Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (29,092)
- Segunda Câmara (27,783)
- Primeira Câmara (25,080)
- Segunda Turma Ordinária d (16,855)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,785)
- Primeira Turma Ordinária (15,492)
- Segunda Turma Ordinária d (15,401)
- Primeira Turma Ordinária (15,291)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (13,997)
- Primeira Turma Ordinária (12,809)
- Primeira Turma Ordinária (11,973)
- Segunda Turma Ordinária d (11,939)
- Quarta Câmara (11,511)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,167)
- Quarta Câmara (82,499)
- Terceira Câmara (64,123)
- Segunda Câmara (52,438)
- Primeira Câmara (17,109)
- 3ª SEÇÃO (15,785)
- 2ª SEÇÃO (11,167)
- 1ª SEÇÃO (6,697)
- Pleno (788)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (117,518)
- Segunda Seção de Julgamen (110,258)
- Primeira Seção de Julgame (72,795)
- Primeiro Conselho de Cont (49,045)
- Segundo Conselho de Contr (48,789)
- Câmara Superior de Recurs (37,245)
- Terceiro Conselho de Cont (25,932)
- IPI- processos NT - ressa (4,990)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,044)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,959)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,851)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,045)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,991)
- Não Informado (56,779)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (5,018)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,321)
- HELCIO LAFETA REIS (3,241)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,184)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,149)
- Não se aplica (2,804)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,595)
- WILDERSON BOTTO (2,511)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,472)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,383)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,802)
- 2019 (30,946)
- 2018 (26,043)
- 2024 (25,862)
- 2012 (23,621)
- 2023 (22,460)
- 2014 (22,373)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,058)
- 2008 (17,075)
- 2017 (16,837)
- 2009 (15,837)
- 2006 (15,271)
- 2009 (69,612)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,872)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2025 (17,574)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,520)
- 2006 (14,851)
- 2022 (13,225)
- 2007 (13,016)
Numero do processo: 10283.720743/2007-17
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano-calendário:
2002
NULIDADE DO LANÇAMENTO Não
são causa de nulidade do auto de infração, eventuais omissões ou incorreções no Mandado de Procedimento Fiscal. Atendidos todos os requisitos formais, somente ensejam nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente, os despachos e decisões
proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de ampla defesa, hipóteses essas que se encontram ausentes nos presentes autos.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MPF. INTIMAÇÃO POR VIA
POSTAL. VALIDADE.
É válida a ciência do Mandado de Procedimento Fiscal por via postal, não sendo obrigatória a intimação pessoal do contribuinte.
LUCRO ARBITRADO. CABIMENTO.
O imposto será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal.
Numero da decisão: 1803-001.105
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: SELENE FERREIRA DE MORAES
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201111
ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano-calendário: 2002 NULIDADE DO LANÇAMENTO Não são causa de nulidade do auto de infração, eventuais omissões ou incorreções no Mandado de Procedimento Fiscal. Atendidos todos os requisitos formais, somente ensejam nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente, os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de ampla defesa, hipóteses essas que se encontram ausentes nos presentes autos. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MPF. INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL. VALIDADE. É válida a ciência do Mandado de Procedimento Fiscal por via postal, não sendo obrigatória a intimação pessoal do contribuinte. LUCRO ARBITRADO. CABIMENTO. O imposto será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal.
turma_s : Terceira Turma Especial da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10283.720743/2007-17
anomes_publicacao_s : 201111
conteudo_id_s : 4822968
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Apr 13 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1803-001.105
nome_arquivo_s : 180301105_10283720743200717_201111.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : SELENE FERREIRA DE MORAES
nome_arquivo_pdf_s : 10283720743200717_4822968.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
id : 4747574
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:43:57 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044227207725056
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1773; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE03 Fl. 1 1 S1TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10283.720743/200717 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 180301.105 – 3ª Turma Especial Sessão de 22 de novembro de 2011 Matéria IRPJ Recorrente REFERENCIAL TRANSPORTE LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 NULIDADE DO LANÇAMENTO Não são causa de nulidade do auto de infração, eventuais omissões ou incorreções no Mandado de Procedimento Fiscal. Atendidos todos os requisitos formais, somente ensejam nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente, os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de ampla defesa, hipóteses essas que se encontram ausentes nos presentes autos. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MPF. INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL. VALIDADE. É válida a ciência do Mandado de Procedimento Fiscal por via postal, não sendo obrigatória a intimação pessoal do contribuinte. LUCRO ARBITRADO. CABIMENTO. O imposto será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes – Presidente e Relatora. Fl. 213DF CARF MF Emitido em 14/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 14/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.720743/200717 Acórdão n.º 180301.105 S1TE03 Fl. 2 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Sérgio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Selene Ferreira de Moraes. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: “Versa o presente processo sobre o(s) Auto(s) de Infração de fls. 104106, 110112, 117119 e 124126, relativo(s) ao Imposto de Renda Pessoa JurídicaIRPJ, Contribuição para o Programa de Integração SocialPIS, Contribuição para Financiamento da Seguridade SocialCOFINS e Contribuição Social Sobre o Lucro LíquidoCSLL, ano(s)calendário 2002, com crédito total apurado no valor de R$ 1.022.581,3 1, incluindo o principal, a multa de ofício e os juros de mora, atualizados até 30/11/2007. De acordo com a Descrição dos Fatos do(s) Auto(s) de Infração, o(s) sujeito(s) passivo(s) incorreu(am) na(s) seguinte(s) infração(ões): Omissão de receitas de prestação de serviços. O Auto de Infração também é integrado pelo Termo de Verificação Fiscal (fls. 5657) e Demonstrativo de Notas Fiscais Emitidas (fl. 58). O lucro do contribuinte foi arbitrado em razão da falta de apresentação dos livros e documentos de sua escrituração (art. 530, III, RIR/99). Sobre a exigência principal foi aplicada a multa de ofício de 75%. O(s) sujeito(s) passivo(s) tomou(aram) ciência do(s) lançamento(s) em 27/12/2007 (fls. 132) e apresentou(am) sua(s) impugnação(ões) em 28/01/2008 (fls. 137143), na(s) qual(is) alegou em síntese que: 1. Não tomou ciência do MPF n° 0220100/00179/2007; 2. O AuditorFiscal da RFB não se identificou no ato de entrega dos MPF e MPFC; 3. A ação fiscal se iniciou sem a ciência do sujeito passivo; Fl. 214DF CARF MF Emitido em 14/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 14/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.720743/200717 Acórdão n.º 180301.105 S1TE03 Fl. 3 3 4. Houve alteração do responsável pela execução do MPF em desrespeito ao que estabelece o §2°, do art. 22, da Portaria RFB n° 4.066/07; 5. Também houve desrespeito aos artigos 13, §2°, 16, parágrafo único, e 22, caput, da mesma Portaria; 6. 0 pedido de informações à Prefeitura Municipal de Manaus foi feito ao arrepio do que estabelece o art. 199 do CTN, comprometendo os princípios da segurança jurídica, da publicidade dos atos públicos e do direito de defesa; 7. Seria impossível a recorrente fazer a entrega dos documentos solicitados em razão do seu volume expressivo; 8. Tais documentos deveriam ser retirados do escritório da empresa sob recibo do AFRFB por tratarse de documentos sujeitos ao sigilo fiscal; 9. Os extratos bancários somente ficaram prontos após o encerramento da fiscalização; 10. Assim, não deve ser responsabilizada pela falta de entrega dos documentos; 11. "a não entrega de documentos não constou a ação fiscal que, mesmo assim, lavrou o auto sem agravamento de multa, em demonstração inequívoca do Fisco de que não houve descumprimento de obrigação fiscal"; 12. Dessa forma não procede o arbitramento com base no art. 530, III, o do RIR/99; 13. Há erro na capitulação da infração (omissão de receita), pois o art. 288 do RIR/99 não se coaduna com o arbitramento do lucro. Dessa forma, o lucro deveria ter sido presumido conforme a opção do contribuinte; 14. 0 Fisco não considerou os lançamentos da DIPJ e os respectivos pagamentos de IRPJ; 15. O fisco errou ao adotar um lançamento complementar quando o art. 528 determina que a receita omitida deverá ser computada na mesma base da receita declarada, subtraindo o valores recolhidos do valor apurado. 16. Para tanto, anexa os DARF's às folhas 144145.” A Delegacia de Julgamento considerou o lançamento procedente em parte, em decisão assim ementada: “NULIDADE. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL (MPF). NÃO OCORRÊNCIA. O Mandado de Procedimento Fiscal é mero instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos da Fiscalização, não implicando Fl. 215DF CARF MF Emitido em 14/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 14/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.720743/200717 Acórdão n.º 180301.105 S1TE03 Fl. 4 4 nulidade do procedimento as eventuais falhas na emissão e trâmite desse instrumento. ARBITRAMENTO DO LUCRO. o arbitramento do lucro não é uma penalidade tributária, mas, sim, um modalidade de apuração do lucro necessária e obrigatória em casos de impossibilidade de apuração do lucro real e/ou lucro presumido. A não apresentação dos livros de escrituração obrigatória é motivo suficiente para a medida. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CAPITULAÇÃO LEGAL IMPERFEITA. O erro na capitulação legal, ou mesmo a sua ausência, não acarreta a nulidade do auto de infração quando a descrição dos fatos nele contida é exata, possibilitando ao sujeito passivo defenderse de forma ampla das imputações que lhe foram feitas. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Nos lançamento cuja exação se faz por homologação, havendo pagamento antecipado do imposto, e ausentes o dolo, fraude ou simulação, realizase a contagem do lustro decadencial a partir da data do fato gerador. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. PIS. COFINS. Aplicase à tributação reflexa, no que couber, idêntica solução dada ao lançamento principal em face da estreita relação de causa e efeito.” Contra a decisão, interpôs a contribuinte o presente Recurso Voluntário, em que tece as seguintes considerações: a) A Portaria RFB n° 4.066/07 não é uma norma infralegal, mas faz parte do conjunto denominado legislação tributária no art. 96 do CTN. b) Uma vez instituído o MPF, tornase obrigatória a presença do agente fiscal perante o contribuinte a fim de que o relacionamento possa se completar. c) Não há previsão legal para o contribuinte levar os documentos solicitados até a presença do fisco. Mesmo porque o interesse é do fisco e o contribuinte não é empregado do fisco. Sempre foi assim: o fisco retira os documentos exigidos junto ao contribuinte. Mas no caso, isso ficou impossível porque o fisco não compareceu como manda o MPF. Daí a impossibilidade de responsabilizar o contribuinte. d) Requer que seja mantida a decadência apresentada e aprovada pela DRJ Belém, e que seja afastado o crédito tributário em função da aplicação incorreta do MPF. e) Quanto ao mérito, o auto de infração deve ser cancelado em virtude de erro no lançamento. É o relatório. Fl. 216DF CARF MF Emitido em 14/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 14/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.720743/200717 Acórdão n.º 180301.105 S1TE03 Fl. 5 5 Voto Conselheira Selene Ferreira de Moraes A contribuinte foi cientificada por via postal, tendo recebido a intimação em 08/03/2010 (AR de fls. 156 verso). O recurso foi protocolado em 04/04/2010, logo, é tempestivo e deve ser conhecido. Primeiramente, cumpre observar que a decisão recorrida é definitiva quanto aos valores exonerados em virtude do reconhecimento da decadência. Isto porque, a decisão não foi objeto de recurso de ofício. Assim, apenas está sendo analisado no presente recurso o crédito tributário cujo fato gerador ocorreu em 31/12/2002, o qual foi mantido na decisão recorrida. A recorrente reitera a preliminar de nulidade do auto de infração pela aplicação incorreta do MPF. A Portaria SRF n° 6.087/2005 assim dispõe sobre o MPF: “Art. 2º Os procedimentos fiscais relativos a tributos e contribuições administrados pela SRF serão executados, em nome desta, pelos AuditoresFiscais da Receita Federal (AFRF) e instaurados mediante Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Parágrafo único. Para o procedimento de fiscalização será emitido Mandado de Procedimento Fiscal Fiscalização (MPF F), no caso de diligência, Mandado de Procedimento Fiscal Diligência (MPFD).” O procedimento de fiscalização foi instaurado mediante o Mandado de Procedimento Fiscal de fls. 1. A ciência do MPF, e do termo de início de fiscalização foi efetuada por via postal (AR de fls. 6), nos termos do inciso II, do art. 23 do Decreto n° 70.235/1972: “Art. 23. Farseá a intimação: II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo;” Ou seja, o contribuinte foi devidamente intimado, nos termos das normas que regulam o processo administrativo fiscal. Insurgese o contribuinte tão somente contra o fato do Auditor Fiscal não tê lo intimado pessoalmente, e não ter comparecido a seu estabelecimento. A questão da validade das intimações por via postal é matéria sumulada neste Conselho, ainda que o recebedor não seja o representante legal da empresa: Fl. 217DF CARF MF Emitido em 14/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 14/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.720743/200717 Acórdão n.º 180301.105 S1TE03 Fl. 6 6 “Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário.” Por outro lado, no termo constam claramente todas as instruções a serem seguidas pelo contribuinte, in verbis: “A resposta à presente intimação deverá ser prestada por escrito, datada e assinada pelo contribuinte, ou seu representante legal, com indicação dos elementos que estão sendo apresentados. Os elementos solicitados na presente intimação deverão ser encaminhados ao Auditor Fiscal signatário na DRF/Manaus, Serviço de Fiscalização , situado na Rua Quintino Bocaiúva n° 122, 3° andar , Centro. E, para constar e surtir os efeitos legais , lavramos o presente Termo, em 03 (três ) vias de igual forma e teor, assinado pelo(s) Auditor (es)Fiscal(is) da Receita Federal do Brasil , cuja ciência e cópia do contribuinte se dará via postal , por Aviso de Recebimento (AR)” O único vício do MPF é aquele apontado pela decisão recorrida, qual seja, a necessidade de emissão de novo MPF, nos termos do § 2°, do art. 22 da Portaria RFB n° 4.066/07. No entanto, o MPFMandado de Procedimento Fiscal é instrumento de controle administrativo e de informação ao contribuinte. Eventuais omissões ou incorreções no Mandado de Procedimento Fiscal não são causa de nulidade do auto de infração. O art. 10 do Decreto nº 70.235/1972, enumera quais os elementos indispensáveis que um auto de infração deve conter, cuja inobservância pode acarretar nulidade do ato por vício formal: “Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de 30 (trinta) dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.” Fl. 218DF CARF MF Emitido em 14/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 14/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.720743/200717 Acórdão n.º 180301.105 S1TE03 Fl. 7 7 No presente caso, constatamos que o auto de infração lavrado contém todos os elementos obrigatórios. Não há que se falar em nulidade do auto de infração, quando este foi lavrado por autoridade competente, com observância de todos os requisitos previstos no art. 10 do Decreto nº 70.235/1972. Atendidos todos os requisitos formais, somente ensejam nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente, os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de ampla defesa, hipóteses essas que se encontram ausentes nos presentes autos. Por conseguinte, rejeito a preliminar de nulidade por irregularidade no MPF. Quanto ao mérito, insurgese a recorrente contra a base de cálculo adotada pela fiscalização para apurar o crédito tributário, qual seja, o lucro arbitrado. A autoridade administrativa arbitrou o lucro com fulcro nos seguintes dispositivos legais: “Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do anocalendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando: III o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527;” Art. 532. O lucro arbitrado das pessoas jurídicas, observado o disposto no art. 394, § 11, quando conhecida a receita bruta, será determinado mediante a aplicação dos percentuais fixados no art. 519 e seus parágrafos, acrescidos de vinte por cento (Lei nº 9.249, de 1995, art. 16, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 27, inciso I).” Ao ser intimada a apresentar os livros e documentos de sua escrituração comercial e fiscal, a contribuinte quedouse silente. A intimação da fiscalização foi válida, e, a contribuinte não relatou por escrito qualquer dificuldade na obtenção dos documentos, nem tampouco solicitou prorrogação de prazo para apresentação dos elementos solicitados. Além dos livros, também foram solicitados extratos bancários e de aplicações financeiras relativas a 4 contas bancárias. A contribuinte não apresentou nenhum dos elementos solicitados, nem qualquer justificativa para tal procedimento. Não vislumbro falhas no procedimento fiscal, sendo que a situação fática autoriza a aplicação dos arts. 530, III, e 532, do Decreto n° 3.000/1999. A fiscalização não só pode, como deve arbitrar o lucro quando se deparar com as hipóteses previstas no art. 530 do regulamento. A fiscalização tem o poderdever de examinar os livros e documentos necessários à apuração da veracidade das declarações e balanços apresentados. No presente caso, ela ficou impedida de realizar tal atividade, restandolhe tão somente a alternativa de calcular o tributo devido com base no lucro arbitrado. Fl. 219DF CARF MF Emitido em 14/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 14/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.720743/200717 Acórdão n.º 180301.105 S1TE03 Fl. 8 8 Passemos a analisar a questão do erro no cálculo A fiscalização apurou as seguintes informações em relação ao 4° trimestre de 2002 (fls. 58, 70/71, 99/101): Mês Valores das notas fiscais obtidas junto à Prefeitura de Manaus Valores confessados na DCTF Valores informados na DIPJ Outubro 377.412,20 0,00 128.320,15 Novembro 430.265,50 0,00 146.290,25 Dezembro 475.836,20 0,00 161.784,30 Total 1.283.513,90 0,00 436.394,70 Foi tributado como omissão de receitas o valor total das notas fiscais obtidas junto à Prefeitura de Manaus, com utilização do percentual de prestação de serviços gerais. Pelas provas constantes dos autos a empresa exerce a atividade de locação de equipamentos, tais como escavadeiras, caçambas, motoniveladoras, tratores etc. Não há como negar a omissão de receitas apurada e fartamente demonstrada pela juntada das notas fiscais, notas de empenho, cheques e ordens bancárias. O arbitramento tomou por base os valores faturados nas notas fiscais de prestação de serviços para a Prefeitura de Manaus. A recorrente alega que o fisco não incluiu na base de cálculo do lançamento a receita escriturada na DIPJ e, tampouco, deduziu do imposto devido os pagamentos já efetuados. A fiscalização considerou como receita omitida o valor total das notas fiscais: “Os valores totalizados mensalmente representam omissão de receita, e serão tributados mediante lançamento de oficio, com base nos arts. 532 e 537 do RIR/99.Ressaltamos o fato de que não há valores declarados a deduzir dos débitos de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, apurados no Auto de Infração.” A decisão recorrida não deduziu os valores recolhidos por entender que a receita total deveria ser o somatório dos montantes declarados e das notas fiscais emitidas, in verbis: “De fato o IRPJ tem uma única base de cálculo. Logo, o arbitramento do lucro deveria abranger a receita declarada. e a omitida. E, por conseguinte, o imposto apurado sobre totalidade das receitas tributáveis deveria ser deduzido do imposto já recolhido. Ocorre o lapso no lançamento só veio a beneficiar o contribuinte. Isto porque a inclusão da receita declarada na base do arbitramento aumentaria o margem de lucro sobre esta receita, o que levaria a uma insuficiência ainda maior do recolhimento, conforme demonstra a tabela comparativa abaixo.” Fl. 220DF CARF MF Emitido em 14/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 14/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.720743/200717 Acórdão n.º 180301.105 S1TE03 Fl. 9 9 A fiscalização equivocouse ao não incluir na base de cálculo do tributo a receita declarada, mas como muito bem demonstrou a decisão recorrida, o lapso acabou por diminuir o valor da exigência. Por conseguinte, não merecer reparos a decisão de primeira instância. Ante todo o exposto, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Fl. 221DF CARF MF Emitido em 14/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 14/12 /2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 10580.721921/2008-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 09 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Nov 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 15/01/2004 a 31/12/2004
AQUISIÇÃO DE MATERIAIS DE EMBALAGEM. REGIME DE
SUSPENSÃO DO IPI. FABRICAÇÃO PREPONDERANTE. EMPRESAS
OPTANTES PELO SIMPLES. INAPLICABILIDADE.
O regime de suspensão do IPI de que trata o art. 29 da Lei nº 10.637, de
2002, não se aplica às empresas optantes pelo Simples, seja em relação às
aquisições que efetuar de seus fornecedores, seja em relação às saídas de
produtos que promover.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-001.347
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Nome do relator: FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201111
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 15/01/2004 a 31/12/2004 AQUISIÇÃO DE MATERIAIS DE EMBALAGEM. REGIME DE SUSPENSÃO DO IPI. FABRICAÇÃO PREPONDERANTE. EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES. INAPLICABILIDADE. O regime de suspensão do IPI de que trata o art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, não se aplica às empresas optantes pelo Simples, seja em relação às aquisições que efetuar de seus fornecedores, seja em relação às saídas de produtos que promover. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Nov 10 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10580.721921/2008-45
anomes_publicacao_s : 201111
conteudo_id_s : 4950172
dt_registro_atualizacao_tdt : Sun May 05 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3302-001.347
nome_arquivo_s : 330201347_10580721921200845_201111.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ
nome_arquivo_pdf_s : 10580721921200845_4950172.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 09 00:00:00 UTC 2011
id : 4747321
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:43:49 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044227229745152
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2111; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 8 1 7 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.721921/200845 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 330201.347 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 10 de novembro de 2011 Matéria IPI REGIME DE SUSPENSÃO SIMPLES Recorrente PROPLAST LOCADORA DE BENS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 15/01/2004 a 31/12/2004 AAQQUUIISSIIÇÇÃÃOO DDEE MMAATTEERRIIAAIISS DDEE EEMMBBAALLAAGGEEMM.. RREEGGIIMMEE DDEE SSUUSSPPEENNSSÃÃOO DDOO IIPPII.. FFAABBRRIICCAAÇÇÃÃOO PPRREEPPOONNDDEERRAANNTTEE.. EEMMPPRREESSAASS OOPPTTAANNTTEESS PPEELLOO SSIIMMPPLLEESS.. IINNAAPPLLIICCAABBIILLIIDDAADDEE.. OO rreeggiimmee ddee ssuussppeennssããoo ddoo IIPPII ddee qquuee ttrraattaa oo aarrtt.. 2299 ddaa LLeeii nnºº 1100..663377,, ddee 22000022,, nnããoo ssee aapplliiccaa ààss eemmpprreessaass ooppttaanntteess ppeelloo SSiimmpplleess,, sseejjaa eemm rreellaaççããoo ààss aaqquuiissiiççõõeess qquuee eeffeettuuaarr ddee sseeuuss ffoorrnneecceeddoorreess,, sseejjaa eemm rreellaaççããoo ààss ssaaííddaass ddee pprroodduuttooss qquuee pprroommoovveerr.. RReeccuurrssoo VVoolluunnttáárriioo NNeeggaaddoo Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente. (Assinado digitalmente) Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabíola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes, Gileno Gurjão Barreto e Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz. Fl. 191DF CARF MF Emitido em 21/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE 2 Relatório Por bem relatar os fatos, adoto e transcrevo o relatório que instruiu a decisão recorrida, proferida no Acórdão nº 1525.387, pela 4ª Turma da DRJ/SALVADOR BA, sessão de 18/11/2010 (fls. 167 a 173): Tratase de Auto de Infração lavrado contra a contribuinte acima identificada, que pretende a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI pertinente ao período compreendido entre janeiro e dezembro de 2004. Consta do Termo de Verificação Fiscal que a autuada utilizouse incorretamente da suspensão do IPI prevista na Medida Provisória nº 66, de 2002, e nos artigos 16 e 18 da Instrução Normativa SRF nº 207, mencionadas nas notas fiscais de saída analisadas pela fiscalização. A suspensão do IPI prevista no art. 29 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, conversão da Medida Provisória nº 66, de 2002, é assegurada às saídas de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem destinados a estabelecimentos industriais que se dediquem preponderantemente à elaboração dos produtos elencados no referido artigo. Assim, segundo o autuante, tendo em vista a saída de mercadorias destinadas a empresas optantes pelo Simples relacionadas à folha 51, às quais não se aplica a suspensão do IPI, nos termos do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 16, de 16 de junho de 2004, bem como a saída de mercadorias destinadas a estabelecimentos que não têm por objeto social a elaboração preponderante de produtos de origem animal ou vegetal elencados no art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, conforme relação à folha 50, restou caracterizada a não satisfação dos requisitos que condicionaram a suspensão em comento, tendo sido, então, lançado de ofício o IPI não destacado nas notas fiscais. Às folhas 39/49 foi anexado “Demonstrativo do IPI a lançar” informando o número, valor e data da nota fiscal, nome e CNPJ do cliente, CFOP e classificação fiscal do produto e o IPI a lançar. Em 05/11/2008 (Aviso de Recebimento – AR à folha 135), a contribuinte foi cientificada do Auto de Infração, apresentando em 01/12/2008 a impugnação de folhas 136/153, sendo essas as suas alegações, em síntese: 1. A vedação à fruição do benefício pelas empresas optantes do SIMPLES é flagrantemente ilegal, pois não consta no art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, nem no Decreto nº 4.544, de 2002, não podendo a Instrução Normativa SRF nº 296, de 2003, impor restrição inexistente na referida lei, extrapolando o seu dever meramente regulamentar, transcrevendo doutrina e jurisprudência que corroborariam seus argumentos; 2. Desta forma, deve ser declarada nula a restrição criada pela Instrução Normativa SRF n° 296, de 2003, e ratificada pelo Ato Fl. 192DF CARF MF Emitido em 21/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE Processo nº 10580.721921/200845 Acórdão n.º 330201.347 S3C3T2 Fl. 9 3 Declaratório Interpretativo SRF n° 16, de 2004, por ser inconstitucional e ilegal; 3. Ademais, se o próprio autuante reconhece que as adquirentes têm que declarar de forma expressa que atendem a todos os termos e requisitos para a fruição do benefício sob as penas da lei, e intimou a impugnante a apresentar as declarações prestadas pelos adquirentes, onde afirmam sua condição para usufruir do citado benefício, figurase, no mínimo, um total contrasenso que o Auto de Infração tenha sido lavrado contra a impugnante; 4. Não há qualquer obrigação cominada ao industrial/fornecedor para que verifique a veracidade, regularidade ou autenticidade da declaração apresentada, ainda mais porque o particular não pode ter acesso a tais informações, sendo imperioso ressaltar que no período fiscalizado (ano de 2004) não era possível obter no sítio da Receita Federal do Brasil na internet a condição das empresas mediante consulta ao CNPJ, razão pela qual, muito sabiamente, o legislador transferiu a responsabilidade ao adquirente, pois o mesmo é quem presta a declaração e, mais importante, é o destinatário final do benefício da suspensão do IPI; 5. O legislador, ao mesmo tempo em que concedeu o benefício fiscal, delegou ao adquirente a responsabilidade de provar que possuía direito a tal benesse, sob todas as penas da lei, devendo, pois, o Auto de Infração ser arquivado, uma vez que, se houve infração à legislação, esta foi cometida pelos adquirentes, e não pela impugnante; 6. A proibição à fruição do beneficio às empresas optantes pelo SIMPLES somente foi introduzida pela IN SRF nº 429, de 21 de junho de 2004, que alterou a redação do art. 23 da IN SRF nº 296, de 2003, não alcançando os fatos geradores anteriores a junho de 2004, sob pena de ofenderse o ato jurídico perfeito, causando a tão malquista insegurança jurídica; 7. O Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 16, de 2004, não tem o condão de retroagir a proibição em análise, visto que as normas interpretativas somente podem aclarar pontos obscuros, jamais criar ou restringir direitos O órgão de julgamento de primeiro grau manteve o lançamento fiscal, mediante decisão assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 15/01/2004 a 31/12/2004 AQUISIÇÃO DE MATERIAIS DE EMBALAGEM. REGIME DE SUSPENSÃO DO IPI. FABRICAÇÃO PREPONDERANTE. EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES. INAPLICABILIDADE. Fl. 193DF CARF MF Emitido em 21/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE 4 Podem sair do estabelecimento industrial com suspensão do IPI os materiais de embalagem destinados a estabelecimento que se dedique preponderantemente à elaboração dos produtos, contudo, a aplicação da suspensão do IPI nas saídas destinadas a pessoa jurídica optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples). Cientificada dessa decisão em 18/03/2011, apresentou o presente recurso voluntário a este Conselho em 15/04/2011, perseverando nos argumentos impugnativos. É o relatório. Fl. 194DF CARF MF Emitido em 21/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE Processo nº 10580.721921/200845 Acórdão n.º 330201.347 S3C3T2 Fl. 10 5 Voto Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. A questão em causa referese ao que seria o indevido gozo do benefício da suspensão do IPI, nos casos estabelecidos pelo art. 29 da Lei nº 10.637/2002, verbis: Art. 29. As matériasprimas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem, destinados a estabelecimento que se dedique, preponderantemente, à elaboração de produtos classificados nos Capítulos 2, 3, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 23 (exceto códigos 2309.10.00 e 2309.90.30 e Ex01 no código 2309.90.90), 28, 29, 30, 31 e 64, no código 2209.00.00 e 2501.00.00, e nas posições 21.01 a 21.05.00, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, inclusive aqueles a que corresponde a notação NT (não tributados), sairão do estabelecimento industrial com suspensão do referido imposto. (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003). (...) § 7º Para os fins do disposto neste artigo, as empresas adquirentes deverão: I atender aos termos e às condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal; (destaques acrescidos) (...) A autuada, ora recorrente, efetuara venda a pessoas jurídicas que não preencheriam os requisitos da sobredita Lei, assim como a pessoas jurídicas não contribuintes do IPI no regime geral, porquanto optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) caso em que também é vedado o benefício, pela legislação de regência. As pessoas jurídicas adquirentes desses produtos com suspensão do IPI foram relacionadas pela autoridade de fiscalização nos demonstrativos de fls. 50 e 51, nos seguintes quantitativos e de acordo com o motivo da vedação: 1. Quantidade de adquirentes que não têm por objeto social a elaboração preponderante de produtos de origem animal ou vegetal de que trata o art. 29 da Lei nº 10.637/2002: 02 (duas); 2. Quantidade de adquirentes que seriam optantes do Simples: 51 (cinqüenta e uma). Fl. 195DF CARF MF Emitido em 21/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE 6 Cumpre ressaltar, conforme muito bem notado no voto condutor da decisão recorrida, que dentre as duas pessoas jurídicas constantes do primeiro item supra, uma é fundação que tem por objeto social atividades hospitalares, enquanto a outra é uma indústria de confecções, portanto, em ambos os casos, sem guardar qualquer similaridade com as especificações tipificadas no comando legal para o gozo do benefício fiscal. Verificase, pois, que nenhum esforço adicional seria necessário para que se constatasse, de pronto, que referidas pessoas jurídicas adquirentes não se situavam entre aquelas com as quais as vendas de produtos industriais poderiam ser efetuadas com a suspensão do IPI em causa. Dessa forma, com relação a essas duas adquirentes a que se refere o item 1, supra, também de pronto, cai por terra o argumento recursal de que, na condição de vendedora, não lhe seria permitido o acesso a informações cadastrais ou de outra natureza que tornasse possível tal constatação (a de que uma é fundação que tem por objeto social atividades hospitalares, enquanto a outra é uma indústria de confecções). A mesma conclusão deve ser admitida com relação às outras 51 adquirentes relacionadas pela autoridade fiscal, optantes do Simples, opção essa que a própria legislação de regência obriga que seja divulgada, sendo essa informação, portanto, de domínio público. E não se alegue desconhecimento dessa vedação, pois no sítio da Receita Federal do Brasil, no sistema de perguntas e respostas, de acesso público, consta disponível tal informação, conforme segue: 792 Empresa optante pelo Simples pode adquirir produtos com a suspensão do IPI prevista no art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002? Não. O regime de suspensão do IPI de que trata o art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, não se aplica às empresas optantes pelo Simples, seja em relação às aquisições que efetuar de seus fornecedores, seja em relação às saídas de produtos que promover (IN SRF nº 296, de 2003, art. 23, inciso I). Com relação à legalidade do lançamento de ofício, não procede argumentação de que a Instrução Normativa nº 296/2003 teria se excedido na sua atribuição regulamentadora de lei, porquanto a Receita Federal do Brasil estava devidamente autorizada a proceder à regulamentação necessária, consoante § 7º do art. 29 da Lei nº 10.637/2002, a seguir: Art. 29 (...) § 7º Para os fins do disposto neste artigo, as empresas adquirentes deverão: I atender aos termos e às condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal; (...) (destaques acrescidos) Fl. 196DF CARF MF Emitido em 21/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE Processo nº 10580.721921/200845 Acórdão n.º 330201.347 S3C3T2 Fl. 11 7 Nessa ordem de juízos, nego provimento ao recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo. É como voto. (Assinado digitalmente) Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz Fl. 197DF CARF MF Emitido em 21/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 14/12/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 20/12/2011 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003362/2005-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2001, 2002, 2003
NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA.
A autoridade fiscal devidamente intimou o contribuinte a apresentar documentação comprobatória, além de o esclarecer e incentivar das vantagens de vincular os depósitos à atividade de pessoa jurídica. A ação fiscal transcorreu por 1 ano e 4 meses, sem que o sujeito passivo apresentasse qualquer prova.
Assim, impossível se verificar qualquer inobservância aos princípios da ampla defesa e do contraditório.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO LEGAL.
O art. 42 da Lei no 9.430, de 1996, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
Não servem como prova argumentos genéricos, que não façam a correlação inequívoca entre os depósitos e as origens indicadas.
Trata-se de presunção legal onde, após a intimação do Fisco para que o fiscalizado comprove a origem dos depósitos, passa a ser ônus do contribuinte a demonstração de que não se trata de receitas auferidas, sob pena de se considerar aquilo que não foi justificado como omissão de rendimentos.
A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada (Súmula CARF nº 26).
Hipótese em que o recorrente não logrou comprovar a origem dos depósitos bancários incluídos no lançamento.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGEM NÃO COMPROVADA. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DE TODOS OS COTITULARES
ANTES DO LANÇAMENTO.
Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento Súmula CARF nº 29.
Hipótese em que uma das contas-correntes utilizadas no lançamento é de titularidade conjunta, não existindo nos autos intimação do cotitular para justificar os depósitos.
Preliminar de nulidade rejeitada.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2101-001.436
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para desconsiderar a tributação do valor líquido referente: (a) aos depósitos relativos à conta corrente no Banco
HSBC, agência 0227, conta 2665513 (planilhas de fls. 413 a 439, 463 a 493 e 522 a 545) e (b) às devoluções de cheques desta conta (planilhas de fls. 440 a 462, 494 a 521 e 546 a 565).
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: Jose Evande Carvalho Araújo
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201201
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. A autoridade fiscal devidamente intimou o contribuinte a apresentar documentação comprobatória, além de o esclarecer e incentivar das vantagens de vincular os depósitos à atividade de pessoa jurídica. A ação fiscal transcorreu por 1 ano e 4 meses, sem que o sujeito passivo apresentasse qualquer prova. Assim, impossível se verificar qualquer inobservância aos princípios da ampla defesa e do contraditório. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO LEGAL. O art. 42 da Lei no 9.430, de 1996, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Não servem como prova argumentos genéricos, que não façam a correlação inequívoca entre os depósitos e as origens indicadas. Trata-se de presunção legal onde, após a intimação do Fisco para que o fiscalizado comprove a origem dos depósitos, passa a ser ônus do contribuinte a demonstração de que não se trata de receitas auferidas, sob pena de se considerar aquilo que não foi justificado como omissão de rendimentos. A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada (Súmula CARF nº 26). Hipótese em que o recorrente não logrou comprovar a origem dos depósitos bancários incluídos no lançamento. OMISSÃO DE RENDIMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGEM NÃO COMPROVADA. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DE TODOS OS COTITULARES ANTES DO LANÇAMENTO. Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento Súmula CARF nº 29. Hipótese em que uma das contas-correntes utilizadas no lançamento é de titularidade conjunta, não existindo nos autos intimação do cotitular para justificar os depósitos. Preliminar de nulidade rejeitada. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 19515.003362/2005-01
anomes_publicacao_s : 201201
conteudo_id_s : 4880537
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue May 21 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2101-001.436
nome_arquivo_s : 210101436_19515003362200501_201201.pdf
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : Jose Evande Carvalho Araújo
nome_arquivo_pdf_s : 19515003362200501_4880537.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para desconsiderar a tributação do valor líquido referente: (a) aos depósitos relativos à conta corrente no Banco HSBC, agência 0227, conta 2665513 (planilhas de fls. 413 a 439, 463 a 493 e 522 a 545) e (b) às devoluções de cheques desta conta (planilhas de fls. 440 a 462, 494 a 521 e 546 a 565).
dt_sessao_tdt : Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2012
id : 4748761
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:44:40 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044227254910976
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2247; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T1 Fl. 639 1 638 S2C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.003362/200501 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2101001.436 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de janeiro de 2012 Matéria IRPF Recorrente LEONEL PAZZINI FILHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. A autoridade fiscal devidamente intimou o contribuinte a apresentar documentação comprobatória, além de o esclarecer e incentivar das vantagens de vincular os depósitos à atividade de pessoa jurídica. A ação fiscal transcorreu por 1 ano e 4 meses, sem que o sujeito passivo apresentasse qualquer prova. Assim, impossível se verificar qualquer inobservância aos princípios da ampla defesa e do contraditório. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO LEGAL. O art. 42 da Lei no 9.430, de 1996, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Não servem como prova argumentos genéricos, que não façam a correlação inequívoca entre os depósitos e as origens indicadas. Tratase de presunção legal onde, após a intimação do Fisco para que o fiscalizado comprove a origem dos depósitos, passa a ser ônus do contribuinte a demonstração de que não se trata de receitas auferidas, sob pena de se considerar aquilo que não foi justificado como omissão de rendimentos. A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada (Súmula CARF nº 26). Fl. 247DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19515.003362/200501 Acórdão n.º 2101001.436 S2C1T1 Fl. 640 2 Hipótese em que o recorrente não logrou comprovar a origem dos depósitos bancários incluídos no lançamento. OMISSÃO DE RENDIMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGEM NÃO COMPROVADA. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DE TODOS OS COTITULARES ANTES DO LANÇAMENTO. Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento Súmula CARF nº 29. Hipótese em que uma das contascorrentes utilizadas no lançamento é de titularidade conjunta, não existindo nos autos intimação do cotitular para justificar os depósitos. Preliminar de nulidade rejeitada. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para desconsiderar a tributação do valor líquido referente: (a) aos depósitos relativos à conta corrente no Banco HSBC, agência 0227, conta 2665513 (planilhas de fls. 413 a 439, 463 a 493 e 522 a 545) e (b) às devoluções de cheques desta conta (planilhas de fls. 440 a 462, 494 a 521 e 546 a 565). (assinado digitalmente) _____________________________________ Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), José Evande Carvalho Araujo, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy, Gonçalo Bonet Allage, Alexandre Naoki Nishioka. Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 2 e 566 a 588, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2001 a 2003, para lançar infração de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem Fl. 248DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19515.003362/200501 Acórdão n.º 2101001.436 S2C1T1 Fl. 641 3 não comprovada, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$751.403,02, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 598 a 608), acatada como tempestiva. O relatório do acórdão de primeira instância resumiu os argumentos do recurso da seguinte maneira (fls. 613 a 614): Cerceamento de Defesa – Nulidade do Procedimento Administrativo O Auto de Infração é nulo por cercear o direito de defesa em face de negativa de prazo suplementar ao contribuinte para provar que as movimentações financeiras referemse à pessoa jurídica. Princípio de Verdade Material decorrente do direito à ampla defesa Caso fosse garantido ao contribuinte o prazo requerido, poderia se confirmar a presunção de que a movimentação financeira é da pessoa jurídica em que o contribuinte é sócio; Entende lamentável e imoral, ser inquirido a produzir prova que possa importar em eventual caracterização de ilícito penal; A comprovação de documentação fiscal que demonstre a relação direta entre os recursos movimentados na conta corrente do contribuinte e as operações mercantis, por razões óbvias, é impossível de ser apresentada; À luz do princípio da verdade material é inquestionável o poder dever da autoridade fiscal em apurar o crédito deste tributo a partir da pessoa jurídica em que o contribuinte figura como sócio. Necessidade de comprovação de acréscimo patrimonial A constituição de crédito tributário relativo ao imposto de renda deve demonstrar, de forma inequívoca, a existência de acréscimo patrimonial; A autoridade fiscal deve comprovar o nexo entre os depósitos a crédito e de sinais exteriores de riqueza que possam evidenciar o aumento patrimonial do contribuinte. Quebra do sigilo bancário antes de instaurado o procedimento fiscal Conforme relatado foi através da requisição da coordenação de fiscalização da Secretaria da Receita Federal que ensejou o Procedimento Fiscal e a posterior lavratura do Auto de Infração. Diante dessa requisição, a fiscalização da Delegacia da Receita Federal em São Paulo procedeu a pesquisas às informações financeiras do contribuinte visando obter provas suficientes para instaurar o procedimento fiscal; A pesquisa realizada pela Autoridade Fiscal às informações bancárias do contribuinte, que levantou supostas irregularidades fiscais, ocorreu anteriormente à instauração do procedimento fiscal; Fl. 249DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19515.003362/200501 Acórdão n.º 2101001.436 S2C1T1 Fl. 642 4 Tendo em vista que a Autoridade Fiscal, em total ofensa à Lei Complementar 105/2001 e ao Decreto nº 3.724/2001, teve acesso às informações bancárias do contribuinte antes do início de Procedimento Fiscal deve o Auto de Infração ser considerado nulo. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou procedente o lançamento, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 611 a 619): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Somente a partir da lavratura do auto de infração é que se instaura o litígio entre o fisco e o contribuinte, podendose, então, falar em ampla defesa ou cerceamento dela. Sendo concedida, na fase impugnatória, ampla oportunidade de apresentar documentos e esclarecimentos é improcedente a argumentação de cerceamento do direito de defesa. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL Em obediência ao Princípio da Verdade Material, é de ser admitido o erro de fato para conduzir à revisão do lançamento; contudo, a existência do erro de fato deve ser cabalmente demonstrada pelo contribuinte, mormente quando se pretende afastar omissão de rendimentos. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. Com a edição da Lei n.º 9.430/96, a partir de 01/01/1997 passaram a ser caracterizados como omissão de rendimentos, sujeitos a lançamento de ofício, os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais a pessoa física ou jurídica, regularmente intimada, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, não o vinculando a necessidade de demonstrar o correspondente acréscimo patrimonial em relação aos depósitos. SIGILO BANCÁRIO. INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS. INFORMAÇÕES DA CPMF. PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO. Compete às Instituições Financeiras fornecer informações à Secretaria da Receita Federal sobre a movimentação financeira a qual poderá utilizálas para instaurar procedimento administrativo.(§ 3º , art.11 da Lei nº 9.311/96, na redação da Lei 10.174/2001). Fl. 250DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19515.003362/200501 Acórdão n.º 2101001.436 S2C1T1 Fl. 643 5 Recebidas as informações e verificada incompatibilidade instaurase o procedimento administrativo podendo então a autoridade fiscal requisitar as informações inclusive extratos bancários, estes sim, após iniciada a ação fiscal. (§ 4º do art. 5º e art. 6º da LC 105, de 10/01/2001). Lançamento Procedente RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificado da decisão de primeira instância em 27/10/2008 (fl. 624), o contribuinte apresentou, em 26/11/2008, o recurso de fls. 626 a 636, onde: a) pugna pela nulidade do lançamento, pela inobservância aos princípios da ampla defesa e do contraditório, pois a autoridade fiscal negou a concessão de prazo suplementar para que ele comprovasse que parte dos depósitos efetuados na conta bancária seria da pessoa jurídica, refutando os argumentos do acórdão recorrido de que a fase litigiosa somente se instaura após a lavratura do auto de infração; b) afirma que não houve comprovação de seu acréscimo patrimonial. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 638, que também trata do envio dos autos ao então Primeiro Conselho de Contribuintes. É o relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Tratase de lançamento de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, com base no art. 42 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Preliminar de nulidade: Preliminarmente, o recorrente defende a nulidade da autuação, pela inobservância ao principio da ampla defesa e do contraditório, pois a autoridade fiscal negou a concessão de prazo suplementar para que ele comprovasse que parte dos depósitos efetuados na conta bancária seria da pessoa jurídica. O julgador de 1a instância refutou o argumento alegando que (fls. 614 a 615): a) somente a partir da lavratura do auto de infração é que se instaura o litígio entre o fisco e o contribuinte, podendose, então, falar em ampla defesa ou cerceamento dela, e Fl. 251DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19515.003362/200501 Acórdão n.º 2101001.436 S2C1T1 Fl. 644 6 que o contribuinte teve esse direito assegurado ao ser regularmente intimado da exigência fiscal, e ter ao seu dispor o prazo de 30 dias para exercêlo. b) a ação fiscal teve início em 20/08/2004, data em que o contribuinte tomou ciência da intimação que já pedia que fosse comprovada, mediante apresentação de documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados nas contas bancárias, e que o encerramento se deu em 26/12/2005. Assim, o contribuinte teve 1 ano e 4 meses para comprovar o que entendesse devido, e não o fez. No voluntário, o recorrente discorda do julgador a quo, alegando que o cerceamento de defesa ocorreu antes da fase impugnatória, pois se fosse concedido o prazo suplementar para que pudesse identificar se os créditos impugnados se referiam às movimentações de sua pessoa jurídica, talvez o auto de infração nem fosse lavrado. Acrescenta que se fosse verdade que o cerceamento de defesa só pudesse ocorrer após o lançamento, então os atos administrativos praticados antes da apresentação da impugnação seriam de pouca relevância ou inúteis ao desenrolar do procedimento administrativo, o que não é correto, pois, caso contrário, o Decreto n.° 70.235/72 não disporia sobre tais atos e o processo administrativo se limitaria apenas à fase impugnatória. Conclui que, no procedimento fiscal, seja na parte inicial ou na fase impugnatória, devem ser respeitados os princípios constitucionais afetos ao processo administrativo, não cabendo ao alvedrio da autoridade fiscal determinar em qual parte do procedimento fiscal haverá observância dos princípios inerentes ao processo administrativo. Entretanto, em análise cuidadosa do Termo de Verificação Fiscal (fls. 566 a 577), e dos demais documentos acostados aos autos, verifico que foi amplamente permitido ao contribuinte que comprovasse a origem dos depósitos. Mais ainda, ao invés de simplesmente se escorar na presunção legal e efetuar o lançamento com base nos depósitos bancários sem maiores preocupações, a autoridade fiscal estimulou o contribuinte a vincular os créditos com sua atividade comercial, explicando as vantagens tributárias dessa atitude. Observese o trecho abaixo transcrito do Termo de Verificação Fiscal (fls. 570 a 572): Durante a análise dos extratos bancários obtidos, verificamos que a conta mantida junto ao banco HSBC possui características que normalmente são vistas nas movimentações bancárias de pequenos comerciantes. Neste caso, os aspectos que nos levam a fazer este comentário são a grande quantidade de cheques de pequeno valor depositados, a grande quantidade de cheques de pequeno valor emitidos e, principalmente, a grande quantidade de cheques devolvidos, aliado ao fato de esses eventos ocorrerem em praticamente todos os dias do período investigado. (...) As características presentes na conta bancária, principalmente no que se refere às quantidades e valores dos cheques devolvidos — cerca de 5 cheques devolvidos com valor aproximado de R$ 125,00, diariamente mencionadas acima, indicaram, de fato, uma grande possibilidade de tratarse de movimentação financeira paralela de uma pessoa jurídica, prática vulgarmente conhecida como "caixa dois". Buscando a verdade material, procuramos elementos que comprovassem essa possibilidade, qual seja, de que os lançamentos presentes na conta tivessem origem Fl. 252DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19515.003362/200501 Acórdão n.º 2101001.436 S2C1T1 Fl. 645 7 em movimentação financeira de pessoa jurídica não contabilizada, realizada em nome da pessoa física, a princípio, com o intuito de fugir à tributação pertinente. Para que essa hipótese ficasse plenamente caracterizada e a tributação correspondente pudesse ser realizada de forma consistente, procuramos obter os elementos a isso necessários. Já havíamos informado aos representantes legais do senhor Leonel que, caso ficasse comprovado que a movimentação bancária realizada pertencesse na realidade à pessoa jurídica, os trabalhos em nome dele seriam encerrados para possível verificação fiscal junto à empresa. Informamos quais seriam os elementos a serem a nós apresentados, para que agíssemos dessa maneira. Nenhum documento nos foi encaminhado. Em 09.11.2005, lavramos o Termo de Intimação número 002, fls. 11 a 96, AR à fl. 97. Neste termo discriminamos individualmente os lançamentos a crédito identificados nos extratos bancários do período envolvido pela ação fiscal, que são passíveis de tributação caso não tivessem a origem comprovada mediante a apresentação de documentação hábil ou idônea. Informamos ainda, nesta intimação, os elementos a serem apresentados e que seriam necessários para a caracterização de movimentação financeira pertencente, de fato, a pessoa jurídica. Reproduzimos, abaixo, os termos informados na Intimação: (...) Nenhum documento ou esclarecimento nos foi encaminhado. Ora, a simples descrição de tão cuidadosa ação fiscal, que buscou diligentemente comprovar a origem dos depósitos bancários, inclusive esclarecendo e incentivando o fiscalizado das vantagens da comprovação, bem como o longo tempo que o contribuinte teve para apresentar as provas, põem por terra qualquer alegação de cerceamento de defesa. Acrescentese que mesmo agora, mais de 6 anos após o término da fiscalização, ainda não foram trazidas aos autos quaisquer provas de vinculação dos depósitos à atividade de pessoa jurídica. Rejeito, pois, a preliminar de nulidade suscitada. Lançamento com base em depósitos bancários: Como já explicado, o lançamento se deu com base no art. 42 da Lei no 9.430, de 1996, abaixo transcrito: Art.42.Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. §1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. §2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e Fl. 253DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19515.003362/200501 Acórdão n.º 2101001.436 S2C1T1 Fl. 646 8 contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. §3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). (Vide Lei nº 9.481, de 1997) §4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) Acrescentese que os limites do inciso II do § 3º foram alterados para R$ 12.000,00 (doze mil reais) e R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), respectivamente, pelo art. 4o da Lei nº 9.481, de 13 de agosto de 1997. Assim, vêse que a lei criou uma presunção legal de omissão de receita, que se caracteriza quando o titular de conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, após regular intimação, não comprove a origem dos recursos creditados nessas contas, mediante documentação hábil e idônea. Por isso, após a intimação do Fisco para que o fiscalizado comprove a origem dos depósitos, passa a ser ônus do contribuinte a demonstração de que não se trata de receitas auferidas, sob pena de se considerar aquilo que não foi justificado como omissão de rendimentos. Fl. 254DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19515.003362/200501 Acórdão n.º 2101001.436 S2C1T1 Fl. 647 9 No caso, verifico que a autoridade fiscal intimou devidamente o contribuinte a apresentar seus extratos bancários (fls. 04 a 10), e que, depois de totalizar os depósitos, a Fiscalização intimou o sujeito passivo a justificar sua origem (fls. 11 a 97), tendo sido lavrado o auto de infração com os depósitos sem origem justificada. Isso comprova a correta adequação do procedimento fiscal aos termos da lei. Essa explicação afasta também o argumento de que não se poderia utilizar os depósitos bancários como omissão de receitas sem que se estabelecesse um vínculo entre os recursos depositados e alguma receita não escriturada, devendose ressaltar que essa interpretação está definitivamente sepultada na esfera administrativa desde a edição da Súmula CARF nº 26, que possui o seguinte enunciado: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Assim, após devidamente intimado a esclarecer a origem dos depósitos, passou a ser do recorrente o ônus dessa comprovação, mediante documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores com os depósitos bancários. Não servem como prova argumentos genéricos, que não façam a correlação inequívoca entre os depósitos e as origens indicadas. Contasbancárias com cotitulares não intimados: Entretanto, verifico que parte do lançamento padece de grave defeito: a falta de intimação de todos os titulares de algumas das contas para prestar esclarecimentos. A matéria não foi alegada no recurso, mas merece ser corrigida de ofício, por se tratar de assunto sumulado e por dizer respeito à própria validade do lançamento. Observese que a presunção de omissão de rendimentos do art. 42 da Lei no 9.430, de 1996, exige a intimação prévia do titular da contacorrente. Nesse sentido, firmouse o entendimento de que todos os cotitulares da conta devem ser intimados para que o lançamento seja considerado válido, consolidado na Súmula CARF nº 29: Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento. Observese que a tributação envolveu as contas correntes nos bancos HSBC, agência 0227, conta 2665513; Itaú, agência 2978, conta 023907; e Unibanco, agência 335, conta 4901997. Em análise dos extratos da conta do HSBC (fls. 147 a 377), verificase que ela é de titularidade conjunta com Neide Isabel Grassmann. Pelo contrato social de fls. 123 a 127, verificase que Neide Isabel Grassmann Pazzini, CPF no 022.912.14896, é sócia da empresa Copa Comércio de Frios Ltda, CNPJ no 57.014.185/000100, junto com o fiscalizado. Fl. 255DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19515.003362/200501 Acórdão n.º 2101001.436 S2C1T1 Fl. 648 10 Contudo, não existe nos autos intimação da cotitular para justificar os depósitos, pelo que se deve excluir do lançamento os créditos relativos a essa contacorrente. Entretanto, o cálculo dos valores a serem excluídos deverá ser feito pela unidade preparadora, pois os autos não trazem os depósitos tributados separados por contas correntes. Observese que o valores lançados correspondem aos totais mensais dos depósitos subtraídos dos cheques devolvidos. As planilhas RT 1, 2 e 3 (fls. 413 a 439, 463 a 493, e 522 a 545) trazem a relação consolidada dos créditos nas contas correntes nos anos de 2000 a 2002, mas a última folha de cada planilha separa os créditos por bancos. Assim, os depósitos no HSBC totalizam R$1.022.351,64 em 2000 (fl. 439), R$917.863,18 em 2001 (fl. 493), e R$847.003,81 em 2002 (fl. 545). Contudo, as Planilhas CHD 1, 2 e 3 (fls. 440 a 462, 494 a 521 e 546 a 565) listam os cheques devolvidos em todas as contas correntes, sem fazer a totalização final por banco. Desse modo, somente será possível se calcular o valor a ser excluído em cada exercício com a separação dos cheques devolvidos no Banco HSBC, retirandose do lançamento o total dos depósitos subtraído do total dos cheques devolvidos. Conclusão: Diante do exposto, voto por rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para desconsiderar a tributação do valor líquido referente: (a) aos depósitos relativos à conta corrente no Banco HSBC, agência 0227, conta 2665513 (planilhas de fls. 413 a 439, 463 a 493 e 522 a 545) e (b) às devoluções de cheques desta conta (planilhas de fls. 440 a 462, 494 a 521 e 546 a 565). (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 256DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/ 01/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 10675.001966/2007-60
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 10 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Nov 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Anocalendário:
2006, 2007
PIS. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. INSUBSISTÊNCIA.
A partir de 01/07/2000 não mais subsiste o regime de substituição do PIS aplicável
às refinarias de combustíveis. Incabível à consumidora final, pessoa jurídica
adquirente direta da distribuidora, valerse
da possibilidade de ressarcimento.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS LEGAIS. DISCUSSÃO
ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE
Não cabe ao julgador administrativo apreciar a matéria do ponto de vista
constitucional.
Numero da decisão: 3403-001.299
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso nos termos do voto da Relatora.
Matéria: PIS - proc. que não versem s/exigências de cred. Tributario
Nome do relator: LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : PIS - proc. que não versem s/exigências de cred. Tributario
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201111
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2006, 2007 PIS. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. INSUBSISTÊNCIA. A partir de 01/07/2000 não mais subsiste o regime de substituição do PIS aplicável às refinarias de combustíveis. Incabível à consumidora final, pessoa jurídica adquirente direta da distribuidora, valerse da possibilidade de ressarcimento. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS LEGAIS. DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE Não cabe ao julgador administrativo apreciar a matéria do ponto de vista constitucional.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Nov 10 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10675.001966/2007-60
anomes_publicacao_s : 201111
conteudo_id_s : 4941100
dt_registro_atualizacao_tdt : Sun May 05 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3403-001.299
nome_arquivo_s : 3403001299_10675001966200760_201111.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10675001966200760_4941100.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso nos termos do voto da Relatora.
dt_sessao_tdt : Thu Nov 10 00:00:00 UTC 2011
id : 4747358
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:43:50 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044227296854016
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1638; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 80 1 79 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10675.001966/200760 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3403001.299 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 09 de novembro de 2011 Matéria Restituição PIS Recorrente ROTAS DE VIAÇÃO DO TRIÂNGULO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2006, 2007 PIS. REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. INSUBSISTÊNCIA. A partir de 01/07/2000 não mais subsiste o regime de substituição do PIS aplicável às refinarias de combustíveis. Incabível à consumidora final, pessoa jurídica adquirente direta da distribuidora, valerse da possibilidade de ressarcimento. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS LEGAIS. DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE Não cabe ao julgador administrativo apreciar a matéria do ponto de vista constitucional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso nos termos do voto da Relatora. Antonio Carlos Atulim – Presidente Liduína Maria Alves Macambira Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Liduína Maria Alves Macambira, Domingos de Sá Filho, Robson José Bayerl, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Fl. 80DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/11/2011 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 5/12/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/11/2011 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA 2 Relatório O contribuinte, identificado nos autos, apresentou pedido de restituição no valor de R$ 17.102,81, relativo ao PIS do período de 30/05/2006 a 17/01/2007, decorrente de valores recolhidos indevidamente ou a maior o indevido sobre compras de combustível como consumidor final. A DRFUberlândia/MG, mediante Despacho Decisório n° 715/2007, fls. 18/22, indeferiu o pedido de restituição, sob o fundamento que a partir de 01/07/2000 é incabível tal restituição por força do disposto na MP 1.991/2000. Dessa forma não há pagamento indevido ou a maior de PIS, não havendo, portanto, contribuição a ser ressarcida. A seguir, a ementa do despacho decisório: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Contribuição para o PIS Ementa: A partir de 01/07/2000 não mais subsiste o regime de substituição do PIS aplicável às refinarias de combustíveis. Incabível à consumidora final, pessoa jurídica adquirente direta da distribuidora, valerse da possibilidade de ressarcimento. Solicitação Indeferida Inconformado apresenta manifestação de inconformidade (fls. 25 e seguintes), na qual alega que MP 1.991/2000 seria inconstitucional por violar o § 7° do artigo 150 e o artigo 246, ambos da Constituição Federal. A 2ª Turma da DRJ/Juiz de Fora, no Acórdão nº 0922514, de 11 de fevereiro de 2009, fls.46/47, votou pela improcedência da manifestação de inconformidade, pelo não reconhecimento do direito creditório pleiteado e pela não homologação da compensação efetuada. A decisão foi assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2006, 2007 COMPENSAÇÃO Não cabe ao julgador administrativo apreciar a matéria do ponto de vista constitucional. Solicitação Indeferida Cientificada da decisão em 11/03/2009, fls. 49, a recorrente interpôs Recurso Voluntário em 09/04/2009, fls. 50/69, além das alegações apresentadas na manifestação de inconformidade , traz na peça recursal alegações sobre decadência, aduzindo que “... a DRJ entendeu que uma parcela do pleito teria sido fulminado pela decadência em face da aplicação retroativa da LC 118/2005”. Acrescenta um item sobre as compensações efetivadas argumentando que “... Ou ainda, que os (as) referidos processos/declaração(oes) de compensação permaneça(m) suspenso(s) (com exigibilidade suspensa — art. 151 do CTN) até decisão final do presente processo de restituição, nos termos do art. 29 c/c art. 48, § 30, da IN SRF 600/2005. É o relatório. Fl. 81DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/11/2011 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 5/12/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/11/2011 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA Processo nº 10675.001966/200760 Acórdão n.º 3403001.299 S3C4T3 Fl. 81 3 Voto Conselheira Liduína Maria Alves Macambira, Relatora O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Antes do exame sobre as alegações apresentadas pela recorrente, trago à colação o voto condutor da decisão recorrida: A manifestante discute tão somente a constitucionalidade do artigo 46 da MP 1.991/2000, que foi reeditada sucessivamente até a atual MP 2.15835 de 24/08/2001 (artigo 96), que mantém força legal independentemente de reedição, em face do disposto no artigo 2° da Emenda Constitucional 32/2001. Afirma que houve aumento da carga tributária já que o valor cobrado da contribuição permaneceu i mesmo e deixou de haver a restituição. Cumpre esclarecer que, de acordo com o art. 7° da Portaria MF n.° 58/2006, os acórdãos exarados pelas Delegacias de Julgamento darseão com observação de normas legais e regulamentares (art. 116, III, da Lei n.° 8.112/90), e com o entendimento adotado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), expresso em atos tributários e aduaneiros. Também não cabe ao julgador administrativo apreciar a matéria do ponto de vista constitucional (Parecer Normativo CST n.° 329/70), exceto quando houver declaração de inconstitucionalidade pelo STF de lei, tratado ou ato normativo, caso em que é permitido às autoridades administrativas afastar a sua aplicação, nos termos do Decreto n.° 2.346/97. Como já relatado a recorrente alega que a DRJ entendeu que uma parcela do pleito teria sido alcançado pela decadência em face da aplicação retroativa da LC 118, de 2005, trazendo posicionamento de juristas e jurisprudência sobre a matéria. Da leitura do voto acima transcrito, vêse que é totalmente descabida as alegações trazidas pela recorrente sobre decadência. Em primeiro lugar importa ressaltar que não foi argüida essa matéria na manifestação de inconformidade e a decisão recorrida também não travou discussão sobre decadência como aduz a recorrente. Em segundo lugar, também não caberia a argüição de ofício, por se tratar a decadência de matéria de ordem pública, porque os valores aqui pleiteados pela recorrente a título de recolhimentos indevidos ou a maior de PIS compreende o período de 30/05/2006 a 17/01/2007 e o pedido de restituição datada de 06/07/2007, portanto dentro do prazo de cinco anos. Dessa forma, não cabe essa turma apreciação sobre essa matéria. No que diz respeito a restituição pleiteada, não tem razão a recorrente. Fl. 82DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/11/2011 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 5/12/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/11/2011 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA 4 Ora, se o contribuinte alega que houve um recolhimento indevido ou a maior e por conta disso faz jus a restituição ele deve provar que efetivamente não lhe caberia ter efetuado o pagamento da exigência tributária ou por falta de previsão legal ou porque fez os cálculos errados vindo a recolher mais do que o devido. As alegações apresentadas pela recorrente não alteram a decisão recorrida. Ante o exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. Liduína Maria Alves Macambira Fl. 83DF CARF MF Emitido em 05/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/11/2011 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 5/12/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/11/2011 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA
score : 1.0
Numero do processo: 37169.004443/2007-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 01 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Dec 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 17/08/2006
Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE PECUNIÁRIA. ART. 173, INCISO I, DO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212 de 1991.
No caso de lançamento de ofício, há que se observar o disposto no art. 173 do CTN.
Encontram-se atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização.
RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 449.
REDUÇÃO DA MULTA.
As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória nº 449 de 2008, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei nº 8.212.
Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplica-se
a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe
comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Numero da decisão: 2302-001.506
Decisão: ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda
Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ´por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida
Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A,
inciso II, que na conversão pela Lei nº 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei nº 8.212 de 1991. Também deve ser
reconhecida a fluência parcial do prazo decadencial.
Nome do relator: Marco André Ramos Vieira
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201112
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 17/08/2006 Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE PECUNIÁRIA. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212 de 1991. No caso de lançamento de ofício, há que se observar o disposto no art. 173 do CTN. Encontram-se atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória nº 449 de 2008, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei nº 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Dec 02 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 37169.004443/2007-41
anomes_publicacao_s : 201112
conteudo_id_s : 5062340
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 12 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 2302-001.506
nome_arquivo_s : 230201506_37169004443200741_201112.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : Marco André Ramos Vieira
nome_arquivo_pdf_s : 37169004443200741_5062340.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ´por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei nº 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei nº 8.212 de 1991. Também deve ser reconhecida a fluência parcial do prazo decadencial.
dt_sessao_tdt : Thu Dec 01 00:00:00 UTC 2011
id : 4748491
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:44:31 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044227367108608
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1977; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T2 Fl. 2.656 1 2.655 S2C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 37169.004443/200741 Recurso nº 254.965 Voluntário Acórdão nº 230201.506 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 02 de dezembro de 2011 Matéria Auto de Infração. Obrigações Acessórias em GFIP. Recorrente INDÚSTRIA ACRILAN LTDA Recorrida DRJ FLORIANÓPOLIS SC Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 17/08/2006 Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE PECUNIÁRIA. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. No caso de lançamento de ofício, há que se observar o disposto no art. 173 do CTN. Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ´por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991. Também deve ser reconhecida a fluência parcial do prazo decadencial. Marco André Ramos Vieira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato, Manoel Coelho Arruda Júnior e Eduardo Augusto Marcondes de Freitas. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37169.004443/200741 Acórdão n.º 230201.506 S2C3T2 Fl. 2.657 3 Relatório Trata o presente auto de infração, lavrado em desfavor do recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. Segundo a fiscalização previdenciária, a recorrente não informou à previdência social por meio da GFIP todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias nas competências fevereiro de 1999 a dezembro de 2005, conforme fls. 23 a 25. Não teriam sido informados os valores relativos ao pagamento à UNIMED; aquisição de produto rural; remuneração paga a contribuintes individuais; valores relativos ao abono. Inconformada, a autuada apresentou impugnação no prazo normativo, fls. 47 a 57. Houve conversão do julgamento em diligência, fls. 123 a 124, para verificação da correção da falta pela autuada. A fiscalização prestou informações às fls. 126 e 127. Cientificada do resultado da diligência, a autuada manifestouse às fls. 140 a 142. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento emitiu a Decisão de fls. 176 a 179, mantendo a autuação em parte; aplicouse a relevação parcial da multa. Inconformada com a decisão, a autuada interpôs recurso voluntário, fls. 188 a 199. Alega em síntese que: a) A decisão é nula, pois não apreciou todos os argumentos de defesa; b) Não foi apreciado o argumento de inconstitucionalidade da multa; c) Deve ser excluída a relação de corresponsáveis; d) Parte do crédito foi atingida pela decadência; e) A multa aplicada é inconstitucional; f) Não poderia retroagir a aplicação da multa; g) Há conexão com as NFLD lavradas. Não foram apresentadas contrarrazões. É o relato suficiente. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheiro Marco André Ramos Vieira, Relator O recurso é tempestivo, conforme fl. 290; pressuposto de admissibilidade superado passo para o exame das questões preliminares ao mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES AO MÉRITO: Quanto à questão preliminar relativa à fluência do prazo decadencial, a mesma deve ser reconhecida em parte. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991, nestas palavras: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme previsto no art. 103A da Constituição Federal a Súmula de n º 8 vincula toda a Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Contudo, em se tratando de lançamento de ofício para aplicar penalidade pecuniária, previsto no art. 149, inciso V do CTN, há que se observar sempre a regra prevista no art. 173 do CTN, incluindo o parágrafo único desse artigo. Assim, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído, a fiscalização federal teria o prazo de cinco anos para notificar o contribuinte. No presente caso o lançamento foi cientificado ao sujeito passivo em 17 de agosto de 2006, fl. 01, pelo exposto encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial os fatos geradores apurados pela fiscalização ocorridos anteriormente à competência novembro de 2000, inclusive esta. A competência dezembro de 2000 não decaiu, pois a GFIP somente poderia ser exigida após o vencimento, ou seja em 7 de janeiro de 2001; assim o prazo de decadência, para tal competência, possui como termo de início o primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, o dia 1o de janeiro de 2002, a qual findaria em 1o de janeiro de 2007. Corroborando a forma dessa contagem segue entendimento exarado pelo STJ nos Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Especial n 674.497, cuja ementa foi publicada nestas palavras: Fl. 4DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37169.004443/200741 Acórdão n.º 230201.506 S2C3T2 Fl. 2.658 5 PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. Quanto ao argumento da recorrente de que houve omissão por parte da autoridade no julgamento proferido na decisão de primeira instância; não lhe confiro razão. Todos os pontos relevantes e controversos para o deslinde da questão, sejam preliminares ou de mérito foram apreciados pela autoridade julgadora, conforme fls. 176 a 179. A inconstitucionalidade é argumento que não pode ser conhecido pela autoridade administrativa. De acordo com o entendimento pacificado nos tribunais superiores, STF e STJ, o julgador não é obrigado a se manifestar expressamente sobre todos os pontos levantados pelas partes. Nesse sentido segue acórdão proferido pela 1ª Turma do STJ no Recurso Especial n ° 667603, publicado no DJ em 01/08/2005, nestas palavras: MANDADO DE SEGURANÇA. AUTO DE INFRAÇÃO. DIREITO DE AMPLA DEFESA. 1. A violação do art. 535 do CPC ocorre quando há omissão, obscuridade ou contrariedade no acórdão recorrido. Inocorre a violação posto não estar o juiz obrigado a tecer comentários exaustivos sobre todos os pontos alegados pela parte, mas antes, a analisar as questões relevantes para o deslinde da controvérsia. 2. São princípios basilares do processo administrativo e judicial a ampla defesa e o contraditório, insculpidos no artigo 5º, LV, do Texto Constitucional, o qual estabelece que: "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". 3. A ampla defesa, constitucionalmente reconhecida, traduz a exigência de que o exercício do poder jurídicopúblico se realize de maneira justa, implicando para o Administrado o direito de conhecer os fatos e fundamentos invocados pela Autoridade, o direito de ser ouvido e de contraporse às alegações do adversário. 4. Deveras, esse postulado da ampla defesa, ou do direito de audiência, configura direito à participação procedimental, assegurando ao administrado, na maior extensão possível, a oportunidade do seu exercício pleno, com produção de provas e apresentação de alegações que lhe favoreçam. 5. Atestando a instância a quo a Fl. 5DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 inexistência da intimação da decisão, a verificação que a Fazenda pretende em seu recurso esbarra em matéria fática, mercê de o cumprimento do due process of law não exonerar o contribuinte do pagamento, apenas diferindoo até o cumprimento da exigência legal. 6. Recurso especial desprovido. Quanto à alegação de que devem ser excluídos os dirigentes da relação de co responsáveis, não procede o argumento da recorrente. A relação de coresponsáveis é meramente informativa do vínculo que os dirigentes tiveram com a entidade em relação ao período dos fatos geradores. Não foi objeto de análise no relatório fiscal se os dirigentes agiram com infração de lei, ou violação de contrato social, ou com excesso de poderes. Uma vez que tal fato não foi objeto do lançamento, não se instaurou litígio nesse ponto. Ademais, os relatórios de corresponsáveis e de vínculos fazem parte de todos processos como instrumento de informação, a fim de se esclarecer a composição societária da empresa no período do lançamento ou autuação, relacionando todas as pessoas físicas e jurídicas, representantes legais do sujeito passivo, indicando sua qualificação e período de atuação. O art. 660 da Instrução Normativa SRP n° 03 de 14/07/2005 determina a inclusão dos referidos relatórios nos processos administrativofiscais e esclarece: Art. 660. Constituem peças de instrução do processo administrativofiscal previdenciário, os seguintes relatórios e documentos: (...) X Relação de CoResponsáveis CORESP, que lista todas as pessoas físicas e jurídicas representantes legais do sujeito passivo, indicando sua qualificação e período de atuação; XI Relação de Vínculos VÍNCULOS, que lista todas as pessoas físicas ou jurídicas de interesse da administração previdenciária em razão de seu vínculo com o sujeito passivo, representantes legais ou não, indicando o tipo de vínculo existente e o período correspondente; Ao contrário do afirmado pela recorrente, o Fisco não possui obrigação de apreciar inconstitucionalidade. Não há possibilidade para a autoridade administrativa recursar o cumprimento de norma supostamente inconstitucional. Toda lei presumese constitucional e, até que seja declarada sua inconstitucionalidade pelo órgão competente do Poder Judiciário para tal declaração ou exame da matéria, deve o agente público, como executor da lei, respeitála. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. Conforme expressamente previsto no art. 26A do Decreto n 70.235 de 1972, na redação conferida pela Lei n 11.941 de 2009, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37169.004443/200741 Acórdão n.º 230201.506 S2C3T2 Fl. 2.659 7 De acordo com a Súmula n ° 2 aprovada pelo Conselho Pleno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não pode ser declarada a inconstitucionalidade de norma pela Administração. Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Todos os fatos narrados pela fiscalização são fatos geradores de contribuição previdenciária. Releva destacar que parte do lançamento já foi excluída pela decisão de primeira instância. Para as parcelas remanescentes o lançamento deve ser mantido, mesmo porque não há argumentos recursais quanto à matéria fática. Contudo, há que se observar a retroatividade benigna prevista no art. 106, inciso II do CTN. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo mais benéficas para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212, nestas palavras: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3o; e II de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos.” (NR) Fl. 7DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 Desse modo, resta evidenciado, que a conduta de apresentar a GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitava o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo 4º do artigo 32 da Lei n º 8.212 de 1991. Agora, com a Medida Provisória n º 449 de 2009, convertida na Lei n º 11.941, a tipificação passou a ser apresentar a GFIP com incorreções ou omissões, com multa de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. O núcleo do tipo infracional seja na redação anterior à MP n º 449, seja com o novo ordenamento é o mesmo: apresentar a GFIP com erros. A multa será aplicada ainda que o contribuinte tenha pago as contribuições, conforme previsto no inciso I do art. 32 A. Resta demonstrado, assim, que estamos diante de uma obrigação puramente formal, devendo ser aplicada a multa isolada. Não há razão para serem somadas as multas por descumprimento da obrigação principal e da acessória antes da MP n º 449 e após, para verificar qual a mais vantajosa. A análise tem que ser multa por descumprimento de obrigação principal antes e multa por tal descumprimento após; e multa por descumprimento de obrigação acessória antes e após. A análise tem que ser realizada dessa maneira, pois como já afirmado tratase de obrigação acessória independente da obrigação principal. A conduta de não apresentar declaração, ou apresentar de forma inexata, somente se subsumiria à multa de 75%, prevista no art. 44 da Lei n º 9.430, nas hipóteses em que não há penalidade específica para ausência de declaração ou declaração inexata. Para a GFIP, assim como a DCTF e a DIRPF, há multa com tipificação específica; desse modo inaplicável o art. 44. Para a GFIP aplicase o art. 32A da Lei n º 8.212 de 1991. Conforme previsto no art. 44 da Lei n º 9.430, a multa de 75% incidirá sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Desse modo, há três condutas no art. 44 que não precisam ocorrer simultaneamente para ser aplicada a multa. Há a conduta deixar de pagar ou recolher; outra conduta é ausência de declaração, e a outra é a apresentação de declaração inexata. Logicamente, se o contribuinte tiver recolhido os valores devidos antes da ação fiscal, não se aplica a multa de 75% prevista no art. 44 da Lei n º 9.430; mas a despeito do pagamento não declarou em GFIP, é possível a aplicação da multa isolada do art. 32A da Lei n º 8.212. Essa aplicação de multa isolada somente é possível, pelo fato de serem condutas distintas. Agora, se o contribuinte tiver declarado em GFIP não se aplica a multa do art. 44 da Lei n º 9.430, sendo aplicável somente a multa moratória do art. 61 da Lei n º 9430, pois os débitos já estão confessados e devidamente constituídos, sendo prescindível o lançamento. Afinal, a multa do art. 44 da Lei n º 9.430 somente se aplica nos lançamentos de ofício. Desse modo, se o contribuinte tiver declarado em GFIP, mas não tiver pago, o art. 44 da Lei 9.430 não é aplicado pelo fato de o contribuinte não ter recolhido, mas ter declarado; de fato, não se aplica o art. 44 em função de não haver lançamento de ofício, pois o crédito já está constituído pelo termo de confissão que é a GFIP. E nas hipóteses em que o contribuinte não recolhe e não declara em GFIP, há duas condutas distintas: por não recolher o tributo e ser realizado o lançamento de ofício, aplicase a multa de 75%; e por não ter declarado em GFIP a multa prevista no art. 32A da Lei n º 8.212. Como já afirmado, a multa será aplicada ainda que o contribuinte tenha pago as contribuições, conforme previsto no inciso I do art. 32 A. Pelo exposto, é de fácil constatação que as condutas de não recolher ou pagar o tributo e não declarar em GFIP não estão tipificadas no mesmo artigo de lei, no caso o art. 44 da Lei nº 9.430/96. Assim, não há que se falar em bis in idem, tampouco em consunção. Pelo contrário, a lei ao tipificar essas infrações, inclusive em dispositivos distintos, demonstra estar Fl. 8DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37169.004443/200741 Acórdão n.º 230201.506 S2C3T2 Fl. 2.660 9 tratando de obrigações, infrações e penalidades tributárias distintas, que não se confundem e tampouco são excludentes. Logo, não há consistência nos entendimentos que pretendem dispensar a multa isolada, por ter sido aplicada a multa genérica. A Receita Federal do Brasil editou a Instrução Normativa RFB n º 1.027 de 22 de abril de 2010 que assim dispõe em seu artigo 4º: Art. 4º A Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, passa a vigorar acrescida do art. 476A: Art. 476A. No caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos: I até 30 de novembro de 2008, deverá ser aplicada a penalidade mais benéfica conforme disposto na alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), cuja análise será realizada pela comparação entre os seguintes valores: a) somatório das multas aplicadas por descumprimento de obrigação principal, nos moldes do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009, e das aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009; e b) multa aplicada de ofício nos termos do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. II a partir de 1º de dezembro de 2008, aplicamse as multas previstas no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação de que trata este artigo não será feita no caso de entrega de GFIP com atraso, por se tratar de conduta para a qual não havia antes penalidade prevista.? Entendo inaplicável a referida Portaria por ser ilegal. Como demonstrado, é possível a aplicação da multa isolada em GFIP, independentemente de o contribuinte ter pago, conforme dispõe o art. 32A da Lei n º 8.212. Uma vez que a penalidade está prevista em lei, somente quem pode dispor da mesma é o Poder Legislativo, a interpretação da Receita Federal gera a concessão de uma anistia sem previsão em lei. Nesse sentido, o art. 150, parágrafo 6º da Constituição exige lei específica para concessão de anistia. A Portaria também viola o art. 182 do CTN que exige a concessão de anistia por meio de lei. Além de violar, os artigos 32A da Lei n º 8.212 e 44 da Lei n º 9.430. Fl. 9DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 10 Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Entendo que há cabimento do art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN. CONCLUSÃO Pelo exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, para no mérito CONCEDERLHE PROVIMENTO PARCIAL. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991. Também devem ser excluídas as parcelas já atingidas pela fluência do prazo decadencial. É como voto. Marco André Ramos Vieira Fl. 10DF CARF MF Emitido em 16/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10880.035099/96-81
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 1995
VÍCIO FORMAL
É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da autoridade que a expediu.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-001.488
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso.
Nome do relator: Manoel Coelho Arruda Junior
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201104
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 1995 VÍCIO FORMAL É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da autoridade que a expediu. Recurso especial negado.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10880.035099/96-81
anomes_publicacao_s : 201104
conteudo_id_s : 4853516
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Aug 21 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 9202-001.488
nome_arquivo_s : 920201488_108800350999681_201104.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : Manoel Coelho Arruda Junior
nome_arquivo_pdf_s : 108800350999681_4853516.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2011
id : 4746452
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:43:20 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044227393323008
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1113; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10880.035099/9681 Recurso nº 329.633 Especial do Procurador Acórdão nº 920201.488 – 2ª Turma Sessão de 12 de abril de 2011 Matéria ITR Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado NELSON SEMEONI ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 1995 VÍCIO FORMAL É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da autoridade que a expediu. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Elias Sampaio Freire – PresidenteSubstituto (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior Relator EDITADO EM: 06/07/2011 Fl. 1DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por AFONSO ANTONIO DA SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, 15/07/2011 por ELIAS SAMPAIO FR EIRE 2 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire (PresidenteSubstituto), Gonçalo Bonet Allage (VicePresidente Substituto), Giovanni Christian Nunes Campos (Conselheiro convocado), Alexandre Naoki Nishioka (Conselheiro convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco de Assis Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Ronaldo de Lima Macedo (Conselheiro Convocado). Relatório Em 25 de Janeiro de 2006, a então Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes proferiu acórdão n° 30332.736 [fls.34 36], que por maioria de votos, declarou a nulidade da notificação de lançamento carente de identificação. Ementa: Processo administrativo fiscal. Nulidade. Vicio formal. É nula por vicio formal a notificação de lançamento carente de identificação da autoridade que a expediu, requisito essencial, prescrito em lei. Processo que se declara nulo ah initio. Inconformada com a decisão proferida, a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de divergência [fls.39 – 45], com fulcro no art. 5°, II, do Regimento Interno à época. A r. PGFN apresenta como paradigma, para comprovar que o acórdão supracitado esta divergente com o entendimento de outra Câmara, o acórdão de n° 30234.831 proferido pela então Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, cuja a ementa transcrevo. "O auto de infração ou a notificação de lançamento que trata de mais de um imposto, contribuição ou penalidade não é instrumento hábil para exigência de crédito tributário (CTN e processo Administrativo Fiscal assim o estabelecem) e, portanto, não se sujeita às regras traçadas pela legislação de regência. E um instrumento de cobrança dos valores indicados, contra o qual descabe a argüição de nulidade, prevista no art. 59, do Decreto 70.235/72. “• Rejeitada a preliminar de nulidade da notificação de lançamento.” Requer a Fazenda Nacional, o Provimento do presente recurso, a fim de ser cassado o r. acórdão ora recorrido, afastandose a preliminar de nulidade da notificação, para ser proferida outra v. decisão pela i. Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, analisando o mérito do Recurso Voluntário interposto. Em 28 de Abril de 2006, o então Presidente da então Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes acolhendo Informações Técnicas n°142/2006 [fls.55 – 56], proferiu despacho de n°1422006 [fl. 57], dando seguimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional por entender preenchidos os pressupostos de admissibilidade. É o relatório. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por AFONSO ANTONIO DA SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, 15/07/2011 por ELIAS SAMPAIO FR EIRE Processo nº 10880.035099/9681 Acórdão n.º 920201.488 CSRFT2 Fl. 2 3 Voto Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior, Relator O recurso é tempestivo, tendo sido demonstrada a divergência entre as decisões, pressupostos de admissibilidade previstos no Regimento Interno, razão pela qual conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda. Cingese a questão, no caso em destaque, quanto à nulidade de auto de infração carente de identificação da autoridade que a expediu. Tal requisito, qual seja: o nome, o cargo, o número de matrícula e a assinatura do AFTN autuante está previsto no art. 5º, VI da Instrução Normativa nº 94/1997: Art. 5° Em conformidade com o disposto no art. 142 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN) o auto de infração lavrado de acordo com o artigo anterior conterá, obrigatoriamente: [...] VI o nome, o cargo, o número de matrícula e a assinatura do AFTN autuante; Quando carente de identificação do sujeito ativo, a notificação de lançamento será alçada pela nulidade formal como determina o enunciado sumular nº 21 do CARF. Súmula CARF nº 21: É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da autoridade que a expediu.Ante o exposto, voto no sentido de conhecer do recurso da Fazenda Nacional para no mérito negarlhe provimento. Nesse sentido, voto por conhecer do recurso para, no mérito, NEGAR PROVIMENTO. É como voto. (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior Fl. 3DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por AFONSO ANTONIO DA SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, 15/07/2011 por ELIAS SAMPAIO FR EIRE 4 Fl. 4DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por AFONSO ANTONIO DA SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, 15/07/2011 por ELIAS SAMPAIO FR EIRE
score : 1.0
Numero do processo: 10580.720472/2008-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (PAF). RECURSO INTEMPESTIVO.
O recurso interposto após 30 dias, contados da ciência da decisão de primeira instância, não deve ser conhecido pelo Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
RECURSO INTEMPESTIVO. DEFINITIVIDADE DA DECISÃO A QUO É definitiva a decisão de primeira instância quando não interposto recurso
voluntário no prazo legal.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2102-001.681
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não
conhecer do recurso, por perempto.
Matéria: Dedução Indevida de Despesas Médicas
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : Dedução Indevida de Despesas Médicas
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201111
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (PAF). RECURSO INTEMPESTIVO. O recurso interposto após 30 dias, contados da ciência da decisão de primeira instância, não deve ser conhecido pelo Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). RECURSO INTEMPESTIVO. DEFINITIVIDADE DA DECISÃO A QUO É definitiva a decisão de primeira instância quando não interposto recurso voluntário no prazo legal. Recurso Voluntário Não Conhecido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10580.720472/2008-18
anomes_publicacao_s : 201111
conteudo_id_s : 5024316
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Sep 18 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2102-001.681
nome_arquivo_s : 210201681_10580720472200818_201111.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : RUBENS MAURICIO CARVALHO
nome_arquivo_pdf_s : 10580720472200818_5024316.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por perempto.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2011
id : 4748177
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:44:20 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044227483500544
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1564; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T2 Fl. 57 1 56 S2C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.720472/200818 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 210201.681 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 29 de novembro de 2011 Matéria Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Recorrente LUCIA MARIA CUNHA DE SENA Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (PAF). RECURSO INTEMPESTIVO. O recurso interposto após 30 dias, contados da ciência da decisão de primeira instância, não deve ser conhecido pelo Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). RECURSO INTEMPESTIVO. DEFINITIVIDADE DA DECISÃO A QUO É definitiva a decisão de primeira instância quando não interposto recurso voluntário no prazo legal. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por perempto. Assinado digitalmente. Giovanni Christian Nunes Campos Presidente. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 29/12/2011 Fl. 57DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 29/12/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 02/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720472/200818 Acórdão n.º 210201.681 S2C1T2 Fl. 58 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Ausente justificadamente a Conselheira Acácia Sayuri Wakasugi. Relatório Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto o relatório do acórdão de fls. 34 a 38 da instância a quo, in verbis: Trata o processo fiscal de lançamento, gerado após o processamento da Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2007, ano calendário 2006, quando foi apurada infração por Dedução Indevida de Despesas Médicas, no valor de R$ 7.124,00. O lançamento teve origem na constatação de que não havia previsão legal para a dedução do valor de R$ 14.000,00 referentes às notas fiscais emitidas pelo SPA MED SOROCABA CAMPUS (Centro de Endocrinologia de Sorocaba S/C Ltda), pois, segundo a descrição fiscal, tratavam de despesas com hospedagem em “SPA”. Cientificada, a impugnante solicita a revisão do lançamento, argumentando que: foi intimada a apresentar os recibos correspondentes às despesas médicas havidas no ano calendário de 2004 e declaradas na DIRPF; após a apresentação da documentação, recebeu nova notificação, sendolhe informada que os gastos apresentados não foram caracterizados como despesas médicas, tendo em vista se tratarem de despesas com hospedagem em SPA; os documentos apresentados comprovam que a impugnante não estava hospedada, mas, sim, internada no Centro de Endocrinologia de Sorocaba Ltda, submetendose a tratamento médico contra obesidade; que a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a obesidade como doença, cuja evolução acarreta disfunção orgânica generalizada de graves conseqüências, cujo tratamento não tem motivação estética; que há inúmeros julgados, concedendo medidas liminares, reconhecendo o direito de contratantes de palnos de saúde ao internamento médico em SPA´s, para tratamento de obesidade; o próprio documento da Receita Federal do Brasil, estabelecendo o código e descrição da atividade econômica do estabelecimento, deixa claro tratarse de atividade de atendimento hospitalar; relatório médico anexado ao processo comprova que a contribuinte esteve internada no Centro de Endocrinologia de Sorocaba, para tratamento médico de endocrinologia. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 29/12/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 02/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720472/200818 Acórdão n.º 210201.681 S2C1T2 Fl. 59 3 A impugnante invoca, ainda, art. 8o da Lei 9.250/95, incisos I e II e, ao final, requer seja cancelado o lançamento. O julgamento do presente processo pela DRJ/Rio de Janeiro II se dá em face da transferência de competência instituída pela Portaria SRF nº 1472, de 24/09/2008. É o relatório. Diante desses fatos, as alegações da impugnação e demais documentos que compõem estes autos, o órgão julgador de primeiro grau, ao apreciar o litígio, em votação unânime, julgou procedente o lançamento, mantendo o crédito consignado no auto de infração, considerando que os argumentos da recorrente não foram acompanhadas de provas suficientes e fundamentos legais, para desconstituir os fatos postos nos autos que embasaram o lançamento, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 Ementa: DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. A previsão legal de dedução, da base de cálculo do IRPF, de pagamentos efetuados a profissionais médicos e a hospitais não abrange despesas em SPAs, porquanto não qualificado como estabelecimento hospitalar. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões judiciais não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, de fls. 42 a 47, ratificando os argumentos de fato e de direito expendidos em sua impugnação e requerendo pelo provimento ao recurso e cancelamento da exigência. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento de segunda instância administrativa. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. ADMISSIBILIDADE Da análise dos pressupostos de admissibilidade, constatase que o contribuinte tomou ciência do acórdão da DRJ em 19/03/2009, consoante AR de fl. 54 e despacho da DRF de fl. 55 e protocolou, via postagem nos correios, o recurso em 24/04/2009, conforme o carimbo à fl. 42 e despacho da DRF de fl. 51, ou seja: 34 dias depois. O recurso deveria ter sido interposto no prazo máximo de 30 (trinta) dias após a ciência, nos termos do artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Assim, observada a regra de contagem de prazos do art. 5º do PAF, o prazo final foi ultrapassado. Fl. 59DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 29/12/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 02/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720472/200818 Acórdão n.º 210201.681 S2C1T2 Fl. 60 4 Verificase destarte, que a presente reclamação não atende o pressuposto de admissibilidade da tempestividade do recurso voluntário, previsto na legislação que rege o processo administrativo fiscal e, portanto, não deve ser conhecida por este órgão julgador. Posto isso voto por NÃO CONHECER DO RECURSO pela intempestividade na sua apresentação. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 60DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 29/12/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 02/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO
score : 1.0
Numero do processo: 10925.002409/2004-24
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 2000
ITR ILEGALIDADE QUANTO À EXIGÊNCIA DO ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL ADA.
De acordo com o Enunciado de Súmula CARF n° 41 “A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000”. Tal posicionamento deve ser observado por este julgador, conforme determina o artigo 72, § 4°, combinado com o artigo 45, inciso VI, ambos do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-001.478
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso.
Matéria: ITR - ação fiscal - outros (inclusive penalidades)
Nome do relator: Gonçalo Bonet Allage
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : ITR - ação fiscal - outros (inclusive penalidades)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201104
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2000 ITR ILEGALIDADE QUANTO À EXIGÊNCIA DO ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL ADA. De acordo com o Enunciado de Súmula CARF n° 41 “A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000”. Tal posicionamento deve ser observado por este julgador, conforme determina o artigo 72, § 4°, combinado com o artigo 45, inciso VI, ambos do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Recurso especial negado.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10925.002409/2004-24
anomes_publicacao_s : 201104
conteudo_id_s : 4837892
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Aug 21 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 9202-001.478
nome_arquivo_s : 920201478_10925002409200424_201104.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : Gonçalo Bonet Allage
nome_arquivo_pdf_s : 10925002409200424_4837892.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2011
id : 4746465
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:43:20 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044227737255936
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1464; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 1.232 1 1.231 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10925.002409/200424 Recurso nº 337.918 Especial do Procurador Acórdão nº 920201.478 – 2ª Turma Sessão de 12 de abril de 2011 Matéria ITR Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado AGROFLORESTAL TOZZO S.A. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2000 ITR ILEGALIDADE QUANTO À EXIGÊNCIA DO ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL ADA. De acordo com o Enunciado de Súmula CARF n° 41 “A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000”. Tal posicionamento deve ser observado por este julgador, conforme determina o artigo 72, § 4°, combinado com o artigo 45, inciso VI, ambos do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. ELIAS SAMPAIO FREIRE – Presidente em Exercício Gonçalo Bonet Allage Relator EDITADO EM: 18/04/2011 Fl. 1DF CARF MF Emitido em 28/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por GONCALO BONET ALLAGE Assinado digitalmente em 27/04/2011 por GONCALO BONET ALLAGE, 28/04/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.002409/200424 Acórdão n.º 920201.478 CSRFT2 Fl. 1.233 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco Assis de Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Elias Sampaio Freire, Ronaldo Lima de Macedo e Alexandre Naoki Nishioka. Relatório Em face de Agroflorestal Tozzo S.A., CNPJ n° 02.298.006/000112, foi lavrado o auto de infração de fls. 0306, para a exigência de imposto sobre a propriedade territorial rural, exercício 2000, em razão da glosa parcial de área declarada como sendo de preservação permanente e da glosa de área de exploração extrativa, relativamente ao imóvel denominado Fazenda Santo Antonio, situado no município de Passos Maia (SC). Segundo a autoridade lançadora, “No caso da Área de Preservação Permanente, a exclusão da incidência foi limitada à área comprovada com a apresentação do ADA.” (fls. 03). Ás áreas de preservação permanente e de exploração extrativa foram reduzidas, respectivamente, de 308,1 ha para 250,7 ha e de 5,1 ha para 0,0 ha (fls. 40). A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande (MS) considerou o lançamento procedente (fls. 606609, Volume III). Apreciando o recurso voluntário interposto pela contribuinte, a Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes proferiu o acórdão n° 30335.507, que se encontra às fls. 1.1581.164 (Volume VI), cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2000 PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. No exercício de 2000, a exclusão das áreas declaradas como preservação permanente da área tributável do imóvel rural, para efeito de apuração do ITR, não estavam condicionadas ao reconhecimento delas pelo IBAMA ou por órgão estadual competente, mediante Ato Declaratório Ambiental (ADA), e/ ou comprovação de protocolo de requerimento desse ato àqueles órgãos, no prazo de seis meses, contado da data da entrega da declaração, por falta de previsão legal. EXPLORAÇÃO EXTRATIVA Comprovada a efetiva exploração extrativa, com documentos que demonstram a existência de plano de exploração por manejo Fl. 2DF CARF MF Emitido em 28/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por GONCALO BONET ALLAGE Assinado digitalmente em 27/04/2011 por GONCALO BONET ALLAGE, 28/04/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.002409/200424 Acórdão n.º 920201.478 CSRFT2 Fl. 1.234 3 sustentado de floresta em efetiva execução, indevida a glosa da área declarada a esse título. Recurso Voluntário Provido A decisão recorrida, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso voluntário para considerar insubsistente o lançamento. Intimada do acórdão em 05/11/2008 (fls. 1.165, Volume VI), a Fazenda Nacional interpôs, com fundamento no artigo 56, inciso II do Regimento Interno do Conselho de Contribuintes então vigente e no artigo 7°, inciso II, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais então vigente, recurso especial às fls. 1.1701.178, acompanhado dos documentos de fls. 1.1791.192, onde defendeu, basicamente, a necessidade de apresentação tempestiva do ADA para fins de isenção do ITR, trazendo como paradigma o acórdão n° 30236.278. Requereu o provimento do recurso para reformar o acórdão a quo na parte em que dispensa a apresentação do ADA para fins de redução/isenção do ITR. Admitido o recurso por intermédio do Despacho n° 368 (fls. 1.1941.196), a contribuinte foi intimada e, devidamente representado, apresentou contrarrazões às fls. 1.202 1.230, pugnando, fundamentalmente, pela manutenção da decisão recorrida. É o Relatório. Voto Conselheiro Gonçalo Bonet Allage, Relator O Recurso Especial da Fazenda Nacional cumpre os pressupostos de admissibilidade e deve ser conhecido. Reitero que o acórdão proferido pela Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso voluntário apresentado pelo sujeito passivo. A recorrente insurgiuse contra a exclusão da base de cálculo do ITR da área de preservação permanente, alegando que só faz jus a este benefício o contribuinte que tiver apresentado tempestivamente o ADA, o que não se verifica no caso em apreço, indicando como paradigma o acórdão n° 30236.278. Eis a matéria em litígio. Muito se poderia escrever sobre a ausência de amparo legal para a exigência do ADA em momento anterior à alteração promovida no artigo 17O da Lei n° 6.938/81 pela Lei n° 10.165, de 27/12/2000. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 28/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por GONCALO BONET ALLAGE Assinado digitalmente em 27/04/2011 por GONCALO BONET ALLAGE, 28/04/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.002409/200424 Acórdão n.º 920201.478 CSRFT2 Fl. 1.235 4 Até então, apenas Instruções Normativas da Secretaria da Receita Federal veiculavam tal obrigação (IN/SRF n° 43/97, com redação dada pela IN/SRF n° 67/97). No entanto, atualmente, no âmbito do Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF a matéria não comporta maiores digressões. Isso porque no mês de dezembro de 2009, este Tribunal Administrativo aprovou diversas Súmulas e consolidou aquelas aplicáveis no âmbito do extinto e Egrégio Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, sendo que o Enunciado CARF n° 41 tem o seguinte conteúdo: “A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000”. No caso, cumpre reiterar, a exigência envolve o exercício 2000. Por força do que dispõe o artigo 72, § 4°, combinado com o artigo 45, inciso VI, ambos do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, tal enunciado é de adoção obrigatória por este julgador. Nessa ordem de juízos, devo concluir que a decisão recorrida merece ser confirmada. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional. Gonçalo Bonet Allage Fl. 4DF CARF MF Emitido em 28/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/04/2011 por GONCALO BONET ALLAGE Assinado digitalmente em 27/04/2011 por GONCALO BONET ALLAGE, 28/04/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 10935.000484/2003-51
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 24 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue May 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Exercício: 2004
SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. LOTERIAS. LEI N. 10.684/2003. EFICÁCIA RETROATIVA.
0 art. 24 da Lei n. 10.684/2003 não deve ser interpretado retroativamente em vista do disposto no art. 29 da mesma Lei. Ademais, não estão presentes no caso quaisquer das hipóteses do art. 106 do CTN que dispõe sobre a interpretação retroativa da legislação tributária.
Recurso Especial da Fazenda Nacional provido.
Numero da decisão: 9101-001.010
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar
provimento ao recurso.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Antonio Carlos Guidoni Filho
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201105
camara_s : 1ª SEÇÃO
ementa_s : Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Exercício: 2004 SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. LOTERIAS. LEI N. 10.684/2003. EFICÁCIA RETROATIVA. 0 art. 24 da Lei n. 10.684/2003 não deve ser interpretado retroativamente em vista do disposto no art. 29 da mesma Lei. Ademais, não estão presentes no caso quaisquer das hipóteses do art. 106 do CTN que dispõe sobre a interpretação retroativa da legislação tributária. Recurso Especial da Fazenda Nacional provido.
turma_s : 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Tue May 24 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10935.000484/2003-51
anomes_publicacao_s : 201105
conteudo_id_s : 4855616
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Feb 03 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 9101-001.010
nome_arquivo_s : 9101001010_10935000484200351_05_2011.PDF
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : Antonio Carlos Guidoni Filho
nome_arquivo_pdf_s : 10935000484200351_4855616.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Tue May 24 00:00:00 UTC 2011
id : 4746694
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:43:27 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044227910270976
conteudo_txt : Metadados => date: 2011-09-19T13:23:31Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 9; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2011-09-19T13:23:30Z; Last-Modified: 2011-09-19T13:23:31Z; dcterms:modified: 2011-09-19T13:23:31Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; xmpMM:DocumentID: uuid:cded76ce-5924-4b76-9ebe-725d74213f1d; Last-Save-Date: 2011-09-19T13:23:31Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2011-09-19T13:23:31Z; meta:save-date: 2011-09-19T13:23:31Z; pdf:encrypted: false; modified: 2011-09-19T13:23:31Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2011-09-19T13:23:30Z; created: 2011-09-19T13:23:30Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; Creation-Date: 2011-09-19T13:23:30Z; pdf:charsPerPage: 1594; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2011-09-19T13:23:30Z | Conteúdo => CSRF-Tl Fl. 1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo n° 10935.000484/2003-51 Recurso n° 335.343 Especial do Procurador Ado-clan n° 9101-001.010 — la Turma Sessão de 24 de maio de 2011 Matéria SIMPLES - EXCLUSÃO - ATIVIDADE VEDADA Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado LOTÉRICA SÃO PAULO LTDA. Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Exercício: 2004 Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. LOTERIAS. LEI N. 10.684/2003. EFICÁCIA RETROATIVA. 0 art. 24 da Lei n. 10.684/2003 não deve ser interpretado retroativamente em vista do disposto no art. 29 da mesma Lei. Ademais, não estão presentes no caso quaisquer das hipóteses do art. 106 do CTN que dispõe sobre a interpretação retroativa da legislação tributária. Recurso Especial da Fazenda Nacional provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Otacilio D r residente. a Antonio Car Car idoni ilho - Relator. Editado em: 12 SET 2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacilio Dantas Cartaxo (Presidente), Claudemir Rodrigues Malaquias, Valmir Sandri, Viviane Vidal Wagner, Karem Jureidini Dias, Alberto Pinto Souza Junior, João Carlos de Lima Junior, Antonio Carlos Guidoni Filho, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz e Susy Gomes Hoffmann. Relatório Com base no permissivo do Regimento Interno desta Corte Administrativa, a Fazenda Nacional interpõe recurso especial em face de acórdão proferido pela extinta Terceira Camara do Terceiro Conselho de Contribuintes, que, por maioria de votos, deu provimento ao recurso voluntário do contribuinte, conforme ementa abaixo transcrita: "ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Data do fato gerador: 28/01/2003 Ementa: SIMPLES. LOTERIAS. ATIVIDADE PERMITIDA. RESTABELECIMENTO DA OPÇÃO COM EFEITOS RETROATIVOS ii DATA DA OPÇÃO ORIGINAL. Para o caso de casa lotérica excluída do SIMPLES exclusivamente por decorrência do disposto no inciso XIII do art. 9° da Lei 9.317/96. em face da nova norma permissiva, pela qual passou a ser atividade expressamente admitida a partir da nova redação dada ao and° da Lei 10.034/00 pela Lei 10.684/2003. deve ser a reinclusii o retroativa ao SIMPLES, cujo procedimento, por analogia, deve seguir o mesmo rito determinado expressamente pelos §§1°, 2° e 3° do art.4° da Lei 10.964/04. devendo, neste caso, ser a reinclusão retroativa a data da opção original da empresa pelo SIMPLES, em 28 08 1997". 0 caso foi assim relatado pela Camara recorrida, verbis: A interessada foi excluída do SIMPLES mediante o ato declaratorio executivo (ADE) n°201/2003 expedido pela DRE/Cascavel, com efeitos a partir de 01.11 .2000. A causa da exclusão foi o exercício de atividade impedida, qual seja a de serviços comissionados — casa lotérica, que representava infração ao disposto no inciso XVI do art. 9° da Lei 9.317/96. A interessada apresentou a SRS, mas a autoridade administrativa manteve a exclusão por meio do despacho decisório de fls. 60/61. Inconformada, a interessada apresentou tempestiva impugnação ás fls.64/66, onde em resumo pede sua permanência no SIMPLES com base no disposto no art.20. XII, parag. 9°, da IN SRF 355/2003. A DRI/Curitiba, por sua Turma, por unanimidade, decidiu indeferir o pedido, conforme se vê ás fls.69/72, na qual apresentou, em resumo, as seguintes razões principais: 1. A IN SRF 355/2003 somente foi editada após o advento da Lei 10.684, de 30.05.2003. A norma anteriormente vigente disposta no inciso XIII do artz9° da lei 9.317/96 assinalava o impedimento de opção pelo SIMPLES por prestadoras de serviços profissionais de corretor e representante comercial. 0 Parecer Normativo CST 80/76 caracterizava as casas de recepção de apostas da Loteria 2 Processo n° 10935.000484/2003-51 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-001.010 Fl. 2 Esportiva como assemelhada a representante comercial com intermediageio de operações por conta de terceiros. 2. 0 mesmo entendimento foi corroborado através do BC 55/97, segundo o qual as casas lotéricas exerciam atividade assemelhada 6 de representação comercial e corretagem. 3. Este entendimento perdurou até a edição da Lei 10.684, de 30.05.2003, quando a atividade de agencia !Nódoa foi excetuada da restrição pelo art.24, permitindo-se a partir de então a inclusão no SIMPLES ou seja, a partir de 01.01.2004, já que a opção deve ser exercida no inicio do exercido' A vigência da norma nova, veiculada no ar t.24, se deu a partir de 31.05.2003 (data da publicação no DOU). No art. 29 da mesma lei se estabeleceu que alguns de seus dispositivos retroagiriam e que outros só vigorariam no futuro, mas o art.24 somente entrou em vigor na data de publicação da Lei. 4. t importante salientar que a opção de tributação eleita pela pessoa jurídica deve prevalecer para todo o ano- calendário, o que significa que o contribuinte neste caso só pode aderir ao SIMPLES a partir de 01.01.2004, e assim não há como acolher o pedido de desconsideração do ADE de exclusão para manter a empresa no SIMPLES desde sua opção inicial sem solução de continuidade. Irresignada a interessada apresentou o tempestivo recurso voluntário de fls.79/82, no qual reapresenta as mesmas razões articuladas na fase de impugnação, insistindo principalmente nos seguintes aspectos: A) IN SRF 355/2003, ao tratar das vedações ao SIMPLES, em seu art.20, XVIII §9° especifica que o disposto no inciso XII não se aplica 6 atividade de agência lotérica. Ora, no ADE de exclusão atacado o enquadramento legal apontou a vedação disposta no art.9, XIII, da Lei 9.317/96, cujo texto é exatamente o mesmo constante do art 20, XII, da IN SRF 355/03. b) A referida IN SRF elimina qualquer dúvida quanto a ser a atividade de agencia lotérica de alguma forma semelhante a corretagem ou representação comercial. c) A atividade desenvolvida não é serviço comissionado. Os bilhetes de loteria são tabelados, adquiridos por determinado preço e revendido por outro também tabelado. As remunerações recebidas das respectivas Companhias em decorrência da recepção de cotas de água, luz e telefone, são feitas por unidade e não por comissão. Assim, mesmo antes do advento da Lei 10684/03 não havia impedimento legal a esta atividade. Na verdade a ora recorrente não representa nenhuma outra empresa e nem consigna bens ou valores para outrem, apenas adquire bens e os revende, ou ainda, recebe valores para 3 outrem mediante pagamento de quantia de valor liquido e certo. d) t surpreendente que justamente quando a Lei 10.684/03 vem para colocar termo em qualquer discussão acerca da matéria que aqui se discute, a decisão recorrida insista em decidir de forma ilegal e abusiva. A referida lei exclui expressamente da vedação ao SIMPLES a atividade de agencia lotérica, e) Os nossos tribunais também vêm decidindo que esta atividade não estava vedada ao SIMPLES. Além do mais, é principio geral de direito tributário que a legislação deve ser interpretada de forma mais benéfica ao contribuinte, e considerando ainda o principio da legalidade, deve ser completamente vedada a interpretação extensiva e analógica para excluir beneficio da interessada conforme pretendeu a decisão recorrida. f) A exclusão se baseou no art.9° da Lei 9.779/96 conforme registrou o ADE 201/2003, tendo operado com base em semelhança inexistente e arbitrária, com infração ao p. da legalidade. Outrossim, há que se reconhecer a retroatividade da lei mais benéfica ao contribuinte, pois tal desconsideração ofenderia a própria noção do contrato social estabelecido na Constituição. g) Por fim, ainda se houvesse alguma irregularidade,seria inadmissível a retroação dos efeitos da exclusão. Devem ser repudiados a retroação da lei mais maléfica e o não reconhecimento da retroatividade mais benéfica. Pede que seja cancelado o ADE de exclusão para se manter a recorrente enquadrada no SIMPLES sem solução de continuidade. E o Relatório." 0 acórdão acima ementado deu provimento ao recurso voluntário para cancelar o ato declaratório de exclusão do Contribuinte no SIMPLES. Segundo o acórdão, os contribuintes que exercem atividades de casas lotéricas deveriam ser re -incluídos retroativamente no Simples em virtude do disposto no art. 1 0 da Lei n. 10.034/2000, com redação dada pela Lei n. 10.684/2003, e a aplicação analógica do procedimento de que trata o art. 24 da Lei n. 10.964/2004. Em sede de recurso especial, argüi a Fazenda Nacional contrariedade do acórdão recorrido A lei e A prova dos autos, sob o fundamento de que não seria legitima a atribuição de efeitos retroativos A Lei n. 10.684/2003 para permitir a manutenção de empresas que se dedicam As atividades de agencias lotéricas antes de 30.05.2003. 0 recurso especial foi admitido pelo Sr. Presidente do Colegiado a quo (Despacho n. 009/2008 (fls.102/103)), ante a potencial contrariedade do acórdão recorrido A citada lei. A Contribuinte apresentou contra-razões. É o relatório. 4 Processo n° 10935.000484/2003-51 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101 -001.010 Fl. 3 Voto Conselheiro Antonio Carlos Guidoni Filho, Relator 0 recurso especial é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. Cinge-se a discussão em saber se é legitima a atribuição de efeitos retroativos a dispositivo da Lei n. 10.684/2003 - (que excetuou do rol de atividades vedadas ao Simples aquelas inerentes as agências lotéricas) - para permitir o cancelamento do ato de exclusão da Contribuinte do Simples praticado antes da edição de citada norma. Com a devida vênia ao asseverado pelo acórdão recorrido, parece-me que a resposta é negativa. Assim dispõe o art. 24 da Lei n. 10.684/2003, verbis: Art. 24. Os arts. 1' e 2" da Lei n" 10.034, de 24 de outubro de 2000, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 1 ° Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 90 da Lei re- 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente as seguintes atividades: I — creches e pré-escolas; II — estabelecimentos de ensino fundamental; III — centros de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; IV— agências lotéricas; V— agências terceirizadas de correios; VI— (VETADO) VII— (VETADO)" (NR) Citada legislação apenas entrou em vigor na data de sua publicação, ou seja, em 31.05.2003, conforme disposto expressamente em seu art. 29, verbis: Art. 29. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos: I — em relação ao art. 17, a partir de 1' de janeiro de 2003; II — em relação ao art. 25, a partir de 1" de fevereiro de 2003; III - em relação aos arts. 18, 19, 20 e 22 a partir do ?Wes subseqüente ao do termo final do prazo nonagesimal, a que refere o .5 6° do art. 195 da Constituição Federal. 5 Diante de tal dispositivo, parece-me que o legislador não pretendeu conferir efeitos retroativos à norma sob exame. De fato, além de não conter qualquer prescrição nesse sentido (o que seria de rigor para atribuir efeitos passados ao texto da lei), o art. 29 da Lei n. 10.684/2003 preocupou-se em estabelecer expressamente que alguns dos artigos desta Lei teriam efeitos retroativos e outros teriam apenas efeitos futuros, determinando-se a vigência imediata e prospectiva aos demais dispositivos. Nos expressos termos da Lei n. 10.684/2003, o artigo 24 da Lei entrou em vigor apenas em 31.05.2003. A Lei n. 10.964/04 não infirma o entendimento supra, mas, ao contrário, o confirma. Ao excepcionar outras atividades do rol de operações proibitivas da opção da pessoa jurídica pelo Simples, o legislador naquela oportunidade fez expressa menção à retroatividade dos efeitos dos dispositivos legais, conforme se constata do art. 4°, § 1 ° a § 3 da Lei, o que não ocorre com a Lei n. 10.684/2003. Verbis: Art. 4' Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 90 da Lei n° 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem as seguintes atividades: (Redação dada pela Lei n° 11.051, de 2004) I — serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus e outros veículos pesados; (Redação dada pela Lei n° 11.051, de 2004) II — serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores;(Redação dada pela Lei n° 11.051, de 2004) III — serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; (Redação dada pela Lei n° 11.051, de 2004) IV — serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; (Redação dada pela Lei n° 11.051, de 2004) V — serviços de manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos. (Redação dada pela Lei n° 11.051, de 2004) § 1° Fica assegurada a permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte — SIMPLES, com efeitos retroativos it data de opção da empresa, das pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham feito a opção pelo sistema em data anterior a publicação desta Lei, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. (Redação dada pela Lei n° 11.051, de 2004) § 2°- As pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham sido excluídas do SIMPLES exclusivamente em decorrência do disposto no inciso XIII do art. 9° da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, poderão solicitar o retorno ao sistema, com efeitos retroativos a data de opção desta, nos termos, prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal — SRF, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. (Redação dada pela Lei n°11.051, de 2004) 6 Antonio i Filho - Relator Por tais fundamentos, v interposto pela Fazenda Nacio to no sentido de conhecer do recurso especial erito, dar-lhe provimento. Processo n° 10935.000484/2003-51 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-001.010 Fl. 4 § 3' Na hipótese de a exclusão de que trata o § 2' deste artigo ter ocorrido durante o ano-calendário de 2004 e antes da publicação desta Lei, a Secretaria da Receita Federal — SRF promoverá a reinclusd o de oficio dessas pessoas jurídicas retroativamente a data de op cão da empresa. (Redação dada Dela Lei n° 11.051, de 2004) § 4' Aplica-se o disposto no art. 2° da Lei no 10.034, de 24 de outubro de 2000, a partir de 1" de janeiro de 2004. Entendo não ser possível a aplicação de analogia para interpretação da Lei n. 10.684/2003, pois esta é cabível apenas nas hipóteses em que não haja disposição legal expressa sobre o tema (CTN, art. 108), o que não me parece ser o caso em virtude dos fundamentos acima mencionados e, principalmente, a literalidade do art. 29 da Lei n. 10.684/2003. Diga-se, por fim, não ser possível atribuir efeitos retroativos à Lei n. 10.684/2003, porquanto não está presente qualquer das hipóteses de retroatividade da lei tributária prevista no art. 106 do CTN. De fato, a citada Lei (i) não é expressamente interpretativa (CTN, art. 106, I); (ii) não deixou de definir como infração ato assim estabelecido na legislação anterior (CTN, art. 106, II, a); (iii) não trata de ato que teria deixado de ser contrário a qualquer exigência de ação ou omissão sem repercussão no pagamento dos tributos devidos (CTN, art. 106, III, b) e (iv) não cominou a determinado ato pena menos severa do que aquela prevista na lei vigente ao tempo da sua prática (CTN, art. 106, II, c). 7
score : 1.0
Numero do processo: 10166.720502/2010-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Data do fato gerador: 29/03/2010
CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA ARTIGO ART. 11, §3º E 4º DA LEI N ° 8.218/1991 C/C ART. 12, II, PARÁGRAFO ÚNICO DA MESMA LEI ARQUIVOS DIGITAIS INCOMPLETOS.
A empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico de dados para o registro de negócios e atividades econômicas, escrituração de livros ou produção de documentos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária é obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados, os respectivos sistemas e arquivos, em meio digital ou assemelhado, durante 5
anos, à disposição da .fiscalização.
A exigibilidade dos arquivos está prevista no art. 11, §§1 0 , 3 0 e 40 da Lei n° 8.218, de 29/08/1991 e Art. 8 0 da Lei 10.666/2003, e deverão ser apresentados de acordo com o leiaute definido no Manual Normativo de Arquivos Digitais MANAD,
versão 1.0.0.1, aprovado pela Portaria MPS/SRP n° 58, de 28/01/2005 e, a partir de 01/06/2006, no Manad Versão 1.0.0.2, aprovado pela IN MPS/SRP no 12, de 20/06/2006.
A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária.
Ao deixar de apresentar informações em meio digital correspondentes aos registros de seus negócios e atividades econômicas ou financeiras, livros ou documentos de natureza contábil e fiscal com omissão ou incorreção de informações, conforme dispositivo legal infringido.
Conforme descrito no relatório fiscal, fl. 6 a 13, observou a autoridade fiscal que os arquivos apresentados apresentaram omissões no item K250 (metre de folha), cujos valores da remuneração encontravam-se zerados e no item K300 (itens de folha) cujos valores dos proventos estavam clarificados como
desconto.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Data do fato gerador: 29/03/2010
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA FALTA
DE RELATÓRIOS NO CDR NÃO COMPROVAÇÃO DO ALEGADO.
Conforme destacado pela autoridade julgadora, a empresa não trouxe aos autos o CD_R para demonstrar a falta de relatórios, nem tampouco fez qualquer solicitação a Delegacia da Receita nete sentido.
AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL SEGURADOS EMPREGADOS AFERIÇÃO INDIRETA NULIDADE DA AUTUAÇÃO CERCEAMENTO
DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES.
Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente no relatório fiscal da infração e da multa aplicada.
TRABALHO DO AUDITOR ATIVIDADE VINCULADA
Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2401-002.090
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar as preliminares de nulidade suscitadas; e II) no mérito, negar provimento ao recurso.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201110
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 29/03/2010 CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA ARTIGO ART. 11, §3º E 4º DA LEI N ° 8.218/1991 C/C ART. 12, II, PARÁGRAFO ÚNICO DA MESMA LEI ARQUIVOS DIGITAIS INCOMPLETOS. A empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico de dados para o registro de negócios e atividades econômicas, escrituração de livros ou produção de documentos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária é obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados, os respectivos sistemas e arquivos, em meio digital ou assemelhado, durante 5 anos, à disposição da .fiscalização. A exigibilidade dos arquivos está prevista no art. 11, §§1 0 , 3 0 e 40 da Lei n° 8.218, de 29/08/1991 e Art. 8 0 da Lei 10.666/2003, e deverão ser apresentados de acordo com o leiaute definido no Manual Normativo de Arquivos Digitais MANAD, versão 1.0.0.1, aprovado pela Portaria MPS/SRP n° 58, de 28/01/2005 e, a partir de 01/06/2006, no Manad Versão 1.0.0.2, aprovado pela IN MPS/SRP no 12, de 20/06/2006. A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. Ao deixar de apresentar informações em meio digital correspondentes aos registros de seus negócios e atividades econômicas ou financeiras, livros ou documentos de natureza contábil e fiscal com omissão ou incorreção de informações, conforme dispositivo legal infringido. Conforme descrito no relatório fiscal, fl. 6 a 13, observou a autoridade fiscal que os arquivos apresentados apresentaram omissões no item K250 (metre de folha), cujos valores da remuneração encontravam-se zerados e no item K300 (itens de folha) cujos valores dos proventos estavam clarificados como desconto. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 29/03/2010 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA FALTA DE RELATÓRIOS NO CDR NÃO COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. Conforme destacado pela autoridade julgadora, a empresa não trouxe aos autos o CD_R para demonstrar a falta de relatórios, nem tampouco fez qualquer solicitação a Delegacia da Receita nete sentido. AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL SEGURADOS EMPREGADOS AFERIÇÃO INDIRETA NULIDADE DA AUTUAÇÃO CERCEAMENTO DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES. Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente no relatório fiscal da infração e da multa aplicada. TRABALHO DO AUDITOR ATIVIDADE VINCULADA Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10166.720502/2010-00
anomes_publicacao_s : 201110
conteudo_id_s : 4801465
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jul 26 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 2401-002.090
nome_arquivo_s : 2401002090_10166720502201000_201110.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA
nome_arquivo_pdf_s : 10166720502201000_4801465.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar as preliminares de nulidade suscitadas; e II) no mérito, negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2011
id : 4745703
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:42:58 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044228590796800
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2380; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 9.654 1 9.653 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.720502/201000 Recurso nº 000.000 Voluntário Acórdão nº 240102.090 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de outubro de 2011 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Recorrente AGROPECUÁRIA VALE DO ARAGUAIA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 29/03/2010 CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA ARTIGO ART. 11, §3º E 4º DA LEI N ° 8.218/1991 C/C ART. 12, II, PARÁGRAFO ÚNICO DA MESMA LEI ARQUIVOS DIGITAIS INCOMPLETOS. A empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico de dados para o registro de negócios e atividades econômicas, escrituração de livros ou produção de documentos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária é obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados, os respectivos sistemas e arquivos, em meio digital ou assemelhado, durante 5 anos, à disposição da .fiscalização. A exigibilidade dos arquivos está prevista no art. 11, §§1 0 , 3 0 e 40 da Lei n° 8.218, de 29/08/1991 e Art. 8 0 da Lei 10.666/2003, e deverão ser apresentados de acordo com o leiaute definido no Manual Normativo de Arquivos Digitais MANAD, versão 1.0.0.1, aprovado pela Portaria MPS/SRP n° 58, de 28/01/2005 e, a partir de 01/06/2006, no Manad Versão 1.0.0.2, aprovado pela IN MPS/SRP no 12, de 20/06/2006. A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. Ao deixar de apresentar informações em meio digital correspondentes aos registros de seus negócios e atividades econômicas ou financeiras, livros ou documentos de natureza contábil e fiscal com omissão ou incorreção de informações, conforme dispositivo legal infringido. Conforme descrito no relatório fiscal, fl. 6 a 13, observou a autoridade fiscal que os arquivos apresentados apresentaram omissões no item K250 (metre de folha), cujos valores da remuneração encontravamse zerados e no item K300 Fl. 9654DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL 2 (itens de folha) cujos valores dos proventos estavam clarificados como desconto. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 29/03/2010 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA FALTA DE RELATÓRIOS NO CDR NÃO COMPROVAÇÃO DO ALEGADO. Conforme destacado pela autoridade julgadora, a empresa não trouxe aos autos o CD_R para demonstrar a falta de relatórios, nem tampouco fez qualquer solicitação a Delegacia da Receita nete sentido. AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL SEGURADOS EMPREGADOS AFERIÇÃO INDIRETA NULIDADE DA AUTUAÇÃO CERCEAMENTO DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES. Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente no relatório fiscal da infração e da multa aplicada. TRABALHO DO AUDITOR ATIVIDADE VINCULADA Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar as preliminares de nulidade suscitadas; e II) no mérito, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Igor Araujo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 9655DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL Processo nº 10166.720502/201000 Acórdão n.º 240102.090 S2C4T1 Fl. 9.655 3 Relatório O presente Auto de Infração de obrigação acessória, lavrado sob n. 37.253.3965, em desfavor da recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 11, §3º e 4º da Lei n ° 8.218/1991 c/c art. 12, II, parágrafo único da mesma lei. Segundo a fiscalização do INSS, a recorrente deixou de apresentar informações em meio digital correspondentes aos registros de seus negócios e atividades econômicas ou financeiras, livros ou documentos de natureza contábil e fiscal com omissão ou incorreção de informações, conforme dispositivo legal infringido, no período de 01/2005 a 12/2006. No caso concreto, conforme descrito no relatório fiscal, fl. 6 a 13. Observou a autoridade fiscal que os arquivo apresentados apresentaram omissões no item K250 (metre de folha), cujos valores da remuneração encontravamse zerados e no item K300 (itens de folha) cujos valores dos proventos estavam clarificados como desconto. Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 29/03/2010, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 05/04/2010. Não conformada com a autuação a recorrente apresentou impugnação, fls. 9620 a 9629. Foi exarada a DecisãoNotificação DN que confirmou a procedência do lançamento, fls. 9631 a 9635. Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso pela notificada, conforme fls. 9639 a 9651, contendo em síntese os mesmo argumentos da impugnação, porém estabelecendo que a autoridade julgadora não julgou todos os argumentos trazidos, cerceando o direito de defesa. 1. –que não foram apreciadas na decisão de primeira instância as preliminares de nulidade suscitadas o que importa cerceamento do direito de defesa. 2. A autoridade fiscal, por ser da carreira fazendária deixou de decidir com isenção. 3. A defesa apresentada pautouse apenas em questão de direito, entretanto a decisão alega a falta de prova, mas a presunção de veracidade do ato administrativo não autoriza a inobservância das regras de tributação e do lançamento tributário. A autoridade deveria em sua réplica se opor aos argumentos da autuada, caracterizando vício de consentimento. 4. Preliminarmente, o auto de infração é ato incompleto, insuficiente para produzir os efeitos jurídicos de onerosidade ao contribuinte; 5. que, apesar de mencionados como anexo, faltaram os relatórios DAD, RDA, RADA, DAL e Vínculos, bem como o relatório de anexos descritos no CDR; Fl. 9656DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL 4 6. não há especificação concisa e precisa dos fatos geradores, bem como falta a tipificação do fato gerador do mês e ano de competência, nem descrição do fato econômico que deu causa a lavratura, nem tipificação do fato gerador. 7. –a menção dos anexos não supre a essência do auto acima, pois os 3 que vieram são genéricos. 8. O auto levou em consideração dado levantados em inquérito judicial, assim o ato fiscal ficou contaminado com dados e conclusões levantados por autoridade que não tem competência para agir em nome da fazenda pública. A atividade do lançamento é indelegável. 9. Inexiste o fato gerador do tributo questionado, portanto sem fato gerador não há obrigação tributária, tal afirmativa decorre da disposição do CTN. Nada mais existe além da suposição de fatos geradores, são meros indícios que geraram conclusões precipitadas 10. Impossível é o agente público, de forma subjetiva ou isoladamente criar um novo fato gerador do tributo fundado apena em indícios, não superando as fases da investigação da materialidade tributária. 11. A fases do Processo Tributário foram atropeladas ou preteridas ao não cumprir a diligência fiscal completamente, pois o lançamento buscou a suposta materialidade tributária apenas em dados supostamente existente em outro processo. 12. faz inserção de comentários ao relatório fiscal, como: deixou o autuante de apurar as diferenças de imposto suplementar; pode ocorrer que algum funcionário favorecido não tenha o seu nome na GFIP; se alguma remuneração não constava da base de cálculo da Guia, caberia o questionamento à autuada; que a autuada não recebeu nenhuma reclamação para se sanar eventuais defeitos de gravação; se houve alguma omissão no percurso da fiscalização e a autuada não foi questionada, por certo houve um erro de procedimento, tal fato é imputado ao trabalho fiscal fora do ambiente da autuada; 13. o anexo XI se confunde com o anexo X, e o anexo VII não foi dado a conhecimento da autuada, assim houve cerceamento de defesa; 14. que a documentação apreendida não conclui se tratar de “pagamento por fora”, e que as reclamatórias trabalhistas favorecem os empregados e levam as empresas a empregar menos; 15. que os documentos apreendidos são insuficientes para constituir fato gerador das obrigações previdenciárias, e se amparam em indícios; 16. que os anexos II, III, VIII não foram dados a conhecimento da autuada, caracterizando cerceamento de defesa; solicita que tais anexos sejam desconsiderados ou dados a conhecimento da autuada; 17. que a Representação Fiscal tratase de ato de opressão perante a empresa; 18. que a fundamentação legal não foi dada a conhecimento da autuada, bem como os relatórios mencionados em anexo não foram dados a conhecimento da autuada, alías são tantos relatórios que um se confunde com outro; 19. que uma mídia digital não constitui elemento de prova, pois ainda não chegamos a essa evolução processual; Fl. 9657DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL Processo nº 10166.720502/201000 Acórdão n.º 240102.090 S2C4T1 Fl. 9.656 5 20. requer a nulidade do AI, bem como a insubsistência dos seus efeitos, inicialmente pelas preliminares, e se estas foram superadas sejam admitidas as razões de mérito para desconstituir o lançamento. 21. Alega que nada procedeu irregularmente, tendo em vista que procedeu a validação dos arquivos, o que deduz do enredo é que o operador da mídia ou o próprio programa pode ter produzido informações incompletas, nada que o recorrente tenha dado causa. A DRFB encaminhou o processo para julgamento no âmbito do CARF. É o relatório. Fl. 9658DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL 6 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 9652. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES: DA NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Com relação a alegação de que a autoridade julgadora, não apreciou devidamente o feito, ignorando os argumentos de nulidade apresentados, ressalto que a Decisão Notificação enfrentou as alegações, sendo desnecessário apreciar uma a uma, quando afastadas as alegações em conjunto. O fato de não ter a autoridade julgadora acatado as alegações do impugnante, de forma alguma, descreve a nulidade da decisão, quando se identifica a apreciação dos fatos e questões de direito suscitadas. NULIDADE PELA FALTA DOS RELATÓRIOS ANEXOS AO AUTO DE INFRAÇÃO Assim como já mencionado pela autoridade julgadora, não apresentou o recorrente, elementos de prova de que os relatórios fiscais não constavam do CDR entregue e autenticado no momento da entrega. Em havendo cerceamento do direito de defesa, pela não entrega de documentos que compõem o auto de infração, competiria a empresa autuada, demonstrar, ou mesmo apresentar dito CDR perante a autoridade da DRFB no intuito de que, em demonstrando a alegada falta, mas não apenas alegar. Dessa forma, não há como acatar a nulidade pretendida de cerceamento do direito de defesa. NÃO DISCRIMINAÇÃO CORRETA DOS FATOS GERADORES Alegando ainda nulidade, argumenta o recorrente que a falta de motivação para apuração do fatos geradores, sendo que a empresa alega que não realizava qualquer pagamento por fora, mantendose regular perante a previdência social, também é ineficaz para refutar o lançamento. Entendeu o recorrente que o auditor pautouse em considerações de inquérito judicial que não demonstra a realidade contaminandose em documentos que não os pertinentes ao processo administrativo. Quanto as ditas alegações, em primeiro lugar cumprenos destacar que o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não havendo, pois, nulidade por cerceamento de defesa, conforme alegado pela recorrente. Destacase como passos necessários a realização do procedimento: Ø autorização por meio da emissão do Mandato de Procedimento Fiscal – MPF F e complementares, com a competente designação do auditor fiscal responsável pelo cumprimento do procedimento; Ø intimação para a apresentação dos documentos conforme Termos de Intimação para Apresentação de Documentos – TIAD, intimando o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de Fl. 9659DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL Processo nº 10166.720502/201000 Acórdão n.º 240102.090 S2C4T1 Fl. 9.657 7 comprovar o cumprimento da legislação previdenciária, inclusive solicitando esclarecimentos sobre diversos pontos apurados durante o procedimento quanto a não contabilização de valores. Ø autuação dentro do prazo autorizado pelo referido mandato, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores e fundamentação legal que constituíram a lavratura do auto de infração ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes. Neste sentido, as alegações de que o procedimento não poderia prosperar por não ter a autoridade realizado a devida indicação dos motivos que ensejaram a autuação, valendose de documentos externos e conclusões de autoridades incompetentes para apurar o crédito tributário, entendo que razão não assiste ao recorrente. Apesar de o procedimento tomar por base denúncia do Ministério Público do Trabalho, é relevante o fato que a constatação de que os documentos e registros efetuados pela empresa não demonstravam a totalidade dos fatos geradores deuse por documentos apreendidos na própria empresa, ou seja, não foram pautados em considerações de terceiros. Quanto a isso nada falou o recorrente para desconstituir as provas apresentadas, alegando tão somente que não passam de indícios incapazes de demonstrar a ocorrência do fato gerador. Observamos que o relatório fiscal da infração, associado ao demais relatórios que compõem o AI demonstram com detalhes as competências e o fatos geradores apurados, tendo o relatório fiscal detalhado de forma satisfatória todos os motivos que levaram a autoridade fiscal a valerse da aferição para apuração dos valores devidos. Assim, primeiramente descreveu a autoridade as irregularidades quanto ao pagamento de valores por fora da folha, conforme descrito em reclamatórias trabalhistas e documentos apurados pelo MPT, e que foram repassados para autoridade fiscal apreciar. Ao contrário do entendimento do recorrente, a falta de contabilização de valores, e a identificação de outros meio de pagamento de salários cadernetas, levaram a autoridade fiscal, a considerar parâmetros para que se apure a mão de obra, capaz de refletir o movimento real da empresa. Neste caso, perfeitamente aceitável não apenas a aferição, como também entendo plenamente cabível a inversão do ônus da prova. Notese que não se trata de contabilização de valores pela empresa, que acabaram desconstituídos pela autoridade fiscal. Pelo contrário, a autoridade fiscal constatou diversas omissões contábeis da empresa, solicitando esclarecimentos, contudo, simplesmente apresentou a empresa defesa e recurso, sem demonstrar com elementos probatórios suas alegações. Entendo que competiria a empresa demonstrar que efetivamente registrava todos o valores pagos por meio das cadernetas, mas apenas promoveu alegações, sem qualquer elemento de prova. Oras, o registro contábil dos fatos da empresa, é que servirá como meio hábil a comprovar o fiel cumprimento da legislação previdenciária. Não se trata aqui de mera obrigação acessória, posto que o desrespeito a contabilização de todos os fato geradores, é quelevou ao descrédito de todo o procedimento da empresa. Assim, por ser a atividade do auditor vinculada e havendo indícios de ausência de contabilização de mão de obra, compete a autoridade fiscal, lançar o que entende devido, é claro que dentro de parâmetros descritos pelas normas da previdência social. Assim, prescreve o artigo 33, §§ 1°c 6° da Lei n°8.212/1991: " Art. 33. (.) Fl. 9660DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL 8 § I° É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio dos AuditoresFiscais da Receita Federal do Brasil, o exame da contabilidade das empresas, ficando obrigados a prestar todos os esclarecimentos e informações solicitados o segurado e os terceiros responsáveis pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e das contribuições devidas a outras entidades e fundos. (Redação dada pela Lei n°11.941, de 2009). § 6° Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova, em contrário." (grifei). Simplesmente alegar, sem demonstrar a ausência de pagamentos, ou mesmo que os mesmos foram devidamente registrados e recolhidos não é suficiente para refutar o lançamento. Ademais, não compete ao auditor fiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, ou a auência de contabilização do movimento real da empresa, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Superadas as preliminares, passo ao exame do mérito DO MÉRITO O procedimento adotado pelo AFPS na aplicação do presente autode infração seguiu a legislação previdenciária, conforme fundamentação legal descrita. Quanto ao mérito conforme prevê o do art. 11, § 3º e 4 º da Lei n ° 8.218/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 12, II da Lei 8.218/91, a empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico de dados para o registro de negócios e atividades econômicas, escrituração de livros ou produção de documentos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária é obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados, os respectivos sistemas e arquivos, em meio digital ou assemelhado, durante 5 anos, à disposição da .fiscalização. Conforme descrito no relatório fiscal a exigibilidade destes arquivos pelo fisco está prevista no art. 11, §§1 0 , 3 0 e 40 da Lei n° 8.218, de 29/08/1991 e Art. 8 0 da Lei 10.666/2003, e deverão ser apresentados de acordo com o leiaute definido no Manual Normativo de Arquivos Digitais MANAD, versão 1.0.0.1, aprovado pela Portaria MPS/SRP n° 58, de 28/01/2005 e, a partir de 01/06/2006, no Manad Versão 1.0.0.2, aprovado pela IN MPS/SRP no 12, de 20/06/2006. Fl. 9661DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL Processo nº 10166.720502/201000 Acórdão n.º 240102.090 S2C4T1 Fl. 9.658 9 Art. 11. As pessoas jurídicas que utilizarem sistemas de processamento eletrônico de dados para registrar negócios e atividades econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal, ficam obrigadas a manter, à disposição da Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos digitais e sistemas, pelo prazo decadencial previsto na legislação tributária. § 1º A Secretaria da Receita Federal poderá estabelecer prazo inferior ao previsto no caput deste artigo, que poderá ser diferenciado segundo o porte da pessoa jurídica. § 3º A Secretaria da Receita Federal expedirá os atos necessários para estabelecer a forma e o prazo em que os arquivos digitais e sistemas deverão ser apresentados. § 4º Os atos a que se refere o § 3o poderão ser expedidos por autoridade designada pelo Secretário da Receita Federal. Art. 12 A inobservância do disposto no artigo precedente acarretará a imposição das seguintes penalidades: II multa de cinco por cento sobre o valor da operação correspondente, aos que omitirem ou prestarem incorretamente as informações solicitadas, limitada a um por cento da receita bruta da pessoa jurídica no período; .(Redação dada pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) Parágrafo único. Para fins de aplicação das multas, o período a que se refere este artigo compreende o anocalendário em que as operações foram realizadas. O próprio recorrente assume que não efetuou a entrega tendo em vista ter encerrado o contrato com a empresa, contudo, dito argumento não é suficiente para refutar o lançamento. Destacase que as obrigações acessórias são impostas aos sujeitos passivos como forma de auxiliar e facilitar a ação fiscal. Por meio das obrigações acessórias a fiscalização conseguirá verificar se a obrigação principal foi cumprida. Não há que e falar no fato de a empresa cumprir suas obrigações, posto que mesmo intimada para reapresentar os documentos por duas vezes não corrigiu a falta apontada pela autoridade fiscal que gerou dita autuação. Como é sabido, a obrigação acessória é decorrente da legislação tributária e não apenas da lei em sentido estrito, conforme dispõe o art. 113, § 2º do CTN, nestas palavras: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Fl. 9662DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL 10 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Conforme descrito no art. 96 do CTN, a legislação engloba não apenas as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos, mas também as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Assim, foi correta a aplicação do auto de infração pelo órgão previdenciário. O relatório fiscal, indicou de maneira clara e precisa todos os fatos ocorridos, havendo subsunção destes à norma prevista na Lei n ° 8.212/1991. Por fim, as questões alusivas ao mérito, trazidas pelo recorrente possuem pertinência direta com a preliminar de nulidade apreciada, visto tratarse de alegação de impropriedade na aferição executada, não considerando o recorrente os fatos geradores como devidos. Considerando que a autoridade fiscal, teve acesso a diversos documentos pertinentes ao pagamento de remuneração de segurados empregados, pagamento estes, que embora não estejam descrito na contabilidade em sua totalidade, constituem salário de contribuição e por conseguinte base de cálculo de contribuições previdenciárias, entendo correto procedimento fiscal descrito, que apurou outra bases além das reconhecidas pela empresa em sua GFIP. Notese que mesmo depois de ter suas alegações de impugnação sido afastadas, não fez o recorrente, qualquer prova do alegado, trazendo qualquer novo documento para demonstrar as ditas inconsistências, mas tão somente Assim, entendo que a fiscalização seguiu o trâmite correto, sendo que as alegações da recorrente em sua totalidade foram incapazes de desconstituir o lançamento. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para rejeitar as preliminares de nulidade e no mérito NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 9663DF CARF MF Emitido em 17/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/11/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL
score : 1.0
