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Numero do processo: 11080.014097/2008-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 01 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2005
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA.
Devem ser rejeitados os embargos declaratórios na situação em que a alegada omissão não ocorreu, tendo sido a matéria supostamente omissa, na verdade, discutida e decidida no acórdão embargado.
Numero da decisão: 1301-002.177
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em CONHECER dos embargos e NEGAR-LHES provimento.
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Marcelo Malagoli da Silva, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Waldir Veiga Rocha.
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA
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DA SILVA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2005 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. Devem ser rejeitados os embargos declaratórios na situação em que a alegada omissão não ocorreu, tendo sido a matéria supostamente omissa, na verdade, discutida e decidida no acórdão embargado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em CONHECER dos embargos e NEGARLHES provimento. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Marcelo Malagoli da Silva, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Waldir Veiga Rocha. Relatório INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS BENTO B. DA SILVA, por seu advogado, opôs embargos de declaração (fls. 976/977) em face do Acórdão nº 1301001.809, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 40 97 /2 00 8- 77 Fl. 1015DF CARF MF Processo nº 11080.014097/200877 Acórdão n.º 1301002.177 S1C3T1 Fl. 1.016 2 de 05 de março de 2015, às fls. 939/957 deste processo, com fundamento nos arts. 64, I, 65 e 66 do Anexo II do então vigente Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256/2009 e alterações supervenientes. Alega a embargante que o aresto combatido teria sido omisso no que se refere a sua alegação recursal quanto à “indispensabilidade do prévio trãnsito em julgado administrativo da discussão da exclusão da Empresa do SIMPLES Nacional, para, então, permitirse autuála de acordo com o regime lucro presumido”. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator A ciência do acórdão ora embargado se deu em 16/04/2015, quintafeira (AR à fl. 966). Tendo sido os embargos apresentados em 22/04/2015, quartafeira (fl. 976), e considerando que o dia 21/04/2015 foi feriado nacional, tenho que são tempestivos, à luz do prazo de cinco dias estabelecido pelo § 1º do art. 65 do Anexo II da Portaria MF nº 256/2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF (RICARF) então vigente. Ademais, a embargante apontou objetivamente a omissão que pretende ver sanada, atendendo, desta forma, o requisito regimental. Atendidos os demais requisitos processuais, conheço dos embargos e passo a analisálos. Em seu recurso voluntário, às fls. 845/847, a então recorrente reclama contra o procedimento do Fisco de reunir, em um mesmo processo administrativo (o presente), o Ato Declaratório de Exclusão do SIMPLES e o Auto de Infração. Por sua ótica, esse procedimento teria gerado vícios a ambos os procedimentos. A interessada prossegue: A irregularidade do procedimento se torna ainda maior ao constatarmos que a REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA EXCLUSÃO DO SIMPLES foi lavrada na data de 26/11/08, mas a empresa ainda estava sendo intimada, em 10/12/08, a apresentar documentos no curso do mesmo processo fiscalizatório, como por exemplo os documentos constante nas folhas 347 e seguintes do processo. Mas, se o Termo de Inicio de Ação Fiscal n° 1010100/00690/08 iria fundamentar o pedido de Exclusão do SIMPLES, como poderia ter sido elaborado antes de encerrada a instrução do referido processo? E como poderia ter sido o contribuinte intimado da lavratura do Auto de Infração no mesmo dia da intimação de exclusão do SIMPLES se a base para apuração dos referidos tributos federais é justamente esta decisão que ainda não havia transitado em julgado? Fl. 1016DF CARF MF Processo nº 11080.014097/200877 Acórdão n.º 1301002.177 S1C3T1 Fl. 1.017 3 A interessada sustenta que cada um dos procedimentos (exclusão do SIMPLES e auto de infração) exige a adoção de medidas diversas. Haeria confusão e desorganização da forma como foi conduzido o processo administrativo. Sua conclusão é: Por fim, o que se verifica é que ao contribuinte não foi permitido a ampla defesa e o contraditório, princípios constitucionais de indiscutível predominância no ordenamento jurídico pátrio, já que resta evidente o cerceamento de defesa, RAZÃO PELA QUAL MERECEM SER ANULADOS. OS AUTOS DE INFRAÇÃO DECORRENTES DO PROCEDIMENTO FISCAL EM COMENTO. A arguição de nulidade foi enfrentada pelo acórdão embargado nos seguintes termos (fl. 954): [...] Duas questões preponderantes circundam o presente processo, a exclusão da contribuinte do regime do SIMPLES e as exigências fiscais, decorrentes de omissão de receitas, apurada, a dita omissão, com base em presunção legal contida no artigo 42 da Lei nº 9.430/96, arbitrandose o lucro da contribuinte. Nesse passo, o enfretamento da preliminar de nulidade arguida pelo contribuinte precisa ser aferida em dúplice grau, tanto em relação à exclusão do SIMPLES quanto em relação à exigência fiscal. Em verdade, a preliminar manuseada, data vênia aos judiciosos argumentos da contribuinte, é rigorosamente improcedente. O contrário sim me parece faria surgir o cerceamento ao direito de defesa, ou seja, tramitassem separados os autos de infração e a exclusão do regime do SIMPLES, estando eles conectados ao mesmo evento, aliás, conectados não, sendo eles frutos um do outro, é que se verificaria algum tipo de nulidade. Quer parecer sobremodo óbvio que tanto a exclusão quanto a imputação de omissão de receitas necessitavam, como ainda necessitam, tramitar conjuntamente. Não bastasse isso, fez ver a decisão recorrida com acerto inarredável, que a autoridade tributária, ao contatar a ocorrência da hipótese prevista no inciso V do artigo 14 da então vigente Lei n° 9.317/96, foi que excluiu de oficio a empresa do regime de tributação. Bem esclareceu a decisão recorrida que a ciência simultânea, do Ato Declaratório Executivo e dos Autos de Infração, em nada prejudica a contribuinte, vez que pode apresentar as correspondentes peças de defesa dentro do prazo fixado, e tanto na decisão recorrida quanto agora, a questão atinente à exclusão do SIMPLES fora realizada em primeiro lugar, em verdadeira prejudicialidade. Não há mesmo falar em nulidade. Aliás, torno a dizer, cerceamento ao direito de defesa haveria se tratássemos aqui do justo contrário, ou seja, de apreciação separada dos procedimentos, de sorte que rejeito a preliminar de nulidade. [...] Como se vê, inexistente a alegada omissão. A preliminar de nulidade foi apreciada pela Turma e fundamentadamente rejeitada. O Colegiado entendeu que não havia qualquer cerceamento ao direito da interessada à ampla defesa e ao contraditório na forma em que conduzido o procedimento fiscal. Sendo a exclusão do SIMPLES e a autuação frutos um do outro, seria mesmo indispensável o seu trâmite conjunto. As peças de defesa referentes a Fl. 1017DF CARF MF Processo nº 11080.014097/200877 Acórdão n.º 1301002.177 S1C3T1 Fl. 1.018 4 cada procedimento foram apresentadas pela recorrente, respeitados os prazos legais para cada uma delas, e os aspectos atinentes à exclusão do SIMPLES foram apreciados sempre (em primeira e em segunda instâncias) em primeiro lugar. Ao final, o que sobressai é o intuito da embargante de reabrir discussão sobre matéria já apreciada e decidida, o que é incabível pela estreita via dos embargos declaratórios. Diante do exposto, voto por negar provimento aos embargos. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 1018DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.723782/2013-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3402-000.858
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à repartição fiscal de origem. Vencida na proposta de diligência a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz (relatora). Designado o Conselheiro Antonio Carlos Atulim.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ
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Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à repartição fiscal de origem. Vencida na proposta de diligência a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz (relatora). Designado o Conselheiro Antonio Carlos Atulim. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Redator designado Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de autos de infração com ciência pessoal do contribuinte em 01/07/2013, lavrados para exigir diferenças do PIS e da COFINS relativas aos fatos geradores ocorridos em agosto, setembro e dezembro de 2008. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .7 23 78 2/ 20 13 -4 9 Fl. 11257DF CARF MF Processo nº 10980.723782/201349 Resolução nº 3402000.858 S3C4T2 Fl. 3 2 Segundo o termo de verificação fiscal de fls. 19/30, o contribuinte teria simulado operações de compra e venda de café em grãos, interpondose entre as cooperativas de café e a empresa FINACAFÉ, com o objetivo de gerar créditos das contribuições no regime da nãocumulatividade. Diante de tal constatação, o fisco glosou os créditos aproveitados sobre tais operações e lançou de ofício as contribuições. Em sede de impugnação, o contribuinte alegou, em síntese, nulidade do procedimento, em razão da multiplicidade de fiscalizações; homologação expressa ocorrida com a primeira fiscalização; recusa da autoridade administrativa em computar no lançamento diferenças a maior constatadas nos débitos e diferenças a menor constatadas nos créditos, as quais teriam sido objeto de DACON retificadores, apresentados após o encerramento da ação fiscal; necessidade de o fisco aceitar as retificações efetuadas após o contribuinte ter readquirido a espontaneidade; necessidade de julgamento em conjunto com o processo nº 10980.729864/201216; legitimidade das operações glosadas pelo fisco e inexistência da simulação alegada; não cabimento da multa de ofício qualificada; requereu diligência a fim de que fosse verificada a legitimidade dos valores consignados nos DACON retificadores. A DRJ Curitiba, após a conversão do julgamento em diligência, acolheu proposta da fiscalização e julgou a impugnação parcialmente procedente efetuando exclusões nos valores lançados em setembro e dezembro de 2008. Regularmente notificado daquele acórdão, o contribuinte recorreu em tempo hábil a este conselho reprisando e reforçando as alegações de impugnação. É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, redator designado para o voto de solicitação de diligência. Este colegiado iniciou o julgamento na sessão de agosto de 2016, ocasião em que o debate girou apenas em torno da prova da ocorrência da simulação e da aplicação das teorias declarativistas, voluntaristas e causalistas, que procuram explicar o que é simulação, culminando com o pedido de vista do Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto. No mês de setembro a discussão avançou, seguindose o pedido de vista deste redator, pois caso o colegiado viesse a acolher a tese fazendária quanto à prova da simulação, seria necessário analisar questões de fato, que dizem respeito à quantificação do crédito tributário. O ilustre patrono da recorrente, presente ao julgamento em ambas ocasiões, bateu firme na questão de fato relativa ao acolhimento dos DACON retificadores, os quais teriam corrigido os erros cometidos pelo contribuinte na apuração original e que teriam sido ignorados pela fiscalização durante o procedimento fiscal. Após estudar este processo em conjunto com os processos nº 10980.725964/201192 (primeira fiscalização) e 10980.729864/201216 (segunda fiscalização), considero que existem dois pontos que precisam ser esclarecidos a fim de que se possa proferir o julgamento. Fl. 11258DF CARF MF Processo nº 10980.723782/201349 Resolução nº 3402000.858 S3C4T2 Fl. 4 3 O primeiro ponto controvertido é a questão da reabertura da fiscalização original, a qual foi objeto de alegação de nulidade por parte da defesa. O art. 906 do RIR/99 determina que a reabertura de fiscalização é possível desde que seja precedida de autorização do Delegado ou do Inspetor da Receita Federal. Compulsando os acórdãos proferidos no processo 10980.729864/201216 (segunda fiscalização), verificase que em amboss foi consignado que o requisito estabelecido no art. 906 do RIR/99 foi cumprido e que a autorização constou do MPF nº 09.101.002012 014714. A mesma assertiva constou do acórdão de primeira instância que se encontra albergado neste processo, conforme se constata no excerto a seguir (fl. 370): "(...) (...)" Entretanto, este redator não localizou o MPF nº 09.101.002012014714 neste processo e nem no processo nº 10980.729864/201216, relativo à segunda fiscalização. Tendo em vista que a defesa renovou a preliminar de nulidade por reabertura da fiscalização, não há como julgar a referida preliminar sem que o referido MPF esteja presente ao processo, uma vez que o julgador está sujeito ao princípio da persuasão racional, devendo demonstrar de forma motivada seu conhecimento. Pode ser que a fiscalização;, o contribuinte; e a autoridade julgadora de primeira instância tenham tido acesso ao referido MPF por meio de algum sistema informatizado da Receita Federal, mas os conselheiros do CARF não possuem o mesmo acesso e, portanto, é imprescindível que todos os documentos sejam carreados ao processo eletrônico, sob pena de aplicação da regra quod non est in acts, non est in mundo. É imperiosa a juntada do MPF nº 09.101.002012014714, a fim de que se possa expedir decisão motivada quanto à preliminar de nulidade alegada. O segundo ponto controvertido é a questão da retificação dos DACON em relação a período fiscalizado. Os dois acórdãos proferidos no processo relativo à segunda fiscalização, assim como o Acórdão da DRJ proferido no âmbito deste processo, trataram a questão como se fosse um pedido de retificação dos DACON relativos a fatos geradores em relação aos quais o contribuinte perdera a espontaneidade. A seguinte passagem do voto condutor do acórdão da DRJ Curitiba é sintomática (fl. 372), in verbis: Fl. 11259DF CARF MF Processo nº 10980.723782/201349 Resolução nº 3402000.858 S3C4T2 Fl. 5 4 "(...) (...)" Acontece que o problema não se resume à mera aceitação da retificação de DACON em relação a período já fiscalizado. Tanto nas defesas apresentadas no processo da segunda fiscalização, quanto nas duas defesas apresentadas neste processo, o contribuinte alegou que comunicara ao fisco, desde a primeira ação fiscal, que a apuração apresentada nos DACON originais estava eivada de incorreções, uma vez que haviam créditos aproveitados a menor e débitos declarados a maior, mas que o exator incumbido do primeiro procedimento dissera que não lhe cabia fazer tais ajustes, pois o objetivo da ação fiscal era apenas verificar a regularidade dos créditos aproveitados. Essa alegação da defesa é verossímil, pois consultando o termo de verificação fiscal existente no processo nº 10980.725964/201192 (primeira fiscalização), mais especificamente na fl. 9499 do referido processo, encontrase a seguinte assertiva lançada pelo exator designado para aquele procedimento, in verbis: "(...) (...)" Portanto, a questão vai muito além da existência ou da inexistência do direito de o contribuinte retificar os DACON, em relação a fatos geradores cuja espontaneidade foi afastada pela existência de procedimento fiscal em andamento ou já encerrado. Não se discute que no período em que houve fiscalização deve prevalecer a apuração que foi feita de ofício, sendo inadmissível qualquer pretensão do contribuinte retificar as declarações apresentadas, em relação a período objeto de fiscalização encerrada, como parece ser a pretensão da defesa no presente caso. O problema é que os números apresentados pelo contribuinte nos DACON retificadores resultaram da correção de erros existentes na apuração original, os quais foram alegados durante a primeira ação fiscal, mas ignorados pelo executor do procedimento, Fl. 11260DF CARF MF Processo nº 10980.723782/201349 Resolução nº 3402000.858 S3C4T2 Fl. 6 5 sob o argumento de que caberia ao contribuinte solicitar a restituição em procedimento específico. Com a devida vênia à autoridade administrativa, não é caso de o contribuinte solicitar restituição, em virtude dos erros cometidos. E também não é o caso de o contribuinte comprovar o erro alegado perante as instâncias administrativas de julgamento, como foi afirmado no acórdão da DRJ. E isto é assim, por uma razão muito simples: o MPF original era de FISCALIZAÇÃO. Com efeito, o exame do MPF nº 09.101.002010020032 existente na fl. 81 do processo nº 10980.725964/201192 (primeira fiscalização), apresenta o seguinte teor: "(...) (...)" O excerto acima colacionado revela que a ordem emitida pela Administração Tributária era de FISCALIZAÇÃO do IRPJ, IOF, PIS e COFINS dos anoscalendário de 2007 e 2008. Assim, ao contrário do que asseverou a fiscalização em seu termo de verificação no procedimento original, a ação fiscal envolvia a FISCALIZAÇÃO completa do PIS e da COFINS dos anos de 2007 e 2008 e não apenas a verificação da regularidade dos créditos aproveitados. O art. 142 do CTN estabelece o seguinte, in verbis: Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (,,,) À luz da ordem expedida pela Administração Tributária e tendo em vista que o procedimento de fiscalização envolve o cálculo do montante do tributo devido, considero que era um dever da autoridade administrativa fazer a recomposição completa dos créditos e dos débitos na contacorrente do PIS e COFINS, levando em conta os erros alegados pelo Fl. 11261DF CARF MF Processo nº 10980.723782/201349 Resolução nº 3402000.858 S3C4T2 Fl. 7 6 contribuinte em sua apuração original, pois apenas o saldo devedor do tributo apurado ao final do período de apuração está sujeito ao lançamento de ofício. Portanto, após ter tido vista deste processo e de analisálo em conjunto com os outros dois processos decorrentes da mesma fiscalização (10980.725964/201192 e 10980.729864/201216), considero que a questão de fato alegada pelo contribuinte não pode ser tratada como um pedido de retificação de declaração de período já fiscalizado, mas sim como uma alegação de erro material cometido na apuração do quantum debeatur durante o procedimento de fiscalização, o qual merece reparo por meio de solicitação de diligência. Com esses fundamentos, voto no sentido de converter o julgamento em diligência à repartição de origem, a fim de que a autoridade administrativa: a) Junte aos autos o MPF nº 09.101.002012014714 e/ou qualquer outro documento que demonstre o cumprimento do requisito estabelecido no art. 906 do RIR/99, para a reabertura da fiscalização originalmente determinada pelo MPF 09.101.00201002003 2; b) Caso não seja possível comprovar no processo o cumprimento da formalidade exigida pelo art. 906 do RIR/99, a autoridade administrativa deverá fazer constar nos autos tal informação e a diligência deverá ser encerrada, retornando o processo ao CARF para prosseguimento; c) Caso reste demonstrado o cumprimento do requisito estabelecido no art. 906 do RIR/99, a autoridade administrativa deverá intimar o contribuinte a demonstrar os débitos efetuados a maior, bem como os créditos não aproveitados, e deverá recompor os saldos da contacorrente de PIS e COFINS dos anoscalendário de 2007 a 2008, expurgando os débitos efetuados a maior e considerando os créditos não aproveitados pelo contribuinte na sua apuração original, a fim estabelecer o quantum debeatur ou o saldo credor ao cabo de cada período de apuração; d) Alternativamente ao solicitado no item "c", a autoridade administrativa poderá aferir a legitimidade dos valores apurados pela Auditoria Independente, que foi contratada pelo contribuinte, em relação aos períodos de apuração dos anoscalendário de 2007 e 2008, cujos relatórios foram acostados às fls. 1289 e seguintes do processo, e informar se concorda ou não com a apuração levada a cabo pelo contribuinte. A eventual concordância com os números apresentados não acarretará a retificação dos DACON, mas apenas a retificação dos valores lançados neste auto de infração; e) A autoridade administrativa deverá lavrar termo circunstanciado e conclusivo das averiguações efetuadas e, se for o caso, apresentar o recálculo do auto de infração albergado neste processo, notificando o contribuinte para que se manifeste acerca do que for constatado no prazo de 30 dias, a teor do art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574/2011. Esclareço que é necessária a recomposição dos saldos de todos os períodos de apuração dos anos calendário de 2007 e 2008, pois embora no entendimento pessoal deste redator a legislação não contenha previsão expressa de transferência do saldo credor para períodos subsequentes, essa transferência tem sido aceita pela Administração Tributária por meio das fichas 14 e 24 do DACON. Fl. 11262DF CARF MF Processo nº 10980.723782/201349 Resolução nº 3402000.858 S3C4T2 Fl. 8 7 Esclareço, ainda, que na recomposição a ser efetuada, deverão ser consideradas as alterações introduzidas pelas diligências e pelos Acórdãos proferidos pela DRJ Curitiba nos processos nº 10980.725964/201192 e 10980.729864/201216. Atendida a diligência acima solicitada, a autoridade administrativa deverá restituir o processo ao CARF para prosseguimento. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 11263DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.728120/2015-30
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO.
São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2013
DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO.
O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-005.529
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto às despesas médicas não consideradas, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo Presidente
(assinado digitalmente)
Túlio Teotônio de Melo Pereira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho.
Nome do relator: TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA
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PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2013 DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 81 20 /2 01 5- 30 Fl. 111DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto às despesas médicas não consideradas, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo – Presidente (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.728120/201530 Acórdão n.º 2402005.529 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Temse em pauta recurso voluntário (fls. 58/62) contra acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) que julgou improcedente a impugnação do interessado. Inicialmente, transcrevemos o relatório da decisão recorrida (fls. 56/60), por bem retratar os fatos ocorridos até então: Em nome do contribuinte acima identificado foi lavrada, em 31/08/2015, a Notificação de Lançamento de fls. 10 a 14, relativo ao Imposto sobre a Renda de Pessoa FísicaIRPF, exercício 2013, anocalendário 2012, que resultou em imposto, no valor de R$ 5.513,68, sujeito à multa de ofício, no valor de R$ 4.135,26, e juros de mora, no valor de R$ 1.326,59 (calculados até 08/2015). Motivou o lançamento de ofício, a omissão de rendimentos, no valor de R$ 104.172,69, informados em Dirf pela fonte pagadora, Fundo Financeiro de Previdência Social dos Servidores Públicos FUNPREV, CNPJ 09.317.177/000190, tendo em vista que: A SSP/BA enviou à Receita Federal resposta obtida junto ao Departamento de Polícia Técnica, informando que nem este órgão, nem o Perito Médico Legista Sidney Jorge Freitas Fonseca tem competência funcional para emitir laudo destinado a isenção do imposto de renda. Desta forma, não foi aceito o laudo apresentado. A ciência da Notificação de Lançamento deuse em 08/09/2015 (fl. 17), e o interessado apresentou impugnação de fls. 02 a 06, em 06/10/2015, alegando ser portador de moléstia grave e, sendo os rendimentos provenientes de aposentadoria, tem direito a isenção pleiteada, não entendendo o motivo da não aceitação do laudo medico apresentado. Questiona não haver sido dada nova oportunidade, apresentando neste momento novo laudo que acredita estar de acordo com a legislação. É o relatório. A DRJ entendeu comprovada a aposentadoria, conforme documento de f. 16, mas julgou a impugnação improcedente por entender que: "Sendo servidor público estadual na Bahia, como declarado, o sujeito passivo encontra à sua disposição órgão específico para obtenção do laudo pericial para a finalidade de isenção de imposto de renda, que é a Junta Médica Oficial do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria da Administração do Estado (Saeb) e subordinado à Superintendência de Recursos Humanos ( SRH), a qual controla e executa a concessão de diversos Fl. 113DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 4 benefícios previdenciários, inclusive realização de perícia médica para instrução de pedido de isenção do imposto sobre a renda para aposentados portadores de moléstia grave, atuando sempre que provocada pelo servidor, tendo por base legal a Lei n° 6.677/94 (Estatuto do Servidor), a Lei n° 11.357/2009 e o Decreto n° 9.967/2006 (http://www.saeb.ba.gov.br/juntamedica). Portanto, não se encontra justificada a reclassificação adotada para os rendimentos na categoria de isentos, por não existir comprovação da moléstia grave, em razão de deficiência do laudo apresentado, que não foi emitido pelo serviço médico oficial designado formalmente pelo ente federativo, devendo ser mantida a imputação fiscal." Cientificado da decisão em 30/03/2016 (f. 63), o sujeito passivo inconformado apresentou recurso voluntário (fls. 66/70), em 20/04/2016, expedindo as seguintes razões: 1. preenche os requisitos para fruição da isenção prevista no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713/1988; 2. a equipe de fiscalização da DRF/SDR, na emissão do lançamento, não acatou as deduções com despesas médicas no montante de R$ 18.075,05, informadas na declaração retificadora. Requer o provimento do recurso. Juntou documentos (fls. 71/101). É o relatório. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.728120/201530 Acórdão n.º 2402005.529 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator O recurso, apresentado no trintídio assinalado pelo art. 33 do Decreto no 70.235/72, é tempestivo. Presentes os demais requisitos, deve ser conhecido. Isenção decorrente de doença grave Temse em pauta recurso voluntário no qual o Interessado pretende que seja reconhecido seu direito à isenção do imposto de renda pessoa física incidente sobre os valores provenientes de aposentadoria, alegando que é portador de doença grave. Para o gozo da isenção pleiteada, a Lei no 7.713/1988 estabelece os seguintes requisitos: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente sem serviços, e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerosemúltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 8.541, de 1992) (Vide Lei 9.250, de 1995) (...) XXI os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão. (Incluído pela Lei nº 8.541, de 1992) (grifouse) Fl. 115DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 6 Dos dispositivos transcritos, extraemse os dois requisitos para o exercício do direito à isenção pleiteada: a) que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, reforma ou pensão; b) que o contribuinte seja portador de uma das doenças enumeradas no inciso XIV, do art. 6o, da Lei no 7.713/1988. Ademais, partir do anocalendário 1996, a Lei no 9.250/1995 qualificou a comprovação do segundo requisito nos seguintes termos: Art. 30 A partir de 1° de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6° da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei n° 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (grifouse) De acordo com o acórdão DRJ (f. 59), "o contribuinte comprova ser aposentado, conforme documento de fl. 16". Com a impugnação, o sujeito passivo apresentou novo laudo pericial (f. 15), emitido por médico perito da Junta Médica Oficial do Judiciário/BA, concluindo que o Interessado é portador de cardiopatia grave (CID I10, I25 e I18), desde 03/01/2009. O mesmo documento foi trazido com o recurso (f. 79). DRJ deixou de aceitar o laudo porque "não foi emitido pelo serviço médico oficial designado formalmente pelo ente federativo". Entretanto, compreendendo que esta exigência não consta de lei, não vislumbramos como deixar de reconhecer a validade do laudo pericial apresentado pelo sujeito passivo, devendo, portanto, ser reformada a decisão a quo neste ponto. Considerase, então, que o Contribuinte é portador de doença grave prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713/1988, nos termos do laudo pericial emitido por serviço médico oficial, fazendo jus, em razão disso, à isenção do imposto de renda incidente sobre os proventos de aposentadoria. Recurso provido na matéria. Dos supostas despesas médicas No tocante à reclamação de que o lançamento não acatou as deduções com despesas médicas, devese observar que a matéria não foi impugnada e nem tratada na decisão recorrida, tendo sido argüida de maneira inédita no recurso. Nos termos do art. 33 do Decreto no 70.235/72, cabe recurso voluntário contra a decisão de primeira instância, não sendo viável, portanto, discutir, em sede de recurso, matéria não tratada na decisão a quo. Acontece que, por não ter sido impugnada, nos termos do art. 17 do Decreto no 70.235/72, operouse a preclusão administrativa do direito de o recorrente discutir a matéria. Desse modo, não se conhece de recurso quanto a matéria. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.728120/201530 Acórdão n.º 2402005.529 S2C4T2 Fl. 5 7 Conclusão Diante do exposto, voto por: (i) não conhecer do recurso, quanto às despesas médicas não consideradas, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO
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Numero do processo: 37356.000199/2007-31
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 06/09/2006
AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PERÍODO ALCANÇADO PELA DECADÊNCIA QUINQUENAL. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO. ART. 173, I DO CTN.
Em se tratando de Auto de Infração de Obrigação Acessória, não há que se falar em recolhimento antecipado devendo a decadência ser avaliada a luz do art. 173, I do CTN.
Numero da decisão: 9202-004.445
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial para aplicar a regra decadencial do art. 173, I, do CTN, porém reduzindo o valor da multa ao estabelecido no art. 32-A, da Lei n° 8.212, de 1991, nas competências em que a correspondente obrigação principal estiver alcançada pela decadência, vencidos os conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (relatora) e Heitor de Souza Lima Junior, que lhe deram provimento integral. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Redatora Designada
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PERÍODO ALCANÇADO PELA DECADÊNCIA QUINQUENAL. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO. ART. 173, I DO CTN. Em se tratando de Auto de Infração de Obrigação Acessória, não há que se falar em recolhimento antecipado devendo a decadência ser avaliada a luz do art. 173, I do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 37 35 6. 00 01 99 /2 00 7- 31 Fl. 283DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial para aplicar a regra decadencial do art. 173, I, do CTN, porém reduzindo o valor da multa ao estabelecido no art. 32A, da Lei n° 8.212, de 1991, nas competências em que a correspondente obrigação principal estiver alcançada pela decadência, vencidos os conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (relatora) e Heitor de Souza Lima Junior, que lhe deram provimento integral. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Redatora Designada Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Fl. 284DF CARF MF Processo nº 37356.000199/200731 Acórdão n.º 9202004.445 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de auto de infração, DEBCAD: 37.009.0640, lavrado contra o contribuinte identificado acima, em decorrência do descumprimento da obrigação acessória de Fundamento Legal 68 (apresentar GFIP com informações incorretas ou omissas). Conforme informações contidas no relatório fiscal, fl. 13, a autuada deixou de informar à Previdência, em competências inseridas no período de 01/1999 a 04/2006, pagamentos à Cooperativa de Trabalho Unimed; reclamatórias trabalhistas; remunerações pagas a segurados contribuintes individuais; bem como os pagamentos a clubes de futebol profissional, a titulo de patrocínio e de repasse de material esportivo. A penalidade aplicável encontrase prevista no art. 32, inciso IV, § 5°, da Lei 8.212/91, com a redação dada pela Lei n° 9.528, de 10 de dezembro de 1997, e no art. 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99, com a redação dada pelo Decreto n° 4.729, de 09 de junho de 2003. A autuada apresentou impugnação, fls. 70, tendo a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC julgado o lançamento procedente, fls. 132. Apresentado Recurso Voluntário pela autuada, fls. 197, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. No Acórdão de Recurso Voluntário, fls. 219, o Colegiado, por maioria de votos, deu parcial provimento ao recurso, reconhecendo a decadência dos valores relativos às competências de 01/1999 a 12/2000, com base no art. 150, §4º do CTN. Portanto, em sessão plenária de 09/02/2012, deuse parcial provimento ao recurso, prolatandose o Acórdão nº 2403001.092, assim ementado: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/04/2006 AUTO DE INFRAÇÃO.DESCUMPRIMENTO.OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. GFIP’S. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES. RETIFICAÇÃO. VALOR REMANESCENTE. DECADÊNCIA. A empresa foi autuada por ter deixado de informar fatos geradores em GFIP. Todavia, procedeu à retificação dessas informações, sobrando apenas parte do débito para ser discutido. Acontece que as competências remanescentes foram acobertadas pela decadência, não sobrando assim nenhuma quantia para ser cobrada. DECADÊNCIA QUINQUENAL. SÚMULA VINCULANTE N 8. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. APLICAÇÃO. ART.150, § 4º. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. Fl. 285DF CARF MF 4 O STF, em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991. Após, editou a Súmula Vinculante n º 8, publicada em 20.06.2008, nos seguintes termos:“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Nos termos do art. 103A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Tratandose de contribuição social previdenciária, tributo sujeito ao lançamento por homologação, aplicase a decadência do art. 150, § 4º do Código Tributário Nacional. REGIMENTO INTERNO DO CARF. ART.62A. VINCULAÇÃO À DECISÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RESP N 973.733/SC. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. OBRIGATORIEDADE DE RECOLHIMENTO. INEXISTÊNCIA. APLICAÇÃO DO ART.173, I , CTN. Considerando a exigência prevista no Regimento Interno do CARF no art.62A, esse Conselho deve reproduzir as decisões do Superior Tribunal de Justiça proferidas em conformidade com o art.543C do Código de Processo Civil. No caso de decadência de tributo sujeito ao lançamento por homologação, o RESP n 973.733/SC decidiu que o art.150,§ 4º do Código Tributário Nacional só será aplicado quando for constada a ocorrência de recolhimento, caso contrário, será aplicado o art.173, I, do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Provido.” O processo foi encaminhado, para ciência da Fazenda Nacional, em 10/04/2012 para cientificação em até 30 dias, nos termos da Portaria MF nº 527/2010. A Fazenda Nacional interpôs, tempestivamente, em 16/04/2012, o Recurso Especial. Em seu recurso visa a reforma do acórdão recorrido a fim de que seja aplicada a regra do art. 173, I, do CTN para contagem da decadência, tendo em vista tratarse de auto de infração lavrado para exigência de multa por descumprimento de obrigação acessória, cujo lançamento será sempre de ofício, com o conseqüente restabelecimento da cobrança da penalidade relativa à competência 12/2000. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho 2400369, da 4ª Câmara, de 15/04/2013. O recorrente traz como alegações, que: · não houve pagamento antecipado, mesmo porque se trata de auto de infração (penalidade), cujo lançamento será sempre de ofício, não por homologação, e que, por conta disso, aplicase como termo inicial da decadência o disposto no art. 173, inciso I do CTN, que assim dispõe: Fl. 286DF CARF MF Processo nº 37356.000199/200731 Acórdão n.º 9202004.445 CSRFT2 Fl. 4 5 “Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;” · ainda que não se tratasse de lançamento de ofício, o termo inicial da decadência deslocase para o fato gerador, nos termos do art. 150, §4º do CTN, tãosomente quando for lançamento por homologação e o contribuinte efetuar recolhimento antecipado do tributo, conforme doutrina de Ricardo Alexandre, in “Direito Tributário Esquematizado”, verbis: “É interessante notar que, na sistemática do lançamento por homologação, temse o único caso em que o prazo decadencial é contado exatamente da data da ocorrência do fato gerador. Entende se que não se justificaria esperar um prazo razoável para o início da contagem de prazo (conforme ocorre na regra geral) porque a antecipação do pagamento provoca imediatamente o Estado a verificar sua correção, de forma que a inércia inicial já configura cochilo. Justamente por isso, temse por correto o posicionamento do STJ, no sentido de que a regra do art. 150, § 4º, não é aplicável nos casos em que o contribuinte não faz, até a data do vencimento, pagamento algum, devendo, neste caso, o prazo decadencial ser contado na forma definida na regra geral prevista no art. 173, I, do CTN.” · No presente caso, tratandose de lançamento de multa, por meio de auto de infração, cujo lançamento será sempre de ofício, e não por homologação, não existe o dispositivo legal que autorize deslocar o termo inicial da decadência para o fato gerador, devendo ser aplicada a regra geral do art. 173, I do CTN. · no caso em apreço, os fatos geradores compreendem o período de 01/01/1999 a 30/04/2006, porém a DRJ manteve somente as competências 01/1999 a 12/20000 devido à correção das GFIP’s relativas ao período posterior; e aplicandose a regra do artigo 173, I do CTN, concluise que o direito à autuação da competência 12/2000 não decaiu, pois a autuada teve ciência do auto de infração em 12/09/2006. · a competência de dezembro de 2000 não foi alcançada pela decadência, pois o crédito correspondente somente poderia ser constituído em janeiro de 2001, e desse modo, o prazo de decadência possui como termo de início, a teor do art. 173, inciso I, do CTN, o primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, o dia 1º de janeiro de 2002, o qual findaria somente em 1º de janeiro de 2007, tendo o Fisco até 31/12/2006 para constituir o crédito tributário, e como o Fl. 287DF CARF MF 6 lançamento foi cientificado ao contribuinte em 12/09/2006, dentro, portanto, do prazo decadencial de cinco anos, não há falar em decadência. Cientificado do Acórdão nº 2403001.092, do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade do Recurso Especial, em 28/02/2014 (sextafeira anterior ao sábado de carnaval), o contribuinte apresentou, em 19/03/2014, portanto tempestivamente, suas contrarrazões, onde alega que: ficou surpreso quando do recebimento do Recurso Especial da Fazenda Nacional a ser contrarrazoado, pelo fato de o mesmo buscar a manutenção de apenas um período lançado (12/2000), indo contra entendimento sumulado pelo STF, demonstrando total descaso dos agentes administrativos na observância dos princípios da eficiência e finalidade administrativas, uma vez que, mesmo sendo poder/dever da Procuradoria recorrer em processos em que apresentase possível a discussão em instância superior, o princípio da discricionariedade lhe ampara a decisão de analisar a eficiência/eficácia de seu trabalho, deixando, muitas vezes, de onerar a máquina pública com irresignações improfícuas, como é o caso do Resp em tela. a insurgência da Procuradoria neste caso abarca entendimento absolutamente pacificado no ordenamento jurídico como um todo – o de que para casos de lançamento por homologação aplicase o art. 150, §4º do CTN – sendo o mesmo inclusive objeto de recurso repetitivo do STJ, ao qual deve este Conselho aplicar, por força do artigo 62 A de seu Regimento Interno. o caso em tela é relativo a lançamento decorrente de descumprimento de obrigação acessória (prestar declaração com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias) e merece ser observado que a obrigação era a de prestar declaração GFIP, e, que tal declaração também precisa da homologação do Fisco, pelo que aplicase a inteligência do art. 150, §4º do CTN. mesmo que se questione a aplicação desse dispositivo (art. 150, §4º do CTN), substituindoa pelo que leciona o art. 173, I do CTN, ainda assim enseja um lançamento de período decaído (12/2000), pois considerando o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado como àquele correspondente ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível – nos termos do Recurso Repetitivo do STJ – seria 01/01/2001 e contandose 5 anos para frente, a data final para seu lançamento seria 01/01/2006; como o ciente da notificação de lançamento originadora destes autos se deu em 06/09/2006, concluise que também pela contagem do art. 173, inciso I do CTN, não poderia perdurar a exigência do período citado, merecendo improvimento o Resp da Fazenda Nacional. É o relatório. Fl. 288DF CARF MF Processo nº 37356.000199/200731 Acórdão n.º 9202004.445 CSRFT2 Fl. 5 7 Voto Vencido Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O Recurso Especial interposto pelo Procurador é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, conforme Despacho de Exame de Admissibilidade de Recurso Especial, fls. 254. Assim, não havendo qualquer questionamento acerca do conhecimento e concordando com os termos do despacho proferido, passo a apreciar o mérito da questão. DO MÉRITO A questão objeto do recurso, referese ao acatamento da preliminar referente ao prazo de decadência, para o fisco constituir os créditos objeto deste Auto de Infração de obrigação acessória, considerando que a Câmara a quo apreciou a decadência a luz do art. 150, §4º do CTN. Em primeiro lugar, devemos considerar que se trata de auto de infração, que ao contrário das NFLD ou dos AI de obrigações principais, constitui obrigação acessória de “fazer” ou “deixar de fazer”, sendo irrelevante a existência ou não de recolhimentos antecipados. Porém, antes de identificar o período abrangido pela decadência, exponha a tese que adoto sobre o assunto. O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991, tendo inclusive no intuito de eximir qualquer questionamento quanto ao alcance da referida decisão, editado a Súmula Vinculante de n º 8, senão vejamos: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. O texto constitucional em seu art. 103A deixa claro a extensão dos efeitos da aprovação da súmula vinculando, obrigando toda a administração pública ao cumprimento de seus preceitos. Assim, prescreve o artigo em questão: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Fl. 289DF CARF MF 8 Ao declarar a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212, prevalecem as disposições contidas no Código Tributário Nacional – CTN, quanto ao prazo para a autoridade previdenciária constituir os créditos resultantes do inadimplemento de obrigações previdenciárias. O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a decadência, causa extintiva do crédito tributário, nos casos de lançamentos em que não houve antecipação do pagamento assim estabelece em seu artigo 173: "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento." Já em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando ocorre pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ou simulação, aplicase o disposto no § 4º, do artigo 150, do CTN, segundo o qual, se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, Senão vejamos o dispositivo legal que descreve essa assertiva: Art.150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (grifo nosso) Contudo, para que possamos identificar o dispositivo legal a ser aplicado, seja o art. 173, I ou art. 150 do CTN, devemos identificar a natureza das contribuições para Fl. 290DF CARF MF Processo nº 37356.000199/200731 Acórdão n.º 9202004.445 CSRFT2 Fl. 6 9 que, só assim, possamos declarar da maneira devida a decadência de contribuições previdenciárias. No caso, a aplicação do art. 150, § 4º, é possível quando realizado pagamento de contribuições, que em data posterior acabam por ser homologados expressa ou tacitamente. Contudo, conforme descrito anteriormente, tratase de lavratura de Auto de Infração por não ter a empresa cumprido obrigação acessória, mais especificamente, informar no documento GFIP fatos geradores de contribuições previdenciárias. Dessa forma, não há que se falar em recolhimento antecipado devendo a decadência ser avaliada a luz do art. 173, I do CTN. Neste ponto, apenas esclareço a inaplicabilidade da súmula 99 do CARF, considerando que a regra ali expressa, visa deixar claro que rubricas pagas pelo empregador na condição de salário indiretos serão apreciadas a luz do art. 150, §4º do CTN, sempre que demonstrado recolhimento antecipado/parcial sobre o mesmo fundamento legal. Entretanto, como já enfatizado estamos falando de obrigação acessória, dessa forma, não há que se falar de recolhimento antecipado. Notese que, a apreciação da decadência a luz do art. 173 do CTN que descreve: "O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado", deve levar em consideração que a data limite para entrega da GFIP. Nesse sentido, convém verificar nos normativos próprio da GFIP Manual da GFIP, versão 8.4, qual a data para apresentação: A GFIP/SEFIP é utilizada para efetuar os recolhimentos ao FGTS referentes a qualquer competência e, a partir da competência janeiro de 1999, para prestar informações à Previdência Social, devendo ser apresentada mensalmente, independentemente do efetivo recolhimento ao FGTS ou das contribuições previdenciárias, quando houver: a) recolhimentos devidos ao FGTS e informações à Previdência Social; b) apenas recolhimentos devidos ao FGTS; c) apenas informações à Previdência Social. O arquivo NRA.SFP, referente ao recolhimento/declaração, deve ser transmitido pelo Conectividade Social até o dia sete do mês seguinte àquele em que a remuneração foi paga, creditada ou se tornou devida ao trabalhador e/ou tenha ocorrido outro fato gerador de contribuição ou informação à Previdência Social. Caso não haja expediente bancário, a transmissão deve ser antecipada para o dia de expediente bancário imediatamente anterior. O arquivo NRA.SFP, referente à competência 13, destinado exclusivamente à Previdência Social, deve ser transmitido até o dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da referida competência. Dessa forma, tanto a entrega da GFIP da competência dezembro como do 13º salário, em matéria previdenciária, somente vence no dia 07 e 31 do mês subsequente, ou seja, aproximadamente 07 e 31 de janeiro do ano seguinte (a depender se é dia útil ou não). Nesse Fl. 291DF CARF MF 10 sentido, a competência dezembro e 13º salário, só terá o prazo para lançamento (autuação) iniciado no dia 1º dia do exercício seguinte àquele em que poderia ser lançado o tributo ou aplicada a multa correspondente. Por fim, esclareço que a decisão aqui refletida não afronta, de forma alguma, decisão do STF, uma vez que a súmula nº 08 declara a inconstitucionalidade do art. 45 da lei 8212/91, passando a decadência a ser apreciada a luz do disposto no CTN, conforme foi analisado no corpo desse voto. Assim, no lançamento em questão a lavratura do AI deuse em 06/09/2006, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 12/09/2006. Os fatos geradores omitidos referemse ao período de 01/1999 a 04/2006, dessa forma, a luz do art. 173, I do CTN, encontrarseiam decadentes as multas aplicadas pelos fatos geradores até 11/2000. CONCLUSÃO: Voto pelo CONHECIMENTO do recurso ESPECIAL DO PROCURADOR para DARLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 292DF CARF MF Processo nº 37356.000199/200731 Acórdão n.º 9202004.445 CSRFT2 Fl. 7 11 Voto Vencedor Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Redatora Designada Divirjo do brilhante voto da Ilustre Conselheira Relatora, apenas para ressalvar que, tratandose de multa por descumprimento de obrigação acessória, analisandose as obrigações de uma forma global, pode haver competências em que, embora a obrigação acessória seja mantida, a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Nesses casos, há que ser ressalvado o direito do Contribuinte ao cálculo mais benéfico da multa por descumprimento da obrigação acessória, já que esta é mantida, desatrelada da obrigação principal. Assim, dou provimento parcial ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, para que seja aplicada a regra decadencial do art. 173, I, do CTN, porém reduzindose o valor da multa ao estabelecido no art. 32A, da Lei n° 8.212, de 1991, nas competências em que a correspondente obrigação principal estiver alcançada pela decadência. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 293DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18471.001614/2007-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 10 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
GLOSA DE CUSTOS E DESPESAS. COMPROVAÇÃO.
O documentos trazidos aos autos, sejam através de cópias autenticadas, sejam por cópias simples, devem ser considerados pela fiscalização, a não ser que existam fundadas razões de dúvida quanto à veracidade das informações constantes dos mesmos.
Numero da decisão: 1402-002.280
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício e dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer a dedução de custos no valor de R$ 1.400.468,57. Ausente justificadamente o Conselheiro Demetrius Nichele Macei.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Leonardo de Andrade Couto (Presidente), Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Caio César Nader Quintella, Paulo Mateus Ciccone, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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COMPROVAÇÃO. O documentos trazidos aos autos, sejam através de cópias autenticadas, sejam por cópias simples, devem ser considerados pela fiscalização, a não ser que existam fundadas razões de dúvida quanto à veracidade das informações constantes dos mesmos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício e dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer a dedução de custos no valor de R$ 1.400.468,57. Ausente justificadamente o Conselheiro Demetrius Nichele Macei. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Leonardo de Andrade Couto (Presidente), Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Caio César Nader Quintella, Paulo Mateus Ciccone, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 16 14 /2 00 7- 11 Fl. 1802DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 18471.001614/200711 Acórdão n.º 1402002.280 S1C4T2 Fl. 1.803 2 Relatório Trata o presente de Recurso de Ofício e de Recurso Voluntário (v. efls. 1.709/1.712) interposto em face do v. Acórdão de efls. 1.687/1.691 que decidiu manter parcialmente as exigências descritas no Auto de Infração de efls. 145/152. Vindo o processo ao CARF para o julgamento do recurso voluntário, foi inicialmente distribuído ao Conselheiro Carlos Pelá para que fosse relatado. Abaixo reproduzo o inteiro teor do relatório elaborado pelo Conselheiro Carlos Pelá para subsidiar a conversão do julgamento em diligência (Resolução nº 1402000.241): Este processo foi formado originalmente em papel e depois digitalizado. Com isso, a numeração das páginas apostas no papel não coincide necessariamente com a numeração do documento digitalizado. Assim, esclareço, para logo, que nas referências que faço à numeração de páginas utilizarei a numeração do documento digitalizado. Trata o presente processo de Autos de Infração de IRPJ e CSLL, cumulados com juros e multa de ofício de 112,50%, referentes ao anocalendário de 2002, lavrados em razão da glosa de custos e despesas não comprovadas (fls. 145/152). Conforme Termo de Constatação Fiscal (fl. 132), a Contribuinte foi intimada por quatro vezes durante a ação fiscal a comprovar os custos e despesas reconhecidos em sua DIPJ 2003, sem, no entanto, atender aos termos de intimação. Assim, tais custos e despesas foram glosados, agravandose a multa de ofício, consoante § 2° art. 44 da Lei n°. 9430/96. A Contribuinte, ciente do lançamento em 31/10/2007, apresentou, em 30/11/2007, impugnação (fls. 156/158) e documentos (fls. 159/1657) sustentando, em síntese: (i) que possui filiais em outras cidades do País, o que fez com que não fosse possível apresentar os documentos durante a ação fiscal; (ii) que toda a documentação comprobatória das rubricas de custos questionadas está sendo anexada, para a devida análise e comprovação. Traz aos autos cópias da documentação comprobatória das contas de custos escrituradas contabilmente e referentes ao anocalendário de 2002 de suas filiais estabelecidas nas cidades de Rio Grande e Porto Alegre, que já perfazem valor considerável daqueles das rubricas questionadas pela fiscalização; (iii) tendo em vista a grande quantidade de documentos, o que tornaria inviável sua juntada aos autos, requer seja o julgamento convertido em diligência. Em atendimento, o julgamento foi convertido em diligência para que se apurassem os fatos argüidos pela Contribuinte (fls.1632). Fl. 1803DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 18471.001614/200711 Acórdão n.º 1402002.280 S1C4T2 Fl. 1.804 3 Conforme relatório fiscal de diligência às fls.1650/1651, intimada, a Contribuinte apresentou planilhas compondo os custos escriturados, cópia do razão e balancetes, bem como documentação de forma a comprovar os custos/despesas escriturados. Após a confrontação da escrituração com a documentação apresentada foi elaborada planilha onde parte das despesas incorridas foi reconhecida. Aduz, ainda, o relatório fiscal, que embora a Contribuinte tenha apresentado documentos com cópias autenticadas e cópias simples, estas não foram analisadas, ou seja, somente foram considerados documentos originais. Conforme fls.1651, foi aberto prazo para manifestação da Contribuinte, que se quedou inerte. Diante dos fatos, a 8ª Turma da DRJ/RJ1 considerou o lançamento procedente em parte (fls. 1687/1691), para excluir do lançamento os custos efetivamente comprovados durante a diligência fiscal (conforme demonstrativo às fls. 1651) e reduzir a multa de ofício para 75%. Inconformada, a Contribuinte apresenta recurso voluntário pleiteando que as planilhas apresentadas compondo os custos e despesas, as cópias do Razão, Balancetes e Notas Fiscais autenticadas e simples sejam consideradas para comprovar os valores escriturados e glosados pela fiscalização (fls. 1709/1712). É o Relatório. Em seu voto, concluiu o relator que os documentos trazidos aos autos, seja através de cópias autenticadas, seja por cópias simples, deveriam ser considerados pela fiscalização em sua análise, a não ser que existam fundadas razões de dúvida quanto à veracidade das informações constantes dos mesmos. Abaixo reproduzo a proposta de conversão do julgamento em diligência, aprovada por unanimidade pela Turma Julgadora. Com efeito, o que se verifica é que as informações extraídos dos documentos com cópia simples e autenticadas reputarseão verdadeiras até prova em contrário. Ausente qualquer indício ou fundadas razões de dúvida quanto à veracidade das informações, deve a autoridade fiscal solicitar providências para que as dúvidas sejam dirimidas, já que a fraude não representa regra, mas exceção. Assim sendo, proponho a conversão do julgamento em diligência à repartição de origem, para que essa: (i) manifestese sobre os documentos apresentados às fls. 159/1657, independentemente de serem cópias simples ou autenticadas, determinando se os mesmos estão aptos a comprovar que os custos glosados nos autos de infração objeto do presente processo. Lembrando que, parte dos custos glosados Fl. 1804DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 18471.001614/200711 Acórdão n.º 1402002.280 S1C4T2 Fl. 1.805 4 já foi reconhecida pela decisão da DRJ, conforme demonstrativo às fls. 1651; e (ii) manifestese sobre o conteúdo das planilhas anexadas pela Contribuinte no curso da diligência fiscal solicitada pela DRJ, às fls. 1665/1672. Atendida a diligência requerida através da Resolução nº 1402000.241, com a juntada, pela fiscalização, do Relatório de efls. 1.757/1.758, acompanhado dos anexos de efls. 1.759/1.796, retornou o processo ao CARF para julgamento. É o relatório. Fl. 1805DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 18471.001614/200711 Acórdão n.º 1402002.280 S1C4T2 Fl. 1.806 5 Voto Conselheiro LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONÇALVES, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e dotado dos pressupostos para sua admissibilidade, pelo que o recebo e dele conheço. Tratase, fundamentalmente, do julgamento de questões de prova. Apenas para relembrar, o auto de infração tem origem em glosas de custos e despesas incorridos pela recorrente, não comprovadas à autoridade fiscal durante o procedimento de fiscalização. Inicialmente, tínhamos o seguinte quadro de glosas realizadas pela autoridade fiscal: CONTA CONTÁBIL AUTO DE INFRAÇÃO GLOSA TOTAL Conserto de Equipamentos 201.083,12 Custos de Serviços Contratados 587.151,50 Custo Infra Terra no Porto Público 637.840,60 Custo de Transporte de Carreteiros 3.672.068,57 Custo de Transporte de Terceiros 1.885.753,84 Seguro Averbação de Carga 591.190,51 Totais 7.575.088,14 Após a diligência solicitada pela DRJ, ficaram mantidos os seguintes valores de glosa: CONTA CONTÁBIL GLOSAS MANTIDAS NO ACÓRDÃO DA DRJ Conserto de Equipamentos 199.216,12 Custos de Serviços Contratados 442.090,59 Custo Infra Terra no Porto Público 637.840,60 Custo de Transporte de Carreteiros 1.381.629,75 Custo de Transporte de Terceiros 691.842,35 Seguro Averbação de Carga 139.296,48 Totais 3.491.915,89 Nesta diligência não foram considerados os documentos juntados por cópia (simples ou autenticadas). Vindo os autos ao CARF, nova diligência foi solicitada, desta feita através da Resolução nº 1402000.241, onde se requereu à autoridade fiscal que fizesse nova análise, incluindo os documentos apresentados por cópia, e descartando apenas os que se revestissem de fundadas razões quanto à veracidade das informações neles inseridas. Assim foi feito, e o relatório de diligência de efls. 1.757/1.758, acompanhado dos anexos de efls. 1.759/1.796, é bastante claro e elucidativo em suas conclusões. De acordo com o referido relatório, mais uma parcela de R$1.400.468,57, de custos e despesas, foram devidamente comprovados, restando, ao final, o seguinte quantitativo de glosas remanescentes: Fl. 1806DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 18471.001614/200711 Acórdão n.º 1402002.280 S1C4T2 Fl. 1.807 6 CONTA CONTÁBIL GLOSAS REMANESCENTES Conserto de Equipamentos 197.802,83 Custos de Serviços Contratados 420.009,29 Custo Infra Terra no Porto Público 637.840,60 Custo de Transporte de Carreteiros 16.214,75 Custo de Transporte de Terceiros 691.658,54 Seguro Averbação de Carga 139.296,48 Totais 2.102.822,49 Destaquese que para se chegar aos valores acima, ainda remanescentes, houve a efetiva participação da recorrente, instada a se manifestar em todas as fases da diligência. Apenas e tão somente uma ínfima parcela dos documentos juntados pela recorrente não foi aceita pela fiscalização, por motivos vários (docs. não encontrados, ilegíveis, cópias de cheque ou duplicatas consideradas inábeis para efeito de prova), totalizando o valor de R$11.375,17. Isto posto, voto pelo provimento parcial do recurso voluntário, restabelecendo a dedução de custos e despesas no importe de R$1.400.468,57 (hum milhão, quatrocentos mil, quatrocentos e sessenta e oito Reais e cinquenta e sete centavos), e mantendo a glosa de custos e despesas no importe de R$2.102.822,49 (dois milhões, cento e dois mil, oitocentos e vinte e dois reais e quarenta e nove centavos). Assim, o crédito tributário a ser exigido resulta nos seguintes valores originais: Aos valores acima, deve ser aplicada a multa de ofício no percentual de 75% e juros, calculados de acordo com a taxa SELIC. Quanto ao recurso de ofício, por consequência lógica, negolhe provimento, pelas próprias razões já expendidas na apreciação do recurso voluntário. É como voto. Em 10 de agosto de 2016 (assinado digitalmente) LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONÇALVES – Relator Tributo Valor Original IRPJ 525.705,62 CSLL 189.254,02 Total 714.959,64 Fl. 1807DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 11610.009813/2003-54
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2008
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/07/1989 a 30/09/1995
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA.
A discussão concomitante de matérias nas esferas judicial e
administrativa enseja a renúncia nesta, pelo princípio da
inafastabilidade e unicidade da jurisdição, salvo nos casos em que a matéria suscitada na impugnação ou recurso administrativo se prenda a competências privativamente atribuídas pela lei à
autoridade administrativa, como é da compensação, que,
consubstanciando forma de extinção da obrigação tributária, é
matéria examinável na esfera administrativa, eis que somente a
autoridade administrativa (e não a judicial) detém competência,
quer para homologar o lançamento do crédito compensado em
declaração do contribuinte, extinguindo a obrigação tributária,
quer para efetuar o lançamento de eventuais diferenças, tenha a
compensação sido determinada por ordem judicial ou
administrativa (arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN).
PIS. RESTITUIÇÃO. PRAZO DECADENCIAL.
O prazo decadencial de 5 (cinco) anos previsto no art. 168 do
CTN para pedidos de restituição do PIS recolhido a maior com
base nos Decretos-Leis nºs 2.445/88 e 2.449/88 e devido com
base na Lei Complementar nº 7/70 conta-se a partir da data do ato
que definitivamente reconheceu ao contribuinte o direito à
restituição, assim entendida a data da publicação da Resolução do
Senado Federal n2 49/95, de 09/10/95, extinguindo-se, portanto,
em 10/10/2000.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS CONTRA A FAZENDA EXTINTOS PELA DECADÊNCIA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA.
Assim como não se confundem o direito à repetição do indébito
tributário (arts. 165 a 168 do CTN) com as formas de sua execução, que se pode dar mediante compensação (arts. 170 e
170-A do CTN; 66 da Lei n2 8.383/91; e 74 da Lei n2 9.430/96),
não se confundem os prazos para pleitear o direito à repetição do
indébito (art. 168 do CTN) com os prazos para a homologação de
compensação ou para a ulterior verificação de sua regularidade
(arts. 156, inciso II, parágrafo único, do CTN; e 74, § 5º, da Lei 9.430/96, com redação dada pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003
DOU de 30/12/2003). Ao pressupor a existência de créditos
líquidos e certos, vencidos ou vincendos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN), a lei desautoriza a
homologação de compensação em pedidos que tenham por objeto
créditos contra a Fazenda, cujo direito à restituição ou ao
ressarcimento já se ache extinto pela decadência (art. 168 do
CTN).
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 201-81.675
Decisão: ACORDAM os Membros da PRIMEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, em negar provimento ao
recurso.
Nome do relator: Fernando Luiz da Gama Lobo D'Eça
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/1989 a 30/09/1995 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA. A discussão concomitante de matérias nas esferas judicial e administrativa enseja a renúncia nesta, pelo princípio da inafastabilidade e unicidade da jurisdição, salvo nos casos em que a matéria suscitada na impugnação ou recurso administrativo se prenda a competências privativamente atribuídas pela lei à autoridade administrativa, como é da compensação, que, consubstanciando forma de extinção da obrigação tributária, é matéria examinável na esfera administrativa, eis que somente a autoridade administrativa (e não a judicial) detém competência, quer para homologar o lançamento do crédito compensado em declaração do contribuinte, extinguindo a obrigação tributária, quer para efetuar o lançamento de eventuais diferenças, tenha a compensação sido determinada por ordem judicial ou administrativa (arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN). PIS. RESTITUIÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. O prazo decadencial de 5 (cinco) anos previsto no art. 168 do CTN para pedidos de restituição do PIS recolhido a maior com base nos Decretos-Leis nºs 2.445/88 e 2.449/88 e devido com base na Lei Complementar nº 7/70 conta-se a partir da data do ato que definitivamente reconheceu ao contribuinte o direito à restituição, assim entendida a data da publicação da Resolução do Senado Federal n2 49/95, de 09/10/95, extinguindo-se, portanto, em 10/10/2000. COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS CONTRA A FAZENDA EXTINTOS PELA DECADÊNCIA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. Assim como não se confundem o direito à repetição do indébito tributário (arts. 165 a 168 do CTN) com as formas de sua execução, que se pode dar mediante compensação (arts. 170 e 170-A do CTN; 66 da Lei n2 8.383/91; e 74 da Lei n2 9.430/96), não se confundem os prazos para pleitear o direito à repetição do indébito (art. 168 do CTN) com os prazos para a homologação de compensação ou para a ulterior verificação de sua regularidade (arts. 156, inciso II, parágrafo único, do CTN; e 74, § 5º, da Lei 9.430/96, com redação dada pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003 DOU de 30/12/2003). Ao pressupor a existência de créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN), a lei desautoriza a homologação de compensação em pedidos que tenham por objeto créditos contra a Fazenda, cujo direito à restituição ou ao ressarcimento já se ache extinto pela decadência (art. 168 do CTN). Recurso voluntário negado.
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Numero do processo: 10930.903612/2012-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 13 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 12 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do Fato Gerador: 12/01/2006
COFINS. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA.
Não se reconhece o direito à repetição do indébito quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova de que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazê-lo, não se justificando, portanto, o pedido de diligência para produção de provas.
COFINS - IMPORTAÇÃO SERVIÇOS. PER. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO.
Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-003.582
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negar-lhe provimento.
(Assinado com certificado digital)
Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do Fato Gerador: 12/01/2006 COFINS. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA. Não se reconhece o direito à repetição do indébito quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova de que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazê-lo, não se justificando, portanto, o pedido de diligência para produção de provas. COFINS - IMPORTAÇÃO SERVIÇOS. PER. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negar-lhe provimento. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
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REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA. Não se reconhece o direito à repetição do indébito quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova de que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazêlo, não se justificando, portanto, o pedido de diligência para produção de provas. COFINS IMPORTAÇÃO SERVIÇOS. PER. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negarlhe provimento. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 36 12 /2 01 2- 51 Fl. 56DF CARF MF Processo nº 10930.903612/201251 Acórdão n.º 3402003.582 S3C4T2 Fl. 3 2 Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Trata os presentes autos de Pedido de Restituição (PER), por meio do qual a Recorrente solicita a restituição do crédito decorrente do pagamento de COFINS IMPORTAÇÃO. No Despacho Decisório, a autoridade competente da DRF em Londrina/PR, indeferiu o pleito da interessada, uma vez que o DARF informado como origem do crédito estava integralmente utilizado para quitação de débitos da própria contribuinte, "não restando crédito disponível para restituição". Inconformada com a decisão proferida, a empresa apresentou manifestação de inconformidade na qual esclarece tratarse de pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a indústria, comércio e exportação de couros de boi. Consigna que a Lei nº 10.865/2004 instituiu as contribuições do PIS e da COFINS sobre a importação de bens e serviços, mas não foi clara em relação à incidência sobre as quantias remetidas ao exterior a representantes comerciais a título de comissões sobre vendas, o que fez com que a Recorrente optasse por recolher as contribuições sobre essas operações. Entretanto, a Receita Federal do Brasil, em resposta a diversas consultas (cita duas), passou a vazar o entendimento de que as comissões de vendas pagas e/ou creditadas a representantes comerciais residentes ou domiciliados no exterior, não estão sujeitas à incidência do PIS e da COFINS Importação. Isso porque, anota a Recorrente, essas operações não configuram hipótese de serviços prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique. Assim, uma vez ter efetuado o pagamento de tributo indevido, tem o direito à restituição na forma prevista no art. 165 do Código Tributário Nacional CTN, devidamente corrigido pela taxa SELIC, conforme prescreve a Lei nº 9.250, de 1995, "ainda que informado o débito em DCTF". Sobreveio, então, o Acórdão nº 06045.954, da DRJ em Curitiba (PR), negando provimento à Manifestação de Inconformidade. Irresignada com a referida decisão, foi interposto o presente recurso voluntário, cujas razões, em suma, são as seguintes: (i) diferente do que entendeu a autoridade julgadora, a empresa recorrente comprovou ser pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a indústria, comércio e exportação de couros de boi; (ii) que demonstrou que a Lei n° 10.865, de 2004, que instituiu as contribuições ao PIS/Pasep e COFINS sobre a importação de bens e serviços, não foi clara ao determinar a incidência sobre as quantias pagas, ou remetidas ao exterior, a representantes comerciais domiciliados no exterior a título de comissões sobre vendas; Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10930.903612/201251 Acórdão n.º 3402003.582 S3C4T2 Fl. 4 3 (iii) para não sofrer sanções, optou por recolher as contribuições sobre as quantias remetidas ao exterior (para representantes domiciliados no exterior) incidentes sobre comissões sobre vendas, conforme (DARF's) apresentados; (iv) ocorre que, posteriormente, a própria RFB, através de inúmeras respostas a Soluções de Consultas, passou a definir que as "comissões de vendas pagas e/ou creditadas a representantes comerciais residentes ou domiciliados no exterior não estão sujeitas à incidência da COFINS/PISImportação", por não configurarem hipótese de serviço prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique. Reproduz algumas dessas Solução de Consulta. (v) que o processo administrativo sempre deve buscar a verdade real ou material relativa aos fatos tributários, em decorrência da estrita legalidade tributária, que devem nortear todos os atos da administração fiscal. Com isto, não basta simplesmente argumentar que "prova alguma foi trazida aos autos que comprovassem de que teria havido pagamento a maior ou indevido", para negar a existência do direito creditório; (vi) frisa que os erros contidos em declaração podem e devem ser retificados de ofício, por força da estrita legalidade tributária e nos moldes do art. 147, § 2º do CTN. (vii) que seja reconhecido que os valores indevidamente recolhidos a este título são restituíveis em valores devidamente acrescidos de juros equivalentes à taxa SELIC, na forma da Lei n° 9.250/95; (viii) requer que seja determinada a conversão do julgamento em diligência, a fim de que seja oportunizada apresentação de elementos considerados necessários à complementação da prova ou esclarecimento de dúvidas relativas aos fatos trazidos neste processo. À vista do exposto, espera e requer seja julgado integralmente procedente o presente recurso, a fim de que seja reconhecido o direito creditório e assegurada a restituição das quantias recolhidas indevidamente. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.529, de 13 de dezembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10930.903656/201281, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.529): Fl. 58DF CARF MF Processo nº 10930.903612/201251 Acórdão n.º 3402003.582 S3C4T2 Fl. 5 4 Emerge do relatado, que o objeto do pedido de ressarcimento tem como fundamento o indébito de PIS/Pasep sobre comissão de venda paga a representantes comerciais residentes/domiciliados no exterior. No referido Despacho Decisório restou consignado que, "(...) A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição". Consta dos autos que o Despacho Decisório questionado está respaldado em informações prestadas pela própria interessada em DCTF, que encontrase ativa até o momento no sistema informatizado da Receita Federal do Brasil. Ou seja, ao que tudo indica, o contribuinte não retificou a DCTF no que pertine ao pleito em questão, por isso a conclusão do despacho decisório vestibular que o valor sob pedido de ressarcimento foi "integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte". Por outro lado, a Recorrente tenta demonstrar em seu recurso, que não há incidência de contribuições para o PIS Importação sobre remessas realizadas para o exterior para pagamento de comissões à agentes no exterior a título de comissões ali realizadas, por não configurarem hipótese de serviço prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique, e que os valores indevidamente recolhidos a este título são restituíveis e em montantes devidamente acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial SELIC, na forma da Lei n° 9.250/95. Tudo com base na Lei nº 10.865, de 2004 e Soluções de Consultas emitidas pela RFB que cita. Contudo, se de um lado a decisão recorrida tenha asseverado que "(...) como se vê uma das hipóteses de ocorrência do fato gerador das contribuições ao PIS e a COFINS, sobre importação de serviços, é a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação pelo serviço prestado", como alega a peticionante, por outro giro, deixou patente que o ônus da prova quanto ao indébito seria da ora Recorrente, nos seguintes termos: "(...) Mas, para a verificação se os valores remetidos ao exterior atendem às condições estabelecidas em lei para a incidência das contribuições sobre a importação de serviços ou, não se caracterizando o fato gerador da obrigação tributária, há, de fato, o indébito reclamado pela interessada, é crucial que se tenha em mãos documentos que demonstrem a real situação aventada, como contratos firmados com os agentes externos, comprovantes de remessa de valores ao exterior, cópias de notas fiscais, recibos, dentre outros, além da própria escrituração contábil da empresa que reflita essas operações. Ocorre que, no presente caso, prova alguma foi trazida aos autos que comprovassem de que teria havido pagamento a maior ou indevido. Nesse sentido, é bom lembrar que não se permite, depois de iniciado qualquer procedimento fiscal, que seja retificada declaração quando vise a reduzir ou a excluir tributo, a não ser mediante a comprovação do erro em que se funde. É o que Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10930.903612/201251 Acórdão n.º 3402003.582 S3C4T2 Fl. 6 5 determina o art. 147, § 1º, da Lei nº 5.172, de 25/10/1966. E, como visto, o Despacho Decisório questionado está respaldado em informações prestadas pela própria interessada em DCTF, que encontrase ativa até o momento no sistema informatizado da Receita Federal do Brasil. (sublinhei) E conclui a decisão a quo: "(...) Assim, instaurado o contencioso administrativo, as alegações quanto ao suposto crédito decorrente de recolhimento indevido ou a maior, como no caso em análise, devem estar comprovadas pela demonstração inequívoca do quantum recolhido indevidamente, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, consistente na escrituração contábil/fiscal da contribuinte. Dessa forma, uma vez que a conclusão emitida pela autoridade administrativa teve como pressuposto as informações prestadas pela própria interessada em declarações fiscais válidas a produzir efeitos na data da emissão do Despacho Decisório e não havendo prova hábil que contrarie as informações prestadas espontaneamente, demonstrando o pagamento indevido do tributo, é de se manter o indeferimento da restituição pleiteada". Portanto, a lide se resume na questão de atendimento de condições estabelecidas em lei e provas documentais trazidos aos autos, pois para o deslinde do litígio é crucial que se tenha em mãos documentos que demonstrem a real situação aventada, mormente quando o pedido versa sobre suposto pagamento indevido. No caso em análise, por se tratar de pedido de restituição, devem estar comprovadas pela demonstração inequívoca do quantum recolhido indevidamente, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, consistente na escrituração contábil/fiscal da recorrente. Documentação essa, frisese, de posse da recorrente por determinação legal, como contratos firmados com os agentes externos, comprovantes de remessa de valores ao exterior, cópias de notas fiscais, recibos, dentre outros, além da própria escrituração contábil da empresa que reflita essas operações. É de conhecimento que a regra fundamental do sistema processual adotado pelo legislador nacional, quanto ao ônus da prova, encontrase cravada no art. 373 do novo Código de Processo Civil, in verbis: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Tal dispositivo é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. E esta formulação também foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída para o Fisco quando realiza o lançamento tributário e para o sujeito passivo, quando formula pedido de repetição de indébito. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 10930.903612/201251 Acórdão n.º 3402003.582 S3C4T2 Fl. 7 6 E, no presente caso, é fato que prova alguma foi trazida aos autos pela Recorrente que comprovem que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora ela tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazêlo, quer na impugnação, quer agora na fase recursal. Demais disso, o fundamento da decisão recorrida foi justamente este, qual seja, a falta de prova. Mas, contrariando os ditames do ônus da distribuição da prova para provar fato constitutivo de seu direito, insiste que "seja determinada a conversão do julgamento em diligência, a fim de que seja oportunizada apresentação de elementos considerados necessários à complementação da prova". Ora, se toda a documentação para provar o direito que alega está em seu poder, deveria ter a Recorrente produzido tal prova quando da manifestação de inconformidade, ou mesmo em sede de recurso voluntário, o que não ocorreu. Diante desse quadro, entendo que a decisão da DRJ é merecedora de ser mantida pelos seus próprios fundamentos. Conclusão Assim, concluo que por falta de prova hábil acostadas nos autos, ônus seu de produzir, deve ser negado seu pleito. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 61DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.016710/93-29
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Exercício: 1989, 1999
VARIAÇÃO MONETÁRIA ATIVA DE DEPÓSITOS JUDICIAIS. SÚMULA CARF 58. RECURSO NÃO CONHECIDO.
A súmula CARF 58 prevê que as variações monetárias ativas decorrentes de depósitos judiciais com a finalidade de suspender a exigibilidade do crédito tributário devem compor o resultado do exercício, segundo o regime de competência e, por isso, de acordo com o artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria de número 256, de 22 de junho de 2009, não é cabível Recurso Especial.
Numero da decisão: 9101-001.483
Decisão: Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
Nome do relator: JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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SÚMULA CARF 58. RECURSO NÃO CONHECIDO. A súmula CARF 58 prevê que as variações monetárias ativas decorrentes de depósitos judiciais com a finalidade de suspender a exigibilidade do crédito tributário devem compor o resultado do exercício, segundo o regime de competência e, por isso, de acordo com o artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria de número 256, de 22 de junho de 2009, não é cabível Recurso Especial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO – Presidente (assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira, Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Mário Sérgio Fernandes Barroso (Suplente convocado), João Carlos de Lima Junior e Susy Gomes Hoffmann. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 01 67 10 /9 3- 29 Fl. 353DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 2 Tratase de Recurso Especial de divergência (fls. 292/308) interposto pelo Contribuinte, com fundamento no artigo 7º, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (RICSRF), aprovado pela Portaria do Ministério da Fazenda n° 147, de 25.7.2007. Insurgiuse o Recorrente contra o acórdão nº 10323.010 de fls. 143/147, proferido pela Terceira Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes que, por unanimidade de votos, rejeitou a preliminar de nulidade do auto de infração e, no mérito, negou provimento ao recurso voluntário. O acórdão recorrido foi assim ementado: AUTO DE INFRAÇÃO. INTIMAÇÃO PARA PRESTAR ESCLARECIMENTOS. A intimação ao contribuinte para prestar esclarecimentos somente se justifica quando necessários à compreensão da conduta ou do fato sob exame. AUTO DE INFRAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DA DESCRIÇÃO DOS FATOS. Não é insuficiente a descrição dos fatos quando possibilita ao contribuinte deles se defender, com inequívoca demonstração da total compreensão da imputação que lhe é feita. DEPÓSITOS JUDICIAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. É legitima a exigência de atualização monetária de depósitos judiciais porque visa, tão somente, neutralizar correção de idêntico valor da conta representativa da origem dos recursos depositados. MULTA DE OFÍCIO. A multa de lançamento de oficio, no percentual de 75%, está prevista no art. 44, I, da Lei n° 9.430/96. TAXA SELIC. "A partir de 10 de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia — SELIC para títulos federais”. (Súmula n° 4 do Primeiro Conselho de Contribuintes).(g/n) A matéria discutida em sede de Recurso Especial versa apenas sobre a tributação da renda decorrente da variação monetária de depósitos judiciais Fl. 354DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 10880.016710/9329 Acórdão n.º 9101001.483 CSRFT1 Fl. 354 3 O Contribuinte argumentou em suas razões recursais que não é legítima a exigência de tributação incidente sobre a renda decorrente de atualização monetária de depósitos judiciais, pois o valor depositado judicialmente não integra o patrimônio do contribuinte, razão pela qual, diante da indisponibilidade da renda, ainda que temporária, não há fato gerador do IRPJ e da CSLL. Afirmou que o entendimento do acórdão recorrido, na parte referente ao depósito judicial, é divergente da interpretação dada para a mesma questão pela Câmara Superior de Recursos Fiscais e transcreveu a ementa do acórdão paradigma (Acórdão CSRF/0103.138, proferido na sessão de 6/11/2000), bem como trechos do voto condutor do acórdão, conforme segue: IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA CORREÇÃO MONETÁRIA DE DEPÓSITOS JUDICIAIS A variação monetária resultante de depósitos judiciais só poderá ser apropriada como receita do exercício em que transitar em julgado o litígio judicial ou quando autorizado o levantamento do depósito pela autoridade julgadora. VOTO De acordo com o previsto no art. 43 do Código Tributário Nacional, a hipótese de incidência do imposto de renda é a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda. Aliás, numa visão simplista, podese dizer que o imposto de renda incidirá sobre acréscimos patrimoniais disponíveis. A disponibilidade da renda é, portanto. característica fundamental a ser observada na exigência do imposto. Tratandose de depósitos judiciais, é indiscutível que a parte depositante jamais poderá fazer uso do valor colocado à disposição do juízo, salvo se desistir desta modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário ou se a decisão judicial final lhe for favorável. Mas, o fato é que, enquanto não for definido um dos destinos acima referidos, o valor depositado não estará disponível para a parte e. conseqüentemente. sobre ele não poderá incidir o imposto de renda. Tratase, pois, de típica situação de não incidência, visto que não foram atendidos todos os requisitos da norma que descreve a hipótese de incidência do imposto. Ademais, a possibilidade da incidência do imposto na hipótese vertente, só pode ocorrer com decisão judicial favorável e, nessa hipótese, deveria recair não só sobre a correção monetária, mas também sobre o principal, seguindo a regra de que o Fl. 355DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 4 acessório acompanha o principal, ao qual está agregado, isto porque a despesa já foi apropriada. Nesse contexto pugnou pela reforma do acórdão proferido para que seja afastada a exigência do IRPJ e da CSL, relativa aos anos calendário de 1988 e 1989, sobre a variação monetária ativa de valores depositados judicialmente. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões (fls. 347/351) por meio da qual alegou, em síntese, que deve ser mantido o acórdão recorrido, pois os depósitos judiciais integram o patrimônio da pessoa jurídica até o momento do trânsito em julgado da decisão que conclua pela exigibilidade do tributo determinando seu pagamento e, por isso, enquanto não destinados ao adimplemento da obrigação tributária objeto de debate judicial, devem ter suas contrapartidas inseridas na fixação do resultado do respectivo período, sendo certo que, nesse sentido, a mencionada correção monetária revestese de neutralidade na apuração do lucro contábil ou fiscal, em virtude da compensação integral com a correção do patrimônio líquido. A recorrida transcreveu, ainda, a ementa do acórdão n.º 10804903 proferido no mesmo sentido do seu entendimento proferido: IRPJ DEPÓSITOS JUDICIAIS CORREÇÃO MONETÁRIA – É legitima a exigência de atualização monetária de depósitos judiciais porque visa, tãosomente, neutralizar correção de idêntico valor de conta representativa da origem dos recursos depositados. A correção monetária dos depósitos judiciais equivale a estorno de despesa de valores que, escrituralmente, integram o Patrimônio Liquido. (...).(processo nº 13805.006725/9361) É o relatório. Voto Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator. Tratase de Recurso Especial de divergência apresentado pelo Contribuinte em face do acórdão nº 10323.010, na parte relativa à tributação da renda decorrente da variação monetária de depósitos judiciais. O cerne da questão compreende a verificação da legitimidade da exigência de IRPJ e CSLL sobre a renda decorrente da atualização monetária de depósitos judiciais. Nesse ponto cumpre destacar que a matéria em debate foi sumulada e aprovada pela 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais na sessão de 29/11/2010. A súmula 58 do CARF dispõe: Fl. 356DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 10880.016710/9329 Acórdão n.º 9101001.483 CSRFT1 Fl. 355 5 As variações monetárias ativas decorrentes de depósitos judiciais com a finalidade de suspender a exigibilidade do crédito tributário devem compor o resultado do exercício, segundo o regime de competência, salvo se demonstrado que as variações monetárias passivas incidentes sobre o tributo objeto dos depósitos não tenham sido computadas na apuração do resultado. Da análise da redação dada à súmula temse que somente se descaracterizaria a exigência de correção da conta que abriga os valores depositados judicialmente se comprovado que não foi corrigida a obrigação (correção monetária passiva). Cumpre observar que esta redação foi dada à súmula porque o instituto da correção monetária tem por objetivo assegurar a neutralidade das demonstrações financeiras da pessoa jurídica, face aos efeitos da inflação, o que só acontece se mantido o equilíbrio na correção das contas credoras e devedoras. Entretanto, no caso dos autos, não houve demonstração de que as variações monetárias passivas incidentes sobre o tributo objeto dos depósitos não tenham sido computadas na apuração do resultado. Portanto, o contribuinte não demonstrou em sede de impugnação, recurso voluntário ou, ainda, em sede recurso especial, possível desequilíbrio de contas (credora e devedora), razão pela qual não se aplica a exceção prevista na segunda parte da súmula nº 58 do CARF. Nesse passo, se faz importante, ainda, observar o que dispõe o artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria de número 256, de 22 de junho de 2009: Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF: (...) § 2° Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância. (...) Fl. 357DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 6 Assim, resta clara a existência de vedação expressa quanto à possibilidade de interposição de recurso especial contra decisão que trata de matéria sumulada pelo CARF. É o que ocorre o presente caso. Pelo exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso interposto. É como voto. JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Fl. 358DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR
score : 1.0
Numero do processo: 10314.723154/2014-05
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 02/11/2009 a 30/05/2012
EMBARGOS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DAS ALEGAÇÕES.
Não podem ser acolhidos os Embargos que não logram demonstrar omissão, contradição ou obscuridade.
Numero da decisão: 3401-003.268
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os Embargos de declaração. Esteve presente ao julgamento o advogado Luiz Paulo Romano, OAB DF n.º 14.303.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice Presidente).
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 02/11/2009 a 30/05/2012 EMBARGOS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DAS ALEGAÇÕES. Não podem ser acolhidos os Embargos que não logram demonstrar omissão, contradição ou obscuridade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os Embargos de declaração. Esteve presente ao julgamento o advogado Luiz Paulo Romano, OAB DF n.º 14.303. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 72 31 54 /2 01 4- 05 Fl. 697DF CARF MF 2 Tratase de Embargos de Declaração interpostos pela contribuinte ao amparo do art. 65, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, em face do Acórdão nº 3401003.073, que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 02/11/2009 a 30/05/2012 ERRO DE JULGAMENTO. NECESSIDADE DE REAPRECIAÇÃO. Nos casos em que se detecte que a instância de piso (DRJ) julgou equivocadamente tema distinto do constante na autuação ("erro de julgamento"), erro que se alastra por toda a compreensão dos tópicos a serem julgados, mister se faz nova apreciação da matéria naquele tribunal administrativo, sob pena de supressão de instância e cerceamento do direito de defesa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria, dar provimento ao recurso de ofício para anular a decisão de primeira instância nos termos do voto vencedor, vencido o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira, que dava provimento em maior extensão. Designado o Conselheiro Rosaldo Trevisan para redigir o voto vencedor. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Rosaldo Trevisan Redator Designado. Este processo tem por objeto autos de infração que exigem Imposto de Importação, multa de ofício (75% da diferença do tributo não pago), multa administrativa por declarar informação incorreta (1% do valor aduaneiro em razão de informação inexata), multa administrativa por subfaturamento (100% da diferença entre o preço declarado e o preço arbitrado pela autoridade aduaneira) e juros de mora, pela constatação, pela autoridade fiscal, de subfaturamento e declaração inexata das mercadorias nas importações realizadas entre 02/11/2009 e 30/05/2012 pela contribuinte. A embargante afirma que o acórdão traz omissão, contradição e obscuridade nos seguintes pontos: 1. "é claro o escopo e alcance do aspecto da valoração aduaneira no Auto de Infração lavrado pelo Agente Autuante, e a omissão do V. Acórdão recorrido quanto a esses pontos fundamentais constantes do Auto de Infração deve ser corrigida". 2. "No presente caso, contudo, as importações de Elaprase objeto da presente autuação foram realizadas pela Embargante a título de doação para que o medicamento fosse fornecido, igualmente de forma gratuita, a pacientes acometidos da Síndrome de Hunter, uma vez que referido medicamento foi objeto do denominado "uso compassivo". Não se trata de uma compra e venda dos medicamentos, e o próprio Auto de Infração reconhece que não houve e nem haverá pagamento por esses produtos. Deve, portanto, ser também sanada essa contradição e/ou obscuridade contida no V. Acórdão de fls. 633/657 uma vez que não poderia ser aplicado arbitramento de preço no presente caso porque não há sequer que se falar em "preço" nas importações realizadas pela Embargante, de forma gratuita." 3. "Também existe omissão e/ou obscuridade no V. Acórdão de fls. 633/657 ao determinar que seja proferida nova decisão apreciando a imputação fiscal e o arbitramento com base no art. 88, I da Medida Provisória n° 2.158 53/2001 sem que fosse esclarecido se tratase este caso de fraude, sonegação ou conluio, premissa necessária para se permitir a aplicação do referido dispositivo legal. (...)A apreciação do Auto de Infração somente como matéria de arbitramento de preço como aparenta determinar o V. Acórdão recorrido terá como consequência uma flagrante violação ao princípio da ampla defesa e do duplo grau de jurisdição. Isso porque a Fl. 698DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 3 3 Embargante deixaria de ter a oportunidade de ter analisados seus argumentos referentes à valoração aduaneira, em clara supressão de instância de julgamento ao se considerar inclusive a hipótese de, em uma eventual futura decisão em terceira instância administrativa, vir a prevalecer entendimento diverso do V. Acórdão recorrido, no sentido de tratarse o presente caso sim de hipótese de valoração aduaneira." A admissibilidade foi aferida nos termos objetivos dados pelo Regimento Interno do CARF atualmente em vigor. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Tempestivo e legítimo o recurso. Preliminarmente, podemos por em relevo que o acórdão recorrido, com base nas informações que instruem este processo, reconheceu a (i) existência de referência ao Acordo de Valoração Aduaneira feita pela autoridade fiscal, ao traçar os contornos do fato imputado, inclusive (ii) de se tratar de importação de bem de uso terapêutico de origem de indústria farmacêutica, e (iii) da suspeita da prática de fraude. Passemos a analisar cada uma das alegações da Embargante. 1ª) A primeira afirma haver omissão por parte da decisão embargada quanto ao escopo do Auto de Infração. Em suas palavras: 3. O V. Acórdão de fls. 633/657, ao determinar que a presente autuação fiscal deve ser apreciada e julgada como "arbitramento de preço" ao invés de "valoração aduaneira", foi omisso com relação às seguintes determinações expressamente contidas na Introdução do Relatório Fiscal do Auto de Infração: (i) nfoi realizada ação fiscal na empresa SHIRE FARMACÊUTICA BRASIL LTDA., CNPJ 07.898.671/000160. doravante apenas SHIRE FARMACÊUTICA, com o objetivo específico de verificar inconsistências no valor aduaneiro dos produtos abarcados pelas importações registradas entre 01/2009 e 03/2013." (grifos originais); (ii) "Após a realização dos devidos procedimentos fiscais, e conforme ficará exaustivamente demonstrado neste relatório, concluiuse aue a SHIRE FARMACÊUTICA, em algumas operações de importação, Fl. 699DF CARF MF 4 desrespeitou o Acordo Sobre a Implementação do Artigo VII do Acordo Geral Sobre Tarifas E Comércio ÍAVAGATT 1994), declarando os preços dos produtos por ela importados a um valor muito inferior ao aue deveria ter sido declarado." (grifos originais); (iii) "ainda que as DI 12/06693349 e 12/09842833 já tenham sido analisadas pela Alfândega do Aeroporto Internacional de São Paulo, tal análise não englobou o aspecto da valoração aduaneira, o que torna legitima a sua inclusão neste auto de infração", (grifos nossos) 4. A Embargante entende que é claro o escopo e alcance do aspecto da valoração aduaneira no Auto de Infração lavrado pelo Agente Autuante, e a omissão do V. Acórdão recorrido quanto a esses pontos fundamentais constantes do Auto de Infração deve ser corrigida. Exponho a este Colegiado meu entendimento de que não houve omissão na decisão embargada quanto ao escopo do auto de infração. O voto vencedor é preciso e claro ao tratar da conformação e escopo do ato fiscal. Ele demonstra que a autoridade fiscal decidiu que o que foi verificado nas importações fiscalizadas impedia a adoção do método de valoração aduaneira, nos termos definidos pela AVA GATT, mas exigia a adoção do prescrito no artigo 88 da Medida Provisória 2.15835/2001, qual seja, o procedimento de arbitramento. Vejamos como o acórdão recorrido argumentou a respeito: VOTO VENCEDOR No presente processo, o Relatório Fiscal que acompanha a autuação, após tecer comentários sobre a infração detectada (fl. 26 a 28)1, sobre a fiscalização aduaneira, em geral (fls. 28 a 31), e no caso concreto (fls. 31 a 43), passa a tratar, também de forma geral, da base de cálculo dos tributos incidentes sobre importações, mencionando os seis métodos de valoração aduaneira previstos no AVAGATT (fls. 43 a 61). E, só na fl. 61, inicia o tópico que denomina de "aplicação do AVA a este caso específico", descartando a aplicação do primeiro método, seja pela inexistência de cobertura cambial, ou ainda pela vinculação entre as partes, como explicitado às fls. 76/77: "Como já foi aqui explanado, o fato de a SHIRE FARMACÊUTICA ter registrado as importações ora autuadas sem cobertura cambial indica que não houve e nem haverá pagamento ao exterior por esses produtos, o que já é suficiente para o afastamento do primeiro método de valoração. Além disso, a SHIRE FARMACÊUTICA (importadora) está vinculada aos exportadores estrangeiros das DI em questão que, conforme se pode ver nas telas printadas (sic) acima, são sempre ou a SHIRE HUMAN GENETIC THERAPIES C/O ou a SHIRE HGT C/O EMINENT SERVICE CORPORATION, ambos situados no mesmo endereço (New Technology Way, 007295, MD 21703, FrederickUSA). A SHIRE HUMAN GENETIC THERAPIES INCORPORATED é sócia majoritária da SHIRE FARMACÊUTICA, com participação de 99,99% nela, conforme se pode ver na tela abaixo, printada (sic) do cadastro CNPJ da SHIRE FARMACÊUTICA: (...)" (grifo nosso) Fl. 700DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 4 5 Em uma fiscalização aduaneira, diante do afastamento do primeiro método, cabe verificar se o caso concreto reúne características que o amoldam a uma mera questão de valoração aduaneira, tratada plenamente no AVA GATT, ou a hipótese tratada especificamente na legislação nacional, mais precisamente no art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001 (que prevê arbitramento do preço da mercadoria). A sequência do tópico intitulado "aplicação do AVA a este caso específico", a nosso ver, reflete que a opção foi pelo arbitramento (fl. 81): "O fato de a SHIRE FARMACÊUTICA declarar que a vinculação ao exportador não influenciou o valor do ELAPRASE é ainda mais grave se considerarmos que, justamente pela vinculação existente entre o exportador e a SHIRE FARMACÊUTICA, a SHIRE FARMACÊUTICA não pode alegar desconhecer o preço praticado entre esses exportadores e outros importadores brasileiros. Essa declaração falsa se trata de evidente artifício para diminuir a base de cálculo dos tributos incidentes sobre o comércio exterior. É incontestável o afastamento do primeiro método de valoração. A legislação sobre valoração até aqui exposta determina o arbitramento de preço e multa de 100% sobre a diferença entre o preço declarado e o preço arbitrado, ainda que a conduta da empresa fiscalizada (destacada no parágrafo anterior) não seja classificada como fraude, sonegação ou conluio (Medida Provisória no 2.158 35, de 2001, art. 88, parágrafo único, ADI SRF17/2004, DecretoLei 37/66, art 169). Devendo, portanto, a fiscalização arbitrar o valor de transação com base no preço de exportação, para o Brasil, de mercadoria idêntica, foram feitos os levantamentos detalhados no item 3.4 deste relatório fiscal, (...)". (grifo nosso) E aplica ainda o autuante a multa de 100% sobre a diferença "entre o valor praticado e o valor arbitrado" (fl. 83), transcrevendo dispositivos do Regulamento Aduaneiro (arts. 86 e 703), do art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001, e do art. 169, II do DecretoLei no 37/1966, que trata de subfaturamento. Não se pode aqui cerrar os olhos à inadequação terminológica empregada na autuação (que confunde "valor aduaneiro" com "preço da mercadoria"), e à aparente incompatibilidade entre as conclusões do relatório (fls. 87/88), que parecem destoar de seu teor, aqui narrado, se lidas de forma isolada e descontextualizada. A leitura direta das conclusões do relatório fiscal, sem a compreensão de seu integral teor, por certo levaria a um equívoco na compreensão da matéria que se está a discutir. Isso porque o autuante foi infeliz ao sintetizar seus argumentos, da mesma forma em que foi pouco técnico no emprego da terminologia aduaneira. Isso resta claro nas tabelas de fls. 28, 41 e 42. O Colegiado naquela oportunidade, a meu ver, enfrentou o fato do Auto de Infração trazer referências ao acordo AVA GATT e concluiu que elas não demonstram que o ato fiscal se propôs a proceder a uma valoração aduaneira. Essas referências à verificação do valor aduaneiro e aos métodos de valoração aduaneira de um lado contextualizam a necessidade de se encontrar a base de cálculo para o Imposto de Importação, e de outro secundam o procedimento de arbitramento que se reporta subsidiariamente aos métodos citados. Fl. 701DF CARF MF 6 Portanto, não há a suposta omissão quanto ao escopo do auto de infração. Ao contrário, a decisão recorrida demonstrou que o escopo era diverso do alegado pela recorrente. Proponho não seja dado provimento aos Embargos neste ítem. 2ª) A segunda alegação dos Embargos é de que há contradição e/ou obscuridade quanto à inexistência de preço nas importações ora em julgamento. A este respeito a embargante afirma: 5. Além do exposto acima, o V. Acórdão de fls. 633/657 também incorreu em contradição e/ou obscuridade ao afirmar que houve "inadequação terminológica empregada na autuação (que confunde "valor aduaneiro" com "preço da mercadoria")", e ainda que "não se arbitra "valor aduaneiro"; arbitrase o "preço da mercadoria".". 6. Isso porque o conceito de preço está intimamente ligado a uma compra e venda. Conforme a Opinião Consultiva n° 1.1 do Comitê Técnico de Valoração Aduaneira (internalizado no ordenamento jurídico nacional por meio da Instrução Normativa SRF n° 318, de 4 de abril de 2003), "quando as transações não envolvem o pagamento de um preço, não podem ser consideradas como vendas segundo o Acordo". E segundo Maria Helena Diniz1, preço é a "Soma em dinheiro que o comprador paga ao vendedor em troca da coisa adquirida". 7. No presente caso, contudo, as importações de Elaprase objeto da presente autuação foram realizadas pela Embargante a título de doação para que o medicamento fosse fornecido, igualmente de forma gratuita, a pacientes acometidos da Síndrome de Hunter, uma vez que referido medicamento foi objeto do denominado "uso compassivo". 8. Não se trata de uma compra e venda dos medicamentos, e o próprio Auto de Infração reconhece que não houve e nem haverá pagamento por esses produtos. Deve, portanto, ser também sanada essa contradição e/ou obscuridade contida no V. Acórdão de fls. 633/657 uma vez que não poderia ser aplicado arbitramento de preço no presente caso porque não há sequer que se falar em "preço" nas importações realizadas pela Embargante, de forma gratuita. A contribuinte, em sua impugnação, afirmara que Que, importou da Empresa SHIRE HUMAN GENETIC THERAPIES INCORPORATED, a título de doação, o Elaprase para ser fornecido, igualmente de forma gratuita, a pacientes acometidos da Síndrome de Hunter a Impugnante não fez e não fará qualquer pagamento ao exterior; Que, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autoriza o chamado "uso compassivo" de medicamentos disponibilização de medicamento novo promissor que esteja em processo de desenvolvimento clínico, destinado a pacientes portadores de doenças debilitantes graves e/ou que ameacem a vida; Fl. 702DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 5 7 A autoridade fiscal questionou a natureza econômica da transação entre as fornecedoras estrangeira desse produto e a importadora SHIRE no Brasil. A esse respeito, a decisão embargada traz a seguinte apreciação: A autoridade lançadora revisou as Declarações de Importação da contribuinte no período de 2/11/2009 ao final de 2012. Para o auto de infração neste processo administrativo, estão sendo analisadas as DIs referente à importação de um mesmo produto (o medicamento ELAPRASE). Constatou ela que: 1. são duas as fornecedoras do produto, e elas são vinculadas à contribuinte (uma delas é a sócia da contribuinte, com 99,99% do seu capital social); 2. a contribuinte declarou que a fornecedora doou, ao invés de vender, os produtos importados; e que se tratava de importações sem cobertura cambial; 3. a contribuinte informou nas DI's que havia vinculação entre ela e seus fornecedores, mas que isso não influiu no preço; e que adotou o 1° método do AVA (valor de transação), e que não houve ajustes no preço declarado; os preços unitários declarados pela contribuinte à Receita Federal eram muito inferiores (+ de 1.000 vezes) quando comparados às outras importações, no mesmo período, para o mesmo produto, com origem no mesmo país e com destino ao Brasil, segundo levantamento na base de dados do sistema SISCOMEX. A autoridade fiscal reuniu as informações de 277 importações feitas no mesmo período para comparar e analisar os preços (ex.: a contribuinte importou esse medicamento por US$ 1,42/unidade em 02/11/2009, enquanto seu concorrente importou o mesmo produto e mesma origem por US$ 3.621,25/unidade em 05/11/2009) 5. Essa diferença de preço também se deu quando, para os mesmos dois fornecedores e o mesmo produto, se comparava o preço declarado pela contribuinte quando comparadas com as importações de seus concorrentes; 6. a contabilidade da contribuinte identifica lançamentos em "contas a pagar intercompany" em favor dos fornecedores estrangeiros, para o período dessas importações, de valores muito superiores aos declarados em suas importações. A autoridade lançadora concluiu que: • a vinculação entre a contribuinte e seus fornecedores influiu no preço; • o 1° método de valoração aduaneira (valor efetivamente pago ou a pagar), usado pela contribuinte, não seria aplicável às importações, por que (i) a contribuinte declarara que se tratava de operações sem cobertura cambial, (ii) entretanto, a vinculação realmente influiu no preço, ao contrário do que informara a contribuinte, e ela não realizou os ajustes nesse valor. • a informação de se tratar de importações sem cobertura cambial, deveria significar que não houve ou haveria pagamento ao exterior por elas, mas isso não se confirmou pois, quando analisada a contabilidade da contribuinte, os registros indicam que a contribuinte mantinha pendências Fl. 703DF CARF MF 8 e dívidas, com relação às fornecedoras, de significativos valores, ou mesmo de remessas de valores a esses fornecedores, supostamente por outras razões; ou seja, ao ver da autoridade fiscal, as importações implicaram em outras formas de pagamentos entre a contribuinte e suas fornecedoras, considerando a condição de que elas pertencem ao mesmo grupo econômico empresarial. • a contribuinte prestou falsa declaração à Receita Federal ("Essa declaração falsa se trata de evidente artifício para diminuir a base de cálculo dos tributos incidentes sobre o comércio exterior.", fls. 81) • o produto importado teve seu preço deliberadamente alterado para menor pela contribuinte, ou seja, não foi um erro ou acidente; e que isso implicou que o tributo incidente na importação foi pago a menor do que o devido; • que para se determinar essa diferença seria necessário arbitrar o valor, e que o método de obtenção desse arbitramento seria através do 2° método do AVA (método do valor de transação de mercadorias idênticas), uma vez que o 1° método do AVA (do valor de transação da própria mercadoria) estava afastado ao caso; a autoridade fiscal fundamentou esse entendimento e procedimento no art. 88, caput e parágrafo único da MP n. 2.15835, de 2001, no art. 169 do Decretolei n. 37, de 1966, e no ADI SRF n. 17/2004. • a soma dos valores declarados pela contribuinte nessas importações foi de R$ 446.569,92, mas o valor arbitrado pela autoridade fiscal foi de R$ 15.034.276,57, significando uma diferença de R$ 14.587.706,65. • além da diferenças de tributos a ser exigida, ao caso incidiriam: a multa de ofício e juros de mora sobre essa diferença de tributos não pagos; multa de 1° sobre o valor aduaneiro pelas informações incorretas prestadas nas importações; multa de 100% sobre a diferença entre o valor declarado e o valor arbitrado. • o auto de infração traz a motivação e parecer para a não aceitação dos valores declarados, para a rejeição do 1° método de determinação do valor aduaneiros das importações, e que a contribuinte poderia contestar essas decisões e o auto de infração no prazo da impugnação. Essas informações e as provas trazidas pela autoridade fiscal na autuação foram fundamentais para o Colegiado de 2º piso concluir que havia se configurado a condição para exigir o procedimento de arbitramento do artigo 88 da MP 2.15835/2001. A alegação da contribuinte de que se tratava de importação de bens em doação para uso compassivo havia sido analisada pela autoridade fiscal e também foi considerada pelo acórdão embargado. Está claro nessas análises que a hipótese de ser doação, ou mesmo a hipótese de ser doação de uso compassivo, não afastariam a incidência dos tributos na importação, nem afastariam a necessidade de se submeter ao despacho aduaneiro e de prestar a declaração de importação, nem excluiriam a verificação do valor aduaneiro e da base de cálculo dos tributos por parte da autoridade fiscal e aduaneira. O acórdão embargado, ao concluir que houve fraude a justificar o procedimento de arbitramento está acolhendo as razões da autuação, e, dentre elas, a de que houve transação entre a SHIRE no Brasil e seus fornecedores na importação desse produtos e que implicaram em cobertura e/ou ônus cambial. Fl. 704DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 6 9 Portanto, não é verdade que houve omissão e/ou contradição no acórdão embargado. Ele reconheceu essa argumentação da contribuinte e demonstrou que ela não teria o poder de afastar a conclusão da autoridade fiscal, nem a necessidade de se apurar o preço do produto importado para fins de determinar os tributos incidentes na importação. Proponho a este Colegiado não seja dado provimento aos Embargos neste item. 3º) Como última alegação da Embargante, ela afirma que houve omissão e /ou obscuridade quanto à existência de fraude, sonegação ou conluio. 9. Também existe omissão e/ou obscuridade no V. Acórdão de fls. 633/657 ao determinar que seja proferida nova decisão apreciando a imputação fiscal e o arbitramento com base no art. 88, I da Medida Provisória n° 2.158 53/2001 sem que fosse esclarecido se tratase este caso de fraude, sonegação ou conluio, premissa necessária para se permitir a aplicação do referido dispositivo legal. 12. Ademais, a declaração feita pela Embargante de que "Há vinculação entre comprador e vendedor sem influência no preço da mercadoria" tampouco pode ser tida como falsa, uma vez que é em razão do "uso compassivo" do medicamento e não da vinculação entre exportador e importador que a importação se deu de forma gratuita (vide art. 18 e parágrafo único da Resolução Anvisa RDC n° 38/2013)2, por doação, e conforme já visto acima, sequer há que se falar em "preço" nessa hipótese. 2 Art. 18. São atribuições do patrocinador: I o fornecimento do tratamento completo e gratuito do medicamento objeto dos programas de acesso expandido, uso compassivo ou fornecimento de medicamento pósestudo ao paciente; Parágrafo único. Na hipótese do inciso I deste artigo, tratandose de portadores de doenças crônicas, o patrocinador deve garantir o acesso gratuito ao medicamento objeto dos programas de acesso expandido, uso compassivo ou fornecimento de medicamento pósestudo, enquanto houver benefício ao paciente, a critério médico. JUR SP 24044589V5 5451004.363383 13. E ainda que as informações prestadas pela Embargante fossem falsas o que se admite apenas a título de argumentação, eis que de fato a Embargante repudia veementemente tal assertiva tal fato não poderia excluir a aplicação do AVAGATT 1994. 14. Nos termos dos artigos 1.2.(a) e 17 do AVAGATT 1994, da Nota Interpretativa ao mencionado Artigo 1.2.(a) constante do Anexo I do AVA GATT 1994, do artigo 82 do Regulamento Aduaneiro (Decreto n° 6.759/09), da Decisão 6.1 do Comitê de Valoração Aduaneira da OMC (incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro pela Instrução Normativa n° 318/03) e dos artigos 29 a 33 da Instrução Normativa n° 327/03, quando a Administração Aduaneira tiver motivo para duvidar da veracidade ou exatidão das informações ou dos documentos apresentados pelo Importador, deve primeiro observar o rito prévio de consultas de valoração aduaneira, dando Fl. 705DF CARF MF 10 JO importador a oportunidade para fornecer documentos e/ou informações a respeito do valor aduaneiro declarado, o que não foi respeitado pela D. Fiscalização no presente caso. 15. O Tribunal Regional Federal da 3a Região já decidiu que indício de fraude não justifica a rejeição da aplicabilidade do AVAGATT 1994 pela autoridade alfandegária, pois é justamente pela correta valoração aduaneira que se dá a prova do ilícito: Na medida em que a cogitação da fraude, por declaração subfaturada da operação comercial praticada, fundase na incorreção do valor aduaneiro declarado, resta evidente que a prova do ilícito se dá, precisamente, pela valoração correta das mercadorias. Não há razão, portanto, para não se aplicar o Acordo de Valoração Aduaneira, justamente porque seus métodos de valoração são ordenados segundo a potencial precisão para aferição do preço efetivamente praticado." (Apelação Cível n° 000564391.2007.4.03.6104/SP, Relator Desembargador Carlos Muta, D.E. 21.3.2016) (grifos nossos) 16. Assim, ainda que seja proferida nova decisão de primeira instância, a DRJ pode e deve apreciar os argumentos de valoração aduaneira expostos na Impugnação da ora Embargante e toda e qualquer matéria de valoração aduaneira que depreender do Auto de Infração ora em julgamento, eis que a cogitação de fraude não exclui a aplicação do AVAGATT 1994. 17. A apreciação do Auto de Infração somente como matéria de arbitramento de preço como aparenta determinar o V. Acórdão recorrido terá como consequência uma flagrante violação ao princípio da ampla defesa e do duplo grau de jurisdição. Isso porque a Embargante deixaria de ter a oportunidade de ter analisados seus argumentos referentes à valoração aduaneira, em clara supressão de instância de julgamento ao se considerar inclusive a hipótese de, em uma eventual futura decisão em terceira instância administrativa, vir a prevalecer entendimento diverso do V. Acórdão recorrido, no sentido de tratarse o presente caso sim de hipótese de valoração aduaneira. Não vejo no acórdão embargado a omissão e obscuridade suscitadas pela recorrente. Se o Colegiado entendeu que houve erro de julgamento da instância a quo, por que se tratava de fato que ensejava o procedimento de arbitramento previsto no artigo 88 da MP 2.16835/2001, é justamente por que se decidiu pela demonstração da existência de fraude, nos termos presentes na autuação. Fico com a impressão de que a recorrente pretenderia rediscutir a matéria já analisada. Ademais, o processo fiscal está seguindo o curso disciplinado pela lei do contraditório administrativo, onde há previsão para que a contribuinte possa exercer seu direito de defesa. Entendo que não está se dando a supressão de instância, como alegado. Proponho a este Colegiado não seja dado provimento aos Embargos neste item. Conclusão: Fl. 706DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 7 11 Proponho seja negado acolhimento aos Embargos. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 707DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.904207/2009-13
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 30/04/2004
PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA.
Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do Decreto-Lei nº 288/67.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-004.073
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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Incidência sobre receitas de vendas a empresas sediadas na ZFM. Recorrente CRISTINA APARECIDA FREDERICH & CIA LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 30/04/2004 PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA. Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do DecretoLei nº 288/67. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 42 07 /2 00 9- 13 Fl. 291DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 9303004.073 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela contribuinte com fulcro nos artigos 64, inciso II e 67 e seguintes do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/09, meio pelo qual busca a reforma do Acórdão nº 3303002.495, que negou provimento ao recurso voluntário. Decidiu o colegiado a quo pela incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Cientificado do mencionado acórdão o sujeito passivo apresentou recurso especial suscitando divergência jurisprudencial quanto à isenção das contribuições sobre as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e serviços para empresas com domicílio na Zona Franca de Manaus. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Carlos Alberto Freitas Barreto, Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303003.934, de 07/06/2016, proferido no julgamento do processo 10650.902444/201141, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303003.934): "A matéria, única, posta ao exame do colegiado não é nova. Com efeito, já tivemos oportunidade de nos pronunciar sobre ela em diversas ocasiões, tendo eu firmado convicção pela inaplicabilidade de qualquer medida desonerativa (seja isenção, imunidade ou alíquota zero) aos fatos geradores anteriores a julho de 2004. No relatório da Dra. Vanessa consta que o contribuinte aduziu em seu recurso: "que: (a) o DecretoLei nº 288/67 equipara os efeitos das operações de venda para a Zona Franca de Manaus às exportações para o estrangeiro, sendolhes aplicáveis as vantagens fiscais estabelecidas pela legislação para as exportações, nos termos do seu art. 4º; (b) o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido da não incidência de PIS sobre as receitas decorrentes das vendas para empresas sediadas na Zona Franca de Manaus; (c) o Supremo Tribunal Fl. 292DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 9303004.073 CSRFT3 Fl. 4 3 Federal, ao proferir liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.3489, suspendeu a eficácia da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’, contida no inciso I, do §2º do art. 14 da MP nº 2.03724/00, expressão suprimida do diploma legal pelo Poder Executivo ao editar, na mesma data, a MP nº 2.03725/2000; e, por fim, (d) não incide o PIS para os fatos geradores ocorridos em fevereiro de 2002, tendo em vista a revogação da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’ do inciso I, §2º do art. 14 da MP nº 2.03725/2000 e a equiparação dos efeitos fiscais das vendas para a Zona Franca de Manaus às exportações para o exterior". Consideroos todos abarcados no voto que segue, proferido em sessão de 2011, no qual enfrentei ainda outros argumentos. Reconheço haver decisões do STJ em sentido oposto, mas, como nenhuma delas cumpre os requisitos do art. 62 do atual regimento interno desta Casa, peço vênia para continuar teimando. Disseo eu naquela ocasião: Vale iniciálo reenunciando o criativo entendimento da recorrente: a) não há necessidade de previsão legal expressa concessiva da isenção porque o decretolei 288 e o Ato Complementar 35/67 bastam; b) deferida isenção para exportações em geral, a vendas à ZFM está imediata e automaticamente estendida; c) tendo o Ato Complementar à Constituição de 67 a natureza de lei complementar, como pacificado em nossos Tribunais,. nenhuma lei ordinária o poderia revogar; d) a “revogação” pretendida somente vigorou entre ___ e ___, sendo de rigor reconhecer a isenção, ao menos, nos períodos anterior e posterior. Ainda que criativo, o raciocínio desenvolvido na defesa não merece prosperar cabendo a manutenção da decisão recorrida pelos motivos que se expõem em seguida. Em primeiro lugar, a premissa de que o decretolei 288 teria assegurado que todo e qualquer incentivo direcionado a promover as exportações deveria, imediata e automaticamente, ser estendido à Zona Franca de Manaus não resiste sequer ao primeiro dos métodos interpretativos consagradamente admitidos: a literalidade. É que tal extensão somente caberia se o citado decreto tivesse afirmado que as remessas de produtos para a Zona Franca de Manaus são exportação. Nesse caso, a equiparação valeria mesmo para outros efeitos, não fiscais. Poderia, para o que interessa, restringila a “todos os efeitos fiscais”. Se o tivesse feito, dúvida não haveria de que qualquer mudança posterior na legislação que viesse a afetar as exportações, no que tange a tributos, afetaria do mesmo modo e na mesma medida aquela zona. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 9303004.073 CSRFT3 Fl. 5 4 Mas já foi repetidamente assinalado que o artigo 4º daquele ato legal, embora traga de fato a expressão acima, apôs a ressalva “constantes da legislação em vigor”. Não vejo como essa restrição possa ser entendida de modo diverso do que tem sido interpretado pela Administração: apenas os incentivos às exportações que já vigiam em 1 de fevereiro de 1967 estavam “automaticamente” estendidos à ZFM por força desse comando. E ponho a palavra entre aspas porque nem mesmo o Poder Executivo – e vale assinalar que estamos falando de um período de exceção, em que o Poder executivo quase tudo podia – pareceu estar tão seguro desse automatismo, visto que fez editar, na mesma data, o Ato Complementar 35, cujo artigo 7º assegurou aquela extensão ao ICM. Aliás, da interpretação dada pela recorrente a este último ato também divergimos. Deveras, pretende ela que ele teria alçado ao patamar de lei complementar a equiparação já prevista no decretolei. A meu ver, porém, tudo o que faz é definir com maior precisão o que se entende por produtos industrializados para efeito da não incidência de ICM nas exportações já prevista na Constituição de 67. Defineos no parágrafo 1º, recorrendo à tabela do então criado imposto sobre produtos industrializados (tabela anexa à Lei 4.502). No parágrafo segundo, estende, também para efeito de ICM, aquela imunidade às vendas a zonas francas. Essa interpretação me parece forçosa quando se sabe que, segundo a boa técnica legislativa, os parágrafos de um dado artigo não acrescentam matéria ao disposto no caput, apenas esclarecem sobre o alcance daquela matéria. E ao esclarecer podem impor uma definição restritiva, como no parágrafo primeiro, ou extensiva, como no segundo. O que não pode um simples parágrafo é tratar de matéria que não esteja contida no caput e nos seus incisos. E não parece haver dúvida de que aí apenas se cuida da imunidade do ICM. Assim, o ato legal nem previu imunidade genérica, nem estendeu ao IPI a imunidade do ICM, como afirma a empresa. Ora, se a previsão do decretolei deveria alcançar “todos os efeitos fiscais” e já havia previsão de imunidade de ICM sobre produtos industrializados, para que tal parágrafo no ato complementar? Há, contudo, razões mais profundas do que a mera literalidade. É que a zona franca de Manaus não é meramente uma área livre de restrições aduaneiras, característica das chamadas zonas francas comerciais. O que se buscou com a sua criação foi induzir a instalação naquele distante rincão nacional de empresas de caráter industrial, que gerassem emprego e renda para a região Norte. Para tanto, definiuse um conjunto de incentivos fiscais que, à época de sua criação, seria suficiente, no entender dos seus formuladores, para gerar aquela atração. Tais incentivos, e apenas eles, configuram diferenciação em favor dos produtos importados e industrializados naquela área. Fl. 294DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 9303004.073 CSRFT3 Fl. 6 5 Foi essa diferença tributária que induziu a criação do parque industrial que ali se veio a instalar e, assim, é apenas a retirada de algum daqueles incentivos que pode ser taxada de “quebra de contrato”. A contrário senso, novos incentivos fiscais que se venham a instituir podem ou não ser a ela estendidos conforme entenda útil o legislador por ocasião de sua instituição. Isso não se dá automaticamente com os incentivos genéricos à exportação cujo objetivo comum tem sido a geração das divisas imprescindíveis ao pagamento dos compromissos internacionais durante tanto tempo somente alcançáveis por meio das exportações. Por óbvio, a ninguém escapa que vendas à ZFM não geram divisas. Diferentes, pois, os objetivos, nenhum automatismo se justifica. Prova desse raciocínio é que dois anos apenas após a criação da ZFM, inventaram os “legisladores executivos” de então novo incentivo à exportação, o malsinado “crédito prêmio” posteriormente tão combatido nos acordos de livre comércio a que o País aderia. Sua legislação expressamente incluiu a Zona Franca. Fêlo, no entanto, apenas para os casos em que, após serem “exportados” para lá, fossem dali efetivamente exportados para o exterior (“reexportados”, na linguagem do declei). Em outras palavras, já em 1969 dava o executivo provas de que aquela extensão nem era automática, nem tinha que se dar sem qualquer restrição. Logo, ainda que se avance na interpretação da norma, ultrapassando o método literal e adentrandose o histórico e o teleológico, se chega à mesma conclusão: o decretolei 288 apenas determinou a adoção dos incentivos fiscais à exportação já existentes e acresceu incentivos específicos voltados a promover o desenvolvimento da região menos densamente povoada de nosso território. Nessa linha de raciocínio, portanto, há de se buscar na legislação específica do PIS e da COFINS, tributos somente instituídos após a criação da ZFM, dispositivo que preveja alguma forma de desoneração nas vendas àquela região, seja a não incidência, alíquota zero ou isenção. E não se precisa ir longe para ver que ela somente começa a existir em 2004, com a edição da Medida Provisória 202. De fato, a “exclusão das receitas de exportação” da base de cálculo do PIS tratada na Lei 7.714 e a isenção da COFINS sobre receitas de exportação prevista na Lei Complementar 70 e objeto da Lei complementar 85 não incluíram expressamente as vendas à ZFM ainda que tenham estendido o benefício a outras operações equiparadas a exportação. Um exame cuidadoso dessas extensões vai revelar o que se disse acima: todas elas geram, imediata ou mediatamente, divisas internacionais. A conclusão que se impõe, assim, é que não havia, até o surgimento da Medida Provisória 1.858 qualquer benefício fiscal Fl. 295DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 9303004.073 CSRFT3 Fl. 7 6 que desonerasse de PIS e de COFINS as receitas obtidas com a venda de produtos para empresas sediadas na ZFM. É certo que esse entendimento não era uníssono, muita peleja tendo se travado entre o fisco e os contribuintes que pretendiam estarem tais vendas amparadas pelos atos legais mencionados. E essas divergências somente se agravaram com a edição da MP, cuja redação padece de diversas inconsistências. Com efeito, tal MP, que revogou a Lei 7.714 e a Lei Complementar 85, disciplinando por completo a isenção das duas contribuições nas operações de exportação trouxe dispositivo expresso “excluindo” as vendas à ZFM. Isso, por óbvio, aguçou a interpretação de que já havia dispositivo isentivo e que esse dispositivo estava sendo agora revogado. Defendo que não, embora seja forçoso reconhecer que o dispositivo apenas criou desnecessário imbróglio. Com efeito, ouso divergir da conclusão exposta no Parecer PFGN 1789 no sentido de que tal ressalva se destinava apenas aos comandos insertos nos incisos IV, VI, VIII e IX. A razão para tanto é que aí ventilamse hipóteses intrinsecamente ligadas ao objetivo que o ato pretende incentivar: vendas para o exterior que trazem divisas para o país. Refirome aos incisos VIII (vendas com o fim de exportação a trading companies e demais empresas exportadoras) bem como o fornecimento de bordo a embarcações em tráfego internacional (ship’s Chandler). Além disso, a interpretação não apenas retira um incentivo, ela pressupõe um desincentivo: qualquer trading do decretolei 1.248/72, exportadora inscrita na SECEX ou ship’s Chandler instalada em outro ponto do território nacional terá vantagem em relação à que ali se instale. Não faz sentido tal discriminação contra a ZFM. A interpretação dada pela douta PGFN parece buscar um sentido para o comando do parágrafo de modo a não tornálo redundante. Fêlo, todavia, da pior forma, a meu sentir, pois fixouse no método literal esquecendose de considerar o motivo da norma. Realmente, uma cuidadosa leitura do parecer permite ler o artigo, com o respectivo parágrafo segundo, da seguinte forma: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, desde que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) NÃO esteja situada na ZFM. Com a exclusão do parágrafo: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, mesmo que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) esteja situada na ZFM. Ora, o objeto da isenção versada nesses dispositivos nada tem a ver com a localização da compradora mas com o que ela faz. É a atividade (exportação com conseqüente ingresso de divisas) que se quer incentivar. O que se tem de decidir é se a mera venda à ZFM, que não gera divisa nenhuma, deve a isso ser equiparado. Foi isso, em meu entender, que o parágrafo quis dizer: não é o que o Parecer da PGFN consegue nele ler. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 9303004.073 CSRFT3 Fl. 8 7 Em conseqüência desse parecer, surgem decisões como as que ora se examinam: o pedido tinha a ver com venda a ZFM. A decisão abre a possibilidade de que tenha mesmo havido recolhimento indevido, mas por motivo completamente diverso. E mais, atribui ao contribuinte a prova dessa outra circunstância, que não motivara o seu pedido. Nonsense completo. Esse meu reconhecimento implica aceitar que o malsinado parágrafo estava sim se referindo, genericamente, às vendas à ZFM, ou, mais claramente, está ele a dizer que, para efeito do incentivo de PIS e COFINS, a mera venda a empresa sediada na ZFM não se equipara à exportação de que cuida o inciso II do ato legal em discussão. Mas, ao fazêlo, não está revogando dispositivo isentivo anterior: está simplesmente cumprindo o seu papel esclarecedor, ainda que nesse caso melhor fosse nada ter tentado esclarecer... Aliás, idêntico dispositivo esclarecedor poderia ter estado presente na LC 85 e na Lei 7.714 como já estivera no decretolei 491. Com isso, muita discussão travada administrativamente teria sido evitada ou transferida para o Judiciário. É a ausência de tal dispositivo e sua presença na nova lei que cria o imbróglio. Ele não leva, contudo, em minha opinião, à interpretação simplória de que tal ausência implicasse haver isenção. Para isso, primeiro, se tem de admitir que basta o Decretolei 288. Essa interpretação, pareceme, está em maior consonância com o espírito legisferante, pois não faz sentido considerar que uma norma que procura incentivar as exportações tenha instituído uma discriminação contra uma região (região, aliás, que sempre se procurou incentivar) em operações que produzem o mesmo resultado: a geração de divisas internacionais. A minha conclusão é, assim, de que mesmo entre 1º de fevereiro de 1999 e 31 de dezembro de 2000 há, sim, isenção das contribuições naquelas hipóteses, ainda que a empresa esteja situada na ZFM. Em outras palavras, a localização da empresa não é impeditivo à fruição do incentivo à exportação, desde que cumprido o que está previsto naqueles incisos. Mas tampouco há isenção APENAS PORQUE A COMPRADORA LÁ ESTEJA. Nos recursos ora em exame, esse foi o fundamento do pedido e a ele deveria terse restringido a DRJ. Nesses termos, só causa mais imbróglio a afirmação constante no acórdão recorrido de que “haveria direito” no período de 1º de janeiro de 2001 a julho de 2004 mas não estava ele adequadamente comprovado. Simplesmente não há o direito na forma requerida. E por isso mesmo não cabe a pretensão do contribuinte de que a Administração adapte o seu pedido fazendo as pesquisas internas que permitam apurar se alguma das empresas por ele listadas na planilha referida se enquadra naquelas disposições. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 9303004.073 CSRFT3 Fl. 9 8 O máximo que se poderia admitir, dado o teor da decisão, era que, em grau de recurso, trouxesse a empresa tal prova. Não o fez, porém, limitandose a postular a nulidade da decisão porque não determinou aquelas diligências. Não sendo obrigatória a realização de diligências, como se sabe (art. __ do Decreto 70.235), sua ausência não acarreta nulidade da decisão proferida por quem legalmente competente para tal. Cabe sim manter aquela decisão dado que o contribuinte não comprovou o seu direito como lhe exigem o Decreto 70.235, a Lei 9.784 e o próprio Código Civil (art. 333). Com tais considerações, nego provimento ao recurso do contribuinte. Com essas mesmas considerações, votei, também aqui, pelo não provimento do recurso do contribuinte, sendo esse o acórdão que me coube redigir." Aplicandose as razões de decidir, o voto e o resultado acima do processo paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso especial do contribuinte, em razão da incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas efetuadas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 298DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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