Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (29,092)
- Segunda Câmara (27,783)
- Primeira Câmara (25,080)
- Segunda Turma Ordinária d (16,855)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,785)
- Primeira Turma Ordinária (15,492)
- Segunda Turma Ordinária d (15,401)
- Primeira Turma Ordinária (15,291)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (13,997)
- Primeira Turma Ordinária (12,809)
- Primeira Turma Ordinária (11,973)
- Segunda Turma Ordinária d (11,939)
- Quarta Câmara (11,511)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,167)
- Quarta Câmara (82,499)
- Terceira Câmara (64,123)
- Segunda Câmara (52,438)
- Primeira Câmara (17,109)
- 3ª SEÇÃO (15,785)
- 2ª SEÇÃO (11,167)
- 1ª SEÇÃO (6,697)
- Pleno (788)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (117,518)
- Segunda Seção de Julgamen (110,258)
- Primeira Seção de Julgame (72,795)
- Primeiro Conselho de Cont (49,045)
- Segundo Conselho de Contr (48,789)
- Câmara Superior de Recurs (37,245)
- Terceiro Conselho de Cont (25,932)
- IPI- processos NT - ressa (4,990)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,044)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,959)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,851)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,045)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,991)
- Não Informado (56,779)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (5,018)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,321)
- HELCIO LAFETA REIS (3,241)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,184)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,149)
- Não se aplica (2,804)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,595)
- WILDERSON BOTTO (2,511)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,472)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,383)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,802)
- 2019 (30,946)
- 2018 (26,043)
- 2024 (25,862)
- 2012 (23,621)
- 2023 (22,460)
- 2014 (22,373)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,058)
- 2008 (17,075)
- 2017 (16,837)
- 2009 (15,837)
- 2006 (15,271)
- 2009 (69,612)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,872)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2025 (17,574)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,520)
- 2006 (14,851)
- 2022 (13,225)
- 2007 (13,016)
Numero do processo: 19647.004251/2005-17
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 13 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2000
Restituição. Compensação. Admissibilidade.
Somente são dedutíveis da CSLL apurada no ajuste anual as estimativas pagas em conformidade com a lei. O pagamento a maior de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento e, com o acréscimo de juros à taxa SELIC, acumulados a partir do mês subseqüente ao do recolhimento indevido, pode ser compensado, mediante apresentação de DCOMP. Eficácia retroativa da Instrução Normativa RFB nº. 900/2008.
Reconhecimento do Direito Creditório. Análise Interrompida.
Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a apreciação da restituição/compensação restringe-se a aspectos como a possibilidade do pedido. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superado este ponto, depende da análise da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pela autoridade administrativa que jurisdiciona a contribuinte.
Numero da decisão: 1801-002.185
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente, para se pronunciar a respeito do mérito do litígio, nos termos do voto da Relatora. Declarou-se impedido de votar o Conselheiro Fernando Daniel de Moura Fonseca.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente
(assinado digitalmente)
Maria de Lourdes Ramirez Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
Nome do relator: MARIA DE LOURDES RAMIREZ
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2000 Restituição. Compensação. Admissibilidade. Somente são dedutíveis da CSLL apurada no ajuste anual as estimativas pagas em conformidade com a lei. O pagamento a maior de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento e, com o acréscimo de juros à taxa SELIC, acumulados a partir do mês subseqüente ao do recolhimento indevido, pode ser compensado, mediante apresentação de DCOMP. Eficácia retroativa da Instrução Normativa RFB nº. 900/2008. Reconhecimento do Direito Creditório. Análise Interrompida. Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a apreciação da restituição/compensação restringe-se a aspectos como a possibilidade do pedido. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superado este ponto, depende da análise da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pela autoridade administrativa que jurisdiciona a contribuinte.
turma_s : Primeira Turma Especial da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Nov 13 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 19647.004251/2005-17
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5398146
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Nov 18 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 1801-002.185
nome_arquivo_s : Decisao_19647004251200517.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : MARIA DE LOURDES RAMIREZ
nome_arquivo_pdf_s : 19647004251200517_5398146.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente, para se pronunciar a respeito do mérito do litígio, nos termos do voto da Relatora. Declarou-se impedido de votar o Conselheiro Fernando Daniel de Moura Fonseca. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente (assinado digitalmente) Maria de Lourdes Ramirez Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
dt_sessao_tdt : Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
id : 5709399
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:31:50 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251529498624
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2240; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE01 Fl. 2 1 1 S1TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19647.004251/200517 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1801002.185 – 1ª Turma Especial Sessão de 23 de outubro de 2014 Matéria Compensação Recorrente TELPE CELULAR S/A TIM NORDESTE Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ADMISSIBILIDADE. Somente são dedutíveis da CSLL apurada no ajuste anual as estimativas pagas em conformidade com a lei. O pagamento a maior de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento e, com o acréscimo de juros à taxa SELIC, acumulados a partir do mês subseqüente ao do recolhimento indevido, pode ser compensado, mediante apresentação de DCOMP. Eficácia retroativa da Instrução Normativa RFB nº. 900/2008. RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE INTERROMPIDA. Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a apreciação da restituição/compensação restringese a aspectos como a possibilidade do pedido. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superado este ponto, depende da análise da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pela autoridade administrativa que jurisdiciona a contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente, para se pronunciar a respeito do mérito do litígio, nos termos do voto da Relatora. Declarouse impedido de votar o Conselheiro Fernando Daniel de Moura Fonseca. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Presidente (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 00 42 51 /2 00 5- 17 Fl. 151DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 30/10/ 2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich. Relatório Trata o presente processo de Declaração de Compensação (fls. 01/15), pela qual pretende a interessada a compensação de débito de tributo de sua responsabilidade, com direito creditório oriundo de pagamento indevido ou a maior de estimativa de CSLL apurada no mês de março de 2000, no valor original de R$ 150.182,25. Analisando o pleito a DRF em Recife/PE, após diligências realizadas, concluiu pela inexistência do crédito apontado, razão pela qual pelo Despacho Decisório de fl. 22 não reconheceu o direito creditório e não homologou as compensações, ao fundamento de que, de acordo com o disposto no artigo 10 da IN SRF n°. 600, de 2005, a pessoa jurídica somente poderia utilizar o valor pago indevidamente ou a maior a título de estimativa mensal, ao final do período de apuração em que houve o referido pagamento, para dedução do valor da CSLL devida ou para compor o saldo negativo porventura apurado. A empresa TIM Nordeste S/A, CNPJ n° 01.009.686/000144, sucessora da Telpa Celular S/A, apresentou manifestação de inconformidade alegando, em síntese: a) que o art. 10 da Instrução Normativa SRF n° 600, de 2005, não tem amparo legal, já que a Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, não prevê a restrição nele estabelecida e adotada na decisão da DRF/Recife e que quando da realização das compensações ainda não existia a regra do art. 10 da Instrução Normativa SRF n° 600, de 2005; b) se não fosse realizada a compensação da CSLL recolhida a maior haveria saldo negativo ao final do ano. Terseia, então, no máximo um problema de inobservância de exercício, vez que o saldo negativo seria passível de compensação a partir do final do ano de 2000; c) possivelmente a decisão supôs, em virtude do lançamento que deu origem ao processo n° 19647.009690/200699, que não haveria saldo negativo ao final do ano calendário 2000. Nessa hipótese, o julgamento da manifestação de inconformidade ficaria na dependência da decisão adotada nos autos do mencionado processo; d) que o despacho decisório decorre da revisão de oficio havida nos autos do processo n° 19647.009690/200699 e que dessa revisão teria decorrido aumento do crédito tributário original, em afronta aos arts. 145 a 149 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional (CTN). Apreciando o litígio a 3a. Turma da DRJ em Recife/PE indeferiu a manifestação de inconformidade. Aquela autoridade observou, inicialmente, que as argüições de ilegalidade do art. 10 da IN SRF n°. 600, de 2005, não poderiam ser apreciadas no âmbito do julgamento administrativo e que a vedação contida no referido comando legal já havia sido consignada na IN SRF n°. 460, de 2004. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 30/10/ 2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 19647.004251/200517 Acórdão n.º 1801002.185 S1TE01 Fl. 3 3 Apoiandose nas disposições dos artigos 2o. e 6o. da Lei n°. 9.430, de 1996; artigos 3o., 9o. e 10 da IN SRF n°. 93, de 1997 e Ato Declaratório Normativo SRF n°. 003, de 2000, consignou que as estimativas mensais não seriam passíveis de restituição a esse título, pois constituiriam mera antecipação do tributo devido ao final do anocalendário e que somente seria passível de restituição e de aproveitamento em compensações o saldo negativo porventura apurado ao final do período. Assim, o excesso acaso pago a título de estimativas mensais somente poderia ser utilizado na dedução do imposto devido ou na composição do saldo negativo. Rejeitou a afirmação da contribuinte no sentido de que, não fosse realizada a compensação do tributo pago a maior em maio de 1999, haveria saldo negativo ao final do ano, pois, ainda que fosse apurado o saldo negativo, deveria a interessada apresentar DCOMP para sua utilização, que seria apreciada pela autoridade administrativa competente para averiguação da efetiva existência do saldo negativo declarado e, sendo caso, reconhecimento do direito creditório reclamado. Tal discussão, contudo, seria estranha aos autos vez que o direito creditório pleiteado se referiria a pagamento indevido ou a maior de estimativa de CSLL. Esclareceu, ainda, que se o saldo negativo do tributo foi incorretamente declarado a menor em D1PJ, seria da competência do sujeito passivo proceder à sua retificação, observadas as normas pertinentes à matéria. Quanto ao processo n° 19647.009690/200699, esclareceu: 27. Alega a impugnante que a decisão atacada teria sido decorrente da revisão de oficio havida nos autos do processo administrativo n° 19647.009690/200699. O argumento é equivocado, como passo a expor. 28. Naquele processo, de exigência de crédito tributário, verificouse, entre outras infrações, a dedução indevida das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, que haviam sido objeto de compensação indevida. Em conseqüência das glosas, foram lavrados autos de infração para cobrança dos tributos ao final dos anos calendário e da multa isolada pela falta das antecipações mensais. 29. Ocorre que, como as compensações haviam sido declaradas em DCOMPs que constituíam confissão de dívida, tinhase por aplicável o entendimento esposado pela Coordenação Geral de Tributação através da Solução de Consulta Interna Cosit n° 18, de 13 de outubro de 2006, segundo o qual não cabe a glosa das estimativas, devendo os débitos ser cobrados com base em DCOMP. Como a referida solução de consulta foi posterior à lavratura dos autos de infração, foram os lançamentos revistos de oficio, reduzindo o crédito tributário antes exigido. 30. Portanto, diversamente do que esgrime a defesa, o processo n° 19647.009690/200699 é que foi influenciado por este, e não o contrário. É através do presente processo que os débitos das estimativas não homologadas serão cobrados, razão pela qual reduziuse o lançamento objeto daquele outro processo. O não reconhecimento do direito creditório discutido nestes autos em nada decorreu do processo n° 19647.009690/200699 nem da Solução de Consulta Interna Cosit n° 18, de 2006, e os débitos que serão cobrados por via do presente processo são rigorosamente aqueles espontaneamente declarados pela contribuinte nas DCOMPs. Não sofreram, por conseguinte, nenhuma modificação em virtude do processo n° 19647.009690/200699, não havendo falar em ofensa aos arts. 145, 146 e 149 do CTN. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 30/10/ 2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 Intimada da decisão, em 30/06/2010 (AR à efl. 148) a interessada apresentou, em 16/12/2009, o Recurso Voluntário. Em suas razões de defesa informa, inicialmente, que o presente processo seria decorrente de revisão de ofício em lançamento efetuado no âmbito dos autos n° 19647.009690/200699, especificamente em itens que trataram de (i) deduções indevidas no ajuste anual de antecipações de IRPJ e de CSLL não comprovadas e (ii) imposição de multa isolada por falta de pagamento de IRPJ e de CSLL devidos por estimativa mensal, revisão essa que não teria sido devidamente fundamentada, o que impedia a adequada defesa. Assim, teria sido intimada, em março de 2007, de um Relatório de Informação Fiscal, datado de 13.12.2006, no qual os fiscais responsáveis pela revisão de ofício informaram que tomaram conhecimento de uma solução de consulta interna da Receita Federal (de n° 18/06), a qual previa metodologia de cálculo diferente da que havia sido adotada por eles quando da fiscalização, razão pela qual alguns valores teriam sido excluídos do processo n° 19647.009690/200699, e passaram a ser tratados em processos específicos, dentre os quais o presente processo de compensação. Quanto ao mérito reafirma que a previsão contida no artigo 10 da IN SRF n°. 600, de 2005, não teria amparo legal. Todas as vedações atinentes à compensação teriam sido expressamente previstas no artigo 74 da Lei n°. 9.430, de 1996, assim como as compensações consideradas não declaradas, não se encontrando, em nenhuma delas, a referência ao recolhimento indevido ou a maior a título de estimativas mensais e que o disciplinamento do instituto pela Receita Federal não poderia levar ao estabelecimento de novas vedações não previstas na Lei. Observou que os comandos normativos citados pela autoridade julgadora da DRJ que tratariam da referida vedação em verdade cuidariam da forma de pagamento do imposto calculado por estimativa e não de compensação, o que foi disciplinado unicamente pelo artigo 74 da Lei n°. 9.430, de 1996. Assim, o procedimento adotado guardaria consonância também com o quanto disciplinado pelo § 1°, II, do artigo 6° da Lei n° 9.430/96, na medida em que teria havido o recolhimento a maior de CSLL em abril de 1999, portanto, passível de restituição, e que foi compensado com débitos de tributos federais de períodos posteriores. Reafirmou que, ainda que se considere a sua legalidade, à época da formalização das compensações declaradas não vigoravam as disposições do artigo 10 da IN SRF n° 600, de 2005, vigendo, à época, a IN SRF n°. 210, de 2002, que não trazia tal vedação em seu bojo. A DRJ teria, assim, aplicado retroativamente dispositivo normativo a fim de restringir seu direito, violando disposições legais e constitucionais, pois tal comando não teria o escopo de dar interpretação mas unicamente de inserir novas regras restritivas ao sistema de compensação. Reproduz as alegações de que não fosse realizada a compensação haveria saldo negativo ao final do anocalendário, de vinculação destes autos ao processo de n° 19647.009690/200699 e de indevida revisão de ofício no lançamento perpetrada naqueles autos. Ao final pede pela reforma daquele decisum. Fez sustentação oral pela recorrente, em plenário, o Dr. Eduardo Lourenço Gregório Jr., OAB/DF nº 36.531. Fl. 154DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 30/10/ 2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 19647.004251/200517 Acórdão n.º 1801002.185 S1TE01 Fl. 4 5 É o relatório. Voto Conselheira Maria de Lourdes Ramirez, Relatora. Como se verifica dos autos, à efl. 148 encontrase anexada cópia de um AR, com data de recepção de 30/06/2010, que se destinou a ciência de comunicação dos processos que relaciona, dentre os quais se encontra o presente processo. Não é possível saber qual comunicação foi enviada ao recorrente. O recurso voluntário foi protocolizado em 16/12/2009, ou seja, antes do recebimento do AR acima referido. Como não há qualquer observação do órgão de origem, apenas o despacho de efl. 149 que noticia a apresentação de recurso voluntário, tenho por tempestivas as razões recursais e delas tomo conhecimento. 1 Preliminar. 1.1 LIMITES DO LITÍGIO. Delimitandose o presente litígio cumpre consignar que a DRJ em Recife/PE esclareceu que o presente processo, que trata de Declarações de Compensação, não decorre dos autos do processo administrativo n° 19647.009690/200699. Ademais, enquanto o processo de n° 19647.009690/200699 trata de lançamento de ofício decorrente de procedimento de fiscalização direta, estes autos tratam de declarações de compensação transmitidas eletronicamente e que foram baixadas para tratamento manual neste processo e o único fundamento alegado pela DRF para indeferir o pedido de homologação foi a inexistência de crédito do contribuinte que pudesse ser utilizado para compensar com débitos próprios, pois, conforme preceitua o artigo 10 da IN SRF n° 600/05, eventual valor pago a maior a título de estimativa mensal somente poderia vir a ser utilizado ao final do período de apuração, para dedução do valor do tributo ao final devido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. Portanto, as argüições contra a revisão de ofício praticada no âmbito do processo administrativo n° 19647.009690/200699, que trata de lançamento de ofício para exigência de crédito tributário são alheias ao presente feito e devem ser tratadas unicamente no âmbito daqueles autos, razão pela qual deixo de tomar conhecimento de tais alegações. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 30/10/ 2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES 6 2 Mérito No mérito observase que o órgão de jurisdição da recorrente, acompanhado pela Turma Julgadora de 1a. instância, indeferiu o pleito ao argumento de que não pode haver recolhimento indevido ou a maior no cálculo e pagamento de estimativas mensais de IRPJ e de CSLL no curso do anocalendário a gerar um indébito a favor do contribuinte passível de restituição e compensação. Tal questão já foi superada neste órgão de julgamento como se verifica da seguinte Súmula: Súmula CARF n º 84. Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. O pagamento indevido de estimativas caracterizase na hipótese de erro no recolhimento. Assim, se o valor efetivamente pago foi superior ao devido, seja com base na receita bruta, seja com base no balancete de suspensão/redução, essa diferença é passível de restituição ou compensação, e esse pedido ou utilização pode, inclusive, ser feito no curso do anocalendário, já que independente de evento futuro e incerto. No presente caso, a contribuinte afirma ter efetuado o recolhimento de estimativa de CSLL do mês de março de 2000, em valor maior que o devido. Imperioso, entretanto, para homologação da compensação, a confirmação da existência, suficiência e disponibilidade do indébito alegado. Ou seja, a homologação expressa exige que a contribuinte comprove, perante o órgão de jurisdição, o erro cometido, seja na apuração da estimativa com base em receita bruta, seja com base em balancete de suspensão/redução, a sua adequação para a formação do indébito pleiteado e a correspondente disponibilidade, mediante prova de que não se valeu desta antecipação para liquidação da CSLL devida no ajuste anual, ou para formação do correspondente saldo negativo. Em virtude de o mérito da decisão daquele órgão ter sido a impossibilidade de aproveitamento de indébitos decorrentes de recolhimentos estimados, não nos permite concluir pela integridade da formação do crédito. A autoridade da DRF em Recife/PE centrou sua decisão na possibilidade do pedido, e assim não analisou a efetiva existência do crédito. Superada esta questão, necessário se faz a apreciação do mérito pela DRF em Recife/PE, quanto aos demais requisitos para homologação da compensação. Cumpre registrar, inclusive, que, enquanto a contribuinte não for cientificada de um novo despacho decisório quanto ao mérito de sua compensação, os débitos compensados permanecem com a exigibilidade suspensa, por não se verificar decisão definitiva acerca de seus procedimentos. E, caso tal decisão não resulte na homologação total das compensações promovidas, develhe ser permitida a apresentação de manifestação de inconformidade junto à DRJ de sua jurisdição, e, caso a referida decisão lhe seja desfavorável e em respeito ao duplo grau de jurisdição, a apresentação de novo recurso voluntário, possibilitandolhe a discussão do mérito da compensação em todas as instâncias administrativas de julgamento. Por todo o exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer a possibilidade de formação de indébitos em recolhimentos por estimativa, mas sem homologar a compensação por ausência de análise do mérito pelo órgão de jurisdição da recorrente, com o conseqüente retorno dos autos àquela autoridade, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 30/10/ 2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 19647.004251/200517 Acórdão n.º 1801002.185 S1TE01 Fl. 5 7 (assinado digitalmente) Maria de Lourdes Ramirez Fl. 157DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 30/10/ 2014 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 10494.000578/2007-90
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 22/08/2002 a 31/12/2006
Ementa:
BENEFÍCIO FISCAL. PEÇAS DE AERONAVES. CARÁTER OBJETIVO OU SUBJETIVO DA INCENTIVO. REGULARIDADE FISCAL. ART. 99 CTN.
A Solução de Consulta COSIT n° 10, de 04 de junho de 2003, ratificando o Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 07, de 1998, orienta que fica excluída a obrigatoriedade da comprovação da quitação de tributos e contribuições federais, na forma do art. 60 da Lei nº 9.069/1995, para mercadorias isentas ou tributadas à alíquota zero, quando tais benefícios ou incentivos fiscais não são concedidos subjetivamente ao importador.
A isenção do IPI e do II, (art. 2º, II, j, e art. 3º, I, da Lei nº 8.032/1990) e submissão à alíquota-zero do PIS/COFINS-importação (art. 8º, § 12, VII, da Lei nº 10.865/2003, com redação dada pela Lei nº 10.925/2004), são benefícios fiscais objetivos.
O Decreto nº 5.268/2004 não transformou o incentivo objetivo em subjetivo. O decreto, apenas, fez o desdobramento lógico de quem (proprietário, possuidor ou oficina de aeronave) pratica o ato objetivo de importar peças para reparação, revisão, modernização de aeronave.
O benefício fiscal somente se aplica as peças que foram destinadas à finalidade prevista nas leis.
REGIME ADUANEIRO ESPECIAL. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. FALTA DE LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. SUBSUNÇÃO DOS FATOS À NORMA. PENALIDADE. ART. 633, II, A, DO DECRETO 4.543/2002
As operações de importação submetidas ao regime aduaneiro especial ou ao regime especial de admissão temporária para utilização econômica não se enquadram como importações desembaraçadas no regime comum de importação. A caracterização da infração depende da subsunção dos fatos à norma legal, sem o que é impossibilitada a aplicação de penalidade. Precedentes do CARF.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3202-001.241
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário da empresa. Vencido o conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda. Fez sustentação oral, pela recorrente, a advogada Silvania C. Tognetti, OAB/RJ nº. 79.963.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente
Thiago Moura de Albuquerque Alves Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201407
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 22/08/2002 a 31/12/2006 Ementa: BENEFÍCIO FISCAL. PEÇAS DE AERONAVES. CARÁTER OBJETIVO OU SUBJETIVO DA INCENTIVO. REGULARIDADE FISCAL. ART. 99 CTN. A Solução de Consulta COSIT n° 10, de 04 de junho de 2003, ratificando o Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 07, de 1998, orienta que fica excluída a obrigatoriedade da comprovação da quitação de tributos e contribuições federais, na forma do art. 60 da Lei nº 9.069/1995, para mercadorias isentas ou tributadas à alíquota zero, quando tais benefícios ou incentivos fiscais não são concedidos subjetivamente ao importador. A isenção do IPI e do II, (art. 2º, II, j, e art. 3º, I, da Lei nº 8.032/1990) e submissão à alíquota-zero do PIS/COFINS-importação (art. 8º, § 12, VII, da Lei nº 10.865/2003, com redação dada pela Lei nº 10.925/2004), são benefícios fiscais objetivos. O Decreto nº 5.268/2004 não transformou o incentivo objetivo em subjetivo. O decreto, apenas, fez o desdobramento lógico de quem (proprietário, possuidor ou oficina de aeronave) pratica o ato objetivo de importar peças para reparação, revisão, modernização de aeronave. O benefício fiscal somente se aplica as peças que foram destinadas à finalidade prevista nas leis. REGIME ADUANEIRO ESPECIAL. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. FALTA DE LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. SUBSUNÇÃO DOS FATOS À NORMA. PENALIDADE. ART. 633, II, A, DO DECRETO 4.543/2002 As operações de importação submetidas ao regime aduaneiro especial ou ao regime especial de admissão temporária para utilização econômica não se enquadram como importações desembaraçadas no regime comum de importação. A caracterização da infração depende da subsunção dos fatos à norma legal, sem o que é impossibilitada a aplicação de penalidade. Precedentes do CARF. Recurso voluntário provido em parte.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10494.000578/2007-90
anomes_publicacao_s : 201410
conteudo_id_s : 5387043
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3202-001.241
nome_arquivo_s : Decisao_10494000578200790.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES
nome_arquivo_pdf_s : 10494000578200790_5387043.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário da empresa. Vencido o conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda. Fez sustentação oral, pela recorrente, a advogada Silvania C. Tognetti, OAB/RJ nº. 79.963. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente Thiago Moura de Albuquerque Alves Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
dt_sessao_tdt : Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
id : 5652713
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:29:46 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251554664448
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2302; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T2 Fl. 1.933 1 1.932 S3C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10494.000578/200790 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3202001.241 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 23 de julho de 2014 Matéria BENEFÍCIO FISCAL. CND. MULTA DE 30%. REGIME ADUANEIRO ESPECIAL Recorrente VEM Manutenção e Engenharia S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 22/08/2002 a 31/12/2006 Ementa: BENEFÍCIO FISCAL. PEÇAS DE AERONAVES. CARÁTER OBJETIVO OU SUBJETIVO DA INCENTIVO. REGULARIDADE FISCAL. ART. 99 CTN. A Solução de Consulta COSIT n° 10, de 04 de junho de 2003, ratificando o Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 07, de 1998, orienta que fica excluída a obrigatoriedade da comprovação da quitação de tributos e contribuições federais, na forma do art. 60 da Lei nº 9.069/1995, para mercadorias isentas ou tributadas à alíquota zero, quando tais benefícios ou incentivos fiscais não são concedidos subjetivamente ao importador. A isenção do IPI e do II, (art. 2º, II, “j”, e art. 3º, I, da Lei nº 8.032/1990) e submissão à alíquotazero do PIS/COFINSimportação (art. 8º, § 12, VII, da Lei nº 10.865/2003, com redação dada pela Lei nº 10.925/2004), são benefícios fiscais objetivos. O Decreto nº 5.268/2004 não transformou o incentivo objetivo em subjetivo. O decreto, apenas, fez o desdobramento lógico de quem (proprietário, possuidor ou oficina de aeronave) pratica o ato objetivo de importar peças para reparação, revisão, modernização de aeronave. O benefício fiscal somente se aplica as peças que foram destinadas à finalidade prevista nas leis. REGIME ADUANEIRO ESPECIAL. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. FALTA DE LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. SUBSUNÇÃO DOS FATOS À NORMA. PENALIDADE. ART. 633, II, “A”, DO DECRETO 4.543/2002 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 49 4. 00 05 78 /2 00 7- 90 Fl. 1931DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 As operações de importação submetidas ao regime aduaneiro especial ou ao regime especial de admissão temporária para utilização econômica não se enquadram como importações desembaraçadas no regime comum de importação. A caracterização da infração depende da subsunção dos fatos à norma legal, sem o que é impossibilitada a aplicação de penalidade. Precedentes do CARF. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário da empresa. Vencido o conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda. Fez sustentação oral, pela recorrente, a advogada Silvania C. Tognetti, OAB/RJ nº. 79.963. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente Thiago Moura de Albuquerque Alves – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório A fiscalização, que gerou os lançamentos sob análise, envolveu a revisão de centenas de declarações de importação DIs, registradas entre 08/2002 e 12/2006, alusivas à nacionalização de partes e peças de aeronaves que se encontravam, para conserto, sob o regime aduaneiro especial de admissão temporária, amparadas, em tese, pela isenção do IPI e do II, (art. 2º, II, “j”, e art. 3º, I, da Lei nº 8.032/1990) pela submissão à alíquotazero do PIS/COFINSimportação (art. 8º, § 12, VII, da Lei nº 10.865/2003, com redação dada pela Lei nº 10.925/2004). Concluindo a auditoria, lavraramse autos de infração, exigindo imposto de importação (II), imposto sobre produtos industrializados (IPI), contribuição ao financiamento da seguridade social (COFINSImportação), contribuição ao programa de integração social (PISImportação). Para a autoridade fiscal, os sobreditos benefícios fiscais, relacionados a DIs registradas após 11/11/2004, passaram a ter natureza subjetiva, em função da vigência do Decreto nº 5.268/2004 que os regulamentou. Fl. 1932DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10494.000578/200790 Acórdão n.º 3202001.241 S3C2T2 Fl. 1.934 3 Sendo benefício fiscal de natureza subjetiva, a fiscalização entendeu ser exigível a regularidade fiscal da empresa para poder gozar de tal benesse legal, nos termos do art. 60 da Lei nº 9.069/1995. Como a recorrente não apresentou certidão negativa de débito nem certidão positiva com efeitos de negativa, foram desconsideradas a isenção e a alíquota zero e realizados os correspondentes lançamentos tributários, relativos a 3.244 DIs. No que diz respeito a outras 19 DIs, além da ausência de regularidade fiscal para aquelas registradas após 10/11/2004, o auto de infração constatou que não teria havido comprovação da destinação das peças importadas para o reparo de aeronaves. Também foi lançado multa por falta de guia ou documento equivalente, conforme regulamentado no art. 633, II, “a”, do Decreto 4.543/2002. Contra a autuação, a contribuinte apresentou impugnação (fls. 1.661 a 1683), a qual a DRJ/SPOII julgou improcedente (fls. 1.794 e ss.). Primeiramente, quanto à alegação da impugnante de que novas exigências para concessão do benefício fiscal não poderiam ser introduzidas por Decreto, pois somente a Lei pode criar obrigações de ordem fiscal, assevera o acórdão recorrido que os julgadores administrativos são incompetentes para apreciar questões que versem sobre inconstitucionalidade de atos/dispositivos legais. A sua vez, a DRJ indeferiu o pedido de diligência, dado que os elementos constantes nos autos do presente processo são suficientes para solucionar a controvérsia apresentada. No mérito, a respeito das DI´s objetos das 19(dezenove) peças importadas, a DRJ decidiu que a contribuinte não conseguiu demonstrar que as peças importadas foram utilizadas no reparo de aeronaves. Ao seu turno, para o aresto recorrido, os lançamentos vinculados as demais 3.244 DIs deveriam ser mantidos, uma vez que as isenções subjetivas, ao contrário das isenções objetivas, exigem prova da regularidade fiscal, de acordo com a Solução de Consulta COSIT nº 10/2003. Nessa linha de ideias, a DRJ assentou que “as importações de partes e peças de aeronaves para fazerem jus à isenção deveriam, até 09/11/2004, ser destinadas ao reparo, revisão e manutenção (caráter objetivo da isenção) e, a partir de 10/11/2004, além deste requisito é necessário que as mesmas sejam utilizadas em aeronave do próprio importador ou que detenha a posse da mesma (isenção subjetiva relacionada com a qualidade do importador)”. Com base nessa premissa, o julgador originário concluiu que, “estando presente o caráter subjetivo da isenção”, seria aplicável a exigência de regularidade fiscal, na forma do art. 60 da Lei nº 9.069/1995. Igualmente, mantevese a multa de controle administrativo (R$ 679.801,43), prevista no art. 633, II, “a”, do Decreto nº 4.543/2002. O acórdão recorrido afirmou que a referida penalidade é cabível ao presente processo, pelo fato da empresa não ter amparado suas importações em licenças de importações. Fl. 1933DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 4 Cientificada do acórdão, acima destacado, a contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 1881 e ss), alegando que: 1. Norma de isenção fiscal concedida por Lei, somente pode ser alterada por outra de mesma hierarquia, de acordo com o art. 178 do CTN. Ademais, o Decreto que veio a modificar as condições, apenas trouxe esclarecimentos para os conteúdos das Leis nºs. 8.032/90 e 10.855/04. 2. a ausência de certidão negativa, não é motivo para impedir que as 3.244 importações fossem realizadas com isenção do II e do IPI e alíquota zero do PISImportação e Cofins Importação. 3. Quanto à multa de 30% do art. 633, II, “a”, do Decreto nº 4.543/2002, a recorrente alega que somente é aplicável tão somente aos casos de “importação sem LI”. O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Thiago Moura de Albuquerque Alves, Relator. O recurso é tempestivo e, por isso, merece a ser apreciado. Como narrado no Relatório do presente acórdão, o cerne da controvérsia é avaliar se isenção do IPI e do II, (art. 2º, II, “j”, e art. 3º, I, da Lei nº 8.032/1990) pela submissão à alíquotazero do PIS/COFINSimportação (art. 8º, § 12, VII, da Lei nº 10.865/2003, com redação dada pela Lei nº 10.925/2004) se enquadrariam ou não como benefício fiscal objetivo ou benefício fiscal subjetivo. O benefício fiscal objetivo em função do ato, fato, negócio, ou coisa, da mercadoria, sua qualidade ou destinação. Já o benefício fiscal subjetivo concedidas em função de condições pessoais de seu destinatário A identificação do caráter objetivo ou subjetivo do incentivo fiscal é importante para o caso dos autos, porque no primeiro caso a Administração não exige regularidade fiscal. É o que orienta a Solução de Consulta COSIT n° 10, de 04 de junho de 2003, ratificando o Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 07, de 1998: " 8. Como é sabido, qualquer isenção ou redução de imposto decorre de lei, nos termos do § 6° do art. 150 da Constituição Federal de 1988. Contudo, a par da previsão constitucional, no caso do imposto de importação, a efetivação de isenção ou redução depende de reconhecimento por meio de despacho da autoridade aduaneira. Nesses termos, o beneficio deverá ser requerido pelo sujeito passivo, o qual deve fazer prova de atendimento dos requisitos Fl. 1934DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10494.000578/200790 Acórdão n.º 3202001.241 S3C2T2 Fl. 1.935 5 estabelecidos na norma isencional e em outras normas que regem a matéria, conforme preconiza o art. 179 da Lei n' 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN), e que se repete no art. 120 do Regulamento Aduaneiro, nos seguintes termos: [...] 9. A obrigatoriedade de apresentação de Certidão Negativa de Tributos e Contribuições Federais está prevista no art. 60 da Lei nº 9.069, de 1995, in verbis: [...] 10. A consulente, no caso, entende não ser necessário, nos despachos aduaneiros que promove, o cumprimento de tal exigência, em decorrência do que dispõe o Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 407, de 1998, in verbis: O CoordenadorGeral do Sistema de Tributação, no uso das atribuições que lhe confere o item 11 da Instrução Normativa SRF n e 34, de 18 de setembro de 1974, e tendo em vista o que dispõe o art. 60 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, DECLARA: Em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados, que o despacho e conseqüente desembaraço de mercadorias importadas, quando isentas ou tributadas à alíquota zero, prescindem da comprovação da quitação de tributos e contribuições federais, por não se tratar de beneficio ou incentivo fiscal concedido subjetivamente ao importador. 11. Conforme se vê, o ADN supracitado exclui a obrigatoriedade da comprovação da quitação de tributos e contribuições federais para mercadorias isentas ou tributadas à alíquota zero, quando tais benefícios ou incentivos fiscais não são concedidos subjetivamente ao importador. Inferese, portanto, que a condição necessária para a dispensa da referida comprovação é que as mercadorias estejam contempladas por um beneficio ou incentivo de natureza objetiva. 11.1. Nesses termos, é relevante diferenciar as isenções objetivas das subjetivas. Assim, as isenções podem ser classificadas, conforme expõe o Professor Hugo de Brito Machado (Curso de Direito Tributário, 16° edição, pgs. 1721173), quanto ao elemento a que se relaciona, em: objetivas: aquelas concedidas em função do fato gerador da obrigação tributária, objetivamente considerada, isto é, em função do ato, fato, negócio, ou coisa, da mercadoria, sua qualidade ou destinação; Fl. 1935DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 6 subjetivas: aquelas concedidas em função de condições pessoais de seu destinatário, isto é, daquele que, se inexistente a isenção, seria o sujeito passivo da obrigação tributária; 11.2. Com isso, o Regulamento Aduaneiro faz distinção entre as isenções e reduções vinculadas à qualidade do importador, nos termos do art. 123, e as vinculadas à destinação dos bens, nos termos de seu art. 131. No primeiro caso, tratase de isenção ou redução concedida em razão da qualidade do importador, vale dizer, de natureza subjetiva. Já no segundo caso, tratase de isenção ou redução em razão da destinação da mercadoria, objetivamente considerada ". Aplicando o entendimento acima ao caso dos autos, o acórdão recorrido e os autos de infração entenderam que, a partir do Decreto regulamentador, o benefício fiscal passou a ser subjetivo, sendo, por conseqüência, correto o lançamento que exigiu a regularidade fiscal do contribuinte, como requisito para o gozo da benesse. Todavia, a meu ver, não é correta a exegese desenvolvida pelo acórdão recorrido. Efetivamente, concordo com a autoridade fiscal e com a DRJ, quando firmaram a interpretação de que o benefício fiscal, previsto no art. 2º, II, “j”, e no art. 3º, I, da Lei nº 8.032/1990, e no art. 8º, § 12, VII, da Lei nº 10.865/2003, com redação dada pela Lei nº 10.925/2004, possui natureza objetiva. In verbis: Art. 2º As isenções e reduções do Imposto de Importação ficam limitadas, exclusivamente: [...] II aos casos de: [...] j) partes, peças e componentes destinados ao reparo, revisão e manutenção de aeronaves e embarcações; *** Art. 3º Fica assegurada a isenção ou redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, conforme o caso: I nas hipóteses previstas no art. 2º desta lei, desde que satisfeitos os requisitos e condições exigidos para a concessão do benefício análogo relativo ao Imposto de Importação; [...] *** Art. 8oAs contribuições serão calculadas mediante aplicação, sobre a base de cálculo de que trata o art. 7odesta Lei, das alíquotas de: [...] § 12. Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas das contribuições, nas hipóteses de importação de: Fl. 1936DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10494.000578/200790 Acórdão n.º 3202001.241 S3C2T2 Fl. 1.936 7 [...] VII – partes, peças, ferramentais, componentes, insumos, fluidos hidráulicos, lubrificantes, tintas, anticorrosivos, equipamentos, serviços e matériasprimas a serem empregados na manutenção, reparo, revisão, conservação, modernização, conversão e industrialização das aeronaves de que trata o inciso VI deste parágrafo, de seus motores, suas partes, peças, componentes, ferramentais e equipamentos; Distanciome, porém, da visão do acórdão recorrido, quando afirma que o Decreto nº 5.268/2004 teria transformado o incentivo objetivo em subjetivo. Isso porque, o que é decreto fez, apenas, foi explicitar quem pratica o ato (proprietário, possuidor ou oficina de aeronave) de importar peças para aeronave, submetido a neutralidade fiscal. Leiase: "Art.172.A isenção do imposto, na importação de partes, peças e componentes, será reconhecida somente aos bens destinados a reparo, revisão ou manutenção de aeronaves e de embarcações. §1oPara cumprimento do disposto no caput, o importador deverá fazer prova da posse ou propriedade da aeronave ou embarcação. §2oNa hipótese do § 1o, caso a importação seja promovida por oficina especializada em reparo, revisão ou manutenção de aeronaves, esta deverá: I apresentar contrato de prestação de serviços, indicando o proprietário ou possuidor da aeronave; e II estar homologada pelo órgão competente do Ministério da Defesa." Ora, por óbvio, quem importa peça para ser aplicada em aeronave deve possuir ou ser proprietário de aeronave, caso contrário a operação seria de comercialização de peças, e não de compra para reparos, revisão,conservação, modernização, etc. Acrescentase, ainda, que a interpretação do mencionado decreto firmada pelo acórdão recorrido subverte o art. 99 do CTN, segundo o qual “o conteúdo e o alcance dos decretos restringemse aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei”. No minha ótica, contudo, o Decreto nº 5.268/2004 não alterou ou modificou a natureza dos benefícios fiscais firmados em lei, mas apenas as explicitou como sempre deve ser a natureza das normas regulamentadoras. Assim, DOU PROVIMENTO ao recurso voluntário para julgar improcedentes os lançamentos vinculados as 3.244 DIs, onde a fiscalização constatou a destinação apropriada das peças, mas, indevidamente, acrescentou a necessidade de regularidade fiscal, como condição para o reconhecimento da isenção e da alíquotazero dos tributos lançados. No que diz respeito às 19 DIs, cuja anulação da exoneração fiscal se deu pelo fato de a fiscalização ter argüido que as peças não foram destinadas ao objetivo previsto nas leis, entendo que a recorrente não trouxe, nem em sua impugnação nem em seu recurso voluntário, elementos capazes de infirmar a autuação, cujas razões explicitadas às fls. 35/107 Fl. 1937DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 8 dos autos incorporo ao presente voto. Com efeito, a recorrente não logrou provar que as peças estariam em seu estoque nem que foram objeto de desmantelamento. Ainda nesse aspecto, acrescento que não deve ser deferido o pedido de diligência para comprovar a permanência dos produtos em estoque ou seu desmantelamento ou ainda seu efetivo emprego na finalidade prevista na legislação destacada. Isso porque a autoridade fiscal indiciou, uma a uma (fls. 35/107), as razões para que desconsiderasse cada uma das 19 DIs, não tendo a empresa apresentado contraprova, ainda que indiciária, que infirmasse as asserções trazidas na autuação como fundamento do lançamento, operandose, assim, a preclusão (art. 16, § 4º, do PAF). Em suma, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário quanto às 19 DIs objeto do lançamento. Por fim, acolho o recurso voluntário quando pede seja julgada improcedente a multa, disposta no art. 633, II, “a”, do Decreto 4.543/2002. E o faço porque a esse tipo legal prevê essa penalidade para bens desembaraçados no regime comum de importação, enquanto que no caso dos autos se tratam de produtos desembaraçados em regime aduaneiro especial de admissão temporária. Eis seu teor: Art. 633.Aplicamse, na ocorrência das hipóteses abaixo tipificadas, por constituírem infrações administrativas ao controle das importações, as seguintes multas (Decretolei nº 37, de 1966, art. 169 e § 6º, com a redação dada pela Lei nº 6.562, de 18 de setembro de 1978, art. 2º): [...] II de trinta por cento sobre o valor aduaneiro: a) pela importação de mercadoria sem licença de importação ou documento de efeito equivalente, inclusive no caso de remessa postal internacional e de bens conduzidos por viajante, desembaraçados no regime comum de importação (Decretolei nº 37, de 1966, art. 169, inciso I, alínea "b" e § 6º, com a redação dada pela Lei nº 6.562, de 18 de setembro de 1978, art. 2º); e Nesse mesmo sentido, há diversos precedentes do CARF, como se infere expletivamente dos julgados abaixo: Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF 3a. Seção – 3ª CAMARA/2ª TURMA ORDINARIA Rel.: FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Publicação: 25/09/2013 REPETRO. ADMISSÃO TEMPORÁRIA. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. FALTA DE LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. SUBSUNÇÃO DOS FATOS À NORMA. PENALIDADE. As operações de importação submetidas ao regime aduaneiro especial Repetro ou ao regime especial de admissão temporária para utilização econômica não se enquadram como importações desembaraçadas no regime comum de importação. A caracterização da infração depende da subsunção dos fatos à norma legal, sem o que é impossibilitada a aplicação de penalidade. Fl. 1938DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10494.000578/200790 Acórdão n.º 3202001.241 S3C2T2 Fl. 1.937 9 *** Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF 3a. Seção – 4ª CAMARA/1ª TURMA ORDINARIA Rel.: ÂNGELA SARTORI Publicação: 18/07/2013 REPETRO. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. FALTA DE LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. SUBSUNÇÃO DOS FATOS A NORMA. PENALIDADE. As operações de importação submetidas ao regime aduaneiro especial Repetro não se enquadram como importações "desembaraçadas no regime comum de importação". A caracterização da infração depende da subsunção dos fatos à norma legal, sem o que é impossibilitada a aplicação de penalidade. *** Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF 3a. Seção – 3ª CAMARA/2ª TURMA ORDINARIA Rel.: JOSÉ ANTÔNIO FRANCISCO Publicação: 17/05/2013 REPETRO. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. FALTA DE LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. SUBSUNÇÃO DOS FATOS A NORMA. PENALIDADE. As operações de importação submetidas ao regime aduaneiro especial Repetro não se enquadram como importações "desembaraçadas no regime comum de importação". Forte nesses argumentos, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário para: a) julgar improcedentes os lançamentos vinculados as 3.244 DIs, onde a fiscalização constatou a destinação apropriada das peças, mas, indevidamente, acrescentou a necessidade de regularidade fiscal, como condição para o reconhecimento da isenção e da alíquotazero dos tributos lançados. b) julgar improcedente a multa, disposta no art. 633, II, “a”, do Decreto 4.543/2002. É o voto. Thiago Moura de Albuquerque Alves Fl. 1939DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 10 Fl. 1940DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por THIAGO MOURA DE ALBUQUERQUE ALVES, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10882.905128/2012-89
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 20/12/2007
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO.
Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF.
PER/DCOMP. DECLARAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRESCINDÍVEL.
Prescinde de lançamento de ofício a não-homologação de declaração de compensação e a exigência dos débitos indevidamente compensados por meio desta declaração.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.721
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
PAULO SERGIO CELANI - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201407
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 20/12/2007 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PER/DCOMP. DECLARAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRESCINDÍVEL. Prescinde de lançamento de ofício a não-homologação de declaração de compensação e a exigência dos débitos indevidamente compensados por meio desta declaração. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Primeira Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10882.905128/2012-89
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5400127
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3801-003.721
nome_arquivo_s : Decisao_10882905128201289.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : PAULO SERGIO CELANI
nome_arquivo_pdf_s : 10882905128201289_5400127.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) PAULO SERGIO CELANI - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
dt_sessao_tdt : Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
id : 5731153
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:10 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251570393088
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1787; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 2 1 1 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10882.905128/201289 Recurso nº 111.111 Voluntário Acórdão nº 3801003.721 – 1ª Turma Especial Sessão de 22 de julho de 2014 Matéria DCOMP ELETRONICO PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO Recorrente PROCOLOR QUÍMICA INDUSTRIAL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 20/12/2007 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PER/DCOMP. DECLARAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRESCINDÍVEL. Prescinde de lançamento de ofício a nãohomologação de declaração de compensação e a exigência dos débitos indevidamente compensados por meio desta declaração. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 51 28 /2 01 2- 89 Fl. 54DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905128/201289 Acórdão n.º 3801003.721 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) PAULO SERGIO CELANI Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo HorizonteDRJ/BHE, que julgou improcedente manifestação de inconformidade apresentada contra despacho decisório que não homologou PER/DCOMP transmitida pela contribuinte com o objetivo de compensar débitos nele declarados com crédito decorrente de alegado pagamento indevido ou a maior. Do relatório do acórdão recorrido, extraio o seguinte trecho: “De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PerDcomp acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PerDcomp. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade alegando, em síntese, o que se segue: que o despacho é eletrônico e não passou pelo crivo de um auditor fiscal, sendo possivelmente um encontro de contas realizado automaticamente por sistema informatizado e que lhe falta fundamentação e motivação devendo ser declarado nulo; que houve preterição do direito de defesa, citando artigo da IN 900/2008 que estabelece que a autoridade da RFB poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos e poderá determinar a realização de diligência fiscal; que transmitiu Declaração de Compensação de COFINS, apurado em 30/06/04 e que esse crédito poderia ser utilizado em sua totalidade, pois não havia nenhum débito anterior a ele vinculado e que, agora, a RFB vem inquirir que o Fl. 55DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905128/201289 Acórdão n.º 3801003.721 S3TE01 Fl. 4 3 crédito utilizado na compensação foi utilizado antes para quitação do débito de COFINS de 30/06/04 quando já havia perecido o direito do Fisco de cobrar o pretenso débito; que a RFB nunca cobrou esse débito e que não houve qualquer condição de suspensão da exigibilidade; que passou mais de 5 anos e o débito não pode ser exigido, pois com a aplicação da Súmula Vinculante nº 8 do STF já se operou a decadência. Requer a reavaliação do Despacho Decisório A ementa do acórdão da DRJ/BHE é a seguinte: “DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite compensação com crédito que não se comprova existente.” No recurso voluntário, a contribuinte alega que não houve qualquer antecipação de pagamento em relação ao débito declarado no PER/DCOMP; que ele não foi homologado expressa ou tacitamente; que a fiscalização não efetuou intimação fiscal para que a contribuinte pagasse o débito; que, em decorrência disto tudo, “não há que se falar em crédito tributário constituído pelo lançamento, motivo pelo qual, em face de sua inércia, deverá o fisco federal suportar os efeitos do decurso do prazo decadencial, nos termos do art. 150, parágrafo 4º do Código Tributário Nacional.” É o relatório. Fl. 56DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905128/201289 Acórdão n.º 3801003.721 S3TE01 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade para julgamento nesta turma especial. Nulidades do despacho decisório e da decisão recorrida não são argüidas no recurso voluntário. Sobre o direito de crédito e sua liquidez e certeza Apesar de a recorrente não atacar os fundamentos do despacho decisório, traço as seguintes palavras para deixar claro a correção do despacho decisório. A RFB, baseandose em dados constantes de seus sistemas informatizados, alimentados por informações prestadas pela própria contribuinte, por meio de declarações fiscais próprias, constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar débito da contribuinte, referente a tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido, porque a DCTF, nos termos do art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984, é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, não restando crédito disponível a ser restituído. Com base nisto, o pedido foi indeferido e a compensação não homologada. O fundamento legal está expresso no quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL” do despacho decisório, no qual consta o artigo 165 e 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/66 (CTN). Estando o pagamento totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF, o DARF a ele relativo, por si só, não prova a existência de crédito algum. E a contribuinte não comprovou em nenhum momento erro na DCTF. Assim, não foi atendido o art. 165 do CTN, que diz que a contribuinte tem direito à restituição de tributo nos casos de: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido; erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; reforma, anulação revogação ou rescisão de decisão condenatória. Não foi atendido o art. 170 do CTN que diz que a lei poderá autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública.. Fl. 57DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905128/201289 Acórdão n.º 3801003.721 S3TE01 Fl. 6 5 E a liquidez e certeza não foram comprovada pela contribuinte, a quem incumbia esse ônus, à luz do art. 333 do Código de Processo Civil (CPC), aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus da prova incumbe a quem alega fato constitutivo de direito. Vários acórdãos do CARF assentaram entendimento semelhante. Vejase, como exemplo, a ementa do acórdão 380100.190, de 22/05/2012, relatado pelo Conselheiro Flávio de Castro Pontes: “Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF APÓS A CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. A simples retificação de DCTF não é elemento de prova suficiente para aferir a liquidez e certeza do direito creditório. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INCERTO. A compensação não pode ser homologada quando o sujeito passivo não comprova a origem de seu direito creditório. Recurso Voluntário Negado.” Da 2ª Turma Especial, da 3ª Seção de Julgamento, são exemplos do mesmo entendimento os Acórdãos 3802001.290, de 25/09/2012, relatado pelo Conselheiro José Fernandes do Nascimento, e 3802001.593, de 27/02/2013, relatado pelo Conselheiro Francisco José Barroso Rios. Transcrevo a parte que interessa do primeiro: Acórdão nº 3802001.290: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Na ausência da comprovação da certeza e liquidez do crédito utilizado no procedimento compensatório, deve ser mantida a decisão recorrida que não homologou a compensação declarada pelo mesmo motivo. (...)” O direito de crédito deve ser provado e apenas créditos líquidos e certos podem ser compensados ou restituídos. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905128/201289 Acórdão n.º 3801003.721 S3TE01 Fl. 7 6 Alegações sobre decadência constantes do recurso voluntário. A DRJ/BHE analisou todas as alegações do recurso voluntário. A recorrente não apresentou argumentos que pudessem afastar as conclusões da decisão recorrida, motivo pelo qual, adoto suas razões de decidir para afastar as alegações recursais. Destaco o seguinte: Com base no art. 5º, §1º, do DecretoLei nº 2.124, de 1984, concluise que a DCTF é instrumento de confissão de dívida hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário nela declarado. Com fundamento no § 2º do art. 74 da Lei n.º 9.430, 27/12/1996, a compensação declarada à Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. O § 5º deste artigo diz que o prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo é de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Transcorrido esse prazo após a transmissão do PER/DCOMP e não tendo o fisco se manifestado, considerase extinto o débito nele confessado, independentemente da confirmação do crédito utilizado: operase a homologação tácita. No caso, como a própria contribuinte reconhece, a homologação tácita não ocorreu, pois ela teve ciência do despacho decisório antes do transcurso de 5 anos da data da transmissão do PER/DCOMP. Os parágrafos 6º e 7º do mesmo artigo determinam que a declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados, e que não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. O quadro 4 do despacho decisório atendeu à exigência de ciência e intimação com as seguintes palavras: “Fica o sujeito passivo CIENTIFICADO deste despacho e INTIMADO a, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da ciência deste, efetuar o pagamento dos débitos indevidamente compensados, com os respectivos acréscimos legais, facultada a apresentação de manifestação de inconformidade à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, no mesmo prazo, nos termos dos §§ 7º e 9º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com alterações posteriores. Não havendo pagamento ou apresentação de manifestação de inconformidade, os débitos indevidamente compensados, com os acréscimos legais, serão inscritos em Dívida Ativa da União para cobrança executiva.” Dos fundamentos acima, decorre que não é necessário auto de infração ou notificação de lançamento para a constituição de crédito tributário relativo a débito declarado Fl. 59DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905128/201289 Acórdão n.º 3801003.721 S3TE01 Fl. 8 7 em DCTF ou em DCOMP, logo, não há que se falar em decadência do direito de lançar o crédito tributário no caso presente. Conclusão Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário, mantendose a decisão recorrida e o despacho decisório que não homologou a compensação declarada. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator Fl. 60DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10950.001770/2007-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 20 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2007
GFIP.OMISSÕES. AUSÊNCIA DE CORREÇÃO DA FALTA A ATRAIR A RELEVAÇÃO.
Demonstradas as omissões na GFIP sem que o sujeito passivo tenha corrigido a falta é de se manter a multa pelo descumprimento da obrigação.
MULTA GFIP. ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. VERIFICAÇÃO DA RETROATIVIDADE BENIGNA.
Incide na espécie a alínea c, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32-A, inciso I, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, na redação dada pela Lei 11.941/09.
Numero da decisão: 2301-004.117
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Daniel Melo Mendes Bezerra e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Marcelo Oliveira - Presidente.
Adriano Gonzales Silvério - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Wilson Antonio de Souza Correa, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva, Daniel Melo Mendes Bezerra e Adriano Gonzales Silvério.
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201408
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2007 GFIP.OMISSÕES. AUSÊNCIA DE CORREÇÃO DA FALTA A ATRAIR A RELEVAÇÃO. Demonstradas as omissões na GFIP sem que o sujeito passivo tenha corrigido a falta é de se manter a multa pelo descumprimento da obrigação. MULTA GFIP. ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. VERIFICAÇÃO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. Incide na espécie a alínea c, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32-A, inciso I, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, na redação dada pela Lei 11.941/09.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Nov 20 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10950.001770/2007-79
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5399135
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Nov 20 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2301-004.117
nome_arquivo_s : Decisao_10950001770200779.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ADRIANO GONZALES SILVERIO
nome_arquivo_pdf_s : 10950001770200779_5399135.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Daniel Melo Mendes Bezerra e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira - Presidente. Adriano Gonzales Silvério - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Wilson Antonio de Souza Correa, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva, Daniel Melo Mendes Bezerra e Adriano Gonzales Silvério.
dt_sessao_tdt : Wed Aug 13 00:00:00 UTC 2014
id : 5725524
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:04 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251574587392
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2346; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 1.045 1 1.044 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10950.001770/200779 Recurso nº 999.999 Voluntário Acórdão nº 2301004.117 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 13 de agosto de 2014 Matéria Obrigação Acessória Recorrente TALISBEQUE DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2007 GFIP.OMISSÕES. AUSÊNCIA DE CORREÇÃO DA FALTA A ATRAIR A RELEVAÇÃO. Demonstradas as omissões na GFIP sem que o sujeito passivo tenha corrigido a falta é de se manter a multa pelo descumprimento da obrigação. MULTA GFIP. ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. VERIFICAÇÃO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. Incide na espécie a alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32A, inciso I, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, na redação dada pela Lei 11.941/09. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Daniel Melo Mendes Bezerra e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35A da Lei 8.212/1991, deduzindose as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 17 70 /2 00 7- 79 Fl. 1045DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Adriano Gonzales Silvério Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Wilson Antonio de Souza Correa, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva, Daniel Melo Mendes Bezerra e Adriano Gonzales Silvério. Relatório Tratase de Auto de Infração 37.095.7997, o qual exige multa pelo fato de o sujeito passivo ter apresentado a GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias no período de janeiro de 2004 a março de 2007. O sujeito passivo apresentou sua impugnação alegando que procedeu à correção da infração por meio do envio de GFIPs complementares. A empresa juntou uma série de documentos para comprovar o atendimento à fiscalização e solicitou o cancelamento da multa. (fls. 114) A DRJ de Curitiba baixou o processo em diligência para que a autoridade fiscal autuante informasse, por competência, quais foram os segurados que receberam comissões, assim como quais suas respectivas remunerações já declaradas em GFIP e quais os valores que foram objeto da autuação, assim como qual o número real de segurados a serviço da empresa cm cada competência, especialmente naquelas competências em que o número de segurados cujas remunerações não foram integralmente declaradas e difere do número total de segurados da empresa. Em resposta à diligência, a autoridade fiscal elaborou planilhas indicativas, sendo concedido prazo para que o sujeito passivo se manifestasse. Transcorrido o prazo sem manifestação do contribuinte, os autos retornaram para a DRJ, que julgou a impugnação improcedente, mas manteve o crédito tributário somente em parte, tendo em vista a aplicação da multa mais benéfica prevista pela Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Em face da decisão da DRJ de Curitiba, foi interposto recurso voluntário, reiterando que as GFIPs foram entregues e solicitando o cancelamento da multa. É o relatório. Voto Conselheiro Adriano Gonzales Silvério O recurso reúne as condições de admissibilidade e dele conheço. O recurso reúne as condições de admissibilidade e dele conheço. Fl. 1046DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 10950.001770/200779 Acórdão n.º 2301004.117 S2C3T1 Fl. 1.046 3 Embora o recorrente reitere os argumentos anteriormente aduzidos de que as GFIPs foram entregues corretamente, o recurso voluntário não questiona o minucioso e detalhado relatório elaborado em diligência fiscal quanto às omissões nas GFIPs, bem como não demonstra elementos que possam afastar os argumentos da decisão recorrida. A questão relativa à correção da falta foi analisada com a seguinte conclusão: Examinando esses documentos, colho deles que a empresa informou os valores pagos a titulo de publicidade a clube de futebol profissional nas competências 01/2005 a 03/2005, 01/2006, 02/2006 c 04/2006, entretanto, cm todos os meses arrolados na autuação a empresa não informou o total das remunerações recebidas pelos empregados, ou seja, declarou apenas a diferença entre a remuneração já declarada em CiFIP c o apurado pela Fiscalização (vide coluna "Diftrengct a declarar em GF1P"da planilha de f1.66 I a 675). Desse modo, não tendo sido providenciada de forma integral a correção da falta, vêse esta autoridade julgadora impedida de acatar o pedido da relevação da pena previstos nos dispositivos legais acima mencionados. Desse modo, tendo em vista que as retificações empreendidas não foram suficientes para corrigir as omissões nas GFIPs a multa não pode ser relevada. A r. decisão recorrida, por sua vez, ao considerar a retroatividade prevista no artigo 106 do CTN a fim de aplicar a multa mais benigna ao sujeito passivo aplicou o artigo 32A, inciso II, da Lei 8.212/91, incluído pela Lei 11.941/09. Ocorre que a multa capitulada no dispositivo acima citado deve ser aplicada nos casos de ausência de declaração ou declaração entregue após o prazo legal, situação que não ocorreu nesses autos. Pelo contrário o lançamento se deu em virtude de entrega de GFIP, porém com omissões relativas a fatos geradores. Considerando que o artigo 106, inciso II, do Código Tributário Nacional prevê que a legislação mais benéfica pode ser aplicada enquanto o ato não estiver definitivamente julgado, entendo que a multa mais benéfica a ser aplicada ao caso concreto é aquela prevista no artigo 32A, inciso I, da Lei nº 8.212/91, in verbis: Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas Registro que incabível a multa prevista no artigo 35A da Lei 8.212/91, uma vez que este dispositivo, ao fazer referência ao artigo 44 da Lei 9.430/61, restringe sua aplicação ao lançamento de créditos relativos às contribuições previdenciárias e não o descumprimento de obrigação acessória. Fl. 1047DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 4 Tanto isso é verdade que o novel artigo 35A acima mencionado faz referência “às contribuições referidas no art. 35 desta Lei”. Seguindo essa linha vemos que o artigo 35, ao tratar das contribuições faz nova remissão, agora às alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do artigo 11 da Lei 8.212/91, o qual dispõe que constituem contribuições sociais as das empresas, as dos empregadores domésticos e as dos trabalhadores. Não há, portanto, permissão para que a multa do artigo 35A seja lançada em decorrência do descumprimento de dever instrumental. Ante o exposto, VOTO no sentido de CONHECER o recurso voluntário e DARLHE PARCIAL PROVIMENTO para aplicar a multa prevista no artigo 32A, inciso I, da Lei nº 8.212/91, na redação conferida pela Lei 11.941/09, se mais benéfica ao recorrente. Adriano Gonzales Silvério Relator Fl. 1048DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
score : 1.0
Numero do processo: 14751.000240/2008-91
Data da sessão: Mon Apr 26 00:00:00 UTC 2010
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/04/2001 a 31/01/2005
RECURSO INTEMPESTIVO
É definitiva a decisão de primeira instância quando não interposto recurso voluntário no prazo legal. Não se toma conhecimento de recurso intempestivo.
RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO.
Numero da decisão: 2402-000.749
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, devido a sua intempestividade, nos termos do voto da relatora.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: ANA MARIA BANDEIRA
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:17:28 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201004
ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2001 a 31/01/2005 RECURSO INTEMPESTIVO É definitiva a decisão de primeira instância quando não interposto recurso voluntário no prazo legal. Não se toma conhecimento de recurso intempestivo. RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO.
numero_processo_s : 14751.000240/2008-91
conteudo_id_s : 5384480
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Sep 30 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 2402-000.749
nome_arquivo_s : Decisao_14751000240200891.pdf
nome_relator_s : ANA MARIA BANDEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 14751000240200891_5384480.pdf
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros da 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, devido a sua intempestividade, nos termos do voto da relatora.
dt_sessao_tdt : Mon Apr 26 00:00:00 UTC 2010
id : 5644113
ano_sessao_s : 2010
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:29:24 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; xmp:CreatorTool: Xerox WorkCentre 5755; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2013-05-21T14:45:23Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:docinfo:creator_tool: Xerox WorkCentre 5755; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: false; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2013-05-21T14:45:23Z; created: 2013-05-21T14:45:23Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; Creation-Date: 2013-05-21T14:45:23Z; pdf:charsPerPage: 0; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Xerox WorkCentre 5755; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Xerox WorkCentre 5755; pdf:docinfo:created: 2013-05-21T14:45:23Z | Conteúdo =>
_version_ : 1713047251599753216
score : 1.0
Numero do processo: 16306.000206/2008-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 2004
APRESENTAÇÃO POSTERIOR DE PROVAS. POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES.
A apresentação de prova documental deve ser feita durante a fase de impugnação. Contudo, tratando-se de Pedido de Restituição /Compensação, tal prazo pode ser flexibilizado desde que as provas apresentadas a destempo demonstrem, que não prevalecem os motivos que ensejaram o indeferimento do Pedido.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2102-003.164
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para acolher as provas juntada aos autos a destempo e determinar que a autoridade de jurisdição da contribuinte promova nova apreciação da PER/DCOMP nº 00561.29256.220104.1.3.06-7064. Vencido o Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, que convertia o julgamento em diligência. Realizou sustentação oral a Dra. Thaymara Cristiane de Medeiros, OAB/SP 301.978.
Assinado digitalmente
JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Presidente.
Assinado digitalmente
NÚBIA MATOS MOURA Relatora.
EDITADO EM: 10/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 2004 APRESENTAÇÃO POSTERIOR DE PROVAS. POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES. A apresentação de prova documental deve ser feita durante a fase de impugnação. Contudo, tratando-se de Pedido de Restituição /Compensação, tal prazo pode ser flexibilizado desde que as provas apresentadas a destempo demonstrem, que não prevalecem os motivos que ensejaram o indeferimento do Pedido. Recurso Voluntário Provido em Parte
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 16306.000206/2008-09
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5401116
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2102-003.164
nome_arquivo_s : Decisao_16306000206200809.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : NUBIA MATOS MOURA
nome_arquivo_pdf_s : 16306000206200809_5401116.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para acolher as provas juntada aos autos a destempo e determinar que a autoridade de jurisdição da contribuinte promova nova apreciação da PER/DCOMP nº 00561.29256.220104.1.3.06-7064. Vencido o Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, que convertia o julgamento em diligência. Realizou sustentação oral a Dra. Thaymara Cristiane de Medeiros, OAB/SP 301.978. Assinado digitalmente JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Presidente. Assinado digitalmente NÚBIA MATOS MOURA Relatora. EDITADO EM: 10/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
id : 5734452
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:19 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251612336128
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1940; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T2 Fl. 101 1 100 S2C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16306.000206/200809 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2102003.164 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 5 de novembro de 2014 Matéria IRRF Pedido de restituição/compensação Recorrente MAVIBEL BRASIL LTDA (incorporada por UNILEVER BRASIL LTDA) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2004 APRESENTAÇÃO POSTERIOR DE PROVAS. POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES. A apresentação de prova documental deve ser feita durante a fase de impugnação. Contudo, tratandose de Pedido de Restituição /Compensação, tal prazo pode ser flexibilizado desde que as provas apresentadas a destempo demonstrem, que não prevalecem os motivos que ensejaram o indeferimento do Pedido. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para acolher as provas juntada aos autos a destempo e determinar que a autoridade de jurisdição da contribuinte promova nova apreciação da PER/DCOMP nº 00561.29256.220104.1.3.067064. Vencido o Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, que convertia o julgamento em diligência. Realizou sustentação oral a Dra. Thaymara Cristiane de Medeiros, OAB/SP 301.978. Assinado digitalmente JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS – Presidente. Assinado digitalmente NÚBIA MATOS MOURA – Relatora. EDITADO EM: 10/11/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 30 6. 00 02 06 /2 00 8- 09 Fl. 101DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 16306.000206/200809 Acórdão n.º 2102003.164 S2C1T2 Fl. 102 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Relatório MAVIBEL BRASIL LTDA (incorporada por UNILEVER BRASIL LTDA) apresentou Pedido de Ressarcimento ou Restituição – Declaração de Compensação, fls. 02/05, transmitido em 22/01/2004, através de PER/DCOMP nº 00561.29256.220104.1.3.067064. O crédito que consta no PER/DCOMP referese ao IRRF incidente nos juros sobre o capital próprio, no valor de R$ 5.422.375,93. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária em São Paulo (Derat/SP) indeferiu o pleito da contribuinte, conforme Despacho Decisório, de 30/10/2008, fls. 16/19, sob a alegação de que em consulta aos sistemas internos da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), fls.13, em relação ao anocalendário 2003, não há informação de IRRF em nome da beneficiária Mavibel Brasil Ltda. Inconformada com a decisão, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, fls. 28/37, onde alega, em apertada síntese, que não conseguiu, em tempo hábil, levantar em seus arquivos antigos, os documentos que prontamente já poderiam comprovar, sem maiores delongas, a retenção por ela sofrida, razão porque protesta pela posterior juntada dos documentos, sem que haja qualquer prejuízo a sua ampla defesa, acrescentando que a autoridade administrativa atevese exclusivamente ao resultado negativo da consulta aos sistemas internos da RFB. A autoridade julgadora de primeira instância, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, conforme Acórdão DRJ/SP1 nº 16 23.842, de 16/12/2009, fls. 56/62. Cientificada da decisão de primeira instância em 21/01/2010, fls. 63, a contribuinte apresentou, em 22/02/2010, recurso voluntário, fls. 64/78, trazendo as seguintes alegações: Esclarecimento preliminar: Da incorporação da Mavibel Brasil Ltda pela Unilever Brasil Ltda – A Mavibel Brasil Ltda, pessoa jurídica apontada no processo em questão, foi incorporada pela Unilever Brasil Ltda em 15/12/2006 (conforme já é de conhecimento das autoridades fiscais). Contudo, como o crédito de IRRF objeto de questionamento no presente processo referese aquele apurado pela Mavibel no ano base de 2003, temse que, de fato, é a Mavibel o sujeito passivo das obrigações tributárias relativas a esse caso e não a Unilever, que somente algum tempo após incorporou a Mavibel. Tal esclarecimento é importante na medida em que, por uma coincidência, o crédito de IRRF utilizado pela Mavibel quando da compensação em questão diz respeito exatamente a rendimentos pagos a ela pela Unilever, pessoa jurídica que, à época, Fl. 102DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 16306.000206/200809 Acórdão n.º 2102003.164 S2C1T2 Fl. 103 3 era detida pela Mavibel (ou seja, na época da ocorrência dos fatos geradores em discussão, a Mavibel era sócia da Unilever). Da comprovação da retenção de IRRF sofrida pela recorrente e da conseqüente regularidade de seu direito creditório – O crédito objeto da PER/DCOMP se refere ao IRRF recolhido pela Unilever sobre rendimentos de juros sobre capital próprio pago à recorrente. Já o débito, por sua vez, referese ao IRRF devido pela recorrente, incidente sobre o pagamento de juros sobre capital próprio à sua sócia Brasinvest B.V., referente ao anobase de 2003. E, por coincidência, os valores são exatamente os mesmos, ou seja: R$ 5.422.375,93. O Despacho Decisório recorrido deixou de homologar a compensação da recorrente em razão de não ter sido localizado, nos sistemas da RFB, qualquer recolhimento de IRRF em favor da recorrente no anocalendário de 2003. Assim, apesar de reconhecer não haver qualquer outra (suposta) irregularidade na compensação, deixouse de homologar a PER/DCOMP unicamente sob alegação de não ter sido comprovada a existência do crédito lá utilizado. Recentemente, após mobilizar parte de seus funcionários na busca por provas a esse respeito, a recorrente finalmente conseguiu levantar informações/documentos que comprovam o seu crédito de IRRF. O crédito de IRRF não foi verificado nos sistemas RFB porque a Unilever, fonte pagadora dos rendimentos de juros sobre capital próprio, por um lapso, cometeu um erro no preenchimento de sua Dirf. Verificouse agora nos controles da Unilever que foi transmitida Dirf retificadora em 2008, para incluir a informação referente ao rendimento de juros sobre o capital próprio pago a Mavibel (no valor de R$ 36.149.172,84) e o seu respectivo IRRF recolhido (R$ 5.422.375,93), doc 04. A recorrente também localizou em seus controles o Darf recolhido à época pela Unilever, no valor total de R$ 5.476.599,69 (R$ 5.422.375,93 + R$ 54.223,76 de juros moratórios), por ter havido um pequeno atraso no recolhimento, doc 05. Da inocorrência de preclusão temporal para apresentação de novos documentos Não merecerá prosperar eventual entendimento no sentido de que teria precluído seu direito à apresentação de novos documentos neste processo, posto que a recorrente não pretende realizar qualquer aditamento ou complementação aos argumentos suscitados em sua manifestação de inconformidade, mas tãosomente unificar os documentos que deveriam ter sido analisados já pela DRF durante a análise da compensação em questão. O que faz agora a Recorrente é apenas suprir um trabalho feito inadequadamente pela DRF, visando permitir a análise sistemática e conjunta de todos os documentos relevantes para que a autoridade julgadora forme sua livre convicção sobre os atos praticados pela contribuinte. Registrese que qualquer limitação à atividade probatória do contribuinte implica em grave violação a um dos princípios mais importantes do processo administrativo fiscal, o princípio da verdade material. Do pedido Restando totalmente comprovada a insubsistência dos argumentos que norteiam a decisão recorrida, requerse seja acolhido e julgado inteiramente procedente o presente recurso voluntário para fim de que seja finalmente reconhecida a homologação integral da PER/DCOMP. É o Relatório. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 16306.000206/200809 Acórdão n.º 2102003.164 S2C1T2 Fl. 104 4 Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Do exposto no relatório acima, verificase que cuidase de Pedido de Ressarcimento ou Restituição – Declaração de Compensação, PER/DCOMP nº 00561.29256.220104.1.3.067064, no qual a recorrente requer a compensação de crédito de IRRF de juros sobre o capital próprio, no valor de R$ 5.422.375,93, relativo ao anocalendário 2003. Importante destacar que referido pedido foi formulado por meio eletrônico e transmitido em 22/01/2004. A Derat/SP indeferiu o pleito da contribuinte, conforme Despacho Decisório, proferido em 30/10/2008, sob a alegação de que em consulta aos sistemas internos da RFB, em relação ao anocalendário 2003, não havia informação de IRRF em nome da beneficiária Mavibel Brasil Ltda, sendo certo que o despacho foi proferido sem que nenhuma diligência fosse realizada, ou seja, a contribuinte não foi intimada a fazer a comprovação do direito pleiteado. Por outro lado, cientificada do referido Despacho Decisório, em 18/11/2008, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, contudo, deixou de juntar aos autos os documentos comprobatórios de seu direito, alegando dificuldades em obtêlos no prazo legal de 30 dias, mas dizendo que os documentos seriam apresentados posteriormente. Seguiuse a decisão da DRJ São Paulo I, proferida em 16/12/2009, um ano depois, julgandose improcedente a manifestação de inconformidade, por ausência de apresentação dos documentos comprobatórios do direito creditório perseguido pela recorrente, ocasião em que negouse à contribuinte o pedido genérico de produção de provas e juntada posterior de documentos. Adveio o recurso voluntário e a contribuinte juntou aos autos os seguintes documentos: (i) cópia de um Darf, fls. 92, onde observase recolhimento de IRRF, no código 5706 (juros sobre o capital próprio), no valor de R$ 5.422.375,93, com pagamento feito por Unilever Brasil Ltda, em 16/02/2004, e (ii) cópia parcial de Dirf retificadora, fls. 90/91, apresentada pela Unilever do Brasil Ltda (folha de rosto e folha contendo informação corresponde a a Mavibel Brasil Ltda). Devese, portanto, preliminarmente, examinar se é possível a apreciação de tais provas, que somente vieram aos autos, no momento da apresentação do recurso. De imediato, devese concordar com a decisão recorrida quando afirma que o momento processual para a juntada de provas aos autos é quando da apresentação da Fl. 104DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 16306.000206/200809 Acórdão n.º 2102003.164 S2C1T2 Fl. 105 5 impugnação ou manifestação de inconformidade, salvo nos casos excepcionados no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Contudo, no presente caso, houve a intercorrência de fatos, que conduzem à flexibilidade do disposto no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972. A favor da recorrente labora a conduta da autoridade fiscal que indeferiu o pleito da recorrente, mediante rito sumário. Ou seja, consultouse os sistemas internos da RFB, obtevese resultado negativo e indeferiuse o pedido. Não houve nenhuma outra providência, seja no sentido de intimar a contribuinte ou a Unilever do Brasil Ltda. Também a favor da recorrente temse o fato de a PER/DCOMP ter sido transmitida em 22/01/2004 e o Despacho Decisório proferido em 30/10/2008, sendo certo que no período transcorrido entre tais eventos houve a incorporação da Mavibel pela Unilever. Diante deste contexto e levandose em consideração que tais provas demonstram, salvo prova em contrário, que não prevalecem os motivos que ensejaram o indeferimento do pedido de restituição/compensação, os documentos apresentados pela contribuinte somente na fase recursal devem ser acolhidos, em razão da obediência aos princípios do contraditório, da ampla defesa e da verdade material. Todavia, em respeito ao duplo grau de jurisdição, o exame das provas e mais análises que o caso requer devem ser promovidos pela autoridade de jurisdição da contribuinte, de forma que os autos devem retornar à repartição de origem para, a vista dos documentos juntados aos autos e dos esclarecimentos prestados, quando da apresentação do recurso, procederse nova apreciação do pedido de restituição/compensação, com as devidas verificações que o caso requer. Ante o exposto, voto por DAR PARCIAL provimento ao recurso, para acolher as provas juntada aos autos a destempo e determinar que a autoridade de jurisdição da contribuinte promova nova apreciação da PER/DCOMP nº 00561.29256.220104.1.3.067064. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 105DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 13910.000856/2008-20
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 15 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Nov 26 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2102-000.161
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento deste recurso até que transite em julgado o acórdão do Recurso Extraordinário nº 614.406, nos termos do artigo 62A, do Anexo II, do RICARF.
Assinado digitalmente.
Jose Raimundo Tosta Santos - Presidente
Assinado digitalmente.
Rubens Maurício Carvalho Relator.
EDITADO EM: 20/11/2013
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Alice Grecchi, Atilio Pitarelli, Eivanice Canário da Silva, Jose Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho.
Nome do relator: Não se aplica
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201310
turma_s : Primeira Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Nov 26 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 13910.000856/2008-20
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5401404
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Nov 26 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2102-000.161
nome_arquivo_s : Decisao_13910000856200820.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : Não se aplica
nome_arquivo_pdf_s : 13910000856200820_5401404.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento deste recurso até que transite em julgado o acórdão do Recurso Extraordinário nº 614.406, nos termos do artigo 62A, do Anexo II, do RICARF. Assinado digitalmente. Jose Raimundo Tosta Santos - Presidente Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 20/11/2013 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Alice Grecchi, Atilio Pitarelli, Eivanice Canário da Silva, Jose Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 15 00:00:00 UTC 2013
id : 5735445
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:22 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251653230592
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 2; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1786; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T2 Fl. 2 1 1 S2C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13910.000856/200820 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2102000.161 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 15 de outubro de 2013 Assunto Sobrestamento do Julgamento de recurso voluntário Recorrente PEDRO JACINTO CUNHA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento deste recurso até que transite em julgado o acórdão do Recurso Extraordinário nº 614.406, nos termos do artigo 62A, do Anexo II, do RICARF. Assinado digitalmente. Jose Raimundo Tosta Santos Presidente Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho – Relator. EDITADO EM: 20/11/2013 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Alice Grecchi, Atilio Pitarelli, Eivanice Canário da Silva, Jose Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto de forma livre o relatório do acórdão da instância anterior de fls. 24 a 26: Trata o processo de impugnação à Notificação de Lançamento de fls. 08 a 10, frente e verso, resultante de revisão da Declaração de Ajuste Anual DAA RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 39 10 .0 00 85 6/ 20 08 -2 0 Fl. 56DF CARF MF Impresso em 26/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2013 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 20/11/ 2013 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/11/2013 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 13910.000856/200820 Resolução nº 2102000.161 S2C1T2 Fl. 3 2 correspondente ao exercício de 2005, anocalendário de 2004, que exige R$ 13.375,17 de Imposto de Renda suplementar, R$ 10.031,37 de multa de ofício e R$ 4.786,97 de juros de mora, em virtude de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. 2. Segundo o relatório Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, fl. 09, confrontando o valor dos rendimentos tributáveis declarados pelo contribuinte com os valores informados pela fonte pagadora (Instituto Nacional do Seguro Social INSS), mediante Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte Dirf, constatouse omissão de R$ 63.257.87 de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, bem como R$ 636,41 de Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF.O contribuinte apresentou impugnação tempestiva (fls. 01 a 10), acompanhada de documentos (fls. 11 a 99), cujo julgamento na DRJ resultou no acórdão citado onde o crédito tributário foi mantido em parte. Inconformado o contribuinte apresentou Recurso Voluntário. Registro que o crédito tributário decorrente de omissão de rendimentos tem na sua base de cálculo rendimentos recebidos acumuladamente, conforme Extratos de fls. 19 a 20. Em razão das determinações no voto a seguir, este relato é o suficiente. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Na forma do art. 62A, caput e § 1º do Anexo II, do RICARF, sempre que a controvérsia tributária seja admitida no rito da repercussão geral (art. 543B do CPC), deverão as Turmas de Julgamento do CARF sobrestar o julgamento de matéria idêntica nos recursos administrativos, aguardando a decisão definitiva da Suprema Corte. Daí, no âmbito das Turmas de Julgamento da Primeira e Segunda Câmaras da Segunda Seção do CARF, a controvérsia sobre a tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente deve ter o julgamento administrativo sobrestado, pois o STF reconheceu a repercussão geral na matéria, como se vê abaixo (informação extraída do site www.stf.jus.br): Tema 368 Incidência do imposto de renda de pessoa física sobre rendimentos percebidos acumuladamente. – RE 614.406 – Relatora a Min. Ellen Grace. No presente caso, temse que a infração de omissão de rendimentos recebidos da HSBC Bank Brasil S/A, trata de rendimentos recebidos acumuladamente, sendo certo que o recurso voluntário versa sobre a matéria do Tema 228 e deve ter seu julgamento sobrestado, na forma do art. 62, caput e § 1º, do Anexo II, do RICARF. Ante o exposto, voto no sentido de SOBRESTAR o julgamento do recurso. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator Fl. 57DF CARF MF Impresso em 26/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2013 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 20/11/ 2013 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/11/2013 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S
score : 1.0
Numero do processo: 10935.906416/2012-98
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 25/08/2010
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
Numero da decisão: 3802-002.714
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201403
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 25/08/2010 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
turma_s : Segunda Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10935.906416/2012-98
anomes_publicacao_s : 201410
conteudo_id_s : 5389733
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3802-002.714
nome_arquivo_s : Decisao_10935906416201298.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
nome_arquivo_pdf_s : 10935906416201298_5389733.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
id : 5664292
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:30:14 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251668959232
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1782; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE02 Fl. 121 1 120 S3TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10935.906416/201298 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3802002.714 – 2ª Turma Especial Sessão de 25 de março de 2014 Matéria PIS/PASEP Recorrente JUMBO ALIMENTOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 25/08/2010 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. DESCABIMENTO. Diante das regras vigentes, não é cabível pedido de restituição de PIS/PASEP que tenha por base a alegação de recolhimento a maior por inclusão do ICMS na base de cálculo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 25/08/2010 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 64 16 /2 01 2- 98 Fl. 62DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarouse impedido. Relatório O contribuinte JUMBO ALIMENTOS LTDA. interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0642.864, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba/PR, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pelo sujeito passivo em sede de manifestação de inconformidade, rejeitandoa. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: “Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, em 03/01/2013, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp nº 02632.65195.181010.1.2.042787, rastreamento nº 041907554, devido à inexistência de crédito pleiteado de R$ 5.686,53, uma vez que o pagamento de PIS/PASEP (Código 6912), do período de 31/07/2010, efetuado em 25/08/2010, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão em 18/01/2013, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório.” Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a improcedência do direito creditório na forma da ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 63DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906416/201298 Acórdão n.º 3802002.714 S3TE02 Fl. 122 3 Data do fato gerador: 25/08/2010 COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS A Recorrente alega que possui direito de crédito amparada no fato de que incluiu, quando de sua apuração do PIS e da COFINS, o ICMS em sua base de cálculo; e que tal inclusão seria indevida, de modo que merece ser proporcionalmente restituída do montante decorrente desse procedimento. De início vale destacar que, ao invés de questionar a constitucionalidade da regra (o que levaria ao não conhecimento do presente Recurso), o contribuinte cerra sua discussão na extensão do conceito de faturamento – o que, na esteira da decisão proferida pelo STF no RE 346084, no qual se afastou a tributação sobre a receita bruta e se limitou ao Fl. 64DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 faturamento, assim entendido como as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e prestações de serviços. Desse modo, o recurso é passível de conhecimento. Além disso, por mais que esteja sujeita ao regime não cumulativo do PIS e da COFINS, por entender que o conceito de faturamento deve ser apenas um (pois, independente do regime de tributação, temse em verdade dois únicos tributos, PIS e COFINS), comungo com o pressuposto de que o conceito de faturamento adotado com relação à lei 9.718 deve ser o mesmo válido também para os regimes das leis 10.637/2002 e 10.833/2003. A Recorrente fundamenta seu pleito defendendo que o ICMS não seria receita própria do sujeito passivo, o que implicaria na seguinte situação: Para tanto, espelhase em doutrina e em julgados que entendem que o ICMS não se enquadra no conceito de faturamento, por não representar vantagem do sujeito passivo, mas apenas receitas de terceiros. A DRJ, todavia, não acolheu o entendimento da Recorrente, pelo singelo fato de que as normas vigentes – às quais o julgador administrativo está adstrito – impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Assim dispôs a decisão recorrida: “Pela manifestação de inconformidade apresentada, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência revisão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, já que esse valor, ainda que assim não entenda a interessada, é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998: (...)” Entendo que a DRJ está correta em suas considerações, apesar de uma pequena impropriedade ao se referir à lei 9.718/98 – pois o direito creditório decorre de PIS e COFINS recolhidos pela sistemática não cumulativa. As normas de direito vigentes, às quais o CARF está vinculado, impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Nesse sentido, vejase o que dispõem as leis 10.637/2002 e 10.833/2003, que em matéria de ICMS autorizam a dedução somente no caso de exportação: Lei 10.637/2002 “Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906416/201298 Acórdão n.º 3802002.714 S3TE02 Fl. 123 5 § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: VII decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Lei 10.833/2003 “Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: VI decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Logo, do ponto de vista normativo a Recorrente já não merece acolhida em seu pleito, ao menos no âmbito administrativo. E nem se diga que o conceito simples de faturamento, indicado no parágrafo 2o do artigo 1o das leis 10.637/2002 e10.833/2003, permitiria inferir que o ICMS incidente sobre as operações do próprio sujeito passivo, seria incompatível com a base de cálculo. Trata se de afastamento legal da base de cálculo, apenas para o caso excepcional do ICMS da exportação. E mesmo isso possui uma razão de ser, qual seja a desoneração das exportações. De todo modo, mesmo que se abstraia da letra fria das normas vigentes, ou se entenda que a dicção do inciso VI do § 3o do art. 1o das leis de regência da sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, entendo que não é cabível a exclusão do ICMS da base de cálculo dessas contribuições. E isso pela própria essência do ICMS. Desde que o STF entendeu, no RE 212209, que o ICMS compõe a própria base de cálculo, não restam dúvidas de que esse imposto integra o valor da operação. E não há, com a devida vênia a todos os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais trazidos pela Recorrente, condições de se decompor o valor da operação entre itens que integrariam sua receita, e outros (em especial, o ICMS) que implicariam receitas de terceiros. É o que se verifica, inclusive, do julgado do RE em tela, no qual o Ministro Marco Aurélio, relator, confrontou o Min. Nelson Jobim, redator para o Acórdão. Abaixo segue o questionamento e a resposta: Fl. 66DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Esse raciocínio foi acompanhado pelo STJ, o qual, nos Edcl no REsp no 1.413.129SP, firmou tal entendimento, conforme se verifica do aresto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. FUNGIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. CONTRADIÇÃO E AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. MATÉRIA EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. AFASTAMENTO. "Não procede ainda a afirmação de que a matéria de fundo é exclusivamente constitucional, pois o STJ conhece reiteradamente da questão e possui firme orientação de que a parcela relativa ao ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da Cofins (Súmulas 68 e 94/STJ). Precedentes atuais: AgRg no REsp 1.106.638/RO, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013; REsp 1.336.985/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/2/2013; AgRg no REsp 1.122.519/SC, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 11/12/2012" (AgRg no Ag 1301160/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 12/6/2013). A propósito, valhome do Acórdão proferido no RESP 8.541, o qual serviu como paradigma para as Súmulas 68 (que consagra a inclusão do antigo ICM na base de cálculo do PIS) e também 94 (que consagra a inclusão do ICMS na base de cálculo do antigo Finsocial) do STJ. Nele o Min. Ilmar Galvão, Relator, aponta as seguintes razões: Fl. 67DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906416/201298 Acórdão n.º 3802002.714 S3TE02 Fl. 124 7 Apesar de se referir ao antigo ICM, a discussão travada (assim como o raciocínio espelhado) remanesce atual, pelo que me valho dessas razões de decidir. Sem embargo, o fato de o ICMS ser tributo de repercussão jurídica não me parece promover diferenças relevantes para o deslinde da causa. A não cumulatividade é, ao fundo, uma sistemática de tributação, destinada a atender a um propósito particular de política econômica, com o fito de evitar a verticalização da cadeia produtiva. Assim leciona Alcides Jorge Costa em O ICM na Constituição e na Lei Complementar (Ed. Resenha Tributária, São Paulo, 1978). Entender que o ICMS, por ser de repercussão jurídica, não significa receita própria, implica conseqüências tão graves no âmbito daquele tributo, que é mesmo incogitável admitir isso para o PIS e a COFINS. Apenas à guisa de ilustração, trago outro exemplo, além da inclusão do ICMS na própria base de cálculo (que teria que ser revista, pois perderia sua Fl. 68DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 razão de ser), que a inadimplência teria reflexos diametralmente opostos no ICMS se ele fosse considerado receita de terceiros. Esses reflexos, que podem ser suscitados como marginais ao PIS e à COFINS, em verdade guardam íntima relação com essas contribuições. Basta ver que, se o contribuinte considera que o ICMS é receita de terceiros, teria que observar todos os reflexos contábeis decorrentes disso – inclusive lançando a parcela de ICMS do seu preço em conta contábil própria, de receita de terceiros. De um modo ou de outro, seja do ponto de vista legal, de finalidade das normas, ou mesmo contábil, as próprias raízes do ICMS impedem que ele seja considerado receita de terceiros. E isso, em sede de PIS e COFINS, não pode ser considerado distinto, sob pena de instabilidade e insegurança jurídica absoluta. Os conceitos devem ser trabalhados de maneira uniforme. Por isso mesmo, no que toca os fundamentos do seu pedido de restituição, nego provimento ao Recurso Voluntário. Da ausência de comprovação da materialidade do crédito Ultrapassada a questão acima, o exame da materialidade do crédito do sujeito passivo também não resiste a uma análise mais acurada. Apesar de o despacho decisório afirmar que o crédito argüido pelo sujeito passivo foi integralmente utilizado para pagamento de outros débitos, a Recorrente não demonstrou, por meio de documentos hábeis, que o montante pleiteado referese ao ICMS incluído de modo (a seu ver) indevido na base de cálculo do PIS e da COFINS. Isso se verificou na manifestação de inconformidade e também no presente Recurso Voluntário. Ora, o processo administrativo tributário em si é regido pelo princípio da verdade material, que busca, mais do que qualquer formalismo, a essência do que é levado a revisão administrativa. Assim é que, no que tange ao pedido de restituição, é de responsabilidade do sujeito passivo demonstrar, mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas, a composição e a existência do crédito pleiteado junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas (i) sua legitimidade e (ii) a materialidade do seu crédito, para os fins do art. 165 do CTN. Neste espeque, a Recorrente, mesmo instada a tanto pela DRJ, não acostou aos autos documentação suficiente para comprovação de que efetivamente o crédito pleiteado se refere à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Reiterese aqui, que no rito do processo de análise de pedidos de restituição, o sujeito passivo deve demonstrar a materialidade de seu crédito. Vale repisar que, diferentemente do processo de revisão do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco (demonstrando cabalmente as razões pelas quais o tributo deve ser exigido), no pedido de compensação o contribuinte deve demonstrar as razões pelas quais ele deve ser restituído no montante pleiteado. Assim sendo, não há nos autos fundamentos que legitimem a restituição pleiteada pela Recorrente, de modo que deve ser negado provimento ao presente Recurso Voluntário, não se reconhecendo o crédito requerido. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906416/201298 Acórdão n.º 3802002.714 S3TE02 Fl. 125 9 Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 70DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 15504.002157/2010-56
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2802-000.222
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado por unanimidade determinar realização de diligência, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente e Relator.
EDITADO EM: 09/10/2014
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jaci de Assis Júnior, Guilherme Barranco de Souza (suplente), Ronnie Soares Anderson, Nathalia Correia Pompeu (suplente) e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
turma_s : Segunda Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 15504.002157/2010-56
anomes_publicacao_s : 201410
conteudo_id_s : 5391366
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2802-000.222
nome_arquivo_s : Decisao_15504002157201056.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
nome_arquivo_pdf_s : 15504002157201056_5391366.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado por unanimidade determinar realização de diligência, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente e Relator. EDITADO EM: 09/10/2014 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jaci de Assis Júnior, Guilherme Barranco de Souza (suplente), Ronnie Soares Anderson, Nathalia Correia Pompeu (suplente) e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Julianna Bandeira Toscano.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
id : 5673336
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:30:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251673153536
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2080; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE02 Fl. 349 1 348 S2TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15504.002157/201056 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2802000.222 – 2ª Turma Especial Data 07 de outubro de 2014 Assunto Realização de diligência Recorrente MERCEZ AMARAL BATISTA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado por unanimidade determinar realização de diligência, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso – Presidente e Relator. EDITADO EM: 09/10/2014 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jaci de Assis Júnior, Guilherme Barranco de Souza (suplente), Ronnie Soares Anderson, Nathalia Correia Pompeu (suplente) e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Julianna Bandeira Toscano. Tratase de lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física dos exercícios 2006 e 2007, anocalendário 2005 e 2006, decorrente de apuração de Acréscimo Patrimonial a Descoberto, conforme demonstrado às fls. 11 a 22. A fiscalização teve inicio após seleção da contribuinte pela Equipe Especial de Fiscalização de que trata a Portaria Copes n° 01, de 12/03/2009. Foi realizada análise dos autos do processo judicial n° 2008.38.00.038500 e dos documentos apreendidos durante a denominada "Operação Castelhana" deflagrada pela Policia Federal, tendo como alvo empresas do grupo que integram o escritório de advocacia "Juvenil Alves Advogados Associados" e respectivos advogados, além de terceiros a eles relacionados, conforme denúncia formalizada pelo Ministério Público Federal, do que decorreu a constatação RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 04 .0 02 15 7/ 20 10 -5 6 Fl. 349DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 09 /10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 15504.002157/201056 Resolução nº 2802000.222 S2TE02 Fl. 350 2 que a contribuinte declarou ter auferido rendimentos em 2005 no montante de R$3.600,00, encontrandose, porém, omissa na entrega de DIRPF no anocalendário de 2006 e tendo sido verificada a informação na Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias D1MOB de que a contribuinte adquiriu no ano de 2005 um imóvel pelo valor de R$529.095,17. Na impugnação a contribuinte alega que agiu de boa fé, uma vez que como pensionista do INSS não poderia ter comprado o dito imóvel e que foi o Sr. Abelardo de Lima Ferreira, exmarido de sua filha, que teria pedido para usar seu nome na compra de um imóvel que seria revendido com lucro. Atribui ao Sr. Aberlado a responsabilidade pelos ilícitos praticados e alega que foi na residência deste que foram apreendidos os documentos alusivos à Operação castelhana. A impugnação foi indeferida sob fundamento, em síntese, de que se trata de presunção legal cuja desconstituição é ônus da contribuinte, há provas dos pagamentos efetuados pela contribuinte (fls. 128/173 e 187/198), que ela foi a adquirente do imóvel (fls. 84/85 e 97/119) e que ela constou como vendedora do mesmo (fls. 120/127), sendo inócua a alegação de que não foi a verdadeira proprietária do imóvel, todavia a impugnante não comprovou o que alegou. A ciência do acórdão ocorreu em 19/04/2011 e recurso voluntário foi interposto no dia 12/05/2011. O recurso voluntário, em resumo, constituise das alegações abaixo: a) nulidade do auto de infração decorrente do emprego de provas obtidas por meios ilícitos, pois foram colhidas de processo judicial em que a recorrente não é parte, portanto a decisão judicial de compartilhamento de dados com a Receita Federal não alcança a recorrente; b) a ordem de busca e apreensão visava colher elementos de prova relativos à prática de crimes relacionados a um esquema de blindagem patrimonial, não poderiam essas provas serem empregadas para fins de lançamento tributário, logo foi ilegal a apreensão sem autorização judicial para a Receita Federal; c) falta de comprovação da suposta omissão de receita, pois não basta indício, o Fisco tem o dever de provar o acréscimo patrimonial; além do que o suposto acréscimo patrimonial adveio de doação; e a autoridade fiscal não apontou motivação para a qualificar a multa de ofício; não comprovou ter existido dolo da contribuinte. Juntou resultado de pesquisa processual alusiva ao processo judicial 2008.38.00.0038500 (fls. 331) com a relação dos réus e Certificação de “Nada Consta” da Justiça Federal Seção Judiciária de Minas Gerais (fls. 333). O processo foi distribuído a este Relator, por sorteio, durante a sessão de julho de 2014. É o Relatório. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele devese tomar conhecimento. Fl. 350DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 09 /10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 15504.002157/201056 Resolução nº 2802000.222 S2TE02 Fl. 351 3 Parte substancial do recurso voluntário referese à alegação de que a autuação baseouse em provas obtidas por meio ilícito, o que acarretaria a nulidade do lançamento. Essa alegação não procede. Não há ilegalidade no emprego de documentos obtidos por meio de mandado de busca e apreensão, ainda que a recorrente não seja ré no processo criminal, o que independe da finalidade da referida apreensão. Ademais, essencialmente, as provas da autuação foram a Declaração de Operação imobiliária emitida pelo Cartório, a escritura de compra e venda de imóvel, a informação prestada pela Construtora do apartamento atestando os pagamentos e os boletos bancários, somente estes últimos foram obtidos por meio de busca e apreensão. Rejeitadas as preliminares. No mérito, o Acréscimo Patrimonial a Descoberto foi demonstrado pela autoridade lançadora, adotando como premissa que a contribuinte teve como dispêndios os valores empregados na aquisição do apartamento nº 153, situado na Avenida Jurema, 200, apto. 153, Bloco "C", Clássic Condominium Club, pagos à Construtora Brascan Imobiliária Incorporações, cuja denominação foi alterada para Brookfield Rio de Janeiro Empreendimentos. A documentação comprova adequadamente a aquisição em nome da contribuinte. Em situações normais, estaria suficientemente comprovado o Acréscimo Patrimonial a Descoberto. Essa modalidade de autuação é uma espécie de presunção legal, que inverte o ônus da prova, atribuindo ao contribuinte o ônus de comprovar as suas alegações. A recorrente desde a fase de fiscalização alega que não efetuou os dispêndios e sim seu exgenro, réu em processo penal, decorrente da denominada Operação Castelhana. Não obstante a presunção legal – relativa, digase , excepcionalmente neste caso, não se pode negar que há uma série de indícios de verossimilhança nas alegações da recorrente que, em homenagem ao princípio da busca da verdade material, justificam maiores esclarecimentos para deixar inequívoca a ocorrência do fato gerador, sob o risco de pactuar com o esquema criminoso de blindagem patrimonial apurado na Operação Castelhana e no qual o Sr. Abelardo foi um dos investigados e que usava, dentre outros estratagemas, a interposição de pessoas. Eis os indícios: a) os boletos bancários alusivos à aquisição do imóvel foram obtidos na busca e apreensão no escritório do advogado investigado na Operação Castelhana, do qual o exgenro da recorrente é irmão e não na casa ou dependências da recorrente; Fl. 351DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 09 /10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 15504.002157/201056 Resolução nº 2802000.222 S2TE02 Fl. 352 4 b) o sinal (R$18.613,33) para aquisição do apartamento foi pago com cheque nº SG0008, Banco 341, agência 0262 (fls. 44); o ITBI (R$12.600,00) foi pago com transação 507611217 junto ao Banco 341, agência 0262 (fls. 96); c) o Sr. Aberlado foi o procurador da recorrente na promessa de venda e compra para cessão dos direitos sobre o referido imóvel (fls. 120); cujo sinal foi dado em 12/11/2007, por meio dos cheques nº 131 e 134 do Banco Bradesco S/A, ag. 1837, no valor total de R$22.000,00; d) nas contas correntes da recorrente não há registro de débitos ou créditos relacionados aos cheques apontados nos dois itens acima; e) em sendo verídica a alegação da recorrente, a aquisição do imóvel em seu nome caracterizaria interposição de pessoa, uma das práticas investigadas na Operação Castelhana, que foi divulgada pela Receita Federal na mídia, conforme disponível em http://www.receita.fazenda.gov.br/automaticoSRFSinot/2006/11/23/2006_11_23_09_02_49_6 37850936.html, que dificultam a produção de provas imposta à contribuinte. f) também não há registro nas contas correntes da recorrente relativo ao pagamentos dos 12 boletos apreendidos na Operação Castelhana (fls. 187/198), dos quais somente dois tem na autenticação bancária signos indicativos de pagamento em dinheiro; e g) não há qualquer outra evidência de gastos da contribuinte ou saldos bancários compatíveis com o perfil de adquirente do referido imóvel. Notesse que, além de investigado nos esquemas de blindagem patrimonial e uso de interpostas pessoas, o Sr. Abelardo foi fiscalizado e autuado pela Receita Federal, porém no presente processo não consta que a Receita Federal tenha adotado providências para verificar se a recorrente foi uma interposta pessoa. Diante do exposto, voto por converter o julgamento em diligência a fim de que a Unidade da Receita Federal de origem providencie: 1. intimação à recorrente para informar a forma de pagamento dos boletos e, em tendo sido pagos por meio de cheques, a identificação dos mesmos, ou ao menos o emitente; 2. intimação à Construtora para identificar o emitente do cheque relativo ao Sinal na aquisição do apartamento nº 153, situado na Avenida Jurema, 200, apto. 153, Bloco "C", Clássic Condominium Club; 3. intimação aos Cartórios para obtenção da procuração lavrada no 16° Tabelião de Notas de São Paulo SP, Livro 2.957, fls. 311, outorgada ao Sr. Abelardo, que foi usada na promessa de venda e compra do imóvel; bem como cópia dos cheques, que segundo o instrumento integrariam o contrato; 4. intimação à adquirente do imóvel, Srª Susana Aparecida Tomazela Herndl, CPF n° 159.506.53858, para informar a quem foi pago o sinal pela compra do apartamento e apresentar cópia microfilmada dos cheques, a fim de indicar a conta em que foram depositados; 5. intimação ao corretor de imóveis, Sr. Adriano Silva, CRECI 59.373 F,para informar se as tratativas para venda do apartamento nº 153, situado na Avenida Jurema, 200, Fl. 352DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 09 /10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 15504.002157/201056 Resolução nº 2802000.222 S2TE02 Fl. 353 5 apto. 153, Bloco "C", Clássic Condominium Club eram feitas pelo Sr. Abelardo ou pela Srª Mercês Amaral Batista; e como e por quem foi paga a comissão de R$37.800,00 pactuada na referida alienação (fls. 125/126); 6. identificar outros elementos, se houver, que contribuam na obtenção da verdade material acerca das alegações da recorrente; e 7. intimar a recorrente da faculdade de manifestarse no prazo de trinta dias sobre o resultado da diligência. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Fl. 353DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 09 /10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 10865.002916/2008-43
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. PREVISÃO NA LEI COMPLEMENTARNº105/2001.
A Lei Complementar nº 105/2001 permite a quebra do sigilo por parte das autoridades e dos agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
NULIDADE - CARÊNCIA DE FUNDAMENTO LEGAL - INEXISTÊNCIA
As hipóteses de nulidade do procedimento são as elencadas no artigo 59 do Decreto 70.235, de 1972, não havendo que se falar em nulidade por outras razões, ainda mais quando o fundamento argüido pelo contribuinte a título de preliminar se confundir com o próprio mérito da questão.
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA - NULIDADE DO PROCESSO FISCAL
Se foi concedida, durante a fase de defesa, ampla oportunidade de apresentar documentos e esclarecimentos, bem como se o sujeito passivo revela conhecer plenamente as acusações que lhe foram imputadas, rebatendo-as, uma a uma, de forma meticulosa, mediante extensa e substanciosa defesa, abrangendo não só outras questões preliminares como também razões de mérito, descabe a proposição de cerceamento do direito de defesa.
PEDIDO DE PERÍCIA - INDEFERIMENTO
É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - ARTIGO 42, DA LEI Nº. 9.430, de 1996
Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS - DO ÔNUS DA PROVA
A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Súmula CARF no.26).
Indeferir a perícia
Rejeitar as preliminares
Recurso negado.
Numero da decisão: 2202-002.776
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, QUANTO A PRELIMINAR DE PROVA ILÍCITA POR QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO: Por maioria de votos, rejeitar a preliminar. Vencidos os Conselheiros RAFAEL PANDOLFO e PEDRO ANAN JUNIOR, que acolhem a preliminar. QUANTO AO PEDIDO DE DILIGÊNCIA: Por unanimidade de votos, indeferir o pedido de pericia. QUANTO AS DEMAIS PRELIMINARES: Por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares. QUANTO AO MÉRITO: Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Antonio Lopo Martinez Presidente e Relator
Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Marcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado), Antonio Lopo Martinez, Rafael Pandolfo, Odmir Fernandes (Suplente Convocado), Pedro Anan Junior.
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201409
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. PREVISÃO NA LEI COMPLEMENTARNº105/2001. A Lei Complementar nº 105/2001 permite a quebra do sigilo por parte das autoridades e dos agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. NULIDADE - CARÊNCIA DE FUNDAMENTO LEGAL - INEXISTÊNCIA As hipóteses de nulidade do procedimento são as elencadas no artigo 59 do Decreto 70.235, de 1972, não havendo que se falar em nulidade por outras razões, ainda mais quando o fundamento argüido pelo contribuinte a título de preliminar se confundir com o próprio mérito da questão. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA - NULIDADE DO PROCESSO FISCAL Se foi concedida, durante a fase de defesa, ampla oportunidade de apresentar documentos e esclarecimentos, bem como se o sujeito passivo revela conhecer plenamente as acusações que lhe foram imputadas, rebatendo-as, uma a uma, de forma meticulosa, mediante extensa e substanciosa defesa, abrangendo não só outras questões preliminares como também razões de mérito, descabe a proposição de cerceamento do direito de defesa. PEDIDO DE PERÍCIA - INDEFERIMENTO É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo. OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - ARTIGO 42, DA LEI Nº. 9.430, de 1996 Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS - DO ÔNUS DA PROVA A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Súmula CARF no.26). Indeferir a perícia Rejeitar as preliminares Recurso negado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Oct 17 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10865.002916/2008-43
anomes_publicacao_s : 201410
conteudo_id_s : 5390095
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Oct 17 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2202-002.776
nome_arquivo_s : Decisao_10865002916200843.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : Antonio Lopo Martinez
nome_arquivo_pdf_s : 10865002916200843_5390095.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, QUANTO A PRELIMINAR DE PROVA ILÍCITA POR QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO: Por maioria de votos, rejeitar a preliminar. Vencidos os Conselheiros RAFAEL PANDOLFO e PEDRO ANAN JUNIOR, que acolhem a preliminar. QUANTO AO PEDIDO DE DILIGÊNCIA: Por unanimidade de votos, indeferir o pedido de pericia. QUANTO AS DEMAIS PRELIMINARES: Por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares. QUANTO AO MÉRITO: Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Presidente e Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Marcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado), Antonio Lopo Martinez, Rafael Pandolfo, Odmir Fernandes (Suplente Convocado), Pedro Anan Junior.
dt_sessao_tdt : Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
id : 5668347
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:30:22 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251695173632
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2213; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 2 1 1 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10865.002916/200843 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202002.776 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 9 de setembro de 2014 Matéria IRPF Recorrente LUÍS OLÍMPIO FRANCISCO DE ALMEIDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. PREVISÃO NA LEI COMPLEMENTARNº105/2001. A Lei Complementar nº 105/2001 permite a quebra do sigilo por parte das autoridades e dos agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. NULIDADE CARÊNCIA DE FUNDAMENTO LEGAL INEXISTÊNCIA As hipóteses de nulidade do procedimento são as elencadas no artigo 59 do Decreto 70.235, de 1972, não havendo que se falar em nulidade por outras razões, ainda mais quando o fundamento argüido pelo contribuinte a título de preliminar se confundir com o próprio mérito da questão. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA NULIDADE DO PROCESSO FISCAL Se foi concedida, durante a fase de defesa, ampla oportunidade de apresentar documentos e esclarecimentos, bem como se o sujeito passivo revela conhecer plenamente as acusações que lhe foram imputadas, rebatendoas, uma a uma, de forma meticulosa, mediante extensa e substanciosa defesa, abrangendo não só outras questões preliminares como também razões de mérito, descabe a proposição de cerceamento do direito de defesa. PEDIDO DE PERÍCIA INDEFERIMENTO É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 00 29 16 /2 00 8- 43 Fl. 352DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA ARTIGO 42, DA LEI Nº. 9.430, de 1996 Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS DO ÔNUS DA PROVA A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Súmula CARF no.26). Indeferir a perícia Rejeitar as preliminares Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, QUANTO A PRELIMINAR DE PROVA ILÍCITA POR QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO: Por maioria de votos, rejeitar a preliminar. Vencidos os Conselheiros RAFAEL PANDOLFO e PEDRO ANAN JUNIOR, que acolhem a preliminar. QUANTO AO PEDIDO DE DILIGÊNCIA: Por unanimidade de votos, indeferir o pedido de pericia. QUANTO AS DEMAIS PRELIMINARES: Por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares. QUANTO AO MÉRITO: Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Presidente e Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Marcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado), Antonio Lopo Martinez, Rafael Pandolfo, Odmir Fernandes (Suplente Convocado), Pedro Anan Junior. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10865.002916/200843 Acórdão n.º 2202002.776 S2C2T2 Fl. 3 3 Relatório Contra o contribuinte, LUÍS OLÍMPIO FRANCISCO DE ALMEIDA, foi lavrado, em 26/08/2008, o Auto de Infração de fls. 05 a 26, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2006 (anocalendário 2005), por intermédio do qual lhe é exigido crédito tributário no montante de R$ 1.229.002,37, dos quais R$ 609.382,38 correspondem a imposto, R$ 457.036,78, a multa proporcional e R$ 162.583,21, ajuros de mora, calculados até 31/07/2.008. Conforme Termo de Verificação de Infração (fls. 11a 26) e Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 07 e 08), o procedimento teve origem na apuração da seguinte infração: DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS CARACTERIZADA POR DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGEM NÃO COMPROVADA. Omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em contas de depósito ou de investimento, mantidas em instituições financeiras, em relação aos quais o sujeito passivo, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme demonstrado no Termo de Verificação de Infração, parte integrante do auto de infração. Cientificado do Auto de Infração em 01/09/2.008 (fl. 148), o contribuinte apresentou, em 30/09/2.008, a impugnação de fls. 153 a 167, alegando, em síntese, que: o contribuinte foi intimado e reintimado; após estas duas intimações foi surpreendido pelo auto de infração; em decorrência não teve tempo hábil para apresentar sua movimentação financeira à RFB; assim, para que o contribuinte tenha seu direito à ampla defesa e ao contraditório respeitados, ele apresenta as justificativas e comprovações de sua movimentação A impugnação foi apresentada com observância do prazo estipulado no art. 15 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72. esclarece que atuava, à época dos fatos, no ramo de compra e venda de veículos usados (o que representaria quase a totalidade de sua movimentação financeira) e que o produto de cada venda de veículo era depositado em contacorrente de sua titularidade (nos bancos ABN e Bradesco), sendo que apenas após os pagamentos completarem o valor integral da venda era efetuado o repasse em favor do vendedor do veículo (que encontravase em consignação); quando havia financiamento, o valor era depositado em conta bancária de titularidade do interessado e posteriormente repassado ao consignatário ou ao vendedor do veículo por meio de cheque. Para cada financiamento, recebia comissão da Fl. 354DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 instituição financeira, creditada em contacorrente de titularidade do contribuinte; a fiscalização teria optado pela tributação com base em depósitos bancários em lugar de buscar a origem dos depósitos; não teria sido cumprido o disposto no parágrafo 3 o do art. 42 da Lei n° 9.430/96, que determina a análise individualizada dos créditos; a fiscalização não teria considerado que diversos créditos são originários de instituições financeiras (a seu ver, a instituição ou o contribuinte deveriam ser questionados pela fiscalização); anexa à impugnação está parte da documentação que comprovaria a origem da movimentação financeira, bem como a atividade de compra e venda de veículos (essa documentação é composta de fichas de controle, com dados de cada vendedor, veículo, despesa e comprador) — com ela estaria garantido o direito ao contraditório e à ampla defesas do contribuinte interessado; junto ao Banco Finasa e a terceiros teriam sido solicitadas documentações complementares, não recebidas pelo interessado até a entrega da impugnação; contesta o lançamento com base na soma dos créditos financeiros, caracterizandoo como um equívoco lamentável; pede pela tributação pelo regime da pessoa jurídica, uma vez que estaria comprovado que o interessado exerceria de maneira habitual atividade comercial (art. 150 do RIR/99 cita jurisprudência administrativa); depósitos não configurariam rendimento (cita jurisprudência, inclusive administrativa e a Súmula 182 do extinto TFR, e doutrina); Requer seja declarado o auto de infração insubsistente. Protesta provar por todos os meios de prova em Direito admitidos, especialmente pela sustentação oral e requer a juntada de novos documentos e de quaisquer outras provas que se façam necessárias, desde que admitidas em processos administrativos. A DRJ julgou o impugnação improcedente, nos termo da ementa a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA I R PF Anocalendário: 2005 PRELIMINAR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Pelos elementos constantes dos autos, fica sem fundamento a alegação de cerceamento do direito de defesa, na medida em que o interessado, tanto na fase de autuação, quanto na fase impugnatória, teve oportunidade de carrear aos autos documentos/informações/esclarecimentos, no sentido de ilidir a tributação contestada. Preliminar rejeitada. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. A presunção legal de omissão de rendimentos autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular e/ou o cotitular das contas bancárias ou o real beneficiário dos Fl. 355DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10865.002916/200843 Acórdão n.º 2202002.776 S2C2T2 Fl. 4 5 depósitos, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em suas contas de depósitos ou de investimentos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou o Recurso Voluntário, reiterando os argumentos da impugnação: Cerceamento do direito de defesa, um vez que não teria conhecimento de qual o montante fiscalizado; Da natureza das operações exercidas pelo recorrente, que faz com que os depósitos bancários, não representem variação patrimonial; Da necessidade da busca da verdade material; Da necessidade de conversão em diligência; Da ilegalidade da tributação baseada em depósitos bancários; Da documentação comprobatória apresentada; Da necessidade da tributação como pessoa jurídica. É o relatório. Fl. 356DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 6 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator Os recursos estão dotados dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Da Preliminar de Nulidade por Quebra do Sigilo Bancário O sigilo bancário sempre foi um tema cheio de contradições e de várias correntes. Antes da edição da Lei Complementar n° 105, de 2001, os Tribunais Superiores tinham a forte tendência de albergar a tese da inclusão do sigilo bancário na esfera do direito à privacidade, na forma da nossa Constituição Federal, sob o argumento que não é cabível a sua quebra com base em procedimento administrativo, amparado no entendimento de que as previsões nesse sentido, inscritas nos parágrafos 5º e 6º do artigo 38, da Lei nº 4.595, de 1964 e no artigo 8º da Lei nº 8.021, de 1990, perdem eficácia, por interpretação sistemática, diante da vedação do parágrafo único do artigo 197, do CTN, norma hierarquicamente superior. Pessoalmente, não me restam dúvidas, que o direito ao sigilo bancário não pode ser utilizado para acobertar ilegalidades. Por outro lado, preservase a intimidade enquanto ela não atingir a esfera de direitos de outrem. Todos têm direito à privacidade, mas ninguém tem o direito de invocála para absterse de cumprir a lei ou para fugir de seu alcance. Tenho para mim, que o sigilo bancário não foi instituído para que se possam praticar crimes impunemente. Desta forma, é indiscutível que o sigilo bancário, no Brasil, para fins tributários, é relativo e não absoluto, já que a quebra de informações pode ocorrer nas hipóteses previstas em lei. No comando da Lei Complementar nº. 105, de 10 de janeiro de 2001, notase o seguinte: “Art. 1° As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. (...) § 3º Não constitui violação do dever de sigilo: I a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; II o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedores inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, observadas às normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; III o fornecimento das informações de que trata o § 2º do art. 11 da Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996; IV a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que envolvam recursos provenientes de qualquer prática criminosa; V a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos interessados; Fl. 357DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10865.002916/200843 Acórdão n.º 2202002.776 S2C2T2 Fl. 5 7 VI a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 9º desta Lei Complementar. (...) Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. (...) Art. Revogase o art. 38 da Lei n°° 4.595, de 31 de dezembro de 1964.”. Se antes existiam dúvidas sobre a possibilidade da quebra do sigilo bancário via administrativa (autoridade fiscal), agora estas não mais existem, já que é claro na lei complementar, acima transcrita, a tese de que a Secretaria da Receita Federal tem permissão legal para acessar os dados bancários dos contribuintes, está expressamente autorizado pelo artigo 6° da mencionada lei complementar. O texto autorizou, expressamente, as autoridades e agentes fiscais tributários a obter informações de contas de depósitos e aplicações financeiras, desde que haja processo administrativo instaurado. Assim, estaria afastada a pretensa quebra de sigilo bancário de forma ilícita, já que há permissão legal para que o Estado através de seus agentes fazendários, com fins públicos (arrecadação de tributos), visando o bem comum, possa ter acesso aos dados protegidos, originariamente, pelo sigilo bancário. Ficam o Estado e seus agentes responsáveis, por outro lado, pela manutenção do sigilo bancário e pela observância do sigilo fiscal. Desta forma, dentro dos limites estabelecidos pelos textos legais que tratam o assunto, os AuditoresFiscais da Receita Federal poderão proceder a exames de documentos, livros e registros de contas de depósitos, desde que houver processo fiscal administrativo instaurado e os mesmos forem considerados indispensáveis pela autoridade competente. Devendo ser observado que os documentos e informações fornecidos, bem como seus exames, devem ser conservados em sigilo, cabendo a sua utilização apenas de forma reservada, cumprido as normas a prestação de informações e o exame de documentos, livros e registros de contas de depósitos, a que alude a lei, não constitui, portanto, quebra de sigilo bancário. Sempre é bom lembrar que o sigilo fiscal a que se obrigam os agentes fiscais constitui um dos requisitos do exercício da atividade administrativa tributária, cuja inobservância só se consubstancia mediante a verificação material do evento da quebra do sigilo funcional, quando, então, o agente envolvido sofrerá a devida sanção. Requisições de Movimentação Financeira – RMF emitidas seguiram rigorosamente as exigências previstas pelo Decreto nº 3.724/2001, que regulamentou o art. 6º da Lei Complementar 105/2001, inclusive quanto às hipóteses de indispensabilidade previstas no art. 3º, que também estão claramente presentes nos autos. Em verdade, verificase que o contribuinte foi intimada a fornecer seus extratos bancários, no entanto não os apresentou, Fl. 358DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 8 razão pela qual não restou opção à fiscalização senão a emissão da Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira – RMF. Desse modo, ausente qualquer ilicitude na prova decorrente da transferência de sigilo bancário para a Receita Federal do Brasil, posto que a Lei Complementar 105, de 2001 confere às autoridades administrativas tributárias a possibilidade de acesso aos dados bancários, sem autorização judicial, desde que haja processo administrativo e justificativa para tanto. E é este o caso nos autos. Ademais, a tese de ilicitude da prova obtida não está sendo acolhida pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, conforme a jurisprudência já consolidada. Rejeito, portanto, o questionamento preliminar argüido quanto ilicitude da prova por quebra do sigilo bancário. Da Preliminar de Nulidade Nos presentes autos, não ocorreu nenhum vício para que o procedimento seja anulado, como bem discorreu a autoridade recorrida, os vícios capazes de anular o processo são os descritos no artigo 59 do Decreto 70.235/1972 e só serão declarados se importarem em prejuízo para o sujeito passivo, de acordo com o artigo 60 do mesmo diploma legal. A autoridade fiscal ao constatar infração tributária tem o dever de ofício de constituir o lançamento. Constatado que as infrações apuradas foram adequadamente descritas nas peças acusatórias e no correspondente Relatório de Procedimento Fiscal, e que o contribuinte, demonstrando ter perfeita compreensão delas, exerceu o seu direito de defesa, não há que se falar em nulidade do lançamento. As razões para não se aceitar os argumentos do recorrente estão claramente demonstrados tanto no Termo de Verificação do Auto de Infração como na Decisão recorrida. Entendo que não procede a alegação de que a defesa teria sido prejudicada. Uma vez que isso não impediu que o contribuinte apresentase ampla defesa suscitando vários pontos. Urge registrar que as intimações foram recebidas pelo contribuinte (fls. 27 e 28, 32 e 33) e a impugnação foi apresentada tempestivamente (148 e 153). Além disso, antes de impugnado o processo administrativofiscal não se instala o contraditório, o processo administrativofiscal está em fase inquisitória, na qual não há de se falar em cerceamento do direito de defesa. Na realidade no caso concreto não se percebe qualquer nulidade que comprometa a validade do procedimento adotado. Diante disso, é evidente que tal preliminar carece de sustentação fática, merecendo, portanto, a rejeição por parte deste Egrégio Colegiado. Do Pedido de Diligência Descabe o pedido de diligência quando presentes nos autos todos os elementos necessários para que a autoridade julgadora conforme sua convicção. Por outro lado, as perícias devem limitarse ao aprofundamento de investigações sobre o conteúdo de provas já incluídas no processo, ou à confrontação de dois ou mais elementos de prova também incluídos nos autos, não podendo ser utilizadas para reabrir, por via indireta, a ação fiscal. Assim, a perícia técnica destinase a subsidiar a formação da convicção do julgador, limitandose ao aprofundamento de questões sobre provas e elementos incluídos nos autos não podendo ser utilizada para suprir o descumprimento de uma obrigação prevista na legislação. É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo. Fl. 359DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10865.002916/200843 Acórdão n.º 2202002.776 S2C2T2 Fl. 6 9 Particularmente no caso de lançamento por depósitos bancários onde o ônus da prova é do recorrente. Por último, respeitando opiniões divergentes, indeferese o pedido de perícia ou diligência quando a sua realização revelese prescindível para a formação de convicção pela autoridade julgadora. Da presunção de omissão baseada em depósitos bancários O lançamento fundamentase em depósitos bancários. A presunção legal de omissão de rendimentos com base nos depósitos bancários está condicionada apenas à falta de comprovação da origem dos recursos que transitaram, em nome do sujeito passivo, em instituições financeiras, ou seja, pelo artigo 42 da Lei n° 9.430/1996, temse a autorização para considerar ocorrido o “fato gerador” quando o contribuinte não logra comprovar a origem dos créditos efetuados em sua conta bancária, não havendo a necessidade do fisco juntar qualquer outra prova. Via de regra, para alegar a ocorrência de “fato gerador”, a autoridade deve estar munida de provas. Mas, nas situações em que a lei presume a ocorrência do “fato gerador” (as chamadas presunções legais), a produção de tais provas é dispensada. Neste caso, ao Fisco cabe provar tãosomente o fato indiciário (depósitos bancários) e não o fato jurídico tributário (obtenção de rendimentos). No texto abaixo reproduzido, extraído de “Imposto sobre a Renda Pessoas Jurídicas” (JustecRJ; 1979:806), José Luiz Bulhões Pedreira sintetiza com muita clareza essa questão: O efeito prático da presunção legal é inverter o ônus da prova: invocandoa, a autoridade lançadora fica dispensada de provar, no caso concreto, que ao negócio jurídico com as características descritas na lei corresponde, efetivamente, o fato econômico que a lei presume cabendo ao contribuinte, para afastar a presunção (se é relativa) provar que o fato presumido não existe no caso. Assim, o comando estabelecido pelo art. 42 da Lei nº 9430/1996 cuida de presunção relativa (juris tantum) que admite a prova em contrário, cabendo, pois, ao sujeito passivo a sua produção. Nesse passo, como a natureza nãotributável dos depósitos não foi comprovada pelo contribuinte, estes foram presumidos como rendimentos. Assim, deve ser mantido o lançamento. Antes de tudo cumpre salientar que a presunção não foi estabelecida pelo Fisco e sim pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Tal dispositivo outorgou ao Fisco o seguinte poder: se provar o fato indiciário (depósitos bancários não comprovados), restará demonstrado o fato jurídico tributário do imposto de renda (obtenção de rendimentos). Assim, não cabe ao julgador discutir se tal presunção é equivocada ou não, pois se encontra totalmente vinculado aos ditames legais (art. 116, inc. III, da Lei n.º 8.112/1990), mormente quando do exercício do controle de legalidade do lançamento tributário (art. 142 do Código Tributário Nacional CTN). Nesse passo, não é dado apreciar questões que importem a negação de vigência e eficácia do preceito legal que, de modo inequívoco, estabelece a presunção legal de omissão de receita ou de rendimento sobre os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante Fl. 360DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 10 documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (art. 42, caput, da Lei n.º 9.430/1996). É inadmissível aceitar alegações quando desacompanhadas de provas. Assim, a ocorrência do fato gerador decorre, no presente caso, da presunção legal estabelecida no art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Verificada a ocorrência de depósitos bancários cuja origem não foi devidamente comprovada pelo contribuinte, é certa também a ocorrência de omissão de rendimentos à tributação, cabendo ao contribuinte o ônus de provar a irrealidade das imputações feitas. Ausentes esses elementos de prova, resulta procedente o feito fiscal em nome do contribuinte. Apreciando as razões de votar da autoridade recorrida às fls. 311 (do e processo), não encontro qualquer reparo a ser realizado, de modo que o acompanho na integra: Por tudo isso, examinemos a documentação apresentada pelo interessado. As fls. 172 e 173 são uma relação da documentação a seguir acostada (fls. 175 a 237). Nessa relação estão elencados alguns dados copiados daquela documentação (fls. 175 a 237), entre eles valores, datas, banco em que teria sido feito o depósito, modelo e placa de veículo e nome de pessoa física. Portanto, para aceitarmos ou não essa relação, mister se faz analisar a documentação de fls. 175 a 237. Lembremos que o contribuinte afirma que a apresentação dessa documentação garante a obediência aos preceitos constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Analisemos a documentação. Essa documentação é composta unicamente de cópias de páginas de um caderno formado por folhas impressas formando verdadeiras fichas com títulos tais como "veículo n°", "n° renavan", "vendedor", "comprador", "endereço". Essas páginas/fichas foram preenchidas à mão e não são assinadas. Não foram autenticadas nem em cartório, tampouco na RFB. Também não há qualquer documento que confirme se os dados que constam delas são reais. Algumas estão rasuradas (e.g. fls. 180, 182, 184, 196, 209). Portando, não constituem elementos de prova do que é alegado pelo contribuinte, ou seja, não comprovam que os valores creditados foram originados da compra e venda de veículos usados. Não comprovam que a atividade exercida pelo contribuinte à época dos fatos era a compra e venda de veículos usados. Como os documentos não comprovam as alegações do contribuinte interessado em relação à atividade por ele exercida e não comprovam a origem dos recursos creditados nas contascorrentes de titularidade do contribuinte, passemos a examinar com detalhe a tributação de depósitos bancários com origem não comprovada. Desta forma ficará claro que não foi uma escolha arbitrária da fiscalização, nem um lamentável equívoco ou uma opção por ela exercida a tributação por omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. E continua nas fls. 317 do eprocesso: E função do Fisco, entre outras, comprovar os créditos dos valores em contas de depósito ou de investimento, analisar as respectivas declarações de rendimentos e intimar o beneficiário desses créditos (titulares e/ou cotitulares das correspondentes contas correntes) a apresentar os documentos/informações/esclarecimentos com vistas à Fl. 361DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10865.002916/200843 Acórdão n.º 2202002.776 S2C2T2 Fl. 7 11 verificação da ocorrência de omissão de rendimentos de que trata o art. 42 da Lei n° 9.430/1.996. Todavia, a comprovação da origem dos recursos utilizados nessas operações é obrigação do contribuinte. Vale ressaltar que a Súmula 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos, citada pelo contribuinte e que diz que "E ilegítimo o lançamento do imposto de renda arbitrado com base apenas em extratos ou depósitos bancários ", restou inteiramente superada pela entrada em vigor da Lei n° 9.430/1.996, que tornou lícita a utilização de depósitos bancários de origem não comprovada como meio de presunção legal de omissão de receitas ou de rendimentos. Concluindo, no presente caso, em que pese a apresentação de documentação pelo contribuinte interessado, não há como estabelecer a origem dos depósitos, pois não se sabe a que título os créditos foram feitos. Não há como, com a documentação acostadas aos autos, estabelecer correlação entre os valores creditados em contas de titularidade do contribuinte e compra e venda de veículos usados, atividade comercial, representante ou consignatário ou intermediários de financiamentos bancários de outras pessoas às quais teria repassado o valor, que em verdade seria de titularidade daqueles e não do contribuinte interessado. Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus acréscimos patrimoniais. Súmula CARF nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Incabível a alegação de ilegitimidade passiva, uma vez que está comprovado nos autos o uso de conta bancária em nome próprio, para efetuar a movimentação de valores tributáveis, situação que torna lícito o lançamento sobre o próprio titular da conta. Sobre esse ponto o CARF já consolidou entendimento: A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros (Súmula CARF No.32) É inadmissível aceitar alegações quando desacompanhadas de provas. Assim, a ocorrência do fato gerador decorre, no presente caso, da presunção legal estabelecida no art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Verificada a ocorrência de depósitos bancários cuja origem não foi devidamente comprovada pelo contribuinte, é certa também a ocorrência de omissão de rendimentos à tributação, cabendo ao contribuinte o ônus de provar a irrealidade das imputações feitas. Ausentes esses elementos de prova, resulta procedente o feito fiscal em nome do contribuinte. Das Provas nos Autos É oportuno para o caso concreto, recordar a lição de MOACYR AMARAL DOS SANTOS: “Provar é convencer o espírito da verdade respeitante a alguma coisa.” Ainda, entende aquele mestre que, subjetivamente, prova ‘é aquela que se forma no espírito do juiz, seu principal Fl. 362DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 12 destinatário, quanto à verdade deste fato”. Já no campo objetivo, as provas “são meios destinados a fornecer ao juiz o conhecimento da verdade dos fatos deduzidos em juízo.” Assim, consoante MOACYR AMARAL DOS SANTOS, a prova teria: a) um objeto são os fatos da causa, ou seja, os fatos deduzidos pelas partes como fundamento da ação; b) uma finalidade a formação da convicção de alguém quanto à existência dos fatos da causa; c) um destinatário o juiz. As afirmações de fatos, feitas pelos litigantes, dirigemse ao juiz, que precisa e quer saber a verdade quanto aos mesmos. Para esse fim é que se produz a prova, na qual o juiz irá formar a sua convicção. Podese então dizer que a prova jurídica é aquela produzida para fins de apresentar subsídios para uma tomada de decisão por quem de direito. Não basta, pois, apenas demonstrar os elementos que indicam a ocorrência de um fato nos moldes descritos pelo emissor da prova, é necessário que a pessoa que demonstre a prova apresente algo mais, que transmita sentimentos positivos a quem tem o poder de decidir, no sentido de enfatizar que a sua linguagem é a que mais aproxima do que efetivamente ocorreu. O recorrente questiona o entendimento exarado pela autoridade fiscal. Entretanto, embora tenha se transcorrido um longo período desde que tomou conhecimento do relatório não demonstrou os seus argumentos. Ademais, cabe a recorrente por força da presunção legal, compete a ela provar a natureza especifica de cada depósitos, na medida em que, ninguém melhor do que ela própria trazer o comprovante de cada depósito. Dessa forma, cabe a máxima de que “allegatio et non probatio, quase non allegatio” (alegar e não provar é quase não alegar). Ante ao exposto, voto por indeferir o pedido de diligência, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 363DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
score : 1.0
