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5731308 #
Numero do processo: 10380.901550/2010-54
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1302-000.346
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a) o(a) Conselheiro(a) Alberto Pinto Souza Júnior que negava provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior – Presidente (documento assinado digitalmente) Hélio Eduardo de Paiva Araújo – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior Relatório COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ., já qualificada nos autos, recorre de decisão proferida pela 4a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro/RJ - DRJ/RJ1, que, por unanimidade, não reconheceu a parcela de crédito questionada, no valor de R$ 111.242,98, não homologando a compensação relativa ao saldo de débito remanescente, no valor principal de R$ 80.852,52. Consta da decisão recorrida o seguinte relato: Versa o presente processo sobre o PER/DCOMP de nº 32858.46566.020805.1.3.028000 (fls.02/07), transmitido em 02/08/2005, através do qual a interessada declarou compensação efetuada, com crédito oriundo de saldo negativo de IRPJ, do exercício de 2005 (AC 2004), cujo valor original apurado fora de R$ 3.659.009,06. Outro PER/DCOMP, de nº 03257.25669.031006.1.7.026580, foi transmitido posteriormente com o objetivo de efetuar outra compensação com o saldo remanescente do mencionado crédito pleiteado. Através de Despacho Decisório Eletrônico (fl.12), a DRF/Fortaleza homologou parcialmente a compensação declarada pela interessada através do PER/DCOMP de nº final 6580. Esse despacho apresenta, nos seus itens 2 e 3, os seguintes elementos: 2 - IDENTIFICADOR DO PER/DCOMP PER/DCOMP COM DEMONSTRATIVO DO CRÉDITO PERÍODO DE APURAÇÃO DO CRÉDITO TIPO DE CRÉDITO Nº DO PROCESSO DO CRÉDITO 32858.46566.020805.1.3.028000 Exercício 2005 - 01/01/2004 a 31/12/2004 Saldo Negativo de IRPJ 10380.901.550/201054 3 - FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado e considerando que a soma das parcelas de composição do crédito informadas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação do imposto devido e a apuração do saldo negativo, verificou-se: PARCELAS DE COMPOSIÇÃO DO CRÉDITO INFORMADAS NO PER/DCOMP PARC. CRÉDITO IR EXTERIOR RETENCÕES FONTE PAGAMENTOS .... SOMA PARC. CRÉD PER/DCOMP 0,00 3.659.009,06 0,00 .... 3.659.009,06 CONFIRMADAS 0,00 3.497.895,42 0,00 .... 3.497.895,42 Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito: R$ 3.659.009,06 Somatório das parcelas de composição do crédito na DIPJ: R$ 3.659.009,06 IRPJ devido: R$ 0,00 Valor do saldo negativo disponível= (parcelas confirmadas limitado ao somatório das parcelas na DIPJ) – (IRPJ devido), observado que quando este cálculo resultar negativo, o valor será zero. Valor do saldo negativo disponível: R$ 3.497.895,42 O crédito reconhecido foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo, razão pela qual HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP: 03257.25669.031006.1.7.026580.(grifou-se) Cientificada do Despacho Decisório em 07/06/2010 (fl.14), a interessada apresenta, em 06/07/2010, sua manifestação de inconformidade (fls.17/28), instruída com os documentos de fls.30/55, alegando, em síntese, que: a) o saldo negativo de R$ 3.659.009,05, apurado na DIPJ/2005, origina-se do IRRF nesse mesmo valor (linha 13 da Ficha 12A); b) o somatório dos valores preenchidos a título de IRRF nos itens 0001 a 0015 da Ficha 53 (Demonstrativo do IRRF, doc.4), totaliza R$ 3.547.766,07; c) ocorre que não dispõe do comprovante do IRRF (item 0011 da Ficha 53 da DIPJ/2005), no valor de R$ 49.870,65 referente à retenção sobre rendimentos de R$ 249.353,25, auferidos em aplicações financeiras de renda fixa do Banco Itaú S/A; d) nessas condições, concorda que o valor do IRRF mencionado seja desconsiderado para fins do reconhecimento do crédito pleiteado; e) nesse sentido, já foi expedida guia de pagamento (DARF) no valor correspondente ao crédito a que entende não ter direito, totalizando R$ 64.402,73 (memória de cálculo, doc.5), sendo R$ 36.246,48 de principal, R$ 7.249,29 de multa (20% de R$ 36.246,48) e juros de R$ 20.906,96 (SELIC acumulada de 57,68%); f) há que se considerar, ainda, que, no saldo negativo pleiteado de R$ 3.659.009,05, está incluído o valor de R$ 111.242,98, recolhido por meio de DARF, em 02/06/2004 (doc.2), que tem natureza de imposto de renda retido na fonte, recolhido de forma indevida pela própria Companhia; g) esse imposto foi calculado sobre rendimentos no valor de R$ 556.214,90, auferidos em operação financeira com o Banco Bradesco (CNPJ 60.746.948/000112); h) para tal recolhimento atribuiu o código 3426 aplicável ao IRRF sobre aplicações financeiras de renda fixa; i) os rendimentos correspondentes foram devidamente oferecidos à tributação pelo IRPJ, no AC 2004; j) sobre esses rendimentos, o Banco Bradesco também efetuou a retenção do IRRF no mesmo valor de R$ 111.242,98, o qual foi reconhecido pela DRF Fortaleza; k) tratando-se de retenção indevida, decidiu efetuar a compensação através do PER/DCOMP homologado parcialmente; l) assim, o saldo negativo gerado no AC 2004 é o seguinte: IRRF sobre rend. de operações financeiras: somatório do IRRF informado nos itens 0001 a 0015 da Ficha 53 da DIPJ 2005 3.547.766,07 (-) IRRF informado no item 0011 da Ficha 53 da DIPJ 2005 (49.870,65) (+) DARF recolhido em 02/06/2004 (compr. fl.48) 111.242,98 (=) Saldo negativo AJUSTADO do AC 2004 3.609.138,40 m) a legalidade do direito ao crédito decorrente de pagamento indevido está baseada nas disposições do art.165, I, do CTN, e, também, nas disposições do § 12 do art.74 da Lei nº 9.430/1996; n) sobre o direito à compensação do tributo pago indevidamente ou a maior, a Instrução Normativa n° 460/2004 assim dispunha: Art. 10. A pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição, bem assim a pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual que efetuar pagamento indevido ou a maior de imposto de renda ou de CSLL a título de estimativa mensal, somente poderá utilizar o valor pago ou retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. Art. 11. A pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição somente poderá utilizar o valor retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em gue houve a retenção ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. o) há que ser reconhecido que a Companhia adotou o procedimento estabelecido na legislação tributária ao constituir saldo negativo com o valor do imposto de renda indevidamente recolhido (por retenção de si própria) de R$ 111.242,98, ainda que a DIPJ/2005 não possua campo específico para o preenchimento de imposto de renda recolhido por contribuinte, que não seja a fonte pagadora dos rendimentos sujeitos à incidência do IRRF. Finalizando, a interessada requer que: A) seja reconhecido o pagamento efetuado com vencimento em 06/07/2010, no valor total de R$ 64.402,73, correspondente à parcela não homologada do crédito a que não se opõe; B) seja homologada a parcela correspondente ao crédito no valor original de R$ 111.242,98, de modo a ter o seu direito creditório reconhecido até o limite do valor original do crédito de R$ 3.609.138,40, posto que totalmente procedente; C) “o débito compensado passe a constar como "exigibilidade suspensa" nos sistemas informáticos da Receita Federal, de forma que não seja impedimento à obtenção de imprescindível Certidão Positiva de Débitos com Efeitos de Negativa, nos termos dos arts. 205 e 206 do CTN, e que tampouco seja enviado ao CADIN”; e D) em face da “expressa determinação da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, com fundamento no art. 74, §11 da Lei n° 9.430/96 c/c com o art. 151, III, do CTN, que sejam imediatamente paralisados quaisquer procedimentos tendentes à cobrança do débito compensado por meio do PER/DCOMP nº 03257.25669.031006.1.7.026580 (homologado parcialmente) e do PER/DCOMP n° 32858.46566.020805.1.3.028000”. Apensado a este, encontra-se o Processo nº 10380.721654/201168, relativo à petição da interessada protocolizada em 24/02/2011, objetivando a correção de erro de fato cometido em preenchimento de PER/DCOMP. A ora recorrente, devidamente cientificada do acórdão recorrido, apresenta recurso voluntário tempestivo, onde repisa os argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, e pedindo que seja deferia perícia contábil/diligência, a fim de comprovar o alegado recolhimento em duplicidade de valor a título de IRRF. É o relatório. Voto Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. Do exame dos autos, constato que o processo não reúne condições de julgamento, pelas razões que passo a expor. Conforme Despacho Decisório de fl.12, o total do saldo negativo de IRPJ considerado disponível foi de R$ 3.497.895,42, enquanto que o valor original do crédito informado no PER/DCOMP de nº final 8000 era de R$ 3.659.009,06, sendo esse valor totalmente originado de retenções na fonte. Dessa forma, a parcela do IRRF não reconhecida foi de R$ 161.113,64. Na sua impugnação, a interessada afirma que essa parcela não reconhecida se compõe dos seguintes valores: 1º) R$ 49.870,65 (correspondente a IRRF retido pelo Banco Itaú) por não possuir o devido comprovante, aceita que tal valor seja desconsiderado no reconhecimento do crédito tributário em foco; e 2º) R$ 111.242,98 (retenção indevida de IRRF, efetuada pela própria interessada) – entende que tem direito a esse crédito, por tratarse de tributo pago indevidamente. Quanto ao crédito pleiteado no valor de R$ 111.242,98, a interessada argumenta que se trata de retenção, efetuada por ela própria, indevidamente, uma vez que, na realidade, tal retenção correspondia a rendimentos de aplicações financeiras, feitas junto ao Banco Bradesco, o qual, como fonte pagadora, já efetivara a devida retenção. Também informa que a retenção promovida pelo Bradesco havia sido considerada pela RFB no total do crédito já reconhecido. Em que pese a ausência da apresentação de documentação e/ou escrituração que embase suas alegações, parece-me verossímil as alegações da interessada, até mesmo porque o valor é exatamente igual àquele efetuado pelo Banco Bradesco, e que consta da DIPJ da contribuinte. Assim, no entendimento deste julgador, deveria prevalecer o princípio da verdade material, devendo a administração tributária pautar seus atos com base no referido princípio.
Nome do relator: HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO

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(documento assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior – Presidente (documento assinado digitalmente) Hélio Eduardo de Paiva Araújo – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior Relatório COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ., já qualificada nos autos, recorre de decisão proferida pela 4a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro/RJ - DRJ/RJ1, que, por unanimidade, não reconheceu a parcela de crédito questionada, no valor de R$ 111.242,98, não homologando a compensação relativa ao saldo de débito remanescente, no valor principal de R$ 80.852,52. Consta da decisão recorrida o seguinte relato: Versa o presente processo sobre o PER/DCOMP de nº 32858.46566.020805.1.3.028000 (fls.02/07), transmitido em 02/08/2005, através do qual a interessada declarou compensação efetuada, com crédito oriundo de saldo negativo de IRPJ, do exercício de 2005 (AC 2004), cujo valor original apurado fora de R$ 3.659.009,06. Outro PER/DCOMP, de nº 03257.25669.031006.1.7.026580, foi transmitido posteriormente com o objetivo de efetuar outra compensação com o saldo remanescente do mencionado crédito pleiteado. Através de Despacho Decisório Eletrônico (fl.12), a DRF/Fortaleza homologou parcialmente a compensação declarada pela interessada através do PER/DCOMP de nº final 6580. Esse despacho apresenta, nos seus itens 2 e 3, os seguintes elementos: 2 - IDENTIFICADOR DO PER/DCOMP PER/DCOMP COM DEMONSTRATIVO DO CRÉDITO PERÍODO DE APURAÇÃO DO CRÉDITO TIPO DE CRÉDITO Nº DO PROCESSO DO CRÉDITO 32858.46566.020805.1.3.028000 Exercício 2005 - 01/01/2004 a 31/12/2004 Saldo Negativo de IRPJ 10380.901.550/201054 3 - FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado e considerando que a soma das parcelas de composição do crédito informadas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação do imposto devido e a apuração do saldo negativo, verificou-se: PARCELAS DE COMPOSIÇÃO DO CRÉDITO INFORMADAS NO PER/DCOMP PARC. CRÉDITO IR EXTERIOR RETENCÕES FONTE PAGAMENTOS .... SOMA PARC. CRÉD PER/DCOMP 0,00 3.659.009,06 0,00 .... 3.659.009,06 CONFIRMADAS 0,00 3.497.895,42 0,00 .... 3.497.895,42 Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito: R$ 3.659.009,06 Somatório das parcelas de composição do crédito na DIPJ: R$ 3.659.009,06 IRPJ devido: R$ 0,00 Valor do saldo negativo disponível= (parcelas confirmadas limitado ao somatório das parcelas na DIPJ) – (IRPJ devido), observado que quando este cálculo resultar negativo, o valor será zero. Valor do saldo negativo disponível: R$ 3.497.895,42 O crédito reconhecido foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo, razão pela qual HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP: 03257.25669.031006.1.7.026580.(grifou-se) Cientificada do Despacho Decisório em 07/06/2010 (fl.14), a interessada apresenta, em 06/07/2010, sua manifestação de inconformidade (fls.17/28), instruída com os documentos de fls.30/55, alegando, em síntese, que: a) o saldo negativo de R$ 3.659.009,05, apurado na DIPJ/2005, origina-se do IRRF nesse mesmo valor (linha 13 da Ficha 12A); b) o somatório dos valores preenchidos a título de IRRF nos itens 0001 a 0015 da Ficha 53 (Demonstrativo do IRRF, doc.4), totaliza R$ 3.547.766,07; c) ocorre que não dispõe do comprovante do IRRF (item 0011 da Ficha 53 da DIPJ/2005), no valor de R$ 49.870,65 referente à retenção sobre rendimentos de R$ 249.353,25, auferidos em aplicações financeiras de renda fixa do Banco Itaú S/A; d) nessas condições, concorda que o valor do IRRF mencionado seja desconsiderado para fins do reconhecimento do crédito pleiteado; e) nesse sentido, já foi expedida guia de pagamento (DARF) no valor correspondente ao crédito a que entende não ter direito, totalizando R$ 64.402,73 (memória de cálculo, doc.5), sendo R$ 36.246,48 de principal, R$ 7.249,29 de multa (20% de R$ 36.246,48) e juros de R$ 20.906,96 (SELIC acumulada de 57,68%); f) há que se considerar, ainda, que, no saldo negativo pleiteado de R$ 3.659.009,05, está incluído o valor de R$ 111.242,98, recolhido por meio de DARF, em 02/06/2004 (doc.2), que tem natureza de imposto de renda retido na fonte, recolhido de forma indevida pela própria Companhia; g) esse imposto foi calculado sobre rendimentos no valor de R$ 556.214,90, auferidos em operação financeira com o Banco Bradesco (CNPJ 60.746.948/000112); h) para tal recolhimento atribuiu o código 3426 aplicável ao IRRF sobre aplicações financeiras de renda fixa; i) os rendimentos correspondentes foram devidamente oferecidos à tributação pelo IRPJ, no AC 2004; j) sobre esses rendimentos, o Banco Bradesco também efetuou a retenção do IRRF no mesmo valor de R$ 111.242,98, o qual foi reconhecido pela DRF Fortaleza; k) tratando-se de retenção indevida, decidiu efetuar a compensação através do PER/DCOMP homologado parcialmente; l) assim, o saldo negativo gerado no AC 2004 é o seguinte: IRRF sobre rend. de operações financeiras: somatório do IRRF informado nos itens 0001 a 0015 da Ficha 53 da DIPJ 2005 3.547.766,07 (-) IRRF informado no item 0011 da Ficha 53 da DIPJ 2005 (49.870,65) (+) DARF recolhido em 02/06/2004 (compr. fl.48) 111.242,98 (=) Saldo negativo AJUSTADO do AC 2004 3.609.138,40 m) a legalidade do direito ao crédito decorrente de pagamento indevido está baseada nas disposições do art.165, I, do CTN, e, também, nas disposições do § 12 do art.74 da Lei nº 9.430/1996; n) sobre o direito à compensação do tributo pago indevidamente ou a maior, a Instrução Normativa n° 460/2004 assim dispunha: Art. 10. 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A pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição somente poderá utilizar o valor retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em gue houve a retenção ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. o) há que ser reconhecido que a Companhia adotou o procedimento estabelecido na legislação tributária ao constituir saldo negativo com o valor do imposto de renda indevidamente recolhido (por retenção de si própria) de R$ 111.242,98, ainda que a DIPJ/2005 não possua campo específico para o preenchimento de imposto de renda recolhido por contribuinte, que não seja a fonte pagadora dos rendimentos sujeitos à incidência do IRRF. Finalizando, a interessada requer que: A) seja reconhecido o pagamento efetuado com vencimento em 06/07/2010, no valor total de R$ 64.402,73, correspondente à parcela não homologada do crédito a que não se opõe; B) seja homologada a parcela correspondente ao crédito no valor original de R$ 111.242,98, de modo a ter o seu direito creditório reconhecido até o limite do valor original do crédito de R$ 3.609.138,40, posto que totalmente procedente; C) “o débito compensado passe a constar como "exigibilidade suspensa" nos sistemas informáticos da Receita Federal, de forma que não seja impedimento à obtenção de imprescindível Certidão Positiva de Débitos com Efeitos de Negativa, nos termos dos arts. 205 e 206 do CTN, e que tampouco seja enviado ao CADIN”; e D) em face da “expressa determinação da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, com fundamento no art. 74, §11 da Lei n° 9.430/96 c/c com o art. 151, III, do CTN, que sejam imediatamente paralisados quaisquer procedimentos tendentes à cobrança do débito compensado por meio do PER/DCOMP nº 03257.25669.031006.1.7.026580 (homologado parcialmente) e do PER/DCOMP n° 32858.46566.020805.1.3.028000”. Apensado a este, encontra-se o Processo nº 10380.721654/201168, relativo à petição da interessada protocolizada em 24/02/2011, objetivando a correção de erro de fato cometido em preenchimento de PER/DCOMP. A ora recorrente, devidamente cientificada do acórdão recorrido, apresenta recurso voluntário tempestivo, onde repisa os argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, e pedindo que seja deferia perícia contábil/diligência, a fim de comprovar o alegado recolhimento em duplicidade de valor a título de IRRF. É o relatório. Voto Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. Do exame dos autos, constato que o processo não reúne condições de julgamento, pelas razões que passo a expor. Conforme Despacho Decisório de fl.12, o total do saldo negativo de IRPJ considerado disponível foi de R$ 3.497.895,42, enquanto que o valor original do crédito informado no PER/DCOMP de nº final 8000 era de R$ 3.659.009,06, sendo esse valor totalmente originado de retenções na fonte. Dessa forma, a parcela do IRRF não reconhecida foi de R$ 161.113,64. Na sua impugnação, a interessada afirma que essa parcela não reconhecida se compõe dos seguintes valores: 1º) R$ 49.870,65 (correspondente a IRRF retido pelo Banco Itaú) por não possuir o devido comprovante, aceita que tal valor seja desconsiderado no reconhecimento do crédito tributário em foco; e 2º) R$ 111.242,98 (retenção indevida de IRRF, efetuada pela própria interessada) – entende que tem direito a esse crédito, por tratarse de tributo pago indevidamente. Quanto ao crédito pleiteado no valor de R$ 111.242,98, a interessada argumenta que se trata de retenção, efetuada por ela própria, indevidamente, uma vez que, na realidade, tal retenção correspondia a rendimentos de aplicações financeiras, feitas junto ao Banco Bradesco, o qual, como fonte pagadora, já efetivara a devida retenção. Também informa que a retenção promovida pelo Bradesco havia sido considerada pela RFB no total do crédito já reconhecido. Em que pese a ausência da apresentação de documentação e/ou escrituração que embase suas alegações, parece-me verossímil as alegações da interessada, até mesmo porque o valor é exatamente igual àquele efetuado pelo Banco Bradesco, e que consta da DIPJ da contribuinte. Assim, no entendimento deste julgador, deveria prevalecer o princípio da verdade material, devendo a administração tributária pautar seus atos com base no referido princípio.

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1477; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1­C3T2  Fl. 123          1 122  S1­C3T2  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10380.901550/2010­54  Recurso nº            Voluntário  Resolução nº  1302­000.346  –  3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária  Data  23 de outubro de 2014  Assunto  Pagamento Indevido  Recorrente  COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Resolvem  os  membros  do  Colegiado,  por  maioria  de  votos,  em  converter  o  julgamento  em  diligência,  nos  termos  do  relatorio  e  votos  que  integram  o  presente  julgado.  Vencido(a) o(a) Conselheiro(a) Alberto Pinto Souza Júnior que negava provimento ao recurso  voluntário.    (documento assinado digitalmente)  Alberto Pinto Souza Junior – Presidente     (documento assinado digitalmente)  Hélio Eduardo de Paiva Araújo – Relator  Participaram  do  presente  julgamento  os  Conselheiros  Waldir  Veiga  Rocha,  Márcio  Rodrigo  Frizzo,  Guilherme  Pollastri  Gomes  da  Silva,  Eduardo  de  Andrade,  Hélio  Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior     RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 80 .9 01 55 0/ 20 10 -5 4 Fl. 123DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 10380.901550/2010­54  Resolução nº  1302­000.346  S1­C3T2  Fl. 124          2 Relatório  COMPANHIA  ENERGÉTICA  DO  CEARÁ.,  já  qualificada  nos  autos,  recorre  de  decisão  proferida  pela  4a  Turma  da  Delegacia  da  Receita  Federal  do  Brasil  de  Julgamento no Rio de Janeiro/RJ ­ DRJ/RJ1, que, por unanimidade, não reconheceu a parcela  de crédito questionada, no valor de R$ 111.242,98, não homologando a compensação relativa  ao saldo de débito remanescente, no valor principal de R$ 80.852,52.  Consta da decisão recorrida o seguinte relato:  Versa  o  presente  processo  sobre  o  PER/DCOMP  de  nº  32858.46566.020805.1.3.028000  (fls.02/07),  transmitido  em  02/08/2005,  através  do  qual  a  interessada  declarou  compensação  efetuada,  com  crédito  oriundo  de  saldo  negativo de IRPJ, do exercício de 2005 (AC 2004), cujo valor original apurado fora de  R$  3.659.009,06.  Outro  PER/DCOMP,  de  nº  03257.25669.031006.1.7.026580,  foi  transmitido posteriormente com o objetivo de efetuar outra compensação com o saldo  remanescente do mencionado crédito pleiteado.  Através de Despacho Decisório Eletrônico  (fl.12),  a DRF/Fortaleza homologou  parcialmente a compensação declarada pela interessada através do PER/DCOMP de nº  final 6580. Esse despacho apresenta, nos seus itens 2 e 3, os seguintes elementos:  2 ­ IDENTIFICADOR DO  PER/DCOMP PER/DCOMP  COM DEMONSTRATIVO DO  CRÉDITO   PERÍODO DE APURAÇÃO  DO CRÉDITO  TIPO DE CRÉDITO  Nº DO PROCESSO DO  CRÉDITO  32858.46566.020805.1.3.028000  Exercício 2005 ­ 01/01/2004 a  31/12/2004  Saldo Negativo de IRPJ  10380.901.550/201054  3 ­ FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL  Analisadas  as  informações  prestadas  no  documento  acima  identificado  e  considerando  que  a  soma  das  parcelas  de  composição  do  crédito  informadas  no  PER/DCOMP  deve  ser  suficiente  para  comprovar  a  quitação  do  imposto  devido  e  a  apuração do saldo negativo, verificou­se:  PARCELAS  DE  COMPOSIÇÃO  DO  CRÉDITO  INFORMADAS  NO  PER/DCOMP  PARC. CRÉDITO  IR EXTERIOR  RETENCÕES  FONTE  PAGAMENTOS  ....  SOMA PARC.  CRÉD  PER/DCOMP  0,00  3.659.009,06  0,00  ....  3.659.009,06  CONFIRMADAS  0,00  3.497.895,42  0,00  ....  3.497.895,42  Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo  de crédito: R$ 3.659.009,06  Somatório das parcelas de composição do crédito na DIPJ: R$ 3.659.009,06  IRPJ devido: R$ 0,00  Valor do saldo negativo disponível= (parcelas confirmadas limitado ao somatório  das  parcelas  na  DIPJ)  –  (IRPJ  devido),  observado  que  quando  este  cálculo  resultar  negativo, o valor será zero.  Valor do saldo negativo disponível: R$ 3.497.895,42  Fl. 124DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 10380.901550/2010­54  Resolução nº  1302­000.346  S1­C3T2  Fl. 125          3 O crédito reconhecido foi  insuficiente para compensar  integralmente os débitos  informados  pelo  sujeito  passivo,  razão  pela  qual HOMOLOGO PARCIALMENTE  a  compensação declarada no PER/DCOMP: 03257.25669.031006.1.7.026580.(grifou­se)  Cientificada  do  Despacho  Decisório  em  07/06/2010  (fl.14),  a  interessada  apresenta,  em  06/07/2010,  sua  manifestação  de  inconformidade  (fls.17/28),  instruída  com os documentos de fls.30/55, alegando, em síntese, que:  a)  o  saldo  negativo  de  R$  3.659.009,05,  apurado  na  DIPJ/2005,  origina­se  do  IRRF nesse mesmo valor (linha 13 da Ficha 12A);  b) o somatório dos valores preenchidos a título de IRRF nos itens 0001 a 0015 da  Ficha 53 (Demonstrativo do IRRF, doc.4), totaliza R$ 3.547.766,07;  c) ocorre que não dispõe do  comprovante do  IRRF  (item 0011 da Ficha 53 da  DIPJ/2005),  no  valor  de R$  49.870,65  referente  à  retenção  sobre  rendimentos  de R$  249.353,25, auferidos em aplicações financeiras de renda fixa do Banco Itaú S/A;  d)  nessas  condições,  concorda  que  o  valor  do  IRRF  mencionado  seja  desconsiderado para fins do reconhecimento do crédito pleiteado;  e)  nesse  sentido,  já  foi  expedida  guia  de  pagamento  (DARF)  no  valor  correspondente  ao  crédito  a  que  entende  não  ter  direito,  totalizando  R$  64.402,73  (memória de cálculo,  doc.5),  sendo R$ 36.246,48 de principal, R$ 7.249,29 de multa  (20% de R$ 36.246,48) e juros de R$ 20.906,96 (SELIC acumulada de 57,68%);  f)  há  que  se  considerar,  ainda,  que,  no  saldo  negativo  pleiteado  de  R$  3.659.009,05, está incluído o valor de R$ 111.242,98, recolhido por meio de DARF, em  02/06/2004 (doc.2), que tem natureza de imposto de renda retido na fonte, recolhido de  forma indevida pela própria Companhia;  g)  esse  imposto  foi  calculado  sobre  rendimentos  no  valor  de  R$  556.214,90,  auferidos em operação financeira com o Banco Bradesco (CNPJ 60.746.948/000112);  h)  para  tal  recolhimento  atribuiu  o  código  3426  aplicável  ao  IRRF  sobre  aplicações financeiras de renda fixa;  i)  os  rendimentos  correspondentes  foram  devidamente  oferecidos  à  tributação  pelo IRPJ, no AC 2004;  j)  sobre  esses  rendimentos,  o  Banco  Bradesco  também  efetuou  a  retenção  do  IRRF no mesmo valor de R$ 111.242,98, o qual foi reconhecido pela DRF Fortaleza;  k)  tratando­se  de  retenção  indevida,  decidiu  efetuar  a  compensação  através  do  PER/DCOMP homologado parcialmente;  l) assim, o saldo negativo gerado no AC 2004 é o seguinte:  IRRF sobre rend. de operações financeiras: somatório do IRRF  informado nos itens 0001 a 0015 da Ficha 53 da DIPJ 2005  3.547.766,07  (­) IRRF informado no item 0011 da Ficha 53 da DIPJ 2005  (49.870,65)  (+) DARF recolhido em 02/06/2004 (compr. fl.48)     111.242,98  (=) Saldo negativo AJUSTADO do AC 2004     3.609.138,40  Fl. 125DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 10380.901550/2010­54  Resolução nº  1302­000.346  S1­C3T2  Fl. 126          4 m)  a  legalidade  do  direito  ao  crédito  decorrente  de  pagamento  indevido  está  baseada nas disposições do art.165, I, do CTN, e, também, nas disposições do § 12 do  art.74 da Lei nº 9.430/1996;  n)  sobre o direito  à  compensação do  tributo pago  indevidamente ou  a maior,  a  Instrução Normativa n° 460/2004 assim dispunha:  Art.  10.  A  pessoa  jurídica  tributada  pelo  lucro  real,  presumido  ou  arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda  ou  de  CSLL  sobre  rendimentos  que  integram  a  base  de  cálculo  do  imposto ou da contribuição, bem assim a pessoa jurídica tributada pelo  lucro  real  anual  que  efetuar  pagamento  indevido  ou  a  maior  de  imposto  de  renda ou  de CSLL a  título  de  estimativa mensal,  somente  poderá utilizar o valor pago ou retido na dedução do IRPJ ou da CSLL  devida ao  final do período de apuração em que houve a  retenção ou  pagamento  indevido ou para  compor  o  saldo negativo de  IRPJ ou de  CSLL do período.  Art.  11.  A  pessoa  jurídica  tributada  pelo  lucro  real,  presumido  ou  arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda  ou  de  CSLL  sobre  rendimentos  que  integram  a  base  de  cálculo  do  imposto ou da contribuição somente poderá utilizar o valor  retido na  dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração  em gue houve a retenção ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou  de CSLL do período.  o) há que ser reconhecido que a Companhia adotou o procedimento estabelecido  na  legislação  tributária ao constituir  saldo negativo  com o valor do  imposto de  renda  indevidamente  recolhido  (por  retenção  de  si  própria)  de R$  111.242,98,  ainda  que  a  DIPJ/2005  não  possua  campo  específico  para  o  preenchimento  de  imposto  de  renda  recolhido  por  contribuinte,  que  não  seja  a  fonte  pagadora  dos  rendimentos  sujeitos  à  incidência do IRRF.  Finalizando, a interessada requer que:  A) seja  reconhecido o pagamento efetuado com vencimento em 06/07/2010, no  valor total de R$ 64.402,73, correspondente à parcela não homologada do crédito a que  não se opõe;  B) seja homologada a parcela correspondente ao crédito no valor original de R$  111.242,98,  de modo  a  ter  o  seu  direito  creditório  reconhecido  até  o  limite  do  valor  original do crédito de R$ 3.609.138,40, posto que totalmente procedente;  C)  “o  débito  compensado  passe  a  constar  como  "exigibilidade  suspensa"  nos  sistemas  informáticos  da  Receita  Federal,  de  forma  que  não  seja  impedimento  à  obtenção de imprescindível Certidão Positiva de Débitos com Efeitos de Negativa, nos  termos dos arts. 205 e 206 do CTN, e que tampouco seja enviado ao CADIN”; e  D) em face da “expressa determinação da suspensão da exigibilidade do crédito  tributário, com fundamento no art. 74, §11 da Lei n° 9.430/96 c/c com o art. 151, III, do  CTN,  que  sejam  imediatamente  paralisados  quaisquer  procedimentos  tendentes  à  cobrança  do  débito  compensado  por  meio  do  PER/DCOMP  nº  03257.25669.031006.1.7.026580  (homologado  parcialmente)  e  do  PER/DCOMP  n°  32858.46566.020805.1.3.028000”.  Fl. 126DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 10380.901550/2010­54  Resolução nº  1302­000.346  S1­C3T2  Fl. 127          5 Apensado  a  este,  encontra­se  o  Processo  nº  10380.721654/201168,  relativo  à  petição da interessada protocolizada em 24/02/2011, objetivando a correção de erro de  fato cometido em preenchimento de PER/DCOMP.  A  ora  recorrente,  devidamente  cientificada  do  acórdão  recorrido,  apresenta  recurso  voluntário  tempestivo,  onde  repisa  os  argumentos  apresentados  em  sede  de  manifestação de inconformidade, e pedindo que seja deferia perícia contábil/diligência, a  fim  de comprovar o alegado recolhimento em duplicidade de valor a título de IRRF.  É o relatório.  Fl. 127DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 10380.901550/2010­54  Resolução nº  1302­000.346  S1­C3T2  Fl. 128          6 Voto  Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Relator   O recurso é tempestivo e dele conheço.  Do  exame  dos  autos,  constato  que  o  processo  não  reúne  condições  de  julgamento, pelas razões que passo a expor.  Conforme  Despacho  Decisório  de  fl.12,  o  total  do  saldo  negativo  de  IRPJ  considerado  disponível  foi  de  R$  3.497.895,42,  enquanto  que  o  valor  original  do  crédito  informado  no  PER/DCOMP  de  nº  final  8000  era  de  R$  3.659.009,06,  sendo  esse  valor  totalmente originado de retenções na fonte.  Dessa forma, a parcela do IRRF não reconhecida foi de R$ 161.113,64.  Na  sua  impugnação,  a  interessada  afirma que  essa  parcela não  reconhecida  se  compõe dos seguintes valores:  1º)  R$  49.870,65  (correspondente  a  IRRF  retido  pelo  Banco  Itaú)  por  não  possuir o devido comprovante, aceita que tal valor seja desconsiderado no reconhecimento do  crédito tributário em foco; e   2º)  R$  111.242,98  (retenção  indevida  de  IRRF,  efetuada  pela  própria  interessada)  –  entende  que  tem  direito  a  esse  crédito,  por  tratarse  de  tributo  pago  indevidamente.  Quanto ao crédito pleiteado no valor de R$ 111.242,98, a interessada argumenta  que se trata de retenção, efetuada por ela própria, indevidamente, uma vez que, na realidade, tal  retenção correspondia a rendimentos de aplicações financeiras, feitas junto ao Banco Bradesco,  o qual, como fonte pagadora, já efetivara a devida retenção. Também informa que a retenção  promovida pelo Bradesco havia sido considerada pela RFB no total do crédito já reconhecido.  Em que pese a ausência da apresentação de documentação e/ou escrituração que  embase suas alegações, parece­me verossímil as alegações da interessada, até mesmo porque o  valor  é  exatamente  igual  àquele  efetuado  pelo  Banco  Bradesco,  e  que  consta  da  DIPJ  da  contribuinte.  Assim,  no  entendimento  deste  julgador,  deveria  prevalecer  o  princípio  da  verdade  material,  devendo  a  administração  tributária  pautar  seus  atos  com  base  no  referido  princípio.    Por  todo o exposto, voto por converter o julgamento em diligência, para que a  Unidade Preparadora:  a) comprove, através da DIRF da fonte pagadora, Banco Bradesco S/A, CNPJ:  60.746.948/0001­12, a retenção na fonte, no valor de R$ 111.242,98, constante da Ficha 53 da  DIPJ/05 do contribuinte;  Fl. 128DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 10380.901550/2010­54  Resolução nº  1302­000.346  S1­C3T2  Fl. 129          7 b) intime o contribuinte a apresentar a DIPJ/05, a sua contabilidade (livros diário  e  razão),  bem  como  qualquer  outra  prova  que  entender  necessária  a  fim  de  comprovar  o  alegado pagamento indevido a título de IRRF sobre Aplicações Financeiras (Código 3426), no  mesmo valor de R$ 111.242,98;  c) manifeste­se, conclusivamente, quanto ao alegado erro de preenchimento na  DCTF do contribuinte, bem como quanto à eventual existência de direito creditório em favor  deste.  Sala de Sessões, 23 de outubro de 2014.   (documento assinado digitalmente)  Hélio Eduardo de Paiva Araújo ­ Relator.    Fl. 129DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR

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Numero do processo: 10920.002527/2005-63
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2000 MULTA. CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA A DESTEMPO. Mantém-se o lançamento quando não comprovado pelo interessado que a obrigação acessória foi satisfeita dentro do prazo legal, bem como que estava dispensado de cumpri-la. INCONSTITUCIONALIDADE OU ILEGALIDADE DE NORMAS VIGENTES. A instancia administrativa não é foro apropriado para discussões desta natureza, pois qualquer discussão sobre a constitucionalidade e/ou ilegalidade de normas jurídicas deve ser submetida ao crivo do Poder Judiciário que detém, com exclusividade, a prerrogativa dos mecanismos de controle repressivo de constitucionalidade, regulados pela própria Constituição Federal. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. O instituto da denúncia espontânea não é aplicável às obrigações acessórias, que são atos formais criados para facilitar o cumprimento das obrigações principais e que não têm relação direta com a ocorrência do fato gerador do tributo. Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DO CARF Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária
Numero da decisão: 1102-001.026
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) João Otávio Oppermann Thomé - Presidente (assinado digitalmente) Francisco Alexandre dos Santos Linhares - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregório, João Carlos de Figueiredo Neto e Antonio Carlos Guidoni Filho.
Nome do relator: FRANCISCO ALEXANDRE DOS SANTOS LINHARES

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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2000 MULTA. CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA A DESTEMPO. Mantém-se o lançamento quando não comprovado pelo interessado que a obrigação acessória foi satisfeita dentro do prazo legal, bem como que estava dispensado de cumpri-la. INCONSTITUCIONALIDADE OU ILEGALIDADE DE NORMAS VIGENTES. A instancia administrativa não é foro apropriado para discussões desta natureza, pois qualquer discussão sobre a constitucionalidade e/ou ilegalidade de normas jurídicas deve ser submetida ao crivo do Poder Judiciário que detém, com exclusividade, a prerrogativa dos mecanismos de controle repressivo de constitucionalidade, regulados pela própria Constituição Federal. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. O instituto da denúncia espontânea não é aplicável às obrigações acessórias, que são atos formais criados para facilitar o cumprimento das obrigações principais e que não têm relação direta com a ocorrência do fato gerador do tributo. Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DO CARF Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária

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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) João Otávio Oppermann Thomé - Presidente (assinado digitalmente) Francisco Alexandre dos Santos Linhares - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregório, João Carlos de Figueiredo Neto e Antonio Carlos Guidoni Filho.

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARIA CONCEICAO RODRIGUES DE FREITAS, Assinado digitalmen te em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por FRANCISCO ALEXANDRE DOS SANTOS LINHARES Processo nº 10920.002527/2005­63  Acórdão n.º 1102­001.026  S1­C1T2  Fl. 3          2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  negar  provimento ao recurso voluntário.  (assinado digitalmente)  João Otávio Oppermann Thomé ­ Presidente  (assinado digitalmente)  Francisco Alexandre dos Santos Linhares ­ Relator  Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  João  Otávio  Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares,  Ricardo Marozzi Gregório, João Carlos de Figueiredo Neto e Antonio Carlos Guidoni Filho.  Relatório  Trata­se de recurso voluntário interposto contra o Acórdão n°06­15 .231 – 3ª  Turma da DRJ/CTA, conforme ementa a seguir:   Processo n° 10920.002527/2005­63  Acórdão n° 06­15 .231 ­ 3' Turma da DRJ/CTA  Sessão de 29 DE agosto de 2007  Interessado FUNDIÇÃO ÍCARO LTDA.  CNPJ/CPIF: 00.191.360/0001­18   ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS  Ano­calendário: 2000  MULTA.  CUMPRIMENTO  DE  OBRIGAÇÃOACESSÓRIA  A  DESTEMPO.  Mantém­se  o  lançamento  quando  não  comprovado  pelo  interessado  que  a  obrigação  acessória  foi  satisfeita  dentro  do  prazo legal, bem como que estava dispensado de cumpri­la.  INCONSTITUCIONALIDADE  OU  ILEGALIDADE  DE  NORMAS VIGENTES.  A  instancia  administrativa  não  é  foro  apropriado  para  discussões  desta  natureza,  pois  qualquer  discussão  sobre  a  constitucionalidade  e/ou  ilegalidade  de  normas  jurídicas  deve  ser  submetida  ao  crivo  do  Poder  Judiciário  que  detém,  com  exclusividade,  a  prerrogativa  dos  mecanismos  de  controle  repressivo  de  constitucionalidade,  regulados  pela  l  própria  Constituição Federal.  Fl. 178DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARIA CONCEICAO RODRIGUES DE FREITAS, Assinado digitalmen te em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por FRANCISCO ALEXANDRE DOS SANTOS LINHARES Processo nº 10920.002527/2005­63  Acórdão n.º 1102­001.026  S1­C1T2  Fl. 4          3 Lançamento Procedente   Trata o processo de exigência de R$ 6.250,06, decorrente de multa por atraso  na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, relativa aos 1º, 2º,  3º e 4º  trimestre de 2000,  tendo como fundamento legal o art. 113, §3º e 160 do CTN, art4º,  combinado com o item I da Portaria MF nº 118/84, art. 5º do DL 2.214/84 e art. 7º da MP nº  16/01, convertida na lei nº 10.426, de 24/04/2002.  Cientificada  da  autuação  em  29/06/2005,  a  recorrente  interpôs  impugnação  administrativa (fls. 2 – 55), alegando em síntese:  i.  A suspensão do processo administrativo tendo em vista a concomitância de ação  judicial  acerca  de  débitos  lançados  no  Auto  de  Infração,  objeto  de  denúncia  espontânea  perante  o  Poder  Judiciário,  cuja  demanda  se  encontra  na  Ação  Ordinária  Anulatória  de  Débitos  Fiscais  nº  2002.34.00.037542­6,  na  1ª  vara  federal de Brasília/DF;  ii.  Não  cabe  prosseguir  com  a  Representação  para  Fins  Criminais  contra  seus  sócios, enquanto perdurar o processo administrativo;  iii.  Impossibilidade de aplicação da multa de mora de 20%;  iv.  Impossibilidade de aplicação da Taxa Selic;  v.  Bis in idem na aplicação de multa de mora e juros de mora;  vi.  Requer a prejudicalidade da discussão administrativa do auto de infração, tendo  em vista o ajuizamento de demanda judicial a respeito;  No  acórdão  de  1ª  instância  (fls.  122  –  126),  julgou­se  pelo  IMPROVIMENTO da impugnação administrativa e manutenção do lançamento tributário.  Foi  interposto  recurso voluntário  (fls. 136 – 172),  reafirmando as  razões da  impugnação.   É o relatório.  Voto             Conselheiro Francisco Alexandre dos Santos Linhares    Atendidos os pressupostos legais do recurso voluntário, é de se conhecê­lo.  Analisando a matéria em epígrafe, entendo por negar provimento ao recurso  voluntário.  A  recorrente  requer,  preliminarmente,  o  reconhecimento  da  prejudicalidade  decorrente da concomitância do processo administrativo em epígrafe, que cuida de multa por  atraso  na  entrega  das  DCTF  dos  1º,  2º,  3º  e  4º  trimestres  de  2000,  e  a  demanda  judicial  Fl. 179DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARIA CONCEICAO RODRIGUES DE FREITAS, Assinado digitalmen te em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por FRANCISCO ALEXANDRE DOS SANTOS LINHARES Processo nº 10920.002527/2005­63  Acórdão n.º 1102­001.026  S1­C1T2  Fl. 5          4 proposta  na  ação  ordinária  nº  2002.34.00.00347542­6,  em  trâmite  na  1ª  Vara  Federal  de  Brasília­DF.  Através  da  análise  da  inicial  da  ação  (fls.  67  –  107),  a  ação  judicial  versa  sobre procedimento de denúncia espontânea, na qual se requer ao Poder Judiciária a exclusão  de multa e juros de mora relativamente a débitos espontaneamente confessados.  Deste modo, não procede a alegação da recorrente quanto a prejudicalidade  do feito, haja vista tratarem os processos de objetos distintos não relacionados.  Enquanto na ação judicial se discute a cobrança de multa e juros de mora, o  processo administrativo discute o  lançamento de crédito  tributário pelo atraso na entrega das  DCTFs dos trimestres de 2000.  A  entrega  da  DCTF  se  trata  de  obrigação  acessória  autônoma,  puramente  forma, desvinculada da obrigação principal de tributos.  Por  estes  motivos,  não  procede  as  alegações  da  recorrente  quanto  à  prejudicalidade do presente processo administrativo.  Ademais,  destaque­se  que  a  apresentação  de  tempestivo  recurso  voluntário  tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, III do  CTN, o que afasta a necessidade de sua requisição pela recorrente.  Quanto à alegação de que é necessário o exaurimento da via administrativa  para  persecução  penal,  temos  que  desnecessária,  inadequada  e  inoportuna,  haja  vista  a  inexistência de formalização de Representação Fiscal para Fins Penais.  O  suposto  caráter  confiscatório  da  multa  aplicada  se  trata  de  questão  por  demais superada pela jurisprudência administrativa, haja vista estar a autoridade administrativa  adstrita  ao  princípio  da  legalidade,  não  sendo  possível  qualquer  controle  de  constitucionalidade, conforme súmula nº 2 do CARF:  Súmula  CARF  nº  2:  O  CARF  não  é  competente  para  se  pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.  Outrossim, não cabe falar de bis in idem pela exigência de multa de mora e  juros de mora por não haver tal cobrança no presente processo tributário.  O  art.  6º  da  Instrução  Normativa  nº  126/1998,  com  fulcro  no  Decreto­lei  n º 1.968, de 1982, art. 11, §§ 2 º e 3º, com as modificações do Decreto­lei n º 2.065, de 1983,  art. 10; Lei n º 8.383, de 1991, art. 3 º,  inciso I; da Lei n º 9.249, de 1995, art. 30) determina  que:  Instrução Normativa nº 126/1998  Art.  6 º A  falta  de  entrega  da DCTF  ou  a  sua  entrega  após  os  prazos  referidos  no  art.  2 º ,  sujeitará  a  pessoa  jurídica  ao  pagamento  da multa  correspondente  a  cinqüenta  e  sete  reais  e  trinta  e  quatro  centavos,  por  mês­calendário  ou  fração  de  atraso,  tendo  como  termo  inicial  o  dia  seguinte  ao  término  do  prazo  fixado para  entrega  da  declaração  e  como  termo  final  a  data da efetiva entrega  (Decreto­lei n º 1.968, de 1982, art. 11,  Fl. 180DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARIA CONCEICAO RODRIGUES DE FREITAS, Assinado digitalmen te em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por FRANCISCO ALEXANDRE DOS SANTOS LINHARES Processo nº 10920.002527/2005­63  Acórdão n.º 1102­001.026  S1­C1T2  Fl. 6          5 §§  2 º e  3 º ,  com  as  modificações  do  Decreto­lei  n º 2.065,  de  1983,  art.  10;  Lei  n º 8.383,  de  1991,  art.  3 º ,  inciso  I;  da  Lei  n º 9.249, de 1995, art. 30).  Veja­se  que  o  normativo  estabeleceu  a  obrigação  acessória  por  parte  do  sujeito  passivo,  e  que  impõem uma multa  pelo  seu  descumprimento,  sendo  tais  dispositivos  integrantes  da  legislação  tributária,  conforme  estabelecido  nos  art.  96  e  100,  I,  do  Código  Tributário  Nacional  CTN,  a  sua  observância  é  obrigatória  por  parte  das  autoridades  administrativas.   Portanto,  em  relação  à  legislação  que  fundamenta  a  autuação,  arrolada  nos  lançamentos, os agentes do fisco estão plenamente vinculados, e sua desobediência pode causar  a  responsabilização  funcional,  conforme  previsão  do  parágrafo  único  do  art.  142  do mesmo  Código.  A  questão  foi  analisada  reiteradas  vezes  neste Contencioso Administrativo,  dando origem à Súmula 49 do CARF:  Súmula  CARF  nº  49:  A  denúncia  espontânea  (art.  138  do  Código  Tributário  Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.    No âmbito do Judiciário, a jurisprudência é pacífica em ambas as turmas do  Superior Tribunal de Justiça (STJ), no sentido de que a denúncia espontânea não é aplicável  às multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, de natureza formal e desvinculadas  diretamente do fato gerador da obrigação principal:    PROCESSO  CIVIL.  DENÚNCIA  ESPONTÂNEA.  OBRIGAÇÃO  ACESSÓRIA.  MULTA  ADMINISTRATIVA.  PRETENSÃO  JÁ  ACOLHIDA  PELO  ACÓRDÃO  RECORRIDO. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL.  1.  Na  origem,  cuida­se  de  mandado  de  segurança  impetrado  contra  ato  do  Delegado da Receita Federal  do Brasil,  no qual  se pleiteia o não pagamento das  penalidades  pecuniárias  (multas),  em  razão  da  não  entrega  das  Declarações  de  Imposto Retido na Fonte (DIRF's) dos anos de 1994 e 1997.  2.  Segundo  orientação  firmada  nesta  Corte,  "a  denúncia  espontânea  não  tem  o  condão  de  afastar  a  multa  decorrente  do  atraso  na  entrega  da  declaração  de  rendimentos,  uma  vez  que  os  efeitos  do  artigo  138  do  CTN  não  se  estendem  às  obrigações acessórias autônomas" (AgRg no AREsp 11340/SC, Rel. Ministro Castro  Meira, Segunda Turma, julgado em 13.9.2011, DJe 27.9.2011).  3.  A  Corte  de  origem  reconheceu  que  é  "legítima  a  exigência  da  multa  administrativa", afastando a aplicação da denúncia espontânea.  Assim, as alegações no sentido que não ocorreu denúncia espontânea em relação à  multa  administrativa  é  infundada,  pois  tal  pretensão  já  foi  acolhida  pela  Corte  Regional, revelando­se, portanto, a falta de interesse recursal da recorrente.   Agravo regimental improvido.  (AgRg  no  REsp  1279038/MG,  Rel.  Ministro  HUMBERTO MARTINS,  SEGUNDA  TURMA, julgado em 02/02/2012, DJe 09/02/2012)  Fl. 181DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARIA CONCEICAO RODRIGUES DE FREITAS, Assinado digitalmen te em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por FRANCISCO ALEXANDRE DOS SANTOS LINHARES Processo nº 10920.002527/2005­63  Acórdão n.º 1102­001.026  S1­C1T2  Fl. 7          6 PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO  DE  OPERAÇÕES  IMOBILIÁRIAS.  MULTA  MORATÓRIA.  CABIMENTO.  DENÚNCIA ESPONTÂNEA NÃO CONFIGURADA.  1 A entrega das declarações de operações imobiliárias fora do prazo previsto em lei  constitui infração formal, não podendo ser considerada como infração de natureza  tributária, apta a atrair o instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138 do  Código Tributário Nacional. Do contrário,  estar­se­ia admitindo e  incentivando o  não­pagamento de tributos no prazo determinado, já que ausente qualquer punição  pecuniária para o contribuinte faltoso.  2 A entrega extemporânea das referidas declarações é ato puramente  formal, sem  qualquer  vínculo  com  o  fato  gerador  do  tributo  e,  como  obrigação  acessória  autônoma, não é alcançada pelo art. 138 do CTN, estando o contribuinte sujeito ao  pagamento da multa moratória devida.  3  Precedentes:  AgRg  no  REsp  669851/RJ,  Rel.  Ministro  FRANCISCO  FALCÃO,  PRIMEIRA  TURMA,  julgado  em  22.02.2005,  DJ  21.03.2005;  REsp  331.849/MG,  Rel.  Ministro  JOÃO  OTÁVIO  DE  NORONHA,  SEGUNDA  TURMA,  julgado  em  09.11.2004,  DJ  21.03.2005;  REsp  504967/PR,  Rel.  Ministro  FRANCISCO  PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 24.08.2004, DJ 08.11.2004;  REsp  504967/PR,  Rel.  Ministro  FRANCISCO  PEÇANHA  MARTINS,  SEGUNDA  TURMA,  julgado  em  24.08.2004,  DJ  08.11.2004;  EREsp  n°  246.295RS,  Relator  Ministro  JOSÉ  DELGADO,  DJ  de  20.08.2001;  EREsp  n°  246.295RS,  Relator  Ministro  JOSÉ  DELGADO,  DJ  de  20.08.2001;  RESP  250.637,  Relator  Ministro  Milton Luiz Pereira, DJ 13/02/02.  4 – Agravo regimental desprovido.  (AgRg  no  REsp  884.939/MG,  Rel.  Ministro  LUIZ  FUX,  PRIMEIRA  TURMA,  julgado em 05/02/2009, DJe 19/02/2009)”  A  multa  aplicada  pela  falta  de  entrega,  ou  entrega  extemporânea  não  tem  relação com o fato gerador da obrigação tributária principal, tendo expressa previsão legal de  sua cominação.  Trata­se, portanto, de uma penalidade decorrente do descumprimento de uma  obrigação acessória formal e autônoma.  Desta  forma, não há  como afastar a multa  lançada,  razão pela qual voto no  sentido de conhecer do recurso voluntário, entretanto negar­lhe provimento.  É como voto.    (assinado digitalmente)  Francisco Alexandre dos Santos Linhares               Fl. 182DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARIA CONCEICAO RODRIGUES DE FREITAS, Assinado digitalmen te em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por FRANCISCO ALEXANDRE DOS SANTOS LINHARES Processo nº 10920.002527/2005­63  Acórdão n.º 1102­001.026  S1­C1T2  Fl. 8          7                 Fl. 183DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARIA CONCEICAO RODRIGUES DE FREITAS, Assinado digitalmen te em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por FRANCISCO ALEXANDRE DOS SANTOS LINHARES

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Numero do processo: 10940.002069/2007-96
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005 IRRF. GLOSA. PROVA DA EFETIVA RETENÇÃO. Não havendo sido comprovada a efetiva retenção do imposto pela fonte pagadora, no montante informado pelo contribuinte em DIRPF, devida é a glosa fiscal. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2801-002.737
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente do Colegiado na data de formalização da decisão (20/10/2014), em substituição ao Presidente Antônio de Pádua Athayde Magalhães, e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (20/10/2014), em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Antônio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Luiz Claudio Farina Ventrilho. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis.
Nome do relator: LUIZ CLAUDIO FARINA VENTRILHO

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1730; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­TE01  Fl. 72          1 71  S2­TE01  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10940.002069/2007­96  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2801­002.737  –  1ª Turma Especial   Sessão de  17 de outubro de 2012  Matéria  IRPF  Recorrente  JOSE FERNANDO RODRIGUEZ RUEDA  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ­ IRPF  Exercício: 2005  IRRF. GLOSA. PROVA DA EFETIVA RETENÇÃO.  Não  havendo  sido  comprovada  a  efetiva  retenção  do  imposto  pela  fonte  pagadora,  no montante  informado  pelo  contribuinte  em DIRPF, devida  é  a  glosa fiscal.  Recurso Voluntário Negado      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  Colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  negar  provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.     Assinado digitalmente   Tânia Mara Paschoalin   Presidente do Colegiado na data de formalização da decisão (20/10/2014), em  substituição ao Presidente Antônio de Pádua Athayde Magalhães, e Redatora ad hoc na data de  formalização  da  decisão  (20/10/2014),  em  substituição  ao Conselheiro Relator  Luiz Cláudio  Farina Ventrilho.  Participaram  do  presente  julgamento  os  conselheiros:  Antônio  de  Pádua  Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César  Quadros Pierre e Luiz Claudio Farina Ventrilho. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos  Reis.       AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 0. 00 20 69 /2 00 7- 96 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10940.002069/2007­96  Acórdão n.º 2801­002.737  S2­TE01  Fl. 73          2 Relatório  Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do  Brasil de Julgamento na decisão recorrida, que transcrevo abaixo:  Trata o presente de Notificação de Lançamento em que se exige  do contribuinte acima identificado o valor total de R$ 44.699,33,  sendo R$ 1.718,75 de IR Suplementar, R$ 1.289,06 de multa de  oficio  de  75%  e  R$  584,37  de  juros  de  mora  calculados  até  31/08/2007,  acrescidos  de R$  26.692.96  de  IRPF, R$  5.338,59  de  multa  de  mora  (20%)  e  R$  9.075,60  de  juros  de  mora  calculados até 31108/2007.  Conforme  a  Descrição  dos  Fatos  e  Enquadramento  Legal,  os  valores  acima  indicados  decorrem da  apuração  de  omissão  de  rendimentos  recebidos  da  Prefeitura  Municipal  de  Pirai  do_SuL(PR), no valo de R$6.250,00,­ com 1.295,67 de IRRF, e  da  glosa  de R$ 27.988,63 declarados  a  titulo  de  IRRF  relativo  aos rendimentos recebidos do Conselho Comunitário Dr. Santos,  pois referido valor não constou em DIRF da fonte pagadora e o  contribuinte, intimado, não comprovou a efetiva retenção.  Regularmente intimado do lançamento, o sujeito passivo interpôs  impugnação parcial onde contesta apenas a glosa dos valores do  IRRF relativo ao Conselho Comunitário Dr. Santos, anexando os  documentos de fls. 06 a 18 e alegando, em síntese, que:  ­  ao  contrário  do  que  consta  no  lançamento,  não  foi  intimado  para comprovar os valores  retidos,  somente  vindo conhecer do  procedimento  fiscal  pela  ciência  da  presente  Notificação  de  Lançamento;  ­  declarou  os  valores  recebidos  do  Conselho  Comunitário  Dr.  Santos pela soma dos recibos que possuía uma vez que referida  entidade não lhe forneceu o Comprovante de Rendimentos Pagos  e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte;  ­  não  pode  concordar  com a  notificação  no  que  diz  respeito  ã  glosa  do  IRRF  uma  vez  que  cumpriu  com  sua  obrigação  de  declarar  os  valores  recebidos  e  se  houve  alguma  infração  à  legislação tributária, esta foi praticada por aquela entidade, que  não  lhe  forneceu  a  documentação  necessária  para  efetuar  sua  Declaração de Ajuste de 2005 e tampouco relacionou os valores  pagos  e  retidos  na  fonte  cm Declaração  do  Imposto  de  Renda  Retido na Fonte —DIRF.  Tendo em vista se tratar de glosa de IRRF relativo ao Conselho  Comunitário Dr. Santos, entidade cuja falta na apresentação da  DIRF  e  2005  resultou  em uma  série  de  notificações  da mesma  espécie  desta,  sempre  sob  o  mesmo  fundamento,  foi  emitido  o  Despacho de fls. 39, de onde extraio o seguinte:  Analisando a impugnação do sujeito passivo se constata que ela  é  parcial.  vez  que  não  contesta  a  omissão  de  rendimentos  Fl. 73DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10940.002069/2007­96  Acórdão n.º 2801­002.737  S2­TE01  Fl. 74          3 apurada, pelo que sobre o  valor devido  relativo a esta matéria  deve  ser  aplicado  o  disposto  no  artigo  21,  §1º,  do Decreto  n°  70.235, de 06 de março de 1972:  Art. 21. ...  1° No caso de  impugna cão parcial,  não cumprida a  exigência  relativa parte não litigiosa do crédito, o órgão preparador, antes  da remessa dos autos a julgamento. providenciará a forma cão  de  autos  apartados  para  a  imediata  cobrança  da  parte  não  contestada,  consignando  essa  circunstância  no  processo  original. (Redação dada pela Lei n° 8.748, de 1993) ('destaquei,)  Já no que diz  respeito  it  glosa do  Imposto de Renda Retido na  Fonte­IRRF. Trata se de mais um caso em que o sujeito passivo  tem  glosado  valores  que  declara  terem  sido  retidos  pela  fonte  pagadora  mas  que  não  se  encontra  correspondência  nos  arquivos  digitais  da  RFB  pelo  simples  fato  de  que  a  fonte  pagadora não apresentou a DIRF.  E  no  presente  caso  estamos  novamente  diante  da mesma  fonte  pagadora  que  por  diversas  vezes  nos  deparamos  com  situação  semelhante,  o  Conselho  Comunitário  Dr.  Santos.  CNP.1  n°80.618.200/0001­41.  Tem sido  recorrente o  julgamento de processos nesta 5' Turma  de Notificação de Lançamento decorrentes de glosa de Imposto  de Renda Retido na Fonte­IRRF tal e qual está acontecendo com  este contribuinte, todas relativas a mesma fonte pagadora acima  indicada, de modo que em todos estes casos estamos baixando os  processo a esta DRF para  intimar a fonte a confirmar, ou não,  as retenções indicadas pelos contribuintes.  Assim,  também  nestes  autos  adoto  esse  procedimento  uma  vez  que.  ao que  tudo  indica,  uma  série  de  contribuintes pode  estar  sendo indevidamente notificada a recolher tributos que lhe foram  retidos pela fonte e, além de não declarados em DIRF, sequer. se  tem noticia do efetivo recolhimento destes valores.  Desta  forma, devem os autos  seguir a DRF­PTG/SACAT, para,  primeiro,  excluir  destes  autos  a  parcela  incontroversa  acima  indicada,  para  prosseguimento  da  cobrança  administrativa  e,  após,  intimar  o  CONSELHO  COMUNITÁRIO  DR.  SANTOS  a  informar se estão corretos os valores indicados pelo contribuinte  em  sua Declaração de Ajuste de 2005 como  Imposto de Renda  Retido na Fonte­IRRF e que .foram glosados pela Fiscalização.  No  que  diz  respeito  a  matéria  não  impugnada,  a  DRF­Ponta  Grossa  procedeu  a  separação  dos  valores  não  impugnados  conforme  se  apura  as  fls.  40  a  42,  sendo  que,  em  seguida,  foi  tentada  a  intimação  da  fonte  pagadora  por  via  postal  e,  frustrada essa via, intimação ocorreu por edital (fls. 43 a 45).  De  tudo  o  contribuinte  foi  cientificado  por  via postal  (fls.  46  c  47), não  tendo se pronunciado no prazo concedido, após o que  os autos retornaram a esta DRJ.  Fl. 74DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10940.002069/2007­96  Acórdão n.º 2801­002.737  S2­TE01  Fl. 75          4 Passo  adiante,  a  5a  Turma  da  DRJ/CTA  julgou  procedente  em  parte  a  impugnação, em decisão que restou assim ementada:  ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FIS1CA  – IRPF  Exercício: 2005  INTIMAÇÃO  PARA  APRESENTAR  DOCUMENTOS.  PROVA  Havendo  registro  da  intimação  do  contribuinte  para  apresentação  de  documentos  e/ou  esclarecimentos  relativos  ã  sua Declaração de Ajuste, a mera alegação de que a intimação  não  ocorreu  somente  pode  ser  acolhida  se  houver  prova  inequívoca da alegação.  IRRF. GLOSA. PROVA DA EFETIVA RETENÇÃO.  Provada  a  efetiva  retenção  do  imposto  pela  fonte  pagadora,  ainda que esta não a tenha declarado cm DIRF, pago o tributo  ou  fornecido  ao  contribuinte  o  Comprovante  de  Rendimentos  Pagos  e  de  Retenção  de  Imposto  de  Renda  na  Fonte,  deve  ser  cancelada  a  glosa  dos  valores  comprovados  sob  pena  de  se  exigir dupla tributação sobre os rendimentos do contribuinte.  ERRO DE FATO. CORREÇÃO DE OFÍCIO   Constatada  a  ocorrência  de  erros  de  fato  no  lançamento,  sua  correção pode e deve ocorrer mesmo de oficio em homenagem ã  legalidade da exigência tributária.  Cientificado  em  07/12/2010  (Fl.55),  o  Recorrente  interpôs  Recurso  Voluntário  em  03/01/2011  (fls.56  a  61  e  documentos  anexos),  pugnando  pela  nulidade  da  decisão recorrida, tendo em vista que não se fundamentou o motivo pelo qual não foi acatada a  tese  de  que  tal  diferença  IRRF  fora  retido  na  fonte  e  o  devedor  não  é  o  recorrente  e  sim  a  entidade pagadora Conselho Dr. Santos. No mérito, pretende seja reconhecido que o valor da  diferença verificada foi retido na fonte e, portanto, não é exigível do ora Recorrente.  É o relatório.    Voto             Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho, Relator:  Conheço  do  recurso,  posto  que  tempestivo  e  com  condições  de  admissibilidade.  Preliminar de Nulidade da Decisão – Carência na Fundamentação   O Recorrente pugna preliminarmente pela nulidade da decisão da DRJ, pois  em seu sentir, não houve a devida fundamentação do lançamento o que teria lhe prejudicado a  Fl. 75DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10940.002069/2007­96  Acórdão n.º 2801­002.737  S2­TE01  Fl. 76          5 a amplitude de defesa, pois em sua ótica “o devedor” é o Conselho Comunitário Dr. Santos que  reteve de si o valor devido e seria o responsável pelo recolhimento.  Considerando  que  ao  contribuinte  foi  possível  a  contestação  dos  pontos  fixados  pela  fiscalização,  forçoso  se  reconhecer  que  o  mesmo  teve  ciência  dos  termos  do  lançamento e sua amplitude de defesa foi respeitada.   Neste  sentido,  entendo  que  a  decisão  da  DRJ  encontra­se  devidamente  fundamentada, não devendo ser acatada a preliminar suscitada.  No mérito  Da análise dos autos  (fls. 06 a 18), se verifica que a  fonte pagadora Centro  Comunitário Dr. Santos informou ao contribuinte, ora recorrente, acerca das datas e valores das  retenções  na  fonte  levadas  à  efeito,  por  ocasião  dos  pagamentos  efetuados  pelos  serviços  prestados, que ampara em parte o IR­Fonte compensado pelo recorrente em sua DIRPF, o qual  já foram computados pela DRJ que são os documentos de fls. 06 a 15. Os documentos de fls  15,  16,  17  e  18  referem­se  a  pagamentos  de  julho,  agosto  e  setembro/2004,  que  já  foram  computados quando da análise dos documentos de fls. 06 a 15.   A própria DRJ reconhece que em relação a esta fonte pagador, inúmeros tem  sido os processos nos quais exista  tal problemática e do  julgado se denota a preocupação da  eventual  indução  de  diversos  contribuintes  em  erro  pela  sistemática  administrativa  adotada  pelo Centro Comunitário Dr. Santos, que poderiam estar sendo intimados para pagamento de  tributos já retidos na fonte.  Conforme  se  observa  nos  autos,  o  Contribuinte  tomou  por  base  para  as  deduções efetuadas, os recibos e cheques fornecidos pela própria fonte pagadora, que contudo  já foram considerados pela DRJ.  Deste modo, entendo que deve ser mantida a decisão da DRJ.  Ante tudo acima exposto, voto por negar provimento ao recurso.    Assinado digitalmente   Tânia Mara Paschoalin   Redatora ad hoc, em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina  Ventrilho.                            Fl. 76DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10940.002069/2007­96  Acórdão n.º 2801­002.737  S2­TE01  Fl. 77          6     Fl. 77DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 20/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN

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Numero do processo: 10166.911824/2009-14
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 06 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3801-000.839
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes- Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1427; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­TE01  Fl. 179          1 178  S3­TE01  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10166.911824/2009­14  Recurso nº            Voluntário  Resolução nº  3801­000.839  –  1ª Turma Especial  Data  17 de setembro de 2014  Assunto  CIDE ­ Pedido de Diligência  Recorrente  AUTOTRAC COMÉRCIO E TELECOMUNICAÇÕES S/A  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  converter  o  julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral pela  recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345.  (assinado digitalmente)  Flavio de Castro Pontes­ Presidente.   (assinado digitalmente)  Sidney Eduardo Stahl ­ Relator.  Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Paulo  Sérgio  Celani,  Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira,  Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).     RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 66 .9 11 82 4/ 20 09 -1 4 Fl. 179DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.911824/2009­14  Resolução nº  3801­000.839  S3­TE01  Fl. 180          2   Trata  o  presente  processo  de  compensação  declarada  que,  conforme  apontado  pela Recorrente,  tem origem em crédito referente a valor  indevidamente recolhido a título de  CIDE, apurada no período de janeiro de 2006 a janeiro de 2007 sobre remessas ao exterior para  pagamento de licença de uso ou de direitos de comercialização de programas de computador.  A compensação não foi homologada, sob a alegação de inexistência do crédito  informado, em virtude de o pagamento do qual seria oriundo já ter sido integralmente utilizado  para quitar outros débitos da contribuinte.  A  Recorrente  apresentou  manifestação  de  inconformidade  apontando  os  aspectos  legais  estabelecidos  em  conformidade  com  o  artigo  21  da  Lei  11.452,  de  27  de  fevereiro de 2007, que contemplou a não­incidência da referida contribuição a partir de janeiro  de 2006 e informou que feito o pagamento tem direito à devolução dos mesmos.  A DRJ, em seu julgamento, não reconheceu o direito creditório da contribuinte,  entendendo  improcedente  sua Manifestação de  Inconformidade. Baseou  seu entendimento no  fato de a contribuinte não ter juntado aos autos documentos fiscais e contábeis imprescindíveis  à constatação da existência do crédito solicitado, fazendo­se o conjunto probatório incapaz de  aferir  certeza  e  liquidez  do  crédito  pretendido,  bem assim,  entende  que  a DCTF  retificadora  apresentada o foi em data posterior à ciência do despacho decisório.  O acórdão de fls. restou assim ementado:  ASSUNTO:  NORMAS  DE  ADMINISTRAÇÃO  TRIBUTÁRIA  Ano  calendário:  2006 APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO RETIFICADORA. PROVA  INSUFICIENTE  PARA  COMPROVAR  EXISTÊNCIA  DE  CRÉDITO  DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO.  Para  se  comprovar  a  existência  de  crédito  decorrente  de  pagamento  indevido,  é  imprescindível  que  seja  demonstrado  na  escrituração  contábil­fiscal,  baseada  em  documentos  hábeis  e  idôneos,  a  inexistência  do  valor  do  débito  correspondente  a  cada  período  de  apuração. A simples entrega de declaração retificadora, por si só, não  tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido.  DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.  Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas  hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto  à  Fazenda  Nacional  para  que  sejam  aferidas  sua  liquidez  e  certeza  pela autoridade administrativa.  Manifestação de Inconformidade Improcedente   Irresignada  com  a  decisão  de  primeira  instância,  a  recorrente  interpôs  recurso  voluntário  fundamentando­se no princípio da verdade material,  juntou aos  autos documentos  relativos  às  compensações  com  o  fito  de  demonstrar  que  foram  devidamente  registradas  na  Fl. 180DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.911824/2009­14  Resolução nº  3801­000.839  S3­TE01  Fl. 181          3 contabilidade do sujeito passivo, ponderando serem suficientes para constatação da certeza e  liquidez do crédito ora pretendido, quais sejam:  a)  DARF  comprobatória  do  recolhimento  indevido,  comprovando  o  pagamento  indevido  no  período  de  junho  de  2006,  instruído  na  PER/DCOMP;  b)  Cópia do Livro Razão Analítico do exercício de 2007, em que se verifica o  estorno  do  montante  recolhido  na  subconta  CIDE  –  Remessas  Exterior,  também instruído na PER/DCOMP;  c)  Cópia  do  Livro  Razão  Consolidado  do  exercício  de  2006,  em  que  se  verifica o lançamento referente ao mês de junho de 2006;  d)  Cópias das DCTFs original e retificadora.   Requereu seja a presente compensação homologada.  É o que importa relatar.  Fl. 181DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.911824/2009­14  Resolução nº  3801­000.839  S3­TE01  Fl. 182          4   Conselheiro Sidney Eduardo Stahl,   O  recurso  é  tempestivo  e  reúne  os  demais  pressupostos  de  admissibilidade,  razão pela qual dele se conhece.  Primeiramente,  é  preciso  apontar  que  não  há  impedimento  para  retificação  da  DCTF após o despacho decisório e antes de remessa dos créditos para inscrição em dívida ativa  da União. Vejamos que a Instrução Normativa RFB nº 903, de 30 de dezembro de 2008 no seu  artigo 11 prescreve :  Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada  mediante  apresentação  de  DCTF  retificadora,  elaborada  com  observância  das  mesmas  normas  estabelecidas  para  a  declaração  retificada.  §  1º  A  DCTF  retificadora  terá  a  mesma  natureza  da  declaração  originariamente  apresentada,  substituindo­a  integralmente,  e  servirá  para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos  já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados.  § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar  os débitos relativos a impostos e contribuições:  I ­ cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria­Geral  da Fazenda Nacional  (PGFN) para  inscrição em DAU, nos casos em  que importe alteração desses saldos;  II  ­  cujos  valores  apurados  em  procedimentos  de  auditoria  interna,  relativos às  informações  indevidas ou não comprovadas prestadas na  DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de  exigibilidade,  já  tenham  sido  enviados  à  PGFN  para  inscrição  em  DAU;  ou,  III  ­  em  relação  aos  quais  a  pessoa  jurídica  tenha  sido  intimada de início de procedimento fiscal.  A norma é clara a estabelecer que a DCTF somente não poderia ser  retificada  nas situações em que já houvesse remessa dos montantes para inscrição do montante declarado  em dívida ativa ou houvesse início de procedimento fiscal, o que não ocorreu no presente caso.  Conforme  relatado,  o  ponto  crucial  da  lide  consiste  na  ausência  de  elementos  probatórios capazes de aferir o direito ao crédito solicitado decorrente do suposto pagamento  indevido  a  título  de CIDE  incidente  sobre  remessas  ao  exterior  de  remunerações  pagas  pela  licença de uso ou de direitos de comercialização de softwares, com base nos artigos 20 e 21 da  Lei 11.452/2007 que delimitou expressamente o campo de abrangência da Lei 10.168/2000 ao  instituir a não­incidência da CIDE a partir de janeiro de 2006, assim expresso:  Art.  20.  O  art.  2º  da  Lei  n.º  10.168,  de  29  de  dezembro  de  2000,  alterado  pela  Lei  n.º  10.332,  de  19  de  dezembro  de  2001,  passa  a  vigorar acrescido do seguinte § 1º A:  "Art. 2º .................................................................................  Fl. 182DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.911824/2009­14  Resolução nº  3801­000.839  S3­TE01  Fl. 183          5 §  1º­A.  A  contribuição  de  que  trata  este  artigo  não  incide  sobre  a  remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou  distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a  transferência da correspondente tecnologia.  (...)  Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo  efeitos em relação ao disposto no art. 20 a partir de 1º de  janeiro de  2006.  Certo  é  que  a  supracitada  norma  contempla  a  não­incidência  da  CIDE  para  remunerações pagas ao exterior vinculadas a contratos de licenciamento de uso de programas  de computador e, nesta esteira,  faz­se necessário averiguar o objeto da relação contratual, ou  seja, é certo que os pagamentos dos contratos relativos ao licenciamento de uso ou direito de  software, não obrigam ao pagamento da CIDE, desde 1º de janeiro de 2006, sendo que, tendo  havido tal pagamento a Recorrente possui indébito possível de creditamento.  Entretanto,  apesar  da  Recorrente  ter  juntado  documentos  e  comprovantes  de  pagamento tenho que os mesmos são insuficientes para se apurar se realmente se relacionam a  remunerações pagas ao exterior vinculadas a contratos de licenciamento de uso de programas  de computador, de modo que apenas mediante o confronto dos documentos contábeis com o  contrato  de  licenciamento,  licença  de  uso  de  software  ou  documento  semelhante  é  que  essa  Turma poderá evidenciar se o pagamento efetivamente se deu por esse motivo.  Nesse  sentido,  voto  para  baixar  em  diligência  à  Delegacia  de  origem  para  determinar ao contribuinte que apresente:  1.  A  cópia  autenticada  do  Contrato  referente  de  Licença  de  Uso  ou  de  Direito de Programas de Computador ou documento que ateste o efetivo  motivo do pagamento e cópia das notas fiscais (ou invoices, devidamente  traduzidas) correspondentes;   2.  Retorne o processo a este CARF para julgamento.  (assinado digitalmente)  Sidney Eduardo Stahl, ­ Relator    Fl. 183DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES

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Numero do processo: 10670.001653/2010-57
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Nov 04 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 01/01/2008 ENTIDADE BENEFICENTE. IMUNIDADE. COTA PATRONAL. RECONHECIMENTO JUDICIAL. IRRELEVÂNCIA CRÉDITO QUE EXIGE PARTE DESCONTADA DO SEGURADO - CONTRIBUIÇÃO PESSOAL - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DO TOMADOR DE SERVIÇOS. RECUSA DA ENTIDADE EM FORNECER A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL SITUAÇÃO QUE AUTORIZA A UTILIZAÇÃO DE AFERIÇÃO INDIRETA. COLABORADORES QUE EXERCEM CARGO DE DIREÇÃO. ATA DE ASSEMBLÉIA. ELEIÇÃO. AUDITOR FISCAL. COMPETÊNCIA ATRIBUÍDA EM LEI E EM RAZÃO DO CARGO PÚBLICO. DECADÊNCIA PARCIAL RECONHECIMENTO. Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2803-003.751
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para reconhecer a decadência das contribuições previdenciárias exigidas nesse créditos, desde que anteriores a 21/08/2005. (Assinado digitalmente). Helton Carlos Praia de Lima. -Presidente (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. - Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Ricardo Magaldi Messetti, Oseas Coimbra Júnior, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Gustavo Vettorato.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1849; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­TE03  Fl. 460          1 459  S2­TE03  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10670.001653/2010­57  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2803­003.751  –  3ª Turma Especial   Sessão de  09 de outubro de 2014  Matéria  CP: CONTRIBUINTE INDIVIDUAL ­ ARBITRAMENTO.  Recorrente  HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO DE BRASÍLIA DE MINAS.  Recorrida  FAZENDA NACIONAL.     ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS  Período de apuração: 01/01/2005 a 01/01/2008  ENTIDADE  BENEFICENTE.  IMUNIDADE.  COTA  PATRONAL.  RECONHECIMENTO  JUDICIAL.  IRRELEVÂNCIA  CRÉDITO  QUE  EXIGE  PARTE  DESCONTADA  DO  SEGURADO  ­  CONTRIBUIÇÃO  PESSOAL  ­  RESPONSABILIDADE  TRIBUTÁRIA  DO  TOMADOR  DE  SERVIÇOS.  RECUSA  DA  ENTIDADE  EM  FORNECER  A  ESCRITURAÇÃO  CONTÁBIL  SITUAÇÃO  QUE  AUTORIZA  A  UTILIZAÇÃO  DE  AFERIÇÃO  INDIRETA.  COLABORADORES  QUE  EXERCEM CARGO DE DIREÇÃO. ATA DE ASSEMBLÉIA. ELEIÇÃO.  AUDITOR  FISCAL.  COMPETÊNCIA  ATRIBUÍDA  EM  LEI  E  EM  RAZÃO  DO  CARGO  PÚBLICO.  DECADÊNCIA  PARCIAL  RECONHECIMENTO.   Recurso Voluntário Provido em Parte.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos,  em dar  provimento parcial ao recurso, para reconhecer a decadência das contribuições previdenciárias  exigidas nesse créditos, desde que anteriores a 21/08/2005.   (Assinado digitalmente).  Helton Carlos Praia de Lima. ­Presidente  (Assinado digitalmente).  Eduardo de Oliveira. ­ Relator     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 0. 00 16 53 /2 01 0- 57 Fl. 460DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10670.001653/2010­57  Acórdão n.º 2803­003.751  S2­TE03  Fl. 461          2 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos  Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Ricardo Magaldi Messetti, Oseas Coimbra Júnior, Amílcar  Barca Teixeira Júnior, Gustavo Vettorato. Fl. 461DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10670.001653/2010­57  Acórdão n.º 2803­003.751  S2­TE03  Fl. 462          3 Relatório  O  presente  Processo  Administrativo  Fiscal  encerra  o  Auto  de  Infração  de  Obrigação  Principal  ­  AIOP  ­  DEBCAD  37.297.288­8,  que  objetiva  o  lançamento  das  contribuições sociais previdenciárias decorrentes da remuneração/retribuição/honorários pagos  aos  trabalhadores da empresa da categoria de contribuintes  individuais  ­ parte descontada do  trabalhador – contribuição pessoal, conforme Relatório Fiscal do Auto de Infração – REFISC,  de fls. 18 a 21, com período de apuração de 01/2005 a 12/2007, conforme Termo de Início de  Procedimento Fiscal – TIPF, de fls. 23 e 24.   O  sujeito  passivo  foi  cientificado  da  autuação,  em  data  ilegível,  conforme  AR, de fls. 44.  O contribuinte apresentou sua defesa, via  remessa postal,  fls. 45 e 45v,com  data de postagem inexistente, petição acostada, as fls. 46 a 53, acompanhada dos documentos,  de fls. 54 a 204; 208 a 406.  A defesa foi considerada tempestiva, fls. 162 e 163.  Este processo foi juntado por apensação ao processo 19515.003978/2010­31,  em 21/12/2011.  A  DRJ/BHE  pelo  despacho,  de  fls.  488,  (numeração manual)  devolveu  os  autos a DRF origem para que este aguarda­se a realização de diligências em outros processos  lavrados na mesma ação fiscal e em face do mesmo sujeito passivo para julgamento conjunto.  Consta,  as  fls.  419  (numeração  digital)  Termo  de  Apensação  (2),  o  qual  informa a juntada por apensação do processo Nº 10670.001654/2010­00 a esses autos.   O  órgão  julgador  de  primeiro  grau  emitiu  o  Acórdão  Nº  02­36.606  ­  8ª,  Turma DRJ/BHE, em 07/12/2011, fls. 420 a 427.   No qual a impugnação foi considerada improcedente.  Consta,  as  fls.  428,  Termo  de  Desapensação  (2),  o  qual  informa  a  desapensação do processo Nº 10670.001654/2010­00 desses autos.   A  PFN  –  em  Montes  Claros  informou  e  remeteu  pelo  memorando  nº  335/2012  cópias  da  Sentença  Nº  527/2012  –  autos  nº  5752­27.2011.4.01.3807  –  Ação  Ordinária e Sentença autos 5752­27.2011.4.01.3807 – Embargos de Declaração, pela quais se  reconhece que a recorrente é detentora do direito à imunidade tributária do artigo 195, §7º, da  CF/88 em relação as contribuições previdenciárias patronais para os anos de 2004 a 2006.   O  contribuinte  tomou  conhecimento  do  decisório  da  DRJ/BHE,  em  05/12/2012, conforme AR, de fls. 441.  Fl. 462DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10670.001653/2010­57  Acórdão n.º 2803­003.751  S2­TE03  Fl. 463          4 Irresignado  o  contribuinte  impetrou  o  Recurso  Voluntário,  petição  de  interposição, as fls. 442, remetida via postal, em 02/01/2013, com razões recursais, as fls. 443 a  447, acompanhado dos documentos, de fls. 448 a 456.  Mérito.  · que não há a contabilização da retenção de 11% da remuneração dos  médicos,  pois  o  pagamento  é  feito  diretamente  pelo  SUS  ao  profissionais,  relativamente  a  2005  a  2007,  devendo  ser  realizada  perícia  para  a  verificação  de  tal  fato,  entendeu  o  fisco  que  houve  pagamento,  utilizando­se  da  aferição  indireta  sobre  declaração  de  renda cuja a fonte é o SUS, entendendo, ainda, que a empresa não é  do terceiro setor;  · que  cem  por  cento  de  seu  faturamento  vai  para  pacientes  do  SUS,  sendo  a  recorrente  empresa  beneficente,  o  que  foi  reconhecido  por  sentença  na  ação Nº  0005752­27.2011.4.01.3807,  caindo  por  terra  a  cobrança sem fato gerador;  · que a autuação e  totalmente  indevida, pois o agente é  incompetente,  uma  vez  que  o  agente  necessita  de  conhecimento  técnico­contábil,  assim  sendo  faltando  habilitação  técnica  o  lançamento  é  mero  “achismo” ;  · que  a  alegação  de  falta  de  comprovação  de  entidade  beneficente  é  falsa, sendo tal afirmação imprópria, dúbia e indevida, pronunciando­ se doutrina e jurisprudência desta forma, (faz transcrição dessas), não  havendo remuneração aos diretores e nem comprovação de qualquer  vínculo dos médicos do corpo clinico com o hospital, sendo falácias  do fisco;  · que o agente lança os tributos de 2005 a 2007, estando eles abarcados  pelo  quinquênio  prescritivo,  devendo  a  multa  e  os  tributos  serem  excluídos do AI;  · que não existe base de cálculo para a apuração da contribuição e seus  acessórios, sendo o AI fundado em mera estimativa;  · Do pedido: a) cancelamento do Auto de Infração.  A  autoridade  preparadora  não  se  manifestou  quanto  à  tempestividade  do  recurso.  Os autos subiram ao CARF, fls. 458.   Os autos  foram sorteados e distribuídos a esse conselheiro, em 20/03/2014,  Lote 07, fls. 459.  É o Relatório.  Fl. 463DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10670.001653/2010­57  Acórdão n.º 2803­003.751  S2­TE03  Fl. 464          5   Voto             Conselheiro Eduardo de Oliveira.  O  recurso  voluntário  é  tempestivo  e  considerando  o  preenchimento  dos  demais requisitos de sua admissibilidade ele merece ser apreciado.  A alegação de prescrição para  as  contribuições  previdenciárias dos  anos de  2005 a 2007, é equivocada, e será analisada como decadência, pois esse é o instituto correto a  ser considerado.   A DRJ/BHE, diz em seu acórdão, de fls. 421, que a recorrente foi  intimada  do lançamento pelo AR, de fls. 46, em 20/08/2010.  Desta forma, considerando o que pensa o Superior Tribunal de Justiça – STJ  sobre a matéria, pensamento ao qual me filio, no presente caso deve ser aplicado o artigo 150,  §  4º,  da  Lei  5.172/66  para  a  definição  do  merco  decadencial,  uma  vez  que  o  Relatório  de  Documentos Apresentados – RDA, de  fls.  09  e 10, mostra pagamento de GPS no código de  recolhimento 2100, para o período 01/2005 a 12/2007, incluindo os décimos – terceiros 2005 a  2007, exceto para a competência 02/2006, que não apresenta pagamento.  RECURSO ESPECIAL Nº 970.947 SC (2007/0173291­6)  Esta  Corte  tem  firmado  o  entendimento  de  que  o  prazo  decadencial  para  a  constituição  do  crédito  tributário  pode  ser  estabelecido da seguinte maneira:  a) em regra, segue­se o disposto no art. 173, I, do CTN, ou seja,  o prazo é de cinco anos, contado "do primeiro dia do exercício  seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado";  b)  nos  tributos  sujeitos  a  lançamento  por  homologação,  cujo  pagamento  ocorreu  antecipadamente,  o  prazo  é  de  cinco  anos,  contado do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º do CTN  Logo, retroagindo­se cinco anos a contar do lançamento 20/08/2010, teremos  que  o marco  inicial  da  decadência  seria  21/08/2005,  isto  é,  qualquer  competência  anterior  a  essa data estaria decadente.  Tal solução decorre da aplicação da súmula 99 do CARF, a seguir transcrita.  Súmula  CARF  nº  99:  Para  fins  de  aplicação  da  regra  decadencial  prevista  no  art.  150,  §  4°,  do  CTN,  para  as  contribuições  previdenciárias,  caracteriza  pagamento  antecipado  o  recolhimento,  ainda  que  parcial,  do  valor  considerado  como  devido  pelo  contribuinte  na  competência  do  fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha  sido  incluída,  na  base  de  cálculo  deste  recolhimento,  parcela  relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.  Fl. 464DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10670.001653/2010­57  Acórdão n.º 2803­003.751  S2­TE03  Fl. 465          6 Desta  forma, estavam decadentes e devem ser excluídas do presente crédito  todas as competências vencidas anteriormente a 21/08/2005, inclusive.  Não  há  nos  autos  provas  de  que  a  remuneração  dos  médicos  é  feito  diretamente pelo SUS e mesmo que  existisse  seria  irrelevante,  pois os  três profissionais que  foram  considerados  contribuintes  individuais  –  autônomos,  nesse  lançamento,  foram,  assim,  caracterizados em razão do exercício da atividade de diretoria no hospital, nos termos do artigo  12, V, alínea “f”, da Lei 8.212/91, conforme trecho do REFISC a seguir transcrito.  6 —  Em Atas  de  assembléias  do Hospital  constam  os  médicos  Orlando  Silqueira  Lélis,  NIT  111.108.898­81.  como  sendo  Diretor  Provedor,  e  Antônio  Geraldo  de  Souza  Gomes,  NIT  100.542.390­84,  como  Diretor  Clínico.  Em  Estatuto  Social  consta  o Sr.  José Vieira  dos  Santos NIT 170.611.625­44,  como  sendo Diretor Presidente Tesoureiro.  O fisco em momento algum faz menção ao terceiro setor asseverando apenas  que a recorrente não preenchia os requisitos do auto enquadrada imunidade/isenção do artigo  195. §7º, da CRFB/88.   A  recorrente  foi  intimada  a  apresentar  a  sua  contabilidade  e  outros  documentos, mas quedou inerte, conforme trecho do REFISC a seguir transcrito.  5 — A empresa,  intimada por duas vezes, deixou de apresentar  os  livros  contábeis,  recibos  de  pagamento  de  autônomos,  e  apresentou  as  GFIP  —  Guias  de  Recolhimentos  do  FGTS  e  Informações à Previdência Social — e as folhas de pagamentos  sem  incluir os  contribuintes  individuais que prestaram serviços  ao  Hospital.  Não  se  informou  ou  declarou,  para  os  períodos  objeto  do  presente  auto  de  infração,  nos  mencionados  documentos, nenhum profissional médico.  Também, não consta dos autos qualquer prova da alegação de que cem por  cento  do  faturamento  da  recorrente  vai  para  pacientes  do  SUS.  Embora,  isso  para  efeito  do  deferimento  da  isenção/imunidade  pelo  ente  fiscal  seja  irrelevante,  pois  a  lei  exige  muitos  outros requisitos, além desse.  No  presente  auto  de  infração  o  reconhecimento  da  imunidade/isenção  pelo  judiciário federal, como noticiado pela PFN e referido no relatório desse acórdão,  também, é  irrelevante,  pois  naquela  decisão  judicial  o  D.  MM  Juiz  Federal  reconheceu  a  imunidade/isenção para as contribuições previdenciárias dos artigos 22 e 23, da Lei 8.212/91.  Mas, no presente caso a contribuição que se está exigindo é a decorrente do  artigo  4º,  da  Lei  10.666/2003,  desconto  da  parte  pessoal  do  contribuinte  individual  e  recolhimento em nome desse contribuinte para a previdência.  O fato gerador decorre da prestação do serviço por parte do trabalhador e não  pelo recebimento da remuneração, artigo 195, I, “a”, da CRFB/88.  A competência do Auditor Fiscal da Receita Federal é determinada por lei e  prescinde de habilitação específica para ser exercida, sendo inerente ao cargo público.  Aliás, o CARF já sumulou a matéria, observe­se.  Fl. 465DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10670.001653/2010­57  Acórdão n.º 2803­003.751  S2­TE03  Fl. 466          7 Súmula  CARF  nº  8:  O  Auditor  Fiscal  da  Receita  Federal  é  competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa  jurídica,  não  lhe  sendo  exigida  a  habilitação  profissional  de  contador.  Nesse mesmo sentido é o pensamento do Superior Tribunal de Justiça – STJ,  os arestos abaixo elucidam a questão.  EMEN:  PROCESSUAL  CIVIL.  AGRAVO  REGIMENTAL  NO  AGRAVO  EM  RECURSO  ESPECIAL.  AUDITOR  FISCAL.  REGISTRO NO CONSELHO PROFISSIONAL COMPETENTE.  DESNECESSIDADE. VIOLAÇÃO AO ART. 20, § 3º, DO CPC.  SÚMULA  282/STF.  1.  As  Turmas  que  compõem  a  Primeira  Seção do STJ têm afirmado que o cargo de Auditor Fiscal não  é privativo de contador, visto que o ingresso na carreira se faz  mediante a aprovação em concurso público, em que se exige a  diplomação em curso superior, não sendo obrigatório o registro  no  Conselho  Profissional  competente.  Precedentes:  AgRg  no  AREsp  10.906/SC,  Rel.  Ministro  CASTRO MEIRA,  SEGUNDA  TURMA, DJe  3/8/2012; MS  13.873/DF, Rel. Ministro MAURO  CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA  SEÇÃO, DJe  29/04/2011;  REsp  724.094/RS,  Rel.  Ministro  TEORI  ALBINO  ZAVASCKI,  PRIMEIRA  TURMA,  DJe  26/10/2009;  REsp  946.506/RS,  Rel.  Ministra  DENISE  ARRUDA,  PRIMEIRA  TURMA,  DJe  10/6/2009.  2.  A  matéria  pertinente  ao  art.  20,  §  3º,  do  CPC,  referente à  fixação da verba honorária,  não  foi  apreciada pela  instância  judicante  de  origem,  tampouco  foram  opostos  embargos declaratórios para suprir eventual omissão. Portanto,  ante a falta do necessário prequestionamento, incide o óbice da  Súmula 282/STF. 3. Agravo regimental regimental a que se nega  provimento.  EMEN:(AGARESP  201300979854,  SÉRGIO  KUKINA,  STJ  ­  PRIMEIRA  TURMA,  DJE  DATA:29/11/2013  DTPB:.)  EMEN:  ADMINISTRATIVO.  CONSELHO  REGIONAL  DE  CONTABILIDADE.  AUDITOR  FISCAL  DA  RECEITA  FEDERAL.  VIOLAÇÃO  DO  ART.  535,  DO  CPC:  POSSIBILIDADE. NÃO OBRIGATORIEDADE DE INSCRIÇÃO  NO CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE. 1. Inexiste  ofensa ao art. 535 do CPC se a análise dos dispositivos tidos por  violados  não  teria  o  condão  de  levar  o  julgamento  a  um  resultado diverso. 2. Não é necessário que os auditores  fiscais  ostentem  a  condição  de  contadores,  sendo  suficiente,  para  ingresso  na  carreira,  que  possuam  diplomação  em  curso  superior.  Precedente  do  STJ.  3.  Recurso  especial  parcialmente  conhecido  e,  nesta  parte,  não  provido.  ..EMEN:  (RESP  200701569896,  ELIANA  CALMON,  STJ  ­  SEGUNDA  TURMA,  DJE  DATA:17/12/2008  ..DTPB:.)  (os  realces  são  meus).  O  lançamento é  feito por profissional específico, habilitado,  treinado e com  competência legal para tanto não havendo o “achismo” suscitado pela recorrente.  Fl. 466DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10670.001653/2010­57  Acórdão n.º 2803­003.751  S2­TE03  Fl. 467          8 O agente  fiscal  nada mais  fez do que aplicar a  lei nos  termos em que ela é  posta ante as determinações do artigo 37, caput, da CRFB/88 c/c o parágrafo único do artigo  142, da Lei 5.172/66 c/c o artigo 37, da Lei 8.212/91 na redação da Lei 9.532/97.  A remuneração é inerente a prestação de serviços, nos termos do artigo 594,  da  Lei  10.406/2002,  pois  do  contrário  estaremos  no  campo  do  trabalho  voluntário,  Lei  9.608/98, situação não comprovada ou por extremo na “condição análoga à de escravo”, que  certamente não é o caso.  Dessa  forma,  nos  termos  da  norma  legal  citada,  artigo  594,  da  Lei  10.406/2002 c/c o artigo 12, V, “f” e mais do que consta das atas evidente a  relação entre a  recorrente e os seus administradores, a ensejar a contribuição.  No caso de negativa de apresentação de documentação ou sua apresentação  de forma deficiente, que inviabilize a verificação da real base de cálculo da tributação o fisco  com base no artigo 33, §3º e §6º, da Lei 8.212/91 pode e deve se valer do meio de apuração de  base de cálculo, conhecida como aferição indireta e foi isso que ocorreu, pois o contribuinte se  recusou a fornecer os livros contábeis.   EMEN:  TRIBUTÁRIO.  AGRAVO  REGIMENTAL.  RECURSO  ESPECIAL.  CONTRIBUIÇÃO  PREVIDENCIÁRIA.  IRREGULARIDADE  NA  ESCRITURAÇÃO  CONTÁBIL  DA  EMPRESA. AFERIÇÃO INDIRETA (ART. 33 DA LEI 8.212/91).  IMPOSSIBILIDADE.  REEXAME  DE  MATÉRIA  FÁTICA.  SÚMULA 07 DO STJ. 1. O artigo 33, da Lei 8.212/91, nos casos  em que ausente prova regular e formalizada, admite que o órgão  arrecadador competente obtenha o montante dos salários pagos  pela  execução  de mão­de­obra mediante  o  cálculo  da mão­de­ obra empregada, proporcional à área construída e ao padrão de  execução  da  obra,  cabendo  ao  proprietário,  dono  da  obra,  condômino da unidade imobiliária ou empresa co­responsável o  ônus da prova em contrário (§ 4º). 2. Aresto recorrido fundado  na legalidade da aferição indireta dos valores devidos a título de  contribuição  previdenciária,  posto  inexistente  escrituração  contábil  regular,  verbis: "Os  procedimentos  fiscalizatórios,  de  regra,  devem  se  ater  à  escrita  contábil  e  demais  documentos  apresentados pela empresa. Convém lembrar, entretanto, que a  lei  atribui  ao  INSS  a  prerrogativa  de  apurar,  por  aferição  indireta, as contribuições efetivamente devidas, se, no exame da  escrituração  contábil  e  de  qualquer  outro  documento  da  empresa,  constatar  que  "a  contabilidade  não  registra  o  movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço",  ou  houver  sonegação  ou  recusa  de  apresentação  de  documentos, ou, ainda, a desconsideração do material por erro  ou  irregularidade  insanável.  Nessas  situações,  pode  o  Fisco  proceder  ao  arbitramento  do  valor  devido  (art.  33  da  lei  nº  8.212, à semelhança do que dispunha o art. 141, § 2° da CLPS  (Decreto  n°  89.312,  de  23.01.84)),  à  míngua  de  elementos  concretos  e  confiáveis  para  a  apuração  do  débito.  Cabe  ao  contribuinte o ônus da prova em contrário (art. 33 , §§ 1º e 6º),  exigência  que  se  coaduna  com  a  existência  de  contabilidade  formalizada  (ou  seja,  um  sistema  de  informação  e  avaliação  idôneo  para  o  registro  de  atos  e  fatos  relativos  ao  Fl. 467DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10670.001653/2010­57  Acórdão n.º 2803­003.751  S2­TE03  Fl. 468          9 empreendimento). Também relevante notar que a norma do art.  33 da Lei nº 8.212 , que, em seu § 4º, refere a "prova regular e  formalizada",  deve  ser  interpretada  sistematicamente  com  o  disposto  no  §  6º,  do mesmo dispositivo  legal,  o  qual menciona  "exame da escrituração contábil" do  contribuinte. Escrituração  contábil, enfatize­se, pressupõe o registro ­ feito por profissional  da área contábil ­ de todos os atos e fatos que afetam a situação  patrimonial  de  determinada  pessoa  física  ou  jurídica,  escriturados  em  ordem  cronológica  de  datas  em  livro  diário  (arts. 10, 11, 12 e 15 do Código Comercial). (...) Não nos é dado  desprezar  as  ponderações  feitas  pelo  expert  no  tocante  à  repercussão  das  irregularidades  apuradas  pelo Fisco  e por  ele  próprio na contabilidade da empresa na apuração dos débitos a  ela  imputados. Como vimos anteriormente, o  laudo pericial, ao  mesmo  tempo que atesta erros e omissões na escrita contábil e  fiscal  da  embargante,  afirma  a  existência  de  documentação  suficiente para a apuração de eventuais diferenças ainda devidas  a  título  de  contribuição  previdenciária.  Em  sendo  assim,  é  desarrazoado  desconsiderá­la  por  completo,  para  esse  fim,  lançando mão de critério substitutivo (aferição indireta baseada  em metragem ou área construída) em detrimento da utilização de  bases reais. Não olvidemos que, a teor da legislação de regência  (art.  33  da  Lei  nº  8.212),  o  arbitramento  somente  se  justifica  diante  da  absoluta  ausência  ou  imprestabilidade  da  documentação  contábil  e  fiscal  da  empresa  (irregularidade  insanável).  Ademais,  os  recolhimentos  efetuados  pelo  CGC  da  empresa,  ao  invés  do  CEI  das  respectivas  obras,  não  foram  considerados  pela  fiscalização.  Por  tais  razões,  e  sobretudo  diante das  conclusões do  laudo pericial  produzido nos autos, é  de ser acolhida a pretensão da embargante à desconstituição da  CDA,  por  conter  valores  incorretamente  lançados. Ressalve­se,  contudo,  a  possibilidade  de  serem  revistos  os  lançamentos  fiscais,  com  base  na  documentação  fiscal  e  contábil  da  empresa." 3. A aferição das irregularidades que deram ensejo ao  arbitramento  do  quantum  pelo  INSS  e  o  eventual  equívoco  na  fiscalização tornam indispensável o reexame das circunstâncias  fáticas  da  causa,  vedado  em  sede  de  recurso  especial,  ante  o  disposto  na  Súmula  n.º  07  do  STJ.  4.  Agravo  regimental  desprovido  .EMEN:(AGRESP 200900188446, LUIZ FUX, STJ ­  PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:22/03/2010 ..DTPB:.)   O fisco nada mais fez do que usar o método autorizado e admitido pela  lei,  quando o contribuinte se recusa a fornecer os documentos necessários a fiscalização.  Fl. 468DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10670.001653/2010­57  Acórdão n.º 2803­003.751  S2­TE03  Fl. 469          10 Assim  com  esses  esclarecimentos  rejeito  todas  as  alegações  de  mérito,  suscitadas  pela  recorrente,  salvo  quanto  ao  reconhecimento  da  decadência  parcial,  porém  rejeito o único pedido formulado, pois desprovido de lastro fático e jurídico.  CONCLUSÃO:  Pelo  exposto  voto  por  conhecer  do  recurso,  para  no  mérito  Dar­lhe  provimento  parcial  para  reconhecer  a  decadência  das  contribuições  previdenciárias  exigidas  nesse créditos, desde que anteriores a, 21/08/2005, inclusive.  (Assinado digitalmente).  Eduardo de Oliveira.                              Fl. 469DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA

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Numero do processo: 19515.005115/2009-65
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 2005 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. TERMO A QUO. Já decidiu o STJ, em sede de recurso repetitivo (Recurso Especial nº 973.733/SC), que nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação: a) existindo pagamento do tributo por parte do contribuinte até a data do vencimento, ainda que parcial, o prazo para que o Fisco efetue lançamento de ofício, por entender insuficiente o recolhimento efetuado, é de cinco anos contados da data do fato gerador (CTN, artigo 150, § 4); b) inexistindo pagamento até a data do vencimento, aplica-se a regra geral (CTN, artigo 173, I), ou seja, o prazo é de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2801-003.791
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para cancelar o crédito tributário relativo às competências janeiro a março e maio a junho de 2004, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin - Presidente. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araujo Rodrigues Torres, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2016; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­TE01  Fl. 157          1 156  S2­TE01  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  19515.005115/2009­65  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2801­003.791  –  1ª Turma Especial   Sessão de  4 de novembro de 2014  Matéria  IRRF  Recorrente  CIWAL ACESSÓRIOS INDUSTRIAIS LTDA  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE ­ IRRF  Exercício: 2005  TRIBUTO  SUJEITO  A  LANÇAMENTO  POR  HOMOLOGAÇÃO.  DECADÊNCIA. TERMO A QUO.  Já  decidiu  o  STJ,  em  sede  de  recurso  repetitivo  (Recurso  Especial  nº  973.733/SC),  que  nos  casos  de  tributos  sujeitos  ao  lançamento  por  homologação: a) existindo pagamento do tributo por parte do contribuinte até  a  data  do  vencimento,  ainda  que  parcial,  o  prazo  para  que  o  Fisco  efetue  lançamento de ofício, por entender insuficiente o recolhimento efetuado, é de  cinco  anos  contados  da  data  do  fato  gerador  (CTN,  artigo  150,  §  4);  b)  inexistindo  pagamento  até  a  data  do  vencimento,  aplica­se  a  regra  geral  (CTN, artigo 173,  I), ou seja, o prazo é de cinco anos contados do primeiro  dia  do  exercício  seguinte  àquele  em  que  o  lançamento  poderia  ter  sido  efetuado.  Recurso Voluntário Provido em Parte       Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  dar  provimento  parcial  ao  recurso  para  cancelar  o  crédito  tributário  relativo  às  competências  janeiro a março e maio a junho de 2004, nos termos do voto do Relator.  Assinado digitalmente  Tânia Mara Paschoalin ­ Presidente.  Assinado digitalmente  Marcelo Vasconcelos de Almeida ­ Relator.     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 51 15 /2 00 9- 65 Fl. 157DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 11/11/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 11/11/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.005115/2009­65  Acórdão n.º 2801­003.791  S2­TE01  Fl. 158          2 Participaram  do  presente  julgamento  os  Conselheiros:  Tânia  Mara  Paschoalin,  Flavio Araujo Rodrigues  Torres,  José Valdemir  da  Silva,  Carlos  César Quadros  Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.  Relatório  Trata­se de Auto de Infração relativo ao Imposto de Renda Retido na Fonte –  IRRF por meio do qual se exige crédito tributário no valor de R$ 473.222,68, incluídos multa  de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora.  Consta do “Termo de Verificação”, às fls. 40/41 deste processo digital, que a  Interessada  foi  intimada,  por  intermédio  do Termo  de  Início  de Revisão  Interna  lavrado  em  21/05/2009, a prestar esclarecimentos justificando ou comprovando as diferenças apontadas no  programa DIRF X DARF. O representante legal da empresa não atendeu a intimação.  Verificados os registros dos controles de pagamentos de DARF, as DIRF e as  DCTF, foram apuradas as divergências apontadas no “Demonstrativo do IRRF ­ DIRF 2005”,  acostado aos autos em fl. 12.  A  contribuinte  apresentou  impugnação  alegando  que  os  créditos  tributários  relativos  ao  período  de  01/2004  a  10/2004  estão  extintos  pela  decadência  e  que  os  créditos  tributários referentes ao período de 11/2004 a 12/2004 foram parcelados.  A  impugnação  apresentada  foi  julgada  improcedente  pelo  acórdão  de  fls.  114/120. Os créditos  relativos  ao período de 11/2004 a 12/2004  foram  transferidos, antes do  julgamento  de  1ª  instância,  para o Processo  nº  16151.000982/2010­26,  conforme  “Termo de  Transferência de Crédito Tributário” de fl. 110.  Cientificada  da  decisão  de  primeira  instância  em  16/02/2011  (fl.  124),  a  Interessada interpôs, em 15/03/2011, o recurso de fls. 127/140, acompanhado dos documentos  de fls. 141/152. Na peça recursal aduz, em síntese, que:  Decadência  ­ Por ser tributo cuja legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar  o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, o IRRF amolda­se à sistemática  denominada de lançamento por homologação, onde a contagem do prazo decadencial desloca­ se  da  regra  geral  (art.  173  do  CTN)  para  encontrar  respaldo  no  §  4º  do  ar.  150  do mesmo  Código, independentemente se a apuração passou a ser mensal ou anual.  ­  Tendo  havido  o  pagamento  antecipado  e,  tratando­se  de  lançamento  por  homologação, o direito de a Fazenda Nacional efetuar o lançamento de ofício expira­se com o  transcurso de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador da obrigação, nos termos do §  4º do art. 150 do CTN.  ­ No caso em questão, os fatos geradores impugnados referem­se aos meses  de janeiro a outubro de 2004. A ciência do Auto de Infração ocorreu em 25/11/2009. Assim,  operou­se a decadência do direito de o Fisco constituir crédito relativo ao período de janeiro a  outubro de 2004.  Fl. 158DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 11/11/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 11/11/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.005115/2009­65  Acórdão n.º 2801­003.791  S2­TE01  Fl. 159          3 Parcelamento  ­  Na  decisão  recorrida  consta  apenas  que  o  valor  não  impugnado  foi  transferido  para  outro  processo,  sem,  contudo,  definir  se  o  valor  parcelado  está  com  sua  exigibilidade  suspensa.  Logo,  é  necessária  a  manifestação  expressa  quanto  à  suspensão  da  exigibilidade do débito parcelado.   Pedido  Ao final, requer:  ­ o  reconhecimento da decadência do direito de  lançar o  IRRF referente  ao  período de janeiro a outubro de 2004;  ­  a manifestação expressa no  tocante à suspensão da exigibilidade do  IRRF  incluído no parcelamento.  Voto             Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator  Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade.  As folhas citadas neste voto referem­se à numeração do processo digital, que  difere da numeração de folhas do processo físico.  Observo, por primeiro, ser totalmente desnecessária a manifestação expressa  quanto  à  suspensão  da  exigibilidade  do  débito  parcelado,  haja  vista  que  tal  efeito  decorre  diretamente  de  previsão  legal,  mais  precisamente  do  artigo  151,  VI,  do  Código  Tributário  Nacional – CTN.   Assim, a controvérsia se restringe à decadência, ou não, do direito de o Fisco  constituir crédito tributário de imposto de renda retido na fonte incidente sobre rendimentos de  trabalho assalariado relativo ao período de janeiro a outubro de 2004.  Oportuno  verificar,  preliminarmente,  o  momento  em  que  se  deve  reputar  consumado,  acontecido  ou  realizado  o  fato  gerador  do  tributo  lançado,  ou  seja,  importante  evidenciar o aspecto  temporal da hipótese de  incidência do  imposto de renda  retido na fonte  incidente sobre rendimentos de trabalho assalariado.  Diferentemente  do  imposto  de  renda  da  pessoa  jurídica,  cujo  fato  gerador  consiste num conjunto de fatos, circunstâncias ou acontecimentos globalmente considerados e  cujo ciclo de formação se completa no período de um ano, no caso do imposto de renda retido  na  fonte  incidente  sobre  rendimentos  de  trabalho  assalariado  o  fato  gerador  ocorre  mensalmente,  no  átimo  dos  meses  a  que  se  referirem  as  remunerações  pagas  pela  empresa  responsável pela retenção na fonte.  Acerca da decadência do direito de o Fisco constituir os créditos  tributários  que  lhe  são  devidos,  já  decidiu  o  STJ,  em  sede  de  recurso  repetitivo  (Recurso  Especial  nº  973.733/SC), que nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação:  Fl. 159DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 11/11/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 11/11/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 19515.005115/2009­65  Acórdão n.º 2801­003.791  S2­TE01  Fl. 160          4 a)  existindo  pagamento  do  tributo  por  parte  do  contribuinte  até  a  data  do  vencimento,  ainda  que  parcial,  o  prazo  para  que  o  Fisco  efetue  lançamento  de  ofício,  por  entender insuficiente o recolhimento efetuado, é de cinco anos contados da data do fato gerador  (CTN, artigo 150, § 4).   b)  inexistindo  pagamento  até  a  data  do  vencimento,  aplica­se  a  regra  geral  (CTN, artigo 173,  I), ou seja, o prazo é de cinco anos contados do primeiro dia do exercício  seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.  No  caso  concreto,  o  débito  refere­se  ao  imposto  de  renda  retido  na  fonte,  tributo  sujeito  a  lançamento  por  homologação,  e  não  houve  recolhimento  nas  competências  abril,  julho,  agosto,  setembro  e  outubro  de  2004,  conforme  evidencia  o  “Demonstrativo  do  IRRF ­ DIRF 2005” de fl. 12. Aplicável a essas competências, portanto, consoante a orientação  acima indicada, a regra do art. 173, I, do CTN, cujo termo a quo é o primeiro dia do exercício  seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (01/01/2005).   A folha de rosto do Auto de Infração, à fl. 47, revela que o mesmo foi lavrado  em 19/11/2009 e o aviso de recebimento de fl. 56 demonstra que o Interessado foi cientificado  do lançamento em 25/11/2009. Logo, não ocorreu a decadência do direito de o Fisco constituir  os  créditos  tributários  relativos  às  competências  abril,  julho,  agosto,  setembro  e  outubro  de  2004, haja vista que o termo final para constituição destes créditos se deu em 31/12/2009.  Em  relação  às  competências  de  janeiro  a  março  e  maio  a  junho  de  2004,  houve  recolhimento parcial de  imposto de  renda  retido na  fonte  (“Demonstrativo do  IRRF –  DIRF 2005”, à fl. 12). Aplicável a essas competências, portanto, conforme a orientação acima  indicada, a regra do § 4º do art. 150 do CTN, cujo termo a quo é a data da ocorrência dos fatos  geradores (31/01/2004, 28/02/2004, 31/03/2004, 31/05/2004 e 30/06/2004, respectivamente).   Assim,  ocorreu  a  decadência  do  direito  de  o  Fisco  constituir  os  créditos  tributários  relativos  a  estas  competências,  haja  vista  que  o  termo  final  para  constituição  da  última deles ocorreu em 30/06/2009, sendo o contribuinte cientificado do  lançamento apenas  em 25/11/2009, após o transcurso do lustro decadencial.  Pelo  exposto,  voto  por  dar  provimento  parcial  ao  recurso  para  cancelar  o  crédito tributário relativo às competências janeiro a março e maio a junho de 2004.  Assinado digitalmente  Marcelo Vasconcelos de Almeida                                Fl. 160DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 11/11/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 11/11/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN

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Numero do processo: 10920.909591/2012-04
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-002.742
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1788; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­TE01  Fl. 2          1 1  S3­TE01  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10920.909591/2012­04  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  3801­002.742  –  1ª Turma Especial   Sessão de  29 de janeiro de 2014  Matéria  PER ELETRÔNICO ­ PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO  Recorrente  FRANCO­BACHOT INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO:  CONTRIBUIÇÃO  PARA  O  FINANCIAMENTO  DA  SEGURIDADE  SOCIAL ­ COFINS  Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005  NORMAS  GERAIS  DE  DIREITO  TRIBUTÁRIO.  DIREITO  DE  CRÉDITO.  PAGAMENTO  INDEVIDO  OU  MAIOR  QUE  O  DEVIDO.  COMPROVAÇÃO.  Não caracteriza pagamento de  tributo  indevido ou a maior,  se o pagamento  consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil  como  utilizado  integralmente  para  quitar  débito  informado  em  DCTF  e  a  contribuinte não prova  com documentos  e  livros  fiscais  e contábeis  erro  na  DCTF.  PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA.  A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam  seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo  fiscal.  Recurso Voluntário Negado      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  negar  provimento  ao  recurso  voluntário.  O  Conselheiro  Sidney  Eduardo  Stahl  votou  pelas  conclusões.     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 95 91 /2 01 2- 04 Fl. 50DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909591/2012­04  Acórdão n.º 3801­002.742  S3­TE01  Fl. 3          2   (assinado digitalmente)  Flávio de Castro Pontes ­ Presidente.     (assinado digitalmente)  Paulo Sergio Celani ­ Relator.    Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Flávio  de  Castro  Pontes,  Paulo  Sergio  Celani,  Marcos  Antônio  Borges,  Sidney  Eduardo  Stahl,  Maria  Inês  Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.    Relatório  O  processo  iniciou­se  com  Pedido  de  Restituição­PER,  apresentado  pela  contribuinte, ora recorrente.  A  Delegacia  da  Receita  Federal  do  Brasil  em  Joinvile,  SC,  indeferiu  o  pedido,  com  fundamento  em  que  o  valor  recolhido  por  DARF,  indicado  como  origem  do  crédito  contra  a  Fazenda  Nacional,  havia  sido  integralmente  utilizado  para  pagamento  de  débito da contribuinte, não restando crédito disponível para a restituição solicitada.  A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, aduzindo que os  créditos pleiteados referir­se­iam a pagamentos a maior da contribuição para o PIS/Pasep e da  Cofins, decorrentes da inclusão do ICMS na base de cálculo destas contribuições.  A Delegacia  da Receita  Federal  do Brasil  de  Julgamento  em  Florianópolis  julgou  improcedente  a  manifestação  de  inconformidade,  cujo  acórdão  possui  a  seguinte  ementa:  “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO  Ano calendário: 2006  PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A  MAIOR.  COMPROVAÇÃO  DA  CERTEZA  E  LIQUIDEZ  DO  CRÉDITO. REQUISITO.  A  certeza  e  liquidez  do  crédito  é  requisito  essencial  para  o  deferimento da restituição, devendo restar comprovado o efetivo  pagamento indevido ou a maior que o devido.”  Fl. 51DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909591/2012­04  Acórdão n.º 3801­002.742  S3­TE01  Fl. 4          3 Ciente da decisão, a contribuinte interpôs recurso voluntário no qual assevera  que não há previsão legal para exigir a retificação de DCTF como condição para a restituição e  pede  que  seja  afastada  esta  exigência  e  enfrentados  os  argumentos  apresentados  na  manifestação de inconformidade.  Afirma ser indevida a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição,  mas não apresenta argumentos que sustentem esta afirmação.  Não há nos autos nenhum documento ou livro fiscal ou contábil nem DCTF  retificadora.    Voto             Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator.  O  recurso  é  tempestivo  e  atende  aos  demais  requisitos  de  admissibilidade  para julgamento nesta turma especial.  Sobre a nulidade da decisão de primeira instância.  No  acórdão  recorrido,  a  DRJ/Florianópolis  decidiu  com  base  no  entendimento de que se não foi retificada a DCTF, não ficou comprovado pagamento indevido  ou  a  maior,  logo,  não  há  que  se  falar  em  crédito  líquido  e  certo  e,  por  isso,  correto  o  indeferimento do pedido de restituição.  Está  claro,  desde  o  despacho  decisório,  que  a  contribuinte  não  comprovou  existência  de  pagamento  indevido  ou  a  maior,  pois  o  pagamento  informado  no  pedido  de  restituição referiu­se a tributo lançado em DCTF não retificada, logo, tributo devido.  Não  apresentadas  provas  em  contrário,  os  valores  informados  na  DCTF  devem ser considerados verdadeiros.  Tal entendimento é semelhante ao que justifica a decisão proposta neste voto,  conforme se vê adiante.  No  voto  condutor  do  acórdão  da  unidade  de  primeira  instância,  afirmou­se  que apenas com a  retificação da DCTF a  contribuinte  teria crédito contra a Fazenda e que a  retificação  somente  produziria  efeitos  em  relação  a  pedido  de  restituição  apresentado  posteriormente a ela.  Apesar  de  este  entendimento  divergir  do  que  entendem  várias  turmas  do  CARF, que  admitem que  a  retificação da DCTF pode  surtir  efeitos  em  relação  a pedidos de  restituição anteriores à sua transmissão, não se pode assentar que a decisão da DRJ possa ser  anulada.  Ainda que se entenda prescindível a  retificação da DCTF, o  fundamento de  que o pagamento indevido ou a maior não foi comprovado persiste e é suficiente para manter o  Fl. 52DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909591/2012­04  Acórdão n.º 3801­002.742  S3­TE01  Fl. 5          4 indeferimento do pedido de restituição, de modo que o despacho decisório e a decisão recorrida  estão fundamentados e permitiram à contribuinte o contraditório e a ampla defesa.  Sobre o direito de crédito e sua liquidez e certeza  O  processo  se  iniciou  com  pedido  de  restituição  da  contribuinte,  no  qual  informou ter realizado pagamento indevido ou a maior de PI/Pasep.  A RFB,  baseando­se  em  dados  constantes  de  seus  sistemas  informatizados,  alimentados  por  informações  prestadas  pela  própria  contribuinte,  por  meio  de  declarações  fiscais  próprias,  constatou  que  o  pagamento  informado  foi  integralmente  utilizado  para  quitar  débito  da  contribuinte,  referente  a  tributo  informado  em  DCTF,  logo,  tributo  considerado devido, porque a DCTF, nos termos do art. 5º do Decreto­Lei nº 2.124, de 1984, é  instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, não restando  crédito disponível a ser restituído.  Com base nisto, o pedido foi indeferido.  O fundamento legal está expresso em seu quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO,  DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL”, no qual consta o artigo 165 da Lei nº 5.172, de  25/10/66 (CTN).  Estando o pagamento totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF, o  DARF a ele relativo não prova a existência de crédito algum.  Assim, não foi atendido o art. 165 do CTN, que diz que a contribuinte  tem  direito à restituição de tributo nos casos de: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo  indevido ou maior que o devido;  erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da  alíquota  aplicável,  no  cálculo  do  montante  do  débito  ou  na  elaboração  ou  conferência  de  qualquer  documento  relativo  ao  pagamento;  reforma,  anulação  revogação  ou  rescisão  de  decisão condenatória.  Caberia  à  interessada  provar  o  direito  à  restituição,  à  luz  do  art.  333  do  Código de Processo Civil (CPC), aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus  da prova incumbe a quem alega fato constitutivo de direito.  Até  o  momento  do  protocolo  do  recurso  voluntário,  a  contribuinte  não  apresentou  documentos  que  comprovassem  erro  na  DCTF,  nem  comprovou  ocorrência  de  alguma das hipóteses previstas no art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972, que permitiriam  apresentação destes documentos em momento posterior. Cito.  “Art. 16. A impugnação mencionará:  (...)  III  –  os motivos  de  fato  e de  direito em que  se  fundamenta,  os  pontos de discordância e as razões e provas que possuir;  (...)  §4º  A  prova  documental  será  apresentada  na  impugnação,  precluindo o direito de o impugnante fazê­lo em outro momento  processual, a menos que:  Fl. 53DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909591/2012­04  Acórdão n.º 3801­002.742  S3­TE01  Fl. 6          5 a)  fique  demonstrada  a  impossibilidade  de  sua  apresentação  oportuna, por motivo de força maior;  b) refira­se a fato ou a direito superveniente;  c) destine­se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas  aos autos.”  Ao  contrário  da  decisão  recorrida,  várias  decisões  proferidas  pelo  CARF  admitiram a retificação de DCTF posterior à ciência do despacho decisório.  Porém, no âmbito desta turma, esta admissão ocorre somente quando a DCTF  retificadora é acompanhada da prova de erro na DCTF retificada, por meio da escrituração e  dos documentos fiscais e contábeis.  Apenas  assim  se  pode  afirmar  que o  crédito  pleiteado  existe  e  é dotado  de  certeza e liquidez.  Veja­se  a  ementa  do  acórdão  3801­00.190,  de  22/05/2012,  relatado  pelo  Conselheiro Flávio de Castro Pontes, em que se assentou que a contribuinte deveria comprovar  a origem do direito de crédito:  “Assunto:  Contribuição  para  o  Financiamento  da  Seguridade  Social ­ Cofins  Data do fato gerador: 31/12/2002  COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF APÓS A CIÊNCIA  DO DESPACHO DECISÓRIO.  A  simples  retificação  de  DCTF  não  é  elemento  de  prova  suficiente para aferir a liquidez e certeza do direito creditório.  COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INCERTO.  A  compensação  não  pode  ser  homologada  quando  o  sujeito  passivo não comprova a origem de seu direito creditório.  Recurso Voluntário Negado.”  Da 2ª Turma Especial, da 3ª Seção de Julgamento, são exemplos do mesmo  entendimento  os  Acórdãos  3802­001.290,  de  25/09/2012,  relatado  pelo  Conselheiro  José  Fernandes  do  Nascimento,  e  3802­001.593,  de  27/02/2013,  relatado  pelo  Conselheiro  Francisco José Barroso Rios, cujas ementas, com grifos meus, são as seguintes:  Acórdão nº 3802­001.290:  “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA  SEGURIDADE SOCIAL COFINS  Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002  COMPENSAÇÃO.  DECLARAÇÃO  DE  COMPENSAÇÃO  (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA  FASE  RECURSAL.  DECISÃO  NÃO  HOMOLOGATÓRIA  MANTIDA.  Fl. 54DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909591/2012­04  Acórdão n.º 3801­002.742  S3­TE01  Fl. 7          6 Na  ausência  da  comprovação  da  certeza  e  liquidez  do  crédito  utilizado  no  procedimento  compensatório,  deve  ser  mantida  a  decisão recorrida que não homologou a compensação declarada  pelo mesmo motivo.  ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL  Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002  PROCESSO  DE  COMPENSAÇÃO.  DCTF  RETIFICADORA.  ENTREGA  APÓS  CIÊNCIA  DO  DESPACHO  DECISÓRIO.  REDUÇÃO  DO  DÉBITO  ORIGINAL.  COMPROVAÇÃO  DA  ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE.  Uma  vez  iniciado  o  processo  de  compensação,  a  redução  do  valor  débito  informada na DCTF  retificadora,  entregue  após  a  emissão  e  ciência  do  Despacho  Decisório,  somente  será  admitida,  para  fim  de  comprovação  da  origem  do  crédito  compensado,  se  ficar  provado  nos  autos,  por  meio  de  documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração  do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos.  NULIDADE.  DECISÃO  DE  PRIMEIRO  GRAU.  ANÁLISE  DE  NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO  HOMOLOGAÇÃO DA  COMPENSAÇÃO  POR  INEXISTÊNCIA  DE  CRÉDITO.  ALTERAÇÃO  DA  MOTIVAÇÃO  DO  DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA.  Não  é  passível  de  nulidade,  por  mudança  de  motivação,  a  decisão  de  primeiro  grau  que  rejeita  novo  argumento  defesa  suscitado  na manifestação  de  inconformidade  e  mantém  a  não  homologação  da  compensação  declarada,  por  da  ausência  de  comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no  contestado Despacho Decisório.  DILIGÊNCIA.  REALIZAÇÃO  PARA  JUNTADA  DE  PROVA  DOCUMENTAL  EM  PODER  DO  REQUERENTE.  DESNECESSIDADE.  Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova  documental  em  poder  do  próprio  requerente  que,  sem  a  demonstração  de  qualquer  impedimento,  não  foi  carreada  aos  autos  nas  duas  oportunidades  em  que  exercitado  o  direito  de  defesa.  Recurso Voluntário Negado..  Acórdão nº 3802­001.593:  “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO  Data do fato gerador: 30/09/2004  COMPENSAÇÃO  COM  CRÉDITOS  DECORRENTES  DE  RETIFICAÇÃO  DE  DCTF  DEPOIS  DE  PROFERIDO  DESPACHO  DECISÓRIO  NÃO  HOMOLOGANDO  PER/DECOMP.  AUSÊNCIA  DE  COMPROVAÇÃO  DE  ERRO  Fl. 55DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909591/2012­04  Acórdão n.º 3801­002.742  S3­TE01  Fl. 8          7 DE  FATO  NO  PREENCHIMENTO  DA  DECLARAÇÃO  ORIGINAL.  INADMISSIBILIDADE  DA  COMPENSAÇÃO  EM  VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA  DO CRÉDITO ADUZIDO.  A  compensação,  hipótese  expressa  de  extinção  do  crédito  tributário  (art.  156  do  CTN),  só  poderá  ser  autorizada  se  os  créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos  ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a  teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN.  Uma  vez  intimada  da  não  homologação  de  seu  pedido  de  compensação,  a  interessada  somente  poderá  reduzir  débito  declarado  em  DCTF  se  apresentar  prova  inequívoca  da  ocorrência de erro de fato no seu preenchimento.  A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado  impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública  mediante compensação.  Recurso a que se nega provimento.”  A  2ª  Turma  da  4ª  Câmara  da  3ª  Seção  de  Julgamento  tem  o  mesmo  entendimento, conforme se vê no acórdão nº. 3402­001.668, de 15/02/2012, cuja ementa é:  “Assunto: Contribuição de  Intervenção no Domínio Econômico  – CIDE  Data do fato gerador: 15/07/2005  NULIDADE POR FALTA DE FUNDAMENTO LEGAL.  Em  sendo  verificado  que  tanto  o  ato  de  indeferimento  da  compensação  quanto  a  decisão  recorrida  apresentam  os  fundamentos  legais  que  sustentam  a  prolação  do  ato  administrativo,  não  ocasionando  cerceamento  do  direito  de  defesa  do  contribuinte,  não  há  que  se  decretar  a  nulidade  da  decisão  administrativa.  Igualmente  não  incorre  em  nulidade  a  decisão  que  deixa  de  intimar  o  contribuinte  a  apresentar  seus  próprios  documentos  contábeis  e  fiscais  para  comprovar  fato  que sustenta seu direito ao indébito tributário.  PEDIDO  DE  COMPENSAÇÃO.  NÃO  HOMOLOGAÇÃO.  PROVA  DA  EXISTÊNCIA,  SUFICIÊNCIA  E  LEGITIMIDADE  DO  CRÉDITO.  ÔNUS  DO  CONTRIBUINTE.  Não  se  homologa  a  compensação  pleiteada  pelo  contribuinte  quando este deixa de produzir prova, através de meios idôneos  e capazes, de que o pagamento legitimador do crédito utilizado  na  compensação  tenha  sido  efetuado  indevidamente  ou  em  valor maior que o devido, não bastando a retificação da DCTF  como prova do suposto indébito.”  O  direito  de  crédito  deve  ser  provado  e  apenas  créditos  líquidos  e  certos  podem ser compensados.  Fl. 56DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909591/2012­04  Acórdão n.º 3801­002.742  S3­TE01  Fl. 9          8 Isto  vale  tanto  para  compensação  com  débitos  do  contribuinte  quanto  para  restituição de pagamento de tributo indevido ou maior que o devido.  Não  é  possível  restituir  valor  referente  a pagamento  de  tributo  indevido  ou  maior que devido se este valor não é líquido e certo.  No presente caso, não há prova de que houve pagamento  indevido, nem de  que o direito de crédito alegado equivale à incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre  valores de ICMS.  Por isso, não é necessário discutir a questão de mérito sobre a incidência da  contribuição social sobre valores pagos a título de ICMS.  Conclusão  Pelo  exposto,  tendo  em  vista  não  ter  sido  provado  pagamento  de  tributo  indevido ou maior que o devido, com fundamento nos artigos 165 do CTN e 333 do CPC, voto  por  negar  provimento  ao  recurso  voluntário,  mantendo­se  o  despacho  decisório  que  não  reconheceu o direito de crédito e indeferiu o pedido de restituição.    (assinado digitalmente)  Paulo Sergio Celani ­ Relator                                Fl. 57DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES

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Numero do processo: 10580.727346/2009-75
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO CLARA E PRECISA DOS FATOS. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA Presentes nos autos a discriminação clara e precisa das razões fáticas que culminaram na lavratura do auto de infração, evidencia-se a ausência do cerceamento do direito de defesa. APROPRIAÇÃO DOS PAGAMENTOS EFETUADOS APÓS O INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. Afastada a denúncia espontânea após a ciência do início do procedimento fiscal por parte do contribuinte, nos termos do art. 138 do CTN, deve ser salvaguardado seu direito de abatimento em relação aos valores já pagos em cima do montante lavrado na autuação em epígrafe. TAXA SELIC. SÚMULA 03. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento - a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõe-se o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-002.654
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para determinar o recálculo da multa de mora em relação ao valor remanescente, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/09 ( art. 61 da Lei 9.430/96). Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Marcelo Magalhães Peixoto - Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Ivacir Júlio de Souza, Daniele Souto Rodrigues, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI     2 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no  momento do pagamento.  Recurso Voluntário Provido em Parte.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  ACORDAM  os  membros  do  Colegiado,  por  maioria  de  votos,  em  dar  provimento  parcial  ao  recurso,  para determinar  o  recálculo  da multa de mora  em  relação  ao  valor  remanescente, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação  dada  pela  Lei  11.941/09  (  art.  61  da  Lei  9.430/96).  Vencido  o  conselheiro  Paulo Mauricio  Pinheiro Monteiro na questão da multa.       Carlos Alberto Mees Stringari ­ Presidente      Marcelo Magalhães Peixoto ­ Relator    Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees  Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Ivacir Júlio de Souza, Daniele Souto Rodrigues, Paulo  Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas.  Fl. 1442DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10580.727346/2009­75  Acórdão n.º 2403­002.654  S2­C4T3  Fl. 3          3   Relatório  Cuida­se  de Recurso Voluntário  interposto  em  face  de Acórdão  que  julgou  improcedente  a  impugnação  ofertada  em  face  do  lançamento  consubstanciado  no DEBCAD  37.226.639­8,  referente  ao  período  de  01/2005  a  12/2005,  no  montante  de  R$  119.950,98  (cento  e  dezenove mil  novecentos  e  cinquenta  reais  e  noventa  e  oito  centavos),  na  qual  se  almeja  o  recolhimento  de  contribuições  previdenciárias  relativas  à  cota  dos  segurados  empregados e contribuintes individuais descontado e não recolhido.  Segundo o Discriminativo de Débito,  fl. 05, assim como o Relatório Fiscal,  fls. 66/80, a autuação em epígrafe desdobra­se nos seguintes levantamentos:  1.  LEVANTAMENTOS  FP3  E  Z2:  estes  levantamentos  englobam fatos geradores não declarados em GFIP – Guias  de  Recolhimento  do  Fundo  de  Garantia  por  Tempo  de  Serviço e Informações à Previdência Social, compreendendo  contribuições  incidentes  sobre  remunerações  pagas  a  segurados empregados apuradas nas folhas de pagamento e  consideradas  como  base  de  cálculo  pela  empresa.  O  levantamento  Z2  compreende  as  competências  com  aplicação da penalidade prevista no art. 44,  inciso I, da Lei  9.430/96,  enquanto  o  levantamento  FP3  contempla  as  competências  com multa  aplicada  em  conformidade  com o  art.  35,  da  Lei  8.212/91,  com  redação  dada  pela  Lei  9.876/99.  2.  LEVANTAMENTOS  FP4  E  Z3:  estes  levantamentos  englobam fatos geradores não declarados em GFIP – Guias  de  Recolhimento  do  Fundo  de  Garantia  por  Tempo  de  Serviço e Informações à Previdência Social, compreendendo  contribuições  incidentes  sobre  remunerações  pagas  a  segurados  contribuintes  individuais.  O  levantamento  Z3  compreende  as  competências  com  aplicação  da  penalidade  prevista  no  art.  44,  inciso  I,  da  Lei  9.430/96,  enquanto  o  levantamento  FP4  contempla  as  competências  com  multa  aplicada  em  conformidade  com  o  art.  35,  da Lei  8.212/91,  com redação dada pela Lei 9.876/99.  DA IMPUGNAÇÃO  Inconformada com o lançamento, o contribuinte apresentou defesa por meio  de instrumento de fls. 1046/1068.  DO ACÓRDÃO DA DRJ  Após analisar os argumentos da então Impugnante, a 5ª Turma da Delegacia  da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador, DRJ/SDR, prolatou o Acórdão nº 15­ 32.027, fls. 1391/1403, na qual julgou pela procedência em parte da impugnação ofertada, para  Fl. 1443DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI     4 realizar  os  abatimentos  solicitados  na  impugnação  em  relação  às  retificações  realizadas  nas  GPS, sob orientação do auditor fiscal. Segue ementa:  ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS  Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005  CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.  Não há cerceamento de defesa quando o Auto de Infração (AI) e  seus  anexos  são  regularmente  cientificados  ao  sujeito  passivo,  sendo­lhe  concedido  prazo  para  sua  manifestação,  e  quando  estejam discriminados, nestes, a situação fática constatada e os  dispositivos  legais  que  amparam  a  autuação,  tendo  sido  observados  todos  os  princípios  que  regem  o  Procedimento  Administrativo Fiscal.  APROPRIAÇÃO DE GPS.  As  Guias  da  Previdência  Social  (GPS)  que  não  foram  consideradas na época do lançamento devem ser apropriadas ao  crédito  lançado,  após  confirmadas  no  sistema  RFB,  com  as  retificações processadas.  ATO  NÃO  DEFINITIVAMENTE  JULGADO.  RETROATIVIDADE  BENIGNA.  MULTA  MENOS  SEVERA.  MOMENTO DA COMPARAÇÃO.  A  lei  aplica­se  a  fato  pretérito  quando  lhe  comine  penalidade  menos  severa  que  a  prevista  na  lei  vigente  ao  tempo  da  sua  prática (art. 106, II, “c”, CTN). A comparação das multas para  verificação  e  aplicação  da  mais  benéfica  somente  poderá  operacionalizar­se quando o pagamento do crédito for postulado  pelo contribuinte ou quando do ajuizamento de execução fiscal,  conforme Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 14, de 04/12/2009.  TAXA SELIC. LEGALIDADE.  É lícita a utilização da Taxa Referencial do Sistema Especial de  Liquidação  e  Custódia  (SELIC)  para  o  cálculo  dos  juros  incidentes  sobre as  contribuições  sociais  e outras  importâncias  arrecadadas  pela  Secretaria  da  Receita  Federal  do  Brasil  (RFB).  PRODUÇÃO  DE  PROVAS.  APRESENTAÇÃO  DE  DOCUMENTOS.  A  apresentação  de  provas,  inclusive  provas  documentais,  no  contencioso  administrativo,  deve  ser  feita  juntamente  com  a  impugnação, precluindo o direito de fazê­lo em outro momento,  salvo se fundamentado nas hipóteses expressamente previstas.  Impugnação Procedente em Parte  Crédito Tributário Mantido em Parte  DO RECURSO VOLUNTÁRIO  Fl. 1444DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10580.727346/2009­75  Acórdão n.º 2403­002.654  S2­C4T3  Fl. 4          5 Irresignada, a Recorrente interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, fls.  1410/1427, requerendo a reforma do Acórdão da DRJ, utilizando­se, para tanto, dos seguintes  argumentos:   1.  Em  sede  preliminar,  cerceamento  do  direito  de  defesa  ante  a  ausência  de  consistência  e  clareza  do  auto  de  infração, além de erro/ausência de fundamento legal;  2.  A  autuação  em  epígrafe  é  oriunda  do  equívoco  da  Recorrente  no  preenchimento  das  GPS,  uma  vez  que  todas  as  contribuições  previdenciárias  foram  devidamente  pagas.  Foram  realizados  as  retificações  devidas  pagamentos  de  contribuições  no  curso  do  procedimento  fiscal  que  não  foram  abatidos  pela  fiscalização,  promovendo,  assim,  sua  cobrança  em  duplicidade considerando que já foram pagas;  3.  Erro na aplicação da multa;  4.  Impossibilidade  de  utilização  da  SELIC  como  taxa  de  juros remuneratórios.  É o relatório.  Fl. 1445DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI     6   Voto             Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator  DA ADMISSIBILIDADE  Conforme documentos de fl. 1243, tem­se que o recurso é tempestivo e reúne  os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento.  DO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA – NULIDADE   Alega o contribuinte o cerceamento do direito de defesa, em razão da forma  pela qual o auto foi lavrado.  O Relatório Fiscal, nos seus itens, discrimina de forma suficiente os fatos que  geradores  que  foram  apurados  através  do  cotejo  das  folhas  de  pagamento  e  GFIP,  bem  as  remunerações  pagas  aos  contribuintes  individuais,  explanando  que  os  fatos  geradores  foram  apurados  através  da  escrituração  contábil  da  empresa,  complementados  com  informações  constantes nas folhas de pagamento.  Explica  que  além  dos  serviços  contabilizados  na  conta  contábil  “Serviços  Prestados  Pessoa  Física  –  33401010”,  outros  foram  contabilizados  em  contas  diversas,  conforme registra em planilha anexa.  Portanto,  vê­se  que  os  fatos  ensejadores,  assim  como  os  fundamentos  jurídicos  foram  devidamente  preenchidos  e  esclarecidos,  não  restando  dúvidas  quanto  ao  lançamento referente aos levantamentos acima mencionados, não ocasionando o cerceamento  do direito de defesa alegado pelo contribuinte.  APROPRIAÇÃO DE PAGAMENTOS EFETUADOS APÓS O INÍCIO  DO PROCEDIMENTO FISCAL  A  Recorrente  alega  que  a  autuação  em  epígrafe,  no  que  tange  aos  levantamentos de diferenças de folhas de pagamento e GFIP, é oriunda do equívoco cometido  quando  do  preenchimento  das  GPS,  garantindo  que  os  valores  exigidos  já  tinham  sido  recolhidos, ainda que equivocadamente.  Para  tanto, colacionou em sede de  impugnação,  as guias para comprovação  dos  valores  recolhidos,  documentos  estes  que  foram  analisados  pela  DRJ,  fl.1398,  e  devidamente  apropriados  na  decisão  de  primeira  instância  que  manteve  em  parte  o  crédito  tributário, no que tange ao montante remanescente.  Dessa forma, não há que se falar em uma nova apropriação de créditos, uma  vez  que  não  foram  apresentados  documentos  novos  que  assim  permita  a  realização  de  novo  procedimento.  LEGALIDADE DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA PELA SELIC  A Recorrente entende como ilegal a incidência da taxa Selic na correção do  crédito  tributário  lançado.  Ocorre  que,  nos  termos  do  art.  62­A  do  Regimento  Interno  do  Fl. 1446DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10580.727346/2009­75  Acórdão n.º 2403­002.654  S2­C4T3  Fl. 5          7 Conselho  de  Administrativo  de  Recursos  Fiscais  –  CARF,  os  julgamentos  dos  conselheiros  estão vinculados aos acórdãos do STF e STJ, quando prolatados nos termos dos arts. 543­B e  543­C do CPC, verbis:  Art. 62­A do Regimento Interno do CARF:  Art.  62­A.  As  decisões  definitivas  de  mérito,  proferidas  pelo  Supremo Tribunal  Federal  e  pelo  Superior  Tribunal  de  Justiça  em  matéria  infraconstitucional,  na  sistemática  prevista  pelos  artigos 543­B e 543­C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973,  Código  de  Processo  Civil,  deverão  ser  reproduzidas  pelos  conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.  Nesse diapasão, o Colendo STJ  já se manifestou acerca da possibilidade de  atualização monetária pela Taxa SELIC, nos termos do art. 543­C do CPC, verbis:  PROCESSUAL  CIVIL  E  TRIBUTÁRIO.  RECURSO  ESPECIAL  SUBMETIDO À SISTEMÁTICA PREVISTA NO ART. 543­C DO  CPC. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO­OCORRÊNCIA.  REPETIÇÃO DE  INDÉBITO.  JUROS DE MORA  PELA  TAXA  SELIC.  ART.  39,  §  4º,  DA  LEI  9.250/95.  PRECEDENTES  DESTA CORTE.  1.  Não  viola  o  art.  535  do  CPC,  tampouco  nega  a  prestação  jurisdicional,  o  acórdão  que  adota  fundamentação  suficiente  para decidir de modo integral a controvérsia.  2. Aplica­se a taxa SELIC, a partir de 1º.1.1996, na atualização  monetária  do  indébito  tributário,  não  podendo  ser  cumulada,  porém, com qualquer outro índice, seja de juros ou atualização  monetária.  3.  Se  os  pagamentos  foram  efetuados  após  1º.1.1996,  o  termo  inicial  para  a  incidência  do  acréscimo  será  o  do  pagamento  indevido; no entanto, havendo pagamentos indevidos anteriores  à data de vigência da Lei 9.250/95, a incidência da taxa SELIC  terá como termo a quo a data de vigência do diploma legal em  tela, ou seja, janeiro de 1996.  Esse  entendimento  prevaleceu  na  Primeira  Seção  desta  Corte  por ocasião do julgamento dos EREsps 291.257/SC, 399.497/SC  e 425.709/SC.  4.  Recurso  especial  parcialmente  provido.  Acórdão  sujeito  à  sistemática  prevista  no  art.  543­C  do  CPC,  c/c  a  Resolução  8/2008 ­ Presidência/STJ.  (REsp 1111175/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA  SEÇÃO, julgado em 10/06/2009, DJe 01/07/2009) (grifo nosso)  Ademais,  além  do  referendo  Judicial  em  sede  de  Recurso  Repetitivo,  essa  matéria consta na Súmula n. 3 do CARF, verbis:  A partir de 1º de abril  de 1995, os  juros moratórios  incidentes  sobre  débitos  tributários  administrados  pela  Secretaria  da  Fl. 1447DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI     8 Receita  Federal  são  devidos,  no  período  de  inadimplência,  à  taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia ­  SELIC para títulos federais.  Portanto, não há que se falar em ilegalidade na aplicação da Taxa SELIC em  matéria tributária.  DAS MULTAS APLICADAS  Uma vez ultrapassados os fundamentos acima e constatado que a recorrente  não apresenta contraprova do mérito dos  levantamentos apurados pela  fiscalização, cabe, por  último, analisar as multas aplicadas e tecer­lhes alguns comentários.  A MP nº 449, convertida na Lei nº 11.941/09, que deu nova redação aos arts.  32 e 35 e incluiu os arts. 32­A e 35­A na Lei nº 8.212/91, trouxe mudanças em relação à multa  aplicada no caso de contribuição previdenciária.  Assim dispunha o art. 35 da Lei nº 8.212/91 antes da MP nº 449, in verbis:  Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas  pelo  INSS,  incidirá  multa  de  mora,  que  não  poderá  ser  relevada,  nos  seguintes  termos:  (Redação  dada  pela  Lei  nº  9.876, de 1999).  I  ­  para  pagamento,  após  o  vencimento  de  obrigação  não  incluída em notificação fiscal de lançamento:  a)  oito  por  cento,  dentro  do mês  de  vencimento  da  obrigação;  (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).  b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei  nº 9.876, de 1999).  c)  vinte  por  cento,  a  partir  do  segundo  mês  seguinte  ao  do  vencimento da obrigação;  (Redação dada pela Lei nº 9.876, de  1999).  II ­ para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal  de lançamento:  a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento  da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).  b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da  notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).  c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que  antecedido de defesa, sendo ambos  tempestivos, até quinze dias  da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência  Social ­ CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).  d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da  decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social ­ CRPS,  enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei  nº 9.876, de 1999). (sem destaques no original)  Fl. 1448DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10580.727346/2009­75  Acórdão n.º 2403­002.654  S2­C4T3  Fl. 6          9 Verifica­se,  portanto,  que  antes  da  MP  nº  449  não  havia  multa  de  ofício.  Havia apenas multa de mora em duas modalidades: a uma decorrente do pagamento em atraso,  desde  que  de  forma  espontânea  a  duas  decorrente  da  notificação  fiscal  de  lançamento,  conforme  previsto  nos  incisos  I  e  II,  respectivamente,  do  art.  35  da  Lei  nº  8.212/91,  então  vigente.  Nesse sentido dispõe a hodierna doutrina (Contribuições Previdenciárias à luz  da  jurisprudência  do CARF – Conselho Administrativo  de Recursos Fiscais  /  Elias Sampaio  Freire, Marcelo Magalhães Peixoto (coordenadores). – Julio César Vieira Gomes (autor) – São  Paulo: MP Ed., 2012. Pág. 94), in verbis:   “De  fato,  a  multa  inserida  como  acréscimo  legal  nos  lançamentos tinha natureza moratória – era punido o atraso no  pagamento  das  contribuições  previdenciárias,  independentemente  de  a  cobrança  ser  decorrente  do  procedimento  de  ofício.  Mesmo  que  o  contribuinte  não  tivesse  realizado  qualquer  pagamento  espontâneo,  sendo,  portanto,  necessária  a  constituição  do  crédito  tributário  por  meio  do  lançamento, ainda assim a multa era de mora. (...) Não se punia  a  falta  de  espontaneidade,  mas  tão  somente  o  atraso  no  pagamento – a mora.” (com destaque no original)  Com o advento da MP nº 449, que passou a vigorar a partir 04/12/2008, data  da sua publicação, e posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09, foi dada nova redação ao  art. 35 e incluído o art. 35­A na Lei nº 8.212/91, in verbis:  Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das  contribuições  sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art.  11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição  e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras  entidades  e  fundos,  não  pagos  nos  prazos  previstos  em  legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora,  nos  termos  do  art.  61  da Lei  nº  9.430,  de  27  de  dezembro  de  1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).  Art.  35­A.  Nos  casos  de  lançamento  de  ofício  relativos  às  contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplica­se o disposto  no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído  pela Lei nº 11.941, de 2009). (sem destaques no original)  Nesse  momento  surgiu  a  multa  de  ofício  em  relação  à  contribuição  previdenciária, até então inexistente, conforme destacado alhures.  Logo,  tendo  em  vista  que  o  lançamento  se  reporta  à  data  da  ocorrência  do  fato  gerador,  nos  termos  do  art.  144  do  CTN,  tem­se  que,  em  relação  aos  fatos  geradores  ocorridos  antes  de  12/2008,  data  da  MP  nº  449,  aplica­se  apenas  a  multa  de  mora.  Já  em  relação aos fatos geradores ocorridos após 12/2008, aplica­se apenas a multa de ofício.  Contudo, no que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base  no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN positiva o princípio  da  retroatividade  benigna,  impõe­se  o  cálculo  da  multa  com  base  no  artigo  61  da  Lei  nº  9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia,  limitada a 20%,  em comparativo  com a  Fl. 1449DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI     10 multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e  prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento.  CONCLUSÃO  Do  exposto,  voto  pelo  provimento  parcial  do  Recurso  Voluntário,  para  determinar o  recálculo da multa de mora de acordo com o disposto no art. 35,  caput, da Lei  8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/09 (art. 61 da Lei 9.430/96).    Marcelo Magalhães Peixoto.                              Fl. 1450DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/09 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI

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Numero do processo: 10882.905125/2012-45
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 21/11/2007 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PER/DCOMP. DECLARAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRESCINDÍVEL. Prescinde de lançamento de ofício a não-homologação de declaração de compensação e a exigência dos débitos indevidamente compensados por meio desta declaração. Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.718
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) PAULO SERGIO CELANI - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905125/2012­45  Acórdão n.º 3801­003.718  S3­TE01  Fl. 3          2 (assinado digitalmente)  PAULO SERGIO CELANI ­ Relator.    Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Flávio  de  Castro  Pontes,  Paulo  Sergio  Celani,  Marcos  Antônio  Borges,  Sidney  Eduardo  Stahl,  Maria  Inês  Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.    Relatório  Trata­se  de  recurso  voluntário  interposto  contra  acórdão  da  Delegacia  da  Receita  Federal  de  Julgamento  em  Belo  Horizonte­DRJ/BHE,  que  julgou  improcedente  manifestação  de  inconformidade  apresentada  contra  despacho  decisório  que  não  homologou  PER/DCOMP  transmitida  pela  contribuinte  com  o  objetivo  de  compensar  débitos  nele  declarados com crédito decorrente de alegado pagamento indevido ou a maior.  Do relatório do acórdão recorrido, extraio o seguinte trecho:  “De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF  descrito  no  PerDcomp  acima  identificado,  foram  localizados  um  ou  mais  pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte,  não  restando  crédito  disponível  para  compensação  dos  débitos  informados  no  PerDcomp. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO  FOI HOMOLOGADA.  Como enquadramento legal citou­se: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de  outubro de 1966 (Código Tributário Nacional ­ CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27  de dezembro de 1996.  DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE  Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de  inconformidade alegando, em síntese, o que se segue:  ­ que o despacho é  eletrônico e não passou pelo  crivo de um auditor  fiscal,  sendo possivelmente um encontro de contas realizado automaticamente por sistema  informatizado  e  que  lhe  falta  fundamentação  e  motivação  devendo  ser  declarado  nulo;  ­ que houve preterição do direito de defesa, citando artigo da IN 900/2008 que  estabelece que a autoridade da RFB poderá condicionar o reconhecimento do direito  creditório  à  apresentação  de  documentos  e  poderá  determinar  a  realização  de  diligência fiscal;  ­  que  transmitiu  Declaração  de  Compensação  de  COFINS,  apurado  em  30/06/04 e que esse crédito poderia ser utilizado em sua totalidade, pois não havia  nenhum  débito  anterior  a  ele  vinculado  e  que,  agora,  a  RFB  vem  inquirir  que  o  crédito  utilizado  na  compensação  foi  utilizado  antes  para  quitação  do  débito  de  Fl. 55DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905125/2012­45  Acórdão n.º 3801­003.718  S3­TE01  Fl. 4          3 COFINS  de  30/06/04  quando  já  havia  perecido  o  direito  do  Fisco  de  cobrar  o  pretenso débito;  ­ que a RFB nunca cobrou esse débito e que não houve qualquer condição de  suspensão da exigibilidade;  ­  que  passou mais  de  5  anos  e  o  débito  não  pode  ser  exigido,  pois  com  a  aplicação da Súmula Vinculante nº 8 do STF já se operou a decadência.  Requer a reavaliação do Despacho Decisório  A ementa do acórdão da DRJ/BHE é a seguinte:  “DECLARAÇÃO  DE  COMPENSAÇÃO.  PAGAMENTO  INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO.  Não  se admite  compensação com crédito que não se  comprova  existente.”  No  recurso  voluntário,  a  contribuinte  alega  que  não  houve  qualquer  antecipação de pagamento em relação ao débito declarado no PER/DCOMP; que ele não  foi  homologado expressa ou tacitamente; que a fiscalização não efetuou intimação fiscal para que  a  contribuinte  pagasse  o  débito;  que,  em  decorrência  disto  tudo,  “não  há  que  se  falar  em  crédito  tributário  constituído  pelo  lançamento,  motivo  pelo  qual,  em  face  de  sua  inércia,  deverá o fisco federal suportar os efeitos do decurso do prazo decadencial, nos termos do art.  150, parágrafo 4º do Código Tributário Nacional.”  É o relatório.  Fl. 56DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905125/2012­45  Acórdão n.º 3801­003.718  S3­TE01  Fl. 5          4     Voto             Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator.  O  recurso  é  tempestivo  e  atende  aos  demais  requisitos  de  admissibilidade  para julgamento nesta turma especial.  Nulidades do despacho decisório e da decisão recorrida não são argüidas no  recurso voluntário.  Sobre o direito de crédito e sua liquidez e certeza  Apesar  de  a  recorrente  não  atacar  os  fundamentos  do  despacho  decisório,  traço as seguintes palavras para deixar claro a correção do despacho decisório.  A RFB,  baseando­se  em  dados  constantes  de  seus  sistemas  informatizados,  alimentados  por  informações  prestadas  pela  própria  contribuinte,  por  meio  de  declarações  fiscais  próprias,  constatou  que  o  pagamento  informado  foi  integralmente  utilizado  para  quitar  débito  da  contribuinte,  referente  a  tributo  informado  em  DCTF,  logo,  tributo  considerado devido, porque a DCTF, nos termos do art. 5º do Decreto­Lei nº 2.124, de 1984, é  instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, não restando  crédito disponível a ser restituído.  Com base nisto, o pedido foi indeferido e a compensação não homologada.  O  fundamento  legal  está  expresso  no  quadro  “3  –  FUNDAMENTAÇÃO,  DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL” do despacho decisório, no qual consta o artigo  165 e 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/66 (CTN).  Estando o pagamento totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF, o  DARF a ele relativo, por si só, não prova a existência de crédito algum.  E a contribuinte não comprovou em nenhum momento erro na DCTF.  Assim, não foi atendido o art. 165 do CTN, que diz que a contribuinte  tem  direito à restituição de tributo nos casos de: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo  indevido ou maior que o devido;  erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da  alíquota  aplicável,  no  cálculo  do  montante  do  débito  ou  na  elaboração  ou  conferência  de  qualquer  documento  relativo  ao  pagamento;  reforma,  anulação  revogação  ou  rescisão  de  decisão condenatória.  Não  foi  atendido  o  art.  170  do  CTN  que  diz  que  a  lei  poderá  autorizar  a  compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos do  sujeito passivo contra a Fazenda Pública..  Fl. 57DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905125/2012­45  Acórdão n.º 3801­003.718  S3­TE01  Fl. 6          5 E  a  liquidez  e  certeza  não  foram  comprovada  pela  contribuinte,  a  quem  incumbia  esse  ônus,  à  luz  do  art.  333  do  Código  de  Processo  Civil  (CPC),  aplicável  subsidiariamente  ao  caso, que determina que o ônus da prova  incumbe a quem alega  fato  constitutivo de direito.  Vários acórdãos do CARF assentaram entendimento semelhante.  Veja­se, como exemplo, a ementa do acórdão 3801­00.190, de 22/05/2012,  relatado pelo Conselheiro Flávio de Castro Pontes:  “Assunto:  Contribuição  para  o  Financiamento  da  Seguridade  Social ­ Cofins  Data do fato gerador: 31/12/2002  COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF APÓS A CIÊNCIA  DO DESPACHO DECISÓRIO.  A  simples  retificação  de  DCTF  não  é  elemento  de  prova  suficiente para aferir a liquidez e certeza do direito creditório.  COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INCERTO.  A  compensação  não  pode  ser  homologada  quando  o  sujeito  passivo não comprova a origem de seu direito creditório.  Recurso Voluntário Negado.”  Da 2ª Turma Especial, da 3ª Seção de Julgamento, são exemplos do mesmo  entendimento  os  Acórdãos  3802­001.290,  de  25/09/2012,  relatado  pelo  Conselheiro  José  Fernandes  do  Nascimento,  e  3802­001.593,  de  27/02/2013,  relatado  pelo  Conselheiro  Francisco José Barroso Rios.  Transcrevo a parte que interessa do primeiro:  Acórdão nº 3802­001.290:  “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA  SEGURIDADE SOCIAL COFINS  Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002  COMPENSAÇÃO.  DECLARAÇÃO  DE  COMPENSAÇÃO  (DCOMP).  DIREITO  CREDITÓRIO  NÃO  COMPROVADO  NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA  MANTIDA.  Na  ausência  da  comprovação  da  certeza  e  liquidez  do  crédito  utilizado  no  procedimento  compensatório,  deve  ser mantida  a  decisão  recorrida  que  não  homologou  a  compensação  declarada pelo mesmo motivo.  (...)”  O  direito  de  crédito  deve  ser  provado  e  apenas  créditos  líquidos  e  certos  podem ser compensados ou restituídos.  Fl. 58DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905125/2012­45  Acórdão n.º 3801­003.718  S3­TE01  Fl. 7          6 Alegações sobre decadência constantes do recurso voluntário.  A DRJ/BHE analisou todas as alegações do recurso voluntário.  A recorrente não apresentou argumentos que pudessem afastar as conclusões  da decisão recorrida, motivo pelo qual, adoto suas razões de decidir para afastar as alegações  recursais. Destaco o seguinte:  Com base no art. 5º, §1º, do Decreto­Lei nº 2.124, de 1984, conclui­se que a  DCTF é instrumento de confissão de dívida hábil e suficiente para a exigência do crédito  tributário nela declarado.  Com  fundamento  no  §  2º  do  art.  74  da  Lei  n.º  9.430,  27/12/1996,  a  compensação  declarada  à  Receita  Federal  extingue  o  crédito  tributário,  sob  condição  resolutória de sua ulterior homologação.  O  §  5º  deste  artigo  diz  que  o  prazo  para  homologação  da  compensação  declarada pelo sujeito passivo é de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de  compensação.  Transcorrido esse prazo após a  transmissão do PER/DCOMP e não  tendo o  fisco  se  manifestado,  considera­se  extinto  o  débito  nele  confessado,  independentemente  da  confirmação do crédito utilizado: opera­se a homologação tácita.  No  caso,  como  a  própria  contribuinte  reconhece,  a homologação  tácita  não  ocorreu, pois ela teve ciência do despacho decisório antes do transcurso de 5 anos da data da  transmissão do PER/DCOMP.  Os  parágrafos  6º  e  7º  do  mesmo  artigo  determinam  que  a  declaração  de  compensação  constitui  confissão  de  dívida  e  instrumento  hábil  e  suficiente  para  a  exigência dos débitos indevidamente compensados, e que não homologada a compensação, a  autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimá­lo a efetuar, no prazo de  30  (trinta)  dias,  contado  da  ciência  do  ato  que  não  a  homologou,  o  pagamento  dos  débitos  indevidamente compensados.  O quadro 4 do despacho decisório atendeu à exigência de ciência e intimação  com as seguintes palavras:  “Fica  o  sujeito  passivo  CIENTIFICADO  deste  despacho  e  INTIMADO a, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da  ciência  deste,  efetuar  o  pagamento  dos  débitos  indevidamente  compensados, com os respectivos acréscimos legais, facultada a  apresentação  de  manifestação  de  inconformidade  à  Delegacia  da Receita Federal  do Brasil  de  Julgamento,  no mesmo  prazo,  nos  termos dos §§ 7º  e 9º do art.  74 da Lei nº 9.430, de 1996,  com  alterações  posteriores.  Não  havendo  pagamento  ou  apresentação  de  manifestação  de  inconformidade,  os  débitos  indevidamente  compensados,  com  os  acréscimos  legais,  serão  inscritos em Dívida Ativa da União para cobrança executiva.”  Dos  fundamentos  acima,  decorre  que  não  é  necessário  auto  de  infração  ou  notificação de lançamento para a constituição de crédito tributário relativo a débito declarado  Fl. 59DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10882.905125/2012­45  Acórdão n.º 3801­003.718  S3­TE01  Fl. 8          7 em DCTF  ou  em DCOMP,  logo,  não  há  que  se  falar  em  decadência  do  direito  de  lançar  o  crédito tributário no caso presente.  Conclusão  Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário, mantendo­se  a decisão recorrida e o despacho decisório que não homologou a compensação declarada.    (assinado digitalmente)  Paulo Sergio Celani ­ Relator                                Fl. 60DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES

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Numero do processo: 11543.004371/2004-81
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Apr 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2001 IRPF. RENDIMENTO RECEBIDO ACUMULADAMENTE. APLICAÇÃO DO REGIME DE COMPETÊNCIA. O Imposto de Renda incidente sobre os rendimentos pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante global pago extemporaneamente. GLOSA. IRRF. RETENÇÃO EM AÇÃO TRABALHISTA. PROVA. A prova da retenção na ação trabalhista do IRRF e da sua cobrança na execução deste processo permite o restabelecimento da compensação do IRRF. Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2801-003.485
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para cancelar o lançamento. Votou pelas conclusões o Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada. Vencido o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida que dava provimento ao recurso em menor extensão. Assinado Digitalmente Tânia Mara Paschoalin - Presidente. Assinado Digitalmente Carlos César Quadros Pierre - Relator. articiparam do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: Carlos César Quadros Pierre

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1911; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­TE01  Fl. 578          1 577  S2­TE01  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  11543.004371/2004­81  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2801­003.485  –  1ª Turma Especial   Sessão de  14 de abril de 2014  Matéria  IRPF  Recorrente  JURANDIR MONTEIRO  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ­ IRPF  Exercício: 2001  IRPF. RENDIMENTO RECEBIDO ACUMULADAMENTE. APLICAÇÃO  DO REGIME DE COMPETÊNCIA.  O Imposto de Renda incidente sobre os rendimentos pagos acumuladamente  deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em  que  os  valores  deveriam  ter  sido  adimplidos,  observando  a  renda  auferida  mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no  montante global pago extemporaneamente.  GLOSA. IRRF. RETENÇÃO EM AÇÃO TRABALHISTA. PROVA.  A  prova  da  retenção  na  ação  trabalhista  do  IRRF  e  da  sua  cobrança  na  execução  deste  processo  permite  o  restabelecimento  da  compensação  do  IRRF.  Recurso Voluntário Provido.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao  recurso para cancelar o  lançamento. Votou pelas  conclusões o Conselheiro Marcio Henrique  Sales Parada. Vencido o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida que dava provimento  ao recurso em menor extensão.  Assinado Digitalmente  Tânia Mara Paschoalin ­ Presidente.   Assinado Digitalmente  Carlos César Quadros Pierre ­ Relator.     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 54 3. 00 43 71 /2 00 4- 81 Fl. 578DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 11543.004371/2004­81  Acórdão n.º 2801­003.485  S2­TE01  Fl. 579          2   articiparam do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin,  José  Valdemir  da  Silva,  Ewan  Teles  Aguiar,  Carlos  César  Quadros  Pierre,  Marcelo  Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.    Relatório  Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do  Brasil  de  Julgamento,  4ª  Turma  da DRJ/JFA  (Fls.  53),  na  decisão  recorrida,  que  transcrevo  abaixo:  O  contribuinte,  acima  identificado,  insurgiu­se  contra  o  lançamento  do  IRPF/2001  (ano­calendário  2000)  consubstanciado  no  Auto  de  Infração  de  fl.  06,  que  apurou  omissão  de  rendimentos  tributáveis  e  efetuou  glosa  do  imposto  retido na fonte, o que gerou crédito  tributário total apurado de  R$ 44.604,63.  Inconformado,  o  interessado  apresentou  impugnação  parcial,  alegando, em síntese, que do valor de R$ 92.043,59 auferido em  ação  trabalhista  deve  ser  abatida  a  quantia  de  R$  18.353,49,  paga  a  titulo  de  honorários  advocatícios.  Ainda,  alega  que  o  imposto de  renda na  fonte  foi retido e deve ser considerado no  cálculo de sua declaração.  Para  instruir  o pleito,  o  contribuinte anexou os documentos de  folhas 05 a 39.  Passo adiante, a 1ª Turma da DRJ/JFA entendeu por bem julgar o lançamento  procedente em parte, em decisão que restou assim ementada:  DESPESAS COM HONORÁRIOS'ADVOCATÍCIOS.  Poderá  ser.deduzido  o  valor  das  despesas  com  ação  judicial  necessárias  ao  recebimento  de  rendimentos  recebidos  acumuladamente,  inclusive  com  advogados,  se  tiverem  sido  pagas pelo contribuinte.  GLOSA DE IMPOSTO DE RENDA NA FONTE.  É de se manter a glosa do valor informado a titulo de imposto de  renda  na  fonte  quando  o  interessado  não  carreou  aos  autos  qualquer documento que comprove a retenção de imposto.  Cientificado em 26/06/2008 (Fls. 66 ­ verso), o Recorrente interpôs Recurso  Voluntário em 03/07/2008 (fls. 67), reiterando argumentos expostos quando da apresentação da  impugnação, acrescentando ainda, em síntese:  Ora,  o  recorrente  apresentou  impugnação  no  ano  de  2004,  e  estamos  no  ano  de  2008.  O  processo  trabalhista  sofreu  Fl. 579DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 11543.004371/2004­81  Acórdão n.º 2801­003.485  S2­TE01  Fl. 580          3 alterações  substanciais  daquela  data  para  frente,  o  que  possibilita e autoriza o recorrente a juntar os documentos novos  produzidos nesses autos.   (...)  Antes de mais nada, há que se dizer que o recorrente está sendo  sujeito à uma situação absurda. Pois ao mesmo tempo em que a  receita pretende lhe cobrar imposto que afirma não foi retido na  fonte, está executando o referido imposto nos autos do processo  trabalhista!  Trata­se do odioso bis in idem. A Receita cobra do trabalhador  na  esfera  administrativa,  injustamente,  enquanto  cobra,  com  justiça, na via judicial do verdadeiro devedor.  (...)  ANEXOS: Cópia integral do processo judicial, como atualmente  se encontra e procuração do recorrente a este patrono.  Em 19 de abril de 2012, aprouve aos membros do Colegiado desta egrégia 1a  Turma  Especial  da  Segunda  Sessão  de  Julgamento,  por  unanimidade  de  votos,  sobrestar  o  julgamento  do  recurso  (fls.  572  a  577),  com  base  no  disposto  no  art.  62­A  do  Regimento  Interno do CARF, aprovado pela Portaria nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações  das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010, tendo  em vista o reconhecimento da repercussão geral do tema, pelo Supremo Tribunal Federal, e a  determinação do sobrestamento dos recursos extraordinários sobre a matéria.  Encerrado o sobrestamento, o processo voltou a pauta de julgamento.  É o Relatório.    Voto             Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator.  Conheço  do  recurso,  posto  que  tempestivo  e  com  condições  de  admissibilidade.  O  litígio  se  restringe  apenas  ao  lançamento  relativo  aos  rendimentos  recebidos acumuladamente, em razão da ação da ação judicial e a glosa da dedução do IRRF  no valor de R$11.459,93.  Quanto a omissão dos rendimentos recebidos acumuladamente, observo que a  fiscalização  realizou  o  lançamento  utilizando  o  regime  de  caixa  e  não  o  de  competência,  conforme regra estabelecida no art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988.  Ocorre  que o Superior  Tribunal  de  Justiça,  em  recurso  repetitivo,  firmou o  entendimento  de  que,  no  caso  de  recebimento  acumulado  de  valores,  decorrente  de  ações  Fl. 580DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 11543.004371/2004­81  Acórdão n.º 2801­003.485  S2­TE01  Fl. 581          4 trabalhistas,  revisionais,  e  etc.,  o  Imposto  de  Renda  da  Pessoa  Física  –  IRPF  não  deve  ser  calculado  por  regime  de  caixa,  mas  sim  por  competência;  obedecendo­se  as  tabelas,  as  alíquotas, e os limites de isenção de cada competência (mês a mês).  Processo:  REsp  1118429  /  SP  RECURSO  ESPECIAL  2009/0055722­6   Relator: Ministro Herman Benjamin (1132)  ÓRGÃO JULGADOR: S1 – PRIMEIRA SEÇÃO  Data do julgamento: 24/03/2010  Data da Publicação/Fonte: DJe 14/05/2010  Ementa    TRIBUTÁRIO.  IMPOSTO  DE  RENDA  PESSOA  FÍSICA.  AÇÃO  REVISIONAL  DE  BENEFÍCIO  PREVIDENCIÁRIO.  PARCELAS  ATRASADAS  RECEBIDAS  DE  FORMA  ACUMULADA.  1. O  Imposto  de Renda  incidente  sobre  os  benefícios  pagos  acumuladamente  deve  ser  calculado  de  acordo  com  as  tabelas  e  alíquotas  vigentes  à  época  em  que  os  valores  deveriam  ter  sido  adimplidos,  observando  a  renda  auferida  mês a mês pelo  segurado. Não é  legítima a  cobrança de  IR  com  parâmetro  no  montante  global  pago  extemporaneamente. Precedentes do STJ.  2. Recurso Especial não provido. Acórdão sujeito ao regime  do art. 543­C do CPC e do art. 8º da Resolução STJ 8/2008.  Acórdão  Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as  acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Seção do  Superior  Tribunal  de  Justiça:  "A  Seção,  por  unanimidade,  negou provimento ao recurso especial, nos termos do voto do  Sr.  Ministro  Relator."  Os  Srs.  Ministros  Mauro  Campbell  Marques, Benedito Gonçalves, Hamilton Carvalhido, Eliana  Calmon,  Luiz  Fux,  Castro  Meira  e  Humberto  Martins  votaram com o Sr. Ministro Relator.  Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Denise Arruda.  Notas:  Julgado  conforme  procedimento  previsto  para  os  Recursos Repetitivos no âmbito do STJ.  Tal  entendimento  é  de  aplicação  obrigatória  pelos  Conselheiros  do  CARF,  conforme  disposto  no  art.  62­A  do Regimento  Interno  do CARF,  aprovado  pela  Portaria  nº  256, de 22 de junho de 2009, com as alterações das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de  2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010, in verbis:  Fl. 581DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 11543.004371/2004­81  Acórdão n.º 2801­003.485  S2­TE01  Fl. 582          5 Artigo  62­A.  As  decisões  definitivas  de  mérito,  proferidas  pelo  Supremo Tribunal  Federal  e  pelo  Superior  Tribunal  de  Justiça  em  matéria  infraconstitucional,  na  sistemática  prevista  pelos  artigos 543­B e 543­C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973,  Código  de  Processo  Civil,  deverão  ser  reproduzidas  pelos  conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.  Por  oportuno,  esclareço  que  o  Superior  Tribunal  de  Justiça,  em  inúmeras  recentes  decisões,  tem  entendido  que  o  recurso  repetitivo  se  aplica,  inclusive  quando  o  rendimento acumulado é oriundo de ação trabalhista; conforme se verifica no julgado abaixo:  Data da Publicação12/02/2014   AGRAVO  EM  RECURSO  ESPECIAL  Nº  465.580  ­  SE  (2014/0013537­4)  RELATOR : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA  AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL  ADVOGADO  :  PROCURADORIA­GERAL  DA  FAZENDA  NACIONAL  AGRAVADO : MARCOS ANTONIO MOURA SALES  ADVOGADOS : WILLIAM DE OLIVEIRA CRUZ  ANTÔNIO JOSÉ LIMA JÚNIOR  DECISÃO  Trata­se  de  agravo  interposto  de  decisão  que  não  admitiu  recurso  especial manifestado pela FAZENDA NACIONAL,  com  base no art. 105, III, a, da Constituição Federal, contra acórdão  proferido  pelo  Tribunal  Regional  Federal  da  5ª  Região  assim  ementado (fl. 117e):  TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. VERBA  TRABALHISTA  RECEBIDA  JUDICIALMENTE  DE  FORMA  ACUMULADA. INCIDÊNCIA EM CADA COMPETÊNCIA.  ­ O STJ pacificou o entendimento segundo o qual "(...) quando o  pagamento  dos  benefícios  previdenciários  é  feito  de  forma  acumulada e com atraso, a incidência do Imposto de Renda deve  ter  como  parâmetro  o  valor  mensal  do  benefício,  e  não  o  montante  integral  creditado  extemporaneamente,  além  de  observar  as  tabelas  e  as  alíquotas  vigentes  à  época  em  que  deveriam ter sido pagos.  ­  Precedente  do  STJ,  em  sede  de  recursos  repetitivos  (STJ.  1ª  Seção.  Rel.  Min.  Herman  Benjamin.  Resp  1118429.  DJ,  14/05/10).  ­  "Não  se  pode  prejudicar  o  contribuinte  que,  em  virtude  do  atraso  do  empregador,  recebeu  um  valor  acumulado,  quando  deveria ter percebido mensalmente os valores devidos. Destarte,  Fl. 582DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 11543.004371/2004­81  Acórdão n.º 2801­003.485  S2­TE01  Fl. 583          6 as  alíquotas  a  incidirem  no  tributo  devem  levar  em  conta  as  parcelas  mensais  que  deveriam  ser  pagas,  e  não  o  valor  cumulado."  (TRF 5ª Região.  2ª  Turma. APELREEX 15694. DJ,  31/03/11).  ­ Remessa oficial e apelação da Fazenda Nacional improvidas.  Opostos  embargos  de  declaração  (fls.  121/122e),  foram  rejeitados (fls. 124/129e).  Nas razões do especial, sustenta a agravante, em resumo, que "A  aplicação da alíquota oriunda da tabela do imposto de renda na  fonte  sobre  rendimentos  recebidos  cumulativamente  em  um  mesmo mês não significa alteração de alíquota, muito menos por  meio  de  artifício,  mas  da  tributação  pura  e  simples  dos  rendimentos  efetivamente  recebidos  em  determinado  mês,  aplicando­se o princípio constitucional da progressividade para  o imposto sobre a renda" (fl. 136e).  Pugna pela reforma do julgado.  Sem  contra  razões  e  inadmitido  o  recurso  especial  na  origem  (fls. 146/147e), fora interposto o presente agravo.  Decido.  Inicialmente,  verifico  que  a  parte  recorrente  não  indicou,  nas  razões de seu recurso especial, qual dispositivo de lei teria sido  violado  pelo  acórdão  recorrido.  Assim,  nos  termos  da  jurisprudência pacífica deste Tribunal, a  indicação de violação  genérica  a  lei  federal,  sem  particularização  precisa  dos  dispositivos  violados,  implica  deficiência  de  fundamentação  do  recurso  especial,  atraindo  a  incidência  da  Súmula  284/STF.  Neste sentido: AgRg no AG 586.236/RJ,  Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, Sexta Turma, DJ 1º/7/05.  Ainda  que  assim  não  fosse,  quanto  ao mérito,  o  recurso  não  merece acolhimento, uma vez que a pretensão recursal está em  desconformidade  com  a  jurisprudência  desta  Corte,  formalizada,  inclusive,  sob  a  sistemática  do  julgamento  dos  recursos repetitivos.  Sobre o tema. Confira­se:  TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. AÇÃO  REVISIONAL DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PARCELAS  ATRASADAS RECEBIDAS DE FORMA ACUMULADA.  1.  O  Imposto  de  Renda  incidente  sobre  os  benefícios  pagos  acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e  alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido  adimplidos,  observando  a  renda  auferida  mês  a  mês  pelo  segurado. Não  é  legítima a  cobrança  de  IR  com parâmetro  no  montante global pago extemporaneamente. Precedentes do STJ.  2. Recurso Especial não provido. Acórdão sujeito ao regime do  Fl. 583DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 11543.004371/2004­81  Acórdão n.º 2801­003.485  S2­TE01  Fl. 584          7 art. 543­C do CPC e do art. 8º da Resolução STJ 8/2008 (Resp  1.118.429/SP, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, Primeira Seção  DJe 14/5/10)  TRIBUTÁRIO  ­  IMPOSTO  DE  RENDA  PESSOA  FÍSICA  –  BENEFÍCIO  PREVIDENCIÁRIO  PAGO  EM  ATRASO  ­  REGIME DE COMPETÊNCIA – RESP 1.118.429/SP JULGADO  SOB  O  RITO  DO  ART.  543­C  DO  CPC  –  REPERCUSSÃO  GERAL ­ SOBRESTAMENTO DO FEITO ­ IMPOSSIBILIDADE  ­ RESERVA DE PLENÁRIO ­ INAPLICABILIDADE.  1. Nos termos da jurisprudência da Primeira Seção desta Corte,  a  incidência  do  imposto  de  renda  sobre  o  pagamento  de  benefício  previdenciário  pago  a  destempo  e  acumuladamente,  deve observar as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os  valores  deveriam  ter  sido  adimplidos,  considerando­se  a  renda  auferida  mês  a  mês  pelo  segurado.  (REsp  1.118.429/SP,  Rel.  Min. Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe 14/5/2010).  2.  O  reconhecimento  de  repercussão  geral  em  recurso  extraordinário não implica direito ao sobrestamento de recursos  no âmbito do Superior Tribunal de Justiça. Precedentes.  3.  "Decidida  a  questão  jurídica  sob  o  enfoque  da  legislação  federal, sem qualquer juízo de incompatibilidade vertical com a  Constituição  Federal,  é  inaplicável  a  regra  da  reserva  de  plenário prevista no art. 97 da Carta Magna."  (AgRg no REsp  1.313.077/SC,  Rel.  Ministra  ELIANA  CALMON,  SEGUNDA  TURMA, DJe  13/06/2013)  4. Agravo  regimental  a  que  se  nega  provimento  (AgRg  no  AREsp  269.125/RS,  Rel.  Min.  SÉRGIO  KUKINA, Primeira Turma, DJe 19/8/13)  Incide,  pois,  o  verbete  sumular  83/STJ,  aplicável,  também,  aos  recursos interpostos pela alínea a do permissivo constitucional.  Ante o exposto, conheço do agravo para negar­lhe provimento.  Intimem­se.  Brasília (DF), 10 de fevereiro de 2014.  MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA  Relator  Ainda,  no  Resp  783.724/RS  Recurso  Especial  2005/0158959­0,  Relator  Ministro  Castro Meira,  data  do  julgamento  em  15/08/2006,  o  Relator  bem  demonstra  que  a  aplicação da interpretação que deve ser dada ao artigo 12 da Lei nº 7.713/1988, em relação à  forma de apurar o valor do tributo incidente sobre rendimentos recebidos acumuladamente, não  se  distingue  em  relação  ao  motivo  da  demora  no  recebimento,  sejam  benefícios  previdenciários,  onde  a  fonte  pagadora  seria  o  INSS,  ou  verbas  trabalhistas,  com  fonte  pagadora privada, citando,  indiscriminadamente, como fundamento para decidir, uma e outra  situação. Transcrevo do Voto:  (...) O artigo 12 da Lei 7.713/88 dispõe que o imposto de renda é  devido na competência em que ocorre o acréscimo patrimonial  Fl. 584DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 11543.004371/2004­81  Acórdão n.º 2801­003.485  S2­TE01  Fl. 585          8 (art.  43 do CTN), ou  seja,  quando o  respectivo  valor  se  tornar  disponível para o contribuinte. Prevê o citado dispositivo:  "Art. 12. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o  imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total  dos  rendimentos,  diminuídos  do  valor  das  despesas  com  ação  judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados,  se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização."  O dispositivo citado não fixa a forma de cálculo, mas apenas o  elemento temporal da incidência. Assim, no caso de rendimentos  pagos  acumuladamente  em  cumprimento  de  decisão  judicial,  a  incidência  do  imposto  ocorre  no  mês  de  recebimento,  como  dispõe  o  art.  12  da  Lei  7.713/88,  mas  o  cálculo  do  imposto  deverá considerar os meses a que se referirem os rendimentos.  Nesse sentido, há inúmeros precedentes de ambas as Turmas de  Direito  Público,  como  se  observa  das  seguintes  ementas(...)  (sublinhei)  Considerando  que  a  jurisprudência  do  Tribunal  Superior,  a  quem  compete  promover  a  interpretação  última  da  lei  federal,  já  se  posicionou  pela  forma  como  deve  ser  interpretado  o  art.  12  da  Lei  nº  7.713/1988,  esclarecendo  que  não  se  trata  de  negar­lhe  aplicação ou muito menos de conferir­lhe inconstitucionalidade, verifico então que existe erro  de  cunho  material  na  apuração  do  montante  devido,  por  aplicação  incorreta  da  legislação,  destoante de interpretação dada pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de Recurso Especial.  Assim,  tendo o  lançamento sido fundamentado na regra estabelecida no art.  12 da Lei nº 7.713, de 1988, é dever julgá­lo improcedente, na parte referente a omissão dos  rendimentos recebidos acumuladamente.  Quanto a glosa da compensação do IRRF, observo que desde sua impugnação  o contribuinte afirma que tal imposto foi retido na ação trabalhista e que, inclusive, a parte ré  na ação trabalhista foi executada para o pagamento do imposto.  A DRJ, por sua vez, manteve esta parte do lançamento por entender que não  foram produzidas provas das alegações do contribuinte; in verbis:  No  entanto,  apesar  das  alegações  expendidas  na  peça  impugnatória, não constam dos autos quaisquer documentos que  denotem  ter  havido  retenção de  imposto  de  renda  em nome do  interessado, no ano­calendário 2000. Apenas consta retenção e  recolhimento  de  INSS.  Logo,  não  há  nos  autos  qualquer  documento  que  enseje  a  consideração  de  eventual  imposto  de  renda neste ano.( pág 61 do volume I)  O  contribuinte,  por  ocasião  do  seu  recurso,  buscou  sanar  a  falha  apontada  pela DRJ e anexou cópia de todo o processo trabalhista em que alega ter havido a retenção.  Após a análise de  todo o processo  trabalhista, verifiquei que na página 356  dos autos consta o cálculo, para efeitos de execução, do IRRF no valor de R$11.459,93.  Também  observei  que  o  IRRF  foi  cobrado  na  execução  da  sentença;  conforme documentos constantes nas folhas 481 e 482 dos autos.  Fl. 585DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 11543.004371/2004­81  Acórdão n.º 2801­003.485  S2­TE01  Fl. 586          9 Deste  modo,  entendo  que  restou  provado  pelo  recorrente  que  o  IRRF  foi  realmente retido na ação trabalhista.  Logo,  é  dever  restabelecer  a  compensação  do  IRRF  declarada  pelo  contribuinte.  Ante  tudo  acima  exposto  e  o  que  mais  constam  nos  autos,  voto  por  dar  provimento ao recurso.    Assinado Digitalmente  Carlos César Quadros Pierre                                  Fl. 586DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 05/2014 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOAL IN

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