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Numero do processo: 10508.000041/2005-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Jul 28 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2003
RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. ACORDO OU SENTENÇA EM AÇÃO TRABALHISTA.
Salvo nos casos de isenções expressamente previstas em lei, são tributáveis os valores recebidos em decorrência de acordo ou sentença em ação trabalhista.
No caso, como as verbas trabalhistas se referem a diferenças salariais e seus reflexos, inegável sua natureza tributável.
IRPF. INCIDÊNCIA. FÉRIAS GOZADAS.
Incide imposto de renda sobre as verbas pagas em ação trabalhista referentes a reflexos das diferenças salariais nas férias já gozadas. O Judiciário, e também a Administração Pública, reconhecem a natureza não tributável apenas das férias não gozadas, devido a sua natureza indenizatória.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Exercício: 2003
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.
Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11).
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2101-001.201
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento parcial para reduzir o valor dos rendimentos omitidos para R$14.696,73.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: Jose Evande Carvalho Araújo
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ACORDO OU SENTENÇA EM AÇÃO TRABALHISTA. Salvo nos casos de isenções expressamente previstas em lei, são tributáveis os valores recebidos em decorrência de acordo ou sentença em ação trabalhista. No caso, como as verbas trabalhistas se referem a diferenças salariais e seus reflexos, inegável sua natureza tributável. IRPF. INCIDÊNCIA. FÉRIAS GOZADAS. Incide imposto de renda sobre as verbas pagas em ação trabalhista referentes a reflexos das diferenças salariais nas férias já gozadas. O Judiciário, e também a Administração Pública, reconhecem a natureza não tributável apenas das férias não gozadas, devido a sua natureza indenizatória. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2003 PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11). Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial para reduzir o valor dos rendimentos omitidos para R$14.696,73. Fl. 144DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10508.000041/200561 Acórdão n.º 2101001.201 S2C1T1 Fl. 134 2 (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Presidente. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos (Presidente), José Evande Carvalho Araujo, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy, Gonçalo Bonet Allage, Alexandre Naoki Nishioka. Relatório AUTUAÇÃO Contra a contribuinte acima identificada foi lavrado o Auto de Infração de fls. 27 a 30, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2003, para lançar infração de omissão de rendimentos recebidos da Prefeitura Municipal de Ilhéus, CNPJ no 13.672.597/000162, decorrentes de trabalho com vínculo empregatício e recebidos através de causa judicial trabalhista, processo n° 491.93.074501, formalizando a redução do saldo do imposto a restituir de R$15.390,73 para R$9.962,38. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 1 a 10), acatada como tempestiva. Consoante relatório do acórdão de primeira instância (fl. 91), a impugnante apresentou, em síntese, os seguintes argumentos: 1) Não recebeu o montante que lhe é atribuído no auto de infração. Além de utilizarse de provas emprestadas, o autuante presumiu o recebimento com base em documentos que não comprovam este fato, a saber, as cópias dos autos judiciais apresentadas espontaneamente em atendimento a intimação, o que por se mesmo já impediria o lançamento de ofício. Requer prazo para juntar certidão da Justiça do Trabalho afim de provar que não recebera o valor tributado. 2) Ainda que houvesse recebido os rendimentos, tratase de indenização trabalhista, isenta do imposto de renda. 3) As férias indenizadas, como não são produto do capital ou do trabalho ou da sua combinação, não são rendimentos tributáveis. 4) Deveria ser aplicada apenas a multa de mora pelo pagamento fora do prazo, e não a multa de ofício de 75%. Se ambas se aplicam à falta de recolhimento do tributo, existe a dúvida quando à sua aplicação, e por isso devese aplicar aquela que é mais benéfica. Fl. 145DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10508.000041/200561 Acórdão n.º 2101001.201 S2C1T1 Fl. 135 3 ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou procedente o lançamento, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 90 a 92): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2002 RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. AÇÃO TRABALHISTA. Os rendimentos do trabalho não assumem a natureza de indenização pelo fato de haverem sido pagos através de reclamatória trabalhista, sujeitandose regularmente à incidência do imposto de renda. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. FÉRIAS INDENIZADAS. As férias indenizadas são tributáveis. Lançamento Procedente O julgador de 1a instância fundamentou sua decisão da seguinte maneira (fls. 91 a 92): O lançamento não se baseou em presunção, como afirma a impugnante, mas sim em prova inequívoca do pagamento dos rendimentos, a saber, os autos judiciais e os próprios alvarás determinando a liberação em favor da beneficiária. São provas obtidas legitimamente e mais uma vez apresentadas pela própria impugnante (fls. 12/15). Ademais, tratase de rendimentos declarados pela contribuinte, sob a classificação incorreta de rendimentos isentos. A impugnante requer prazo para apresentar certidão judicial comprovando o não recebimento dos rendimentos que lhe são atribuídos. Mas as provas devem ser apresentadas junto com a impugnação, com determina o § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/1972, precluindo o direito da sua apresentação posterior, a menos que se demonstre motivo de força maior, o que não é o caso Não se trata de rendimentos isentos pois se referem a diferenças salariais (v. fls. 63/64). O fato das verbas estarem sendo pagas fora do prazo e em reclamatória trabalhista não as transformam em indenização. A parcela FGTS, isenta do imposto de renda, já foi excluída na autuação. Conforme dispõe o artigo 43, inciso II, do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda), são rendimentos tributáveis "as férias, inclusive as pagas em dobro, transformadas em pecúnia ou indenizadas, acrescidas dos respectivos abonos". A impugnante contesta o percentual da multa, mas não foi aplicada multa, porque houve não houve saldo a pagar. (...) Fl. 146DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10508.000041/200561 Acórdão n.º 2101001.201 S2C1T1 Fl. 136 4 RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificada da decisão de primeira instância em 04/10/2007 (fl. 96v), a contribuinte apresentou, em 30/10/2007, o recurso de fls. 100 a 130, onde alegou: a) que recebeu reclamação Trabalhista contra a Prefeitura Municipal de Ilhéus — Bahia, processo n°.00745.1993.49105004, mediante Alvará n°.293/2001, valor líquido R$133.146,89, correspondentes à Indenização Trabalhista, incluindose os reflexos nas férias, nos décimos terceiros salários e no FGTS. Ocorre que houve a incidência do I.R.R.F. e I.N.S.S. calculados mês a mês conforme jurisprudência e sentença do processo trabalhista, e o principal houve também descontos referentes dos mesmos, posto que, o valor recebido mediante Alvará no.293/2001 é o valor liquido recebido pela recorrente em 2001, só que a quitação do D.A.R.F. e do G.P.S. ocorreu no ano de 2002 pela própria Justiça Trabalhista; b) que como o Alvará n°293/2001 não distinguia os valores tributáveis dos não Tributáveis, e como já haviam sido retidos e descontados os valores dos D.A.R.F. e do G.P.S., lançou na sua declaração do exercício 2002 esse valor isento; c) que só recebeu o valor líquido de R$133.146,89, sendo que os outros alvarás emitidos em seu nome ser referiam a honorários advocatícios e a tributos; d) que não recebeu o valor de R$ 16.589,46 lançado no exercício de 2003; e) que caso se entenda que ainda persiste valor a ser cobrado, ocorreu a prescrição quinquenal, tendo em vista se tratar de valor recebido em 2001. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 132, que também trata do envio dos autos ao então Primeiro Conselho de Contribuintes. É o relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. Tratase de valores recebidos em reclamação trabalhista nos anos de 2001 e 2002, que a contribuinte declarou originalmente como isentos e não tributáveis, mas que a fiscalização considerou como rendimentos tributáveis, excluída apenas a parcela referente ao FGTS. A análise destes autos somente pode ser feita em conjunto com a do processo no 10508.000040/200517, que contém o lançamento referente ao exercício de 2002, e que também será julgado nesta sessão, pois a fiscalização optou por dividir a tributação do valor recebido entre os dois exercícios. Fl. 147DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10508.000041/200561 Acórdão n.º 2101001.201 S2C1T1 Fl. 137 5 A ação judicial determinou o pagamento de R$ 219.878,00 (fls. 41 a 44 a 58) em função de diferenças salariais. Esse valor foi pago por meio dos seguintes alvarás: Alvará Data Valor Observações 293/2001 28/8/2001 133.146,89 fl. 12. Pago em 29/08/2001 (fl. 59). 294/2001 28/8/2001 33.286,70 fl. 14. 325/2001 19/9/2001 29.360,99 fl. 13. 097/2002 22/3/2002 14.195,98 fl. 53. Pago em 10/07/2002 (fl. 53v). IRRF 096/2002 22/3/2002 2.746,94 fl. 49. Pago em 14/10/2002 fl. 50. INSS. 293/2002 29/8/2002 7.140,47 fl. 15. Nas fls. 60 a 62 constam os recibos dos honorários pagos aos advogados, que totalizaram R$65.700,00. A recorrente afirma que os alvarás 294/2001, 325/2001 e 293/2002 se destinaram ao pagamento dos causídicos, mas estes totalizam R$69.788,16. A contribuinte declarou esses valores da seguinte maneira: a) na declaração de ajuste do exercício de 2002, anocalendário 2001, informou R$133.146,89 como rendimentos isentos e não tributáveis (fls. 73 a 75 do processo 10508.000040/200517); b) na declaração de ajuste do exercício de 2003, anocalendário 2002, informou R$14.195,98 como imposto de renda retido na fonte (fls. 79 a 81). Agindo dessa maneira, apurou uma restituição de R$15.051,26 no exercício de 2003. A Fiscalização, considerou que os rendimentos auferidos eram tributáveis, conclusão validada pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento. De fato, salvo nos casos de isenções expressamente previstas em lei, são tributáveis os valores recebidos em decorrência de acordo ou sentença em ação trabalhista. No caso, como as verbas trabalhistas se referem a diferenças salariais e seus reflexos, inegável sua natureza tributável. Mesmo com relação às parcelas referentes a férias, verifico que se tratam dos reflexos das diferenças salariais nas férias já gozadas, que também possuem natureza tributável. O Judiciário, e também a Administração Pública, reconhecem a natureza não tributável apenas das férias não gozadas, devido ao seu aspecto indenizatório. Correta, pois, a tributação das verbas auferidas. A peculiaridade do caso decorre do agente fiscal, diante do fato dos pagamentos terem se dado em anos distintos, ter optado por dividir o lançamento entre os dois anos, como demonstra a planilha na fl. 33. Partindose do valor total de R$219.878,00, deduziramse o FGTS (R$6.334,38) e os honorários advocatícios (R$65.700,00), chegandose ao valor total tributável Fl. 148DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10508.000041/200561 Acórdão n.º 2101001.201 S2C1T1 Fl. 138 6 de R$149.736,35. Como a contribuinte havia recebido o valor de R$133.146,89 no ano de 2001, atribuiuse a diferença de R$16.589,46 como rendimentos auferidos em 2002. O recorrente se insurge dizendo que não recebeu qualquer valor da ação judicial no ano de 2002. Na verdade, a fiscalização buscou uma forma de proporcionalizar os rendimentos auferidos, uma vez que uma parte foi recebida em 2001 e a outra em 2002, e toda a retenção na fonte se deu em 2002. Assim, optou por considerar como rendimento tributável recebido em 2001 o valor de R$133.146,89 e o restante em 2002, deduzindose o imposto retido na fonte no último ano. Assim, deve a recorrente compreender que o valor lançado no ano de 2002 corresponde à parte dos rendimentos efetivamente recebidos em 2001 e 2002, mas com tributação diferida para 2002 pelo critério de rateio utilizado. Desta forma, pelas peculiaridades do caso, considero válido o cálculo proporcionalizado utilizado no lançamento. Entretanto, verifico que a fiscalização se equivocou nos seus cálculos. Observese que o valor tributável correto é R$147.843,62 (R$219.878,00 – R$65.700,00 – R$6.334,38), e não R$149.736,35, como consta na planilha de fl. 33. Desta forma, o valor a ser tributado no ano de 2002 é de R$14.696,73 (R$147.843,62 R$133.146,89). Por conseguinte, consideraremos correto o valor lançado no exercício de 2002, e reduziremos o valor lançado no exercício de 2003 para R$14.696,73. A recorrente afirma, também, ter ocorrido a prescrição quinquenal, tendo em vista se tratar de valor recebido em 2001. Entretanto, já está pacificado no âmbito do CARF que não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11). Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário para reduzir o valor dos rendimentos omitidos para R$14.696,73. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 149DF CARF MF Emitido em 19/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 13830.000423/2007-83
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 11 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Feb 11 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2005.
IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. DESATENDIMENTO AO PRAZO DE QUE TRATA O ART.15 DO DECRETO N° 70.235/72. Comprovado nos autos que a impugnação restou intempestiva, contrariando o previsto no art.15 do Decreto n° 70.235/72, não deve a mesma ser conhecida.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2102-001.112
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR
provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: Francisco Marconi de Oliveira
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IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. DESATENDIMENTO AO PRAZO DE QUE TRATA O ART.15 DO DECRETO N° 70.235/72. Comprovado nos autos que a impugnação restou intempestiva, contrariando o previsto no art.15 do Decreto n° 70.235/72, não deve a mesma ser conhecida. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. (ASSINADO DIGITALMENTE) Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente (ASSINADO DIGITALMENTE) Francisco Marconi de Oliveira – Relator EDITADO EM: 30/03/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Núbia Matos Moura, Acácia Sayuri Wakasugi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima e Francisco Marconi de Oliveira. Ausente justificadamente a Conselheira Vanessa Pereira Rodrigues Domene e presente a Conselheira Eivanice Canário da Silva. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 12/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA Assinado digitalmente em 30/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, 30/03/2011 por GIOVANNI CHRIS TIAN NUNES CAMPOS 2 Relatório O contribuinte acima identificado foi autuado, por meio da Notificação de Lançamento, lavrada em 15 de janeiro de 2007 (fls. 37 a 39), em procedimento de revisão da Declaração de Ajuste Anual, relativo ao exercício 2005, por dedução indevida de despesas médicas. A 11ª Turma de Julgamento da DRJ/SPOII decidiu, por unanimidade de votos, considerar a impugnação não conhecida, por ser intempestiva. A intempestividade da impugnação ocorreu, nos termos do voto do relator do processo na DRJ/SPOII, tendo em vista que o Aviso de Recebimento foi assinado na data de 23 de janeiro de 2007, recebido por Matheus Barreiro (fl. 41) e a impugnação foi datada de 28 de fevereiro de 2007, conforme carimbo aposto na folha 1. Em relação a isso, assim se manifestou a relator: (...) preliminarmente, cabe analisar a tempestividade da impugnação apresentada. O art. 15, do Decreto nº 70.235/72(que rege o Processo Administrativo Fiscal – PAF) determina que a impugnação será apresentada no prazo de 30 dias contados da data em que for feita a intimação, a qual, ressaltese, pode ser efetuada por via postal, com prova de recebimento no domicílio tributário, conforme art. 23 do referido decreto. Nos termos do art. 5º, caput, e parágrafo único, do Decreto nº 70.235/72, a contagem dos prazos é contínua, excluindose o dia de início e incluindose o vencimento, e iniciase ou termina somente em dia de expediente normal. Destarte, tendo o contribuinte tomado ciência do lançamento em 23/02/2007, o prazo para apresentação de sua impugnação seria até o dia 22/02/2007. Logo, a impugnação apresentada em 28/02/2007 é INTEMPESTIVA. Assim, não foi instaurado o contraditório administrativo, não produzindo efeitos na DRJ o inconformismo do impugnante, razão pela qual não foram considerados os argumentos e documentos apresentados. O recorrente foi cientificado da decisão de 1º instância em 27 de julho de 2009 e apresentou pedido de reconsideração datado de 17 de agosto do mesmo ano (fl. 56). Alega que a data de apresentação da impugnação não teria sido dia 22 de fevereiro, como consta no carimbo de protocolo aposto a folha 1, mas dia 16 de fevereiro, conforme documento juntado à folha 57. É o relatório. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 12/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA Assinado digitalmente em 30/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, 30/03/2011 por GIOVANNI CHRIS TIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13830.000423/200783 Acórdão n.º 210201.112 S2C1T2 Fl. 61 3 Voto Conselheiro Francisco Marconi de Oliveira O recurso é tempestivo, mas a divergência apresentada pelo contribuinte trata, exatamente, da data de apresentação da peça impugnatória em primeira instância, fator relevante para acatamento do recurso voluntário no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. O contribuinte apresentou o documento juntado aos autos como pedido de reconsideração da decisão e análise da impugnação (fl. 56) encaminhada a este Colegiado. Cabe ao CARF garantir o princípio da ampla defesa no processo administrativo fazendo serem conhecidas e apreciadas as alegações de caráter processual e material, bem como elementos que pretendam provar as alegações do contribuinte. Assim, deve ser acatado o recurso. Mas isso não significa defesa ilimitada. O cerne da questão levantada é a data da entrega da impugnação. Assim, passase a apreciar a divergência, já que há antagonismo nos documentos apresentados como prova. Analisando os autos, observase que tanto na impugnação apreciada pela Delegacia de Julgamento (fl. 1) como na cópia juntada ao recurso (fl. 57), há a informação aposta em carimbo com os dizeres “recepcionado em desacordo com as instruções, por insistência do contribuinte”. Há no documento apresentado à folha 1, via original, além do carimbo de recepção, datado pelo CAC da DRF Marília em 28 de fevereiro de 2007, a marcação, na vertical, de autenticação mecânica, onde consta, entre outras informações, o dia e a hora do recebimento: “28/02/07 17:32”. A peça anexada ao recurso, na folha 57, ao contrário da de folha 1, tratase de uma cópia com pouca legibilidade e sem nenhuma prova de autenticidade, portanto frágil como contestação do documento original constante dos autos. Acatála como prova inconteste, em detrimento aos registros da folha 1 dos autos, levaria em considerar como falhas simultâneas a datação registrada nos dois sistemas de controle, tanto o manual (carimbo), como o eletrônico (autenticação). Caberia a apresentação da impugnação no prazo de 30 (trinta) dias da ciência do lançamento e, caso o órgão preparador considerasse tempestiva a impugnação, deveria retornar o processo à Delegacia de Julgamento. Não foi isso que ocorreu. Ao protocolar a impugnação no dia 28 de fevereiro, transcorridos 6 (seis) dias da data limite para a sua realização, o recorrente deixou de atender a exigência expressa no art. 15, do Decreto 70.235, de 6 de março de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, a seguir transcrito: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao Fl. 3DF CARF MF Emitido em 12/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA Assinado digitalmente em 30/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, 30/03/2011 por GIOVANNI CHRIS TIAN NUNES CAMPOS 4 órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Assim, considerada intempestiva a impugnação. Acrescento, ainda, que os demais Conselheiros desta de Turma de Julgamento, em vista aos autos, concordam que a cópia anexada à folha 57, referenciada pelo requerente na folha 56, carece de credibilidade, pois há indício de suposta adulteração, que deve ser analisada pelo órgão preparador. E, caso se comprove não ser verdadeiro o registro da data constante da folha 57, entendem os membros da Turma que devem ser adotadas as medidas cabíveis, por meio de representação fiscal para fins penais, pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de origem. Diante do exposto, voto por negarlhe provimento ao recurso. (ASSINADO DIGITALMENTE) Francisco Marconi de Oliveira – Relator Fl. 4DF CARF MF Emitido em 12/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA Assinado digitalmente em 30/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, 30/03/2011 por GIOVANNI CHRIS TIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 19647.006031/2004-39
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 24 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Feb 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano calendário:2000, 2001, 2002
IRPJ AUSÊNCIA DE PAGAMENTO E DE DECLARAÇÃO EM DCTF
Correto o lançamento para a exigência de tributo apurado e declarado pela própria Contribuinte em sua DIPJ, mas que não foi pago e nem declarado em DCTF.
MULTA ISOLADA FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS
Cabível também o lançamento de multa isolada, quando constatado que o Contribuinte deixou de efetuar o recolhimento obrigatório do IRPJ sobre a base mensal estimada. A norma legal que prevê sua aplicação, antes contida no art. 44, § 1º, IV, da Lei 9.430/1996, apenas passou a constar do art. 44, II, “b”, da mesma lei, com um percentual menor do que o anteriormente previsto (50% e não mais 75%). Não ocorreu, contudo, qualquer revogação da norma jurídica em questão. Houve apenas uma nova disposição do texto normativo,
que não se confunde com a norma que dele se extrai.
LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA.
COMPOSIÇÃO DA RECEITA BRUTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS Para as empresas que se dedicam à atividade de locação de mão de obra, os valores recebidos a título de “reembolso” de salários, encargos e outros custos relativos ao pessoal locado também configuram receita operacional.
No caso de opção pelo lucro real anual, o cálculo das estimativas mensais com base na receita bruta deve levar em conta a totalidade das receitas.
PERÍCIA CONTÁBIL
Descabe perícia quando se encontram no processo todos os elementos que permitem formar a livre convicção do julgador. Além disso, a realização de diligência ou perícia não se destina a suprir o ônus probatório que incumbe ao Contribuinte.
MULTA QUE ACOMPANHA O TRIBUTO EFEITO DE CONFISCO
O acolhimento das alegações sobre o percentual da multa de ofício implicaria no afastamento de norma legal vigente (artigo 44, I, da Lei 9.430/96), por suposto vício de inconstitucionalidade, e falece a esse órgão de julgamento administrativo competência para provimento dessa natureza, que está a cargo do Poder Judiciário, exclusivamente.
Numero da decisão: 1802-000.830
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR
provimento ao recurso
Nome do relator: JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário:2000, 2001, 2002 IRPJ AUSÊNCIA DE PAGAMENTO E DE DECLARAÇÃO EM DCTF Correto o lançamento para a exigência de tributo apurado e declarado pela própria Contribuinte em sua DIPJ, mas que não foi pago e nem declarado em DCTF. MULTA ISOLADA FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS Cabível também o lançamento de multa isolada, quando constatado que o Contribuinte deixou de efetuar o recolhimento obrigatório do IRPJ sobre a base mensal estimada. A norma legal que prevê sua aplicação, antes contida no art. 44, § 1º, IV, da Lei 9.430/1996, apenas passou a constar do art. 44, II, “b”, da mesma lei, com um percentual menor do que o anteriormente previsto (50% e não mais 75%). Não ocorreu, contudo, qualquer revogação da norma jurídica em questão. Houve apenas uma nova disposição do texto normativo, que não se confunde com a norma que dele se extrai. LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA. COMPOSIÇÃO DA RECEITA BRUTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS Para as empresas que se dedicam à atividade de locação de mão de obra, os valores recebidos a título de “reembolso” de salários, encargos e outros custos relativos ao pessoal locado também configuram receita operacional. No caso de opção pelo lucro real anual, o cálculo das estimativas mensais com base na receita bruta deve levar em conta a totalidade das receitas. PERÍCIA CONTÁBIL Descabe perícia quando se encontram no processo todos os elementos que permitem formar a livre convicção do julgador. Além disso, a realização de diligência ou perícia não se destina a suprir o ônus probatório que incumbe ao Contribuinte. MULTA QUE ACOMPANHA O TRIBUTO EFEITO DE CONFISCO O acolhimento das alegações sobre o percentual da multa de ofício implicaria no afastamento de norma legal vigente (artigo 44, I, da Lei 9.430/96), por suposto vício de inconstitucionalidade, e falece a esse órgão de julgamento administrativo competência para provimento dessa natureza, que está a cargo do Poder Judiciário, exclusivamente.
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MULTA ISOLADA FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS Cabível também o lançamento de multa isolada, quando constatado que o Contribuinte deixou de efetuar o recolhimento obrigatório do IRPJ sobre a base mensal estimada. A norma legal que prevê sua aplicação, antes contida no art. 44, § 1º, IV, da Lei 9.430/1996, apenas passou a constar do art. 44, II, “b”, da mesma lei, com um percentual menor do que o anteriormente previsto (50% e não mais 75%). Não ocorreu, contudo, qualquer revogação da norma jurídica em questão. Houve apenas uma nova disposição do texto normativo, que não se confunde com a norma que dele se extrai. LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA. COMPOSIÇÃO DA RECEITA BRUTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS Para as empresas que se dedicam à atividade de locação de mãodeobra, os valores recebidos a título de “reembolso” de salários, encargos e outros custos relativos ao pessoal locado também configuram receita operacional. No caso de opção pelo lucro real anual, o cálculo das estimativas mensais com base na receita bruta deve levar em conta a totalidade das receitas. PERÍCIA CONTÁBIL Descabe perícia quando se encontram no processo todos os elementos que permitem formar a livre convicção do julgador. Além disso, a realização de diligência ou perícia não se destina a suprir o ônus probatório que incumbe ao Contribuinte. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 792 2 MULTA QUE ACOMPANHA O TRIBUTO EFEITO DE CONFISCO O acolhimento das alegações sobre o percentual da multa de ofício implicaria no afastamento de norma legal vigente (artigo 44, I, da Lei 9.430/96), por suposto vício de inconstitucionalidade, e falece a esse órgão de julgamento administrativo competência para provimento dessa natureza, que está a cargo do Poder Judiciário, exclusivamente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gilberto Baptista, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel e Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior. Ausente o conselheiro Alfredo Henrique Rebello Brandão. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 793 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Recife/PE, que considerou procedente o lançamento realizado para a constituição de crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Renda da Pessoa da Jurídica – IRPJ do primeiro e terceiro trimestres de 2000 e do anocalendário de 2001, conforme autos de infração de fls. 3 a 13, no valor de R$ 35.388,35, incluindose nesse montante a multa de ofício de 75% e os juros moratórios. Além da exigência a título de IRPJ, o procedimento fiscal também resultou na aplicação de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais do mesmo imposto, nos anoscalendário 2001 e 2002, no valor de R$ 134.364,22. Nesse caso, a Delegacia de Julgamento considerou parcialmente procedente o lançamento, para reduzir o percentual da multa isolada de 75% para 50%. Por muito bem descrever os fatos, reproduzo o relatório constante da decisão de primeira instância, Acórdão nº 1126.382, às fls. 749 a 767: O referido auto é decorrente de ação fiscal efetuada junto à contribuinte quando a fiscalização verificou falta de declaração em DCTF do IRPJ a pagar e falta de pagamento do IRPJ, bem como falta de pagamento do IRPJ por estimativa, tendo sido realizado o lançamento do IRPJ devido bem como da multa isolada por falta de pagamento da estimativa relativamente aos períodos acima mencionados. De acordo com o Termo de Encerramento de Ação Fiscal de fls. 14/22, a autoridade fiscal constatou que a contribuinte havia apresentado a DIPJ/2001 – relativa ao anocalendário de 2000, com todos os valores “zerados”, tendo apresentado DIPJ/2001 retificadora em 03/05/2004 (fls. 542/589), no curso da ação fiscal, com valores compatíveis com a sua escrituração. Dessa forma, como os valores a pagar do IRPJ apresentados nesta DIPJ retificadora não haviam sido declarados nem pagos antes do início da ação fiscal, foram lançados de ofício com a consequente multa de 75%. Valendo salientar que a forma de tributação pela qual a contribuinte optou no mencionado período foi o lucro real trimestral. Quanto aos anoscalendário de 2001 e 2002, foi verificado pela fiscalização que a contribuinte havia optado pela forma de tributação pelo lucro real anual, tendo declarado o IRPJ devido por estimativa com base nas receitas brutas e acréscimos (fls. 64/95 e 590/591), não tendo, no entanto, preenchido os valores da ficha relativa à apuração do IRPJ mensal por estimativa, nem efetuado os pagamentos das estimativas devidas, sendo lançada a multa isolada calculada sobre o valor que deixou de ser pago prevista no artigo 44, §1º, IV da Lei nº 9.430/1996. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 794 4 No que se refere ao IRPJ a pagar anual, a contribuinte declarou, em 2001, o valor na DIPJ, porém não declarou em DCTF nem efetuou o seu recolhimento, sendo lançado de ofício. Em relação ao anocalendário de 2002, a contribuinte não apresentou/ declarou valor devido (positivo) de IRPJ sobre o Lucro Real no resultado anual – ficha 12A da DIPJ/2003. No que tange ao anocalendário de 2003, a contribuinte optou pelo lucro real trimestral, apurando valor positivo de IRPJ nos segundo e quarto trimestres, compensados com valores de IR retidos na fonte. O enquadramento legal do lançamento objeto do presente processo, consta do mencionado Auto de Infração. Inconformada com o lançamento, a contribuinte apresentou impugnação às fls. 672/696, argumentando o que segue: A contribuinte inicia afirmando ter como objetivo social o agenciamento de mãodeobra e que, ao proceder ao lançamento em lide, a autoridade fiscal havia levado “em consideração os valores que foram declarados como receita bruta pela impugnante, mas que na prática não condiz com sua realidade.” A sua inconformidade referese ao fato de que os valores de receita bruta considerados para efeito de cálculo das estimativas de IRPJ em alguns meses não seriam condizentes com o somatório das notas fiscais por ela emitidas; que o valor da multa isolada aplicada seria exorbitantemente superior ao valor do tributo principal efetivamente devido e que o valor principal já havia sido acrescido de multa de 75%. Alega, ainda, que por ser agenciadora de mão de obra temporária, as suas receitas seriam decorrentes exclusivamente das taxas de agenciamento, concluindo estarem errados todos os valores computados como sendo sua receita bruta. Argúi que os valores referentes ao pagamento dos salários e respectivos encargos sociais, que seriam repassados pelas empresas tomadoras, não constituiriam receita da empresa de trabalho temporário, e que seriam meras entradas, pertencentes a terceiros, que transitariam momentaneamente por sua contabilidade. Afirma que as notas fiscais por ela emitidas seriam compostas das seguintes verbas: Remunerações dos trabalhadores temporários; Encargos sociais e trabalhistas incidentes sobre as remunerações dos trabalhadores temporários; Reembolso das despesas e Valor cobrado pela prestação de serviços (taxa de agenciamento). Assim, a sua receita bruta seria composta exclusivamente pelas suas taxas de agenciamento, o que não havia sido levado em conta pela autoridade fiscal. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 795 5 Aduz que ainda que considerasse que a base de cálculo fosse compreendida pelo somatório dos valores brutos de suas notas fiscais, o lançamento ainda estaria errado por ter a autoridade fiscal tomado por fundamento uma base de cálculo inexistente a qual em algumas competências seria superior ao somatório dos valores brutos das notas fiscais emitidas, conforme faz querer provar através de planilha por ela elaborada. Argumenta ser impossível a aplicação de multa sobre as antecipações que não haviam sido efetuadas por superar o valor do tributo principal e por ter aplicado multa sobre o valor do IRPJ efetivamente devido por constituir dupla imposição tributária sobre o mesmo fato gerador. Novamente afirma que por atuar no ramo da intermediação de mãodeobra temporária, não teria suas relações regidas pela Lei Geral (CLT), mas sim pela legislação especial, qual seja, a Lei nº 6.019/1974, regulamentada pelo Decreto nº 73.841/1974, reafirmando que a receita bruta para fins de determinar as antecipações do IRPJ consistiria apenas do valor que realmente representaria a remuneração pela prestação de serviços, ou seja, da taxa ou comissão de agenciamento, citando jurisprudência. Esclarece que não está querendo se eximir do recolhimento das estimativas do IRPJ, mas sim recolher o imposto de forma correta, e que “a tributação da forma que foi imposta à impugnante não representa a essência do IRPJ. Isto porque o que está havendo é uma flagrante violação ao conceito jurídico de “faturamento/receita”, onde o Fisco Federal está exigindo das empresas agenciadoras de mão de obra temporária além do que deveria, posto que a receita bruta utilizada para determinar o quantum a ser recolhido mensalmente a título de antecipações do IRPJ está sendo calculada não só sobre a taxa de agenciamento – como preceitua o artigo 9º do Decretolei nº 406/68 mas, também, sobre os encargos sociais e as remunerações concernentes aos terceiros/trabalhadores temporários.” O que feriria os princípios básicos que norteiam o Direito Tributário, e que são assegurados constitucionalmente como o Princípio da Capacidade Contributiva, o Princípio da Isonomia, o Princípio da Legalidade e o Princípio da Vedação ao Confisco. Em seguida discorre sobre a natureza jurídica das empresas agenciadoras de mãodeobra temporária; as diferenças entre as atividades de terceirização de serviços e o agenciamento de mãodeobra temporária. Alega que por expressa determinação contratual (em vista de que os inúmeros tomadores de seus serviços exigem que os trabalhadores alocados nas suas dependências recebam vale transporte, ticket refeição, cestas básicas, planos de saúde, etc), adquire os valesrefeição, vales transporte, cestas básicas e planos de saúde e entrega aos trabalhadores que estão prestando os serviços a diversas outras empresas, daí resultando que emite uma nota fiscal de “reembolso de despesas de Fl. 5DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 796 6 alimentação, saúde,etc” com vistas a ser ressarcida dos gastos que teve ao adquirilos. Dessa forma, conclui que o reembolso de despesas não constituiria sua receita, muito menos prestação de serviço e que tal procedimento estaria fundado na Instrução Normativa SRF nº 306/2003. Conclui requerendo a improcedência do lançamento e a realização de perícia contábil nos termos do artigo 18 do Decreto nº 70.235/72 para provar todo o alegado indicando o nome do contador Manuel de Freitas Cavalcante para atuar como perito e formulando os quesitos elencados à fl.696. Como mencionado, a DRJ Recife/PE considerou parcialmente procedente o lançamento, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2000, 2001, 2002 MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPJ DEVIDO COM BASE EM ESTIMATIVAS MENSAIS: É devida multa de ofício lançada isoladamente, quando constatado que a contribuinte deixou de efetuar o recolhimento obrigatório do IRPJ sobre a base estimada. Esta multa não se confunde com a multa de ofício aplicada sobre o imposto não recolhido no final de seu período de apuração, pois tais penalidades incidem sobre bases de cálculo distintas, associadas, assim, a condutas diferentes. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. CUSTOS. MÃODE OBRA. Para fins de obtenção da base de cálculo da estimativa do IRPJ, não se excluem da receita de venda de prestação de serviço de locação de mãodeobra os custos salariais, trabalhistas ou previdenciários, ao encargo da empresa prestadora. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2000, 2001, 2002 PERÍCIA CONTÁBIL: Descabe perícia quando as informações necessárias à fundamentação da autuação encontramse nos autos e os termos processuais forem confeccionados em estrita observância da legislação aplicável. APRESENTAÇÃO DE PROVA: O momento oportunizado pela legislação para apresentação de prova no processo administrativo fiscal é quando da apresentação da impugnação. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2000, 2001, 2002 Fl. 6DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 797 7 DECISÃO JUDICIAL: A sentença judicial faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, e tãosomente em relação ao fato a que a decisão se refere, não possuindo efeito erga omnes. INCONSTITUCIONALIDADE: A Secretaria da Receita Federal, como órgão da Administração Direta da União, não é competente para decidir acerca da inconstitucionalidade de norma legal. Como entidade do Poder Executivo, cabe à Secretaria da Receita Federal, mediante ação administrativa, aplicar a lei tributária ao caso concreto. MULTA ISOLADA.RETROAÇÃO DE LEGISLAÇÃO MENOS GRAVOSA: Aplicase ao fato pretérito, objeto de processo ainda não definitivamente julgado, a legislação que imponha penalidade menos gravosa do que a prevista na legislação vigente ao tempo da sua prática. MULTA DE OFÍCIO. CARÁTER CONFISCATÓRIO: A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa nos moldes da legislação que a instituiu. Tratandose de lançamento de ofício, decorrente de infração ao dispositivo legal detectado pela administração em exercício de regular ação fiscalizadora, é legítima a cobrança da multa punitiva correspondente. JUROS DE MORA TAXA SELIC. É legal a cobrança de juros de mora, calculados pela aplicação da taxa Selic, estando prevista no art. 13 da Lei 9.065/1995, dispositivo legal este não julgado inconstitucional pelo Poder Judiciário. Lançamento Procedente em Parte Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 20/07/2009, a Contribuinte apresentou em 18/08/2009 o recurso voluntário de fls. 774 a 782, onde reitera os mesmos argumentos de sua impugnação, relativamente às especificidades de sua atividade, conforme descrito nos parágrafos anteriores. Além disso, afirma em seu recurso que o trabalho fiscal incorreu em diversas irregularidades: o fiscal apurou as estimativas de IRPJ incidentes sobre a receita bruta, compreendendo o somatório dos valores brutos das notas fiscais, entretanto, em algumas competências o efetivo somatório das notas fiscais emitidas pela Recorrente não correspondem aos valores expressos no Auto de Infração; Fl. 7DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 798 8 não foi levado em consideração os valores que foram retidos pelos tomadores de serviços da Recorrente, tal como previsto nos arts. 649 e 650 do Decreto nº 3.000, de 26/03/1999; por último, o valor utilizado como receita bruta para fins de determinação das antecipações mensais não condiz com a natureza jurídica da atividade exercida pela Recorrente. Registra também que foram protocoladas duas petições, após a impugnação, e que elas não foram levadas em consideração pela Delegacia de Julgamento. A primeira, datada de 22/09/2004, onde informou que estava sendo compelida a pagar tributos que foram objetos do PARCELAMENTO ESPECIAL PAES, que, inclusive, encontrase devidamente quitado, e que tal procedimento englobou todos os tributos pagos que tiveram fatos geradores ocorridos até fevereiro de 2003. A segunda petição pela qual requereu a desistência parcial da impugnação, no que se refere ao fato de que o fiscal não levou em consideração as retenções na fonte do Imposto de Renda, realizada pelos tomadores de seus serviços, tendo em vista que todo este crédito deu ensejo a Saldo Negativo que foi utilizado para compensação com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal. Afirma que em nenhum momento, quando da prolatação do Acórdão de primeira instância, foram levados em consideração os argumentos trazidos pelos petitórios mencionados acima, principalmente no que se refere aos débitos incluídos em parcelamento já quitado. Em razão disso, a Recorrente solicita que sejam realizadas as devidas diligências quanto ao que foi solicitado no decorrer do processo, o que demonstra claramente a necessidade da perícia requerida nos autos. Quanto à multa isolada, alega que o art. 44 da Lei 9.430/1996 recebeu nova redação pelo art. 14 da Lei nº 11.488/07. Deste modo, a aplicação da multa isolada prevista no inciso IV terminou por ser revogada, não havendo mais previsão legal para a sua aplicação. Por força da disposição contida no art. 106, II, "c" do Código Tributário Nacional, e tendo em vista que não houve o julgamento definitivo da questão, deve ser aplicada a lei mais benigna para o Contribuinte, o que implica na insubsistência da multa isolada. Em relação à multa de 75% que acompanha o tributo, sustenta que, conforme entendimento jurisprudencial uníssono, quando o valor da multa aplicada se aproxima do valor originário do suposto débito, resta configurado seu caráter confiscatório, o que não é tolerado pela Constituição Federal (art. 150, IV). Alega que se a multa de 50% já é considerada inconstitucional (conforme decisão judicial transcrita), o que dizer então da que fora aplicada ao presente caso? No entendimento da Recorrente, a multa aplicada no Auto de Infração hostilizado deve ser totalmente afastada, em consonância com a jurisprudência pacífica das Turmas do Eg. Tribunal Regional Federal da 5ª Região, bem como das instâncias a ele hierarquicamente jurisdicionadas. Fl. 8DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 799 9 Este é o Relatório. Fl. 9DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 800 10 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, está em litígio a exigência de IRPJ relativamente ao primeiro e terceiro trimestres de 2000 (Lucro Real Trimestral) e ao anocalendário de 2001 (Lucro Real Anual), bem como a exigência de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas mensais do mesmo imposto, abrangendo os períodos de 2001 e 2002. Nesse segundo caso, a Delegacia de Julgamento reduziu o percentual da multa isolada de 75% para 50%. Quanto ao IRPJ, o que está sendo exigido é o tributo apurado e declarado pela própria Contribuinte em sua DIPJ, que não foi pago e nem declarado em DCTF. Portanto, as alegadas divergência relativas ao somatório das notas fiscais e as questões sobre a composição da receita bruta, em razão da natureza jurídica da atividade exercida pela Recorrente, dizem respeito apenas às estimativas mensais. Acerca desses pontos, cabe primeiramente observar que as informações contidas nos demonstrativos elaborados pela Fiscalização (fls. 590 a 593) foram extraídas da contabilidade da empresa, conforme cópias dos balancetes mensais dos períodos de janeiro de 2000 a dezembro de 2003, às fls. 225 a 541. A Contribuinte, por sua vez, não trouxe nenhuma prova do alegado erro. Apenas elaborou planilhas indicando somatório de notas fiscais (fls. 709 a 732), que, aliás, apresentam poucas diferenças em relação aos demonstrativos da Fiscalização. Além disso, conforme já registrado pela DRJ, caberia à Contribuinte provar o equívoco cometido, inclusive realizando os competentes ajustes em sua contabilidade, visto que os valores considerados pela Fiscalização são idênticos aos constantes de seus balancetes analíticos. Com efeito, um somatório de notas fiscais não tem o condão de, isoladamente, desconstituir os dados da contabilidade, porque estes últimos estão sustentados num sistema equilibrado de contrapartidas. Em relação à natureza jurídica da atividade da Recorrente, e suas repercussões na composição da receita bruta, considero improcedente o entendimento de que as estimativas deveriam recair apenas sobre a taxa de agenciamento cobrada do tomador dos serviços. De acordo com a Lei 6.019/1974, que trata do trabalho temporário, e com o Decreto nº 73.840/1974 que a regulamentou, o locador da mãodeobra temporária tem a obrigação de efetuar o registro do empregado na Carteira de Trabalho e Previdência Social Fl. 10DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 801 11 CTPS, remunerálo e assistilo no que diga respeito aos seus direitos trabalhistas, e de efetuar o recolhimento das contribuições previdenciárias e da taxa de contribuição do seguro de acidentes do trabalho. Resta claro, portanto, que há um contínuo vínculo jurídico entre a empresa locadora de mãodeobra e o trabalhador por ela contratado, e os gastos decorrentes deste vínculo só podem configurar custos da atividade empresarial. Realmente, a atuação da empresa durante a execução do contrato de locação de mãodeobra não se resume a um simples repasse entre as outras partes envolvidas (tomador do serviço e trabalhador), como se houvesse um vínculo direto entre elas, com a exclusão da empresa locadora de mãodeobra, que figuraria como mera agenciadora. Sendo assim, os valores recebidos a título de “reembolso” de salários, encargos e outros custos relativos ao pessoal locado configuram receita da Recorrente, e devem ser tributados como tal. O antigo Conselho de Contribuintes já se pronunciou várias vezes nesse mesmo sentido, conforme ementas abaixo: Acórdão n° : 10707.388, de 16/10/2003 IRPJ LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA TEMPORÁRIA TRIBUTAÇÃO. Improcede a alegação de que o valor a ser submetido à tributação seria apenas a parcela correspondente à taxa de administração percebida pela intermediaçâo no fornecimento da mãodeobra demandada em caráter temporário, devendo compor a base imponível o montante recebido da locatária, apropriandose os custos respectivos, se for o caso, de conformidade com a legislação do tributo. Acórdão n° :10709.185, de 17/10/2007 CSLL. TERCEIRIZAÇÃO DE MÃODEOBRA. BASE DE CÁLCULO. As empresas que se dedicam ao agenciamento e locação de mãodeobra, optantes pela tributação sob a sistemática do lucro presumido, devem recolher a Contribuição Social sobre o Lucro Liquido calculada sobre a totalidade de suas receitas, não sendo admissível a exclusão das parcelas utilizadas para pagamento de salários e encargos sociais, que constituem custo da atividade. Acórdão n° : 10516.757, de 07/11/2007 A base de cálculo da CSLL das empresas de locação de mão de obra que não estão obrigadas à escrituração contábil (tributadas no IRPJ pelo lucro presumido), inclui o total de suas receitas, não podendo ser excluída a parcela recebida que utiliza para pagamento de seus funcionários O Superior Tribunal de Justiça também tem decisões nessa mesma linha de interpretação, conforme indica o Informativo STJ nº 0431, referente ao período de 19 a 23 de abril de 2010, obtido no sítio eletrônico do referido tribunal: Primeira Turma Fl. 11DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 802 12 LOCAÇÃO. MÃO DE OBRA. PIS. COFINS. IRPJ. CSLL. A Turma reafirmou que a base de cálculo do PIS e da Cofins, independentemente do regime normativo aplicável (LCs ns. 7/1970 e 70/1991 ou Leis ns. 10.637/2002 e 10.833/2003), abrange os valores recebidos pelas sociedades empresárias prestadoras de serviços de locação de mão de obra temporária (Lei n. 6.019/1974 e Dec. n. 73.841/1974) a título de pagamento de salários e encargos sociais de trabalhadores temporários. Também firmou que esses valores não podem ser excluídos da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Precedentes citados: REsp 1.141.065SC, DJe 1º/2/2010, e REsp 1.088.802RS, DJe 7/12/2009. REsp 1.176.749PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/4/2010. É oportuno transcrever uma recente decisão unânime proferida pela 1ª Turma do STJ no Resp nº 1.176.749 PR, julgado em 20/04/2010: EMENTA TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS AO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. "FATURAMENTO" E "RECEITA BRUTA". LEIS COMPLEMENTARES 7∕70 E 70∕91 E LEIS ORDINÁRIAS 9.718∕98, 10.637∕02 E 10.833∕03. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO QUE OBSERVA REGIMES NORMATIVOS DIVERSOS. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA TEMPORÁRIA (LEI 6.019∕74). VALORES DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS E DEMAIS ENCARGOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. JULGAMENTO, PELA PRIMEIRA SEÇÃO, DO RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (RESP 1.141.065∕SC). CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL E IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IRPJ. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS E DEMAIS ENCARGOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS. 1. A base de cálculo do PIS e da COFINS, independentemente do regime normativo aplicável (Leis Complementares 7∕70 e 70∕91 ou Leis ordinárias 10.637∕2002 e 10.833∕2003), abrange os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária (regidas pela Lei 6.019∕74 e pelo Decreto 73.841∕74), a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1.141.065∕SC, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 09.12.2009, DJe 01.02.2010). 2. Deveras, a definição de faturamento mensal∕receita bruta, à luz das Leis Complementares 7∕70 e 70∕91, abrange, além das receitas decorrentes da venda de mercadorias e da prestação de serviços, a soma das receitas oriundas do exercício das Fl. 12DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 803 13 atividades empresariais, concepção que se perpetuou com a declaração de inconstitucionalidade do § 1º, do artigo 3º, da Lei 9.718∕98 (Precedentes do Supremo Tribunal Federal que assentaram a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da COFINS e do PIS pela Lei 9.718∕98: RE 390.840, Rel. Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 09.11.2005, DJ 15.08.2006; RE 585.235 RGQO, Rel. Ministro Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgado em 10.09.2008, DJe227 DIVULG 27.11.2008 PUBLIC 28.11.2008; e RE 527.602, Rel. Ministro Eros Grau Rel. p∕ Acórdão Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 05.08.2009, DJe213 DIVULG 12.11.2009 PUBLIC 13.11.2009). 3. Por seu turno, com a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovida pelas Leis 10.637∕2002 e 10.833∕2003, os valores recebidos a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários subsumemse na novel concepção de faturamento mensal (total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil). 4. Conseqüentemente, a definição de faturamento∕receita bruta, no que concerne às empresas prestadoras de serviço de fornecimento de mãodeobra temporária (regidas pela Lei 6.019∕74), engloba a totalidade do preço do serviço prestado, nele incluídos os encargos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores para tanto contratados, que constituem custos suportados na atividade empresarial. 5. In casu, cuidase de empresa prestadora de serviços de locação de mãodeobra temporária (regida pela Lei 6.019∕74 e pelo Decreto 73.841∕74, consoante assentado na instância ordinária), razão pela qual, independentemente do regime normativo aplicável, os valores recebidos a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários não podem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS. 6. Outrossim, os valores recebidos a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários não podem ser excluídos da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, uma vez que: "... todos os tributos em discussão tem por base de cálculo montantes equiparados ou reflexos, isto é, há uma base de cálculo maior (faturamento) da qual derivam parcelas dessa mesma base de cálculo (lucro real e líquido) e a solução a ser dada deve ser coerente com essa realidade, salvo se existente alguma peculiaridade na legislação específica de regência. (...) ... não é a circunstância da prestação do serviço que autoriza a dedução ou não da receita da base de cálculo do tributo, mas o ingresso dessa receita a título próprio, que embora sirva para cobrir despesas administrativas, obrigações fiscais e trabalhistas Fl. 13DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 804 14 posteriores não desqualifica a destinação da receita: compor o faturamento da pessoa jurídica. Somente havendo previsão legal é que se admite a repercussão jurídica do tributo, o que não é o caso das legislações dos tributos em referência na hipótese de cessão de mãodeobra quando o rendimento auferido (lucro líquido e receita total) pela prestação do serviço é auferido integralmente pela prestadora que também suporta integralmente o ônus fiscal." (REsp 1.088.802∕RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 24.11.2009, DJe 07.12.2009) 8. Conseqüentemente, em virtude do disposto no artigo 111, do CTN (interpretação restritiva da legislação tributária que verse sobre isenção ou exclusão do crédito tributário), as aludidas parcelas não podem ser excluídas da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, uma vez inexistente previsão legal expressa. 8. Recurso especial da Fazenda Nacional provido. 9. Recurso especial empresarial desprovido. (grifos são do original) Deste modo, a decisão de primeira instância não merece qualquer reparo em relação aos valores considerados pela Fiscalização para fins de cálculo das estimativas mensais não recolhidas, e lançamento da correspondente multa isolada. Quanto às referidas petições apresentadas após a impugnação, que não teriam sido analisadas pela Delegacia de Julgamento, cabe mencionar que uma delas referese à desistência parcial da impugnação, relativamente às alegadas retenções na fonte. Por meio desta petição, segundo a própria Contribuinte, foi informado que essas retenções na fonte deram ensejo a Saldo Negativo já utilizado para compensação com outros tributos. Portanto, além de a Contribuinte não ter apresentado a comprovação das retenções que queria ver consideradas no cálculo feito pela Fiscalização, ela mesma apresentou petição desistindo do pleito, o que apenas reforça o resultado da decisão de primeira instância. Quanto à outra petição (fl. 733), onde a Contribuinte alega que já teria quitado os tributos ora exigidos pelo Parcelamento Especial – PAES, cabe registrar que não foi apresentado qualquer documento comprobatório deste fato. De qualquer modo, havendo pagamentos no PAES que se refiram aos débitos exigidos neste processo, basta que a Contribuinte diligencie junto à unidade de origem da Receita Federal, para que sejam ajustados os valores devidos, de acordo com os pagamentos já efetuados. Também são improcedentes os argumentos no sentido de que a multa isolada prevista no art. 44, § 1º, IV, da Lei 9.430/1996 teria sido revogada em razão das alterações promovidas pela Lei nº 11.488/2007. Com efeito, não houve qualquer revogação da norma que prevê a aplicação de multa isolada para o caso de falta de recolhimento de estimativa mensal. Houve apenas uma nova disposição do texto normativo, que não se confunde com a norma que dele se extrai. Fl. 14DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 19647.006031/200439 Acórdão n.º 180200.830 S1TE02 Fl. 805 15 A referida norma legal, antes prevista no art. 44, § 1º, IV, da Lei 9.430/1996, apenas passou a constar do art. 44, II, “b”, da mesma lei, com um percentual menor do que o anteriormente previsto (50% e não mais 75%). Nesse sentido, vale mencionar novamente que a DRJ promoveu a redução no percentual da multa, a fim de ajustálo à norma atual, aplicando aí a disposição contida no art. 106, II, "c" do CTN, a chamada retroatividade benigna. Portanto, o argumento da revogação da norma não socorre à Recorrente. No que toca à alegação sobre a desproporcionalidade e o efeito de confisco da multa de ofício, cujo acolhimento implicaria no afastamento de norma legal vigente (art. 44, I, da Lei 9.430/96), por suposta inconstitucionalidade, cabe ressaltar que falece a esse órgão de julgamento administrativo competência para provimento dessa natureza, que está a cargo do Poder Judiciário, exclusivamente. Oportuno lembrar que apenas de modo excepcional, havendo prévia decisão por parte do Supremo Tribunal Federal, e cumpridos os requisitos do Decreto nº 2.346/97 ou do art. 103A da Constituição, o que não ocorre no presente caso, é que a Administração Pública deixaria de aplicar a referida norma legal. Essa matéria, inclusive, já foi sumulada por este Conselho: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Finalmente, cabe manter o indeferimento da perícia requerida, posto que se encontram no processo todos os elementos que permitem formar a livre convicção do julgador. Além disso, a realização de diligência ou perícia não se destina a suprir o ônus probatório que incumbe à Contribuinte. Diante do exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 15DF CARF MF Emitido em 05/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Assinado digitalmente em 01/04/2011 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, 02/04/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 10950.003407/2009-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2008
COMPENSAÇÃO. NÃO APRESENTAÇÃO DE COMPROVANTE DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE
Somente podem ser compensados na apuração fiscal os créditos que o contribuinte comprove possuir.
ARBITRAMENTO. ALEGAÇÃO NÃO RELACIONADA AO LANÇAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO.
Não tendo se verificado na espécie a adoção de arbitramento do tributo, não há de se apreciar essa alegação recursal.
FALTA DE COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DOS FATOS GERADORES. IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. INOCORRÊNCIA.
Uma vez que o Fisco trouxe aos autos toda a documentação que deu
embasamento à apuração fiscal, não se justifica a alegação de falta de comprovação da ocorrência dos fatos geradores e de irregular inversão do ônus da prova, mormente quando o contribuinte nada apresenta para afastar as conclusões da Auditoria.
APLICAÇÃO DE ACRÉSCIMOS LEGAIS CONFORME A LEGISLAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE EXCLUSÃO.
Não pode a autoridade fiscal ou mesmo os órgãos de julgamento
administrativo afastar a aplicação da multa e dos juros legalmente previstos, sob a justificativa de que afrontam a Constituição.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2008
REQUERIMENTO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE PARA SOLUÇÃO DA LIDE. INDEFERIMENTO.
Será indeferido o requerimento de perícia técnica quando esta não se mostrar útil para a solução da lide.
JUNTADA DE DOCUMENTOS APÓS O PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE HIPÓTESES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO. INDEFERIMENTO.
Serão indeferidos os pedidos para apresentação de provas após o prazo para impugnação, quando não comprovada a ocorrência de hipótese normativa que faculte tal permissão.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-001.766
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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NÃO APRESENTAÇÃO DE COMPROVANTE DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE Somente podem ser compensados na apuração fiscal os créditos que o contribuinte comprove possuir. ARBITRAMENTO. ALEGAÇÃO NÃO RELACIONADA AO LANÇAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. Não tendo se verificado na espécie a adoção de arbitramento do tributo, não há de se apreciar essa alegação recursal. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DOS FATOS GERADORES. IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. INOCORRÊNCIA. Uma vez que o Fisco trouxe aos autos toda a documentação que deu embasamento à apuração fiscal, não se justifica a alegação de falta de comprovação da ocorrência dos fatos geradores e de irregular inversão do ônus da prova, mormente quando o contribuinte nada apresenta para afastar as conclusões da Auditoria. APLICAÇÃO DE ACRÉSCIMOS LEGAIS CONFORME A LEGISLAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE EXCLUSÃO. Não pode a autoridade fiscal ou mesmo os órgãos de julgamento administrativo afastar a aplicação da multa e dos juros legalmente previstos, sob a justificativa de que afrontam a Constituição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2008 REQUERIMENTO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE PARA SOLUÇÃO DA LIDE. INDEFERIMENTO. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE 2 Será indeferido o requerimento de perícia técnica quando esta não se mostrar útil para a solução da lide. JUNTADA DE DOCUMENTOS APÓS O PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE HIPÓTESES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO. INDEFERIMENTO. Serão indeferidos os pedidos para apresentação de provas após o prazo para impugnação, quando não comprovada a ocorrência de hipótese normativa que faculte tal permissão. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Cleuza Vieira de Souza, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE Processo nº 10950.003407/200950 Acórdão n.º 240101.766 S2C4T1 Fl. 906 3 Relatório De acordo com Relatório Fiscal, fls.159/170, o crédito contempla as contribuições devidas à Seguridade Social a cargo da empresa, destinada ao Fundo de Previdência e Assistência Social — FPAS e ao Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho — GIILRAT, não declaradas em Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia e Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social — GFIP. Destacase que o saláriodecontribuição apurado referese a: a) remunerações pagas aos segurados empregados, mediante folha de pagamento “2” (não contabilizada), não registrada contabilmente; b) remunerações pagas aos segurados empregados, mediante folha de pagamento “1” (contabilizada); c) pagamentos efetuados aos contribuintes individuais, por serviços prestados a mesma, registrados em recibos de pagamentos e Livros Diário. A instituição apresentou defesa, fls. 831/, alegando, em apertada síntese, que: a) estão decadentes os créditos relativos a fatos geradores ocorridos antes de 27/06/2004; b) embora o Fisco afirme que havia folhas de pagamento não contabilizadas, não trouxe ao processo prova contundente dessa alegação; c) disponibilizou à Auditoria toda a contabilidade, causandolhe estranheza a acusação de que remunerações haviam sido omitidas da GFIP; d) também efetuou a declaração e o recolhimento de todas as contribuições decorrentes de pagamentos efetuados a contribuintes individuais; e) a multa aplicada, no patamar de quarenta por cento ou setenta e cinco por cento, é confiscatória; f) também assumem caráter de confisco os juros aplicados ao crédito lançado; g) o Fisco é que tem o dever de provar suas alegações, não sendo lícito querer que o contribuinte venha a produzir provas em seu favor; h) devem ser compensados todos os recolhimentos efetuados pelo contribuinte; i) para se chegar a uma conclusão segura sobre a contenda, fazse necessária à realização de prova pericial, pelo que indica o assistente da perícia e formula os quesitos. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE 4 Ao final, requer a utilização de todos os meios de prova em direito admitidas e a concessão de prazo para que possa apresentar considerações sobre a documentação acostada pela Auditoria. A DRJ em Curitiba declarou procedente em parte o lançamento, reconhecendo a decadência para as competências de 01 a 06/2004, ver fls. 874/881. Eis a ementa do decisum: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2008 AIOP 37.194.8851 . DECADÊNCIA. Havendo início de pagamento das contribuições, aplicase ao caso a disposição do §4°, do art. 150 do CTN, de maneira que os valores apurados em período decaído devem ser excluídos do lançamento. ARBITRAMENTO. INEXISTÊNCIA DO PROCEDIMENTO DOS AUTOS Não havendo apuração da base de cálculo por meio de arbitramento, resta impertinente a argumentação da defesa relativa a matéria inexistente nos autos. MULTA. INAPLICABILIDADE ANTE A AUSÊNCIA DE INFRAÇÃO A constatação da existência de crédito tributário devido e não recolhido pelo sujeito passivo configura ilícito tributário que sujeita o infrator à aplicação de multa pecuniária nos termos da legislação de regência. RETROATIVIDADE BENIGNA. MOMENTO DO PAGAMENTO A apuração da aplicabilidade da regra do artigo 106, II, c do CTN às multas de que trata a lei 8.212/91 só pode ser feita no momento do efetivo pagamento dos tributos exigidos. CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA Não é confiscatória a multa exigida nos estritos limites do previsto em lei para o caso concreto, não sendo competência funcional do órgão julgador administrativo apreciar alegações de ilegalidade ou inconstitucionalidade da legislação vigente. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. LEGALIDADE. É legal a aplicação da taxa do Selic para fixação dos juros moratórios para recolhimento do crédito tributário em atraso. PROVA PERICIAL DESNECESSÁRIA. A produção da prova pericial só é cabível quando o julgador administrativo entender que seu convencimento necessita da produção desta prova, não configurando seu indeferimento cerceamento do direito de defesa. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE Processo nº 10950.003407/200950 Acórdão n.º 240101.766 S2C4T1 Fl. 907 5 MEIOS DE PROVA. Todos os meios de prova admitidos em direito são cabíveis e aceitáveis no Processo Administrativo Fiscal, havendo apenas que se observar as regras do Decreto n° 70.235, de 1972 quanto ao momento de sua apresentação ou formalidade para sua produção. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Em seu recurso, o sujeito passivo alega, em apertada síntese, que: a) embora a apuração do crédito tenha se dado por arbitramento, o Fisco não conseguiu demonstrar qualquer irregularidade que justificasse o procedimento; b) não ficou demonstrada de forma robusta a existência dos fatos geradores supostamente não contabilizados, nem declarados em GFIP; c) inexiste espaço para aplicação de multa, haja vista que não se detectou irregularidade que pudesse dar azo à sanção; d) mesmo que se pudesse aplicála, a multa não pode ultrapassar o patamar de vinte por cento, sob pena de se afrontar a Constituição Federal; e) são inconstitucionais a aplicação de multa progressiva e da taxa SELIC; f) devem ser aproveitados na apuração do crédito os recolhimentos efetuados; g) o ônus de provar a existência do crédito é do Fisco, não se podendo inverter esse encargo em desfavor do contribuinte; h) a prova pericial se faz necessária no caso em tela para que se investigue sobre os critérios e de arbitramento e se faça uma análise contábil mais acurada; i) também se deve proporcionar maior lapso temporal para que a empresa possa analisar com esteio na contabilidade as irregularidades apontadas pela Auditoria; Ao final requer a extinção do lançamento. É o relatório. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE 6 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Do arbitramento A alegação de que a Fiscalização utilizou o arbitramento na apuração do presente crédito revela que a recorrente não analisou com profundidade o Relatório Fiscal e a vasta documentação anexada ao AI. Está por demais esclarecido pela Auditoria que as bases de cálculo lançadas foram obtidas pelas folhas de pagamento, pelos recibos de pagamento e pela escrita contábil apresentada no transcurso da ação fiscal. Inteiramente sem respaldo nos elementos constantes dos autos essa alegação da contribuinte. Da não comprovação da ocorrência dos fatos geradores e da inversão do ônus da prova A Auditoria colacionou farta documentação, fls. 173/187, que engloba folhas de pagamento, recibos de salário, rescisões, demonstrativos contábeis e outros. Tal providência atesta a preocupação da Autoridade Fiscal de trazer ao processo todos os elementos que serviram de base para sua apuração. Nesse sentido, não vejo como acolher a alegação da recorrente de que não teria o Fisco demonstrado a contento a ocorrência dos fatos geradores. Ainda mais quando se percebe que o sujeito passivo não trouxe aos autos qualquer documento que pudesse vir em socorro de suas ponderações, mantendose no campo das argumentações desprovidas de elementos comprobatórios. Outro aspecto do recurso que tem vinculação com o anteriormente apontado diz respeito ao argumento de que não seria lícito ao Fisco impor ao sujeito passivo a inversão do onus probandi. Devo repelir essa tese. Não há dúvidas, pela vasta documentação juntada, que a Auditoria adotou as providências que pudessem fornecer à empresa todos os subsídios necessários ao exercício do amplo direito de defesa. A apuração tomou como base os documentos da própria autuada não existindo razão para se falar em inversão do encargo de provar. Uma vez que o Fisco trouxe suas provas, caberia à recorrente, exercendo o seu direito ao contraditório, apresentar elementos que pudessem infirmar as conclusões que deram ensejo ao lançamento fiscal, todavia, como já frisei, a empresa mantevese no campo dos argumentos sem substância. Da multa e dos juros aplicados Fl. 6DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE Processo nº 10950.003407/200950 Acórdão n.º 240101.766 S2C4T1 Fl. 908 7 Para análise do argumento relativo à incorreta aplicação da penalidade é de se fazer uma retrospectiva dos dispositivos legais que tratam da questão. Observase que com o advento da Medida Provisória MP n. 449/2008, convertida na Lei n. 11.941/2009, houve profunda alteração no cálculo das multas decorrentes de descumprimento das obrigações principais e acessórias relacionadas às contribuições previdenciárias. Na sistemática anterior, a infração de omitir fatos geradores em GFIP era punida com a multa correspondente a cem por cento da contribuição não declarada, ficando a penalidade limita a um teto calculado em função do número de segurados da empresa. Quanto havia lançamento da obrigação principal relativo aos fatos geradores não declarados, o sujeito passivo ficava também sujeito à aplicação da multa de mora nos créditos lançados, num percentual do valor principal que variava de acordo com a fase processual do lançamento, ou seja, quanto mais cedo o contribuinte quitava o débito, menor era a multa imposta. Com a nova legislação, há duas sistemáticas de aplicação da multa. Inexistindo o lançamento das contribuições, aplicase apenas a multa de ofício prevista no art. 32A da Lei n. 8.212/1991, que é calculada a partir de um valor fixo para cada grupo de 10 informações incorretas ou omitidas, nos seguintes termos: Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e (...) Todavia pelo art. 35A da mesma Lei, também introduzido pela Lei n. 11.941/2009, ocorrendo o lançamento da obrigação principal, a penalidade decorrente do erro ou omissão na GFIP fica incluída na multa de mora constante no crédito constituído. Deixa, assim, de haver cumulação de multa punitiva e multa moratória, condensandose ambas em valor único. Vejam o diz o dispositivo: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. É que o art. 44, I, da Lei n. 9.430/19961 prevê que, havendo declaração inexata ou omissa de tributo, acompanhado da falta de recolhimento do mesmo, devese aplicar a multa ali especificada. Como já exposto, nessas situações, a multa agora é una para ambas as infrações, descumprimento das obrigações principal e acessória. 1 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...) Fl. 7DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE 8 Considerando a ocorrência da infração relativa a falta de declaração de fatos geradores em GFIP cumulada com a falta de recolhimento do tributo, a Auditoria procedeu à comparação entre a multa aplicada com base na legislação vigente na data da ocorrência dos fatos geradores com aquela decorrente da novel legislação. Tal comparativo restou apresentado no demonstrativo de fls. 168 e seguintes, no qual se evidencia qual dos dispositivos legais conduziria a uma multa mais benéfica. Nesse, sentido, descabe o argumento de que o Fisco não teria observado a alínea “c” do inciso II do art. 106 do CTN, por ter deixado de aplicar a multa mais branda. Quanto ao caráter confiscatório da multa e da inconstitucionalidade da taxa SELIC, para enfrentar essas questões é necessário uma análise da constitucionalidade de dispositivos legais aplicados pelo fisco, daí, é curial que, a priori, façamos uma abordagem acerca da possibilidade de afastamento por órgão de julgamento administrativo de ato normativo por inconstitucionalidade. Sobre esse tema, notese que o escopo do processo administrativo fiscal é verificar a regularidade/legalidade do lançamento à vista da legislação de regência, e não das normas vigentes frente à Constituição Federal. Essa tarefa é de competência privativa do Poder Judiciário. A própria Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, é por demais enfática neste sentido, impossibilitando, regra geral, o afastamento de tratado, acordo internacional, lei ou decreto, a pretexto de inconstitucionalidade, nos seguintes termos: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 1993. Observese que, somente nas hipóteses ressalvadas no parágrafo único e incisos do dispositivo legal encimado poderá ser afastada a aplicação da legislação de regência. Nessa linha de entendimento, dispõe o enunciado de súmula, abaixo reproduzido, o qual foi divulgado pela Portaria CARF n.º 106, de 21/12/2009 (DOU 22/12/2009): Súmula CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 8DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE Processo nº 10950.003407/200950 Acórdão n.º 240101.766 S2C4T1 Fl. 909 9 Essa súmula é de observância obrigatória, nos termos do “caput” do art. 72 do Regimento Interno do CARF2. Como se vê, este Colegiado falece de competência para se pronunciar sobre as alegações de inconstitucionalidade de lei e decreto trazidas pela recorrente, como é o caso da aplicação dos juros e da multa. Dito isso, sintome à vontade para concluir que não devem ser acatados os pedidos de redução da multa aplicada, bem como exclusão da taxa SELIC do lançamento. Da compensação dos créditos do contribuinte Embora alegue o Fisco deixou de compensar na apuração do crédito recolhimentos que houvera efetuado, o contribuinte não trouxe aos autos qualquer comprovação do fato. Digo mais, a Auditoria foi enfática em seu pronunciamento ao afirmar que a empresa não houvera no transcurso da ação fiscal apresentado quaisquer guias de pagamento relativas às contribuições lançadas. Diante disso, não vejo como acatar o pedido de compensação formulado no recurso. Pedido de Perícia Quanto ao cerceamento do direito de defesa ocasionado pelo indeferimento do órgão a quo do pedido de produção de prova pericial, entendo que não deva ser acatado. No processo administrativo fiscal vigora o princípio do livre convencimento motivado. Segundo o qual a autoridade julgadora tem liberdade para adotar a tese que ache mais adequada a solução da contenda, desde o que o faça com a devida motivação. Nesse sentido, somente à autoridade que preside o processo é dado determinar a realização de perícias e diligências caso ache necessário. Não está o julgador obrigado a deferir pedidos de dilação probatória se os elementos constantes nos autos já lhe dão o convencimento suficiente para emissão da decisão. Assim, sendo a prova dirigida à autoridade julgadora, é essa que tem a prerrogativa de determinar ou não a sua produção. Tenho que concordar com a decisão original, quando se afirma que o relato do fisco e os documentos colacionados permitem concluir pela ocorrência da infração. Realização de análise contábil Requer o contribuinte que lhe seja concedido prazo para a realização de análise contábil acerca das afirmações do Fisco. Não vejo como acolher esse o pleito. A fiscalização teve como base os documentos fornecidos pelo próprio sujeito passivo, que teve todo o prazo de defesa para detectar qualquer incorreção no trabalho de apuração fiscal. Todavia, nada foi apresentado naquela fase processual. 2 Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. (...) Fl. 9DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE 10 Sobre esse tema, o Decreto n. 70.235/1972 determina que os inconformismos do contribuinte contra a exigência fiscal devem ser apresentados por ocasião da impugnação, junto a qual também serão juntados os elementos de prova. Vejamos: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; § 4°. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (...) Em obediência a esse comando, deveria o sujeito passivo ter exposto na sua impugnação as possíveis falhas detectadas na apuração fiscal, todavia, não foi adotada a providência. Vejo que agora também no recurso nada é apresentado de concreto, reprisandose a alegação da defesa, portanto, também afasto esse pedido, por entender que o momento processual já não mais permite a juntada de análise contábil ou de qualquer outro documento que não se enquadre nas hipóteses do § 4. do art. 16 do Decreto n. 70.235/1972. Diante de todo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, pelo seu desprovimento. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 10DF CARF MF Emitido em 14/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Assinado digitalmente em 10/05/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, 17/05/2011 por ELIAS SAMPAIO FREI RE
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Numero do processo: 13896.001442/2007-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2002 a 30/05/2006
RETENÇÃO 11%. FALTA CARACTERIZAÇÃO DA CESSÃO DE MÃO DE OBRA.
RELATÓRIO INCOMPLETO. NULIDADE.
O instituto da retenção de 11% está previsto no art. 31 da Lei n° 8.212/1991, com redação conferida pela Lei n ° 9.711/1998.
O órgão previdenciário aponta que a recorrente deveria ter efetuado a retenção, entretanto não indicou no relatório fiscal, nem na complementação do relatório, os fundamentos para enquadrar os serviços prestados como sujeitos à retenção de 11%. Não foi realizado o cotejamento pelos Auditores Fiscais entre a documentação analisada e a legislação que dispõe acerca da
cessão de mão de obra.
A formalização do auto de infração tem como elementos os previstos no art. 10 do Decreto nº 70.235. O erro, a depender do grau, em qualquer dos elementos pode acarretar a nulidade do ato por vício formal. Entre os elementos obrigatórios no auto de infração consta a descrição do fato (art. 10, inciso III do Decreto nº 70.235). A descrição implica a exposição
circunstanciada e minuciosa do fato gerador, devendo ter os elementos suficientes para demonstração, de pelo menos, da verossimilhança das alegações do Fisco. De acordo com o princípio da persuasão racional do julgador, o que deve ser buscado com a prova produzida no processo é a verdade possível, isto é, aquela suficiente para o convencimento do juízo.
Pelo exposto, in casu, não se tratou de simples erro material, mas de vício na formalização por desobediência ao disposto no art. 10, inciso III do Decreto nº 70.235.
Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 2302-000.909
Decisão: ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda
Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Arlindo da Costa e Silva que entendeu ser caso de julgar improcedente o lançamento.
Nome do relator: Marco André Ramos Vieira
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Recorrente DRJ CAMPINAS SP Interessado TV OMEGA LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2002 a 30/05/2006 RETENÇÃO 11%. FALTA CARACTERIZAÇÃO DA CESSÃO DE MÃO DEOBRA. RELATÓRIO INCOMPLETO. NULIDADE. O instituto da retenção de 11% está previsto no art. 31 da Lei n ° 8.212/1991, com redação conferida pela Lei n ° 9.711/1998. O órgão previdenciário aponta que a recorrente deveria ter efetuado a retenção, entretanto não indicou no relatório fiscal, nem na complementação do relatório, os fundamentos para enquadrar os serviços prestados como sujeitos à retenção de 11%. Não foi realizado o cotejamento pelos Auditores Fiscais entre a documentação analisada e a legislação que dispõe acerca da cessão de mãodeobra. A formalização do auto de infração tem como elementos os previstos no art. 10 do Decreto n º 70.235. O erro, a depender do grau, em qualquer dos elementos pode acarretar a nulidade do ato por vício formal. Entre os elementos obrigatórios no auto de infração consta a descrição do fato (art. 10, inciso III do Decreto n º 70.235). A descrição implica a exposição circunstanciada e minuciosa do fato gerador, devendo ter os elementos suficientes para demonstração, de pelo menos, da verossimilhança das alegações do Fisco. De acordo com o princípio da persuasão racional do julgador, o que deve ser buscado com a prova produzida no processo é a verdade possível, isto é, aquela suficiente para o convencimento do juízo. Pelo exposto, in casu, não se tratou de simples erro material, mas de vício na formalização por desobediência ao disposto no art. 10, inciso III do Decreto n º 70.235. Recurso de Ofício Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/03/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Arlindo da Costa e Silva que entendeu ser caso de julgar improcedente o lançamento. Marco André Ramos Vieira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Edgar Silva Vidal, Manoel Coelho Arruda Júnior, Adriana Sato. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/03/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 13896.001442/200762 Acórdão n.º 230200.909 S2C3T2 Fl. 746 3 Relatório A presente NFLD tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social em virtude da retenção de 11% decorrente da contratação das prestadoras arroladas no anexo do relatório fiscal, conforme previsão no art. 31 da Lei n ° 8.212/1991. O período compreende as competências janeiro de 2002 a maio de 2006, conforme relatório fiscal às fls. 286 a 290. Não conformada com a notificação, foi apresentada defesa pela entidade pública, fls. 593 a 620. A DecisãoNotificação anulou o lançamento fiscal pela ausência de caracterização da cessão de mãodeobra, fls. 732 a 738. Dessa decisão foi interposto recurso de ofício, fls. 740. Cientificado da decisão de primeira instância, o autuado não se manifestou no prazo normativo. É o relato suficiente. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/03/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheiro Marco André Ramos Vieira, Relator Não merece reparo a decisão de primeira instância. Verificando que houve irregularidade na caracterização da cessão de mãodeobra, cabe ao órgão julgador anular o lançamento fiscal. O órgão previdenciário aponta que a recorrente deveria ter efetuado a retenção quanto ao serviço de transporte escolar, entretanto não indicou no relatório fiscal, os fundamentos para enquadrar os serviços prestados como sujeitos à retenção de 11%. Não foi realizado o cotejamento pelos AuditoresFiscais entre a documentação analisada e a legislação que dispõe acerca da cessão de mãodeobra. Não se pode confundir uma simples prestação de serviços com a prestação de serviços mediante cessão de mãodeobra. Somente o fato de constar na lista prevista no Regulamento da Previdência Social não é suficiente para que surja a obrigação da retenção. Por exemplo, o serviço de vigilância e segurança consta na referida lista, entretanto pode ser realizado com ou sem cessão de mãodeobra, como na vigilância remota; a obrigação da retenção será exigida somente no primeiro caso. Nesse sentido dispõe o art. 145, parágrafo único da Instrução Normativa MPS/SRP n ° 3/2005, nestas palavras: Art. 145. Estarão sujeitos à retenção, se contratados mediante cessão de mãodeobra ou empreitada, observado o disposto no art. 176, os serviços de: (...) Parágrafo único. Os serviços de vigilância ou segurança prestados por meio de monitoramento eletrônico não estão sujeitos à retenção. Salientase que no presente caso não houve destaque dos valores a serem retidos em nota fiscal, assim é dever da fiscalização indicar os fundamentos de sua convicção. Os trabalhadores ficavam à disposição da tomadora, havia um controle sobre a atividade dos mesmos. Os trabalhadores ficavam no aguardo de ordens da tomadora. Questões como essas devem estar respondidas no relatório fiscal a fim de caracterizar a cessão em serviços. O recurso visa a análise da correção da decisão de primeira instância. Se a mesma deve ser mantida, se deve ser reformada, ou anulada. Quando o vício ocorre no ato administrativo do lançamento, não caberia a anulação da decisão de primeira instância, mas sim o reconhecimento de que o ato nulo deve ser refeito. Não se pode confundir o órgão fiscalizador com o julgador. Cabe à Receita Federal fiscalizar e lançar os tributos, e cabe ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF a tarefa de verificar a regularidade da decisão de primeira instância, e não efetuar ou complementar o lançamento. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/03/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 13896.001442/200762 Acórdão n.º 230200.909 S2C3T2 Fl. 747 5 O disposto nos artigos 59 e 60 do Decreto n ° 70.235/1972, que tratam de nulidades, somente se aplicam para os atos praticados no curso do processo administrativo. O lançamento é ligado ao procedimento fiscal de apuração do crédito. Desse modo, há que se reconhecer a possibilidade de existência de outras nulidades que não somente as previstas nos arts. 59 e 60. A formalização do auto de infração tem como elementos os previstos no art. 10 do Decreto n º 70.235. O erro, a depender do grau, em qualquer dos elementos pode acarretar a nulidade do ato por vício formal. Entre os elementos obrigatórios no auto de infração consta a descrição do fato (art. 10, inciso III do Decreto n º 70.235). A descrição implica a exposição circunstanciada e minuciosa do fato gerador, devendo ter os elementos suficientes para demonstração, de pelo menos, da verossimilhança das alegações do Fisco. De acordo com o princípio da persuasão racional do julgador, o que deve ser buscado com a prova produzida no processo é a verdade possível, isto é, aquela suficiente para o convencimento do juízo. Não se pode confundir falta de motivo com a falta de motivação. A falta de motivo do ato administrativo vinculado causa a sua nulidade. No lançamento fiscal o motivo é a ocorrência do fato gerador, esse inexistindo torna improcedente o lançamento, não havendo como ser sanado, pois sem fato gerador não há obrigação tributária. Agora, a motivação é a expressão dos motivos, é a tradução para o papel da realidade encontrada pela fiscalização. A falha na motivação pode ser corrigida, desde que o motivo tenha existido. Não é outra a lição do mais abalizado administrativista brasileiro, Celso Antônio Bandeira de Mello. De acordo com esse doutrinador, na obra Curso de Direito Administrativo, 22ª edição, Ed. Malheiros, pág. 385, verbis: “em se tratando de atos vinculados, o que mais importa é haver ocorrido o motivo perante o qual o comportamento era obrigatório, passando para segundo plano a questão da motivação. Assim, se o ato não houver sido motivado, mas for possível demonstrar ulteriormente, de maneira indisputavelmente objetiva e para além de qualquer dúvida ou entredúvida, que o motivo exigente do ato preexistia, deverseá considerar sanado o vício do ato.” Na mesma obra, página 451, o autor afirma que “a convalidação, ou seja, o refazimento de modo válido e com efeitos retroativos do que fora produzido de modo inválido, em nada se incompatibiliza com interesses públicos. Isto é: em nada ofende a índole do Direito Administrativo. Pelo contrário”. Na lição de Celso Antônio, página 453: “A Administração não pode convalidar um ato viciado se este já foi impugnado, administrativa ou judicialmente. Se pudesse fazêlo, seria inútil a argüição do vício, pois a extinção dos efeitos ilegítimos dependeria da vontade da Administração, e não do dever de obediência à ordem jurídica. Há entretanto, uma exceção. É o caso da “motivação” de ato vinculado expendida tardiamente, após a impugnação do ato. A demonstração, conquanto serôdia, de que os motivos preexistiam e a lei exigia que, perante eles, o ato fosse praticado com o exato conteúdo com que o foi é razão bastante para sua convalidação.” Entendo que os meros erros materiais podem ser corrigidos no lançamento, agora as falhas mais graves, os vícios, demandam a realização de um novo ato. A correção dos erros materiais, a complementação de informações, ou esclarecimentos, já constantes no relatório fiscal, podem ser trazidos aos autos por meio de diligência, inclusive comandada pelo CARF. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/03/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Pelo exposto, in casu, não se tratou de simples erro material, mas de vício na formalização por desobediência ao disposto no art. 10, inciso III do Decreto n º 70.235. CONCLUSÃO: Voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício. É como voto. Marco André Ramos Vieira Fl. 6DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/03/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 10280.720292/2010-35
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2008
Ementa:
IRPF. DESPESAS DE LIVRO CAIXA. COMPROVAÇÃO.
O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: I a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; II os emolumentos pagos a
terceiros; III as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora.
Hipótese em que o Recorrente comprovou referidas despesas.
Recurso provido.
Numero da decisão: 2101-001.166
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 Ementa: IRPF. DESPESAS DE LIVRO CAIXA. COMPROVAÇÃO. O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: I a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; II os emolumentos pagos a terceiros; III as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Hipótese em que o Recorrente comprovou referidas despesas. Recurso provido.
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DESPESAS DE LIVRO CAIXA. COMPROVAÇÃO. O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho nãoassalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: I a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; II os emolumentos pagos a terceiros; III as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Hipótese em que o Recorrente comprovou referidas despesas. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Presidente Substituto Fl. 79DF CARF MF Emitido em 08/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/06/2011 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 13/06/ 2011 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 29/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 10280.720292/201035 Acórdão n.º 210101.166 S2C1T1 Fl. 80 2 (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros José Raimundo Tosta Santos (Presidente Substituto), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Celia Maria de Souza Murphy, José Evande Carvalho Araujo (convocado), Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 61/62) interposto em 15 de fevereiro de 2011 (fl. 61) contra acórdão proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém/PA (fls. 53/56), do qual o Recorrente teve ciência em 21 de janeiro de 2011 (fl. 60), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de fls. 08/12, lavrado em 25 de janeiro de 2010, em decorrência de dedução indevida de livro caixa, verificada no anocalendário de 2007. O acórdão recorrido teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 Ementa: GLOSA DE DESPESAS DO LIVRO CAIXA. As despesas escrituradas em livro caixa e deduzidas na declaração de ajuste anual estão condicionadas à veracidade dos gastos efetuados, previstos em lei e necessários à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, comprovados por documentos hábeis. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido” (fl. 53). Não se conformando, o Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 61/62), basicamente repetindo os argumentos ventilados em sua impugnação e juntando novos documentos. É o relatório. Fl. 80DF CARF MF Emitido em 08/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/06/2011 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 13/06/ 2011 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 29/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 10280.720292/201035 Acórdão n.º 210101.166 S2C1T1 Fl. 81 3 Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Tratase de recurso voluntário em que se discute, basicamente, deduções relativas a livro caixa de médico, levadas a efeito no anocalendário de 2007, relativas a despesas com aluguéis, condomínio, água, luz e telefone do local no qual o Recorrente exercia sua atividade como profissional autônomo. A Recorrida julgou procedente o lançamento sob o argumento de que “apesar de o valor apresentado nos recibos de fls. 34/39, ser idêntico ao glosado, cabe observar que o contribuinte não apresentou um documento que o correlacionasse com a pessoa que assina os recibos, Sr. Jorge Almeida Damous, como um contrato de aluguel por exemplo” (fl. 56). Por sua vez, o Recorrente trouxe, em seu recurso voluntário, (a) cópia do contrato de aluguel do imóvel no qual prestava seus serviços como profissional autônomo, celebrado entre ele e o Sr. Jorge Almeida Damous e a Sra. Maria de Nazaré Damous, em 26 de dezembro de 2006, vigente entre 28 de dezembro de 2006 a 28 de dezembro de 2008 (fl. 69), bem como dos documentos de identidade e dos cartões de inscrição no CPF dos locadores (fls. 70/71). Assim, o recurso deve ser provido, pois, de acordo com o artigo 75 do Regulamento do Imposto de Renda: “Art. 75. O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso I): I a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; II os emolumentos pagos a terceiros; III as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 1º, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 34): I a quotas de depreciação de instalações, máquinas e equipamentos, bem como a despesas de arrendamento; II a despesas com locomoção e transporte, salvo no caso de representante comercial autônomo; III em relação aos rendimentos a que se referem os arts. 47 e 48. Fl. 81DF CARF MF Emitido em 08/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/06/2011 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 13/06/ 2011 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 29/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 10280.720292/201035 Acórdão n.º 210101.166 S2C1T1 Fl. 82 4 Art. 76. As deduções de que trata o artigo anterior não poderão exceder à receita mensal da respectiva atividade, sendo permitido o cômputo do excesso de deduções nos meses seguintes até dezembro (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 3º). § 1º O excesso de deduções, porventura existente no final do anocalendário, não será transposto para o ano seguinte (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 3º). § 2º O contribuinte deverá comprovar a veracidade das receitas e das despesas, mediante documentação idônea, escrituradas em Livro Caixa, que serão mantidos em seu poder, à disposição da fiscalização, enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 2º). § 3º O Livro Caixa de que trata o parágrafo anterior independe de registro.” Eis os motivos pelos quais voto no sentido de DAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 82DF CARF MF Emitido em 08/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/06/2011 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 13/06/ 2011 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 29/07/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S
score : 1.0
Numero do processo: 13808.000366/00-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 1997, 1998
MULTA DE OFÍCIO. VIOLAÇÃO A PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.
IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO NA VIA ADMINISTRATIVA. No tocante aos pretensos efeitos confiscatórios da multa de ofício, tudo agregado a pretensas violações a diversos princípios
constitucionais, deve-se primeiro anotar que somente o Princípio do não confisco dos tributos tem sede na Constituição da República (art. 150, IV, da CR88), não havendo tal garantia para as cominações pecuniárias. Ademais, a multa de ofício lançada tem sede no art. 44 da Lei nº 9.430/96, e não se pode afastála
sob o argumento de violação aos demais princípios constitucionais
citados pelo recorrente, pois isso implicaria na decretação de
inconstitucionalidade de modo incidental do artigo legal citado, o que é vedado ao julgador administrativo. Na espécie incide a inteligência da Súmula CARF nº 2: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”.
JUROS DE MORA. ATUALIZAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. A aplicação dos juros de mora, à
taxa Selic, é matéria pacificada no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, objeto, inclusive, do enunciado Sumular CARF nº 4 (DOU de 22/12/2009): “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para
títulos federais”.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2102-001.067
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Ac.Patrim.Descoberto/Sinais Ext.Riqueza
Nome do relator: GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 1997, 1998 MULTA DE OFÍCIO. VIOLAÇÃO A PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO NA VIA ADMINISTRATIVA. No tocante aos pretensos efeitos confiscatórios da multa de ofício, tudo agregado a pretensas violações a diversos princípios constitucionais, deve-se primeiro anotar que somente o Princípio do não confisco dos tributos tem sede na Constituição da República (art. 150, IV, da CR88), não havendo tal garantia para as cominações pecuniárias. Ademais, a multa de ofício lançada tem sede no art. 44 da Lei nº 9.430/96, e não se pode afastála sob o argumento de violação aos demais princípios constitucionais citados pelo recorrente, pois isso implicaria na decretação de inconstitucionalidade de modo incidental do artigo legal citado, o que é vedado ao julgador administrativo. Na espécie incide a inteligência da Súmula CARF nº 2: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. JUROS DE MORA. ATUALIZAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. A aplicação dos juros de mora, à taxa Selic, é matéria pacificada no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, objeto, inclusive, do enunciado Sumular CARF nº 4 (DOU de 22/12/2009): “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Recurso negado.
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VIOLAÇÃO A PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO NA VIA ADMINISTRATIVA. No tocante aos pretensos efeitos confiscatórios da multa de ofício, tudo agregado a pretensas violações a diversos princípios constitucionais, devese primeiro anotar que somente o Princípio do não confisco dos tributos tem sede na Constituição da República (art. 150, IV, da CR88), não havendo tal garantia para as cominações pecuniárias. Ademais, a multa de ofício lançada tem sede no art. 44 da Lei nº 9.430/96, e não se pode afastála sob o argumento de violação aos demais princípios constitucionais citados pelo recorrente, pois isso implicaria na decretação de inconstitucionalidade de modo incidental do artigo legal citado, o que é vedado ao julgador administrativo. Na espécie incide a inteligência da Súmula CARF nº 2: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. JUROS DE MORA. ATUALIZAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. A aplicação dos juros de mora, à taxa Selic, é matéria pacificada no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, objeto, inclusive, do enunciado Sumular CARF nº 4 (DOU de 22/12/2009): “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 23/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 11/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso Assinado digitalmente GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Relator e Presidente. EDITADO EM: 11/03/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Núbia Matos Moura, Vanessa Pereira Rodrigues Domene, Rubens Maurício Carvalho, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Acácia Sayuri Wakasugi e Giovanni Christian Nunes Campos. Relatório Em face do contribuinte Ubiraiba Vieira de Andrade, CPF/MF nº 087.490.608 30, já qualificado neste processo, foi lavrado, em 29/08/2000, auto de infração (fls. 76 a 81). Abaixo, discriminase o crédito tributário constituído pelo auto de infração antes informado, que sofre a incidência de juros de mora a partir do mês seguinte ao do vencimento do crédito: IMPOSTO R$ 19.034,52 MULTA DE OFÍCIO R$ 14.275,88 Ao contribuinte foram imputados acréscimos patrimoniais a descoberto, com aplicações de recursos superando as fontes declaradas nos anoscalendário 1996 e 1997, nos montantes de R$ 68.362,00 e R$ 15.555,14, respectivamente, condutas essas apenadas com multa de ofício de 75%. Inconformado com a autuação, o contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento. A 3ª Turma de Julgamento da DRJSão Paulo II (SP), por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, em decisão consubstanciada no Acórdão n° 13.689, de 03 de novembro de 2005 (fls. 91 a 95). O contribuinte foi intimado da decisão a quo em 18/04/2008 (fl. 101). Irresignado, interpôs recurso voluntário em 09/05/2008 (fl. 104). No voluntário, o recorrente alega, em síntese, que: I. as multa moratórias ou por infração somente podem ser aplicadas se previstas em lei, por respeito ao princípio da legalidade tributária. Ademais, a multa de ofício de 75% viola o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, violando o direito à propriedade, sendo claramente confiscatória; Fl. 2DF CARF MF Emitido em 23/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 11/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 13808.000366/0072 Acórdão n.º 210201.067 S2C1T2 Fl. 2 3 II. a taxa selic não pode ser utilizada para corrigir débitos tributários, pois foi criada por ato administrativo do Banco Central e não por lei, como exigido pelo art. 161, § 1º, do CTN, com violação do princípio da legalidade, da anterioridade, da indelegabilidade da competência e da segurança jurídica. Ademais se trata de uma taxa de caráter remuneratório, não podendo jamais ser utilizada como uma taxa moratória. É o relatório. Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator Declarase a tempestividade do apelo, já que o contribuinte foi intimado da decisão recorrida em 18/04/2008 (fl. 101), sextafeira, e interpôs o recurso voluntário em 19/05/2008 (fl. 111), dentro do trintídio legal, este que teve seu termo final em 20/05/2008, terçafeira. Dessa forma, atendidos os demais requisitos legais, passase a apreciar o apelo, como discriminado no relatório. No tocante aos pretensos efeitos confiscatórios da multa de ofício, tudo agregado a pretensas violações a diversos princípios constitucionais, devese primeiro anotar que somente o Princípio do nãoconfisco dos tributos tem sede na Constituição da República (art. 150, IV, da CR88), não havendo tal garantia para as cominações pecuniárias. Ademais, a multa de ofício lançada tem sede no art. 44 da Lei nº 9.430/96, e não se pode afastála sob o argumento de violação aos demais princípios constitucionais citados pelo recorrente, pois isso implicaria na decretação de inconstitucionalidade de modo incidental do artigo legal citado, o que é vedado ao julgador administrativo. Na espécie incide a inteligência da Súmula CARF nº 2: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Assim, no ponto, sem razão o recorrente. Por último, o recorrente insurgese contra a utilização dos juros de mora à taxa selic. A aplicação dos juros de mora, à taxa Selic, é matéria pacificada no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, objeto, inclusive, do enunciado Sumular CARF nº 4 (DOU de 22/12/2009): “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Ainda, com espeque no art. 72, caput e § 4º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 (DOU de 23 de junho de 2009), devese ressaltar que os enunciados sumulares dos Conselhos de Contribuintes e do CARF são de aplicação obrigatória nos julgamentos de 2º grau. Assim, sem razão o recorrente. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 23/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 11/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO 4 Ante o exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Fl. 4DF CARF MF Emitido em 23/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Assinado digitalmente em 11/03/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO
score : 1.0
Numero do processo: 15504.002929/2008-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 13 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Apr 13 00:00:00 UTC 2011
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2001
Ementa:
AUTODEINFRAÇÃO.
GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES.
Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91.
RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 449.
REDUÇÃO DA MULTA.
As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A
à Lei n º 8.212.
Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase
a ato ou fato
pretérito, tratandose
de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de
definilo
como infração; b) quando deixe de tratálo
como contrário a
qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento
e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe
comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da
sua prática.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2302-000.978
Decisão: Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade em conceder
provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei
n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991.
Nome do relator: Liege Lacroix Thomasi
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ementa_s : OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2001 Ementa: AUTODEINFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES. Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2001 Ementa: AUTODEINFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES. Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Fl. 1DF CARF MF Emitido em 06/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 19/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA 2 Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991. Marco Andre Ramos Vieira Presidente. Liege Lacroix Thomasi Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Andre Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo Da Costa e Silva, Thiago D Avila Melo Fernandes, Manoel Coelho Arruda Junior, Adriana Sato Ausência momentânea : Thiago D’ Avila Melo Fernandes Fl. 2DF CARF MF Emitido em 06/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 19/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA Processo nº 15504.002929/200835 Acórdão n.º 230200.978 S2C3T2 Fl. 2 3 Relatório Trata o presente de autodeinfração, lavrado em desfavor do sujeito passivo acima identificado, em virtude do descumprimento do artigo 32, inciso IV, §5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, com multa punitiva aplicada conforme dispõe o artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, por não ter informado nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP’s das competências de 01/1999 a 12/2001, os valores relativos a remuneração de contribuintes individuais, valores referentes a ajuda de custo a diretor executivo e diferenças de remunerações. Após a apresentação de defesa, os autos baixaram em diligência, fls. 284/290 e 294/300 e da resposta foi emitido Despacho Decisório de Retificação, fls.302/306, devido à incorreções no valor da multa aplicada e reaberto o prazo de defesa. A notificada aditou à defesa interposta e Decisão Notificação às fls. 831/836, julgou procedente a autuação. Inconformado o contribuinte apresentou recurso tempestivo arguindo a nulidade do auto de infração por não admitir retificação; que houve correção das faltas, devendo o valor da multa ser alterado; que autônomo não está subordinado a patrão, que não foi reconhecido vínculo trabalhista pela Justiça do Trabalho, que todos os fatos constam de NFLD que ainda não foi julgada, requerendo a extinção da exigência fiscal. Foram oferecidas contrarazões e os autos foram à segunda instância para julgamento. Acórdão da 02ª CaJ do CRPS, de fls.862/864, anulou a DecisãoNotificação por cerceamento de defesa, frente à falta de ciência ao contribuinte do resultado da diligência. A notificada foi cientificada do Acórdão e das diligências, reiterando seus argumentos e foi expedida nova DecisãoNotificação de fls. 895/904, que pugnou pela procedência parcial da autuação com relevação da multa. Ainda inconformado o contribuinte apresentou recurso tempestivo alegando em síntese: a) que comprovou ter sanado as faltas de 01/1999 a 11/2000, quanto a ajuda de custo de Carlos Nolasco e Marcus Alexandre; b) que a Justiça do Trabalho não reconheceu o vínculo de Orlando Modesto e o mérito está sendo discutido na NGLD 35.410.0572; c) que Vera Nascimento não é pessoa física, mas jurídica, também discutido na NFLD citada; Fl. 3DF CARF MF Emitido em 06/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 19/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA 4 d) que o pagamento a Marco Antonio Moreira não é RPA, mas quilômetro rodado;, assim como para Carlos San Martin; e) que José Roberto Tseng não é pessoa física; f) que Agnaldo Ramos é pessoa jurídica contratada para serviços de vídeos e JRT prestou serviços de consultoria; g) que Frederico Chagas é empregado e recebeu reembolso de despesas; h) que o vínculo empregatício foi presumido; i) que a contratação de autônomos é legal; j) que a fiscalização considerou todos como empregados; k) que o mérito está sendo discutido na NFLD 35.410.0572. Requer a improcedência da notificação. É o relatório. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 06/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 19/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA Processo nº 15504.002929/200835 Acórdão n.º 230200.978 S2C3T2 Fl. 3 5 Voto Conselheiro Liege Lacroix Thomasi Cumprido o requisito de admissibilidade, conheço do recurso e passo ao seu exame. O auto de infração referese ao período descontínuo de 01/1999 a 12/2001 e foi lavrado em 28/06/2002, pela falta de informação em GFIP das remunerações pagas a segurados considerados contribuintes individuais, relativas a ajuda de custo, pagamento de associações, prestações de serviços de vídeo, de consultoria, etc., bem como, de diferenças de remuneração paga aos segurados empregados. Compulsando os autos, é de se notar, que a Decisão recorrida já procedeu a relevação da multa para as ocorrências que foram sanadas pela recorrente, de acordo com os resultados da diligências de fls.284/290; 294/300; 775/828 e 829. Para as demais ocorrências não foram apresentados elementos que permitissem verificar a correção da falta. Ademais, é de se salientar que a recorrente diz que o mérito da exação está sendo discutido na NFLD 35.410.0572 e somente após o seu desfecho seria possível julgar a presente autuação. Ocorre que de acordo com os dados constantes do processo, a NFLD em questão já foi julgada em última e definitiva instância administrativa pela 02ª CaJ do CRPS, cuja cópia do Acórdão consta das fls.884/888, onde foi negado provimento ao recurso do contribuinte, o que reforça e legitima a procedência desta autuação. Também, é de se fazer referência que este auto de infração não está considerando todos os segurados como empregados, fato que alega a recorrente, ao contrário, está admitindo que a prestação de serviço foi efetuada por contribuintes individuais, somente ocorrendo que a empresa não os informou em GFIP e por isso foi autuada. Da mesma forma, não foram informados em GFIP todos os valores pagos aos segurados empregados, o que se constitui em infração. Assim, ao não informar os valores relativos à remuneração de todos os segurados que lhe prestaram serviço, a recorrente infringiu o artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, pois é obrigada a informar, mensalmente, ao INSS, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações do interesse do Instituto, sendo que a apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 06/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 19/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA 6 A multa referente ao descumprimento da obrigação acessória, que originou este auto de infração, está contida no artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99. Todavia, há que se observar a retroatividade benigna prevista no art. 106, inciso II do CTN. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, convertida na Lei n.º 11.941/2009, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212, nestas palavras: "Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas: I de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos." Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; Fl. 6DF CARF MF Emitido em 06/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 19/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA Processo nº 15504.002929/200835 Acórdão n.º 230200.978 S2C3T2 Fl. 4 7 b) b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Assim, no caso presente, há cabimento do art. 106, inciso II, alínea “c” do Código Tributário Nacional. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial do recurso, devendo a multa ser calculada considerando as disposições do artigo 32A , inciso I, da Lei n.º 11.941/2009. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 7DF CARF MF Emitido em 06/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI Assinado digitalmente em 12/05/2011 por LIEGE LACROIX THOMASI, 19/05/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEI RA
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Numero do processo: 10680.011214/2007-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 08 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Data do fato gerador: 06/12/2006
CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41
DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO
DECRETO N.º 3.048/99 OMISSÃO EM GFIP DIRIGENTE PÚBLICO AUTUAÇÃO
PESSOAL MEDIDA PROVISÓRIA 449/2008
A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária.
A responsabilidade pessoa do dirigente público pelo descumprimento de obrigação acessória no exercício da função pública, encontra-se revogado pela lei 11.941/2009, passando o próprio ente público a responder pela mesma.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2401-001.877
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar
provimento ao recurso.
Matéria: Outras penalidades (ex.MULTAS DOI, etc)
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 06/12/2006 CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 OMISSÃO EM GFIP DIRIGENTE PÚBLICO AUTUAÇÃO PESSOAL MEDIDA PROVISÓRIA 449/2008 A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. A responsabilidade pessoa do dirigente público pelo descumprimento de obrigação acessória no exercício da função pública, encontra-se revogado pela lei 11.941/2009, passando o próprio ente público a responder pela mesma. Recurso Voluntário Provido
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A responsabilidade pessoa do dirigente público pelo descumprimento de obrigação acessória no exercício da função pública, encontrase revogado pela lei 11.941/2009, passando o próprio ente público a responder pela mesma. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Fl. 98DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Cleusa Vieira de Souza, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 99DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE Processo nº 10680.011214/200738 Acórdão n.º 240101.877 S2C4T1 Fl. 99 3 Relatório Trata o presente auto de infração, lavrado em desfavor do recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. Segundo a fiscalização previdenciária, o autuado não informou à previdência social por meio da GFIP todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias nas competências 02/2003 a 13/2005. Destacase que o presente auto foi lavrado diretamente na pessoa do recorrente, em virtude de sua condição de dirigente de órgão público, respondendo, em função dessa condição, pessoalmente pela multa aplicada nos termos do art. 41 da Lei 8.212/91. Não conformado com a autuação, o recorrente apresentou impugnação, fls. 40 a 55. Foi emitida DecisãoNotificação – DN, fls. 59 a 68, mantendo procedente a autuação, mas relevando a multa em sua totalidade. O recorrente não concordando com a DN emitida interpôs recurso, fl. 78 a 91. É o relatório. Fl. 100DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE 4 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 92. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DO MÉRITO Tratase de auto de infração relacionado diretamente a sorte de notificações lavradas sobre fatos geradores de mesmo fundamento, sendo que a procedência destas, determina o resultado dos autos de infração correlatos. Conforme prevê o art. 32, IV da Lei n ° 8.212/1991, o contribuinte é obrigado informar ao INSS, por meio de documento próprio, informações a respeito dos fatos geradores de contribuições previdenciárias, nestas palavras: Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97) (grifo nosso) Para a legislação previdenciária não havia responsabilidade por descumprimento de obrigação acessória imposta à pessoa jurídica de direito público. Havendo o descumprimento da obrigação, a aplicação da penalidade pecuniária, auto de infração, será imposta pessoalmente ao dirigente do órgão ou entidade, conforme dispõe o art. 41 da Lei n ° 8.212/1991, nestas palavras: Art.41.O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Contudo a procedência ou não do lançamento em questão encontrase prejudicada, tendo em vista que o dispositivo legal que determinava a autuação pessoal do dirigente público foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009, passando a responsabilidade pelo descumprimento de obrigações acessórias aos próprios entes públicos. CONCLUSÃO: Fl. 101DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE Processo nº 10680.011214/200738 Acórdão n.º 240101.877 S2C4T1 Fl. 100 5 Voto pelo CONHECIMENTO DO RECURSO, para DARLHE PROVIMENTO nos termos da pela Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009, que afastou do polo passivo da obrigação o dirigente de órgão público. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 102DF CARF MF Emitido em 18/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA Assinado digitalmente em 07/07/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, 15/07/2011 por ELIAS SAMPA IO FREIRE
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Numero do processo: 10805.000139/2005-64
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Jul 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2002
IRPF. RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS.
Comprovado que parte do valor lançado correspondia a aluguéis não
recebidos pelo recorrente, devido à ordem judicial que determinou seu pagamento a terceiro, deve-se cancelar parcialmente a autuação.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2101-001.230
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento parcial ao recurso para reduzir o valor da omissão de rendimentos para R$8.000,00, devendo-se também reduzir o IRRF para R$120,00. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gonçalo Bonet Allage
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: Jose Evande Carvalho Araújo
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RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS. Comprovado que parte do valor lançado correspondia a aluguéis não recebidos pelo recorrente, devido à ordem judicial que determinou seu pagamento a terceiro, devese cancelar parcialmente a autuação. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reduzir o valor da omissão de rendimentos para R$8.000,00, devendose também reduzir o IRRF para R$120,00. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gonçalo Bonet Allage. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Presidente. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos (Presidente), José Evande Carvalho Araujo, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy, Gonçalo Bonet Allage, Alexandre Naoki Nishioka. Fl. 77DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10805.000139/200564 Acórdão n.º 2101001.230 S2C1T1 Fl. 73 2 Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 3 a 10, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2002, para lançar infração de omissão de rendimentos de aluguéis, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$2.889,77, acrescido de multa de ofício e juros de mora. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 1 a 2), acatada como tempestiva, alegando que o Auditor Fiscal se equivocou ao lançar as receitas de aluguéis no declarante por se tratar de rendimentos da MASSA FALIDA — SUPERATACADO SANTA TEREZA LTDA. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou procedente o lançamento, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 46 a 49): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 ALUGUÉIS. RENDIMENTOS OMITIDOS. TRIBUTAÇÃO. São tributáveis os rendimentos de aluguéis informados em Declaração de Imposto Retido na Fonte (DIRF), pela fonte pagadora, como pagos ao contribuinte e por ele omitidos na declaração de ajuste anual. INSTRUÇÃO DA PEÇA IMPUGNATÓRIA. A impugnação deve ser instruída com os documentos em que se fundamentar e que comprovem as alegações de defesa, precluindo o direito do impugnante de fazêlo em outro momento processual. Lançamento Procedente O julgador de 1a instância fundamentou seu voto da seguinte maneira (fls. 48 e 49): Verificando os documentos acostados aos autos, constatase que o Defendente, a Sra. Delfina da Encarnação Lopes e demais sócios firmaram contrato de locação com a empresa Avenir Distribuidora de Veículos Ltda, em 18/09/2000. Fl. 78DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10805.000139/200564 Acórdão n.º 2101001.230 S2C1T1 Fl. 74 3 Entretanto, o Impugnante anexou cópia incompleta do contrato de locação do imóvel, estando ausentes as páginas 2, 3 e 5, as quais especificam o valor contratado, bem como, o responsável pelo recebimento dos aluguéis. (...) Concluise que, não havendo as exceções elencadas no parágrafo acima transcrito, ocorre a preclusão temporal e o contribuinte não pode carrear aos autos provas ou alegações suplementares. O momento processual propício para a defesa cabal da contribuinte é o da apresentação da peça impugnatória. No que tange a análise da decisão judicial relativo ao processo no. 718/2001, verificase somente a partir de 22/02/2002, a Dra. Juíza de Direito Sra. Rosangela Maria Telles, ordenou que todos os alugueres deveriam ser pagos diretamente ao síndico da massa falida, mediante contrarecibo. Ademais, ao consultar o sistema Sief Web, telas em anexo, verificase que a empresa Avenir Distribuidora de Veículos Ltda declarou na DIRF, a Sra. Delfina da Encarnação Lopes, CPF: 237.113.02815, como beneficiária de recebimento de aluguéis nos anoscalendário 2000, 2001 e 2002, conforme comprovantes em anexo. (...) RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificado da decisão de primeira instância em 26/06/2008 (fl. 52), o contribuinte apresentou, em 25/07/2008, o recurso de fls. 53 a 68, onde alegou que sua esposa não recebeu os rendimentos de aluguel, pois a locatária os estava depositando judicialmente desde maio de 2001. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 71, que também trata do envio dos autos ao então Primeiro Conselho de Contribuintes. É o relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. Fl. 79DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10805.000139/200564 Acórdão n.º 2101001.230 S2C1T1 Fl. 75 4 Na declaração de ajuste do exercício de 2002 (fls. 35 a 37), o contribuinte informou sua esposa, a Sra. Delfina Lopes, como dependente, mas não declarou rendimentos por ela auferidos. Entretanto, a empresa AVENIR DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS LTDA, CNPJ no 73.182.495/000190, informou, em sua Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF, ter pago à dependente, no ano de 2001, R$8.000,00 de ALUGUÉIS E ROYALTIES PAGOS A PESSOA FÍSICA, código de receita 3208, e R$16.000,00 de OUTROS RENDIMENTOS, código de receita 8045 (fls. 30 e 31), valores lançados neste processo a título de omissão de rendimentos, deduzindose o valor do imposto de renda retido na fonte de R$360,0 referente a essas receitas (fl. 6) Na impugnação, o sujeito passivo argumentou que não recebeu esses valores, que foram pagos à massa falida do SUPERATACADO SANTA TEREZA LTDA. Para comprovar tal fato, apresentou cópia do contrato de locação de imóvel à empresa AVENIR DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS LTDA, tendo diversas pessoas como locadoras, entre elas o recorrente e sua esposa (fls. 11 a 13), e cópia de decisão judicial de consignação de pagamento, onde se determina que a locatária deveria pagar o aluguel para o SUPERATACADO SANTA TEREZA LTDA, e não para os locadores originais (fls. 14 a 17). O julgador de 1a instância considerou não estar comprovado que o contribuinte não havia recebido os aluguéis, pois a cópia do contrato de locação do imóvel anexado aos autos estava incompleta, estando ausentes as páginas que especificavam o valor contratado, e o responsável pelo recebimento dos aluguéis, e porque a decisão judicial datava de fevereiro de 2002, e os valores lançados eram do ano de 2001. No voluntário, o recorrente comprova que a Justiça já havia determinado o depósito dos aluguéis a partir de 15 de maio de 2001 (fls. 56 a 57), e junta os comprovantes de depósitos judiciais efetuados entre maio de dezembro de 2001, no valor de R$8.865,00 mensais (fls. 59 a 67). De plano, há que considerar que não existe prova de que os aluguéis pagos entre janeiro e abril de 2001 não tenham sido entregues aos locadores originais. Pelo teor da ação de consignação em pagamento acostada aos autos, verifica se que AVENIR DISTRIBUIDORA DE VEÍCULOS LTDA assinou contrato de locação de imóvel com os sócios da pessoa jurídica SUPERATACADO SANTA TEREZA LTDA em 18 de setembro de 2000, tendo os locadores informado que o imóvel estava desembaraçado de qualquer ônus. Mas que, posteriormente, teve conhecimento de que o patrimônio imobiliário dos locadores tinha sido tornado indisponível nos autos do processo de falência de sua empresa, e ingressou com a ação judicial para saber quem deveria legitimamente receber o pagamento do aluguel. Como a decisão determinando do depósito em juízo data de maio de 2001, não existe motivo para se duvidar de que, entre setembro de 2000 e abril de 2001, a locatária tenha efetuado os pagamentos como determinado no contrato. O problema é que o contrato de aluguel acostado aos autos está incompleto, faltando as cláusulas que especificam seu objeto, o valor da locação e sua divisão entre os locadores. Somente é possível se ter certeza de que se trata da mesma locação questionada no processo judicial pela identidade entre o locatário e o autor da ação de consignação de Fl. 80DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10805.000139/200564 Acórdão n.º 2101001.230 S2C1T1 Fl. 76 5 pagamento, pela data do contrato e aquela informada na ação judicial, e pela cláusula 12a do contrato informar que o imóvel locado se destinaria à instalação e funcionamento de uma concessionária de veículos e demais atividades exigidas pelo fabricante da marca, tais como oficina de revisão mecânica, elétrica, lavagem, assessoria de seguros e despachos, etc. Por isso, é possível se concluir que o valor de R$8.865,00 depositado judicialmente seja a quantia contratada como aluguel mensal. Não há como se determinar, contudo, quanto desse valor cabia a cada contratante, de modo a se fazer uma vinculação inconteste entre os R$2.000,00 mensais informados como recebidos a título de aluguel pela esposa do contribuinte. Do mesmo modo, não existe prova inconteste de que as parcelas de R$2.000,00 informadas como pagas entre maio de dezembro de 2001, na rubrica OUTROS RENDIMENTOS, se refiram ao mesmo aluguel. Entretanto, penso que, nas autuações de pessoas físicas, em regra sem formação jurídica apropriada, há que se mitigar um pouco o rigor da prova exigida. Pelo conjunto probatório, creio ser possível se concluir que, do aluguel mensal de R$8.865,00, R$2.000,00 cabiam a Sra. Delfina Lopes, e que esta recebeu essa quantia ente os meses de janeiro e abril de 2001, valor informado em DIRF no código 3208. A partir de maio de 2001, a locatária deixou de pagar esse valor a essa pessoa, depositando o aluguel judicialmente em nome de SUPERATACADO SANTA TEREZA LTDA, informando essa situação na DIRF no código 8045. Desta forma, concluo que a recorrente não recebeu o valor de R$16.000,00, com IRRF de R$240,00. Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso para reduzir o valor da omissão de rendimentos para R$8.000,00, devendose também reduzir o IRRF para R$120,00, pois a parcela de R$240,00 concedida na autuação era referente à quantia considerada como não recebida. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 81DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/ 08/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/08/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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