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Numero do processo: 10120.723741/2012-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Apr 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Data do fato gerador: 31/03/2008, 31/12/2008, 31/12/2009
CONSTITUIÇÃO DE ÁGIO. IRREGULARIDADE DO LAUDO QUE O FUNDAMENTA. GLOSA DA AMORTIZAÇÃO. REGULARIDADE
Em que pese todas as discussões pretendidas pela recorrente a respeito da suposta regularidade da amortização de ágio por ela efetivada, resta incontroverso nos autos que o Laudo utilizado para a sua pretendida fundamentação econômica fora produzido posteriormente às operações e negociações societárias efetivadas, restando pois demonstrado o não-atendimento das exigências legais para a dedutibilidade do ágio por expectativa de rentabilidade futura, da forma como pretendido.
ESTORNO DE RECEITAS. CRÉDITO RECONHECIDO JUDICIALMENTE. AUSÊNCIA DE PROVA.
Não tendo a contribuinte - apesar de regularmente intimada para tanto - apresentado qualquer prova a respeito da regularidade do estorno do lançamento de contingência ativa relacionada a receita de processos judiciais, regular se apresenta a sua considerações como componente da respectiva base tributável.
GANHO DE CAPITAL. DAÇÃO DE IMÓVEIS EM PAGAMENTO DE DIVIDENDOS. ESTORNO DE RESERVA DE REAVALIAÇÃO.
Tratando-se o pagamento dos dividendos devidos na transmissão de propriedade de bens imóveis, não cabe falar em ocorrência do fato gerador quando da deliberação, mas sim quando de sua efetiva formalização, sendo devida, assim, a apuração do ganho de capital nos termos apontados pelos agentes da fiscalização.
ESTORNO DE DESPESAS DE DEPRECIAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVAS
Tendo sido a contribuinte regularmente intimada para a apresentação de provas a respeito da regularidade dos estornos por ela efetivados, a sua não apresentação atrai para ela o respectivo ônus probatório, não cabendo agora a pretensão de sua aplicação aos agentes da fiscalização.
PROGRAMA DE INCENTIVO FISCAL ESTADUAL. FOMENTAR E PRODUZIR. SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO OU PARA CUSTEIO. NÃO CARACTERIZAÇÃO
Incentivo financeiro concedido pelo governo estadual, consubstanciado na concessão de empréstimos para reforço de capital de giro e financiamento de 70% do ICMS devido, a prazo longínquo, a juros simbólicos e sem correção monetária, não se traduz em subvenção para investimento ou subvenção para custeio, sendo descabida a aplicação das disposições do art. 443 do RIR/99 na espécie.
Ademais, não tendo a contribuinte regularmente promovido o registro dos valores em específica conta de reserva de capital, nos termos exigidos pelo incido I daquele dispositivo, descabe a pretensão de ver aplicada a benesse ali estabelecida.
GLOSA DE DESPESAS DE CSLL. COMPROVAÇÃO
Cabe ao contribuinte comprovar a dedutibilidade das despesas incluídas na apuração da CSLL, sobretudo quando essas mesmas despesas foram deduzidas na apuração da base de cálculo do IRPJ.
Inexistindo no recurso interposto qualquer consideração objetiva a respeito das referidas despesas, inviável se mostra o seu acolhimento.
MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. CONCOMITÂNCIA.
Não há entre as estimativas e o tributo devido no final do ano uma relação de meio e fim, ou de parte e todo, sendo assim, a obrigatoriedade do recolhimento das estimativas não fica afastada pela apuração de prejuízo ou base de cálculo negativa. Ao contrário disso, tal obrigatoriedade subsiste, e a sua não observância enseja a aplicação da penalidade prevista no art. 44, da Lei 9.430/96, com a nova redação dada pela Lei 11.488, de 2007 (art. 44, II, "b").
JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. INAPLICABILIDADE.
Nos termos do Art. 161 do CTN, o crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, inexistindo ali qualquer referência à aplicação destes últimos sobre a apontada multa de ofício.
Numero da decisão: 1301-001.788
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso quanto à amortização do ágio, à baixa de provisão das receitas de processos judiciais, ao ganho de capital em relação alienação de bens do ativo permanente, à subvenção para os programas fomentar e produzir, à glosa de despesas de CSLL, e à exigência de juros sobre multa de ofício. E, pelo voto de qualidade, NEGAR PROVIMENTO ao recurso quanto à concomitância entre multa de ofício e multa isolada. Vencidos os Conselheiros Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier (Relator). Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas no tocante à multa isolada.
(Assinado digitalmente)
ADRIANA GOMES REGO - Presidente.
(Assinado digitalmente)
CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER- Relator.
(Assinado digitalmente)
PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego (Presidente), Wilson Fernandes Guimaraes, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni De Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER
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IRREGULARIDADE DO LAUDO QUE O FUNDAMENTA. GLOSA DA AMORTIZAÇÃO. REGULARIDADE Em que pese todas as discussões pretendidas pela recorrente a respeito da suposta regularidade da amortização de ágio por ela efetivada, resta incontroverso nos autos que o Laudo utilizado para a sua pretendida fundamentação econômica fora produzido posteriormente às operações e negociações societárias efetivadas, restando pois demonstrado o não atendimento das exigências legais para a dedutibilidade do ágio por expectativa de rentabilidade futura, da forma como pretendido. ESTORNO DE RECEITAS. CRÉDITO RECONHECIDO JUDICIALMENTE. AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a contribuinte apesar de regularmente intimada para tanto apresentado qualquer prova a respeito da regularidade do estorno do lançamento de contingência ativa relacionada a receita de processos judiciais, regular se apresenta a sua considerações como componente da respectiva base tributável. GANHO DE CAPITAL. DAÇÃO DE IMÓVEIS EM PAGAMENTO DE DIVIDENDOS. ESTORNO DE RESERVA DE REAVALIAÇÃO. Tratandose o pagamento dos dividendos devidos na transmissão de propriedade de bens imóveis, não cabe falar em ocorrência do fato gerador quando da deliberação, mas sim quando de sua efetiva formalização, sendo devida, assim, a apuração do ganho de capital nos termos apontados pelos agentes da fiscalização. ESTORNO DE DESPESAS DE DEPRECIAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVAS AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 72 37 41 /2 01 2- 00 Fl. 1261DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 2 Tendo sido a contribuinte regularmente intimada para a apresentação de provas a respeito da regularidade dos estornos por ela efetivados, a sua não apresentação atrai para ela o respectivo ônus probatório, não cabendo agora a pretensão de sua aplicação aos agentes da fiscalização. PROGRAMA DE INCENTIVO FISCAL ESTADUAL. FOMENTAR E PRODUZIR. SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO OU PARA CUSTEIO. NÃO CARACTERIZAÇÃO Incentivo financeiro concedido pelo governo estadual, consubstanciado na concessão de empréstimos para reforço de capital de giro e financiamento de 70% do ICMS devido, a prazo longínquo, a juros simbólicos e sem correção monetária, não se traduz em “subvenção para investimento” ou “subvenção para custeio”, sendo descabida a aplicação das disposições do art. 443 do RIR/99 na espécie. Ademais, não tendo a contribuinte regularmente promovido o registro dos valores em específica conta de reserva de capital, nos termos exigidos pelo incido I daquele dispositivo, descabe a pretensão de ver aplicada a benesse ali estabelecida. GLOSA DE DESPESAS DE CSLL. COMPROVAÇÃO Cabe ao contribuinte comprovar a dedutibilidade das despesas incluídas na apuração da CSLL, sobretudo quando essas mesmas despesas foram deduzidas na apuração da base de cálculo do IRPJ. Inexistindo no recurso interposto qualquer consideração objetiva a respeito das referidas despesas, inviável se mostra o seu acolhimento. MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. CONCOMITÂNCIA. Não há entre as estimativas e o tributo devido no final do ano uma relação de meio e fim, ou de parte e todo, sendo assim, a obrigatoriedade do recolhimento das estimativas não fica afastada pela apuração de prejuízo ou base de cálculo negativa. Ao contrário disso, tal obrigatoriedade subsiste, e a sua não observância enseja a aplicação da penalidade prevista no art. 44, da Lei 9.430/96, com a nova redação dada pela Lei 11.488, de 2007 (art. 44, II, "b"). JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. INAPLICABILIDADE. Nos termos do Art. 161 do CTN, o crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, inexistindo ali qualquer referência à aplicação destes últimos sobre a apontada multa de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso quanto à amortização do ágio, à baixa de provisão das receitas de processos judiciais, ao ganho de capital em relação alienação de bens do ativo permanente, à subvenção para os programas fomentar e produzir, à glosa de despesas de CSLL, e à exigência de juros sobre multa de ofício. E, pelo voto de qualidade, NEGAR PROVIMENTO ao recurso quanto à concomitância entre multa de ofício e multa isolada. Vencidos os Conselheiros Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier Fl. 1262DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 3 3 (Relator). Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas no tocante à multa isolada. (Assinado digitalmente) ADRIANA GOMES REGO Presidente. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. (Assinado digitalmente) PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego (Presidente), Wilson Fernandes Guimaraes, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni De Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 1263DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 4 Relatório Por bem retratar as peculiaridades do presente caso, adoto o relatório apresentado pela r. decisão de primeira instância, donde destaco: Em ação fiscal levada a efeito no contribuinte acima identificado foram apuradas, para os anos de 2008 e 2009, despesas deduzidas indevidamente na apuração do IRPJ e da CSLL, ganhos de capital na alienação de bens do ativo permanente não oferecidos à tributação, resultados não operacionais correspondentes a descabidas subvenções para investimentos não oferecidos à tributação, dedução indevida de despesas de depreciação e falta de recolhimento de IRPJ e de CSLL sobre base de cálculo estimada, razão pela qual foram lavrados os autos de infração de fls. 688692 e 711713 (IRPJ) e de fls. 716 718 e 728733. Como reflexos, foram lavrados, ainda, os autos de infração de PIS (fls. 695697) e de COFINS (fls. 700702). Conforme descrito no “Termo de Verificação Fiscal” de fls. 672682, a LATICÍNIOS MORRINHOS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA foi constituída em 08/04/1964. Posteriormente, em 28/11/2008, foi transformada em sociedade anônima, passando a ser denominada LEITBOM S/A. Em 04/01/2011, a denominação foi alterada para LBR – LÁCTEOS BRASIL S/A (doravante apenas LBR). Constatou a autoridade autuante que a LBR amortizou em sua escrituração comercial, nos anos de 2008 e 2009, o ágio trazido para o seu balanço em razão da operação de incorporação, em 30/11/2008, de sua controladora CARAVELAS EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/A (doravante apenas CARAVELAS). Relata a autoridade autuante que a MONTICIANO PARTICIPAÇÕES S/A (doravante apenas MONTICIANO) pretendia adquirir a LBR. Porém, com o fim de viabilizar a amortização do ágio pago nessa aquisição, adquiriu também uma terceira empresa, a CARAVELAS, pessoa jurídica esta que teve vida efêmera e, exclusivamente, o investimento na fiscalizada como atividade operacional. A CARAVELAS foi constituída em 10/02/2008, com capital social de R$ 1.000,00, tendo como acionistas Marcelo Duarte e Ana Maria Carreiro. Em 03/04/2008, a MONTICIANO tornouse controladora da CARAVELAS, adquirindo 100% do capital desta empresa junto aos acionistas fundadores. Nesta mesma data, houve assembléia geral extraordinária (AGE) na CARAVELAS, que decidiu alterar o respectivo objeto social a fim de permitir a participação da empresa em outras sociedades e para transferir sua sede para o mesmo endereço da sede da MONTICIANO. Pouco depois, em 14/04/208, nova AGE foi realizada na CARAVELAS, na qual foi deliberado o aumento de seu capital social de R$ 1.000,00 para R$ 316.476.907,87. Neste mesmo dia, a MONTICIANO, por intermédio da CARAVELAS, adquiriu 90.000.000 quotas de emissão da LATICÍNIOS MORRINHOS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, atual LBR, representativas de 100% do capital social desta empresa, em operação que gerou Fl. 1264DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 4 5 um ágio de R$ 278.301.202,15. A CARAVELAS realizou AGE em 22/04/2008, 02/05/2008 e 29/08/2008, efetuando sucessivos aumentos de capital para R$ 325.001.021,00, R$ 336.836.021,00 e R$ 382.836.021,00. Finalmente, em 03/11/2008, a CARAVELAS foi incorporada pela LEITBOM S/A, atual LBR. Após essa seqüência de eventos de reorganização societária a LEITBOM S/A, atual LBR, passou a amortizar fiscalmente o ágio supostamente fundamentado na expectativa de lucros futuros, com fundamento no art. 386, III, § 6º, II, do RIR/1999, à razão de 1/60 por mês, ágio esse registrado anteriormente na incorporada CARAVELAS. A CARAVELAS passou todo seu período de existência formal, de 01/02/2008 a 30/11/2008, apresentando resultados negativos com os registros dos fatos permutativos e modificativos inerentes ao exclusivo exercício do papel de investidora na LBR. O Sr. Marcelo Duarte, sócio fundador da CARAVELAS, consta como responsável legal por 72 empresas, muitas com situação de Cancelada e Suspensa, enquanto as Ativas apresentaram apenas declarações de inativa ou com valores zerados. Na última DIRPF por ela apresentada, relativa ao anocalendário de 2006, foi informado rendimento tributável de apenas R$ 39.400,00. A outra fundadora da CARAVELAS, Sra. Ana Maria Carreiro, na última DIRPF apresentada, relativa ao anocalendário de 2006, informou zero de rendimento tributável. Ressalta a autoridade autuante que a LBR, a despeito de haver sido diversas vezes intimada a tanto, não apresentou no curso da ação fiscal o laudo de avaliação exigido pelo § 3º do art. 385 do RIR/1999, hábil a comprovar o fundamento econômico do valor investido. Apresentou apenas laudo, de lavra da APIS Consultoria Empresarial Ltda, que determina o valor do patrimônio líquido da CARAVELAS para fins de incorporação, e não um laudo de avaliação do patrimônio líquido da LATICÍNIOS MORRINHOS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, atual LBR, hábil a justificar a expectativa de rentabilidade futura que ensejou o surgimento do ágio. Conclui a autoridade autuante que o envolvimento da CARAVELAS na seqüência de operações referida foi fruto de simulação, pois arquitetado como mera formalidade a fim permitir que a LEITBOM S/A, atual LBR, reduzisse o pagamento do IRPJ e da CSLL, por meio da amortização do ágio gerado na aquisição de seu capital social pela MONTICIANO, baseandose nas disposições do art. 386, III, § 6º, II, do RIR/1999. Mais que isso, afirma que a LBR, com o propósito de eximirse do pagamento do IRPJ e da CSLL, valeuse de mecanismo tendente a evitar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, da natureza, extensão ou circunstâncias materiais, bem como das reais características essenciais do fato gerador, de modo que sobre essa infração apurada deve ser aplicada multa qualificada (150%). Relata a autoridade autuante que o contribuinte foi intimado a esclarecer e a apresentar documentos comprobatórios relativos ao lançamento efetuado, em 31/12/2008, a débito da conta Receitas de Processos Judiciais, no valor de R$ 24.227.464,84. Em resposta, informou que o referido lançamento tem relação com o processo administrativo nº 10120.0044367/200829, no qual pleiteou habilitação de crédito reconhecido na ação Fl. 1265DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 6 judicial nº 96.00.008590, relativo ao Finsocial, pleito esse que foi indeferido, razão pela qual a receita, reconhecida nos meses de fevereiro e março de 2008, quando do final da ação judicial, foi estornada. Sobre as justificativas e documentos apresentados, observa a autoridade autuante que o Pedido de Habilitação de Crédito e o Despacho Decisório nº 555DRF/GOI comprovam apenas o não reconhecimento de crédito solicitado no valor de R$ 10.634.737,40, de modo que não houve comprovação do estorno das receitas escrituradas em período anterior no valor de R$ 13.592.727,44, razão pela qual o efeito do estorno deste valor deve ser desconsiderado na determinação das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL. O contribuinte também foi intimado a explicar as razões do expurgo, nos ajustes relativos ao Regime Tributário de Transição – RTT, da conta Outros Créditos ICMS, no valor de R$ 12.244.205,18, para o anocalendário de 2009. Afirmou a LBR que este lançamento se refere ao programa FOMENTAR, instituído pela Lei nº 9.489/1984 do Estado de Goiás, que concedia subvenções para investimentos, de modo que, com base no art. 443 do RIR/1999, os valores recebidos devem ser excluídos na apuração do lucro real. Esclarece o contribuinte que, por lapso, efetuou tal lançamento como sendo RTT, quando o correto seria efetuar simples exclusão no LALUR. A propósito dessas justificativas, ressalta a autoridade autuante que, nos termos do art. 443, I e II, do RIR/1999, as subvenções para investimentos recebidas somente não são computadas na apuração do lucro real quando registradas como reserva de capital ou se feitas em cumprimento de obrigação de garantir a exatidão do balanço do contribuinte e utilizadas para absorver superveniências passivas ou insuficiências ativas. Assevera que essas hipóteses não se aplicam ao contribuinte, pois este reduziu diretamente seu passivo com o Estado de Goiás, por meio das contas Financiamento Fomentar e Financiamento Produzir, sem constituir reserva de incentivos fiscais com tais valores. Conclui que esses valores devem ser tributados como outros resultados não operacionais, repercutindo, inclusive, na apuração das bases de cálculo do PIS e da COFINS, já que não se referem a ajustes do RTT. Constatou a autoridade autuante que, em alteração contratual realizada em 10/12/2008, os sócios do contribuinte fiscalizado deliberaram reratificar o aumento de capital havido em 21/08/2007, na parte realizada com reserva de reavaliação, que somava à época R$ 41.099.137,54, sob o argumento de que o capital social resultante da capitalização dessas reservas não refletia a real situação patrimonial da sociedade, pois os ativos reavaliados não foram realizados, de modo que não havia justificação para a respectiva capitalização. Decidiram, ainda, em razão do disposto no art. 6º da Lei nº 11.638/2007, que alterou a Lei nº 6.404/1976, bem como em observância aos princípios contábeis geralmente aceitos, aprovar o estorno contábil dos saldos existentes das reservas de reavaliação. Afirma a autoridade autuante que, a despeito de tal reratificação ter sido deliberada em dezembro de 2008, os respectivos ajustes foram efetuados na escrituração do contribuinte no primeiro trimestre de 2008, período em que, de fato, foi estornado o referido aumento de capital com reserva de reavaliação de ativos. No período em que as reservas de reavaliação foram mantidas na escrituração, esses valores geraram despesas de depreciação, cujo montante lançado para o primeiro trimestre de 2008 foi de R$ 975.062,68, valor este que deveria ter sido estornado contra uma conta de Fl. 1266DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 5 7 resultado, mas isso não foi feito. Assim, conclui a autoridade autuante que os referidos R$ 975.062,68 devem ser adicionados ao resultado do período para fins de apuração do IRPJ e da CSLL, uma vez que também não foram oferecidos à tributação por meio da realização da reserva de reavaliação, pois esta fora estornada. Constatou, ainda, a autoridade autuante que o contribuinte não considerou os efeitos fiscais do estorno da reserva de reavaliação relativamente aos bens imóveis utilizados em dação de pagamento de dividendos distribuídos aos sócios, conforme aprovado em reunião realizada em 11/04/2008. Ressalta a autoridade autuante que, com o estorno da reserva de reavaliação, deveria o contribuinte ter apurado ganho de capital, já que os imóveis foram alienados pelo valor em que estavam reavaliados. Diante disso, a autoridade autuante apurou o ganho de capital sobre essas operações e lançou o IRPJ e a CSLL sobre elas incidentes. Especificamente quanto à CSLL, descreve a autoridade autuante as seguintes infrações: Verificamos ainda que a contribuinte não adicionou à base de cálculo da CSLL, do 4º trimestre/2008, o total de R$ 2.506.012,94, relativos a despesas não dedutíveis dessa contribuição, tais como: provisões, contribuições/doações, comissões, bônus/premiações, ajustes de estoque faturas não entregues, descontos comerciais, como fez na apuração do imposto de renda, conforme verificase do LALUR e da DIPJ/2009 (fichas 9A e 17). Também não adicionou na base de cálculo da referida contribuição, do ano de 2009, o total de R$ 799.104,95, relativos a ajustes de perdas em operações no mercado financeiro (Derivativos), embora também tenha efetuado tal adição na apuração do imposto de renda, como observase no LALUR e na DIPJ/2010 (fichas 9A e 17). (anexos Demonstrativo Base de Cálculo da CSLL – 2008 e Extrato Razão da conta Derivativos – 2009). Ocorre que o art. 2º, § 1º, alínea “C”, item 3, da Lei nº 7.689/88, determina a adição à base de cálculo da CSLL das provisões não dedutíveis da determinação do lucro real. E nos termos do art. 13 da Lei nº 9.249/95 e do art. 335 do RIR/99, somente são dedutíveis do lucro real as provisões expressamente autorizadas, quais sejam: as provisões técnicas das companhias de seguro, de capitalização e das entidades de previdência privada; as provisões para pagamento de remuneração de férias incorridas e do 13º salário dos empregados, inclusive encargos sociais. O art. 30, da Lei nº 11.051/04, determina os ajustes também na apuração da base de cálculo da CSLL quanto as perdas ocorridas durante a vigência dos contratos em operações no mercado financeiro. Consta do Termo de Verificação que, sobre os créditos tributários lançados em razão da indevida amortização de ágio, foi aplicada multa de ofício qualificada (150%). Sobre os créditos tributários lançados em virtude das demais infrações apuradas foi aplicada multa de ofício de 75%. Fl. 1267DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 8 Inconformado, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 760794, na qual deduz as alegações a seguir resumidamente discriminadas: Aduz a impugnante que as infrações supostamente cometidas não foram devidamente fundamentadas, de modo que houve cerceamento ao direito de defesa Afirma que, no tocante à glosa da amortização de ágio, a autoridade autuante não logrou esclarecer o que entende por “ágio de si mesmo” e pretendeu, de forma descabida, comprovar suposta simulação por meio de provas indiciárias. Assevera, ainda, que a autoridade autuante invocou fatos que não corroboram suas conclusões, como os resultados negativos da CARAVELAS provenientes de sua atuação como holding e a situação pessoal dos sócios fundadores desta empresa. Especificamente quanto à qualificação da multa de ofício para os tributos lançados com base nesta infração, afirma que faltou critério à autoridade autuante, já que, para o ano de 2009, foi apurado prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL, de modo que nenhum imposto foi lançado. Questiona a impugnante a origem do valor de R$ 975.062,68 glosado a título de despesa de depreciação de bens reavaliados. Afirma que, tendo em vista a neutralidade fiscal da reavaliação, essa glosa somente poderia ocorrer se houvesse a demonstração de que não foi tributada a parcela da reserva de reavaliação realizada concomitantemente com a dedução da despesa de depreciação. Insurgese contra as adições feitas à base de cálculo da CSLL, alegando que a autoridade autuante não apontou com precisão quais contas seriam supostamente indedutíveis da base de cálculo dessa contribuição e a respectiva base legal. Afirma, ainda, que a autoridade assumiu duas premissas equivocadas ao adicionar tais valores à base de cálculo da CSLL, quais sejam: 1 todos os valores em questão correspondem a provisões; 2 todas as despesas indedutíveis para fins de IRPJ também o são para fins de CSLL. Alega que alguns dos valores indicados pela autoridade autuante, como bônus e premiações, não são provisões, mas despesas efetivas, de modo que é a respectiva indedutibilidade não se funda no art. 2º, § 1º, da Lei nº 7.689/1998. Assevera que há diferenças entre a indedutibilidade de despesas para fins de IRPJ e de CSLL. Especificamente quanto ao valor de R$ 799.104,95 referido pela autoridade autuante, foi ele indicado na DIPJ na linha 63 da Ficha 9A, sob a rubrica “Perdas Inc Merc Renda Var no Per Apur, exc Day Trade”, que trata da apuração do IRPJ. Tal rubrica, porém, não consta da Ficha 17, que trata da apuração da CSLL, numa clara demonstração de que há diferenças na apuração desses tributos. Alega a impugnante que houve erro de cálculo no lançamento dos tributos incidentes sobre o suposto ganho de capital na alienação de imóveis. Isso porque a reunião que deliberou a dação em pagamento de dividendos distribuídos aos sócios ocorreu em 11/04/2008, de modo que, tendo em conta a opção pela apuração de lucro real trimestral, o resultado positivo da apuração deveria ser incluído no resultado fiscal do 2º trimestre de 2008. Porém, a autoridade autuante incluiu o resultado positivo dessa transferência em dezembro de 2008, ensejando equívocos na apuração dos valores devidos. O suposto ganho de capital foi de R$ 2.855.652,73. Esse montante, caso fosse incluído na apuração do resultado do 2º trimestre de 2008, ensejaria a redução do resultado negativo do Fl. 1268DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 6 9 período para R$ 24.709.388,27. Da mesma forma, caso o montante de R$ 2.855.652,73 fosse excluído do resultado do 4º trimestre apurado pela autoridade autuante, restaria prejuízo fiscal e base de cálculo negativa de CSLL no valor de R$ 1.289.447,46. Quanto ao imóvel identificado como “Terrenos Jussara”, o ganho de capital a ele relativo, no valor de R$ 150.581,22, foi incluído na apuração do resultado relativo ao anocalendário de 2009. Como conseqüência, foi lançada a título de multa por falta de recolhimento de estimativa do mês de março de 2009 o montante de R$ 13.175,66 além daquela que seria devida. Quanto à amortização do ágio, afirma a impugnante que, em 10/02/2008, a MONTICIANO constituiu a CARAVELAS, tendo posteriormente aumentado o seu capital social mediante transferência de recursos financeiros. Em 14/04/208, a CARAVELAS adquiriu de terceiros, por meio de contrato de compra e venda, a totalidade das quotas da LEITBOM S/A, pagando um ágio equivalente a R$ 278.301.202,15. Em novembro de 2008, por razões financeiras e corporativas, a CARAVELAS foi incorporada pela LEITBOM S/A, passando esta a deduzir da base de cálculo do IRPJ e da CSLL as despesas decorrentes da amortização do ágio à razão de 1/60 ao mês. Destarte, não há que se falar em ágio de si mesmo, já que foi ele gerado em operação praticada entre partes independentes (CARAVELAS e antigos sócios da LEITBOM), com efetivo pagamento do preço. Não se trata de ágio registrado em operação intragrupo e tampouco de ágio decorrente de reavaliação de um ativo já registrado na investidora por um valor reduzido. A CARAVELAS não pode ser reputada uma empresaveículo, já que não foi apresentada fundamentação para tanto. Ademais, conceitualmente, as empresasveículo são criadas para viabilizar o surgimento de um ágio que não existiria caso elas não fossem constituídas. Porém, o ágio registrado pela CARAVELAS decorreu de efetiva aquisição do controle da LEITBOM S/A, em operação praticada entre partes independentes, de modo que, caso a CARAVELAS não tivesse sido constituída, a aquisição teria sido feita exatamente nas mesmas condições e o ágio teria sido registrado da mesma maneira. O ágio pago aos antigos sócios da LEITBOM S/A poderia ter sido utilizado independentemente da criação da CARAVELAS, bastando, para tanto, que a MONTICIANO adquirisse a LEITBOM S/A e essa última incorporasse a primeira. Afirma a impugnante que, no curso da ação fiscal, apresentou inadvertidamente o laudo de avaliação do patrimônio líquido da CARAVELAS para fins de incorporação, e não o laudo de avaliação elaborado para a aquisição da LEITBOM S/A. A fim de sanar esse equívoco, apresenta junto de seu recurso (fls. 821843) Laudo de Avaliação elaborado pela APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA, em 31/03/2008, que justifica o preço pago pela CARAVELAS Fl. 1269DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 10 na aquisição do controle da LEITBOM S/A, com fundamento na expectativa de rentabilidade futura desta empresa. Nas operações societárias relatadas não houve divergência entre a vontade externada e aquela efetivamente existente entre as partes, razão pela qual não há simulação comprovada. A propósito do estorno, efetuado no ano de 2008, de receitas escrituradas em período anterior no valor de R$ 24.227.464,84, relativamente ao qual a autoridade autuante reputou não justificada a exclusão do valor de R$ 13.592.727,44, tratase de crédito reconhecido judicialmente que, erroneamente, foi escriturado como receita no primeiro trimestre de 2008. O registro contábil desse ativo contingente é proibido pela legislação contábil e societária vigente até 31/12/2007, conforme previsto na Resolução CFC nº 1.066/2005. Como conseqüência, também é proibido para fins tributários, em razão do Regime Tributário de Transição. O registro contábil de uma contingência ativa somente é autorizado quando houver a avaliação de que a respectiva realização é praticamente certa. Porém, já em 2008 detectouse que essa avaliação estava equivocada. Ademais, o valor atribuído a tais créditos judiciais baseouse em estimativas e cálculos sem nenhuma comprovação, nem confirmação pelas autoridades fiscais. Em conclusão, o estorno de R$ 24.227.464,84 corresponde à reversão da expectativa quanto ao crédito oriundo de ação judicial, conforme revelam os pedidos de habilitação e compensação formulados pela impugnante. Quanto às subvenções para investimentos reputadas não caracterizadas pela autoridade autuante pelo fato de os valores não terem sido creditados em conta de reserva de capital, afirma a impugnante que a contabilização nesta conta não pode ser considerado requisito para que os valores recebidos não sejam tratados como receitas, mas como capital, não tributável.Assevera que o registro contábil em conta de reserva de capital não faz parte da essência do conceito de subvenção para investimento, mas sim as características qualitativas intrínsecas do destino que deve ser dado aos recursos decorrentes da subvenção. Aduz que os créditos de ICMS recebidos do Estado de Goiás no âmbito dos programas FOMENTAR e PRODUZIR se enquadram no conceito de subvenção para investimento. Cita o Decreto do Estado de Goiás nº 3.822/1992, que regulamentou a Lei nº 9.489/1984, instituidora do FOMENTAR, e o Decreto nº 2.265/2000, que regulamentou o PRODUZIR, para concluir que, dadas as características desses programas, os benefícios de ICMS concedidos caracterizamse como subvenção para investimento, pois os recursos obtidos devem ser aplicados em projetos de implantação ou expansão do parque industrial. Cita decisões do CARF reconhecendo recursos recebidos no âmbito do programa FOMENTAR como subvenções para investimento e alega que esse mesmo entendimento deve ser adotado quanto ao programa PRODUZIR que veio a substituir aquele. Aduz que, a despeito de não haver contabilização dos valores em reserva de capital, não foram eles distribuídos aos sócios como dividendos, de modo que foi atingida a finalidade da norma, que é garantir a manutenção dos recursos na empresa para emprego em projetos de investimento. As multas isoladas por falta de recolhimentos de estimativas lançadas para os meses de janeiro, março e abril de 2009 são descabidas, pois foi apurado prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL no ano de Fl. 1270DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 7 11 2009. Afirma que não se pode punir o contribuinte por não ter antecipado algo que, ao final, mostrase indevido. Alega a impugnante que não foi comprovada a ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/1964 no tocante à glosa das despesas com amortização de ágio, pois a autoridade autuante teria utilizado prova indiciária para qualificar o ato jurídico como simulado. Reitera os argumentos já invocados quanto à inocorrência da infração e afirma inexistir fraude, pois todos os atos societários foram devidamente registrados, recebendo a publicidade que lhes é exigida e produzindo regulares efeitos. Afirma que os fatos narrados pela autoridade autuante não caracterizam conduta dolosa. Por tais razões, entende ser improcedente a qualificação da multa. Aduz que, se, nos termos do art. 113, § 3º, do CTN, apenas a penalidade pecuniária decorrente do descumprimento de obrigação acessória se converte em obrigação principal, então somente essa penalidade se insere no conceito de crédito tributário de que trata o art. 139 do CTN, segundo o qual o crédito tributário decorre de obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Com base nessa premissa e tendo em conta o disposto no art. 161 do CTN, conclui que apenas as penalidades por descumprimento de obrigações acessórias são acrescidas de juros de mora se não forem pagas no prazo legalmente estabelecido, sendo descabido o acréscimo de juros moratórios sobre as multas de ofício lançadas com base no art. 44 da Lei nº 9.430/1996, pois estas não decorrem do descumprimento de obrigações acessórias, de modo que não constituem crédito tributário. Alega que, se as multas de ofício integrassem o conceito de crédito tributário, não haveria motivo para o art. 161 do CTN ressalvar que a aplicação dos juros não prejudica a imposição das penalidades cabíveis. A partir desses argumentos, conclui que deve ser afastada a incidência de juros Selic sobre a multa de ofício lançada. Pede que sejam julgados improcedentes os autos de infração lavrados, cancelandose as respectivas cobranças e reconstituindose o saldo de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL. Caso assim não se entenda, requer o afastamento dos juros Selic sobre a multa de ofício aplicada. A partir da análise de todas essas considerações, a 1ª Turma da DRJ/RPO entendeu pela IMPROCEDÊNCIA DA IMPUGNAÇÃO, mantendo, assim, o auto de infração em todos os seus termos, conforme, inclusive, acórdão assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/03/2008, 31/12/2008, 31/12/2009 AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO EMPRESAVEÍCULO SIMULAÇÃO. A utilização de empresaveículo, destituída de substância econômica desde sua criação e com vida efêmera, criada e utilizada exclusivamente com o fim de transferir ágio à empresa adquirida, por meio de incorporação a esta, caracteriza simulação e autoriza a glosa das despesas de amortização de ágio indevidamente deduzidas na apuração da base de cálculo do IRPJ. GANHO DE CAPITAL DAÇÃO DE IMÓVEIS EM PAGAMENTO DE DIVIDENDOS ESTORNO DE RESERVA DE REAVALIAÇÃO. Fl. 1271DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 12 Em caso de dação de imóveis em pagamento de dividendos, nas hipóteses em que os imóveis, quando da deliberação pela distribuição de dividendos, estavam reavaliados e posteriormente essa reavaliação foi estornada, o ganho de capital não existe até que ocorra o referido estorno, de modo que o respectivo fato gerador não pode ser reputado ocorrido quando deliberada a distribuição de dividendos. ESTORNO DE RECEITAS CRÉDITO RECONHECIDO JUDICIALMENTE COMPROVAÇÃO. Cabe ao contribuinte comprovar e justificar o estorno de receitas anteriormente contabilizadas, não bastando a alegação de tratarse de contingências ativas consistentes créditos reconhecidos judicialmente. SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO COMPROVAÇÃO PROGRAMAS FOMENTAR E PRODUZIR. Cabe ao contribuinte comprovar que os valores recebidos do Estado de Goiás preenchem os requisitos necessários à respectiva qualificação como subvenção para investimento. Os benefícios recebidos por meio dos programas FOMENTAR e PRODUZIR não podem ser qualificados como subvenções para investimento. ESTIMATIVAS MENSAIS FALTA DE RECOLHIMENTO MULTA ISOLADA. Há expressa previsão legal para o lançamento de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais, ainda que, ao final do período de apuração, seja apurado prejuízo fiscal. JUROS SELIC SOBRE MULTA DE OFÍCIO. São devidos juros, calculados com base na taxa Selic, sobre a multa de ofício lançada e não paga no vencimento. O crédito tributário a que se refere o art. 139 do CTN, que decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta, inclui o montante devido a título de multa de ofício, já que, nos termos do art. 142 do CTN, o crédito tributário é constituído pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 31/03/2008, 31/12/2008, 31/12/2009 DESPESAS DEDUTÍVEIS COMPROVAÇÃO Cabe ao contribuinte comprovar a dedutibilidade das despesas incluídas na apuração da CSLL, sobretudo quando essas mesmas despesas foram deduzidas na apuração da base de cálculo do IRPJ. AUTO REFLEXO. Quanto à impugnação de auto de infração lavrado como reflexo de fatos apurados para o lançamento do IRPJ, são aplicáveis as mesmas razões que deram fundamento à decisão acerca da impugnação a este, quando não houver alegação específica no tocante ao auto reflexo. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 AUTO REFLEXO. Fl. 1272DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 8 13 Quanto à impugnação de auto de infração lavrado como reflexo de fatos apurados para o lançamento do IRPJ, são aplicáveis as mesmas razões que deram fundamento à decisão acerca da impugnação a este, quando não houver alegação específica no tocante ao auto reflexo. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 AUTO REFLEXO. Quanto à impugnação de auto de infração lavrado como reflexo de fatos apurados para o lançamento do IRPJ, são aplicáveis as mesmas razões que deram fundamento à decisão acerca da impugnação a este, quando não houver alegação específica no tocante ao auto reflexo. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Regularmente intimada a contribuinte, por ela foi então interposto o seu respectivo Recurso Voluntário, onde, pretendendo a reforma da decisão proferida, argumenta: DA AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO Que a operação de aquisição/incorporação pode assim ser resumida: i) A Monticiano Participações S/A ("Monticiano") adquiriu a empresa "Caravelas" em 10/02/2008, tendo, posteriormente, aumentado o seu capital mediante a transferência de recursos financeiros; ii) em 14/04/2008 a Caravelas aquiriu de terceiros por meio de contrato de compra e venda, e com pagamento em "dinheiro vivo" a totalidade das quotas da Leitbom S.A. ("Leitbom"); iii) em novembro de 2008 a Caravelas foi incorporada pela Leitbom. Que a acusação de invalidade da constituição do ágio apontado (e, por consequência, a invalidade de sua amortização) seria baseada em dois pontos específicos, a saber: 1) Simulação: o envolvimento da Caravelas na operação societária ao final da qual o ágio foi apurado teria sido meramente formal, um artifício do qual teria se valido a Monticiano com o propósito de viabilizar a amortização do ágio; 2) Laudo de Avaliação: não teria sido apresentado o laudo demonstrativo da expectativa de rentabilidade futura da Leitbom. Que tendo sido apresentado o laudo de avaliação quando da apresentação da impugnação, a r. decisão de primeira instância teria reconhecido a sua perfeita validade, mantendo, entretanto, a glosa exclusivamente por força do apontado no item "1" acima ("Simulação"). Que se encontra incontroverso nos autos que o ágio analisado fora efetivamente pago, que as operações foram entabuladas entra partes independentes, e, ainda, que a expectativa de rentabilidade futura encontravase perfeitamente lastreada em específico Laudo de Avaliação. Além disso, não há nos autos qualquer discussão a respeito do "Fundamento Econômico" do ágio, sendo este, por certo, completamente existente e incontroverso. Fl. 1273DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 14 Que a acusação de ocorrência de simulação não pode subsistir, sobretudo porque não se verifica nos autos qualquer possibilidade de configuração das exigências contidas no Art. 167 do Código Civil para a sua configuração. Que a definição de "Simulação" nestes autos, decorre de simples "achismos" dos agentes da fiscalização, sem que, para tanto, houvesse qualquer enquadramento nas hipóteses legais especificamente consideradas, tornandose, assim, impossível a oposição a tais apontados ("Simulação objetiva", "Simulação subjetiva" ou "utilização de documento antedatado ou pósdatado"). Em seguida, destaca a relevância das considerações jurídicas a respeito do que se possa entender por "simulação" e "dissimulação". Destaca que a configuração jurídica da hipótese de "simulação" deve enquadrarse no específico conceito apresentado pelo art. 167 do Código Civil, o que, entretanto, em momento algum fora efetivamente realizado nestes autos. Aponta que a jurisprudência deste Conselho, já há tempos afirma que o ônus da prova a respeito da existência da simulação compete às autoridade acusadora, não cabendo a sua inversão no desenrolar do respectivo processo adminsitrativo fiscal. Que não há nos autos sequer a indicação fazendária a respeito da natureza da simulação apontada (objetiva ou subjetiva), tornando, inclusive, impossível a defesa da contribuinte a seu respeito. Que nos termos do lançamento efetivado, as autoridades fiscalizadoras expressamente reconhecem que o intento pretendido foi, exatamente, o de permitir que a MONTICIANO adquirisse a LEITBOM, utilizandose da aquisição primeva da empresa CARAVELAS com o objetivo de aproveitamento do ágio gerado na operação. Aponta que, adiante, afirmam os agentes fiscais que a empresa CARAVELAS apresentavase (ela própria) como "empresa simulada", especificamente por constituir se como efetiva e verdadeira "empresa de prateleira" tecendo considerações próprias a respeito de seus originários sóciosfundadores. A indicação da CARAVELAS como "sociedade de prateleira" atua contra o próprio fundamento adotado pelos agentes fiscais, que, inicialmente, consideraramna como empresa interposta na aquisição da LEITBOM pela MONTICIANO. Aduz que o TVF confunde talvez de propósito "simulação" com "planejamento tributário abusivo". Em linha de argumentação objetiva, aponta que "a simulação é caracterizada pela oposição entre a aparência e a realidade". No caso presente, entretanto, não se trata de configura a simulação, especificamente porque o que é visto é efetivamente o que fora pelas partes pretendido, destacandose, nesse ponto, a renitente afirmativa de que "somente fizeram o que fizeram com o objetivo de...", o que desnatura, por completo, a acusação de simulação. No "planejamento tributário abusivo", o que caracteriza o abuso não é a ausência da verdade (como na simulação), mas os fins para os quais a verdade está a serviço, o que, sendo o caso, desnatura, completamente, a construção promovida pelos agentes da fiscalização. Os precedentes indicados pela decisão recorrida, colhidos da jurisprudência deste CARF, apontam exatamente a favor da contribuinte, sobretudo porque estabelecem a Fl. 1274DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 9 15 necessária distinção conceitual entre as acusações possíveis, deixando assim transparecer a total impropriedade do lançamento debatido nestes autos. A inexistência de planejamento tributário abusivo Tem bem delineada a distinção conceitual entre a "simulação" e o indicado "planejamento tributário abusivo", forçoso reconhecer que a autuação efetivada, e também a decisão proferida pela DRJ, efetivamente misturam essas categorias. A par dessa consideração, a recorrente sustenta que, no presente caso, também não se há falar em prática do "planejamento tributário abusivo", especificamente porque, como apontado, na operação efetivada, mesmo havendo a indicada "empresaveículo" , fora ela empreendida entre partes independentes, tendo havido efetivo pagamento de preço (em "dinheiro vivo"), inexistindo irregularidade, assim, nos termos dos citados precedentes deste Conselho. Entre a empresa CARAVELAS e os antigos proprietários da LEITBOM inexistia qualquer vinculação societária, sendo, no caso, completamente induvidoso trataremse de "partes independentes", assim como também o efetivo pagamento em dinheiro da operação de aquisição da participação societária. A utilização de "empresaveículo", na jurisprudência deste Conselho, é reputada como ilegítima quando a operação é promovida para fim específico e exclusivo de criação artificial do ágio, nas hipóteses cognominadas como "ágio de si mesmo", ou ainda, em certas circunstâncias, na configuração de invalidade das operações de "ágio interno", o que, em momento algum, condiz com o que discutido nestes autos. O ágio pago aos antigos proprietários da LEITBOM poderia ter sido perfeitamente e validamente realiazada sem a intervenção da empresa CARAVELAS, bastando, para tanto, que a MONTICIANO adquirisse a LEITBOM, e aquela fosse então incorporada por esta última. A opção pela utilização válida da dita "empresaveículo", nada mais representa, senão, uma opção societária regularmente formulada pelos envolvidos, sem qualquer mascaramento ou ocultação da verdade, não sendo válida assim a autução contra ela efetivada. DAS RECEITAS DE PROCESSOS JUDICIAIS Neste tópico, destaca a recorrente que, conforme antes apontado, o registro por ela efetivado no montante de R$ 24.227.464,84 como "ativo contingente", teria fundamento o resultado alcançado em demanda judicial, tendo ela então especificamente recnhecido a invalidade desse registro. A reversão do registro, segundo aponta, nada mais representaria, senão, mero estorno do lançamento equivocadamente e anteriormente realizado. A DRJ, entretanto, rejeitou as argumentações da contribuinte, sustentando não haver provas dos alegado, sem que, para tanto, houvesse qualquer indicação de que "provas" seriam necessárias para o acolhimento das argumentações. Segundo a recorrente, por se tratar de mero ato contábil, a exigência de documentação comprobatória apresentase descabida. Fl. 1275DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 16 A efetivação do estorno de uma contingência passiva, em decorrência da verificação da falha operacional, não pode ser considerada como base tributável, pretendendose, aqui, a reforma da decisão de primeira instância e a efetiva desconstituição do lançamento efetivado. DO ESTORNO DE RESERVA DE REAVALIAÇÃO Ganho de capital Tendo sido deliberada a transferência aos sócios de ativos da empresa, em sede de divisão de dividendos, em 11/04/2008, e, estando a contribuinte sujeita à tributação por meio da apuração do lucro real trimestral, o resultado positivo dessa operação deveria ter sido registrada no resultado fiscal do 2o trimestre daquele ano, e não em dezembro/2008, da forma como considerado pela fiscalização. O refazimento da apuração dos montantes devidos no anocalendário de 2008, computando o reflexo do ganho de capital em Dezembro/2008 e não no 2o. trimestre, como apontado pela contribuinte, acarreta diferenças no resultado da operação que, definitivamente, não se apresentam corretas e adequadas para o presente feito. Afirma que, uma vez deliberado e declarado o pagamento de dividendos, em observância ao regime de competência, os efeitos fiscais desse ato para a pessoa jurídica devem ser considerados nesse momento. A inobservância do regime de competência, pela fiscalização, resultou não só na imposição indevida de tributo, como também na cobrança de multa isolada em valor maior do que o eventualmente devido. A DRJ, tentando manter o lançamento, sustenta que o ganho de capital debatido não se teria realizado em 11/04/2008, mas apenas em Dezembro/2008, quando da deliberação do estorno ("reratificação") do aumento de capital relativo às reservas de reavaliação, deliberado em 21/08/2007. O fato de ter ocorrido apenas em Dezembro/2008 a reratificação do aumento de capital lastreado nas reservas de reavaliação de diversos bens dados em pagamento, não altera a circunstância de que todas estas reservas teriam sido "revertidas" ou "estornadas" em março/2008. A reratificação do aumento de capital de 21/08/2007 não pode ser considerada como fato gerador de ganho de capital, pois ela não implica em alienação de bens do ativo, nem alteração do valor destes. Essa altação altera, tão somente, a composição do capital social, em contrapartida a prejuízos acumulados, não a custo de aquisição de imóveis. Despesas de depreciação Seguindo em sua argumentação, destaca a contribuinte que, ao contrário do que pretendido pela decisão da DRJ, o que fora por ela promovido em relação ao estorno das reservas de reavaliação não o fora relizado a partir da aplicação das disposições do Art. 6o. da Lei 11.638/2007. Na verdade, não há nos autos prova de que a recorrente não teria realizado as reservas de reavaliação concomitantemente com a apropriação das cotas de depreciação. Fl. 1276DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 10 17 Nessa linha, sustenta a recorrente que o ônus da prova quanto à não realização de cotas de reserva de reavaliação incumbiria ao fisco, não se tendo dele se desincumbido a fiscalização. Por essas razões, entende, aqui também, que deve ser cancelada a exigência. DOS PROGRAMAS FOMENTAR E PRODUZIR Adiante, destaca que a fiscalização teria promovido o lançamento sobre créditos de ICMS concedidos pelo Estado de Goiás, no âmbito dos programas FOMENTAR e PRODUZIR. Por se ter caracterizado o benefício a partir de efetiva redução do montante devido a título de ICMS naquele Estado, e, ainda, por não ter a contribuinte constituído reserva de incentivos fiscais, não se teria ali observado as específicas disposições do art. 443, incisos I e II do RIR/99, sendo assim necessária a submissão dos apontados créditos à tributação do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, tendo em vista não se caracterizarem como efetiva subvenção para investimento. Nesse ponto, destaca a recorrente que a linha perseguida pela douta DRJ seria distinta daquela apontada pela própria fiscalização, que, em momento algum, teria apontado que os refreridos programas FOMENTAR e PRODUZIR não se tratavam de "subvenções para investimento", apresentando, inclusive, pronunciamento em sentido especificamente diverso. Segundo aponta a recorrente, nesta fase processual, descabe a discussão a respeito da natureza própria dos programas FOMENTAR e PRODUZIR, tendo em vista que a sua qualificação como efetiva subvenção para investimando apresentase como específico pressuposto adotado pela fiscalização no lançamento, apenas destacando que os contornos do auto de infração apenas destacam o não atendimento das normas próprias para o aproveitamento da isenção em relação ao IRPJ e a CSLL, sendo que, em relação ao PIS e a COFINS, a incidência limitavase a configurarse ou não como ajustes do RTT. A inovação da DRJ, neste particular, extrapola os limites da lide, não podendo aqui ser admitida. Segundo a recorrente, as subvenções podem ser para custeio ou para investimento, passando, a partir daí, a promover uma distinção didática entre as duas espécies. A analisar as circunstâncias próprias aplicáveis à sistemática da subvenção para investimento, sustenta a recorrente que o objetivo da criação de uma conta de reserva de capital, onde os referidos montantes recebidos em subvenção deveriam ser regularmente registrados, referemse a providências instrumentais apontadas pelas normas de regência, com vistas a evitar o desvirtuamento da aplicação dos recursos, como, por exemplo, a sua utilização na distribuição de resultados a sócios. Com essa perspectiva, sustenta a recorrente ser completamente prescindível a observância da exigigência formal de registro dos valores na referida conta de reserva. Em seu entender, os créditos de ICMS recebidos pela recorrente do Estado de Goiás no âmbito dos mencionados programas (FOMENTAR e PRODUZIR), enquadramse no conceito de subcvenção para investimento. Fl. 1277DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 18 Destaca ainda que, nos termos do Decreto n. 3.822/92 (que regulamentou a Lei do Estado de Goiás n. 9.489/84), bem define o programa FOMENTAR, garantindolhe as características próprias de efetiva subvenção para investimento, indicando, nos termos e disposições contidas em seu Art. 13, par.2o, que a não realização de investimentos fixos exigidos nos projetos de implantação e expansão industrial acarreta a suspensão imediata do benefícios inerentes ao programa. Também em relação ao PROGRAMA PRODUZIR, nos termos do Art. 1o do Decreto 5.265/00, afirma a recorrente a sua característica como programa de subenveção a investimento, substitutivo do PROGRAMA FOMENTAR, nos termos ali então apontados. Destaca entendimento do CARF no sentido de reconhecer ao PROGRAMA FOMENTAR a efetiva caracterização de subvenção para investimento, o que, pelas próprias conclusões, aqui também deve ser aplicado ao PROGRAMA PRODUZIR. Sustenta a recorrente que, por ter apurado prejuízo no exercício de 2009, resta inegável que os montantes relativos aos referidos créditos de ICMS teriam sido mantidos no patrimônio da contribuinte, tendo em vista a impossibildiade de sua distribuição aos sócios, não se podendo impor a exigência formal do registro na conta de reserva de capital como suficiente para desconstituir a sua natureza própria. PIS e COFINS Conforme antes destacado, segundo a recorrente, o fuindamento do lançamento efetivado a título de contribuições para o PIS e a COFINS decorrera do argumento de que o estorno da receita de créditos de ICMS não se referiria a ajustes do RTT, ou seja, no entendimento exarado pelos agentes da fiscalização, o lançamento teria sido realizado com base no argumento de que as subvenções para investimento integram a base de cálculo dessas contribuições sociais. A partir dessas considerações, indica precedentes do CARF que apontam para a conclusão de que a concessão de créditos de ICMS no âmbito de programas de inventivo a investimentos não integram a base de cálculo das contribuições sociais apontadas. Adicionalmente, destaca a recorrente que a decisão proferida pela DRJ apesar de nunca considerado pelos agentes da fiscalização tece longas cnsiderações a respeito da necessidade de vinculação e estrita correspondência entre os benefícios financeiros auferidos pela contribuinte e o destino desses recursos à realização dos investimentos, considerando que a ausência de demonstração dessa vinculação seria, pois, suficiente para a tributação dos referidos valores. Em suas considerações, afirma a recorrente a completa impossibilidade de admissão das argumentações adrede apresentadas pela DRJ, sobretudo porque, não tendo sido levantada essa consideração no Termo de Verificação Fiscal, não poderia agora, em sede de julgamento da impugnação, ser agregado aos fundamentos para manutenção do auto, e, ainda, destaca também não competir à Turma Julgadora a discussão a respeito da vinculação ou não entre o benefício concedido e o invetimento comprometido, fato que somente competiria ao Estado concessor do benefício. Ultrapassadas as considerações formais, destaca ainda a recorrente um específico precedente da Câmra Superior de Recursos Fiscais deste CARF que, apreciando uma Fl. 1278DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 11 19 questão análoga, relacionada, especificamente com o possível descasamento temporal entre as subvenções recebidas e os investimentos realizados, reconheceu como regular o seu recebimento após a efetivação dos investimentos (Acórdão 9101001.094). GLOSA DE DESPESAS CSLL Em mais esse ponto de argumentação, destaca a recorrente a discussão em torno da glosa de despesas promovidas pela autuação, e mantida pela DRJ, especificamente em decorrência do apontamento de que a contribuinte teria deixado de adicionar à base de cálculo da CSLL algumas despesas do quarto trimestre de 2008, e durante o ano de 2009. Em suas considerações, a recorrente sustenta que, no caso, as duas equivocadas premissas adotadas pela fiscalização não teriam sido afastadas pela decisão da DRJ, indicando: a) que a totalidade das exigências se refeririam a provisões e b) que nem todas as despesas indedutíveis para IRPJ também o são para a CSLL. Assim, sustenta que o entendimento externado pela DRJ incorrera em efetiva imprecisão ao assumir que todas as despesas indedutíveis para fins do IRPJ deveriam ser necessariamente adicionadas à base de cálculo da CSLL, o que, então fundamentaria a necessidade de reforma da decisão de primeira instância. DOS DESCABIMENTO DA APLICAÇÃO CONCOMITANTE DA MULTA DE OFÍCIO E DA MULTA ISOLADA Subsidiariamente aos argumentos anteriormente apontados, sustenta a recorrente que, acaso mantido o lançamento guerreado, indevida seria a aplicação concomitante da multa de ofício e da multa isolada. Em suas razões, sustenta a recorrente que por adotar a sistemática da apuração do lucro real anual, é obrigada a promover o recolhimento mensal de estimativas, a título de antecipação dos montantes devidos, sendo então imputável a multa isolada de 50% no caso da inobservância desse procedimento. Findo o exercício, o sujeito passivo não mais se vê obrigado ao recolhimento das estimativas mensais, mas sim ao imposto e à contribuição devidamente apurados e devidos, após o encerramento do anocalendário. Em face dessa realidade própria, considerando a existência de previsão normativa para ambas as penalidades, sustenta a recorrente o entendimento colhido da jurisprudência deste CARF que, especificamente, rejeita a sua aplicação cumulativa/concomitante. Assim, encerrado o exercício, não mais possível se mostra a exigência da referida multa isolada, sendo aplicável, quando muito, a multa de ofício então especificamente lançada. Diante disso, requer o afastamento da exigência da multa isolada. DA INVALIDADE DA EXIGÊNCIA DOS JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO Fl. 1279DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 20 Requer seja reconhecida a invalidade da exigência dos juros de mora sobre o montante apurado a título de multa de ofício, tendo em vista a aplicação limitada do Art. 113, par. 1o do CTN. Indica precedentes do CARF. A partir de todas essas considerações, requer seja devidamente provido o Recurso Voluntário apresentado, desconstituindo o lançamento nos termos apontados. Esse é o relatório. Fl. 1280DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 12 21 Voto Vencido Conselheiro CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, relator. Sendo tempestivo o recurso voluntário interposto, dele conheço. Conforme amplamente apontado nos termos do relatório produzido, existem, nos presentes autos, 07 (sete) específicas discussões desenvolvidas, que, pela sua complexidade, aqui devem ser então analisadas isolada e separadamente, a saber: i) A (in)validade da amortização de ágio ii) Das receitas de processos judiciais iii) O estorno da Reserva de Reavaliação iv) Dos programas FOMENTAR e PRODUZIR v) Da glosa de despesas de CSLL vi) Da concomitância entre a multa de ofício e a multa isolada vii) Da exigência dos juros de mora sobre a multa de ofício Passemos então ao enfrentamento das questões na ordem oferecida pela recorrente. I) A (IN)VALIDADE DA AMORITZAÇÃO DE ÁGIO A primeira questão abordada nos autos, e, aqui, inclusive, especificamente apreciada em relação à pretensão deduzida pela recorrente, referese à discussão a respeito do lançamento efetivado pelas autoridades da fiscalização fazendária, impondo o reconhecimento de invalidade da amortização de ágio promovida pela contribuinte, o que, segundo entende, não merece, de forma alguma, prosperar. Da análise dos elementos contidos nos autos, verificase que aqui se trata da discussão a respeito da operação de aquisição da totalidade das cotas da empresa Leitbom S/A ("LEITBOM") pela empresa Monticiano Participações S/A ("MONTICIANO"), utilizandose, para tanto, de uma "empresa de prateleira" cognominada de CARAVELAS. Para que aqui fique devidamente delineada e compreendida a questão trazida à análise, relevante observar a total inexistência de relação societária entre a MONTICIANO e os originários proprietários da LEITBOM, tratandose de operação entre efetivas e verdadeiras "Partes Independentes", materializada a partir da indubitável existência de pagamento ("dinheiro vivo"). De forma bastante simplificada, assim se pode compreender as operações apontadas: Fl. 1281DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 22 i) A Monticiano Participações S/A ("Monticiano") adquiriu a empresa "Caravelas" em 10/02/2008, tendo, posteriormente, aumentado o seu capital mediante a transferência de recursos financeiros; ii) em 14/04/2008 a Caravelas aquiriu de terceiros por meio de contrato de compra e venda, e com pagamento em "dinheiro vivo" a totalidade das quotas da Leitbom S.A. ("Leitbom"); e iii) em novembro de 2008 a Caravelas foi incorporada pela Leitbom. A par dessas iniciais considerações, verificase que a recorrente sustenta que a razão fundamental da glosa fiscal teria sido apresentada, especifica e exclusivamente, no que tange à utilização, pela MONTICIANO da referida empresa de prateleira "CARAVELAS" com o fim único e exclusivo de garantir o aproveitamento do ágio gerado, o que, no entender dos agentes da fiscalização, importaria efetiva e própria hipótese de "simulação", que, assim, não poderia aqui de forma alguma ser admitida. Especificamente em relação a este ponto, insta destacar que ao pretender apontar a invalidade da operação, tanto os agentes da fiscalização, quanto, também, a r. decisão exarada em primeira instância tecem considerações a respeito dos originários fundadores da empresa CARAVELAS, destacando que ela teria sido constituída a partir de um capital social de apenas R$ 1.000,00 (um mil reais), e, após a aquisição pela MONTICIANO, teria este sido elevado em montante suficiente para a efetivação da aquisição da LEITBOM, nos termos apontados. A consideração, promovida pelos agentes da fiscalização, de que, no caso, tratarse ia de efetiva "simulação", é apresentada, de fato, sob o exclusivo fundamento de que a colocação da empresa CARAVELAS na operação teria sido efetivada com o fim exclusivo de garantir o aproveitamento do ágio pela contribuinte. A recorrente, contra esse argumento, sustenta que, no caso, não atentaram os agentes da fiscalização a respeito da necessária conceituação, na hipótese, de quaisquer das circunstâncias próprias a respeito dos requisitos específicos apontados pelas disposições do Art. 167 do Código Civil para a caracterização do efetivo "ato simulado", sobretudo porque, conforme se verifica, a operação pretendida não fora encoberta ou escondida, pelo contrário. Declaradamente, o que se pretendia era exatamente aquilo que fora efetivamente apresentado, não se havendo falar, portanto, em qualquer possibilidade de configuração de ato simulado. Pois bem. Em primeiro lugar, relevante observar que, no caso, não existe nenhuma dúvida a respeito da consistência própria das operações societárias perpetradas. A discussão aqui apontada cingese, então, à análise da regularidade (ou não) da utilização, pela MONTICIANO, da empresaveículo CARAVELAS para a operacionalização da aquisição das participações acionárias e a sua ulterior incorporação, com a transferência do ágio regularmente constituído. A acusação apresentada limitase, exclusivamente, por considerar inválida a opção da MONTICIANO em não promover diretamente a aquisição, utilizandose, para tanto, de empresa intermediária (a CARAVELAS), especificamente para garantir a ulterior incorporação, e, no caso, o aproveitamento do ágio, nos exatos termos do art. 386, inciso III do RIR/99. Fl. 1282DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 13 23 Em que pese as muitas discussões mantidas a respeito deste tema na mais respeitada doutrina especializada, relevante destacar que, de fato, a utilização das chamadas "empresasveículo" são apontadas pelos agentes da fiscalização, como regra, em decorrência da artificialidade da criação do ágio, destacandose a esse respeito, inclusive, as mais variadas construções já empreendidas em torno das hipóteses de "ágio interno" ou mesmo o "ágio de si mesmo", estas como operações que, tratandose de meras e exclusivas construções formais, sem nenhum "efeito econômico" e sem qualquer transferência de riquezas, são engendradas desde o início , com o exclusivo objetivo de geração do benefício fiscal correspondente. Apesar de todas essas necessárias ponderações, é relevante ressaltar que essa não é a realidade destes autos. A operação societária empreendida consistiu na efetiva aquisição, pela CARAVELAS, da participação societária da LEITBOM, com o pagamento do preço e regular existência do ágio. A empresa CARAVELAS, antes disso, fora constituída (e adquirida) pela MONTICIANO, com o fim específico de promover a aquisição ulterior da LEITBOM, sendo regularmente promovido o seu aumento de capital, em perfeita e regular observância das normas societárias respectivas. O fato de a CARAVELAS tratarse de empresa dita "de prateleira", anteriormente constituída por pessoas que sequer mantinham recursos financeiros suficientes para a prática dos atos apontados, a nosso sentir, não se mostra suficiente para a desconsideração da validade da operação. O objetivo especificamente pretendido foi aquele objetivamente delineado, mostrandose válida, regularmente, a opção realizada pela contribuinte que, sem qualquer engenharia, realizou os atos pretendidos, deles extraindo todas as consequências jurídicas respectivamente previstas no ordenamento. Nesse contexto, a acusação de ocorrência de simulação mostrase destacabida, especificamente porque, como bem apontado pela recorrente, o que se extrai dos atos regularmente praticados é, exatamente, o que se pretendia: a aquisição, pela MONTICIANO da totalidade das quotas da LEITBOM, com o aproveitamento do ágio pago, o que, como bem se vê, em absolutamente nada afronta o que disposto em nosso ordenamento jurídico pátrio. A jurisprudência deste Conselho, já há algum tempo, tem se consolidado no sentido de rejeitar a amortização de ágio constituído de forma ilegal e abusiva, com a utilização de fraudes e simulações, o que, naturalmente, não se verifica nas hipóteses em que o ágio fora regularmente constituído, sendo nascido de operações regulares, realizados entre partes independentes, devidamente comprovado e mediante o respectivo pagamento do preço estabelecido, o que, verificase, encontrase em todas as circunstâncias aqui apresentadas. Nesse sentido, inclusive, destacamos o seguinte precedente, da lavra do ilustre Conselheiro Dr. RAFAEL CORREIA FUSO, que, na mesma linha, bem ilustra o entendimento que defendemos: Número do Processo 19515.004131/200779 Contribuinte CAMIL ALIMENTOS S/A Fl. 1283DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 24 Tipo do Recurso RECURSO VOLUNTARIO Data da Sessão 15/03/2012 Relator(a) RAFAEL CORREIA FUSO Nº Acórdão 1201000.659 Tributo / Matéria Decisão Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR provimento ao recurso, os termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os conselheiros Marcelo Cuba Netto, que dava provimento parcial para afastar a multa concomitante e Luiz Tadeu Matosinho Machado, que negava provimento ao recurso. Ementa IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO. DEDUTIBILIDADE. A pessoa jurídica que, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, absorver patrimônio de outra que dela detenha participação societária adquirida com ágio, poderá amortizar o valor do ágio, cujo fundamento seja o de expectativa de rentabilidade futura, nos balanços correspondentes de apuração de lucro real, levantados posteriormente à incorporação, fusão ou cisão, à razão de um sessenta avos, no máximo, para cada mês do período de apuração.(arts. 7° e 8° da Lei 9.532/97). A premissa utilizada pela fiscalização quanto à glosa do ágio como despesa não se sustenta quando aponta o artigo 13, inciso III, da Lei n° 9.430/96, visto a existência de regra específica que tratou a dedutibilidade do ágio. Os laudos não contestados pela Fazenda e a ausência de apontamento de dolo na operação não permite que o ágio apurado sobre rentabilidade futura e deduzido pelo contribuinte para fins de dedução da base de cálculo do IRPJ e da CSLL seja glosado pela Receita Federal. Devese ter em mente que as operações tributárias e societárias (planejamentos tributários) fundadas em negócios jurídicos indiretos não configura simulação, dissimulação ou evasão fiscal, ainda mais quando se tem uma operação aberta, transparente, mesmo com a utilização de empresa veículo. CSLL. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Aplicação reflexa dos fundamentos tratados no IRPJ. Cancelamento da cobrança em razão da legalidade quanto à dedução do ágio. MULTA ISOLADA. INSUSTENTABILIDADE E CONCOMITÂCIA. Insustentabilidade em razão da inexistência de falta de pagamento de IRPJ pelo regime de estimativa, visto que a dedutibilidade da despesa do ágio foi acolhida. Aplicação da teoria da consunção em razão da concomitância com a multa de ofício. (destaque nosso) Nessa linha, entendemos que, acaso fosse essa e somente essa a acusação fiscal, de fato, não se poderia manter a regularidade do lançamento efetivado. Entretanto, em que pese essas iniciais considerações aqui apresentadas, urge destacar que, ao contrário do que pretende fazer crer a recorrente, a discussão a respeito da validade da constituição do ágio não se limitava, apenas e tão somente, à discussão em relação à apontada simulação, mas também, ainda, conforme se verifica nas disposições do Termo de Verificação Fiscal, também em relação ao cumprimento dos requisitos legais para a constituição e a válida amortização do pretendido ágio, sobretudo no que tange à validade do "Laudo" apresentado, especificamente no que se refere à sua temporalidade. De fato, antes da lavratura do Auto de Infração, pela contribuinte foi apresentado aos agentes da fiscalização o Laudo de Avaliação RJ0185/0802, elaborado pela empresa APIS Consultoria, para determinação do valor do Patrimônio Líquido da empresa CARAVELAS EMPREENDIMENTOS para fins de incorporação e não o Laudo de Avaliação do PL da LATICINIOS MORRINHOS (LBRLacteos). Esse Laudo, que se encontra às fls. 255 Fl. 1284DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 14 25 e ss. dos autos, possui "database" 30 de Setembro de 2008 ("Pouco depois, em 14/04/208, nova AGE foi realizada na CARAVELAS, na qual foi deliberado o aumento de seu capital social de R$ 1.000,00 para R$ 316.476.907,87. Neste mesmo dia, a MONTICIANO, por intermédio da CARAVELAS, adquiriu 90.000.000 quotas de emissão da LATICÍNIOS MORRINHOS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, atual LBR, representativas de 100% do capital social desta empresa, em operação que gerou um ágio de R$ 278.301.202,15.") Entretanto, com a IMPUGNAÇÃO (fls. 821 e ss), foi apresentado o Laudo da APSIS RJ0185/0801, com database de 31/03/2008. Apesar da data indicada, pela simples leitura do documento, verificase que ele é posterior à aquisição da participação acionária referenciada, sendo ele produzido em 25/06/2008, posteriormente, portanto, às operações encetadas. Sendo esse o único documento utilizado como fundamento para o pagamento do referido ágio, tenho como não atendidas as exigências formais para a sua formação e ulterior admissão de sua dedutibilidade , de sorte que, mesmo superando as supostas questões antes apresentadas, ainda assim não vejo como admitir como válida a amortização glosada. Nessa linha de entendimento, relevante destacar, já nos temos manifestado em outras oportunidades, conforme, inclusive, o seguinte precedente colhido desta mesma Turma de Julgamento: Número do Processo 19515.003129/200600 Contribuinte PROCOMP COMERCIO E SERVICOS LTDA Tipo do Recurso RECURSO VOLUNTARIO Data da Sessão 28/08/2014 Relator(a) LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Nº Acórdão 1301001.637 Tributo / Matéria Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) WILSON FERNANDES GUIMARÃES – Presidente em exercício. (assinado digitalmente) LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Relator. Participaram do julgamento os conselheiros: Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Luiz Tadeu Matosinho Machado, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Presidiu o julgamento o Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães. Ausente justificadamente o Conselheiro Valmar Fonsêca de Menezes (Presidente). Ementa Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2001 NULIDADE. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DEFICIENTE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Inexiste a alegada deficiência de fundamentação se o relatório fiscal descreveu minuciosamente as operações societárias realizadas pela recorrente e, apoiado nas normas que regem a matéria, apontou as razões para que a amortização do ágio levada a efeito fosse glosada. Além disso, tendo a recorrente demonstrado, em sua impugnação e recurso voluntário, completo entendimento das acusações fiscais imputadas, trazendo ampla argumentação contra as imputações e escudando o seu procedimento na mesma legislação apontada não Termo de Constatação Fiscal e no Auto de Infração, não há que se cogitar de cerceamento ao direito de defesa. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO PARA Fl. 1285DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 26 GLOSA DE AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. TERMO A QUO. O prazo decadencial para que a Fazenda Nacional efetue o lançamento deve ser contado, na regra geral do art. 150, § 4º do CTN, a partir da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. No caso da amortização do ágio, independentemente do ano em que o mesmo tenha sido gerado, o Fisco somente pode verificar a regularidade da dedução a partir do momento em que o sujeito passivo passa a deduzilo de seus resultados. Antes disso, não deflui qualquer prazo decadencial em relação ao direito do Fisco verificar a regularidade do lançamento por homologação realizado pelo Sujeito Passivo. ÁGIO. GLOSA DE AMORTIZAÇÃO. DEMONSTRAÇÃO QUE JUSTIFIQUE A AQUISIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA PARA FUNDAMENTAR O ÁGIO COM BASE NA RENTABILIDADE FUTURA. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. LAUDO POSTERIOR. IMPOSSIBILIDADE. A demonstração do fundamento econômico da mais valia paga deve ser contemporânea ao reconhecimento do ágio na escrita contábil do contribuinte. Embora a legislação não estabeleça a forma dessa demonstração, o corolário é que esta deva existir ao menos na data do registro da aquisição da participação societária, com vistas ao seu desdobramento contábil. Tratase de requisito legal indispensável, à cargo do sujeito passivo para fruição do benefício fiscal estabelecido. Não tem o Fisco que demonstrar qual seria o “outro fundamento econômico” para o ágio pago, mas sim ao contribuinte comprovar, mediante documentação hábil e idônea, que pagou o ágio baseado na rentabilidade futura projetada para o investimento. PERDAS COM NUMERÁRIO EM TRÂNSITO. ERROS DE CONTABILIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. INDEDUTIBILIDADE. Não tendo a recorrente trazido aos autos nenhum elemento que pudesse comprovar o erro de contabilização alegado é de ser mantida a glosa da despesa. Tratandose de dedução de despesas, independente de sua classificação, cabe ao sujeito passivo demonstrar e comprovar a sua natureza e ainda, se preenche os requisitos de necessidade, usualidade e normalidade. MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE FRENTE AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não cabe ao julgador administrativo ponderar juízos de razoabilidade e proporcionalidade, à míngua de expressa autorização legal. JUROS DE MORA CALCULADOS À TAXA SELIC. LEGALIDADE. CONSTITUCIONALIDADE A aplicação da taxa de juros Selic para corrigir o crédito tributário lançado decorre de expressa disposição legal, inexistindo ilegalidade ou inconstitucionalidade na sua aplicação. Observância da Sumula nº 4 do CARF. JUROS SELIC APLICADOS SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. O crédito tributário decorre da obrigação tributária principal, que compreende o tributo e a multa de oficio. Assim, sobre o total do crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, deve incidir juros de mora, calculados à taxa Selic. Ora, verificandose nos autos que o documento apresentado pela contribuinte fora produzido após a efetivação da operação societária respectiva, tenho como não atendidas as exigências para a fundamentação econômica na formação do ágio pela pretendida expectativa de rentabilidade futura da forma como pretendido, entendo, no caso, pela manutenção da glosa fiscal efetivada sob esse fundamento. II) DAS RECEITAS DE PROCESSOS JUDICIAIS Como segundo ponto de abordagem apresentado no Recurso Voluntário, verificase a discussão pretendida em relação à apontada "reversão de registro" efetivado pela Fl. 1286DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 15 27 contribuinte que, naquele exercício, promoveu o estorno do lançamento relativo ao indicado "ativo contingente", no montante de R$ 24.227.464,84. Analisando as informações constantes do TVF, verificase que a glosa fiscal fora efetivada tendo em vista a consideração da préexistência do registro na conta 5.31.01.010 Receitas de Processos Judiciais naquele montante, sendo que, após a intimação de apresentação de esclarecimento, pela contribuinte esclareceu que a efetivação do estorno daquele registro decorrera especificamente da resposta obtida nos autos do Processo Administrativo n. 10120.0044367/200829, por meio do qual pretendia ela o reconhecinento de habilitação de crédito decorrente da ação judicial n. 96.00.008590. A fiscalização aponta que, conforme as informações prestadas, a informação de não reconhecimento do crédito somente teria sido apresentada em relação ao montante de R$ 10.634.737,40, estando assim pendente de comprovação o montante de R$ 13.592.727,44, sendo considerados então como receitas de créditos reconhecidos em processos judiciais indevidamente estornados. O lançamento efetivado (e também, nesse caso, a decisão proferida em primeira instância) sutentamse, especifica e exclusivamente, no fato de que a contribuinte, mesmo regularmente intimada, não teria apresentado qualquer comprovação da suposta "irregularidade" do registro anterior, ou ainda, no caso, da regularidade do estorno efetivado. Em suas razões recursais, sustenta a contribuinte que o ajuste perpetrado decorria de específica correção dos procedimentos contábeis, não havendo, a seu sentir, qualquer outra prova possível a ser apresentada, senão, os seus correspondentes registros contábeis, o que, apesar de apresentado, não teriam sido admitidos como suficientes pela fiscalização e nem pela Turma julgadora de primeira instância. Em que pese todo o esforço argumentativo apresentado pela contribuinte, penso que, neste caso, as provas exigidas poderiam/deveriam ter sido apresentadas pela contribuinte com a comprovação da regularidade de seu proceder, o que, inclusive, havia sido especificamente apontado pela r. decisão de primeira instância que, a respeito desse específico ponto da defesa apresentada, assim, inclusive, especificamente destacou: As alegações não procedem, pois não vêm acompanhadas de provas. Há que se registrar que, no curso da ação fiscal, o contribuinte foi intimado a esclarecer e a apresentar documentos comprobatórios do lançamento efetuado a débito da conta código 5.31.01..010 – Receitas de Processos Judiciais, no dia 31/12/2008, no valor de R$ 24.227.464,84. Os documentos juntados pelo contribuinte, conforme relata a autoridade autuante, comprovam apenas o não reconhecimento de crédito solicitado no valor de R$ 10.634.737,40, de modo que não houve comprovação das razões do estorno de receitas escrituradas no montante de R$ 13.592.727,44. Em seu recurso, nenhuma prova adicional foi apresentada. Portanto, permanece sem comprovação as razões do estorno da receita escriturada no montante de R$ 13.592.727,44. A qual ação judicial se refere a impugnante, além daquela de que trata o pedido de habilitação de crédito apresentado no curso da ação fiscal? Fl. 1287DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 28 Quais são as estimativas e cálculos que deram base ao lançamento contábil? Nada foi esclarecido. Diante disso, não há como concluir que os valores devem ser reputados ativos contingentes cuja contabilização é descabida. Os documentos que deveriam ter sido apresentados pela contribuinte deveriam ser, exatamente, aqueles que possibilitariam a idenficação, pelos agentes da fiscalização, do efetivo montante devido, e, no caso, os resultados dos estudos por ela empreendidos que indicassem a necessidade do estorno, o que, nunca tendo sido apresentado pela contribuinte, mostra a completa impossibilidade de acolhimento das razões por si só apresentadas. Em face dessas considerações, entendo não assistir razão à recorrente neste tópico. III) O ESTORNO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO A terceira abordagem do recurso referese à pretensão de desconstituição do lançamento em relação às apurações de "Ganho de Capital" e, também, de "Despesas com depreciação", tomandose em consideração dos estornos por ela efetivados na conta reserva de avaliação. Da definição do momento de apuração do Ganho de Capital No que tange à discussão em torno da imposição, pela fiscalização, da obrigatoriedade de apuração do montante de tributo devido em decorrência da verificação de Ganho de Capital, importante ressaltar que a discussão empreendida neste tópico referese à deliberação, efetivada em 11/04/2008, de transferência a título de dividendos aos sócios a partir de entrega de parte de seus ativos, o que, apesar de materialmente realizado em Dezembro/2008 e em 2009, em respeito ao princípio contábil da competência, deveriam ser registrados no resultado fiscal do 2o trimestre daquele ano, e não da forma como considerado pela fiscalização. A fiscalização, por sua vez, considerou o resultado positivo da transferência somente no mês de Dezembro/2008, acarretando, por conta disso, relevantes alterações na apuração dos montantes dos tributos devidos. Por ora, independentemente dos reflexos econômicos correspondentes, relevante observar que, no caso, há se perquirir qual seria o momento adequado para a configuração das referidas transferências, e, nesse caso, a regularidade (ou não) da imputação efetivada. Analisando as informações constantes do Termo de Verificação Fiscal a respeito desse ponto, relevante destacar os seguintes apontamentos ali constantes a respeito desse ponto da autuação: "Ainda inerente aos efeitos fiscais decorrentes do estorno de reserva de reavaliação verificou esta fiscalização que bens imóveis reavaliados dados em dação de pagamentos de dividendos distribuídos aos sócios, aprovado em reunião realizada em 11/04/2008, a contribuinte não considerou na apuração dos resultados os ajustes relativos ao mencionado estorno de reavaliação, deixando de apurar ganho de capital, demonstrado no quadro abaixo, sobre operações de venda de bens que foram negociados nos valores reavaliados, conforme constam no Anexo I da Ata de Reunião Fl. 1288DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 16 29 que aprovou os dividendos e das Declarações de Operações Imobiliárias DOI prestadas pelos respectivos cartórios de registros de imóveis. No caso desse específico apontamento, vale destacar que ali se refere à transferência de bens imóveis, e que, como se verifica, efetivamente válido o apontamento promovido pelos agentes da fiscalização, haja vista a inobservância das específicas regras de .regência pela contribuinte. Em face dessas considerações, na linha do que aqui tem sido destacado, não vejo como possível a desconstituição do lançamento também em relação a esse apontamento. Das Despesas de Depreciação Em relação a esse item, sustenta a contribuinte que, de forma diversa daquela contida nos argumentos da DRJ, o estorno por efetivado em relação às Despesas de Depreciação não seriam decorrentes da aplicação das disposições do Art. 6o da Lei 11.638/2007, destacando que não há nos autos prova de que a recorrente não teria realizado as reservas de reavaliação concomitantemente com a apropriação das cotas de depreciação. Neste específico ponto sustenta a contribuinte que caberia aos agentes da fiscalização efetivamente comprovar a irregularidade da atuação da contribuinte, o que, não o fazendo, não se desincumbindo do ônus que lhe era próprio, inadmissível seria o lançamento efetivado. Ocorre que, ao contrário do que sustentado, todas as considerações a respeito da invalidade dos procedimentos da contribuine a respeito da efetivação dos estornos nos registros relativos às indicadas despesas de depreciação fundavamse, especificamente, na ausência de provas da contribuinte que, apesar de regularmente intimada, não os teria apresentado aos agentes da fiscalização. Nesse sentido, o que se verifica, a recorrente pretende, agora, impor a inversão do ônus da prova, acreditando que, com isso, reverteria a consideração efetivada. Com todas as venias, não pode prosperar essa pretensão, sobretudo porque, ao não apresentar a específica informação e documentação pertinente quando, no desenrolar da fiscalização, fora ela especificamente para isso intimada, atraiu a contribuinte esse ônus probatório, não sendo válida, agora, a sua pretensão de aplicála aos agentes da fiscalização. Nesses termos, não se verificando neste tópico qualquer argumento que pudesse albergar a validade da atuação da contribuinte, não vejo como acudila em sua pretensão. Fl. 1289DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 30 IV) DOS PROGRAMAS FOMENTAR E PRODUZIR Seguindo em suas considerações, aduz ainda a recorrente a invalidade da autuação, especificamente no que diz respeito ao tratamento conferido aos recursos por ela mantidos em decorrência dos programas do Estado de Goiás (FOMENTAR e PRODUZIR), que, por serem por ela considerados como efetivas formas de "subvenção de investimentos", a eles seriam então aplicáveis as disposições do Art. 443, incisos I e II do RIR/99. Antes de analisar qualquer consideração a respeito desse tópico, relevante observar que a recorrente afirma a ocorrência de atuação inválida na decisão de primeira instância, especificamente porque, não tendo sido objeto de enfrentamento na autuação a consideração daqueles programas como efetivas programas de subvenção a investimentos, não poderia, agora, tais considerações serem sacadas como forma de garantir o "salvamento" do Auto de Infração. Da análise das disposições apresentadas pelo Termo de Verificação Fiscal, verificase que a notificação originariamente apresentada pela contribuinte referiase à necessidade de informação dos lançamentos realizados a partir da observância das regras próprias do RTT, o que, entretanto, tendo sido respondido pela contribuinte como representativo da específcia natureza (Subvenção de investimento), sequer teria sido objeto de maiores considerações. O trecho do TVF que analisa as considerações de resposta apresentadas pela contribuinte, simplesmente destacam o seguinte: "Acontece que o próprio art. 443, nos incisos I e II do RIR/99, prevê que as subvenções recebidas não serão computadas no lucro desde que sejam registradas como reserva de capital, que somente poderá ser utilizada para absorver prejuízo, ou ser incorporada ao capital social, observado ainda as disposições do art. 545 ; ou se feitas em cumprimento de obrigação de garantir a exatidão do balanço do contribuinte e utilizadas para absorver superveniências passivas ou insuficiencias ativas, o que não é o caso, pois a contribuinte obteve o crédito reduzindo diretamente o seu passivo com o Estado de Goiás: contas 221001 FINANCIAMENTO FOMENTAR e 221002 FINANCIAMENTO PRODUZIR, e não constitui reserva de incentivos fiscais com tais valores, conforme verificase no extrato de lançamento do livro Razão e dos saldos de reservas do balanço da companhia. Tal fato repercute inclusive, nas bases de cálculo do PIS e da COFINS, uma vez que, conforme a própria contribuinte esclareceu, não se refere a ajustes do Regime Tributário de Transição RTT." A primeira consideração que aqui se faz necessária é de que, ao contrário do que sustenta a recorrente, o apontamento promovido pela fiscalização não se limitava a simples consideração de descumprimento de uma "formalidade" pela contribuinte, absolutamente, mas sim a efetiva desconsideração da possibildiacde de aplicação das específicas consequencias jurídicas decorrentes da eventual consideração daqueles lançamentos como se de efetivas subvenções se tratassem. A título de relevante destaque, apresetemos aqui as disposições do mencionado art. 443 do RIR/99: Art. 443. Não serão computadas na determinação do lucro real as subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos, e as doações, feitas pelo Poder Público, Fl. 1290DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 17 31 desde que (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 38, § 2º, e DecretoLei nº 1.730, de 1979, art. 1º, inciso VIII): I registradas como reserva de capital que somente poderá ser utilizada para absorver prejuízos ou ser incorporada ao capital social, observado o disposto no art. 545 e seus parágrafos; ou II feitas em cumprimento de obrigação de garantir a exatidão do balanço do contribuinte e utilizadas para absorver superveniências passivas ou insuficiências ativas. No caso presente, tendo a contribuinte reconhecido o erro em sua escrita contábil, tornase efetivamente inconteste a não observância das disposições próprias para a aplicação das consequencias determinadas pelas referidas disposições, de sorte que, com toda a certeza, não se trata de mero "erro formal" que pudesse de qualquer forma ser sanado pela contribuinte, mas sim, objetivamente, da inconteste afirmação fiscal da impossibilidade de conferência, aos referidos registros, do tratamento apontado pelas disposições do Art. 443 do RIR/99. A análise em torno da possibilidade (ou não) de configuração do referido programa FOMENTAR como hipótese própria de subvenção econômica, por certo, é tema já há tempos debatido neste Conselho, sendo importante destacar, inclusive, o específico entendimento já exarado pela Colenda CSRF, que assim então já se pronunciou: Número do Processo 10120.002464/9735 Contribuinte LABORATORIO TEUTO BRASILEIRO S/A Tipo do Recurso Recurso de Divergência do Contribuinte Diligência Data da Sessão Relator(a) José Clóvis Alves Nº Acórdão CSRF/0105.424 Tributo / Matéria Decisão Pelo voto de qualidade, NEGAR provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros José Clóvis Alves (Relator), José Carlos Passuello, Victor Luis de Salles Freire, Carlos Alberto Gonçalves Nunes e José Henrique Longo que deram provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Cândido Rodrigues Neuber. Ementa IRPJ PROGRAMA DE INCENTIVO FISCAL ESTADUAL FOMENTAR SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO OU PARA CUSTEIO NÃO CARACTERIZAÇÃO Incentivo financeiro concedido pelo governo estadual, consubstanciado na concessão de empréstimos para reforço de capital de giro e financiamento de 70% do ICMS Fl. 1291DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 32 devido, a prazo longínquo, a juros simbólicos e sem correção monetária, não se traduz em “subvenção para investimento” ou “subvenção para custeio” e nem autoriza que a empresa beneficiária aproprie como despesas, a título de “subvenção para investimento”, o valor correspondente à correção monetária que deixou de ser paga, eis que se trata de despesa fictícia, não contratada, não incorrida e não paga, que afetou indevidamente o resultado do exercício e, conseqüentemente, apequenou, de modo irregular, as bases de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido devidos pela pessoa jurídica, nos respectivos exercícios financeiros, espraiando o incentivo fiscal do âmbito estadual para os tributos federais, sem previsão legal. Negado provimento ao recurso especial. Nessa linha, completamente desarrazoada a insistente tentativa da recorrente em pretender conferir ao referido programa FOMENTAR (e, por arrasto, também o indicado programa PRODUZIR) a característica própria de Subvenção a Investimento, sobretudo porque não pode ser considerado como elemento próprio definido pela específica legislação tributária federal. Não bastasse essa consideração, relevante destacar, novamente, que as exigêncais apontadas pelos incisos do mencionado Art. 443 do RIR/99 não se tratam de meras exigêncais formais, da forma como sustentado pela recorrente, mas sim requisitos próprios para a configuração da possibilidade de aplicação daquele específico regramento ao montante então objetivamente considerado, sendo certo e completamente induvidoso que, não fosse pela imposibilidade própria e vitanda de consideração dos créditos dos referidos programas como hipóteses próprias das chamadas Subvenções a Investimentos, a ausência do registro dos valores mantidos pela contribuinte em específica conta de reserva de capital também imporia a impossibilidade de aplicação daquele dispositivo, da forma aqui então apontado. Para fins de registros necessários, não sendo possível considerar os referidos montantes como valores efetivamente recebidos a partir da sistemática apontada pelas disposições do Art. 443 do RIR/99, a consequencia a incidência tributária do IRPJ e da CSLL também se amplia às Contribuições para o PIS e a COFINS, nos termos então efetivamente promovidos pela autuação efetivada. Em face dessas considerações, rejeito, também aqui, a pretensão da recorrente. V) DA GLOSA DE DESPESAS DE CSLL Seguindo em sua argumentação, aponta ainda a recorrente a discussão em torno da glosa de despesas promovidas pela autuação, e mantida pela DRJ, especificamente em decorrência do apontamento de que a contribuinte teria deixado de adicionar à base de cálculo da CSLL algumas despesas do quarto trimestre de 2008, e durante o ano de 2009. A argumentação da contribuinte, nesse item, é completamente genérica e sem substância, sobretudo porque, mais uma vez, pretende impor a reversão do ônus da prova, afirmando que a decisão da DRJ, teria considerado: a) que a totalidade das exigências se refeririam a provisões e b) que nem todas as despesas indedutíveis para IRPJ também o são para a CSLL. Fl. 1292DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 18 33 Assim, sustenta que o entendimento externado pela DRJ incorrera em efetiva imprecisão ao assumir que todas as despesas indedutíveis para fins do IRPJ deveriam ser necessariamente adicionadas à base de cálculo da CSLL, o que, então fundamentaria a necessidade de reforma da decisão de primeira instância. De forma diversa do que apontado, verificase que no Termo de Verificação Fiscal apresentamse todas as considerações relativas às glosa efetivamente realizada, cabendo à contribuinte, agora, se fosse o caso, efetivamente apontar e sustentar a sua invalidade, o que, pelo que se verifica, não fora por ela efetivamente promovido. Diante dessas circunstâncias, não vejo como acolher a pretensão recursal também neste item. VI) DA CONCOMITÂNCIA ENTRE A MULTA DE OFÍCIO E A MULTA ISOLADA Adicionalmente a todas outras considerações apresentadas, destaca ainda a recorrente a sua pretensão de ver afastada a aplicação da multa isolada pelo não recolhimento de estimativas mensais, tendo em vista que i) o seu lançamento teria sido realizado após o encerramento do exercício, ii) a apuração daquele ano resultou em efetivo "prejuízo fiscal"; e, ainda, iii) a inadmissibilidade da aplicação cumulativa entre a multa isolada e a respectiva multa de ofício. A matéria, portanto, cingese à análise própria dos contornos normativos aplicáveis ao chamado recolhimento de estimativas mensais, que, como se verifica, pelas sistemáticas próprias daqueles referidos tributos (IRPJ e CSLL, apurados pelo Lucro Real), representamse, de fato, como meras antecipações do montante devido ao final do exercício. Em que pese as muitas discussões ainda hoje existentes sobre a matéria, é relevante observar que, a seu respeito, a Colenda Câmara Superior de Recursos Fiscais deste CARF já se debruçou sobre a matéria, sendo relevante destacar, a seu respeito, as disposições trazidas no voto proferido pelo ilustre Conselheiro Dr. Valmir Sandri, que, analisando com maestria a matéria, assim então assentou: Número do Processo 10980.005828/200534 Contribuinte GONVARRI BRASIL PROD SIDERURGICOS SA Tipo do Recurso RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE Data da Sessão Relator(a) VALMIR SANDRI Nº Acórdão 9101001.547 Tributo / Matéria Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros: Valmar Fosênca de Menezes, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Karem Jureidini Dias, Jorge Celso Freire da Silva, Plínio Rodrigues Lima e João Carlos de Lima Junior. Fez sustentação oral o advogado Dr. Ricardo Fernandes OAB/SP nº 183.220. (documento assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Valmar Fonseca de Menezes, José Ricardo da Silva, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Karem Jureidini Fl. 1293DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 34 Dias, Plínio Rodrigues de Lima, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva e Suzy Gomes Hoffmann. Ementa Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2004, 2005 MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA. O artigo 44 da Lei n° 9.430/96 preceitua que a multa de oficio deve ser calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo, materialidade que não se confunde com o valor calculado sobre base estimada ao longo do ano. A jurisprudência da CSRF consolidouse no sentido de que não cabe a aplicação da multa isolada após o encerramento do período. Ante esse entendimento, não se sustenta a decisão que mantém a exigência da multa sobre o valor total das estimativas não recolhidas. (Destaque nosso) Da leitura desse relevante precedente, verificase que, tomandose em conta a aplicação das disposições do mencionado Art. 44 da Lei 9.430/96, pacificouse naquela Câmara Superior o entendimento de que a base de cálculo indicada pela legislação de regência para a apuração da referida multa isolada seria o montante ou a diferença do tributo devido, o que, no caso de apuração de prejuízos fiscais e/ou bases negativas, efetivamente impõe a conclusão de que o montante da penalidade, no caso, seria igual a zero. Vejamos o trecho destacado do voto exarado naquele feito: A sanção prevista no art. 44 da Lei nº 9.430/96 decorre do descumprimento do dever de pagar o tributo. Para quem opta pela tributação pelo lucro real anual, o pagamento dáse mediante antecipações do valor estimado e ajuste ao final do período, quando efetivamente se apura o tributo devido. A jurisprudência desta Câmara Superior consolidouse no sentido de que as duas condutas (antecipação e ajuste), embora distintas, estão materialmente ligadas, eis que o cálculo do valor estimado repercute na apuração do ajuste ao final do período. Nesse passo, a primeira conduta (o dever de antecipar), só existe antes do encerramento do período de apuração, e apenas até esse termo seu descumprimento será alcançado pela penalização. Após o encerramento do período, a conduta exigível é o dever de apurar e pagar o tributo devido no ajuste. Dessa inteligência da norma resulta que, encerrado o anocalendário, não mais existe o dever de antecipar, e assim, a multa pelo descumprimento do dever de pagar o tributo só incide sobre a diferença entre o tributo devido no período e o já pago (quer sobre forma de estimativas, quer sobre forma de ajuste). A sanção prevista no art. 44 da Lei nº 9.430/96 decorre do descumprimento do dever de pagar o tributo. Para quem opta pela tributação pelo lucro real anual, o pagamento dáse mediante antecipações do valor estimado e ajuste ao final do período, quando efetivamente se apura o tributo devido. A jurisprudência desta Câmara Superior consolidouse no sentido de que as duas condutas (antecipação e ajuste), embora distintas, estão materialmente ligadas, eis que o cálculo do valor estimado repercute na apuração do ajuste ao final do período. Nesse passo, a primeira conduta (o dever de antecipar), só existe antes do encerramento do período de apuração, e apenas até esse termo seu descumprimento será alcançado pela penalização. Após o encerramento do período, a conduta exigível é o dever de apurar e pagar o tributo devido no ajuste. Fl. 1294DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 19 35 Dessa inteligência da norma resulta que, encerrado o anocalendário, não mais existe o dever de antecipar, e assim, a multa pelo descumprimento do dever de pagar o tributo só incide sobre a diferença entre o tributo devido no período e o já pago (quer sobre forma de estimativas, quer sobre forma de ajuste). (Grifos e destaques nossos) A partir dessas considerações, entendo, na linha apontado, que o lançamento da referida multa isolada, no caso do nãorecolhimento de estimativas, somente tem cabimento no mesmo anocalendário de sua apuração, sendo certo que, com o encerramento do exercício, a obrigação de recolhimento dessas antecipações dá lugar à apuração e recolhimento do Lucro Real Anual, restando, pois, completamente indevido o lançamento da referida multa isolada quando verificado que, naquele exercício, a contribuinte apurou prejuízo, não restando valor algum a ser recolhido aos cofres fazendários. Não fosse por essas considerações, verificase ainda que, também na jurisprudência deste Conselho encontrase hoje assentada a impossibilidade da aplicação concomitante entre a multa isolada e a multa de ofício, valendo ainda, a esse respeito, o necessário destaque ao recente julgado daquela Câmara Superior, que assim, inclusive, especifciamente aponta: Número do Processo 13839.002602/200511 Contribuinte KERNEL PARTICIPACOES LTDA Tipo do Recurso RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE Data da Sessão 08/10/2014 Relator(a) JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Nº Acórdão 9101002.030 Tributo / Matéria Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Votou pelas conclusões o Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão. (Documento assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente (Documento assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Participaram, ainda, do presente julgamento os Conselheiros: OTACÍLIO DANTAS CARTAXO (Presidente). MARCOS AURELIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, VALMAR FONSECA DE MENEZES, KAREM JUREIDINI DIAS, JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, ANTONIO LISBOA CARDOSO (Suplente Convocado), RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR e PAULO ROBERTO CORTEZ (Suplente Convocado). Ementa Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2000 MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. É incabível a aplicação concomitante da multa isolada por falta de recolhimento de tributo com base em estimativa Fl. 1295DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 36 e da multa de ofício exigido pela constatação de omissão de receitas, quando ambas recaem sobre a mesma receita. Em face dessas considerações, entendo completamente impossível a admissibilidade da exigência concomitante da Multa Isolada pelo não recolhimento de estimativas, e, no caso, a Multa de Ofício imputada, determinando, então, por força disso, a exoneração da primeira. Aliás, a esse respeito, inclusive, relevantes apresentamse as recentes disposições da Súmula CARF n. 105, que, tratando exatamente da matéria aqui apontada, inclusive, assim expressamente destaca: Súmula CARF nº 105 : A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Com essas considerações, entendo, neste ponto, pela procedência dos argumentos aduzidos pela recorrente. VII) DA EXIGÊNCIA DOS JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO Por fim, um dos temas que tem, de forma recorrente, sido argüido em diversos casos neste Conselho, tem sido a discussão a respeito da incidência (ou não) dos percentuais de juros de mora sobre os montantes da apontada multa de ofício. Inicialmente, é de se destacar que, a rigor, a aplicação de juros de mora sobre o montante do crédito tributário constituído e inadimplido, em nosso sistema possui expressa e específica base legal, sendo, a seu respeito, fundamental o destaque das disposições do Art. 161 do CTN, que, sobre o assunto, assim então especificamente destaca: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. Da leitura dessas disposições, verificase já, de antemão, um tratamento legal distinto aplicado pelas disposições normativas de regência para o que seja o “crédito tributário” propriamente dito, e, no caso, as penalidades aplicadas, expressamente destacando que os juros de mora incidem (apenas) sobre aqueles, e não sobre todos os valores ali mencionados. Fl. 1296DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 20 37 Sendo essa a exegese que entendo adequada para o referido dispositivo legal, penso que, pela sua própria dicção, os juros de mora devem incidir sobre o montante próprio (e exclusivo) do crédito tributário, não cabendo, assim, a sua aplicação sobre o montante da multa de ofício aplicada que, inclusive, possui expressa excepcionalização pela mencionada disposição normativa. Em que pese, entretanto, as nossas considerações teóricas sobre a matéria, verificase que, pelo entendimento majoritário neste colegiado, têmse afastado a conclusão aqui então apontada, reconhecendose, por outra vai, que o montante das penalidades aplicáveis (multa de mora e de ofício) integram, por natureza, o conceito próprio do montante do “crédito tributário”, de forma que, então, tornase legítima a aplicação dos referidos juros de mora, também, sobre o montante da multa de ofício aplicada. Resguardando o meu entendimento pessoal a respeito da matéria, curvome, no caso, ao posicionamento da douta maioria, destacando, então, a possibilidade plena de aplicação dos juros de mora sobre o montante da multa de ofício aplicada. Nessa linha, destaco que o Decretolei nº 1.736/79, dispôs sobre os acréscimos moratórios incidentes sobre os débitos para com a Fazenda Nacional, de natureza tributária, destacando: Art 3º Entendese por valor originário o que corresponda ao débito, excluídas as parcelas relativas à correção monetária, juros de mora, multa de mora e ao encargo previsto no artigo 1º do Decretolei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, com a redação dada pelos Decretosleis nº 1.569, de 8 de agosto de 1977, e nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. Ou seja, o valor originário do débito, sobre o qual incidem os juros de mora, não exclui a multa de ofício. De acordo com o § 3º do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, sobre os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal (ou seja, débitos de natureza tributária), cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1° de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o §3° do art. 5° (Selic), a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A regularidade da incidência da taxa SELIC como forma de correção dos montantes do crédito tributário é tema hoje plenamente pacificado na jurisprudência deste CARF, sendo de se destacar, em relação a esse assunto, as disposições da Súmula CARF no 4, que, sobre o assunto, assim então especificamente assenta: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Fl. 1297DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 38 Em face dessas considerações, entendo, no caso, pela perfeita validade da incidência dos juros SELIC sobre as multas aplicadas, nos termos e condições estabelecidos pelo ordenamento jurídico pátrio. Conclusão Em face de tudo o que aqui então especificamente apresentado, encaminho o meu voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário interposto, esta, exclusivamente, para apontar a invalidade da exigência concomitante da Multa Isolada e a Multa de Ofício, determinando a exoneração da primeira, mantendo, em tudo o mais, o lançamento efetivado. É como voto. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator Fl. 1298DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10120.723741/201200 Acórdão n.º 1301001.788 S1C3T1 Fl. 21 39 Voto Vencedor Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas Redator designado. Inobstantes as valiosas considerações do Ilustre Conselheiro Relator, o Colegiado, pelo voto de qualidade, divergiu do entendimento acerca da incidência da multa isolada sobre as estimativas não recolhidas. Para o Relator, a referida sanção só pode ser aplicada dentro do próprio exercício fiscal. Não foi essa, contudo, a conclusão a que chegou esta Turma Ordinária. Com efeito, predominou o entendimento de que inexiste na legislação de regência as condições acima referenciadas, isto é, o diploma legal instituidor da sanção administrativa, ao descrever as situações motivadoras da aplicação da penalidade, não fez menção à circunstância de que, encerrado o período de apuração, a multa isolada só subsistiria no caso de apuração de saldo positivo de imposto. Destacouse, inclusive, que a norma impositiva estabelece, de forma expressa, que, ainda que se tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa, a penalidade deve ser aplicada, bastando para tanto que o sujeito passivo tenha incorrido na sua hipótese de incidência, qual seja, deixar de ter efetuado o recolhimento mensal incidente sobre a base de cálculo estimada. A conclusão, pois, dirigiuse no sentido de que os requisitos condicionadores da aplicação da penalidade indicados pelo Ilustre Relator decorrem de exercício de interpretação da norma sancionadora que, na visão do Colegiado, não pode ser recepcionado. Mantida, assim, as multas isoladas decorrentes da falta de recolhimento das estimativas devidas, nos termos expresso no art. 44 da Lei 9.430, 1996, com a nova redação dada pela Lei 11.488, de 2007, in verbis: Art. 14. O art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação, transformandose as alíneas a, b e c do § 2o nos incisos I, II e III: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; Fl. 1299DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO 40 b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. I (revogado); II (revogado); III (revogado); IV (revogado); V (revogado pela Lei no 9.716, de 26 de novembro de 1998). § 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1o deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: I prestar esclarecimentos; II apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 de agosto de 1991; III apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei. ................................................. ” (NR) Ressaltese, por pertinente, que o disposto na Súmula CARF 105 relacionase às disposições da Lei antes da nova redação acima citada, confirase: Súmula CARF nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas – Redator Designado Fl. 1300DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 14/04/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por PAULO JAK SON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por ADRIANA GOMES REGO
score : 1.0
Numero do processo: 10932.000398/2006-11
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed May 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2003
RECURSO ESPECIAL. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO - CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 105.
É incabível a aplicação concomitante da multa isolada por falta de recolhimento de tributo com base em estimativa e da multa de ofício exigido pela constatação de omissão de receitas, quando ambas recaem sobre a mesma receita.
Numero da decisão: 9101-002.125
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos em conhecer do Recurso, vencido o Conselheiro Leonardo de Andrade Couto (Conselheiro Convocado). No mérito, por unanimidade de votos, negaram provimento ao Recurso Especial.
HENRIQUE PINHEIRO TORRES - Presidente.
JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR - RELATOR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, ADRIANA GOMES REGO, KAREM JUREIDINI DIAS, LEONARDO DE ANDRADE COUTO (Conselheiro Convocado), ANTÔNIO CARLOS GUIDONI FILHO, RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR, MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ (Vice-Presidente), HENRIQUE PINHEIRO TORRES (Presidente-Substituto).
Nome do relator: JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 105. É incabível a aplicação concomitante da multa isolada por falta de recolhimento de tributo com base em estimativa e da multa de ofício exigido pela constatação de omissão de receitas, quando ambas recaem sobre a mesma receita. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos em conhecer do Recurso, vencido o Conselheiro Leonardo de Andrade Couto (Conselheiro Convocado). No mérito, por unanimidade de votos, negaram provimento ao Recurso Especial. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente. JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR RELATOR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, ADRIANA GOMES REGO, KAREM JUREIDINI DIAS, LEONARDO DE ANDRADE COUTO (Conselheiro Convocado), ANTÔNIO CARLOS GUIDONI FILHO, RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR, MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ (VicePresidente), HENRIQUE PINHEIRO TORRES (PresidenteSubstituto). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 2. 00 03 98 /2 00 6- 11 Fl. 487DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2015 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2015 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TOR RES 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela FAZENDA NACIONAL com fundamento no artigo 67 do Regimento Interno do E. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. O presente processo administrativo é decorrente de Auto de Infração lavrado para exigência de CSLL relativa ao anocalendário de 2003, bem como para exigência de multa isolada por falta de recolhimento das estimativas de CSLL referentes aos meses de janeiro, maio, julho, novembro e dezembro do mesmo ano. Insurgiuse a recorrente contra o acórdão nº 120100.358, proferido pelos membros do colegiado da 1ª Turma, da 2ª Câmara, da Primeira Seção de Julgamento deste Conselho, na parte em que, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário para excluir a exigência da multa isolada pelo não pagamento das estimativas da CSLL dos meses de janeiro, maio e julho de 2003, pois “uma vez que no caso sob exame o lançamento da CSLL devida ao final do anocalendário de 2003 decorreu do não pagamento das estimativas relativas aos meses de janeiro, maio e julho, esta infração é absorvida por aquela”, não podendo a multa isolada ser exigida em conjunto com a multa por lançamento de ofício, que decorre do não pagamento de tributo pelo contribuinte. O acórdão recorrido foi assim ementado: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL ANOCALENDÁRIO: 2003 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. EXTINÇÃO. Não havendo sido apresentada a competente declaração de compensação, não é juridicamente possível considerarse extinto o débito, ainda que a contribuinte possua direito creditório perante a Fazenda Pública. MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO. A multa isolada cominada pelo descumprimento do dever de recolher a CSLL calculada por estimativas mensais incide sobre o total da estimativa que deixou de ser recolhida. Contudo, pelo princípio da absorção ou consunção, a aplicação da multa isolada fica limitada ao valor que exceder o montante da multa de ofício que houver sido aplicada pela falta de recolhimento da CSLL devida ao final do anocalendário. Esta penalidade absorve Fl. 488DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2015 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2015 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TOR RES Processo nº 10932.000398/200611 Acórdão n.º 9101002.125 CSRFT1 Fl. 488 3 aquela até o montante em que suas bases se identificarem, o que ocorreu integralmente no presente lançamento.” A recorrente, nas razões recursais, alegou que deve prevalecer a manutenção de ambas as penalidades: a) multa isolada pela falta de recolhimento de estimativas e b) multa de ofício, apurada ao final do anocalendário, isto porque, as estimativas mensais configuram obrigações autônomas, que não se confundem com a obrigação tributária decorrente do fato gerador anual. Afirmou que a decisão recorrida deu à lei tributária interpretação divergente da que lhe foi dada por outra Câmara deste Conselho e trouxe como paradigma o acórdão 198 00.101 assim ementado: “MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO PADRÃO CONCOMITÂNCIA As estimativas mensais configuram obrigações autônomas, que não se confundem com a obrigação tributária decorrente do fato gerador anual. Não há previsão legal de afastamento da multa isolada em razão da aplicação da multa de oficio vinculada ao tributo anual que deixou de ser recolhido.” Em sede de exame de admissibilidade foi dado seguimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. O contribuinte apresentou contrarrazões pugnado pela manutenção do acórdão recorrido, pois foi correto ao consignar que a multa isolada não pode ser cumulada com a multa de ofício, por se tratar de aplicação de dupla penalidade a um mesmo fato. É o relatório. Voto Conselheiro JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR RELATOR O cerne da questão cingese à análise da possibilidade ou não de manutenção da multa isolada aplicada pela falta de recolhimento do IRPJ sobre a base de cálculo estimada, em concomitância com a multa de ofício. A matéria em debate foi sumulada (Súmula CARF nº 105) em data posterior à interposição do Recurso Especial, razão pela qual dele tomo conhecimento. A súmula nº 105 do CARF assim dispõe: Fl. 489DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2015 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2015 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TOR RES 4 “A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício.” Nos termos do disposto na súmula transcrita, a multa isolada e a multa de oficio não podem ser exigidas concomitantemente na hipótese de falta de recolhimento de tributo apurado ao final do exercício e também pela falta de antecipação sob a forma estimada. É cabível, portanto, apenas a multa de oficio pela falta de recolhimento de tributo. Do exposto, nego provimento ao Recurso Especial. JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR RELATOR Fl. 490DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2015 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2015 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TOR RES
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Numero do processo: 16707.001866/2009-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 21 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1201-000.161
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
RAFAEL VIDAL DE ARAUJO - Presidente.
(Assinado digitalmente)
LUIS FABIANO ALVES PENTEADO - Relator.
EDITADO EM: 01/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araujo (Presidente), Marcelo Cuba Neto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, André Almeida Blanco (suplente convocado em substituição ao Conselheiro João Carlos de Lima Júnior) e Luis Fabiano Alves Penteado
Nome do relator: LUIS FABIANO ALVES PENTEADO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) RAFAEL VIDAL DE ARAUJO - Presidente. (Assinado digitalmente) LUIS FABIANO ALVES PENTEADO - Relator. EDITADO EM: 01/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araujo (Presidente), Marcelo Cuba Neto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, André Almeida Blanco (suplente convocado em substituição ao Conselheiro João Carlos de Lima Júnior) e Luis Fabiano Alves Penteado
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Presidente. (Assinado digitalmente) LUIS FABIANO ALVES PENTEADO Relator. EDITADO EM: 01/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araujo (Presidente), Marcelo Cuba Neto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, André Almeida Blanco (suplente convocado em substituição ao Conselheiro João Carlos de Lima Júnior) e Luis Fabiano Alves Penteado RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 67 07 .0 01 86 6/ 20 09 -6 7 Fl. 785DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 16707.001866/200967 Resolução nº 1201000.161 S1C2T1 Fl. 785 2 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado contra a Contribuinte, para exigência de crédito tributário relativo ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ e, à Contribuição Social sobre o Lucro Liquido –CSLL, conforme tabela abaixo: TRIBUTO IMPOSTO/CONTRIBUIÇÃO JUROS DE MORA MULTA TOTAL IRPJ 894.395,18 405.556,89 670.796,38 1.970.748,45 CSLL 338.110,89 153.279,76 253.583,16 744.973,81 TOTAL ‐ ‐ ‐ 2.715.722,26 Em suma, de acordo com o relatório de Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal às fls. 04 e 09, e Termo de Encerramento, fls. 13 e 14, foi constatado, na apuração das vendas do contribuinte, que os valores das notas fiscais foram declarados a menor, resultando em insuficiência do recolhimento dos tributos. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, acompanhada dos documentos, alegando em síntese que: os valores parcelados do IRPJ e da CSLL referentes ao anocalendário 2005 não foram considerados quando do lançamento da exigência o que dá causa a bitributação e imotivada aplicação da multa de oficio sobre valores já declarados; com base no art. 37 da Lei n° 9.784/1999 requer seja acostado aos autos o parcelamento referido para que sejam deduzidos os valores já oferecidos à tributação; cerceamento do direito de defesa uma vez que solicitou cópia do processo em questão e até a data de protocolização da defesa ainda não havia sido atendido assim, requer lhe seja permitida juntada posterior de documentos e esclarecimentos adicionais na forma do art. 38, da Lei n° 9.784/1999c/c § 5 0, do art. 16, do Decreto n° 70.235/1972; descreve sobre princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da verdade formal e material, com base na doutrina e em dispositivos legais transcritos, para concluir que a tributação sobre o lucro com o percentual de presunção de 32% fere frontalmente a legislação tributária de regência da matéria; se trata de prestação de serviço de transporte e para essa atividade o percentual de presunção, legalmente previsto, é de 16%, sendo inoportuna e ilegal a aplicação do percentual de 32%, ainda mais com a inclusão de valores já declarados e confessados; o ônus da prova do erro na imputação do percentual utilizado é da autoridade lançadora, se há o reconhecimento da atividade referida, como consta do Termo de Encerramento, cabia a apuração da base de cálculo na forma do § 2° do art. 15 da lei de regência (atividades diversificadas); pede seja reconhecido que os serviços de transporte prestados devem ter base de calculo apurada com o percentual de 16% das receitas recebidas, estando a base de cálculo apurada pela fiscalização contaminada pela não observação do § 2° do art. 15 da Lei n° 9.249/1995; presta aos municípios de Belo Horizonte e Natal, conforme documentos apresentados, serviços de emergência médica ambulâncias (prestação de serviços de transporte Fl. 786DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 16707.001866/200967 Resolução nº 1201000.161 S1C2T1 Fl. 786 3 de pacientes préhospitalar, interhospitalar e pronto atendimento, os quais à luz da IN 480/2004, são equiparados a serviços hospitalares, merecendo a aplicação do percentual de presunção de 8%, a autoridade lançadora preferiu classificar os serviços como inerentes à locação de bens, operacionalização de sistemas, administração etc.; requer sejam reconhecidos os serviços de emergência médica prestados pela contribuinte para aplicação do percentual de presunção de 8% das suas receitas, caso contrario, seja considerado como serviço de transporte de pacientes, para aplicação do percentual de 16%; houve desconsideração do regime de caixa tendo em vista que a autoridade fiscal afirmou que foram oferecidos A. tributação valores menores que os constantes das notas fiscais, sem mencionar quais as notas fiscais, datas e quando a dita receita havia entrado nos cofres da empresa, e ainda, cerceamento do direito de defesa; resta comprovada a nulidade do Auto de Infração diante da afronta ao principio da legalidade e da verdade material e cerceamento do direito de defesa, ementas de Acórdãos do Conselho de Contribuintes as fls. 430 a 432; ilegalidade da multa de oficio de 75%; requer realização de perícia, indica perito e apresenta quesitos A. fl. 434; requer produção de prova documental superveniente; Por unanimidade de votos, acordaram os membros da 3. Turma de Julgamento da DRJ do Rio de Janeiro, a julgar improcedente a manifestação de inconformidade em decisão cujo trecho destaco abaixo: “No mérito, relativamente ao percentual de presunção do lucro, em síntese, a autuada alega que presta serviço de transporte sendo legalmente previsto para essa atividade o percentual de 16% e não o aplicado na autuação de 32%. Com relação aos serviços prestados aos municípios de Belo Horizonte e Natal, conforme documentos apresentados, se caracterizam como serviços de emergência médica equiparados a serviços hospitalares cujo percentual de presunção é de 8% ou, no máximo, 16% quando considerado como serviço de transporte de pacientes. A questão da determinação do coeficiente do lucro presumido aplicado receita da recorrente tem seu cerne na determinação da natureza dos serviços prestados, durante o ano calendário 2005: prestação de serviços de transporte ou prestação de serviço de locação de veículos. 0 primeiro, sujeito ao coeficiente de 16% (art. 15, §1°, II, "a", Lei n° 9.430/96), o segundo, 32% (art. 15, §1°, III, "c", Lei n° 9.430/96). A impugnante, em sua declaração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, ano calendário 2005, DIPJ/2006, fls. 144 a 152, utilizou percentuais de presunção de 16% e 32%. Intimada a justificar a razão da utilização dos referidos percentuais, após várias prorrogações de prazo requeridas e atendidas, informou apenas que o percentual de 16% "foi utilizado como receitas da empresa, sendo que a natureza das demais seria reembolso de custos e despesas para execução dos serviços". Portanto, com sua resposta, nada restou esclarecido que justificasse a aplicação do percentual reduzido de 16%. Fl. 787DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 16707.001866/200967 Resolução nº 1201000.161 S1C2T1 Fl. 787 4 . O percentual correto é obtido com base no dispõe o art. 518, do R1R/1999: "Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada trimestre, sera determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração, observado o que dispõe o § 72 do art. 240 e demais disposições deste Subtítulo (Lei /2 2 9.249, de 1995, art. 15, e Lei re 9.430, de 1996, arts. Je25, e inciso I). Art. 519. Para efeitos do disposto no artigo anterior, considerase receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único. § 12 Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de (Lei n. 9.249, de 1995, art. 15, § 1): I um inteiro e seis décimos por cento, para atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II dezesseis por cento para a atividade de prestação de serviço de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput; III trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. § 2 No caso de serviços hospitalares aplicase o percentual previsto no caput §3 No caso de atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada atividade (Lei n' 9.249, de 1995, art. 15, § 29)." Quanto à infração em si, as alegações levantadas pelo impugnante não são suficientes para infirmar o lançamento. As cópias das notas fiscais de serviço emitidas pela empresa e os contratos de prestação de serviços, fls. 78 a 137, são provas inequívocas de que a natureza do serviço prestado é de mera locação de veículos, que não deve ser confundida com a de transporte de passageiros, nem com atividades hospitalares, como pretende a impugnante. Além de outros serviços prestados pela autuada, como operacionalização de caixas registradoras, operacionalização de ambulâncias, o que se verifica da análise dos referidos contratos conforme se demonstra a seguir. Contrato de Locação de Veículos celebrado com o Banco Central do Brasil, fls. 78/93, tem por objeto "a locação de veículos, incluindo a disponibilização de condutores, para o Banco Central do Brasil no Rio de Janeiro, conforme as Especificações Básicas do Anexo I e das demais condições estabelecidas no Edital e seus anexos." Contrato celebrado com a Fundação Parques e Jardins, Prefeitura do Rio de Janeiro, fls. 94/101, tem por objeto "prestação de serviços de aluguel de 40 caminhões ". Fl. 788DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 16707.001866/200967 Resolução nº 1201000.161 S1C2T1 Fl. 788 5 Contrato de prestação de serviços celebrado com o IBAMA, fls. 102/112, tem por objeto "prestação, de forma continua, dos Serviços de Operação de Caixas Registradoras de Cobrança de Ingressos de Visitantes, Controle Financeiro e Controle de Trafego com fornecimento de mão de obra...". Contrato de Locação de Veiculo celebrado com o SESC Rio de Janeiro, fls. 113/122, tem por objeto a locação de 7 veículos Fiat Pálio Sedan e Pálio Weekend. Contrato de Prestação de Serviços celebrado com o município de Belo Horizonte através da Secretaria Municipal de Saúde, fls. 126/134, tem por objeto "prestar serviço de operacionalização de ambulâncias pertencentes ao município de Belo Horizonte." Faz parte do objeto: a) Recursos humanos (motoristas de ambulâncias) b) Prestação de serviços de manutenção completa dos veículos c) Materiais e acessórios necessários ao atendimento Os serviços serão prestados de forma indireta e continua, para a Secretaria Municipal de Saúde" Assim, por ficar caracterizado que a receita do sujeito passivo adveio da prestação de serviços em geral, correta a aplicação do coeficiente de presunção do lucro de 32% sobre a receita apurada. No que concerne aos valores lançados foram apurados considerando As deduções dos valores retidos na fonte, conforme "Totalizador Trimestral de Imposto de Renda e Contribuições Retidas na Fonte", fl. 32, como também foram considerados os valores declarados, conforme Demonstrativo de Apuração de Débito, fl. 18, e Demonstrativo de Situação Fiscal Apurada, fls.20/21. Portanto, não tem cabimento a arguição de bitributação de valores anteriormente declarados e pagos, uma vez que referidos valores, conforme demonstrado, foram deduzidos por ocasião do lançamento e a defesa não trouxe provas que justificassem alterações dos mesmos. Inconformada, a Contribuinte apresentou Embargos Declaratórios, que foi inadmitido pela DRJ. Após, apresentou Recurso Administrativo para este Conselho, por meio do qual reprisa os argumentos da defesa inicial. É o relatório. Voto Conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado, Relator A Contribuinte apresentou, tempestivamente, Recurso Administrativo que deve ser conhecido e recebido conforme o artigo 64, inciso II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Tendo em vista que constam nos autos, contratos e notas fiscais que indicam a realização de atividades diversas, como por exemplo, locação de veículos com motorista, serviços hospitalares (fls. 471 a 547) e administração de caixa, em respeito aos princípios da Fl. 789DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 16707.001866/200967 Resolução nº 1201000.161 S1C2T1 Fl. 789 6 verdade matéria, do contraditório e da ampla defesa, proponho a CONVERSÃO do julgamento em diligência para que seja determinada a baixa destes autos à Delegacia de Origem para que: a) seja verificado se as receitas referentes às notas fiscais que serviram de base para o trabalho da fiscalização foram, de fato, apropriadas segundo o regime de caixa; b) seja identificada, com base em contratos e notas fiscais, a receita correspondente a cada tipo de atividade, a saber: i) serviços hospitalares; ii)locação de veículos sem motorista; c) locação de veículos com motorista e d) demais serviços. É como voto! (assinado digitalmente) Luis Fabiano Alves Penteado relator Fl. 790DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 20/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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Numero do processo: 15868.002098/2009-53
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Jun 26 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2403-000.149
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 3ª turma ordinária da Segunda Sessão de Julgamento, por unanimidade de votos em converter o julgamento em diligência à Secretaria para informar o resultado do julgamento do processo nº 10820.002239/2005-37.
Carlos Alberto Mees Stringari -Presidente Ivacir Júlio de Souza-Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari , Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhaes Peixoto, Carolina Wanderley Landim.
RELATÓRIO.
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 3ª turma ordinária da Segunda Sessão de Julgamento, por unanimidade de votos em converter o julgamento em diligência à Secretaria para informar o resultado do julgamento do processo nº 10820.002239/2005-37. Carlos Alberto Mees Stringari -Presidente Ivacir Júlio de Souza-Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari , Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhaes Peixoto, Carolina Wanderley Landim. RELATÓRIO.
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RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 3ª turma ordinária da Segunda Sessão de Julgamento, por unanimidade de votos em converter o julgamento em diligência à Secretaria para informar o resultado do julgamento do processo nº 10820.002239/200537. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Ivacir Júlio de SouzaRelator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari , Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhaes Peixoto, Carolina Wanderley Landim. RELATÓRIO. O lançamento em comento é vinculado ao principal de n° 15868.002096/200964 que tratou de constituição de crédito em razão de a entidade ter entendido que estava amparada por ATO DECLARATÓRIO DE ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Em razão disto, não efetuou o recolhimento das citadas contribuições. Ocorre que o ATO em que se baseava, fora cancelado na forma do Ofício INSS/SERVREP N°° 21 421.0 /234/2005 com base na Decisão – Notificação DN n ° 21.021.0/001/2005, e assim, de ofício, na forma do registro nos itens 2.2.2 e 3.2 do Relatório Fiscal de fls. 30, a Autoridade Fiscal com base nos salários de contribuições declarados nas GFIPs da Recorrente, lavrou o presente Auto de Infração. Naquele lançamento principal, corroborando o procedimento de ação fiscal específica e parcial , no Termo de Início de Procedimento Fiscal , datado de 25/09/2009, de fls. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 58 68 .0 02 09 8/ 20 09 -5 3 Fl. 378DF CARF MF Impresso em 26/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15868.002098/200953 Resolução nº 2403000.149 S2C4T3 Fl. 3 2 89, a Autoridade Autuante solicitou apenas Atas, Estatutos, CNAS, Ato Declaratório de Concessão de Isenção Previdenciária e GFIPs. Na seqüência, às fls. 91, o Termo de Encerramento de Procedimento Fiscal – TEPF, datado de 29/10/2009, confirma o lançamento com base nas GFIPs. Na forma do registro de fls. 292 daquele processo principal, a autoridade autuante revela na parte final do item “d” da Informação Fiscal colacionada, que o “ objetivo da lavratura do crédito foi com intuito de se precaver a decadência iminente”. A empresa apresentou impugnação onde alegou em apertada síntese cerceamento do direito de defesa, intempestividade da autuação, ilegitimidade de parte da impugnante, falta de liquidez do auto de infração, garantia do direito à imunidade, aplicação indevida de multas, juros extorsivos e ilegais e, necessidade de prova pericial: O Auto de Infração ora impugnado padece de nulidade insanável devido a falta do Termo de Encerramento da Auditoria Fiscal, condição prevista no art. 594 da Instrução Normativa 3/2005, com a redação dada pela IN MPS/SRP , n° 23 de 30/04/2007, em vigor à época do malsinado auto. Conclui afirmando que isto caracterizou cerceamento de defesa; Tem seus registros regulares no CNAS, e CEBAS; Que na forma dos artigos 150 , inciso IV, letra “C” e 195, §7° da CF, , arts. 9 e 14 do Código Tributário Nacional – CTN e art. 55 da Lei n 8.212/91 , é uma fundação sem fins lucrativos e imune ao pagamento de impostos e ao recolhimento de contribuições previdenciárias e acessórios; Que a impugnante tem direito adquirido à isenção quanto ao pagamento da cota patronal e seus acessórios; e Que são indevidas as cobranças de contribuições para INCRA , SESC, SENAC E SEBRAE; e Que o ATO que cancelou o reconhecimento da imunidade encontrase em fase de Recurso Administrativo neste Conselho sob o n° 10820.002239/200537; DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Após analisar aos argumentos da impugnante, na forma do registro de fls.254 , a 7 ª Turma da Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil em Ribeirão Preto (SP) DRJ/RPO, em 28 de Junho de 2011, exarou o Acórdão n° 1434.404, mantendo procedente o lançamento. DO RECURSO VOLUNTÁRIO. A Recorrente interpôs Recurso Voluntário de fls. 289 onde não apresentando pontuais contrarazões às razões apresentadas pelo I. Julgador “ ad quod ”, simplesmente reitera na íntegra as alegações que fizera em sede de impugnação na expectativa de que o julgamento “ad quem” proceda às omitidas confrontações e assim , eventualmente, seus exordias argumentos possam prosperar. VOTO DA TEMPESTIVIDADE Conforme registros de fls. 365 o recurso é tempestivo Fl. 379DF CARF MF Impresso em 26/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15868.002098/200953 Resolução nº 2403000.149 S2C4T3 Fl. 4 3 DA ADMISSIBILIDADE A Recorrente alega que interpôs recurso contra decisão de cancelamento de sua isenção cujo o processo de n° 10820.002239/200537 estaria por ser julgado no âmbito deste Conselho. Consulta ao EProcesso revela que o sobredito processo na forma do Acórdão n° 20218.243, de 15 de agosto de 2007, por unanimidade, não fora conhecido pelos membros da Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, que na oportunidade declinaram da competência de julgamento para o Primeiro Conselheiro de Contribuintes., verbis: “ ACORDAM os Membros da SEGUNDA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, declinando a competência de julgamento para o Primeiro Conselheiro de Contribuintes.” A ementa do voto em apreço abaixo transcrita, revela a síntese dos argumentos que motivaram a decisão, verbis: “ Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/05/2000 a 31/12/2000 Ementa: ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO. SUSPENSÃO DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO. Compete ao Primeiro Conselho de Contribuintes julgar os recursos interpostos em processos fiscais relativos às contribuições, quando suas exigências estejam lastreadas, no todo ou em parte, em fatos cuja apuração serviram para determinar a prática de infração a dispositivos legais do Imposto de Renda, consoante disposto no art. 1° parágrafo único, do Decreto n° 2.191/97 e nos §§ 9° e 10 do art. 32 da Lei n° 9.430/96, que estabelecem que as impugnações contra o ato declaratório e contra a exigência de crédito tributário serão reunidas em um único processo, para serem decididas simultaneamente e que os procedimentos estabelecidos no artigo aplicamse, também, às hipóteses de suspensão de isenções condicionadas, quando a entidade beneficiária estiver descumprindo as condições ou requisitos impostos pela legislação de regência. Recurso não conhecido. ” Art. 1° parágrafo único, do Decreto n° 2.191/97 “ Art. 1º Fica transferida do Primeiro para o Segundo Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda a competência para julgar os recursos interpostos em processos fiscais de que trata o art. 25 do Decreto nº.70.235, de 6 de março de 1972, alterado pela Lei nº 8.748, de 9 de dezembro de 1993, cuja matéria, objeto do litígio, decorra de lançamento de ofício das contribuições para o Programa de Integração Social PIS, para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PASEP, para o Fundo de Investimento Social FINSOCIAL e para o Financiamento da Seguridade Social COFINS. Parágrafo único. A competência para julgar os recursos interpostos em processos fiscais, relativos às contribuições de que trata o caput deste artigo, permanece no Primeiro Conselho de Contribuintes, quando suas exigências estejam lastreadas, no todo ou em parte, em fatos cuja apuração serviram para determinar a prática de infração a dispositivos legais do imposto de renda.” Fl. 380DF CARF MF Impresso em 26/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15868.002098/200953 Resolução nº 2403000.149 S2C4T3 Fl. 5 4 Relevante registrar que não consta colacionado nos autos qualquer elemento que registre definitiva decisão sobre o Ato Cancelatório em comento. DO DECRETO N 7.237/2010. Na forma do art. 45 do Decreto nº 7.237, de 20/07/2010, que regulamenta a Lei no 12.101, de 27 de novembro de 2009, os Atos Cancelatórios de Isenção não definitivamente julgados sejam encaminhados à unidade competente daquele para verificação do cumprimento dos requisitos da isenção, nos seguintes termos: “ Art.45.Os processos para cancelamento de isenção não definitivamente julgados em curso no âmbito do Ministério da Fazenda serão encaminhados à unidade competente daquele órgão para verificação do cumprimento dos requisitos da isenção na forma do rito estabelecido no art. 32 da Lei n 12.101, de 2009, , aplicada a legislação vigente à época do fato gerador.” Portanto, com fulcro no sobredito Decreto o processo em tela, juntamente como o principal, seráredirecionado para a Secretaria desta Câmara, acompanhado de despacho deste ConselheiroRelator. CONCLUSÃO. Em razão a tudo que foi exposto, se faz necessário converter o julgamento em diligência à Secretaria para informar o resultado do julgamento do processo nº 10820.002239/200537. É como voto. Ivacir Júlio de Souza Relator. Fl. 381DF CARF MF Impresso em 26/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 23/06/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 10814.006690/2005-11
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu May 05 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO - II
Data do fato gerador: 28/09/2000
ISENÇÃO DE CARÁTER SUBJETIVO. EXIGÊNCIAS.
Na vigência da Lei n° 9.069, de 1995, o reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Não comprovada tal regularidade, afasta-se o beneficio.
MOMENTO DO RECONHECIMENTO
Em consonância com o art. 179 do CTN, a isenção em caráter especial é reconhecida a cada fato gerador, mediante aquiescência da autoridade tributária competente.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3102-001.014
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Wilson Sampaio Sahade Filho e Nanci Gama, que davam provimento.
Nome do relator: Luis Marcelo Guerra de Castro
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EXIGÊNCIAS. Na vigência da Lei n° 9.069, de 1995, o reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Não comprovada tal regularidade, afastase o beneficio. MOMENTO DO RECONHECIMENTO Em consonância com o art. 179 do CTN, a isenção em caráter especial é reconhecida a cada fato gerador, mediante aquiescência da autoridade tributária competente. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Wilson Sampaio Sahade Filho e Nanci Gama, que davam provimento. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator Fl. 1DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ricardo Rosa, Álvaro Almeida Filho, Paulo Sergio Celani, Wilson Sampaio Sahade Filho, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Ausente o Conselheiro Luciano Pontes de Maya Gomes. Relatório Por bem descrever a matéria litigiosa, adoto relatório que embasou o acórdão recorrido, que passo a transcrever: Trata o presente processo de pedido de restituição de Imposto de Importação alegadamente recolhido a maior, pago através de débito automático em contacorrente bancária na data do registro da DI nº 00/09268833, em 28/09/2003 (fls. 6/15), no valor de R$ 8.629,20 (Oito mil, seiscentos e vinte e nove reais e vinte centavos). O pleito de reconhecimento de direito creditório está cumulado com o de compensação de tributos, conforme PER / DCOMP de nº 30184.07873.080905.1.3.049668, cujo extrato está anexado às fls. 185/186 dos autos, transmitida em 08/09/2005. Consta às fls. 84, dos autos, informação segundo a qual o interessado havia protocolizado dois processos com o mesmo pedido (retificação de DI / restituição). O primeiro deles (10814 006.686/200463) foi apensado ao presente, após excluído da base de dados do sistema informatizado da Receita Federal SIEF. Seguese um breve histórico dos fatos, conforme documentos nos autos. Alega o interessado ter direito ao benefício fiscal concedido pelo art. 5º das Medidas Provisórias nºs. 193924 (de 06/01/00), 206837 (de 27/12/00) e 206838 (de 25/01/01), convertidas em Lei nº 10.182, de 12 de fevereiro de 2001. Tal benefício consiste na redução de 40 % (quarenta por cento) do imposto de importação, para empresas devidamente habilitadas quanto ao mesmo no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX, referindose especificamente à importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semiacabados, e pneumáticos, destinadas aos processos produtivos das empresas e dos fabricantes de produtos relacionados no art. 5º, § 1º I a X (veículos leves: automóveis e comerciais leves, ônibus, caminhões, etc). Por entender que não se beneficiou de isenção a que fazia jus, tendo, portanto, recolhido tributos a maior que o devido, vinculou ao pleito de restituição o de compensação do mesmo com tributos diversos. Voltemos à síntese dos fatos: PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DE DI INDEFERIMENTO Em 28/09/2000 o interessado submeteu a despacho aduaneiro mercadorias beneficiárias da mencionada redução, pela Declaração de Importação nº 00/09268833, tendo deixado de pleitear o benefício em questão, e recolhido integralmente o Fl. 2DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10814.006690/200511 Acórdão n.º 310201.014 S3C1T2 Fl. 2 3 Imposto de Importação. Em 18/08/2005, por requerimento de fls. 1/2, pleiteou a restituição do valor que entende recolhido a maior, no total de R$ 8.629,20 (Oito mil, seiscentos e vinte e nove reais e vinte centavos), pelo Pedido de Restituição de fls. 1/2 e Pedido de Cancelamento de Declaração de Importação e Reconhecimento de Direito Creditório de fls. 3/4. Anexou às fls. 67 documento comprobatório fornecido pelo DECEX, segundo o qual a empresa está habilitada a fruir o benefício da Lei 10.182/2001 desde 18/01/2000. O processo tramitou pela Inspetoria da Receita Federal em São Paulo – (IRFSP), para revisão aduaneira e eventual retificação de Declaração de Importação. Dentro do procedimento de análise da retificação prevista no art. 45 da IN SRF nº 680/2006, o contribuinte em tela foi intimado a apresentar as certidões negativas de débito (CND, FGTS e Dívida Ativa da União) abrangendo as datas de registro da DI. Em atendimento ao termo em questão o contribuinte apresentou tempestivamente resposta onde se manifestou pelo não cabimento da exigência de certidões negativas no caso em tela e também que caberia à administração verificar internamente se a empresa estaria ou não em regularidade com os tributos administrados pela União. Tendo em vista o previsto no artigo 134 do Regulamento Aduaneiro vigente à época dos fatos, aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 05/03/85, combinado com o artigo 60 da Lei 9.069, de 29/06/1995, entendeu a autoridade aduaneira que, da combinação dos dois dispositivo legais, fica caracterizado que a exigência de prova de quitação se renova a cada despacho objeto de redução pretendida e que a comprovação em questão deve ser feita pelo contribuinte, não se aplicando aqui o disposto no art. 37, da Lei 9.784/99. Em decorrência do exposto, foi indeferido o pedido de retificação da Declaração de Importação (fls. 126/129). Em 10/07/2009 foi proferido despacho indeferindo a retificação da Declaração de Importação (v. fls. 126/129). PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DE DESPACHO DENEGATÓRIO DA RETIFICAÇÃO DE DI INDEFERIMENTO Ciente da decisão denegatória de seu pleito (retificação da DI), o interessado apresentou seu pedido de reconsideração de despacho. Apresentou, tempestivamente, seu pedido de reconsideração de despacho para ser encaminhada ao Sr. InspetorChefe, nos termos do § 4º, art. 45 da IN/SRF nº 680/2006. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 4 Em seu pedido de reconsideração o impetrante manteve posição pelo não cabimento da exigência de certidão negativa no caso em tela. 01 Argumentou que a Lei nº 10.182 não exige a apresentação de CND para fruição da redução do imposto, porém a Notícia Siscomex nº 21, de 23/07/2001 não deixa qualquer dúvida quanto a aplicabilidade do disposto no art. 60 da Lei nº 9.069, de 29/06/1995, para as retificações constantes no processo em tela. 02 Reapresentou jurisprudência das 1ª e 2ª Turmas do STJ, que, conforme já mencionado, não valem para o caso em tela, por tratarem de benefícios referentes a mercadorias beneficiadas por drawback, benefício este de caráter objetivo, e não à redução ora discutida, que é um benefício condicional do tipo objetivosubjetivo ou misto (vinculado à qualidade do importador e à destinação do bem). Diante do exposto, e levandose em conta o previsto no artigo 134 do Regulamento Aduaneiro vigente à época dos fatos, aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 05/03/85, combinado com o artigo 60 da Lei 9.069, de 29/06/1995, foi mantido o indeferimento do pleito. O despacho denegatório do pleito encontrase às fls. 151/156– Despacho Decisório IRF/SPO nº 113/2009, de 25 de agosto de 2009. Tendo o interessado colocado diversos questionamentos quanto ao esgotamento administrativo de seu pedido de retificação de Declaração de Importação, após recurso ao Chefe da Unidade que o indeferiu inicialmente, foi solicitado Parecer/DIANA/SRRF08 , cujo texto segue parcialmente transcrito: “O rito processual para o caso específico de recurso contra decisão que denega pedido de retificação de declaração de importação encontrase na IN SRF nº 680/06, em seu artigo 45: Art. 45. A retificação de declaração após o desembaraço aduaneiro, qualquer que tenha sido o canal de conferência aduaneira ou o regime tributário pleiteado, será realizada: I – de ofício, na unidade da SRF onde for apurada (...) II – mediante solicitação do importador, formalizada em processo (...) § 4º Do indeferimento do pleito de retificação caberá recurso, interposto no prazo de trinta dias, dirigido ao chefe da unidade da SRF onde foi proferida a decisão, nos termos dos artigos 56 a 65 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.” PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO – INDEFERIMENTO Tendo o interessado tomado ciência do despacho decisório que manteve o indeferimento, e esgotado administrativamente o pedido de retificação, os autos foram enviados para a ALF/Aeroporto Internacional em São Paulo – Guarulhos SP, Fl. 4DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10814.006690/200511 Acórdão n.º 310201.014 S3C1T2 Fl. 3 5 para prosseguimento, nos termos do artigo 58 da IN RFB nº 900/2008, ou seja, apreciação relativa ao reconhecimento ou não do direito creditório e a restituição de crédito relativo ao tributo administrado pela RFB, (no caso em estudo, o imposto de importação). Com base na mesma argumentação que servira de base ao indeferimento de seu pedido de retificação de DI (posteriormente objeto de pedido de reconsideração), e levando em conta o referido indeferimento, que implicou em não ficar caracterizado terem os recolhimentos sido feitos a maior que o devido, foi indeferido também o pedido de reconhecimento de direito creditório. (fls. 182/184). COMPENSAÇÃO VINCULADA AO RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO – NÃO HOMOLOGADA. O pleito de compensação de tributos consubstanciado na PER / DCOMP nº 30184.07873.080905.1.3.049668, cujo extrato encontrase anexado às às 185/186 dos autos, também foi indeferido, já que estava vinculado ao reconhecimento do direito creditório aqui discutido, o que não ocorreu. A nãohomologação da compensação foi objeto do Despacho Decisório nº 28/2010,de 18 de janeiro de 2010 (fls. 189/191). Inconformado com o indeferimento de seus pleitos (reconhecimento de direito creditório e compensação de débitos), o interessado apresentou sua Manifestação de Inconformidade, tempestivamente. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Analisandose a Manifestação de Inconformidade de fls. 195/210, constatase que são os seguintes os principais argumentos do recorrente: 01 – A Lei 10.182/01, que instituiu o benefício da redução de 40% do II na importação de determinados produtos, para empresas montadoras e dos fabricantes do setor automotivo não exige a apresentação de CND para a fruição da redução do imposto (comprovação já feita quando de sua habilitação ao regime , feita junto ao SECEX). 02 – Entende que não se aplica ao caso o art. 60 da Lei 9.069/95, que condiciona à apresentação de CND apenas a concessão ou reconhecimento de benefício fiscal. Entende que o dispositivo legal prevê a apresentação em somente uma das ocasiões, e ele já apresentara as CND’s quando da habilitação do benefício. 03 – Alega que, pela doutrina, lei posterior derroga lei anterior e lei especial derroga lei geral. Portanto, a Lei 10182/2001 teria prevalência sobre a Lei 9.069/1995, já que lei posterior derroga a anterior. Também a derrogaria por ser a Lei 9.069/1995 geral, e a Lei 10182/2001 especial. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 6 04 – Considera que caberia à Receita Federal aferir a regularidade fiscal do interessado, pela simples verificação de seus sistemas informatizados, conforme art. 37 da Lei nº 9.784/99; 05 – Reapresenta jurisprudência administrativa e judicial, que entende reforçar seu ponto de vista. 06 – Entende que, sendo legítimo seu pleito quanto ao reconhecimento do direito creditório referido, isso dá legitimidade a seu pleito a ele vinculado, de compensação de débitos diversos. Resumindose os fatos, o indeferimento do pleito quanto à retificação da DI e do reconhecimento do direito creditório prendeuse basicamente à não apresentação das CNDs (Certidões Negativas de Débito) à época do fato gerador, e a Manifestação de Inconformidade de fls. 195/210 também foca o mesmo assunto, ou seja, a pretendida inadmissibilidade de exigência de CNDs (Certidões Negativas de Débito) a cada despacho aduaneiro de importação onde seja pleiteado benefício de redução ou isenção de tributo. O não reconhecimento do direito creditório pleiteado pelo interessado, tira a legitimidade de seu pleito de compensação de débitos. Ponderando as razões aduzidas pela recorrente, juntamente com o consignado no voto condutor, decidiu o órgão de piso pelo indeferimento do pedido, conforme se observa na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 28/09/2000 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ALEGAÇÃO DE RECOLHIMENTO A MAIOR POR NÃO UTILIZAÇÃO DA REDUÇÃO PREVISTA NA LEI 10.182/2001 (REGIME AUTOMOTIVO). NÃO RECONHECIDO O DIREITO CREDITÓRIO TENDO EM VISTA A NÃO COMPROVAÇÃO DE REGULARIDADE QUANTO AOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS À ÉPOCA DO FATO GERADOR. COMPENSAÇÃO VINCULADA AO RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. Conforme art. 165 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), cabe restituição de tributos recolhidos indevidamente ou a maior que o devido. Não caracterizado o recolhimento como indevido ou a maior que o devido, não cabe a restituição do mesmo ao sujeito passivo. Também não cabe compensar débitos oriundos de tributos diversos com direito creditório nãoreconhecido, o que implica na nãohomologação do pleito de compensação. APRESENTAÇÃO DE CNDs POR OCASIÃO DO DESPACHO ADUANEIRO DE MERCADORIA BENEFICIADA POR ISENÇÃO / REDUÇÃO DE CARÁTER SUBJETIVO OU MISTO. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal de caráter subjetivo (vinculado à qualidade do importador) ou misto (vinculado tanto à qualidade e destinação Fl. 6DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10814.006690/200511 Acórdão n.º 310201.014 S3C1T2 Fl. 4 7 da mercadoria quanto à qualidade do importador), relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais, sendo cabível o disposto no artigo 60 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995. Após tomar ciência da decisão de 1ª instância, comparece a autuada mais uma vez ao processo para, em sede de recurso voluntário, essencialmente, reiterar as alegações manejadas por ocasião da instauração da fase litigiosa. É o Relatório Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Tomo conhecimento do presente recurso, que foi tempestivamente apresentado e trata de matéria afeta à competência desta Terceira Seção O ponto fulcral do litígio, como se percebe da leitura da ementa da decisão recorrida, é definir se, no momento do reconhecimento da isenção, o sujeito passivo reunia as condições exigidas pela legislação de regência. Para se chegar a tal definição é necessário que se responda a duas indagações: se o art. 60 da Lei nº 9.069/951 incide sobre a modalidade de isenção debatida e, caso incida, em qual momento se dá o reconhecimento da isenção de caráter subjetivo. Definido tal momento, definese, por consequência, quando o sujeito passivo deverá comprovar a quitação dos tributos federais. A redução em litígio encontrase prevista no art. 5º da Lei nº 10.181, de 2001, que criou o que se convencionou denominar “Novo Regime Automotivo”, em substituição àquele disciplinado pela Lei nº 9.449, de 1997, transcrevoos: Art. 5º Fica reduzido em quarenta por cento o imposto de importação incidente na importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semi acabados, e pneumáticos. §1oO disposto no caput aplicase exclusivamente às importações destinadas aos processos produtivos das empresas montadoras e dos fabricantes de: (...) X autopeças, componentes, conjuntos e subconjuntos necessários à produção dos veículos listados nos incisos I a IX, incluídos os destinados ao mercado de reposição. 1 Art. 60. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Fl. 7DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 8 §2o O disposto nos arts. 17 e 18 do DecretoLei no 37, de 18 de novembro de 1966, e no DecretoLei no 666, de 2 de julho de 1969, não se aplica aos produtos importados nos termos deste artigo, objeto de declarações de importações registradas a partir de 7 de janeiro de 2000. O parágrafo 2º acima transcrito, a meu ver, enumera taxativamente quais são as condições de caráter geral excepcionadas pela norma que disciplina especificamente os benefícios do Novo Regime Automotivo: exame de similaridade (art. 17 e 18 do DL nº 37/66)2 e transporte em navio de bandeira brasileira (art. 2º do DL nº 666/69) 3: Como é possível verificar, o dispositivo é silente quanto às demais exigências de caráter geral, dentre as quais, evidentemente, está a comprovação da regularidade no pagamento dos tributos e contribuições, o que leva à conclusão de que tal exigência não foi afastada. Por outro lado, não vejo como aplicar a regra geral do art. 37 da Lei nº 9.784, de 19994 em detrimento da específica do art. 60 da Lei nº 9.069, de 1995, categórico ao determinar que o ônus de fazer prova da quitação de tributos federais é do Administrado. Subsistiria, portanto, dúvida acerca do momento em que o benefício é reconhecido, máxime em razão de que, a lei que o instituiu prevê a realização de um procedimento de habilitação prévia do importador, disciplinada no do seu art. 6º, que reza: (os grifos não constam do original) Art.6º A fruição da redução do imposto de importação de que trata esta Lei depende de habilitação específica no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX. Parágrafo único.A solicitação de habilitação será feita mediante petição dirigida à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, contendo: Icomprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais; II cópia autenticada do cartão de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; III comprovação, exclusivamente para as empresas fabricantes dos produtos relacionados no inciso X do § 1o do artigo anterior, de que mais de cinqüenta por cento do seu faturamento líquido 2 Art. 17 A isenção do impôsto de importação somente beneficia produto sem similar nacional, em condições de substituir o importado. Art. 18 O Conselho de Política Aduaneira formulará critérios, gerais ou específicos, para julgamento da similaridade, à vista das condições de oferta do produto nacional, e observadas as seguintes normas básicas: 3 Art 2º Será feito, obrigatoriamente, em navios de bandeira brasileira, respeitado o princípio da reciprocidade, o transporte de mercadorias importadas por qualquer Órgão da administração pública federal, estadual e municipal, direta ou indireta inclusive emprêsas públicas e sociedades de economia mista, bem como as importadas com quaisquer favores governamentais e, ainda, as adquiridas com financiamento, total ou parcial, de estabelecimento oficial de crédito, assim também com financiamento externos, concedidos a órgãos da administração pública federal, direta ou indireta. 4 Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Fl. 8DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10814.006690/200511 Acórdão n.º 310201.014 S3C1T2 Fl. 5 9 anual é decorrente da venda desses produtos, destinados à montagem e fabricação dos produtos relacionados nos incisos I a X do citado § 1o e ao mercado de reposição. Diferentemente do que se tem invocado, não vejo como reconhecer que a comprovação levada a efeito no momento da habilitação ao regime dispense a importadora de comprovar a regularidade fiscal no momento do fato gerador. Para entender os efeitos da conclusão do procedimento realizado pela Secex, mais relevante do que o nome que lhe foi atribuído (habilitação) é preciso lembrar do que diz o art. 179 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66): Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. § 1º Tratandose de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. Com efeito, como é possível concluir, a partir da leitura conjunta dos dois dispositivos, o procedimento de habilitação constituise mais uma exigência para reconhecimento da isenção e, não o próprio reconhecimento do benefício. Em primeiro lugar, a leitura do caput do art. 179, lido conjuntamente com seu parágrafo 1º, deixa claro que a autoridade competente para reconhecimento do benefício deve ser manifestar a cada fato gerador ou, tratandose de tributo lançado por período certo, antes do encerramento de cada período. Ora, como é cediço, nos termos do art. 23 do DL 37/665, para efeito de cálculo do imposto de importação incidente sobre mercadoria despachada para consumo, considerase ocorrido o fato gerador na data do registro da correspondente DI. Assim, ainda que se admita que a Secretaria de Comércio Exterior possuísse competência para conceder isenção, certamente a habilitação não preencheria a exigência do dispositivo insculpido no art. 179 do CTN. Como se percebe, a habilitação ocorre uma única vez. Finalmente, mesmo se superada a exigência de manifestação prévia, equiparando a habilitação ao despacho da autoridade competente, não haveria como reconhecer a definitividade dessa manifestação. Cabe relembrar o que dizem o parágrafo 2º do art. 179 e o art. 155 do CTN: 5 Art. 23 Quando se tratar de mercadoria despachada para consumo, considerase ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração a que se refere o artigo 44. Fl. 9DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 10 § 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicandose, quando cabível, o disposto no artigo 155. Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrandose o crédito acrescido de juros de mora: Ou seja, ainda que se considerasse que a isenção teria sido previamente concedida, verificado que a recorrente deixara de atender um dos requisitos para a sua concessão, revogado estaria o benefício. Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 5 de maio de 2011 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Fl. 10DF CARF MF Emitido em 14/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Assinado digitalmente em 09/06/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 13617.000269/2007-74
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 30 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2006
MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
LEGISLAÇÃO POSTERIOR. MULTA MAIS FAVORÁVEL. APLICAÇÃO EM PROCESSO PENDENTE JULGAMENTO.
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Recurso Especial do Procurador Negado.
Numero da decisão: 9202-003.279
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator), Maria Helena Cotta Cardozo, Elias Sampaio Freire e Otacilio Dantas Cartaxo. Designado para redigir o voto vencedor o Alexandre Naoki Nishioka.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente à época da formalização
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator
(Assinado digitalmente)
Ronaldo de Lima Macedo, Redator-Designado AD HOC para formalização do voto vencedor.
EDITADO EM: 06/07/2015
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Gustavo Lian Haddad, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Ronaldo de Lima Macedo (suplente convocado), Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justicadamente, o Conselheiro Marcelo Oliveira.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2006 MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. LEGISLAÇÃO POSTERIOR. MULTA MAIS FAVORÁVEL. APLICAÇÃO EM PROCESSO PENDENTE JULGAMENTO. A lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 61 7. 00 02 69 /2 00 7- 74 Fl. 381DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 158 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator), Maria Helena Cotta Cardozo, Elias Sampaio Freire e Otacilio Dantas Cartaxo. Designado para redigir o voto vencedor o Alexandre Naoki Nishioka. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente à época da formalização (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator (Assinado digitalmente) Ronaldo de Lima Macedo, RedatorDesignado AD HOC para formalização do voto vencedor. EDITADO EM: 06/07/2015 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Gustavo Lian Haddad, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Ronaldo de Lima Macedo (suplente convocado), Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justicadamente, o Conselheiro Marcelo Oliveira. Fl. 382DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 159 3 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado com fundamento na inobservância da obrigação tributária acessória prevista na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, em seu art. 32, inciso IV e § 5º, acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10 de dezembro de 1997 c/c o art. 225, inciso IV e § 4º do Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999, que consiste em a empresa apresentar a GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Segundo o Relatório Fiscal da Infração (fls. 25), a empresa informou de forma inexata (a menor) ou omissa (não informou), nos campos "Remuneração (sem parcela do 13° salário)" e/ou "Remuneração 13° salário (somente parcela do 13° salário)" da GFIP (ou, em sendo o caso, GRFP), no período de 01/1999 a 13/2006, valores pagos a segurados empregados e segurados contribuintes individuais (pessoa física sem vinculo empregatício), extraídos das folhas de pagamento apresentadas à fiscalização, resultando em apuração a menor do valor devido correspondente às Contribuições Previdenciárias, conforme demonstrado nos "ANEXOS III — Segurados empregados e IV — Contribuintes Individuais", que integram os autos. O período do lançamento abrangeu competências de janeiro de 1999 a dezembro de 2006, com o crédito tributário tendo constituído através do AI 37.064.8366, cientificado ao contribuinte em 10/05/2007 (fls. 01 a 145). A propósito, o Acórdão nº 2.40202.186, da 2a Turma Ordinária da 4a Câmara da 2a Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (fls. 285 a 291), julgado na sessão plenária de 26 de outubro de 2011, por unanimidade de votos, optou por dar provimento parcial para adequação da multa ao artigo 32A da Lei n° 8.212/91, caso mais benéfica. Transcrevese a ementa e decisão do julgado: Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2006 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA – DESCUMPRIMENTO – INFRAÇÃO Consiste em descumprimento de obrigação acessória a empresa apresentar a GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. DECADÊNCIA – ARTS. 45 E 46 LEI Nº 8.212/1991 – INCONSTITUCIONALIDADE – STF – SÚMULA VINCULANTE – OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – ART. 173, I, CTN De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo Fl. 383DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 160 4 prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional. O prazo de decadência para constituir as obrigações tributárias acessórias relativas às contribuições previdenciárias é de cindo anos e deve ser contado nos termos do art. 173, I, do CTN. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA – ENFRENTAMENTO DE ALEGAÇÕES – CERCEAMENTO DE DEFESA – INEXISTÊNCIA A autoridade julgadora não está obrigada a decidir de acordo com o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento. Não se verifica cerceamento de defesa na decisão em que a autoridade administrativa julgou a questão demonstrando as razões de sua convicção. PERÍCIA – NECESSIDADE – COMPROVAÇÃO – REQUISITOS – CERCEAMENTO DE DEFESA – NÃO OCORRÊNCIA Deverá restar demonstrada nos autos, a necessidade de perícia para o deslinde da questão, nos moldes estabelecidos pela legislação de regência. Não se verifica cerceamento de defesa pelo indeferimento de perícia, cuja necessidade não se comprova CERCEAMENTO DE DEFESA – NULIDADE – INOCORRÊNCIA Não há que se falar em nulidade por cerceamento de defesa se o Relatório Fiscal e as demais peças dos autos demonstram de forma clara e precisa a origem do lançamento e a fundamentação legal que o ampara DECLARAÇÃO EM GFIP – DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO. A empresa tem a obrigação de declarar em GFIP todos os fatos geradores de contribuição previdenciária, inclusive os valores relativos ao décimo terceiro salário. Na ausência de elaboração de GFIP correspondente à competência 13, as empresas estavam obrigadas a informar os valores do décimoterceiro salário na GFIP da competência 12 ou na correspondente à competência de desligamento do empregado em caso de rescisão contratual. INFRAÇÃO CONTINUADA – ÂMBITO PREVIDENCIÁRIO – INEXISTÊNCIA Não há que se reconhecer a aplicação do instituto da infração continuada no âmbito das contribuições previdenciárias uma vez que a legislação específica não trata da matéria LEGISLAÇÃO POSTERIOR MULTA MAIS FAVORÁVEL – APLICAÇÃO A lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Fl. 384DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 161 5 Recurso Voluntário Provido em Parte Contra essa decisão, a Fazenda Nacional manejou recurso especial de divergência com fulcro no art. 67, inciso II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 256, de 22 de junho de 2009 (efls. 307 a 321), onde questiona a retroatividade do art. 32A da Lei no 8.212, de 1991, incluído pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, para fins de determinação da multa de mora aplicável. Ainda, no mesmo recurso especial, aponta a Fazenda Nacional que deva ser aplicada retroativamente não a multa prevista no artigo 32A da Lei no 8.212, de 1991, aplicável somente quando houver tãosomente o descumprimento da obrigação acessória, ou seja, quando as contribuições destinadas a Seguridade Social também foram devidamente recolhidas. Entende a propósito que, quando, como no caso em questão, houver lançamento através de NFLD da obrigação principal, o dispositivo legal a ser aplicado seria o artigo 35A da Lei no 8.212, de 1991, com a multa prevista no lançamento de ofício (artigo 44 da Lei 9.430/96). Nessa linha de raciocínio, a NFLD e o Auto de Infração devem ser mantidos, com a ressalva de que, no momento da execução do julgado, a autoridade fiscal deverá apreciar a norma mais benéfica: se as duas multas anteriores (art. 35, II, e 32, IV, da norma revogada) ou o art. 35A da MP 449. Tal posicionamento estaria sustentado no âmbito dos acórdãos ora adotados como paradigmas pela recorrente, proferidos, respectivamente, pela Primeira Turma da Quarta Câmara da Segunda Seção e pela Sexta Câmara do antigo Segundo Conselho de Contribuintes (Acórdãos no. 240100.127 e 20601.782). Propugna, assim, pela reforma do recorrido, de forma que seja determinada a aplicação mais benéfica decorrente da comparação entre as duas multas anteriores (art. 35, II, e 32, IV, da norma revogada) ou o art. 35A da MP 449. O recurso especial da Fazenda Nacional foi admitido por meio do despacho de efls. 354 a 356, em 16 de janeiro de 2012. Cientificado em 09 de agosto de 2009, o contribuinte ofereceu contrarrazões de efls. 252 a 269 onde defende que: a) O recurso da Fazenda Nacional não deve ser conhecido, uma vez que não demonstrada a existência de identidade fática e utilização de critério jurídico distinto. b) Já foram aplicadas multas referentes ás contribuições devidas para o período em questão, não sendo cabíveis novas multas pela aplicação do princípio da razoabilidade e proporcionalidade. Encaminhamse, assim, os autos, agora a esta Câmara Superior para julgamento. É o relatório. Fl. 385DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 162 6 Voto Vencido Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Quanto ao mérito, julgo, inicialmente, não haver como se afastar a aplicabilidade, ao caso, da retroatividade benéfica prevista no art. 106, inciso II, alínea “c”, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Para tanto, trago à colação os dispositivos de interesse ao caso sob análise, bem como excertos do brilhante voto do Ilustre Conselheiro Marcelo Oliveira no âmbito do Acórdão no 9.202003.070, proferido por esta mesma 2a Turma, em 13 de fevereiro de 2014, por concordar integralmente com os seus fundamentos, na forma a seguir transcrita: Lei 5.172/66 (CTN) Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.(g.n.) Lei 8.212/1991 (Redação anterior): Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (g.n.): a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (g.n.): Fl. 386DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 163 7 a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: (...) Lei 8.212/1991 (nova redação): Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora (g.n.), nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício (g.n.) relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Acórdão 9.202003.070 – Voto do Conselheiro Marcelo Oliveira “ (...) Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar. nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. (...) Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamento Fl. 387DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 164 8 de ofício (grifos no original), com penalidade aplicada quando o sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora (grifos no original). Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora (grifos no original), que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Esclarecemos aqui que a multa de lançamento de ofício (grifos no original), como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício (grifos no original). É também fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício (grifos no original). Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de Fl. 388DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 165 9 obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não tem caráter punitivo e a sua finalidade primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício (grifos no original) e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter comparado a penalidade determinada pelo II, Art. 35 da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original)), antiga redação, com a penalidade determinada atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício (grifos no original)). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas. (...)” Verifico, assim, que, ainda que a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora”, independentemente da denominação que tenha se dado à penalidade, não resta dúvida de que estavam ali descritas duas diferentes espécies de multas: a) as multas de mora e b) as multas de ofício. As primeiras, cobradas com o tributo recolhido espontaneamente. As últimas, cobradas quando do pagamento por força de ação fiscal e, assim, constantes de notificação fiscal de lançamento de débito, tal como ocorria com os demais tributos federais, nos lançamentos de ofício. Assim, entendo que a penalidade aplicada ao caso sob análise não pode ser aquela mais benéfica a ser obtida pela comparação da estabelecida pela anterior redação do art. 32, inciso IV e da Lei nº 8.212, de 1991, com a do art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, incluído pela Lei nº 11.941, de 2009, com a aplicação desta última, em meu entendimento, se cingindo a casos em que há o efetivo recolhimento da contribuição previdenciária lançada, com somente a obrigação acessória tendo sido descumprida. A propósito, entendo que, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deva comparar àquela antiga multa, a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício, consoante disposto no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991, visto ter decorrido a constituição da multa originária do descumprimento de obrigação acessória levantada em procedimento de ofício. Ressalvese, somente, no caso de tal comparação, as competências aqui sob litígio para as quais não se mantém a exigência de principal em decisão administrativa definitiva no âmbito de ambas as NFLD vinculadas, a saber: a) nº 37.064.8404 – que se refere a folha de pagamento regularmente contabilizada pela empresa e b) nº 37.064.8420 – que se refere a folhas de pagamento apreendidas que comprovam a existência de remuneração não Fl. 389DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 166 10 contabilizada para determinadas para as competências de 09, 10, 11, 12/2000, 01 e 03 de 2001 (conforme fls. 839 a 898 do Processo 13617.000272/200798 e efl. 371). Para aplicação do critério acima proposto ao caso dos autos, deve ser levado em consideração, também, que o acessório segue o principal, no que for cabível. Assim, caso não subsistisse o principal no âmbito de NFLD a que o presente AI se referisse, seria forçosa a conclusão de que o referido AI também seria insubsistente. Ressaltese, entretanto, que não há prova dessa insubsistência nos autos. Esclareçase, a inexistência de relação do presente lançamento com a NFLD nº 37.064.8412, expressamente referida no Termo de Verificação Fiscal (item 3.1 de fl. 26). Assim, entendo que, na matéria, deva ser dado provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, para restabelecer a penalidade nos termos em que constante dos lançamentos da NFLD e do AI, limitada ao percentual de 75% (limite atual previsto no art. 44 da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e referenciado no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991, aplicável aqui a retroatividade benéfica). Por oportuno, cabe colocar o entendimento deste conselheiro de que, na fase de execução desta decisão, devem ser consideradas as multas constantes das NFLDs correspondentes (37.064.8404 e 37.064.8420), de forma que se aplique a situação mais benéfica para a contribuinte dentre as abaixo: a) a soma das duas multas, aplicadas no presente Auto de Infração e nas NFLDs supra, respectivamente previstas nos arts. 35, II e 32, IV da antiga redação da Lei no 8.212, de 1991; ou b) a multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de contribuição, prevista no art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430, de 1996. Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso para, no mérito, dar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. É como voto. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 390DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 167 11 Voto Vencedor Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, RedatorDesignado AD HOC para formalização do voto vencedor. Pelo fato de o ConselheiroRedator Alexandre Naoki Nishioka ter renunciado ao cargo antes da formalização do presente acórdão, eu, Ronaldo de Lima Macedo, nomeado para formalização, reproduzo a seguir o voto por ele apresentado na sessão. Considerando que eu (Ronaldo de Lima Macedo), como redator adhoc, fui designado apenas para a formalização do voto, deixo consignado que o entendimento do colegiado não corresponde, necessariamente, com o entendimento do Conselheiro Redator Designado adhoc. Com isso, este conselheiro não se vinculará às razões fáticas nem jurídicas registradas no presente acórdão. Analisando o voto proferido pela i. Conselheiro Relator, especificamente no que tange à aplicabilidade da retroatividade benéfica, entendo que não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta, fato não observado pelo Fisco, conforme decisão manifestada no Acórdão nº 2.40202.186, da 2a Turma Ordinária da 4a Câmara da 2a Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (fls. 285 a 291). Constatase que os valores da multa aplicados foram fundamentados na redação do art. 32, inciso IV e §§ 4o e 5o, da Lei 8.212/1991, acrescentados pela Lei 9.528/1997. Entretanto, este dispositivo sofreu alteração por meio do disposto nos arts. 32A e 35A, ambos da Lei 8.212/1991, acrescentados pela Lei 11.941/2009. Com isso, houve alteração da sistemática de cálculo da multa aplicada por infrações concernentes à GFIP’s, a qual deve ser aplicada ao presente lançamento ora analisado, tudo em consonância com o previsto pelo art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional. Assim, quanto à multa aplicada, vale ressaltar a superveniência da Lei 11.941/2009. Para tanto, inseriu o art. 32A na Lei 8.212/1991, o qual dispõe o seguinte: Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por Fl. 391DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 168 12 cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o. Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2o. Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o. A multa mínima a ser aplicada será de: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). No caso em tela, tratase de infração que agora se enquadra no art. 32A, inciso I, da Lei 8.212/1991. Considerando o grau de retroatividade média da norma previsto no art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional (CTN), transcrito abaixo, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. CTN: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Nesse sentido, entendo que na execução do julgado, a autoridade fiscal deverá verificar, com base nas alterações trazidas, qual a situação mais benéfica ao contribuinte, se a multa aplicada à época ou a calculada de acordo com o art. 32A, inciso I, da Lei 8.212/1991. Fl. 392DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 169 13 Esclarecemos que não há espaço jurídico para aplicação do art. 35A da Lei 8.212/1991, eis que este remete para a aplicação do art. 44 da Lei 9.430/19961, que trata das multas quando do lançamento de ofício dos tributos federais, vejo que as sua regras estão em outro sentido. As multas nele previstas incidem em razão da falta de pagamento ou, quando sujeito a declaração, pela falta ou inexatidão da declaração, aplicandose apenas ao valor que não foi declarado e nem pago. Assim, há diferença entre as regras estabelecidas pelos artigos 32A e 35A, ambos da Lei 8.212/1991. Quanto à GFIP não há vinculação com o pagamento. Ainda que não existam diferenças de contribuições previdenciárias a serem pagas, estará o contribuinte sujeito à multa do artigo 32A da Lei 8.212/1991. A regra do art. 35A da Lei 8.212/1991 tem finalidade exclusivamente fiscal, diferentemente do caso da multa prevista no art. 32A da Lei 8.212/1991, em que independentemente do pagamento/recolhimento da contribuição previdenciária, o que se pretende é que, o quanto antes (daí a gradação em razão do decurso do tempo), o sujeito passivo preste as informações à Previdência Social, sobretudo os salários de contribuição percebidos pelos segurados. São essas informações que viabilizam a concessão dos benefícios previdenciários. Quando o sujeito passivo é intimado para entregar a GFIP, suprir omissões ou efetuar correções, o Fisco já tem conhecimento da infração e, portanto, já poderia autuálo, mas isso não resolveria um problema extrafiscal, que é: as bases de dados da Previdência Social não seriam alimentadas com as informações corretas e necessárias para a concessão dos benefícios previdenciários. Por essas razões é que não vejo como se aplicarem as regras do artigo 44 da Lei 9.430/1996 aos processos instaurados em razão de infrações cometidas sobre a GFIP. E no que tange à “falta de declaração e nos de declaração inexata”, parte também do dispositivo, além das razões já expostas, devese observar o Princípio da Especificidade – a norma especial prevalece sobre a geral: o art. 32A da Lei 8.212/1991 traz regra aplicável especificamente à GFIP, portanto deve prevalecer sobre as regras no art. 44 da Lei 9.430/1996 que se aplicam a todas as demais declarações a que estão obrigados os contribuintes e responsáveis tributários. Pela mesma razão, também não se aplica o art. 432 da mesma lei. Em síntese, para aplicação de multas pelas infrações relacionadas à GFIP devem ser observadas apenas as regras do art. 32A da Lei 8.212/1991 que regulam exaustivamente a matéria. É irrelevante para tanto se houve ou não pagamento/recolhimento e, no caso que tenha sido lavrado Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP), qual tenha sido o valor nele lançado. 1 Lei 9.430/1996. Art.44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. 2 Lei 9.430/1996. Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Fl. 393DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13617.000269/200774 Acórdão n.º 9202003.279 CSRFT2 Fl. 170 14 CONCLUSÃO: Voto no sentido de CONHECER do recurso especial e NEGARLHE PROVIMENTO, nos termos do voto. (Assinado digitalmente) Ronaldo de Lima Macedo, RedatorDesignado AD HOC para formalização do voto vencedor. Fl. 394DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 15/07/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 13706.002533/2003-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri May 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2005, 2006, 2007
SIMPLES. ANÁLISE DE PEDIDO DE INCLUSÃO. DESPACHO COM EFEITO DE EXCLUSÃO E COBRANÇA DE TRIBUTOS. NULIDADE.
O processo de exclusão do Simples deve ocorrer nos exatos termos instituídos pela Lei 9.317/96, em seu art. 15, parágrafo 3°, ou seja, mediante ato declaratório da autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal que jurisdicione o contribuinte, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Despacho da DERAT trata da análise de pedido de inclusão retroativa ao Simples e produz efeitos práticos de exclusão do regime é nulo, por desrespeitar o direito à ampla defesa e contraditório
Numero da decisão: 1201-001.150
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para acolher a preliminar de nulidade do despacho da DERAT.
(assinado digitalmente)
RAFAEL VIDAL DE ARAUJO - Presidente.
(Assinado digitalmente)
LUIS FABIANO ALVES PENTEADO- Relator.
EDITADO EM: 01/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araujo (Presidente), Marcelo Cuba Neto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, André Almeida Blanco (Suplente Convocado) e Luis Fabiano Alves Penteado
Nome do relator: LUIS FABIANO ALVES PENTEADO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para acolher a preliminar de nulidade do despacho da DERAT. (assinado digitalmente) RAFAEL VIDAL DE ARAUJO - Presidente. (Assinado digitalmente) LUIS FABIANO ALVES PENTEADO- Relator. EDITADO EM: 01/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araujo (Presidente), Marcelo Cuba Neto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, André Almeida Blanco (Suplente Convocado) e Luis Fabiano Alves Penteado
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ANÁLISE DE PEDIDO DE INCLUSÃO. DESPACHO COM EFEITO DE EXCLUSÃO E COBRANÇA DE TRIBUTOS. NULIDADE. O processo de exclusão do Simples deve ocorrer nos exatos termos instituídos pela Lei 9.317/96, em seu art. 15, parágrafo 3°, ou seja, mediante ato declaratório da autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal que jurisdicione o contribuinte, assegurado o contraditório e a ampla defesa. Despacho da DERAT trata da análise de pedido de inclusão retroativa ao Simples e produz efeitos práticos de exclusão do regime é nulo, por desrespeitar o direito à ampla defesa e contraditório Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para acolher a preliminar de nulidade do despacho da DERAT. (assinado digitalmente) RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Presidente. (Assinado digitalmente) LUIS FABIANO ALVES PENTEADO Relator. EDITADO EM: 01/03/2015 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 6. 00 25 33 /2 00 3- 81 Fl. 78DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araujo (Presidente), Marcelo Cuba Neto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, André Almeida Blanco (Suplente Convocado) e Luis Fabiano Alves Penteado Relatório Trata o presente processo da manifestação de inconformidade de fls. 37/38, apresentada em 30/04/2009, quanto ao indeferimento do pedido de inclusão retroativa no SIMPLES, pela DERAT/DICAT/RJ, em 15/05/2008, sob o fundamento de que a interessada desenvolve atividade vedada, nos termos do artigo 9°, inciso XIII, da Lei 9.317/96 (fl.35). Inconformada, a Recorrente apresentou a Manifestação de Inconformidade, na qual alega em síntese que: não foi comunicada de Ato Declaratório de Exclusão, impossibilitandoa de exercer seu direito de ampla defesa e contraditório ou de tomar providências imediatas de modo a atender a qualquer exigência legal, requerendo assim que não haja efeitos retroativos à notificação enviada à empresa em 01 de abril de 2009; a empresa foi constituída em 1998, tendo sua atividade descrita pelo código CNAE da época 74.99399, que compreendia o planejamento e promoção artística e cultural, organização de exposições, feiras de amostras e congresso, compilação de informações, inclusive cadastro e outros serviços administrativos e similares, e que à época, as atividades desse código não estavam dentre as vedadas pela Secretaria da Receita Federal (SRF); as atividades descritas nos objetivos da empresa reproduziam exatamente as descritas nesse código, embora a empresa jamais tenha prestado serviço na área artística, cultural ou desportiva; a empresa esteve ativa de 1998 até 2001, tendo sempre exercido única e exclusivamente a atividade de organização de seminários e atividades administrativas relacionadas; em 2003 a empresa foi surpreendida pelo seu desenquadramento como optante do Simples, só tendo tomado conhecimento desse fato por não ter conseguido enviar sua declaração de imposto de renda como optante do Simples; não houve qualquer comunicação ou notificação à empresa de Ato Declaratório de –Exclusão (ADE), razão pela qual desconhecia o motivo de tal desenquadramento; em virtude do exposto solicitou revisão da exclusão à opção pelo Simples no dia 03 de junho de 2003, no qual ressalta que não se preencheu o número da comunicação contestada, nem o motivo da exclusão no formulário (SRS), pois esses eram desconhecidos pela empresa (fl. 41); Fl. 79DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 13706.002533/200381 Acórdão n.º 1201001.150 S1C2T1 Fl. 149 3 a SRF não se pronunciou com relação a essa exclusão e ao motivo da mesma (SRS), permanecendo o processo em análise até a recepção do despacho decisório de 15 de maio de 2008, em 01 de abril de 2009; em face do desenquadramento a empresa ficou inativa de 2002 até 2004; em 2004 a empresa tomou conhecimento de que o CNAE havia sido modificado e o código 74.993 havia sido desmembrado em vários novos códigos, sendo que apenas alguns permitiam a opção pelo Simples, sendo este, supostamente, o motivo do desenquadramento; em janeiro de 2005 a empresa foi enquadrada pela SRF como optante do Simples, primeiramente sob o novo código CNAE 7499305 e, posteriormente, sob o código CNAE 74.99307, ambos com atividades não vedadas, conforme sistema de consulta na página da SRF na Internet (Anexo 3); a RFB aceitou o enquadramento da opção pelo Simples, mesmo após ter analisado o contrato social original da empresa (Anexo 4); os serviços prestados pela empresa em 2005 e 2006 foram, novamente e exclusivamente, os de organização de seminários e atividades administrativas relacionadas, não se enquadrando nas atividades vedadas pelo artigo 9°, inciso XIII da Lei no. 9.317/96; a necessidade de mudar de endereço obrigou a empresa a alterar seu contrato social,quando alterou também a razão social da empresa e seu objetivo de forma consistente com o código CNAE 74.99307 e com a atividade que a empresa sempre exerceu de fato; a RFB a despeito de conhecer o contrato social original da empresa jamais fez qualquer exigência, mantendo o processo supracitado em análise; fica claro que não se trata de Solicitação de Inclusão Retroativa no Simples Federal, porque a empresa foi inicialmente enquadrada no Simples; quando descobriu que havia sido excluída do Simples a empresa mantevese inativa; seu pedido de esclarecimento sobre o que motivou essa exclusão é de 2003, e seu re enquadramento no Simples, sob novo _código CNAE, é de janeiro de 2005; a empresa esteve ativa em 2005 e 2006, sempre exercendo atividades não vedadas à opção pelo Simples, e tendo como base o Documento Básico de Entrada de Opção pelo Simples aceito pela SRF; somente em abril de 2009, a empresa recebeu a comunicação de indeferimento de seu pleito de 2003 e foi informada, pela primeira vez, que sua exclusão Fl. 80DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO 4 do Simples Federal deviase ao fato de que o seu contrato social original de 1998 incluía, dentre seus objetivos, atividades vedadas pela lei no. 9.317/96; a empresa esteve vinculada ao Simples de 1998 até 2001 e de 2005 até o presente, sempre exercendo atividades não vedadas à opção pelo Simples Federal. não é razoável, portanto, conferir efeitos retroativos à data de notificação da declaração de exclusão (1/4/2009), razão pela qual requer o reconhecimento da regularidade fiscal da empresa no período anterior a essa data. Com base nas alegações da ora Recorrente, coube a 7º Turma da DRJ/RJ, julgar o processo ora em discussão. Em decisão de 15/09/09, a DRJ/RJ, por maioria, vencido o relator, julgou improcedente a Impugnação da Recorrente, indeferindo o pedido de inclusão retroativa no SIMPLES, devido à ausência de provas do exercício de atividade não impedida de opção ao SIMPLES, conforme trecho do voto vencedor abaixo destacado: “Portanto, além das atividades exercidas pela interessada não serem permitidas, a interessada tampouco comprovou o não exercício de atividades vedadas, devendose indeferir sua solicitação de inclusão retroativa no sistema SIMPLES.” A Recorrente apresentou Recurso Voluntário no qual traz, em apertada síntese, os seguintes argumentos: a contribuinte faz juz ao enquadramento retroativo no sistema Simples no período de 1998 a 2001, quando mantevese ativa e desempenhando atividades não vedadas no Simples; ainda que não seja enquadrada no Sistema Simples, o período de 1998 a 2001 já fora alcançado pela Decadência, não havendo possibilidade alguma de cobrança de débitos deste período; o Despacho da DERAT de 2009, que indeferiu o pedido formulado em 2003, de inclusão retroativa ao Simples, não poderia surtir efeitos após 2005, pois, a partir deste período, a contribuinte já havia sido enquadrada no Simples, tornado indevida a cobrança de débito de 2005 e 2006. É o relatório. Voto Conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e encontrase revestido das formalidade legais, atendendo os pressupostos de admissibilidade, dela se conhecendo. Passo, portanto ao exame do processo, consoante os argumentos aduzidos na Impugnação e no Recurso Voluntário. A Recorrente, em seu recurso voluntário apresentou 02 pedidos distintos, conforme abaixo: Fl. 81DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 13706.002533/200381 Acórdão n.º 1201001.150 S1C2T1 Fl. 150 5 i) que fosse decretada a decadência do direito da Administração Tributária efetuar o lançamento dos tributos relativos ao período de 12/05/1998 a 31/12/2001; ou,subsidiariamente, que defira o pedido de inclusão retroativa no SIMPLES nesse período, tendo como base o ADI nº 16 de 02 de outubro de 2002; ii) que fossem ratificados os fatos supra narrados, notadamente quanto aos inequívoco enquadramento da empresa no Simples desde 01/01/2005 até a presente data. A Recorrente apresentou recurso voluntário, visto que foi negado pela 7º Turma da DRJ/RJ a inclusão retroativa ao SIMPLES no período de 12/05/1998 a 31/12/2001. Contudo, é importante salientar qe o Relator do processo na DRJ apresentou voto vencido, que conferiu à Recorrente o direito de inclusão no SIMPLES, visto que a mesma atendia as exigências dispostas no ADI nº 16 de 02 de Outubro de 2002, conforme abaixo destacado: “Finalizando, por todos os elementos existentes no processo, voto no sentido de deferir a solicitação da interessada, de fls. 01, reconhecendose o seu direito à inclusão retroativa no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte — SIMPLES, no período de 12/05/1998 a 31/12/2001.” Neste ponto e antes de partir para a exposição de minhas motivações de voto, julgo necessário delimitarmos de forma inequívoca qual é o objeto em discussão no presente processo e, assim, definirmos os efeitos da decisão desta Turma. Neste ponto, mesmo com o receio de tornar este voto redundante em relação ao relatório, faço abaixo um breve resumo cronológico dos fatos: entre 1998 e 2001, a empresa estava ativa, desempenhando a atividade de organização de exposições, feiras e congressos; entre 2002 e 2004, a empresa mantevese inativa; em 2003 a Recorrente apresentou Solicitação de Revisão da Vedação/Exclusão à Opção pelo Simples (SRS), contudo, não há nos autos documentos que demonstrem atos da Administração Pública sobre a inclusão e posterior exclusão do Simples neste período; em 01/2005, a empresa foi incluída no Simples; a empresa esteve ativa entre 2005 e 2006; em 2009, a Recorrente foi intimada de Despacho da Derat de 05/2008, que indeferiu a Solicitação de Inclusão Retroativa no Simples Federal e determinou a entrega das DIPJ dos anoscalendário de 2005 e 2006, bem como, o recolhimento dos tributos não recolhidos neste período. Do exposto, resta claro que o pedido de inclusão retroativa ao simples ora em questão, se refere, única e exclusivamente, ao período de 12/05/1998 a 31/12/2001. Assim, este será o objeto de minha análise Fl. 82DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO 6 Contudo, para garantir efetividade à decisão deste Conselho, entendo que esta decisão deve analisar também se tal pedido de inclusão retroativa ao simples, e conseqüente decisão, produz efeitos para os períodos posteriores a 31/12/2001, especialmente, os períodos de 2005 e seguintes. Preliminar Da Nulidade do Despacho da DERAT O despacho da DERAT emitido em 2008, indeferiu o pedido de inclusão retroativa da Recorrente ao Simples, contudo, conforme o respectivo dispositivo, o efeito prático do despacho foi a exclusão da empresa do sistema SIMPLES em relação aos períodos de 2005 a 2007 nos quais a Recorrente já integrava o Simples. Ocorre que o processo de exclusão do Simples deve ocorrer nos exatos termos instituídos pela Lei 9.317/96, em seu art. 15, parágrafo 3°: "Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts. 13 e 14 surtirá efeito: 3°. A exclusão de oficio darseá mediante ato declaratório da autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal que jurisdicione o contribuinte, assegurado o contraditório e a ampla defesa, observada a legislação relativa ao processo tributário administrativo. (Incluído pela Lei n°9.732, de 11.12.1998)" O despacho da DERAT trata da análise de pedido de inclusão retroativa ao Simples e produz efeitos práticos de exclusão do regime, fato este que, de pronto, já demonstra desrespeito ao dispositivo legal acima citado por clara afronta ao direito de ampla defesa e contraditório. Além disso, o despacho em comento também incorre em nulidade ao exigir o recolhimento de tributos através de despacho decisório, quando o instrumento correto é a lavratura de auto de infração, conforme disposto no artigo 9° do Decreto 70.235/72, a seguir: "Art. 9° A exigência do crédito tributário, a retificação de prejuízo fiscal e aplicação de penalidade isolada serão formalizadas em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada imposto, contribuição ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pelo art. 1° da Lei n° 8.748/93)" Diante do exposto, reconheço a nulidade contida no Despacho emitido pela DERAT, devendo ser afastadas de pronto os seus efeitos, especialmente, em relação aos períodos de 2005 e seguintes, nos quais a Recorrente já havia sido incluída no Sistema Simples. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 13706.002533/200381 Acórdão n.º 1201001.150 S1C2T1 Fl. 151 7 Mérito No tangente à matéria de mérito, qual seja, a possibilidade de exclusão ou não inclusão da Recorrente no sistema Simples, baseada exclusivamente no fato de no contrato social constarem também atividades vedadas, entendo ter sido equivocada a decisão da DRJ. Acerca de inclusão retroativa no Simples, a SRF editou o Ato Declaratório Interpretativo ADI nº 16 de 02 de Outubro de 2002, que assim dispõe: "Artigo único. O Delegado ou o Inspetor da Receita Federal, comprovada a ocorrência de erro de fato, pode retificar de oficio tanto o Termo de Opção(TO), quanto a Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ), para a inclusão no Simples de pessoas jurídicas inscritas no Cadastro nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ), desde que seja possível identificar a intenção inequívoca de o contribuinte aderir ao Simples. Parágrafo único. São instrumentos hábeis para se comprovar a intenção de aderir ao Simples os pagamentos mensais por intermédio do Documento de Arrecadação do Simples (DarfSimples) e a apresentação da Declaração Anual Simplificada." Nos autos deste processo, foram acostados os recolhimentos referentes aos tributos apurados nas DIPJ SIMPLIFICADAS relativas ao período de 12/05/1998 a 31/12/2001 (fls.20/23), restando assim, demonstrada a intenção da Recorrente em aderir ao SIMPLES, nos moldes definidos pelo Ato Declaratório acima. Além disso, a atividade desempenhada pela Recorrente, qual seja, a organização de feiras, eventos e congressos, não se encontra no rol de atividades vedadas. Já existiu discussão sobre esta matéria e a corrente dominante na esfera administrativa, com a qual coaduno e que encontra respaldo em Solução de Consulta e Solução de Divergência, entende que tal atividade não é vedada. Vejamos: SOLUÇÃO DE CONSULTA 321, DE 2082009 – SRRF 9ª RF – DOU de 1192009 “ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS. Os serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas são permitidos aos optantes pelo Simples Nacional. Na qualidade de produção cultural e artística, são permitidas as atividades de contratação de artistas (pela optante ou por suas clientes), bem como a filmagem e cobertura fotográfica do evento. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei Complementar nº123, de 2006, art.17, XI, §1º, art. 18, §5ºD, X.” Fl. 84DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO 8 Solução de Divergência n. 01 de 18/02/2002, DOU de 09/08/2002 – COSIT – SIMPLES – SERVIÇOS DE ORGANIZAÇÃO DE FESTAS E RECEPÇÃOP – OPÇÃO – POSSIBILIDADE. Ementa: SIMPLES. POSSIBILIDADE DE OPÇÃO. EMPRESAS QUE PRESTAM SERVIÇOS DE ORGANIZAÇÃO DE FESTAS E RECEPÇÕES. Empresa que presta serviços de organização de festas e recepções pode optar pelo Simples. Fica, entretanto, vedado o seu ingresso e permanência no sistema se dentre suas atividades incluir a contratação de atores, cantores, dançarinos ou assemelhados. (REGINA MARIA FERNANDES BARROSO) Não à toa, a Recorrente fora incluída no Sistema Simples no período de 01/2005 e seguintes. Assim, por se tratar da mesma atividade exercida no período de 1998 a 2001, entendo que o enquadramento da recorrente no sistema SIMPLES a partir de 2005, apenas corrobora com o pedido da contribuinte da inclusão retroativa o período de 1998 a 2001. Desta forma, não enxergo qualquer motivo para indeferimento do Pedido de Inclusão Retroativa ao Sistema Simples em relação ao período de 1998 a 2001. Conclusão Diante do exposto, CONHEÇO do Recurso apresentado para PRELIMINARMENTE, reconhecer a nulidade do Despacho da DERAT que excluiu a Recorrente do Sistema Simples em relação aos períodos de 2005. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Luis Fabiano Alves Penteado Relator Fl. 85DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/03/2 015 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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Numero do processo: 15374.722482/2008-47
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 08 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Aug 25 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2003,2004
PER/DCOMP. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA.
A partir de 1º de outubro de 2002 para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação a legislação fixou o prazo de cinco anos, contados da data da entrega da declaração, para que os débitos sejam homologados tacitamente, o que privilegia o princípio da segurança jurídica.
Numero da decisão: 1803-001.887
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para reconhecer a prescrição dos débitos remanescentes, nos termos do relatório de voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Presidente e Redator para Formalização do Acórdão
Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, que a 3ª Turma Especial da 1ª Seção foi extinta pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015 (que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - RICARF), e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF, a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura, para fins de formalização. Da mesma maneira, tendo em vista que, na data da formalização da decisão, o relator VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização do voto. Ausente momentaneamente o Conselheiro Sergio Luiz Bezerra Presta.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Walter Adolfo Maresch (Presidente à Época do Julgamento), Marcos Antonio Pires, Meigan Sack Rodrigues, Sergio Luiz Bezerra Presta, Victor Humberto da Silva Maizman e Sergio Rodrigues Mendes.
Nome do relator: VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN
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HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. A partir de 1º de outubro de 2002 para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação a legislação fixou o prazo de cinco anos, contados da data da entrega da declaração, para que os débitos sejam homologados tacitamente, o que privilegia o princípio da segurança jurídica. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para reconhecer a prescrição dos débitos remanescentes, nos termos do relatório de voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Presidente e Redator para Formalização do Acórdão Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, que a 3ª Turma Especial da 1ª Seção foi extinta pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015 (que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF), e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF, a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura, para fins de formalização. Da mesma maneira, tendo em vista que, na data da formalização da decisão, o relator VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização do voto. Ausente momentaneamente o Conselheiro Sergio Luiz Bezerra Presta. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 72 24 82 /2 00 8- 47 Fl. 130DF CARF MF Impresso em 25/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 21/08/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15374.722482/200847 Acórdão n.º 1803001.887 S1TE03 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Walter Adolfo Maresch (Presidente à Época do Julgamento), Marcos Antonio Pires, Meigan Sack Rodrigues, Sergio Luiz Bezerra Presta, Victor Humberto da Silva Maizman e Sergio Rodrigues Mendes. Relatório Em 11/08/2003, a Interessada transmitiu a Declaração de Compensação n° 10969.99133.110803.1.3.045412 (fls. 02/06), na qual é informado: crédito referente a pagamento indevido, em 30/09/2002 (DARF com período de apuração em 31/08/2002, código de receita 5993, vencimento em 30/09/2002, valor do principal R$ 657,30 e de zero o valor da multa e dos juros, sendo que a data de arrecadação se deu em 30/09/2002), de Estimativa mensal de IRPJ (código 59931), no valor de R$ 657,30 em 30/09/2002 para compensar débito informado de Estimativa mensal de IRPJ (código 59931), período de apuração de abril de 2003, vencimento em 31/05/2003, no valor de R$ 2.090,45. Em 25/08/2008 (fls. 07/08 e 10), a Interessada foi cientificada do Despacho Decisório de n° de rastreamento 781153136 (fl. 09), emitido em 12/08/2008, no qual a DERAT RJO, com fulcro no que dispõem os arts. 165 e 170, da Lei n° 5.172/1966 (CTN) e o art. 74 da Lei n° 9.430/1996, cujo teor não homologou a referida compensação declarada diante da inexistência do crédito, uma vez que, a partir das características do DARF discriminado na Declaração de Compensação, foi localizado o pagamento n° 0593090169, arrecadado em 30/09/2002, no valor original de R$ 657,30, integralmente utilizado para pagamento da Estimativa mensal de IRPJ apurada em agosto de 2002, com vencimento em 30/09/2002, tendo sido, portanto, indevidamente compensado o débito de Estimativa mensal de IRPJ de abril de 2003, com vencimento em 31/05/2003, no valor de R$ 2.090,45, o qual deverá ser pago até 29/08/2008, acrescido da multa de mora de R$ 418,09 e dos juros de mora de R$ 1.613,81 (calculado até 29/08/2008). Inconformada, a Interessada apresentou Manifestação de Inconformidade oportunidade em que insiste ter o crédito a compensar. Em sede de cognição ampla a DRJ manteve o despacho impugnado, resultando na interposição de Recurso Voluntário interposto pela empresa contribuinte, oportunidade em que reitera os argumentos quanto a insistência do crédito apontado. Cabe formalizar a presente decisão conforme apresentada em plenário, dado que o relator original não mais compõe o colegiado, nos termos do art. 17 e do art. 18 ambos do Anexo II do Regimento Interno aprovado pela Portaria MF nº 343, 09 de junho de 2015, que em seu art. 6º extinguiu as turmas especiais. Está registrada na Ata da Reunião de Julgamento formalizada no processo nº 15169.000109/201162: Fl. 131DF CARF MF Impresso em 25/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 21/08/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15374.722482/200847 Acórdão n.º 1803001.887 S1TE03 Fl. 4 3 Aos oito dias do mês de outubro do ano de dois mil e treze, às quatorze horas , reuniramse os membros da 3ªTE/4ªCÂMARA/1ªSEJUL/CARF/MF/DF, estando presentes WALTER ADOLFO MARESCH (Presidente), MARCOS ANTONIO PIRES, MEIGAN SACK RODRIGUES, SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, SERGIO RODRIGUES MENDES, ROBERTO ARMOND FERREIRA DA SILVA e eu, MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES, Chefe da Secretaria, a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. [...] Relator(a): VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN Processo: 15374.722482/200847 Recorrente: O BICHO COMEU BIJOUTERIAS LTDA EPP e Recorrida: FAZENDA NACIONAL Acórdão 1803001.887 Decisão: Por unanimidade de votos deram provimento ao recurso para reconhecer a prescrição dos débitos remanescentes. Ausência momentânea: SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA Votação: Por Unanimidade Questionamento: RECURSO VOLUNTARIO Resultado: Recurso Voluntário Provido Outros Valores Controlados É o Relatório. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 25/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 21/08/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15374.722482/200847 Acórdão n.º 1803001.887 S1TE03 Fl. 5 4 Voto Conselheiro André Mendes de Moura, Redator para Formalização do Voto. Em face da necessidade de formalização da decisão proferida nos presentes autos, e tendo em vista que o relator originário do processo não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, encontrome na posição de Redator, nos termos dos arts. 17 e 18, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 (RICARF). Informo que, na condição de Redator, transcrevo literalmente a minuta que foi apresentada pelo Conselheiro durante a sessão de julgamento. Portanto, a análise do caso concreto reflete a convicção do relator do voto na valoração dos fatos. Ou seja, não me encontro vinculado: (1) ao relato dos fatos apresentado; (2) a nenhum dos fundamentos adotados para a apreciação das matérias em discussão; e (3) a nenhuma das conclusões da decisão incluindose a parte dispositiva e a ementa. A seguir, a transcrição do voto. O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. Pois bem, comungo com os fundamentos da r. decisão no sentido de que a Recorrente utilizou o crédito informado de R$ 657,30 em 30/09/2002 para compensar, no limite deste crédito, o débito informado de estimativa de IRPJ de abril de 2003, vencível em 31/05/2003, no valor de R$ 2.090,45. Destarte, a partir das características do DARF discriminado na Declaração de Compensação, foi localizado o pagamento n° 0593090169, arrecadado em 30/09/2002, no valor original de R$ 657,30, integralmente utilizado para pagamento da Estimativa mensal de IRPJ apurada em agosto de 2002, com vencimento em 30/09/2002. Entrementes, a Recorrente se insurge apontando que há débito ainda a ser compensado. Pois bem, no momento do pedido de compensação houve a inequívoca confissão do débito, iniciandose assim, o prazo prescricional. Desse modo, considerando que decorreu o prazo legal para a exigência do crédito tributário (débito) é de ser reconhecido de ofício a prescrição. A pessoa jurídica que apurar crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição, pode utilizálo na compensação de débitos. A partir de 1º de outubro de 2002, a compensação somente pode ser efetivada por meio de declaração e com créditos e débitos próprios, que ficam extintos sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 25/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 21/08/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15374.722482/200847 Acórdão n.º 1803001.887 S1TE03 Fl. 6 5 Também os pedidos pendentes de apreciação foram equiparados a declaração de compensação, retroagindo à data do protocolo. Posteriormente, ou seja, em de 30 de dezembro de 2003, ficou estabelecido que a PERDCOMP constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação também fixou o prazo de cinco anos, contados da data da entrega da declaração, para que os débitos sejam homologados tacitamente, o que privilegia o princípio da segurança jurídica, embora não se possa inferir que este instituto tenha o efeito de fazer nascer qualquer direito creditório1. No presente caso verificase que o pedido formalizado pendente de apreciação se converteu em declaração de sorte que foi abrangido pelo efeito temporal da homologação tácita. A pretensão da defendente, por esta razão, tem cabimento. Em assim sucedendo voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Redator para Formalização do Voto 1 Fundamentação legal: art. 165, art. 168, art. 170 e art. 170A Constituição Federal, art. 74 da Lei nº 9.430, de 26 de dezembro de 1996, art. 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 25/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 21/08/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA
score : 1.0
Numero do processo: 19311.000486/2010-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Apr 24 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2007
RECURSO DE OFÍCIO. LUCRO ARBITRADO. CSLL. DETERMINAÇÃO DO LUCRO TRIBUTÁVEL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. TRANSPORTE DE CARGAS.
Verificando-se nos autos que a atividade desenvolvida pela contribuinte era, na verdade, de prestação de serviços de transporte de cargas (e não a prestação de serviços gerais), correta a adequação do percentual aplicável na apuração do lucro tributável pela decisão de primeira instância, reduzindo-o para os respectivos percentuais aplicáveis.
RECURSO VOLUNTÁRIO. PRELIMINAR. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA.
De acordo com as expressas disposições do Art. 59 do Decreto 70.235/72, a nulidade de quaisquer atos do Processo Administrativo Fiscal somente serão reconhecidas em casos de preterição ao direito de defesa, o que, nos presentes autos, não restara efetivamente demonstrado pela recorrente.
LEI COMPLEMENTAR 105. INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF No 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO LEGAL.
Conforme expressamente disposto pelo art. 42 da Lei 9.430/96, caracterizam omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
PIS/COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. ARBITRAMENTO DE LUCROS. INAPLICABILIDADE.
De conformidade com a legislação pertinente, o arbitramento do lucro impõe a apuração da contribuição ao PIS e da COFINS pelo regime cumulativo.
MULTA QUALIFICADA.
Se os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem caracterizar o intuito deliberado do contribuinte de subtrair valores à tributação, é cabível a aplicação, sobre os valores apurados a título de omissão de receitas, da multa de ofício qualificada de 150%.
JUROS SOBRE A MULTA. SELIC. SÚMULA CARF Nº 4.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
Numero da decisão: 1301-001.619
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício e, por maioria de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Valmir Sandri e Carlos Augusto de Andrade Jenier (Relator). Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães.
(Assinado digitalmente)
VALMAR FONSECA DE MENEZES - Presidente.
(Assinado digitalmente)
CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER - Relator.
(Assinado digitalmente)
WILSON FERNANDES GUIMARÃES - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonsecea de Menezes (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni De Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2007 RECURSO DE OFÍCIO. LUCRO ARBITRADO. CSLL. DETERMINAÇÃO DO LUCRO TRIBUTÁVEL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. TRANSPORTE DE CARGAS. Verificando-se nos autos que a atividade desenvolvida pela contribuinte era, na verdade, de prestação de serviços de transporte de cargas (e não a prestação de serviços gerais), correta a adequação do percentual aplicável na apuração do lucro tributável pela decisão de primeira instância, reduzindo-o para os respectivos percentuais aplicáveis. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRELIMINAR. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. De acordo com as expressas disposições do Art. 59 do Decreto 70.235/72, a nulidade de quaisquer atos do Processo Administrativo Fiscal somente serão reconhecidas em casos de preterição ao direito de defesa, o que, nos presentes autos, não restara efetivamente demonstrado pela recorrente. LEI COMPLEMENTAR 105. INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF No 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO LEGAL. Conforme expressamente disposto pelo art. 42 da Lei 9.430/96, caracterizam omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PIS/COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. ARBITRAMENTO DE LUCROS. INAPLICABILIDADE. De conformidade com a legislação pertinente, o arbitramento do lucro impõe a apuração da contribuição ao PIS e da COFINS pelo regime cumulativo. MULTA QUALIFICADA. Se os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem caracterizar o intuito deliberado do contribuinte de subtrair valores à tributação, é cabível a aplicação, sobre os valores apurados a título de omissão de receitas, da multa de ofício qualificada de 150%. JUROS SOBRE A MULTA. SELIC. SÚMULA CARF Nº 4. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
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LUCRO ARBITRADO. CSLL. DETERMINAÇÃO DO LUCRO TRIBUTÁVEL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. TRANSPORTE DE CARGAS. Verificandose nos autos que a atividade desenvolvida pela contribuinte era, na verdade, de prestação de serviços de transporte de cargas (e não a prestação de serviços gerais), correta a adequação do percentual aplicável na apuração do lucro tributável pela decisão de primeira instância, reduzindoo para os respectivos percentuais aplicáveis. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRELIMINAR. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. De acordo com as expressas disposições do Art. 59 do Decreto 70.235/72, a nulidade de quaisquer atos do Processo Administrativo Fiscal somente serão reconhecidas em casos de preterição ao direito de defesa, o que, nos presentes autos, não restara efetivamente demonstrado pela recorrente. LEI COMPLEMENTAR 105. INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF No 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO LEGAL. Conforme expressamente disposto pelo art. 42 da Lei 9.430/96, caracterizam omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 31 1. 00 04 86 /2 01 0- 81 Fl. 2212DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.213 2 PIS/COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. ARBITRAMENTO DE LUCROS. INAPLICABILIDADE. De conformidade com a legislação pertinente, o arbitramento do lucro impõe a apuração da contribuição ao PIS e da COFINS pelo regime cumulativo. MULTA QUALIFICADA. Se os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem caracterizar o intuito deliberado do contribuinte de subtrair valores à tributação, é cabível a aplicação, sobre os valores apurados a título de omissão de receitas, da multa de ofício qualificada de 150%. JUROS SOBRE A MULTA. SELIC. SÚMULA CARF Nº 4. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício e, por maioria de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Valmir Sandri e Carlos Augusto de Andrade Jenier (Relator). Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães. (Assinado digitalmente) VALMAR FONSECA DE MENEZES Presidente. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. (Assinado digitalmente) WILSON FERNANDES GUIMARÃES Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonsecea de Menezes (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni De Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 2213DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.214 3 Relatório Dos elementos apresentados no relatório da r. decisão de origem, destaco: Tratase dos Autos de Infração relativos ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL e às Contribuições para o Programa de Integração Social – PIS e para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, lavrados em 10/09/2010, exigindo, no anocalendário 2007, crédito tributário no total de R$ 25.298.222,45, aí incluídos o principal acrescido de multa de ofício (75% e 150%) e juros de mora calculados até 31/08/2010, em razão da constatação de omissão de receitas, decorrente de 4 depósitos bancários cuja origem não foi comprovada; bem como do reajustamento da tributação das receitas declaradas, de revenda de mercadoria e de transporte, face arbitramento do lucro, porque considerada imprestável a escrituração apresentada, diante de indícios de fraude. O Pis e a Cofins foram exigidos no regime cumulativo. (...) A interessada foi cientificada dos autos de infração em 13/09/2010. Inconformada com a exigência fiscal, a contribuinte, por intermédio de seus representantes legais, protocolizou, em 13/10/2010, impugnação de fls. 440/470, acompanhada de documentos de fls. 471/560. Nas preliminares, afirma a tempestividade da defesa apresentada e que é empresa dedicada ao transporte rodoviário de produtos perigosos (produtos químicos), conforme descrição do seu objeto social contida no Contrato Social. Diz que a movimentação financeira consignada nos depósitos/créditos bancários não poderia ser tomada como base de cálculo de incidência dos tributos e contribuições ora lançados exofficio, porque a Impugnante, no curso da ação fiscal, teria prestado as informações solicitadas e apresentado: (i) cópias dos extratos das contas correntes movimentadas no anocalendário de 2007; (ii) arquivos digitais contábeis; (iii) Livros Diário Geral; (iv) Livro Razão Analítico; e (v) Livro de Apuração do Lucro Real – Lalur. Em suas palavras: “No entanto, a fiscalização desconsiderou liminarmente a contabilidade da empresa e avançou para o imediato arbitramento do lucro, sendo a Impugnante cientificada em 13/09/2010 (...) dos Autos de Infração lavrados pela DRF Jundiaí (...)” Requer o cancelamento das autuações por ser questionável a metodologia aplicada na apuração das receitas omitidas e porque os fundamentos adotados nas autuações não traduziriam a correta interpretação e aplicação da legislação. Invoca a nulidade por cerceamento ao direito de defesa, por desconhecer a Impugnante a relação dos depósitos, bem como devido à indisponibilidade dos autos na repartição, no prazo de impugnação. Fl. 2214DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.215 4 Diz a Impugnante que a fiscalização teria procedido à ciência dos lançamentos na pessoa do contabilista e bastante procurador da pessoa jurídica “acompanhados unicamente do ‘Termo de Constatação Fiscal” de 15 páginas. No entanto, ali não constava a relação individual dos depósitos que a AuditoraFiscal entendeu como de origem não comprovada, aparecendo somente um resumo de ‘depósitos/créditos de origem não comprovada’ em cada mês do ano de 2007, no valor total de R$ 72.791.956,52 (fls. 318). Quais seriam esses valores? Quais os créditos que foram somados?” (...) Para a defesa, resta cristalina a violação do prazo de impugnação pela não conclusão do feito, bastando compulsar as fls. 437 dos autos, em que há o despacho da Auditora Fiscal, atestando a conclusão da autuação e a formalização do processo em 17/09/2010, com proposta de remessa dos autos à ARF Franco da Rocha, que teria sido acatada pela Chefe da Equipe apenas em 20/09/2010. (...) Para a contribuinte estaria configurado o cerceamento ao direito de defesa, pois apenas em 06/10/2010, pôde conhecer a relação individualizada dos depósitos/créditos que comporiam a base de cálculo das incidências, “tendo basicamente dois dias úteis (+final de semana e feriado de 12/10) para analisar e buscar documentos de comprovação para cada um dos questionados depósitos/créditos. Evidente que, nesse exíguo prazo, não conseguiu reunir todos os documentos de que necessita para demonstrar a improcedência das acusações, circunstância agravada pela coincidência da ‘greve dos bancários’ ainda em curso, de notório conhecimento, conforme comprova matéria de jornal ora juntada, o que impediu até mesmo o acesso às agências bancárias para protocolo de requerimento de documentos para juntada na sua impugnação, sendo obrigada a encaminhar essa solicitação por via postal, conforme cópia dos requerimentos e comprovante postal anexos (DOC.03)”. Ademais, invoca também o cerceamento ao direito de defesa, tendo em conta que a ARF Franco da Rocha não providenciou cópias de todas as páginas requeridas. Diz que compulsando o Anexo III – DOCUMENTOS OBTIDOS MEDIANTE RMF, a partir da fls. 85, verificase que somente teriam sido anexadas as páginas ímpares dos extratos requisitados junto ao HSBC, fato que impediria o cruzamento e a localização de várias informações. Requer assim o reconhecimento do cerceamento ao direito de defesa, a nulidade dos atos, com a reabertura de prazo para impugnação e juntada de outros documentos disponíveis. Protesta pela nulidade dos lançamentos de CSLL, PIS e Cofins, com fundamento no art. 7º da Portaria RFB nº 11.371, de 2007, tendo em conta que o MPF que teria dado origem ao procedimento fiscal e às autuações restringirseia ao IRPJ, fato a configurar excesso ou abuso de poder e arbitrariedade fiscal. Registra que os lançamentos também deveriam ser anulados por estarem baseados em prova ilícita, dada à reserva de jurisdição sobre o sigilo bancário. Fl. 2215DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.216 5 No mérito, questiona a imputação de omissão de receitas, com fundamento no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, quando não estiver presente a correlação lógica entre os depósitos de origem não comprovada e a omissão de receitas. (...) De acordo com a defesa, “na hipótese dos autos, a existência de créditos nas questionadas contas bancárias é indício que sempre aponta para operação financeira de alavancagem de recursos (empréstimos), seja perante Bancos, empresas de factoring, ou mesmo perante outra empresa do mesmo grupo econômico”, o que seria suficiente para desqualificar a presunção como instrumento probatório da omissão de receita, pela inexistência de correlação lógica entre o fato indiciário (crédito bancário) e o fato que se pretende demonstrar (omissão de receitas). (...) Para contraditar a exigência, acrescenta que a presunção legal somente poderia ser aplicada quando não houvesse outros meios de apurar a receita efetiva da atividade, o que não se teria verificado, e ainda que assim não fosse, haveria provas suficientes da origem dos recursos depositados nas contas correntes da contribuinte. “Essas provas não foram acolhidas porque o Fisco (...) abdicou da descoberta da verdade material, transferindo toda a carga probatória para a Impugnante, procedimento que deve ser rechaçado por esta E. Turma Julgadora”. Reputa a adoção do arbitramento dos lucros como uma medida precipitada. Destaca a sua natureza excepcional, quando impossível a determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL por outros meios hábeis e adequados, e rechaça a sua utilização como instrumento de represália, retaliação ou penalização das condutas da empresa. Nesse contexto, deveria o Fisco demonstrar as várias tentativas de preservar a regra de tributação adotada pela pessoa jurídica. E não foi o que teria acontecido: (...) Conclui que assim o arbitramento dos lucros não teria sido apenas precipitado, mas teria afrontado a Lei vigente na data da ocorrência dos fatos geradores, que determina a manutenção do regime de tributação adotado pela empresa, “ainda mais quando a chamada omissão de receitas foi quantificada sem desprezo da contabilidade, sem nenhuma desqualificação da apuração do seu Lucro Real, omissão detectada com base unicamente em presunção por depósitos/créditos de valores contidos em contas não escrituradas”. (...) Diante da argumentação acima, o percentual de determinação do lucro arbitrado para a incidência da CSLL deveria ser de 12% e não de 32%, como constou do lançamento, pelo que a Impugnante requer o cancelamento do Auto de Infração da CSLL em sua totalidade, por se tratar de erro insanável. No mérito, afirma também que todos os depósitos/créditos registrados nas contas correntes bancárias da Impugnante têm origem comprovada.(...) Reputa também indevida qualificação da multa, porque o Fisco não teria conseguido comprovar a prática de quaisquer das infrações previstas nos artigos 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502/64, requisito este essencial para aplicação da multa de 150%, prevista no artigo 44 da Lei n° 9.430/96. Fl. 2216DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.217 6 Ademais, afirma que a existência de depósitos/créditos bancários não seria motivo para agravamento de penalidade. (...) A partir dessas considerações, e, ainda, analisando todos os argumentos de defesa apresentadas na impugnação, conclui a douta 4a Turma da DRJ de Campinas/SP pela PROCEDÊNCIA PARCIAL DA IMPUGNAÇÃO, em acórdão que, inclusive, assim restou ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007 Nulidade. Não procedem as arguições de nulidade quando não se vislumbram nos autos quaisquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. Cerceamento do Direito de Defesa Inexiste ofensa ao princípio da ampla defesa quando o contribuinte demonstra ter pleno conhecimento dos fatos imputados pela fiscalização, bem como da legislação tributária aplicável, exercendo seu direito de defesa de forma ampla na impugnação. Mandado de Procedimento Fiscal MPF. Nulidade. Inexiste irregularidade no procedimento fiscal, quando observados os requisitos para a sua emissão. Ainda que assim não fosse, suposta inobservância de ato regulamentar, que visa ao controle interno, não implica nulidade dos trabalhos praticados sob sua égide, tendentes à apuração e lançamento do crédito tributário, cuja atividade é vinculada à lei e obrigatória, nos termos do art. 142 do CTN. Somente a lei pode modificar a competência originária para o lançamento do crédito tributário. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007 Omissão de Receita. Depósitos Bancários de Origem Não Comprovada. A Lei n.º 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Retificase a exigência para dela excluir os valores correspondentes aos depósitos cuja origem se logrou comprovar, mediante a documentação acostada aos autos. Prova. Extratos Bancários. Obtenção. Sigilo. Válida é a prova consistente em informações bancárias requisitadas em absoluta observância das normas de regência e ao amparo da lei, sendo desnecessária prévia autorização judicial. Lucro Arbitrado. Imprestabilidade dos Livros de Escrituração Obrigatória. Se a escrituração contábil não é mantida na forma da legislação de regência, deixando de abranger todos os atos e operações relativos à atividade, nos quais se incluem a totalidade da movimentação financeira, sujeitase a pessoa jurídica ao arbitramento do lucro. Multa Qualificada. Fl. 2217DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.218 7 Se as provas carreadas aos autos pelo Fisco evidenciam a intenção de evitar a ocorrência do fato gerador, pela prática fraudulenta de desviar receitas da tributação, cabe a aplicação da multa qualificada. Juros de Mora. O crédito tributário não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta. No tocante à taxa Selic, a utilização desta como juros de mora está fundamentada por expressa determinação legal. Juros de Mora sobre Multa de Ofício. Sendo a multa de ofício classificada como débito para com a União, decorrente de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, é regular a incidência dos juros de mora, a partir de seu vencimento. Tributação Reflexa. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL. Contribuição para o Programa de Integração Social PIS. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. Verificada a omissão de receita, o valor da receita omitida será considerado na determinação da base de cálculo para o lançamento da contribuição social sobre o lucro líquido CSLL, da contribuição para a seguridade social COFINS e da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP. As pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro arbitrado sujeitamse à sistemática de tributação cumulativa do PIS e da Cofins. A base de cálculo da CSLL, na sistemática do Lucro Arbitrado, corresponde a 12% da Receita Bruta da Pessoa Jurídica, inclusive sobre a atividade de transporte de carga, sobre a qual incide a contribuição à alíquota de 9%. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Em decorrência da exoneração parcial do crédito tributário constituído, recorreu de ofício a douta DRJ de origem, nos termos do Art. 34 do Decreto 70.235/72. Regularmente intimada a contribuinte, foi por ela então interposto o seu Recurso Voluntário, pretendendo a reforma da r. decisão de origem e, com isso, o integral cancelamento do lançamento efetivado, aduzindo, para tanto, as seguintes e específicas razões: A ocorrência de cerceamento do direito de defesa, tendo em vista o desconhecimento da relação de depósitos e indisponibilidade dos autos do processo na repartição no prazo da impugnação. A reserva de jurisdição sobre a quebra do sigilo bancário. A impossibilidade de aplicação do Art. 42 da Lei 9.430/96, ante a demonstração de que o crédito apurado não caracteriza receita auferida. Que a comprovação da origem dos depósitos bancários elide a aplicação da presunção legal apontada, destacando que as movimentações financeiras mantidas representariam hipóteses incontestes de: Fl. 2218DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.219 8 i) Empréstimos bancários; ii) Transações financeiras com empresa do mesmo grupo econômico (Osato Alimentos S/A) iii) Transferências recebidas de empresas de factoring; iv) Transferências interbancos: contas de mesma titularidade Que, a par de todas as considerações apresentadas, o arbitramento dos lucros da forma como realizado teria sido precipitado, não podendo aqui então ser mantido. A existência de erro na apuração da base tributável – IRPJ e CSLL, uma vez que a apuração deveria ter sido realizada com base no período trimestral, e não anual, da forma como realizada. Que o reconhecimento da incorreção na apuração da CSLL deveria ter acarretado a anulação do lançamento, e não seu aprimoramento. Que não poderia a autoridade fiscal desqualificar o método de apuração do PIS e da COFINS, divorciandose da sistemática nãocumulativa e apuradoa a partir da incidência cumulativa das referidas contribuições. Que a metodologia utilizada para a apuração indireta da base de cálculo do PIS e da COFINS estaria inadequada. Que é inválida a qualificação da penalidade pecuniária aplicada, uma vez que decorre de exclusiva verificação das informações bancárias. Que é inválida a aplicação de juros SELIC sobre a multa de ofício. Vindo o processo para julgamento, em 08/05/2013 este Colegiado resolveu por determinar o sobrestamento do feito, por meio da Resolução 1301000.119, tendo em vista o reconhecimento da repercussão geral da matéria aqui tratada nos autos da RE 601314 (Relator: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI), no Supremo Tribunal Federal, nos termos do parágrafo primeiro do Art. 62A do RICARF. Entretanto, tendo sido revogadas as disposições do regulamento pela Portaria no 545, de 18 de novembro de 2013, retornam os autos, então, oportunidade, para a regular apreciação e julgamento. É o relatório. Fl. 2219DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.220 9 Voto Vencido Conselheiro CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, relator. Sendo tempestivo o recurso interposto, dele conheço. A matéria tratada nos autos, conforme antes relatado, referese à discussão a respeito (in)validade do procedimento adotado pelos ilustres agentes fiscais que, após obterem as informações das movimentações bancárias promovidas em nome da contribuinte junto a diversos agentes bancários (“RMF’s”), promoveram a intimação da contribuinte para que essa, regularmente, apresentasse a necessária comprovação da origem e natureza dos referidos recursos, considerando como “receita omitida” todas aquelas que por ela não teriam sido então regularmente apontadas e comprovadas. Com a regular impugnação, veio então a decisão exarada pela douta DRJ de origem, que, analisando os seus termos, concluiu pela sua “procedência parcial”, promovendo relevante exoneração tributária, mas, na essência, mantendo a autuação. Por força desse resultado, foram então interpostos Recursos de Oficio e Voluntário, que agora, então, passamos a analisar. Do Recurso de Ofício No que tange ao Recurso de Ofício, insta destacar que, em primeira análise, referese ele à parcela exonerada do lançamento, promovido pelos agentes da DRJ, que, apreciando a razões da impugnação, e, ainda, os termos do lançamento efetivado, efetivamente promoveram a exoneração de parte do montante exigido do contribuinte, por reconhecer, no caso, um erro material na apuração dos montantes pelos agentes fiscais. Analisando a referida decisão, verificase que, especificamente em relação à parcela exonerada do crédito tributário lançado, relativa à parcela exigida de CSLL, andou mal a fiscalização que, apurando os montantes supostamente devidos pela contribuinte, determinou a aplicação do percentual de 32% (trinta e dois por cento) sobre o montante da receita bruta para a apuração da base de cálculo arbitrada, o que, a rigor, estaria em desacordo com as disposições dos Arts. 20 e 15 da Lei 9.249/95, assim então devidamente destacado pela decisão de primeira instância. Vejamos: “No tocante à determinação da base de cálculo da CSLL, com base nas regras do Lucro Arbitrado, cumpre fazer remissão aos preceitos do art. 20 e 15 da Lei nº 9.249, de de 1995, in verbis: Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do anocalendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. (Redação dada Lei nº 10.684, de 2003) Fl. 2220DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.221 10 Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: I um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II dezesseis por cento: a) para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput deste artigo; b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 da referida Lei; III trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). (...) Com base nos preceitos acima transcritos, cumpre reconhecer o erro na aplicação do coeficiente de 32% para a determinação do lucro tributável da CSLL da atividade de prestação de serviços de transporte de carga, quando deveria ter sido aplicado o coeficiente de 12%, conforme estatuído na legislação de regência, pelo que se procede à sua retificação conforme demonstrativo elaborado ao final do presente voto. Não se acata a argüição da defesa de vício insanável, tendo em conta que é plenamente possível o aperfeiçoamento da exigência, com a determinação das bases de cálculo corretas e menores do que as consignadas na autuação, sem qualquer comprometimento ao direito de defesa da contribuinte. A retificação do lançamento, conforme aqui se verifica, decorre da específica identificação da atividade desenvolvida pela contribuinte, e, no caso, a adequada aplicação da disposição normativa de regência, o que, como se verifica, resta pois perfeitamente adequada à hipótese então apresentada, sendo, por essa razão, efetivamente irretocável a decisão nesse ponto. Diante dessas considerações, entendo assistir razão aos julgadores da douta primeira instância, razão porque entendo pela negativa de provimento ao competente recurso de ofício, mantendo, assim, a exoneração determinada. Do Recurso Voluntário Analisando os termos do Recurso Voluntário, por sua vez, verifico que, no caso, a contribuinte simplesmente redargui todas as considerações antes apresentadas em sua impugnação, simplesmente pretendendo, pelos argumentos apresentados, o reconhecimento da Fl. 2221DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.222 11 insubsistência do lançamento efetivado e a parcela mantida após a decisão de primeira instância. Para que restem bem assentadas as considerações a respeito dos autos, relevante destacar que, no lançamento efetivado, foram promovidas diversas deduções em relação aos montantes das movimentações financeiras analisadas, destacandose, a partir da existência (nos autos) de prova efetiva de que as específicas e indicadas movimentações não representavam, na essência, registros de créditos passíveis de tributação, a sua expressa exclusão do montante lançado, sendo mantidos os demais registros, especificamente, ante a inexistência de fundamentos específicos que demonstrassem que os referidos créditos não teriam a natureza própria de “receitas”. Passemos então às considerações apresentadas no recurso interposto: Do suposto cerceamento do direito de defesa A recorrente, nas suas considerações iniciais e em grande parte de suas argumentações recursais, sustenta a nulidade do lançamento, tendo em vista o cerceamento do direito de defesa, decorrente da suposta dificuldade por ela enfrentada na obtenção de cópia dos autos do processo administrativo fiscal, quando da preparação de sua impugnação. Essa questão, especificamente, fora apreciada e considerada pelos julgadores de primeira instância que, a seu respeito, assim então, à época, especificamente se pronunciaram: Diz a empresa que não teria tomado ciência da relação dos depósitos, por ocasião da ciência das autuações, e nem no prazo de impugnação, devido à indisponibilidade dos autos na repartição. Entretanto, de acordo com as peças integrantes dos autos, não se confirma a afirmação da defesa de que a ciência, em 13/09/2010, teria se restringido aos lançamentos e ao Termo de Constatação Fiscal de fls. 309/323. Verificase que o procurador da pessoa jurídica não apenas teria tomado ciência na mesma data da relação dos depósitos, conforme atestado às fls. 351 e 379, mas rubricado todas as 28 (vinte e oito) folhas da relação. Diante dos elementos integrantes do processo é completamente desprovida de suporte fático a alegação da Impugnante de desconhecimento dos depósitos de origem não comprovada, que teriam dado ensejo às autuações. Cumpre anotar que a alegação de que o processo não estaria disponível para vistas na repartição também não pode ser acolhida, na medida que, segundo as informações do Comprot, o processo foi formalizado na DRF Jundiaí/SP, em 10/09/2010, tendo sido regularmente encaminhado, em 21/09/2010, à Agência da Receita Federal – ARF de Franco da Rocha, unidade que jurisdiciona o domicílio tributário da empresa, sediada em Mairiporã/SP, e devolvido à DRF Jundiaí/SP, em 09/11/2010, diante da protocolização da impugnação (vide email de fls. 438). Notese que não foram localizados nos autos quaisquer elementos a corroborar as alegações da defesa de que os representantes da pessoa jurídica teriam comparecido à DRF Jundiaí/SP, sem sucesso, para tomar vista do processo, e nem de que teriam sido requeridas e fornecidas cópias dos autos – com algumas folhas faltando, no curso do Fl. 2222DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.223 12 prazo de impugnação, configurandose incabível uma análise das questões suscitadas, desacompanhadas do devido suporte fático. De qualquer forma, não se pode deixar de registrar que, no prazo de impugnação, o processo deve permanecer na repartição de atendimento do contribuinte. No caso em apreço, o processo deveria estar disponível para vistas na ARF Franco da Rocha/SP, e não na DRF Jundiaí/SP, como alegou a Impugnante. Ademais, para que se configure o cerceamento ao direito de defesa, o obstáculo ao exercício do direito de vista processual deve estar devidamente comprovado nos autos, ou seja, devem os representantes da pessoa jurídica comprovar não apenas que compareceram à repartição competente para tomar vista do processo, no curso do prazo de impugnação, mas também que não obtiveram sucesso na tentativa do exercício do direito que lhe é constitucionalmente garantido. Dito por outras palavras: o fato de o processo não ter permanecido durante todo o prazo de impugnação na repartição competente para dar vista dos autos não é suficiente para a caracterização do cerceamento ao direito de defesa, sendo imprescindível a prova da iniciativa tempestiva da pessoa jurídica de exercitar o seu direito de vista processual e também do obstáculo criado para a sua efetividade. As considerações traçadas pela decisão de primeira instância que rejeitaram a argumentação de suposto cerceamento do direito de defesa da contribuinte, não foram sequer debatidas na peça do recurso voluntário interposto, o que, no caso, já se mostraria suficiente para a sua simples rejeição na presente vertente. Ocorre que, mesmo que assim não fosse, é importante destacar que, acaso tivesse a contribuinte sido efetivamente prejudicada quando da suposta indisponibilidade dos autos, quando do prazo para a apresentação da impugnação oferecida, as razões do referido prejuízo não mais se fariam presentes após aquele fato e, ainda, no prazo (idêntico, inclusive) para a interposição do seu respectivo Recurso Voluntário. Essa consideração se mostra aqui relevante, especialmente porque, acaso não pudesse tido, de fato, a contribuinte condições temporais ou fáticas de efetivamente promover o levantamento de informações que comprovassem a regularidade de seu procedimento, tais razões, agora, não mais seriam aplicadas quando da interposição do presente recurso voluntário, podendo então, perfeitamente, demonstrar nem que fosse por amostragem , que efetivamente lhe assistiria razão a oposição quanto à configuração dos referidos créditos como representativos de receitas omitidas. A contribuinte, entretanto, limitandose a reproduzir os termos de sua impugnação antes apresentada, não traz junto com o recurso um comprovante sequer de que os referidos créditos não se tratavam, de fato, de receitas por ela então efetivamente admitidas e não contabilizadas, sendo, assim, impossível, agora, o reconhecimento da suposta “nulidade” apontada, sobretudo em face da aplicação das disposições do Art. 59 do Decreto 70.235/72, que assim, inclusive, determina: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; Fl. 2223DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.224 13 II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) A questão suscitada pela recorrente, verificase, direcionavase ao prazo para a apresentação de sua impugnação, o que, com toda a certeza, não se aplica, agora, no prazo para a interposição do seu recurso voluntário, verificandose, na oportunidade, que ela, de fato, teria tido tempo mais que suficiente para o levantamento das informações, promoção das confrontações com os registros do lançamento e, específica e objetivamente, a reunião de argumentos mais que necessários para a demonstração de equivocidade das conclusões atingidas, estando assim, então, completamente superada a questão da nulidade considerada, não cabendo aqui, portanto, qualquer acolhimento das razões esposadas. Rejeito assim, por essas razões, a preliminar de nulidade por cerceamento do direito de defesa aduzido pela recorrente. Da reserva de jurisdição para a quebra do sigilo bancário Outra questão trazida no recurso interposto, referese à discussão pretendida pela contribuinte a respeito da inconstitucionalidade das disposições da Lei Complementar no 105/2001, e, no caso, a obtenção, pelos agentes da fiscalização fazendária , de informações a respeito da movimentação bancária dos contribuintes sem a prévia determinação de quebra de sigilo bancário pelas respectivas autoridades judiciárias. Antes, entretanto, de qualquer consideração a respeito da matéria, cumpre aqui destacar então o que expressamente previsto na norma em referência, ressaltando, especificamente, a autorização legal de obtenção das referidas informações. Vejamos: Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. (...) § 3o Não constitui violação do dever de sigilo: I – a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; II o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedores inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; III – o fornecimento das informações de que trata o §2o do art. 11 da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996; Fl. 2224DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.225 14 IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que envolvam recursos provenientes de qualquer prática criminosa; V – a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos interessados; VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei Complementar. (...) Art. 5o O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. (Regulamento) § 1o Consideramse operações financeiras, para os efeitos deste artigo: I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança; II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques; III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelhados; IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclusive de poupança; V – contratos de mútuo; VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títulos de crédito; VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável; VIII – aplicações em fundos de investimentos; IX – aquisições de moeda estrangeira; X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional; XI – transferências de moeda e outros valores para o exterior; XII – operações com ouro, ativo financeiro; XIII operações com cartão de crédito; XIV operações de arrendamento mercantil; e XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante que venham a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários ou outro órgão competente. § 2o As informações transferidas na forma do caput deste artigo restringirseão a informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados. § 3o Não se incluem entre as informações de que trata este artigo as operações financeiras efetuadas pelas administrações direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 4o Recebidas as informações de que trata este artigo, se detectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá requisitar as informações e os documentos de que necessitar, bem como realizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração dos fatos. § 5o As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor. Fl. 2225DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.226 15 A partir da análise dessas disposições, verificase que, sob o ponto de vista estritamente legal, não se configura a “quebra do sigilo bancário” a prestação de informações pelas instituições financeiras e bancárias aos agentes da Fiscalização Fazendária quando por eles requerido. A (in)constitucionalidade dessas disposições, é bem verdade, ainda hoje é tema debatido na doutrina e jurisprudência pátria, estando pendente ainda a apreciação da questão pelo Supremo Tribunal Federal, que, a respeito do assunto, já expressamente reconheceu a repercussão geral da matéria quando do destaque das disposições do RE 601314 (Relator: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI). Nada obstante, considerando que a avaliação a respeito da constitucionalidade das normas é competência própria da atuação do Poder Judiciário, aplicandose, na atuação administrativa, a necessária presunção de validade dos comandos legais, destacase, a esse respeito, os dizeres específicos da Súmula CARF no 2 que assim, inclusive, especificamente já se pronuncia: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Diante dessas razões, afasto a análise a respeito da (in)constitucionalidade das disposições da LC no 105/2001 pretendida pelo recorrente e, com isso, presumindo válidas as informações contidas nos autos a partir da expedição das competentes Requisições de Movimentação Financeiras – RMF’s aqui então especificamente retratadas. Da aplicação da presunção de omissão de receitas Continuando suas razões, a contribuinte sustenta também a invalidade da aplicação de presunção de receitas na espécie, destacando, novamente, ofensa a princípios constitucionais como proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, etc. A aplicação, no caso, da presunção de omissão de receitas, vale destacar, decorrem, especificamente, da aplicação das disposições do Art. 42 da Lei 9.430/96, que, sobre a matéria, assim então especificamente destaca: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. Fl. 2226DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.227 16 § 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). (Vide Lei nº 9.481, de 1997) § 4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) (destaques nossos) Por essas disposições, verificase que, obtendo os agentes da fiscalização as informações a respeito das movimentações financeiras realizadas nas contascorrentes da fiscalizada e não tendo ela apresentado, ao tempo e modo devido, os específicos e devidos registros dos respectivos montantes em sua contabilidade com a comprovação de sua origem e natureza, perfeitamente válida, mais uma vez, se mostra a aplicação da presunção de omissão de receitas, da forma como efetivada, não se podendo aqui, portanto, deixarse de observar a especifica determinação legal aqui apontada. À fiscalizada, insistase, assistiria o direito de efetivamente desconstituir as presunções aplicadas, apresentando, quando devidamente intimada para tanto, as respectivas comprovações a respeito da origem e natureza dos apontados recursos, o que, mais uma vez, não se verifica no presente caso. Diante disso, perfeitamente válida e regular, no caso, se verifica a aplicação da presunção de omissão de receitas promovida na atuação realizada, não se havendo falar aqui, absolutamente, em qualquer invalidade das disposições do Art. 42 da Lei 9.430/96 (Súmula CARF no 2) e, ainda, em qualquer ofensa a princípios da razoabilidade, proporcionalidade, contraditório, ampla defesa ou qualquer outra disposição constitucional apontada. Da (falta de) comprovação da natureza específica dos créditos realizados nas contas da contribuinte A par das considerações teóricas e gerais apresentadas, no que tange aos específicos fatos analisados no lançamento, apesar de ter tido a recorrente tempo mais que suficiente para o levantamento de todas as informações a respeito da natureza das movimentações financeiras ali retratadas, não se verifica, na interposição do recurso, qualquer novo ou outro documento que se referisse – mesmo que apenas por amostragem – aos créditos mantidos pelas análises realizadas nos autos pelos agentes da fiscalização. Fl. 2227DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.228 17 A contribuinte, na verdade, insiste em considerar que a natureza dos referidos créditos seria “óbvia”, representando, todos eles, créditos relativos a: a) Empréstimos bancários; b) Transações financeiras com empresa do mesmo grupo econômico (Osato Alimentos S/A) c) Transferências recebidas de empresas de factoring; d) Transferências interbancos: contas de mesma titularidade Apesar de argumentar, a contribuinte não apresenta – nem mesmo por mera amostragem – qualquer elemento que comprove as suas argumentações, entendendo, que, no caso, teria sido “precipitada” a conclusão atingida pelos agentes da fiscalização, cabendo a eles, então, o levantamento de informações a respeito da natureza dos referidos recursos. Com a mais respeitosa vênia, no caso, ao contrário do que parece querer fazer crer a contribuinte, o ônus da prova de que, no caso, os créditos por ela recebidos em suas contas correntes não representariam “receitas propriamente ditas” não era da Fazenda Pública, mas dela própria, que, confessadamente, não promoveu a sua regular contabilização, e nem tampouco, ao tempo e modo devidos, não promoveu os necessários esclarecimentos quando para isso então devida e regularmente intimada. A “inversão do ônus da prova”, impondo à contribuinte o dever de efetiva e objetivamente comprovar que não se trata, no caso, de específica e própria “receita” os valores omitidos, insistase, é conseqüência da aplicação das disposições legais do Art. 42 da Lei 9.430/96. Assim, tratassem os referidos montantes, de fato, de valores não representativos de receitas auferidas pela contribuinte, competiria à contribuinte – e exclusivamente a ela , a específica e própria demonstração nos presentes autos, o que, como se verifica, disso ela não se desincumbiu. Destarte, no presente caso, entendo não assistir razão à recorrente a respeito da matéria aqui tratada. Do apontamento de erro na apuração da base tributável – IRPJ e CSLL Continuando suas argumentações de defesa, a recorrente sustenta ainda que, mesmo que acaso pudesse ser mantida a autuação efetivada, imperiosa seria a verificação de erro na apuração da base de cálculo dos tributos apontados (IRPJ e CSLL), que, ao contrário do que considerado pelos agentes da fiscalização, deveria, obrigatoriamente, observar o critério de apuração trimestral, e não qualquer outro, da forma como por eles então efetivado. Essa questão, vale destacar, fora também especifica e objetivamente enfrentada pela r. decisão de primeira instância, que, sobre o assunto, assim então especificamente se pronunciou: Fl. 2228DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.229 18 Questionou a defesa, o critério adotado pela fiscalização, tendo em conta que o lucro arbitrado tem periodicidade trimestral e não anual, de modo que os percentuais teriam variado nos trimestres e não permanecido uniformes, conforme planilha abaixo: Entretanto, importa salientar, que tal discrímen feito pela fiscalização em nada afetou a determinação da base de cálculo do IRPJ, na medida que (i) não foi feito rateio das receitas escrituradas ou das receitas omitidas, com base no percentual, por atividade; e (ii) foi utilizado o mesmo coeficiente de arbitramento dos lucros (9,6%) para todas as receitas auferidas, escrituradas (de revenda de mercadorias e de prestação de serviços) e não escrituradas (caracterizadas a partir da presunção legal dos depósitos de origem não identificada). Ademais, a validade do coeficiente de determinação do lucro arbitrado utilizado está respaldada nos arts. 15 e 16 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, in verbis: Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...) II dezesseis por cento: a) para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput deste artigo; (...) Art. 16. O lucro arbitrado das pessoas jurídicas será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta, quando conhecida, dos percentuais fixados no art. 15, acrescidos de vinte por cento. (Grifos são do original) De fato, apesar de apontar a existência de suposta “incorreção” na apuração dos montantes devidos quando da efetivação do lançamento, ante a não observância do critério de apuração trimestral a ela aplicável, a contribuinte não indica, objetivamente, qual seria o seu prejuízo pela aplicação de uma ou outra sistemática, o que, no presente caso, fora, inclusive, o fundamento específico da decisão de primeira instância para a rejeição dos seus argumentos. A partir dessas considerações, não vislumbramos qualquer invalidade no procedimento realizado, não havendo condições, assim, de acolhimento da oposição da recorrente. Fl. 2229DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.230 19 Ainda em relação à apuração de diferenças, a contribuinte destaca que, especificamente em relação à CSLL, o reconhecimento promovido pelos agentes da DRJ a respeito da incorreção do percentual a ela aplicável não poderia, simplesmente, ter sido “corrigido” pelas autoridades julgadoras, devendo, ao revés, imputar a completa nulidade do lançamento. Apesar de todos os esforços da recorrente, é relevante observar que, a princípio, o processo administrativo fiscal é procedimento previsto em lei, justamente, como controle de legalidade do ato administrativo, sendo certo, e, conforme aqui já inclusive antes especificamente apontado, o controle da legalidade deve sempre ser realizada sob os critérios específicos do Art. 59 do Decreto 70.235/72. Dessas considerações, com toda a certeza – e de acordo, inclusive, com a remansosa jurisprudência deste Conselho , a realização de ajustes no sentido de redução da carga tributária não importam, por si só, critérios de aprimoramento do lançamento, não se encontrando vedadas pelas respectivas disposições legais, podendo, portanto, ser perfeitamente realizada, da forma como então devidamente promovido nestes autos, conforme, inclusive, aqui já devidamente analisado quando da apreciação do competente Recurso de Ofício interposto. Rejeito, portanto, também por isso os argumentos da recorrente. Da apuração dos montantes devidos a título de Contribuições para o PIS e a COFINS Além de todas essas considerações, destaca ainda a contribuinte que, por estar submetida ao procedimento próprio de tributação nãocumulativa aplicável ao PIS e à COFINS, essa não poderia ter sido desconsiderada quando da efetivação do lançamento e, no caso, apurados os eventuais montantes devidos a partir dos critérios próprios da chamada incidência cumulativa das referidas contribuições. A par de todos os esforços empreendidos pela recorrente, entretanto, também entendo pela inexistência de razão à sua argumentação, sobretudo porque, conforme já amplamente assente na doutrina e jurisprudência pátria, a aplicação nãocumulativa é completamente incompatível com a apuração de tributos a partir da verificação da chamada omissão de receitas, sobretudo porque, no caso, tratase de apuração fundada em presunção, o que, por certo, inviabiliza o próprio mecanismo aplicável à chamada incidência não cumulativa. A matéria, como dito, encontrase hoje completamente pacificada na jurisprudência deste Conselho, destacandose, apenas a título de exemplificação, o seguinte específico precedente desta Corte Administrativa: Número do Processo 10932.000261/201042 Contribuinte RAGI REFRIGERANTES LTDA Tipo do Recurso RECURSO VOLUNTARIO Data da Sessão Relator(a) Geraldo Valentim Neto Nº Acórdão 1202001.163 Tributo / Matéria Decisão Fl. 2230DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.231 20 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que fazem parte do presente julgado. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo Presidente. (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Donassolo (Presidente), Plínio Rodrigues Lima, Marcos Antonio Pires (suplente), Manoel Mota Fonseca (suplente), Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno. Ementa Assunto: Classificação de Mercadorias Anocalendário: 2006 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. FASE PROCEDIMENTAL. CARÁTER INQUISITÓRIO No processo administrativo fiscal, é a impugnação que instaura a fase propriamente litigiosa ou processual, não encontrando amparo jurídico a alegação de cerceamento do direito de defesa ou de inobservância ao devido processo legal, durante o procedimento administrativo de fiscalização, que tem caráter meramente inquisitório. RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÕES. PROCEDIMENTO FISCAL INICIADO. PERDA DA ESPONTANEIDADE. O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação, a dos demais envolvidos nas infrações verificada, não surtindo qualquer efeito a DIPJ retificadora entregue durante a ação fiscal. PRESUNÇÃO LEGAL INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA Na presunção legal de omissão de receita invertese o ônus da prova, passando à contribuinte o encargo de comprovar a inocorrência de receitas mantidas à margem da tributação. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. A Lei nº 9.430 de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores, a origem dos recursos utilizados nessas operações. ARBITRAMENTO DO LUCRO. NÃO APRESENTAÇÃO DE ESCRITURAÇÃO. Não atendendo a contribuinte às intimações para apresentação de sua escrituração contábil fiscal, o arbitramento é o único método possível para determinação das bases tributáveis do IRPJ e da CSLL. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. COFINS. PIS. Sendo as exigências reflexas decorrentes dos mesmos fatos que ensejaram o lançamento principal de IRPJ, impõese a adoção de igual orientação decisória. PIS/COFINS. TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO ARBITRADO. REGIME DE CUMULATIVIDADE. De conformidade com a legislação pertinente, o arbitramento do lucro impõe a apuração da contribuição ao PIS e da COFINS pelo regime cumulativo. MULTA DE OFÍCIO. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. QUALIFICAÇÃO. Caracteriza sonegação a informação, na DIPJ, de valores zerados, apesar de expressivo montante de créditos em conta bancária da pessoa jurídica, mantendose a multa qualificada pelo evidente intuito de fraude, comprovado em ações ou omissões dolosas tendentes a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. AGRAVAMENTO. FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÕES. ESCLARECIMENTOS NÃO PRESTADOS. Aplicase o percentual de 225% nos casos em que, além de caracterizado evidente intuito de fraude, o sujeito ativo não atende, no prazo marcado, intimação para prestar esclarecimentos, sem qualquer justificativa plausível.: (Destaque nosso) Em face dessas considerações, entendo não assistir razão à recorrente, sendo aqui também rejeitada a sua pretensão de oposição ao lançamento efetivado. Da inaplicabilidade da multa qualificada Em que pese todas as considerações até aqui apresentadas, verificase ainda que, nos argumentos da recorrente, opõese ela ainda à majoração da penalidade pecuniária apontada, que, conforme se verifica nos autos, fora apurada a partir da aplicação do percentual de 150% (cento e cinqüenta por cento), por entenderem as autoridades fazendárias que, na presente vertente, terseia efetiva configuração de sonegação fiscal, nos termos dos Art.s 71, Fl. 2231DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.232 21 72 e 73 da Lei 4.502/64, sendo, portanto, inválida a qualificação da penalidade, nos termos das disposições do Art. 44, inciso I e Parágrafo 1o da Lei 9.430/96. Analisando a situação contida nos autos, verificase, entretanto, que a razão fundamental para o lançamento realizado teria sido, exclusivamente, na nãocontabilização, pela contribuinte, dos valores e movimentos relativos a algumas de suas contascorrentes, sendo certo que, apesar de nossas considerações aqui apresentadas a respeito da ausência de explicações ou fundamentos, pela recorrente, de que os referidos valores não se consubstanciariam em efetivas “receitas omitidas”, tal fato, por si só, não configura, a meu ver, a hipótese própria de “Sonegação Fiscal”, a viabilizar a aplicação da qualificação da penalidade, da forma como apresentado. Esse assunto, por certo, há tempos é já muito debatido no presente Conselho, sendo que, atualmente, encontrase ela já perfeitamente pacificada, sobretudo, em face das disposições da Súmula CARF no 14, que, sobre o assunto, assim então pontifica: Súmula CARF nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. No presente caso, o que se verifica, de fato, é que o lançamento efetivado tomara como base, exclusivamente, a efetiva ausência de registro das movimentações financeiras, obtidas a partir da emissão das respectivas Requisição para Informação de Movimentação Financeira – RMF. De fato, aqui não se verifica a apresentação de nenhum outro fato que, isoladamente, pudesse considerar quaisquer das condutas contidas nas disposições dos referendados arts. 71, 72 e 73 da Lei 4.502/64, sendo certo, e aqui completamente induvidoso, a completa e total impossibilidade de manutenção da qualificação da penalidade aplicada. Assim, em atenção às especificas disposições da mencionada Súmula CARF no 14, entendo assistir razão à recorrente neste particular, devendo, assim, ser efetivamente afastada a qualificação da penalidade aplicada, reduzindose, assim, o seu patamar para 75% (setenta e cinco por cento), nos termos aqui apontados. Dos juros sobre a multa Por fim, um dos temas que tem, de forma recorrente, sido argüido em diversos casos neste Conselho, tem sido a discussão a respeito da incidência (ou não) dos percentuais de juros de mora sobre os montantes da apontada multa de ofício. Inicialmente, é de se destacar que, a rigor, a aplicação de juros de mora sobre o montante do crédito tributário constituído e inadimplido, em nosso sistema possui expressa e específica base legal, sendo, a seu respeito, fundamental o destaque das disposições do Art. 161 do CTN, que, sobre o assunto, assim então especificamente destaca: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo Fl. 2232DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.233 22 da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. Da leitura dessas disposições, verificase já, de antemão, um tratamento legal distinto aplicado pelas disposições normativas de regência para o que seja o “crédito tributário” propriamente dito, e, no caso, as penalidades aplicadas, expressamente destacando que os juros de mora incidem (apenas) sobre aqueles, e não sobre todos os valores ali mencionados. Sendo essa a exegese que entendo adequada para o referido dispositivo legal, penso que, pela sua própria dicção, os juros de mora devem incidir sobre o montante próprio (e exclusivo) do crédito tributário, não cabendo, assim, a sua aplicação sobre o montante da multa de ofício aplicada que, inclusive, possui expressa excepcionalização pela mencionada disposição normativa. Em que pese, entretanto, as nossas considerações teóricas sobre a matéria, verificase que, pelo entendimento majoritário neste colegiado, têmse afastado a conclusão aqui então apontada, reconhecendose, por outra vai, que o montante das penalidades aplicáveis (multa de mora e de ofício) integram, por natureza, o conceito próprio do montante do “crédito tributário”, de forma que, então, tornase legítima a aplicação dos referidos juros de mora, também, sobre o montante da multa de ofício aplicada. Resguardando o meu entendimento pessoal a respeito da matéria, curvome, no caso, ao posicionamento da douta maioria, destacando, então, a possibilidade plena de aplicação dos juros de mora sobre o montante da multa de ofício aplicada. Nessa linha, destaco que o Decretolei nº 1.736/79, dispôs sobre os acréscimos moratórios incidentes sobre os débitos para com a Fazenda Nacional, de natureza tributária, destacando: Art 3º Entendese por valor originário o que corresponda ao débito, excluídas as parcelas relativas à correção monetária, juros de mora, multa de mora e ao encargo previsto no artigo 1º do Decretolei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, com a redação dada pelos Decretosleis nº 1.569, de 8 de agosto de 1977, e nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. Ou seja, o valor originário do débito, sobre o qual incidem os juros de mora, não exclui a multa de ofício. De acordo com o § 3º do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, sobre os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal (ou seja, débitos de natureza tributária), cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1° de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o §3° do art. 5° (Selic), a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Fl. 2233DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.234 23 A regularidade da incidência da taxa SELIC como forma de correção dos montantes do crédito tributário é tema hoje plenamente pacificado na jurisprudência deste CARF, sendo de se destacar, em relação a esse assunto, as disposições da Súmula CARF no 4, que, sobre o assunto, assim então especificamente assenta: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Em face dessas considerações, entendo, no caso, pela perfeita validade da incidência dos juros SELIC sobre as multas aplicadas, nos termos e condições estabelecidos pelo ordenamento jurídico pátrio. Conclusões Em face de todas essas considerações, encaminho o meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso de Ofício, entendendo regular a adequação dos critérios de apuração da Base de Cálculo da CSLL promovida pela douta DRJ de origem, e, ainda, DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário interposto, exclusivamente, para fins de determinar o afastamento da aplicação de qualificação da multa aplicada, reduzindoa, portanto, ao patamar exclusivo de 75% (Setenta e cinco por cento), mantendo o lançamento em todas as suas demais considerações. É como voto. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator Fl. 2234DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.235 24 Voto Vencedor Conselheiro WILSON FERNANDES GUIMARÃES, redator designado. Não obstante os fundamentos esposados pelo Ilustre Conselheiro Relator em seu pronunciamento, o Colegiado, por maioria, entendeu de forma diversa, relativamente à qualificação da multa aplicada. Não resta dúvida que a aplicação da súmula CARF nº 14 deve ser feita de forma cautelosa, observandose a situação concreta retratada nos autos. Embora já tivesse apresentado alguns extratos bancários, a contribuinte foi intimada a apresentar os referidos documentos de todas as suas contas bancárias (Termo de Reintimação, fls. 86/87). Em atendimento, informou (fls. 89): Em referência ao Termo de Reintimação acima informamos que a contabilidade apresentou todos os documentos solicitados conforme poderá ser observado nas contas escrituradas, não havendo conhecimento da existência de outras contas bancárias (GRIFEI) Por meio de nova intimação (fls. 90/91), foi requisitada, mais uma vez, a apresentação por parte da fiscalizada dos extratos bancários de todas as suas contas. Os extratos bancários apresentados pela contribuinte, como ela própria assegurou, dizia respeito às contas contabilizadas, quais sejam: BANCO SAFRA , agência 02000, conta corrente 000211561, do período de 01/12/2006 a 28/12/2007; BANCO SAFRA , agência 02000, conta corrente 009333944, do período de 06/11/2007 a 07/11/2007; BANCO SAFRA , agência 02000, conta corrente 009325909, do período de 04/04/2007 a 29/06/2007; BANCO SAFRA , agência 02000, conta corrente 009330767, do período de 05/06/2007 a 08/08/2007; BANCO SAFRA , agência 02000, conta corrente 009319062, do período de 02/01/2007 a 09/04/2007; BANCO SAFRA , agência 02000, conta corrente 009313722, do dia 02/01/2007 e do período de 01/12/2007 a 29/12/2007; BANCO SAFRA , agência 02000, conta corrente 009294833, do período de 02/01/2007 a 06/12/2007; Fl. 2235DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.236 25 BANCO SAFRA , agência 02000, conta corrente 009301392, do período de 02/01/2007 a 06/12/2007 BANCO BRADESCO, agência 3397, conta corrente 3399 5 , do período de 28/12/2006 a 31/01/2007; BANCO BRADESCO, agência 3397, conta corrente 3398 7 , do período de 06/07/2006 a 28/12/2007; Contudo, a Fiscalização, com base nos controles internos da Receita Federal, já havia constatado que a contribuinte mantinha inúmeras outras contas bancárias, sendo que a movimentação correspondente não havia sido objeto de contabilização. Para que se possa ter uma idéia do volume de recursos movimentados em contas bancárias não contabilizadas, reproduzo, a seguir, fragmentos da relação constante no Termo de Constatação de fls. 309/323. BANCO AGÊNCIA CONTA Nº DEPÓSITOS/CRÉDITOS (R$) HSBC S/A 0922 11830 2.735.749,19 HSBC S/A 1241 1577763 16.323.318,26 INDUSVAL S/A 0001 1960890004 2.773.708,78 ITAÚ S/A 0046 078028 470.730,49 ITAÚ S/A 0046 906087 32.539.371,80 MERCANTIL S/A 0296 020114140 6.672.662,06 SAFRA 04200 0214810 30.107.985,60 SUDAMERIS S/A 153402 1011175008 12.546.639,26 UNIBANCO S/A 032 1196610 49.576,45 TOTAL 104.219.741,89 Após análise detalhada dos extratos bancários, a Fiscalização constatou que de um total de R$ 174.560.766,71 movimentados em contas bancárias de titularidade da Recorrente, apenas R$ 69.923.437,88 foram contabilizados, isto é, R$ 104.637.328,831 foram mantidos à margem da escrituração. Não foi por outra razão que a Recorrente teve o seu lucro arbitrado, pois, diante de tão vultosa movimentação bancária não escriturada, não se poderia emprestar confiabilidade à contabilidade posta à disposição do Fisco. 1 Esclarece o ato decisório recorrido que a divergência entre o quadro acima e o valor consignado no Termo de Constatação (fls. 313) devese à inclusão do extrato apresentado pela empresa da conta corrente nº 933.3944, mantida no Banco Safra S.A., agência 2000, em que teriam sido movimentados recursos da ordem de R$ 417.586,94, conforme constou expressamente do termo de reintimação de fls. 86/87. Fl. 2236DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.237 26 Quanto ao arbitramento do lucro, inclusive, merece transcrição a seguinte passagem do ato decisório recorrido: Do Arbitramento dos Lucros Conforme já acima referido, verificada a manutenção à margem da escrituração de 18 (dezoito) contas correntes de titularidade da empresa, com expressiva movimentação de recursos, e sem comprovação hábil das operações que teriam dado ensejo ao recebimento dos recursos depositados, não restava à fiscalização alternativa senão a aplicação das normas do Lucro Arbitrado. É o que dispõe o art. 47 da Lei n.º 8.981, de 20 de janeiro de 1995, in verbis: [...] Verificase que, ao deixar de escriturar os recursos movimentados (créditos e débitos) nas 18 (dezoito) contas correntes, cujos extratos se encontram juntados no Anexo III aos presentes autos, a pessoa jurídica autuada, optante pela tributação com base no Lucro Real Anual (cf. DIPJ 2008 – fls. 09), não manteve escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, tendo revelado a escrituração apresentada evidentes indícios de fraude, que a tornaram imprestável, não apenas para identificar a efetiva movimentação financeira, mas também para determinar ou validar o lucro real apurado pela pessoa jurídica a partir da contabilidade. Novamente falacioso o argumento da defesa de que não teria havido a regular desqualificação da escrituração apresentada pela empresa, para a determinação do Lucro Real, bastando para rechaçálo a mera comparação entre montante dos recursos movimentados nas contas correntes não contabilizadas, e cuja origem não teria sido justificada pela empresa, no valor de R$ 58.206.371,55, com o total das receitas oferecidas à tributação, na DIPJ 2008, e movimentadas nas contas correntes escrituradas, no valor de R$ 49.482.582,52 (R$ 5.567.958,16 de receitas de revenda de mercadorias, e R$ 43.914.624,36 de receitas de prestação de serviços). Vejase que a receita omitida, de R$ 58.206.371,55, corresponde a 54,05% da receita auferida em 2007, de R$ 107.688.954,07 (R$ 49.482.582,52 + R$ 58.206.371,55 = receita movimentada nas contas correntes escrituradas e oferecida à tributação + receita movimentada nas contas correntes não escrituradas e não oferecidas espontaneamente à tributação). Impõese perquirir como seria possível validar uma escrituração em que 54,05% da receita comprovadamente auferida teria sido omitida dos registros contábeis. No caso em apreço, se mantida a sistemática de apuração com base no Lucro Real, as exigências do IRPJ e da CSLL não poderiam ser sustentadas, porque a tributação da receita omitida, sem o reconhecimento dos custos/despesas correspondentes, desvirtuaria a base de cálculo de incidência: ao invés de tributar o lucro, a incidência estaria sendo feita sobre a receita da atividade. Questionase assim como atender o pleito da defesa e preservar a regra de tributação adotada pela pessoa jurídica (Lucro Real), sem comprometer a base de incidência do IRPJ e da CSLL, quando comprovadamente 54,05% dos recursos auferidos na atividade empresarial são mantidos à margem da escrituração? Destaquese, também, a impossibilidade de apuração do Lucro Real pela fiscalização, como pretendeu afirmar a Impugnante, por completa falta de elementos probatórios. Se a ausência de comprovação da origem dos recursos depositados pôde ser suprida juridicamente pela presunção legal de omissão de receitas, o mesmo não se dá com os recursos sacados nas contas correntes mantidas à margem da escrituração. Na ausência de provas hábeis, como não é possível a determinação dos Fl. 2237DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.238 27 custos/despesas efetivos da atividade, que teriam dado ensejo ao recebimento dos valores depositados, impõese a adoção dos custos/despesas arbitrados, a partir de coeficientes, definidos por atividade, previstos nas regras de determinação do Lucro Arbitrado. Diante de tal quadro, o fato de o Fisco haver atestado e convalidado a escrituração de parte das contas correntes de titularidade da empresa, não é suficiente para contraditar o arbitramento dos lucros, principalmente no caso em que a movimentação de recursos nas contas correntes não contabilizadas supera, em muito, a movimentação de recursos nas contas correntes contabilizadas. Igualmente, não se sustenta a alegação de que a adoção do Lucro Arbitrado tenha sido uma medida precipitada ou um instrumento de represália, retaliação ou penalização das condutas da empresa. No caso em apreço, a fiscalização precisou intimar, por diversas vezes (em 21/12/2009, 28/01 e 12/02/2010 – fls. 35/36, 88 e 91), a empresa a apresentar os extratos de todas as contas correntes, tendo obtido como resposta simplesmente a informação de que a pessoa jurídica desconhecia a existência de contas correntes distintas das escrituradas, informação que se revelou flagrantemente falsa, diante dos extratos obtidos junto às instituições financeiras. Ultrapassada a fase de juntada das provas dos recursos movimentados pela empresa, no anocalendário de 2007, a empresa foi intimada e reintimada (em 24/06 e 13/08/2010) a comprovar a origem dos recursos depositados nas contas correntes de sua titularidade, inclusive em sede de diligência. No cotejo das informações contidas nos extratos, com a escrituração apresentada, não foram localizados os registros da movimentação de recursos, efetuada em contas correntes de titularidade da empresa, mas por ela não reconhecidas. Diante da negativa da empresa acerca da titularidade das contas, devidamente atestada nos extratos obtidos junto às instituições financeiras (só admitida em sede de impugnação), e da falta de comprovação das operações que teriam dado ensejo aos valores ali depositados, não restava alternativa ao Fisco, senão a tributação de ofício da receita omitida e depositada nas contas correntes de titularidade da empresa, cuja movimentação não havia sido regularmente contabilizada. Ademais, para a determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL foi também necessária a definição da sistemática de tributação compatível com a tributação do lucro e não da receita da atividade, in casu, o Lucro Arbitrado, conforme já acima explicitado. Salientese que a regra de manutenção do regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica – Lucro Real ou Presumido (art. 24 da Lei nº 9.249, de 1995) somente prevalece se não verificada a incidência de qualquer das hipóteses de arbitramento dos lucros prevista no art. art. 47 da Lei n.º 8.981, de 1995, também já acima parcialmente transcrito. No que tange ao alegado desconhecimento acerca dessas contas bancárias não escrituradas, registra a Fiscalização (Termo de Constatação nº 0001, fls. 315): A alegação do contribuinte de que desconhece as supracitadas contas bancárias, cuja movimentação financeira representa mais do que o dobro da receita bruta declarada (R$ 49.482.582,52) não merece prosperar. Fl. 2238DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.239 28 Acrescentese que, mediante documentos obtidos junto às instituições financeiras, conforme verificase no anexo ao presente processo administrativo fiscal – “Anexo III – Documentos Obtidos Mediante RMF”, temse a prova documental de que o contribuinte tinha conhecimento das aludidas contas bancárias: a) Todos os extratos bancários pertencem à fiscalizada; b) Banco ABN Amro Real S/A e Banco Sudameris S/A: no cadastro de clientes, consta o nome do sócio da Cargoquímica Diogo Hashimoto & Associados Mercantil Ltda, inscrito no CNPJ sob n° 04.485.367/000101, cujo responsável é o mesmo da fiscalizada, o Sr Diogo Hashimoto, inscrito no CPF sob n° 041.450.18885, bem ainda, o próprio Sr. Diogo Hashimoto consta como representante 1egal/procurador; c) Banco Bicbanco S/A2: na ficha cadastral consta a pessoa jurídica Diogo Hashimoto & Associados Mercantil Ltda como sócio/diretor da fiscalizada, outrossim, o Sr. Diogo Hashimoto como sócioadministrador; o cartão de autógrafos foi assinado pelo Sr. Diogo Hashimoto, identificado como sócio com mandato ou procuração de prazo indeterminado; d) Banco Mercantil do Brasil S/A: na ficha cadastral, mais uma vez, consta no quadro social a pessoa jurídica Diogo Hashimoto & Associados Mercantil Ltda; e) Banco Indusval S/A: no cadastro da pessoa jurídica o Sr. Diogo Hashimoto está registrado como sócio, representante legal e procurador, com mandato de prazo indeterminado, bem como, consta a sua assinatura; f) Unibanco S/A: na ficha cadastral o Sr. Diogo Hashimoto consta como sócio e representante da Cargoquimica; g) Banco Safra S/A: na ficha de informações para cadastro da pessoa jurídica consta a assinatura do Sr. Diogo Hashimoto como responsável pela fiscalizada. Ante o exposto, não restam dúvidas de que o contribuinte fraudou a escrituração deixando de registrar montante expressivo de depósitos/créditos bancários com intuito de omitir receitas e sonegar tributos. É importante ressaltar, na linha do argumentado na decisão recorrida, que a contribuinte não aportou ao processo qualquer elemento de prova no sentido de contraditar a imputação feita pela autoridade fiscal. A conclusão que se extrai das peças processuais é direcionada no sentido de que, se o Colegiado tem por procedente o arbitramento do lucro face a imprestabilidade da escrituração, eis que essa deixou de registrar expressiva movimentação bancária, não se pode deixar de considerar como sendo da mesma forma procedente a exasperação da penalidade, vez que, nesse caso, resta fora de dúvida a ação volitiva da autuada visando impedir, ou ao menos retardar, o conhecimento por parte da autoridade tributária das suas condições pessoais, afetando, assim, a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. 2 Cumpre notar que a conta mantida no BICBANCO S/A foi desconsiderada pela Fiscalização, pois restou constatado que os recursos que transitaram por ela foram transferidos para outras contas bancárias de titularidade da contribuinte. Fl. 2239DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 19311.000486/201081 Acórdão n.º 1301001.619 S1C3T1 Fl. 2.240 29 A conduta da Recorrente, no entendimento do Colegiado, amoldase, por completo às disposições do art. 71 da Lei nº 4.502, de 1964, restando autorizada com isso a aplicação da multa qualificada. Com a devida vênia, não se trata, à evidência, de “apuração de simples omissão de receita” capaz de atrair a aplicação da súmula CARF nº 14, mas, sim, de substancial omissão de registro de movimentação de recursos financeiros, em que a utilização da presunção prevista em lei prestase tão somente à quantificação da matéria tributável. Não se trata também, no presente caso, de “nãocontabilização, pela contribuinte, dos valores e movimentos relativos a algumas de suas contascorrentes”, mas de ausência de registro de montantes que, em razão da sua expressividade, distorceu por completo a situação econômica retratada na escrituração apresentada à Fiscalização. Pelas razões expostas, decidiu o Colegiado manter a multa qualificada aplicada, negando, assim, provimento ao recurso. “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Fl. 2240DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/1 2/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE AND RADE JENIER, Assinado digitalmente em 23/04/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZES
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Numero do processo: 10830.903930/2008-63
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Jul 30 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/06/2004 a 30/06/2004
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. PAGAMENTO INEXISTENTE.
COMPENSAÇÃO. DIVERGÊNCIA ENTRE OS VALORES DE DÉBITO INDICADOS EM DACON E NA DCTF. COMPROVAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. POSSIBILIDADE.
Excepcionalmente, fazendo o contribuinte constar dos autos a demonstração de que o débito indicado em seu DACON é o correto, apesar de não haver retificado a DCTF anteriormente ao despacho decisório, é de se homologar a compensação nos termos pleiteados.
Recurso Voluntário Provido em parte.
Numero da decisão: 3802-004.303
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que a unidade de origem efetue a compensação considerando como débito o montante indicado no DACON do sujeito passivo.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015).
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e Bruno Maurício Macedo Curi (Relator).
Efetuou sustentação oral pela Recorrente a Dra. Ellen Nakayama, OAB/SP nº 237.509.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1840; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE02 Fl. 169 1 168 S3TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.903930/200863 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3802004.303 – 2ª Turma Especial Sessão de 19 de março de 2015 Matéria DCOMP PIS/PASEP Recorrente WORLD MINERALS DO BRASIL FILTRANTES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/2004 a 30/06/2004 COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. PAGAMENTO INEXISTENTE. COMPENSAÇÃO. DIVERGÊNCIA ENTRE OS VALORES DE DÉBITO INDICADOS EM DACON E NA DCTF. COMPROVAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. POSSIBILIDADE. Excepcionalmente, fazendo o contribuinte constar dos autos a demonstração de que o débito indicado em seu DACON é o correto, apesar de não haver retificado a DCTF anteriormente ao despacho decisório, é de se homologar a compensação nos termos pleiteados. Recurso Voluntário Provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que a unidade de origem efetue a compensação considerando como débito o montante indicado no DACON do sujeito passivo. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 39 30 /2 00 8- 63 Fl. 169DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/07/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e Bruno Maurício Macedo Curi (Relator). Efetuou sustentação oral pela Recorrente a Dra. Ellen Nakayama, OAB/SP nº 237.509. Relatório Preliminarmente, ressaltase que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF/2015, fui designado como redator ad hoc (fl. 168), para formalização do respectivo Acórdão, considerando o resultado do julgado, conforme o constante da ATA da respectiva sessão de julgamento. O contribuinte WORLD MINERALS DO BRASIL FILTRANTES LTDA. interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0535.589, proferido em primeira instância pela 9ª Turma da DRJ de Campinas/SP, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada por insuficiência de direito creditório, negandoo. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da manifestação de inconformidade, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: Tratase de Declaração de Compensação (Dcomp) com aproveitamento de suposto pagamento a maior. A Delegacia da Receita Federal de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico de não homologação da compensação (fl. 17), tendo em vista que o pagamento apontado como origem do direito creditório estaria integralmente utilizado na quitação de débito do contribuinte. Cientificada do despacho decisório em 29/08/2008 (fl. 27), a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 12/09/2008 (fls. 1/3), na qual alega: Face à exposição do fatos, argüise que a contribuinte mediante o envio da PERD/COMP n° 38232.13646.051104.1.3.0474220, exerceu o direito de compensar o valor pago a maior sobre a contribuição do PIS competência junho/2004 no valor de R$ 13.889,20, com o valor devido ao PIS competências dos meses de agosto/2004 no valor de R$ 5.265,85 e setembro/2004 no valor de RS 12.886,00, devidos a época. A contribuinte com o intuito de expor suas razões e direito, demonstra abaixo o calculo informado na DACON (doc. 4): Em decorrência do pagamento ter sido efetuado a maior do que o devido, conforme demonstrado anteriormente, a Contribuinte na competência do mês de junho/04, apurou o seguinte crédito: PIS —junho/04 — DEVIDO 1.449,05 PIS —junho/04 — PAGO (15.338,24) VALOR PAGO A MAIOR (13.889,19) Portanto, a compensação do credito de R$ 13.889,19 se deu EM PARTE nos recolhimentos do PIS competências de agosto/2004 e setembro/2004, que somados a outros direitos de crédito, gerou recolhimentos destas Fl. 170DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/07/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10830.903930/200863 Acórdão n.º 3802004.303 S3TE02 Fl. 170 3 competências igual a zero ref. mês de agosto/2004 e um recolhimento no valor de R$ 346,56 ref. mês de setembro, APÓS DESCONTADOS OS CRÉDITOS, conforme demonstrado abaixo: A Não Homologação do pedido de compensação segundo o Despacho Decisório (doc. I) foi em razão de não haver restado credito disponível para compensação dos débitos informados na PERD/COMP n°38232.13646.051104.1.3.047220. Assim sendo, em razão das provas produzidas pela Contribuinte, fica evidente que houve pagamento relativo a competência de junho/2004 dentro do prazo legal, e que o recolhimento efetuado produziu o CREDITO LEGITIMO à favor da Contribuinte, a qual nos limites da legislação a época exerceu o direito de compensar o valor pago a maior nas contribuições devidas relativo aos meses de agosto/2004 e setembro/2004. Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a rejeição ao direito creditório na forma da ementa que segue: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/2004 a 30/06/2004 DCOMP. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. PROVA. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito credit6rio, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. O reconhecimento do direito creditório aproveitado em DCOMP não homologada requer a prova de sua existência e montante. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos elementos que permitam a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada acerca da decisão exarada pela 9ª Turma da DRJ de Campinas – DRJ/CPS, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade, e requer o reconhecimento da homologação de compensação. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar a decisão (fl. 168), uma vez que o Conselheiro Relator Bruno Maurício Macedo Curi, não mais compõe este colegiado e que a respectiva Turma Especial foi extinta, retratando Fl. 171DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/07/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343, de 09 de junho de 2015. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa situação tratamento diverso. Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Tratase de processo de compensação no qual a celeuma diz respeito à divergência do montante de débito a ser quitado pelo contribuinte – se o indicado no DACON e na DCOMP, ou na DCTF. Nos termos da legislação tributária, a DCTF não pode ser retificada após prolação do despacho decisório. Todavia, excepcionalmente, demonstrando o contribuinte que o débito informado em DCTF era equivocado, admitese o débito informado no DACON e na DCOMP. Na instância a quo, a decisão recorrida assim se manifestou: (...) No caso concreto, a manifestante, para comprovar suas alegações de que teria efetuado recolhimento a maior, traz aos autos demonstrativo por ela elaborado no qual pretendeu discriminar a apuração do PIS (fl. 19), bem como cópia do DACON (fls. 20/22), o que, segundo ela, comprovaria a existência do alegado crédito. Entretanto, apenas tais documentos não são suficientes para infirmar os débitos informados em DCTF, pois esta declaração tem natureza de confissão de dividas, ao contrário da DACON. Dessa forma, para que os dados constantes do demonstrativo da interessada fossem considerados os corretos, infirmando aqueles confessados em DCTF e demonstrando a liquidez e certeza do crédito a compensar, seria necessário que ela trouxesse aos autos documentos outros que corroborassem a apuração do tributo na forma alegada. Entretanto, a manifestante não apresenta qualquer documento que comprove o seu direito. Em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente esclarece que na verdade nenhuma documentação adicional necessita ser apresentada, dado que o único erro que cometeu foi o de preencher inadequadamente um campo de sua DCTF. Compulsando os autos, verifico que de fato consta do processo todo o conjunto fáticoprobatório que demonstra a regularidade das alegações do sujeito passivo: mesmo na DCTF do sujeito passivo, o equívoco ocorreu somente na informação do pagamento realizado. Assim, entendo que resta demonstrada nos autos a regularidade dos débitos indicados pela Recorrente, o que leva à necessidade de se reconhecer que o débito indicado no seu DACON de fato é o correto. Fl. 172DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/07/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10830.903930/200863 Acórdão n.º 3802004.303 S3TE02 Fl. 171 5 Conclusão Destarte, o caso é de provimento parcial do Recurso Voluntário, para que a unidade de origem efetue a compensação considerando como débitos os valores indicados no DACON do sujeito passivo. Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc. Fl. 173DF CARF MF Impresso em 30/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/07/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 29/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
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