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Numero do processo: 10630.720969/2009-84
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
Ementa: ITR. ÁREA TRIBUTÁVEL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. EXCLUSÃO. NECESSIDADE DO ADA. Por se tratar de áreas ambientais cuja existência independe da vontade do proprietário e de reconhecimento por parte do Poder Público, a apresentação do ADA ao Ibama não é condição indispensável para a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, de que tratam, respectivamente, os artigos 2º e 16 da Lei nº 4.771, de 1965, para fins de apuração da área tributável do imóvel.
Recurso provido
Numero da decisão: 2201-001.363
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria, dar provimento ao recurso para restabelecer as áreas de preservação permanente e de reserva legal. Vencido o conselheiro Eduardo Tadeu Farah no tocante à exigência do ADA para a área de preservação permanente.
Nome do relator: Pedro Paulo Pereira Barbosa
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Recorrida DRJJUIZ DE FORA/MG Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2004 Ementa: ITR. ÁREA TRIBUTÁVEL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. EXCLUSÃO. NECESSIDADE DO ADA. Por se tratar de áreas ambientais cuja existência independe da vontade do proprietário e de reconhecimento por parte do Poder Público, a apresentação do ADA ao Ibama não é condição indispensável para a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, de que tratam, respectivamente, os artigos 2º e 16 da Lei nº 4.771, de 1965, para fins de apuração da área tributável do imóvel. Recurso provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria, dar provimento ao recurso para restabelecer as áreas de preservação permanente e de reserva legal. Vencido o conselheiro Eduardo Tadeu Farah no tocante à exigência do ADA para a área de preservação permanente. Assinatura digital Francisco Assis de Oliveira Júnior – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 03/12/2011 Fl. 351DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 2 Participaram da sessão: Francisco Assis Oliveira Júnior (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França. Relatório VALE S.A. interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJJUIZ DE FORA/MG (fls. 221) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 01/05, para exigência de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR referente ao exercício de 2004, no valor de R$ 2.990,45, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 7.240,47. Segundo o relatório fiscal o lançamento decorre da revisão da DITR/2004 da qual foram glosadas as áreas de preservação permanente (11,6 hectares) e de reserva legal (47,8 hectares). Os fundamentos da autuação estão detalhadas na descrição dos fatos do auto de infração, a seguir reproduzida: Área de Preservação Permanente não comprovada Descrição dos Fatos: Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou a isenção da Área declarada a titulo de preservação permanente no imóvel rural. 0 Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT) foi alterado e os seus valores encontramse no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. De acordo com o artigo 111 da Lei 5172/66(CTN) interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário e outorga de isenção. área de Reserva Legal não comprovada Descrição dos Fatos: Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou a isenção da área declarada a titulo de reserva legal no imóvel rural. 0 Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT) foi alterado e os seus valores encontramse no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. De acordo com o artigo 111 da Lei 5172/66(CTN) interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário e outorga de isenção. Complemento da Descrição dos Fatos: 0 presente procedimento foi iniciado pelo Termo de Intimação Fiscal n° 06103/00035/2009, recebido em 20/08/2009, onde se intimou o contribuinte a apresentar documentação referente As áreas de preservação permanente e reserva legal declaradas na DITR Ex. 2004, bem como laudo de avaliação do imóvel, sob pena de ter o Valor da Terra Nua (VTN) arbitrado com base nas informações do Sistema de Pregos de Terra (SIPT) da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Nesse exercício foram declarados 11,6 ha de preservação permanente e 47,8 ha de reserva legal. Em sua resposta, protocolizada nesta DRF em 21/09/2009, o contribuinte informa não possuir Ato Declaratório Ambiental Fl. 352DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI Processo nº 10630.720969/200984 Acórdão n.º 220101.364 S2C2T1 Fl. 2 3 (ADA) requerido junto ao IBAMA que reconhecesse as áreas de preservação permanente e reserva legal declaradas na DITR. A necessidade do ADA está expressa na Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, com a redação dada pela Lei n° 10.165, de 27 de dezembro de 2000: Art. 170. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, com base em Ato.Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei n° 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a titulo de Taxa de Vistoria. (...) 5 1 0 A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR obrigatória. Corroborando a obrigatoriedade do ADA, surgiu o Decreto n° 4.382, de 19 de setembro de 2002 Regulamento do ITR, que dispõe em no inciso I do § 3 0 de seu décimo artigo sobre tal obrigatoriedade. Foi apresentada certidão do Cartório de Registro de Imóveis onde está averbada a área de reserva legal de 47,8 ha. Tal averbação foi feita juntamente com a inscrição da matricula, em 30/05/2006. 0 Decreto n° 4.382, de 19 de setembro de 2002 Regulamento do ITR, assim dispõe quanto A obrigatoriedade da averbação da área de reserva legal: Art. 12. São áreas de reserva legal aquelas averbadas A margem da inscrição de matricula do imóvel, no registro de imóveis competente, nas quais é vedada a supressão da cobertura vegetal, admitindose apenas sua utilização sob regime de manejo florestal sustentável (Lei n ° 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória n° 2.16667, de 2001). § 1 0 Para efeito da legislação do ITR, as áreas a que se refere o caput deste artigo devem estar averbadas na data de ocorrência do respectivo fato gerador.fato gerador do ITR ocorre em 10 de janeiro de cada ano, conforme dispõe o caput do art. 10 da Lei n° 9.393/96. Em 1°/01/2004 não havia qualquer averbação na matricula do imóvel, razão pela qual o contribuinte não poderia ter declarado área de reserva legal nesse ano, ainda que houvesse ADA requerido junto ao IBAMA. Do confronto entre a DITR do contribuinte e da documentação por ele apresentada, verificouse que as áreas declaradas de Preservação Permanente e Reserva Legal não estão amparadas pela legislação de regência para serem beneficiadas pela não tributação do imposto sobre a propriedade territorial rural, e por isso tais áreas foram glosadas. 0 VTN declarado pelo contribuinte não foi objeto de autuação A Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que o imóvel em questão foi desapropriado e que quando da desapropriação do imóvel em 2002, já existia a averbação da Reserva legal, conforme faz prova a Certidão de inteiro teor acostada com a Fl. 353DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 4 petição datada de 21.09.09. Cita portaria do Ibama sobre as áreas passíveis de exclusão e sustenta que o § 7° do art. 10 da Lei n° 9.393/96, dispensou o contribuinte da apresentação do ADA para efeito de exclusão das áreas ambientais da base de cálculo do ITR; que a exclusão das áreas ambientais independe da observância de tal formalidade. Sobre o Laudo dizse surpreso com o indeferimento do laudo o qual diz possuir nível de precisão III, haja vista a eximia qualidade e precisão técnica. Diz que por todo o conteúdo do laudo, o valor declarado está em conformidade com os valores praticados à época, não se podendo falar em divergência entre eles. A DRJJUIZ DE FORA/MG julgou procedente o lançamento com base, em síntese, na consideração de que o § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393/96 dispensou o contribuinte da apresentação do ADA para efeito de exclusão das áreas ambientais. Argumenta que a lei garante a isenção do ITR sobre as áreas de preservação permanente e de reserva legal; diz que a Área de reserva legal está averbada; diz que em resposta a intimação apresentou laudo, elaborado segundo as normas técnicas e que, portanto, não vê razão para a autuação. Por fim, formulou o impugnante pedido nos seguintes termos: seja recebida a impugnação para que seja reformada a decisão que glosou as áreas desprovidas do ADA e o Laudo Técnico; sejam anuladas as Notificações de Lançamento n° 06103/00038/2009, n° 06103/00046/2009 e n° 06103/00053/2009, desconstituindo o débito nelas apurado; sejam homologados os termos da DITR lançados pelo impugnante, bem como seja deferido o Laudo Técnico apresentado, homologando o VTN nele apurado e, conseqüentemente, seja apurado os valores a serem restituídos/compensados. A DRJJUIZ DE FORA/MG julgou procedente o lançamento com base, em síntese, na consideração de que não foram cumpridos dois requisitos para a exclusão das áreas ambientais: a não comprovação da averbação da Área de reserva legal e a não apresentação do ADA referente tanto à área de reserva legal quanto à área de preservação permanente. A DRJ fundamentou as razões pelas quais entende indispensáveis ambas as providências como condições para a exclusão das áreas ambientais em questão. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 27/08/2010 (fls. 235) e, em 26/09/2010 (fls. 281) interpôs o recurso voluntário de fls. 238/254, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações quanto à averbação do imóvel e à desnecessidade de apresentação do ADA, e acrescenta argumentação no sentido de que não detém a propriedade plena do imóvel, sendo a União a detentora do verdadeiro domínio, pois se trata de à geração, distribuição e transmissão de energia elétrica. É o relatório. Voto Fl. 354DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI Processo nº 10630.720969/200984 Acórdão n.º 220101.364 S2C2T1 Fl. 3 5 Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, cuidase de glosa de áreas de reserva legal e de preservação permanente. Os fundamentos para a glosa foram a falta de comprovação da averbação da área de reserva legal e a não apresentação do ADA, tanto em relação à área de reserva legal quanto em relação à área de preservação permanente. Sobre a área de reserva legal, no que se refere à averbação, `s fls. 284 e 286 consta a averbação, respectivamente, de 28,18 hectares e 19,60 hectares, totalizando uma área averbada de 47,7 hectares, que foi a área declarada pela Contribuinte. Como alegou a Recorrente, essa averbação ocorreu ainda sob o domínio do proprietário anterior e não há razão para não se considerar esse registro, pois, como se sabe, a averbação da área de reserva legal vincula os adquirentes do imóvel. Resta satisfeito, portanto, este requisito par a exclusão da área de reserva legal. Quanto ao ADA, O dispositivo que trata da obrigatoriedade de sua apresentação, e que é um dos fundamentos legais da autuação, é o art. 1º da Lei nº 10.165, de 27/12/2000, que deu nova redação ao artigo 17O da Lei nº 6.938/81, in verbis: Art. 170. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental — ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei nº 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. [...] § 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. [...] Inicialmente, embora admitindo como possibilidade a interpretação de que o dispositivo esteja a prescrever a necessidade do ADA para todas as situações de áreas ambientais como condição para a redução dessas áreas para fins de apuração do valor do ITR a pagar, conforme os atos normativos da RFB e do Ibama, não me parece que este sentido e alcance da norma estejam claramente delineados, a ponto de dispensar o esforço de interpretação. Isto é, não me parece que se aplique aqui o brocardo in claris cessat interpretatio. Não basta, portanto, simplesmente dizer que a lei impõe a necessidade do ADA, é preciso expor as razões que levam a esta conclusão. O que chama a atenção no dispositivo em apreço é que o mesmo tem como escopo claro a instituição de uma Taxa de Vistoria que deve ser paga sempre que o proprietário rural se beneficiar de uma redução de ITR com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA, Fl. 355DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 6 de uma taxa que tem como fato gerador o serviço público específico e divisível de realização da vistoria, que presumivelmente será realizada nos casos de apresentação do ADA, e não de definir áreas ambientais, de disciplinar as condições de reconhecimento de tais áreas e muito menos de criar obrigações tributárias acessórias ou de regular procedimento de apuração do ITR. Também não se deve desprezar o fato de que a referência à obrigatoriedade do ADA vem apenas no parágrafo primeiro e, portanto, deve ser entendido levando em conta o quanto disposto no caput. E este, como se viu, restringe a tal taxa às situações em que o benefício de redução do ITR ocorra com base no ADA, o que implica no reconhecimento da existência de reduções que não sejam baseadas no ADA. Aliás, a função sintática da expressão “com base em Ato Declaratório Ambiental” é exatamente denotar uma circunstância do fato expresso pelo verbo”beneficiar”. Ora, entendendose o chamado “benefício de redução” como sendo a exclusão de áreas ambientais para fins de apuração da base de cálculo do ITR, indagase se a exclusão de áreas ambientais cuja existência decorre diretamente da lei, independentemente de reconhecimento ou declaração por ato do Poder Público, pode ser entendida como uma redução “com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA”. Penso que não. Vejase o caso da área de preservação permanente de que trata o art. 2º da lei nº 4.771, de 1965, e que existe “pelo só efeito desta lei”, in verbis: Art. 2° Consideramse de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: (sublinhei) E também o caso da área de reserva legal do art. 16 da mesma lei, a saber; Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) [...] §8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) No caso da área de preservação permanente, a lei define, objetivamente, por exemplo, que tanto metros à margem dos rios, conforme a largura deste, é área de preservação permanente, independentemente de qualquer ato do Poder Público. É a própria lei que impõe ao proprietário o dever de preservar essa área e, para tanto, este não deve esperar qualquer ato determinação do Poder Público. O mesmo ocorre com relação à área de reserva legal. A lei impõe que, conforme certas circunstâncias de localização etc. da propriedade, um mínimo das florestas e outras formas de vegetação nativa devem ser preservadas de forma permanente. E a lei também exige que estas áreas, identificadas mediante termo de compromisso com o órgão ambiental competente, sejam averbadas à margem da matricula do imóvel, vedada sua Fl. 356DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI Processo nº 10630.720969/200984 Acórdão n.º 220101.364 S2C2T1 Fl. 4 7 alteração em caso de transmissão a qualquer título. Também neste caso o proprietário não deve esperar qualquer ato do Poder Público determinando que tal ou qual área deve ser preservada. Por outro lado, a Lei nº 9.393, de 1996, ao cuidar da apuração do ITR define a área tributável como sendo a área total do imóvel subtraída de áreas diversas, dentre elas as de preservação permanente e de reserva legal, sem impor qualquer condição, in verbis: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: [...] II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual; d) sob regime de servidão florestal ou ambiental; (Redação dada pela Lei nº 11.428, de 2006) e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006) f) alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008) Se as áreas de preservação permanente e as de reserva legal independem de manifestação do Poder Público, outras áreas ambientais, passíveis de exclusão, para fins de apuração do ITR, dependem da manifestação de vontade do proprietário ou da imposição do próprio órgão ambiental, observadas certas circunstâncias específicas do imóvel. Vejase, por exemplo, o caso da área de preservação permanente de que trata o art. 3º da Lei nº 4.771, de 1965, in verbis: Art. 3º Consideramse, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras; Fl. 357DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 8 b) a fixar as dunas; c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares; e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; h) a assegurar condições de bemestar público. Aqui, a declaração da área como de preservação permanente deve ocorrer em cada caso, conforme entenda o órgão ambiental, considerada a necessidade específica em face de alguma circunstância de risco ao meio ambiente ou de preservação da fauna ou da flora. O mesmo se pode dizer das áreas de que trata a alínea “b” do § 1º do inciso II da lei nº 9.393, de 1996. Ali a área deve ser declarada de interesse ecológico visando à proteção de um determinado ecossistema. Ela não existe “pelo só efeito da lei”, e nem decorre de uma imposição legal genérica de preservação, de uma fração determinada da floresta ou mata nativa. Decorre do entendimento por parte do Poder Público, com base no exame do caso concreto, que aquela área deve ser preservada. Existe, portanto, uma clara diferença entre áreas ambientais: umas cujas existências decorrem diretamente da lei, sem necessidade de prévia manifestação por parte do Poder Público por meio de qualquer ato, e outras que devem ser declaradas ou reconhecidas pelo poder Público por meio de ato próprio. Dito isto, não me parece minimamente razoável que a exclusão, prevista em lei, de uma área ambiental, cuja existência independe de manifestação do Poder Público, fique condicionada a um ato formal de apresentação do tal ADA. Mas não há dúvida de que a lei poderia criar tal exigência: A questão aqui, entretanto, é se o art. 170, em que se baseiam os que defendem esta posição, permite esta interpretação; se é este o sentido e o alcance que se deve extrair da norma que melhor a harmonize com os demais princípios e normas que regem a tributação do ITR e a preservação do meio ambiente. Assim, em conclusão, penso que o art. 170 da Lei nº 6.938/81 impõe a exigência da apresentação tempestiva do ADA apenas nos casos em que a existência da área ambiental dependa de declaração ou reconhecimento por parte do Poder Público. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de dar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 358DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI Processo nº 10630.720969/200984 Acórdão n.º 220101.364 S2C2T1 Fl. 5 9 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª CAMARA/2ª SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10630.720969/200984 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº. 220101.363. Brasília/DF, 03 de dezembro de 2011. ______________________________________ FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JÚNIOR Presidente da Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: ( ) Apenas com Ciência ( ) Com Recurso Especial ( ) Com Embargos de Declaração Data da ciência: // Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 359DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 10 Fl. 360DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por MARILDE CURSINO DE OLIVEIRA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/ 12/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 18/01/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI
score : 1.0
Numero do processo: 10880.934144/2009-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Aug 22 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
PER/DCOMP. ERRO DE FATO. NÃO COMPROVAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Não comprovado o erro de fato no preenchimento da DCTF, deve ser indeferido o pleito compensatório.
Numero da decisão: 1301-004.019
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
José Eduardo Dornelas Souza - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
Nome do relator: JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA
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AUSÊNCIA DE PROVAS DO DIREITO CREDITÓRIO ALEGADO Recorrente SUPPORTCOMM S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 PER/DCOMP. ERRO DE FATO. NÃO COMPROVAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não comprovado o erro de fato no preenchimento da DCTF, deve ser indeferido o pleito compensatório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 93 41 44 /2 00 9- 01 Fl. 298DF CARF MF Processo nº 10880.934144/200901 Acórdão n.º 1301004.019 S1C3T1 Fl. 299 2 Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte acima identificado contra o acórdão 1149.395, proferido pela 4ª Turma da DRJ/REC, que, ao apreciar a manifestação apresentada, por unanimidade de votos, julgoua improcedente. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento de primeira instância, a seguir transcrito, complementandoo ao final: A interessada acima qualificada apresentou a Declaração de Compensação – PER/DCOMP nº 15698.92640.190705.1.3.04 1237, por meio da qual compensou crédito de IRPJ – cód. 5993, do período de apuração de 31/12/2004, com os débitos relacionados. O crédito informado, no valor original na data da transmissão de R$ 63.241,22, seria decorrente de pagamento a maior, relativo ao DARF no valor de R$ 131.597,77, recolhido em 31/01/2005. Por meio do Despacho Decisório Eletrônico, às fls. 138, a Autoridade Competente resolveu NÃO HOMOLOGAR a compensação se fundamentando no fato de o DARF informado já ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. De acordo com a decisão, o valor original total de R$ 131.597,77 (nº do pagamento 4868087118) já havia sido utilizado para quitar débito do código 5993 (período de apuração 31/12/2004) no mesmo valor, não restando crédito passível de compensação. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, às fls. 140/141, alegando o seguinte: Fl. 299DF CARF MF Processo nº 10880.934144/200901 Acórdão n.º 1301004.019 S1C3T1 Fl. 300 3 Nestes termos, requereu que fosse acolhida a sua Manifestação de Inconformidade. Na seqüência, foi proferido o acórdão recorrido, que julgou improcedente a manifestação apresentada, com o seguinte ementário: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 PER/DCOMP. ERRO DE FATO. NÃO COMPROVAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não comprovado o erro de fato no preenchimento da DCTF, com base em documentos hábeis e idôneos, não há que se acatar a DIPJ para fins de comprovar a liquidez e certeza do crédito oferecido para a compensação com os débitos indicados na PER/DCOMP eletrônica. ESPONTANEIDADE O primeiro ato por escrito de servidor competente, cientificando o sujeito passivo da obrigação tributária, implica a perda da espontaneidade para retificar as declarações apresentadas. RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Ciente do acórdão recorrido em 09/09/2015 (fl. 267), e com ele inconformado, a recorrente apresentou em 08/10/2015 (fls. 269), tempestivamente, recurso voluntário, através de patrono legitimamente constituído, pugnando por provimento, onde apresenta argumentos que serão a seguir analisados. É o Relatório. Voto Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, Relator O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos regimentais de admissibilidade, portanto, dele conheço. Fl. 300DF CARF MF Processo nº 10880.934144/200901 Acórdão n.º 1301004.019 S1C3T1 Fl. 301 4 Da Análise do Recurso Voluntário Consignese inicialmente inexistir alegações preliminares, pois embora o recurso faça referência ao "Devido Processo Legal", e ao "Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório", não aponta objetivamente em que medida esses princípios não foram observados, a trazer prejuízos à defesa. Quanto ao mérito, a lide diz respeito ao pretenso direito creditório reclamado pelo contribuinte, por meio da PER/DCOMP nº 15698.92640.190705.1.3.041237, transmitida em 19/07/2005, onde se informa a existência de crédito correspondente ao pagamento indevido ou a maior de IRPJ estimativa mensal (código 5993), PA 31/12/2004, no valor de R$ 63.341,22, decorrente do recolhimento via DARF de R$ 131.597,77, efetuado em 31/01/2005. De acordo com o despacho decisório, não foi homologada a compensação declarada, em face de o DARF discriminado no PER/DCOMP haver sido integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Irresignado, o contribuinte apresenta manifestação de inconformidade perante a 4ª Turma da DRJ/REC, noticiando que procedeu a retificação da DCTF relativa ao trimestre de 2004, aduz que sua pretensão encontra amparo no artigo 170 do CTN, e junta aos autos DIPJ/2005; DCTF, original e retificadora. e o comprovante do recolhimento via DARF no valor de R$ 131.597,77, e pugna pelo deferimento do seu pleito. Ao apreciar suas alegações, a DRJ competente decidiu julgar improcedente a manifestação de inconformidade, sob o mesmo entendimento de inexistência de crédito passível de compensação, consignando inexistir provas quanto ao erro de fato alegado, consignando, inclusive, não ter sido apresentado os Livros Fiscais e Contábeis, com os respectivos demonstrativos, que demonstrassem o erro dos valores informados na DCTF original e que justificasse a redução do imposto recolhido. Para maior clareza, reproduzse trechos do decisium: .... Se a contribuinte verificou a ocorrência de erro na apuração do IRPJ recolhido, deveria ter providenciado a entrega da correspondente DCTF retificadora antes de apresentar a PER/DCOMP, o que não foi feito. Por outro lado, também não apresentou os Livros Fiscais e Contábeis com os respectivos demonstrativos que viessem a demonstrar o erro dos valores informados em DCTF e que justificassem a redução do IRPJ calculados na DIPJ. Não restou, portanto, comprovado o erro de fato alegado pela contribuinte. Diante da ausência da apresentação dos livros fiscais e contábeis que justificassem a redução do valor do IRPJ, e da não retificação da DCTF anteriormente à decisão da Autoridade Administrativa por meio do Despacho Decisório, este não merece reparo ao não conceder o direito creditório tendo em vista o crédito analisado encontrarse integralmente utilizado para quitação do crédito informado em DCTF. (...) Fl. 301DF CARF MF Processo nº 10880.934144/200901 Acórdão n.º 1301004.019 S1C3T1 Fl. 302 5 Em não havendo liquidez e certeza quanto ao suposto crédito contra a Fazenda Nacional, não deve ser homologada a DCOMP a ele vinculada. Inconformado com a r. decisão, o contribuinte apresenta suas razões recursais, aduzindo a necessidade da busca da verdade material no processo administrativo, ao reclamar que a autoridade administrativa julgadora valeuse unicamente de questões formais, quando norteou sua análise em elementos contidos da Dcomp e DCTF, desprezando informações contidas na DIPJ, e ao final requer a reforma do julgamento em primeira instância. Não apresenta prova adicional. Em primeiro lugar, cabe esclarecer que prestigiar o principio da verdade material não significa que o julgador deva atender ao pleito do contribuinte de acordo com o raciocínio desenvolvido por ele em sua defesa, ou mesmo que o substitua na produção de provas na defesa do direito alegado. Prestigiar este princípio, mesmo na seara do processo administrativo, não deve ser de maneira irrestrita e ampla, e sim com temperamentos, de forma que sejam prestigiados também outros princípios, como da duração razoável, contraditório, oficialidade, entre outros. No caso, tratase de pleito compensatório de crédito originado de pagamento indevido ou a maior, onde o contribuinte possui o ônus de prova quanto ao fato constitutivo de seu direito. Em outras palavras, o sujeito passivo possui o encargo de comprovar, por meio de documentos hábeis e idôneos, a existência do direito creditório, demonstrando que o direito invocado existe. Nessa hipótese, cabe ao sujeito passivo trazer aos autos os elementos aptos a comprovar a existência de direito creditório, capazes de demonstrar, de forma cabal, que a Fiscalização incorreu em erro ao glosar seu pleito creditório. O contribuinte traz em seu favor o comprovante do DARF recolhido, além da cópia da DIPJ e DCTF retificadora; porém, estes documentos, por si só, não possuem força probante para reconhecer o direito creditório pretendido. Necessária a demonstração e a causa do erro, acompanhando de documentos que os comprovem. A própria decisão recorrida apontou essa necessidade: .... Por outro lado, não apresentou os Livros Fiscais e Contábeis com os respectivos demonstrativos que viessem a demonstrar o erro dos valores informados em DCTF e que justificassem a redução do IRPJ calculados na DIPJ. Não restou,portanto, comprovado o erro de fato alegado pela contribuinte. Para desconstituir o débito assim confessado, ainda que se transmita uma nova DCTF, retificando a original, necessário apresentar provas contundentes de que a verdade material é outra, e isso deve ser feito pelo contribuinte, através de escrituração contábil, acompanhada de documentos idôneos que comprovem os fatos nela registrados que reduziram o valor devido. Na eventual impossibilidade de trazêlos aos autos, deveria o contribuinte justificarse, mediante provas, o que não foi feito. Sendo assim, não se reconhece o direito creditório perseguido, por falta de liquidez e certeza, não devendo assim ser homologada a DCOMP a ele vinculada. Fl. 302DF CARF MF Processo nº 10880.934144/200901 Acórdão n.º 1301004.019 S1C3T1 Fl. 303 6 Conclusão À vista do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Fl. 303DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13014.720258/2016-94
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Sep 19 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2013
IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Processo Administrativo Fiscal
Processo dispensado de ementa, nos termos da Portaria RFB n° 2.724 de 27 de setembro de 2017
Numero da decisão: 2003-000.163
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso
Francisco Ibiapino Luz - Presidente
Gabriel Tinoco Palatnic - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco Ibiapino Luz (Presidente), Gabriel Tinoco Palatnic (Relator) e Wilderson Botto.
Nome do relator: GABRIEL TINOCO PALATNIC
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF) Ano-calendário: 2013 IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF) Processo Administrativo Fiscal Processo dispensado de ementa, nos termos da Portaria RFB n° 2.724 de 27 de setembro de 2017
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Francisco Ibiapino Luz - Presidente Gabriel Tinoco Palatnic - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco Ibiapino Luz (Presidente), Gabriel Tinoco Palatnic (Relator) e Wilderson Botto. Relatório Autuação e Impugnação Notificação de lançamento às fls. 16-22, em decorrência de dedução indevida de despesas médicas, despesas com instrução e pensão alimentícia, no exercício de 2014, ano- calendário de 2013, no tocante ao Imposto de Renda Pessoa Física. Cientificado, o contribuinte apresentou impugnação parcial às fls. 02-05, alegando, em síntese, que comprovava a despesa médica própria no valor de R$ 5.000,00 e a pensão alimentícia judicial para sua ex-cônjuge, e, com relação às infrações de dedução indevida de despesa com instrução no valor de R$ 423,15, bem como despesa médica junto à Unimed, no valor de R$ 521,88, concordou expressamente com a exigência. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 01 4. 72 02 58 /2 01 6- 94 Fl. 113DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2003-000.163 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 13014.720258/2016-94 Por conseguinte, o contribuinte alegou que a despesa médica no valor de R$ 5.000,00 encontra-se devidamente provada pelo recibo à fl. 11; entretanto, tal documento, por si só, não foi considerado apto a comprovar o desembolso financeiro, uma vez que outros elementos de prova deveriam ter sido juntados para tanto. Quanto à dedução por pensão alimentícia, o contribuinte, na impugnação, juntou a homologação judicial do acordo extrajudicial entabulado, além dos comprovantes de pagamento mensais, o que foi bastante para verificar a regularidade da dedução nesse aspecto. Assim, foi julgado procedente em parte a impugnação, com o fim de afastar a irregularidade quanto à glosa da pensão alimentícia, e manter, no caso, a despesa médica, por ausência de prova, devendo o contribuinte restituir o valor de R$ 3.525,37 (três mil quinhentos e vinte e cinco reais e trinta e sete centavos). Acórdão de Primeira Instância Ao apreciar a impugnação, a DRJ/SPOII, por unanimidade de votos, conheceu da impugnação e deu-lhe provimento em parte, restabelecendo o crédito tributário para o valor de R$ 3.525,37 (três mil quinhentos e vinte e cinco reais e trinta e sete centavos). Recurso Voluntário Cientificado da decisão em 03/01/2018, o contribuinte interpôs recurso voluntário em 15/01/2018 (fl. 60), alegando, em síntese, que sofreu o desembolso pelas despesas médicas glosadas, no valor de R$ 5.000,00, juntando, na oportunidade, extratos bancários (fls. 63-70) que teriam o condão de comprovar esses pagamentos. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do art. 23-B, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/15, e suas alterações. É o relatório. Voto Conselheiro Gabriel Tinoco Palatnic - Relator Admissibilidade O contribuinte foi intimado via postal em 03/01/2018 (fl. 58), e o recurso voluntário foi interposto em 15/01/2008 (fl. 60), sendo, portanto, tempestivo o presente recurso. Por atender aos demais pressupostos de admissibilidade, dele conheço e passo à sua análise. Mérito Com o fim comprovar a regularidade das despesas médicas deduzidas, o contribuinte anexa, em sede de recurso voluntário, diversos extratos bancários. Fl. 114DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2003-000.163 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 13014.720258/2016-94 De fato, os valores ali mencionados perfazem o valor de R$ 5.000,00, e as informações contidas nos documentos fazem prova de que os pagamentos foram destinados a despesas com médico que assistia o contribuinte. Nessa esteira, tais extratos comprovam que houve saques bancários, de diversos valores, mas com transferências para a conta do profissional ou sua clínica, se podendo concluir, portanto, que as quantias sacadas foram destinadas, exclusivamente, para pagamento de despesas com a saúde. Assim sendo, por fazerem prova bastante, a decisão recorrida deve ser reformada. Conclusão Ante o exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto em epígrafe. É como voto (assinado digitalmente) Gabriel Tinoco Palatnic Fl. 115DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10845.720179/2010-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Aug 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS)
Período de apuração: 01/07/2008 a 30/09/2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. LAPSO MANIFESTO.
Admitem-se Embargos quando tenham evidenciado lapso referente à parte dispositiva da decisão, nos termos do artigo 66, do RICARF.
Numero da decisão: 3401-006.201
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, para corrigir os resultados dos Acórdãos no 3401-004.241 e no 3401-004.242, do mesmo sujeito passivo, incorretamente registrados de forma trocada.
(assinado digitalmente)
ROSALDO TREVISAN Presidente e Redator Designado Ad Hoc.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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LAPSO MANIFESTO. Admitem-se Embargos quando tenham evidenciado lapso referente à parte dispositiva da decisão, nos termos do artigo 66, do RICARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, para corrigir os resultados dos Acórdãos no 3401-004.241 e no 3401-004.242, do mesmo sujeito passivo, incorretamente registrados de forma trocada. (assinado digitalmente) ROSALDO TREVISAN – Presidente e Redator Designado Ad Hoc. Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente). Relatório Cuida-se de Embargos Inominados interpostos pelo presidente do colegiado com fulcro no art. 66, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF n o 343, de 9 de junho de 2015, em face do Acórdão n o 3401-004.242, da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara, proferido em sessão de 26/10/2017, assim ementado: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 5. 72 01 79 /2 01 0- 17 Fl. 2394DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3401-006.201 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10845.720179/2010-17 Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2008 CRÉDITOS NÃO CUMULATIVOS. GLOSA INDEVIDA. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DOLO OU MÁ-FÉ. PARÁGRAFO ÙNICO DO ARTIGO 82, DA LEI FEDERAL 9.430/1996. Não restando comprovada a má-fé do adquirente na aquisição de café por fornecedores tidos como inaptos ou fictícios pelas operações “Tempo de Colheita”, “Robusta” e “Broca”, não há como impedir o direito creditório pleiteado se o contribuinte demonstrou o atendimento aos requisitos do parágrafo único do artigo 82, da Lei Federal 9.430/1996. CRÉDITOS NÃO CUMULATIVOS. GLOSA INDEVIDA. BENS ADQUIRIDOS DE COOPERATIVA. Pessoa jurídica, submetida ao regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep, não está impedida de apurar créditos relativos às aquisições de produtos junto a cooperativas, observados os limites e condições previstos na legislação. TAXA SELIC. INAPLICABILIDADE. CRÉDITO ESCRITURAL PLEITEADO EM PEDIDO DE RESSARCIMENTO. Inexiste previsão legal para a aplicação de Taxa SELIC para atualização de crédito das contribuições sociais decorrentes da apropriação extemporânea em sua escrita fiscal e durante o processo administrativo de homologação do pedido de ressarcimento. Trata-se de um crédito de natureza escritural não se aderindo à hipótese de pagamento a maior ou indevido de tributo. Por outro lado, a decisão foi registrada em ata da seguinte forma: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Participou do julgamento, em substituição ao Conselheiro Robson José Bayerl, que se declarou suspeito, o Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves. No despacho de admissibilidade, os Embargos foram admitidos com o seguinte entendimento: Analisemos, pois, em nome da verdade material, o conteúdo dos dois processos, sintetizando-se os resultados na tabela abaixo: Processo no 15987.000240/2009-71 Processo no 10845.720179/2010-17 Tributo discutido COFINS COFINS Período de apuração 01/10/2006 a 31/12/2006 01/07/2008 a 30/09/2008 Matérias contenciosas Compensação indeferida em função de ter o direito de crédito sido negado, no processo no 15987.000676/2009-61. Em sede de recurso voluntário, pede-se correção de informação deficiente constante na PER/DCOMP. Ressarcimento, com glosas em notas inidôneas, - cf. operações como a “Broca” e a “Tempo de Colheita”, e glosas de créditos de aquisições de cooperativas, e com suspensão, dispondo ainda sobre o cabimento (ou não) de juros de mora sobre os créditos. Voto do relator e ementa Corretos para a matéria contenciosa. O voto propõe a negativa de provimento, e, neste tema, não foi vencido. (Acórdão no 3401-004.241) Voto correto para a matéria contenciosa, pois tratou de todos os temas contenciosos, mas o voto do relator foi vencido no que se refere a aquisições amparadas em documentos tidos como inidôneos, e a notas fiscais com suspensão que conteriam erro formal. A ementa (primeiro parágrafo) deve ser alterada para refletir o entendimento que prevaleceu no voto vencedor. (Acórdão no 3401-004.242) Fl. 2395DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3401-006.201 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10845.720179/2010-17 Resultado do julgamento registrado em Ata Registrado de forma evidentemente incorreta, pois trata de diversos itens que sequer constam entre as matérias contenciosas, como créditos de cooperativas, juros de mora, notas fiscais com suspensão e documentos inidôneos. Ademais, informa a existência de voto vencedor em processo em que não foi vencido o relator. Registrado de forma evidentemente incorreta, pois traz como unânime posicionamento que gerou, no colegiado, votações por maioria e por qualidade, vencido o relator, e que deveriam figurar em voto vencedor. E, na decisão registrada em ata, sequer se menciona o voto vencedor. Somente a suspeição do Cons. Robson José Bayerl está corretamente registrada, e se refere a este processo, que trata de operações especiais realizadas pela unidade da RFB em que ele exerceu atividades relacionadas. De fato, é manifesta a existência de lapso, visto que o resultado registrado para um processo trata da matéria controversa no outro processo. Assim, tendo em conta a existência de lapso manifesto, e considerando a competência soberana do colegiado para se manifestar em definitivo sobre o tema (que se sobrepõe a eventual entendimento monocrático deste presidente, que, no caso, confunde-se com o próprio autor dos embargos), entendo que à turma de julgamento deve ser submetida a questão, tendo seguimento os embargos. É o relatório. Voto Conselheiro ROSALDO TREVISAN, Redator designado Ad Hoc O voto a seguir, assim como o relatório retro, foi retirado da pasta de arquivamento da 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF, onde foi depositado na sessão de julgamento pelo Conselheiro Tiago Guerra Machado, que não mais compõe o colegiado, atualmente. Daí a necessidade de registro da formalização por este redator, designado Ad Hoc. Os embargos de declaração podem ser interpostos nas hipóteses previstas no artigo 66, caput, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n o 343, de 9 de junho de 2015, que assim dispõe: Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Como se aduz do relatório acima, os embargos foram opostos com o objetivo de sanar a inversão do texto dos acórdãos proferidos nos processos n o 15987.000240/2009-71 e n o 10845.720179/2010-17, de maneira que é de se acolher os embargos para efetuar as devidas correções com relação à parte dispositiva dos Acórdãos n o 3401-004.241 e n o 3401-004.242. Fl. 2396DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 3401-006.201 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10845.720179/2010-17 Sobre esse tema, é imperioso retificar as decisões registradas em ambos os processos para que se possa adequá-las à matéria sob análise naquela sessão de julgamento, da seguinte forma: PAF 15987.000240/2009-71 10845.720179/2010-17 Acórdão 3401-004.241 3401-004.242 Onde se lê: Acordam os membros do colegiado, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, da seguinte forma: (a) por unanimidade de votos, para (a1) rejeitar as nulidades suscitadas; (a2) reconhecer os créditos oriundos da aquisição de produtos de cooperativas; e (a3) afastar a incidência de juros de mora sobre o valor a ser ressarcido; (b) por maioria de votos, para negar provimento no que se refere a aquisições amparadas em documentos tidos como inidôneos, vencido o relator, que dava provimento, e o Conselheiro André Henrique Lemos, que propunha conversão em diligência; e (c) por voto de qualidade, para não reconhecer os créditos referentes a notas fiscais com suspensão que conteriam erro formal, vencidos o relator e os Conselheiros Augusto Fiel Jorge d’Oliveira, André Henrique Lemos e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Participou do julgamento, em substituição ao Conselheiro Robson José Bayerl, que se declarou suspeito, o Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida (Designado, a posteriori, ad hoc, o Conselheiro Rosaldo Trevisan, tendo em vista ter o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida deixado o colegiado antes de concluir o voto vencedor). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Participou do julgamento, em substituição ao Conselheiro Robson José Bayerl, que se declarou suspeito, o Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves. Leia-se: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Participou do julgamento, em substituição ao Conselheiro Robson José Bayerl, que se declarou suspeito, o Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves. Acordam os membros do colegiado, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, da seguinte forma: (a) por unanimidade de votos, para (a1) rejeitar as nulidades suscitadas; (a2) reconhecer os créditos oriundos da aquisição de produtos de cooperativas; e (a3) afastar a incidência de juros de mora sobre o valor a ser ressarcido; (b) por maioria de votos, para negar provimento no que se refere a aquisições amparadas em documentos tidos como inidôneos, vencido o relator, que dava provimento, e o Conselheiro André Henrique Lemos, que propunha conversão em diligência; e (c) por voto de qualidade, para não reconhecer os créditos referentes a notas fiscais com suspensão que conteriam erro formal, vencidos o relator e os Conselheiros Augusto Fiel Jorge d’Oliveira, André Henrique Lemos e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Participou do julgamento, em substituição ao Conselheiro Robson José Bayerl, que se declarou suspeito, o Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida (Designado, a posteriori, ad hoc, o Conselheiro Rosaldo Trevisan, tendo em vista ter o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida deixado o colegiado antes de concluir o voto vencedor). Além disso, os Embargos relatam que teria havido contradição no primeiro parágrafo da ementa, em relação ao que restou decidido no Acórdão n o 3401-004.242. De fato, são cabíveis os Embargos nesse particular, Fl. 2397DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 3401-006.201 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10845.720179/2010-17 porque a ementa deve espelhar a posição vencedora no seio do colegiado, e não o posicionamento vencido, devendo o referido acórdão ser retificado para ilustrar o entendimento majoritário, conforme abaixo: ONDE SE LÊ: LEIA-SE: CRÉDITOS NÃO CUMULATIVOS. GLOSA INDEVIDA. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DOLO OU MÁ-FÉ. PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 82, DA LEI FEDERAL 9.430/1996. Não restando comprovada a má-fé do adquirente na aquisição de café por fornecedores tipos como inaptos ou fictícios pelas operações "Tempo de Colheita", "Robusta" e "Broca", não há como impedir o direito creditório pleiteado se o contribuinte demonstrou o atendimento aos requisitos do parágrafo único do artigo 82, da Lei Federal 9.430/1996. CRÉDITOS NÃO CUMULATIVOS. GLOSA. DOLO E MÁ-FÉ COMPROVADOS. Sendo comprovada a má-fé do adquirente na aquisição de café por fornecedores tipos como inaptos ou fictícios pelas operações "Tempo de Colheita", "Robusta" e "Broca", deve-se inadmitir o direito creditório pleiteado. Pelo exposto, acolho os embargos apresentados, para corrigir os resultados dos Acórdãos no 3401-004.241 e no 3401-004.242, do mesmo sujeito passivo, incorretamente registrados de forma trocada. (assinado digitalmente) ROSALDO TREVISAN (Ad Hoc) Fl. 2398DF CARF MF
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Numero do processo: 10882.001874/2009-04
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Aug 05 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
IRPF. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. RETIRADA DE LUCROS. COMPROVAÇÃO.
Para que sejam utilizados como recursos no fluxo financeiro mensal, os valores correspondentes à retirada de lucros em empresas das quais a contribuinte é sócia deve vir acompanhada de prova inequívoca da efetiva transferência de numerário.
Numero da decisão: 9202-007.631
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Ana Paula Fernandes (relatora), Patrícia da Silva, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa.
(Assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes Relatora
(Assinado digitalmente)
Pedro Paulo Pereira Barbosa Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 IRPF. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. RETIRADA DE LUCROS. COMPROVAÇÃO. Para que sejam utilizados como recursos no fluxo financeiro mensal, os valores correspondentes à retirada de lucros em empresas das quais a contribuinte é sócia deve vir acompanhada de prova inequívoca da efetiva transferência de numerário.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Ana Paula Fernandes (relatora), Patrícia da Silva, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Relatora (Assinado digitalmente) Pedro Paulo Pereira Barbosa Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
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ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. RETIRADA DE LUCROS. COMPROVAÇÃO. Para que sejam utilizados como recursos no fluxo financeiro mensal, os valores correspondentes à retirada de lucros em empresas das quais a contribuinte é sócia deve vir acompanhada de prova inequívoca da efetiva transferência de numerário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento, vencidas as conselheiras Ana Paula Fernandes (relatora), Patrícia da Silva, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes – Relatora (Assinado digitalmente) Pedro Paulo Pereira Barbosa – Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 00 18 74 /2 00 9- 04 Fl. 840DF CARF MF 2 Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório O presente Recurso Especial trata de pedido de análise de divergência motivado pela Fazenda Nacional face ao acórdão 2801003.155, proferido pela 1ª Turma Especial / 2ª Seção de Julgamento. Tratase de Auto de Infração de fls. 190/193, acompanhado dos demonstrativos de apuração de fls. 188/189, resultando no crédito tributário no montante de R$ 653.521,28, correspondente ao imposto (R$307.727,69), multa proporcional (R$ 230.795,76), e juros de mora (R$114.997,83, calculados até 30/06/2009), relativo ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Física, Exercício 2006, Anocalendário 2005, decorrente da infração relativa a acréscimo patrimonial a descoberto omissão de rendimentos tendo em vista a variação patrimonial a descoberto, onde se verificou excesso de aplicações sobre origens, não respaldado por rendimentos declarados/comprovados. O Contribuinte apresentou a impugnação, às fls. 209/221. A DRJ/SDR, às fls. 372/379, julgou pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo o crédito tributário na forma originalmente lançado. O Contribuinte apresentou Recurso Voluntário às fls. 389/408 e 571/573. A 1ª Turma Especial da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 764/772, DEU PROVIMENTO ao Recurso Ordinário. A Decisão restou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. DESNECESSIDADE DE PROVA DE TRANSAÇÃO BANCÁRIA ENTRE A PESSOA JURÍDICA E A PESSOA FÍSICA. Não há qualquer exigência na legislação para que a distribuição de lucros somente seja reconhecida se provada a efetiva transferência de recursos entre as contas bancárias da pessoa jurídica e da pessoa física do sócio, se regularmente escriturada. Recurso Voluntário Provido. Às fls. 774/782, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, arguindo, divergência jurisprudencial acerca da seguinte matéria: IRPF Retirada de Lucros Comprovação. O acórdão recorrido é no sentido de que a comprovação da transação em si, ou seja, da efetiva transferência do numerário referente à distribuição de lucros ao contribuinte, não é relevante para que reste configurada a distribuição, aceitando, para tanto, outras provas apresentadas pelo recorrente. Tal entendimento, contudo, diverge do que se encontra Fl. 841DF CARF MF Processo nº 10882.001874/200904 Acórdão n.º 9202007.631 CSRFT2 Fl. 10 3 consignado nos paradigmas, pois, para considerar comprovada a distribuição de lucros, afigura se óbvia a necessidade de que tais recursos tenham sido efetivamente transferidos e recebidos pelo sócio. Ao realizar o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, às fls. 805/807, a 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, DEU SEGUIMENTO ao recurso, concluindo restar demonstrada a divergência de interpretação em relação à seguinte matéria: IRPF Retirada de Lucros Comprovação. Citado à fl. 817, o Contribuinte apresentou Contrarrazões às fls. 819/834, preliminarmente arguindo inadmissibilidade dos acórdãos paradigmas devido ao fato de que o primeiro deles foi prolatado pela própria 1ª Turma Especial da Segunda Seção de Julgamento, e o segundo acórdão paradigma não guarda similitude com o acórdão recorrido. No mérito, ratificou os argumentos do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora DO CONHECIMENTO O Recurso Especial interposto pela Fazenda e quanto aos demais pressupostos de admissibilidade necessário fazermos algumas ponderações. O Contribuinte apresentou Contrarrazões às fls. 819/834, preliminarmente arguindo inadmissibilidade dos acórdãos paradigmas devido ao fato de que o primeiro deles foi prolatado pela própria 1ª Turma Especial da Segunda Seção de Julgamento, e o segundo acórdão paradigma não guarda similitude com o acórdão recorrido. O exame de admissibilidade entendeu que do confronto do acórdão recorrido com as ementas e votos dos acórdãos paradigmas, é possível se concluir que houve o dissídio jurisprudencial. Os paradigmas entenderam que a comprovação da distribuição de lucros, de forma a elidir o acréscimo patrimonial imputado ao contribuinte, se dá mediante documentação que demonstre a efetiva transferência do numerário ao Contribuinte, enquanto o acórdão recorrido entendeu que não é necessária a comprovação da efetiva transferência de recursos entre as contas bancárias da pessoa jurídica e da pessoa física do sócio, se a distribuição de lucro for regularmente escriturada. Assim, considerando que o paradigma recepcionado foi proferido por Colegiado diferente daquele do presente processo e não foi reformado, foi dado seguimento do Recurso Especial da PFN. Fl. 842DF CARF MF 4 Da leitura do paradigma 10422.902 proferido por turma diversa, entendo ter restado comprovada a divergência. Embora no acórdão recorrido a maioria do colegiado vote pelas conclusões não ha parágrafo da maioria que ressalte que os demais acompanharam a declaração de voto. Diante do exposto conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Passo ao mérito. DO MÉRITO Tratase de Auto de Infração de fls. 190/193, acompanhado dos demonstrativos de apuração de fls. 188/189, resultando no crédito tributário no montante de R$ 653.521,28, correspondente ao imposto (R$307.727,69), multa proporcional (R$ 230.795,76), e juros de mora (R$114.997,83, calculados até 30/06/2009), relativo ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Física, Exercício 2006, Anocalendário 2005, decorrente da infração relativa a acréscimo patrimonial a descoberto omissão de rendimentos tendo em vista a variação patrimonial a descoberto, onde se verificou excesso de aplicações sobre origens, não respaldado por rendimentos declarados/comprovados. O Acórdão recorrido deu provimento ao Recurso Ordinário. O Recurso Especial, apresentado pela Fazenda Nacional trouxe para análise a seguinte divergência: IRPF Retirada de Lucros Comprovação. Para o melhor deslinde da questão é importante observar a questão de prova bem delimitada e decidida pelo acórdão do colegiado a quo: O Recorrente sustenta a não tributação dos rendimentos recebidos, pela ausência de dever legal de transferência efetiva dos valores entre a PJ e a PF do sócio. Sustenta o valor probante dos livros contábeis e a ausência de proibição legal à realização de depósitos de cheques de clientes da pessoa jurídica diretamente na conta da pessoa física do sócio. Alega, ainda, desde sua impugnação, que ingressou com ação judicial para que a empresa First S/A apresentasse a documentação contábil que comprova a distribuição dos lucros.da Previdência Social – RPS apenso ao Decreto 3.048/99. É evidente o erro na acusação fiscal e na exigência de prova não prevista em lei. A legislação de regência (artigo 10 da Lei n. 9.429/95) isenta a distribuição de dividendos ou lucros, por ocasião do seu recebimento pelo sócio. Não traz a legislação qualquer exigência no sentido de que tais valores devem necessariamente sair da conta bancária da pessoa jurídica e entrar na conta da pessoa física. Fl. 843DF CARF MF Processo nº 10882.001874/200904 Acórdão n.º 9202007.631 CSRFT2 Fl. 11 5 É bem verdade que o contribuinte tem o dever de guarda de documentos, da forma como afirmado pela DRJ, nos termos do artigo 264 do RIR. Entretanto, a exigência inicial de comprovação da efetiva distribuição, carece de sustentação legal e despreza o valor probante dos documentos contábeis juntados aos autos. Embora não fosse obrigação do contribuinte apresentar os livros fiscais da empresa que comprovassem a distribuição dos lucros, uma vez que tal documento não é de sua livre disponibilidade, o contribuinte tratou de conseguir, através de ação judicial, o livro razão, e a DIPJ da empresa pagadora; documentos estes que comprovam a distribuição de lucros para o recorrente no valor de R$1.438.189,11. Tal valor é suficiente para excluir o acréscimo patrimonial a descoberto no valor de R$1.119.009,37 apontado pela fiscalização. Ressalto que os fatos registrados na escrita contábil possuem fé pública e podem ser opostos ao fisco, se revestidos das formalidades. In verbis: Decretolei 1598 de 1977: Art. 9º A determinação do lucro real pelo contribuinte está sujeita a verificação pela autoridade tributária, com base no exame de livros e documentos da sua escrituração, na escrituração de outros contribuintes, em informação ou esclarecimentos do contribuinte ou de terceiros, ou em qualquer outro elemento de prova. § 1º A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. Tratou ainda o recorrente de anexar cópia de vários cheques, emitidos pela empresa First S/A para terceiros, através dos quais se verifica que estes terceiros os receberam em pagamentos de vendas ou prestação de serviços para o recorrente. Assim, nenhum outro documento serlheia exigido, eis que eventual irregularidade deveria ser aferida junto à sociedade. De resto, tenho o entendimento de que, quando o contribuinte informa o recebimento de valores isentos ou não tributáveis, cabe a fiscalização averiguar se tais valores realmente são isentos ou não tributáveis, e não se o contribuinte recebeu ou não tal verba. Neste diapasão, se o contribuinte declara o recebimento de determinada renda, seja ela lícita ou ilícita, não há embasamento legal para a fiscalização determinar que tal verba não foi recebida. Fl. 844DF CARF MF 6 Penso, por conseguinte, que, se o contribuinte não apresenta qualquer documento acerca do recebimento de lucros, como declarado, cabe a fiscalização autuar dito contribuinte pela omissão de receitas tributáveis. Ou seja: se o contribuinte declara ter recebido uma importância, declara que tal importância é isenta ou não tributável, mas não apresenta qualquer documentação sobre tais valores, a fiscalização deve entender que tais valores foram recebidos pelo contribuinte, e que tais valores não são isentos ou não tributáveis. Se o contribuinte declara que recebeu valores, não pode, e não deve, a fiscalização presumir que tais valores não foram recebidos. Embora o posicionamento do acórdão recorrido, o caso dos autos ainda possui uma peculiaridade, existe prova nos autos capaz de dirimir a questão, nos termos indicados pela conselheira que optou por apresentar declaração de voto, Conselheira Tânia Mara Paschoalin. No presente caso, o contribuinte demonstra a efetividade da distribuição dos lucros pela empresa First S/A mediante documentos apresentados, às fls. 566/676, juntados aos autos somente em sede de recurso, haja vista que foi necessária determinação judicial para que a empresa First S/A apresentasse a documentação contábil que comprovasse a distribuição dos lucros. Nesse sentido, em razão do princípio da verdade material,, assiste razão ao contribuinte no sentido de que os lucros que foram distribuídos da empresa First S/A devem ser incluídos na análise da evolução patrimonial do período em tela. Por conseguinte, constatase que não resta acréscimo patrimonial a descoberto no presente caso, uma vez que o valor dos recursos não computados anteriormente lucros distribuídos da empresa First S/A supera o total do acréscimo patrimonial apurado pela fiscalização. Em face ao exposto, conheço do Recurso Especial da Fazenda Nacional para no mérito negarlhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Voto Vencedor Pedro Paulo Pereira Barbosa – Redator designado Fl. 845DF CARF MF Processo nº 10882.001874/200904 Acórdão n.º 9202007.631 CSRFT2 Fl. 12 7 Divergi da Relatora quanto ao mérito. A matéria em discussão é a necessidade de comprovação do efetivo recebimento/pagamento dos lucros distribuídos como isentos para fins de justificação de acréscimo patrimonial. Segundo o Relatório Fiscal, o contribuinte foi intimado a apresentar o efetivo recebimento de valor declarados como rendimentos isentos, referentes a lucros que teria recebido da empresa First S/A. o contribuinte justificou a omissão em razão de desentendimento com a empresa. Confirase a impugnação: No caso em exame, conforme esclarecido informalmente no período fiscalizatório, deveser ter presente que o contribuinte foi excluído dos quadros societários de uma das pessoas jurídicas responsáveis pela distribuição dos dividendos (FIRST S.A.), devido a uma quebra da afectio societatis decorrente de um desentendimento entre os sócios. E, em função dessa circunstância, não está sendo possível o acesso aos documentos da pessoa jurídica exigidos pela Fiscalização. Apesar disso, ainda que através de ação judicial, o contribuinte informa que está envidando esforços visando a obtenção de todos os documentos antes do encerramento do processo administrativo fiscal. Portanto, o fundamento da autuação é a ausência de comprovação da efetividade do recebimento dos supostos lucros. Entendeu a Relatora, corroborando o Recorrido que não há previsão legal para o Fisco exigir comprovação da efetividade do recebimento dos lucros distribuídos. E aí minha divergência. Há previsão legal sim, de comprovação não só dos lucros distribuídos quanto de qualquer valor informado na declaração de rendimentos. Uma coisa é a empresa gerar lucros a distribuir, outra é a efetiva distribuição destes, e essa distribuição precisa ser comprovada com documentos hábeis e idôneos. Aliás, o que causa estranheza é a dificuldade de se comprovar o recebimento de mais de um milhão de reais. Registrese que se trata de lançamento de acréscimo patrimonial onde a pretensão do contribuinte é a de que esses valores fossem reconhecidos como origens. Ora, para serem origem deveriam efetivamente ter integrado o patrimônio do contribuinte e é dever do contribuinte comprovar esse efetivo recebimento. Sem isso, poderia, como fez a Fiscalização, realizar o confronto entre origens e aplicações de recursos sem os valores declarados como isentos. Registrese, por fim, que a escrituração comercial somente faz prova dos fatos nele escriturados se comprovados com documentos hábeis e idôneos. Ante o exposto, conheço do recurso interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, doulhe provimento. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 846DF CARF MF 8 Fl. 847DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10240.900025/2010-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Aug 30 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL)
Ano-calendário: 2004
CSLL. RETENÇÃO NA FONTE. COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO.
A compensação de crédito de CSLL retida na fonte somente é passível de comprovação mediante apresentação de informe de rendimento emitido pela fonte pagadora ou outra prova hábil acerca da retenção, tal como comprovantes de pagamentos dos valores retidos pelo tomador dos serviços.
A ausência de comprovação, por sua vez, enseja o indeferimento do direito ao crédito pleiteado.
Numero da decisão: 1201-003.092
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em CONHECER do recurso voluntário para, no mérito, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, a fim de reconhecer o crédito originário adicional de R$ 11.189,54.
(documento assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente
(documento assinado digitalmente)
Luis Henrique Marotti Toselli Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Neudson Cavalcante Albuquerque, Luis Henrique Marotti Toselli, Allan Marcel Warwar Teixeira, Gisele Barra Bossa, Efigênio de Freitas Júnior, Alexandre Evaristo Pinto, Bárbara Santos Guedes (Suplente Convocada) e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente).
Nome do relator: LUIS HENRIQUE MAROTTI TOSELLI
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL) Ano-calendário: 2004 CSLL. RETENÇÃO NA FONTE. COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO. A compensação de crédito de CSLL retida na fonte somente é passível de comprovação mediante apresentação de informe de rendimento emitido pela fonte pagadora ou outra prova hábil acerca da retenção, tal como comprovantes de pagamentos dos valores retidos pelo tomador dos serviços. A ausência de comprovação, por sua vez, enseja o indeferimento do direito ao crédito pleiteado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em CONHECER do recurso voluntário para, no mérito, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, a fim de reconhecer o crédito originário adicional de R$ 11.189,54. (documento assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente (documento assinado digitalmente) Luis Henrique Marotti Toselli Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Neudson Cavalcante Albuquerque, Luis Henrique Marotti Toselli, Allan Marcel Warwar Teixeira, Gisele Barra Bossa, Efigênio de Freitas Júnior, Alexandre Evaristo Pinto, Bárbara Santos Guedes (Suplente Convocada) e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente).
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RETENÇÃO NA FONTE. COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO. A compensação de crédito de CSLL retida na fonte somente é passível de comprovação mediante apresentação de informe de rendimento emitido pela fonte pagadora ou outra prova hábil acerca da retenção, tal como comprovantes de pagamentos dos valores retidos pelo tomador dos serviços. A ausência de comprovação, por sua vez, enseja o indeferimento do direito ao crédito pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em CONHECER do recurso voluntário para, no mérito, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, a fim de reconhecer o crédito originário adicional de R$ 11.189,54. (documento assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa – Presidente (documento assinado digitalmente) Luis Henrique Marotti Toselli – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Neudson Cavalcante Albuquerque, Luis Henrique Marotti Toselli, Allan Marcel Warwar Teixeira, Gisele Barra Bossa, Efigênio de Freitas Júnior, Alexandre Evaristo Pinto, Bárbara Santos Guedes (Suplente Convocada) e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente). Relatório Trata-se de processo administrativo decorrente de DCOMP (fls. 1/12), por meio do qual o contribuinte busca compensar crédito de Saldo Negativo de CSLL, no montante originário de R$ 732.427,48, referente ao ano-calendário de 2004, com débitos próprios. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 90 00 25 /2 01 0- 16 Fl. 641DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 1201-003.092 - 1ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10240.900025/2010-16 Ainda segundo a DCOMP, referido crédito teria sido originado por retenções na fonte sob os códigos 6147 e 6190, pagamentos de estimativas e estimativas compensadas com saldo de períodos anteriores. Por intermédio do Despacho Decisório de fls. 13, o direito creditório foi reconhecido em parte (R$ 640.132,28), razão pela qual as compensações foram parcialmente homologadas. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 19/22). Alega, em resumo, que: (i) a retenção na fonte foi feita de acordo com a legislação, sendo que determinados órgãos públicos não encaminharam corretamente os informes de rendimentos; (ii) houve apresentação de comprovantes de pagamentos das retenções informadas; (iii) houve pagamentos a maior a título de estimativas, conforme informado em DIPJ; e (iv) as estimativas compensadas devem compor o saldo negativo. Em Sessão de 14/03/2013, a DRJ/BEL julgou a manifestação de inconformidade parcialmente procedente, passando o crédito reconhecido a totalizar R$ 717.242,48, por meio de decisão (fls. 472/479) que possui a seguinte ementa: SALDO NEGATIVO CSLL. ESTIMATIVAS COMPENSADAS. HOMOLOGAÇÃO. USO NO AJUSTE ANUAL. POSSIBILIDADE. Tendo sido homologadas as compensações de estimativa CSLL, estas devem ser consideradas no ajuste anual. SALDO NEGATIVO CSLL. ESTIMATIVA MENSAL. PAGAMENTO A MAIOR. APROVEITAMENTO NO AJUSTE ANUAL. POSSIBILIDADE. Uma vez comprovado o recolhimento de estimativa a maior e que não houve o aproveitamento do indébito em compensação, cabível seu aproveitamento no ajuste anual. SALDO NEGATIVO CSLL. RETENÇÕES NA FONTE. COMPROVAÇÃO PARCIAL. Tendo sido comprovada parcialmente a retenção de CSLL em função dos documentos apresentados, tais valores integram o ajuste anual. Cientificado da decisão em 14/05/13 (fl. 481), o contribuinte, em 13/06/13, interpôs recurso voluntário (fls. 482/489). Reitera as alegações de defesa e aduz que o valor das retenções não confirmadas restaram comprovado, conforme documentação que anexa. É o relatório. Voto Conselheiro Luis Henrique Marotti Toselli, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e atende os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Fl. 642DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 1201-003.092 - 1ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10240.900025/2010-16 A controvérsia diz respeito à comprovação ou não das retenções indicadas na coluna "valor não informado" do quadro resumo abaixo. A DRJ manteve a glosa com base na seguinte motivação: Vejamos cada uma das retenções não reconhecidas: 1) Em relação às situações em que o direito creditório foi parcialmente reconhecido, todas no código 6147, tal ocorreu pelo fato das fontes pagadoras terem efetuado retenções em percentuais inferiores aos estabelecidos pela legislação, considerando os valores dos rendimentos brutos indicados nas DIRF`s. Referida regra é aplicável aos CNPJ`s 00.394.452/003544, 00.394.452/0517-86, 04.758.840/0001-79 e 34.274.233/0001-02. Dessa maneira, correto o procedimento da unidade de origem. 2) CNPJ 00.348.003/006402: Retenção de R$ 709,48 não localizada em DIRF. Nos termos do Manual de Formalização, Preparação, Apreciação, Julgamento e Movimentação do Processo Administrativo Tributário – MAPROC, aprovado pela Portaria SRF nº 374 de 10/03/2002, as cópias de documentos a serem juntados aos processos devem estar autenticadas, sendo que esta autenticação pode ser efetuada pela autoridade administrativa à vista dos originais. Vejamos: “A autenticação de documentos destinados à repartição, mediante apresentação das cópias e respectivos originais, assim como o reconhecimento de firmas, mediante a apresentação da identidade do interessado, pode ser efetuada pelo próprio servidor.” (Decreto no 83.936, de 6 de setembro de 1979). Fl. 643DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 1201-003.092 - 1ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10240.900025/2010-16 Assim, julgamos não comprovada a retenção não reconhecida quando o contribuinte juntou apenas cópia simples do comprovante de rendimento e retenção, sem qualquer outro elemento comprobatório. Importante observar que apesar do contribuinte ter apresentado comprovante em cópia simples, as retenções restam bem caracterizadas no caso desse CNPJ pois houve o encaminhamento pelo contribuinte de carta circular à fonte pagadora requerendo os comprovantes, bem como a resposta (fl.30) informando a remessa dos documentos solicitados. A retenção comprovada é de R$ 709,48, ou seja, 1% sobre o rendimento bruto. Destarte, o direito creditório em questão deve ser reconhecido. 3) No que se refere aos demais CNPJ`s indicados à Tabela 1, restam não comprovadas as retenções pelo fato do contribuinte ter apresentado apenas cópia simples dos comprovantes de rendimentos pagos e retenção, sem qualquer outro elemento comprobatório. Por ocasião do recurso voluntário, o contribuinte, para cada CNPJ, apresenta as mesmas justificativas, mas traz cópias autenticadas dos documentos apresentados anteriormente por meio de cópias simples. A questão, portanto, é de valoração de provas para cada uma das situações, lembrando que o contribuinte pode se valer de todos os meios probatórios para comprovar o seu direito creditório. Na ausência da DIRF, que compete ao tomador do serviço (fonte pagadora), fugindo, assim, do campo de atuação da empresa prestadora, entendo que o crédito do tributo retido pode ser comprovado por outros meios hábeis, como a escrituração contábil, notas fiscais, extratos financeiros e os próprios recolhimentos. Nesse contexto, passaremos a verificar a situação individual de cada tomador. 1) CNPJ 00.348.003/0064-02, retenção de R$ 709,48 - ao contrário do que entendeu o contribuinte, esse montante já foi reconhecido pela DRJ. 2) CNPJ 00.381.056/0020-04, retenção de R$ 265,03 - há cópia autenticada do Informe de Rendimentos (fl. 505) que, junto com a planilha de fl. 504, comprovam o valor informado. A glosa, portanto, deve ser afastada. 3) CNPJ 00.394.411/0001-09, retenção de R$ 8.449,10 - foram apresentados relatórios do SIAFI (fls. 508/518) que atestam o recolhimento dos valores retidos, em conformidade com a planilha de fls. 507. Estes documentos, segundo penso, comprovam esse crédito, razão pela qual a glosa deve ser afastada. Fl. 644DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 1201-003.092 - 1ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10240.900025/2010-16 4) CNPJ 00.394.452/0035-44, retenção de R$ 900,52 (parcela mantida de R$119,86) - foram apresentados relatórios do SIAFE (fls. 533/573) que atestam o recolhimento dos valores retidos, em conformidade com a planilha de fls. 532. Nota-se, aqui, que o percentual de CS retida é de 1%, não havendo erro de alíquota da aludida contribuição. A glosa remanescente, então, deve ser afastada. 5) CNPJ 00.394.452/0517-86 , retenção de R$ 1.193,93 (parcela mantida de R$ 115,57) - foram apresentados relatórios do SIAFE (fls. 521/530) que atestam o recolhimento dos valores retidos, em conformidade com a planilha de fls. 520. Nota-se, aqui, que o percentual de CS retida é de 1%, não havendo erro de alíquota da aludida contribuição. A glosa remanescente, então, deve ser afastada. 6) CNPJ 00.394.460/0075-88, retenção de R$ 1.285,17 - foram apresentados relatórios do SIAFI (fls. 576/598) que atestam o recolhimento dos valores retidos, em conformidade com a planilha de fls. 575. Estes documentos, segundo penso, comprovam esse crédito, razão pela qual a glosa deve ser afastada. 7) CNPJ 02.452.733/0001-92, retenção de R$ 852,14 - foram apresentados relatórios do SIAFE incompletos (fls. 601/607), não coincidentes com a planilha-resumo, prejudicando a alegada comprovação. A glosa, contudo, deve ser mantida; 8) CNPJ 03.112.386/0024-08, retenção de R$ 139,71 - há cópia autenticada do Informe de Rendimentos (fl. 609) que, junto com a planilha de fl. 608, comprovam o valor informado. A glosa, portanto, deve ser afastada. 9) CNPJ 04.758.840/0001-79, retenção de R$ 332,64 - há cópia simples da DIRF (fl. 612), mas em outro código de recolhimento, o que enseja a manutenção da glosa remanescente (R$ 140,60). 10) CNPJ 34.274.233/0001-02 (parcela glosada de R$ 2.052,02) e CNPJ 46.151.130/0001-26 (R$ 950,70), - não há documentos comprobatórios, devendo as glosas serem mantidas. 11) CNPJ 37.115.367/0028-80, retenção de R$ 815,10 - foram apresentados relatórios do SIAFI (fls. 615/632) que atestam o recolhimento dos valores retidos, em conformidade com a planilha de fls. 614. Estes documentos, segundo penso, comprovam esse crédito, razão pela qual a glosa deve ser afastada. Fl. 645DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 1201-003.092 - 1ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10240.900025/2010-16 Feitas essas considerações, entendo como comprovadas as seguintes retenções: Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso voluntário para, no mérito, DAR- LHE PARCIAL PROVIMENTO, a fim de reconhecer o crédito originário adicional de R$ 11.189,54. É como voto. (documento assinado digitalmente) Luis Henrique Marotti Toselli CSLL retida Comprovação 265,03 informe de rendimentos 8.449,10 relatórios SIAFI 119,86 relatórios SIAFI 115,57 relatórios SIAFI 1.285,17 relatórios SIAFI 139,71 informe de rendimentos 815,10 relatórios SIAFI 11.189,54 Fl. 646DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.905668/2016-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Sep 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Período de apuração: 01/12/2010 a 31/12/2010
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÕES. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO LEGAL. INEXISTÊNCIA
Os embargos de declaração são cabíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos.
No caso concreto, uma vez admitido os embargos em despacho, contudo, não constatado o vício apontado no voto condutor do acórdão vergastado rejeitam-se os embargos.
Numero da decisão: 3201-005.644
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Paulo Roberto Duarte Moreira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Leonardo Correia Lima Macedo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Hélcio Lafetá Reis, Tatiana Josefovicz Belisario e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/12/2010 a 31/12/2010 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÕES. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO LEGAL. INEXISTÊNCIA Os embargos de declaração são cabíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos. No caso concreto, uma vez admitido os embargos em despacho, contudo, não constatado o vício apontado no voto condutor do acórdão vergastado rejeitam- se os embargos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Paulo Roberto Duarte Moreira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Leonardo Correia Lima Macedo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Hélcio Lafetá Reis, Tatiana Josefovicz Belisario e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Trata o presente processo de embargos opostos pela Fazenda Nacional, em face do Acórdão 3201-004.987, prolatado por esta Turma, cuja ementa foi assim redigida: MULTA DE MORA. APROVEITAMENTO DE PAGAMENTO DE REGIMES TRIBUTÁRIOS DIFERENTES. O aproveitamento de pagamento de mesmo tributo ou contribuição e mesmo período de apuração não enseja a cobrança de multa de mora, e não se revela como procedimento de compensação. Recurso Voluntário Provido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 56 68 /2 01 6- 25 Fl. 126DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3201-005.644 - 3ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13896.905668/2016-25 Ciente da decisão, a Fazenda Nacional, por intermédio de sua Procuradoria, interpôs embargos de declaração sustentando que a decisão recorrida contém omissão, assim explicitada: (...) Esse Eg. Colegiado, ao se manifestar sobre o aproveitamento de um pagamento indevido de Cofins não-cumulativo para liquidar débito apurado no regime cumulativo entendeu que entendeu que “O aproveitamento de pagamentos de mesmo tributo e mesmo período, em casos de mudança de regime de tributação, prescinde de Declaração de Compensação. Somente seria necessária Declaração de Compensação em casos de compensação do mesmo tributo em períodos diferentes, ou tributos diferentes.”. O I. Relator do voto vencedor fundamenta seu entendimento na súmula CARF 76 que trata do aproveitamento de recolhimentos realizados na sistemática do SIMPLES. Analisando a súmula CARF 76 e os precedentes que fundamentaram sua edição, verifica-se que aquelas decisões estão calcadas no disposto no art. 3º da Lei nº 9.317/1996, que cuida do pagamento unificado na sistemática do SIMPLES, inaplicável ao presente caso. Entendemos existir omissão no voto vencedor, uma vez que tal voto não esclarece os fundamentos legais para o aproveitamento dos pagamentos indevidos. A não indicação dos dispositivos legais que fundamentaram aquele aproveitamento afronta os artigos 2º e 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. O art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999, estabelece a motivação como princípio do processo administrativo, verbis (...) (...) Já o artigo 50 daquele mesmo diploma explicita que as decisões administrativas que decidam recursos administrativos devem indicar seus fundamentos jurídicos (...) Não há dúvida de que quando a lei fala que as decisões administrativas devem indicar “os fundamentos jurídicos” que as motivam está se cuidando aqui da indicação dos dispositivos legais que lhe dão substrato. Neste sentido, citamos os ensinamentos de Celso Antônio Bandeira de Melo que ao discorrer sobre a motivação dos atos administrativos no bojo do processo administrativo1 leciona: “Princípio da Motivação, isto é, o da obrigatoriedade de que sejam explicitados tanto o fundamento normativo quanto o fundamento fático da decisão, enunciando-se, sempre que necessário, as razões técnicas, lógicas e jurídicas que servem de calço ao ato conclusivo, de molde a poder-se avaliar sua procedência jurídica e racional perante o caso concreto.” (...) Diante da relevância da omissão faz-se mister que a Turma se pronuncie sobre os fundamentos normativos utilizados para o aproveitamento de pagamentos indevidos sem a observância da legislação que versa sobre a compensação. (...) No despacho de admissibilidade, atestou-se a tempestividade da peça e, no mérito da análise, acolheu-se os embargos, uma vez que se entendeu a omissão dos fundamentos legais utilizados na explicitação da decisão. É o relatório. Fl. 127DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3201-005.644 - 3ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13896.905668/2016-25 Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão 3201- 005.610, de 20 de agosto de 2019, proferido no julgamento do processo 13896.900136/2017-82, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevem-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3201-005.610): “Admitidos os embargos por decisão do Presidente da Turma, o processo foi a mim distribuído, o qual incluí em pauta de julgamento. Nos termos do art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciar-se a Turma. A jurisprudência preconiza que a "omissão e a contradição que autorizam a oposição de embargos de declaração têm conotação precisa: a primeira ocorre quando, devendo se pronunciar sobre determinado ponto, o julgado deixa de fazê-lo, e a segunda, quando o acórdão manifesta incoerência interna, prejudicando-lhe a racionalidade. Não constitui omissão o modo como, do ponto de vista da parte, o acórdão deveria ter decidido, nem contradição o que, no julgado, lhe contraria os interesses.” [Edcl em REsp 56.201-BA, Rel. Min. Ari Pargendler, DJU de 09.09.96, p. 32-346]. O vício de omissão se dá quando a decisão deixar de apreciar ponto relevante para a solução do litígio. Caracteriza-se no silêncio do julgador frente à matéria, fato ou direito, invocado pelas partes ou que deva se pronunciar de ofício. Passemos à análise. Em que pese ter sido vencido na decisão, pois entendi que o aproveitamento do pagamento a maior de um débito para extinção de outros débitos, ainda que do mesmo tributo, só se faz por compensação, incidindo, portanto, os acréscimos legais devidos na compensação após o vencimento do débito, não parece inquinado de omissão o voto vencedor. O acórdão embargado entendeu que, embora formalmente o caso tenha sido tratado como compensação, materialmente não se trata de tal modalidade de extinção do crédito tributário (art. 74 da Lei 9.430/96), mas sim, de mero erro de código, passível de retificação do DARF por meio do procedimento de Redarf (normatizado pela IN RFB 672/2006). Portanto, ao entender o caso como Redarf, o Colegiado afastou tanto o artigo 74 da Lei 9.430/96, que trata de compensação, quanto o artigo 61 da mesma Lei, que trata Fl. 128DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 3201-005.644 - 3ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13896.905668/2016-25 de pagamento em atraso, porque o suposto atraso somente ocorreria na hipótese de se considerar o caso como compensação. Em outras palavras, o pagamento foi tempestivo, sem qualquer atraso pois não se trata de compensação; e, portanto, não há aplicação do artigo 74 nem do artigo 61 da Lei 9.430/96. A súmula CARF 76 foi aplicada pela decisão embargada, porque faz o mesmo: em caso de mudança de regime de tributação, devem ser aproveitados os pagamentos feitos com o código do regime anterior, sem necessidade de compensação. No caso da súmula, o regime anterior é o Simples, passando para lucro real ou presumido; no caso da decisão embargada, o regime anterior é não-cumulativo e o regime correto é regime cumulativo. Não há falta de motivação, porque os fundamentos da decisão foram explicitados: (i) a IN RFB 672/2006, que trata de Redarf; (ii) a ratio decidendi da Súmula 76 (e não a letra da súmula) e (iii) a interpretação da verdade material do caso, o que é um princípio jurídico no direito tributário. Todas essas motivações estão claras no voto vencedor. Desse modo, entendo que não há omissão no julgado. Conclusão Diante do exposto, voto por rejeitar os embargos de declaração da Procuradoria da Fazenda Nacional.” Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicando-se a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por rejeitar os embargos de declaração da Procuradoria da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 129DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.723632/2014-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Aug 19 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Exercício: 2010
EMBARGOS. EFEITOS INFRINGENTES
Tendo em vista a contradição apontada entre a ementa e o corpo do voto, deve ser dado provimento aos embargos, retificando-se a ementa anterior, sem contudo, concede-lo quaisquer efeitos infringentes.
Numero da decisão: 1401-003.578
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos, dando-lhes provimento sem efeitos infringentes para retificar a ementa do julgado nos termos do voto da Relatora.
(documento assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Letícia Domingues Costa Braga - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), , Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Cláudio de Andrade Camerano, Mauritânia Elvira De Sousa Mendonça (suplente convocada) e Carlos André Soares Nogueira. Ausente o Conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: LETICIA DOMINGUES COSTA BRAGA
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E OUTROS Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2010 EMBARGOS. EFEITOS INFRINGENTES Tendo em vista a contradição apontada entre a ementa e o corpo do voto, deve ser dado provimento aos embargos, retificando-se a ementa anterior, sem contudo, concede-lo quaisquer efeitos infringentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos, dando-lhes provimento sem efeitos infringentes para retificar a ementa do julgado nos termos do voto da Relatora. (documento assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente (documento assinado digitalmente) Letícia Domingues Costa Braga - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), , Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Cláudio de Andrade Camerano, Mauritânia Elvira De Sousa Mendonça (suplente convocada) e Carlos André Soares Nogueira. Ausente o Conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues. Relatório Trata-se de Embargos de Declaração, interpostos pelas responsáveis solidárias (i) Fontanella Transportes e Terraplanagem Ltda. e (ii) Fontanella Logística e Transportes Ltda., ao amparo do art. 65, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 36 32 /2 01 4- 65 Fl. 2969DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 1401-003.578 - 1ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11516.723632/2014-65 A insurgência se refere à decisão proferida no Acórdão nº 1401-002.951, de 16/10/2018, por meio do qual o Colegiado da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª Seção decidiu, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário da contribuinte e, por maioria de votos, negar provimento ao recurso dos responsáveis solidários, vencida a Conselheira Letícia Domingues Costa Braga (relatora). A decisão foi assim ementada na parte de interesse: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2010 RECEITAS NÃO DECLARADAS. APURAÇÃO COM BASE EM DECLARAÇÃO PRESTADA AO FISCO ESTADUAL. É válido o lançamento formalizado com base em declaração prestada pelo sujeito passivo ao fisco estadual, mormente porque dela se pode extrair a base de cálculo das exações. [...] As responsáveis solidárias Fontanella Transportes e Terraplanagem Ltda. e Fontanella Logística e Transportes Ltda foram cientificadas do acórdão de recurso voluntário em 29/01/2019 (Intimações às fls. 2868/2869 e Avisos de Recebimento às fls. 2960 e 2964). Tendo sido apresentados os Embargos de Declaração (fls. 2946/2948 e 2951/2953) em 04/02/2019 (Termo de Solicitação de Juntada à fl. 2943 e datas apostas nas fls. 2946, 2951 e 2956), verifica-se que são tempestivas as suas interposições, consoante o disposto no art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF). Considerando, portanto, que os embargos são tempestivos, bem como interpostos por partes legítimas, devem ser analisados. Aduzem as embargantes que o acórdão seria obscuro e, em síntese, assim argumentam: Contudo, o acórdão embargado contem obscuridade. A obscuridade e contradição encontra-se no fato que consta da ementa do acórdão recorrido que o arbitramento do lucro foi feito com base em declaração feita pelo sujeito passivo ao fisco estadual, enquanto que no voto condutor do acórdão, fica expresso que o arbitramento foi feito com base em informações prestadas pelo contribuinte - valor dos conhecimentos de transportes. [...] Em razão do exposto, REQUER seja o presente recurso conhecido e provido, para aclarar a obscuridade acima apontada. Fl. 2970DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 1401-003.578 - 1ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11516.723632/2014-65 Antes de adentrar o mérito da questão suscitada, diante da menção à contradição em ambos os embargos, em que pese restar claro que buscam o aclaramento da obscuridade apontada, necessário se faz registrar que o vício alegado não é capaz de caracterizar contradição, uma vez que não exige o confronto da decisão acerca do arbitramento do lucro com seus fundamentos. A análise do acórdão embargado evidencia que assiste razão às Embargantes, já que o registro feito na ementa, acerca da legitimidade do lançamento com base em declaração prestada pelo sujeito passivo ao fisco estadual, afasta a possibilidade de se afirmar quais documentos o colegiado considerou utilizados na apuração da receita bruta, pois tem-se expresso no voto condutor que a autoridade fiscal apurou a receita bruta a partir de conhecimentos de transportes rodoviários de carga (CTRCs). Confira-se trechos da ementa, que volto a reproduzir, bem como do voto condutor: Trecho da ementa RECEITAS NÃO DECLARADAS. APURAÇÃO COM BASE EM DECLARAÇÃO PRESTADA AO FISCO ESTADUAL. É válido o lançamento formalizado com base em declaração prestada pelo sujeito passivo ao fisco estadual, mormente porque dela se pode extrair a base de cálculo das exações. Trecho do voto condutor 1. DOS FATOS Trata-se de autos de infração relativos ao IRPJ e tributação reflexa (CSLL, Cofins e PIS), no valor total de R$ 28.478.832,39, em virtude de a contribuinte ter deixado de oferecer à tributação receitas próprias auferidas nos anos-calendário de 2011 e de 2012, bem como ter-se valido de empresas formalmente constituídas, mas inexistentes de fato, para gozar indevidamente de tratamento tributário favorecido do Simples Nacional. Tendo em vista ausência de escrituração contábil, a autoridade fiscal promoveu o arbitramento do lucro, utilizando como receita bruta o somatório dos valores constantes de conhecimentos de transportes rodoviários de cargas (CTRC’s). Foram acolhidos os embargos para que o Colegiado se manifeste acerca da obscuridade suscitada pelas Embargantes. Voto Conselheiro Letícia Domingues Costa Braga, Relatora. 1 – Admissibilidade Fl. 2971DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 1401-003.578 - 1ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11516.723632/2014-65 O recurso foi admitido e deve ser sanada a obscuridade apontada. 2 – Mérito De fato, constou-se equivocadamente na ementa do voto que foram utilizadas as receitas declaradas ao fisco estadual, contudo trata-se de mero equivoco que deve ser sanado retificando-se a ementa do julgado, afinal no corpo do voto, está claríssimo que foram utilizados os conhecimentos de transportes rodoviários de cargas (CRTC´s) para realizar o arbitramento pois a escrituração contábil da embargante era imprestável, conforme abaixo: “Mediante intimação, apresentou os conhecimentos de transportes rodoviário de cargas emitidos em seu nome, em papel e em arquivo magnético, além de Demonstrativo Mensal da Receita Bruta Auferida (Anexo I). Constatou-se que as receitas tributáveis decorrentes da emissão de conhecimentos de transportes rodoviários de cargas não foram oferecidas à tributação na sua integralidade, no montante de R$ 86.982337,34 e R$ 107.203.294,88 nos anos de 2011 e 2012, respectivamente, conforme quadro abaixo: [...]” Nesse sentido, deve ser retificada a ementa do julgado devendo constar o que se segue abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 2010 ARBITRAMENTO. BASE DE CÁLCULO É válido o arbitramento em face de ausência de escrituração contábil. Ademais quando demonstrado que as pessoas jurídicas eram meras entidades de fachada, tendo em vista a unicidade de comando, ausência de elementos materiais de comprovação dos negócios jurídicos praticados e desproporcional relação entre faturamento e despesas de mão de obra, para auferir indevidamente benefícios tributários decorrentes do Simples Nacional. MULTA QUALIFICADA. PRATICA REITERADA. INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DO CARF A prática de declarar ao fisco, por períodos sucessivos, parcela ínfima da receita auferida, ocultando o efetivo valor da obrigação tributária principal, constitui fato que evidencia intuito de fraude e implica qualificação da multa de ofício, além de formalização de representação fiscal para fins penais. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2). GRUPO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. SOLIDARIEDADE COMPROVADA. Da análise dos autos o interesse comum das solidárias está absoluta e expressamente comprovados na medida em que, não só existia de fato um grupo empresarial, mas sim uma unicidade empresarial. O agente fiscal logrou êxito em comprovar: (i) confusão patrimonial; (ii) identidade de sócios e administrador; (iii) administração una e centralizada; (iv) mesmo objetivo social. Fl. 2972DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 1401-003.578 - 1ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 11516.723632/2014-65 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. SOLIDARIEDADE. INTERESSE COMUM. CONFUSÃO PATRIMONIAL. Caracteriza a confusão patrimonial de esferas patrimoniais típica do interesse comum previsto no artigo 124, I, do CTN, com a conseqüente responsabilização solidária, beneficiar-se pela utilização da estrutura legal e dos resultados da empresa, apropriando-se do patrimônio por ela gerado ilegalmente. No caso dos autos resta demonstrado o interesso jurídico e econômico, bem como o nexo entre as partes. 3 - Conclusão Pelo acima exposto, dou provimento aos embargos retificando a ementa do julgado conforme acima, sem efeitos infringentes. (documento assinado digitalmente) Letícia Domingues Costa Braga Fl. 2973DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18471.000734/2006-10
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 07 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Sep 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. CABIMENTO.
Cabe Embargos de Declaração quanto a ementa revela contradição/omissão/obscuridade em relação ao teor voto condutor do acórdão.
Numero da decisão: 9101-004.316
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para sanar a contradição apontada, sem efeitos infringentes.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Demetrius Nichele Macei - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Edeli Pereira Bessa, Demetrius Nichele Macei, Viviane Vidal Wagner, Lívia de Carli Germano, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: DEMETRIUS NICHELE MACEI
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. CABIMENTO. Cabe Embargos de Declaração quanto a ementa revela contradição/omissão/obscuridade em relação ao teor voto condutor do acórdão.
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CONTRADIÇÃO. CABIMENTO. Cabe Embargos de Declaração quanto a ementa revela contradição/omissão/obscuridade em relação ao teor voto condutor do acórdão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para sanar a contradição apontada, sem efeitos infringentes. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente. (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Edeli Pereira Bessa, Demetrius Nichele Macei, Viviane Vidal Wagner, Lívia de Carli Germano, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 07 34 /2 00 6- 10 Fl. 2351DF CARF MF 2 Relatório Tratase de auto de infração lavrado pela Defíc/RJO (efls. 279 a 285), exigindo da Contribuinte, IRPJ, Multa Regulamentar, e Multa Isolada, respectivamente, nos valores de R$ 29.092,44, R$ 359.551,27 e R$ 12.764.696,70, acrescido, no caso do primeiro, de multa de oficio de 75%, e juros de mora calculados até 31.07.2006. As infrações apontadas foram as seguintes: a) divergências entre os valores declarados e os escriturados a título de IRPJ de 2003, com base no lucro real anual; b) apresentação incorreta, (quanto à forma), de dados fornecidos em meio magnético, ocasionando a multa regulamentar de 0,5% incidente sobre a receita bruta da DIPJ de 2003; e c) multa isolada divergências entre os valores declarados e os escriturados gerando falta de pagamento do IRPJ sobre a base de cálculo estimada em função da receita bruta estimada e/ou balanços de suspensão ou redução, para os anos de 2001 a 2004. Inconformada, a Contribuinte apresentou, em 08/09/2006, a impugnação que, ao ser analisada pela DRJ, resolveu converter o julgamento em diligência para que fossem esclarecidos alguns quesitos. O Acórdão da DRJ n. 1217.389, de 10 de dezembro de 2007 (efls. 1001 a 1017), por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento. Confirase a ementa de tal decisão: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 DECADÊNCIA. MULTA ISOLADA A regra aplicável no caso de lançamento de multa isolada é a do artigo 173, do CTN. MULTA ISOLADA. INCIDÊNCIA. O artigo 44 da Lei n° 9.430, de 1996, ao prever as infrações por falta de recolhimento de antecipação e de pagamento do tributo ou contribuição (definitivos) não significa duplicidade de tipificação de uma mesma infração e nem de penalidade. Ao tipificar essas infrações o artigo 44 da Lei n°.9.430, de 1996, demonstra estar tratando de obrigações, infrações e penalidades tributárias distintas, que não se confundem e não são excludentes. ESCRITURAÇÃO. FORÇA PROBANTE. A escrituração mantida com observância das disposições legais somente faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados se comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. Fl. 2352DF CARF MF Processo nº 18471.000734/200610 Acórdão n.º 9101004.316 CSRFT1 Fl. 2.352 3 Irresignada com a decisão de primeira instância a Contribuinte interpôs recurso voluntário (efls. 1071 a 1110), repisando os tópicos trazidos anteriormente na impugnação. O Acórdão nº 1401000.804, de 12 de junho de 2012 (efls. 1 a 25), por unanimidade de votos, rejeitou a preliminar de nulidade, afastando a decadência da multa isolada. No mérito, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso para afastar a exigência da multa isolada para os anos de 2002 e 2004, mas manteve a exigência da multa isolada quanto aos anos 2001 e 2003. A decisão restou assim ementada: AUTO DE INFRAÇAÕ. NULIDADE. Tendo o auto de infração preenchido os requisitos legais e o processo administrativo proporcionado plenas condicõ̧es à interessada de contestar o lanca̧mento descabe a alegação de nulidade. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A compensaçaõ efetuada nos termos da INSRF n° 21, de 1997, além de ser declarada em DCTF, deve ser também registrada na escrituraçaõ da pessoa jurídica DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE. A partir de outubro de 2002, a compensação de débitos próprios, relativos a quaisquer tributos ou contribuições com crédito relativo a tributo ou contribuiçaõ, administrados pela RFB, é efetuada mediante a apresentação da Declaracã̧o de Compensacã̧o DECADEN̂CIA PENALIDADE MULTA ISOLADA ESTIMATIVAS NÃO PAGAS. A contagem do prazo decadencial do direito de constituir o crédito tributário relativo a penalidades, deve observar as regras contidas no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional, ainda que a obrigação acessória inadimplida se refira a tributo sujeito a lanca̧mento por homologação. MULTA ISOLADA – FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA – A multa isolada reportase ao descumprimento de fato jurídico de antecipacã̧o, o qual está relacionado ao descumprimento de obrigaçaõ principal. O tributo devido pelo contribuinte surge quando o lucro real é apurado em 31 de dezembro de cada ano. Improcede a aplicação de penalidade isolada, quando se verifica existência de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL ao final do período. MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA. INCIDÊNCIA. A multa de ofício exigida por falta de pagamento dos tributos devidos na apuração anual, e a multa isolada por falta de recolhimento das antecipações mensais, calculadas sobre bases de cálculo estimadas, tem̂ hipóteses de incidência e bases de caĺculo distintas. De acordo com as expressas disposições legais, a incidência de multa isolada por falta de recolhimento das antecipações mensais, calculadas sobre bases de cálculo estimadas, é completamente autônoma em relação à obrigação tributária principal a ser constituída, ou não, no final do período. [...] O contribuinte opôs embargos de declaração em face de supostas omissões e contradições do acórdão recorrido (efls. 2026 e seg.). Aludidos embargos foram acolhidos Fl. 2353DF CARF MF 4 parcialmente, com efeitos infringentes, “apenas para considerar na parte dispositiva o cancelamento das multas isoladas referentes ao ano calendário de 2002 e 2004, em que houve apuração de prejuízos fiscais” (efls. 2102 e seg.). Inconformadas, Contribuinte e Fazenda Nacional interpuseram recurso especial. O recurso especial versa sobre a aplicação da multa isolada decorrente de suposta insuficiência de recolhimento da estimativa mensal, em que a autuação fiscal ocorreu após o encerramento do respectivo anocalendário (2001 a 2004), bem como concomitância com multa de ofício (2003). No caso, a Turma a quo decidiu afastar a exigência da multa isolada para os anos de 2002 e 2004,mas manteve a exigência da multa isolada quanto aos anos2001e2003. A PFN interpôs recurso especial, arguindo divergência de interpretação, requerendo o restabelecimento da multa isolada pela não apuração de estimativas mensais, sustentando ser indiferente o fato de o contribuinte ter apurado prejuízos ao final dos ano calendários atinentes a 2002 e 2004 (efls. 2026 e seg.). O referido recurso especial foi admitido por despacho (efls. 1983 e seg.). O contribuinte apresentou contrarrazões, em que requer não seja conhecido o recurso especial da procuradoria por ausência de prequestionamento da matéria combatida e, no mérito, que lhe seja negado provimento (efls. 2076 e seg.; efls. 2209 e seg.). O contribuinte, então, interpôs recurso especial, arguindo divergência de interpretação, requerendo o cancelamento da multa isolada. Alega o contribuinte que, quanto aos anos de 2001 e 2003, a multa isolada não poderia ser exigida em face da autuação ter se verificado após o encerramento do exercício fiscal, acrescendose que, quanto ao ano de 2003, ainda haveria concomitância com a exigência de multa de ofício (efls. 2121 e seg.). O referido recurso especial foi admitido por despacho (efls. 2237 e seg.). A PFN apresentou contrarrazões ao recurso especial, em que, embora não se oponha ao seu conhecimento, requer lhe seja negado provimento. O Acórdão n. 9101003.820, de 02 de outubro de 2018 (efls. 2259 a 2269) conheceu ambos os recursos interpostos, deu provimento parcial ao recurso especial do contribuinte e deu provimento total ao recurso especial da Fazenda Nacional. Confirase a ementa de tal decisão: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário:2001, 2002, 2003, 2004 MULTA ISOLADA. FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. O não recolhimento ou o recolhimento a menor de estimativas mensais sujeita a pessoa jurídica optante pela sistemática do lucro real anual à multa de ofício isolada estabelecida no artigo 44, inciso II, “b”, da Lei nº 9.430/1996, ainda que encerrado o anocalendário. SÚMULA CARF 105. INCIDÊNCIA. PERÍODO ANTERIOR A 2007. A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art.44, §1º,inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser Fl. 2354DF CARF MF Processo nº 18471.000734/200610 Acórdão n.º 9101004.316 CSRFT1 Fl. 2.353 5 exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Desta decisão, a contribuinte opôs Embargos de Declaração (efls. 2286 a 2292), alegando omissões e contradições, decorrentes da aplicação da alteração normativa introduzida pela Lei n. 11.488/2007 sobre o artigo 44, §1º, inciso IV da Lei nº 9.430/96, aplicação esta, errônea na visão da embargante para os anoscalendário 2001, 2002 e 2004, defendendo que para estes anocalendário a redação original do citado dispositivo legal deveria ter sido respeitada. O Despacho de Admissibilidade (efls. 2345 a 2350), admitiu os embargos de declaração interpostos, entendendo não haver omissão, mas sim contradição no acórdão embargado entre o fundamento legal utilizado e a conclusão adotada pela decisão, tal como expresso na ementa. É o relatório. Fl. 2355DF CARF MF 6 Voto Conselheiro Demetrius Nichele Macei Relator Conhecimento O RICARF prevê expressamente no caput do artigo 65 as hipóteses em que cabíveis os Embargos de Declaração; acompanhese: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma. Em seus embargos a contribuinte defende ter ocorrido omissão e contradição no v.acórdão embargado, contudo o Despacho de Admissibilidade (efls. 2.345 a 2.350) entendeu ter havido apenas contradição. O mesmo despacho atestou que os embargos são tempestivos e preenchem todos os requisitos exigidos para o seu conhecimento, razão pela qual, valendome do permissivo do art. 50, §1º da Lei nº 9.784/99, tomo conhecimento dos embargos. Mérito A embargante alega que o v.acórdão embargado foi contraditório por ter aplicado a redação original do artigo 44, §1º, inciso IV da Lei nº 9.430/96 para afastar a concomitância entre a multa isolada e a multa de ofício em relação ao anocalendário 2003, porém utilizando outro fundamento, qual seja, o artigo 44, inciso II, alínea b, da mesma lei, para manter as exigências de multa isolada cobradas após o encerramento do anocalendário, que recaíram sobre os anoscalendário 2001, 2002 e 2004. Analisando novamente a v.decisão embargada, da qual fui o relator designado, admito que a ementa do julgado pode causar alguma confusão, mas a leitura conjugada com o teor do voto condutor, sana qualquer suposta omissão. O inciso II, alínea "b" foi citado na ementa por que utilizado pelo auto de infração (efl. 284), lavrado em 01/08/2006, que considerou a “nova” redação já proporcionada pela MP 303/06, reproduzida depois na Lei nº 11.488/2007. Além disso, esta nova lei foi citada no corpo do voto apenas para salientar posição pessoal do relator quanto a concomitância das multas de oficio e isolada, antes e depois de 2007. Afirmação esta que, aliás, o embargante também concorda. Aqui, registro que sem fundamento a alegação da embargante de ofensa ao artigo 24 da LINDB, pois por um ou por outro dispositivo legal o entendimento seria o mesmo. Assim, a segurança jurídica que tal dispositivo pretende assegurar não foi em momento algum violada no caso concreto. Dispensável aqui tecer maiores comentários quanto ao artigo 24 da LINDB, mesmo porque esta turma, na sua maioria, entende sequer ser aplicável ao processo administrativo tributário (Acórdãos nº 9101003.807, 9101004.217, 9101004.009; 9101 003.734, 9101003.745 e 9101003.839.) Fl. 2356DF CARF MF Processo nº 18471.000734/200610 Acórdão n.º 9101004.316 CSRFT1 Fl. 2.354 7 Não havendo o pagamento das estimativas mensais, o Fisco terá, portanto, cinco anos para lançar a multa isolada, assim como nos casos de não pagamento do tributo devido ao final do ajuste anual, com a diferença de nestes autos ser possível a cobrança após o encerramento do anocalendário por não haver – frisese: para os anoscalendário 2001, 2002 e 2004 – cumulatividade com a multa de ofício. Diante do exposto, voto para DAR PROVIMENTO aos Embargos de Declaração da Contribuinte, sem efeitos infringentes, mantendo o decidido pelo v.acórdão embargado, apenas com o ajuste na ementa do julgado, que passa a ter a seguinte redação: "MULTA ISOLADA. FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. O não recolhimento ou o recolhimento a menor de estimativas mensais sujeita a pessoa jurídica optante pela sistemática do lucro real anual à multa de ofício isolada estabelecida no artigo 44, da Lei nº 9.430/1996, ainda que encerrado o anocalendário." É o voto (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei Fl. 2357DF CARF MF
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Numero do processo: 10435.000531/2007-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Aug 07 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-002.205
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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IInntteerreessssaaddoo FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório Contra a empresa LIBER CONSERVAÇÃO E SERVIÇOS GERAIS LTDA., foi formalizado processo de lançamento de oficio da Contribuição para o PIS (fls. 168/170) e da COFINS (fls. 179/182). De acordo com as informações contidas nos TERMOS DE DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO LEGAL de fls. 169/170 e 179/181, bem como do Termo de Verificação e Encerramento de Ação Fiscal (fls. 158/161), que acompanham os Autos de Infração, foram apuradas irregularidades praticadas pela pessoa jurídica autuada, em relação às contribuições referenciadas, nos períodos mencionados. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 11-25.708, de 19/03/2009, prolatado pela DRJ em Recife (PE), a seguir transcrito na sua integralidade (fls. 218/232): "(...) 2. De acordo com as informações contidas nos TERMOS DE DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO LEGAL de fls. 168/169 e 179/180 que acompanham os Autos ide Infração, foram apuradas as seguintes RE SO LU Çà O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 35 .0 00 53 1/ 20 07 -2 1 Fl. 613DF CARF MF Fl. 2 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 irregularidades praticadas pela pessoa jurídica autuada, em relação às contribuições referenciadas, nos períodos mencionados. 2.1. PIS E COFINS - DIFERENÇA APURADA ENTRE O VALOR ESCRITURADO E O DECLARADO/PAGO Durante o procedimento de verificações obrigatórias foram constatadas divergências entre os valores escriturados e os declarados, conforme demonstrado e no TERMO DE VERIFICAÇÃO E ENCERRAMENTO DE AÇÃO FISCAL anexo ao Auto de infração, do qual faz parte integrante. 3. No Termo de VERIFICAÇÃO E ENCERRAMENTO DE AÇÃO FISCAL DE fls.157/160, consta a informação de que foi verificado que a empresa autuada auferiu, nos períodos fiscalizados receita de atividade submetida ao regime cumulativo e não-cumulativo e que o valor dos créditos sobre as compras efetuadas teriam que ser proporcionais às receitas não cumulativas, no entanto, para efeito do cálculo do valor do crédito sobre as compras a empresa utilizou o total das mesmas não procedendo ao cálculo proporcional, o que foi efetuado pela fiscalização, conforme demonstrado nas planilhas de "Apuração dos Créditos- PIS/COFINS", anexas às fls.155 a 156. 4. Devidamente intimada, na data de 10/05/2007, a autuada apresentou na data de 01/06/2007, por meio da sua sócia e administradora, assim identificada no Contrato Social de fls.24/28, a impugnação de fls. 185/210 , com as seguintes alegações, em síntese: DA NULIDADE DO LANÇAMENTO. VÍCIOS NO PROCEDIMENTO FISCAL ART. 59 DO DECRETO 70.235/1972 I- pede a nulidade do lançamento por ter o Auditor Fiscal extrapolado o prazo previsto no art.12 da Portaria 1.265/1999 (120 dias), sendo mantida tal regra pelo art.15 da Portaria SRF nº 6.087, de 2005, sendo imperativo, de acordo com o art.16, parágrafo único da citada Portaria, que o novo Mandado seja emitido para outra autoridade fiscal; II- acrescenta que a obrigatoriedade de a autoridade fiscal dar ciência ao contribuinte, não somente no MPF inicial, porém, de todas as renovações e abrangências temporais da auditoria, consoante arts. 10 e 13, da citada Portaria, o que não foi observado pela fiscalização o que lhe causou o cerceamento de defesa; II- entende, enfim, que as irregularidades ora apontadas no procedimento fiscal, tais como, a falta de cientificação do início do procedimento fiscal, das várias prorrogações do MPF e, por fim, o decurso do prazo de 120 dias do MPF-F n° 04.02.00-2006-00151, sem a devida indicação de outro Auditor Fiscal para prosseguimento dos trabalhos, são .suficientes para a decretação da nulidade do Auto de Infração, uma vez lavrado por servidor incompetente, além de da inexistência, quando da lavratura referenciada, de procedimento fiscal em curso, mi, pelo menos procedimento autorizado; III- Cita e transcreve Doutrina e jurisprudência que tratam da importância do MPF na validade dos atos de procedimento fiscal. DA INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3°, § 1°, DA LEI N° 9.718 DE 1998 I- Faz um longo arrazoado a respeito da inconstitucionalidade do art.3°, § 1º, da Lei n° 9.718, de 27/11/1998, que majorou o conceito de receita operacional, para receita bruta, das bases de cálculo do PIS/Cofins e conclui, em síntese, que não se enquadram no conceito de faturamento (ou de receita bruta) da empresa Fl. 614DF CARF MF Fl. 3 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 contribuinte as receitas resultantes das atividades financeiras, não-operacionais ou de simples ganho de capital, não se subsumindo, à hipótese, de incidência traçada no art.195, I, da Carta magna; II- Informa que o STF declarou a inconstitucionalidade do dispositivo legal em julgamento realizado em 09.11.2005, no qual foram decididos em conjunto os RE de nºs 357950, 359273 e 346084. III- Invoca o art.77 da Lei n° 9.430, de 1997 que autoriza o poder executivo a disciplinar as hipóteses em que a administração tributária federal, relativamente aos créditos tributários baseados em dispositivo declarado inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. No MÉRITO, I- entende que a fiscalização criou uma nova forma de apuração das contribuições para o PIS e para a Cofins, juntando a cumulatividade com a não- cumulatividade, o que por si só, torna ilegal o procedimento e a determinação da improcedência das exigências; II- aduz que as verificações levadas a efeito extrapolaram ao que conta autorizado no MPF, haja vista, que segundo consta naquele instrumento, as verificações deveriam se limitar a correspondência entre os valores declarados e os escriturados pelo sujeito passivo em sua escrituração contábil e fiscal em relação aos tributos e contribuições administrados pela SRF, nos últimos cinco anos e no período de execução do Procedimento Fiscal, entretanto, os autuantes foram além e imiscuiram-se a presumir irregularmente a "indevida utilização de créditos, sem aplicar a proporcionalidade", sendo este fato reconhecido no Termo de Verificação Fiscal, extrapolando, assim, o MPF; III- no tocante a este item, caso vencidas as questões referentes aos vícios formais que contaminam todo o procedimento, o que não se espera, é necessário que sejam avaliados minudentemente os valores do crédito tributário constituído, pois entende que esses valores se referem exclusivamente a um presumido "creditamento irregular" sobre insumos, uma vez que estes o foram exclusivamente nos contratos sujeitos à não-cumulatividade firmados, o que é suficiente para autorizar o creditamento sobre a totalidade das aquisições. Esse fato pode ser facilmente comprovado a partir da análise dos contratos firmados entre a prestadora e a tomadora dos serviços, pelo que desde já protesta pela realização de diligências adicionais, quando então, poderá ser descortinada a verdade material que determinará de maneira definitiva a improcedência do lançamento. CONCLUSÃO Em face do exposto requer: a) a nulidade dos lançamentos, em virtude dos vícios referidos na sua formalização; b) que sejam acolhidos, também, os argumentos descaracterizadores da ilegítima ação fiscal, assentada em acusação desprovida de qualquer consistência legal e fática; c) protesta o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial ajuntada posterior de documentos, produção de prova oral e escrita. Fl. 615DF CARF MF Fl. 4 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 Os argumentos aduzidos pelo sujeito passivo, no entanto, não foram acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/2004 a 28/02/2004, 01/07/2004 a 31/07/2004, 01/01/2005 a 31/05/2005, 01/07/2005 a 31/10/2006., INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO PIS . A falta ou insuficiência de recolhimento da Cofins constitui infração que autoriza a lavratura do competente auto de infração, para a constituição do crédito tributário. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Período de apuração: 01/02/2004 a 31/10/2006 INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DA COFINS . A falta ou insuficiência de recolhimento da Cofins constitui infração que autoriza a lavratura do competente auto de infração, para a constituição do crédito tributário. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/02/2004 a 31/10/2006 PRELIMINAR - NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO Não há que se falar em nulidade do Auto de Infração quando este atende a todos as formalidades legais e o contribuinte tem acesso à detalhada descrição dos fatos e a todos os elementos e provas que o embasaram. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. O Mandado de Procedimento Fiscal, sob a égide da Portaria que o criou, é mero instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos fiscais, não implicando nulidade do procedimento fiscal mesmo que haja eventuais falhas na emissão e trâmite desse instrumento. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/02/2004 a 28/02/2004, 01/07/2004 a 31/07/2004, 01/01/2005 a 31/05/2005, 01/07/2005 a 31/10/2006 ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAR. Não se encontra abrangida pela competência da autoridade tributária administrativa a apreciação da inconstitucionalidade das leis, uma vez que neste juízo os dispositivos legais se presumem revestidos do caráter de validade e eficácia, não cabendo, pois, na hipótese, negar-lhe execução. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - DETERMINAÇÃO DE DILIGÊNCIA. No processo administrativo fiscal regido pelo Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972, é facultado à autoridade julgadora de primeira instância a determinação, de ofício, da realização de diligências ou perícias, quando entendê-la necessária. JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS. No processo administrativo fiscal, a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que ocorra um dos fatos previstos no art. 16 do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972. Lançamento Procedente Fl. 616DF CARF MF Fl. 5 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 Em 08/04/2009 (fl. 237), a Recorrente tomou ciência do resultado do julgamento. Contra essa decisão, em 08/05/2009 (fl. 238), foi interposto o Recurso Voluntário (fls. 238/263), para reiterar os argumentos da peça impugnatória e acrescentado, em resumo, os seguintes pontos: (i) Preliminarmente, alega a nulidade dos Auto de Infração, por vícios no procedimento Fiscal (do MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL - MPF ) e afronta aos princípios do devido processo legal, legalidade, da ampla defesa, da moralidade e da eficiência pela Administração Tributária. Por decorrência, da própria segurança jurídica, pois, não se pode obstar direitos em decorrência de exigências, de supostos débitos constituídos e lançados com base em procedimentos viciados. Portanto, o procedimento fiscal deu-se com total infração aos princípios da legalidade, do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, da moralidade, da eficiência e da segurança jurídica pois, na data da expedição dos Autos de Infração a autoridade fiscal que procedeu à respectiva lavratura não detinha mais qualquer competência legal para lançar o crédito tributário contra a Recorrente em decorrência do MPF original, sendo dever de oficio, portanto, declarar a respectiva NULIDADE, anulando-se, por conseguinte todos os demais atos processuais dele decorrentes, pois, de acordo com o Decreto n° 70.235/1972 que rege o processo administrativo-tributário, são nulos os Autos de Infração lavrados por autoridade incompetente ou com cerceamento do direito de defesa. (ii) Da Base de Cálculo majorada utilizado no Lançamento: a) aduz que a Fazenda, ao lançar as contribuições sociais do PIS, através do Auto de Infração ora impugnado, considerou como base de cálculo das exações, a totalidade das receitas auferidas pela Recorrente, independentemente de sua classificação contábil (incluindo as receitas resultantes das atividades financeiras, não operacionais ou de simples ganho de capital). Em outras palavras, os Autos de Infração fundamentou-se no art. art. 3º, §1º da Lei n° 9.718/98, vigente à época dos fatos geradores, mas já declarado INCONSTITUCIONAL pelo STF nos REs nºs 390.840, 357.950 e 346.084, devendo ser observada por todo o Judiciário, bem como pela Administração Pública direta e indireta; b) destaca que a RFB não considerou que a Recorrente é empresa que presta serviços de agenciamento de mão-de-obra temporária e locação de mão-de-obra especializada, e que nem todos os valores recebidos das pessoas jurídicas tomadoras de serviços constitui seu faturamento. Alega que a Recorrente atua como verdadeira intermediária entre a parte contratante da mão de obra e o terceiro que irá prestar os serviços. Atuando nessa função de intermediação, é remunerada pela taxa de administração acordada, rendimento específico desse tipo de negócio jurídico. No caso, o faturamento é a taxa de administração, que é o preço dos serviços pagos pelo tomador, excluídas as parcelas atinentes aos salários e aos encargos sociais dos trabalhadores. Em contraprestação recebe o que se chama de "taxa de administração" que constitui o seu real faturamento; e c) a Fiscalização, ao calcular as contribuições em comento, fez incluir na base de calculo o ISS (Imposto Sobre Serviço). Isto porque, o ISS, mesmo não sendo faturamento da Recorrente, é, por determinação legal, incluso na base de cálculo tanto do PIS quanto da COFINS. No entanto, ressalta que o IPI é excluído da base cálculo do PIS. Ora, o ISS - dá mesma forma que o IPI- não se configura faturamento real da Recorrente ou de qualquer outro contribuinte. Assim, ao não se excluir o valor do ISS do faturamento real, se está, por via de conseqüência, alargando a base de cálculo do PIS e da Cofins, o que já foi rechaçado por nossa Corte Constitucional. Fl. 617DF CARF MF Fl. 6 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 (iii) da Ilegalidade da Multa Imposta - alega que a multa imposta é confiscatória e torna o débito tributário impagável, ferindo diversos Princípios Constitucionais, entre eles: Princípio do Não Confisco; Princípio da Capacidade Contributiva; da Proporcionalidade e da Razoabilidade, e Princípio do Due Process of Law. O processo digitalizado, então, foi movimentado para este CARF. Durante a análise dos autos nesta Conselho, foi arguido conflito de competência do processo em epígrafe, em nome de Líber Conservação e Serviços Ltda. A 2ª Turma da 1ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento deste Conselho, mediante despacho de e-fls. 265/266, de 12/12/2013, declinou da competência para o exame da lide em favor da 1ª Seção, sob o argumento de que os créditos de PIS e de COFINS exigidos no presente processo seriam decorrentes dos mesmos fatos inerentes à exigência do IRPJ. Por sua vez, a 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, por meio do despacho de e-fls. 268/270, de 21/11/2015, defendeu que os fatos que motivaram os lançamentos de PIS/COFINS e de IRPJ/CSLL seriam totalmente independentes, conforme trechos do Termo de Verificação e Encerramento de Ação Fiscal (fls. 158), que reproduz às e-fls. 269/270. O Presidente do CARF, diante do disposto no artigo 20, inciso IX, c/c § 7º do artigo 6º, do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho (Despacho de fls.271/272), decidiu o conflito da seguinte forma: "(...) Portanto, há que se acolher a exegese feita pela 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção do CARF, que suscitou o conflito de competência por entender, corretamente, que a matéria é sim da competência da 3ª Seção deste Conselho" (grifei). Posto isto, o processo foi distribuído a este Conselheiro Relator na forma regimental. Quando da análise do Recurso Voluntário juntamente com os demonstrativos apresentados e anexados aos autos às fls. 15/19 e 42/112 - preparada pela Recorrente e, 153/157 - elaborada pelo Fisco, verificou-se em alguns meses a presença da rubrica "Outras Receitas (de juros, etc)", que compuseram a base de cálculo da contribuição do PIS e da COFINS, em desacordo com o conceito de faturamento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), qual seja, a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Com efeito, é incontroverso o bom direito da Recorrente em relação aos recolhimentos à título de PIS e da COFINS no período de apuração deste Auto de Infração, tendo em vista que esse litígio administrativo tem como uma das alegações do Recurso Voluntário, que houve Contribuição paga a maior com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo STF (alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS). Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constata-se que, no caso vertente, os documentos apresentados no curso da fiscalização, são insuficientes para se apurar a correta composição da base de cálculo da contribuição para o PIS e da COFINS e eventuais pagamentos a maior. Com base no exposto, nos termos do art. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/72, o julgamento foi convertido em diligência, conforme Resolução nº 3402-001.025, de 28/06/2017 Fl. 618DF CARF MF Fl. 7 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 (fls. 274/283), para que a Delegacia de origem (DRF/Caruaru (PE), procedesse as seguintes informações: "(...) (a) com base na documentação apresentada e na escrita fiscal e contábil, bem como intime a interessada para apresentar outros documentos e/ou esclarecimentos que entenda necessário (a critério da fiscalização), e apure a composição da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, relativo aos períodos de apuração apontados nos Autos de Infração, bem como, se for o caso, indique a eventual correção dos valores, correspondentes à indevida ampliação da base de cálculo do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998; b) informar se houve, ou não, na composição da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, inclusão de receitas não operacionais ou de simples ganho de capital no período; c) relatar outras informações que considerar relevantes, objetivando esclarecer questionamentos aduzidos pela Recorrente em seu recurso voluntário; e d) ao término dos trabalhos, a autoridade fiscal da DRF/Caruaru(PE), deverá elaborar Relatório Conclusivo sobre os fatos apurados na diligência, inclusive manifestando-se sobre a existência de eventual pagamento indevido ou a maior neste processo, conforme alegado pela Recorrente". Em cumprimento à Resolução solicitada por este CARF, a DRF/Caruaru/PE, elaborou o Termo de Diligência Fiscal de fls. 312/316, que restou consignado, no item IV - Conclusões, as seguintes informações (transcrição dos principais trechos): "(...) IV - Conclusões Da análise dos elementos postos à disposição desta fiscalização pela diligenciada, em atendimento aos Termos de Intimações Fiscais n°s 01 e 02, e dos elementos obtidos junto ao processo administrativo fiscal n° 10435.000.531/2007-21, pudemos constatar o que adiante resta explicitado: IV.1. (...) IV.2 Da análise das planilhas acima elaboradas pudemos constatar o seguinte: IV.2.1 As divergências entre os valores informados pela diligenciada em confronto com os valores constantes do auto de infração lavrado ocorreram nos meses de: fevereiro, março e junho/2004, fevereiro e maio/2005 e julho e agosto de 2006; IV.2.3 Nos meses de fevereiro e março de 2004 a diligenciada informou que não auferiu receita de serviços nos respectivos meses, no entanto, conforme cópia livro razão conta ""SERVIÇOS PRESTADOS" foi constatado receita nos valores de R$ 2.736.663,02 e R$ 2.853.978,88, respectivamente; IV.2.4 No mês de julho de 2004 o valor correto é R$ 4.653.641,54, conforme cópia razão conta "SERVIÇOS PRESTADOS". Portanto, o valor lançados à época estava a menor em R$ 76.980,17; Fl. 619DF CARF MF Fl. 8 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 IV.2.5 Nos meses de fevereiro e maio de 2005 os valores corretos são R$ 1.889.595,50 e R$ 4.752.530,77, conforme cópia razão conta "SERVIÇOS PRESTADOS". Portanto, os valores lançados à época estavam a menor em R$ 99.999,70 e R$7.829,12; IV.2.6 Nos meses de julho e agosto de 2006 os valores corretos são R$ 4.101.961,52 e R$ 6.338.601,89, conforme cópia razão conta "SERVIÇOS PRESTADOS". Portanto, quanto aos valores lançados à época o mês de julho foi lançado a maior em R$ 1.545,06 e o do mês de agosto foi lançado a menor em R$ 1.515,06; IV.3 Que das informações prestadas pela diligenciada em confronto com as planilhas elaboradas à época da citada fiscalização ficou evidenciado que da base de cálculo fizeram parte as receitas financeiras, as quais constam das planilhas elaboras à época mais especificamente na coluna "OUTRAS RECEITAS (C), conforme abaixo discriminado: IV.3 Quanto aos pagamentos indevidos ou a maior que o contribuinte afirma ter efetuado não pudemos identificá-los, tendo em vista, que o mesmo não apresentou documentos que comprovassem ou justificassem os questionamentos dessa fiscalização, bem como, não apresentou a documentação necessária a comprovação dos aludidos pagamentos, supostamente efetuados a maior, nos períodos relacionados no referido processo administrativo fiscal. Fl. 620DF CARF MF Fl. 9 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 IV.4 Quanto as receitas não operacionais ou de simples ganho de capital o contribuinte apresentou em suas planilhas os valores referentes as receitas financeiras obtidas nos períodos fiscalizados, os quais, encontram-se devidamente identificados, conforme tabela item IV.2 acima. No entanto, não nos foi apresentado qualquer outro documento ou lançamento contábil referente a outras receitas não operacionais os de simples ganho de capital". Por outro giro, em 19/03/2018, a Recorrente em sua Manifestação após ser cientificada da Diligência, discordando das informações do Fisco, abordou as seguintes considerações (fls. 323/325): "(...) Primeiramente, é de se destacar que na tabela constante da fl. 04 das informações prestadas, no mês de set/2006, 3ª coluna, Valores informados pela diligenciada, consta o valor de R$ 26.925.948,43. Este valor jamais foi informado pela diligencidada. Ademais, em momento algum a Empresa informou à fiscalização que não auferiu receita de serviços nos meses de fev e mar/2004. Conforme planilhas de apuração contábil da época a receita de fevereiro/2004 foi de R$ 2.737.045,06 (receita a maior do que a fiscalização de r$ 382,04). Conforme planilhas de apuração contábil da época a receita de mar/2004 foi de R$ 2.859.615, 21(receita a maior do que a fiscalização de r$ 5.636,33). Conforme planilhas de apuração contábil da época a receita de jul/2004 foi de R$ 4.576.927,82 (receita a menor do que a fiscalização de r$ 76.713,72). Conforme planilhas e demais documentos ora acostados, houve pagamento a maior de PIS de fev a jun/2004, totalizando um crédito de R$ 75.462,18. Conforme planilhas de apuração contábil da época a receita de fev/2005 foi de R$ 1.789.595,80 (receita a menor do que a fiscalização de r$ 99.999,70). Conforme planilhas de apuração contábil da época a receita de maio/2005 foi de R$ 4.744.701,65 (receita a menor do que a fiscalização de r$ 7.829,12). Conforme planilhas de apuração contábil da época a receita de maio/2006 foi de R$ 4.103.506,58(receita a maior do que a fiscalização de r$ 1.545,06). Conforme planilhas de apuração contábil da época a receita de ago/2006 foi de R$ 6.337.086,83 (receita a menor do que a fiscalização de r$ 1.515,06). Como se depreende da documentação anexada (planilhas de apuração, DCTFs), a fiscalização não considerou pagamentos realizados no ano 2004 no valor R$ 75.462,18 mediante lançamentos contábeis, compensação, nem créditos oriundos de retenção na fonte. Por fim, importa destacar que, ainda que a fiscalização ao realizar a diligência determinada pelo CARF, tenha encontrados valores supostamente divergentes, não poderá haver reforma do lançamento para piorar a situação do contribuinte. Assim, a Recorrente requer sejam juntados aos autos os presentes esclarecimentos e demais documentos ora acostados que demonstram cabalmente os equívocos incorridos pelo Sr. Auditor na realização da diligência". (Grifei) Em que pese os argumentos e documentos acostados aos autos, do exame dos elementos comprobatórios anexados pela Recorrente em sua Manifestação pós realização da Fl. 621DF CARF MF Fl. 10 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 diligência, constata-se que, no caso vertente, resta dúvidas para se apurar a correta composição da base de cálculo da contribuição para o PIS e da COFINS e eventuais pagamentos não considerados pela Fiscalização. Nos termos do art. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/72, novamente o Colegiado deliberou no sentido de converter o julgamento em diligência - Resolução nº 3402-001.410, de 30/08/2018, para que a DRF/Caruaru (PE), procedesse as seguintes informações: a) Informar, se com base nos documentos anexados aos autos junto a Manifestação da Recorrente pós diligência (fls. 328/515 - documentos, planilhas de apuração, DCTFs), tem fundamento e comprovam a alegação de que a Fiscalização não considerou os pagamentos realizados no ano 2004 no valor R$ 75.462,18, mediante lançamentos contábeis, compensação, nem créditos oriundos de retenção na fonte; b) ao término dos trabalhos, a autoridade fiscal da DRF/Caruaru(PE), deverá elaborar Relatório Conclusivo sobre os fatos apurados na diligência, inclusive manifestando-se sobre a existência (ou não) de pagamentos não considerados conforme alegado pela Recorrente; e c) Encerrada a instrução processual a Interessada deverá ser intimada para manifestar-se no prazo de 30 (trinta) dias, conforme art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Após, os autos deverão retornar a este Colegiado para que se dê prosseguimento do julgamento. Os autos, então, foram novamente movimentado para a Unidade preparadora, que, em comprimento ao determinada pelo CARF, realizou e concluiu a diligência cientificando a Recorrente em 18/10/18, conforme documento de fl. 550. Em 09/11/2018, a empresa apresenta sua Manifestação de Inconformidade (pós diligência) acompanhado de cópia de documentos que anexa às fls. 553/609, aduzindo os seguintes argumentos (fls. 553/554): "(...) Primeiramente, a contribuinte reitera todos os esclarecimentos feitos na petição anteriormente protocolada, em resposta a primeira diligência, realizada no início do corrente ano. Em resposta à presente diligência, esclarece o auditor que a realizou a que: - analisou as planilhas elaboradas na época da fiscalização e constatou que os valores lançados a título de PIS e COFINS pela fiscalização originária referiam- se a diferenças entre os valores declarados em DCTF pela diligenciada e os valores apurados pela fiscalização; - efetuou o levantamento dos valores recolhidos/pagos pela diligenciada referente ao PIS e a COFINS, no ano calendário de 2004, junto ao sistema de arrecadação da RFB; - confrontou os valores pagos/recolhidos com a planilhas elaboradas e constatou que os valores pagos (cumulativo e não-cumulativo} relativos aos PIS e a COFINS no ano calendário de 2004 referem-se aos valores declarados em DCTF; - o auditor elabora nova planilha em que confronta os débitos declarados em DCTF e os valores pagos e recolhidos pela contribuinte, para, supostamente, demonstrar que a totalidade dos recolhimentos/pagamentos se referem aos aos valores declarados. Fl. 622DF CARF MF Fl. 11 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 Em relação à nova planilha elaborada pela auditoria, primeiramente é de se destacar que, como o próprio auditor reconhece, ele apenas considerou os pagamentos constantes do sistema da RFB. (Grifei) Ocorre que, conforme demonstra a contribuinte através dos documentos e da planilha em anexo acostados, diversos débitos de PIS e COFINS para os quais a auditoria não encontrou pagamento foram, na verdade, objeto de compensação, conforme informado nas próprias DCTFs apresentadas. Assim, por exemplo, em relação ao período de apuração de jul/2004, em que a auditoria aponta não haver pagamento, os débitos foram extintos mediante compensação através dos PER/DCOMPs n. 21249.15622.260807.1.302-6387 (PIS) e n.32528.67935.190804.1.3.02-2450 e n. 21249.15622.260807.1.302- 6387 (COFINS) - vide PER/DCOMPS anexos. Igualmente, nos demais períodos de apuração em que a auditoria não encontra pagamento, os débitos foram extintos por compensação, conforme informado pela contribuinte em suas DCTFs (vide does. e planilha da contribuinte, com o detalhamento anexo). Convém esclarecer, também, que em relação ao período de apuração de nov/2004, que que a auditoria aponta suposta falta de recolhimento do PIS no valor de R$ 33.113,37, esse valor foi devidamente pago através do DARF n. 4853942168 (doe. Anexo). Todavia, o auditor, estranhamente, aloca referido DARF no período de apuração de dez/2004. Ocorre que o PIS do período de apuração de dez/2004 foi objeto de compensação através do PER/DCOMP n. 27204.32106.280105.1.3.02-5089. Como se depreende da documentação anexada (planilhas de apuração, DCTFs e PER/DCOMPS), mais uma vez, a fiscalização não considerou pagamentos realizados mediante compensação. A compensação, como se sabe, é forma legalmente prevista para a extinção do crédito tributário (art. 156, inc. II, do CTN), não podendo a fiscalização simplesmente ignorá-la, como faz no caso sob vertente. Assim, a Recorrente requer sejam juntados aos autos os presentes esclarecimentos e demais documentos ora acostados que demonstram cabalmente os equívocos incorridos pelo Sr. Auditor na realização da diligência". É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator Em que pese os argumentos e documentos acostados aos autos, do exame dos elementos comprobatórios anexados pela Recorrente em sua Manifestação (pós realização da diligência), constata-se que no caso vertente, resta dúvidas para se apurar a correta composição de eventuais pagamentos não considerados pela Fiscalização. Ante ao exposto, nos termos do art. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/72, voto no sentido de converter novamente o presente julgamento em diligência, para que a Unidade Local (DRF/Caruaru (PE), proceda o seguinte: Fl. 623DF CARF MF Fl. 12 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 (i) anexar aos autos, o Termo de conclusão da Diligência Fiscal nº 01 realizada pela Fiscalização, uma vez que é verificado que houve a conclusão e a ciência à empresa (fl. 550), bem como pelas transcrições de trechos na Manifestação da Recorrente (fls. 553/554), no entanto não encontramos cópia juntado ao e-processo; (ii) analisar se, com base nas informações e nos documentos anexados aos autos junto à Manifestação (pós diligência em cumprimento a Resolução nº 3402-001.410, de 30/08/2018 - fls. 553/609), tem fundamento e de fato comprovam a alegação de que a Fiscalização não considerou os pagamentos realizados via PER/DCOMPs, conforme texto e Planilha demonstrativa abaixo reproduzidos (fls. 554/555): "(...) Assim, por exemplo, em relação ao período de apuração de jul/2004, em que a auditoria aponta não haver pagamento, os débitos foram extintos mediante compensação através dos PER/DCOMPs n. 21249.15622.260807.1.302-6387 (PIS) e n.32528.67935.190804.1.3.02-2450 e n. 21249.15622.260807.1.302-6387 (COFINS) - vide PER/DCOMPS anexos. Igualmente, nos demais períodos de apuração em que a auditoria não encontra pagamento, os débitos foram extintos por compensação, conforme informado pela contribuinte em suas DCTFs (vide does. e planilha da contribuinte, com o detalhamento anexo). Convém esclarecer, também, que em relação ao período de apuração de nov/2004, que a auditoria aponta suposta falta de recolhimento do PIS no valor de R$ 33.113,37, esse valor foi devidamente pago através do DARF n. 4853942168 (doc. Anexo fl. 556). Todavia, o auditor, estranhamente, aloca referido DARF no período de apuração de dez/2004. Ocorre que o PIS do período de apuração de dez/2004 foi objeto de compensação através do PER/DCOMP n. 27204.32106.280105.1.3.02-5089". (iii) ao término dos trabalhos, a autoridade fiscal da DRF/Caruaru(PE), deverá elaborar Relatório Conclusivo sobre os fatos apurados na diligência, inclusive manifestando-se sobre a existência (ou não) de pagamentos não considerados conforme alegado pela Recorrente em sua Manifestação. Encerrada a instrução processual a Interessada deverá ser intimada para manifestar-se no prazo de 30 (trinta) dias, conforme art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Fl. 624DF CARF MF Fl. 13 da Resolução n.º 3402-002.205 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10435.000531/2007-21 Após, os autos deverão retornar a este Colegiado para que se dê prosseguimento do julgamento. É como voto a presente Resolução. (assinatura digital) Waldir Navarro Bezerra Fl. 625DF CARF MF
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