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Numero do processo: 10820.001185/90-08
Turma: Segunda Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Nov 11 00:00:00 UTC 1992
Data da publicação: Wed Nov 11 00:00:00 UTC 1992
Ementa: ITR - O lançamento do imposto baseia-se nos dados que o INCRA dispuser, cabendo ao contribuinte a sua atualização até a data do ato constituidor ao crédito tributário. Recurso negado.
Numero da decisão: 202-05407
Nome do relator: Hélvio Escovedo Barcellos
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C Processo no 10820-001.185/90-OS Sessãb de ..: 11 de novembro de 1992 : c .i.,:44... ......... _ ACORDNO No 202-05.1407 Recurso nos 89.3141 Recorrente: LOURENÇO ERNESTO VIDOTO Recorrida 2 DM': EM ARAÇATUBA - SP ITR - o lançamento do imposto baseia-se nos dados que o INCRA dispuser, cabendo ao contribuinte . a sua atualiza0o ate a data do ato constituidor do . cródito tributário. Recurso negado, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos . . de recurso interposto por LOURENÇO ERNESTO VIDOTO. 7 ACORDAM os Membros da Seganda Câmara do Segundo Conselho de Contribielntes, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Ausente o Conselheiro OSCAR Lins DE: PWWW:S. • Sala das 3ess7s .em 11 de • wemlbro de 1992. HELVIO E ..4i):>b ..ARC. Pvesidente e Relator Jos E y I. GE ir-. P...dME:' )(i--i LEMOS Procurado t- -R epre- : . <á e n :1 e-c n 1:.&:-:. cl icc 1" . a --: zencla 1,1a c: :i. onai.1 VISTA III1 SE SSA0 DE: n i.. un FIL 1992 ilU 41. 1 :: 'a r- ti. c :i. param„ a :i. ri cl a „ c:1 o 1:-, r- cces cc .; n -te:-? 1 t.c :1. ca <amen to „ os Com st .:1 hei r : o s III... :1: O ROTI••IE: ,, ...T ()si: c ABR A I... C •3AROFANO „ nitroNi:o cA RI... O 5 •41.11IND i : ;: :c BE::ERo „ TE:RE:sn cRi:s.:3'1-1NA c; cwiç A l_vEs PANTRITA e.? ()RI.. A Nwo Al_vEs GER•TRunEs cum a s/a ci.:i (.:.,. , 03/, I .,a—a' MINISTÉRIO DA ECONOMIA, FAZENDA E PLANEJAMENTO ï , W-a-rWV SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 7~ Processo no 10820-001.185/90-08 Recurso no: 89.341 Acóra no 202-05.407 Recorrente: LOURENÇO ERNESTO VIDOTO RELATORI O LOURENÇO ERNESTO VIDOTO, através da notificaao do ITR/90 (fls. 03), foi intimado a recolher o Imposto sobre Propriedade Territorial Rural, referente ao imóvel cadastrado sob o no 901.032.780.634-1, acrescido de Taxa de Serviços Cadastrais e Contribuiples Parafiscal e Sindical Rural, CNA e CONTAS, no montante de Cr$ 19.729,96. Impugnando o feito a fls. 01/02, o Contribuinte alegou que a) alienou o imóvel em questWo, em 1980, através de procuraao póblicag b) posteriormente, constatou a venda do imóvel pelo procurador a outra pess(Jap c) em 1902, requereu junto AO INCRA o cancelamento do cadastramento do imóvel, mas nNo obteve resposta. Por fim, requereu o Contribuinte o cancelamento do 1TR em quesOão, bem como providOncias junto ao INCRA para a suspen1B2(o de emissOes futuras. Pronunciando-se, a fls. 07, o INCRA deciarou-se impossibilitado de realizar a pesquisa cadastral e triNAtikr„ tendo em vista a n'ão-anexaao do documento comprobatório da referida venda. A fls. 08/09, a Autoridade julgadora de Primeira instancia determinou o prosseguimento da cobrança do crédito fributário„ em decis2(o assim ementadae u m - Irs. ):1ID pg erm£E1gp(pg, Enquanto nSo se transcrever e tflulo de transmiss go, no Cartório de Registro de Imóveis, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel, e responde pelos seus encargos." Inconformlo„ o Contribuinte apresentou a este Conselho o recurso tempestivo de fls. 13/14, onde ratifica os termos da peça impugnatória. E o relatório -Nr_ _ • MINISTÉRIO DA ECONOMIA, FAZENDA E PLANEJAMENTO Arrib- SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo no: 10820-001.185/90-0B Acórcrão no : 202-05.407 VOTO DO CONSELHEIRD—RELATOR HELVID ESCOVEDO BARCELLOS Creio não assistir razão ao Recorrente. Isso, tendo em vista a inexistencia nos autos de prova concreta da transmissão da propriedade do imóvel cujo imposto se discute, ou seja, não há notícia de que o alienante tenha adotado quflquer providencia para a transcrição do título de transmissão de propriedade no competente Cartório de Registro do imóvel. Ora, de acordo com o Código Civil Brasileiro (parágrafo Cínico do art. 85ó), enquanto não efetuada a referida transcrição, continua o alienante a ser havido como dono do imóvel, respondendo por todos os seus encargos. Àssim sendo, nada mais competia à autoridade administrativa ta-2:er, senão efetuar o lançamento com base nos elementos disponíveis. Não há, portcurlo„ como se modificar a Decisão Recorrida que bem apreciou a matéria e aplicou a lei. Nego provimento ao Sala dms em 1de novembro de 1992. HELVI ÉS'elVT.D0 BARCILOS • • . 3
score : 1.0
Numero do processo: 10675.001555/92-45
Turma: Segunda Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Jun 15 00:00:00 UTC 1994
Data da publicação: Wed Jun 15 00:00:00 UTC 1994
Ementa: ITR - LANÇAMENTO - Quando feito com base em declaração de responsabilidade do contribuinte, o crédito lançado somente poderá ser reduzido se a retificação da declaração foi apresentada antes da notificação impugnada (art. nº 147, parág. 1º, do CTN). Recurso a que se nega provimento.
Numero da decisão: 202-06882
Nome do relator: Hélvio Escovedo Barcellos
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De a6,, o 40,, 9s c • .• SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES C R ubric .t.tdit); ,fr Pn 4f7Ckjso no 10675.001555/92-45 . Sessão rio:; 15 de junho de 1994 ACORDNO no 202-06.882 Recurso no g 96.058 Recorrente g SINVAL SOARES MOREIRA Recorrida:, ORE EM OBERLANDIA - MG ITR - LANÇAMENTO - Quando feito com base em declaração de responsabilidade do contrUm~ o crédito lançado somente poderá ser reduzido se a retificação da declaração foi apresentada antes da notificação impugnada (art. 147, parag. lo, do CTN). Recurso a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso :1 ri por SINVAL SOARES MOREIRA. ACORDAM os Membros da Segunda Camara do Segundo . Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Sala das Sessffes, em 4 de junho de 1994. ti ./ . eOt • HELVIO ES EDO ARCELLOS - Presidente e Relator ..." ' (# / dir ADE 1: AI , A ouE; R oz D.E CARVALHO -: El r : o c u rad o ra-R c? p re- SC? ri • il ante da Fazer).- da Naci ou al VISTA EM SE:SSNO DE O 7 JUL 1994 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros ELIO ROTHE. DANIEL CORREIA HOMEM DE CARVALHO, ANTONIO CARLOS BUENO RIBEIRO, OSVALDO TANCREDO DE OLIVEIRA, jOSE DE ALMEIDA COELHO, TARASIO CAMPELO BORGES e jOSE CABRAL GAROFANO. HR/mdm/CF/GB 1 "..)3; MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Pr'Sd :.^ :sso no 10675.001555/92-45 Recurso no t: 96.058 AcórclItto no; 202-06.882 Recorrente: S I NVAL SOARES MOREIRA R E 1.. A T OR TO I:1:ENV Al. :MARES moRE „ atrai,: és da no t. it :1 c a ao cio TR/92 ( 02) o :1 intifilado a r• ecol her o Imposto sobre a Propr :1 ed cl e :Te r• r• to r• :i. ai Ru r• a :1 un -ta rn e L&? com os a c: re scimos :legais ca ve „ no valor de Cr% 1..466.742 „ 00 „ reteren te ao mov e :1 " Fazenda Mata do Andrade" c.a das t. r •a do no INCRA sob o no 416029. 015296 ,. O c) c a 1 z cl o no Nunic:tpi. o de Carmo do Pa ra ai ha - 11(3., Impugnando „ em part. e 9 o lei te a tis „ 01. „ o not vi cacto alegou que houve ceng an o na inter-mat.:In:e do nUmero de •t ra bal. ha cl o res „ á que o imóvel ocupa apenas 02 (dois ) t r a b al lia cl o r est, •fls „ 1.0/1:1 „ a a U Ir :1. d a C] E., de primei ra n t,t1In c :i. ul g OU pro c e et e rt te o :1 an amen t.ce „ em de itact assim e me ri t ad " so BRE A PRI:1E 1 Ft :1: EDADE TERRITORIAL RURAL. 07..01... :10 „ 01 -- NORMAS GERAIS A r• e • t "Fica ç'ác) da et e c :1 a r • a ao po ir :1 rt :1 c :1 ;At v a cl o próprio cl ce c a ra ri te „ quando vise a reduz :1 r • ou a e x i r • r• :1 bu to „ só é a cl ssl v e :1. medi a rt te C: (3(1)p r• ov iA Ç: 2(o do er r o e (Ti CI ILe se funde , e an te cie not :111 :1c acto o :I. an ça MC.? n lo „ Em tempo há bil„ o cor) t r • :1 b in te n t.cerpt1s o recur so de -f 1 ,. 1.54 no qUal escict rece que a) spmen te :1 fIl pugnou parte da cont r• :1 bu 1 c:It(c) (:;orn AG t; b ) o lapso come t.:i. cio ci Uai, te ao ri (Afile ro de • Ira tia], [tad ores „ foi ci evi. cl amen te r• ce titicado peei a DA I de 04 „ :12,. 92 t; c) o erro só -foi verificado quando recebida a noti fi. cac:ac) do imposto I; cl ) a DAI ret iti ca c' o ra oi apresentada a 11 t. eis do v en c imen to da no t :I caçáb E o rf.-?1 a t r :10 9 2 pis.: À-i MINISTÉRIO DA FAZENDA 4 l SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 4n4tY F1 1E350 no: 10675.001555/92-45 Acen-crgo noz 202-06.882 VOTO DO CONSELHEIRO-RELATOR HELVIO ESCOVEDO BARCELLOS o lançamento do ITR, e acessórios, é processado com base em declaração apresentada, para esse fim, pelo proprietârio detentor a qualquer titulo do imóvel (Decreto np 72.106/83, art. 21). Este Colegiado, em reiteradas decisffes, firmou o entendimento de que quando se tratar de lançamento com base em declaração do sujeito passivo, a retificação daquela declaração, visando reduzir o imposto, somente é admissivel quando o sujeito passivo, além de comprovar o erro em que se fundo, apresenta o pedido antes de ser notificado do lançamento. E o que dispffe o art. 147, parág ip, do CTN. Assim sendo, procede o lançamento do ITR/92 efetuado com base nas i. ri cadastrais do imóvel até então existentes, eis porque voto no sentido de negar provimento ao recurso. Sala das Sessffes, em, f' de junho de 1994. 4151 , //. -5, HELVIG Efl EDO Br =LOS 3
score : 1.0
Numero do processo: 10831.001179/93-57
Turma: Segunda Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Feb 23 00:00:00 UTC 1994
Data da publicação: Wed Feb 23 00:00:00 UTC 1994
Ementa: REVISÃO ADUANEIRA - A literalidade (Art. 3o. - CTN) não vai ao ponto
de invalidar o direito substantivo.
Cabível isenção quando perfeitamente enquadrável em legislação
pertinente
Numero da decisão: 302-32788
Nome do relator: JOSÉ SOTERO TELLES DE MENEZES
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ementa_s : REVISÃO ADUANEIRA - A literalidade (Art. 3o. - CTN) não vai ao ponto de invalidar o direito substantivo. Cabível isenção quando perfeitamente enquadrável em legislação pertinente
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conteudo_txt : Metadados => date: 2010-01-17T07:11:08Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2010-01-17T07:11:08Z; Last-Modified: 2010-01-17T07:11:08Z; dcterms:modified: 2010-01-17T07:11:08Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; Last-Save-Date: 2010-01-17T07:11:08Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2010-01-17T07:11:08Z; meta:save-date: 2010-01-17T07:11:08Z; pdf:encrypted: false; modified: 2010-01-17T07:11:08Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2010-01-17T07:11:08Z; created: 2010-01-17T07:11:08Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; Creation-Date: 2010-01-17T07:11:08Z; pdf:charsPerPage: 1166; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2010-01-17T07:11:08Z | Conteúdo => MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA PROCESSO N° : 10831-001179/93.57 SESSÃO DE : 23 de fevereiro de 1994 ACÓRDÃO N° : 302-32.788 RECURSO N° : 115.930 RECORRENTE: ABC XTAL MICROELETRÔNICA S/A. RECORRIDA : ALF-VIRACOPOS/SP • REVISÃO ADUANEIRA - A literalidade (Art. 30 - CTN) não vai ao ponto de invalidar o direito substantivo. Cabível isenção quando perfeitamente enquadrável em legislação pertinente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, vencido os conselheiros Wlademir Clovis Moreira e Elizabeth Emílio de Moraes Chieregatto, na forma do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Brasília-DF, em 23 de fevereiro de 1994. SÉRGIO CASTRO VES PRESIDENTE * II • O,1Lfl q NEZES RE • R 'N ANA LÚCIA GATTO OLIVEIRA PROCURADORA DA FAZENDA NACIONAL VISTA EM 2 7 MAR 1996 Q.,? /302 -0-C496 Participaram, ainda, do presente julgamento, os seguintes Conselheiros : RICARDO LUZ DE BARROS BARRETO e UBALDO CAMPELLO NETO. Ausentes os Conselheiros PAULO ROBERTO CUCO ANTUNES, LUIZ CARLOS VIANNA DE VASCONCELLOS. WNS MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA RECURSO N° : 115.930 ACÓRDÃO N° : 302-32.788 RECORRENTE: ABC XTAL MICROELETRÔNICA S/A. RECORRIDA : ALF-VIRACOPOS/SP RELATOR(A) : JOSÉ SOTERO TELLES DE MENEZES RELATÓRIO Em ato de revisão aduaneira foi constatado que a empresa ABC XTAL MICROELETRÔNICA S/A, importou partes e peças de uso exclusivo em equipamentos para fabricação de fibras óticas, com isenção de II e I.P.I. com lastro na Lei 7.232/84, Decreto 92.187/85, Decreto-lei n° 2434/88, art. 1°, inciso II, alínea "b", por se tratar de insumos não processados. Constatou a fiscalização que o material importado seria usado na manutenção ou reposição de máquinas e equipamentos do ativo fixo (código 19-1). Entendeu a fiscalização que a isenção especificada na resolução CONIN 084/87 não abrange tal utilização. O importador foi autuado e intimado a recolher o crédito tributário 9.522,77 UFIR's, assim distribuído: II - 1.360,85, I.P.I - 302,46, juros de mora do II - 5.069,43, juros de mora do I.P.I - I 1.126,72, multa do II - 1.360,85. E multa do I.P.I - 302,46. Às folhas 15/19 a autuada impugnou o feito fiscal e em sua defesa, em síntese, alegou: 1) A mercadoria importada preencheu todas as exigências legais e por isso foi desembaraçada de forma totalmente regular. 2) O desrespeito à lei, segundo a fiscalização, foi tão somente a diferença das expressões contidas na alínea "a" do inciso II do Art. 1°, da resolução CONIN 084/87 e a contida na Guia de Importação n° 001-89/005609-7. As expressões contidas na legislação pertinente tratam da mesma '\ coisa pois tratou-se de "importação de partes e peças destinadas à manutenção de máquinas e equipamentos de produção de fibra ótica de seu ativo fixo". A defendente vem sendo punida por simples questão de retórica, não havendo qualquer disson'ância entre um sentido ou outro nas frases utilizadas pelos ilustres legisladores. A autoridade de primeira instância examinou a impugnação, contestou-a e julgou procedente a ação fiscal, mandando intimar a autuada a recolher o crédito tributário. Não conformada e em tempo hábil a intimada apresentou recurso a este Terceiro Conselho de Contribuintes, fls. 32 a 44, onde, com muita propriedade, procura demonstrar que: " A literalidade 2 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA RECURSO N° : 115.930 ACÓRDÃO N° : 302-32.788 não vai ao ponto de invalidar o direito substantivo". Reafirma, assim, a regularidade da importação e o direito à isenção estabelecida em lei. É o relatório. 4001.1 11)- 3 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES SEGUNDA CÂMARA RECURSO N° : 115.930 ACÓRDÃO N° : 302-32.788 VOTO O art. 134 do Regulamento Aduaneiro Decreto n° 91.030/85, de 5/03/85, diz textualmente: "a isenção ou redução do imposto será efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade fiscal, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão". No presente caso, o contribuinte fez prova do preenchimento das condições e esbarrou na interpretação literal do texto legal, efetuada pelo fiscal preparador e aprovada pela autoridade de primeira instância. No texto da lei e atos menores existe a expressão "sobressalentes" que literalmente significa "tudo que sobeja e é próprio para suprir faltas" ora, na manutenção de máquinas ou equipamentos há necessidade de suprir as faltas daquilo que não funciona, pois, na prática, o que não funciona está faltando. O princípio da literalidade interpretativa (art. 3 0 , CTN - Lei 5.172/66) não pode ser levado ao ponto de suprimir direito substantivo. Assim, por tudo que do processo consta e mantendo coerência com julgados anteriores sobre a mesma matéria, dou provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 23 de fevereiro de 1994. • •JOS e ERO T : LES , •i NyzE - REL • r• ' 411111 fr 4 7.mz40, 4,‘. son v MINISTÉRIO DA FAZENDA4 PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL Ilmo. Sr. Presidente do 3° Conselho de Contribuintes RP/302-0.626/96 A Fazenda Nacional, por seu representante extrajudicial subfirmado, requer se digne V. Sa. de encaminhar à Egrégia Câmara Superior de Recursos Fiscais as anexas razões de recurso oferecido em contrariedade ao Acórdão n° 302-32.788, proferido pela Segunda Câmara desse colegiado recursal. P. Deferimento Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, em 2 7 MAR .1996 • 0:owl, ettkLif IN/ lop# CIRO HEITOR FRANÇA DE GUSMÃO Procurador da Fazenda Nacional • MINISTÉRIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL• Processo n° 10831.001179/93-57 Acórdão n° : 302-32.788 Recorrente FAZENDA NACIONAL Recorrida : ABC XTAL MICROELETRÔNICA S/A RAZÕES DE RECURSO DA FAZENDA NACIONAL Egrégio Conselho Superior de Recursos Fiscais! A decisão sub censura acolheu o apelo da recorrida, ao argumento de que era ela beneficiada por isenção, nos termos da legislação vigente não sendo de se invocar a literalidade em detrimento de direito substantivo. 2. Permissa maxima venia, tal entendimento não resiste a uma análise à luz da hermenêutica aplicável à espécie. 3. Tudo se resume no seguinte: a recorrida, invocando favor fiscal que ampara uma determinada ordem de mercadorias - "equipamentos destinados à produção de fibras ópticas" - pretendeu importar, com os mesmos benefícios, "partes e peças", para manutenção ou reposição de equipamentos do ativo fixo. 4. Ora, os Atos Normativos aplicáveis à espécie, Resolução CONIN n° 084/87 e Decreto n° 92.185/85 não mencionam partes e peças, embora tal pudesse ser feito, sob a égide do art. 13 da Lei n° 7.232/84. 5. A omissão de "partes e peças" foi, por conseguinte, proposital. Mesmo que fosse possível, no caso, interpretação extensiva, sua adoção implicaria em acintosa contradição ao bem jurídico contemplado. 6. Recorrendo ao Magistério de SANTI ROMANO, lemos: . • V, MINISTÉRIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL 2 "O que vulgarmente se chama interpretação da lei é sempre interpretação, não de uma lei ou norma singular, mas de uma lei ou •norma que se examina atendendo à posição que ocupa no ordenamento jurídico em globo, o que quer dizer que a que efetivamente se interpreta é esse ordenamento e, como conseqüência, a norma singular (Frammenti di un Dizzionario Giuridico Milão. 1933, p. 124)". 7. Esse ordenamento, tal como concebido pelo legislador, deliberadamente, enfatize-se, excluiu "partes e peças". A tudo quanto foi exposto e considerado, acresce a obediência devida ao preceito insculpido no art. 111 do CTN. 8. Ao contrário, pois, do que proclama o r. voto vencedor, não há como fugir ao sábio ensinamento da doutrina: isenção é matéria de direito restrito, sujeita a interpretação literal, sem elastério. Mais dizer,Eméritos julgadores,seria, em paráfrase à judiciosa dicção de RUY, fatigar por demais a evidência. 9. Espera e confia a recorrente venha essa ilustrada Casa Revisora a dar pela procedência do pedido heróico decidindo pela reforma integral da decisão do r. colegiado a quo. Ita Spectatur. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, em • • R11111 n11 VI/ CIRO HEITOR FRANÇA DE GUSMÃO 111111P Procurador da Fazenda Nacional
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Numero do processo: 10840.001384/96-10
Turma: Terceira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Mon Dec 08 00:00:00 UTC 1997
Data da publicação: Mon Dec 08 00:00:00 UTC 1997
Ementa: COFINS - Legítima sua exigência, em face da declaração de constitucionalidade da Lei Complementar nr. 70/91, pelo STF, no julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade nr. 01-01/DF. MULTA DE OFÍCIO - Não estando a exigibilidade suspensa pelo depósito do seu montante integral ou por concessão de medida liminar em mandado de segurança, e não havendo a denúncia espontânea, na forma do artigo 138 do CTN, mantém-se a multa de ofício por descumprimento de obrigação ex-lege. AGRAVAMENTO DA MULTA - O silêncio do contribuinte à intimação para confirmar levantamento efetuado pelo Fisco reflete a sua concordância quanto ao valor tributável apurado, não revestindo nenhuma forma de embaraço à fiscalização. Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 203-03713
Nome do relator: OTACÍLIO DANTAS CARTAXO
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Recorrida : DRJ em Ribeirão Preto - SP COFINS - Legitima sua exigência, em face da declaração de constitucionalidade da Lei Complementar n° 70/91, pelo STF, no julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade n° 01-01/DF. MULTA DE OFICIO - Não estando a exigibilidade suspensa pelo depósito do seu montante integral ou por concessão de medida liminar em mandado de segurança, e não havendo a denúncia espontânea, na forma do artigo 138 do CTN, mantém-se a multa de oficio por descumprimento de obrigação ex-lege. AGRAVAMENTO DA MULTA - O silêncio do contribuinte à intimação para confirmar levantamento efetuado pelo Fisco reflete a sua concordância quanto ao valor tributável apurado, não revestindo nenhuma forma de embaraço à fiscalização. Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por: SMAR EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA. ACORDAM os Membros da Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. Sala das Sessões, em 08 de dezembro de 1997 n Otacilio D.,- s Cartaxo Presidente e ' lator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Ricardo Leite Rodrigues, F. Mauricio R. de Albuquerque Silva, Francisco Sérgio Nalini, Mauro Wasilewski, Daniel Corrêa Homem de Carvalho, Renato Scalco Isquierdo e Sebastião Borges Taquary. Eaal/CF/GB 1 . MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo : 10840.001384/96-10 Acórdão : 203-03.713 Recurso : 104.762 Recorrente : SMAR EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA. RELATÓRIO A empresa foi alvo de Ação Fiscal direta, onde foi constatada a falta de recolhimento da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS, relativamente ao período de 30/04/92 a 10/04/95, exigindo-se, no Auto de Infração de fls. 01, a contribuição devida, os acréscimos moratórios e multa, e, às fls. 03/04, foram especificados o valor tributável, o fato gerador e o correspondente fundamento legal. Através da Impugnação de fls. 37/38, tempestivamente apresentada, a interessada expôs e requereu o que segue: - PRELIMINARMENTE, alegou que a multa imposta não tem pertinência na espécie e pode e deve ser relevada; - aduz que a tônica das decisões judiciais é no sentido de reconhecer, na multa fiscal, apenas duas possíveis naturezas: a) ou ela é punitiva, com força de castigo, sanção, ou b) ela é indenizatória, cível, objetivando ressarcir dano. Se punitiva for a que aqui se discute, para sua imposição há que se valer o julgador dos princípios do Direito Penal, ou seja, há que se avaliar o dolo, a fraude, a intenção de sonegar e as próprias razões da conduta à luz da realidade fática e jurídica vivenciada pela empresa. Alegou que a empresa escriturou e registrou todas as suas operações e o lançamento não está calcado em arbitramento ou trabalhos para descobrir receitas ocultas, e que, por isso, sendo penal a multa, ela pode e deve ser relevada, pois ausentes o dolo, a fraude e a simulação. De outro modo, se for cível a multa, se tiver o caráter indenizatório, menos poderá ser cobrada, pois a indenização não poderá ser superior ao prejuízo (princípio que veda o 2 L, MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo : 10840.001384/96-10 Acórdão : 203-03.713 enriquecimento sem causa), e concluiu que o erário estaria plenamente ressarcido, pois o valor impago, por impossibilidade econômica, está sendo cobrado de forma atualizada, com juros. No mérito, alegou que o lançamento não atendeu a regra do art. 195, § 4 0, da Constituição Federal, que lhe impôs severo limite: obediência aos limites rígidos do art. 154, inc. I, da mesma Carta Magna, tal qual para os impostos: a) exigência de lei complementar; b) respeito à regra da não-cumulatividade; e c) vedação de uso de base de cálculo ou fato gerador de outra exação já existente. Requereu, ao final, fosse acolhida a defesa para o efeito de se relevar a multa imposta, e se adequar o lançamento à regra da não-cumulatividade. A decisão singular (fls.47/50) julgou procedente o Auto de Infração, mantendo a exigência tributária, resumindo seu entendimento nos termos da Ementa de fls. 47, que se transcreve. "ASSUNTO Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social — COFINS. Falta de recolhimento. A falta de recolhimento da COFINS, nos prazos previstos na legislação tributária enseja sua exigência mediante lançamento "ex-offício". Ação fiscal procedente." Irresignada, a autuada interpôs o recurso voluntário (fls. 56/59), onde repete os argumentos já trazidos na peça impugnatória, requerendo que seja riscada dos autos a expressão "protelatória", por duas vezes utilizada, com o condão de inferiorizar, juridicamente, o amplo direito de defesa da recorrente. A Procuradoria da Fazenda Nacional opinou pela manutenção da decisão singular (docs. de fls. 62/63). É o relatório. 3 , MINISTÉRIO DA FAZENDA mfro6n, SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo : 10840.001384/96-10 Acórdão : 203-03.713 VOTO DO CONSELHEIRO-RELATOR OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Em que pese não concordar que a expressão "protelatória" tenha o condão de inferiorizar, juridicamente, o amplo direito de defesa da recorrente, entendo que a impugnação apresentada não possui caráter meramente protelatório, visto que insurge-se, também, contra o agravamento da multa, que onerou sensivelmente o crédito tributário. Cuida-se, neste processo, de falta de recolhimento da COFINS, da respectiva multa de oficio e seu agravamento, exigida da contribuinte sobre contribuições não recolhidas e não declaradas em DCTF - Declaração de Contribuições e Tributos Federais, conforme determina a legislação. Ensina Plácido e Silva o seguinte: "MULTA FISCAL. É a imposição pecuniária devida pela pessoa, por decisão de autoridade fiscal, cm face de infração às regras instituídas pelo direito Fiscal. Seja pela sonegação, pelo retardamento no pagamento do imposto, ou por qualquer outra irregularidade fiscal, a multa fiscal sempre importa numa infração ao regulamento em que o imposto se institui, e salvo o caso da moratória, que se estabelece automaticamente, sempre resulta de um processo fiscal, instaurado pelo auto de infração." (Plácido e Silva - vocabulário jurídico/Vol. III, pág. 1.043, T edição/1967- Forense). Por este encadeamento jurídico, depreende-se que os fatos contidos nos autos referem-se ao retardamento na satisfação, tanto de uma obrigação principal quanto da obrigação acessória, em razão do que a autoridade administrativa exige multa penal de natureza administrativa, pelo fato de não ter o sujeito passivo voluntariamente tomado qualquer medida, antes da iniciativa do Fisco. Ora, não tendo havido por parte da contribuinte a denúncia espontânea, a teor do artigo 138, parágrafo único, do CTN, e não estando a exigibilidade suspensa pelo depósito do seu montante integral (art. 151, inciso II, CTN) ou pela concessão de medida liminar em mandado de segurança (art. 151, inciso IV, CTN), configura-se a falta de recolhimento, sujeito ao lançamento de oficio, com amparo no art. 4°, inciso I, da Lei n° 8.218, de 29/08/91, que dispõe, verbis: 4 N\ _A *1/4 MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo : 10840.001384/96-10 Acórdão : 203-03.713 "Art. 40 os casos de lançamento de oficio nas hipóteses abaixo, sobre a totalidade ou diferença dos tributos e contribuições devidos, inclusive as contribuições para o INSS, serão aplicadas as seguintes multas: I - de cem por cento, nos casos de falta de recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata, ...". Entretanto, no tocante ao agravamento da multa pelo não atendimento aos Termos de Constatação e Intimação de fls. 07, e Constatação e Reintimação de fls.12, entendo corretos os apelos da contribuinte. A fiscalização diz nos referidos Termos: "em análise dos documentos e livros fiscais (balancetes analíticos mensais, registro de apuração de IPI e registro de notas fiscais de serviços prestados) apresentados pelo contribuinte acima qualificado, constatei os valores de receita mensal de vendas de produtos e serviços, bem como respectivas deduções, que compõem a base de cálculo do F1NSOCIAL (janeiro de 1989 a março de 1992), COFINS (abril de 1992 a setembro de 1995) e PIS (janeiro de 1989 a setembro de 1995) e que se encontram discriminados em demonstrativo anexo a este Termo (fls. 01 a 03)." Ato contínuo, intimou a autuada "a se pronunciar sobre tais valores e a confirmar os valores de devoluções de vendas de produtos, consignados no demonstrativo anexo, pois foram verificadas discrepâncias entre os valores de devoluções constantes do registro de apuração do IPI e dos balancetes analíticos mensais,...". Embora não conste claramente nos autos, as divergências apontadas pelo autuante serviram de base de cálculo para se apurar o montante tributável, conforme se infere dos Demonstrativos de fls. 08 a 10, 13 a 15, e 17 a 18, ou seja, aumentaram a base tributável. O silêncio da contribuinte, neste caso, reflete a sua concordância com o levantamento fiscal, tanto que, em nenhum momento, quer na impugnação quer no recurso apresentado a este Colegiado, se insurgiu contra a base de cálculo eleita pelo Fisco. Nunca é demais lembrar que o silêncio é um ato positivo de vontade, onde se expressa consentimento. A respeito, Moacyr Amaral Santos, em sua obra Da Prova Judiciária no Cível e Comercial, II v., 1971, Max Limonad, ao tratar do assunto, afirma que "o Juiz julgaria que o silente, pela sua atitude passiva, pretendeu manifestar seu consentimento quando, segundo as regras da experiência e a ordem natural das coisas, o silêncio pode ser manifestado como 5 ? '%„o MINISTÉRIO DA FAZENDA 4(9732 SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo : 10840.001384/96-10 Acórdão : 203-03.713 consentimento quando a experiência ensina que a não manifestação da vontade é indício de querer conseguir aquele efeito que se obteria com o consentimento expresso". Ademais disso, o próprio fiscal autuante declara no Termo de Constatação, que a contribuinte o atendeu plenamente colocando à sua disposição todos os livros contábeis e fiscais e respectivos documentos. Na verdade, o teor da intimação feita à recorrente, se respondida, equivaleria a uma confissão da infração ou infrações. Ora, é princípio de direito que ninguém está obrigado a auto-incriminar-se. O infrator pode confessar ou permanecer silente. Seu silêncio será interpretado tomando-se em conta a natureza da infração e o conjunto das provas produzidas. Não houve, no caso em espécie, qualquer embaraço à fiscalização, não sendo omitida nenhuma informação aos fiscais autuantes e tampouco ocorrendo qualquer prejuízo na apuração do montante tributável. Na esteira desse raciocínio, não obstante meus respeitos à decisão "a quo", não vislumbro nenhum pressuposto para o agravamento da multa de oficio. No mérito, todos os vícios que a recorrente ale ga padecer, a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social perdeu o sentido à vista da decisão do Supremo Tribunal Federal que, ao analisar a Ação Declaratória de Constitucionalidade n° 01-01, de 01112/93(DJ - seção I, de 06/12/93, pág. 26598), por unanimidade de votos, julgou constitucional os artigos 1°, 2° e 10 da Lei Complementar n° 70, de 30/12/91. Além disso, nos termos do parágrafo 2° do artigo 102 da Constituição Federal, na redação que lhe foi dada pela Emenda Constitucional n° 03/93, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF, nas ações deelaratórias de constitucionalidade de lei federal, produz eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo. Diante do exposto, conheço do recurso, por tempestivo, e voto no sentido de dar provimento parcial para excluir o agravamento da multa. Sala das Sessões, em 08 de dezembro de 1997 et\, \\Z OTACILIO DANTW CARTAXO 6
score : 1.0
Numero do processo: 10768.017823/99-23
Turma: Terceira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Dec 08 00:00:00 UTC 2005
Data da publicação: Thu Dec 08 00:00:00 UTC 2005
Ementa: PIS. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. PRAZO. Havendo decisão judicial declaratória de inconstitucionalidade proferida em controle difuso, o prazo qüinqüenal para reclamar o que se recolheu indevidamente é contado a partir da publicação da Resolução do Senado Federal suspensiva da execução da lei. Entretanto, são passíveis de restituição somente os pagamentos feitos há menos de cinco anos da formalização da solicitação.
ALÍQUOTA. A apuração da contribuição com base na Lei Complementar nº 7/70 deve ter por base a alíquota prevista nesse diploma legal, com a alteração da Lei Complementar nº 17/73.
Recurso negado.
Numero da decisão: 203-10622
Matéria: PIS - proc. que não versem s/exigências de cred. Tributario
Nome do relator: Leonardo de Andrade Couto
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Processo n° : 10768.017823/99 -23 PUbjri • de Recurso n° : 129.143 Pubtka Acórdão n° : 203-10.622 Recorrente : WIIITE MARTINS GASES INDUSTRIAIS LTDA. (NA QUALIDADE DE SUCESSORA POR INCORPORAÇÃO DA LIQUID CARBONIC INDUSTRIAIS) Recorrida : DRJ-111 no Rio de Janeiro - RJ • PIS. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. PRAZO. Havendo decisão judicial declaratória de inconstitucionalidade proferida em controle difuso, o prazo qüinqüenal para reclamar o que se recolheu indevidamente é contado a partir da publicação da Resolução do Senado Federal suspensiva da execução da lei. Entretanto, são passíveis de restituição somente os pagamentos feitos há menos de cinco • anos da formalização da solicitação. ALÍQUOTA. A apuração da contribuição com base na Lei Complementar n° 7/70 deve ter por base a alíquota prevista nesse diploma legal, com a alteração da Lei Complementar n° 17/73. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por: WIIITE MARTINS GASES INDUSTRIAIS LTDA. (NA QUALIDADE DE SUCESSORA POR INCORPORAÇÃO DA LIQUID CARBONIC INDUSTRIAIS). ACORDAM os Membros da Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, em negar provimento ao recurso: I) pelo voto de qualidade, para considerar decaídos os pagamentos anteriores a 05.08.94. Vencidos os Conselheiros Maria Teresa Martínez López, Cesar Piantavigna, Valdemar Ludvig e Mauro Wasilewski (Suplente) que consideravam como possível a restituição/compensação dos eventuais valores recolhidos a maior a título de PIS após 05.08.1989 (tese dos cinco anos mais cinco); e II) por unanimidade de votos, quanto às demais matérias. Sala das Sessões, em 08 de dezembro de 2005. MINISTÉRIO DA FAZENDA zerra Neto 2° Con c elho do ContribUntes Presiden e CONFERE COM O ONiGINAL eterwle eis BrasIlls, 01, 02 'ri_ Leonardo de Andrade Couto Relator VISTO Participaram, ainda, do presente julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis e José Adão Vitorino de Moraes (suplente). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Sílvia de Brito Oliveira e Francisco Maurício R. de Albuquerque Silva. Eaal/mdc 1 MINISTÉRIO DA FAZENDA 2° Conselho :.:e C.); 4.11bLIntos ,•'?$, "v ;••--; Ministério da Fazenda CONFERE CO r? O ORIGINAL CC-MF n.Segundo Conselho de Contribuintes Brasilia 01 1 02J. o -5, Processo n° : 10768.017823/99-23 VISTO Recurso n° : 129.143 Acórdão n° : 203-10.622 Recorrente : WIITTE MARTINS GASES INDUSTRIAIS LTDA. (NA QUALIDADE DE SUCESSORA POR INCORPORAÇÃO DA LIQUID CARBONIC INDUSTRIAIS) RELATÓRIO Trata o presente de pedido de compensação nó montante de R$ 3.527.631,23, protocolizado em 05/08/99, relativo a suposto crédito do PIS correspondente a recolhimentos efetuados no período de outubro de 1990 a outubro de 1995, com base nos Decretos-Leis n°s 2.445 e 2.449, ambos de 1988, retirados do mundo jurídico por inconstitucionalidade. Pleiteia o solicitante a compensação do mencionado crédito com débitos do próprio PIS no período de 07/98 a 05/99 e Cofins no período de 02/99 a 05/99. Apresentou também pedido de compensação de créditos com débitos de terceiros, em favor da White Martins Indústrias do Nordeste S/A, referente ao P15 e à Cofins nos períodos de 08/99 a 12/99 e 01/00. A Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária no Rio de Janeiro, com base no Relatório de fls. 328/330, proferiu decisão (fl. 331) negando provimento à solicitação sob o argumento de teria ocorrido a prescrição do direito .de requerer a restituição para os pagamentos efetuados até 07/07/94, tendo em vista o decurso do prazo de cinco anos entre aquela data e a protocolização do pedido, conforme art. 168 do CTN. Em relação aos recolhimentos feitos no período de 05/08/94 a 13/10/95 a mencionada decisão salienta que a requerente não é caracterizada como prestadora de serviços, devendo assim pagar o PIS com base no faturamento à alíquota de 0,75%, nos moldes preconizados pela Lei Complementar n° 7/70. Refeitos os cálculos sob essa ótica, não remanesceria nenhum valor a ser restituído. Devidamente cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 360/365) dirigida à Delegacia de Julgamento defendendo que, nos casos de decisão proferida em ação indireta de inconstitucionalidade, o prazo prescricional para solicitação de restituição dos valores recolhidos indevidamente conta-se a partir da publicação da Resolução do Senado Federal que suspende a lei declarada inconstitucional. No que tange ao período de 05/08/94 a 13/10/95, afirma que trouxe aos autos, quando do pedido, planilha comprovando o direito ao crédito recolhido a maior. A Delegacia de Julgamento proferiu decisão consubstanciada no Acórdão DRJ/RJO-II n°6.847/04 (fls. 400/407), ratificando o despacho de fl. 331 tanto no que se refere à ocorrência da prescrição em relação aos pagamentos anteriores a 07/07/94, como em relação à aplicação da alíquota de 0,75% para apuração da contribuição, o que implicaria na inexistência de crédito a restituir. Deu provimento parcial para reconhecer o crédito correspondente ao mês de julho de 1994, conforme planilha de fl. 329. Não se conformando, a interessada recorre a este colegiado (fls. 415/426) ratificando as razões da peça impugnatória com relação à ocorrência da prescrição, acrescentando, no que tange ao período no qual a decisão recorrida decidiu pela inexistência de 2 ÍL • • MINISTÉRIO DA FAZENDA Ministério da Fazenda r Concelho da Contribuintes C2° C-MF"*" e Segundo Conselho de Contribuintes CBOraNsFoEisR,..E(aCOIALOQL ORIGQ__INGM. Processo n° : 10768.017823/99-23 Recurso n° : 129.143 VISTO Acórdão n° : 203-10.622 crédito, que calculou e recolheu o tributo com a aliquota determinada pelo Decreto n° 2.445/88, com a modificação introduzida pelo Decreto n° 2.449/88. É o Relatório. • 3 MINISTÉRIO DA FAZENDA 2' CC-MFMinistério da Fazenda fl 2' Conizerlho CeUribnintea n. Segundo Conselho de Contribuintes CONFERE CO :ra Zi ORIGINAL BrasIll?,_(11- 1 O b Oh Processo n° : 10768.017823/99-23 Recurso n° : 129.143 VISTO Acórdão n• : 203-10.622 VOTO DO CONSELHEIRO-RELATOR LEONARDO DE ANDRADE COUTO O recurso preenche as condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. De imediato, registro que divido das autoridades que me precederam nestes autos, no que se refere à sistemática de contagem do prazo prescricional para o caso presente. Isso porque a meu ver, nos pedidos de restituição de valores recolhidos com base em norma considerada inconstitucional pelo STF, existem na verdade dois prazos a serem considerados. Um deles é justamente o prazo que foi analisado na decisão recorrida, envolvendo o direito ao pedido de restituição. Outro refere-se ao período que será abrangido pelo pedido. Ao contrário da decisão recorrida, considero de extrema relevância a data da publicação da Resolução do Senado Federal (09/10/95) que deu eficácia geral à declaração de inconstitucionalidade dos Decretos-Leis pelo STF. Acato, sob esse aspecto, a reclamação da recorrente no sentido de que apenas com essa publicação tomou-se possível a solicitação de restituição dos valores indevidamente recolhidos. A jurisprudência do Conselho de Contribuintes consolidou-se nesse sentido: PIS. PEDIDO DE RES77TUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. EX7'EMPORA1VEIDADE.A Resolução n° 49 do Senado Federal, que suspendeu a execução dos Decretos-Leis nt's 2.445/88 e 2.449/88, foi publicada no Diário Oficial da União em 10/10/1995, pelo que este é o termo inicial da prescrição da ação de repetição do indébito, perfazendo o lapso de 5 (cinco) anos para efetivar-se a prescrição, em 10/10/2000. Recurso negado. (Acórdão 203-09812, Terceira Câmara do Segundo CC). PIS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA. Cabível o pleito de restituição/compensação de valores recolhidos a maior a título de Contribuição para o PIS, nos moldes dos inconstitucionais Decretos-Leis es 2.445 e 2.449, de 1998, sendo que o prazo de decadência/prescrição de cinco anos deve ser contado a partir da edição da Resolução n° 49 do Senado Federal. Recurso ao qual se nega provimento. (Acórdão 202-15.891, Segunda Cântara do Segundo CC) Estabelecido que o termo final do prazo para requerer a restituição, nesse caso, é 10/10/00, e tendo em vista que a solicitação foi protocolizada em 05/08/99, não teria ocorrido a prescrição. Por outro lado, essa circunstância não altera o fato de que o pagamento é modalidade de extinção do crédito tributário. No caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação, o 1° do art. 150 do CTN deixa bem claro o momento em que ocorre essa extinção: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. ÍÀ-1 4 e MINISTÉRIO DA FAZENDA 2° Conselho Contribuintes 2' CCMFMinistério da Fazenda CONFERE COM O ORIGINAL• t Fl.'-`éP 7 ,̀•- n 't Segundo Conselho de Contribuintes Brasília, 0.4-1, o 2..] 06 Processo n° : 10768.017823/99-23 Recurso n° : 129.143 Acórdão O : 203-10.622 1 0 0 pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito sob condicão resolutó ria da ulterior homologacão ao lancamento. ( ) (grifo acrescido) A condição resolutéria não impede que o evento produza efeitos de imediato. A posterior homologação. visa apenas ratificá-lo caso, no prazo legal, não sejam apurados fatos modificativos. Claro, portanto, que a extinção do crédito tributário dá-se com o pagamento e não com a homologação. Assim, as disposições do art. 168 do CTN limitam o pedido aos pagamentos feitos há menos de cinco anos do requerimento: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no 4° do artigo 162, nos seguintes cas' os: 1 - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza o- is circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido ( Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, , contados: 1- nas hipótese dos incisos 1 e lido artigo 165, da data da extincão do crédito tributário- ( ) (grifo acrescido) A data de publicação da Resolução do Senado Federal, ainda que tenha impacto direto na contagem do prazo prescricional para efeitos de formalização do pedido de restituição, não tem o condão de influenciar no momento de extinção do crédito tributário que é definido, no caso, pelo pagamento. Não se poderia aceitar o desprezo a um dos mais importantes institutos do direito tributário. Em manifestação irrepreensível MARIA CRISTINA ROZA DA COSTA' bem esclarece: 1. A Constituição atribui valor, espaço e tempo ao conteúdo fático das normas, ultrapassando a sua dimensão exclusivamente normativa. 2. A desconformidade da norma infraconstitucional com a Lei Fundamental encerra uma contradição em si mesmo. Entretanto, os sistemas jurídicos constitucionais em vigor nos Estados Democráticos, universalmente considerados, têm se visto às voltas com o tratamento a ser dado às leis promulgadas de forma incompatível com a Constituição ou cujo procedimento de produção normativa não se ateve ao rito legislativo estabelecido, em face das conseqüências sociais advindos de uma posterior retirada da juridicidade de normas que já produziram efeitos ao tempo de sua vigência. 3. No estudo comparado dos sistemas constitucionais de diversos paises constata-se a firme tendência no sentido de flexibilizar e até mesmo impedir a produção de efeitos retroativos da pronúncia de inconstitucionalidade. 'Direito Tributário e Processo Administrativo Aplicados, Coordenação Heleno Taveira Torres, Mar)' Elbe Queiroz e Raymundo Juliano Feitosa; Quartier Latin, 1' ed., São Paulo, 2005, p172/174. ÍL 5 MINISTÉRIO DA FAZENDA 2* Conselho do Contribuintes 22 CC-MF Ministério da Fazenda CONFERE COM O ORIGINAL Fl. • Segundo Conselho de Contribuintes Brasília 63-1 02,10C t":{) Processo n° : 10768.017823/99-23 VISTO Recurso n° : 129.143 Acórdão n° : 203-10.622 4. O sistema jurídico brasileiro combina dois métodos de venficação da constitucionalidade das leis e atos normativos federais e estaduais: o direto, que também é chamado concentrado, principal ou em tese ou abstrato; e o indireto, ao qual se aplicam igualmente as designações de difuso, incidental, por via de exceção ou concreto. 5.Os princípios constitucionais da legalidade e da segurança jurídica têm como escopo defendei? a existência do Estado Democrático de Direito. O princípio da legalidade estrita no Direito Tributário visa, essencialmente, a segurança jurídica e a não-surpresa para qualquer das partes da relação jurídica. Antepõem-se como balizas os princípios da anterioridade e da anualidade, esta última mitigada no caso das contribuições, mas ainda suficiente para atender ao desiderato implícito na Constituição da não-surpresa em matéria tributária. 6. O constitucionalismo arrima-se, findamentalmente, na ordem jurídica exsurgente do poder constitucional originário e, regra geral, aperfeiçoa-se, no fluir do tempo, pelas modificações que porventura sejam necessárias introduzir, o que é executado pelo poder constituinte derivado. A revisão posterior de norma produzida sem observância do rigor constitucional imprescindível à sua validade e eficácia, mas que mesmo assim adentra no ordenamento jurídico, é efetuada em momento diverso daquele em que ela foi gerada, o que faz com que ela deixe rastros indeléveis de sua existência no universo fático que juridicizou. 7. A Lei n°9.868/1999, visando atingir o desiderato da seáurança jurídica, sobrepôs o interesse social e o princípio da segurança jurídica ao princípio da legalidade, autorizando o STF modular a eficácia da declaração produzida restringindo seus efeitos ou estabelecendo-lhe o die a quo. 8. Os institutos da decadência e da prescrição em matéria de direito tributário alcançam, o primeiro, o exercício do direito potestativo (poder-dever) da Administração em praticar o ato administrativo do lançamento (CTAr, art. 173) e o segundo, o crédito tributário constituído ou o pagamento efetuado (art. 150 CT7V). 9. A homologação deve ser entendida como um dos elementos acessórios do negócio jurídico, qual seja, a condição. Portanto, a homologação do lançamento caracteriza-se por ser condição resolutiva do lançamento. Em face de a regra legal enfeixar na atividade de pagamento do contribuinte todos os requisitos necessários ao nascimento e extinção do crédito tributário —prática da ação pertinente à ocorrência do fato gerador, nascimento da obrigação tributária, constituição do crédito tributário pela identificação dos elementos da regra matriz de incidência, bem como a respectiva extinção, fazendo a ressalva da condição resolutiva, a qual atribui eficácia plena ao pagamento no momento de sua realização, é forçoso concluir que os prazos de decadência e prescrição fluem simultaneamente. Tal conclusão derrui a tese prevalente no ST.1 da sucessividade de tais prazos. 10.A norma do art. 173 do CT1V constitui-se em regra geral de decadência no Direito Tributário. A norma do art. 150, 5 4° constitui-se em regra específica de decadência para uma espécie especifica de lançamento — opor homologação. • Ded 6 • 3.9 ‘. 2* CC-MF ' Ministério da Fazenda CONFERE ks Fl. r nN I n A- Segundo Conselho de Contribuintes 1 0)- ¡QL. ira. PAriNCISoltrr,,lo° COM Processo n° : 10768.017823/99-23 EitiNA nse AL Recurso n° : 129.143 VIS O Acórdão n° : 203-10.622 11. Na declaração de inconstitucionalidade, a imediata e instantânea supressão da norma do mundo jurídico (efeito a tunc) é o efeito conseqüente. Entretanto, no curso de sua trajetória para o passado no processo de anulação da juridicização que a norma irradiou sobre os fatos então ocorridos, sofre a atuação de outros institutos que, como vetores, se não lhe modifica a rota na direção do momento em que a norma foi editada, tira-lhe &força. 12. Os efeitos da declaração de inconstitucionalidade subsistem, porém o exercício de tal direito fica impossibilitado a partir do momento rio tempo em que a prescrição e a decadência atuarem seccionando o tempo decorrido em duas panes: uma em que eles já operaram e outra em que eles ainda não atingiram. Na parte em que tais institutos já operaram seus efeitos encontram-se o direito adquirido e o ato jurídico perfeito. Os prazos judiciais operam a coisa julgada. 13.A não caducidade da possibilidade de se avaliar a conformidade da norma jurídica à Constituição não enseja, também, a não caducidade dos direitos quer subjetivos, quer potestativos. O direito, enquanto criação cultural, tem o escopo na previsibilidade e segurança das relações entre os indivíduos e entre estes e o Estado. 14. A presunção de constitucionalidade das leis não é absoluta. Com a adoção dos dois tipos de controle de constitucionalidade pelo sistema jurídico brasileiro — concentrado e difuso, não é necessário aguardar uma ação direta de inconstitucionalidade para repetir o tributo inflevido. A declaração de inconstitucionalidarle posterior e em controle concentrado não tem o condão de reabrir prazos superados. 15. A retirada da norma do mundo jurídico no presente em razão da declaração de inconstitucionalidade obsta a produção de seus efeitos para o futuro. Inadmissível que atinja os efeitos produzidos no passado, que tenham sido consolidados pela decadência e pela prescrição. 16. A jurisprudência do judiciário, de forma ainda incipiente, tende à adoção do • posicionamento ora defendido, vislumbrando-se o. fato de ser inadmissível para o estudioso do direito, mormente para o seu operador cuja decisão produz norma individual e concreta, acatar a tese da não caducidade como regra do Direito Pelo exposto, entendo que o pleito deve ser indeferido, pela ocorrência da prescrição em relação aos pagamentos efetuados antes de 05/08/94. Em relação aos demais pagamentos, a autoridade julgadora de primeira instância analisou precisamente a questão. A recorrente ignorou o fato de que o art. 3° da Lei Complementar n° 7/70 estabeleceu a alíquota do PIS crescente ao longo dos exercícios posteriores, chegando a 0,50% em 1974. Entretanto, a Lei Complementar n° 17, de 14 de dezembro de 1973, estabeleceu um adicional de 0,25% àquela alíquota, a partir do exercício de 1976. Destarte, a apuração do PIS com base na Lei Complementar n° 7/70, deve ser feita com aplicação da alíquota de 0,75%. É absolutamente contraditória, nesse ponto, a alegação da reclamante no sentido de que utilizou a alíquota de 0,65% prevista no Decreto-lei n° 2.445/88 com a alteração feita pelo Decreto-Lei n° 2.449/88. Ora, se o pedido de restituição tem como fundamento a inconstitucionalidade dos referidos Decretos-Leis, que foram retirados do mundo jurídico, como defender a aplicação de dispositivos neles contidos? • - — — e a, MINISTÉRIO DA FAZENDA CC-MF Ministério da Fazenda r ConseNlo d.e Cot trtuintes Segundo Conselho de Contribuintes CONFERE COM G 0;;GINAL Fl. BrasHia, CP- 102_, C, Processo n° : 10768.017823/99-23 Recurso n° : 129.143 VISTO SQ Acórdão n° : 203-10.622 Se a apuração do PIS deve ser feita pela sistemática da Lei Complementar n° 7/70, a aliquota aplicável deve ser a prevista nesse diploma legal. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 08 de dezembro de 2005. •e•N ~41. ek 14.4iA LEONARDO DE ANDRADE COUTO • • 8 Page 1 _0010300.PDF Page 1 _0010400.PDF Page 1 _0010500.PDF Page 1 _0010600.PDF Page 1 _0010700.PDF Page 1 _0010800.PDF Page 1 _0010900.PDF Page 1
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Numero do processo: 10830.001914/92-89
Turma: Primeira Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Fri Jun 28 00:00:00 UTC 1996
Data da publicação: Fri Jun 28 00:00:00 UTC 1996
Ementa: I.I - CLASSIFICAÇÃO "EX" - DISPOSITIVO ÓPTICO-ELETRÔNICO PARA
DIGITALIZAÇÃO DE IMAGENS ("SCANNER"). 1) "Scanner" modelo HP SCANJET,
fabricados pela Hewlett Packard, utilizados nas indúsrtias gráficas,
que, cumulativamente, capturem a imagem, transformem a luz em sinal
elétrico e convertam este sinal digital para ser tratado por
computador, são abrangidos pelo "Ex 001" da Portaria n. 283/92. 2)
Classificam-se, portanto, na posição TAB/SH 8471.99.12.00,
independente de separarem cores.
Numero da decisão: 301-28115
Nome do relator: ISALBERTO ZAVÃO LIMA
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ementa_s : I.I - CLASSIFICAÇÃO "EX" - DISPOSITIVO ÓPTICO-ELETRÔNICO PARA DIGITALIZAÇÃO DE IMAGENS ("SCANNER"). 1) "Scanner" modelo HP SCANJET, fabricados pela Hewlett Packard, utilizados nas indúsrtias gráficas, que, cumulativamente, capturem a imagem, transformem a luz em sinal elétrico e convertam este sinal digital para ser tratado por computador, são abrangidos pelo "Ex 001" da Portaria n. 283/92. 2) Classificam-se, portanto, na posição TAB/SH 8471.99.12.00, independente de separarem cores.
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ACÓRDÃO N° : 301-28.115 RECURSO N° : 115.773 RECORRENTE : EDISA INFORMÁTICA S.A. RECORRIDA : DRF-CAMPINAS/SP 1.1.- CLASSIFICAÇÃO 'EX' - DISPOSITIVO ÓPTICO- ELETRÔNICO PARA DIGITALIZAÇÃO DE IMAGENS (“SCANNER“). 1) "Scanners” modelo HP SCANJET, fabricados pela Hewlett Packard, utilizados nas indústrias gráficas, que, cumulativamente, capturem a imagem, transformem a luz em sinal elétrico e convertam este sinal digital para ser tratado por computador, são abrangidos pelo `Ex 001' da Portaria no. 283/92. 2) Classificam-se, portanto, na posição TAB-SH 8471.99.12.00, indepemdente de separarem cores. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. O Conselheiro Sérgio de Castro Neves votou pela conclusão, na forma do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Brasilia-DF, em 26 de junho de 1995. nn•-- MOACYs'b ?AROS PRESI • (J.% ISALBERTO 0 LIMA R i a neerPROCU ' DORIA DA FAZE ACIONAL VISTA EM 03 SEi 1996 Participaram, ainda, do presente julgamento, os seguintes Conselheiros: MÁRCIA REGINA MACHADO MELARÉ, JOÃO BAPTISTA MOREIRA, FAUSTO DE FREITAS E CASTRO NETO, LEDA RUIZ DAMASCENO, LUIZ FELIPE GALVÃO CALHEIROS e SÉRGIO DE CASTRO NEVES. w‘s MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES PRIMEIRA CAMARA RECURSO N° : 115.773 ACÓRDÃO N° : 301-28.115 RECORRENTE : EDISA INFORMÁTICA S.A. RECORRI DA : DRF-CAMPINAS/SP RELATOR(A) : ISALBERTO ZAVÃO LIMA RELATÓRIO Auto de Infração em Ato de Conferência Aduaneira correspondente a Dl. n° 001026, de 10.03.92, lavrado em 08.04.92, desclassificação do código TAB 8471.99.12.00 para o 8471.99.06.00, 1.1. de 50 para 60%, permanecendo o IPI com a aliquota de 15%, Cominada multa de mora de 20% prevista no artigo 59 da Lei 8383/91. Descrição das mercadorias na DI: "Aparelho scanner p/composição de fotografias e separação de cores HP-C1757-A e C1759-A (ABA)". Laudo Pericial do Eng. Certificante (fl.14) atesta que os aparelhos tem interface para conexão em microcomputadores IBM e MACINTOSH. Tratam-se de aparelhos que captam a imagem de forma óptica, cujos dados são posteriormente digitalizados para poderem ser tratados pelo computador. São periféricos de computadores pois a eles precisam estar conectados onde são processados os programas aplicativos. Em sua Impugnação a Autuada afirma que a visualização, a interpretação da imagem e a separação de cores é feita pelo "software" aplicativo do computador, não podendo o scanner operar isoladamente. Entende ser indevida a classificação proposta pelo AFTN pois estes tem função especifica ao contrário daqueles, leitores ópticos aos quais se reporta o Auto, cuja classificação é destinada aos PDV - Terminal Ponto de Venda (leitor de código de barras), utilizados em Automação Bancária e Industrial. Fundamenta que o "Ex" criado para a sua posição adotada na DI nomeia o enquadramento: "Dispositivo óptico eletrônico para leitura de dados em forma de imagens ("scanner") , com resolução ... ". Posteriormente a retificação do "Ex" promovida pela Portaria 283, de 01.04.92, dirimiu as dúvidas: "Dispositivo óptico eletrônico para digitalização de imagens ("scanner") . Nas contra-razões o AFTN (fl.48)argüiu que a posição pretendida pela Autuada só se aplicaria se não existisse posição anterior mais apropriada. 2 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES PRIMEIRA CAMARA RECURSO N° : 115.773 ACÓRDÃO 14° : 301-28.115 Em seu Decisório (fl.52) a Autoridade Monocrática confirma a subsistência do Auto, fundamentando que o Laudo declara serem unidades periféricas de microcomputadores, que não fazem separação de cores, que a regra NBM-SH 3.a determina a prevalência da posição mais especifica sobre a mais genérica e que o "Ex" pretendido pela Autuada seria para outras aparelhos não compreendidos em outras posições em face da citação nominal "(leitora óptica - unidade periférica). Inconformada, a Autuada apresenta Recurso a este C.C. alegando que: 1) As funções do scanner é capturar e digitalizar imagens para posteriormente serem processadas por computador, não podendo ser confundido com uma simples leitora óptica; 2) Captura a imagem, transforma a luz em sinal elétrico, converte em sinal digital, possibilitando o tratamento pelo computador para utilização na indústria gráfica; 3) Cita dois Laudos anexados aos Autos ( só consta o do eng. certificante f1.14); 4) O enquadramento no destaque "Ex" independe de seu enquadramento tarifário, sendo especifico para determinada mercadoria; 5) Protesta contra a penalidade por não ter se constituído o "débito tributário". É o Relatório. j 3 • MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES PRIMEIRA CAMAFtA RECURSO N° : 115.773 ACÓRDÃO N° : 301-28.115 VOTO Compulsando os autos do processo se infere que os aparelhos são dispositivos ópticos-eletrônicos para digitalização de imagens (scanner), e: 1)Não separam cores como descrito na DI; 2) Dependem sempre de estarem acoplados a um computador para processar os sinais convertidos em digitais, através de "software" aplicativos, cabendo a estes visualizar, interpretar e trabalhar as imagens recebidas; não podem trabalhar independentes; Entendo dispensável perquirir as minudências que distinguem as leitoras ópticas (unidade periférica) dos leitores magnéticos ou ópticos, não compreendidos em outras posições ou subposições, pois os "Ex" alusivos aos respectivos códigos, 8471.99.0600 e 8471.99.1200, interferem na clarificação da classificação. Parece-me que no primeiro os "Ex" estão mais relacionados a periféricos semelhantes aos PDV, que, tudo indica, não digitalizam a imagem. Reforça esta interpretação o enunciado do "Ex" da segunda classificação por se referirem a "dispositivo óptico-eletrônico para digitalização de imagens (scanner)" Embora possa ocorrer interpretações dissonantes quanto á correta classificação dos "Ex" na TAB, neste caso particular é incontestável a identidade entre o texto do 'Ex 001' da posição 8471.99.12.00 e os esclarecimentos trazidos pelos documentos e Laudos acostados ao processo. São, incontroversamente, aparelhos ópticos eletrônicos para digitalização de imagens(SCANNER), embora não separem cores como descreveu a Suplicante nos documentos de importação às fls. 7 e 9, confirmado pelos Laudos e pela própria retratação da Recorrente em sua exordial às fls. 18. É importante que se frise que o fato de operarem conectados a microcomputadores como consta do Laudo Pericial às fls. 14, em nada interfere na identificação das mercadorias com o 'Ex', como alega o Agente Autuante em suas contra-razões às fls. 48, e adota a Autoridade Julgadora de primeira instância. Não deve a mercadoria ser tipificada como um simples periférico, como quer o AFTN, muito menos sob o argumento de que existiria, a partir desta premissa, posição anterior mais adequada. As regras Gerais para interpretação não devem se sobrepor aos textos dos 'Ex'. A constatação da identificação da mercadoria com a descrição do 'Ex', mesmo que indevidamente codificado pelas Portarias que deferiram-lhe 4 ' MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES PRIMEIRA CAMARA RECURSO N° : 115.773 ACÓRDÃO N° : 301-28.115 tratamento tributário diferenciado, torna indiscutível o direito do Contribuinte, independente das polêmicas que possam ser aduzidas quanto à correta classificação. Entendo, em última análise, que um "Ex" representa determinada mercadoria ou classe de mercadorias que foi pinçada de um código da TAB, para lhe dispensar tratamento especial em relação às demais contidas naquela posição ou sub- posição. Se constitui, por inferência, numa autêntica interpretação da classificação que lhe deve ser destinada, pois parte da própria autoridade tributante. Dou provimento ao Recurso. Sala das Sessões, em --- cç ISALBERTO ZAVÃO LIMA - RELATOR
score : 1.0
Numero do processo: 10783.000909/93-24
Turma: Segunda Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Tue Dec 06 00:00:00 UTC 1994
Data da publicação: Tue Dec 06 00:00:00 UTC 1994
Ementa: IPI - ISENÇÃO DO ARTIGO 17 DO DECRETO NR. 2.433/88. Empresa concessionária de energia elétrica enquadrada no Plano Nacional de Energia Elétrica. Empresa enquadrada na norma que concede isenção. Recurso provido.
Numero da decisão: 202-07375
Nome do relator: DANIEL CORRÊA HOMEM DE CARVALHO
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O. U. •• 4 c o. 09- / OS / • 1/4 MINISTÉRIO DA FAZENDA LZ202/. 43ik • C Rubrica .• SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo n° : 10783.000909/93-24 Sessão de : 06 de dezembro de 1994 Acórdão n" : 202-07.375 Recurso n" : 96.593 Recorrente : ESPIRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S.A Recorrida : DRF em Vitória - ES [PI - ISENÇÃO DO ARTIGO 17 DO DECRETO N° 2.433/88. Empresa concessionária de energia elétrica enquadrada no Plano Nacional de Energia Elétrica. Empresa enquadrada na norma que concede isenção. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ESPIRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. ACORDAM os Membros da Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Elio Rothe. Ausente o Conselheiro José de Almeida Coelho. Sala das Sessões, em 06 de cl ,»embro de 1994 -.4-n•••!-Iati/ Helvio c•I . ce- Presiden • ti- e. Sc Danie Corrêa Homem de Carva'l1i io Relator Adriana Queiroz de Carvalho Procuradora-Representante da Fazenda Nacional VISTA EM SESSÃO DE Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros, Antonio Carlos Bueno Ribeiro, Oswaldo Tancredo de Oliveira, Tarásio Campeio Borges e José Cabral Garofano. • 019 ' MINISTÉRIO DA FAZENDA • / SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo n° : 10783.000909/93-24 Acórdão n" : 202-07.375 Recurso n" : 96.593 Recorrente : ESPIRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S.A RELATÓRIO A empresa ora recorrente foi autuada pela fiscalização pelas razões abaixo transcritas: "A empresa acima identificada foi fiscalizada quanto ao cumprimento das obrigações principal e acessórias relativas ao Imposto Sobre Produtos Industrializados, IPI, Programa GEIPI, conforme FM n° 12.373, para os anos de 1988, 1989 e 1990; e com fundamento no Regulamento aprovado pelo Decreto n° 87.981, de 23 de dezembro de 1982. Os exames e verificações foram efetuados sumariamente na documentação fiscal da empresa, tais como: Livros Fiscais, Notas Fiscais recebidas, AFM (Autorização de Fornecimento de Material) e demais documentos escriturados e •existentes no estabelecimento do contribuinte, constatamos o que se segue: Que a empresa recebeu e aceitou, de diversos fornecedores, produtos tributados acompanhados de Notas Fiscais sem o devido lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados nas notas fiscais correspondentes. Tais fatos deram-se em virtude de interpretação errônea do artigo 17 do Decreto Lei n° 2.433, de 19 de maio de 1988, com nova redação dada pelo artigo 1° do Decreto-Lei n°2.451, de 29 de julho de 1988. Pois, no corpo de algumas notas fiscais consta: - "Operação isenta do IPI de acordo com o previsto no art. 17, LEI, "b" do Decreto Lei 2.433/88, com redação pelo Decreto-Lei 2.451/88". Em outras notas fiscais com o imposto devidamente destacado, a empresa encaminhou, a diversos fornecedores, DECLARAÇÃO para fins de devolução do imposto, onde afirma: - "Declaramos nos termos do artigo 166 da Lei n° 5.172 de 26.10.66 (Código Tributário Nacional ) que foi faturado indevidamente MI (Imposto Sobre Produtos Industrializados), através de Notas Fiscais fatura abaixo descriminadas, referente a operações comerciais isentas, conforme Decreto Lei n° 2.45 I de 29.07.88, art. 17 item III, letra "b", por ... . A signatária autoriza expressamente a .... , conforme determina a Instrução Normativa do SRF n° 122 de 06.10.86, a se creditar do referido Imposto, destacado indevidamente nas Notas Fiscais fatura relacionadas a seguir". 2 • ;:f"..!;.• 7".• MINISTÉRIO DA FAZENDA 't SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 40,,srá 1";,)>›, Processo n" : 10783.000909/93-24 Acórdão n" : 202-07.375 A empresa infringiu as disposições contidas no artigo 173, caput, e seu parágrafo 3 0; sujeitando-se as sanções previstas nos artigos 368, combinado com o art. 364, inciso II, todos do Regulamento do IPI, aprovado pelo Decreto n° 87.981, de 23 de dezembro 1982. Os mapas demonstrando o cálculo do 1P1 devido, quinzena por quinzena, e que ficam fazendo parte integrante do presente termo constam das fls. 021 a 112; e o demonstrativo do cálculo do crédito tributário consta de fls. 113 a 114. Os valores originais do imposto, que constitue a penalidade exigida do contribuinte, foram atualizados e transformados em Unidades Fiscais de Referência - UFER, de acordo com a Lei n° 8.383/91. Este Termo de Encerramento de Fiscalização, bem como seus anexos, ficam fazendo parte integrante do Auto de Infração lavrado contra o contribuinte, e vai devidamente assinado por nós, Auditores Fiscais do Tesouro Nacional, sendo uma cópia entregue ao representante legal do contribuinte, que também o assinará". Em sua impugnação a recorrente alega que: a) o termo de autuação é vago na descrição dos fatos, deixando a empresa incerta quanto à causa precisa geradora da autuação. A simples imputação genérica de erro de interpretação do artigo 17 do Decreto-Lei n° 2.433/88, alterado pelo artigo 1 0 . do Decreto-Lei n° 2.451/88 não é suficiente para o esclarecimento da questão; b) em razão disso, incorreu a fiscalização em descumprimento do disposto no artigo 10 do Decreto n° 70.235/72, pelo que o Auto de Infração deve ser declarado nulo; c) no mérito, alega a empresa que não incorreu em irregularidade quando consignou na nota fiscal a observação "isenção do imposto sobre os produtos fornecidos". Ao contrário, a observação visava exatamente a explicitar a fiscalização o motivo da não-incidência do tributo; d) também alega a recorrente em sua peça impugnatória não ter incorrido em irregularidade ao emitir declaração destinada ao fornecedor, atestando a não-incidência do tributo, visando à restituição do que fora agregado indevidamente ; 3 • 41; "'"It MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 1.4%;artr Processo n" : 10783.000909/93-24 Acórdão n" : 202-07.375 e) tal atitude se constitui na autorização do contribuinte de fato para o contribuinte de direito, expressa no artigo 166 do CTN. Não houve, portanto, infringência aos princípios de direito conforme alegou a autoridade autuante, pois o Código Tributário Nacional admite a restituição se o interessado provar ter assumido o encargo, sem transferência para outrem, ou tendo realizado tal transferência, se for por este autorizado a recebê-lo; e t) o exercício da isenção questionado é legitimo, conforme razões a seguir transcritas: O MOTIVO DA ISENÇÃO "A Impugnante, na qualidade de concessionária de serviço público federal de energia elétrica, está inserida no Plano Nacional de Energia Elétrica 1987 - 20 10, o PLANO 2010. Este plano é o instrumento de planejamento a longo prazo do SETOR ELÉTRICO, elaborado sob a coordenação da holding ELETROBRÁS, da qual a Imptignante é subsidiária. Portanto, uma empresa federal, escrupulosamente atenta para não malferir o ordenamento jurídico-fiscal em que se insere. O Plano Nacional de Energia Elétrica resulta de medidas governamentais que vêm se desenvolvendo desde 1982, ocasião em que o Ministério das Minas e Energia, sentindo a dimensão e complexidade alcançada pelo sistema Elétrico Brasileiro, criou o GCPS - Grupo Coordenador do Planejamento dos Sistemas Eletricos, através da Portaria n° 1617, de 23/11/82 (doc. 3). O GCPS foi criado em âmbito nacional, tendo por finalidade estudar alternativas de desenvolvimento dos sistemas elétricos dos concessionários de serviço público e apresentar pareceres e proposições no sentido de ajustar os programas de expansão dos mesmos entre si e às diretrizes fixadas pela ELETROBRÁS, assegurando sua compatibilidade com a política energética governamental. Segundo estabelece a aludida Portaria, no Art. 2° parágrafo único, a critério da ELETROBRÁS, poderão integrar o GCPS outros concessionários, além dos relacionados. Nesta condição, desde 1984 a ESCELSA (Impugnante) participa efetivamente de todas as atividades desenvolvidas pelo CrCPS. O Setor Elétrico, tradicionalmente, realiza o seu planejamento em três horizontes temporais, a saber: 4 • ,?; MINISTÉRIO DA FAZENDA :A4P,1:.in SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo n" : 10783.000909/93-24 Acórdão n" : 202-07.375 a) Planejamento de Longo Prazo (20 a 30 anos); b) Planejamento de Médio Prazo (10 a 15 anos); c) Planejamento de Curto Prazo. No Planejamento de Curto Prazo são detalhados os primeiros 10 anos dos programas de obras, definindo-se para os 5 primeiros anos os orçamentos plurianuais de investimento e o equacionamento das fontes de recursos financeiros. O documento principal que retrata este Planejamento de Curto Prazo é o Programa Plurianual do Setor de Energia Eletrica, que apresenta de forma mais explicita as obras de cada Empresa para os 5 anos seguintes, para os Grupos de Investimentos de Geração e Transmissão. Para as obras de Distribuição de curto prazo, devido as quantidades enormes, elas são globalizadas em um conjunto de itens orçamentários, classificados conforme abaixo; DISTRIBUIÇÃO URBANA: Conjuntos Habitacionais Novas Redes de Alimentadores Instalações de Câmaras de Transformação Programa de Consumidores em Potencial Programa de Baixa Renda Extensões de Redes de Distribuição Substituição de Postes Melhoramentos de Redes de Distribuição Extensões de Alimentadores Obras convénio Governo/Prefeitura/ESCELSA Transformadores de Distribuição Reguladores de Tensão Medidores e Equipamentos de Medição Pequenas Extensões de Redes Rurais A APLICAÇÃO DO DECRETO LEI N" 2451/88 PELA ESCELSA 5 A • MINISTÉRIO DA FAZENDA • rir SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo n" : 10783.000909/93-24 Acórdão n" : 202-07.375 Com o Plano Nacional de Energia Elétrica aprovado pelo Decreto n° 96.652 de 06 de setembro de 1988 (doc. 4) e com a publicação do Decreto-Lei n°2.451 de 29/07/88, alterando o Art. 17 do Decreto-Lei n° 2.433 de 19/05188, a ESCELSA procurou aplicar o Decreto de isenção de IP1, utilizando-se do documento de Planejamento que torna mais explicito possível suas obras de geração, transmissão e distribuição; já que o Programa Decenal de Expansão e Plano Nacional de Energia Elétrica apresentam as citadas obras da ESCELSA de forma globalizada. O Programa Plurianual do Setor de Energia Elétrica - PPE é o instrumento que explicita por Empresa o extrato dos 5 primeiros anos do Plano Decenal de Expansão. Com isto, a ESCELSA passou a aplicar a isenção nos projetos de geração, transmissão e distribuição constantes do seu Programa Plurianual do Setor de Energia Elétrica - 89/93 que se refere a projetos desde 1988. (Doc. 5). Nos documentos inclusos (docs. 6, 7 e 8) são apresentados os 5 grupos de investimento (Geração, Linhas de Transmissão, Subestações, Distribuição Urbana e Distribuição Rural) do PPE 89/93, também reverenciando o ano de 1988 e as respectivas obras/itens orçamentários correspondentes, aos quais pede-se reportar, como parte integrante desta defesa. Em 1990, ao ser realizado o Planejamento de Curto Prazo, um novo Programa Plurianual do Setor de Energia Elétrica foi emitido para o período 90/94 (doc. 9) que também serviu de base para explicitar os projetos de geração, transmissão e distribuição da ESCELSA, passíveis de serem enquadrados no Art. 17 do Decreto-Lei n° 2451. Por igual, são apresentados os 5 grupos de investimentos (Geração, Linhas de Transmissão, Subestações, Distribuição Urbana e Distribuição Rural) do PPE -90/94 (does 10, 11 e 12), com as respectivas obras/itens orçamentários correspondentes, aos quais também pede- se reportar, como parte integrante desta defesa. Pelo demonstrado acima, a IMPUGNANTE procurou aplicar o Decreto de insenção de 1P1 nos projetos previstos para obras de geração, transmissão e distribuição, obras estas apresentadas de forma globalizada no Programa Decenal de Expansão e Plano Nacional de Energia Elétrica, mas definidas, inclUsive orçamentariamente, nos Programas Plurianuais integrantes do PLANO NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA de que trata a norma consagradora da inseção fiscal. 6 • MINISTERIO DA FAZENDA brt, SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo n" : 10783.000909/93-24 Acórdão n" : 202-07.375 Enfim, as notas fiscais objeto da auditagem da fiscalização, referem-se efetivamente aos bens adquiridos pela Impugnante destinados a obras especificas do setor energético, do Plano Nacional de Energia, inequivocamente contemplados pela isenção prevista no art. 17 do Decreto-Lei n° 2.433, de 19/05/88, com a redação alterada pelo art. 1° do Decreto-Lei n° 2.451, de 29/07/88. Sem razão, portanto, os ilustres auditores, se foi este o motivo gerador do malsinado auto de infração. A autoridade recorrida assim baseou a decisão que manteve o auto de infração: O punctum pruriens deste processo é a figura da insenção relativa, ou seja, aquela que, para o seu gozo, se exige o cumprimento de determinados atos. Vale dizer, dentro do princípio da reserva legal, o Decreto-Lei n° 2.433/88, posteriormente alterado pelo Decreto-Lei n° 2.451/88, veio estabelecer a isenção para equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos adquiridos por concessionárias de serviços públicos destinados à execução de projetos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, constantes do Plano Nacional de Energia Elétrica, o chamado Plano 2010, aprovado pelo Decreto n° 96.652, de 06/09/88. O fim colimado pelo legislador, ao excluir o crédito tributário daqueles materiais, foi dar curso a uma nova política industrial, para isto fornecendo incentivos ao setor como um todo, com reflexos nas áreas do imposto de renda e do comércio exterior. Assim, até 11/06/91, quando a Lei n° 8. I 91, de 11/06/91, expressamente revogou o art. 17 do Decreto-Lei n° 2.433, a isenção referida estava sujeita, para a sua fruição, ao atendimento cumulativo dos requisitos seguintes: - que os bens adquiridos fossem máquinas, aparelhos e equipamentos; - que a aquisição fosse efetuada por concessionárias de energia elétrica e se destinassem à execução de projetos específicos e preexistentes de transmissão de energia elétrica, devidamente aprovados pelas autoridades competentes, devendo ser usados exclusivamente na execução dos mesmos. 7 z.) a -; MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo n" : 10783.000909/93-24 Acórdão n° : 202-07.375 Do exame dos autos, se dessume que a empresa adquiriu materiais de fornecedores, para a sua utilização, acompanhados de nostas fiscais sem o lançamento do IPI. Acontece que a empresa não provou objetivamente que foram os mesmos empregados em projetos vinculados ao Plano 2010, limitando- se a rechaçar o auto pela simples alegação de que "as notas fiscais objeto da auditagem da fiscalização referem-se efetivamente aos bens adquiridos pela Impugnante destinados a obras especificas do setor energético, do Plano Nacional de Energia, ..." Não se desconhece ser a ESCELSA participe daquele planejamento de longo prazo do Sistema ELETROBRÁS. O que se questiona é o emprego do material em obra ligada de fato ao plano. Importante realçar que o próprio decreto aprovador do referido instrumento (fls. 133 e 134) inclusive faz constrar dos eu art. 2° que a realização de obras de geração de energia elétrica fora do Plano 2010 precisará do "aprovo" do Grupo Coordenador do Planejamento do Sistemas Elétricos (GCPS) - portaria MME n° 1.617, de 23/12/82, valendo dizer que poderá ser denegada a sua inserção no mesmo. Portanto, isto demonstra que nem toda obra executada pelas concessionárias fazem parte do referido plano, dai mais aconselhável ainda o resguardo dos interesses da Fazenda Pública, quanto à literalidade da interpretação da hipótese isencional. Cumpre lembrar que o principio secular das provas processuais é que "onus probandi est qui dixit" e que a autuada ex-vi do art. 333, II, do Código de Processo Civil, deveria ter trazido à balha elementos de convencimento do julgador quanto à satisfação dos requisitos a que se vinculou a isenção do art. 17 referido. Esta trilha conservadora, pertinente, aliás, ao instituto da interpretação literal para a isenção, é admitida pela própria Coordenação do Sistema de Tributação que, ao apreciar em grau de recurso de oficio, pleito da SANEAGO - Saneamento de Goiás S.A., referente à aplicação do mesmo art. 17, Decreto-Lei n° 2.433/88, determinação textualmente: " Ao lado do entendimento expresso no item precedente, que é o que vem sendo adotado por esta Coordenação (Parecer CST/DET N° 424/89), cumpre acrescentar ainda, conforme, aliás, faz observar o Parecer COSIT/DITIP N° 33/93, aprovado pelo Senhor Coordenador-Geral do Sistema de Tributação que se torna inviável para a Receita Federal, à vista de uma lista de bens que não identifica a vinculação destes com o projeto a ser executado, opinar sobre o enquadramento dos mesmos nas disposições legais a que se subordina o beneficio, contrariamente ao que decidiu a Autoridade de primeira instância, ao entender que a Consulente fazia jus à isenção na aquisição de todos os produtos 8 •, • MINtSTERIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo n" : 10783.000909/93-24 Acórdão n" : 202-07.375 constantes da lista anexa à consulta. " Confira-se parecer COSIT/DITIP N° 134/93. O art. 62 da Lei n° 4.502, de 30/11/64, estabelece competência ao adquirennte para verificar da irregularidade das mercadorias adquiridas, sendo responsabilizado pela omissão. Como não ficou provado o emprego dos materiais de que cogitam as notas de fls. 21 a 112 dentro das finalidades previstas no art. 17 do Decreto-Lei n° 2.433/88, deve ser aplicada à ESCELSA a multa do art. 364, Ti, do Decreto n° 87.981, de 23/12/82 (Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados), na forma apurada no auto anexo. Quanto à preliminar agitada, a sua rejeição é tranquila, haja vista a perfeita descrição do fato tanto no corpo do auto como no termo de encerramento de fiscalização, permitindo a perfeita defesa da autuada." Irresignada a empresa recorre a este Conselho alegando que: a) todas as obras de geração, transmissão e distribuição da recorrente, como concessionária federal de energia elétrica e empresa controlada pela ELETROBRAS (fato notório), estão integradas e fazem parte do Plano Nacional de Energia Elétrica. b) logo, todo o material destinado às suas obras, tais como equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos, gozava do beneficio da isenção. Além disso, não se poderia imaginar que os materiais adquiridos pela empresa não possuíssem esse destino já que a atividade referida é a única exercida por ela; c) a fiscalização não solicitou a produção das provas cuja ausência foi a causa principal da autuação; d) além disso, a documentação acostada aos autos detalha as obras, nominando- as e avaliando-as, sendo destinadas às mesmas recursos da recorrente; e) os materiais adquiridos com a isenção estão no campo servindo aos propósitos para os quais foram comprados, sendo inviável trazer aos autos algo mais substancial; 9 3, • MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 45b4 Processo n" : 10783.000909/93-24 Acórdão n" : 202-07.375 t) a ESCELSA integra, desde 1984, o GCPS. Com efeito, suas obras sempre estiveram contempladas no Plano Nacional de Energia Elétrica. E traz agora aos autos documento da ELETROBRAS a esse respeito, cobrado pela fiscalização, a saber declaração do GCPS/ELETROBRÁS, que, no entender da recorrente, esclarece a questão; e g) conclui a recorrente que, sendo uma estatal federal, toda e qualquer vantagem por ela auferida iria resultar beneficio aos cofres da União e que a discutida isenção teve o escopo de evitar repasse do ônus do tributo às tarifas. Anexo por fim, declaração do cordenador do GCPS afirmando: que a empresa a) participa desde W84 do GCPS; e b) que, a partir do Decreto n° 96.652/88, que aprovou o Plano Nacional de Energia Elétrica 1987/2010, os planos de geração, transmissão e distribuição da ESCELSA estiveram contemplados no Plano Nacional de Energia Elétrica,confornie descrição constante da declaração. É o relatório. 10 .9‘ ;à.s. MINISTÉRIO DA FAZENDA 414. SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 4,?ritz 'LM-e Processo o' : 10783.000909/93-24 Acórdão n° : 202-07.375 VOTO DO CONSELHEIRO-RELATOR DANIEL CORRÊA HOMEM DE CARVALHO A matéria em exame cinge-se à questão fatica da comprovação ou não de que os produtos adquiridos pela recorrente estavam amparados pela isenção do artigo 17 do Decreto-Lei n° 2.433/88, alterado pelo artigo 1° do Decreto-Lei n°2.451/88. A autoridade recorrida entende que a empresa não comprovou que as compras referentes ao período da autuação destinavam-se aos projetos objeto da isenção acima referidos. A recorrente anexou à sua impugnação, o programa plutianual do setor de energia elétrica (ano referência 1988) onde constam ; na pauta do orçamento, listas extensas e heterogêneas (pág. 137 a 178). Anexou, também, documento do Cordenador do GCPS, órgão cujo pronunciamento foi reclamado pela autoridade recorrida. Em face destes dados e do que consta neste processo, considero dirimida a dúvida aventada no inicio deste voto, e dou provimento ao recurso.. Sala de Sessões, em 06 de dezembro 1994 DANIEL CORRÊA HOMEM DE CARVALHO ti
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Numero do processo: 10814.010025/94-81
Turma: Segunda Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Dec 07 00:00:00 UTC 1995
Data da publicação: Thu Dec 07 00:00:00 UTC 1995
Ementa: IMUNIDADE - ISENÇÃO.
1. O art. 150, VI, "a" da Constituição Federal só se refere aos
impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços.
2. A isenção do Imposto de Importação às pessoas jurídicas de direito
público interno e as entidades vinculadas estão reguladas pela Lei n.
8.032/90, que não ampara a situação constante deste processo.
3. Incabível a aplicação da penalidade capitulada no art. 4o., inciso
I, da Lei nr. 8.218/91.
4. Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 302-33225
Nome do relator: LUIS ANTONIO FLORA
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ALF/AISP/SP. Recorrid IMUNIDADE. ISENÇAO. 1.0 art. 150, VI, - a" da Constituição Federal só se refere aos impostos sobre o patrimônio, a renda OU OS serviços. 2.A isenção do Imposto de Importação às pessoas júridicas de direito público interno e as entidades vinculadas estão reguladas pela Lei nr. 8032/90, que não ampara a situação constante deste processo. 3.Incabivel a aplicação da penalidade capitulada no art. 40., inciso I, da Lei nr. 8.218/91. 4.Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, ACORDAM os Membros da Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir a multa da Lei 8.218/91, vencidos os Conselheiro RICARDO LUZ DE BARROS BARRETO, PAULO ROBERTO CUCO ANTUNES e LUIS ANTONIO FLORA, relator, que davam provimento total. Relatora designada a Conselheira ELIZABETH MARIA VIOLATTO. Brasília-DF, 07 de dezembro de 1995. ELIZABETH EMILIO DE MORAES CHIEREGATTO-Presidente ELIZABETH RIA VIOLATTO - ''.vlatora designada a c'° ceNc'"‘ 3 . rtory e, 5 vocg.VISTO EM 1n0C SESSAO DEZ j Participou, ainda, do presente julgamento o seguinte Con- selheiro: UBALDO CAMPELLO NETO. nAMEFP/DF RECO9 Ng 047/92 - H. . . MF - TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES - 2a. CÂMARA RECURSO N. 117.438 ACÓRDÃO N. 302-33.225 RECORRENTE: FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA / CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS. RECORRIDA: IRF - AISP. RELATOR: LUIS ANTONIO FLORA RELATÓRIO Em ato de conferência documental da Declaração de Importação n.050372 , de 02.08.94 , constatou a fiscalização que a Fundação, não faz jus ao benefício fiscal de imunidade, para o imposto de importação, por não se tratar, nos termos do artigo 150, inciso VI, alínea "a" e § 2° da Constituição Federal, conforme consta da Dl, de fundação pública. A recorrente submeteu a desembaraço, diversas mercadorias de reposição para uso com equipamento de radiodifusão. Pela Decisão n. 205 , de fls. 144/145 , o Senhor Inspetor no AISP, julgou procedene .a ação fiscal, com a seguinte ementa: "Imunidade Tributária - Importação de mercadorias por entidade fundacional do Poder Público. O imposto de importação não incide sobre o patrimônio, portanto não estão abrangidos na vedação constitucional do poder de tributar do art. 150, inc. VI, alínea "a" § 2°, da Constituição Federal". O Contribuinte, às fls. 146/15§ em seu recurso, que leio em sessão, resumidamente alega que: II ..., sendo a recorrente uma fundação instituída e mantida pelo Poder Público, como sobejamente provado e reconhecido .pela autoridade de primeira instância; sendo sua finalidade essencial a transmissão de 3 Recurso N9 117.438 AcOrdão N? 302-33.225 programas euducativos e culturais por rádio e televisão; tendo importado bens destinados a essas finalidades, já que destinados à operação de suas emissoras; gozando de imunidade outorgada pela Constituição, artigo 150, § 2°, que lhe estende a imunidade reservada às pessoas • políticas; e sendo despido de fundamento o argumento - repudiado pela 'Corte Suprema - de que essa proibição constitucional de tributar não alcança o imposto de importação, é de ver que não pode subsistir a decisão recorrida, que acolheu a peça fiscal, negando a imunidade e mantendo a exigência do crédito tributário relativo àqueles impostos. É o relatório. LI Rec. 117.438 Ac.302-33.225 VOTO Amparando-se nas disposições contidas no art. 150, inc. VI, alínea "a", da Constituição Federal, a Fundação Padre Anchieta pleiteou a dispensa dos tributos incidentes na operação de importação de bens destinados ao atendimento de suas finalidades essenciais, re- ferentes à transmissão de programação cultural através do rádio e da televisão. Considerando que os tributos, cuja dispensa foi objeto da solicitação encaminhada pelo sujeito passivo, não se encontram en- tre aqueles contemplados no texto do dispositivo constitucional que determina a imunidade tributária relativamente à recorrente, entre ou- tras entidades; que tais tributos têm como função essencial regular o comércio exterior, com vistas, inclusive, à proteção de nossa indús- tria, e que estes impostos incidem sobre o produto adquirido e não so- bre seu adquirente, não há que se falar em imunidade tributária no presente caso. Tanto é assim, que a dispensa pretendida pela recorren- te é matéria regulada no art. 15 do D.L. nr. 37/66, que através da isenção nele prevista, relaciona as hipóteses em que o 1.1. deva ser objeto de exclusão de exigências fiscais. Tal tratamento no ordenamento jurídico deixa absoluta- mente claro que os referido tributos não são alcançados pela imunida- de constitucional. Tendo por bastante esclarecedores os fundamentos que acompanham a decisão recorrida, transcrevo-os a seguir e faço minhas suas colocações: "Fundação Pe. Anchieta, importadora ha- bitual de máquinas, equipamentos e instrumentos, bem como suas partes e peças, destinados à modernização e reaparelhamento, até 19.05.88, beneficiou-se da isen- ção para o I.I. e IPI prevista no art. 1. do Decreto- lei nr. 1293/73 e Decreto-lei nr. 1726/79 revogada ex- pressamente pelo Decreto nr. 2434 daquela data. Passou a existir então a Redução de 80% apenas para as máqui- nas, equipamentos e instrumentos, não mais contempla as partes e peças, que só passaram a ter redução a partir de 03.10.88 com a publicação do Decreto-lei nr. 2479. Em 12.04.90, com o advento da Lei nr. 8.032, todas as isenções e Reduções foram revogadas, limitando-as exclusivamente àquelas elencadas na citada Lei, e onde não consta qualquer isenção ou Redução que beneficie a interessada. Até esta data (12.04.90) a interessada que sempre se beneficiaria da isenção e,depois da Redu- ção,passou a invocar a Constituição Federal, pretenden- do o reconhecimento da imunidade de que trata o art. 150, inc. VI, alínea "a", parágrafo 2., da Lei Maior que dispõe que a União, os Estados, os Municípios, o DF, suas autarquias e fundações não poderão instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros., 5 Rec. 117.438 Ac. 302-33.225 Ora é de se estranhar que quem possua imunidade constitucional, como quer a interessada, es- tivesse por tanto tempo sem ter se valido dessa condi- ção, pretendendo-a somente agora, com a revogação da isenção/redução, ou será que o legislador criou o duplo beneficio? A resposta está em que uma coisa não se confunde com a outra, posto que a interessada não faz jus à imunidade pleiteada, não porque não se reconheça tratar-se ela de uma fundação a que se refere a Consti- tuição, instituída e mantida pelo Poder Público, no ca- so o Estado de São Paulo, mas sim porque o Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados não se incluem naqueles de que trata a Lei Maior, que são tão somente "impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços", por se tratarem respectivamente de "impostos s/ o comércio exterior" (I.I.) e "imposto sobre a pro- dução e circulação de mercadorias" (IPI) como bem defi- ne o Código Tributário Nacional (Lei nr. 5.172/66). Dai a concessão de isenção. por leis especificas. Assim é porque a vedação constitucional de instituir impostos sobre patrimônio, renda ou servi- ços consubstanciada no art. 150 diz respeito a tributo que tem como fato gerador o patrimônio, a renda ou os serviços. A disposição constitucional do referido artigo é inequívoca e bastante clara a partir do que estabelece o seu inciso VI, quando diz "instituir im- postos sobre " indicando tratar-se de impostos inciden- tes sobre o patrimônio, vale dizer, o que dá nascimento à obrigação tributária é o fato de se ter esse patrimô- nio; quando se refere a imposto incidente sobre a ren- da, significa imposto que decorre da percepção de algu- ma renda e, finalmente, no que tange aos serviços, a obrigação tributária surge em razão da prestação de al- gum serviço. Desse entendimento, tem-se que o imposto de importação não tem como fato gerador da obrigação tributaria nenhuma das situaçUs referidas; ou seja, o fato gerador desse imposto é a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional, conforme preceitua o CTN, no art. 19, verbis: "art. 19 - O imposto de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a en- trada destes no território nacional". 6 Rec. 117.438 Ac. 302-33.225 • Reforça essa posição o estabelecido no art. 153, da CF quando trata dos impostos de competên- cia da União, ao se referir no seu inciso I aos impos- tos sobre importação de produtos estrangeiros. Noutras palavras, o que gera a obrigação tributária não é o fa- to patrimônio, nem renda, ou serviços, mas sim o fato da "importação de produtos estrangeiros". Se outro fosse o entendimento não teria a Constituição Federal restringido o alcance da imuni- dade tributária especificamente quanto aos impostos so- bre "patrimônio, renda ou serviços", nos precisos ter-. mos no inciso VI, do artigo 150, considerando-se sob o enfoque do fato gerador, porquanto todo e qualquer im- posto necessariamente vem a onerar o patrimônio; pres- cindiria a Constituição Federal de especificar que a vedação de instituir impostos do mencionado dispositivo referisse a patrimônio, renda ou serviços, para tão so- mente estabelecer que se referre a imposto sobre patri - mônio, dando a conotação de imposto que atinge o patri- mônio no sentido de onerá-lo. Vê-se, pois, claramente que não se trata disso; a verdade é que "patrimônio, renda ou serviços" referem-se estritamente aos fatos geradores: patrimô- nio, renda e serviços. 0 Código Tributário Nacional (Lei nr. 5.172/66), que regula o sistema tributário nacional, estabelece no art. 17 que "os impostos componentes do sistema tributário nacional são exclusivamente os que constam deste título com as competências e limitaçOes nele previstas". E, verificando-se o art. 4. tem-se que "A natureza jurídica específica do tributo é determina- da pelo fato gerador da respectiva obrigação...". Com essas disposições, o CTN, ao definir cada um dos impostos, assim os classificou em capítu- los, de acordo com o fato gerador, a saber: , Capítulo I-DisPosiçUs Gerais CapítuloI-Impostos s/o Comércio Exterior Capítulo 111-Impostos s/o Patrimônio e a Renda Capítulo IV-Impostos s/a Produção e Circulação Capítulo V-Impostos Especiais Ao examinarmos o capítulo III que trata dos "impostos s/ o Patrimônio e a Renda", não encontra- mos ali os impostos em questão, ou seja o I.I. e o IPI, mas sim imposto s/ a Propriedade Rural, imposto s/ a Propriedade Predial e Territorial Urbana e imposto s/ a Transmissão de bens Imóveis (todos relacionados a imó- veis) e o imposto s/ a Renda e Proventos de qualquer natureza. Já o capítulo II - imposto s/ o Comércio Exterior, encontramos na seção I o imposto s/ a Impor- tação e no capítulo IV,impostos s/ a Produção e Cir- culação, o imposto s/ Produtos Industrializados. 7.t4 Rec. 117.438 Ac. 302-33.225 Já em que pese as considerações dos d.cm trinadores e das posições defendidas nos acórdãos cita- dos pela interessada, o que se deve considerar efetiva- mente é a determinação legal que define a natureza dos imposto em questão, como o imposto de importação e o imposto s/ os produtos industrializados não se carac- terizam como impostos s/ o patrimônio, porquanto a Lei os classifica respectivamente como imposto s/ o comér- cio exterior e imposto s/ a produção e circulação, como se verifica pelo exame do CTN, onde o primeiro é trata-, do no capítulo II e o segundo no capítulo IV, não fi- gurando no capítulo III referente a impostos s/ o Pa- trimônio e a Renda". No que respeita à aplicação da penalidade descrita no artigo 4o., inciso I, da Lei nr. 8.218/91, considero-a impertinente. E elementar, do ponto de vista jurídico, que as penali- zaç3es propostas correspondem à prática de ato ilícito. Sem que se te- nha por tipificada uma hipótese infracionária, não há que se falar em aplicação de penalidade. A mera invocação de benefício, conforme ocorre no pre- sente caso, entendido coito incabível pela autoridade fiscal, não cons- titui infração (PN CST nr. 255/71). Assim, a falta de recolhimento dos tributos, antes de julgada definitivamente a correspondente ação fiscal, não enseja a ma- joração da obrigação tributária principal, mediante a exigência da multa capitulada no Auto de Infração. A legislação específica de cada tributo deve sempre prever os fatos considerados infracionários e propor, contra sua prá- tica, a penalidade que a lei definir como adequada ocorrência. A título de exemplo, podemos tomar o que descreve o ar- tigo 364 do RIPI/82. Naquele dispositivo, o legislador propõe a aplicação de penalidades para os casos em que os tributos devidos não tenham sido objeto de lançamento, ou que lançados, deixaram de ser recolhidos. Trata-se de tributo cujo débito não seja objeto de dis- cussão, evidentemente. São os tributos que, embora reconhecidos como devidos, são ardilosamente sonegados ao Fisco. Pois bem. Como poderia, neste caso, o sujeito passivo lançar e recolher um imposto que tinha por dispensado, face à exigên- cia do benefício isencional pleiteado? Por outro lado, se existem instâncias diversas em que ao contribuinte é dado discutir a matéria litigiosa, não há porque pretender cercear seu legítimo direito de defesa, impondo-se-lhe subs- tancial majoração do crédito tributário correspondente. . - Se a lei prevê hipotese isencional, cujo alcance venha a ser objeto de discussão, é também a lei que assegura ao litigante amplo direito de defesa, o qual sofreria sérias restrições se seu exercício expusesse o defendente ao risco de alguma penalização(w 8 Rec. 117.438 Ac. 302.33.225 Onerar o contribuinte com tal penalidade obriga ao en- tendimento de que o debate, a ser estabelecido em processo competente, traduzirá em infração o simples pleito de um benefício, caso a decisão definitiva havida no referido processo não acolha as razões de defesa sustentadas. E como se a contraposição de diferentes teses pudesse configurar um contrato de risco, ao sujeitar uma das partes ao agra- vante penal. Dessa forma, não se encontrando na legislação vigente nenhuma disposição que defina como fato infracionário o pleito de be- nefício fiscal, cujo cabimento venha a ser desconsiderado, tenho por inexígivel a penalidade cominada nos autos, razão pela qual dou provi- mento parcial ao recurso. Sala das Sessões, em 07 de dezembro de 1995. ELIZABETH ARIA VIOLATTO - Relatora designada 9 Recurso N? 117.438 Acórdão N? 302-33.225 VOTO VENCIDO Não resta qualquer dúvida nos autos sobre a natureza jurídica da recorrente (inclusive admitida pela própria fiscalização), ou seja, de que é uma entidade fundacional do Poder Público, "in casu" o Estado de São Paulo. Dessa forma, está a recorrente, inquestionavelmente, amparada pelo princípio constitucional da imunidade intergovernamental recíproca. Assim, a questão que nos é proposta fica então restrita, exclusivamente, em se determinar o sentido e alcance da imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea "a" da Constituição Federal. Tendo em vista que o teor do Voto, no Acódão n. 301-26.663, da lavra do Ilustre Conselheiro Wladimir Clóvis Moreira, no processo n. 10814-003552/90-33, Recurso 113.451, com objeto e partes idênticas ao presente, abordou com clareza e precisão o assunto, e comungando integralmente com sua conclusão, adotamos seus fundamentos de fato e de direito, qiie a seguir transcritos, passam a integrar esta decisão. "O deslinde da questão ora submetida à apreciação deste Colegiado consiste em saber se o patrimônio objeto da imunidade recíproca de que trata o art. 150, inciso VI, letra "a" da Constituição Federal está ou não vinculado às diversas categorias de impostos definidas em função do objeto da incidência tributária de que trata o Título III do Código Tributário Nacional e, especificamente, o seu Capítulo III que se refere aos impostos sobre o patrimônio e a renda. Se vinculação houver, a vedação Constitucional inibidora da cobrança de impostos restringir-se-á aos impostos incidentes sobre a propriedade de imóveis urbanos ou rarais, bem como sobre a transmissão dessa propriedade. Ao revés, se não houver vinculação, a palavra patrimônio deverá 10: Recurso N9 117.438 AcOrdão N? 302-33.225 ser entendida no seu sentido mais amplo e genérico, estando alcançados pela vedação praticamente todos os impostos, inclusive o de importação e o IPI vinculado. Na vigência da Constituição anterior, essa controvérsia já existia em relação às instituições de educação ou de assistência social. Com o advento do novo Estatuto Constitucional e em razão do novo status adquirido pelas entidades fundacionais instituídas e mantidas pelo poder público, foram estas, também, afetadas pela divergência de interpretação em torno da matéria. A imunidade tributária de que trata o artigo 150, inciso VI, letra "a" é doutrinariamente denominada recíproca porque impede que um ente público cobre impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços de outro ente público, no pressuposto de que, cada um, atuando em diferentes níveis de governo, tem por objetivo e razão de se zelar pelo bem da coletividade. Apesar de terem personalidades jurídicas distintas, eles, em conjunto, compõem a administração pública do País, responsável pela gerência do patrimônio público nacionalmente considerado. Na verdade, trata-se de uma só pessoa que atua em diferentes níveis de governo, de acordo com as competências constitucionalmente definidas. Tributar uma das partes do conjunto significaria autotributação. Quando se trata da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios fica fácil entender a impropriedade da tributação recíproca, bem como o descabimento da interpretação restritiva do termo patrimônio, porquanto todos esses entes têm função• tipicamente públicas. Mesmo assim, o assunto vem sendo tratado de forma dissimulada. Em que pese expressa e clara determinação constitucional colocando r , 11) Recurso N? 117.438"' AcOrdão N? 30233.225 fora do campo de incidência tributária o patrimônio, a renda e os serviços daquelas pessoas jurídicas de direito público, sucessivas leis , como o D.L. n. 37/66, art. 16, I e mais recentemente, a Lei n. 8032/90, art. 2°, I, "a", concedem-lhes isenção do imposto de importação. Já o D.L. n. 2434/88 diz eufemisticamente que o imposto não será "cobrado". Em razão disso poder-se-ia concluir que a lei isencional é necessária porquanto a imunidade constitucional se refere ao patrimônio, a renda e aos serviços enquanto que o imposto de importação incide sobre o ingresso no território nacional de produtos estrangeiros, segundo o Código Tributário Nacional. Não me parece ser bem assim. Em nenhum lugar, a atual Constituição ou a anterior deixou sequer implícito que o termo "Patrimônio" tem a limitação que lhe dá o CTN para alcançar exclusivamente a propriedade imobiliária urbana ou rural. Se a Constituição não distingue, não pode a lei ou o intérprete desta distinguir. Patrimônio público, segundo Pedro Nunes ("in" Dicionário de Tecnologia Jurídica) "é o conjunto de bens próprios de uma entidade pública que os organiza e disciplina para atender a sua função e produzir utilidades públicas que satisfaçam às necessidades coletivas". Em se tratando pois, do poder público, cuja função essencial é prestar serviços à coletividade, em nome e por conta desta mesma coletividade, é inconcebível que o seu patrimônio, no sentido mais amplo, possa vir a ser onerado por encargo tributário imposto pelo próprio poder público.• E indubitavelmente, o Imposto de Importação afeta o patrimônio do importador. 12 Recurso N? 117.438' AcOrdão N9 302-33.225 Não há justificativa de natureza lógica, econômica, jurídica ou mesmo filosófica que sancione esta vinculação do conceito de patrimônio à forma como estão distribuídos os impostos no Código Tributário Nacional. Ademais, os julgados do Egrégio Supremo Tribunal Federal, citados pela recorrente, enfaticamente confirmam que os impostos de importação e sobre produtos industrializados, este último quando vinculado ao primeiro, não estão excluídos do conceito de patrimônio para efeito da imunidade tributária. É importante ressaltar que as fundações aqui mencionadas passaram, com o advento da nova Constituição (art. 37) a integrar a administração pública. Cabe observar por último; que, em se tratando de fundações públicas, a imunidade tributária é condicionada. E, não se trata de condição estabelecida em lei ou regulamento como é o caso dos partidos políticos, entidades sindicais dos trabalhadores e instituições de educação e de assistência social mas sim de condição fixada pela própria Constituição, segundo a qual é necessário que o patrimônio, a renda ou os serviços das fundações estejam vinculados as suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (C.F. art. 150 § 2°). E a própria Constituição ainda estipula que não há imunidade do "patrimônio, da renda e dos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário ...". Como se vê, a imunidade só protege o patrimônio da entidade fundacional pública quando esta assume plenamente a natureza de entidade pública, voltada 13 Recurso N9 117.438 Au:Sr-dão N9 302-33.225 exclusivamente para o interesse da coletividade. Nesta condição ela é parte do Poder Público e como tal imune aos encargos tributários incidentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços normalmente de empreendimentos privados cujo objetivo central é a obtenção de lucro. Assim, no caso de ser pleiteado o reconhecimento do direito à imunidade, é de ser examinado se a requerente preenche os requisitos estipulados pela Constituição. No caso sob exame, parece-me preenchidos esses requisitos. Trata-se de entidade fundacional instituída e mantida pelo Poder Público, no caso, o Estado de São Paulo. os produtos importados destinam-se a ser empregados em atividades vinculadas a finalidades essenciais da . importadora: difusão de atividades educativas e culturais através da rádio e da televisão. • Esses serviços, embora concorrentemente possam ser explorados por empreendimentos privados, são prestados, pelo que consta dos autos, sem finalidade de lucro, vomo verdadeiro serviço público." À vista do exposto, voto no sentido de ser dado provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 07 de dezembro de 1995. \ I LUIS A • LORA - Relator MF3C
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Numero do processo: 10980.001684/2006-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003, 2004
OMISSÃO DE RECEITAS APURADA COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA - FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS.
A ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários autoriza a presunção de omissão de receitas, não sendo o CARF o foro próprio para discutir se a norma se amolda aos contornos constitucionais.
MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA.
É aplicável a multa de ofício qualificada, naqueles casos em que resta constatado o evidente intuito de fraude. A conduta ilícita reiterada ao longo do tempo descaracteriza o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso
MULTA AGRAVADA.
A lei prevê o agravamento, que corresponde a acrescê-la em 50%, nos casos de não atendimento pela pessoa fiscalizada, no prazo marcado, de intimação para prestação de esclarecimentos, tipo no qual não se amoldam a falta de apresentação de livros e documentos e a não comprovação da origem dos recursos depositados em contas bancárias.
Recurso provido em parte.
O ato que exclui a empresa é meramente declaratório, não tendo efeito constitutivo ou desconstitutivo de direito. A lei estabelece expressamente a partir de que data se dá a exclusão, não cabendo ao CARF apreciar alegação de que a previsão legal fere garantias constitucionais e legais dos contribuintes.
Numero da decisão: 1301-001.621
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, dado provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator.
(documento assinado digitalmente)
Valmar Fonsêca de Menezes
Presidente
(documento assinado digitalmente)
Valmir Sandri
Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros os Conselheiros: Valmar Fonsêca de Menezes (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: VALMIR SANDRI
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2003, 2004 OMISSÃO DE RECEITAS APURADA COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA - FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. A ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários autoriza a presunção de omissão de receitas, não sendo o CARF o foro próprio para discutir se a norma se amolda aos contornos constitucionais. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. É aplicável a multa de ofício qualificada, naqueles casos em que resta constatado o evidente intuito de fraude. A conduta ilícita reiterada ao longo do tempo descaracteriza o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso MULTA AGRAVADA. A lei prevê o agravamento, que corresponde a acrescê-la em 50%, nos casos de não atendimento pela pessoa fiscalizada, no prazo marcado, de intimação para prestação de esclarecimentos, tipo no qual não se amoldam a falta de apresentação de livros e documentos e a não comprovação da origem dos recursos depositados em contas bancárias. Recurso provido em parte. O ato que exclui a empresa é meramente declaratório, não tendo efeito constitutivo ou desconstitutivo de direito. A lei estabelece expressamente a partir de que data se dá a exclusão, não cabendo ao CARF apreciar alegação de que a previsão legal fere garantias constitucionais e legais dos contribuintes.
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Conforme dispõe § 3o, inciso VI, da Lei Complementar 105/2001, não constitui violação do dever de sigilo a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos seus artigos 5º e 6o. O CARF não é competente para apreciar a constitucionalidade da Lei Complementar 105 (Súmula CARF nº 2) EXCLUSÃO DO SIMPLES EXCESSO DE RECEITA APURADO COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA COMPATIBILIDADE ENTRE O ART. 42 DA LEI N° 9.430/1996 E A LEI COMPLEMENTAR N° 105/2001. A falta de comprovação da origem dos recursos creditados em instituição financeira em nome do contribuinte caracteriza omissão de receitas por presunção legal, não podendo o CARF apreciar a constitucionalidade da norma (Súmula CARF nº 2). A Lei Complementar n° 105, de 2001, não trata da mesma matéria do art. 42 da Lei nº 9.430/96, não havendo que se falar de revogação desta por aquela. EXCLUSÃO DO SIMPLES DE MICROEMPRESA, POR EXCESSO DE RECEITA POSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DA INSCRIÇÃO COMO EMPRESA DE PEQUENO PORTE. Se a microempresa que exceder o limite de receita bruta não proceder à exclusão do sistema mediante alteração cadastral, a exclusão é feita de ofício. A nova inscrição, como empresa de pequeno porte, se o limite da receita o permitir, não pode ser feita pelo fisco, tratandose de ato de vontade do contribuinte. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 16 84 /2 00 6- 28 Fl. 687DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 3 2 EXCLUSÃO DO SIMPLES EFEITO RETROATIVO DIREITO ADQUIRIDO IMPERTINÊNCIA. O ato que exclui a empresa é meramente declaratório, não tendo efeito constitutivo ou desconstitutivo de direito. A lei estabelece expressamente a partir de que data se dá a exclusão, não cabendo ao CARF apreciar alegação de que a previsão legal fere garantias constitucionais e legais dos contribuintes. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003, 2004 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO NÃO INCIDÊNCIA NO PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO. Descabe suscitar violação ao princípio do contraditório, eis que tal norma não incide no procedimento fiscalizatório, de índole inquisitiva, sendo aplicável somente na fase litigiosa, que se instaura com a impugnação ao lançamento. SIGILO BANCÁRIO. A prestação de informações pelas instituições financeiras, na forma dos artigos 5º e 6º da Lei Complementar 105/2001, não constitui violação de sigilo, e independem de autorização judicial. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO DE FATO PROSSEGUIMENTO NA EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE SOCIAL RESPONSABILIDADE PESSOAL DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA EMPRESA. Responde pelos tributos devidos pela pessoa jurídica extinta o sócio de fato que prossegue na exploração da atividade social. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2003, 2004 INSUBSISTÊNCIA DO AUTO DE INFRAÇÃO POR EXTINÇÃO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. É infundada a alegação de insubsistência do lançamento por extinção do órgão responsável pelo lançamento, uma vez que a Medida Provisória que criou a Receita Federal do Brasil, que perdeu sua eficácia, apenas conferiu nova denominação à SRF. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003, 2004 OMISSÃO DE RECEITAS APURADA COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. A ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários autoriza a presunção de omissão de receitas, não sendo o CARF o foro próprio para discutir se a norma se amolda aos contornos constitucionais. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. É aplicável a multa de ofício qualificada, naqueles casos em que resta constatado o evidente intuito de fraude. A conduta ilícita reiterada ao longo Fl. 688DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 4 3 do tempo descaracteriza o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso MULTA AGRAVADA. A lei prevê o agravamento, que corresponde a acrescêla em 50%, nos casos de não atendimento pela pessoa fiscalizada, no prazo marcado, de intimação para prestação de esclarecimentos, tipo no qual não se amoldam a falta de apresentação de livros e documentos e a não comprovação da origem dos recursos depositados em contas bancárias. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PPRRIIMMEEIIRRAA SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, dado provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator. (documento assinado digitalmente) Valmar Fonsêca de Menezes Presidente (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros os Conselheiros: Valmar Fonsêca de Menezes (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Relatório Cuidase de recurso impetrado por Rafael Selvatici Borges, contra a decisão da 2ª Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba, que julgou procedente o ato de exclusão do SIMPLES por excesso de receita bruta no anocalendário de 2002, rejeitou o pedido de exclusão da responsabilidade tributária, e julgou procedentes os lançamentos, mantendo integralmente as exigências de IRPJ, PIS, Cofins e CSLL relativos aos anos calendários de 2003 e 2004, respectivas multas e juros de mora. Conforme consta dos autos do processo nº 10980.014674/200571, pelo Ato Declaratório Executivo DRF/CTA n° 28, emitido em 14/02/2006, do contribuinte Big Wall Comercial Ltda. foi excluído do regime do Simples, por incorrer na vedação prevista no art. 9º, inciso I da Lei n° 9.317, de 1996, tendo sido lançados tributos relativos ao Simples, do ano calendário de 2002, que são objeto do processo n° 10980.001913/200612. Fl. 689DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 5 4 O processo de exclusão do Simples foi apensado ao presente, que recebeu os lançamentos relativos aos anoscalendário de 2003 e 2004. Consta dos autos que o sócio de fato da pessoa jurídica é o Sr. Rafael Selvatici Borges, CPF 004.024.95900, que figura no polo passivo do auto de infração relativo aos tributos devidos por aquela empresa. Na manifestação de inconformidade relativa à exclusão do Simples, a interessada, em preliminar, requereu a declaração de insubsistência do Ato Declaratório de exclusão do Simples, por impossibilidade de demonstração de excedente de receita com base em violação do sigilo bancário da contribuinte, e por impossibilidade de lançamento fundado em simples movimentação bancária. Alegou que: (a) o lançamento assim fundamentado redunda em violação ao art. 150, IV da Carta Magna, que veda a instituição de tributos confiscatórios; (b) configurase confiscatório todo tributo que incida sobre hipótese que não contenha em seu bojo um fato signopresuntivo de riqueza; (c) o art. 42 da Lei n° 9.430/96, que fundamentou o lançamento, foi revogado pelo art. 5º, §4° da Lei Complementar n° 105/2001, de modo que o fisco não pode mais tributar os depósitos bancários com base em presunção, devendo proceder à tributação real e efetiva da omissão de rendimentos ou receitas, encontrada e provada pelo fisco. Quanto aos autos de infração, desenvolveu longo arrazoado sustentando, em síntese: (a) Violação do princípio do contraditório em razão de autuação com base em documentos não submetidos à vista do contribuinte; (b) Invalidade dos atos administrativos praticados no presente processo fiscal, em razão da extinção da Secretaria da Receita Federal; (c) Nulidade dos lançamentos por terem se baseado em informações obtidas mediante quebra de sigilo, violando a garantia de proteção à intimidade e à vida privada; (d) Impossibilidade de lançamento fundado em simples movimentação bancária por violação ao art. 150, IV, da CF, que veda a instituição de tributos confiscatórios, e pela revogação do art. 42 da Lei nº 9.430/96 pelo art. 5º, § 4º, da LC 105; (e) Violação do princípio da legalidade, face à inexistência de outro tributos incidentes sobre movimentações financeiras, que não a CPMF; (f) Ausência de responsabilidade da contribuinte nas operações bancárias envolvendo a empresa Big Wall. Alegou ainda impossibilidade de exclusão da empresa do Simples nos anos calendário de 2003 e 2004 por ausência de demonstração dos requisitos legais para a exclusão, quais sejam: (i) possibilidade de manter a inscrição na condição de empresa de pequeno porte, com faturamento até R$ 1.200.000,00; (ii) impossibilidade jurídica de invocar a suposta interposição de pessoas (que, inclusive, não teria sido comprovada) para justificar a exclusão; (iii) não configuração de embaraço à fiscalização por constituir, a ausência de apresentação dos documentos requeridos pela fiscalização, exercício regular de direito do contribuinte. Defendeu a irretroatividade do Ato Declaratório de exclusão e a impossibilidade de aplicação da multa majorada. A 2ª Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba julgou procedente o ato de exclusão do SIMPLES, rejeitou o pedido de exclusão da responsabilidade tributária, e julgou procedentes os lançamentos, em decisão assim ementada: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples Anocalendário: 2002 Fl. 690DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 6 5 Ementa: EXCLUSÃO DO SIMPLES. SIGILO BANCÁRIO. DIREITO À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE. INOPONIBILIDADE A PESSOAS JURÍDICAS. MATÉRIA NÃO SUJEITA À RESERVA DE JURISDIÇÃO. É improcedente o pedido de insubsistência do ato de exclusão do Simples por violação do sigilo bancário da empresa, eis que o acesso às informações bancárias diretamente pelo fisco é legítimo, não configurando afronta ao direito de intimidade e privacidade, defesas estas que não são oponíveis em face de pessoas jurídicas, e, além disso, o ato de levantamento do sigilo bancário não se insere nas matérias sujeitas à reserva de jurisdição. EXCLUSÃO DO SIMPLES POR LANÇAMENTO FUNDADO EM SIMPLES MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. ALEGAÇÃO IMPROCEDENTE. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS FINANCEIROS. COMPATIBILIDADE ENTRE O ART. 42 DA LEI N° 9430/1996 E A LEI COMPLEMENTAR N° 105/2001. É improcedente o pedido de cancelamento do ato de exclusão do Simples por impossibilidade de lançamento fundado em simples movimentação bancária, eis que o verdadeiro fundamento é a falta de comprovação da origem dos recursos financeiros, que se equipara à omissão de receita, por presunção legal, estabelecida pelo art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996, dispositivo este que não foi revogado pela Lei Complementar n° 105, de 2001. EXCLUSÃO DO SIMPLES. RECEITA APURADA INFERIOR AO LIMITE FIXADO ÀS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE (EPP). REENQUADRAMENTO CONDICIONADO À MANIFESTAÇÃO VOLUNTÁRIA. Correto o ato de exclusão fundado em excesso de receita bruta, ainda que a receita apurada seja inferior ao limite fixado às EPP, cabendo ao contribuinte, conforme expressa previsão legal, a iniciativa do reenquadramento, via alteração cadastral da condição de microempresa à EPP, não podendo o fisco efetuálo de oficio, por configurar decisão de caráter privado. EXCLUSÃO DO SIMPLES. EFEITO RETROATIVO. DIREITO ADQUIRIDO. IMPERTINÊNCIA. A exclusão do Simples surte efeitos retroativos, por previsão legal, descabendo alegar direito adquirido para afastar a eficácia retroativa do ato administrativo, eis que tal instituto jurídico pressupõe existência de direito subjetivo sendo obstado pela superveniência de lei nova, sendo que, no caso concreto, inexiste qualquer direito subjetivo sendo lesado, nem há hipótese de lei posterior revogando anterior. EXCLUSÃO DO SIMPLES. INCIDÊNCIA DE MÚLTIPLAS HIPÓTESES DE EXCLUSÃO. TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DO ATO ADMINISTRATIVO. INAPLICABILIDADE. Fl. 691DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 7 6 Na hipótese de ato de exclusão do Simples, em que o Ato Declaratório de Exclusão fundamentase no excesso de receitas, sendo que o autuante comprova também a interposição de pessoas e o embaraço à fiscalização, não cabe invocar a teoria dos motivos determinantes do ato administrativo para afastar os demais motivos, eis que o motivo determinante, consistente no excesso de receitas, não se revela falso, inexistente, nem incorretamente qualificado pelo administrador autuante. EXCLUSÃO DO SIMPLES. EMBARAÇO À FISCALIZAÇÃO CARACTERIZADO. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS. MOTIVAÇÃO DA EXIGÊNCIA CONSISTENTE NA PRÓPRIA AÇÃO DE FISCALIZAÇÃO. O embaraço à fiscalização resta caracterizado pela recusa injustificada de apresentação de livros e documentos fiscais, obrigação esta legalmente prevista, inclusive com respaldo constitucional; além disso, não subsiste a alegação de falta de motivação da exigência, eis que o motivo é a própria ação fiscalizatória, de cuja delimitação o contribuinte teve ciência por constar no corpo do Mandado de Procedimento Fiscal. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2003, 2004 Ementa: PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. NÃO INCIDÊNCIA NO PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO. APLICABILIDADE SOMENTE NA FASE LITIGIOSA DA IMPUGNAÇÃO. Descabe suscitar violação ao princípio do contraditório, eis que tal norma não incide no procedimento fiscalizatório, de índole inquisitiva, sendo aplicável somente na fase litigiosa de impugnação ao lançamento. SIGILO BANCÁRIO. DIREITO À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE. INOPONIBILIDADE A PESSOAS JURÍDICAS. MATÉRIA NÃO SUJEITA À RESERVA DE JURISDIÇÃO. É improcedente o pedido de insubsistência do auto de infração de IRPJ e reflexos, por violação do sigilo bancário da empresa, eis que o acesso às informações bancárias diretamente pelo fisco é legítimo, não configurando afronta ao direito de intimidade e privacidade, defesas estas que não são oponíveis em face de pessoas jurídicas, e, além disso, o ato de levantamento do sigilo bancário não se insere nas matérias sujeitas à reserva de jurisdição. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO DE FATO. PROSSEGUIMENTO NA EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE SOCIAL. RESPONSABILIDADE PESSOAL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA EMPRESA. Responde pelos tributos devidos pela pessoa jurídica extinta o sócio de fato que prossegue na exploração da atividade social, Fl. 692DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 8 7 sob outra razão social, responsabilidade esta que se reveste de natureza pessoal em caso de dissolução irregular da empresa. Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2003, 2004 Ementa: PERDA DA EFICÁCIA DA MEDIDA PROVISÓRIA CRIADORA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. EXISTÊNCIA DO ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELO LANÇAMENTO. FATO NOTÓRIO. É infundada a alegação de insubsistência do lançamento por extinção do órgão responsável pelo lançamento, uma vez que a Medida Provisória que criou a Receita Federal do Brasil, que perdeu sua eficácia, apenas conferiu nova denominação à SRF, e ademais, é fato notório que este órgão continua existindo, dispensandose qualquer comprovação. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2003, 2004 Ementa: MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RECEITAS. COMPATIBILIDADE ENTRE O ART. 42 DA LEI N° 9430/1996 E A LEI COMPLEMENTAR N° 105/2001. Correto o lançamento fundado na ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários, por constituirse de presunção legal de omissão de receitas, expressamente autorizada pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996, dispositivo este que não foi revogado pela Lei Complementar n° 105, de 2001. MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. CRIAÇÃO DE TRIBUTO COM MESMA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA DA CPMF. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. Descabe alegar violação ao princípio da legalidade, com base em suposta criação de tributo com mesma hipótese de incidência da CPMF, eis que o IRPJ não foi exigido com base na movimentação bancária, mas sim na ausência de comprovação de sua origem. MULTA QUALIFICADA. MULTA AGRAVADA. EVIDÊNCIAS DE SONEGAÇÃO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DA CONTABILIDADE. Correta a aplicação da multa qualificada e agravada, quando há evidências inequívocas da figura da sonegação, e o contribuinte se nega, injustificadamente, a apresentar livros e documentos contábeis/fiscais. Lançamento Procedente Fl. 693DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 9 8 Ciente da decisão em 30 de agosto de 2009, o Sr. Rafael Salvatici Borges subscreve recurso protocolizado em 29 de setembro seguinte. Na peça recursal, reedita as razões da impugnação, articulandoas sob os seguintes títulos: (1) Da impossibilidade de exclusão do Simples com base em demonstração de excedente de receita com violação do sigilo a bancário da contribuinte; (2) Exclusão indevida do Simples. Da não configuração de movimentação bancária como receita; (3) Inexistência de previsão legal de exclusão na hipótese examinada princípio da legalidade artigos 37, caput, e 150, I, da CF/88; (4) Irretroatividade do Ato Declaratório Executivo DRF/CTA 28/2006; (5) Exclusão do Simples em razão de interpostas pessoas e embaraço à fiscalização; (6) e (7) Violação ao princípio do contraditório Autuação com base em documentos não submetidos à vista da contribuinte; (8) Extinção do órgão responsável pelo lançamento; (9) Violação ao sigilo bancário da empresa Big Wall; (10) Ilegalidade do lançamento fundado em simples movimentação bancária; (11) Tributo sobre movimentação financeira. CPMF. Princípio da legalidade; (12) Ausência de responsabilidade do contribuinte; (13) Multa Agravada. Afinal, requer seja determinada a reinclusão da empresa Big Wall no SIMPLES e sejam declarados improcedentes os lançamentos de IRPJ, Cofins e CSLL, bem como as respectivas multas e, ainda, declarado insubsistente o Auto de Infração lavrado face ao contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator O recurso preenche os requisitos para a sua admissibilidade. Dele, portanto, tomo conhecimento. Não havendo razões de recurso particularizadas em função do tributo lançado, o que vier a ser decidido sobre o principal (IRPJ) aplicase a todos os lançamentos litigados. Inicialmente, observo que não compete a este Conselho julgar a lei, mas apenas sua aplicação ao caso concreto, traduzida no auto de infração, se feita adequadamente. Assim, alegações relacionadas à inconstitucionalidade da norma (tais como, vedação ao confisco, violação ao princípio da capacidade contributiva, etc.) não serão apreciadas. Este tema é objeto da Súmula CARF nº 2, que enuncia: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.”. Estabelecida essa premissa, passo a analisar as questões recursais, na ordem em que foram apresentadas no recurso. 1 Da impossibilidade de exclusão do simples com base em demonstração de excedente de receita com violação do sigilo a bancário da contribuinte. Alega a Recorrente que sua exclusão do SIMPLES e o lançamento realizado com base em informações das contas bancárias da empresa Big Wall foram praticados mediante violação do disposto no artigo 5°, incisos X e XII, da Constituição Federal, já que a fiscalização quebrou o sigilo bancário da empresa sem autorização judicial para tanto. Fl. 694DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 10 9 Todavia, não houve nenhuma “violação de sigilo”. O art. 1o da Lei Complementar 105/2001 determina que as instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados, dispondo, seu § 3o, inciso VI, que não constitui violação do dever de sigilo a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos, entre outros, nos artigos 5o e 6o. O artigo 6º dispõe que os agentes fiscais poderão examinar os livros, documentos e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso, e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. O referido art. 6º da Lei Complementar foi disciplinado pelo Decreto no 3.724/2001. O artigo 2º do Decreto regulamentador estabelece que as autoridades somente podem requisitar informações relativas a terceiros, constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis. O artigo 3º, por seu turno, estabelece que serão considerados indispensáveis, entre outras hipóteses, a presença de indício de que o titular de direito é interposta pessoa do titular de fato. Portanto, no caso, a requisição das informações financeiras observou as disposições legais e regulamentares (Lei Complementar 105 e Decreto 3.724/2001), e foi feita na forma prevista, mediante Requisição de Movimentação Financeira devidamente motivada. Questionamentos quanto à constitucionalidade da Lei Complementar 105/2001, que se encontra legitimamente inserida no ordenamento jurídico pátrio, não podem ser apreciados por este CARF. 2 Exclusão indevida do Simples. Da não configuração de movimentação bancária como receita. Alega a Recorrente não ser razoável interpretar isoladamente cada ingresso nas contas bancárias do contribuinte como sendo representativo de um incremento patrimonial, e sobre ele lançar tributo com base em presunção legal. Afirma que a Constituição Federal somente admite a tributação de incremento patrimonial, e que não pode o legislador fugir dos princípios constitucionais e instituir presunção de receita a ser tributada. Lembra que a movimentação bancária do contribuinte não é exclusivamente composta por créditos, nem se depreende, dela, a existência de qualquer renda que não tenha sido objeto de declaração ao Fisco. Como já dito, não cabe analisar a adequação da presunção estabelecida pelo art. 42 da Lei nº 9.430/96 aos contornos constitucionais. O foro para esse fim é o Poder Judiciário. A presunção estabelecida pela lei autoriza que o fisco considere como receita omitida os valores creditados para os quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprove a origem dos recursos utilizados. Fl. 695DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 11 10 Apenas os créditos são objeto de verificação, e a fiscalização os analisa individualizadamente, desconsiderando os decorrentes de transferências de outras contas da própria jurídica. Portanto, não tem relevância o fato de a conta não comportar apenas créditos. A Súmula 26 do CARF enuncia que a presunção legal estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários de origem não comprovada. O limite de R$ 12.000,00, referido no recurso, aplicase exclusivamente a contribuintes pessoas físicas, conforme dispõe expressamente o inciso II do § 3º do art. 42 da lei questionada. Diz, ainda, a Recorrente, que o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, teria sido revogado pelo § 4º do art. 5º da LC 105/2001. Argumenta que a Lei nº 9.430/96 é anterior à Lei Complementar 105, e que, se nos termos do § 4º do art. 5º desta Lei Complementar, o fisco pode requisitar os documentos que julgar necessários à apuração adequada dos fatos (como manda a lei nova), o conseqüente será a tributação real e efetiva da omissão de rendimentos ou receitas encontradas e provadas pelo fisco, não podendo mais, a administração, tributar os depósitos bancários com base na presunção do artigo 42 da Lei 9.430/96, que considera, a priori, os depósitos bancários como omissão de receita ou rendimento, cabendo ao contribuinte a prova em contrário. Equivocado o entendimento da Recorrente. Não havendo disposição expressa, a lei nova revoga a anterior quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente da matéria tratada na lei mais antiga. E, no caso, nada disso ocorre. Os artigos 5o e 6o da Lei Complementar tratam de acesso às informações mantidas pelas instituições financeiras relativas aos seus clientes. A lei contém previsão para prestação das informações de suas formas: (a) periodicamente, mediante declaração própria de informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, sem elementos que permitam identificar a origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados (art. 5º, disciplinado no Decreto nº 4.489, de 28/11/2002); e (b) particularmente em relação a um determinado cliente, em atendimento a requisição específica (art. 6o, disciplinado no Decreto no 3.724/2001). Essas disposições não são incompatíveis com a presunção de omissão de receitas de que trata o art. 42 da Lei nº 9.430/96. As informações obtidas com fulcro nos artigos 5º e 6º da LC 105 são instrumentos que servirão à averiguação de eventual omissão de receitas, que pode, inclusive, ser determinada com base na presunção legal do art. 42 da Lei nº 9.430/96 (se o contribuinte não comprovar a origem dos recursos creditados em seu nome). Se as duas leis não tratam da mesma matéria e as disposições de ambas não são incompatíveis, não se pode falar em revogação tácita da antiga pela nova. 03Inexistência de previsão legal de exclusão na hipótese examinada princípio da legalidade artigos 37 caput e 150, I, da CF/88. Argumenta a Recorrente que sua exclusão do Sistema SIMPLES, pelo singelo e suposto excesso de receita, não encontra base legal. Diz que a única hipótese de exclusão por excesso de receita bruta é a do inciso II do art. 9º da Lei nº 9.317/96, que permite Fl. 696DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 12 11 que empresas com faturamento de até R$1.200.000,00 mantenham sua inscrição no SIMPLES, desde que na qualidade de empresas de pequeno porte, em lugar de microempresas. Invoca vários princípios para combater a possibilidade de exclusão do sistema pelo fato de o contribuinte haver passado de microempresa a empresa de pequeno porte sem alterar os dados cadastrais. Ocorre que a lei assim o determina. Vejase: Das vedações à opção Art. 9o Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: I na condição de microempresa, que tenha auferido, no ano calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais); (Redação dada pela Medida Provisória no 2.18949, de 2001) II na condição de empresa de pequeno porte, que tenha auferido, no anocalendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais); (Redação dada pela Medida Provisória no 2.18949, de 2001) (...) Da exclusão do SIMPLES Art. 12. A exclusão do SIMPLES será feita mediante comunicação pela pessoa jurídica ou de ofício. Art. 13. A exclusão mediante comunicação da pessoa jurídica darseá: I por opção. II obrigatoriamente, quando: a) incorrer em qualquer das situações excludentes constantes do art. 9º; (...) § 1º A exclusão na forma deste artigo será formalizada mediante alteração cadastral. § 2° A microempresa que ultrapassar, no anocalendário imediatamente anterior, o limite de receita bruta correspondente a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), estará excluída do SIMPLES nessa condição, podendo mediante alteração cadastral, inscreverse na condição de empresa de pequeno porte. § 3º No caso do inciso II e do parágrafo anterior, a comunicação deverá ser efetuada: Fl. 697DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 13 12 a) até o último dia útil do mês de janeiro do anocalendário subseqüente àquele em que se deu o excesso de receita bruta, nas hipóteses dos incisos I e II do art. 9º; (...) Art. 14. A exclusão darseá de ofício quando a pessoa jurídica incorrer em quaisquer das seguintes hipóteses: I exclusão obrigatória, nas formas do inciso II e § 2º do artigo anterior, quando não realizada por comunicação da pessoa jurídica; (negritos acrescentados) Como se vê, de acordo com a lei, o contribuinte inscrito como microempresa, que ultrapassar o limite da receita bruta, está obrigado a promover a exclusão mediante alteração cadastral, sendolhe facultada nova inscrição na condição de empresa de pequeno porte, se sua receita se contiver no limite para tanto. A exclusão, quando obrigatória e não levada a efeito pelo contribuinte, é feita de ofício pela administração tributária. A nova inscrição, todavia, não pode ser feita pelo fisco, tratandose de ato de vontade do contribuinte. Portanto, correta a apreciação do julgador a quo, que assim se manifestou: 59. Não pode prevalecer o entendimento da impugnante, no sentido de que, sendo a receita apurada pelo auditor fiscal inferior ao limite de receita bruta anual fixada para as empresas de pequeno porte (R$ 1.094.150,82 contra R$ 1.200.000,00), a empresa deveria continuar no regime do Simples, na condição de EPP. O art. 13, §2° da Lei do Simples, acima transcrito é claro ao condicionar a permanência no regime simplificado à manifestação voluntária do contribuinte, que se faz mediante simples alteração cadastral. 60. Não se trata aqui de mera formalidade, como quer a litigante. Não pode o fisco proceder de oficio ao re enquadramento do contribuinte, passando de microempresa para empresa de pequeno porte, uma vez que esta é uma decisão de caráter privado, de interesse exclusivo da pessoa jurídica envolvida, que pode até mesmo concluir que o regime do lucro real lhe é mais favorável. Não é lícito, em suma, à Administração Tributária substituir a vontade do contribuinte, alterando de oficio seu regime de tributação, cabendo a ele informar ao fisco qualquer mudança nesse sentido. 61. Além disso, também não pode o fisco aceitar que o contribuinte possa ter sua situação cadastral alterada aos sabores de uma eventual ação fiscal. A impugnante menciona a ocorrência de desacerto formal e classificação errônea, insinuando que tivesse incorrido em mero esquecimento quanto ao correto enquadramento do porte da empresa, quando, na realidade, a verdadeira receita bruta somente veio à tona como decorrência do procedimento de fiscalização. Assim, é inaceitável que o contribuinte fique impune diante de atitude reprovável, pois ao invés de declarar toda a receita e assumir a condição de empresa de pequeno porte, preferiu omitir rendimentos para continuar se beneficiando dos percentuais Fl. 698DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 14 13 previstos às microempresas. Tendo o autuante revelado a receita omitida, pretende agora a impugnante seja reconhecida a qualificação que já deveria ter sido por ela informada. Ora, em resumo, pleiteia a litigante o beneficio de sua própria torpeza, pedido este que deve ser negado, por afronta direta a princípio geral de Direito. 4 Irretroatividade do Ato Declaratório Executivo DRF/CTA 28/2006. Alega a Recorrente que o Ato Declaratório Executivo n° 28/2006, ao excluir a empresa do SIMPLES nos anoscalendário de 2003 e 2004, violou seu direito adquirido, em manifesta afronta ao princípio constitucional instituído no artigo 5°, XXXVI, da Constituição Federal. Todavia, o ato que exclui a empresa é meramente declaratório, não tendo efeito constitutivo ou desconstitutivo de direito. A lei estabelece expressamente a partir de que data fica excluída do sistema a empresa que tenha incorrido em uma das situações previstas como impeditivas da opção. Não cabe a este Conselho apreciar alegação de que a previsão legal fere garantias constitucionais e legais dos contribuintes. Novamente de se mencionar a Súmula CARF nº 2, que enuncia: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. 5 Exclusão do simples em razão de interpostas pessoas e embaraço à fiscalização Na impugnação aos autos de infração a interessada alegou questões referentes à interposição de pessoas e ao embaraço à fiscalização. Afirmou não ter ficado demonstrada a figura da interposição de pessoa, e que o motivo determinante para a exclusão foi o excesso de receitas. Sobre o embaraço à fiscalização, contestou sua caracterização, por entender que este enquadramento, bem como o texto da IN n° 355/2003, não encontram apoio legal. Manifestou sua posição, no sentido de considerar que a ausência de apresentação dos documentos solicitados implica exercício regular de direito pelo contribuinte, e não embaraço à fiscalização, entendendo que as exigências formuladas pela autoridade fazendária não têm apoio em lei. Invocou a teoria dos motivos determinantes para argumentar que, indicada determinada motivação para a prática de um ato, não pode o administrador, invalidado tal motivo, pretender a subsistência ao ato por outros motivos. A decisão recorrida apreciou as alegações da então impugnante, afirmou que todos os argumentos por ela construídos são insustentáveis e concluiu que “é de se manter o ato de exclusão do Simples, não cabendo reparos nem mesmo quanto à caracterização da interposição de pessoas e do embaraço à fiscalização”. No recurso são reeditadas as alegações da impugnação, e postulada a reforma da decisão recorrida. A figura de embaraço à fiscalização, não obstante indicada no Termo de Encerramento da Ação Fiscal, não foi erigida como motivadora da exclusão da empresa do SIMPLES, que se deu, como, aliás, registra a Recorrente, por excesso de receita bruta. Fl. 699DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 15 14 A questão de interposição de pessoa, que também não foi indicada no ato declaratório como motivadora da exclusão do SIMPLES, tem relevância para fins do dimensionamento da penalidade e da responsabilização, e nesse contexto será analisada. 6 e 71 Violação ao princípio do contraditório Autuação com base em documentos não submetidos à vista do contribuinte. Alega a Recorrente que a condição de sucessor da empresa Big Wall foi obtida com base em documentos e informações ofertados pela empresa Placo do Brasil Ltda., dos quais não teve vistas, nem oportunidade de manifestação, com violação do princípio do contraditório e da ampla defesa. Contesta a afirmativa da decisão recorrida de que, "em sede de processo administrativo fiscal, o contraditório não se opera com a mesma amplitude oferecida nos processos judiciais". Diz que “se pudesse o Poder Público escolher discricionariamente quando atribuir maior ou menor amplitude ao contraditório e à ampla defesa, de pouca ou nenhuma valia seria sua positivação constitucional”. Argumenta que “o ato de lançamento é por si só atentatório contra os direitos do contribuinte, especialmente a liberdade e a propriedade. Logo, deve ser precedido de amplo contraditório e ampla defesa, sob pena de se verificar verdadeira afronta aos direitos fundamentais do recorrente”. Na verificação do cumprimento dos deveres dos contribuintes, o fisco detém os mais amplos poderes de investigação, podendo obter informações não só junto ao contribuinte, mas também junto a terceiros. Na fase de fiscalização não há que se falar em contraditório, pois o princípio que a rege é o inquisitório. A partir da instauração do processo, com a impugnação, é que passa a ser observado o contraditório. Leciona Alberto Xavier2 que “ o fato de ser assegurada a existência de um direito à defesa e à audiência não envolve necessariamente um modo contraditório do seu exercício, podendo a Administração limitarse a considerar as razões apresentadas pelo administrado, sem contudo se envolver num diálogo procedimental primário. Dificilmente se concebe, na verdade, que o lançamento tributário deva ser precedido de uma necessária audiência prévia dos interessados. Duas razões desaconselham tal audiência: em primeiro lugar, o caráter estritamente vinculado do lançamento quanto ao seu conteúdo torna menos relevante a prévia ponderação de razões e interesses apresentados pelo particular do que nos atos discricionários; em segundo lugar, o fato de se tratar de um ‘procedimento de massas’, dirigido a um amplo universo de destinatários e baseado em processos tecnológicos informáticos, tornaria inviável o desempenho da função, se submetida ao rito da prévia audiência individual .” 1 Por equívoco, houve repetição do tema. 2 XAVIER, Alberto Do lançamentoTeoria geral do Ato do Procedimento e do Processo Tributário Forense, 1997, pág.163 e seguintes Fl. 700DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 16 15 A oportunidade para contraditar os documentos e informações colhidos na fase inquisitória se abre de forma ampla com a impugnação, sem qualquer limitação ao contraditório e à ampla defesa. 8 Extinção do órgão responsável pelo lançamento. Em sua impugnação a contribuinte argüiu a insubsistência do lançamento, sob alegação de que o órgão perante o qual o procedimento foi instaurado e os atos foram praticados (a Secretaria da Receita Federal) foi extinto com a criação, pela MP 258/2005, da Receita Federal do Brasil, para exercício das competências anteriormente atribuídas à Secretaria da Receita Federal. Argumentou a contribuinte que como a referida Medida Provisória perdeu a eficácia a partir de 18/11/2005, conforme o disposto no art. 62, §3° da Constituição Federal, o novo órgão criado cessou de existir na estrutura jurídica brasileira, e todos os atos administrativos praticados no procedimento em análise, desde o termo de início, perderam a validade. No recurso, alega a Recorrente que a Delegacia de Julgamento rechaçou sua postulação sob argumento de que os atos praticados pelo órgão extinto foram convalidados pela Portaria 6.088/2005, do SRF, porém contrapõe que o defeito de que se trata não comporta convalidação. Diz que os atos praticados pelo órgão extinto são inexistentes que, portanto, não podem ser convalidados. A decisão de primeira instância não se reportou à Portaria 6.088/2005 para desconstituir os argumentos da contribuinte. Suas razões, que subscrevo, assentamse no fato de que não ocorreu extinção da Secretaria da Receita Federal, mas apenas alteração de sua denominação. Confirase: 107. A argumentação formulada pela impugnante, apesar de criativa, é infundada. A citada Medida Provisória n° 258, de 21/07/2005, assim dispunha em seu art. 1°: Art. 1 o A Secretaria da Receita Federal passa a denominarse Receita Federal do Brasil, órgão da administração direta subordinado ao Ministro de Estado da Fazenda, mantidas as competências previstas na legislação em vigor na data de publicação desta Medida Provisória. 108. Como se vê, tratou o efêmero instrumento legislativo de conferir nova denominação à Secretaria da Receita Federal, além de atribuir competência de arrecadar e fiscalizar as contribuições previdenciárias. Ao contrário do que pensa a litigante, não há falarse em novo órgão integrante da Administração Direta, pois o legislador não previu a extinção da Secretaria da Receita Federal nem a criação de um outro órgão. 109. Quanto à alegação de extinção do órgão responsável pelo lançamento, é fato notório que a SRF continua existindo, dispensando, nos termos do art. 334, inciso I do Código de Processo Civil, qualquer comprovação, e maiores comentários. 9 Violação ao sigilo bancário da empresa Big Wall. Fl. 701DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 17 16 Afirma a Recorrente que o lançamento realizado com base em informações das contas bancárias da empresa Big Wall violou o disposto no artigo 5°, inciso XII da Constituição Federal, já que quebrou o sigilo bancário da empresa sem autorização judicial, e que as leis embasadoras desse procedimento padecem de incontornável vício de inconstitucionalidade. Como dito no item 1 deste voto, segundo dispõe o § 3º do art. 1º da Lei Complementar 105/2001, a prestação de informações, pelas instituições financeiras, nos termos e condições estabelecidos nos seus artigos 5o e 6º, não caracterizam violação de sigilo, e independem de autorização judicial. . E questionamentos quanto à constitucionalidade da Lei Complementar 105/2001, que se encontra legitimamente inserida no ordenamento jurídico pátrio, não podem ser apreciados por este CARF. 10 Ilegalidade do lançamento fundado em simples movimentação bancária. Nesse item a Recorrente se reporta ao item 2 do recurso, aduzindo que “os argumentos válidos para afastar a exclusão da empresa Big Wall do Simples em virtude de informações da movimentação bancária também se aplicam para determinar a ilegalidade do lançamento com base nas mesmas informações. Além disso, a presunção legal instituída no artigo 42 da Lei 9430/1996 não pode ser defendida, pois entre o fato conhecido (fato indiciário) e o fato desconhecido (provável) deve estar presente uma correlação segura e direta, será margem de dúvidas sobre a materialização dessa correlação, sob pena desse artifício legal resultar indevido por absoluta inadequação do conceito jurídico escolhido para sua concreção (...)”. Como já dito neste voto, não cabe analisar a adequação da presunção estabelecida pelo art. 42 da Lei nº 4.930/96 aos contornos constitucionais. O foro para esse fim é o Poder Judiciário. 11 Tributo sobre movimentação financeira. CPMF. Princípio da legalidade Alega a Recorrente que o tributo que ostenta como hipótese de incidência a movimentação financeira é a CPMF, e que no auto de infração combatido, a pretexto de se apurar Imposto de Renda, estáse lançando outro tributo sobre a movimentação financeira, sem que haja previsão para tanto na ordem jurídica. Afirma que o lançamento de ofício de IR tendo como base simples movimentação financeira implica criação de uma nova hipótese de incidência, com violação do art. 150, I, da Constituição Federal. Novamente de se afirmar que pode este órgão julgador, integrante do Poder Executivo, deixar de aplicar lei vigente, pois, como enuncia a Súmula CARF nº 2, “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” 12 Ausência de responsabilidade do contribuinte. A autoridade fiscal atribuiu a responsabilidade tributária ao Sr. Rafael Selvatici Borges, com base nos arts. 132 do CTN e art. 207, IV, do RIR/99, cujas bases legais são o art. 132 do CTN e o art. 5º do Decretolei nº 1.598/ 76, que dispõem: Fl. 702DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 18 17 CTN: Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Decretolei nº 1.598 Art 5º Respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, extintas ou cindidas: I a pessoa jurídica resultante da transformação de outra; II a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras, ou em decorrência de cisão de sociedade; III a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida; IV a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante liquidação que continuar a exploração da atividade social, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual; V os sócios com poderes de administração da pessoa jurídica que deixar de funcionar sem proceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração de rendimentos no encerramento da liquidação. (negritos acrescentados) Nos termos da norma, as condições para atribuir a responsabilização ao sócio remanescente são: (a) que tenha se extinguido a pessoa jurídica por liquidação e, (b) que a pessoa física tenha continuado a exploração de sua atividade social. A Recorrente alega que não ocorreu a liquidação da Big Wall, e que, pelo fato de ela ter encerrado suas atividades em 26/11/2004 sem apresentar a declaração no ano do encerramento, devem ser responsabilizados os sócios administradores da empresa, e não o contribuinte, somente porque em um determinado momento integrou seus quadros. Sobre a liquidação da empresa Big Wall, consta dos autos a prova de que a empresa encontrase baixada no Cadastro da Receita Federal desde 26/11/2004, por motivo de "extinção por encerramento/liquidação voluntária" (fl. 484/485), bem como cópia do distrato social efetivado pela empresa e encaminhado pela Junta Comercial do Paraná, em que se verifica que os sócios de direito Eliazer Prado Machado e Helier Machado, voluntariamente decidiram pela extinção da sociedade em 22/09/2004 (fls. 20/22). Fl. 703DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 19 18 Sobre a continuidade de exploração de sua atividade pelo Sr. Rafael, a fiscalização coligiu os seguintes fatos indicativos de que a empresa Curitiba Gesso Comercial Ltda., constituída pelo Sr. Rafael (juntamente com o sócio Gustavo Gatass de Campos) após extinguir a Big Wall, continuou com a exploração da atividade da extinta: (i) o sistema Sintegra/ICMS (Consulta Pública ao Cadastro de Estado do Paraná) registra, no campo "Informações Complementares", que a atividade econômica principal de ambas as empresas é a mesma, Comércio Varejista de Materiais de Construção não Especificados anteriormente; (ii) as notas fiscais emitidas em nome das empresas Big Wall Comercial Ltda. e Curitiba Gesso Comercial Ltda., apresentadas pela empresa Placo do Brasil Ltda., demonstram que os produtos comercializados pelas duas empresas são os mesmos, o que caracteriza a continuidade da exploração do ramo de negócio pelo sócio remanescente; (iii) questionada, a Placo do Brasil Ltda. informou que respondem pela Big Wall Comercial Ltda. os Srs. João Carlos de Campos e Rafael Selvatici Borges, e pela Curitiba Gesso Comercial Ltda., os Srs. Gustavo Gattas de Campos e Rafael Selvatici Borges; (iv) A Placo não citou como responsáveis pelas empresas as pessoas que figuram como sócios (Eliazer Prado Machado e Helier Machado que a fiscalização identificou como interpostas pessoas). A coincidência da atividade econômica, dos produtos comercializados, dos responsáveis pela empresa perante o fornecedor, reforçada pelo fato de que a empresa Curitiba Gesso Comercial Ltda. ter sido constituída no mesmo endereço da Big Wall (contratos sociais, às fls. 13 e 24), convergem no sentido de permitir concluir que não houve descontinuidade na exploração das atividades sociais da empresa Big Wall, e que o Sr. Rafael Salvatici Borges prosseguiu na exploração da atividade social antes desempenhada pela extinta pessoa jurídica, sob outra razão social, a partir do momento em que constituiu a empresa Curitiba Gesso Comercial Ltda. Tratase de prova indireta, plenamente aceita no direito pátrio, em relação à qual a Recorrente não trouxe um único fato que a pudesse enfraquecer. 13 Multa Agravada. Sob esse título, refuta a Recorrente a qualificação e o agravamento da multa, que foi aplicada no percentual de 225%; Inicialmente, não merece acolhida a alegação da Recorrente, de que não se vislumbra a ocorrência de evidente intuito de fraude, que justificaria o percentual de 150%. Os fatos constatados pela autoridade fiscal, e descritos no Termo de Encerramento da Fiscalização, militam em sentido oposto. A qualificação se impõe quando presentes as figuras de sonegação, fraude ou conluio, definidas na Lei nº 4.502/64, verbis: Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Fl. 704DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 20 19 Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Às fls. 138/141 a autoridade fiscal alude a um esquema montado pelas empresas Big Wall e a Curitiba Gesso Comercial, envolvendo também a empresa BCR Comercial Ltda., que faz parte do mesmo grupo comercial da autuada, e o fornecedor Placo do Brasil Ltda.. Constatou o autuante que as notas fiscais de venda eram emitidas contra a BCR Comercial Ltda., a qual possui domicílio em Campo Grande/MS, mas as mercadorias eram enviadas a Big Wall Comercial Ltda., em Curitiba, acompanhadas de nota fiscal de simples remessa em nome desta e de nota fiscal simbólica de simples remessa em nome da BCR Comercial Ltda. Restou demonstrado, contudo, que apesar de não constar nenhuma nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor contra a Big Wall, houve pagamentos desta a favor da Placo do Brasil, conforme cópia de cheques, às fls. 337, 378, 390 e 400 do Anexo I, todos assinados pelo sócio Rafael Selvatici Borges. O auditor fiscal infere que tais operações podem ter sido motivadas pela obtenção de redução de tributos estaduais ou municipais. Notese que à época em que o Sr. Rafael Salvatici Borges assinou os cheques em nome da Big Wall, formalmente ele já havia se retirado da sociedade (fls. 21/24). A interposição de pessoas no quadro societário restou evidenciada nos autos. Pela alteração contratual datada de 14 de novembro de 2003 (fls. 21/24), os sócios originários da empresa, Srs. Rafael Selvatici Borges e João Carlos de Campos retiraramse da sociedade, e foram substituídos pelos irmãos Eliazer Prado Machado e Helier Machado. Verificouse que os novos sócios são pessoas humildes, que residiam próximo ao endereço da sede da empresa, exerciam a profissão de motoristas e não dispunham de condições financeiras ou econômicas para adquirir as cotas de capital, nem escolaridade mínima para gerir um grupo comercial de empresas, compostas por Big Wall Comercial Ltda., MHE Gesso Ltda. e BCR Comercial. Além disso, os documentos bancários encaminhados pelo Unibanco e Caixa Econômica Federal permitiram constatar que todos os cheques encaminhados pelos bancos, sem exceção, foram assinados por Rafael Selvatici Borges, sem que houvesse instrumento outorgando poderes a pessoas não integrantes do quadro societário para movimentar as contas bancárias. Ora, a interposição, no quadro societário, de pessoas de inexpressiva capacidade econômica representa, inequivocamente, ação dolosa tendente a impedir o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a o crédito tributário, caracterizando sonegação. Além disso, como registrou a autoridade fiscal, foram apontadas “(...) vultosas quantias e a prática reiterada (centenas e valores depositados) entre 01/01/2002 a 31/12/2004, a existência no rol da planilha e créditos de operações de cobrança de títulos, caracterizando ou evidenciando a prática de atos comerciais desprovidos da emissão do correspondente documentário fiscal (nota fiscal), permite concluir que o contribuinte agiu Fl. 705DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 21 20 dolosamente no sentido de impedir o conhecimento por parte da autoridade fazendária do fato gerador do imposto de renda e das contribuições sociais devidas pela pessoa jurídica fiscalizada. (...) Por outro lado, a hipótese de erro escusável fica prejudicada quando há habitualidade na prática da infração. Durante três anos calendário — 2002, 2003 e 2004 — o contribuinte usou o mesmo artificio, praticando inúmeras operações comerciais e financeiras, geradas por suas atividades comerciais, convenientemente mantidas à margem da escrituração contábil e fiscal. Dessa forma, os chamados erros escusáveis se distinguem daqueles cometidos intencionalmente. O contribuinte que, reiteradamente, insere elementos inexatos em sua declaração, afasta a possibilidade de desatenção eventual, justificando a aplicação da multa qualificada prevista no artigo 957, inciso II do Decreto 3000/99 (RIR/99).” De fato, não há como negar à conduta do contribuinte, apurada pela fiscalização, a intenção de deixar de pagar tributo. A conduta ilícita reiterada ao longo do tempo descaracteriza o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso. O agravamento, que corresponde ao acréscimo de 50% no percentual da multa, está previsto para os casos de não atendimento pela pessoa fiscalizada (sujeito passivo), no prazo marcado, de intimação para prestação de esclarecimentos. A fiscalização agravou a multa em razão da falta de atendimento às intimações encaminhadas solicitando livros, documentos, extratos bancários, etc. Justificou o autuante que, com este procedimento, o contribuinte fiscalizado dificultou os trabalhos da fiscalização, obrigandoa a socorrerse de elementos junto a terceiros contribuintes. A falta de apresentação de livros e documentos fiscais e contábeis justifica o arbitramento dos lucros, não se amoldando ao tipo “não atendimento para prestar esclarecimentos”. Por seu turno, a falta de esclarecimentos e apresentação da prova sobre a origem dos recursos utilizados nos depósitos tem como decorrência terse por verdade aquilo que a hipótese legal (art. 42 da Lei nº 4.930/96) presume. Essa não comprovação não obsta a atividade fiscal, pelo contrário a facilita, pois tal conduta do contribuinte coloca a presunção legal contra ele, autorizando o lançamento de ofício. Assim, entendo como não concretizada a hipótese que autoriza o agravamento da penalidade. Pelas razões expostas, rejeito as preliminares e dou provimento parcial ao recurso tão somente para afastar o agravamento da multa, reduzindoa ao percentual de 150%. É como voto. Sala das Sessões, em 27de agosto de 2014. (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 706DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 22 21 Fl. 707DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI
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Numero do processo: 10166.914311/2009-65
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 06 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3801-000.810
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes- Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 66 .9 14 31 1/ 20 09 -6 5 Fl. 179DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.914311/200965 Resolução nº 3801000.810 S3TE01 Fl. 180 2 Trata o presente processo de compensação declarada que, conforme apontado pela Recorrente, tem origem em crédito referente a valor indevidamente recolhido a título de CIDE, apurada no período de janeiro de 2006 a janeiro de 2007 sobre remessas ao exterior para pagamento de licença de uso ou de direitos de comercialização de programas de computador. A compensação não foi homologada, sob a alegação de inexistência do crédito informado, em virtude de o pagamento do qual seria oriundo já ter sido integralmente utilizado para quitar outros débitos da contribuinte. A Recorrente apresentou manifestação de inconformidade apontando os aspectos legais estabelecidos em conformidade com o artigo 21 da Lei 11.452, de 27 de fevereiro de 2007, que contemplou a nãoincidência da referida contribuição a partir de janeiro de 2006 e informou que feito o pagamento tem direito à devolução dos mesmos. A DRJ, em seu julgamento, não reconheceu o direito creditório da contribuinte, entendendo improcedente sua Manifestação de Inconformidade. Baseou seu entendimento no fato de a contribuinte não ter juntado aos autos documentos fiscais e contábeis imprescindíveis à constatação da existência do crédito solicitado, fazendose o conjunto probatório incapaz de aferir certeza e liquidez do crédito pretendido, bem assim, entende que a DCTF retificadora apresentada o foi em data posterior à ciência do despacho decisório. O acórdão de fls. restou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano calendário: 2006 APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento indevido, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábilfiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a inexistência do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Manifestação de Inconformidade Improcedente Irresignada com a decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário fundamentandose no princípio da verdade material, juntou aos autos documentos relativos às compensações com o fito de demonstrar que foram devidamente registradas na Fl. 180DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.914311/200965 Resolução nº 3801000.810 S3TE01 Fl. 181 3 contabilidade do sujeito passivo, ponderando serem suficientes para constatação da certeza e liquidez do crédito ora pretendido, quais sejam: a) DARF comprobatória do recolhimento indevido, comprovando o pagamento indevido no período de junho de 2006, instruído na PER/DCOMP; b) Cópia do Livro Razão Analítico do exercício de 2007, em que se verifica o estorno do montante recolhido na subconta CIDE – Remessas Exterior, também instruído na PER/DCOMP; c) Cópia do Livro Razão Consolidado do exercício de 2006, em que se verifica o lançamento referente ao mês de junho de 2006; d) Cópias das DCTFs original e retificadora. Requereu seja a presente compensação homologada. É o que importa relatar. Fl. 181DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.914311/200965 Resolução nº 3801000.810 S3TE01 Fl. 182 4 Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e reúne os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. Primeiramente, é preciso apontar que não há impedimento para retificação da DCTF após o despacho decisório e antes de remessa dos créditos para inscrição em dívida ativa da União. Vejamos que a Instrução Normativa RFB nº 903, de 30 de dezembro de 2008 no seu artigo 11 prescreve : Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou, III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. A norma é clara a estabelecer que a DCTF somente não poderia ser retificada nas situações em que já houvesse remessa dos montantes para inscrição do montante declarado em dívida ativa ou houvesse início de procedimento fiscal, o que não ocorreu no presente caso. Conforme relatado, o ponto crucial da lide consiste na ausência de elementos probatórios capazes de aferir o direito ao crédito solicitado decorrente do suposto pagamento indevido a título de CIDE incidente sobre remessas ao exterior de remunerações pagas pela licença de uso ou de direitos de comercialização de softwares, com base nos artigos 20 e 21 da Lei 11.452/2007 que delimitou expressamente o campo de abrangência da Lei 10.168/2000 ao instituir a nãoincidência da CIDE a partir de janeiro de 2006, assim expresso: Art. 20. O art. 2º da Lei n.º 10.168, de 29 de dezembro de 2000, alterado pela Lei n.º 10.332, de 19 de dezembro de 2001, passa a vigorar acrescido do seguinte § 1º A: "Art. 2º ................................................................................. Fl. 182DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.914311/200965 Resolução nº 3801000.810 S3TE01 Fl. 183 5 § 1ºA. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (...) Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos em relação ao disposto no art. 20 a partir de 1º de janeiro de 2006. Certo é que a supracitada norma contempla a nãoincidência da CIDE para remunerações pagas ao exterior vinculadas a contratos de licenciamento de uso de programas de computador e, nesta esteira, fazse necessário averiguar o objeto da relação contratual, ou seja, é certo que os pagamentos dos contratos relativos ao licenciamento de uso ou direito de software, não obrigam ao pagamento da CIDE, desde 1º de janeiro de 2006, sendo que, tendo havido tal pagamento a Recorrente possui indébito possível de creditamento. Entretanto, apesar da Recorrente ter juntado documentos e comprovantes de pagamento tenho que os mesmos são insuficientes para se apurar se realmente se relacionam a remunerações pagas ao exterior vinculadas a contratos de licenciamento de uso de programas de computador, de modo que apenas mediante o confronto dos documentos contábeis com o contrato de licenciamento, licença de uso de software ou documento semelhante é que essa Turma poderá evidenciar se o pagamento efetivamente se deu por esse motivo. Nesse sentido, voto para baixar em diligência à Delegacia de origem para determinar ao contribuinte que apresente: 1. A cópia autenticada do Contrato referente de Licença de Uso ou de Direito de Programas de Computador ou documento que ateste o efetivo motivo do pagamento e cópia das notas fiscais (ou invoices, devidamente traduzidas) correspondentes; 2. Retorne o processo a este CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl, Relator Fl. 183DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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