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Numero do processo: 10675.720836/2010-25
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 30/11/2005
PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO STF. REPERCUSSÃO GERAL.
As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de Repercussão Geral, sistemática prevista no artigo 543-B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Declarado inconstitucional o § 1º do caput do artigo 3º da Lei 9.718/98, integra a base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS e da Contribuição para o PIS/Pasep o faturamento mensal, representado pela receita bruta advinda das atividades operacionais típicas da pessoa jurídica.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-002.937
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama (Relatora), Rodrigo Cardozo Miranda, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Ricardo Paulo Rosa.
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente Substituto
Nanci Gama - Relatora
Ricardo Paulo Rosa - Redator Designado
Nome do relator: Relator
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BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO STF. REPERCUSSÃO GERAL. As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de Repercussão Geral, sistemática prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Declarado inconstitucional o § 1º do caput do artigo 3º da Lei 9.718/98, integra a base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e da Contribuição para o PIS/Pasep o faturamento mensal, representado pela receita bruta advinda das atividades operacionais típicas da pessoa jurídica. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama (Relatora), Rodrigo Cardozo Miranda, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente Substituto Nanci Gama Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 72 08 36 /2 01 0- 25 Fl. 259DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 260 2 Ricardo Paulo Rosa Redator Designado Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte com fundamento no artigo 67, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 25 de junho de 2009, em face do acórdão prolatado pela 1ª Turma Especial da 1ª Câmara deste Conselho, que, por voto de qualidade, negou provimento ao seu recurso voluntário, cuja ementa é a seguinte: “PIS. COISA JULGADA. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ART. 3º DA LEI 9.718/98. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. COMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. RECEITAS FINANCEIRAS. A declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei 9718/98 não alcança as receitas operacionais das instituições financeiras. As receitas oriundas da atividade operacional (receitas financeiras) compõem o faturamento das instituições nos termos do art. 2º e do caput do art. 3º da Lei 9.718/98 e há incidência da contribuição de PIS sobre este tipo de receita, pois estas receitas são decorrentes do exercício de suas atividades empresariais.” Em face da decisão acima, o contribuinte interpôs recurso especial de divergência no qual sustentou que a decisão recorrida não só interpretou equivocadamente a decisão prolatada pelo Supremo Tribunal Federal no RE 401.348/MG, como contrariou a coisa julgada obtida pelo contribuinte que não só declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, mas também reconheceu o significado de faturamento a ser utilizado para a incidência do PIS como aquelas provenientes da “receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza”. O i. Presidente da 1ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF deu seguimento ao recurso especial por considerar que restou comprovada a divergência jurisprudencial. Por meio de Resolução, com base no artigo 62A do Regimento Interno do CARF, o processo foi suspenso até que o STF no RE nº 609.096 se pronunciasse definitivamente sobre a matéria. Em face da revogação dos parágrafos 1º e 2º do art. 62A do RICARF, o processo retornou em pauta para julgamento. É o relatório. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 261 3 Voto Vencido Conselheira Nanci Gama, Relatora O recurso atende aos requisitos legais de admissibilidade e dele tomo conhecimento, ressaltando a bem demonstrada divergência pelo Recorrente em seu recurso especial. Como mencionado no relatório, o pedido de reforma do acórdão recorrido está suportado na alegação do Recorrente de que a referida decisão viola a coisa julgada, em face da decisão por ele obtida nos autos do Mandado de Segurança nº 2000.38.03.0007782, que não somente reconheceu a inconstitucionalidade do artigo 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98 (ampliação da base de cálculo do tributo), como limitou a incidência da contribuição ao PIS as receitas provenientes do faturamento, cujo significado restringese a “receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza”, como expressamente se constata de referida decisão, prolatada como base no artigo 557, § 1ºA, do CPC), bem assim, e especialmente, do conteúdo do acórdão prolatado pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal por oportunidade do julgamento do Recurso Extraordinário nº 390.840/MG. O Recorrente sustenta ainda, caso não acatada a alegação de violação de coisa julgada, que seja firmado o entendimento, em consonância com a Lei Complementar 7/70, de que o conceito de faturamento empregado na referida norma somente compreende as receitas provenientes da venda de mercadorias e da prestação de serviços, e que, portanto, não alcança outras receitas recebidas pelas instituições financeiras a título de remuneração decorrentes de empréstimos bancários, spreads, prêmios, deságios, juros oriundos de intermediação financeira ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, financiamentos, colocação e negociação de títulos e valores mobiliários, capitalização, leasing, etc. A meu ver, a alegação do contribuinte no sentido que o respeitável acórdão recorrido viola coisa julgada, como assim também entendo com apoio no voto proferido pela ilustre Conselheira Maria Tereza Lopes Martinez em caso análogo ao ora em análise, não exclui, por outro lado, a necessidade de se interpretar o conceito de faturamento empregado no acórdão prolatado no Mandado de Segurança nº 2000.38.03.0007782, bem assim nas decisões judiciais citadas na referida decisão e que consubstancia a jurisprudência dos Tribunais Superiores vigente a época em que prolatada. Em primeiro lugar, se faz necessário buscar no ordenamento jurídico a definição e alcance do termo faturamento tomado como hipótese de incidência da contribuição ao PIS pela Lei Complementar 7/70 e pela Constituição Federal, artigo 195, não obstante o PIS ter sido instituído sob a égide da Constituição Federal de 1967 com as alterações da Emenda Constitucional nº 1 de 1969. Os artigos 2º e 3º de mencionada Lei Complementar previam que o PIS seria “executado” mediante um “Fundo de Participação”, constituído por depósitos efetuados pelas empresas na Caixa Econômica Federal, por meio de duas modalidades: a primeira mediante dedução do imposto de renda devido pelas empresas e a segunda com recursos próprios das empresas, calculada mediante a aplicação de percentuais sobre o faturamento. Fl. 261DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 262 4 O § 2º de mencionado artigo 3º dispunha que as instituições financeiras, sociedades seguradoras e outras empresas, que não realizassem operações de vendas de mercadorias, recolheriam ao Programa de Integração Social uma contribuição diferenciada (recursos próprios de valores idênticos aos apurados mediante a dedução do imposto de renda) das demais sociedades que realizassem operações de venda de mercadorias (percentual sobre o faturamento). Em 30 de outubro de 1998, foi publicada a Medida Provisória nº 1.724, posteriormente convertida na Lei nº 9.718/1998, que unificou o tratamento, dispondo sobre as contribuições do PIS e COFINS de forma conjunta. A Lei nº 9.718/1998 inovou a base de cálculo dessas contribuições, na medida em que equiparou faturamento à receita bruta e considerou esta como a “totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica”. Vale a transcrição dos dispositivos para que a matéria seja bem compreendida: “Art. 2º. As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei”. “Art. 3º. O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica”. “§ 1º. Entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”. Diante da ausência de qualquer exceção feita no que se refere ao âmbito subjetivo de incidência, podese afirmar que com o advento da Lei nº 9.718, em 27 de novembro de 1998, as instituições financeiras passaram a recolher o PIS e a COFINS conforme os ditames normativos desta Lei1. É bem verdade que, em 30 de dezembro de 2002, foi publicada a Lei nº 10.637, que alterou radicalmente o mecanismo de tributação do PIS, adotando o princípio da nãocumulatividade. No entanto, as instituições financeiras foram expressamente excluídas do âmbito de aplicação do regime nãocumulativo (artigo 8º, inciso I, da Lei nº 10.637/2002 e 1 No que respeita especificamente ao PIS devido pelas instituições financeiras, cumpre notar que da edição da Lei Complementar nº 7/70 até o advento da Lei nº 9.718/1998, referido tributo teve sua base de cálculo estabelecida pelos DecretosLei nºs 2.445/1988 e 2.449/1988 (receita operacional bruta), pela Lei nº 9.701/1988, que ressalvava o tratamento próprio das instituições financeiras consistente no artigo 72, inciso V, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1/1994 (receita bruta operacional como definida na legislação do imposto de renda, a saber, produto da venda de bens e serviços nas transações ou operações de conta própria). O artigo 72, inciso V, do ADCT foi previsto para vigorar temporariamente. A Emenda Constitucional de Revisão nº 1/1994 previu a incidência do PIS sobre a receita bruta operacional para os exercícios de 1994 e 1995. As Emendas Constitucionais nº 10/1996 e 17/1997 “estenderam” essa incidência até 31 de dezembro de 1999. Sendo assim, a partir de 1º de janeiro de 2000, o PIS instituições financeiras passou a ser regulado pela Lei nº 9.718/1998. Fl. 262DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 263 5 artigo 10, inciso I, da Lei nº 10.833/2003), permanecendo, portanto, sujeitas às normas de legislação anterior, especificamente, a Lei nº 9.718/1998. Portanto, podese dizer que a base de cálculo das contribuições do PIS das instituições financeiras deveria observar o estabelecido no § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998, que definia o alcance da expressão receita bruta empregada no caput do artigo 3º, ou seja, a totalidade das receitas percebidas pela pessoa jurídica. Ocorre que o artigo 195, inciso I, da Constituição Federal de 1998, em sua redação original, vigente à época da publicação da Lei nº 9.718/1998, não permitia a incidência de referidas contribuições sobre a totalidade das receitas das pessoas jurídicas. Com efeito, somente em dezembro de 1998, foi promulgada a Emenda Constitucional nº 20, que alterou vários artigos do texto constitucional, inclusive o inciso I do artigo 195, o qual passou a prever, na alínea “b”, que as contribuições para a seguridade social poderão incidir sobre a receita ou o faturamento. Diante dessas considerações, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, em 09 de novembro de 2005, por oportunidade do julgamento do Recurso Extraordinário n.º 390.840/MG2, declarou a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/19983, tendo o acórdão, acolhido por maioria, merecido a seguinte ementa: “CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada”. (grifouse) 2 V. os RE nºs 346.084, 357.950, 358.273, todos da relatoria do Ministro Marco Aurélio, cujas ementas são do mesmo teor. 3 O controle de constitucionalidade foi realizado em caráter concentrado, sendo que o dispositivo declarado inconstitucional somente foi extirpado do ordenamento jurídico com o advento, em 27 de maio de 2009, da Lei nº 11.941/2009, que, em seu artigo 79, inciso XII, o revogou expressamente. Fl. 263DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 264 6 De acordo com essa decisão, proferida pelo órgão ao qual incumbe a palavra final em exame de constitucionalidade, devese entender que a hipótese de incidência do PIS é o faturamento, devendo ser incluída na base de cálculo dessas contribuições somente a receita bruta da venda de mercadorias e da prestação de serviços. E referida tributação sobre o faturamento, assim entendido como a receita proveniente da venda de mercadorias ou da prestação de serviços, é a que se coaduna com a natureza e a finalidade da contribuição ao PIS/COFINS. Assim, temse que, no caso das instituições financeiras, as contribuições ao PIS/COFINS devem recair tão somente sobre negócios jurídicos em que é possível estabelecer um preço como contraprestação à mercadoria ou serviço disponibilizado. Se não atingirem exclusivamente os preços do tráfico de mercadorias e serviços, as contribuições ao PIS/COFINS estarão recaindo sobre o patrimônio da empresa, o que não é o objetivo dessas contribuições, e representarão uma injustificável sobreposição em relação à contribuição social sobre o lucro, no campo do financiamento da seguridade social. E a não caracterização, por exemplo, dos valores percebidos pelos bancos pelas operações de crédito por eles realizadas como contraprestação de serviços, decorre inclusive da previsão contida Lei Complementar nº 116/2003 (cfr. artigo 2º, inciso III), que exclui da incidência do ISS “o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras”. No julgamento do já mencionado RE nº 390.840/MG, o Ministro Cezar Peluso, embora tenha acompanhado o relator no sentido de votar pela inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, votou pela obrigatoriedade de não só as seguradoras, mas também os bancos estarem sujeitos ao recolhimento do PIS/COFINS, rejeitando o conceito de faturamento tido por “tradicional”, que abrangeria somente o ganho de empresas produtoras de bens e prestadoras de serviços que emitem fatura. De acordo com o Ministro, o conceito “moderno” de faturamento deve abranger não só a venda de mercadorias e serviços, mas também todas as atividades que integram o objeto social da sociedade. Ocorre que esse entendimento do Exmo. Ministro Cezar Peluso, com a devida licença, parece estar em contradição com o que o próprio defende. No voto proferido no RE nº 390.940/MG, o Ministro Cezar Peluso pugnou pela necessidade de conferir interpretação conforme à Constituição Federal para que a receita bruta referida na Lei nº 9.718/1998 seja considerada como sinônimo de faturamento, a saber, o resultado da venda de mercadorias e da prestação de serviços. O próprio Ministro também afirmou que quando não há conceito jurídico expresso na Constituição Federal, o intérprete deve socorrerse dos instrumentos disponíveis no sistema do direito positivo. Do sistema do direito positivo brasileiro é possível extrair os conceitos de mercadoria e de serviços. E as receitas financeiras não se adequam a esses conceitos. Fl. 264DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 265 7 Sendo assim, se o Ministro concebe faturamento como as receitas decorrentes da venda de mercadorias e serviços, não há, a nosso ver, como se pretender tributar receitas que não se adequem perfeitamente a esse conceito. Não se olvida que o conceito de serviços é plurissignificativo, isto é, admite várias acepções, dependendo do enfoque: social, econômico, político etc., podendo assumir contornos mais ou menos amplos a depender da abordagem conferida. No entanto, o artigo 110 do Código Tributário impõe que, em matéria tributária, a acepção tomada seja restrita, ou melhor, jurídica. Com efeito, o conceito tido por “moderno” pelo Ministro Cezar Peluso, com a devida licença, é, a meu ver, inaplicável em matéria tributária, face ao princípio da legalidade e o disposto no artigo 110 do CTN, também corolário do princípio da legalidade, que exige que se recorra aos conceitos de direito privado para que se defina a hipótese de incidência dos tributos, conforme disposta na Constituição Federal. As notas de Misabel Abreu Machado Derzi às lições do renomado Aliomar Baleeiro4 são muito elucidativas quanto à impossibilidade de se adotar a interpretação econômica – como parece pretender o Ministro Cezar Peluso para se definir os conceitos de direito privado utilizados pela Constituição Federal na definição das incidências tributárias. Os trechos a seguir destacados são contundentes: “A chamada interpretação segundo o critério econômico, consiste em apreender o sentido das normas, institutos e conceitos jurídicos, de acordo com a realidade econômica subjacente por detrás das formas jurídicas. Desenvolveuse plenamente na Alemanha, em distintos períodos, mas serviu, em certa época, ao desenvolvimento do fiscalismo e da insegurança jurídica, ao direito do Reich fascista e totalitário. (...) Assim, a interpretação econômica, que serviu a um regime totalitário foi erradicada da própria Alemanha, onde prosperou em tempos sombrios. Hoje, o critério ‘econômico’, que se invoca eventualmente na interpretação por um tribunal tedesco, serve à apuração da capacidade econômica de contribuir e somente se justifica, na medida em que, dentro dos limites dos sentidos possíveis da palavra, colher aquele sentido que melhor se ajustar aos postulados da justiça tributária. Ora, o Código Tributário Nacional também não acolheu a tese da interpretação econômica. Ao contrário, como observa Aliomar Baleeiro, o art. 110 proclama, como um limite ao próprio legislador: ‘... o primado do Direito Privado quanto à definição, ao conteúdo e ao alcance dos institutos, conceitos e formas deste ramo jurídico quando utilizado (sic) pela Constituição Federal, pelas dos Estados ou pelas Leis Orgânicas do DF e dos 4 In BALEEIRO, Aliomar, Direito tributário brasileiro, 11ª ed. atualizada por Misabel Abreu Machado Derzi, Rio de Janeiro, Forense, 1999, pp. 689690. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 266 8 Municípios. A contrario sensu, tal primado não existe se aquelas definições, conceitos e formas promanam de outras leis ordinárias’ (v. comentários supra, tópico 3). Mas, e isso é de suma relevância, somente o legislador poderá atribuir efeitos tributários distintos, alterando o alcance e o conteúdo dos institutos e conceitos do Direito Privado, se inexistir obstáculo na Constituição. Não o intérprete e aplicador da lei. A licença, como diz Baleeiro, contida no art. 109, a contrario sensu, dirigese ao legislador, mesmo assim, naqueles casos, que são restritíssimos, em que institutos, conceitos e formas do Direito Privado não foram utilizados pela Constituição para definir ou limitar competências”. (itálico no original) O autor Rodrigo Caramori Petry5 compartilha do entendimento de que, tendo em vista a disposição contida no artigo 110 do Código Tributário Nacional, o conceito de faturamento deve conceber a prestação de serviços em sentido estrito. É o que se infere do seguinte trecho: “Por fim, ainda cumpre ressaltar que o conceito de ‘faturamento’ toma a expressão ‘prestação de serviços’ em sentido estrito. Assim sendo, não podem ser objeto de incidência da COFINS enquanto incidente sobre o ‘faturamento’, v.g., as receitas derivadas de locação de bens móveis ou imóveis, tendo em vista que a ‘locação de bens” não se configura como ‘prestação de serviço’, conforme já decidido pelo Supremo Tribunal Federal no RE nº 116.11213/SP”. O entendimento que vem sendo manifestado pelo Ministro Cezar Peluso contraria, ainda, a própria jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que, ao menos desde o julgamento do RE nº 116.121/SP passando pelo julgamento do RE 390.840/MG, vem concebendo serviço como uma obrigação de fazer, conforme a conceituação trazida pelo Código Civil Brasileiro. Com as devidas vênias, não há como entender que outras receitas, que não aquelas provenientes da venda de mercadorias ou serviços, que não decorram de uma obrigação de fazer, possam ser incluídas na base de cálculo do PIS/COFINS, como parece defender o Ministro Cezar Peluso. Defender tal entendimento implica, em última análise, uma “reconstitucionalização” do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, na medida em que se passará a admitir a inclusão na base de cálculo do PIS/COFINS de outras receitas que não as provenientes da venda de mercadorias e serviços, alargandose sobremaneira o conceito de faturamento adotado pela Constituição Federal, ao arrepio do disposto no artigo 110 do Código Tributário Nacional, ou se permitindo uma nova fonte de custeio da seguridade social (receita), que não estava prevista na redação original do artigo 195, inciso I, da Constituição Federal, vigente à época da edição da Lei nº 9.718/1998. 5 PETRY, Rodrigo Caramori. Contribuições Pis/Pasep e Cofins – Limites Constitucionais da Tributação sobre o “Faturamento”, a “Receita”, e a “Receita Operacional” das empresas e outras entidades no Brasil. São Paulo: Quartier Latin, 2009, pp. 148 e 149. Fl. 266DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 267 9 Diante do acima exposto, tendo em vista que o recorrente é possuidor de decisão que transitou em julgado que não só declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, mas também reconheceu o significado de faturamento a ser utilizado para a incidência do PIS, como sendo o estrito de receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, voto por dar provimento ao recurso especial do contribuinte. Nanci Gama Voto Vencedor Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Redator Designado Embora a clareza e proficiência com que a i. Conselheira Relatora do Processo fundamentou a decisão proposta, ouso divergir de suas conclusões pelas razões que a seguir serão expostas. O litígio decorre de declarações de compensação apresentadas pela Requerente visando a compensação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep apurados de acordo com o entendimento que teve de decisão judicial transitada em julgado nos autos do Mandado de Segurança n° 2000.38.03.000.7782, que tramitou na 1ª Vara Federal de Uberlândia/MG. Informa a Recorrente que o Mandado de Segurança foi impetrado “em 16 de fevereiro de 2000, com pedido para que fosse concedida a segurança, declarandose a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 e reconhecendo o direito de recolher a contribuição ao PIS, a partir de 1°/01/2001, à alíquota de 0,65% sobre seu efetivo faturamento que engloba a receita decorrente da prestação de serviços a seus clientes”. Adiante conclui, No entanto, o Recurso Extraordinário foi não só conhecido como foi integralmente provido o pedido do Requerente, pelo STF: A tese do acórdão recorrido está em aberta divergência com a orientação da Corte, cujo Plenário, em data recente, consolidou, com nosso voto vencedor declarado, o entendimento de inconstitucionalidade apenas do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/98, que ampliou o conceito de receita bruta, violando assim, a noção de faturamento pressuposta na redação original do art. 195, I, b, da Constituição da República, e cujo significado é o estrito de receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais (cf. RE n. 346.084PR, Rei. orig. Min. Ilmar Galvão; RE n. 357.950RS, RE n. 358.273RS e RE n. 390.840MG, Rel. Min. Marco Aurélio, todos julgados em 09.11.2005. Ver Informativo STF n. 408, p. 1). Diante do exposto, e com fundamento no art. 557, § 1°A do CPC, conheço do recurso e doulhe provimento, para, concedendo a ordem, excluir, da base de incidência do PIS, receita estranha ao faturamento do recorrente, entendido esse nos termos já suso enunciados Fl. 267DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 268 10 Embora o caso em tela envolva provimento jurisdicional específico, a solução da lide, segundo me parece, guarda estreita relação com o entendimento que se tem acerca do evento marcado pela declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e dos efeitos que lhe são próprios e alcançam os contribuintes de modo geral. Necessário introduzir o assunto. A controvérsia teve início na promoção do alargamento do conceito de faturamento para efeito de cálculo das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, introduzido pela Lei 9.718/98, que incluiu na base de cálculo toda e qualquer receita, independentemente de sua classificação contábil6. A inconformidade dos contribuintes alcançados pela medida levou o assunto ao Poder Judiciário, onde a matéria terminou por ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal, em Regime de Repercussão Geral, nos seguintes termos. EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Decisão O Tribunal, por unanimidade, resolveu questão de ordem no sentido de reconhecer a repercussão geral da questão constitucional, reafirmar a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, tudo nos termos do voto do Relator. Vencido, parcialmente, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que entendia ser necessária a inclusão do processo em pauta. Em seguida, o Tribunal, por maioria, aprovou proposta do Relator para edição de súmula vinculante sobre o tema, e cujo teor será deliberado nas próximas sessões, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, que reconhecia a necessidade de encaminhamento da proposta à Comissão de Jurisprudência. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, a Senhora Ministra Ellen Gracie e, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Plenário, 10.09.2008. RE 585.235QO, Min. Cezar Peluso O que se discute nos autos, e o assunto não é novo, diz respeito ao preciso efeito da declaração de inconstitucionalidade do parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, uma vez que, em nenhum momento, as decisões tomadas no âmbito do Supremo Tribunal Federal estenderam esse juízo à alteração introduzida pelo caput do artigo 3º, assim como por todos os 6 Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 1º Entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. Fl. 268DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 269 11 demais critérios de apuração especificados nos parágrafos e artigos subsequentes e na legislação superveniente. Com efeito, é de sabença que a Suprema Corte do Pais, na pessoa do Exmo. Sr. Ministro Cezar Peluso, fez expressa menção à constitucionalidade do caput do artigo 3º da Lei 9.718/98, a teor do pronunciamento encontrado, pelo menos, nos Recursos Extraordinários nº. 346.084, 357.950, 358.273 e 390.840. Embora no caso concreto discutase exclusivamente a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep, não será demais que aqui se fale também a respeito dos efeitos da modificação legislativa sobre a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, uma vez que sua base de cálculo se tenha também afetado no curso mesmo empreendimento legislativo que promoveu o alargamento da base de cálculo do PIS e tenha sido, tal como a última, submetida a idêntica conformação aos liames constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – Cofins tinha base de cálculo definida na Lei Complementar nº 70/91 como sendo o faturamento decorrente das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Já as Contribuições para o PIS e para o PASEP contavam com fontes de financiamento advindas de diversas origens, conforme Leis Complementares 07 e 08 de 19707, dentre elas o faturamento das empresas e demais entidades especificadas nas Leis, onde estavam textualmente incluídas as instituições financeiras8. Ao instituir a nova base tributável por meio da Lei 9.718/98, o legislador ordinário, embora tenha mantido o faturamento como definição elementar do fenômeno econômicocontábil gravado pela tributação, especificouo, conforme dito antes, como sendo toda a receita bruta auferida pela pessoa jurídica, irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada, conceito que conflitou com o disposto no inciso I do artigo 195 da Constituição Federal que, antes da Emenda Constitucional nº 20, de 20 de dezembro de 1998, previa o financiamento da seguridade social com base no valor arrecadado pelas contribuições sociais incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro9, sem nenhuma menção à receita. 7 A constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias art. 72, inciso V, destinou uma parcela da Contribuição para o PIS devida pelas instituições financeiras ao Fundo Social de Emergência, fixando alíquotas e definindo a base de cálculo como sendo a receita bruta operacional. A Lei 9.701/98 autorizou determinadas exclusões ou deduções dessa base. 8 § 2.º As instituições financeiras, sociedades seguradoras e outras empresas que não realizam operações de vendas de mercadorias participarão do Programa de Integração Social com uma contribuição ao Fundo de Participação de, recursos próprios de valor idêntico do que for apurado na forma do parágrafo anterior. 9 O texto antes e depois da EM 20/98. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; II dos trabalhadores; Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, o Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: Fl. 269DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 270 12 É precisamente neste ponto que se encontra a origem de toda a discussão em torno da inconstitucionalidade do conceito insculpido no parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, transbordando as delimitações contidas no texto constitucional na data da entrada em vigor da legislação novel. Ainda que, para efeitos tributários, já houvesse uma tendência ao reconhecimento de certa equivalência entre o conceito de faturamento e receita (observese que, muito antes de se falar na EM 20/98, a própria LC 70/91 já especificava a base de cálculo como sendo a receita), a expansão promovida pelo parágrafo primeiro foi para muito além daquilo que estava e ainda está sedimentado na doutrina e na jurisprudência como sendo o possível conceito de faturamento empresarial para fins de incidência tributária. De fundamental importância, neste cenário, observar e compreender com precisão o verdadeiro problema identificado pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal ao acolhimento da nova definição de faturamento introduzida pela Lei 9.718/98. Nos precitados Recursos Extraordinários, tornaramse de amplo conhecimento as considerações feitas sobre o assunto pelo Ministro Cesar Peluso, estabelecendo os limites da definição possível para o conceito veiculado no (constitucional) caput do artigo 3º da Lei 9.718/98, conforme segue (todos os grifos acrescentados). Por todo o exposto, julgo inconstitucional o parágrafo 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, por ampliar o conceito de receita bruta para “toda e qualquer receita”, cujo sentido afronta a noção de faturamento pressuposta no art. 195, I, da Constituição da República, e, ainda, o art. 195, parágrafo 4º, se considerado para esse efeito de nova fonte de custeio da seguridade social. Quanto ao caput do art. 3º, julgoo constitucional, para lhe dar interpretação conforme à Constituição, nos termos do julgamento proferido no RE nº 150755/PE, que tomou a locução receita bruta como sinônimo de faturamento, ou seja, no significado de “receita bruta de venda de mercadoria e de prestação de serviços”, adotado pela legislação anterior, e que, a meu juízo, se traduz na soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais. (...) Sr. Presidente, gostaria de enfatizar meu ponto de vista, para que não fique nenhuma dúvida ao propósito. Quando me referi ao conceito construído sobretudo no RE 150.755, sob a expressão “receita bruta de venda de mercadorias e prestação de serviço”, quis significar que tal conceito está ligado à idéia de produto do exercício de atividades empresariais típicas, ou seja, que nessa expressão se inclui todo incremento patrimonial resultante do exercício de atividades empresariais típicas. Se determinadas instituições prestam tipo de serviço cuja remuneração entra na classe das receitas chamadas financeiras, isso não desnatura a remuneração de atividade própria do campo empresarial, de modo que tal produto entra no conceito de “receita bruta igual a faturamento.” (...) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; Fl. 270DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 271 13 6. (...) Faturamento nesse sentido, isto é, entendido como resultado econômico das operações empresariais típicas, constitui a base de cálculo da contribuição, enquanto representação quantitativa do fato econômico tributado. Noutras palavras, o fato gerador constitucional da COFINS são as operações econômicas que se exteriorizam no faturamento (sua base de cálculo), porque não poderia nunca corresponder ao ato de emitir faturas, coisa que, como alternativa semântica possível, seria de todo absurda, pois bastaria à empresa não emitir faturas para se furtar à tributação. – grifamos. (...) Uma vez que o Ministro Cezar Peluso tenha sido parcialmente vencido na decisão da causa, se tem criticado o uso de suas manifestações (e as de outros Ministros que também foram total ou parcialmente vencidos) na fundamentação de decisões envolvendo os efeitos da declaração de inconstitucionalidade do parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98. Quanto a isso, de grande relevo que se situe com clareza a matéria que estava então sub judice na Suprema Corte, as considerações que lhes emprestaram não apenas o Ministro Cesar Peluso mas todos os demais integrantes do Tribunal e em que assunto e aspectos, especificamente, uns e outros se viram vencedores ou vencidos. Analisase um dos precedentes apontados no Recurso Extraordinário nº 585.235 que concedeu Regime de Repercussão Geral à questão: RE 346.0846/PR, da Relatoria do Ministro Ilmar Galvão, Relator para acórdão Ministro Marco Aurélio. O Relatório do Ministro Ilmar Galvão delimita com rapidez e precisão os liames da lide. RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO ILMAR GALVÃO (Relator) : Recurso que, pela letra a do permissivo constitucional, foi interposto contra acórdão que concluiu pela legitimidade da ampliação da base de cálculo da COFINS até então restrita às “vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza” conforme definido pela Lei Complementar n.° 70/91 (art. 2.°), para nela fazer compreender “a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”, efetuada por meio de lei ordinária (Lei n.° 9.718/98, art. 3.°, § 1.°), alteração que teve por vigente a partir de 1.° de fevereiro de 1999, como estabelecido no art. 17, I, do referido diploma normativo. Sustenta a recorrente que, ao assim decidir, o acórdão ofendeu o inciso I e o § 4.° do art. 195 e, por conseqüência, o inciso I do art. 154, ambos da CF. Sustenta, ainda, haver a decisão recorrida contrariado, por igual, o § 6.° do mencionado art. 195, por haver considerado que a alteração passou a produzir efeito a partir da edição da primeira medida provisória e não da EC 20, de 15 de dezembro de 1998 , que, a seu ver, não poderia constitucionalizar norma editada com ofensa à Constituição. Regularmente processado, foi o recurso admitido na origem, havendo a douta ProcuradoriaGeral da República, em parecer do Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, opinado pelo nãoconhecimento. É o relatório. Fl. 271DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 272 14 Se bem posso traduzir em poucas palavras o relatório acima transcrito, diria tratarse de um litígio que se travou em torno da constitucionalidade do alargamento da base de cálculo, (i) à luz do conceito de faturamento vigente à época da formulação da exigência fiscal e (ii) da possibilidade de que se reconhecesse a constitucionalidade superveniente da Lei 9.718/98 em face da modificação introduzida pela Emenda Constitucional nº 20. A ementa do decisum confirma a circunscrição da lide nos termos em que está acima definida. CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 32, § l2, DA LEI Na 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Ne 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § Ia DO ARTIGO 3 a DA LEI Na 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional na 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § lº do artigo 3º da Lei na 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. Uma vez especificado o que havia por decidir no âmbito do Recurso Extraordinário nº 346.0846, relevante que se observe o conteúdo das decisões parciais proferidas após o Voto de cada um dos Ministros que participaram do processo de formação do Ato Decisório, até o último Extrato de Ata emitido pela Secretaria, em 09 de novembro de 2005. PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 346.0846 PROCED.: PARANÁ RELATOR ORIGINÁRIO: MIN. ILMAR GALVÃO RELATOR PARA O ACÓRDÃO: MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.: DIVESA DISTRIBUIDORA CURITIBANA DE VEÍCULOS S/A ADVDOS.: MARCELO MARQUES MUNHOZ E OUTROS ADV.(A/S): RODRIGO LEPORACE FARRET E OUTROS RECDA.: UNIÃO ADV.: PFN RICARDO PY GOMES DA SILVEIRA Decisão: Após o voto do Senhor Ministro Ilmar Galvão, Relator, conhecendo e provendo parcialmente o extraordinário, para fixar, como termo inicial dos 90 (noventa) dias, 1º de fevereiro de 1999, pediu vista o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Falaram, pela recorrente., o Dr. Helenilson Cunha Pontes, e, pela recorrida, Fl. 272DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 273 15 o Dr. Francisco Targino da Rocha Meto, Procurador da Fazenda Nacional. Presidência do Senhor Ministro Marco Aurélio. Plenário, 12.12.2002. Decisão: Após o voto do Senhor Ministro Ilmar Galvão, Relator, conhecendo e provendo parcialmente o extraordinário, para fixar, como termo inicial dos 90 (noventa) dias, 1º de fevereiro de 1999, e dos votos dos Senhores Ministros Gilmar Mendes e Presidente, Ministro Maurício Corrêa, que conheciam do recurso, mas negavamlhe provimento, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Cezar Peluso. Não participou da votação o Senhor Ministro Carlos Britto por suceder ao Senhor Ministro limar Galvão que proferira voto anteriormente. Plenário, 01.04.2004. Decisão: Renovado o pedido de vista do Senhor Ministro Cezar Peluso, justificadamente, nos termos do § 1º do artigo lº da Resolução nu 278, de 15 de dezembro de 2003. Presidência, em exercício, do Senhor Ministro Nelson Jobim, VicePresidente. Plenário, 13.05.2004. Decisão: Após os votos dos Senhores Ministros Cezar Peluso, Marco Aurélio, Carlos Velloso, Celso de Mello e Sepúlveda Pertence, conhecendo e provendo o recurso, nos termos dos seus respectivos votos, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Eros Grau. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Nelson Jobim (Presidente). Presidência da Senhora Ministra Ellen Gracie (Vice Presidente). Plenário, 18.05.2005. Decisão: Renovado o pedido de vista do Senhor Ministro Eros Grau, justificadamente, nos termos do § 1º do artigo 1º da Resolução nº 278, de 15 de dezembro de 2003. Presidência do Senhor Ministro Nelson Jobim. Plenário, 15.06.2005. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do recurso extraordinário e, por maioria, deulhe provimento, em parte, para declarar a inconstitucionalidade do § 1º. do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, vencidos, parcialmente, os Senhores Ministros Ilmar Galvão (Relator), Cezar Peluso e Celso de Mello e, integralmente, os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Maurício Corrêa, Joaquim Barbosa, e o Presidente (Ministro Nelson Jobim). Reformulou parcialmente o voto o Senhor Ministro Sepúlveda Pertence. Não participaram da votação os Senhores Ministros Carlos Britto e Eros Grau por serem sucessores dos Senhores Ministros limar Galvão e Maurício Corrêa que proferiram voto. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Plenário, 09.11.2005;. Presidência do Senhor Ministro Nelson Jobim. Presentes â sessão os Senhores Ministros Sepúlveda Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. ProcuradorGeral da. República, Dr. Antônio Fernando Barros e Silva de Souza. Luiz Tomimatsu Secretário Percebese acima que, o núcleo da discussão até que o Ministro Cezar Peluso pedisse vista dos autos, girava em torno da constitucionalidade superveniente da Lei 9.718/98 em face da modificação introduzida pela Emenda Constitucional nº 20. Essa circunstância está estampada no excerto a seguir reproduzido, extraído do próprio Voto do Ministro Cezar Peluso. Fl. 273DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 274 16 Admitido o recurso, o relator, Min. ILMAR GALVÃO, deulhe parcial provimento, para julgar inconstitucional a majoração da base de cálculo da COFINS, na forma do art. 39 da Lei ne 9.718/98, até a edição da EC ns 20/98, que “veio emprestarlhe o embasamento constitucional de que carecia, ao dar nova redação ao art. 195 da Carta de 88, para dispor que a COFINS passaria a incidir sobre ‘b) a receita ou o faturamento’“. O Min. GILMAR MENDES, em votovista, entendeu constitucional a majoração, pelos seguintes fundamentos: (...) Este entendimento foi acompanhado pelo Min. MAURÍCIO CORREA, que, antecipando voto, julgou constitucional a majoração. Nessa fase do julgamento, foi, então, justamente o Ministro Cezar Peluso que, como se lê nas transcrições acima, abriu a divergência na decisão que vinha sendo proposta à lide, para externar seu entendimento e decidir pela inconstitucionalidade do “parágrafo 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, por ampliar o conceito de receita bruta para ‘toda e qualquer receita’, cujo sentido afronta a noção de faturamento pressuposta no art. 195, I, da Constituição da República, e, ainda, o art. 195, parágrafo 4º, se considerado para esse efeito de nova fonte de custeio da seguridade social”. Ante tais evidências colhidas dos registros feitos ao longo do julgamento, pareceme impróprio minorar a relevância dos fundamentos do Ministro Cesar Peluso na solução da lide. Foi justamente ele quem primeiro destoou do entendimento, até então prevalente, de que o alargamento promovido pela Lei 9.718/98 havia sido constitucionalizado pela Emenda Constitucional nº 20, determinando novo rumo ao julgamento e à decisão que ao final haveria de ser proposta. Ainda mais, como adiante se pretenderá demonstrar, foi o Ministro Cezar Peluso quem mais fundo foi no estudo da questão posta, tendo sido citado por quase todos os demais Ministros em seus respectivos votos. A redação final do Acórdão não permite saber exatamente em que assunto o Ministro Cezar Peluso ficou vencido, mas, sem margem de dúvida, ele não se refere nem à decisão de considerar inconstitucional apenas o parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98, tampouco à dedicada incursão que fez ao significado do vernáculo faturamento10. Com efeito, de grande importância sublinhar que, ao longo de todo o julgamento, não se logra êxito em encontrar no corpo do decisum qualquer dissonância entre os integrantes da Corte Suprema acerca disponibilidade concedida pela Carta Política ao legislador ordinário para fixação do que deva ser considerado faturamento para fins tributários. Outrossim, identificase ao longo de todo o processo decisório uma única menção, de lavra do Ministro Celso de Mello, propondo a inconstitucionalidade do artigo 3º como um todo. O Ministro, contudo, assim como o Ministro Cezar Peluso, foi, ao final, declarado parcialmente vencido. 10 Interessante observar, inclusive, que o Ministro Carlos Velloso, apontado como vencedor no Acórdão, acompanhou o Ministro Cezar Peluso em usa decisão. "Concluo o meu voto. Com a vénia do eminente Relator, que já não está aqui, acompanho o voto do Ministro César Peluzo. Nos demais recursos extraordinários, com o eminente MinistroRelator, Ministro Marco Aurélio". Fl. 274DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 275 17 É de grande interesse conhecer, da leitura dos excertos que seguem, como os Ministros se manifestaram a respeito do conceito de faturamento para fins tributários, assunto a respeito do qual, repitase, não há registro de divergência. Ministro Ilmar Galvão. O recorrente considera que tais precedentes não seriam aplicáveis ao caso, haja vista que o STF teria estabelecido sinonímia entre faturamento e receita bruta quando tais expressões designavam receitas oriundas de vendas de bens e/ou serviços. Tal leitura não é correta. A Corte, ao admitir tal equiparação, em verdade assentou a legitimidade constitucional da atuação do legislador ordinário para densificar uma norma constitucional aberta, não estabelecendo a vinculação pretendida pelo recorrente em relação às operações de venda. Ao contrário do que pretende o recorrente, a Corte rejeitou qualquer tentativa de constitucionalizar eventuais préconcepções doutrinárias não incorporadas expressamente no texto constitucional. O STF jamais disse que havia um específico conceito constitucional de faturamento. Ao contrário, reconheceu que ao legislador caberia fixar tal conceito. E também não disse que eventuais conceitos vinculados a operações de venda seriam os únicos possíveis. Não fosse assim, teríamos que admitir que a composição legislativa de 1991 possuía um poder extraordinário. Por meio da Lei Complementar nº 71, teriam aqueles legisladores fixado uma interpretação dotada da mesma hierarquia da norma constitucional, interpretação esta que estaria infensa a qualquer alteração, sob pena de inconstitucionalidade. Na tarefa de concretizar normas constitucionais abertas, a vinculação de determinados conteúdos ao texto constitucional é legítima. Todavia, pretender eternizar um específico conteúdo em detrimento de todos os outros sentidos compatíveis com uma norma aberta constitui, isto sim, uma violação à força normativa da Constituição, haja vista as necessidades de atualização e adaptação da Carta Política à realidade. Tal perspectiva é sobretudo antidemocrática, uma vez que impõe às gerações futuras uma decisão majoritária adotada em uma circunstância específica, que pode não representar a melhor via de concretização do texto constitucional. (...) Ministro Gilmar Mendes Nessa breve história legislativa da COFINS percebese, desde logo, que já sob o regime da Lei Complementar de 1991 a acepção de faturamento adotada pelo legislador não correspondia àquela usualmente adotada nas relações comerciais. Ou seja, já sob o império da Lei Complementar n° 70 se verificara o abandono do conceito tradicional de faturamento, especialmente naquela acepção comercialista que se refere, grosso modo, a operações de venda de mercadorias já concluídas e registradas em fatura. Esse conceito técnicocomercial é invocado expressamente pelos recorrentes. Precedentes do STF Fl. 275DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 276 18 A discussão quanto à legitimidade dessa perspectiva adotada pelo legislador, de abandono de eventuais préconcepções da expressão “faturamento”, não é estranha para este Tribunal. No RE 150.755, da relatoria do Ministro Carlos Velloso (redator do acórdão o Min. Sepúlveda Pertence), em que se discutia a constitucionalidade da contribuição do FINSOCIAL, tal como fixada no art. 28 da Lei n° 7.738, de 1989, admitiuse como legítima a assimilação do conceito de receita bruta ao de faturamento. Nesse precedente, registra a parte final da ementa: 8. A contribuição social questionada se insere entre as previstas no art. 195, I, CF e sua instituição, portanto dispensa a lei complementar: no art. 28 da L. 7.738/89, a alusão a “receita bruta”, como base de cálculo do tributo, para conformarse ao art. 195, I, da Constituição, há de ser entendida segundo a definição do Dl. 2.397/87, que é equiparável à noção corrente de “faturamento” das empresas de serviço.” Especificamente sobre a alegação de que o tributo previsto art. 28 da Lei n° 7.738 não se enquadraria na definição constitucional de faturamento, assentou o Ministro Sepúlveda Pertence: “(...) 43. Convencime, porém, de que a substancial distinção pretendida entre receita bruta e faturamento cuja procedência teórica não questiono , não encontra respaldo atual no quadro do direito positivo pertinente à espécie, ao menos, em termos tão inequívocos que induzisse, sem alternativa, à inconstitucionalidade da lei. 44. Baixada para adaptar a legislação do imposto sobre a renda à Lei das Sociedades por Ações, dispusera o Dl. 1.598, 26.12.77: (...) O recorrente considera que tais precedentes não seriam aplicáveis ao caso, haja vista que o STF teria estabelecido sinonímia entre faturamento e receita bruta quando tais expressões designavam receitas oriundas de vendas de bens e/ou serviços. Tal leitura não é correta. A Corte, ao admitir tal equiparação, em verdade assentou a legitimidade constitucional da atuação do legislador ordinário para densificar uma norma constitucional aberta, não estabelecendo a vinculação pretendida pelo recorrente em relação às operações de venda. Ministro Eros Grau “06. No caso, faturamento terá sido tomado como termo de uma das várias noções que existem as noções de faturamento na e com uma de suas significações usuais atualmente. Sabemos de antemão que já não se a toma como atinente ao fato de ‘emitir faturas’. Nós a tomamos, hoje, em regra, como o resultado econômico das operações empresarias do agente econômico, como ‘receita bruta das vendas de mercadorias e mercadorias e serviços, de qualquer natureza’ [art.22 do decretolei n. 2.397/87]. Esse entendimento foi consagrado no RE 150.764, Relator o Ministro ILMAR GALVÃO, e na ADC n. 1, Relator o Ministro MOREIRA ALVES. 07. Daí porque tudo parece bem claro: em um primeiro momento diremos que faturamento é outro nome dado à receita bruta das vendas e serviços do agente econômico. Essa é uma das significações usuais do vocábulo [i.é., a noção da qual o vocábulo é termo é precisamente esta faturamento é receita bruta das vendas e serviços do agente econômico]. A análise dos precedentes aponta, no entanto – isso Fl. 276DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 277 19 é proficientemente indicado em parecer de HUMBERTO ÁVILA no sentido de inversão dos termos: a lei tributária chamou de receita bruta, para efeitos do FINSOCIAL, o que é faturamento; o conceito de receita bruta [ = receita da venda de mercadorias e da prestação de serviços], na lei, é que coincide com a noção de faturamento, na Constituição. 08 .Ora, o artigo 3º da Lei n. 9.718/98 não diz mais do que isso. Seu § 1º é que vai além, para afirmar que ali e ali não se cogita de faturamento, mas de receita bruta se trata da totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para tais receitas. (...) 10. (...) Eis o que aí se tem, nesse § 1º do artigo 3º e da Lei nº 9.718/98, uma definição jurídica de receita bruta: a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para tais receitas. 11 .Cumpre então indagarmos se a lei poderia ter afirmado essa definição de receita bruta. A Constituição dizia, anteriormente à EC 20/98, que a seguridade social seria financiada, entre outros, mediante recursos provenientes de contribuição social “dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e os lucros” art. 195, I). A EC 20/98 alterou o preceito, para afirmar que essa mesma contribuição incidirá sobre a folha de salários e outros rendimentos do trabalho, sobre “a receita ou o faturamento” e sobre o lucro. A lei é anterior à EC 20/98, ao tempo em que o artigo 195, I da Constituição afirmava que a contribuição incidiria “sobre a folha de salários, o faturamento e os lucros”. 12. A alteração no texto da Constituição aparentemente, mas não necessariamente, indica alteração do campo de incidência da contribuição. A emenda , ao referir “a receita ou o faturamento”, poderia estar a tomar receita como sinônimo de faturamento e faturamento como sinônimo de receita. Anteriormente à EC 20/98 ela incidia sobre a receita da venda de mercadorias e da prestação de serviços [= receita bruta], que coincidia, qual afirmou esta Corte, com a noção de faturamento. Após a EC 20/98 ela incide sobre “a receita ou o faturamento”. Ora, se receita bruta [= receita da venda de mercadorias e da prestação de serviços] coincide, qual afirmou esta Corte, com a noção de faturamento, a inserção do termo de um outro conceito “receita” no texto constitucional há de estar referindo outro conceito, que não o que coincide com a noção de faturamento. Para exemplificar, sem qualquer comprometimento com a conclusão: receita como totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante para a determinação dessa totalidade o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para tais receitas. Temos aí receita bruta, termo de um conceito, e receita bruta, termo de outro conceito. No primeiro caso, receita bruta que é enquadrada na noção de faturamento, receita bruta das vendas e serviços do agente econômico, isto é, proveniente das Fl. 277DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 278 20 operações do seu objeto social. No segundo, receita bruta que envolve, além da receita bruta das vendas e serviços do agente econômico isto é, das operações do seu objeto social aquela decorrente de operações estranhas a esse objeto. (grifos meus). Impõese então distinguirmos: de um lado teremos receita bruta/faturamento; de outro, a receita bruta que excede a noção de faturamento, introduzida pela EC 20/98, para a determinação de cuja totalidade são irrelevantes o tipo de atividade que dá lugar a sua percepção e a classificação contábil adotada. 13. Dirseá que a Constituição, ao não definir faturamento, incorporou noção que dele se tinha à época. Na verdade incorporou uma das noções que dele à época se tinha. A Constituição poóleria [sic], mais do que incorporar, poderia ter contemplado uma definição jurídica, de faturamento. Não o tendo feito, prevaleceu um dos entendimentos possíveis, aquele nos termos do qual receita bruta coincide com a noção de faturamento enquanto receita da venda de mercadorias e da prestação de serviços. Poderia ter prevalecido outro. E cumpre aqui dedicar especial atenção à fundamentação do voto do Ministro Relator Marco Aurélio, que, ainda que faça menção ao conceito de faturamento como sendo a receita vinculada à venda de mercadorias, serviços ou ambos, conforme explicitado na Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 11/DF (leitura empregada em data muito anterior à Lei 9.718/98), deixa claro que o problema está no conceito veiculado pelo parágrafo primeiro: o passo mostrouse demasiadamente largo, (...) por incluir no conceito de receita bruta todo e qualquer aporte contabilizado pela empresa, pouco importando a origem, em si, e a classificação que deva ser levada em conta sob o ângulo contábil. Quer dizer, a norma transgrediu o ordenamento jurídico ao transbordar a noção técnicojurídica possível de faturamento e não ao definilo como sendo resultado de outras operações empresariais além das vendas de mercadorias e serviços ou ambos. Ministro Marco Aurélio (Relator) Examino, então, a problemática referente à Lei nº 9.718/98. Aqui há de se perceber o empréstimo de sentido todo próprio ao conceito de faturamento. Eis o teor da lei envolvida na espécie: Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Tivesse o legislador parado nessa disciplina, aludindo faturamento sem dar lhe, no campo da ficção jurídica, conotação discrepante da consagrada por doutrina e jurisprudência, terseia solução idêntica à concernente à Lei nº 9.715/98. Tomarse ia o faturamento tal como veio a ser explicitado na Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 11/DF, ou seja, a envolver o conceito de receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços. Respeitado estaria o Diploma Maior ao estabelecer, no inciso I do artigo 195, o cálculo da contribuição para o financiamento da seguridade social devida pelo empregador, considerado o faturamento. Em última análise, terseia a observância da ordem natural das coisas, do conceito do instituto que é o faturamento, caminhandose para o atendimento da jurisprudência desta Corte. (...) Fl. 278DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 279 21 Não fosse o § lº que se seguiu, terseia a observância da jurisprudência desta Corte, no que ficara explicitado, na Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 1 1/DF, a sinonímia dos vocábulos “faturamento” e “receita bruta”. Todavia, o § 1º veio a definir esta última de forma toda própria: § 1 Entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. O passo mostrouse demasiadamente largo, olvidandose, por completo, não só a Lei Fundamental como também a interpretação desta já proclamada pelo Supremo Tribunal Federal. Fezse incluir no conceito de receita bruta todo e qualquer aporte contabilizado pela empresa, pouco importando a origem, em si, e a classificação que deva ser levada em conta sob o ângulo contábil. Essencial que se diga que a questão específica da incidência das Contribuições nas receitas das instituições financeiras terminou por não ser resolvida nas decisões que lastrearam o Recurso Extraordinário 585.235, que outorgou repercussão geral à decisão de extirpar do mundo jurídico o parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98. Isso se vê em diversos dos debates colhidos das notas taquigráficas. Seguese um deles. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO Sr. Presidente, gostaria de enfatizar meu ponto de vista, para que não fique nenhuma dúvida ao propósito. Quando me referi ao conceito construído sobretudo no RE 150.755, sob a expressão “receita bruta de venda de mercadorias e prestação de serviço”, quis significar que tal conceito está ligado à idéia de produto do exercício de atividades empresariais típicas, ou seja, que nessa expressão se inclui todo incremento patrimonial resultante do exercício de atividades empresariais típicas. Se determinadas instituições prestam tipo de serviço cuja remuneração entra na classe das receitas chamadas financeiras, isso não desnatura a remuneração de atividade própria do campo empresarial, de modo que tal produto entra no conceito de “receita bruta igual a faturamento”. O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) Mas, ministro, seria interessante, em primeiro lugar, esperar a chegada de um conflito de interesses, envolvendo uma dúvida quanto ao conceito que, por ora, não passa pela nossa cabeça, O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO Mas passa pela cabeça de outros. Já não temos poucas causas, Sr. Ministro, para julgar. Quanto mais claro seja o pensamento da Corte, melhor para a Corte e para a sociedade. O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) Não pretendo, neste julgamento, resolver todos os problemas que possam surgir, mesmo porque a atividade do homem é muito grande sobre a base de incidência desses tributos. E, de qualquer forma, estamos julgando um processo subjetivo e não objetivo e a única controvérsia é esta: o alcance do vocábulo “faturamento”. E, a respeito desse alcance, temos já, na Corte, reiterados pronunciamentos. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO É o que estou fazendo: esclarecendo meu pensamento sobre o alcance desse conceito. Fl. 279DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 280 22 O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) Senão, em vez de julgarmos as demandas que estão em Mesa, provocaremos até o surgimento de outras demandas, cogitando de situações diversas. (...) No curso do julgamento, o Colegiado chegou inclusive a adentrar à questão (preocupação mais uma vez manifesta pelo Ministro Cezar Peluso) dos demais parágrafos do artigo 3º da Lei 9.718/98, sem, contudo, chegar a uma conclusão a esse respeito. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO Presidente, só uma ponderação. Como o artigo 3º não tem um único parágrafo, mas vários, se for declarada a inconstitucionalidade do caput, os outros parágrafos ficarão soltos, perderão o seu objeto de referência. O SR. MINISTRO CARLOS VELLOSO Ministro, eles ficam soltos e vêm soltos porque se referem ao parágrafo lº: "§ 2º Para. fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta:” Que receita bruta? A que está no § lº. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO O meu receio é de que haja algum parágrafo que, depois, ganhe certa autonomia e gere dificuldade. É isso que me preocupa. O SR. MINISTRO CARLOS VELLOSO Todos eles são dependentes do § 1º. O SENHOR MINISTRO SEPÚLVEDA PERTENCE Todos eles regulam a base de cálculo da COFINS. Se estamos entendendo que o conceito básico e a disciplina do COFINS já estão declarados constitucionais pelo Tribunal... O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO Estou apenas ponderando quanto ao risco de eventuais incertezas futuras. A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) Ainda teremos uma sessão de julgamento em que o Ministro Eros Grau trará o seu voto e poderemos eventualmente reajustar. Vêse, sem margem para dúvidas, que se constitui em assunto bastante controvertido, e, por certo, não haverá de, aqui, deixar de sêlo. Com efeito, o alinhamento do entendimento aplicável à matéria depende, em última análise, do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, em Regime (já determinado) de Repercussão Geral, do Recurso Extraordinário nº 609096, a partir de quando, pelo menos no contexto atual e na presente instância, as opiniões pessoais cederão à hierarquia da jurisdição. Enquanto não consumado o julgamento do RE pelo Pretório Excelso, cumpre a este Colegiado escolher a interpretação que considera correta e determinar o cumprimento da decisão em âmbito administrativo. Nestas condições, pareceme que, a despeito das reticências que se extraem do debate travado entre Ministros da Suprema Corte, uma vez que não foi declarada a inconstitucionalidade do caput do artigo 3º, necessário distinguir que a base de cálculo, até Fl. 280DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 281 23 então adstrita à receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza, passou a ser também identificada, simplesmente, como receita bruta. De fato, ao declarar a inconstitucionalidade apenas do parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, o Supremo Tribunal Federal não deixou outro caminho, se não o que conduz o intérprete a compreensão de que é constitucional a definição insculpida no caput do artigo. A alteração promovida pela Emenda Constitucional nº 20/98 teve por escopo justamente permitir que a receita, lato sensu, fosse alcançada pelas contribuições para o financiamento da seguridade social. Como foi observado pelo Exmo. Ministro Carlos Britto, a autorização introduzida pela Emenda autoriza, justamente, a incidência sobre as receitas que estariam especificadas no parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98. A conclusão a que se chega é que depois da Lei 9.718/98 e da declaração da inconstitucionalidade do parágrafo 1º de seu artigo 3º, apenas a receita típica da pessoa jurídica e não a totalidade das receitas auferidas por ela poderiam integrar a base de cálculo das Contribuições. Quanto a isso, que se diga que não se desconhecem os diversos Acórdãos do Supremo Tribunal Federal que, depois da decisão pela inconstitucionalidade do parágrafo primeiro, fazem remissão ao conceito de faturamento que parecia pacificado antes da entrada em vigor da Lei 9.718/98, o da Lei Complementar 70/91. Sobre o assunto, imperioso pontuar que emerge inconfundível das manifestações colhidas dos votos dos Ministros que participaram dos leading case do Recurso Extraordinário 585.235, que é nítido o entendimento de que jamais pretendeuse “a constitucionalização de preconcepções doutrinárias não incorporadas expressamente no texto constitucional”, nem o reconhecimento de “um específico conceito constitucional de faturamento11“. A dedução remissiva ao status anterior da base imponível encontrada em muitos acórdãos decorre da destinação das decisões onde eles se encontram, em processos nos quais discutiase o direito do contribuinte de afastar o inconstitucional alargamento da base de cálculo e não a amplitude do conceito de faturamento que, me arrisco dizer, não foi objeto daquelas lides. E que se diga, no caso concreto o provimento judicial, embora refirase à venda de mercadorias e prestação de serviços de qualquer natureza, acrescenta, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais. Isto tudo esclarecido, que se diga, há, ainda, outras questões que merecem ser levadas em consideração. Do parágrafo 2º ao parágrafo 9º do artigo 3º, assim como na MP 2.158/01, encontramse exclusões permitidas da base de cálculo das Contribuições apuradas no Sistema Cumulativo que não fariam nenhum sentido se essa as instituições financeiras continuassem sujeitas à incidência apenas sobre as receitas provenientes da prestação de serviços stricto sensu. Outrossim, resgatando mais uma vez o arcabouço normativo histórico da Cofins, vêse que a Lei Complementar nº 70/91, ao disciplinar de maneira ampla a incidência da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, seu raio de alcance e 11 As duas remissões são à manifestação, antes reproduzida, do Exmo. Ministro Ilmar Galvão. Fl. 281DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 282 24 fonte de financiamento das atividadesfins das áreas de saúde, previdência e assistência social, excluiu as instituições financeiras do pagamento da Contribuição e elevou a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido por elas devida. Lei Complementar 70/91 Art. 11. Fica elevada em oito pontos percentuais a alíquota referida no § 1° do art. 23 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, relativa à contribuição social sobre o lucro das instituições a que se refere o § 1° do art. 22 da mesma lei, mantidas as demais normas da Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988, com as alterações posteriormente introduzidas. Parágrafo único. As pessoas jurídicas sujeitas ao disposto neste artigo ficam excluídas do pagamento da contribuição social sobre o faturamento, instituída pelo art. 1° desta lei complementar. Lei 8.212/91 Art. 23. As contribuições a cargo da empresa provenientes do faturamento e do lucro, destinadas à Seguridade Social, além do disposto no art. 22, são calculadas mediante a aplicação das seguintes alíquotas: I 2% (dois por cento) sobre sua receita bruta, estabelecida segundo o disposto no § 1º do art. 1º do Decretolei nº 1.940, de 25 de maio de 1982, com a redação dada pelo art. 22, do Decretolei nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987, e alterações posteriores; 9 II 10% (dez por cento) sobre o lucro líquido do períodobase, antes da provisão para o Imposto de Renda, ajustado na forma do art. 2º da Lei nº 8.034, de 12 de abril de 1990. 10 § 1º No caso das instituições citadas no § 1º do art. 22 desta Lei, a alíquota da contribuição prevista no inciso II é de 15% (quinze por cento). § 2º O disposto neste artigo não se aplica às pessoas de que trata o art. 25. Não somente a Lei 9.718/98, mas outras medidas legislativas que se seguiram, como fazem exemplo a MP 2.158/01 e, mais tarde, as Leis 10.637/03 e 10.833/03, que introduziram o Sistema NãoCumulativo das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, revisaram o Sistema de financiamento da Seguridade Social, incluindo as instituições bancárias no rol de contribuintes sujeitos ao recolhimento da exação fiscal. Vejase. Se o que se discute é a possibilidade de que estejam extirpados do ordenamento jurídico todas as disposições normativas introduzidas pelo artigo 3º da Lei 9.718/98 e MP 2.158/01, então haveria de se estar faltando em exclusão total do pagamento da Cofins, uma vez que a revogação tácita do parágrafo único do artigo 11 da Lei Complementar 70/91 decorre das disposições introduzidas pelo artigo 3º da Lei 9.718/98 e MP 2.158/0112. Já no que concerne à alteração introduzida recentemente pela Lei 12.973/04 e a correspondente exposição de motivos, importante observar que se trata de uma inovação na definição da receita bruta que alcança a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins e Contribuição para o PIS/Pasep, essas duas últimas, também quando 12 Como disse antes, faço remissão à Cofins mesmo que o assunto dos autos restrinjase ao PIS. Fl. 282DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.720836/201025 Acórdão n.º 9303002.937 CSRFT3 Fl. 283 25 calculadas no Sistema NãoCumulativo de apuração. A exposição de motivos não deixa claro para qual desses tributos e contribuições estarseia passando a tributar fato gerador novo, inaugural no mundo jurídico tributário. A despeito disso, não há como interpretar que a Lei tenha encerrado a questão da incidência ou não das Contribuições sobre o spread bancário para fato geradores anteriores a sua entrada em vigor. As manifestações colhidas da mais alta instância da jurisdição brasileira mostram que tratase de um assunto em aberto, que será decidido apenas quando com o trânsito em julgado do Recurso Extraordinário nº 609096. De resto, não será demais acrescentar que o vernáculo serviço, cujo produto da venda é base de cálculo das Contribuições, admite múltiplas concepções. No âmbito do Acordo Geral sobre Comércio e Serviços – GATS, por exemplo, o spread bancário é textualmente incluído no rol de atividades designadas como tal. De fato, não há como afirmar que a inclusão da atividade bancária no conceito de serviços seja uma violação a preceitos constitucionais ou ao ordenamento jurídico pátrio. A palavra serviço amoldase muito bem às mais diferentes atividades. Muito diferente é o que ocorre, por exemplo, com a atividade de locação. Como apontado pelo Ministro Cesar Peluso, justamente no votovista em que propôs a inclusão de todas as receitas decorrentes da atividade típica da pessoa jurídica na base de cálculo das Contribuições, “a Corte julgou inconstitucional a exigência de imposto sobre serviços na ‘locação de bens móveis’, por delirar do conceito de serviços pressuposto pela Constituição na outorga de competência aos municípios. Da ementa consta: RE 116.1213 “TRIBUTO FIGURINO CONSTITUCIONAL. A supremacia da Carta Federal é conducente a glosarse a cobrança de tributo discrepante daqueles nela previstos. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS CONTRATO DE LOCAÇÃO. A terminologia constitucional do Imposto Sobre Serviços revela o objeto da tributação. Conflita com a Lei Maior dispositivo que imponha o tributo considerado contrato de locação de bem móvel. Em direito, os institutos, as expressões e os vocábulos têm sentido próprio, descabendo confundir a locação de serviços com a de móveis, praticas diversas regidas pelo Código Civil, cujas definições são de observância inafastável art. 110 do Código Tributário Nacional.” Por todo o exposto, meu VOTO é por negar provimento ao Recurso Especial. Ricardo Paulo Rosa Fl. 283DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 13609.000200/2010-45
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 22 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 01/01/2008
AUTO ENQUADRAMENTO COMO ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. INEXISTÊNCIA DO DIREITO. AUSÊNCIA DO CEBAS. CERTIFICADO EXPIRADO. EXIGÊNCIAS LEGAIS DESATENDIDAS. REQUISITOS FORMAIS/SUBJETIVOS REGULADOS POR LEI ORDINÁRIA. VALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. SUPREMA TRIBUNAL FEDERAL.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2803-004.006
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente).
Helton Carlos Praia de Lima. -Presidente
(Assinado digitalmente).
Eduardo de Oliveira. - Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Oseas Coimbra Júnior, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Gustavo Vettorato.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA
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Recorrente CASA DE CARIDADE SANTA TEREZA. Recorrida FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 01/01/2008 AUTO ENQUADRAMENTO COMO ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. INEXISTÊNCIA DO DIREITO. AUSÊNCIA DO CEBAS. CERTIFICADO EXPIRADO. EXIGÊNCIAS LEGAIS DESATENDIDAS. REQUISITOS FORMAIS/SUBJETIVOS REGULADOS POR LEI ORDINÁRIA. VALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. SUPREMA TRIBUNAL FEDERAL. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente). Helton Carlos Praia de Lima. Presidente (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Oseas Coimbra Júnior, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Gustavo Vettorato. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 00 02 00 /2 01 0- 45 Fl. 666DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 667 2 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal encerra o Auto de Infração de Obrigação Principal AIOP DEBCAD 37.267.0938, que objetiva o lançamento das contribuições sociais previdenciárias decorrentes da remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores considerados empregados, que prestaram serviços à recorrente, relativamente a parte patronal e ao SAT/RAT/GILRAT, e, ainda, em razão do adicional de contribuição para financiamento da aposentadoria especial, conforme Relatório Fiscal do Auto de Infração – REFISC, de fls. 57 a 63, com período de apuração de 01/2006 a 12/2007, conforme Termo de Início de Procedimento Fiscal TIPF, de fls. 47 e 48. O contribuinte apresentou sua defesa/impugnação petição e razões de defesa, as fls. 71 a 73, recebida, em 16/031/2010, acompanhada dos documentos, de fls. 74 a 284. A defesa foi considerada tempestiva, fls. 286. O órgão julgador de primeiro grau emitiu o Acórdão Nº 02.29.869 6ª, Turma DRJ/BHE, em 06/12/2010, fls. 289 a 293. No qual a impugnação foi considerada parcialmente procedente, excluindose o ano de 2006 em razão da comprovação dos requisitos da imunidade. Irresignado o contribuinte impetrou o Recurso Voluntário, petição de interposição, as fls. 300, recebido, em 07/02/2011, conforme carimbo de recepção, as fls. 300, com razões recursais, as fls. 301 a 306, acompanhado dos documentos, de fls. 307 a 324. Mérito. · que é entidade sim fins lucrativos de assistência social, de utilidade pública federal, estadual e municipal, que presta serviços na área de saúde e em sua maioria ao SUS, único hospital da região, que apenas isso lhe outorga a condição de imune, mas que sempre cumpriu com sua obrigações acessórias frente ao CNAS, que apesar do que diz os autos de infração a requerente nunca deixou ser instituição filantrópica, não podendo prosperar o argumento de não validade do CEBAS da instituição alegado pelo fisco; · que a requerente tem o protocolo de pedido de renovação e mesmo sem tal pedido a recorrente não deixa de ser filantrópica; · que a requerente faz jus a imunidade do artigo 150 e 195 da Constituição Federal, pois preenche todos os requisitos da lei, cita uma decisão em MS; · Do pedido – requer a recorrente: a) que sejam conhecidas e acolhidas as razões recursais, dandose provimento a este e reformando a decisão recorrida, cancelandose o auto de infração. Fl. 667DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 668 3 A autoridade preparadora considerou o recurso tempestivo, fls. 663. Os autos subiram ao CARF, fls. 664. É o Relatório. Fl. 668DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 669 4 Voto Conselheiro Eduardo de Oliveira. O recurso voluntário é tempestivo e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade ele merece ser apreciado. No presente caso toda a problemática resumise a ausência do certificado CEBAS pela entidade beneficente relativamente ao ano de 2007 em diante. Podese verificar da consulta realizada ao CNAS e abaixo transcrita que entidade teve o último certificado deferido, em 29/06/2006, com validade para o período de 01/01/2004 a 31/12/2006, ou seja, para o ano de 2007 em diante a entidade não mais possui a certificação de entidade beneficente. Assim sendo, a entidade não mais preenche os requisitos objetivos exigidos em lei para continuar a usufruir da isenção/imunidade, observese o que dizem nosso tribunais superiores. SÚMULA 352 STJ A obtenção ou a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) não exime a entidade do cumprimento dos requisitos legais supervenientes. Fl. 669DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 670 5 EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. IMUNIDADE. CERTIFICADO DE ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL CEBAS. RENOVAÇÃO PERIÓDICA. CONSTITUCIONALIDADE. DIREITO ADQUIRIDO. INEXISTÊNCIA. OFENSA AOS ARTIGOS 146, II e 195, § 7º DA CB/88. INOCORRÊNCIA. 1. A imunidade das entidades beneficentes de assistência social às contribuições sociais obedece a regime jurídico definido na Constituição. 2. O inciso II do art. 55 da Lei n. 8.212/91 estabelece como uma das condições da isenção tributária das entidades filantrópicas, a exigência de que possuam o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social CEBAS, renovável a cada três anos. 3. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de afirmar a inexistência de direito adquirido a regime jurídico, razão motivo pelo qual não há razão para falarse em direito à imunidade por prazo indeterminado. 4. A exigência de renovação periódica do CEBAS não ofende os artigos 146, II, e 195, § 7º, da Constituição. Precedente [RE n. 428.815, Relator o Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 24.6.05]. 5. Hipótese em que a recorrente não cumpriu os requisitos legais de renovação do certificado. Recurso não provido. (RMS 27093, EROS GRAU, STF) (destaquei). Ementa: TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. REPERCUSSÃO GERAL CONEXA. RE 566.622. IMUNIDADE AOS IMPOSTOS. ART. 150, VI, C, CF/88. IMUNIDADE ÀS CONTRIBUIÇÕES. ART. 195, § 7º, CF/88. O PIS É CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL (ART. 239 C/C ART. 195, I, CF/88). A CONCEITUAÇÃO E O REGIME JURÍDICO DA EXPRESSÃO “INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E EDUCAÇÃO” (ART. 150, VI, C, CF/88) APLICASE POR ANALOGIA À EXPRESSÃO “ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSITÊNCIA SOCIAL” (ART. 195, § 7º, CF/88). AS LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR SÃO O CONJUNTO DE PRINCÍPIOS E IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS (ART. 146, II, CF/88). A EXPRESSÃO “ISENÇÃO” UTILIZADA NO ART. 195, § 7º, CF/88, TEM O CONTEÚDO DE VERDADEIRA IMUNIDADE. O ART. 195, § 7º, CF/88, REPORTASE À LEI Nº 8.212/91, EM SUA REDAÇÃO ORIGINAL (MI 616/SP, Rel. Min. Nélson Jobim, Pleno, DJ 25/10/2002). O ART. 1º, DA LEI Nº 9.738/98, FOI SUSPENSO PELA CORTE SUPREMA (ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ 16062000). A SUPREMA CORTE INDICIA QUE SOMENTE SE EXIGE LEI COMPLEMENTAR PARA A DEFINIÇÃO DOS SEUS LIMITES OBJETIVOS (MATERIAIS), E NÃO PARA A FIXAÇÃO DAS NORMAS DE CONSTITUIÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DAS ENTIDADES IMUNES (ASPECTOS FORMAIS OU SUBJETIVOS), OS QUAIS PODEM SER VEICULADOS POR LEI ORDINÁRIA (ART. 55, DA LEI Nº 8.212/91). AS ENTIDADES QUE PROMOVEM A ASSISTÊNCIA SOCIAL BENEFICENTE (ART. 195, § 7º, CF/88) SOMENTE Fl. 670DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 671 6 FAZEM JUS À IMUNIDADE SE PREENCHEREM CUMULATIVAMENTE OS REQUISITOS DE QUE TRATA O ART. 55, DA LEI Nº 8.212/91, NA SUA REDAÇÃO ORIGINAL, E AQUELES PREVISTOS NOS ARTIGOS 9º E 14, DO CTN. AUSÊNCIA DE CAPACIDADE CONTRIBUTIVA OU APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL DE FORMA INVERSA (ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ 16062000). INAPLICABILIDADE DO ART. 2º, II, DA LEI Nº 9.715/98, E DO ART. 13, IV, DA MP Nº 2.158 35/2001, ÀS ENTIDADES QUE PREENCHEM OS REQUISITOS DO ART. 55 DA LEI Nº 8.212/91, E LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE, A QUAL NÃO DECORRE DO VÍCIO DE INCONSTITUCIONALIDADE DESTES DISPOSITIVOS LEGAIS, MAS DA IMUNIDADE EM RELAÇÃO À CONTRIBUIÇÃO AO PIS COMO TÉCNICA DE INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. EX POSITIS, CONHEÇO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO, MAS NEGOLHE PROVIMENTO CONFERINDO EFICÁCIA ERGA OMNES E EX TUNC. 1. A imunidade aos impostos concedida às instituições de educação e de assistência social, em dispositivo comum, exsurgiu na CF/46, verbis: Art. 31, V, “b”: À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedado (...) lançar imposto sobre (...) templos de qualquer culto, bens e serviços de partidos políticos, instituições de educação e de assistência social, desde que as suas rendas sejam aplicadas integralmente no país para os respectivos fins. 2. As CF/67 e CF/69 (Emenda Constitucional nº 1/69) reiteraram a imunidade no disposto no art. 19, III, “c”, verbis: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (...) instituir imposto sobre (...) o patrimônio, a renda ou os serviços dos partidos políticos e de instituições de educação ou de assistência social, observados os requisitos da lei. 3. A CF/88 traçou arquétipo com contornos ainda mais claros, verbis: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI. instituir impostos sobre: (...) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;(...) § 4º. As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas; Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...) § 7º. São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 4. O art. 195, § 7º, CF/88, ainda que não inserido no capítulo do Sistema Tributário Nacional, mas explicitamente incluído topograficamente na temática da seguridade social, trata, inequivocamente, de matéria tributária. Porquanto ubi eadem ratio ibi idem jus, podendo estenderse às Fl. 671DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 672 7 instituições de assistência stricto sensu, de educação, de saúde e de previdência social, máxime na medida em que restou superada a tese de que este artigo só se aplica às entidades que tenham por objetivo tão somente as disposições do art. 203 da CF/88 (ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ 1606 2000). 5. A seguridade social prevista no art. 194, CF/88, compreende a previdência, a saúde e a assistência social, destacandose que as duas últimas não estão vinculadas a qualquer tipo de contraprestação por parte dos seus usuários, a teor dos artigos 196 e 203, ambos da CF/88. Característica esta que distingue a previdência social das demais subespécies da seguridade social, consoante a jurisprudência desta Suprema Corte no sentido de que seu caráter é contributivo e de filiação obrigatória, com espeque no art. 201, todos da CF/88. 6. O PIS, espécie tributária singular contemplada no art. 239, CF/88, não se subtrai da concomitante pertinência ao “gênero” (plural) do inciso I, art. 195, CF/88, verbis: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)II do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III sobre a receita de concursos de prognósticos. IV do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)... 7. O Sistema Tributário Nacional, encartado em capítulo próprio da Carta Federal, encampa a expressão “instituições de assistência social e educação” prescrita no art. 150, VI, “c”, cuja conceituação e regime jurídico aplicase, por analogia, à expressão “entidades beneficentes de assistência social” contida no art. 195, § 7º, à luz da interpretação histórica dos textos das CF/46, CF/67 e CF/69, e das premissas fixadas no verbete da Súmula n° 730. É que até o advento da CF/88 ainda não havia sido cunhado o conceito de “seguridade social”, nos termos em que definidos pelo art. 203, inexistindo distinção clara entre previdência, assistência social e saúde, a partir dos critérios de generalidade e gratuidade. 8. As limitações constitucionais ao poder de tributar são o conjunto de princípios e demais regras disciplinadoras da definição e do exercício da competência tributária, bem como das imunidades. O art. 146, II, da CF/88, regula as limitações constitucionais ao poder de tributar reservadas à lei complementar, até então carente de formal Fl. 672DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 673 8 edição. 9. A isenção prevista na Constituição Federal (art. 195, § 7º) tem o conteúdo de regra de supressão de competência tributária, encerrando verdadeira imunidade. As imunidades têm o teor de cláusulas pétreas, expressões de direitos fundamentais, na forma do art. 60, § 4º, da CF/88, tornando controversa a possibilidade de sua regulamentação através do poder constituinte derivado e/ou ainda mais, pelo legislador ordinário. 10. A expressão “isenção” equivocadamente utilizada pelo legislador constituinte decorre de circunstância histórica. O primeiro diploma legislativo a tratar da matéria foi a Lei nº 3.577/59, que isentou a taxa de contribuição de previdência dos Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pensões às entidades de fins filantrópicos reconhecidas de utilidade pública, cujos membros de sua diretoria não percebessem remuneração. Destarte, como a imunidade às contribuições sociais somente foi inserida pelo § 7º, do art. 195, CF/88, a transposição acrítica do seu conteúdo, com o viés do legislador ordinário de isenção, gerou a controvérsia, hodiernamente superada pela jurisprudência da Suprema Corte no sentido de se tratar de imunidade. 11. A imunidade, sob a égide da CF/88, recebeu regulamentação específica em diversas leis ordinárias, a saber: Lei nº 9.532/97 (regulamentando a imunidade do art. 150, VI, “c”, referente aos impostos); Leis nº 8.212/91, nº 9.732/98 e nº 12.101/09 (regulamentando a imunidade do art. 195, § 7º, referente às contribuições), cujo exato sentido vem sendo delineado pelo Supremo Tribunal Federal. 12. A lei a que se reporta o dispositivo constitucional contido no § 7º, do art. 195, CF/88, segundo o Supremo Tribunal Federal, é a Lei nº 8.212/91 (MI 616/SP, Rel. Min. Nélson Jobim, Pleno, DJ 25/10/2002). 13. A imunidade frente às contribuições para a seguridade social, prevista no § 7º, do art. 195, CF/88, está regulamentada pelo art. 55, da Lei nº 8.212/91, em sua redação original, uma vez que as mudanças pretendidas pelo art. 1º, da Lei nº 9.738/98, a este artigo foram suspensas (ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ 16062000). 14. A imunidade tributária e seus requisitos de legitimação, os quais poderiam restringir o seu alcance, estavam estabelecidos no art. 14, do CTN, e foram recepcionados pelo novo texto constitucional de 1988. Por isso que razoável se permitisse que outras declarações relacionadas com os aspectos intrínsecos das instituições imunes viessem regulados por lei ordinária, tanto mais que o direito tributário utilizase dos conceitos e categorias elaborados pelo ordenamento jurídico privado, expresso pela legislação infraconstitucional. 15. A Suprema Corte, guardiã da Constituição Federal, indicia que somente se exige lei complementar para a definição dos seus limites objetivos (materiais), e não para a fixação das normas de constituição e de funcionamento das entidades imunes (aspectos formais ou subjetivos), os quais podem ser veiculados por lei ordinária, como sois ocorrer com o art. 55, da Lei nº 8.212/91, que pode estabelecer requisitos formais para o gozo da imunidade sem caracterizar ofensa ao art. 146, II, da Constituição Federal, ex vi dos incisos I e II, verbis: Art. 55. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a Fl. 673DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 674 9 entidade beneficente de assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) I seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009); II seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; (Redação dada pela Lei nº 9.429, de 26.12.1996).... 16. Os limites objetivos ou materiais e a definição quanto aos aspectos subjetivos ou formais atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, não implicando significativa restrição do alcance do dispositivo interpretado, ou seja, o conceito de imunidade, e de redução das garantias dos contribuintes. 17. As entidades que promovem a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, somente fazem jus à concessão do benefício imunizante se preencherem cumulativamente os requisitos de que trata o art. 55, da Lei nº 8.212/91, na sua redação original, e aqueles prescritos nos artigos 9º e 14, do CTN. 18. Instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos são entidades privadas criadas com o propósito de servir à coletividade, colaborando com o Estado nessas áreas cuja atuação do Poder Público é deficiente. Consectariamente, et pour cause, a constituição determina que elas sejam desoneradas de alguns tributos, em especial, os impostos e as contribuições. 19. A ratio da supressão da competência tributária fundase na ausência de capacidade contributiva ou na aplicação do princípio da solidariedade de forma inversa, vale dizer: a ausência de tributação das contribuições sociais decorre da colaboração que estas entidades prestam ao Estado. 20. A Suprema Corte já decidiu que o artigo 195, § 7º, da Carta Magna, com relação às exigências a que devem atender as entidades beneficentes de assistência social para gozarem da imunidade aí prevista, determina apenas a existência de lei que as regule; o que implica dizer que a Carta Magna alude genericamente à “lei” para estabelecer princípio de reserva legal, expressão que compreende tanto a legislação ordinária, quanto a legislação complementar (ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ 16062000). 21. É questão prejudicial, pendente na Suprema Corte, a decisão definitiva de controvérsias acerca do conceito de entidade de assistência social para o fim da declaração da imunidade discutida, como as relativas à exigência ou não da gratuidade dos serviços prestados ou à compreensão ou não das instituições beneficentes de clientelas restritas. 22. In casu, descabe negar esse direito a pretexto de ausência de regulamentação legal, mormente em face do acórdão recorrido que concluiu pelo cumprimento dos requisitos por parte da recorrida à luz do art. 55, da Lei nº 8.212/91, condicionado ao seu enquadramento no conceito de assistência social delimitado pelo STF, mercê de suposta alegação de que as prescrições dos artigos 9º e 14 do Código Tributário Nacional não regulamentam o § 7º, do art. 195, CF/88. 23. É insindicável na Suprema Corte o atendimento dos requisitos estabelecidos em lei (art. 55, da Lei nº 8.212/91), uma vez que, para tanto, seria Fl. 674DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 675 10 necessária a análise de legislação infraconstitucional, situação em que a afronta à Constituição seria apenas indireta, ou, ainda, o revolvimento de provas, atraindo a aplicação do verbete da Súmula nº 279. Precedente. AI 409.981AgR/RS, Rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ 13/08/2004. 24. A pessoa jurídica para fazer jus à imunidade do § 7º, do art. 195, CF/88, com relação às contribuições sociais, deve atender aos requisitos previstos nos artigos 9º e 14, do CTN, bem como no art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98 e Lei nº 12.101/2009, nos pontos onde não tiveram sua vigência suspensa liminarmente pelo STF nos autos da ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ 16062000. 25. As entidades beneficentes de assistência social, como consequência, não se submetem ao regime tributário disposto no art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e no art. 13, IV, da MP nº 2.15835/2001, aplicáveis somente àquelas outras entidades (instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos) que não preenchem os requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212/91, ou da legislação superveniente sobre a matéria, posto não abarcadas pela imunidade constitucional. 26. A inaplicabilidade do art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e do art. 13, IV, da MP nº 2.15835/2001, às entidades que preenchem os requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212/91, e legislação superveniente, não decorre do vício da inconstitucionalidade desses dispositivos legais, mas da imunidade em relação à contribuição ao PIS como técnica de interpretação conforme à Constituição. 27. Ex positis, conheço do recurso extraordinário, mas negolhe provimento conferindo à tese assentada repercussão geral e eficácia erga omnes e ex tunc. Precedentes. RE 93.770/RJ, Rel. Min. Soares Muñoz, 1ª Turma, DJ 03/04/1981. RE 428.815AgR/AM, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, DJ 24/06/2005. ADI 1.802 MC/DF, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Pleno, DJ 13022004. ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ 16062000. (RE 636941, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 13/02/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe067 DIVULG 03042014 PUBLIC 04042014) (grifei). O Pretório Excelso deixou claro nos excertos transcritos que a imunidade se submete ao artigo 55, da Lei 8.212/91 e que a exigência de renovação do CEBAS é lícita. Fl. 675DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13609.000200/201045 Acórdão n.º 2803004.006 S2TE03 Fl. 676 11 Desta forma, estando a entidade desprovida de tal certificado a partir de 01/01/2007, não mais detém a entidade os requisitos para usufruir da imunidade. Assim com esses esclarecimentos rejeito todas as alegações de mérito, suscitadas pela recorrente, não havendo razão para atender aos pleitos desta. CONCLUSÃO: Pelo exposto voto por conhecer do recurso, para no mérito negarlhe provimento. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Fl. 676DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
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Numero do processo: 10320.900316/2006-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2000
SIMPLES. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO JÁ UTILIZADO. INDEFERIMENTO.
A diligência realizada nos autos é esclarecedora e especifica que o crédito pleiteado no PER/DCOMP fora deferido e o valor do crédito foi utilizado em compensações realizadas no processo administrativo 10320.0001365/00-75, o que confirma que no momento da transmissão do pedido de compensação, o crédito não mais existia.
Recurso conhecido e não provido.
Numero da decisão: 1201-000.981
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao Recurso Voluntário. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, sendo substituído pela Conselheira suplente Maria Elisa Bruzzi Boechat.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto Presidente Substituto
(documento assinado digitalmente)
Rafael Correia Fuso- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente subtituto), Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luiz Fabiano Alves Penteado, João Lima Junior e Maria Elisa Bruzzi Boechat.
Nome do relator: RAFAEL CORREIA FUSO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2000 SIMPLES. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO JÁ UTILIZADO. INDEFERIMENTO. A diligência realizada nos autos é esclarecedora e especifica que o crédito pleiteado no PER/DCOMP fora deferido e o valor do crédito foi utilizado em compensações realizadas no processo administrativo 10320.0001365/00-75, o que confirma que no momento da transmissão do pedido de compensação, o crédito não mais existia. Recurso conhecido e não provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao Recurso Voluntário. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, sendo substituído pela Conselheira suplente Maria Elisa Bruzzi Boechat. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Presidente Substituto (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso- Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente subtituto), Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luiz Fabiano Alves Penteado, João Lima Junior e Maria Elisa Bruzzi Boechat.
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COMPENSAÇÃO. CRÉDITO JÁ UTILIZADO. INDEFERIMENTO. A diligência realizada nos autos é esclarecedora e especifica que o crédito pleiteado no PER/DCOMP fora deferido e o valor do crédito foi utilizado em compensações realizadas no processo administrativo 10320.0001365/0075, o que confirma que no momento da transmissão do pedido de compensação, o crédito não mais existia. Recurso conhecido e não provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao Recurso Voluntário. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, sendo substituído pela Conselheira suplente Maria Elisa Bruzzi Boechat. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto – Presidente Substituto (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 90 03 16 /2 00 6- 38 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente subtituto), Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luiz Fabiano Alves Penteado, João Lima Junior e Maria Elisa Bruzzi Boechat. Relatório Tratamse de pedidos de compensação, em que alega a contribuinte ter transmitido PER/DCOMPs em 08/10/2003 e 15/10/2003, relativos a débito no valor de R$ 360,72, que foi informado de forma equivocada e esse débito foi pago em 31/07/2000, no valor de R$ 632,06, portanto, entendeu que houve pagamento a maior de uma diferença. Com isso, de maneira muito simplória e difícil até de entender, pediu a revisão das compensações realizadas. Vejamos as transcrições trazidas no relatório da DRJ, como forma de entender melhor o pedido do contribuinte manifesta em sua defesa: Tratase de Manifestação de Inconformidade (fl. 01) contra o Despacho Decisório da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza (fls.14) que, por falta de disponibilidade de crédito, não homologou a compensação declarada na DCOMP n° 18546.05762.151003.1.3.041768, transmitida em 15/10/2003 (fls. 19/23) com respaldo nos arts. 165 e 170, da Lei n°5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Consta na descrição dos fatos que o crédito original informado pelo contribuinte teve origem no pagamento de tributo pago indevidamente mediante o DARF discriminado na referida DCOMP. Este, apesar de localizado, não pôde ser aproveitado uma vez que já havia sido integralmente restituído ao contribuinte, não restando crédito disponível para compensação do débito informado na DCOMP sob análise (fls. 14). Cientificada do indeferimento, a interessada apresentou manifestação de inconformidade alegando, em síntese, que foram apresentadas duas DCOMP's para fins de se compensar, o mesmo débito. Em virtude da duplicidade de declarações, pede que as DCOMP's sejam reanalisadas considerando um único débito, ou seja, desconsiderando uma das declarações em virtude do equívoco cometido no envio de duas DCOMP's com o mesmo débito. Alega, ainda, que o débito informado em ambas as DCOMP's foi objeto de parcelamento junto à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e que já está extinto por pagamento. A DRJ não conheceu da manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte, sob o seguinte fundamento: A manifestação de inconformidade apresentada é tempestiva, contudo, necessário se torna verificar, no presente caso, se tal Fl. 73DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10320.900316/200638 Acórdão n.º 1201000.981 S1C2T1 Fl. 3 3 peça de defesa reúne os demais requisitos formais de admissibilidade. Inicialmente, deve ser demarcado o objeto de litígio, uma vez que não houve contestação por parte da defendente em relação a não homologação de crédito originado, por pagamento a maior de SIMPLES, informado na DCOMP n° 18546.05762.151003.1.3.041768, conforme Manifestação de Inconformidade à folha 01 do presente processo. Consta da IN RFB n° 900/2008, art. 66, §4°, a seguir transcrito, que a manifestação de inconformidade deverá seguir o rito processual do Decreto n° 70.235/72: Art. 66. É facultado ao sujeito passivo, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão que indeferiu seu pedido de restituição, ressarcimento ou reembolso ou, ainda, da data da ciência do despacho que não homologou a compensação por ele efetuada, apresentar manifestação de inconformidade contra o não reconhecimento do direito creditório ou a não homologação da compensação. (.) § 4°A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam o caput e § 3° obedecerão ao rito processual do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972. Devese, dessa forma, considerar como matérias nãolitigiosas, nos termos dos arts. 16 e 17 do Decreto n° 70.235, de 06 de março de 1972, com as alterações das Leis n° 8.748, de 1993, e 9.532, de 1997, nos seguintes termos: "Art. 16. A impugnação mencionará: III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei n°8.748, de 9.12.1993) (.) Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei n° 9.532, de 10.12.1997)" (Grifouse). Na situação em epígrafe, a referida peça impugnatória não atende às normas disciplinadoras do Processo Administrativo Fiscal, pois, a defesa alega unicamente o fato do débito informado na DCOMP,ter sido objeto de parcelamento junto à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e encontrarse efetivamente quitado. O interessado, em momento algum contesta o fato do crédito informado na DCOMP não ter sido homologado, tampouco rechaça a fundamentação do Despacho Decisório, de inexistência do crédito informado (ver fls. 01 e 14). Conforme tela de consulta ao sistema Fl. 74DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 4 SINCOR,TRATAPAGTO,CONSPAGTO (consulta dados de pagamento) anexada às fls. 25, o Pagamento Indevido ou a Maior já foi totalmente restituído ao contribuinte e/ou utilizado para quitar débitos do próprio contribuinte. Em relação ao cancelamento do débito informado nas DCOMP's, informamos que cabe a unidade preparadora verificar se já houve pagamento do mesmo, vez que o presente processo trata apenas do crédito, estando o débito controlado por outro processo. Assim, ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de não conhecer da manifestação de inconformidade apresentada. A contribuinte foi intimada da decisão em 08.01.2010, e apresentou Recurso Voluntário, nos seguintes termos: Tercam Terraplanagem Construções e Assistência Mecânica Ltda. CNPJ: 63.436.414/000188 estabelecida à Rua São Jorge N° 452, São Cristóvão, São LuísMA, vem através deste, recorrer da decisão do acórdão, 0816. 545 — 3ª Turma da DRJ/FOR, seção de 13 de novembro de 2009, proc. 10320.900316/200638: Em 10 de agosto de 2009, foi pedido a reanálise dos referidos PER/DCOMPS em referência, que fosse considerado apenas um débito em virtude do mesmo estar em duplicidade, e a extinção deste, por ter sido pago. Pedimos que seja feito um confronto com todos os arquivos que consta na Receita Federal do Brasil, que dessa forma será comprovado a duplicidade desse débito. Pois é difícil termos dois débitos do mesmo fato gerador, da mesma natureza, no mesmo vencimento e do mesmo valor. O despacho decisório informa que foram localizados os créditos, mas usados integralmente para quitar débitos, gostaríamos que fosse informado qual mês foi alocado esse débito. Mediante o exposto e documentos acostados, pedimos que seja anulado o referido débito. Em decisão proferida por essa Colenda Turma, esse mesmo Relator entendeu por bem baixar os autos em diligência conforme voto abaixo transcrito: Quanto ao segundo ponto trazido nos autos, qual seja o pagamento indevido ou a maior fora totalmente restituído ao contribuinte, ao analisarmos as fls. 14 e 25 dos autos, encontro a mesma dúvida trazida pelo contribuinte em seu recurso: Decisão da DRJ Conforme tela de consulta ao sistema SINCOR,TRATAPAGTO,CONSPAGTO (consulta dados de pagamento) anexada às fls. 25, o Pagamento Indevido ou a Maior já foi totalmente restituído ao contribuinte e/ou utilizado para quitar débitos do próprio contribuinte. Recurso Voluntário Fl. 75DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10320.900316/200638 Acórdão n.º 1201000.981 S1C2T1 Fl. 4 5 O despacho decisório informa que foram localizados os créditos, mas usados integralmente para quitar débitos, gostaríamos que fosse informado qual mês foi alocado esse débito. A Receita e a DRJ afirmam que houve a restituição e o contribuinte analisa o despacho de não homologação para afirmar que os créditos foram usados integralmente para quitar débitos por meio de alocação. Esse é o ponto da lide que não fora devidamente esclarecido. Diante do exposto, determino a baixa dos autos em diligência, para que a DRF informe de maneira discriminada a questão do momento e da forma que ocorreu a restituição do crédito objeto da lide, e se houve alocação desse crédito para pagar débitos do contribuinte, conforme questionado no Recurso Voluntário. Tratase de necessidade de esclarecimento de fato e de justiça fiscal, em razão da dúvida colacionada pelo contribuinte frente à Administração Tributária Federal. A fiscalização, em cumprimento à diligência, apresentou o seguintes esclarecimentos: 1. Tratase de declaração de compensação n° 18546.05762.151003.1.3.0417 não homologada, na qual não foi reconhecido direito creditório ao valor original de R$ 1.019,63. 0 sujeito passivo apresentou manifestação de inconformidade que não foi conhecida pela DRJ. Inconformado, ingressou com recurso voluntário, contestando a decisão da primeira instância de julgamento administrativo. 2. 0 Conselho Administrativo de Recursos Fiscais determinou "a baixa dos autos em diligência, para que a DRF informe de maneira discriminada a questão do momento e na forma que ocorreu a restituição do crédito objeto da lide, e se houve alocação desse crédito para pagar débitos do contribuinte, conforme questionado no Recurso Voluntário". 3. 0 contribuinte alegou que o débito foi informado equivocadamente na declaração de compensação (Perdcomp), pois o mesmo foi liquidado por pagamento realizado em 31/07/2000. 4. Nos sistemas de cobrança da RFB, verificouse que o débito informado no Perdcomp, código de receita 2372, período de apuração 2° trim./2000, vencimento de 31/07/2000, valor de R$ 360,72, está vinculado a outro Perdcomp (n° 010781013008100313044910) — vide fls. 51 e 52. 5. Também constatouse a existência de pagamento realizado na data informada pelo contribuinte, feito no código de receita 2372, período de apuração 30/06/2000, vencimento em 31/07/2000, no valor de R$ 632,06. Tal recolhimento não está alocado a débito do contribuinte nem foi objeto de restituição (vide fl. 53). Fl. 76DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 6 6. Quanto ao crédito pleiteado no Perdcomp, o despacho decisório n° 044/2002 já tinha deferido o direito creditório (fls. 54 a 59) e o valor foi utilizado em compensações realizadas no processo administrativo n° 10320.0001365/0075. Por isso, quando na transmissão do Perdcomp, o crédito não mais existia. 7. 0 valor do crédito ora discutido foi alocado para pagamento de débitos do sujeito passivo, conforme extrato de encerramento do citado processo às fls. 60 a 67. Este é o relatório! Voto Conselheiro Rafael Correia Fuso O Recurso é tempestivo e atende aos requisitos legais, como já decidido em sede de Resolução, por isso o conheço. A diligência realizada nos autos é esclarecedora, especifica que o crédito pleiteado no PER/DCOMP em análise fora deferido e o valor do crédito foi utilizado em compensações realizadas no processo administrativo 10320.0001365/0075, o que confirma que no momento da transmissão do pedido de compensação, o crédito não mais existia. Diante disso, o valor do crédito fora alocado para pagamento de débitos devidamente discriminados às fls. 60 a 67 dos autos. O único valor não devolvido e não utilizado em compensações do contribuinte é o montante de R$ 632,06, recolhido em 31/07/2000, como atestado pela diligência: “Também constatouse a existência de pagamento realizado na data informada pelo contribuinte, feito no código de receita 2372, período de apuração 30/06/2000, vencimento em 31/07/2000, no valor de R$ 632,06. Tal recolhimento não está alocado a débito do contribuinte nem foi objeto de restituição (vide fl. 53).” Este valor deverá ser aproveitado no momento de encontro de contas entre a Receita Federal em sede de compensação de ofício, com o valor recolhido de R$ 632,06, que deverá ser devidamente corrigido pelos mesmos índices de correção do débito, evitando, com isso, enriquecimento sem causa da Fazenda e prejuízo ao contribuinte. Diante do exposto, CONHEÇO do Recurso, e no mérito NEGOLHE provimento. É como voto! (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator Fl. 77DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10320.900316/200638 Acórdão n.º 1201000.981 S1C2T1 Fl. 5 7 Fl. 78DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO
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Numero do processo: 10855.901981/2008-72
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2003
Ementa:
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei.
CSLL. PAGAMENTO INDEVIDO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
O artigo 165 do CTN autoriza a restituição do pagamento indevido e o artigo 74 da Lei nº 9.430/96 permite a sua compensação com débitos próprios do contribuinte, mas, cabe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. À míngua de tal comprovação não se homologa a compensação pretendida.
As Declarações (DCTF, DCOMP e DIPJ) são produzidas pelo próprio contribuinte, de sorte que, não retiram a obrigação do recorrente em comprovar os fatos mediante a escrituração contábil e fiscal, tendo em vista que, apenas os créditos líquidos e certos comprovados inequivocamente pelo contribuinte são passíveis de compensação tributária, conforme preceituado no artigo 170 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional - CTN).
Numero da decisão: 1802-002.394
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Corrêa - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano e Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2003 Ementa: COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. CSLL. PAGAMENTO INDEVIDO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. O artigo 165 do CTN autoriza a restituição do pagamento indevido e o artigo 74 da Lei nº 9.430/96 permite a sua compensação com débitos próprios do contribuinte, mas, cabe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. À míngua de tal comprovação não se homologa a compensação pretendida. As Declarações (DCTF, DCOMP e DIPJ) são produzidas pelo próprio contribuinte, de sorte que, não retiram a obrigação do recorrente em comprovar os fatos mediante a escrituração contábil e fiscal, tendo em vista que, apenas os créditos líquidos e certos comprovados inequivocamente pelo contribuinte são passíveis de compensação tributária, conforme preceituado no artigo 170 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional - CTN).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa - Presidente (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano e Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2227; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE02 Fl. 2 1 1 S1TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10855.901981/200872 Recurso nº 000.001 Voluntário Acórdão nº 1802002.394 – 2ª Turma Especial Sessão de 23 de outubro de 2014 Matéria PERDCOMP Crédito:CSLL Recorrente DIFRAN INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 Ementa: COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. CSLL. PAGAMENTO INDEVIDO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. O artigo 165 do CTN autoriza a restituição do pagamento indevido e o artigo 74 da Lei nº 9.430/96 permite a sua compensação com débitos próprios do contribuinte, mas, cabe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. À míngua de tal comprovação não se homologa a compensação pretendida. As Declarações (DCTF, DCOMP e DIPJ) são produzidas pelo próprio contribuinte, de sorte que, não retiram a obrigação do recorrente em comprovar os fatos mediante a escrituração contábil e fiscal, tendo em vista que, apenas os créditos líquidos e certos comprovados inequivocamente pelo contribuinte são passíveis de compensação tributária, conforme preceituado no artigo 170 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 19 81 /2 00 8- 72 Fl. 166DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 23/ 11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 28/11/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FE RRAZ CORREA 2 (documento assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Presidente (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano e Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira. Relatório Por economia processual e considerar pertinente, adoto o Relatório da decisão recorrida (fl.61) que a seguir transcrevo: Tratase de Manifestação de Inconformidade interposta em face do Despacho Decisório em que foi apreciada a Declaração de Compensação (PER/DCOMP) de fls. 01/02, por intermédio da qual a contribuinte pretende compensar débito de CSLL (código de receita:2372) de sua responsabilidade com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo (CSLL: 2372). Por intermédio do despacho decisório de fls. 03/04, não foi reconhecido qualquer direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, não homologada a compensação declarada no PER/Dcomp de n° 31646.66729.210906.1.7.046746, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, "não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Irresignada, interpôs a contribuinte manifestação de inconformidade de fls.06/10, acompanhada dos documentos de fls. 11/55, na qual alega erro de cálculo na DCTF, relativa ao 3° trimestre de 2003. A contribuinte apresentou quadros demonstrativos para comprovar o seu direito ao crédito, atinente ao pagamento da CSLL (cód: 2372), período de apuração: 3° trimestre de 2003, efetuado em 28/11/2003, bem como retificou a informação constante de sua DCTF, de forma a demonstrar os pontos de discordância apontados na impugnação. Ao final, requer que seja acolhida a presente impugnação. A 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ/Ribeirão Preto/SP) julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, conforme decisão proferida no Acórdão nº 1431.721, de 26 de novembro de 2010 (fls.60/63). A decisão recorrida possui a seguinte ementa (fl.60): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO CSLL Fl. 167DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 23/ 11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 28/11/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FE RRAZ CORREA Processo nº 10855.901981/200872 Acórdão n.º 1802002.394 S1TE02 Fl. 3 3 Data do fato gerador: 28/11/2003 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTARIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte cientificado da mencionada decisão em 10/01/2011, fl.66, interpôs recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, protocolizado em 24/01/2011, fls.67/68, no qual argúi, em síntese, que: Quando na apuração da CSLL, a partir de 01/09/2003, por força do art. 22 da Lei 10.684/2003, a base de cálculo, devida pela pessoa jurídica optante pelo lucro presumido foi interpretada de maneira errônea: 0 correto para receita bruta nas atividades comerciais, industriais e industrialização por encomenda é de 12%; Sendo que para receita bruta na atividade de industrialização por encomenda foi de 32%. Para demonstrar o erro no cálculo de apuração da CSLL do 3º trimestre de 2003, apresenta planilhas de cálculo, DARFs e Registros de Saída (fls.70/98). Finalmente, requer seja homologada a compensação em lide. Este colegiado, com o intuito de esclarecer os fatos, decidiu pela conversão do julgamento em diligência mediante a Resolução nº 1802000.242, de 09 de julho de 2013. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Sorocaba/SP, após cientificar a pessoa jurídica do Termo de Inicio de Procedimento Fiscal de 22/08/2013(anexo) lavrou o Termo de Intimação Fiscal nº 004, em 12/08/2014, com o seguinte teor: No exercício das funções de Auditor(es)Fiscal(is) da Receita Federal do Brasil e com base nos arts. 904, 905, 911, 927 e 928 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda), fica o sujeito passivo acima identificado INTIMADO a apresentar, no endereço constante no cabeçalho do termo, no prazo de 20 dias, o que se discrimina abaixo. 1) Após ciência do Relatório de Encerramento de Ação Fiscal, a empresa fiscalizada, acima citada, protocolou, em 03/07/2014, Fl. 168DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 23/ 11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 28/11/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FE RRAZ CORREA 4 no SEFIS/DRF/Sorocaba, pedido de prorrogação de prazo para entrega da documentação exigida. Não houve delimitação do prazo para entrega, por parte da solicitante,devendo ser lembrado que tais documentos estão sendo solicitados desde a abertura desta diligência, em agosto de 2013. Assim, fica o sujeito passivo intimado a entregar a documentação exaustivamente citada nos termos de intimação 01, 02, 03 e no Relatório de Encerramento de Ação Fiscal, NO PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS A CONTAR DA CIÊNCIA DESTE TERMO DE INTIMAÇÃO. A não apresentação implicará na devolução, ao CARF, dos processos PER/DCOMP, no estado em que se encontram. O contribuinte teve ciência eletrônica do mencionado Termo de Intimação Fiscal nº 004 em 27/08/2014. Transcorrido o prazo acima sem a manifestação do interessado, os autos retornaram ao CARF para prosseguir o julgamento do recurso voluntário. É o relatório. Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72. Dele conheço. O presente processo tem origem no PER/DCOMP nº 31646.66729.210906.1.7.046746 (fls.1/2), retificador, transmitido em 21/09/2006, em que a contribuinte pretende compensar débito de CSLL: R$ 1.733,40, código 2372, relativa ao 2º trimestre de 2004, com a utilização de crédito no valor de R$ 1.695,56 , decorrente de pagamento indevido ou a maior de CSLL (DARF: código – 2372; Período de Apuração: 30/09/2003; Data de Arrecadação: 28/11/2003, Valor: R$ 7.937,21). Conforme relatado, por intermédio do despacho decisório de fl.03, emitido em 18/07/2008 não foi reconhecido qualquer direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, não homologada a compensação declarada no PER/DCOMP, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do crédito (R$ 7.937,21) foi integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, "não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Consta da decisão recorrida o seguinte esclarecimento sobre o crédito pleiteado (fls.61/62): 0 valor do indébito com o qual a contribuinte declarou a compensação, objeto deste processo, seria originário de pagamento indevido ou a maior de contribuição social sobre o Fl. 169DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 23/ 11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 28/11/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FE RRAZ CORREA Processo nº 10855.901981/200872 Acórdão n.º 1802002.394 S1TE02 Fl. 4 5 lucro liquido (CSLL), código de receita: 2372, no valor de R$ 1.695,56, relativo ao terceiro trimestre de 2003. Com efeito, no que diz respeito à CSLL, atinente ao terceiro trimestre do ano calendário de 2003, observo que a contribuinte retificou a DCTF do período, para alterar, para menos, o montante da divida originariamente declarada, de R$ 22.711,83 para R$ 17.625,19, de modo a delinear o crédito pretendido (fls. 57/59 dos autos). Para melhor elucidação, cabe esclarecer que originariamente a contribuinte apurou, a titulo de CSLL, 3° trimestre de 2003, o montante de R$ 22.717,87, que foram pagos mediante três DARF nos seguintes valores: a) R$ 7.858,63, em 31/10/2003; b) R$ 7.937,21 (principal de R$ 7.858,43), em 28/11/2003; e c) R$ 8.042,52 (principal de R$ 7.858,63), em 30/12/2003 (fls. 33/35). Posteriormente, a contribuinte apresentou DCTFretificadora informando que a CSLL devida no 3° trimestre de 2003 seria no montante de R$ 17.625,19, que em três quotas resultaria na cifra de R$ 5.875,06, o que demonstraria, em tese, o valor do crédito utilizado na presente PER/Dcomp, 2ª quota, no valor de R$ 1.695,56 (R$ 7.858,63 menos R$ 5.875,06). Depreendese da sucinta alegação da pessoa jurídica expressa no recurso voluntário e demonstrativo (fl.70) que, no 3º trimestre de 2003, sobre parte da receita bruta total no valor de R$ 787.749,65 a reclamante calculou a base de cálculo de sua CSLL equivocadamente com o percentual de 32% (R$ 282.593,68 x 32% x 9% industrialização por encomenda) quando o correto seria o coeficiente de 12% (R$ 282.593,68 x 12% x 9%) como calculado sobre a receita bruta nas atividades comerciais e industriais de acordo com o artigo 22 da Lei nº10.684, de 30/05/2003 que alterou a redação do artigo 20 da Lei nº 9.430/96, a partir de 01/09/2003 (artigo 29, inciso III Lei nº10.684/2003). Ou seja, sobre a mencionada parte da receita bruta R$ 282.593,68, apurou CSLL no valor de R$ 8.138,70 (282.593,68 x 32% x 9%) quando o correto seria R$ 3.052,01 (282.593,68 x 12% x 9%), resultando em pagamento a maior na ordem de R$ 5.086,69 (8.138,70 3.052,01) em três quotas de R$ 1.695,56, partindo da premissa que a CSLL total relativa ao 3º trimestre fora paga mediante três DARF nos seguintes valores: a) R$ 7.858,63, em 31/10/2003; b) R$ 7.937,21 (principal de R$ 7.858,63), em 28/11/2003; e c) R$ 8.042,52 (principal de R$ 7.858,63), em 30/12/2003. Este colegiado, no sentido de elucidar os fatos alegados pela Recorrente decidiu pela conversão do julgamento em diligência mediante a Resolução nº 1802000.242, de 09 de julho de 2013, da qual transcrevo a seguinte parte do voto condutor da mencionada Resolução, verbis: ... Contraditando os fundamentos da decisão recorrida e no intuito de comprovar o crédito alegado, a Recorrente juntou ao seu recurso voluntário, Planilha de Calculo da CSLL 3° trimestre/2003; DARFs relativos ao 3° trimestre/2003; Registro de Saídas (Vendas com o código 5101 e 5102 Industrialização por encomenda com código 5124). Fl. 170DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 23/ 11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 28/11/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FE RRAZ CORREA 6 Apesar da documentação apresentada, não se tem objetivamente conhecido o faturamento do terceiro trimestre de 2003, pois, não foram juntadas as notas fiscais tampouco a DIPJ/2004. Portanto, não se sabe ao certo qual a receita bruta e o coeficiente aplicado para a presunção da base de cálculo da CSLL do mencionado trimestre declarado na DIPJ/2004. Desse modo, fazse mister que sejam encaminhados os autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sorocaba/SP para que seja verificado e especificado, à luz da documentação fiscal (notas fiscais emitidas), contábil (escrituração) e DIPJ/2004, qual o montante da receita bruta obtida/declarada e CSLL devida e paga, em relação ao ano calendário de 2003. Realizada a diligência, deve ser elaborado relatório circunstanciado, do qual deve ser dada ciência à Contribuinte para sua manifestação, se do seu interesse, no prazo de 30 (trinta dias). Apresentada a manifestação ou transcorrido o prazo, devem os autos retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento. ... Apesar das reiteradas intimações feitas, o contribuinte não atendeu ao solicitado pela autoridade fiscal da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sorocaba/SP, conforme explicitado no Despacho de Encaminhamento (anexo) que a seguir transcrevo: (...) Conforme a Resolução nr. 1802000.242 do CARF, lavramos, em 29/05/2014, a Informação Fiscal, anexa ao presente processo. Demos ciência a interessada para sua manifestação, se do seu interesse, no prazo de trinta dias. Em 03/07/2014, a interessada, através de seu procurador, apresentou pedido de prorrogação de prazo, sem estabelecer qual seria este prazo e quais livros, documentos ou arquivos seriam entregues. Lavramos o termo de intimação nº 004, cuja ciência ocorreu em 27/08/2014. Neste termo foi estabelecido o prazo de dez dias para a entrega da documentação exaustivamente citada nos termos de intimação 01, 02 e 03, bem como na citada Informação Fiscal. Foi destacado que a não apresentação implicaria na devolução, ao CARF, do presente processo, no estado em que se encontrava. Mais uma vez a interessada não apresentou qualquer livro, documento ou arquivo. Assim, PROPONHO o retorno do presente processo ao CARF. ... Como se vê, a Recorrente apresentou PER/DCOMP no qual sustenta crédito a título de CSLL paga a maior mas não comprova tal crédito, ainda que oportunizada pela diligência realizada. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 23/ 11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 28/11/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FE RRAZ CORREA Processo nº 10855.901981/200872 Acórdão n.º 1802002.394 S1TE02 Fl. 5 7 Cabe assinalar que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente, com análise da situação fática, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. Registrese que, nos termos do artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil, ao autor incumbe o ônus da prova dos fatos constitutivos do seu direito. Logo, o indébito tributário deve ser necessariamente comprovado sob pena de pronto indeferimento. No caso em tela, a prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido, pois, no presente caso somente a contribuinte detém em seu poder os registros de prova necessários para a elucidação da verdade dos fatos. Com efeito, os registros contábeis e demais documentos fiscais acerca do indébito, são elementos indispensáveis para que se comprove a existência e o exato valor do direito creditório aqui pleiteado. Nesse sentido, na declaração de compensação apresentada, o indébito não contém os atributos necessários de liquidez e certeza, os quais são imprescindíveis para reconhecimento pela autoridade administrativa de crédito junto à Fazenda Pública, sob pena de haver reconhecimento de direito creditório incerto, contrário, portanto, ao disposto no artigo 170 do Código Tributário Nacional (CTN). É certo que o artigo 165 do CTN autoriza a restituição do pagamento indevido e o artigo 74 da Lei nº 9.430/96 permite a sua compensação com débitos próprios do contribuinte, mas, cabe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. É cediço que as Declarações (DCTF, DCOMP e DIPJ) são produzidas pelo próprio contribuinte, de sorte que, não retiram a obrigação do recorrente em comprovar os fatos mediante a escrituração contábil e fiscal, tendo em vista que, apenas os créditos líquidos e certos comprovados inequivocamente pelo contribuinte são passíveis de compensação tributária, conforme preceituado no artigo 170 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional CTN). A conversão do julgamento em diligência foi no sentido de verificar a existência do pagamento indevido pleiteado. A autoridade fiscal tentou junto ao contribuinte que lhe fosse apresentado livros e documentos para saber da existência do pagamento a maior da CSLL no ano calendário de 2003. No entanto, a pessoa jurídica em nada colaborou para tal desiderato. A busca da verdade material não autoriza ao julgador substituir o interessado na produção das provas. A apresentação dos documentos juntamente com a defesa é ônus da alçada da recorrente. No presente caso, a recorrente teria, em tese, à sua disposição todos os meios para provar o alegado crédito. Não o fez. Fl. 172DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 23/ 11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 28/11/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FE RRAZ CORREA 8 Cabe ao Fisco exigir a comprovação do crédito pleiteado, desde que não tenha ocorrido a homologação tácita da compensação, nos moldes do artigo 74 da Lei nº 9.430/96 que assim dispõe: § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) Conforme dito acima, o PERDCOMP, foi transmitido pela pessoa jurídica em 21/09/2006, tomou ciência do despacho decisório expedido em 18/07/2008, (fl.03), e apresentou a manifestação de inconformidade em 11/08/2008 (fls.06/10). Portanto, o despacho decisório se deu antes do prazo de 5 (cinco) anos. É dever do Fisco proceder a análise do crédito desde a sua origem até a data da compensação e, o contribuinte que reclama o pagamento indevido tem o dever de comprovar a certeza e liquidez do crédito reclamado. À míngua de tal comprovação não se homologa a compensação pretendida. Diante do exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa. Fl. 173DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 23/ 11/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 28/11/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FE RRAZ CORREA
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Numero do processo: 10680.010407/2007-71
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1994 a 31/01/1999
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN.
Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62-A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733.
No presente caso, há comprovação de pagamento parcial, motivo do provimento do recurso.
Numero da decisão: 9202-003.321
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO
Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/1994 a 31/01/1999 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN. Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62-A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733. No presente caso, há comprovação de pagamento parcial, motivo do provimento do recurso.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire.
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LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN. Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733. No presente caso, há comprovação de pagamento parcial, motivo do provimento do recurso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 01 04 07 /2 00 7- 71 Fl. 560DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Elias Sampaio Freire. Fl. 561DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10680.010407/200771 Acórdão n.º 9202003.321 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Especial por divergência, fls. 0560, interposto pelo sujeito passivo, contra acórdão, fls. 0550, que decidiu negar provimento a seu recurso, nos seguintes termos: EMENTA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ARTIGO 31 E PARÁGRAFOS DA LEI 8.212/91. 1. Por determinação do artigo 45 da Lei 8.212/91, o prazo decadencial é de dez anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. 2. Nos termos do Enunciado n° 30, editado pelo Conselho Pleno, em se tratando de responsabilidade solidária o fisco previdenciário tem a prerrogativa de constituir os créditos no tomador de serviços mesmo que não haja apuração prévia no prestador de serviços. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. Como esclarecimento inicial, o litígio em questão versa sobre regra decadencial a ser aplicada. Em seu recurso especial o sujeito passivo alega, em síntese, que deve ser aplicada ao caso a regra decadencial expressa no § 4º, Art. 150 do CTN. A PGFN apresentou suas contra razões, argumentando, em síntese, que não se operou lançamento por homologação, para as competências de 12/98 e 01/99, afinal o sujeito passivo não antecipou o pagamento do tributo, pois deixou de recolher todo o montante devido sob o incorreto argumento de que não era passível de incidência tributária. Por fim, solicita que seja conferido parcial provimento ao Recurso Especial de divergência interposto, para reconhecer o prazo qüinqüenal de decadência, porém, ressalvando a aplicação do termo inicial com esteio no art. 173, I, do CTN. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 562DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA 4 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade – recurso tempestivo e divergência confirmada e não reformada conheço do Recurso Especial e passo à análise de suas razões recursais. O cerne da questão sobre a decadência é a discussão sobre qual regra decadencial, presentes no CTN, aplicarseá, a expressa no § 4°, Art. 150 do CTN ou a constante do I, Art. 173 do CTN. Para a recorrente, a regra a ser aplicada deve ser a prevista no Art. 150 do CTN, pois houve a necessária e obrigatória antecipação parcial de pagamento, com o conseqüente provimento integral do recurso. Para a PGFN, devese aplicar a regra decadencial expressa no I, Art. 173 do CTN, com o conseqüente provimento parcial do recurso. Creio que já temos resposta sobre esta dúvida. O Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). No que diz respeito a decadência dos tributos lançados por homologação temos o Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, assim ementado: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o Fl. 563DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10680.010407/200771 Acórdão n.º 9202003.321 CSRFT2 Fl. 4 5 mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Portanto, o STJ, em Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo Fl. 564DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA 6 disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial nº 973.733). Antes de decidir sobre qual regra decadencial utilizar, cabe deixar claro que o fato gerador da contribuição previdenciária é a totalidade da remuneração paga ou creditada pelos serviços, independentemente do título que se lhe atribua, tanto em relação ao tomador do serviço (empresa), quanto do segurado contribuinte. Portanto, para a definição da regra decadencial, devemos levar em conta se houve alguma antecipação de pagamento, não por tipo de remuneração (levantamento) pois é a totalidade desses pagamentos que se denomina SaláriodeContribuição (SC), que é todo e qualquer pagamento ou crédito feito ao segurado, em decorrência da prestação de serviço, de forma direta ou indireta, em dinheiro ou sob a forma de utilidades, habituais em relação ao segurado empregado. Elucidativo o texto contido em decisão proferida na Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), processo 10640.001896/200747, pelo nobre Conselheiro Francisco Assis de Oliveira Júnior: “Feitas essas considerações, para solução da lide ora proposta, ainda resta dirimir a questão relacionada ao recolhimento específico da rubrica eventualmente lançada, conforme defende a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, ou se seria suficiente para caracterização de pagamento antecipado o recolhimento genérico relativo aos valores consolidados na folha de pagamento elaborada pelo sujeito passivo. Em relação à essa matéria, creio que a solução mais adequada deve considerar a regra matriz relacionada efetivamente à definição de qual seria a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Nesse sentido, observamos que à luz do que dispõe o inciso I do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, o elemento jurídico a ser considerado para efeito de análise do recolhimento total ou parcial referese à remuneração total paga, devida ou creditada aos segurados pelo empregador: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: 6 I vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Nesse sentido, se eventualmente o sujeito passivo não recolhe o tributo em relação a determinada rubrica que acredita não ter incidência da contribuição previdenciária, tal fato não descaracteriza a antecipação de pagamento para o restante Fl. 565DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10680.010407/200771 Acórdão n.º 9202003.321 CSRFT2 Fl. 5 7 calculado e recolhido indicado pela folha de pagamento do empregador. Em verdade, o fracionamento dessas rubricas revelase necessário para identificação dos requisitos estabelecidos para verificação da não incidência do salário de contribuição em conformidade com as inúmeras previsões do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991. Contudo, o conjunto de situações e específicas que caracterizam a contraprestação onerosa do empregado pela empresa em nada altera a natureza jurídica de cada uma dessas rubricas que são, em seu conjunto, a remuneração devida ao segurado. Em outras palavras, cada rubrica é espécie do gênero remuneração. Desse modo, para efeito de identificação do pagamento antecipado, não deve ser exigido o recolhimento específico de uma ou outra rubrica paga pelo empregador, mas sim a consolidação desses valores relativos aos itens discriminados na folha de pagamento.” Cabe destacar, que na análise dos autos encontramos registro no Termo de Encerramento da Ação Fiscal (TEAF), fls. 060, que o Fisco verificou recolhimentos efetuados, e o período do lançamento compreende exigências existentes nas as competências 02/1994 a 01/999, fls. 013, consolidado em 29/12/2004. Portanto, claro está que existiram recolhimentos a homologar e que qualquer recolhimento está contido no termo remuneração, o que leva, conseqüentemente, deve ser aplicada a regra determinada no § 4º, Art. 150 do CTN, motivo do provimento do recurso. CONCLUSÃO: Pelo motivo exposto, dou provimento ao recurso do sujeito passivo, nos termos do voto. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 566DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA 8 Fl. 567DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 12/01/2015 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10907.000436/2002-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 11/05/2001 a 18/12/2001
INTEMPESTIVIDADE RECURSAL. PRECLUSÃO CONSUMATIVA.
De acordo com o art. 33 do Decreto nº 70.235/72, o prazo para a interposição de recurso voluntário é de 30 (trinta) dias a contar da intimação da decisão da instância inaugural. Ultrapassado o prazo, o recurso não pode ser conhecido.
Numero da decisão: 3201-001.728
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 10/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko Araújo, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira e Carlos Alberto Nascimento e Silva.
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 11/05/2001 a 18/12/2001 INTEMPESTIVIDADE RECURSAL. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. De acordo com o art. 33 do Decreto nº 70.235/72, o prazo para a interposição de recurso voluntário é de 30 (trinta) dias a contar da intimação da decisão da instância inaugural. Ultrapassado o prazo, o recurso não pode ser conhecido.
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ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 11/05/2001 a 18/12/2001 INTEMPESTIVIDADE RECURSAL. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. De acordo com o art. 33 do Decreto nº 70.235/72, o prazo para a interposição de recurso voluntário é de 30 (trinta) dias a contar da intimação da decisão da instância inaugural. Ultrapassado o prazo, o recurso não pode ser conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 10/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko Araújo, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira e Carlos Alberto Nascimento e Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 00 04 36 /2 00 2- 19 Fl. 384DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 2 Relatório Trata o presente processo do Auto de Infração de fls. 0128, por meio do qual foi formalizada a exigência de crédito tributário no valor de R$ 575.793,42, a titulo de Imposto de Importação, acrescido de multa de oficio e juros de mora. O presente lançamento foi efetuado em razão de a interessada não haver recolhido integralmente os tributos referentes A importação das mercadorias de que tratam as DI relacionadas às fls. 0206, tendo em vista medida liminar concedida nos autos do processo n.° 2001.70.08.0020283, conforme relato de fls. 02. Cientificada dessa exigência, a interessada apresentou a impugnação de fls. 221230, argumentando em síntese que: a) a exigibilidade do crédito tributário encontrase suspensa por decisão judicial proferida em mandado de segurança, restando claro a improcedência da presente autuação; b) diante da inexistência da obrigação tributária principal, não ha que se falar a existência de seus consectários, tais como a multa de oficio; c) é incabível a imposição de juros de mora, tendo em vista a ausência dos requisitos da antijuridicidade e da culpabilidade, conforme entendimento extraído de jurisprudência do Egrégio Segundo Conselho de Contribuintes (fl. 229); Nestes termos, requereu a declaração da improcedência do presente lançamento. A contribuinte juntou aos autos cópia da petição inicial e da decisão judicial de primeira instância que lhe concedeu a segurança (fls. 265271). O processo foi distribuído e sorteado a este Conselheiro, seguindo o rito regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño A Recorrente foi intimada da decisão da instância a quo em 13/10/2009 (terçafeira) e interpôs seu recurso em 13/11/2009 (sextafeira), conforme efls. 364 e 366. O prazo para a interposição do recurso voluntário é de 30 (trinta) dias a contar da data da intimação, excluindose da contagem o dia da intimação, nos termos dos arts. 5º e 33 do Decreto nº 70.235, de 1972. Confirase: Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Fl. 385DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 10907.000436/200219 Acórdão n.º 3201001.728 S3C2T1 Fl. 385 3 Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. [...] Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Cotejando a situação fática e o comando legal, verificase que a Recorrente excedeu o prazo para a interposição do recurso voluntário, uma vez que o fez no 31º (trigésimo primeiro) dia após o recebimento da intimação. Diante do exposto, NÃO CONHEÇO o recurso voluntário, mantendo o crédito tributário integralmente. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator Fl. 386DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO
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Numero do processo: 10830.918755/2009-90
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1802-000.618
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(documento assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Correa - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Nelso Kichel- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: José de Oliveira Ferraz Correa, Darci Mendes Carvalho Filho, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira e Ester Marques Lins de Sousa.
Relatório
Nome do relator: NELSO KICHEL
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (documento assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Correa Presidente. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: José de Oliveira Ferraz Correa, Darci Mendes Carvalho Filho, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira e Ester Marques Lins de Sousa. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 18 75 5/ 20 09 -9 0 Fl. 225DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.918755/200990 Resolução nº 1802000.618 S1TE02 Fl. 226 2 Relatório Cuidam os autos do Recurso Voluntário de efls. 166/180 contra decisão da 1ª Turma da DRJ/Belém (efls. 156/160) que julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. Quanto aos fatos, consta dos autos que: em 24/07/2009, utilizando o programa gerador PER/DCOMP, a contribuinte transmitiu pela internet a declaração de compensação nº 40765.68940.240709.1.3.046642 (e fls. 113/117), informando: direito créditório utilizado na DCOMP: R$ 11.757,44 (valor original): que o direito creditório pleiteado decorreu de pagamento indevido ou a maior da CSLLdo período de apuração 31/03/2008, código de receita 2372 (regime de apuração do Lucro Presumido), data de arrecadação 30/06/2008, valor original do recolhimento – DARF R$ 16.363,80 (3ª quota). Total do crédito original na data da transmissão: R$ 11.757,44. Comprovante de pagamento Cópia DARF (efl. 221). débitos compensados: a) PIS/PASEP (código de receita 8109), PA junho 2009, data de vencimento 24/07/2009, assim discriminado: principal: R$ 3.600,00; multa: R$ 0,00; juros de mora: R$0,00; Total: R$ 3.600,00 b) Cofins (código de receita 2172), PA junho 2009, data de vencimento 24/07/2009, assim discriminado: principal R$ 9.657,33. Total R$ 9.657,33. Em 07/10/2009, houve emissão do Despacho Decisório (eletrônico), efl. 119, pela DRF/Campinas, denegando o direito creditório pleiteado, com a seguinte fundamentação: (...) 3FUNDAMENTACÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL Limite de crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data da transmissão informado no PER/DCOMP: 11.757,44. Fl. 226DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.918755/200990 Resolução nº 1802000.618 S1TE02 Fl. 227 3 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NAÕ HOMOLOGO a compensação declarada (...). Enquadramento legal: Arts. 165 e 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN).Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (...) Ciente dessa decisão em 19/10/2009 – Aviso de Recebimento – AR (efl. 145), a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 06/11/2009 (efls. 02/08), despacho de expediente confirmando a tempestividade (efl. 153). A Contribuinte juntou, ainda, documentos de efls. 09/146. Razões aduzidas pela contribuinte, em resumo, são as seguintes: a) preliminarmente, suscitou nulidade do despacho decisório por falta de clareza na fundamentação que não reconheceu o crédito pleiteado, não homologando a compensação informada; que o ato administrativo deve ter motivação clara; b) origem e suficiência do crédito utilizado na compensação informada: que a empresa iniciou suas atividades no ramo gráfico em 16/06/1983 e sempre primou pelo atendimento das suas obrigações tributárias, trabalhistas, previdenciárias e outras das demais naturezas. Nessa condição, optou pela tributação do IRPJ e da CSLL com base no Lucro Presumido; que por interpretação errônea da legislação, enquadrou e efetuou recolhimentos da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido CSLL durante longo período de forma equivocada e com os valores muito superiores aos que efetivamente seriam devidos; que constatado esse erro e o conseqüente direito ao crédito, buscou então informações junto à RFB em Campinas, no sentido de ser orientada de como fazer para operacionalizar a compensação ou a devolução dos valores pagos a maior do que o devido; que foi orientada a tomar providências no sentido de: a) fazer a declaração do imposto de renda DIPJ do exercício em que havia necessidade das correções e enviála à Receita Federal; b) refazer e enviar as DCTF do respectivo período de apuração, com a situação considerada correta e compatível com a DIPJ; c) emitir e enviar os PER/COMP, de forma a corroborar e evidenciar os créditos a serem compensados; que apurou valores a título de CSLL realmente recolhidos a maior do que o devido, apenas quanto ao anocalendário 2008; Fl. 227DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.918755/200990 Resolução nº 1802000.618 S1TE02 Fl. 228 4 que, em relação ao 1º trimestre/2008, recolheu a título de CSLL R$ 48.185,52 (valor original), em três quotas de R$ 16.061,84, e que o valor devido foi de apenas R$ 13.770,14; que existe crédito, então, suficiente para quitação do débito confessado na DCOMP objeto dos autos. A 1ª Turma da DRJ/Belém, enfrentanto o mérito das questões suscitadas pela contribuinte, julgou a manifestação de inconformidade improcedente, mantendo a denegação do crédito pleiteado conforme Acórdão, de 24/10/2013 (efls.156/160), cuja ementa transcrevo a seguir, in verbis: (...) ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 31/03/2008 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Comprovado que o Despacho Decisório motivou o não reconhecimento do direito creditório na alocação integral do pagamento a débito declarado pelo contribuinte, não há que se falar em nulidade. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO REMANESCENTE. INEXISTÊNCIA. Considerando que o crédito ora sendo pleiteado é remanescente daquele requerido em outro processo e que nesse último não houve o reconhecimento do direito creditório, ratificase a inexistência do crédito ora sendo analisado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido (...) Ciente desse decisum em 10/01/2014 por AR (efl.. 163), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 05/02/2014 (efls.166/180), juntando ainda documentos de efls. 178/221, aduzindo em suas razões, em resumo: que a atividade gráfica pode configurarse como industrial, comercial ou de prestação de serviços; que o serviço de gráfica pode ser equiparado ao de indústria e, assim, o coeficiente de presunção do lucro é de 12% para a CSLL quando atuar nas áreas comercial, industrial; que, no caso, a contribuinte entende que sua atividade de gráfica é equiparado a estabelecimento indústria; Fl. 228DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.918755/200990 Resolução nº 1802000.618 S1TE02 Fl. 229 5 que relativo ao 1º trimestre/2008 confessou débito da CSLL na DCTF, mediante aplicação do coeficiente de 32%, quando deveria ter aplicado coeficiente de 12% para indústria; que na DIPJ o débito da CSLL foi apurado mediante aplicação do coeficiente de 12%; que, por conseguinte, apurou direito creditório da CSLL, por pagamento a maior; que o direito creditório pleiteado, quanto ao PA indicado, foi denegado pela decisão a quo pelo fato do pagamento/recolhimento estar integralmente alocado, consumido, por débito confessado na DCTF e que, por outro lado, a DCTF retificadora apresentada após ciência do despacho decisório da DRF/Campinas não pode ser aceita, pois não restou comprovado, com documentos da escrituração contábil, que houve erro material, erro de fato, no preenchimento da DCTF primitiva que pudesse justificar a apresentação de DCTF retificadora; que, diversamente do entendimento da decisão recorrida, existe o direito creditório pleiteado; que a decisão recorrida ofendeu ao princípio da verdade material, deixando de analisar, com profundidade, a lide; que, a despeito de não ter efetuado a retificação da DCTF antes da ciência do despacho decisório, não inviabiliza a existência do direito ao crédito pleiteado, uma vez que tem toda a documentação que legitima o seu direito, juntando ao recurso as seguintes provas da existência do crédito pleiteado: cópia da DIPJ original, data de recepção 23/06/2009 (efls. 201/204); cópia da DCTF retificadora, recepção 21/10/2009 (e fls.206/208); Cópia de algumas folhas dos livros Diário e Razão Analítico do 1º trimestre/2008 (efls. 210/217); Cópia do DARF de recolhimento das três quotas da CSLL (débito confessado na DCTF primitiva) (efls. 219/221). que os precedentes jurisprudenciais do E. Conselho Adminstrativo – CARF apontam, indicam, que a documentação trazida, em sede de recurso, deve ser apreciada, quanto ao direito creditório pleiteado, decorrente de erro material (erro de fato) na apuração da exação fiscal, que implicou pagamento/recolhimento a maior ou indevido (Acórdão nº 1302 00.532); que a DIPJ, DCTF retificadora e os registros contábeis comprovam a efetividade do crédito pleiteado; que os registros contábeis fazem prova a favor do contribuinte (RIR/99, art. 923); que os precedentes jurisprudencias do CARF são nesse sentido (Acórdão nº 10196.402); que o erro de fato quanto ao débito informado na DCTF primitiva não configura confissão irretratável, podendo a contribuinte retificar essa declaração para sanar o Fl. 229DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.918755/200990 Resolução nº 1802000.618 S1TE02 Fl. 230 6 erro cometido; que, nesse sentido, são os precedentes do CARF, realçando o princípio da verdade material (Acórdãos nºs 130201.015 e 20309.788); que a contribuinte tem toda a documentação contábil que demonstra a origem do crédito da CSLL do 1º trimestre/2008, e que a apresentação da DCTF retificadora, após a ciência do despacho decisório, não pode, por si só, restringir o direito creditório da recorrente; que, identificado o erro de fato, a Administração Tributária tem o dever observar o princípio da verdade material; que há precedentes do CARF admitindo a possibilidade de produção de provas em sede de recurso voluntário (Acórdãos nºs 10319.789 e 10809.655); que, sendo assim, os documentos hábeis trazidos pela recorrente no recurso devem ser apreciados; que, ainda assim, caso existir dúvida quanto à liquidez e certeza do crédito pleiteado, para que prevaleça o princípio da verdade material, que se converta o julgamento em diligência. Por tudo que foi exposto, a recorrente requer o reconhecimento do crédito pleiteado e extinção do débito confessado, mediante homologação da compensação objeto dos autos. É o relatório. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.918755/200990 Resolução nº 1802000.618 S1TE02 Fl. 231 7 Voto Conselheiro Nelso Kichel, Relator. O Recurso Voluntário, por ser tempestivo e atender aos demais requisitos de admissibilidade, merece ser apreciado, conhecido. Logo, dele conheço. Conforme relatado, a lide versa acerca do crédito pleiteado, utilizado na DCOMP. Vale dizer: a contribuinte utilizou na DCOMP pretenso crédito da CSLL no valor de R$ 11.757,44 (valor original), relativo a pagamento/recolhimento da CSLL do PA 31/03/2008, código de receita 2372 (regime de apuração do Lucro Presumido), data de arrecadação 30/06/2008, valor original do recolhimento – DARF R$ 16.363,80 = (R$16.061,84 + juros R$ 160,61) 3ª quota, sob alegação de que esse pagamento teria sido efetuado indevidamente. A decisão a quo não reconheceu o crédito, pois: a) o pagamento/recolhimento está vinculado integralmente ao débito do IRPJ do referido PA confessado na respectiva DCTF, inexistindo crédito disponível para extinção, por compensação, do débito informado/confessado na DCOMP; b) que a juntada da DCTF retificadora, por ocasião da manifestação de inconformidade, não tem o condão de, por si só, comprovar o crédito pleiteado, pois a transmissão da DCTF retificadora, reduzindo o débito confessado na DCTF primitiva, deuse posteriormente à ciência do despacho decisório que, por primeiro, denegou o direito creditório pleiteado; c) que a transmissão da DCTF retiticadora reduzindo o débito da CSLL do 1º trimestre/2008 de R$ 48.185,52 (valor original) para R$ 13.770,14, após ciência do despacho decisório, requer a comprovação do erro de fato no preenchimento da DCTF primitiva, à luz da escrituração contábil/fiscal (CTN, art. 147, § 1º). Nesta instância recursal, a recorrente, então, busca a reforma da decisão a quo que não reconheceu o crédito pleiteado, insistindo na alegação da ocorrência do erro de fato, quanto à apuração da CSLL do 1º trimestre/2008 e preenchimento da DCTF primitiva.. A DCTF retificadora, que reduziu, sobremaneira, o débito informado/confessado na DCTF primititiva, como já dito, é posterior à data de ciência do despacho decisório. Vale dizer, a DCTF retificadora, para ser aceita, é necessário comprovar, primeiro, o alegado erro de fato no preenchimento da DCTF primitiva (CTN, art. 147, § 1º). A divergência de apuração, quanto ao valor da CSLL a pagar do 1º trimestre/2008 entre a DCTF primitiva e a DIPJ, não se resolve pela mera apresentação de DCTF retificadora. Tornase necessário a contribuinte comprovar o alegado erro de fato na apuração da CSLL e de preenchimento da DCTF primitiva, mediante apresentação/juntada aos autos de cópia da escrituração contábil/fiscal do anocalendário 2008 e respectivos documentos de suporte dos registros contábeis (por exemplo, cópia das notas fiscais da natureza das receitas dos serviços gráficos prestados etc). Fl. 231DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.918755/200990 Resolução nº 1802000.618 S1TE02 Fl. 232 8 Nesta instância recursal, compulsando os autos, observase que a recorrente juntou aos autos cópia de algumas folhas dos livros Diário e Razão Analítico do 1º trimestre/2008, conforme citado no relatório. A questão, na verdade, não envolve meramente erro material ou erro de fato no preenchimento da DCTF primitiva, mas sim mudança, divergência quanto ao coeficiente de presunção do lucro da CSLL para a atividade gráfica da recorrente. Na verdade, a contribuinte – para gerar o crédito pleiteado – alterou a base de cálculo da CSLL do PA 31/03/2008 (1º trimestre/2008). Ou seja: a CSLL a pagar do 1º trimestre/2008 de R$ 48.185,52, inclusive confessada na DCTF primitiva, foi resultante da aplicação do coeficiente de presunção do lucro de 32% para a atividade de serviços gráficos encomenda direta pelo usuário ou consumidor com ou sem fornecimento de material; porém, a contribuinte alega que sua atividade é equiparada a industrial, fazendo jus ao coeficiente de presunção do lucro de 12%, apurando CSLL a pagar para o 1º trimestre/2008 no valor de R$ 13.770,14. Transmitiu a DCTF retificadora em 21/10/2009 (efls. 203/205), após ciência do despacho decisório que ocorreu em 19/10/2009 (efl. 145), reduzindo a CSLL a pagar do 1º trimestre/2008 de R$ 48.185,52 para R$13.770,14. Há falhas na instrução processual que não permitem ao julgador formar convicção acerca do mérito da lide, ou seja, acerca do liquidez e certeza do crédito pleiteado, pois, além da inexistência de cópia da DCF primitiva, da inexistência de cópia da DIPJ completa do AC 2008, a contribuinte não comprovou nos autos a natureza das receitas de sua atividade quanto ao 1º trimestre/2008 (não comprovou erro de fato na apuração e no preenchimento da DCTF primitiva). A atividade gráfica pode configurarse como industrial, comercial ou de prestação de serviços. Senão vejamos: Considerase como prestação de serviço as operações realizadas por encomenda do consumidor ou usuário final com ou sem fornecimento de material, aplicandose o coeficiente de presunção do lucro da CSLL de 32% sobre as receitas dessa atividade. Por outro lado, quando atuar nas áreas comercial e industrial, o coeficiente de presunção do lucro da CSLL sobre essas receitas será de 12% Se todas essas atividades foram exercidas pela contribuinte no respectivo período de apuração (atividades diversificadas), impõese a segregação das receitas na escrituração por atividade para aplicação do respectivo coeficiente de presunção do lucro (inteligência do § 3º do art. 518 do RIR/99, base legal Lei 9.249/95, art. 15, §2º). As citadas cópias de algumas folhas dos livro Diário e Razão Analítico, juntadas aos autos, são insuficientes para formação da convicção quanto à natureza dos serviços prestados, respectivas receitas e quanto à liquidez e certeza do crédito pleiteado. No caso, a contribuinte informou na DIPJ que todas as suas receitas do 1º trimestre/2008 decorreram da atividade gráfica das áreas comercial e industrial.sujeitas ao coeficiente de presunção do lucro da CSLL de 12%. Fl. 232DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.918755/200990 Resolução nº 1802000.618 S1TE02 Fl. 233 9 Entretanto, como a atividade gráfica, em regra, envolve atividades diversificadas no mesmo estabelecimento, com respectivos coeficientes de presunção do lucro diversos (Solução de Consulta COSIT nº 71, de 31/12/2013), tornase necessário baixar os autos à DRF de origem (DRF/Campinas) para realização de diligência (instrução processual complementar), no sentido de apurar a real natureza da atividade exercida, desenvolvida pela recorrente, e das respectivas receitas auferidas no 1º trimestre/2008. Como visto, há necessidade de saneamento do processo. Para evitar prejuízo à ampla defesa e ao contraditório e atento ao princípio da verdade material, propugno pela realização de instrução processual complementar, ou seja, baixar os autos do processo à unidade de origem da RFB, no caso DRF/Campinas a fim de que a fiscalização da RFB: a) intime a contribuinte a comprovar, à luz da escrituração contábil/fiscal (livros Caixa, Razão, Diário e Lalur) e respectivos documentos de suporte (por exemplo, notas fiscais de vendas, saídas): o alegado erro de fato na apuração da CSLL/preenchimento da DCTF primitiva, que justifique a DCTF retificadora apresentada reduzindo o débito da CSLL, gerando o crédito pleiteado; a natureza das receitas auferidas no 1º trimestre/2008, se decorrentes de atividades diversificaddas: (i) serviços gráficos de impressãooperação por encomenda direta do consumidor/usuário final com ou sem fornecimento de material/oficina que forneça preponderantemente trabalho profissional; (ii) se de operação de comércio/indústria; (iii) ou se as receitas decorreram de todas essas atividades mencionadas; a segregação de receitas por atividade, no caso de atividades diversificadas: indicar em planilha –resumo do PA do crédito pleiteado: a data de cada operação, respectivo nº da nota fiscal, natureza da receita auferida na operação/atividade desenvolvida, valor da operação, destinatário, e respectivo coeficiente de presunção do lucro da CSLL; b) analise, verifique, audite, as notas fiscais do 1º trimestre/2008, no sentido de verificar se há faturamento de receitas de atividades diversificadas, sujeitas respectivamente a coeficientes de presunção do lucro da CSLL específicos, diversos, ou seja de 32% e de 12%; c) existindo receitas de atividades gráficas diversificadas devidamente identificadas, caracterizadas pela fiscalização (juntar por amonstragem cópias de notas fiscais do período de apuração), verificar se houve, ou não, correta segregação das receitas na escrituração contábil/fiscal pela recorrente, para cada atividade desenvolvida no 1º trimestre/2008, e se houve, ou não, correta aplicação do coeficiente de presunção do lucro de 32% ou de 12%, conforme determina o § 3º do art. 518 do RIR/99, base legal Lei 9.249/95, art. 15, §2º, e para efeito de aferição da certeza e liquidez do crédito pleiteado; d) inexistindo atividades deversificadas, ou seja, existindo atividade única, qual a natureza das receitas auferidas pela recorrente no período de apuração objeto do crédito pleiteado e respectivo coeficiente de presunção da CSLL; Fl. 233DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.918755/200990 Resolução nº 1802000.618 S1TE02 Fl. 234 10 e) apurar, caracterizar, se a contribuinte cometeu, ou não, erro de fato na apuração da CSLL do respectivo PA que justifique a DCTF retiticadora transmitida após ciência do despacho decisório e o pedido de restituição do crédito pleiteado; f) elabore, ao final do procedimento de diligência, relatório circuntanciado, pormenorizado, dos resultados da diligência em relação ao direito creditório pleiteado nos presentes autos (se o crédito demandado tem certeza e liquidez, se está ou disponível para ser utilizado para compensação do débito confessado na DCOMP objeto dos autos); g) intime a contribuinte do relatório de diligência (resultado da diligência), abrindo prazo de 30 (trinta) dias a partir da ciência para manisfestação nos autos, caso queira. Decorrido o prazo com ou sem manifestação da contribuinte, retornem os autos ao CARF para julgamento da lide. Por tudo que foi exposto, voto para CONVERTER o julgamento em diligência. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Fl. 234DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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Numero do processo: 12898.001236/2009-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006, 2007
DESPESAS DE AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. ADIÇÃO À BASE DE CÁLCULO DA CSLL.
A adição à base de cálculo da CSLL, de despesas com amortização de ágio encontra amparo nas normas que regem a exigência da referida contribuição.
Recurso Negado.
Numero da decisão: 1402-001.851
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os conselheiros Paulo Roberto Cortez e Carlos Pelá, que votaram por dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto Presidente
(assinado digitalmente)
Moisés Giacomelli Nunes da Silva Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Paulo Roberto Cortez, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Carlos Pelá e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA
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ADIÇÃO À BASE DE CÁLCULO DA CSLL. A adição à base de cálculo da CSLL, de despesas com amortização de ágio encontra amparo nas normas que regem a exigência da referida contribuição. Recurso Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os conselheiros Paulo Roberto Cortez e Carlos Pelá, que votaram por dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto – Presidente (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 89 8. 00 12 36 /2 00 9- 31 Fl. 389DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.001236/200931 Acórdão n.º 1402001.851 S1C4T2 Fl. 11 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Paulo Roberto Cortez, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Carlos Pelá e Leonardo de Andrade Couto. Relatório Pelo que registra a ata da sessão de 11 de março de 2014, sob a relatoria do ilustre Conselheiro Carlos Pelá, esteve em pauta o processo nº 12898.001237/200986, identificando como autuada a empresa LITEL PARTICIPAÇÕES S/A e indicando como infração, segundo o relator, o fato da contribuinte: "(i) não ter adicionado ao lucro líquido, quando da apuração da base de cálculo da CSLL devida nos anoscalendário 2004, 2005, 2006 e 2007, as despesas relativas à amortização de ágio conforme termo de constatação fiscal (fls. 64/66), o auto de infração foi lavrado com fulcro nos artigos 391 e 426, do RIR/99, e artigo 57, da Lei nº. 8.981/95." Agora, sob o número imediatamente anterior (12898.001236/200931), vem a julgamento o processo aqui identificado indicando como contribuinte a empresa LITELA PARTICIPAÇÕES S/ A. Diante da semelhança de nomes e números de processos, tive o cuidado de conferir a DIPJ, de fl. 05 e a ata de fl. 136, confirmando que o nome da empresa, cujo recurso está em tela, corresponde ao que mencionei no cabeçalho deste voto. Quanto aos demais aspectos, para efeito de relatório, adoto o que constou do acórdão recorrido, in verbis: Versa este processo sobre o Auto de Infração de fls. 62/73 (que tem como parte integrante o Termo de Constatação Fiscal), lavrado pela DEFIS/RJO, com ciência do interessado em 30/07/2009, para ajustes nas base de cálculo da CSLL e exigência de crédito tributário de CSLL, no valor de R$408.100,08, acrescido de multa de 75% e de juros de mora. O lançamento foi efetuado por ter sido apurada a seguinte infração: 1 ADIÇÕES AO LUCRO LIQUIDO ANTES DA CSLL. DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS. Valor apurado conforme Termo de Constatação Fiscal. No Termo de Constatação Fiscal, a fiscalização aponta que, intimado a justificar a razão da não adição ao Lucro Liquido, quando da apuração da base de cálculo da CSLL, do valor de R$ 44.816.169,84, referente à despesa com amortização de ágio registrada na Conta 8.1.8.10.00.0000.030, nos anoscalendário 2004, 2005, 2006 e 2007, bem como a apresentar Certidão de Objeto e Pé, caso amparado por medida judicial que o desobrigasse a proceder a referida adição, o interessado informou que não há qualquer medida judicial, mas entende que, como a legislação da CSLL não veicula nenhum tratamento especifico para o caso, por falta de previsão legal, a amortização do ágil é dedutível para fins de apuração da base de cálculo da CSLL. A fiscalização reproduz os artigos 391 e 426, do RIR/1999, e artigo 57, da Lei nº 8.981/1995, e conclui que, “desta forma, independentemente do motivo pelo qual o ágio foi registrado como despesa, o mesmo deve ser adicionado à base de cálculo da CSLL”. O interessado apresentou, em 28/08/2009, a impugnação de fls. 117/131. Em sua defesa, alega, em síntese, que: o presente auto de infração não subsiste pela nítida inaplicabilidade do artigo 57 da Lei nº 8.981/1995 ao presente caso, de modo que a autuação deixa de possuir base legal; Fl. 390DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.001236/200931 Acórdão n.º 1402001.851 S1C4T2 Fl. 12 3 a jurisprudência é favorável ao procedimento que adotou; para que se exigisse a adição das despesas relativas à amortização do ágio na apuração da base de cálculo da CSLL, seria necessário que a lei expressamente a estabelecesse, como, por exemplo, aconteceu com as normas especificas do imposto de renda; mesmo com todos os ajustes previstos na legislação da CSLL (inclusive na Instrução Normativa SRF n° 390/2004, que consolidou as normas aplicáveis às adições e exclusões na base de cálculo da CSLL), não há um dispositivo sequer que determine a adição do ágio amortizado contabilmente relativo à aquisição de investimentos avaliados pelo valor do patrimônio líquido. A 1ª Turma da DRJ/RJ1 manteve integralmente o lançamento, afirmando que a adição, à base de cálculo da CSLL, de despesas com amortização de ágio encontra amparo nas normas que regem a exigência da referida contribuição. Inconformada, a Contribuinte apresenta recurso voluntário que, em resumo, repisa os argumentos de sua peça impugnatória. É o Relatório. Fl. 391DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.001236/200931 Acórdão n.º 1402001.851 S1C4T2 Fl. 13 4 Voto Conselheiro MOISÉS GIACOMELLI NUNES DA SILVA Relator. O recurso é tempestivo, está devidamente fundamentado, foi interposto pela parte autuada que pretende ver reformada a decisão recorrida. Assim, preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual passo ao exame. Quando do julgamento do processo nº 12898.001237/200986, na sessão de 11 de março de 2014, que resultou no acórdão 1402001.589, este Colegiado, por maioria de votos, manteve a decisão da DRJ, não acolhendo os seguintes fundamentos da lavra do ilustre Conselheiro Carlos Pelá, in verbis: "O valor da amortização do ágio na aquisição de investimento avaliado por equivalência patrimonial era (e ainda é) indedutível na determinação do lucro real, por força do disposto no artigo 25 do Decretolei nº. 1.598/77. Todavia, tal regra se restringe à apuração do imposto de renda da pessoa jurídica, pois: (i) na época em que foi editado o Decretolei nº. 1.598, ainda não havia sido instituída a CSLL; (ii) Não existe previsão legal para que se exija a adição à base de cálculo da CSLL da amortização do ágio, pois nem a Lei n°. 7.689/88, que criou a CSLL, nem nenhuma outra que foi posterior, estabeleceu a adição das parcelas amortizadas contabilmente a esse título, para fins de determinação da correspondente base de cálculo. Destarte, não vislumbro ser aplicável ao caso o art. 57 da Lei nº. 8.981/95, posto que tal dispositivo não determina que haja identidade com a base de cálculo do IRPJ. Nada obstante o referido art. 57 da Lei nº. 8.981/95 estender à CSLL as mesmas normas de apuração (mensal, trimestral, anual) e de pagamento estabelecidas para o IRPJ, esse artigo não pretende equiparar a base de cálculo dos dois tributos, posto que expressamente determina que “...mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor”. Se assim não fosse, não haveria como explicar ser possível que as bases de cálculo fossem idênticas, mas que ficasse mantida a base de cálculo prevista na legislação em vigor. A corroborar esse raciocínio, destaco ponto interessante suscitado no recurso voluntário da Contribuinte. É que, na verdade, sempre que pretende a aplicação de uma regra com repercussão no “quantum debeatur”, o legislador faz expressa distinção entre a CSLL e o IRPJ, a exemplo do que se observa em diversos textos normativos. É o caso, inclusive, da própria Lei nº. 8.981/95, na qual foram introduzidos dois artigos separados para estabelecer o limite máximo de 30% para redução do lucro tributável; o art. 42 é para o IRPJ, e o art. 58 para a CSLL. Logo, se fosse o caso da aplicação indistinta do art. 57, como pretende a fiscalização, a última disposição seria desnecessária. Nesse contexto, é de se convir que, se a própria Lei nº. 8.981/95 dedicou dispositivos separados para estabelecer limitação quantitativa para a compensação de prejuízos fiscais – a qual, como se sabe, anteriormente era só limitação temporal , por que razão essa mesma lei teria adotado critério diferente para fins de dedutibilidade do ágio na base de cálculo da CSLL – que também trata de regra referente ao valor do tributo devido? Fl. 392DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.001236/200931 Acórdão n.º 1402001.851 S1C4T2 Fl. 14 5 Tenhamos em mente que, se as adições importam em um maior valor de tributo a recolher, somente poderiam ser aceitas se instituídas através de lei, que estabelecesse de forma rigorosa todos os critérios da hipótese quanto da conseqüência. E, no caso, a adição em destaque não está prevista nas leis que regulamentam a CSLL. Como é cediço, o tributo só poder ser exigido quando o fato apurado ajustase perfeitamente à hipótese de incidência, sendo vedado o uso de analogia ou interpretação extensiva para majorálo. O entendimento exposto, inclusive, há muito tem sido reconhecido no âmbito do antigo Conselho de Contribuintes e do atual Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: (...).TRIBUTAÇÃO REFLEXA OU DECORRENTE. CSLL. Não há previsão em lei para a adição ao lucro líquido das despesas com a amortização do ágio que, corretamente registradas na escrita comercial, afetam o valor do resultado do exercício, ponto de partida para o cálculo da contribuição social sobre o lucro.(CARF, Acórdão nº. 1102000.875 em 12/06/2013, 2ª TO da 1ª Câmara da 1ª Seção.) (...).CSLL. AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO EM AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA. LIMITE. ÁGIO EFETIVAMENTE PAGO. Inexiste previsão legal para que se exija a adição à base de cálculo da CSLL da amortização do ágio pago na aquisição de investimento avaliado pela equivalência patrimonial, posto que o art. 25 do Decretolei n. 1.598/77, com a redação dada pelo Decretolei n. 1.730/79, apenas veda o computo das contrapartidas de referida amortização no lucro real. O art. 57 da Lei n 8.981/95 ressalva a manutenção da base de cálculo da CSLL nos modos em que prevista na legislação específica, inexistindo, portanto, identidade entre a base de cálculo da CSLL e a do IRPJ. IRPJ. DEDUÇÃO. DESPESAS DESNECESSÁRIAS. O art. 47 da Lei n. 4.506/64 e art. 299 do RIR/99 dispõe que são operacionais (e, portanto, dedutíveis para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ) as despesas não computadas nos custos, necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora. São necessárias as despesas pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações que atendam às necessidades do contribuinte. CSLL. DEDUÇÃO. DESPESAS DESNECESSÁRIAS. Inexiste previsão legal para que se exija a adição à base de cálculo da CSLL consideradas indedutíveis pela legislação do IRPJ. O art. 47 da Lei n. 4.506/64 dispõe, apenas para a determinação do lucro real, que as despesas cuja dedução é admitida sejam aquelas necessárias à atividade ou à manutenção da fonte produtora do sujeito passivo. O art. 57 da Lei n 8.981/95 ressalva a manutenção da base de cálculo da CSLL nos modos em que prevista na legislação específica, inexistindo, portanto, identidade entre a base de cálculo da CSLL e a do IRPJ. (...). (CARF, Acórdão 1201000.285 em 09/07/2010, 1ª TO da 2ª Câmara, 1ª Seção.) AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. ADIÇÃO À BASE DE CÁLCULO. INAPLICABILIDADE DO ART. 57, LEI N°8.981/1995. Inexiste previsão legal para que se exija a adição à base de cálculo da CSLL da amortização do ágio pago na aquisição de investimento avaliado pela equivalência patrimonial. Inaplicabilidade, ao caso, do art. 57 da Lei n 8.981/1995, posto que tal dispositivo não determina que haja identidade com a base de cálculo do IRPJ. (Acórdão 10322.749 em 06/12/2006, 3ª Câmara do 1º CC, Processo nº. 18471.000003/200585). Fl. 393DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.001236/200931 Acórdão n.º 1402001.851 S1C4T2 Fl. 15 6 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO BASE DE CÁLCULOADIÇÕES ILEGALIDAD. ART. 57. LEI N° 8.981/95 INAPLICABILIDADE. A adição à base de cálculo da CSSL do valor da amortização do ágio na aquisição de investimentos avaliados pela equivalência patrimonial não encontra previsão legal, não podendo ser exigida do contribuinte. Não se aplica à presente questão o art. 57 da Lei n° 8.981/95, pois tal dispositivo não determina que a base de cálculo da CSSL seja idêntica à base de cálculo do IRPJ, nem que as adições devem ser as mesmas. (Acórdão n° 10707.315 em 09/09/2003, 7ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes) Vale registrar, ainda, no mesmo sentido, pronunciamentos das Delegacias da Receita Federal de Julgamento em Campinas e no Rio de Janeiro, bem como da Superintendência Regional da Receita Federal da 8ª Região Fiscal e da Coordenação Geral de Tributação (COSIT): BASE DE CÁLCULO. LUCRO LÍQUIDO. DESPESAS FINANCEIRAS. DEDUTIBILIDADE. Estendese à CSLL o decidido em relação ao IRPJ, relativamente à dedutibilidade de despesas financeiras, eis que afeta o lucro líquido, ponto de partida para a determinação da base de cálculo da contribuição. Ajustes da Base de Cálculo. Amortização de ágio. A amortização do ágio decorrente de investimento avaliado pelo patrimônio líquido não será computada na determinação da base de cálculo da CSLL, constituindo ajuste previsto na legislação tributária. (...). Anocalendário: 01/01/2003 a 31/12/2003, 01/01/2004 a 31/12/2004 (Acórdão nº. 0525455 em 16/04/2009, Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas – 4ª Turma). AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. ADIÇÃO À BASE DE CALCULO. INAPLICABILIDADE DO ART. 57, LEI N° 8.981/1995. Inexiste previsão legal para que se exija a adição à base de cálculo da CSLL da amortização do ágio pago na aquisição de investimento avaliado pela equivalência patrimonial. Inaplicabilidade, ao caso, do art. 57 da Lei nº 8.981/1995, posto que tal dispositivo não determina que haja identidade com a base de cálculo do IRPJ. (Acórdão nº 128082 em 18/07/2005, Delegacia da Receita Federal do Rio de Janeiro, Processo nº. 18471.000003/200585). A amortização do ágio decorrente de investimento avaliado pelo valor de patrimônio líquido não será computada na determinação da base de cálculo. O valor amortizado deverá ser controlado para fins de determinação do ganho ou perda de capital na alienação ou liquidação do investimento. No caso de alienação ou liquidação de investimento, o valor amortizado não pode ser excluído da base de cálculo, e o valor contábil para efeito de determinar o ganho de capital será determinado como disposto no art. 426 do RIR/1999. (DISIT 08 Solução de consulta nº 333 de 29/12/2000). (...). NORMAS DE APURAÇÃO E DE PAGAMENTO COMUNS AO IRPJ E À CSLL. O disposto no art. 57 da Lei nº 8.981, de 1995, não autoriza estender à CSLL a imunidade prevista para o IRPJ. (Solução de Divergência nº 39 – Cosit, de 30/12/2013). Na íntegra: O art. 57 da Lei nº 8.981, de 1995, que determina a aplicação à CSLL das “mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas” é indicado para o contribuinte das Fl. 394DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.001236/200931 Acórdão n.º 1402001.851 S1C4T2 Fl. 16 7 duas espécies tributárias. No intuito de racionalizar procedimentos, o art. 57 estabelece critérios comuns de apuração do IRPJ e da CSLL. Isso é válido para critérios operacionais de apuração, mas não para definir regras de incidência. Embora espécies distintas, com fatos geradores distintos (o da CSLL é o lucro e o do IRPJ é a renda), o contribuinte do IRPJ é, em regra, contribuinte da CSLL. Porém, o inverso não acontece: as entidades a que se referem as alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da Constituição são imunes do pagamento do IRPJ, mas não da CSLL. É bem verdade que, dentre os órgãos julgadores de 1ª instância da Receita Federal do Brasil, a questão ainda comporta alguma controvérsia, tendo, inclusive, esse entendimento se refletido nas últimas instruções de preenchimento da DIPJ, que expressamente determinam a adição, na apuração da base de cálculo da CSLL, das parcelas da amortização de ágio na aquisição de investimentos avaliados pelo patrimônio líquido. Contudo, não havendo fundamento legal para a adição da despesa com amortização de ágio na base de cálculo da CSLL, tais orientações e interpretações mostramse completamente equivocadas. Aliás, vale acrescentar, que essa controvérsia não deverá se perpetuar, pois exarada a supracitada Solução de Divergência COSIT nº. 39/13, sob a égide das novas normas administrativas que dispõe sobre a o processo de consulta relativo à interpretação da legislação tributária (IN RFB nº. 1396/13, com alterações introduzidas pela IN RFB nº. 1434/13), tal entendimento se tornou vinculante no âmbito da RFB (art. 9º). Por fim, merece ser dito, que a recém editada Medida Provisória n°. 627/13, veio reforçar o entendimento que ora se expõe. Como se sabe, a referida MP trouxe significativas inovações na legislação tributária federal, dentre as quais é possível destacar aquelas introduzidas por seu art. 2º, que deu nova redação aos dispositivos do comentado Decretolei nº 1.598/77. Dentre outras alterações, as novas disposições vieram: (i) alterar o critério de avaliação de investimento pelo valor de patrimônio líquido previsto no art. 20 do Decretolei nº. 1.598/77, incluindo a mais ou menos valia no desdobramento do correspondente custo de aquisição e restringindo o registro do valor do ágio aquele que tenha por fundamento a rentabilidade futura (goodwill); (ii) adaptar a redação do art. 25 do Decretolei nº. 1.598/77, para tornála compatível com esse novo critério de avaliação, preservando, contudo, a indedutibilidade das contrapartidas de redução do valor do ágio e tornando também indedutível as contrapartidas de redução do valor da mais valia; e A partir daí, em seu artigo 48, a referida MP determinou serem aplicáveis à apuração da base de cálculo da CSLL as disposições dos seus artigos 2° a 7°, 9 a 40, 42 a 47, incluindo no ordenamento jurídico, portanto, de forma indiscutível, a obrigação de adicionar à base de cálculo da CSLL a contrapartida de redução da mais valia e do ágio por rentabilidade futura. Diante disso, a discussão não se prolonga, merecendo acolhida o entendimento de que até a edição da MP nº. 627/13, não havia fundamento legal para exigir a adição da despesa com amortização de ágio na base de cálculo da CSLL." Apesar dos fundamentos acima elencados, a douta maioria do Colegiado entendeu por manter a exigência com base nos fundamentos da decisão da DRJ, cabendo a este relator redigir o voto vencedor, o que foi feito nos seguintes termos, sendo que as folhas e valores aqui indicados correspondem as deste processo: Fl. 395DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.001236/200931 Acórdão n.º 1402001.851 S1C4T2 Fl. 17 8 Segundo consta da fl. 67 dos autos, a infração encontrase descrita como “001 ADIÇÕES AO LUCRO LÍQUIDO ANTES DA CSLL DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS – Lei nº 9.249/95,” com fatos geradores em 31 de dezembro dos anos calendário de 2004, 2005, 2006 e 2007 e bases de cálculo no valor de R$ 44.816.169,84, em cada período de apuração. Da leitura do termo do item 1 do Termo de Verificação Fiscal, que é parte integrante do auto de infração, vêse que a autuação deuse em face do procedimento da recorrente “não adicionar ao Lucro Liquido, quando da apuração da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL, o valor de R$ 44.816.169,84, referente à despesa com amortização de ágio registrada na conta 8.1.8.10.00.0000.030, nos anos calendário 2004, 2005, 2006 e 2007." O nobre relator daquele processo, em voto de extrema clareza e objetividade, destacou que na época dos fatos e até o advento da Medida Provisória nº 627, de 2013, já convertida em Lei, “não havia fundamento legal para exigir a adição da despesa com amortização de ágio na base de cálculo da CSLL.” Segundo o relator, a exigência feita por meio da autuação “só passou a ser cabível com a previsão contida no artigo 48 da a referida Medida Provisória que determinou serem aplicáveis à apuração da base de cálculo da CSLL as disposições dos seus artigos 2° a 7°, 9 a 40, 42 a 47, incluindo no ordenamento jurídico, portanto, de forma indiscutível, a obrigação de adicionar à base de cálculo da CSLL a contrapartida de redução da mais valia e do ágio por rentabilidade futura.” Pois bem, a Lei nº 7.689, de 1988, que instituiu a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido CSLL, estabeleceu como base de cálculo o resultado do exercício, com as exclusões que indica (art. 2º). Por sua vez, o artigo 29 da Lei nº 8.981, de 1995, ao determinar a base de cálculo do Imposto Sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ, no § 1º, prevê deduções diversas daquelas relacionadas no artigo 2º da Lei nº 8.981, de 1995, daí a conclusão do relator de que estes tributos não têm a mesma base de cálculo. Isto resulta mais evidente no momento em que se percebe os seguintes destaques, que sublinho, contidos no artigo 37 da Lei nº 8.981, de 1995: Lei nº 8.981/1995: Art. 57. Aplicamse à Contribuição Social sobre o Lucro (Lei nº 7.689, de 1988) as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com as alterações introduzidas por esta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.065, de 1995). As expressões, “mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor” indicam que o critério material da CSLL e do IRPJ, pela avaliação das normas até aqui analisadas, representa situação distinta entre um tributo e outro. Contudo o posicionamento majoritário desta turma segue o entendimento da decisão da DRJ, razão pela qual, aplicando o disposto no artigo 50, § 1º, da Lei nº 9.784, de Fl. 396DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.001236/200931 Acórdão n.º 1402001.851 S1C4T2 Fl. 18 9 19991, adoto como razões de decidir os fundamentos da decisão recorrida, que assim enfrentou a matéria: A respeito da matéria, cabe reproduzir o art. 57 da Lei nº 8.981/95, com a redação dada pela Lei nº 9.065/1995, e o artigo 28 da Lei nº 9.430/1996. Art. 57. Aplicamse à Contribuição Social sobre o Lucro (Lei nº 7.689, de 1988) as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com as alterações introduzidas por esta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.065, de 1995) Art. 28. Aplicamse à apuração da base de cálculo e ao pagamento da contribuição social sobre o lucro líquido as normas da legislação vigente e as correspondentes aos arts. 1º a 3º, 5º a 14, 17 a 24, 26, 55 e 71, desta Lei. Verificase, portanto, que a lei determina a aplicação à CSLL das mesmas normas de apuração do IRPJ. Por sua vez, a Instrução Normativa SRF nº 390/2004, ao consolidar as regras relativas à apuração e pagamento da CSLL, dispôs em seus artigos 34, 44 e 75: Art. 34. O pagamento da CSLL por estimativa deverá ser efetuado até o último dia útil do mês subseqüente àquele a que se referir. Art. 44. Aplicamse à CSLL as normas relativas à depreciação, amortização e exaustão previstas na legislação do IRPJ, exceto as referentes a depreciação acelerada. Art. 75. A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, na qual detenha participação societária adquirida com ágio ou deságio, apurado segundo o disposto no art. 20 do Decretolei n º 1.598, de 1977, deverá registrar o valor do ágio ou deságio cujo fundamento econômico seja: I valor de mercado de bens ou direitos do ativo da coligada ou controlada superior ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade, em contrapartida à conta que registre o bem ou direito que lhe deu causa; II valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em previsão dos resultados nos períodos de apuração futuros, em contrapartida a conta do ativo diferido, se ágio, ou do passivo, como receita diferida, se deságio III fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas, em contrapartida a conta do ativo diferido, se ágio, ou do passivo, como receita diferida, se deságio; § 1 º Alternativamente, a pessoa jurídica poderá registrar o ágio ou deságio a que se referem os incisos II e III do caput em conta do patrimônio líquido; 2 º A opção a que se refere o § 1 º aplicase, também, à pessoa jurídica que tiver absorvido patrimônio de empresa cindida, na qual tinha participação societária adquirida com ágio ou deságio, com o fundamento de que trata o 1 § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Fl. 397DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.001236/200931 Acórdão n.º 1402001.851 S1C4T2 Fl. 19 10 inciso I do caput, quando não tiver adquirido o bem a que corresponder o referido ágio ou deságio; § 3 º O valor registrado com base no fundamento de que trata: (....). Da leitura dos dispositivos acima transcritos, concluise que a legislação relativa à CSLL adotou o mesmo disciplinamento contido na legislação do IRPJ quanto ao registro e o tratamento a ser dispensado ao ágio, inclusive no concernente à sua amortização (artigos 384 e seguintes do RIR/99). ISSO POSTO, voto no sentido de negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva Fl. 398DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 03/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 19991.000542/2009-31
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 29 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3403-000.584
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinatura digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente
(assinatura digital)
Ivan Allegretti - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Relatório
Nome do relator: IVAN ALLEGRETTI
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinatura digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente (assinatura digital) Ivan Allegretti - Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinatura digital) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinatura digital) Ivan Allegretti Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 0939.307, de 29 de fevereiro de 2012 (fls. 54/64), proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora/MG (DRJ), cuja ementa resume o seguinte entendimento: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 NÃO CUMULATIVIDADE. DIREITO AO CRÉDITO. AQUISIÇÕES DE COOPERATIVAS E DE EMPRESAS CONSIDERADAS INAPTAS. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 99 91 .0 00 54 2/ 20 09 -3 1 Fl. 95DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19991.000542/200931 Resolução nº 3403000.584 S3C4T3 Fl. 96 2 1.As aquisições de mercadorias para revenda efetuadas de sociedades cooperativas geram créditos de Cofins nãocumulativa exportação como as das demais pessoas jurídicas. 2. A adquirente faz jus aos créditos em relação às compras para revenda somente quando apresentadas as notas fiscais referentes às operações e quando comprovada a efetiva entrega das mercadorias comercializadas, independentemente de haver contra os fornecedores declaração de inaptidão. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 MATÉRIA NÃO CONTESTADA. Considerase não contestada a matéria que não tenha sido expressamente aduzida na manifestação de inconformidade, tornando se definitiva, na esfera administrativa, a correspondente glosa do direito creditório. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte O provimento parcial se deu em relação à glosa das aquisições de bens de pessoas inaptas, na parte em que se entendeu existir a comprovação do pagamento e da entrega das mercadorias. Assim decidiu a DRJ, nesta parte: Quanto a linha de defesa apresentada em relação à glosa das aquisições para revenda das empresas “por existirem contra elas Processos de Representação Fiscal para inaptidão dos seus CNPJ”, temse que a Delegacia de origem se baseou em irregularidades detectadas capazes, segundo ela, de enquadrar os documentos emitidos no §1º do art. 48 da IN RFB no 748, de 2007, in verbis: Art. 48. Será considerado inidôneo, não produzindo efeitos tributários em favor de terceiro interessado, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no CNPJ haja sido declarada inapta. § 1º Os valores constantes do documento de que trata o caput não poderão ser: III utilizados como crédito do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e das Contribuições para o PIS/Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) não cumulativos ... Porém, pelos documentos trazidos ao processo pela reclamante, mais especificamente os de fls. 993, 996, 1003, 1004 e 1014 – Vol. 5 do processo administrativo nº 19991.000525/200902, temse que houve a comprovação do pagamento das aquisições objeto da glosa em comento, bem como da efetiva entrega das mercadorias caracterizada Fl. 96DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19991.000542/200931 Resolução nº 3403000.584 S3C4T3 Fl. 97 3 pelo carimbo da empresa responsável pelo recebimento das mercadorias. E, em assim sendo, aplicase ao caso o disposto no §5º do mesmo art. 48 da IN RFB nº 748, de 2007, abaixo transcrito: § 5º O disposto no § 1º não se aplica aos casos em que o terceiro interessado, adquirente de bens, direitos e mercadorias, ou o tomador de serviços, comprovar o pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos ou mercadorias ou a utilização dos serviços. Ressaltese que os dispositivos citados da IN SRF nº 748, de 2007 tem como base o art. 82 da Lei nº 9.430, de 1996. Portanto, concluise que deve ser considerado o crédito originário das notas fiscais que, segundo entendimento da autoridade a quo, seriam inidôneas. Verificase, então, que deve ser legitimado um crédito no valor de R$ 12.171,46,, originário das glosas de todas as notas fiscais de cooperativas e de empresas consideradas inaptas pela DRF de origem. Porém, o crédito legitimado tem restrições quanto a sua forma de utilização que passam a ser analisadas. O art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002autorizou a utilização do crédito em comento primeiramente como dedução da contribuição em cada período de apuração, podendo ser compensada e, caso resulte saldo, há a possibilidade de ser ressarcido o saldo de crédito no trimestre, se requerido através de PER,.(...) A DRJ entendeu, ainda, que teria ocorrido preclusão do direito do contribuinte a contestar a glosa de uma das notas fiscais envolvidas, o que justifica e conclui nos seguintes termos: Iniciase, então, a análise de mérito com a definição dos limites da lide laco ao chamado instituto da preclusão contido no art. 17 do Decreto n° 70.235, de 1972. A empresa nada alega em sua manifestação de inconformidade sobre a glosa da nota fiscal de fl. 35 do processo n° 19991.000532/200904 emitida pela Agropecuária Belluno Ltda, assim, não tendo ela apresentado contestação contra a exclusão do documento, dos cálculos referentes ao crédito do 4°T/2008, operouse cm relação à referida glosa de crédito a preclusão processual. (...) Ressaltese que o PER requereu um credito de PIS nãocumulativo — Exportação para o trimestre no valor de R$ 26.029,76 sendo que o órgão preparador legitimou o montante de R$ 6.502,21, que a matéria preclusa soma R$ 7.356,09 (cálculos acima), restando R$ 12.171,46 em discussão. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19991.000542/200931 Resolução nº 3403000.584 S3C4T3 Fl. 98 4 O contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 67/71), no qual se insurge exclusivamente em relação ao fundamento da DRJ de que teria ocorrido preclusão do direito de contestar a glosa da Nota Fiscal de fl. 35, argumentando o seguinte: Com relação à preclusão processual suscitada pela decisão recorrida, tal questão corresponde em verdade a uma colocação genérica por parte da autoridade julgadora de primeira instância administrativa, e, de todo precipitada, visto que a Recorrente, evidentemente, questionou em suas razões de defesa todo o critério utilizado pela fiscalização para o indeferimento / não homologação de seus créditos, pelo que não se vislumbra qualquer razoabilidade na aventada preclusão que a decisão recorrida almeja caracterizar, visto que de todo despropositada. Ora, pela simples leitura da Manifestação de Inconformidade apresentada pela Recorrente, verificase que foram impugnadas todas as glosas efetuadas pela fiscalização, incluindose, portanto, a controvérsia relativa à Nota Fiscal de fls. 35. Vejase o que foi alegado pela Recorrente, especificamente no tocante às operações onde a Nota Fiscal de fls. 35 encontrase incluída: “ (...) Não obstante o anteriormente exposto, fato relevante que necessariamente deve ser considerado, nesta oportunidade, diz respeito ao disposto no parágrafo único do art. 82 da Lei n° 9.430/96, segundo o qual, as empresas que comprovarem a efetivação do pagamento do preço e o recebimento das mercadorias não poderão ter seus créditos_glosados. como se pode ver dc sua transcrição infra: (...) Tal preceito é reproduzido, ainda, no artigo 217 do Decreto 3.000/99 RIR, que dispõe que diante da comprovação do pagamento acordado e do recebimento das mercadorias, a operação presumese de boafé, como se pode ver de sua transcrição: (...) E neste caso, vale ressaltar que a Impugnante efetivamente fez prova perante a fiscalização acerca do pagamento pela aquisição das mercadorias que geraram os créditos fiscais pleiteados nestes autos. hipótese esta devidamente comprovada nestes autos, CONFORME SE RATIFICA ATRAVÉS DA DOCUMENTAÇÃO EM ANEXO. Convém lambem mencionar que as condições para que o documento fiscal eventualmente considerado inidôneo não produza efeitos perante terceiros, são fixadas pela própria SRFli, como se pode ver do art. 48 da IN RPB n.° 718/2007, que assim dispõe: (...) Portanto, ainda que as empresas fornecedoras estivessem inaptas no momento da realização das operações de fornecimento de mercadorias para a Impugnante, o que restou evidenciado que não se configurou no caso cm exame, ainda assim, jamais poderia a contribuinte ser prejudicada por fatos que não causou, ate mesmo porque, foi comprovado o pagamento por parte da contribuinte cm razão da aquisição das respectivas mercadorias. (...) Desta forma, a análise do caso concreto demonstra que há efetiva comprovação de que a empresa adquirente, ora Impugnante, promoveu o pagamento do valor acordado para aquisição dns mercadorias, bem como efetivamente recebeu as mercadorias adquiridas, o que conseqüentemente ensejava o crédito, conforme demonstra a farta documentação apresentada na presente peça de defesa." Fl. 98DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19991.000542/200931 Resolução nº 3403000.584 S3C4T3 Fl. 99 5 Nestes termos, resta evidente que a glosa do crédito decorrente da operação consubstanciada pela Nota Fiscal de fls. 35 foi, efetivamente, atacada pela Recorrente em sua Manifestação de Inconformidade, razão pela qual mostrase completamente inócua a pretensão da autoridade julgadora a quo em buscar fazer prevalecer uma preclusão de todo inexistente. Portanto, a autoridade julgadora de 1a instância não fez a devida análise dos elementos de prova acostados aos autos, de modo que se posicionou pela equivocada glosa do direito creditório originado da operação explicitada na aludida Nota Fiscal, pelo que a decisão recorrida, neste particular, deve ser parcialmente reformada por este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.. É o relatório. Voto Conselheiro Ivan Allegretti, Relator O recurso voluntário foi protocolado em 12/04/2012 (fl. 67), dentro do prazo de 30 dias contados da notificação do acórdão da DRJ, ocorrida em 13/03/2012 (fl. 200). Por ser tempestivo e por conter fundamentos para a reforma do acórdão da DRJ, conheço do recurso. No mérito, a discussão gira em torno de saber se houve a comprovação do pagamento dos valores e do recebimento das mercadorias a que se referem as notas fiscais apresentadas pelo recorrente, que se referem a aquisições que realizou de pessoas jurídicas que vieram a ser declaradas inaptas. Mais especificamente, tratase da nota fiscal que se encontra na fls. 35 do Processo Administrativo nº 19991.000532/200904. Ocorre que não foi juntada cópia do referido Processo Administrativo ao presente processo, não se podendo conferir a documentação que serviria de prova do pagamento dos valores e do recebimento das mercadorias referentes a mencionada nota fiscal. Destarte a necessidade de converter o presente julgamento em diligência. Voto pela conversão do julgamento em diligência para que a Delegacia de origem promova as seguintes providências: 1. promova a apensamento ou anexação aos presentes autos de cópia integral do PA nº 19991.000532/200904; 2. intime o contribuinte a demonstrar, por meio de sua escrituração contábil ou outros documentos (cheques, conhecimento de transporte etc) o efetivo pagamento do valor de cada nota fiscal e o efetivo recebimento da mercadoria; 3. lavre termo final de diligência; Fl. 99DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19991.000542/200931 Resolução nº 3403000.584 S3C4T3 Fl. 100 6 4. intime o contribuinte a, querendo, apresentar manifestação quanto ao termo final de diligência e devolva os autos a este Conselho para julgamento. (assinatura digital) Ivan Allegretti Fl. 100DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 19839.002120/2010-05
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/1999 a 30/04/2002
Ementa:
AÇÃO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE.
A suspensão da exigibilidade do crédito (art. 151 do CTN) não impede o Fisco de proceder ao lançamento eis que esta é atividade vinculada e obrigatória (art. 142 do CTN) e visa impedir a ocorrência da decadência.
AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA DIFERENCIADA.
A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo, importa renúncia ao contencioso administrativo, conforme art. 126, § 3º, da Lei no 8.213/91, combinado com o art. 307 do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99.
O julgamento administrativo limitar-se-á à matéria diferenciada, se na impugnação houver matéria distinta da constante do processo judicial.
COMPENSAÇÃO. GLOSA.DECISÃO JUDICIAL
Serão glosados pelo Fisco os valores compensados pelo sujeito passivo. em total desacordo com os critérios definidos em decisão judicial que foi expressa na fixação de índices de correção monetária para o período em questão.
PRESCRIÇÃO PRAZO INÍCIO DA CONTAGEM.
O prazo de prescrição é contado a partir da constituição definitiva do crédito, isto é, da data em que não mais admita a Fazenda Pública discutir a seu respeito, em procedimento administrativo.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-003.535
Decisão:
Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Sessão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a glosa das compensações efetuadas, porque o contribuinte utilizou índices impróprios para atualizar os valores recolhidos indevidamente, o que resultou em compensações a maior do que autorizado judicialmente, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Leo Meirelles do Amaral, André Luís Mársico Lombardi, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Leonardo Henrique Pires Lopes.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/1999 a 30/04/2002 Ementa: AÇÃO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. A suspensão da exigibilidade do crédito (art. 151 do CTN) não impede o Fisco de proceder ao lançamento eis que esta é atividade vinculada e obrigatória (art. 142 do CTN) e visa impedir a ocorrência da decadência. AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA DIFERENCIADA. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo, importa renúncia ao contencioso administrativo, conforme art. 126, § 3º, da Lei no 8.213/91, combinado com o art. 307 do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99. O julgamento administrativo limitarseá à matéria diferenciada, se na impugnação houver matéria distinta da constante do processo judicial. COMPENSAÇÃO. GLOSA.DECISÃO JUDICIAL Serão glosados pelo Fisco os valores compensados pelo sujeito passivo. em total desacordo com os critérios definidos em decisão judicial que foi expressa na fixação de índices de correção monetária para o período em questão. PRESCRIÇÃO PRAZO INÍCIO DA CONTAGEM. O prazo de prescrição é contado a partir da constituição definitiva do crédito, isto é, da data em que não mais admita a Fazenda Pública discutir a seu respeito, em procedimento administrativo. Recurso Voluntário Negado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 83 9. 00 21 20 /2 01 0- 05 Fl. 420DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Sessão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a glosa das compensações efetuadas, porque o contribuinte utilizou índices impróprios para atualizar os valores recolhidos indevidamente, o que resultou em compensações a maior do que autorizado judicialmente, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Leo Meirelles do Amaral, André Luís Mársico Lombardi, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Leonardo Henrique Pires Lopes. Fl. 421DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 19839.002120/201005 Acórdão n.º 2302003.535 S2C3T2 Fl. 421 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito lavrada e cientificada ao sujeito passivo em 27/06/2003, referindose a levantamento para prevenir a decadência em vista de compensações efetuadas com respaldo de decisão judicial no Processo 1999.61.00.0183401, 18ª Vara Federal de São Paulo, antes do trânsito em julgado. A sentença judicial reconheceu o direito da empresa compensar o excesso indevidamente recolhido de 10% para 20%, na competência 09/1989, conforme foi estabelecido pela Lei n.º 7.787/1989. Os estabelecimentos que procederam aos recolhimentos indevidos foram a matriz e os de CNPJ final 00294; 00880 e 001185, e as compensações efetuadas nas competências 07/00 a 11/01, 07/00 a 13/01, 07/00 a 04/02 e 07/00 a 10/00 respectivamente, Os demais valores constantes da notificação para as demais competências e filiais referemse a diferenças apuradas entre os valores devidos e os efetivamente recolhidos relativos às contribuições destinadas à Seguridade Social. O processo estava sobrestado com a exigibilidade suspensa até o julgamento final do processo judicial e de acordo com os elementos constantes dos autos, a recorrente quitou os valores levantados relativos a estas diferenças de recolhimento, sendo a GPS devidamente apropriada, conforme tela de fls. 63. Após a apresentação de impugnação, os autos baixaram em diligência, conforme solicitação de fls. 100/103, para que o Fisco informasse : quais os valores recolhidos indevidamente; se os valores foram efetivamente recolhidos; quais os valores recolhidos, a competência e data do pagamento; que fosse juntada planilha demonstrativa da atualização monetária; se foram respeitados os limites impostos pelas Leis n.º 9.032/95 e 9.129/95, bem como §3º, do artigo 89 da Lei n.º 8.212/91. Como resposta à diligência solicitada, o Fisco junta planilhas e guias de recolhimento às fls. 108/123, e assim se manifesta às fls. 124/125 1 Em atendimento ao despacho fls 102, item 16 e subitens, cabe me esclarecer: 1.1 Tratase de compensação de valores recolhidos a título de contribuição previdenciária incidente sobre a folha de salários (10 % para 20%), prevista no artigo 3o , inciso I , da Lei 7787/89, relativa ao mês de setembro de 1989, com parcelas vincendas da mesma contribuição sobre a folha de salários, autorizadas através do processo n° 1999.61.00.0183401 junto a 18 ° Vara Fl. 422DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 Civil da Justiça Federal de São Paulo SP, cujas planilhas às fls 107,108,110,112,114,116,118,120 e 122 demonstram os valores recolhidos em excesso (copia das guias às fls. 109,111,113,115,117,119 e 121), atualização monetária aplicada, de acordo com o determinado pela sentença judicial, respeitado os limites de compensação; 1.2 Na compensação da Matriz foram incluídos os recolhimentos em excesso das filiais 59.320.820/000960 e 59.320.820/0007 07 ambas extintas, e das empresas Van Leer Embalagens Nordeste Ltda CNPJ 14.828.883/000137 e TriSure Industria e Comercio Ltda CNPJ 59.104.562/000128 ambas incorporadas pela Van Leer Embalagens Industriais do Brasil L t d a CNPJ 59.320.820/000103; 2 Acreditando ter atendido as solicitações, encaminho ao Sr. Supervisor de Equipe Fiscal para o que couber. Às fls. 128/131, os autos são remetidos à Procuradoria do INSS em São Paulo para esclarecimentos quanto à necessidade do acompanhamento do processo pelo órgão e se não estava prescrito o direito de compensar, já que o recolhimento indevido se deu em 09/89 e a ação judicial é datada de 28/04/1999. A situação do crédito passou para a fase "com exigibilidade suspensa" e foram anexados aos autos as telas com informações do trânsito em julgado do Acórdão do TRF 3ª Região em 30/09/2004, concedendo à empresa o direito a compensar o valore recolhido indevidamente na competência 09/1989, em razão da Lei n.º 7787/89. A Delegacia da Receita Federal do Brasil, através de seus órgãos competentes, trouxe aos autos às fls. 167/169, planilhas dos recolhimentos originais efetuados pela notificada e dos créditos atualizados, bem como dos valores lançados na notificação, deduzidos os valores da multa, do recolhimento efetuado acerca das diferenças e dos valores compensados na forma como disposto pela sentença judicial, restando evidente que o contribuinte compensou valores a maior do que possuía em créditos compensáveis (despaco de fls. 182/183). Em pronunciamento solicitado através do despacho de fls. 186/187, a Procuradora Geral da Fazenda Nacional, se manifesta às fls. 190/191, dizendo que não se operou a prescrição porquanto os débitos foram lançados na NFLD em 23/06/2003, e que tal notificação ainda não foi julgada. O contribuinte foi comunicado do resultado da diligência às fls.108/125 e do despacho da DRJ de fls. 256/264, com abertura de prazo para manifestação. Solicitou cópia do processo que lhe foi regularmente fornecida. Após o prazo de manifestação, Acórdão da DRJ de São Paulo I, fls. 296/316, julgou o lançamento procedente em parte tendo em vista o trânsito em julgado da ação nº 1999.61.00.0183401, favoravelmente à notificada, devendo ser homologada a compensação tratada na NFLD, até o limite do crédito disponível nos exatos termos da sentença judicial transitada em julgado, permanecendo a exigência dos valores compensados a maior. O contribuinte teve ciência do Acórdão proferido e inconformado apresentou recurso voluntário, onde alega, em síntese: Fl. 423DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 19839.002120/201005 Acórdão n.º 2302003.535 S2C3T2 Fl. 422 5 a) a falta de motivação para a lavratura do auto de infração, porque procedeu a compensação com esteio em ação judicial que lhe foi favorável; b) que procedeu a compensação de acordo com a legislação; c) que o Fisco não esclareceu porque houve diferenças nos recolhimentos havidos; d) que a NFLD deve ser desconstituída porque não houve a devida apuração do crédito tributário e os valores deviam ter sido confrontado quando da lavratura e não agora passados nove anos; e) a nulidade da decisão que foi proferida oito anos após a impugnação, quando os temas já foram alcançados pela decadência e prescrição; f) que está prescrito o direito do Estado porque a constituição do crédito se deu com a compensação dos tributos em 2001, com autorização judicial. Requer o provimento do recurso para anular a notificação por falta de motivação e pela prescrição intercorrente administrativa estando extinto o crédito; para anular a decisão porque proferida após lapso legal e por fim, a improcedência da NFLD e a extinção do crédito em vista da prescrição. Após a apresentação do recurso voluntário, Despacho da Delegacia da Receita Federal do Brasil Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário – DICAT Equipe de Orientação da Recuperação de Crédito EQREC às fls. 384/387, diz que deve ser revisto o débito para adequação ao Acórdão n.º 1641546, da 11ª Turma DRJ/SP1, excluindo os valores da compensação autorizada judicialmente e apurando o valor da glosa de compensação a maior. Aduz a EQREC: Cumpre observar que os cálculos da empresa conforme as planilhas juntadas às fls. 108 a 122 juntados aos autos em 01/12/2003 com despacho do Auditor Fiscal diligente, se mostraram equivocados, em desacordo com a decisão judicial que veio a se tornar definitiva, conforme fls. 156 e 343 a 354, por exemplo, ao computar período em duplicidade no cálculo de juros (73% de 01/1996 a 02/1999 mais 97,75% de 01.1996 a 07/2000) e correção monetária pela UFIR junto com juros SELIC de 01/1996 a 1999 ao utilizar a UFIR no valor de 0,9770 quando o correto é aplicar somente a UFIR de 01/1992 a 12/1995 e somente juros SELIC a partir de 01/1996. Outro erro notório foi a aplicação de juros sobre juros (juros compostos) a partir do início da compensação ao atualizar mês a mês o montante total pela SELIC o que é ilegal (a SELIC é aplicada de forma cumulativa, não capitalizada, § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250/95). Fl. 424DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 6 2.2. Os cálculos da empresa, portanto, se revelaram em total desacordo com os critérios definidos na decisão judicial que foi expressa na fixação do índices de correção monetária para o período em questão, os quais são demonstrados nas planilhas anexas, ou seja, a aplicação do BTN desde o vencimento da competência da contribuição majorada em questão: 09/1989 até 02/1991, o INPC IBGE de 02/1991 a 12/1991, a UFIR de 01/1992 a 12/1995, sem aplicação de juros, e a taxa de juros SELIC a partir de 01/1996 sem aplicação de correção monetária, conforme a orientação expressa da decisão judicial, citado o Provimento nº 24/97 e Provimento nº 26/2001 da Corregedoria Geral da Justiça Federal da 3ª Região. 3. O presente crédito referente às contribuições previdenciárias, portanto, foi lançado, conforme o Relatório Fiscal, para abranger na sua maior parte os valores não recolhidos pela empresa para compensar créditos decorrentes de decisão judicial não definitiva, na época, incluindo a alegada compensação em sua totalidade sujeita a ser revista após o encerramento do processo judicial, constituído regularmente de acordo com a legislação aplicável para prevenir a decadência, e obviamente vinculado às decisões judiciais no referido processo quanto a sua exigibilidade. 3.1. Após a constatação da ocorrência da decisão definitiva no citado processo judicial, através do presente despacho e as planilhas anexas se promove a conferência dos créditos compensáveis com aplicação rigorosa dos índices de atualização monetária até 12/1995 e juros SELIC a partir de 01/1996, autorizados pela decisão judicial para o devido encontro com os débitos nas competências a partir de 07/2000 e 08/2000 e 09/2000, conforme os diferentes estabelecimentos da empresa (conforme despacho fl. 124 e 125 a compensação da matriz CNPJ final 000128 abrange também duas filiais extintas e empresas incorporadas, citadas), para determinação dos valores a serem considerados extintos pela compensação para serem devidamente baixados no presente débito. 3.2. Os cálculos demonstraram a necessidade de retificação do lançamento cujo valor total principal originário deve ser alterado de R$ 558.120,34 para R$ 507.357,88 para a devida baixa dos valores da compensação autorizada, conforme a planilha de retificação fls. 328 e 329 e o DADR Discriminativo Analítico de Débito Retificado fls. 330 a 342 (a empresa recolheu as pequenas diferenças das competências 13/1999 e 06/2002 o que implica a redução no sistema de cobrança do valor líquido de débito com apropriação das respectivas guias de R$ 507.357,88 para R$ 501.499,57) (...) Assim, na rigorosa observância da decisão judicial aplicável, acórdão fls. 343 a 354, que é de conhecimento da empresa notificada, e no cumprimento da decisão administrativa de primeira instância de fls. 296 a 316 (acórdão nº 1641.546 11ª Turma da DRJ/SP1), proponho a retificação do débito para a exclusão dos citados valores da compensação autorizada e para Fl. 425DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 19839.002120/201005 Acórdão n.º 2302003.535 S2C3T2 Fl. 423 7 a exclusiva manutenção do valor da compensação em desacordo com a decisão judicial conforme demonstrado no anexo Discriminativo Analítico de Débito Retificado – DADR, fls. 330 a 342 e tela do sistema de cobrança do valor atualizado, fl. 383. O contribuinte foi cientificado dos esclarecimentos prestados e da revisão do débito, com abertura de novo prazo recursal. Em novo recurso apresentado, reitera totalmente os termos do anterior e aduz: a) que no momento da lavratura não havia motivação para tanto; b) que há oito anos o Fisco vem retificando o auto de infração, porque no momento da lavratura não ficou claro se os valores realizados e apurados se identificam com os valores lavrados na NFLD; c) que no momento da lavratura não ficou claro se as rubricas apuradas são os mesmos valores compensados, ou se foram apuradas diferenças e isso só foi feito anos depois; d) que a autuação se refere apenas a diferenças apuradas não explicando a subsunção da norma ao fato; e) que não foi explicado se o auto foi lavrado em virtude de ausência de recolhimento de contribuição, ou decorrente de compensação a maior; f) que não foi explicitada a motivação do lançamento; g) que já se operou a prescrição e a perda de prazos para fins de julgamento do auto de infração, que deveria ter sido realizado em um ano, segundo a legislação de regência; h) que é absurda a situação do auto de infração completar oito anos sem julgamento; i) que se operou a prescrição na lavratura do AI, porque a complementação com a motivação e os cálculos deveria ter sido apresentada dentro dos cinco anos do fato imponível; j) que se operou a prescrição intercorrente porque o AI passou mais de cinco anos sem julgamento e a constituição definitiva do crédito. Reitera os termos do recurso e contesta os cálculos apresentados pela EQREC. É o relatório. Fl. 426DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 8 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora O recurso apresentado e a sua complementação foram tempestivos cumprindo, assim, o requisito de admissibilidade, devendo ser conhecidos e examinados. Preliminarmente, a recorrente argúi a nulidade do lançamento pela falta de motivação para a lavratura da notificação. Da análise dos autos e do Relatório Fiscal de fls. 45/46, não confiro razão à recorrente porquanto o mesmo é bastante claro ao expor a motivação do lançamento. O Fisco esclarece que o débito está sendo lançado justamente para prevenir a decadência, porque o contribuinte compensou valores de contribuições previdenciárias autorizado por decisão judicial, mas que ainda não havia transitado em julgado. Ou seja, sem definitividade o que poderia ser revertido a favor da Fazenda Púbica e por isso por isso o lançamento se fez necessário para constituir o crédito evitando que ao final da lide as competências relativas á compensação já tivessem sido abrangidas pela decadência. O Relatório identifica os estabelecimentos em que as compensações foram efetivadas e as competências, dizendo que tais levantamentos ficariam com a exigibilidade suspensa até o final da demanda judicial e que os demais valores levantados na notificação se referiam a diversas apuradas entre os valores recolhidos e aqueles efetivamente devidos, conforme constatado na auditoria realizada. A recorrente argúi, desde a peça de defesa, a nulidade da notificação porque o Fisco não teria explicitado que diferenças seriam essas, ocorre que ainda na impugnação a própria notificada informa que procedeu ao recolhimento das citadas diferenças, mediante guia obtida junto ao setor competente do INSS à época e a guia de recolhimento já foi devidamente apropriada e os valores quitados excluídos do lançamento. Desta forma, se tornam inócuas as alegações da recorrente quanto à nulidade da notificação por falta de clareza quanto às diferenças lançadas, porque perderam o objeto com o recolhimento efetuado. O pagamento extinguiu o crédito relativo às diferenças, não havendo o que ser discutido a respeito. Outro argumento da recorrente que não merece guarida é quanto aos valores não terem sido confrontados quando lançados, mas só agora, passados nove anos para dizer que foram compensado a maior, o que torna nula a NFLD. Tal alegação é imprópria porque como já dito, a NFLD foi lavrada para evitar a decadência do débito, já que a recorrente obteve sentença que lhe foi favorável e permitiu a compensação de valores recolhidos a maior, antes do transito em julgado da decisão. Desta forma, o Fisco lançou os valores que foram efetivamente compensados apenas visando barrar a decadência, pois a sentença poderia ser revista, assim como a forma de correção do indébito, não cabendo à época manifestação acerca do quantum compensado. Por esta razão somente após o trânsito em julgado da sentença mo TRF3ª Região, é que foram efetuados os cálculos da compensação com as correções estipuladas pela decisão, do que resultou de onde ficou demonstrado que a recorrente se compensou de valores a maior do que seu direito, e são estas diferenças que persistem na presente NFLD. Fl. 427DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 19839.002120/201005 Acórdão n.º 2302003.535 S2C3T2 Fl. 424 9 Ademais, não vislumbro a tese de nulidade da notificação, pois não foi observado qualquer vício no procedimento da fiscalização e formalização do lançamento. Foram cumpridos todos os requisitos dos artigos 10 e 11 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72, verbis: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. O recorrente foi devidamente intimado de todos os atos processuais que trazem fatos novos, assegurandolhe a oportunidade de exercício da ampla defesa e do contraditório, nos termos do artigo 23 do mesmo Decreto: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) III por edital, quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos I e II. (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) Fl. 428DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 10 A decisão recorrida também atendeu às prescrições que regem o processo administrativo fiscal: enfrentou as alegações pertinentes do recorrente, com indicação precisa dos fundamentos e se revestiu de todas as formalidades necessárias. Não contém, portanto, qualquer vício que suscite sua nulidade, passando, inclusive, pelo crivo do Egrégio Superior Tribunal de Justiça: Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 9.12.1993). “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NULIDADE DO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. SÚMULA 188/STJ. 1. Não há nulidade do acórdão quando o Tribunal de origem resolve a controvérsia de maneira sólida e fundamentada, apenas não adotando a tese do recorrente. 2. O julgador não precisa responder a todas as alegações das partes se já tiver encontrado motivo suficiente para fundamentar a decisão, nem está obrigado a aterse aos fundamentos por elas indicados “. (RESP 946.447RS – Min. Castro Meira – 2ª Turma – DJ 10/09/2007 p.216) Também não acolho a alegação da recorrente de que a decisão recorrida é nula em vista da demora em ser proferida, primeiro porque não identifiquei vícios capazes de torná la nula de acordo com o disposto pelas regras disciplinadoras do processo administrativo, consubstanciadas no Decreto 70.235/72, artigo 59: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Segundo, porque o fato da demora na tramitação do presente processo estava atrelado à decisão na justiça. O processo administrativo lavrado com o intuito de prevenir decadência e com impugnação tempestiva apresentada pelo sujeito passivo, fica com a exigibilidade suspensa até a decisão final na esfera administrativa , conforme artigo 151, III, do Código Tributário Nacional. Após o trânsito em julgado da decisão judicial que autorizou a compensação, é que o processo administrativo pode seguir o seu curso, onde a parte compensável dentro dos limites estipulados pela sentença extinguiram parte do débito lançado e outra parte, relativa às diferenças de recolhimento não abarcadas pela decisão judicial, já tinha sido extinta pelo pagamento. A alegação da recorrente de que todo o débito lançado referiase aos valores compensáveis não se mostrou verdadeira, porque o processo traz informação do setor Fl. 429DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 19839.002120/201005 Acórdão n.º 2302003.535 S2C3T2 Fl. 425 11 competente da Receita Federal do Brasil, quanto aos valores originários, a forma de correção autorizada pela sentença e os valores compensáveis, fls. 167/169,182/183, e demonstrando que o contribuinte utilizou índices de correção diversos daqueles estipulados no processo judicial, o que perfez um valor maior do que o devido para compensação. Este valor permaneceu no lançamento. Ainda é de se ver que não ocorreu a prescrição como quer a recorrente para a cobrança do saldo remanescente após a compensação, porque como já dito, os débitos, tanto o compensável, como o não compensável foram lançados na NFLD, o contribuinte impugnou o lançamento tempestivamente, o que suspendeu a exigibilidade do débito até o final do processo administrativo. Assim, a prescrição para a cobrança do débito não compensável e constante da presente NFLD, somente começará a correr após o trânsito em julgado da decisão em última de definitiva instância administrativa, o que ainda não ocorreu. A argüição de que a prescrição se operou porque o Acórdão judicial transitou em julgado em 30/09/2004, não se sustenta, porque o que está sendo cobrado nesta notificação é o que foi compensado a maior e indevidamente pela recorrente. Os valores abarcados pela decisão judicial, já foram retirados da notificação, assim como os valores quitados, não havendo que se falar em prescrição para os valores lançados dentro do prazo legal e cujo julgamento final administrativo ainda não se concretizou. Quanto ao mérito propriamente dito do lançamento, qual seja a compensação de valores a maior do que o autorizado pela justiça, a recorrente não tece maiores considerações, apenas dizendo no adendo do recurso oferecido, que impugna os cálculos apresentados pela EQREC Equipe de Orientação da Recuperação de Crédito da Receita Federal do Brasil,sem trazer qualquer fato ou alegação que demonstre estarem os cálculos incorretos. Conforme já declinado no relatório deste voto, a Fazenda Nacional demonstrou e comprovou que o contribuinte utilizou índices de correção de forma errônea para atualizar os valores recolhidos indevidamente, o que resultou em compensações efetuadas a maior, que compõem o presente lançamento. De acordo com os autos, a recorrente computou período em duplicidade no cálculo de juros (73% de 01/1996 a 02/1999 mais 97,75% de 01.1996 a 07/2000) e correção monetária pela UFIR junto com juros SELIC de 01/1996 a 1999 , utilizou a UFIR no valor de 0,9770 quando o correto era aplicar somente a UFIR de 01/1992 a 12/1995 e somente juros SELIC a partir de 01/1996. Também aplicou de juros sobre juros (juros compostos) a partir do início da compensação ao atualizar mês a mês o montante total pela SELIC o que é ilegal (a SELIC é aplicada de forma cumulativa, não capitalizada, § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250/95). Os cálculos da recorrente se mostraram em total desacordo com os critérios definidos na decisão judicial que foi expressa na fixação do índices de correção monetária para o período em questão, os quais são demonstrados nas planilhas constantes dos autos, fls. 167/169, ou seja, a aplicação do BTN desde o vencimento da competência da contribuição majorada em questão: 09/1989 até 02/1991, o INPC IBGE de 02/1991 a 12/1991, a UFIR de 01/1992 a 12/1995, sem aplicação de juros, e a taxa de juros SELIC a partir de 01/1996 sem aplicação de correção monetária, conforme a orientação expressa da decisão judicial, citado o Provimento nº 24/97 e Provimento nº 26/2001 da Corregedoria Geral da Justiça Federal da 3ª Região. Fl. 430DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 12 A recorrente não trouxe qualquer fato que viesse a contrapor o alegado pela Fazenda Pública, apenas dizendo genericamente que impugna tais cálculos, o que sem provas não se sustenta. Pelo exposto, Voto por negar provimento ao recurso. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 431DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 23/12/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI
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