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Numero do processo: 10166.721627/2009-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 20/01/2005 a 31/12/2005
PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. OMISSÃO NO DESCONTO DA CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADOS EMPREGADOS E CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. MULTA. CABIMENTO. Tendo em vista que a recorrente deixou de arrecadar as contribuições de contribuintes individuais a seu serviço mediante desconto em sua remuneração, resta configurada a ofensa ao art. 30, I, a, da Lei 8.212/91.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-003.669
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Igor Araújo Soares - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: IGOR ARAUJO SOARES
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 20/01/2005 a 31/12/2005 PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. OMISSÃO NO DESCONTO DA CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADOS EMPREGADOS E CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. MULTA. CABIMENTO. Tendo em vista que a recorrente deixou de arrecadar as contribuições de contribuintes individuais a seu serviço mediante desconto em sua remuneração, resta configurada a ofensa ao art. 30, I, a, da Lei 8.212/91. Recurso Voluntário Negado.
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OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. OMISSÃO NO DESCONTO DA CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADOS EMPREGADOS E CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. MULTA. CABIMENTO. Tendo em vista que a recorrente deixou de arrecadar as contribuições de contribuintes individuais a seu serviço mediante desconto em sua remuneração, resta configurada a ofensa ao art. 30, I, “a”, da Lei 8.212/91. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 16 27 /2 00 9- 13 Fl. 704DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/10/2 014 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Igor Araújo Soares Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 705DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/10/2 014 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10166.721627/200913 Acórdão n.º 2401003.669 S2C4T1 Fl. 704 3 Relatório Tratase de recurso de voluntário interposto por SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA SESI DEPARTAMENTO REGIONAL DO DF, em face do acórdão, por meio do qual foi mantida a multa lançada no Auto de Infração n. 37.225.4357, por ter a recorrente deixado deixou de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais a seu serviço. De acordo com o mencionado Relatório, foi apurado crédito previdenciário referente à remuneração paga, devida ou creditada aos segurados contribuintes individuais e segurados empregados referentes a: a) Valores pagos aos segurados empregados, a título de Vale Transporte em dinheiro, por meio da folha de pagamento; b) Valores pagos aos segurados empregados, a título de Bolsas de Estudo; c) valores pagos aos segurados empregados, a título de Salário Família; d) Valores pagos aos segurados contribuintes individuais em decorrência de prestação de serviços diversos e serviços de frete; e) Valores pagos aos segurados contribuintes individuais apurados por meio da contabilidade. O lançamento compreende as competências de 01/2005 a 12/2005, com a ciência do contribuinte acerca do lançamento efetivada em 31/09/2007 (fls. 01). Em seu recurso, após tecer comentários e narrar acerca do pedido formulado na impugnação e aquilo o que restou decidido pelo v. acórdão de primeira instância, sustentou quanto ao valetransporte que o Eg. TST já possui julgados no sentido de que o pagamento do benefício em contacorrente do empregado não se constitui como remuneração, não havendo nos autos prova do desvirtuamento do benefício concedido. No mesmo sentido, ainda amparado em entendimento do TST sustenta que o pagamento das bolsas de estudo não se destina a remunerar o trabalho, de modo que sobre tal verba também não incidem as contribuições previdenciárias. Que o salário família é indevido, tendo em vista que sua cobrança surgiu da consideração de que verbas sobre as quais não incidiam as contribuições previdenciárias deveriam ser equivocadamente consideradas como base de cálculo das mesmas. Por fim, defende que efetuou o desconto relativamente aos contribuintes individuais. Na assentada de 19 de abril de 2012 o julgamento do recurso fora convertido em diligência, para que viesse aos autos informações acerca do julgamento do lançamento Fl. 706DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/10/2 014 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 principal, tendo sido informado que se tratava do processo n. 10166.721621/200938, o qual fora provido pela 3a Turma da 4a Câmara deste Eg. Conselho, tendo sido considerados indevidos os lançamentos sobre valetransporte em dinheiro, bolsa de estudos, salário família e incorreta indicação do código FPAS. Sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, vieram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 707DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/10/2 014 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10166.721627/200913 Acórdão n.º 2401003.669 S2C4T1 Fl. 705 5 Voto Conselheiro Igor Araújo Soares, Relator CONHECIMENTO Tempestivo o recurso, merece conhecimento. Sem preliminares. MÉRITO Na esteira do que já relatado, tratase de Auto de Infração lavrado por ter a recorrente deixado deixou de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais a seu serviço. Inicialmente ressalto que o processo n. 10166.721621/200938, indicado pela autoridade fiscal de origem como o lançamento principal vinculado ao presente processo, de fato fora julgado e nele foi considerado como improcedente o lançamento da rubrica relativa a concessão da bolsa de estudos aos segurados empregados. O julgado restou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 VALE TRANSPORTE. PAGAMENTO EM PECÚNIA. CRÉDITO EM CONTA CORRENTE. CARÁTER NÃO SALARIAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO N 478.410/SP. UNANIMIDADE DE VOTOS.CONTROLE DIFUSO. TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES. EFEITOS ERGA OMNES. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. O valetransporte pago em pecúnia, mediante crédito na conta corrente dos segurados, não afeta a natureza jurídica de ser não salarial, segundo entendimento proferido no Recurso Extraordinário n 478.410/SP por unanimidade de votos. Sendo o recurso extraordinário instrumento de apreciação da constitucionalidade pela via difusa, há de se prevalecer a corrente que defende a Teoria da Transcendência dos Motivos Determinantes, a qual admite que a decisão proferida nessa modalidade de controle tenha efeitos erga Fl. 708DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/10/2 014 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 omnes, hipótese em que a contribuição previdenciária não incidirá sobre a verba. BOLSA DE ESTUDO. EDUCAÇÃO SUPERIOR. CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL. EXCLUSÃO DE VALORES. Serão excluídos da base de cálculo da contribuição social previdenciária os valores pagos pelos empregadores a título de educação, estando incluídos cursos de graduação, pós graduação, de línguas estrangeiras, tendo em vista que esses estão destinados à capacitação profissional do trabalhador, não retribuindo os serviços prestados por esses. FPAS. REENQUADRAMENTO. Caso seja feito enquadramento incorreto na Tabela de Códigos FPAS, prevista no Anexo III, da IN SRP nº 03/2005, a RFB, por meio de sua fiscalização, fará a revisão do enquadramento efetuado pelo sujeito passivo, observadas as atividades por ele exercidas. Recurso Voluntário Provido. Todavia, mesmo compartilhando do entendimento emanado naquele julgamento acerca da concessão das bolsas de estudo, valetransporte e saláriofamília, o que não justificaria a imposição fiscal sobre esses pontos, tenho que existe fundamento que por si só já enseja a necessidade de manutenção da multa objeto do presente lançamento. No que se refere ao lançamento das rubricas relativas aos contribuintes individuais, verifiquei que os pagamentos efetuados aos mesmos deixaram de ser informados em GFIP em sua integralidade, não havendo sobre os mesmos qualquer tipo de retenção, mesmo que parcial. Sobre tais recolhimentos, a empresa sustentou haver realizado as retenções das contribuições lançadas, mas não trouxe aos autos qualquer documentação que pudesse ser considerada para demonstrar tal providência. Ao contrário, os recibos de pagamento aos contribuintes individuais juntados na impugnação não indicam qualquer retenção de valores de contribuições, mas o pagamento integral dos valores neles descritos. Portanto, não tendo a empresa cumprido o disposto no artigo 30, I, da Lei nº 8.212/91 o cometimento da infração em tela restou devidamente caracterizado pelo fiscal.: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93) I a empresa é obrigada a: a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração; Fl. 709DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/10/2 014 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10166.721627/200913 Acórdão n.º 2401003.669 S2C4T1 Fl. 706 7 Tal motivo, por si só, tem o condão de manter a aplicação da multa objeto do auto de infração, tendo em vista se tratar de multa única, em conformidade com o que dispõe o art. 283, I, “g” do Decreto 3.048/99. Por tais motivos, conheço de recurso para NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Igor Araújo Soares. Fl. 710DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 08/10/2 014 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 10680.009279/2004-71
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1997, 1998, 1999
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Os embargos de declaração são cabíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma (art.65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF). No caso concreto, devem ser admitidos para se explicitar, no dispositivo do acórdão, o resultado quanto à apreciação do recurso de ofício.
Numero da decisão: 1103-001.086
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, admitir os embargos de declaração e dar-lhes provimento para alterar a redação do dispositivo do Acórdão nº 107-09.446, de 13/8/2008, para: "Acordam os membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes (i) negar provimento ao recurso de ofício em razão do acolhimento da preliminar de decadência de CSLL para fatos geradores até 31/12/1998, por maioria, vencidos os Conselheiros Albertina Silva Santos de Lima, Jayme Juarez Grotto e Marcos Vinicius Neder de Lima e (ii) dar provimento ao recurso voluntário para excluir da exigência a parcela de reversão de contingência, por unanimidade, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.".
(assinado digitalmente)
Aloysio José Percínio da Silva - Presidente
(assinado digitalmente)
Eduardo Martins Neiva Monteiro Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, Marcos Shigueo Takata e Aloysio José Percínio da Silva.
Nome do relator: EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 1997, 1998, 1999 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Os embargos de declaração são cabíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma (art.65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF). No caso concreto, devem ser admitidos para se explicitar, no dispositivo do acórdão, o resultado quanto à apreciação do recurso de ofício.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2248; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T3 Fl. 507 1 506 S1C1T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.009279/200471 Recurso nº Embargos Acórdão nº 1103001.086 – 1ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 30 de julho de 2014 Matéria CSLL Exclusões indevidas Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1997, 1998, 1999 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Os embargos de declaração são cabíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma (art.65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF). No caso concreto, devem ser admitidos para se explicitar, no dispositivo do acórdão, o resultado quanto à apreciação do recurso de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, admitir os embargos de declaração e darlhes provimento para alterar a redação do dispositivo do Acórdão nº 107 09.446, de 13/8/2008, para: "Acordam os membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes (i) negar provimento ao recurso de ofício em razão do acolhimento da preliminar de decadência de CSLL para fatos geradores até 31/12/1998, por maioria, vencidos os Conselheiros Albertina Silva Santos de Lima, Jayme Juarez Grotto e Marcos Vinicius Neder de Lima e (ii) dar provimento ao recurso voluntário para excluir da exigência a parcela de reversão de contingência, por unanimidade, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.". (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva Presidente (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 92 79 /2 00 4- 71 Fl. 511DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10680.009279/200471 Acórdão n.º 1103001.086 S1C1T3 Fl. 508 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, Marcos Shigueo Takata e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Tratase de Embargos de Declaração (fls.489/490) interpostos pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) em face do acórdão nº 10709.446, de 13/8/08, que recebeu a seguinte ementa (fls.475/484): CSLL. DECADÊNCIA. ART. 150, § 4°., DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. LANÇAMENTO FORMALIZADO APÓS A FLUÊNCIA DO LUSTRO DECADENCIAL. Formalizado o lançamento de oficio em 29/07/2004, não poderia a Receita Federal, validamente, constituir o crédito tributário relativo aos fatos geradores ocorridos em 30/06/1997 e 31/12/1998. O fato de ter a Recorrente apresentado declaração retificadora não interfere na contagem do prazo de decadência, prazo este que, diante de regra expressa (insculpida no art. 150, §4°, do CTN), iniciase quando se reputa ocorrido o fato imponível. Os prazos de decadência não estão sujeitos a interrupção ou suspensão. EXCLUSÃO INDEVIDA DE 'RECEITA DE REVERSÃO DE CONTINGÊNCIA PASSIVA'. TRIBUTAÇÃO ANTERIOR. ILEGITIMIDADE DO LANÇAMENTO. Não é admissível que um crédito de natureza estritamente contábil seja tributado na sua constituição e novamente tributado no momento de sua reversão. PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONCOMITÂNCIA COM AÇÃO JUDICIAL DE MESMO OBJETO. Ê firme o entendimento desta Corte no sentido de que a existência de ação judicial pela qual discute o contribuinte o 'mérito’ do lançamento importa em renúncia à instância administrativa, posto que a coisa julgada a ser proferida no âmbito do Poder Judiciário jamais poderia ser alterada no processo administrativo, o que torna inócua a discussão administrativa. RECURSO DE OFICIO. EXCLUSÃO INDEVIDA DE SALDO DEVEDOR DA DIFERENÇA IPUBTNF 1990. É de se afastar imposição de dedução integral dos valores de correção monetária IPC/BTNF no anocalendário de 1994, sendo obrigatória a observância do escalonamento previsto na Lei n°. 8.200/1991, que discriminou, em cada anocalendário, as deduções possíveis.” A Embargante sustenta que houve omissão do julgado quanto ao resultado da votação relacionada à matéria objeto do recurso de ofício (exclusão indevida de saldo devedor da diferença de IPC/BTNF). Fl. 512DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10680.009279/200471 Acórdão n.º 1103001.086 S1C1T3 Fl. 509 3 Em razão do Relator do acórdão embargado, Cons. Hugo Correia Sotero, não mais ser membro do CARF, os embargos de declaração foram distribuídos com base no art.49, §7º, e art. 65, §2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro, Relator. Do juízo de admissibilidade Os embargos de declaração são tempestivos. Nos termos do Regimento Interno do CARF (Anexo II), são cabíveis para sanar obscuridade, omissão ou contradição existentes na decisão: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Como relatado, a PGFN sustenta ter o acórdão guerreado sido “...omisso quanto ao resultado obtido na votação levada a efeito pelos ilustres Conselheiros, quando da análise da matéria objeto do Recurso de Ofício”, que trata da exclusão, do lucro líquido, do saldo devedor da diferença de correção monetária IPC/BTNF 1990. Da leitura de excerto do respectivo voto condutor, abaixo reproduzido, vêse que tal matéria foi enfrentada pelo I. Relator: “[...] Passo a analisar o recurso de oficio. Assim decidiu a autoridade julgadora: ‘Como se vê, considerando que a diferença IPC BTNF 1990 poderia ser excluída do lucro liquido, na determinação do lucro real, em seis anoscalendário, a partir de 1993, a razão de vinte e cinco por cento em 1993 e de quinze por cento, ao ano, de 1994 a 31 de dezembro de 1998, é incontestável pelos dados acima que até 31/12/1995, as exclusões procedidas se amoldavam aos preceitos da Lei n°. 8.200, de 1991, tendo sido excluída do lucro liquido, na determinação do lucro real, 23% (vinte e três por cento) no anocalendário de 1993, assim como os 30% (trinta por cento), excluídos no ano calendário de 1995, corresponderiam a 15% (quinze por cento) passíveis de exclusão em 1994, mais 15% (quinze por cento) passíveis de exclusão em 1995. Apesar da ecoada obviedade, cumpre destacar que, de fato, tal como foi efetuado, sob a premissa de que 'a sentença monocrática teria permitido, única e exclusivamente, que o saldo da diferença IPC/BTNF 1990 fosse deduzido integralmente e em parcela única na Fl. 513DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10680.009279/200471 Acórdão n.º 1103001.086 S1C1T3 Fl. 510 4 apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL no exercício de 1995, ano base de 1994, conforme requerido pelo contribuinte na inicial', o feito fiscal, além de incorrer numa evidente impropriedade e em engano manifesto, incide também no equivoco de vedar de forma peremptória ao contribuinte, admitindoa somente de forma integral no anocalendário de 1994, exercício 1995, a dedução de 47% (quarenta e sete por cento) do saldo da diferença IPC/BTNF 90, mesmo que diferido a razão de 15% (quinze por cento) ao ano, nos moldes da Lei n°. 8.200, de 1991 e alterações posteriores, direito esse que a sentença, por óbvio, repisese, não decotou. De tal modo, apreciados estes últimos aspectos subjacentes necessários, e rememorando que o lançamento de oficio efetuou a glosa da dedução do 'Saldo devedor da diferença de correção monetária IPC/BTNF de 1990' no valor de R$ 24.215.537,00 em relação ao fato gerador de 30/06/1997; no valor de R$ 1.126.711,00, em relação ao fato gerador de 31/12/1998 e, no valor de R$ 5.239.496,00, em relação ao fato gerador de 31/12/1999, há que reputarse, pois, procedente em parte a exigência, haja vista que, de acordo com o quadro supra, a exclusão procedida no ano calendário de 1997 extrapola o limite legal computável em R$ 14.358.342,64 e, por outro lado, a exclusão procedida no anocalendário de 1999, no valor de R$ 5.239.496,00, carece de amparo legal para ser computada naquele período." Em síntese, procedeu a autoridade julgadora à retificação do lançamento no que concerne à dedução dos valores de correção monetária IPC/BTNF, considerando ilegítima a glosa integral efetuada pela autoridade lançadora e, como corolário, refez a apuração do resultado dos anoscalendário de 1995 a 1999 considerando as deduções autorizadas pela Lei Federal n°. 8.200/1991. Nessa linha, afastou a autoridade julgadora a restrição constante do lançamento de oficio tocante à obrigatoriedade de dedução integral dos valores de correção monetária IPC/BTNF no anocalendário de 1994 e, respeitando o escalonamento previsto na Lei n° 8.200/1991, discriminou em cada ano calendário, as deduções possíveis, apurando o valor do IRPJ devido em cada exercício pela Recorrente. Sobre o terna, confirase a manifestação deste Colendo Conselho de Contribuintes: ‘IRPJ — DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS — CORREÇÃO MONETÁRIA — LEI 8.200/91 (ART. 3°, I, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI 8.682/93). CONSTITUCIONALIDADE. A Lei 8.200/91, (I) ern nenhum momento, modificou a disciplina da base de cálculo do imposto de renda referente ao balanço de 1990; (2) nem determinou a aplicação, ao períodobase de 1990, da variação do IPC; (3) tão somente reconheceu Fl. 514DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10680.009279/200471 Acórdão n.º 1103001.086 S1C1T3 Fl. 511 5 os efeitos econômicos decorrentes da metodologia de cálculo da correção monetária. O art. 3°, I (Lei 8.200/91), prevendo hipótese nova de dedução na determinação do lucro real, constituiuse como favor fiscal ditado por opção política legislativa. Inocorrência, no caso, de empréstimo compulsório. (STF — Recurso Extraordinário n°201.4655 Minas Gerais).’ (Acórdão n°. 10195592, .1ª Câmara, rel. Conselheiro Paulo Roberto Cortez) ‘IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA — IPC/BTNF FORMA DE APROPRIAÇÃO —MATÉRIA NÃO IMPUGNADA —ADICIONAL — É defeso ao sujeito passivo aproveitarse do resultado da correção monetária do IPC/BTNF de forma diversa daquela preconizada na Lei 8200/ 91, com redação do artigo 11 da Lei 8682/1993.’ (Acórdão n°. 10194731, 1ª Câmara, rel. Conselheiro Orlando José Gonçalves Bueno) ..... Conheço o recurso de oficio para negarlhe provimento.” À vista da manifestação da PGFN, resta saber se houve a análise pelos demais membros do colegiado, tendo em conta que, ao menos expressamente, não se fez menção ao recurso de ofício quando da formalização do acórdão. Vejamos: “ACORDAM os Membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, ACOLHER a preliminar de decadência de CSLL para fatos geradores até 31/12/1998, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Albertina Silva Santos de Lima, Jayme Juarez Grotto e Marcos Vinicius Neder de Lima e, no mérito, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso para excluir da exigência a parcela de reversão de contingência.” Em consulta ao sítio do CARF na internet, notase que as informações ali disponíveis não auxiliam no desate da questão, pois nada informam sobre o resultado do julgamento relacionado ao recurso de ofício, ao menos, repitase, expressamente: 13/08/2008 DECISÃO PUBLICADA Decisão: Acórdão Número Decisão: 10709446 Texto da Decisão: ACORDAM os Membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, ACOLHER a preliminar de decadência de CSLL para fatos geradores até 31/12/1998, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Albertina Silva Santos de Lima, Jayme Juarez Grotto e Marcos Vinicius Neder de Lima e, no mérito , por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso para excluir da exigência parcela de reversão de contingência. Resultado: Dar Provimento Por Unanimidade Resultado: Dar Provimento Por Unanimidade 13/08/2008 RESULTADO OBRIGATÓRIO Unidade: 7ª CÂMARA/1º CONSELHO Relator: Hugo Correia Sotero Data da Sessão: 13/08/2008 Hora da Sessão: 08:30 Fl. 515DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10680.009279/200471 Acórdão n.º 1103001.086 S1C1T3 Fl. 512 6 Tipo da Pauta: Ordinária Tipo Sessão: Suplementar Decisão: Acórdão Número Decisão: 10709446 Resultado: Dar Provimento Por Unanimidade Resultado: Dar Provimento Por Unanimidade Igual resultado consta da folha 6 da ata da sessão de julgamento (fls.493/506): Relator(a): HUGO CORREIA SOTERO Recurso: 147636 Processo: 10680.009279/200471 Recorrentes: 3ª TURMA/DRJ BELO HORIZONTE/MG e BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS S/A BDMG Matéria: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL/LL Ex(s): 1998 a 2000 Decisão: Por maioria de votos, ACOLHERAM a preliminar de decadência de CSLL para fatos geradores até 31/12/1998, vencidos os Conselheiros Albertina Silva Santos de Lima, Jayme Juarez Grotto e Marcos Vinicius Neder de Lima e, no mérito, por unanimidade de votos, DERAM provimento ao recurso para excluir da exigência a parcela de reversão de contingência Fez sustentação oral o Dr° Frederico de Almeida Fonseca OAB/MG n° 94400 Acórdão n° 10709446. À vista de tais elementos (acórdão, sítio do CARF e ata de julgamento), é possível atestar a omissão suscitada, razão pela qual os embargos de declaração devem ser admitidos. Do mérito Inicialmente, cabe apontar indícios de que o colegiado negou provimento ao recurso de ofício. Primeiro, porque o acórdão, assinado também pelo Presidente da Sétima Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, contemplou ementa específica sobre a matéria, que retratou os fundamentos do respectivo voto condutor: RECURSO DE OFICIO. EXCLUSÃO INDEVIDA DE SALDO DEVEDOR DA DIFERENÇA IPC/BTNF 1990. É de se afastar imposição de dedução integral dos valores de correção monetária IPC/BTNF no anocalendário de 1994, sendo obrigatória a observância do escalonamento previsto na Lei n°. 8.200/1991, que discriminou, em cada anocalendário, as deduções possíveis. Segundo, que não consta voto vencedor, a expor os fundamentos contrários ao postos pelo Relator, referente à matéria objeto do recurso de ofício, o que, em tal hipótese, seria obrigatório. Considerando as fontes já mencionadas e dada a inexistência de notas taquigráficas e de gravações do julgamento, poderseia, em um análise primeira, concluir, não obstante os indícios acima, pela impossibilidade de definição, nesta fase processual, quanto ao entendimento de todos os membros da Sétima Câmara do extinto Primeiro Conselho de Fl. 516DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10680.009279/200471 Acórdão n.º 1103001.086 S1C1T3 Fl. 513 7 Contribuintes sobre a matéria objeto do recurso de ofício. Certeza, apenas, quanto ao entendimento do I. Relator à época, Cons. Hugo Correia Sotero. Contudo, as particularidades do caso concreto confirmam que a decisão da Terceira Turma da DRJ – Belo Horizonte (MG), submetida ao CARF por força da remessa necessária, foi mantida pela Sétima Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, ainda que sob outro fundamento. A respeito da Infração 2 (“Exclusão Indevida de Saldo Devedor da Diferença IPC/BTNF 1990”), a fiscalização procedeu a autuações relativas aos fatos geradores 30/6/97 e 31/12/98 (fls.8/9), sendo que o lançamento quanto ao fato gerador 31/12/99 relacionouse unicamente com a “Exclusão Indevida de Receita de Reversão de Contingência Passiva” (Infração 1), não tendo tratado de outras infrações. Fazse necessário lembrar que a matéria objeto do recurso de ofício limitou se à Infração 2, com a redução, em primeira instância, dos créditos tributários de CSLL para R$5.796.084,69 (fls.332/380). Ao apreciar o recurso voluntário, a Sétima Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes acompanhou o voto condutor quanto ao reconhecimento da “... decadência do direito de a Receita Federal constituir crédito tributário em desfavor da Recorrente nos exercícios de 1997 e 1998 (art.150, §4º, do CTN)”, nos termos do resultado que novamente se transcreve: “ACORDAM os Membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, ACOLHER a preliminar de decadência de CSLL para fatos geradores até 31/12/1998, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Albertina Silva Santos de Lima, Jayme Juarez Grotto e Marcos Vinicius Neder de Lima e, no mérito, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso para excluir da exigência a parcela de reversão de contingência.” (destaquei) Logo, apesar de no resultado do acórdão não se ter mencionado expressamente o julgamento do recurso de ofício, constatase que o resultado final foi no sentido de, por maioria, negarlhe provimento, ainda que em reflexo do reconhecimento da decadência, que também englobou os créditos tributários constituídos com base na “exclusão indevida de saldo devedor da diferença IPC/BTNF 1990”, que haviam sido parcialmente exonerados em primeira instância. Talvez em razão do prejuízo processual que a decadência encerrou quanto à matéria objeto do recurso de ofício, a tornar desnecessário o avanço sobre o seu mérito, não se tenha expressamente mencionado o seu resultado quando da formalização do acórdão. Na hipótese de a Câmara Superior de Recursos Fiscais reverter tal decisão relativa à decadência, registro o particular entendimento de que, caso tal colegiado não aplique a teoria da causa madura, farseá necessária a apreciação do mérito do recurso de ofício por algum dos colegiados que compõem a Primeira Seção de Julgamento do CARF, pois, aprofundandose na matéria, consta apenas registro do voto do I. Relator do acórdão embargado. Fl. 517DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10680.009279/200471 Acórdão n.º 1103001.086 S1C1T3 Fl. 514 8 Acrescentese que o acolhimento dos presentes embargos não implica efeitos infringentes. Pelo exposto, voto no sentido de ADMITIR os embargos de declaração e DARLHES PROVIMENTO para alterar a redação do dispositivo do Acórdão nº 10709.446, de 13/8/2008, para: "Acordam os membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes (i) negar provimento ao recurso de ofício em razão do acolhimento da preliminar de decadência de CSLL para fatos geradores até 31/12/1998, por maioria, vencidos os Conselheiros Albertina Silva Santos de Lima, Jayme Juarez Grotto e Marcos Vinicius Neder de Lima e (ii) dar provimento ao recurso voluntário para excluir da exigência a parcela de reversão de contingência, por unanimidade, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado." (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro Fl. 518DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 12/08/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
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Numero do processo: 10921.000126/2010-26
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 05/04/2006 a 15/01/2009
MULTA REGULAMENTAR. DIREITO ADUANEIRO. AGENTE MARÍTIMO E TRANSPORTADOR. LEGITIMIDADE PASSIVA
A legislação prevê que o agente marítimo, assim como o transportador internacional, respondem solidariamente por quaisquer infrações que tenham concorrido para a prática, solidariamente, sendo, pois, o agente parte legítima a figurar no pólo passivo de auto de infração.
MULTA REGULAMENTAR. DIREITO ADUANEIRO. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES FORA DO PRAZO.
A multa por prestação de informações fora do prazo encontra-se prevista na alínea "e", do inciso IV, do artigo 107 do Decreto-Lei n 37/1966 prescindindo, para a sua aplicação, de que haja prejuízo ao Erário, sobretudo por se tratar de obrigação acessória em que as informações devem ser prestadas na forma e prazo estabelecidos pela Receita Federal.
PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES FORA DO PRAZO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
Não há que se falar em denúncia espontânea de obrigação acessória se a norma em comento tem como finalidade a prestação de informações na forma e, sobretudo, no prazo fixado pela legislação, prazo esse que não seria observado se se considerar que a prestação de informações fora do prazo configuraria denúncia espontânea.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3403-003.252
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, negar provimento ao Recurso Voluntário.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Luiz Rogério Sawaya Batista - Relator.
Luiz Rogério Sawaya Batista - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da Turma), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaya Batista (relator), Ivan Allegretti, Paulo Roberto Stocco Portes.
Nome do relator: LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 05/04/2006 a 15/01/2009 MULTA REGULAMENTAR. DIREITO ADUANEIRO. AGENTE MARÍTIMO E TRANSPORTADOR. LEGITIMIDADE PASSIVA A legislação prevê que o agente marítimo, assim como o transportador internacional, respondem solidariamente por quaisquer infrações que tenham concorrido para a prática, solidariamente, sendo, pois, o agente parte legítima a figurar no pólo passivo de auto de infração. MULTA REGULAMENTAR. DIREITO ADUANEIRO. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES FORA DO PRAZO. A multa por prestação de informações fora do prazo encontra-se prevista na alínea "e", do inciso IV, do artigo 107 do Decreto-Lei n 37/1966 prescindindo, para a sua aplicação, de que haja prejuízo ao Erário, sobretudo por se tratar de obrigação acessória em que as informações devem ser prestadas na forma e prazo estabelecidos pela Receita Federal. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES FORA DO PRAZO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Não há que se falar em denúncia espontânea de obrigação acessória se a norma em comento tem como finalidade a prestação de informações na forma e, sobretudo, no prazo fixado pela legislação, prazo esse que não seria observado se se considerar que a prestação de informações fora do prazo configuraria denúncia espontânea. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 05/04/2006 a 15/01/2009 MULTA REGULAMENTAR. DIREITO ADUANEIRO. AGENTE MARÍTIMO E TRANSPORTADOR. LEGITIMIDADE PASSIVA A legislação prevê que o agente marítimo, assim como o transportador internacional, respondem solidariamente por quaisquer infrações que tenham concorrido para a prática, solidariamente, sendo, pois, o agente parte legítima a figurar no pólo passivo de auto de infração. MULTA REGULAMENTAR. DIREITO ADUANEIRO. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES FORA DO PRAZO. A multa por prestação de informações fora do prazo encontrase prevista na alínea "e", do inciso IV, do artigo 107 do DecretoLei n 37/1966 prescindindo, para a sua aplicação, de que haja prejuízo ao Erário, sobretudo por se tratar de obrigação acessória em que as informações devem ser prestadas na forma e prazo estabelecidos pela Receita Federal. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES FORA DO PRAZO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Não há que se falar em denúncia espontânea de obrigação acessória se a norma em comento tem como finalidade a prestação de informações na forma e, sobretudo, no prazo fixado pela legislação, prazo esse que não seria observado se se considerar que a prestação de informações fora do prazo configuraria denúncia espontânea. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 1. 00 01 26 /2 01 0- 26 Fl. 76DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA 2 Acordam os membros do colegiado, negar provimento ao Recurso Voluntário. Antonio Carlos Atulim Presidente. Luiz Rogério Sawaya Batista Relator. Luiz Rogério Sawaya Batista Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da Turma), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaya Batista (relator), Ivan Allegretti, Paulo Roberto Stocco Portes. Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado em razão do descumprimento da obrigação acessória de prestar as informações dos dados de embarque de mercadorias para exportação, no Siscomex, no prazo estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, de acordo com o que dispõe o art. 107, inciso IV, alínea "e", do Decretolei 37, de 1966, com a redação dada pelo art. 77 da Lei 10.833, de 2003. Conforme consta na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 04/07), a apuração da infração dáse a cada viagem do veiculo transportador em que tenha havido o registro de dados de embarque fora do prazo estipulado pela RFB, cujas cargas estão amparadas nas Declarações de Despacho de Exportação — DDEs constantes da relação de fl. 12, na qual também consta os nomes dos navios, as datas dos embarques, as datas dos fatos geradores e as datas dos registros dos respectivos dados, extraídos das consultas ao sistema Siscomex. A Fiscalização ressalta que não é determinante para o cálculo do valor da multa a quantidade de despachos de exportação cujos dados de embarques não foram informados tempestivamente. Informa que as informações foram registradas pelo autuado após o prazo de sete dias estabelecido no art. 37 da Instrução Normativa SRF n° 28, de 1994, com a redação dada pela IN SRF n° 510, de 2005. De acordo com o DecretoLei 37/1966, art. 107, IV, e); deixar de prestar informação sobre veiculo transportador ou carga nele transportada ou suas operações nos prazos estabelecidos pela RFB enseja multa de R$ 5.000,00. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10921.000126/201026 Acórdão n.º 3403003.252 S3C4T3 Fl. 8 3 "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: • (DecretoLei 37/1996 com redação dada pela Lei n° 10.833, de 29.12.2003) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Decretolei 37/1996 com redação dada pela Lei no 10.833, de 29.12:2003) e) por deixar de prestar informação sobre veiculo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada & empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; Devidamente cientificada a Recorrente apresentou Impugnação, em que defende que não houve qualquer prejuízo arrecadatório, conforme exige o § 2° do art. 113 do Código Tributário Nacional (CTN), o qual prevê que a obrigação acessória é instituída no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. Alega que a multa não lhe alcança nos casos em que atuou como agente/mandatária da empresa transportadora. Afirma que a sua conduta encontrase amparada pelo beneficio da denúncia espontânea, na forma do art. 138 do CTN, já que as informações foram prestadas pela própria impugnante antes de qualquer procedimento administrativo ou medida fiscalizatória neste sentido. Alega que a intenção do legislador foi punir aquelas situações em que a falta de informações do transportador efetivamente causa algum embaraço à fiscalização, legitimando a sua cobrança, o que não ocorreu no caso em tela, pois somente houve o atraso na prestação das informações e que posteriormente foram prestadas espontaneamente. A DRJ decidiu que a Recorrente, mesmo na condição de agente marítimo representa o transportador estrangeiro, inclusive emitindo conhecimentos de embarque e fazendolhe as vezes, informando no Siscomex os dados relativos à mercadoria exportada. Aliás, descreve a DRJ que a Recorrente atuou também como empresa de navegação, em alguns dos transportes relacionados, além de, em todos, ter atuado como agência de navegação. Ora, o representante, no Pais, do transportador estrangeiro, segundo a DRJ, como é o caso da Recorrente, é expressamente designado responsável solidário pelo pagamento do imposto de importação nos casos em que se opera a transferência de responsabilidade pelo pagamento desse imposto, nos termos do inciso II do parágrafo único do art. 32 do DecretoLei n° 37, de 1966, com redação dada pelo DecretoLei n' 2.472, de 1988. Da mesma forma, a responsabilidade de quem representa o transportador é expressa nos termos do inciso I do art. 95 do mesmo diploma legal, já que respondem pela infração, conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para a sua prática, ou dela se beneficie. Ainda, a Instrução Normativa RFB n° 800, de 27 de dezembro de 2007, ao tratar desta questão em seus artigos 4° e 5°, veio a corroborar expressamente que a empresa de navegação é representada no Pais por agência de navegação, também denominada agência marítima e que as referências normativas ali postas ao transportador abrangem a sua representação por agência de navegação ou por agente de carga. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA 4 A DRJ decidiu que a multa encontrase prevista legalmente, mais especificamente, no artigo 107, inciso IV, alínea 'e', do Decretolei n° 37/1966, com a redação dada pela Lei n° 10.833/2003. E que o artigo 37 da IN RFB n 28/1994, assim dispõe: A DRJ ainda decidiu que a penalidade encontrase prevista em Lei, sendo que o simples descumprimento da obrigação acessória constitui hipótese de sua aplicação, ressaltando inclusive que a responsabilidade tributário é objetiva. E quanto ao artigo 138, alegado pela Recorrente, a DRJ decidiu que a denúncia espontânea não alcança as penalidades aplicadas em razão do cumprimento intempestivo de obrigações acessórias autônomas. Pois a obrigação consiste em registrar no Siscomex na forma e no prazo estabelecidos, de modo que o registro feito posteriormente não caracteriza a denúncia espontânia, mas sim a conduta infracional. O raciocínio da Recorrente retiraria qualquer eficácia da norma, visto que objetiva o registro na forma e no prazo assinados pela legislação. Dessa forma, a DRJ julgou improcedente a Impugnação, motivo pelo qual a Recorrente apresentou Recurso Voluntário em que repisa os seus argumentos. É o Relatório. Voto Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista Sobre a preliminar arguida pela Recorrente, além dela figurar como transportadora em determinados casos, conforme relação constante no processo administrativo, o simples fato dela atuar como agente marítimo, representante da transportadora internacional, não faz com que ela não possa figurar no pólo passivo do auto de infração. Fl. 79DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10921.000126/201026 Acórdão n.º 3403003.252 S3C4T3 Fl. 9 5 Pelo contrário! A responsabilidade do representante do transportador encontrase prevista no inciso I, do artigo 95 do DecretoLei n 37/1966, respondendo pela infração, conjunta ou isoladamente, quem quer que concorra para a sua prática: Art.95 Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; II conjunta ou isoladamente, o proprietário e o consignatário do veículo, quanto à que decorrer do exercício de atividade própria do veículo, ou de ação ou omissão de seus tripulantes; III o comandante ou condutor de veículo nos casos do inciso anterior, quando o veículo proceder do exterior sem estar consignada a pessoa natural ou jurídica estabelecida no ponto de destino; IV a pessoa natural ou jurídica, em razão do despacho que promover, de qualquer mercadoria. V conjunta ou isoladamente, o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso da importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) VI conjunta ou isoladamente, o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora. Dessa forma, a Recorrente é sim parte legítima a figurar no pólo passivo do auto de infração e no processo administrativo fiscal, tendo sido ela quem concorreu para a prática da infração. Com efeito, a multa aplicada sobre a Recorrente encontrase devidamente prevista na legislação, que, a seu turno, expressamente dispõe que a Secretaria da Receita Federal fixará a forma e o prazo estabelecidos para a prestação de informações, in verbis: "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: • (DecretoLei 37/1996 com redação dada pela Lei n° 10.833, de 29.12.2003) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Decretolei 37/1996 com redação dada pela Lei no 10.833, de 29.12:2003) e) por deixar de prestar informação sobre veiculo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada & empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; O prazo para a prestação de informações encontrase previsto no artigo 37 da IN SRF n 28/1994, que dispõe o seguinte: Fl. 80DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA 6 Observese que o dispositivo legal em comento não prevê hipótese de relevação da multa por eventual não prejuízo ao Erário, não sendo esta uma condição para que a multa venha ou não a persistir no presente caso. Relativamente ao instituto da denúncia espontânea, entendo que o artigo 138 do Código Tributário Nacional poderia permitir, em determinados casos, a exclusão da responsabilidade mesmo nos casos de obrigação acessória, posto que o dispositivo estabelece que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea.: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Contudo, não me parece a hipótese do presente caso, em que houve a prestação de informações fora do prazo legal, sendo este prazo justamente o fim almejado pelo dispositivo legal, de modo que a Aduana possa ter no Siscomex as informações atualizadas, de acordo com os parâmetros fixados. A denúncia espontânea, nessa hipótese, retiraria a eficácia da norma, obrigando a criação de um sistema de emissão de penalidades assim que o prazo fosse ultrapassado, caso contrário seriam poucos os contribuintes que observariam o prazo fixado pela legislação. Ante o exposto, nego provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10921.000126/201026 Acórdão n.º 3403003.252 S3C4T3 Fl. 10 7 (assinado digitalmente) Luiz Rogério Sawaya Batista Fl. 82DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA
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Numero do processo: 10680.723149/2010-92
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo assim ser observadas as regras do Código Tributário Nacional - CTN. Tratando-se de auto de infração por descumprimento de obrigação acessória, onde não há pagamentos a homologar, aplica-se o disposto no artigo 173, I do referido código para apuração do período decadencial.
Com a ciência da autuação em 14.09.2010, não há que se falar em decadência a ser reconhecida.
DEIXAR A EMPRESA DE ARRECADAR, MEDIANTE DESCONTO DAS DEMUNERAÇÕES, AS CONTRIBUIÇÕES DE SEGURADOS A SEU SERVIÇO.
A empresa é obrigada a arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, conforme previsto na lei nº 8.212, de 24.07.91, art. 30, inciso I, alínea "a" e Lei n. 10.666, de 08.05.03, art. 4º, caput.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-003.794
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Oséas Coimbra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Ricardo Magaldi Messetti.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Ricardo Magaldi Messetti.
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PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo assim ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Tratandose de auto de infração por descumprimento de obrigação acessória, onde não há pagamentos a homologar, aplicase o disposto no artigo 173, I do referido código para apuração do período decadencial. Com a ciência da autuação em 14.09.2010, não há que se falar em decadência a ser reconhecida. DEIXAR A EMPRESA DE ARRECADAR, MEDIANTE DESCONTO DAS DEMUNERAÇÕES, AS CONTRIBUIÇÕES DE SEGURADOS A SEU SERVIÇO. A empresa é obrigada a arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, conforme previsto na lei nº 8.212, de 24.07.91, art. 30, inciso I, alínea "a" e Lei n. 10.666, de 08.05.03, art. 4º, caput. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 31 49 /2 01 0- 92 Fl. 1059DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10680.723149/201092 Acórdão n.º 2803003.794 S2TE03 Fl. 3 2 assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Ricardo Magaldi Messetti. Fl. 1060DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10680.723149/201092 Acórdão n.º 2803003.794 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o auto de infração lavrado, por ter a empresa deixado de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados em razão de pagamentos de mensalidades de curso de Graduação e Pós Graduação e diárias de viagem que excederam 50% da remuneração dos empregados, considerados como salário de contribuição. O r. acórdão – fls 1005 e ss, conclui pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo o auto de infração lavrado. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário, alegando, em síntese, o seguinte: · Decadência parcial · Os valores pagos a título de bolsas de estudo de curso superior não constituem em fato gerador de contribuição previdenciária. · A profissão dos empregados da Recorrente é regulamentada pelo Decreto n° 1.232/1962 que, no que concerne ao pagamento de diárias, disciplina que essas, por força de lei, não integram o salário qualquer que seja o percentual aferido segundo a exegese dos parágrafos 1o e 2o de seu artigo 175. Ainda com relação a esse tópico, a Recorrente demonstrou, em sede de impugnação, que alguns dos empregados relacionados pela Auditora Fiscal como beneficiários dos pagamentos de diárias que excederam 50% (cinquenta por cento) da remuneração receberam tal pagamento em caráter eventualíssimo, o què afasta a incidência da contribuição previdenciária por força do disposto no artigo 28, § 9o, alínea "e", item 7 da Lei n° 8.212/1991. · Requer o provimento do recurso, com o cancelamento da autuação e, caso assim não entenda, pelo reconhecimento da decadência dos períodos anteriores à 14.09.2005. É o relatório. Fl. 1061DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10680.723149/201092 Acórdão n.º 2803003.794 S2TE03 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Oséas Coimbra O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. DA DECADÊNCIA O auto de infração foi entregue ao contribuinte em 14/09/2010 em razão da ausência de arrecadação, mediante desconto das remunerações, das contribuições dos segurados empregados, período 01/01/2005 a 31/12/2005. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Uma vez não sendo mais possível a aplicação do art. 45 da Lei n º 8.212, há de se observar as regras previstas no CTN. Tratandose de auto de infração, sem pagamentos a homologar, deve ser aplicada, em relação à decadência, a regra trazida pelo artigo 173, I do CTN, que transcrevemos. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Por fim, tal matéria foi submetida ao crivo da 1ª. Seção do Superior Tribunal de Justiça, através de Recurso Especial representativo de controvérsia – RESP 973.733, conforme art. 543C do normativo processual e, segundo a nova redação do art. 62A do Regimento interno do CARF, de reprodução obrigatória pelos Conselheiros. Reproduzimos excerto da ementa: 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de. desarrazoado prazo decadencial decenal(...) grifamos Fl. 1062DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10680.723149/201092 Acórdão n.º 2803003.794 S2TE03 Fl. 6 5 _________________ Também os EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 674.497 PR (2004/01099782), DJe 26/02/2010: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. Consoante as regras retrocitadas, não há que se falar em decadência a ser considerada. DAS DIÁRIAS PAGAS. FATO GERADOR CONSIDERADO A lei 8212/91 disciplina a matéria. Art. 28 (...) § 8º Integram o saláriodecontribuição pelo seu valor total: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). a) o total das diárias pagas, quando excedente a cinqüenta por cento da remuneração mensal; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração mensal; Fl. 1063DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10680.723149/201092 Acórdão n.º 2803003.794 S2TE03 Fl. 7 6 O relatório fiscal acostado aos autos do processo 10680723143201015, DEBCAD: 37.232.0155, detalha as parcelas lançadas como diárias e consideradas como salário de contribuição. 6. A empresa apresentou A fiscalização os relatórios de despesas de viagem, nos quais consta, de forma discriminada, os valores pagos referentes a TRANSPORTE, ALIMENTAÇÃO, DIÁRIAS E OUTROS. Os valores pagos a titulo de DIÁRIAS eram fixos sem haver exigência de comprovação das despesas efetuadas pelos empregados. Ou seja, a empresa não cobrava a prestação de contas dos valores adiantados como DIÁRIAS, por conta das despesas a serem feitas e não havia restituição dos valores que não foram comprovadamente gastos, revelando que a parcela paga não tinha natureza ressarcitória, caracterizandose mesmo como DIÁRIA e não como despesa de viagem. 7. Para que os valores pagos aos empregados a titulo de diárias se excluam do campo de incidência da contribuição previdenciária, fazse necessário que sejam correspondentes a até 50% da remuneração do empregado. No caso de ultrapassarem esse limite, as diárias integrarão o saláriode contribuição pela sua totalidade, conforme estabelecido pela Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 28 I, §§ 8° e 9 0 , letra "h". 8. Para a apuração da basedecálculo mensal da contribuição previdenciária incidente sobre as parcelas pagas aos empregados referentes As diárias, foram considerados os pagamentos contabilizados na conta 41110001 — DIÁRIAS, extraídos do arquivo digital, autenticado sob o no a7dedb90 b1bbf33f42e8c5504c102aed no Sistema de Validação e Autenticação de Arquivos DigitaisSVA, deduzindose os valores estornados pela empresa conforme detalhado no ANEXO IV. 9. Atendendo A solicitação fiscal, a empresa elaborou planilha detalhando por competência e por filial, os valores relativos As diárias pagas a cada empregado. 10. Os valores relativos ao presente levantamento não foram incluídos pela empresa na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação Previdência Social GFIP. A recorrente alega que o §1º do art.17 do Decreto nº 1.232/1962, referente aos aeroviários, afasta a aplicação da lei 8212/91. Transcrevo decreto. Art 17. O salário é contraprestação do serviço. § 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, com as percentagens, gratificações ajustadas, abonos, excluídas ajuda de custo e diárias, quando em viagem ou em serviço fora da base. Fl. 1064DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10680.723149/201092 Acórdão n.º 2803003.794 S2TE03 Fl. 8 7 Sem razão a mesma. Não há que se confundir os conceitos envolvidos. O decreto 1232/62 se refere às parcelas que integram a contrapestação do serviço em relação ao empregador e empregado, com os devidos reflexos da relação laboral, como 13o. salário, férias, etc.. A lei 8212/91, específica das contribuições à seguridade social, é clara ao determinar que as diárias excedentes a cinqüenta por cento da remuneração mensal é base de cálculo do tributo lançado, não havendo em se falar em choque normativo. Cada diploma legal tem o seu campo de atuação com os respectivos reflexos trabalhistas e tributários. Do que posto, correto o posicionamento da fiscalização enquadrando os valores pagos superiores a cinqüenta por cento da remuneração na competência, como salário de contribuição. Demonstrado o caráter remuneratório das verbas, a falta de arrecadação das contribuições dos segurados, mediante desconto nas remunerações, constitui infração à legislação previdenciária Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 30, inciso I, alínea "a", e alterações posteriores, Lei n. 10.666, de 08.05.03, art. 4., "caput" e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99, art. 216, inciso I, alínea "a". A multa aplicada é a determinada pela legislação em vigor, em especial na lei nº. 8.212, de 24.07.91, art. 92 e art. 102 e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99, art. 283, inciso I, alínea "g" e art. 373, de valor fixo, não variando em razão do número de descontos não efetuados. Apenas um desconto não efetuado é suficiente a justificar o auto lavrado. A atividade tributária é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais, sendolhe vedada a discricionariedade de aplicação da norma quando presentes os requisitos materiais e formais para a autuação. A penalidade aplicada encontra fundamento nos dispositivos legais retrocitados e foi corretamente aplicada pela autoridade fiscal, encontrandose livre de vícios. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negolhe provimento. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Fl. 1065DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10680.723149/201092 Acórdão n.º 2803003.794 S2TE03 Fl. 9 8 Fl. 1066DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
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Numero do processo: 10880.979186/2009-63
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 31 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 14/03/2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ.
Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.558
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo
(assinado digitalmente)
Flávio De Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo (assinado digitalmente) Flávio De Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 97 91 86 /2 00 9- 63 Fl. 31DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.979186/200963 Acórdão n.º 3801004.558 S3TE01 Fl. 4 2 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: Trata o presente processo de Declaração de Compensação (fls. 01 e 02) relativa ao pagamento indevido ou maior de PIS/PASEP cód. 8109, no montante de R$ 14,09, ocorrido em 14/03/2003, com débito próprio de PIS cód. 8109. A DCOMP em tela, transmitida pela interessada em 16/11/2005, foi analisada de forma eletrônica pelo sistema de processamento da Receita Federal do Brasil RFB que emitiu o Despacho Decisório de fl. 03, assinado pelo titular da unidade de jurisdição da requerente, que não homologou a compensação declarada por inexistência do crédito. Segundo o Despacho Decisório o pagamento indicado não possui saldo disponível para compensação, visto que foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte. Inconformado, o contribuinte por meio de seu representante legal, impugnou o despacho decisório manifestando a sua inconformidade às fls. 07, na qual deduz as alegações a seguir discriminadas A requerente tem como objeto social o transporte rodoviário de cargas e na execução desses serviços seus veículos estão sujeitos ao pagamento de pedágio nas diversas estradas brasileiras. Por força do artigo 2o da Lei n° 10.209/2001, o valor do vale pedágio não é considerado receita operacional ou rendimento tributável da empresa não constituindo base de incidência de contribuições social ou previdenciarias. Portanto os valores recebidos a título de pedágio pela Requerente, obrigatoriamente destacados no campo especifico do conhecimento de transporte rodoviário, conforme prevê o § único do mesmo artigo 2o da Lei n° 10.209/2001, não deveriam ter composto a base de cálculo do PIS, COFINS, CSLL e IRPJ. Ocorre que por desconhecimento até então pela Requerente desse fato, os valores relativos ao pedágio vinham sendo considerados como receita da empresa e, conseqüentemente, incluídos na base de calculo de PIS, COFINS, CSLL e IRPJ. Tendo tomado conhecimento da não incidência dos impostos federais sobre os valores recebidos a título de pedágio, a Requerente efetuou levantamento dos valores pagos a maior relativos ao prazo prescricional, e efetuou pedido de restituição conforme PER/DCOMP n° 428685125 7.141 I 05.1.2. 048768,, relativo ao período de apuração fev/2003. Nesse período, Fl. 32DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.979186/200963 Acórdão n.º 3801004.558 S3TE01 Fl. 5 3 conforme poderá ser constatado pela planilha anexa, foram destacados nos conhecimentos de transporte o valor correspondente a R$ 2.167,65, relativo ao pedágio, valor esse que não deveria ter integrado a base de cálculo do imposto. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 14/03/2003 DCOMP PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova não é suficiente para afastar a exigência do débito decorrente de compensação não homologada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte apresentou recurso voluntário repisando, na essência, as razões apresentadas por ocasião da manifestação de inconformidade, solicitando ainda que o julgamento seja transformado em diligência, a fim de que sejam devidamente comprovadas todas as alegações da Recorrente. É o Relatório. Fl. 33DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.979186/200963 Acórdão n.º 3801004.558 S3TE01 Fl. 6 4 Voto Conselheiro Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. A recorrente sustenta que o seu direito creditório decorre da apuração do PIS e da Cofins que teriam sido pagos a maior. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. Diante da inexistência do crédito, a compensação declarada não foi homologada. Por certo, a análise automática do crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior pleiteado em restituição ou utilizado em declaração de compensação é realizada considerando o saldo disponível do pagamento nos sistemas de cobrança, não se verificando efetivamente o mérito da questão, o que será viável somente a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. A recorrente alega que o crédito em debate teve origem na inclusão na base de cálculo de PIS e COFINS de valores recebidos a título de pedágio pela Requerente mas que por força do artigo 2° da Lei n.° 10.209/2001 não é considerado como receita operacional ou rendimento tributável da empresa, não constituindo base de incidência de contribuições sociais ou previdenciárias. De fato, o Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002, que regulamenta a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelas pessoas jurídicas em geral, previa a exclusão da receita bruta das empresas transportadoras de carga do valor recebido a título de ValePedágio instituído pela Lei nº 10.209, de 2001, in verbis: Art. 34. As empresas transportadoras de carga, para efeito da apuração da base de cálculo das contribuições, podem excluir da receita bruta o valor recebido a título de ValePedágio, quando destacado em campo específico no documento comprobatório do transporte (Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001, art. 2º , alterado pelo art. 1º da Lei nº 10.561, de 13 de novembro de 2002). Parágrafo único. As empresas devem manter em boa guarda, à disposição da SRF, os comprovantes de pagamento dos pedágios cujos valores foram excluídos da base de cálculo. No entanto, a Recorrente não trouxe aos autos elementos suficientes para comprovar a origem do seu crédito. Não apresentou nenhuma prova do seu direito creditório, em especial, a escrituração fiscal e contábil do período de apuração em que se pleiteou o crédito ou mesmo cópia dos conhecimentos de transporte, nos quais estivessem destacados os Fl. 34DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.979186/200963 Acórdão n.º 3801004.558 S3TE01 Fl. 7 5 valores recebidos do ValePedágio, conforme prevê o artigo 2° da Lei n.° 10.209/2001. Se limitou, tãosomente, a apresentar uma planilha na qual estaria a relação dos conhecimentos de transporte onde os valores de pedágio foram destacados, porém sem nenhum documento que a embasasse. Apesar da prevalência do princípio da Verdade Material no âmbito do processo administrativo, o pedido de diligência da requerente deveria estar acompanhado dos elementos que pudéssemos considerar como indícios de prova dos créditos alegados e necessários para que o julgador possa aferir a pertinência dos argumentos apresentados, o que não se verifica no caso em tela. A mera inércia da requerente não pode ser suprida por diligência. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (...) Assim, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, falta ao crédito indicado pelo contribuinte certeza e liquidez, que são indispensáveis para a compensação pleiteada. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, para NÃO HOMOLOGAR o pedido de compensação. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 35DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10980.729396/2012-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007, 2008
INTIMAÇÃO. RESULTADO DE DILIGÊNCIA.
Não cabe a intimação do contribuinte de diligência que teve como único objetivo a substituição de folhas ilegíveis, as quais já constavam do processo original, e foram produzidas pelo contribuinte.
CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Não há cerceamento do direito de defesa quando os relatórios integrantes da autuação oferecem ao contribuinte as informações relevantes para sua defesa. Resta confirmado que não ocorreu cerceamento de defesa quando o contribuinte apresenta peça de defesa, na qual demonstra conhecer plenamente os fatos que lhe foram imputados.
IRPF. BENEFÍCIO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. TRIBUTAÇÃO.
Quando restar caracterizado que o contribuinte auferiu benefício econômico, que não se enquadra em renda isenta ou não-tributável, em razão de operações entre empresas do grupo, do qual é sócio, cabe tributação pelo imposto sobre a renda da pessoa física.
Numero da decisão: 2201-002.551
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade por ausência de intimação do resultado da diligência e por cerceamento de direito de defesa. No mérito, por unanimidade de votos, negar provimento aos Recursos de Ofício e Voluntário.
Assinado Digitalmente
MARIA HELENA COTTA CARDOZO - Presidente.
Assinado Digitalmente
NATHÁLIA MESQUITA CEIA - Relatora.
EDITADO EM: 27/10/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUILHERME BARRANCO DE SOUZA (Suplente convocado), FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, NATHALIA MESQUITA CEIA, EDUARDO TADEU FARAH. Ausente, justificadamente, o Conselheiro GUSTAVO LIAN HADDAD.
Nome do relator: NATHALIA MESQUITA CEIA
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RESULTADO DE DILIGÊNCIA. Não cabe a intimação do contribuinte de diligência que teve como único objetivo a substituição de folhas ilegíveis, as quais já constavam do processo original, e foram produzidas pelo contribuinte. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não há cerceamento do direito de defesa quando os relatórios integrantes da autuação oferecem ao contribuinte as informações relevantes para sua defesa. Resta confirmado que não ocorreu cerceamento de defesa quando o contribuinte apresenta peça de defesa, na qual demonstra conhecer plenamente os fatos que lhe foram imputados. IRPF. BENEFÍCIO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. TRIBUTAÇÃO. Quando restar caracterizado que o contribuinte auferiu benefício econômico, que não se enquadra em renda isenta ou nãotributável, em razão de operações entre empresas do grupo, do qual é sócio, cabe tributação pelo imposto sobre a renda da pessoa física. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade por ausência de intimação do resultado da diligência e por cerceamento de direito de defesa. No mérito, por unanimidade de votos, negar provimento aos Recursos de Ofício e Voluntário. Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 93 96 /2 01 2- 80 Fl. 543DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 27/10/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Assinado Digitalmente NATHÁLIA MESQUITA CEIA Relatora. EDITADO EM: 27/10/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUILHERME BARRANCO DE SOUZA (Suplente convocado), FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, NATHALIA MESQUITA CEIA, EDUARDO TADEU FARAH. Ausente, justificadamente, o Conselheiro GUSTAVO LIAN HADDAD. Relatório Por meio Auto de Infração de fls. 390 a 404, lavrado em 12/12/2012, exigese do Contribuinte ORIOVISTO GUIMARÃES, o montante de R$ 5.383.473,25 a título de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), R$ 1.981.388,58 de juros de mora e R$ 4.037.604,94 de multa de ofício, totalizando R$ 11.402.466,77 (atualizados até a data da autuação) referente aos anos calendário de 2007 e 2008. O lançamento decorreu em razão de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica (rendimentos do trabalho com vínculo empregatício). De acordo com a fiscalização, o Contribuinte é sócio, conjuntamente com outras pessoas físicas, do Centro Superior de Estudos Positivo CESPO, sociedade integrante de um grupo de empresas (SOCIEDADE EDUCACIONAL POSITIVO LTDA, EDITORA POSITIVO LTDA e GRÁFICA E EDITORA POSIGRAF S.A,), onde é adotado um sistema de administração centralizada de caixa que consiste nos recebimentos e repasses de valores entre as empresas do grupo, reportados na contabilidade. Ao final de cada mês, se o saldo contábil fosse credor para a empresa, era firmado um “instrumento de assunção de dívida”, pelo qual o sócio (Contribuinte) assumia a dívida que essa empresa (no caso, a CESPO) detinha em face de outra empresa do grupo. Daí, o sócio (Contribuinte) passava a ser credor da CESPO e devedor da outra empresa que apresentava o crédito. Quando havia quitação do valor (com recibos assinados), o saldo contábil credor que a CESPO mantinha junto ao Contribuinte era reduzido. Desta feita, por entender a fiscalização que os valores assumidos a título de dívida pelo Contribuinte (sócio) representavam benefício ao Contribuinte, enquadrou os mesmos como rendimentos recebidos por pessoa jurídica e lançou o imposto com base na tabela progressiva. O Contribuinte foi cientificado do lançamento em 19/12/2012 (fls. 405) e apresentou Impugnação (fls. 408 a 433) tempestiva em 18/01/2013, sustentando: · o sobrestamento do presente processo até a conclusão do Processo Administrativo nº 10980.724013/201104, arguindo que, conforme descreve a fiscalização, o presente auto de infração decorre da ação fiscal efetuada na empresa CENTRO DE ESTUDOS Fl. 544DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 27/10/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10980.729396/201280 Acórdão n.º 2201002.551 S2C2T1 Fl. 3 3 SUPERIORES POSITIVO – CESPO, que resultou em exigência de contribuição previdenciária patronal, sob o fundamento de que teria efetuado o pagamento de remunerações aos sócios ORIOVISTO GUIMARÃES, CIXARES LIBERTO VARGAS, RENATO RIBAS VAZ, SAMUEL RAMOS LAGO e RUBEN T. FORMIGUIERI. Aduz que, naquele processo administrativo, foi explicado que os valores recebidos pelos sócios são oriundos da quitação de contratos de assunção de dívida da CESPO, concluindo que, se houver decisão favorável à empresa naquele processo, a presente autuação perderá o seu objeto. Ressalta a importância do resultado daquele litígio, para que não haja decisões conflitantes. · que a fiscalização não aponta com precisão qual o enquadramento correto que se deve dar aos valores recebidos pelos sócios da empresa CESPO, generalizando e indicando inúmeras possibilidades que sustentariam a exigência do imposto · que os valores constituiriam remuneração a qualquer título, seja pro labore ou qualquer outra classificação que conduza à sujeição ao imposto de renda, salientando que não há que se falar em vínculo empregatício em relação ao sócio, o que pressuporia subordinação, aduzindo que a fiscalização confunde pagamento de dívidas com pro labore, que diz ser a “pior hipótese possível em termos de remuneração”. · que a empresa CESPO tinha dívidas com as empresas SOCIEDADE EDUCACIONAL POSITIVO LTDA, EDITORA POSITIVO LTDA e GRÁFICA E EDITORA POSIGRAF S.A, dívidas essas que foram assumidas pelos sócios, dentre os quais o Contribuinte, conforme contratos apresentados à fiscalização e que já constam dos autos. Esclarece que, em contrapartida à assunção da dívida, houve o lançamento de crédito em conta corrente em nome dos sócios, perante a empresa CESPO, tendo as operações sido devidamente contabilizadas. · que no caso concreto, foram cumpridos todos os pressupostos, consistentes na existência e validade da obrigação transferida (instrumentos particulares válidos), substituição do devedor com permanência na substância do vínculo obrigacional e a concordância do credor. Destaca, por outro lado, que não há na legislação dispositivo que desobrigue o devedor originário em relação aos “assuntores da dívida”. · que a CESPO não tinha condições de honrar a dívida com as empresas, tendo acordado com seus sócios o cumprimento do encargo, subrogandose a todos os direitos e obrigações concernentes à operação; que posteriormente, houve a quitação da dívida, por meio de pagamentos aos sócios, considerando restar demonstrada a inexistência de irregularidade nas operações realizadas, não tendo os valores a natureza de pro labore, que conceitua como sendo os valores pagos ou creditados aos sócios, diretores ou administradores das empresas, a título de remuneração, tendo como principal característica o fato de ser uma retirada fixa mensal, acrescentando que não pode a fiscalização alterar a norma de direito privado, porquanto vedado pelo art. 110 do Código Tributário Nacional (CTN). · que os documentos contábeis da empresa gozam de presunção de veracidade e legitimidade e que, no caso, não há prova hábil apresentada pela fiscalização capaz de anular a operação ou descaracterizar sua natureza. Considera que não ocorreu o fato gerador do imposto e que a exigência encontrase embasada em mera presunção, que está elidida pelos documentos juntados aos autos, ilustrando a hipótese com jurisprudência administrativa. · que os valores movimentados nos anos de 2007 e 2008 em face das operações alegadas, cotejandoos com os valores apontados pelo fisco, demonstram que o auto de infração originouse das quitações das dívida assumidas, que não ensejam o pagamento de imposto de renda. · que a multa de ofício de 75% é confiscatória. · que a exigência de juros sobre a multa de ofício é descabida. Fl. 545DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 27/10/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 A 4ª Turma da DRJ/CTA, em 23/03/2013, em decisão de fls. 461 a 474, julgou a Impugnação procedente em parte para cancelar a exigência de R$ 3.939.082,80 de imposto, além da multa de ofício e dos acréscimos correspondentes, por entender que não restou comprovado que o Contribuinte se beneficiou em face das dívidas assumidas junto a CESPO. A decisão resta resumida abaixo em sua ementa: PEDIDO DE SOBRESTAMENTO. RAZÕES APONTADAS NÃO COMPROVADAS. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. As razões suscitadas na impugnação devem ser comprovadas e, mesmo em tese, no que se refere a pedido de sobrestamento, não há previsão legal que vincule o curso de um processo administrativo a outro relativo a uma imposição de natureza diversa e a sujeito passivo distinto, ainda que tratem de matérias que apresentem alguma espécie de conexão. CONTRATOS DE ASSUNÇÃO DE DÍVIDA. BENEFÍCIO AUFERIDO PELA PESSOA FÍSICA. FALTA DE CARACTERIZAÇÃO. À míngua da caracterização de benefício auferido pela pessoa física, descabe considerar como tributáveis para fins de apuração de imposto de renda os valores das dívidas assumidas de pessoas jurídicas. VALORES RECEBIDOS. ALEGAÇÃO DE DEVOLUÇÃO DE DÍVIDAS ASSUMIDAS. PROVA DE QUITAÇÃO ANTERIOR. Para que os valores efetivamente recebidos sejam reconhecidos como sendo decorrentes de devolução de dívidas assumidas perante terceiros, há que se comprovar a prévia entrega de recursos equivalentes. MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL. PREVISÃO LEGAL. A multa aplicada no lançamento de ofício é decorrente de previsão legal expressa, não lhe sendo oponíveis, em sede administrativa, arguições de ofensa a princípios constitucionais. O Contribuinte foi notificado da decisão em 07/05/2013 (fls. 478), tendo apresentado Recurso Voluntário tempestivo em 31/05/2013 (fls. 483 a 499) alegando, em síntese que: · a liquidação da dívida junto as demais empresas do grupo foi devidamente comprovada com base nos registros contábeis apresentados nos documentos 06 e 07 do Auto de Infração. Afirma que os registros contábeis são prova idônea e cabal, não tendo sido os mesmos desconstituídos pela fiscalização. · a dívida junto as empresa credoras do grupo foi quitada com o rendimento recebidos a título de dividendos de períodos passados das referidas empresas e o crédito que mantinha junto a CESPO, em face da assunção de dívida, foi quitado com aporte de capital na CESPO. · a fiscalização não conseguiu enquadrar a suposta infração em um determinado dispositivo legal, lançando mão de diversas argumentações distintas para justificar a tributação do referido valor. Defende que não há que se perquirir a tributação dos valores em questão, pois os mesmos não são rendimentos. Continua no sentido que a fiscalização confunde a enquadrar liquidação de dívida com pagamento de rendimentos. Em razão da parcela de crédito tributário exonerada, há encaminhamento de recurso necessário. Fl. 546DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 27/10/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10980.729396/201280 Acórdão n.º 2201002.551 S2C2T1 Fl. 4 5 A 1ª Turma Ordinária/2ª Câmara da Segunda Seção do CARF, em sessão de 18/03/2014, pela Resolução nº 2201000.179 (fls. 529 a 533), converteu o processo em diligência para que o órgão preparador tome as providências necessárias para juntar aos autos cópia legível das folhas 228, 229, 292 e 355 do PDF do presente processo. Em 10/06/2014, pelo Despacho de fl. 541 foi juntada a documentação que se encontrava ilegível no processo (fls. 537 a 540) e houve encaminhamento ao CARF para julgamento. O Contribuinte apresentou requerimento solicitando o adiamento do julgamento, em 03/10/2014, sob a alegação de não ter sido intimado do resultado da diligência. O requerimento de adiamento de julgamento foi indeferido pela Presidente da 1ª Turma Ordinária/2ª Câmara da Segunda Seção do CARF e recebido a título como Memoriais. É o relatório. Voto Conselheira Nathália Mesquita Ceia. O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto dele conheço. 1. RECURSO VOLUNTÁRIO 1.1. DAS PRELIMINARES 1.1.1 Da ausência de intimação da diligência Antes de adentrarmos no mérito, cabe uma análise quanto ao pleito do Contribuinte recebido em 03/10/2014, com efeito de Memoriais, acerca da necessidade de intimação do resultado da diligência para fins de manifestação. Em que pese o pedido do Contribuinte, entendo que o mesmo não deve prevalecer. Isso porque a diligência foi solicitada com vistas a efetuar a digitalização legível de documentos já existentes nos autos, não havendo produção de qualquer documentação que não fosse de conhecimento das partes (Fazenda Nacional e Contribuinte). Confirase trecho da conclusão da Resolução (fls. 537 a 540): Assim, diante do exposto, converto o presente processo em diligência para que o órgão preparador tome as providências necessárias para juntar aos autos cópia legível das folhas 228, 229, 292 e 355 do PDF do presente processo. Ademais, a referida prova foi inclusive próprio Contribuinte, não sendo prova nova ou juntada pela outra parte. Ou melhor, não houve a juntada de novos elementos aos autos. Fl. 547DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 27/10/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 Desta feita, entendo que não cabe amparo ao pleito do Contribuinte acerca da necessidade de intimação da diligência requerida. 1.1.2. Cerceamento de Defesa O Contribuinte alega que a fiscalização não conseguiu enquadrar a suposta infração em um determinado dispositivo legal, lançando mão de diversas argumentações distintas para justificar a tributação do referido valor. Defende que não há que se perquirir a tributação dos valores em questão, pois os mesmos não são rendimentos. Continua no sentido que a fiscalização confunde a enquadrar liquidação de dívida com pagamento de rendimentos. Por fim, requer a nulidade do Auto de Infração. Compulsando os autos, verificase que a intimação do Auto de Infração foi acompanhada das informações necessárias e razoáveis, à promoção da defesa perante a esfera administrativa tributária. A documentação dá conhecimento ao Contribuinte da exigência tributária e da descrição dos fatos que delimitam a autuação. Tanto é assim, que o Contribuinte conseguiu se defender das acusações que lhe estão sendo imputadas. Assim, pelos elementos constantes dos autos, entendo que fica sem fundamento a alegação de cerceamento do direito de defesa, na medida em que o Contribuinte, tanto na fase de autuação, quanto na fase impugnatória, teve oportunidade de carrear aos autos documentos, informações, esclarecimentos, no sentido de elidir a tributação contestada. Ademais, sobre a alegação do Contribuinte de que o enquadramento legal não corresponde à infração cometida, entendo que o relatório produzido pela fiscalização foi completo o bastante para o Contribuinte entender a autuação, bem como sua motivação com vistas a produzir a defesa adequada. Desta feita, entendo que o pleito do Contribuinte não deve prevalecer. Preliminar rejeitada. 1.2. DO MÉRITO O Contribuinte objetivando combater a parcela do crédito fiscal mantida pelo Acórdão da DRJ, alega que quitou a dívida mantida junto as demais empresas do grupo com lucros de períodos passados. Sendo assim, não houve benefício ou acréscimo patrimonial, pois apesar de ter recebido em espécie valores da CESPO pelo pagamento da dívida, quitou por outro lado a dívida que ele, Contribuinte, mantinha junto as demais empresas. Para tanto, anexou razão da conta “Lucros Acumulados” (período 2003 a 2006) demonstrando a distribuição de lucros aos sócios (Contribuinte). Pois bem. A fiscalização considerou na autuação todos os valores que foram debitados à conta de passivo da CESPO, cujos registros era o “contas a pagar ao Sr. Oriovisto Guimarães (Contribuinte)”, pois não considerou a assunção de dívida como válida e, portanto, a liquidação da dívida pela CESPO junto ao Contribuinte foi entendida como acréscimo patrimonial e, por isso, tributável. Não obstante o entendimento da fiscalização, o Acórdão da DRJ exonerou do crédito tributário a parcela dos débitos à conta de passivo da CESPO, cujos registros era o Fl. 548DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 27/10/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10980.729396/201280 Acórdão n.º 2201002.551 S2C2T1 Fl. 5 7 “contas a pagar ao Sr. Oriovisto Guimarães (Contribuinte)” que representavam uma liquidação de dívida do Contribuinte junto a CESPO. Essa segunda dívida existe, tendo em vista a gestão de caixa centralizada do grupo econômico, pelo qual todas as empresas, por fim, acabam sendo devedoras e credoras reciprocamente e, tais transações são assumidas nas pessoas dos sócios (Contribuinte). Por outro lado, a decisão da DRJ manteve a parcela dos débitos à conta de passivo da CESPO, cujos registros era o “contas a pagar ao Sr. Oriovisto Guimarães (Contribuinte)” que foram quitados em espécie. Isso porque restou comprovado o recebimento da dívida pelo Contribuinte, porém não houve comprovação de que o Contribuinte quitou a dívida que detinha com as demais empresas do grupo econômico. Desta feita, entendeu a DRJ que houve acréscimo patrimonial do Contribuinte, pois há benefício econômico, tendo em vista que recebeu o valor da dívida do qual era credor (CESPO), porém não comprovou que quitou a dívida que mantinha perante as demais empresas. Desta feita, não houve correspondência que justificasse o sistema de caixa centralizado. Com vistas a reverter esse posicionamento, o Contribuinte alegou que quitou as dívidas perante as demais empresas com o dividendos distribuídos em períodos anteriores. Contudo, em que pese a argumentação e os documentos carreados aos autos pelo Contribuinte, entendo que não restou comprovada a quitação da dívida que o Contribuinte mantinha junto as demais empresas do grupo. Logo, o sistema de gestão de caixa centralizado utilizado pelo grupo acaba por falhar, não mais sendo um sistema fechado, sem ganhos ou perdas, pois não há a correspondência do recebimento de um crédito à quitação da dívida. Houve o recebimento do crédito sem a contrapartida da quitação da dívida, fato que acaba por caracterizar um benefício ao Contribuinte, passível de tributação. O Contribuinte trouxe aos autos razão que demonstra as contas de Passivo das empresas demonstrando a assunção de dívida pelo Contribuinte, bem como junto razão da conta Lucros Acumulados, do período de 2003 a 2006, no qual se verifica que houve distribuição de lucros aos sócios. Porém, não houve comprovação da quitação da dívida que o Contribuinte mantinha com as demais empresas do grupo. Ou melhor, o Contribuinte não vinculou o recebimento dos lucros com a quitação da dívida. Também não apresentou transferência bancária que também pudesse comprovar essa quitação. E, também não apresentou a razão da conta do Ativo das empresas credoras dos sócios. Ou seja, não houve comprovação que a dívida perante as demais empresas foram quitadas. Desta feita, entendo, que em face da ausência de comprovação da correlação entre o crédito recebido pelo Contribuinte e a quitação da dívida que o mesmo mantinha junto as demais empresas do grupo econômico, restou caracterizado benefício do Contribuinte em face da utilização de caixa centralizado, passível de tributação. 2. RECURSO DE OFÍCIO O Recurso de Ofício ataca a parcela do crédito tributário desonerado pela DRJ em sua decisão referente aos valores sobre os quais careceu comprovação de que houve benefício do Contribuinte em face das dívidas assumidas de pessoas jurídicas. Fl. 549DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 27/10/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 8 A DRJ decidiu que a ausência de provas de que as dívidas não tenham sido quitadas esvazia o entendimento de que houve benefício ao Contribuinte que justifique tributação. Ou melhor, tendo em vista que o Contribuinte configurava “intermediário” no sistema de administração de caixa centralizado, sua participação visava equacionar a posição de contacorrente entre as empresas do grupo. Tal fato por si só não tem o condão de caracterizar benefício (rendimento) passível de tributação, pois ao passo que há a assunção de dívida por um lado (demais empresas do grupo), por outro lado há a manutenção de um crédito (junto a CESPO). Não há benefício ou perda para o Contribuinte nesse cenário. Confirase trecho da decisão da DRJ: “Concluise, nesse sentido, que as “assunções de dívida” não corresponderam a recursos transferidos pelas empresas às pessoas físicas, nem dessas àquelas, mas à interposição dos “sócios” nos ajustes dos saldos de movimentação de recursos, ao final de cada mês, entre as pessoas jurídicas.” Logo, como a fiscalização não logrou êxito em comprovar o benefício do Contribuinte, a DRJ decidiu por desonerar o crédito tributário referente aos valores que foram liquidados da dívida que a CESPO mantinha perante o Contribuinte em face de crédito que a CESPO detinha perante a CESPO em face de assunção de dívidas das outras empresas do grupo. Ao meu sentir, a decisão da DRJ restou acertada. Isso porque o fato de uma pessoa física, ainda que sócia de grupo de empresas, assumir dívidas e créditos perante as empresas não configura fato gerador do imposto de renda. Ou seja, não resta caracterizado um acréscimo patrimonial que justifique a tributação. A pessoa física não auferiu ganho nessa operação, pois ao passo que a sua dívida perante a CESPO era liquidada, o crédito que a CESPO detinha perante essa mesma pessoa física também era liquidado, há uma correspondência de valores. Logo, temse um sistema fechado, onde não há como ser apurado ganho/perda por qualquer das partes envolvidas. O fato de o Contribuinte assumir uma dívida em benefício de uma empresa do qual o mesmo é sócio e manter essa dívida não representa acréscimo ao patrimônio passível de tributação, pois ao passo que o Contribuinte registra uma dívida (junto às demais empresas), acaba por registrar um crédito junto a CESPO, equacionando sua posição patrimonial, sem ganhos ou perdas. Quando a posição credora do Contribuinte perante a CESPO (Contribuinte detém crédito perante a CESPO) é liquidada em face de uma posição devedora que o Contribuinte detém perante a CESPO (Contribuinte apresenta uma dívida perante a CESPO) não há benefício ao Contribuinte, mas apenas liquidação de posições. Neste sentido, oriento meu voto em negar provimento ao Recurso de Ofício. Conclusão Diante do exposto, oriento meu voto no sentido de rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao Recurso de Ofício e negar provimento ao Recurso Voluntário. Assinado Digitalmente Fl. 550DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 27/10/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10980.729396/201280 Acórdão n.º 2201002.551 S2C2T1 Fl. 6 9 Nathália Mesquita Ceia Fl. 551DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 27/10/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 11050.000653/2002-90
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/1999 a 30/09/1999
Ementa:
Súmula CARF nº 20
Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT.
Numero da decisão: 3402-002.476
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator/Presidente em exercício.
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca, Helder Massaaki Kanamaru, Mara Cristina Sifuente e Fenelon Moscoso de Almeida.
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator/Presidente em exercício. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca, Helder Massaaki Kanamaru, Mara Cristina Sifuente e Fenelon Moscoso de Almeida. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 05 0. 00 06 53 /2 00 2- 90 Fl. 560DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.000653/200290 Acórdão n.º 3402002.476 S3C4T2 Fl. 296 2 Para elucidar os fatos ocorridos até a interposição do Recurso Voluntário, transcrevo o relatório da DRJ: A interessada manifesta sua inconformidade com o Despacho Decisório do Delegado da Receita Federal em Rio Grande, RS, de fls. 72, que deferiu apenas parcialmente o seu pedido de ressarcimento do saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados relativo ao 3° trimestre de 1999, no valor de R$431.855,91, autorizado pelo art. 11 da Lei n° 9.779/99 e pela IN SRF n° 33/99, conforme fl. 01, e homologou as compensações por ela pretendidas somente até o limite do crédito reconhecido. O despacho decisório fundamentouse no Parecer DRF/RGE/Saort no 97, de fls. 67/71, que por sua vez, invocou o Relatório de Verificação Fiscal, de fls. 39/40, onde, após o exame das notas fiscais que deram suporte aos créditos escriturados pela interessada em sua escrita fiscal, conforme demonstrativos de fls. 29/38, a fiscalização entendeu ser legitimo o ressarcimento no valor de apenas R$319.484,84, decorrente de operações registradas pela requerente nos Códigos Fiscais de Operações e Prestações (CFOP) indicativos de compras para industrialização (1.11, 2.11 e 3.11), desconsiderando os valores de créditos registrados nos demais códigos, por não representarem aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, conforme determina a lei. Cientificada da decisão, a requerente, no devido prazo, apresentou as razões de sua inconformidade, pelo arrazoado de fls. 90/100, firmado por seus procuradores devidamente instrumentados, alegando em síntese o que segue. Após descrever os fatos, diz que o critério utilizado pela fiscalização para glosar parte do valor creditado foi o CFOP utilizado pela requerente para registrar as operações de aquisição que deram origem aos créditos. No entanto, afirma que, mesmo as operações com crédito do imposto registradas nos demais CFOP, que não os considerados pela fiscalização, tratamse de aquisições de produtos por ela efetivamente empregados como insumos em seu processo produtivo, razão pela qual faz jus aos referidos créditos. Para comprovar as suas alegações, relacionou as notas fiscais que foram desconsiderados pela fiscalização, cujas cópias anexou aos autos (fls. 129/184), e elaborou demonstrativo do seu processo de produção (fls.186/191), concluindo que a partir do exame desses elementos é possível verificar a pertinência de suas afirmações e a conformidade dos insumos adquiridos com o estatuído no Parecer Normativo n° 65/79. Por fim, pede o acolhimento da sua manifestação de inconformidade, em todos os seus efeitos, para reformar o despacho decisório e homologar integralmente a compensação formalizada neste processo, ou, se julgadas insuficientes as comprovações trazidas, seja determinada diligencia fiscal para este fim. Fl. 561DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.000653/200290 Acórdão n.º 3402002.476 S3C4T2 Fl. 297 3 A 3ª Turma da Delegacia de Julgamento de Porto Alegre (RS) julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 1011508, de 29 de março de 2007, cuja ementa abaixo reproduzo: Assunto: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/1999 a 30/09/1999 INSUMOS APLICADOS EM PRODUTOS IMUNES E NÃO TRIBUTADOS (NT). CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. O aproveitamento do saldo credor do IPI, apurado em cada trimestrecalendário, como ressarcimento e/ou compensação, somente alcança os créditos decorrentes da aquisição de insumos empregados em produtos tributados, ainda que imunes pela destinação ao exterior, isentos ou tributados à alíquota zero, não contemplando os demais produtos imunes e não tributados (NT). Solicitação Indeferida Inconformado com a decisão de primeira instância, o sujeito passivo protocolou recurso voluntário, alegando, em síntese, que: a) O artigo 11 da Lei n° 9.779/99 não mencionou expressamente a palavra imune, mas citou “inclusive isentos ou tributados à alíquota zero”. Assim sendo, ficou claro à época, tanto para o Fisco quanto para os contribuintes, a finalidade do dispositivo e que o mesmo abarcava os insumos relativos à industrialização de produtos beneficiados também pela imunidade. Até porque, entender contrariamente a isso seria sustentar que a isenção concedida por lei poderia ser mais benéfica do que a imunidade, que foi eleita pelo legislador constitucional por sua relevância sócio econômica de caráter nacional. Não há razão lógica para se sustentar tal entendimento, muito pelo contrário, há até mais motivos para se assegurar o creditamento relativo aos produtos imunes do que aos isentos, na verdade, os mesmos motivos que fizeram que o legislador constitucional alçasse esses produtos à imunidade constitucional; b) (...) Desta forma, e considerando também que os produtos industrializados pela Recorrente, em relação aos quais apurouse créditos de IPI compensáveis, são Óleos lubrificantes derivados de petróleo, imunes ao IPI de acordo com o artigo 155, § 3°, da Constituição Federal/88 e com artigo 18, inciso IV, §3°, do Decreto nº 4.544/2002 (Regulamento de IPI), a Declaração de Compensação desses créditos deveria, necessariamente, ter sido homologada, como o foi, ainda que parcialmente, pela DRF de Rio Grande; Fl. 562DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.000653/200290 Acórdão n.º 3402002.476 S3C4T2 Fl. 298 4 c) (...) Por todo o exposto até aqui, resta claro que a modificaçãointroduzida pela Lei n° 9.779/99, e regulamentada pela IN SRF n° 33/99 e, posteriormente, pelo Decreto n° 4.544/02, visou permitir o aproveitamento dos créditos oriundos da aquisição de insumos utilizados na industrialização de produtos imunes, razão pela qual o cerne da fundamentação contida na decisão recorrida não pode prosperar; d) (...) a Recorrente formalizou em relação à matéria abordada nos autos, o processo de consulta n° 11080.0l0165/0082 à Delegacia da Receita Federal da 10ª Região Fiscal, questionando acerca da possibilidade de apropriação dos créditos de IPI decorrentes dos insumos adquiridos para fabricação de produtos imunes. A referida Consulta originou a “Decisão SRRF/10ª RF/DISIT n° 180/01, de 11.10.2001, favorável à então Consulente, ora Recorrente. Acontece que a tanto a DRF como a DRJ desconsideraram a decisão de consulta, negligenciando todos os dispositivos legais que regulam o processo de consulta. Termina sua petição recursal pleiteando a reforma do acórdão vergastado, e, alternativamente, a realização de diligência para o fim de que seja apurado os créditos de IPI declarados através do Pedido de Ressarcimento objeto deste processo. É o Relatório. Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, Relator. A impugnação foi apresentada com observância do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dela tomo conhecimento e passo a apreciar. Diligência No que tange ao pedido de diligência não vejo necessidade de baixa dos autos à Unidade de Origem em virtude de que o processo foi instruído com documentos suficientes para subsidiar a decisão do Colegiado. Além do que a matéria a ser decidida é de cunho material e não fática. Fato que afasta a necessidade de complementação da instrução processual. Forte nestes breves argumentos, nego o pedido de diligência. Fl. 563DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.000653/200290 Acórdão n.º 3402002.476 S3C4T2 Fl. 299 5 Mérito O ponto fulcral da lide reside em determinar a possibilidade de aproveitamento de créditos básicos de IPI referentes a insumos utilizados na fabricação de produtos que constam na TIPI com a notação “NT”. O Contribuinte entende que tem assegurado o direito constitucional de manter e aproveitar o crédito de IPI relativo a operações anteriores, ainda que as saídas posteriores não tributadas. Esse tema já foi pacificado no âmbito do CARF, com a aprovação do enunciado de súmula CARF nº 20, publicada no DOU de 22/12/2009, in verbis: Súmula CARF nº 20 Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Por fim, não se pode olvidar que as súmulas do CARF são de observância obrigatória, sob pena de perda de mandato. Quanto à solução de consulta SRRF/10º RF/DISIT nº 180/01, seu teor não destoa da Súmula CARF acima mencionada, conforme se pode constatar pela simples leitura da parte dispositiva, que abaixo reproduzo: “... Ante o exposto concluise que o saldo credor do IPI existente ao término de cada trimestrecalendário, formado pelos créditos do imposto incidente sobre as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem entrados em estabelecimento industrial ou equiparado, a partir de 1° de janeiro de 1999, e empregados na industrialização de produtos em geral incluídos os imunes, os isentos e os tributados à alíquota zero, ressalvados unicamente os não I tributados (NT) remanescentes após a devolução do imposto devido pela saída dos produtos tributados com alíquota não nula, pode ser utilizado para ressarcimento ou compensação, como previsto nos artigos 73 e 74 da Lei n° 9.430, de 1996, na forma da IN SRF n° 33, de 1999 e da IN SRF n° 21, de 1997, com redação dada pela IN SRF n° 73, de setembro de 1997...”. Assim sendo, nego provimento ao recurso voluntário. É como voto. Sala das Sessões, 16/09/2014 Gilson Macedo Rosenburg Filho Fl. 564DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.000653/200290 Acórdão n.º 3402002.476 S3C4T2 Fl. 300 6 Fl. 565DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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Numero do processo: 11050.001088/2009-54
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 21/07/2008, 06/10/2008, 14/10/2008
INFORMAÇÃO SOBRE CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA OPERAÇÃO DE DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. IMPOSIÇÃO DE MULTA. OBRIGATORIEDADE.
Na vigência do art. 50 da Instrução Normativa nº 800, de 27 de dezembro de 2007, registro no Siscomex Carga dos dados da operação de desconsolidação de carga após a atracação do navio implica concretização da infração descrita na alínea e do inciso IV do artigo 107 do Decreto-lei n° 37, de 1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833, de 2003, tornando devida a aplicação da multa estabelecida no referido preceito legal.
INFRAÇÃO REGULAMENTAR. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA OPERAÇÃO DE DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE.
Depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior não mais se tem por espontânea a denúncia de infração imputável ao transportador (artigo 683, §3º do Decreto nº 6.759/2009).
Numero da decisão: 3201-001.738
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Daniel Mariz Gudino, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes.
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudino, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
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REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA OPERAÇÃO DE DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. IMPOSIÇÃO DE MULTA. OBRIGATORIEDADE. Na vigência do art. 50 da Instrução Normativa nº 800, de 27 de dezembro de 2007, registro no Siscomex Carga dos dados da operação de desconsolidação de carga após a atracação do navio implica concretização da infração descrita na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei n° 37, de 1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833, de 2003, tornando devida a aplicação da multa estabelecida no referido preceito legal. INFRAÇÃO REGULAMENTAR. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA OPERAÇÃO DE DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. Depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior não mais se tem por espontânea a denúncia de infração imputável ao transportador (artigo 683, §3º do Decreto nº 6.759/2009). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Daniel Mariz Gudino, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes. JOEL MIYAZAKI Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 05 0. 00 10 88 /2 00 9- 54 Fl. 143DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 11050.001088/200954 Acórdão n.º 3201001.738 S3C2T1 Fl. 144 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudino, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Relatório Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. O presente Auto de Infração referese à multa capitulada no art. 107, IV, "e", do DecretoLei n.° 37/66, com a redação dada pela Lei n.° 10.833/2003, no valor de R$25.000,00, por prestação de informação sobre carga transportada fora do prazo estabelecido pela IN SRF n.° 800/2007, com a alteração da IN SRF n.° 899/2008. Segundo relato da fiscalização, a autuada prestou informações acerca da desconsolidação da carga em data/hora posterior à data/hora da efetiva atracação das embarcações no porto que se deram em 21/07/2008 (às 08:38 h), 28/09/2008 e 12/10/2008. Segundo o que consta nos documentos juntados aos autos, estas informações foram prestadas em, respectivamente, 21/07/2008 (às 10:38 h), 06/10/2008 e 14/10/2008. Nos termos, então, da IN SRF n.° 800/2007, com a alteração da IN SRF n.° 899/2008, arts. 22 e 50, respeitadas as vigências das referidas normas, o prazo limite para prestação de informações relativas à conclusão da desconsolidação é a data da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. Por não ter sido cumprido referido prazo pela autuada, foi lançada a multa por prestação de informação a destempo estatuída no art. 107, IV, "e", do DecretoLei n.° 37/66, com a redação dada pela Lei n.° 10.833/2003. Intimada da autuação, a interessada apresentou impugnação de fls. 52/59, alegando o que segue: 1 Preliminarmente protesta pela nulidade do lançamento por ausência das formalidades legais previstas no Decreto n.° 70.235/1972, deixando de indicar os dispositivos legais infringidos, não se podendo extrair qual hipótese do art. 22 da IN 800/07 se embasa a autuação. 2 Alega que a IN SRF n.° 800/2007, com vigência a partir de 31/03/2008 (art. 52), na redação original do art. 50, os prazos de antecedência do art. 22 seriam obrigatórios a partir de 1º de janeiro de 2009, sem qualquer exceção. Somente a partir da publicação da IN SRF n.° 899/2008, 31/12/2008, que alterou o art. 50, passou a ser prevista a exceção do parágrafo único, até então inexistente. Desta forma, na ocorrência dos fatos geradores em questão não havia a previsão do prazo para informações do art. 22 e nem do § único do art. 50. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 11050.001088/200954 Acórdão n.º 3201001.738 S3C2T1 Fl. 145 3 3 Por estas razões requer a nulidade do lançamento pela preliminar de nulidade arguida e/ou cancelamento do mesmo pela falta de dispositivo legal vigente. Sobreveio decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC, que julgou, por unanimidade de votos, procedente em parte a impugnação, mantendo parcialmente o crédito tributário exigido. O valor da autuação foi retificado, pois a autoridade julgadora entendeu devida a penalidade na desconsolidação de carga transportada ou manifestada, todavia a mesma deveria ser aplicada em função do número de cargas (conhecimentos genéricos ou master) a serem desconsolidadas, e não em função de conhecimentos resultantes da desconsolidação (conhecimentos agregados ou house). O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Inconformada com a decisão, apresentou a recorrente, tempestivamente, o presente recurso voluntário. Na oportunidade, reiterou os argumentos colacionados em sua defesa inaugural. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. No tocante à arguição de nulidade do procedimento fiscal, conforme bem observado pela decisão recorrida, o Auto de Infração em tela mostrase devidamente fundamentado, citando as informações que devem ser prestadas pelo transportador com as correspondentes indicações na norma. Também cita de forma clara a infração praticada (art. 107, IV, "e", do DecretoLei n° 37/66, com a redação dada pela Lei n° 10.833/2003) e o dispositivo legal infringido (IN SRF n° 800/2007, alterada pela IN SRF n° 899/2008). Desta forma, não merece guarida o pleito da recorrente. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal que integra o presente Auto de Infração, na condição de agente de carga, a recorrente informou as operações de desconsolidação das cargas, relacionadas nos Conhecimentos de Embarque (CE) Master nºs 210805137953787 (21/7/2008), 210805182837235 (28/09/2008) e 210805192733653 (12/10/2008), depois da atracação dos navios que as transportavam, descumprindo o prazo estabelecido no inciso II do parágrafo único do artigo 50 da Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007, com a redação vigente na época dos fatos: Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de janeiro de 2009. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 11050.001088/200954 Acórdão n.º 3201001.738 S3C2T1 Fl. 146 4 Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: I a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção; e II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. (grifo nosso) Este dispositivo, ao mesmo tempo em que prevê que os prazos mínimos para a prestação de informações à RFB previstos no artigo 22 da IN RFB nº 800/2007 somente são obrigatórios a partir de 1º de janeiro de 2009, dispõe que o transportador tem a obrigação de prestar informações sobre as cargas transportadas antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. Resta claro, portanto, que já a partir do momento em que se inicia a produção de efeitos da IN RFB nº 800/2007, qual seja 31 de março de 2008 (art. 52), as informações sobre as cargas transportadas devem ser prestadas pelo transportadoras antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. Observo, inicialmente, que a recorrente, enquanto agente de carga, enquadra se como transportador e, desta forma, sujeitase a obrigação de prestar as informações sobre a carga transportada. Tal previsão encontrase estabelecida no artigo 2º, §1º, inciso IV desta IN RFB nº 800/2007: Art. 2º [...] § 1º Para os fins de que trata esta Instrução Normativa: IV – o transportador classificase em: a) empresa de navegação operadora, quando se tratar do armador da embarcação; b) empresa de navegação parceira, quando o transportador não for o operador da embarcação; c) consolidador, tratandose de transportador não enquadrado nas alíneas "a" e "b", responsável pela consolidação da carga na origem; d) desconsolidador, no caso de transportador não enquadrado nas alíneas "a" e "b", responsável pela desconsolidação da carga no destino; e e) agente de carga, quando se tratar de consolidador ou desconsolidador nacional; (grifo nosso) As informações a serem prestadas sobre a carga transportada, por sua vez, encontramse previstas no artigo 10 desta mesma IN, nestes termos: Seção II Da Informação sobre a Carga Fl. 146DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 11050.001088/200954 Acórdão n.º 3201001.738 S3C2T1 Fl. 147 5 Art. 10. A informação da carga transportada no veículo compreende: I a informação do manifesto eletrônico; II a vinculação do manifesto eletrônico a escala; III a informação dos conhecimentos eletrônicos; IV a informação da desconsolidação; e V a associação do CE a novo manifesto, no caso de transbordo ou baldeação da carga. [...] § 4º A mercadoria somente será considerada manifestada, para efeitos legais, quando a carga tiver sido informada nos termos do caput e demais disposições desta Instrução Normativa, observados, ainda, outras normas estabelecidas na legislação específica. (grifo nosso) (redação vigente à época da infração) Do exposto, resta claro que a recorrente, na condição de transportadora, tem a obrigação de prestar informações sobre as cargas transportadas antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. Constatase ainda que, entre as informações a serem prestadas sobre as cargas transportadas, incluemse aquelas referentes às operações de desconsolidação das cargas. A recorrente, contudo, apresentou as informações sobre as operações de desconsolidação das cargas, relacionadas nos Conhecimentos de Embarque (CE) Master nºs 210805137953787, 210805182837235 e 210805192733653, depois da atracação dos navios que as transportavam, não respeitando o prazo previsto no inciso II do parágrafo único do artigo 50 da IN RFB nº 800/2007. Em decorrência do descumprimento do referido prazo, restou configurada a infração e devidamente aplicada a multa prevista na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei n° 37, de 1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833, de 2003, a seguir reproduzido: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: [...] IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): [...] e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga;(grifo nosso) Desta forma, caracterizada a conduta prevista para a imposição da penalidade, mostrase correta a imputação da multa à recorrente. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 11050.001088/200954 Acórdão n.º 3201001.738 S3C2T1 Fl. 148 6 Resta verificar, de ofício, a possibilidade de aplicação do benefício da denúncia espontânea à recorrente, haja vista a publicação da Lei nº 12.350/2010, que alterou o parágrafo 2º do artigo 102 do DL 37/66: Art.102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. ( Redação dada pela Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010 )(grifo nosso) Observo que o instituto da denúncia espontânea, no tocante a penalidades relacionadas a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior, encontrase regulamentado no artigo 683 do Decreto nº 6.759/2009, nestes termos: Art. 683. A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento dos tributos dos acréscimos legais, excluirá a imposição da correspondente penalidade (Decreto Lei nº 37, de 1966, art. 102, caput, com a redação dada pelo DecretoLei no 2.472, de 1988, art. 1o; e Lei nº 5.172, de 1966, art. 138, caput). § 1o Não se considera espontânea a denúncia apresentada (DecretoLei nº 37, de 1966, art. 102, § 1º, com a redação dada pelo DecretoLei no 2.472, de 1988, art. 1o): I no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; ou II após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de multas de natureza tributária ou administrativa, com exceção das aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento (DecretoLei nº 37, de 1966, art. 102, § 2º, com a redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010, art. 40). (Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 2013) Fl. 148DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 11050.001088/200954 Acórdão n.º 3201001.738 S3C2T1 Fl. 149 7 § 3o Depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior não mais se tem por espontânea a denúncia de infração imputável ao transportador. (grifo nosso) Em sendo estas as disposições normativas sobre a matéria, resta claro que, em que pese as multas de natureza administrativa encontraremse abarcadas pelo instituto da denúncia espontânea, o instituto não é aplicável ao presente processo, posto tratarse de infração imputável ao transportador, depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Relator Fl. 149DF CARF MF Impresso em 10/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO
score : 1.0
Numero do processo: 11060.721597/2011-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2007, 2008, 2009, 2010
Ementa:
MATÉRIA TRIBUTÁVEL. REDUÇÃO. PROCEDÊNCIA.
Se, em procedimento de revisão (diligência), a própria unidade administrativa responsável pelos lançamentos tributários conclui, por meio de relatório fundamentado, que a matéria tributável apurada continha valores indevidos, há de se reduzir o montante correspondente.
MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS.
Ausentes elementos de convicção capazes de demonstrar que as divergências apuradas pela Fiscalização entre os valores declarados e os que foram escriturados pelo contribuinte decorreram de conduta dolosa, a multa qualificada de 150% não pode subsistir.
Numero da decisão: 1301-001.557
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício.
documento assinado digitalmente
Valmar Fonseca de Menezes
Presidente
documento assinado digitalmente
Wilson Fernandes Guimarães
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Valmar Fonseca de Menezes, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: WILSON FERNANDES GUIMARAES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Exercício: 2007, 2008, 2009, 2010 Ementa: MATÉRIA TRIBUTÁVEL. REDUÇÃO. PROCEDÊNCIA. Se, em procedimento de revisão (diligência), a própria unidade administrativa responsável pelos lançamentos tributários conclui, por meio de relatório fundamentado, que a matéria tributável apurada continha valores indevidos, há de se reduzir o montante correspondente. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS. Ausentes elementos de convicção capazes de demonstrar que as divergências apuradas pela Fiscalização entre os valores declarados e os que foram escriturados pelo contribuinte decorreram de conduta dolosa, a multa qualificada de 150% não pode subsistir.
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REDUÇÃO. PROCEDÊNCIA. Se, em procedimento de revisão (diligência), a própria unidade administrativa responsável pelos lançamentos tributários conclui, por meio de relatório fundamentado, que a matéria tributável apurada continha valores indevidos, há de se reduzir o montante correspondente. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS. Ausentes elementos de convicção capazes de demonstrar que as divergências apuradas pela Fiscalização entre os valores declarados e os que foram escriturados pelo contribuinte decorreram de conduta dolosa, a multa qualificada de 150% não pode subsistir. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. “documento assinado digitalmente” Valmar Fonseca de Menezes Presidente “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 0. 72 15 97 /2 01 1- 01 Fl. 1009DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 7/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 11060.721597/201101 Acórdão n.º 1301001.557 S1C3T1 Fl. 1.010 2 Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Valmar Fonseca de Menezes, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 1010DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 7/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 11060.721597/201101 Acórdão n.º 1301001.557 S1C3T1 Fl. 1.011 3 Relatório A 1ª Turma Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, tendo exonerado parcela do crédito tributário constituído em desfavor de OFTALMOCLÍNICA SANTA MARIA LTDA, recorre de ofício a este Colegiado administrativo, amparada nas disposições da Portaria MF nº. 3, de 2008. Trata o processo de exigências de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e reflexos (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido –CSLL; Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS; e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS), relativas aos anoscalendário de 2006, 2007, 2008 e 2009, formalizadas a partir da imputação de omissão de receitas, apurada com base nos registros feitos no Livro Caixa e em documentos relativos a pagamentos e recebimentos da fiscalizada. Em sede de impugnação, a contribuinte argumentou que a Fiscalização considerou como valores de receitas a totalização de ingressos registrada no Livro Caixa, levando em conta meras transferências, razão pela qual requeria perícia a respeito dessa questão. Relativamente à qualificação da multa, afirmou que teria ocorrido, no máximo, escrituração financeira inadequada, inexistindo intenção de sonegar receita à tributação. Diante da plausibilidade da alegação trazida pela autuada, foi determinada a realização de diligência com o intuito de verificar os registros efetuados no Livro Caixa que efetivamente correspondiam a receitas. Em atendimento, foi trazido ao processo levantamento acerca das receitas efetivas, acompanhado de planilha demonstrativa. Intimada a manifestarse a respeito do resultado da diligência, a contribuinte concordou com a nova apuração de receitas e renovou o pedido para que fosse afastada a multa qualificada, visto que, no caso, teria havido mero preenchimento inadequado de declarações. A já citada 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre, apreciando os argumentos expendidos pela fiscalizada, julgou, por meio do acórdão nº. 1044.243, de 29 de maio de 2013, procedentes em parte os lançamentos tributários efetuados. A referida decisão foi assim ementada: RECEITA BRUTA. APURAÇÃO DE VALORES. LIVRO CAIXA. TRANSFERÊNCIAS ENTRE BANCOS E CAIXAS. Para fins de determinação dos valores da receita bruta devem ser considerados tãosomente os ingressos registrados do livrocaixa referentes a receitas, não devendo ser computados os ingressos em caixa decorrentes de meras transferências de bancos para caixa. MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE CARACTERIZAÇÃO DE INTENÇÃO DOLOSA. Fl. 1011DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 7/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 11060.721597/201101 Acórdão n.º 1301001.557 S1C3T1 Fl. 1.012 4 O percentual de multa aplicável é de 75%, uma vez que não ficou caracterizado o evidente intuito de fraude, pois a omissão de receita não ocorreu em todos os meses do período auditado e que em muitos meses a diferença corresponde apenas ao valor do IRRF de 1,5%. É o Relatório. Fl. 1012DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 7/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 11060.721597/201101 Acórdão n.º 1301001.557 S1C3T1 Fl. 1.013 5 Voto Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães Atendidos os requisitos de admissibilidade, conheço do apelo. Em conformidade com o RELATÓRIO anexo ao auto de infração de fls. 192/219, restou constatado que os valores declarados pela contribuinte fiscalizada à Receita Federal divergiam dos apurados por meio dos Livros Caixa analisados no curso da ação fiscal. Verificouse, também, ter havido utilização de percentual de presunção incorreto na determinação da base de cálculo da CSLL e ausência de apresentação de DACON e de DCTF para determinados períodos. Para a autoridade fiscal, o fato de a contribuinte ter apresentado declarações com valores divergentes dos apurados por meio da escrituração (Livro Caixa) revelou conduta dolosa, dando causa, assim, a aplicação de multa qualificada. Em sede de impugnação, a autuada, entre outras alegações, sustentou que a autoridade fiscal desconsiderou a natureza das entradas escrituradas no Livro Caixa, visto que computou valores que não representavam receitas, mas, sim, meras transições de valores da conta bancária para o Caixa. Argumentou que “as receitas provenientes da prestação de serviços médicos foram recebidas em contas bancárias, sendo registrado no livro caixa, e os valores que eram retirados dessas contas eram considerados também como entradas no livro caixa (...os valores que transitaram na conta bancária da sociedade e eram retirados eram contabilizados duplamente como entrada)”. Adiante, sustentou que, caso os lançamentos fossem mantidos, a multa qualificada deveria ser afastada, vez que não existiria fundamento para a sua aplicação. Disse que, no presente caso, não se verificava intenção em sonegar ou esconder a ocorrência de fato gerador de tributo, mas, no máximo, escrituração contábil inadequada. Por meio de despacho (fls. 885), o relator designado em primeira instância para apreciar o litígio, a partir da constatação de que a alegação trazida pela fiscalizada tinha certa procedência, apresentou proposta de diligência para que fosse analisada a documentação que havia servido de suporte para os registros feitos no Livro Caixa. Acolhida a proposta acima referenciada, foi produzido o despacho de fls. 927, no qual a Delegacia da Receita Federal em Santa Maria, a partir do exame solicitado, informa que elaborou QUADRO indicando a efetiva receita omitida por parte da contribuinte. Adita que o referido QUADRO é acompanhado de anexo, em que é apresentada uma análise detalhada dos meses em que foi verificada omissão. Acolhendo por inteiro a conclusão trazida pela diligência, a Turma Julgadora de primeira instância decidiu reduzir a matéria tributável e desqualificar a multa aplicada, reduzindoa para 75%. Penso que não seja merecedor de reparo o decidido em primeira instância. Fl. 1013DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 7/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 11060.721597/201101 Acórdão n.º 1301001.557 S1C3T1 Fl. 1.014 6 No que tange à redução da matéria tributável apontada nos autos de infração lavrados, a providência decorre de pronunciamento da própria unidade responsável pelo lançamento tributário, pronunciamento este que se encontra amparado em Relatório fundamentado (fls. 888/897). Relativamente à desqualificação da multa, na linha do sustentado pelo ato decisório de primeiro grau, o fato de a divergência entre o declarado e o escriturado não ter ocorrido em todos os meses do período submetido ao procedimento de auditoria, a inexpressividade comparativa das diferenças apuradas e o fato de em muitos meses referida diferença estar representada pelo valor do imposto de renda retido na fonte, indicam que estamos diante de declaração inexata, e não de efetiva intenção de subtrair receitas à tributação. Por todo o exposto, conduzo meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso. “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Relator Fl. 1014DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 10/0 7/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES
score : 1.0
Numero do processo: 10882.908004/2011-74
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 20/06/2007
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO.
Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF.
PER/DCOMP. DECLARAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRESCINDÍVEL.
Prescinde de lançamento de ofício a não-homologação de declaração de compensação e a exigência dos débitos indevidamente compensados por meio desta declaração.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.730
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
PAULO SERGIO CELANI - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 20/06/2007 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PER/DCOMP. DECLARAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRESCINDÍVEL. Prescinde de lançamento de ofício a não-homologação de declaração de compensação e a exigência dos débitos indevidamente compensados por meio desta declaração. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) PAULO SERGIO CELANI - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
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DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PER/DCOMP. DECLARAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRESCINDÍVEL. Prescinde de lançamento de ofício a nãohomologação de declaração de compensação e a exigência dos débitos indevidamente compensados por meio desta declaração. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 80 04 /2 01 1- 74 Fl. 62DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.908004/201174 Acórdão n.º 3801003.730 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) PAULO SERGIO CELANI Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo HorizonteDRJ/BHE, que julgou improcedente manifestação de inconformidade apresentada contra despacho decisório que não homologou PER/DCOMP transmitida pela contribuinte com o objetivo de compensar débitos nele declarados com crédito decorrente de alegado pagamento indevido ou a maior. Do relatório do acórdão recorrido, extraio o seguinte trecho: “De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PerDcomp acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PerDcomp. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade alegando, em síntese, o que se segue: que o despacho é eletrônico e não passou pelo crivo de um auditor fiscal, sendo possivelmente um encontro de contas realizado automaticamente por sistema informatizado e que lhe falta fundamentação e motivação devendo ser declarado nulo; que houve preterição do direito de defesa, citando artigo da IN 900/2008 que estabelece que a autoridade da RFB poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos e poderá determinar a realização de diligência fiscal; que transmitiu Declaração de Compensação de COFINS, apurado em 30/06/04 e que esse crédito poderia ser utilizado em sua totalidade, pois não havia nenhum débito anterior a ele vinculado e que, agora, a RFB vem inquirir que o Fl. 63DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.908004/201174 Acórdão n.º 3801003.730 S3TE01 Fl. 4 3 crédito utilizado na compensação foi utilizado antes para quitação do débito de COFINS de 30/06/04 quando já havia perecido o direito do Fisco de cobrar o pretenso débito; que a RFB nunca cobrou esse débito e que não houve qualquer condição de suspensão da exigibilidade; que passou mais de 5 anos e o débito não pode ser exigido, pois com a aplicação da Súmula Vinculante nº 8 do STF já se operou a decadência. Requer a reavaliação do Despacho Decisório A ementa do acórdão da DRJ/BHE é a seguinte: “DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite compensação com crédito que não se comprova existente.” No recurso voluntário, a contribuinte alega que não houve qualquer antecipação de pagamento em relação ao débito declarado no PER/DCOMP; que ele não foi homologado expressa ou tacitamente; que a fiscalização não efetuou intimação fiscal para que a contribuinte pagasse o débito; que, em decorrência disto tudo, “não há que se falar em crédito tributário constituído pelo lançamento, motivo pelo qual, em face de sua inércia, deverá o fisco federal suportar os efeitos do decurso do prazo decadencial, nos termos do art. 150, parágrafo 4º do Código Tributário Nacional.” É o relatório. Fl. 64DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.908004/201174 Acórdão n.º 3801003.730 S3TE01 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade para julgamento nesta turma especial. Nulidades do despacho decisório e da decisão recorrida não são argüidas no recurso voluntário. Sobre o direito de crédito e sua liquidez e certeza Apesar de a recorrente não atacar os fundamentos do despacho decisório, traço as seguintes palavras para deixar claro a correção do despacho decisório. A RFB, baseandose em dados constantes de seus sistemas informatizados, alimentados por informações prestadas pela própria contribuinte, por meio de declarações fiscais próprias, constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar débito da contribuinte, referente a tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido, porque a DCTF, nos termos do art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984, é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, não restando crédito disponível a ser restituído. Com base nisto, o pedido foi indeferido e a compensação não homologada. O fundamento legal está expresso no quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL” do despacho decisório, no qual consta o artigo 165 e 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/66 (CTN). Estando o pagamento totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF, o DARF a ele relativo, por si só, não prova a existência de crédito algum. E a contribuinte não comprovou em nenhum momento erro na DCTF. Assim, não foi atendido o art. 165 do CTN, que diz que a contribuinte tem direito à restituição de tributo nos casos de: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido; erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; reforma, anulação revogação ou rescisão de decisão condenatória. Não foi atendido o art. 170 do CTN que diz que a lei poderá autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública.. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.908004/201174 Acórdão n.º 3801003.730 S3TE01 Fl. 6 5 E a liquidez e certeza não foram comprovada pela contribuinte, a quem incumbia esse ônus, à luz do art. 333 do Código de Processo Civil (CPC), aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus da prova incumbe a quem alega fato constitutivo de direito. Vários acórdãos do CARF assentaram entendimento semelhante. Vejase, como exemplo, a ementa do acórdão 380100.190, de 22/05/2012, relatado pelo Conselheiro Flávio de Castro Pontes: “Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF APÓS A CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. A simples retificação de DCTF não é elemento de prova suficiente para aferir a liquidez e certeza do direito creditório. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INCERTO. A compensação não pode ser homologada quando o sujeito passivo não comprova a origem de seu direito creditório. Recurso Voluntário Negado.” Da 2ª Turma Especial, da 3ª Seção de Julgamento, são exemplos do mesmo entendimento os Acórdãos 3802001.290, de 25/09/2012, relatado pelo Conselheiro José Fernandes do Nascimento, e 3802001.593, de 27/02/2013, relatado pelo Conselheiro Francisco José Barroso Rios. Transcrevo a parte que interessa do primeiro: Acórdão nº 3802001.290: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Na ausência da comprovação da certeza e liquidez do crédito utilizado no procedimento compensatório, deve ser mantida a decisão recorrida que não homologou a compensação declarada pelo mesmo motivo. (...)” O direito de crédito deve ser provado e apenas créditos líquidos e certos podem ser compensados ou restituídos. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.908004/201174 Acórdão n.º 3801003.730 S3TE01 Fl. 7 6 Alegações sobre decadência constantes do recurso voluntário. A DRJ/BHE analisou todas as alegações do recurso voluntário. A recorrente não apresentou argumentos que pudessem afastar as conclusões da decisão recorrida, motivo pelo qual, adoto suas razões de decidir para afastar as alegações recursais. Destaco o seguinte: Com base no art. 5º, §1º, do DecretoLei nº 2.124, de 1984, concluise que a DCTF é instrumento de confissão de dívida hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário nela declarado. Com fundamento no § 2º do art. 74 da Lei n.º 9.430, 27/12/1996, a compensação declarada à Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. O § 5º deste artigo diz que o prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo é de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Transcorrido esse prazo após a transmissão do PER/DCOMP e não tendo o fisco se manifestado, considerase extinto o débito nele confessado, independentemente da confirmação do crédito utilizado: operase a homologação tácita. No caso, como a própria contribuinte reconhece, a homologação tácita não ocorreu, pois ela teve ciência do despacho decisório antes do transcurso de 5 anos da data da transmissão do PER/DCOMP. Os parágrafos 6º e 7º do mesmo artigo determinam que a declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados, e que não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. O quadro 4 do despacho decisório atendeu à exigência de ciência e intimação com as seguintes palavras: “Fica o sujeito passivo CIENTIFICADO deste despacho e INTIMADO a, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da ciência deste, efetuar o pagamento dos débitos indevidamente compensados, com os respectivos acréscimos legais, facultada a apresentação de manifestação de inconformidade à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, no mesmo prazo, nos termos dos §§ 7º e 9º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com alterações posteriores. Não havendo pagamento ou apresentação de manifestação de inconformidade, os débitos indevidamente compensados, com os acréscimos legais, serão inscritos em Dívida Ativa da União para cobrança executiva.” Dos fundamentos acima, decorre que não é necessário auto de infração ou notificação de lançamento para a constituição de crédito tributário relativo a débito declarado Fl. 67DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.908004/201174 Acórdão n.º 3801003.730 S3TE01 Fl. 8 7 em DCTF ou em DCOMP, logo, não há que se falar em decadência do direito de lançar o crédito tributário no caso presente. Conclusão Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário, mantendose a decisão recorrida e o despacho decisório que não homologou a compensação declarada. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator Fl. 68DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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