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Numero do processo: 10935.001206/2004-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 17 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Mar 17 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2002
Ementa: IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS – A omissão de rendimentos, apurada em procedimento de ofício, enseja a lavratura de auto
de infração ou notificação de lançamento para formalização da exigência da diferença do imposto, acrescido de multa de ofício.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.036
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Ausência justificada da conselheira Janaína Mesquita Lourenço de Souza
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
1.0 = *:*
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS – A omissão de rendimentos, apurada em procedimento de ofício, enseja a lavratura de auto de infração ou notificação de lançamento para formalização da exigência da diferença do imposto, acrescido de multa de ofício. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Ausência justificada da conselheira Janaína Mesquita Lourenço de Souza. Assinatura digital Francisco Assis de Oliveira Júnior – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 18/03/2011 Participaram da sessão: Francisco Assis Oliveira Júnior (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Gustavo Lian Haddad, Eduardo Tadeu Farah, Guilherme Barranco de Souza (Suplente convocado) e Rayana Alves de Oliveira França Relatório Fl. 46DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Assinado digitalmente em 28/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 31/03/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU 2 ANTÔNIO CARLOS DE CASTILHO interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJCURITIBA/PR (fls. 27) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 07/14, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF suplementar, referente ao exercício de 2002, no valor de R$ 1.962,64, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 6.235,17. A infração que ensejou a autuação foi a omissão de rendiemntos recebidos de pessoa jurídica, da fonte pagadora Associação Brasileira de Cultura. O Contribuinte apresentou a impugnação de fls. 01 na qual aduziu que, por não estar de posse dos comprovantes de rendimentos recebidos de sua única fonte pagadora, informou incorretamente os rendimentos como tendo sido recebidos de pessoas físicas e pede a retificação da declaração para que sejam considerados os rendimentos declarados como recebidos de pessoas físicas como rendimentos da pessoa jurídica, no valor de R$ 13.635,98. A DRJCURITIBA/PR julgou procedente o lançamento com base, em spintese, na consideração de que erestou comprovada a omissão dos rendimentos recebidos da pessoa jurídica e que não é cabível a retificação da declaração após o lançamento de ofício. Observou também que, embora o Contribuinte afirme receber rendimentos apenas da atividade de professor, informou na declaração, como ocupação principa, “advogado”. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 09/10/2007 (fls. 32) e, em 30/10/2007, interpôs o recurso voluntário de fls. 33/34, que ora se examina, e no qual rafirma que recebeu, no ano de 2001, apenas rendimentos do trabalho assalariado e que, por engano, informou o recebimento de rendimentos recebidos de pessoas físicas. Sobre a informação na DIRPF que exercia a atividade de advogado, alega que a incrição na OAB somente ocorreu em 2004 e que a indicação da profissão também foi feita com erro. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, o lançamento decorre da constatação de que o Contribuinte omitiu, na DIRPF/2002, da fonte pagadora Associação Brasileira de Educação e Cultura, rendimentos do trabalho com vínculo empregatício no valor de R$ 15.865,65, apurado com base na DIRF. Fl. 47DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Assinado digitalmente em 28/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 31/03/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU Processo nº 10935.001206/200400 Acórdão n.º 220101.036 S2C2T1 Fl. 2 3 O Recorrente admite que recebeu rendimentos desta fonte pagadora, embora em valor menor (R$ 13.635,98), mas diz que, por engano, declarou rendimentos recebidos como recebidos de pessoas físicas, e pede a retificação da declaração. Pois bem, às fls. 26 consta cópia da DIRF apresentada pela fonte pagadora com a indicação dos valores pagos mensalmente ao Recorrente, com os valores correspondentes ao IRRF, e que totalizam no ano R$ 15.865,65. Portanto, não há dúvidas quanto ao recebimento dos rendimentos, no valor acima. Cabe discutir, portanto, a alegação de erro de fato no preenchimento da declaração. Examinando a declaração apresentada pelo Contribuinte verificase que este informou ter recebido rendimentos de pessoas físicas ao longo do ano, no valor mensal de R$ 900,00, totalizando R$ 10.800,00, tendo, inclusive, preenchido o quadro 02 da declaração com a indicação dos valores recebidos a cada mês. Nestas condições, não vejo possibilidade de que a informação tenha sido prestada com erro de fato. O que se tem, portanto, é que o Contribuinte declarou ter recebido R$ 10.800,00 como rendimentos recebidos de pessoas físicas e nada declarou como rendimentos recebidos de pessoa jurídica, caracterizandose, portanto, a omissão destes últimos. Também não é o caso de se admitir a retificação da declaração, seja para somar os rendimentos omitidos, seja para considerar os rendimentos recebidos de pessoas físicas como sendo rendimentos de pessoa jurídica, pois, como é cedido, após o início de procedimento fiscal, neste caso, após a autuação, eventuais diferenças de imposto devem ser exigidas mediante a lavratura de auto de infração ou notificação de lançamento. Por fim, registrese que é irrelevante a data em que o Contribuinte efetuou seu registro na OAB. A questão foi aduzida pela decisão de primeira instância apenas como fundamento subsidiário. O fato relevante é que não há evidência de que tenha havido erro de fato no preenchimento da declaração, hipótese em que seria possível a retificação de ofício e que, constatada a omissão de rendimentos, está correto o lançamento para a formalização da exigência do imposto pago a menos com os devidos acréscimos. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 48DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Assinado digitalmente em 28/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 31/03/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU 4 Fl. 49DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Assinado digitalmente em 28/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 31/03/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU
score : 1.0
Numero do processo: 10980.005826/2007-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 09 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Feb 09 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/1996 a 01/12/1998
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL.
CINCO ANOS. SÚMULA VINCULANTE N°08 DO STF.
0 Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante n° 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n 08.212 de 1991.
Nesse sentido, como houve recolhimento parcial de contribuições,
encontram-se atingidos pela fluência do prazo decadencial, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, todos os fatos geradores apurados pela fiscalização, uma vez que só houve a constituição definitiva do credito em 15 de dezembro de 2006, enquanto o crédito é referente a contribuições previdenciárias com
fatos geradores ocorridos de janeiro de 1996 a dezembro de 1998, a mais de 05 anos do inicio do prazo.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2302-000.813
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Segunda
Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Acompanharam pelas conclusões os Conselheiros Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato, Marco André Ramos Vieira, Liege
Lacroix Thomasi que entenderam pela aplicação do art. 173, inciso I do CTN.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: Thiago D’Ávila Melo Fernandes
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1996 a 01/12/1998 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. SÚMULA VINCULANTE N°08 DO STF. 0 Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante n° 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n 08.212 de 1991. Nesse sentido, como houve recolhimento parcial de contribuições, encontram-se atingidos pela fluência do prazo decadencial, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, todos os fatos geradores apurados pela fiscalização, uma vez que só houve a constituição definitiva do credito em 15 de dezembro de 2006, enquanto o crédito é referente a contribuições previdenciárias com fatos geradores ocorridos de janeiro de 1996 a dezembro de 1998, a mais de 05 anos do inicio do prazo. Recurso Voluntário Provido.
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PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. SÚMULA VINCULANTE N°08 DO STF. 0 Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante n° 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n 08.212 de 1991. Nesse sentido, como houve recolhimento parcial de contribuições, encontram-se atingidos pela fluência do prazo decadencial, nos termos do art. 150, § 40 do CTN, todos os fatos geradores apurados pela fiscalização, uma vez que so houve a constituição definitiva do credito em 15 de dezembro de 2006, enquanto o crédito é referente a contribuições previdencidrias com fatos geradores ocorridos de janeiro de 1996 a dezembro de 1998, a mais de 05 anos do inicio do prazo. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3' Camara / 2' Turrna Ordinária da Segu Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. Acompanharam pelas conclusões os Conselheiros Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato, Marco André Ramos Vieira, Liege Lacroix Thomasi que entenderam pela aplicação do art. 173, inciso I do CTN. S-V4-EI,RA - Presidente. THIAGO D'AVILA MELO FERNANDES - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thornasi, Adriana Sato, Arlindo Costa e Silva, Thiago D'Avila Melo Fernandes e Marco André Ramos Vieira (presidente). Ausência momentânea: Manoel Coelho Arruda Junior. Relatório Trata-se de Recurso Voluntário (fis. 294/309) contra o Acórdão IV 06-14.682 emitido pela 6a Turma da DRJ/CTBA, de fls. 281/287, que indeferiu a defesa administrativa apresentada pelo Contribuinte, julgando subsistente o lançamento tributário formulado. Como demonstra o Relatório Fiscal de fls. 78/85, a presente Notificação Fiscal de Lançamento de Débito - NFLD - DEBCAD n° 37.035.908-9, lavrada pela fiscalização contra a Recorrente, refere-se a contribuições devidas à Seguridade Social relativa parte patronal e as destinadas ao financiamento dos beneficios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa, decorrentes de riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre o total das remunerações pagas aos ocupantes de cargos comissionados, as quais totalizam um valor correspondente a R$ 3.304.757,72 (três milhões, trezentos e quatro mil, setecentos e cinqüenta e sete reais e setenta e dois centavos), consolidado em 15/12/2006, relativas às competências de janeiro de 01/1996 a 12/1998. Inconformada com a autuação, a Recorrente apresentou defesa tempestiva às fls. 167/182. A 6" Turma da DRJ ern Curitiba/PR emitiu o Acórdão n° 06-14.682 de tis. 281/287, julgando o lançamento PROCEDENTE, em todos os seus termos, vejamos: 06-14.682 EMENTA: REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. OCUPANTE, EXCLUSIVAMENTE, DE CARGO EM COMISSÃO. NÃO SUJEIÇÃO AO REGIME PRÓPRIO. Mesmo antes da Emenda Constitucional n° 20/98, os ocupantes, exclus' ,amente, de cargo em comissão não filiados a Regime Próprio de Previdência So *al são abrangidos pelo Regime Geral de Previdência Social, sendo cabivel a brança de contribuições previdenciórias para o Regime Geral, por força do art. 13 da Lei n° 8.212/91. SERVIDOR PUBLICO APOSENTADO. VACANCIA DO CARGO. EXCLUSIVIDADE DA OCUPAÇÃO. 0 servidor ptiblico aposentado ocupa, exclusivamente, cargo ern comissão em razão da aposentadoria romper o Vil7C1110 funcional, corn o desprovimento do cargo e a conseqfiente vacância, restando apenas vinculo de natureza previdenciaria. 2 3 Processo n° 10980.005826/2007-15 S2-C3T2 Acórdao 6.° 2302-00.813 Fl. 352 Período de apuracdo: : 01/01/1996 a 31/12/1998 A Recorrente se insurgiu contra o acórdão emitido pelo órgão administrativo, por meio de Recurso Voluntário residente as fls. 294/309 dos autos, alegando em síntese: a) A decadência das contribuições destinadas ao INSS, por força do entendimento do STJ; b) A impossibilidade do acúmulo de aposentadorias pelo Fundo da Previdência, por força da Lei n° 8.212/91, com redação vigente à época, com o sistema de previdência própria, previstos nas Leis Estaduais n° 4.766/63 e 10.219/92; c) A inexistência de previsão legal capaz de assegurar o enquadramento no Sistema Geral Previdencidrio, frente a impossibilidade de aposentadoria por tempo de serviço pelo regime próprio dos comissionados; d) A possibilidade de compensação financeira entre sistemas prevideneiários, para fins de contagem de tempo de serviço no desempenho de funções comissionadas; o relatório. Voto Conselheiro THIAGO D'AVILA MELO FERNANDES, Relator I. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Como se aduz da simples vista das fls. 290 dos autos, a Recorrente foi intimada do Acórdão em 16 de agosto de 2007 e interpôs o Recurso no dia 13 de setembro de 2007 (v. fls. 294). Sendo assim, atestada está a tempestividade do recurso interposto. Frente a tempestividade do recurso, dele torno conhecimento atribuindo-lhe o efeito suspensivo da decisão de primeira instancia, consoante determinação contida no art. 33 do Decreto 70.235/72, que regulamenta o Processo Administrativo Fiscal. Assim sendo, impõe-se a análise do presente Recurso Volunt rio, corn relação às questões ventiladas, senão vejamos. 2. DAS QUESTÕES PRELIMINARES 2.1. DA DECADÊNCIA O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante ri° 8, aprovada em sessão realizada em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n 8.212/91, nos termos que se vos seguem: Súmula Vincidante le 8 - "São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5" do Decreto-lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". Além disso, foi estatuido no art. 103-A da Constituição Federal, que as súmulas vinculantes são de observância obrigatória tanto pelos órgãos do Poder Judiciário, quanto pela Administração Pública, devendo este Colegiado aplicá-la de imediato. Art. 103-A, 0 Supremo Tribunal Federal poderá, de oficio ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos setts membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovai- súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e administração pública direta e indireta, nas esferas .federal, estadual e municipal, beni como proceder ã sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Seguindo o posicionamento consolidado na Suprema Corte, o legislativo federal revogou os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91 por meio da Lei Complementar n° 128 de 19 de dezembro de 2008. Sendo assim, afastada por inconstitucionalidade a eficácia das normas inscritas nos artigos 45 e 46 da Lei n 0 8.212 e posteriormente revogadas as suas disposições pela LC 11° 128/2008, devem ser aplicadas as regras relativas a matéria em relevo inscritas no Código Tributário Nacional — CTN e nas demais leis de regência . Urna vez que as contribuições previdencidrias são tributos sujeitos a lançamento por homologação, a Doutrina e a Jurisprudência pátrias são unânimes em preceituar que se aplica a regra do art. 150, § 4° do CTN (e não a do art. 173, I do mesmo diploma) para o cômputo da decadência, qual seja, prazo de 5 anos a contar da data do fato gerador, desde que tenha ocorrido algum pagamento antecipado (ainda que parcial): Art. 150. 0 lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tornando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4" Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco altos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 0 antigo Conselho de Contribuintes e a Camara Superior de Recursos Fiscais possuem diversas decisões no sentido firmado neste voto. Nesse âmbito, podemos citar, a titulo exernplificativo, os seguintes julgamentos da CSRF: Processo 10980.010992/99-45, 1" Câmara, j. 15.10.2002, rel. Maria Goretti de Bulhões Carvalho; e Processo 10680.004198/2001-31, Camara, rel. Maria Goretti de Bulhões Carvalho, j. 16.02.2004. No nesmo sentido consolidou-se o posicionamento do STJ (v.g. REsp 1024092/SC, Rel. inistro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07.08.2008, DJe 04.09.2008). 4 Processo n° 10980.005826/2007-15 S2-C3T2 AcórcHion.° 2302-00.813 Fl. 353 Traçadas essas premissas, é de bom alvitre salientar que a hipótese vertente trata de contribuições previdencidrias, tributos sujeitos a lançamento por homologação e que houve recolhimento parcial de algumas contribuições, aplicando-se, portanto, a regra do art. 150, § 49 do CTN, pela qual o prazo decadencial de 5 anos deve ser computado a partir da ocorrência do fato gerador dos tributos. Sendo assim, urna vez que os créditos referentes a presente autuação restaram consolidados apenas em 15 de dezembro de 2006, mas dizem respeito a contribuições destinadas à Previdência Social referentes as competências de janeiro de 1996 a dezembro de 1998, impõe-se a decretação da decadência TOTAL do débito, urna vez que transcorreram mais de cinco anos da ocorrência do fato gerador dos tributos mencionados, nos termos do art. 150, § 4° do CTN. Ainda que a contagem do prazo decadencial se realizasse a partir da previsão legal do Art. 173, I, do CTN, estariam caducas as parcelas do período de apuração objeto da presente NFLD, uma vez que em relação a parcela mais atual, o fisco somente poderia lançá-la ate o ano de 2003, todavia o lançamento ocorreu em 15/12/2006. 3. CONCLUSÃO: Pelo exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, para acolher a preliminar de decadência e DAR-LHE PROVIMENTO INTEGRAL, reconhecendo a caducidade de todas as contribuições previdencidrias objeto do lançamento fiscal, desconstituindo o lançamento tributário. corno voto. Sala das Sessões, em 09 de fevereiro de 2011 THIAGO D'AVILA MELO FERNANDES 5
score : 1.0
Numero do processo: 13707.000317/2004-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 12 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu May 12 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2003
IRPF. DEDUÇÕES. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEPENDENTE.
Ausente nos autos documentação que comprove a despesa de instrução, deve-se manter a glosa.
Numero da decisão: 2201-001.119
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. (Assinado Digitalmente) Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente. (Assinado Digitalmente) Eduardo Tadeu Farah Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Júnior (Presidente). Fl. 55DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Relatório Afonso Ligorio de Oliveira recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância proferida pela 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Brasília/DF, pleiteando sua reforma, nos termos do Recurso Voluntário apresentado. Tratase de Auto de Infração (fls. 2/6), relativo ao IRPF, exercício 2000, que se exige imposto no valor total de R$ 35.072,88, já acrescido de multa de ofício e de juros de mora. A fiscalização, por meio de revisão da Declaração de Ajuste Anual do contribuinte, alterou os seguintes itens: 1 rendimentos recebidos de pessoas jurídicas ou físicas para R$ 132.807,40, devido à omissão de rendimentos, decorrentes de trabalho com vínculo empregatício; 2 dedução com contribuição à previdência privada e FAPI para R$ 0,00, em virtude de dedução indevida a esse título; 3 dedução com dependentes para R$ 0,00, em virtude da dedução indevida a esse título; 4 dedução com despesas com instrução para R$ 0,00, em virtude da dedução indevida a esse título; 5 dedução com despesas médicas para R$ 0,00, em virtude de dedução indevida a esse título; 6 imposto de renda retido na fonte para R$ 12.985,27, devido à inclusão do imposto retido na fonte incidente sobre os rendimentos omitidos. Cientificado da exigência, o contribuinte apresenta Impugnação (fl. 01), alegando, em síntese, que não recebeu nenhuma intimação para prestar esclarecimentos acerca da revisão de sua Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2000. Além do mais, no lançamento dos rendimentos recebidos de pessoas jurídicas não lhe foi informado quais as fontes omitidas. Por fim, não foram consideradas as despesas médicas relativas ao recibo (fl. 7) e Comprovante de Rendimentos Pagos e Retenção de Imposto de Renda na Fonte (fl. 8). A 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Brasília/DF julgou procedente em parte o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: PRELIMINAR DE NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. A infração legal descrita de forma insuficiente incide em preterição de requisito legal obrigatório do lançamento e cerceamento de defesa. Incabível a sanatória do lançamento quando extinto o prazo para que a autoridade lançadora revise de ofício o lançamento DEDUÇÕES DA BASE DE CÁCULO DO IMPOSTO. Fl. 56DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13893.001339/200319 Acórdão n.º 220101.099 S2C2T1 Fl. 2 3 Todas as deduções permitidas para apuração do imposto de renda esta sujeitas à comprovação ou justificação. Lançamento Procedente em Parte Em relação ao aresto proferido, transcrevese a conclusão do voto: Do exposto e por tudo o mais que do processo consta, VOTO pela procedência parcial do lançamento, para excluir da tributação o valor de R$ 23.520,59, e do imposto de renda retido na fonte o valor de R$ 985,65; restabelecer dedução com despesas médicas no valor de R$ 1.799,88 e, por conseguinte, apurar imposto suplementar no valor de R$ 8.241,58, conforme demonstrativo abaixo, a ser acrescido de multa de ofício de 75% e juros moratórios, de acordo com legislação regente. Intimado da decisão de primeira instância em 24/09/2007 (fl. 42), Afonso Ligorio de Oliveira apresenta Recurso Voluntário em 05/10/2007 (fl. 43), sustentando, essencialmente, verbis: 1.Preliminar : O recibo apresentado do profissional Carlos Eduardo, no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), referese ao tratamento dentário à minha pessoa no decorrer do ano de 1999, apesar dos termos usados inadequadamente. Procurei o mesmo e ele emitiu um novo recibo com os termos adequados, o qual anexo ao recurso solicitado. 2. Mérito: Motivo deste recurso é considerar o recibo emitido pelo profissional Carlos Eduardo Rezende CPF 078.452.21899 no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais) para deduzir como despesa médica no cálculo do imposto suplementar, já que o beneficiário dos serviços odontológicos é a minha própria pessoa, conforme o novo recibo emitido. Conclusão À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Fl. 57DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 4 Segundo se colhe dos autos, a controvérsia cingese, nesta segunda instância, a glosa de despesa médica relativa ao profissional Carlos Eduardo Rezende, no valor de R$ 8.000,00. De acordo com o recorrente “O recibo apresentado do profissional Carlos Eduardo, no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), referese ao tratamento dentário à minha pessoa no decorrer do ano de 1999, apesar dos termos usados inadequadamente. Procurei o mesmo e ele emitiu um novo recibo com os termos adequados, o qual anexo ao recurso solicitado”. Pois bem, a autoridade lançadora glosou a dedução pleiteada a título de despesas médicas relativa ao anocalendário de 1999, o que nos leva a reproduzir os dispositivos legais que regulam a matéria. O art. 80 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) – Decreto 3.000 de 26 de março de 1999, que dispõe sobre a base de cálculo do imposto devido na declaração de rendimentos determina: Art. 80 – Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250/95, art. 8º, II, alínea “a”). § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250/95, art. 8º, §2º): (...) II – restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; III – limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes – CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. O mesmo Regulamento, em seu art. 73 e § 1º, estabelece: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretoslei nº 5.844, de 1943, art. 11 e § 3º) (...) § 1º se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). (grifei) Da análise dos dispositivos supracitados, depreendese que cabe ao beneficiário dos recibos e/ou das deduções provar que realmente efetuou o pagamento do valor constante no comprovante e pleiteado como despesa, bem assim a época em que o serviço foi prestado, para que fique caracterizada a efetividade da despesa passível de dedução. Primeiramente, admitese como prova idônea de pagamentos os recibos fornecidos por profissional competente legalmente habilitado. Entretanto, existindo dúvida quanto à idoneidade do documento por parte do Fisco, pode este solicitar provas não só dos Fl. 58DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13893.001339/200319 Acórdão n.º 220101.099 S2C2T1 Fl. 3 5 pagamentos, mediante cópia de cheques nominativos e de extratos bancários, mas também dos serviços prestados pelos profissionais, tais como radiografias, exames, laudos médicos, etc. Em conformidade com o artigo 11, § 3°, do Decretolei n° 5.844, de 1943, supracitado, todas as deduções estarão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Assim, sempre que entender necessário, a fiscalização tem a prerrogativa de exigir a comprovação ou justificação das despesas deduzidas. Em verdade, a comprovação das despesas havidas por meio de recibos é muito frágil. A apresentação deste documento, em muitos casos, deve servir apenas como ponto de partida para esta comprovação, não podendo o Fisco se satisfazer apenas com eles. Portanto, o simples recibo, ainda que substituído por outro, dando conta de quem efetivamente foi o beneficiário do serviço prestado, fl. 45, não é hábil para comprovar a efetividade da prestação de serviço. Ressaltese que o pagamento das despesas médicas não envolve apenas o contribuinte e o profissional de saúde, mas também o Fisco caso haja intenção de se beneficiar desta dedução na declaração de rendimentos. E, por isso, deve se acautelar na guarda de elementos de prova da efetividade do pagamento e do serviço prestado. Sobre a matéria já manifestou este Conselho Administrativo, consoante as ementas transcritas: IRPF DESPESAS MÉDICAS, ODONTOLÓGICAS E OUTRAS DEDUTÍVEIS A efetividade do pagamento a título de despesas odontológicas não se comprova com mera exibição de recibo, mormente quando o contribuinte não carreou para os autos qualquer prova adicional da efetiva prestação dos serviços e existem fortes indícios de que os mesmos não foram prestados. (Ac. 1ºCC 10244154) IRPF DEDUÇÕES COM DESPESAS MÉDICAS COMPROVAÇÃO Para se gozar do abatimento pleiteado com base em despesas médicas, não basta a disponibilidade de um simples recibo, sem vinculação do pagamento ou a efetiva prestação de serviços. Essas condições devem ser comprovadas quando restar dúvida quanto à idoneidade do documento. (Ac. 1º CC 10243935) IRPF DESPESAS MÉDICAS DEDUÇÃO Inadmissível a dedução de despesas médicas, na declaração de ajuste anual, cujos comprovantes não correspondam a uma efetiva prestação de serviços profissionais, nem comprovado os desembolsos. Tais comprovantes são inaptos a darem suporte à dedução pleiteada. Legítima, portanto, a glosa dos valores correspondentes, por se respaldar em recibo imprestável para o fim a que se propõe. (Ac. 1º CC 10416647) Com efeito, no caso em tela, verificase que o recibo emitido pelo profissional Carlos Eduardo Rezende, no valor de R$ 8.000,00, deveria estar acompanhado de documentos que comprovem a transferência de numerário (o pagamento) ou de documentos que comprovem a realização do serviço (laudos, relatórios e outros). Além do mais, o recibo Fl. 59DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 6 carreado à fl. 07 informava “serviços odontológicos a seus familiares no exercício de 1999”, posteriormente, com a glosa dos dependentes o recorrente efetuou a troca do recibo, fl. 45, passando a descrição dos serviços para “serviços odontológicos”. E, em arremate, o recibo acostado à fl. 45 não apresenta o carimbo do prestador de serviço, tampouco o número de inscrição no conselho de classe. Frisese, novamente, que não foi carreado aos autos qualquer prova adicional de que o recorrente tenha de fato suportado o valor da despesa médica relacionada em sua DIRPF/2000. Ante ao exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. (Assinado Digitalmente) Eduardo Tadeu Farah Fl. 60DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 10680.011752/2007-22
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 17 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Mar 17 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/05/2004 a 30/10/2005
REMUNERAÇÃO DECLARADA EM GFIP
A empresa está obrigada a recolher a contribuição devida sobre a
remuneração paga aos segurados empregados e contribuintes individuais que lhe prestam serviços INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI
Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo.
TAXA SELIC
A utilização da taxa de juros SELIC encontra amparo legal no artigo 34 da Lei 8.212/91.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2301-001.932
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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materia_s : Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2004 a 30/10/2005 REMUNERAÇÃO DECLARADA EM GFIP A empresa está obrigada a recolher a contribuição devida sobre a remuneração paga aos segurados empregados e contribuintes individuais que lhe prestam serviços INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo. TAXA SELIC A utilização da taxa de juros SELIC encontra amparo legal no artigo 34 da Lei 8.212/91. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora. Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete de Oliveira Barros Relatora. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 13/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Assinado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, 06/04/2011 por MARCELO OLIVEIR A 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Bernadete De Oliveira Barros, Wilson Antonio De Souza Correa, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 13/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Assinado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, 06/04/2011 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10680.011752/200722 Acórdão n.º 230101.932 S2C3T1 Fl. 159 3 Relatório Tratase de crédito previdenciário lançado contra a empresa acima identificada, referente às contribuições devidas à Seguridade Social, correspondentes à contribuição da empresa, à destinada ao financiamento dos benefícios decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e para o financiamento das aposentadorias especiais previstas nos arts. 57 e 58 da Lei n.° 8.213/91, e aos terceiros. Conforme Relatório Fiscal (fls. 40/41), constitui fato gerador da contribuição lançada o pagamento de remunerações aos segurados empregados e aos contribuintes individuais que prestaram serviços à notificada, bem como a remuneração paga aos trabalhadores expostos a agente nocivo, conforme discriminado pela empresa nas GFIP's. A notificada impugnou o débito e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 0216.042, da 7a Turma da DRJ/ BHE, (fls. 104), julgou o lançamento procedente. Inconformada com a decisão, a notificada apresentou recurso tempestivo (fls. 113), repetindo basicamente os argumentos já apresentados na impugnação. Preliminarmente, alega nulidade da NFLD em virtude de estar contida nela cobrança a maior de parcela da dívida, eis que patente a ilegalidade e inconstitucionalidade das contribuições para TERCEIROS e da cobrança de juros de mora com base na taxa SELIC. No mérito, alega ilegalidade/inconstitucionalidade das contribuições ao INCRA, SALÁRIOEDUCAÇÃO, SEBRAE, SESI, SENAI/SEST/SENAT, SAT, inexigibilidade da contribuição sobre o 13o salário e do adicional ao RAT para financiamento das aposentadorias especiais após 25 anos e inaplicabilidade da taxa SELIC para fins tributários. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 13/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Assinado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, 06/04/2011 por MARCELO OLIVEIR A 4 Voto Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, Relatora. O recurso é tempestivo e não há óbice para seu conhecimento. Da análise do recurso apresentado, registro o que se segue. Preliminarmente, a recorrente alega nulidade da NFLD por incluir valores indevidos. Contudo, o agente fiscal deixa bastante claro, nos relatórios que integram a NFLD, que o crédito lançado por meio da NFLD em questão fora apurado tendo em vista os valores declarados pela própria recorrente em GFIP. A NFLD foi lavrada de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente notificante demonstrado, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, fazendo constar, nos relatórios que compõem a Notificação, os fundamentos legais que amparam o procedimento adotado e as rubricas lançadas. O Relatório Fiscal traz todos os elementos que motivaram a lavratura da NFLD e o relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD, encerra todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento, separados por assunto e período correspondente, garantindo, dessa forma, o exercício do contraditório e ampla defesa à notificada. Assim, não há que se falar em nulidade da NFLD por inclusão de valores indevidos. Mesmo porque, reiterase, os valores devidos à Previdência Social foram confessados pela própria notificada por meio de instrumento próprio, ou seja, GFIP, e a diferença apurada no batimento GFIP x GPS ensejou a lavratura da NFLD em tela. E, de acordo com o § 1º, do art. 225, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, as informações prestadas nas GFIP’s constituirseão em termo de confissão de dívida, na hipótese de não recolhimento. Portanto, a notificada confessou que deve um certo valor à Previdência Social e não comprovou o pagamento da totalidade do valor que reconheceu como devido. No entanto, vem alegar que NFLD é nula por conter cobrança a maior de parcela da dívida. Porém, o § 4º, do art. 225, do RPS determina que “O preenchimento, as informações prestadas e a entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social são de inteira responsabilidade da empresa”. Assim, se a notificada concluir que se equivocou no preenchimento da GFIP ou da GPS, a ela cabe comprovar que de fato ocorreu o erro e proceder à sua retificação, consoante os normativos que regem a matéria. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 13/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Assinado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, 06/04/2011 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10680.011752/200722 Acórdão n.º 230101.932 S2C3T1 Fl. 160 5 Ao agente fiscal cabe o lançamento da contribuição confessada e não recolhida pela empresa. Assim, não há que se falar em nulidade da NFLD, motivo pelo qual rejeito a preliminar suscitada. No mérito, verificase que recorrente não nega que tenha deixado de recolher a totalidade das contribuições previdenciárias incidentes sobre as remunerações informadas por ela mesmo em GFIP. Ela apenas alega inconstitucionalidade/ilegalidade das contribuições ao SAT, aos Terceiros, e inexigibilidade da contribuição sobre o 13o salário e do adicional ao RAT para financiamento das aposentadorias especiais após 25 anos, além de inaplicabilidade da taxa SELIC para fins tributários . Entretanto, a cobrança das contribuições aos terceiros, ao SAT, e das incidentes sobre o décimo terceiro salário e para o financiamento da aposentadoria especial possui previsão legal, e a legislação que ampara tais exações consta discriminada no Relatório de Fundamento Legal do Débito – FLD Da mesma forma, a utilização da Taxa SELIC para atualizações e correções dos débitos apurados possuem respaldo em dispositivos legais vigentes à época do lançamento. Portanto, não há que se falar em ilegalidade das referidas cobranças. Cabe destacar, ainda, que a atividade administrativa é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais. Nesse sentido, o ilustre jurista Alexandre de Moraes ( curso de direito constitucional, 17ª ed. São Paulo. Editora Atlas 2004.314) colaciona valorosa lição: “o tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da CF, aplicase normalmente na administração pública, porém de forma mais rigorosa e especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de vontade subjetiva. Esse principio coadunase com a própria função administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sem em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de preservarse a ordem jurídica” Ademais, o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, veda aos Conselhos de Contribuintes afastar aplicação de lei ou decreto sob fundamento de inconstitucionalidade, conforme disposto em seu art. 62. Cumpre observar, ainda, que o Conselho Pleno, no exercício de sua competência, uniformizou a jurisprudência administrativa sobre tais matérias, por meio dos Enunciados 02/2007 e 03/2007, transcritos a seguir: Enunciado nº 02: O Segundo Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Enunciado nº 03: Fl. 5DF CARF MF Emitido em 13/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Assinado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, 06/04/2011 por MARCELO OLIVEIR A 6 É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic para títulos federais. Nesse sentido e Considerando tudo o mais que dos autos consta; Voto por CONHECER DO RECURSO para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Bernadete de Oliveira Barros Relatora Fl. 6DF CARF MF Emitido em 13/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Assinado digitalmente em 03/04/2011 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, 06/04/2011 por MARCELO OLIVEIR A
score : 1.0
Numero do processo: 15374.918430/2009-55
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano-calendário: 2009
IRPJ COMPENSAÇÃO COM DÉBITOS RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO
Incabível a retificação da Declaração de Compensação, PER/DCOMP,
quando já existir decisão administrativa que analisou pedido anteriormente formulado.
Numero da decisão: 1103-000.495
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR
provimento ao recurso.
Nome do relator: MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
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ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2009 IRPJ COMPENSAÇÃO COM DÉBITOS RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO Incabível a retificação da Declaração de Compensação, PER/DCOMP, quando já existir decisão administrativa que analisou pedido anteriormente formulado.
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Aloysio José Percínio da Silva Presidente Mário Sérgio Fernandes Barroso Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Aloysio José Percínio da Silva, Hugo Correia Sotero, Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, Cristiane Silva Costa, Jose Sergio Gomes. Relatório Fl. 130DF CARF MF Emitido em 21/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 2 Tratase de recurso voluntário a respeito da decisão da DRJ do Rio de Janeiro I, que negou provimento a manifestação de inconformidade da contribuinte. Trata o presente processo de pedido de compensação (fls. 3/6) de parte de recolhimento do IRPJ realizado em 9/3/2005, no valor de R$ 50.000,00, com débitos do IRPJ e da CSLL apurados em março de 2005, no montante de R$ 11.400,00. 2 A Derat (RJ) indeferiu o pedido (fl. 7), por não ter sido localizado o Darf indicado no pedido. 3 Irresignado com o indeferimento, o interessado apresentou manifestação de inconformidade às fls. 12/63 (documentos às fls. 64/67), alegando, em síntese, que identificou erroneamente o crédito como sendo do IRPJ, ao invés da CSLL, que tem origem não em Darf, mas em apuração contábil no período de 1999 a 2002, no valor de R$ 16.764,04. A DRJ decidiu: “ERRO NO PREENCHIMENTO DE DCOMP. VEDAÇÃO DE RETIFICAÇÃO. A retificação de pedido de compensação somente é admitida antes da ciência de qualquer decisão administrativa.” A contribuinte recorreu: A empresa recorrente realizou DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO em 26/04/2005, através do programa PER/DCOMP, identificando erroneamente como origem dos créditos o tributo PIS, ao invés de crédito de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, com o valor de R$ 11.400 00, com débitos do IRPJ (R$ 7.000,00) e da CSLL (R$ 4.400,00). 2. Notese que o tributo CSLL, código 2484 que titulava O_Crédito pretendido não, se originava em DARFs pagos, mas sim em apuração contábil de crédito no período 1999 a 2002, com valor apurado, na data de 31/12/2002, de R$ 16.664,04, passível de utilização para abatimento em tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal. Por isso não foi encontrado DARF no banco de dados da Receita Federal; Os tributos que originaram o crédito foram declarados através do programa eletrônico PERDCOMP de forma identificada como "erro material" ou falha na transcrição para o computador, face à quantidade de leis e instruções . normativas que acima descrevemos. Além da enorme quantidade de quesitos legais, requerendo,que a empresa contasse com um "staff' voltado para área tributária, fato inconcebível para uma empresa de pequeno porte, coincidindo com o mês de conversão para a "não cumulatividade'. Como agravante operacional, a situação gerada pela inexperiência no uso do programa PERDCOMP, que apenas aceitava 1 (um) único DARF, quebrando todo o processo de levantamento e utilização dos Créditos, que já estava em andamento pela utilização de formulários de compensação em papel estes, com ampla facilidade e permissão para transcrever quaisquer quantidades de DARFS e créditos; Fl. 131DF CARF MF Emitido em 21/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 15374.918430/200955 Acórdão n.º 110300.495 S1C1T3 Fl. 2 3 Ressaltese também que, no tocante à filtragem de informações digitadas, requisito primordial em qualquer projeto de informática, que pressuponha a entrada de dadas versões iniciais de PERDCOMP erroneamente' permitiam a digitação de várias informações incorretas. A EMPRESA ainda detêm em disponibilidade, os créditos da CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO CSLL, que seriam a origem dos créditos para a compensação, portanto,, solicitamos, que esta declaração de compensação possa ser refeita, evidentemente agregando os juros e as multas legais. Voto Conselheiro Mário Sérgio Fernandes Barroso, Relator O recurso preenche o requisito de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. A questão se resume, se houve erro de fato, ou se, foi erro de escolha (erro de direito). A PER/DCOMP de fl. 3, está claro no sentido de que havia um crédito de IRPJ indevido ou maior do que devido de R$ 50.000,00, e que utilizaria naquela DCOMP o valor de R$ 9.269,05, para quitar débito de R$11.400,00. Na fl. 4 do PER/DCOMP, informa que o valor requerido com código de receita 2362 (IRPJ, demais PJ obrigadas ao Lucro Real/estimativa mensal), possuía DARF de valor R$ 50.000,00. Por tudo o que está transcrito acima, não tenho como entender se tratar de erro de fato, pois, está claro que o crédito eleito para a PER/DCOMP foi o de IRPJ, de acordo com o pedido, recolhido por meio de DARF. Agora a recorrente afirma que o sistema a confundiu, pois, os créditos seriam de CSLL, e teriam sido apurados na contabilidade. Não tenho como entender como erro de fato, mas sim, troca de crédito a destempo. Para retificação da declaração de compensação o interessado deveria ter observado os arts. 57 a 59 da IN SRF nº 600, de 28/12/2005, desde que fosse solicitada antes da decisão administrativa, conforme a seguir: “Art. 57. O Pedido de Restituição, o Pedido de Ressarcimento e a Declaração de Compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, no que se refere à Declaração de Compensação, que seja observado o disposto nos arts. 58 e 59. Art. 58. A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário (papel) somente será admitida na hipótese de inexatidões materiais verificadas no preenchimento Fl. 132DF CARF MF Emitido em 21/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 4 do referido documento e, ainda, da inocorrência da hipótese prevista no art. 59. Art. 59. A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário (papel) não será admitida quanto tiver por objeto a inclusão de novo débito ou o aumento do valor do débito compensado mediante a apresentação da Declaração de Compensação à SRF. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o sujeito passivo que desejar compensar o novo débito ou a diferença de débito deverá apresentar à SRF nova Declaração de Compensação.” Assim, diante da ciência da decisão que não homologou a compensação declarada em 15/05/2009 (fl. 11), não é mais admissível a alteração da declaração de compensação. Os Conselhos de Contribuintes (atual CARF) também não admitem a retificação da declaração de compensação após a ciência da decisão administrativa, conforme os seguintes acórdãos: “DCOMP RETIFICAÇÃO APÓS DECISÃO QUE NEGOU HOMOLOGAÇÃO À COMPENSAÇÃO DESCABIMENTO É inadmissível a retificação de DCOMP para alterar o exercício de apuração do saldo negativo de IRPJ informado, quando a declaração retificadora é apresentada posteriormente à ciência da decisão administrativa que negou homologação à compensação originalmente declarada.” (Acórdão 10517130, de 13/08/2008) “IRPJ – COMPENSAÇÃO COM DÉBITOS DE PIS E COFINS – RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO – Incabível a retificação da Declaração de Compensação, Dcomp, quando já existir decisão administrativa que analisou pedido anteriormente formulado.” (Acórdão 10809604, de 17/04/2008) Assim, não há como admitir tal retificação sem fundamento legal. Em face do exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 30 de junho de 2011 Mário Sérgio Fernandes Barroso Fl. 133DF CARF MF Emitido em 21/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 15374.918430/200955 Acórdão n.º 110300.495 S1C1T3 Fl. 3 5 Fl. 134DF CARF MF Emitido em 21/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
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Numero do processo: 35936.000566/2006-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 08 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Data do fato gerador: 10/12/2004
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS,
APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 OMISSÃO EM GFIP
A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária.
Inobservância do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999.: “ informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei
9.528, de 10.12.97)”.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Data do fato gerador: 10/12/2004
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS,
APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 NFLD CORRELATAS JULGADA
IMPROCEDENTE NFLD AUTO DE INFRAÇÃO ACOMPANHA O MESMO RESULTADO.
A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está
diretamente relacionado ao resultado das NFLD lavradas sobre os mesmos fatos geradores.
Em sendo julgada improcedente a NFLD não há como se manter auto de infração sob mesmos fundamentos e fatos geradores.
Numero da decisão: 2401-001.876
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar
provimento ao recurso.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 10/12/2004 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 OMISSÃO EM GFIP A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. Inobservância do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999.: “ informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)”. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 10/12/2004 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 NFLD CORRELATAS JULGADA IMPROCEDENTE NFLD AUTO DE INFRAÇÃO ACOMPANHA O MESMO RESULTADO. A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado das NFLD lavradas sobre os mesmos fatos geradores. Em sendo julgada improcedente a NFLD não há como se manter auto de infração sob mesmos fundamentos e fatos geradores.
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Inobservância do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999.: “ informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)”. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 10/12/2004 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 NFLD CORRELATAS JULGADA IMPROCEDENTE NFLD AUTO DE INFRAÇÃO ACOMPANHA O MESMO RESULTADO. A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado das NFLD lavradas sobre os mesmos fatos geradores. Em sendo julgada improcedente a NFLD não há como se manter auto de infração sob mesmos fundamentos e fatos geradores. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE 2 Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Cleusa Vieira de Souza, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE Processo nº 35936.000566/200669 Acórdão n.º 240101.876 S2C4T1 Fl. 299 3 Relatório Tratase de retorno de diligência comandada por meio da Resolução nº 2401 00.061 da Primeira Turma da 4ª Câmara da 2ª Sessão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscal – CARF. A diligência teve por objetivo identificar o resultado das NFLD conexas lavradas durante o mesmo procedimento fiscal. DAS QUESTÕES PRELIMINARES: Apesar de terem sido apresentados e rebatidos diversos argumentos em sede de recurso, entendo haver uma questão prejudicial ao presente julgamento. A decisão da procedência ou não do presente autodeinfração está ligado à sorte das Notificações Fiscais lavradas sob fatos geradores de mesmo fundamento, sendo que não foi possível identificar qual o fato gerador objeto de cada uma delas e existência de decisão final a respeito das mesmas. Assim, para evitar decisões discordantes fazse imprescindível a análise conjunta com as referidas Notificações Fiscais. Dessa forma, este autodeinfração deve ficar sobrestado aguardando o julgamento das NFLD conexa(s). Caso as referidas NFLD já tenham sido quitadas, parceladas ou julgadas deve ser colacionada tal informação aos presentes autos. No caso, requer seja realizado detalhamento acerca do resultado, do período do crédito e da matéria objeto da NFLD (ou seja, individualizando o resultado em relação a cada um dos fatos geradores apurados), para que se possa identificar corretamente a correlação e proceder ao julgamento do auto em questão. CONCLUSÃO: Voto pela CONVERSÃO do julgamento EM DILIGÊNCIA, devendo ser sobrestado este autodeinfração até o transito em julgado das Notificações Fiscais conexas e prestadas as informações nos termos acima descritos. Do resultado da diligência, antes de os autos retornarem a este Colegiado deve ser conferida vistas ao recorrente, abrindose prazo normativo para manifestação. Para retomar as informações pertinentes ao processo , importante destacar as informações acerca do lançamento efetuado. Tratase do Auto de Infração – AI n.º 35.629.3211, com lavratura em 10/12/2004, posteriormente cadastrado na RFB sob o número de processo constante no cabeçalho. A penalidade aplicada foi de R$ 978.944,40 (novecentos e setenta e oito mil e novecentos e quarenta e quatro reais e quarenta centavos). Fl. 3DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE 4 De acordo com o Relatório Fiscal da Infração, fl. 11, a empresa deixou de declarar na GFIP os valores pagos a título de pró labore da Diretoria, os quais foram identificados mediante análise da contabilidade. A autuada apresentou impugnação, fls. 23/37, postulando inicialmente pelo julgamento conjunto do presente AI com a NFLD n.º 35.629.3262, de modo que seja assegurada maior economia e celeridade processuais. Depois insurgese contra a, no seu entendimento, indevida inclusão das pessoas relacionadas nos relatórios “Coresp – Relação de CoResponsáveis” e “Vínculos – Relação de Vínculos”, alegando que nas sociedades anônimas a responsabilização dos acionistas controladores, administradores, gerentes e diretores, só pode se dar se houver a prévia comprovação de que agiram com dolo ou culpa, o que inexistiu na espécie. Pede a retirada dos mencionados relatórios de pessoas que relaciona, em razão de que os mesmos já não faziam parte dos seus quadros desde datas anteriores ao período da autuação. Assevera que faz parte de grupo societário, do qual é controladora, e que por esse motivo determinadas despesas, dentre as quais a remuneração dos administradores, são rateadas entre as empresas componentes, o que é permitido pela legislação societária. Advoga que nesse contexto, uma das empresas do grupo – a Itautec.Com Serviços S/A, concentra em si o pagamento dos administradores, fazendo, por conseguinte, os recolhimentos das obrigações previdenciárias pertinentes e as correspondentes declarações em GFIP. Afirma que tal procedimento tem amparo legal e não causa qualquer prejuízo ao fisco, inclusive que o rateio de despesas decorre de imperativo da própria legislação. A seguir, passa a discorrer sobre os aspectos legais relacionados a formação de grupos de sociedades. Conclui que não se afastou da norma a empresa que, assumindo o encargo de recolher as contribuições, também adimpliu com a obrigação acessória de informar os fatos geradores nas GFIP. Lembra que como as empresas que compõem grupo econômico são solidariamente responsáveis pelo cumprimento das obrigações previdenciárias, o pagamento efetuado por uma delas aproveita às demais, nos termos do art. 125, I, do CTN. O órgão julgador de primeira instância determinou a realização de diligência fiscal, fls. 110/111 para que a autoridade lançadora se manifestasse acerca das alegações defensórias. Em sua resposta, fl. 114, o agente do fisco asseverou que, malgrado as empresas comporem grupo econômico, sendo solidárias pelo cumprimento da obrigação principal, tal fato não as exime de cumprir a obrigação acessória de declarar o pró Fl. 4DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE Processo nº 35936.000566/200669 Acórdão n.º 240101.876 S2C4T1 Fl. 300 5 labore dos administradores, independentemente do alegado rateio de custos. Foi, então, exarada a Decisão Notificação DN n.º 03.401.4/0114/2006, fls. 116/122, declarando procedente a autuação. Em sua fundamentação, o julgador monocrático asseverou que em relação ao Relatório de CoResponsáveis CORESP foram procedidos ajustes para adequálo ao período de atuação de cada dirigente. Quanto ao mérito, afirmase que, embora o recolhimento da contribuição seja efetuado por uma empresa do grupo, cada uma delas suporta o custo rateado, devendo declarar em GFIP os valores lançados contabilmente à conta de pagamento de pró labore. Não se conformando, a autuada interpôs recurso voluntário, fls. 128/141, no qual manifestase contra os mesmos pontos trazidos na impugnação. O órgão preparador se deu conta que o sujeito passivo não foi cientificado da atualização do CORESP, conforme citado na DN, e oficiou à empresa acerca do fato, reabrindo o prazo para oferecimento de recurso, fl. 146. A autuada novamente compareceu aos autos para apresentar aditamento ao recurso, fls. 151/164, no qual continua a atacar a inclusão dos administradores como responsáveis pela crédito tributário, mesmo reconhecendo que houve a atualização do relatório CORESP. Quanto ao mérito repete os argumentos lançados na impugnação. O órgão de primeira instância apresentou contrarazões, fls. 192/200, pugnando pelo desprovimento do recurso. A DRFB prestou informações acerca dos resultado dos lançamentos realizados durante o mesmo procedimento: Conforme informação contida às fls. 210 e anexos (fls. 211, 212 e 213) da equipe de Arrecadação e Cobrança 2 /SECAT/DRF MNS de 11/11/2009, a Notificação em referência, conexa a este Auto de nfração, foi julgada improcedente e homologada na data de 08/05/2006 (fls. 213) É o relatório. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE 6 Voto PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Em se tratando de retorno de diligência, comandada no intuito de identificar o resultado das NFLD conexas com os fatos geradores deste AI, abstenhome de avaliar a tempestividade, tendo em vista já ter sido objeto de apreciação anteriormente. DO MÉRITO No recurso em questão, o recorrente insurgese postulando inicialmente pelo julgamento conjunto do presente AI com a NFLD n.º 35.629.3262, de modo que seja assegurada maior economia e celeridade processuais. Conforme descrito na resolução que converteu em diligência, realmente a decisão da procedência ou não do presente autodeinfração está ligado à sorte das Notificações Fiscais lavradas sob fatos geradores de mesmo fundamento. Assim, para evitar decisões discordantes fezse imprescindível a análise tendo por base o resultado das referidas Notificações Fiscais. Conforme prevê o art. 32, IV da Lei n ° 8.212/1991, o contribuinte é obrigado informar ao INSS, por meio de documento próprio, informações a respeito dos fatos geradores de contribuições previdenciárias, nestas palavras: Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97) (grifo nosso) Nesse sentido, cumprenos apenas apreciar a procedência da autuação a luz do resultado das ditas NFLD lavradas sobre fatos geradores de mesmo fundamento. No caso, a informação prestada pela autoridade fiscal, fl. 239, no sentido de que as NFLD DEBCAD Nº 35.629.3262, conexa ao presente auto foi julgada improcedente e homologada na data de 08/05/2006 é determinante para solução do julgamento. Dessa forma, a correspondente improcedência da NFLD acaba por ensejar a nulidade do Auto de Infração cujo objeto era a omissão dos fatos geradores apurados pela fiscalização na referida NFLD e por constituírem salário de contribuição, acabaram ensejando a lavratura do auto em questão pela omissão dos fatos geradores. Não sendo julgada procedente a notificação que descrevia os fatos geradores omissos, não há como manterse auto de infração baseado nos mesmos fatos geradores. Assim, o presente auto deve ser julgado improcedente baseado nos mesmos fatos da NFLD. Diante o exposto e de tudo o mais que dos autos consta. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE Processo nº 35936.000566/200669 Acórdão n.º 240101.876 S2C4T1 Fl. 301 7 CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito DAR LHE PROVIMENTO, considerando que a NFLD que descreveu os fatos geradores omissos foi julgada improcedente. É como voto. Fl. 7DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE
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Numero do processo: 10650.001299/2007-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 27 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Jul 27 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 19/09/2007
Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE PECUNIÁRIA. ART. 173, INCISO I, DO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991.
No caso de lançamento de ofício, há que se observar o disposto no art. 173 do CTN.
Encontram-se atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização.
RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449.
REDUÇÃO DA MULTA.
As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei nº 8.212.
Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplica-se
a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe
comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Numero da decisão: 2302-001.184
Decisão: ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda
Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida
Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A,
inciso II, que na conversão pela Lei nº 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei nº 8.212 de 1991. Também foi
reconhecida a decadência parcial.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: Marco André Ramos Vieira
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ementa_s : Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 19/09/2007 Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE PECUNIÁRIA. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. No caso de lançamento de ofício, há que se observar o disposto no art. 173 do CTN. Encontram-se atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei nº 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
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Recorrente COOPERATIVA AGROPECUARIA DO VALE DO RIO GRANDE LTDA Recorrida DRJ RIO DE JANEIRO RJ Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 19/09/2007 Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE PECUNIÁRIA. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. No caso de lançamento de ofício, há que se observar o disposto no art. 173 do CTN. Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 09/09/2011 por PATRICIA ALMEIDA PROENCA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991. Também foi reconhecida a decadência parcial. Marco André Ramos Vieira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato, Vera Kempers de Moraes Abreu e Wilson Antônio de Souza Correa. Ausente momentaneamente o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 09/09/2011 por PATRICIA ALMEIDA PROENCA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10650.001299/200701 Acórdão n.º 230201.184 S2C3T2 Fl. 79 3 Relatório Trata o presente auto de infração, lavrado em desfavor da recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 32, IV, § 6º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, III do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. Segundo a fiscalização previdenciária, o recorrente informou incorretamente o campo referente ao código FPAS no período de janeiro de 1999 a abril de 2007, conforme relatório fiscal às fls. 33 a 35. Não conformado com a autuação, a recorrente apresentou impugnação, fls. 37 a 47. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento emitiu a Decisão, fls. 58 a 64, mantendo a autuação na integralidade. A autuada não concordando com a decisão emitida pelo órgão fazendário interpôs recurso, fls. 68 a 76. Em síntese a recorrente alega o seguinte: a) O código correto é o de n 795; b) Ocorreu a decadência parcial; c) Requerendo provimento ao recurso. Não foram apresentadas contrarazões pelo órfão fazendário. É o relato suficiente. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 09/09/2011 por PATRICIA ALMEIDA PROENCA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheiro Marco André Ramos Vieira, Relator O recurso é tempestivo, conforme fl. 77; pressuposto de admissibilidade superado passo para o exame das questões preliminares ao mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES AO MÉRITO: Quanto à questão preliminar relativa à fluência do prazo decadencial, a mesma deve ser reconhecida em parte. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991, nestas palavras: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme previsto no art. 103A da Constituição Federal a Súmula de n º 8 vincula toda a Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Contudo, em se tratando de lançamento de ofício para aplicar penalidade pecuniária, previsto no art. 149, inciso V do CTN, há que se observar sempre a regra prevista no art. 173 do CTN, incluindo o parágrafo único desse artigo. Assim, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído, a fiscalização federal teria o prazo de cinco anos para notificar o contribuinte. No presente caso o lançamento foi cientificado ao sujeito passivo em 19 de setembro de 2007, fl. 01, pelo exposto encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial os fatos geradores apurados pela fiscalização ocorridos anteriormente à competência novembro de 2001, inclusive esta. A competência dezembro de 2001 não decaiu, pois a GFIP somente poderia ser exigida após o vencimento, ou seja em 7 de janeiro de 2002; assim o prazo de decadência, para tal competência, possui como termo de início o primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, o dia 1o de janeiro de 2003, a qual findaria em 1o de janeiro de 2008. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 09/09/2011 por PATRICIA ALMEIDA PROENCA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10650.001299/200701 Acórdão n.º 230201.184 S2C3T2 Fl. 80 5 Corroborando a forma dessa contagem segue entendimento exarado pelo STJ nos Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Especial n 674.497, cuja ementa foi publicada nestas palavras: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. Quanto ao argumento de que o código correto seria o de número 795 para todos os estabelecimentos, não confiro razão à recorrente. O enquadramento é efetuado de acordo com cada atividade econômica exercida pela empresa, observandose o disposto nos parágrafos 1° e 2° do artigo 581 da CLT, nestas palavras: § 1°. Quando a empresa realizar diversas atividades econômicas, sem que nenhuma delas seja preponderante, cada uma dessas atividades será incorporada a respectiva categoria econômica, sendo a contribuição sindical devida a entidade sindical representativa da mesma categoria, procedendose, em relação às correspondentes sucursais, agencias ou filiais, na forma do presente artigo. § 2°. Entendese por atividade preponderante a que caracterizar a unidade de produto, operação ou objetivo final, para cuja obtenção todas as demais atividades convirjam, exclusivamente, em regime de conexão funcional. Desse modo, para que os estabelecimentos relacionados no relatório fiscal à fl. 35 pudessem recolher a contribuição para terceiros com o mesmo FPAS da atividade principal da autuada, os mesmos deveriam exercer atividades com conexão funcional, o que não é o caso. Não é possível reconhecer existência de conexão funcional entre a atividade principal da autuada e as atividades exercidas pelos estabelecimentos relacionados: posto de gasolina e supermercados. Assim foi correto o enquadramento realizado pela fiscalização tributária. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 09/09/2011 por PATRICIA ALMEIDA PROENCA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Contudo, há que se observar a retroatividade benigna prevista no art. 106, inciso II do CTN. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, sendo mais benéficas para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212, nestas palavras: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3o; e II de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos.” (NR) Desse modo, resta evidenciado, que a conduta de apresentar GFIP com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores sujeitava o infrator à pena administrativa de cinco por cento do valor mínimo previsto no art. 92, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitadas aos valores previstos no § 4º do artigo 32 da Lei n º 8.212 de 1991. Agora, com a Medida Provisória n º 449 de 2009, convertida na Lei n º 11.941, a tipificação passou a ser apresentar a GFIP com incorreções ou omissões, com multa de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. O núcleo do tipo infracional seja na redação anterior à MP n º 449, seja com o novo ordenamento é o mesmo: apresentar a GFIP com erros. A multa será aplicada ainda que o contribuinte tenha pago as contribuições, conforme previsto no inciso I do art. 32 A. Resta demonstrado, assim, que estamos diante de uma obrigação puramente formal, devendo ser aplicada a multa isolada. Não há razão para serem somadas as multas por descumprimento da Fl. 86DF CARF MF Impresso em 09/09/2011 por PATRICIA ALMEIDA PROENCA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10650.001299/200701 Acórdão n.º 230201.184 S2C3T2 Fl. 81 7 obrigação principal e da acessória antes da MP n º 449 e após, para verificar qual a mais vantajosa. A análise tem que ser multa por descumprimento de obrigação principal antes e multa por tal descumprimento após; e multa por descumprimento de obrigação acessória antes e após. A análise tem que ser realizada dessa maneira, pois como já afirmado tratase de obrigação acessória independente da obrigação principal. A conduta de não apresentar declaração, ou apresentar de forma inexata, somente se subsumiria à multa de 75%, prevista no art. 44 da Lei n º 9.430, nas hipóteses em que não há penalidade específica para ausência de declaração ou declaração inexata. Para a GFIP, assim como a DCTF e a DIRPF, há multa com tipificação específica; desse modo inaplicável o art. 44. Para a GFIP aplicase o art. 32A da Lei n º 8.212 de 1991. Conforme previsto no art. 44 da Lei n º 9.430, a multa de 75% incidirá sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Desse modo, há três condutas no art. 44 que não precisam ocorrer simultaneamente para ser aplicada a multa. Há a conduta deixar de pagar ou recolher; outra conduta é ausência de declaração, e a outra é a apresentação de declaração inexata. Logicamente, se o contribuinte tiver recolhido os valores devidos antes da ação fiscal, não se aplica a multa de 75% prevista no art. 44 da Lei n º 9.430; mas a despeito do pagamento não declarou em GFIP, é possível a aplicação da multa isolada do art. 32A da Lei n º 8.212. Essa aplicação de multa isolada somente é possível, pelo fato de serem condutas distintas. Agora, se o contribuinte tiver declarado em GFIP não se aplica a multa do art. 44 da Lei n º 9.430, sendo aplicável somente a multa moratória do art. 61 da Lei n º 9430, pois os débitos já estão confessados e devidamente constituídos, sendo prescindível o lançamento. Afinal, a multa do art. 44 da Lei n º 9.430 somente se aplica nos lançamentos de ofício. Desse modo, se o contribuinte tiver declarado em GFIP, mas não tiver pago, o art. 44 da Lei 9.430 não é aplicado pelo fato de o contribuinte não ter recolhido, mas ter declarado; de fato, não se aplica o art. 44 em função de não haver lançamento de ofício, pois o crédito já está constituído pelo termo de confissão que é a GFIP. E nas hipóteses em que o contribuinte não recolhe e não declara em GFIP, há duas condutas distintas: por não recolher o tributo e ser realizado o lançamento de ofício, aplicase a multa de 75%; e por não ter declarado em GFIP a multa prevista no art. 32A da Lei n º 8.212. Como já afirmado, a multa será aplicada ainda que o contribuinte tenha pago as contribuições, conforme previsto no inciso I do art. 32 A. Pelo exposto, é de fácil constatação que as condutas de não recolher ou pagar o tributo e não declarar em GFIP não estão tipificadas no mesmo artigo de lei, no caso o art. 44 da Lei nº 9.430/96. Assim, não há que se falar em bis in idem, tampouco em consunção. Pelo contrário, a lei ao tipificar essas infrações, inclusive em dispositivos distintos, demonstra estar tratando de obrigações, infrações e penalidades tributárias distintas, que não se confundem e tampouco são excludentes. Logo, não há consistência nos entendimentos que pretendem dispensar a multa isolada, por ter sido aplicada a multa genérica. A Receita Federal do Brasil editou a Instrução Normativa RFB n º 1.027 de 22 de abril de 2010 que assim dispõe em seu artigo 4º: Art. 4º A Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, passa a vigorar acrescida do art. 476A: Fl. 87DF CARF MF Impresso em 09/09/2011 por PATRICIA ALMEIDA PROENCA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 Art. 476A. No caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos: I até 30 de novembro de 2008, deverá ser aplicada a penalidade mais benéfica conforme disposto na alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), cuja análise será realizada pela comparação entre os seguintes valores: a) somatório das multas aplicadas por descumprimento de obrigação principal, nos moldes do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009, e das aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009; e b) multa aplicada de ofício nos termos do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. II a partir de 1º de dezembro de 2008, aplicamse as multas previstas no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação de que trata este artigo não será feita no caso de entrega de GFIP com atraso, por se tratar de conduta para a qual não havia antes penalidade prevista.? Entendo inaplicável a referida Portaria por ser ilegal. Como demonstrado, é possível a aplicação da multa isolada em GFIP, independentemente de o contribuinte ter pago, conforme dispõe o art. 32A da Lei n º 8.212. Uma vez que a penalidade está prevista em lei, somente quem pode dispor da mesma é o Poder Legislativo, a interpretação da Receita Federal gera a concessão de uma anistia sem previsão em lei. Nesse sentido, o art. 150, parágrafo 6º da Constituição exige lei específica para concessão de anistia. A Portaria também viola o art. 182 do CTN que exige a concessão de anistia por meio de lei. Além de violar, os artigos 32A da Lei n º 8.212 e 44 da Lei n º 9.430. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Entendo que há cabimento do art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN. CONCLUSÃO Fl. 88DF CARF MF Impresso em 09/09/2011 por PATRICIA ALMEIDA PROENCA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 10650.001299/200701 Acórdão n.º 230201.184 S2C3T2 Fl. 82 9 Pelo exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, para no mérito CONCEDERLHE PROVIMENTO PARCIAL. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991. Também deve ser reconhecida a decadência parcial. É como voto. Marco André Ramos Vieira Fl. 89DF CARF MF Impresso em 09/09/2011 por PATRICIA ALMEIDA PROENCA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10880.004203/99-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 26 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu May 26 00:00:00 UTC 2011
Ementa: INCENTIVOS FISCAIS PERC REGULARIDADE FISCAL.
MOMENTO DA COMPROVAÇÃO. POSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO POSTERIOR DURANTE A TRAMITAÇÃO DO PROCESSO. CERTIDÃO DE REGULARIDADE FISCAL
APRESENTADA.
A Súmula CARF nº 37 estabelece que “Para fins de deferimento
do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), a
exigência de comprovação de regularidade fiscal deve se ater ao
período a que se referir a Declaração de Rendimentos da Pessoa
Jurídica na qual se deu a opção pelo incentivo, admitindo-se
a prova da quitação em qualquer momento do processo administrativo, nos termos do Decreto n° 70.235/72”.
Assim, pode o contribuinte fazer prova de sua posterior
regularidade fiscal, juntando aos autos do processo Certidão
Negativa ou Certidão Positiva com Efeitos de Negativa, em
qualquer fase processual.
No caso, o contribuinte estava irregular quando da apresentação
do pedido, mas regularizou sua situação fiscal e trouxe prova aos
autos, hipótese em que não deve persistir o indeferimento do
PERC.
Numero da decisão: 1201-000.505
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em DAR
PROVIMENTO AO RECURSO, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os conselheiros Marcelo Cuba Netto e Claudemir Rodrigues Malaquias que negavam provimento.
Nome do relator: REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1926; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 1 1 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.004203/9929 Recurso nº 000.000 Voluntário Acórdão nº 1201000.505 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de maio de 2011 Matéria PERC Recorrente STAREXPORT TRADING S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL INCENTIVOS FISCAIS PERC REGULARIDADE FISCAL. MOMENTO DA COMPROVAÇÃO. POSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO POSTERIOR DURANTE A TRAMITAÇÃO DO PROCESSO. CERTIDÃO DE REGULARIDADE FISCAL APRESENTADA. A Súmula CARF nº 37 estabelece que “Para fins de deferimento do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), a exigência de comprovação de regularidade fiscal deve se ater ao período a que se referir a Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica na qual se deu a opção pelo incentivo, admitindose a prova da quitação em qualquer momento do processo administrativo, nos termos do Decreto n° 70.235/72”. Assim, pode o contribuinte fazer prova de sua posterior regularidade fiscal, juntando aos autos do processo Certidão Negativa ou Certidão Positiva com Efeitos de Negativa, em qualquer fase processual. No caso, o contribuinte estava irregular quando da apresentação do pedido, mas regularizou sua situação fiscal e trouxe prova aos autos, hipótese em que não deve persistir o indeferimento do PERC. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em DAR PROVIMENTO AO RECURSO, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os conselheiros Marcelo Cuba Netto e Claudemir Rodrigues Malaquias que negavam provimento. Fl. 718DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10880.004203/9929 Acórdão n.º 1201000.505 S1C2T1 Fl. 2 2 (Assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias – Presidente (Assinado digitalmente) Regis Magalhães Soares de Queiroz – Relator Participaram ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Claudemir Rodrigues Malaquias, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Regis Magalhães Soares de Queiroz, Marcelo Cuba Netto, Rafael Correia Fuso e Antonio Carlos Guidoni Filho. Relatório Adoto o relatório da DRJ, verbis: “Trata o presente processo de manifestação de inconformidade ao Despacho Decisório n° 278/2009, da DRF São Bernardo do Campo/SP, que indeferiu, em 14/05/2009 (fls. 636/640), o Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais — PERC, protocolizado em 02/03/1999, relativo ao anocalendário de 1996 e acompanhado do extrato de fls. 03. Referido extrato aponta como ocorrência contribuinte com débitos de tributos e contribuições federais (Lei 9069/95, art. 60), impedindo a concessão do incentivo. Do Despacho Decisório questionado, cientificado ao interessado por via postal em 19/05/2009 (Aviso de Recebimento de fls. 642), extraise: ‘Trata o presente processo de Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), relativo ao anocalendário 1996, exercício 1997, formulado em 02/03/1999 pela interessada acima identificada. Conforme dados constantes da Ficha 10 — Aplicações em Incentivos Fiscais, da declaração original (fls. 26), a contribuinte destinou parcela do imposto de renda recolhido equivalente a R$ 169.672,79 para aplicação no FINAM No "Extrato das aplicações em incentivos fiscais" de fls. 03, o valor do imposto de renda aplicado no FINAM está zerado, constando a seguinte ocorrência: 11 — contribuinte com débito de tributo e contribuições federais (Lei 9.069/95, art. 60). Em primeiro lugar, devese frisar que o fundamento legal para o cancelamento da emissão automática dos Incentivos Fiscais é o art. 60 da Lei n° 9.065/1995, in verbis: (...) Fl. 719DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10880.004203/9929 Acórdão n.º 1201000.505 S1C2T1 Fl. 3 3 Ressaltase que os incentivos fiscais de aplicação do imposto de renda em investimentos regionais e setoriais destinam parte do imposto, efetivamente pago pelas pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real e apurado em dado ano calendário, para aplicação em projetos considerados de interesse para o desenvolvimento e o incremento de atividades regionais, sendo que os recursos assim alocados são geridos por fundos de investimentos. As pessoas jurídicas optam pelo incentivo fiscal e, uma vez preenchidos os requisitos necessários, adquirem o direito ao incentivo fiscal. O montante do imposto permitido pela legislação é convertido em depósito no respectivo fundo, o qual será transformado em Certificado de Investimento (CI), que corresponde a cotas do fundo, cuja ordem de emissão é dada pela Receita Federal do Brasil. A RFB, por sua vez, em cada anocalendário, expede extrato com os valores efetivamente aplicados nos fundos. Na emissão desses extratos é verificada a situação fiscal da empresa, sendo que na existência de pendências fiscais, o contribuinte recebe instrução para procurar a RFB, com a finalidade de demonstrar o motivo das divergências, que, porventura existam. Como já demonstrado, o incentivo fiscal em comento, tem como requisito a prova da quitação de todos os tributos federais. Desta forma, quando da emissão do extrato, em um primeiro momento, deve a empresa estar livre de pendências fiscais junto à União, abrindose, ainda, em um segundo momento, a oportunidade da interessada diligenciar junto a Delegacia da Receita Federal de sua jurisdição, com o fito de comprovação da regularidade fiscal através da protocolização do PERC. Contudo, não consta dos autos documentos capazes de comprovar a regularidade fiscal à época da opção pelo incentivo fiscal. Cumpre assim perquirir a atual situação do contribuinte, para verificar se existem obstáculos à concessão do beneficio fiscal. Consulta aos sistemas da RFB, em 15/01/2009 (fls. 62/64), demonstrou que a interessada possuía um processo fiscal em cobrança (n° 13819.002861/200491) e duas inscrições em cobrança na PGFN (processos n° 10880.120923/9624 e 13819.501411/200649). Intimada, através do Termo de Intimação Fiscal SEORT/DRF/SBC n° 103/09, a apresentar documentação comprobatória da regularização das pendências ou da suspensão da exigibilidade dos débitos (fls. 65/66), a interessada apresentou a documentação de fls. 67/618. Com base na análise da documentação apresentada e nas informações constantes dos sistemas da RFB, concluímos o que segue: Processo 13819.002861/200491 Cuidase de débitos da COFINS, do período de apuração 03/1999 a 01/2004, vinculados a processo judicial 1999.61.00.100260, .... O processo administrativo encontrase atualmente com débitos suspensos por medida judicial (fls. 620/624). Fl. 720DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10880.004203/9929 Acórdão n.º 1201000.505 S1C2T1 Fl. 4 4 Processo 10880.210923/9624 Tratase de débitos de CSL inscrito em Dívida Ativa da União, n° de inscrição ... com data de inscrição 29/10/1996 ... (fls. 625/629). O interessado iniciou a discussão judicial acerca da exigência da CSLL, ano base 1991 (MS 91.06981070), obtendo liminar para depósito dos respectivos valores (MS 91.03.287262). A ordem foi denegada e cassada a liminar, passando em julgado a decisão em junho de 1998. Concomitantemente, discutiu a incidência da TRD relativa àquela contribuição, para o mês de janeiro de 1992 (MS 90.00460166). Nada obstante a decisão denegatória, foram efetuados depósitos naqueles autos, sendo convertidos em renda da União em 31/10/1996. Com a solução de ambas as ações desfavoravelmente ao contribuinte, cessaram as causas suspensivas da exigibilidade do crédito tributário, permitido à Fazenda Nacional a apuração e cobrança de eventuais diferenças. Assim procedendo, a Fazenda Nacional ajuizou a execução fiscal n° 97.05132744, cuja petição inicial foi indeferida pelo Juízo de primeira instância, tendo o feito sido extinto sem julgamento de mérito, por entender suspensa a exigibilidade do crédito tributário à vista do depósito em dinheiro nos autos. Irresignada, apelou a Fazenda Nacional, obtendo parcial provimento à apelação, para prosseguimento da execução fiscal sobre a diferença entre os depósitos efetuados e o crédito tributário apurado, avaliado em R$ 8.671.694,10, na data de 28/10/1998. Tendo conhecimento do acórdão que deu parcial provimento à apelação interposta pela Fazenda Nacional, o interessado esclareceu ao juiz federal convocado, relator do acórdão, que não teria interesse na interposição de recurso, uma vez que teria depositado o valor da diferença considerada devida pela União nos autos da ação ordinária 1999.61.00.0332364 (fls. 618). Contudo, compulsandose a documentação apresentada pela interessada não se verificou a apresentação do comprovante do referido depósito. E nesse sentido, pesquisas nos sistemas da RFB, acusaram apenas um depósito judicial efetuado pela interessada em 13/02/2003, nos autos da ação ordinária 1999.61.00.0332364, no valor de R$ 6.357.159,12 (fls. 630). Assim aparentemente, o valor do depósito efetuado pela interessada foi inferior ao considerado devido pela Fazenda Nacional. Para que assuma a fortuna de suspender a exigibilidade do crédito tributário, o depósito judicial deve equivaler ao todo da cobrança, conforme apregoa o inciso lido art. 151 do CTN, e Súmula 112, E. STJ. Consulta à situação da inscrição do débito na PGFN demonstra que a mesma permanece ativa ajuizada (fls. 635). Portanto, uma vez que não há comprovação do depósito do montante integral, não há como considerar como suspensa a exigibilidade do crédito tributário. Processo 138189.501411/200649 Fl. 721DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10880.004203/9929 Acórdão n.º 1201000.505 S1C2T1 Fl. 5 5 Tratase de débito inscrito em Dívida Ativa da União nº 80.6.06.02691467, referente ao código de receita 2484 (CSLL), do período de apuração 11/2001 (fls. 631/632). (...) Diante do discorrido, em obediência às normas legais em vigência, proponho, por não configurada a regularidade fiscal do contribuinte em decorrência dos débitos presentes nos processos 10880.210923/96 24 e 13819.501411/200649, o indeferimento do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivo Fiscal (PERC), relativo ao anocalendário 1996, exercício 1997. (...) Inconformado com a decisão, o interessado, por seus procuradores, encaminhou por via postal em 18/06/2009 (fls. 667), manifestação de inconformidade de fls. 643/654, acompanhada dos documentos de fls. 655/666, na qual alega, em síntese, o que segue. Expõe que dos três processos apresentados, um a própria Autoridade reconhece a suspensão da exigibilidade do crédito tributário ...., outro a Autoridade diz que, "aparentemente", o valor do depósitos efetuado pela interessada foi inferior ... e finalmente, noutro, a situação do débito é ativa e ajuizada, embora a execução fiscal tenha julgamento em 1° instância para a sua extinção, face à pendência de processo administrativo. Questiona, então onde se encontraria a falta de quitação de tributos e contribuições federais impeditiva da concessão de incentivo ou benefício fiscal. Defende que não quis o legislador da Lei 9.069/95 impedir concessão de incentivo fiscal aos contribuintes que, utilizandose de direito constitucional, questiona o tributo que lhe foi imputado indevidamente. Discorre acerca do contraditório, mencionando posicionamentos doutrinários, para concluir que a Autoridade Administrativa não pode julgar como devido o crédito ainda pendente de julgamento final, seja na esfera administrativa, seja no Judiciário. Aborda, então, o processo 10880.210923/9624, alegando relacionar se à AO 1999.61.00.0332364 (fls. 618), em que efetuou depósito no montante que entende ser o valor do crédito tributário discutido e não há nesses autos, qualquer manifestação ou decisão que conteste o valor depositado. Questiona que se o depósito é em valor inferior ao devido, então por qual razão o Fisco não exigiu sua complementação ou por que o juiz da causa ainda não a determinou? Acrescenta que a autoridade não tem a devida certeza de suas suspeitas ao afirmar que aparentemente o valor do depósito é inferior ao devido e que não lhe cabe interpretação da situação jurídica de processos administrativos e/ou judiciais que não estão sob seu julgamento, sob pena de agir arbitrariamente. Reportase ao processo 13819.501411/200649, fazendo menção a Carta de Fiança exigida para concessão de Certidão Positiva com efeitos de Negativa, o que além de garantir eventual execução, Fl. 722DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10880.004203/9929 Acórdão n.º 1201000.505 S1C2T1 Fl. 6 6 demonstrou a vontade da ora Impugnante em questionar, no Judiciário, caso fosse necessário. Ressalta a existência de Certidão Positiva com efeitos de Negativa expedida tanto pela Receita Federal quanto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, apresentada às fls. 666, alegando provar a sua situação regular. Finaliza requerendo a procedência de sua manifestação de inconformidade. A fls. 675 está a r. decisão da DRJ que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1996 ORDEM DE EMISSÃO DE CERTIFICADO DE INVESTIMENTO. PERC/FINAM. QUITAÇÃO DE DÉBITOS DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS. REGULARIDADE FISCAL. A concessão ou o reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal relativo a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação, pela pessoa jurídica, à época da formulação/opção do pedido, da quitação de tributos e contribuições federais. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Outros Valores Controlados É o relatório. Fl. 723DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10880.004203/9929 Acórdão n.º 1201000.505 S1C2T1 Fl. 7 7 Voto Conselheiro Regis Magalhães Soares De Queiroz, relator: O recurso voluntário foi protocolizado dentro do prazo legal e, portanto, dele tomo conhecimento. Sobre o mérito da questão, a DRJ reconheceu que: “(...) necessária se faz a verificação de existência ou não de prova de que o contribuinte estaria com a situação fiscal irregular até o momento da entrega da declaração do imposto de renda em que configurada a opção pelo investimento. Eventuais débitos posteriores não são hábeis a ensejar o indeferimento do PERC”. (fls. 677v) No despacho decisório a DRF afirmou não constar “dos autos documentos capazes de comprovar a regularidade fiscal à época da opção pelo incentivo fiscal, pelo que pesquisou a atual situação do contribuinte, para verificar se existem obstáculos à concessão do beneficio fiscal”. Não obstante esta escrita, a DRJ encontrou um fundamento substantivo para identificar a situação de irregularidade fiscal da recorrente no momento da opção pelo investimento, verbis: “Já, quanto ao primeiro processo, trata de débitos anteriores à opção e acerca deles descreve o Despacho Decisório serem decorrentes de ações judiciais (Mandados de Segurança 91.06981070 e 91.03.28726 2) em que efetuados depósitos judiciais que vieram a ser convertidos em renda da União. Descreve, ainda, que com a solução de ambas as ações desfavoravelmente ao contribuinte, cessaram as causas suspensivas da exigibilidade do crédito, permitindo à Fazenda Nacional a apuração e cobrança de eventuais diferenças. Assim procedendo, a Fazenda Nacional ajuizou a execução fiscal n° 97.05132747. E acerca dessa execução extraise da Certidão de fls. 343 que: foi distribuída em 20/02/1997, objetivando pagamento de R$14.054.667,48; antes de recebida a inicial com a conseqüente citação da executada, esta ingressou nos autos oferecendo como garantia do Juízo os depósitos efetuados no Mandado de Segurança n° 91.06981070 (93.030.515951 — TRF 3a. Região); por sentença proferida em 30/01/1998, foi indeferida a inicial e julgado extinto o feito, sem julgamento do mérito; a União interpôs recurso de apelação, recebido em seus regulares efeitos e a executada suas contrarazões; Fl. 724DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10880.004203/9929 Acórdão n.º 1201000.505 S1C2T1 Fl. 8 8 nesse ínterim, a executadaapelada requereu a baixa do registro do débito objeto da presente execução junto ao CADIN, que foi deferida, os autos foram remetidos ao TRF em 29/07/1998; por acórdão disponibilizado no Diário Eletrônico de 25/06/2008, foi dado parcial provimento à apelação. Pesquisa atualizada, juntada às fls. 670/674, indica que o acórdão transitou em julgado em 22/08/2008, e do voto que o integra constou: ‘De rigor se afigura a reforma da r. sentença, para prosseguimento executivo constritor sobre a diferença assim apontada pela própria União, sem reflexo sucumbencial ao momento da relação processual’. Assim, vêse que, quando da opção pelo investimento no FINOR no ano calendário de 1996 mediante apresentação da DIRPJ em 30/04/1997, havia execução fiscal em andamento protocolizada em 07/01/1997 e distribuída em 20/02/1997 (fls. 673), a qual somente veio a ser provisoriamente obstada com a sentença de 1º grau proferida em 1998, posteriormente reformada por acórdão de 2008 dando parcial provimento à apelação da União.” Ocorre que a Súmula CARF nº 37 estabelece o seguinte: Para fins de deferimento do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), a exigência de comprovação de regularidade fiscal deve se ater ao período a que se referir a Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica na qual se deu a opção pelo incentivo, admitindose a prova da quitação em qualquer momento do processo administrativo, nos termos do Decreto n° 70.235/72. Quando na parte final do seu verbete a Súmula admite “a prova da quitação em qualquer momento do processo administrativo”, entendo que abre a oportunidade de o contribuinte demonstrar que quitou eventual irregularidade fiscal, anteriormente existente, em qualquer fase processual. Não fosse assim, o verbete não utilizaria a palavra “quitação” como fez, dando a entender que antes (da quitação) a situação do contribuinte era de débito, que pode ser quitado depois, já no curso do processo administrativo, autorizando assim o deferimento do PERC. Nessa linha, notese que no acórdão nº 10196251, citado como referência da Súmula CARF nº 37, o Primeiro Conselho de Contribuintes decidiu que “o sentido da lei não é impedir que o contribuinte em débito usufrua o beneficio fiscal, mas sim, condicionar seu gozo à quitação do débito”. Semelhante afirmação extraiuse de outro acórdão citado como referência da Súmula, o de nº 10323.546, onde se concluiu que “é cediço que a SRF orienta a apresentação da prova da regularidade relativamente à data do pedido, assim como no curso do processo e não na data da entrega da declaração”. No acórdão nº 10196.213 – também utilizado como parâmetro para a referida Súmula – o Primeiro Conselho de Contribuintes deixou bem explícita a possibilidade de regularização ulterior, comprovada pela juntada de certidão negativa de débito ou de certidão positiva com efeitos de negativa. Vejam o seguinte trecho: Fl. 725DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10880.004203/9929 Acórdão n.º 1201000.505 S1C2T1 Fl. 9 9 “Não bastasse isto, na data do indeferimento do pleito pela autoridade julgadora de primeira instância, a ciência se deu em 14 de janeiro de 2005, o contribuinte encontravase com certidão indicativa de sua regularidade junto à SRF, conforme se pode notar de informação coletada às fls. 128, no extrato de informações de apoio à emissão de certidão, onde se pode ler ‘CERTIDÃO EMITIDA: Certidão E07.049.922 emissão: 15/09/2004 validade: 15/03/2005’.” Nessa mesma linha é a ementa de outro acórdão do Primeiro Conselho de Contribuinte referenciado pela Súmula, o nº 10809.808: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURIDICA IRPJ Exercício: 1996 INCENTIVOS FISCAIS PERC REGULARIDADE FISCAL. MOMENTO DA COMPROVAÇÃO. CERTIDÃO DE REGULARIDADE FISCAL. Não deve persistir o indeferimento do PERC quando o contribuinte comprova sua regularidade fiscal através de certidões negativas ou positivas com efeitos de negativa dentro do prazo de validade, no momento do despacho denegatório do seu pleito. – É ilegal o indeferimento de PERC em razão de débitos posteriores ao exercício da opção pela aplicação nos Fundos de Investimento. Recurso Voluntário Provido. Também adotam essa interpretação, acerca da possibilidade de regularização posterior a situação fiscal, desde que comprovada durante o curso do processo administrativo, cito os acórdãos nºs 19500.110 e 19800.080, ambos referenciados pela Súmula nº 35. Como no caso dos autos o recorrente juntou a fls. 666 a “Certidão conjunta positiva com efeitos de negativa de débitos relativos aos tributos federais e à dívida ativa da União”, aplicase o disposto na referida Súmula, a fim de deferir o Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC). Isso posto, dou provimento ao recurso voluntário. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Regis Magalhães Soares De Queiroz – Conselheiro Relator Fl. 726DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10880.004203/9929 Acórdão n.º 1201000.505 S1C2T1 Fl. 10 10 Fl. 727DF CARF MF Emitido em 06/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI Assinado digitalmente em 27/06/2011 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEI, 04/07/2011 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS
score : 1.0
Numero do processo: 10925.002499/2006-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 26 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed May 25 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO CSLL
Ano calendário: 2001, 2002, 2003 e 2004
COOPERATIVA. ATOS COOPERATIVOS E NÃOCOOPERATIVOS.
TRIBUTAÇÃO. Confirmada a prática de atos tidos como cooperativos, na forma descrita na Lei nº 5.764/71, não configura hipótese de incidência da CSLL sobre tais atos; caracterizandose,
conseqüentemente, indevida a cobrança perpetrada pelas autoridades autuantes.
Recurso Voluntário Promovido em Parte.
Numero da decisão: 1402-000.557
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso tão somente para excluir a exigência da CSLL sobre os valores relativos aos atos cooperados e respectiva multa isolada pela falta de recolhimento sobre estimativas, nos termos
do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Jaci de Assis Junior que negava provimento ao recurso. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Matéria: CSL - ação fiscal (exceto glosa compens. bases negativas)
Nome do relator: CARLOS PELA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO CSLL Ano calendário: 2001, 2002, 2003 e 2004 COOPERATIVA. ATOS COOPERATIVOS E NÃOCOOPERATIVOS. TRIBUTAÇÃO. Confirmada a prática de atos tidos como cooperativos, na forma descrita na Lei nº 5.764/71, não configura hipótese de incidência da CSLL sobre tais atos; caracterizandose, conseqüentemente, indevida a cobrança perpetrada pelas autoridades autuantes. Recurso Voluntário Promovido em Parte.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso tão somente para excluir a exigência da CSLL sobre os valores relativos aos atos cooperados e respectiva multa isolada pela falta de recolhimento sobre estimativas, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Jaci de Assis Junior que negava provimento ao recurso. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1735; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 1 1 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10925.002499/200615 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 140200.557 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de maio de 2011 Matéria AUTO DE INFRACAO CONTRIBUICAO SOCIAL Recorrente COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CAMPONOVENSE Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO CSLL Anocalendário: 2001, 2002, 2003 e 2004 COOPERATIVA. ATOS COOPERATIVOS E NÃOCOOPERATIVOS. TRIBUTAÇÃO. Confirmada a prática de atos tidos como cooperativos, na forma descrita na Lei nº 5.764/71, não configura hipótese de incidência da CSLL sobre tais atos; caracterizandose, conseqüentemente, indevida a cobrança perpetrada pelas autoridades autuantes. Recurso Voluntário Promovido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso tão somente para excluir a exigência da CSLL sobre os valores relativos aos atos cooperados e respectiva multa isolada pela falta de recolhimento sobre estimativas, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Jaci de Assis Junior que negava provimento ao recurso. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente (assinado digitalmente) Carlos Pelá Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Jaci de Assis Junior, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima.. Processo nº 10925.002499/200615 Acórdão n.º 140200.557 S1C4T2 Fl. 2 2 Relatório Tratase de Mandado de Procedimento Fiscal nº 09.2.03.002006002130, em que ficou constatado que a Recorrente excluía, sistematicamente, da base de cálculo da CSLL a totalidade dos valores relativos ao Resultado Operacional dos atos cooperados. Por conseguinte, a fiscalização cobra multas isoladas: (i) em razão de a pessoa jurídica ter deixado de efetuar o recolhimento da CSLL mensal sobre a base de cálculo estimada, apurada nos meses de janeiro de 2001 a dezembro de 2004 e (ii) em decorrência de divergências entre os valores declarados e os valores escriturados referentes ao mês de dezembro de 2005. A contribuinte apresentou impugnação (fls. 375 a 402) em que pleiteia (i) a isenção tributária de todos os valores tidos como "atos cooperativos" no período objeto do lançamento, (ii) a inexigibilidade da multa isolada por vício formal, (iii) a inexigibilidade da multa por falta de recolhimento já que concomitante à multa isolada e (iv) a homologação tácita dos pagamentos efetuados no período de 01/2001 a 31/11/2001 pois estaria decaído o direito da Fazendo Pública revisar os mesmos. No que tange à multa isolada, aplicada em decorrência de divergências entre os valores declarados e os valores escriturados, referente ao mês de dezembro de 2005, a contribuinte não apresenta qualquer contestação. A DRJ/FNS entendeu como matéria não impugnada e, portanto, passível de cobrança imediata o lançamento relativo à multa isolada, aplicada em decorrência de divergências entre os valores declarados e os valores escriturados, referente ao mês de dezembro de 2005. Além disso, entendeu por bem manter as demais autuações, alegando que somente à partir de 1º/01/2005 entrou em vigor a disposição isencional do art. 39 da Lei nº 10.865/2004. Nos períodos anteriores a esse, a incidência da CSLL sobre atos cooperativos e nãocooperativos estaria justificada pelo Parecer CST n 2 1.061, de 27 de setembro de 1995, disposições das INSRF nº 198/88 revogada pela INSRF nº 390/2004 (art. 6º), bem como as "Perguntas e Respostas" da Receita Federal na Internet, relativas ao anocalendário de 2004. No mais, entendeu que a multa de 50% aplicada isoladamente às contribuintes que optarem pela apuração anual da CSLL, e que deixarem de recolher no curso do anocalendário as parcelas devidas a titulo de antecipação da referida contribuição, tem como base os pagamentos mensais que deixarem de ser efetuados, sejam eles calculados por estimativa, a partir da receita bruta, ou a partir dos balanços mensais a que se refere o art. 35 da Lei nº 8.981/95. Referida multa, consoante entendimento esposado na decisão recorrida, soma se à multa de ofício e juros relativas à falta de recolhimento do imposto ou contribuição devidos com base no lucro real anual. Finalmente, a DRJ afasta as alegações de decadência, já que a ciência do lançamento ocorreu no dia 12/12/2006 e o fato gerador da CSLL teria ocorrido em 31/12/2001 (pessoa jurídica tributada com base no lucro real anual), cujo prazo final seria apenas no dia 31/12/2006; e, quanto ao lançamento de multas isoladas, porque a primeira estimativa Processo nº 10925.002499/200615 Acórdão n.º 140200.557 S1C4T2 Fl. 3 3 (jan/2001) teria decaído em 31/12/2006, uma vez que contada a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (173, I, do CTN). Inconformada, a contribuinte apresenta Recurso Voluntário, em que repisa os argumentos utilizados na sua Impugnação, além de trazer à colação vasta doutrina e jurisprudência sobre a matéria. É o Relatório. Processo nº 10925.002499/200615 Acórdão n.º 140200.557 S1C4T2 Fl. 4 4 Voto Conselheiro Carlos Pelá, Relator A controvérsia tem relação com a incidência ou não das receitas dos atos cooperativos pela CSLL, bem como as multas isoladas lançadas sobre as estimativas. Nada obstante os argumentos da decisão recorrida, entendo que não existe base legal para cobrança de CSLL sobre os resultados das operações de cooperativas com cooperados. Pelo contrário, entendo que a Lei das Sociedades Cooperativas (Lei nº 5.764/71, art. 79) deixa claro que os atos tipicamente cooperativos, por não implicarem em operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produtos ou mercadorias, não geram faturamento, bem assim não produzem lucro para a entidade, porquanto o resultado positivo decorrente dos seus atos pertence exclusivamente a cada um dos cooperados. Nesse passo, o resultado positivo obtido pelas sociedades cooperativas decorrentes de atos cooperados, ordinariamente denominados de "sobras", não pode ser confundido com lucro e não integra a base de cálculo da CSLL. Cumpre esclarecer também que o ato cooperativo é aquele praticado pela cooperativa e seus cooperados ou entre as cooperativas entre si. Ou seja, para a caracterização do ato cooperativo é necessária a presença de um associado (cliente ou prestador de serviços) em uma das extremidades da relação negocial. Confirmada a prática de atos tidos como cooperativos, na forma descrita na Lei nº 5.764/71, não configura hipótese de incidência da CSLL sobre tais atos, caracterizando se, conseqüentemente, indevida a cobrança perpetrada pelas autoridades autuantes. Esse entendimento vem sendo adotado reiteradamente neste Conselho. Vide os acórdãos 10191.487 no dou de 09.12.97, 10703.813 no DOU de 10.02.98, 10192.790 no DOU de 16.02.00, 10319.974 no dou 280599, 10705.702 no DOU 26.11.99 e 10805.997 no DOU de 18.05.00, 10517.222, 10517.193 e 10517.179 todos no DOU de 06.03.2009, 10517.026 e 10516.989 no DOU de 05.03.09, 10709.461 no DOU de 02.03.09, 10323.618 no DOU de 12.11.08, 10322.777 no DOU de 21.02.07; e, ainda, acórdãos do CSRF: 9101 00.308 no dou de 25.08.09, 40105.874 no DOU de 25.06.08, 40105.645 no DOU de 27.03.07, 0104.381 no DOU de 07.03.05. No mais, o Superior Tribunal de Justiça, apenas interpretando a Lei nº 5.764/71, firmou posicionamento de que os atos tipicamente cooperativos não sofrem a incidência de CSLL: DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO ATO COOPERATIVO – LEI Nº – ISENÇÃO. Processo nº 10925.002499/200615 Acórdão n.º 140200.557 S1C4T2 Fl. 5 5 1. A nãoincidência da CSLL, nos termos da jurisprudência dominante do STJ, em casos de cooperativas, restringese a atos cooperados praticados exclusivamente entre a cooperativa e seus associados. 2. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 1190066/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/06/2010, DJe 28/06/2010) SOCIEDADE COOPERATIVA DE CRÉDITO. CSLL. ISENÇÃO SOBRE OS ATOS TIPICAMENTE COOPERATIVOS. LEI 8.212/91. SÚMULA VINCULANTE Nº 10/STF. INAPLICABILIDADE. I Os atos tipicamente cooperativos por não implicarem em operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produtos ou mercadorias, conforme a Lei das Sociedades Cooperativas (Lei nº 5.764/71), não geram faturamento, bem assim não produzem lucro para a sociedade, porquanto o resultado positivo decorrente dos seus atos pertence exclusivamente a cada um dos cooperados. Em face de tais peculiaridades, os atos das cooperativas de crédito, ressalvado o disposto nos artigos 86 e 87 da Lei nº 5.5764/71, não sofrem incidência tributária, inclusive de CSLL. Precedentes: AgRg no REsp nº 749.345/RS, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJ de 08/08/2005; AgRg no REsp nº 650.656/RJ, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJ de 17/12/2004; REsp nº 573.393/RS, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ de 28/06/2004 e AgRg nos EDcl no Ag nº 980.095/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 29/09/2008. (...) III Agravo Regimental improvido. (AgRg no REsp 1057481/CE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/10/2008, DJe 19/11/2008) Esclareçase, entretanto, que a nãoincidência da CSLL, nos termos da jurisprudência dominante do STJ, em casos de cooperativas, restringese a atos cooperados praticados exclusivamente entre a cooperativa e seus associados. Nada impede que as cooperativas realizem negócios com terceiros não cooperados, desde que observados seus objetivos sociais e disposições legais. Nessa hipótese, contudo, existe previsão expressa na Lei nº 5.764/71 dispondo que os negócios praticados pela cooperativa com terceiros não são considerados atos cooperativos e devem ser tributados (arts. 86 e 87). In casu, não está demonstrado nos autos que a fiscalização tenha qualquer dúvida de que os atos tidos como cooperados pela contribuinte não fossem, de fato, atos cooperados. Sendo assim, sobre estes valores não pode incidir a contribuição. Logo, diante de tal delineamento fático, é de se concluir que a prática de atos cooperativos, realizados na forma descrita na Lei nº 5.764/71, não configura hipótese de incidência da CSLL sobre tais atos. Uma vez descabido o lançamento relativo à CSLL, também restam descabidas a aplicação de multa isolada em razão de a pessoa jurídica ter deixado de efetuar o recolhimento da CSLL mensal sobre a base de cálculo estimada, apurada nos meses de janeiro Processo nº 10925.002499/200615 Acórdão n.º 140200.557 S1C4T2 Fl. 6 6 de 2001 a dezembro de 2004, em relação aos valores excluídos a titulo de sobras de atos cooperados. Da mesma forma, por restar afastada a autuação principal, não há necessidade de analisar suposta decadência no direito do Fisco revisar as homologações perpetradas pela contribuinte no exercício de 2001. Posto isso, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para considerar correta a exclusão, da base de cálculo da CSLL, dos valores relativos ao Resultado Operacional dos atos cooperados e afastar a aplicação das multas isoladas sobre as estimativas mensais questionadas. (assinado digitalmente) Carlos Pelá
score : 1.0
Numero do processo: 11686.000380/2008-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 12 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS
PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/04/2007 a 30/06/2007
COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA. CRÉDITO PRESUMIDO DO
ICMS.
O “crédito presumido do ICMS”, mero incentivo fiscal, não se trata de receita auferida pela empresa, portanto, está fora do campo de incidência da COFINS, não devendo compor a sua base de cálculo. Não há a subsunção do fato concreto (“crédito presumido do ICMS”) com a hipótese normativa (“auferir receita”), portanto, não se instaurará o consequente da norma (relação jurídico tributária/obrigação tributária).
DESPESAS DE FRETES NO TRANSPORTE DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. NÃO DÁ DIREITO AO CRÉDITO DA CONTRIBUIÇÃO.
Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar do PIS e da Cofins, não cumulativos, sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa.
ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS.
Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de legalidade constitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária.
Súmula CARF No. 02.
Numero da decisão: 3201-000.753
Decisão: Acordam os membros do colegiado, dar provimento parcial ao Recurso
Voluntário nos seguintes termos:
1. Por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário
no tocante à não inclusão na base de cálculo da COFINS dos valores decorrentes de crédito presumido do ICMS;
2. Por maioria de votos NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário
quanto à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte de mercadoria entre estabelecimentos da empresa (transporte intercompany).
Vencidos os conselheiros Luciano Lopes de Almeida Moraes e Daniel Mariz Gudino.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/04/2007 a 30/06/2007 COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS. O “crédito presumido do ICMS”, mero incentivo fiscal, não se trata de receita auferida pela empresa, portanto, está fora do campo de incidência da COFINS, não devendo compor a sua base de cálculo. Não há a subsunção do fato concreto (“crédito presumido do ICMS”) com a hipótese normativa (“auferir receita”), portanto, não se instaurará o consequente da norma (relação jurídico tributária/obrigação tributária). DESPESAS DE FRETES NO TRANSPORTE DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. NÃO DÁ DIREITO AO CRÉDITO DA CONTRIBUIÇÃO. Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar do PIS e da Cofins, não cumulativos, sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS. Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de legalidade constitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF No. 02.
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BASE DE CÁLCULO. RECEITA. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS. O “crédito presumido do ICMS”, mero incentivo fiscal, não se trata de receita auferida pela empresa, portanto, está fora do campo de incidência da COFINS, não devendo compor a sua base de cálculo. Não há a subsunção do fato concreto (“crédito presumido do ICMS”) com a hipótese normativa (“auferir receita”), portanto, não se instaurará o consequente da norma (relação jurídicotributária / obrigação tributária). DESPESAS DE FRETES NO TRANSPORTE DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. NÃO DÁ DIREITO AO CRÉDITO DA CONTRIBUIÇÃO. Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar do PIS e da Cofins, nãocumulativos, sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS. Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de legalidade ou constitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF No. 02. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 130DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE 2 Acordam os membros do colegiado, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário nos seguintes termos: 1. Por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário no tocante à não inclusão na base de cálculo da COFINS dos valores decorrentes de crédito presumido do ICMS; 2. Por maioria de votos NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário quanto à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte de mercadoria entre estabelecimentos da empresa (transporte intercompany). Vencidos os conselheiros Luciano Lopes de Almeida Moraes e Daniel Mariz Gudino. JUDITH AMARAL MARCONDES ARMANDO Presidente. LUÍS EDUARDO G. BARBIERI Relator. EDITADO EM: 12/08/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith Amaral Marcondes Armando (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vice presidente), Robson José Bayerl, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri e Daniel Mariz Gudino. Relatório O presente litígio decorre de Pedido de Ressarcimento/Declaração de Compensação da COFINS – Não Cumulativa (fls. 1/4), em relação a créditos da Contribuição referentes ao 2º trimestre de 2007, em decorrência da venda no mercado interno com alíquota zero, com base no disposto no artigo 16 da Lei n° 11.116/2005, no valor de R$ 3.744.920,59. A DRF – Porto Alegre, por meio do Despacho Decisório No. 196/2009, reconheceu parcialmente o direito creditório em favor da Requerente, no valor de R$ 3.259.361,98, restando indeferido um saldo no valor de R$ 485.558,61 (fls. 17/27). Por bem retratar os fatos ocorridos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis : Tratase de manifestação de inconformidade contra indeferimento parcial de pedido de ressarcimento/compensação (PER/DECOMP), relativo ao saldo credor de Cofins não cumulativa. O interessado discorda da glosa parcial, alegando não ter realizado alienação onerosa de créditos de ICMS a terceiros, conforme afirma a fiscalização, a quem incumbiria o ônus de provar tal alegação. Considera que exigir de sua parte prova em contrário seria inviável, pois se trataria de prova negativa. Esclarece que a empresa seria titular de incentivo fiscal, outorgado pelo estado do Rio Grande do Sul, que consistiria em um desconto dos valores devidos a titulo de crédito presumido de ICMS na ordem de 75% sobre o valor incidente nas saídas Fl. 131DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE Processo nº 11686.000380/200801 Acórdão n.º 3201000.753 S3C2T1 Fl. 119 3 interestaduais de fertilizantes, conforme documento que anexou a sua manifestação. Conclui, então, que a questão aqui seria diferente da exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições. Afirma, ao final, que tal crédito presumido não seria um ativo e nem constituiria receita, renda ou faturamento a ensejar a incidência das contribuições. Não se conforma, também, com o indeferimento da parcela dos créditos calculados sobre fretes de transferência entre matriz e filiais ou entre filiais, pois entende tratarse de etapa essencial â atividade da empresa, que possui unidades produtivas em diversos municípios do pais. Para embasar seus argumentos, o manifestante discorre sobre as dimensões continentais do Brasil, cita diversos municípios nos quais possui filiais e comenta sobre a importância que o agronegócio teria para o país, além disso, considera que a sistemática da nãocumulatividade ampararia o creditamento sobre os fretes conforme calculado e pensamento diverso esbarraria em inconstitucionalidade. Cita e transcreve Soluções de Consulta proferidas pela SRFB que entende como favoráveis ao seu entendimento. Conclui então que o procedimento adotado estaria de acordo com o Art. 30 da Lei 10.833/03. Isso posto, requer que seja dado provimento à sua manifestação de inconformidade, com o reconhecimento do direito a constituir e descontar créditos de PIS e Cofins decorrentes de fretes de transferência de mercadorias entre seus estabelecimentos, bem como sejam excluídos os créditos de ICMS da base de cálculo destas contribuições. A Segunda Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Porto Alegre RS, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade da empresa, proferindo o Acórdão nº 1025.015 (fls. 64/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 Ementa: CESSÃO DE ICMS. INCIDÊNCIA DE PIS/PASEP E COFINS. A cessão de direitos de ICMS compõe a receita do contribuinte, sendo base de cálculo para o PIS/PASEP e a COFINS até a vigência dos arts. 7°, 8° e 9° da Medida Provisória 451, de 15 de dezembro de 2008. FRETES Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar do PIS e da Cofins nãocumulativos sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa. A Recorrente, inconformada com a decisão da autoridade julgadora de primeira instância administrativa, interpôs Recurso Voluntário (fls. 69/ss), por meio do qual reitera os argumentos já trazidos em sua Manifestação de Inconformidade, nos seguintes termos, em apertada síntese: (i) Receitas não incluídas na base de cálculo da COFINS – crédito presumido do ICMS. Alega que não realizou qualquer alienação onerosa de créditos de ICMS, embora tal seja o pretenso fato constitutivo da imposição tributária. A fiscalização enganouse Fl. 132DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE 4 ao visualizar o crédito de ICMS decorrente de benefício fiscal concedido pelo Estado do Rio Grande do Sul; Tratase de benefício em decorrência de termo de concessão firmado junto ao Governo do Estado, com o seguinte objeto: para cada saída tributada pelo ICMS sobre fertilizantes vendidos para fora do Estado, fica a Recorrente autorizada a se creditar de 75% do ICMS destacado na nota fiscal; As notas fiscais de saída são emitidas com o ICMS integral, posteriormente, a Recorrente lança um crédito equivalente ao benefício que é de 75% sobre a saída, sendo que este foi o crédito glosado pela fiscalização; Este é o motivo de a fiscalização ter encontrado créditos de ICMS contabilizados. Mas essa mera contabilização de créditos de ICMS não tem o condão de autorizar concluirse que esses créditos decorreram de alienação a terceiros. Se houvesse alienação de créditos de ICMS a terceiros, haveria a recorrente de lançar redução do seu saldo de ICMS mediante o recebimento de um valor correspondente, situação não encontrada pelo Sr. Fiscal; O fato da contratação do beneficio fiscal ficou comprovado por meio da juntada do "Termo de Acordo" firmado entre a empresa e o Estado do Rio Grande do Sul, na data de 10 de julho de 2006; Afirma que isso não é um crédito, não é receita nem faturamento, correspondendo apenas à anulação de 75% do débito de ICMS relativo às saídas tributadas da empresa; Por fim, aduz que se assim não for da compreensão deste Órgão julgador, se considerarse que houve alienação de créditos de ICMS a terceiros, impõese destacar o seguinte: a Medida Provisória 451, de 15 de dezembro de 2008, em seus artigos 7°, 8° e 9° desonera da incidência do PIS e da COFINS as transferências onerosas de ICMS, devendo ser aplicada retroativamente nos termos do artigo 106 do CTN. Requer, assim, seja provido o Recurso para excluir os créditos de ICMS referidos da base de cálculo das contribuições. (ii) Créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte intercompany de mercadoria Entende que as hipóteses de "insumos" passíveis de constituição de crédito de PIS e COFINS, prescritas nas Leis 10.637/02 e 10.833/03 não são taxativas, pois sua própria redação segue um padrão exemplificativo e porque deixam de prever notórias despesas inerentes e necessárias à atividade empresarial; Por estas razões é que a interpretação da nãocumulatividade, conforme a Constituição, leva ao reconhecimento do direito de crédito em relação a todas as despesas necessárias à produção do resultado econômico, inclusive as referentes ao frete de mercadorias intercompany; A despesa de frete de produto acabado intercompany equivale a parte do transporte se a mercadoria fosse vendida diretamente pela unidade remetente ao comprador, hipótese em que a despesa total desse frete poderia ser computada para a constituição do crédito relativo a PIS e COFINS. Diante dessas circunstâncias, considerando que o frete da venda direta, pela matriz ao cliente (localizado muitas vezes em outra extremidade do pais) Fl. 133DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE Processo nº 11686.000380/200801 Acórdão n.º 3201000.753 S3C2T1 Fl. 120 5 geraria direito à constituição do crédito de PIS e COFINS, inevitável é concluir que o frete parcial à unidade em outro estado deva gerar o mesmo direito, se a mercadoria acaba sendo vendida pela unidade destino; Requer, por fim, que seja provido o Recurso para reconhecer o direito da Recorrente de constituir e descontar crédito de PIS e COFINS referente aos fretes de transferência de mercadorias entre suas unidades, seja produto acabado seja matéria prima. Na forma regimental, o processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator O recurso é tempestivo, atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente requereu o ressarcimento e compensação de créditos da COFINS não cumulativa, com base no art. 16 da Lei n° 11.116/2005, que abaixo transcrevo: Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3o das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei. Conforme consta do Relatório supramencionado, as duas questões a serem enfrentadas referemse: (i) à inclusão, ou não, na base de cálculo da COFINS de receitas decorrentes do crédito presumido do ICMS; Fl. 134DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE 6 (ii) à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte intercompany de mercadoria. Passemos à análise da primeira questão arguida. A priori, devemos entender qual é a natureza do crédito presumido do ICMS. O Fisco Estadual concede o crédito presumido sobre operações de comercialização interestadual de produtos (fertilizantes), na forma de um incentivo fiscal, para estimular o setor (vide Termo de Acordo – fls. 57/ss – cláusula primeira: concessão de crédito presumido no montante de 75% o do ICMS sobre o valor do imposto incidente sobre as saídas interestaduais de fertilizantes de produção própria). Este crédito presumido será lançado na escrituração fiscal da empresa para ser compensado com ICMS devido pela empresa. Portanto, neste caso pareceme claro que não há ingresso novo de receita, mas mera redução de custo no pagamento do ICMS devido. Assim, é inequívoco que “incentivo fiscal” não pode ser confundido com ingresso de receita. Destaquese que, efetivamente, não restou comprovado nos autos a transferência dos citados créditos de ICMS à terceiros, como argumentou a Recorrente. A fiscalização afirma que “o contribuinte efetuou cessão de créditos do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) a terceiros”(fls. 18) sem, entretanto, apresentar qualquer elemento probante que comprovasse esta afirmação. O ônus da prova cabe às partes, nos termos do que dispõe o artigo 333 do CPC, verbis: Art. 333 O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. As partes devem desincumbirse de provar os fatos que alegam. Ao autor cabe provar os fatos constitutivos de seu direito, no caso, o Fisco alegou que o crédito presumido foi transferido à terceiro, mas não provou; ao réu, cabe provar os fatos modificativos, extintivos e impeditivos do direito que o autor assevera ter, entretanto, não cabe à Recorrente, por sua vez, fazer prova de fato que alega não existir, uma vez que não há como fazer prova de fato inexistente (prova negativa). Contudo, mesmo se a Recorrente houvesse transferido os créditos de ICMS à terceiros, entendo que também não haveria a incidência da COFINS. A legislação do ICMS, em atendimento ao princípio da nãocumulatividade, permite que o contribuinte creditese dos valores já recolhidos em etapas anteriores da cadeia produtiva. Nos casos em que o montante dos créditos supera o montante dos débitos, o contribuinte apura um saldo de “ICMS a recuperar”, que poderá ser compensado em períodos posteriores pela empresa ou ser transferido para terceiros, nos casos em que a própria empresa não tem como realizar seu saldo de créditos. Portanto, mesmo no caso de cessão de créditos à terceiros não há que falar receita nova auferida, mas de mera operação patrimonial, onde o contribuinte utilizase dos créditos de ICMS registrados em sua contabilidade como meio de pagamento para com seus fornecedores, por exemplo. Não há como tratar “créditos de ICMS” como mercadorias. A nãocumulatividade é uma técnica que tem por objeto evitar o "efeito cascata" da incidência de alguns tributos (como é o caso do ICMS), permitindose, em cada Fl. 135DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE Processo nº 11686.000380/200801 Acórdão n.º 3201000.753 S3C2T1 Fl. 121 7 uma das etapas do processo produtivo, a dedução do imposto já cobrado nas operações anteriores relativamente à circulação daquelas mesmas mercadorias e/ou matériasprimas necessárias a sua industrialização. O princípio da nãocumulatividade encontrase insculpido no próprio texto constitucional (artigo 155, § 2º , inciso I, alínea "a"), que assim dispõe: “§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: I será nãocumulativo, compensandose a que foi devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de .serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; (...) A Lei 10.833/2003 dispõe que a COFINS, nãocumulativa, incide sobre o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, consideradas a receita bruta auferida com a venda de bens e serviços nas operações de conta própria e alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Entendo que os “créditos presumidos do ICMS”, por se tratarem de mero incentivo fiscal que servirão de meio de pagamento de ICMS a recolher, não se tratam de receitas auferidas pela empresa, portanto, estão fora do campo de incidência da COFINS, não devendo compor, assim, a sua base de cálculo. Veja que não há a subsunção do fato concreto (“crédito presumido do ICMS”) com a hipótese normativa (“auferir receita”), portanto, não se instaurará o consequente da norma (relação jurídicotributária / obrigação tributária). Houve, uma economia no pagamento de ICMS, uma mera redução de custos de impostos a pagar pela compensação do crédito presumido, e não o auferimento de receitas. Neste sentido, transcrevo ementas de decisões do antigo Conselho de Contribuinte e do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Recurso No. 262.320– Acórdão No. 340100.774, sessão de 26/05/2010: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/05/2005 COFINS NÃOCUMULATIVA. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DO 'PI, NÃO INCLUSÃO. Não compõe o faturamento ou receita bruta, para fins de tributação da Cofins e do PIS, o valor do crédito de ICMS transferido a terceiros, cuja natureza jurídica é a de crédito escritural do imposto Estadual. Apenas a parcela correspondente ao ágio integrará a base de cálculo das duas Contribuições, caso o valor do crédito seja transferido por valor superior ao saldo escritural. Fl. 136DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE 8 RESSARCIMENTO. REGIME NÃO CUMULATIVO, ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS. O artigo 15, combinado com o artigo 13, ambos da Lei n° 10.833, de 2003, vedam expressamente a aplicação de qualquer índice de atualização monetária ou de juros para este tipo de ressarcimento. Recurso Voluntário Provido em Parte. Recurso No. 130.419 – Acórdão No. 20179.967, sessão de 24/01/2007: PIS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. CESSÃO DE CRÉDITOS DE ICMS. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS E COFINS. Não há incidência de PIS e de Cofins sobre a cessão de créditos de ICMS, por se tratar esta operação de mera mutação patrimonial. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. TRATAMENTO FISCAL. RECEITA TRIBUTÁVEL. A receita relativa ao crédito presumido do IPI, de que trata a Lei nº 9.363/96, apurada em função da ocorrência de exportação ou venda a empresa comercial exportadora com fim específico de exportação e contabilizada como receita operacional, deverá ser oferecida à tributação do PIS. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. SELIC. Por falta de previsão legal, é incabível a incidência de correção monetária e/ou juros sobre valores recebidos a título de ressarcimento de créditos de Cofins nãocumulativa. Recurso provido em parte. E ainda, no mesmo sentido, transcrevo ementas de decisões do STJ: AgRg No. REsp 1229134 / SC, de 26/04/2011: TRIBUTÁRIO. CRÉDITO PRESUMIDO. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO FISCAL. RESSARCIMENTO DE CUSTOS. 1. A controvérsia dos autos diz respeito à inexigibilidade do PIS e da COFINS sobre o crédito presumido do ICMS decorrente do Decreto n. 2.810/01. 2. O crédito presumido do ICMS consubstanciase em parcelas relativas à redução de custos, e não à obtenção de receita nova oriunda do exercício da atividade empresarial como, verbi gratia, venda de mercadorias ou de serviços. 3. "Não se tratando de receita, não há que se falar em incidência dos aludidos créditospresumidos do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS." (REsp 1.025.833/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 6.11.2008, DJe 17.11.2008.) Fl. 137DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE Processo nº 11686.000380/200801 Acórdão n.º 3201000.753 S3C2T1 Fl. 122 9 Agravo regimental improvido Recurso Especial No. 1.025.833 – RS: CRÉDITOPRESUMIDO. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO FISCAL. RESSARCIMENTO DE CUSTOS. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". LC Nº 118/2005. APLICAÇÃO RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE. I "Sobre a prescrição da ação de repetição de indébito tributário de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a jurisprudência do STJ (1ª Seção) assentou o entendimento de que, no regime anterior ao do art. 3º da LC 118/05, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação – expressa ou tácita do lançamento. Assim, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo de dez anos a contar do fato gerador. A norma do art. 3º da LC 118/05, que estabelece como termo inicial do prazo prescricional, nesses casos, a data do pagamento indevido, não tem eficácia retroativa. É que a Corte Especial, ao apreciar Incidente de Inconstitucionalidade no Eresp 644.736/PE, sessão de 06/06/2007, declarou inconstitucional a expressão "observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional", constante do art. 4º, segunda parte, da referida Lei Complementar. (REsp nº 890.656/SP, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 20/08/07). II O Estado do Rio Grande do Sul concedeu benefício fiscal às empresas gaúchas, por meio do Decreto Estadual nº 37.699/97, para que pudessem adquirir aço das empresas produtoras em outros estados, aproveitando o ICMS devido em outras operações realizadas por elas, limitado ao valor do respectivo frete, em atendimento ao princípio da isonomia. III Verificase que, independentemente da classificação contábil que é dada, os referidos créditos escriturais não se caracterizam como receita, porquanto inexiste incorporação ao patrimônio das empresas industriais, não havendo repasse dos valores aos produtos e ao consumidor final, pois se trata de mero ressarcimento de custos que elas realizam com o transporte para a aquisição de matériaprima em outro estado federado. IV Não se tratando de receita, não há que se falar em incidência dos aludidos créditospresumidos do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. V Recurso especial improvido. Em conclusão, no meu entendimento não devem ser incluídas na base de cálculo da COFINS os valores decorrentes de crédito presumido do ICMS. Fl. 138DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE 10 *** A segunda questão a ser enfrentadas referese (ii) à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte intercompany de mercadoria. Entendo que a razão, neste caso, está com o Fisco. Vejamos. Como bem destacou o voto condutor do Acórdão da DRJ – Porto Alegre, restou evidente que se tratam de fretes não vinculados à operações de venda, uma vez que a própria Recorrente confirma que calculou créditos sobre fretes entre seus próprios estabelecimentos (“transporte intercompany de mercadoria”). Nos termos da norma que rege a matéria, nem todo o custo de produção pode ser utilizado para cálculo de créditos da Contribuição, mas apenas aqueles expressamente prescritos no art. 3º. da Lei 10.833/2003, dentre os quais não se encontram as despesas de transporte entre estabelecimentos da mesma empresa. A hipótese tratada nos autos não pode ser confundida com aquela hipótese prevista no inciso IX do art. 3º da Lei 10.833/2003, o qual prevê o cálculo de créditos sobre valores de frete nas operações de venda, verbis: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. A redação da lei é extremamente clara, e não comporta interpretações extensivas: somente dará direito ao crédito o custo do frete na operação de venda e quando o ônus for suportado pelo vendedor. No caso, a própria Recorrente informa que não se trata de operação de venda, mas sim meras transferências entre estabelecimentos de sua propriedade. Portanto, não há base legal para a pretensão da Recorrente. Neste sentido, transcrevo ementa de decisão do STJ: REsp 1147902 / RS de 18/03/2010: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. DESPESAS DE FRETE RELACIONADAS À TRANSFERÊNCIA INTERNA DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Controvertese sobre a possibilidade de utilização das despesas de frete, relacionadas à transferência de mercadorias entre estabelecimentos componentes da mesma empresa, como crédito dedutível na apuração da base de cálculo das contribuições à Cofins e ao PIS, nos termos das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003. 2. A legislação tributária em comento instituiu o regime da não cumulatividade nas aludidas contribuições da seguridade social, devidas pelas empresas optantes pela tributação pelo lucro real, autorizando a dedução, entre outros, dos créditos referentes a Fl. 139DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE Processo nº 11686.000380/200801 Acórdão n.º 3201000.753 S3C2T1 Fl. 123 11 bens ou serviços utilizados como insumo na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. 3. O direito ao crédito decorre da utilização de insumo que esteja vinculado ao desempenho da atividade empresarial. As despesas de frete somente geram crédito quando relacionadas à operação de venda e, ainda assim, desde que sejam suportadas pelo contribuinte vendedor. 4. Inexiste, portanto, direito ao creditamento de despesas concernentes às operações de transferência interna das mercadorias entre estabelecimentos de uma única sociedade empresarial. 5. Recurso Especial não provido No tocante às alegações de inconstitucionalidade das Leis 10.637/02 e 10.833/03, por suposta violação das matrizes constitucionais de competência tributária, extraída dos artigos 195, I, b e 239, da nãocumulatividade aplicável às referidas contribuições (art. 195, § 12), e dos princípios da isonomia tributária e do nãoconfisco, consagrados no artigo 150, II e IV, todos da Constituição Federal, entendo que o Contencioso Administrativo não é a instância competente para a discussão destas matérias. Na esfera administrativa se faz o controle da legalidade na aplicação da legislação tributária nos casos concretos, sem adentrar no mérito de eventuais inconstitucionalidades de leis regularmente editadas segundo o processo legislativo, tarefa essa reservada constitucionalmente ao Poder Judiciário (artigo 102 da CF/88). Este Colegiado pode reconhecer apenas inconstitucionalidades já declaradas, definitivamente, pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal, ou nas demais situações expressamente previstas no termos do art. 26A do Decreto nº 70.235/1972, com a redação dada pelo art. 25 da Lei nº 11.941/2009, condições que não se apresentam no presente caso. *** Ante o exposto, conheço do recurso posto que presentes os requisitos objetivos de admissibilidade para o fim, no mérito, de DAR PROVIMENTO PARCIAL nos seguintes termos: 1. Dar provimento ao Recurso Voluntário no tocante à não inclusão na base de cálculo da COFINS dos valores decorrentes de crédito presumido do ICMS 2. Negar provimento ao Recurso Voluntário quanto à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte de mercadoria entre estabelecimentos da empresa (transporte intercompany). É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Conselheiro Relator Fl. 140DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE 12 Fl. 141DF CARF MF Emitido em 07/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE, Assinado digitalmente em 01/12/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 12/08/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIE
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