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Numero do processo: 10920.721349/2012-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2008
ACÓRDÃO DRJ. FUNDAMENTAÇÃO DO DECISÓRIO.
De acordo com o entendimento pacificado nos tribunais superiores, o julgador não é obrigado a se manifestar expressamente sobre todos os pontos levantados pelas partes, devendo centrar a analise nas questões relevantes para o deslinde da controvérsia. STJ: Recurso Especial n° 760.001, publicado no DJ em 23/08/2007.
DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
A prova produzida em processo administrativo tem, como destinatária final, a autoridade julgadora, a qual possui a prerrogativa de avaliar a pertinência de sua realização para a consolidação do seu convencimento acerca da solução da controvérsia objeto do litígio, sendo-lhe facultado indeferir aquelas que considerar prescindíveis ou impraticáveis. Nesse sentido, sua realização não constitui direito subjetivo do contribuinte.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-003.292
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
LIEGE LACROIX THOMASI Presidente
(assinado digitalmente)
ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vice-presidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz e André Luís Mársico Lombardi.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2008 ACÓRDÃO DRJ. FUNDAMENTAÇÃO DO DECISÓRIO. De acordo com o entendimento pacificado nos tribunais superiores, o julgador não é obrigado a se manifestar expressamente sobre todos os pontos levantados pelas partes, devendo centrar a analise nas questões relevantes para o deslinde da controvérsia. STJ: Recurso Especial n° 760.001, publicado no DJ em 23/08/2007. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. A prova produzida em processo administrativo tem, como destinatária final, a autoridade julgadora, a qual possui a prerrogativa de avaliar a pertinência de sua realização para a consolidação do seu convencimento acerca da solução da controvérsia objeto do litígio, sendo-lhe facultado indeferir aquelas que considerar prescindíveis ou impraticáveis. Nesse sentido, sua realização não constitui direito subjetivo do contribuinte. Recurso Voluntário Negado
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2008 ACÓRDÃO DRJ. FUNDAMENTAÇÃO DO DECISÓRIO. De acordo com o entendimento pacificado nos tribunais superiores, o julgador não é obrigado a se manifestar expressamente sobre todos os pontos levantados pelas partes, devendo centrar a analise nas questões relevantes para o deslinde da controvérsia. STJ: Recurso Especial n° 760.001, publicado no DJ em 23/08/2007. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. A prova produzida em processo administrativo tem, como destinatária final, a autoridade julgadora, a qual possui a prerrogativa de avaliar a pertinência de sua realização para a consolidação do seu convencimento acerca da solução da controvérsia objeto do litígio, sendolhe facultado indeferir aquelas que considerar prescindíveis ou impraticáveis. Nesse sentido, sua realização não constitui direito subjetivo do contribuinte. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 72 13 49 /2 01 2- 01 Fl. 297DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 2 (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vicepresidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz e André Luís Mársico Lombardi. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10920.721349/201201 Acórdão n.º 2302003.292 S2C3T2 Fl. 298 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente em parte a impugnação da recorrente, excluído do lançamento as competências de 01 a 05/2007 (ciência do contribuinte, ocorrida em 04/06/2012 e, conseqüentemente, a perda do direito de lançar contribuições anteriores à competência 04/05/2007). Adotamos trechos do relatório do acórdão do órgão a quo (fls. 244 e seguintes), com destaques nossos, que bem resumem o quanto consta dos autos: Tratase de lançamento referente à glosa a compensações de contribuições sociais com fundamento na Lei n° 8.212/1991, art. 89, no valor de R$ 545.093,46 (quinhentos e quarenta e cinco mil, noventa e três reais e quarenta e seis centavos). A fiscalização constatou pelos sistemas da Receita Federal do Brasil que a empresa efetuou compensações que se iniciaram na GFIP de 05/2003 e se estenderam até a GFIP da competência 10/2007. Foram reiniciadas na GFIP de 01/2008 e se estenderam até a GFIP de 03/2009. Assim, contribuições previdenciárias deixaram de ser recolhidas. Intimada sobre os valores dos créditos que justificassem as compensações, a empresa alegou que efetuou recolhimentos a maior no período de 12/2001 a 11/2002 atinentes às competências 11/2001 a 10/2002, em virtude de seu reenquadramento como agroindústria. As GFIP atinentes a período 11/2001 a 10/2002 foram retificadas nos meses 10 e 11/2006. A fiscalização solicitou documentos hábeis que pudessem dar suporte às informações das GFIP do período de 11/2001 a 10/2002. No entanto, deixaram de ser apresentados: a folha de pagamento do décimoterceiro de 2001, as notas fiscais de saída de 11/2001 a 10/2002 e na ausência das mesmas, os livros contábeis referentes aos anos de 2001 e 2002 devidamente registrados e com títulos próprios de vendas ao mercado interno e externo. A empresa não comprovou a origem dos supostos créditos que originaram as compensações. Assim, a fiscalização procedeu a glosa das compensações efetuadas nas GFIP das competências não abrangidas pela decadência: 01/2007 a 10/2007 e 01/2008 a 03/2009, sendo que as compensações indevidas das GFIP de 01/2009 a 03/2009, por medidas de operacionalização dos sistemas da Receita Federal do Brasil, são objeto de outro Auto de Infração, o de n° 51.002.4467, integrante do processo COMPROT 10920721.362/201251. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 4 Em relação à avaliação do prazo decadencial para lançamento de valores apurados nessa ação fiscal, aplicouse o entendimento de que sua contagem interrompeuse a partir da data de início do procedimento fiscal (17/10/2011 ciência do contribuinte no TIPF),em consonância com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp 766.050/PR (STJ, 1a Seção, precedente citado no REsp 973.733/SC, também julgado pela 1a Seção do STJ). Conforme o Relatório Fiscal, além da não comprovação efetiva de os recolhimentos pagos indevidamente, houve a prescrição do direito da compensação dos supostos créditos de 08/2002 (compensado a partir da GFIP da competência 09/2007), 09/2002 (compensado nas GFIP das competências 02/2008 a 10/2008) e 10/2002 (compensado nas GFIP das competências 10/2008 a 03/2009). A autuada apresentou impugnação (...) Como afirmado, a impugnação apresentada pela recorrente foi julgada procedente em parte, tendo a recorrente apresentado, tempestivamente, o recurso voluntário de fls. 150 e seguintes, nos quais alega, em apertada síntese, que: * nulidade do acórdão em razão da ausência de fundamentação clara e coerente. Isto porque, ao considerar que a recorrente não comprovou a existência dos créditos utilizados para a compensação das contribuições no período de janeiro a outubro de 2007 e de janeiro a dezembro de 2008 (inclusive décimoterceiro), consignou que restariam prejudicadas as alegações relativas ao prazo para aproveitamento de créditos; * necessidade de diligência in loco, a fim de apurar, de maneira clara e precisa, a existência de créditos em favor da recorrente (notas fiscais de saída de 2001 e 2002); * inocorrência da prescrição, em razão da aplicação da tese dos “5 + 5”; É o relatório. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10920.721349/201201 Acórdão n.º 2302003.292 S2C3T2 Fl. 299 5 Voto Conselheiro Relator André Luís Mársico Lombardi Nulidade. Fundamentação. Prescrição. Nulidade do acórdão em razão da ausência de fundamentação clara e coerente. Isto porque, ao considerar que a recorrente não comprovou a existência dos créditos utilizados para a compensação das contribuições no período de janeiro a outubro de 2007 e de janeiro a dezembro de 2008 (inclusive décimo terceiro), consignou que restariam prejudicadas as alegações relativas ao prazo para aproveitamento de créditos. Quanto à fundamentação do decisório, é preciso lembrar que, de acordo com o entendimento pacificado nos tribunais superiores, STF e STJ, o julgador não é obrigado a se manifestar expressamente sobre todos os pontos levantados pelas partes. Nessa vereda está o acórdão proferido pela 1ª Turma do STJ no Recurso Especial n° 760.001, publicado no DJ em 23/08/2007: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. FGTS. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. ÍNDICE DE 84,32%. INOCORRÊNCIA DE DECISÃO EXTRA PETITA. REEXAME DE PROVA. SÚMULA 07/STJ. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. PRECEDENTES. 1. A violação do art. 535 do CPC ocorre quando há omissão, obscuridade ou contrariedade no acórdão recorrido. Inocorre a violação posto não estar o juiz obrigado a tecer comentários exaustivos sobre todos os pontos alegados pela parte, mas antes, a analisar as questões relevantes para o deslinde da controvérsia. 2. Decisão ‘extra petita’ é aquela inaproveitável por conferir à parte providência diversa da almejada, como ‘v.g.’, quando o acórdão confere pedido diverso ou baseiase em ‘causa petendi’ não eleita. 3. A correção monetária integra o conteúdo implícito do pedido. Precedentes da Corte: RESP 641695 / DF, DJ 29.11.2004; AgRg RESP 638537 / RS, DJ 25.10.2004; RESP 632216/BA, DJ 11.10.2004. 4. No que atine à ausência de prova nos autos, referente ao pagamento do índice de 84,32% (IPC de março de 1990), ante a necessidade de análise do conjunto fáticoprobatório carreado aos autos para acolher as razões recursais da recorrente, a sua cognição revelase insindicável ao STJ, em sede de recurso especial, em razão da incidência do verbete sumular n.º 7, que assim determina: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial." 5. Precedentes: REsp 867863/CE, DJ 24.11.2006. EDcl no REsp 724154/CE, DJ 20.06.2005. 6. Agravo regimental desprovido. (grifos nossos) Fl. 301DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 6 Portanto, correta a decisão de primeira instância. Da mesma forma, o presente decisório não analisará a questão do prazo prescricional (inocorrência da prescrição, em razão da aplicação da tese dos “5 + 5”), tendo em vista que a recorrente sequer demonstrou fazer jus à compensação. Diligência. Alega a recorrente necessidade de diligência in loco, a fim de apurar, de maneira clara e precisa, a existência de créditos em favor da recorrente (notas fiscais de saída de 2001 e 2002). Como já decidido na primeira instância: a autuada foi intimada a apresentar os documentos que comprovassem a origem dos supostos créditos que originaram as compensações realizadas por diversas vezes, como demonstrado pelos seguintes termos: Termo de Início de Procedimento Fiscal, AR de 17/10/2011 (na folha 36 e 37); Termo de Intimação Fiscal, de 08/12/2011(na folha 39); Termo de Intimação Fiscal, de 03/02/2012 (na folha 51); Termo de Intimação Fiscal, de 27/02/2012 (na folha 56), prazo 10 dias. Entre o Termo de Início de Procedimento Fiscal e o Termo de Encerramento de Procedimento Fiscal, de 30/05/2012 (na folha 59), transcorreramse mais de seis meses sem que tais documentos fossem apresentados. Portanto, a alegação de escassez de tempo para apresentação dos documentos não deve ser acatada. Em relação ao pedido de diligência para verificação dos documentos, a mesma não deve ser acatada. Isso porque as provas documentais devem ser apresentadas juntamente com a impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, conforme determina o Decreto nº 70.235/1972, art. 16, §4º. A justificativa apresentada pela autuada (“5.000 notas fiscais, o que inviabilizaria o manuseio das informações, fosse em meio físico, fosse em meio magnético”) não se enquadra nas hipóteses de exceção previstas nas alínea “a”, “b” e “c” do mesmo parágrafo. Portanto, a diligência não deve ser deferida. Não há que se cogitar de maiores investigações sobre as questões de que tratam os autos, os quais estão devidamente instruídos. Outrossim, consignese que, diferentemente do que pretende a recorrente, a realização da prova não constitui direito subjetivo do contribuinte, pois, em razão do livre convencimento motivado, compete ao julgador deferila, se entendêla necessária. Assim, não há razão para se acatar o pedido de diligência. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10920.721349/201201 Acórdão n.º 2302003.292 S2C3T2 Fl. 300 7 Pelos motivos expendidos, CONHEÇO DO RECURSO VOLUNTÁRIO para, NO MÉRITO, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Fl. 303DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 27/ 08/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI
score : 1.0
Numero do processo: 10283.720418/2006-65
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002, 2003, 2004
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO. CONTAGEM DO PRAZO.
Nas exações cujo lançamento se faz por homologação, havendo pagamento antecipado, conta-se o prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN).
O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário. (Súmula CARF Nº 38).
QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO. FISCALIZAÇÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA. POSSIBILIDADE.
Conforme entendimento fixado pelo STJ, em sede de recursos repetitivos, a utilização de informações financeiras pelas autoridades fazendárias não viola o sigilo de dados bancários, em face do que dispõe não só o Código Tributário Nacional (art. 144, § lº), mas também a Lei 9.311/96 (art. 11, § 32, com a redação introduzida pela Lei 10.174/2001) e a Lei Complementar 105/2001 (arts. 5º e 6º), inclusive podendo ser efetuada em relação a períodos anteriores à vigência das referidas leis.
CONSTITUCIONALIDADE. LEI TRIBUTÁRIA.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITO BANCÁRIO. PRESUNÇÃO.
A presunção estabelecida no art. 42 da Lei Nº- 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada (Súmula CARF nº 26).
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. EXCLUSÃO. DEPÓSITO IGUAL OU INFERIOR A R$ 12.000,00. LIMITE DE R$ 80.000,00.
Para efeito de determinação do valor dos rendimentos omitidos, não será considerado o crédito de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00, desde que o somatório desses créditos não comprovados não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00, dentro do ano-calendário.
Preliminares Rejeitadas.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2801-003.388
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo da infração, referente ao ano-calendário de 2003, o montante de R$ 15.000,00, nos termos do voto da Relatora. Vencido o Conselheiro Carlos César Quadros Pierre que dava provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente e Relatora.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO. CONTAGEM DO PRAZO. Nas exações cujo lançamento se faz por homologação, havendo pagamento antecipado, contase o prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN). O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. (Súmula CARF Nº 38). QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO. FISCALIZAÇÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA. POSSIBILIDADE. Conforme entendimento fixado pelo STJ, em sede de recursos repetitivos, a utilização de informações financeiras pelas autoridades fazendárias não viola o sigilo de dados bancários, em face do que dispõe não só o Código Tributário Nacional (art. 144, § lº), mas também a Lei 9.311/96 (art. 11, § 32, com a redação introduzida pela Lei 10.174/2001) e a Lei Complementar 105/2001 (arts. 5º e 6º), inclusive podendo ser efetuada em relação a períodos anteriores à vigência das referidas leis. CONSTITUCIONALIDADE. LEI TRIBUTÁRIA. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITO BANCÁRIO. PRESUNÇÃO. A presunção estabelecida no art. 42 da Lei Nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada (Súmula CARF nº 26). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 04 18 /2 00 6- 65 Fl. 352DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 353 2 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. EXCLUSÃO. DEPÓSITO IGUAL OU INFERIOR A R$ 12.000,00. LIMITE DE R$ 80.000,00. Para efeito de determinação do valor dos rendimentos omitidos, não será considerado o crédito de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00, desde que o somatório desses créditos não comprovados não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00, dentro do anocalendário. Preliminares Rejeitadas. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo da infração, referente ao anocalendário de 2003, o montante de R$ 15.000,00, nos termos do voto da Relatora. Vencido o Conselheiro Carlos César Quadros Pierre que dava provimento ao recurso. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente e Relatora. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Relatório Trata o presente processo de auto de infração que diz respeito a Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), por meio do qual se exige do sujeito passivo acima identificado o montante de R$ 570.008,31, referente aos exercícios de 2002, 2003 e 2004, a título de imposto (R$ 229.629,56), acrescido da multa de ofício equivalente a 75% do valor do tributo apurado (R$ 172.222,15), além de juros de mora (R$ 168.156,60). O lançamento é decorrente da apuração das seguintes infrações: · Depósitos bancários creditados em contas correntes do contribuinte, para os quais o contribuinte não apresentou justificativa para a origem; · Omissão de rendimentos indiretos percebidos pela contribuinte e sua filha Raimunda Cristina Freire (dependente na DIRPF respectiva) na forma de pagamento de passagens aéreas, nos anos calendários de 2002 e 2003, e pagamento do preço de aquisição de um imóvel nos anos calendários Fl. 353DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 354 3 2001 e 2002, pela empresa Tetoplan Construções Ltda, CNPJ 01.067.680/000123, eis que tais pagamentos não constam na contabilidade da empresa citada como pagamento de lucros distribuídos ou prolabore; · Omissão de ganho de capital na alienação do lote de terra sob nº 18, da gleba 08, do imóvel rural denominado "Ephigênio Ferreira Sales", município de Manaus, vendido à Metarlúgica CF da Amazônia em 27/11/2003. Em sua impugnação, a contribuinte alegou, em síntese, que: · O lançamento tributário feriu os princípios da segurança jurídica e da legalidade, tendo em vista que não foi obedecida a norma relacionada à decadência tributária. Os fatos geradores ocorridos nos meses de julho, agosto, setembro, outubro e novembro de 2001 já haviam decaído, conforme § 4° do art. 150 do CTN; · Não pôde exercer na plenitude a sua defesa porque teve inúmeros documentos fiscais apreendidos pela Polícia Federal, dos quais não tem acesso, o que prejudica a sua defesa e o restabelecimento da verdade; · O seu patrimônio é totalmente compatível com os seus rendimentos. Vários pagamentos de despesas pessoais realizados pela pessoa jurídica, Tetoplan, foram realizados com o lançamento contábil "débito a adiantamento para conta de participação de resultados" e "créditos a bancos". E no final do exercício era apurado o montante a ser distribuído para os sócios e abatido os valores adiantados; · É ilegítimo o lançamento do imposto de renda e seus reflexos com base apenas em depósitos bancários, sem maiores investigações de origem, por não caracterizarem disponibilidade econômica de renda e proventos de qualquer natureza e, portanto, não são fatos geradores do imposto de renda e seus reflexos; · A possibilidade de quebra do sigilo bancário sem autorização judicial é uma novidade surgida a partir da LC 105/2001, e é inconstitucional. A 2ª Turma da DRJ/Belém/PA, conforme Acórdão de fls. 291/301, julgou procedente o lançamento sob os fundamentos consubstanciados nas seguintes ementas: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2001, 2002, 2003 ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Por se tratar de tribunal administrativo falece ao Conselho de Contribuintes competência para apreciar a constitucionalidade ou legalidade das normas fiscais FATO GERADOR Considerase que o fato gerador do IRPF se perfaz em 31 de dezembro de cada ano. Fl. 354DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 355 4 Lançamento Procedente Regularmente cientificada daquele Acórdão em 13/08/2008 (fl. 303), a interessada, representada por seu advogado (fl. 347), interpôs recurso voluntário de fls. 308/346, em 09/09/2008 (fl. 306), no qual repete os argumentos da impugnação. A numeração de folhas citada nesta decisão referese à serie de números do arquivo PDF. É o relatório. Voto Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. No que tange à decadência do direito de a Fazenda Pública constituir crédito tributário, o Superior Tribunal de Justiça STJ firmou o entendimento de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Vejase a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). Fl. 355DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 356 5 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Observese que o acórdão do REsp nº 973.733/SC foi submetido ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, reservado aos recursos repetitivos, o que significa que essa interpretação deverá ser aplicada por este Colegiado, em obediência ao art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, com alterações da Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010, cujo teor é o seguinte: Artigo 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, considerando que o fato gerador do IRPF é complexivo, completandose apenas em 31 de dezembro do anocalendário, qualquer pagamento do imposto, seja como retenção da fonte, seja como antecipação obrigatória ou voluntária, ou ainda como ajuste, desloca a contagem da decadência para o fato gerador. Fl. 356DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 357 6 Em inexistindo pagamento a ser homologado, a regra de contagem do prazo decadencial aplicável deve ser a regra geral do art. 173, inciso I, do CTN. No presente caso, verificase que houve pagamento antecipado no ano calendário 2001, conforme consta da cópia da DIRPF/2002 (fls. 08/10). Portanto o prazo decadencial contase a partir de 31/12/2001. Como o contribuinte foi cientificado do auto de infração em 20/12/2006 (fl. 221), não há que se falar em decadência, porquanto o lançamento se completou dentro do prazo de cinco anos previsto para constituição do crédito tributário. Em relação à alegada contagem de prazo decadencial mensal, salientese que a posição pacífica desse Conselho encontrase sumulada, a saber: O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. (SÚMULA CARF Nº 38). Quanto à alegação de quebra do sigilo bancário sem autorização judicial, impende registrar que o julgamento de recurso especial (Resp n° 1.134.665SP), tramitado sob o procedimento dos recursos repetitivos, decidiu no seguinte sentido: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES A FATOS IMPONÍVEIS ANTERIORES À VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR 105/2001. APLICAÇÃO IMEDIATA. ARTIGO 144, § 1º, DO CTN. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE. 1. A quebra do sigilo bancário sem prévia autorização judicial, para fins de constituição de crédito tributário não extinto, é autorizada pela Lei 8.021/90 e pela Lei Complementar 105/2001, normas procedimentais, cuja aplicação é imediata, à luz do disposto no artigo 144, § 1º, do CTN. 2. O § 1º, do artigo 38, da Lei 4.595/64 (revogado pela Lei Complementar 105/2001), autorizava a quebra de sigilo bancário, desde que em virtude de determinação judicial, sendo certo que o acesso às informações e esclarecimentos, prestados pelo Banco Central ou pelas instituições financeiras, restringir seiam às partes legítimas na causa e para os fins nela delineados. 3. A Lei 8.021/90 (que dispôs sobre a identificação dos contribuintes para fins fiscais), em seu artigo 8º, estabeleceu que, iniciado o procedimento fiscal para o lançamento tributário de ofício (nos casos em que constatado sinal exterior de riqueza, vale dizer, gastos incompatíveis com a renda disponível do contribuinte), a autoridade fiscal poderia solicitar informações sobre operações realizadas pelo contribuinte em instituições financeiras, inclusive extratos de contas bancárias, não se aplicando, nesta hipótese, o disposto no artigo 38, da Lei 4.595/64. Fl. 357DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 358 7 4. O § 3º, do artigo 11, da Lei 9.311/96, com a redação dada pela Lei 10.174, de 9 de janeiro de 2001, determinou que a Secretaria da Receita Federal era obrigada a resguardar o sigilo das informações financeiras relativas à CPMF, facultando sua utilização para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente. 5. A Lei Complementar 105, de 10 de janeiro de 2001, revogou o artigo 38, da Lei 4.595/64, e passou a regular o sigilo das operações de instituições financeiras, preceituando que não constitui violação do dever de sigilo a prestação de informações, à Secretaria da Receita Federal, sobre as operações financeiras efetuadas pelos usuários dos serviços (artigo 1º, § 3º, inciso VI, c/c o artigo 5º, caput, da aludida lei complementar, e 1º, do Decreto 4.489/2002). 6. As informações prestadas pelas instituições financeiras (ou equiparadas) restringemse a informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados (artigo 5º, § 2º, da Lei Complementar 105/2001). 7. O artigo 6º, da lei complementar em tela, determina que: "Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo observada a legislação tributária." 8. O lançamento tributário, em regra, reportase à data da ocorrência do fato ensejador da tributação, regendose pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada (artigo 144, caput, do CTN). 9. O artigo 144, § 1º, do Codex Tributário, dispõe que se aplica imediatamente ao lançamento tributário a legislação que, após a ocorrência do fato imponível, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Fl. 358DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 359 8 10. Conseqüentemente, as leis tributárias procedimentais ou formais, conducentes à constituição do crédito tributário não alcançado pela decadência, são aplicáveis a fatos pretéritos, razão pela qual a Lei 8.021/90 e a Lei Complementar 105/2001, por envergarem essa natureza, legitimam a atuação fiscalizatória/investigativa da Administração Tributária, ainda que os fatos imponíveis a serem apurados lhes sejam anteriores (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 806.753/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 22.08.2007, DJe 01.09.2008; EREsp 726.778/PR, Rel. Ministro Castro Meira, julgado em 14.02.2007, DJ 05.03.2007; e EREsp 608.053/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 09.08.2006, DJ 04.09.2006). 11. A razoabilidade restaria violada com a adoção de tese inversa conducente à conclusão de que Administração Tributária, ciente de possível sonegação fiscal, encontrarseia impedida de apurála. 12. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 facultou à Administração Tributária, nos termos da lei, a criação de instrumentos/mecanismos que lhe possibilitassem identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais, especialmente com o escopo de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º). 13. Destarte, o sigilo bancário, como cediço, não tem caráter absoluto, devendo ceder ao princípio da moralidade aplicável de forma absoluta às relações de direito público e privado, devendo ser mitigado nas hipóteses em que as transações bancárias são denotadoras de ilicitude, porquanto não pode o cidadão, sob o alegado manto de garantias fundamentais, cometer ilícitos. Isto porque, conquanto o sigilo bancário seja garantido pela Constituição Federal como direito fundamental, não o é para preservar a intimidade das pessoas no afã de encobrir ilícitos. 14. O suposto direito adquirido de obstar a fiscalização tributária não subsiste frente ao dever vinculativo de a autoridade fiscal proceder ao lançamento de crédito tributário não extinto. 15. In casu, a autoridade fiscal pretende utilizarse de dados da CPMF para apuração do imposto de renda relativo ao ano de 1998, tendo sido instaurado procedimento administrativo, razão pela qual merece reforma o acórdão regional. 16. O Supremo Tribunal Federal, em 22.10.2009, reconheceu a repercussão geral do Recurso Extraordinário 601.314/SP, cujo thema iudicandum restou assim identificado: "Fornecimento de informações sobre movimentação bancária de contribuintes, pelas instituições financeiras, diretamente ao Fl. 359DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 360 9 Fisco por meio de procedimento administrativo, sem a prévia autorização judicial. Art. 6º da Lei Complementar 105/2001." 17. O reconhecimento da repercussão geral pelo STF, com fulcro no artigo 543B, do CPC, não tem o condão, em regra, de sobrestar o julgamento dos recursos especiais pertinentes. 18. Os artigos 543A e 543B, do CPC, asseguram o sobrestamento de eventual recurso extraordinário, interposto contra acórdão proferido pelo STJ ou por outros tribunais, que verse sobre a controvérsia de índole constitucional cuja repercussão geral tenha sido reconhecida pela Excelsa Corte (Precedentes do STJ: AgRg nos EREsp 863.702/RN, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, julgado em 13.05.2009, DJe 27.05.2009; AgRg no Ag 1.087.650/SP, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 18.08.2009, DJe 31.08.2009; AgRg no REsp 1.078.878/SP, Rel Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 18.06.2009, DJe 06.08.2009; AgRg no REsp 1.084.194/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 05.02.2009, DJe 26.02.2009; EDcl no AgRg nos EDcl no AgRg no REsp 805.223/RS, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, julgado em 04.11.2008, DJe 24.11.2008; EDcl no AgRg no REsp 950.637/MG, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 13.05.2008, DJe 21.05.2008; e AgRg nos EDcl no REsp 970.580/RN, Rel. Ministro Paulo Gallotti, Sexta Turma, julgado em 05.06.2008, DJe 29.09.2008). 19. Destarte, o sobrestamento do feito, ante o reconhecimento da repercussão geral do thema iudicandum , configura questão a ser apreciada tão somente no momento do exame de admissibilidade do apelo dirigido ao Pretório Excelso. 20. Recurso especial da Fazenda Nacional provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. De acordo com o entendimento do STJ, a utilização de informações financeiras pelas autoridades fazendárias não viola o sigilo de dados bancários, em face do que dispõe não só o Código Tributário Nacional (art. 144, § lº), mas também a Lei 9.311/96 (art. 11, § 32, com a redação introduzida pela Lei 10.174/2001) e a Lei Complementar 105/2001 (arts. 5º e 6º), inclusive podendo ser efetuada em relação a períodos anteriores à vigência das referidas leis. Ou seja, a autoridade fazendária pode ter acesso direto às operações bancárias do contribuinte anteriores a 10.01.2001, como preconiza a Lei Complementar nº 105/01, sem o crivo do Judiciário, não havendo que se falar em ofensa ao princípio da irretroatividade da lei tributária, porquanto a Lei Complementar nº 105/01, como a Lei nº 10.174/01, não instituem ou majoram tributos, mas apenas dotaram a Administração Tributária de instrumentos legais aptos a promover a agilização e o aperfeiçoamento dos procedimentos fiscais. Considerando que a decisão do STJ, acima mencionada, se deu na sistemática prevista no artigo 543C do CPC, devese aplicar o mesmo entendimento ao presente processo Fl. 360DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 361 10 administrativo, por força do disposto no caput do artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho. No que tange às teses defendidas relativas à tributação dos depósitos bancário e à violação de princípios constitucionais, importa esclarecer que tais matérias já estão sumuladas de forma contrária ao entendimento da recorrente, pelas Súmulas CARF nº 2 e 26, transcritas a seguir: Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF nº 26 A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Por outro lado, verificase que, em relação ao anocalendário de 2003, foram considerados não justificados pela fiscalização somente dois depósitos de valores inferiores a R$ 12.000,00 e cujo somatório corresponde a R$ 15.000,00. Tais depósito, portanto, não deverão ser considerados para efeito de determinação da receita omitida, conforme expressa determinação do § 3º, inciso II, do artigo 42 da Lei º 9.430, de 1996, in verbis: “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. (...) §3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: (...) II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).” (Redação inserida pela Lei nº 9.481, de 1997.) Por fim, devido a falta de apresentação de elementos de prova que lograssem convencer este colegiado a afastar a integralidade da exigência ora recorrida, deve ser mantida a omissão de rendimentos caracterizada pelo restante dos depósitos bancários não justificados, bem como a omissão de rendimentos indiretos e a omissão de ganho de capital. Observase que a contribuinte sequer se manifestou expressamente quanto às duas últimas citada infrações. O fato de a contribuinte ter tido sua documentação apreendida pela Polícia Federal, em cumprimento regular de mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal, não faz prova alguma de que houve cerceamento ao direito de defesa, eis que a contribuinte teve o tempo suficiente para apresentar provas do não cometimento das infrações Fl. 361DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10283.720418/200665 Acórdão n.º 2801003.388 S2TE01 Fl. 362 11 apuradas desde o início do procedimento fiscal, quando do recebimento dos termos de intimações, bem quando da apresentação da impugnação e ainda do recurso que ora se aprecia. Diante do exposto, voto por rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo da infração, referente ao ano calendário de 2003, o montante de R$ 15.000,00. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 362DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 13857.000481/2001-13
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 10 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL.RECURSO ESPECIAL. ADMISSIBILIDADE AFASTADA. O Regimento dos Conselhos de Contribuintes/CARF prevê a utilização de paradigma, para a interposição do recurso especial, de acórdão que não tenha sido reformado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. Se não preenchido o pressuposto, o recurso, nesse aspecto não há de ser admitido.
Recurso não conhecido
Numero da decisão: 9303-002.605
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso especial, por falta de paradigma.
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO - Presidente.
MARIA TERESA MARTÍNEZ LÓPEZ - Relatora.
EDITADO EM: 06/12/2013
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Daniel Mariz Gudiño (Substituto convocado), Rodrigo da Costa Pôssas, Joel Miyazaki, Antônio Lisboa Cardoso (Substituto convocado), Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente).
Nome do relator: MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso especial, por falta de paradigma. OTACÍLIO DANTAS CARTAXO - Presidente. MARIA TERESA MARTÍNEZ LÓPEZ - Relatora. EDITADO EM: 06/12/2013 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Daniel Mariz Gudiño (Substituto convocado), Rodrigo da Costa Pôssas, Joel Miyazaki, Antônio Lisboa Cardoso (Substituto convocado), Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente).
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ADMISSIBILIDADE AFASTADA. O Regimento dos Conselhos de Contribuintes/CARF prevê a utilização de paradigma, para a interposição do recurso especial, de acórdão que não tenha sido reformado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. Se não preenchido o pressuposto, o recurso, nesse aspecto não há de ser admitido. Recurso não conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso especial, por falta de paradigma. OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. MARIA TERESA MARTÍNEZ LÓPEZ Relatora. EDITADO EM: 06/12/2013 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Daniel Mariz Gudiño (Substituto convocado), Rodrigo da Costa Pôssas, Joel Miyazaki, Antônio Lisboa Cardoso (Substituto convocado), Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 7. 00 04 81 /2 00 1- 13 Fl. 371DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 06/ 12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 03/02/2014 por OTACILIO DANTAS CAR TAXO 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte em epígrafe, com arrimo no art. 67 da Portaria MF n° 256/2009, Regimento Interno do CARF, contra o Acórdão n°220100.109. O sujeito passivo pleiteia: i) a decadência do direito de o Fisco revisar a escrituração dos créditos; e ii) o direito ao crédito presumido do IPI, relativo aos custos de Serviços de industrialização por encomenda, relativo ao período de 01/07/2001 a 30/09/2001. O acórdão guerreado recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001 CRÉDITO PRESUMIDO DE IN GLOSA. DECADÊNCIA. Não ocorrência em virtude da Súmula n° 7 do antigo 2° Conselho de Contribuintes. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA A industrialização efetuada por terceiros realizada na matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem utilizados nos produtos exportados pelo encomendante agregase ao seu custo de aquisição para efeito de gozo e fruição do crédito presumido do IPI relativo ao PIS e a COFINS previsto na Lei n° 9.363/96. Recurso negado. Por meio do Despacho de fls. 107/108, de nº 400768, o recurso foi recebido apenas quanto ao Credito Presumido por industrialização por encomenda, eis que em relação à decadência, o acórdão recorrido aplicou a Súmula n° 7 do Segundo Conselho de Contribuintes, o que, de acordo com o § 2° do Regimento Interno do CARF, impede a apresentação de recurso especial. A Fazenda Nacional, em suas contrarrazões pede pelo i) não conhecimento do recurso. Caso seja acatado o recurso, pede pela manutenção da decisão recorrida. Para tanto, aduz que: Com efeito, no presente caso é PATENTE que o recorrente NÃO logrou comprovar a divergência quando da interposição de seu recurso pelo simples fato de que o precedente invocado como paradigma já havia sido reformado, quando do juízo de admissibilidade, no ponto em que se alegou o suposto dissídio. Aliás, referido aresto já havia sido reformado muito antes da interposição do recurso especial pelo contribuinte (o aresto foi reformado em 16/10/2007 e o recurso interposto mais de dois anos após em 23/11/2009). É o relatório. Fl. 372DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 06/ 12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 03/02/2014 por OTACILIO DANTAS CAR TAXO Processo nº 13857.000481/200113 Acórdão n.º 9303002.605 CSRFT3 Fl. 6 3 Voto Conselheira MARIA TERESA MARTÍNEZ LÓPEZ ADMISSIBILIDADE Este exame preliminar sobre o cabimento do recurso denominase juízo de admissibilidade, transposto o qual, em sentido favorável ao recorrente, passará o órgão recursal ao juízo de mérito do recurso. Consta do Despacho de admissibilidade o que a seguir transcrevo: No Acórdão CSRF/0202.087, decidiuse negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, mantendose o direito ao beneficio do crédito presumido. Constatouse que a industrialização sob encomenda foi seguida de nova industrialização na empresa contribuinte. Essa decisão não se presta à divergência por ausência de pressuposto fático comum com o acórdão recorrido. Neste, negouse provimento ao recurso voluntário, também, por se constatar que o sujeito passivo não efetuou nenhum beneficiamento ao insumo que retornou de terceiros. No Acórdão n° 20401.172, o contribuinte pleiteou o beneficio relativo ao segundo trimestre.de 2001. O pedido foi indeferido pela DRF por se considerar que os gastos com serviços de industrialização por encomenda somente dariam direito ao crédito para fatos geradores ocorridos a partir do quarto trimestre de 2001. A decisão foi mantida pela DRJ e reformada pelo Conselho de Contribuintes que reconheceu o direito ao crédito presumido sobre o valor pago a terceiros a título de beneficiamento de matériaprima, inclusive pelo valor pago a título de mãodeobra, por considerar que tais serviços têm natureza de industrialização por encomenda. Na decisão combatida foi negado provimento ao recurso voluntário em razão de a contribuinte não ter especificado os detalhes do processo da alegada industrialização por encomenda. Considerouse que o beneficio não se estende à prestação de serviços e mantevese a glosa feita pela autoridade fiscal. Confrontando o Acórdão n° 20401.172 e a decisão vergastada, verifico que ante a mesma situação fática foram proferidas decisões distintas. Em ambos decidiuse sobre período anterior ao quarto trimestre de 2001 e sobre serviços prestados por terceiros sobre insumos adquiridos pelos contribuintes. Assim Fl. 373DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 06/ 12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 03/02/2014 por OTACILIO DANTAS CAR TAXO 4 entendo que foi estabelecida a divergência entre as duas decisões. Dispõe o Regimento Interno dos então Conselhos de Contribuintes, à época vigente, ser cabível recurso especial à CSRF de decisão que tenha dado à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha de outra Câmara de Conselho de Contribuintes ou desta CSRF (Portaria MF nº 147/2007). REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS APROVADO PELA PORTARIA MF N2 147/2007 Seção II Dos Órgãos Julgadores "Art. 79 Compete à Câmara Superior de Recursos Fiscais, por suas Turmas, julgar recurso especial interposto contra: I decisão nãounânime de Câmara, quando for contrária à lei ou à evidência da prova; e II decisão que der, à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais. § 1 2 No caso do inciso I, o recurso é privativo do Procurador da Fazenda Nacional; no caso do inciso II, sua interposição é facultada também ao sujeito passivo. (...) § 5º. Não servirá de paradigma para a interposição do recurso de que trata o inciso II do art. 7 deste Regimento o acórdão que já tenha sido reformado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. Idêntica previsão teve lugar no Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, cujos preceitos transcritos são aplicáveis aos recursos interpostos em face de acórdãos proferidos após 12 de julho de 2009. § 10. O acórdão cuja tese, na data de interposição do recurso, já tiver sido superada pela CSRF, não servirá de paradigma, independentemente da reforma específica do paradigma indicado." Traz a recorrente como paradigma, o Acórdão nº 20401.172. A Fazenda Nacional demonstra que a decisão foi reformada em 16/10/2007 (expedido com despacho para a DRF em 05/08/2009 e com acórdão em 07/08/2009). O recurso especial do contribuinte foi apresentado em 23/11/2009. Assim, a decisão especificamente admitida como paradigma já havia sido reformada quando da realização do referido juízo de admissibilidade. Além do mais, a questão colocada no voto guerreado diz respeito também à questão da prova/ detalhamento da operação. Confirase: Fl. 374DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 06/ 12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 03/02/2014 por OTACILIO DANTAS CAR TAXO Processo nº 13857.000481/200113 Acórdão n.º 9303002.605 CSRFT3 Fl. 7 5 CONSELHEIRO ODASSI GUERZON E FILHO, Relator Designado (...) Por oportuno, esclareçase inicialmente que tanto na fase impugnatória quanto na fase recursal não houve a preocupação da empresa em especificar ou fornecer maiores detalhes sobre o seu processo de "industrialização por encomenda", ou seja, qual o tipo de material retorna do mesmo e como é utilizado; limitou se a tratar o tema como uma mera rubrica. No mesmo sentido, consta da declaração de voto apresentada pelo CONSELHEIRO DALTON CESAR CORDEIRO DE MIRANDA: Por bem defender meu entendimento sobre o tema: creditamento do IPI, para fins de ressarcimento, em face de industrialização por encomenda, declaro meu voto. No caso em concreto, acompanhado o Ilustre relator, pois não há nos autos prova alguma de que a requerente do crédito, ora recorrente, industrializa — por mínima que seja a operação — os insumos que retornam do terceiro (encomenda). Assim, voto pelas conclusões pela negativa de provimento ao apelo interposto. CONCLUSÃO Em razão do exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso especial da Fazenda Nacional, pela ausência dos requisitos formais de admissibilidade. Maria Teresa Martínez López Fl. 375DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 06/ 12/2013 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 03/02/2014 por OTACILIO DANTAS CAR TAXO
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Numero do processo: 11080.918959/2012-19
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2010
MULTA DE MORA. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. MATÉRIA NÃO CONHECIDA. SÚMULA CARF Nº 02.
De acordo com a Súmula CARF nº 02, o Conselho não tem competência para declarar a inconstitucionalidade de atos normativos fora das hipóteses previstas no art. 62 do Regimento Interno.
PRELIMINAR. NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
Não é nulo o despacho decisório que, embora conciso, contém a exposição das razões de fato e de direito que fundamentaram a não-homologação da compensação. Não há, ademais, qualquer violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, porque o interessado foi devidamente intimado do despacho decisório e da decisão recorrida, apresentando manifestação de inconformidade e interpondo recurso voluntário, na forma prevista na legislação. Preliminar de nulidade afastada.
DILIGÊNCIA. PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL OU DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO.
No processo administrativo fiscal, vigora o princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado, o que garante ao julgador, nos arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/1972, a liberdade para formar a sua convicção, deferindo as diligências que entender necessárias ou indeferi-las, quando prescindíveis ou impraticáveis.
PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA.
O contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Na falta de provas, deve ser mantida a não-homologação da compensação.
MULTA DE MORA. LEGALIDADE. ART. 61 DA LEI Nº 9.430/1996.
A incidência de multa de mora encontra-se expressamente prevista no art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Alegação de ilegalidade afastada.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3802-002.424
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: SOLON SEHN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2010 MULTA DE MORA. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. MATÉRIA NÃO CONHECIDA. SÚMULA CARF Nº 02. De acordo com a Súmula CARF nº 02, o Conselho não tem competência para declarar a inconstitucionalidade de atos normativos fora das hipóteses previstas no art. 62 do Regimento Interno. PRELIMINAR. NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Não é nulo o despacho decisório que, embora conciso, contém a exposição das razões de fato e de direito que fundamentaram a nãohomologação da compensação. Não há, ademais, qualquer violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, porque o interessado foi devidamente intimado do despacho decisório e da decisão recorrida, apresentando manifestação de inconformidade e interpondo recurso voluntário, na forma prevista na legislação. Preliminar de nulidade afastada. DILIGÊNCIA. PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL OU DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. No processo administrativo fiscal, vigora o princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado, o que garante ao julgador, nos arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/1972, a liberdade para formar a sua convicção, deferindo as diligências que entender necessárias ou indeferilas, quando prescindíveis ou impraticáveis. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 89 59 /2 01 2- 19 Fl. 122DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Na falta de provas, deve ser mantida a nãohomologação da compensação. MULTA DE MORA. LEGALIDADE. ART. 61 DA LEI Nº 9.430/1996. A incidência de multa de mora encontrase expressamente prevista no art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Alegação de ilegalidade afastada. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, com base nos fundamentos resumidos na ementa seguinte: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2010 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 123DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11080.918959/201219 Acórdão n.º 3802002.424 S3TE02 Fl. 122 3 O interessado apresentou o PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), sem retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais). Tal fato fez com que o pagamento continuasse atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. O Recorrente, nas razões recursais de fls. 72 e ss., alega preliminarmente a nulidade do despacho decisório, por ausência de fundamentação e violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. No mérito, sustenta que o ônus da prova do direito de crédito não seria do sujeito passivo. Ao contrário, caberia à decisão recorrida demonstrar a ausência de liquidez e de certeza do crédito, nos termos do art. 170 do Código Tributário Nacional. Aduz que deve ser possibilitado ao contribuinte, inclusive por meio de diligência, a juntada posterior de provas do direito de crédito. Por fim, sustenta a ilegalidade e a inconstitucionalidade da incidência de multa de mora sobre o débito confessado, por incompatibilidade com os princípios constitucionais do nãoconfisco, da razoabilidade e da proporcionalidade. Requer o provimento do recurso voluntário e a consequente reforma da decisão recorrida. É o relatório. Voto Conselheiro Solon Sehn O Recorrente teve ciência da decisão no dia 13/09/2013 (fls. 70), interpondo recurso tempestivo em 08/10/2013 (fls. 72). Assim, presentes os demais requisitos de admissibilidade do Decreto no 70.235/1972, o mesmo pode ser conhecido, ressalvado no que se refere às alegações de inconstitucionalidade da multa de mora. Isso porque, consoante entendimento consolidado na Súmula CARF nº 2, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não tem competência para a declaração de inconstitucionalidade de atos normativos fora das hipóteses do art. 62 do Regimento Interno: Súmula Carf nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; Fl. 124DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 1993. Por outro lado, em que pese os argumentos apresentados pelo Recorrente, não há como se acolher a preliminar de nulidade. Isso porque, ainda que conciso, o despacho decisório encontrase suficientemente fundamentação, contendo a exposição das razões de fato e de direito da nãohomologação da compensação. Não há, ademais, qualquer violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. O interessado, afinal, foi devidamente intimado do despacho decisório e da decisão recorrida, apresentando manifestação de inconformidade e interpondo recurso voluntário, na forma prevista na legislação federal que disciplina o procedimento administrativo fiscal. No tocante à diligência, devese ter presente que, no processo administrativo fiscal, vigora o princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado, o que garante ao julgador, nos termos dos arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/1972, a liberdade para formar a sua convicção, deferindo as diligências que entender necessárias ou indeferindoas, quando prescindíveis ou impraticáveis: “Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” “Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias.” No presente caso, por sua vez, é prescindível a realização da diligência, porquanto o feito pode ser decidido à luz das regras de distribuição do ônus da prova. Com efeito, o contribuinte, ao transmitir o PER/Dcomp, deixou de retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais) do período correspondente, o que fez com que a mesma continuasse atrelada à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. Em casos dessa natureza, a Turma tem interpretado que o contribuinte, por força do princípio da verdade material, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado. Nesse sentido, cumpre destacar os seguintes julgados: “PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A INSCRIÇÃO DO DÉBITO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado (art. 12, § 3o, da Instrução Normativa SRF nº. 583/2005, vigente à época da transmissão das DCTF’s retificadoras). A retificação, porém, não produz Fl. 125DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11080.918959/201219 Acórdão n.º 3802002.424 S3TE02 Fl. 123 5 efeitos quando o débito já foi enviado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.” (Carf. 3ª S. 2ª T.E.Acórdão nº 380201.078. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). “PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. [...] Recurso Voluntário Negado.” (Carf. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.290. Rel. Conselheiro José Fernandes do Nascimento. S. 25/09/2012). “COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS DECORRENTES DE RETIFICAÇÃO DE DCTF DEPOIS DE PROFERIDO DESPACHO DECISÓRIO NÃO HOMOLOGANDO PER/DECOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO ORIGINAL. INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO EM VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO ADUZIDO. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Uma vez intimada da não homologação de seu pedido de compensação, a interessada somente poderá reduzir débito declarado em DCTF se apresentar prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no seu preenchimento. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento.” Fl. 126DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 (Carf. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 3802001.593. Rel. Conselheiro Francisco José Barroso Rios. S. 27/02/2013). “PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROLAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. APRESENTAÇÃO DA PROVA DO CRÉDITO APÓS DECISÃO DA DRJ. HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 16, § 4º, “C”, DO DECRETO Nº 70.235/1972. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. A prova do crédito tributário indébito, quando destinada a contrapor razões posteriormente trazidas aos autos, pode ser apresentada após a decisão da DRJ, por força do princípio da verdade material e do disposto no art. 16, § 4º, “c”, do Decreto nº 70.235/1972. Havendo prova do crédito, a compensação deve ser homologada, a despeito da retificação a posteriori da Dctf. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Reconhecido.” (Carf. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.005. Rel. Solon Sehn. S. 22/05/2012). “PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova contábil da existência do crédito compensado. A simples retificação após o despacho decisório não autoriza a homologação da compensação do crédito tributário. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.” (Carf. S3TE02. Acórdão nº 380201.112. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). “COMPENSAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS. AUSÊNCIA DE RETIFICAÇÃO DA DCTF. IMPOSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO PELO CONTRIBUINTE APÓS DECORRIDOS CINCO ANOS DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO. EXCEPCIONALIDADE DE ACEITAÇÃO PELO CARF. A retificação de DCTF constitui requisito formal do contribuinte, ao efetuar pedido de compensação com base em créditos decorrentes de retificação de documentos de cunho declaratório (DACON, DIPJ, dentre outros). Assim, a ausência de apresentação da DCTF retificadora é causa para negação do crédito pleiteado. Todavia, excepcionalmente se permite a Fl. 127DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11080.918959/201219 Acórdão n.º 3802002.424 S3TE02 Fl. 124 7 compensação caso o contribuinte demonstre que a retificação só foi apontada como não efetuada após o decurso dos cinco anos contados da extinção do crédito, sendo certo que a negativa importaria em situação excepcional de restrição formal à verdade material, contrassenso à própria finalidade do processo administrativo tributário. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido.” (Carf. S3TE02. Acórdão nº 3802001.642. Rel. Conselheiro Bruno Macedo Curi. S. 28/02/2013) No presente caso, o contribuinte não apresentou qualquer prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Portanto, nada justifica a reforma da decisão recorrida, porque, ao contrário do sustentado pelo Recorrente, cabe ao sujeito passivo o ônus da prova nos pedidos de compensação. Por fim, melhor sorte não socorre ao Recorrente na pretensão de afastamento da multa de mora. Esta foi exigida validamente, na forma do art. 61 da Lei nº 9.430/1996, o que torna manifestamente improcedente a alegação de ilegalidade. Votase, assim, pelo conhecimento parcial e desprovimento do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 128DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10580.720160/2009-95
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE ATIVA DA UNIÃO PARA EXIGÊNCIA DE TRIBUTO QUE DEVERIA SER RETIDO NA FONTE POR ESTADO DA FEDERAÇÃO. DESCABIMENTO. EXEGESE DO ARTIGO 157, I, DA CRFB.
É de se rejeitar a alegação de ilegitimidade ativa da União Federal no caso, uma vez que o contido no art.157,I, da CRFB toca apenas à repartição de receitas tributárias, não repercutindo sobre a legitimidade da União Federal para exigir o IRRF, mediante lavratura de auto de infração.
IRPF. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE NO REGIME DE ANTECIPAÇÃO. NÃO RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA. RESPONSABILIDADE DO CONTRIBUINTE PELO IMPOSTO DEVIDO APÓS O TÉRMINO DO PRAZO PARA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL.
A falta de retenção pela fonte pagadora não exonera o beneficiário e titular dos rendimentos, sujeito passivo direto da obrigação tributária, de incluí-los, para fins de tributação, na Declaração de Ajuste Anual; na qual somente poderá ser deduzido o imposto retido na fonte ou o pago. Aplicação da Súmula CARF nº 12.
REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO INCIDÊNCIA.
Sujeitam-se à incidência do imposto de renda as verbas recebidas como remuneração pelo exercício de cargo ou função, independentemente da denominação que se dê a essa verba.
IRPF. JUROS DE MORA. PAGAMENTO FORA DO CONTEXTO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO.
No caso dos autos a verba não foi recebida no contexto de rescisão de despedida ou rescisão do contrato de trabalho, de forma que incide o imposto de renda sobre as parcelas intituladas juros de mora, conforme jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça STJ.
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM RAZÃO DE LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO MANIFESTADO PELA PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ AO JULGAR O RESP 1.118.429/SP.
Em que pese a referência a uma ação judicial e a natureza trabalhista das verbas, a fonte obrigacional do pagamento dos rendimentos objeto do lançamento decorreu diretamente de Lei em sentido formal e material, e não diretamente de uma condenação judicial, hipótese na qual dever-se-ia observar o regime estabelecido pelo art. 100 da Constituição da República Federativa do Brasil, não se aplica, portanto, o entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça STJ no RESP 1.118.429/SP.
MULTA DE OFÍCIO. COMPROVANTE DE RENDIMENTOS COM ERRO. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL CONFORME OS COMPROVANTES EMITIDOS PELA FONTE PAGADORA. SÚMULA CARF Nº 73.
Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 2802-003.121
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para excluir a multa de ofício, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Jaci de Assis Junior - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernández, Ronnie Soares Anderson, Julianna Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Mello.
Nome do relator: Jaci de Assis Junior
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DESCABIMENTO. EXEGESE DO ARTIGO 157, I, DA CRFB. É de se rejeitar a alegação de ilegitimidade ativa da União Federal no caso, uma vez que o contido no art.157,I, da CRFB toca apenas à repartição de receitas tributárias, não repercutindo sobre a legitimidade da União Federal para exigir o IRRF, mediante lavratura de auto de infração. IRPF. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE NO REGIME DE ANTECIPAÇÃO. NÃO RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA. RESPONSABILIDADE DO CONTRIBUINTE PELO IMPOSTO DEVIDO APÓS O TÉRMINO DO PRAZO PARA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. A falta de retenção pela fonte pagadora não exonera o beneficiário e titular dos rendimentos, sujeito passivo direto da obrigação tributária, de incluílos, para fins de tributação, na Declaração de Ajuste Anual; na qual somente poderá ser deduzido o imposto retido na fonte ou o pago. Aplicação da Súmula CARF nº 12. REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO INCIDÊNCIA. Sujeitamse à incidência do imposto de renda as verbas recebidas como remuneração pelo exercício de cargo ou função, independentemente da denominação que se dê a essa verba. IRPF. JUROS DE MORA. PAGAMENTO FORA DO CONTEXTO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 01 60 /2 00 9- 95 Fl. 142DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 No caso dos autos a verba não foi recebida no contexto de rescisão de despedida ou rescisão do contrato de trabalho, de forma que incide o imposto de renda sobre as parcelas intituladas juros de mora, conforme jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça STJ. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM RAZÃO DE LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO MANIFESTADO PELA PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ AO JULGAR O RESP 1.118.429∕SP. Em que pese a referência a uma ação judicial e a natureza trabalhista das verbas, a fonte obrigacional do pagamento dos rendimentos objeto do lançamento decorreu diretamente de Lei em sentido formal e material, e não diretamente de uma condenação judicial, hipótese na qual deverseia observar o regime estabelecido pelo art. 100 da Constituição da República Federativa do Brasil, não se aplica, portanto, o entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça STJ no RESP 1.118.429∕SP. MULTA DE OFÍCIO. COMPROVANTE DE RENDIMENTOS COM ERRO. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL CONFORME OS COMPROVANTES EMITIDOS PELA FONTE PAGADORA. SÚMULA CARF Nº 73. Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para excluir a multa de ofício, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernández, Ronnie Soares Anderson, Julianna Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Mello. Relatório Fl. 143DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.720160/200995 Acórdão n.º 2802003.121 S2TE02 Fl. 138 3 Por bem sintetizar os atos e procedimentos que integram os presentes autos, abaixo se reproduz o relatório extraído do Acórdão 1526.047, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador – DRJ/SDR: “Tratase de auto de infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF correspondente aos anos calendário de 2004, 2005 e 2006, para exigência de crédito tributário, no valor de R$ 176.660,25, incluída a multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Conforme descrição dos fatos e enquadramento legal constantes no auto de infração, o crédito tributário foi constituído em razão de ter sido apurada classificação indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual como sendo rendimentos isentos e não tributáveis. Os rendimentos foram recebidos do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003. As diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, conseqüentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento. O contribuinte foi cientificado do lançamento fiscal e apresentou impugnação, alegando, em síntese, que: a) não classificou indevidamente os rendimentos recebidos a título de URV, pois o enquadramento de tais rendimentos como isentos de imposto de renda encontrase em perfeita consonância com a legislação instituidora de tal verba indenizatória; b) o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, reconheceu a natureza indenizatória das diferenças de URV recebidas pelos magistrados federais, e que por esse motivo estariam isentas da contribuição previdenciária e do imposto de renda. Este tratamento seria extensível aos valores a mesmo título recebidos pelos membro do magistrados estaduais; c) o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do IRRF que lhe caberia ao estabelecer no art. 5º da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga, sendo a União parte ilegítima para exigência de tal tributo. Além disso, se a fonte pagadora não fez a retenção que estaria obrigada, e levou o autuado a informar tal parcela como isenta em sua declaração de rendimentos, não tem este último qualquer responsabilidade pela infração; d) independentemente da controvérsia quanto à competência ou não do Estado da Bahia para regular matéria reservada à Lei Federal, o valor recebido a título de URV tem a natureza indenizatória. Neste sentido já se pronunciou o Supremo Tribunal Federal, o Presidente do Conselho da Justiça Federal, Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, Poder Judiciário de Rondônia, Ministério Publico do Estado do Maranhão, bem como, ilustres doutrinadores; e) caso os rendimentos apontados como omitidos de fato fossem tributáveis, deveriam ter sido submetidos ao ajuste anual, e não tributados isoladamente como no lançamento fiscal; f) ainda que as diferenças de URV recebidas em atraso fossem consideradas como tributáveis, não caberia tributar os juros e correção monetária incidentes sobre elas, tendo em vista sua natureza indenizatória; g) mesmo que tal verba fosse tributável, não caberia a aplicação da multa de ofício e juros moratórios, pois o autuado teria agido com boafé, seguindo Fl. 144DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 orientações da fonte pagadora, que por sua vez estava fundamentada na Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV; h) o Ministério da Fazenda, em resposta à Consulta Administrativa feita pela Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, também, teria manifestadose pela inaplicabilidade da multa de ofício, em razão da flagrante boafé dos autuados, ratificando o entendimento já fixado pelo AdvogadoGeral da União, através da Nota AGU/AV 12/2007. Na referida resposta, o Ministério da Fazenda reconhece o efeito vinculante do comando exarado pelo Advogado Geral da União perante à PGFN e a RFB. Foi determinada diligência fiscal para que o órgão de origem adotasse as medidas cabíveis para ajustar o lançamento fiscal ao Parecer PGFN/CRJ/Nº 287/2009, de 12 de fevereiro de 2009, da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, que, em razão de jurisprudência pacificada no Superior Tribunal de Justiça, concluiu pela dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e pela desistência dos já interpostos, desde que inexistisse outro fundamento relevante, com relação às ações judiciais que visassem obter a declaração de que, no cálculo do imposto renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, deveriam ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o cálculo ser mensal e não global.” A DRJ/SDR, fls. 81 a 87 (digital), julgou a impugnação improcedente, nos termos da seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004, 2005, 2006 DIFERENÇAS DE REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA IRPF. As diferenças de remuneração recebidas pelos Magistrados do Estado da Bahia, em decorrência da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003, estão sujeitas à incidência do imposto de renda. MULTA DE OFÍCIO. INTENÇÃO. A aplicação da multa de ofício no percentual de 75% sobre o tributo não recolhido independe da intenção do contribuinte. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Extraemse da decisão de primeira instância os seguintes a argumentos: a) a diferença apurada pela conversão do valor do salário em URV tem natureza salarial incidindo o IRPF; b) o IRPF é regido por legislação Federal não sendo legítima a concessão de isenção por legislação Federada; c) Parecer Normativo SRF nº 1, de 24 de setembro de 2002, que dispõe que a responsabilidade da fonte pagadora pela retenção do IRRF extinguese no prazo fixado para a entrega da declaração de ajuste anual pessoa física, e que a falta de oferecimento dos rendimentos à tributação por parte desta última, a sujeita à exigência do imposto correspondente, acrescido de multa de ofício e juros de mora, conforme abaixo transcrito; d) que a citada consulta na realidade não seguiu o rito do processo administrativo de consulta previsto no art. 48 da Lei nº 9.430, de 1996, portanto, teve caráter Fl. 145DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.720160/200995 Acórdão n.º 2802003.121 S2TE02 Fl. 139 5 meramente informativo, sem qualquer efeito vinculante, bem como as demais normas e pareceres; e) que nos anos calendários em questão, as bases de cálculo declaradas já sujeitavam o contribuinte à incidência do imposto de renda em sua alíquota máxima, bem como, já tinham sido aproveitadas as parcelas a deduzir previstas legalmente. Nesta situação, o imposto apurado mediante aplicação direta da alíquota máxima sobre os rendimentos omitidos coincide com o imposto apurado com base na tabela progressiva sobre a base de cálculo ajustada em razão da omissão; f) que o art. 55, inciso XIV, do RIR/99 dispõe claramente que tanto os juros moratórios, quanto quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, estão sujeitos à tributação, a menos que correspondam a rendimentos isentos ou não tributáveis; g) que a Resolução do STF nº 245 não pode ser estendida às verbas pagas aos Magistrados do Estadual da Bahia, pois isto resultaria na concessão de isenção sem lei específica. Não se poderia, também, recorrer à analogia em matéria que trate de isenção, que está sujeita a interpretação literal, conforme preconiza o art. 111, inciso II, do CTN. Intimada da supramencionada decisão, em 08/04/2011, fls. 90, a interessada interpôs recurso voluntário, em 12/04/2011, fls. 91 a 128, reiterando as alegações apresentadas na impugnação, para reafirmar a validade e o efeito vinculante da resposta à consulta feita pela Presidente do TJ/BA ao Ministério da Fazenda, nos mesmos termos do parecer, que afirma vinculante, exarado pelo AdvogadoGeral da União; que violase o princípio da economia processual no esforço de manter uma exação, a multa, que será fatalmente desconstituída pelo Poder Judiciário; que deveria ter sido levado em consideração, não apenas a alíquota vigente no momento em que as verbas deveriam ter sido pagas, mas também o total que atingiria mês a mês a remuneração da contribuinte à época em que seria devido o pagamento, para se apurar adequadamente suposto imposto a pagar; da mesma forma que não há incidência de imposto sobre a URV, por entender ser verba indenizatória, também não há incidência de imposto de renda sobre o rendimento recebido a título de juros moratórios; entende pela necessidade de extinção do crédito tributário exigidos nos presentes autos, tanto por considerar a União parte ilegítima para figurar no pólo Ativo da relação jurídicotributária, quanto por suposta violação ao princípio constitucional da isonomia. Em sessão de julgamento do dia 18 de setembro de 2012, a Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção do CARF determinou o sobrestamento do feito, tendo em vista o previsto no art. 62A, §1º, Regimento Interno do CARF, Portaria MF 256, de 2009 e na Portaria nº 1, de 03 de janeiro de 2012 (art. 1º, Parágrafo Único), na medida em que o Recurso Extraordinário 614406/RS, o qual teve sua repercussão geral reconhecida em 20/10/2010, e que ainda se encontra pendente de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, versa sobre matéria que em tese se assemelha ao presente caso. Tendo em vista que a Portaria nº 545, de 18 de novembro de 2013, revogou os parágrafos primeiro e segundo do art. 62A do RICARF, o presente processo foi distribuído, por sorteio, a este Conselheiro, em 15/04/2014. É o relatório. Voto Fl. 146DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 Conselheiro Jaci de Assis Junior, Relator O recurso foi tempestivamente apresentado e preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. O assunto tratado nos presentes autos possui diversos precedentes nesta 2ª Tuma Especial, dos quais convém reproduzir o inteiro teor do voto condutor do Acórdão nº 2802002.907, proferido Conselheiro Jorge Claudio Duarte Cardoso, em sessão realizada no dia 15 de maio de 2014, tendo em vista que expressa com propriedade o entendimento unânime firmado pelos membros participantes, dos quais este Relator integrou e que ora o adota como razões de decidir, na parte que interessa ao presente litígio: “Da legitimidade ativa da União O fato de o produto da arrecadação do IRRF pertencer ao Estado da Federação não subtrai da União sua competência para fiscalizar e arrecadar o Imposto de Renda sujeito ao ajuste anual, que não se confunde com o imposto retido na fonte. Este é mera antecipação daquele. A União possui legitimidade ativa para cobrar o Imposto de Renda, pois não só possui competência tributária como tem interesse econômico e jurídico em fiscalizar e arrecadar o imposto apurado no ajuste anual. São inconfundíveis os conceitos de imposto retido na fonte e de imposto devido no ajuste anual, bem como os de competência tributária, legitimidade ativa e de titularidade do produto da arrecadação. Ademais, a ausência de retenção do imposto na fonte não exclui a competência da União para a constituição do crédito tributário de rendimentos sujeitos a incidência do imposto na DIRPF, nos termos da Súmula CARF n.12, verbis: “Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção.” Desta forma, a decisão proferida no Resp 874.759 não tem o efeito almejado pelo recorrente. Do natureza tributária das verbas (URV e juros de mora) Essa Turma Julgadora reiteradas vezes decidiu , entre outros pontos, que: a) a União possui legitimidade ativa e as diferenças pagas pelo Estado da Bahia, de que trata este processo, tem natureza remuneratória e tributável; b) a Resolução do STF nº 245/2002 não é dirigida aos Membros da magistratura estadual; c) não há quebra de isonomia; d) a atualização do tributos pelos juros de mora é correta; e e) a multa de ofício deve ser excluída em decorrência de o contribuinte ter sido induzido ao erro pelas informações prestadas pela fonte pagadora nos comprovantes de rendimentos e certidões (fls. 16 a 21). Fl. 147DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.720160/200995 Acórdão n.º 2802003.121 S2TE02 Fl. 140 7 Citase como exemplo o acórdão nº 2802002.778, de 19 de Março de 2014, cujas razões de decidir são transcritas e passam a integrar a fundamentação do presente acórdão. Isto porque a fonte obrigacional do pagamento dos rendimentos objeto do lançamento vergastado, em que pese a referência a uma ação judicial e a natureza trabalhista das verbas, decorre diretamente de Lei em sentido formal e material, e não diretamente de uma condenação judicial, hipótese na qual deverseia observar o regime estabelecido pelo art. 100 da Constituição da República Federativa do Brasil. Quanto à suposta ilegitimidade ativa da União para a exigência do tributo, conforme exposto nas razões de embargante, a tese fundase na disposição constitucional do artigo 157, I, que determina caber aos Estados e ao Distrito Federal o produto da arrecadação do IRRF sobre rendimentos pagos por estes Entes Federativos, suas autarquias ou fundações públicas. A questão é singela e já foi objeto de decisão do CARF em diversas ocasiões, assentandose na jurisprudência deste Conselho que a ausência de retenção do imposto na fonte não exclui a competência da União para a constituição do crédito tributário de rendimentos sujeitos a incidência do imposto na DIRPF, nos termos da Súmula CARF n.12, verbis: “Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção.” A título de obiter dictum, digase que é natural que a repartição das receitas tributárias haverá de ser observada, tratandose de matéria relativa às relações financeiras entre União e Estados e não à competência para a arrecadação do imposto. No mérito, a controvérsia ora apresentada reside na caracterização da natureza dos rendimentos auferidos pela Contribuinte, membro do Poder Judiciário do Estado da Bahia, a título de recomposição de diferenças de remuneração havidas quando da conversão do Cruzeiro Real para URV, sendo que para o caso concreto é relevante citar que tratase de pagamento de verba prevista em Lei Estadual, in casu a Lei Ordinária Estadual n° 8730, a qual o Recorrente tenta equivaler à verba paga aos magistrados federais e estendida aos Procuradores da República. Sendo certo que esse abono pago à magistratura federal foi objeto de Resolução administrativa nº 245/2002 do Supremo Tribunal Federal e que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional curvouse ao entendimento do STF, este manifestado em expediente administrativo interna corporis, e passou a tratar essa verba como isenta. Destaco que a verba objeto da Resolução STF nº 245/2005 foi o abono previsto no art. 6° da Lei n° 9.655, de 1998, com a alteração estabelecida no art. 2° da Lei n° 10.474, de 2002. Este abono alcançou unicamente a Magistratura Federal, cuja Lei que o criou estabelece que: “Art. 6º Aos membros do Poder Judiciário é concedido um abono variável, com efeitos financeiros a partir de 1º de janeiro de 1998 e até a data da promulgação da Emenda Fl. 148DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 8 Constitucional que altera o inciso V do art. 93 da Constituição, correspondente à diferença entre a remuneração mensal atual de cada magistrado e o valor do subsídio que for fixado quando em vigor a referida Emenda Constitucional.” Ao passo que os arts. 4º e 5º da Lei Ordinária Estadual n° 8730, dispõe: “Art. 4º As diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor URV, objeto das Ações Ordinárias de nº 613 e 614, julgadas procedentes pelo supremo Tribunal Federal, serão apuradas mês a mês, de 1º de abril de 1994 a 31 de agosto de 2001, e o montante correspondente a cada Magistrado será dividido em 36 parcelas iguais e consecutivas para pagamento nos meses de janeiro de 2004 a dezembro de 2006. Art. 5º São de natureza indenizatória as parcelas de que trata o art. 2º desta Lei.” Com a devida vênia, não vislumbro identidade nas verbas de que tratam os atos normativos federais e o que veicula a lei ordinária do Estado da Bahia ora examinada. A legislação federal demonstra apenas que o subsídio conhecido como “abono variável” foi criado com a finalidade de se atribuir aos membros do Poder Judiciário uma espécie de verba retroativa que corrigia as eventuais diferenças de escalonamento salarial. Já a verba percebida pelo Recorrente, na análise dos elementos constantes dos autos, se traduz em recomposição de natureza salarial, ainda que paga extemporaneamente, sendo certo que para fins de Imposto de Renda vige o princípio de impossibilidade de concessão de isenções heterônomas, razão pela qual é irrelevante, para fins da definição da natureza do rendimento, a classificação que lhe dá a sua fonte pagadora. Pontuese que não se trata de negar vigência ou atribuir ao citado dispositivo legal qualquer pecha de inconstitucionalidade, pois não se discute a natureza indenizatória da verba percebida, mas não se pode olvidar que nem toda indenização referese à recomposição de patrimônio, como no exemplo clássico dos lucros cessantes, e no presente caso entendo ter ocorrido uma recomposição salarial que, malgrado a extemporaneidade, significou acréscimo patrimonial. Todavia, a existência de um dispositivo legal considera a verba não tributável foi decisiva para a conduta do requerente, que declarou o rendimento com a mesma natureza atribuída pela fonte pagadora, razão pela qual é cabível a exoneração, exclusivamente, da multa de oficio em decorrência de um erro escusável induzido pela interpretação errônea dada pela fonte pagadora, no mesmo sentido dos acórdãos 10616801, 106 16360 e 19600065, cujos excertos são a seguir reproduzidos. “(...) MULTA DE OFÍCIO EXCLUSÃO – Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora, um ente estatal que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos. (...)” (acórdão 10616801, de Fl. 149DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.720160/200995 Acórdão n.º 2802003.121 S2TE02 Fl. 141 9 06/03/2008, da 6ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes,relator Conselheiro Luiz Antonio de Paula) “ (...) MULTA DE OFICIO CONTRIBUINTE INDUZIDO A ERRO PELA FONTE PAGADORA Não comporta multa de oficio o lançamento constituído com base em valores espontaneamente declarados pelo contribuinte que, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração de rendimentos. (...) (Acórdão n° 10616360, sessão de 23/01/2008, relator o Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos) “ (...) MULTA DE OFÍCIO. ERRO ESCUSÁVEL. Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas por sua fonte pagadora, um ente estatal que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício.(...)” (acórdão nº 19600065, de 02/12/2008, da 6ª Turma Especial do 1º Conselho de Contribuintes, conselheiro(a) relator(a) Valéria Pestana Marques) Ressaltese, por oportuno, que a exclusão da multa de ofício não implica na exigência substitutiva da multa de mora, eis que ambas possuem o caráter de penalidade, e neste voto se reconhece que o contribuinte agiu de boa fé, não podendo lhe ser imputado nenhum ilícito que merece tal imposição, na exata medida em que não se reconhece no crédito tributário natureza de pena. Com relação aos juros de mora, estes constituem mera atualização do valor do tributo para assegurarlhe a manutenção do seu valor quando pago a destempo, não se trata de sanção e possui previsão legal de incidência. Quanto a tese de não incidência do IRPF sobre verbas relativas a incidência de juros de mora sobre valores recebidos a destempo, na ausência de norma isentiva explícita, é de se observar o caráter tributável dos rendimentos em questão. Ademais, a legislação em vigor é taxativa ao determinar a sua tributação nos termos do art.55, XIV, do RIR: Art. 55. São também tributáveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 26, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 24, § 2º, inciso IV, e 70, § 3º, inciso I): (...) XIV os juros compensatórios ou moratórios de qualquer natureza, inclusive os que resultarem de sentença, e quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, exceto aqueles correspondentes a rendimentos isentos ou não tributáveis; Fl. 150DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 10 Ressaltese, ainda, que a tributação independe da denominação dos rendimentos, bastando para a incidência o benefício por qualquer forma e a qualquer título, nos termos do § 40, art. 3°, da Lei 7.713/88. Observese que o artigo 62 do Regimento do CARF, Portaria MF n.256/2009, veda que este Conselho deixe de aplicar dispositivos de lei ou decreto, ao fundamento de inconstitucionalidade, salvo quando declarados inconstitucionais por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. Do mesmo modo, a jurisprudência do STF e do STJ em matéria infraconstitucional, somente vincula os julgamentos do CARF, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, nos termos do artigo 62A do citado Regimento do CARF. Neste sentido, é relevante destacar que o Acórdão proferido no Agravo Regimental em Embargos de Divergência no REsp n° 1.163.490, veiculado pelo DJe de 21 de março de 2012, trata do alcance do decidido em sede de recurso repetitivo pelo Acórdão proferido no citado REsp n° 1.227.133. Desta forma, há que se entender pelo não cabimento à espécie dos autos do precedente que fundamentou a decisão recorrida, o REsp n° 1.227.133. De fato, ao apreciar o Resp n° 1.227.133, inicialmente o voto vencedor do Ministro Cesar Asfor Rocha reconhecia a nãoincidência do IR sobre juros moratórios, de forma ampla. Por outro lado, o julgamento dos embargos de declaração no referido recurso especial, publicado no DO de 02/12/11 reconheceu que os Ministros que acompanharam o voto do relator, deram provimento ao recurso em sentido mais restrito, reconhecendo apenas a nãoincidência do IR sobre juros moratórios, quando os mesmos incidem sobre rescisão de contrato de trabalho, o que levou à modificação da ementa do acórdão por ocasião dos referidos embargos de declaração.” Os fundamentos abaixo reforçam a adequação do entendimento desta Turma Julgadora. Quanto à exclusão da multa, convém obserar que, de acordo com o Demonstrativo de Multa e Juros de Mora, fls. 6, sobre o imposto de renda apurado de ofício incidiu, única e exclusivamente, a multa de 75% (setenta e cinco por cento), regulamentada pelo art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430, de 1996. Foi contra essa imputação que o contribuinte direcionou sua defesa. Ainda em relação ao assunto, convém aduzir que ao caso se aplica a Súmula CARF nº 73: Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício. O caso do recorrente não se refere a rescisão de contrato de trabalho, de forma que os juros de mora são tributáveis, como decidido pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ no REsp 1089720/RS, julgado em 10/10/2012 e publicado em 28/11/2012. (No mesmo sentido há o REsp 1234377/RS, AgRg no AgRg no AREsp 190821/RS, AgRg no AREsp 18626/RS; e EDcl no AgRg no REsp 1221039/ RS). Fl. 151DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.720160/200995 Acórdão n.º 2802003.121 S2TE02 Fl. 142 11 Quanto à alegação de imprestabilidade da base de cálculo, anotase que o recorrente sustenta ser aplicável o entendimento segundo o qual o imposto deve ser calculado mensalmente, pelas tabelas das épocas próprias, entendimento consolidado no STJ no REsp 1.118.429∕SP. Analisandose o demonstrativo de apuração do imposto (fls. 07/09) verifica se que o valor recebido em cada ano foi computado como rendimento omitido nesses ano calendário (2004, 2005, 2006), valores que foram acrescidos à base de cálculo declarada, logo as deduções contidas na Declaração de Ajuste Anual foram consideradas. Todavia, acima consta fundamentação para não se aplicar, neste caso concreto, o entendimento de tributação de rendimentos com base no REsp 1.118.429∕SP, de forma que a argumentação acerca de possível erro na base de cálculo fica prejudicada e que o lançamento não merece reparo. Ademais, o exemplo do recorrente de que, em 1995, o valor que deveria ter sido recebido de URV estaria na faixa de isenção demonstra uma premissa equivocada do recorrente qual seja: confundese o imposto retido na fonte – que é mera antecipação do imposto anual – com o imposto anual. Não é porque um rendimento isoladamente está abaixo da faixa de isenção (e portanto não haverá retenção na fonte) que o somatório anual será isento. Por fim, registrase que decisões administrativas e judiciais sem força vinculante, doutrina, pareceres de juristas, interpretações de Outros Órgãos públicos não constituem normas de direito tributário de aplicação obrigatória pelo CARF. Nos termos acima expostos, concluise pela inexistência da suposta violação ao princípio da isonomia, pela legitimidade ativa da União para exigir o crédito tributário constituído, pela natureza tributável da verba trabalhista recebida pelo contribuinte, pela impossibilidade de aplicação do entendimento manifestado pelo STJ ao julgar o REsp 1.118.429∕SP, bem como, pela necessidade de exclusão tão somente da multa de ofício imposta, haja vista, inclusive, que o assunto se encontra pacificado no âmbito do CARF, por meio da Sumula nº 73. Diante do exposto, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para tão somente excluir a multa de ofício. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Fl. 152DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 12/09/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 10280.722260/2009-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3402-000.684
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator e Presidente Substituto.
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Fenelon Moscoso de Almeida.
RELATÓRIO
Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de créditos do PIS apurado pelo regime da não cumulatividade, referente ao 1º Trimestre de 2007.
O recorrente apresentou no recurso voluntário documentos detalhando o processo produtivo e buscou provar que as glosas efetuadas pela fiscalização são indevidas.
Esse Colegiado baixou o processo em diligência para que a Unidade de Origem, tomando por base os documentos apresentados pelo recorrente na ocasião do protocolo do recurso, emitisse um parecer conclusivo acerca da relação de inerência entre os dispêndios realizados a título de transporte e co-processamento de rejeito gasto de cubas RGC, de beneficiamento de banho eletrolítico, de processamento de borra de alumínio e refratários e o transporte de rejeitos industriais, e a realização da produção industrial do recorrente em face da eventual inexistência desses gastos. Foi solicitado, ainda, a identificação detalhada das máquinas e equipamentos e edificações que compõe o parque industrial e seus respectivos custos.
Os autos retornaram a esse Colegiado após a diligência solicitada com os seguintes esclarecimentos:
Dos esclarecimentos
Informamos que a planilha contendo os itens máquinas, equipamentos e edificações foi apresentada com todos os itens, ao passo que as planilhas já existentes no processo, no que concerne aos itens supracitados, referem-se apenas aos itens, que no entendimento da fiscalização, não foram considerados como máquinas e equipamentos, os quais foram objeto de glosa.
Da Conclusão
Do exposto, conclui-se a presente diligência anexando os arquivos apresentados pelo contribuinte, transformados em PDF.
É o Relatório.
VOTO
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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decisao_txt : RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Fenelon Moscoso de Almeida. RELATÓRIO Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de créditos do PIS apurado pelo regime da não cumulatividade, referente ao 1º Trimestre de 2007. O recorrente apresentou no recurso voluntário documentos detalhando o processo produtivo e buscou provar que as glosas efetuadas pela fiscalização são indevidas. Esse Colegiado baixou o processo em diligência para que a Unidade de Origem, tomando por base os documentos apresentados pelo recorrente na ocasião do protocolo do recurso, emitisse um parecer conclusivo acerca da relação de inerência entre os dispêndios realizados a título de transporte e co-processamento de rejeito gasto de cubas RGC, de beneficiamento de banho eletrolítico, de processamento de borra de alumínio e refratários e o transporte de rejeitos industriais, e a realização da produção industrial do recorrente em face da eventual inexistência desses gastos. Foi solicitado, ainda, a identificação detalhada das máquinas e equipamentos e edificações que compõe o parque industrial e seus respectivos custos. Os autos retornaram a esse Colegiado após a diligência solicitada com os seguintes esclarecimentos: Dos esclarecimentos Informamos que a planilha contendo os itens máquinas, equipamentos e edificações foi apresentada com todos os itens, ao passo que as planilhas já existentes no processo, no que concerne aos itens supracitados, referem-se apenas aos itens, que no entendimento da fiscalização, não foram considerados como máquinas e equipamentos, os quais foram objeto de glosa. Da Conclusão Do exposto, conclui-se a presente diligência anexando os arquivos apresentados pelo contribuinte, transformados em PDF. É o Relatório. VOTO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1208; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 100 1 99 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10280.722260/200931 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3402000.684 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 19 de agosto de 2014 Assunto Diligência Recorrente ALBRAS ALUMINIO BRASILEIRO S/A Recorrida DRJ Belém (PA) RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Fenelon Moscoso de Almeida. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 02 80 .7 22 26 0/ 20 09 -3 1 Fl. 1601DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722260/200931 Resolução nº 3402000.684 S3C4T2 Fl. 101 2 RELATÓRIO Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de créditos do PIS apurado pelo regime da não cumulatividade, referente ao 1º Trimestre de 2007. O recorrente apresentou no recurso voluntário documentos detalhando o processo produtivo e buscou provar que as glosas efetuadas pela fiscalização são indevidas. Esse Colegiado baixou o processo em diligência para que a Unidade de Origem, tomando por base os documentos apresentados pelo recorrente na ocasião do protocolo do recurso, emitisse um parecer conclusivo acerca da relação de inerência entre os dispêndios realizados a título de transporte e coprocessamento de rejeito gasto de cubas – RGC, de beneficiamento de banho eletrolítico, de processamento de borra de alumínio e refratários e o transporte de rejeitos industriais, e a realização da produção industrial do recorrente em face da eventual inexistência desses gastos. Foi solicitado, ainda, a identificação detalhada das máquinas e equipamentos e edificações que compõe o parque industrial e seus respectivos custos. Os autos retornaram a esse Colegiado após a diligência solicitada com os seguintes esclarecimentos: “Dos esclarecimentos Informamos que a planilha contendo os itens máquinas, equipamentos e edificações foi apresentada com todos os itens, ao passo que as planilhas já existentes no processo, no que concerne aos itens supracitados, referemse apenas aos itens, que no entendimento da fiscalização, não foram considerados como máquinas e equipamentos, os quais foram objeto de glosa. Da Conclusão Do exposto, concluise a presente diligência anexando os arquivos apresentados pelo contribuinte, transformados em PDF.” É o Relatório. VOTO Entendo que a diligência não foi cumprida pela Unidade de Origem. Assim sendo, remeto novamente os autos para que seja emitido um parecer conclusivo acerca da relação de inerência entre os dispêndios realizados a título de transporte e coprocessamento de rejeito gasto de cubas – RGC, de beneficiamento de banho eletrolítico, de processamento de borra de alumínio e refratários e o transporte de rejeitos industriais, e a realização da produção industrial do recorrente em face da eventual inexistência desses gastos. Nesse parecer Fl. 1602DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722260/200931 Resolução nº 3402000.684 S3C4T2 Fl. 102 3 conclusivo deve constar a identificação das máquinas, equipamentos e edificações do parque industrial da recorrente e seus respectivos custos. Da conclusão da diligência deve ser dada ciência à contribuinte, abrindolhe o prazo de trinta dias para, querendo, pronunciarse sobre o feito. Após todos os procedimentos, que sejam devolvidos os autos ao CARF para prosseguimento do rito processual. Sala das Sessões, 19/08/2014 GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Fl. 1603DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/09/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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Numero do processo: 13984.002462/2007-61
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003, 2004
SIMPLES. EXCLUSÃO. DECISÃO DEFINITIVA.
Esgotados os meios de notificação de Ato Declaratório de Exclusão do SIMPLES sem apresentação de impugnação no prazo previsto na Lei do Processo Administrativo Fiscal, a exclusão e os respectivos efeitos tornam-se definitiva.
SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO DEFINITIVA COM EFEITOS RETROATIVOS. OPÇÃO POR REGIME DE APURAÇÃO. HIPÓTESES.
A partir do início de procedimento de fiscalização, a apuração da base de cálculo do IPRJ e da CSLL cabe à autoridade fiscal, dentro do determina o art. 149 do CTN.
ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. LIMITES DE COMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS.
As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no Pais, e são incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade.
CSLL - LANÇAMENTO DECORRENTE. EFEITOS DA DECISÃO RELATIVA AO LANÇAMENTO PRINCIPAL.
Em razão da vinculação entre o lançamento principal e os que lhe são decorrentes, devem as conclusões relativas àquele prevalecer na apreciação destes, desde que não presentes argüiições especificas ou elementos de prova novos.
Numero da decisão: 1202-001.125
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do pedido para cancelamento dos efeitos do ADE nº 23/2005 de exclusão do Simples e, no mérito, em negar provimento ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
Carlos Alberto Donassolo Presidente em Exercício.
(documento assinado digitalmente)
Plínio Rodrigues Lima - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Donassolo, Plínio Rodrigues Lima, João Bellini Junior (suplente), Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno.
Nome do relator: PLINIO RODRIGUES LIMA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2003, 2004 SIMPLES. EXCLUSÃO. DECISÃO DEFINITIVA. Esgotados os meios de notificação de Ato Declaratório de Exclusão do SIMPLES sem apresentação de impugnação no prazo previsto na Lei do Processo Administrativo Fiscal, a exclusão e os respectivos efeitos tornam-se definitiva. SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO DEFINITIVA COM EFEITOS RETROATIVOS. OPÇÃO POR REGIME DE APURAÇÃO. HIPÓTESES. A partir do início de procedimento de fiscalização, a apuração da base de cálculo do IPRJ e da CSLL cabe à autoridade fiscal, dentro do determina o art. 149 do CTN. ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. LIMITES DE COMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no Pais, e são incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade. CSLL - LANÇAMENTO DECORRENTE. EFEITOS DA DECISÃO RELATIVA AO LANÇAMENTO PRINCIPAL. Em razão da vinculação entre o lançamento principal e os que lhe são decorrentes, devem as conclusões relativas àquele prevalecer na apreciação destes, desde que não presentes argüiições especificas ou elementos de prova novos.
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EXCLUSÃO. DECISÃO DEFINITIVA. Esgotados os meios de notificação de Ato Declaratório de Exclusão do SIMPLES sem apresentação de impugnação no prazo previsto na Lei do Processo Administrativo Fiscal, a exclusão e os respectivos efeitos tornamse definitiva. SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO DEFINITIVA COM EFEITOS RETROATIVOS. OPÇÃO POR REGIME DE APURAÇÃO. HIPÓTESES. A partir do início de procedimento de fiscalização, a apuração da base de cálculo do IPRJ e da CSLL cabe à autoridade fiscal, dentro do determina o art. 149 do CTN. ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. LIMITES DE COMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no Pais, e são incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade. CSLL LANÇAMENTO DECORRENTE. EFEITOS DA DECISÃO RELATIVA AO LANÇAMENTO PRINCIPAL. Em razão da vinculação entre o lançamento principal e os que lhe são decorrentes, devem as conclusões relativas àquele prevalecer na apreciação destes, desde que não presentes argüiições especificas ou elementos de prova novos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 4. 00 24 62 /2 00 7- 61 Fl. 340DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 3 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do pedido para cancelamento dos efeitos do ADE nº 23/2005 de exclusão do Simples e, no mérito, em negar provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo – Presidente em Exercício. (documento assinado digitalmente) Plínio Rodrigues Lima Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Donassolo, Plínio Rodrigues Lima, João Bellini Junior (suplente), Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno. Relatório Em sessão de 15/09/2006, no processo de autos n° 13984.000283/200447, a DRJ/FNS, por meio do Acórdão n° 078576, manteve a exclusão da Recorrente do SIMPLES, com efeitos a partir de 1°/1/2002, determinada pelo Ato Declaratório Executivo (ADE) n° 23, de 16 de junho de 2005, com fundamento no exercício de atividade econômica vedada no referido regime tributário, nos termos do art. 20, inciso XI, ‘e’, da IN SRF n° 355, de 2003 (vigente à época da exclusão), locação de mão de obra (Fls. 21 a 27). Cientificada, naqueles autos, do Acórdão n° 078576, por meio de Edital, de 29/12/2006 a 22/01/2007 (Fls. 29), a Recorrente não interpôs recurso à segunda instância. Nestes autos, em cumprimento ao Mandado de Procedimento Fiscal (Fls. 1), os Auditores Fiscais identificaram, nos anoscalendário de 2003 e 2004, ausência de recolhimento de IRPJ, CSLL, Contribuição para o PIS e COFINS (Fls. 160). Destes tributos, a Recorrente teve exonerado o crédito tributário relativo à COFINS, no valor de R$238.891,33, e à Contribuição para o PIS, no valor de R$70.747,59, por meio do Acórdão da 4ª Turma da DRJ/FNS n° 0722870, em 28/01/2011, no processo de autos n° 13984.002463/200714 (Fls. 308 a 336). No presente processo, em 3/12/2007, lavraramse autos de infração de IRPJ e CSLL, referentes aos anoscalendário de 2003 e 2004, com crédito tributário no valor total de R$938.654,41 (Fls. 140 a 164). Segundo o relatório do Acórdão recorrido (Fls. 253 a 261): DA AÇÃO FISCAL Em procedimento fiscal de oficio foram constatadas nos livros e documentos fiscais do sujeito passivo acima identificado por indevida apuração com base no Simples Federal , faltas de recolhimento/declaração do Imposto de Renda da Pessoa Fl. 341DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 4 3 Jurídica IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido — CSLL, cujos valores foram lançados (líquidos dos valores recolhidos sob o Simples Federal) nos autos de infração a seguir detalhados, em 3/12/2007 (ciência por meio postal em 7/12/2007, f. 165), com multa de oficio de 75% e juros de mora calculados com base na taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia Selic, até 30/11/2007: TRIBUTO PRINCIPAL JUROS DE MORA MULTA DE OFÍCIO TOTAL AI FOLHAS IRPJ 310.011,73 162.845,03 232.508,77 705.365,53 140 CSLL 102.296,43 54.270,15 76.722,30 233.288,88 152 TOTAL 412.308,16 217.115,18 309.231,07 938.654,41 Do Termo de Verificação Fiscal IRPJ CSLL, às f. 158 a 163, colhemse os seguintes excertos: f.158 – v: 2.2 FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPJAPURAÇÃO INCORRETA DO IMPOSTO A Fiscalizada foi excluída do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples com efeitos a partir de 1 o de janeiro de 2002, conforme Acórdão N° 078.576 3a Turma da DRJ/FNS de 15 de setembro de 2006, Processo n° 13984.000283/200447. A Fiscalizada foi informada do Acórdão através da Comunicação SORAT/DRF/LAG n° 420/2006 cuja ciência deu se através do Edital DRF/LAGES/SC/SORAT n° 044, de 29 de dezembro de 2006. Decorrido o prazo legal a Fiscalizada não apresentou recurso ao Conselho de Contribuintes em relação ao referido Acórdão. A Fiscalizada não efetuou o pagamento da diferença dos impostos e contribuições apurados pelo regime correto de tributação em relação aos valores apurados no Simples. f. 159: [...] Portanto, pelo exposto e conforme o Termo de Constatação Fiscal n° 001: o regime de tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica Fiscalizada é o Lucro Real Trimestral tendo em vista: a exclusão do SIMPLES, a não opção pela tributação com base no Lucro Presumido (art. 26 da Lei 9.430/96) e a não opção na tributação com base no Lucro Real Anual com recolhimento mensal por estimativa art. 3° da Lei 9.430/96); a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido da Fiscalizada deve ser apurada trimestralmente, pois, a forma de apuração adotada para o Imposto de Renda vincula esta forma à determinação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; Fl. 342DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 5 4 a Fiscalizada está sujeita ao recolhimento da Contribuição para o PIS no regime NãoCumulativo e a partir de 01/02/2004, a Fiscalizada está sujeita ao recolhimento da COFINS no regime NãoCumulativo, tendo em vista a Tributação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica com base no Lucro Real. f. 159v: [...] Em resposta ao Termo de Intimação Fiscal n° 001, a Fiscalizada solicitou modelo e informações que as planilhas requeridas devem conter e a devolução dos livros e documentos entregues. Anexou cópia do requerimento de reabertura de prazo para apresentação de recurso ao Terceiro Conselho de Contribuintes contra o Acórdão n° 078.576 3a Turma da DRJ/FNS que excluiu a Fiscalizada do Simples com efeitos a partir de 1 o de janeiro de 2002. O pedido de reabertura de prazo foi negado. Em 24/09/2007 a Fiscalizada impetrou Mandado de Segurança Processo 2007.72.06.0023613 insurgindose contra a forma pela qual foi cientificada do Acórdão n° 078.576, que manteve sua exclusão do SIMPLES. De acordo com a Sentença, o pedido formulado por Araguaia Florestal Ltda EPP foi julgado improcedente e a segurança requerida foi denegada. Em atendimento ao Termo de Intimação Fiscal n° 002, a Fiscalizada confirmou que os valores apresentados através do Termo de Constatação Fiscal n 002 (Demonstrativo da Partilha dos Valores Pagos no Simples), são realmente aqueles efetivamente declarados e recolhidos pela empresa. f. 160: [...] Em resposta ao Termo de Intimação Fiscal n° 003, a Fiscalizada apresentou os Balancetes de Verificação mensais, as Demonstrações de Resultado trimestrais, a Planilha de Créditos da COFINS e a Planilha de Créditos do PIS. Com base nos Balancetes de Verificação mensais, nas Demonstrações do Resultado trimestrais, na Planilha de Créditos da COFINS e na Planilha de Créditos do PIS apresentados pela Fiscalizada; e, no Demonstrativo da Partilha dos Valores Pagos no Simples, elaboramos o Demonstrativo de Apuração PIS COFINS e o Demonstrativo de Apuração do IRPJ e da CSLL, a seguir. Neles está demonstrada a falta de recolhimento da Contribuição para o PIS, da COFINS, do IRPJ e da CSLL. f. 162: Fl. 343DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 6 5 [...] Os créditos descontados da Contribuição para o PIS e da COFINS são os apontados pela Fiscalizada na Planilha de Créditos da COFINS e na Planilha de Créditos do PIS. Na apuração do Lucro Real e da Base de Cálculo da CSLL foram adicionados ao Resultado do Período os valores do IRPJ e da CSLL apurados no Simples conforme Demonstrativo da Partilha dos Valores Pagos no Simples e foram excluídos do Resultado do Período os valores das diferenças apuradas da Contribuição para o PIS e da COFINS no Demonstrativo de Apuração PIS –COFINS. f. 162v: Pelo exposto, está demonstrada a falta de recolhimento do IRPJ pela apuração incorreta do Imposto no Simples. O regime de tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica Fiscalizada é o Lucro Real Trimestral. [...] Portanto, o IRPJ devido e não recolhido, decorrente da apuração incorreta do Imposto no Simples, está sendo lançado. [...] 2.3 FALTA DE RECOLHIMENTO DA CSLL Conforme demonstrado no item 2.2, está demonstrada a falta de recolhimento da CSLL pela apuração incorreta da Contribuição no Simples. A CSLL da Fiscalizada deve ser apurada trimestralmente, pois, a forma de apuração adotada para o Imposto de Renda vincula esta forma à determinação da CSLL. O regime de tributação do IRPJ da Fiscalizada é o Lucro Real Trimestral. [...] Portanto, a CSLL devida e não recolhida, decorrente da apuração incorreta da Contribuição no Simples, está sendo lançada. [...] DA IMPUGNAÇÃO Por meio de petição protocolizada em 4 de janeiro de 2008 (f. 169 a 182, e anexos), o sujeito passivo impugna os lançamentos acima referidos, mediante as seguintes alegações: inicialmente, discorre sobre sua opção pelo Simples Federal e sobre sua subsequente exclusão; argumenta sobre a regularidade dessa opção, não reconhecida pela fiscalização do INSS, que vinculou a pretensa "locação de Fl. 344DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 7 6 mãodeobra" à efetiva prestação direta de serviço de corte de árvores (com equipamentos, máquinas e ferramentas motosseras, tratores e máquinas de corte de propriedade da impugnante), sobre que transcreve precedentes das DRJ em Ribeirão Preto SP e em Curitiba PR, além de item do "Perguntas e Respostas" da RFB que cobre exatamente as atividades que desempenha; quanto aos efeitos da exclusão do Simples Federal, alega que não poderiam ser retroativos mas apenas a partir do mês subsequente àquele em que tivesse ocorrido a exclusão; cita o art. 3° da Lei n° 9.732, de 1998, que alterou o art. 15 da Lei n° 9.317, de 1996; às f. 173 afirma: "Relembrese que a empresa, voluntariamente, providenciou a sua exclusão do Simples em janeiro/2005, tendo em vista ter ultrapassado os limites de faturamento previstos na Lei 9.317/96, visando a presente impugnação, basicamente, reconhecer o seu direito em permanecer no Simples até a data de 31/12/2004."; com base no "Princípio Constitucional da Irretroatividade", com alegado suporte no art. 150, III, "a" da Constituição Federal (f. 174), entende estendida tal garantia contrária à exclusão retroativa do Simples Federal; A partir do item "2 No Mérito", a impugnante ataca os lançamentos constantes nos autos de infração já referidos, como segue: alega ter sido prejudicada em seu direito ao contraditório e à ampla defesa, em virtude de não ter tomado conhecimento do julgamento de sua manifestação de inconformidade ("Impugnação", f. 175); alega impossibilidade em termos de optar pelo lucro presumido em 29/12/2006, em relação aos anoscalendário de 2003 e de 2004; e agrega, à f. 176: Como poderia a empresa optar em 2003 e 2004 pelo Lucro Presumido, se o Edital, que publicou o indeferimento da Impugnação da Exclusão do Simples, foi publicado somente em 29/12/2006 ? E mais, a Impugnante só tomou conhecimento do referido edital de indeferimento quando recebeu a intimação de início d.e fiscalização. Neste aspecto, convém fazermos um parêntese para questionar os procedimentos da Receita Federal. E inadmissível, mesmo que esteja previsto em Instrução Normativa, que possa o contribuinte ser considerado intimado via Edital fixado no mural da Delegacia da Receita Federal. É uma hipocrisia alegar que esta intimação é válida e legal. Ora, pra [sic] fiscalizar, notificar, autuar, intimar, multar, o contribuinte foi facilmente localizado. Para lhe informar sobre o seu prazo de recurso o mesmo não foi encontrado. Realmente, é Fl. 345DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 8 7 um tratamento injusto e de consequências desastrosas, em prejuízo, é claro, do contribuinte, que recolheu todos os seus impostos devidos sem atrasar um dia sequer, como pode ser verificado no conta corrente da Impugnante. Ora, é evidente que se a Impugnante, não tinha, de fato, conhecimento da sua situação cadastral e de seu regime tributário, não teria como efetuar o pagamento relativos [sic] ao Lucro Presumido. Assim, a sua falta de pagamento não pode ser considerada como opção pelo Lucro Real, inclusive por falta de previsão lesai a respeito reafirma que a falta de pagamento do IRPJ pelo Lucro Presumido não pode ser entendida como opção pelo Lucro Real (f. 177); 2.1.3 No ano de 2005, em função da sua receita bruta ter ultrapassado os limites do Simples, a Impugnante, espontaneamente e antes de qualquer procedimento fiscal, procedeu a sua exclusão do Simples e o recolhimento de seus impostos pelo Lucro Presumido, bem como efetuou a entrega de todas as obrigações acessórias informando sua opção (DIPJ, DCTF etc), sendo que tal opção perdura até o presente momento. [...] 2.15 Quando foi intimada para a apresentação de documentos, a Impugnante informou, formalmente, ao Agente Fiscal, conforme documento anexo, que, em caso da manutenção da exclusão do Simples, a sua opção se daria pelo Lucro Presumido. Tal declaração de opção foi solenemente ignorada pelo Agente Fiscal, em flagrante desrespeito ao contribuinte e aos princípios da discricionariedade e motivação dos atos administrativos. Ressaltese que o notificante, sequer mencionou tal declaração de opção no seu relatório da Ação Fiscal, causando suspeitas de tal omissão. Destarte, resta cabalmente demonstrado, tanto o direito quanto a intenção, da Impugnante em optar pela tributação com base no Lucro Presumido, devendo ser determinado o recálculo dos valores com base nas alíquotas atinentes a tal modalidade. No item "3 Da Multa", a partir da f. 177, a impugnante alega a respeito da multa de 75%, em síntese, a inconstitucionalidade de sua aplicação: "É evidente que a mesma, além de inaplicável, é abusiva, com nítida intenção e efeito confiscatório." E acrescenta, à f. 178: A multa só seria aplicável e devida se o contribuinte não tivesse declarado os impostos no prazo legal. A empresa sempre declarou seus rendimentos e impostos através da DPJSI, não existindo quaisquer omissões que justifiquem a aplicação de tal percentual. Fl. 346DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 9 8 Apesar da suposta inadimplência, ocorrida em função do desconhecimento do indeferimento de permanência no Simples, nunca poderia ser aplicada a multa de 75%, eis que, além de não restar configurado o dolo ou fraude, tal percentual é extremamente elevado, pois não possui in casu finalidade educativa e de repressão de conduta infratora. Relembrese que o caráter confiscatório das multas fere frontalmente o nosso ordenamento jurídico, notadamente o previsto na CF/88: [...] No item "4 Requerimentos", às f. 181/182, solicita: À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a Impugnante seja acolhida a presente impugnação para serem deferidos os seguintes requerimentos: 4.1 Seja determinado [sic] a procedência da presente, cancelandose os Autos de Infrações, tendo em vista as nulidades apontadas preliminarmente, especialmente em relação ao fato de que a Impugnante estava devidamente enquadrada, não praticava locação de mãodeobra e cumpria todos os requisitos legais do sistema tributário SIMPLES, não existindo, portanto, quaisquer diferenças a título de IRPJ e CSLL, por ser esta medida de inteira justiça; 4.2 Ad Cautelam, embora improvável, caso seja entendimento deste órgão que a exclusão do Simples seja procedente, requerse seja definido que os efeitos da mesma sejam a partir do mês subsequente à ciência de tal decisão, conforme preceitua a Lei 9.317/96. 4.3 Caso não atendidos os pedidos anteriores, o que não se considera crivel, requer o cancelamento dos débitos, eis que não existe previsão legal para aplicação da tributação pelo Lucro Real, conforme exposto no mérito. 4.4 Alternativamente, caso sejam mantidos os Autos de Infrações, requer seja determinado [sic] a revisão dos cálculos, aplicandose os percentuais com base no Lucro Presumido, tendo em vista a opção da Impugnante, acima demonstrada. 4.5 Sucessivamente, sobre os valores efetivamente devidos seja determinada a redução do valor da multa, para o percentual de 20% (vinte por cento), em face do caráter confiscatório, e do alto valor aplicado para uma pequena empresa (R$ 400.000,00 só de multa, para quem sempre pagou religiosamente em dia todos os impostos devidos !!), eis que afronta, inclusive, o princípio da capacidade contributiva; 4.6 Requer ainda que todas as notificações, intimações, diligências ou quaisquer outros atos de comunicação acerca da presente Impugnação, e do processo, sejam encaminhadas diretamente ao Procurador da Notificada, em seu domicílio profissional Av. Duque de Caxias, 1463, Centro em Correia Pinto – SC, CEP 88.535000, Fone/fax: 4932436606, email: juridico@almedcontadores.com.br. . DAS PROVAS POSTERIORES Em 28 de março de 2008 chegou a esta DRJ o Memo/Nurac/DRFV Lages/SC n° 32/2008, de 2432008, a Fl. 347DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 10 9 capear petição (e anexos) dirigida ao seu titular, referente ao presente processo, nos termos seguintes: ARAGUAIA FLORESTAL LTDA EPP. pessoa jurídica de direito privado, já qualificada no processo em epígrafe, vem, mui respeitosamente, a V. Sa., informar e requerer o que segue: O Processo Administrativo Fiscal prevê que a empresa deve juntar os documentos que entende necessários à sua defesa, junto com a Impugnação, facultandose a juntada a posteriori somente caso surjam novos documentos ou elementos desconhecidos quando do protocolo inicial. Desta forma, requer a juntada de cópia do Acórdão 0216.677 da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Belo Horizonte, obtida somente no mês 02/2008, cuja decisão manteve empresa, do mesmo ramo/atividade da Impugnante, no sistema "Simples ". Por oportuno, junta também o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta realizado entre a empresa Klabin (tomadora dos serviços da Impugnante) e o Ministério Público do Trabalho, que entre outras coisas, veda a ingerência da mesma sobre os funcionários das empresas contratadas, descaracterizando, assim, a locação de mãodeobra, argumento utilizado pelo INSS para excluir a Impugnante do Simples. Assim, demonstrado robustamente que a empresa Impugnante não realiza a locação de mãodeobra, requer sejam juntados ao processo os documentos acima referidos, deferindose os pedidos apresentados na Impugnação. Na sessão de julgamento de 29/11/2011, a 3ª Turma da DRJ/FNS proferiu o acórdão ora recorrido, de ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003, 2004 SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO DEFINITIVA COM EFEITOS RETROATIVOS. OPÇÃO POR REGIME DE APURAÇÃO. HIPÓTESES. Uma vez que a pessoa jurídica optante tenha sido definitivamente excluída do Simples Federal (vigente até 30/6/2007) e, enquanto não iniciado novo procedimento fiscal de oficio desde que cumpra as condições legais necessárias para apurar seus tributos federais (IRPJ e contribuições sociais) como as demais empresas , poderá optar pelo regime do lucro presumido, pelo do lucro real anual ou pelo ordinário, lucro real trimestral. Portanto, uma vez iniciada nova ação fiscal, para constituição de crédito tributário, a contribuinte perde a espontaneidade para exercer esta opção. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003, 2004 Fl. 348DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 11 10 CSLL LANÇAMENTO DECORRENTE. EFEITOS DA DECISÃO RELATIVA AO LANÇAMENTO PRINCIPAL. Em razão da vinculação entre o lançamento principal e os que lhe são decorrentes, devem as conclusões relativas àquele prevalecer na apreciação destes, desde que não presentes argüiições especificas ou elementos de prova novos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003, 2004 ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE E DE ILEGALIDADE. LIMITES DE COMPETÊNCIA DAS INSTANCIAS ADMINISTRATIVAS. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no Pais, e são incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e de ilegalidade. Impugnação Improcedente. Intimada da referida decisão em 26/12/2011 (Fls. 299 a 300), a Recorrente interpôs o presente recurso em 19/01/2012 (Fls. 301 a 307) e requer: 5.1 Seja determinado a procedência da presente, cancelando se o Ato Declaratório Executivo n° 23/05, com a manutenção da empresa Araguaia Florestal Ltda no sistema tributário SIMPLES e, consequentemente, o cancelamento dos créditos tributários objeto do Auto de Infração (IRPJ e CSLL), por ser esta medida de inteira justiça; 5.2 Embora improvável, caso seja entendimento deste Conselho manter a exclusão, requerse seja definido que os efeitos da mesma sejam a partir do mês subseqüente a ciência de tal decisão, conforme preceitua a Lei 9.317/96. Caso não atendidos os pedidos anteriores, o que não se considera crível, requer o cancelamento dos débitos, eis que não existe previsão legal para aplicação da tributação pelo Lucro Real, conforme exposto no mérito. 5.3 Ad Cautelam, embora não se considere crível, caso seja entendimento deste órgão em manter o indeferimento, requerse seja autorizado a entrega de DCTFs e substituição das Declarações de Imposto de Renda, e o pagamento dos impostos relativos a tributação pelo Lucro Presumido, tendo em vista a expressa manifestação de opção da Recorrente, sem a aplicação de multas, compensando o que foi pago a título do Simples, eis que inexistente a culpa por parte da Recorrente, com o consequente cancelamento dos Autos de Infrações relativos ao IRPJ e a CSLL, 5.4 Sucessivamente, sobre os valores efetivamente devidos seja determinada a redução do valor da multa, para o percentual de Fl. 349DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 12 11 20% (vinte por cento), em face do caráter confiscatório, e do alto valor aplicado para uma pequena empresa (R$ 400.000,00 só de multa, para quem sempre pagou religiosamente em dia todos os impostos devidos!!), eis que afronta, inclusive, o princípio da capacidade contributiva; 5.5 Requerse ainda que sejam apensados todos os documentos e demais itens deste e também do processo n° 13984.000283/200447, especialmente aqueles juntados pela Recorrente, quando da apresentação de sua defesa em 1o Grau. Subiram os autos ao CARF, com distribuição por sorteio a este relator em 06/08/2013. É o relatório. Voto Conselheiro Plínio Rodrigues Lima, Relator. Tratase de recurso contra acórdão da DRJ/FNS, o qual manteve autos de infração de IRPJ e CSLL, nos anoscalendário de 2003 e 2004, decorrentes de Ato Declaratório Executivo de exclusão do Simples Federal em 2005. Conheço do presente recurso quanto ao requisito da tempestividade do art. 33, do Decreto n° 70.235, de 1972, a seguir transcrito, de acordo com o período transcorrido entre a intimação e a interposição mencionado neste relatório. Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Passo à análise de cada um dos pontos levantados pela Recorrente: I DA ATIVIDADE VEDADA Segundo a Recorrente: Primeiramente, em que pese o entendimento de que não é mais cabível a análise da possibilidade da Recorrente em optar pelo Simples, permitimonos discordar, haja vista que o contribuinte teve tolhido o seu direito de ver apreciado, por este respeitado, e merecedor de crédito, Conselho de Contribuintes, o seu pedido de manutenção no Simples. Ademais, é cediço entre os renomados juristas que deve ser valorizado e incentivado o julgamento na esfera administrativa, não só para desafogar o caótico e moroso sistema judiciário brasileiro, mas principalmente pela qualidade e conhecimento técnico e especializado dos julgadores/conselheiros, cujas decisões tem se norteado pelos princípios basilares do Código Fl. 350DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 13 12 Tributário Nacional e da Constituição Federal, servindo de referência e de jurisprudência para questões complexas a que tem sido desafiados. Por outro norte, não se pode perder de vista que o cerne deste Processo, e dos Autos de Infrações, foi a exclusão indevida da Recorrente do Simples, pois, data vénia, o entendimento dos órgãos que emitiram e julgaram o Ato Declaratório de Exclusão está totalmente equivocado. Com efeito, os aludidos agentes fiscais, e julgadores de 1a instância, entenderam, erroneamente, que o serviço de corte de florestas plantadas configurase como locação/cessão de mão deobra. Neste aspecto, fazse necessário uma análise simples do que seja locar ou ceder mãodeobra. É cediço que as atividades de locação/cessão de mãodeobra são inerentes as empresas de serviço temporário, as quais "alugam", por assim dizer seus funcionários, para a realização de serviços eventuais, ou não, de caráter eminentemente temporário, ou seja, por um período pré determinado. Tais funcionários ficam sujeitos ao controle e subordinação da empresa contratante/locatária. Frisese, ainda, que a locação/cessão, referese exclusivamente a mãodeobra, eis que os materiais, máquinas e equipamentos são adquiridos ou fornecido pela contratante/locatária. Percebese, cristalinamente, que este não é o caso da empresa ora recorrente, eis que a mesma presta serviços com a utilização de máquinas para corte e carregamento, as quais são operadas por seus funcionários. Além disso, a empresa contratante não pratica nenhuma ingerência, pois quem admite, profissionaliza, comanda, paga e controla os funcionários é a empresa contratada, sendo que os funcionários não estão a disposição da contratante. É evidente que, para realizar os serviços contratados, os funcionários precisam se dirigir ao local de trabalho, eis que localizados em áreas rurais. Mas daí a dizer que isto caracterize locação de mãodeobra, existe uma grande diferença, afinal, como poderiam prestar os serviços se não fossem até o local de extração de madeira? Por outro lado, poderseia, e deverseia, no presente Recurso, retomar as teses e fatos que se consideram indevidas para a exclusão do Simples. Porém, tal atitude, além de repetitiva, tomarseia enfadonha e desnecessária, eis que se acredita que os fatos arrolados na Impugnação estão expostos de forma clara, objetiva e devidamente fundamentados, razão pela qual, pedese, máxima Fl. 351DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 14 13 data vênia que sejam considerados por V. Sas., para o julgamento deste Recurso, os argumentos e jurisprudências lá apontados. Convém ainda destacar que, ao contrário do afirmado na Decisão, ora recorrida, o Poder Judiciário ainda não decidiu se a Recorrente pode ou não optar pelo Simples, eis que no Mandado de Segurança impetrado, o MM Juiz abstevese de analisar tal questão, em face da via estreita da ferramenta jurídica, a qual não propicia a produção mais aprofundada de provas, conforme se depreende da R. Sentença, em anexo. Assim, o posicionamento deste Egrégio Conselho de Contribuintes, com o reconhecimento de que a empresa pode optar pelo Simples, evitará que a discussão seja direcionada ao Poder Judiciário, fortalecendo e valorizando a importância dos Tribunais Administrativos. Nesta esteira, é importante destacar que este Conselho, em casos anteriores e semelhantes, já se manifestou no sentido de que a atividade da Recorrente não é impeditiva para o Simples, conforme cópia de Decisão juntada no processo, razão pela qual se entende que o acolhimento do pedido encerraria, em definitivo, tal discussão. Conforme consta do relatório, o Acórdão da DRJ/FNS que manteve ADE n° 23, de 16 de junho de 2005, tornouse definitivo na esfera administrativa devido à ausência de recurso à segunda instância, esgotados todos os meios de notificação do referido Acórdão, conforme o Decreto n° 70.235, de 1972. Não há reparos no Acórdão recorrido, o qual esclarece: O sujeito passivo inicia sua petição impugnatória com abordagem relativa a matéria já superada tanto na instância administrativa (f. 61/62) como na judicial (f. 64 a 71 petição inicial mandado de segurança com pedido de liminar, e 137 a 138 sentença de mérito), no que tange à preclusão administrativa de seu direito a recurso perante o CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS DO MINISTÉRIO DA FAZENDA CARF, motivado pelo transcurso in albis do correspondente prazo, após ciência por edital do Acórdão n° 07 8.576, de 15 de setembro de 2006, desta Terceira Turma de Julgamento, que manteve sua exclusão do Simples Federal, determinada no Ato Declaratório Executivo (ADE) n° 23, de 16 de junho de 2005, do Delegado da Receita Federal DRF, em Lages SC, veiculado no processo administrativo fiscal n° 13984.000283/200447. Temse, pois, que sua exclusão de ofício do Simples Federal se aperfeiçoou definitivamente e, assim, sobre ela nesta primeira instância administrativa de julgamento nada mais se poderá deliberar. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 15 14 Diante do exposto, não conheço do pedido de cancelamento do ADE n° 23, de 16 de junho de 2005, da DRF em LagesSC. II DOS EFEITOS DA EXCLUSÃO Segundo os argumentos recursais: O artigo 2o do Ato Declaratório Executivo 16/05 dispõe que a exclusão surtirá efeitos a partir de 01/01/2002. Ora, tal decisão contraria frontalmente a LC 9.317/96, pois o art. 3o da Lei 9.732/98 é cristalino e objetivo ao estabelecer que os efeitos da exclusão ocorrem a partir do mês subseqüente àquele que se proceder exclusão: Lei 9.732/98: Art. 3o. Os dispositivos a seguir indicados da Lei n° 9.317, de 5 de dezembro de 1996, passam a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 15 II a partir do mês subseqüente àquele em que se proceder à exclusão, ainda que de ofício, em virtude de constatação de situação excludente prevista nos incisos 111 a XVIII do artigo 9o;" (grifo nosso) Merece destaque ainda, que lhe foi deferido o enquadramento, no momento de opção, sem qualquer óbice. Assim, feita a opção pelo simples por parte da Empresa, conforme prova material colacionada, presumese a regularidade da situação perante a Secretaria da Receita Federal. Muito embora, a todo tempo, o INSS possa representar à SRF, nos termos do parágrafo 4o do art. 15 da Lei n° 9.317/96, visando à exclusão da executada do simples, necessário que se demonstre robustamente, e não por meras assertivas, como no caso concreto, a ocorrência de caso de exclusão obrigatória do regime tributário em questão. Desta maneira, se mantida a exclusão, repisese, o que não acredita a Recorrente, ad argumentandum tantum, pugna desde já para que surta seus efeitos um mês a partir da atualidade, diversamente do que propõe o Ato Declaratório. O art. 179 da Constituição Federal prevê tratamento diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte "visando incentiválas pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícia ou pela eliminação ou redução destes." Em contrapartida, as micro e pequenas empresas têm a responsabilidade social basicamente de gerar empregos, sendo que a Empresa ora Recorrente desincumbiuse deste ônus, pois é uma geradora de empregos. Este mesmo dispositivo constitucional (art. 179) remete ao legislador, ordinário competência para definir o que seja microempresa e empresa de pequeno porte. No entanto, somente Fl. 353DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 16 15 a Lei n° 9.317, de 1996 tem o condão de apontar quais as empresas que não poderão optar pelo SIMPLES. Sendo assim, não consta da referida norma as atividades então exercidas (corte de florestas). Relembramos que a empresa, voluntariamente, providenciou a sua exclusão do Simples em janeiro/2005, tendo em vista ter ultrapassado os limites de faturamento previstos na Lei 9.317/96, visando o presente Recurso, basicamente, mantêla no Simples até a data de 31/12/2004. Entendo não assistir razão a Recorrente, pelos mesmos motivos expostos no item anterior deste voto. Os efeitos da exclusão do Simples Federal constam do Acórdão DRJ/FNS n° 078576, definitivo na esfera administrativa (Fls. 27): Isto posto, voto pelo indeferimento da solicitação de permanência na sistemática de tributação pelo Simples formulada pela interessada, mantendo sua exclusão com efeitos a partir de 01.01.2002. Diante do exposto, não conheço do pedido para definir os efeitos do ADE n° 23, de 16 de junho de 2005, da DRF em LagesSC, para o mês subseqüente à ciência deste. III DA OPÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO: Segundo os argumentos recursais: Causa espécie a forma como foi tratado o contribuinte, o qual, digase de passagem, ciente de seus deveres, sempre pagou rigorosamente em dia todos os impostos devidos, nunca tendo sido autuado por qualquer irregularidade ou indício de sonegação. Tal conduta, exemplar, foi "premiada" com sua incorreta e indevida exclusão do Simples e com a aplicação de multas abusivas, além de sequer poder optar pelo regime do Lucro Presumido, fato que não se coaduna com os princípios democráticos que norteiam as legislações pátrias. Há que se ressaltar que os erros fazem parte da condição humana, devendo, também, serem respeitados àqueles que possuem entendimentos divergentes da Recorrente, a qual pode, em virtude da indignação e da sensação de impotência diante da situação à que foi exposta, fazer comentários e observações que poderiam ser minimizados. Todavia, impõese informar que também existem decisões acertadas em instâncias inferiores, pois, cm função da exclusão do Simples foram emitidos Autos de Infrações para cobrança do PIS, CQFINS, IRPJ e CSLL, sendo que, como não foi observado o direito do contribuinte em optar pelo Lucro Presumido, em relação ao PIS e a CQFINS, tais Autos de Infrações já foram, acertadamente, cancelados, conforme se depreende do Acórdão 0722.870, da DRJ/FNS, cuia decisão definitiva consta no Processo 13984.002463/200714, em anexo. Fl. 354DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 17 16 Ou seja, o direito da Recorrente em optar pelo Lucro Presumido já foi reconhecido em relação ao PIS e a CQFINS, bastando apenas, por uma questão de direito, equidade e analogia ser estendido ao IRPJ e a CSLL, o que desde já se requer. (...) Destarte, para a Recorrente, não lhe foi dado o direito de opção ao Lucro Presumido após a sua exclusão do SIMPLES Federal, como previsto na legislação sobre o IRPJ e da CSLL. E, para justificar seus argumentos, anexou o acórdão n° 0722.870, do processo de autos n° 13984002463/200714, o qual a exonerou dos créditos tributários relativos à COFINS e à Contribuição para o PIS. Consta do referido acórdão: (...) Nos termos do art. 527 do RIR/99, as empresas optantes pelo lucro presumido, devem manter escrituração contábil, ou alternativamente, que mantenham livro caixa com a movimentação financeira. De se observar que no Termo de Verificação Fiscal, consta a informação de entrega, pela contribuinte, de grande parte de sua escrituração (Livro Diário, Livro Razão, Livro Registro de Serviços, Balancetes de Verificação Mensais nas Demonstrações de Resultado Trimestrais, etc), tanto que foi a partir destes documentos que a autoridade fiscal, ao invés de arbitrar o lucro da contribuinte (hipótese esta que seria aplicável diante da inexistência de escrituração), adotou o Lucro Real. Temse, assim, que a contribuinte poderia mesmo ser submetida à tributação pelas regras do Lucro Presumido e esta forma de Tributação lhe fora deixada de lado, uma vez que a Autoridade Fiscal somente lhe concedeu uma única opção, qual seja, a tributação pelas regras do Lucro Real. A possibilidade de opção pelo lucro presumido, pelas regras do antigo SIMPLES, já constava nas edições de Perguntas e Respostas da SRF (atualmente Receita Federal do Brasil). Pergunta n° 183 Quais os efeitos da exclusão do Simples? A pessoa jurídica excluída do Simples, por opção, obrigatoriamente, ou de ofício, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, sujeitarseá às normas de tributação aplicáveis às normas jurídicas, inclusive com relação à forma de apuração dos resultados, tomando como base as regras previstas para o lucro real, ou, quando seja permitido, opcionalmente, pelo lucro presumido, ou ainda, excepcionalmente, pelo lucro arbitrado, previstas na lei fiscal. (...) Tal possibilidade foi depois expressamente inserida na legislação que rege o SIMPLES Nacional: Fl. 355DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 18 17 Art.32. As microempresas ou as empresas de pequeno porte excluídas do Simples Nacional sujeitarseão, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. § 1° Para efeitos do disposto no caput deste artigo, na hipótese da alínea a do inciso III do caput do art. 31 desta Lei Complementar, a microempresa ou a empresa de pequeno porte desenquadrada ficará sujeita ao pagamento da totalidade ou diferença dos respectivos impostos e contribuições, devidos de conformidade com as normas gerais de incidência, acrescidos, tãosomente, de juros de mora, quando efetuado antes do início de procedimento de ofício. § 2o Para efeito do disposto no caput deste artigo, o sujeito passivo poderá optar pelo recolhimento do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido na forma do lucro presumido, lucro real trimestral ou anual. (...) No mesmo sentido, alguns julgados da jurisprudência administrativa: 1° Conselho de Contribuintes/ 1ª Câmara /Acórdão 10196.690 em 17/04/2008: ARBITRAMENTO. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES deve apurar seu resultado pelo lucro real ou presumido. Não existindo escrituração na forma da legislação comercial e fiscal, nem o Livro Caixa, correto o arbitramento do lucro. 1° Conselho de Contribuintes/ 1ª Câmara /Acórdão 10709.162 em 13/09/2007: IRPJ/CSLL EXCLUSÃO DO SIMPLES — ARBITRAMENTO DOS LUCROS. A partir da data de produção dos efeitos de exclusão do SIMPLES a pessoa jurídica, atendidas todas as demais condições legais, pode optar pelo lucro presumido ou apurar o imposto de renda e a contribuição social pela regra, que é o lucro real. Não formalizado sua opção pelo lucro presumido e, devidamente intimada, não apresentando à fiscalização os livros obrigatórios para apuração do lucro real, se sujeita ao arbitramento do lucro. 1° Conselho de Contribuintes/ 1ª Câmara /Acórdão 10196.281 em 10/08/2007: SIMPLES EXCLUSÃO ARBITRAMENTO DO LUCRO. A pessoa jurídica excluída do Simples, se sujeita à regras aplicáveis às pessoas jurídicas em geral, ou seja, deve ser tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado. Não possuindo escrituração de modo a ser tributada pelo lucro real, ou Livro Caixa para ser tributada pelo presumido, a tributação deve se dar segundo o lucro arbitrado. Desse modo, tendo a contribuinte sido excluída do SIMPLES, mas mantido escrituração que lhe permitia ser tributada pelo Lucro Real ou pelo Lucro Presumido, lhe deveria ter sido aberta a possibilidade de optar pelo regime de tributação que viesse a preferir. Fl. 356DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 19 18 (...) Inicialmente, cabe transcrever o disposto no Decreto n° 3.000, de 1999 (RIR/99), sobre o Lucro Presumido e Lucro Real: Art. 1° O Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza será cobrado e fiscalizado de conformidade com o disposto neste Decreto. CAPÍTULO I BASE DE CÁLCULO Art. 219. A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real (Subtítulo III), presumido (Subtítulo IV) ou arbitrado (Subtítulo V), correspondente ao período de apuração (Lei nº 5.172, de 1966, arts. 44, 104 e 144, Lei nº 8.981, de 1995, art. 26, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º). CAPÍTULO II PERÍODO DE APURAÇÃO Seção I Apuração Trimestral do Imposto Art. 220. O imposto será determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada anocalendário (Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º). § 1º Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na data do evento, observado o disposto nos §§ 1º a 5º do art. 235 (Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º, § 1º). § 2º Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a apuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na data desse evento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º, § 2º). Seção II Apuração Anual do Imposto Art. 221. A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma desta Seção deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano (Lei nº 9.430, de 1996, art. 2º, § 3º). Parágrafo único. Nas hipóteses de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 220, o lucro real deverá ser apurado na data do evento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º, §§ 1º e 2º). Fl. 357DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 20 19 Seção III Opção da Forma de Pagamento Art. 232. A adoção da forma de pagamento do imposto prevista no art. 220, pelas pessoas jurídicas sujeitas ao lucro real, ou a referida no art. 221, será irretratável para todo o anocalendário (Lei nº 9.430, de 1996, art. 3º). Subtítulo III Lucro Real CAPÍTULO I DETERMINAÇÃO Seção I Disposições Gerais Pessoas Jurídicas Obrigadas à Apuração do Lucro Real Art. 246. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14): I cuja receita total, no anocalendário anterior, seja superior ao limite de vinte e quatro milhões de reais, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses; II cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; III que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V que, no decorrer do anocalendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 222; VI que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultante de Fl. 358DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 21 20 vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); Parágrafo único. As pessoas jurídicas não enquadradas nos incisos deste artigo poderão apurar seus resultados tributáveis com base nas disposições deste Subtítulo. Seção II Conceito de Lucro Real Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 6º). § 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições das leis comerciais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 37, § 1º). § 2º Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele excluídos, serão, na determinação do lucro real do período de apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente, observado o disposto no parágrafo seguinte (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 4º). § 3º Os valores controlados na parte "B" do Livro de Apuração do Lucro Real LALUR, existentes em 31 de dezembro de 1995, somente serão atualizados monetariamente até essa data, observada a legislação então vigente, ainda que venham a ser adicionados, excluídos ou compensados em períodos de apuração posteriores (Lei nº 9.249, de 1995, art. 6º). CAPÍTULO IV VERIFICAÇÃO PELA AUTORIDADE TRIBUTÁRIA Art. 276. A determinação do lucro real pelo contribuinte está sujeita à verificação pela autoridade tributária, com base no exame de livros e documentos de sua escrituração, na escrituração de outros contribuintes, em informação ou esclarecimentos do contribuinte ou de terceiros, ou em qualquer outro elemento de prova, observado o disposto no art. 922 (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 9º). Subtítulo IV Lucro Presumido CAPÍTULO I Fl. 359DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 22 21 PESSOAS JURÍDICAS AUTORIZADAS A OPTAR Art. 516. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a vinte e quatro milhões de reais, ou a dois milhões de reais multiplicado pelo número de meses de atividade no anocalendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13). § 1º A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o anocalendário (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13, § 1º ). § 2º Relativamente aos limites estabelecidos neste artigo, a receita bruta auferida no ano anterior será considerada segundo o regime de competência ou caixa, observado o critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro presumido (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13, § 2º ). § 3º A pessoa jurídica que não esteja obrigada à tributação pelo lucro real (art. 246), poderá optar pela tributação com base no lucro presumido. § 4º A opção de que trata este artigo será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano calendário (Lei nº 9.430, de 1996, art. 26, § 1º). § 5º O imposto com base no lucro presumido será determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada anocalendário, observado o disposto neste Subtítulo (Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 25). Art. 517. A pessoa jurídica que houver iniciado atividade a partir do segundo trimestre manifestará a opção com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração correspondente ao início de atividade (Lei nº 9.430, de 1996, art. 26, § 2º). Base de Cálculo Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração, observado o que dispõe o § 7o do art. 240 e demais disposições deste Subtítulo (Lei no 9.249, de 1995, art. 15, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 25, e inciso I). Art. 519. Para efeitos do disposto no artigo anterior, considera se receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de (Lei no 9.249, de 1995, art. 15, § 1o): Fl. 360DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 23 22 I um inteiro e seis décimos por cento, para atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II dezesseis por cento para a atividade de prestação de serviço de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput; III trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. § 2º No caso de serviços hospitalares aplicase o percentual previsto no caput. § 3o No caso de atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada atividade (Lei no 9.249, de 1995, art. 15, § 2o). § 4o A base de cálculo trimestral das pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral cuja receita bruta anual seja de até cento e vinte mil reais, será determinada mediante a aplicação do percentual de dezesseis por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração (Lei no 9.250, de 1995, art. 40, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º). § 5o O disposto no parágrafo anterior não se aplica às pessoas jurídicas que prestam serviços hospitalares e de transporte, bem como às sociedades prestadoras de serviços de profissões legalmente regulamentadas (Lei no 9.250, de 1995, art. 40, parágrafo único). § 6o A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de que trata o § 5o, para apuração da base de cálculo do imposto trimestral, cuja receita bruta acumulada até determinado mês do anocalendário exceder o limite de cento e vinte mil reais, ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto postergado, apurado em relação a cada trimestre transcorrido. § 7o Para efeito do disposto no parágrafo anterior, a diferença deverá ser paga até o último dia útil do mês subseqüente ao trimestre em que ocorreu o excesso. Valores Diferidos no LALUR Art. 520. A pessoa jurídica que, até o anocalendário anterior, houver sido tributada com base no lucro real, deverá adicionar à base de cálculo do imposto, correspondente ao primeiro período de apuração no qual houver optado pela tributação com base no lucro presumido, os saldos dos valores cuja tributação havia Fl. 361DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 24 23 diferido, controlados na parte "B" do LALUR (Lei nº 9.430, de 1996, art. 54). CAPÍTULO IV OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Art. 527. A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter (Lei nº 8.981, de 1995, art. 45): I escrituração contábil nos termos da legislação comercial; II Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do anocalendário; III em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal. Parágrafo único. O disposto no inciso I deste artigo não se aplica à pessoa jurídica que, no decorrer do anocalendário, mantiver Livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária (Lei nº 8.981, de 1995, art. 45, parágrafo único). Subtítulo V Lucro Arbitrado CAPÍTULO I HIPÓTESES DE ARBITRAMENTO Art. 529. A tributação com base no lucro arbitrado obedecerá as disposições previstas neste Subtítulo. Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº 8.981, de 1995, art. 47, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º): I o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; II a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou b) determinar o lucro real; Fl. 362DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 25 24 III o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527; IV o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido; V o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior (art. 398); VI o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. Conforme o disposto na legislação do IRPJ, os procedimentos para apuração deste imposto, em regra, são realizados pelo Contribuinte, quer no Lucro Real, quer no Lucro Presumido, por se tratar de tributo sujeito ao lançamento por homologação, em consonância com o previsto no art. 150 do CTN: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. (...) Em relação ao contribuinte optante pelo Lucro Presumido, o fato de a primeira quota ou quota única do imposto relativo ao primeiro trimestre do anocalendário ser paga fora do prazo com os acréscimos legais cabíveis, não desautoriza a opção por esta forma de apuração (Instrução Normativa SRF n° 11, de 1996, art.42, § 4°). Porém, a partir do início de procedimento de fiscalização, a apuração da base de cálculo do IPRJ cabe à autoridade fiscal, dentro do determina o art. 149 do CTN: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I quando a lei assim o determine; No caso, submeteuse a Recorrente à apuração efetuada pelos Auditores fiscais como decorrência da ausência de recolhimento devido de IRPJ e CSLL relativos aos anoscalendário de 2003 e 2004, após regular intimação de sua exclusão do SIMPLES Federal, em 2005, e na correspondente lavratura de autos de infração na forma do preconizado pela legislação do IRPJ: Lançamento de Ofício Fl. 363DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 26 25 Art. 841. O lançamento será efetuado de ofício quando o sujeito passivo (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 77, Lei nº 2.862, de 1956, art. 28, Lei nº 5.172, de 1966, art. 149, Lei nº 8.541, de 1992, art. 40, Lei nº 9.249, de 1995, art. 24, Lei nº 9.317, de 1996, art. 18, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 42): IV não efetuar ou efetuar com inexatidão o pagamento ou recolhimento do imposto devido, inclusive na fonte; (...) Art. 926. Sempre que apurarem infração às disposições deste Decreto, inclusive pela verificação de omissão de valores na declaração de bens, os AuditoresFiscais do Tesouro Nacional lavrarão o competente auto de infração, com observância do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações posteriores, que dispõem sobre o Processo Administrativo Fiscal. Destarte, os referidos artigos do RIR/99 mostram que não há que se falar em opção ao Lucro Presumido pela Recorrente em procedimento ex offício. Data máxima vênia, os fundamentos do Acórdão da DRJ/FNS o qual exonerou a Recorrente da COFINS e da Contribuição ao PIS consideraram uma mesma modalidade de lançamento para o IRPJ, por homologação, antes e após o início do cumprimento do Mandado de Procedimento Fiscal, o que levou a referida decisão a considerar o direito de opção ao Lucro Presumido pela Recorrente. Porém, a opção pelo Lucro Presumido por parte da Recorrente não se configura como direito potestativo. Ainda que fora do prazo de vencimento do pagamento do IRPJ, poderia a referida opção ser exercida a qualquer momento até o início da Fiscalização, eis que caberia à Recorrente efetuar os cálculos da apuração do imposto. Iniciada a Fiscalização, não se permitiu o exercício desta opção, pois, a Fiscalização não poderia depender da vontade da Recorrente para uma lavratura de ofício, razão pela qual aplicou as disposições do RIR/99 para determinação da base de cálculo do IRPJ pela sistemática do Lucro Real, conforme consta do Termo de Verificação Fiscal (Fls. 186): Pelo exposto, está demonstrada a falta de recolhimento do IRPJ pela apuração incorreta do Imposto no Simples. O regime de tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica Fiscalizada é o Lucro Real Trimestral. Aplicamse mesmos fundamentos da manutenção do IRPJ à manutenção da CSLL os por força do disposto no art. 28, da Lei n° 9.430, de 1996: Art. 28. Aplicamse à apuração da base de cálculo e ao pagamento da contribuição social sobre o lucro líquido as normas da legislação vigente e as correspondentes aos arts. 1o a 3o, 5o a 14, 17 a 24B, 26, 55 e 71. (Redação dada pela Lei nº 12.715, de 2012) Em face do exposto, nego provimento ao presente recurso quanto ao pedido de cancelamento do IRPJ e da CSLL. Fl. 364DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 27 26 Em relação ao seguinte pedido da Recorrente: Ad Cautelam, embora não se considere crível, caso seja entendimento deste órgão em manter o indeferimento, requerse seja autorizado a entrega de DCTFs e substituição das Declarações de Imposto de Renda, e o pagamento dos impostos relativos a tributação pelo Lucro Presumido, tendo em vista a expressa manifestação de opção da Recorrente, sem a aplicação de multas, compensando o que foi pago a título do Simples, eis que inexistente a culpa por parte da Recorrente, com o consequente cancelamento dos Autos de Infrações relativos ao IRPJ e a CSLL Adicionalmente às razões expostas no item anterior, aplicase a multa de 75% a que se refere o art. 44, I, da Lei n° 9.430, de 1996, a qual independe da existência de culpa: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Pelo exposto, nego provimento ao presente recurso quanto aos procedimentos solicitados pela Recorrente para pagamento do IRPJ e da CSLL pela sistemática do Lucro Presumido e sem aplicação de multa. Em relação ao seguinte pedido da Recorrente: Sucessivamente, sobre os valores efetivamente devidos seja determinada a redução do valor da multa, para o percentual de 20% (vinte por cento), em face do caráter confiscatório, e do alto valor aplicado para uma pequena empresa (R$ 400.000,00 só de multa, para quem sempre pagou religiosamente em dia todos os impostos devidos!!), eis que afronta, inclusive, o princípio da capacidade contributiva; Por se tratar de matéria constitucional, aplicase o enunciado n° 2 da Súmula do CARF: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Em face do exposto, não conheço do presente recurso quanto ao pedido de redução da multa de ofício. Em relação ao seguinte pedido da Recorrente: Requerse ainda que sejam apensados todos os documentos e demais itens deste e também do processo n° 13984.000283/2004 47, especialmente aqueles juntados pela Recorrente, quando da apresentação de sua defesa em 1o Grau. Fl. 365DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO Processo nº 13984.002462/200761 Acórdão n.º 1202001.125 S1C2T2 Fl. 28 27 Os documentos necessários à solução do litígio encontramse anexados nestes autos, inclusive os dos processos 13984.000283/200447 e 13984.002463/200714. Em face do exposto, não conheço do presente recurso para apensar documentos anexos aos presentes autos. Em razão de todo o exposto, nego provimento ao presente recurso. (documento assinado digitalmente) Plínio Rodrigues Lima Fl. 366DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2014 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 13/08/201 4 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO
score : 1.0
Numero do processo: 12689.000853/2001-28
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 25 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Sep 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Período de apuração: 31/10/1998 a 31/03/2001
CLASSIFICAÇÃO FISCAL. LAUDO PERICIAL.
Restando demonstrado, através de laudo pericial, que a mercadoria Mini Câmera Digital SPYPEN é uma Máquina Fotográfica Digital marca SPYPEN, modelo CLEO, tipo Dual Mode, fabricante Plawa & Suvil, correta a classificação adotada pela autoridade fiscal - 8525.40.90, devendo ser mantido o lançamento.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3202-000.851
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres - Presidente
Rodrigo Cardozo Miranda - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres (Presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Rodrigo Cardozo Miranda, Charles Mayer de Castro Souza, Adriene Maria de Miranda Veras e Luís Eduardo Garrossino Barbieri.
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Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 31/10/1998 a 31/03/2001 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. LAUDO PERICIAL. Restando demonstrado, através de laudo pericial, que a mercadoria “Mini Câmera Digital SPYPEN” é uma Máquina Fotográfica Digital marca SPYPEN, modelo CLEO, tipo Dual Mode, fabricante Plawa & Suvil, correta a classificação adotada pela autoridade fiscal 8525.40.90, devendo ser mantido o lançamento. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Irene Souza da Trindade Torres Presidente Rodrigo Cardozo Miranda Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres (Presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Rodrigo Cardozo Miranda, Charles Mayer de Castro Souza, Adriene Maria de Miranda Veras e Luís Eduardo Garrossino Barbieri. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 68 9. 00 08 53 /2 00 1- 28 Fl. 287DF CARF MF Impresso em 11/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 21/07/2 014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 20/07/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRA NDA Processo nº 12689.000853/200128 Acórdão n.º 3202000.851 S3C2T2 Fl. 6 2 . Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto por Absolut Technologies Projetos e Consultoria Ltda. (fls. 254 a 261) contra o v. acórdão proferido pela Colenda 5ª Turma da DRJ de Recife – PE (fls. 234 a 243) que, por unanimidade, julgou procedente o lançamento, consubstanciado no auto de infração de fls. 04 a 25. Na hipótese em apreço, tratase da classificação fiscal da mercadoria “Mini câmera digital – Spypen”, para a qual a contribuinte adotou a posição 8473.30.99, apontando que a mercadoria é na verdade um “equipamento de informática”, enquanto que a autoridade fiscal adotou a posição 8525.40.90. A ementa do v. acórdão recorrido é a seguinte: Assunto: Classificação de Mercadorias Período de apuração: 31/10/1998 a 31/03/2001 Ementa: CLASSIFICAÇÃO FISCAL. Das especificações técnicas do produto é possível, com o auxílio exclusivo das Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado e respectivas Notas Explicativas – NESH, obter a classificação fiscal do produto descrito nas notas fiscais como “Mini câmera digital Spypen”: 8525.40.90. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 31/10/1998 a 31/03/2001 Ementa: PERÍCIAS. INDEFERIMENTO. Dispensável a produção de perícias quando os documentos integrantes dos autos revelamse suficientes para formação de convicção e conseqüente julgamento do feito. Lançamento Procedente Após a interposição do recurso voluntário, os autos foram remetidos para a Colenda Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, sendo que este Colegiado, ao iniciar o julgamento do feito, entendeu por bem converter o julgamento em diligência à Repartição de origem a fim de que fosse elaborada perícia técnica para definição da natureza da mercadoria, suas características e, especialmente, se pode ser considerada uma câmara de vídeo. Em seguida, os autos baixaram à repartição de origem, tendo sido produzido, então, o referido laudo técnico da Mini câmera digital Spypen, modelo CLEO, que se encontra anexo aos presentes autos. O contribuinte foi intimada para se manifestar quanto ao resultado da diligência, mas quedouse silente (fls. 278). Fl. 288DF CARF MF Impresso em 11/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 21/07/2 014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 20/07/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRA NDA Processo nº 12689.000853/200128 Acórdão n.º 3202000.851 S3C2T2 Fl. 7 3 De se destacar, por último, a conclusão do laudo técnico, verbis: a mercadoria é uma Máquina Fotográfica Digital marca SPYPEN, modelo CLEO, tipo Dual Mode, fabricante Plawa & Suvil e classificação fiscal na Tarifa Externa Comum (TEC) código 8525.40. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, Relator Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso voluntário. Inicialmente, quanto à preliminar de nulidade por cerceamento de defesa, entendo que a mesma não merece acolhida porquanto existem elementos fáticoprobatórios suficientes para o deslinde da controvérsia, notadamente o laudo produzido em decorrência da diligência determinada pela Colenda Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes. De se notar, aliás, que o contribuinte foi intimado para se manifestar quanto ao resultado da diligência, mas quedouse silente (fls. 278). No tocante ao mérito, consoante se verifica no laudo técnico que se encontra anexo aos presentes autos, assim como da documentação acostada pela perito, cuidase, na presente hipótese, de câmera digital, não se podendo admitir, tal como preconizado pela contribuinte no seu recurso voluntário, que a mercadoria “SPYPEN” é um “equipamento de informática”. O conteúdo do laudo técnico, resumido na sua conclusão, é inexorável: A mercadoria é uma Máquina Fotográfica Digital marca SPYPEN, modelo CLÉO, tipo Dual Mode, fabricante Plawa & Suvil e classificação fiscal na Tarifa Externa Comum (TEC) código 8525.40. Por conseguinte, em face de todo o exposto, estando correta a classificação fiscal adotada pela autoridade lançadora, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Rodrigo Cardozo Miranda Fl. 289DF CARF MF Impresso em 11/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 21/07/2 014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 20/07/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRA NDA Processo nº 12689.000853/200128 Acórdão n.º 3202000.851 S3C2T2 Fl. 8 4 Fl. 290DF CARF MF Impresso em 11/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 21/07/2 014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 20/07/2014 por RODRIGO CARDOZO MIRA NDA
score : 1.0
Numero do processo: 11516.002169/2007-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003, 2004, 2005
REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE PROFISSÃO, ATIVIDADE OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE NATUREZA NÃO COMERCIAL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM CARÁTER PERSONALÍSSIMO. Apenas são tributados como rendimentos de pessoas físicas as remunerações por serviços prestados, de natureza não comercial, com ou sem vínculo empregatício, quando o caráter personalíssimo for devidamente comprovado em documentação hábil.
DESPESAS MÉDICAS-ODONTOLÓGICAS. RESTABELECIMENTO.
Devem ser restabelecidas as despesas a título de tratamento médico ou odontológico, quando encontram-se elementos suficientes para se formar a convicção que os serviços foram efetivamente prestados com ônus do contribuinte.
IRPF. INDICAÇÃO DA INFRAÇÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL.FALTA DE PROVAS.
A precisa indicação da infração e enquadramento legal é aspecto essencial na fixação da matéria tributável de modo que eventual insuficiência nesse aspecto do lançamento se constitui vício substancial e insanável e, portanto, enseja o cancelamento do lançamento.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2102-002.484
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso. Fez sustentação oral o Dr. Rafael de Assis Horn, OAB12.003/ SC, patrono do recorrente.
Assinado digitalmente.
José Raimundo Tosta Santos Presidente na data da formalização.
Assinado digitalmente.
Rubens Maurício Carvalho - Relator.
EDITADO EM: 10/06/2014
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Ausente justificadamente a Conselheira Acácia Sayuri Wakasugi.
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003, 2004, 2005 REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE PROFISSÃO, ATIVIDADE OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE NATUREZA NÃO COMERCIAL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM CARÁTER PERSONALÍSSIMO. Apenas são tributados como rendimentos de pessoas físicas as remunerações por serviços prestados, de natureza não comercial, com ou sem vínculo empregatício, quando o caráter personalíssimo for devidamente comprovado em documentação hábil. DESPESAS MÉDICAS-ODONTOLÓGICAS. RESTABELECIMENTO. Devem ser restabelecidas as despesas a título de tratamento médico ou odontológico, quando encontram-se elementos suficientes para se formar a convicção que os serviços foram efetivamente prestados com ônus do contribuinte. IRPF. INDICAÇÃO DA INFRAÇÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL.FALTA DE PROVAS. A precisa indicação da infração e enquadramento legal é aspecto essencial na fixação da matéria tributável de modo que eventual insuficiência nesse aspecto do lançamento se constitui vício substancial e insanável e, portanto, enseja o cancelamento do lançamento. Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso. Fez sustentação oral o Dr. Rafael de Assis Horn, OAB12.003/ SC, patrono do recorrente. Assinado digitalmente. José Raimundo Tosta Santos Presidente na data da formalização. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho - Relator. EDITADO EM: 10/06/2014 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Ausente justificadamente a Conselheira Acácia Sayuri Wakasugi.
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM CARÁTER PERSONALÍSSIMO. Apenas são tributados como rendimentos de pessoas físicas as remunerações por serviços prestados, de natureza não comercial, com ou sem vínculo empregatício, quando o caráter personalíssimo for devidamente comprovado em documentação hábil. DESPESAS MÉDICASODONTOLÓGICAS. RESTABELECIMENTO. Devem ser restabelecidas as despesas a título de tratamento médico ou odontológico, quando encontramse elementos suficientes para se formar a convicção que os serviços foram efetivamente prestados com ônus do contribuinte. IRPF. INDICAÇÃO DA INFRAÇÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL.FALTA DE PROVAS. A precisa indicação da infração e enquadramento legal é aspecto essencial na fixação da matéria tributável de modo que eventual insuficiência nesse aspecto do lançamento se constitui vício substancial e insanável e, portanto, enseja o cancelamento do lançamento. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso. Fez sustentação oral o Dr. Rafael de Assis Horn, OAB12.003/ SC, patrono do recorrente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 21 69 /2 00 7- 95 Fl. 2100DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 3 2 Assinado digitalmente. José Raimundo Tosta Santos Presidente na data da formalização. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 10/06/2014 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Ausente justificadamente a Conselheira Acácia Sayuri Wakasugi. Relatório Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto de forma livre o relatório do acórdão da instância anterior de fls. 1.652 a 1665: Por meio do auto de infração de folhas 1560 a 1570, de 29/11/2007, exigese do contribuinte acima identificado a importância de R$ 56.618,62, acrescido de multa de ofício de 75% e 150% e juros de mora e R$ 417,33 a título de multa exigida isoladamente, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, anoscalendário 2002, 2003 e 2004, exercícios 2003, 2004 e 2005. Os dispositivos legais infringidos constam do respectivo auto de infração. Em consulta à “Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is)”, às folhas 1572 a 1577, e ao “Termo de Verificação Fiscal”, às folhas 1547 a 1559, verificase que a autuação tem por base a constatação das práticas de: a) omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebido de pessoas jurídicas; b) omissão de rendimentos recebidos a título de resgate de contribuições de previdência privada e FAPI; c) omissão de ganhos de capital obtidos na alienação de bens e direitos, decorrente de alienação de jóias de família e pinacoteca, lancha modelo Phanton 235 e casa em Jurerê Internacional; d) dedução indevida de dependente; e e) dedução indevida de despesas médicas. A infração referida no item “a”, conforme explicitado pela autoridade fiscal, referese à: Omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas, decorrentes do trabalho sem vínculo empregatício e da cessão de direitos de uso e imagem, nome e som de voz do Sr. Renan Dal Zotto [...]. Parte destes rendimentos consta da Declaração de Fl. 2101DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 4 3 Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF – entregue pela TV Globo Ltda. (fls. 32) e parte foi indevidamente tributada na pessoa jurídica Gera – empreendimentos Esportivos Ltda (razão social anterior Mondosport Ltda.)[...]. O contribuinte Renan Dal Zotto prestou serviços de natureza personalíssima de comentarista de esportes, de palestrante, outros serviços na área de voleibol e serviços de assessoria de educação física, bem como recebeu prêmios de participação na Copa América. Em relação a maior parte destes serviços prestados pela pessoa física do Sr. Renan Dal Zotto – a única exceção são os rendimentos omitidos recebidos de TV Globo Ltda. em 2002, que constam em DIRF referente à pessoa física – emitiu Notas Fiscais da pessoa jurídica Mondosport Ltda., CNPJ 04.318.599/000167. Este procedimento tinha o claro objetivo de reduzir o pagamento de tributos [...]. A autoridade fiscal informa como base legal de seu procedimento o artigo 3º, §4º, da Lei nº 7.713/98 c/c o artigo 123 do CTN, para concluir que a emissão de Notas Fiscais de pessoa jurídica não pode modificar a definição legal do sujeito passivo, que no caso seria a pessoa física de Renan Dal Zotto, tendo em vista tratar se de prestação individual de serviços ou pagamento de direitos autorais pela utilização de seu nome artístico, imagem e som de voz. Foi aplicada multa de 150% em relação à infração de omissão de ganhos de capital obtidos na alienação de joias da família e pinacoteca em fevereiro de 2003 face ao evidente intuito de fraude, caracterizado pelo subfaturamento do valor da alienação tanto nos instrumentos particulares de compra e venda apresentados quanto na declaração de ajuste anual de 2004. Foi aplicada ainda multa isolada decorrente da falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão. O sujeito passivo apresenta impugnação de folhas 1588 a 1600 aludindo, em síntese, o abaixo exposto. Constatado o lapso no preenchimento da declaração, providenciou o recolhimento do Imposto de Renda devido sobre os rendimentos a título de resgate de contribuições de previdência privada e FAPI, sobre os ganhos de capital apurados na venda de bens e das multas decorrentes da ausência de recolhimento de IRPF. Em relação à tributação da receita decorrente dos serviços prestados por pessoa jurídica, da qual o contribuinte figura como sócio, afirma que a autoridade fiscal se confundiu em relação a norma antielisiva e a possibilidade de desconsideração da pessoa jurídica, prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário. Sustenta que a norma antielisiva geral, prevista pelo art. 116, parágrafo único do CTN, por ser norma de eficácia contida, depende, para sua aplicação, de lei ordinária ainda não constante de nosso ordenamento jurídico. A despersonalização da pessoa jurídica, por sua vez, encontrase estabelecida pelo art. 50 do Código Civil, sendo exigida a presença de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, os quais não encontram apontamentos neste auto de infração. Menciona ainda que o art. 129 da Lei nº 11.196/2005, de natureza interpretativa, impõe que os serviços intelectuais efetuados por pessoas jurídicas, Fl. 2102DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 5 4 mesmo que prestados em caráter personalíssimo, estão sujeitos exclusivamente a legislação aplicável às pessoas jurídicas. Alude que o AFRFB não possui legitimidade e competência para desconsiderar a prestação dos serviços efetuados por pessoa jurídica, sendo ilegal e inconstitucional o Auto de Infração. Expõe que a autoridade fiscal, desconsiderando a documentação da Pessoa Jurídica Gera Empreendimentos Esportivos, presumiu que os serviços relativos a inúmeras notas fiscais distintas foram prestados apenas pelo sócio Renan Dal Zotto, contudo não comprovou os pressupostos de fato que possibilitariam a apuração do imposto de renda da forma como foi efetuada. Salienta a resposta da Unisul – Universidade do Sul de Santa Catarina em atendimento a intimação da autoridade fiscal, que esclarece que: A supracitada empresa foi contratada, em face da expertise de seus sócios Renan Dal Zotto e Annalisa Dal Zotto, na gestão e captação de recursos para fomento do desporto para o clube contratante, qual seja, a Unisul Esporte Clube [...] sendo sua empresa contratada para a prestação de serviços já descritos e que estes se deram através dos sócios e não exclusivamente da pessoa física de um deles exclusivamente. Salienta que os serviços foram prestados por ambos os sócios, visando o lucro, e que o fisco não provou (através de documento condizente) que os serviços foram prestados de forma personalíssima, autuando o impugnante através de simples presunção. Alude que o ônus da prova cabe a autoridade lançadora. Aduz que o contrato social estabelece, em seu artigo 13, que “a sociedade será administrada pelos sócios ANNALISA BLANDO DAL ZOTTO e RENAN DAL ZOTTO”. Alude ainda que a sociedade empresária possui amplo objeto social, visa o lucro e a sua administração é exercida por ambos os sócios, evidenciando o caráter empresarial da sociedade. Menciona que a prestação dos serviços pela pessoa jurídica sempre foi realizada com a participação da sócia Annalisa Blando Dal Zotto, formada em administração de empresas (doc. 03), a qual participou ativamente em todas as negociações e contratações dos serviços prestados pela pessoa jurídica, cuidando da parte administrativa, da captação de clientes, bem como, tem em vista sua formação em administração, na elaboração de palestras, adequando o conhecimento técnico do Impugnante na área desportiva ao tema empresarial. Conclui que os serviços foram prestados por pessoa jurídica, visando o lucro, que estes serviços contemplam esforços de ambos os sócios, e a despersonalização da pessoa jurídica viola o art. 129 da Lei nº 11.196/2005, o artigo 50 do Código Civil e o princípio da legalidade e da livre iniciativa previstos na Constituição. Em relação à dedução das despesas com dependentes, o AFRFB glosou a dedução da Sra. Tereza Lindair Feijó Dal Zotto, mãe do impugnante, por entender que esta apresentou declaração de ajuste anual de 2005 em separado. Todavia, a dedução encontra amparo no art. 35 da Lei nº 9.250/95, que estabelece que os pais podem ser considerados dependentes caso não aufiram rendimentos superiores ao limite de isenção previsto em lei. Fl. 2103DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 6 5 Expõe que o único motivo que a dependente apresentou declaração em separado foi porque possui cotas de capital de pessoa jurídica inativa em seu nome, todavia a mesma não apurou rendimento. Por entender que a mãe do sujeito passivo não era sua dependente, o AFRFB glosou as despesas médicas. Tal entendimento é ilegal, pois as despesas foram efetivamente realizadas e comprovadas, sendo a mesma dependente do sujeito passivo. O impugnante entregou, ainda, diversos documentos comprovando as despesas médicas realizadas pelo impugnante e seus dependentes, devendo ser cancelada a glosa. Requer, por fim, o cancelamento do auto de infração, e a juntada dos comprovantes das despesas médicas realizadas pela Sra. Tereza Lindair Dal Zotto. A Delegacia da Receita Federal em Florianópolis/SC, diante dos pagamentos e do parcelamento efetuados pelo sujeito passivo, referentes a parte não impugnada deste lançamento, promoveu o desmembramento e a transferências destas exigências para o processo nº 11516.003252/200781. É o relatório. Importante ressaltar que a impugnação foi parcial, sendo que não foram impugnadas as parcelas do crédito tributário relativas ao IRPF devido em face da omissão de rendimentos recebidos a título de resgate de contribuições de previdência privada e FAPI e omissão de ganhos de capital obtidos na alienação de bens e direitos, bem como a multa isolada decorrente da falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão. Também não foi impugnada a omissão de rendimentos pagos pela TV Globo Ltda. diretamente ao sujeito passivo. Limitouse o acórdão recorrido a apreciação das questões litigiosas, quais sejam os valores lançados a título de omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebido de pessoas jurídicas, referente a receitas da pessoa jurídica Gera Empreendimentos Esportivos, dedução indevida de dependente e dedução indevida de despesas médicas. Diante desses fatos, as alegações da impugnação e demais documentos que compõem estes autos, o órgão julgador de primeiro grau, ao apreciar o litígio, por maioria de votos, julgou procedente em parte o lançamento, considerando o seguinte: a) não impugnado o valor de R$ 4.131,19, em relação ao ano calendário 2002, o valor de R$ 3.376,75, em relação ao ano calendário 2003, e o valor de R$ 7.092,31, em relação ao ano calendário 2004, exigidos a título de Imposto de Renda Pessoa Física, e o valor de R$ 52,43, em relação ao anocalendário 2002, o valor de R$ 300,88 em relação ao anocalendário 2003, e o valor de R$ 64,02 em relação ao anocalendário 2004, exigidos a título de multa exigida isoladamente; b) mantida a exigência do valor de R$ 40.656,32, sendo R$ 17.046,90, relativo ao anocalendário 2002, R$ 11.071,13 correspondente ao anocalendário 2003, e o valor de R$ 12.538,29, correspondente ao anocalendário 2004, exigidos a Fl. 2104DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 7 6 título de Imposto de Renda Pessoa Física, acrescidos de multa de ofício de 75% e juros de mora. Tal entendimento foi resumido na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2002, 2003, 2004 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. SERVIÇOS PRESTADOS EM CARÁTER PERSONALÍSSIMO. SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. Serviços prestados de forma pessoal e individual, fora do âmbito de uma sociedade de profissionais legalmente habilitados, terão seus rendimentos tributados na pessoa física, sendo irrelevante a existência de registro de pessoa jurídica para tratar de seus interesses. APLICAÇÃO DE LEI SUPERVENIENTE AO FATO GERADOR. AUSÊNCIA DE CARÁTER INTERPRETATIVO. Não se aplica o artigo 129 da Lei nº 11.196, de 2005, a fatos geradores pretéritos, uma vez que dito dispositivo legal não possui natureza interpretativa, mas sim instituiu um novo regime de tributação. DESPESAS MÉDICAS. DEDUTIBILIDADE. As despesas médicas pagas pelo contribuinte, relativas ao seu próprio tratamento ou de seus dependentes, são dedutíveis quando devidamente comprovadas. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, de fls. 1.670 a 1.688, ratificando os argumentos de fato e de direito expendidos em sua impugnação e requerendo pelo provimento ao recurso e cancelamento da exigência, cujo conteúdo se resume nos seguintes excertos: 1. ILEGALIDADE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURIDICA. Contudo, data maxima venia, embora não admitam expressamente, a verdade é que, tanto a autoridade fiscal, quanto a Turma julgadora, acabaram por desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade Gera Empreendimentos Esportivos Ltda., pois "[...] imputar rendimentos auferidos por uma pessoa jurídica ao seu sócio significa justamente desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade. Alegar coisa diversa constitui mero jogo de palavras". O que se está deslocando portanto é o destinatário dos valores percebidos, e não o sujeito passivo da obrigação tributária. Incabível, portanto, o procedimento da autoridade fiscal" 2. APLICABILIDADE DO ART. 129, DA LEI 11.196/05 —NORMA DE NATUREZA INTERPRETATIVA. O ora Recorrente pugnou pela aplicabilidade do art. 129, da Lei n..° 11.196/05, eis que o dispositivo possui natureza interpretativa e, em razão disto, aplicase retroativamente (art. 106, I, do CTN). Referido dispositivo estabelece que: "Para fins fiscais e previdenciários. a prestação de serviços intelectuais, inclusive os de natureza científica artística ou cultural em caráter personalíssimo ou não com ou sem a designação de quaisquer obrigações a sócios ou empregados da sociedade prestadora de serviços, guando por esta realizada, se sujeita tão somente à legislação aplicável às pessoas jurídicas, sem prejuízo da observância do disposto no art 50 da Lei n' 10 406, de 10 de janeiro de 2002 Código Civil." Fl. 2105DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 8 7 3. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS DE NATUREZA PERSONALÍSSIMA — SERVIÇOS PRESTADOS PELA PESSOA JURÍDICA MEDIANTE SOMA DE TRABALHO DE AMBOS OS SÓCIOS. Da simples análise das cláusulas contratuais constatase que a sociedade empresária possui amplo objeto social, visa lucro e a sua administração é exercida por ambos os sócios. Ou seja, evidente o caráter empresarial da sociedade. Necessário mencionar, ainda, que a prestação dos serviços pela pessoa jurídica foi sempre realizada com a participação da sócia Annalisa Blando Dal Zotto, formada em administração de empresas, a qual participou ativamente em todas as negociações e contratações dos serviços prestados pela pessoa .jurídica, cuidando da parte administrativa, da captação de clientes, bem como, tendo em vista sua formação em administração, na elaboração das palestras, adequando o conhecimento técnico do Recorrente na área esportiva ao tema empresarial. 4. IMPOSSIBILIDADE DE TRIBUTAÇÃO POR PRESUNÇÃO —ÔNUS DA PROVA DO FISCO. Na peça da impugnação, o ora Recorrente fundamentou que o lançamento teria sido realizado por presunção, eis que o Fisco não comprovou que os serviços foram prestados unicamente por ele. A decisão, por sua vez, somente argüiu que: "No caso concreto em análise, as notas fiscais apresentadas deixam claro que os serviços .foram executados pela pessoa física do contribuinte, em caráter personalíssimo e individual" (fl. 1.661), Contudo, as notas fiscais espelham ,justamente o contrário, demonstrando que os serviços foram prestados pela pessoa jurídica Mondosport Ltda., atual Gera Empreendimentos Esportivos Ltda. Ou seja, o Fisco simplesmente presumiu que os serviços foram prestados apenas pelo Recorrente, apesar de inexistir qualquer prova nesse sentido. 5. TRIBUTAÇÃO BIS IN IDEM. Com a não compensação, a União estaria realizando a tributação duas vezes (bis in idem), o que é vedado pelo Direito Tributário pátrio, ao passo que quanto às mesmas receitas já haviam sido recolhidos os impostos com a ocorrência do fato gerador pela empresa Gera Empreendimentos Esportivos Ltda. E. sobre o mesmo fato gerador houve o lançamento de ofício de imposto sobre a renda pessoa física do sócio da empresa contribuinte. Por conseguinte, também por este aspecto merece ser anulado o auto de infração impugnado. 6. INDEVIDA GLOSA DAS DESPESAS MÉDICAS. A decisão recorrida, acolhendo a tese apresentada na impugnação administrativa, entendeu devidas as deduções relativas às despesas médicas custeadas pelo Recorrente para sua mãe, Sra. Tereza Lindair Feijó Dal Zotto, eis que restou plenamente comprovado que a mesma é sua dependente. Apesar disto, tal decisum manteve as glosas sobre algumas deduções, pois os documentos apresentados permitiriam a conclusão de que quem arcou com a despesa foi a própria Sra. Tereza, ledo engano, pois todos os bens foram doados aos herdeiros e realizadas as doações, o ora Recorrente passou a arcar com todas as despesas de sua genitora. Destacase que a Sra. Tereza Lindair Dal Zotto somente entregou declaração de imposto de renda em separado referente ao anocalendário .2003 (declaração de ajuste anual 2004) e 2004 (declaração de ajuste anual 2005) porquanto estava legalmente obrigada, tendo em vista a existência de uma empresa inativa registrada em seu nome. No entanto, referidas declarações (fls. 22/29) confirmam que a Sra. Tereza não possuía mais bens em seu nome e não auferiu rendimentos nesse período. Desconsiderando tais .fatos e evidências, a Turma .julgadora manteve as glosas, alegando que as despesas teriam sido pagas pela Sra. Tereza, todavia, vale repetir, que a mãe do Recorrente não possuía verbas para custear as despesas médicas que foram custeadas pelo recorrente. Fl. 2106DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 9 8 Diante do exposto, REQUER: (a) seja conhecido e provido o presente recurso voluntário para efeito de reformar o acórdão recorrido e, consequentemente, decretar o cancelamento do Auto de Infração impugnado (11, 1569/1577); (b) ajuntada dos documentos em anexo; (c) que, todas as intimações relativas ao presente processo sejam efetuadas, exclusivamente, sob pena de nulidade, em nome do advogado Rafael de Assis Horn, inscrito na OAB/SC sob n" 12.003, no endereço indicado no rodapé do presente recurso. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento de segunda instância administrativa. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. ADMISSIBILIDADE O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim sendo, dele conheço. OBJETO DO LITÍGIO DESSE RECURSO Remanesce em discussão no presente recurso a Infração 001 RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS e a Infração 005 DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL) DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS (parcial), apenas. A Infração 002 RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS A TÍTULO DE RESGATE DE CONTRIBUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA PRIVADA E FAPI, Infração 003 GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS OMISSÃO DE GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS ADQUIRIDOS EM REAIS e Infração 006 MULTAS ISOLADAS. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPF DEVIDO A TÍTULO DE CARNELEÃO, foram reconhecidas devidas e pagas pelo próprio contribuinte conforme indicado na impugnação. A Infração 004 DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL) DEDUÇÃO INDEVIDA DE DEPENDENTE, foi cancelada pela decisão de primeiro grau. MÉRITO Infração 001 RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS. Fl. 2107DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 10 9 A base de cálculo dessa infração tem origem na reclassificação dos valores registrados nas notas fiscais da Gera Empreendimentos Esportivos Ltda. (antiga Mondosport Ltda.) conforme listagem de notas fiscais de fls. 1.543/1.544. No Recurso Voluntário, o contribuinte insurgiuse contra essa infração apresentando os seguintes temas: 1. ILEGALIDADE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURIDICA. 2. APLICABILIDADE DO ART. 129, PA LEI 11.196/05 —NORMA DE NATUREZA INTERPRETATIVA. 3. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS DE NATUREZA PERSONALÍSSIMA — SERVIÇOS PRESTADOS PELA PESSOA JURÍDICA MEDIANTE SOMA DE TRABALHO DE AMBOS OS SÓCIOS. 4. IMPOSSIBILIDADE DE TRIBUTAÇÃO POR PRESUNÇÃO —ÔNUS DA PROVA DO FISCO. 5. TRIBUTAÇÃO BIS IN IDEM. Essas questões são conhecidas e já foram objeto de vários julgamentos neste órgão, v.g., o recente julgado nessa Turma, Acórdão 2102002.441, 19 de fevereiro de 2013, tendo como relatora do voto a conselheira Núbia Matos Moura, que ora me refiro de forma livre a seguir. No que se refere à infração de omissão de rendimentos, podese dizer que a defesa do contribuinte se pauta, em suma, nas seguintes teses, as quais serão a seguir examinadas: 1 O Auto de Infração desconsiderou a personalidade jurídica da Mercury independentemente de prévia autorização judicial e da comprovação da prática de fraude. 2 – A legislação do imposto de renda expressamente autoriza e reconhece a possibilidade de prestação de serviços personalíssimos por pessoa jurídica, logo, incabível o deslocamento de receitas de pessoa jurídica para pessoa física. 3 O art. 129 da Lei nº 11.196/05 é norma de natureza meramente interpretativa, aplicável, portanto, retroativamente aos anoscalendário em exame. 4 – A autuação fiscal importou em incontestável mudança de critério jurídico na interpretação da legislação fiscal que homologou todas as declarações prestadas pela Mercury e pelo recorrente por 15 anos , de forma que o entendimento adotado na Auto de Infração somente poderá ser aplicado para os períodos futuros e, ainda, a teor do art. 100, inciso III, parágrafo único, do CTN, não caberia a aplicação de multa de ofício e juros de mora. 5 O Auto de Infração deveria ter compensado, com o supostamente devido, os tributos (PIS, COFINS, IRPJ e CSLL) devidamente recolhidos pela Mercury, sendo que tal compensação deve ser feita antes da aplicação da multa de ofício e dos juros de mora. No que tange às alegações resumidas no item 1 acima, importa dizer que o Auto de Infração não desconsiderou a personalidade jurídica da Mercury. Na Fl. 2108DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 11 10 verdade, da leitura do Termo de Verificação Fiscal, vêse claramente que o entendimento da autoridade fiscal foi no sentido de que o produto auferido em razão dos contratos firmados pela pessoa jurídica Mercury e os contratantes eram rendimentos da pessoa física (recorrente), sócio majoritário da empresa, e, via de conseqüência, procedeuse a lavratura do competente Auto de Infração, imputando ao recorrente a infração de omissão de rendimentos, de forma a propiciar a correta tributação dos rendimentos recebidos pelo recorrente em razão dos referidos contratos. Tal conclusão – de que o recorrente deve ser tomado como o contribuinte, no que concerne aos valores recebidos em razão dos contratos celebrados pela Mercury – decorre dos seguintes fatos: o contribuinte é sócio majoritário da pessoa jurídica Mercury Comunicação Social Ltda, onde também tem participação, primeiramente, sua excônjuge Joaniza Maria Nunes Garcia, com 10% do capital, até 24/05/2004, e, posteriormente, sua mãe, Maria Thalita Eggers Garcia, que ingressou na sociedade, em 01/06/2004, com participação no capital social de 1%. A participação das outras sócias é ínfima, sendo claro que somente o recorrente pode prestar os serviços contratados com a Mercury. o contribuinte é jornalista e presta serviços a diversas emissoras de rádio e televisão e, também, como palestrante, comentarista e mestre de cerimônia, tudo conforme contratos celebrados pela Mercury e os contratantes dos serviços do recorrente, fls. 166/315, e notas fiscais, fls. 316/1577. nos contratos o contribuinte figura como sócio interveniente, sendo certo que há sempre a exigência de que os serviços sejam sempre prestados pelo recorrente. Ora, não há dúvida de que se trata de prestação de serviços de natureza pessoal, prestados pelo próprio recorrente, na geração dos rendimentos em causa, pois sem o recorrente, com absoluta certeza os contratos firmados entre a Mercury e os contratantes sequer seriam celebrados, sendo relevante observar que os rendimentos considerados omitidos no Auto de Infração guardam perfeitamente consonância com as disposições contidas na Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988. (...) E este é o caso dos autos. Do Termo de Verificação Fiscal e dos documentos que compõe o processo restou evidenciado que os rendimentos levados à tributação, sob a rubrica de omissão de rendimentos, são decorrentes do exercício da profissão de jornalista, desenvolvida pelo recorrente, de forma que a autuação obedeceu estritamente o disposto na legislação do imposto de renda. É preciso que se diga, que a legislação permite a constituição de pessoa jurídica com a finalidade de explorar a prestação de serviços personalíssimos, contudo, a tributação de tais rendimentos deve ser feita na pessoa física. Nestes termos, correta a conduta da autoridade fiscal em proceder a tributação, na pessoa física, dos rendimentos auferidos pelo recorrente em decorrência dos contratos de prestação de serviços personalíssimos. Da leitura do Acórdão transcrito, especialmente das partes que destaquei, resta evidente que o pilar que sustenta a caracterização dessa autuação são as evidências de que Fl. 2109DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 12 11 os rendimentos levados à tributação, sob a rubrica de omissão de rendimentos, são decorrentes do exercício de prestação de serviços personalíssimos conforme os contratos celebrados entre as pessoas jurídicas. No presente caso, compulsandose os autos, não encontramos cópias dos contratos firmados entre a pessoas jurídicas que deram origem a base de cálculo da infração ora julgada. Ainda, da análise do Termo de Verificação Fiscal de fls. 1.547 a 1559, especialmente do item 2.1 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO E DA CESSÃO DE DIREITOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS, não resta evidenciado ou caracterizado a prestação de serviços personalíssimos pelo contribuinte Renan Dal Zotto. Para a devida caracterização dessa matéria tributável, imprescindível que se aponte um liame entre os contratos firmados (que não constam nos autos) e o contribuinte Dal Zotto. Importante esclarecer que o fatos das notas fiscais constarem dos autos não supre a prova que se busca para sustentar a autuação. É necessário avaliar os contratos firmados que deram origem as notas fiscais. Ou seja, patente que não restou inconteste, via provas documentais, a matéria tributável que fundamentou lançamento, afrontando o disposto no caput do Art. 142. do Código Tributário Nacional: Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Destarte, voto pelo provimento do recurso nesse item e cancelamento da respectiva Infração 001 rendimentos recebidos de pessoas jurídicas omissão de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas jurídicas. Infração 005 DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL) DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS Remanesce sob litígio parte das despesas médicas referentes as despesas da mãe do recorrente, Sra. Tereza Lindair Feijó Dal Zotto, eis que restou aceita no acórdão da DRJ que a mesma é sua dependente. Contudo a DRJ entendeu que parte das despesas declaradas não restou passível de dedutibilidade , verbis: Em relação ao anocalendário 2003 — declaração de ajuste anual 2004, requer o sujeito passivo a dedução de R$ 4,589,53, O documento anexado para comprovação, qual seja declaração da Unimed de Florianópolis de fls. 50, esclarece que quem efetuou o pagamento foi a Sr, Tereza L Feijó Dal Zotto, e não o sujeito passivo. Conforme o art. 80, §1 0, inc. II, do RIR/99, acima transcrito, apenas podem ser deduzidas as despesas cujos pagamentos foram efetuados pelo próprio contribuinte, Assim sendo, mantêmse a glosa de despesas médicas referente ao ano calendário 200.3. Fl. 2110DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 13 12 No tocante ao anocalendário 2004 — declaração de ajuste anual 2005, o sujeito passivo requer a dedução de R$ 9.206,75 em despesas médicas. A autoridade fiscal entendeu como dedutível apenas o valor de R$ 1,323,00, correspondente aos valores pagos pelo sujeito passivo a Unimed de Florianópolis (fls. 99), glosando os demais valores pleiteados. Em relação aos demais documentos que comprovariam as deduções pleiteadas, observo que a declaração da Unimed Florianópolis de fls. 98 ilustra que quem efetuou o pagamento de R$ 5,136,75 foi a Sr, Tereza L Feijó Dal Zotto, e não o sujeito passivo. Os documentos de fls. 101 a 104, de lavra da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos e Hospital de Caridade, da mesma forma, comprovam que quem areou com a despesa foi a Sra. Tereza. Conforme já esclarecido, apenas podem ser deduzidas as despesas cujos pagamentos foram efetuados pelo próprio contribuinte, devendo ser mantida a glosa das despesas em comento. As despesas com o Centro de Promoção de Saúde Bucal tampouco restaram comprovadas, razão pela qual mantêmse a glosa da dedução. Em relação aos argumentos da DRJ para manutenção das glosas que as declarações da Unimed indicam que sendo a Dna. Tereza é que teria suportado o ônus, discordo pelo seguinte : As declarações indicam apenas que foi a Dna Tereza que pagou mas não podese concluir que ela é efetivamente teria suportado esse ônus. Além do mais, esse raciocínio não se coaduna com o decidido pela própria DRJ ao acatar a possibilidade da Dna Tereza ser dependente do interessado, por ter entregue DIRPF sem qualquer rendimento tributável : A declaração de rendimentos anexada aos autos, de fls. 26 a 29, demonstra que a progenitora do sujeito passivo, Sra. Tereza Lindair Feijó Dal Zotto, não auferiu rendimentos referentes ao anocalendário 2004. Dessa forma, entendo que tendo sido aceita a Sra. Tereza Lindair Feijó Dal Zotto como dependente do interessado, as declarações da Unimed de fls. 50 e 99, bem como as notas fiscais e faturas de fls. 101 a 104, são suficientes para comprovar as despesas médicas declaradas. Destarte, voto para restabelecer as despesas médicas para R$ 4.589,53 no exercício 2003 e R$ 9.206,75 para o exercício 2004. CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 2111DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.002169/200795 Acórdão n.º 2102002.484 S2C1T2 Fl. 14 13 Fl. 2112DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 10/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 13/06/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S
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Numero do processo: 10920.722364/2011-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. ART. 173, I DO CTN. RESP N. 973.733/SC.
Na ausência de pagamento, a regra decadencial aplicável é a do art. 173, I do CTN, conforme entendimento do STJ expresso no REsp no 973.733/SC, na sistemática do art. 543-C do CPC, e, portanto, de observância obrigatória por este tribunal administrativo, tendo em vista o art. 62-A do Anexo II do RICARF.
Recurso Voluntário provido.
Numero da decisão: 2402-004.030
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário por reconhecimento da decadência.
Júlio César Vieira Gomes - Presidente
Thiago Taborda Simões Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes (presidente), Carlos Henrique de Oliveira, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: THIAGO TABORDA SIMOES
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CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. Recorrente SÃO BENTO EMBALAGENS LTDA E OUTROS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. ART. 173, I DO CTN. RESP N. 973.733/SC. Na ausência de pagamento, a regra decadencial aplicável é a do art. 173, I do CTN, conforme entendimento do STJ expresso no REsp no 973.733/SC, na sistemática do art. 543C do CPC, e, portanto, de observância obrigatória por este tribunal administrativo, tendo em vista o art. 62A do Anexo II do RICARF. Recurso Voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário por reconhecimento da decadência. Júlio César Vieira Gomes Presidente Thiago Taborda Simões – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 72 23 64 /2 01 1- 87 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 15/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes (presidente), Carlos Henrique de Oliveira, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 15/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10920.722364/201187 Acórdão n.º 2402004.030 S2C4T2 Fl. 100 3 Relatório Tratase de ação fiscal que resultou na lavratura dos seguintes autos de infração: AIOP DEBCAD n° 51.001.0342 – referente a contribuições destinadas a outras entidades e fundos e multa de ofício de 75%; AIOA DEBCAD n° 51.001.0334 – referente à multa por descumprimento de obrigação acessória, decorrente da apresentação de GFIP com omissão de segurados empregados e contribuintes individuais. Intimada da autuação, a Recorrente apresentou impugnação que restou julgada improcedente conforme acórdão de fls. 77/83, segundo o qual: 1) A Recorrente não se insurgiu contra a exigência da multa aplicada por descumprimento de obrigação acessória, tornandose definitiva a exigência; 2) Apesar de a Recorrente ter apurado nas GFIP as contribuições devidas a terceiros, ao proceder o recolhimento, preencheu a GPS indicando o valor consolidado como devido unicamente ao INSS; 3) O fato de a Recorrente ter enviado novas GFIP para as competências de 07/2009 a 09/2009 após o encerramento do procedimento fiscal, corrigindo os equívocos da segunda GFIP e, ainda, ter apresentado pedido de ajuste da GPS referente as competências de 07 a 09/2009 não enseja alterações no lançamento; 4) A denúncia espontânea só ocorre quando se verifica o pagamento do valor devido antes do procedimento fiscal; 5) As alegações de inconstitucionalidade e ilegalidade das penalidades aplicadas não podem ser apreciadas por tratarse de matéria restrita à análise do Poder Judiciário. Ciente do resultado do julgamento, a Recorrente interpôs recurso voluntário de fls. 87/94, cujos fundamentos são os seguintes: 1) Os valores foram devidamente quitados pela empresa; 2) A Recorrente deixa de recorrer do auto de obrigação acessória porque reconhece o erro na GFIP e, portanto, não há o que contestar; 3) O erro cometido é de caráter estritamente formal, na medida em que a Recorrente efetuou todos os recolhimentos, mas com dados equivocados na GPS; Fl. 101DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 15/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 4) A manutenção da multa de 75% sobre o valor devido fere os direitos do contribuinte que recolheu devidamente os tributos devidos, somente com preenchimento equivocado da guia; 5) Não foi verificada a possibilidade de redução da multa em 50% no caso de pagamento até o 30° dia da ciência do débito ou de 40% no caso do parcelamento; 6) A Recorrente requereu ajuste de guia para que os valores sejam apropriados por cada uma das entidades correspondentes. Os autos foram remetidos ao CARF para julgamento do Recurso Voluntário. É o relatório. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 15/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10920.722364/201187 Acórdão n.º 2402004.030 S2C4T2 Fl. 101 5 Voto Conselheiro Thiago Taborda Simões Relator Inicialmente, o recurso voluntário atende a todos os requisitos de admissibilidade, dentre eles o da tempestividade, razão pela qual dele conheço. Da Decadência O Supremo Tribunal Federal, entendendo que apenas lei complementar pode dispor sobre prescrição e decadência em matéria tributária, em observância aquilo que disposto no artigo 146, III, "b", da Constituição Federal, à unanimidade de votos, negou provimento aos Recursos Extraordinários n° 556.664, 559.882, 559.943 e 560.626, em decisão plenária que declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n. 8.212/91, os quais concediam à Previdência Social o prazo de 10 (dez) anos para a constituição de seus créditos. Na mesma assentada, inclusive no intuito de eximir qualquer questionamento quanto ao alcance da referida decisão, o STF editou a Súmula Vinculante de n° 8, cujo teor é o seguinte: Súmula Vinculante n° 8 "São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5° do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". Dessa forma, em observância ao que disposto no artigo no art. 103A e parágrafos da Constituição Federal, inseridos pela Emenda Constitucional n° 45/2004, as súmulas vinculantes, por serem de observância e aplicação obrigatória pelos entes da administração pública direta e indireta, devem ser aplicadas por este Eg. Conselho de Contribuintes, in verbis: "Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de oficio ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.” Logo, inaplicável o prazo de 10 (dez) anos para a aferição da decadência âmbito das contribuições previdenciárias, resta necessário, para a solução da demanda aplicação das normas legais relativas à decadência e constantes no Código Tributário Nacional, a saber, dentre os artigos 150, § 4° ou 173, I, diante da verificação, caso a caso, se tenha ou no havido dolo, fraude, simulação ou o recolhimento de parte dos valores das contribuições sociais objeto da autuação, conforme mansa e pacífica orientação desta Eg. Câmara. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 15/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, motivo pelo qual, em regra, devem observar o previsto no art. 150, § 4° do CTN. Dessa forma, verificado o pagamento antecipado, observarseá regra de extinção inscrita no art. 156, inciso VII do CTN, que condiciona o acerto do lançamento efetuado pelo contribuinte a ulterior homologação por parte de Fisco. Ao revés, caso não exista pagamento ou mesmo a parcialidade deste, não há o que ser homologado, motivo que enseja a incidência do disposto no art. 173, inciso I do CTN, hipótese na qual o crédito tributário será extinto em função do previsto no art. 156, inciso V do CTN. No caso dos autos, tratase de ausência do recolhimento da contribuição devida, posto que o contribuinte não efetuou pagamento a este título, o que atrai, para efeitos de verificação do prazo decadência o disposto no art. 173, I, do CTN, in verbis: “Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;” Por tais motivos, as alegações trazidas em sede de recurso voluntário devem ser acatadas no sentido de que seja aplicado in casu o art. 173, I, do CTN, excluindose todas as competências objeto de lançamento, uma vez que referentes ao exercício de 1997, ou seja, 10 anos antes da lavratura do auto de infração. Conclusão Por todo o supra exposto, voto pelo conhecimento do recurso voluntário e a ele dou provimento. É como voto. Thiago Taborda Simões. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 15/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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