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Numero do processo: 13971.913404/2009-76
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006
COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE PEDIDO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO ELETRÔNICA. PREVISÃO NORMATIVA.
A compensação é uma das modalidades de extinção dos débitos tributários colocada à disposição do contribuinte. Para que ocorra, é necessário que ele manifeste a sua vontade, bem como informe os tributos e os valores a serem considerados na operação que, a partir de 2003, passou a ser realizada eletronicamente, por meio do programa PER/Dcomp, instituído pela Instrução Normativa SRF nº 320/2003.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006
COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO APRESENTADA EM ATRASO. DÉBITOS CONFESSADOS EM DCTF. ACRÉSCIMOS MORATÓRIOS. CABIMENTO.
Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Receita Federal não pagos nos prazos previstos na legislação específica serão acrescidos de multa de mora e de juros de mora. No caso da compensação aplica-se a mesma regra quando, no momento da transmissão da declaração de compensação, os débitos já estavam confessados em DCTF.
Numero da decisão: 3002-000.452
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem.
Nome do relator: LARISSA NUNES GIRARD
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE PEDIDO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO ELETRÔNICA. PREVISÃO NORMATIVA. A compensação é uma das modalidades de extinção dos débitos tributários colocada à disposição do contribuinte. Para que ocorra, é necessário que ele manifeste a sua vontade, bem como informe os tributos e os valores a serem considerados na operação que, a partir de 2003, passou a ser realizada eletronicamente, por meio do programa PER/Dcomp, instituído pela Instrução Normativa SRF nº 320/2003. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO APRESENTADA EM ATRASO. DÉBITOS CONFESSADOS EM DCTF. ACRÉSCIMOS MORATÓRIOS. CABIMENTO. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Receita Federal não pagos nos prazos previstos na legislação específica serão acrescidos de multa de mora e de juros de mora. No caso da compensação aplica-se a mesma regra quando, no momento da transmissão da declaração de compensação, os débitos já estavam confessados em DCTF.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE PEDIDO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO ELETRÔNICA. PREVISÃO NORMATIVA. A compensação é uma das modalidades de extinção dos débitos tributários colocada à disposição do contribuinte. Para que ocorra, é necessário que ele manifeste a sua vontade, bem como informe os tributos e os valores a serem considerados na operação que, a partir de 2003, passou a ser realizada eletronicamente, por meio do programa PER/Dcomp, instituído pela Instrução Normativa SRF nº 320/2003. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO APRESENTADA EM ATRASO. DÉBITOS CONFESSADOS EM DCTF. ACRÉSCIMOS MORATÓRIOS. CABIMENTO. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Receita Federal não pagos nos prazos previstos na legislação específica serão acrescidos de multa de mora e de juros de mora. No caso da compensação aplicase a mesma regra quando, no momento da transmissão da declaração de compensação, os débitos já estavam confessados em DCTF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 91 34 04 /2 00 9- 76 Fl. 57DF CARF MF Processo nº 13971.913404/200976 Acórdão n.º 3002000.452 S3C0T2 Fl. 58 2 Larissa Nunes Girard – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem. Relatório Tratam os autos de Pedido de ressarcimento de IPI referente ao 3º trimestre/2006, no valor de R$ 8.031,16, combinado com Declaração de Compensação de débitos de mesmo valor (PER fls. 4 a 24 e Dcomp fls. 34 a 40). A Delegacia da Receita Federal em Blumenau reconheceu integralmente o crédito de IPI, mas homologou apenas parcialmente a compensação, pois foram compensados débitos vencidos sobre os quais incidiriam penalidades moratórias não acrescidas pelo contribuinte, restando ainda R$ 3.000,18 a pagar, referentes a tributo, multa de mora e juros de mora (fls. 26). Em sua Manifestação de Inconformidade, a recorrente apenas solicita a reconsideração da decisão, tendo em vista o reconhecimento integral do pedido de ressarcimento (fl. 25). A Delegacia de Julgamento em Ribeirão Preto proferiu o Acórdão nº 14 33.214 (fls. 43 a 45), por meio do qual decidiu pela improcedência da Manifestação de Inconformidade, tendo em vista que se tratava de débito já confessado pelo contribuinte em DCTF e vencido na data da transmissão da Dcomp. Esclareceu, ainda, que a extinção do crédito tributário se dá mediante entrega da Dcomp e não da DCTF, cabendo, dessa forma, a cobrança de multa de mora e juros de mora, ambos desconsiderados pelo contribuinte em seus cálculos. O acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 COMPENSAÇÃO. DÉBITOS VENCIDOS. MULTA. JUROS. Na compensação de créditos com débitos de espécies diferentes já vencidos, cabível a imputação de multa de mora e juros de mora sobre os débitos não recolhidos nos prazos legalmente estabelecidos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte tomou ciência do Acórdão proferido pela DRJ em 26.04.2011, conforme AR constante à fl. 47, e protocolizou o Recurso Voluntário em 25.05.2011, conforme consta na primeira página da peça recursal à fl. 48. Fl. 58DF CARF MF Processo nº 13971.913404/200976 Acórdão n.º 3002000.452 S3C0T2 Fl. 59 3 Em seu Recurso Voluntário (fls. 48 a 53), o contribuinte alega que: a extinção por compensação se perfaz mediante o confronto entre créditos e débitos, o que fez por meio da apresentação da DCTF, o que entende ser um ato válido e perfeito; a declaração em DCTF anteriormente à transmissão da Dcomp é exigência da própria Receita Federal; a apresentação da Dcomp posteriormente não implica incidência de multa e juros, uma vez que não há fundamentação legal no Despacho Decisório e os débitos já estavam declarados em DCTF; a data de entrega da DCTF é a primeira informação prestada para a Administração e é a data que deve ser considerada para fins de determinação do cumprimento da obrigação tributária – a Dcomp apenas sintetizou as informações que já constavam na DCTF. E, por fim, transcreve jurisprudência para amparar o seu entendimento. É o relatório. Voto Conselheira Larissa Nunes Girard Relatora O recurso voluntário é tempestivo, preenche os requisitos formais de admissibilidade, inclusive quanto à competência das Turmas Extraordinárias e, portanto, dele tomo conhecimento. A questão que chega a este Colegiado diz respeito à DCTF ser declaração hábil para a extinção dos débitos do contribuinte, podendo ser considerada a sua data de transmissão para fins de aferição do cumprimento da obrigação tributária, ao invés da data de transmissão da Dcomp. Dito de outra forma, mais simples, devemos definir se o contribuinte quitou seu débito tempestivamente. Comecemos por relembrar que a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF tem por finalidade dar a conhecer à Administração Tributária a situação do contribuinte quanto a seus débitos e créditos frente à Fazenda Nacional, constituindose em confissão de dívida e instrumento para a exigência dessa dívida, apenas isso, como se vê no texto legal que é o fundamento para a sua instituição, o art. 5º do Decreto Lei nº 2.124/1984: Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. § 1º O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. (grifado) A Declaração de Compensação, por seu turno, é o instrumento pelo qual o contribuinte externa sua intenção de extinguir débitos por meio de créditos reconhecidos pela Fazenda Nacional. Tratase de uma faculdade, posta à disposição do contribuinte, que pode exercêla se e quando entender conveniente. Por isso, deve ser indicado pelo interessado em declaração própria que pretende efetuar uma compensação, assim como os tributos e valores considerados na operação. A partir de 2003, essa declaração passou a ser realizada por meio eletrônico – o PER/Dcomp é o programa instituído pela Instrução Normativa SRF nº 320/2003 Fl. 59DF CARF MF Processo nº 13971.913404/200976 Acórdão n.º 3002000.452 S3C0T2 Fl. 60 4 para que o contribuinte faça seus pedidos de restituição, ressarcimento e compensação eletronicamente. A Lei nº 9.430/1996 dispõe sobre a compensação da seguinte forma: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pela sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (grifado) A DCTF deve ser apresentada regularmente, de forma compulsória, para prestar informações relativas à obrigação principal de 12 diferentes impostos ou contribuições sociais, relacionados na IN RFB nº 1.599/2015 abaixo transcrita, ao passo que a Dcomp deve ser utilizada somente se o contribuinte quiser utilizar a compensação como forma de extinção de seus débitos. Art. 6º A DCTF conterá informações relativas aos seguintes impostos e contribuições administrados pela RFB: I IRPJ; II Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF); III Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); IV Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF); V CSLL; VI Contribuição para o PIS/Pasep; VII Cofins; VIII Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), até 31 de dezembro de 2007; IX Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (CideCombustível); X Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação UniversidadeEmpresa para o Apoio à Inovação (Cide Remessa); Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13971.913404/200976 Acórdão n.º 3002000.452 S3C0T2 Fl. 61 5 XI Contribuição do Plano de Seguridade Social do Servidor Público (CPSS); e XII CPRB de que tratam os arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de 2011, observado o disposto no § 14. (grifado) Diante da miríade de informações que constam na DCTF, como cogitar que a Receita Federal possa compreender quais créditos pretende utilizar em uma compensação (e não em uma restituição) e para quitar quais débitos? Dizer que o débito foi quitado por meio da DCTF é um argumento completamente desarrazoado e que não encontra respaldo em nenhum ponto da legislação. A norma vigente à época dos fatos, Instrução Normativa SRF nº 600/2005, assim dispunha sobre a compensação: Art. 1º A restituição e a compensação de quantias recolhidas a título de tributo ou contribuição administrados pela Secretaria da Receita Federal (SRF), a restituição e a compensação de outras receitas da União arrecadadas mediante Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) e o ressarcimento e a compensação de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) serão efetuados conforme o disposto nesta Instrução Normativa. (...) Art. 26. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrados pela SRF, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRF. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada pelo sujeito passivo mediante apresentação à SRF da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante a apresentação à SRF do formulário Declaração de Compensação constante do Anexo IV, ao qual deverão ser anexados documentos comprobatórios do direito creditório. (grifado) Assim, resta claro que o PER/Dcomp é o instrumento para realizar a compensação e, em sendo em atraso – o que é o caso nestes autos, pois o contribuinte transmitiu a compensação em 2008 para débitos de 2006 já declarados em DCTF –, cabe a aplicação dos acréscimos moratórios, conforme estabelecido no art. 61 da Lei nº 9.430/1996: Art.61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13971.913404/200976 Acórdão n.º 3002000.452 S3C0T2 Fl. 62 6 §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (grifado) Quanto à alegação de que o Despacho Decisório não tem fundamentação legal, ainda que se trate do sucinto despacho eletrônico, contém a decisão em relação ao ressarcimento e à compensação, contém o local onde podem ser obtidas informações complementares e, ao fim, o fundamento legal tanto para a decisão relativa ao ressarcimento (art. 11 da Lei nº 9.779/1999 e art. 164, inciso I do Decreto nº 4.544/2002), quanto para a decisão relativa à compensação – art. 74 da Lei nº 9.430/1996. Por fim, quanto à decisão do TRF 2ª Região colacionada, além de conter erro flagrante ao dizer que o contribuinte opta pela compensação na DCTF, pelos motivos acima expostos, não tem o condão de vincular este Colegiado, pois não se encontra entre as hipóteses de observação obrigatória elencadas no art. 62 do Regimento Interno do Carf. Com essas considerações, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13971.913404/200976 Acórdão n.º 3002000.452 S3C0T2 Fl. 63 7 Fl. 63DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10735.002581/99-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 1997
LUCRO ARBITRADO. RECEITA NÃO OPERACIONAL. GANHO LÍQUIDO. BASE DE CÁLCULO.
O ganho líquido do valor recebido a título de indenização (receita não-operacional) constitui-se em uma das parcelas do lucro arbitrado e compõe a base de cálculo da CSL na modalidade do lucro arbitrado, inexistindo norma legal que autorize a sua exclusão.
Numero da decisão: 1302-003.130
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: MARCOS ANTONIO NEPOMUCENO FEITOSA
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 1997 LUCRO ARBITRADO. RECEITA NÃO OPERACIONAL. GANHO LÍQUIDO. BASE DE CÁLCULO. O ganho líquido do valor recebido a título de indenização (receita não-operacional) constitui-se em uma das parcelas do lucro arbitrado e compõe a base de cálculo da CSL na modalidade do lucro arbitrado, inexistindo norma legal que autorize a sua exclusão.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1997 LUCRO ARBITRADO. RECEITA NÃO OPERACIONAL. GANHO LÍQUIDO. BASE DE CÁLCULO. O ganho líquido do valor recebido a título de indenização (receita não operacional) constituise em uma das parcelas do lucro arbitrado e compõe a base de cálculo da CSL na modalidade do lucro arbitrado, inexistindo norma legal que autorize a sua exclusão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 00 25 81 /9 9- 51 Fl. 1125DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.126 2 Relatório Para a devida síntese do processo em tela, transcrevo o relatório do Acórdão 1285.408 – 4ª Turma da DRJ/RJO, complementandoo ao final: Trata o presente processo do auto de infração relativo ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica –IRPJ e, por decorrência, autos de infração reflexos (Contribuição Social e PIS), por meio dos quais foram exigidos créditos tributários relativos aos períodos de apuração de 1996 e 1997 (fls. 92/113 numeração digital). A correspondente ação fiscal teve origem no despacho proferido pela M.M. Juíza da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, decorrente do pedido de desistência da interessada (Pedra Bonita Empreendimentos Hoteleiro Ltda.) em ação de indenização de prejuízo, onde figura como réu o DNER, conforme Processo Judicial nº 95.00407833 (fls.07/12). No citado despacho consta a determinação de que a Receita Federal verifique como os recursos, provenientes da referida indenização, ingressaram na contabilidade da interessada, estabelecendo a respectiva lucratividade para o imposto de renda. Executados os trabalhos fiscais, verificouse que o acordo firmado consistiu no recebimento, a título de indenização por danos ocorridos em face de avalanche, do valor de R$ 7.284.302,45, pagos pelo DNER “Departamento de Estradas e Rodagens” em duas parcelas, uma de R$ 2.600.000,00, em dezembro de 1996, e a outra de R$ 4.684.302,45 em março de 1997. A fiscalização concluiu seus trabalhos para os períodos de apuração de 1996 e 1997, autuando a interessada, relativamente a 1996, por omissão de receita não operacional não declarada no valor líquido de R$ 99.228,13. Para o período de apuração 1997, houve arbitramento do lucro, cuja base foi composta por receita de revenda de mercadorias e de prestação de serviços, apurada a partir dos talonários de notas fiscais. No que se refere às receitas não operacionais (indenização recebida do DNER em 03/97), foram deduzidos, conforme legislação de regência, os gastos advocatícios e gastos com desobstrução e limpeza do terreno. No julgamento efetuado por esta DRJ, em face da apresentação, em 30/07/1999, de impugnação tempestiva (fls.128/132) e dos argumentos posteriormente aduzidos (fls.179/181), foram levados em consideração, não só os argumentos expostos, como, também, o fato de a interessada haver ajuizado, em 25/11/2000, Ação Declaratória Negativa de nº 2000.51.06.0027111 (fls.466/473). Através de pesquisa, efetuada à época, no endereço eletrônico do Tribunal Regional Federal da 2ª Região – Rio de Janeiro, verificarase que, em relação à mencionada Ação Declaratória, haviam sido interpostos um agravo e uma apelação (consulta de fl.494), e que a apelação de sentença tivera seu julgamento efetuado em 09/06/2004, conforme Acórdão de fl.501, mas que ainda não transitara em julgado. O entendimento adotado no julgamento desta DRJ, em face do pedido contido na inicial, foi de que o objeto da ação judicial era a tributação efetuada sobre Fl. 1126DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.127 3 os valores recebidos do DNER a título de indenização (anoscalendário de 1996 e 1997), razão pela qual não havia condições, por força da legislação vigente, de decidir sobre essa questão. Dessa forma, a decisão desta DRJ (Acórdão nº 5.688, de 31 de agosto de 2004, fls.503/523), do qual fui relatora, teve, em síntese, o seguinte posicionamento: 1) NÃO CONHECER DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE no tocante à tributação efetuada sobre os valores recebidos do DNER a título de indenização, declarando, assim, definitivamente constituídos, na esfera administrativa, o IRPJ, nos valores de: R$ 14.884,12 e R$ 716.276,87 (períodos 12/1996 e 1º trim/1997, respectivamente), e a CSL, no valor de R$ 230.744,16 (1º trim/1997); 2) REJEITAR a arguição de cerceamento de defesa e o pedido de perícia contábilfiscal; e 3) JULGAR PROCEDENTE O ARBITRAMENTO EFETUADO, para declarar devidos o IRPJ, no montante de R$ 9.339,40, a CSL, no montante de R$ 2.477,74 e o PIS, no montante de R$ 846,02, todos acrescidos da multa de ofício de 75% e dos juros de mora correspondentes, devendo ser levados em consideração os correspondentes pagamentos porventura já efetuados. Inconformada, a interessada impetrou recurso ao Conselho de Contribuintes, em 05/11/2004 (fls.540/543), anexando cópia da já mencionada decisão referente à apelação de sentença interposta na Ação Declaratória Negativa de nº 2000.51.06.0027111 (fls.544/548). Através dessa decisão fora dado provimento parcial ao recurso, apenas para declarar a inexistência de relação jurídicotributária relativa à incidência de imposto de renda sobre o valor de indenização recebida do DNER, a que se refere o "item 4" do auto de infração {fls.15 dos autos – fato gerador 03/97), ficando, por conseguinte, desconstituído esse crédito tributário. Por meio da Resolução nº 10700583, de 22/02/2006 (fls.559/572), o Conselho de Contribuintes, em face de não terem sido localizados os documentos comprobatórios dos valores deduzidos do valor das receitas recebidas a título de indenização, e levando em conta os documentos trazidos aos autos com o aditamento à impugnação, (fls.327/388, numeração original), converteu o julgamento em diligência, a fim de que a autoridade fiscal se pronunciasse sobre os mencionados comprovantes de despesas apresentados pela interessada, e realizasse as diligências que considerasse imprescindíveis para o deslinde da questão. Através do Ofício nº 86/2008, da Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional em Petrópolis/RJ, protocolado em 17/01/2008 (fls.575), a DRF/Nova Iguaçu foi cientificada da ordem expedida pela 1ª Vara Federal de Petrópolis, determinando o cumprimento da decisão judicial do TRF 2ª RF (fl.582). De acordo com tal decisão, foi mantido o entendimento da Corte de Origem que fixou a premissa de que não houvera causa de pedir referente a outros tributos, o que acarretou a retirada da indenização recebida do DNER apenas da base de cálculo do IR (fl. 582). Fl. 1127DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.128 4 Em atenção, a DRF/Nova Iguaçu emitiu o Ofício SECAT nº 38/2008, de 23/01/2008 (fl.594) comunicando a desconstituição de parte do crédito tributário do imposto de renda objeto do lançamento de que se trata. Por meio da Intimação nº 096/2008 (fl.643), a interessada foi cientificada, em 27/03/2008 (fl.647), dos valores relativos aos créditos tributários mantidos (fl.645) e da decisão do Conselho de Contribuintes (Resolução nº 107 547/553). Em sua manifestação (fls.650/661), a interessada concordou com o arbitramento do lucro, relativo aos valores de 1997, destacando que: Face ao exposto, declaramos procedente a cobrança tributária, e, consideramos que ao ser arbitrado o lucro, foi tornada sem efeito qualquer declaração de rendimentos apresentada antes ou depois da ação fiscal não havendo que se considerar como confissão de dívida os correspondentes valores declarados, mas, que podem apenas ser abatidos do crédito tributário lançado, os valores recolhidos a título de IRPJ. CSLL E PIS do ano calendário de 1997. Finalizando, a interessada solicitou que os débitos mantidos fossem quitados pela compensação com os valores que pagara indevidamente (Proc. 13748.000605/200106, 10735.200556/200314 e 10735.200557/200369) e, que, após a compensação, fosse efetuada a restituição no valor de R$ 27.143,65, conforme demonstração de fls.659/660. O Relatório de Encerramento (fls.876/880), produzido em função da diligência determinada (fl.874), apresenta a seguinte conclusão (a numeração indicada nessa conclusão é a original): Diante do relatado acima e tendo em vista que o contribuinte já apresentou esclarecimentos e documentação suficientes para verificação do solicitado, tornouse desnecessária qualquer intimação por parte desta fiscalização, tendo sido verificado que: a. As despesas operacionais (fls. 327 a 388) de acordo com determinação judicial onde decidiu procedente o arbitramento do Lucro para o período de 1997, tornaram essas despesas inúteis, tendo em vista que não são considerados quando da utilização do Lucro Arbitrado como forma de apuração. b. A verificação dos valores pagos a título de IRPJ, CSLL e PIS nos procedimentos a seguir enumerados: 13748.000605/2001 06 parcelamento de IRPJ e CSLL na Secretaria da Receita Federal (fls.573), 10735.200556/200314 parcelamento de IRPJ na Procuradoria da Fazenda período de apuração 1997 (fls. 592) e 10735.200557/200369. c. parcelamento de CSLL, período de apuração 1997 (fls. 630), além de cópias de darfs de pagamento (31/07/2001) referente Fl. 1128DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.129 5 ao PIS (lis. 668), não é função deste serviço e, portanto, não foi verificada a alocação dos mesmos. Propomos, portanto o encerramento desta diligência e o retorno deste processo ao SEORT/DRFNIU para prosseguimento e verificação da compensação e restituição solicitada. Diante de todo o exposto, intimamos nesta data o contribuinte a tomar ciência do referido despacho, conforme determinado em despacho da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, concedendo prazo de 10 dias para manifestação. Acerca desse relatório, a interessada, cientificada em 25/03/2010, assim se pronunciou na mesma oportunidade (fls.880): Declaro nada a opor ou a manifestar quanto ao relatório de encerramento do Sistema de Fiscalização nº MPF 2009.007406. Por sua vez, o Despacho Decisório emitido (fl.908), resultante da análise das compensações pleiteadas foi no sentido de: RECONHECER o direito creditório pleiteado e, por conseguinte, HOMOLOGAR as compensações declaradas neste processo. O Parecer do SEORT/DRFNova Iguaçu (fls.907/908), que fundamentou esse Despacho Decisório, contém, em síntese, os seguintes dados: a) os débitos a serem compensados com a utilização de pagamentos a maior de PIS, IRPJ e CSLL são os seguintes: Fl. 1129DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.130 6 b) a interessada indica como direito creditório o pagamento a maior de PIS, IRPJ e CSLL, referentes ao ano de 1997; c) em pesquisa aos sistemas informatizados da RFB, foram confirmados os pagamentos informados (fls 593, 631 e 669, numeração original), nos valores originais abaixo discriminados: IRPJ código 3551 R$ 14.269,92 CSLL código 1804 R$ 53.901,82 PIS código 8109 R$ 3.790,30 d) portanto, como o crédito oferecido preenche totalmente os requisitos de "certeza" e "liquidez", entendo que esse crédito se presta a promover o encontro de contas pleiteado. Os demonstrativos correspondentes às compensações efetuadas com a relação de Créditos/Saldos Remanescentes encontramse às fls.909/922. Efetuados os procedimentos de compensação, e entendendose que não haviam restado débitos em aberto, em relação ao processo de que se trata (Proc. nº 10735002.581/9951), conforme Extrato de Encerramento (fls.968/980), foi determinado, em 20/09/2010, o arquivamento deste processo (fl.982). Em 16/08/2011, através de Despacho (fls.986/989), o SEORT/DRF/Nova Iguaçu chamou o feito à ordem. No que diz respeito às compensações efetuadas, ressaltase, do mencionado Despacho do SEORT, o seguinte trecho (a numeração citada é a original): Consta às fls. 722/723 decisão administrativa que reconheceu o direito creditório pleiteado pelo contribuinte, fundado naquele acórdão de 1ª instância administrativa, bem como homologou as compensações pretendidas, relacionadas aos débitos constituídos de ofício, à exceção do IRPJ e CSLL do 1o trimestre de 1997 (principais e originais de R$ 716.276,87 e R$ 230.744,16, respectivamente). Com relação à Ação Judicial nº 2000.51.06.0027111, interposta pelo contribuinte e que teve acórdão transitado em julgado em 28/09/2006, vale destacar, do mesmo despacho o seguinte: Julgada a respectiva apelação pelo TRF2, em 09.06.2004, decidiuse por declarar a inexistência de relação jurídicotributária relativa à incidência de imposto de renda frisese, de imposto de renda sobre o valor de indenização recebida do DNER, a que se refere o "item 4" do auto de infração (fls. 15 dos autos fato gerador 03/97), ficando, por conseguinte, desconstituído esse crédito tributário. A conclusão contida no Despacho em foco é (a numeração citada é a original): Fl. 1130DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.131 7 A partir do relatado acima, solicito o encaminhamento dos presentes autos à ARF PETRÓPOLIS para a adoção das seguintes providências: 1 restabelecer o controle, nestes autos, do crédito tributário de CSL lançado para o 1º trimestre de 1997, no valor original e principal de RS 230.744,16, acompanhado da competente multa de ofício; (grifou se) 2 Cientificar o contribuinte da decisão proferida às fls. 722/723, do resultado do encontro de contas promovido em decorrência de tal decisão (fIs.724/730), facultandolhe oportunidade para, contra ela, interposição de Manifestação de Inconformidade, no prazo de 30 (trinta) dias, à DRJ. 3 Caso haja interposição de recurso na forma acima, extrair cópia integral dos autos para encaminhamento à DRJ. 4 Retornar os presentes autos ao agora CARF para prosseguimento no julgamento convertido em diligência, notadamente quanto à CSL lançada para o 1º trimestre de 1997, no valor original e principal de R$ 230.744,16, eis que objeto de manifestação não conhecida pela DRJ, ou devolução da matéria à instância anterior, se assim o entender. ~ Demais providências eventualmente não elencadas acima. Em 17/08/2011, a interessada tomou ciência desse último Despacho, de fls. 986/989, assim como do Relatório e Despacho Decisório e dos demonstrativos relativos às compensações pleiteadas (fls. 907/908 e 909/922, numeração original: 722/730), conforme registrado na fl.989. Inconformada em relação ao Despacho Decisório de fls.907/908, a interessada protocolizou, em 16/09/2011, sua manifestação (fls.1000/1006), instruída com os docs. de fls.1007/1042, requerendo, ao final, a reforma do Despacho recorrido, para que fosse integralmente reconhecido o direito creditório por ela pleiteado, e, consequentemente, promovida a restituição correspondente. O processo retornou ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o qual, através da Resolução nº 1401000.336, de 03/03/2015 (fls.1044/1059), converteu o julgamento em nova diligência. Os fundamentos dessa decisão são os seguintes (a numeração citada é a original): Conforme se extrai do relatório, a Delegacia da Receita Federal, em resolução da diligência determinada por este Conselho, restabeleceu o controle, nestes autos, do crédito tributário de CSL lançado para o 1º e 2º trimestre de 1997, acompanhado da competente multa de oficio. Fl. 1131DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.132 8 Cientificado o contribuinte o mesmo apresentou manifestação de inconformidade de fls. 771 e seguinte, ainda não apreciada pela Delegacia Regional de Julgamento. Desta feita, para não que haja supressão de instância, proponho seja o presente feito devolvido para julgamento em primeira instância. Conforme Despacho de fl.1062, o processo foi encaminhado a esta DRJ com vistas ao julgamento em primeira instância da(s) matéria(s) aqui em litígio, consoante a Resolução de 03/03/2015. Apensado a este processo, encontrase o Processo nº 10735.000120/0012 relativo ao arrolamento dos bens da interessada, conforme disposto no art. 64, da Lei n° 9532, de 10 de dezembro de 1997, na alínea "b", parágrafo 3°, do art. 4° da IN/SRF n° 143, de 04 de dezembro de 1998 e no subitem 3.3 da NE COFIS/COSAR nº 001/99. Portanto, após o reestabelecimento do controle do crédito tributário de CSL lançado para o 1º trimestre de 1997, acompanhado da competente multa de oficio, a DRJ/RJO declarou devida a CSLL no valor de R$ 152.596,59, acrescido da multa de ofício de 75% e dos juros de mora correspondentes, nos termos da ementa do Acórdão n.º 1285.408 4ª Turma da DRJ/RJO: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1997 LUCRO ARBITRADO. RECEITA NÃO OPERACIONAL. GANHO LÍQUIDO. BASE DE CÁLCULO. O ganho líquido do valor recebido a título de indenização (receita nãooperacional) constituise em uma das parcelas do lucro arbitrado e compõe a base de cálculo da CSL na modalidade do lucro arbitrado, inexistindo norma legal que autorize a sua exclusão. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1997 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO. PARECER COSIT 06/2008. Compete à Delegacia da Receita Federal que jurisdiciona o domicílio tributário do sujeito passivo analisar a documentação que visa a comprovar o direito creditório, apresentada por ocasião da manifestação de inconformidade. Impugnação Procedente em Parte Fl. 1132DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.133 9 Crédito Tributário Mantido em Parte” Inconformada com a decisão acima, a interessada apresentou Recurso Voluntário submetendo o presente processo à análise deste Conselho alegando, em síntese, que a decisão recorrida não levou em consideração todas as despesas claramente apresentadas e posteriormente comprovadas em diligência fiscal e pela própria 4ª Turma da DRJ/RJO. É o relatório. Voto Conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa – Relator. O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele conheço. Como delimitado pela recorrente, o presente Recurso Voluntário questiona por que a autoridade julgadora de 1ª instância não levou em consideração a totalidade das despesas apresentadas, e posteriormente comprovadas em diligência fiscal e pela própria 4ª Turma da DRJ/RJO, como denota o excerto do recurso abaixo colacionado: Fl. 1133DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.134 10 Como se pode extrair do trecho acima, a diferença entre a receita líquida compreendida como tributável para fins de CSLL pela DRJ/RJO e pela interessada, se deve às partes que não foram consideradas “válidas” para fins de dedução da base de cálculo da CSLL dentre os valores das notas fiscais apresentadas pela interessada, ou seja: 1/3 (um terço) do valor da nota fiscal da COEPAR (fl. 348 do eprocesso), e R$ 1.400.000,00 (um milhão e quatrocentos mil reais) referente a parte do valor constante na nota fiscal da AJN (fl. 349 do e processo). Observado isto, trazse à colação os argumentos utilizados pela DRJ/RJO para inadmitir tais valores como dedutíveis do resultado do exercício, vejamos (fl. 13, do Acórdão n.º 1285.408DRJ/RJO): “Examinandose os documentos trazidos aos autos na oportunidade (fls.348/362), verificase que estes se constituem basicamente de notas fiscais. Para a sua análise, devese considerar que tais notas equivalem a dispêndios efetuados no sentido de restaurar o estabelecimento da interessada que fora destruído, ficando, no entanto, limitados ao período de apuração em foco: 1º trim/1997. Os documentos apresentados podem ser sintetizados da seguinte forma: Fl. 1134DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.135 11 Assim, temos que: 1º) a nota fiscal relativa ao pagamento dos serviços técnicos de consultoria tem a data de 29/04/1997; entretanto, como o contrato ali mencionado abrange três meses, com início em fev/1997, considero válido que se aceite a despesa correspondente a 2/3 do valor dessa nota, qual seja: R$ 914.205,06; 2º) o valor de R$ 2.400.000,00, correspondente a serviços de limpeza do terreno, remoção de materiais, reconstrução de piscinas, etc., diz respeito a um contrato ali mencionado, datado de 01/09/1996; na falta de outros elementos, entendo que deva ser apenas considerado o valor já aceito pelo autuante: R$ 1.000.000,00;” Pois bem. Com relação aos serviços técnicos de consultoria prestados pela COEPAR, verificase que a decisão recorrida é correta, pois considera apenas a despesa comprovada para o período de apuração em foco, ou seja, o 1º trimestre do anocalendário 1997. O regime de apuração em análise se limita ao 1º trimestre de 1997 em decorrência do Despacho (fls.986/989), em que a SEORT/DRF/Nova Iguaçu chamou o feito à ordem para reestabelecer o controle do crédito tributário de CSLL lançado apenas para este período. Destarte, como a prestação de serviços prevista no contrato que comprova a despesa deveria se dar em 3 (três) meses, dentre os quais 2 (dois) meses se inseriam dentro do período de apuração analisado, entendo que a decisão recorrida é correta ao respeitar o regime de competência, corolário do regime de apuração do lucro arbitrado aplicado à interessada para o anocalendário de 1997. A decisão recorrida não merece reparos, também, em relação às despesas constantes na nota fiscal da AJN, no valor de R$ 2.400.000,00, (dois milhões e quatrocentos mil reais) correspondente a serviços de limpeza do terreno, remoção de materiais, reconstrução de piscinas, etc.; pois dentre todos os serviços discriminados na NF de fl. 349 do eprocesso, apenas para os serviços de limpeza do terreno e remoção de materiais, no valor R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) foram anexados documentos hábeis a comprovar as referidas despesas. Como ressaltado pela decisão recorrida, os documentos trazidos constituem se basicamente em notas fiscais, porém para os serviços de limpeza do terreno e remoção dos Fl. 1135DF CARF MF Processo nº 10735.002581/9951 Acórdão n.º 1302003.130 S1C3T2 Fl. 1.136 12 materiais da avalanche a interessada trouxe, além da nota fiscal, os contratos, conforme ressaltado pela própria em sua petição de fls. 179/181 do eprocesso. Diante do exposto, NEGO provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa Fl. 1136DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10840.002360/2005-21
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2000
MULTA POR ATRASO. DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOA JURÍDICA - DSPJ - INATIVA.
A pessoa jurídica, cujos atos constitutivos foram arquivados no órgão de registro competente, está obrigada à apresentação da declaração de inatividade, por cujo atraso na entrega se sujeita à multa prevista na legislação de regência.
ÔNUS DA PROVA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DOS FATOS IMPEDITIVOS.
No Processo Administrativo Fiscal, em sede de litígio, é dever do contribuinte demonstrar, com documentos hábeis e idôneos, o fato impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão da administração tributária
Numero da decisão: 1001-000.911
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Edgar Bragança Bazhuni - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: EDGAR BRAGANCA BAZHUNI
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2000 MULTA POR ATRASO. DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOA JURÍDICA - DSPJ - INATIVA. A pessoa jurídica, cujos atos constitutivos foram arquivados no órgão de registro competente, está obrigada à apresentação da declaração de inatividade, por cujo atraso na entrega se sujeita à multa prevista na legislação de regência. ÔNUS DA PROVA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DOS FATOS IMPEDITIVOS. No Processo Administrativo Fiscal, em sede de litígio, é dever do contribuinte demonstrar, com documentos hábeis e idôneos, o fato impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão da administração tributária
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva.
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Recorrente BORIN BATISTA E RIBEIRO ADVOGADOS ASSOCIADOS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2000 MULTA POR ATRASO. DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOA JURÍDICA DSPJ INATIVA. A pessoa jurídica, cujos atos constitutivos foram arquivados no órgão de registro competente, está obrigada à apresentação da declaração de inatividade, por cujo atraso na entrega se sujeita à multa prevista na legislação de regência. ÔNUS DA PROVA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DOS FATOS IMPEDITIVOS. No Processo Administrativo Fiscal, em sede de litígio, é dever do contribuinte demonstrar, com documentos hábeis e idôneos, o fato impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão da administração tributária Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 00 23 60 /2 00 5- 21 Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10840.002360/200521 Acórdão n.º 1001000.911 S1C0T1 Fl. 100 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente em face de decisão proferida pela 3ª Turma da Delegacia Regional de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), mediante o Acórdão nº 1419.051, de 13/03/2008 (efls. 47/48), objetivando a reforma do referido julgado. Contra a Recorrente acima identificada foi lavrado auto de infração (efl. 5), mediante o qual é exigido crédito tributário relativo à multa por atraso na entrega da Declaração Simplificada do anocalendário de 2000, no valor de R$ 200,00. Cientificada da exigência fiscal, a interessada interpôs impugnação argumentando que "inobstante ter efetivado seu registro no órgão competente em data anterior, somente em 02/09/2002 obteve seu registro perante o CNPJ", pois nesse interstício "estava regularizando a situação de um de seus sócios, que muito embora há muito tempo houvesse se retirado do quadro societário de outra empresa, o seu nome permanecia vinculado" nos registros da Receita Federal, "e por existirem pendências" que impediam o registro da nova empresa". A DRJ analisou a impugnação apresentada pela contribuinte e considerou procedente o lançamento, cujo acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2000 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. É devida a multa no caso de entrega da declaração fora do prazo estabelecido. Lançamento Procedente. Ciente da decisão de primeira instância em 26/05/2008, conforme Aviso de Recebimento à efl. 80, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 24/06/2008 (efls. 81/83), conforme carimbo aposto à efl. 81. É o Relatório. Voto Conselheiro Edgar Bragança Bazhuni, Relator O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regula o processo administrativofiscal (PAF). Dele conheço. Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10840.002360/200521 Acórdão n.º 1001000.911 S1C0T1 Fl. 101 3 No recurso interposto a recorrente reitera o argumento apresentado em sede de primeira instância, em suma, que não estava obrigada à apresentação da Declaração Simplificada, visto que, apesar de registrado o contrato social 12/04/2000, somente em 02/09/2002 obteve seu registro perante o CNPJ, devido a necessidade de regular a situação de um de seus sócios que permanecia vinculado à outra empresa, apesar de ter se retirado do quadro societário há muito tempo, "e por existirem pendências fiscais". Esses argumentos foram fundamentadamente afastados no aresto de primeira instância, pelo que peço vênia para transcrever o excerto, a seguir, do voto condutor do acórdão recorrido, adotandoo desde já como razões de decidir, nos termos do § 1º do art. 50 da Lei nº 9.784/1999 c/c o §3º do art. 57 do RICARF, completandoo ao final: (...) O contrato social anexado às fls. 6/13 indica que a sociedade foi registrada na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em 13 de abril de 2000. A Instrução Normativa (IN) SRF n° 1, de 12 de janeiro de 2000, estabelece: Art. 14. Todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, estão obrigadas a se inscrever no CNPJ Logo, era obrigação da empresa ter providenciado sua inscrição no CNPJ. Embora não esclarecido qual o impedimento para sua inscrição, restou claro que se trata de pendência cuja causa foi dada por ela mesma, na pessoa de um de seus sócios. O fato de não ter iniciado suas atividades não é motivo para a dispensa da entrega da declaração, visto que, desde a edição da IN SRF n° 28, de 5 de março de 1998, está prevista a entrega obrigatória da declaração de pessoa jurídica inativa. Estando registrada na OAB, portanto, tendo personalidade jurídica, a sociedade estava obrigada à entrega da declaração, ainda que tenha ficado inativa, nos termos da IN SRF n° 21, de 22 de fevereiro de 2001, art. 1º. Assim, estando caracterizada a situação fática que originou o lançamento nenhum reparo há de se lhe fazer. Dessa forma, voto por julgar procedente o lançamento. Quanto aos impedimentos citados pela recorrente para os quais não apresenta provas, cumpre observar que compete ao autor em sede de litígio, é dever do contribuinte demonstrar, com documentos hábeis e idôneos, o fato impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão da administração tributária, conforme dispõe o art. 333 do Código Processual Civil: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: Fl. 101DF CARF MF Processo nº 10840.002360/200521 Acórdão n.º 1001000.911 S1C0T1 Fl. 102 4 I recair sobre direito indisponível da parte; II tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. Assim, como desde o anocalendário de 1997, a pessoa jurídica inativa está obrigada à apresentação de Declaração Simplificada de Pessoa Jurídica Inativa (art. 4° da Instrução Normativa SRF n° 28, de 05 de março de 1998), correto foi a aplicação da multa pelo atraso na sua entrega. Diante do exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Fl. 102DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.004068/2007-59
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006
DIREITO CREDITÓRIO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DEMONSTRAÇÃO DA PROVA. NECESSIDADE.
A retificação dos dados das declarações após a emissão do Despacho Decisório, por si só, não é suficiente para a demonstração do direito creditório invocado. É ônus do interessado demonstrar a certeza e liquidez de seu crédito, apresentando os documentos e elementos de sua contabilidade que demonstram referido direito.
Numero da decisão: 9303-007.505
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 DIREITO CREDITÓRIO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DEMONSTRAÇÃO DA PROVA. NECESSIDADE. A retificação dos dados das declarações após a emissão do Despacho Decisório, por si só, não é suficiente para a demonstração do direito creditório invocado. É ônus do interessado demonstrar a certeza e liquidez de seu crédito, apresentando os documentos e elementos de sua contabilidade que demonstram referido direito.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
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INDUSTRIA DE ALIMENTOS ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 DIREITO CREDITÓRIO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DEMONSTRAÇÃO DA PROVA. NECESSIDADE. A retificação dos dados das declarações após a emissão do Despacho Decisório, por si só, não é suficiente para a demonstração do direito creditório invocado. É ônus do interessado demonstrar a certeza e liquidez de seu crédito, apresentando os documentos e elementos de sua contabilidade que demonstram referido direito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 40 68 /2 00 7- 59 Fl. 561DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento, protocolizado em 08/08/2006, às efls. 04 e 05, pelo qual a contribuinte pretende reaver valores de Cofins de incidência não cumulativa, do 1º trimestre de 2006, no montante de R$ 863.680,76, parcialmente utilizados em DCOMPS às efls 06 a 15. A DRF em Florianópolis, no despacho decisório de efls. 174 a 184, em 05/11/2008, reconheceu em parte o direito creditório, no montante de R$ 662.518,08 e homologou parcialmente as compensações. Irresignada, em 28/01/2009, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, às efls. 192 a 218. A 4ª Turma da DRJ/FNS, apreciou a manifestação em 20/08/2010, e no acórdão nº 0720.798, às efls. 381 a 397, reconheceu em parte o direito creditório. Ainda inconformada, a contribuinte interpôs recurso voluntário, às efls. 400 a 417, em 27/10/2010. A 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento apreciou o recurso na sessão de 24/07/2014, resultando no acórdão de nº 3403003.141, às e fls. 424 a 436, o qual teve as seguintes ementas: CRÉDITO PRESUMIDO.AGROINDÚSTRIA. LEI Nº 10.925/04. O crédito presumido de que trata o artigo 8º, da Lei nº 10.925/2004 corresponderá a 60% ou a 35% daquele a que se refere o art. 3º, das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/03 em função da natureza do “produto” a que a agroindústria dá saída e não da origem do insumo que aplica para obtêlo. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. APRESENTAÇÃO DE DACON RETIFICADOR EM SEDE DE MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Há que se reconhecer DACON retificadora, ainda que apresentada a destempo, sobretudo quando a própria DRJ reconhece o crédito a que faz jus a Recorrente.. O acórdão foi assim lavrado: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao Recurso Voluntário. Embargos da Fazenda Cientificada do acórdão nº 3403003.141 em 05/11/2014 (efl. 437), a Procuradoria da Fazenda Nacional manejou embargos de declaração em 11/11/2014, às e fls.438 a 440. Afirma a Procuradora que a retificação da DACON após o despacho decisório teria implicado supressão de instância, sobre a qual o acórdão embargado não se manifestou. A 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara, por meio do acórdão nº 3403003.590, prolatado em 26/02/2015, às efls. 443 a 447, rejeitou, por unanimidade os Embargos de Declaração, que teve a seguinte ementa: Fl. 562DF CARF MF Processo nº 11516.004068/200759 Acórdão n.º 9303007.505 CSRFT3 Fl. 562 3 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SUPOSTA SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. NÃO OCORRÊNCIA Não há que se falar em supressão de instância se as razões de decidir do acórdão apontam que o crédito foi reconhecido pelas provas constantes nos autos, expressamente reconhecidas pela DRJ, vez que o crédito em questão não se constitui pela retificação da DACON, mas sim pelos documentos constantes no processo.. Recurso especial da Fazenda A Procuradoria da Fazenda Nacional foi intimada do acórdão nº 3403 003.590 em 12/03/2015 (efl. 448), e interpôs recurso especial de divergência em 09/04/2015, às efls. 449 a 455. A Procuradora aponta divergência entre o acórdão a quo e os paradigmas de nº 10517.143 e nº 20312.207, pois para este não devem ser analisados os documentos que dão suporte à declaração retificadora do sujeito passivo após o despacho decisório, pois haveria inovação em relação à matéria originalmente discutida nos autos, enquanto naquele, se entendeu que o direito creditório não se subsume À retificação formal das declarações mas aos aspectos probatórios e documentais que dão sustentação a tais declarações. O Presidente da 4ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento do CARF apreciou o recurso especial de divergência da contribuinte em 16/07/2015, no despacho de e fls. 457 a 459, com base nos arts. 67 e 68 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009, dandolhe seguimento. Contrarrazões da contribuinte A contribuinte teve ciência do acórdão 3403003.141 e do despacho de efls. 457 a 459, em 31/07/2015 (efl. 464), tendo oferecido suas contrarrazões, em 14/08/2015, às e fls. 465 a 468. Em seu contrarrazoado, resumidamente argumenta, que a sua retificação de DACON não importou inovação na matéria discutida, mas retificação de erro de fato em face do preenchimento em campo equivocado, o que seria reconhecido na própria decisão de primeira instância, conforme excertos da efls. 392 e 393. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator O recurso especial de divergência do Procurador é tempestivo, cumpre os requisitos regimentais e por isso dele conheço. Fl. 563DF CARF MF 4 A questão trazida a baila em sede de recurso especial é a admissão, em sede de recurso voluntário, de declaração retificadora que seja necessária à apuração dos créditos para os quais a contribuinte pleiteia ressarcimento ou restituição. Nessa matéria, cabe à contribuinte demonstrar o erro no preenchimento de sua DACON, o ônus probatório de demonstrar o crédito que pleiteia é dela, essa demonstração, com os documentos em que se fulcre, não foi apresentada no processo e deveria ao menos estar claramente disponível para apreciação da turma de primeira instância. Ou seja, não basta apresentar a retificadora, há que se garantir que essa retificação tenha suporte documental e que esse suporte seja colocado na instância processual devida, a fim de que não se venha a suprimir instâncias. Do acórdão de primeira instância extraise a seguinte passagem: Assim sendo, as aquisições da contribuinte de farelo de soja e milho em grãos, efetuadas no primeiro trimestre de 2006 junto à pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária ou cooperativa de produção agropecuária, em tese, concedem direito a créditos como insumos do processo produtivo. Observase, entretanto, que a Requerente incluiu estes créditos em seu Demonstrativo de Apuração das Contribuições (Dacon) originais como sendo créditos presumidos de atividades agroindustriais. (Negritei.) A afirmação do primeiro parágrafo não confirma a existência do créditos em discussão, por isso a expressão em "tese" que ali destacamos, pois ainda deve ser verificada a situação de fato. Se uma informação sobre créditos é incluída em Dacon pela própria contribuinte, e após o início do procedimento fiscal ela pretende retificála, há que infirmar a declaração original com provas adequadas. Se alguém afirma erro material na transcrição de seus dados, deve indicálo com claras referências de onde se encontram as corretas informações. Não observo tal situação no processo, e por isso comungo do entendimento do acórdão da DRJ. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso especial de divergência da Procuradoria da Fazenda Nacional, para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 564DF CARF MF Processo nº 11516.004068/200759 Acórdão n.º 9303007.505 CSRFT3 Fl. 563 5 Fl. 565DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16643.000142/2010-21
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005, 2006
DISPOSITIVO NÃO INVOCADO. APLICAÇÃO PELO JULGADOR.
Não viola o contraditório a aplicação, pelo julgador, de dispositivo legal não previamente invocado, desde que esteja demonstrado que o acusado tenha compreendido os fatos da acusação.
Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2005, 2006
ÁGIO. EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA. AMORTIZAÇÃO. INDEDEDUTIBILIDADE
O ágio pago por expectativa de rentabilidade futura, na aquisição de investimento, é despesa amortizável; como tal, está sujeita à norma veiculada pelo artigo 13, inciso III, da Lei nº 9.249/1995, Diante disso, a amortização desse ágio, ao tempo de vigência desse dispositivo legal, não é dedutível na apuração da base de cálculo da CSLL.
Numero da decisão: 9101-003.883
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração, vencido o conselheiro Rafael Vidal de Araújo, que não conheceu e, por unanimidade de votos, em acolhê-los, sem efeitos infringentes. Votaram pelas conclusões os conselheiros Cristiane Silva Costa e Caio César Nader Quintella (suplente convocado).
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Re^go - Presidente.
(assinado digitalmente)
Flávio Franco Corrêa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Luis Fabiano Alves Penteado, Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado para substituir o conselheiro Luis Flávio Neto), Caio César Nader Quintella (suplente convocado) e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: FLAVIO FRANCO CORREA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração, vencido o conselheiro Rafael Vidal de Araújo, que não conheceu e, por unanimidade de votos, em acolhê-los, sem efeitos infringentes. Votaram pelas conclusões os conselheiros Cristiane Silva Costa e Caio César Nader Quintella (suplente convocado). (assinado digitalmente) Adriana Gomes Re^go - Presidente. (assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Luis Fabiano Alves Penteado, Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado para substituir o conselheiro Luis Flávio Neto), Caio César Nader Quintella (suplente convocado) e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
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APLICAÇÃO PELO JULGADOR. Não viola o contraditório a aplicação, pelo julgador, de dispositivo legal não previamente invocado, desde que esteja demonstrado que o acusado tenha compreendido os fatos da acusação. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2005, 2006 ÁGIO. EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA. AMORTIZAÇÃO. INDEDEDUTIBILIDADE O ágio pago por expectativa de rentabilidade futura, na aquisição de investimento, é despesa amortizável; como tal, está sujeita à norma veiculada pelo artigo 13, inciso III, da Lei nº 9.249/1995, Diante disso, a amortização desse ágio, ao tempo de vigência desse dispositivo legal, não é dedutível na apuração da base de cálculo da CSLL. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração, vencido o conselheiro Rafael Vidal de Araújo, que não conheceu e, por unanimidade de votos, em acolhêlos, sem efeitos infringentes. Votaram pelas conclusões os conselheiros Cristiane Silva Costa e Caio César Nader Quintella (suplente convocado). (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 64 3. 00 01 42 /2 01 0- 21 Fl. 3302DF CARF MF Processo nº 16643.000142/201021 Acórdão n.º 9101003.883 CSRFT1 Fl. 3.303 2 Flávio Franco Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Luis Fabiano Alves Penteado, Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado para substituir o conselheiro Luis Flávio Neto), Caio César Nader Quintella (suplente convocado) e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pelo contribuinte Banco Santander S/A, em face do acórdão nº 9101003.210, por meio do qual esta Turma decidiu negar provimento ao Recurso Especial do contribuinte. O acórdão embargado está assim ementado: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2005, 2006 Ementa: ÁGIO PAGO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA SUPORTADO POR TERCEIRO. INCORPORAÇÃO. AMORTIZAÇÃO INDEDUTÍVEL. Não se sustenta a imaginada legalidade da influência de despesa com amortização de ágio, na redução do lucro tributável pelo IRPJ, se esse mesmo ágio, fundado na expectativa de rentabilidade futura, for obtido, pela incorporadora ou pela incorporada, mediante transferência, para aumento ou integralização de capital, de investimento adquirido por terceiro com a citada mais valia. Vale dizer, de outra forma, que a influência no resultado tributável pelo IRPJ só tem amparo legal se houver a confusão patrimonial entre a investidora e a investida. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2005, 2006 Ementa: DECADÊNCIA. AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. O reconhecimento do ágio não representa manifestação de fato imponível tributário. Diante disso, em caso de apuração de lucro real anual, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário, decorrente da redução indevida do resultado do exercício, só se inicia após a amortização anual, e não com o registro original do ágio. JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. As multas proporcionais aplicadas em lançamento de ofício, por descumprimento a mandamento legal que estabelece a determinação do valor de tributo administrado pela Receita Federal do Brasil a ser recolhido no prazo legal, estão inseridas na compreensão do § 3º do artigo 61 da Lei nº 9.430/1996, sendo, portanto, suscetíveis à incidência de juros de mora à taxa SELIC.” De acordo com o Despacho de Admissibilidade, cabe apreciar, nessa oportunidade, a suposta obscuridade na decisão, quanto às razões de decidir na manutenção da autuação relativa à CSLL, conjugada com omissão deste tema, na ementa do acórdão. Fl. 3303DF CARF MF Processo nº 16643.000142/201021 Acórdão n.º 9101003.883 CSRFT1 Fl. 3.304 3 No entender da Embargante, a obscuridade decorreria da menção, pelo voto condutor, ao artigo 13, inciso III, da Lei nº 9.249/9195, que não constaria dos autos de infração lavrados, o que implicaria inovação/aperfeiçoamento do lançamento por esta Câmara Superior, e que isso, por outro lado, confirmaria a impossibilidade de se exigir a CSLL com base nos artigos 7º e 8º da Lei nº 9.532/1997. O Despacho de Admissibilidade ainda assinala que a análise dos autos realmente demonstra que, em relação à CSLL, não foi utilizado pela autoridade fiscal o fundamento contido no artigo 13, III, da Lei nº 9.249/1995. No entanto, como o voto condutor nele se baseou para a manutenção da infração (de modo distinto, em relação ao IRPJ, que o artigo também contempla), dando a entender que, na hipótese, não se trataria de mera tributação reflexa, parece pertinente a tese da Embargante, no sentido de que carece de esclarecimento a posição adotada pelo Colegiado. Somese a isso o fato de que, por não se tratar de tributação reflexa, caberia a inclusão dos fundamentos para a manutenção da CSLL na ementa do acórdão, o que não ocorreu e ensejou, inclusive, a alegação de omissão, a merecer a necessária a integração da decisão. É o relatório. Voto Conselheiro Flávio Franco Corrêa, Relator. Os presentes Embargos são tempestivos. Dele conheço. Com efeito, assim se decidiu a questão relativa à CSLL, no acórdão embargado: “No tocante à acusação de prática de infração à legislação da CSLL, impõese ressaltar, antes de tudo, que o ágio pago com lastro em rentabilidade futura deve ser contabilmente amortizado ao longo do tempo, conforme orienta o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações da FIPECAFI: "11.7.4 Natureza e Origem do Ágio ou Deságio [...] c) ÁGIO POR VALOR DE RENTABILIDADE FUTURA Esse ágio (ou deságio) ocorre quando se paga pelas ações um valor maior (menor) que o patrimonial, em função de expectativa de rentabilidade futura da coligada ou controlada adquirida. Esse tipo de ágio ocorre com maior frequência por envolver inúmeras situações e abranger diversas possibilidades. [...] 11.7.5 Amortização do Ágio ou Deságio a) CONTABILIZAÇÃO V Amortização do ágio (deságio) por valor de rentabilidade Fl. 3304DF CARF MF Processo nº 16643.000142/201021 Acórdão n.º 9101003.883 CSRFT1 Fl. 3.305 4 O ágio pago por expectativa de lucros futuros da coligada ou controlada deve ser amortizado dentro do período pelo qual se pagou por tais futuros lucros, ou seja, contra os resultados dos exercícios considerados na projeção dos lucros estimados que justifiquem o ágio. O fundamento aqui é o de que, na verdade, as receitas equivalentes aos lucros da coligada ou controlada não representam um lucro efetivo, já que a investidora pagou por eles antecipadamente, devendo, portanto, baixar o ágio contra essas receitas. Suponha que uma empresa tenha pago pelas ações adquiridas um valor adicional ao do patrimônio liquido de $ 200.000, correspondente a sua participação nos lucros dos 10 anos seguintes da empresa adquirida. Nesse caso, tal ágio deverá ser amortizado na base de 10% ao ano. (Todavia, se os lucros previstos pelos quais se pagou o ágio não forem projetados em uma base uniforme de ano para ano, a amortização deverá acompanhar essa evolução proporcionalmente). (...)" (grifei) Portanto, o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura, na aquisição de investimento, é despesa amortizável; como tal, está sujeita à norma veiculada pelo artigo 13, inciso III, da Lei nº 9.249/1995: "Art. 13. Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções, independentemente do disposto no art. 47 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964: [...] III de despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, exceto se intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços; Isso porque, como é cediço, as ações são bens móveis, conforme previsão do artigo 82 do vigente Código Civil. Nesses termos, o ágio pago sob a justificativa de rentabilidade futura, na aquisição de ações, constitui gasto que deve ser amortizado, como despesa, dentro do período pelo qual se pagou por lucros futuros. Nessas circunstâncias, tal despesa de amortização não pode afetar a apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, a teor do já mencionado artigo 13, inciso III, da Lei nº 9.249/1995. Ademais, os artigos 7º e 8º da Lei nº 9.532/1997 instituíram regras específicas às hipóteses de fusão, cisão e incorporação que são exclusivas ao âmbito do IRPJ, como bem explicitam os incisos III e IV do caput do antedito artigo 7º, ao estabelecerem que as influências da amortização do ágio baseado na alínea "b" do § 2º do artigo 20 do Decretolei nº 1.598/1977 estão restritas à apuração do lucro real, uma vez ausente da redação de tais dispositivos da Lei nº 9.532/1997 qualquer referência à apuração da base de cálculo da CSLL. Diante do exposto, negase provimento ao pedido de reconhecimento da legalidade da influência da amortização desse ágio na apuração da CSLL.” Em razão da glosa da despesa de amortização do ágio, conforme o anotado no Termo de Verificação Fiscal, lavrouse a exigência de CSLL. De acordo com o auto de infração, esta exigência tem supedâneo nos seguintes dispositivos legais: artigo 2°, caput e §§, da Lei n° 7.689/1988; artigo 1° da Lei n° 9.316/1996; artigo 28 da Lei n° 9.430/1996; artigo 37 da Lei nº 10.637/2002; artigo 57 da Lei nº 8.981/1995 (com redação dada pela Lei n° 9.065/1995; artigo 58 da Lei n° 8.981/1995; artigo 16 da Lei n° 9.065/1995. Fl. 3305DF CARF MF Processo nº 16643.000142/201021 Acórdão n.º 9101003.883 CSRFT1 Fl. 3.306 5 Por sua vez, como se pode ver, o voto vencedor está embasado nos seguintes pilares: a) o artigo 13, inciso III, da Lei nº 9.249/1995 desautoriza a dedutibilidade da amoriização do ágio, na apuração da base de cálculo da CSLL; b) os artigos 7º e 8º da Lei nº 9.532/1997 permitem a dedutibilidade da despesa de amortização do ágio, em caso de fusão, cisão e incorporação, mas seus efeitos tributários limitamse à apuração do lucro real. De fato, o artigo 13, inciso III da Lei nº 9.249/1995 não consta entre os dispositivos legais referidos no auto de infração. Diante de tal quadro, evocase, de plano, o princípio iura novit curia (o juiz conhece o direito), ou, em outra versão, o brocardo com o idêntico sentido naha mi factum dado tibi jus (narrame o fato, eu te darei o direito), segundo o qual o julgador não se atém aos fundamentos invocados pela parte, mas deve estar baseado em fatos ligados ao fatobase da postulação, em consonância com o princípio da adstrição. Essa linha reclama, entretanto, que o contribuinte tenha pleno conhecimento da imputação fática, em respeito ao contraditório, assim alinhandose à corrente que viceja neste Egrégio Conselho: AUTO DE INFRAÇÃO. DISPOSIÇÃO LEGAL INFRINGIDA. A falta de indicação da lei formal (Lei 9.964/2000, que instituiu o REFIS e que dispôs que os valores comprados poderiam ser utilizados para a compensação de multas e juros devidos no âmbito do REFIS) não implica em nulidade do lançamento, tendo em vista que os fatos estão bem descritos no Termo de Verificação Fiscal que é peça integrante dos Auto de Infração e sobre os fatos o contribuinte no exercício do direito à ampla defesa e do contraditório se defendeu demonstrando pleno conhecimento das imputações que lhe foram feitas.” (acórdão nº 1802000.783, sessão de 26/01/2011) AUTO DE INFRAÇÃO. DISPOSIÇÃO LEGAL INFRINGIDA. Eventuais imperfeições no enquadramento legal da infração cometida não acarreta a nulidade do auto de infração, quando comprovado, pela judiciosa descrição dos fatos nele contida e a alentada impugnação apresentada pelo contribuinte que houve perfeita compreensão da matéria tributária.” (acórdão nº 2201000.999, sessão de 14/03/2011) NULIDADE. ATO DE EXCLUSÃO. DA CORRETA DISPOSIÇÃO LEGAL INFRINGIDA. NÃO CABIMENTO. De certo que o Ato de exclusão deve conter os dispositivos das referidas Leis que tratam da matéria, porém, tal equívoco não macula o procedimento fiscal que concluiu pela exclusão no Simples Federal e Nacional, vez que toda a situação constatada pela fiscalização foi descrita na Representação Fiscal para Exclusão do Simples Nacional. (acórdão nº 1301003.013, 15/05/2018) FALTA DE INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO QUE FUNDAMENTA A ACUSAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. Não dá causa a nulidade o fato de ter havido omissão na indicação do dispositivo legal em que se fundamenta a acusação, uma vez que, como é cediço, recorrese dos fatos que são imputados ao recorrente e não do enquadramento legal, desde que esteja patente que o acusado bem Fl. 3306DF CARF MF Processo nº 16643.000142/201021 Acórdão n.º 9101003.883 CSRFT1 Fl. 3.307 6 compreendeu os fatos de que lhe foram atribuídos. (acórdão nº 1301002.102, sessão de 09/08/2016); AUTO DE INFRAÇÃO – DISPOSIÇÃO LEGAL INFRINGIDA – O erro no enquadramento legal não acarreta a nulidade do auto de infração, quando comprovado, pela judiciosa descrição dos fatos nele contida e a alentada impugnação apresentada pelo contribuinte contra as imputações que lhe foram feitas, que incorreu preterição do direito de defesa. (acórdão nº 10313567, DOU de 28/03/1995) Portanto, em sintonia com a jurisprudência do CARF, o equívoco da Fiscalização, no enquadramento legal, não é causa de nulidade do lançamento, desde que os fatos estejam rigorosamente descritos e que o contribuinte demonstre que compreendeu a acusação, em respeito ao contraditório. Calha considerar que o Superior Tribunal de Justiça decidiu, por unanimidade, em recente acórdão (Edcl no Recurso Especial nº 1.280.825, julgado em 27/06/2017), que não existe qualquer vício ou surpresa na utilização de dispositivo legal não previamente invocado, ante a evidente distinção entre “fundamento jurídico” e “fundamento legal”, inclusive à luz do Novo CPC, nas palavras da Ministra Maria Isabel Galotti: “2. O "fundamento" ao qual se refere o art. 10 do CPC/2015 é o fundamento jurídico circunstância de fato qualificada pelo direito, em que se baseia a pretensão ou a defesa, ou que possa ter influência no julgamento, mesmo que superveniente ao ajuizamento da ação não se confundindo com o fundamento legal (dispositivo de lei regente da matéria). A aplicação do princípio da não surpresa não impõe, portanto, ao julgador que informe previamente às partes quais os dispositivos legais passíveis de aplicação para o exame da causa. O conhecimento geral da lei é presunção jure et de jure.” Destaquese o voto elucidativo da Ministra Maria Isabel Galotti, no julgamento do Edcl no Recurso Especial nº 1.280.825: Penso que o "fundamento" ao qual se refere o art. 10 é o fundamento jurídico causa de pedir, circunstância de fato qualificada pelo direito, em que se baseia a pretensão ou a defesa, ou que possa ter influência no julgamento, mesmo que superveniente ao ajuizamento da ação, conforme art. 493 do CPC/2015) não se confundindo com o fundamento legal (dispositivo de lei regente da matéria). Lembro a distinção feita por Vicente Greco Filho: "O fato e o fundamento jurídico do pedido são a causa de pedir, na expressão latina, a causa petendi. Antes de mais nada é preciso observar que o fundamento jurídico é diferente do fundamento legal; este é a indicação (facultativa, porque o juiz conhece o direito) dos dispositivos legais a serem aplicados para que seja decretada a procedência da ação; aquele (que é de descrição essencial) referese à relação jurídica e fato contrário do réu que vai justificar o pedido de tutela jurisdicional.” (Direito Processual Civil Brasileiro, 2º Volume, 22ª ed., pg. 136). Se ao autor e ao réu não é exigido que declinem, na inicial e na contestação, o fundamento legal, mas apenas o fundamento jurídico, não faz sentido supor que o magistrado deva proferir despacho prévio à sentença enumerando todos os dispositivos legais possivelmente em tese aplicáveis para a solução da causa. Fl. 3307DF CARF MF Processo nº 16643.000142/201021 Acórdão n.º 9101003.883 CSRFT1 Fl. 3.308 7 Os fatos da causa devem ser submetidos ao contraditório, não o ordenamento jurídico, o qual é de conhecimento presumido não só do juiz (iura novit curia), mas de todos os sujeitos ao império da lei, conforme presunção jure et de jure (art. 3º da LINDB). A subsunção dos fatos à lei deve ser feita pelo juiz no ato do julgamento e não previamente, mediante a pretendida submissão à parte, pelo magistrado, dos dispositivos legais que possam ser cogitados para a decisão do caso concreto. Da sentença, que subsumiu os fatos a este ou àquele artigo de lei, caberá toda a sequência de recursos prevista no novo Código de Processo Civil. A aventada exigência de que o juiz submetesse a prévio contraditório das partes não apenas os fundamentos jurídicos, mas também os dispositivos legais (fundamento legal) que vislumbrasse de possível incidência, sucessivamente, em relação aos pressupostos processuais, condições da ação, prejudiciais de mérito e ao próprio mérito, inclusive pedidos sucessivos ou alternativos, entravaria o andamento dos processos, conduzindo ao oposto da eficiência e celeridade desejáveis. Seria necessário exame prévio da causa pelo juiz, para que imaginasse todos os possíveis dispositivos legais em tese aplicáveis, cogitados ou não pelas partes, e a prolação de despacho submetendo artigos de lei cujo desconhecimento não pode ser alegado sequer pelos leigos ao contraditório, sob pena de a lei vigente não poder ser aplicada aos fatos objeto de debate na causa. A discussão em colegiado, com diversos juízes pensando a mesma causa, teria que ser paralisada a cada dispositivo legal aventado por um dos vogais, a fim de que fosse dada vista às partes. Grave seria o entrave a marcha dos processos, além de fértil campo de nulidades. O absurdo da conclusão revela, data maxima venia, o equívoco da premissa.” Por conseguinte, cabe ao julgador, ao examinar a divergência jurisprudencial, apreciar os fatos e aplicar o direito a eles inerente. Essa linha de entendimento está agasalhada na Súmula nº 456 do Supremo Tribunal Federal: “O Supremo Tribunal Federal, conhecendo do recurso extraordinário, julgará a causa, aplicando o direito à espécie.” (grifei) Nem mesmo no processo penal, no qual se debate sobre direito individual de magnitude da liberdade de locomoção, vigora a imaginada regra do “tudo ou nada” que a Embargante supõe existir, para o processo administrativo fiscal. Colhase, no ponto, o seguinte exemplo: “PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA RECEPTAÇÃO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. CRIMES OCORRIDOS EM LOCAIS DISTINTOS. ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS. ART. 81 DO CPP. NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. RECURSO NÃO PROVIDO. 2. O acusado se defende dos fatos a ele imputados e não da qualificação jurídica definida na denúncia, a qual poderá, inclusive, ser revista pelo julgador (emendatio libelli), desde que não haja alteração da narrativa fática dada pelo órgão acusador, nos termos do art. 383 do Código de Processo Penal.” (RHC 58987 / SP, Dje 26/06/2018) Fl. 3308DF CARF MF Processo nº 16643.000142/201021 Acórdão n.º 9101003.883 CSRFT1 Fl. 3.309 8 Assim, está claro que não viola o contraditório, nem mesmo em sede de processo penal, a aplicação, pelo julgador, de dispositivo legal não previamente invocado, desde que esteja demonstrado que o acusado tenha compreendido os fatos da acusação. Sustentase, pois, inexistir, na espécie, violação ao devido processo legal, uma vez percorridas todas as fases do processo administrativo fiscal com a observância do dever de oferecer à Embargante as possibilidades ao exercício do contraditório e da ampla defesa, além de lhe garantir o direito à obtenção de uma decisão devidamente motivada. Desse modo, assegurouse ao contribuinte o direito de ser informado dos pressupostos de fato e de direito determinantes da decisão, cumprindose o mandamento do artigo 2º, parágrafo único, inciso VII, da Lei nº 9.784/1999. Por último, impende assinalar que os fatos descritos nos autos ocorreram em 2005 e 2006, quando estava em vigor o artigo 13, inciso III, da Lei nº 9.249/1995. Diante disso, o voto vencedor deveria aplicar, como efetivamente aplicou, a lei tributária vigente no tempo dos fatos da acusação, em atendimento ao artigo 105 do CTN, verbis: "Art. 105. A legislação tributária aplicase imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116." Nesses termos, não há que se falar em omissão. Cabíveis, porém, os presentes Embargos, quanto à alegação de obscuridade, motivo por que devem ser acolhidos, suprindoa nos termos aqui expostos, sem efeitos infringentes. É como voto. (assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa Fl. 3309DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.905328/2015-97
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2011
DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte.
ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972.
Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização de parte do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil.
MULTA E JUROS DE MORA.
Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
JUROS DE MORA. SELIC. MULTAS EM LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 108.
Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.772
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2011 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização de parte do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA. SELIC. MULTAS EM LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 108. Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COFINS Recorrente KEKO ACESSORIOS S.A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2011 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização de parte do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicandose o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA. SELIC. MULTAS EM LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 108. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 53 28 /2 01 5- 97 Fl. 158DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 2 Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, rejeitando as preliminares da defesa e não homologando as compensações apresentadas por não reconhecer o direito creditório postulado. O Despacho Decisório considerou que o crédito informado no PER/DCOMP foi parcialmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, restando saldo disponível inferior ao crédito pretendido, insuficiente para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Em manifestação de inconformidade alegou preliminarmente a Contribuinte que é legítima detentora de créditos apresentados para compensação originados de pagamentos realizados de maneira indevida ou a maior e o despacho decisório, que não reconheceu o direito creditório e deixou de homologar a compensação deve ser declarado nulo em razão de: i)Ausência de fundamentação, resultando em desvio de finalidade na busca pela verdade material, uma vez que não foi diligenciado para aferição do crédito pleiteado e não intimou a Contribuinte a prestar informações; Fl. 159DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 3 ii) É dever da Autoridade fiscal, por aplicação do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, instruir o procedimento fiscal, como a solicitação de informações ao Contribuinte, apreensão de documentos fiscais, diligências até a sede da Empresa, entre outros expedientes; iii) Não foi respeitado o contraditório, o devido processo legal e a ampla defesa. No mérito, alegou a Contribuinte que: iv) Deve ser possibilitada posterior juntada de documentos que comprovem as alegações trazidas em manifestação de inconformidade, em respeito ao princípio administrativo da verdade material, possibilitando a comprovação do direito creditório; v) É ilegal e inconstitucional a multa aplicada sobre o montante do tributo devido, devendo ser aplicados os princípios constitucionais do não confisco, razoabilidade e proporcionalidade; vi) O percentual de multa aplicado para o caso de descumprimento de obrigação principal, mesmo que expressamente previsto na legislação pertinente, deveria sempre guardar proporção com o valor da prestação tributária exigida, bem como adequarse e/ou assemelharse aos novos critérios de aplicação de multas estabelecidos para as relações contratuais que envolvem questões de direito privado. O Acórdão nº 02073.162 manteve o despacho decisório. Regularmente cientificada desta decisão, a Recorrente interpôs tempestivamente o Recurso Voluntário ora em apreço, onde repisa os argumentos expostos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.753, de 24 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 11020.900612/201658, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402005.753): "Pressupostos legais de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo ser conhecido. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 4 Preliminar A Recorrente alega preliminarmente que o despacho decisório é nulo por não ser fundamentado e ferir os princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório e devido processo legal, resultando em desvio de finalidade. Sem razão. Está correta a decisão recorrida ao concluir pela aplicação do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Com a detida análise dos autos é possível constatar que tanto o PERD/COMP, quanto a Manifestação de Inconformidade e o Recurso Voluntário, não estão instruídos com documentos passíveis de corroborar com as alegações da defesa. Ao invés de comprovar a certeza e liquidez ou, ainda, proceder à retificação da DCTF, demonstrando a suficiência do direito creditório para contrapor ao despacho decisório que não homologou a compensação, a Recorrente cingiuse em alegar a ausência das razões da não homologação, invocando os Princípios Constitucionais do Contraditório, Ampla Defesa e Devido Processo Legal, atribuindo o ônus da prova à Autoridade Fazendária. Ao contrário do que alega a Recorrente, aplicase o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. Neste sentido, a 4ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais proferiu o Acórdão nº 3401003.907, acatando por unanimidade o voto do Conselheiro Relator Augusto Fiel Jorge D'Oliveira ao negar provimento ao Recurso Voluntário interposto no Processo Administrativo Fiscal nº 13832.000095/9970, conforme Ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1991 a 30/06/1992 ÔNUS DA PROVA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. Em processos que decorrem do indeferimento de pedido de restituição/compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 5 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. Transcrevese abaixo parte do fundamento que embasou o respeitável voto do julgado acima citado: Em se tratando de pedido de restituição combinado com pedido de compensação, é ônus do contribuinte provar que possui o direito de crédito e no montante por ele alegado, o que implica a guarda da documentação necessária para tanto não pelo prazo de 5 (cinco) anos da realização dos pagamentos, como pretende ver reconhecido o Recorrente, mas até o encerramento da discussão administrativa ou judicial em que pretende ver aquele direito de crédito reconhecido. Nesse sentido, vejam os dispositivos legais a seguir: CTN: "Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram". (grifos nossos) Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil): "Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados" . (grifos nossos) Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99): "Art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (Decreto Lei nº 486, de 1969, art. 4º). (...) Art.923.A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em Fl. 162DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 6 preceitos legais. (DecretoLei nº1.598, de 1977, art. 9º, §1º)". (grifos nossos) Neste caso, não se aplicam as hipóteses de nulidade previstas pelo artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972, uma vez que tanto o despacho decisório, quanto o acórdão recorrido estão motivados pela ausência de crédito suficiente para compensação com os débitos declarados. E não há que se falar em preterição do direito de defesa da Contribuinte. Portanto, afasto as preliminares invocadas no recurso em análise. Mérito Princípio da Verdade Material A Recorrente invoca o Princípio da Verdade Material para alegar que deveria o Agente Fiscal apurar os fatos independentemente de suposições ou indícios, possibilitando à manifestante a posterior juntada de documentos para comprovar o direito creditório. Com efeito, a busca pela verdade material deve prevalecer, possibilitando ao Contribuinte apresentar todos os meios de provas necessários para comprovação de seu direito. No entanto, é da Contribuinte o ônus da prova passível de contrapor a constatação de utilização dos créditos declarados para compensação, o que não ocorreu no presente caso, pois a Recorrente não apresentou qualquer documento passível de comprovar o direito alegado, tampouco procedeu à Retificação da DCTF no prazo concedido para manifestação de inconformidade. O Artigo 37 da Lei nº 9.430/1996 prevê que "Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios". Reiterase a aplicação do artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, bem como a incidência do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Neste sentido, citase o Acórdão nº 3302005.292, proferido pela 3ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Tribuna Administrativo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 Fl. 163DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 7 DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. AUSÊNCIA DE PROVA. INDEFERIMENTO. O direito creditório objeto de pedido de ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep será indeferido se o contribuinte não apresentar os documentos necessários a análise e confirmação do valor do crédito pleiteado/compensado. Para esse fim, o postulante deve apresentar à fiscalização, quando solicitado, os arquivos digitais e os documentos fiscais e contábeis necessários à comprovação dos créditos apropriados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 CRÉDITO ESCRITURAL DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS. DEDUÇÃO, RESSARCIMENTO OU COMPENSAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O aproveitamento de crédito decorrente do regime não cumulativo da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, seja sob a forma de dedução, compensação ou ressarcimento, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros moratórios. COMPENSAÇÃO DECLARADA. ANÁLISE ANTES DE COMPLETADO O PRAZO DE CINCO ANOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Não há homologação tácita da compensação declarada quando o contribuinte é cientificado do despacho decisório não homologatório da compensação antes de completado o prazo de cinco anos, contado da data da apresentação da correspondente declaração de compensação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA.. IMPRESCINDIBILIDADE DA NOVA PROVA. INDEFERIMENTO. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado. PEDIDO DE PERÍCIA E DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO PELA AUTORIDADE JULGADORA. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E Fl. 164DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 8 ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. 1. No âmbito do processo administrativo fiscal, a produção da prova pericial somente se justifica nos casos a análise da prova exige conhecimento técnico especializado. Por não atender tal condição, a apreciação de documentos contábeis e fiscais prescinde de realização de perícia técnica. 2. O indeferimento de pedido de diligência ou perícia não configura vício de nulidade da decisão de primeira instância, por cerceamento ao direito de defesa, nos casos em que a autoridade julgadora, fundamentadamente, demonstra que a produção da prova pericial e realização da diligência eram desnecessárias e prescindíveis para o deslinde da controvérsia. DIREITO CREDITÓRIO. PROVA IMPRESCINDÍVEL À COMPROVAÇÃO. NÃO APRESENTAÇÃO NA FASE PROCEDIMENTAL DE FORMA DELIBERADA E INTENCIONAL. PRINCÍPIO DO NEMO AUDITUR PROPRIAM TURPITUDINEM ALLEGANS. REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA NA FASE RECURSAL. NÃO CABIMENTO. Se no curso do procedimento fiscal, após ser intimada e reintimada a recorrente, de forma deliberada e como estratégia de defesa, omitese de apresentar os arquivos digitais e a documentação contábil e fiscal necessária à apuração da certeza e liquidez do crédito da Cofins pleiteado, a reabertura da instrução probatória na fase recursal, inequivocamente, implicaria clara afronta ao princípio jurídico de que ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza (ou nemo auditur propriam turpitudinem allegans). DESPACHO DECISÓRIO PROFERIDO POR AUTORIDADE COMPETENTE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA INEXISTENTE. NULIDADE. IMPOSSIBILIDAE. Não é passível de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e que contenha todos os fundamentos fáticos e jurídicos suficientes para o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, em que formalizado pedido de ressarcimento de direito creditório, o ônus da prova recai sobre o contribuinte autor pedido. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 9 Recurso Voluntário Negado. Da alegação de Inaplicabilidade da multa em face do Princípio Constitucional do Não Confisco e dos Princípios Administrativos da Razoabilidade e da Proporcionalidade. A Recorrente questiona a multa aplicada, alegando tratarse de penalidade confiscatória, ilegal e inconstitucional. Alega que: O valor lançado a título de multa, flagrantemente ilegal como a seguir demonstrarseá, é manifestamente excessivo, ferindo, desta maneira o princípio constitucional do não confisco e dos princípios administrativos da razoabilidade e da proporcionalidade. Neste contexto, é princípio básico que a pena, no caso a multa aplicada em face de infrações, não pode ultrapassar os estritos limites da lei – ou ainda, do direito como um todo valendo para o caso específico do direito tributário, a definição legal do tributo como insuscetível de servir como instrumento de penalização do contribuinte. (...) De outra banda, importa consignar que as obrigações acessórias, entre elas a multa, podem ter duas naturezas, sendo uma tributária e, neste caso, converterse em principal, e a outra de natureza punitiva, que, ipso jure, convertese também em principal. No primeiro caso, o que era princípio na legislação esparsa, convertese em mandamento constitucional e legal impeditivo da bitributação com a mesma base de cálculo, vedando o bis in idem a partir do mesmo fato gerador, expresso no art. 150, I da CF/88, antes focado. Ora ainda que tolerado durante a vigência da Constituição anterior e ainda que contrário ao princípio da tributação, o Código Tributário Nacional, como antes dito, mandava converter a obrigação acessória, qualquer que fosse sua natureza, administrativa ou punitiva, em obrigação principal. Contudo, a tolerância tinha origem na idéia de que a obrigação principal art. 113, 3º, do CTN surge com a ocorrência do fato gerador, e tinha por objeto não apenas o pagamento do tributo, mas também a penalidade pecuniária. (...) Assim, a multa em questão é totalmente inexigível, uma vez que fere explicitamente os princípios legais e constitucionais Fl. 166DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 10 acima referidos, devendo ser reformado o acórdão recorrido também neste ponto. Ocorre que o artigo 61 da Lei nº 9.430/1996 é taxativo ao estabelecer a fixação de juros de mora e multa: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A multa aplicada atende ao limite de 20% (vinte por cento) estabelecido pelo § 2º acima transcrito. Portanto, não há que se alegar caráter confiscatório, tampouco ausência de razoabilidade e proporcionalidade. Por outro lado, incide a Súmula CARF nº 2, uma vez que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Taxa Selic A Recorrente questiona a aplicação da Taxa Selic na correção do crédito tributário, argumentando pela ilegalidade do cálculo de juros moratórios sobre débitos tributários. Não assiste razão à Recorrente, considerando a incidência da Súmula CARF 108, que assim dispõe: Súmula CARF nº 108 Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. Fl. 167DF CARF MF Processo nº 11020.905328/201597 Acórdão n.º 3402005.772 S3C4T2 Fl. 0 11 Portanto, deve ser mantida a decisão recorrida. Dispositivo Ante o exposto, conheço o Recurso Voluntário, rejeito as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGO PROVIMENTO para manter na íntegra o acórdão recorrido. " Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 168DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10909.720990/2016-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 18/03/2015
LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA.POSSIBILIDADE
A existência de ação judicial não obsta a formalização do crédito tributário, devendo haver o lançamento para prevenir a decadência, nos termos do artigo 63 da Lei n. 9430/96.
Numero da decisão: 3302-006.042
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior.
Nome do relator: WALKER ARAUJO
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 72 09 90 /2 01 6- 00 Fl. 103DF CARF MF Processo nº 10909.720990/201600 Acórdão n.º 3302006.042 S3C3T2 Fl. 104 2 Relatório Por bem descrever a realidade dos fatos, adoto e transcrevo do relatório da decisão de piso de fls. 7278: Trata o presente processo de auto de infração lavrado para constituição de crédito tributário no valor de R$185.699,16, referentes a Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, multa de ofício e juros de mora incidentes sobre a operação de importação. Depreendese da descrição dos fatos do auto de infração (fls. 31 a 40) que o autuado submeteu a despacho de importação, por meio da declaração de importação DI nº 15/05088021, registrada em 18/03/2015, mercadoria descrita como veículo automotor (MARCA/MODELO/VERSÃO: TOYOTA/SIENNA/XLE, ANO/MODELO: 2014/2015, NUMERO DO CHASSI 5TDYK3DC0FS567270), deixando de recolher o IPI imposto sobre produtos industrializados incidente sobre a operação de importação, sob a alegação de estar amparado pelo Agravo de instrumento nº 007316794.2014.4.01.0000/DF, cujo Processo Originário é a Ação Ordinária nº 008749696.2014.4.01.3400. A ação ordinária acima identificada foi ajuizada no intuito de obter provimento jurisdicional para reconhecer a inexigibilidade do IPI, no caso de importação de veículo para uso próprio, por ferir o princípio da nãocumulatividade previsto no art. 153, §3º, inciso II da Constituição Federal de 1988, e excluílo da base de cálculo dos demais tributos. Em 03/12/2014, a antecipação dos efeitos da tutela foi indeferida. Em face da decisão supra, o autor interpôs o precitado Agravo de Instrumento nº 0073167 94.2014.4.01.0000/DF, do qual obteve provimento em 19/12/2014, para afastar a exigibilidade do recolhimento do IPI no desembaraço do veículo em questão, assim como para excluílo da base de cálculos dos demais tributos. Em 18/03/2016, sobreveio a sentença de 1º grau, que julgou improcedente o pedido formulado na petição inicial, mantendo a exigibilidade do IPI. Informa ainda a fiscalização que no julgamento do RE nº 723.651/PR sob o rito da repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “Incide o imposto de produtos industrializados na importação de veículo automotor por pessoa natural, ainda que não desempenhe atividade empresarial e o faça para uso próprio.”. Em 27 de janeiro de 2017, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a impugnação, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 18/03/2015 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. As matérias submetidas à via judicial devem ter o crédito tributário lançado, pois a atividade do lançamento é obrigatória e vinculada em relação à autoridade fiscal. Fl. 104DF CARF MF Processo nº 10909.720990/201600 Acórdão n.º 3302006.042 S3C3T2 Fl. 105 3 MULTA DE OFÍCIO. DECISÃO JUDICIAL ANTERIOR A LAVRATURA DO AUTO DE INFRAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do inciso V do artigo 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. DILIGÊNCIA. PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos do processo os elementos necessários e suficientes ao julgamento da lide estabelecida, prescindíveis são as diligências e perícias requeridas pelo contribuinte, cabendo a autoridade julgadora indeferilas. Intimada da decisão em 09.02.2017 (fls.82), a Recorrente interpôs recurso voluntário em 06.03.2017 (fls. 8596), trazendo à análise diversas matérias apresentadas nos seguintes tópicos: (i) IPIImportação tributo sujeito ao lançamento pro homologação Declaração de Importação devidamente registrada lançamento impugna procedido inequivocamente para cobrança do imposto e consectários, inclusive multa de ofício; (ii) nulidade do Auto de Infração Prazo ainda em curso para o pagamento do tributo sem imposição de multa Medida suspensiva da exigibilidade do crédito cassado há menos de 30 dias da lavratura do Auto de Infração Inexistência de mora; (iii) impossibilidade de revisão do lançamento erro de direito inteligência do art. 146, do CTN. É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo Relator O Recurso é tempestivo e atende os demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. A Recorrente, em linhas gerais, entende que o lançamento é nulo, posto que o lançamento já estava consolidado pelo Recorrente quando do registro da Declaração de Importação nos SISCOMEX e, a exigibilidade encontravase suspensa quando da lavratura, restando, assim, ilegal a exigência da multa de ofício e a lavratura do Auto de Infração para prevenir a decadência. Sustenta, ainda, que a incorreta exigência da multa de ofício acarreta nulidade do lançamento. Primeiramente, entendo que a propositura de ação judicial não se presta a obstar a formalização do lançamento, pois não há ou havia, na época do fato gerador, quaisquer óbices para que fosse formalizado, ao contrário, era poder dever da autoridade administrativa salvaguardar o crédito tributário, efetuando o lançamento para prevenção da decadência. Neste sentido: LANÇAMENTO PREVENTIVO DA DECADÊNCIA. POSSIBILIDADE. 1. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não obsta o lançamento preventivo da decadência. Fl. 105DF CARF MF Processo nº 10909.720990/201600 Acórdão n.º 3302006.042 S3C3T2 Fl. 106 4 2. A administração, embora não possa praticar qualquer outro ato visando à cobrança do seu crédito, tais como inscrição em dívida ativa, execução, penhora, etc, deve proceder ao lançamento, para evitar o transcurso do prazo decadencial. 3. Precedentes do CARF e do STJ. [...] (Acórdão 2402005.437, Recurso Voluntário, Rel. João Victor Ribeiro Aldinucci, data da sessão 16/08/2016) Como é de conhecimento, a decadência não se interrompe, nem se suspende, de tal sorte que, na pendência da suspensão da exigibilidade do crédito, o Fisco deve realizar o lançamento preventivo. A existência de tal ato ou procedimento está prevista, inclusive, no art. 63 da Lei 9.430/1996, cuja redação é a seguinte: Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) Desta forma, a administração, embora não possa praticar qualquer outro ato visando à cobrança do seu crédito, tais como inscrição em dívida ativa, execução, penhora, etc, deve proceder ao lançamento para evitar o transcurso do prazo decadencial. Quanto a nulidade do lançamento por haver incorreta exigência da multa de ofício, entendo que tal fato não acarreta nulidade, mas tão e somente sua exclusão, mantendo se, outrossim, a exigência do valor principal. Com efeito, tal fato não está entre as hipóteses de nulidade prevista no artigo 59, do Decreto nº 70.235/72, a saber: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3° Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Medida Provisória nº 367, de 1993) § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Nestes termos, afastase as pretensões da Recorrente. Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10909.720990/201600 Acórdão n.º 3302006.042 S3C3T2 Fl. 107 5 Já em relação a alegação da Recorrente sobre a impossibilidade de revisão do lançamento, verificase que sua insurgência diz respeito a impossibilidade de cancelar apenas a multa de ofício e, o processo seguir em relação a cobrança do principal, senão vejamos: "No presente caso, o lançamento efetuado com fundamento em mora do Impugnante, com exigência de todos os consectários legais, em especial da multa de oficio de 75%, não admite o mero cancelamento desta, com o seguindo da cobrança, pois esta (cobrança" está, em sua origem, inquinada de nulidade. O Auto de Infração reporta uma situação fática inexigível à època, contento, destarte, grave erro de fundamentação." Em parágrafos anteriores já manifestei entendimento sobre a possibilidade de excluir da cobrança a multa de ofício e, seguir com a cobrança do principal, de modo que entendo inexistir qualquer vício de nulidade do lançamento. Ao meu ver, a cobrança de indevida da multa de ofício, não macula o lançamento e não torna incorreta a fundamentação que embasou a exigência do principal, sendo, assim, possível haver prosseguimento do processo para exigência de parte do lançamento inicial. Por fim, deve ser afastava a alegação da Recorrente no sentido do lançamento ter sido consolidado quando do registro da DI no Siscomex, tornandose, assim, desnecessário o lançamento fiscal com a incidência de multa e juros. Isto porque, o Registro da Declaração de Importação não é documento hábil à constituir lançamento e, ainda que admitese tal alegação, verificase que a Recorrente não informou o valor do IPI da referida declaração, logo, não houve o lançamento do tributo discutido nestes autos, sendo, imperioso o lavratura do presente processo para exigência do crédito tributário. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Fl. 107DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13738.000235/2008-94
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004
DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS.
É passível de dedução da base de cálculo do Imposto de Renda a despesa médica declarada e devidamente comprovada por documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 2002-000.471
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2004 DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. É passível de dedução da base de cálculo do Imposto de Renda a despesa médica declarada e devidamente comprovada por documentação hábil e idônea.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
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score : 1.0
Numero do processo: 11762.720116/2016-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 21/12/2016
INTERPOSICAO FRAUDULENTA PRESUMIDA.
A não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados no comércio exterior por si só configura interposição fraudulenta e dano ao erário, punida com pena de perdimento ou multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se esta não puder ser localizada.
Numero da decisão: 3302-006.344
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Raphael Madeira Abad - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Deroulede (Presidente), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado).
Nome do relator: RAPHAEL MADEIRA ABAD
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Data do fato gerador: 21/12/2016 INTERPOSICAO FRAUDULENTA PRESUMIDA. A não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados no comércio exterior por si só configura interposição fraudulenta e dano ao erário, punida com pena de perdimento ou multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se esta não puder ser localizada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) Raphael Madeira Abad - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Deroulede (Presidente), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 21/12/2016 INTERPOSICAO FRAUDULENTA PRESUMIDA. A não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados no comércio exterior por si só configura interposição fraudulenta e dano ao erário, punida com pena de perdimento ou multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se esta não puder ser localizada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Raphael Madeira Abad Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Deroulede (Presidente), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 76 2. 72 01 16 /2 01 6- 39 Fl. 129DF CARF MF Processo nº 11762.720116/201639 Acórdão n.º 3302006.344 S3C3T2 Fl. 3 2 Tratase de processo administrativo no qual discutesse a ocorrência de interposição fraudulenta por impossibilidade de comprovação da origem, disponibilidade e a transferência de recursos. Por relatar os fatos de forma precisa, transcrevese o relatório redigido pela DRJ. A empresa Blue Fly Horse Empreendimentos Comerciais Ltda EPP, CNPJ nº 05.119.931/000127, ora Impugnante, já devidamente qualificada nos autos deste Processo, será no âmbito deste referida simplesmente como “Blue Fly Horse”. Resumidamente, segundo a Fiscalização Aduaneira, a empresa Blue Fly Horse não forneceu nenhuma informação com o intento de comprovar a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência de recursos aplicados em importações e exportações realizadas entre abril/2012 e novembro/2015. Em decorrência dos fatos relatados no parágrafo anterior, foi lavrado o Auto de Infração (AI) nº 0715400/00142/16, objetivando lançar a multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas e ao preço constante da respectiva nota fiscal das mercadorias exportadas, pois as mesmas eram não recuperáveis. O crédito tributário totalizou, em valor original, R$ 7.009.790,19 (sete milhões, nove mil, setecentos e noventa reais e dezenove centavos). A seguir, transcrevo, de forma sucinta, os principais fatos e fundamentos jurídicos apresentados pela Fiscalização Aduaneira como justificativa para o lançamento, na forma constante do AI e seus suplementos: 1. A ação fiscal teve gênese em Dossiê de Pesquisa Aduaneira elaborado pelo Serviço de Pesquisa e Seleção Aduaneira (Sepel) da Inspetoria da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro (IRF/RJO); 2. Ainda em sede de procedimento anterior à ação fiscal, em diligência ao endereço cadastral da empresa Blue Fly Horse, constatouse que, apesar de a mesma arcar com custos mensais de pagamento de aluguéis, a sala encontravase desocupada, sem atividade comercial, sem funcionários e com consumo de energia elétrica nos doze meses anteriores nulo; 3. O Sepel da IRF/RJO ainda apontou que a empresa Blue Fly Horse possui duas filiais com situação cadastral “baixada” e uma localizada em Maceió/AL e que as sóciasgerentes têm movimentação financeira discrepante da empresa que administram; 4. Diante dos indícios relatados nos itens 2 e 3, instaurouse o procedimento fiscal objetivando averiguar a regular origem dos recursos aplicados nas operações de comércio exterior pela empresa Blue Fly Horse; Fl. 130DF CARF MF Processo nº 11762.720116/201639 Acórdão n.º 3302006.344 S3C3T2 Fl. 4 3 5. O Termo de Início de Ação Fiscal e de Intimação (TIAFI) nº 162, de 16 de maio de 2016, dentre outras coisas, aprazou a empresa Blue Fly Horse a apresentar documentos e informações para apuração dos recursos utilizados nas operações de interesse da Fiscalização Aduaneira; 6. O TIAFI nº 162/2016 foi devolvido pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos pois a empresa Blue Fly Horse não estava localizada em seu endereço cadastral; 7. Foram enviados os TIAFI nº 173 e nº 174, de 18 de maio de 2016, às sóciasadministradoras da empresa Blue Fly Horse exigindo o comparecimento de ambas à IRF/RJO, para prestar os esclarecimentos previstos nossa arts. 4º a 6º da Instrução Normativa (IN) SRF nº 228, de 21 de outubro de 2002; 8. As sóciasadministradoras da empresa Blue Fly Horse não atenderam os TIAFI nº 173/2016 e nº 174/2016 e não apresentaram justificativas para tanto; 9. Em 06/06/2016, foram apresentadas respostas idênticas das sóciasadministradoras da empresa Blue Fly Horse solicitando prorrogação do prazo para apresentar “a devida documentação solicitada pela fiscalização”; 10. Evidenciouse que a importância da perfeita identificação dos recursos utilizados nas operações de comércio exterior está cristalizada na Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, na Portaria MF nº 350, de 16 de outubro de 2002, na IN SRF nº 228/2002, na IN SRF nº 229, de 21 de outubro de 2002, na IN SRF nº 286, de 15 de janeiro de 2003, na IN SRF nº 455, de 20 de agosto de 2004, na IN SRF nº 650, de 12 de maio de 2006, na IN RFB nº 1.288, de 31 de agosto de 2012, e na IN RFB nº 1.603, de 15 de dezembro de 2015; 11. É ressaltada a relevância da transparência das operações de comércio exterior e da adequada escrituração contábil das mesmas; 12. Destacamse as alterações trazidas pelo art. 59 da Lei nº 10.637/2002 ao art. 23 do DecretoLei nº 1.455, de 7 de abril de 1976; 13. A Fiscalização Aduaneira conclui que a empresa Blue Fly Horse não obteve êxito em comprovar a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados em suas atividades de comércio exterior; 14. É explanado que, com a conclusão da ação fiscal, será lavrado AI para aplicação da pena de perdimento às mercadorias importadas ou exportadas durante o período fiscalizado e formalizada Representação Fiscal para Fins de Declaração de Inaptidão do CNPJ da empresa Blue Fly Horse; e 15. Apontase que o § 1º do art. 81 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, incluído pelo art. 60 da Lei nº 10.637/2002 e Fl. 131DF CARF MF Processo nº 11762.720116/201639 Acórdão n.º 3302006.344 S3C3T2 Fl. 5 4 o inciso V e §§ 1ºe 2º do art. 23 do DecretoLei nº 1.455/1976 respaldam o definido no item 14. Contrapondose ao relatado e alegado no procedimento fiscal em tela, as contrarrazões manifestadas pela Impugnante podem ser concentradas da seguinte forma: 1. A Impugnante afirma, supostamente, que “tendo havido procedimento de diligência no estabelecimento da Empresa, encontrouse a mesma fechada; motivo pelo qual foi instaurado o procedimento fiscal, com o objetivo de verificação da regular origem dos recursos aplicados nas operações de comércio exterior antes apontadas” (folha 67); e que “os documentos comprobatórios da origem dos recursos utilizados nos períodos deste auto já haviam sido objeto de procedimento fiscal e apreciados pela Fiscalização da RFB, quando da verificação e concessão de limite de Radar da Empresa” (folha 69 e 70); 2. É assinalado que seria incabível a inaptidão do CNPJ da empresa Blue Fly Horse; 3. Argumentase que a penalidade adequada à empresa Blue Fly Horse seria a multa prevista no art. 33 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, ao invés daquela indicada pela Fiscalização Aduaneira; 4. A Impugnante segue e salienta que o inciso V do art. 23 do DecretoLei nº 1.455/1976 seria inaplicável no presente caso pois deveria estar presente o pressuposto da ocultação de um dos intervenientes da operação de importação ou exportação e a ocultação deveria ter acontecido “mediante fraude ou simulação” (folha 71); e 5. No intuito de reforçar os argumentos dos itens 3 e 4, apresentase jurisprudência administrativa, como a exemplo do Acórdão Carf nº 3402002.275. Sobreveio então o julgamento pela DRJ, cuja ementa segue abaixo transcrita. Assunto: Normas de Administração Tributária Data do fato gerador: 20/12/2016 Ementa: MÉRITO. MULTA EQUIVALENTE AO VALOR DA MERCADORIA NA OPERAÇÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR QUANDO A MERCADORIA FOR IRRECUPERÁVEL. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA. A pessoa jurídica que não consegue comprovar a origem, a disponibilidade e a transferência dos recursos utilizados nas operações de comércio exterior incide em interposição fraudulenta de terceiros presumida e está sujeita ao perdimento das mercadorias ou à multa equivalente a seu valor na operação de comércio exterior. Impugnação Improcedente Fl. 132DF CARF MF Processo nº 11762.720116/201639 Acórdão n.º 3302006.344 S3C3T2 Fl. 6 5 Crédito Tributário Mantido. Irresignado, a Contribuinte apresentou Recurso Volutnário ao CARF, por meio do qual suscita os seguintes argumentos: Que a penalidade imposta à interposição fraudulenta é a multa de 10% por cento sobre o valor da operação na forma do artigo 33 da lei 10.488/2007, e não a de 100%. Que o artigo 23, V do Decretolei 1.455/76 empregado pela fiscalização para autorizar a aplicação da pena de perdimento possui como conduta típica "ocultar o sujeito passivo, o real vendedor, comprador ou o responsável pela operação, mediante fradude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros." Que não basta a ocultação pura e simples, mas a sua qualificação pela fraude ou pela simulação. Que a fraude, por sua vez, decorre do artigo 72 da Lei 4.502/64. Afirma ainda que com o advento do artigo 33, parágrafo único da Lei 11.488/2007, a declaração de inaptidão de CNPJ passou a incidir somente sobre a empresa inexistente de fato ou de fachada, enquanto para a empresa efetivamente ativa passou a incidir uma multa de 10% sobre o valor da operação, não superior a cinco mil reais. Que existem duas interposições fraudulentas, quais sejam a comprovada, na qual se caracteriza a fraude, e a interposição fraudulenta presumida, sem comprovação de fraude, à qual se aplica multa de 10%. É o Relatório. Voto Conselheiro Raphael Madeira Abad Relator. 1. ADMISSIBILIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. O Recurso é de competência deste colegiado, foi interposto tempestivamente e revestese dos demais requisitos legais, razão pelo qual dele conheço. Pelo relato acima é possível constatar que o ponto nodal da controvérsia cingese à identificação da norma aplicável aos fatos praticados pela Recorrente. 2. MÉRITO Restou comprovado nos autos que a empresa "Blue Fly Horse" não logrou êxito em demonstrar a sua existência fática ou sua atividade, eis que a sua sala não possuía consumo de eletricidade, sua sala encontravase desocupada e, mesmo intimada, não demonstrou a origem, a disponibilidade e a transferência dos recursos utilizados nas suas operações de comércio exterior. A partir de tais fatos jurídicos cumpre analisar qual norma deve ser aplicada ao caso concreto. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 11762.720116/201639 Acórdão n.º 3302006.344 S3C3T2 Fl. 7 6 A Recorrente sustenta que a norma a ela aplicável é o artigo 33 da Lei 11.488/2007, que assim dispõe: Art. 33. A pessoa jurídica que ceder seu nome, inclusive mediante a disponibilização de documentos próprios, para a realização de operações de comércio exterior de terceiros com vistas no acobertamento de seus reais intervenientes ou beneficiários fica sujeita a multa de 10% (dez por cento) do valor da operação acobertada, não podendo ser inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Parágrafo único. À hipótese prevista no caput deste artigo não se aplica o disposto no art. 81 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Esta norma se presta para penalizar as empresas que, concomitantemente (i) existem de fato e (ii) cedem o seu nome para outras empresas (terceiros) realizarem operações de comércio exterior. Contudo, diante dos fatos apurados nos autos, não se trata de punir uma empresa regular que emprestou seu nome para terceiros, mas de uma empresa irregular. Esta irregularidade, que a Recorrente não se desincumbiu de ilidir, foi constatada a partir da inexistência de movimentação financeira, de uma sede de fato, o que foi constatado a partir do fato de que não há consumo de eletricidade no endereço indicado como o estabelecimento, nem existência de funcionários, e as comunicações postais foram devolvidas pelos correios. As sócias da empresa, regularmente intimadas, não compareceram à Receita Federal do Brasil e o despachante aduaneiro que as representou em petições o fez sem juntar qualquer documento ou esclarecer qualquer fato, não tendo sido possível localizar a sede operacional da empresa e seus representantes de fato. A Recorrente alega que não praticou qualquer fraude, eis que entende ser o conceito de fraude aquele do artigo 72 da Lei 4.502/64, e consiste na ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, parcial ou totalmente a ocorrência do fato gerador. Diante da inexistência da fraude, entende que deve ser aplicada a pena por interposição fraudulenta presumida, sem fraude. Contudo, o conceito de fraude sofreu relevante alteração desde 1964, exatamente com o propósito de abarcar mais situações do que as então existentes à época. Como parte deste esforço, com o advento da Lei n. 10.637/2002 foram criados novos conceitos de fraude, positivados no inciso V e §2º do art. 23 do DecretoLei n. 1.455/1976, que passouse a presumir fraudulenta e com dano ao erário a operação de comércio exterior na qual não se comprova a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados, verbis. Art. 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: Fl. 134DF CARF MF Processo nº 11762.720116/201639 Acórdão n.º 3302006.344 S3C3T2 Fl. 8 7 V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 2º Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados." grifos nossos. A partir de tais fatos e tais normas é possível traçar o seguinte silogismo: Diante da não comprovação, por parte da recorrente, da origem dos valores (premissa incontroversa aferida nos autos), configurase dano ao erário e interposição fraudulenta. Esta é a razão pela qual não é verdadeira a alegação recursal de que não houve fraude. A punição para dano ao erário e interposição fraudulenta, por sua vez está prevista no §§ 1º e 3º do artigo. 23 do DecretoLei n. 1.455/1976 e sujeita o infrator ao perdimento das respectivas mercadorias ou à multa equivalente ao valor aduaneiro das mesmas, nos seguintes termos: "Art. 23 (...) § 1º O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. § 3º As infrações previstas no caput serão punidas com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972." Desta forma, não procedem as alegações recursais de que não ocorreu fraude, bem como de que a pena a ela aplicada seria de 10% do valor da mercadoria. Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Raphael Madeira Abad. Fl. 135DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13433.000141/2001-73
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2000 a 31/12/2000
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NT. IMPOSSIBILIDADE.
A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "não-tributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996.
Não havendo crédito a ser ressarcido, perde objeto a discussão quanto à incidência da taxa Selic.
Numero da decisão: 9303-007.522
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/10/2000 a 31/12/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NT. IMPOSSIBILIDADE. A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "não-tributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996. Não havendo crédito a ser ressarcido, perde objeto a discussão quanto à incidência da taxa Selic.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NT. IMPOSSIBILIDADE. A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "nãotributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996. Não havendo crédito a ser ressarcido, perde objeto a discussão quanto à incidência da taxa Selic. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 43 3. 00 01 41 /2 00 1- 73 Fl. 331DF CARF MF Processo nº 13433.000141/200173 Acórdão n.º 9303007.522 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte em face do Acórdão nº 330200102, de 14/08/2009, o qual possui a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS — IPI Período de apuração: 01/10/2000 a 31/12/2000 CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS NT. A exportação de produtos não tributados pelo IPI não gera direito a crédito presumido de PIS/Cofins. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2000 a 31/12/2000 RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Inexiste amparo legal para a incidência de atualização monetária calculada pela variação da taxa Selic sobre ressarcimento de créditos de IPI. Recurso Voluntário Negado. O recurso especial do contribuinte suscita divergência quanto ao direito de aproveitamento de crédito presumido de IPI em relação à exportação de produtos NT e quanto à incidência da taxa Selic sobre os valores do ressarcimento. O recurso especial foi admitido por meio do Despacho de Admissibilidade, e fls. 309 e seg., proferido pelo Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, efls. 315 e seg., nas quais pede o não conhecimento do recurso especial e caso conhecido pede o seu improvimento. É o relatório. Fl. 332DF CARF MF Processo nº 13433.000141/200173 Acórdão n.º 9303007.522 CSRFT3 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, relator. O recurso especial do contribuinte atende aos requisitos formais e materiais para o seu conhecimento, no que concordo com as razões colocadas no Despacho de Admissibilidade. As matérias devolvidas para esse colegiado referemse à possibilidade de se apropriar de crédito presumido de IPI, de que trata a Lei nº 9.363/96, em relação aos insumos utilizados na produção de produtos NT (não tributados pelo IPI), e a possibilidade de incidência da taxa Selic sobre os valores ressarcidos. Importante ressaltar, que na origem havia uma controvérsia instalada pelo contribuinte a respeito se suas castanhas de caju exportadas não seria produto classificado como NT e sim seriam tributados à alíquota zero. Esta matéria já foi vencida no presente momento processual, de forma que a discussão que se trava, efetivamente, é quanto à possibilidade de aproveitamento de crédito presumido de IPI na exportação de produtos classificados como NT na TIPI. Esta matéria já está totalmente superada, sendo editada recentemente a Súmula CARF nº 124, que possui o seguinte teor: Súmula CARF nº 124 A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "nãotributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996. Assim sendo, voto por negar provimento ao recurso especial do contribuinte quanto a esta matéria. Deixo de apreciar a possibilidade de incidência da taxa Selic sobre o valor do ressarcimento, pois no presente processo não foi reconhecido qualquer direito creditório ao contribuinte. Típico caso de perda de objeto do recurso pois não existem valores a serem Fl. 333DF CARF MF Processo nº 13433.000141/200173 Acórdão n.º 9303007.522 CSRFT3 Fl. 5 4 ressarcidos e, por consequência, não há base de cálculo a incidir qualquer espécie de correção monetária. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial do contribuinte. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Fl. 334DF CARF MF
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