIO JOAO RECHE ingressou com Recurso Voluntário em 22/02/2017, folhas 58 e 59. Foi alegado que: Em razão ao indeferimento do pedido por esse órgão, manifesto minha discordância, por se tratar de deficiência física em membros inferiores, (prótese de joelho), conforme descrito no próprio laudo de avaliação fornecido pela receita, que diz resulta em dificuldade para o desempenho das funções, representando perda ou anormalidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano, ainda que de forma parcial. Tendo em vista, o direito de interposição, encaminho, novo laudo médico para análise do caso. O laudo médico é anexado às folhas 59. Em 23 de outubro de 2018, através da Resolução n° 3302-000.914, a 2a Turma Ordinária, da 3a Câmara, da 3a Seção de Julgamento do CARF baixou os autos em diligência para que a autoridade preparadora verificasse se aquele que emitiu o Laudo de Avaliação se enquadra em uma das situações especificadas no inciso I, do artigo 3o da IN SRF 988/2009. Findada a instrução, foi solicitada a intimação da parte interessada, em face do princípio do contraditório. Intimada, via Aviso de Recebimento, e-folhas 80, a parte interessada se manifestou às e-folhas 79. Fl. 85DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3302-007.245 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13020.720169/2016-69 É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Lima Abud - Relator. Da admissibilidade. Por conter matéria desta E. Turma da 3a Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário tempestivamente interposto pelo contribuinte, considerando que a recorrente teve ciência da decisão de primeira instância em 31 de janeiro de 2017, via Aviso de Recebimento, às folhas 57. O recurso voluntário foi apresentado em 22 de fevereiro de 2017, sendo, portanto, tempestivo. Da controvérsia. Comprovar a verossimilhança entre a deficiência apontada no laudo médico e aquelas arroladas na Lei n° 8.989, de 1995, art. 1°, IV e § 1°, alterada pela Lei n° 10.690, de 16 de junho de 2003. Passa-se à análise. Assim dispunha o artigo 3o da IN SRF 988/2009, vigente à época: CAPÍTULO II DOS REQUISITOS PARA HABILITAÇÃO AO BENEFÍCIO Art. 3° Para habilitar-se à fruição da isenção, a pessoa portadora de deficiência física, visual, mental severa ou profunda ou o autista deverá apresentar, diretamente ou por intermédio de seu representante legal, formulário de requerimento, conforme modelo constante do Anexo I, acompanhado dos documentos a seguir relacionados, à unidade da RFB de sua jurisdição, dirigido ao Delegado da Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) ou ao Delegado da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária (Derat): I - Laudo de Avaliação, na forma dos Anexos IX, X ou XI, emitido por prestador de: a) serviço público de saúde; ou b) serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde (SUS); Em resposta à Resolução n° 3302-000.914, a autoridade preparadora apresentou a seguinte declaração e-folhas 72: MARIO LUIZ CARDOSO FILHO, brasileiro, médico, inscrito no brasileiro, médico, inscrito no CRM sob o n. 28081, residente e domiciliado na Rua Borges de Medeiros 465, CEP: 95330-000, em Veranópolis/RS, vem respeitosamente diante de Vossa Sa., face a notificação suso referida, dizer que, na qualidade do emissor do laudo referente ao paciente CLÁUDIO JOAO RECHE, enquadra-se na hipótese do artigo 3o, inciso I, “b”, da Instrução Normativa RFB n. 988/2009. Sem mais, coloca-se à disposição para eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários e renova protestos de elevada estima e consideração. Veranópolis 11 de janeiro de.2019. Fl. 86DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 3302-007.245 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13020.720169/2016-69 Há alguns inconvenientes nessa afirmação: a) Trata-se de uma autodeclaração; b) A autodeclaração ao mencionar que o emissor do laudo se enquadra na hipótese do artigo 3o, inciso I, “b”, da Instrução Normativa RFB n. 988/2009, não especifica se é contratado ou conveniado do serviço privado de saúde, que integre o Sistema Único de Saúde (SUS); c) Também não explicita onde e como exerce suas funções de contratado ou conveniado do serviço privado de saúde, que integre o Sistema Único de Saúde (SUS); d) Não apresenta qualquer documento / comprovante que ateste sua afirmação. Desse modo, por ausência de prova que o emissor do laudo enquadra-se em uma das duas hipóteses previstas no artigo 3o, inciso I, “b”, da Instrução Normativa RFB n. 988/2009, conclui-se que o laudo foi emitido por profissional sem competência para tanto. Sendo assim, conheço do Recurso Voluntário e nego provimento ao recurso do contribuinte. É como voto. Jorge Lima Abud - Relator. Fl. 87DF CARF MF
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Numero do processo: 10680.926654/2016-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jul 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 23/09/2011
COMPENSAÇÃO DE OFÍCIO. DISCORDÂNCIA DO CONTRIBUINTE. CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA NOS TERMOS DO ART. 151 DO CTN. RETENÇÃO DO VALOR A SER RESSARCIDO. IMPOSSIBILIDADE. COMPENSAÇÃO VOLUNTÁRIA. HOMOLOGAÇÃO. STJ. RECURSO REPETITIVO. ART. 62, §2º DO RICARF.
Não se pode impor compensação de ofício ou reter valores passíveis de ressarcimento, nos termos do parágrafo único do artigo 73 da Lei n° 9.430/1996 c/c § 4º do art. 89 da Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017, quando os débitos do contribuinte para com o Fisco estiverem com exigibilidade suspensa nos termos do art. 151 do CTN. Deve ser homologada a compensação voluntária declarada. Reprodução do entendimento firmado pelo STJ no Resp n°1.213.082/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos, por força do §2° do art. 62 do RICARF.
Numero da decisão: 3401-006.382
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Fernanda Vieira Kotzias, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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DISCORDÂNCIA DO CONTRIBUINTE. CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA NOS TERMOS DO ART. 151 DO CTN. RETENÇÃO DO VALOR A SER RESSARCIDO. IMPOSSIBILIDADE. COMPENSAÇÃO VOLUNTÁRIA. HOMOLOGAÇÃO. STJ. RECURSO REPETITIVO. ART. 62, §2º DO RICARF. Não se pode impor compensação de ofício ou reter valores passíveis de ressarcimento, nos termos do parágrafo único do artigo 73 da Lei n° 9.430/1996 c/c § 4º do art. 89 da Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017, quando os débitos do contribuinte para com o Fisco estiverem com exigibilidade suspensa nos termos do art. 151 do CTN. Deve ser homologada a compensação voluntária declarada. Reprodução do entendimento firmado pelo STJ no Resp n°1.213.082/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos, por força do §2° do art. 62 do RICARF. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Fernanda Vieira Kotzias, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 92 66 54 /2 01 6- 82 Fl. 49DF CARF MF 2 Relatório Tratase de recurso voluntário em face da decisão da Delegacia de Julgamento em Curitiba que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, conforme ementa abaixo transcrita: (...) DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. NÃO HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE RECONHECIDO EM PER. DISCORDÂNCIA QUANTO À COMPENSAÇÃO EM PROCEDIMENTO DE OFÍCIO. Correta a não homologação da declaração de compensação vinculada a pedido de restituição deferido parcialmente e a manifesta discordância do contribuinte quanto aos procedimentos de compensação de ofício, tendo em vista que o direito creditório reconhecido encontrase retido até que os débitos existentes em nome do contribuinte para com a Fazenda Pública sejam liquidados. Cientificada do acórdão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, sustentando que: a) o crédito utilizado na compensação já foi reconhecido pela autoridade administrativa, como consta expressamente da decisão recorrida; b) o crédito não deve ser objeto de retenção, com fundamento no parágrafo único do artigo 73 da Lei n° 9.430/1996 c/c § 4º do art. 89 da Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017, em razão da discordância da Recorrente quanto à realização da compensação de ofício, pois os débitos estão com exigibilidade suspensa conforme a certidão positiva com efeitos de negativa apresentada; c) as normas que preveem a retenção de créditos em razão da negativa de se proceder à compensação de ofício de débitos com exigibilidade suspensa contrariam o art. 151 do Código Tributário Nacional e o art. 146, III, ‘b’ da Constituição, que confere a tal código a competência para dispor sobre crédito tributário; d) deve ser reproduzida pelo Conselho a tese formulada pelo STJ no REsp n° 1.213.082/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos, que considera ilegal a compensação de ofício de débitos com exigibilidade suspensa na forma do art. 151 do CTN, por força do §2° do art. 62 do RICARF. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevsan, Relator Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10680.926654/201682 Acórdão n.º 3401006.382 S3C4T1 Fl. 3 3 O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 3401006.346, de 17 de junho de 2019, proferido no julgamento do Processo nº 10680.925847/201616. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3401006.346): "A controvérsia posta nos autos, acerca da não homologação da compensação declarada no PER/DCOMP nº 17327.68767.220416.1.3.040501, reside especificamente na possibilidade de o Fisco reter os créditos que a Recorrente pretende compensar em razão da discordância desta quanto à realização de sua compensação de ofício com outros débitos da empresa, os quais se encontram com exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151 do CTN. A fiscalização aplicou à espécie o parágrafo único do artigo 73 da Lei n° 9.430/1996 c/c § 4º do art. 89 da Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017, a seguir reproduzidos: Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996 (...) Art. 73. A restituição e o ressarcimento de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ou a restituição de pagamentos efetuados mediante DARF e GPS cuja receita não seja administrada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil será efetuada depois de verificada a ausência de débitos em nome do sujeito passivo credor perante a Fazenda Nacional. (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) I (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) II (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) Parágrafo único. Existindo débitos, não parcelados ou parcelados sem garantia, inclusive inscritos em Dívida Ativa da União, os créditos serão utilizados para quitação desses débitos, observado o seguinte: (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013) I o valor bruto da restituição ou do ressarcimento será debitado à conta do tributo a que se referir; (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013) II a parcela utilizada para a quitação de débitos do contribuinte ou responsável será creditada à conta do respectivo tributo. (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013) Instrução Normativa RFB nº 1.717 de 2017 (...) Da Compensação de Ofício Fl. 51DF CARF MF 4 Art. 89. A restituição e o ressarcimento de tributos administrados pela RFB ou a restituição de pagamentos efetuados mediante DARF e GPS cuja receita não seja administrada pela RFB será efetuada depois de verificada a ausência de débitos em nome do sujeito passivo credor perante a Fazenda Nacional. § 1º Existindo débito, ainda que consolidado em qualquer modalidade de parcelamento, inclusive de débito já encaminhado para inscrição em Dívida Ativa da União, de natureza tributária ou não, o valor da restituição ou do ressarcimento deverá ser utilizado para quitálo, mediante compensação em procedimento de ofício. § 2º A compensação de ofício de débito parcelado restringese aos parcelamentos não garantidos. § 3º Previamente à compensação de ofício, deverá ser solicitado ao sujeito passivo que se manifeste quanto ao procedimento no prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento de comunicação formal enviada pela RFB, sendo o seu silêncio considerado como aquiescência. § 4º Na hipótese de o sujeito passivo discordar da compensação de ofício, a autoridade da RFB competente para efetuar a compensação reterá o valor da restituição ou do ressarcimento até que o débito seja liquidado. (grifo nosso) Assim, verificada a existência de débitos e ante a discordância da Recorrente quanto à realização da compensação de ofício, os valores a serem restituídos foram retidos até a liquidação dos débitos em aberto e, com isso, indeferido o pedido de compensação por ausência de saldo disponível, procedimento que veio a ser confirmado pela decisão recorrida. A Recorrente se insurge contra tal procedimento, sob a alegação de que seus débitos em aberto estariam com exigibilidade suspensa nos termos do art. 151 do CTN, fazendo prova do alegado mediante juntada de certidão positiva com efeitos de negativa. Deste modo, procederse à compensação de ofício de créditos tributários com exigibilidade suspensa significaria extinguir compulsoriamente créditos sequer exigíveis, tendo a Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017 exorbitado de seu poder regulamentar ao contrariar o art. 151 do CTN e a própria Constituição Federal em seu art. 146, III, b, que atribui competência à lei complementar para dispor sobre crédito tributário. Sobre o tema, o STJ já se manifestou, sob a sistemática dos recursos repetitivos (tema 484), no Resp. n° 1.213.082/PR, cujo ementa reproduzo: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543C, DO CPC). ART. 535, DO CPC, AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. COMPENSAÇÃO DE OFÍCIO PREVISTA NO ART. 73, DA LEI N. 9.430/96 E NO ART. 7º, DO DECRETOLEI N. 2.287/86. CONCORDÂNCIA TÁCITA E RETENÇÃO DE VALOR A SER RESTITUÍDO OU RESSARCIDO PELA SECRETARIA DA Fl. 52DF CARF MF Processo nº 10680.926654/201682 Acórdão n.º 3401006.382 S3C4T1 Fl. 4 5 RECEITA FEDERAL. LEGALIDADE DO ART. 6º E PARÁGRAFOS DO DECRETO N. 2.138/97. ILEGALIDADE DO PROCEDIMENTO APENAS QUANDO O CRÉDITO TRIBUTÁRIO A SER LIQUIDADO SE ENCONTRAR COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA (ART. 151, DO CTN). 1. Não macula o art. 535, do CPC, o acórdão da Corte de Origem suficientemente fundamentado. 2. O art. 6º e parágrafos, do Decreto n. 2.138/97, bem como as instruções normativas da Secretaria da Receita Federal que regulamentam a compensação de ofício no âmbito da Administração Tributária Federal (arts. 6º, 8º e 12, da IN SRF 21/1997; art. 24, da IN SRF 210/2002; art. 34, da IN SRF 460/2004; art. 34, da IN SRF 600/2005; e art. 49, da IN SRF 900/2008), extrapolaram o art. 7º, do DecretoLei n. 2.287/86, tanto em sua redação original quanto na redação atual dada pelo art. 114, da Lei n. 11.196, de 2005, somente no que diz respeito à imposição da compensação de ofício aos débitos do sujeito passivo que se encontram com exigibilidade suspensa, na forma do art. 151, do CTN (v.g. débitos inclusos no REFIS, PAES, PAEX, etc.). Fora dos casos previstos no art. 151, do CTN, a compensação de ofício é ato vinculado da Fazenda Pública Federal a que deve se submeter o sujeito passivo, inclusive sendo lícitos os procedimentos de concordância tácita e retenção previstos nos §§ 1º e 3º, do art. 6º, do Decreto n. 2.138/97. Precedentes: REsp. Nº 542.938 RS, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 18.08.2005; REsp. Nº 665.953 RS, Segunda Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 5.12.2006; REsp. Nº 1.167.820 SC, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 05.08.2010; REsp. Nº 997.397 RS, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, julgado em 04.03.2008; REsp. Nº 873.799 RS, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12.8.2008; REsp. n. 491342/PR, Segunda Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 18.05.2006; REsp. Nº 1.130.680 RS Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19.10.2010. 3. No caso concreto, tratase de restituição de valores indevidamente pagos a título de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica IRPJ com a imputação de ofício em débitos do mesmo sujeito passivo para os quais não há informação de suspensão na forma do art. 151, do CTN. Impõese a obediência ao art. 6º e parágrafos do Decreto n. 2.138/97 e normativos próprios. 4. Recurso especial parcialmente provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008. (REsp 1213082/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/08/2011, DJe 18/08/2011) Fl. 53DF CARF MF 6 No julgado, a Corte reconheceu a ilegalidade da imposição de compensação de ofício aos débitos com exigibilidade suspensa por força do art. 151 do CTN e, in casu, verificase que a certidão apresentada às fls. 27/28 menciona expressamente que os débitos da Recorrente estão com exigibilidade suspensa nos termos do art. 151 do CTN. Desta feita, impende a aplicação do §2° do art. 62 do RICARF para reproduzir o entendimento do STJ, a fim de possibilitar a compensação pleiteada, ressalvandose a necessidade de renovação da certidão positiva com efeitos de negativa por ocasião da liquidação deste julgado para se verificar a permanência do requisito de suspensão da exigibilidade dos débitos. Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário e, no mérito, DAR PROVIMENTO ao mesmo." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu por CONHECER do Recurso Voluntário e, no mérito, DAR PROVIMENTO ao mesmo. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevsan Fl. 54DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10875.905333/2012-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jun 18 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/05/2009
PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO.
Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação.
Numero da decisão: 3302-007.181
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Denise Madalena Green e Gilson Macedo Rosenburg Filho.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/05/2009 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação.
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DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Recorrente KENYA S/A TRANSPORTE E LOGISTICA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/05/2009 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Denise Madalena Green e Gilson Macedo Rosenburg Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 90 53 33 /2 01 2- 33 Fl. 114DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo de Declaração de Compensação Eletrônica (DCOMP), transmitida com objetivo de declarar a compensação do(s) débito(s) nela apontado(s), com crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins relativo a DARF indicado. Após análise do pedido foi proferido Despacho Decisório que não homologou a compensação pleiteada, sob a justificativa de que o pagamento apontado teria sido integralmente utilizado na quitação de outros débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação.: Regularmente cientificada da não homologação, a contribuinte protocolou Manifestação de Inconformidade, arguindo essencialmente que o Despacho Decisório combatido estaria eivado de vícios insanáveis, os quais ensejariam sua nulidade. Discorreu sobre cada um deles. Após análise e julgamento da referida manifestação, a Delegacia Regional de Julgamento em Juiz de Fora/MG, por unanimidade de votos, julgoua improcedente e decidiu por NÃO HOMOLOGAR a compensação pleiteada. Irresignada, a empresa KENYA S/A TRANSPORTE E LOGISTICA ingressou com Recurso Voluntário, no qual apresenta as alegações a seguir sintetizadas. Inicialmente, alega que o direito à ampla defesa não é algo que possa ser tratado de forma simples ou sintética, como explicitamente afirma o faz, o voto sob análise. A ampla defesa constitui um direito Constitucional (art. 52, LV da Carta Magna) do contribuinte, que deve ser garantido, inclusive no procedimento administrativo fiscal, da forma mais abrangente possível, principalmente pela Administração Pública. Deste modo, não se pode deixar de negar que a forma sintética com o que foi tratado o direito da Recorrente implica a nulidade do despacho decisório em questão, conforme o art. 59, inciso II, do Decreto n2 70.235/1972, uma vez que impede que a contribuinte tenha uma visão clara dos motivos pelos quais seu crédito fora declarado inexistente. Ressalta sua contrariedade quanto ao fato de não ter sido intimada a esclarecer os motivos de ter pleiteado a restituição/compensação, como manda o art. 65 da Instrução Normativa da SRF n° 900/2008. Acrescenta que o art. 65 da referida Instrução Normativa estabelece que "a autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito". Argumenta que estarseia diante de um "deverpoder", uma vez que este condicionamento se faz necessário toda vez em que haja uma inconsistência nos créditos declarados pelo contribuinte. Ora, quando não houver inconsistência ou irregularidade nos dados informados pelo contribuinte, não há também porque condicionar o direito ao crédito. Por outro lado, se houver inconsistências no pedido, a Autoridade "deve" condicionar o direito ao crédito à tal verificação. Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10875.905333/201233 Acórdão n.º 3302007.181 S3C3T2 Fl. 3 3 Observa que o próprio voto em questão admite a necessidade de comprovação, por parte do contribuinte, dos créditos declarados, quando se apresentem inconsistências ou irregularidades nas informações prestadas. Nesse trilhar, aduz ser ônus do contribuinte demonstrar a existência do crédito, quando o Fisco detectar inconsistências nos pedidos de compensação/restituição. Sugere, contudo, que momento oportuno para a comprovação do crédito seria o da intimação por inconsistências nas informações do pedido de compensação/restituição, conforme estabelecido pela a própria Receita Federal no art. 65 da IN 900/2008, não havendo razão para negarse tal oportunidade ao contribuinte. Acrescenta que se a própria Secretaria da Receita Federal determinou que a oportunidade para provar o crédito, quando verificadas inconsistências nas informações prestadas no pedido de compensação/restituição, é antes da emissão do despacho decisório, não há porque a Administração Pública forçar o contribuinte à fazêlo em momento posterior. Conclui a contribuinte que, à vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim ser decidido, declarandose a nulidade do procedimento. É o relatório. Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302007.178, de 23 de maio de 2019, proferido no julgamento do processo 10875.905330/201208, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3302007.178): Da admissibilidade. Por conter matéria desta E. Turma da 3a Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário tempestivamente interposto pelo contribuinte, considerando que a recorrente teve ciência da decisão de primeira instância, v ia Aviso de Recebimento, em 10 de abril de 2014, quintafeira, às e folhas 65. A empresa KENYA S/A TRANSPORTE E LOGISTICA ingressou com Recurso Voluntário, em 09 de maio de 2010, conforme e folhas 68. O Recurso Voluntário é tempestivo. Fl. 116DF CARF MF 4 Da controvérsia. O processamento do PERDCOMP n. 26339.44713.220811.1.3.049802, uma vez que o DARF utilizado como crédito na compensação não foi integralmente utilizado. Passase à análise. Tomase por esteio o artigo 74 da Lei 9.430, de 27.12.1996: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pela sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pela sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: I o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; II os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. III os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; IV o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal SRF; V o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; VII o crédito objeto de pedido de restituição ou ressarcimento e o crédito informado em declaração de Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10875.905333/201233 Acórdão n.º 3302007.181 S3C3T2 Fl. 4 5 compensação cuja confirmação de liquidez e certeza esteja sob procedimento fiscal; VIII os valores de quotas de saláriofamília e salário maternidade; e IX os débitos relativos ao recolhimento mensal por estimativa do Imposto sobrea Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) apurados na forma do art. 2º desta Lei. § 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pela sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. § 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (...) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: I previstas no § 3o deste artigo; O PER/DCOMP formaliza o encontro de contas entre o Contribuinte e a Fazenda Pública. A entrega do PER/DCOMP implementa a compensação tributária, tendo por efeito imediato a extinção do débito, ainda que sob ulterior condição resolutória. Cabe ao Sujeito Passivo fornecer informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos, permanecendo com a Autoridade Tributária o poder/dever de validar a operação realizada. No caso que se aprecia, o Contribuinte transmitiu o PER/DCOMP com o fim de extinguir débito com suposto crédito decorrente de alegado pagamento indevido ou a maior, apontando um DARF como origem desse crédito. O núcleo do presente litígio é verificar se o Contribuinte possuía ou não o direito creditório pleiteado. É alegado no Recurso Voluntário, efolhas 71: Senhores Conselheiros, estamos na frente, aqui, de um verdadeiro "deverpoder", uma vez que este condicionamento se faz necessário toda vez em que haja uma inconsistência nos créditos declarados pelo Fl. 118DF CARF MF 6 contribuinte. Ora, quando não houverem inconsistência ou irregularidade nos dados informados pelo contribuinte, não há também porque condicionar o direito ao crédito, agora, se houverem inconsistências no pedido, então a Autoridade "deve" condicionar o direito ao crédito. Podemos ver, ainda, que o próprio voto em questão admite a necessidade de comprovação, por parte do contribuinte, dos créditos declarados pelo mesmo, quando se apresentem inconsistências ou irregularidades nas informações prestadas. Ele segue neste sentido, à fls. 7: (...) Devemos deixar claro que, sim, é ônus do contribuinte demonstrar a existência do crédito, quando o Fisco detectar inconsistências nos pedidos de compensação/restituição. Agora, se a própria Receita Federal estipula, no art. 65 da IN 900/2008, momento oportuno para a comprovação do crédito, qual seja, o da intimação por inconsistências nas informações do pedido de compensação/restituição, por que negar tal oportunidade ao contribuinte? Isto é, por que não dar oportunidade para o contribuinte provar o crédito antes da emissão do despacho decisório? Em nome da celeridade da Fiscalização? Ora, nobres Conselheiros, todos sabemos da gama de obrigações do contribuinte para com o Fisco, e das facilidades que este ultimo tem em termos de fiscalização e cruzamento de dados, tudo em prol da cobrança tributária. Não pode, portanto, o Fisco também passar por cima de suas próprias estipulações em prol do mesmo fim. Portanto, se a própria Secretaria da Receita Federal determinou que a oportunidade para provar o crédito, quando verificadas inconsistências nas informações prestadas no pedido de compensação/restituição, é antes da emissão do despacho decisório, não há porque a Administração Pública forçar o contribuinte à fazêlo em momento posterior. O Acórdão de Manifestação de Inconformidade assim se manifesta às folhas 07: Consoante o §1° do art. 74 da Lei n.° 9.430, de 1996, a compensação é realizada mediante entrega da DCOMP. Assim, o crédito informado deve existir na data da transmissão dessa Declaração No caso, é inconteste que, segundo as informações constantes da DCTF apresentada pela contribuinte até a data entrega do PER/DCOMP, não havia pagamento a maior ou indevido que respaldasse o crédito utilizado na compensação. Portanto, cabe à interessada a prova de que cometeu erro de preenchimento na DCTF original e que o valor efetivamente devido é menor que o DARF recolhido e apontado como origem do crédito. Nada mais foi trazido aos autos, como por exemplo, escrituração contábil, documentos fiscais ou quaisquer Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10875.905333/201233 Acórdão n.º 3302007.181 S3C3T2 Fl. 5 7 outros documentos hábeis e idôneos que demonstrassem a liquidez e certeza do direito creditório pretendido. No presente caso, somente a apresentação de documentos integrantes da escrituração contábil e fiscal da empresa poderiam comprovar o montante do tributo devido no período, e que, desta forma, o pagamento indevido ou a maior efetuado em DARF daria à interessada crédito passível de ser compensado. São os livros fiscais e contábeis mantidos pela contribuinte, os elementos capazes de fornecer à Fazenda Nacional conteúdo substancial válido juridicamente para a busca da verdade material dos fatos. Absolutamente adequada a posição esposada no Acórdão de Manifestação de Inconformidade. O crédito tributário declarado pela recorrente em DCTF é líquido e certo, razão pela qual deve ser homologada a compensação realizada por meio da PER/DCOMP, sob pena de enriquecimento ilícito da União, vez que está cobrando valores já compensados pela empresa. A comprovação do erro de informação é tarefa que cabe exclusivamente ao Interessado, por meio da apresentação de documentos hábeis e idôneos. A conclusão é a mesma se analisarmos a questão sob o aspecto puramente processual. O Decreto 70.235/1972, que também se aplica a esse tipo de Contencioso, dispõe no seu art. 16, § 4°, que as provas documentais devem ser apresentadas no momento da impugnação, sob pena de preclusão, excetuado fundado motivo para não o ter feito naquela oportunidade. Já o art. 923 do Regulamento do Imposto de Renda/1999 RIR/99 (DecretoLei 1.598/1977, art. 9°, § 1°) estabelece que a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do Contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. Portanto, no presente caso, caberia ao Contribuinte a apresentação dos elementos de prova (cópias de Livros e Documentos) capazes de demonstrar o erro supostamente cometido na DCTF Original, que embasou o Despacho Decisório em referência. Com efeito, diante da ausência de provas sobre a liquidez e certeza do direito creditório informado na DCOMP, não há como acolher a pretensão da Defesa. Assim, como não foi corroborado o direito creditório do Manifestante, de conformidade com a Legislação aplicável ao assunto apreciado, e portanto não foi comprovado haver crédito líquido e certo que compensasse o débito pleiteado pela Fl. 120DF CARF MF 8 Empresa, pois o valor do crédito solicitado foi alocado para cobrir apenas o débito indicado no DARF citado, conforme demonstrado, descabe o deferimento do PER/DCOMP que fora objeto do Despacho Decisório que se examinou. O ônus do contribuinte é comprovar o direito levado à DCTF, ou pelo menos sua verossimilhança. Na ausência dessa, tomase por esteio voto do Acórdão de Recurso Voluntário n° 3302006.399, da 2a Turma Ordinária, da 3a Câmara, da 3a Seção de Julgamento do CARF, de redação do i. Conselheiro Gilson Macedo Rosemburg Filho: Inicialmente, pela análise do Despacho Decisório é possível aferir que, data venia, ao contrário do que afirma a Recorrente, foi redigido de forma a permitir o exercício do devido processo legal, inclusive com expressa menção à legislação atinente e ao motivo do deferimento parcial. Este colegiado possui entendimento consolidado no sentido de que a Manifestação de Inconformidade é a ocasião em que o Contribuinte possui a oportunidade de trazer aos autos os elementos probatórios que estiverem ao seu alcance produzir, como notas fiscais e livros contábeis. É por meio da apresentação de tais provas, ou apenas indícios, se for o caso, que é possível, por exemplo, determinar a produção de outras mais robustas ou que se mostrem mais adequadas. O que não se pode admitir é que a Recorrente apresente alegações genéricas, sob o argumento de que não compreendeu o perfeito sentido e alcance do Despacho Decisório. Em relação à interpretação do artigo 16 do Dec. 70.235, vale destacar que ele permite a ulterior apresentação de provas em caso de força maior, e não a posterior alegação de argumentos por incompreensão do Despacho Decisório. Quanto aos elementos essenciais ao ato administrativo, tem se que encontramse presentes todos eles, quais sejam a autoridade competente, motivo, finalidade, objeto e forma. Especificamente no que diz respeito à motivação, a própria Recorrente reconhece que o ato foi motivado pela verificação da inexistência de crédito disponível a ser aproveitado, apresentando cálculos, cabendo a ela, interessada na compensação do crédito, demonstrar a existência do referido crédito, com documentação idônea. No caso concreto a Recorrente não trouxe aos autos qualquer alegação ou qualquer indício de crédito, limitando se a afirmar que não lhe foi indicado quais teriam sido os pagamentos localizados, eis que lhe foi informado haver "... um ou mais pagamentos..." Desta forma, diante do fato de que o Contribuinte, ora Recorrente, não se desincumbiu do seu ônus processual de comprovar a liquidez e certeza de seu crédito, não havendo trazido aos autos qualquer documento, indício ou mesmo Fl. 121DF CARF MF Processo nº 10875.905333/201233 Acórdão n.º 3302007.181 S3C3T2 Fl. 6 9 argumento de liquidez e certeza de seu crédito, e não vislumbrando qualquer ilegalidade no despacho por tratarse de não desincumbência do ônus de demonstrar a origem do direito, é de se negar provimento ao Recurso Voluntário. Por estes motivos, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. Sendo assim, conheço do Recurso Voluntário e nego provimento ao recurso do contribuinte. É como voto. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a decisão no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário do contribuinte. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Relator Fl. 122DF CARF MF
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Numero do processo: 13603.000977/2005-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 11 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF)
Ano-calendário: 1999, 2000
IRPF. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO. SÚMULA CARF Nº 91
Conforme disposto na Súmula CARF Nº 91, ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
Numero da decisão: 2402-007.463
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(documento assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Gregório Rechmann Junior - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Fernanda Melo Leal (Suplente Convocada), Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior.
Nome do relator: GREGORIO RECHMANN JUNIOR
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PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO. SÚMULA CARF Nº 91 Conforme disposto na Súmula CARF Nº 91, “ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador”. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente (documento assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Fernanda Melo Leal (Suplente Convocada), Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior. Relatório Trata-se de recurso voluntário em face da decisão da 5ª Tuma da DRJ/BHE, consubstanciada no Acórdão nº 02-16.397 (fl. 67), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 00 09 77 /2 00 5- 01 Fl. 87DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2402-007.463 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13603.000977/2005-01 Nos termos do relatório da r. decisão, bem como do despacho de decisório de fl. 30, tem-se que a presente demanda se trata de pedido de restituição (fl. 2), apresentado em 06/06/2005, restituição do IRRF incidente sobre o 13° salário, baseado na resolução n° 245, de 12 de dezembro de 2002, do Supremo Tribunal Federal que considerou de natureza jurídica indenizatória os reajustes concedidos ou incorporados à remuneração dos magistrados, a contar de janeiro de 1998 até a edição da lei n° 10.474/02. Desta forma, ao recalcular o imposto de renda sobre a gratificação natalina, nos anos-calendário de 1999 a 2001, verifica-se urna retenção a maior. Dessa forma, informa o então Requerente, que ao recalcular o imposto de renda sobre a gratificação de natal, nos anos de 1999, 2000 e 2001, verifica-se uma retenção a maior, objeto do Pedido de Restituição em análise. Os valores relacionados no quadro “demonstrativo de cálculo da restituição” já estão corretamente informados nas respectivas DIRFs retificadoras apresentadas pela Fonte Pagadora. Junto com o Pedido de Restituição apresentado, o Contribuinte anexou “Declaração” da Fonte Pagadora (fl. 4), nos seguintes termos: A Delegacia da Receita Federal proferiu despacho decisório às fls. 30 a 36, deferindo parcialmente o pedido de restituição apresentado, nos seguintes termos, em síntese: Com base no documento de emissão do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (f1.02), proponho o reconhecimento parcial do pleito requerido pelo contribuinte sendo- lhe reconhecido o direito creditório nos valores de R$ 679,41 (seiscentos e setenta e nove reais e quarenta e um centavos) referente ao ano-calendário de 2000 e R$ 1.026,39 Fl. 88DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2402-007.463 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13603.000977/2005-01 (um mil e vinte e seis reais e trinta e nove centavos) referente ao ano-calendário de 2001, para o ano-calendário de 1999 já havia ultrapassado o prazo de 05 anos para apresentar o pedido de restituição. Posteriormente, em janeiro/2006, o contribuinte acima identificado apresentou pedido de restituição referente à diferença de juros de mora, equivalentes à taxa Selic, calculados do mês subsequente à retenção indevida até a data prevista para a entrega tempestiva da declaração, tendo em vista que a restituição do imposto de renda foi efetuada após retificação da declaração de ajuste anual e sobre o valor da restituição já foram acrescidos juros Selic correspondentes ao período compreendido entre o primeiro dia do mês subsequente ao previsto para a entrega tempestiva da declaração até o mês anterior ao da liberação da restituição, e de 1% no mês em que o recurso foi colocado à disposição do contribuinte (fls.13/22). A retificação da declaração de ajuste anual de rendimentos relativa aos anos-calendário de 1999 a 2001 foi baseada na resolução n° 245, de 12 de dezembro de 2002, do Supremo Tribunal Federal que considerou de natureza jurídica indenizatória os reajustes concedidos ou incorporados à remuneração dos magistrados, a contar de janeiro de 1998 até a edição da lei n° 10.474/02. Desta forma, ao recalcular o imposto de renda referente aos anos-calendário de 1999 a 2001 verificou-se uma retenção a maior de 1RRF. Segundo os documentos constantes do processo, os valores referentes ao imposto de renda retido a maior foram restituídos ao contribuinte mediante a entrega de declaração retificadora. Aos valores da restituição foram acrescidos juros Selic correspondentes ao período compreendido entre o primeiro dia do mês subsequente ao previsto para a entrega tempestiva da declaração até o mês anterior ao da liberação da restituição, e de 1% no mês em que o recurso foi colocado à disposição do contribuinte (fls.25/26). De acordo com a solução de consulta interna n° 24, de 31 de agosto de 2005, o contribuinte pode pleitear, por meio de processo, a restituição da diferença de juros de mora, equivalentes à taxa Selic, calculados do mês subsequente à retenção indevida até a data prevista para a entrega tempestiva da declaração, tendo em vista que a restituição na hipótese levantada foi efetuada após retificação da declaração de ajuste anual e sobre o valor da restituição já foram acrescidos os juros Selic correspondentes ao período compreendido entre o primeiro dia do mês subsequente ao previsto para a entrega tempestiva da declaração até o mês anterior ao da liberação da restituição, e de: 1% no mês em que o recurso foi colocado no banco à disposição do contribuinte. Mediante a entrega da declaração retificadora, o contribuinte já recebeu a restituição de IR relativa aos anos-calendário de 1999, 2000 e 2001 (fls.25/26). Baseado no prazo de 5 anos para pleitear a restituição e levando-se em consideração a data de apresentação do Pedido de restituição relativo à SELIC, janeiro/2006 (fls.13/22), é devido ao contribuinte somente a taxa Selic incidente sobre os valores que foram descontados indevidamente a partir de janeiro/2001, tal correção corresponderá à taxa Selic acumulada entre o período subsequente retenção indevida até a data prevista para a entrega tempestiva da declaração. Cientificado, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 56 a 58) sustentando que, no caso, as declarações de ajuste apresentadas pelo recorrente foram objeto de revisão de ofício, à vista da DIRF retificadora apresentada pela fonte pagadora, no caso, o Tribunal Regional do Trabalho Federal, de que foi ele intimado somente em meados do ano de 2003. Nessas circunstâncias, defende o Contribuinte, como o termo inicial da prescrição conta-se então da intimação do ato administrativo que procedeu à revisão de suas declarações de renda daqueles exercícios, eis que somente a partir de então, pelo transcurso do prazo de cinco anos, poder-se-ia de cogitar da extinção do crédito tributário. Fl. 89DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2402-007.463 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13603.000977/2005-01 A DRJ, por meio do susodito Acórdão nº 02-16.397 (fl. 67), julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo, nos termos da ementa abaixo reproduzida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2000, 2001 RESTITUIÇÃO. PRAZO. Expira em cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário, o prazo para pedido de restituição de tributo ou contribuição pagos indevidamente ou a maior. Solicitação Indeferida Cientificado da decisão exarada pela DRJ, o Contribuinte apresentou o recurso voluntário de fl. 74, reiterando os termos da manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Gregório Rechmann Junior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e atende os demais requisitos de admissibilidade. Deve, portanto, ser conhecido. Conforme exposto no relatório supra, trata-se o presente caso de pedido de restituição apresentado pelo sujeito passivo referente à retenção a maior de IRPF a título de Gratificação Natalina, nos anos-calendário de 1999, 2000 e 2001, tendo em vista a edição da Resolução n° 245/2002, pelo Supremo Tribunal Federal, que considerou de natureza jurídica indenizatória os reajustes concedidos ou incorporados à remuneração dos magistrados, a contar de janeiro de 1998 até a edição da Lei 10.474/02, conforme memória de cálculo abaixo: Trata-se, ainda, o presente caso também de pedido de restituição referente à diferença de juros de mora, equivalentes à taxa Selic, calculados do mês subsequente à retenção indevida até a data prevista para a entrega tempestiva da declaração, tendo em vista que a restituição do imposto de renda foi efetuada após retificação da declaração de ajuste anual e sobre o valor da restituição já foram acrescidos juros Selic correspondentes ao período compreendido entre o primeiro dia do mês subsequente ao previsto para a entrega tempestiva da declaração até o mês anterior ao da liberação da restituição, e de 1% no mês em que o recurso foi colocado à disposição do contribuinte. A Unidade de Origem, como visto, deferiu parcialmente o pleito requerido pelo Contribuinte, sendo-lhe reconhecido o direito creditório nos valores de R$ 679,41 referente ao ano-calendário de 2000 e R$ 1.026,39 referente ao ano-calendário de 2001. Para o ano- calendário de 1999 já havia ultrapassado o prazo de 05 anos para apresentar o pedido de restituição. Fl. 90DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2402-007.463 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13603.000977/2005-01 No que tange ao pedido de restituição referente à diferença de juros de mora, concluiu aquele órgão fiscal que, mediante a entrega da declaração retificadora, o contribuinte já recebeu a restituição de IR relativa aos anos-calendário de 1999, 2000 e 2001. Dessa forma, baseado no prazo de 5 anos para pleitear a restituição e levando-se em consideração a data de apresentação do Pedido de restituição relativo à SELIC, janeiro/2006 (fls.13/22), é devido ao contribuinte somente a taxa Selic incidente sobre os valores que foram descontados indevidamente a partir de janeiro/2001, tal correção corresponderá à taxa Selic acumulada entre o período subsequente retenção indevida até a data prevista para a entrega tempestiva da declaração. O Contribuinte, em sede de Manifestação de Inconformidade, defendeu em síntese que as Declarações de Ajuste apresentadas foram objeto de revisão de ofício, à vista da DIRF retificadora apresentada pela fonte pagadora, de que foi ele intimado somente em meados do ano de 2003. Nessas circunstâncias, defende o Contribuinte, como o termo inicial da prescrição conta-se então da intimação do ato administrativo que procedeu à revisão de suas declarações de renda daqueles exercícios, eis que somente a partir de então, pelo transcurso do prazo de cinco anos, poder-se-ia de cogitar da extinção do crédito tributário. A DRJ, corroborando o entendimento da Unidade de Origem, concluiu que da conjunção dos artigos 165, inciso I, e 168, caput e inciso I, transcritos, têm-se que, conquanto a cobrança de tributo indevido confira ao contribuinte direito à sua restituição, esse direito se. extingue no prazo de 5 (cinco) anos contados "da data da extinção do crédito tributário". Portanto, o direito à restituição se afigura definitivamente extinto por decurso do prazo. Em sede de Recurso Voluntário, o Contribuinte apenas reitera os argumentos da manifestação de inconformidade, no sentido de que o seu prazo para pleitear a restituição no caso concreto, somente começou a fluir no idos de 2003, quando teve ciência da revisão de ofício da sua Declaração de Ajuste Anual, em face das DIRFs retificadoras apresentadas pela fonte pagadora. Pois bem! Sobre o tema (prazo para apresentar pedido de restituição), este Colegiado, em recente julgado de relatoria do Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci (Acórdão nº 2402- 006.634, sessão de 02/10/2018), assim se manifestou: Segundo o art. 168, inc. I, do CTN, o prazo para a apresentação do pedido de restituição de tributo indevidamente pago é de cinco anos, a contar da data da extinção do crédito tributário. No que se refere aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o art. 3° da LC nº 118/2005 conferiu efeito interpretativo àquele dispositivo, estabelecendo que a extinção do crédito tributário ocorre com o pagamento. O art. 4° da mesma LC prescreveu a aplicação retroativa do citado preceito. Tal matéria veio a ser objeto de declaração de inconstitucionalidade pelo STF, em julgamento com repercussão geral. Reconheceu-se a inconstitucionalidade da segunda parte do artigo 4º da LC nº 118, pois, embora com alegado caráter interpretativo, ele inovou no mundo jurídico, devendo ser tido como lei nova. Consagrou-se a tese de que o prazo de 5 anos, contado da data do pagamento, teria aplicação somente nas ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias da lei, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Para as ações ajuizadas anteriormente, manteve- se o entendimento consolidado no STJ, que vinha reiteradamente reconhecendo a aplicabilidade da tese dos cinco mais cinco. Veja-se: Fl. 91DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2402-007.463 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13603.000977/2005-01 DIREITO TRIBUTÁRIO LEI INTERPRETATIVA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 DESCABIMENTO VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastando-se as aplicações inconstitucionais e resguardando-se, no mais, a eficácia da norma, permite-se a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando-se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. (STF RE nº 566621/RS, Relator(a): Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em 04082011, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe195 DIVULG 10102011 PUBLIC 11102011). Como sabido, este Conselho está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF com repercussão geral, conforme determina o art. 62A do seu Regimento Interno: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No caso em análise, o Pedido de Restituição do contribuinte está datado de 05/05/2008, não constando, neste, é verdade, nenhum carimbo / protocolo da Unidade de Origem. No Despacho Decisório (fl. 30), a autoridade administrativa fiscal começa o seu relatório informando que o contribuinte apresentou o seu pedido de restituição em 06/06/2005, mesma data que consta na capa do processo (fl. 1). A rigor, de acordo com o Memorando de fl. 7, tem-se que o Pedido de Restituição em voga, foi apresentado pelo Contribuinte em data anterior a 06/06/2005, conforme se infere da imagem abaixo: Fl. 92DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 2402-007.463 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13603.000977/2005-01 O fato é que, seja considerada a data de 12/05/2005 (conforme Memorando de fl. 7), seja a data 06/06/2005 (conforme despacho decisório), o contrribuinte apresentou o seu pedido em data anterior a 9 de junho de 2005, aplicando-se, portanto, o prazo de dez anos. Neste sentido, confira-se a emanta abaixo reproduzida do Acórdão nº 9202- 004.258: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Ano-calendário: 1991 IRPF – PEDIDO RESTITUIÇÃO – PRAZO PRESCRICIONAL - SÚMULA CARF 91 – VERIFICAÇÃO DA PRESCRIÇÃO. Conforme disposto na Súmula CARF 91, “ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador”. No caso, o fato gerador ocorreu em 31/12/1991 e o pedido de restituição apresentado em 16/12/2003, ou seja, posterior ao prazo de 10 anos previsto na Súmula. Logo, prescrito o direito de pedir a restituição do imposto. Recurso provido. E, como citado no precedente supra transcrito, tem-se a Súmula CARF nº 91, in verbis: Súmula CARF nº 91 Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Como visto, o presente de pedido de restituição de IRPF foi apresentado pelo Contribuinte em 12/05/2005 em relação a imposto de renda retido no ano calendário 1999 (objeto do presente recurso voluntário), ou seja, dentro do 10 anos após a ocorrência do fato gerador do tributo, pelo que se impõe o reconhecimento do direito do Contribuinte à restituição também em relação à diferença do IRRF referente ao ano-calendário 1999, devidamente atualizado pela Taxa Selic. Fl. 93DF CARF MF https://carf.economia.gov.br/acesso-a-informacao/boletim-de-servicos-carf/portarias-do-mf-de-interesse-do-carf-2018/portarias-mf-277-sumulas-efeito-vinculantes.pdf Fl. 8 do Acórdão n.º 2402-007.463 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13603.000977/2005-01 Por fim, mas não menos importante, deve-se observar que, em relação ao mérito do crédito pleiteado pelo Contribuinte, a própria Unidade de Origem, por meio do já mencionado Despacho Decisório de fl. 30, reconheceu a procedência do pedido de restituição referente aos anos-calendário de 2000 e 2001, não o fazendo em relação ao ano-calendário de 1999 apenas e tão somente em razão de ter concluído que já havia ultrapassado o prazo de 5 anos para apresentar o pedido de restituição. Conclusão Ante o exposto, concluo o voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior Fl. 94DF CARF MF
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Numero do processo: 10280.903574/2012-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 30 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3301-001.102
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, requerendo à unidade de origem que: a) com base nos correspondentes dados contidos nos arquivos da RFB, confirme que as cópias das notas fiscais de venda anexadas ao recurso voluntário (fls. 87 a 640) correspondem às efetivamente emitidas no mês de junho de 2007 e as concilie com o demonstrativo de notas fiscais de venda (fls. 641 a 650); b) concilie os somatórios das notas fiscais de venda e valores devidos da COFINS indicados no demonstrativo de notas fiscais de vendas com os DACON e DCTF originais e retificadores e guia de recolhimento; c) a partir das descrições dos produtos contidas nas notas fiscais de venda e das autorizações do Ministério da Agricultura, confirme que os produtos vendidos poderiam ser enquadrados no rol de bebidas lácteas e então gozar do benefício da alíquota zero previsto no inciso XI do art. 1° da Lei n° 10.925/04; d) prepare demonstrativo, contendo as vendas de produtos lácteos realizadas entre os dias 15/06/07 e 30/06/07, e aplique a alíquota da COFINS sobre o somatório, para que então seja conhecido o valor pago a maior, passível de compensação; e e) emita relatório conclusivo, dê ciência ao contribuinte e abra prazo de 30 dias para manifestação.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira Relator e Presidente
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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(assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira – Relator e Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). Relatório Trata o presente processo de contestação contra Despacho Decisório, por meio do qual a DRJ não homologou compensação declarada por meio da Dcomp, devido à inexistência do direito creditório pretendido, vez que o DARF apontado pela contribuinte estaria integralmente utilizado para quitação de outro débito. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 02 80 .9 03 57 4/ 20 12 -3 8 Fl. 887DF CARF MF Fl. 2 da Resolução n.º 3301-001.102 - 3ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10280.903574/2012-38 Regularmente cientificada do referido Despacho Decisório, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, onde expõe que apurou e recolheu mensalmente valores indevidos de PIS/Pasep e de Cofins, utilizando esses pagamentos para compensação com débitos próprios. Mas, com o despacho de não homologação da compensação, se deu conta que não havia sido retificada a DCTF, estando o débito da contribuição confessado, ainda que indevido, bem como o valor informado no Dacon. Constatada essa irregularidade, diz que retificou a DCTF e o Dacon. Em relação a seu direito, aduz que o art. 32 da Lei nº 11.488, de 15/06/2007, alterando os arts. 1º e 8º da Lei nº 10.925, de 2004, inseriu os produtos “leite fermentado, bebidas e compostos lácteos e fórmulas infantis, assim definidas conforme previsão legal específica, destinados ao consumo humano ou utilizados na industrialização de produtos...”, que são por ela produzidos, no rol dos produtos com alíquota zero da contribuição ao PIS e à Cofins incidentes sobre a receita bruta de venda no mercado interno. Acredita, assim, que a não homologação por parte da autoridade fiscal se deu apenas em virtude de inconsistências formais, mas, uma vez sendo sanadas mediante a retificação da DCTF, não haveria mais impedimento para fruição do direito ao crédito compensado. Por seu turno, a DRJ em Curitiba (PR) julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, firmando o entendimento de que o Despacho Decisório que estaria correto, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. Sustentou que a retificação de declaração já apresentada à RFB somente é válida quando acompanhada dos elementos de prova que demonstrem a ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração original. Irresignada, a contribuinte interpôs recurso voluntário, em que repete os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade e traz novos documentos, dos quais destaco: notas fiscais de venda; demonstrativo de vendas e correspondentes valores devidos de PIS/COFINS, cujos totais de receita e de PIS/COFINS devidos estão conciliados com DCTF e DACON originais e retificadores; e PER/DCOMP. É o relatório. VOTO Conselheiro Winderley Morais Pereira - Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão 3301-001.101, de 26 de setembro de 2017, proferido no julgamento do processo 10280.903573/2012-93, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301-001.101). Fl. 888DF CARF MF Fl. 3 da Resolução n.º 3301-001.102 - 3ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10280.903574/2012-38 O recuso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. A discussão gira em torno da comprovação da legitimidade do direito creditório (pagamento a maior da COFINS de junho de 2007) que instruiu o Pedido de Compensação (PER/DCOMP) não homologado pela RFB (Despacho Decisório, fl. 7). A recorrente teria recolhido a COFINS de junho de 2007 por valor maior do que o devido, por não ter observado que a alíquota da contribuição incidente sobre as bebidas lácteas que comercializava havia sido reduzida a zero pelo art. 32 da Lei n° 11.488/07, que alterou a redação do inciso XI art. 1° da Lei n° 10.925/04, a saber: "Art. 1o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS incidentes na importação e sobre a receita bruta de venda no mercado interno de: (. . .) XI - leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, leite em pó, integral, semidesnatado ou desnatado, leite fermentado, bebidas e compostos lácteos e fórmulas infantis, assim definidas conforme previsão legal específica, destinados ao consumo humano ou utilizados na industrialização de produtos que se destinam ao consumo humano; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) (. . .)" Na manifestação de inconformidade, a recorrente trouxe os seguintes documentos (fls. 15 e 16): i) Despacho Decisório/Processo de Cobrança; ii) Recibo de Entrega e DACON Retificador do 1° semestre de 2007; iii) DCOMP; e iv) Recibo de entrega e DCTF Retificadora do 1° semestre 2007. O conteúdo foi considerado insuficiente pela DRJ, que ratificou o Despacho Decisório. No recurso voluntário, complementou o conjunto probatório com o seguinte: i) notas fiscais de venda do mês de junho de 2007; ii) demonstrativo das notas fiscais que compõem a base de cálculo da COFINS; iii) DACON; iv) DARF; e v) autorizações do Ministério da Agricultura para a Produção/Fabricação apenas de bebidas lácteas. Passo ao exame da contenda. Inicio, consignando que, em homenagem ao "Princípio da Verdade Material", fundado no "Princípio Constitucional da Legalidade", supero a preclusão do direito de carrear provas documentais aos autos (§ 4° do art. 16 do Decreto n° 70.235/72) e conheço dos documentos anexados ao recurso voluntário. De uma forma geral, verifica-se que as alegações da recorrente encontram respaldo na documentação acostada nos autos e na legislação aplicável, exceto quanto ao seguinte aspecto: a redução a zero da alíquota entrou em vigor em 15/06/07, de acordo com o art. 41 da Lei n° 11.488/07. Desta forma, os eventuais recolhimentos a maior apenas se verificaram nas vendas realizadas a partir de então. Sobre a documentação juntada pela recorrente, verifiquei que o somatório das vendas e dos valores devidos da COFINS conferem com os indicados nos DACON e DCTF originais e retificadores. E conciliei algumas notas fiscais com o demonstrativo de notas fiscais de venda e não encontrei divergências. Com efeito, o relator da decisão de piso reconheceu que havia evidências acerca da existência do direito, não o acatando, todavia, em razão de não ter sido comprovado que todas as vendas de junho de 2007 eram de bebidas lácteas, o que a recorrente procurou sanar, por meio da juntada das notas fiscais de venda e das que alegou serem as únicas autorizações para fabricação de produtos. Abaixo, trecho do voto condutor da decisão da DRJ (fls. 74 e 75): "(. . .) Fl. 889DF CARF MF Fl. 4 da Resolução n.º 3301-001.102 - 3ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10280.903574/2012-38 No presente caso, como alegado pela contribuinte, é fato que o art. 32 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, incluiu nova redação ao art. 1º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, nos seguintes termos: (. . .) Mas também é fato que, de acordo com a Consolidação de Contrato Social apresentada, em sua Cláusula 3ª, a empresa tem como objetivo social: “FABRICAÇÃO DE LATICÍNIOS; FABRICAÇÃO DE SUCOS DE FRUTAS (REFRESCOS DE FRUTAS); COMÉRCIO ATACADISTA DE LATICÍNIOS (IOGURTE); E FABRICAÇÃO DE SORVETES E OUTROS GELADOS COMESTÍVEIS”. Assim, apesar dos indícios trazidos pela interessada em relação ao pagamento a maior da contribuição, particularmente em relação à alteração legislativa, não restou demonstrado que toda ou qual parte de sua receita decorreria da venda de produtos sujeitos à alíquota zero. Isso porque, além dos produtos relacionados aos itens XI a XIII, acima transcritos, a empresa também desenvolve em sua atividade a fabricação e o comércio de outros produtos, que não os derivados lácteos. É preciso, portanto, para acatar a liquidez do crédito pretendido, a comprovação inequívoca do erro cometido quando da declaração do débito na DCTF originalmente apresentada, mediante a apresentação da escrituração contábil-fiscal, bem como de documentos que demonstrem que, de fato, o pagamento realizado foi indevido. (. . .)" Assim, proponho a conversão do julgamento em diligência, para que a unidade de origem realize o seguinte: a) com base nos correspondentes dados contidos nos arquivos da RFB, confirme que as cópias das notas fiscais de venda anexadas ao recurso voluntário (fls. 87 a 640) correspondem às efetivamente emitidas no mês de junho de 2007 e as concilie com o demonstrativo de notas fiscais de venda (fls. 641 a 650); b) concilie os somatórios das notas fiscais de venda e valores devidos da COFINS indicados no demonstrativo de notas fiscais de vendas com os DACON e DCTF originais e retificadores e guia de recolhimento; c) a partir das descrições dos produtos contidas nas notas fiscais de venda e das autorizações do Ministério da Agricultura, confirme que os produtos vendidos poderiam ser enquadrados no rol de bebidas lácteas e então gozar do benefício da alíquota zero previsto no inciso XI do art. 1° da Lei n° 10.925/04; d) prepare demonstrativo, contendo as vendas de produtos lácteos realizadas entre os dias 15/06/07 e 30/06/07, e aplique a alíquota da COFINS sobre o somatório, para que então seja conhecido o valor pago a maior, passível de compensação; e e) emita relatório conclusivo, dê ciência ao contribuinte e abra prazo de 30 dias para manifestação. Cumpridas as etapas, os autos devem retornar conclusos ao CARF para julgamento. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicando-se a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a unidade de origem realize o seguinte: a) com base nos correspondentes dados contidos nos arquivos da RFB, confirme que as cópias das notas fiscais de venda anexadas ao recurso voluntário correspondem às Fl. 890DF CARF MF Fl. 5 da Resolução n.º 3301-001.102 - 3ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10280.903574/2012-38 efetivamente emitidas no período informado e as concilie com o demonstrativo de notas fiscais de venda; b) concilie os somatórios das notas fiscais de venda e valores devidos do PIS/COFINS indicados no demonstrativo de notas fiscais de vendas com os DACON e DCTF originais e retificadores e guia de recolhimento; c) a partir das descrições dos produtos contidas nas notas fiscais de venda e das autorizações do Ministério da Agricultura, confirme que os produtos vendidos poderiam ser enquadrados no rol de bebidas lácteas e então gozar do benefício da alíquota zero previsto no inciso XI do art. 1° da Lei n° 10.925/04; d) prepare demonstrativo, contendo as vendas de produtos lácteos realizadas entre no período informado, e aplique a alíquota da COFINS sobre o somatório, para que então seja conhecido o valor pago a maior, passível de compensação; e e) emita relatório conclusivo, dê ciência ao contribuinte e abra prazo de 30 dias para manifestação. Cumpridas as etapas, os autos devem retornar conclusos ao CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Relator Fl. 891DF CARF MF
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