Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (29,092)
- Segunda Câmara (27,783)
- Primeira Câmara (25,080)
- Segunda Turma Ordinária d (16,855)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,785)
- Primeira Turma Ordinária (15,492)
- Segunda Turma Ordinária d (15,401)
- Primeira Turma Ordinária (15,291)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (13,997)
- Primeira Turma Ordinária (12,809)
- Primeira Turma Ordinária (11,973)
- Segunda Turma Ordinária d (11,939)
- Quarta Câmara (11,511)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,167)
- Quarta Câmara (82,499)
- Terceira Câmara (64,123)
- Segunda Câmara (52,438)
- Primeira Câmara (17,109)
- 3ª SEÇÃO (15,785)
- 2ª SEÇÃO (11,167)
- 1ª SEÇÃO (6,697)
- Pleno (788)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (117,518)
- Segunda Seção de Julgamen (110,258)
- Primeira Seção de Julgame (72,795)
- Primeiro Conselho de Cont (49,045)
- Segundo Conselho de Contr (48,789)
- Câmara Superior de Recurs (37,245)
- Terceiro Conselho de Cont (25,932)
- IPI- processos NT - ressa (4,990)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,044)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,959)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,851)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,045)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,991)
- Não Informado (56,779)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (5,018)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,321)
- HELCIO LAFETA REIS (3,241)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,184)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,149)
- Não se aplica (2,804)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,595)
- WILDERSON BOTTO (2,511)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,472)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,383)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,802)
- 2019 (30,946)
- 2018 (26,043)
- 2024 (25,862)
- 2012 (23,621)
- 2023 (22,460)
- 2014 (22,373)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,058)
- 2008 (17,075)
- 2017 (16,837)
- 2009 (15,837)
- 2006 (15,271)
- 2009 (69,612)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,872)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2025 (17,574)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,520)
- 2006 (14,851)
- 2022 (13,225)
- 2007 (13,016)
Numero do processo: 10940.900301/2006-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 26 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu May 26 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Classificação de Mercadorias
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ementa: PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO .
DECADÊNCIA.
A apresentação depois de decorrido o prazo decadencial de Declaração de Ajuste Anual pelo Lucro Presumido, a qual deveria substituir a Declaração Anual Simplificada, em face da a contribuinte ter sido excluída do beneficio, impede a apreciação do pleito de compensação.
Compensação não Homologada.
Numero da decisão: 1401-000.567
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Julgamento conjunto dos processos n° 10940.900291/200675, 10940.900293/200664, 10940.900301/200672,
10940.900305/200651, 10940.900306/200603, 10940.900308/200694,
com base no disposto no § 7° do art. 58 do RICARF.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Mauricio Pereira Faro
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201105
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Classificação de Mercadorias Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ementa: PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO . DECADÊNCIA. A apresentação depois de decorrido o prazo decadencial de Declaração de Ajuste Anual pelo Lucro Presumido, a qual deveria substituir a Declaração Anual Simplificada, em face da a contribuinte ter sido excluída do beneficio, impede a apreciação do pleito de compensação. Compensação não Homologada.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu May 26 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10940.900301/2006-72
anomes_publicacao_s : 201105
conteudo_id_s : 5007292
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jan 19 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1401-000.567
nome_arquivo_s : 140100567_10940900301200672_201105.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : Mauricio Pereira Faro
nome_arquivo_pdf_s : 10940900301200672_5007292.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Julgamento conjunto dos processos n° 10940.900291/200675, 10940.900293/200664, 10940.900301/200672, 10940.900305/200651, 10940.900306/200603, 10940.900308/200694, com base no disposto no § 7° do art. 58 do RICARF.
dt_sessao_tdt : Thu May 26 00:00:00 UTC 2011
id : 4741581
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:40:25 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040256061440
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1819; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T1 Fl. 1 1 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10940.900301/200672 Recurso nº 345.091 Voluntário Acórdão nº 1401000.567 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de maio de 2011 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente R.A.CASTRO GREIDANUS SERV.AGRICOLAS ME Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Classificação de Mercadorias Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ementa: PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO . DECADÊNCIA. A apresentação depois de decorrido o prazo decadencial de Declaração de Ajuste Anual pelo Lucro Presumido, a qual deveria substituir a Declaração Anual Simplificada, em face da a contribuinte ter sido excluída do beneficio, impede a apreciação do pleito de compensação. Compensação não Homologada. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Julgamento conjunto dos processos n° 10940.900291/200675, 10940.900293/200664, 10940.900301/200672, 10940.900305/200651, 10940.900306/2006 03, 10940.900308/200694, com base no disposto no § 7° do art. 58 do RICARF. Assinado digitalmente Viviane Vidal Wagner Presidente Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro – Relator Participaram do julgamento os conselheiros Viviane Vidal Wagner, Karem Jureidini Dias, Alexandre Antônio Alkmin Teixeira, Antônio Bezerra Neto, Mauricio Pereira Faro e Fernando Luiz Gomes de Mattos. Fl. 34DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 17/05/201 2 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10940.900301/200672 Acórdão n.º 1401000.567 S1C4T1 Fl. 2 2 Relatório Tratase de recurso voluntário manejado pelo contribuinte, por bem retratar a situação ora analisada, adoto o relatório do órgão julgador a quo: Trata o processo de pedido de PER/DECOMP N° 40733.32612.271003.1.3.04 4717, protocolizado em 27/10/2003, no valor de R$ 2.679,82, atinentes ao período de apuração 31/032002, com valores supostamente apurados pelo Lucro Presumido, relativos ao anocalendário de 2002, em decorrência de a interessada ter sido excluída da sistemática do Simples, com efeitos a partir de 01/01/2002.Instruindo o pedido consta cópia de DARFSimples (código de receita 6106) de fl. 8. A DRF em Ponta Grossa/PR, por meio do despacho decisório de fls. 02, tomou a seguinte decisão Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DECOMP: 2679,82. A partir das características do DARF discriminado no PER/DECOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DECOMP. A contribuinte foi cientificada em 04/08/2008 (AR de fl. 13), e apresentou, em 21/08/2008, a manifestação de inconformidade de fl. 01, onde esclarece que ao ser excluída do Simples, efetuou levantamento do valor total dos débitos pelo lucro presumido e recolheu as diferenças devidas, compensando com os valores já recolhidos sob o código 6106, por meio de PER/DECOMP, razão pela qual entende que o pleito deve ser deferido. Irresignado, apresentou o contribuinte manifestação de inconformidade, que não foi acolhida nos seguintes termos: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 31/03/2002 Ementa: PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO . DECADÊNCIA. A apresentação depois de decorrido o prazo decadencial de Declaração de Ajuste Anual pelo Lucro Presumido, a qual deveria substituir a Declaração Anual Simplificada, em face da a contribuinte ter sido excluída do beneficio, impede a apreciação do pleito de compensação. Compensação não Homologada. Em face de tal decisão, interpôs o contribuinte o recurso ora analisado, acrescentando que valores recolhidos na sistemática do SIMPLES obrigatoriamente deverão ser compensados com os tributos devidos pelo regime do lucro presumido. Fl. 35DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 17/05/201 2 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10940.900301/200672 Acórdão n.º 1401000.567 S1C4T1 Fl. 3 3 Nos termos do art. 58, §8º, do Anexo II da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF, considerando que se trata de mesma questão jurídica, tendo sido utilizados os mesmos argumentos de defesa e as mesmas razões de decidir pelo colegiado a quo, serão apreciados conjuntamente os seguintes processos: 10940.900291/200675, 10940.900293/200664, 10940.900301/200672, 10940.900305/2006 51, 10940.900306/200603 e 10940.900308/200694. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Maurício Pereira Faro Em 27/04/2001 a interessada fez opção pala sistemática do Simples e, em 07/08/2003,foi emitido o Ato Declaratório Executivo n° 437.546, de lavra do Delegado da Receita Federal em Ponta Grossa, determinando sua exclusão ao beneficio, a partir de 01/01/2002, por ter restado constatado que o sócio ou titular da reclamante (CPF 510.046.239 68) participava de outra empresa (CNPJ 02.844.319/000129) com mais de 10% do capital social desta e a receita bruta das duas empresas ter ultrapassado, no anocalendário de 2001, o limite legal estabelecido na lei que regia, então, a sistemática (Lei n° 9.317, de 1996). A fundamentação legal para a exclusão foi o disposto no inciso IX do artigo 9° da Lei n°9.317, de 05/12/1996, alterado pelo artigo 6° da Lei n°9.779, de 1999, que dispõe: "Art. 9". Não poderá optar pelo Simples, a pessoa jurídica: IX — cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do art. 2", observado o disposto no art. 3"; Cientificada do ato de exclusão em 27/08/2003, não apresentou contestação e, neste mesmo ano, em 27/10/2003, protocolou a PER/DECOMP de fls. 03/09. Mais uma vez é de se recorrer à legislação que instituiu o Simples para saber o que ficou estabelecido como regra às pessoas jurídicas que são excluídas do beneficio. Dispõem os artigo 15 e 16 da Lei n° 9.317, de 1996: "Art. 15. A exclusão do Simples nas condições de que tratam os artigos 13 e 14 surtirá efeito: — a partir do mês subseqüente ao que incorrida a situação excludente, nas hipóteses de que tratam os incisos III a XVIII do art. 9"; Art. 16. A pessoa jurídica excluída do Simples sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas." Fl. 36DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 17/05/201 2 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10940.900301/200672 Acórdão n.º 1401000.567 S1C4T1 Fl. 4 4 Portanto, tendo sido excluída do Simples e não tendo contestado essa exclusão, a contribuinte estava obrigada a observar as normas gerais de tributação, aplicáveis às demais pessoas jurídicas, não optantes do Simples, inclusive no que tange à retificação de sua Declaração Anual apresentada em relação ao anocalendário de 2002, quando os efeitos da exclusão começaram posto que, para aquele referido anocalendário (2002) a reclamante já tinha entregado a Declaração Anual Simplificada, fato ocorrido em 21/05/2002. Assim, tendo sido excluída do Simples a contribuinte tinha a obrigação de retificar a declaração anual, para adequarse à nova situação, conforme previsto no artigo 16 da Lei do Simples (acima transcrito). Dispõe o artigo 832 do Regulamento do Imposto de renda RIR/99, Decreto n" 3.000, de 26 de março de 1999: "Art. 832. A autoridade fiscal poderá autorizar a retificação da declaração de rendimentos, quando comprovado erro nela contido, desde que sem interrupção do pagamento do saldo do imposto e antes de iniciado o processo de lançamento de oficio (Decretolei n" 1.967, de 1982, art. 21, e Decretolei n" 1.968, de 23/11/1982, art. 6"). Parágrafo único. A retificação prevista neste artigo será feita por processo sumário, mediante a apresentação de nova declaração de rendimentos, mantidos os mesmos prazos de vencimento do imposto. Ocorre que tal providência não foi adotada e a interessada se limitou a pedir a compensação dos valores recolhidos sob a sistemática do Simples, com parcelas decorrentes de apuração de seu resultado pelo Lucro Presumido, sem proceder à entrega da declaração referente ao anocalendário de 2002, pelo Lucro Presumido. Conforme consta dos documentos acostados ao processo, tal iniciativa só foi adotada depois que a contribuinte tomou conhecimento da não homologação do pleito, ou seja, a declaração retificadora foi apresentada, apenas, em 13/08/2008. Cabe também ressaltar que ela não apresentou as DCTF do ano calendário de 2002., conforme tela do sistema SIEF. Assim, quando da análise dos pedidos de PER/DECOMP, a autoridade fiscal indeferiu o pleito ao argumento de que inexistia o crédito pleiteado, posto que nos sistemas de controle da Receita Federal o que existia de concreto era uma declaração anual simplificada entregue à época própria e cujos valores já haviam sido quitados por DARF específico. Para estabelecer se a entrega da declaração retificadora obedeceu ao prazo decadencial previsto no Código Tributário Nacional, importa analisar em qual modalidade de lançamento o Simples está inserido, ou seja, se ela constitui lançamento por declaração ou por homologação. O artigo 173 do Código Tributário Nacional — CTN assim dispõe: "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Fl. 37DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 17/05/201 2 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10940.900301/200672 Acórdão n.º 1401000.567 S1C4T1 Fl. 5 5 da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento." De disposição expressa de lei decorre, portanto, o estabelecimento do termo inicial para a contagem do prazo decadencial tributário, que, como regra geral, está bem definido no inciso I do art.173. Considerando que grande parte dos tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil condicionase à sistemática de recolhimento ou pagamento em que o sujeito passivo está obrigado a satisfazer os respectivos créditos sem prévio exame da autoridade administrativa, é imprescindível à definição dos termos inicial para a contagem do prazo decadencial de cada tributo ou contribuição as disposições contidas no art.150,§4° do CTN, que estabelece ipsis litteris: "Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1" O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 4" Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação." Observese que na definição do termo inicial do prazo de decadência há de se considerar o cumprimento pelo sujeito passivo do dever de anteciparse à atuação da autoridade administrativa para constituição do crédito tributário, interpretando a legislação aplicável para apurar o montante e efetuar o pagamento ou o recolhimento do tributo ou contribuição correspondente. No caso do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, a apuração do quantum devido é feita mensalmente, ou seja, considerase ocorrido o fato gerador no último dia de cada mês. A tributação mensal é definitiva, não havendo espaço para ajustes. Considerando que o contribuinte efetuou pagamento antecipado, o prazo decadencial deve ser contado a partir do fato gerador (último dia de cada mês). Assim, se a Declaração de Ajustes Simplificada foi apresentada em 21/05/2003 e, em se tratando de lançamento por homologação, a declaração retificadora, pelo Fl. 38DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 17/05/201 2 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10940.900301/200672 Acórdão n.º 1401000.567 S1C4T1 Fl. 6 6 Lucro Presumido apresentada em 13/08/2008 é intempestiva, posto o transcurso de mais de cinco anos desde a primeira informação prestada ao fisco (21/05/2003), não podendo ser acolhida, mesmo se considerarmos que a contribuinte estava efetivamente excluída do Simples, por força do ADE n" 437.546. Neste caso há que se reconhecer que a administração tributária, depois de efetuar a exclusão da interessada, deixou fluir o prazo decadencial sem adotar medidas concretas, visando o efetivo cumprimento da norma, em relação ao anocalendário de 2002, razão pela qual entendo que o pleito da interessada é inócuo. A inércia da autoridade fiscal e a intempestividade da ação do contribuinte contribuíram para que só se tomasse conhecimento da situação irregular da interessada, com relação ao anocalendário de 2002, depois de já decorrido o prazo decadencial. Por fim, salvo melhor juízo, entendo ter sido equivocada a conclusão da autoridade administrativa que indeferiu o pleito da contribuinte. A autoridade fiscal indeferiu o pleito ao argumento de que inexistia o crédito pleiteado. Ora, se a contribuinte estava excluída do Simples e, se, havia efetuado recolhimentos sob o código 6106 (específico do Simples), os créditos existiam, o que não constava do sistema contascorrentes da Receita Federal eram os débitos a serem amortizados por aqueles créditos, posto que a interessada não havia efetuado, até aquela data, a retificação da Declaração Anual pelo Lucro Presumido. Indeferido o pleito, a contribuinte foi cientificada em 04/08/2008. Só então, providenciou a apresentação da Declaração Anual pelo Lucro Presumido, conforme tela de fl. 19, que foi recepcionada em 13/08/2008. Quanto à possibilidade de lançamento de débitos informados em pedidos de compensação, cabe informar que somente as declarações de compensação entregues à SRF a partir de 31/10/2003 constituemse confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente à exigência dos débitos indevidamente compensados. Com efeito, estes efeitos jurídicos foram atribuídos às declarações de compensação apenas a partir das alterações introduzidas na redação do art. 74 da Lei 9.430/96 pela Medida Provisória 135, de 30/10/2003, convertida na Lei 10.833, de 29/12/2003. Desta forma, ante o exposto, eis o que se pode concluir do presente processo: i) quando da transmissão das PER/DECOMP a interessada deixou de apresentar a competente Declaração de Ajuste Anual pelo Lucro Presumido que daria suporte à apreciação do pleito, portanto, quando da apreciação do pedido o que a autoridade fiscal constatou foi a existência de uma Declaração Anual Simplificada, cujos débitos haviam sido extintos pelos DARF que a interessada pretende utilizar para abater débitos do Lucro Presumido; ii) as PER/DECOMP apresentadas em 27/10/2003 não possuem caráter de confissão de dívida, posto terem sido transmitidas antes da vigência das alterações introduzidas na redação do art. 74 da Lei 9.430/96 pela Medida Provisória 135, de 30/10/2003, convertida na Lei 10.833, de 29/12/2003; Fl. 39DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 17/05/201 2 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10940.900301/200672 Acórdão n.º 1401000.567 S1C4T1 Fl. 7 7 iii) a contribuinte também não apresentou as DCTF do ano de 2002, a fim de que caracterizar a confissão de dívida; iv) quando da recepção das PER/DECOMP não se procedeu ao lançamento dos valores nelas informados com vistas a preservá los do instituto da decadência já que o Simples, por se caracterizar lançamento por homologação obedece ao disposto no § 40 do artigo 150 do Código Tributário Nacional, qual seja, cinco anos a contar da data fato gerador; v) a apresentação intempestiva da Declaração de Ajuste Anual pelo Lucro Presumido, ocorrida depois de a contribuinte ter tomado ciência do indeferimento ao pedido de compensação é inócua pois, em se tratando de empresa que era do Simples, os fatos geradores do anocalendário de 2002 já foram atingidos pela decadência, sendo improcedente e vi) finalmente, deve ser declarada improcedente qualquer tentativa de a autoridade fiscal vir a exigir algum valor por ventura remanescente. Ante todo o exposto, nego provimento ao recurso voluntário do contribuinte. Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro Relator Fl. 40DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 17/05/201 2 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO
score : 1.0
Numero do processo: 13888.000994/2005-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Jul 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2002, 2003, 2004
NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA.
Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos
preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento.
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. REGRA DE APURAÇÃO E TRIBUTAÇÃO.
A partir do Ano-calendário 1989, o acréscimo patrimonial deve ser apurado mensalmente, devendo o valor apurado, não justificado por rendimentos oferecidos à tributação, rendimentos isentos ou tributados exclusivamente na fonte, ser computado na determinação da base de cálculo anual do tributo.
INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. EFEITOS.
O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação, a dos demais envolvidos nas infrações verificadas.
MULTA ISOLADA DE OFÍCIO DECORRENTE DE CARNÊ-LEÃO NÃO PAGO. INCIDÊNCIA CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFÍCIO VINCULADA AO IMPOSTO LANÇADO NO AJUSTE ANUAL. RENDIMENTOS OMITIDOS RECEBIDOS DE PESSOA FÍSICA OU DE FONTE DO EXTERIOR QUE GERAM UMA DUPLA PENALIDADE COM MESMA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. Mansamente
assentada na jurisprudência do Primeiro Conselho de Contribuintes e do CARF que a multa isolada do carnê-leão não pode ser cobrada
concomitantemente com a multa de ofício que incidiu sobre o imposto lançado, este em decorrência da colação no ajuste anual do rendimento que deveria ter sido submetido ao recolhimento mensal obrigatório, pois ambas têm a mesma base de cálculo, implicando em dupla penalidade em decorrência da omissão de um mesmo rendimento, conduta vedada em nosso ordenamento.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2102-001.446
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, afastar a
preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, DAR PARCIAL provimento ao recurso para cancelar a infração de acréscimo patrimonial a descoberto e a multa isolada do carnêleão.
Vencida a Conselheira Núbia Matos Moura (relatora) que dava provimento em menor extensão, divergindo apenas ao reduzir a multa isolada dos anos calendário 2001 e 2002 para R$ 1.166,46 e R$ 867,70, respectivamente. Designado para redigir o voto vencedor o
Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201107
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002, 2003, 2004 NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. REGRA DE APURAÇÃO E TRIBUTAÇÃO. A partir do Ano-calendário 1989, o acréscimo patrimonial deve ser apurado mensalmente, devendo o valor apurado, não justificado por rendimentos oferecidos à tributação, rendimentos isentos ou tributados exclusivamente na fonte, ser computado na determinação da base de cálculo anual do tributo. INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. EFEITOS. O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação, a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. MULTA ISOLADA DE OFÍCIO DECORRENTE DE CARNÊ-LEÃO NÃO PAGO. INCIDÊNCIA CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFÍCIO VINCULADA AO IMPOSTO LANÇADO NO AJUSTE ANUAL. RENDIMENTOS OMITIDOS RECEBIDOS DE PESSOA FÍSICA OU DE FONTE DO EXTERIOR QUE GERAM UMA DUPLA PENALIDADE COM MESMA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. Mansamente assentada na jurisprudência do Primeiro Conselho de Contribuintes e do CARF que a multa isolada do carnê-leão não pode ser cobrada concomitantemente com a multa de ofício que incidiu sobre o imposto lançado, este em decorrência da colação no ajuste anual do rendimento que deveria ter sido submetido ao recolhimento mensal obrigatório, pois ambas têm a mesma base de cálculo, implicando em dupla penalidade em decorrência da omissão de um mesmo rendimento, conduta vedada em nosso ordenamento. Recurso Voluntário Provido em Parte
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jul 29 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 13888.000994/2005-91
anomes_publicacao_s : 201107
conteudo_id_s : 4962044
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Aug 29 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2102-001.446
nome_arquivo_s : 210201446_13888000994200591_201107.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : NUBIA MATOS MOURA
nome_arquivo_pdf_s : 13888000994200591_4962044.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, afastar a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, DAR PARCIAL provimento ao recurso para cancelar a infração de acréscimo patrimonial a descoberto e a multa isolada do carnêleão. Vencida a Conselheira Núbia Matos Moura (relatora) que dava provimento em menor extensão, divergindo apenas ao reduzir a multa isolada dos anos calendário 2001 e 2002 para R$ 1.166,46 e R$ 867,70, respectivamente. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos.
dt_sessao_tdt : Fri Jul 29 00:00:00 UTC 2011
id : 4743542
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:41:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040267595776
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2283; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T2 Fl. 241 1 240 S2C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.000994/200591 Recurso nº 177.506 Voluntário Acórdão nº 210201.446 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 29 de julho de 2011 Matéria IRPF Rendimentos recebidos de pessoas físicas, APD e multa isolada Recorrente JOÃO CARLOS BORGES DA SILVA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002, 2003, 2004 NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. REGRA DE APURAÇÃO E TRIBUTAÇÃO. A partir do Anocalendário 1989, o acréscimo patrimonial deve ser apurado mensalmente, devendo o valor apurado, não justificado por rendimentos oferecidos à tributação, rendimentos isentos ou tributados exclusivamente na fonte, ser computado na determinação da base de cálculo anual do tributo. INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. EFEITOS. O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação, a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. MULTA ISOLADA DE OFÍCIO DECORRENTE DE CARNÊLEÃO NÃO PAGO. INCIDÊNCIA CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFÍCIO VINCULADA AO IMPOSTO LANÇADO NO AJUSTE ANUAL. RENDIMENTOS OMITIDOS RECEBIDOS DE PESSOA FÍSICA OU DE FONTE DO EXTERIOR QUE GERAM UMA DUPLA PENALIDADE COM MESMA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. Mansamente assentada na jurisprudência do Primeiro Conselho de Contribuintes e do CARF que a multa isolada do carnêleão não pode ser cobrada concomitantemente com a multa de ofício que incidiu sobre o imposto lançado, este em decorrência da colação no ajuste anual do rendimento que deveria ter sido submetido ao recolhimento mensal obrigatório, pois ambas Fl. 244DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 242 2 têm a mesma base de cálculo, implicando em dupla penalidade em decorrência da omissão de um mesmo rendimento, conduta vedada em nosso ordenamento. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, afastar a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, DAR PARCIAL provimento ao recurso para cancelar a infração de acréscimo patrimonial a descoberto e a multa isolada do carnêleão. Vencida a Conselheira Núbia Matos Moura (relatora) que dava provimento em menor extensão, divergindo apenas ao reduzir a multa isolada dos anos calendário 2001 e 2002 para R$ 1.166,46 e R$ 867,70, respectivamente. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente Redator designado Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora EDITADO EM: 18/08/2011 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho. Ausente justificadamente a Conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Relatório Contra JOÃO CARLOS BORGES DA SILVA foi lavrado Auto de Infração, fls. 128/144, para formalização de exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa aos anoscalendário 2001 a 2003, exercícios 2002 a 2004, no valor total de R$ 67.092,02, incluindo multa de ofício e juros de mora, estes últimos calculados até 28/02/2005. As infrações apuradas pela autoridade fiscal, detalhadas no Auto de Infração, foram omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas (quantias oferecidas à tributação nas Declarações de Ajuste Anual, apresentadas somente depois de iniciado o procedimento Fl. 245DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 243 3 fiscal), acréscimo patrimonial a descoberto e falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão (multa isolada). Inconformado com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação, fls. 162/171, que foi devidamente apreciada pela autoridade julgadora de primeira instância, conforme Acórdão DRJ/FOR nº 0814.675, de 16/01/2009, fls. 200/214, decidindose, por unanimidade de votos, pela procedência em parte do lançamento, para reduzir a multa isolada para R$ 9.828,94 (redução do percentual de 75% para 50%). Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 25/02/2009, Aviso de Recebimento (AR), fls. 226, o contribuinte apresentou, em 24/03/2009, recurso voluntário, fls. 227/233, no qual traz as alegações a seguir resumidas: Preliminar de nulidade – Argúise a nulidade do lançamento, pois a autoridade fiscal incorreu em erro quando do cálculo da multa isolada, pois utilizou como base de cálculo da multa, valor duplicado do rendimento recebido de pessoa física. Também é causa de nulidade do lançamento o fato de o Auto de Infração considerar como omissão de rendimentos os valores oferecidos à tributação nas Declarações de Ajuste Anual (DAA), configurandose duplicidade de exigência. Caberia exigir no Auto de Infração apenas a multa de ofício. Do mérito Gastos incompatíveis com rendimentos declarados Na impugnação argumentouse que a fiscalização iria dar procedimento ao seu trabalho mediante a tributação dos depósitos bancários não comprovados, que embora assim informado ao recorrente, tal fato não se realizou. Da multa isolada – Não pode prosperar a aplicação da concomitante da multa de ofício com a multa isolada. É o Relatório. Fl. 246DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 244 4 Voto Conselheira Núbia Matos Moura O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. O contribuinte suscita a preliminar de nulidade do lançamento, sob as seguintes alegações: (i) a autoridade fiscal incorreu em erro quando do cálculo da multa isolada, pois utilizou como base de cálculo da multa, valor duplicado do rendimento recebido de pessoa física e (ii) no Auto de Infração foram considerados como omissão de rendimentos os valores oferecidos à tributação nas Declarações de Ajuste Anual (DAA), quando somente se deveria exigir a multa de ofício. Na verdade, tais argumentos, ainda que procedentes, não ensejam a nulidade do lançamento, de sorte que serão analisadas juntamente com as demais questões de mérito apresentadas pela defesa. No mais, cumpre esclarecer que o presente lançamento foi levado a efeito por autoridade competente e dado ao contribuinte o direito de defesa, no momento da apresentação da impugnação e do recurso voluntário, que ora se analisa. Temse, ainda, que na lavratura do Auto de Infração foram cumpridas todas as formalidades estabelecidas no artigo 142 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), estando em perfeito acordo com as exigências previstas no art. 10 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regula o processo administrativo fiscal. Assim, não pode prosperar a argüição de nulidade do lançamento suscitada pelo recorrente. No mérito, temse que uma das infrações imputadas ao contribuinte foi omissão de rendimentos, caracterizada por acréscimo patrimonial a descoberto, no ano calendário 2003, exercício 2004, e, em se tratando de critério indireto de verificação de ocorrência de fato gerador, necessário se faz o exame prévio do procedimento fiscal, porquanto dele depende o controle da legalidade do lançamento, tarefa que incumbe às instâncias administrativas de julgamento. Os principais dispositivos legais que regem a matéria são: arts. 1° a 3° e parágrafos e art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988; artigos 1° a 4° da Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990; art. 6º e parágrafos da Lei nº 8.021, de 12 de abril de 1990 e arts. 4º a 6º da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991. Dentre os dispositivos citados, interessam para o exame que se propõe, os que a seguir se transcrevem: Lei nº 7.713, de 1988 Art.1º Os rendimentos e ganhos de capital percebidos a partir de 1º de janeiro de 1989, por pessoas físicas residentes ou Fl. 247DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 245 5 domiciliados no Brasil, serão tributados pelo imposto de renda na forma da legislação vigente, com as modificações introduzidas por esta Lei. Art.2º O imposto de renda das pessoas físicas será devido, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos. Art.3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. § 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. Lei nº 8.134, de 1990 Art. 1° A partir do exercício financeiro de 1991, os rendimentos e ganhos de capital percebidos por pessoas físicas residentes ou domiciliadas no Brasil serão tributados pelo Imposto de Renda na forma da legislação vigente, com as modificações introduzidas por esta lei. Art. 2° O Imposto de Renda das pessoas físicas será devido à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos, sem prejuízo do ajuste estabelecido no art. 11. (...) Art. 4° Em relação aos rendimentos percebidos a partir de 1° de janeiro de 1991, o imposto de que trata o art. 8° da Lei n° 7.713, de 1988: I será calculado sobre os rendimentos efetivamente recebidos no mês; De acordo com os artigos transcritos, a partir de 1º de janeiro de 1989 o imposto de renda das pessoas físicas é devido mensalmente, à medida que os rendimentos incluídos neste conceito os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados e ganhos de capital são percebidos. Portanto, a análise da evolução patrimonial para fins de levantamento do acréscimo patrimonial a descoberto, cuja finalidade é detectar a existência de omissão de rendimentos tributáveis, deve reportarse aos períodos mensais para conformarse às disposições legais. Além da exteriorização da omissão de rendimentos, o levantamento de que se trata propicia o arbitramento da renda omitida e, conseqüentemente, a apuração do montante do tributo devido. Constituise, pois, em ato que dá ensejo à atividade do lançamento, atividade essa que, por ser vinculada, deve ser exercida estritamente dentro da lei, conforme art.142, parágrafo único, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). Fl. 248DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 246 6 Por oportuno, transcrevemse a seguir os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, em sua obra Direito Administrativo Brasileiro, 19ª edição, pág. 149: ... os atos vinculados são aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização. Nessa categoria de atos, as imposições legais absorvem, quase que por completo, a liberdade do administrador, uma vez que sua ação fica adstrita aos pressupostos estabelecidos pela norma legal para a validade da atividade administrativa. Desatendido qualquer requisito, comprometese a eficácia do ato praticado, tornandose passível de anulação pela própria administração, ou pelo judiciário, se assim requerer o interessado. Na prática, de tais atos o poder público sujeitase às indicações legais ou regulamentares e delas não pode se afastar sem viciar irremediavelmente a ação administrativa. Isso não significa que nessa categoria de atos, o administrador se converta em cego e automático executor da lei. Absolutamente não. O que não lhe é lícito é desatender às imposições legais ou regulamentares que regram e bitolam sua prática. O acréscimo patrimonial a descoberto apurado pela autoridade fiscal limitou se a comparar o valor anual dos rendimentos declarados pelo contribuinte com os pagamentos de despesas efetuados através de cartão de crédito, cartão de débito e débito em conta. Decorreu, portanto, de análise por fluxo de caixa anual, ou seja, do cotejo entre pagamentos e recurso declarado, considerados pelos seus valores anuais. Esse critério, além de ferir as disposições legais acima mencionadas, traz em si a imperfeição de provocar distorções que prejudicam a determinação da matéria tributável. No fluxo de caixa anual, um bem adquirido ou uma aplicação efetuada num momento em que não existam recursos disponíveis para tal podem ser acobertados pela percepção posterior de recursos. Vêse, portanto, que a inobservância da regra que determina a apuração mensal dos rendimentos, no caso do acréscimo patrimonial não justificado, afeta não somente o elemento temporal do fato gerador, mas também o valorativo. Frisese que na Declaração de Ajuste Anual, exercício 2004, anocalendário 2003, fls. 32/34, o contribuinte declarou apenas rendimentos recebidos de pessoas físicas, os quais encontramse discriminados mês a mês. Logo, considerando que os pagamentos encontramse listados também mês a mês, restou evidenciado que não existia nenhum óbice que impossibilitasse a autoridade fiscal de determinar os acréscimos patrimoniais a descoberto mensalmente. Destarte, em que pese a variação patrimonial a descoberto apurada pela autoridade fiscal, o fato é que a apuração da matéria tributável não se deu em conformidade com a lei. Nessa conformidade, a infração de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimo patrimonial a descoberto deve ser cancelada. No que se refere à infração de omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas, o contribuinte argúi que o lançamento incorreu em duplicidade, já que o imposto Fl. 249DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 247 7 devido sobre tais rendimentos será cobrado mediante as Declarações de Ajuste Anual (DAA), apresentadas durante o procedimento fiscal e também via Auto de Infração. Ora, de acordo com o parágrafo único do art. 138 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN), determina que não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Portanto, correto o procedimento da autoridade fiscal em exigir no Auto de Infração, o imposto devido sobre os rendimentos informados em DAA apresentada depois de iniciado o procedimento fiscal, acompanhado da respectiva multa de ofício. Eventual cobrança em duplicidade, causada pelo processamento das DAA, apresentadas intempestivamente, devem ser rechaçadas pelo contribuinte junto à autoridade administrativa, que verificando a duplicidade cancelará a cobrança indevida. Já no que se refere à alegação da defesa de que a autoridade fiscal incorreu em erro quando do cálculo da multa isolada, pois utilizou como base de cálculo da multa, valor duplicado do rendimento recebido de pessoa física, assiste razão ao contribuinte. De fato, conforme Demonstrativos de Apuração da Multa Exigida Isoladamente, fls. 136/137 e 139/140, inferese que a base de cálculo do imposto devido, para os anoscalendário de 2001 e 2002, está duplicada para todos os meses. Logo, devese recalcular o valor da multa isolada, de sorte que seu valor deve ser reduzido para os seguintes valores: anocalendário 2001 – R$ 1.166,46 e anocalendário 2002 – R$ 867,70. Por fim, devese analisar a alegação do contribuinte de ser indevida a cobrança da multa exigida isoladamente concomitantemente com a multa de ofício por entender que as mesmas incidem sobre o mesmo evento jurídico. A multa pela falta de recolhimento do imposto de renda mensal (carnêleão) está legalmente prevista no art. 44 da Lei n.º 9.430, de 30 de dezembro de 1996, que assim dispõem: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I – setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; (...) § 1.º As multas de que trata este artigo serão exigidas: I – juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; Fl. 250DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 248 8 (...) III – isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão) na forma do art. 8.º da Lei n.º 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazê lo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste. No presente caso, o contribuinte cometeu duas infrações distintas: omitiu rendimentos em sua Declaração de Ajuste Anual e deixou de recolher o imposto de renda mensal a que estava obrigado (carnêleão) e o não recolhimento do carnêleão já basta para que passe a dever a multa isolada, independentemente da circunstância de apurar ou não imposto a pagar na Declaração de Ajuste Anual. Adotase no Brasil o sistema de bases correntes para o pagamento do Imposto de Renda, e os recolhimentos mensais configuramse como pressuposto básico. Tais recolhimentos compõem simetria com o compulsório recolhimento na fonte em relação aos salários e alguns outros rendimentos recebidos de pessoas jurídicas; os recolhimentos que venham a revelaremse excessivos, em função de deduções a que o contribuinte tem direito na Declaração de Ajuste Anual, deverão ser nesta apurados e, sendo o caso, devolvidos pela Fazenda Pública. Não é facultado ao contribuinte somente recolher o imposto apurado no ajuste, tanto que a legislação prevê expressa e especificamente a exigência da multa isolada, mesmo na hipótese de não vir a ser apurado imposto devido na Declaração de Ajuste Anual. No caso dos autos, porém, houve ainda, efetivamente, falta de recolhimento do Imposto de Renda apurado e devido, fato que impõe a exigência da multa de ofício prevista no inciso I, do art. 44, da Lei n.º 9.430, de 1996, incidente sobre o valor do imposto apurado, cumulativamente com a multa exigida isoladamente, sobre o carnêleão não recolhido, nos exatos termos da legislação acima transcrita. Diante do exposto, nada há a empanar a exigência fiscal quanto à aplicação da multa exigida isoladamente, pela falta de recolhimento do imposto de renda mensal devido, a título de carnêleão, cumulada com a multa de ofício proporcional, incidente sobre o imposto apurado anualmente, decorrente da omissão de rendimentos detectada. Ante o exposto, voto por afastar a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, DAR PARCIAL provimento ao recurso para cancelar a infração de acréscimo patrimonial a descoberto e reduzir a multa isolada dos anos calendário 2001 e 2002 para R$ 1.166,46 e R$ 867,70, respectivamente. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Voto Vencedor A divergência da maioria em face da relatora cingese apenas à manutenção da multa isolada do carnêleão no voto vencido, pois a maioria entende inviável a coexistência concomitante da multa isolada do carnêleão e da multa vinculada ao imposto apurado no ajuste anual, pelas razões que se seguem. Fl. 251DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 249 9 No caso em que os rendimentos sujeitos ao carnêleão são colacionados pela autoridade fiscal no ajuste anual, a jurisprudência administrativa de há muito tempo assentou se na impossibilidade da imputação de uma dupla penalidade pecuniária ao autuado pela omissão dos rendimentos recebidos de pessoa física, uma vinculada ao imposto devido (a multa de ofício vinculada ao imposto devido no ajuste anual, no percentual de 75% do imposto) e outra pelo não recolhimento do carnêleão (multa de ofício isolada, tendo como base de cálculo o imposto não antecipado mensalmente – carnêleão), ao fundamento de que a omissão dos rendimentos recebidos de pessoa física seria a base de cálculo para a apuração de imposto anual e daquele que deveria ter sido antecipado, com a multa de 75% incidente sobre cada uma das bases anteriores. Em essência, uma mesma conduta (omissão de rendimentos percebidos de pessoa física) levaria a uma dupla penalidade, o que não é admitido em nosso sistema jurídico. Para tanto, vejamse as seguintes ementas: Acórdão nº CSRF/0104.987, sessão de 15 de junho de 2004, relatora a conselheira Leila Maria Scherrer Leitão MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO – CONCOMITÂNCIA –MESMA BASE DE CÁLCULO – A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. Acórdão nº 10248.216, sessão de 26 de janeiro de 2007, relator o conselheiro Antonio José Praga de Sousa PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POR NACIONAIS JUNTO AO PNUD TRIBUTAÇÃO – São tributáveis os rendimentos decorrentes da prestação de serviço junto ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento –PNUD, quando recebidos por nacionais contratados no País, por faltarlhes a condição de funcionário de organismos internacionais, este detentor de privilégios e imunidades em matéria civil, penal e tributária. (Acórdão CSRF 0400.024 de 21/04/2005). MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO CONCOMITÂNCIA MESMA BASE DE CÁLULO A aplicação concomitante da multa isolada e da multa de oficio não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo (Acórdão CSRF nº 0104.987 de 15/06/2004). Acórdão nº 10422.058, sessão de 06 de dezembro de 2006, relator o conselheiro Nelson Mallmann RENDIMENTOS RECEBIDOS DE ORGANISMOS INTERNACIONAIS UNESCO/ONU A isenção de imposto de renda sobre rendimentos pagos pelos organismos internacionais é privilégio exclusivo dos funcionários que satisfaçam as condições previstas na Convenção sobre Privilégio e Imunidades das Nações Unidas, recepcionada no direito pátrio pelo Decreto nº. 22.784, de 1950 e pela Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Agências Especializadas da Organização das Nações Unidas, aprovada pela Assembléia Geral do Organismo em 21 de novembro de 1947, ratificada pelo Governo Brasileiro Fl. 252DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 250 10 por via do Decreto Legislativo nº. 10, de 1959, promulgada pelo Decreto nº. 52.288, de 1963. Não estão albergados pela isenção os rendimentos recebidos pelos técnicos a serviço da Organização, residentes no Brasil, sejam eles contratados por hora, por tarefa ou mesmo com vínculo contratual permanente. LEGITIMIDADE PASSIVA Os Organismos Internacionais que possuem imunidade de jurisdição não se submetem à legislação interna brasileira, portanto deles não se pode exigir a retenção e o recolhimento do imposto de renda sobre valores pagos às pessoas físicas. Estas têm seus rendimentos sujeitos à tributação mensal, na forma de carnêleão. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA CONCOMITÂNCIA É incabível, por expressa disposição legal, a aplicação concomitante de multa de lançamento de ofício exigida com o tributo ou contribuição, com multa de lançamento de ofício exigida isoladamente. (Artigo 44, inciso I, § 1º, itens II e III, da Lei nº. 9.430, de 1996). Acórdão nº 10616.124, sessão de 28 de fevereiro de 2007, relator o conselheiro José Ribamar Barros Penha IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. REMUNERAÇÃO AUFERIDA POR NACIONAIS JUNTO AO PNUD. TRIBUTAÇÃO – Estão sujeitos a tributação do Imposto de Renda os rendimentos auferidos junto ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD em contraprestação de serviço contratados em território nacional, uma vez não preenchida a condição de funcionário do organismo internacional. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA ISOLADA CONCOMITANTE – É de ser afastada a aplicação de multa isolada concomitantemente com multa de ofício tendo ambas a mesma base de cálculo. No ponto, é de se afastar a multa isolada do carnêleão que incidiu sobre o recolhimento mensal obrigatório (carnêleão) não pago. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Redator do voto vencedor Fl. 253DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13888.000994/200591 Acórdão n.º 210201.446 S2C1T2 Fl. 251 11 Fl. 254DF CARF MF Emitido em 20/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/08/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 19/08/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO
score : 1.0
Numero do processo: 13161.720023/2007-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR
Exercício: 2003
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL. ISENÇÃO. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARAT6RIO AMBIENTAL (ADA). OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00.
A apresentação do ADA, a partir do exercício de 2001, tornou-se requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, passando a ser, regra geral, uma isenção condicionada.
tendo em vista a promulgação da Lei n.° 10.165/00, que alterou o conteúdo do art. 17-0, §1°, da Lei n.° 6.938/81.
Hipótese em que o contribuinte comprovou documentalmente ser a área objeto de fiscalização, em sua totalidade, de preservação permanente.
Embargos de declaração acolhidos.
Recurso voluntário provido.
Numero da decisão: 2101-000.974
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em
acolher os embargos de declaração para sanar a omissão apontada e rerratificar o Acórdão n° 2101-00.580, de 18 de junho de 2010, alterando o resultado do julgamento para DAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201102
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR Exercício: 2003 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL. ISENÇÃO. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARAT6RIO AMBIENTAL (ADA). OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00. A apresentação do ADA, a partir do exercício de 2001, tornou-se requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, passando a ser, regra geral, uma isenção condicionada. tendo em vista a promulgação da Lei n.° 10.165/00, que alterou o conteúdo do art. 17-0, §1°, da Lei n.° 6.938/81. Hipótese em que o contribuinte comprovou documentalmente ser a área objeto de fiscalização, em sua totalidade, de preservação permanente. Embargos de declaração acolhidos. Recurso voluntário provido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 13161.720023/2007-18
anomes_publicacao_s : 201102
conteudo_id_s : 4655760
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2101-000.974
nome_arquivo_s : 210100974_13161720023200718_201102.PDF
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
nome_arquivo_pdf_s : 13161720023200718_4655760.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para sanar a omissão apontada e rerratificar o Acórdão n° 2101-00.580, de 18 de junho de 2010, alterando o resultado do julgamento para DAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
dt_sessao_tdt : Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
id : 4738909
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:38:49 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040277032960
conteudo_txt : Metadados => date: 2011-04-28T12:44:25Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 2; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2011-04-28T12:44:25Z; Last-Modified: 2011-04-28T12:44:25Z; dcterms:modified: 2011-04-28T12:44:25Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; xmpMM:DocumentID: uuid:e6006460-592f-4819-becd-21e99febea5a; Last-Save-Date: 2011-04-28T12:44:25Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2011-04-28T12:44:25Z; meta:save-date: 2011-04-28T12:44:25Z; pdf:encrypted: false; modified: 2011-04-28T12:44:25Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2011-04-28T12:44:25Z; created: 2011-04-28T12:44:25Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; Creation-Date: 2011-04-28T12:44:25Z; pdf:charsPerPage: 1576; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2011-04-28T12:44:25Z | Conteúdo => en e S2-CIT1 Fl. 1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO • Processo n° Recurso n° Acórdão n° Sessão de Matéria Embargante Interessado 13161.720023/2007-18 344.018 Embargos 2101-00.974 — la Câmara / la Turma Ordinária 10 de fevereiro de 2011 ITR - Area de preservação permanente ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA JOSÉ JACINTH° NETO e FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR Exercício: 2003 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL. ISENÇÃO. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARAT6RIO AMBIENTAL (ADA). OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00. A apresentação do ADA, a partir do exercício de 2001, tornou-se requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, passando a ser, regra geral, uma isenção condicionada, tendo em vista a promulgação da Lei n.° 10.165/00, que alterou o conteúdo do art. 17-0, §1°, da Lei n.° 6.938/81. Hipótese em que o contribuinte comprovou documentalmente ser a area objeto de fiscalização, em sua totalidade, de preservação permanente. Embargos de declaração acolhidos. Recurso voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para sanar a omissão apontada e rerratificar o Acórdão n° 2101-00.580, de 18 de junho de 2010, alterando o resultado do julgamento para DAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relat Cato arcos Cândido - Pre Processo n° 13161.720023/2007-18 S2-CIT1 Acórdão n.° 2101-00.974 Fl. 2 Alexandre Naoki Nishioka - Relator EDITADO: 15 ABR 201'1 Participaram do julgamento os Conselheiros Caio Marcos Cândido, Alexandre Naoki Nishioka, Ana Neyle Olímpio Holanda, José Raimundo Tosta Santos, Odmir Fernandes e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Trata-se de embargos de declaração opostos pela 1a Turma Ordinária da P. Câmara da 2a • Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em 05 de janeiro de 2011, contra o Acórdão n° 2101-00.580, de 18 de junho de 2010, em virtude de omissão, decorrente do recebimento tardio (após a data do julgamento, conforme Processo 13161.720027/2007-04), por esta P. Turma, de documentos apresentados pelo contribuinte antes do julgamento. o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator Os embargos de declaração interpostos por este Conselheiro Relator com fundamento no disposto pelo art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria do Ministério da Fazenda n.° 256, de 2009, preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. De fato, o texto normativo do atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), mais especificamente o seu art. 65, caput, admite a interposição do referido recurso, semelhantemente ao quanto estabelecido pelo art. 535 do Código de Processo Civil pátrio, apenas e tão-somente quando demonstrada omissão, obscuridade ou contradição no acórdão recorrido. A este respeito, cumpre trazer A. baila o estatuído pelo Regimento Interno: "Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma. § 1 0 Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de cinco dias contado da ciencia do acórdão: I - por conselheiro do colegiado; II - pelo contribuinte, responsável ou preposto; III - pelo Procurador da Fazenda Nacional; IV - pelos Delegados de Julgamento, nos casos de nulidade de suas decisões; 2 Processo n° 13161.720023/2007-18 S2-C1T1 Acórdão n.° 2101-00.974 Fl. 3 V - pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão. § 2° 0 presidente da Turma poderá designar conselheiro para se pronunciar sobre a admissibilidade dos embargos de declaração. § 3° 0 despacho do presidente sera definitivo se declarar improcedentes as alegações suscitadas, sendo submetido A deliberação da turma em caso contrário. § 4° Do despacho que rejeitar os embargos de declaração sera dada ciência ao embargante. § 5° Os embargos de declaração opostos tempestivamente interrompem o prazo para a interposição de recurso especial. § 6° As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, As decisões em forma de resolução." No presente caso, aponta-se omissão no acórdão embargado, devido ã. falta de análise e pronunciamento acerca dos documentos trazidos aos autos posteriormente interposição do recurso voluntário, os quais, de acordo com o contribuinte, ratificam o argumento de que a totalidade do imóvel FAZENDA VACA BRANCA, objeto da fiscalização, Area de preservação permanente. Tal como esclareceu o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Exmo. Sr. Marco Aurélio, no julgamento do Agravo de Instrumento n. 163.047-5-PR-AgRg-Edcl: "Os embargos declaratórios não consubstanciam critica ao oficio judicante, mas servem-lhe ao aprimoramento. Ao apreciá-los, o órgão deve faze-10 com espirito de compreensão, atentando para o fato de consubstanciarem verdadeira contribuição da parte em prol do devido processo legal". Com esse espirito, passo a analisar os documentos apresentados pelo contribuinte antes do julgamento, mas juntados posteriormente. Em 14 de outubro de 2009, o contribuinte, ao protocolar petição requerendo a apreciação de novos documentos que ratificariam seu argumento de que a Area do imóvel FAZENDA VACA BRANCA é Area ambiental, mais especificamente área de preservação permanente, trouxe aos autos Relatório Ambiental da Fazenda Vaca Branca — Navirai/MS, elaborado pela Fundação Cândido Rondon e pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul. Integram esse relatório entre outros documentos um parecer técnico e um diagnóstico ambiental (imagens de satélite) do imóvel FAZENDA VACA BRANCA, elaborados por engenheiro agrimensor e engenheiro agrônomo, que concluem ser, a extensão total do imóvel rural em questão, Area de preservação permanente. Veja-se: "Todavia, a totalidade da área de preservação permanente projetada para a propriedade, ou seja, as Areas identificadas por meio das imagens de satélite como várzea em conformidade com a Resolução CONAMA n° 303 descrita acima, alcançam um total de 13.503,4910 ha o que representa 100% da extensão total do imóvel rural em questão." 3 Processo n° 13161.720023/2007-18 S2-C1T1 Acórdão n.° 2101 -00.974 Fl. 4 Verifica-se, portanto, que os documentos trazidos à baila pelo contribuinte são legítimos para demonstrar a natureza das áreas que constituem o imóvel FAZENDA VACA BRANCA. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de ACOLHER os embargos de declaração para sanear a omissão apontada e re-ratificar o Acórdão 2101-00.580, de 18 de junho de 2010, alterando o resultado do julgamento par, DAR provimento ao recurso. Alexandre Naoki Nishioka 4
score : 1.0
Numero do processo: 15586.001742/2008-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL SEGURADO EMPREGADO A empresa é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado,
descontando-a da respectiva remuneração e a recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2401-001.771
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso.
Matéria: CPSS - Contribuições para a Previdencia e Seguridade Social
Nome do relator: MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : CPSS - Contribuições para a Previdencia e Seguridade Social
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201104
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL SEGURADO EMPREGADO A empresa é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado, descontando-a da respectiva remuneração e a recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 15586.001742/2008-51
anomes_publicacao_s : 201104
conteudo_id_s : 4709461
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jul 09 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 2401-001.771
nome_arquivo_s : 2401001771_15586001742200851_201104.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
nome_arquivo_pdf_s : 15586001742200851_4709461.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
id : 4740175
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:39:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040280178688
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1437; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 189 1 188 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15586.001742/200851 Recurso nº 000.000 Voluntário Acórdão nº 240101.771 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de abril de 2011 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL Recorrente SOBRAL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL SEGURADO EMPREGADO A empresa é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado, descontandoa da respectiva remuneração e a recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente. Marcelo Freitas de Souza Costa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire; Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira; Kleber Ferreira de Araújo; Cleusa Vieira de Souza, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Marcelo Freitas de Souza Costa. Fl. 191DF CARF MF Emitido em 02/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 27/04/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Relatório Tratase de Auto de Infração por descumprimento de obrigação principal, lavrado contra a empresa acima identificada, por ter deixado a empresa de efetuar o desconto e recolhimento de contribuições de segurados empregados, referentes ao período de janeiro a dezembro de 2004 De acordo com o Relatório Fiscal, fl. 93/99, a o AI foi lavrado em virtude do não recolhimento das contribuições devidas à Seguridade Social, devida por segurados empregados filiados obrigatoriamente ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, sendo efetuado os seguintes levantamentos: ANG Pagamentos efetuados pela empresa a segurados empregados, não recolhidas e não declarados em GFIP, sem a observância da Legislação Previdenciária, no que diz respeito à contribuição devida pelos segurados, não havendo apropriação indébita. Esclarece ainda o RF, que a presente autuação referese a contribuição devida pelos segurados empregados e foi efetuado pois, quando da conferência dos registros contábeis com a documentação de origem dos lançamentos, visando à validação da base de cálculo oferecida à tributação, foi constatado que a contabilidade não registrou a totalidade dos faturamentos mensais bem como a totalidade de suas despesas. Inconformada com a Decisão de fls. 157/164 a empresa apresentou recurso , abordando diversos assuntos, dos quais trataremos apenas das questões pertinentes ao presente processo, já que as demais referemse a outras autuações e lá serão objeto de análise. Sobre a presente autuação alega a recorrente, em síntese: Que a Recorrente nunca afirmou que trabalhava exclusivamente com contratos de supervisão ou líderes de equipe, conforme erroneamente constata a autoridade julgadora. Afirma que o "Controle de Apropriação Diária" não possui qualquer prisma tributário ou contábil, presta tãosomente para manter a cliente informada dos profissionais que estão trabalhando. Sustenta que o Auditor Fiscal se equivocou em considerar que o "Controle de Apropriação Diária" tratavase de controle dos funcionários da Contribuinte, quando na realidade tratase de controle da equipe (funcionários próprios e de outras empresas) supervisionada pela mesma. Defende que inexiste qualquer outro documento ou fato que indica que as pessoas relacionadas no "Controle de Apropriação Diária" seriam funcionários da Recorrente. Que apesar da Autoridade Fiscal afirmar ter se utilizado de provas indiciárias, na realidade utilizouse de simples presunção, sendo certo que o mesmo partiu de um documento, sem conteúdo substancial probatório. Insiste que apesar de não se tratar de funcionários da Recorrente, e sim funcionários de várias empresas que esta fazia supervisão, conforme será minuciosamente Fl. 192DF CARF MF Emitido em 02/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 27/04/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15586.001742/200851 Acórdão n.º 240101.771 S2C4T1 Fl. 190 3 apreciado no mérito, o lançamento da multa é indevido, eis que os segurados não estavam inscritos no INSS não sendo obrigatório, portando, o preenchimento das obrigações acessórias, sendo ainda aplicada multa isolada por este fato, sendo indevida a cumulação. No que diz respeito às contribuições devidas pelos segurados empregados, defende que as mesmas já foram devidamente recolhidas, conforme as GFIP's retificadas pela Recorrente. Alega que deve ser considerada improcedente a base de cálculo utilizada pelo Auditor Fiscal, devendo haver a decomposição dos valores para a exclusão das verbas de natureza indenizatória, tais como: abono pecuniário sobre férias, horasextras, auxilio doença (quinze primeiros dias), aviso prévio indenizado, adicional de férias, férias indenizadas, indenização por rescisão antecipada do contrato de trabalho e indenização adicional. Requer por fim, seja considerado improcedente o lançamento fiscal. É o relatório. Fl. 193DF CARF MF Emitido em 02/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 27/04/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Voto Conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa O recurso é tempestivo e estão presentes os pressupostos de admissibilidade. Em que pese à irresignação da recorrente, não há nos autos argumentos fáticos e jurídicos capazes de macular a autuação em apreço. Ao contrário do que afirma em sua peça recursal, todos os recolhimentos efetuados pela empresa foram considerados pela fiscalização e abatidos da presente autuação, conforme se depreende do Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados – RADA, constantes das fls. 11 dos autos. Tal fato também pode ser verificado no item 7 do Relatório Fiscal. Desta forma temos que, alegada correção das GFIPs, não interfere nos valores já aproveitados quando da apuração dos créditos tributários, conforme já rebatido na decisão de primeira instância. Em relação à utilização errônea dos chamados “Controles de Apropriação Diária” temos que , como já dito na decisão guerreada, os contratos juntados às fls. 147/150 não fazem prova das alegações da recorrente, seja por se referirem a período diverso dos controles de apropriação diária, seja porque os controles não fazem referência aos contratos anexados. Por outro lado, o contrato de fls. 146 celebrado com a empresa Nexen prevê a cessão de 44 trabalhadores, entre eles 34 mecânicos, o que desmente a afirmação da empresa de que somente cedia supervisores ou líderes de equipe; Também o fato de as pessoas indicadas na planilha da auditoria fiscal já terem trabalhado ou virem a trabalhar formalmente para a interessada representa forte indício de que no período contido nos "Controles de Apropriação Diária" as mesmas eram seguradas empregadas da impugnante, em que pese os argumentos desprovidos de comprovação apresentados na defesa de que os referidos trabalhadores eram segurados empregados de outras empresas. Não havendo outro tipo de prova, ou ainda, indício que suportem as alegações da recorrente, correto o procedimento fiscal em considerar os trabalhadores relacionados nos "Controles de Apropriação Diária" como segurados empregados da empresa. Sobre as alíquotas aplicadas pela fiscalização, foram feitas dentro dos liames legais e estão devidamente discriminadas no item 08 do Relatório fiscal e as bases de cálculo das contribuições apuradas constaram da folha de pagamento, da escrituração contábil e de outros documentos exibidos pela própria empresa. Logo, não cabe razão à recorrente, quando afirma que as contribuições incidiram sobre rubricas de natureza indenizatórias. Portanto, tendo a autuação obedecido todos os preceitos legais e estando revestida dentro das formalidades legais, não há que se falar na improcedência do AI. Fl. 194DF CARF MF Emitido em 02/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 27/04/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15586.001742/200851 Acórdão n.º 240101.771 S2C4T1 Fl. 191 5 Ante ao exposto, VOTO no sentido de CONHECER DO RECURSO e no mérito NEGARLHE PROVIMENTO. Marcelo Freitas de Souza Costa Fl. 195DF CARF MF Emitido em 02/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 21/04/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 27/04/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 13002.000552/2007-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/04/1999 a 30/09/2005
DO PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVAS. INDEFERIMENTO.
A solicitação para produção de provas não encontra amparo legal, uma vez que, de modo diverso, o art. 16, inciso II do Decreto 70.235/72, com redação dada pelo art. 1º da Lei 8.748/93, determina que a impugnação deve mencionar as provas que o interessado possuir, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, salvo se ficar caracterizada uma das hipóteses do §4º do art. 16, o que não ocorreu nos autos.
PERÍCIA. INDEFERIMENTO POR SER PRESCINDÍVEL.
A perícia requerida é indeferida, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, com as alterações da Lei nº 8.748/1993, por se tratar de medida absolutamente prescindível, já que constam dos autos todos os elementos necessários ao julgamento.
DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DISCUSSÃO DO DIES A QUO NO CASO CONCRETO.
De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do
referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. O pagamento antecipado realizado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do montante a ser pago
antecipadamente, independentemente de ter ocorrido ou não o pagamento.
Constatando-se dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada para o art. 173, inciso I do CTN. No caso dos autos, não foram encontrados pagamentos referentes aos fatos geradores que interessam para a discussão da decadência, logo impõe-se
a aplicação da regra do art. 173, inciso I.
DIREITO À ISENÇÃO/IMUNIDADE. DISCUSSÃO DEFINITIVA NA ESFERA ADMINISTRATIVA.
Uma vez que a discussão sobre o direito à isenção/imunidade do art. 195, §7º da Constituição tenha alcançado a definitividade na esfera administrativa em outro procedimento, não há o que discutir sobre a questão no presente caso.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2301-001.891
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) por unanimidade de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, nas preliminares, para excluir devido à regra decadencial do I, Art. 173 do CTN as contribuições apuradas até 12/1999, anteriores a 01/2000, nos termos do voto do Relator; b) em negar provimento ao recurso, nas demais alegações apresentadas, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: Mauro Jose Silva
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201103
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1999 a 30/09/2005 DO PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVAS. INDEFERIMENTO. A solicitação para produção de provas não encontra amparo legal, uma vez que, de modo diverso, o art. 16, inciso II do Decreto 70.235/72, com redação dada pelo art. 1º da Lei 8.748/93, determina que a impugnação deve mencionar as provas que o interessado possuir, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, salvo se ficar caracterizada uma das hipóteses do §4º do art. 16, o que não ocorreu nos autos. PERÍCIA. INDEFERIMENTO POR SER PRESCINDÍVEL. A perícia requerida é indeferida, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, com as alterações da Lei nº 8.748/1993, por se tratar de medida absolutamente prescindível, já que constam dos autos todos os elementos necessários ao julgamento. DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DISCUSSÃO DO DIES A QUO NO CASO CONCRETO. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. O pagamento antecipado realizado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do montante a ser pago antecipadamente, independentemente de ter ocorrido ou não o pagamento. Constatando-se dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada para o art. 173, inciso I do CTN. No caso dos autos, não foram encontrados pagamentos referentes aos fatos geradores que interessam para a discussão da decadência, logo impõe-se a aplicação da regra do art. 173, inciso I. DIREITO À ISENÇÃO/IMUNIDADE. DISCUSSÃO DEFINITIVA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. Uma vez que a discussão sobre o direito à isenção/imunidade do art. 195, §7º da Constituição tenha alcançado a definitividade na esfera administrativa em outro procedimento, não há o que discutir sobre a questão no presente caso. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 13002.000552/2007-24
anomes_publicacao_s : 201103
conteudo_id_s : 4820896
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Aug 19 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 2301-001.891
nome_arquivo_s : 230101891_13002000552200724_201103.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : Mauro Jose Silva
nome_arquivo_pdf_s : 13002000552200724_4820896.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, I) por unanimidade de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, nas preliminares, para excluir devido à regra decadencial do I, Art. 173 do CTN as contribuições apuradas até 12/1999, anteriores a 01/2000, nos termos do voto do Relator; b) em negar provimento ao recurso, nas demais alegações apresentadas, nos termos do voto do Relator.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2011
id : 4743161
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:41:19 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040295907328
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2495; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 930 1 929 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13002.000552/200724 Recurso nº 256.208 Voluntário Acórdão nº 230101.891 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 16 de março de 2011 Matéria CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA NFLD Recorrente COMUNIDADE EVANGÉLICA LUTERANA SÃO PAULO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1999 a 30/09/2005 DO PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVAS. INDEFERIMENTO. A solicitação para produção de provas não encontra amparo legal, uma vez que, de modo diverso, o art. 16, inciso II do Decreto 70.235/72, com redação dada pelo art. 1º da Lei 8.748/93, determina que a impugnação deve mencionar as provas que o interessado possuir, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, salvo se ficar caracterizada uma das hipóteses do §4º do art. 16, o que não ocorreu nos autos. PERÍCIA. INDEFERIMENTO POR SER PRESCINDÍVEL. A perícia requerida é indeferida, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, com as alterações da Lei nº 8.748/1993, por se tratar de medida absolutamente prescindível, já que constam dos autos todos os elementos necessários ao julgamento. DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DISCUSSÃO DO DIES A QUO NO CASO CONCRETO. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. O pagamento antecipado realizado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do montante a ser pago antecipadamente, independentemente de ter ocorrido ou não o pagamento. Constatandose dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada Fl. 1DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA 2 para o art. 173, inciso I do CTN. No caso dos autos, não foram encontrados pagamentos referentes aos fatos geradores que interessam para a discussão da decadência, logo impõese a aplicação da regra do art. 173, inciso I. DIREITO À ISENÇÃO/IMUNIDADE. DISCUSSÃO DEFINITIVA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. Uma vez que a discussão sobre o direito à isenção/imunidade do art. 195, §7º da Constituição tenha alcançado a definitividade na esfera administrativa em outro procedimento, não há o que discutir sobre a questão no presente caso. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) por unanimidade de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, nas preliminares, para excluir devido à regra decadencial do I, Art. 173 do CTN as contribuições apuradas até 12/1999, anteriores a 01/2000, nos termos do voto do Relator; b) em negar provimento ao recurso, nas demais alegações apresentadas, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator. Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Leôncio Nobre de Medeiros, Leonardo Henrique Pires Lopes, Damião Cordeiro de Moraes, Adriano González Silvério, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira. Relatório Tratase da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) nº 35.600.1121, lavrada em 21/12/2005, que constituiu crédito tributário relativo a contribuições previdenciárias e de terceiros, bem como o adicional para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT) incidentes sobre a remuneração de empregados relativas a folhas de pagamento e rescisões de contrato de trabalho, no período de 04/1999 a 09/2005, tendo resultado na constituição do crédito tributário de R$ 72.086.396,34, fls. 01. Após tomar ciência pessoal da autuação em 26/12/2005, fls. 01, a recorrente apresentou impugnação, fls. 856/862, na qual alegou gozar do benefício da imunidade do art. 195, §7º da Constituição Federal. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13002.000552/200724 Acórdão n.º 230101.891 S2C3T1 Fl. 931 3 Na DecisãoNotificação de fls. 904/909, a DRP/Porto Alegre concluiu pela procedência integral do lançamento, tendo a recorrente sido cientificada do decisório em 07/04/2006, fls. 913. O recurso voluntário, apresentado em 09/05/2006, fls. 917/928, apresentou argumentos conforme a seguir resumimos. De início, argumenta que o ato cancelatório da isenção das contribuições previdenciárias de nº 19.421.4/001/20002 é ilegal. Passa a discutir o mérito do ato cancelatório e da competência do INSS de tratar da questão. Discute a imunidade do art. 195, §7º da Constituição Federal e a necessidade de lei complementar para regulamentála. Seria o art. 14 a norma regulamentadora exigida pelo texto constitucional. Genericamente, afirma que todos os pagamentos a empregados e contribuintes individuais obedeceram a lei. Ao final, requer perícia contábil e fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro Mauro José Silva, Relator Reconhecemos a tempestividade do recurso apresentado e dele tomamos conhecimento. Do pedido de produção de provas A solicitação para produção de provas não encontra amparo legal, uma vez que, de modo diverso, o art. 16, inciso II do Decreto 70.235/72, com redação dada pelo art. 1º da Lei 8.748/93, determina que a impugnação deve mencionar as provas que o interessado possuir, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, salvo se ficar caracterizada algumas das hipóteses do §4º do art. 16, o que não foi demonstrado pela recorrente. O pedido para produção de provas é, portanto, negado. Perícia requerida – indeferimento A perícia requerida é indeferida, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, com as alterações da Lei nº 8.748/1993, por se tratar de medida absolutamente prescindível, já que constam dos autos todos os elementos necessários ao julgamento. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA 4 DECADÊNCIA A aplicação da decadência suscita o esclarecimento de duas questões essenciais: o prazo e o dies a quo ou termo de início. O prazo decadencial para as contribuições sociais especiais para a seguridade social, que era objeto de disputa com relação à aplicação do que dispunha a Lei 8.212/1991 – dez anos ou o CTN – cinco anos, suscitou o surgimento de súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Fl. 4DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13002.000552/200724 Acórdão n.º 230101.891 S2C3T1 Fl. 932 5 Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Como se constata, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos judiciais e administrativos devem acatar o conteúdo da Súmula Vinculante n°. 08. Temos, então, que a partir da edição da Súmula Vinculante nº 08 o prazo decadencial das contribuições sociais especiais destinadas para a seguridade social é de cinco anos. Definido o prazo decadencial, resta o esclarecimento sobre o seu dies a quo. Como podemos extrair dos trechos citados acima, a referida súmula trata, no que se refere â decadência, da definição de seu prazo – 05 anos – em harmonia com o previsto no CTN , deixando o dies a quo do prazo decadencial para ser definido segundo as regras constantes do art. 150,§4º ou do art. 173, inciso I do CTN. A regra geral para aplicação dos termos iniciais da decadência encontrase disciplinada no art. 173 CTN: “Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Fl. 5DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA 6 II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.” Quis o legislador dispensar tratamento diferenciado para os contribuintes que antecipassem seus pagamentos, cumprindo suas obrigações tributárias corretamente junto a Fazenda Pública, fixando o termo inicial do prazo decadencial anterior ao do aplicado na regra geral, no dispositivo legal do §4o do art. 150 do CTN, in verbis : "Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. (...). § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” Observese, pois que, da definição do termo inicial do prazo de decadência, há de se considerar o cumprimento pelo sujeito passivo do dever de interpretar a legislação aplicável para apurar o montante devido e efetuar o pagamento ou o recolhimento do tributo ou contribuição correspondente a determinados fatos jurídicos tributários. Nesta mesma linha transcrevemos algumas posições doutrinárias: Misabel Abreu Machado Derzi, Comentários ao Código Tributário Nacional, coordenado por Carlos Valder do Nascimento, Ed. Forense, 1997, pág. 160 e 404: “A inexistência do pagamento devido ou a eventual discordância da Administração com as operações realizadas pelo sujeito passivo, nos tributos lançados por homologação, darão ensejo ao lançamento de ofício, na forma disciplinada pelo art. 149 do CTN, e eventual imposição de sanção.” (auto de infração). “O prazo para homologação do pagamento, em regra, é de cinco anos, contados a partir da data da ocorrência do fato gerador da obrigação. Portanto a forma de contagem é diferente daquela estabelecida no art. 173, própria para os demais procedimentos, inerentes ao lançamento com base em declaração ou de ofício. Tratase de prazo mais curto, menos favorável a Administração, em razão de ter o contribuinte cumprido com seu dever tributário e realizado o pagamento do tributo.”. Luciano Amaro , Direito Tributário Brasileiro, Ed. Saraiva, 4a Ed., 1999, pág. 352: Fl. 6DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13002.000552/200724 Acórdão n.º 230101.891 S2C3T1 Fl. 933 7 “Se porém o devedor se omite no cumprimento do dever de recolher o tributo, ou efetua recolhimento incorreto, cabe a autoridade administrativa proceder ao lançamento de ofício (em substituição ao lançamento por homologação, que se frustrou em razão da omissão do devedor), para que possa exigir o pagamento do tributo ou da diferença do tributo devido.”. Sob o mesmo enfoque, no Acórdão CSRF/0101.994, manifestouse o Relator: “O lançamento por homologação pressupõe o pagamento do crédito tributário apurado pelo contribuinte, prévio de qualquer exame da autoridade lançadora. Segundo preceitua o art. 150 do Código Tributário Nacional, o direito de homologar o pagamento decai em cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, exceto nos casos de fraude, dolo ou simulação, situações previstas no § 4º do referido artigo 150. O que se homologa é o pagamento efetuado pelo contribuinte, consoante dessumese do referido dispositivo legal. O que não foi pago não se homologa, porque nada há a ser homologado. Se o contribuinte nada recolheu, se houve insuficiência de recolhimento e estas situações são identificadas pelo Fisco, estamos diante de uma hipótese de lançamento de ofício. Tratase de lançamento ex officio cujo termo inicial da contagem do prazo de decadência é aquele definido pelo artigo 173 do Código Tributário Nacional, ou seja, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.” (negrito da transcrição). O Superior Tribunal de Justiça (STJ), que durante anos foi bastante criticado pela doutrina por adotar a tese jurídica da aplicação cumulativa do art. 150, §4º com o art. 173, inciso I, julgou em maio de 2009 o Recurso Especial 973.9333 – SC (transitado em julgado em outubro de 2009) como recurso repetitivo e definiu sua posição mais recente sobre o assunto, conforme podemos conferir na ementa a seguir transcrita: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do Fl. 7DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA 8 débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadência regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). Extraise do julgado acima transcrito que o STJ, além de afastar a aplicação cumulativa do art. 150, §4º com o art. 173, inciso I, definiu que o dies a quo para a decadência nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação somente será aquele da data do fato gerador quando o contribuinte tiver realizado o pagamento antecipado. Nos demais casos, deve ser aplicado o dispositivo do art. 173, inciso I. Apesar de contribuir para clarificar a aplicação da decadência, tal julgado não eliminou por completo as possíveis dúvidas do aplicador da lei. Entre elas, a que nos interessa no momento é a seguinte: qualquer pagamento feito pelo contribuinte relativo ao tributo e ao período analisado desloca a regra do dies a quo da decadência do art. 173, inciso I para o art. 150, § 4º? Nossa resposta é: não. O pagamento antecipado realizado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do montante a ser pago antecipadamente. Fatos não considerados no cálculo, seja por omissão dolosa ou culposa, se identificados pelo fisco durante procedimento fiscal que antecede o lançamento, permanecem com o dies a quo do prazo decadencial regido pelo art. 173, inciso I. Vale dizer que a aplicação da regra decadencial do art. 150, §4º referese aos aspectos materiais dos fatos geradores já admitidos pelo Fl. 8DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13002.000552/200724 Acórdão n.º 230101.891 S2C3T1 Fl. 934 9 contribuinte. Afinal, não se homologa, não se confirma o que não existiu. Assim, mesmo estando obrigados à reproduzir as decisões definitivas de mérito do STJ, por conta da alteração do Regimento do CARF pela Portaria 586 de 26/12/2010, manteremos nossa posição quanto a esse aspecto, uma vez que a decisão daquele Tribunal Superior não esclarece a dúvida quanto à abrangência do pagamento antecipado. Definida a aplicação da regra decadencial do art. 173, inciso I, precisamos tomar seu conteúdo para prosseguirmos: “Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;” Da leitura do dispositivo, extraímos que este define o dies a quo do prazo decadencial como o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado”. Mas ainda precisamos definir a partir de quando o lançamento pode ser efetuado. No Resp 973.933SC, o STJ entendeu que o lançamento poderia ser efetuado a partir da ocorrência do fato gerador, mas não partilhamos desse entendimento. Aqui tratamos de lançamento de ofício e sabemos que este só pode ser realizado após a constatação da omissão do contribuinte em relação ao seu dever de calcular o montante do tributo a ser antecipado e realizar o pagamento. Seria possível, no dia seguinte ao fato gerador, a fiscalização efetuar lançamento de ofício, com aplicação de penalidades, sabendo que o contribuinte ainda dispõe de prazo legal para efetuar o pagamento? Evidentemente que não, pois, insistimos, o lançamento de ofício só pode ser realizado após transcorrido o prazo para o contribuinte efetuar o pagamento. Não pode passar sem ser notado que para fatos geradores ocorridos no último mês do ano essa circunstância pode ser relevante. No caso das contribuições regidas pela Lei 8.212/91, por exemplo, o prazo para pagamento, desde outubro de 2008 conforme estabelecido pela Lei 11.933/2009, é o 20º dia do mês subseqüente ao da competência. Logo, os fatos geradores ocorridos em dezembro de 20XX ensejam crédito tributário que deve ser adimplido em janeiro de 20(XX+1), o que resulta em considerar que o lançamento somente poderia ser realizado em 20(XX+1) e o dies a quo da decadência somente ocorre no primeiro dia de janeiro de 20(XX+2). Não obstante nossa posição sobre os fatos geradores ocorridos em dezembro de cada ano, deixamos de aplicála a partir de janeiro de 2011 em virtude do conteúdo do art. 62 A do Regimento deste CARF que obriga a todos os Conselheiros a reproduzir as decisões definitivas de mérito proferidas pelo STJ julgados na sistemática do art. 543C. Assim, mesmo para fatos geradores ocorridos em dezembro de cada ano, consideraremos o dies a quo em primeiro de janeiro do ano subseqüente, no caso de aplicação do art. 173, inciso I. Então, para o lançamento do crédito tributário de contribuições sociais especiais destinadas à seguridade social, seja este oriundo de tributo ou de penalidade pelo não pagamento da obrigação principal, o prazo decadencial é de cinco anos contados a partir do primeiro do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, no caso dos fatos geradores para os quais não houve qualquer pagamento por parte do contribuinte, em atendimento ao disposto no art. 173, inciso I do CTN. Para o lançamento de ofício em relação aos aspectos materiais dos fatos geradores relacionados a pagamentos efetuados pelo contribuinte nas situações em que não haja caracterização de dolo, fraude ou sonegação, o dies a quo da decadência é a data da ocorrência do fato gerador, conforme preceitua o art. 150, §4º do CTN. Fl. 9DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA 10 Para a aplicação do art. 150, § 4º, entretanto, temos que atentar para o texto do referido dispositivo: § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Notamos que o texto legal referese a uma homologação tácita por parte da Fazenda Pública – “considerase homologado” é a expressão utilizada no caso de expirado o prazo de cinco anos do fato gerador sem que o fisco “se tenha pronunciado”. A interpretação mais comum desse trecho conclui que o pronunciamento a que se refere o dispositivo deve ser entendido como a homologação expressa ou a conclusão do lançamento de ofício com a ciência do sujeito passivo. Discordamos de tal entendimento. A expressão “pronunciado” não conduz a uma interpretação inequívoca de que equivale a homologação expressa ou lançamento de ofício. O verbo pronunciar, no dicionário Michaelis, é associado a diversos sentidos possíveis, entre eles, “emitir a sua opinião, manifestar o que pensa ou sente “. Quando a Fazenda Pública inicia fiscalização sobre um tributo em um período, está se manifestando, se pronunciando no sentido de que irá realizar a atividade prevista no art. 142 do CTN. Caso o §4º do art. 150 quisesse exigir a homologação expressa e não um simples pronunciamento, teria feito referência ao conteúdo do caput do mesmo artigo que define os contornos de tal atividade, mas preferiu a expressão”pronunciado”. Com esse entendimento concluímos que, iniciada a fiscalização, a decadência em relação a todos os fatos geradores ainda não atingidos pela homologação tácita, passa a ser submetida à regra geral de tal instituto, ou seja, passa a ser regida pelo art. 173, inciso I. Ressaltamos que não se trata de interrupção ou suspensão do prazo decadencial, mas de um deslocamento da regra aplicável. Vejamos um exemplo. Considerando que uma fiscalização tenha sido iniciada em 06/20XX em relação a um tributo para o qual o sujeito passivo exerceu a atividade dele exigida pela lei, ou seja, o sujeito passivo realizou sua escrituração, prestou as informações ao fisco e antecipou, se foi o caso, algum pagamento. Nesse caso teria ocorrido a homologação tácita em relação aos fatos geradores ocorridos até 05/20(XX5). Os fatos geradores ocorridos depois de 20(XX5) poderão ser objeto de lançamento de ofício válido, desde que este seja cientificado ao sujeito passivo antes de transcorrido o prazo previsto no art. 173, inciso I. Feitas tais considerações jurídicas gerais sobre a decadência, passamos a analisar o caso concreto. O Relatório de Documentos Apresentados (RDA), fls. 647/648, aponta vários pagamentos, mas nenhum no período que interessa para a discussão da decadência. Logo, impõese a aplicação da regra do art. 173, inciso I do CTN, o que resulta estarem atingidos pela decadência os fatos geradores até 31/12/1999, o que inclui as competências 12 e 13/1999. Inconstitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto. Não podem ser apreciados os argumentos baseados em inconstitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto pelas razões que a seguir serão expostas. Fl. 10DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13002.000552/200724 Acórdão n.º 230101.891 S2C3T1 Fl. 935 11 A competência para decidir sobre a constitucionalidade de normas foi atribuída especificamente ao Judiciário pela Constituição Federal no Capítulo III do Título IV. Em tais dispositivos, o constituinte teve especial cuidado ao definir quem poderia exercer o controle constitucional das normas jurídicas. Decidiu que caberia exclusivamente ao Poder Judiciário exercêla, especialmente ao Supremo Tribunal Federal. Por seu turno, a Lei 11.941/2009 incluiu o art. 26A no Decreto 70.235/72 prescrevendo explicitamente a proibição dos órgãos de julgamento no âmbito do processo administrativo fiscal acatarem argumentos de inconstitucionalidade, in verbis: “Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.” Acatando tais imposições constitucionais e legais, o Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais insiste na referida vedação, bem como já foi editada Súmula do Colegiado sobre o assunto, conforme podemos conferir a seguir: “Portaria MF nº 256, de 23 de junho de 2009 (que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF): Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Súmula CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Portanto, deixamos de apreciar todos os argumentos da recorrente fundados em discussão sobre constitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto. Isenção/imunidade cancelada. Transito em julgado na esfera administrativa. Impossibilidade de revisão. Toda a discussão trazida pela recorrente diz respeito ao mérito do cancelamento de sua isenção/imunidade. Ocorre que tal discussão já alcançou a definitividade na esfera administrativa. Como bem assinalou a decisão a quo em fls. 908/909: (...)o direito ao contraditório e à ampla defesa em relação aos termos do Ato Cancelatório referido, foram assegurados e devidamente exercidos pela impugnante, oportunidade em que lhe foram possibilitadas condições para trazer ao processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade, contestando e rebatendo a favor de si, expondo fatos e produzindo provas em Fl. 11DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA 12 seu favor. Tanto assim que há registro no histórico da entidade, junto ao INSS, no sentido de que a mesma exerceu esse direito, na medida em que apresentou defesa tempestiva contra os termos do Ato Cancelatório n° 19.421.4/001/2002. Entretanto, seus argumentos não foram acolhidos pela 4a Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, culminando com a emissão da decisão através do Acórdão do CRPS de n° 04/02054/2002, de 16/10/2002 que, por unanimidade de seus membros, decidiu pelo não provimento do recurso interposto, mantendo o Ato Cancelatório n° 19.421.4/001/2002. A impugnante tomou ciência desta decisão em 22/11/2002, através do Ofício 16421.1/058/2002. Através do processo 35239.000702/2005, de 04/04/2005, a empresa pleiteou a revisão dos termos do Acórdão 04/02054/2002, que manteve o Ato Cancelatório n° 19.421.4/001/2002, tendo sido indeferido o seu pedido conforme Despacho n° 255/2005, proferido pela 4a Câmara de Julgamento do CRPS, com ciência da defendente em 21/10/2005, através do Ofício SEARP n° 303, de 13/10/2005. 17. Em decorrência, a isenção/imunidade não está em discussão no presente feito uma vez que não se trata de decisão acerca de pedido de isenção de contribuições previdenciárias e sim de crédito apurado em relação a empresa que não alcança as prerrogativas estabelecidas no art. 55 da Lei n° 8.212/91 para as entidades beneficentes de assistência social, nos termos da decisão proferida através do Acórdão do CRPS de n° 04/02054/2002, de 16/10/2002, acima referido. Portanto, tendo a discussão sobre o direito à isenção/imunidade já alcançado a definitividade na esfera administrativa, impõese o afastamento de todos os argumentos da recorrente relativos a essa questão. Em relação aos fatos geradores considerados no lançamento, a recorrente nada discutiu, limitandose a afirmar a legalidade dos procedimentos que adotou. Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao RECURSO VOLUNTÁRIO de modo a: (i) afastar os fatos geradores ocorridos até 31/12/1999, o que inclui as competências 12 e 13/1999. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Fl. 12DF CARF MF Emitido em 14/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA Assinado digitalmente em 07/04/2011 por MARCELO OLIVEIRA, 03/04/2011 por MAURO JOSE SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 13830.000096/2006-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 22 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
CRÉDITO DE IPI. AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS – PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS E MATERIAL DE EMBALAGEM TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO, NÃO TRIBUTADOS (N/T) OU ISENTOS.
As aquisições de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero ou não tributados (NT) não gera crédito de IPI.
Recurso Improvido.
Numero da decisão: 3301-000.834
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Matéria: IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
Nome do relator: ANTONIO LISBOA CARDOSO
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201103
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 CRÉDITO DE IPI. AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS – PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS E MATERIAL DE EMBALAGEM TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO, NÃO TRIBUTADOS (N/T) OU ISENTOS. As aquisições de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero ou não tributados (NT) não gera crédito de IPI. Recurso Improvido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 13830.000096/2006-89
anomes_publicacao_s : 201103
conteudo_id_s : 4963752
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 29 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 3301-000.834
nome_arquivo_s : 330100834_13830000096200689_201103.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : ANTONIO LISBOA CARDOSO
nome_arquivo_pdf_s : 13830000096200689_4963752.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 22 00:00:00 UTC 2011
id : 4739612
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:39:17 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040301150208
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1463; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 265 1 264 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13830.000096/200689 Recurso nº 01 Voluntário Acórdão nº 330100.834 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 01 de março de 2011 Matéria IPI Recorrente POMPÉIA S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 Ementa: CRÉDITO DE IPI. AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS – PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS E MATERIAL DE EMBALAGEM TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO, NÃOTRIBUTADOS (N/T) OU ISENTOS. As aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero ou não tributados (NT) não gera crédito de IPI. Recurso Improvido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente. ANTÔNIO LISBOA CARDOSO Relator. EDITADO EM: 26/04/2011 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Maurício Taveira e Silva, Rodrigo Pereira de Mello, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Cuidase de recurso em face do acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), que indeferiu a solicitação de ressarcimento de créditos do IPI, presumidamente calculado no período de 01/01/2001 a 31/12/2004, sobre as aquisições de insumos isentos e tributados à alíquota zero, conforme ementa de fl. 223, in verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2004 DIREITO AO CRÉDITO. INSUMOS NÃO ONERADOS PELO IPI. É inadmissível, por total ausência de previsão legal, a apropriação, na escrita fiscal do sujeito passivo, de créditos do imposto alusivos a insumos isentos, não tributados, sujeitos à aliquota zero, ou saídos com suspensão, uma vez que inexiste montante do imposto cobrado na operação anterior. INCONSTITUCIONALIDADE. A autoridade administrativa é incompetente para declarar a inconstitucionalidade da lei e dos atos infralegais. RESSARCIMENTO DE IPI. INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC. Inexiste previsão legal para abonar atualização monetária ou acréscimo de juros equivalentes à taxa SELIC a valores objeto de ressarcimento de crédito de IPI. Solicitação Indeferida.” O pleito foi indeferido, conforme despacho decisório exarado pela autoridade competente, em razão de, tanto o principio da nãocumulatividade, como a legislação relativa ao IPI, só abrigarem o direito ao crédito no caso de aquisições sujeitas ao pagamento do imposto. Cientificada em 10/07/2009 (AR – fl. 236), a interessada ingressou com recurso voluntário de fls. 237/256, em 11/08/2009, alegando, em síntese, reiterou os argumentos constantes de sua manifestação de inconformidade, acrescentando estudos doutrinários e julgados que comprovariam sua tese. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13830.000096/200689 Acórdão n.º 330100.834 S3C3T1 Fl. 266 3 Encerrou solicitando o reconhecimento de seus créditos, devidamente atualizados pela SELIC, nos termos do art. 39, § 40, da Lei n° 9.250/95, e o deferimento integral de seu pedido. É o relatório. Voto Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso O recurso é tempestivo e revestido das demais condições necessárias a sua admissibilidade, devendo o mesmo ser conhecido. A decisão recorrida é fundamentada, ainda, por decisão do então Segundo Conselho de Contribuintes, contrário ao aproveitamento pelo sujeito passivo de créditos fictos concernentes à aquisição de insumos isentos, não tributados ou com aliquota zero, na mesma esteira de outros acórdãos exarados das Câmaras do Egrégio Segundo Conselho de Contribuintes, dos quais cito o de n° 20206358, de 23/02/1994: "IPI APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS Só são reconhecidos aqueles provenientes de aquisições de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagens sujeitos ao pagamento do imposto. Produtos isentos, não tributados e de aliquota reduzida a zero não podem oferecer direito a crédito, porquanto inocorreu pagamento do tributo pelo remetente e, conseqüentemente, não feriu o princípio da não cumulatividade. ENCARGOS DA TRD: Inaplicabilidade. A título de juros no período de 04.02.91 a 30.07.91. Princípio da irretroatividade da norma tributária. Recurso provido em parte". Consta ainda, que, mesmo que fossem admitidos os créditos concernentes a insumos isentos e tributados à aliquota zero, em nenhuma hipótese poderiam ser admitidos aqueles referentes a insumos não tributados, vale falar, situados fora do campo de incidência do tributo. Da mesma forma, a decisão recorrida é sustentada em decisão do E. STF, como se constata pela citação a seguir: RECURSO EXTRAORDINÁRIO 551.2444(798) PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. GILMAR MENDES RECTE.(S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL Fl. 3DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 RECDO.(A/S) : DANICA TERMOINDUSTR1AL LTDA ADV. (A/S) : CELSO MEIRA JUNIOR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI DECISÃO: Tratase de recurso extraordinário interposto em face de acórdão que reconheceu direito ao crédito de IPI nos casos de insumos adquiridos sob o regime de isenção, ou não tributação ou sujeitos à alíquota zero. O acórdão recorrido divergiu do entendimento firmado por esta Corte. No julgamento dos RREE 370.682, Rel. limar Gaivão, e 353.657, Rel. Marco Aurélio, sessão de 15.2.2007, decidiuse que a admissão do creditamento de IPI, nas hipóteses de produtos favorecidos pela alíquota zero, pela nãotributação e pela isenção, implica ofensa ao art. 153, sç 3o, II, da Carta Magna. 0 Plenário desta Corte decidiu, ainda, não ser aplicável ao caso a limitação de efeitos da declaração de inconstitucionalidade (REQO 353.657, Rel. Marco Aurélio, sessão de 25.6.2007). Assim, conheço do recurso e doulhe provimento (art. 557, caput, do CPC). Fixo os ônus da sucumbência em 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa devidamente atualizado. Publiquese. Brasília, 10 de agosto de 2007. Ministro GILMAR MENDES Relator Documento assinado digitalmente.” (DJe n° 115/2007 terçafeira, 02 de outubro Supremo Tribunal Federal 146) Assim sendo, penso que o assunto está definido, me refiro às aquisições de insumos isentos, tributados à alíquota zero e não tributos, na Suprema Corte e também no âmbito administrativo,senão vejamos dos seguintes julgados: RE 370682 ED / SC SANTA CATARINA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. GILMAR MENDES Julgamento: 06/10/2010 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação :DJe220 DIVULG 16112010 PUBLIC 17112010 EMENT VOL0243201 PP0015Parte(s) EMBTE.(S) : INDÚSTRIA DE EMBALAGENS PLÁSTICAS GUARÁ LTDA ADV.(A/S) : FERNANDA GUIMARÃES HERNANDEZ E OUTRO(A/S) Fl. 4DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13830.000096/200689 Acórdão n.º 330100.834 S3C3T1 Fl. 267 5 EMBDO.(A/S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL Ementa Embargos de declaração em recurso extraordinário. 2. Não há direito a crédito presumido de IPI em relação a insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis. 3. Ausência de contradição, obscuridade ou omissão da decisão recorrida. 4. Tese que objetiva a concessão de efeitos infringentes para simples rediscussão da matéria. Inviabilidade. Precedentes. 5. Embargos de declaração rejeitados. E, ainda: RE 566551 AgR / RS RIO GRANDE DO SUL AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ELLEN GRACIE Julgamento: 06/04/2010 Órgão Julgador: Segunda Turma Publicação: DJe076 DIVULG 29042010 PUBLIC 30042010 EMENT VOL0239908 PP01798Parte(s) AGTE.(S) : DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS CARINHOSA LTDA ADV.(A/S) : BEATRIZ MARTINHA HERMES AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL Ementa TRIBUTÁRIO. IPI. INSUMOS ISENTOS, NÃOTRIBUTADOS OU SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO AOS CRÉDITOS. DECISÃO COM FUNDAMENTO EM PRECEDENTES DO PLENÁRIO. 1. A decisão recorrida está em consonância com a jurisprudência do Plenário desta Corte (RE 370.682/SC e RE 353.657/RS), no sentido de que não há direito à utilização dos créditos do IPI no que tange às aquisições insumos isentos, nãotributados ou sujeitos à alíquota zero. 2. Agravo regimental improvido. E, relativamente às aquisições de insumos tributados à alíquota zero merece ser mencionada a Súmula CARF n° 18: “A aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero não gera crédito de IPI.” Fl. 5DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 O pleito da recorrente para atualização dos créditos pela Taxa Selic resta prejudicado pela inexistência do direito ao creditamento. Em face do exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. Antônio Lisboa Cardoso Relator Fl. 6DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 10768.910184/2006-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano-calendário: 2001
MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RETIFICAÇÃO DE DIPJ.
Se a defesa do contribuinte consiste afirmar erro na sua DIPJ, não basta alegar tal erro, é preciso que apresente a retificação da DIPJ ou demonstre a apuração que entende correta.
Numero da decisão: 1101-000.499
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR
PROVIMENTO ao recurso voluntário. Fez sustentação oral o advogado da recorrente, Dr. Tiago Conde Teixeira (OAB/DF nº 24.259).
Nome do relator: Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201106
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2001 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RETIFICAÇÃO DE DIPJ. Se a defesa do contribuinte consiste afirmar erro na sua DIPJ, não basta alegar tal erro, é preciso que apresente a retificação da DIPJ ou demonstre a apuração que entende correta.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10768.910184/2006-01
anomes_publicacao_s : 201106
conteudo_id_s : 4843689
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Mar 22 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1101-000.499
nome_arquivo_s : 110100499_10768910184200601_201106.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro
nome_arquivo_pdf_s : 10768910184200601_4843689.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Fez sustentação oral o advogado da recorrente, Dr. Tiago Conde Teixeira (OAB/DF nº 24.259).
dt_sessao_tdt : Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
id : 4742724
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:41:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040304295936
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1739; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T1 Fl. 195 1 194 S1C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10768.910184/200601 Recurso nº 507.604 Voluntário Acórdão nº 110100.499 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 30 de junho de 2011 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente Telemar Norte leste Recorrida 3ª Turma da DRJ no Rio de Janeiro ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RETIFICAÇÃO DE DIPJ. Se a defesa do contribuinte consiste afirmar erro na sua DIPJ, não basta alegar tal erro, é preciso que apresente a retificação da DIPJ ou demonstre a apuração que entende correta. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Fez sustentação oral o advogado da recorrente, Dr. Tiago Conde Teixeira (OAB/DF nº 24.259). (assinado digitalmente) Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro Relator. EDITADO EM: 12/07/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (presidente da turma), Benedicto Celso Benício Júnior, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Edeli Pereira Bessa, José Ricardo da Silva (vicepresidente), e Nara Cristina Takeda Taga. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 13/02/2012 por JOSE ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/07/2011 por CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA GUER, Assinado digitalmente em 13/02/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE , Assinado digitalmente em 12/07/2011 por CARLOS EDUARD O DE ALMEIDA GUER 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão que considerou improcedente manifestação de inconformidade apresentada em razão de despacho decisório que não homologa declaração de compensação. Em 27/06/2003, o contribuinte apresenta PER/Dcomp pela qual pretende compensar saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2001, de empresa incorporada, com débito de estimativa de IRPJ de maio de 2003 (proc. fls. 4 a 8). Em 30/09/2003, apresenta PER/Dcomp pela qual pretende compensar saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2001, de empresa incorporada, com débito de estimativa de CSLL de agosto de 2003 (proc. fls. 9 a 13). Em 20/10/2006, retifica a PER/Dcomp apresentada em 30/09/2003 (proc. fls. 14 a 17). Em 23/01/2004, apresenta diversas PER/Dcomp pelas quais pretende compensar saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2001 com débito de IRRF e débitos de estimativa de IRPJ e de CSLL de dezembro de 2003 (proc. fls. 18 a 29). Consta do processo a seguinte definição sobre seu objeto (proc. fl. 47): Tendo em vista que as DCOMP 's de nos 39429.14821.230104.1.3.029810, fls. 18/21, 21010.40635.230104.1.3.022483, fls. 22/25, e 27660.88166.230104.1.3.026997, fls. 26/29, anteriormente tratadas no presente, são concernentes ao crédito de Saldo Negativo de IRPJ do ano calendário 2002, exercício 2003, o qual foi julgado no processo de no 13708.000396/200321, conforme despacho de fls. 38/42 (cópia das fls. 103/107 do processo supracitado), excluímos do sistema cobrança os débitos concernentes as citadas DCOMP's, fls. 43, e efetuamos o cadastramento dos mesmos no processo de n o 15374 720.026/200862, conforme fls. 46, o qual será apenso ao processo de no13708.000396/200321. Ademais, salientamos que em função do cadastramento automático, no presente, da DCOMP de n 35503.37245.270603.1.3.025453, às fls. 04/08, a qual a DCOMP de n 00759.27544.201006.1.7.028026, fls. 14/17, retiflcadora da de n 07975.37999.300903.1.3.027666, às fls. 09/13, está relacionada, optamos por mantêlas no presente processo e excluirmos as que possuem crédito divergente ao nele tratado, conforme explicitado no parágrafo anterior. Diante do exposto, o presente processo será disjuntado, nesta data, do processo de n 13708.000396/200321, com proposta de encaminhamento à DIMCO/DERAT/R3 para análise do direito creditório pleiteado na DCOMP de fls. 04/08. Em 28/04/2008, parecer conclusivo (proc. fls. 54 e 55) informa que o presente processo versa sobre as declarações de compensação de constantes nas folhas de 4 a 8 e de 14 a 17, “ambas com crédito alegado proveniente de saldo negativo de IRPJ, informado na declaração de rendimentos, exercício 2002 / ano calendário 2001 no valor total de R$ 1.210.970,72”. Adiciona que “consulta ao sistema IRPJCONS, à fl. 48, mostra que para o anocalendário de 2001 existe apenas uma Declaração de IRPJ, registrada sob ND 0905360, na situação LIBERADA/NORMAL, cuja Ficha 12A — Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real — encontrase impressa à fl. 49”. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 13/02/2012 por JOSE ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/07/2011 por CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA GUER, Assinado digitalmente em 13/02/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE , Assinado digitalmente em 12/07/2011 por CARLOS EDUARD O DE ALMEIDA GUER Processo nº 10768.910184/200601 Acórdão n.º 110100.499 S1C1T1 Fl. 196 3 Conforme o parecer, constatase que o imposto de renda a pagar do ano calendário de 2001, declarado pelo contribuinte na ficha 12A foi de R$ 2.840.762,42. Dessarte, não existe o crédito alegado, proveniente de saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2001. Em 07/05/2008, com base no parecer conclusivo, despacho decisório não reconhece o crédito pleiteado de R$ 1.210.970,72 e não homologa a compensação declarada 9proc. fl. 56). Em 30/05/2008, o contribuinte é cientificado (proc. fl. 57). Em 01/07/2008, o contribuinte apresenta manifestação de inconformidade (proc. fls. 82 a 86). Informa que, conforme a PER/Dcomp, o saldo negativo pleiteado decorre de retenções de IRRF durante o anocalendário de 2001, superior ao valor das estimativas apuradas. Explica que faz parte de grupo econômico, conhecido por Telemar, e que antes de 2001 era composto por várias empresas concessionárias de telefonia fixa, cada qual atendendo no seu estado. Informa que em 2001 incorporou essas empresas, em processo de privatização. Diz que a DIPJ considerada pela DRF tinha informações apenas da Telemar Rio de Janeiro, que era a matriz. Alega que o problema ocorreu porque as incorporações foram em 2001. Diz que suas informações contábeis consolidadas e as informações de todas as empresas somadas demonstram a existência do crédito. O contribuinte enfatiza que a não homologação decorreu do fato de que sua DIPJ estava errada e não refletia os valores consolidados, mas alega que tem os livros que comprovam o direito que pleiteia. Diz também que não cabe a cobrança de multa e juros de mora, pois a declaração de compensação extingue o crédito tributário sob condição de ulterior homologação. Em 16/12/2008, a 3ª Turma das DRJ I do Rio de Janeiro nega provimento à manifestação de inconformidade (proc. fls. 154 a 156). Conforme a DRJ, a cobrança de multa e juros foram feitas nos termos da legislação. Quanto ao direito alegado diz que: incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas a liquidez e a certeza pela autoridade administrativa. Na manifestação de inconformidade, o interessado não apresenta elemento de prova que modifique a análise efetuada pela Derat. Em 14/04/2009, o contribuinte foi cientificado (proc. fl. 162). Em 14/05/2009, apresenta recurso voluntário, onde repete seus argumentos, pede a declaração de procedência do recurso, a homologação das compensações, e a possibilidade de juntada posterior de documento eventualmente necessário para a comprovação do direito alegado (proc. fls. 165 a 169). Voto Conselheiro Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Relator. O recurso é tempestivo e dele tomo conhecimento. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 13/02/2012 por JOSE ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/07/2011 por CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA GUER, Assinado digitalmente em 13/02/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE , Assinado digitalmente em 12/07/2011 por CARLOS EDUARD O DE ALMEIDA GUER 4 O presente litígio versa sobre a não homologação de compensações declaradas conforme a PER/Dcomp de folhas de 4 a 8 e a PER/Dcomp de folha 14 a 17, que retifica a PER/Dcomp de folha 9 a 13. Conforme o parecer conclusivo, a não homologação decorre da constatação feita pela DRF de que a DIPJ do contribuinte não consigna saldo negativo, mas, ao contrário, imposto a pagar. Portanto, salvo o exame da DIPJ, a DRF não efetuou nenhum outro teste para verificar se o crédito informado na PER/Dcomp existia ou não. Deste modo, o posicionamento da DRF quanto a compensdação informada nas declarações de compensações analisadas está baseado unicamente na DIPJ. Na sua defesa o contribuinte refuta a não homologação, dizendo que sua DIPJ estava errada, pois não inclui os dados das empresas que incorporou. Sustenta que seu crédito decorreria de retenções sofridas pelas empresas que adiante incorporou. Afirma que a na DIPJ analisada pela DRF só constavam os dados da matriz e por isso não estava de acordo com seu pleito. Diz que possui contabilidade onde a exatidão do que pede pode ser verificada. No entanto, o contribuinte afirma o erro na DIPJ na sua defesa, mas não tomou qualquer providência para corrigílo espontaneamente, como mostra documento juntado pela DRF que indica que até 15/04/2008 não havia retificação da DIPJ. Mesmo na sua manifestação de inconformidade e no recurso, o contribuinte não apresenta a retificação da DIPJ ou indica o preenchimento que entende ser correto. Deste modo, a defesa do contribuinte consiste de simples negativa da DIPJ, sem oferecer outra declaração ou demonstração que a substitua e confirme o saldo que alega ter. Sem a retificação ou a demonstração da apuração, não é possível sequer verificar a divergência alegada pelo contribuinte. Assim, embora o argumento da DRF pudesse ter sido afastado pela retificação da DIPJ, tal fato não aconteceu. Por isso o recurso é improcedente. Por esta razão, voto por negar provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório e não homologar a compensação pleiteada. Sala das Sessões, 30 de junho de 2011. (assinado digitalmente) Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro Relator Fl. 4DF CARF MF Impresso em 13/02/2012 por JOSE ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/07/2011 por CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA GUER, Assinado digitalmente em 13/02/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE , Assinado digitalmente em 12/07/2011 por CARLOS EDUARD O DE ALMEIDA GUER
score : 1.0
Numero do processo: 10042.000082/2008-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2003
PREVIDENCIÁRIO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA
A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária.
MULTA/PENALIDADE. LEGISLAÇÃO POSTERIOR MAIS BENÉFICA.
RETROATIVIDADE.
Aplica-se ao lançamento legislação posterior à sua lavratura que comine penalidade mais branda, nos termos do artigo 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, impondo seja recalculada a multa com esteio na Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2401-001.712
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar
provimento parcial para recalcular o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no artigo 44, I da Lei nº 11.941/2009, deduzido-se os valores levantados a título de multa na NFLD correlata.
Nome do relator: MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201103
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2003 PREVIDENCIÁRIO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. MULTA/PENALIDADE. LEGISLAÇÃO POSTERIOR MAIS BENÉFICA. RETROATIVIDADE. Aplica-se ao lançamento legislação posterior à sua lavratura que comine penalidade mais branda, nos termos do artigo 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, impondo seja recalculada a multa com esteio na Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Recurso provido em parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10042.000082/2008-15
anomes_publicacao_s : 201103
conteudo_id_s : 4655012
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jul 07 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 2401-001.712
nome_arquivo_s : 2401001712_10042000082200815_201103.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
nome_arquivo_pdf_s : 10042000082200815_4655012.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial para recalcular o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no artigo 44, I da Lei nº 11.941/2009, deduzido-se os valores levantados a título de multa na NFLD correlata.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2011
id : 4739655
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:39:18 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040311635968
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1798; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 337 1 336 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10042.000082/200815 Recurso nº 259.219 Voluntário Acórdão nº 2401001.712 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 16 de março de 2011 Matéria ALTO DE INFRAÇÃO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Recorrente SOFTCONTROL ENGENHARIA E INSTALAÇÕES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2003 PREVIDENCIÁRIO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. MULTA/PENALIDADE. LEGISLAÇÃO POSTERIOR MAIS BENÉFICA. RETROATIVIDADE. Aplicase ao lançamento legislação posterior à sua lavratura que comine penalidade mais branda, nos termos do artigo 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, impondo seja recalculada a multa com esteio na Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Recurso provido em parte. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial para recalcular o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no artigo 44, I da Lei nº 11.941/2009, deduzidose os valores levantados a título de multa na NFLD correlata. Elias Sampaio Freire Presidente. Fl. 675DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 29/03/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Marcelo Freitas de Souza Costa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire; Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira; Kleber Ferreira de Araújo; Cleusa Vieira de Souza, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Marcelo Freitas de Souza Costa. Fl. 676DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 29/03/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10042.000082/200815 Acórdão n.º 2401001.712 S2C4T1 Fl. 338 3 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado contra a empresa acima identificada, com fulcro no art. 32, inciso IV, § 5° da Lei n°8.212/91, por ter deixado a empresa de incluir valores em GFIP’s, referentes ao período de 01/2000 a 13/2003. De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 02, deixou de incluir no campo "Remuneração" da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, o valor de salários pagos a empregados e administrador no período de: 01/00, 07/00 a 10/00, 07/01 a 12/02, Décimo Terceiro Salário/2002, 01/03 a 06/03 e Décimo Terceiro/2003. Inconformada com a Decisão de fls. 48 a 53, a empresa apresentou recurso reiterando os argumentos da defesa onde alegou em síntese: a) inicialmente entende ser de responsabilidade dos contadores a penalidade que vier sofrer a empresa pois aqueles obrigamse contratualmente a manter escrituração em ordem, providenciar e organizar os pagamentos de tributos e cumprir obrigações fiscais e tributárias acessórias, além de fazer demonstrativos e balanços; b) afirma que o valor aplicado de multa não está de acordo com a infração, e com art. 284 Regulamento da Previdência Social; Em alguns casos, a multa aplicada não obedeceu à limitação prevista no § 40 do art. 32 da Lei 8.212/91. Como a documentação fora apresentada ao agente fiscalizador, deverá ser observada a limitação do § 5° do mesmo dispositivo. Ademais, em alguns casos o valor da multa aplicada ê idêntico ao valor da contribuição devida, sendo que o valor da obrigação acessória não poderá ser superior à obrigação principal, exceto se expressamente previsto em lei. c) sustenta a anulação do presente auto, haja vista que, na descrição da infração não constam todos os elementos necessários para a fundamentação do ato. A documentação não se encontrava na sede da empresa mas sim no escritório contábil responsável pela escrituração. Sendo assim, a agente fiscal deveria ter marcado outra data para retorno, por bom senso, para que pudesse reunila e apresentála para análise. Requer o provimento do recurso para julgar improcedente a autuação. É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa O recurso é tempestivo e estão presentes os pressupostos de admissibilidade. Fl. 677DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 29/03/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Em que pesem os argumentos da recorrente, seu inconformismo não deve prosperar. No que diz respeito à responsabilização de terceiros, temos que esta somente ocorrerá por ordem judicial, nas hipóteses previstas na lei e após o devido processo legal. O débito foi lançado somente contra a pessoa jurídica e, neste momento, demais pessoas não sofrerão restrições em seus direitos. Caso a recorrente entenda de forma diferente, deverá os procedimentos que entender cabíveis para tanto. A presente autuação foi lavrada em decorrência do descumprimento de obrigação acessória referente a não inclusão no campo "Remuneração"da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, o valor de salários pagos a empregados e administrador no período de: 01/00, 07/00 a 10/00, 07/01 a 12/02, Décimo Terceiro Salário/2002, 01/03 a 06/03 e Décimo Terceiro/2003, infringindo o disposto no art. 33, § 2° da Lei n°8.212/91. Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição providenciaria e outras informações de interesse do INSS. (...) § 5 A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitara o infrator á pena administrativa correspondente a multa de cem por cento do valor devido relativo á contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. § 4° A não apresentação do documento previsto no inciso IV, independentemente do recolhimento da contribuição, sujeitará o infrator á pena administrativa correspondente a multa variável equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 92, em função do número de segurados, conforme quadro abaixo: (Incluído pela Lei 9.528, de 10 12.97) O a 5 segurados 1/2 valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor minimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo Acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo Logo, verificase que foi correto o cálculo da multa efetuado pela fiscalização, obedecendo o que determina 0 art. 284, II do RPS, aplicandose 100% das contribuições devidas e não declaradas, por competência. Fl. 678DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 29/03/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10042.000082/200815 Acórdão n.º 2401001.712 S2C4T1 Fl. 339 5 Obrigação acessória vigeu durante todo o período autuado e a alegação de que os documentos solicitados não estariam em sua sede não elide a obrigação da autuada que poderia têlos apresentados dentro do prazo de impugnação o que levaria à relevação da multa. Entendo ainda que a multa foi aplicada corretamente, nos termos do art. 283, II, "b" do RPS, tendo em vista que a lavratura ocorreu em 01/2005, na vigência da Portaria MPS n° 479, de 07/05/04, que atualizou os valores mínimos e máximos da multa variável, conforme previsto no art. 102 da Lei 8.212/91, c/c o art. 373 do mesmo RPS. Logo, foi o art. 292, I do Regulamento, citado pela recorrente, que dispõe que, na ausência de agravantes serão aplicados os valores mínimos estabelecidos nos incisos 1 e II do art. 283, atualizado pela referida Portaria para R$10.359,20. Por fim, verificase que o Auto de Infração em apreço foi lavrada em estrita observância as determinações legais, não podendo ser acolhida a tese de nulidade da autuação. DO CÁLCULO DA MULTA – LEI Nº 11.941/2009 RETROATIVIDADE Embora não tenham sido acolhidas as razões da recorrente em relação ao mérito, conforme acima fundamentado, importante observar que posteriormente à lavratura do Auto de Infração foi publicada a Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, que trouxe nova redação ao artigo 32 da Lei nº 8.212/91, acrescentando, ainda, o artigo 32A àquele Diploma Legal, estabelecendo nova forma do cálculo da multa ora exigida e determinando a exclusão da multa de mora do artigo 35 da Lei nº 8.212/91, com a conseqüente aplicação das multas constantes da Lei nº 9.430/96. Desta forma, em virtude da legislação posterior contemplando penalidades mais benéficas para o mesmo fato gerador, há que ser aplicado este novo calculo da multa, em observância ao disposto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, que assim prescreve: “Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” (grifamos) Assim, necessário recalcular o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no artigo 44, I da Lei nº 11.941/2009, deduzidose os valores levantados a título de multa na NFLD correlata. Diante ao exposto: Fl. 679DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 29/03/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 VOTO no sentido de CONHECER DO RECURSO, e no mérito DAR PROVIMENTO PARCIAL para recalcular o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 44, I da Lei 11.941/2009. Marcelo Freitas de Souza Costa – Relator Fl. 680DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 29/03/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10042.000082/200815 Acórdão n.º 2401001.712 S2C4T1 Fl. 340 7 Fl. 681DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Assinado digitalmente em 17/03/2011 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, 29/03/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 10183.006349/2005-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 15 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Apr 15 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR
Exercício: 2000
Ementa: IRPF. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL ORDINÁRIO REGIDO PELO ART. 150, § 4º, DO CTN, DESDE QUE HAJA PAGAMENTO ANTECIPADO. NA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO, APLICA-SE A REGRA DECADENCIAL DO ART. 173, I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF, CONFORME ART. 62-A, DO ANEXO II, DO RICARF. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do
contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do
Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e
Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito
Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199).
Reprodução da ementa do leading case Recurso Especial nº 973.733 SC, julgado em 12 de agosto de 2009, relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos).
Recurso provido.
Numero da decisão: 2102-001.264
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR
provimento ao recurso para reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário do exercício 2000
Matéria: ITR - ação fiscal - outros (inclusive penalidades)
Nome do relator: GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : ITR - ação fiscal - outros (inclusive penalidades)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201104
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2000 Ementa: IRPF. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL ORDINÁRIO REGIDO PELO ART. 150, § 4º, DO CTN, DESDE QUE HAJA PAGAMENTO ANTECIPADO. NA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO, APLICA-SE A REGRA DECADENCIAL DO ART. 173, I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF, CONFORME ART. 62-A, DO ANEXO II, DO RICARF. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). Reprodução da ementa do leading case Recurso Especial nº 973.733 SC, julgado em 12 de agosto de 2009, relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos). Recurso provido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Apr 15 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10183.006349/2005-21
anomes_publicacao_s : 201104
conteudo_id_s : 4842266
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Aug 23 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2102-001.264
nome_arquivo_s : 210201264_10183006349200521_201104.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
nome_arquivo_pdf_s : 10183006349200521_4842266.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso para reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário do exercício 2000
dt_sessao_tdt : Fri Apr 15 00:00:00 UTC 2011
id : 4740307
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:39:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040337850368
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2611; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T2 Fl. 1 1 S2C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10183.006349/200521 Recurso nº 338.005 Voluntário Acórdão nº 2102001.264 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 15 de abril de 2011 Matéria ITR DECADÊNCIA Recorrente AGRO PECUÁRIA IBERÊ S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2000 Ementa: IRPF. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL ORDINÁRIO REGIDO PELO ART. 150, § 4º, DO CTN, DESDE QUE HAJA PAGAMENTO ANTECIPADO. NA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO, APLICASE A REGRA DECADENCIAL DO ART. 173, I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF, CONFORME ART. 62A, DO ANEXO II, DO RICARF. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Fl. 212DF CARF MF Emitido em 25/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO 2 Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). Reprodução da ementa do leading case Recurso Especial nº 973.733 SC, julgado em 12 de agosto de 2009, relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos). Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso para reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário do exercício 2000 Assinado digitalmente GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Relator e Presidente. EDITADO EM: 03/05/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Núbia Matos Moura, Eivanice Canário da Silva, Rubens Maurício Carvalho, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Acácia Sayuri Wakasugi e Giovanni Christian Nunes Campos. Relatório Em face do contribuinte Agro Pecuária Iberê S/A, CNPJ/MF nº 03.485.992/000182, já qualificado neste processo, foi lavrado, em 13/12/2005, auto de infração (fls. 4 a 8), com ciência postal em 22/12/2005 (fl. 44). Abaixo, discriminase o crédito tributário constituído pelo auto de infração, que sofre a incidência de juros de mora a partir do mês seguinte ao do vencimento do crédito: IMPOSTO R$ 1.340.217,00 MULTA DE OFÍCIO R$ 1.005.162,75 Em revisão da DITRexercício 2000, a autoridade fiscal glosou a área de utilização limitada em decorrência (19.146,1 hectares) em decorrência da não apresentação do Ato Declaratório Ambiental ADA, como se vê na descrição da infração feita pela autoridade autuante (fl. 6), verbis: Falta de recolhimento do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural, exercício de 2000, apurado após a alteração da declaração do contribuinte, conforme art. 14 da Lei 9393/96, por não terem sido comprovadas as informações nela contida; com respeito aos itens abaixo: Fl. 213DF CARF MF Emitido em 25/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10183.006349/200521 Acórdão n.º 2102001.264 S2C1T2 Fl. 2 3 Área de utilização limitada: Não comprovação da solicitação de emissão do Ato Declaratório Ambiental junto ao IBAMA, conforme , Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, § 5°, com a redação dada pelo art 10 da Lei 10165, de 27 de dezembro da 2000, em data anterior à 31 de março de 2001; conforme art. 17, inciso II, da Instrução Normativa SRF Nº 60/2001 (No 73/2000) (10, §4o inciso II da Instrução Normativa SRF No 43/1997, com redação dada pela Instrução Normativa SRF No 67/1997), sendo desconsiderado o valor declarado. Inconformado com a autuação, o contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento, deduzindo os seguintes argumentos (extraídos da decisão aqui recorrida – fls. 92 e 93), verbis: 6.1. Reiterou as fundamentações constantes na carta re posta à primeira intimação. 6.2. Aprofundandose na questão dando ênfase ao fato d que o imóvel se encontra dentro da Estação Ecológica do Rio Ronuro. 6.3. Comentou a respeito da interdição, em 2002, da exploração controlada da área. 6.4. Reproduziu parte do Parecer emitido pela Fundação Estadual do Meio Ambiente — FEMA. 6.5. Mencionou o ingresso com Ação de Indenização ;por Desapropriação Indireta, pelo verdadeiro confisco de seu imóvel, pois, a criação da Estação Ecológica acabou por aniquilar por completo o seu direito de propriedade. 6.6. Após outros argumentos, como a exclusão das áreas preservadas para apuração do ITR, finalizou requerendo a anulação do lançamento de oficio. 7. Instruiu sua impugnação com os documentos constantes das fls. 51 a 84, os quais são, praticamente, os mesmos apresentados para a fiscalização. A 1ª Turma da DRJ/CGE, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, em decisão consubstanciada no Acórdão n° 0410.01, de 20 de julho de 2006 (fls. 90 a 99), que restou assim ementado: ÁREA DE RESERVA LEGAL E DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Para ser considerada isenta a área de reserva legal, além de estar devidamente averbada na Matrícula do imóvel, deve ser reconhecida mediante Ato Declaratório Ambiental — ADA, cujo requerimento deve ser protocolado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis —IBAMA dentro do prazo legal, que é de seis meses após o prazo final para entrega da Declaração do ITR, e tem como requisito básico a referida averbação. Da mesma forma a área de preservação permanente necessita do ADA para sua isenção, além do laudo específico demonstrando as áreas enquadradas nos artigos da legislação florestal. Fl. 214DF CARF MF Emitido em 25/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO 4 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL — APA Para efeito de exclusão do ITR, não serão aceitas como de interesse ecológico ou como de preservação permanente as áreas declaradas, em caráter geral, por região local ou nacional, como os situados em APA, mas, sim, apenas em caráter específico, para determinadas áreas da propriedade particular. Lançamento Procedente O contribuinte foi intimado da decisão a quo em 11/08/2006 (fl. 102). Irresignado, interpôs recurso voluntário em 11/09/2006 (fl. 104) . No recurso voluntário, o recorrente alegou, em síntese, (fl. 151 – transcrição do relatório da Resolução ora citada), verbis: que o §6° da IN/SRF n° 43, de 08/05/1997, com a nova redação da IN/SRF n° 67, de 01/09/1997, contraria o disposto no inciso II do §10 do art. 10 da Lei nº. 9.393/96; que o imóvel não tem função econômica, conforme comprova o Termo de Embargo e Interdição (fl. 130), lavrado em 2001, onde consta a proibição de qualquer exploração no imóvel, mesmo por meio de plano de manejo; que o predito Termo de Interdição data de 2001 e o ato que criou a Estação ecológica é de 1998, embora a autoridade julgadora tenha afirmado que o predito Termo fora expedido em 2002, tratando de período diverso daquele que ora está sob litígio; que não há necessidade de apresentação do requerimento do ADA e, caso a Administração Pública não aceite o que declara o contribuinte, caberia à autoridade fiscal comprovar a inverdade do declarado não podendo, portanto, efetuar lançamento complementar; que o Decreto que criou a Estação Ecológica substitui, integralmente, o ADA; e que existe diferença entre área de proteção ambiental — APA e Estação Ecológica: a primeira pertence ao grupo de unidades de conservação de uso sustentável, enquanto que a segunda pertence ao grupo de unidade de conservação de proteção integral. Ao final, requer a improcedência do Auto de Infração. O julgamento do recurso acima foi convertido em diligência, pela Resolução nº 3011.979, da Primeira Câmara do Terceiro Conselho de contribuintes, que determinou a autoridade autuante que tomasse as seguintes providências: seja questionado ao contribuinte qual a real área da Fazenda Iberê, sendo juntada a sua devida comprovação (registro imobiliário), elucidandose o ponto acerca da diferença entre a área declarada na DITR e aquela constante do registro imobiliário juntado aos autos; e seja inquirido à FEMA qual a área da Fazenda Iberê que está inserida na Estação Ecológica, objeto do Termo de Embargo e Interdição, questionandose, ainda, se se trata da mesma área da Fazenda Iberê informada pela contribuinte em sua DITR. Fl. 215DF CARF MF Emitido em 25/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10183.006349/200521 Acórdão n.º 2102001.264 S2C1T2 Fl. 3 5 O contribuinte foi intimado a prestar os esclarecimentos acima e acostou aos autos a petição, agregada de documentos, de fls. 168 a 182. É o relatório. Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator Declarase a tempestividade do apelo, já que o contribuinte foi intimado da decisão recorrida em 11/08/2006 (fl. 102), sextafeira, e interpôs o recurso voluntário em 11/09/2006, dentro do trintídio legal, este que teve seu termo final em 12/09/2006, terçafeira. Dessa forma, atendidos os demais requisitos legais, passase a apreciar o apelo, como discriminado no relatório. Aqui, devese lembrar que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda tem o dever de controlar a legalidade do lançamento, devendo expungir do lançamento eventuais atos sem base legal, com erros flagrantes, bem como apreciar as matérias de ordem pública, hipóteses em que o colegiado deve agir até de ofício. Uma dessas hipóteses é a decadência, matéria de ordem pública que deve ser reconhecida em qualquer grau de jurisdição. No caso destes autos, emerge claramente que o crédito tributário lançado foi fulminado pela decadência. Assim, na espécie, passase a apreciar o fenômeno decadencial. Inicialmente, devese anotar que o fator gerador do ITR se aperfeiçoa em 1º de janeiro de cada ano, consubstanciado na propriedade, no domínio útil ou na posse de imóvel localizado fora da zona urbana, na forma do art. 1º, caput, da Lei nº 9.393/96, verbis: Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. No caso destes autos, o lançamento versa sobre o ITR do exercício 2000, cujo fato gerador se aperfeiçoou em 1º/01/2000 (fl. 6). Ademais, o contribuinte foi cientificado da exação em 22/12/2005 (fl. 44), a qual teve origem na revisão na DITR/2000, que havia originalmente apurado um imposto devido de R$ 10,00, valor este considerado no lançamento fiscal (fl. 2), e que aqui será considerado como pagamento espontâneo feito pelo fiscalizado. Após a glosa da área de utilização limitada, apurouse um imposto devido de R$ 1.340.217,00, sendo lançada a diferença entre o declarado (R$ 10,00) e o apurado no procedimento de ofício (R$ 1.340.227,00). O art. 10 da Lei nº 9.393/96 não deixa qualquer dúvida que o lançamento do ITR é por homologação, como se pode ver pela estrita dicção legal, verbis: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da Fl. 216DF CARF MF Emitido em 25/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO 6 administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. Sendo lançamento por homologação, o prazo decadencial amoldase ao estatuído no art. 150, § 4º, do CTN, contado a partir do fato gerador, na existência de pagamento, o que se infere no caso vertente em decorrência da apuração do imposto a pagar declarado de R$ 10,00. No caso aqui em debate, como já dito, o fato gerador do ITR/2000 se aperfeiçoou em 1º/01/2000, sendo forçoso reconhecer que o qüinqüênio decadencial se finou em 31/12/2004, implicando que, quando da ciência do lançamento em 22/12/2005 (fl. 44), a decadência já tinha extinguido o crédito tributário lançado. O entendimento acima era comungado no âmbito do Terceiro Conselho de Contribuintes, então competente para apreciar as controvérsias no âmbito do ITR, como se poder ver pelos arestos abaixo: Acórdão nº 30134.789, sessão de 15/10/2008, unânime, relator o Conselheiro Luiz Roberto Domingo: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2000 ITR. MODALIDADE DE LANÇAMENTO. DECADÊNCIA A partir do exercício de 1997, a modalidade de lançamento do o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural passou a ser por homologação. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. Acórdão nº 30335233, sessão de 24/04/2008, por maioria, relator o Conselheiro Nilton Luiz Bartoli: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 1999 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. O direito de constituição do crédito tributário pertencente à Fazenda Nacional, relativo aos lançamentos por homologação, como é o caso do ITR, decai no prazo de 5 anos contados da data da ocorrência do fato gerador. Inteligência do artigo 150, § 4º do CTN. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO Acórdão nº 30335414, sessão de 19/06/2008, por maioria, relator o Conselheiro Heroldes Bahr Neto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 1997 ITR/97. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA DAS ÁREAS DE PASTAGEM. O prazo decadencial do direito de a Fazenda constituir o crédito tributário, na hipótese dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, é regido pelo art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional (CTN), ou seja, será de 5 (cinco) anos a contar da ocorrência do fato gerador, o qual, a partir da vigência da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, se perfaz em 1º de janeiro de cada ano. SUSPENSÃO DO RECURSO DE OFÍCIO ATÉ JULGAMENTO, PELA AUTORIDADE DE PRIMEIRA INSTÂNCIA, DOS PONTOS IMPUGNADOS PELA DEFESA, PERTINENTES ÀS ÁREAS DE RESERVA LEGAL E PRESERVAÇÃO PERMANENTE. RECURSO DE OFÍCIO PROVIDO EM PARTE. Fl. 217DF CARF MF Emitido em 25/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10183.006349/200521 Acórdão n.º 2102001.264 S2C1T2 Fl. 4 7 Acórdão nº 39200008, sessão de 23/09/2008, por maioria, relator o Conselheiro Francisco Eduardo Orcioli Pires e Albuquerque Pizzolante: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 1999 DECADÊNCIA DO LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO INCIDÊNCIA DO DISPOSTO NO ART. 150, § 4º, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. Área lindeira a reserva ecológica limitação à sua utilização econômica que promana de disposição legal. Apresentação do ato declaratório ambiental quando da declaração do imposto pelo contribuinte desnecessidade. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. Ademais, apenas para acostar mais um fundamento que faria soçobrar o lançamento, devese anotar que mesmo que fossem apreciadas as demais questões de mérito, observase que o lançamento esteve estribado originalmente apenas na ausência de ADA para exclusão da área de utilização limitada, conforme descrição da infração feita pela autoridade fiscal (fl. 6), o que impediu a exclusão da área de utilização limitada. Ora, tal óbice não pode fundamentar o lançamento do ITR para exercícios anteriores a 2000, como no caso em comento, posição cristalizada na Súmula CARF nº 41: A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000. Ante o exposto, voto no sentido de reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário do exercício 2000. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Fl. 218DF CARF MF Emitido em 25/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 03/05/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO
score : 1.0
Numero do processo: 10425.000845/2007-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2002
DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. Todas as
deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar elementos de prova da efetividade dos serviços prestados ou dos correspondentes pagamentos, especialmente quando a profissional declara ter vendido recibos de despesas médicas.
DESPESAS MÉDICAS. SÚMULA CARF. A apresentação de recibo emitido
por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2101-001.139
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso.
Nome do relator: JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201106
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar elementos de prova da efetividade dos serviços prestados ou dos correspondentes pagamentos, especialmente quando a profissional declara ter vendido recibos de despesas médicas. DESPESAS MÉDICAS. SÚMULA CARF. A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2011
numero_processo_s : 10425.000845/2007-42
anomes_publicacao_s : 201106
conteudo_id_s : 4953479
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 13 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2101-001.139
nome_arquivo_s : 210101139_10425000845200742_201106.pdf
ano_publicacao_s : 2011
nome_relator_s : JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
nome_arquivo_pdf_s : 10425000845200742_4953479.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2011
id : 4741770
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:40:31 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713044040343093248
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1821; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T1 Fl. 108 1 107 S2C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10425.000845/200742 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 210101.139 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de junho de 2011 Matéria IRPF Recorrente HERMANO JOSE SOUTO MAIOR Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar elementos de prova da efetividade dos serviços prestados ou dos correspondentes pagamentos, especialmente quando a profissional declara ter vendido recibos de despesas médicas. DESPESAS MÉDICAS. SÚMULA CARF. A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos – Presidente substituto e relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos, Goncalo Bonet Allage, José Evande Carvalho Araujo, Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antonio de Oliveira Souza e Alexandre Naoki Nishioka. Fl. 112DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 27/0 7/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Relatório O recurso voluntário em exame pretende a reforma do Acórdão nº 1129.499, proferido pela 1ª Turma da DRJ Recife (fl. 68), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento. A infração indicada no lançamento e os argumentos de defesa suscitados na impugnação foram sintetizados pelo Órgão julgador a quo nos seguintes termos: Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado Auto de Infração, relativamente ao anocalendário de 2001, para exigência do seguinte crédito tributário. Crédito Tributário Lançado Composição do crédito Valores (RS) Imposto de Renda Pessoa Física suplementar 4.455,00 Multa de oficio 6.682,50 Juros de mora (calculados até 30/03/2007) 3.698,54 Total do crédito tributário lançado 14.836,04 2. A ação fiscal foi precedida de investigações referentes aos recibos de despesas médicas emitidos pela Sra. Maria de Fátima da Silva, fisioterapeuta, em cumprimento a determinação do Ministério Público Federal, Procuradoria da República em Campina Grande, PB. Como resultado da citada ação, concluiuse pela ineficácia tributária, por inidoneidade, de todos os recibos emitidos pela profissional, nos anoscalendário de 2000 a 2003, conforme Relatório de Ação Fiscal de fls. 45 a 49. 3. Consta também do processo a Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, que declarou inidôneos e, portanto, imprestáveis e ineficazes para fins de dedução da base de cálculo do imposto de renda pessoa física, os recibos de tratamento de fisioterapia emitidos em nome da Sra. Lourdes Arquelino Alves Barbosa, a partir de 01/01/2001 até 31/12/2003 (fls. 50 a 55). 4. A fiscalização foi iniciada por meio do Termo de Inicio de fls. 03, por meio do qual foi solicitados os comprovantes do efetivo pagamento e das correspondentes prestações de serviços, em relação is despesas médicas informadas nas declarações de ajuste anual dos anos calendário de 2000 e de 2001. 5. Em atendimento (fls. 14), o contribuinte informou estar desobrigado de fornecer elementos relativos ao anocalendário de 2000, em razão da decadência. Quanto ao ano calendário de 2001, apresentou as declarações e os recibos de fls. 18 a 37. 5.1 — Na ocasião, esclareceu que não localizou a fisioterapeuta Maria de Fátima Silva Paiva, razão pela qual não dispunha de declaração oriunda dessa profissional. Acrescentou que as demais profissionais não possuem Livro Caixa e que os serviços foram executados em seu próprio domicilio. 6. A fiscalização, em seqüência, lavrou o Auto de Infração de fls. 38 a 43, pela constatação da seguinte infração: Fl. 113DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 27/0 7/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10425.000845/200742 Acórdão n.º 210101.139 S2C1T1 Fl. 109 3 6.1 dedução indevida de despesas médicas (glosa do valor de R$ 16.200,00, fato gerador em 31/12/2001). Foi aplicada multa qualificada, no percentual de 150%. 7. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 58 a 61, argumentando, em síntese: 7.1 – que durante mais de três décadas cumpriu de forma rigorosa suas obrigações tributárias, apresentando suas declarações anuais de imposto de renda, informando seus rendimentos e sua evolução patrimonial compatíveis com os salários recebidos nesses anos; 7.2 – que, quanto aos pagamentos efetuados às profissionais de fisioterapia, esclarece que há aproximadamente seis anos foi acometido de doença crônica e incapacitante, que necessita de tratamento fisioterápico. Que essa patologia ficou demonstrada no processo relativo ao anocalendário de 2002, em que os médicos que o acompanham declararam a existência da doença e quando foram apresentados exames laboratoriais, laudos radiográficos e tomográficos; 7.3 – que há cerca de seis anos é submetido a tratamentos fisioterápicos, inicialmente com a Dra. Lourdes Arguelino Alves Barbosa e posteriormente com a Dra. Maria de Fatima da Silva; 7.4 – que as referidas profissionais não possuíam consultório ou clinica particular, razão pela qual os serviços foram prestados na residência do próprio impugnante, inclusive por ser mais benéfico ao defendente, seja pela compatibilidade de horários, seja pela comodidade; 7.5 – que os pagamentos foram efetuados em espécie, deduzindo que elas não eram titulares ou afeitas a contas bancárias; 7.6 – que apresenta declarações dos honorários pagos, fornecidas pelas profissionais; 7.7 – que o processo foi decorrente da sonegação fiscal praticada pelas fisioterapeutas, que indevidamente declararamse isentas, quando, no caso, a Dra. Maria de Fátima da Silva vendia recibos a clientes por 5% dos valores dos mesmos. Que tal foto demonstra o grau de periculosidade e engenhosidades das profissionais para se esquivarem de suas responsabilidades; 7.8 – que os débitos das fisioterapeutas não podem ser pagos pelos contribuintes que remuneraram os serviços prestados, o que beneficiaria as infratoras, extinguindo os referidos débitos e livrandoas das conseqüências criminais e/ou tributárias; 7.9 – que o impugnante não pode assumir débitos de terceiros, por não ter qualquer culpa e porque os serviços foram efetivamente efetuados. Que não foi citado nominalmente como envolvido na compra dos recibos; 7.10 – que as acusações são baseadas em conjecturas imprestáveis para fins legais, visto que decorrentes de irregularidades referentes à situação tributária das citadas • profissionais; 7.11 – que as referidas fisioterapeutas são inscritas no CREFITO, habilitadas portanto para prestar os serviços. Que se as profissionais incorrem na venda de recibos pro serviços não efetivamente realizados, tal fato não diz respeito ao contribuinte, que não insuflou tal prática, nem contribuição para que isso ocorresse; 7.12 – que requer lhe sejam encaminhadas cópias dos depoimentos das referidas fisioterapeutas, prestados junto is esferas administrativas ou policiais, para que sejam conhecidos os pontos que se correlacionam com o defendente; Fl. 114DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 27/0 7/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 7.13 – por fim, solicita seja arquivado o processo e julgado insubsistente o Auto de Infração. Ao apreciar o litígio, o Órgão julgador de primeiro grau manteve integralmente o lançamento, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Anocalendário: 2001 DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. CONDIÇÕES. Somente são dedutíveis, para fins de apuração da base de cálculo do imposto de renda da pessoa física, as despesas médicas realizadas com o contribuinte ou com os dependentes relacionados na declaração de ajuste anual, que forem comprovadas mediante documentação baba e idônea. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS DESACOMPANHADOS DE OUTRAS PROVAS NECESSÁRIAS À DEDUTIBILIDADE. A comprovação de despesas é feita mediante documentação em que sejam especificados a prestação do serviço, o nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas, além da qualificação profissional do beneficiário dos pagamentos e elementos que, analisados em conjunto, sejam suficientes à convicção do julgador. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. INDÍCIOS DE INIDONEIDADE. Deve ser mantida a glosa do valor declarado a titulo de dedução de despesas médicas quando existir, nos autos, documentação contendo indícios veementes de que os serviços consignados nos recibos apresentados não foram, de fato, executados e o contribuinte deixa de carrear aos autos a prova do pagamento ou da efetividade da prestação desses serviços. Impugnação Improcedente Em seu apelo ao CARF, às Fls. 87/90, o recorrente reitera as mesmas questões suscitadas perante o juízo a quo. É o Relatório. Voto Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, Relator. O recurso atende os requisitos de admissibilidade. Do exame das peças processuais firmo convencimento de que o lançamento e a decisão de primeiro grau não merecem qualquer reparo. Fl. 115DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 27/0 7/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10425.000845/200742 Acórdão n.º 210101.139 S2C1T1 Fl. 110 5 Com efeito, os fundamentos indicados no voto condutor da decisão recorrida (fls. 71/79), que adoto como razões de decidir, estão em total consonância com reiterados pronunciamentos deste Colegiado acerca da matéria em litígio, que ensejou, inclusive, a edição da Súmula CARF nº 40, abaixo transcrita. Súmula CARF nº 40: A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício. Sobre a dedução de despesas médicas, vejamos o que dispõe a legislação que rege a matéria, e como os Órgãos administrativos de julgamento a têm interpretado. Confirase o estabelecido na Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, a propósito de dedução de despesas médicas: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...). II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...). § 2º O disposto na alínea “a” do inciso II: (...). II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; Por sua vez, o Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda, RIR/1999, art. 73, dispõe: Art.73. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, §3º). §1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, Fl. 116DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 27/0 7/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 6 poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Por certo, a legislação, em regra, estabelece a apresentação de recibos como forma de comprovação das despesas médicas, a teor do que dispõe o art. 80, § 1º, III, do RIR/1999, mas não restringe a ação fiscal apenas a esse exame, numa visão sistêmica da legislação tributária. Verificase, inclusive, que a indicação do cheque nominativo, apesar de conter muito menos informação que o recibo, é também eleito como meio de prova, evidenciando a força probante da efetiva comprovação do pagamento. O autuado recebe a integralidade dos rendimentos declarados através de conta bancária, pois é funcionário público federal da área médica (conforme DIPF à fl. 09), mas não consegue comprovar os elevados pagamentos questionados pela fiscalização, no montante de R$16.200,00. Ressaltese, por oportuno, que o montante das despesas médicas indicadas na referida DIPF (R$26.162,76) representa um terço do rendimento bruto. Os documentos apresentados juntamente com o recurso voluntário (fls. 94/96), para comprovar a necessidade das sessões de fisioterapia para Hermano José Souto Maior, referemse a atendimento médico em novembro/2001 e exame realizado em 18/10/2002, período posterior ao início das emissões dos recibos glosados, sendo que no caso da profissional Maria de Fátima da Silva os recibos foram emitidos em atendimento à filha do autuado. Verificase, inclusive, que na DIPF do anocalendário de 2000 (fl. 06) as mesmas deduções são pleiteadas com as profissionais Lourdes Arquelino Alves Barbosa e Maria de Fátima da Silva. Em relação à primeira, a Súmula Administrativa de Documento Tributariamente Ineficaz, fotocópia às fls. 50/55, processo nº 10410.001899/200611, que se encontra disponível na repartição de origem para consulta dos interessados, espanca qualquer dúvida quanto à necessidade do contribuinte apresentar provas efetivas da prestação dos serviços e do pagamento realizado. Após inúmeros debates neste Conselho a respeito desta matéria foi editada a Súmula CARF nº 04, de aplicação obrigatório neste Colegiado: Súmula CARF nº 40: A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício. Para a segunda profissional, Maria de Fátima da Silva, o Relatório de Ação Fiscal às fls. 45/49, traz a seguinte conclusão: Por todo o exposto, notadamente a ausência de quaisquer comprovantes — seja por parte da fiscalizada ou pelos usuários dos recibos por ela emitidos — de que foram efetivamente prestados os serviços de fisioterapia, e também com base no depoimento da contribuinte, MARIA DE FÁTIMA DA SILVA, CPF 569.392.30459, prestado A POLÍCIA FEDERAL, no qual a mesma declara que vendeu recibos a partir de 2000, recebendo a quantia de 5% do valor do mesmo, concluise que não houve a efetiva prestação de serviços de fisioterapia pela Sra. MARIA DE FÁTIMA DA SILVA, CPF 569.392.30459, nos anos calendário de 2000 a 2003, às pessoas físicas que pleitearam deduções por pagamentos a ela efetuados, assim como não houve o efetivo pagamento por esses supostos serviços. Fl. 117DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 27/0 7/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10425.000845/200742 Acórdão n.º 210101.139 S2C1T1 Fl. 111 7 O ordenamento legal permite que o contribuinte realize pagamentos em moeda corrente e, por seu turno, os beneficiários desses são orientados a aceitálos. Só que, mesmo esse modal de cumprimento de obrigações permite comprovação, uma vez que, em razão dos valores envolvidos, não há como compreender que não ocorreriam saques coincidentes, ou aproximados, em datas e valores aos indicados nos recibos de despesas médicas, tendo em vista que o autuado é funcionário público e recebe os seus vencimentos em conta bancária. De fato, no caso em exame, apesar dos valores despendidos, nenhuma transferência de recursos da autuada para os prestadores dos serviços médicos foi comprovada. Estas considerações objetivam analisar a matéria de forma ponderada, de acordo com a especificidade de cada caso. A glosa efetuada pela fiscalização, por seus fundamentos (fl. 39) permanece incólume. Não se trata de exigências descabidas ou ilegais, ou ônus indevido para o contribuinte, já que a legislação que rege a matéria dispõe que todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, devendo o contribuinte apresentar elementos de prova do efetivo desembolso dos valores e a efetiva prestação dos serviços, especialmente diante das circunstâncias indicadas no lançamento em exame. Para a situação revelada no caso em exame há que se comungar com o posicionamento expresso nas ementas dos Acórdãos da CSRF e do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, abaixo colacionadas, dentre muitas outras na mesma linha de entendimento: IRPF DEDUÇÕES COM DESPESAS MÉDICAS COMPROVAÇÃO Para se gozar do abatimento pleiteado com base em despesas médicas, não basta a disponibilidade de um simples recibo, sem vinculação do pagamento ou a efetiva prestação de serviços. Essas condições devem ser comprovadas quando restar dúvida quanto à idoneidade do documento. (Ac. 1º CC 10243935/1999 e Ac. CSRF 011.458) IRPF DESPESAS MÉDICAS DEDUÇÃO Inadmissível a dedução de despesas médicas, na declaração de ajuste anual, cujos comprovantes não correspondam a uma efetiva prestação de serviços profissionais, nem comprovado os desembolsos. Tais comprovantes são inaptos a darem suporte à dedução pleiteada. Legítima, portanto, a glosa dos valores correspondentes, por se respaldar em recibo imprestável para o fim a que se propõe. (Ac. 1º CC 10416647/1998)” Em face ao exposto, nego provimento recurso. (assinado digitalmente) JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Fl. 118DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 27/0 7/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 8 Fl. 119DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 27/0 7/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
