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Numero do processo: 11080.102323/2004-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jun 13 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/08/1995 a 30/09/1995
COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. OBRIGATORIEDADE.
Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-006.063
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente
(assinado digitalmente)
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO
1.0 = *:*
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/08/1995 a 30/09/1995 COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. OBRIGATORIEDADE. Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido. Recurso Voluntário Negado.
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COMPROVAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. OBRIGATORIEDADE. Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 10 23 23 /2 00 4- 42 Fl. 147DF CARF MF Processo nº 11080.102323/200442 Acórdão n.º 3301006.063 S3C3T1 Fl. 148 2 Adoto o relatório da decisão de piso, por bem descrever os fatos: O contribuinte supracitado solicita restituição dos valores pagos de PIS no período de agosto e setembro de 1995, concomitantemente com a compensação de débitos de PIS dos meses de março, julho e agosto de 2003, conforme PER/DCOMP, de fl. 01 e 02. A DRF de origem apreciou a questão e se manifestou no Parecer e no Despacho Decisório de fls. 22 a 25, cuja decisão indeferiu o pleito de restituição e não homologou a compensação devido à incidência da decadência do direito de pleitear, pois o pedido foi feito quando já haviam se passado mais de cinco anos do pagamento supostamente a maior. Inconformado, o contribuinte apresenta manifestação de inconformidade, de fls.30 a 37, na qual alega que o prazo de restituição é de 10 anos do fato gerador, nos termos da doutrina e jurisprudência apresentadas. Visando verificar se o contribuinte tinha direito creditório, caso não fosse aceita a incidência da decadência do direito, foi solicitado à DRF de origem que realizasse diligência e cálculos referentes a este assunto, conforme documento do fl.39. Tais diligência e cálculos foram realizados nas fls.40 a 100, tendo como resultado a informação de fls.101 e 102. A 2ª Turma de Julgamento da DRJ/POA, no acórdão n° 1021.891, negou provimento à manifestação de inconformidade, com decisão assim ementada: RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO PRAZOS REQUISITOS. O prazo para solicitar a restituição ou compensar valores recolhidos indevidamente ou a maior é de cinco anos da extinção do crédito tributário, nos termos do Ato Declaratório n° 96, 26 de novembro de 1999, sendo corroborado pelo art.3° da Lei Complementar n° 118, de 09/02/2005. CRÉDITO TRIBUTÁRIO FALTA DE LIQUIDEZ E CERTEZA INDEFERIMENTO DA RESTITUIÇAO. O crédito tributário somente pode ser utilizado com comprovação de liquidez e certeza por parte do contribuinte, nos moldes do art.170 do Código Tributário Nacional e do art.333 do Código de Processo Civil, não podendo ser utilizado além do limite que supostamente teria direito. Manifestação de Inconformidade Improcedente Em recurso voluntário, a empresa reitera os termos de sua manifestação de inconformidade, argumentando sobre o prazo decenal para a recuperação de indébitos relativos a tributos lançados por homologação. Não se manifestou quanto à liquidez e certeza dos créditos. E, ao final, requer o provimento do recurso. É o relatório. Fl. 148DF CARF MF Processo nº 11080.102323/200442 Acórdão n.º 3301006.063 S3C3T1 Fl. 149 3 Voto Conselheira Semíramis de Oliveira Duro, Relatora O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. A DRJ negou o pedido do contribuinte, por transcurso de prazo, uma vez que fora protocolado em 26/07/2004 e os recolhimentos foram anteriores à data de 26/07/1999. A data mais recente do suposto pagamento a maior da restituição ocorrera em 13/10/1995. Entretanto, resta pacificado na Súmula CARF nº 91 que: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Assim, de fato, assistiria razão ao contribuinte no argumento de inocorrência da decadência. Contudo, por se tratar de processo de compensação, cabia ao contribuinte a comprovação da liquidez e certeza dos créditos. Inclusive, a DRJ apresentou um segundo fundamento para negar provimento ao apelo do contribuinte: Todavia, por uma questão de esclarecimento, observamos que este indeferimento não seria somente pela decadência, mas também pela falta de direito creditório para fazer compensação com os débitos contidos nos autos. Tal fato se verifica na análise da DRF de origem, com base em elementos trazidos pelo próprio contribuinte e em pleitos realizados por este, pois os supostos créditos, já decaídos, tinham sido utilizados para compensação com outros débitos, conforme conclusão de fls. 101 e 102. Assim, a Recorrente aduz que tem créditos de COFINS oponíveis à Fazenda Nacional, em decorrência da declaração de inconstitucionalidade pelo STF dos DecretosLei n° 2445/88 e 2449/88. Todavia, sua defesa atevese à sustentação do prazo de 10 anos de decadência para a repetição do indébito. Ocorre que não se manifestou quanto à liquidez e certeza dos créditos, que foi objeto de diligência na DRJ (efl.55): Assim, PROPONHO a remessa do presente à DRF em Porto Alegre, para que a mesma confirme os pagamentos que a interessada alega ter efetivado a maior que o devido (PIS dos Fl. 149DF CARF MF Processo nº 11080.102323/200442 Acórdão n.º 3301006.063 S3C3T1 Fl. 150 4 períodos de apuração de agosto e setembro de 1995), bem como diligencie acerca de ação judicial interposta pela contribuinte relativa aos créditos analisados no presente e verifique se o mesmos valores foram utilizados em alguma outra compensação. Satisfeitas tais exigências, intime a contribuinte a apresentar a comprovação dos valores que considera devidos a título de PIS daqueles períodos, e, se for o caso, emita pronunciamento conclusivo sobre o valor do crédito favorável à interessada e sobre se tais créditos, caso reconhecido o direito creditório, extinguiriam os débitos que a interessada elencou na Declaração de Compensação. No relatório de diligência fiscal (efl.117s), a autoridade informou que: Os pagamentos estão confirmados no sistema eletrônico (SlNAL10). O contribuinte não ajuizou ação judicial para recuperar o valor que considera ter pago a maior no referido período. O demonstrativo elaborado pelo contribuinte não informa todos os débitos compensados com os créditos de pagamentos a maior indevidos solicitados neste processo. Por isso, a diligência apontou todos os débitos informados em DCTF, que utilizaram os referidos créditos pleiteados, para, ao final, concluir que: (...) caso o contribuinte tenha sua solicitação atendida, não haveria mais crédito para liquidação dos débitos informados na DCOMP de fl. 01, deste processo, uma vez que já foi totalmente utilizado para as compensações informadas em DCTF, conforme podemos constatar nas fls. 92/95 e 97/100, que de acordo com o aplicativo da RFB SAPO, ainda restou valor a ser recolhido para os referidos débitos. Dispõe o art. 170, do CTN que a compensação depende da comprovação da liquidez e certeza dos créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Regra geral, considerase que o ônus de provar recai a quem alega o fato ou o direito: CPC/2015 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor Fl. 150DF CARF MF Processo nº 11080.102323/200442 Acórdão n.º 3301006.063 S3C3T1 Fl. 151 5 Logo, é do próprio contribuinte o ônus de registrar, guardar e apresentar os documentos e demais elementos que testemunhem o seu direito ao creditamento. A interessada se omitiu em produzir a prova que lhe cabia, segundo as regras de distribuição do ônus probatório do processo administrativo fiscal. Não o fazendo, acertadamente, a compensação não foi homologada. Do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Fl. 151DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.009834/2008-66
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 02 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)
Data do fato gerador: 24/08/2007
CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS.
Próteses mamárias, apresentadas em variados modelos e tamanhos, para implantes no corpo humano, classificam-se no código 9021.39.80 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex nº 43, de 2006, nos termos das Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado nºs 1 e 6 e Regra Geral Complementar nº 1 da NCM, na medida em que não se amoldam ao conceito de próteses articulares.
MULTA DE OFÍCIO. NÃO QUALIFICADA. EXCLUSÃO. DESCRIÇÃO CORRETA DO PRODUTO. IMPOSSIBILIDADE.
A multa de ofício não qualificada, prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/96, não exige que a conduta da autuada seja dolosa, bastando, para a sua imputação, que haja a falta de pagamento do tributo, falta de declaração ou declaração inexata, de forma que a eventual boa-fé da recorrente ou a descrição correta do produto na Declaração de Importação não a exime da penalidade.
A partir da vigência do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 13/2002, publicado em 11.09.2002, não é mais cabível a exclusão da multa de ofício para a "classificação tarifária errônea" nas circunstâncias especificadas no referido Ato Declaratório, que não traz em sua redação essa hipótese, remanescendo a desoneração apenas para as hipóteses de solicitação indevida de benefícios fiscais (imunidade, isenção, redução, preferência tarifária ou ex tarifário) nas mesmas circunstâncias.
Numero da decisão: 3402-006.712
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(documento assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Diego Diniz Ribeiro - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) Data do fato gerador: 24/08/2007 CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS. Próteses mamárias, apresentadas em variados modelos e tamanhos, para implantes no corpo humano, classificam-se no código 9021.39.80 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex nº 43, de 2006, nos termos das Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado nºs 1 e 6 e Regra Geral Complementar nº 1 da NCM, na medida em que não se amoldam ao conceito de próteses articulares. MULTA DE OFÍCIO. NÃO QUALIFICADA. EXCLUSÃO. DESCRIÇÃO CORRETA DO PRODUTO. IMPOSSIBILIDADE. A multa de ofício não qualificada, prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/96, não exige que a conduta da autuada seja dolosa, bastando, para a sua imputação, que haja a falta de pagamento do tributo, falta de declaração ou declaração inexata, de forma que a eventual boa-fé da recorrente ou a descrição correta do produto na Declaração de Importação não a exime da penalidade. A partir da vigência do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 13/2002, publicado em 11.09.2002, não é mais cabível a exclusão da multa de ofício para a "classificação tarifária errônea" nas circunstâncias especificadas no referido Ato Declaratório, que não traz em sua redação essa hipótese, remanescendo a desoneração apenas para as hipóteses de solicitação indevida de benefícios fiscais (imunidade, isenção, redução, preferência tarifária ou ex tarifário) nas mesmas circunstâncias.
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) Data do fato gerador: 24/08/2007 CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS. Próteses mamárias, apresentadas em variados modelos e tamanhos, para implantes no corpo humano, classificam-se no código 9021.39.80 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex nº 43, de 2006, nos termos das Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado nºs 1 e 6 e Regra Geral Complementar nº 1 da NCM, na medida em que não se amoldam ao conceito de próteses articulares. MULTA DE OFÍCIO. NÃO QUALIFICADA. EXCLUSÃO. DESCRIÇÃO CORRETA DO PRODUTO. IMPOSSIBILIDADE. A multa de ofício não qualificada, prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/96, não exige que a conduta da autuada seja dolosa, bastando, para a sua imputação, que haja a falta de pagamento do tributo, falta de declaração ou declaração inexata, de forma que a eventual boa-fé da recorrente ou a descrição correta do produto na Declaração de Importação não a exime da penalidade. A partir da vigência do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 13/2002, publicado em 11.09.2002, não é mais cabível a exclusão da multa de ofício para a "classificação tarifária errônea" nas circunstâncias especificadas no referido Ato Declaratório, que não traz em sua redação essa hipótese, remanescendo a desoneração apenas para as hipóteses de solicitação indevida de benefícios fiscais (imunidade, isenção, redução, preferência tarifária ou ex tarifário) nas mesmas circunstâncias. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (documento assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 98 34 /2 00 8- 66 Fl. 218DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3402-006.712 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10314.009834/2008-66 (documento assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório 1. Por bem retratar o caso em tela, emprego como meu parte do relatório desenvolvido pela DRJ de São Paulo quando da lavratura do acórdão n. 16-071.564 (fls. 100/117), o que passo a fazer nos seguintes termos: Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em 02/09/2008, em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência de Imposto de Importação e Contribuições PIS/COFINS - Importação, acrescidas de multa de ofício (75%) e juros de mora, além de multa regulamentar, no valor de R$ 229.169,34, em virtude dos fatos a seguir descritos. O importador, devidamente qualificado, por meio das declarações de importação abaixo relacionadas (constantes do Anexo I), submeteu a despacho aduaneiro na importação as mercadorias descritas como: "PRÓTESES MAMARIAS DE SILICONE, MARCA ARION, UTILIZADAS PARA IMPLANTE EM SERES HUMANOS, DO TIPO MAMARIO". A mercadoria recebeu classificação tributária no código 9021.31.90 da Tarifa Externa Comum (TEC), com alíquota de 14% reduzida a 0% para o Imposto de Importação, por estar a classificação incluída na Lista de Exceção Básica/BIT (Resoluções Camex 43/2006 e suas alterações), e de 0% para o Imposto sobre Produtos Industrializados. Em ato de revisão aduaneira das referidas declarações, efetuada na forma como dispõe o art. 570 do Decreto n° 4.543/02 (Regulamento Aduaneiro), foi constatado que a posição tarifária adotada pelo contribuinte é indevida. A mercadoria descrita como Prótese Mamária de Silicone trata-se de prótese mamária constituída por elastômero de silicone fabricada em monobloco, preenchida com gel de silicone de grau médico coesivo e biocompatível, sendo indicada para: intervenção cosmética de aumento; reconstrução imediata ou posterior a uma mastectomia. A Regra n° 1 de Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI/SH), em sua primeira parte, informa que, para os devidos efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das notas de seção e de capítulo, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e notas. Mais ainda, a RGI n° 6 dispõe que a classificação de mercadorias nas subposições de uma dada posição é determinada, para efeitos legais, pelos textos destas subposições. Já a Regra Geral Complementar n° 1 do SH/TEC/NCM dispõe que as Regras Gerais de Interpretação são aplicadas para itens e subitens. A correta classificação para tal mercadoria seria dada pelo texto da posição 9021, mais especificamente pelo texto da subposição 9021.39, já que a subposição utilizada pelo importador - 9021.31 - trata apenas de próteses articulares. As próteses articulares se prestam a substituir (total ou parcialmente) uma articulação humana ou animal, o que não é o caso, já que a mercadoria importada trata-se de prótese mamária. Logo, a classificação adequada para esta mercadoria se dá no código 9021.39.80, com alíquota de 14% para o Imposto de Importação e 0% para o Imposto sobre Produtos Industrializados. Tal entendimento é corroborado pelo Acórdão DRJ/SPOII n° 17- 14412, de 22 de fevereiro de 2006. Fl. 219DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3402-006.712 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10314.009834/2008-66 Sendo assim, cobra-se a diferença de imposto, apurada em face de tal incorreção, somado aos acréscimos legais devidos. Cientificado do auto de infração, via Aviso de Recebimento, em 18/09/2008 (fls. 119), o contribuinte, protocolizou impugnação, tempestivamente em 17/10/2008, na forma do artigo 56 do Decreto nº 7.574/2011, de fls. 122 à 131, instaurando assim a fase litigiosa do procedimento. (...). 2. Devidamente processada, a citada impugnação foi julgada improcedente pelo acórdão alhures referido e assim ementado: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 24/08/2007 Importação de PRÓTESE MAMARIA com classificação tributária no código NCM 9021.31.90. As próteses articulares, posição eleita pelo importador, se prestam a substituir (total ou parcialmente) uma articulação humana ou animal, o que não é o caso, já que a mercadoria importada trata-se de prótese mamária. Portanto, a classificação tributária adequada é no código NCM 9021.39.80 - Outros. Em momento alguma a fiscalização procedeu com a modificação de critérios jurídicos. Pelo contrário, toda a ação fiscal se baseia em erro de fato atribuído ao importador que elegeu uma classificação fiscal indevida. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. 3. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs o recurso voluntário de fls. 304/322, oportunidade em que repisou o questionamento quanto ao erro de classificação fiscal por parte da fiscalização, bem como, de forma subsidiária, a necessidade de afastamento da multa aplicada em razão da sua boa-fé. 4. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro, Relator. 5. O recurso voluntário interposto é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento, o que passo a fazer a seguir. I. Da classificação das mercadorias em análise e os efeitos da solução de consulta n. 604/2004 6. Conforme relatado no presente voto, o contribuinte importou próteses mamárias, classificando-as no código NCM 9021.31.90 e que apresenta a seguinte descrição: 1- Capítulo 90: Instrumentos e Aparelhos de Óptica, Fotografia e Cinematografia, Medida, Controle ou de Precisão, Instrumentos ou Aparelhos Médico-Cirúrgicos, suas Partes e Acessórios. 2- Posição 9021: Artigos e aparelhos ortopédicos, incluídas as cintas e fundas médico- cirúrgicas e as muletas; talas, goteiras e outros artigos e aparelhos para fraturas; artigos e aparelhos de prótese; aparelhos para facilitar a audição de surdos e outros aparelhos Fl. 220DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 3402-006.712 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10314.009834/2008-66 para compensar deficiências ou enfermidades, que se destinam a ser transportados a mio ou sobre as pessoas ou a ser implantados no organismo; 3- Subposição 9021.3: Outros artigos e aparelhos de prótese; 4- Subposição 9021.31: Próteses articulares; 5- Subitem 9021.31.90: Outras. 7. A fiscalização, por seu turno, entendeu que a classificação realizada pelo contribuinte estaria correta até a subposição 9021.3, mas que os materiais aqui tratados não poderia ser subclassificados na subposição 9021.31, uma vez que não tratar-se-iam de próteses dotadas de articulação. 8. Assim, segundo a fiscalização, a devida classificação dos bens importados seria aquela descrita no código NCM 9021.39.80, in verbis: 1- Capítulo 90: Instrumentos e Aparelhos de Óptica, Fotografia e Cinematografia, Medida, Controle ou de Precisão, Instrumentos ou Aparelhos Médico-Cirúrgicos, suas Partes e Acessórios. 2- Posição 9021: Artigos e aparelhos ortopédicos, incluídas as cintas e fundas médico- cirúrgicas e as muletas; talas, goteiras e outros artigos e aparelhos para fraturas; artigos e aparelhos de prótese; aparelhos para facilitar a audição de surdos e outros aparelhos para compensar deficiências ou enfermidades, que se destinam a ser transportados a mão ou sobre as pessoas ou a ser implantados no organismo; 3- Subposição 9021.3: Outros artigos e aparelhos de prótese; 4- Subposição 9021.39: Outros. 5- Subitem 9021.39.80: Outros. 9. Diante do quadro aqui delineado, resta claro que não há nos autos qualquer divergência acerca da natureza das mercadorias importadas, já que tanto o fisco como o contribuinte partem do pressuposto que as mercadorias em questão são próteses de silicone mamária. Neste mesmo diapasão, não há dissenso quanto a posição de tais mercadorias no código 9021, bem como quanto ao desdobramento dessa posição na subposição de 1º nível, cujo código é o 9021.3. A divergência, portanto, se limita a subposição de 2 o nível, o que demanda responder se as próteses importadas pela recorrente são ou não articulares e, a respeito disso, assim esclarece a RGI n. 6: A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das notas de subposições respectivas, assim como, mutatis mutandis, pelas regras precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Para os fins da presente regra, as notas de seção e de capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário. (Grifamos) 10. Considerando-se, portanto, a primeira parte da regra, exceção feita aos artigos e aparelhos ortopédicos ou para fraturas artigos e aos artigos aparelhos de prótese dentária, os demais artigos classificam-se na Subposição de primeiro nível 9021.3. 11. Por seu turno, a Subposição de segundo nível 9021.31 compreende as próteses articulares, ou seja, aquelas próteses próprias para implante nas articulações, tais como próteses de joelho, de quadril etc.. Logo, é fácil percebermos que as mercadorias sob análise não se prestam ao implante nas articulações, não podendo, pois, serem classificadas naquela Subposição de segundo nível. Assim, resta-nos a Subposição residual de segundo nível 9021.39 , a qual inclui outros artigos e aparelhos de prótese que não sejam próteses articulares, tais como as mamárias e que são aqui analisadas. Fl. 221DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 3402-006.712 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10314.009834/2008-66 12. Quanto ao desdobramento regional, a RGC nº 1 dispõe que a classificação dar- se-á pelo texto do Item e do Subitem e pelas Notas Complementares e que só se pode comparar desdobramentos regionais do mesmo nível. Dessa forma, as próteses de silicone em comento (mamárias), a serem implantadas no corpo humano, haverão de ser enquadradas no Item residual 9021.39.80, por serem mercadorias diversas daquelas especificadas nos outros Itens, tais como válvulas cardíacas, lentes intraoculares, próteses de artérias vasculares e próteses mamárias não implantáveis. 13. Em suma, os bens aqui importados não são próteses articulares o que, inclusive, se depreende do documento de fls. 66/107. 14. Nem se alegue, como quer fazer crer a recorrente, que a citada classificação fiscal estaria em compasso com o teor da solução de consulta n. 604/2004, o que, por conseguinte, vincularia a Administração Pública. E isto se deve ao fato de que tal solução não foi ofertada para a recorrente, mas sim para outra pessoa jurídica em situação análoga a aqui tratada. 15. Em outros termos, à época em que veiculada a sobredita solução de consulta, seus efeitos estavam restritos às partes envolvidas, exatamente como prescrito nos artigos 48 e 50 da lei n. 9.430/96, in verbis: Art. 48. No âmbito da Secretaria da Receita Federal, os processos administrativos de consulta serão solucionados em instância única. (...). § 5º Havendo diferença de conclusões entre soluções de consultas relativas a uma mesma matéria, fundada em idêntica norma jurídica, cabe recurso especial, sem efeito suspensivo, para o órgão de que trata o inciso I do § 1º. (...). § 10. O sujeito passivo que tiver conhecimento de solução divergente daquela que esteja observando em decorrência de resposta a consulta anteriormente formulada, sobre idêntica matéria, poderá adotar o procedimento previsto no § 5º, no prazo de trinta dias contados da respectiva publicação. § 11. A solução da divergência acarretará, em qualquer hipótese, a edição de ato específico, uniformizando o entendimento, com imediata ciência ao destinatário da solução reformada, aplicando-se seus efeitos a partir da data da ciência. § 12. Se, após a resposta à consulta, a administração alterar o entendimento nela expresso, a nova orientação atingirá, apenas, os fatos geradores que ocorram após dado ciência ao consulente ou após a sua publicação pela imprensa oficial. (...). Art. 50. Aplicam-se aos processos de consulta relativos à classificação de mercadorias as disposições dos arts. 46 a 53 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e do art. 48 desta Lei. § 1º O órgão de que trata o inciso I do § 1º do art. 48 poderá alterar ou reformar, de ofício, as decisões proferidas nos processos relativos à classificação de mercadorias. § 2º Da alteração ou reforma mencionada no parágrafo anterior, deverá ser dada ciência ao consulente. §3º Em relação aos atos praticados até a data da ciência ao consulente, nos casos de que trata o § 1º deste artigo, aplicam-se as conclusões da decisão proferida pelo órgão regional da Secretaria da Receita Federal. § 4º O envio de conclusões decorrentes de decisões proferidas em processos de consulta sobre classificação de mercadorias, para órgãos do Mercado Comum do Sul - Fl. 222DF CARF MF http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D70235cons.htm#art46 Fl. 6 do Acórdão n.º 3402-006.712 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10314.009834/2008-66 MERCOSUL, será efetuado exclusivamente pelo órgão de que trata o inciso I do § 1º do art. 48. (...). 16. O efeito erga omnes pretendido pelo recorrente só passou a ser previsto com o advento da IN RFB n. 1396/2013, cuja eficácia está limitada as consultas formuladas após o advento de tal instrução normativa, exatamente como estabelecem os artigos 9 o e 32 do citado diploma normativo: Art. 9º A Solução de Consulta Cosit e a Solução de Divergência, a partir da data de sua publicação, têm efeito vinculante no âmbito da RFB, respaldam o sujeito passivo que as aplicar, independentemente de ser o consulente, desde que se enquadre na hipótese por elas abrangida, sem prejuízo de que a autoridade fiscal, em procedimento de fiscalização, verifique seu efetivo enquadramento. (...). Art. 32. O disposto nos arts. 9º e 22 aplica-se somente às Soluções de Consulta Cosit e às Soluções de Divergência publicadas a partir da entrada em vigor desta Instrução Normativa. (...). 17. Neste mesmo diapasão já decidiu este colegiado, em sua anterior composição, conforme se observa do acórdão n. 3402-004.892, cuja parte da ementa pertinente segue abaixo transcrita: Ementa Assunto: Classificação de Mercadorias Período de apuração: 22/12/2005 a 03/03/2008 CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS. Próteses mamárias, testiculares e penianas, de silicone, apresentadas em variados modelos e tamanhos, para implantes no corpo humano, classificam-se no código 9021.39.80 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex nº 43, de 2006, nos termos das Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado nºs 1 e 6 e Regra Geral Complementar nº 1 da NCM, na medida em que não se amoldam ao conceito de próteses articulares. (...). 18. Ademais, convém destacar que a solução de consulta mencionada pela recorrente não retratava o entendimento consolidado da Receita Federal. Tanto é verdade que adveio a solução de divergência n. 01, de 23-09-2013, que assim estabeleceu: ASSUNTO: Classificação de Mercadorias EMENTA: Reforma a Solução de Consulta SRRF/7ª RF/Diana nº 604, de 13 de dezembro de 2004. Mercadoria: “Próteses de Silicone utilizadas para implante em seres humanos, dos tipos mamário, peniano, panturrilha, glúteo, testicular, faciais, para reconstrução ou reparação em decorrência de traumas, casos de hipomastia ou amastia (mamário) e para fins estéticos, apresentados estéreis em “blister” plástico, acondicionados em caixa de papelão com protetor, e à base de elastômero de silicone ou de envelopes de elastômeros cheios de gel de silicone transparente”, classifica-se no código 9021.39.80 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). DISPOSITIVOS LEGAIS: RGI 1ª (texto da posição 90.21), RGI 6ª (textos da subposição de 1º nível 9021.3 e da subposição de 2º nível 9021.39), RGC-1 (texto do item 9021.39.80) da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), aprovada pela Resolução Camex nº 94, de 8 de dezembro de 2011, atualizada até a Resolução Camex Fl. 223DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 3402-006.712 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10314.009834/2008-66 no 63, de 2 de dezembro de 2011 e, subsidiariamente, pelos esclarecimentos das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (NESH), aprovadas pelo Decreto nº 435, de 28 de janeiro de 1992, com seu texto consolidado pela IN RFB nº 807, de 11 de janeiro de 2008, e atualizado até a IN RFB nº 1260, de 20 de março de 2012. 19. Nesse sentido, não há que se falar em aplicação do teor da solução de consulta n. 604/2004 para o caso em julgamento. 20. Ademais, também não há que se falar em incidência do art. 24 da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro – LINDB, in verbis: Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. 21. Isso porque, conforme estabelece o parágrafo único do referido dispositivo, há que se respeitar a confiança legítima do contribuinte na hipótese de mudança de orientação da Administração Pública que tenha caráter geral, o que não ocorre no caso tela. Primeiro porque, como visto acima, a solução de consulta n. 604/2004 referia-se a um único contribuinte, não tendo efeito vinculante, já que anterior ao previsto na IN RFB n. 1396/2013. No mais, o teor da citada solução de consulta não configurava a orientação da RFB, uma vez que existiam soluções de consulta em sentido diverso daquela aventada pelo contribuinte, ao ponto de advir a solução de divergência n. 01, de 23-09-2013 para consolidar o entendimento da RFB. III. Do afastamento das multas aplicadas 22. Por fim, subsidiariamente, o contribuinte protesta pela exoneração da multa moratória decorrente da exigência fiscal. 23. Tal questão não é nova neste colegiado e já foi bem decidida pela Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula no âmbito do acórdão n. 3402-004.617, que assim se manifestou: (...). Como se vê, a multa de ofício não qualificada, prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/96, não exige que a conduta da autuada seja dolosa, bastando, para a sua imputação no caso presente, que haja a falta de pagamento do Imposto sobre a Importação, de forma que a eventual boa-fé da recorrente ou a descrição correta do produto na Declaração de Importação não lhe socorre neste caso. Não obstante isso, há que se esclarecer que, à época do fato gerador sob análise (...), já não mais vigia na Receita Federal o entendimento veiculado pelo Ato Declaratório Normativo Cosit nº 10/1997, o qual foi expressamente revogado pelo Ato Declaratório Interpretativo nº 13, de 10 de setembro de 2002, que assim dispõe: ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO SRF Nº 13, DE 10-9-2002 (DOU DE 1192002) O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do artigo 209 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF nº 259, de 24 de agosto de 2001, e considerando o disposto Fl. 224DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 3402-006.712 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10314.009834/2008-66 no artigo 84, e seu § 2º, da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, DECLARA: Art. 1º – Não constitui infração punível com a multa prevista no artigo 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a solicitação, feita no despacho de importação, de reconhecimento de imunidade tributária, isenção ou redução do imposto de importação e preferência percentual negociada em acordo internacional, quando incabíveis, bem assim a indicação indevida de destaque ex, desde que o produto esteja corretamente descrito, com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, e que não se constate, em qualquer dos casos, intuito doloso ou má-fé por parte do declarante. Art. 2º – Fica revogado o Ato Declaratório (Normativo) COSIT nº 10, de 16 de janeiro de 1997. [grifos da Relatora]. Dessa forma, à época da importação da recorrente, não mais era cabível a exclusão da multa de ofício para a "classificação tarifária errônea" nas circunstâncias especificadas acima, eis que o Ato Declaratório Interpretativo nº 13/2002, vigente à época do fato gerador, não traz em sua redação essa hipótese, remanescendo a desoneração apenas para as hipóteses de solicitação indevida de benefícios fiscais (imunidade, isenção, redução preferência tarifária ou ex tarifário). (...). (grifos constantes no original). 24. Assim, amparado pelo disposto no art. 50, § 1 o da lei 9.784/94, emprego tais fundamentos como razão de decidir do presente voto, mantendo, portanto, a multa aplicada. Dispositivo 25. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. 26. É como voto. (documento assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Fl. 225DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10850.002228/2005-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jul 04 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Ano-calendário: 2004
MULTA. ATRASO ENTREGA DCTF. CONTAGEM DOS DIAS DE ATRASO PARA FINS DE APLICAÇÃO DA PENALIDADE.
A penalidade pelo atraso na entrega da DCTF é em decorrência de lei. Ao CARF é defeso a não aplicação e/ou o afastamento de legislação válida e vigente no ordenamento jurídico pátrio.
Comprovada que a declaração foi entregue fora do prazo legal, estando a entidade obrigada à sua apresentação, é de se manter a multa aplicada.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ENTREGA EM ATRASO DE DECLARAÇÃO.
Nos termos da súmula CARF nº 49, a denúncia espontânea, nos termos delineados no artigo 138 do Código Tributário Nacional, não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.
Numero da decisão: 1302-003.630
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(documento assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Flávio Machado Vilhena Dias - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: FLAVIO MACHADO VILHENA DIAS
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ementa_s : ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Ano-calendário: 2004 MULTA. ATRASO ENTREGA DCTF. CONTAGEM DOS DIAS DE ATRASO PARA FINS DE APLICAÇÃO DA PENALIDADE. A penalidade pelo atraso na entrega da DCTF é em decorrência de lei. Ao CARF é defeso a não aplicação e/ou o afastamento de legislação válida e vigente no ordenamento jurídico pátrio. Comprovada que a declaração foi entregue fora do prazo legal, estando a entidade obrigada à sua apresentação, é de se manter a multa aplicada. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ENTREGA EM ATRASO DE DECLARAÇÃO. Nos termos da súmula CARF nº 49, a denúncia espontânea, nos termos delineados no artigo 138 do Código Tributário Nacional, não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Ano-calendário: 2004 MULTA. ATRASO ENTREGA DCTF. CONTAGEM DOS DIAS DE ATRASO PARA FINS DE APLICAÇÃO DA PENALIDADE. A penalidade pelo atraso na entrega da DCTF é em decorrência de lei. Ao CARF é defeso a não aplicação e/ou o afastamento de legislação válida e vigente no ordenamento jurídico pátrio. Comprovada que a declaração foi entregue fora do prazo legal, estando a entidade obrigada à sua apresentação, é de se manter a multa aplicada. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ENTREGA EM ATRASO DE DECLARAÇÃO. Nos termos da súmula CARF nº 49, a denúncia espontânea, nos termos delineados no artigo 138 do Código Tributário Nacional, não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (documento assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente (documento assinado digitalmente) FLávio Machado Vilhena Dias - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Relatório O presente processo administrativo trata-se de Auto de Infração (fl. 32) lavrado em face do contribuinte Supermercado Antunes Ltda., ora Recorrente, em que foi aplicada multa AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 00 22 28 /2 00 5- 08 Fl. 75DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 1302-003.630 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10850.002228/2005-08 pelo descumprimento de dever instrumental de entrega das DCTF's nos 02 primeiros trimestres do ano-calendário de 2004. Como se observa daquela autuação, a multa aplicada se deu com base, em especial, no artigo 6º da IN SRF nº 126/1998, vigente à época em que houve os atrasos no cumprimento das obrigações acessórias pelo contribuinte. O Recorrente apresentou impugnação administrativa (fls. 02 e seguintes), na qual alega, em síntese, que entregou as declarações antes de sofrer qualquer tipo de fiscalização por parte da autoridade fazendária e que, por isso, faria jus ao benefício da denúncia espontânea, como determina o artigo 138 do Código Tributário Nacional. Aduz ainda pela ausência de razoabilidade da autuação combatida, na medida em que aplicada penalidade desproporcional ao dano provocado. Em análise aos argumentos do então Impugnante, a DRJ de Ribeirão Preto entendeu por bem manter o Auto de Infração, julgando como improcedentes os pedidos lançados em sede de Impugnação Administrativa. O acórdão exarado (fls. 38 e seguintes) recebeu a seguinte ementa: Assunto: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS ANO-CALENDÁRIO: 2004 -. MULTA POR ATRASO. DECLARAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. E devida a multa no caso de entrega da declaração fora do prazo estabelecido ainda que o contribuinte o faça espontaneamente. MULTA. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. O principio da razoabilidade é dirigido ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. Devidamente intimado, o Recorrente apresentou Recurso Voluntário (fls. 47 e seguintes), no qual repisa os argumentos apresentados em sede de Impugnação Administrativa, argumentando, em sede preliminar, a nulidade da decisão a quo, por supostamente não ter se pronunciado acerca da inconstitucionalidade da norma aplicada. Posteriormente, os autos foram distribuídos a este Conselheiro para julgamento. Este é o relatório. Voto Conselheiro FLávio Machado Vilhena Dias, Relator. DA TEMPESTIVIDADE Como se denota dos autos, o Recorrente foi intimado do teor do acórdão recorrido em 06/11/2008 (AR de fls. 46), apresentando o Recurso Voluntário ora analisado no dia 11/11/2008 (comprovante fl. 47), ou seja, dentro do prazo de 30 dias, nos termos do que determina o artigo 33 do Decreto nº 70.235/72. Inclusive, às fls. 81, em despacho proferido, a DRF atestou a tempestividade do apelo. Portanto, sem maiores delongas, é tempestivo o Recurso Voluntário apresentado pelo Recorrente e, por isso, uma vez cumpridos os demais pressupostos para a sua admissibilidade, deve ser analisado por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Fl. 76DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 1302-003.630 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10850.002228/2005-08 DA AUSÊNCIA DE NULIDADE DA DECISÃO PROFERIDA PELA INSTÂNCIA A QUO. Em longo arrazoado, o Recorrente, em sede preliminar, aduz pela nulidade da decisão proferida pela DRJ de Ribeirão Preto, uma vez que esta não teria apreciado a arguição de inconstitucionalidade da legislação que fundamentou a penalidade combatida. Em sua argumentação, o Recorrente afirma, arrimado em farta e respeitável doutrina, que norma inconstitucional não é lei e que a lei inconstitucional já nasce morta, não podendo ser aplicada, inclusive pela instâncias administrativas. Contudo, a par de toda discussão da Teoria Geral do Direito quanto a nulidade ou não da lei inconstitucional, bem como a validade e eficácia desta no ordenamento jurídico, não se pode dar guarida aos argumentos do Recorrente, na medida em que já restou consolidado no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que os julgadores administrativos não tem competência para se manifestar quanto a inconstitucionalidade da legislação em vigor. Esta é a inteligência da redação da Súmula CARF nº 02. Veja-se: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Desta feita, VOTA-SE por afastar a preliminar de nulidade do acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Ribeirão Pretor (SP). DA ENTREGA EM ATRASO DA DCTF. Como demonstrado no relatório acima, a presente autuação versa sobre a entrega em atraso das DCTF's no ano calendário de 2004, referente aos 02 primeiros trimestres daquele ano. É incontroverso nos autos que houve os atrasos nas entregas, sendo que o próprio Recorrente não contesta isso nas defesas apresentadas (Impugnação e Recurso Voluntário). A principal argumentação tecida pelo Recorrente é de que, de forma espontânea, entregou as declarações, antes de qualquer início de fiscalização e que, por isso, faria jus ao benefício encartado no artigo 138 do Código Tributário Nacional. Em seu Recurso Voluntário, para defender a impossibilidade da aplicação da penalidade em comento, o Recorrente argumenta que "ao empregar a expressão 'se for o caso', o art. 138 do CTN não deixa dúvida de que é aplicável às hipóteses de denúncia espontânea de infração de obrigação acessória (ou dever instrumental)". Contudo, não assiste razão ao Recorrente. Em que pese sensibilizar o argumento da denúncia espontânea apresentado, em especial porque, com a entrega das DCTF's antes de qualquer processo de fiscalização, não houve nenhum prejuízo ao erário, não se pode, no âmbito limitado do julgamento administrativo tributário, se afastar a aplicação de norma válida e vigente no ordenamento jurídico pátrio. A penalidade aplicada em face do Recorrente estava devidamente tipificada em norma legal e não houve qualquer contestação quanto à forma de cálculo da multa por parte do Recorrente. Há de se ressaltar que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica quanto à inaplicabilidade do instituto da denúncia espontânea nos casos de descumprimento ou cumprimento em atraso das obrigações acessórias. Veja-se alguns julgados neste sentido: Fl. 77DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 1302-003.630 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10850.002228/2005-08 TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA. ART. 138 DO CTN. ENTREGA EM ATRASO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. 1. A denúncia espontânea não tem o condão de afastar a multa decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, uma vez que os efeitos do artigo 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas. Precedentes. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 11.340/SC, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/09/2011, DJe 27/09/2011) TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA. ART. 138 DO CTN. ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. 1. O STJ possui entendimento de que a denúncia espontânea não tem o condão de afastar a multa decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, pois os efeitos do art. 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas. 2. Agravo Regimental não provido. (AgRg nos EDcl no AREsp 209.663/BA, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/04/2013, DJe 10/05/2013) Este entendimento, por outro lado, já se encontra consolidado no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, como se observa do teor da Súmula CARF nº 49. Confira-se: Súmula CARF nº 49 - A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração Assim, não há reparos a se fazer no Auto de Infração combatido, devendo ser mantida a penalidade aplicada em face do Recorrente. Quanto ao argumento desenvolvido pelo Recorrente quanto à falta de razoabilidade da penalidade, o que a tornaria manifestamente inconstitucional, como demonstrado alhures, nos termos da Súmula CARF nº 02, é defeso a este Conselho Administrativo se manifestar quanto a inconstitucionalidade da lei tributária, inclusive aquelas que definem penalidades pelo descumprimento de obrigações principais e acessórias pelos contribuintes. Por todo exposto, vota-se por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (documento assinado digitalmente) FLávio Machado Vilhena Dias Fl. 78DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13660.000062/2003-41
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Apr 15 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jun 19 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000
CREDITAMENTO NA TRANSFERÊNCIA DE INSUMOS RECEBIDOS DAS FILIAS. APURAÇÃO CENTRALIZADA DO CRÉDITO PRESUMIDO.DESCABIMENTO.
O art. 15, II, da Lei 9.779/99 determina que serão efetuados, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica a apuração do Crédito Presumido do IPI de que trata a Lei nº 9.363/96
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC SE CARACTERIZADA OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. TERMO INICIAL. 360 DIAS.
Não existe previsão legal para incidência da Taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de IPI. O reconhecimento da atualização monetária só é possível em face de decisões do STJ na sistemática dos recursos repetitivos, quando existentes atos administrativos que indeferiram parcial ou totalmente os pedidos, e o entendimento neles consubstanciado foi revertido nas instâncias administrativas de julgamento, sendo assim considerados oposição ilegítima ao seu aproveitamento. Configurada esta situação, a Taxa SELIC incide somente a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias contados do protocolo do pedido, pois, antes deste prazo, não existe permissivo, nem mesmo jurisprudencial, com efeito vinculante, para a sua incidência.
Numero da decisão: 9303-008.436
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
1.0 = *:*
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000 CREDITAMENTO NA TRANSFERÊNCIA DE INSUMOS RECEBIDOS DAS FILIAS. APURAÇÃO CENTRALIZADA DO CRÉDITO PRESUMIDO.DESCABIMENTO. O art. 15, II, da Lei 9.779/99 determina que serão efetuados, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica a apuração do Crédito Presumido do IPI de que trata a Lei nº 9.363/96 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC SE CARACTERIZADA OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. TERMO INICIAL. 360 DIAS. Não existe previsão legal para incidência da Taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de IPI. O reconhecimento da atualização monetária só é possível em face de decisões do STJ na sistemática dos recursos repetitivos, quando existentes atos administrativos que indeferiram parcial ou totalmente os pedidos, e o entendimento neles consubstanciado foi revertido nas instâncias administrativas de julgamento, sendo assim considerados oposição ilegítima ao seu aproveitamento. Configurada esta situação, a Taxa SELIC incide somente a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias contados do protocolo do pedido, pois, antes deste prazo, não existe permissivo, nem mesmo jurisprudencial, com efeito vinculante, para a sua incidência.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2015; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 337 1 336 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 13660.000062/200341 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9303008.436 – 3ª Turma Sessão de 15 de abril de 2019 Matéria IPI Crédito Presumido Recorrente G.A. PEDRAS LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000 CREDITAMENTO NA TRANSFERÊNCIA DE INSUMOS RECEBIDOS DAS FILIAS. APURAÇÃO CENTRALIZADA DO CRÉDITO PRESUMIDO.DESCABIMENTO. O art. 15, II, da Lei 9.779/99 determina que serão efetuados, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica a apuração do Crédito Presumido do IPI de que trata a Lei nº 9.363/96 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC SE CARACTERIZADA OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. TERMO INICIAL. 360 DIAS. Não existe previsão legal para incidência da Taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de IPI. O reconhecimento da atualização monetária só é possível em face de decisões do STJ na sistemática dos recursos repetitivos, quando existentes atos administrativos que indeferiram parcial ou totalmente os pedidos, e o entendimento neles consubstanciado foi revertido nas instâncias administrativas de julgamento, sendo assim considerados oposição ilegítima ao seu aproveitamento. Configurada esta situação, a Taxa SELIC incide somente a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias contados do protocolo do pedido, pois, antes deste prazo, não existe permissivo, nem mesmo jurisprudencial, com efeito vinculante, para a sua incidência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 66 0. 00 00 62 /2 00 3- 41 Fl. 337DF CARF MF Processo nº 13660.000062/200341 Acórdão n.º 9303008.436 CSRFT3 Fl. 338 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pelo contribuinte (fls. 237 a 284), contra o Acórdão 29200.010, proferido pela Segunda Turma Especial do Segundo Conselho de Contribuintes (fls. 226 a 231), sob a seguinte ementa (no que interessa à discussão): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000 TRANSFERÊNCIAS DE MATÉRIASPRIMAS SEM INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS E DA COFINS. Excluise da base de cálculo do crédito presumido do IPI o valor das transferências de matériasprimas em que não houve a incidência das referidas contribuições. CORREÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Não há previsão legal para a atualização monetária dos créditos decorrentes de ressarcimento. Ao seu Recurso Especial, em Exame (fls. 315) e Reexame (fls. 316) de Admissibilidade, foi dado seguimento parcial, em relação a duas matérias: (i) Atualização dos créditos pela Taxa SELIC, e (ii) Inclusão dos valores das matériasprimas transferidas entre estabelecimentos da mesma empresa na base de calculo do Crédito Presumido. Quanto ao segundo tópico, defende que há direito ao creditamento mesmo quando não há a incidência PIS/Cofins, como ocorre nas transferências de insumos das filiais (no caso, matérias primas – pedras quartzito). A PGFN apresentou Contrarrazões (fls. 329 a 334), suscitando, em caráter preliminar, o não conhecimento do recurso, pois, para dois dos paradigmas “admissíveis”, não teriam sido apresentadas as ementas e o inteiro teor, e o outro trata de caso de apuração descentralizada do Crédito Presumido, enquanto, no caso concreto, a legislação já exigia que ela fosse centralizada na matriz (situações fáticas, portanto, dessemelhantes), sendo que, no mérito, transferência não equivaleria a aquisição. Quanto à Taxa SELIC, defende que seja aplicada somente a partir da data da ciência do Despacho Decisório e, em caráter secundário, após 360 dias do protocolo do pedido, quando fica caracterizada a mora do Fisco, configurada a resistência ilegítima. É o Relatório. Fl. 338DF CARF MF Processo nº 13660.000062/200341 Acórdão n.º 9303008.436 CSRFT3 Fl. 339 3 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator Considerando que os dois primeiros paradigmas apresentados são suficientes para bem demonstrar a divergência jurisprudencial e, preenchidos os demais requisitos e respeitadas as formalidades regimentais, conheço do Recurso Especial. No mérito, segmentos os assuntos; 1) Direito ao creditamento nas transferências de insumos recebidas das filiais. À época, a apuração do Crédito Presumido de IPI já era feita, necessariamente, de forma centralizada, e ainda mais com base nos custos (insumos efetivamente empregados naquele período na industrialização de produtos exportados, e não nas simples aquisições). Apuração centralizada significa considerar todos os insumos adquiridos pela empresa – matriz e filiais. O fato de uma filial ter utilizado o insumo em seu processo produtivo ou ter transferido para a matriz, então, pouco importa. Vejamos a legislação pertinente. Primeiramente, a Lei nº 9.779/99: Art. 15. Serão efetuados, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica: (...) II a apuração do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI de que trata a Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996; Agora a Portaria MF n° 38/97, vigente à época: Art. 3º O crédito presumido será apurado ao final de cada mês em que houver ocorrido exportação ou venda para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. (...) § 9º A empresa com mais de um estabelecimento produtor exportador poderá apurar o crédito presumido de forma centralizada, na matriz. § 10. A opção pela apuração centralizada de que trata o parágrafo anterior aplicarseá até o final do anocalendário em que exercida. § 11. No caso de apuração descentralizada, o estabelecimento produtor exportador que não efetuar a compra de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem poderá calcular o crédito presumido sobre o valor desses Fl. 339DF CARF MF Processo nº 13660.000062/200341 Acórdão n.º 9303008.436 CSRFT3 Fl. 340 4 insumos, utilizados na produção das mercadorias exportadas, que houverem sido recebidos por transferência de outro estabelecimento da mesma empresa. § 12. Na hipótese do parágrafo anterior, a transferência deverá ser efetuada pelo exato custo de aquisição constante do documento fiscal, emitido pelo fornecedor, na venda para o estabelecimento que houver efetuado a compra. § 13. O estabelecimento que transferir para outro, matéria prima, produtos intermediários e materiais de embalagem deverá excluir o valor desses insumos no cálculo de seu próprio crédito presumido. Assim, nego provimento ao Recurso Especial do sujeito passivo. 2) Atualização pela Taxa SELIC. Não havendo glosa de crédito a ser revertida, perde o sentido a discussão a respeito, como se verá em seguida. Mas, de toda forma, na hipótese de a Turma vir a decidir em sentido contrário, cumpre consignar aqui o meu entendimento sobre este tema. A jurisprudência majoritária desta Turma está espelhada no recente Acórdão nº 9303007.926, de 24/01/2019, de relatoria do ilustre Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal: CRÉDITO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Não existe previsão legal para incidência da taxa Selic nos pedidos de ressarcimento de IPI. O reconhecimento da correção monetária com base na taxa Selic só é possível em face das decisões do STJ na sistemática dos recursos repetitivos, quando existentes atos administrativos que glosaram parcialmente ou integralmente os créditos, cujo entendimento neles consubstanciados foram revertidos nas instâncias administrativas de julgamento, sendo assim considerados oposição ilegítima ao aproveitamento de referidos créditos. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. TERMO INICIAL. A aplicação da taxa Selic, nos pedidos de ressarcimento de IPI, nos casos de oposição ilegítima do Fisco, incide somente a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias contados do protocolo do pedido. Antes deste prazo não existe permissivo legal e nem jurisprudencial, com efeito vinculante, para sua incidência. Adoto o seu Voto Condutor como razões de decidir: “A questão da atualização monetária, pela Taxa Selic, nos pedidos de ressarcimento de IPI, tem rendido inúmeras discussões, tanto na esfera administrativa como judicial. A verdade é que não há previsão legal para o seu reconhecimento Fl. 340DF CARF MF Processo nº 13660.000062/200341 Acórdão n.º 9303008.436 CSRFT3 Fl. 341 5 na análise dos pedidos administrativos. Vêse que no âmbito das turmas de julgamento do CARF, tem se reconhecido sua incidência em decorrência da aplicação do que foi decidido pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos, no âmbito dos REsp n° 1.035.847 e no REsp n° 993.164. Ambos julgados estabeleceram que é devida a incidência da correção monetária, pela aplicação da Taxa Selic, aos pedidos de ressarcimento de IPI cujo deferimento foi postergado em face de oposição ilegítima por parte do Fisco. Portanto, sem dúvida, o reconhecimento da incidência da aplicação da Taxa Selic nos processos de ressarcimento decorrem de uma construção jurisprudencial e não por disposição expressa da Lei. Vêse que o STJ nos dois julgados acima citados reconhecem expressamente a falta de previsão legal a autorizar tal incidência. Vejamos o que dispôs referidos julgados: REsp 1.035.847/RS: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o consequente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção ...) 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. REsp n° 993.164: Fl. 341DF CARF MF Processo nº 13660.000062/200341 Acórdão n.º 9303008.436 CSRFT3 Fl. 342 6 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO ... CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. (...) 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: Resp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). (...) 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. 16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. 17. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Concluise que a oposição ilegítima por parte do Fisco, ao aproveitamento de referidos créditos, permite que seja reconhecida a incidência da correção monetária pela aplicação da Taxa Selic. Porém da leitura que se faz, para a incidência da correção que se pretende, há que existir necessariamente o ato de oposição estatal que foi reconhecido como ilegítimo. No âmbito do processo administrativo de pedidos de ressarcimento tem se que estes atos administrativos só se tornam ilegítimos caso seu entendimento seja revertido pelas instâncias administrativas de julgamento. Portanto somente sobre a parcela do pedido de ressarcimento que foi inicialmente Fl. 342DF CARF MF Processo nº 13660.000062/200341 Acórdão n.º 9303008.436 CSRFT3 Fl. 343 7 indeferida e depois revertida é que é possível o reconhecimento da incidência da Taxa Selic. Tudo isso por força do efeito vinculante das decisões do STJ acima citadas e transcritas. Porém resta uma discussão quanto ao prazo inicial da incidência da Taxa Selic. No CARF a grande maioria das decisões dividemse em duas vertentes. A primeira que a aplicação da correção dariase somente a partir da edição do Despacho Decisório, pela autoridade administrativa da DRF de origem, que teria denegado parte ou integralmente o pedido. A justificativa desta primeira tese seria no sentido de que só a partir daí é que teria nascido o ato ilegítimo a permitir a aplicação dos repetitivos do STJ. A segunda vertente é reconhecer a aplicação da correção monetária desde a data do protocolo do pedido, hipótese que até então estava sendo adotada por este relator e pela própria CSRF. Entretanto, refletindo melhor sobre a matéria, penso que não existe base legal e nem comando vinculante de nossos tribunais a autorizar nenhuma dessas duas hipóteses, sobretudo a segunda, referente à incidência da correção monetária desde a data do protocolo do pedido. Essa hipótese permite uma correção monetária integral que nunca foi permitida do ponto de vista legal e, smj, nem pela interpretação dos referidos julgados. Entendo que a melhor interpretação está vinculada ao que dispôs o próprio STJ, também em sede de recurso repetitivo, no REsp n° 1.138.206, abaixo transcrito com destaques: TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL FEDERAL. PEDIDO ADMINISTRATIVO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO PARA DECISÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. APLICAÇÃO DA LEI 9.784/99. IMPOSSIBILIDADE. NORMA GERAL. LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DECRETO 70.235/72. ART. 24 DA LEI 11.457/07. NORMA DE NATUREZA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1. A duração razoável dos processos foi erigida como cláusula pétrea e direito fundamental pela Emenda Constitucional 45, de 2004, que acresceu ao art. 5°, o inciso LXXVIII, in verbis: "a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação." 2. A conclusão de processo administrativo em prazo razoável é corolário dos princípios da eficiência, da moralidade e da razoabilidade. (Precedentes ...) (...) 5. A Lei n.° 11.457/07, com o escopo de suprir a lacuna legislativa existente, em seu art. 24, preceituou a obrigatoriedade de ser proferida decisão administrativa no Fl. 343DF CARF MF Processo nº 13660.000062/200341 Acórdão n.º 9303008.436 CSRFT3 Fl. 344 8 prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo dos pedidos, litteris: "Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte." 6. Deveras, ostentando o referido dispositivo legal natureza processual fiscal, há de ser aplicado imediatamente aos pedidos, defesas ou recursos administrativos pendentes. 7. Destarte, tanto para os requerimentos efetuados anteriormente à vigência da Lei 11.457/07, quanto aos pedidos protocolados após o advento do referido diploma legislativo, o prazo aplicável é de 360 dias a partir do protocolo dos pedidos (art. 24 da Lei 11.457/07). 8. O art. 535 do CPC resta incólume se o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronunciase de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 9. Recurso especial parcialmente provido, para determinar a obediência ao prazo de 360 dias para conclusão do procedimento sub judice. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. Concluise da leitura acima, que o STJ determinou a aplicação do art. 24 da Lei n° 11.457/2007 aos processos administrativos fiscais, inclusive aos requerimentos efetuados antes de sua vigência. Assim, manifestouse de forma vinculante que o prazo razoável para duração do processo administrativo, ou seja, para que a autoridade administrativa de origem desse uma solução aos pedidos de restituição, ressarcimento e afins seria de 360 dias. Ora, se a administração tem o prazo de 360 dias para solucionar os processos administrativos de ressarcimento, e não há previsão legal para incidência da correção monetária sobre referidos pedidos, a conclusão inequívoca transmitida por esses julgados é que não há possibilidade de incidência da correção monetária neste interregno, uma vez que este seria o prazo razoável determinado na lei. Importante ressaltar que referido julgado não dispõe absolutamente nada sobre incidência de correção monetária ou aplicação da taxa Selic nos processos de ressarcimento. Portanto, como não há previsão legal para incidência da taxa Selic nos processos de ressarcimento, o seu reconhecimento em sede dos julgados administrativos deve ser erigido a partir da interpretação do que se construiu nos julgados do STJ com efeitos vinculantes. Fl. 344DF CARF MF Processo nº 13660.000062/200341 Acórdão n.º 9303008.436 CSRFT3 Fl. 345 9 Portanto, para reconhecimento da incidência da taxa Selic nos processos de ressarcimento de IPI, devemos partir de duas premissas: 1) existe ato administrativo que indeferiu de forma ilegítima parcial ou integralmente o pedido? e 2) o trânsito em julgado da decisão administrativa ultrapassou os 360 dias? A resposta positiva para as duas premissas importa em reconhecer a incidência da taxa Selic somente para os créditos indeferidos de forma ilegítima, cujo termo inicial da incidência da correção somente poderá ser contado a partir dos 360 dias do protocolo do pedido. Esta conclusão coadunase com a aplicação do princípio da igualdade. Veja que se o processo for deferido em 359 dias, o contribuinte não receberá qualquer ajuste monetário e caso seja deferido em 361 dias haveria incidência integral desta correção. Pareceme um casuísmo não pretendido, a justificar a interpretação de que esta correção monetária só seria aplicada a partir de 360 dias do protocolo do pedido e, desde que exista um ato administrativo que teria sido considerado ilegítimo, assim considerado aquele cujo entendimento foi revertido pelas instâncias administrativas de julgamento. Assim, no caso vertente, como houve reversão do direito ao crédito nas aquisições de pessoas físicas e cooperativas, no âmbito do presente julgamento administrativo, sobre estas parcelas permitese a incidência da taxa Selic a ser aplicada a partir de 360 dias contados do protocolo do pedido de ressarcimento até a sua efetiva utilização. Somente a título de esclarecimento, contestase especificamente o argumento, de que seria aplicável à espécie o art. 39 da Lei n° 9.250/95, o qual, segundo o entendimento de alguns tributaristas, deveria ser utilizado também para o fim de ressarcimento de tributos. O § 4° do art. 39 da Lei n° 9.250/95 é aplicável à restituição do indébito (pagamento indevido ou a maior) e não ao ressarcimento, que é do que trata a Lei n° 9.363/96. Ao contrário do que muitos defendem, o ressarcimento não é "espécie do gênero restituição". São dois institutos completamente distintos (pois senão não faria qualquer sentido a discussão em tela sobre a atualização monetária, pois expressamente prevista em lei para a repetição do indébito). O direito à restituição é decorrência "automática" do pagamento indevido ou maior que o devido, conforme art. 165, I, do CTN. O ressarcimento tem que estar previsto em lei. Portanto em relação à incidência da taxa Selic, dou provimento parcial ao recurso especial da Fazenda Nacional, reconhecendo que o seu termo inicial dáse a partir de 360 dias da data do protocolo do pedido, a incidir somente sobre a parcela do crédito revertida na instância de julgamento administrativo, no caso somente sobre as parcelas decorrentes das aquisições de pessoas físicas e cooperativas.” Fl. 345DF CARF MF Processo nº 13660.000062/200341 Acórdão n.º 9303008.436 CSRFT3 Fl. 346 10 À vista do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial interposto pelo contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 346DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10920.721153/2011-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 01 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL
Ano-calendário: 2007, 2010
PROVAS INDICIÁRIAS - ANÁLISE CONJUNTA - PROVA CONCRETA
A produção de provas indiciárias, isoladamente consideradas, é improfícua; sua análise conjunta e concatenada, todavia, quando substanciais, convola-as em provas efetivas da prática dos atos investigados no processo administrativo.
GRUPO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO.
Verificada a comunhão societária, de estabelecimento, bem como a unicidade de comando das empresas componentes do grupo por administradores vinculados por laços familiares, configura-se, de fato, a existência do grupo econômico.
EXCLUSÃO. PRÁTICA REITERADA DE INFRAÇÃO.
Exclui-se a pessoa jurídica do Simples quando praticar reiteradamente infração à legislação tributária.
EXCLUSÃO. INTERPOSIÇÃO DE PESSOAS.
Exclui-se a pessoa jurídica do Simples quando constituída por interpostas pessoas, que não sejam os seus verdadeiros sócios ou acionistas; ou titular, no caso de empresário individual.
Numero da decisão: 1302-003.633
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar a preliminar de nulidade e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(documento assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Gustavo Guimarães da Fonseca - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado), Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca.
Nome do relator: GUSTAVO GUIMARAES DA FONSECA
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ementa_s : ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Ano-calendário: 2007, 2010 PROVAS INDICIÁRIAS - ANÁLISE CONJUNTA - PROVA CONCRETA A produção de provas indiciárias, isoladamente consideradas, é improfícua; sua análise conjunta e concatenada, todavia, quando substanciais, convola-as em provas efetivas da prática dos atos investigados no processo administrativo. GRUPO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. Verificada a comunhão societária, de estabelecimento, bem como a unicidade de comando das empresas componentes do grupo por administradores vinculados por laços familiares, configura-se, de fato, a existência do grupo econômico. EXCLUSÃO. PRÁTICA REITERADA DE INFRAÇÃO. Exclui-se a pessoa jurídica do Simples quando praticar reiteradamente infração à legislação tributária. EXCLUSÃO. INTERPOSIÇÃO DE PESSOAS. Exclui-se a pessoa jurídica do Simples quando constituída por interpostas pessoas, que não sejam os seus verdadeiros sócios ou acionistas; ou titular, no caso de empresário individual.
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Ano-calendário: 2007, 2010 PROVAS INDICIÁRIAS - ANÁLISE CONJUNTA - PROVA CONCRETA A produção de provas indiciárias, isoladamente consideradas, é improfícua; sua análise conjunta e concatenada, todavia, quando substanciais, convola-as em provas efetivas da prática dos atos investigados no processo administrativo. GRUPO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. Verificada a comunhão societária, de estabelecimento, bem como a unicidade de comando das empresas componentes do grupo por administradores vinculados por laços familiares, configura-se, de fato, a existência do grupo econômico. EXCLUSÃO. PRÁTICA REITERADA DE INFRAÇÃO. Exclui-se a pessoa jurídica do Simples quando praticar reiteradamente infração à legislação tributária. EXCLUSÃO. INTERPOSIÇÃO DE PESSOAS. Exclui-se a pessoa jurídica do Simples quando constituída por interpostas pessoas, que não sejam os seus verdadeiros sócios ou acionistas; ou titular, no caso de empresário individual. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar a preliminar de nulidade e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (documento assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente (documento assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca - Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 72 11 53 /2 01 1- 27 Fl. 550DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado), Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca. Relatório Cuidam os autos de procedimento de exclusão do recorrente do SIMPLES NACIONAL, previsto pela Lei Complementar 123/06, motivado pela pretensa ocorrência das hipóteses contempladas no art. 29, incisos IV e V da predita norma legal, concretizada mediante ADE de nº 119/2011 (e-fls. 32), lastreado, por sua vez, no Termo de Representação de e-fls. 2 a 12 e no Despacho Decisório de e-fls. 30 e 31. Pelo que se extrai do citado Termo de Representação, a D. Auditoria Fazendária, em processo de fiscalização realizado junto à recorrente, teria identificado a formação de um grupo econômico de fato constituído pela insurgente, J B Serviços, e pelas empresas PINGO NATURAL PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA, CNPJ 03.251.455/000178 e LAVANDERIA E TINTURARIA EDUARDO LTDA, CNPJ 79.398.616/000112. As duas primeiras empresas estariam sujeitas ao recolhimento dos tributos federais segundo o regime preconizado pela já mencionada Lei 9.317/96, ao passo que a Lavanderia e Tinturaria Eduardo recolhia as suas obrigações tributárias com base no Lucro Real. Resumidamente, em aprofundada investigação realizada pela Autoridade Fiscal, identificou-se a ocorrência de três situações que, a seu ver, demonstrariam a existência de interposição de pessoas (inciso IV do já aludido art. 14) e a prática reiterada de infração à legislação tributária (mormente pela efetivação de planejamento ilícito tendente à divisão de receitas entre as empresas e o deslocamento de mão de obra para as pessoas optantes pelo Simples, reduzindo-se, pois, o montante a ser recolhido a título de CPP - Contribuição Previdenciária Patronal),. De acordo com as informações constantes do predito termo: a) as três empresas ocupariam um mesmo endereço comercial (Rua Argentina nº 47) sendo que, pelos atos constitutivos da recorrente, a sua sede ocuparia apenas uma sala (201) do galpão havido no predito endereço que, outrossim, se encontrava anexo ao Galpão ocupado pela empresa Tinturaria Eduardo (onde seriam desenvolvidas todas as atividades produtivas do grupo), e era, segundo informações obtidas in loco, utilizada como refeitório das três empresas; b) mesmo que ocupando apenas uma sala do estabelecimento sito à Rua Argentina, a recorrente tinha, pelo que se dessume de seus registros, a concentração da maior parte da mão de obra do grupo (46 funcionários), enquanto que a Pingo e a Tinturaria, somadas, abarcavam apenas 10 funcionários. Mais que isso, por meio de entrevistas realizadas junto aos funcionários das empresas, constatou-se que os empregados registrados na recorrente desenvolviam atividades nas demais empresas (v. quadro de e-fl. 10); c) constatou, mais ainda, o que chamou de "suprimentos atípicos de numerários", evidenciado pelo registro de empréstimos diversos em valores não condizentes com os montantes apontados em contratos de mútuo apresentados, sem liquidação na data de vencimento e sem amortização; esta situação se repete tanto pela contratação de empréstimos junto a Fl. 551DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 terceiros, como pela realização da contratação de valores pela recorrente junto às outras duas empresas investigadas; d) por fim, reforça a conclusão de interdependência entre as empresas tendo em conta as participações societárias identificadas a partir dos atos constitutivos das empresas, cujos sócios mantem entre si, sempre, relação de parentesco, tendo identificado, em determinados momentos (e-fls. 11 e 12) a troca de posições societárias entre eles e, ainda, a ocupação de emprego em determinada empresa por sócio de outra. A vista destes fatos, propôs a exclusão da recorrente, com efeitos retroativos, para o período compreendido entre 01 de julho de 2007, mantendo-se a vedação à nova opção durante o curso dos anos de 2008 a 2010. Cientificada do despacho decisório, a empresa opôs a sua manifestação de inconformidade por meio da qual deduziu, em apertada síntese, os seguintes argumentos: a) inicialmente sustenta que a mão-de-obra registrada na empresa não era incompatível com o seu objeto social e a atividade econômica por ela desenvolvida; acusa, noutro giro, a inconsistência das considerações fiscais concernentes aos indícios firmados a partir da comparação entre as massas salariais (funcionários alocados nas três empresas) e as receitas percebidas por cada qual, sustentando não se tratar de prova técnica suficiente, nem mesmo, para indiciar uma eventual omissão de receitas; b) aduz, de outro turno, que os empréstimos contraídos com terceiros em nada contribui com a tese fiscal e que, de outro sorte, os valores pactuados com a empresa Pingo e com a Tinturaria seriam irrisórios e, outrossim, lícitos; c) afirma que a troca de ativos entre a insurgente e a empresa Tinturaria, ainda que de fato tenha ocorrido, não é suficientemente representativa a fim de demonstrar a unicidade dos negócios, alegando, ainda, não haver, no feito, qualquer prova de que as empresas tenham assumido obrigações devidas umas pelas outras, reprisando a assertiva de se tratarem de empresas financeiramente autônomas; d) em relação a identidade de endereços, afirma que desde 1999 se encontra estabelecida na Rua Argentina, inicialmente, sem número (o número 47 teria sido incluído por força de "atualização realizada pelo Município de Jaraguá) e que possui em seu ativo imobilizado o registro de máquinas e equipamentos que demonstrariam a sua capacidade operacional; e) reforça a tese de sua autonomia financeira e operacional a partir do fato de prestar serviços à diversa outras empresas; f) justamente pela autonomia alhures mencionada, considera regular a constituição de empresas cujos sócios detem relação de parentesco; g) conclui esta parte da sua peça de defesa sustentando não haver provas de uma pretensa simulação mormente se considerando o desenvolvimento de atividades distintas pelas três empresas e, mais, que a empresa PINGO detinha outro endereço no interregno compreendido entre 2008 e 2010 e que, não obstante ter ocupado o imóvel da Rua Argentina Fl. 552DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 imóvel neste que, no ano de 2007, "a realidade era outra, isto é, onde hoje há um refeitório, havia um galpão industrial. Passo seguinte aponta para o desrespeito ao princípio da verdade material, e, ainda, critica o fato da fiscalização não ter trazido aos autos a redução a termo dos relatos mencionados ao longo de sua representação. Ao fim, argui a nulidade do ADE por vício de motivação, ainda que semelhante alegação se calque, em verdade, na falta de comprovação dos fatos declinados na Representação Fiscal. Instada se pronunciar sobre o caso, a DRJ de Fortaleza houve por bem julgar improcedente a manifestação de inconformidade oposta pelos fundamentos sumarizados na ementa abaixo reproduzida: GRUPO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. Verificada a comunhão societária, de estabelecimento, bem como a unicidade de comando das empresas componentes do grupo por administradores vinculados por laços familiares, configura-se, de fato, a existência do grupo econômico. EXCLUSÃO. PRÁTICA REITERADA DE INFRAÇÃO. Exclui-se a pessoa jurídica do Simples quando praticar reiteradamente infração à legislação tributária. EXCLUSÃO. INTERPOSIÇÃO DE PESSOAS. Exclui-se a pessoa jurídica do Simples quando constituída por interpostas pessoas, que não sejam os seus verdadeiros sócios ou acionistas; ou titular, no caso de empresário individual. A empresa foi intimada do resultado do julgamento acima em 19 de março de 2014 (e-fl. 492), tendo interposto seu recurso voluntário em 17 de abril do mesmo ano (e-fl. 494), por meio do qual, além de reprisar, ainda que de forma mais detida, os argumentos deduzidos em sua "impugnação", traz notícias sobre a obtenção de provimento jurisdicional em que o TRF/4ª Região teria confirmado sentença que teria declarado nulo ato da Receita Federal que teria promovido a baixa, de ofício, de seu CNPJ. Pelo que expôs, o predito provimento jurisdicional teria considerado demonstrada a capacidade operacional do contribuinte, mormente a luz da constatação da existência de patrimônio próprio e autonomia econômico-financeira. Acrescenta, ao fim, preliminar de nulidade de vício de fundamentação, desta feita (e, portanto, diferentemente do alegado em sua manifestação de inconformidade), ante a ausência de declinação, pela autoridade fiscal, dos atos infracionários pretensamente praticados pela empresa, suficientes à tipificação da hipótese preconizada pelo art. 14, V, da Lei 9.317/96. Este é o relatório. Fl. 553DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 Voto Conselheiro Gustavo Guimarães da Fonseca, Relator. O recurso é tempestivo e preenche todos os requisitos de admissibilidade, pelo que, dele, tomo conhecimento. I - Da preliminar de nulidade por pretenso vício de fundamentação do ADE. Me permitam, aqui, inverter a ordem da análise dos argumentos deduzidos pelo recorrente já que esta preliminar foi apresentada ao final da peça recursal; de fato, procedimentalmente, seria mais lógico e correta a sua apreciação antes de qualquer juízo de mérito dada a sua prejudicialidade mesmo que, apenas, parcial (mesmo que acolhida, não prejudicaria a eficácia do ato, porquanto lastreado em dois dispositivos da Lei Complementar 123/06). Pois bem. Em suma sustenta o insurgente que a D. Autoridade Administrativa não teria declinado os atos considerados ilícitos, reiteradamente praticados, tendentes à tipificação da hipótese de exclusão preconizada pelo inciso V do art. 29 da já alardeada LC 123. E, a par do meu entendimento sobre a teoria dos motivos determinantes e de minha rigidez quanto a observância estrita dos requisitos (elementos) de validade dos atos administrativos, o fato é que a alegação do contribuinte não se sustenta; a leitura, mesmo que rasa, dos motivos declinados pela D. Autoridade Fiscal da conta da inteireza e retidão do ato ora combatido, bastando, para tanto, atentar-se para o seguinte trecho do termo de representação juntado à e-fls. 2 a 12, mormente em seu parágrafo 25. Veja-se: 25. Conclui-se que a representada incorreu em prática reiterada de infrações à legislação tributária consubstanciada na criação e manutenção pró-forma de mais de uma empresa dentro da mesma planta industrial, para o exercício de mesma atividade empresarial (lavanderia e tinturaria de artigos têxteis), e omitindo receitas de forma a manter-se fraudulentamente nos limites de receita bruta impostos pela legislação do SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96), durante o período de 01/2007 a 06/2007. Verdade seja dita, os mesmos motivos de fato trazidos pela D. Fiscalização para justificar a exclusão com espeque no inciso IV do aludido artigo são replicados para fundamentar o ato a luz dos preceitos do inciso V... certo ou errado, os motivos de fato e de direito em que se embasou o Agente Fiscal foram devidamente expostos e mantém, diferentemente do que alega o contribuinte, coerência lógica entre si. A vista do exposto, é de se afastar a preliminar suscitada. II - Do mérito. II.1 - Os limites da coisa julgada verificada a partir do julgamento da ação autuada sob o nº 5001235-49.2012.404.7209/SC e julgada, definitivamente, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região - TRF/4ª Região. Fl. 554DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 De antemão se faz imperioso analisar a extensão do julgado proferido nos autos descritos no título deste subtópico, justamente para se verificar se, como faz querer crer o recorrente, estaria o caso jungido aos efeitos de eventual coisa julgada material. Vale lembrar aqui o que já o disse em outros julgamentos realizados por esta turma, destacando-se, em especial, o acórdão de nº 1302-003.356, publicado em 27 de fevereiro do ano corrente, cujo ementa cito a seguir: PROCESSUAL - PRECLUSÃO CONSUMATIVA - INOVAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR APÓS A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO FORA DAS HIPÓTESES DO ART. 16, § 4º, DO DECRETO 70.235 - IMPOSSIBILIDADE. O pedido deve ser compreendido, e limitado, pela causa de pedir efetivamente deduzida pelo contribuinte na primeira oportunidade legalmente prevista, conforme previsão contida no art. 17 do Decreto 70.235, somente se autorizando a inovar dentro das situações expressamente autorizadas pelo art. 16 do mesmo diploma processual administrativo. Com efeito, como defendi no processo acima, o "mérito" da demanda nada mais seria que a própria lide que, por sua vez, aproveitando-nos dos ensinamentos de Celso Agrícola Barbi, ao invocar as definições propostas por Carnelutti, define-a pelo conflito intersubjetivo qualificado por uma pretensão resistida ou, como precisava Liebman, também lembrado pelo processualista mineiro, pela contraposição de pedidos deduzidos pelas partes 1 . O pedido, pois, delimita o próprio mérito da causa, e isto, diga-se, não desafia maiores questionamentos. O problema é que o pedido não pode ser compreendido, em toda a sua extensão, sem se considerar a própria causa de pedir, pena de se fugir ao conhecimento de seus próprios limites. A propósito, chamo a atenção aos dizeres de Nelson Nery Jr., abaixo citados: (...) por pedido deve ser entendido o conjunto formulado pela causa (ou causae petendi) e o pedido em sentido estrito. A decisão do juiz fica vinculada à causa de pedir e ao pedido 2 . Daí as conclusões de Arruda Alvim, segundo o qual será extra petita a decisão "conquanto atendendo o pedido, tal ocorra por outra causa de pedir (...)" 3 . Aliás este autor complementa e justifica esta última assertiva com os seguintes argumentos: Isto porque, conforme tivemos oportunidade de salientar, embora a causa petendi não integre o pedido, ela o identifica. Assim, se o autor faz o pedido x baseado na causa de pedir x1, e se o juiz conceder o 'mesmo' pedido x pela causa de pedir y, não estará, na verdade, concedendo o mesmo pedido. Assim ten entendido nossa jurisprudência maciçamente. 4 Em linhas gerais, o pedido é qualificado, delimitado e compreendido a partir da causa de pedir; por consentâneo, a causa de pedir compõe, também, a lide, enquanto elemento, justamente, de compreensão dos limites das pretensões porventura deduzidas; nesta esteira, as decisões proferidas abarcam, não só o pedido, mas o elemento que lhe é qualificador - a causa de 1 BARBI, Ceslo Agrícola. Comentários ao Código de Processo Civil, v. I, 9ª ed., Belo Horizonte: Forense, 1994, p. 319 2 JR., Nelso Nery. Código de Processo Civil e Legislação Processual Civil Extravaganteem Vigor. 5ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 583, nota 2 ao art. 128. 3 ALVIM, Arruda. Manual de Direito Processual Civil, 7ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 658. 4 ALVIM, Arruda. Op. loc. cit. Fl. 555DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 pedir. Daí a assente Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça ter pacificado o entendimento de que a coisa julgada opera seus efeitos também em relação ao antecedente lógico do dispositivo da sentença (o próprio libelo): 1. É assente nesta Corte Superior que "conquanto seja de sabença que o que faz coisa julgada material é o dispositivo da sentença, faz-se mister ressaltar que o pedido e a causa de pedir, tal qual expressos na petição inicial e adotados na fundamentação do decisum, integram a res judicata, uma vez que atuam como delimitadores do conteúdo e da extensão da parte dispositiva da sentença (REsp 795.724/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 1º/3/2007, DJ 15/03/2007) 5 . Em outras palavras, as causas de pedir consideradas em eventual sentença judicial também fazem coisa julgada, tornando-se imperativa a sua observância por este Colegiado, acaso existam elementos colidentes entre eventual julgado judicial e o processo administrativo. No caso concreto, vejam bem, primeiramente, e até para se afastar uma apressada conclusão acerca de eventual concomitância entre este feito e aquele que tramitou perante o Juízo Federal de Jaraguá do Sul, importa esclarecer que a ação então proposta tinha por objeto a declaração de nulidade de Ato Declaratório Executivo expedido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil por meio do qual ter-se-ia promovido a baixa de ofício do CNPJ da empresa recorrente... ou seja, não há, aqui, nenhuma coincidência entre os pedidos contidos no predito procedimento judicial e aqueles apostos neste feito. Ainda assim, há, inegavelmente, pontos de convergência entre os dois feitos, valendo destacar, imediatamente, que a empresa obteve êxito em sua demanda judicial, cujo acórdão que lhe foi favorável transitou livremente em julgado (v. andamento processual extraído do endereço eletrônico do TRF/4ª Região 6 ). Tal como descrito no relatório que precede este voto, o ADE ora discutido restara calcado em dois fundamentos distintos, a saber: a) "a unicidade do negócio empresarial"; b) "a unicidade do controle". O primeiro fundamento, diga-se, subdividi-se em quatro constatações divisadas pela Autoridade Fiscal: a) a identidade material de endereços (a recorrente e a empresa Pingo ocupariam o mesmo imóvel, sendo que a contribuinte ocuparia apenas uma sala do predito imóvel, ao passo que a empresa Tinturaria estaria estabelecida em galpão anexo ao estabelecimento sede das duas outras empresas); 5 AgInt no AREsp 1267129/AM, Relator Ministro Luis Felipe Salomão,Quarta Turma, julgado em 07/05/2019 e publicado no DJe de 15/05/2019. 6 https://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txtPalavraGerada=Fu WA&hdnRefId=13bf9bd0ad6779d1e27ec7df4f06e160&selForma=NU&txtValor=5001235- 49.2012.404.7209&chkMostrarBaixados=&todasfases=&todosvalores=&todaspartes=&txtDataFase=&selOrigem= TRF&sistema=&codigoparte=&txtChave=&paginaSubmeteuPesquisa=letras Fl. 556DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 b) incongruência entre a massa salarial das entidades e a as respectivas receitas (indiciando uma possível inexistência de autonomia operacional); c) a existência de pactuação de contratos de comodato e mútuo entre a recorrente e terceiros e entre aquela e as demais empresas descritas no relatório fiscal, além da existência da troca de ativos e passivos entre o contribuinte e a empresa Tinturaria Eduardo (apontando para a ausência de autonomia econômico-financeira); d) o uso de mão-de-obra pertencente a uma empresa para a execução de tarefas nas outras (revelando a confusão negocial então noticiada). O segundo fundamento lastreia-se, exclusivamente, na análise das estruturas societárias e na relação de parentesco entre os sócios de cada uma das empresas, havendo notícias de trocas de controle (ex-sócios da Tinturaria passaram a ocupar a administração das outras empresas a partir de 1997 e 1999 - v. descrição contida na e-fl. 11 e 12). Como se dessume da sentença juntada pela recorrente, a Autoridade Judicial considerou demonstrada a existência de fato do contribuinte, como se extrai da seguinte passagem abaixo reproduzida (e-fl. 526): Nesse sentido, entendo que a autora demonstrou perante a autoridade fazendária e neste Juízo que dispõe de patrimônio e capacidade operacional para a realização de seu objeto (fls. 55-63 do doc. PROCADM11). É oportuno, sob esse aspecto, citar, ainda, as notas fiscais de saída/entrada dos anos de 2007 a 2011 (docs. PROCADM12 a PROCADM16); o demonstrativo do ano de 2012 (parcial) do balanço patrimonial (OUT30); e a licença ambiental concedida pela FATMA à autora neste ano (0UT36). Se assim permanecesse o julgado acima, todos os argumentos deduzidos pela D. Fiscalização, inclusive pelas considerações prefaciais apresentadas no início deste subtópico, cairiam por terra e, nesta senda, o primeiro fundamento contido no Termo de Representação soçobraria. Nada obstante, observa-se naquele feito a prolação de um acórdão de embargos declaratórios, opostos ao acórdão do TRF/4ª Região (cujo exame foi determinado pelo STJ e, curiosamente, omitido pelo Recorrente), que havia mantido, in totum, a decisão de 1º grau nos autos da ação anteriormente mencionada. E os preditos declaratórios foram acolhidos, ainda que sem efeitos infringentes, para aclarar o seguinte ponto, tratado no voto a seguir reproduzido: A natureza reparadora dos embargos de declaração só permite a sua oposição contra sentença ou acórdão acoimado de obscuridade ou contradição, bem como nos casos de omissão do Juiz ou Tribunal, conforme prescrito no artigo 535 do CPC, ou, ainda, para correção de erro material no julgado. In casu, a embargante afirma que o acórdão quedou-se omisso no que tange acerca da alegação segundo a qual foi constatada a existência de três empresas que eram uma na verdade, o que seria um subterfúgio para a utilização das facilidades do SIMPLES. Em conformidade com a determinação do STJ, passo a suprir tal omissão. Tenho que tal alegação não pode ser acatada de pronto pois, em que pese haja indicativos nesse sentido, consubstanciados nas provas colhidas pela ré em pesquisa de campo realizada no local de funcionamento da autora, também foram trazidos aos autos Fl. 557DF CARF MF Fl. 9 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 elementos em sentido contrário, como bem destacou o julgador singular no excerto abaixo transcrito: Nesse sentido, entendo que a autora demonstrou perante a autoridade fazendária e neste Juízo que dispõe de patrimônio e capacidade operacional para a realização de seu objeto (fls. 55-63 do doc. PROCADM11). É oportuno, sob esse aspecto, citar, ainda, as notas fiscais de saída/entrada dos anos de 2007 a 2011 (docs. PROCADM12 a PROCADM16); o demonstrativo do ano de 2012 (parcial) do balanço patrimonial (OUT30); e a licença ambiental concedida pela FATMA à autora neste ano (OUT36). Ora, nesse contexto tenho que não se pode afirmar a inexistência de fato da autora, tampouco que ela componha uma única empresa, como quer a União. Nada obstante tais considerações, cabe reiterar o asseverado no decisum ad quem: '(...) eventuais irregularidades detectadas no transcorrer do processo fiscal, retratadas nos respectivos autos de infração, não foram objeto de pronunciamento de mérito pela sentença, que ressaltou de forma expressa que 'a questão posta nestes autos diz respeito tão somente à verificação da existência de fato da empresa autora e da legalidade do ato de baixa de sua inscrição no CNPJ (...)' Ante o exposto, voto por acolher em parte os embargos de declaração. 7 Notem, que os elementos utilizados pelo Juiz de primeiro grau para formar o seu convencimento foram, tão só, as notas fiscais emitidas pela empresa e a existência, comprovada apenas documentalmente, de máquinas e equipamentos. A decisão, diga-se, textualmente, não enfrenta os problemas discutidos no Relatório Fiscal, em especial, a ausência de capacidade operacional a partir, v.g., da ausência de um espaço físico compatível com o exercício da atividade econômica. Também não se observa no aresto qualquer tipo de menção concernente ao problema do controle, alegadamente, unificado das empresas e, por certo, não se manifesta (e portanto, não faz operar coisa julgada) sobre o problema das trocas de ativos e da formalização de contratos de mútuo perante terceiros, sem vencimento, sem liquidação e sem descrição do modus concernente a forma de quitação. Também não se divisa nas decisões quaisquer considerações acerca do indício formado a partir da incongruência apontada quando da comparação entre "massa salarial" x "receita bruta", exposto no curso do relatório apresentado neste feito. E, assim o sendo, vale reprisar o que foi firmado no acórdão dos embargos anteriormente mencionados: "eventuais irregularidades detectadas no transcorrer do processo fiscal, retratadas nos respectivos autos de infração, não foram objeto de pronunciamento de mérito pela sentença". Não há, na espécie, coisa julgada material a obstar a análise dos fatos e fundamentos trazidos pela Fiscalização... e, agora, é justamente o que passo a fazer. 7 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 5001235- 49.2012.404.7209/SC, extraído do sítio do TRF/4ª Região à https://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txtValor=5001235492 0124047209&selOrigem=TRF&chkMostrarBaixados=&todasfases=&selForma=NU&todaspartes=&hdnRefId=214 3cb0991c9ba9ad0d4053b478bf785&txtPalavraGerada=FZzf&txtChave=&numPagina=1, acessado em 28/05/2019. Fl. 558DF CARF MF Fl. 10 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 II.2 - A análise dos fundamentos da Representação Fiscal. Não se vê, realmente, nada nos apontamentos fiscais concernentes às movimentações financeiras, realizadas a partir do creditamento de numerários oriundos de contratos de mútuo firmados, até segunda ordem, com terceiros, que, isoladamente, indicie a sustentada unidade dos negócios a fim de caracterizar a hipótese de exclusão contemplada pelo art. 14, inciso V, da Lei 9.317/96... se tais contratos detém particularidades que chamam a atenção, especialmente, pelo desapego formal, ou, outrossim, a ausência de provas de sua liquidação causam estranheza, como, apropriadamente afirmado pelo recorrente, semelhantes constatações poderiam, quando muito, levantar suspeitas sobre fraudes tendentes à concretização de uma omissão de receitas... O mesmo se pode dizer em relação às movimentações realizadas entre as três empresas (transferências de ativos e passivos e empréstimos), mesmo que os respectivos montantes, ao menos em relação aos contratos de mútuo, diferentemente do que sustenta o contribuinte, não sejam tão irrelevantes, bastando, para tanto, atentar-se para os quadros contidos no Termo de Representação e cujas informações não foram refutadas pela empresa. Apenas a título de empréstimos devidos à Lavanderia Eduardo, v.g., tem-se valores que superam a marca de 430 mil reais, sem liquidação e sem previsão para pagamento. Estar-se-ia, quando muito, diante de um indício preocupante, diga-se... mas não de uma prova inequívoca, a se considerar, insista-se, isoladamente, este elemento. Já a assertiva de que as movimentações em contas de ativos e passivos seriam prova da gestão financeira única, menos ainda se sustenta, reprise-se, mais uma vez, se tomada de forma apartada dos demais fatos constatados no feito; basta, para tanto, ver-se que o total de valores pagos pela Lavanderia Eduardo no período fiscalizado (2007 a 2010), alçam o valor de parcos R$ 268.061,41; no mesmo período, a empresa faturou contra a empresa PINGO o montante de R$ 299.844,10, apurado partir do débito registrado em conta de ativo concernente a este última empresa, decorrente, como se infere da planilha de e-fl. 10, de prestação de serviços de industrialização por encomenda. Estaríamos falando, pois, de um valor total recebido nos anos fiscalizados de pouco menos de R$ 570.000,00; no mesmo período, a recorrente informou uma receita bruta que alçou um montante aproximado de 4.680.000,00... mesmo que consideremos os empréstimos tomados junto às outras duas empresas (430 mil da Lavanderia Eduardo e 109 mil, mutuados com a PINGO 8 ), a relação percentual entre os dois valores é de pouco mais de 25% 9 . Ainda que tais movimentações, repise-se, causem espécie, principalmente os empréstimos, nada mais temos, aqui, que indícios de prática de algum ato ilícito que não, propriamente (ou ab initio), a confusão entre as empresas. Diferentemente, contudo, dos fatos acima, que, individualizadamente, não demonstram as premissas do Ato de Exclusão, o ponto a seguir destacado no Relatório Fiscal, cujo teor transcrevo abaixo, revela outra realidade: 8 Conforme planilha de e-fl. 9. 9 Relação entre o total de receitas e o total somado de valores recebidos pela recorrente das empresas Lavanderia e Pingo (incluindo-se os négócio registrados nas contas de ativos e passivoe e os empréstimos). Fl. 559DF CARF MF Fl. 11 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 20. Em visita que realizamos às instalações físicas dessas empresas, constatamos que toda a atividade produtiva ocorre no galpão da Rua Rudolfo Hufenuessler nº 346 que é sede da empresa LAVANDERIA E TINTURARIA EDUARDO LTDA. Este é o pondo nodal de toda a celeuma; esta constatação, não impugnada pelo recorrente, é que esviscera o "planejamento" ilícito engendrado pelas empresas, mormente quando consideramos que o endereço da contribuinte, a partir do ano de 2007, indicado pela cláusula 5ª da 5ª Alteração Contratual (juntada à e-fls. 20 a 24) fixou-se na Rua Argentina, nº 47, sala 201... Lembrem-se que na ação judicial noticiada pelo contribuinte, a autoridade julgadora considerou materialmente existente a empresa tão só a partir da constatação, documental, de autonomia operacional, demonstrada a partir dos registros contábeis e notas fiscais, dos quais constariam registros de máquinas e equipamentos e da execução de atividades econômicas perante terceiros. Como, contudo, poderia a entidade desenvolver atividades, operar máquinas e equipamentos necessários ao desenvolvimento de seu objeto social a partir de uma sala localizada em imóvel que, como assumido pelo próprio insurgente, era utilizado, em grande parte, como refeitório comunitário, disponibilizado aos funcionários das três empresas? Outrossim, a planilha elaborada à e-fl. 11 dá conta de que, de um total de 56 funcionários distribuídos entre as três empresas, 46 estavam registrados na JB. O que se tem, in casu, é uma empresa que detém maquinário e equipamento necessários ao desenvolvimento de atividade de "SERVIÇOS DE ALVEJAMENTO, TINGIMENTO, TORÇÃO E ACABAMENTO EM FIOS, TECIDOS E ARTIGOS TÊXTEIS, INCLUSIVE CONFECÇÃO" (cláusula II da 4ª Alteração Contratual juntada à e-fls. 13 e ss) e que, de outro turno, presta ou prestou serviços, inclusive à Pingo, de "industrialização por conta e ordem de terceiros", com o uso de 46 funcionários para tanto, a partir de uma sala... A assertiva transcrita anteriormente (de que atividade produtiva é desenvolvida no galpão de titularidade da Lavanderia), insista-se, não foi refutada pela recorrente; mais que isso, a empresa sustenta, em suas razões de apelo, que "o nº 47, onde, também, funciona o refeitório de funcionários, é a sede da empresa Pingo Natural a partir de 2011 (...)" que, dado o seu objeto atual "não necessita mais de um galpão industrial". Contraditoriamente, todavia, assevera mais abaixo que, verbis: 31. Cabe destacar aqui que a Recorrente, conforme compra (sic) o seu Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/2010, bem como as notas fiscais anexas, possui em seu ativo imobilizado o registro de máquinas e equipamentos próprios, assim como o direito de uso dos mesmos, os quais são utilizados em sua atividade-fim, realizada no galpão S/N da Rua Argentina. Peço aos meus pares especial atenção às notas fiscais juntadas pelo recorrente e mencionadas no trecho acima reproduzido. As primeiras notas, juntadas à e-fls 89 e ss, descrevem a venda de "secadoras de 50kg" à insurgente, .no endereço "Rua Argentina, nº 47, sala 201"... Vejam que não há descrição de uma galpão, como endereço de entrega... há, somente, a menção, a uma sala que, pretensamente, deveria comportar as preditas secadora, as quais, como se extrai da descrição extraída da internet 10 , pesam 480 kg e possuem dimensões de 10 http://www.smsmaquinas.com.br/project/secadora-sms-50kg/: acessado em 29/05/2019. Fl. 560DF CARF MF Fl. 12 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 1,80m de altura x 1,25m de largura x 1,20m de profundidade, e, ainda, 46 pessoas trabalhando ao mesmo tempo. Agora, a pedra de toque sobre o assunto é divisada pelas Notas Fiscais juntadas à e-fls. 104 a 237, que dão conta da entrega de mercadorias adquiridas pela recorrente no endereço da Lavanderia Eduardo, sito à Rua Rudolfo Hufenussler, nº 346. As ditas mercadorias, diga-se, em sua maioria, são produtos químicos, possivelmente utilizados no processo industrial que, como já dito, frisado e reprisado e, mais importante, não contestado, era realizado no galpão da Lavanderia Eduardo. E, a partir das incongruências ora apontadas, diga-se, passam a fazer todo sentido as críticas aventadas pela Fiscalização, representadas pelos quadros comparativos de e-fls. 4 e 5, afeitos ao confronto entre "massa salarial x receita bruta"... até então, tais quadros revelariam meros indícios; quando somados às provas analisadas acima, sobre a impossibilidade material da recorrente de exercer a sua atividade econômica a partir de uma sala, tornam-se verdades irrefutáveis; a produção industrial, no caso, era toda ela realizada pela Lavanderia, quem, de fato, recebia os insumos respectivos e utilizava-se da mão de obra, apenas formalmente registrada na insurgente (assertiva deduzida a partir da impossibilidade material de se espremer 46 pessoas numa sala - lembrando que o restante do galpão sito à Rua Argentina era utilizado como refeitório e não como espaço industrial). Acresça-se ao que foi dito acima, os fatos descritos no acórdão recorrido que deixam, ainda mais, clara a existência meramente formal da recorrente, frise-se, atestada a partir de fatos distintos daqueles considerados pela Autoridade Judicial, nos autos da ação ordinária abordada no tópico anterior: 24. Além do imóvel situado na Rua Rudolfo Hufenuessler, n° 346, onde funciona a administração e indústria, a Lavanderia e Tinturaria possui outros imóveis, entre eles um situado na mesma quadra, voltado para a Rua Argentina nº 47, onde funciona atualmente o refeitório dos empregados do grupo. Sucede que neste endereço teria sede a JB Serviços, conforme contrato social. Apurou-se, no entanto, em visita ao local, que o imóvel não comporta nenhuma “estrutura industrial própria”, servindo apenas de “estrutura de apoio aos negócios do grupo”, ao passo que toda a atividade produtiva do grupo ocorre no galpão situado na Rua Rudolfo Hufenuessler, n° 346, sede da Lavanderia e Tinturaria. A Rua Argentina, nº 47, também passou a figurar, no contrato social, como a sede da Pingo Natural, a partir de 10.03.2011. Como se vê, a JB Serviços e a Pingo Natural não possuem estrutura predial própria, comercial ou industrial, para realizar a atividade a que se predispôs nos seus respectivos contratos sociais. E, a tais inferências, some-se, ainda, as seguintes ponderações: a) as empresas JB e Pingo foram criadas, respectivamente, em 22 de setembro de 1997 (vide preâmbulo da alteração contratual de e-fls. 13 a 19) e 10 de junho de 1999, curiosamente, um e três anos após a instituição do Simples pela Lei 9.317/96 (regime adotado pela recorrente até junho de 2007), com objetivos sociais abarcados pelo objeto descrito no contrato social da Lavanderia Eduardo (e-fls 335 a 377); b) as três empresas eram controladas por pessoas vinculadas por grau de parentesco, tendo ocorrido sucessivas transferências, entre elas, dos respectivos controles (v. Fl. 561DF CARF MF Fl. 13 do Acórdão n.º 1302-003.633 - 1ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10920.721153/2011-27 relato de fl. 11 e, ainda, a contratação de um dos sócios como empregado de empresa da qual não participava, societariamente. Vale a insistência: cada uma dos argumentos trazidos pela Fiscalização, considerados individualizadamente, revelam, de fato, apenas indícios da prática dos atos tratados, particularmente, pelo art. 29, inciso IV, da LC 123/06... quando, todavia, apreciados conjuntamente, os ditos indícios assumem o caráter de prova efetiva, e não presumida, e até aqui, a par da bem estruturada defesa apresentada, não refutada. O que se vê aqui é que a recorrente foi criada formalmente apenas, e tão somente, para acomodar os empregados utilizados no processo produtivo, todo ele, realizado no Galpão localizado na Rua Rudolfo Hufenussler, nº 346 e, assim, gozar dos benefícios preconizados, originariamente pela Lei 9.317/96, e, posteriormente, pela LC 123/06, constando de seu quadro societário familiares dos proprietário da empresa industrial, que, de sua sorte, ali estariam apenas para viabilizar a opção pelo regime simplificado, restando evidenciada a hipótese preconizada pelo art. 29, inciso IV e, consentaneamente, porque reiterado no tempo esta prática, do inciso V da já citada LC 123. E, por fim, ainda que para o Poder Judiciário, as notas fiscais emitidas pela JB à terceiros possa comprovar a sua autonomia econômica, a toda evidência, consideradas as premissas fáticas demonstradas ao longo deste voto, tais documentos seriam, inclusive, ideologicamente falsos, já que, para alem de quaisquer ilações adicionais, os preditos serviços, se prestados, o foram pela Lavanderia Eduardo, ainda que faturados pela recorrente. III - Conclusões. A luz do exposto, voto por afastar a preliminar de nulidade e, no mérito, por NEGAR PROVIMENTO ao RECURSO VOLUNTÁRIO. (documento assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca Fl. 562DF CARF MF
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Numero do processo: 10920.004174/2010-01
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 01 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/09/2004 a 31/12/2005
DECADÊNCIA. DECISÃO DEFINITIVA DO STJ. PAGAMENTO ANTECIPADO. QUALIFICAÇÃO.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em acórdão submetido ao regime de recursos repetitivos (Recurso Especial nº 973.733/SC), definiu que quando a lei prevê o pagamento antecipado e este não é efetuado, aplica-se o artigo art. 173, I, do mesmo Código. E por força do art. 62, § 2º, do Anexo II, do RICARF, as decisões definitivas proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional, na sistemática de recursos repetitivos, devem ser reproduzidas no âmbito do CARF. No caso de exigência de Contribuição destinada a terceiros, o pagamento de Contribuição da empresa não é apto a atrair a aplicação do art. 150, § 4º, do CTN.
Numero da decisão: 9202-007.946
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Denny Medeiros da Silveira (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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DECISÃO DEFINITIVA DO STJ. PAGAMENTO ANTECIPADO. QUALIFICAÇÃO. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em acórdão submetido ao regime de recursos repetitivos (Recurso Especial nº 973.733/SC), definiu que quando a lei prevê o pagamento antecipado e este não é efetuado, aplicase o artigo art. 173, I, do mesmo Código. E por força do art. 62, § 2º, do Anexo II, do RICARF, as decisões definitivas proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional, na sistemática de recursos repetitivos, devem ser reproduzidas no âmbito do CARF. No caso de exigência de Contribuição destinada a terceiros, o pagamento de Contribuição da empresa não é apto a atrair a aplicação do art. 150, § 4º, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Denny Medeiros AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 00 41 74 /2 01 0- 01 Fl. 175DF CARF MF 2 da Silveira (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de ação fiscal que originou os seguintes procedimentos: PROCESSO DEBCAD TIPO FASE 10920.004173/201059 37.266.5926 (Emp.) Obrig. Principal Dívida Ativa 10920.004174/201001 37.266.5934 (Terceiros) Obrig. Principal Recurso Especial 10920.004176/201092 37.266.5942 (AI78) Obrig. Acessória Crédito Exonerado 10920.004177/201037 37.266.5950 (AI 52) Obrig. Acessória Dívida Ativa O presente processo trata do Auto de Infração de Obrigação Principal, Debcad 37.266.5934, referente às Contribuições Previdenciárias a cargo da empresa destinadas a terceiros (Salário Educação, INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE), incidentes no total da remuneração paga ou creditada aos segurados empregados, no período de 09/2004 a 12/2005, conforme Relatório Fiscal de fls. 11 a 14. A ciência do lançamento ocorreu em 29/10/2010 (fl. 02). A DRJ em Florianópolis (SC), por meio do Acórdão nº 0729.487 (efls. 59 a 70), considerou procedente em parte a Impugnação apresentada excluindo, por decadência, as competências de 09 a 11/2004. Em sessão plenária de 04/04/2017, foi julgado o Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão nº 2201003.562 (efls. 122 a 133), assim ementado: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/2004 a 31/12/2005 SUCESSÃO DE FATO. APLICABILIDADE. DIREITO TRIBUTÁRIO. Independente da existência de documento formal no sentido de apurar se ocorreu as situações descritas como fusão, transformação, incorporação ou cisão, ou mesmo se houve a aquisição de estabelecimento comercial, a situação fática presente nos autos contém os elementos de convicção necessários ao estabelecimento da realidade dos fatos, no sentido de ocorreu a sucessão empresarial. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. PERÍODO ALCANÇADO PELA DECADÊNCIA QUINQUENAL. ART. 173, I DO CTN.COMPETÊNCIA DEZEMBRO. SÚMULA CARF Nº 101. Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10920.004174/201001 Acórdão n.º 9202007.946 CSRFT2 Fl. 176 3 Na hipótese de aplicação do art. 173, inciso I, do CTN, o termo inicial do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado." A decisão foi assim registrada: "Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para, no mérito, darlhe provimento parcial para reconhecer a decadência para o período de 09/2004 a 09/2005." O processo foi encaminhado à PGFN em 12/05/2017 (Despacho de Encaminhamento de efls. 134) e, em 29/05/2017 (Despacho de Encaminhamento de efls. 139), a Fazenda Nacional opôs os Embargos de Declaração de efls. 135 a 138, rejeitados conforme despacho de 14/07/2017 (efls. 141 a 143). Foi o processo novamente encaminhado à PGFN em 02/08/2017 (Despacho de Encaminhamento de efls. 144) e, em 08/08/2017, foi interposto o Recurso Especial de efls. 145 a 159 (Despacho de Encaminhamento de efls. 160), com fundamento no art. 67, do Anexo II, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, visando rediscutir a decadência. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme despacho de 05/09/2017 (efls. 162 a 167). Em seu apelo, a Fazenda Nacional apresenta as seguintes alegações: o pressuposto primordial para a aplicação da regra de decadência constante do artigo 150, § 4º, do CTN, é o pagamento antecipado parcial do tributo exigido; no caso, não se operou lançamento por homologação, já que a Contribuinte não antecipou o pagamento do tributo, tendo em vista que não individualizou o fato gerador e não efetuou o recolhimento antecipado da Contribuição; eventual pagamento referente à parte do segurado não pode ser aproveitado em Auto de Infração lavrado para exigência de Contribuições devidas pela empresa destinadas a terceiros, para fins de atrair a incidência da regra decadencial inserta no art. 150, § 4º, do CTN; a Contribuição para terceiras entidades, devida pela empresa, não se confunde com a Contribuição referente ao segurado; considerando que os valores indicados como recolhimentos a título de segurados não podem ser utilizados como recolhimentos antecipado de Contribuições para terceiras entidades, conforme se comprova dos demonstrativos “Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados” – RADA (efls. 10 a 13), logicamente não há pagamento algum a tal título que possa aproveitar à Contribuinte para aplicação do art. 150, § 4º, do CTN; cumpre observar, inclusive, que tal montante de nenhuma forma se enquadra no conceito de rubrica, tratada na Súmula nº 99 do CARF; com efeito as rubricas são os elementos integradores da base de cálculo; Fl. 177DF CARF MF 4 o raciocínio acerca da regra decadencial aplicável deve se dar em cada contribuição previdenciária separadamente, sob pena de distorcer o entendimento do enunciado; considerando que os valores indicados como recolhimentos a título de segurados não podem ser utilizados como recolhimentos da exigência objeto dos autos e, ainda, que não há comprovante de pagamento das contribuições devidas pela empresa destinadas às terceiras entidades, logicamente não há pagamento algum que possa aproveitar à contribuinte para aplicação do art. 150, § 4º, do CTN, restando imperiosa a aplicação da regra inserta no art. 173, I, do CTN, para a contagem do prazo decadencial. Ao final, a Fazenda Nacional requer seja admitido e dado provimento ao Recurso Especial, reformandose a decisão recorrida. Cientificada, a Contribuinte quedouse silente (efls. 172/173). Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Não foram oferecidas Contrarrazões. Tratase do Debcad 37.266.5934, referente às Contribuições Previdenciárias a cargo da empresa destinadas a terceiros (Salário Educação, INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE), incidentes no total da remuneração paga ou creditada aos segurados empregados, no período de 09/2004 a 12/2005, conforme Relatório Fiscal de fls. 11 a 14. A ciência do lançamento ocorreu em 29/10/2010 (fl. 02). No acórdão recorrido, embora nas competências objeto da autuação não se tenha verificado recolhimento antecipado de Contribuições (Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados RADA de fls. 09 a 13), foi reconhecida a decadência até a competência 09/2005, mediante a aplicação do art. 150, § 4º, do CTN, com fundamento na Súmula CARF nº 99. A Fazenda Nacional, por sua vez, pleiteia que a decadência abarque apenas as competências até 11/2004, mediante a aplicação do art. 173, inciso I, do mesmo Código, defendendo a inaplicabilidade do citado enunciado, já que não se trata de diversidade de rubricas e sim de comprovação de pagamentos referentes a fato gerador diverso daquele que ensejou a autuação. Com efeito, os pagamentos efetuados pela Contribuinte exibem o código "2100 Empresas em Geral", que abarca os recolhimentos patronais da própria empresa. Quanto às Contribuições patronais destinadas a terceiros, como é o caso dos autos, o código é o "2119 Empresas em Geral Recolhimento exclusivo para Outras Entidades". Registrese que a própria Contribuinte, em seu Recurso Voluntários, defende a tese da desnecessidade de pagamento, para aplicação do art. 150, § 4º, do CTN, citando jurisprudência já ultrapassada, em face do entendimento esposado pelo STJ no REsp nº 973.733/SC, em sede de recurso repetitivo. E ao mencionar a existência de pagamento, em momento algum comprova que teria efetivamente recolhido Contribuições referentes a terceiros, objeto da autuação. Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10920.004174/201001 Acórdão n.º 9202007.946 CSRFT2 Fl. 177 5 Nesse contexto, assiste razão à Fazenda Nacional, ao asseverar a inaplicabilidade da Súmula CARF nº 99, conforme já decidiu reiteradamente o Colegiado, citandose o Acórdão nº 9202004.572, de 23/11/2016, cujo voto, da lavra da Ilustre Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, aqui colaciono como minhas razões de decidir: "Destacase que tendo o REsp nº 973.733/SC sido julgado sob a sistemática do Recurso Repetitivo deve este Conselho, por força do art. 62, §2º do seu Regimento Interno, reproduzir tal entendimento em seus julgados. Ocorre que, embora não haja mais dúvidas de que para se considerar a data do fato gerador como termo inicial da decadência é necessário verificar acerca da ocorrência de antecipação do pagamento do tributo, permanece sob debate qual seria a abrangência do termo 'pagamento' adotado por aquele Tribunal Superior. Em outras palavras, quais pagamentos realizados pelo contribuinte devem ser considerados para fins de aplicação do art. 150, §4º do CTN? No que tange as contribuições previdenciárias entendo que a resposta já foi construída por este Conselho quando da edição da Súmula CARF nº 99, que dispõe: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Embora a referida Súmula não seja aplicada ao caso pois a mesma contempla lançamento cujo objeto é cobrança da Contribuição Social incidente sobre pagamentos de salários tidos como indiretos o entendimento ali exposto é compatível com o caso em questão. Assim, a verificação da ocorrência de pagamento para fins de atração da regra o art. 150, §4º do CTN deve se dar pela análise de ter o contribuinte recolhido ao longo do período autuado contribuição previdenciária decorrente do mesmo fato gerador objeto do lançamento, ainda que os respectivos recolhimentos não se refiram propriamente aos fatos cujas hipóteses de incidência tenham sido questionadas pela fiscalização. Devese entender por 'mesmo fato gerador' as hipóteses de incidência que possuem identidade entre os critérios que compõem a respectiva regra matriz de incidência, ou seja, tributo previsto no mesmo dispositivo legal com coincidência de sujeito passivo e base de cálculo, ainda que esta última não tenha sido quantificada corretamente. No presente caso, conforme esclarecido ao longo do processo e afirmado pela própria Recorrente, pelo fato de esta se intitular Fl. 179DF CARF MF 6 entidade imune por obvio que não ocorreu o recolhimento das contribuições sociais quota patronal nos termos em que previsto no art. 22 da Lei nº 8.212/91 ora lançado. O que o Contribuinte afirma é que houve recolhimento na modalidade de retenção da contribuição social devida pelos segurados que lhe prestaram serviço, ou seja, recolhimento do tributo cujo fato gerador está descrito no art. 20 da mesma lei. No entender dessa Relatora o pagamento realizado com base no art. 20 da Lei nº 8.212/91 (parte segurado) não se aproveita para fins de aplicação do art. 150, §4º do CTN haja vista que o lançamento visa a cobrança da contribuição prevista no art. 22, da mesma lei." (grifei) Aplicandose a mesma lógica do julgado acima, não há como aproveitarse pagamentos relativos à Contribuição patronal (código 2100), para situação em que se exige a Contribuição relativa a terceiros (código 2119), de sorte que é inaplicável a Súmula CARF nº 99, restabelecendose a aplicação do art. 173, inciso II, do Código Tributário Nacional, considerandose como termo inicial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Assim, tendo em vista que o período do lançamento é de 09/2004 a 12/2005, e o Auto de Infração foi cientificado à Contribuinte em 29/10/2010 (fls. 26), operouse a decadência até a competência 11/2004, conforme apurouse na decisão de primeira instância. Diante do exposto, conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, doulhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 180DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.911010/2015-97
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 13 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2010
COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. NECESSÁRIA RETIFICAÇÃO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO ALEGADO. NÃO RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO.
Diante da não retificação da DCTF para retratar o valor alegado como correto e a ausência de elementos probatórios hábeis a comprovar o alegado pelo contribuinte, não se reconhece o direito creditório pleiteado.
Numero da decisão: 1302-003.678
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 12448.911014/2015-75, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ricardo Marozzi Gregorio, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
1.0 = *:*
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2010 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. NECESSÁRIA RETIFICAÇÃO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO ALEGADO. NÃO RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. Diante da não retificação da DCTF para retratar o valor alegado como correto e a ausência de elementos probatórios hábeis a comprovar o alegado pelo contribuinte, não se reconhece o direito creditório pleiteado.
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. NECESSÁRIA RETIFICAÇÃO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO ALEGADO. NÃO RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. Diante da não retificação da DCTF para retratar o valor alegado como correto e a ausência de elementos probatórios hábeis a comprovar o alegado pelo contribuinte, não se reconhece o direito creditório pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 12448.911014/201575, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ricardo Marozzi Gregorio, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 91 10 10 /2 01 5- 97 Fl. 98DF CARF MF Processo nº 12448.911010/201597 Acórdão n.º 1302003.678 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto por LUBRU CONSTRUÇÕES LTDA contra acórdão que indeferiu a manifestação de inconformidade. A empresa apresentou PER/DCOMP na qual pleiteia compensação de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior com débitos nela declarados. O despacho decisório proferido pela DRF/RJ1 não homologou a compensação porque identificou que o crédito havia sido integralmente utilizado para quitação dos débitos do contribuinte. Em sua manifestação de inconformidade, a empresa alegou, em síntese, que: o crédito utilizado para compensação advém de imposto pago mediante DARF, em que não foi deduzido o imposto retido na fonte, conforme informado em sua DIPJ; a multa isolada de 50% sobre o débito objeto da declaração de compensação não homologada é ilegal/inconstitucional; e ao final, pugna pela reforma da decisão, pela suspensão da exigibilidade do crédito principal e da multa, bem como protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito. A DRJ/Rio de Janeiro julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário onde repete os mesmos argumentos contidos na manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 99DF CARF MF Processo nº 12448.911010/201597 Acórdão n.º 1302003.678 S1C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302003.675, de 13/06/2019, proferido no julgamento do Processo nº 12448.911014/2015 75, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302003.675): O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Como relatado, a empresa não apresentou qualquer argumento para contestar os fundamentos da decisão recorrida. Apenas repetiu as razões já expostas na manifestação de inconformidade. Por concordar com o que foi prolatado na instância a quo, reproduzo os fundamentos daquela decisão, na parte que efetivamente apreciou as alegações contidas na manifestação de inconformidade, na esteira do que prevê o art. 57, § 3º, do RICARF: No caso dos autos, constatase, em consulta aos sistemas informatizados da RFB (fl. 66/67), que somente foi entregue pela interessada uma DCTF, original, que se encontra ativa e, de acordo com a referida Declaração, não há excesso de pagamento relativamente ao débito de IRPJ em questão. Ademais, não foram juntados aos autos documentos que comprovem o erro no preenchimento da DCTF e no valor recolhido aos cofres públicos. E, em se tratando de dedução de IRRF tal como alega a interessada, seriam imprescindíveis, além da juntada de cópia de livros fiscais / contábeis, a exibição de comprovantes de retenção emitidos em seu nome pelas fontes pagadoras dos rendimentos, nos termos do art. 55 da Lei nº 7.450/1985, e, ainda, a comprovação da tributação das receitas correspondentes, a teor do que dispõe o inciso III do art. 231 do Decreto nº 3000/1999 (RIR/1999). Somente para argumentar, cumpre registrar que, conforme Relatório extraído do Sistema DIRF/RFB (fl. 68), foi apresentada DIRF apenas com código de receita 1708 e não com código de receita 6256 tal como declarado pela interessada na Ficha 57 – Demonstrativo do Imposto de Renda, CSLL e Contribuição Previdenciária Retidos na Fonte da DIPJ 2011 (fl. 52). Fl. 100DF CARF MF Processo nº 12448.911010/201597 Acórdão n.º 1302003.678 S1C3T2 Fl. 5 4 Deixase de apreciar as arguições acerca da inaplicabilidade da multa com fundamento no § 18, do artigo 74, da Lei nº 9.430/1996, e inciso I, § 1º do artigo 45, da IN RFB nº 1300/2012, por não versar o caso dos autos sobre tal exigência. Por fim, no que tange à pretensão da interessada de que as intimações relativas ao presente processo sejam encaminhadas ao endereço de seu patrono, esta não merece acolhida por falta de previsão legal, pois, nos termos do art. 23, II e § 4º, do Decreto nº 70.235/1972, que regula o Processo Administrativo Fiscal, as mesmas devem ser enviadas ao domicílio fiscal do sujeito passivo. À vista de todo o exposto, considerando que os fundamentos do Despacho Decisório nº de rastreamento 108892329 são coerentes com a DCTF apresentada pela interessada e considerando, ainda, que não foi comprovado o erro alegado na manifestação de inconformidade, momento propício para contraditar, concluo pela ausência de liquidez e certeza do crédito que é objeto do presente. Pelo exposto, oriento meu voto no sentido negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 101DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.011718/2007-80
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jul 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005
CESSÃO DE CRÉDITOS DE ICMS ACUMULADOS DECORRENTES DE EXPORTAÇÕES. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO, POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL VINCULANTE, NA FORMA REGIMENTAL.
Havendo decisão definitiva do STF, com repercussão geral (RE nº 606.107/RS), no sentido da não-incidência da Contribuição para o PIS e da Cofins na cessão onerosa para terceiros de créditos de ICMS acumulados, originados de operações de exportação, ela deverá ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, por força regimental, para fatos geradores anteriores à produção de efeitos da Lei nº 11.945/2009, que expressamente previu a sua exclusão da base de cálculo.
CONCEITO DE INSUMO PARA FINS DE APURAÇÃO DE CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU DA RELEVÂNCIA.
Conforme decidido pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial 1.221.170/PR, interpretado pelo Parecer Normativo Cosit/RFB nº 05/2018, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda.
MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS, VEÍCULOS, GERADORES. DIREITO A CRÉDITO.
Geram direito a crédito os custos/despesas com serviços de manutenção de máquinas, veículos e geradores (ativo imobilizado do parque industrial).
RECURSO ESPECIAL. REQUISITO. DEMONSTRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO INTERPRETADA DE MODO DIVERGENTE. FUNDAMENTOS LEGAIS DISTINTOS. NÃO CONHECIMENTO.
Nos termos do art. 67, § 1º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, não será conhecido o recurso que não demonstrar a legislação tributária interpretada de forma divergente pelos acórdãos recorrido e paradigmas, o que se mostra descabido se os fundamentos legais que embasaram as decisões confrontadas são distintos.
GASTOS COM MATERIAIS PARA MANUTENÇÃO DO PRÉDIO UTILIZADO DA ATIVIDADE DA EMPRESA. CREDITAMENTO. POSSIBILIDADE.
Geram direito a crédito as despesas com a manutenção do prédio, em se tratando de benfeitoria necessária em imóvel utilizado na atividade da empresa.
DESPESAS COM FRETE DE PEÇAS EM GARANTIA. INEXISTÊNCIA DO DIREITO AO CREDITAMENTO, SOMENTE PREVISTO PARA O CASO DE PRODUTOS ACABADOS PARA VENDA.
Dão direito ao crédito as despesas relativas ao frete na operação de venda, mas do produto fabricado, e não das peças que venham a ser enviadas a título de garantia.
Numero da decisão: 9303-008.462
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial para restabelecer a glosa dos produtos adquiridos para recebimento futuro, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe deram provimento parcial em maior extensão.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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camara_s : 3ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 CESSÃO DE CRÉDITOS DE ICMS ACUMULADOS DECORRENTES DE EXPORTAÇÕES. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO, POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL VINCULANTE, NA FORMA REGIMENTAL. Havendo decisão definitiva do STF, com repercussão geral (RE nº 606.107/RS), no sentido da não-incidência da Contribuição para o PIS e da Cofins na cessão onerosa para terceiros de créditos de ICMS acumulados, originados de operações de exportação, ela deverá ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, por força regimental, para fatos geradores anteriores à produção de efeitos da Lei nº 11.945/2009, que expressamente previu a sua exclusão da base de cálculo. CONCEITO DE INSUMO PARA FINS DE APURAÇÃO DE CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU DA RELEVÂNCIA. Conforme decidido pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial 1.221.170/PR, interpretado pelo Parecer Normativo Cosit/RFB nº 05/2018, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda. MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS, VEÍCULOS, GERADORES. DIREITO A CRÉDITO. Geram direito a crédito os custos/despesas com serviços de manutenção de máquinas, veículos e geradores (ativo imobilizado do parque industrial). RECURSO ESPECIAL. REQUISITO. DEMONSTRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO INTERPRETADA DE MODO DIVERGENTE. FUNDAMENTOS LEGAIS DISTINTOS. NÃO CONHECIMENTO. Nos termos do art. 67, § 1º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, não será conhecido o recurso que não demonstrar a legislação tributária interpretada de forma divergente pelos acórdãos recorrido e paradigmas, o que se mostra descabido se os fundamentos legais que embasaram as decisões confrontadas são distintos. GASTOS COM MATERIAIS PARA MANUTENÇÃO DO PRÉDIO UTILIZADO DA ATIVIDADE DA EMPRESA. CREDITAMENTO. POSSIBILIDADE. Geram direito a crédito as despesas com a manutenção do prédio, em se tratando de benfeitoria necessária em imóvel utilizado na atividade da empresa. DESPESAS COM FRETE DE PEÇAS EM GARANTIA. INEXISTÊNCIA DO DIREITO AO CREDITAMENTO, SOMENTE PREVISTO PARA O CASO DE PRODUTOS ACABADOS PARA VENDA. Dão direito ao crédito as despesas relativas ao frete na operação de venda, mas do produto fabricado, e não das peças que venham a ser enviadas a título de garantia.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 CESSÃO DE CRÉDITOS DE ICMS ACUMULADOS DECORRENTES DE EXPORTAÇÕES. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO, POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL VINCULANTE, NA FORMA REGIMENTAL. Havendo decisão definitiva do STF, com repercussão geral (RE nº 606.107/RS), no sentido da nãoincidência da Contribuição para o PIS e da Cofins na cessão onerosa para terceiros de créditos de ICMS acumulados, originados de operações de exportação, ela deverá ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, por força regimental, para fatos geradores anteriores à produção de efeitos da Lei nº 11.945/2009, que expressamente previu a sua exclusão da base de cálculo. CONCEITO DE INSUMO PARA FINS DE APURAÇÃO DE CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU DA RELEVÂNCIA. Conforme decidido pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial 1.221.170/PR, interpretado pelo Parecer Normativo Cosit/RFB nº 05/2018, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda. MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS, VEÍCULOS, GERADORES. DIREITO A CRÉDITO. Geram direito a crédito os custos/despesas com serviços de manutenção de máquinas, veículos e geradores (ativo imobilizado do parque industrial). RECURSO ESPECIAL. REQUISITO. DEMONSTRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO INTERPRETADA DE MODO DIVERGENTE. FUNDAMENTOS LEGAIS DISTINTOS. NÃO CONHECIMENTO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 17 18 /2 00 7- 80 Fl. 660DF CARF MF Processo nº 11080.011718/200780 Acórdão n.º 9303008.462 CSRFT3 Fl. 661 2 Nos termos do art. 67, § 1º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, não será conhecido o recurso que não demonstrar a legislação tributária interpretada de forma divergente pelos acórdãos recorrido e paradigmas, o que se mostra descabido se os fundamentos legais que embasaram as decisões confrontadas são distintos. GASTOS COM MATERIAIS PARA MANUTENÇÃO DO PRÉDIO UTILIZADO DA ATIVIDADE DA EMPRESA. CREDITAMENTO. POSSIBILIDADE. Geram direito a crédito as despesas com a manutenção do prédio, em se tratando de benfeitoria necessária em imóvel utilizado na atividade da empresa. DESPESAS COM FRETE DE PEÇAS EM GARANTIA. INEXISTÊNCIA DO DIREITO AO CREDITAMENTO, SOMENTE PREVISTO PARA O CASO DE PRODUTOS ACABADOS PARA VENDA. Dão direito ao crédito as despesas relativas ao frete na operação de venda, mas do produto fabricado, e não das peças que venham a ser enviadas a título de garantia. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial para restabelecer a glosa dos produtos adquiridos para recebimento futuro, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe deram provimento parcial em maior extensão. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional (fls. 015 a 037), contra o Acórdão 340100.622, proferido pela 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Sejul do CARF (fls. 001 a 009), sob a seguinte ementa (no que interessa à discussão): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS (*) Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 Fl. 661DF CARF MF Processo nº 11080.011718/200780 Acórdão n.º 9303008.462 CSRFT3 Fl. 662 3 BASE DE CÁLCULO DA COFINS NÃOCUMULATIVA. RECEITA DA CESSÃO DE CRÉDITO DO ICMS. Somente as receitas operacionais compõem a base de cálculo da COFINS nãocumulativa, sendo assim, o valor auferido com a cessão crédito do ICMS não compõe a base de cálculo dessa contribuição, por se tratar de receita não operacional. CRÉDITO DA COFINS NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE BENS PARA MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS. A aquisição de produto para manutenção de máquinas utilizadas na atividade da empresa gera crédito da COFINS não cumulativa por ser essencial ao cumprimento do seu objeto social. MANUTENÇÃO DO PRÉDIO GERA CRÉDITO DA COFINS NÃOCUMULATIVA. Em razão da disposição do art. 3º, inciso VII c/c inciso I, art 15, ambos da Lei nº 10.833/03, os gastos com manutenção do prédio onde ocorre o processo de produção geram crédito da COFINS nãocumulativa, por se tratar de benfeitoria. CRÉDITO DA COFINS NÃOCUMULATIVA. CUSTO DO FRETE DE PRODUTO EM GARANTIA. A assistência feita ao produto em garantia faz parte do processo de venda, portanto, o frete do produto em garantia, quando suportado pelo sujeito passivo da COFINS, gera crédito da COFINS nãocumulativa. CRÉDITO DA COFINS NÃOCUMULATIVA. COMPRA PARA RECEBIMENTO FUTURO. As compras para recebimento futuro, desde que seja de insumos essenciais ao processo de produção e já estejam pagas, geram crédito da COFINS nãocumulativa. (*) O Pedido de Ressarcimento (fls. 345 a 347) é de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep. No seu Recurso Especial, ao qual foi dado seguimento (fls. 140 e 141), a PGFN defende (i) a incidência da contribuição sobre as cessões onerosas de créditos do ICMS; (ii) a aplicação, para a definição do conceito de insumo passível de creditamento, da legislação do IPI, contestando – como se pode depreender da Ementa transcrita – especificamente “as despesas com materiais para manutenção de máquinas, do prédio, para o frete de produtos em garantia e com compras para recebimento futuro como insumos”. O contribuinte não apresentou Contrarrazões. É o Relatório. Fl. 662DF CARF MF Processo nº 11080.011718/200780 Acórdão n.º 9303008.462 CSRFT3 Fl. 663 4 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator Segmentemos os assuntos: 1) Incidência da contribuição sobre a cessão onerosa de créditos do ICMS acumulados originados de operações de exportação. Preenchidos todos os requisitos e respeitadas as formalidades regimentais, conheço do Recurso Especial, no que tange e este primeiro tema em discussão. No mérito, para períodos anteriores à eficácia da Lei nº 11.945/2009 – que incluiu o inciso VII no § 3º do art. 1º da Lei nº 10.637/2002, determinando que não integram a base de cálculo da contribuição as receitas decorrentes de transferências onerosas a outros contribuintes do ICMS de créditos desta natureza –, o tema não é mais passível de discussão no CARF, haja vista que o Supremo Tribunal Federal já decidiu a questão posta, com repercussão geral (portanto, vinculante, por força regimental), no julgamento do RE nº 606.107/RS: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO INCIDÊNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. EMPRESA EXPORTADORA. CRÉDITOS DE ICMS TRANSFERIDOS A TERCEIROS. I Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestarlhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima efetividade. (...) VI O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o exterior não gera receita tributável. Cuidase de mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS, assegurada expressamente pelo art. 155, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal. VII Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditarse do ICMS anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior (art. 25, § 1º, da LC 87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito em função da exportação, além de vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus econômico do ICMS, as verbas respectivas qualificamse como decorrentes da exportação para efeito da imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal. VIII Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por Fl. 663DF CARF MF Processo nº 11080.011718/200780 Acórdão n.º 9303008.462 CSRFT3 Fl. 664 5 empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. (...) Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicandose aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543B, § 3º, do CPC. Registrese ainda, a título de observação, que, na forma da Lei nº 10.522/2002, art. 19, § 5º, com a redação dada pelo art. 21 da Lei nº 12.844/2013, também estão vinculadas a este entendimento as Delegacias de Julgamento e as Unidades de Origem da RFB, com a manifestação da PGFN na Nota transcrita parcialmente a seguir, no que interessa a esta discussão: NOTA /PGFN/CRJ/Nº 1.486/2013 (...) 2. Em razão de os referidos julgados terem repercussão na esfera administrativa e requerer atuação efetiva da RFB, e em observância do que foi definido na Nota PGFN/CRJ nº 1114/2012, que cumpre o disposto no Parecer PGFN/CDA nº 2025/2011, estas CRJ examina, infra, os itens referidos no parágrafo anterior, realizando a delimitação do tema ali tratado, nos seguintes termos: (...) 98 – RE 606.107/RS (...) Resumo: não incide PIS e COFINS sobre a cessão a terceiros do crédito presumido do ICMS decorrente de exportação. Data da inclusão:13/12/2013 DELIMITAÇÃO DA MATÉRIA DECIDIDA: as verbas referentes à cessão a terceiro de crédito presumido do ICMS decorrente de exportação não constituem base para incidência do PIS e da COFINS. 2) Conceito de Insumo. Os primeiros dois paradigmas trazidos pela PGFN, tratam do conceito de insumos e deve ser conhecido. Assim, conheço do Recurso Especial, também no que tange a esta matéria. Já, no que tange à aquisição de produtos para manutenção de máquinas utilizadas na atividade da empresa, temos que levar a discussão mais adiante. Como há tempo já o tem feito, de forma majoritária, o CARF, aqui não se adota o conceito do IPI, tampouco o do IRPJ, mas sim, um intermediário, hoje consagrado e melhor delineado – ainda que não seja possível, à vista da legislação posta, se chegar a um grau de determinação “cartesiano” – nas mais recentes decisões do STJ (mais especificamente, no Fl. 664DF CARF MF Processo nº 11080.011718/200780 Acórdão n.º 9303008.462 CSRFT3 Fl. 665 6 REsp nº 1.221.170/PR), que levaram inclusive a que a PGFN e a RFB editassem normas interpretativas, para elas vinculantes, quais sejam, a Nota SEI nº 63/2018/CRJ/PGACET/PGFNMF e o Parecer Normativo Cosit/RFB nº 05/2018, sendo que transcrevo a ementa deste: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COFINS. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. DEFINIÇÃO ESTABELECIDA NO RESP 1.221.170/PR. ANÁLISE E APLICAÇÕES. Conforme estabelecido pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.221.170/PR, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica. Consoante a tese acordada na decisão judicial em comento: a) o "critério da essencialidade diz com o item do qual dependa, intrínseca e fundamentalmente, o produto ou o serviço": a.1) "constituindo elemento estrutural e inseparável do processo produtivo ou da execução do serviço"; a.2) "ou, quando menos, a sua falta lhes prive de qualidade, quantidade e/ou suficiência"; b) já o critério da relevância "é identificável no item cuja finalidade, embora não indispensável à elaboração do próprio produto ou à prestação do serviço, integre o processo de produção, seja": b.1) "pelas singularidades de cada cadeia produtiva"; b.2) "por imposição legal". Dispositivos Legais. Lei n° 10.637, de 2002, art. 3°, inciso II; Lei n° 10.833, de 2003, art. 3°, inciso II. E no próprio Parecer Normativo é reconhecido o direito ao crédito sobre os bens em discussão: 89. Assim, impende reconhecer que são considerados insumos geradores de créditos das contribuições os bens e serviços adquiridos e utilizados na manutenção de bens do ativo imobilizado da pessoa jurídica responsáveis por qualquer etapa do processo de produção de bens destinados à venda e de prestação de serviço. Despesas com as aquisições de materiais para manutenção de prédios. Apesar de o assunto ser tratado de maneira tão genérica ao longo de todo o Processo, como não cabe a esta instância perquirir matéria de fato e o Acórdão recorrido afirma Fl. 665DF CARF MF Processo nº 11080.011718/200780 Acórdão n.º 9303008.462 CSRFT3 Fl. 666 7 que se tratam de benfeitorias necessárias em imóvel utilizados na atividade da empresa, há que se reconhecer o direito ao crédito. Despesas com frete de peças enviadas em garantia; Como já visto, a lei prevê o creditamento relativo às despesas com frete na operação de venda. À vista do exposto, voto por conhecer do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, por darlhe provimento parcial, tão somente, para restabelecer a glosa dos produtos adquiridos para recebimento futuro. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 666DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10805.722473/2011-11
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2010, 2011
DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA. NULIDADE CARACTERIZADA. CONVENIÊNCIA DE EVITAR-SE ALEGAÇÃO DE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
A decisão de 1ª instância deve referir-se expressamente às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências (art. 31 do Decreto 70.235/1992). Anula-se a decisão recorrida que decidiu por fundamentos estranhos aos autos e principalmente à impugnação do sujeito passivo, para que outra seja proferida na boa e devida forma, para evitar-se cerceamento ao direito de defesa da parte por supressão de instância.
Numero da decisão: 3001-000.804
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em acatar a preliminar suscitada no recurso, para anular a decisão recorrida que decidiu por fundamentos estranhos aos autos e principalmente à impugnação do sujeito passivo, para que outra seja proferida na boa e devida forma, para se evitar o cerceamento ao direito de defesa da parte, por supressão de instância.
(assinado digitalmente)
Marcos Roberto da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Francisco Martins Leite Cavalcante - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Roberto da Silva, Francisco Martins Leite Cavalcante e Luis Felipe de Barros Reche.
Nome do relator: FRANCISCO MARTINS LEITE CAVALCANTE
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2010, 2011 DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA. NULIDADE CARACTERIZADA. CONVENIÊNCIA DE EVITAR-SE ALEGAÇÃO DE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. A decisão de 1ª instância deve referir-se expressamente às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências (art. 31 do Decreto 70.235/1992). Anula-se a decisão recorrida que decidiu por fundamentos estranhos aos autos e principalmente à impugnação do sujeito passivo, para que outra seja proferida na boa e devida forma, para evitar-se cerceamento ao direito de defesa da parte por supressão de instância.
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MULTA POR ATRASO. Recorrente FABIO ROBERTO PEREIRA SOCIEDADE DE ADVOGADOS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2010, 2011 DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA. NULIDADE CARACTERIZADA. CONVENIÊNCIA DE EVITARSE ALEGAÇÃO DE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. A decisão de 1ª instância deve referirse expressamente às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências (art. 31 do Decreto 70.235/1992). Anulase a decisão recorrida que decidiu por fundamentos estranhos aos autos e principalmente à impugnação do sujeito passivo, para que outra seja proferida na boa e devida forma, para evitarse cerceamento ao direito de defesa da parte por supressão de instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em acatar a preliminar suscitada no recurso, para anular a decisão recorrida que decidiu por fundamentos estranhos aos autos e principalmente à impugnação do sujeito passivo, para que outra seja proferida na boa e devida forma, para se evitar o cerceamento ao direito de defesa da parte, por supressão de instância. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Francisco Martins Leite Cavalcante Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Roberto da Silva, Francisco Martins Leite Cavalcante e Luis Felipe de Barros Reche. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 72 24 73 /2 01 1- 11 Fl. 138DF CARF MF 2 Relatório Versa o processo sobre Notificações de Lançamento referente aos períodos de janeiro a dezembro de 2010 e janeiro, fevereiro e março de 2011, cujos DACON teriam sido entregues fora dos prazos legais, imputandose ao contribuinte multa de R$ 7.500,00. Impugnando a exigência (fls. 3/8), o recorrente insurgiuse contra a autuação ao fundamento básico de que, por não ter nenhuma guia com valor superior a R$ 10.000,00, estaria dispensada da exibição do DACON, nos termos do art. 3º, inciso II, da IN/SRF nº 1015/2010, verbis. Art. 3º. Estão dispensados de apresentação do Dacon: ..............................................(omissis)........................................... II as pessoas jurídicas imunes e isentas do IRPJ, cuja soma dos valores mensais da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apuradas seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), observado o disposto no § 5º. Fez juntada de diversos documentos para comprovar que não há qualquer contribuição informada que atinja o valor de R$ 10.000,00 (fls. 20/50), e finalmente pugnou pela insubsistência e improcedência da exigência fiscal (fls. 7/8). A autoridade recorrida manteve a autuação ao fundamento básico de que o contribuinte não carreou para os autos elementos capazes de comprovar a alegada inatividade, e arremata (fls. 94), verbis. Ao contrário, os sistemas da RFB, especialmente o relativo a DIRF, demonstram que o Impugnante sofreu atividade financeira no curso do período objeto das notificações, de forma a não se enquadrar na conceituação de inatividade descrita no normativo acima reproduzido. Tanto em 2010 quanto em 2011, o Impugnante figura como beneficiário de rendimentos tributáveis pelo IRRF, seja sob o código 1708 ou 5952. Assim, ante a ausência de demais elementos, verificase a suficiência de elementos comprovadores da prática infratora no período, não havendo, portanto, como excluir do Impugnante a conduta ou penalidade. Desta forma, VOTO por julgar improcedente a impugnação, mantendo integralmente a penalidade imposta. O contribuinte foi cientificado do teor do v. Acórdão recorrido em 29 de novembro de 2012 (fls. 108 e 110) e ingressou com recurso voluntário em 07 de dezembro do mesmo ano (fls. 114/120), reiterando suas razões impugnatórias e acrescentando que: (1) o acórdão recorrido não se atentou para as razões da impugnação, "pois coloca que a impugnante alegou dispensa da obrigação por inatividade"; (2) suas razões não trataram de inatividade e sim "dispensa pelo VALOR das contribuições não atingirem o importe de R$ 10.000,00, nos termos do art. 3º, II, da IN/são atingirem o importe de R$ 10.000,00, nos termos do art. 3º, II, da IN/SRF 1015/10. Ou seja, tratase de imunidade e não de inatividade, devendo o acórdão ser Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10805.722473/201111 Acórdão n.º 3001000.804 S3C0T1 Fl. 3 3 reformado em seu inteiro teor"; que a empresa recorrente está dispensada de emitir e entregar os Dacon; e conclui (fls. 119), verbis. a) A relatora entendeu que a Impugnante não trouxe elementos de que fosse beneficiado da dispensa da entrega da Dacon, inclusive proferindo relatório discrepante da Impugnação, pois em nenhum momento se falou em inatividade, mas sim dispensa e imunidades nos termos no art. 3, II da IN SRF 1015/10. Outrossim, conforme guias pagas do PIS er Cofins, todas são de valores inferiores a exigência legal, o que se requer o reconhecimento por esse Recurso. b) Assim, não há que se falar em dever de entrega da Dacon, nos termos no artigo 3, II da IN SRF 1015/10. c) Por fim, dispensada da entrega da dacon, indevida a multa por atraso na entrega da mesma. Finalmente, requer o provimento do recurso com a completa anulação do referido lançamento e,se este não for o entendimento deste I. conselho, quer que lhe seja facultado o pagamento da multa com 50% de desconto para pagamento até o vencimento, considerandose a data da decisão do Recurso, ou com 40% de desconto em caso de pedido de parcelamento nos termos do art. 6º da Lei 8.218/91. É o relatório. Voto Conselheiro Francisco Martns Leite Cavalcante Relator Como demonstrado no relatório, o recurso é tempestivo e está assinado pelo próprio Fábio Roberto Pereira, pelo que dele tomo conhecimento. Como se verifica da transcrição parcial do v. Acórdão recorrido, os fundamentos adotados por sua ilustre prolatora, está em descompanso com os fundamentos da impugnação. Com efeito, a alegação do sujeito passivo é de que goza da dispensa de apresentar Dacon nos termos do inciso II, art. 3º, da Instrução Normativa SRF/Nº 1.015, de 05 de março de 2010, na medida em que nenhuma de suas guias de contribuição ultrapassam o valor de R$ 10.000,00. Entretanto, o v. Acórdão guerreado fundamentouse em hipótese diferente, ou seja, que a impugnante, ora recorrente, teria alegado que estava inativa no período, como restou expresso no relatório da mencionada decisão (fls. 93), verbis. Inconformado com a exigência, o Contribuinte impugnou o lançamento, sob a alegação, em breve síntese, de não ser obrigado ao cumprimento da obrigação acessória no período, em razão da inatividade da empresa. Busca o cancelamento da autuação (Destaque nosso). Fl. 140DF CARF MF 4 A transcrição dos §§ 2º e 3º da já referenciada Instrução Normativa SRF/nº 1.015/2005, também demonstra a certeza de que o enfoque do acórdão foi a INATIVIDADE da impugnanterecorrente. Determina o art. 31 do Decreto nº 70.235/1972 que as decisões de 1ª instância conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, "devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências" (Destacamos). Verificase que, de fato, a decisão recorrida não se referiu e nem analisou as razões de defesa suscitadas pelo impugnante, ora recorrente, afrontandose, assim, o sagrado e constitucional direito de defesa da parte. De outra parte, a lógica processual não permite que se aprecie o recurso do recorrente nas condições atuais, por que isto poderá acarretar a supressão de instância, prática vedada pelo ordenamento jurídicotributário em vigor. Diante do exposto, VOTO no sentido de tomar conhecimento do Recurso Voluntário do contribuinte para, acatando a preliminar suscitada pela empresa, anular a decisão recorrida, devolvendose os autos à DRJ de CampinasSão Paulo, para que outra seja proferida na boa e devida forma, enfrentando os argumentos efetivamente sustentados pelo contribuinte na impugnação (fls. 3/8), ou seja, que a empresa está dispensada de emitir e entregar os DACON por força do disposto no inciso II, art. 3º, da IN/SRF nº 1.015/2005. (assinado digitalmente) Francisco Martins Leite Cavalcante Relator Fl. 141DF CARF MF
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Numero do processo: 10935.907005/2011-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 15 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/01/2001 a 01/01/2002
ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS).
O montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição é o valor mensal do ICMS a recolher, conforme Solução de Consulta Interna nº13 Cosit, de 18 de outubro de 2018, interpretando entendimento firmado no julgamento do Recurso Extraordinário nº 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal.
Numero da decisão: 3302-007.174
Decisão:
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para excluir o valor do ICMS a recolher da base de cálculo das contribuições e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para análise do crédito apurada pela Recorrente. Vencido o Conselheiro José Renato Pereira de Deus que excluía o valor do ICMS destacado nas notas fiscais.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator e Presidente Substituto
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Denise Madalena Green.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2001 a 01/01/2002 ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS). O montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição é o valor mensal do ICMS a recolher, conforme Solução de Consulta Interna nº13 Cosit, de 18 de outubro de 2018, interpretando entendimento firmado no julgamento do Recurso Extraordinário nº 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para excluir o valor do ICMS a recolher da base de cálculo das contribuições e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para análise do crédito apurada pela Recorrente. Vencido o Conselheiro José Renato Pereira de Deus que excluía o valor do ICMS destacado nas notas fiscais. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator e Presidente Substituto Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Denise Madalena Green.
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EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS). O montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição é o valor mensal do ICMS a recolher, conforme Solução de Consulta Interna nº13 Cosit, de 18 de outubro de 2018, interpretando entendimento firmado no julgamento do Recurso Extraordinário nº 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para excluir o valor do ICMS a recolher da base de cálculo das contribuições e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para análise do crédito apurada pela Recorrente. Vencido o Conselheiro José Renato Pereira de Deus que excluía o valor do ICMS destacado nas notas fiscais. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator e Presidente Substituto Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Denise Madalena Green. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 70 05 /2 01 1- 39 Fl. 91DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3302-007.174 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10935.907005/2011-39 Relatório Trata-se de recurso voluntário interposto contra decisão que julgou improcedente a manifestação de inconformidade e manteve integralmente o despacho decisório que indeferiu o pedido de restituição objeto dos autos. Na decisão proferida pela DRJ, foi consignado, inicialmente, que o julgador da esfera administrativa deve limitar-se a aplicar a legislação vigente, restando, por disposição constitucional, ao Poder Judiciário a competência para apreciar inconformismos relativos à sua validade ou constitucionalidade. A decisão recorrida considera ainda que, inexistindo o direito creditório informado no PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. Em essência, o colegiado de piso julgou incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS ou da Cofins, pois aludido valor seria parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário, o que não consta ser o caso da interessada. Irresignada, a recorrente apresentou Recurso Voluntário, onde sustenta que a decisão recorrida não deve ser mantida, posto que seu crédito é oriundo da indevida inclusão do valor do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins. É relatório. Fl. 92DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3302-007.174 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10935.907005/2011-39 Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão 3302- 007.164, de 22 de maio de 2019, proferido no julgamento do processo 10935.906995/2011-98, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevem-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3302-007.164): O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Conforme exposto anteriormente, a demanda cinge-se na análise quanto a possibilidade de não incluir o ICMS na base de cálculo da. A respeito da inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, é de conhecimento notório que o Plenário do Supremo Tribunal Federal no RE 574.706, com repercussão geral reconhecida, decidiu que o ICMS não integra a base de cálculo das famigeradas contribuições. Contra a decisão proferida no RE 574.706, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional opôs embargos declaratórios da decisão, pleiteando a modulação temporal dos seus efeitos e realizou outros questionamentos, em especial, se o valor a ser excluído é somente aquele relacionado ao arrecadado a título de ICMS e/ou se o valor a ser excluído da base de cálculo abrange, além do arrecadado, aquele destacado em Notas Fiscais de Saída, sendo que referidos questionamentos aguardam sua análise e julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Entretanto, em que se pese inexistir trânsito em julgado da decisão proferida pela Suprema Corte, entendo que se tornou definitiva a matéria quanto ao direito do contribuinte ao menos de excluir da base de cálculo do PIS/COFINS a parcela do ICMS pago ou a recolher, restando àquela Corte apenas decidir se o direito de exclusão será concedido em maior extensão, abrangendo, além do arrecadado, aquele destacado em Notas Fiscais de Saída. A respeito do direito do contribuinte excluir da base de cálculo do PIS/COFINS a parcela do ICMS pago ou a recolher, matéria está incontroversa no RE 574.706, temos a Solução de Consulta Interna nº 13 - Cosit, de 18 de outubro de 2018, emitida nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CALCULO DA CONTRIBUIÇÃO. Para fins de cumprimento das decisões judiciais transitadas em julgado que versem sobre a exclusão do ICMS da base de calculo da Contribuição para o PIS/Pasep, no regime cumulativo ou não cumulativo de apuração, devem ser observados os seguintes procedimentos: a) o montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição e o valor mensal do ICMS a recolher, conforme o entendimento majoritário firmado no julgamento do Recurso Extraordinário no 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal; b) considerando que na determinação da Contribuição para o PIS/Pasep do período a pessoa jurídica apura e escritura de forma segregada cada base de Fl. 93DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 3302-007.174 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10935.907005/2011-39 cálculo mensal, conforme o Código de Situação tributária (CST) previsto na legislação da contribuição, faz-se necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a recolher, para fins de se identificar a parcela do ICMS a se excluir em cada uma das bases de calculo mensal da contribuição; c) a referida segregação do ICMS mensal a recolher, para fins de exclusão do valor proporcional do ICMS, em cada uma das bases de calculo da contribuição, será determinada com base na relacao percentual existente entre a receita bruta referente a cada um dos tratamentos tributários (CST) da contribuição e a receita bruta total, auferidas em cada mês; d) para fins de proceder ao levantamento dos valores de ICMS a recolher, apurados e escriturados pela pessoa jurídica, devem-se preferencialmente considerar os valores escriturados por esta, na escrituração fiscal digital do ICMS e do IPI (EFD-ICMS/IPI), transmitida mensalmente por cada um dos seus estabelecimentos, sujeitos a apuração do referido imposto; e e) no caso de a pessoa juridica estar dispensada da escrituracao do ICMS, na EFD-ICMS/IPI, em algum(uns) do(s) período(s) abrangidos pela decisão judicial com transito em julgado, poderá ela alternativamente comprovar os valores do ICMS a recolher, mês a mês, com base nas guias de recolhimento do referido imposto, atestando o seu recolhimento, ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher, definidos pelas Unidades da Federação com jurisdição em cada um dos seus estabelecimentos. Dispositivos Legais: Lei no 9.715, de 1998, art. 2o; Lei no 9.718, de 1998, arts. 2o e 3o; Lei no 10.637, de 2002, arts. 1o, 2o e 8o; Decreto no 6.022, de 2007; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.009, de 2009; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.252, de 2012; Convenio ICMS no 143, de 2006; Ato COTEPE/ICMS no 9, de 2008; Protocolo ICMS no 77, de 2008. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CALCULO DA CONTRIBUIÇÃO. Para fins de cumprimento das decisões judiciais transitadas em julgado que versem sobre a exclusão do ICMS da base de calculo da Cofins, no regime cumulativo ou não cumulativo de apuração, devem ser observados os seguintes procedimentos: a) o montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição e o valor mensal do ICMS a recolher, conforme o entendimento majoritário firmado no julgamento do Recurso Extraordinário no 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal; b) considerando que na determinação da Cofins do período a pessoa jurídica apura e escritura de forma segregada cada base de calculo mensal, conforme o Código de Situação tributaria (CST) previsto na legislação da contribuição, faz- se necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a recolher, para fins de se identificar a parcela do ICMS a se excluir em cada uma das bases de calculo mensal da contribuição; c) a referida segregação do ICMS mensal a recolher, para fins de exclusão do valor proporcional do ICMS, em cada uma das bases de calculo da contribuição, será determinada com base na relação percentual existente entre a receita bruta referente a cada um dos tratamentos tributários (CST) da contribuição e a receita bruta total, auferidas em cada mês; d) para fins de proceder ao levantamento dos valores de ICMS a recolher, apurados e escriturados pela pessoa jurídica, devem-se preferencialmente considerar os valores escriturados por esta, na escrituração fiscal digital do Fl. 94DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 3302-007.174 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10935.907005/2011-39 ICMS e do IPI (EFD-ICMS/IPI), transmitida mensalmente por cada um dos seus estabelecimentos, sujeitos a apuração do referido imposto; e e) no caso de a pessoa jurídica estar dispensada da escrituração do ICMS, na EFD-ICMS/IPI, em algum(uns) do(s) período(s) abrangidos pela decisão judicial com transito em julgado, poderá ela alternativamente comprovar os valores do ICMS a recolher, mês a mês, com base nas guias de recolhimento do referido imposto, atestando o seu recolhimento, ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher, definidos pelas Unidades da Federação com jurisdição em cada um dos seus estabelecimentos. Dispositivos Legais: Lei no 9.718, de 1998, arts. 2o e 3o; Lei no 10.833, de 2003, arts. 1o, 2o e 10; Decreto no 6.022, de 2007; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.009, de 2009; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.252, de 2012; Convenio ICMS no 143, de 2006; Ato COTEPE/ICMS no 9, de 2008; Protocolo ICMS no 77, de 2008. Neste cenário, entendo que o montante a ser excluído da(s) base(s) de calculo da Contribuicao para o PIS/Pasep e da Cofins é o valor mensal do ICMS a recolher. Diante do exposto, dou provimento parcial ao recurso voluntário para excluir o valor do ICMS a recolher da base de cálculo das contribuições e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para análise do crédito apurada pela Recorrente. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a decisão no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicando-se a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para excluir o valor do ICMS a recolher da base de cálculo das contribuições e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para análise do crédito apurada pela Recorrente. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator Fl. 95DF CARF MF
score : 1.0
