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Numero do processo: 10980.015832/2007-72
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Apr 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2005
DCTF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE.
Comprovada a sujeição do contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº. 49.
A denúncia espontânea não afasta a aplicação da multa por atraso no cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Aplicação da Súmula CARF n. 49. Assim, impossível aplicar-se o benefício previsto no art. 138 do CTN no caso de multa por entrega de DCTF em atraso.
ARGÜIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE
Não compete à autoridade administrativa a apreciação de constitucionalidade e legalidade das normas tributárias, cabendo-lhe observar a legislação em vigor. Aplicação da Súmula CARF n. 2.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 1002-000.112
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do Relatório e Voto que integram o presente julgado.
Julio Lima Souza Martins - Presidente.
Breno do Carmo Moreira Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (presidente da turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Ailton Neves da Silva e Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: BRENO DO CARMO MOREIRA VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2005 DCTF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE. Comprovada a sujeição do contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº. 49. A denúncia espontânea não afasta a aplicação da multa por atraso no cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Aplicação da Súmula CARF n. 49. Assim, impossível aplicar-se o benefício previsto no art. 138 do CTN no caso de multa por entrega de DCTF em atraso. ARGÜIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE Não compete à autoridade administrativa a apreciação de constitucionalidade e legalidade das normas tributárias, cabendo-lhe observar a legislação em vigor. Aplicação da Súmula CARF n. 2. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1425; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T2 Fl. 2 1 1 S1C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.015832/200772 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1002000.112 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 03 de abril de 2018 Matéria IRPJ. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Recorrente MERCANTIL ROMANA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2005 DCTF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE. Comprovada a sujeição do contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº. 49. A denúncia espontânea não afasta a aplicação da multa por atraso no cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Aplicação da Súmula CARF n. 49. Assim, impossível aplicarse o benefício previsto no art. 138 do CTN no caso de multa por entrega de DCTF em atraso. ARGÜIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE Não compete à autoridade administrativa a apreciação de constitucionalidade e legalidade das normas tributárias, cabendolhe observar a legislação em vigor. Aplicação da Súmula CARF n. 2. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 01 58 32 /2 00 7- 72 Fl. 71DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do Relatório e Voto que integram o presente julgado. Julio Lima Souza Martins Presidente. Breno do Carmo Moreira Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (presidente da turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Ailton Neves da Silva e Leonam Rocha de Medeiros. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (efls. 50 à 68) interposto contra o Acórdão n° 0623.185, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba/PR (efls. 38 à 41), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pela ora Recorrente, decisão esta ementada nos seguintes termos: Assunto: Obrigações acessórias Anocalendário: 2005 MULTA POR ATRASO NA DÉBITOS ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS DCTF. A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF após o prazo previsto pela legislação tributária sujeita a contribuinte à incidência da multa moratória correspondente. INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. DESCABIMENTO. O exame da legalidade e da constitucionalidade de normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico nacional compete ao poder judiciário, restando inócua e incabível qualquer discussão, nesse sentido, na esfera administrativa. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. . O instituto da denúncia espontânea não 6 aplicável as obrigações acessórias, que são atos formais criados para facilitar o cumprimento das obrigações principais, embora sem relação direta com a ocorrência do lato gerador. Lançamento Procedente Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10980.015832/200772 Acórdão n.º 1002000.112 S1C0T2 Fl. 3 3 Os argumentos apresentados em sede de Recurso Voluntário giram em torno do pleito de afastamento da multa por descumprimento de obrigação acessória, por entender a Contribuinte a ocorrência de denuncia espontânea (art. 138 do CTN), quando da apresentação de sua DCTF, mesmo que a destempo. Aduz, também, a inexistência de dolo ou simulação (art. 155 do CTN), o que implica o afastamento da indigitada multa. De arremate, sustenta que a penalidade pecuniária acarreta malferimento aos preceitos constitucionais da garantia ao direito à propriedade e do nãoconfisco. Voto Conselheiro Breno do Carmo Moreira Vieira Relator O presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Passo à análise dos pontos suscitados no Recurso. Quanto ao mérito, observo inicialmente que não há discussão quanto ao atraso ter efetivamente ocorrido. Outrossim, não vejo como acolher os pleitos da Recorrente, pois a decisão da DRJ apresenta estreita sintonia com a jurisprudência do CARF. Os indigitados argumentos foram fundamentadamente afastados em primeira instância, pelo que peço vênia para transcrever abaixo os principais trechos do voto condutor do acórdão recorrido, adotandoos desde já como razões de decidir, em cumprimento aos ditames do §1º do art. 50, da Lei nº 9.784/1999 e em atenção ao disposto no §3º do art. 57, do RICARF: De plano, registrese que, existindo dispositivos que estabelecem uma obrigação acessória por parte do sujeito passivo, e que impõem uma multa pelo seu descumprimento, sendo tais dispositivos integrantes da legislação tributária, conforme estabelecido nos art. 96 e 100, I, do CTN, a sua observância é obrigatória por parte das autoridades administrativas; portanto, em relação à legislação que fundamenta a autuação, arrolada no auto de infração, os agentes do fisco estão plenamente vinculados, e sua desobediência pode causar a responsabilização funcional, conforme previsão do parágrafo único do art. 142 do CTN. que tem a seguinte redação: "a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional". (...) Quanto as argüições de ilegalidade ou de inconstitucionalidade (confisco),convém esclarecer que a apreciação de tais argüições foge à alçada das autoridades administrativas, que não dispõem de competência para examinar hipóteses que sugiram a ilegalidade ou a inconstitucionalidade de normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico nacional. Assim, qualquer pedido ou alegação que ultrapasse a análise de conformidade do ato administrativo de lançamento com as normas legais vigentes, somente podem ser reconhecidos pela via competente, no caso o Poder Judiciário. Fl. 73DF CARF MF 4 (...) Contudo, entendese que, mesmo nos casos de entrega espontânea da DCTF, antes de qualquer procedimento por parte do Fisco (como aqui se verifica), a aplicação da multa permanece pertinente, uma vez que, em se tratando de obrigação acessória, a ela não se aplica o instituto da denúncia espontânea, previsto no art. 138 do CTN. Ou seja, a exclusão de responsabilidade pela denúncia espontânea da infração se refere ã multa de ofício relativa ã obrigação principal, qual seja, aquela decorrente da falta de pagamento do tributo, não alcançando a obrigação acessória. A multa aplicada pela falta de entrega, ou entrega a destempo (após o prazo legalmente estabelecido), da DCTF, nada tem a ver com o fato gerador da obrigação tributária principal. Trata se, sim, de uma penalidade decorrente do descumprimento de uma obrigação acessória formal. Se a obrigação tributária principal não for adimplida, ai sim, a penalidade de ofício aplicada apresenta relação direta com o fato gerador da obrigação principal. (...) Ademais, a citação do art. 155 do CTN trazida na impugnação, em que se impõe penalidade nos casos de dolo ou simulação, diz respeito tãosomente à revogação de ofício de concessão de moratória em caráter individual, e não é extensivo, obviamente, ao caso de descumprimento de obrigação acessória, como o dos autos. 1. Da ausência da denúncia espontânea No que cinge às ilegalidades levantadas pela recorrente, tanto na instituição, quanto na aplicação da multa pelo não cumprimento da obrigação acessória, a base legal do lançamento consta no referido artigo 7º da Lei nº 10.426, de 2002, o qual criou uma regra específica de sanção para o descumprimento da obrigação relativa às declarações DIPJ, DCTF, DIRF e DACON. De arremate, em relação ao instituto da denúncia espontânea suscitado no Recurso Voluntário, fazse mister ressaltar que tal matéria também é respaldada por entendimento sumulado do CARF: Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. 2. Da impossibilidade de cotejo constitucional Reforço, ainda, que não cumpre ao CARF exercer qualquer forma de controle de constitucionalidade. Logo, não há que se arguir nessa instância o eventual efeito confiscatório da multa, ou sua suposta violação ao direito de propriedade. Há, inclusive, enunciado sumular a reger o tema: Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10980.015832/200772 Acórdão n.º 1002000.112 S1C0T2 Fl. 4 5 Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. 3. Da responsabilidade objetiva pelo descumprimento da obrigação acessória Destaco, ainda, que a própria natureza da obrigação acessória representa um viés autônomo do tributo cobrado. Nessa trilha, quando se descumpre a indigitada obrigação, nasce um direito autônomo à cobrança, pois pelo simples fato da sua inobservância, converte se em principal, relativamente à penalidade pecuniária (art. 113, § 3°, do CTN). Por fim, como se sabe, o caráter punitivo da reprimenda possui natureza objetiva. Ou seja, quedase alheia à vontade do contribuinte ou ao eventual prejuízo derivado de inobservância às regras formais. Eis que a responsabilidade no campo tributário independe da intenção do agente ou responsável, bem como da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, conforme estabelece expressamente o art. 136 do Código Tributário Nacional. Conclusão Com tudo o que foi exposto nos tópicos anteriores, resta claro que os argumentos esposados pela Recorrente não merecem ser acolhidos. Portanto, VOTO pelo NÃO PROVIMENTO do Recurso Voluntário, com a consequente manutenção da decisão de origem. Breno do Carmo Moreira Vieira Relator Fl. 75DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.903438/2008-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
Ementa:
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.052
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versa o presente sobre PER/DCOMP invocando créditos referentes a pagamento indevido ou maior de CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. Não tendo sido localizado tal pagamento nos sistemas da RFB, a empresa foi intimada a se manifestar, e, diante de seu silêncio, o crédito foi indeferido e a compensação não homologada, por Despacho Decisório Eletrônico, tendo a empresa apresentado Manifestação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 34 38 /2 00 8- 02 Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10120.903438/200802 Acórdão n.º 3401004.052 S3C4T1 Fl. 3 2 de Inconformidade, na qual alegou, em síntese, que: (a) é inconstitucional a majoração de alíquota promovida pelos Decretos no 2.445/1988 e no 2.449/1998, já reconhecida pelo Poder Judiciário e declarada por ato do Senado (Resolução no 49, de 9/10/1995), e a aplicação retroativa (sistemática da semestralidade) do art. 18 da Lei no 9.715/1998 (conforme ADIn no 1.4170, publicada em 23/03/2011 e também reconhecida por ato do Senado – Resolução no 10, de 08/06/2005); e (b) o prazo para pedir a restituição é fixado a partir da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa / judicial / Resolução do Senado. A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) a empresa não alegou nem comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido que teria efetuado, a despeito de ter sido intimada para tanto; (b) em pesquisa aos sistemas da RFB, verificouse a existência de DARF de recolhimento com a data de arrecadação diversa da indicada no pedido, parecendo a empresa buscar com a data incorreta em seu pedido frustrar eventual extinção de prazo para pedir restituição, que ocorre após cinco anos do pagamento indevido, com vem decidindo o STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.110.578/SP) e o CARF. Ciente da decisão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, basicamente repisando o argumento de que não poderia o artigo 18 da norma legal (hoje Lei no 9.715/1998) ter retroagido, como decidiu o STF na ADIn no 1.417 (e Resolução no 10/2005), e reconheceu a própria Receita Federal, na IN SRF no 6/2000; e acrescentando que a Lei no 9.715/1998 revogou a Lei Complementar no 7/70, e que a cobrança também estaria com prazo decaído. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.025, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10120.901000/200962, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.025): "O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Diante da imputação fiscal e das defesas apresentadas, há pouco a discutir no presente processo. Isso porque em nenhuma das peças de defesa a empresa informa, objetivamente, aquilo que foi intimada a esclarecer desde antes do início do contencioso: qual foi exatamente o recolhimento indevido e qual o motivo para que especificamente essa quantia seja considerada de fato indevida. Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10120.903438/200802 Acórdão n.º 3401004.052 S3C4T1 Fl. 4 3 Enquanto a defesa se alonga em discussões de direito que, em geral, já estão pacificadas administrativa e judicialmente, não dedica uma linha sequer a informar como os valores que entende indevidos o são pela ocorrência, no caso concreto, de tais situações jurídicas genericamente descritas. Como bem destacou a instância de piso, a empresa jamais comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido, mesmo tendo sido intimada a tanto, na fase précontenciosa. Persiste, assim, a ausência de liquidez e certeza sobre o débito, ainda antes de se iniciar a discussão jurídica, que deixa de ser relevante, por não se saber, de forma peremptória, se é relacionada ao caso concreto aqui narrado. Não se desincumbe, assim, a postulante ao crédito, de seu ônus probatório, acreditando que as alegações de direito genéricas socorrem sua demanda, sem realizar qualquer esforço para vincular tais discussões jurídicas ao caso em análise, dotando de certeza e de liquidez o crédito. Em relação a alegação de decadência para cobrança, cabe destacar que não se está aqui a analisar lançamento, mas pedido de restituição, cumulado com compensação. E, como destacou a DRJ, a existência de Resolução do Senado reconhecendo eventual inconstitucionalidade é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional (REsp no 1.110.578SP, julgado na sistemática dos recursos repetitivos). Poderseia agregar aos argumentos de defesa, de ofício, o tratamento reconhecido aos pedidos administrativos pelo STF (RE no 566.621/RS) e pelo CARF (Súmula CARF no 91). No entanto, como destacado de início, a discussão sobre haver ou não expirado o prazo para pedir restituição se afigura secundária, diante da ausência de liquidez e certeza do crédito. E a comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 78DF CARF MF
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Numero do processo: 10980.905779/2008-84
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003
DCOMP. COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO.
Diligência fiscal que constatou ausência de créditos remanescentes, à compensar débitos deste processo.
DCOMP. COMPENSAÇÃO A DESTEMPO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA DEVIDA.
O afastamento da multa moratória, em face do benefício da denúncia espontânea, do art. 138, do CTN, exige o atendimento dos requisitos de existência de pagamento do tributo com os respectivos juros de mora e da inexistência de procedimento fiscal anterior ao pagamento.
A compensação é forma distinta de extinção do crédito tributário, sujeita à condição resolutória da sua homologação, estando restrito ao pagamento o gozo do benefício conferido pelo sobredito art. 138, do CTN.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3401-004.321
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, aplicando-se integralmente a informação fiscal, resultado da diligencia fiscal, com a conseqüente homologação parcial da compensação declarada.
ROSALDO TREVISAN - Presidente.
FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (Suplente), Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, aplicando-se integralmente a informação fiscal, resultado da diligencia fiscal, com a conseqüente homologação parcial da compensação declarada. ROSALDO TREVISAN - Presidente. FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (Suplente), Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO. Diligência fiscal que constatou ausência de créditos remanescentes, à compensar débitos deste processo. DCOMP. COMPENSAÇÃO A DESTEMPO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA DEVIDA. O afastamento da multa moratória, em face do benefício da denúncia espontânea, do art. 138, do CTN, exige o atendimento dos requisitos de existência de pagamento do tributo com os respectivos juros de mora e da inexistência de procedimento fiscal anterior ao pagamento. A compensação é forma distinta de extinção do crédito tributário, sujeita à condição resolutória da sua homologação, estando restrito ao pagamento o gozo do benefício conferido pelo sobredito art. 138, do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, aplicandose integralmente a informação fiscal, resultado da diligencia fiscal, com a conseqüente homologação parcial da compensação declarada. ROSALDO TREVISAN Presidente. FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 90 57 79 /2 00 8- 84 Fl. 182DF CARF MF Processo nº 10980.905779/200884 Acórdão n.º 3401004.321 S3C4T1 Fl. 183 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (Suplente), Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto os relatórios das Resoluções que converteram os feitos em diligências, os quais, por economia, reservome o direito de não transcrever. Considerando que o processo não se encontrava em condições de julgamento, foi resolvida sua conversão em diligência para que fosse apurado o valor que é devido em cada um dos códigos, o valor que fora efetivamente pago e, sendo assim, se a contribuinte possui direito creditório em caso de pagamento a maior. A informação fiscal proferida confirmou a homologação parcial da compensação declarada, "...isto porque o contribuinte não compensou a multa de mora a que o débito estava sujeito, dado que compensado quando já se encontrava vencido." Após ciência sobre a informação fiscal, apresentase manifestação, contestando as conclusões alcançadas pela diligência fiscal, em essência, alegando estar amparada pelo art. 138, da Lei n° 5.172/66 (CTN), que excluiria a responsabilidade pela denúncia espontânea, quanto à multa de mora. Voto O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como visto do relatório, tratase de DCOMP, transmitida para a compensação de créditos tributários relativos às contribuições sociais para o PIS. Notar que, inicialmente, o despacho decisório eletrônico de não homologação das compensações declaradas, deuse pelo fato de que o DARF discriminado na DCOMP estava integralmente utilizado. Na manifestação de inconformidade, passa o interessado a justificar que o crédito pleiteado tem origem no recálculo da contribuição em razão da redução à alíquota a zero (%) por centro para o PIS no período. Em resposta, concluiu o acórdão DRJ, não ter sido trazido aos autos a comprovação da existência do direito creditório alegado. Diante destas razões, posteriormente trazidas, via decisão recorrida, contrapõe a recorrente, por meio do recurso voluntário, provas documentais, em planilhas e cópias de razões analíticos. Presente a hipótese prevista na alínea "c", §4º, art. 16, do PAF, no caso em discussão, os autos foram e retornaram de diligência com a confirmação da homologação parcial da compensação declarada, restando saldo devedor, em razão da não compensação da multa de mora a que o débito estava sujeito, dado que compensado quando já se encontrava vencido. Fl. 183DF CARF MF Processo nº 10980.905779/200884 Acórdão n.º 3401004.321 S3C4T1 Fl. 184 3 Entendo, no mesmo sentido da decisão recorrida, que o art. 138, da Lei n° 5.172/66, exclui a responsabilidade pela denúncia espontânea, mas, quando acompanhada do pagamento do tributo e dos juros de mora. Pagamento. Não compensação como é o caso. Aplicase ao caso, o teor do julgamento do REsp 1.149.022/SP, submetido ao rito dos recursos repetitivos, do art. 543C, do CPC/1973, determinandose que a denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente; decisão judicial de reprodução obrigatória pelos Conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do §2º, do art. 62, do RICARF/2015 (Portaria MF nº 343, de 09/06/15). PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE DÉBITO TRIBUTÁRIO ACOMPANHADO DO PAGAMENTO INTEGRAL. POSTERIOR RETIFICAÇÃO DA DIFERENÇA A MAIOR COM A RESPECTIVA QUITAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornandose exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). Fl. 184DF CARF MF Processo nº 10980.905779/200884 Acórdão n.º 3401004.321 S3C4T1 Fl. 185 4 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): "No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, anobase 1995 e prontamente recolheu esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." 6. Conseqüentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine . 7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. SÚMULA STJ nº. 360 O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. Aplicando o instituto da denuncia espontânea, à caso concreto semelhante, sob o aspecto da existência de compensação, ao invés de pagamento, o voto vencedor da Conselheira Maria da Conceição Arnaldo Jacó, no Acórdão nº 3302002.772, de 13/11/2014, abaixo transcrito, adotadas suas razões de decidir para o presente processo: "Denúncia Espontânea O CTN somente excluiu, em seu art. 138, a responsabilidade tributária em razão de denúncia espontânea quando esta for acompanhada do pagamento do tributo devido com os respectivos juros moratórios. O comando do art. 138, do CTN, visa incentivar a regularização fiscal e o incremento da arrecadação, por meio da concessão de incentivo (qual seja, a exclusão da responsabilidade por infração) pelo pagamento de tributos em atraso espontaneamente denunciados. E como a compensação seja aos moldes pretéritos (em que era objeto de pedido e era passível de eventual Fl. 185DF CARF MF Processo nº 10980.905779/200884 Acórdão n.º 3401004.321 S3C4T1 Fl. 186 5 posterior indeferimento), seja aos moldes atuais (em que é declarada e está sujeita, dentro do prazo de 5 anos, a ser fortuitamente não homologada na forma do art. 74, §1º, da Lei nº 9.430/96) –, trata de forma precária (não definitiva) da extinção do crédito tributário, não goza do benefício conferido por sobredito art. 138. O entendimento acima se afina com a jurisprudência do STJ a respeito desta questão peculiar, conforme patenteia a ementa do acórdão, recentemente publicado no DJE de 26/08/2010, proferido AgRg no Agravo de Instrumento nº 1.303.103/RS, no qual foi Relatora a Exma. Sra. Ministra Eliana Calmon: “TRIBUTÁRIO PROCESSO CIVIL DENÚNCIA ESPONTÂNEA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DO PRINCIPAL E DOS JUROS DE MORA DEVIDOS NÃO CONFIGURAÇÃO. 1. A configuração da denúncia espontânea pressupõe o pagamento do principal da dívida acompanhado dos juros de mora devidos antes de qualquer procedimento fiscal, o que não ocorreu na espécie, na qual houve mero pedido de compensação. 2. Agravo regimental não provido.” (g.n.) De se ver que a jurisprudência colacionada pela contribuinte em suas peças de defesa atestam como requisitos para a não incidência de multa moratória em face da denúncia espontânea o atendimento de dois requisitos: a existência de pagamento do tributo com os respectivos juros de mora e a inexistência de procedimento fiscal anterior ao pagamento. A contribuinte não atendeu ao primeiro dos requisitos mencionados. (grifei/sublinhei) No mesmo sentido, o voto condutor do Conselheiro Luiz Roberto Domingo, no Acórdão nº 3101001.631, de 27/03/2014, abaixo transcrito, por unanimidade, entendo não ser cabível a exclusão da penalidade, nos termos do art. 138 do CTN, no casos de mera compensação: "É pacífica a jurisprudência, inclusive com diversos precedentes do E. STJ, no sentido de que é possível ao contribuinte sanar o inadimplemento de crédito tributário, ainda que a destempo, sem que haja aplicação da sanção legal, desde que mediante PAGAMENTO. Está assim pacificada a jurisprudência no âmbito do STJ: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. PRETENSÃO QUE ENCONTRA ÓBICE NA SÚMULA N. 7 DO STJ. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. 1. A revisão da conclusão do acórdão recorrido, no sentido da ausência de direito líquido e certo a ser amparado pelo mandamus, importaria em novo exame do conjunto fáticoprobatório dos autos. Precedentes: AgRg no AREsp 144.012/MA, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 15/05/2012; AgRg no AREsp 98.066/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 23/04/2012; REsp 1206178/DF, Rel. Fl. 186DF CARF MF Processo nº 10980.905779/200884 Acórdão n.º 3401004.321 S3C4T1 Fl. 187 6 Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 17/11/2011; AgRg no Ag 1378589/DF, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 13/09/2011. 2. A extinção do crédito tributário por meio de compensação está sujeita à condição resolutória da sua homologação. Caso a homologação, por qualquer razão, não se efetive, temse por não pago o crédito tributário declarado, havendo incidência, de consequência, dos encargos moratórios. Nessa linha, sendo que a compensação ainda depende de homologação, não se chega à conclusão de que o contribuinte ou responsável tenha, espontaneamente, denunciado o não pagamento de tributo e realizado seu pagamento com os acréscimos legais, por isso que não se observa a hipótese do art. 138 do CTN. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 174.514, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1A T, julg. 04/09/2012) Como no presente caso, diferentemente dos demais que foram por mim analisado, a Recorrente realizou a compensação dos débitos liquidados em atraso, conforme se verifica da planilha transcrita no relatório acima, entendo não ser cabível a exclusão da penalidade nos termos do art. 138 do CTN." (grifei) Portanto, no presente caso, inaplicável o instituto da denuncia espontânea, nos termos do art. 138, do CTN, e indevida a exclusão da penalidade da multa de mora. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, aplicandose integralmente a informação fiscal, resultado da diligencia fiscal, com a conseqüente homologação parcial da compensação declarada. Fenelon Moscoso de Almeida Relator Fl. 187DF CARF MF
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Numero do processo: 10680.001318/2008-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 01 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003
BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718 DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO. DECISÃO PLENÁRIA DEFINITIVA DO STF.
O Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o alargamento das bases de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo § 1o do art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998, no Recurso Extraordinário nº 585.235/ MG, reconhecendo a repercussão geral do tema.
O art. 62, § 2º do Regimento Interno do CARF determina que decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 - Código de Processo Civil, devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
Dessa forma, deve ser afastada a exigência da Cofins sobre receitas financeiras decorrentes de variações cambiais, como feito no lançamento em análise.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003
LEI 10.637/2002. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA.
A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep, não cumulativa, compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações de conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica, com exceção apenas das excluídas por lei.
BASE DE CÁLCULO. VARIAÇÃO CAMBIAL ATIVA. REGIME NÃO CUMULATIVO. OPÇÃO DO CONTRIBUINTE. ART. 30 DA MP 2158-35/2001
As variações cambiais ativas de direitos e obrigações em moeda estrangeira compõem a base de cálculo do PIS não-cumulativo e, se tributadas pelo regime de competência, conforme opção do contribuinte, devem ser reconhecidas a cada mês, independentemente da efetiva liquidação das operações correspondentes. Inteligência do art.30 da MP nº 2.158-35/2001.
Recurso de Ofício Negado
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-003.465
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício e ao recurso voluntário. Ausente a Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário, que foi substituída pela Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto.
Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões., Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA
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LEI Nº 9.718 DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO. DECISÃO PLENÁRIA DEFINITIVA DO STF. O Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o alargamento das bases de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo § 1o do art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998, no Recurso Extraordinário nº 585.235/ MG, reconhecendo a repercussão geral do tema. O art. 62, § 2º do Regimento Interno do CARF determina que decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Dessa forma, deve ser afastada a exigência da Cofins sobre receitas financeiras decorrentes de variações cambiais, como feito no lançamento em análise. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 LEI 10.637/2002. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep, não cumulativa, compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações de conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica, com exceção apenas das excluídas por lei. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 13 18 /2 00 8- 15 Fl. 858DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 3 2 BASE DE CÁLCULO. VARIAÇÃO CAMBIAL ATIVA. REGIME NÃO CUMULATIVO. OPÇÃO DO CONTRIBUINTE. ART. 30 DA MP 2158 35/2001 As variações cambiais ativas de direitos e obrigações em moeda estrangeira compõem a base de cálculo do PIS nãocumulativo e, se tributadas pelo regime de competência, conforme opção do contribuinte, devem ser reconhecidas a cada mês, independentemente da efetiva liquidação das operações correspondentes. Inteligência do art.30 da MP nº 2.15835/2001. Recurso de Ofício Negado Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício e ao recurso voluntário. Ausente a Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário, que foi substituída pela Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Winderley Morais Pereira Presidente Substituto. Paulo Roberto Duarte Moreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões., Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Tratamse de Recursos de Ofício e Voluntário, efls. 814 a 826, interpostos em razão de lançamentos de Cofins e PIS lavrados contra o contribuinte em epígrafe. Por bem descrever a matéria e os fatos abordados neste processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que serviu de base para a Decisão Recorrida, efls. 791 a 806: Foram lavrados contra o contribuinte acima identificado os presentes Autos de Infração, relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins (fls. 03/09) e à Contribuição para o Programa de Integração Social PIS (fls. 10/16), correspondentes aos períodos de apuração de janeiro a dezembro de 2003, nos montantes respectivos de R$ 4.240.548,15 e R$ 2.330.498,11, incluindo multa de oficio e juros de mora. As autuações ocorreram em virtude de falta/insuficiência de recolhimento das contribuições nos períodos acima identificados, conforme o Termo de Verificação Fiscal (TVF), de fls. 17/20. A apuração das bases de cálculo encontrase discriminada no demonstrativo de fls. 21/25. No TVF, a fiscalização esclarece que o contribuinte não incluiu na base de cálculo da Cofins e do PIS os valores correspondentes às variações cambiais ativas contabilizadas no período objeto da ação fiscal. Tais valores foram extraídos da Fl. 859DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 4 3 conta 360300003 Variações Cambiais e foram considerados segundo o regime de competência, que foi o regime adotado pela empresa. Os dispositivos legais infringidos constam na Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is) dos referidos Autos de Infração (fls. 08 e 15). Irresignado, tendo sido cientificado em 31/01/2008 (f1s. 07), o autuado apresentou, em 03/03/2008, acompanhadas dos documentos de fls. 383/562 e 589/769, as suas razões de defesa em relação à Cofins e ao PIS (fls. 353/382 e 567/588), a seguir resumidas conjuntamente: Narrando os fatos considerados pelo fisco na formalização dos presentes Autos de Infração, aduz, inicialmente, que os lançamentos são equivocados, pelos seguintes motivos: ausência de fundamentação legal (Cofins) e motivação; ausência de norma de competência para abarcar a tributação das importações; ausência de fundamentação legal devido à inconstitucionalidade do §1° do art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998 (Cofins); ferimento ao conceito de receitas auferidas, com a impossibilidade de adoção do regime de competência; e ferimento do conceito de receitas auferidas, com a impossibilidade de adoção do regime de competência na forma como demonstrada pela fiscalização. Requer, preliminarmente, a nulidade dos Autos de Infração, por ferirem o principio constitucional da ampla defesa e contraditório (art. 5°, LV, CF/1988). Isso porque consta do relatório fiscal apenas a fundamentação legal referente ao PIS e, na planilha denominada Variação Cambial Ativa, foram inseridos dois financiamentos (Mtsui e BNDES) e uma serie de processos de importação, para os quais não há justificativa para a inclusão na base de cálculo das contribuições. Afirma que se sente em extrema dificuldade de apresentar sua defesa, pois não há corno afirmar, com exatidão, os procedimentos e as metodologias adotadas. Em seguida, trata dos requisitos do ato administrativo do lançamento, destacando o motivo e a motivação, sem os quais o lançamento não se revestirá das garantias que a lei lhe outorga, além de não se justificar a inversão do ônus da prova. Argumenta que há ausência de fundamentação legal e norma de competência para abarcar a tributação das importações, já que os acessórios devem seguir a natureza jurídica do principal. Assim, as importações, que foram glosadas na planilha juntada pela fiscalização, e as variações cambiais delas decorrentes, têm norma de competência especifica e apenas houve autorização para tributar as importações pelo PIS e pela Cofins com a emenda constitucional n° 42, de dezembro de 2003, sendo que tais contribuições somente foram instituídas pela Lei n° 10.865, de 2004. Portanto, deve ser excluído do crédito tributário todos os valores referentes a processos de importação, já que não existe norma para a tributação das importações no ano de 2003. Fl. 860DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 5 4 Tece extensa argumentação sobre a inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei n° 9.718, de 1998, e a conseqüente ausência de fundamentação legal para a tributação das variações cambiais pela Cofins no ano de 2003, quando ainda não vigorava a Lei n° 10.833, de 2003. Dessa forma, deve ser excluído todo o crédito tributário referente à Cofins, que não se enquadra no conceito de faturamento. Discorre sobre o conceito de receitas auferidas, destacando que receitas não podem se confundir com entradas. A hipótese de incidência das contribuições é auferir receitas que efetivamente adentrem nos cofres do contribuinte, integrando seu patrimônio como elemento novo e positivo, sem quaisquer reservas, condições ou correspondência imediata no passivo. Menciona os casos do roaming na telefonia móvel e tributação das empresas de radiofusão e das agências de publicidade, para afirmar que somente os valores que representem signo presuntivo de riqueza, a bem do principio da capacidade contributiva, podem servir de base de cálculo do PIS e da Cofins. Podese concluir, com base em tal conceito, que os valores autuados definitivamente não se enquadram no aspecto material da norma de incidência, pois não são receitas auferidas. Argumenta que a fiscalização, supondo estar obedecendo ao regime de competência, apenas considera os efeitos positivos da variação cambial, desconsiderando a operação como um todo e gerando a tributação de um nada jurídico. Dessa forma, mesmo que a receita não seja auferida, a tributação estará sempre garantida. Esse método fere o principio da capacidade contributiva e não se compatibiliza com as garantias constitucionais e com a teoria do fato gerador, pois não se tributa a receita auferida, mas uma expectativa de receita. Assim, há impossibilidade jurídica de tributação definitiva pelo PIS e Cofins quando as variações cambiais ainda não retratarem qualquer disponibilidade jurídica ou econômica, dependendo de evento futuro e incerto, e, se tributadas tais operações e não ocorrido o fato gerador (receita auferida), os valores recolhidos são passíveis de restituição, via compensação. Explica que, inicialmente, a legislação trouxe previsão de tributação das variações cambiais pelo PIS e Cofins apenas pelo regime de competência. Quando o governo detectou as distorções que o sistema causava, reverteu a sistemática para o regime de caixa (arts. 30 e 31 da MP no 1.858, de 1999). Posteriormente, a MP n° 1.991, de 2000, permitiu a opção do contribuinte pelo regime de tributação, caixa ou competência, devendo tal escolha se manter para todo o ano e vinculada à CSLL e IRPJ. Se essa tributação prevalecer, deve ser apurada pelo regime de caixa, pois o regime de competência sempre traz distorções. O regime de competência se justifica para o IRPJ e CSLL, que são considerados dentro de um exercício e podem sofrer ajustes, mas para o PIS e a Cofins, que são tributos mensais, se a receita reconhecida não for auferida efetivamente, já terá se tributado o ganho, que na prática foi "zero", e a legislação não prevê a restituição. Como o Direito não pode Fl. 861DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 6 5 admitir o enriquecimento ilícito (estatal), a lógica e o bom sendo ordenam que a tributação se faça somente quando a receita for efetivamente auferida (efeito caixa), pois nesse momento é que se figura como plausível o reconhecimento de receita para fins de PIS e Cofins. Considerando que o crédito tributário foi todo apurado no regime de competência, é de se decretar a sua total insubsistência. Admitido o regime de competência para a apuração do PIS e da Cofins, somente poderia se amenizar o ferimento ao principio da capacidade contributiva se, a cada mês, enquanto estiver aberta a operação financeira em questão, for feita uma apuração visando verificar a ocorrência, ou não, da hipótese de incidência prevista na norma (receitas auferidas). Se não verificada a hipótese de incidência, caberia o ajuste em procedimento similar ao das provisões, sob pena de tributar a mesma receita por duas ou mais vezes. Esclarece que, se no inicio da operação houver ganho cambial, mesmo sem o recebimento efetivo, pelo regime de competência, oferecese à tributação; mas, se no mês seguinte houver queda cambial e no mês subsequente novo aumento, deve se verificar se aquele aumento é o ingresso de nova receita ou receita tributada, e, em sendo receita tributada, não pode ser novamente oferecida à tributação, sob pena de ocorrer bis in idem. Isso acontece na reversão de provisões e nas vendas canceladas. Apesar de a Receita Federal nunca ter regulamentado a matéria, entende que, se mantido o regime de competência, há necessidade de ajuste mensal, estornando no mês seguinte a receita não realizada no mês anterior. E tendo o lançamento desconsiderado as variações cambiais subsequentes quanto ao mesmo contrato ou mesma operação, fez nascer o bis in idem, tornando insubsistente o crédito tributário. Caso não se entenda pela desconstituição do crédito tributário, deve ele ser recomposto, para que leve em conta os valores já tributados pelo próprio Auto, com a exclusão nos meses subseqüentes dos valores tributados no meses anteriores. Por todo o arrazoado, transcreve entendimentos doutrinários e jurisprudência dos Tribunais e dos Conselhos de Contribuintes para subsidiar suas alegações. Por fim, requer seja conhecida e provida a sua defesa, para que seja decretada: a nulidade do Auto de Infração, por ausência de fundamentação legal quanto a Cofins e por ausência de motivação quanto aos processos de importação; a nulidade ou, alternativamente, a exclusão dos valores referentes As importações; a insubsistência do crédito tributário, pela impossibilidade de tributar as variações cambiais pelo regime de competência; e a insubsistência ou adequação do crédito tributário para que, mesmo no regime de competência, sejam excluídos os valores já reconhecidos como receitas nos meses anteriores. E o relatório. Fl. 862DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 7 6 A decisão da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte (MG), julgou, por unanimidade de votos, procedente em parte a impugnação, para rejeitar a preliminar de nulidade e manter parcialmente o credito tributário exigido, apenas quanto ao lançamento de PIS. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO STF Declarada a inconstitucionalidade do §1° do art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998, em acórdão transitado em julgado e exarado em sessão plenária pelo Supremo Tribunal Federal, que, inclusive, reconheceu a repercussão geral da matéria em questão, impõese, em observância ao art. 26 A, §6°, inciso I, do Decreto n° 70.235, de 1972, afastar a exigência da Cofins sobre as receitas financeiras decorrentes de variações cambiais. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 Descabe a arguição de nulidade quando se verifica que o Auto de Infração foi lavrado por pessoa competente para fazelo e em consonância com a legislação de regência. As variações cambiais ativas de direitos e obrigações em moeda estrangeira compõem a base de cálculo do PIS não cumulativo e, se tributadas pelo regime de competência, conforme opção do contribuinte, devem ser reconhecidas a cada mês, independentemente da efetiva liquidação das operações correspondentes. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformado com a decisão, o recorrente apresentou, tempestivamente, o presente recurso voluntário, fls. 814 a 826, no qual reitera os argumentos colacionados em sua defesa inaugural, particularmente em relação ao lançamento de PIS. Primeiramente, suscita a nulidade da autuação, por alegada ausência de explicações razoáveis sobre a origem do crédito tributário, reclamando que teriam sido inseridos valores oriundos de dois financiamentos (MITSUI e BNDES) e uma série de processos de importação, para os quais não haveria justificativa para a inclusão na base de cálculo das contribuições. Contesta, ainda, o acórdão recorrido no ponto em que este aborda a alegação de cerceamento de defesa, onde reitera que a motivação deve estar clara, precisa e adequadamente descrita no lançamento, para se possibilitar uma posterior ampla defesa. Fl. 863DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 8 7 Também reclama que se trataria de nulidade material, por ausência de fundamentação legal e norma de competência para abarcar a tributação das importações, uma vez que os acessórios deveriam seguir a natureza jurídica do principal. Sustenta que as importações glosadas na planilha juntada pela fiscalização, e as variações cambiais delas decorrentes, teriam norma de competência específica e apenas haveria autorização para tributar as importações pelo PIS e pela Cofins após a edição da emenda constitucional n° 42, de dezembro de 2003, sendo que tais contribuições somente foram instituídas pela Lei n° 10.865, de 2004. No mérito, procura sustentar a impossibilidade de se caracterizar as variações cambiais como receita, face à ausência de incremento ao patrimônio da pessoa jurídica. Reclama, ainda, da distorção promovida pela fiscalização quando da apuração do PIS pelo regime de competência, o que teria acarretado em bis in idem e tornaria insubsistente o crédito tributário. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira Relator O Recurso Voluntário do contribuinte (fls. 814/826) atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Trata o presente processo de Autos de Infração de PIS e Cofins, relativos aos períodos de apuração de janeiro a dezembro de 2003, onde a decisão de primeira instância já julgou improcedente o lançamento de Cofins. Desta forma, remanesce a lide quanto ao Recurso de Ofício bem como quanto ao lançamento de PIS. Preliminares de Nulidade No recurso são invocadas circunstâncias envolvendo a disposição legal infringida que, na visão do contribuinte, eivam de nulidade o ato administrativo. Diante da alegação de nulidade, cumpre notar que não se verifica nesses autos qualquer das hipóteses previstas no art 59 do Decreto nº 70.235/72, in verbis: “Art. 59. São nulos; I – os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II – os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.” Sendo os atos e termos lavrados por pessoa competente, dentro da estrita legalidade, e garantido o mais absoluto direito de defesa, não há que se cogitar de nulidade dos autos de infração. Ademais, prescreve o citado Decreto que: Fl. 864DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 9 8 “Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Numa leitura atenta dos dispositivos acima transcritos, verificase que a impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo. Antes disso, não há que se falar em litígio ou cerceamento de direito de defesa. Após a ciência do lançamento, o contribuinte tem o prazo de trinta dias para ter vista do inteiro teor do processo no Órgão Preparador e apresentar impugnação escrita, instruída com os documentos em que se fundamentar, exercitando seu direito ao contraditório e à ampla defesa. Prova da inexistência de prejuízo ao direito de defesa do interessado é sua defesa, na qual rebateu cada uma das acusações, demonstrando ter plena compreensão e entendimento das infrações apontadas. Ainda, os Termos de Intimação Fiscal e suas respostas, conforme juntados aos autos, bem como o Termo de Verificação Fiscal de fls. 20/23 e as planilhas que o acompanham, fls. 24/28, confirmam que se encontra plenamente identificado nos autos o objeto da exigência aqui discutida, qual seja, a incidência da contribuição sobre as variações cambiais decorrentes de contratos de câmbio vinculados a importações de mercadorias e de contratos de financiamento junto ao BNDES e à empresa MITSUI. Portanto, devem ser repelidas as alegações preliminares de nulidade por suposto cerceamento de defesa e alegada falta de motivação. Como já visto, tratarse aqui de um processo formalmente revestido de todas as condições de legalidade, onde o contribuinte foi cientificado de todos os elementos constantes dos autos, os quais se revelam suficientes para a compreensão do lançamento e julgamento da lide. Tributação das Variações Cambiais Ativas PIS na vigência da Lei nº 10.637/02 As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações da pessoa jurídica, em razão da taxa de câmbio ou outros índices, integram o conceito de receita do PIS não cumulativo, pois na base de cálculo da Contribuição encontramse inseridas a totalidade das receitas auferidas (salvo as exceções legais) pela pessoa jurídica, com a inclusão daquelas de natureza financeiras, conforme prescrito no art. 1º da Lei nº 10.637/02: A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil O Termo de Verificação Fiscal TVF, aponta que as variações cambiais ativas (positivas) auferidas e não incluídas na base de cálculo do PIS compõemse de "processos de importação" e outros contratos de empréstimos celebrados em moeda estrangeira e, portanto, sujeitos às oscilações de taxa de câmbio, e não foram contabilizados ou apurados pela contribuinte conforme a legislação contábil e tributária. Fl. 865DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 10 9 A Recorrente insurgese contra a forma de apuração das contribuições, argumentando que o modelo utilizado pela Fiscalização acarreta a tributação de uma mesma receita duas vezes ou mais. No entender da contribuinte, as receitas deveriam ser reconhecidas apenas no momento de sua liquidação, a fim de evitar a tributação de uma mesma receita enquanto a taxa de cambio varia no decorrer do período de apuração. Suscita que foram glosadas uma série de importações e que foram classificadas as variações cambiais delas decorrentes como despesas/receitas financeiras. Não se justifica a surpresa da contribuinte quanto à indicação dos "processos de importação" no auto de infração, tampouco lhe faltou fundamentação jurídica como se verá. O levantamento fiscal das variações cambiais em relação a tal rubrica teve como suporte os documentos pertinentes às importações (denominados "processos"), cuja relação encontrase consignada no quadro elaborado pela contribuinte às folhas 34/37. E mais, os valores obtidos para a elaboração de planilha da qual resultou a autuação fiscal é proveniente da escrita da recorrente, extraída da conta "Variações Cambiais", de nº 360300003 (fls. 67/73), que se presume escoradas em contratos de câmbio, faturas comercias e proformas, extratos bancárias, e etc. Em tal conta, igualmente, estão lançados os valores dos resultados cambiais dos demais contratos sujeitos à variações monetárias ("BNDES", "MITSUI"). Aduz também a recorrente que não haveria norma para a tributação das importações em 2003, pois esta somente foi autorizada com a Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro de 2003, sendo instituídas as contribuições pela Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004. Neste ponto, por bem fundamento transcrevo os argumentos da decisão recorrida para afastar a pretensão da recorrente, os quais adoto como razão de decidir neste tópico: Os valores constituídos no presente Auto de Infração foram calculados sobre as receitas financeiras não incluídas na base de cálculo do PIS pelo contribuinte, apuradas no curso do procedimento de fiscalização, conforme o demonstrativo de fls. 21/25. Portanto, não foram “glosadas uma série de importações”, como afirma o impugnante, mas sim tributadas as variações cambiais decorrentes de contratos de câmbio assinados quando da importação de mercadorias. O próprio contribuinte esclarece à fl. 573 (nota de rodapé) que a variação cambial, nesse caso, “é a diferença entre a data da internação da mercadoria no Brasil (dólar fiscal) e a data do fechamento do câmbio para pagamento da invoice”. A Emenda Constitucional nº 42, de 2003, autorizou a tributação de contribuições sociais sobre a importação de produtos estrangeiros e serviços. E a Lei nº 10.865, de 2004, por sua vez, instituiu a Cofins e o PIS sobre as referidas importações de mercadorias e serviços. Porém, tanto do ponto de vista contábil como fiscal, as variações monetárias recebem tratamento distinto. As variações monetárias dos direitos de crédito, em função da taxa de câmbio ou de outros índices ou coeficientes legais ou contratuais, têm natureza de receita financeira, conforme se depreende do art. 9o, da Lei nº 9.718, de 1998, e Fl. 866DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 11 10 como tal devem integrar a receita bruta da empresa, base de cálculo do PIS, independentemente do tratamento fiscal dispensado às importações de mercadorias que lhes deram origem. O auferimento da receita decorrente da variação cambial não deriva da operação de importação em si, mas do incremento patrimonial causado pela valorização da moeda nacional em relação à estrangeira. Portanto, pouco importa a origem do valor contratado em moeda estrangeira, bastando ser de propriedade da empresa para que a variação cambial ativa influa positivamente em seu resultado tributável. A incidência das contribuições sobre a importação de mercadorias ou serviços está vinculada à operação de importação; a receita de variação cambial está vinculada à variação da moeda estrangeira (compra e venda de moeda estrangeira). Tendo origens e fatos geradores perfeitamente distintos, não há como classificarse ambas da mesma forma, estendendo os efeitos previstos para a importação à receita financeira a ela relativa. Assim, a variação cambial positiva, também denominada de variação cambial ativa, tem natureza jurídicocontábil de receita financeira, e, por esse motivo, é tributável pelo PIS no período abrangido pela apuração fiscal. Assim, inconteste que a recorrente incorreu em variações cambiais ativas, pois seus documentos e contabilidade apontam para esta constatação. Legítima a autuação em face da não inclusão das receitas auferidas com as variações cambiais dos contratos em moeda estrangeira na base de cálculo da Contribuição para o PIS. Nesse sentido já se pronunciou este Conselho no acórdão nº 3801003.886: LEI 10.637/2002. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep, não cumulativa, compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações de conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica, com exceção apenas das excluídas por lei. (Acórdão 3801003.886. Processo nº 10882.003075/200450. Sessão de 23/07/2014. Relator Cons. Paulo Sergio Celani) Passo seguinte, é a verificação do acerto na forma de apropriação e contabilização nos termos prescritos pela legislação, ou seja, necessário apreciar o momento da contabilização da receita com origem na variação cambial. Adiante se verá a modificação legislativa e a possibilidade de adoção do regime de caixa ou de competência para a contabilização da variação monetária da qual poderá resultar receita a ser incluída na base de cálculo das Contribuições para PIS e Cofins. Por ora, cumpre apontar que no regime de caixa a apuração se dá na liquidação da operação; no regime de competência, a atualização da obrigação da qual pode decorrer a receita é realizada em períodos mensais. Fl. 867DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 12 11 Nesse mister a autoridade fiscal intimou a recorrente a informar qual o regime adotado para a escrituração das variações cambiais; se o de caixa ou de competência (item "4.7, termo de Intimação à fl. 30). A resposta foi a adoção do regime de competência, fornecida à fl. 33, também confirmada em seu recurso voluntário (fl. 821), conforme imagem: Dispõe o art. 30 da MP nº 2.15835/01: Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 2000, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, bem assim da determinação do lucro da exploração, quando da liquidação da correspondente operação. § 1o À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas na determinação da base de cálculo de todos os tributos e contribuições referidos no caput deste artigo, segundo o regime de competência. § 2o A opção prevista no § 1o aplicarseá a todo o ano calendário. § 3o No caso de alteração do critério de reconhecimento das variações monetárias, em anoscalendário subseqüentes, para efeito de determinação da base de cálculo dos tributos e das contribuições, serão observadas as normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal. (...) Como se vê, o art. 30 veio trazer um marco modificativo na forma de apuração das variações cambiais a serem incluídas na base de cálculo das contribuições para o PIS e Cofins. Assim, para os fatos geradores a partir de janeiro de 2000, há expressa previsão legal para que se adote o regime de caixa na apuração de tais receitas. A exceção é a opção pelo regime de competência, comunicada formalmente à Receitas Federal a ser exercida e observada durante todo o anocalendário. Fl. 868DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 13 12 A alteração foi explicitada pela Exposição de Motivos nº 859/1999, que acompanhou o texto da MP nº 1.85810/1999 que, após reedições, resultou na MP nº 2.158 35/01 cujos itens 9 e 10 reproduzo: “9. Os arts. 30 e 31 da proposta têm por objetivo permitir que as receitas e despesas financeiras decorrentes de variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, sejam consideradas na determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, bem assim da determinação do lucro da exploração, quando de sua efetiva realização. 10. Justificase tal proposição, tendo em vista que o reconhecimento, para fins tributários, pelo regime de competência, de receita decorrente de variações cambiais nem sempre representa um resultado definitivo para o beneficiário, vez que a taxa de câmbio pode oscilar em função de diversos fatores econômicos. Assim, uma receita produzida por um determinado ativo ou passivo em um primeiro momento pode ser absorvida, total ou parcialmente, em um momento posterior, pelo mesmo ativo ou passivo, em razão da oscilação da taxa de câmbio. Na verdade, em um sistema de taxas flutuantes, como o atual vigente, o resultado decorrente de variação cambial só será efetivo quando do encerramento da operação que lhe deu origem. Denotase que a determinação legal do dispositivo é que a adoção do regime de caixa ou do regime de competência, para o reconhecimento das variações monetárias em razão da taxa de câmbio, seja da pessoa jurídica, cuja definição, por óbvio, vai depender exclusivamente da sua conveniência; o que significa dizer, não é imposta pelo Fisco ou sua autoridade fiscal. A adoção do regime de competência implica o reconhecimento contábil da receita correspondente a uma determinada operação e, portanto, o momento de seu registro nas demonstrações financeiras, quando esta operação estiver concluída juridicamente, e não apenas financeiramente. Assim, no caso de uma transação em moeda estrangeira o registro contábil darseá pela conversão da taxa de câmbio da data do contrato, que sofrendo oscilações em razão da flutuação da taxa cambial, a variação cambial será reconhecida em cada período de encerramento do balanço, até a data da liquidação. Dessa forma, nas demonstrações financeiras da recorrente, a diferença entre o preço da moeda estrangeira na data do contrato e o seu preço na dada do encerramento periódico do balanço patrimonial, caracterizouse a variação monetária ativa (em razão da taxa de câmbio superior na data do balanço em comparação com a data do contrato), e deveria ser reconhecida pelo regime de competência e apurado os tributos, no caso PIS, conforme a opção realizada pela recorrente. Ocorre que nenhum dos procedimentos (o reconhecimento pelo regime de competência adotado e a apuração do PIS) foi efetuado pela recorrente, do que decorre a correta apuração e lançamento da falta do PIS no regime não cumulativo pela autoridade fiscal. Neste mesmo sentido há decisões da Câmara Superior de Recursos Fiscais: Fl. 869DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 14 13 REGIME DE APURAÇÃO. MP Nº 2.15835/2001. OPÇÃO. Tendo feito a opção de que trata o § 1º do art. 30 da MP nº 2.15835/2001, as variações monetárias deverão ser consideradas na determinação da base de cálculo de todos os tributos e contribuições referidos no caput deste artigo, segundo o regime de competência. (Acórdão 9303004.605. Processo nº 11080.011288/200372. Sessão de 25/01/2017. Relator Cons. Charles Mayer de Castro Souza) VARIAÇÃO CAMBIAL. REGIME DE APURAÇÃO. À opção da pessoa jurídica, que valerá para todo o ano calendário, as variações monetárias poderão ser consideradas na determinação da base de cálculo de todos os tributos e contribuições referidos no caput deste artigo, segundo o regime de competência ((art. 30 da Medida Provisória MP nº 2.15835, de 2001) (Acórdão 9303004.754. Processo nº 13204.000007/200508. Sessão de 22/03/2017. Relator Cons. Charles Mayer de Castro Souza) O impugnante entende que a tributação das receitas de variação cambial implica tributar mera expectativa de receita. Esta irresignação foi enfrentada no acórdão recorrido, que novamente transcrevo e com manifestação de completa aquiescência: Ora, se o contribuinte tinha o direito garantido por lei de apurar o IRPJ, a CSLL, o PIS e a Cofins incidentes sobre as variações cambiais quando da liquidação das correspondentes operações, ou seja, pelo regime de caixa, mas optou (fls. 30 e 37) pela adoção do regime de competência, não cabe agora contestar a sistemática por ele escolhida, pretendendo modificar a base de cálculo utilizada no Auto de Infração, que foi apurada com base nos registros contábeis da empresa. Tal opção é do contribuinte, não cabendo à autoridade fiscal modificála ou exercêla em nome da empresa, ou, ainda, adotar um regime híbrido, com a efetivação de “ajustes em meses subsequentes com a exclusão dos valores tributados nos meses anteriores”, como sugere o autuado. Do Recurso de Ofício O presente Recurso de Ofício foi interposto pela 1ª Turma da DRJ/Belo Horizonte (MG) contra a decisão proferida pelo Acórdão nº 0227.578, de sua lavra (fls. 791/806), da qual transcrevo os trechos abaixo (grifos nossos): O contribuinte, entre outras alegações, contesta o lançamento da Cofins sob o argumento de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998. Aqui, é preciso examinar a questão do alargamento da base de cálculo provocada pela Lei n° 9.718, de 1998. (...) No entanto, no julgamento dos Recursos Extraordinários (RE) n's 390.840, 346.084 e 358.273, o Supremo Tribunal Federal Fl. 870DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 15 14 (STF) considerou inconstitucional a alteração trazida pelo §1° do art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998, relativamente A definição da base de cálculo das contribuições, por meio de acórdãos do Tribunal Pleno, transitados em julgado, mantendose, portanto, para este fim, o texto das normas anteriormente aplicáveis. (...) Dessa forma, resta atingido o objetivo pretendido no texto do art. 26A do Decreto 70.235, de 1972, acima transcrito, ou seja, a não aplicação, pelo julgador administrativo, de dispositivo legal declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do STF, resguardando a Fazenda Nacional de futuros prejuízos quando da fase de execução fiscal do crédito tributário. (...) Nesse contexto, uma vez que o lançamento de Cofins abrange os períodos de apuração de janeiro a dezembro de 2003, quando ainda estava em vigor a tributação baseada na Lei n° 9.718, de 1998, impõese excluir as exigências da contribuição incidentes sobre as receitas que não se enquadrem no conceito de faturamento adotado na Lei Complementar IV 70, de 1991, qual seja, a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza, conforme o objeto social da empresa. Assim, como foram tributadas exclusivamente as receitas financeiras decorrentes de variações cambiais, deve ser cancelado integralmente o Auto de Infração de Cofins. O valor do crédito exonerado diz respeito à totalidade da autuação em relação à Cofins, cujo valor do tributo e multa a alcança a cifra de R$ 3.054.647,52, que ultrapassa o limite de alçada para fins do necessário recurso de ofício. Portanto, conheço do recurso de ofício. Como se vê, a matéria em questão já foi decidida em sede de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, o que determina o seu acatamento por este Conselho, conforme dispõe o artigo 62, §2º do Regimento Interno do CARF, o qual prescreve a necessidade de reprodução, pelos Conselheiros, das decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, na sistemática da repercussão geral: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No caso, cabe mencionar que é pacífica a jurisprudência do CARF quanto à necessidade de reprodução das decisões proferidas pelo STF sobre a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da Cofins. Em face do exposto, entendo que deve ser negado provimento ao Recurso de Ofício. Fl. 871DF CARF MF Processo nº 10680.001318/200815 Acórdão n.º 3201003.465 S3C2T1 Fl. 16 15 Conclusão Diante de tudo ante exposto, voto para NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício para manter a exclusão da exigência da Cofins lançada na vigência do regime cumulativo e NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário para manter a exigência de PIS sob a égide da Lei nº 10.637/02 em decorrência do auferimento de receitas provenientes das variações monetárias de contratos celebrados em moeda estrangeira. Paulo Roberto Duarte Moreira. Fl. 872DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18088.000187/2009-31
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Apr 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO
Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, deve-se cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelece-se como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%.
Numero da decisão: 9202-006.541
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em exercício).
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, deve-se cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelece-se como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 15; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1895; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 218 1 217 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 18088.000187/200931 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202006.541 – 2ª Turma Sessão de 27 de fevereiro de 2018 Matéria Contribuições Previdencárias Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado ÔMEGA ARARAQUARA CONSULTORIA E CONSTRUTORA LTDA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 MULTA. RETROATIVIDADE BENÉFICA. APLICAÇÃO Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, devese cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções eventualmente aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Assim, estabelecese como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 08 8. 00 01 87 /2 00 9- 31 Fl. 218DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 219 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em exercício). Relatório Em litígio, o teor do Acórdão nº 2403002.829, prolatado pela 3a Turma Ordinária da 4a Câmara da 2a Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais na sessão plenária de 06 de novembro de 2014 (efls. 182 a 190). Ali, por maioria de votos, deuse parcial provimento ao Recurso Voluntário, na forma de ementa e decisão a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 LUCRO DISTRIBUÍDO. NÃO INCIDÊNCIA. O lucro regularmente distribuído não se sujeita à tributação par a previdência social. MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Nova Lei limitou a multa de mora a 20%. A multa de mora, aplicada até a competência 11/2008, deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte. Recurso Voluntário Provido em parte Crédito Tributário Mantido em Parte Decisão: por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para: (i) determinar a exclusão dos valores referentes ao Levantamento "CLD Crédito Lucro Distribuído"; (ii) Por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei 11.941/2009 ao art. 35 da Lei 8.212/91, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa. Enviados os autos à Fazenda Nacional em 09/01/2015 (efl. 191) para fins de ciência da decisão, insurgindose contra esta, sua Procuradoria apresentou, em 14/01/2015 (e fl. 203), Recurso Especial, com fulcro no art. 67 do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho Administrativo Fiscal aprovado pela Portaria MF no. 256, de 22 de julho de 2009, então em vigor quando da propositura do pleito recursal (efls. 192 a 202). Fl. 219DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 220 3 Alegase, no pleito, divergência em relação ao decidido, em 04/05/2009, no Acórdão 230100.183, de lavra da 1a. Turma Ordinária da 3a. Câmara da 2a. Seção deste CARF e, ainda, em relação ao decidido, em 06/05/2009, no Acórdão 240100.120, de lavra da 1a. Turma Ordinária da 4a. Câmara da 2a. Seção deste CARF, de ementas e decisões a seguir transcritas: Acórdão 230100.283 Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/1998 a 31/01/2004 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991.Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN.Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. JUROS CALCULADOS À TAXA SELIC. APLICABILIDADE. A cobrança de juros está prevista em lei específica da previdência social, art. 34 da Lei n ° 8.212/1991, desse modo foi correta a aplicação do índice pela fiscalização federal.No sentido da aplicabilidade da taxa Selic, o Plenário do 2º Conselho de Contribuintes aprovou a Súmula de nº 3. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES. RELAÇÃO DE CORESPONSÁVEIS. DOCUMENTO INFORMATIVO. A relação de coresponsáveis é meramente informativa do vínculo que os dirigentes tiveram com a entidade em relação ao período dos fatos geradores. Não foi objeto de análise no relatório fiscal se os dirigentes agiram com infração de lei, ou violação de contrato social, ou com excesso de poderes. Uma vez que tal fato não foi objeto do lançamento, não se instaurou litígio nesse ponto.Ademais, os relatórios de coresponsáveis e de vínculos fazem parte de todos processos como instrumento de informação, a fim de se esclarecer a composição societária da empresa no período do lançamento ou autuação, relacionando todas as pessoas físicas e jurídicas, representantes legais do sujeito passivo, indicando sua qualificação e período de atuação.O art. 660 da Instrução Normativa SRP n° 03 de 14/07/2005 determina a inclusão dos referidos relatórios nos processos administrativofiscais. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. PARCELA PAGA EM DESACORDO COM A LEI ESPECÍFICA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Fl. 220DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 221 4 A parcela foi paga em desacordo com a lei, pois não houve participação do sindicato na negociação.A negativa do sindicato em participar, conforme descrito pelo recorrente, não tornou legitimo o instrumento realizado. Para solução do caso, se entendesse a empresa ou os trabalhadores ser mais benéfico o acordo de participação nos lucros proposto pelo recorrente deveria valerse do disposto na Consolidação das Leis do Trabalho CLT, além do que a própria Lei n 10.101 em seu art. 4o prevê a forma de resolução de controvérsias relativas ao PLR. Recurso Voluntário Negado Decisão: por maioria de votos, com fundamento no artigo 173, I do CTN, acatar a preliminar de decadência de parte do período a que se refere o lançamento para provimento parcial do recurso, rejeitadas as demais, vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior e Edgar Silva Vidal que aplicavam o artigo 150, §4° e no mérito, por maioria de votos, negar provimento ao recurso. Acórdão 240100.120 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2005 SALÁRIO INDIRETO. CARTÕES DE PREMIAÇÃO PARCELA DE INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDÊNCIÁRIA. JUROS SELIC. INCOSTITUCIONALIDADE DE LEI. DECLARAÇÃO. VEDAÇÃO. DECADÊNCIA 1 De acordo com o artigo 34 da Lei n° 8212/91, as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas elo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal e lançamento, pagas com atraso ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. 2 A teor do disposto no art. 49 do Regimento Interno deste Conselho é vedado ao Conselho afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto sob o fundamento de inconstitucionalidade, sem que tenham sido assim declaradas pelos órgãos competentes. A matéria encontrase sumulada, de acordo com a Súmula n° 2 do 2º Conselho de Contribuintes. 3Tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's n°s 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria. Termo inicial: (a) Primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador, se não houve antecipação do Fl. 221DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 222 5 pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial, (CTN, ART. 150, §4°).No caso, tratase de tributo sujeito a lançamento por Homologação e houve antecipação de pagamento. Aplicável, portanto, a regra do art. 150, § 4 ° do CTN2Nos termos do artigo 28, inciso I, da Lei n° 8.212/91, c/c artigo 457, § Iº, da CLT, integra o salário de contribuição, a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título aos segurados empregados, objetivando retribuir o trabalho.A verba paga pela empresa aos segurados empregados por intermédio de programa de incentivo, administrativo pela empresa INCENTIVE HOUSE é fato gerador de contribuição previdenciária. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Decisão: I) Por unanimidade de votos, em declarar a decadência das contribuições apuradas até a competência 11/2000; II) Por maioria de votos, em declarar a decadência dascontribuições apuradas até a competência 11/2001. Vencidas as Conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Bernadete de Oliveira Barros e Ana Maria Bandeira, que votaram por declarar a decadência das. contribuições apuradas até à competência 11/2000; e III) Por unanimidade de votos: a) em rejeitar a preliminar de nulidade; e b) no mérito, em negar provimento ao recurso. Após defender a existência de divergência interpretativa, caracterizada pela similitude de situações fáticas e soluções diametralmente opostas, em linhas gerais, argumenta a Fazenda Nacional em sua demanda que: a) O artigo 35 da Lei no. 8.212, de 1991, na nova redação conferida pela MP no. 449/2008, convertida na Lei no. 11.941, de 2009, não pode ser entendido de forma isolada do contexto legislativo no qual está inserido, sobretudo de forma totalmente dissociada das alterações introduzidas pela MP no. 449 à legislação previdenciária. Para a solução destes questionamentos, devese lembrar que "não se interpreta o Direito em tiras, aos pedaços. (...) um texto de direito isolado, destacado, desprendido do sistema jurídico, não expressa significado normativo algum". Nesse contexto, impende considerar que a Lei no. 11.941, de 2009 (fruto da conversão da MP no. 449 de 2008), ao mesmo tempo em que alterou a redação do artigo 35, introduziu na Lei de Organização da Previdência Social o artigo 35A, a fim de instituir uma nova sistemática de constituição dos créditos previdenciários e respectivos acréscimos legais de forma similar à sistemática aplicável para os demais tributos federais; b) A redação do art. 35A é clara. Efetuado o lançamento de ofício das contribuições previdenciárias indicadas no artigo 35 da Lei no. 8.212, de 1991, deverá ser aplicada a multa de ofício prevista no artigo 44 da Lei no. 9.430, de 1996. Assim, à semelhança do que ocorre com os demais tributos federais, verificado que o contribuinte não realizou o pagamento ou o recolhimento do tributo devido, cumpre à fiscalização realizar o lançamento de ofício e aplicar a respectiva multa (de ofício) prevista no artigo 44 da Lei no. 9.430, de 1996; c) Por outro lado, como já ocorre com os demais tributos federais, a incidência da multa de mora ocorrerá naqueles casos expressos no art. 61 da Lei no. 9.430, de 1996. Ou seja, nas hipóteses em que o contribuinte incorreu na mora e efetuou o recolhimento Fl. 222DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 223 6 em atraso, de forma espontânea, independente do lançamento de ofício, efetuado com esteio no art. 149 do CTN. Assim, no lançamento de ofício, diante da falta de pagamento ou recolhimento do tributo e/ou falta de declaração ou declaração inexata, são exigidos, além do principal e dos juros moratórios, os valores relativos às penalidades pecuniárias que no caso consistirá na multa de ofício. A multa de ofício será aplicada quando realizado o lançamento para a constituição do crédito tributário. A incidência da multa de mora, por sua vez, ficará reservada para aqueles casos nos quais o sujeito passivo, extemporaneamente, realiza o pagamento ou o recolhimento antes do procedimento de oficio (ou seja, espontaneamente o que não foi o caso). Essa mesma sistemática deverá ser aplicada às contribuições previdenciárias, em razão do advento da MP no. 449 de 2008, posteriormente convertida da Lei no. 11.941. de 2009; d) A multa de mora e a multa de ofício são excludentes entre si. E deve prevalecer, na hipótese de lançamento de ofício, configurada a falta ou recolhimento do tributo e/ou a falta de declaração ou declaração inexata, a multa de ofício prevista no art. 44 da Lei no. 9.430. de 1996, diante da literalidade do art. 35A. Requer, assim, que seja admitido e provido o presente recurso para reformar o acórdão recorrido no ponto em que determinou a aplicação do art. 35 da Lei no. 8.212, de 1991 (na atual redação conferida pela Lei no. 11.941, de 2009), em detrimento do art. 35A, também da Lei no. 8.212, de 1991, devendose verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a multa anterior (art. 35 da norma revogada) ou a do art. 35A da Lei no. 8.212, de 1991. O recurso foi admitido pelo despacho de efls. 205 a 210. Cientificada a autuada em 07/04/16 (efls. 214), esta quedou inerte quanto à apresentação de contrarrazões e/ou Recurso Especial de sua iniciativa. É o relatório. Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto a sua tempestividade, às devidas apresentação de paradigmas e indicação de divergência, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade. Assim, conheço do Recurso Especial da Fazenda Nacional e passo à sua análise de mérito. Sob análise, a Lei no. 8.212, de 1991, cujos dispositivos de interesse aplicáveis à análise do recurso, são abaixo reproduzidos, abrangendose as redações anterior e posterior à edição da Medida Provisória no. 449, de 2008: Lei 8.212, de 1991 (Antes da edição da MP 449/08) Lei 8.212, de 1991 (Após a edição da MP 449/08) Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) Fl. 223DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 224 7 IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) § 1º O Poder Executivo poderá estabelecer critérios diferenciados de periodicidade, de formalização ou de dispensa de apresentação do documento a que se refere o inciso IV, para segmentos de empresas ou situações específicas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 2º As informações constantes do documento de que trata o inciso IV, servirão como base de cálculo das contribuições devidas ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, bem como comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 3º O regulamento disporá sobre local, data e forma de entrega do documento previsto no inciso IV. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 4º A não apresentação do documento previsto no inciso IV, independentemente do recolhimento da contribuição, sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente a multa variável equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 92, em função do número de segurados, conforme quadro abaixo: (Parágrafo e tabela acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 0 a 5 segurados 1/2 valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo IV declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; (Redação dada pela MP nº 449, de 2008). (...) § 1o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o A declaração de que trata o inciso IV constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário, e suas informações comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §4o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §5o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §6o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §7o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §8o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 9o A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV ainda que não ocorram fatos geradores de contribuição previdenciária, aplicando se, quando couber, a penalidade prevista no art. 32A. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV impede a expedição da certidão de prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das Fl. 224DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 225 8 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 6º A apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa de cinco por cento do valor mínimo previsto no art. 92, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitadas aos valores previstos no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 7º A multa de que trata o § 4º sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 8º O valor mínimo a que se refere o § 4º será o vigente na data da lavratura do auto de infração. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 9º A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV, mesmo quando não ocorrerem fatos geradores de contribuição previdenciária, sob pena da multa prevista no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3o; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008.: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 225DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 226 9 10.12.97). § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV é condição impeditiva para expedição da prova de inexistência de débito para com o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 11. Os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa durante dez anos, à disposição da fiscalização. (Parágrafo renumerado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). (...) Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 1996. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). III – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 4o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 226DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 227 10 c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). § 1º Na hipótese de parcelamento ou reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos. § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar. § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 227DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 228 11 somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo. § 4o Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado documento, a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Notese permanecer em litígio, no caso sob análise, somente o recálculo mais benéfico de multa perpretado pela autoridade julgadora recorrida, que optou por aplicar a multa de mora nos termos da redação nova do artigo 35 da Lei 8.212, de 1991, limitandose ao percentual máximo de 20%, previsto no art. 61 da Lei 9.430, de 1996. Com a devida vênia ao entendimento esposado no recorrido, entendo, a propósito, que, em verdade, o referido art. 35, da Lei no. 8.212, de 1991, regrava, anteriormente à sua alteração promovida pela MP no. 449, de 2008, duas multas de natureza diferenciada, a saber: a) em seu inciso I, o dispositivo regulamentava a aplicação de multa de natureza moratória, decorrente do recolhimento espontâneo efetuado pelo contribuinte a destempo, sem qualquer procedimento de ofício da autoridade tributária e mantida aqui a espontaneidade do contribuinte; b) em seu inciso II, o referido art. 35 estabelecia a aplicação de multa para o caso de lavratura de Notificação de Lançamento pela autoridade fiscalizadora, neste caso se tratando, aqui, de multa de ofício. Ainda, de se notar a possibilidade de aplicação, já anteriormente à edição da MP no. 449, de outras espécies de multa (também de ofício), quando da constatação, também em sede de ação fiscal, de descumprimento das obrigações acessórias, na forma preconizada pelos §§4o. e 5o. do art. 32 da Lei no. 8.212, de 1991, convertendose, nesta hipótese, a obrigação acessória em principal. Cediço em meu entendimento que, o que se passou a ter agora, a partir do advento da MP no. 449, de 2008, foi a existência de um dispositivo único a regrar a aplicação das multas aplicáveis em sede de ação fiscal, abrangendo a constatação, através de procedimento de ofício, tanto de falta de pagamento como a de falta de declaração (ou de declaração a menor) em GFIP de fatos geradores ocorridos/contribuições devidas, a saber, o art. 35A daquela mesma Lei no. 8.212, de 1991, acrescentado pela referida MP. Este também é o entendimento majoritário esposado por esta Câmara Superior, conforme excertos dos seguintes votos constantes dos Acórdãos CSRF 9.202 003.070 e 9.202003.386, os quais se adotam, aqui, como razões de decidir. Acórdão 9.202003.070 – Voto do Conselheiro Marcelo Oliveira Fl. 228DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 229 12 “ (...) Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar. nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. (...) Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamento de ofício (grifos no original), com penalidade aplicada quando o sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora (grifos no original). Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora (grifos no original), que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Esclarecemos aqui que a multa de lançamento de ofício (grifos no original), como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir Fl. 229DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 230 13 documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício (grifos no original). É também fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício (grifos no original). Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não tem caráter punitivo e a sua finalidade primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício (grifos no original) e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter comparado a penalidade determinada pelo II, Art. 35 da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original)), antiga redação, com a penalidade determinada atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício (grifos no original)). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas. (...)” Acórdão 9.202003.386 – Voto do Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos "(...) Verifico, assim, que, ainda que a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora”, independentemente da denominação que tenha se dado à penalidade, não resta dúvida de que estavam ali descritas duas diferentes espécies de multas: a) as multas de mora e b) as multas de ofício. Fl. 230DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 231 14 As primeiras eram cobradas com o tributo recolhido espontaneamente. As últimas, cobradas nos lançamentos de ofício e através de notificação fiscal de lançamento de débito, ou, posteriormente, após a fusão entre a SRP e RFB, através de auto de infração (lançamento de obrigação principal) e auto de infração (no caso de obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambas por força de ação fiscal, tal como ocorria com os demais tributos federais. Ainda, quanto às multas de ofício, estas duas situações supra elencadas se encontravam, respectivamente, regradas na forma dos antigos arts. 35, II (multa referente à obrigação principal constituída através de NFLD ou AI) e 32, IV, §4o. ou §5o. (ambos referindose à obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambos da Lei nº 8.212, de 1991, sendo que, com a alteração legislativa propugnada no referido diploma, passaram a estar regradas conjuntamente na forma de seu art. 35A. Assim, entendo que a penalidade a ser aplicada não pode ser aquela mais benéfica a ser obtida pela comparação da antiga “multa de mora” estabelecida pela anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991, com a do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, agora referida pela nova redação dada ao mesmo art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, pela Lei nº 11.941, de 2009 e que, notese, pressupõe a espontaneidade, inaplicável à situação fática em tela. A propósito, entendo que, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deva comparar àquela antiga multa regrada na forma da anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991 (repetindose, indevidamente denominada como “multa de mora”, nos casos de lançamento por força de ação fiscal), quando somada à multa aplicada no âmbito dos AIs conexos, lavrados de ofício por descumprimento de obrigação acessória (na forma da anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o ou 5o da Lei nº 8.212, de 1991), a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício,consoante disposto no art. 35 A, da Lei nº 8.212, de 1991. Assim, aplicandose o entendimento aqui adotado agora ao caso sob análise, entendo que se deva manter a cobrança das penalidades lançadas no presente auto, bem como aquelas aplicadas no âmbito do auto de obrigação acessória vinculado, limitado o somatório de ambas ao patamar estabelecido pelo art. 44 da Lei no. 9.430, de 1996 (75%), na forma propugnada pela Fazenda Nacional. O percentual de 75% (quando da inexistência de agravamento ou qualificação de multa) é o limite atual para sanções pecuniárias, decorrente de lançamento de ofício, quando de falta de declaração ou de declaração inexata, conforme previsto no art. 44, I da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e referenciado no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991, aplicável aqui a retroatividade da norma, caso benéfica, em plena consonância, inclusive, com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Fl. 231DF CARF MF Processo nº 18088.000187/200931 Acórdão n.º 9202006.541 CSRFT2 Fl. 232 15 Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, sistemática esta também expressa na Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, de forma a que se aplique a retroatividade benéfica em consonância com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, sistemática esta também expressa na Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009. É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 232DF CARF MF
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Numero do processo: 10320.006782/2008-97
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2008
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUTO DE INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-006.606
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patricia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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AUTO DE INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 00 67 82 /2 00 8- 97 Fl. 170DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patricia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Tratase de auto de infração, DEBCAD: 37.117.1059, consolidado em 03/12/2008, lavrado contra a empresa supra identificada, no valor total de R$ 35.883,54 (trinta e cinco mil, oitocentos e oitenta e três reais e cinqüenta e quatro centavos), abrangendo o período 10/2007 a 02/2008, inclusive 12/2007, referente às contribuições previdenciárias destinadas às seguintes entidades: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE (SalárioEducação), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, Serviço Social do Transporte SEST, Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte SENAT e Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas – SEBRAE. Segundo consta no Relatório Fiscal, as bases de cálculo foram apuradas em folhas de pagamento geradas em meio magnético e correspondem a fatos geradores não declarados em Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP; foi efetuado o confronto das remunerações de cada segurado constante nas folhas de pagamento com as respectivas remunerações declaradas em GFIP e a diferença foi lançada no levantamento “FP – REMUNERACAO FOLHA PAGTO”, equivalendo ao montante não declarado; e as bases de cálculo informadas em GFIP antes do início da ação fiscal não foram lançadas, mesmo quando as correspondentes contribuições não foram recolhidas. A notificação do lançamento se deu em 03/12/2008. A autuada apresentou impugnação, tendo a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza/CE julgado a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário em sua integralidade. Apresentado Recurso Voluntário pela autuada, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. Em sessão plenária de 12/03/2015, foi dado provimento parcial ao Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão nº 2403002.993 (fls. 96/105), com o seguinte resultado: “Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, excetuando da tributação os créditos constituídos pelos pagamentos realizados pelo contribuinte nos primeiros quinze dias de afastamento dos empregados bem como determinar o recálculo da multa na forma do preceituado no art. 35 da Lei nº 8.212/91 com a nova redação dada pela Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso, limitada ao percentual de vinte por cento. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa”. O acórdão encontrase assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2008 Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10320.006782/200897 Acórdão n.º 9202006.606 CSRFT2 Fl. 3 3 PREVIDENCIÁRIO. INCIDÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. O art. 22 da Lei n° 8.212/91 dispõe que a contribuição a cargo da empresa recairá sobre o total das remunerações pagas quando os trabalhadores lhe prestem serviços, sendo as remunerações destinadas a retribuir o trabalho, pelos serviços efetivamente prestados. VALOR PAGO PELO EMPREGADOR NOS PRIMEIROS QUINZE DIAS DE AFASTAMENTO POR DOENÇA OU LESÃO QUE INCAPACITE O SEGURADO EMPREGADO PARA O TRABALHO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE REMUNERAÇÃO POR SERVIÇOS PRESTADOS NÃO INCIDÊNCIA. O pagamento pelo empregador é imposto por lei em razão do afastamento do empregado previsto na Lei nº 8.213/91, art. 43, §2º, e art. 60, §3º, durante os primeiros quinze dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez, doença ou lesão que incapacite o segurado empregado para o trabalho. Dessa forma não caracteriza remuneração por serviços prestados. e, portanto, não incidem contribuições previdenciárias. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. BASE DE CÁLCULO. HORAS EXTRAS. ADICIONAL DE FÉRIAS. A remuneração das horas extras paga ao segurado empregado bem como a remuneração adicional de férias de que trata o inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal integram a base de cálculo das contribuições previdenciárias. CONTRIBUIÇÃO DESTINADA AO INCRA. NÃO EXTINÇÃO. O adicional de 0,2%, incidente sobre o salário de contribuição dos segurados empregados e destinado ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária INCRA tem natureza de contribuição de intervenção no domínio econômico, não tendo sido extinto pela Lei nº 7.787/1989. RETROATIVIDADE BENIGNA Tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, o artigo 106, II , “c”, do Código Tributário Nacional CTN, observando princípio da retroatividade benigna, determina a aplicação retroativa da lei. MULTA DE MORA. É pertinente o recálculo das multas se as circunstâncias motivarem comparar o resultado da aplicação do revogado art. 35 e incisos I, II e III da Lei n° 8.212/91 no qual se baseou o lançamento com o do preceituado na nova redação dada ao sobredito art. 35 pela Lei n° 11.941/2009 para em seguida comparálos com os valores obtidos nos termos do novo art. 35 Fl. 172DF CARF MF 4 A, incluído pela Lei n° 11.941/2009 e então fazer prevalecer o cálculo menos gravoso Recurso Voluntário Provido em Parte. O processo foi encaminhado para ciência da Fazenda Nacional, em 14/07/2015 para cientificação em até 30 dias, nos termos da Portaria MF nº 527/2010. A Fazenda Nacional interpôs, tempestivamente, em 04/08/2015, Recurso Especial (fls. 106/122). Em seu recurso visa a reforma do acórdão recorrido em relação ao cálculo da multa mais benéfica ao contribuinte retroatividade benigna. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho s/nº, da 4ª Câmara, de 19/02/2016 (fls. 158/164). O recorrente, em suas alegações, requer seja dado total provimento ao presente recurso, para reformar o acórdão recorrido no ponto em que determinou a aplicação do art. 35, caput, da Lei ny 8.212/91, em detrimento do art. 35A, do mesmo diploma legal, para que seja esposada a tese de que a autoridade preparadora deve verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a multa anterior (art. 35, II, da norma revogada) ou a do art. 35A da MP nº 449/2008, atualmente convertida na Lei nº 11.941/2009. Cientificado do Acórdão nº 2403002.993, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade admitindo o Resp da PGFN, em 07/06/2016, através de Edital de ciência em papel (fl. 168), o contribuinte não apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10320.006782/200897 Acórdão n.º 9202006.606 CSRFT2 Fl. 4 5 Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora. Pressupostos de Admissibilidade O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido, conforme Despacho de Exame de Admissibilidade de Recurso Especial, fls. 158. Assim, não havendo qualquer questionamento acerca do conhecimento e concordando com os termos do despacho proferido, passo a apreciar o mérito da questão. Do mérito Aplicação da multa retroatividade benigna Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. Fl. 174DF CARF MF 6 AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10320.006782/200897 Acórdão n.º 9202006.606 CSRFT2 Fl. 5 7 fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de Fl. 176DF CARF MF 8 pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10320.006782/200897 Acórdão n.º 9202006.606 CSRFT2 Fl. 6 9 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. Fl. 178DF CARF MF 10 § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10320.006782/200897 Acórdão n.º 9202006.606 CSRFT2 Fl. 7 11 Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Por fim, destacase que, independente do lançamento fiscal analisado referir se a Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) e Acessória (AIOA), este último consubstanciado na omissão de fatos geradores em GFIP, lançados em conjunto, ou seja formalizados em um mesmo processo, ou em processos separados, a aplicação da legislação não sofrerá qualquer alteração, posto que a Portaria PGFN/RFB nº 14/2009 contempla todas as possibilidades, já que a tese ali adotada tem por base a natureza das multas. Conclusão Face o exposto, voto no sentido de CONHECER do recurso ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL, para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. É como voto. (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 180DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003604/2005-59
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Apr 06 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1103-000.173
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, RESOLVEM os membros do colegiado converter o julgamento em diligência, por unanimidade, nos termos do voto do Relator.
Aloysio José Percínio da Silva Presidente e Relator
(assinatura digital)
Participaram do julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, Marcos Shigueo Takata e Aloysio José Percínio da Silva.
Nome do relator: Não se aplica
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 950; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T3 Fl. 2 1 1 S1C1T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.003604/200559 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1103000.173 – 1ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Data 3 de março de 2015 Assunto Diligência Recorrente Banespa S/A Serviços Técnicos, Administrativos e de Corretagem de Seguros Recorrida Fazenda Nacional Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, RESOLVEM os membros do colegiado converter o julgamento em diligência, por unanimidade, nos termos do voto do Relator. Aloysio José Percínio da Silva – Presidente e Relator (assinatura digital) Participaram do julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, Marcos Shigueo Takata e Aloysio José Percínio da Silva. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 03 60 4/ 20 05 -5 9 Fl. 314DF CARF MF Processo nº 19515.003604/200559 Resolução nº 1103000.173 S1C1T3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra o Acórdão nº 0332.904/2009, da 2ª Turma da DRJ/Brasília (fls. 201)1. A exigência decorreu de aplicações consideradas indevidas de parcelas do IRPJ para o Finam e o Finor em razão de pendência junto ao FGTS relativa a Banespa S/A Corretora de Seguros, pessoa jurídica incorporada pela recorrente, assim descrita no minucioso relatório da decisão contestada: "Tratam os autos de lançamento de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRRJ), consubstanciado no auto de infração às fl. 76/83, referente ao anocalendário 2000, com crédito tributário de R$ 5.381.341,49, lavrado contra o sujeito passivo Banespa S/A Serviços Técnicos, Administrativos e de Corretagem de Seguros (incorporadora do contribuinte Banespa S/A Corretora de Seguros, CNPJ 46.519.872/000161, que teve sua DIPJ/2001 submetida a revisão interna). Consoante descrição dos fatos do auto de infração e de acordo com o Termo de Verificação às fl. 76/77, parte integrante daquele, houve pagamento a menor do imposto de renda em decorrência de excesso de destinação do imposto de renda ao Finam e ao Finor. Consta no referido termo que a pessoa jurídica Banespa S/A Corretora de Seguros (incorporada) entregou DIPJ/2001 com um saldo de imposto a pagar de R$ 8.285.814,90, tendo sido efetuado pagamento de R$ 6.214.953,09 através de Darf com código 2430 (IRPJ – Declaração de Ajuste), bem assim, sido destinado R$ 641.348,18 para o Finor (cód. 7920) e R$ 1.496.479,08 para o Finam (cód. 7933). Contudo, ele apresenta a pendência relativa ao FGTS, fato que impediu o reconhecimento do incentivo conforme art. 27, alínea "c" da Lei nº 8.036/90, e gerou, em consequência, um pagamento a menor de IR. Ainda consoante descrição dos fatos, bem assim, de acordo com documentos às fl. 02/04, o sujeito passivo fora intimado a esclarecer tal fato, porém não se manifestou. Junto à intimação foi encaminhada cópia do demonstrativo de apuração elaborado no processo de revisão da declaração tratado no tópico anterior. Ante a não validação do incentivo, foi constituído o crédito tributário para exigir o imposto que deixou de ser recolhido em virtude da destinação feita aos referidos fundos: R$ 2.070.861,81 (R$ 8.285.814,90 R$ 6.214.953,09). No dia 06/01/2006 a autoridade autuante elaborou a informação fiscal à fl. 86/87, onde esclareceu que, apesar de no Termo de Verificação constar a informação de que o sujeito passivo (incorporadora) não apresentar qualquer manifestação relativa à intimação efetuada, constatou, em sentido contrário, que foi a resposta havia sido entregue no dia 26/12/2005, dentro do prazo estipulado na intimação (fl. 46/75). Salientou que a documentação chegou às suas mãos apenas no dia seguinte, 27/12/2005, quando o auto de infração (e o Termo de Verificação, parte integrante) já 1 As folhas dos autos estão indicadas conforme a numeração atribuída pelo sistema "eprocesso". Fl. 315DF CARF MF Processo nº 19515.003604/200559 Resolução nº 1103000.173 S1C1T3 Fl. 4 3 havia sido postado (vide data de postagem no AR à fl. 84 e extrato dos Correios à fl. 85). Ao final, entendeu que a falta de análise da resposta do contribuinte antes do envio do auto de infração não o prejudicou, haja vista a possibilidade da apresentação da impugnação com todas as argumentações que entender pertinentes, bem assim, determinou a apensação dos processos n° 13807.007969/200591 (revisão de declaração) e n° 13820.001078/200391 (Perc). Cientificado do lançamento em 28/12/2005, consoante AR à 84, o sujeito passivo teve vista e solicitou cópia dos autos em 24/01/2006, conforme fl. 103/104. A cópia dos autos foi entregue em 26/01/2006." Após impugnação protocolada em 27/01/2006 (fls. 124), o órgão de primeira instância julgou o lançamento procedente, por unanimidade, assim resumindo a decisão: "Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2000 INCENTIVO FISCAL. FINAM/FINOR. EXISTÊNCIA DE DÉBITO DE FGTS. COMPROVAÇÃO DA REGULARIDADE FISCAL. OBRIGAÇÃO DO CONTRIBUINTE. INCENTIVO NÃO VALIDADO. A comprovação da regularidade fiscal do contribuinte à época da opção pelo incentivo fiscal é obrigação deste estabelecida em lei. A falta de apresentação de certidões negativas ou positivas com efeitos de negativa expedidas quando da opção autoriza a invalidação do incentivo fiscal. INCORPORADORA. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO DE CERTIDÃO EM NOME DA INCORPORADA. A incorporadora sucede a incorporada em suas obrigações. Como a incorporada estava obrigada a comprovar sua regularidade fiscal no momento da opção, oportunidade em que deveria ter obtido certidões para tanto, a incorporadora passa a ser a responsável pela apresentação destas quando da interposição do Perc, a fim de validar a opção da incorporada pelo incentivo fiscal. Manifestação de inconformidade relativamente ao indeferimento do Perc é improcedente. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA, FALTA DE CONTRADITÓRIO. Não há que se falar em cerceamento do direito de defesa e do contraditório em fase de procedimento fiscal, ou seja, previamente à emissão da peça acusatória (auto de infração) e à instauração do contencioso. INCENTIVO FISCAL NÃO VALIDADO. EXCESSO DE DESTINAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA. Invalidado o incentivo fiscal, todo o montante de imposto de renda destinado ao Finam e ao Finor deve ser exigido mediante a lavratura de auto de infração, acrescido de juros de mora e multa de oficio. Fl. 316DF CARF MF Processo nº 19515.003604/200559 Resolução nº 1103000.173 S1C1T3 Fl. 5 4 DIILIGÊNCIA. Não cabe a realização de diligência para produzir provas para o impugnante." O acórdão abrangeu a impugnação oposta neste processo (19515.003604/2005 59) e a manifestação de inconformidade relativa ao Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais (Perc) do processo apensado (13820.001078/200391). Cientificada da decisão em 1º/10/2009 (fls. 223), a contribuinte interpôs o recurso no dia 30 do mesmo mês (fls. 239), no qual alegou, em síntese: a) o momento para o Fisco analisar a regularidade fiscal é o da opção pelo incentivo fiscal, podendo o contribuinte comprovála durante o curso do processo administrativo; b) passou a ser responsável pelos tributos devidos pela empresa incorporada, nos termos do artigo 132 do CTN, razão pela qual a apresentação das certidões de regularidade fiscal em seu CNPJ seriam suficientes para que se deduzisse que os débitos da incorporada estariam ali englobados, não havendo que se falar em exigência de certidões negativas das empresas que já foram extintas sela incorporação, além de ser impossível a apresentação de certidão de FGTS 2 (dois) anos e meio após a extinção da sociedade incorporada; c) as reclamações e recursos administrativos suspendem a exigibilidade do crédito tributário (art. 151, III, do CTN), o que impediria a lavratura de auto de infração de IRPJ antes de decisão administrativa definitiva acerca do Perc. Do mesmo modo, é descabida a imposição de multa de ofício. Ademais, o Perc foi apresentado em 26/11/2003, sendo certo que o despacho decisório que o indeferiu somente foi cientificado à Recorrente em 29/04/2009, muito posteriormente ao lançamento tributário. Assim formulou o pedido: "Por todo o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, para que seja reconhecido o direito da Recorrente a usufruir do benefício fiscal, cancelandose o auto de infração em sua integralidade, ou, ao menos, para que seja excluída a multa de ofício indevidamente aplicada, em razão da suspensão da exigibilidade do crédito tributário no momento da autuação." É o relatório. Fl. 317DF CARF MF Processo nº 19515.003604/200559 Resolução nº 1103000.173 S1C1T3 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Aloysio José Percínio da Silva – Relator. O recurso foi tempestivamente apresentado por parte legítima e reúne os demais pressupostos de admissibilidade. Deve, portanto, ser conhecido. O lançamento sob exame decorreu de aplicações supostamemte indevidas de parcelas do IRPJ do anocalendário 2000 para o Finam e o Finor em razão de pendência junto ao FGTS relativa a Banespa S/A Corretora de Seguros, pessoa jurídica incorporada pela recorrente. Conforme referido no relatório, o acórdão de primeira instância abrangeu a impugnação oposta neste processo (19515.003604/200559) e a manifestação de inconformidade relativa ao Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais (Perc) do processo apensado (13820.001078/200391), donde se pressupõe o exame do processo do Perc para o adequado julgamento relativo ao auto de infração, o que já fora considerado pela turma recorrida (fls. 187 e 191). O processo nº 13807.007969/200591, que trata de revisão de DIPJ, também foi apensado a este. Entretanto, não constam do sistema "eprocesso" os autos digitalizados dos dois processos apensados, imprescindíveis para o julgamento, muito embora haja indicação de ambos no sistema. Assim, este processo deve ser encaminhado à secretaria da câmara para introdução no sistema dos autos digitalizados dos processos nº 13820.001078/200391 e 13807.007969/200591, retornando então a este relator para prosseguimento do julgamento. Conclusão Pelo exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência nos termos acima propostos. Fl. 318DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.001242/2002-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/06/1997 a 30/06/1997
DEPÓSITO JUDICIAL COMPROVADO. EXCLUSÃO DO VALOR DEVIDO NO MÊS. POSSIBILIDADE.
O valor do depósito judicial deve ser excluído do valor da Cofins devido no mês, quer porque o débito já havia sido objeto de lançamento anterior, quer porque já tinha sido extinto por conversão de depósitos em renda com a complementação da parcela decorrente do recolhimento a fora do prazo.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/06/1997 a 30/06/1997
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. COMPROVADA A OMISSÃO. INTEGRAÇÃO DO JULGADO EMBARGADO. POSSIBILIDADE.
Uma vez demonstrado o vício de omissão, acolhe-se os embargos de declaração, para integrar o julgado embargado e retificar o acórdão embargado, com efeitos infringentes, com vistas a alterá-lo de provimento parcial do recurso voluntário para provimento integral do recurso voluntário.
Embargos Acolhidos. Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3302-005.335
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para retificar o acórdão embargado e, com efeitos infringentes, alterar o resultado do julgamento de "provimento parcial do recurso voluntário" para dar provimento integral ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/06/1997 a 30/06/1997 DEPÓSITO JUDICIAL COMPROVADO. EXCLUSÃO DO VALOR DEVIDO NO MÊS. POSSIBILIDADE. O valor do depósito judicial deve ser excluído do valor da Cofins devido no mês, quer porque o débito já havia sido objeto de lançamento anterior, quer porque já tinha sido extinto por conversão de depósitos em renda com a complementação da parcela decorrente do recolhimento a fora do prazo. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/06/1997 a 30/06/1997 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. COMPROVADA A OMISSÃO. INTEGRAÇÃO DO JULGADO EMBARGADO. POSSIBILIDADE. Uma vez demonstrado o vício de omissão, acolhe-se os embargos de declaração, para integrar o julgado embargado e retificar o acórdão embargado, com efeitos infringentes, com vistas a alterá-lo de provimento parcial do recurso voluntário para provimento integral do recurso voluntário. Embargos Acolhidos. Recurso Voluntário Provido.
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Interessado MAGNETTI MARELLI DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/06/1997 a 30/06/1997 DEPÓSITO JUDICIAL COMPROVADO. EXCLUSÃO DO VALOR DEVIDO NO MÊS. POSSIBILIDADE. O valor do depósito judicial deve ser excluído do valor da Cofins devido no mês, quer porque o débito já havia sido objeto de lançamento anterior, quer porque já tinha sido extinto por conversão de depósitos em renda com a complementação da parcela decorrente do recolhimento a fora do prazo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/1997 a 30/06/1997 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. COMPROVADA A OMISSÃO. INTEGRAÇÃO DO JULGADO EMBARGADO. POSSIBILIDADE. Uma vez demonstrado o vício de omissão, acolhese os embargos de declaração, para integrar o julgado embargado e retificar o acórdão embargado, com efeitos infringentes, com vistas a alterálo de “provimento parcial do recurso voluntário” para provimento integral do recurso voluntário. Embargos Acolhidos. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para retificar o acórdão embargado e, com efeitos infringentes, alterar o resultado do julgamento de "provimento parcial do recurso voluntário" para dar provimento integral ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 12 42 /2 00 2- 71 Fl. 1194DF CARF MF 2 Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e José Renato Pereira de Deus. Relatório Tratase de Embargos de Declaração, tempestivamente opostos pela interessada, com o objetivo de suprir suposto vício de omissão no acórdão nº 3302002.279, de 15 de outubro de 2014. Por meio dos referidos embargos, a recorrente alegou vício de omissão no citado acórdão, sob o argumento de que, ao dar parcial provimento ao recurso voluntário e manter o débito de R$ 63.323,22 para o período de junho/1997, o acórdão embargado não considerou que, para o cálculo do valor devido no período, parte do débito encontravase com sua exigibilidade suspensa, em razão do depósito judicial realizado nos autos do Mandado de Segurança n° 95.00147912. No despacho de admissibilidade colacionados aos autos, sob o argumento de que o vício de omissão estava caracterizado, os embargos foram admitidos, para que fosse feita a integração do julgado embargado. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Uma vez atendido os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento dos presentes embargos de declaração, para análise do alegado vício de omissão. Nos presentes embargos, a recorrente alegou que, ao suprir a omissão apontado pela Fazenda Nacional, em relação ao débito da Cofins do mês de junho de 1997, o acórdão embargado considerou, para cálculo da contribuição devida no referido mês, as informações contidas no “Balancete Analítico Consolidado” do mês e apurou o débito a pagar, no valor de R$ 718.182,26, porém, desse valor subtraíra apenas a importância de R$ 654.859,04, referente aos pagamentos mediante DARF, que resultou na importância remanescente devida de R$ 63.323,22 (R$ 718.182,26 R$ 654.859,04 = R$ 63.323,22). Entretanto, alegou ainda a recorrente, que na apuração da importância devida não fora levada em conta o depósito judicial, no valor de R$ 106.969,08, realizado no âmbito do Mandado de Segurança n° 95.00147912. Para a embargante, o valor do citado depósito superava a parcela do débito remanescente da Cofins do mês de junho de 1997 no valor de R$ 43.645,86 (R$ 106.969,08 R$ 63.323,22 = R$ 43.645,86), portanto, em vez saldo de débito havia saldo de crédito. Fl. 1195DF CARF MF Processo nº 10830.001242/200271 Acórdão n.º 3302005.335 S3C3T2 Fl. 1.195 3 Assiste razão à recorrente. Com base nos valores dos depósitos judiciais, especificados na tabela de fl. 857, que integra o voto condutor do julgado, cabe consignar que, no referido voto (857/859), o ponto em questão foi devidamente analisado, conforme se extrai dos excertos que seguem transcritos: Quanto aos valores declarados com vinculação ao processo judicial 95.00447037, temse a observar que: de acordo com informação de fls. 211, os valores depositados relativos ao mencionado processo judicial foram convertidos em renda; o débito de janeiro/97, no valor principal de R$ 62.735,07, integra lançamento anterior, no processo 10830.001656/9708, que se encontra na situação "encerrado por medida judicial", conforme fls. 117/118 e 411/414; os débitos de fevereiro a junho/97, nos valores respectivamente de 65.603,33; 71.363,80; 83.534,80; 78.293,62 e 106.969,08, integram auto de infração anterior, no processo 10830.009190/0076, que também se encontra na situação "encerrado por medida judicial", conforme fls. 415/421; a revisão de oficio procedida em relação ao auto de infração objeto do presente processo havia detectado saldo devedor decorrente de atrasos na efetivação dos depósitos judiciais constatação com a qual concordou o contribuinte, tanto que promoveu o recolhimento representado pelo DARF de fls. 313; Nesse contexto, quer porque já havia sido objeto de lançamentos anteriores, o que torna nulo o lançamento posterior, quer porque já extinta por conversão de depósitos em renda com a complementação do recolhimento pelo atraso, a exigência das parcelas vinculadas a ação judicial não merece prosperar. (grifos não originais) No que concerne ao débito da Cofins do mês de junho de 1997, a comparação do resultado do julgamento de primeiro grau com o resultado do julgamento do acórdão embargado conduz a conclusão, inexorável, que há duas diferenças relevantes. A primeira diz respeito ao valor do débito da Cofins do mês, haja vista que, no primeiro julgado, foi considerado o valor de R$ 961.603,46, enquanto que no segundo, foi o valor de R$ 718.182,26. A segunda diferença referese a exclusão do valor do depósito judicial do valor débito apurado no referido mês, a saber: no primeiro julgado, foi excluído o valor R$ 106.969,08 a título de depósito judicial, ao passo que no segundo não houve a exclusão do citado valor. Assim, resta demonstrada a omissão no julgado embargado, que fora apontada nos presentes embargos, uma vez não houve a exclusão do depósito judicial, no valor R$ 106.969,08, do valor do débito declarado devido no julgado embarcado. Fl. 1196DF CARF MF 4 E a correção da referida omissão, implica na alteração do resultado para saldo credor, no valor de valor de R$ 43.645,86, em vez de débito no valor de R$ 106.969,08, conforme apurado no julgado embargado. Por todo exposto, acolhese os presentes embargos, para retificar o acórdão embargado e, com efeitos infringentes, alterar o resultado do julgamento de “provimento parcial do recurso voluntário” para provimento integral do recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 1197DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12585.000516/2010-90
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO.
No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente.
Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista.
PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE.
Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição.
PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO.
O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.137
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista. PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
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TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. Recorrente SORANA COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetivase uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista. PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Negado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 58 5. 00 05 16 /2 01 0- 90 Fl. 262DF CARF MF Processo nº 12585.000516/201090 Acórdão n.º 3302005.137 S3C3T2 Fl. 3 2 Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela DRJ/FOR, que manteve a decisão que indeferiu o pedido de ressarcimento formulado pela contribuinte recorrente, relativo a crédito de PIS/PASEP não cumulativo/mercado interno, vinculado a receitas tributadas à alíquota 0(zero) no mercado interno. O despacho decisório estava assim ementado: AQUISIÇÃO PARA REVENDA. MÁQUINAS, VEÍCULOS E AUTOPEÇAS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. IMPOSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DE CRÉDITO. Não geram créditos as aquisições para revenda de máquinas, veículos e autopeças sujeitos à incidência monofásica ainda que a pessoa jurídica adquirente esteja sujeita à nãocumulatividade e que a sua respectiva receita de venda seja sujeita à alíquota zero. (art. 3º, I, b, c/c o art. 2º, §1º, III e IV, das Leis nº 10.637, de 2002, e nº 10.833, de 2003) Cientificado do decisório o contribuinte manifestou inconformidade na qual pede o crédito de ressarcimento, com base nas seguintes razões: · Como se passaram mais de cinco anos entre a apresentação do PER e a ciência do Despacho Decisório, não caberia mais à Administração Tributária denegar o crédito pleiteado, devendo ser ele reconhecido tacitamente, por força do §5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996 (art. 37, §5º, da Constituição Federal); · O art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, possibilita o creditamento que gera a existência do crédito pleiteado. Fl. 263DF CARF MF Processo nº 12585.000516/201090 Acórdão n.º 3302005.137 S3C3T2 Fl. 4 3 A 4ª Turma da DRJ/FOR, por unanimidade de votos, indeferiu a solicitação contida na manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 08033.400. Valendose do direito que lhe é facultado pelo art. 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, alterado pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, a contribuinte manejou Recurso Voluntário, onde repisou os argumentos trazidos na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.113, de 30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 12585.000491/201024, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.113): "O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Como dito anteriormente, estamos diante de Recurso Voluntário que insurgise contra a decisão da DRJ de Fortaleza, que manteve o indeferimento de suposto crédito em favor da contribuinte recorrente, relacionados a crédito de COFINS nãocumulativa/mercado interno, vinculado a receita tributadas com alíquota 0 (zero), referente ao 3º trimestre de 2004, bem como a inexistência da figura da homologação tácita de pedido de restituição/ressarcimento realizado por contribuintes. I Pedido de Ressarcimento. Homologação Tácita Sustenta a contribuinte que teria ocorrido a homologação tácita do crédito objeto do pedido de ressarcimento, tendo em vista ter transcorrido o prazo quinquenal, previsto no § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/96. Pois bem. A Lei n. 10.637/2002, ao alterar o art. 74 da Lei n. 9.430/1996, teve por objetivo unificar o regime de compensação, extinguindo a compensação realizada na DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), na escrituração contábil ou condicionada ao deferimento de pedido administrativo. Todas essas modalidades foram substituídas pelo regime de autocompensação, que é aplicável aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal. No regime acima referido, a extinção do crédito tributário se dá de forma tácita após o decurso do prazo de 5 anos, nos exatos termos do § 5º do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, conforme podemos observar abaixo: Fl. 264DF CARF MF Processo nº 12585.000516/201090 Acórdão n.º 3302005.137 S3C3T2 Fl. 5 4 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administradas por aquele órgão. (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação (Redação dada pela Medida Provisória n. 135, de 2003, depois convertida na Lei n. 10.833/2003). Conforme podemos observar, o prazo de 5 anos para a homologação tácita não diz respeito aos pedidos de ressarcimento ou restituição. O fato de os pedidos de ressarcimento/restituição serem transmitidos pelo mesmo sistema em que é feita a transmissão dos pedidos de compensação não autorizam a necessidade de se obedecer tal prazo pelo Fisco. Vale dizer, nos pedidos de ressarcimento/restituição não existe a extinção de uma dívida tributária, o que se visa com tal procedimento é o reconhecimento de um direito do contribuinte. Para que o pedido de ressarcimento/restituição seja deferido, fazse necessária a comprovação de sua existência por parte do contribuinte, não havendo a comprovação não ha que se falar em homologação, muito menos em homologação tácita. Desta forma, pela necessidade de haver a contribuição direta do contribuinte em sua comprovação, não existe prazo legal para que o fisco reconheça ou não a existência dos créditos sobre os quais recaia o pedido de ressarcimento/restituição. Nesse sentido, peço vênia para transcrever parte do voto do I. Conselheiro Jorge Olmiro Loch Freire, no Acórdão nº 3402004.569, que tratou da mesma matéria, vejamos: " (...) Como se vê, por disposição legal expressa, a homologação tácita é aplicável unicamente à Declaração de Compensação, não havendo possibilidade de sua aplicação aos Pedidos de Restituição e Ressarcimento (PER). Isto ocorre porque quando o contribuinte realiza um pedido de compensação, nada mais está fazendo do que um lançamento por homologação: apura o tributo devido, realiza a declaração, e substitui o pagamento em espécie, por um pagamento com crédito tributário que possui junto ao ente tributante. E é por essa razão que, quando não há a apreciação expressa do pedido de compensação, passados 5 anos após a sua apresentação, ocorre a respectiva homologação. Em última análise, o que há é a homologação do lançamento realizado pelo contribuinte, Fl. 265DF CARF MF Processo nº 12585.000516/201090 Acórdão n.º 3302005.137 S3C3T2 Fl. 6 5 sendo que o pagamento da obrigação tributária se dá com a utilização do seu direito creditório. Portanto, tal regra não se aplica ao caso do Recorrente com relação ao Pedido de Restituição de fls. 25/27, datado de 21/12/2006, justamente por se tratar de Pedido de Restituição e não de uma Declaração de Compensação. O Pedido de Restituição não pode ser confundido com uma Declaração de Compensação, muito embora em ambos os casos esteja a se tratar de direito a um crédito tributário. A compensação está sempre atrelada a um lançamento. E é por isso que a ela se aplica o prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 150 do CTN. O pedido de restituição não. Ele é independente de qualquer lançamento e requer necessariamente um pronunciamento do Fisco. Contudo, embora o Fisco deva nortear seus atos observando a eficiência e a celeridade, pois sua ação deve preservar os interesses públicos, nada o impede de, quase seis anos após o Pedido de Restituição (PER) formulado pelo Recorrente, indeferilo, por não vislumbrar o direito pleiteado. Não há a homologação tácita desse pedido, porquanto não ocorre qualquer lançamento que enseje a aplicação do artigo 150, § 4º, do CTN, como defende a Recorrente. Não há previsão legal para essa homologação (...)". A contribuinte recorrente alega que a autoridade fiscal deveria obedecer os prazos previstos no Decreto nº 70.235, e no § 5º do art. 24 da Lei n. 11.457/2007 para apreciar o seu pedido de ressarcimento. É o texto do mencionado artigo: Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos). Da simples leitura do dispositivo transcrito, seja por sua redação, seja por estar inserido no Capítulo II da Lei n. 11.457/2007 que trata sobre as regras as serem observadas pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional quando esta for parte em litígios tributários, concluise que o prazo reclamado pela contribuinte não é pertinente, já que o prazo previsto se aplica para os julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pela contribuinte. E tal conclusão parte da premissa que o legislador não economiza e também não apresenta em opulência os termos contidos na lei e, portanto, quando estipula o prazo de 360 dias, o fez a contar da apresentação de petições, defesas e recursos administrativos, e não incluiu os pedidos de ressarcimento/ restituição. Desta forma, não se acolhe o pleito da contribuinte recorrente quanto a possibilidade de existência de suposta homologação tácita do pedido de ressarcimento/restituição. Fl. 266DF CARF MF Processo nº 12585.000516/201090 Acórdão n.º 3302005.137 S3C3T2 Fl. 7 6 II Tributação Monofásica e a Impossibilidade de Apuração de Crédito de PIS/COFINS A Lei 10.485/02, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04, instituiu regime de tributação monofásico da contribuição supracitada. O modelo foi implementado com a fixação de alíquota majorada para fabricantes e importadores de máquinas e veículos nas classificações indicadas e aplicação da alíquota de 0% (zero por cento) quando da ocorrência da venda desses produtos por parte dos revendedores, ou seja, dos comerciantes atacadistas ou varejistas. As Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03 trouxeram situações que devem ser observadas a tributação nãocumulativa em relação à contribuição para o PIS e COFINS, respectivamente. Entretanto, no caso dos produtos sujeitos ao recolhimento na sistemática monofásica, quando adquiridos para revenda, não há direito a crédito, por expressa vedação legal, nos exatos termos do art. 3o , inciso I, alínea "b” das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei n° 10.865/04, que estabelece expressamente que não darão direito a crédito, as mercadorias e produtos referidos no § 1º, do artigo 2º, das mencionadas leis, quando adquiridas para revenda. Desta forma, adquirindo a contribuinte para revenda máquinas e veículos nas classificações destacadas, não poderá se creditar, para fins de apuração do PIS e da COFINS nãocumulativa, dos custos de aquisição dos referidos produtos. Para melhor compreensão transcrevemos os artigos pertinentes das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04: Lei nº 10.637/02 Art. 2º Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, de autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: Fl. 267DF CARF MF Processo nº 12585.000516/201090 Acórdão n.º 3302005.137 S3C3T2 Fl. 8 7 I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (...) b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei; Lei nº 10.833/03 Art. 2º Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas, para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, das autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; (...) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:[...] b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei;[...] Segundo as alegações da contribuinte recorrente o art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, quando determina que as vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência, não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações, este teria autorizado o creditamento pretendido. No entanto, quando nos debruçamos para analisar o artigo acima citado, é fácil perceber que não é possível sustentar a conclusão utilizada pela contribuinte, vejamos: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. O referido artigo, como se observa, é uma regra geral, que coexiste, sem qualquer incompatibilidade, com as vedações de creditamento constantes de regras específicas, referentes a situações específicas (tais como a “tributação Fl. 268DF CARF MF Processo nº 12585.000516/201090 Acórdão n.º 3302005.137 S3C3T2 Fl. 9 8 monofásica” e as aquisições de bens não tributados); notese que o art. 17 fala em “manutenção” de créditos, no entanto, por força da referida vedação legal, esses créditos sequer existem. Salientese que também é essa a posição sustentada pelo STJ, conforme observase do julgado colacionado a seguir: AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.109.354 SP (2017/01242898) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : RIZATTI & CIA LTDA ADVOGADOS : JOSÉ LUIZ MATTHES SP076544 FABIO PALLARETTI CALCINI E OUTRO(S) SP197072 LUÍS ARTUR FERREIRA PANTANO SP250319 AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 3 DO STJ. PIS E COFINS. ART. 17 A LEI Nº 11.033/2004. REGIME MONOFÁSICO. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. SÚMULA Nº 568 DO STJ. 1. Nos termos da jurisprudência esta Corte, o disposto no art. 17 da Lei 11.033/2004 não possui aplicação restrita ao Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária REPORTO (STJ, AgRg no REsp 1.433.246/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 02/04/2014; REsp 1.267.003/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 04/10/2013). Contudo, a incompatibilidade entre a apuração de crédito e a tributação monofásica já constitui fundamento suficiente para o indeferimento da pretensão do recorrente. Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 1.239.794/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe de 23/10/2013. 2. É que a incidência monofásica do PIS e da COFINS não se compatibiliza com a técnica do creditamento. Precedentes: AgRg no REsp 1.221.142/PR, Rel. Ministro Ari Pargendler. Primeira Turma, julgado em 18/12/2012. DJe 04/02/2013; AgRg no REsp 1.227.544/PR. Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 17/12/2012: AgRg no REsp 1.256.107/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 10/05/2012; AgRg no REsp 1.241.354/RS, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 10/05/2012. 3. Agravo interno não provido. ACÓRDÃO Fl. 269DF CARF MF Processo nº 12585.000516/201090 Acórdão n.º 3302005.137 S3C3T2 Fl. 10 9 Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães (Presidente), os Srs. Ministros Herman Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Brasília (DF), 05 de setembro de 2017. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator Desta forma, com base em todos os ensinamentos e julgado acima relacionados, entendo que não há como garantir o ressarcimento/restituição pretendido pela contribuinte recorrente. II Conclusão Por todo o exposto, voto por conhecer o Recurso Voluntário interposto pela contribuinte, no entanto, negarlhe provimento, mantendose em sua totalidade a decisão de piso. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, ressalvada a minha posição pessoal pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 270DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.903828/2010-43
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2004
Ementa:
IRRF. COMPROVAÇÃO PARCIAL
O IRRF pode ser deduzido do IRPJ apurado no período, até o limite comprovado pelo contribuinte, por meio de documentação hábil e idônea, quanto à retenção do imposto, e que as receitas advindas desta retenção foram efetivamente oferecidas à tributação.
IMPOSTO PAGO NO EXTERIOR. COMPENSAÇÃO. COMPROVANTES.
Cabe reconhecer os respectivos valores do imposto pago no exterior, à vista da comprovação da legislação que obriga a retenção na fonte, com tradução juramentada e os comprovantes de retenção, sem a tradução juramentada, mas suficientes à conferência acurada realizada pela autoridade responsável pela diligência solicitada.
Numero da decisão: 1302-002.544
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Rogério Aparecido Gil - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogerio Aparecido Gil, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca e Flávio Machado Vilhena Dias.
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2004 Ementa: IRRF. COMPROVAÇÃO PARCIAL O IRRF pode ser deduzido do IRPJ apurado no período, até o limite comprovado pelo contribuinte, por meio de documentação hábil e idônea, quanto à retenção do imposto, e que as receitas advindas desta retenção foram efetivamente oferecidas à tributação. IMPOSTO PAGO NO EXTERIOR. COMPENSAÇÃO. COMPROVANTES. Cabe reconhecer os respectivos valores do imposto pago no exterior, à vista da comprovação da legislação que obriga a retenção na fonte, com tradução juramentada e os comprovantes de retenção, sem a tradução juramentada, mas suficientes à conferência acurada realizada pela autoridade responsável pela diligência solicitada.
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COMPENSAÇÃO DE IMPOSTOS PAGOS NO EXTERIOR. GLOSAS DE IRRF Recorrente BUSINESS SOLUTIONS DO BRASIL LTDA. (FIAT DO BRASIL S.A.) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 Ementa: IRRF. COMPROVAÇÃO PARCIAL O IRRF pode ser deduzido do IRPJ apurado no período, até o limite comprovado pelo contribuinte, por meio de documentação hábil e idônea, quanto à retenção do imposto, e que as receitas advindas desta retenção foram efetivamente oferecidas à tributação. IMPOSTO PAGO NO EXTERIOR. COMPENSAÇÃO. COMPROVANTES. Cabe reconhecer os respectivos valores do imposto pago no exterior, à vista da comprovação da legislação que obriga a retenção na fonte, com tradução juramentada e os comprovantes de retenção, sem a tradução juramentada, mas suficientes à conferência acurada realizada pela autoridade responsável pela diligência solicitada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 90 38 28 /2 01 0- 43 Fl. 7186DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogerio Aparecido Gil, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca e Flávio Machado Vilhena Dias. Relatório Tratase de retorno de diligência, em atendimento à Resolução nº 1302 000.391, de 19 de janeiro de 2016, desta Segunda Turma Ordinária, por meio da qual determinouse à DRF as seguintes providências: 1) junte aos autos o despacho decisório e suas informações complementares; e 2) diligencie no sentido de: a) no caso do IRRF no Brasil intimar a contribuinte a comprovar, mediante apresentação da escrituração contábil e documentação de suporte, se os serviços vinculados às retenções alegadas foram prestados, se a receita foi reconhecida na base tributável e se o valor correspondente foi recebido líquido da retenção; b) no caso do IR pago no exterior – intimar a Recorrente para que apresente tradução juramentada de cada um dos comprovantes de retenções efetuadas por fontes pagadoras na Argentina, acompanhada de planilha demonstrativa dos valores retidos, comparativamente com o valor indicado na DCOMP em questão. Ao final dos trabalhos a autoridade fiscal deve produzir relatório circunstanciado, descrevendo suas análises e conclusões daí resultantes, dele cientificando a interessada, com reabertura de prazo de 30 (trinta) dias para complementação de suas razões de defesa. O Acórdão nº 0236.485 da 3ª Turma da DRJ de Belo Horizonte (DRJ/BHE), de 30 de novembro de 2011, manteve a decisão da DRF que não reconheceu parte de supostos créditos da Recorrente, relativos a Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) por empresas contratantes no Brasil e no Exterior (homologação parcial da DCOMP nº 26800.00435.020507.1.7.023650). A Recorrente registrou que a Fiat do Brasil S.A., incorporadora da empresa Business Solutions do Brasil Ltda., apresentou diversas DCOMPs com a utilização do Saldo Negativo de IRPJ da incorporada, no valor total de R$ 672.660,38. Após a análise dos documentos apresentados pela Recorrente, a DRF glosou as antecipações de imposto de renda pago no exterior, no valor de R$55.764,66, e o IRRF, no valor de R$ 6.453,40. A fiscalização considerou parcialmente comprovada a parcela de crédito informada pela Recorrente no PER/DCOMP nº 35522.18155.250906.1.7.023671, relativa às retenções na fonte sofridas no decorrer do ano calendário 2004. Fl. 7187DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 4 3 A DRJ fundamentou essa conclusão no fato de que os respectivos registros no Livro Diário, não seriam suficientes e hábeis para comprovar o direito creditório pleiteado. Registrou que, nesse caso, é necessário provar efetivamente que houve a retenção na fonte do imposto de Renda. Para tanto, frisou que é obrigatória a apresentação dos informes de rendimentos fornecidos pelas fontes pagadoras para se comprovar a origem de tais lançamentos contábeis. Com relação à parcela de IR pago no exterior pela empresa controlada, o acórdão recorrido concluiu que não foram comprovadas as retenções na fonte ocorridas na Argentina. A DRJ fundamentou essa conclusão no fato de que os documentos apresentados pela Recorrente não preenchem o requisito formal quanto à obrigatoriedade de serem acompanhados de tradução juramentada para a língua portuguesa, bem assim, pelo fato de não terem sido apresentados os comprovantes das retenções sofridas na Argentina, nem mesmo legislação daquele país relativa à obrigação de retenção de imposto de renda (§ 2º, art. 16 da Lei nº 9.430/1996). A DRJ não considerou suficientes e hábeis, os documentos apresentados pela Recorrente juntamente com o Recurso Voluntário em questão: a) os comprovantes de retenções do imposto de renda sofridas pela empresa controlada no exterior; b) a legislação argentina que disciplina a retenção na fonte do tributo; e c) a tradução juramentada, certificada por contador público argentino. Na primeira oportunidade em que esta Segunda Turma apreciou o Recurso Voluntário em questão, concluiuse pela diligência, tendo em vista a necessidade para apreciação dos documentos e informações retro enumerados, que fossem suficientes e hábeis para demonstração do quanto pretendido pela Recorrente, quanto à reversão da conclusão da DRJ/BHE, bem assim para obtenção da homologação da DCOMP sobre IR pago no exterior. A diligência foi realizada com intimação da recorrente cujos documentos e informações colhidos serão apreciados no voto a seguir. É o relatório. Voto Conselheiro Rogério Aparecido Gil Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade. Conheço do recurso. Verificase que, a Declaração de Compensação DCOMP nº 26800.00435.020507.1.7.023650, referente ao ano calendário 2004, sofreu glosas, devido à não apresentação pela Recorrente de informes de rendimentos fornecidos por fontes pagadoras no Brasil (R$6.453,40) e na Argentina (R$55.764,66). No caso do IRRF no Brasil (R$6.453,40), a Recorrente apresentou DIPJ, Livro Diário e relação de fontes pagadoras com os valores individualizados das retenções efetuadas. Fl. 7188DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 5 4 A DRJ fundamentou a respectiva glosa na obrigatoriedade de se comprovar a certeza e a liquidez de tais lançamentos contábeis, por meio dos informes de rendimentos, os quais deveriam ter sido obtidos perante as fontes pagadores, ou no caso de negativa do fornecimento, a Recorrente deveria comunicar a RFB para que se adotassem as medidas cabíveis. A fiscalização ressaltou, ainda, que analisou as DIRFs das fontes pagadoras e não localizou os referidos valores glosados. Daí a conclusão, da época, quanto à designação de diligência no sentido de intimar as fontes pagadoras em questão para que declarassem à RFB se houve ou não prestação de serviços pela Recorrente, pagamento de rendimentos, retenção na fonte de imposto de renda e recolhimento de valores ao Fisco. Quanto à glosa referente às retenções realizadas por fontes pagadoras na Argentina (R$55.764,66), verificase que a DRJ fundamentouse no fato de não ter sido cumprida a obrigatoriedade formal quanto à tradução juramentada para a língua portuguesa dos documentos apresentados. Também motivou a glosa, a falta dos respectivos informes de rendimentos que pudessem comprovar as retenções efetuadas por fontes pagadoras na Argentina. A Recorrente também não apresentou a legislação daquele país relativa à obrigação de retenção de imposto de renda (§ 2º, art. 16 da Lei nº 9.430/1996), o que ilidiria a falta de tais comprovantes. No entanto, foi possível observar que o recurso voluntário sob exame foi instruído com os respectivos comprovantes das retenções efetuadas por fontes pagadoras na Argentina. Não foram apresentadas traduções juramentadas desses comprovantes e retenção. A Recorrente juntou, ainda, a legislação sobre retenção na fonte de imposto de renda, com a respectiva tradução juramentada, além da tradução juramentada da “Certificacion Sobre La Declaracion Jurada Del Impuesto a Las Ganancias Período Fiscal 2004”. Havia, portanto, elementos concretos que indicavam o pagamento de tributo no exterior. Todavia, a falta da tradução juramentada dos referidos comprovantes de rendimentos, além de descumprir regulamentação específica (artigo 18 do Dec. n° 13.609, de 21/10/1943), inviabilizava o exame quanto à certeza e a liquidez dos valores efetivamente retidos na fonte. Assim, concluiuse que, essa obrigatoriedade formal também poderia ser suprida, mediante diligência para intimar a Recorrente a apresentar a tradução juramentada dos comprovantes de retenções realizadas por fontes pagadoras na Argentina de modo a cumprir a referida exigência legal e permitir à RFB a verificação quanto à certeza e liquidez efetivas de tais retenções na fonte. Do Resultado da Diligência Em atendimento à solicitação do CARF, a DRF adotou as providências que se seguem. Despacho Decisório Fl. 7189DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 6 5 Anexaramse às folhas 7.002 a 7.012, cópia do Despacho Decisório relativo à Dcomp 35522.18155.250906.1.7.023671 e os arquivos complementares Análise do Crédito e Detalhamento da Compensação. No primeiro, é apresentada a lista das retenções não confirmadas ou parcialmente confirmadas. Retenções do Imposto de Renda no Brasil Como a empresa BUSINESS SOLUTIONS DO BRASIL LTDA foi incorporada pela FCA FIAT CHRYSLER PARTICIPAÇÕES BRASIL S.A., a empresa sucessora foi intimada a apresentar a documentação comprobatória das retenções. A intimação encontrase às folhas 7.013 e 7.014 e a resposta, às folhas 7.024 a 7039. O contribuinte apresentou, anexo à resposta, CD com cópias de algumas notas fiscais, do livro Razão (contas de Receitas, IRRF e Clientes) e de extratos bancários, além de uma planilha denominada "Conferência" em que são discriminadas as notas fiscais origem das retenções. Esses arquivos foram anexados ao processo no formato original (arquivo não paginável) à folha 7.040. A intimação enviada ao contribuinte foi acompanhada de relação das nove fontes pagadoras que tiveram retenção não confirmada ou parcialmente confirmada. Porém, a resposta contempla apenas as fontes pagadoras MULTIRENTAL LOCAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA. (CNPJ 04.445.434/000156) e CEVA LOGISTICS (CNPJ 43.854.116/000109). As informações das notas fiscais constantes na planilha "Conferência", elaborada pelo contribuinte, foram conferidas com o livro Razão, tendo sido confirmado o oferecimento à tributação de todas as receitas. Além disso, foram verificados no Razão os registros dos valores líquidos recebidos e do IRRF. Conferiramse nos extratos bancários os valores recebidos e calculadas as retenções efetivas (diferença entre o valor da nota fiscal e o valor recebido). Observase que a maioria das notas fiscais sofreu retenção do IRRF (1,5%) e das contribuições federais (4,65% Pis/Cofns/CSLL) totalizando retenção de 6,15%. Porém, em alguns casos não ocorreu retenção, ou ela se deu com alíquotas inferiores: • 1,50%) apenas retenção do IRRF; • 4,65%o apenas retenções das contribuições (Pis/Cofms/CSLL); • 5,65% retenção do IRRF (1,00%) e das contribuições (Pis/Cofms/CSLL). Retenções efetuadas pela MultiRental Locação de Máquinas e Equipamentos Ltda. O IRRF informado na Dcomp no código 1708 (R$ 1.742,52) é coerente com o contabilizado. As retenções verificadas por meio dos extratos bancários são suficientes para validar esse valor. Não foi apresentado nenhum documento comprobatório da retenção de R$ 2.092,71 que teria ocorrido sob o código 3426 (IRRF Aplicações Financeiras de Renda Fixa). Por isso, essa retenção não foi validada. Fl. 7190DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 7 6 Com base em tais constatações da Fiscalização, nesse ponto, concluise que devese dar provimento ao Recurso Voluntário, para conferir à Recorrente o direito creditório de R$1.742,52 e negar provimento quanto ao referido valor de R$2.092,71, face à falta de documentação comprobatória hábil e idônea. Retenções efetuadas pela Ceva Logistics (antiga TNT Logistics) O IRRF contabilizado total tem o mesmo valor informado na Dcomp (R$ 2.891,65). Porém, foi verificado que a NF 6385 sofreu apenas retenção de contribuições (alíquota de 4,65%), a NF 6758 não sofreu retenções e o IRRF relativo à NF 6929 foi de 1,00%. Assim, o valor total do IRRF validado foi de R$ 2.329,43. Com base em tais constatações da Fiscalização, nesse ponto, concluise que devese dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para conferir à Recorrente o direito creditório de R$2.329,43. As planilhas com o resumo detalhado do trabalho da Fiscalização e retenções validadas encontramse no Anexo I do Relatório de Diligência Fiscal em questão, a seguir transcrito: ANEXO I Validação das retenções efetuadas pela MULTIRENTAL LOCAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA (CNPJ 04.445.434/000156) Livro Razão Conta Receita Conta IRRF Conta Cliente Extrato bancário Retenção efetiva Nota Fiscal Data Valor Data Valor Data crédito Valor Data Valor Conta Valor Perc. IRRF validado Obs. 5651 27/01/04 240,00 não consta 09/02/04 228,84 09/02/0 4 240,00 2.70286 5 0,00 0,00% 0,00 (1) 5711 28/01/04 10.904,18 28/01/04 163,56 09/02/04 10.233,58 09/02/0 4 10.233,5 8 1.70286 6 670,60 6,15% 163,56 (4) 5819 17/02/04 240,00 08/03/04 3,60 08/03/04 228,84 08/03/0 4 225,24 9.70270 7 14,76 6,15% 3,60 (4) 5894 27/02/04 10.904,18 27/02/04 163,56 08/03/04 10.233,59 08/03/0 4 10.233,5 9 1.70286 6 670,59 6,15% 163,56 (4) 5895 27/02/04 1.444,30 27/02/04 21,66 31/03/04 1.355,50 31/03/0 4 1.355,50 9.70270 7 88,80 6,15% 21,66 (4) 5997 18/03/04 10.904,18 18/03/04 163,56 07/04/04 10.233,59 07/04/0 4 10.233,5 9 1.70286 6 670,59 6,15% 163,56 (4) 6051 30/03/04 240,00 01/05/04 3,60 26/04/04 228,84 26/04/0 4 225,25 2.70286 5 14,75 6,15% 3,60 (4) 6202 15/04/04 10.904,18 15/04/04 163,56 07/05/04 10.233,59 07/05/0 4 10.233,5 7 2.70286 5 670,61 6,15% 163,56 (4) 6251 26/04/04 240,00 01/06/04 3,60 07/05/04 228,84 07/05/0 4 225,24 2.70286 5 14,76 6,15% 3,60 (4) 6378 14/05/04 10.904,18 14/05/04 163,56 07/06/04 10.233,59 07/06/0 4 10.233,5 9 1.70286 6 670,59 6,15% 163,56 (4) 6401 21/05/04 260,00 07/06/04 3,90 07/06/04 247,91 07/06/0 4 244,01 2.70286 5 15,99 6,15% 3,90 (4) 6522 14/06/04 10.904,18 14/06/04 163,56 07/07/04 10.233,59 07/07/0 4 10.233,5 9 1.70286 6 670,59 6,15% 163,56 (4) 6552 21/06/04 260,00 07/07/04 3,90 07/07/04 247,91 07/07/0 4 244,01 9.70270 7 15,99 6,15% 3,90 (4) 6630 30/06/04 1.221,27 30/06/04 18,31 05/07/04 1.146,19 05/07/0 4 1.146,19 1.70286 6 75,08 6,15% 18,32 (4) 6679 12/07/04 260,00 09/08/04 3,90 09/08/04 247,91 09/08/0 4 244,01 9.70270 7 15,99 6,15% 3,90 (4) 6748 21/07/04 11.514,81 21/07/04 172,72 05/08/04 10.806,67 05/08/0 4 10.806,6 7 1.70286 6 708,14 6,15% 172,72 (4) 6862 11/08/04 260,00 não consta 08/09/04 260,00 08/09/0 4 247,91 9.70270 7 12,09 4,65% 0,00 (3) Fl. 7191DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 8 7 6918 18/08/04 11.514,81 18/08/04 172,72 06/09/04 10.806,67 06/09/0 4 10.806,6 7 1.70286 6 708,14 6,15% 172,72 (4) 7030 08/09/04 260,00 07/10/04 3,90 07/10/04 260,00 07/10/0 4 256,10 9.70270 7 3,90 1,50% 3,90 (2) 7188 30/09/04 11.514,81 30/09/04 172,72 22/10/04 10.806,67 22/10/0 4 10.794,5 8 9.70270 7 720,23 6,25% 172,72 (4) 7209 19/10/04 260,00 08/11/04 3,90 08/11/04 247,91 08/11/0 4 244,01 9.70270 7 15,99 6,15% 3,90 (4) 7256 21/10/04 11.514,81 21/10/04 172,72 05/11/04 10.806,67 05/11/0 4 10.806,6 7 1.70286 6 708,14 6,15% 172,72 (4) 7371 17/11/04 260,00 não consta 07/12/04 247,91 07/12/0 4 247,91 2.70286 5 12,09 4,65% 0,00 (3) 7505 09/12/04 252,73 não consta não consta 240,99 7533 15/12/04 260,00 não consta não consta 247,91 Extratos não apresentados IRRF CONTABILIZADO TOTAL: 1.742,51 IRRF VALIDADO TOTAL: 1.742,55 A retenção efetiva corresponde à diferença entre o valor da NF e o valor líquido recebido, comprovado no extrato bancário: (1) 0,00% não houve nenhuma retenção; (2) 1,5% apenas retenção do IRRF, sem retenção de contribuições; (3) 4,65% apenas retenção de contribuições (Pis/Cofins/CSLL), sem retenção de IRRF; (4) 6,15% retenção de imposto de renda (1,50%) e contribuições (4,65%). ANEXO I Validação das retenções efetuadas pela CEVA LOGOSTICS (CNPJ 43.854.116/000109) Livro Razão Conta Receita Conta IRRF Conta Cliente Extrato bancário Retenção efetiva Nota Fiscal Data Valor Data Valor Data crédito Valor Data Valor Conta Valor Perc. IRRF validado Obs . 05/03/04 14.354,10 05/03/04 14.354,10 5729 28/01/04 16.065,00 28/01/04 240,97 30/09/04 722,91 30/09/04 722,91 1.702866 987,99 6,15% 240,98 (4) 5952 28/02/04 16.065,00 28/02/04 240,98 05/04/04 15.077,00 05/04/04 15.077,00 1.702866 988,00 6,15% 240,98 (4) 6001 18/03/04 16.065,00 18/03/04 240,97 14/05/04 15.077,01 14/05/04 15.077,00 1.702866 988,00 6,15% 240,98 (4) 6213 15/04/04 16.065,00 15/04/04 240,97 31/05/04 15.077,01 31/05/04 15.077,00 1.702866 988,00 6,15% 240,98 (4) 6385 14/05/04 16.065,00 14/05/04 240,97 02/07/04 15.077,01 02/07/04 15.317,98 1.702866 747,02 4,65% 0,00 (2) 6528 14/06/04 16.065,00 14/06/04 240,97 11/08/04 15.077,01 11/08/04 15.077,01 1.702866 987,99 6,15% 240,98 (4) 6758 21/07/04 16.065,00 21/07/04 240,97 03/09/04 15.077,01 03/09/04 16.065,00 1.702866 0,00 0,00% 0,00 (1) 6929 19/08/04 16.065,00 19/08/04 240,97 04/10/04 15.077,00 04/10/04 15.157,33 1.702866 907,67 5,65% 160,65 (3) 7096 17/09/04 16.065,00 17/09/04 240,97 04/11/04 15.077,01 04/11/04 15.077,01 1.702866 987,99 6,15% 240,98 (4) 7268 21/10/04 16.065,00 21/10/04 240,97 09/12/04 15.077,01 09/12/04 15.077,01 1.702866 987,99 6,15% 240,98 (4) 7451 23/11/04 16.065,00 23/11/04 240,97 não consta 15.077,01 06/01/05 15.077,01 1.702866 987,99 6,15% 240,98 (4) 7602 21/12/04 16.065,00 21/12/04 240,97 não consta 15.077,01 03/02/05 15.077,01 1.702866 987,99 6,15% 240,98 (4) IRRF CONTABILIZADO TOTAL: 2.891,65 IRRF VALIDADO TOTAL: 2.329,43 A retenção efetiva corresponde à diferença entre o valor da NF e o valor líquido recebido, comprovado no extrato bancário: (1) 0,00% não houve nenhuma retenção; (2) 4,65% apenas retenção de contribuições (Pis/Cofins/CSLL), sem retenção de IRRF; (3) 5,65% retenção de imposto de renda (1,00%) e contribuições (4,65%); (4) 6,15% retenção de imposto de renda (1,50%) e contribuições (4,65%). Imposto de Renda Pago no Exterior Fl. 7192DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 9 8 O contribuinte pretende deduzir, na apuração do IRPJ e da CSLL, o imposto pago na Argentina pela empresa controlada Business Solutions Argentina S/A, na qual declarou participação de 99,99%, conforme Ficha 51 da DIPJ 2005 (declaração completa às fis. 7.041 a 7.149). Limite para utilização do imposto pago no exterior A Instrução Normativa SRF n° 213, de 07 de outubro de 2002, apresenta os limites para utilização do imposto pago no exterior na apuração do IRPJ e da CSLL: "Art. 14. O imposto de renda pago no país de domicílio da filial, sucursal, controlada ou coligada e o pago relativamente a rendimentos e ganhos de capital, poderão ser compensados com o que for devido no Brasil. § 7o O tributo pago no exterior, passível de compensação, será sempre proporcional ao montante dos lucros, rendimentos ou ganhos de capital que houverem sido computados na determinação do lucro real. § 8o Para efeito de compensação, o tributo será considerado pelo valor efetivamente pago, não sendo permitido o aproveitamento de crédito de tributo decorrente de qualquer benefício fiscal. § 9o O valor do tributo pago no exterior, a ser compensado, não poderá exceder o montante do imposto de renda e adicional, devidos no Brasil, sobre o valor dos lucros, rendimentos §10. Para efeito do disposto no parágrafo anterior, a pessoa jurídica, no Brasil, deverá calcular o valor: I do imposto pago no exterior, correspondente aos lucros de cada filial, sucursal, controlada ou coligada e aos rendimentos e ganhos de capital que houverem sido computados na determinação do lucro real; II do imposto de renda e adicional devidos sobre o lucro real antes e após a inclusão dos lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior. § 11. Efetuados os cálculos na forma do § 10, o tributo pago no exterior, passível de compensação, não poderá exceder o valor determinado segundo o disposto em seu inciso I, nem á diferença positiva entre os valores calculados sobre o lucro real com e sem a inclusão dos referidos lucros, rendimentos e ganhos de capital, referidos em seu inciso II. U Art. 15. O saldo do tributo pago no exterior, que exceder o valor compensável com o imposto de renda e adicional devidos no Brasil, poderá ser compensado com a CSLL devida em virtude da adição, ã sua base de cálculo, dos lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior, até o valor devido em decorrência dessa adição. " Entre os documentos anexos ao recurso voluntário encontrase, à folha 6.727, a "Declaración Jurada" relativa ao "Impuesto a las Ganancias" traduzida às folhas 6.734 a Fl. 7193DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 10 9 6.737 como Declaração Juramentada do Imposto sobre o Lucro, exercício 2004, da empresa Business Solutions Argentina, CUIT 30697310289. Nesta declaração constam os valores abaixo em pesos argentinos: Em pesos argentinos Resultado Líquido Final 478.454,76 Imposto Calculado 167.459,17 Retenções 152.813,10 Saldo a favor da AFIP (Administración Federal de Ingresos Públicos) 14.646,07 A participação do contribuinte na Business Solutions Argentina era de 99,99%, portanto sua participação no resultado da controlada foi de R$ 428.426,79 (0,9999 x 478.454,76 x 0,895528 taxa de câmbio para venda em 31.12.2004). Porém, o valor oferecido à tributação como Lucros Disponibilizados no Exterior nas fichas 09A (Demonstração do Lucro Real) e 17 (Cálculo da CSLL), foi de apenas R$ 318.655,20. Assim, os limites para utilização do imposto pago no exterior que foram comprovados são calculados como se segue: Imposto de Renda DIPJ (inclui lucro no exterior) Excluindo o lucro no exterior (R$ 318.655,20) Ficha 09ª Lucro Real após compensação prejuízos próprio período de apuração 1.375.199,61 1.056.544,41 Compensação de prejuízos fiscais de períodos anteriores 412.559,88 316.963,32 Lucro Real 962.639,73 739.581,09 Imposto de Renda DIPJ (inclui lucro no exterior) Excluindo o lucro no exterior (R$ 318.655,20) Ficha 12A Imposto Sobre o Lucro Real À Alíquota de 15% 144.395,96 110.937,16 Adicional 72.263,97 49.958,11 IRPJ apurado 216.659,93 160.895,27 Diferença do IRPJ apurado devido à adição do lucro no exterior 55.764,66 CSLL DIPJ (inclui lucro no exterior) Excluindo o lucro no exterior (R$ 318.655,20) Ficha 17A Base de Cálculo antes da compensação de Base de Cálculo Negativa de períodos anteriores 1.261.978,49 943.323,29 () Base de Cálc. Neg. da CSLL de períodos anteriores 378.593,55 282.996,99 Base de Cálculo da CSLL 883.384,94 660.326,30 CSLL apurada 79.504,64 59.429,37 Fl. 7194DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 11 10 Diferença da CSLL apurada devido à adição do lucro no exterior 20.075,27 Verificouse que, os valores utilizados como dedução na apuração do IRPJ e da CSLL (Fichas 12A e 17 da DIPJ) coincidem com os limites calculados acima. Os mesmos valores são informados nas Dcomp 35522.18155.250906.1.7.023671 (Saldo Negativo do IRPJ) e 36795.96378.050607.1.7.03¬2800 (Saldo Negativo da CSLL). Portanto, as deduções estão dentro dos limites legais, restando comprovar a quitação do imposto no exterior. Comprovação da quitação do imposto no exterior Conforme a declaração já citada, a empresa Business Soluctions Argentina apurou Imposto sobre o Lucro de 167.459,17 pesos, dos quais foram deduzidas retenções 152.813,10 pesos, resultando em saldo a pagar de 14.646,07 pesos. A Recorrente afirma no recurso voluntário que o imposto "foi pago pela empresa Controlada, por meio de retenções sofridas no decorrer do anocalendário, no valor de 152.813,10 pesos, e documento de arrecadação de 14.646,07 pesos " (fl. 6.701). Apesar da citação expressa, não foi apresentado qualquer comprovante de recolhimento dos 14.646,07 pesos. Quanto às retenções, o contribuinte apresentou documentos em espanhol às folhas 6.760 a 6.942. Na análise do recurso voluntário, o CARF decidiu pela necessidade de diligência para intimar o contribuinte a apresentar "tradução juramentada de cada um dos comprovantes de retenções efetuadas por fontes pagadoras na Argentina, acompanhada de planilha demonstrativa dos valores retidos, comparativamente com o valor indicado na DCOMP em questão". Esse item constou da intimação enviada (fl. 7.013). Em resposta, a Recorrente argumentou sobre a não necessidade da tradução juramentada, pois "as informações relevantes que constam desses documentos são números, não sendo razoável impor à Requerente o ônus da tradução juramentada de cada um deles" (fl. 7.028). Alegou ainda que os documentos apresentados juntamente com o recurso voluntário são suficientes para validar a retenção na Argentina. Embora o contribuinte não tenha cumprido a determinação do CARF, foram examinados os documentos apresentados como comprovantes das retenções. A decisão sobre a validação, porém, será tomada apenas pelo Conselho. Os documentos tem formatos diversos, não padronizados, e muitos apresentam má condição de leitura ou estão mesmo ilegíveis. Há ainda um documento com retenção em 2003, portanto fora do período em discussão. Os documentos relativos ao início de 2004 apresentam como sujeito passivo da retenção a empresa "La Fenice", sendo que a denominação "Business Solutions Argentina" só aparece em documentos a partir de maio/junho. Foi observado porém, que a C.U.I.T. (Clave Única de Identificación Tributária) é a mesma: 30697310289. Questionado a respeito, o contribuinte enviou cópia Fl. 7195DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 12 11 de escritura pública às folhas 7.150 a 7.157, também em espanhol, que registra a alteração do nome da empresa, de La Fenice para Business Solutions Argentina em 03 de março de 2004. A planilha no Anexo II, a seguir transcrita, contém a lista de todos os documentos apresentados e os valores de retenção, em pesos, que foi possível identificar, bem como observações sobre os demais casos. ANEXO II Documentos apresentados como comprovantes de retenção a Argentina Folha N° Doe Data CUIT fonte pagadora Valor retido em pesos 6760 Documento ilegível / má condição de leitura 6761 3739 08/01/04 30.658720712 602,57 6762 974 07/01/04 30.685014420 390,08 6763 Retenção ocorrida em 10/11/2003 67646765 22606 13/01/04 30.585895268 1.271,05 6766 10584 13/01/04 30.682450963 1.489,00 6767 Documento ilegível / má condição de leitura 6768 Documento ilegível / má condição de leitura 6769 4267 15/01/04 30.692304884 1.407,32 6770 10592 16/01/04 30.682450963 1.128,00 6771 Documento ilegível / má condição de leitura 6772 Documento ilegível / má condição de leitura 6773 1324 15/01/04 30.697306508 171,00 6774 10667 30/01/04 30.682450963 18,00 6775 3848 03/02/04 30.658720712 884,97 6776 Documento ilegível / má condição de leitura 6777 10722 06/02/04 30.682450963 2.259,00 6778 Retenção não identificada 6779 Documento ilegível / má condição de leitura 6780 4291 10/02/04 30.692304884 1.140,34 6781 1003 10/02/04 30.685014420 384,80 6782 22748 xx/02/04 30.585895268 1.482,63 6783 1354 15/02/04 30.697306508 204,00 6784 Documento ilegível / má condição de leitura 6785 Documento ilegível / má condição de leitura 6786 Documento ilegível / má condição de leitura 6787 22839 26/02/04 30.585895268 490,00 6788 Documento ilegível / má condição de leitura 6789 2784 26/02/04 30.682450963 2.379,00 6790 3978 03/03/04 30.658720712 884,19 6791 22893 10/03/04 30.585895268 2.136,65 6792 ilegível 10/03/04 30.504544997 120,22 6793 1030 10/03/04 30.685014420 385,18 6794 Documento ilegível / má condição de leitura 6795 Documento ilegível / má condição de leitura 6796 ilegível 11/03/04 30.707570166 92,44 6797 4001 17/03/04 30.658720712 205,02 6798 4315 17/03/04 30.692304884 1.228,02 6799 10987 23/03/04 30.682450963 4.105,00 6800 Documento ilegível / má condição de leitura 6801 1385 15/03/04 30.697306508 202,00 6802 20040000295 16/03/04 30.707362819 220,00 6803 20040000300 19/03/04 30.707362819 333,60 Fl. 7196DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 13 12 6804 Documento ilegível / má condição de leitura 6805 Retenção não identificada 6806 20040000306 30/03/04 30.707362819 560,00 6807/6808 12961 06/04/04 30.658720712 773,60 6809 Documento ilegível / má condição de leitura Folha N° Doe Data CUIT fonte pagadora Valor retido em pesos 6810 1048 07/04/04 30.685014420 402,52 6811 Documento ilegível / má condição de leitura 6812 Documento ilegível / má condição de leitura 6813 11183 22/04/04 30.682450963 2.207,00 6814 Documento ilegível / má condição de leitura 6815 Documento ilegível / má condição de leitura 6816 Documento ilegível / má condição de leitura 6817 23223 20/04/04 30.585895268 2.056,65 6818 4346 21/04/04 30.692304884 1.120,18 6819 1429 22/04/04 30.697306508 230,00 6820 Documento ilegível / má condição de leitura 6821/6822 20040000314 21/04/04 30.707362819 263,40 6823 4383 07/05/04 30.658720712 782,72 6824 Documento ilegível / má condição de leitura 6825 Documento ilegível / má condição de leitura 6826 Documento ilegível / má condição de leitura 6827 Documento ilegível / má condição de leitura 6828 23383 14/05/04 30.585895268 2.289,99 6829 1464 15/05/04 30.697306508 225,00 6830 Documento ilegível / má condição de leitura 6831 11411 17/05/04 30.682450963 7.040,00 6832 Documento ilegível / má condição de leitura 6833 Retenção não identificada 6834 4371 18/05/04 30.692304884 1.056,54 6835 20040000327 27/05/04 30.707362819 315,60 6836 Documento ilegível / má condição de leitura 6837 4647 04/06/04 30.658720712 822,00 6838 ilegível 11/06/04 ilegível 1.910,12 6839 200400001043 10/06/04 30.504544997 136,95 6840 Documento ilegível / má condição de leitura 6841 1503 10/06/04 30.697306508 277,00 6842/6843 Documento não é comprovante 6844 Documento ilegível / má condição de leitura 6845 1119 16/06/04 30.685014420 559,40 6846 4426 17/06/04 30.692304884 1.056,54 6847 23623 22/06/04 30.585895268 545,03 6848 Documento ilegível / má condição de leitura 6849 11690 23/06/04 30.682450963 2.010,00 6850 Retenção não identificada 6851 20040000338 15/06/04 30.707362819 229,00 6852 20040000334 18/06/04 30.707362819 52,50 6853 11692 24/06/04 30.682450963 2.439,00 6854 1133 16/06/04 ilegível 50,00 6855 4919 06/07/04 30.658720712 832,00 6856 Documento ilegível / má condição de leitura 6857 Documento ilegível / má condição de leitura 6858 1150 08/07/04 30.685014420 542,10 Fl. 7197DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 14 13 6859 1558 12/07/04 30.697306508 194,00 Folha N° Doe Data CUIT fonte pagadora Valor retido em pesos 6860 23821 15/07/04 30.585895268 2.527,57 6861 4448 19/07/04 30.692304884 1.088,54 6862 Documento ilegível / má condição de leitura 6863 Documento ilegível / má condição de leitura 6864 11951 22/07/04 30.682450963 4.453,00 6865 Documento ilegível / má condição de leitura 6866 Documento ilegível / má condição de leitura 6867 20040000361 27/07/04 30.707362819 226,70 6868 5207 05/08/04 30.658720712 854,00 6869 Documento ilegível / má condição de leitura 6870 ilegível 10/08/04 30.685014420 565,61 6871 Documento ilegível / má condição de leitura 6872 Documento ilegível / má condição de leitura 6873 24092 13/08/04 30.585895268 1.807,95 6874 Documento ilegível / má condição de leitura 6875 4481 18/08/04 30.692304884 1.132,54 6876 1611 18/08/04 30.697306508 214,00 6877 Documento ilegível / má condição de leitura 6878 24140 19/08/04 30.585895268 1.938,02 6879 Documento ilegível / má condição de leitura 6880 12304 27/08/04 30.682450963 316,00 6881 20040000380 23/08/04 30.707362819 219,90 6882 5473 07/09/04 30.658720712 1.084,00 6883 1227 08/09/04 30.658014420 519,95 6884 Documento ilegível / má condição de leitura 6885 12362 09/09/04 30.682450963 2.471,00 6886 12390 09/09/04 30.682450963 6.651,00 6887 Documento ilegível / má condição de leitura 6888 1651 09/09/04 30.697306508 216,00 6889 200400001046 07/09/04 30.504544997 104,12 6890 Documento ilegível / má condição de leitura 6891 Documento ilegível / má condição de leitura 6892 24362 08/09/04 30.585895268 4.332,78 6893 20040000401 16/09/04 30.707362819 382,90 6894 Documento ilegível / má condição de leitura 6895 4514 23/09/04 30.692304884 1.178,42 6896 5733 06/10/04 30.658720712 913,00 6897 Documento ilegível / má condição de leitura 6898 Documento ilegível / má condição de leitura 6899 20040000422 28/09/04 30.707362819 52,50 6900 Documento ilegível / má condição de leitura 6901 Documento ilegível / má condição de leitura 6902 Documento ilegível / má condição de leitura 6903 Documento ilegível / má condição de leitura 6904 1275 15/10/04 30.685014420 519,15 6905 Documento ilegível / má condição de leitura 6906 Documento ilegível / má condição de leitura 6907 4539 21/10/04 30.692304884 1.154,42 Folha N° Doe Data CUIT fonte pagadora Valor retido em pesos 6908 24740 14/10/04 30.585895268 1.277,27 6909 20040000435 18/10/04 30.707362819 297,30 Fl. 7198DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 15 14 6910 Retenção não identificada 6911 5998 09/11/04 30.658720712 1.227,00 6912 Documento ilegível / má condição de leitura 6913 24 09/11/04 30.663138436 80,00 6914 1307 10/11/04 30.685014420 474,17 6915 25026 10/11/04 30.585895268 4.315,87 6916 Documento ilegível / má condição de leitura 6917 ilegível 12/11/04 30.692239055 1.733,36 6918 Documento ilegível / má condição de leitura 6919 Documento ilegível / má condição de leitura 6920 4576 17/11/04 30.692304884 824,48 6921 12963 22/11/04 30.682450963 2.660,00 6922 12968 23/11/04 30.682450963 1.666,00 6923 2004000454 16/11/04 30.707362819 205,90 6924 25244 29/11/04 30.585895268 557,92 6925 Documento ilegível / má condição de leitura 6926 6306 06/12/04 30.658720712 834,68 6927 25 07/12/04 30.663138436 80,00 6928 25352 13/12/04 30.585895268 1.015,19 6929 25351 13/12/04 30.585895268 1.758,29 6930 2407 14/12/04 30.692239055 1.873,63 6931 20040001049 15/12/04 30.504544997 67,31 6932 1332 14/12/04 30.685014420 479,34 6933 Documento ilegível / má condição de leitura 6934 13191 16/12/04 30.682450963 4.415,00 6935 200400001050 17/12/04 30.504544997 25,08 6936 1773 16/12/04 30.697306508 210,00 6937 Documento ilegível / má condição de leitura 6938 4604 21/12/04 30.692304884 1.086,00 6939 Documento ilegível / má condição de leitura 6940 2004000487 20/12/04 30.707362819 287,50 6941 25502 29/12/04 30.585895268 2.017,66 6942 25482 28/12/04 30.585895268 1.974,95 TOTAL EM PESOS 122.959,89 Diante do detalhado e minucioso trabalho realizado pela Fiscalização, não há como acolher a pretensão da Recorrente de considerar 152.813,10 pesos, como imposto de renda retido na fonte. Mas, o valor acima certificado pela DRF, de 122.959,89 pesos. É possível, assim considerar como efetivamente retidos na fonte, o total acima, independentemente da falta das respectivas traduções juramentadas, pois foram devidamente certificadas pela Fiscalização. Também tenho como possível essa consideração, mesmo diante da falta dos respectivos comprovantes de recolhimentos de tais antecipações, considerando a responsabilidade do substituto tributário no exterior. Ressaltese, ainda, que a Recorrente foi devidamente intimada do resultado final da diligência realizada pela Fiscalização. Por todo o exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso de voluntário para: a) em relação ao IRRF no Brasil, reconhecer o crédito no valor de R$2.867,08, conforme relatório de diligência (fls. 7159/7160); Fl. 7199DF CARF MF Processo nº 10680.903828/201043 Acórdão n.º 1302002.544 S1C3T2 Fl. 16 15 b) em relação ao imposto retido na Argentina, o valor de 122.959,89 pesos, conforme Relatório de Diligência (fl. 7170), uma vez que a Recorrente apresentou a comprovação da legislação que obriga a retenção na fonte com tradução juramentada (Doc. 1 anexado ao Recurso Voluntário e os comprovantes de retenção, sem a tradução juramentada, mas suficientes à conferência acurada realizada pela autoridade responsável pela diligência solicitada; (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Fl. 7200DF CARF MF
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