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Numero do processo: 10680.008052/2007-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 18 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Sep 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 01/01/2003, 31/08/2006
SALÁRIO FAMÍLIA
GFIP retificadora. Relevação da multa em certo período e atenuada noutro, levando em consideração que a reincidência considerada em período que ainda constava no Sistema de Cobrança da Previdência Social SICOB, AIs lavrados em ação fiscal anterior, para os quais foram proferidas decisões administrativas definitivas, mantendo a autuação.
PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO AO TRABALHADOR - PAT.
Contribuinte que se encontra no PAT, mas que não renova a inscrição junto ao Mtb, todavia mantém as vestes do programa, mormente o objeto principal que é alimentar o trabalhador, não pode incidir contribuição previdenciária e tão pouco a multa por falta de acudir mera formalidade.
PAGAMENTO À COOPERATIVA MÉDICA. DILIGÊNCIA.
Realizado ao diligência para comprovar a existência de pagamento à cooperativa médica e após é dado oportunidade para Recorrente manifestar-se, sendo que ela apenas alega desconhecimento de certos valores ou erro no preenchimento da Guia de Recolhimento não há de ser acata suas razões, porque contrária a legislação, incidindo a contribuição previdenciária.
MULTA
Durante a fase do contencioso administrativo, não há como se determinar a multa mais benéfica de forma precisa. Todavia, desde esta fase se deve balizá-la.
No caso em tela, por acudir a benevolência do artigo 106, II do CTN, a mais favorável ao contribuinte é a estampada no artigo 32-A da Lei 8.212/91.
Numero da decisão: 2301-003.645
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) Por unanimidade de votos: a) em excluir da autuação os valores referentes a auxílio alimentação, nos termos do voto do Relator; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente.
MARCELO OLIVEIRA - Presidente.
WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira, Bernadete de Oliveira Barros, Leo Meirelles do Amaral, Mauro José Silva, Wilson Antonio de Souza Corrêa, Bianca Delgado Pinheiro.
Nome do relator: WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 01/01/2003, 31/08/2006 SALÁRIO FAMÍLIA GFIP retificadora. Relevação da multa em certo período e atenuada noutro, levando em consideração que a reincidência considerada em período que ainda constava no Sistema de Cobrança da Previdência Social — SICOB, AI’s lavrados em ação fiscal anterior, para os quais foram proferidas decisões administrativas definitivas, mantendo a autuação. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO AO TRABALHADOR PAT. Contribuinte que se encontra no PAT, mas que não renova a inscrição junto ao Mtb, todavia mantém as vestes do programa, mormente o objeto principal que é alimentar o trabalhador, não pode incidir contribuição previdenciária e tão pouco a multa por falta de acudir mera formalidade. PAGAMENTO À COOPERATIVA MÉDICA. DILIGÊNCIA. 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AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 80 52 /2 00 7- 51 Fl. 1021DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) Por unanimidade de votos: a) em excluir da autuação os valores referentes a auxílio alimentação, nos termos do voto do Relator; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35A da Lei 8.212/1991, deduzindose as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente. MARCELO OLIVEIRA Presidente. WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira, Bernadete de Oliveira Barros, Leo Meirelles do Amaral, Mauro José Silva, Wilson Antonio de Souza Corrêa, Bianca Delgado Pinheiro. Fl. 1022DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10680.008052/200751 Acórdão n.º 2301003.645 S2C3T1 Fl. 9 3 Relatório Auto de Infração DEBCAD nº 37.043.3106 lavrado contra a Recorrente em razão de a mesma ter apresentado as Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social — GFIP, nas competências 01/2003 a 08/2006, com omissão de valores relativos a pagamentos a: (i) Cooperativa de Trabalho Médico (Unimed); (ii) tíquetes alimentação concedidos aos segurados empregados; (iii) glosa de saláriofamília; (iv) verbas de processos trabalhistas e; (v) remuneração de décimo terceiro salário. Foi aplicada penalidade administrativa estabelecida na Lei nº 8.212 de 1991, artigo 32, parágrafo 5º e no Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, artigo 284, inciso II e artigo 373, no valor de R$ 39.262,74 (trinta e nove mil, duzentos e sessenta e dois reais e setenta e quatro centavos). Esclarece a autoridade fiscal que, nas competências em que a falta foi corrigida pela empresa no decorrer da ação fiscal, a multa foi aplicada de forma atenuada. Destaca, ainda, que a empresa teve contra si, em ação fiscal anterior, a lavratura dos autos de infração nºs 35.562.1959 e 35.52.1967 e, à época da prática dessa nova infração, a decisão administrativa proferida em face do julgamento de tais autos já havia transitada em julgado, configurando assim a reincidência. Irresignada com a autuação, a Recorrente apresentou sua Impugnação (fls. 26/29) tempestiva, acompanhada dos documentos de fls. 30/732 onde, em síntese, pleiteiou a insubsistência do Auto de Infração. Em julgamento o processo retornou à autoridade fiscal para que, mediante documentos apresentados, verificasse a correção ou não da falta cometida. Em Informação Fiscal de fl. 741, o auditor informa que a empresa corrigiu parcialmente a falta, conforme descrição feita na planilha de fls. 736/740. Ato contínuo, a empresa tomou conhecimento do resultado da diligência e manifestouse por meio de aditamento A impugnação de fls. 749/750 e documentos de fls. 751/962. No entanto, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, por meio do Acórdão nº 0224402 (fls. 969/981) julgou procedente em parte a impugnação e manteve em parte a penalidade aplicada, passando este auto de infração lavrado no valor de R$ 39.262,74 (trinta e nove mil, duzentos e sessenta e dois reais e setenta e quatro centavos) para o valor de R$ 18.713,66 (dezoito mil, setecentos e treze reais e sessenta e seis centavos). Em 20.05.2010 tomou ciência e em 18.06.2010 interpôs o presente Recurso Voluntário (fls. 689/692) corroborando todos os argumentos expostos em sede de impugnação, acrescendo que a multa referente as demais rubricas sejam atenuadas na mesma proporção da retificação, ou seja, 99,62% e não os 49,80% Eis o relato dos fatos. Fl. 1023DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 4 Voto Conselheiro wilson Antonio de Souza Correa O presente Recurso Voluntário acode os pressupostos de admissibilidade, razão pela qual, desde já, dele conheço. MULTA A Lei n. 8.212, de 1991, antes da revogação do parágrafo 5º do seu artigo 32, trazida pela Medida Provisória n. 449, de 03/12/2008, publicada no DOU em 04/12/2008, era clara ao exigir que a empresa apresentasse à Previdência Social a Guia de Recolhimento de FGTS e informações à Previdência Social (GFIP) contendo todos os dados correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Com a Medida Provisória mencionada e o acréscimo à referida Lei do artigo 32A, a obrigação acessória em tela passou a ser disciplinada nos seguintes termos: Art. 32A. 0 contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou aprestar esclarecimentos e sujeitarseá as seguintes multas: I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; § 1° Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou não no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2° Observado o disposto no § 3°, as multas serão reduzidas: I à metade, quando a declaração for apresentada a pós o prazo, mas antes de qualquer procedimento de oficio; ou; II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração do prazo fixado na intimação. § 3° A multa mínima a ser aplicada será de: Fl. 1024DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10680.008052/200751 Acórdão n.º 2301003.645 S2C3T1 Fl. 10 5 I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. Desta forma, a razão da autuação é exatamente a inobservância dessa obrigação. De inicio, importa ressaltar que, em relação as omissões ocorridas a partir da competência 07/2003, a empresa é considerada reincidente. Isso em virtude de autos de infração registrados no Sistema de Cobrança da Previdência Social — SICOB lavrados em ação fiscal anterior, para os quais foram proferidas decisões administrativas definitivas, mantendo a autuação. A reincidência é uma das circunstâncias agravantes que impede a concessão do beneficio da relevação da multa quando a falta cometida é regularizada. À época da lavratura deste auto de infração, o artigo 291, caput, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 1999, conceituava a reincidência como sendo a prática de nova infração a dispositivo da legislação por uma mesma pessoa ou por seu sucessor, dentro de cinco anos da data em que houver passado em julgamento administrativo a decisão condenatória ou homologatória da extinção do credito referente à autuação anterior. Sobre a matéria, também dispunham o artigo 292, inciso V, do mesmo Regulamento e o artigo 656, parágrafo 6°, da Instrução Normativa MPS/SRP n° 03, de 14 de julho de 2005, que previam a atenuação da multa em 50% (cinqüenta por cento) na proporção da correção efetuada, caso a empresa fosse reincidente de modo que não poderia ser beneficiada com a relevação. Desta forma, se atendidos os requisitos previstos na legislação, é possível a relevação da multa apenas no, tocante às competências de janeiro/2003 a junho/2003. Na competência julho/2003 e seguintes, caberá tão somente a atenuação da penalidade, atentando se para o fato de que, nas competências em que a falta foi corrigida ainda no decorrer da ação fiscal, a autoridade fiscal já atenuou a multa, não cabendo mais nenhum procedimento neste sentido. Assim, é bem verdade que nesta fase devese balizar a multa a ser imposta ao contribuinte, e, há também de ser observada a benevolência do artigo 106, II, do CTN, o que compele aplicação do artigo 32A da Lei 8.212/1991, para o caso em tela. SALÁRIO FAMÍLIA A Recorrente insurgese contra a multa sobre a rubrica SalárioFamília, mas, despiciendo, eis que a decisão ora hostilizada já considerou procedente os argumentos expendidos na impugnação já que as glosas efetuadas pela Fiscalização foram devidamente informadas em GFIP retificadora. De forma que os valores de multa aplicados em razão dessas omissões foram relevados no período de janeiro a junho de 2003 e atenuados nas demais competências, o que deve ser mantido, pelos próprios fundamentos lá expendidos. Fl. 1025DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 6 Sem razão a Recorrente. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO AO TRABALHADOR Relativo ao PAT, as multas em decorrência de verbas alimentares pagas e não declaradas em GFIP, nas competências de 01/2004 a 05/2004, foram excluídas pela decisão singular. Entretanto, ficou mantida a multa correspondente à competência 12/2003. Todavia, como é de conhecimento da Turma, penso que a mera formalidade de não inscreverse no PAT junto ao MTb não é o suficiente para determinar a exigência da contribuição social, se o programa instituído pela empresa atende o seu objeto maior que é alimentar o trabalhador. No caso em tela, relatado pela própria Fiscalização, a Recorrente encontrava se regular no PAT, então, penso que ainda que não caiba relevação da multa em todo o período, por ser, em determinado período reincidente, ela (multa) não deve ser aplicada. Portanto, não se trata de relevação e ou atenuação, mas sim a não incidência de contribuição, o que deságua na não aplicação da multa. Nesse aspecto, com razão a Recorrente. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO Da competência 13/2005, a remuneração apurada de décimo terceiro salário omitida foi de R$41.636,54. A empresa declarou em GFIP retificadora o valor R$ 41.477,47, permanecendo não informada a importância de R$ 159,07, conforme relata a autoridade fiscal. Desta forma a decisão singular entendeu que se deve deduzir da multa aplicada, a titulo de atenuação, a parcela de R$ 5.762,10. Se levarmos em consideração o fato de o fato gerador ser da competência 13/2005, não poderemos relevar a multa, e, mesmo considerando o princípio da razoabilidade e da existência de um erro formal (preenchimento indevido com erro da irrisória quantia de R$ 159,07), não poderemos relevar, mas sim atenuar, como fez a decisão anatematizada, pelos seus fundamentos. Sem razão a Recorrente. COOPERATIVA DE TRABALHO – ASSISTÊNCIA MÉDICA Dos valores pagos à Cooperativa de Trabalho Médico — Unined, as faltas verificadas nas competências 03/2004, 05/2004 e 12/2005 não foram corrigidas. Na competência 03/2004 a Fiscalização apurou o valor omitido de R$ 2.825,18. Embora a empresa informe que regularizou a falta por meio de GFIP retificadora, a diligência fiscal realizada constatou a permanência da omissão. Após a diligência a Recorrente se pronunciou e alegou desconhecimento de tal valor, ou seja, permaneceu na omissão. Por isto é que a decisão singular manteve a multa, cuja qual faço dela minhas razões para também manter a multa Fl. 1026DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10680.008052/200751 Acórdão n.º 2301003.645 S2C3T1 Fl. 11 7 Já para a falta apontada em 05/2004, cuja qual trata da diferença de valor não declarado em GFIP no importe de R$ 1.825,89, a Recorrente demonstrou nos autos ter declarado o valor devido em 04/2004 no importe de R$ 1.807,64. Ora, da mesma forma que a competência anterior, com outro argumento, a Recorrente não acudiu a correção, mantendo a omissão, razão pela qual deverá ser mantida a multa, também neste período. Já para a competência 12/2005 foram apuradas os valores omitidos de R$ 1.926,75 (fatura n. 14767.005) e R$37,62 (fatura n.14.766.005). A empresa não comprovou a declaração de tais valores à Previdência. Ainda quanto à Cooperativa, nas competências 01/2005, 07/2006 e 08/2006 a regularização deuse de forma parcial. A omissão que remanesce na competência 01/2005 referese a R$ 1.763,94, equivalente à base de cálculo composta por 30% (trinta por cento) da fatura n. 11.772.004, de valor R$ 5.879,79. Neste período a Recorrente informa ter declarado esse valor na GFIP de 12/2004. Mas, em consulta realizada pela Fiscalização verificouse que o valor informado foi de R$1.746,30, relativo a uma outra fatura, cujo valor é R$ 5.820,99. Assim, ao alegar a regularização da falta em 01/2005, a empresa a fez em relação ao valor R$ 1.710,23 mas não demonstrou a correção no que pertence o valor R$1.763,94. Em 07/2006 foi declarado apenas R$165,00 (fatura n. 17411) e, em 08/2006, somente R$104,34 (fatura n. 17767). Alega a Impugnante que demais valores indicados pela Fiscalização são mensalidades pagas, sobre as quais não incidem contribuições nos termos da legislação previdenciária. Equivocase a Recorrente. Nos termos da Instrução Normativa MPS/SRP 03, de 14/07/2005, artigo 291, nas atividades da área da saúde, a definição da base de cálculo observará as peculiaridades da cobertura do contrato celebrado. Conforme informação fiscal nos autos da NFLD 37.043.3130, a partir de 05/2006 houve alteração na cobertura do contrato celebrado com a Cooperativa. O contrato anterior assegurava o atendimento completo, sendo enquadrado como de grande risco ou de risco global e tendo a base de cálculo não inferior a 30% da fatura. Já o novo contrato passou a assegurar apenas atendimento em consultório, consultas ou pequenas internações, enquadrado como de pequeno risco e tendo a base de cálculo não inferior a 60%. Percebese que a alteração na cobertura do contrato não modificou a sua natureza, que é de — contrato coletivo para pagamento por valor predeterminado. Assim, não há que se falar em base de cálculo composta apenas pelo valor dos serviços prestados, visto que a alteração ocorrida não teve o condão de modificar o enquadramento do contrato, da modalidade prevista no inciso I para a do inciso II do artigo 291 da IN MPS/SRP 03 de 14/07/2005. Das competências 02/2005, 10/2005, 11/2005, 01/2006, 02/2006, 04/2006 e 05/2006 assiste razão à Impugnante. A correção da falta deuse de forma integral, embora conste na planilha elaborada no decorrer da diligência um resíduo de R$ 348,38 para corrigir Fl. 1027DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 8 em 02/2005, um de R$187,12 em 01/2006 e a informação de que não houve correção da falta nas competências 02/2006 e 04/2006. A empresa comprovou que em 03/2005 foi declarado o valor de R$2.140,79, correspondente ao somatório de algumas bases de cálculo, dentre elas o valor de R$ 348,38 (igual a 30% de R$1.161,27, fatura 012360/05 de 15/03/2005, fls. 867/869), indicado pela Fiscalização como omitido em 02/2005. Em relação às competências 01/2006 e 02/2006, consta do demonstrativo da multa aplicada (fl.18) as bases de cálculo e respectivas faturas alusivas as faltas nestas competências. São elas: R$1.929,85, fatura 15045.005 e R$160,80, fatura 15046.005, perfazendo R$2.090,65 em 01/2006 e R$1.903,53, fatura 15357.005 em 02/2006. A empresa alegou ter declarado os valores apontados pela Fiscalização em 01/2006 na GFIP 12/2005 e em 02/2006 na GFIP de 01/2006. De fato, assim procedeu. Analisandose cópias de relações de pagamentos a autônomos (fls. 909 e 872) e as faturas referenciadas (fls. 910/911 e 873), constatase a correção alegada. A fl. 906 consta, o Valor de R$ 2.090,65 e, à fl. 888, R$1.903,53. Em relação à competência 04/2006, a base de cálculo considera omitida corresponde a 30% da fatura n°15979.06, emitida em 30/03/2006, acostada à fl. 663, e como alega a Recorrente, declarada na GFIP da competência 03/2006. CONCLUSÃO O presente remédio recursivo acode as exigências para ser conhecido, sendo que no mérito dele DOULHE PARCIAL PROVIMENTO, para excluir a multa sobre o PAT, bem como para aplicarlhe a multa mais benéfica, cuja qual deve ser a imposta no artigo 32A da Lei 8.212/91. wilson Antonio de Souza Correa Relator Fl. 1028DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 05/09/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA
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Numero do processo: 10940.900538/2011-11
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 31/01/2006
INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ.
Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões.
COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA
O instituto da denuncia espontânea não se aplica nos casos de débitos indevidamente compensados de tributos sujeitos a lançamento por homologação anteriormente declarados pelo contribuinte e que já se encontravam vencidos na data do pedido de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-004.035
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA O instituto da denuncia espontânea não se aplica nos casos de débitos indevidamente compensados de tributos sujeitos a lançamento por homologação anteriormente declarados pelo contribuinte e que já se encontravam vencidos na data do pedido de compensação. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 0. 90 05 38 /2 01 1- 11 Fl. 74DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900538/201111 Acórdão n.º 3801004.035 S3TE01 Fl. 75 2 Marcos Antonio Borges Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900538/201111 Acórdão n.º 3801004.035 S3TE01 Fl. 76 3 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório nº rastreamento 916017136 emitido eletronicamente em 01/04/2011, referente ao PER/DCOMP nº 04635.77675.220607.1.3.041625. A Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP foi transmitida com o objetivo de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP com crédito de PIS/Pasep, Código de Receita 6912, no valor original na data de transmissão de R$1.160,75, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 15/02/2006. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório por meio de edital, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade em 31/05/2011, tendo feito um resumo dos fatos. Em seguida, tece considerações acerca da inconstitucionalidade da incidência do PIS e da Cofins sobre o ICMS, fazendo referência à legislação pertinente, à jurisprudência do Judiciário e a entendimentos doutrinários que tratam do assunto em pauta, para concluir que as “receitas” provenientes do ICMS não podem integrar a base de cálculo das contribuições para o PIS e da Cofins, ante ao fato de não representarem receita ou faturamento do contribuinte, mas sim do ente tributante. Diante das razões invocadas, o manifestante requer seja reconhecido o seu direito à compensação referente aos indevidos pagamentos a título de PIS/Pasep, em virtude da não dedução da base de cálculo daquelas exações, na época própria, da totalidade das despesas operacionais incorridas em cada mês de competência, decorrentes das atividades do contribuinte, bem Fl. 76DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900538/201111 Acórdão n.º 3801004.035 S3TE01 Fl. 77 4 como não haja a incidência de multa moratória, tendo em vista o instituto da denúncia espontânea. Anexa aos autos um “Relatório aproveitamento”, no qual indica o valor do ICMS e o valor de PIS/Pasep correspondente. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (MG) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/01/2006 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. ACRÉSCIMOS LEGAIS. Os débitos indevidamente compensados serão exigidos com os respectivos acréscimos legais. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho, conforme recurso voluntário apresentado, no qual alega, em síntese, que não pode haver qualquer diferenciação entre o tratamento tributário dado às instituições financeiras e as demais pessoas jurídicas sujeitas ao recolhimento da COFINS e do PIS, conforme o disposto nos artigos 5o e 150, II, ambos da Constituição, e de acordo com jurisprudência dominante do STF, devendo ser reconhecido o seu direito à restituição referente aos indevidos pagamentos a título de PIS/COFINS, em virtude da nãodedução da base de cálculo daquelas exações, na época própria, da totalidade das despesas operacionais incorridas em cada mês de competência, decorrentes das suas atividades, bem como, não haja a incidência da multa moratória, tendo em vista o instituto da denúncia espontânea. É o relatório. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900538/201111 Acórdão n.º 3801004.035 S3TE01 Fl. 78 5 Voto Conselheiro Relator Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. Diante da inexistência do crédito, a compensação declarada não foi homologada. No mérito, a recorrente alega que os créditos pleiteados referemse a pagamentos indevidos a título de PIS/COFINS, em virtude da nãodedução da base de cálculo daquelas exações, na época própria, da totalidade das despesas operacionais incorridas em cada mês de competência, decorrentes das suas atividades. A recorrente defende a isonomia de tratamento fiscal no que diz respeito à exclusão da base de cálculo do PIS e da Cofins de despesas operacionais previstas na legislação aplicável às instituições financeiras. Isto posto, no mérito, veremos que não assiste razão à recorrente. A Lei nº 9.718/98, que dispõe sobre as contribuições para o PIS/Pasep e para a Cofins, em seu art. 3º, § 6º, explicita as exclusões e deduções facultadas para fins de determinação da base de cálculo das referidas contribuições para as instituições financeiras, seguradoras e assemelhadas, além daquelas facultadas as demais pessoas jurídicas. A recorrente alega que esse tratamento tributário diferenciado ofende ao princípio da igualdade encontrado no art. 5º, caput, da Constituição Federal, bem como o conseqüente princípio da isonomia ou igualdade tributária assegurado na Carta Magna, em seu art. 150, II.. No entanto, o referido tratamento está baseado em disposição literal de norma válida legitimamente inserida no ordenamento jurídico nacional cuja apreciação acerca de eventual inconstitucionalidade foge à alçada da autoridade administrativa de qualquer instância, não dispondo esta de competência legal para examinar tais hipóteses. Com efeito, a apreciação dessas questões achase reservada ao Poder Judiciário, pelo que qualquer discussão quanto aos aspectos de validade das normas jurídicas deve ser submetida àquele Poder. Portanto, é inócuo suscitar tais alegações na esfera administrativa, pois à autoridade administrativa é vedado desrespeitar textos legais em vigor, sob pena de responsabilidade funcional, sendo defeso a apreciação da matéria por esse órgão julgador. Para firmar esse entendimento, o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 256/2009, por força do disposto no Anexo II, art. 62, caput, veda aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo Fl. 78DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900538/201111 Acórdão n.º 3801004.035 S3TE01 Fl. 79 6 internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas hipóteses de decisão vinculante do STF ou acolhida pela administração tributária. A alegação de inconstitucionalidade de lei também é objeto da abaixo transcrita súmula n° 2 do CARF, de observância obrigatória por parte de seus membros, por força do disposto no art. 72, caput, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 256/2009: Súmula CARF nº 2 (D.O.U de 22/12/2009, Seção 1) O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária No mais, considerandose que em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I, cabe a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões, o que não ocorreu no caso em tela, faltando ao crédito indicado pelo contribuinte certeza e liquidez, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, que são indispensáveis para a compensação pleiteada. No tocante ao instituto da denuncia espontânea, de que trata o art. 138 do Código Tributário Nacional, este não se aplica ao caso vertente uma vez que tratamse os débitos indevidamente compensados de tributos sujeitos a lançamento por homologação anteriormente declarados pelo contribuinte e que já se encontravam vencidos na data do pedido de compensação, sujeitos portanto aos acréscimos moratórios previstos no artigo 61, da Lei nº 9.430/96. Nesse sentido, segundo a Súmula 360 do STJ, “o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo”, mesmo que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco. Assim, voto por negar provimento ao presente recurso voluntário. (assinado digitalmente) Marcos Antônio Borges Fl. 79DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 19740.901411/2009-25
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 29 00:00:00 UTC 2014
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Numero da decisão: 3802-003.336
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
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HOMOLOGAÇÃO Anocalendário: 2009 COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO NÃO DEMONSTRADAS. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS DÉBITOS PARA COM A FAZENDA PÚBLICA. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156 do CTN, só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação.Recurso ao qual se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 74 0. 90 14 11 /2 00 9- 25 Fl. 153DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro/RJ. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Tratase do Despacho Decisório n° 831256816, de 09.04.2009, da então Delegacia Especial de Instituições FinanceirasDeinf/RJO (fls.4), que, sob o fundamento de que o darf já havia sido integralmente utilizado, não homologou a seguinte Declaração de CompensaçãoDcomp: Quadro 1 Pagamento Indevido ou a Maior (DARF) Débito Compensado D Dcomp Nº Pagamento Apuração e Arrecadação Receita Valor Rec/Cód. Apuração Principal 25618.63928.060309. 1.7.044089 (fls.1/3) 0241289277 17.01.2004 21.01.2004 IOF 7893 23.134,68 Pis 4574 Dez2001 603,41 (1) 603,41 + 120,68 de multa + 402,66 de juros = 1.126,75 Enquadramento legal: arts.165 e 170, da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN) e art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Quadro 2 (página 2 da Dcomp, às fls.2verso) Valor original do crédito inicial 15.267,42 Crédito original na data da transmissão 5.059,20 Selic acumulada 28,17% Crédito atualizado 6.484,38 Total dos débitos desta Dcomp 1.126,75 Total do crédito original utilizado nesta Dcomp 879,11 Saldo do crédito original 4.180,09 Em Manifestação de InconformidadeMI (fls.19/24), instruída com os documentos de fls.25/62 e 64/70, o interessado afirma que é entidade fechada de previdência complementar, tendo por objeto instituir plano de previdência complementar e pagar aposentadorias complementares, e, ainda, que: a) o crédito utilizado teve “origem na apuração de equívoco no procedimento adotado para cálculo do IOF nas operações de empréstimos, conforme laudo técnico em anexo (doc.01)”; Fl. 154DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 19740.901411/200925 Acórdão n.º 3802003.336 S3TE02 Fl. 154 3 b) equivocouse no preenchimento da Declaração de Débitos e Créditos Tributários FederaisDCTF e não demonstrou a existência de crédito de IOF, e “declarou como devido exatamente o valor recolhido”; c) os equívocos nas declarações não criam tributos, e não podem, comprovado o erro de fato, gerar obrigação tributária; d) “se a confissão do contribuinte não estiver de acordo com a lei e com a realidade fática, nenhum valor terá para o juízo tributário”; e) se o valor confessado não corresponde às hipóteses de incidência, “a confissão de dívida e o consequente pagamento são absolutamente irrelevantes, não gerando qualquer obrigação tributária”. O interessado alega que “o valor realmente devido para esta competência é de R$ 7.867,24 e não R$ 23.134,68, como erroneamente declarado em DCTF”. Sustenta que “a existência deste crédito pode ser facilmente observada, bastandose comparar os valores apresentados como devidos (...), conforme planilha em anexo (doc.2), com a guia de recolhimento da mesma competência (doc.3)”. Afirma que, “desta forma, fica clara a existência de simples equívoco no preenchimento da DCTF (...) e a existência do crédito, bem como a consequente extinção do débito ora indevidamente imputado”. Pede que a MI seja julgada procedente, bem como, que se homologue a compensação procedida, extinguindose o crédito tributário cobrado. Nesta Turma, foram acostadas as consultas de fls.75/103. Relatados. O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/RJ II no 1238.715, de 14/07/2011, proferida pelos membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro/RJ, cuja ementa dispõe, verbis: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2009 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na manifestação de inconformidade, precluindo o direito de o interessado fazêlo em outro momento processual. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2009 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. IOF. ANOCALENDÁRIO 2004. DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO. Mantémse o Despacho Decisório se não elidido o débito ao qual o alegado pagamento indevido ou a maior foi alocado. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. IOF. ANOCALENDÁRIO 2004. EMPRÉSTIMOS. LEGITIMIDADE. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 O responsável tributário tem direito à restituição do IOF que recolheu nessa condição, desde que autorizado por aquele que efetivamente suportou tal encargo. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. O julgamento foi no sentido de considerar improcedente a solicitação, tendo em vista que:....ainda que o interessado tivesse logrado demonstrar que houve erro na metodologia utilizada no cálculo do IOF (o que também não restou demonstrado, porque a planilha, além de não substituir a escrituração contábil e nem ter sido instruída com a documentação que relaciona, se limita a indicar a fórmula que teria sido a utilizada pelo interessado para o cálculo do IOF), tal não o aproveitaria, porque não foi autorizado por aqueles que, efetivamente, suportaram o IOF. Ante a isso, inexiste nos autos a prova do erro alegado, e, consequentemente, do direito creditório pretendido. Sendo assim, voto para que o Despacho Decisório seja mantido. O processo digitalizado foi redistribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o Relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. O cerne do litígio resulta da comprovação do direito creditório. Para a comprovação do direito creditório afirmado, a Recorrente junta planilha de sua lavra, bem como o documento de arrecadação, demonstrativo do suposto pagamento a maior. Nenhum outro documento foi acostado aos autos, não tendo sido, da mesma forma, retificada a DCTF, pelo que se depreende dos autos. Observese que para que seja aceito o direito creditório, ainda que a DCTF não tenha sido retificada espontaneamente, deve ser comprovado de maneira cabal o direito creditório, mediante a demonstração de erro no preenchimento de DCTF pela apresentação da contabilidade escriturada à época dos fatos, acompanhada por documentos que a embasam. É dizer, planilha confeccionada pela empresa, desacompanhada de quaisquer outros documentos, não se prestam à finalidade almejada. Não procede a argumentação da Recorrente no sentido de que haveria a obrigação do Fisco em comprovar a inexistência de indébito, invocando o Princípio da Verdade Material. No caso presente, a recorrente não trouxe a documentação necessária à comprovação de seu direito, não sendo possível admitir a inversão do ônus da prova para o Fisco. A Medida Provisória nº 135, de 2003, convertida na Lei nº 10.833, de 2003 alterou a redação do art. 74 da Lei n° 9.430/96, para aplicar às situações de nãohomologação da compensação o rito do processo administrativo fiscal federal. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 19740.901411/200925 Acórdão n.º 3802003.336 S3TE02 Fl. 155 5 O contencioso administrativo originado da impugnação ao lançamento de ofício não se confunde com aquele decorrente de manifestação de inconformidade da decisão que não homologa o direito creditório nas compensações efetuadas pelo contribuinte. Ou seja, na impugnação o contribuinte visa a desconstituir o lançamento tributário, nos termos do art.142 do CTN, e no caso da compensação, o marco inicial do contencioso é declaração produzida pelo próprio contribuinte, que constitui a relação de indébito do Fisco (pagamento indevido) e promove atos para a extinção da obrigação tributária, nos termos do art. 156, II do CTN, que fica sujeita a posterior homologação, pós verificação de sua regularidade. Assim sendo, é ônus do contribuinte comprovar a liquidez e certeza de seu direito creditório, conforme determina o caput do art.170 do CTN, devendo demonstrar de maneira inequívoca a sua existência, e, por conseguinte, o erro em que se fundou a não – homologação dos créditos. Em face do exposto, verificase que a inércia da Recorrente, que detém o ônus da prova para comprovar a liquidez e certeza do direito creditório é determinante do não reconhecimento do direito creditório reivindicado. Além do mais, como bem observa a decisão a quo, não foram juntados nem os contratos de empréstimos (relacionados nas planilhas) que deram origem ao IOF, nem a prova da escrituração dos lançamentos contábeis correspondentes. Observase que o crédito alegado é, de acordo com a planilha, o somatório da diferença entre “IOF descontado” e “IOF devido” (atualizada pela Selic acumulada) em cerca de dezenas de operações de empréstimos concedidas a pessoas que, na mencionada planilha, estão identificadas por números de matrículas (terceira coluna da planilha). Pois bem, o contribuinte do IOF de operações de crédito é a pessoa física ou jurídica tomadora do crédito, os termos do art. 3º, inciso I, da Lei nº 8.894, de 21 de junho de 1994. Por sua vez, o art.166 do CTN determina que a restituição do IOF só pode ser feita a quem suportou tal encargo, ou a quem este houver autorizado. Pois do contrário, ambos, responsável e contribuinte, poderiam utilizarse do mesmo crédito: aquele, por ter feito retenção de IOF indevida ou a maior; este, porque, de fato, teve o valor da retenção deduzido do empréstimo que tomou. No caso, em litígio, não obstante a recorrente tenha recolhido o IOF, quem arcou com o dito encargo foi o tomador do empréstimo. Dessa forma, a restituição se houvesse, seria desse último a legitimidade para a requerer, ou para autorizar o interessado que assim o fizesse. Portanto, ainda que recorrente lograsse demonstrar que houve erro na metodologia utilizada no cálculo do IOF , tal não o aproveitaria, porque não foi autorizado por aqueles que, efetivamente, suportaram o IOF. Ilustro, através do acórdão de n° 3802002.051, processo de n° 15374.917023/200921 de 24/09/2013, da mesma empresa, de relatoria de Francisco José Barroso Rios, que trata, também,da matéria: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 14/01/2004 Fl. 157DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO NÃO DEMONSTRADAS. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS DÉBITOS PARA COM A FAZENDA PÚBLICA. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação.Recurso a que se nega provimento. Por todo o exposto, nego provimento ao recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 158DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 11610.011883/2002-91
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997
AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. REVISÃO INTERNA DE DCTF. ADESÃO AO REFIS. INCLUSÃO DOS DÉBITOS LANÇADOS.
Se os débitos não foram incluídos no parcelamento Refis, sua exigência deve ser formalizada por meio de auto de infração. Não é correta a idéia de que todo e qualquer débito, mesmo aqueles cuja existência viesse a ser constatada posteriormente ao ingresso no Refis, seria passível de inclusão automática (no caso, inclusão automática retroativa). A Declaração Refis foi instituída justamente para isso, e se a Contribuinte não retificou a informação irregular anteriormente prestada em DCTF, a constatação e exigência do débito em momento posterior ao ingresso no Refis só poderia se dar mediante auto de infração.
Numero da decisão: 1802-002.272
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Corrêa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira, Nelso Kichel e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Ausente justificadamente o conselheiro Marciel Eder Costa.
Nome do relator: JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1997 AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. REVISÃO INTERNA DE DCTF. ADESÃO AO REFIS. INCLUSÃO DOS DÉBITOS LANÇADOS. Se os débitos não foram incluídos no parcelamento Refis, sua exigência deve ser formalizada por meio de auto de infração. Não é correta a idéia de que todo e qualquer débito, mesmo aqueles cuja existência viesse a ser constatada posteriormente ao ingresso no Refis, seria passível de inclusão automática (no caso, inclusão automática retroativa). A Declaração Refis foi instituída justamente para isso, e se a Contribuinte não retificou a informação irregular anteriormente prestada em DCTF, a constatação e exigência do débito em momento posterior ao ingresso no Refis só poderia se dar mediante auto de infração.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa- Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira, Nelso Kichel e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Ausente justificadamente o conselheiro Marciel Eder Costa.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1997 AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. REVISÃO INTERNA DE DCTF. ADESÃO AO REFIS. INCLUSÃO DOS DÉBITOS LANÇADOS. Se os débitos não foram incluídos no parcelamento Refis, sua exigência deve ser formalizada por meio de auto de infração. Não é correta a idéia de que todo e qualquer débito, mesmo aqueles cuja existência viesse a ser constatada posteriormente ao ingresso no Refis, seria passível de inclusão automática (no caso, inclusão automática retroativa). A Declaração Refis foi instituída justamente para isso, e se a Contribuinte não retificou a informação irregular anteriormente prestada em DCTF, a constatação e exigência do débito em momento posterior ao ingresso no Refis só poderia se dar mediante auto de infração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira, Nelso Kichel e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Ausente justificadamente o conselheiro Marciel Eder Costa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 01 18 83 /2 00 2- 91 Fl. 85DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11610.011883/200291 Acórdão n.º 1802002.272 S1TE02 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo – DRJ/SP I, que considerou parcialmente procedente lançamento realizado para a constituição de crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Renda da Pessoa da Jurídica – IRPJ. Os fatos que antecederam o presente recurso estão assim descritos no relatório da decisão recorrida, Acórdão nº 1636.222, às fls. 53 a 57: Trata o presente processo de auto de infração eletrônico (fls. 7 a 17), lavrado em 17.05.2002, decorrente de auditoria interna das DCTF dos 3° e 4° trimestres do anocalendário 1997, entregues pelo contribuinte acima identificado. O valor total da autuação perfaz R$ 33.213,12. A infração imputada ao contribuinte foi a falta de recolhimento de débitos de IRPJ Lucro Presumido (código 2089) dos trimestres acima referidos (Anexo Ib, fls. 16 e 17). A apuração do crédito lançado encontrase no Anexo III (fl. 14), tratandose de lançamento do valor principal cumulados com multa de 75% e juros de mora calculados até a data da lavratura do auto de infração. O contribuinte teve ciência do lançamento em 11.06.2002 (fl. 51), e em 27.06.2002 apresentou impugnação (fl. 2). Afirma que solicitou parcelamento de todos os débitos declarados perante a Receita Federal no programa Refis, sendo incabível o auto de infração, conforme artigo 1° da Lei (sic) n° 3.342/2000. Junta documentos para comprovar suas alegações (fls. 3 a 6). Solicita o cancelamento do auto de infração. À fl. 46 encontrase despacho em que a autoridade fiscal relata que apenas foram consolidados no Refis os débitos constantes do processo administrativo n° 16152.000358/200713, conforme documentos de fls. 40 a 45, e que entre eles não se encontram os créditos tributários lançados neste processo. Como mencionado, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo – DRJ/SP I manteve parcialmente o lançamento, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1997 Fl. 86DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11610.011883/200291 Acórdão n.º 1802002.272 S1TE02 Fl. 4 3 AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. REVISÃO INTERNA DE DCTF. ADESÃO AO REFIS. INCLUSÃO DOS DÉBITOS LANÇADOS. Tendo ficado demonstrado nos autos que os débitos lançados não foram incluídos no parcelamento Refis, ao contrário do alegado pelo contribuinte, improcede o pedido de cancelamento do auto de infração. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1997 MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. A multa de ofício vinculada deve ser reduzida ao valor correspondente à multa de mora, em conformidade com o artigo 106, II, “c” do CTN, uma vez que o lançamento de ofício previsto no artigo 90 da MP n° 2.15835/2001 deixou de ser realizado, a partir da vigência do artigo 18 da Lei n° 10.833/2003, passando o débito declarado em DCTF a ser diretamente inscrito em dívida ativa, com a cobrança de multa moratória. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 08/03/2012, a Contribuinte apresentou em 30/03/2012 o recurso voluntário de fls. 62 a 70, onde alega: que o crédito tributário em cobro não poderia ser exigido via Auto de Infração, visto que o tributo em questão foi consolidado pelo Programa de Recuperação Fiscal REFIS, conforme demonstrado na impugnação anteriormente apresentada; que a Recorrente formalizou seu ingresso no Programa de Recuperação Fiscal, efetuando o primeiro pagamento em 15.05.2000, honrando periodicamente o compromisso assumido; que ao formalizar o ingresso no Programa de Recuperação Fiscal, a Recorrente, amparada e fundamentada na Lei n°. 9.964, de 10 de abril de 2000, acreditou estar regularizando sua pendência fiscal junto à Secretaria da Receita Federal, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, e Instituto Nacional do Seguro Social INSS, vez que o programa é destinado à regularização de créditos da União; que o art. 2º, bem como os parágrafos 2º e 3º da referida lei são didaticamente claros ao descreverem que o Contribuinte, ao ingressar no programa, fará jus ao regime de consolidação e parcelamento de todos os débitos pendentes em favor da União; que a execução do programa era de responsabilidade do Comitê Gestor, e que se houve falha no momento da consolidação dos débitos existentes em nome da Recorrente, pressupõese que tal responsabilidade seja do Comitê, vez que deixou de observar o disposto nos artigos 1º e 2º da referida lei; Fl. 87DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11610.011883/200291 Acórdão n.º 1802002.272 S1TE02 Fl. 5 4 que não é possível admitir que em virtude de falha e desorganização administrativa do Comitê Gestor, a Recorrente seja punida através da demanda de cobranças administrativas; que a inclusão ou não de todos os débitos da empresa no REFIS não dependia de decisão do contribuinte, uma vez que não lhe era facultado escolher ou relacionar os débitos que pretendia ou não incluir no programa de parcelamento; que o contribuinte somente manifestava a sua opção de aderir ao programa, e automaticamente todos os seus débitos relativos a tributos e contribuições, administrados pela Secretaria da Receita Federal e pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, vencidos até 29/02/2000, estariam inclusos no Programa de Recuperação Fiscal, cabendo à empresa somente pagar regularmente a parcela devida ao REFIS, cujo valor seria determinado em função de percentual da receita bruta do mês imediatamente anterior, assim como deveria manterse em dia com as demais obrigações tributárias que vencessem daquela data em diante, (vide lei n° 9.964 de 10 de abril de 2000, artigos 1º e 2º); que o Sr. Auditor Fiscal agiu incorretamente ao lavrar o referido Auto de Infração n° 0055159, vez que os tributos ora exigidos constam do parcelamento (REFIS), porém, devido a desorganização do órgão fazendário estes não podiam ser visualizados no sistema da Receita Federal do Brasil, e somente esta pode eventualmente explicar o ocorrido, sendo assim, a cobrança efetuada é totalmente ilegal e sem qualquer fundamento; que as publicações e intimações sejam realizadas em nome do advogado José Fernandes Pereira, OAB/SP n° 66.449, para que conste inclusive o endereço para publicações e intimações, a saber: Rua Almirante Pereira Guimarães, 159, Pacaembu, CEP 01250001, São Paulo, SP. Este é o Relatório. Fl. 88DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11610.011883/200291 Acórdão n.º 1802002.272 S1TE02 Fl. 6 5 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, a Contribuinte questiona lançamento de débitos de IRPJ referentes ao 3° e 4° trimestres do anocalendário 1997, no regime do lucro presumido. A constatação desses débitos se deu por meio de procedimento de auditoria interna de DCTF, realizado em maio de 2002. Ao examinar a impugnação da Contribuinte, a Delegacia de Julgamento registrou que os débitos não foram incluídos no Refis, e que não havia sido apresentada prova de seu pagamento e nem de outra forma de extinção, pelo que manteve a exigência fiscal: 1. Da inclusão dos débitos no Refis A única alegação do contribuinte em sua impugnação é de que os débitos lançados foram parcelados no Refis (MP n° 2.004 4/2000, Decreto n° 3.342/2000). Ocorre que os documentos por ele juntados às fls. 3 a 6 apenas permitem constatar que houve sua adesão àquele programa de parcelamento, porém não é possível verificar ali quais os débitos de fato incluídos. Por outro lado, a autoridade preparadora instruiu o processo com documentos (fls. 40 a 45) em que se pode constatar que os débitos lançados não foram incluídos no parcelamento. Não tendo sido apresentada prova do pagamento ou outra forma de extinção do débito lançado, improcedente seu requerimento para que se cancele o auto de infração. [...] O acolhimento parcial da impugnação teve apenas a finalidade de reduzir a multa de 75% para 20%, em razão da retroatividade benigna. Na presente fase recursal, a Contribuinte alega, em síntese, que a lei previa a inclusão automática dos débitos no Refis, que eles não poderiam ser exigidos via auto de infração, e que ela, a Contribuinte, não poderia ser prejudicada por uma falha administrativa na inclusão de débitos no parcelamento. Não procedem as críticas da Recorrente. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11610.011883/200291 Acórdão n.º 1802002.272 S1TE02 Fl. 7 6 Vêse que, de fato, os débitos em pauta não foram incluídos no Refis, conforme indicam os relatórios de fls. 40 a 46. Se não foram incluídos, também não foram quitados no âmbito desse parcelamento. Aliás, estes relatórios indicam que o parcelamento foi rescindido por inadimplência da Contribuinte. Sendo assim, nem mesmo os débitos nele incluídos teriam sido regularmente quitados. A Informação Fiscal de fls. 46 também esclarece que a Contribuinte não confessou débitos na Declaração Refis estabelecida na IN SRF nº 043, de 25/04/2000, e essa é precisamente a razão de os referidos débitos não terem sido incluídos no parcelamento. Não houve qualquer erro por parte da Administração Tributária. É importante destacar que a Contribuinte havia informado em DCTF que os débitos em questão estavam quitados por pagamento. Portanto, não se tratava de débitos passíveis de inclusão automática, haja vista que a própria Contribuinte havia informado à Receita Federal que eles estavam extintos. Só posteriormente, em trabalhos de auditoria interna de DCTF, é que a Fiscalização verificou que a declaração da Contribuinte não correspondia aos fatos, que não havia a extinção por pagamento, e isto acabou resultando no auto de infração. Não é correta a idéia de que todo e qualquer débito, mesmo aqueles cuja existência viesse a ser constatada posteriormente ao ingresso no Refis, seria passível de inclusão automática (no caso, inclusão automática retroativa). A Declaração Refis foi instituída justamente para isso, e se a Contribuinte não retificou a informação irregular anteriormente prestada em DCTF, a constatação e exigência do débito em momento posterior ao ingresso no Refis só poderia se dar mediante auto de infração. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 90DF CARF MF Impresso em 03/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 13805.012753/97-12
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 07 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Aug 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 1991
OBSTÁCULO JUDICIAL. ABRANGÊNCIA. DEPÓSITO EFETUADO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. DIFERENÇAS NÃO DEPOSITADAS E NÃO LANÇADAS.
O obstáculo judicial ao procedimento fiscal de autuação somente abrange as parcelas objeto de depósito autorizado pela respectiva liminar, e na medida em que esse depósito for efetuado, estando sujeitas à homologação tácita eventuais diferenças não depositadas e não lançadas.
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. DEPÓSITO JUDICIAL. LANÇAMENTO. DESNECESSIDADE. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA APURAÇÃO ANTERIORMENTE REALIZADA.
No julgamento dos ERESP 686.479/RJ, Rel. Min. Denise Arruda, a Primeira Seção pacificou o entendimento de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o contribuinte, ao realizar o depósito judicial com vistas à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, promove a constituição deste nos moldes do que dispõe o art. 150 e parágrafos do CTN. Isso porque verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o montante devido e, em vez de efetuar o pagamento, deposita a quantia aferida, a fim de impugnar a cobrança da exação. Assim, o crédito tributário é constituído por meio da declaração do sujeito passivo, não havendo falar em decadência do direito do Fisco de lançar, caracterizando-se, com a inércia da autoridade fazendária apenas a homologação tácita da apuração anteriormente realizada. [...]. Precedentes da Primeira Seção e de ambas as Turmas de Direito Público.
(AgRg nos EREsp 1037202/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009, DJe 21/08/2009)
Numero da decisão: 1803-001.673
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, para considerar tacitamente homologados os depósitos judiciais a menor feitos a título de CSLL e, por conseguinte, cancelar as exigências fiscais de diferenças desses depósitos, e respectivas multas e juros de mora, não alcançadas por obstáculo judicial, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman (Relator). Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes. Ausente momentaneamente a Conselheira Maria Elisa Bruzzi Boechat.
(assinado digitalmente)
Walter Adolfo Maresch Presidente-substituto.
(assinado digitalmente)
Victor Humberto da Silva Maizman - Relator.
(assinado digitalmente)
Sérgio Rodrigues Mendes Redator Designado.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes, Roberto Armond Ferreira da Silva e Maria Elisa Bruzzi Boechat.
Nome do relator: VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Exercício: 1991 OBSTÁCULO JUDICIAL. ABRANGÊNCIA. DEPÓSITO EFETUADO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. DIFERENÇAS NÃO DEPOSITADAS E NÃO LANÇADAS. O obstáculo judicial ao procedimento fiscal de autuação somente abrange as parcelas objeto de depósito autorizado pela respectiva liminar, e na medida em que esse depósito for efetuado, estando sujeitas à homologação tácita eventuais diferenças não depositadas e não lançadas. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. DEPÓSITO JUDICIAL. LANÇAMENTO. DESNECESSIDADE. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA APURAÇÃO ANTERIORMENTE REALIZADA. No julgamento dos ERESP 686.479/RJ, Rel. Min. Denise Arruda, a Primeira Seção pacificou o entendimento de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o contribuinte, ao realizar o depósito judicial com vistas à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, promove a constituição deste nos moldes do que dispõe o art. 150 e parágrafos do CTN. Isso porque verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o montante devido e, em vez de efetuar o pagamento, deposita a quantia aferida, a fim de impugnar a cobrança da exação. Assim, o crédito tributário é constituído por meio da declaração do sujeito passivo, não havendo falar em decadência do direito do Fisco de lançar, caracterizando-se, com a inércia da autoridade fazendária apenas a homologação tácita da apuração anteriormente realizada. [...]. Precedentes da Primeira Seção e de ambas as Turmas de Direito Público. (AgRg nos EREsp 1037202/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009, DJe 21/08/2009)
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COM. LTDA. (denominação anterior de EXXONMOBIL QUÍMICA LTDA.) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 1991 DECISÃO JUDICIAL FINAL. CONVERSÃO EM RENDA DA UNIÃO DOS DEPÓSITOS EFETUADOS. IMPOSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. Não pode ser discutida administrativamente a parte da exigência fiscal objeto de decisão judicial final que culminou com a conversão, em renda da União, dos depósitos respectivos. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. DEPÓSITO JUDICIAL. LANÇAMENTO. DESNECESSIDADE. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA APURAÇÃO ANTERIORMENTE REALIZADA. “No julgamento dos ERESP 686.479/RJ, Rel. Min. Denise Arruda, a Primeira Seção pacificou o entendimento de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, ‘o contribuinte, ao realizar o depósito judicial com vistas à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, promove a constituição deste nos moldes do que dispõe o art. 150 e parágrafos do CTN. Isso porque verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o montante devido e, em vez de efetuar o pagamento, deposita a quantia aferida, a fim de impugnar a cobrança da exação. Assim, o crédito tributário é constituído por meio da declaração do sujeito passivo, não havendo falar em decadência do direito do Fisco de lançar, caracterizandose, com a inércia da autoridade fazendária apenas a homologação tácita da apuração anteriormente realizada. [...].’ Precedentes da Primeira Seção e de ambas as Turmas de Direito Público.” (AgRg nos EREsp 1037202/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009, DJe 21/08/2009) ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 5. 01 27 53 /9 7- 12 Fl. 446DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 13805.012753/9712 Acórdão n.º 1803001.673 S1TE03 Fl. 446 2 Exercício: 1991 OBSTÁCULO JUDICIAL. ABRANGÊNCIA. DEPÓSITO EFETUADO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. DIFERENÇAS NÃO DEPOSITADAS E NÃO LANÇADAS. O obstáculo judicial ao procedimento fiscal de autuação somente abrange as parcelas objeto de depósito autorizado pela respectiva liminar, e na medida em que esse depósito for efetuado, estando sujeitas à homologação tácita eventuais diferenças não depositadas e não lançadas. Fl. 447DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 13805.012753/9712 Acórdão n.º 1803001.673 S1TE03 Fl. 447 3 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, para considerar tacitamente homologados os depósitos judiciais a menor feitos a título de CSLL e, por conseguinte, cancelar as exigências fiscais de diferenças desses depósitos, e respectivas multas e juros de mora, não alcançadas por obstáculo judicial, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman (Relator). Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes. Ausente momentaneamente a Conselheira Maria Elisa Bruzzi Boechat. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch – Presidentesubstituto. (assinado digitalmente) Victor Humberto da Silva Maizman Relator. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes – Redator Designado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes, Roberto Armond Ferreira da Silva e Maria Elisa Bruzzi Boechat. Fl. 448DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 13805.012753/9712 Acórdão n.º 1803001.673 S1TE03 Fl. 448 4 Relatório Versa o caso em apreço sobre Auto de Infração lavrado em face de Mobil Oil Indústria e Comércio Ltda. (atualmente denominada ExxonMobil Química Ltda.), ora Recorrente, em razão da omissão quanto ao pagamento de tributos das espécies IRPJ e CSLL, referentes ao anobase de 1990, exercício de 1991, lançamento este que se deu, segundo a r. Autoridade Fiscal, com a finalidade exclusiva de resguardar pretenso direito da Fazenda Pública quanto ao advento de eventual decadência, haja vista depósito judicial suspensivo da exigibilidade do crédito realizado nos autos da Ação Cautelar n°. 91.00923907, vinculada à Ação Ordinária n°. 91.06627692, cuja tramitação se deu junto à 21ª Vara Cível da Subseção Judiciária de São Paulo. Conforme consta da parte dispositiva da decisão liminar proferida em sede de Ação Cautelar (fl. 10), restou determinada à autoridade fiscal para "se abster de autuar a requerente ou imporlhe penalidades que tenham como base a exigibilidade da exação ". Devidamente notificada do lançamento, a empresa Recorrente apresentou impugnação sustentando que não há no sistema normativo qualquer previsão para a suspensão do prazo decadencial, mormente quando suspensa a exigibilidade do crédito tributário através de decisão liminar tal qual no caso presente. Em sede de cognição ampla, a DRJ refutou os argumentos da empresa Recorrente, fundamentando de que não ocorreu a fluência do prazo decadencial no período compreendido entre a concessão da liminar, em 31 de maio de 1991 (fls. 10) e a data da publicação da sentença que julgou improcedente o pleito (em 18 de agosto de 1993 fls. 140), uma vez que a autoridade fiscal ficou impedida de efetivar o lançamento por força judicial. Extraíse ainda da aludida decisão que o lançamento poderia ser realizado até 18 de agosto de 1998, vindo o crédito tributário ser constituído em 22 de dezembro de 1997, portanto tempestivamente. Inconformada com a r. decisão, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário sustentando os mesmos argumentos lançados na impugnação. É o simples relatório. Voto Vencido Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman, Relator Admito o inconformismo da contribuinte mormente em virtude de seu cabimento e tempestividade. Pois bem, a questão a saber é se a decisão liminar concedida no bojo da medida cautelar proposta pela Recorrente tem o condão de suspender o prazo decadencial previsto no artigo 173, I do CTN. Fl. 449DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 13805.012753/9712 Acórdão n.º 1803001.673 S1TE03 Fl. 449 5 Preliminarmente afasto o argumento sustentado pela empresa Recorrente no sentido de que resta defeso aplicar a decisão judicial sob o argumento de que o artigo 173 do CTN não prevê a hipótese de suspensão do prazo decadencial. Destarte, ao acolher esse entendimento estarseia negando a eficácia da própria decisão judicial, a qual de acordo com a abalizada doutrina é classificada como norma individual e concreta, restando despicienda, portanto, interpretar o artigo 173, I do CTN, mormente no tocante as suas causas suspensivas. Entrementes a questão deve ser analisada sobre outra ótica. Ao verificar a parte dispositiva da aludida decisão, denotase que a ordem judicial em questão impôs 2 (dois) impedimentos para a autoridade fiscal, qual seja, deixar de “autuar” ou “aplicar penalidades”. De início entendo que à luz do artigo 111, I do CTN, o critério exegético para interpretar a legislação que trata de hipóteses de suspensão do crédito tributário deve ser o LITERAL. Desse modo, se é certo que a decisão liminar tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, entendo também que o seu teor deve seguir o mesmo critério. Sendo assim, a ordem judicial impediu que a empresa Recorrente fosse “autuada” e à ela aplicada “penalidade”, mas não de verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido e identificar o sujeito passivo (e por corolário impedir a decadência) conforme extraíse da própria redação do artigo 142 do CTN, verbis: Art. 142 Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. E, para corroborar esse raciocínio, o art. 63, da Lei nº 9.430/96, prevê expressamente a figura do lançamento com a finalidade específica de prevenção da decadência: Art. 63. Não caberá lançamento de multa de ofício na constituição do crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributos e contribuições de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do inciso IV do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. (Vide Medida Provisória nº 2.15835, de 2001). § 1º O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Fl. 450DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 13805.012753/9712 Acórdão n.º 1803001.673 S1TE03 Fl. 450 6 § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. Nesse sentido, oportunas as lições de ALBERTO XAVIER, aplicáveis em qualquer das redações do art. 151, do CTN: A suspensão regulada pelo artigo 151 do Código Tributário Nacional paralisa temporariamente o exercício efetivo do poder de execução, mas não suspende a prática do próprio ato administrativo de lançamento, decorrente de atividade vinculada e obrigatória, nos termos do art. 142 do mesmo Código, e necessária para evitar a decadência do poder de lançar. Nem o depósito, nem a liminar em mandado de segurança têm a eficácia de impedir a formação do título executivo pelo lançamento, pelo que a autoridade administrativa deve exercer o seu poderdever de lançar, sem quaisquer limitações, apenas ficando paralisada a executoriedade do crédito. A legitimidade da prática do ato administrativo de lançamento na pendência de período de suspensão da exigibilidade do crédito foi expressamente reconhecida pelo artigo 63 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, segundo a qual (...). O ato de lançamento pode ser livremente praticado (mas sem imposição de penalidade) e a sua notificação, se ocorrida no prazo legal, obsta a decadência do poder de lançar. (Do Lançamento: Teoria Geral do Ato, do Procedimento, e do Processo Tributário. 2ª ed. Rio de janeiro: Forense, 1997, p. 428 destacouse) Outro não é o posicionamento de EURICO MARCO DINIZ DE SANTI: Sem o atonorma de lançamento tributário não há que se falar de incidência da ‘regramatriz de exigibilidade’, que tem este como um dos supostos que delineiam seu suporte fáctico. A regramatriz de suspensão da exigibilidade do crédito atinge a regramatriz de exigibilidade e não o suporte fáctico do fato jurídico suficiente para produção do atonorma administrativo de lançamento tributário. Portanto, a autoridade administrativa pode efetuar o ‘atofato de lançamento’ mesmo que tenha sido realizada qualquer daquelas hipótese da ‘regramatriz de suspensão’. A suspensão ataca a exigibilidade do crédito, não a norma de competência administrativa que juridiciza o ‘atofato de formalização do crédito. (Lançamento Tributário. São Paulo: Max Limonad, 1996, p. 172 destacouse). Fl. 451DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 13805.012753/9712 Acórdão n.º 1803001.673 S1TE03 Fl. 451 7 Em virtude do exposto, conheço do inconformismo e doulhe provimento para extinguir o crédito tributário pela decadência. É como voto. (assinado digitalmente) Victor Humberto da Silva Maizman Fl. 452DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 13805.012753/9712 Acórdão n.º 1803001.673 S1TE03 Fl. 452 8 Voto Vencedor Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Redator Designado Foi dito no Recurso Voluntário o seguinte (fls. 196): Tendo em vista o encerramento da discussão judicial promovida pela Recorrente, com a conversão em renda da União dos depósitos judiciais realizados, ao final a decisão de primeira instância de julgamento administrativo considerou estarem extintos integralmente os créditos tributários do IRPJ e parcialmente os créditos tributários da CSLL. Dessa forma, foram mantidos em cobrança os valores apurados a título da CSLL em decorrência da apontada insuficiência dos depósitos judiciais realizados nos autos da Medida Cautelar nº 91.0092307, acrescidos de multa e juros de mora. Está correta essa afirmação, em face do contido de fls. 166 e 167 da decisão recorrida, no sentido de: Considerar a extinção total do crédito tributário [de IRPJ], pela conversão dos depósitos judiciais em renda da União (fls. 145 a 152 do presente feito e fls. 91 a 114 do Processo nº 10880.048141/9254, em apenso, atentandose para o lapso na data do depósito realizado em 23/12/1991, constante do relatório de atualização de fl. 111 do referido processo). [...]. Considerar a extinção parcial do crédito tributário [de CSLL], pela conversão dos depósitos judiciais em renda da União (fls. 91 a 114 do Processo nº 10880.048141/9254, em apenso, atentandose para o lapso na data do depósito realizado em 23/12/1991, constante do relatório de atualização de fl. 113 do referido processo). Porém, o mesmo Recurso Voluntário pretende que (fls. 208): Por essas razões, é que merece ser reformado o entendimento manifestado em primeira instância de julgamento administrativo, com o reconhecimento da ocorrência da decadência do direito de constituir, em 22.12.1997, crédito tributário de IRPJ e CSLL referente ao anobase 1990. Ora, isso não é possível!!! Com relação ao que já foi convertido em renda da União, cumpre apenas acatar, respeitosamente, a decisão judicial final, prolatada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que julgou favoravelmente à Fazenda Nacional (fls. 126). Fl. 453DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 13805.012753/9712 Acórdão n.º 1803001.673 S1TE03 Fl. 453 9 E é o próprio STJ, por sua Primeira Seção, que entende que o depósito do crédito tributário equivale ao lançamento tributário para fins de constituição da dívida (grifou se): PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. DEPÓSITO JUDICIAL. LANÇAMENTO. DESNECESSIDADE. 1. No julgamento dos ERESP 686.479/RJ, Rel. Min. Denise Arruda, a Primeira Seção pacificou o entendimento de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, “o contribuinte, ao realizar o depósito judicial com vistas à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, promove a constituição deste nos moldes do que dispõe o art. 150 e parágrafos do CTN. Isso porque verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o montante devido e, em vez de efetuar o pagamento, deposita a quantia aferida, a fim de impugnar a cobrança da exação. Assim, o crédito tributário é constituído por meio da declaração do sujeito passivo, não havendo falar em decadência do direito do Fisco de lançar, caracterizandose, com a inércia da autoridade fazendária apenas a homologação tácita da apuração anteriormente realizada. Não há, portanto, necessidade de ato formal de lançamento por parte da autoridade administrativa quanto aos valores depositados.” Precedentes da Primeira Seção e de ambas as Turmas de Direito Público. 2. Não cabem Embargos de Divergência quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado (Súmula 168/STJ). 3. Agravo Regimental não provido. (AgRg nos EREsp 1037202/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009, DJe 21/08/2009) A própria Recorrente reconhece esse fato, ao afirmar que (fls. 211 grifou se): Não obstante essa conclusão, confirmase inclusive o quanto exposto no tópico precedente, no sentido de que caberia à d. Administração Fazendária, de forma a resguardar os interesses do Erário, apurar e constituir o crédito tributário em cobrança nestes autos no lapso acima descrito, de forma a evitar, como ocorre no caso concreto, a ocorrência da decadência em relação à eventual diferença entre os valores depositados judicialmente e o quanto devido efetivamente pelo contribuinte (que é o que realmente interessa ao Fisco, na medida em que os valores devidos e depositados nos autos destinamse automaticamente à conversão em renda da União, na hipótese de julgamento definitivo da demanda judicial de forma desfavorável ao contribuinte, prescindindo até mesmo de lançamento tributário). Fl. 454DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 13805.012753/9712 Acórdão n.º 1803001.673 S1TE03 Fl. 454 10 Por conseguinte, não pode ser discutida administrativamente a parte da exigência fiscal objeto de decisão judicial final que culminou com a conversão, em renda da União, dos depósitos respectivos. Restam para discussão, portanto, apenas as diferenças de depósitos judiciais feitas a menor relativamente à CSLL, e correspondentes multa de ofício e juros de mora. Para essas diferenças, sim, constatase ter havido, efetivamente, a homologação tácita dos depósitos a menor então efetuados. Como bem afirma o STJ, no mesmo aresto acima transcrito: [...], caracterizandose, com a inércia da autoridade fazendária apenas a homologação tácita da apuração anteriormente realizada. Essas diferenças, não depositadas, por óbvio, não se enquadram na liminar concedida em favor da Recorrente, em 31/05/1991, para autorizar o depósito das parcelas postas em debate, dando ciência à Receita Federal de que “deverá se abster de autuar a requerente ou imporlhe penalidades que tenham como base a exigibilidade da exação” (fls. 10). É que o obstáculo judicial ao procedimento fiscal de autuação somente abrange as parcelas objeto de depósito autorizado por aquela liminar, e na medida em que esse depósito for efetuado. Ou seja, a liminar, na parte em que impede a ação do Fisco, é limitada ao depósito efetivamente procedido. Como bem destacado pela Recorrente (fls. 210): Não há como se conceber raciocínio diverso do exposto, no sentido de que a ordem liminar proferida na medida judicial teria contemplado inclusive valores devidos, porém não depositados nos autos. Dou provimento parcial ao Recurso Voluntário, para considerar tacitamente homologados os depósitos judiciais a menor feitos a título de CSLL e, por conseguinte, cancelar as exigências fiscais de diferenças desses depósitos, e respectivas multas e juros de mora, não alcançadas por obstáculo judicial. Em consequência, não remanesce qualquer exigência fiscal a ser cobrada neste processo, uma vez que as parcelas depositadas já foram devidamente convertidas em renda da União. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 455DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente e m 10/04/2014 por VICTOR HUMBERTO DA SILVA MAIZMAN, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por SERGIO RO DRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por WALTER ADOLFO MARESCH
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Numero do processo: 16327.721437/2012-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008
PROCESSO JUDICIAL E IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA. CONCOMITÂNCIA.
A propositura pelo contribuinte de ação judicial contra a Fazenda, antes ou após a autuação, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. COMINAÇÃO DE PENALIDADES.
A notificação de lançamento é instrumento adequado para a cominação de penalidades administrativas pelo descumprimento de obrigação tributária.
JUROS DE MORA. CABIMENTO.
A falta de pagamento do tributo na data do vencimento implica a exigência de juros moratórios calculados até a data do efetivo pagamento, ainda que esteja suspensa a exigibilidade do crédito tributário.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-001.265
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso; na parte conhecida, em rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Fez sustentação oral, pela recorrente, a advogada Ana Paula Lui, OAB/SP 178.378.
Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira Presidente
Charles Mayer de Castro Souza - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama e Adriene Maria de Miranda Veras.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2008 PROCESSO JUDICIAL E IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA. CONCOMITÂNCIA. A propositura pelo contribuinte de ação judicial contra a Fazenda, antes ou após a autuação, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. COMINAÇÃO DE PENALIDADES. A notificação de lançamento é instrumento adequado para a cominação de penalidades administrativas pelo descumprimento de obrigação tributária. JUROS DE MORA. CABIMENTO. A falta de pagamento do tributo na data do vencimento implica a exigência de juros moratórios calculados até a data do efetivo pagamento, ainda que esteja suspensa a exigibilidade do crédito tributário. Recurso voluntário negado.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2012; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T2 Fl. 1000 1 999 S3C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16327.721437/201280 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3202001.265 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 20 de agosto de 2014 Matéria PIS. COFINS. MULTA Recorrente BANCO SANTANDER S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008 PROCESSO JUDICIAL E IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA. CONCOMITÂNCIA. A propositura pelo contribuinte de ação judicial contra a Fazenda, antes ou após a autuação, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. COMINAÇÃO DE PENALIDADES. A notificação de lançamento é instrumento adequado para a cominação de penalidades administrativas pelo descumprimento de obrigação tributária. JUROS DE MORA. CABIMENTO. A falta de pagamento do tributo na data do vencimento implica a exigência de juros moratórios calculados até a data do efetivo pagamento, ainda que esteja suspensa a exigibilidade do crédito tributário. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso; na parte conhecida, em rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Fez sustentação oral, pela recorrente, a advogada Ana Paula Lui, OAB/SP 178.378. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 14 37 /2 01 2- 80 Fl. 1000DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira – Presidente Charles Mayer de Castro Souza Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama e Adriene Maria de Miranda Veras. Relatório Trata o presente processo de autos de infração lavrado contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS e para Financiamento da Seguridade Social – Cofins, referente aos períodos de apuração de janeiro a dezembro de 2008, no valor total de R$ 569.204.332,08, incluídos apenas os juros de mora. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Conforme o Termo de Verificação Fiscal (TVF) de fls. 552558, em ação fiscal empreendida junto à contribuinte supramencionada, a fiscalização apurou os fatos descritos a seguir: 1) Introdução A ação fiscal consistiu em apurar e constituir o crédito tributário referente ao PIS e à Cofins do anocalendário 2008, informadas em DIPJ e não declaradas em DCTF. O lançamento foi efetuado com suspensão de exigibilidade em razão de decisão no Mandado de Segurança (MS) nº 2005.71.00.01.95070. 2) Da contribuinte O Banco Santander (Brasil) S/A (Santander) tem como objeto social a prática de operações ativas, passivas e acessórias relativas às carteiras comercial, de investimento, de arrendamento mercantil, de crédito imobiliário e de crédito, financiamento e investimento, bem como realizar operações de câmbio e de administração de carteiras de títulos e valores mobiliários, e outras operações que venham a ser permitidas às sociedades da espécie, de acordo com a legislação. 3) Dos fatos A contribuinte foi intimada a apresentar demonstrativos de apuração do PIS e da Cofins referentes ao anocalendário 2008 de acordo com a IN SRF nº 247/2002, cujos arquivos digitais foram anexados à fls.154. Comparandose os demonstrativos apresentados com os valores informados no Dacon, DCTF e decisões judiciais do MS nº 2005.71.00.0195070, verificouse que o Santander deixou de Fl. 1001DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 16327.721437/201280 Acórdão n.º 3202001.265 S3C2T2 Fl. 1001 3 declarar em DCTF os valores de PIS e de Cofins sobre o faturamento. 4) Da apuração da base de cálculo do lançamento A diferença entre os valores de PIS e Cofins, apurados de acordo com a legislação para o anocalendário 2008, e os valores calculados conforme a medida judicial, deveria ter sido declarada em DCTF com suspensão de exigibilidade por medida judicial, e será, portanto, constituída de ofício (demonstrativos da fiscalização de fls.559560). 5) Da medida judicial A contribuinte impetrou o MS 2005.71.00.0195070 na 2ª Vara Federal de Porto Alegre/RS em 09/06/2005, objetivando a concessão de liminar para suspender as parcelas vencidas e vincendas do PIS e da Cofins incidentes sobre as receitas que não resultem da venda de mercadorias, da prestação de serviços ou da combinação de ambos, bem como requerendo a segurança definitiva para afastar o art.3º, caput, e § 1º da Lei nº 9.718/98 e recolher as contribuições sobre a base de cálculo da Lei Complementar (LC) nº 70/91. Em 25/07/2005, a Justiça Federal denegou a segurança requerida pela impetrante, que apelou da decisão. Julgando apelação da impetrante em 07/08/2007, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região deu provimento ao recurso, asseverando que as receitas financeiras não se enquadram no conceito de faturamento. Foram interpostos recursos especial e extraordinário tanto pela Procuradoria da Fazenda Nacional como pelo Ministério Público Federal. Em 07/10/2009, os recursos especiais tiveram seguimento negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Quanto aos recursos extraordinários, o Supremo Tribunal Federal (STF) manifestouse pela existência de repercussão geral da controvérsia, estando os autos conclusos desde 07/07/2011. Portanto, desde 07/08/2007, permanece suspensa a exigibilidade dos créditos tributários de PIS e Cofins em questão, razão pela qual são aqui constituídos sem aplicação da multa de ofício. Os autos de infração constam às fls. 541551, e foram fundamentados nos seguintes dispositivos legais: (omissis) Da Impugnação Inconformada, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 566600, acompanhada dos documentos de fls.601694, alegando em síntese: Fl. 1002DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 1) Dos fatos A impugnante impetrou o MS 001950762.2005.404.7100 (antigo nº 2005.71.00.0195070) para que fosse reconhecido o direito de sujeitarse à incidência do PIS e da Cofins calculados sobre o faturamento (venda de mercadorias, prestação de serviços ou combinação de ambos), tal como definido na LC nº 70/91, e não sobre a totalidade das receitas, como previsto na Lei nº 9.718/98. Na sentença foi denegada a segurança, e a impugnante interpôs recurso de apelação, ao qual foi dado provimento pelo TRF da 4ª Região. Portanto, a exigibilidade dos créditos está suspensa conforme o art.151, inciso IV, do CTN. Foram interpostos recursos especiais e extraordinários, sendo que ao recurso extraordinário nº 609.096/RS foi conferido caráter de repercussão geral, aguardando os autos julgamento definitivo no STF. Quanto aos recursos especiais, tiveram seguimento negado pelo STJ. 2) Das preliminares 2.1) Do equívoco na apuração das bases de cálculo do PIS e da Cofins A impugnante se equivocou ao fornecer à fiscalização uma planilha na qual constam valores que não integram a base de cálculo do PIS e da Cofins. Os valores discriminados no demonstrativo de fls. 636637 não estão relacionados à atividadefim da impugnante. Tais valores, demonstrados a seguir, totalizam: (omissis) 2.1.A) Conta Cosif 7.1.9.30.006 – “Recuperação de encargos e despesas”– Valor R$124.394.500,77 Esta conta compreende os valores de ressarcimento de despesas incorridas pelas instituições por conta e ordem de terceiros, tais como: estornos de despesas administrativas (luz, água, telefone, gás e outras) pagas pela impugnante. contratos de financiamento nos quais a impugnante assume o pagamento dos tributos incidentes sobre o negócio e, após, exigeos do tomador do empréstimo. ressarcimentos derivados de despesas em operações nas quais a impugnante, atuando como agente de repasse, recebe ordens de pagamento de clientes do Brasil e realiza a cobrança do importador por meio de banqueiros no exterior, arcando com essas despesas e depois sendo reembolsada pelo cliente no Brasil. recuperação de encargos sobre o passivo atuarial. A impugnante complementa a aposentadoria de alguns funcionários pagando a diferença entre os rendimentos recebidos pelo funcionário quando ativo e o benefício pago pelo INSS. Em alguns casos, quando o funcionário ingressa com ação Fl. 1003DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 16327.721437/201280 Acórdão n.º 3202001.265 S3C2T2 Fl. 1002 5 judicial para revisão do cálculo da aposentadoria paga pelo INSS, após a ação ser julgada procedente, a impugnante passa a pagar apenas a diferença correta, mas faz jus ao ressarcimento dos valores pagos a maior no período anterior. Portanto, tratase de meros reembolsos, sobre os quais não incidem o PIS e a Cofins. 2.1.B) Conta Cosif 7.1.9.99.009 – “Outras rendas operacionais” – Valor R$275.655.134,21 Esta conta compreende receitas decorrentes de: variações monetárias ativas: atualizações monetárias de tributos pagos a maior e atualização de depósitos judiciais. juros sobre capital próprio. variação cambial de conta scrow mantida no exterior. São receitas que não decorrem da atividadefim da impugnante nem compõem seu faturamento, não sofrendo incidência de PIS ou Cofins. 2.1.C) Conta Cosif 7.3.1.50.004 – “Lucros na alienação de valores e bens”– Valor R$27.728.826,86 Esta conta compreende receitas decorrentes de: alienações de bens recebidos a título de execução de garantia (bens não de uso próprio), não constituindo atividade típica da impugnante. Portanto, não há incidência de PIS e Cofins sobre esses valores. vendas de bens do ativo permanente, sobre as quais não ncidem as contribuições em tela, conforme o art.3º, § 2º, inciso IV, da Lei nº 9.718/98. 2.1.D) Conta Cosif 7.3.9.10.000 – “Ganhos de capital” – Valor R$9.425.394,66 Esta conta é utilizada para: registro do aumento do valor de investimentos, decorrentes de ganhos por insubsistências passivas e superveniências ativas, por variação da porcentagem de participação em coligadas e controladas. registro de dividendos provenientes de ações da impugnante detidas por pessoas físicas, não reclamados no prazo prescricional de três anos previsto no art.287 da Lei nº 6.404/76. Como tais ingressos não foram gerados pela atividadefim da impugnante, devem ser excluídos da base de cálculo das contribuições em tela. 2.1.E) Conta Cosif 7.3.9.20.007 – “Rendas de aluguéis” – Valor R$1.226.336,99 Os aluguéis recebidos pela impugnante não são Fl. 1004DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 6 prestação de serviço, tampouco constituem atividadefim da instituição financeira, razão pela qual não são tributados pelas contribuições cobradas. 2.1.F) Conta Cosif 7.3.9.99.007 – “Outras rendas não operacionais” – Valor R$3.700.560,88 Mediante a análise dos lançamentos constantes da documentação contábil acostada à impugnação, verificase que os valores registrados nessa conta não constituem atividadefim da impugnante, devendo ser cancelados os valores de PIS e Cofins exigidos sobre tais receitas. 2.2) Da inadequação do meio utilizado O auto de infração não é o meio adequado para a constituição do crédito em tela, eis que a impugnante não cometeu infração tributária, nos termos dos art.9º e 10 do Decreto nº 70.235/72. O lançamento via auto de infração só se justifica quando há necessidade de aplicação de penalidades à contribuinte. Não havendo tal necessidade, o crédito deve ser constituído por notificação de lançamento, conforme art.9º e 11 do referido Decreto, com redação da Lei nº 11.941/2009. Portanto, devem ser cancelados os autos de infração combatidos. 3) Do Direito 3.1) Perfil constitucional do PIS e da Cofins – jurisprudência As contribuições sociais regemse pelos art.149, 150 e 195 da CF/88. A LC nº 70/91 institui a Cofins sobre “o faturamento mensal, assim entendido a receita bruta das vendas de mercadorias e serviços de qualquer natureza”. Por sua vez, também o PIS (LC nº 07/70) fora recepcionado pela CF/88, tendo como base de cálculo o faturamento, nos moldes em que adotado pela Cofins. Posteriormente, a Lei nº 9.718/98 alterou a base de cálculo dessas contribuições, considerando faturamento a totalidade das receitas da pessoa jurídica, independente da atividade exercida (art.3º, §1º). Como essa alteração se deu por lei ordinária, modificando bases de cálculo fixadas por leis complementares, havendo modificação do conceito de faturamento, instaurouse discussão judicial sobre a inconstitucionalidade/ilegalidade das disposições da Lei nº 9.718/98. O STF decidiu que o faturamento (ou receita bruta) é a receita decorrente exclusivamente da venda de bens e da prestação de serviços. Diante disso, foi editada a Lei nº 11.941/2009, que revogou o § 1º do art.3º da Lei nº 9.718/98, afastando a equiparação de faturamento à totalidade das receitas da pessoa jurídica. Sendo reconhecida a inconstitucionalidade da Lei nº 9.718/98, deve ser aplicada a legislação imediatamente anterior, que instituiu a cobrança das contribuições em questão sobre o faturamento mensal, isto é, o produto da venda de mercadorias e da prestação de serviços. Fl. 1005DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 16327.721437/201280 Acórdão n.º 3202001.265 S3C2T2 Fl. 1003 7 A adoção de um conceito de faturamento distinto para diferentes setores afronta o art.150, inciso II, da CF/88, que veda o tratamento desigual em razão da atividade econômica, e também o art.195, § 4º, c/c o art.154, inciso I, também da CF, que determinam que somente lei complementar pode dispor sobre bases de cálculo distintas que não tenham fundamento no texto constitucional. O entendimento de que a receita bruta seria a soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais é minoritário no STF. A posição consolidada nesse Tribunal é de que a base de cálculo do PIS e da Cofins é o faturamento, entendido como a receita bruta da venda de mercadorias, da prestação de serviços, ou de ambas, conforme o art.2º da LC nº 70/91. 3.2) Da impossibilidade de enquadramento das receitas de intermediação financeira no conceito de contraprestação pela prestação de serviços As receitas financeiras não podem ser equiparadas a uma contraprestação de serviço, pois não se prestam a remunerar um esforço humano. Sendo uma instituição bancária, a impugnante realiza operações passivas (captação de recursos), nas quais remunera os recursos dos clientes mediante o pagamento de juros, e operações ativas (aplicações de recursos, operações de crédito), nas quais recebe juros pelos recursos emprestados aos clientes. O que se remunera é o capital, e não qualquer serviço que tenha sido prestado. Os juros cobrados dos clientes não podem ser equiparados a uma contraprestação por um serviço. Os juros remuneram o custo do capital empregado. Tratase de receita financeira que não se inclui no conceito de faturamento referido pelo STF e pelas decisões proferidas na ação judicial proposta pela impugnante. Observese que a instituição financeira poderá auferir receitas pela prestação de serviços como cobrança por conta de terceiros e administração de fundos de investimento. O Cosif (Circular Bacen nº1.273/87) distingue as receitas de operações financeiras (juros) daquelas advindas da prestação de serviços (rendas de prestação de serviços). Conforme o provimento jurisdicional obtido pela impugnante, que lhe permite recolher o PIS e a Cofins exclusivamente sobre as receitas da venda de mercadorias e da prestação de serviços, as contribuições em tela só podem incidir sobre as receitas registradas na rubrica 7.1.7.00.009 – Rendas de Prestação de Serviços, estando todas as demais receitas fora da incidência dessas contribuições. A base de cálculo do PIS e da Cofins independe de serem operacionais ou não as receitas, devendo ser verificado se elas se incluem ou não no conceito de faturamento. Fl. 1006DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 8 Este, por sua vez, não inclui as receitas financeiras nem receitas que não sejam decorrentes da venda de mercadorias e/ou serviços. O STJ definiu a prestação de serviço quando se verifica uma obrigação de fazer relacionada a um esforço humano a gerar utilidade a terceiro (Resp nº 116.1212/SP). O julgamento do presente processo deve levar em conta a decisão judicial favorável à impugnante, e a jurisprudência do STF sobre a questão, aplicandoos ao julgamento conforme o art.1º do Decreto nº 2.346/97. Pelo exposto, devem ser cancelados os lançamentos combatidos, pois desrespeitam o provimento jurisdicional concedido à impugnante no referida MS. 4) Da inaplicabilidade da exigência dos juros de mora Os juros não podem ser exigidos, pois a exigibilidade do crédito tributário está suspensa conforme o mencionado MS. A submissão da matéria à apreciação judicial exclui a mora. 5) Do sobrestamento do processo O julgamento do presente processo administrativo deve ser sobrestado até ser proferida decisão judicial definitiva no referido MS. A discussão sobre as receitas financeiras auferidas pelas instituições financeiras está pendente de julgamento definitivo pelo STF no RE nº 609.096/RS, ao qual foi conferida repercussão geral. Assim, deve ser aplicado o art. 265, IV, do Código de Processo Civil (CPC) subsidiariamente ao processo administrativo. 6) Documentos anexados à impugnação a) identificação dos procuradores e atos societários – fls.601 613 b) tela de consulta à localização do processo – fls.614 c) cópia do TVF e dos autos de infração – fls.615635 d) demonstrativo de base de cálculo do PIS e da Cofins – fls.636 637 e) pareceres a respeito da base de cálculo do PIS e da Cofins – fls.638694 Da diligência No decorrer da análise da impugnação e demais documentos acostados ao processo, constatouse o desconto em duplicidade do PIS e da Cofins retidos na fonte das respectivas bases de cálculo, conforme os demonstrativos de apuração dos autos de infração (fls.543 e 548). Posto isso, o processo foi enviado em diligência à autoridade autuante, para providências cabíveis. Fl. 1007DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 16327.721437/201280 Acórdão n.º 3202001.265 S3C2T2 Fl. 1004 9 Conforme o TVF de fls. 762765, a fiscalização efetuou lançamento complementar, com suspensão de exigibilidade, de PIS e Cofins incidentes sobre os valores deduzidos indevidamente das respectivas bases de cálculo no período de 05 a 12/2008. Os autos de infração complementares constam às fls. 766777, e foram fundamentados nos seguintes dispositivos legais: (omissis) Da Impugnação relativa à autuação complementar Inconformada com a autuação complementar, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 785817, repisando os mesmos argumentos expostos na impugnação de fls. 566600, quais sejam, (i) o equívoco na apuração das bases de cálculo do PIS e da Cofins, (ii) a inadequação do meio utilizado para a autuação, (iii) a impossibilidade de enquadramento das receitas de intermediação financeira como receitas de serviços, (iv) a inaplicabilidade da exigência dos juros de mora e (v) o sobrestamento do processo. A impugnante anexou também os documentos de fls.818867, a saber: identificação dos procuradores, atos societários e cópia do TVF e dos autos de infração complementares. É o relatório. A 10ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/SPI n.º 1649.242, de 8/8/2013 (fls. 874 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2008 COFINS. BASE DE CÁLCULO APURADA. LEGISLAÇÃO VIGENTE. CONTESTAÇÃO JUDICIAL DO ART.3º DA LEI Nº 9.718/98. A apuração da base de cálculo da contribuição foi realizada segundo a legislação vigente à época dos fatos geradores autuados. A ação judicial da contribuinte que contesta a base de cálculo do art.3º da Lei nº 9.718/98 encontrase pendente de julgamento definitivo. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2008 PIS. BASE DE CÁLCULO APURADA. LEGISLAÇÃO VIGENTE. CONTESTAÇÃO JUDICIAL DO ART.3º DA LEI Nº 9.718/98. Fl. 1008DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 10 A apuração da base de cálculo da contribuição foi realizada segundo a legislação vigente à época dos fatos geradores autuados. A ação judicial da contribuinte que contesta a base de cálculo do art.3º da Lei nº 9.718/98 encontrase pendente de julgamento definitivo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Não há previsão legal para o sobrestamento do processo administrativo, que se rege pelo princípio da oficialidade, impondo à Administração impulsionar o processo até o seu término. AUTO DE INFRAÇÃO. VALIDADE. Satisfeitos os requisitos do art. 10 do Decreto 70.235/72 e não tendo ocorrido o disposto no art. 59 do mesmo decreto, válidos são os autos de infração. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. AUTO DE INFRAÇÃO OU NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. A aplicação ou não de penalidades não é fator determinante para definição do instrumento de formalização do crédito tributário. A escolha do auto de infração ou da notificação de lançamento é definida em função do agente que pratica o ato. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2008 PROCESSO JUDICIAL E IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA. CONCOMITÂNCIA. A propositura pelo contribuinte de ação judicial contra a Fazenda, antes ou após a autuação, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. JUROS DE MORA. CABIMENTO. A falta de pagamento do tributo na data do vencimento implica a exigência de juros moratórios calculados até a data do efetivo pagamento, ainda que esteja suspensa a exigibilidade do crédito tributário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, Recurso Voluntário de fls. 908/952, por meio do qual aduz, em síntese, depois de relatar os fatos, os mesmos argumentos Fl. 1009DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 16327.721437/201280 Acórdão n.º 3202001.265 S3C2T2 Fl. 1005 11 já delineados na impugnação, inclusive quanto às preliminares de nulidade (embora assim não identificadas). O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Ao comparar os demonstrativos apresentados pela Recorrente, obtidos mediante intimação fiscal, com os valores informados no Dacon e DCTF, bem como considerando, também, o que se encontra em litígio no Mandado de Segurança MS n.º 2005.71.00.019507 0, a fiscalização constatou que se deixara de declarar em DCTF valores de PIS e de Cofins que incidiram sobre o faturamento. Afirma que o lançamento destinase a constituir os tributos correspondentes às diferenças entre os valores que deveriam ter sido apurados de acordo com a legislação vigente nos períodos de apuração a que se referem os autos e os valores calculados conforme a ação mandamental, os quais deveriam ter sido informados em DCTF com a exigibilidade suspensa por medida judicial. Constatandose, em análise preliminar, que houve, durante o procedimento fiscal, o desconto em duplicidade do PIS e da Cofins, provocouse a fiscalização para efetuar lançamento complementar. Impugnados os lançamentos, original e complementar, a instância a quo manteveos in totum. As suas razões a nosso sentir encontramse corretas. Vejamos. Preliminarmente, sustenta a Recorrente que houve um equívoco na apuração das bases de cálculo do PIS e da Cofins (aqui essa razão de defesa ataca impropriamente o mérito do lançamento), o que teria ocorrido por culpa dela própria, uma vez que fornecera à fiscalização planilha na qual constavam valores que não deveriam têlas integrado. Referese aos valores assim identificados: “Recuperação de encargos e despesas”, “Outras rendas operacionais”, “Lucros na alienação de valores e bens”, “Ganhos de capital”, “Rendas de aluguéis” e “Outras rendas não operacionais”. Passa a discorrer, então, sobre a natureza de cada qual e afirma não estarem relacionados a sua atividadefim. Ora, já ressaltou a instância a quo, o objeto do mandado de segurança impetrado pela Recorrente é amplo, pois se destina a suspender a incidência do PIS/Cofins sobre as receitas que não resultem da venda de mercadorias, da prestação de serviços ou da combinação de ambos (esse, o seu objeto). E não é só. Mais especificamente, é nesta ação mandamental que se discute se as receitas auferidas pelas instituições financeiras – as receitas derivadas da intermediação financeira que realizam – se enquadram ou não no conceito de faturamento, tanto que foi nos Recursos Extraordinários RE aviados pela União Federal e pelo Ministério Público Federal que o Supremo Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral desse tema (RE n.º 609.096/RS). Fl. 1010DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 12 Em sendo assim, toda a matéria está conferida à apreciação do Poder Judiciário, a quem compete decidila por último, consoante preconiza, em apreço ao princípio da unicidade da jurisdição, a Súmula CARF nº 1: “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial”. Se algumas das receitas auferidas pela Recorrente deveriam ou não compor as bases de cálculo do PIS/Cofins, isso será decido no bojo da ação mandamental e, assim, deverão ou não ser excluídas quando da execução do julgado. De igual modo, não procede a alegação de que o instrumento que deveria ter sido utilizado para constituir o crédito tributário é a notificação de lançamento, não, como no caso, o auto de infração. Isso porque a notificação de lançamento, que é expedida pelo órgão fazendário, também pode trazer a cominação de penalidades, a despeito de essa hipótese não estar expressamente mencionada no art. 11 do Decreto n.º 70.235, de 1972, o que não se afigura, portanto, exclusividade do auto de infração. Além do mais, a sua utilização se dá, de ordinário, quando as irregularidades são constatadas em procedimento interno de revisão das informações já coletadas pelo Fisco, o que na situação ora em julgamento não ocorreu. As preliminares, como se vê, devem ser rejeitadas. No mérito, a questão de fundo – o conceito de faturamento para as instituições financeiras – encontrase submetida à apreciação do Poder Judiciário, como já adiantamentos quando da análise da primeira preliminar. Resta apreciar, portanto, apenas a incidência de juros moratórios. A sua exigência, no entanto, além de estatuída em dispositivo legal plenamente vigente (art. 61, § 3º, da Lei n.º 9.430, 1996), independe do motivo que determinou a falta, conforme reza o art. 161 do CTN, excetuada a hipótese, não ocorrente no caso, de haver depósito do montante integral do tributo. Esse entendimento, consolidado neste Tribunal Administrativo, encontrase plasmado na Súmula CARF n.º 5: “São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral”. Por fim, não há acordar com o pleito de sobrestamento do presente processo administrativo. O que não se pode fazer é cobrar o crédito tributário objeto do lançamento, enquanto não findar, na esfera judicial, a discussão da matéria nele tratada. Ante o exposto, conheço em parte do recurso e, na parte conhecida, rejeito as preliminares de nulidade e, no mérito, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 1011DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 16327.721437/201280 Acórdão n.º 3202001.265 S3C2T2 Fl. 1006 13 Fl. 1012DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/09/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 11618.002621/2002-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 26 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/12/2001
COFINS. OUTRAS RECEITAS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE.
Tendo sido declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, deve ser excluída da incidência da Cofins as receitas não operacionais do contribuinte.
COFINS. COMPENSAÇÃO. VALORES PAGOS A MAIOR DO FINSOCIAL.
Deve ser afastada a exigência de crédito tributário, quando demonstrado que se referem a valores que foram corretamente compensados com créditos do Finsocial.
Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Numero da decisão: 3301-002.389
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Paulo Puiatti, Fábia Regina Freitas, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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OUTRAS RECEITAS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Tendo sido declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, deve ser excluída da incidência da Cofins as receitas não operacionais do contribuinte. COFINS. COMPENSAÇÃO. VALORES PAGOS A MAIOR DO FINSOCIAL. Deve ser afastada a exigência de crédito tributário, quando demonstrado que se referem a valores que foram corretamente compensados com créditos do Finsocial. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 8. 00 26 21 /2 00 2- 66 Fl. 426DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 11618.002621/200266 Acórdão n.º 3301002.389 S3C3T1 Fl. 427 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Paulo Puiatti, Fábia Regina Freitas, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal. Fl. 427DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 11618.002621/200266 Acórdão n.º 3301002.389 S3C3T1 Fl. 428 3 Relatório Por economia processual e por bem relatar os fatos até aquele momento adoto o relatório da decisão recorrida, abaixo transcrito: Contra a empresa acima qualificada foi lavrado o Auto de Infração de fls. 03 a 06 do presente processo, para exigência do crédito tributário referente aos períodos de fevereiro, março, maio a outubro e dezembro de 1999, janeiro a maio e julho a dezembro de 2000, janeiro a setembro, novembro e dezembro de 2001, adiante especificado: Valores em Reais COFINS 33.227,18 JUROS DE MORA 6.645,54 TOTAL DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 39.872,72 De acordo com o autuante, o referido Auto é decorrente da diferença apurada entre o valor escriturado e o declarado/pago da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, conforme descrito às fls. 04/06 e no Termo de Verificação e de Encerramento de Ação Fiscal de fls. 111/115. Inconformada com a autuação, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 118 e 119, à qual anexou cópias de DARF e de documentos judiciais às fls. 120 a 147, onde requer a insubsistência do referido Auto de Infração, por afirmar que a empresa recolheu a COFINS no período fiscalizado rigorosamente no prazo legal, com as deduções devidas, cumprindo determinação judicial a teor de processo nº 98.33173 da 1ª Vara Federal da Capital. Noutra hipótese, requer seja julgado totalmente improcedente o referido Auto de Infração, pelo que se atestam os DARF acostados. A defesa alega, ainda, em síntese, que: o procedimento administrativo está eivado de nulidade insanável, em face do processo de compensação existente, posto que as diferenças apontadas pela Fiscalização referemse ao processo de compensação determinado pela 1ª Vara Federal da Capital, processo nº 98.33173, classe 1000, Acórdão nº 13963/000 225/9420 do 1º Conselho de Contribuintes (sic); é de suma importância mencionar que o processo administrativo fiscal é independente, o levantamento da Fiscalização deveria vir acompanhado da respectiva prova e com os elementos indispensáveis à configuração da irregularidade apontada. O referido processo judicial era peça indispensável à comprovação da diferença de recolhimento levantada; os demonstrativos da fiscalização não fez qualquer menção à compensação procedida pela empresa impugnante nos comprovantes de pagamentos DARF, no período fiscalizado. Fl. 428DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 11618.002621/200266 Acórdão n.º 3301002.389 S3C3T1 Fl. 429 4 A 2ª Turma da DRJ/RecifePE, analisando as razões de defesa, não conheceu a impugnação em face de entender que houve identidade da matéria com a constante do processo judicial, concluindo que houve renúncia à esfera administrativa. Não concordando com referida decisão o contribuinte apresentou recurso voluntário, alegando tratarse de ação judicial relativa à inconstitucionalidade da cobrança da contribuição para o Finsocial em alíquota superior a 0,5%, declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Informa ainda que a sentença judicial lhe foi favorável e que transitou em julgado em 24/10/2005. Aduz que a decisão recorrida não observou a jurisprudência pacifica da matéria e que a sua pretensão "é ver reconhecido o seu direito de compensar as contribuições recolhidas indevidamente". Reproduz precedentes dos tribunais administrativos e judiciais em reforço à sua defesa e requer a conversão do julgamento em diligência para que seja cumprida a decisão judicial e reconhecido o direito à compensação realizada, afastando a exigência tributária constante dos presentes autos. O processo foi a julgamento pelo então Segundo Conselho de Contribuintes, que por meio da Resolução nº 20201.207, fls. 306/312, de 12/03/2008, converteu o julgamento em diligência, determinando as seguintes providências por parte da unidade administrativa de origem: 1. seja intimada a recorrente para que apresente demonstrativo da composição das bases de cálculo que utilizou; 2. sejam identificadas as origens das receitas que compõem a rubrica "outras receitas", informando a relação direta de cada uma com a atividade empresarial da recorrente; 3. seja verificada a realização da alegada compensação na escrita fiscal da recorrente em data anterior ao procedimento fiscal, nos períodos em que os débitos não foram declarados em sua totalidade, nos termos do art. 14 da IN SRF nº 21/97 (o que determinará o direito ou não às compensações nos períodos em que alegou haver realizado); 4. confirmação da suficiência do indébito apurado pela recorrente para extinguir os créditos tributários exigidos; 5. quaisquer outras informações decorrentes de fatos ou eventos posteriores ao lançamento que nele possam influenciar, a critério da fiscalização. Deverão ser elaborados demonstrativos e relatórios necessários à compreensão, pelo julgador, do procedimento fiscal adotado na diligência, bem como das conclusões a que chegou a fiscalização, viabilizando a formação da convicção necessária ao julgamento. De todos os atos praticados deverá ser dado ciência à recorrente para que, se quiser, manifestese no prazo legal. A Seção de Fiscalização da DRF/João PessoaPB, por meio do próprio Auditor Fiscal autuante, realizou a diligência solicitada, cujas conclusões estão no relatório de fls. 419/422. As respostas aos quesitos formulados estão abaixo transcritos: Fl. 429DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 11618.002621/200266 Acórdão n.º 3301002.389 S3C3T1 Fl. 430 5 QUESITO 1) seja intimada a recorrente para que apresente demonstrativo da composição das bases de cálculo que utilizou. RESPOSTA DO QUESITO: No item 1) do Termo de Ação Fiscal — Diligência encaminhado e cientificado pelo contribuinte em 19.02.2009 (fls. 308) solicitamos para que o mesmo elaborasse quadros demonstrativos onde constasse a composição da base de cálculo por ele utilizada para se determinar o valor do PIS e da COFINS. Respondendo ao que lhe fora solicitado, o contribuinte encaminhou os documentos de fls. 312 / 314, onde consta detalhado o valor da receita utilizada, o valor de outras receitas, o valor das devoluções, a base de cálculo encontrada para o PIS e a COFINS, que é a mesma, o valor da COFINS encontrado, o valor da COFINS compensada, o valor da COFINS paga, o valor do PIS compensado, o valor do PIS encontrado e o valor do PIS pago. QUESITO 2) sejam identificadas as origens das receitas que compõem a rubrica "outras receitas", informando a relação direta de cada uma com a atividade empresarial da recorrente. RESPOSTA DO QUESITO: Quando do atendimento ao Termo de Ação Fiscal — Diligência, o contribuinte afirmou que "os valores constantes na coluna 'Outras Receitas' referem se a Receitas Financeiras provenientes de desconto obtido na antecipação de pagamento de duplicatas de fornecedores". Analisando o Balancete constante no Livro Diário de 1997, constatamos que o contribuinte considerou como outras receitas o somatório entre Demais Receitas (não operacionais) e Rendimentos s/Aplicações Financeiras (fls. 347 / 360). Já com relação aos demais anos calendário, as Receitas Financeiras se referem aos Descontos Obtidos somado aos Juros Recebidos ou Creditados (fls. 361 / 410). QUESITO 3): seja verificada a realização da alegada compensação na escrita fiscal da recorrente em data anterior ao procedimento fiscal, nos períodos em que os débitos não foram declarados em sua totalidade, nos termos do art. 14 da IN N° 21/97 (o que determinará o direito ou não às compensações nos períodos em que alegou haver realizado); RESPOSTA DO QUESITO: Analisando, por amostragem, os livros apresentados, constatamos que não se encontram registradas as compensações realizadas pelo contribuinte. Cabe esclarecer, no entanto, que as compensações realizadas se encontram declaradas em DCTF, sendo o lançamento tributário que originou o auto de infração contestado oriundo de valores que não haviam sido declarados em DCTF, conforme determina a legislação fiscal em vigor. Esclarecemos, também, que as compensações consideradas, e que se encontram discriminadas às fls. 316 / 318, são objeto de decisão judicial, razão principal das mesmas terem sido consideradas quando da apuração do crédito tributário, sem que para isso tenhamos adotado procedimentos técnicos complementares. QUESITO 4): confirmação da suficiência do indébito apurado pela recorrente para extinguir os créditos tributários exigidos; RESPOSTA DO QUESITO: Fl. 430DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 11618.002621/200266 Acórdão n.º 3301002.389 S3C3T1 Fl. 431 6 Quando da realização do procedimento de fiscalização não analisamos a situação do contribuinte no que diz respeito aos indébitos, uma vez que eles estavam atrelados a uma decisão judicial. O despacho decisório prolatado pelo Delegado da Receita Federal do Brasil em João PessoaPB (fls. 335) reconhece o direito de crédito do contribuinte interessado, decorrente de decisão judicial transitada em julgado. Seqüencialmente, homologa a compensação efetuada unilateralmente pelo contribuinte utilizando os créditos reconhecidos, extinguindo os créditos tributários da COFINS declarados em DCTF. QUESITO 5): quaisquer outras informações decorrentes de fatos ou eventos posteriores ao lançamento que nele possam influenciar, a critério da fiscalização. RESPOSTA DO QUESITO: Apenas no sentido de tentar melhor esclarecer o procedimento realizado, lembro que toda a base de apuração do crédito tributário que originou o auto de infração contestado, pode ser visualizado nas planilhas de fls. 62 / 67 (papéis de fiscalização), onde está claro que a origem do lançamento decorre das diferenças apuradas pela fiscalização. Nele se encontram os valores declarados em DCTF, nas quais o contribuinte considera as compensações efetuadas por decisão judicial. Essas compensações na realidade se referem a indébitos existentes em favor do contribuinte, uma vez que o mesmo havia procedido a recolhimentos do então FINSOCIAL, cujos valores foram reconhecidos e homologados pela autoridade administrativa jurisdicionante do contribuinte, em atendimento a decisão judicial transitada em julgado. É o relatório. Fl. 431DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 11618.002621/200266 Acórdão n.º 3301002.389 S3C3T1 Fl. 432 7 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. A principal motivação que levou a então Segundo Conselho de Contribuinte a solicitar a realização da diligência foi a suspeita de que as diferenças resultantes do lançamento referiamse à inclusão das receitas não operacionais na base de cálculo da Cofins. De fato, tanto pela análise das planilhas, quanto pela análises dos balancetes, confirmase que foram incluídas receitas não operacionais na base de cálculo da Cofins. Assim considerando que o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 foi declarado inconstitucional pelo STF no Recurso Extraordinário 585.2351 MG, efetivamente no novo cálculo do valor devido da Cofins, devem ser consideradas somente as receitas operacionais. A DRJ não conheceu da impugnação por entender que havia concomitância do presente processo com a ação judicial, processo nº 98.33173, concluindo que houve renúncia à discussão no âmbito administrativo. Porém não concordo com esta decisão. O objeto do presente processo é o auto de infração que cobra diferenças apuradas da Cofins, o que inclui a análise da composição de sua base de cálculo mensal, dos valores compensados, dos valores recolhidos, etc. No processo judicial discutese a possibilidade de compensação de valores pagos a maior do Finsocial com a Cofins, ou seja, não há qualquer discussão judicial a respeito da composição das bases de cálculo mensais da Cofins. Portanto entendo nula a decisão recorrida, pois deveria entrar no mérito do lançamento tributário, para aferir a sua legalidade ante os argumentos apresentados pelo contribuinte em sua impugnação. Assim seria o caso de declarar a nulidade da decisão recorrida, retornando os autos àquela instância para a análise do mérito do lançamento. Porém, nos termos do § 3º do art. 59 do Decreto nº 70.235/72, abaixo transcrito, deixo de pronunciar a nulidade, pois na minha avaliação a análise de mérito do presente processo favorece o contribuinte. Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. (...) § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. Fl. 432DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 11618.002621/200266 Acórdão n.º 3301002.389 S3C3T1 Fl. 433 8 Quanto ao mérito o processo é bem rico em elementos que permitem a composição exata da base de cálculo da Cofins em cada período de apuração objeto do lançamento. Neste sentido elaborei a planilha de fls. 424/425, ora juntada ao presente processo e que servirá para uma análise definitiva que resultará no cancelamento do presente lançamento. Como pode ser visto, na citada planilha já foram retirados os valores que referem se ás receitas não operacionais. Foram utilizados os valores das bases de cálculo retirados dos balancetes e que conferem 100% com as planilhas elaboradas pela fiscalização. Não há controvérsia destes valores entre contribuinte e fiscalização – a única que existia era a inclusão das receitas não operacionais na base de cálculo da apuração da Cofins devida o que de fato na época do lançamento era uma exigência legal. Observase na planilha, que os valores apurados da Cofins devida foram totalmente compensadas e pagas, não havendo diferenças a serem exigidas do contribuinte. As compensações foram efetuadas por meio dos DARF mensais em que foram recolhidos pequenos valores da contribuição. Estas compensações estão confirmadas também pelo demonstrativo “Listagem de Débitos/Saldos Remanescentes” constantes das fls. 323/325 que foi utilizado pela DRF/João Pessoa na elaboração do Despacho Decisório de fl. 342, o qual homologou a compensação unilateral efetuada pelo contribuinte, nos limites do crédito reconhecido. Embora o relatório da diligência não tenha sido conclusivo, ele forneceu elementos que vão ao encontro da presente conclusão. Assim, diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, cancelando integralmente a exigência constante do presente processo. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 433DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
score : 1.0
Numero do processo: 13896.903099/2009-54
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003
REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO NO CARF.
As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. AUSÊNCIA DE ANÁLISE DAS PROVAS. PREJUDICIALIDADE SUPERADA. NOVA DECISÃO.
Uma vez superada a questão considerada prejudicial à análise do material probatório produzido na primeira instância, deve a Delegacia de Julgamento enfrentar o mérito, sem prejuízo da realização de eventuais diligências que se mostrarem à apuração efetiva do direito creditório.
Numero da decisão: 3803-006.300
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para determinar o encaminhamento dos autos à DRJ Campinas/SP, para fins de julgamento, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues e Samuel Luiz Manzotti Riemma.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO NO CARF. As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. AUSÊNCIA DE ANÁLISE DAS PROVAS. PREJUDICIALIDADE SUPERADA. NOVA DECISÃO. Uma vez superada a questão considerada prejudicial à análise do material probatório produzido na primeira instância, deve a Delegacia de Julgamento enfrentar o mérito, sem prejuízo da realização de eventuais diligências que se mostrarem à apuração efetiva do direito creditório.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 FATURAMENTO. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. De acordo com decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (STF), submetida à regra da repercussão geral, é inconstitucional o alargamento da base de cálculo promovido pelo § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1999, no sentido de tributar outras receitas auferidas pelo sujeito passivo que extrapolam o conceito de faturamento ou receita bruta. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO NO CARF. As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. AUSÊNCIA DE ANÁLISE DAS PROVAS. PREJUDICIALIDADE SUPERADA. NOVA DECISÃO. Uma vez superada a questão considerada prejudicial à análise do material probatório produzido na primeira instância, deve a Delegacia de Julgamento enfrentar o mérito, sem prejuízo da realização de eventuais diligências que se mostrarem à apuração efetiva do direito creditório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 30 99 /2 00 9- 54 Fl. 82DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13896.903099/200954 Acórdão n.º 3803006.300 S3TE03 Fl. 83 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para determinar o encaminhamento dos autos à DRJ Campinas/SP, para fins de julgamento, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues e Samuel Luiz Manzotti Riemma. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em contraposição à decisão da DRJ Campinas/SP que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade manejada em decorrência da não homologação da compensação declarada, no valor de R$ 34.534,57, pelo fato de que o pagamento informado já havia sido integralmente utilizado na quitação de débitos do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte arguiu que o indébito decorrera do alargamento da base de cálculo da contribuição promovido pelo § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1999, considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório, de planilhas por ele elaboradas, do DARF e de parte do livro Razão Geral. O acórdão da DRJ Campinas/SP, em que não se reconheceu o direito creditório, foi ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 PIS/COFINS. BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718, DE 1998, ART. 3º, § 1º. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. CONTROLE DIFUSO. EFEITOS INTER PARTES. A decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de recurso extraordinário, que reconheceu a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, surte efeitos jurídicos apenas entre as partes envolvidas no processo, nos termos do art. 472 do Código de Processo Civil CPC (Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973), eis que proferida em sede de controle difuso de constitucionalidade, não Fl. 83DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13896.903099/200954 Acórdão n.º 3803006.300 S3TE03 Fl. 84 3 produzindo efeitos erga omnes, não podendo beneficiar ou prejudicar terceiros. Pagamento Indevido ou a Maior. Recolhimento vinculado a débito Confessado. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integralmente alocado para a quitação de débitos confessados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Destacou o julgador de piso que, uma vez não acolhidas as razões de direito do contribuinte, perderam a finalidade os elementos de prova trazidos aos autos. Cientificado da decisão em 7 de dezembro de 2012, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 4 de janeiro de 2013 e requereu o reconhecimento do direito à compensação, arguindo que, em razão da inconstitucionalidade declarada pelo STF em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral, relativamente ao alargamento da base de cálculo da contribuição promovido pela Lei nº 9.718, de 1998, este Colegiado encontravase obrigado a reproduzir tal entendimento, dada a regra do art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF. É o Relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Conforme acima relatado, controvertese nos autos acerca de Declaração de Compensação não homologada que, segundo o Recorrente, amparase em valor recolhido a maior da contribuição, apurada que fora sobre receitas que extrapolam o conceito de faturamento, com fundamento na inconstitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral, do alargamento da base de cálculo promovido pelo art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. De início, devese registrar que a decisão da DRJ Campinas/SP encontrase em conformidade com a legislação processual então vigente, uma vez que sua prolação se dera em 9 de outubro de 2012, data essa anterior à alteração do art. 19, inciso IV, e § 5º, da Lei nº 10.522, de 2002, promovida pelo art. 21 da Lei nº 12.844, de 2013, cuja vigência se deu a partir de 19 de julho de 2013. Tal alteração legislativa se refere à determinação dirigida às unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil de reproduzirem em suas decisões o entendimento adotado em decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na Fl. 84DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13896.903099/200954 Acórdão n.º 3803006.300 S3TE03 Fl. 85 4 sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil (repercussão geral), após manifestação da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional. Anteriormente a essa alteração da lei, a disciplina da matéria restringiase ao art. 62A do Regulamento do CARF, aplicável apenas a este órgão colegiado, e ao contido no art. 26A, § 6º, inciso I, do Decreto nº 70.235, de 1972, que excetuava a hipótese de inconstitucionalidade declarada por decisão plenária do STF da vedação dirigida aos órgãos de julgamento administrativos relativa à impossibilidade de afastamento da aplicação de tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade,. Notese que essa exceção contida no § 6º, inciso I, do art. 26A do Decreto nº 70.235, de 1972, não obrigava o julgador administrativo a reproduzir o teor da decisão plenária do STF, tratandose de hipótese de permissão autorizada de adoção do entendimento da Corte Constitucional. Feitas essas considerações, passase à análise do fundamento legal da declaração de compensação. A inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da contribuição, para além do faturamento, operado pela Lei nº 9.718, de 1998, foi objeto de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) 1, em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral (art. 543B do Código de Processo Civil CPC), cujo teor deve ser, obrigatoriamente, observado por este Colegiado, por força do contido no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF. A Lei n° 9.718, decorrente da conversão da Medida Provisória nº 1.724, de 29 de outubro de 1998, foi publicada em novembro de 1998, quando vigia a redação original do art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, em que se previa apenas o faturamento como hipótese de incidência da contribuição social, não constando a possibilidade de alcançar outras receitas auferidas pela pessoa jurídica, o que veio a ocorrer somente em dezembro do mesmo ano por meio da Emenda Constitucional n° 20. De acordo com o entendimento do STF2, o alargamento posterior da base de cálculo das contribuições de “faturamento” para “receita e faturamento”, operada por meio da Emenda Constitucional n° 20/1998, não teve o condão de convalidar legislação anterior que previa a incidência da Cofins e da Contribuição para o PIS sobre a totalidade das receitas da pessoa jurídica. Não se pode olvidar que o termo faturamento referese ao somatório das receitas decorrentes de vendas de mercadorias ou serviços, conforme se depreende do contido no art. 2° da Lei Complementar n° 70, de 1970, in verbis: Art. 2° A contribuição de que trata o artigo anterior será de dois por cento e incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de 1 Em 27 de novembro de 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no âmbito do Recurso Extraordinário nº 585.235, cujo mérito da repercussão geral foi julgado em 10 de setembro de 2008, pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo do PIS e da Cofins prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, cujo teor passou, desde então, a vincular os demais órgãos judiciais e o CARF. 2 REs nº 585.235, 346.084, 357.950, 358.273, 390.840, dentre outros. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13896.903099/200954 Acórdão n.º 3803006.300 S3TE03 Fl. 86 5 mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. (grifei) Parágrafo único. Não integra a receita de que trata este artigo, para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição, o valor: a) do imposto sobre produtos industrializados, quando destacado em separado no documento fiscal; b) das vendas canceladas, das devolvidas e dos descontos a qualquer título concedidos incondicionalmente. O fato de o Supremo Tribunal Federal ter considerado o conceito de faturamento equivalente ao de “receita bruta” não pode ser interpretado como dilatação autorizada do alcance de tais institutos, pois o termo “receita bruta” foi considerado como coincidente com o de faturamento, ou seja, a totalidade das receitas provenientes da venda de mercadorias e serviços. A possibilidade de se tributarem outras receitas somente passou a vigorar após a vigência da Emenda Constitucional n° 20, de 1998, quando se incluiu, dentre as hipóteses de fatos geradores das contribuições sociais, a “receita” genericamente considerada. Dessa forma, por força do contido no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, que estipula que as decisões definitivas do STF proferidas na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento de recursos no âmbito do CARF, concluise pelo direito do contribuinte à compensação de indébitos decorrentes de recolhimentos a maior da contribuição apurada sobre as receitas não abrangidas pelo conceito de faturamento, restando verificar, nos autos, a existência inequívoca de prova do indébito reclamado. Desde a Manifestação de Inconformidade, o Recorrente já havia trazido aos autos cópia de parte do livro Razão Geral, relativa ao período sob comento, em que se encontram identificadas inúmeras contas, dentre elas algumas relativas a receitas financeiras, que vêm a ser a receita correspondente ao alegado alargamento da base de cálculo da contribuição. Referido livro restou não analisado pela Delegacia de Julgamento, em razão do fato de que, uma vez não acolhidas as razões de direito do contribuinte, teriam perdido a finalidade os elementos de prova então trazidos aos autos. No entanto, uma vez superada nesta instância a questão então considerada prejudicial, deve a Delegacia de Julgamento, em respeito ao princípio do duplo grau de jurisdição, enfrentar o mérito relativo ao eventual recolhimento a maior da contribuição decorrente do alargamento da base de cálculo, cuja inconstitucionalidade declarada pelo STF ora é reproduzida neste voto. Nesse contexto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, para determinar à DRJ Campinas/SP que, uma vez superada a questão prejudicial relativa à inconstitucionalidade da exação, se analisem as provas então carreadas aos autos e se enfrente o mérito da presente controvérsia, observandose o teor do presente voto, sem prejuízo da realização de eventuais diligências que se mostrarem necessárias à efetiva apuração do direito Fl. 86DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13896.903099/200954 Acórdão n.º 3803006.300 S3TE03 Fl. 87 6 creditório, tendo por base a escrituração contábilfiscal do sujeito passivo, bem como os documentos fiscais que a lastreiam. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 87DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por HELCIO LAFETA REIS
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Numero do processo: 10768.007012/2003-06
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Exercício: 2003
COMPENSAÇÃO. DATA DO ENCONTRO DE CONTAS. CRÉDITO OBJETO DE AÇÃO JUDICIAL. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
Na situação em que o direito à compensação, nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, foi outorgado à interessada em sede de antecipação de tutela, concedida pelo Poder Judiciário, e que tal provimento não veio a ser alterado até o trânsito em julgado da referida ação, favoravelmente ao pedido inicial, a compensação declarada, amparada pela antecipação de tutela, deve ser considerada na data de seu protocolo na repartição fazendária.
Numero da decisão: 1302-001.466
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. Ausente momentaneamente o Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo.
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Junior - Presidente
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior.
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Exercício: 2003 COMPENSAÇÃO. DATA DO ENCONTRO DE CONTAS. CRÉDITO OBJETO DE AÇÃO JUDICIAL. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. Na situação em que o direito à compensação, nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, foi outorgado à interessada em sede de antecipação de tutela, concedida pelo Poder Judiciário, e que tal provimento não veio a ser alterado até o trânsito em julgado da referida ação, favoravelmente ao pedido inicial, a compensação declarada, amparada pela antecipação de tutela, deve ser considerada na data de seu protocolo na repartição fazendária.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. Ausente momentaneamente o Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior - Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Exercício: 2003 COMPENSAÇÃO. DATA DO ENCONTRO DE CONTAS. CRÉDITO OBJETO DE AÇÃO JUDICIAL. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. Na situação em que o direito à compensação, nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, foi outorgado à interessada em sede de antecipação de tutela, concedida pelo Poder Judiciário, e que tal provimento não veio a ser alterado até o trânsito em julgado da referida ação, favoravelmente ao pedido inicial, a compensação declarada, amparada pela antecipação de tutela, deve ser considerada na data de seu protocolo na repartição fazendária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. Ausente momentaneamente o Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 76 8. 00 70 12 /2 00 3- 06 Fl. 455DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.007012/200306 Acórdão n.º 1302001.466 S1C3T2 Fl. 456 2 Relatório LOJAS AMERICANAS S.A., já devidamente qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I / RJ, que indeferiu os pedidos veiculados através de manifestação de inconformidade apresentada contra a decisão da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária no Rio de Janeiro DERAT. Tratase de compensação efetuada pela interessada acima identificada, conforme declarações de compensação (DComp) de fis. 01/02 e as que constam dos processos administrativos n.° 10768.010381/200378, 10768.011481/200311, 10768.012383/200300 e 10768.006179/200341, todos anexados ao presente. A pretensão é a extinção de dois débitos: o primeiro de contribuição para o financiamento da seguridade social (Cofins), no valor de R$ 20.050.000,00 e referente aos meses de junho, julho, setembro, outubro e novembro de 2003; o segundo de contribuição para o programa de integração social (PIS), no valor de R$ 1.006.189,63, relativo aos períodos de apuração junho e julho de 2003. O crédito alegado é de R$ 203.124.963,93 e decorre de decisão judicial em que foi pleiteado o reconhecimento do direito creditório oriundo de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa de contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), referentes ao período de 1995 a 2002. Conforme o Parecer Conclusivo n° 247/07 de fls. 141/146, aprovado pelo Despacho Decisório de fls. 147, a autoridade administrativa não tomou conhecimento da DComp, em razão do trânsito em julgado (14/10/2005) da decisão judicial que concedeu o direito creditório ter ocorrido após a protocolização do presente (15/08/2003) e dos demais processos que formalizaram as compensações. Tal posição foi fundada no princípio da legalidade, ante os seguintes dispositivos: art. 50 da IN SRF n.° 600/05, art. 74 da Lei n.° 9.430/96 e art. 170 e 170A do Código Tributário Nacional (CTN). Entendeu, ainda, o auditor parecerista que a DComp em questão, embora apresentada por meio do formulário aprovado pelo art. 44 da IN n.° 210/02, nem sequer configurava uma declaração de compensação nos termos em que preconiza o art. 37 da mesma instrução normativa. Por esta razão o nobre parecerista concluiu que a interessada não faria jus aos recursos administrativos previstos nos §§ 9º e 10 da Lei n.° 9.430/96, mas somente àquele de que trata o art. 56 da Lei n.° 9.784/99. Inconformada com a decisão supracitada, da qual tomou ciência em 10/01/2008 (fls. 152), a interessada interpôs em 01/02/2008, a manifestação de inconformidade de fls. 260/272. Recebido o recurso, a Divisão de Orientação e Análise Tributária da Delegacia de Administração Tributária (Diort/Derat/RJ), considerando o que dispôs o parecer conclusivo, encaminhou o processo à Divisão de Tributação da Superintendência da Receita Federal do Brasil da 7ª Região Fiscal (Disit/SRRF/7ªRF) para recebimento da peça de bloqueio como o recurso stricto sensu cabível nos processos administrativos no âmbito da Administração Pública Federal, previsto no já referido art. 56 da Lei n.° 9.784/99. Em seu despacho de fls. 342/343, a Disit/SRRF/7ªRF informou que o instituto da compensação não declarada foi criado pela Lei n.° 11.051/04 e que, por isso, Fl. 456DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.007012/200306 Acórdão n.º 1302001.466 S1C3T2 Fl. 457 3 apenas as compensações apresentadas à Fazenda após o advento deste diploma legal podem ser assim consideradas. Ponderou então, que (i) sendo sua competência a análise dos recursos que em matéria tributária seguem o rito da Lei n.° 9.784/99 e (ii) não sendo o caso presente hipótese de afastamento do rito especial do processo administrativo fiscal de que trata o Decreto nº 70.235/72, a competência para apreciação do recurso apresentado seria da Delegacia de Julgamento (DRJ). Encaminhou, então, o processo para a DRJ/RJO II. A DRJ/RJO II, referindose à Portaria RFB n° 10.238/07, declarouse incompetente para o caso (fls. 344) e devolveu o processo para a Disit/SRRF/7ªRF, que o encaminhou à Diort. Esta, em novo despacho de fls. 354, direcionou os autos à DRJ/RJO I. Em sua manifestação de inconformidade, a interessada alega, em síntese: · que declarou a compensação com base em decisão judicial que, tendo deferido a antecipação da tutela requerida, restou incólume até o “trânsito em julgado do processo” (sic), que se operou em sede de recurso especial da Fazenda Nacional, cujo provimento foi negado pela 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ); · que sua compensação restaria prejudicada somente se o resultado final do processo judicial tivesse sido contrário à decisão antecipatória; · que a decisão administrativa que não homologou a compensação se deu em data posterior ao trânsito em julgado da decisão judicial; · que a Administração Pública tem o dever de cumprir ordens emanadas do Poder Judiciário; e · que a incidência da taxa Selic sobre eventuais saldos que lhe sejam cobrados é inconstitucional. Culmina a peça recursal com pedidos cumulados para: (i) o acolhimento da manifestação de inconformidade; (ii) a homologação da compensação; e (iii) o afastamento da taxa Selic. A 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I / RJ analisou a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte e, mediante o Acórdão nº 1222.750, de 05/02/2009 (fls. 420/429), deferiu a solicitação e homologou a compensação, conforme ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2002 CRÉDITO ORIUNDO DE DECISÃO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Ocorrendo o trânsito em julgado de decisão judicial que confira direito creditório ao contribuinte, referente a crédito antes informado em declaração de compensação, considerase sanado o vício formal e, portanto válida a declaração e homologada compensação nesta apresentada. Fl. 457DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.007012/200306 Acórdão n.º 1302001.466 S1C3T2 Fl. 458 4 A Unidade da Receita Federal do Brasil encarregada do cumprimento do acórdão teve dúvidas e pediu esclarecimentos ao órgão julgador de primeira instância mediante o despacho de fls. 430/432. Especialmente, solicitou: i) a especificação do direito creditório a ser utilizado da compensação; ii) sendo o caso, atualização do sistema SAPLI; e iii) esclarecimento dos efeitos do saneamento do vício e indicação das datas a serem utilizadas na compensação. O processo retornou à 6ª Turma da DRJ Rio de Janeiro – I / RJ, sendo o despacho acima referido recebido como se embargos declaratórios fossem (art. 535 do CPC). A Turma Julgadora proferiu, então, em 28/04/2009, novo acórdão, que recebeu o nº 1224.186 (fls. 433/437), rejeitando os embargos. Por relevante, transcrevo a seguir excerto do voto condutor, à fl. 436: [...] tais providencias devem ser tomadas quando da operacionalização das compensações, que, digase, deve tomar como termo inicial a data em que o vício formal foi sanado, qual seja, a do trânsito em julgado da ação judicial. A interessada tomou ciência de ambos os acórdãos acima mencionados em 24/06/2009, conforme documento de fl. 439. Muito embora a compensação declarada tenha sido homologada, a contribuinte considerou que uma parte da decisão lhe teria sido desfavorável. Inconformada, apresentou recurso voluntário em 22/07/2009 (registro de recepção à fl. 444, razões de recurso às fls. 445/452), mediante o qual oferece, em apertada síntese, os seguintes argumentos: Após historiar os fatos, por sua ótica, a interessada esclarece que “[...] é objeto deste recurso tão somente determinar se o termo inicial para operacionalização da compensação é a data de seu efetivo protocolo, que foi efetivado mediante concessão de antecipação dos efeitos da tutela, ou se da data do trânsito em julgado de ação judicial que reconheceu a natureza jurídica dos créditos já pertencentes à recorrente”. A recorrente sustenta que o Acórdão nº 1222.750 teria reconhecido, na situação sob análise, a inaplicabilidade do art. 170A do CTN. Entretanto, o mesmo acórdão teria entendido que a suposta inobservância ao art. 170A consistiria em “vício formal ou procedimental”, o qual teria sido sanado com o trânsito em julgado da ação judicial, em favor da interessada. Segundo a recorrente, não haveria qualquer vício formal a ser sanado, diante da reconhecida inaplicabilidade do art. 170A. Aduz que teria efetuado as compensações com base em decisão judicial de caráter e efeitos imediatos (antecipação de tutela), que teria permanecido inalterada até o trânsito em julgado da ação, descabendo falar de vício formal. Colaciona jurisprudência do CARF acerca de admissibilidade de compensação por ordem judicial, ainda que antes do trânsito em julgado. Acrescenta que a compensação deve extinguir o crédito tributário na data de sua apresentação (declaração), aplicandose a legislação vigente nessa data e não normas posteriores. Fl. 458DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.007012/200306 Acórdão n.º 1302001.466 S1C3T2 Fl. 459 5 Conclui com o pedido de provimento de seu recurso “para reformar parte do Acórdão recorrido, reconhecendo que a extinção do crédito tributário pela compensação efetuada nestes autos ocorreu no momento de sua declaração, autorizada por tutela concedida em sentença, a qual reconheceu a natureza jurídica dos seus créditos e não na data do trânsito em julgado”. É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. Cumpre, inicialmente, delimitar o escopo do presente julgamento. Verificase que a decisão a quo foi no sentido de homologar a compensação declarada pela interessada. Por falta de previsão legal, descabe recurso de ofício e, ordinariamente, também seria descabido o recurso voluntário, por falta de interesse da parte em recorrer contra uma decisão que lhe foi favorável. No entanto, no caso concreto, embora homologada a compensação declarada pelo sujeito passivo, houve um aspecto da decisão contra o qual se insurge a interessada, por considerálo desfavorável. Assim, é unicamente esse aspecto que será aqui objeto de julgamento: qual deve ser a data do encontro de contas entre o crédito do sujeito passivo e seus débitos para com a Fazenda Nacional: se a data do trânsito em julgado do processo judicial (como entendeu a decisão recorrida) ou a data de apresentação da declaração de compensação (como pretende a recorrente). Compulsando os autos, constato o que segue: 1) Em 13/03/2002, a interessada ajuizou a Ação Ordinária nº 2002.51.01.0039930 com pedido de tutela antecipada, perante a 18ª Vara Federal no Rio de Janeiro, em face da União Federal (Fazenda Nacional), objetivando, entre outros, o reconhecimento do direito da autora de efetuar a compensação de créditos fiscais decorrentes de prejuízos fiscais do IRPJ e de bases negativas da CSLL com débitos de sua responsabilidade, nos termos do art. 74 da Lei n° 9.430/96. Cópia da Inicial às fls. 54/95. 2) Em 04/07/2003 foi concedida tutela antecipada na própria sentença (fls. 19/53) que julgou procedente o pedido da interessada. Verbis (fl. 50): CONCEDO a tutela antecipada nos moldes requeridos e JULGO PROCEDENTE o pedido para, reconhecer o direito da Autora em compensar com outros tributos sob a administração da Secretaria da Receita Federal, eventuais créditos decorrentes de prejuízo fiscal (IRPJ) e ou base de cálculo negativa (CSLL) acumulados e registrados desde janeiro de 1995, nos moldes da lei n.9.430/96 (art.74) e, com a incidência da taxa do Sistema de Liquidação e Custódia — SELIC, com base na Lei 9.250/95 (art.39), resguardada a competência do Fisco para homologar as referidas compensações e extinguir o crédito tributário. Fl. 459DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.007012/200306 Acórdão n.º 1302001.466 S1C3T2 Fl. 460 6 3) Em 16/08/2003 a interessada protocolizou a Declaração de Compensação de fl. 07 e segs. O total do direito creditório alegado é de R$ 203.124.963,93, correspondente ao prejuízo fiscal (IRPJ) e base de cálculo negativa (CSLL) dos períodos de apuração 1995 a 2002, referindose ao processo judicial nº 2002.51.01.0039930 (fls. 7/8). As demais Declarações de Compensação atinentes ao mesmo crédito, e que integram os processos em anexo, são de datas posteriores. 4) O acórdão proferido pelo TRF da 2ª Região (fls. 386/395) negou provimento ao apelo da Fazenda Nacional e à remessa necessária em 16/12/2003. 5) Os Embargos Declaratórios propostos pela Fazenda Nacional foram rejeitados pelo TRF da 2ª Região em 16/03/2004 (fls. 159/162). 6) O Recurso Especial da Fazenda Nacional foi admitido pelo TRF da 2ª Região em 30/09/2004 (fls. 163/164) e rejeitado pelo STJ em 16/08/2005 (fls. 165/171). O Acórdão do STJ transitou em julgado em 14/10/2005 (fl. 174). Tratase, a meu ver, do simples cumprimento de decisão judicial. No momento da apresentação da Declaração de Compensação, o contribuinte estava amparado por antecipação de tutela, concedida pelo Poder Judiciário, a qual permitia a ele a compensação nos moldes do art. 74 da Lei nº 9.430/1996. Qualquer questionamento quanto a essa decisão somente poderia ser feita no âmbito do Judiciário. Sob esse aspecto, a compensação declarada não poderia ser obstada ao argumento de que estaria a contrariar as disposições do art. 170A do CTN, visto que havia determinação judicial que não levou em conta (ou considerou inaplicável) aquele dispositivo. Ademais, não encontro nos autos qualquer decisão judicial, posterior à sentença de fls. 19/53, que tenha sido desfavorável à interessada ou que, de algum modo, tenha cassado a antecipação de tutela então concedida ou revertido seus efeitos. Em assim sendo, tenho por certo que seus efeitos persistiram até o trânsito em julgado da Ação Ordinária nº 2002.51.01.0039930. Como consequência, a Declaração de Compensação apresentada em 16/08/2003 deve ser processada considerandose a data de seu protocolo, e não a data do trânsito em julgado da ação judicial. Não vislumbro qualquer “vício procedimental ou formal” a necessitar de saneamento, pois o procedimento do contribuinte, embora não atendesse ao art. 170A do CTN, estava resguardado por provimento jurisdicional de caráter cautelar. Ao transitar em julgado a ação judicial, confirmouse o direito da interessada ali pleiteado. Tal fato, repito, não implica saneamento de algum vício, posto que em nenhum momento o direito de compensar esteve desamparado. Por relevante, repiso que o presente julgamento não faz qualquer apreciação acerca do montante do direito creditório alegado pela interessada, até mesmo porque esse aspecto não faz parte do recurso voluntário. Por todo o exposto, voto pelo provimento do recurso voluntário interposto, para reconhecer que, no caso examinado, as datas a serem consideradas para as compensações declaradas devem ser as datas dos respectivos protocolos junto à repartição fazendária. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 460DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10768.007012/200306 Acórdão n.º 1302001.466 S1C3T2 Fl. 461 7 Fl. 461DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Numero do processo: 10840.903628/2011-91
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2002
COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE.
Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberando-se, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixa-se de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF.
ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL
Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte.
Numero da decisão: 3801-003.776
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberando-se, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixa-se de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF. ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberandose, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixase de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF. ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS. QUESTÃO CONSTITUCIONAL Súmula nº 2 do CARF. Não é competência do CARF se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Conhecido em parte e na parte conhecida dado Provimento em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial no sentido de reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 90 36 28 /2 01 1- 91 Fl. 159DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.903628/201191 Acórdão n.º 3801003.776 S3TE01 Fl. 160 2 Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente). Fl. 160DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.903628/201191 Acórdão n.º 3801003.776 S3TE01 Fl. 161 3 Relatório Tratase de pedido de compensação por intermédio do qual a contribuinte pretende compensar débitos de sua responsabilidade com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de PIS/COFINS. Preliminarmente a Recorrente foi intimada a esclarecer os valores mensais consignados a título de Faturamento/Receita Bruta em sua DIPJ retificadora, tendo em vista que o valor dessa rubrica foi sistematicamente reduzido nas suas DIPJ retificadoras dos anos calendário de 2001 e 2002. A interessada, em cumprimento ao despacho apresentou demonstrativo de fls. informando que a alteração se deu em decorrência da existência de valores excluídos da base referentes a comissões, descontos obtidos, juros recebidos, receitas financeiras e variação monetária ativa, apresentando na manifestação de Inconformidade e no Recurso Voluntário cópia parcial do livro razão e do Registro de Apuração do ICMS. Por despacho decisório, foi reconhecido em parte direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, homologada parcialmente a compensação declarada. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade informando que seu crédito decorre do pagamento a maior de receitas financeiras que devem ser excluídas da base de cálculo das contribuições e da indevida inclusão do ICMS na base de cálculo das mesmas. A DRJ de Ribeirão Preto julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTAŔIO Anocalendário: 2002 CONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ALCANCE. A decisão do Supremo Tribunal Federal, prolatada em Recurso Extraordinário, não possui efeito erga omnes. CONSTITUCIONALIDADE. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA REGIMENTAL. A instancia administrativa não possui competência regimental para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. COMPETÊNCIA DAS DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.903628/201191 Acórdão n.º 3801003.776 S3TE01 Fl. 162 4 A competência das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) para reexame de decisões sobre pedidos de restituição e compensação, em sede recursal administrativa, limitase à matéria objeto do pedido, que tenha sido apreciada pela autoridade a quo competente, e sobre a qual se estabeleça litígio. DCOMP. CRÉDITO. INDEFERIMENTO. Pendente, nos autos, a comprovação do crédito indicado na declaração de compensação formalizada, impõese o seu indeferimento. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório não Reconhecido Apresenta a Recorrente Recurso Voluntário no qual alega em síntese que: a) é INADMISSÍVEL a inclusão de receitas financeiras na base de cálculo da COFINS/PIS, haja vista que, por força da interpretação estabelecida tanto pelo Supremo Tribunal Federal como pelo Superior Tribunal de Justiça à Lei Federal n° 9.718, de 1998, APENAS o faturamento (resultado da venda de mercadorias e serviços) poderá ser objeto de incidência daquela exação, EXCLUÍDAS, assim, as receitas financeiras e outras receitas, que não se encaixam nesse conceito; b) é correta a exclusão de valores de ICMS da base de cálculo da COFINS, eis que não se trata de faturamento ou sequer receita da pessoa jurídica, mas simples ingresso pertencente a terceiros (no caso, o Estado de São Paulo) que circula no caixa da empresa, mas para ela representa ônus. É o que importa relatar. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.903628/201191 Acórdão n.º 3801003.776 S3TE01 Fl. 163 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, relator. O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Conforme apontado são dois os pontos em exame no presente processo, o um a inclusão na base de cálculo das contribuições cumulativas para o PIS e para a COFINS das receitas financeiras da pessoa jurídica; e, o dois a possibilidade de se excluir da respectiva base de cálculo o ICMS. Em prelação ao primeiro ponto, como se sabe, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF) julgou indevida ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS pelo § 1º do art. 3º da Lei n.º 9.718/1998 no julgamento dos Recursos Extraordinários n.ºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390840/MG, Relator Ministro Marco Aurélio, conforme ementa abaixo colacionada: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. Destacase, nesse aspecto, que a matéria foi reconhecida como de “Repercussão Geral” e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, conforme decisão proferida no RE 585.235, abaixo colacionado: Decisão: O Tribunal, por unanimidade, resolveu questão de ordem no sentido de reconhecer a repercussão geral da questão Fl. 163DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.903628/201191 Acórdão n.º 3801003.776 S3TE01 Fl. 164 6 constitucional, reafirmar a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, tudo nos termos do voto do Relator. Vencido, parcialmente, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que entendia ser necessária a inclusão do processo em pauta. Em seguida, o Tribunal, por maioria, aprovou proposta do Relator para edição de súmula vinculante sobre o tema, e cujo teor será deliberado nas próximas sessões, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, que reconhecia a necessidade de encaminhamento da proposta à Comissão de Jurisprudência. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, a Senhora Ministra Ellen Gracie e, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Plenário, 10.09.2008. Assim, considerandose o disposto no art. 62A da Portaria MF n.º 256, de 22 de junho de 2009, alterada pela Portaria MF n.º 586, de 21 de dezembro de 20101 (Regimento Interno do CARF), os Conselheiros do CARF são obrigados a aplicar as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, e assim, devemos afastar a tributação do PIS e da COFINS exigidas com base no disposto no art. 3º, § 1º, da Lei n.º 9.718, de 1998. Nada obstante, o órgão judicante a quo esqueceuse do dever da autoridade preparadora em zelar pela instrução na busca da verdade material, a teor do disposto na Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999, artigo 292, artigo 36, inteligência do artigo 37, artigo 38 e artigo 393. 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (alterações introduzidas pela Port. MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010–DOU de 22.12.2010). 2 Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizamse de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1º. O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2º. Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizarse do modo menos oneroso para estes. 3 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. § 1º. Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. § 2º. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionandose data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.903628/201191 Acórdão n.º 3801003.776 S3TE01 Fl. 165 7 Negar o direito da contribuinte ao aproveitamento de seu crédito configuraria enriquecimento sem causa do Estado. Especificamente quanto à verdade material, transcrevo oportunas lições de Marcos Vinicius Neder e de Maria Tereza Martinez López4: Em decorrência do princípio da legalidade, a autoridade administrativa tem o dever de buscar a verdade material. O processo fiscal tem por finalidade garantir a legalidade da apuração da ocorrência do fato gerador e a constituição do crédito tributário, devendo o julgador pesquisar, exaustivamente se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar aquilo que é realmente verdade, independente do alegado e provado, Odete Medauar preceitua que "o princípio da verdade material ou verdade real, vinculado ao princípio da oficialidade, exprime que a Administração deve tomar decisões com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo com a versão oferecida pelos sujeitos Para tanto, tem o direito de carrear para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos considerados pelos sujeitos. Segundo Alberto Xavier, a lei concede ao órgão fiscal meios instrutórios amplos para que venha formar sua livre convicção sobre os verdadeiros fatos praticados pelo contribuinte. Nesta perspectiva, é lícito ao órgão fiscal agir sponte sua com vistas a corrigir os fatos inveridicamente postos ou suprir lacunas na matéria de fato, podendo ser obtidas novas provas por meio de diligências e perícias. Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constatase que, no caso vertente, os documentos apresentados devem ser devidamente examinados para se apurar se os referidos créditos estão corretos. Quanto à inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS tenho que não é possível aos membros desse conselho examinar a matéria, pois se trata de matéria constitucional e o controle de constitucionalidade das leis é prerrogativa do Poder Judiciário, seja pelo controle abstrato ou difuso. Neste sentido, o art. 26A do Decreto nº 70.235/72, assim dispõe: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)(grifouse) (...) § 6º. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo 4 NEDER, Marcos Vinicius; LOPEZ, Maria Tereza Martinez. Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado 2ª ed. São Paulo: Dialética, 2004, p. 74. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10840.903628/201191 Acórdão n.º 3801003.776 S3TE01 Fl. 166 8 I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; II que. fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts, 18 e 19 da Lei n° 10,522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, Vale observar que, no caso em tela, não ocorreu nenhuma das exceções previstas no §6° do artigo acima transcrito. Outrossim, essa discussão já se encontra pacificada no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), conforme o disposto na Súmula 2: Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Nesse sentido, voto por julgar parcialmente procedente o recurso para reconhecer o direito à restituição, mediante compensação, dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998 e não conhecer do mesmo quanto a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS e a COFINS. É importante consignar que compete a autoridade administrativa, com base na escrita fiscal e contábil, efetuar os cálculos e apurar o valor do direito creditório. É como voto, (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 166DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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