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Numero do processo: 10880.936415/2011-70
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001
COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE.
É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/12/2001 a 13/12/2001
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SÚMULA CARF Nº 11.
A manifestação de inconformidade tempestiva suspende a exigibilidade do crédito tributário e impede o início do prazo prescricional para a sua cobrança. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11).
Numero da decisão: 3002-000.067
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, não conhecendo das matérias prazo para solicitação de restituição e direito à creditamento de PIS/Pasep por força dos Decretos-Lei 2.445/1998 e 2.449/1988 porque não foram alegadas na manifestação de inconformidade e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto da Silva Esteves, Diego Weis Junior, Larissa Nunes Girard e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
Nome do relator: LARISSA NUNES GIRARD
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001 COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/12/2001 a 13/12/2001 PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SÚMULA CARF Nº 11. A manifestação de inconformidade tempestiva suspende a exigibilidade do crédito tributário e impede o início do prazo prescricional para a sua cobrança. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11).
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ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/12/2001 a 13/12/2001 PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SÚMULA CARF Nº 11. A manifestação de inconformidade tempestiva suspende a exigibilidade do crédito tributário e impede o início do prazo prescricional para a sua cobrança. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, não conhecendo das matérias “prazo para solicitação de restituição” e “direito à creditamento de PIS/Pasep por força dos DecretosLei 2.445/1998 e 2.449/1988” porque não foram alegadas na manifestação de inconformidade e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente e Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 93 64 15 /2 01 1- 70 Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10880.936415/201170 Acórdão n.º 3002000.067 S3C0T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto da Silva Esteves, Diego Weis Junior, Larissa Nunes Girard e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. Relatório Trata o processo de declaração de compensação de pagamento a maior de Cofins, no valor de R$ 1.002,19, relativa ao mês dezembro/2001, mas com pagamento apenas em dezembro/2002, e transmitida por meio de Per/Dcomp em julho/2007 (fls. 2 a 6). A Delegacia de Administração Tributária em São Paulo (Derat), responsável pela análise do pedido, não conseguiu localizar o Darf informado nos sistemas da Receita Federal e intimou o contribuinte a retificar os dados ou a apresentar o Darf original com suas eventuais retificações (fl. 7) Tendo em vista que o contribuinte não se manifestou sobre a intimação nem apresentou qualquer documento, a Delegacia concluiu que, a partir das informações prestadas, não havia sido confirmada a existência do crédito e, portanto, a compensação não foi homologada (fl. 8). A recorrente apresentou manifestação de inconformidade, na qual requereu, preliminarmente, a nulidade da notificação do despacho decisório e, quanto ao mérito, alegou que o recolhimento a maior decorria da declaração de inconstitucionalidade do STF em relação ao art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718, de 1998 (fls. 16 a 28). Sua manifestação de inconformidade foi instruída com consolidação do contrato social, identificação dos sócios, procuração, identificação dos procuradores, cópia do despacho decisório, cópia do Per/Dcomp (fls. 29 a 37). A Delegacia de Julgamento em Florianópolis (DRJ/FNS) proferiu o Acórdão nº 0732.498 (fls. 42 a 46), por meio do qual decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade devido à inexistência de cerceamento de defesa, quanto à preliminar de nulidade, e devido à não comprovação do efetivo pagamento do Darf, quanto ao mérito, nos termos da ementa que se transcreve a seguir: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DARF NÃO LOCALIZADO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Não tendo sido localizado o Darf com as características indicadas pelo contribuinte como origem do crédito, ratificase o despacho decisório que não homologou a compensação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10880.936415/201170 Acórdão n.º 3002000.067 S3C0T2 Fl. 4 3 Respeitados pela autoridade administrativa os princípios da motivação e do devido processo legal, improcedente é a alegação de cerceamento de defesa e nulidade do feito fiscal. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ESPÉCIE DE PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. LIMITES DA APRECIAÇÃO EM SEDE ADMINISTRATIVA No âmbito das compensações declaradas pelos contribuintes, a apreciação administrativa da regularidade do procedimento do contribuinte se limita à aferição da existência de crédito contra a Fazenda Nacional estritamente informado na Declaração de Compensação (Dcomp) eletrônica. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada da decisão, a contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 51 a 64), no qual apresentou as seguintes alegações: 1) reitera o seu direito à restituição após a declaração de inconstitucionalidade pelo STF do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998; 2) o prazo para a restituição dos tributos sujeitos à homologação pagos indevidamente é de dez anos, conforme jurisprudência do STJ, não tendo sido afetado pela Lei Complementar nº 118, de 2005; 3) é garantido o direito da requerente ao crédito decorrente de recolhimentos de PIS pelo disposto nos DecretosLei nº 2.445 e nº 2.449, ambos de 1988; 4) teria ocorrido a homologação tácita da compensação, uma vez que o Despacho Decisório, emitido em 12/12/2011, foi recebido pelo contribuinte em 16/02/2012, após decorridos 5 anos da data de formalização do processo de compensação, que foi em 24/11/2006; e 5) estaria prescrito o direito de cobrança do débito de Cofins que se pretendeu compensar com crédito da própria contribuição, uma vez decorrido o prazo de cinco anos previsto no art. 174 do CTN para a ação de cobrança de crédito tributário. É o relatório. Voto Conselheira Larissa Nunes Girard O recurso voluntário é tempestivo, preenche os requisitos formais de admissibilidade, inclusive quanto à competência das Turmas Extraordinárias e, portanto, dele tomo conhecimento. Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10880.936415/201170 Acórdão n.º 3002000.067 S3C0T2 Fl. 5 4 Previamente ao início da análise das alegações, fazse necessário apontar que o recurso voluntário contém contradições e imprecisões que acredito decorrerem do equívoco de ter sido formulado em referência ao Acórdão DRJ errado. Da página inicial do recurso (fl. 50), extraise que foi feita uma única peça recursal para dois processos parecidos, mas não iguais, este e o processo de nº 10880.936419/201158, também distribuído para esta relatora. Neste único recurso, fazse referência ao Acórdão DRJ nº 0732.498, que pertence a este processo, mas, no corpo do texto, transcrevese uma ementa de outro julgado DRJ, desconhecido, e que trata de matérias estranhas, como restituição e PIS. Disso resulta que os fundamentos do acórdão da DRJ não foram contestados, ao mesmo tempo em que questões inéditas aparecem para apreciação deste Colegiado. Passemos então aos cinco pontos atacados pela recorrente. 1. Direito ao crédito decorrente do alargamento inconstitucional da base de cálculo das contribuições pela Lei nº 9.718/1998 A inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins é decisão definitiva do STF, em julgamento afetado pela repercussão geral, o que a torna vinculante para este Colegiado por força de Regimento Interno do CARF e, desde a publicação da Lei nº 11.941, de 2009, vinculante também para a Receita Federal. Quanto a esse ponto, é de se ressaltar que não houve divergência ao longo deste processo, pois essa questão de direito jamais foi trazida pela Administração Fazendária como fundamento para a não homologação do crédito. Em nenhuma instância defendeuse que alguma receita não operacional devesse compor a base de cálculo, em desacordo com a recorrente ou com a decisão do STF. O pontochave do litígio neste processo reside na ausência de comprovação de efetivo pagamento da contribuição que se quer compensar. Tanto o despacho decisório proferido pela Derat quanto a decisão de primeira instância da DRJ/FNS sustentamse no mesmo ponto: não foi detectado o pagamento da Cofins. Intimado a sanear essa falta, o contribuinte mantevese inerte, jamais fez prova de pagamento da contribuição, mesmo que por meio de um extrato bancário, caso tivesse perdido o Darf e, ao contrário do que afirma, não ficou demonstrado na decisão da DRJ a liquidez e certeza do crédito, mas, antes, a sua ausência. A compensação somente é autorizada para créditos líquidos e certos, conforme estabelece o art. 170 do CTN, in verbis: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (grifado) A demonstração da certeza e liquidez, nos casos de solicitação de restituição, compensação e ressarcimento de crédito contra a Fazenda Nacional, é ônus que pertence ao requerente. Define o Código de Processo Civil (CPC) em seu artigo 373 que, quanto ao fato Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10880.936415/201170 Acórdão n.º 3002000.067 S3C0T2 Fl. 6 5 constitutivo de seu direito, o ônus da prova incumbe ao autor. E, ainda sobre as provas, dispõe da seguinte maneira o Decreto nº 7.574, de 2011, que regulamenta o processo de determinação e de exigência de créditos tributários da União: Art.28. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e sem prejuízo do disposto no art. 29 (Lei nº 9.784, de 1999, art. 36). (grifado) O Decreto nº 70.235, de 1972, que rege o Processo Administrativo Fiscal, dispõe sobre a impugnação ou a manifestação de inconformidade da seguinte forma (que segue o mesmo rito por força do disposto no § 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996): Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamentar, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. (grifado) A apresentação da manifestação de inconformidade é momento crucial no processo administrativo fiscal. O que é trazido pelo recorrente a título de razões e provas define a natureza e a extensão da controvérsia. Entretanto, quando por sua própria vontade o recorrente não exerce o seu direito, chega ao Colegiado uma discussão esvaziada, o que é o caso deste processo, no qual chegamos ao recurso voluntário sem que o contribuinte tenha feito o mínimo, que era provar o pagamento do Darf. 2. Prazo de 10 anos para solicitar restituição Matéria estranha ao presente processo, constante do recurso pela confusão já mencionada no início deste voto. Em nenhuma instância alegouse decaído o direito do contribuinte em solicitar sua compensação – lembrando que estes autos não tratam de restituição. Assim, não conheço desta matéria. Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10880.936415/201170 Acórdão n.º 3002000.067 S3C0T2 Fl. 7 6 3. Direito à creditamento de PIS/Pasep por força dos DecretosLei nº 2.445/1988 e nº 2.449/1988 Matéria estranha ao presente processo, constante do recurso pela confusão já mencionada no início deste voto. Estes autos tratam da compensação de crédito de Cofins com débito também de Cofins. A legislação citada neste quesito não guarda relação com a discussão sobre a Lei nº 9.718/1998 que se trava. Assim, não conheço desta matéria. 4. Homologação tácita da compensação Alega o contribuinte que teria sido ultrapassado o prazo de cinco anos para manifestação da Fazenda sobre sua declaração de compensação, caracterizando a sua homologação tácita. Afirma que formalizou o processo de compensação em 24/11/2006 e foi cientificado de decisão denegatória, emitida em 12/12/2011, no dia 16/02/2012. A bem da verdade, deve ser esclarecido que o Per/Dcomp foi transmitido em 07/02/2007 (fl. 2) e o despacho decisório foi entregue ao contribuinte em 18/07/2011 (fls. 10 e 12). No caso em análise, o prazo para homologação é de 5 anos, contados da data da transmissão do Per/Dcomp, em acordo com o estabelecido pelo § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (...) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (grifado) Como a transmissão do Per/Dcomp foi efetuada em 07/02/2007, a Derat teria até 07/02/2012 para se manifestar. Tendo o contribuinte tomado ciência do Despacho Decisório em 18/07/2011, claramente não ocorreu a homologação tácita da compensação. 5. Prescrição do direito de cobrar o crédito tributário Alega a recorrente que prescreveu o direito de a Fazenda agir para a cobrança do crédito, uma vez decorridos mais de cinco anos da sua constituição definitiva, prazo esse Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10880.936415/201170 Acórdão n.º 3002000.067 S3C0T2 Fl. 8 7 estabelecido no art. 174 do CTN. E transcreve alguma jurisprudência, sem levar em conta os efeitos da interposição de recurso. Esquecese que as impugnações e recursos em processo administrativo fiscal suspendem a exigibilidade do crédito tributário, conforme definido pelo art. 151 do CTN, in verbis: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: (...) III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; Em não se iniciando a contagem do prazo prescricional, não há que se falar em inércia da Administração Tributária. Tal tema é antigo no CARF e já está pacificado por meio da Súmula nº 11, de adoção obrigatória por esta julgadora: Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Em síntese, em relação à parte conhecida do recurso voluntário, entendo que a recorrente não demonstrou a existência do crédito, faltando em elemento inicial tão simples como a comprovação do pagamento da contribuição; que não ocorreu a homologação tácita da declaração de compensação; e que não se aplica a prescrição intercorrente no PAF. Pelo exposto, voto por conhecer parcialmente o recurso voluntário e, em relação à parte conhecida, negar provimento. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Relatora Fl. 88DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.721219/2012-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2008, 2009
REGIME NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO EXTEMPORÂNEO. REQUISITOS FORMAIS.
O aproveitamento de crédito de Pis e Cofins, no regime não cumulativo, em períodos posteriores ao de competência, é permitido pelo §4º do art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, sem necessidade de retificação do Dacon.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008, 2009
A matéria submetida ao Poder Judiciário não deve ser conhecida, nos termos da súmula Carf nº 1
Recurso Voluntário Conhecido em Parte, e na Parte Conhecida, Provido.
Numero da decisão: 3201-003.450
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso, e na parte conhecida, dar provimento.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Giovani Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovic Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Marcelo Giovani Vieira. Fez sustentação oral o patrono Dr. Júlio Salles Costa Janolio, OAB/RJ 119.528, escritório Vinhas e Redenschi Advogados.
Nome do relator: MARCELO GIOVANI VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2008, 2009 REGIME NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO EXTEMPORÂNEO. REQUISITOS FORMAIS. O aproveitamento de crédito de Pis e Cofins, no regime não cumulativo, em períodos posteriores ao de competência, é permitido pelo §4º do art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, sem necessidade de retificação do Dacon. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2008, 2009 A matéria submetida ao Poder Judiciário não deve ser conhecida, nos termos da súmula Carf nº 1 Recurso Voluntário Conhecido em Parte, e na Parte Conhecida, Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso, e na parte conhecida, dar provimento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovic Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Marcelo Giovani Vieira. Fez sustentação oral o patrono Dr. Júlio Salles Costa Janolio, OAB/RJ 119.528, escritório Vinhas e Redenschi Advogados.
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CRÉDITO EXTEMPORÂNEO. REQUISITOS FORMAIS. O aproveitamento de crédito de Pis e Cofins, no regime não cumulativo, em períodos posteriores ao de competência, é permitido pelo §4º do art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, sem necessidade de retificação do Dacon. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008, 2009 A matéria submetida ao Poder Judiciário não deve ser conhecida, nos termos da súmula Carf nº 1 Recurso Voluntário Conhecido em Parte, e na Parte Conhecida, Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso, e na parte conhecida, dar provimento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 72 12 19 /2 01 2- 04 Fl. 3041DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovic Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Marcelo Giovani Vieira. Fez sustentação oral o patrono Dr. Júlio Salles Costa Janolio, OAB/RJ 119.528, escritório Vinhas e Redenschi Advogados. Relatório Tratase de Autos de Infração de Pis e Cofins, relativos aos períodos de 07/2008 a 12/2009, resultante de auditoria procedida pelo AuditorFiscal da Receita Federal Sérgio Galvão F. Garcia. O autuante aponta três infrações cometidas pelo contribuinte, que resultaram na insuficiência de Pis e Cofins confessados/recolhidos: a) Diferença de apuração, nos meses de 09/2009 a 12/2009; a empresa informou em Dacon valores de créditos não confirmados, conforme planilha à folha 2.416. Intimada, a empresa apresentou nova planilha de apuração com valores substancialmente diminuídos, e procedeu a retificação da Dacon de tais meses, durante a fiscalização, para corrigir os erros nos valores de créditos; b) Aproveitamento indevido de crédito extemporâneo. A empresa aproveitou, no mês de 09/2009, créditos calculados sobre aquisições de álcool anidro, do período de 09/2004 a 09/2008, sem que retificasse os Dacons´s e DCTF´s do período; O autuante entendeu que a retificação da Dacon e DCTF eram requisitos para tal aproveitamento, a partir de diversas Soluções de Consulta da 9ª Região Fiscal. c) Créditos calculados sobre pagamento de fretes entre bases primárias e secundárias. O autuante glosou tais créditos, perfilhando entendimento exarado na Solução de Divergência Cosit nº 26, de 30/05/2008, a qual não admite o cálculo de créditos calculados sobre a transferência de produtos acabados entre estabelecimentos da empresa. Informa o autuante que a empresa tinha guarida em processo de consulta (13706.000178/200578, fls. 2.384 a 2.386) para admitir tais créditos, mas que, a partir de 06/2008, em vista da Solução de Divergência Cosit 26/2008, e o disposto no artigo 48, §12º, da Lei 9.430/961, a resposta no processo de consulta restara superada a partir da publicação da Solução de Divergência referida; acrescenta que, nos autos do Mandado de Segurança 2009.51.01.0085880, a empresa buscou discutir tal questão, porém, não obtendo resultado favorável. Cientificada, a empresa apresentou Impugnação, na qual sustenta, em síntese (fl. 2.620 e ss.): “(i)preliminarmente, a nulidade que o fulmina, ante a ausência de individualização dos valores glosados em relação a cada uma das rubricas constantes desse Auto de Infração, o que traz 1 Art. 48. No âmbito da Secretaria da Receita Federal, os processos administrativos de consulta serão solucionados em instância única. (...) § 12. Se, após a resposta à consulta, a administração alterar o entendimento nela expresso, a nova orientação atingirá, apenas, os fatos geradores que ocorram após dado ciência ao consulente ou após a sua publicação pela imprensa oficial. Fl. 3042DF CARF MF Processo nº 16682.721219/201204 Acórdão n.º 3201003.450 S3C2T1 Fl. 3.042 3 evidentes prejuízos ao direito de ampla defesa da IMPUGNANTE; ii) ainda em sede de preliminar, a nulidade que pela falta de observância dos procedimentos descritos pelo artigo 6°, do Decreto n° 2.138/97, eis que não realizada a prévia notificação da IMPUGNANTE para a efetivação da compensação de ofício; iii) em preliminar, a nulidade pelo descabimento da realização da compensação de ofício antes do encerramento do contencioso administrativo constante deste processo, eis que tal comportamento retira do âmbito de análise desta instância julgadora parte dos valores glosados pela D. Autoridade Fiscal, bem como utiliza, de forma indevida, valores de créditos regularmente apurados pela IMPUGNANTE; iv) no mérito, seja reconhecida a legalidade do aproveitamento extemporâneo realizado pela IMPUGNANTE em relação às aquisições de álcool anidro, em razão da autorização constante do artigo 3°, parágrafo quarto, das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, bem como da jurisprudência administrativa do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais sobre a matéria; iv.i) subsidiariamente, caso não se entenda pela regularidade do aproveitamento extemporâneo, o que se admite apenas em homenagem ao princípio da eventualidade, que os valores relativos aos créditos incidentes sobre a aquisição do álcool anidro sejam reconhecidos em relação aos períodos de aquisição daqueles insumos, nos moldes das planilhas apresentadas (Docs. n°s 02 e 03); v) por fim, em relação aos créditos decorrentes dos fretes entre as bases primária e secundária da IMPUGNANTE, seja determinado o afastamento da multa de ofício, eis que os valores já estavam declarados em "Dacon" e sob análise judicial, o que determina a aplicação da multa de mora, limitada ao patamar de 20% (vinte por cento).” A DRJ/Juiz de Fora/MG – 1ª Turma, por meio do acórdão 0944.688, de 27/06/2013, manteve integralmente o lançamento, decidindo pela improcedência da Impugnação. Transcrevo a ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2008, 2009 NULIDADE. AUTOS DE INFRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. Satisfeitos os requisitos do art. 10 do Decreto n.º 70.235/72 e não tendo ocorrido o disposto no art. 59 do mesmo diploma legal, não há que se falar em nulidade do procedimento administrativo. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Fl. 3043DF CARF MF 4 Inexiste ofensa ao princípio da ampla defesa e do contraditório quando os Autos de Infração foram formalizados com motivação e descrição dos fatos compatíveis com o enquadramento legal e quando o contribuinte exerce seu direito de defesa de forma ampla na impugnação, demonstrando ter pleno conhecimento dos fatos imputados pela fiscalização e da legislação tributária aplicável. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO DE DACON E DCTF. É exigida a entrega de Dacon e DCTF retificadores quando houver aproveitamento extemporâneo de créditos de PIS/Pasep e de Cofins. CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. A existência ou propositura, pelo sujeito passivo, de ação judicial com o mesmo objeto do lançamento importa em renúncia ou em desistência ao litígio nas instâncias administrativas. MULTA DE OFÍCIO. LEGITIMIDADE. Não tendo havido, à época do lançamento de ofício, provimento judicial que implicasse a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, imputável a multa de ofício. INFORMAÇÃO DOS DÉBITOS EM DACON. Os valores expressos no DACON não configuram confissão de dívida, por inexistência de disposição legal. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. Sobre os créditos tributários apurados em procedimento conduzido ex officio pela autoridade fiscal, aplicamse as multas de ofício previstas na legislação tributária. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A empresa então apresentou Recurso Voluntário, no qual reforçou suas razões de defesa, já apresentadas na Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, relator. O recurso é tempestivo e deve ser conhecido. Fl. 3044DF CARF MF Processo nº 16682.721219/201204 Acórdão n.º 3201003.450 S3C2T1 Fl. 3.043 5 Preliminar de nulidade do Auto de Infração – Individualização das glosas Os anexos I a V detalham e demonstram todos os cálculos, permitindo à empresa a verificação de todo o lançamento, conjuntamnte com as explicações do Termo de Verificação Fiscal e demonstrativos do Auto de Infração, fls. 2.393 a 2.411. Observo que o Termo de Verificação Fiscal foi bastante minucioso nas explicações. Registro também que não se revela a contradição alegada, no relato das infrações dos items III.1 e III.2 do TVF. Resta claro, pela leitura do relatório fiscal, que as glosas efetuadas nos itens III.2 e III.3 foram apuradas após a reconstituição do Dacon efetivada pelo próprio contribuinte. Não há nenhuma confusão no TVF quanto a isto, ao contrário das alegações no recurso voluntário quanto a esta preliminar, aí sim, decididamente confusas. Portanto, não procedem as alegações, e afasto a preliminar suscitada. Preliminar de nulidade do Auto de Infração por compensação de ofício sem prévia intimação e antes de processo administrativo definitivo. Não houve, no presente processo, compensação de ofício que exigisse prévia intimação. Esta prévia intimação é necessária quando eventual crédito já reconhecido, venha a ser ressarcido ao contribuinte, e, antes do efetivo pagamento, se verifica a existência de eventuais débitos já constituídos em nome do contribuinte, a fim de que não se restituam valores quando esteja em débito definitivo perante a Fazenda. Tratase de instituto que ocorre quando ambos, crédito e débito, já estejam definitivamente constituídos, isto é, em âmbito de cobrança. Totalmente diferente é a situação presente, em que o Auditor Fiscal apura débitos e créditos dos tributos em fiscalização, conforme seu entendimento da legislação, exercendo seu mister, para a constituição do crédito tributário. Não se pode arguir prévia intimação no caso de mera apuração de débitos e créditos das contribuições nãocumulativas, se o Fisco, após diversas intimações para esclarecimento, já dispõe de todos os dados que considera suficiente. Vejase a súmula Carf nº 462. A apuração do valor devido das contribuições não cumulativa, isto é, os débitos e créditos que configuram sua apuração, é atribuição típica do Fisco, sendo absolutamente impertinente a arguição suscitada. A correção ou não da apuração é matéria de mérito submetida à dialética processual, sob o rito do Paf, Decreto 70.235/72. Tanto os débitos quanto os créditos em lide estão em julgamento, e portanto, são impertinentes as alegações quanto à sua prejudicialidade, sem que antes se torne definitiva a compensação, porque cada julgamento e respectiva liquidação observará os resultados dos outros processos. Por bem detalhado e correto, transcrevo as explicações da decisão recorrida, para detalhamento das previsões normativas quanto à compensação de ofício. Quanto à alegação de nulidade pela falta de observância dos procedimentos descritos pelo artigo 6° do Decreto n° 2.138/97 2 Súmula CARF nº 46: O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário. Fl. 3045DF CARF MF 6 por não ter sido realizada a prévia notificação do contribuinte para a efetivação da compensação de ofício e em virtude dodescabimento da realização da compensação de ofício antes do encerramento do contenciosoadministrativo constante deste processo, também não assiste razão ao impugnante. Na verdade, apesar de a autoridade fiscal denominar a operação como“compensação de ofício”, de acordo com o Termo de Verificação Fiscal, verificaseque a operação efetuada trata sede utilização dos créditos apurados para dedução das contribuiçõesdevidas no período, nos termos dos arts. 3º das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003. São institutos diferentes e com previsões legais distintas. Enquanto a compensação de ofícioprevista no art. 6° do Decreto n° 2.138/97 trata da verificação da existência de débitos junto àFazenda Nacional e utilização para compensação, antes de serem efetuados restituição ouressarcimento, o desconto previsto no caput dos arts. 3º das Leis nºs 10.637/2002 e10.833/2003 trata de utilização dos créditos apurados de PIS e Cofins não cumulativos parafins de dedução do valor devido dessas contribuições. A título de esclarecimento, informo que a referida dedução está prevista noart. 21 da Instrução Normativa nº 600/2005 (vigente à época), enquanto a compensação deofício está prevista no art. 34 da aludida Instrução Normativa. Ressalteseainda que, tal procedimento, além de ter sido efetuado em totalconformidade com a legislação, favorece o contribuinte, na medida em que se esses valoresdescontados fossem objeto de lançamento de ofício seriam exigidos com incidência de juros demora e multa de ofício, o que majoraria bastante os débitos em questão. Assim, concluiseque não há nenhuma imperfeição que macule oslançamentos efetuados, não existindo qualquer ilegalidade no procedimento fiscal, nemqualquer dificuldade para que o contribuinte exercesse o direito de defesa. Dessa forma, não se vislumbra no presente caso qualquer das hipóteses denulidades previstas no Decreto nº 70.235, de 06/03/1972, art. 59, incisos I e II, haja vista que olançamento restou formalizado com todos os requisitos legais inerentes a tal atividade. Ou seja,foi devidamente fundamentado, tendo sido efetuado por autoridade competente; e, ainda, aampla defesa foi plenamente garantida ao contribuinte. Portanto, afasto a preliminar. Mérito Crédito extemporâneo – aquisição de álcool anidro A glosa, sob esse único fundamento, deve ser afastada, pois o Dacon, como instrumento informativo, não constitui ou desconstitui direito. Tal como a DIPJ, o Dacon se Fl. 3046DF CARF MF Processo nº 16682.721219/201204 Acórdão n.º 3201003.450 S3C2T1 Fl. 3.044 7 revela como instrumento facilitador da fiscalização. Para a DIPJ, existe inclusive a súmula Carf 92 : Súmula CARF nº 92: A DIPJ, desde a sua instituição, não constitui confissão de dívida, nem instrumento hábil e suficiente para a exigência de crédito tributário nela informado O Dacon tem a mesma natureza da DIPJ, informativa, diferente da DCTF, da Declaração de Compensação e dos Pedidos de Parcelamento, que constituem confissão de dívida, nos moldes de suas legislações específicas. Tanto o é que a informação de débitos em Dacon não dispensa a devida confissão em DCTF, conforme o §5º citado. Embora seja bastante recomendável que as apurações extemporâneas sejam refletidas no Dacon, o descumprimento de tal obrigação enquadrase em penalidades próprias de obrigações acessórias. Desse modo, eventuais falhas de preenchimento do Dacon podem ser penalizadas conforme artigo 7º a 9º da mesma Instrução Normativa 1.015/2010, mas não alteram o direito de crédito legalmente previsto. A IN 1.015/2010, com efeito, normatiza a retificação do Dacon, mas não concidiona, expressamente, o crédito de Pis e Cofins a essa retificação, e nem poderia. Nada obsta que, durante a fiscalização, o contribuinte seja intimado a demonstrar detalhadamente a apuração do crédito extemporâneo e que demonstre não ter se apropriado de tais créditos no período adequado. No presente caso, isso não foi feito. Deve ser observado que o §4º do art. 3º das Lei 10.637/2002 e 20.833/2003 permite a utilização do crédito em meses subsequentes. Aduzo ainda que a postergação da utilização do crédito, por si só, não prejudicaria a Fazenda. O requisito que se impõe é quanto ao prazo decadencial de 5 anos do fato gerador, mas não houve acusação quanto à ultrapassagem desse prazo. Há precedentes do Carf em negar o direito de crédito no caso de apropriação extemporânea sem retificação do Dacon. Cito, para exemplificar, os acórdãos 3302003.189, 3402002.605, 3301001.999. Todavia, data venia, não encontro fundamento jurídico para tanto. No mesmo sentido desta decisão, que afasta essa obrigação acessória como requisito para a fruição do direito ao crédito, cito precedentes do Carf: 3302002.674, 3403 001.935, 3401001.577, e 9303004.562. Portanto, a glosa efetuada sob o único fundamento da necessidade de retificação do Dacon deve ser afastada, com provimento ao recurso nesta parte. III.3 – Créditos sobre fretes entre bases primárias e secundárias Conforme relatado, a matéria foi submetida ao Poder Judiciário, no âmbito do Mandado de Segurança 2009.51.01.0085880, e, por isso, não se toma conhecimento dela, nos termos da súmula Carf nº 13. 3 Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do Fl. 3047DF CARF MF 8 Pelo exposto, voto por não tomar conhecimento da matéria relativa a créditos sobre fretes. Da parte conhecida, voto por dar provimento, para afastar a glosa sobre créditos extemporâneos, cujo fundamento seja a necessidade de retificação do Dacon, devendo a administração apreciar o mérito. Marcelo Giovani Vieira Relator processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial Fl. 3048DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13839.003394/2002-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002
RESSARCIMENTO. PEDIDO ORIGINAL. INEXATIDÕES MATERIAIS. CAUSA DE PEDIR. ALTERAÇÃO. POSSIBILIDADE EXCEPCIONAL.
Como regra geral, não se admite a retificação do pedido de ressarcimento após o despacho decisório, entretanto, excepcionalmente podem ser aceitas algumas correções de inexatidões materiais no preenchimento do formulário, como no caso, o detalhamento de que parte do montante pleiteado refere-se ao crédito presumido, mantendo-se inalterado o valor total objeto do pedido original.
Recurso Voluntário Provido em parte
Aguardando nova decisão
Numero da decisão: 3402-004.985
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002 RESSARCIMENTO. PEDIDO ORIGINAL. INEXATIDÕES MATERIAIS. CAUSA DE PEDIR. ALTERAÇÃO. POSSIBILIDADE EXCEPCIONAL. Como regra geral, não se admite a retificação do pedido de ressarcimento após o despacho decisório, entretanto, excepcionalmente podem ser aceitas algumas correções de inexatidões materiais no preenchimento do formulário, como no caso, o detalhamento de que parte do montante pleiteado refere-se ao crédito presumido, mantendo-se inalterado o valor total objeto do pedido original. Recurso Voluntário Provido em parte Aguardando nova decisão
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1577; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 231 1 230 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13839.003394/200217 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402004.985 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 21 de março de 2018 Matéria IPI Recorrente ADIBOARD S.A. GRUPO ITAUTEC PHILCO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002 RESSARCIMENTO. PEDIDO ORIGINAL. INEXATIDÕES MATERIAIS. CAUSA DE PEDIR. ALTERAÇÃO. POSSIBILIDADE EXCEPCIONAL. Como regra geral, não se admite a retificação do pedido de ressarcimento após o despacho decisório, entretanto, excepcionalmente podem ser aceitas algumas correções de inexatidões materiais no preenchimento do formulário, como no caso, o detalhamento de que parte do montante pleiteado referese ao crédito presumido, mantendose inalterado o valor total objeto do pedido original. Recurso Voluntário Provido em parte Aguardando nova decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 00 33 94 /2 00 2- 17 Fl. 231DF CARF MF 2 De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de recurso voluntário em face da decisão da Delegacia de Julgamento em Ribeirão Preto que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002 PEDIDO DE RESSARCIMENTO. RETIFICAÇÃO NO PEDIDO INICIAL. COMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. A competência originária para apreciar pedido de ressarcimento é do Delegado da Receita Federal do domicílio fiscal do contribuinte, sendo do dever deste identificar perfeitamente no pedido quais os dispositivos que conferem suporte legal aos créditos pleiteados. Observado a questão da decadência, subsiste o direito à apresentação de novo pedido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Versam os autos sobre pedido de ressarcimento, formulado em 21/10/2002, de crédito de IPI apurado no período de julho a setembro/2002, no valor total de R$1.115.994,59, relativo à aquisição de insumos utilizados na fabricação de produtos cujas saídas ocorreram com suspensão do IPI, fundamentado na Instrução Normativa SRF nº 113/991 1 Art. 11. Ao contribuinte substituído poderá ser concedido o direito de utilizarse do regime especial de substituição tributária, na condição de contribuinte substituto, em relação à matériaprima, produto intermediário e material de embalagem que adquirir, desde que destinados à industrialização de chassis, carroçarias, peças, partes, componentes e acessórios que venham a ser empregados na montagem de produtos classificados nas posições 8701 a 8705 e 8711 da TIPI/96, independentemente da fase da cadeia produtiva em que se encontrar. § 1º O regime especial disciplinado neste artigo aplicase, inclusive, aos contribuintes substituídos na forma do art. 5º da Lei Nº 9.826, de 23 de agosto de 1999. § 2o O contribuinte que pretender se utilizar do regime especial de substituição tributária a que se refere este artigo, na condição de contribuinte substituto, deverá: I apresentar, à Superintendência Regional da Receita Federal SRRF, diretamente ou por intermédio da DRF ou IRF/A com jurisdição sobre seu domicílio fiscal, o Pedido de Concessão/Alteração de Regime Especial de Substituição Tributária do IPI, em duas vias, conforme o modelo constante do anexo I a esta IN; II encaminhar ao contribuinte a ser substituído cópia do Pedido referido no inciso anterior, devidamente visado pela SRRF. § 3o A concessão do regime especial de que trata este artigo darseá por meio de ato declaratório, publicado no DOU, que identificará o contribuinte substituto, os contribuintes substituídos, os produtos objeto do regime de substituição e os que serão produzidos mediante sua utilização. § 4o A concessão do regime especial produzirá efeitos em relação às saídas, do estabelecimento do contribuinte substituído, ocorridas a partir do sexto dia, inclusive, ao da publicação do ato declaratório respectivo. § 5o A SRRF de jurisdição do contribuinte substituto deverá remeter cópia do documento a que se refere o inciso I do § 2o à SRRF de jurisdição do contribuinte substituído, caso não se encontrem sob a mesma jurisdição. § 6o Aplicase o disposto neste artigo às hipóteses de alteração do regime por inclusão ou exclusão de produtos a serem adquiridos com suspensão do imposto, bem assim daqueles a serem produzidos. § 7o O regime especial de substituição tributária disciplinado neste artigo dispensa a declaração prevista no art. 4o, inciso IV, desta IN. Fl. 232DF CARF MF Processo nº 13839.003394/200217 Acórdão n.º 3402004.985 S3C4T2 Fl. 232 3 e Ato Declaratório nº 67 da SRF 8ª Região Fiscal. Ao crédito foi vinculada a declaração de compensação objeto do PER/DCOMP nº 11243.38132.140605.1.3.01 5290, transmitida em 14/06/2005. Consta que a requerente Adiboard S.A. – Grupo Itautec Philco, de CNPJ nº 58.017.674/000260, foi incorporada pela Itautec S.A. – Grupo Itautec, de CNPJ nº 54.526.082/000131. Mediante despacho decisório foi reconhecido parcialmente o direito creditório da interessada, no valor de R$ 908.378,60, e homologada parcialmente a Declaração de Compensação nessa proporção, sob os seguintes fundamentos: Despacho Decisório: (...) Porquanto o crédito pleiteado se refira a valor apurado em conta gráfica, isto é, resultante da escrituração das entradas e saídas de mercadorias tributadas pelo Imposto de Produtos Industrializados — IPI, ausente, pois, qualquer documento de arrecadação, fazse necessária diligência no estabelecimento do requerente a fim de constatar a efetiva existência do crédito (...) (...) Relatório fiscal elaborado pela Seção de Fiscalização e Controle Aduaneiro FIANA, juntado à fls. 75/76, após a realização de diligência, confirma a regularidade dos lançamentos fiscais e sugere o deferimento parcial do pedido de ressarcimento de créditos do IPI, no valor de R$ 908.378,60, com glosa no valor de R$ 207.615,99, conforme transcrição a seguir: "... Procedemos às verificações relativamente aos elementos constitutivos do crédito objeto do processo e constatamos, por amostragem, nos registros do contribuinte que o montante pleiteado tem origem nas aquisições tributadas que foram realizadas pela filial no período trimestral acima, portanto, em razão das referidas saídas com suspensão do imposto, o contribuinte demonstrou preliminarmente ter direito ao crédito conferido no valor de R$ 908.378,60, decorrentes das operações fiscais de entradas e saídas registradas no Livro Registro de Apuração do IPI, pertinentes ao período, e que permitem a § 8o O contribuinte substituto indicará ao contribuinte substituído, sempre que for o caso, a operação de aquisição que não se enquadrar no regime especial estabelecido neste artigo, e que ficará, portanto, sujeita ao lançamento do imposto na respectiva nota fiscal. § 9o A condição de saída com suspensão do imposto, por decorrência do regime especial estabelecido neste artigo, deverá constar, expressamente, da respectiva nota fiscal § 10. A concessão do regime especial de que trata este artigo dependerá da verificação prévia da regularidade fiscal do contribuinte substituto. § 11. As alterações relativas a regime especial concedido serão solicitadas pelo contribuinte substituto, mediante utilização do documento referido no inciso I do § 2o. Art. 12. Os contribuintes substituídos na forma do artigo anterior deverão apresentar trimestralmente, em meio magnético, relação das notas fiscais de venda, por destinatário, com a discriminação dos produtos e o valor das operações com suspensão do imposto com base no regime especial previsto no artigo anterior. § 1o Idêntico procedimento deverá ser adotado pelos contribuintes substitutos, com relação às aquisições efetuadas de conformidade com o regime. § 2o A CoordenaçãoGeral do Sistema de Fiscalização COFIS adotará as medidas necessárias à implementação do disposto neste artigo, bem assim editará as respectivas normas, indicando, inclusive a forma e o prazo de entrega. Fl. 233DF CARF MF 4 apuração do crédito nos termos da Legislação indicada no seu Pedido de Ressarcimento e da documentação que consta do presente processo, conforme demonstrado abaixo: (...) O crédito do IPI apurado conforme tabela acima foi de R$908.378,60 ( R$ 1.375.553,26 — R$ 467.174,66), portanto, justificando a glosa no valor de R$ 207.615,99, que não foi comprovado no processo e que não se trata das referidas operações fiscais vinculadas ao período indicado no seu pedido de ressarcimento. Diante do exposto, PROPONHO 0 DEFERIMENTO PARCIAL do pedido de ressarcimento de créditos do IPI no valor de R$ 908.378,60, ... " A interessada apresentou manifestação de inconformidade, alegando, conforme consta na decisão recorrida, o que se segue: 1. Não há dúvida quanto ao direito da manifestante no que tange aos créditos de IPI, no valor de R$ 908.378,60, constituídos quando da aquisição de insumos, direito este reconhecido pela própria fiscalização; 2. A manifestante apropriouse, no 3º decêndio de outubro de 2002, de créditos presumidos de IPI relativos aos meses de maio a agosto de 2002, totalizando o valor de R$ 230.996,95. Dos R$ 1.115.994,59 informados no pedido de ressarcimento, o valor de R$ 230.996,95 referiase a créditos presumidos de IPI, previstos no artigo 1º da Lei 9.363/96, apurados nos termos da legislação vigente; 3. O indeferimento desse crédito presumido devese a um erro meramente formal da manifestante que, por um lapso, quando do preenchimento do pedido de ressarcimento, inseriu no campo "13" o valor total a ser ressarcido, quando deveria inserir o valor relativo ao crédito presumido no item "12" e o valor relativo ao crédito das aquisições de insumos no campo "13", separadamente; 4. Portanto, não pode a manifestante ter suprimido seu direito ao crédito de IPI, regularmente apurado, em decorrência de um erro meramente formal, cometido quando do preenchimento do pedido de ressarcimento objeto da presente manifestação; A Delegacia de Julgamento não acolheu os argumentos da manifestante, sob os seguintes fundamentos: O enquadramento legal consignado no pedido de ressarcimento não constitui mera formalidade acessória, como sugere a peça de defesa. Representa ele, na verdade, a essência do pedido, o alicerce do direito reclamado. Assim, a autoridade a quo havia de circunscrever seu exame à luz da norma consignada pela interessada. A contribuinte, ao constatar o equívoco cometido quanto ao seu pedido, deveria ter requerido o arquivamento do pleito inicial, formulando então novo pedido. O que não se pode acolher é a pretensão da interessada de, em sede de manifestação de inconformidade, modificar os fundamentos do seu pedido inicial, de sorte a que se lhe reconheça o direito creditório com estribo na Lei nº 9.363/96. Tratase, à evidência, de verdadeira inovação no pedido, por versar sobre matéria que sequer foi ventilada na solicitação inicial e, por conseqüência, não foi objeto de apreciação pela autoridade de primeira instância. Fl. 234DF CARF MF Processo nº 13839.003394/200217 Acórdão n.º 3402004.985 S3C4T2 Fl. 233 5 Cientificada em 24/06/2013, a contribuinte interpôs o recurso voluntário em 22/07/2013, alegando, em síntese, que a existência de simples erro formal no preenchimento do pedido de ressarcimento não teria o condão de inviabilizar o exercício do seu direito creditório. É o relatório. Voto Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, Relatora Atendidos aos requisitos de admissibilidade tomase conhecimento do recurso voluntário. Alega a recorrente que o cometimento de erro no preenchimento dos créditos no formulário em campos incorretos, eis que teria incluído no campo "15" o valor total a ser ressarcido (R$1.115.994,59), quando o correto seria ter colocado as respectivas parcelas no campo "13", relativamente aos valores dos créditos presumidos a serem ressarcidos (R$207.615,99), e no campo "15", no que concerne aos valores dos créditos obtidos na aquisição de insumo (R$908.378,60), conforme trecho abaixo do pedido de ressarcimento: A questão da impossibilidade de inovação do pedido original de reconhecimento de direito creditório já foi tratada por esta Relatora no Acórdão nº 3402 004.3132, de 25 de julho de 2017, na esteira dos entendimentos constantes nos Acórdãos nºs 3201001.794 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária e 1803000.676 – 3ª Turma Especial. 2 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2004, 2005 COMPENSAÇÃO. PEDIDO ORIGINAL. MODIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Além da vedação, disposta na legislação tributária, de retificação da declaração de compensação após o despacho decisório, não se poderia admitir, por meio do recurso voluntário, a alteração do pedido original ou da sua causa de pedir, por questões relativas à própria delimitação da lide com o pedido, do devido processo legal e da segurança jurídica, mormente quando a modificação pleiteada pela recorrente está desacompanhada da documentação que lhe sustentaria. Recurso Voluntário Negado Fl. 235DF CARF MF 6 No presente caso, embora da correção do erro no preenchimento do formulário decorra a alteração da causa de pedir do ressarcimento em relação a uma parte do pedido original, relativa ao crédito presumido, como o valor original do crédito pretendido não foi alterado, tendo havido apenas uma ausência de detalhamento acerca da parcela do crédito presumido, entendo que a questão merece alguma ponderação. À época da apresentação do pleito pela interessada vigia a Instrução Normativa nº 210/2001, que não dispunha sobre a possibilidade/impossibilidade de retificação do pedido de ressarcimento, o que veio a ser depois regulada pela Instrução Normativa nº 460/2004, nestes termos: Retificação de Pedido de Restituição, de Pedido de Ressarcimento e de Declaração de Compensação Art. 55. A retificação do Pedido de Restituição, do Pedido de Ressarcimento e da Declaração de Compensação gerados a partir do Programa PER/DCOMP, nas hipóteses em que admitida, deverá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a apresentação à SRF de documento retificador gerado a partir do referido Programa. Parágrafo único. A retificação do Pedido de Restituição, do Pedido de Ressarcimento e da Declaração de Compensação apresentados em formulário (papel), nas hipóteses em que admitida, deverá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a apresentação à SRF de formulário retificador, o qual será juntado ao processo administrativo de restituição, de ressarcimento ou de compensação para posterior exame pela autoridade competente da SRF. Art. 56. O Pedido de Restituição, o Pedido de Ressarcimento e a Declaração de Compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, no que se refere à Declaração de Compensação, que seja observado o disposto nos arts. 57 e 58. Art. 57. A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário (papel) somente será admitida na hipótese de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento e, ainda, da inocorrência da hipótese prevista no art. 58. Art. 58. A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário (papel) não será admitida quanto tiver por objeto a inclusão de novo débito ou o aumento do valor do débito compensado mediante a apresentação da Declaração de Compensação à SRF. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o sujeito passivo que desejar compensar o novo débito ou a diferença de débito deverá apresentar à SRF nova Declaração de Compensação. Art. 59. Admitida a retificação da Declaração de Compensação, o termo inicial da contagem do prazo previsto no § 2º do art. 29 será a data da apresentação da Declaração de Compensação retificadora. Art. 60. A retificação da Declaração de Compensação não altera a data de valoração prevista no art. 28, que permanecerá sendo a data da apresentação da Declaração de Compensação original. Fl. 236DF CARF MF Processo nº 13839.003394/200217 Acórdão n.º 3402004.985 S3C4T2 Fl. 234 7 Dessa forma, a expressa restrição à retificação após o despacho decisório veio a ser veiculada somente após a apresentação do pedido da ora requerente, o que certamente não poderia prejudicála. Quanto à questão da supressão de instância, ela pode ser superada com a autorização para correção do erro apontado pela recorrente, sem a análise da certeza e liquidez do crédito neste momento processual, o que ficaria a cargo da autoridade administrativa. Assim, pelo exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar à Unidade de Origem que, considerando a correção nas inexatidões materiais no preenchimento do formulário do pedido (fl. 3) apontadas pela recorrente, no que concerne ao valor do crédito presumido pleiteado em ressarcimento no montante de R$207.615,99, analise a sua certeza e liquidez e proceda, se for o caso, à homologação da compensação na medida correspondente. É como voto. (Assinatura Digital) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Fl. 237DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.690288/2009-32
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 01 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 23/01/2009
DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.
A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação.
CORREÇÃO DE ALTERAÇÃO DE DCTF NÃO COMPROVADA EM DOCUMENTAÇÃO IDÓNEA.
Considera-se confissão de divida os débitos declarados em DCTF, motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos.
Não apresentada a escrituração contábil/fiscal, nem outra documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, mantém-se a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito credit6rio, com a conseqüente não-homologação das compensações pleiteadas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-005.199
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
PAULO GUILHERME DÉROULÈDE - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 23/01/2009 DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. CORREÇÃO DE ALTERAÇÃO DE DCTF NÃO COMPROVADA EM DOCUMENTAÇÃO IDÓNEA. Considera-se confissão de divida os débitos declarados em DCTF, motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos. Não apresentada a escrituração contábil/fiscal, nem outra documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, mantém-se a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito credit6rio, com a conseqüente não-homologação das compensações pleiteadas. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 23/01/2009 DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. CORREÇÃO DE ALTERAÇÃO DE DCTF NÃO COMPROVADA EM DOCUMENTAÇÃO IDÓNEA. Considerase confissão de divida os débitos declarados em DCTF, motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos. Não apresentada a escrituração contábil/fiscal, nem outra documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, mantémse a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito credit6rio, com a conseqüente nãohomologação das compensações pleiteadas. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) PAULO GUILHERME DÉROULÈDE Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 69 02 88 /2 00 9- 32 Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10880.690288/200932 Acórdão n.º 3302005.199 S3C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela DRJ/SP1, que manteve a não homologação da DCOMP, apresentada pela contribuinte recorrente, tendo em vista a constatação de não existência do crédito alegado. Cientificado, o Contribuinte, por seu representante legal, interpôs, tempestivamente Manifestação de Inconformidade, apresentando, resumidamente, as seguintes alegações: De acordo com o principio da verdade material que rege o procedimento administrativo, a Administração deve buscar o que é realmente a verdade, não ficando adstrita apenas às provas e aos documentos apresentados pelas partes no de processo administrativo. A Autoridade Fiscal, ao decidir pela nãohomologação do direito creditório da Requerente, fundamentou de forma singela o DespachoDecisório, deixando de se aprofundar sobre a questão da inexistência desse direito. Também, o despacho decisório deve ser reformado em razão do crédito compensado ser liquido e certo, conforme se depreende da leitura da DCTF retificadora, enviada para correção de erro de fato, e demais demonstrativos anexados à Manifestação de Inconformidade. Nesses termos, requer o cancelamento do despacho decisório e a homologação da compensação e a conseqüente extinção do crédito tributário. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 1629.436. O fundamento adotado, em síntese, foi o de que a mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. Valendose do direito que lhe é facultado pelo art. 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, alterado pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, a contribuinte manejou Recurso Voluntário, onde repisou os argumentos trazidos na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10880.690288/200932 Acórdão n.º 3302005.199 S3C3T2 Fl. 4 3 junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.192, de 1 de fevereiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.690280/200976, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.192): " O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Não há indicação de questões preliminares, razão pela qual passase diretamente ao mérito. I Do Crédito do Contribuinte Sustenta, invocando o princípio da verdade material, que os créditos lançados no DCOMP, estariam demonstrado nos documentos acostados aos autos. Segundo seu entendimento, a correção de informações apresentadas em DCTF, digase, após o recebimento da intimação do despacho decisório que não reconheceu o direito pleiteado, observese: "Sendo assim, a correção das informações anteriormente dispostas na DCTF, que são decorrentes de erros no preenchimento, que resultaram num indevido indeferimento da compensação pretendida, traduzemse como a maneira mais adequada de coroar o principio da verdade material, e refletir a realidade dos fatos, como forma evidenciar a existência dos créditos declarados e, negar provimento a Manifestação fundamentada na correção das informações, caracterizase como afronta a um dos princípios que norteiam o processo administrativo federal." No que tange a possibilidade de se realizar a retificação da DCTF, temos que tal fato é permitido pelas normas tributárias que disciplinam o assunto, destacando os dispositivos trazidos pela IN RFB nº 1.110/2010, donde destacamos o seguinte: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10880.690288/200932 Acórdão n.º 3302005.199 S3C3T2 Fl. 5 4 a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU;ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o crédito tributário. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.177, de 25 de julho de 2011) § 4º Na hipótese do inciso II do § 2º, havendo recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal, em valor superior ao declarado, a pessoa jurídica poderá apresentar declaração retificadora, em atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro de fato, sem prejuízo das penalidades calculadas na forma do art. 7º. § 5º O direito de o contribuinte pleitear a retificação da DCTF extinguese em 5 (cinco) anos contados a partir do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte ao qual se refere a declaração. [...] (grifos não originais) Assim, conforme podemos observar, tanto a Administração Tributária, neste caso de ofício, quanto o próprio contribuinte podem retificar os valores informados na DCTF, desde que seguidos os parâmetros estabelecidos na norma mencionada. Pois bem. No que tange à possibilidade de compensação espontânea realizada diretamente pelo contribuinte, temos que há a necessidade de se promover tal procedimento, obedecendose o disposto no art. 170, do CTN, bem como o que esta disciplinado pelo art. 74, da Lei nº 9.430/96. Observemos os dispositivos indicados: Art. 170 CTN Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10880.690288/200932 Acórdão n.º 3302005.199 S3C3T2 Fl. 6 5 Art. 74, Lei nº 9.430/76 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Nesse sentido, quando originário de pagamento de tributo indevido ou maior que o devido, além do cumprimento dos requisitos formais determinados na legislação específica, o contribuinte deve comprovar, com documentação adequada, que o alegado indébito é decorrente de alguma das causas especificadas no incisos I a III do art. 165 do CTN. Vale lembrar ainda que por se tratar de pedido de compensação de créditos por parte do próprio contribuinte, a este cabe a prova de seu direito, nos exatos termos do que disciplina o art. 373 do Código de Processo Civil: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (...) No caso em tela, mesmo entendendo a possibilidade de retificação da DCTF após o recebimento da notificação do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de compensação, não foram trazidos aos autos os documentos que comprovariam as informações apresentadas na DCTF retificadora. Conforme se verifica dos autos do processo, a contribuinte recorrente teve a oportunidade de juntar tais documentos e não o fez. Não há que se falar em ferimento ao direito ao contraditório e à ampla defesa, vez que, foram garantidos à contribuinte recorrente, como o fez, a oportunidade de se manifestar por meio de peças de defesa para a comprovação de seu direito, momento em que poderia requerer a juntada de todos os documentos que entenderia pertinentes a comprovação de suas alegações. Certo está que, em que pese a possibilidade de carrear aos autos os documentos que lhe garantiriam o direito à compensação, não o fez, bastouse a fazer alegações genéricas, tentando imputar a falta de apresentação de documentos ao fisco, o que, como demonstrado pela legislação acima mencionada, não se faz aceitável. Dessa forma, a falta de apresentação de documentos que comprovariam o erro na confecção da DCTF, alegado pela recorrente, fato esse que Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10880.690288/200932 Acórdão n.º 3302005.199 S3C3T2 Fl. 7 6 embasaria a confecção da retificadora, não pode ser considerada a compensação pleiteada. II Conclusão Por todo o exposto, voto por reconhecer o Recurso Voluntário interposto pela contribuinte, no entanto, negarlhe provimento, mantendose em sua totalidade a decisão de piso." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar as informações apresentadas na DCTF retificadora, que embasariam o direito creditório pleiteado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 139DF CARF MF
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Numero do processo: 19515.005600/2009-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 26 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1202-000.180
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em determinar o sobrestamento do julgamento do recurso voluntário. Ausente, momentaneamente, a Conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Donassolo Presidente substituto
(assinado digitalmente)
Viviane Vidal Wagner - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Andrada Marcio Canuto Natal, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Gonçalves Bueno.
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em determinar o sobrestamento do julgamento do recurso voluntário. Ausente, momentaneamente, a Conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo – Presidente substituto (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Andrada Marcio Canuto Natal, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Gonçalves Bueno. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 05 60 0/ 20 09 -3 9 Fl. 1063DF CARF MF Processo nº 19515.005600/200939 Resolução nº 1202000.180 S1C2T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de autos de infração de IRPJ, CSLL, PIS, Cofins e INSS, lavrados contra o contribuinte acima identificado (optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições – SIMPLES), em relação aos fatos geradores ocorridos no ano calendário de 2004, por ter sido constatada omissão de receitas. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal, os motivos da autuação, resumidamente, foram os que se seguem: (i) o contribuinte foi intimado a apresentar os livros contábeis e fiscais, bem como os extratos da movimentação financeira realizada no anocalendário 2004; (ii) a apresentação incompleta dos extratos bancários ensejou a "Solicitação de Emissão de Requisição de Informação sobre Movimentação FinanceiraRMF", fls. 35 a 38, com amparo no art. 3o, inciso XI, do Decreto n° 3.724/2001; (iii) a partir dos extratos das contas correntes bancárias mantidas pela fiscalizada, após a exclusão das transferências entre contas de mesma titularidade e os empréstimos obtidos, quando identificados (fls. 40 a 348), constatouse que foram realizados depósitos e/ou créditos nas contas no valor de R$ 15.836.602,78 (quinze milhões,oitocentos e trinta e seis mil, seiscentos e dois reais e setenta e oito centavos), no anocalendário de 2004; (iv) intimado a comprovar a origem dos recursos depositados e/ou creditados em suas contas correntes bancárias, fls. 349, o contribuinte apresentou um Instrumento Particular de Outorga de Mandato, fls. 362 e 363, justificando que a fiscalizada realizava compras de produtos agrícolas por conta e ordem de Terceiros e, assim, recebia mediante transferências bancárias, recursos para serem utilizados no pagamento das compras de verduras, frutas e legumes realizadas para Andorinha Supermercados Ltda; (v) confrontandose as cópias das notas fiscais emitidas pelos fornecedores nas vendas para o Supermercado Andorinha Ltda. e as cópias dos cheques emitidos pela D P VALE VERDE LTDA., para pagamentos desses fornecedores (parte juntados às fls. 364/595), verificouse a compatibilidade com as transferências recebidas pela D P Vale Verde Ltda. do Andorinha Supermercados Ltda; (vi) todavia, mesmo após excluídos os valores relativos às transferências efetuadas pelo Andorinha Supermercados Ltda., ainda restaram diferenças mensais cuja origem não foi comprovada, nem escrituradas no Livro Diário, fls. 598 a 698, caracterizandose tal fato como omissão de receitas nos termos dos artigos 287 e 849 do RIR/99; (vii) verificouse, ainda, que se deixou de computar na base de cálculo do imposto simplificado, e em sua escrituração contábil, valores mensais de receitas operacionais, caracterizando omissão de receitas nos termos dos artigos 199 e 288, do RIR/99. Na impugnação, o contribuinte alegou, em síntese: (i) decadência quanto aos tributos apurados no período de 01de janeiro de 2004 a 30 de novembro de 2004, por força da homologação tácita prevista na norma do caput e §§ 1o e 4o, do art. 150, do CTN; Fl. 1064DF CARF MF Processo nº 19515.005600/200939 Resolução nº 1202000.180 S1C2T2 Fl. 4 3 (ii) que o AuditorFiscal não considerou na apuração a dedução da quantia de R$. 1.066.879,73, o que faria com que a movimentação financeira tributável, para efeito de lançamento de ofício, seria de R$. 5.762.434,49, e não de R$ 6.829.314,22, concluindo que a não exclusão dos valores lançados por homologação, pelo contribuinte, da base de cálculo do crédito tributário lançado de ofício resulta na cobrança indevida de valores, afirmando que tais valores já foram objeto de lançamento por homologação e respectivo recolhimento do crédito tributário apurado, pedindo a anulação do Auto de Infração para que se proceda à retificação do Termo de Constatação Fiscal, para fins de dedução dos valores indevidamente cobrados; (iii) que o Ato Declaratório Executivo DERAT/SPO n° 03/2010 relativo à sua exclusão do SIMPLES (fls. 836/846), foi fundamentado no Termo de Constatação Fiscal relativo ao auto de infração n° 0819000/04451/09 e, uma vez que ambos foram impugnados, estes não servem de fundamento para decisão sobre o ato declaratório de exclusão do SIMPLES, a qual deve aguardar a decisão do recurso administrativo anteriormente interposto. Por fim, requereu a anulação do ato declaratório de exclusão do SIMPLES e, alternativamente, a suspensão de sua aplicação até final decisão decorrente do procedimento fiscal n° 08.1.90.002007009932. A 13ª turma de julgamento da DRJ SPOI decidiu julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido e julgar improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra o Ato Declaratório Executivo DERAT/SPO n° 03/2010, nos termos da seguinte ementa: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2004 DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. Não há que se falar em decadência nos lançamentos de ofício efetuados dentro do prazo previsto no art. 173, inciso I, do CTN e de acordo com o Parecer PGFN/CAT n° 1.617/2008, aprovado pelo Sr. Ministro de listado da Fazenda em 18/08/2008. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS E VALORES CREDITADOS EM CONTA BANCÁRIA. ORIGEM NÃO COMPROVADA. ÔNUS DA PROVA. A Lei n° 9.430/1996, em seu art. 42, estabeleceu a presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. OMISSÃO DE RECEITAS. DETERMINAÇÃO DO IMPOSTO. REGIME DE TRIBUTAÇÃO. Verificada a omissão de receita, o imposto a ser lançado de ofício deve ser determinado de acordo com o regime de Fl. 1065DF CARF MF Processo nº 19515.005600/200939 Resolução nº 1202000.180 S1C2T2 Fl. 5 4 tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão. LANÇAMENTOS. O decidido quanto à infração que, além de implicar o lançamento do IRPJ implica o lançamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) c da Contribuição para a Seguridade Social INSS Simples, também se aplica a estes outros lançamentos naquilo em que for cabível. SIMPLES. EXCLUSÃO. A pessoa jurídica será excluída do SIMPLES se, na condição de empresa de pequeno porte, tiver auferido receita bruta superior àquela estabelecida na legislação de regência. A exclusão surtirá efeito a partir do anocalendário subsequente àquele em que for ultrapassado o referido limite. Cientificado dessa decisão em 15/05/2012, o contribuinte, inconformado, apresentou recurso voluntário em 14/06/2012 (fls.937 e ss.), em que, basicamente, repisa as razões da impugnação. É o relatório. Fl. 1066DF CARF MF Processo nº 19515.005600/200939 Resolução nº 1202000.180 S1C2T2 Fl. 6 5 Voto Conselheira Viviane Vidal Wagner, Relatora O recurso voluntário é tempestivo e assente em lei, devendo ser conhecido. Contudo, do exame dos autos depreendese a impossibilidade de julgamento do recurso neste momento, pois, dentre as matérias afetas ao julgamento está a quebra do sigilo bancário do contribuinte. O Termo de Verificação Fiscal (fls.740 e ss) esclarece que os valores da movimentação financeira da contribuinte foram obtidos com base nas informações prestadas à Secretaria da Receita Federal, pelas instituições financeiras, de acordo com o art. 11, § 2°, da Lei n° 9.311, de 24 de outubro de 1996, que trata de nova instituição da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF). As Requisições de Informações sobre Movimentação Financeira (RMF), fls.36 40, foram emitidas em consonância com o disposto no art. 4º, §6º, do Decreto nº 3.724, de 10/10/2001, que regulamentou o art. 6º da Lei Complementar nº 105, de 2001. A discussão sobre a questão do sigilo bancário encontrase em fase de julgamento no Supremo Tribunal Federal, ainda sem decisão definitiva. Em 15 de dezembro de 2010, ao julgar o Recurso Extraordinário nº 389.808/PR, o Plenário do STF, por maioria, proferiu a decisão abaixo (DJe086 em 10052011): SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Ocorre que o acórdão exarado no julgamento do Recurso Extraordinário nº 389.808/PR, com a ementa acima transcrita, foi desafiado por embargos de declaração, com pedido de modificação da decisão. Pesquisa realizada no site do STF demonstra que os citados embargos foram recebidos por despacho datado de 07/10/2011 e ainda se encontram pendentes de julgamento. O sobrestamento dos processos pendentes de julgamento nos tribunais estaduais ou regionais, nos casos de julgamentos no STF, decorre do disposto no art. 543B, do CPC: Art. 543B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a análise da repercussão geral Fl. 1067DF CARF MF Processo nº 19515.005600/200939 Resolução nº 1202000.180 S1C2T2 Fl. 7 6 será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo. (acrescentado pela Lei 11.418, de 2006). § 1º Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhálos ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. § 2º Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerarseão automaticamente não admitidos. § 3º Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declarálos prejudicados ou retratarse. § 4º Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal Federal, nos termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à orientação firmada. § 5º O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal disporá sobre as atribuições dos Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na análise da repercussão geral.(destacouse) Cabe, assim, aos tribunais de origem suspender o processamento dos recursos extraordinários quando versarem sobre matéria de múltiplos recursos, com repercussão geral reconhecida. Recentemente, o STF vem utilizando a regra prevista no § 2o do art.543C, que se refere ao STJ, para expedir atos nesse sentido. Vale lembrar que, quando da entrada em vigor dos artigos 543B e 543C, ambos do CPC, existiam processos já admitidos pelos tribunais de origem pendentes de julgamento no STF e no STJ. Em relação a esses processos ou a todos quanto chegarem ao STF tratando de matéria em relação a qual for reconhecida repercussão geral, aplicase o disposto no artigo 328 do Regimento Interno, a seguir transcrito: Art. 328. Protocolado ou distribuído recurso cuja questão for suscetível de reproduzirse em múltiplos feitos, o Presidente do Tribunal ou o Relator, de ofício ou a requerimento da parte interessada, comunicará o fato aos tribunais ou turmas de juizado especial, a fim de que observem o disposto no art. 543B do Código de Processo Civil, podendo pedirlhes informações, que deverão ser prestadas em 5 (cinco) dias, e sobrestar todas as demais causas com questão idêntica. Parágrafo único. Quando se verificar subida ou distribuição de múltiplos recursos com fundamento em idêntica controvérsia, o Presidente do Tribunal ou o Relator selecionará um ou mais representativos da questão e determinará a devolução dos demais aos tribunais ou turmas de juizado especial de origem, para aplicação dos parágrafos do art. 543B do Código de Processo Civil. (destacouse) O dispositivo transcrito acima prevê que nos casos em que se verificar a subida ou distribuição de múltiplos recursos com fundamento em idêntica controvérsia, tanto o relator Fl. 1068DF CARF MF Processo nº 19515.005600/200939 Resolução nº 1202000.180 S1C2T2 Fl. 8 7 quanto o Presidente do Tribunal podem determinar a devolução dos demais processos aos tribunais de origem, para aplicação dos parágrafos do art. 543B do Código de Processo Civil. A questão do sigilo bancário também está sendo tratada no Recurso Extraordinário nº 601.314/MG, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, no qual a Suprema Corte, em 20/11/2009, reconheceu, quanto à matéria, a existência de repercussão geral, nos seguintes moldes: EMENTA: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. Fornecimento de informações sobre movimentação bancária de contribuintes, pelas instituições financeiras, diretamente ao fisco, sem prévia autorização judicial (lei complementar 105/2001). Possibilidade de aplicação da lei 10.174/2001 para apuração de créditos tributários referentes a exercícios anteriores ao de sua vigência. Relevância jurídica da questão constitucional. Existência de repercussão geral. Embora naqueles autos inexista pronunciamento específico do relator ou do Presidente da Corte determinando a devolução de processos com a mesma matéria para que aguardassem o desfecho do citado Recurso Extraordinário, sobre o mesmo tema, verificouse que, no exame do Agravo de Instrumento nº 765.714, o mesmo relator do processo acerca do sigilo bancário em relação ao qual foi reconhecida repercussão geral proferiu, em 19/10/2010, a seguinte decisão: “Tratase de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão, cuja ementa segue transcrita: “TRIBUTÁRIO. SIGILO BANCÁRIO. LEI COMPLEMENTAR 105/2001. CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO DA LEI 9.311/96 (ART. 11, § 3º). APROVEITAMENTO DE DADOS PARA CONSTITUIÇÃO DE TRIBUTOS. IMPOSSIBILIDADE. 1. A Lei 4.595/64 permitia o acesso aos agentes fiscais tributários de documentos, livros e registros de contas de depósitos quando houvesse processo instaurado e quando tais documentos fossem considerados indispensáveis pela autoridade competente. A jurisprudência se manifestou, afirmando que o processo seria o judicial e a autoridade competente seria a judiciária. 2. Em 2001, essa matéria foi alterada, tendo sido editada a Lei Complementar 105. Não há inconstitucionalidade nessa legislação, pois, na coexistência de dois bens ou valores protegidos constitucionalmente, devese sobrepor o que visa atender ao interesse público e não ao interesse privado. Os direitos fundamentais não são absolutos e podem sofrer abalo se colocados em conflito com outro valor que deva ter preferência. 3. A fiscalização pela autoridade administrativa é instrumento de arrecadação tributária pelo Estado, que, por sua vez, visa atender ao princípio da capacidade contributiva (tributando quem capacidade detém) e ao da isonomia (tributando todos aqueles que podem ser tributados), corolários dos objetivos da República de construção de uma sociedade justa e solidária e de redução das desigualdades sociais. Fl. 1069DF CARF MF Processo nº 19515.005600/200939 Resolução nº 1202000.180 S1C2T2 Fl. 9 8 4. Diante do princípio da irretroatividade das leis, a utilização dos dados da CPMF para apuração de eventual crédito tributário relativo a tributos diversos é vedada para anos anteriores ao de 2001. Fatos ocorridos e já consumados não se regem por lei nova, mas sim pelas leis que vigoravam no seu tempo. Leis novas valem para o futuro. 5. Na redação original do art. 11, § 3º, da Lei 9.311/96, o legislador impunha à Secretaria da Receita Federal “o sigilo das informações prestadas” e vedava sua utilização para a constituição de crédito relativo a outros tributos. Tratavase de norma que impunha o sigilo e vedava a constituição de outros tributos com a utilização dos dados da CPMF, resguardando um direito do contribuinte, e sendo, portanto, norma material ou substantiva e não processual ou adjetiva sobre a qual se aplicaria o art. 144, § 1º, do Código Tributário Nacional. 6. Apelação provida em parte” (fls. 4950). No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegouse ofensa, em suma, ao art. 5º, X e XII, da mesma Carta. No caso, o recurso extraordinário versa sobre matéria sigilo bancário, quebra. Fornecimento de informações sobre a movimentação bancária de contribuintes diretamente ao Fisco, sem autorização judicial (Lei complementar 105/2001, art. 6º). Aplicação retroativa da Lei 10.174/2001, que alterou o art. 11, § 3º, da Lei 9.311/96 e possibilitou que as informações obtidas, referentes à CPMF, também pudessem ser utilizadas para apurar eventuais créditos relativos a outros tributos, no tocante a exercícios anteriores a sua vigência cuja repercussão geral já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (RE 601.314RG/SP, de minha relatoria). Isso posto, preenchidos os demais requisitos de admissibilidade, dou provimento ao agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário e, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem para que seja observado o disposto no art. 543B do CPC, visto que no recurso extraordinário discutese questão idêntica à apreciada no RE 601.314RG/SP. (destacouse) A devolução dos autos ao Tribunal de origem para que se aguarde a decisão do RE 601.314/MG, nos termos do 543B, do CPC, a meu ver, evidencia o sobrestamento, exatamente nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, que atribui tal procedimento ao relator ou ao Presidente da Corte. À luz do artigo 26A, § 6º, I, do Decreto nº 70.235/72, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, a seguir transcrito, os Conselheiros do CARF somente podem deixar de aplicar lei sob o fundamento de inconstitucionalidade após o Supremo Tribunal Federal, por seu Plenário, em controle concentrado ou difuso, por decisão definitiva, ter reconhecido a inconstitucionalidade da norma. Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 1070DF CARF MF Processo nº 19515.005600/200939 Resolução nº 1202000.180 S1C2T2 Fl. 10 9 .... § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Considerando que a decisão resultante do RE 389.808/PR ainda não transitou em julgado, não é possível, nesta instância administrativa, discutir sobre a constitucionalidade da Lei Complementar nº 105, de 2001 e da Lei nº 10.174, de 2001. Por outro lado, quanto ao processamento e julgamento junto ao CARF, o artigo 62A, § 1º e 2º, do Regimento Interno, assim dispõe: Art. 62 [....] § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543 B, do CPC. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Assim, a partir da constatação de que, no caso do AI 765714/SP, o relator do Recurso Extraordinário nº 601.314/MG, processado pelo regime da repercussão geral, determinou o retorno à origem para que os autos do AI 765714/SP ficassem sobrestados, observandose o disposto no art. 543B do CPC, visto que no recurso discutese questão idêntica à apreciada no RE 601.314RG/SP, concluise pela ocorrência de hipótese de sobrestamento previsto no art. 62A, § 1º, do Regimento Interno do CARF (RICARF). Diante disso, votase pelo sobrestamento do julgamento até decisão do E.STF sobre o tema sigilo bancário, à luz do RICARF e nos termos do art. 2º, §1º, da Portaria CARF nº 2, de 2012. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Fl. 1071DF CARF MF
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Numero do processo: 10480.902105/2008-69
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/06/1999 a 30/06/1999
NULIDADE DA DECISÃO A QUO. VÍCIO NÃO CONFIGURADO. PRELIMINAR REJEITADA.
Tendo a decisão recorrida adequada fundamentação quanto às questões decididas, não restando configurado o alegado cerceamento do direito de defesa, nem restando comprovada incompetência das autoridades administrativas que participaram do julgamento, rejeita-se a preliminar suscitada.
SOCIEDADE CIVIL DE PROFISSÃO REGULAMENTADA. ISENÇÃO REVOGADA. STF.
A isenção da Cofins, atinentes às sociedades civis de prestação de serviços profissionais regulamentados, foi revogada por norma legal, que posteriormente foi considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal -STF-, cuja decisão possui eficácia ex tunc, alcançando, por conseguinte, todas as relações jurídicas albergadas desde a edição da referida norma revogadora.
Numero da decisão: 3001-000.250
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade por cerceamento do direito de defesa e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
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VÍCIO NÃO CONFIGURADO. PRELIMINAR REJEITADA. Tendo a decisão recorrida adequada fundamentação quanto às questões decididas, não restando configurado o alegado cerceamento do direito de defesa, nem restando comprovada incompetência das autoridades administrativas que participaram do julgamento, rejeitase a preliminar suscitada. SOCIEDADE CIVIL DE PROFISSÃO REGULAMENTADA. ISENÇÃO REVOGADA. STF. A isenção da Cofins, atinentes às sociedades civis de prestação de serviços profissionais regulamentados, foi revogada por norma legal, que posteriormente foi considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal STF, cuja decisão possui eficácia ex tunc, alcançando, por conseguinte, todas as relações jurídicas albergadas desde a edição da referida norma revogadora. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade por cerceamento do direito de defesa e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 90 21 05 /2 00 8- 69 Fl. 91DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão 1131.484, da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife/PE DRJ/REC que, em sessão de julgamento realizada no dia 14.10.2010, julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório postulado. Dos fatos Por bem sintetizar os fatos, adotase o relatório encartado no acórdão recorrido (efls. 44 a 50), que segue transcrito: Relatório Trata o presente processo de Declaração de Compensação PER/DCOMP transmitida pela contribuinte em 25/05/2004 (nº 30295.33713.250504.1.3.041232), por intermédio da qual compensa débito de Imposto Sobre a Renda das Pessoas Jurídicas IRPJ (código de receita 20891, relativo ao período de apuração 1º trimestre de 2004, com vencimento em 31/05/2004), no valor de R$ 321,38, com alegado crédito relativo à Cofins (código de receita 2172) derivado de “pagamento indevido ou a maior”, efetuado em 12/08/1999, período de apuração junho de 1999. Foram acostados aos autos cópias da PER/DCOMP (fls. 01/05), 2. Em 20/05/2008, o Delegado da Receita Federal do Brasil no RecifePE proferiu o DESPACHO DECISÓRIO (nº de rastreamento 763938433, às fls. 06), que se fez acompanhar de INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES DA ANÁLISE DO CRÉDITO e do DETALHAMENTO DA COMPENSAÇÃO, VALORES DEVEDORES E EMISSÃO DE DARF (fls. 07 e 08, respectivamente), por intermédio do qual resolveu não homologar a compensação pleiteada pela contribuinte na referida PER/DCOMP, por inexistência de crédito, nos seguintes temos: “Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: R$ 520,37. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP.” Em seguida, foram indicadas as características do Darf, cujo valor original total e original utilizado era de R$ 1.196,35. 3. Regularmente cientificada em 03/06/2008 (fls. 09/10 e 39) do referido despacho decisório e intimada para pagamento dos débitos indevidamente compensados, a interessada apresentou, em 11/06/2008, manifestação de inconformidade (fls. 12/14), acompanhada de documentos, que vêm a ser cópias: i) da sétima alteração contratual da pessoa jurídica e respectivo registro na Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pernambuco OABPE Fl. 92DF CARF MF Processo nº 10480.902105/200869 Acórdão n.º 3001000.250 S3C0T1 Fl. 92 3 (fls. 15/18); ii) dos documentos de identificação do subscritor da impugnação (fls. 19); iii) do despacho decisório (fls. 20); iv) do acórdão proferido em 17/09/2002 pelo Tribunal Regional Federal da 5º Região TRF5º Região, relator o Desembargador Federal convocado Hélio Silvio Ourem Campos, na AMS nº 80.558PE, processo nº 2001.83.00.0145250 (fls. 21/36); v) de certidão subscrita pela Coordenadora da Segunda Turma da Diretoria Judiciária do Superior Tribunal de Justiça (fls. 37). Naquela peça de defesa, argúi e requer o que segue. 3.1. Discorda da afirmativa de que os pagamentos informados no PER/DCOMP hajam sido integralmente utilizados para quitar os débitos da empresa e acrescenta que, consoante informações colhidas junto ao Centro de Atendimento ao Contribuinte CAC da Delegacia da Receita Federal no Recife DRF/Recife, tal afirmativa decorreu “(...) do fato de a empresa, ao elaborar as declarações de compensação, não ter realizado a retificação das respectivas DCTFs para ajustálas aos novos valores dos débitos apurados”. 3.2. Aduz que, portanto, apenas ocorrera falha procedimental da empresa, ao ter deixado de retificar as DCTF, o que “(...) não anula a existência dos créditos, vez que estes decorrem da existência de decisão judicial favorável à OABPE, da qual a empresa é sindicalizada (sic), garantindo a isenção de COFlNS para as empresas exclusivamente prestadoras de serviços relativos a profissões legalmente regulamentadas.” 3.3. Então, segundo documento relativo à ação judicial impetrada pela OABPE, com decisão transitada em julgado, restou garantido seu direito a isenção da Cofins, do que resulta que “(...) todos os pagamentos realizados a tal título tornaramse indevidos, na forma do art. 165, I, do CTN, razão pela qual poderiam ser utilizados pela empresa, como o foram, para a compensação de outros débitos da empresa para com a Receita Federal.” 3.4. Provada a existência dos créditos relativos a pagamentos a maior de Cofins, requer seja julgada procedente sua manifestação de inconformidade, para ter reconhecido o seu direito sobre tais créditos e, em conseqüência, homologadas as compensações realizadas nas PER/DCOMP que os utilizaram, relacionadas neste processo. Da decisão de 1ª Instância A 2ª Turma da DRJ/REC, ao julgar improcedente a manifestação de inconformidade, exarou o supra mencionado acórdão, cuja ementa foi vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Fl. 93DF CARF MF 4 Período de apuração: 01/06/1999 a 30/06/1999 COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. A compensação, nos termos em que definida pelo artigo 170 do CTN só poderá ser homologada se o crédito do contribuinte em relação à Fazenda Pública estiver revestido dos atributos de liquidez e certeza. E o artigo 170A do mesmo diploma legal veda a compensação mediante aproveitamento de tributo objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Do recurso voluntário Irresignado com os termos do acórdão vergastado, o contribuinte interpôs recurso voluntário para aduzir, em síntese, o que segue: Em preliminar, que a decisão proferida pela 2ª Turma da DRJ/REC merece reparo, por ter cerceado seu direito de defesa "ao inovar juridicamente nos argumentos sem prévia comunicação e abertura de prazo para alegações da empresa sobre os novos fatos e informações apresentados ao processo e que seriam objeto de análise, ofendendo frontalmente o art. 5º, da Constituição Federal de 1988, quanto ao direito de defesa da empresa." Sedimenta este inconformismo no fato de "que as decisões proferidas pela DRF/Recife e pela DRJ/Recife são totalmente diferentes", pois a "decisão da DRF/Recife que considerou não homologadas as compensações baseouse no fato de os DARFS aos quais estavam vinculados os créditos estarem totalmente utilizados, razão pela qual, em nosso argumento de defesa, apresentamos as informações obtidas no CAC/Recife de que houve apenas um problema de não retificação das respectivas DCTFS da empresa", porém, "em sede de julgamento por parte da DRJ/Recife não está ocorrendo apenas a revisão da decisão proferida pela DRF/Recife, mas sim uma inovação completa do conteúdo do indeferimento inicial das compensações, que agora sustentase na apresentação das DCOMP antes do trânsito em julgado da ação, sem que tenha sido oportunizado à empresa a possibilidade de apresentar defesa sobre o assunto". Por fim, questiona "se seria possível à DRJ/Recife, em sede de análise de Manifestação de Inconformidade, inovar completamente ante a decisão proferida pela DRF/Recife ao ponto de indeferir a Manifestação de Inconformidade apresentada com base em argumento completamente novo, sem que tenha sido intimada a empresa a contraargumentar acerca destes novos fatos". No mérito, pretende "demonstrar que a argumentação da DRJ/recife não condiz com a realidade dos fatos". Alega que "a decisão da DRJ/Recife informa que não seria possível à empresa a utilização dos créditos para compensação em razão de existir liminar em sede de Reclamação suspendendo os efeitos da decisão que garantia aos filiados à OAB/PE o direito de isenção de COFINS". Salienta que a "decisão judicial em Mandado de Segurança que concedeu o benefício de isenção da empresa da COFINS já havia sido encerrada e tendo reconhecido o direito". Tanto que somente "em sede de ação rescisória foi reanalisada a questão, na qual o TRF da 5ª Região decidiu por conceder parcial provimento à rescisória a fim de conceder Fl. 94DF CARF MF Processo nº 10480.902105/200869 Acórdão n.º 3001000.250 S3C0T1 Fl. 93 5 efeitos exnunc à decisão, ou seja, a rescisão da decisão que concedia o beneficio de isenção da COFINS somente surtiria efeitos para frente, não abrangendo os fatos pretéritos". Salienta que tão somente "contra esta decisão do TRF foi que concedeuse a liminar do Ministro Joaquim Barbosa do STF, suspendendo a modulação dos efeitos da decisão da rescisória", que, "como o próprio nome diz, é decisão precária e não anulou, como quer fazer crer a decisão da DRJ/Recife, os efeitos do decidido na ação rescisória. Seus efeitos estão apenas suspensos, aguardando um pronunciamento do órgão colegiado do STF quanto à manutenção ou não da liminar". Concluindo entende que está "plenamente demonstrada a realização da hipótese do art. 165, I, do CTN, qual seja a realização de pagamentos a maior por parte da empresa, haja vista a desconformidade da apreciação do caso por parte da DRJ/Recife". Neste sentido, "requer que seja processado regularmente o presente Recurso Voluntário, na forma do Decreto nº 70.235/72, de acordo com os mandamentos do art. 74, da Lei nº 9.430/96 e, ao final, julgado integralmente procedente para, reformando as decisões proferidas pela DRF/Recife e DRJ/Recife, reconhecer o direito de crédito da empresa relativo aos pagamentos indevidos, realizados a título de COFINS e, conseqüentemente, homologar as compensações realizadas nas PER/DCOMP relacionadas a este processo que utilizaram tais créditos". Do encaminhamento O presente processo digital, então, foi encaminhado para ser analisado por este CARF na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da tempestividade O contribuinte, segundo a intimação de efls. 51 e o Aviso de Recebimento AR de efls. 53), em 16.03.2011 tomou conhecimento do acórdão de manifestação de inconformidade. O recorrente, conforme o carimbo aposto por servidor da CAC/DRF/REC na "folha de rosto" da petição juntada à efl. 54, em 13.04.2011 protocola o recurso voluntário apresentado. Compulsando as datas acima destacadas e confrontandoas com a legislação processual de regência, concluise que o recurso voluntário é tempestivo. Da preliminar de cerceamento do direito de defesa Ressaltese, de plano, que os atos administrativos não prescindem da intimação válida para que se instaure o processo, vigorando na sua totalidade os direitos, Fl. 95DF CARF MF 6 deveres e ônus advindos da relação processual de modo a privilegiar as garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes, conforme dispõem os incisos LIV e LV do artigo 5º da Constituição Federal, os artigos 142 e 195 do Código Tributário Nacional, o artigo 6º da Lei 10.593 de 06.12.2002, os artigos 9º, 10, 23 e 59 do Decreto 70.235 de 06.03.1972, o Decreto 6.104 de 30.04.2007, os artigos 2º e 4º da Lei 9.784 de 29.01.1999 e as Súmulas CARF 6, 8, 27 e 46. As manifestações unilaterais da RFB foram formalizadas por ato administrativo e como uma espécie de ato jurídico deve estar revestido dos atributos que lhe conferem a presunção de legitimidade, a imperatividade e a autoexecutoriedade, ou seja, para que produza efeitos que vinculem o administrado deve ser emitido (i) por agente competente que o pratica dentro das suas atribuições legais, (ii) com as formalidades indispensáveis à sua existência, (iii) com objeto, cujo resultado está previsto em lei, (iv) com os motivos, cuja matéria de fato ou de direito seja juridicamente adequada ao resultado obtido e (v) com a finalidade visando o propósito previsto na regra de competência do agente. Tratandose de ato vinculado, a Administração Pública tem o dever de motiválo no sentido de evidenciar sua expedição com os requisitos legais, conforme dispõem o artigo 179 da Constituição Federal, o artigo 2º da Lei 4.717 de 29.06.1965, o parágrafo 2º do artigo 9º do DecretoLei 1.598 de 26.12.1977 e a Lei 9.317 de 05.12.1996. Isto posto, não há como concordar com os argumentos do recorrente, pois não se vislumbra qualquer hipótese de nulidade. Não se pode falar em preterição do direito de defesa previamente, in casu, à expedição do despacho decisório, pois é somente depois de realizada sua ciência que abrese o prazo para o contribuinte apresentar sua manifestação de inconformidade, e nesse momento, deve apresentar os argumentos e documentos que entender necessários a albergar sua defesa. Igualmente, diversamente do alegado pelo recorrente, inexiste vício na decisão a quo que pudesse inquinála de nulidade, pois todas as questões abordadas pela decisão recorrida estão fundamentadas, conforme se observa do conteúdo do seu voto condutor. Por certo que a falta de fundamentação tem o condão de gerar nulidade de decisão, que não é o caso destes autos, pois a decisão atacada tem respectiva fundamentação. A alegada inovação jurídica nos argumentos apresentados nas decisões proferidas pela DRF/REC e pela DRJ/REC não configura vício que pudesse macular a decisão recorrida de nulidade, pois não há caracterização de cerceamento do direito de defesa, na medida em que todas as questões enfrentadas pela decisão recorrida estão fundamentadas. O despacho decisório foi lavrado por servidores competentes com observância de todos os requisitos legais artigo 74 da Lei 9.430 de 1996 e Decreto 70.235 de 1972). A autoridade tributária tem o direito de examinar a escrituração e os documentos comprobatórios dos lançamentos nela efetuados e a pessoa jurídica tem o dever de exibilos e conserválos até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram, bem como de prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos, conforme dispõem os artigos 142 e 195 do CTN, o artigo 6º da Lei 10.593 de 06.12.2002, os artigos 10 e 59 do Decreto 70.235 de 1972 e os artigos 2º e 4º da Lei 9.784 de 1999. Fl. 96DF CARF MF Processo nº 10480.902105/200869 Acórdão n.º 3001000.250 S3C0T1 Fl. 94 7 Evidenciase também que as autoridade fiscais agiram em cumprimento com o dever de ofício com zelo e dedicação as atribuições do cargo, observando as normas legais e regulamentares e justificando o processo de execução do serviço, bem como obedecendo aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência, conforme dispõem o artigo 116 da Lei 8.112 de 11.12.1990, o artigo 2º da Lei 9.784 de 1999 e o artigo 37 da Constituição Federal. A decisão de primeira instância está motivada de forma explícita, clara e congruente e da qual o recorrente foi regularmente cientificado. Ainda, na apreciação dos argumentos de defesa apresentados, o colegiado a quo formou livremente sua convicção, em conformidade do princípio da persuasão racional, conforme dispõe o artigo 29 do Decreto 70.235 de 1972. Dito isto, é de se ver que o Despacho Decisório nº de rastreamento 763938433 e o Acórdão 1131.484 da 2ª Turma da DRJ/REC, contêm todos os requisitos legais, o que lhes conferem existência, validade e eficácia. As formas instrumentais adequadas foram respeitadas, os documentos foram reunidos no processo, que estão instruídos com as provas produzidas por meios lícitos, em observância às garantias ao devido processo legal. O enfrentamento das questões na peça de defesa denota perfeita compreensão da descrição dos fatos e dos enquadramentos legais que ensejaram os procedimentos fiscais em apreço. Em assim sendo, a tese exposta pelo defendente não restou demonstrada. A propósito, as divergências suscitadas pelo recorrente quanto a inovação do conteúdo do indeferimento inicial das compensações são matérias de mérito, e assim devem ser enfrentadas, e não como questões para serem enfrentadas em sede de preliminar. Por tudo que foi exposto, rejeito a preliminar de nulidade de cerceamento do direito de defesa suscitada. Dos contextos fático e jurídico Conforme depreendese do relatório do acórdão recorrido, aqui reproduzido, tratase de processo de Declaração de Compensação PER/DCOMP 30295.33713.250504.1.3.041232, transmitida pelo contribuinte em 25.05.2004, por intermédio da qual compensa débito de IRPJ, relativo ao período de apuração do 1º trimestre de 2004, com vencimento em 31.05.2004, no valor de R$ 321,38, com alegado crédito relativo à Cofins, derivado de “pagamento indevido ou a maior”, efetuado em 12.08.1999, referente ao período de apuração junho de 1999. Da verificação da legitimidade e materialidade do crédito resultou o despacho decisório que indeferiu o direito creditório e não homologou a referida PER/DCOMP, sob o fundamento da inexistência de crédito, nos seguintes termos: “Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: R$ 520,37. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Fl. 97DF CARF MF 8 O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade sustentando que o indeferimento do pleito decorreu “do fato de a empresa, ao elaborar as declarações de compensação, não ter realizado a retificação das respectivas DCTFs para ajustálas aos novos valores dos débitos apurados”. Aduziu que apenas ocorrera falha procedimental da empresa, ao ter deixado de retificar as DCTF, o que “não anula a existência dos créditos, vez que estes decorrem da existência de decisão judicial favorável à OABPE, (...), garantindo a isenção de COFlNS para as empresas exclusivamente prestadoras de serviços relativos a profissões legalmente regulamentadas”. E mais, segundo documento relativo à ação judicial impetrada pela OABPE, com decisão transitada em julgado, restou garantido seu direito a isenção da Cofins, do que resulta que “todos os pagamentos realizados a tal título tornaramse indevidos, na forma do art. 165, I, do CTN, razão pela qual poderiam ser utilizados pela empresa, como o foram, para a compensação de outros débitos da empresa para com a Receita Federal". Neste contexto, temse que a manifestação foi julgada improcedente sob os fundamentos a seguir reproduzidos, colhidos do voto condutor do acórdão vergastado: 5. Consoante já relatado, o pedido de restituição/compensação efetivado pela interessada por meio do PER/DCOMP de fls. 01/05 foi indeferido pela autoridade administrativa o Delegado de Receita Federal do Brasil no RecifePE em face da constatação de que o alegado crédito já havia sido utilizado para a quitação de outro débito, qual seja, aquele relativo à Cofins, período de apuração junho de 1999. Não restara, portanto, segundo explicitado no DESPACHO DECISÓRIO (fls. 06), crédito disponível para a compensação do débito indicado na citada PER/DCOMP, razão pela qual não foi homologada. 6. Segundo explicitado no item 3 do Relatório, a contribuinte, na sua manifestação de inconformidade, alega ter sido beneficiada por decisão judicial transitada em julgado de iniciativa da OAB PE, da qual é substituída processual, e na qual restou garantido o seu direito à isenção da Cofins. Por esta razão, entende que “(...) todos os pagamentos realizados a tal título tornaramse indevidos, na forma do art. 165, I, do CTN, razão pela qual poderiam ser utilizados pela empresa, como o foram, para a compensação de outros débitos da empresa para com a Receita Federal.” E aduz, em relação à alegada informação obtida junto ao CAC da DRF/Recife acerca do fato de não ter retificado as DCTF, que isso “(...) não anula a existência dos créditos, vez que estes decorrem da existência de decisão judicial favorável à OABPE, da qual a empresa é sindicalizada (sic), garantindo a isenção de COFINS para as empresas exclusivamente prestadoras de serviços relativos a profissões legalmente regulamentadas.” 7. De princípio, cumpre trazer à baila os arts. 170 e 170A da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional (CTN) que cuidam do instituto da compensação, a seguir transcritos, in verbis: (...) 8. Da leitura dos textos acima, depreendese que a compensação tributária, além de estar submetida à verificação dos créditos e dos débitos pela autoridade administrativa, os quais deverão estar revestidos dos atributos de liquidez e certeza, não poderá ser homologada pela referida autoridade mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo Fl. 98DF CARF MF Processo nº 10480.902105/200869 Acórdão n.º 3001000.250 S3C0T1 Fl. 95 9 sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. 9. Neste ponto, cabe esclarecer que o PER/DCOMP sob análise foi apresentado em 25/05/2004 portanto, antes do trânsito em julgado da decisão judicial, ocorrido em 09/09/2004. Acrescentese que a contribuinte, ao preencher o PER/DCOMP (fls. 01), i) no campo relativo ao tipo de crédito, informou “pagamento indevido ou a maior”; e ii) no campo em que se indaga se o crédito é oriundo de ação judicial, respondeu “NÃO”. Não havia, pois, crédito líquido e certo a compensar, no momento da transmissão do pedido de compensação. 10. E, tendo em vista que a decisão judicial favorável transitou em julgado posteriormente à apresentação do PER/DCOMP, passase, agora, a analisar a alegação relativa a existência do crédito oriundo da ação judicial patrocinada pela OABPE, em substituição processual dos seus associados. Inicialmente, traça se breve histórico da ação judicial referenciada. (...) 11. Diante do exposto, o que interessa, para deslinde da questão ora sob apreciação, é a determinação dos limites da decisão judicial proferida no bojo da ação de mandado de segurança nº 2001.83.00.0145250, após os desdobramentos posteriores, em especial as decisões proferidas em sede da ação rescisória nº 5471PE e da Rcl nº 6917. 12. De pronto, cumpre trazer a lume entendimento já proferido pelo STJ, ao negar provimento ao REsp nº 522.475AL (2003/00550328), relator o Ministro Luiz Fux, cuja ementa reza, in litteris : (...) 13. Cumpre, também, transcrever as Súmulas de nºs 269 e 271, também do STF :: (...) 14. Aplicandose ao caso concreto em que o contribuinte pretendeu compensar débito posterior à impetração do mandado de segurança, antes do trânsito em julgado da decisão favorável, com alegado crédito anterior à impetração os entendimentos constantes das Súmulas do STF de nºs 239, 269 e 271, reproduzidas nos itens anteriores, temse que a decisão proferida na ação de mandado de segurança nº 2001.83.00.0145250, que transitara em julgado em 09/09/2004, não alcança créditos porventura existentes relativos a períodos de apuração da Cofins anteriores a impetração da ação, bem como só alcança o(s) exercício(s) financeiro(s) albergado(s) pela impetração. 15. Observase, portanto, que o título judicial representado pela decisão transitada em julgado em 09/09/2004 não se apresenta exigível, faltandolhe, portanto, condição essencial para sua validade, nos termos do inciso II e do parágrafo único do art. 741 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil CPC). (...) Fl. 99DF CARF MF 10 16. É que, tendo o STF reconhecido a constitucionalidade do art. 56 da Lei nº 9.430, de 1996, revogador da isenção outrora concedida pela LC nº 70, de 1991, objeto do mandado de segurança impetrado pela OABPE, alcançadas estão as decisões judiciais que reconheceram a inconstitucionalidade daquele diploma legal com base na ofensa ao princípio da hierarquia das leis. Vêse, assim, que o título judicial representado pela decisão transitada em julgado em 09/09/2004, que lastreia a suposta inexigibilidade da Cofins das sociedades civis prestadoras de serviços relacionados ao exercício da advocacia, devidamente registradas na OABPE, não goza do requisito da exigibilidade, pois o STF firmou entendimento pelo reconhecimento da constitucionalidade da revogação da isenção das sociedades referenciadas pela Lei nº 9.430, de 1996. 17. Desta forma, resta claro que, em virtude da decisão na ação rescisória AR 5471PE / Processo nº 2006.05.00.0442426 e da liminar na Reclamação junto ao STF Rcl/6917, a isenção reconhecida judicialmente, transitada em julgado em 09/09/2004 (processo nº 2001.83.00.014520, deixou de existir. Não há, portanto, qualquer possibilidade de considerar indevidas as contribuições para a Cofins recolhidas pela contribuinte. E, por conseguinte, inexistente o direito à compensação, em virtude da falta de liquidez e certeza dos indébitos pleiteados. 18. No que se refere à menção que a contribuinte faz, na peça de defesa, a respeito de ter obtido junto ao CAC da DRF/Recife a informação de que a nãohomologação do pedido de compensação decorrera do fato de não ter retificado a respectiva DCTF, para ajustála aos novos valores dos débitos apurados, e que tal fato “(...) não anula a existência dos créditos, vez que estes decorrem da existência de decisão judicial favorável à OABPE (...)”, tudo o que já se expôs neste Voto mostra ser desnecessário proceder à sua apreciação. Cumpre relembrar que a compensação, como forma de extinção de crédito tributário, somente pode ser autorizada por lei e nos exatos limites fixados pelo Código Tributário Nacional: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Esclareçase que o parágrafo 1º do artigo 66 da Lei 8.383 de 1991, posteriormente alterada pela Lei 9.065 de 1995, apenas autorizou a compensação entre débitos e créditos de mesma natureza, ou seja: débitos tributários com créditos tributários e débitos de receitas patrimoniais com créditos de receitas patrimoniais. Ainda, a referida lei determinou que os débitos e créditos tributários deveriam corresponder à mesma espécie de tributo ou contribuição, na medida em que a compensação era feita sem pedido, e somente com esta limitação não haveria reflexos na repartição de receitas tributárias: Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10480.902105/200869 Acórdão n.º 3001000.250 S3C0T1 Fl. 96 11 contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a período subseqüente. § 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie. (...) Com a edição da Lei 9.430 de 1996, acresceuse a permissão de compensação entre tributos de espécies diferentes. Os créditos continuaram sendo, apenas, aqueles passíveis de restituição ou ressarcimento, na forma do inciso I do artigo 73 daquela lei, ao qual se reporta o artigo 74: Art. 73. Para efeito do disposto no art. 7º do Decretolei nº 2.287, de 23 de julho de 1986, a utilização dos créditos do contribuinte e a quitação de seus débitos serão efetuadas em procedimentos internos à Secretaria da Receita Federal, observado o seguinte: (...) Art. 74. Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. Quanto aos direitos creditórios objeto de contestação judicial, a Instrução Normativa SRF 21 de 10.03.1997, alterada pela Instrução Normativa SRF 73 de 15.09.1997, estipulava procedimento específico, nos seguintes termos: Art. 17. Para efeito de restituição, ressarcimento ou compensação de crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado, o contribuinte deverá anexar ao pedido de restituição ou de ressarcimento uma cópia do inteiro teor do processo judicial a que se referir o crédito e da respectiva sentença, determinando a restituição, o ressarcimento ou a compensação. (...) Em 2001, porém, o Código Tributário Nacional foi alterado para contemplar expressamente a vedação à compensação de direitos creditórios objeto de discussão judicial: Art. 170A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) Na sequência, a alteração do artigo 74 da Lei 9.430 de 1996, ocorrida em 2002, já se fez neste contexto, em que proíbe a compensação tendo por referência direito creditório objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, ainda sem trânsito em julgado. Destaquese, ainda, que a partir deste momento a compensação passou a ter efeitos extintivos do crédito tributário, por ocasião de sua declaração à Receita Federal, nos termos da Medida Provisória 66, convertida na Lei 10.637, ambas editadas em 2002: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, Fl. 101DF CARF MF 12 passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) Pois bem, quanto ao aspecto fático, o que denotase dos autos é que as decisões proferidas no despacho decisório e na decisão recorrida divergiram tão somente em função dos argumentos de defesa apresentados pelo contribuinte, quando da apresentação da sua manifestação de inconformidade, ocasião em que, instaurado o litígio, deu a conhecer da existência do Mandado de Segurança 2001.83.00.0145250, e desdobramentos posteriores; e não poderia ser diferente, pois referida ação transitou em julgado somente em 09.09.2004, ou seja, depois da apresentação do PER/DCOMP sob análise, ocorrido em 25.05.2004, razão pela qual, em face da legislação de regência, preferiu manterse silente quanto a origem do alegado direito creditório vindicado. Desse modo, não assiste razão ao recorrente quando este pretende a invalidade dos atos administrativos que questiona, quais sejam, o despacho decisório proferido pela DRF/REC e o próprio acórdão recorrido, na medida em que, como visto alhures, tais decisões apenas e tão somente trataram de sopesar os argumentos por este apresentados, à luz dos elementos fáticos disponibilizados pelo interessado e da legislação de regência. Do mérito propriamente dito Restanos analisar os argumentos trazidos no recurso voluntário, quais sejam: (i) que "a decisão judicial em Mandado de Segurança que concedeu o benefício de isenção da empresa da COFINS já havia sido encerrada e tendo reconhecido o direito"; (ii) que "em sede de ação rescisória foi reanalisada a questão, na qual o TRF da 5ª Região decidiu por conceder parcial provimento à rescisória a fim de conceder efeitos exnunc à decisão, ou seja, a rescisão da decisão que concedia o beneficio de isenção da COFINS somente surtiria efeitos para frente, não abrangendo os fatos pretéritos"; (iii) que tão somente "contra esta decisão do TRF foi que concedeuse a liminar do Ministro Joaquim Barbosa do STF, suspendendo a modulação dos efeitos da decisão da rescisória"; (iv) e que "como o próprio nome diz, é decisão precária e não anulou, (...), os efeitos do decidido na ação rescisória. Seus efeitos estão apenas suspensos, aguardando um pronunciamento do órgão colegiado do STF quanto à manutenção ou não da liminar". O pedido de reconhecimento do indébito albergado nestes autos, conforme restou sobejamente evidenciado na manifestação de inconformidade e no acórdão recorrido, tem por "pano de fundo", por óbvio, a alegação de inconstitucionalidade do artigo 56 da Lei 9.430 de 1996, que revogou a isenção prevista no inciso II do artigo 6º da Lei Complementar 70 de 1991. Porém, antes de analisar os argumentos declinados no recurso voluntário acerca da questão da inconstitucionalidade da norma em referência art. 56 da Lei 9.430/96, peço licença para, de plano, alertar que a Primeira Seção do STJ, ao julgar a Ação Rescisória Fl. 102DF CARF MF Processo nº 10480.902105/200869 Acórdão n.º 3001000.250 S3C0T1 Fl. 97 13 AR 3.761PR, na sessão de 12.11.2008 (DJe 20.11.2008 ed. 262), deliberou pelo cancelamento da Súmula 276 (DJ 02.06.2003, p. 365), cujo verbete enunciava: "As sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas da Cofins, irrelevante o regime tributário adotado", tendo por referência a Lei Complementar 70 de 1991 (art. 6º, II), a Lei 8.541 de 1992 (arts. 1º e 2º) e a Lei 9.430 de 1996, que revoga o DecretoLei 2.397 de 1987 (arts. 1º e 2º). Retomando ao tema cerne do litígio, basta, para o completo deslinde da questão meritória aqui suscitada, esclarecer ao recorrente que tal questão encontrase, a quase uma década, absolutamente pacificada. É que a constitucionalidade da citada norma ordinária foi declarada, pelo STF, no Recurso Extraordinário 377.4573, julgado em 17.09.2008, em relação ao qual foi declarada a repercussão geral, nos termos do artigo 543B do CPC Lei 5.925 de 1973, ocasião em que foi também negada a modulação dos efeitos da decisão. Desse modo, em atenção ao que determina o Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Ricarf, reproduzo a ementa da decisão proferida pelo STF, sob a sistemática do artigo 543B do CPC, no Recurso Extraordinário 377.4573, verbis: EMENTA: Contribuição social sobre o faturamento COFINS (CF, art. 195, I). 2. Revogação pelo art. 56 da Lei 9.430/96 da isenção concedida às sociedades civis de profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da Lei Complementar 70/91. Legitimidade. 3. Inexistência de relação hierárquica entre lei ordinária e lei complementar. Questão exclusivamente constitucional, relacionada à distribuição material entre as espécies legais. Precedentes. 4. A LC 70/91 é apenas formalmente complementar, mas materialmente ordinária, com relação aos dispositivos concernentes à contribuição social por ela instituída. ADC 1, Rel. Moreira Alves, RTJ 156/721.5. Recurso extraordinário conhecido mas negado provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas por maioria de votos, desprover o recurso. Em seguida o Tribunal, tendo em vista o disposto no artigo 27 da Lei nº 9.868/99, rejeitou pedido de modulação de efeitos. Prosseguindo, o Tribunal rejeitou questão de ordem que determinava a baixa do processo ao Superior Tribunal de Justiça, pela eventual falta da prestação jurisdicional. Por maioria, resolvendo questão de ordem, entendeu que estava correta a submissão do recurso extraordinário na forma proposta pelo Superior Tribunal de Justiça, tendo em vista a questão de ordem para permitir a aplicação do artigo 543B do Código de Processo Civil, nos termos do voto do relator. Por fim, cabe evidenciar a presente decisão judicial possui eficácia ex tunc, alcançando todas as relações jurídicas albergadas desde a edição da Lei 9.430 de 1996, sendo afastada, inclusive, a mencionada jurisprudência e revogada a Súmula 276 do STJ. Razão pela Fl. 103DF CARF MF 14 qual não merece qualquer reparo a decisão proferida no Acórdão 1131.484, da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife/PE DRJ/REC, notadamente ao que restou expresso no itens 16 e 17 do voto condutor do referido acórdão, na medida em que corretamente pontuou que tendo o STF reconhecido a constitucionalidade do art. 56 da Lei nº 9.430, de 1996, revogador da isenção outrora concedida pela LC nº 70, de 1991, objeto do mandado de segurança impetrado pela OABPE, alcançadas estão as decisões judiciais que reconheceram a inconstitucionalidade daquele diploma legal com base na ofensa ao princípio da hierarquia das leis. Vêse, assim, que o título judicial representado pela decisão transitada em julgado em 09/09/2004, que lastreia a suposta inexigibilidade da Cofins das sociedades civis prestadoras de serviços relacionados ao exercício da advocacia, devidamente registradas na OABPE, não goza do requisito da exigibilidade, pois o STF firmou entendimento pelo reconhecimento da constitucionalidade da revogação da isenção das sociedades referenciadas pela Lei nº 9.430, de 1996 e que, em virtude da decisão na ação rescisória AR 5471PE / Processo nº 2006.05.00.0442426 e da liminar na Reclamação junto ao STF Rcl/6917, a isenção reconhecida judicialmente, transitada em julgado em 09/09/2004 (processo nº 2001.83.00.014520, deixou de existir. Não há, portanto, qualquer possibilidade de considerar indevidas as contribuições para a Cofins recolhidas pela contribuinte. E, por conseguinte, inexistente o direito à compensação, em virtude da falta de liquidez e certeza dos indébitos pleiteados. Da conclusão Diante do todo exposto, rejeito a preliminar de nulidade suscitada, ante a inexistência do cerceamento do direito de defesa e, no mérito, nego provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Fl. 104DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.923159/2012-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do Fato Gerador: 19/11/2007
CIÊNCIA A ADVOGADO REPRESENTANTE DO CONTRIBUINTE.
No processo administrativo fiscal não pode o advogado receber intimação, notificação e outras mensagens que por expressa disposição legal cabe ao contribuinte seu cumprimento ou conhecimento.
AUTO DE INFRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO FORMAL OU MATERIAL. NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade por cerceamento do direito de defesa, a valoração em Per/Dcom, despacho decisório ou acórdão recorrido que atendem os requisitos formais, apresentam clara descrição dos fatos, correta capitulação legal e razões de decidir, especialmente, se ao sujeito passivo foi oportunizado adequadamente o contraditório e o direito de defesa.
COMPENSAÇÃO. ACRÉSCIMOS LEGAIS. MORA
Na forma da legislação de regência, no procedimento de compensação tanto os créditos quanto os débitos sofrem a correspondente incidência de acréscimos legais por ocasião do encontro de contas (valoração), resultando sempre em desequilíbrio quando presente a mora.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.859
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araujo, Lenisa R. Prado e José Renato P. de Deus votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Dèrouléde - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Walker Araujo, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus e Lenisa Rodrigues Prado. Ausente, justificadamente, a Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Data do Fato Gerador: 19/11/2007 CIÊNCIA A ADVOGADO REPRESENTANTE DO CONTRIBUINTE. No processo administrativo fiscal não pode o advogado receber intimação, notificação e outras mensagens que por expressa disposição legal cabe ao contribuinte seu cumprimento ou conhecimento. AUTO DE INFRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO FORMAL OU MATERIAL. NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade por cerceamento do direito de defesa, a valoração em Per/Dcom, despacho decisório ou acórdão recorrido que atendem os requisitos formais, apresentam clara descrição dos fatos, correta capitulação legal e razões de decidir, especialmente, se ao sujeito passivo foi oportunizado adequadamente o contraditório e o direito de defesa. COMPENSAÇÃO. ACRÉSCIMOS LEGAIS. MORA Na forma da legislação de regência, no procedimento de compensação tanto os créditos quanto os débitos sofrem a correspondente incidência de acréscimos legais por ocasião do encontro de contas (valoração), resultando sempre em desequilíbrio quando presente a mora. Recurso Voluntário Negado.
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DCOMP TRANSMITIDA APÓS VENCIMENTO DO DÉBITO. Recorrente ESPN DO BRASIL EVENTOS ESPORTIVOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do Fato Gerador: 19/11/2007 CIÊNCIA A ADVOGADO REPRESENTANTE DO CONTRIBUINTE. No processo administrativo fiscal não pode o advogado receber intimação, notificação e outras mensagens que por expressa disposição legal cabe ao contribuinte seu cumprimento ou conhecimento. AUTO DE INFRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO FORMAL OU MATERIAL. NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade por cerceamento do direito de defesa, a valoração em Per/Dcom, despacho decisório ou acórdão recorrido que atendem os requisitos formais, apresentam clara descrição dos fatos, correta capitulação legal e razões de decidir, especialmente, se ao sujeito passivo foi oportunizado adequadamente o contraditório e o direito de defesa. COMPENSAÇÃO. ACRÉSCIMOS LEGAIS. MORA Na forma da legislação de regência, no procedimento de compensação tanto os créditos quanto os débitos sofrem a correspondente incidência de acréscimos legais por ocasião do encontro de contas (valoração), resultando sempre em desequilíbrio quando presente a mora. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araujo, Lenisa R. Prado e José Renato P. de Deus votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Dèrouléde Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 92 31 59 /2 01 2- 31 Fl. 158DF CARF MF Processo nº 10880.923159/201231 Acórdão n.º 3302004.859 S3C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Walker Araujo, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus e Lenisa Rodrigues Prado. Ausente, justificadamente, a Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza. Relatório A recorrente acima qualificada apresentou Declaração de Compensação pleiteando a compensação de débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela RFB com créditos decorrentes de pagamento supostamente indevido ou a maior. Por meio de Despacho Decisório emitido pela DERATSP, a compensação declarada não foi homologada na sua totalidade, tendo em vista que o valor do pagamento tido como origem do crédito pretendido revelouse insuficiente para quitar os débitos informados no PER/DCOMP. Na Manifestação de Inconformidade apresentada, a contribuinte salienta que sempre cumpriu com suas obrigações tributárias, recolhendoas nos seus devidos prazos ou por força maior, com os devidos encargos legais, por isso discorda do débito cobrado no Despacho Decisório. Diz ser detentora de crédito decorrente de pagamento supostamente indevido ou a maior, que foi utilizado para compensar débito no mesmo valor, cuja data de vencimento é a mesma do recolhimento. Lembra que não se apropriou de juros pela taxa Selic sobre os valores declarados em Per/Dcomp e não imputou multa e juros sobre os débitos compensados porque são do mesmo período de apuração. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 06045.323. O fundamento adotado, em síntese, foi o de que, na compensação declarada pelo sujeito passivo, os débitos sofrem a incidência de acréscimos legais até a data da entrega da Declaração de Compensação, na forma da legislação de regência. Cientificada daquela decisão a Recorrente apresentou recurso voluntário, onde alega em síntese que: · existe nulidade do despacho decisório e do acórdão recorrido por ausência de motivação, dada a generalidade da fundamentação sem aferir o real motivo do indeferimento ou o equívoco cometido pela recorrente, com consequente cerceamento do direito de defesa; · o despacho que não homologa o pedido de compensação deve conter, tal qual o auto de infração, a descrição do fato, disposição legal infringida e multa aplicável; · não houve prejuízo para o Erário, pois apenas houve erro na rubrica no DARF, e não atraso no recolhimento; · a cobrança de multa de mora sem atraso no recolhimento constitui enriquecimento sem causa Fl. 159DF CARF MF Processo nº 10880.923159/201231 Acórdão n.º 3302004.859 S3C3T2 Fl. 4 3 · não há que se falar em juros de mora uma vez que, no caso, o período de apuração é o mesmo para o crédito e o débito. · subsidiariamente solicita diligência para reexame dos documentos; · reitera a necessidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário em análise , finalmente · solicita que a advogada da causa seja intimada e informada de todas as publicações sob pena de arguição de nulidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.825, de 25 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10880.923119/201290, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.825): "O Recurso deve ser conhecido por ter sido apresentado tempestivamente e atender os demais pressupostos e requisitos de admissibilidade. Do pedido do subscritor do recurso (advogada) para recebimento de futuras publicações/intimações no endereço por ela indicado. No Processo Administrativo Fiscal PAF o artigo 10 do Decreto nº 7.574 estabelece as formas de intimação sempre direcionadas ao próprio contribuinte. Por sua vez o artigo 26 e seguintes da Lei nº 9.784, de 1999 Processo Administrativo Federal também não prevê que o advogado possa ser comunicado dos atos de interesse do administrado que em última instância é quem sofrerá seus efeitos. Atentese, ainda, que a intimação em sede de PAF é de competência da RFB não havendo pronunciamento normativo do CARF amparando a pretensão, assim sendo, indefiro o pedido. Do alegado cerceamento ao direito de defesa Sem razão a Recorrente. O Despacho Decisório de fl, 17, assim como a Decisão recorrida estão perfeitamente fundamentados, com enquadramento legal, descrição dos fatos e cálculo da valoração (detalhamento da compensação, valores devedores e Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10880.923159/201231 Acórdão n.º 3302004.859 S3C3T2 Fl. 5 4 emissão de DARF, fl. 11), portanto não há que se falar em nulidade de atos ou cerceamento ao direito de defesa. Mérito Cuida o presente processo de erro cometido pela Recorrente no preenchimento de código em DARF pago, cujo valor a Recorrente deseja aproveitar para pagamento do débito correspondente ao código/tributo correto sem, entretanto, sofrer os acréscimos legais da multa de mora. A recorrente não alega qualquer tipo de erro nos débitos nem há notícia de que os mesmos não tenham sido informados nas correspondentes declarações entregues antes do PerDcomp, assim sendo, os fatos mostramse incontroversos e dispensam diligência. Não se vislumbra incorreção no procedimento da RFB na análise do PerDcomp que culminou com cobrança de débitos indevidamente compensados em virtude do contribuinte não ter considerado a multa de mora no pagamento/compensação dos débitos. Pois bem, um tributo só é considerado efetivamente pago, total ou parcialmente, quando o sistema de dados da Fazenda Nacional compara o código informado no DARF com o correspondente código do débito informado em declaração específica e faz a vinculação entre ambos. Caso contrário o valor recolhido equivocadamente permanece "em aberto" como crédito e não como pagamento, podendo por isso ser restituído acrescido dos juros compensatórios. Por outro lado o débito formalmente declarado, que não corresponde ao código informado equivocadamente no DARF, continua sem quitação e a sofrer os acréscimos de juros e multa de mora. Optando ou não a contribuinte pela compensação, sempre haverá cobrança de mora se o débito não foi formalmente liquidado na data do vencimento, independente de quando tenha sido realizado o pagamento indevido. A sistemática de análise de PerDcomp não altera essas duas situações distintas e independentes (pagamento indevido e pagamento em atraso), pois ela apenas faz o encontro de contas na data da entrega do PerdComp, momento da valoração do crédito para restituição e automática conversão em pagamento do débito em aberto, total ou parcialmente, mediante compensação. Repitase que este encontro de contas sempre será desfavorável ao contribuinte tendo em vista que o código do débito1, 1 Lei 9.430, de 1996 Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10880.923159/201231 Acórdão n.º 3302004.859 S3C3T2 Fl. 6 5 correspondente ao código correto que deveria constar no DARF, não foi encontrado pelo sistema e assim o débito em aberto sofre acréscimos da multa de mora diária mais juros de mora mensais até a data a entrega do Perdcomp, enquanto que (ii) o crédito2 a ser restituído e compensando sofre somente os juros compensatórios mensais, calculados também até a data da entrega do PerDcomp. Em resumo, se no momento da valoração, ou seja na data da transmissão da PerDcomp, o débito que se buscou compensar já estava sujeito a acréscimos moratórios, e o crédito com seus acréscimos não foram suficientes para quitálos, então a compensação é homologada parcialmente e o saldo residual do débito considerado indevidamente compensado, exigindose, em consequência, seu pagamento com os acréscimos legais3. A mesma sistemática se repete em sucessivos PerDcomp quando existe saldo residual de crédito na compensação homologada a ser aproveitado em outro(s) PerdComp. A situação parece injusta mormente porque o pagamento indevido ou a maior decorre em regra de um erro do contribuinte que não pretendia ficar em mora, porém não é o caso de se aplicar o art. 108 do CTN, pois verificase que não foi a RFB que deu causa ao erro. Ademais, mesmo sem levar em consideração os transtornos e custos que os erros causam à administração, há de se observar ainda que o julgador administrativo está vinculado à lei, ainda na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. 2 Art. 72. O crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição ou reembolso, será restituído, reembolsado ou compensado com o acréscimo de juros Selic para títulos federais, acumulados mensalmente, e de juros de 1% (um por cento) no mês em que: II houver a entrega da Declaração de Compensação ...; § 1º No cálculo dos juros de que trata o caput, observarseá, como termo inicial da incidência: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 973, de 27 de novembro de 2009) III na hipótese de pagamento indevido ou a maior: c) o mês subseqüente ao do pagamento, se este tiver sido efetuado após 31 de dezembro de 1997; 3 Lei nº 9.430 /1996 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito... § 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 7o Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) IN 900/2009 Art. 38. O tributo objeto de compensação não homologada será exigido com os respectivos acréscimos legais. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10880.923159/201231 Acórdão n.º 3302004.859 S3C3T2 Fl. 7 6 que esta reflita apenas aspectos sobre cumprimento dos prazos e forma de apuração dos valores, e assim não pode deixar de reconhecer a aplicação destas formalidades legais utilizadas para cálculo da restituição de pagamentos indevidos e para cobrança de débitos vencidos, independente deste tipo de erro cometido pela contribuinte que o deixou em mora. Não se vislumbra ilegalidade no procedimento da Receita Federal e tampouco enriquecimento ilícito da União, pois decorrente da lei. Conclusão Diante de tudo que foi exposto, rejeito a preliminar arguida, e no mérito nego provimento ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o(s) débito(s) que se procuravam compensar já se encontravam vencidos na data em que foi transmitida a DCOMP inicial. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 163DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16045.000623/2006-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 20 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ
Ano calendário: 2002
IRPJ. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS.
A Lei n° 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. INVERSÃO.
Cabe ao sujeito passivo o ônus da prova se a infração tributária que lhe é atribuída decorre de presunção legal.
DEMAIS TRIBUTOS. Aplica-se à tributação reflexa idêntica solução dada ao lançamento principal em face da estreita relação de causa e efeito.
Recurso Voluntário desprovido.
Numero da decisão: 1402-000.779
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da primeira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro
Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: Carlos Pelá
1.0 = *:*
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Ano calendário: 2002 IRPJ. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A Lei n° 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. INVERSÃO. Cabe ao sujeito passivo o ônus da prova se a infração tributária que lhe é atribuída decorre de presunção legal. DEMAIS TRIBUTOS. Aplica-se à tributação reflexa idêntica solução dada ao lançamento principal em face da estreita relação de causa e efeito. Recurso Voluntário desprovido.
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decisao_txt : ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da primeira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira.
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OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A Lei n° 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. INVERSÃO. Cabe ao sujeito passivo o ônus da prova se a infração tributária que lhe é atribuída decorre de presunção legal. DEMAIS TRIBUTOS. Aplicase à tributação reflexa idêntica solução dada ao lançamento principal em face da estreita relação de causa e efeito. Recurso Voluntário desprovido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 466DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 16045.000623/200608 Acórdão n.º 140200.779 S1C4T2 Fl. 2 2 ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da primeira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira. (assinado digitalmente) Albertina Silva dos Santos Lima Presidente (assinado digitalmente) Carlos Pelá Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Relatório Tratase de auto de infração de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, anoscalendário 2002 e 2003 (fls.5/28). Por razões de economia processual, adoto parte do relatório da DRJ/CPS no que esclarece sobre as supostas transgressões à legislação tributária: Consoante discriminado no "Termo de Constatação Fiscal" às fl. 47 a 50, foram descritos os seguintes fatos: "4.1 CONSTATAÇÃO 1 Aplicação indevida de coeficiente de determinação do lucro presumido. 4.1.1 0 contribuinte aplicou o coeficiente de determinação do lucro presumido de 16% em relação à prestação de serviços, ao invés de 32%, em todo os meses do anocalendário de 2002. A aplicação do coeficiente reduzido de 16% só é permitida para as pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços e, mesmo assim, com receita bruta anual de até R$ 120.000,00. 4. 1.2. No caso, o contribuinte, além da prestação de serviços, obteve receita bruta sobre a revenda de mercadorias, tendo atividade mista durante todo o ano calendário de 2002, fato este corroborado pelas informações contidas nos livros fiscais e contábil e na DIPJ/2003. 4.1.3. E, mesmo que fosse prestadora exclusiva de serviços a sua receita bruta superou o limite de R$ 120.000,00 no ano calendário de 2002, conforme demonstra o quadro a seguir:.." Fl. 467DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 16045.000623/200608 Acórdão n.º 140200.779 S1C4T2 Fl. 3 3 A seguir discrimina os valores declarados em DIPJ 2003, mas com presunção do lucro com percentual de 16%, quando deveria ser apurado com o percentual de 32%. Para tanto no item 04 do auto de infração efetuou a tributação dos serviços com base no percentual de 32%. "4.2 CONSTATAÇÃO 2 Receita Operacional lançada e não declarada. 4.2.1 Foram constatadas divergências entre os valores escriturados nos livros fiscais e/ou livro contábil (Caixa) e os valores informados na DIPJ/2003 e que NÃO foram oferecidos à tributação, conforme demonstrados no quadro a seguir..." A autoridade fiscal através dos Quadros 3 e 4 demonstra as diferenças encontradas na comparação da DIPJ 2003 com a as receitas escrituradas no Livro Caixa, caracterizando a omissão de receitas de serviços no Quadro 3 e a de Receita de Revenda de Mercadorias no Quadro 4. ( fls. 45). Estes valores foram objeto da autuação conforme se depreende dos itens 02 e 03 do auto de infração. "4.3 CONSTATAÇÃO 3 Depósitos Bancários não contabilizados e cuja origem não foi comprovada. 4.3.1 0 contribuinte não logrou comprovar a origem dos depósitos bancários relacionados e consolidados no Termo de Intimação Fiscal 001, quadro 3. 4.3.2 Dos valores da "Diferença de Créditos a Justificar", do quadro 3 mencionado no item 4.3.1 acima, foram feitos novos ajustes de acordo com a resposta do contribuinte ao Termo de Intimação Fiscal e baseados na informações contidas no livro Caixa, conforme demonstrados no quadro a seguir. Também foram levados em consideração os valores apurados no subitem 4.2." No quadro 5 são demonstrados os valores de depósitos bancários cuja origem não foi comprovada e que foram objetos do auto de infração, item 01. Alega o contribuinte em sua peça impugnatória, em apertada síntese, que os depósitos bancários, por si próprios, apesar de indicar recebimento de renda, não se prestam a demonstrar se houve acréscimo patrimonial (critério material da hipótese de incidência da regramatriz do Imposto sobre a Renda). Sendo assim, de forma alguma poderiam ser tomados como base de cálculo do IRPJ. O acórdão recorrido consignou que a contribuinte impugnou apenas o item 01 do auto de infração, que trata da presunção legal de omissão de receitas em decorrência da não justificativa da origem dos depósitos bancários creditados em sua conta corrente, restando como matéria não impugnada os itens 2, 3 e 4, que tratam respectivamente da diferença entre a DIPJ 2003 e o Livro Caixa nas receitas de serviços (item 2) e revenda de mercadorias (item 3) e da aplicação indevida de coeficiente determinação do Lucro Presumido (item 4). Fl. 468DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 16045.000623/200608 Acórdão n.º 140200.779 S1C4T2 Fl. 4 4 Em função do exposto, indicou os lançamentos cujas matérias foram consideradas não recorridas para prosseguimento das respectivas cobrança. No mais, analisando a matéria impugnada julgou procedente o lançamento, uma vez que à fiscalização caberia provar a existência dos depósitos nas contas bancárias da contribuinte, cabendo a contribuinte comprovar a origem destes depósitos, sob pena de ocorrer a presunção legal de omissão de receitas, conforme disposto no art. 42 da Lei 9.430/96. A contribuinte apresenta recurso voluntário (fls.254/275), repisando os argumentos de sua peça impugnatória. É o Relatório. Voto Conselheiro CARLOS PELÁ, Relator O recurso atende a todos os pressupostos de admissibilidade. Deve, pois, ser conhecido. De plano, cumpre destacar que o recurso voluntário, assim como a impugnação interposta pelo contribuinte é parcial, haja vista não apresentar qualquer contestação expressa às exigências que envolvem os itens 2, 3 e 4 dos autos de infração. Assim, a omissão de um item no recurso voluntário e na impugnação do contribuinte, por si só caracteriza a concordância do sujeito passivo relativo à parte não contestada, ensejando a aplicação do art. 17 do Decreto nº. 70.235/1972, que rege o Processo Administrativo Fiscal. Existindo nos autos matéria não recorridas, tornase definitiva a decisão de primeira instância em relação àquela parte. Portanto, correto o procedimento adotado orientando a cobrança imediata da parte não contestada. Passo a analisar as matérias recorridas. Pleiteia a recorrente, em apertada síntese, que, quanto ao item 1 do auto de infração, não teria a fiscalização comprovado o nexo de causalidade entre os valores depositados e a omissão de receitas capaz de ensejar a ocorrência do fato imponível do IRPJ. Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, bem como dos recursos depositados em contas de terceiro, quando regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (art. 42 da Lei nº. 9.430/96). Fl. 469DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 16045.000623/200608 Acórdão n.º 140200.779 S1C4T2 Fl. 5 5 O contribuinte informou em seu recurso voluntário que não foi possível detectar a razão de a escrita (fiscal/contábil) não estar conciliada, restando, portando, impossível justificar as divergências existentes. Esclareceu, ainda, como prestava serviços de administração de jogo de bingo para a Liga Vale Paraibana de Ciclismo, pelo qual recebia 28% do valor total arrecadado, somente estava obrigada a escriturar (e oferecer à tributação) tal percentual, já que os demais não representavam receitas suas. Por fim, em relação aos créditos remanescentes, confessou a contribuinte que, devido ao decurso do tempo, não se recordava a razão da diferença apurada pela fiscalização. Com efeito, o contribuinte não conseguiu comprovar a origem dos depósitos bancários, apesar das inúmeras oportunidades que lhe foram oferecidas. Nesse passo, se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus depósitos bancários. Assim, os depósitos bancários cuja origem o contribuinte, regularmente intimado, não comprove, caracterizam omissão de receita e, como tal, constituem base de cálculo para o arbitramento do lucro. Tratase de uma presunção legal, prova indireta de que os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, não comprovados pelo titular da conta corrente com documentação hábil e idônea, constituem receita omitida. Quanto aos demais impostos lançados (CSLL, PIS e COFINS), sendo esse lançamento decorrente da mesma infração tributária que motivou a autuação relativa ao IRPJ (lançamento principal), entendo correta a aplicação de idêntica solução. Posto isso, voto por negar provimento ao recurso voluntário, para manter integralmente o auto de infração. (assinado digitalmente) Carlos Pelá Fl. 470DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA
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Numero do processo: 11065.722200/2015-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/1992 a 31/10/1994
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. EMPREGADOS.
A participação nos lucros ou resultados da empresa apenas não integra o salário de contribuição quando paga ou creditada de acordo com a lei específica, que à época dos fatos geradores não existia.
Numero da decisão: 2401-005.366
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Relatora e Presidente.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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Recorrente ARTECOLA QUÍMICA SA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1992 a 31/10/1994 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. EMPREGADOS. A participação nos lucros ou resultados da empresa apenas não integra o salário de contribuição quando paga ou creditada de acordo com a lei específica, que à época dos fatos geradores não existia. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Relatora e Presidente. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 22 00 /2 01 5- 73 Fl. 133DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD (Debcad 31.861.0175) lavrada contra o sujeito passivo em epígrafe, referente à contribuição previdenciária da empresa incidente sobre valores pagos a segurados empregados a título de Participação nos Lucros ou Resultados PLR. O contribuinte impugnou o lançamento, alegando que o dispositivo constitucional que autoriza o pagamento da PLR é autoaplicável. Conforme decisão de fl. 12, julgouse procedente o lançamento. Cientificado da decisão, o contribuinte apresentou recurso, fls. 13/16, que contém, em síntese: Alega que a CR/88, art. 7º, XI, prevê que sobre os valores pagos a título de PLR não integram a remuneração do empregado e, portanto, não estão passíveis de contribuição previdenciária. Afirma que as normas não autoaplicáveis são exceção no sistema constitucional e que a norma válida vige a partir de sua publicação. Cita doutrina. Acrescenta que a dependência da aplicação da norma constitucional à edição de lei inferior põe em perigo a eficácia do direito outorgado ou da obrigação imposta. Requer seja desconstituído o lançamento, tendo em vista a impossibilidade jurídica de se praticar ou exigir a prática de ato contrário à constituição. O texto explicativo de fls. 122/131, apresenta a situação da seguinte forma: A empresa ARTECOLA INDÚSTRIAS QUÍMICAS LTDA, CNPJ 44.699.346/000103 (à época do lançamento do crédito tributário em questão, o CNPJ da matriz era 89.907.497/0001 30 – evento de incorporação posterior – vide tela em anexo) alega estar aguardando o julgamento do recurso (administrativo) por ela interposto, ainda lá no ano de 1995, contra a decisão da Gerência Regional de Arrecadação e Fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social GRAF em Novo Hamburgo, RS, que, indeferindo a impugnação apresentada pela referida empresa, concluiu pela procedência do lançamento [...]. Apenas a título de esclarecimento contextual, informase que são 09 (nove) NFLD’s, no total, na mesma situação, emitidas na mesma ação fiscal, cada uma delas vinculada a um estabelecimento específico da (mesma) empresa recorrente (CNPJ’s da matriz e respectivos estabelecimentos filiais) e todas elas referentes ao mesmo caso/assunto (incidência de contribuições previdenciárias sobre distribuição de lucros aos segurados empregados relativa a período anterior à regulamentação da matéria por norma infraconstitucional), contendo competências de 03/1992 a 10/1994 [...]. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 11065.722200/201573 Acórdão n.º 2401005.366 S2C4T1 Fl. 134 3 Nos Sistemas (eletrônicos) da Dataprev, [...], consta o registro de que, em 21/05/1996, tal crédito tributário passou para a "Fase 517", que corresponderia à situação de "CRÉDITO PREVIDENCIÁRIO SUBJUDICE". Esse registro corresponde (ou deveria corresponder) a uma informação no sentido de que a empresa ARTECOLA INDÚSTRIAS QUÍMICAS LTDA, [...] teria ingressado com uma ação judicial para discutir o referido lançamento de crédito tributário previdenciário. [...] Em função disso, pesquisouse junto à Seção Judiciária da Justiça Federal no Rio Grande do Sul e, também, junto a algumas comarcas da Justiça Estadual do Rio Grande do Sul (Novo Hamburgo e Campo Bom, já que o sujeito passivo em questão, ao menos seu estabelecimento matriz/centralizador, tem seu domicílio tributário/fiscal no Município de Campo Bom, RS) acerca da existência de eventual ação judicial relativa ao lançamento constante da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD nº 31.861.0175, porém não se encontrou nenhuma ação judicial proposta pela referida pessoa jurídica visando à discussão (anulação, desconstituição, modificação etc.) do referido lançamento de crédito tributário previdenciário. A mencionada Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD nº 31.861.0175 referese à inclusão, no saláriode contribuição/base de cálculo das contribuições previdenciárias e daquelas destinadas a terceiros, dos valores distribuídos, pela recorrente, aos seus empregados, a título de participação deles nos lucros da empresa, relativos ao período de 03/1992 a 10/1994, ou seja, referente a período anterior à edição da Medida Provisória nº 794, de 30.12.94 e reedições posteriores (MP 1487, MP 1539 e MP 1619) e, obviamente anterior à MP 1.98277, de 23 de novembro de 2000 e da Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000. A empresa ARTECOLA INDÚSTRIAS QUÍMICAS LTDA, CNPJ 44.699.346/000103 (à época do lançamento dos créditos tributários em questão, o CNPJ da matriz era 89.907.497/0001 30), por sua vez, tem afirmado, de forma reiterada, que não ajuizou nenhuma ação para discutir o lançamento de crédito tributário constante da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD nº 31.861.0175 porque, segundo ela, ainda está aguardando o julgamento administrativo do recurso (administrativo) por ela interposto, no ano de 1995 (ano de mil, novecentos e noventa e cinco), contra a decisão da Gerência Regional de Arrecadação e Fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social GRAF em Novo Hamburgo, RS, dirigido à Junta de Recurso da Previdência Social JRPS, em Porto Alegre, RS (que, à época, era o órgão competente para julgamento do mencionado recurso), porém que ainda não teve notícia quanto a eventual ocorrência do julgamento dele, que Fl. 135DF CARF MF 4 não recebeu nenhuma resposta acerca disso, que nunca foi cientificada de nenhuma decisão sobre eventual julgamento do referido recurso administrativo. [...] Apenas a título de esclarecimento, até para fins de contraste, convém referir que a empresa ARTECOLA INDÚSTRIAS QUÍMICAS LTDA, CNPJ 44.699.346/000103 (à época, o CNPJ da matriz era 89.907.497/000130), teve outros lançamentos de créditos tributários previdenciários lavrados contra si, pela Fiscalização do INSS, referente à mesma matéria, isto é, de contribuições previdenciárias e aquelas destinadas a terceiros decorrentes dos valores por ela distribuídos, a título de participação dos lucros, aos seus empregados, relativos a períodos anteriores à regulamentação do art. 7º, XI, da Constituição Federal (inicialmente por meio da MP 794/94): tratase das Notificações Fiscais de Lançamento de Débito NFLD’s nº 31.537.3440, 31.537.3458, 31.537.3466, 31.537.3474, 31.537.3482 e 31.537.3490, porém, todas essas NFLDs dizem respeito a períodos de apuração (competências) anteriores àquelas competências constantes na NFLD à que se refere o presente recurso administrativo. Essas NFLDs (31.537.3440, 31.537.3458, 31.537.3466, 31.537.3474, 31.537.3482 e 31.537.3490), contêm o período relativo às competências de 10/1991 a 02/1992, enquanto a Notificação Fiscal de Lançamento de DébitoNFLD nº 31.861.0175 abrange as competências 03/1992 a 10/1994, ou seja, esta última NFLD referese a períodos posteriores àqueloutras. Em relação às NFLDs nº 31.537.3440, 31.537.3458, 31.537.3466, 31.537.3474, 31.537.3482 e 31.537.3490, de fato, constatouse que, especificamente (e tão somente) quanto a elas, a referida empresa ajuizou uma ação ordinária visando à anulação dos correspondentes lançamentos de crédito tributário: tratase da Ação Ordinária nº 92.00.185142/RS (Subseção Judiciária da Justiça Federal em Porto Alegre RS), tendo sequência no Recurso de Apelação/Reexame Necessário Cível nº 1999.04.01.0816521 (TRF4), passando pelo Recurso Especial REsp nº 445.791 (STJ) terminando no Recurso Extraordinário nº 393.764 (STF), onde o respectivo trânsito em julgado ocorreu em 06/03/2009, com a conclusão, pelo STF, pela incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias (e aquelas destinadas terceiros) sobre os lucros distribuídos aos empregados pela referida empresa. Juntouse, em anexo, cópia de partes dessa ação apenas para identificar que ela se refere especificamente, restritamente e tão somente às NFLDs nº 31.537.3440, 31.537.3458, 31.537.3466, 31.537.3474, 31.537.3482 e 31.537.3490, onde se pode verificar que essa ação não abrange a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD nº 31.861.0175. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 11065.722200/201573 Acórdão n.º 2401005.366 S2C4T1 Fl. 135 5 Não parece de todo irrazoável cogitarse que a existência – à época em andamento –da Ação Ordinária nº 92.00.185142/RS, proposta pela empresa ARTECOLA INDÚSTRIAS QUÍMICAS LTDA, CNPJ 44.699.346/000103 (à época, o CNPJ da matriz era 89.907.497/000130), quiçá, pudesse ter gerado a presunção, no âmbito administrativo –da, então, à época, Gerência Regional de Arrecadação e Fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social GRAF em Novo Hamburgo, RS –, de que essa ação, de alguma forma, por se referir ao mesmo assunto, ou seja, inclusão, na base de cálculo das contribuições previdenciárias, dos valores distribuídos aos segurados empregados, a título de participação deles nos lucros da empresa, pudesse ter abrangido também o lançamento de crédito previdenciário relativo à Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD nº 31.861.0175 e que, em função disso, e, ainda, pelo princípio constitucional da unicidade de jurisdição, pudesse ter ocorrido a consequente presunção de definitividade da discussão no âmbito administrativo. [...] Já – diferentemente das NFLDs nº 31.537.3440, 31.537.3458, 31.537.3466, 31.537.3474, 31.537.3482 e 31.537.3490 –, em relação à (presente) Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD nº 31.861.0175, conforme já se explicou acima, embora ela também diga respeito a crédito tributário previdenciário referente a incidências das alíquotas das contribuições previdenciárias e daquelas destinadas a terceiros sobre os valores entregues, pela empresa ARTECOLA INDÚSTRIAS QUÍMICAS LTDA, CNPJ 44.699.346/000103 (à época do lançamento dos créditos tributários em questão, o CNPJ da matriz era 89.907.497/000130), aos seus empregados a título de participação (deles) nos lucros da referida pessoa jurídica, não se encontrou nenhuma ação judicial buscando a anulação, ou modificação ou desconstituição do correspondente lançamento de crédito tributário. [...] A inexistência de ação judicial visando à anulação ou desconstituição desse lançamento é um fato categoricamente afirmado pela própria empresa (sujeito passivo em tela), pois que, declara ela, repetidamente, ter optado por discutir o referido lançamento na via administrativa, porém que até hoje não recebeu nenhuma resposta acerca do recurso administrativo por ela interposto ainda lá no ano de 1995, conforme descrito acima. [...] Embora, nos Sistemas da Dataprev, o débito referente à Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD nº 31.861.0175 conste registrado na “fase 517 CREDITO PREVIDENCIARIO SUBJUDICE”, desde a data de “21/05/1996”, conforme já se esclareceu acima, não se encontrou nenhuma ação judicial proposta pelo respectivo Fl. 137DF CARF MF 6 sujeito passivo visando à anulação ou modificação do lançamento do correspondente crédito tributário previdenciário. [...] A referida empresa, inclusive, declarou em juízo, quando da impetração do mandado de segurança nº 5005416 76.2010.404.7108/RS (ajuizado com a exclusiva finalidade de obtenção de certificado de regularidade fiscal), no ano de 2010, na Subseção da Justiça Federal em Novo Hamburgo, RS, que o débito tributário previdenciário referente a essa NFLD não poderia ser óbice para obtenção de certificado de regularidade fiscal previdenciária, já que ele deveria estar com a exigibilidade suspensa por força do recurso administrativo interposto, ainda pendente de julgamento por parte da Administração Tributária Federal desde o ano de 1995. Juntaramse, em anexo, cópia da Sentença proferida no citado mandado de segurança nº 500541676.2010.404.7108/RS deferindo o pedido da empresa, da "capa" do referido mandado de segurança 5005416 76.2010.404.7108/RS, contendo a chave (394213033210), para acesso à integralidade do mencionado processo, no endereço https: //eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/ > Consulta Pública > Justiça Comum/JEF (V2). [...] Considerandose que a empresa ARTECOLA INDÚSTRIAS QUÍMICAS LTDA, CNPJ 44.699.346/000103 (à época do lançamento do crédito tributário em questão, o CNPJ da matriz era 89.907.497/000130), aguarda um julgamento de seu recurso administrativo acima descrito, referente ao lançamento de crédito tributário relativo à Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD nº 318610248 e, considerandose, ainda, que, atualmente, em face das alterações ocorridas na legislação, agora, é do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF a competência legal e regimental para julgar recurso administrativo referente a contribuições previdenciárias devidas por pessoa jurídica, pedese que esse Órgão do Ministério da Fazenda dignese, enfim, proceder ao julgamento do mencionado recurso administrativo, por cuja decisão a recorrente afirma estar aguardando desde o ano de 1995, conforme acima descrito. Na denominada Ficha de Registro de Processo de Infração RPI da referida empresa junto ao exIAPAS/INSS, consta a anotação de que, de fato, ela apresentou Recursos Administrativos tempestivos insurgindose contra as decisões administrativas de 1º (primeiro) grau que julgou procedentes os respectivos lançamentos referentes às NFLD’s 318610175, 318610183, 318610191, 318610205, 318610213, 318610221, 31861023 0, 318610248 e 318610256, sendo que, em tal documento, porém, não consta que haja ocorrido julgamento deles nem que tenha sido dado uma resposta de eventual julgamento de tais recursos à referida empresa (ora recorrente). [...] É o relatório. Fl. 138DF CARF MF Processo nº 11065.722200/201573 Acórdão n.º 2401005.366 S2C4T1 Fl. 136 7 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. ADMISSIBILIDADE O recurso voluntário foi oferecido no prazo legal, assim, deve ser conhecido. PLR Para o segurado do RGPS, qualquer parcela destinada a retribuir o seu trabalho integra o salário de contribuição, conforme Lei 8.212/1991, artigo 28, inciso I: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). Entretanto, a Lei 8.212/91, no art. 28, § 9º, exclui algumas rubricas da base de incidência das contribuições previdenciárias, contudo para que tais rubricas sejam excluídas, elas devem estar previstas no citado dispositivo legal e devem ser pagas dentro dos ditames da lei. No caso da PLR, o art. 7o, XI da Constituição Federal de 1988, dispõe que: Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei. (grifo nosso) E ainda, de fato, o art. 28, § 9º, prevê hipóteses de não incidência de contribuições sociais sobre participação nos lucros e resultados: Art. 28. [...] Fl. 139DF CARF MF 8 § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: [...] j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; (grifo nosso) [...] Vêse, portanto, que tais hipóteses de renúncia fiscal não são absolutas, mas sim condicionadas pelo próprio dispositivo legal que as prevê. No caso da PLR, a isenção apenas acontece se os pagamentos forem efetuados de acordo com a lei específica. À época dos fatos geradores apurados na NFLD em análise, não havia lei específica que tratasse da PLR. O próprio contribuinte ajuizou ação ordinária para que fossem anulados lançamentos contra ele efetuados, pelo mesmo motivo, mas em período anterior ao presente, que foi objeto de recurso extraordinário, tendo o STF, Relator Ministro Gilmar Mendes, julgado da seguinte forma: Nos termos do entendimento firmado por esta Corte no julgamento do Mandado de Injunção 102, Pleno, Redator para o acórdão Carlos Velloso DJ 25.10.02, é de se concluir que a regulamentação do art. 7º, XI, da Constituição somente ocorreu com a edição da Medida Provisória nº 794, que implementou o direito dos trabalhadores na participação nos lucros da empresa. Desse modo, a participação nos lucros somente pode ser considerada "desvinculada da remuneração" (art. 7º, XI, da Constituição Federal) após a edição da citada Medida Provisória. Portanto, verificase ser possível a cobrança de contribuição previdenciária antes da regulamentação do dispositivo constitucional, pois integrava a remuneração. Nesse sentido, monocraticamente, o RE 351.506, Rel. Eros Grau, DJ 04.03.05. Assim, conheço e dou provimento ao recurso extraordinário (art. 557, § 1ºA, do CPC) para reconhecer a exigência da contribuição previdenciária sobre a parcela paga a título de participação nos lucros da empresa no período anterior à edição da Medida Provisória nº 794, de 1994. [...] Referida MP 794 é de 29/12/94, logo, qualquer valor pago a título de PLR em período anterior a esta data, o que engloba o período do presente lançamento, é considerado remuneração e sobre tais valores deve ser apurada a contribuição previdenciária. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 11065.722200/201573 Acórdão n.º 2401005.366 S2C4T1 Fl. 137 9 CONCLUSÃO Voto por conhecer do recurso e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 141DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16349.000220/2008-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 31 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006
CRÉDITO. PRODUTO NÃO TRIBUTADO. IMPOSSIBILIDADE.
Impõe-se a glosa dos créditos relativos às aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem utilizados na industrialização de produtos não tributados (Súmula CARF nº 20).
Numero da decisão: 3201-003.362
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinatura digital)
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/07/2006 A 30/09/2006 CRÉDITO. PRODUTO NÃO TRIBUTADO. IMPOSSIBILIDADE. Impõese a glosa dos créditos relativos às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem utilizados na industrialização de produtos não tributados (Súmula CARF nº 20). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinatura digital) Winderley Morais Pereira Presidente Substituto e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório IBEP INSTITUTO BRASILEIRO DE EDIÇÕES PEDAGÓGICAS LTDA. requereu ressarcimento de saldo credor de IPI relativo a insumos utilizados na produção de livros. A repartição de origem emitiu Despacho Decisório indeferindo o pedido de ressarcimento, em razão do fato de todos os produtos fabricados e comercializados pelo Requerente se classificarem na TIPI como Não Tributáveis (NT). Em Manifestação de Inconformidade, o Requerente alegou ter direito ao ressarcimento por força do princípio da não cumulatividade previsto no art. 153, § 3°, II, da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 34 9. 00 02 20 /2 00 8- 06 Fl. 97DF CARF MF Processo nº 16349.000220/200806 Acórdão n.º 3201003.362 S3C2T1 Fl. 0 2 Constituição Federal e em razão das características da imunidade sob questão, que não se confunde com produtos classificados como NT, sendo inconstitucional, segundo ele, o ADI SRF n° 05/2006. Também alegou o então Manifestante que o ressarcimento devia ser corrigido monetariamente pela Selic. Nos termos do Acórdão nº 1428.905, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a Delegacia de Julgamento fundamentado sua decisão no fato de o direito ao aproveitamento do saldo credor de IPI, nas condições estabelecidas pelo art. 11 da Lei n° 9.779/1999, não alcançar os insumos empregados em mercadorias não tributadas (NT) e na inexistência de previsão legal para se aplicar atualização monetária em ressarcimento de crédito de IPI. Em seu recurso voluntário, o Recorrente reitera seu pedido, repisando os mesmos argumentos de defesa. É o relatório Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.348, de 31/01/2018, proferido no julgamento do processo 16349.000206/200802, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.348): Conforme o Direito Tributário, a legislação, os fatos, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme Portaria de condução e Regimento Interno, apresentase este voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o tempestivo Recurso Voluntário deve ser conhecido. Foi constatado que o contribuinte protocolou pedido de ressarcimento sobre saldo credores decorrentes de créditos do IPI relativos a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem adquiridos para emprego na industrialização de produtos não tributados ou imunes. É certo ao julgamento administrativo de segunda instância, conforme Súmula 20 deste Conselho1, que não há direito a crédito de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de 1 Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Fl. 98DF CARF MF Processo nº 16349.000220/200806 Acórdão n.º 3201003.362 S3C2T1 Fl. 0 3 produtos classificados na TIPI como NT e, não há qualquer prova ou sequer alegação do contribuinte que permita concluir que este não se creditou nestas situações. A simples alegação de que seus produtos seriam imunes e que esta condição não se equipara aos produtos "não tributados", não é suficiente para concretizar a materialidade do direito ao crédito de IPI nas operações, visto que o ônus da prova é do contribuinte nos casos de crédito. Portanto, não merece provimento o Recurso Voluntário, de forma que seria correto o creditamento sobre produtos com alíquota zero (Súmula 16 do CARF) se este fosse o caso, mas não é. Logo, incorreto o creditamento sobre os produtos NT e por isto esta cobrança deve ser mantida. Não havendo direito ao crédito, resta prejudicada a discussão a respeito da atualização dos créditos pela taxa Selic. Diante de todo o exposto, votase para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. É o voto. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 99DF CARF MF
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