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Numero do processo: 13864.000140/2009-14
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2004
DECADÊNCIA. TRIBUTOS SUBMETIDOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO. FATORES DETERMINANTES. PAGAMENTO. DECLARAÇÃO PRÉVIA DE DÉBITO. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO.
1- Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, o ordenamento jurídico prevê a ocorrência de duas situações, autônomas e não cumulativas, aptas a concretizar contagem do prazo decadencial prevista no art. 173, inciso I, em detrimento do art. 150, §4º, ambos do CTN. Uma é constatar se houve pagamento espontâneo ou declaração prévia de débito por parte do sujeito passivo. Caso negativo, a contagem da decadência segue a regra do art. 173, inciso I do CTN, consoante entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC , apreciado sob a sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decisão que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, consoante § 2º do art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. A outra é verificar se restou comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, que enseja a qualificação de multa de ofício e, por consequência, a contagem do art. 173, inciso I do CTN, consoante Súmula CARF nº 72.
2 - No caso concreto, não há pagamento e tampouco confissão de dívida.. Aplicação do prazo previsto no art. 173, inciso I do CTN.
Numero da decisão: 9101-003.288
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Rodrigo da Costa Pôssas. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto e Adriana Gomes Rego.
Nome do relator: ANDRE MENDES DE MOURA
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TRIBUTOS SUBMETIDOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO. FATORES DETERMINANTES. PAGAMENTO. DECLARAÇÃO PRÉVIA DE DÉBITO. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. 1 Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, o ordenamento jurídico prevê a ocorrência de duas situações, autônomas e não cumulativas, aptas a concretizar contagem do prazo decadencial prevista no art. 173, inciso I, em detrimento do art. 150, §4º, ambos do CTN. Uma é constatar se houve pagamento espontâneo ou declaração prévia de débito por parte do sujeito passivo. Caso negativo, a contagem da decadência segue a regra do art. 173, inciso I do CTN, consoante entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC , apreciado sob a sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, decisão que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, consoante § 2º do art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. A outra é verificar se restou comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, que enseja a qualificação de multa de ofício e, por consequência, a contagem do art. 173, inciso I do CTN, consoante Súmula CARF nº 72. 2 No caso concreto, não há pagamento e tampouco confissão de dívida.. Aplicação do prazo previsto no art. 173, inciso I do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencidos os AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 86 4. 00 01 40 /2 00 9- 14 Fl. 1461DF CARF MF Processo nº 13864.000140/200914 Acórdão n.º 9101003.288 CSRFT1 Fl. 1.462 2 conselheiros Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Rodrigo da Costa Pôssas. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto e Adriana Gomes Rego. Relatório Tratase de recurso especial (efls. 1425/1434) interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional ("PGFN") em face do Acórdão nº 110200.233, da sessão de 5 de julho de 2010, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento, que votou no sentido dar provimento parcial ao recurso da DISMATIC LOGÍSTICA LTDA ("Contribuinte ") para acolher a preliminar de decadência do PIS para os meses de janeiro e fevereiro de 2004 e da COFINS para o mês de fevereiro de 2004. O acórdão recorrido apresentou a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. SIGILO BANCÁRIO. EXAME DE EXTRATOS. DISPENSA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. Ê licito ao Fisco, mormente após a edição da Lei Complementar n° 105/2001, examinar informações relativas ao contribuinte e que constam de documentos e registros de instituições Fl. 1462DF CARF MF Processo nº 13864.000140/200914 Acórdão n.º 9101003.288 CSRFT1 Fl. 1.463 3 financeiras, independentemente de autorização judicial, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. SISTEMÁTICA. DECADÊNCIA. O que determina a natureza do lançamento, se por homologação ou declaração, é a legislação especifica do tributo, e não a circunstância de ter ou não havido pagamento. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, não sendo caso de dolo, fraude, ou simulação, o termo inicial para a contagem do prazo de decadência é a data da ocorrência do fato gerador. (Ac. 10I 96.636,j. 16/04/2008) DEPOSITO BANCÁRIO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM. ÔNUS DA PROVA. Por presunção legal contida no artigo 42 da Lei if 9.430, de 27/12/1996, os depósitos efetuados em conta bancária cuja origem dos recursos depositados não tenha sido comprovada pela contribuinte mediante apresentação de documentação hábil e idônea, caracterizam omissão de receita. Subsistindo o lançamento principal, na seara do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica, igual sorte colhe os lançamentos que tenham sido formalizados em legislação que toma por empréstimo a sistemática de apuração daquele (CSLL) ou que define o evento comum, no caso a apuração de receita auferida pela pessoa jurídica, como fato gerador das contribuições incidentes sobre o faturamento (COFINS e PIS). OMISSÃO DE RECEITAS. DETERMINAÇÃO DO VALOR DO IRPJ E CSLL. FORMA DE TRIBUTAÇÃO. Verificada a omissão de receita a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão. A PGFN interpôs recurso especial, arguindo divergência entre a decisão recorrida, no qual só admite contagem decadencial para tributos sujeitos a lançamentos por homologação nos termos do art. 150, 4º do CTN, e o paradigma, que no caso de ausência de pagamento aplica o prazo previsto no art. 173, inciso I do CTN. Discorre que nos presentes autos não se operou lançamento por homologação, afinal o contribuinte não antecipou o pagamento do tributo, razão pela qual se procedeu ao lançamento de oficio da exação, na linha preconizada pelo art. 173, I, do CTN. Menciona entendimento já pacificado no STJ, Resp 973733, julgamento submetido ao regime do art. 543C do CPC. Aduz que não houve pagamento antecipado de tributo pelo contribuinte para o PIS e a Cofins. Requer seja conhecido e provido o presente recurso. Fl. 1463DF CARF MF Processo nº 13864.000140/200914 Acórdão n.º 9101003.288 CSRFT1 Fl. 1.464 4 O despacho de exame de admissibilidade (efls. 1440/1442) deu seguimento ao recurso especial. Não foram apresentadas contrarrazões pela Contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro André Mendes de Moura, Relator. Adoto as razões do despacho de exame de admissibilidade para conhecer do recurso especial da PGFN. Passo ao exame do mérito. Dois aspectos devem ser considerados na análise do prazo decadencial. Primeiro, o regime de tributação a que se encontra submetido o contribuinte, para que se possa estabelecer com clareza o termo inicial de contagem. Segundo, qual a regra do CTN aplicável ao caso concreto: (1) do art. 150, § 4º, ou (2) do art. 173, inciso I. Para a devida contagem do prazo decadencial dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, há que se observar entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC, apreciado sob a sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL.ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). Fl. 1464DF CARF MF Processo nº 13864.000140/200914 Acórdão n.º 9101003.288 CSRFT1 Fl. 1.465 5 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.(grifei) Ou seja, são dois elementos determinantes para verificar se cabe a contagem do prazo decadencial do art. 150, §4º ou do art. 173, inciso I, ambos do CTN: 1º) constatar se houve pagamento espontâneo ou declaração prévia de débito por parte do sujeito passivo, sendo que, caso negativo, a contagem da decadência segue a regra do art. 173, inciso I do CTN, consoante entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC , apreciado sob a sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, decisão que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, consoante § 2º do art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015; Fl. 1465DF CARF MF Processo nº 13864.000140/200914 Acórdão n.º 9101003.288 CSRFT1 Fl. 1.466 6 2º) verificar se restou comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, que enseja a qualificação de multa de ofício e, por consequência, a contagem do art. 173, inciso I do CTN, consoante Súmula CARF nº 72 1. Quanto ao conceito de declaração prévia de débito, entendo, numa acepção geral, que se caracteriza por ato que implique em confissão da dívida por parte do sujeito passivo. Assim, podem também ser considerados, além do pagamento espontâneo, por exemplo, o debito confessado em DCTF, em compensação tributária ou parcelamento. No caso concreto, a matéria devolvida consiste em apreciar a decadência do PIS para os meses de janeiro e fevereiro de 2004 e da COFINS para o mês de fevereiro de 2004. Não consta nos autos qualquer informação relativa a pagamento ou confissão de dívida em declaração. Portanto, a contagem do prazo decadencial deve ser deslocada para o art. 173, inciso I do CTN. Tomando como referência o fato gerador mais favorável para a Contribuinte, 31/01/2004, o Fisco poderia efetuar o lançamento de ofício no decorrer do ano de 2004. O termo inicial previsto na norma é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou seja, no caso em tela, em 01/01/2005, e o termo final em 31/12/2009. A ciência do lançamento de ofício deuse entre os meses de março e abril de 2009 (contribuinte e responsáveis tributários), razão pela qual se deve afastar a decadência. Diante de todo o exposto, voto no sentido de conhecer e dar provimento ao recurso especial da PGFN. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura 1 Caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a contagem do prazo decadencial regese pelo art. 173, inciso I, do CTN. Fl. 1466DF CARF MF Processo nº 13864.000140/200914 Acórdão n.º 9101003.288 CSRFT1 Fl. 1.467 7 Fl. 1467DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.907247/2009-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1301-000.477
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
Bianca Felícia Rothschild - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto e Bianca Felícia Rothschild.
Relatório
Nome do relator: BIANCA FELICIA ROTHSCHILD
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild - Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto e Bianca Felícia Rothschild. Relatório
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto e Bianca Felícia Rothschild. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 02 83 .9 07 24 7/ 20 09 -2 0 Fl. 207DF CARF MF Processo nº 10283.907247/200920 Resolução nº 1301000.477 S1C3T1 Fl. 209 2 Relatório Inicialmente, adotase o relatório da decisão recorrida, o qual bem retrata os fatos ocorridos e os fundamentos adotados até então: Versa o presente processo sobre declaração de compensação n° 09446.42892.260808.1.3.049310 (fls.1/5), em que o contribuinte aponta crédito de pagamento indevido ou a maior de estimativa IRPJ, 2362, no valor de R$ 181.783,64. Ainda segundo consta da DCOMP, o crédito teria sido originado pelo recolhimento via DARF (fl.3), arrecadação 30/11/2005, R$ 242.241,39. Por intermédio do Despacho Decisório de 07/10/2009, n° 848502697 e anexos (fls.6/8), o direito creditório não foi reconhecido e a compensação, não homologada. Como fundamento para o não reconhecimento do direito creditório, a unidade de origem afirma que "foi constatada a improcedência do crédito informado no PER/DCOMP por tratarse de pagamento a titulo de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente pode ser utilizado na dedução do imposto de renda da pessoa jurídica Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRRI ou CSLL do período". Tendo tomado ciência do Despacho Decisório em 20/10/2009 (f1.9), o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 16/11/2009 (fls.10/21), via procurador (fls.29/32), alegando em síntese que: 1. Em 30/11/2005 a requerente, seguindo sua rotina de obrigações, efetuou recolhimento relativo ao IRPJ, período de apuração outubro/2005. Este recolhimento montou ao valor de R$ 242.241,39; 2. Num momento posterior ao recolhimento , a requerente verificou que o valor de IRPJ do período de apuração outubro/2005 efetivamente devido montava a apenas R$ 60.457,75. Este o valor constante da DCTF entregue a época; 3. A DCTF entregue pela requerente representa confissão de divida. Desta forma, uma vez confessada uma divida em valor inferior àquele recolhido, nasce um crédito tributário; 4. Esse fato deu origem a credito tributário da requerente no valor de R$ 181.783,64; (transcreve o artigo 165, I do CTN) 5. Uma vez constatado o crédito tributário a que fazia jus, a requerente passou a compensálo com outros tributos federais; 6. O crédito ora compensado não se trata de pagamento a titulo de estimativa mensal e sim de IRPJ efetivo e não foi utilizado no mesmo exercício em que foi apurado; Fl. 208DF CARF MF Processo nº 10283.907247/200920 Resolução nº 1301000.477 S1C3T1 Fl. 210 3 7. É cediço que a pessoa jurídica pode suspender ou reduzir o pagamento do imposto do mês desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado excede o valor do imposto, inclusive do adicional, calculado com base no lucro real do período; (transcreve o artigo 35 da Lei 9.065/95) 8. A utilização do balanço de suspensão ou redução pela pessoa jurídica tratase de pagamento efetivo e não por estimativa. Isto porque até aquele momento, aquele valor é real. Vale dizer, se a empresa encerrasse as suas atividades naquele momento, aquele seria o valor efetivamente devido; 9. Cumprenos ressaltar que tratase de cálculo diverso da estimativa. Quando da utilização de balanço de suspensão ou redução, o contribuinte pode fazer algumas deduções impossibilitadas na estimativa. Por sua vez, no cálculo podem ser feitas algumas considerações que na estimativa não. Poderseia ate dizer que este pagamento é uma antecipação de um valor devido, mas não se trata de uma estimativa; 10. A norma legal que trata do assunto (art.35 da Lei 8.981/95) menciona que somente produzirão efeitos para determinação da parcela do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro liquido no decorrer do anocalendário; 11. Assim, verificandose a existência de pagamento a maior do que aquele efetivamente devido, poderá o contribuinte titular deste crédito compensálo de imediato com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, durante o próprio ano calendário em que foi apurado. Aliás, estes são os exatos termos do art.74 da Lei 9.430/96; (transcreve o caput do art.74 da Lei 9.430/96) 12. Na DCTF o contribuinte informou a utilização de balanço de redução (DOC.03); 13. 0 código de receita utilizado para o pagamento de IRPJ realizado com base em balanço de suspensão ou redução é o mesmo que aquele utilizado para o pagamento de IRPJ por estimativa mensal, qual seja, 2362; 14. Em que pese tenham as Autoridades Administrativas fundamentado seu Despacho Decisório no art.10 da INSRF600/05, é certo que o crédito em comento referese aquele previsto no art.26 da mesma norma legal, mantido pela que lhe sobreveio; (transcreve o artigo 26 da INSRF600/2005) 15. 0 valor recolhido a maior pela requerente de forma equivocada não pertence, sob qualquer titulo, ao Erário e o seu desejo de assim transformálo incorre em manifesta afronta aos mais comezinhos princípios constitucionais, notadamente ao principio do Não Confisco; 16. Inexiste vedação legal para a compensação de pagamento por estimativa; 17. Requer o reconhecimento do direito creditório e homologação da compensação. Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10283.907247/200920 Resolução nº 1301000.477 S1C3T1 Fl. 211 4 Constam ainda dos autos os seguintes documentos que merecem destaque: cópia do DARF (f1.33), tela da DCTF — IRPJ — outubro/2005 (fl.34) e Ficha 11 do programa DIPJ/2006 (f1.38). A decisão da autoridade de primeira instancia julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte, cuja acórdão encontrase as fls. 42 e segs. e ementa encontrase abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/10/2005 ESTIMATIVA MENSAL. BASE DE CALCULO. RECEITA BRUTA. BALANCETE DE SUSPENSÃO OU REDUÇÃO. Nos termos da legislação tributária, tanto os valores mensais apurados a partir da receita bruta como em função de balancete de redução, correspondem a estimativa mensal. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. ESTIMATIVA MENSAL. UTILIZAÇÃO EM DCOMP. IMPOSSIBILIDADE. A época de transmissão da declaração de compensação era vedada a utilização, em DCOMP, de crédito referente a estimativa mensal de IRPJ. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificado da decisão de primeira instancia em 13/01/2011, o contribuinte apresentou, fl. 54 e segs, em 11/02/2011, recurso voluntário, repisando os argumentos levantados em sede de manifestação de inconformidade, acrescentando razões para reforma na decisão de primeira instancia. É o relatório. Fl. 210DF CARF MF Processo nº 10283.907247/200920 Resolução nº 1301000.477 S1C3T1 Fl. 212 5 Voto Conselheira Bianca Felícia Rothschild Relatora O recurso voluntário é TEMPESTIVO e uma vez atendidos também às demais condições de admissibilidade, merece, portanto, ser CONHECIDO. Tratase de procedimento de Declaração de Compensação não homologado por se tratase de pagamento, segundo a fiscalização e decisão de primeira instancia, a título de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente poderia ser utilizado na dedução do imposto ou da contribuição devidos no final do período de apuração ou para compor o saldo negativo do período. Consoante relatado, por meio de Declaração de Compensação, a contribuinte informou a existência de crédito no valor de R$ 181.783,64, correspondente a pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal de IRPJ (código 2362), correspondente ao mês outubro/2005, em face de ter efetuado o recolhimento do tributo devido via DARF no valor de R$ 242.241,09, quando o correto deveria ser R$ 60.457,75. Da análise da decisão recorrida, verificase que a DRJ não homologou a compensação pleiteada sob os fundamentos: 1) Natureza do pagamento estimativa mensal Trecho do voto condutor da Decisão da DRJ (fl. 45): O direito creditório não foi reconhecido porque a autoridade administrativa entende que o pagamento efetuado referese a estimativa mensal e que, nesse caso, ha vedação da legislação para a utilização do pagamento a maior para fins de compensação, ou seja, este pagamento somente pode ser utilizado para deduzir o imposto devido na DIPJ ou para compor o saldo negativo do período. Como fundamento, o Despacho Decisório cita o art. 10 da IN SRE 600/2005. (...) É entendimento dessa Receita Federal do Brasil — RFB que todos os recolhimentos mensais efetuados pela pessoa jurídica, tanto com base na receita bruta como em função de balancete de redução, correspondem a estimativas mensais. A receita bruta e o balancete de redução dizem respeito à base de cálculo do imposto, não alterando a natureza do recolhimento. Nesse sentido, juntamos cópia do programa da DIPJ (fl.38) demonstrando que tanto o apurado corn base na receita bruta como em função de balancete de redução são chamados de estimativa mensal. (...)Assim, sendo a estimativa mensal de IRPJ, quer seja calculada com base na receita bruta como em função de balancete de redução, um valor parcial, preliminar, uma amostra daquele efetivamente devido, o qual será calculado ao término do período de apuração (no caso, 31 de dezembro), correto o entendimento da Receita Federal do Brasil RFB ao também considerar estimativa mensal o valor recolhido em função do levantamento de balancete de redução. 2) Vedação para compensação de estimativa mensal art.10 da IN 600/2005 Trecho do voto condutor da Decisão da DRJ (fl. 47): Fl. 211DF CARF MF Processo nº 10283.907247/200920 Resolução nº 1301000.477 S1C3T1 Fl. 213 6 Portanto, há previsão legal para a RFB disciplinar o instituto da compensação, razão pela qual não procede o argumento levantado de que o art.74 da Lei 9.430/96 não estabelece qualquer vedação à utilização de crédito 'de estimativa mensal IRPJ em compensação. (...) Assim, notase que desde 29/10/2004. com a publicação no DOU da IN SRF 460/2004, já existia a vedação para a utilização de credito decorrente de pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal IRPJ em compensação. Em outras palavras, referido credito somente pode ser utilizado, a partir de então, na dedução do IRPJ devido ou para compor o saldo negativo do período. (...) Logo, no caso em tela, a utilização do referido crédito mostrase improcedente haja vista que a declaração de compensação foi transmitida em 26/08/2008. Vale ressaltar que nos termos do artigo 77 da INSRF460/2004, referida norma entrou em vigor na data de sua publicação, isto 6, 29/10/2004. Note se, ainda, que referida regra restritiva de utilização de crédito de estimativa mensal IRPJ foi mantida na norma seguinte a respeito do instituto da compensação (art.10 da INSRF600/2005). Tendo em vista o acima, verificase que, para negar reconhecimento ao crédito pleiteado, a DRJ utilizase do fundamento consubstanciado no entendimento de que, tratando se de antecipação obrigatória (estimativa), o eventual pagamento a maior ou indevido só pode ser aproveitado na determinação do resultado correspondente ao final do período de apuração. Nos termos do preconizado pelo art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996, a pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real tem a opção de promover o pagamento do imposto mensalmente, de forma estimada, com base na receita bruta. O art. 35 da Lei nº 8.891, de 1995, recepcionado pela Lei nº 9.430/96, admite que o recolhimento com base na receita bruta possa ser suspenso ou reduzido, desde que o contribuinte demonstre, por meio de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o calculado com base no lucro real do período em curso. Resta evidente, assim, que, para que o pagamento reste caracterizado como tendo sido feito a maior ou indevidamente, é necessário, primeiro, definir qual a forma adotada pelo contribuinte para calcular o recolhimento mensal, se com base na receita bruta ou com suporte em balanços ou balancetes de suspensão ou redução, e, depois, confrontálo com o que foi apurado à época em que a estimativa era devida Obviamente, se o contribuinte recolhe a estimativa com base na receita bruta e, em momento posterior, levanta um balanço de suspensão e redução que aponta para prejuízo fiscal no período acumulado, descabe falar em pagamento a maior ou indevido, eis que o recolhimento foi efetuado com base na legislação de regência. No caso, o contribuinte exerceu a opção prevista pelo art. 35 da Lei nº 8.981/95 (elaboração de balanço de suspensão/redução). Notese que na Declaração de Débitos e Créditos TributárioFederais DCTF que demonstra a existência do crédito aqui debatido, a contribuinte informou a utilização de balanço de redução (fl. 37 e segs). A Contribuinte, por sua vez alega que não foi estimativa mensal e sim IRPJ efetivo. Uma vez comprovado pelo contribuinte que houve recolhimento do valor apurado a maior no mês de Outubro/2005 (DARF fl. 36, DCTF fl. 37), deve ser reconhecido como credito hábil de compensação. Fl. 212DF CARF MF Processo nº 10283.907247/200920 Resolução nº 1301000.477 S1C3T1 Fl. 214 7 Vale ressaltar que mesmo que fora recolhimento por estimativa mensal, fato é que o débito por estimativa possui fato gerador definido, isto é, base de cálculo e prazo de vencimento estabelecido pela legislação, de forma que o pagamento que superar o valor devido no período, apurado de acordo com a legislação de regência (art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996), configura, sim, pagamento indevido (indébito tributário), passível de restituição ou compensação de imediato. Como bem apontou, a matéria tratada nestes autos foi objeto de Súmula neste Colegiado, qual seja, a Súmula CARF nº 84, abaixo transcrita: Súmula CARF nº 84 – Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Assim, caberia verificar somente qual o erro que deu causa ao pagamento a maior e se houve ou não pagamento indevido ou a maior de tributo no referido período de apuração, isto é, no mês de outubro de 2005, no valor requerido de R$ R$ 181.783,64. Diante de todo o acima exposto, converto o presente julgamento em diligência para verificar a pretensão do contribuinte para que: (i) seja analisado o suposto erro que levou a apuração a maior do debito tributário na competencia de outubro/2005, intimandose o contribuinte a apresentar os elementos de prova que demonstrem tal equívoco; (ii) seja atestada a existência, ou não, de PER/DCOMP´s relativa ao saldo negativo de IRPJ e CSLL do anocalendário de 2005 e (iii) seja atestada de forma conclusiva e justificada, se existe saldo passível de utilização para que seja procedida a compensação do saldo negativo de IRPJ e CSLL do período, com os débitos objeto do pedido de compensação deste processo, considerados todos os demais pedidos de compensação relacionados ao direito creditório proveniente do saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2005. Em relação as verificações acima requisitadas deverá ser lavrado Relatório de Diligência circunstanciado e dele ser dada ciência ao contribuinte para sobre ele se manifestar, no prazo de 30 (trinta) dias. (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild. Fl. 213DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.900316/2012-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 31 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/09/2004
PER/ DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. PROVA DOCUMENTAL. FALTA. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova incube a quem alega o fato que pretende amparar o direito postulado, nos termos do art. 373 do Código de Processo Civil.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-004.201
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 15/09/2004 PER/ DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. PROVA DOCUMENTAL. FALTA. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova incube a quem alega o fato que pretende amparar o direito postulado, nos termos do art. 373 do Código de Processo Civil. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1595; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10865.900316/201229 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3301004.201 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 31 de janeiro de 2018 Matéria PERDCOMP. PIS/COFINS. ÔNUS DA PROVA. Recorrente PH7AGROPECUARIA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/09/2004 PER/ DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. PROVA DOCUMENTAL. FALTA. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova incube a quem alega o fato que pretende amparar o direito postulado, nos termos do art. 373 do Código de Processo Civil. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição (PER), transmitido eletronicamente, que foi indeferido nos termos do despacho decisório emitido pela DRF de origem, pois o pagamento indicado para dar suporte ao crédito estava totalmente utilizado para extinção de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 03 16 /2 01 2- 29 Fl. 52DF CARF MF Processo nº 10865.900316/201229 Acórdão n.º 3301004.201 S3C3T1 Fl. 3 2 Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que não existem informações e documentação comprobatória a respeito de como, quando e de que forma tais créditos foram utilizados para quitar débitos. Nesse sentido, a contribuinte contesta o que qualifica como forma genérica de indeferimento, motivo pelo qual entende prejudicado o exercício do contraditório e da ampla defesa, vez que só poderá se defender plenamente na medida em que souber exatamente o que lhe está sendo imputado. Na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão nº 14043.736. Inconformada com a improcedência da manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs recurso voluntário, alegando, em síntese: ofensa ao princípio da legalidade, extrapolandose o art. 74 de Lei 9.430/96 e o direito à retificação da DCTF. Ao final, pugna pela reforma da decisão recorrida. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.199, de 31 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10865.900314/201230, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.199): "O recurso voluntário apresentado é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. O despacho decisório em comento (fl. 5) apontou o crédito pretendido, "DARF discriminado no PER/DCOMP" de R$307,33, recolhidos em 15/07/2004, sob o código 6912, como também a "UTILIZAÇÃO DOS PAGAMENTOS ENCONTRADOS NO DARF DISCRIMINADO NO PER/DCOMP: "Db: cód 6912 PA 30/06/2004". Então, pelo que consta da decisão, com dados extraídos dos sistemas informatizados da Receita Federal, a recorrente pagou R$307,33 por débito de "PIS NÃO CUMULATIVO", referente a junho de 2004, na quinzena do mês subsequente. Em seu recurso, a contribuinte aponta, incorretamente, tratarse de PIS e COFINS do anocalendário de 2004, sob o código "5856", mesma informação que registrou no PER/ DCOMP. Fl. 53DF CARF MF Processo nº 10865.900316/201229 Acórdão n.º 3301004.201 S3C3T1 Fl. 4 3 Assim, ao contrário do que indica a contribuinte, há informações, documentos o próprio DARF indicado pela contribuinte "a respeito de como, quando e de que forma tais créditos foram utilizados para quitar débitos"; além de motivação suficiente, clara e completa: "localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição", sem prejuízo ao contraditório e da ampla defesa. No PER/DCOMP que protocolou (fl. 02) a contribuinte alega, no campo "Tipo de Crédito:", pagamento indevido ou a maior, mas lá não juntou qualquer prova nesse sentido (por exemplo, documentos contábeis que demonstram erro na apuração da contribuição), nem os trouxe em sede de manifestação de inconformidade (fls 7 e seguintes), quando seria seu esse ônus, conforme bem discorre o acórdão recorrido. Em sede de recurso voluntário, traz explicação que até então não havia carreado aos autos: Assim, alega a recorrente, ofensa ao princípio da legalidade, por extrapolamento do art. 74 do Lei 9.430, posto que ela teria recolhido erroneamente as contribuições sobre as receitas advindas da venda de laranjas. Ora, não lhe fora vedado solicitar restituição, objeto do dito dispositivo legal, apenas não trouxe ela a devida comprovação do crédito advindo do pagamento tido como indevido ou a maior, em sede de impugnação. A recorrente trouxe, somente agora, em sede de recurso voluntário, explicação para a valor supostamente pago a maior, mas não juntou qualquer documento a demonstrar que vendeu as laranjas. Assim, o ônus da prova incube a quem alega o fato que pretende amparar o direito postulado, nos termos do art. 373 do Código de Processo Civil e não cumpriu tal exigência a contribuinte. E mais, nessa toada, segue o processo respeitando o princípio da legalidade. Aduz que "a Secretaria Receita Federal apurou erroneamente, em seus sistemas, a existência do suposto débito, no anocalendário de 2004, também referente ao PIS e à COFINS, e compensou esse débito com o referido crédito". Não foi isso que aconteceu: o pagamento localizado pela Receita e de mesmo valor e data que o informado pela contribuinte no PER/ COMP, e não procedeu o Fisco à compensação, apenas disse que o pagamento fora integralmente utilizado "para quitação de débitos do contribuinte", aqueles que, como alegado pelo contribuinte, foram incorretamente apurados, "não restando crédito disponível para restituição". Diz o acórdão recorrido que: [...] De fato, tal constatação decorre diretamente do exame de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF apresentada originalmente pelo próprio contribuinte e na qual o Fl. 54DF CARF MF Processo nº 10865.900316/201229 Acórdão n.º 3301004.201 S3C3T1 Fl. 5 4 pagamento apontado no PER/DCOMP é utilizado integralmente para a quitação do débito ali também declarado. A recorrente então discute sobre a possibilidade de retificação da DCTF e aduz a ilegalidade de exigência desta. De plano, o acórdão recorrido não fez tal exigência. Ademais, não demonstrando com documentos o seu direito e já transcorrido o prazo para fazêlo, essa discussão nada acrescenta ao presente julgamento. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o direito creditório pleiteado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 55DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.690283/2009-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 01 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 18/07/2008
DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.
A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação.
CORREÇÃO DE ALTERAÇÃO DE DCTF NÃO COMPROVADA EM DOCUMENTAÇÃO IDÓNEA.
Considera-se confissão de divida os débitos declarados em DCTF, motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos.
Não apresentada a escrituração contábil/fiscal, nem outra documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, mantém-se a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito credit6rio, com a conseqüente não-homologação das compensações pleiteadas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-005.195
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
PAULO GUILHERME DÉROULÈDE - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 18/07/2008 DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. CORREÇÃO DE ALTERAÇÃO DE DCTF NÃO COMPROVADA EM DOCUMENTAÇÃO IDÓNEA. Considera-se confissão de divida os débitos declarados em DCTF, motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos. Não apresentada a escrituração contábil/fiscal, nem outra documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, mantém-se a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito credit6rio, com a conseqüente não-homologação das compensações pleiteadas. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 18/07/2008 DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. CORREÇÃO DE ALTERAÇÃO DE DCTF NÃO COMPROVADA EM DOCUMENTAÇÃO IDÓNEA. Considerase confissão de divida os débitos declarados em DCTF, motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos. Não apresentada a escrituração contábil/fiscal, nem outra documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, mantémse a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito credit6rio, com a conseqüente nãohomologação das compensações pleiteadas. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) PAULO GUILHERME DÉROULÈDE Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 69 02 83 /2 00 9- 18 Fl. 129DF CARF MF Processo nº 10880.690283/200918 Acórdão n.º 3302005.195 S3C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela DRJ/SP1, que manteve a não homologação da DCOMP, apresentada pela contribuinte recorrente, tendo em vista a constatação de não existência do crédito alegado. Cientificado, o Contribuinte, por seu representante legal, interpôs, tempestivamente Manifestação de Inconformidade, apresentando, resumidamente, as seguintes alegações: De acordo com o principio da verdade material que rege o procedimento administrativo, a Administração deve buscar o que é realmente a verdade, não ficando adstrita apenas às provas e aos documentos apresentados pelas partes no de processo administrativo. A Autoridade Fiscal, ao decidir pela nãohomologação do direito creditório da Requerente, fundamentou de forma singela o DespachoDecisório, deixando de se aprofundar sobre a questão da inexistência desse direito. Também, o despacho decisório deve ser reformado em razão do crédito compensado ser liquido e certo, conforme se depreende da leitura da DCTF retificadora, enviada para correção de erro de fato, e demais demonstrativos anexados à Manifestação de Inconformidade. Nesses termos, requer o cancelamento do despacho decisório e a homologação da compensação e a conseqüente extinção do crédito tributário. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 1629.432. O fundamento adotado, em síntese, foi o de que a mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. Valendose do direito que lhe é facultado pelo art. 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, alterado pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, a contribuinte manejou Recurso Voluntário, onde repisou os argumentos trazidos na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10880.690283/200918 Acórdão n.º 3302005.195 S3C3T2 Fl. 4 3 junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.192, de 1 de fevereiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.690280/200976, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.192): " O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Não há indicação de questões preliminares, razão pela qual passase diretamente ao mérito. I Do Crédito do Contribuinte Sustenta, invocando o princípio da verdade material, que os créditos lançados no DCOMP, estariam demonstrado nos documentos acostados aos autos. Segundo seu entendimento, a correção de informações apresentadas em DCTF, digase, após o recebimento da intimação do despacho decisório que não reconheceu o direito pleiteado, observese: "Sendo assim, a correção das informações anteriormente dispostas na DCTF, que são decorrentes de erros no preenchimento, que resultaram num indevido indeferimento da compensação pretendida, traduzemse como a maneira mais adequada de coroar o principio da verdade material, e refletir a realidade dos fatos, como forma evidenciar a existência dos créditos declarados e, negar provimento a Manifestação fundamentada na correção das informações, caracterizase como afronta a um dos princípios que norteiam o processo administrativo federal." No que tange a possibilidade de se realizar a retificação da DCTF, temos que tal fato é permitido pelas normas tributárias que disciplinam o assunto, destacando os dispositivos trazidos pela IN RFB nº 1.110/2010, donde destacamos o seguinte: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10880.690283/200918 Acórdão n.º 3302005.195 S3C3T2 Fl. 5 4 a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU;ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o crédito tributário. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.177, de 25 de julho de 2011) § 4º Na hipótese do inciso II do § 2º, havendo recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal, em valor superior ao declarado, a pessoa jurídica poderá apresentar declaração retificadora, em atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro de fato, sem prejuízo das penalidades calculadas na forma do art. 7º. § 5º O direito de o contribuinte pleitear a retificação da DCTF extinguese em 5 (cinco) anos contados a partir do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte ao qual se refere a declaração. [...] (grifos não originais) Assim, conforme podemos observar, tanto a Administração Tributária, neste caso de ofício, quanto o próprio contribuinte podem retificar os valores informados na DCTF, desde que seguidos os parâmetros estabelecidos na norma mencionada. Pois bem. No que tange à possibilidade de compensação espontânea realizada diretamente pelo contribuinte, temos que há a necessidade de se promover tal procedimento, obedecendose o disposto no art. 170, do CTN, bem como o que esta disciplinado pelo art. 74, da Lei nº 9.430/96. Observemos os dispositivos indicados: Art. 170 CTN Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10880.690283/200918 Acórdão n.º 3302005.195 S3C3T2 Fl. 6 5 Art. 74, Lei nº 9.430/76 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Nesse sentido, quando originário de pagamento de tributo indevido ou maior que o devido, além do cumprimento dos requisitos formais determinados na legislação específica, o contribuinte deve comprovar, com documentação adequada, que o alegado indébito é decorrente de alguma das causas especificadas no incisos I a III do art. 165 do CTN. Vale lembrar ainda que por se tratar de pedido de compensação de créditos por parte do próprio contribuinte, a este cabe a prova de seu direito, nos exatos termos do que disciplina o art. 373 do Código de Processo Civil: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (...) No caso em tela, mesmo entendendo a possibilidade de retificação da DCTF após o recebimento da notificação do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de compensação, não foram trazidos aos autos os documentos que comprovariam as informações apresentadas na DCTF retificadora. Conforme se verifica dos autos do processo, a contribuinte recorrente teve a oportunidade de juntar tais documentos e não o fez. Não há que se falar em ferimento ao direito ao contraditório e à ampla defesa, vez que, foram garantidos à contribuinte recorrente, como o fez, a oportunidade de se manifestar por meio de peças de defesa para a comprovação de seu direito, momento em que poderia requerer a juntada de todos os documentos que entenderia pertinentes a comprovação de suas alegações. Certo está que, em que pese a possibilidade de carrear aos autos os documentos que lhe garantiriam o direito à compensação, não o fez, bastouse a fazer alegações genéricas, tentando imputar a falta de apresentação de documentos ao fisco, o que, como demonstrado pela legislação acima mencionada, não se faz aceitável. Dessa forma, a falta de apresentação de documentos que comprovariam o erro na confecção da DCTF, alegado pela recorrente, fato esse que Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10880.690283/200918 Acórdão n.º 3302005.195 S3C3T2 Fl. 7 6 embasaria a confecção da retificadora, não pode ser considerada a compensação pleiteada. II Conclusão Por todo o exposto, voto por reconhecer o Recurso Voluntário interposto pela contribuinte, no entanto, negarlhe provimento, mantendose em sua totalidade a decisão de piso." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar as informações apresentadas na DCTF retificadora, que embasariam o direito creditório pleiteado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 134DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13502.720252/2014-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2011
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. VALORES APURADOS DA ESCRITA FISCAL.NULIDADE. INEXISTÊNCIA.
As exigências lançadas foram apuradas na escrita fiscal do contribuinte, revestindo-se o auto de infração dos requisitos legais a que se submetem o auto de infração por força do artigo 142 do CTN, inexistindo vício a maculá-lo.
MULTA QUALIFICADA. DOLO NÃO COMPROVADO. DESCABIMENTO.
Incabível a qualificação da multa proporcional, quando não comprovado nos autos que a omissão de informações em DCTF teve natureza dolosa.
Numero da decisão: 3302-005.332
Decisão: Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reduzir a multa aplicada de 150% para 75% e excluir os sócios do pólo passivo do lançamento, vencidos o Conselheiro Paulo G. Dérouléde, que negava provimento ao recurso voluntário e os Conselheiros José Renato P. de Deus, Diego Weis Jr (Suplente convocado) e Raphael M. Abad que afastavam a incidência de juros Selic sobre a multa de ofício.
[assinado digitalmente]
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
[assinado digitalmente]
Maria do Socorro Ferreira Aguiar - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Raphael Madeira Abad e Walker Araújo.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2011 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. VALORES APURADOS DA ESCRITA FISCAL.NULIDADE. INEXISTÊNCIA. As exigências lançadas foram apuradas na escrita fiscal do contribuinte, revestindo-se o auto de infração dos requisitos legais a que se submetem o auto de infração por força do artigo 142 do CTN, inexistindo vício a maculá-lo. MULTA QUALIFICADA. DOLO NÃO COMPROVADO. DESCABIMENTO. Incabível a qualificação da multa proporcional, quando não comprovado nos autos que a omissão de informações em DCTF teve natureza dolosa.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1670; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 360 1 359 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13502.720252/201453 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302005.332 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 22 de março de 2018 Matéria AI.PIS/COFINS Recorrente SOL EMBALAGENS PLÁSTICAS – EIRELI Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2011 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. VALORES APURADOS DA ESCRITA FISCAL.NULIDADE. INEXISTÊNCIA. As exigências lançadas foram apuradas na escrita fiscal do contribuinte, revestindose o auto de infração dos requisitos legais a que se submetem o auto de infração por força do artigo 142 do CTN, inexistindo vício a maculá lo. MULTA QUALIFICADA. DOLO NÃO COMPROVADO. DESCABIMENTO. Incabível a qualificação da multa proporcional, quando não comprovado nos autos que a omissão de informações em DCTF teve natureza dolosa. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reduzir a multa aplicada de 150% para 75% e excluir os sócios do pólo passivo do lançamento, vencidos o Conselheiro Paulo G. Dérouléde, que negava provimento ao recurso voluntário e os Conselheiros José Renato P. de Deus, Diego Weis Jr (Suplente convocado) e Raphael M. Abad que afastavam a incidência de juros Selic sobre a multa de ofício. [assinado digitalmente] Paulo Guilherme Déroulède Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 72 02 52 /2 01 4- 53 Fl. 360DF CARF MF 2 [assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Raphael Madeira Abad e Walker Araújo. Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até o presente momento processual, os quais foram relatados de forma minudente, adoto o relatório da r. decisão recorrida, conforme a seguir transcrito: Contra o interessado foram lavrados autos de infração de Cofins no valor total de R$ 1.432.255,59 (fls. 4/15), e de PIS/Pasep no valor total de R$ 310.950,22 (fls. 16/27) em função das irregularidades que se encontram descritas no Termo de Verificação Fiscal (TVF) de fls. 30/33; A empresa e os sujeitos passivos solidários apresentam impugnação de fls. 261/277, na qual alegam, em síntese, que: a) INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO PIS E DA COFINS INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA PADRÃO NULIDADE DECORRENTE DO DESCUMPRIMENTO DO ARTIGO 142 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL; b) INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO PIS E DA COFINS INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA PADRÃO PROVA DO PAGAMENTO; c) MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA; d) RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS; e) NÃO INCIDÊNCIA DE JUROS SOBRE MULTAS; É o breve relatório. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento sintetizou, na ementa a seguir transcrita , a decisão proferida. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2011 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. APOIO NA ESCRITA FISCAL. Estando os valores devidos do tributo apurado na contabilidade da empresa e não sendo esta considerada imprestável, o lançamento tributário pode ser feito com base nesses valores MULTA QUALIFICADA. Fl. 361DF CARF MF Processo nº 13502.720252/201453 Acórdão n.º 3302005.332 S3C3T2 Fl. 361 3 Caracterizada a ação ou omissão dolosa que leve à sonegação e/ou fraude, a multa de oficio deve ser aplicada com o percentual de 150%. RESPONSABILIZAÇÃO DOS SÓCIOS. A prática de atos, por parte dos sócios, com infração de lei, é suficiente para a inclusão destes no pólo passivo da obrigação. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa após ciência em 02/10/2014, conforme Termo de Abertura de Documento, fl. 323, apresenta em 21/10/2014, através do Termo de Solicitação de Juntada de fl. 325, Recurso Voluntário e documentos anexados, fls. 326/347 a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, no qual repisa os argumentos da impugnação e ao final requer a juntada posterior de documentos visando provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. É o relatório. Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: PRELIMINARES Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Da inexistência de nulidade Destaca o TVF: Os Demonstrativos de Apuração das Contribuições Sociais (DACON) foram entregues para todos os meses de 2011, informando o regime nãocumulativo para a apuração do PIS e da COFINS. De julho a dezembro, foram informados no DACON débitos de PIS e COFINS a pagar, conforme tabela abaixo: Fl. 362DF CARF MF 4 7. Os valores de PIS e COFINS a pagar, referentes aos meses de julho a dezembro de 2011, informados no DACON, foram escriturados, respectivamente, nas contas contábeis nº 6356 – PIS A RECOLHER – e nº 6363 – COFINS A RECOLHER – entretanto, nesse período, não foram informados débitos de PIS e COFINS nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) e também não foram encontrados recolhimentos por DARF; 8. Desse modo, os valores de PIS e COFINS a pagar informados no DACON, escriturados na contabilidade da empresa, não recolhidos e não confessados nas DCTF, serão cobrados por meio do presente lançamento de ofício com a qualificação da multa de ofício; Verificase ainda do TVF que foi lavrado Termo de Início do Procedimento Fiscal (TIPF) em 11/12/2013, com ciência pessoal em 12/12/2013, por meio do qual foi concedido prazo para apresentação de livros e documentos, e o contribuinte foi cientificado do acesso integral à sua Escrituração Contábil Digital (ECD). Assim, constatado pela fiscalização o descumprimento da obrigação tributária conforme acima destacado, não há qualquer despeito ao artigo 142 do CTN, como propugnam as recorrentes, ao contrário do que aduzem, tendo em vista a natureza da obrigação tributária, ex lege, o C.T.N. submeteu o lançamento a princípios expressos de vinculação e obrigatoriedade administrativa, de sorte que uma vez ocorrido o fato gerador, que corresponde à concretização da hipótese legal e faz nascer a obrigação tributária, tem a autoridade administrativa o dever de proceder ao lançamento, que é a formalização do crédito como requisito prévio e necessário para a cobrança administrativa, ex vi do parágrafo único do art. 142 do C.T.N., litteris: "Art.142. (...) Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional." Nesse sentido destaca a decisão de piso: Ora, a autoridade fiscal baseouse em dados da contabilidade da empresa, na qual já estava apurado o montante devido das Fl. 363DF CARF MF Processo nº 13502.720252/201453 Acórdão n.º 3302005.332 S3C3T2 Fl. 362 5 contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins e consequentemente caracterizada a ocorrência do fato gerador e determinada a matéria tributável, tendo efetuado o lançamento usando esses dados. Os valores apurados pela empresa foram inclusive informados nos Dacons respectivos. Não é necessário que, dispondo desses dados, a autoridade fiscal verifique a sua correção, a não ser que considere a escrita fiscal da empresa como não confiável. Importante registrar que os impugnantes não contestam os valores lançados.(grifei). Logo, não há reparos no feito fiscal, quanto à parte mantida, visto que a instância a quo reconheceu os recolhimentos efetuados com relação ao período de apuração de 07/2011, constatados no sistema SIEFPagamento. Assim, os Autos de Infração estão formalizados com observância das normas legais, tanto do ponto de vista material e processual, cumprindo portanto a fiscalização o seu mister visto que atendeu às disposições do artigos 19º e 10 do Decreto nº 70.235, de1972 e os requisitos do 2artigo 142 do CTN, não se vislumbrando qualquer vício que comprometa a validade dos lançamentos, uma vez que foram atendidas todas as garantias processuais, nos termos do 3art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal, além das disposições específicas dos arts. 9º e 10 do Decreto nº 70.235, de 1972. Do pedido para juntada posterior de provas Protesta o Recorrente pela posterior juntada de novos documentos e provas que se fizerem necessárias ao deslinde do feito. Esclareçase que a juntada posterior ao momento impugnatório, de provas ao processo somente encontra amparo se comprovadas às condições impostas no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, abaixo transcrito: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; 1 Art. 9.o. A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pelo art. 25 da Lei nº 11.941/2009) 2 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 3 O art. 5º, LV, da Constituição Federal assim dispõe: "Art. 5º.(...): LV Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;" (grifei). Fl. 364DF CARF MF 6 b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Observase no entanto, que não demonstrou o recorrente abrigarse na norma excepcional acima destacada. Da multa qualificada Os fatos são incontroversos, visto que a empresa realmente deixou de informar na DCTF os valores devidos de PIS e de COFINS. A questão é se essa omissão se subsume aos preceitos normativos prescritos no § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, mais precisamente ao artigo 71 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, enquadramento adotado pelo fiscal autuante. Prescreve a Lei nº 9.430, de 1996, com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488/2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) ..................................................... § 1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) Grifei Com efeito os artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964 assim dispõem: Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: (grifei) I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II – das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento.: (grifei) Fl. 365DF CARF MF Processo nº 13502.720252/201453 Acórdão n.º 3302005.332 S3C3T2 Fl. 363 7 Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Inferese dos enunciados normativos em destaque que o dolo é ínsito ao tipo legal e pressupõe o ato volitivo, consciente de causar prejuízo a outrem. Ocorre que no caso em apreço embora não se questione a omissão, visto que não há controvérsia quanto aos fatos declinados na autuação, não demonstrou a fiscalização fundamentadamente que a não entrega da DACON e não informação na DCTF dos valores devidos de PIS e de COFINS decorreram de uma ação volitiva, dolosa, visando de forma consciente ...impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária. A omissão é fato, porém não basta a indicação dos comandos legais que disciplinam os tipos elencados nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964, é necessária a contextualização dos fatos decorrentes da intencionalidade da conduta, já que nos tipos legais em destaque o dolo é elementar, integra a hipótese legal. Com efeito, estando a responsabilização dos sócios vinculada, conforme o TVF à infração penal tributária, a desqualificação do agravamento da multa ora fundamentada, importa na inexistência de fundamento, com vistas às disposições do artigo 135, III para manter a responsabilidade tributária destes, assim devem os sócios ser excluídos do pólo passivo. Com os fundamentos acima reduzse a multa de ofício aplicada de 150% para 75%. Da incidência de juros sobre a multa de ofício Com relação aos juros moratórios sobre a multa de ofício, observese a dicção dos seguintes dispositivos do Código Tributário Nacional CTN: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. ... § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. ... Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Fl. 366DF CARF MF 8 Dos dispositivos acima transcritos constatase que a obrigação tributária concebida pelo CTN surge com a ocorrência do fato gerado, no entanto, os elementos da relação jurídicotributária só se encontram delineados por meio de ato administrativo, denominado de lançamento, quando então surge o crédito tributário. Com efeito, é importante ressaltar nos termos das disposições do artigo 139 acima transcrito que o legislador fez questão de diferenciar obrigação tributária do crédito tributário, apesar deste decorrer daquela e ambos terem a mesma natureza. Segundo 4Paulo de Barros Carvalho: O art. 161 do CTN não distingue a natureza do crédito tributário sobre o qual deve incidir os juros de mora, ao dispor que o crédito tributário não pago integralmente no seu vencimento é acrescido de juros de mora, independentemente dos motivos do inadimplemento. O crédito é elemento integrante da estrutura lógica da obrigação, de tal sorte que ostenta a relação de parte para com o todo. A natureza de ambas as entidades é, portanto, rigorosamente a mesma. Nesse sentido cabe transcrever as disposições do art. 161 do CTN: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. Com efeito, a interpretação que se pode inferir do art. 161 acima transcrito encontra eco nos artigos precedentes do CTN já transcritos de modo a sinalizar que a norma insculpida no referido artigo não distingue a natureza do crédito tributário sobre o qual deve incidir os juros de mora, ao dispor que o crédito tributário não pago integralmente no seu vencimento é acrescido de juros de mora, independentemente dos motivos do inadimplemento. Assim, na esteira desse raciocínio deduzse que o crédito tributário abriga tanto o valor do tributo quanto o da penalidade pecuniária, uma vez que ambos constituem a obrigação tributária, a qual tem a mesma natureza do crédito a ela correspondente. A matéria nuclear sub examine tem sido objeto de discussão recorrente nesse E. Conselho, de modo que adoto como fundamento decisório o voto proferido no Acórdão nº 9303002.400, de 15/08/2013, com escopo no artigo 50, § 1º da Lei nº 9.784, de 1999, cuja ementa e excertos do voto estão a seguir transcritos, na parte de interesse: EMENTA ASSUNTO:NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração:01/04/2000 a 30/06/2000 JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO.INCIDÊNCIA. O crédito tributário, quer se refira atributo quer seja relativo à penalidade pecuniária, não pago no respectivo vencimento, está sujeito à incidência de juros de mora,calculado à taxa Selic até o mês anterior ao pagamento,e de um por cento no mês de pagamento. 4 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 21ª ed São Paulo: saraiva, 2009, p.400. Fl. 367DF CARF MF Processo nº 13502.720252/201453 Acórdão n.º 3302005.332 S3C3T2 Fl. 364 9 EXCERTOS DO VOTO A matéria trazida à apreciação deste colegiado restringese à incidência de juros de mora sobre multa de ofício não paga na data de seu vencimento. A decisão recorrida afastou os juros sobre a multa de oficio sob o argumento de que haveria necessidade de lei específica que previsse tal hipótese. A meu sentir esse entendimento não merece prosperar, vez que a legislação tributária prevê, expressamente, a incidência de juros moratórios sobre os créditos tributários não pagos no vencimento, aí incluídos aqueles decorrentes de penalidades, senão vejamos. A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento do tributo ou de penalidade pecuniária, e extinguese com o crédito dela decorrente, conforme o § 1º do art. 113 do CTN. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Paralelamente, o art. 139 do CTN dispõe que o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Do cotejo desses dispositivos legais, concluise, indubitavelmente, que o crédito tributário inclui tanto o valor do tributo quanto o da penalidade pecuniária, visto que ambos constituem a obrigação tributária, a qual tem a mesma natureza do crédito a ela correspondente. Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta Conforme palavras do ilustre conselheiro Henrique Pinheiro Torres: “Um é a imagem, absolutamente, simétrica do outro, apenas invertida, como ocorre no reflexo do espelho. Olhandose do ponto de vista do credor (pólo ativo da relação jurídica tributária, verseá o crédito tributário; se se transmutar para o pólo oposto, o que se verá será, justamento, o inverso, uma obrigação. Daí o art. 139 do CTN declarar expressamente que um tem a mesma natureza do outro. “Assim, como o crédito tributário correspondente à obrigação tributária e esta é Fl. 368DF CARF MF 10 constituída de tributo e de penalidade pecuniária, a conclusão lógica é que a penalidade é crédito tributário.(sic). Passamos agora a verificar o tratamento dispensado pela Legislação às hipóteses em que o crédito não é liquidado na data de vencimento. A norma geral, estabelecida no art. 161 do Código Tributário Nacional, dispõe que, o crédito não integralmente pago no vencimento será acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta. Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. A par dessa norma geral, para não deixar margem à dúvida, o legislador ordinário, estabeleceu que os créditos decorrentes de penalidades que não forem pagos nos respectivos vencimentos estarão sujeitos à incidência de juros de mora. Essa previsão consta, expressamente, do art. 43 da Lei 9.430/1996, que transcrevo abaixo. Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Em suma, temse que o crédito tributário, independentemente de se referir a tributo ou a penalidade pecuniária, não pago no respectivo vencimento, fica sujeito à incidência de juros de mora, calculado à taxa Selic, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento.(grifei). Feitas essas considerações, voto no sentido de dar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, para restabelecer a incidência de juros moratórios sobre a multa de ofício não paga na data do respectivo vencimento.(grifei). A jurisprudência ainda pode ser demonstrada através dos seguintes acórdãos: Acórdão nº 9101001.863, de 30/01/2014: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 Ementa: A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a Fl. 369DF CARF MF Processo nº 13502.720252/201453 Acórdão n.º 3302005.332 S3C3T2 Fl. 365 11 penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, incluindo a multa de oficio proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre o qual, assim, devem incidir os juros de mora à taxa Selic. Acórdão nº 2301004.441, de 27/02/2016: JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A multa de ofício constitui juntamente com o tributo atualizado até a data do lançamento o crédito tributário e está sujeito à incidência de juros moratórios até sua extinção pelo pagamento. É digno de realce o entendimento do STJ acerca da matéria conforme ementa a seguir reproduzida: DIREITO TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA SOBRE MULTA FISCAL PUNITIVA. É legítima a incidência de juros de mora sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário. Precedentes citados: REsp 1.129.990PR, DJe 14/9/2009, e REsp 834.681MG, DJe 2/6/2010. AgRg no REsp 1.335.688PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 4/12/2012. Ante o exposto, VOTO POR REJEITAR AS PRELIMINARES SUSCITDAS E NO MÉRITO, DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, nos termos dos fundamentos acima colacionados. [Assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Fl. 370DF CARF MF
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Numero do processo: 13888.004849/2010-46
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Apr 20 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 2301-000.680
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que seja esclarecido quais os valores se mantém em julgamento após a adesão ao PRT e realização de verificação da base de cálculo, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
João Bellini Junior - Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Evaristo Pinto - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Marcelo Freitas de Souza Costa e João Bellini Júnior (Presidente).
Nome do relator: ALEXANDRE EVARISTO PINTO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que seja esclarecido quais os valores se mantém em julgamento após a adesão ao PRT e realização de verificação da base de cálculo, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) João Bellini Junior - Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Marcelo Freitas de Souza Costa e João Bellini Júnior (Presidente).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1791; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 2 1 1 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.004849/201046 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2301000.680 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 06 de março de 2018 Assunto Contribuições Sociais Previdenciárias Recorrente ARCOR DO BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que seja esclarecido quais os valores se mantém em julgamento após a adesão ao PRT e realização de verificação da base de cálculo, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) João Bellini Junior Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Marcelo Freitas de Souza Costa e João Bellini Júnior (Presidente). Relatório Trata o presente de AutodeInfração de Obrigações Principais AIOP Debcad n.° 37.262.7854, de 08/10/2010, com ciência à autuada em 14/10/2010, no montante de R$ 500.529,96 (quinhentos mil, quinhentos e vinte e nove reais e noventa e seis centavos), referente a contribuições destinadas a outras entidades e fundos (terceiros), quer sejam, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação — FNDE (Salário Educação), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — INCRA e Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas — SEBRAE, para todos os estabelecimentos e Serviço Nacional de RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .0 04 84 9/ 20 10 -4 6 Fl. 257DF CARF MF Processo nº 13888.004849/201046 Resolução nº 2301000.680 S2C3T1 Fl. 3 2 Aprendizagem da Indústria — SENAI (somente para o estabelecimento de Ipojuca — PE), incidentes sobre valores de remunerações pagas a segurados empregados a título de participação nos lucros ou resultados — PLR e bônus anual, apuradas na contabilidade da autuada, conforme o anexo "Demonstrativo da Base de Cálculo e Diferença de Contribuição dos Segurados" de fls. 369/601 do processo principal e não declaradas em Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social — GFIP. O crédito tributário exigido, cujos valores da base de cálculo constam nas folhas de pagamento sob as rubricas "082 — PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS" e "138 — BONUS ANUAL", referese ao período (não continuo) de 03/2006 a 06/2009, relativo aos estabelecimentos: CNPJ 54.360.656/000144 Rio das Pedras SP (matriz) CNPJ 54.360.656/000497 São Paulo SP CNPJ 54.360.656/001388 — Ipojtica PE CNPJ 54.360.656/001701 Bragança Paulista SP O presente processo encontrase apensado ao de Debcad n.° 37.262.7838, Comprot 13888.004847/201057, doravante denominado de "processo principal", no qual encontramse todos os documentos e demonstrativos concernentes a todos os ATOP lavrados na presente ação fiscal e que estão sendo analisados no mesmo contexto. Informa o Relatório Fiscal RF (fls. 16/27) que o lançamento foi efetuado em função das ocorrências abaixo, que ferem o estabelecido na Lei 10.101/00, a qual dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa: Falta de apresentação de acordo sobre PLR / 2005 (pagamento em 2006) para os estabelecimentos de Rio das Pedras e São Paulo; Falta de apresentação de acordo sobre PLR / 2006. PLR / 2007 e PLR / 2008 para o estabelecimento de Ipojuca PE; Para o estabelecimento de Bragança Paulista consta nos acordos sobre PLR / 2005, PLR / 2006 e PLR / 2007 que, para diretores, gerentes, chefes e coordenadores, além da aplicação do programa, será concedida participação por objetivos individuais / coletivos, expressos em avaliação de desempenho, além dos resultados obtidos no negócio no Brasil e consolidado do grupo; Pagamento, a vários empregados, de valores muito superiores aos acordados, para os estabelecimentos de Bragança Paulista (PLR / 2005, PLR / 2006 e PLR / 2007), Rio das Pedras e São Paulo (PLR / 2006 e PLR / 2007); Pagamento de PLR em três parcelas para alguns empregados, para os estabelecimentos de Bragança Paulista, Rio das Pedras e São Paulo (PLR / 2006). Além disso, conforme consta na DIPJ / 2009, no ano de 2008. a autuada provisionou, para PLR, o valor de R$ 3.336.210,55 a ser pago em 2009, porém pagou R$ 646.190,54 a título de PLR e R$ 2.597.751,79 sob a rubrica "Bônus Anual", a qual foi considerada, pela auditoria fiscal, como salário de contribuição, por não haver previsão legal de sua desvinculação, conforme previsto no Regulamento da Previdência Social — RPS. aprovado pelo Decreto 3.048/99. Fl. 258DF CARF MF Processo nº 13888.004849/201046 Resolução nº 2301000.680 S2C3T1 Fl. 4 3 Os valores apurados estão detalhados nos anexos "Demonstrativo da Base de Cálculo e Diferença da Contribuição dos Segurados" e "Resumo FP — Rubricas 082 138" de fls. 369/602. Informa ainda o RF que a multa de oficio de 75% lançada nas competências 03, 04 e 06/2009 decorre das alterações introduzidas na Lei 8.212/91 pela Medida Provisória n.° 449 de 04/12/2008, convertida na Lei 11.941/09 de 27/05/2009 (MP 449), que determina a aplicação do art. 44. I da Lei 9.430/96. Já para as competências 05/2006, 05 a 07/2007, 10/2007, 05 e 06/2008, a multa de oficio de 75% decorre da falta de pagamento, omissão ou declaração inexata em GFIP das contribuições previdenciárias, em atendimento ao disposto no art. 106, II, "c" do CTN, que determina a aplicação da penalidade mais benéfica ao contribuinte, conforme exposto no item 17 do Relatório Fiscal do auto de infração de obrigação acessória Debcad n.° 37.262.7862 (Comprot 13888.004850/201071). lavrado na mesma ação fiscal. Foram apensados ao presente processo processo principal – aqueles referentes aos demais autos de infração relativos a obrigação principal, lavrados na mesma ação fiscal, e que estão sendo analisados no mesmo contexto: Debcad n.° 37.262.7846, referente às contribuições dos segurados: Debcad n.° 37.262.7838, referente às contribuições parte patronal e SAT (processo principal). A ora Recorrente apresentou impugnação, através do instrumento de fls. 40/106, na qual, preliminarmente, solicita que todos os autos de infração lavrados na ação fiscal sejam julgados em conjunto e alega, em síntese: Sob esse título, a autuada esclarece. que, nos termos da Lei 10.101/00, adotou a forma de negociação da PLR mediante constituição de comissão. com aviso e a participação do respectivo sindicato da categoria profissional preponderante e que, em vez de um programa de participação nos lucros, adotou programa de participação nos resultados, modalidade que não impede a criação de planos setoriais e específicos por unidade ou setor da empresa. Com relação aos Pagamentos Efetuados a Título de Participação nos Lucros e Resultados de 2005 Pagos em 2006, afirma a autuada que, embora não tenha apresentado instrumento de acordo especifico para os estabelecimentos situados em Rio das Pedras e em São Paulo. pagou a PLR a todos os empregados desses estabelecimentos nos termos do acordo de PLR de Bragança Paulista, o qual, em seu item 5. ao tratar da representatividade da comissão de negociação, deixou expresso que ela representa a totalidade dos empregados, abrangendo tal representatividade não apenas os empregados pertencentes às categorias profissionais preponderantes, bem como de todas as outras categorias, inclusive diferenciadas e profissionais liberais. Apresenta trecho de acórdão do CARF no sentido de que o acordo homologado para urn estabelecimento pode ser estendido a outros da mesma empresa. Com relação A acusação fiscal de que os valores acordados no acordo PLR / 2005 não foram respeitados. aduz que não foi pago o valor previsto no acordo (R$ 530.00) pelo fato de a empresa ter alcançado 81,69% da meta prevista, o que resultou no pagamento de valor menor — R$ 397,50. Fl. 259DF CARF MF Processo nº 13888.004849/201046 Resolução nº 2301000.680 S2C3T1 Fl. 5 4 Para a PLR / 2006 (pagamento em 2007), a defendente efetuou um único instrumento abrangendo os estabelecimentos de Rio das Pedras e São Paulo. tendo ficado acordado que o pagamento ocorreria se a empresa atingisse a meta estipulada para o período, sendo essa dividida em itens com diferentes percentuais para os diversos setores da empresa, sendo que o valor correspondente ao atingimento de 100% da meta seria de R$ 689.00. Como os setores apresentaram índices diferentes, a fiscalização entendeu que isso configurava pagamento diferenciado a título de PLR previsto no acordo. pois foram pagos R$ 516,75 a alguns setores e R$ 620,10 a outros. No tocante ao não respeito da semestralidade em relação ao pagamento de PLR a dez empregados dos estabelecimentos de Rio das Pedras e São Paulo, alega a autuada que, pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, é inaceitável que o desrespeito regra do pagamento semestral a apenas 10 funcionários num contingente de 1.075 possa ser capaz de afastar o acordo coletivo para o pagamento de PLR. No que tange ao estabelecimento de Bragança Paulista, Afirma a defendente que, embora tenha sido elaborado plano de metas com previsão de pagamento de R$ 583,00 para o caso de cumprimento de 100% das metas, os diversos setores atingiram percentuais diferentes das metas propostas, o que ocasionou o pagamento de valores de R$ 408,10 a R$ 524.70. Quanto ao não respeito da semestralidade em relação ao pagamento de PLR a sete empregados deste estabelecimento, alega a autuada que. pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, é inaceitável que o desrespeito A regra do pagamento semestral a apenas 7 funcionários num contingente de 377 possa ser capaz de afastar o acordo coletivo para o pagamento de PLR. No que toca ao estabelecimento de Ipojuca, a defendente reafirma a possibilidade de se utilizar do acordo coletivo aprovado por urna de suas filiais ou o de sua matriz, transcrevendo trecho de acórdão do CARF nesse sentido. Com relação aos Pagamentos Efetuados a Título de Participação nos Lucros e Resultados de 2007 Pagos em 2008, afirma a defendente que, embora tenha sido elaborado plano de metas para o estabelecimento de Bragança Paulista com previsão de pagamento de R$ 624,00 para o caso de cumprimento de 100% das metas, os diversos setores atingiram percentuais diferentes das metas propostas, o que ocasionou o pagamento de valores de R$ 296,40 a R$ 624.00. Para a PLR / 2007 (pagamento em 2008) dos estabelecimentos de Rio das Pedras e São Paulo, a defendente efetuou um único instrumento abrangendo os estabelecimentos de Rio das Pedras e São Paulo, tendo ficado acordado que o pagamento ocorreria se a empresa atingisse a meta estipulada para o período, sendo essa dividida em itens com diferentes percentuais para os diversos setores da empresa, sendo que o valor correspondente ao atingimento de 100% da meta seria de R$ 737,20. Considerando que os setores apresentaram diferentes índices, a fiscalização entendeu que isso configurava pagamento diferenciado a título de PLR previsto no acordo, pois foram pagos valores de R$ 475,25 a R$ 674,32. Fl. 260DF CARF MF Processo nº 13888.004849/201046 Resolução nº 2301000.680 S2C3T1 Fl. 6 5 Para o estabelecimento de Ipojuca, mais uma vez alega que há a possibilidade de se utilizar do acordo coletivo aprovado por urna de suas filiais ou o de sua matriz, transcrevendo trecho de acórdão do CARF nesse sentido. No que tange aos Pagamentos Efetuados a Título de Participação nos Lucros e Resultados de 2008 Pagos em 2009, afirma o sujeito passivo que o pagamento efetuado a título de bônus a seus diretores, gerentes e colaboradores foi efetuado com base nos resultados atingidos pela empresa no Brasil e no exterior, sendo que tais verbas não configuram salário de contribuição, conforme previsto no § 9.° do artigo 28 da Lei 8.212/91 — não incidência de contribuições previdenciárias sobre importâncias recebidas a título de ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário. O que se tem são pagamentos efetuados aleatoriamente aos colaboradores a título de incentivo, por completa liberalidade da empresa, com periodicidade anual e não dependem de resultados individuais. Informa, ainda, a autuada que, como base de cálculo da PLR / 2008, a fiscalização considerou o montante de R$ 1.663.212,35, o qual inclui, além do valor da PLR (R$ 562.272,46) também o valor pago a título de bônus (R$ 1.100.939.89). motivo pelo qual solicita a realização de prova pericial através de diligência para que se apure os valores efetivamente pagos em cada rubrica, visto que os valores de PLR foram pagos em conformidade com o previsto nos acordos coletivos. Alega a defendente que o adicional repassado ao SEBRAE destinado ao financiamento da execução da política de apoio 6. micro e pequenas empresas, incidente sobre a mesma base de cálculo das contribuições ao SESC, SENAC, SESI e SENAI é ilegal e inconstitucional, pois como foi criada com fundamento no art. 149 da Constituição Federal CF, deveria ter sido instituído através de Lei Complementar. Trazendo jurisprudências do STJ e de renomado jurista, aduz a autuada ser inconstitucional a contribuição ao INCRA, uma vez que não é produtora rural e sempre efetuou o recolhimento das contribuições previdenciárias na qualidade de empregador urbano, de modo que a exigência do adicional em questão viola os princípios constitucionais da igualdade e do não confisco, configurando cobrança indevida, contribuição sem causa, caracterizando o bis in idem e bitributação. Ainda sobre a contribuição ao SEBRAE, alega que se trata de contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica, de natureza parafiscal, destinada aos programas de auxilio á. pequena e micro empresa. Por tratarse contribuição parafiscal, concluise pela necessidade da contraprestação em virtude de seu custeio, o que não ocorre com a autuada, que não se enquadra na categoria de micro ou pequena empresa. Assim, a contribuição em apreço assume característica de imposto com destinação especifica, o que é expressamente vedado pelo art. 167, IV da CF. A ora Recorrente ainda cita a natureza confiscatória da multa e a inaplicabilidade de taxa Selic ao caso, solicitando a sua substituição pelos juros de 1% ao mês. A DRJ julgou a impugnação improcedente, e o acórdão recorrido (fls. 708 e ss) recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2006 a 30/06/2009 FATO GERADOR. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. Fl. 261DF CARF MF Processo nº 13888.004849/201046 Resolução nº 2301000.680 S2C3T1 Fl. 7 6 Representam fatos geradores de contribuições previdenciárias os valores pagos aos empregados a título de participação nos lucros e resultados em desconformidade com a legislação. DILIGÊNCIA OU PERÍCIA. DESNECESSÁRIA. INDEFERIMENTO. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de oficio ou a requerimento do impugnante, preenchidos os requisitos previstos na legislação, a realização de diligencias ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis. MULTA. CONFISCO. A multa aplicada encontra respaldo na legislação vigente. LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE. É vedado à Administração Pública o exame da legalidade e constitucionalidade das Leis. SELIC. LEGALIDADE. É legitima a aplicação da SELIC para fixação dos acréscimos incidentes sobre o crédito previdenciário lançado pela fiscalização. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO. ENDEREÇO CADASTRAL. INTIMAÇÃO ENDEREÇADA AO ADVOGADO. INDEFERIMENTO. O domicilio tributário do sujeito passivo é o endereço postal fornecido pelo próprio contribuinte à. Receita Federal do Brasil (RFB) para fins cadastrais ou eletrônico autorizado. Dada a inexistência de previsão legal, indeferese o pedido de endereçamento das intimações ao escritório do procurador. Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 157 e ss) reiterando os argumentos apresentados na impugnação, ressaltando que os pagamentos efetuados aos empregados dos estabelecimentos de Rio das Pedras e São Paulo foram efetuados em conformidade com o programa aprovado pelo Sindicato de Bragança Paulista, de forma que está preenchido o requisito da representatividade dos trabalhadores; o não atingimento das metas previamente pactuadas foi a razão do montante do PLR ser proporcional à meta atingida; a necessidade de aplicação dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade uma vez que poucos funcionários dentro do contexto total não receberam o PLR na data acordada. Em 17 de outubro de 2012, a 1ª Turma da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF aprovou a Resolução nº 2301.000.312 (fls. 237 e ss), convertendo o julgamento em diligência para que fosse juntada ao processo cópia legível do Recurso Voluntário e/ou de outros documentos que permitam apurar a data de protocolo do referido Recurso., em que pese no Recurso Voluntário constasse de forma legível a data de 7 de fevereiro de 2012 como data do protocolo. Por fim, a Recorrente apresentou petição (fls. 255 e ss) informando que pediu inscrição de alguns débitos tributários no âmbito do PRT – Programa de Regularização Fl. 262DF CARF MF Processo nº 13888.004849/201046 Resolução nº 2301000.680 S2C3T1 Fl. 8 7 Tributária, de modo que requer a desistência parcial do Recurso Voluntário com relação aos seguintes débitos: É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Evaristo Pinto Tal qual exposto no Relatório, a Recorrente apresentou petição (fls. 255 e ss) informando que pediu inscrição de alguns débitos tributários no âmbito do PRT – Programa de Regularização Tributária, de modo que requer a desistência parcial do Recurso Voluntário com relação aos seguintes débitos: Dessa forma, se faz necessário que seja feito novo demonstrativo informando os débitos que permanecem em julgamento após a adesão ao PRT (o que continua em julgamento, seja excluído o que foi parcelado. Fl. 263DF CARF MF Processo nº 13888.004849/201046 Resolução nº 2301000.680 S2C3T1 Fl. 9 8 No que tange aos Pagamentos Efetuados a Título de Participação nos Lucros e Resultados de 2008 Pagos em 2009, afirma o sujeito passivo que o pagamento efetuado a título de bônus a seus diretores, gerentes e colaboradores foi efetuado com base nos resultados atingidos pela empresa no Brasil e no exterior, sendo que tais verbas não configuram salário de contribuição, conforme previsto no § 9.° do artigo 28 da Lei 8.212/91 — não incidência de contribuições previdenciárias sobre importâncias recebidas a título de ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário. O que se tem são pagamentos efetuados aleatoriamente aos colaboradores a título de incentivo, por completa liberalidade da empresa, com periodicidade anual e não dependem de resultados individuais. Informa, ainda, a autuada que, como base de cálculo da PLR / 2008, a fiscalização considerou o montante de R$ 1.663.212,35, o qual inclui, além do valor da PLR (R$ 562.272,46) também o valor pago a título de bônus (R$ 1.100.939.89). motivo pelo qual solicita a realização de prova pericial através de diligência para que se apure os valores efetivamente pagos em cada rubrica, visto que os valores de PLR foram pagos em conformidade com o previsto nos acordos coletivos. A Recorrente trouxe tabela na qual se demonstra uma potencial duplicidade de consideração da PLR na base de cálculo da contribuição previdenciária. Com base no exposto, voto por converter o julgamento em diligência para esclarecimento das seguintes questões: (i) seja feito novo demonstrativo informando os débitos que permanecem em julgamento após a adesão ao PRT (o que continua em julgamento, seja excluído o que foi parcelado); e (ii) verificar se o mesmo valor de PLR compõem a base de cálculo de mais de um mês, isto é, seja esclarecida se há duplicidade do reconhecimento da PLR como base de cálculo, de modo que seja intimado o contribuinte para apresentação da base de cálculo com a segregação entre PLR e bônus para posterior análise de verificação da base de cálculo pela autoridade . É como voto. (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto Relator Fl. 264DF CARF MF
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Numero do processo: 10930.907079/2011-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA
Inexiste norma legal que preveja a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. O art. 150, § 4º do CTN, cuida de regulamentar o prazo decadencial para a homologação do lançamento, não se podendo confundir o lançamento com o Pedido de Restituição. O artigo 74 da Lei nº 9.430/96, cuida de prazo para homologação de Declaração de Compensação, não se aplicando à apreciação de Pedidos de Restituição ou Ressarcimento.
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. COMPROVAÇÃO.
Comprovado nos autos que a origem do crédito apurado pelo Contribuinte diz respeito as receitas financeiras, excluídas da base de cálculo do PIS/COFINS por conta da decisão do STF que declarou inconstitucional a ampliação da base de cálculo, o crédito pleiteado deve ser admitido.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Direito Creditório Reconhecido em Parte
Numero da decisão: 3302-004.975
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidades de votos, em dar provimento parcial para admitir o crédito da contribuição correspondente aos valores de receitas financeiras das contas DESCONTOS OBTIDOS, GANHO EM RENDA VARIÁVEL, GANHO EM RENDA FIXA, JUROS ATIVOS, PRÊMIOS S/ INVESTIMENTOS, RECUP. DESPESAS FINANCEIRAS, REND. DE APLICS. FINANCEIRAS, VARIAÇÕES CAMBIAIS ATIVAS E VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS, informados nas folhas do Livro Razão, constantes do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge L. Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA Inexiste norma legal que preveja a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. O art. 150, § 4º do CTN, cuida de regulamentar o prazo decadencial para a homologação do lançamento, não se podendo confundir o lançamento com o Pedido de Restituição. O artigo 74 da Lei nº 9.430/96, cuida de prazo para homologação de Declaração de Compensação, não se aplicando à apreciação de Pedidos de Restituição ou Ressarcimento. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. COMPROVAÇÃO. Comprovado nos autos que a origem do crédito apurado pelo Contribuinte diz respeito as receitas financeiras, excluídas da base de cálculo do PIS/COFINS por conta da decisão do STF que declarou inconstitucional a ampliação da base de cálculo, o crédito pleiteado deve ser admitido. Recurso Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1989; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10930.907079/201115 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3302004.975 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 30 de janeiro de 2018 Matéria PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. Recorrente MOINHO GLOBO ALIMENTOS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA Inexiste norma legal que preveja a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. O art. 150, § 4º do CTN, cuida de regulamentar o prazo decadencial para a homologação do lançamento, não se podendo confundir o lançamento com o Pedido de Restituição. O artigo 74 da Lei nº 9.430/96, cuida de prazo para homologação de Declaração de Compensação, não se aplicando à apreciação de Pedidos de Restituição ou Ressarcimento. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. COMPROVAÇÃO. Comprovado nos autos que a origem do crédito apurado pelo Contribuinte diz respeito as receitas financeiras, excluídas da base de cálculo do PIS/COFINS por conta da decisão do STF que declarou inconstitucional a ampliação da base de cálculo, o crédito pleiteado deve ser admitido. Recurso Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Acordam os membros do Colegiado, por unanimidades de votos, em dar provimento parcial para admitir o crédito da contribuição correspondente aos valores de receitas financeiras das contas DESCONTOS OBTIDOS, GANHO EM RENDA VARIÁVEL, GANHO EM RENDA FIXA, JUROS ATIVOS, PRÊMIOS S/ INVESTIMENTOS, RECUP. DESPESAS FINANCEIRAS, REND. DE APLICS. FINANCEIRAS, VARIAÇÕES CAMBIAIS ATIVAS E VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS, informados nas folhas do Livro Razão, constantes do recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 70 79 /2 01 1- 15 Fl. 194DF CARF MF Processo nº 10930.907079/201115 Acórdão n.º 3302004.975 S3C3T2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge L. Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior. Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição (PER), transmitido eletronicamente, que foi indeferido nos termos do despacho decisório emitido pela DRF em Londrina, pois o pagamento indicado para dar suporte ao crédito estava totalmente utilizado para extinção de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Na manifestação de inconformidade apresentada em face do indeferimento de pedido de restituição (PER), a contribuinte alega que recolheu valores indevidos de PIS/Pasep e de Cofins, levando em conta a legislação vigente à época, que alargava a suas bases de cálculo ao considerar as receitas financeiras como integrantes do conceito de faturamento. Aduz, porém, que o STF considerou inconstitucional tal ampliação da base de cálculo. Anexando jurisprudência do STF e do CARF e planilha demonstrando as diferenças pleiteadas. Encaminhado para julgamento, a DRJ em Curitiba não acolheu as razões contidas na manifestação de inconformidade e manteve o indeferimento do pedido de restituição. Cientificada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário dirigido ao CARF, onde repete as razões já aduzidas, questiona a necessidade de ser parte em ação judicial questionando a constitucionalidade da incidência do PIS ou da Cofins sobre as receitas financeiras, informa que está apresentando cópia dos livros razão e diário, esclarece que é beneficiária da repercussão geral do RE nº 566.621, e, ao final, pede a reforma do acórdão anteriormente proferido. Ao analisar o recurso, a 2ª Turma Especial da 3ª Seção de Julgamento do CARF, reconheceu, em face da repercussão geral, a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo e deu provimento parcial ao recurso, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito (análise dos livros diário e razão apresentados). A DRJ em Curitiba julgou, por unanimidade de votos, improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, por entender que o contribuinte não comprovou documentalmente a origem dos créditos que alegou possuir, nos termos do Acórdão nº 06053.783. Intimada da decisão de piso, a Recorrente interpôs recurso voluntário alegando, em síntese: preliminarmente (i) mudança de critério jurídico e cerceamento de defesa; (ii) decadência do direito de lançar ou revisar; e meritoriamente (iii) que há documentos nos autos que demonstram a origem do crédito apurado. Fl. 195DF CARF MF Processo nº 10930.907079/201115 Acórdão n.º 3302004.975 S3C3T2 Fl. 4 3 É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.965, de 30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10930.907064/201157, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.965): "I Tempestividade A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 24.12.2015 (fls.112) e protocolou Recurso Voluntário em 26.01.2015 (fls. 114129), dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. Desta forma, considerando que o recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II Preliminares II.1 Nulidade da decisão recorrido mudança de critério jurídico Segundo a Recorrente houve mudança de critério jurídico por parte da Turma Julgadora "a quo", na medida em que Despacho Decisório não homologou as compensações apresentadas pela Recorrente pelo fato de que todo o DARF havia sido integralmente utilizado para extinguir débito do contribuinte, ao passo que a segunda decisão recorrida motivou o indeferindo do crédito pela não comprovação da origem do crédito através de documentação hábil e idônea. Sobre mudança de critério jurídico, vale transcrever os ensinamentos do i. professor Hugo Brito de Machado Machado que, com a clarividência que lhe é peculiar expõe seu entendimento sobre o tema: Há mudança de critério jurídico quando a autoridade administrativa simplesmente muda de interpretação, substitui uma interpretação por outra, sem que se possa dizer que qualquer das duas seja incorreta. Também há mudança de critério jurídico quando a autoridade administrativa, tendo adotado uma entre várias alternativas expressamente admitidas em lei, na feitura do lançamento, depois pretende alterar esse lançamento, mediante a escolha de outra das alternativas admitidas e que enseja a determinação de um crédito tributário em valor diverso, geralmente mais elevado (Hugo de Brito 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Fl. 196DF CARF MF Processo nº 10930.907079/201115 Acórdão n.º 3302004.975 S3C3T2 Fl. 5 4 Machado, Curso de Direito Tributário, 12ª edição, Malheiros, 1997, p 123) No presente caso, entendo que não houve mudança de critério jurídico, na medida em que tanto a autoridade julgadora quanto a fiscalização analisaram a origem do crédito com base nos fatos e fundamentos apresentados pela Recorrente. Aliás a unidade julgadora ao proferir a segunda decisão nada mais fez do que cumprir a ordem proferida pelo Carf que determinou fosse feita a análise quanto a origem do crédito pleiteado, considerando que a questão sobre a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo das contribuições já havia sido solucionado pelo STF. Nesse contexto, coube à autoridade julgador analisar o direito da Recorrente com base nos novos fatos e documentos carreados aos autos, justificando, assim, a alteração dos fundamentos para manter o indeferimento do pedido de restituição, sem que isso acarrete em mudança de critério jurídico. Assim, afasto a preliminar de nulidade suscita pela Recorrente. II.2 Decadência Em síntese apartada, a Recorrente pleiteia a incidência do prazo decadencial do direito do fisco realizar o lançamento de fato gerador ocorrido em 30.06.2001, nos termos do §4º, do artigo 150, do CTN e, subsidiariamente, pede seja admitida a homologação tácita do pedido realizado em 30.06.2005. Em relação ao prazo decadencial, adoto como razão de decidir o voto do i. Julgador Jorge Olmiro Lock Freire, nos autos do processo nº 16327.910550/201157 (acórdão nº 3402004.468), posto : Pois bem. É cediço que o Código Tributário Nacional (CTN), regulamenta o prazo decadencial de 5 anos para o agente fiscal homologar o lançamento por homologação, que ocorre quando o contribuinte, por determinação legal, em substituição ao agente arrecadador, possui a obrigação de apurar o tributo devido, em face da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, efetuar o seu recolhimento e realizar a respectiva declaração. No contexto do procedimento de homologação das compensações, no qual se atesta a existência e a suficiência do direito creditório invocado para a extinção dos débitos compensados, a única limitação imposta à atuação da Administração Tributária é o prazo de cinco anos da data da apresentação das declarações de compensação, depois do qual os débitos compensados devem ser extintos, independentemente da existência e suficiência dos créditos, conforme determina o artigo 74, §5° da Lei n° 9.430, de 1996. Destaco a seguir seu conteúdo: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a Fl. 197DF CARF MF Processo nº 10930.907079/201115 Acórdão n.º 3302004.975 S3C3T2 Fl. 6 5 quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 1º (...). § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) (Grifei). No mesmo sentido, define a Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 2012, assim como as Instruções Normativas que a sucederam na regulamentação dessa matéria. Como se vê, por disposição legal expressa, a homologação tácita é aplicável unicamente à Declaração de Compensação, não havendo possibilidade de sua aplicação aos Pedidos de Restituição e Ressarcimento (PER). Isto ocorre porque quando o contribuinte realiza um pedido de compensação, nada mais está fazendo do que um lançamento por homologação: apura o tributo devido, realiza a declaração, e substitui o pagamento em espécie, por um pagamento com crédito tributário que possui junto ao ente tributante. E é por essa razão que, quando não há a apreciação expressa do pedido de compensação, passados 5 anos após a sua apresentação, ocorre a respectiva homologação. Em última análise, o que há é a homologação do lançamento realizado pelo contribuinte, sendo que o pagamento da obrigação tributária se dá com a utilização do seu direito creditório. Portanto, tal regra não se aplica ao caso do Recorrente com relação ao Pedido de Restituição de fls. 25/27, datado de 21/12/2006, justamente por se tratar de Pedido de Restituição e não de uma Declaração de Compensação. O Pedido de Restituição não pode ser confundido com uma Declaração de Compensação, muito embora em ambos os casos esteja a se tratar de direito a um crédito tributário. A compensação está sempre atrelada a um lançamento. E é por isso que a ela se aplica o prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 150 do CTN. O pedido de restituição não. Ele é independente de qualquer lançamento e requer necessariamente um pronunciamento do Fisco. Contudo, embora o Fisco deva nortear seus atos observando a eficiência e a celeridade, pois sua ação deve preservar os interesses públicos, nada o impede de, quase seis anos após o Pedido de Restituição (PER) formulado pelo Recorrente, indeferilo, por não vislumbrar o direito pleiteado. Não há a homologação tácita desse pedido, porquanto não ocorre qualquer lançamento que enseje a aplicação do artigo 150, § 4º, do CTN, como defende a Recorrente. Não há previsão legal para essa homologação. De se observar, também, que o Recorrente não rebate a alocação do pagamento (crédito solicitado no PER) ao débito de IOF do período de Fl. 198DF CARF MF Processo nº 10930.907079/201115 Acórdão n.º 3302004.975 S3C3T2 Fl. 7 6 apuração tratado neste processo, o qual consta confessado em DCTF. Não contesta, portanto, a inexistência do indébito tributário demonstrada no Despacho Decisório, dando margem ao entendimento de que o crédito almejado no Pedido de Restituição, não existe. Desta forma, considerando que o Recorrente se limitou a argüir a homologação tácita do Pedido de Restituição, com base no artigo 150, § 4º, do CTN, sem trazer qualquer documentação ou argumentação que comprovasse a existência de seu crédito, não há mesmo como acatar o seu pedido. No presente caso, a lide diz respeito apenas em relação ao pedido de restituição formulado pela Recorrente, inexistindo, para este caso aplicação do prazo decadencial pleiteado pelo contribuinte, razão, pela qual, deve ser afastado. III Mérito Inicialmente é imperioso destacar que a matéria em discussão diz respeito a comprovação da origem do crédito, posto que a questão sobre a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo das contribuições, já foi analisada na decisão de fls. 9299, proferida por este Conselho. Pois bem A decisão recorrida, manteve o indeferimento do pedido de restituição apresentada pela Recorrente com base nos seguintes fundamentos: No presente caso, a contribuinte apresentou excertos dos livros diário e razão, e neles consta o lançamento nas contas contábeis nºs 8.01.10.25.74 e 8.01.10.25.86, de valores de PIS e de Cofins que teriam incidido sobre as receitas financeiras do período e que, portanto, no entender da interessada, seriam passíveis de restituição. Compulsandose os autos, no entanto, constatase que neles não há qualquer comprovação acerca das contas contábeis e dos valores que compuseram as bases de cálculo das receitas financeiras consideradas pela contribuinte. Na falta dessa demonstração, apoiada, obviamente, em provas, não há como se verificar se os valores pleiteados realmente têm relação com receitas compreendidas no alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins e, nesse caso, não há como deferir o direito pleiteado. Com todo respeito ao entendimento proferido pela unidade julgadora que, analisou o direito creditório sob análise através dos documentos juntados no primeiro recurso voluntário, entendo que os documentos carreados pela Recorrente, juntados em ambos recursos voluntários demonstram, ainda que parcialmente, a origem do crédito apurado sobre as receitas financeiras, devendo, assim, ser deferido em parte o pedido de restituição sob análise. Isto porque, no entendimento deste relator, tanto as planilhas carreadas às fls. 2829, 155161 e 189, quanto os livros diário e razão carreados as fls. Fl. 199DF CARF MF Processo nº 10930.907079/201115 Acórdão n.º 3302004.975 S3C3T2 Fl. 8 7 5962 e 131154 e, o Documento de Arrecadação de Receitas Federais de fls. 130 documentos juntados nos recursos voluntários interpostos pela Recorrente , demonstram e lastrearam parte do crédito apurado pela Recorrente. Com efeito, o crédito apurado pela Recorrente foi devidamente informado em seu livro razão carreado às fls.147152 e, está amparado pelas planilhas fornecidas pelo contribuinte que demonstram o cálculo do tributo e forma de apuração do crédito (fls.189), inexistindo, assim, ausência de comprovação da origem do crédito. É de se ver que nos documentos carreados às fls.147 e seguintes, especialmente o plano de contas de fls. 165166, há o registro das seguintes receitas financeiras contabilizadas no razão do período sob análise: Descontos Obtidos; Juros Ativos; Rendimentos de Aplicação Financeira e Variação Monetária Ativa. Contudo, os valores registrados pela Recorrente em sua contabilidade são inferiores aos valores objeto do pedido de restituição, justificando, assim, o deferimento parcial do crédito pleiteado. Importante registrar, que o contribuinte não foi intimado à demonstrar a composição das receitas financeiras, sendo que as questões concernentes a prova da origem do crédito foram suscitadas somente na decisão de primeiro grau. Neste caso, havendo dúvida quanto à origem do crédito, deveria a unidade julgadora converter o julgamento em diligência e dar oportunidade ao contribuinte de apresentar outros documentos e, não simplesmente descartar os documentos carreados aos autos para afastar o direito por ausência de provas. Neste cenário, diversamente do que entendeu a unidade julgadora, vejo que os documentos juntados pela Recorrente, se prestam à comprovar, ainda que parcialmente, a origem do crédito. IV Conclusão Diante do exposto, rejeito as preliminares de nulidade e decadência, e no mérito dou parcial provimento ao recurso voluntário para admitir o crédito da contribuição correspondente às valores de receitas financeiras das contas DESCONTOS OBTIDOS, GANHO EM RENDA VARIÁVEL, GANHO EM RENDA FIXA, JUROS ATIVOS, PRÊMIOS S/ INVESTIMENTOS, RECUP. DESPESAS FINANCEIRAS, REND. DE APLICS. FINANCEIRAS, VARIAÇÕES CAMBIAIS ATIVAS E VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS, informados nas folhas do Livro Razão de fls. 147 e seguintes. É como voto." Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Assim, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo os documentos juntados pela Recorrente se prestam à comprovar, ainda que parcialmente, a origem do crédito. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu rejeitar as preliminares de nulidade e decadência, e no mérito dar parcial provimento ao recurso voluntário para admitir o crédito da contribuição correspondente aos valores de receitas Fl. 200DF CARF MF Processo nº 10930.907079/201115 Acórdão n.º 3302004.975 S3C3T2 Fl. 9 8 financeiras das contas DESCONTOS OBTIDOS, GANHO EM RENDA VARIÁVEL, GANHO EM RENDA FIXA, JUROS ATIVOS, PRÊMIOS S/ INVESTIMENTOS, RECUP. DESPESAS FINANCEIRAS, REND. DE APLICS. FINANCEIRAS, VARIAÇÕES CAMBIAIS ATIVAS E VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS, informados nas folhas do Livro Razão, constantes do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 201DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.004238/2004-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 09 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.117
Decisão: Por maioria de votos, converteu-se o julgamento em diligência. Vencido o Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira. Designado para o voto vencedor a Conselheira Tatiana Josefovicz Belisario.
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto.
Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator.
Tatiana Josefovicz Belisario - Redatora Designada.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA
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Vencido o Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira. Designado para o voto vencedor a Conselheira Tatiana Josefovicz Belisario. Winderley Morais Pereira Presidente Substituto. Paulo Roberto Duarte Moreira Relator. Tatiana Josefovicz Belisario Redatora Designada. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo II. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão de Turma (extinta) deste Conselho que converteu julgamento em em diligência, que transcrevo, a seguir: Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em 15/06/2004, em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência de direitos antidumping e multa de oficio, devido à apuração dos fatos a seguir descritos. A empresa em epígrafe, por meio das declarações de importação nº 04/05108260 (copia de fls. 08 a 13), registrada em 28/05/2004, e RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 14 .0 04 23 8/ 20 04 -6 6 Fl. 428DF CARF MF Processo nº 10314.004238/200466 Resolução nº 3201001.117 S3C2T1 Fl. 429 2 nº04/05318817 (cópia de fls. 17 a 23), n° 04/05318825 (cópia de fls. 27 a 33), nº 04/05318833 (cópia de fls. 38 a 44), registradas em 03/06/2004, submeteu a despacho aduaneiro resinas de policarbonato, classificadas no código NCM 3907.40.90, não recolhendo os direitos antidumping estabelecidos na Portaria Interministerial MICT/MF nº 11, de 22/07/1999 (DOU de 26/07/1999), por força de tutela antecipada concedida em 02/02/2004, de fls. 143 a 149, nos autos da Ação Declaratória Ordinária n° 2004.61.00.0024709, impetrada na 13º Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo. Na antecipação de tutela acima referida, às /Is. 148, o Sr. Juiz Federal assim se pronuncia: "Face ao exposto, antecipo os efeitos da tutela tão só para o fim suspender a imposição do direito antidumping, atribuído às autoras, desobrigandoas do recolhimento da sobretarifa estabelecida na Portaria Interministerial nº 11, de 22 de julho de 1999, até decisão final do presente feito." Para salvaguardar os interesses da Fazenda Nacional, na eventualidade de decisão judicial definitiva desfavorável ao contribuinte, foi lavrado o presente auto de infração, de fls. 02 a 07, exigindo da autuada o recolhimento dos direitos antidumping e da multa de oficio (de 75% sobre o valor dos direitos antidumping), no valor originário de R$ 107.906,54. Cientificado da lavratura da peça Fiscal em 10/09/2004 (fls. 02), o contribuinte, por intermédio de suas advogadas e procuradoras (Instrumento de Mandato as fls. 101), protocolizou impugnação, tempestivamente, em 08/10/2004, de fls. 65 a 95. Há ainda nos autos cópia de petição às fls. 156/157, endereçada ao Juiz Federal da 13º Vara Cível da Seção Judiciária de São Paulo, na qual o contribuinte solicita a autoridade judicial a expedição de oficio Secretaria da Receita Federal, a fim de informála do depósito judicial dos direitos antidumping e acréscimos legais relativos ao período de vigência da decisão liminar, e da conseqüente suspensão de sua exigibilidade .frente à BAYER, relativamente as declarações de importação relacionadas de fls. 159 a 161. Encaminhados os autos para julgamento, no Acórdão nº 1717.426, de fls. 172 a 176, o presente lançamento foi julgado procedente em parte, com reconhecimento de concomitância entre o processo judicial e administrativo com relação aos direitos antidumping aplicados sobre as mercadorias importadas por meio das declarações de importação objeto deste processo e exoneração da multa da oficio, pela concessão da tutela antecipada anteriormente ao registro das declarações de importação. Cientificado da decisão de 1º instância (as fls. 177verso), a autuada apresentou embargos de declaração, fls. 191 a 195, onde alega ter havido omissão em relação a pontos levantados na impugnação que não constituem objeto de discussão judicial, destacando os seguintes: 1. a alegação de não incidência de juros de mora, uma vez que os valores lançados foram depositados nos autos do processo judicial, o que elide a mora, de acordo com reiterada jurisprudência do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda; Fl. 429DF CARF MF Processo nº 10314.004238/200466 Resolução nº 3201001.117 S3C2T1 Fl. 430 3 2. a alegação de que as declarações de importação objeto do presente auto de infração dizem respeito a produtos que não se enquadram entre aqueles contemplados pela Portaria MDIC/MF n" 11, de 22 de julho de 1999, o que faz COM que em relação a tais DI's, todas devidamente mencionadas e anexadas a Impugnação, não exista concomitância o processo judicial, que se restringe a discutir a nulidade da mencionada Portaria. Ressalta o impugnante que anexa aos autos cópia da petição inicial da Ação Ordinária nº 2004.61.00.0024709 para que reste evidente que o objeto da ação judicial restringese a questionar a legitimidade da Portaria MDIC/MF nº 11/99, enquanto a discussão administrativa limitase a questionar a inclusão indevida pela autoridade lançadora de produtos que não se encontram no âmbito da aplicação da referida Portaria. Como exemplo, cita a exigência pela autoridade fiscal de direitos antidumping de resinas de policarbonato de grau ótico que foram expressamente excluídas do âmbito de incidência daquela Portaria (no item B — "Do Produto sob Investigação", letra "e" do Anexo Portaria). Assevera o impugnante que, ainda que o Poder Judiciário julgue, ao final da ação judicial, que a Portaria MDIC/MF 11/99 é válida, isso não significa que a resina de grau ótico esteja sujeita ao pagamento de direitos antidumping. Concluindo, afirma o impugnante que, se a autoridade fiscal incluiu indevidamente produtos no rol de importações sujeitas ao pagamento de direito antidumping, estas cobranças são indevidas e são estas cobranças que a embargante pretende impugnar administrativamente, por não existir concomitância entre as esferas judicial e administrativa. A decisão recorrida recebeu de seus julgadores a seguinte ementa [segue a transcrição da ementa correta]: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 28/05/2004 CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL Tutela Antecipada concedida em Ação Declaratória Não se toma conhecimento da impugnação no tocante à matéria objeto de ação judicial. Multa de Ofício impugnação conhecida quanto à penalidade que se cancela por inaplicável sobre o crédito tributário com exigibilidade suspensa, conforme prevê o artigo 63 da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pelo artigo 70 da Medida Provisória nº. 2.15835, de 24/08/2001. Lançamento procedente em parte. As fls. 191/195, a ora recorrente interpôs Embargos de Declaração em face da decisão de primeira instância juntado os documentos de fls. 196/264. Em seguida, o contribuinte, restando inconformado com a decisão de primeira instância, apresentou recurso voluntário no qual ratifica e Fl. 430DF CARF MF Processo nº 10314.004238/200466 Resolução nº 3201001.117 S3C2T1 Fl. 431 4 reforça os argumentos trazidos em sua peça de impugnação (fls. 272/297). A DRJ ora recorrida conheceu dos Embargos de Declaração, proferindo nova decisão, que adotou a seguinte ementa: ASSUNTO: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 28/05/2004 EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Não acatados os Embargos de Declaração interpostos pelo contribuinte quanto a matéria considerada sub judice. CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL Tutela Antecipada concedida em Ação Declaratória Não se toma conhecimento da impugnação no tocante a matéria objeto de ação judicial. Multa de Oficio cancelada pela inaplicabilidade sobre o crédito tributário com exigibilidade suspensa, conforme prevê o artigo 63 da Lei n° 9.430/96, com a redação dada pelo artigo 70 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24/08/2001. Lançamento procedente em parte. Ao final desta decisão, em seu dispositivo, a DRJ determinou a intimação do contribuinte, ora recorrente, para que o mesmo ratificasse ou retificasse o recurso voluntário interposto ao antigo Terceiro Conselho de Contribuintes. Regularmente intimado, o ora recorrente ratificou suas razões de recurso. Após o recebimento do recurso voluntário, foi apresentada petição do recorrente (fls. 328/329) na qual e juntada cópia de sentença no mandado de segurança acima referido, do qual se extrai o seguinte dispositivo: Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido para determinar o recebimento dos recursos voluntários interpostos nos autos dos processos administrativos n. 10314.004238/200466 e n. 10314.000614/200613 para julgamento do mérito da defesa pelo Conselho de Contribuintes. Os autos foram enviados ao antigo Terceiro Conselho de Contribuintes e fui designado corno relator do presente recurso voluntário, na forma regimental. Tendo sido criado o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pela Medida Provisória n° 449, de 03 de dezembro de 2008, e mantida a competência deste Conselheiro para atuar como relator no julgamento deste processo, na forma da Portaria n° 41, de 15 de fevereiro de 2009, requisitei a inclusão em pauta para julgamento deste recurso. As matérias de mérito suscitadas em recurso são: (i) inocorrência da concomitância dos processos; (ii) não cabimento da constituição do crédito tributário para prevenir decadência quando há depósitos judiciais; (iii) não cabimento de juros de mora dada a existência dos depósitos judiciais; Fl. 431DF CARF MF Processo nº 10314.004238/200466 Resolução nº 3201001.117 S3C2T1 Fl. 432 5 (iv) parte (a maior) dos valores depositados não é abrangida pelo direito antidumping; (v) inaplicabilidade dos direitos antidumping em relação aos produtos objetos da presente autuação. O processo foi pautado para julgamento na 2ª Turma Ordinária / 1ª Câmara deste CARF, na sessão de 25/03/2009, com relatoria do Conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira. No início do voto, o relator apontou a decisão judicial no MS 2007.61.00.0199213, prolatada em 21/09/2007, com a determinação expressa para o julgamento do mérito da defesa neste, e outro, processo. Contudo, asseverou aquele relator entender ausentes os elementos necessários à formação de seu convencimento para o julgamento, concernente à suficiência ou não do depósito judicial autorizado, decidindo, então, pela conversão do julgamento em diligência, no acórdão nº 310200.005, com a decisão a seguir: Portanto, não havendo certeza nos autos se os depósitos realizados pelo contribuinte foram integrais e suspenderam a exigibilidade do crédito na forma lei, VOTO por converter o presente julgamento em diligência para a delegacia a que está submetido o contribuinte verifique e informe a este Colegiado se os depósitos realizados pelo ora recorrente foram integrais. Prestada a informação, deverá ser intimado o contribuinte para que este se manifeste, no prazo de 10 (dez) dias, facultandolhe ainda o direito de juntar novos documentos, se entender necessário. Após, intimese a douta Procuradoria da Fazenda Nacional para que se manifeste no prazo de 10 (dez) dias, sobre o resultado desta diligência e retornem os autos para continuidade do julgamento. O processo retornou da unidade de origem com a informação em despacho de que os depósitos realizados pelo contribuinte foram suficientes, após a complementação efetuada em 11/09/2007, com acréscimos legais (fl. 389). Cumprida a diligência, contribuinte (fl. 391) e Procuradoria (fl. 395) foram cientificados. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, Relator O Recurso Voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Durante os debates orais realizados na sessão de julgamento, suscitouse a necessidade de conversão do processo em diligência para que a unidade de origem verifique se Fl. 432DF CARF MF Processo nº 10314.004238/200466 Resolução nº 3201001.117 S3C2T1 Fl. 433 6 as mercadorias efetivamente importadas encontramse ou não submetidas à cobrança de direitos antidumping de que trata a Portaria Interministerial MDIC/MF nº 11/1999. Da referida questão arguida discordei, por perfilhar o entendimento de que todas as matérias versadas no presente processo estão sob apreciação do Poder Judiciário, o que impede este Conselho pronunciarse em observância à precedência daquele Órgão. Assim, voto contrariamente à conversão do julgamento em diligência, por entender que o processo encontrase apto a ser julgado neste Conselho. Paulo Roberto Duarte Moreira Voto Vencedor Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário, Redatora designada Em face de debates surgidos em sessão de julgamento, fui designada redatora da posição vencedora em decorrência de divergência aberta. Em exame do feito e em face de esclarecimentos prestados pelos Patronos em sede de memorial, observase que é controversa a existência de concomitância na hipótese dos autos. Com efeito, a ação judicial proposta pelo Contribuinte questiona a validade da Portaria Interministerial MDIC/MF nº 11/1999. Portanto, não cabe a este Conselho adentrar a esse mérito. Contudo, aduz a Recorrente que as Declarações de Importação objeto do presente lançamento, quais sejam as Declarações de importação nº 04/05108260 (copia de fls. 08 a 13), registrada em 28/05/2004, e nº04/05318817 (cópia de fls. 17 a 23), n° 04/05318825 (cópia de fls. 27 a 33), nº 04/05318833 (cópia de fls. 38 a 44), registradas em 03/06/2004, submeteram a despacho aduaneiro mercadorias não alcançadas pela citada Portaria Interministerial MDIC/MF nº 11/1999. Em exame dos autos constatase que todas as DIs listadas pela Fiscalização indicam a importação de mercadoria com classificação tarifária "NCM 3907.40.90 (Outros Policarbonatos em formas primárias )". De acordo com os termos da citada Portaria Interministerial MDIC/MF nº 11/1999, juntada aos Autos pela Recorrente às fls, 138 e seguintes (numeração manual) e verificado no sítio da Imprensa Nacional, os produtos de NCM 3907.40.90 (Outros Policarbonatos em formas primárias) foram expressamente excluídos de sua abrangência / escopo de investigação. Confirase o item B do Anexo à referida Portaria: Fl. 433DF CARF MF Processo nº 10314.004238/200466 Resolução nº 3201001.117 S3C2T1 Fl. 434 7 B DO PRODUTO SOB INVESTIGAÇÃO O produto objeto da investigação compreende as resinas de policarbonato, na forma de pó, flocos ou grânulos, não reforçadas com fibra de vidro ou que contenham qualquer outra carga, compreendendo: a) resinas standards, de uso geral (indice de fluidez = 3 a 19 g/Iümín), não aditivadas, ou adicionadas de agente desmoldante ou protetor de radiação ultravioleta (UV), podendo atender às especificações da Food and Drug Administration para aplicações em contato com alimentos ou a caracteristicas de resistência à hidró1íse; b) resinas de alta fluidez (indice de fluidez = 20 a 30 g/l Ornín) aditivadas com agente desmoldante, ou com estabilizador de UV; e c) resinas de estrutura ramificada (viscosidade estrutural), indice de fluidez = I a 4 gllOmin, aplicadas a processos de moldagem por sopro, que atendem às especificações da norma Food and Dl1Ig Administratlon para aplicações em contato com alimentos. Estão excluídas do escopo da investigação as resinas especiais não produzidas pela indústria doméstica, especificamente, os seguintes tipos: a) resinas reforçadas com fibra de vidro ou contendo qualquer outra carga; b) resinas classe retardante de chama, UL 94 VOe UL 94 5V; c) resinas grau ótico, classe CD e oftálmicas; d) resinas de qualidade superior quanto a fluxo e alta resistência a impacto; e e) resinas mistas, de pólicarbonato com outro termoplâstíco (ABS, PET, PBT), mesmo que elassificadas na subposição 3907.40 da NCM/SH. (sem destaques no original) Desse modo, uma vez que se confirme que as mercadorias importadas pelas DIs objeto da presente autuação referemse à importação de produto classificado na "NCM 3907.40.90 (Outros Policarbonatos em formas primárias )", estas, de fato, não são alcançadas pela Portaria Interministerial MDIC/MF nº 11/1999 e, portanto, sua análise não será influenciada pelos termos da decisão judicial. Diante do exposto, votase por converter o feito em diligência para que a Autoridade lançadora verifique se as mercadorias importadas por meio das Declarações de importação nº 04/05108260, nº04/05318817, n° 04/05318825 e nº 04/05318833 tratamse efetivamente de produto classificado na "NCM 3907.40.90 (Outros Policarbonatos em formas primárias )". Ou seja, pedese averiguar se os dados constantes nas DIs juntadas aos autos não foram objeto de qualquer alteração posterior, seja por retificação do contribuinte, seja por procedimento administrativo de revisão aduaneira. Fl. 434DF CARF MF Processo nº 10314.004238/200466 Resolução nº 3201001.117 S3C2T1 Fl. 435 8 Após, concedase o prazo de 30 (trinta) dias ao Contribuinte para que se manifeste acerca do resultado da diligência. Concluída a instrução do feito, retornem os autos para julgamento. Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário Redatora designada Fl. 435DF CARF MF
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Numero do processo: 11330.000201/2007-76
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/1996
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE STF Nº 08.
As contribuições previdenciárias, assim como os demais tributos, sujeitam-se aos prazos decadenciais prescritos no Código Tributário Nacional, restando fulminados pela decadência os créditos tributários lançados cuja ciência do contribuinte tenha ocorrido após o decurso do prazo quinquenal legalmente previsto.
Numero da decisão: 2201-004.045
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e prover o recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Ausente, justificadamente, a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE STF Nº 08. As contribuições previdenciárias, assim como os demais tributos, sujeitamse aos prazos decadenciais prescritos no Código Tributário Nacional, restando fulminados pela decadência os créditos tributários lançados cuja ciência do contribuinte tenha ocorrido após o decurso do prazo quinquenal legalmente previsto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e prover o recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente, justificadamente, a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 33 0. 00 02 01 /2 00 7- 76 Fl. 394DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.040 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 11330.000216/200734, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.040 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária " O presente processo trata de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, referente às contribuições sociais destinadas à Seguridade Social, Empregados, Empresa, inclusive para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais de trabalho, e Terceiros. O valor originário lançado é relativo ao período de apuração constante do documento fiscal, sobre o qual incidiram multa e juros. A análise do Relatório Fiscal indica: que a Notificação em tela teve por objetivo substituir a NFLD que foi anulada pelo Conselho de Recursos da Previdência Social, por vício formal, erro na classificação da fundamentação legal do fato gerador das contribuições apuradas; que a lavratura da Notificação tem fundamento no inciso II do art. 45 da Lei 8.212/91, que assegura à Seguridade Social o direito de apurar e constituir seus créditos em até 10 anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente efetuada; que o fato gerador das contribuições apuradas foi a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados da empresa prestadora, cedidos à empresa NET Rio S.A. (tomadora), cuja responsabilidade foi atribuída a esta última por solidariedade, não afastada nos termos da legislação (§ 4º do art. 31 da Lei 8.212/91). A NET Rio S.A. foi devidamente cientificada do lançamento e, inconformada, formalizou tempestivamente sua impugnação, estruturada nos seguintes tópicos: Preliminares: da necessidade de adequada constituição do pólo passivo desta NFLD; da necessidade de oferecerse ciência ao ora defendente, dos termos de eventual defesa apresentada pelo contribuinte gerador da solidariedade imposta nesta NFLD; Fl. 395DF CARF MF Processo nº 11330.000201/200776 Acórdão n.º 2201004.045 S2C2T1 Fl. 3 3 da inexistência de atos fiscais hábeis à minimização dos riscos de lançamentos em duplicidade; da inexistência de providências fiscais aptas à caracterização da ocorrência da cessão de mãodeobra hábil à geração da solidariedade previdenciária; da ocorrência da decadência quinquenal; De mérito: da condição legal da notificada; dos aspectos valorativos das exageradas alíquotas utilizadas para mensuração dos saláriosdecontribuição extraídos de faturas de serviço; Já a empresa prestadora apresentou intempestivamente sua impugnação. Na análise da impugnação, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento considerou procedente em parte o lançamento, promovendo a exclusão dos créditos tributários relativos às contribuições sociais destinadas a outras entidades ou fundos, por não comportar lançamento por solidariedade. No mais, entendeu improcedentes os argumentos da defesa, inclusive em relação à decadência, que concluiu ser de 10 anos, nos termos do art. 45 da Lei 8.212/91. Ciente do Acórdão da DRJ, ainda inconformada, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário no qual trouxe à balha considerações sobre a edição da então recente Súmula Vinculante nº 08 do Supremo Tribunal Federal. Na sequência, o recurso, basicamente, constituise na reafirmação dos mesmos tópicos já tratados na impugnação. Posteriormente, o recorrente apresentou nova petição, exclusivamente para reiterar suas considerações sobre a necessidade de cancelamento do lançamento em razão da citada Súmula Vinculante nº 08. É o relatório necessário.." Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.040 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 05 de fevereiro de 2018, proferido no julgamento do processo n° 11330.000216/200734, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Fl. 396DF CARF MF 4 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.040 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 05 de fevereiro de 2018: Acórdão nº 2201004.040 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Em razão de ser tempestivo e por preencher demais condições de admissibilidade, conheço do presente Recurso Voluntário. Por constituir matéria preliminar de mérito, relevante iniciar a análise do presente pela alegação de que os débitos lançados são relativos a períodos de apuração alcançados pela decadência. Como se viu no relatório supra, tanto a Autoridade Fiscal quanto o Julgador de 1ª Instância ampararam seus atos (lançamento e decisão) nos termos do art. 45 da Lei 8.212/91, cuja redação então vidente era a seguinte: art. 45. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após 10 (dez) anos contados I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente efetuada. O débito ora sob análise decorre do cancelamento, por vício formal, de lançamento anterior. No presente caso, considerando os termos do art. 45 da Lei 8.212/91, o prazo decadencial teria início na data em que se tornou definitiva a decisão que cancelou o lançamento julgado nulo por vício formal. Não obstante, por não ter sido juntado aos autos os elementos que pudessem indicar a data efetiva em que esta se tornou definitiva e considerando que tratar do tema agora resultaria em inovação da lide administrativa com a inclusão de questão sobre a qual a autoridade lançadora, a autoridade julgadora e a defesa não se manifestaram, há que se considerar, como início do prazo decadencial, a data em que foi exarada a decisão definitiva que fulminou o lançamento original. Assim, levandose em consideração os estritos termos da legislação vigentes na época do lançamento, não haveria que se falar em decadência. Não obstante, em Sessão Extraordinária realizada em 12 de julho de 2008, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91, editando a Súmula Vinculante n° 08, nos seguintes termos: Súmula Vinculante n° 08: Fl. 397DF CARF MF Processo nº 11330.000201/200776 Acórdão n.º 2201004.045 S2C2T1 Fl. 4 5 “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Assim, resta evidente a inaplicabilidade do art. 45 da lei 8.212/91 para amparar o direito da fazenda pública em constituir o crédito tributário mediante lançamento, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições previdenciárias sujeitamse aos artigos 150, § 4º, e 173 da Lei 5.172/66 (CTN), cujo teor merece destaque: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (...) Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Grifouse Desta forma, considerando a data da prolação de decisão definitiva que anulou o lançamento como termo inicial para contagem do prazo decadencial, em cotejo com a data da ciência do lançamento substitutivo, há que se reconhecer que, nesta data, o direito do fisco em constituir o crédito tributário ora sob análise já se apresentava fulminado pela decadência. Conclusão: Por tudo que consta nos autos, bem assim nas razões e fundamentos legais acima expostos, conheço do Recurso Voluntário e, no mérito, doulhe provimento para considerar fulminados pela decadência todos o débitos contidos na Notificação Fiscal de Lançamento de Débito em discussão. Fl. 398DF CARF MF 6 Quanto às demais matérias questionadas pela recorrente, deixo de analisálas, por restarem prejudicadas em razão da decadência reconhecida. Carlos Alberto do Amaral Azeredo – Relator” Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Fl. 399DF CARF MF
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Numero do processo: 13804.000182/00-05
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 16 00:00:00 UTC 2002
Numero da decisão: 202-00.403
Decisão: RESOLVEM os Membros da Segunda Câmara do Segundo Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, declinar competência ao Terceiro Conselho de Contribuintes para o julgamento do recurso, em razão da matéria.
Nome do relator: Ana Neyle Olímpio Holanda
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